Clipping dia 10-02

Transcrição

Clipping dia 10-02
Clipping do Conselho Regional de Farmácia – SP
Data: 10/02/2004
Hoje em Dia / MG
Mesmo barato, genérico não engrena
Embora os medicamentos genéricos sejam conhecidos por 57% dos
consumidores, a maioria (62%) não pede ao médico a receita com o
princípio ativo, o que leva a 69,5% de prescrições com nome de marca.
Sem a pressão de demanda, os remédios de referência continuam sendo
os mais consumidos, apesar do preço muito maior. Os resultados são de
uma pesquisa realizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte
(RMBH), entre 3 e 6 de fevereiro, com 296 pacientes, 224 prescrições e
84 farmácias. O levantamento apurou também variação de preços de
até 65,5% entre genéricos iguais, mas de laboratórios diferentes, e de
182% na comparação com medicamentos de marca. Para os
especialistas, faltam investimentos na divulgação dos genéricos, criados
há exatos cinco anos e disponíveis no mercado desde fevereiro de 2000.
A maior variação na pesquisa feita pelo Sindicato dos Farmacêuticos de
Minas Gerais (Sinfarmig) e pelo Conselho Regional de Farmácia de Minas
Gerais (CRFMG) foi encontrada no medicamento Cefalexina, um
antibiótico que tem preço de R$ 14,58 no laboratório Apotex e R$ 8,81
no Teuto (veja quadro). "Os genéricos também têm que ser
pesquisados", constata Rilque Novato Públio, diretor do Sinfarmig. Outra
pesquisa, desta vez comparando os preços de genéricos com de
medicamentos de referência, apontou variação de 167% para esse
mesmo antibiótico. Essa comparação revelou ainda variação de 182%
entre o Antak (nome de marca) e o genérico Ranitidina, usado no
tratamento de gastrite.
"Ainda assim, os medicamentos de marca são mais consumidos. Eles
estão na cabeça do médico e do paciente, em função da propaganda e
da própria cultura", contrapõe Públio. Segundo a pesquisa, os genéricos
respondem por apenas 8,32%, em média, do volume financeiro das
farmácias. Para o diretor do Sinfarmig, enquanto os laboratórios
trabalham as marcas de referência junto à classe médica, os similares
são trabalhados nas farmácias, até mesmo com bonificação para os
balconistas. "O genérico fica como patinho feio nessa história",
completa, reclamando da falta de continuidade nas propagandas oficiais
sobre esses produtos.
Já o ministro da Saúde, Humberto Costa, que esteve ontem na capital,
afirmou que a responsabilidade pela divulgação dos genéricos cabe
também ao segmento empresarial e não apenas ao poder público. Para
o ministro, não houve retrocesso na política dos genéricos. Porém, a
pesquisa do CFRMG e Sinfarmig apontou que 43% dos consumidores
não sabem sequer identificar um medicamento genérico. "Um dos
entrevistados chegou a mostrar um similar como se fosse genérico",
detalha Rilke Públio. Para ele, no Brasil ainda prepondera a 'ditadura da
receita' e o paciente sai do consultório sem nem mesmo conseguir ler a
prescrição.
O presidente do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, Edilson Corrêa
de Moura, reitera que as campanhas têm que ser contínuas, sobre os
profissionais de saúde e também sobre a população. "O lobby da
indústria é grande; há um jogo de sedução em cima dos médicos, que
vai desde a visitação semanal até o financiamento de pesquisas e
viagens para congressos", admite. Para ele, falta informação, até
mesmo porque novos profissionais chegam ao mercado a cada
semestre. "É preciso ainda ampliar o número de genéricos, para que
cheguem a todos os tratamentos", completa. Corrêa orienta a população
a pedir ao médico que receite o medicamento mais barato, incluindo aí o
similar.
Apesar de todo o cenário adverso, o mercado de genéricos cresceu 38%
em 2003, sobre 2002, quanto à movimentação financeira. Já o número
de unidades vendidas subiu 25% nesse período.
Último Segundo
Ministra afirma que alho, limão e beterraba podem curar a Aids
A ministra de Saúde da África do Sul, Manto Tshabala-Msimang, voltou
nesta segunda-feira a aconselhar os portadores do vírus da
imunodeficiência humana (HIV), que provoca a Aids, a comer alho,
limão e beterraba caso queiram se curar.
Frente às reivindicações para que o governo ponha à disposição dos
afetados pelo vírus os remédios antirretrovirais que retardam os efeitos
da Aids, a ministra afirmou que "o controle do 'stress' e a nutrição,
incluindo o consumo de alho, limão e beterraba, são realmente
essenciais" para a cura.
A polêmica ministra, muito criticada pelos afetados pela Aids,
compareceu hoje ante a imprensa na Cidade do Cabo para dar
explicações sobre o programa do governo, depois do discurso sobre o
estado da nação feito pelo presidente do país, Thabo Mbeki, na sextafeira passada.
Em seu discurso, Mbeki só fez uma menção passageira sobre a
pandemia que afeta 5 milhões dos 44 milhões de sul-africanos.
O presidente convocou as próximas eleições gerais para o dia 14 de
abril.
Proteína PLZF favorece a sobrevivência das células
Uma equipe de pesquisadores espanhóis, franceses e britânicos, dirigida
pelo espanhol Antonio Parrado, desvendou o mecanismo através do qual
uma proteína denominada PLZF (gene "dedo de zinco" da leucemia
promielocítica) favorece a sobrevivência da célula e afeta a morte
celular programada.
Em seu estudo, Parrado e seus colegas explicam qual é a função do
fator de transcrição da PLZF no compartimento linfóide, onde também
se expressa.
Até agora, sabia-se que a PLZF afetava o crescimento, a diferenciação e
a morte programada em células mielóides.
Os pesquisadores estudaram, em uma linha de linfócitos, a possível
relação entre a expressão desse gene e a morte celular programada.
Parrado declarou à EFE que se trata de um trabalho "de pesquisa básica,
em nível molecular, e que é muito prematuro falar de uma aplicação
clínica".
Ele explicou que "basicamente se trata de questionar qual é a função da
proteína PLZF e do 'dedo de zinco' (domínio típico de um grupo de
proteínas, que compõe um cátion de zinco) que apresenta alterações
estruturais nas leucemias promielocíticas que determinam que estas
células se tornem malígnas".
O trabalho, publicado na última edição da revista americana
"Proceedings of the National Academy of Sciences", centrou-se no
estudo da proteína em sua formação normal, não alterada, "porque
assim é possível saber que implicações pode ter em seu estado
patológico".
A equipe estudou a função da PLZF na sobrevivência das células e
concluiu que esta proteína pode afetar a vida das células "quando existe
em níveis elevados".
A proteína PLZF "regula outra proteína, denominada BID, diminui seus
níveis de expressão e desta forma interfere na morte programada".
O grupo de Parrado gostaria, "logicamente", de aprofundar seu trabalho
e saber se seu achado "tem conseqüências na fisiologia das leucemias
linfóides crônicas, nas quais a PLZF apresenta alterações em seus níveis
de expressão".
"Temos as ferramentas para analisá-los e continuamos as pesquisas".
Além disso, no hospital universitário Virgem da Arrixaca de Múrcia (leste
da Espanha), está sendo gerado um banco de tumores, que lhe
proporcionará material suficiente para a pesquisa, acrescentou Parrado.
Tribuna da Imprensa
Veneno da cobra surucucu pode ser arma contra câncer
A Fundação Ezequiel Dias (Funed), mantida pelo governo de Minas
Gerais, quer levar adiante a pesquisa que já faz há 20 anos sobre as
propriedades químicas do veneno da cobra surucucu, mas para isso
busca apoio da iniciativa privada.
O pesquisador do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Funed,
Eladio Flores Sanches, explica que alguns fragmentos do veneno estão
em testes como anticoagulante e como desagregador plaquetário,
evitando o avanço de tumores que poderiam se transformar em câncer.
Um grama de veneno da surucucu vale no mercado brasileiro entre US$
4 mil e US$ 5 mil. O valor que se agrega por meio da separação e
identificação das partes do veneno poderá fazer valer muito mais essa
matéria-prima produzida pela Lachesis (nome científico da surucucu).
"Há possibilidade de laboratórios privados assumirem a pesquisa e
levarem adiante o desenvolvimento", conta o pesquisador.
A Funed investiga as propriedades do veneno desde os anos 80, mas até
hoje não tem patente sobre o que descobriu. Embora a Mata Atlântica e
a Amazônia sejam o habitat natural da surucucu, a captura da cobra e a
extração do veneno encarecem a obtenção da matéria-prima. Os testes
para as aplicações foram iniciados entre 1995 e 1996.
Mais que ouro
"Se fosse P&D de laboratório privado, por exemplo, já teria havido
tempo suficiente para lançamento de um medicamento com esse tipo de
princípio ativo. O grama do veneno da surucucu vale muito mais que
ouro e o produto poderia ser farto no Brasil".
Sanches revela que no Amazonas existiu a idéia de criar um parque
exclusivo para a criação das surucucus. "Mas o projeto não foi
concretizado por falta de verbas", lamenta o biólogo.
O pesquisador chegou a criar surucucus em cativeiro até 1994. "As
exigências alimentares e ecológicas são muito grandes, e não
conseguimos sustentar", explica. A espécie Lachesis vive até 20 anos
em ambientes naturais como o da Amazônia e o da Mata Atlântica,
enquanto em cativeiro resiste em média quatro anos.
Otimismo não cura doença
Infelizmente, não adianta ser otimista para se lutar contra o câncer.
Médicos que encorajam a esperança nos pacientes com câncer podem
sobrecarregá-los em vão, já que o otimismo não melhora as hipóteses
de sobrevivência à doença, indicam os resultados de estudo australiano.
O otimismo não provocou qualquer alteração no destino da maioria dos
179 doentes com câncer que cientistas australianos acompanharam
durante cinco anos. Apenas oito sobreviviam quando o estudo terminou,
em 2001. Todos os pacientes sofriam de uma forma comum de câncer
do pulmão.
Embora o estudo fosse pequeno e incidisse num câncer com poucas
hipóteses de sobrevivência - só 12% dos pacientes vivem mais do que
cinco anos, especialistas dizem tratar-se do primeiro estudo
cientificamente válido a analisar a relação entre otimismo e câncer.
Os resultados surpreenderam os pesquisadores, que esperavam que os
doentes otimistas vivessem mais tempo do que os desprovidos de
esperança.
Os pacientes ficam sobrecarregados com a preocupação de manter uma
atitude positiva nas situações difíceis, dizem os cientistas do Centro
Oncológico Peter MacCallum, de Melbourne (Austrália), e de outros cinco
centros de saúde em artigo publicado ontem na revista "Cancer".
O estudo constatou que o otimismo diminui quando os pacientes sentem
os efeitos tóxicos dos tratamentos e quando sabem mais sobre as
realidades da doença.
"Devemos questionar a utilidade do otimismo se o resultado é levar o
paciente a esconder a sua aflição na esperança vã de que isso lhe fará
ganhar sobrevivência", comentou a principal autora do estudo, Penelope
Schofield. "Se um paciente se sente pessimista... é importante
considerar essa atitude válida e aceitável", acrescentou.
Embora o otimismo possa não ajudar os pacientes com câncer a viver
mais, poderá ajudá-los de outras formas, segundo a American Cancer
Society (ACS), que edita a revista "Cancer".
Uma atitude positiva pode contribuir para hábitos alimentares mais
saudáveis, como deixar de fumar, beber menos, fazer mais exercício e
aprender mais sobre a doença e as opções de tratamento.
Muitos desses pacientes aprendem a viver com a terapia, a evitar a
fadiga e até regressam ao emprego, de acordo com LaMar McGinnis,
conselheira médica da ACS.
"É pena que os autores do estudo não reflitam sobre a qualidade de
vida", afirmou. "Não temos ilusões de que o otimismo influencie a
terapia, mas acreditamos que o otimismo e a esperança influenciam na
qualidade de vida dos pacientes", disse.
O Norte
Secretaria de Saúde distribui remédios
A Secretaria de Saúde do Estado inicia hoje de manhã a distribuição de
medicamentos enviados pelo Ministério da Saúde. Os 23 kits chegaram
na madrugada de sábado (7), em um avião da Força Aérea Brasileira
(FAB).
A distribuição será feita com os municípios devidamente cadastrados
através da Coordenadoria de Defesa Civil, juntamente com a Secretaria
de Saúde do Estado. Cada município terá direito a um kit com
capacidade de atender a três mil pessoas durante um mês. São 23
municípios paraibanos atingidos que constam na lista do Ministério da
Integração Nacional.
Os kits foram recebidos pelo coordenador de Saúde do Estado, médico
José Rodrigues, e pelo representante do Ministério da Saúde na Paraíba,
Manoel Macedo Neto. O material faz parte da cota de distribuição de
27,5 toneladas de remédios, destinadas às vítimas das enchentes no
Nordeste.
Composto por 23 itens - entre antibióticos, analgésicos, antitérmicos e
antiinflamatórios, o kit de farmácia básica é o mesmo utilizado pelo
Programa Saúde da Família (PSF). Excepcionalmente, as unidades que
serão distribuídas aos estados atingidos pelas chuvas estarão acrescidas
de sais de reidratação oral (soro), além de material para pequenas
cirurgias.
O Estado de São Paulo
Doentes sofrem com falta de medicamentos
Mais um dia sem os remédios de que o filho precisa para controlar as
crises de epilepsia. A vendedora Loide Maurício de Almeida Pedroso, de
55 anos, já perdeu a conta de quantas vezes foi ao Hospital das Clínicas
e voltou sem algum remédio prescrito pelo médico. Nas últimas vezes,
para não perder a viagem, ela passou a telefonar para a farmácia do
HC.
Ontem foi mais um desses dias. Das quatro drogas que compõem o
coquetel que Diego Almeida Pedroso, de 19 anos, toma, o HC só tinha
uma. "As outras três estão em falta, sem previsão para que cheguem",
diz Loide, repetindo a informação que recebera de uma funcionária do
hospital. A falta dos remédios já está prejudicando a saúde de Diego,
que voltou a ter crises.
Desde outubro, Loide tem sofrido com a falta dos remédios do filho.
"Não posso comprá-los, pois custam R$ 2.500 por mês." Na semana
passada, ela chegou a registrar o problema no Ministério Público
Estadual (MPE). "Não dá para fazer tratamento pela metade", reclama.
Justiça - A falta de remédios no HC é motivo de uma ação civil pública
aberta pelo MPE em 2002. A ação ainda não foi julgada, mas os
promotores conseguiram a tutela antecipada, o que significa que o HC
está obrigado a fornecer os medicamentos a seus pacientes, sob pena
de a instituição ser multada ou seus administradores processados.
"Em vários períodos houve deficiência no abastecimento de remédios no
HC", afirma o promotor João Luiz Marcondes Júnior, do grupo de
atuação especial da saúde pública e da saúde do consumidor do MPE.
Para ele, uma das causas é a ausência de estoque mínimo de
segurança.
A dona de casa Aparecida Martins, de 65 anos, é outra paciente do HC
que também já sofreu com o desabastecimento de remédios. Em
tratamento para câncer de útero, Aparecida teve a quimioterapia
atrasada em 20 dias porque a droga estava em falta. "Tinha de fazer as
sessões em janeiro, mas só fiz na semana passada." Segundo ela, é a
segunda vez que o remédio falta. "Da primeira, demorou só uma
semana."
Enquanto estava sem fazer a quimioterapia, Aparecida chegou a
conversar com seu médico. "Ele me disse que o atraso atrapalha o
tratamento."
Segundo a Assessoria de Imprensa do HC, a droga usada nas sessões
de quimioterapia de Aparecida foi entregue pelo fornecedor com atraso.
Já os três remédios usados por Diego foram comprados este mês e
devem estar disponíveis na farmácia da instituição em, no máximo, dez
dias.
Panorama Brasil
Bula pode ser obrigatória para remédio manipulado
Está na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos
Deputados o Projeto de Lei 1759/03, de autoria do deputado Coronel
Alves (PL-AP), que obriga as farmácias de manipulação e
estabelecimentos similares a incluírem bula em seus medicamentos.
O projeto considera farmácia de manipulação o estabelecimento que
elabora medicamentos de maneira artesanal, sob a supervisão direta de
profissional farmacêutico legalmente habilitado. Prevê, ainda, que os
medicamentos produzidos por farmácias de manipulação deverão vir
acompanhados de folheto informativo detalhado ("bula"), dirigido ao
usuário.
A bula deverá conter, no mínimo, os seguintes tópicos:
I - apresentação;
II - composição;
III - excipientes;
IV - uso adulto ou pediátrico;
V - cuidados de administração;
VI - reações adversas;
VII - precauções;
VIII - indicações e contra-indicações;
IX - posologia;
X - data de fabricação e validade;
XI - instruções para conservação do produto;
XII - advertências e
XIII - conduta na superdosagem.
As mesmas regras serão aplicadas, nas mesmas bases e condições, a
qualquer outro estabelecimento farmacêutico que utilize as técnicas de
manipulação, de maneira eventual ou sistemática, para a elaboração de
medicamentos, não importando a sua denominação.
Coronel Alves afirma que a maioria dos medicamentos produzidos pelas
farmácias de manipulação e estabelecimentos similares em todo o nosso
País não vem acompanhada de bula. Essa omissão é perigosa porque
várias substâncias ativas utilizadas em remédios são venenosas, de
acordo com a dose. O deputado afirma que a proposta tem por
finalidade proteger o cidadão que recorre às farmácias de manipulação
ou similares, muitas vezes até por conta própria, sem orientação
médica, na busca de um produto mais "natural".
O relator designado pela Comissão de Seguridade Social e Família é o
deputado Saraiva Felipe (PMDB-MG), que já apresentou seu parecer,
defendendo a aprovação da proposta. O projeto deverá ser apreciado
também pela Comissão de Constituição e Justiça e de Redação.
Folha de São Paulo
O que é que a Índia tem
Um amigo que esteve na Índia neste ano voltou assustado com algumas
coisas que viu. Nas grandes cidades, como Mumbai (ex-Bombaim), Nova
Déli e até na capital asiática do software, Bangalore, a miséria é
agressiva. As ruas, sujas e empoeiradas, estão sempre cheias de
milhares de pessoas paupérrimas. É impossível parar no sinal de
trânsito sem que um pedinte se aproxime, bata no vidro do carro e
implore por uma esmola. Mães jovens e desdentadas com bebês no
colo, crianças e pessoas de todas as idades com deficiência física
compõem um quadro urbano assustador até para quem está
acostumado com a pobreza brasileira.
As estradas de rodagem, com pistas estreitas, passam no meio de
cidades e são invadidas pelo comércio ambulante. Triciclos motorizados
trafegam na contramão e atrapalham o tráfego tanto quanto enormes
carroças puxadas por camelos. Uma viagem de apenas 190 km, de Nova
Déli até Agra, onde está o Taj Mahal, maior atração turística do país,
leva pelo menos quatro horas.
Conto essas coisas não para menosprezar esse heróico país asiático. O
objetivo, ao contrário, é mostrar que a Índia -onde grande parte dos
atuais problemas se deve à herança deixada pelo colonizador inglês, que
dominou o país até 1947- adota hoje uma política econômica ousada,
que a coloca entre os líderes do desenvolvimento mundial. Difíceis
problemas sociais e de infra-estrutura não desencorajam os indianos,
que mantêm planos agressivos de apoio ao capital local e crescimento
econômico, a ponto de o PIB do país ter aumentado 31% nos últimos
cinco anos (7,4% na estimativa para 2003).
Foi uma feliz coincidência o presidente Lula ter visitado a Índia dias
depois da decisão do Banco Central brasileiro, até agora
incompreensível, de manter a taxa de juros em 16,5%. Lula certamente
pôde constatar quão ousados são os indianos, não só em seus planos de
desenvolvimento -baseados no apoio à empresa nacional, na criação de
tecnologia própria e na formação de mão-de-obra especializada- como
também na política monetária. As taxas de juros na Índia são de 4,24%
ao ano para operações de curto prazo, segundo a revista "The
Economist".
Por essas características, o guru Peter Drucker, semanas atrás, disse
apostar muito mais na Índia do que na China como o provável motor da
economia mundial no próximo decênio. A China tem sua fraqueza
exatamente naquilo em que a Índia se torna cada vez mais forte: a
formação de profissionais qualificados. Na Índia, formam-se anualmente
200 mil engenheiros de nível mundial, que falam inglês e que
representam a base da mais moderna indústria de software do mundo.
No ano passado, o país exportou cerca de US$ 10 bilhões em software.
O capital estrangeiro, a despeito disso tudo, continua arredio com a
Índia. No ano passado, os investimentos externos diretos somaram
apenas US$ 3,4 bilhões, bem menos do que os US$ 10 bilhões
investidos no Brasil. Isso aborrece os indianos, mas não os desanima.
Os planos de desenvolvimento continuam ousados e prevêem, por
exemplo, expansão das exportações de software para US$ 80 bilhões
em 2008. Para que isso seja possível, empresas de software não
pagarão Imposto de Renda até 2010.
No setor farmacêutico, outra vitrine indiana, o sucesso também adveio
do forte apoio ao capital nacional e da capacidade de eleger prioridades
com base nas necessidades locais. A indústria de medicamentos
genéricos, que exige pouco investimento em pesquisa e
desenvolvimento, foi a chave do sucesso desse setor, que já emprega
mais de 500 mil pessoas e fornece 75% dos remédios consumidos pela
população de 1 bilhão de habitantes.
Para quem visita a Índia pela primeira vez, o cenário das grandes
metrópoles é desolador por conta das enormes deficiências expostas nas
ruas e estradas. Afinal, há 700 milhões de indianos pobres. Apesar
disso, observa-se que o país não está de braços cruzados. Adota
políticas corajosas de desenvolvimento, com forte apoio ao capital
nacional, juros moderados, câmbio ajustado para estimular exportações,
política industrial voltada para as potencialidades locais e cuidado na
formação de profissionais qualificados. Por tudo isso, a despeito da
pobreza ainda imensa, há esperança.
* Benjamin Steinbruch, 50, empresário, é diretor-presidente da
Companhia Siderúrgica Nacional e presidente do conselho de
administração da empresa.
Gazeta Mercantil
CNS tenta manter alíquota antiga
Em reunião na Câmara dos Deputados, a Confederação Nacional de
Saúde (CNS) pleiteou que os laboratórios de análises clínicas, serviços
ambulatoriais e demais serviços auxiliares de diagnóstico e imagem
fiquem de fora do aumento da alíquota da Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que vigora desde o início
deste mês. Essa é mais uma tentativa junto aos parlamentares de
buscar soluções para a grave crise que atinge o setor saúde no País.
Alguns setores da saúde conseguiram que lhes fosse mantida a antiga
alíquota de 3%. No entanto, os outros deverão ter que arcar com a nova
alíquota de 7,6%.
"Não queremos que apenas uns sejam privilegiados, em detrimento de
outros que também enfrentam sérias dificuldades financeiras por uma
série de questões como a ausência de reajustes por parte das
operadoras, alta defasagem nas tabelas do SUS, desvalorização do real
frente ao dólar (no segmento hospitalar, a maioria dos equipamentos é
importada e fica desatualizada, obsoleta logo, necessitando de
substituição permanente), glosas feitas pelas operadoras nas faturas
apresentadas pelos prestadores, aumentos freqüentes nos preços dos
materiais e medicamentos médico-hospitalares, entre outras. O setor já
arca com uma alta carga tributária, e está endividado e sufocado",
comenta o presidente da CNS, José Carlos Abrahão.
Para ele, a elevação da alíquota deverá provocar um aumento de cerca
de 60% na carga tributária atual que incide sobre os prestadores de
serviço de saúde. Segundo Abrahão, a previsão é de que aconteça um
aumento na contratação de mão-de-obra terceirizada na área.
Também participaram da reunião na Câmara dos Deputados os
representantes de outras entidades do setor saúde, como a Federação
Brasileira de Hospitais (FBH), a Associação Nacional de Hospitais
Privados (ANAHP) e Confederação das Santas Casas de Misericórdia,
Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), entre outras. Na pauta de
discussões do dia, também estava a possibilidade de criar formas
especiais de financiamentos para o setor saúde no país, que garantam a
sua viabilização e sobrevivência. O presidente do Sindicato dos
Hospitais, Clínicas e Casas de Saúde do Município (SindhRio), Adriano
Londres, lembra que incentivos fiscais e linhas de crédito foram
utilizados pelo governo para recuperar outros setores, e questiona por
que não podem haver medidas semelhantes para socorrer a saúde.
"Temos reiterado sempre as dificuldades por que passa o setor.
Recentemente, tentamos o enquadramento no Simples, mas acabamos
sendo excluídos do benefício tributário. Agora fazemos essa nova
tentativa na esperança de que eles compreendam a importância da
saúde privada no País, e que a crise está causando uma enorme redução
de qualidade de atendimento à população", comenta José Carlos
Abrahão. De acordo com ele, a saúde privada responde por 60% ou
65% dos atendimentos do próprio SUS, o que prova que a saúde pública
não tem condições de existir sozinha. "Temos que coexistir", conclui o
presidente da CNS.kicker: Alguns setores da saúde foram excluídos da
mudança, outros não receberam o benefício
O Dia
Dez milhões de camisinhas
O Ministério da Saúde já enviou para todo o País mais de 10 milhões de
camisinhas, que serão distribuídas no Carnaval. Mais da metade dos
preservativos serão entregues nos estados com os carnavais mais
visitados. São Paulo receberá 2 milhões; Rio de Janeiro, 1 milhão;
Pernambuco, 900 mil; e Bahia, 800 mil.
Este ano, o Ministério da Saúde quer reforçar a necessidade do uso do
preservativo nas relações sexuais eventuais, comuns durante os dias de
folia. O slogan da campanha, lançada ontem, é Pela camisinha não
passa nada. Use e confie.
A campanha é dirigida aos homens de 18 a 39 anos, das classes C, D e
E, parcela da população masculina com menor índice de uso contínuo da
camisinha. Pesquisa feita para o Programa Nacional de DST/Aids, ano
passado, mostra que 15% da população sexualmente ativa não
acreditam totalmente que o preservativo pode barrar o vírus da Aids.
O filme em exibição na TV destaca a flexibilidade, a resistência e a
ausência de poros da camisinha. Num bar, dois rapazes conversam
sobre o assunto e um deles põe o preservativo na lata de refrigerante.
Em seguida, abre a lata e a camisinha infla como um balão por conta do
gás. Em seguida, o rapaz vira a lata, deixa a bebida escorrer para o
preservativo e mostra ao amigo que nem o ar e nem o líquido vazaram.
Diário de São Paulo
Campanha contra a Aids no carnaval
Com o slogan "Pela camisinha não passa nada. Use e confie", o
Ministério da Saúde pretende conscientizar os foliões a se proteger das
doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) durante o carnaval. A
campanha, que começou a ser veiculada domingo em todas as
emissoras de TV do país, é dirigida principalmente aos homens de 18 a
39 anos. Trata-se da parcela da população com menor índice de uso
contínuo de preservativo.
A escolha do tema se deve ao resultado de uma pesquisa feita pelo
Ibope no ano passado. O estudo demonstrou que 15% dos brasileiros
sexualmente ativos não acreditam totalmente que a camisinha é capaz
de barrar o vírus HIV. De acordo com a Coordenação Nacional de DST e
Aids, certos tabus ainda impedem o uso freqüente do preservativo,
como a idéia de que o produto pode facilmente se romper.
Criatividade
Para convencer os brasileiros da resistência da camisinha, o ministério
usou a criatividade. O filme para a TV, por exemplo, mostra dois
rapazes conversando em um bar até que um deles coloca o preservativo
na lata de refrigerante. Em seguida, o homem abre a lata e a camisinha
infla como um balão por conta do gás da bebida. Depois, o rapaz vira o
refrigerante e o deixa escorrer no preservativo, mostrando que nem o ar
e nem o líquido vazaram.
Já os cartazes e outdoors, que foram espalhados por todos os estados,
mostram um peixinho nadando em um camisinha cheia de água.
Durante os dias de folia, o governo vai distribuir cerca de 10 milhões de
preservativos. Metade destas camisinhas será entregue nos estados
mais visitados durante o feriado do carnaval, como São Paulo, Rio de
Janeiro, Pernambuco e Bahia.
Estudos garantem a qualidade
Muita gente ainda acredita que a camisinha possui poros capazes de
deixar o vírus HIV passar durante a relação sexual. Diversos estudos
científicos, nos entanto, demonstraram que esta idéia é errada. No mais
recente deles, de 1993, do Instituto Nacional de Saúde dos Estados
Unidos, utilizou-se um microscópio eletrônico para ampliar a camisinha
cerca de duas mil vezes e nenhum poro foi encontrado, mesmo quando
esticada. Outra pesquisa, de 1989, mostrou que nenhum dos
preservativos mais utilizados no mundo apresentou poros. Os
pesquisadores testaram 40 marcas.
Grande parte das pesquisas sobre o rompimento do preservativo
durante a relação sexual indica que a possibilidade de ocorrer um
rompimento não chega a 5% das camisinhas utilizadas. A pesquisa
realizada pelo The Consumer Union detectou índices de rompimento
inferiores a 1%. É importante, no entanto, observar se o produto tem
selo do Inmetro.
Enchente aumenta risco de contaminação de alimentos
Depois de contabilizar os prejuízos, a população atingida pelas
enchentes têm de se preocupar com outra conseqüência. Segundo os
especialistas, as chances de uma pessoa adquirir doenças veiculadas por
alimentos nesses casos aumentam em até 80%. O resultado pode ser
desde uma simples diarréia provocada pela exposição à salmonelas até
leptospirose e hepatite A.
O grande problema é a má conservação dos alimentos. A maior parte
das pessoas tenta recuperar produtos e mantimentos que estavam na
despensa logo após limpar a casa depois de uma enchente. Pouca gente
sabe, no entanto, que mesmo os produtos hermeticamente fechados
como garrafões e latas com lacre podem ser contaminados pela água
que provoca a leptospirose.
Segundo o biomédico Roberto Martins Figueiredo, especialista em Saúde
Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), os riscos são enormes. "A
maior parte das pessoas só lava vidros de palmito e acham que poderão
consumí-lo novamente", explica. "Visitei uma dona-de-casa em Taboão
da Serra (Grande São Paulo) que reaproveitaria um garrafão de água
porque estava com o lacre. Ela só acreditou, quando tirei a tampa e
mostrei a o barro que estava preso na abertura do garrafão", completa.
De acordo com Figueiredo, o único produto que ainda pode ser utilizado
são os alimentos que estão em latas sem lacre, em que é necessário
utilizar o abridor. Nesses casos, o consumidor deve prestar atenção e
verificar se a lata não está amassada ou estufada. Depois, deve retirar o
papel e ferver as latas com água sanitária (veja indicações no quadro ao
lado) .
Feira livre
Depois de enchentes, o consumidor também deve ficar atento a
promoções quase "milagrosas" que costumam aparecer principalmente
nas feiras livres da Capital. "É bom lembrar que os alimentos podem ter
sido atingidos pela chuva e estar impróprios para o consumo", alerta
Figueiredo.
Problemas acontecem principalmente em casa
Ao contrário do que muita gente pensa, a maior parte das
contaminações por alimentos acontece em casa e não em restaurantes e
lanchonetes. A estimativa é de que 44% das doenças veiculadas por
alimentos sejam resultado da manipulação errada dos produtos pela
própria dona-de-casa. Apenas 5% das doenças acontecem por
manipulação incorreta nos restaurantes, por exemplo.
Um dos maiores riscos, segundo os especialistas, é a maionese feita em
casa. Como o ovo não é pasteurizado, o que elimina a possibilidade de
que o produto contenha salmonela, por exemplo, o risco é maior. A
mudança de hábitos também pode incluir coisas simples, como lavar
bem as folhas para a salada em água corrente. A medida, velha
conhecida das donas-de-casa, elimina em até 70% a presença das
bactérias.
Usar a mesma faca para cortar alimentos diferentes é outro problema.
Na hora de cozinhar, é comum utilizar a faca usada para cortar a carne
para picar a cebola, por exemplo.
A manipulação incorreta nesse caso ajuda na proliferação de bactérias
que fazem mal à saúde. Experimentar a comida com uma colher e
recolocá-la na panela é outra receita infalível para adquirir alguma das
doenças veiculadas por alimentos.
Informação útil
Casos podem ser evitados
As doenças veiculadas por alimentos atingem cerca de sete milhões de
pessoas. Aproximadamente 85% desses casos poderiam ser evitados,
caso os alimentos fosse manipulados corretamente.
Não permita animais de estimação na cozinha, mantenha o lixo bem
acondicionado e os cabelos presos enquanto prepara as refeições.
Use dois refrigeradores: um para alimentos crus e o outro para
preparados. Se não for possível, mantenha os alimentos crus na parte
de baixo do refrigerador.
Mais informações sobre como manipular corretamente os alimentos no
site www.higienedosalimentos.com.br.
O Globo
Igreja critica campanha do governo contra Aids
O ministro da Saúde, Humberto Costa, até que tentou evitar a polêmica
com a Igreja Católica na campanha de combate à Aids para o carnaval,
lançada ontem com o slogan "Pela camisinha não passa nada. Use e
confie". O ministério chegou a mudar o slogan inicial - "Por aqui não
passa nada. Bote fé, use camisinha" - para não parecer provocação. Não
adiantou. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) criticou
duramente a campanha e acusou o governo de incentivar a infidelidade
conjugal:
- A campanha trata relações sexuais promíscuas como se fossem
inevitáveis. O texto orienta: "Não se iniba, divirta-se, mas use
camisinha". Incentiva-se a infidelidade conjugal e a propagação da Aids.
É apagar fogo com gasolina - disse dom Rafael Llano Cifuentes,
presidente da Comissão Família e Vida da CNBB.
- Achamos que o slogan (anterior) poderia desafiar ou provocar
polêmica com a Igreja Católica, o que julgo desnecessário, até porque o
ministério trabalha com a Igreja no combate à Aids em outros países disse o ministro da Saúde.
O objetivo da campanha é mostrar que as camisinhas são seguras e
eficazes. As peças publicitárias veiculadas na TV exibem um rapaz
enchendo uma camisinha de refrigerante e mostrando que ela não
estoura nem vaza. Nos cartazes, a camisinha é transformada num
aquário, com um peixinho dentro.
Campanha é especialmente dirigida aos homens
É mais uma tentativa de convencer os 15% da população - cerca de 14
milhões de pessoas - que, segundo pesquisa do Ibope, ainda acreditam
que o preservativo não funciona mesmo se usado corretamente. Desses,
45% afirmam que não gostam da camisinha, usam outros métodos
contraceptivos ou não confiam no preservativo, e 53% dizem que
confiam no parceiro. A campanha é dirigida especialmente aos homens
entre 18 e 39 anos das classes C, D e E.
- Nessa época de carnaval, o uso de pouca roupa estimula o
relacionamento sexual mais intenso. A campanha se dirige aos homens
porque eles representam 60% dos que compram camisinhas - disse o
ministro.
Para dom Rafael, no entanto, a campanha peca por não alertar que há
perigo de falha na camisinha e diz que os usuários deveriam ter o direito
de saber o risco que estão correndo.
O ministério distribuirá dez milhões de camisinhas no carnaval, um
número recorde. No ano passado, foram oito milhões.
Médicos criam prótese natural para reconstituir mama
Um novo implante, constituído de células-tronco e tecido adiposo
(gordura) do próprio paciente, promete ser uma opção às próteses de
silicone usadas para reconstruir os seios ou, simplesmente, aumentálos. O método foi desenvolvido por cientistas da Universidade de Tóquio.
Tentativas anteriores de aumentar o tamanho dos seios usando a
própria gordura do corpo fracassaram, segundo especialistas, porque,
sem vascularização, o tecido acabava morrendo. Com a adição de
células-tronco, entretanto, a formação de novos vasos sangüíneos é
estimulada, impedindo a necrose do tecido. Células-tronco, as mais
primitivas do organismo, são capazes de originar todos os tipos de
tecidos do corpo.
Reservas de gordura dos próprios pacientes são freqüentemente usadas
por cirurgiões plásticos para amenizar rugas e eliminar cicatrizes. Mas a
grande quantidade de tecido necessária para um implante de seio
sempre representou um obstáculo para os cirurgiões.
Em estudo divulgado no site da "Nature", o especialista Kotaro
Yoshimura diz acreditar ter encontrado uma forma de criar o desejado
efeito sem danos colaterais. Durante a cirurgia, especialistas aspiram
células de gordura da barriga ou das coxas. O tecido gorduroso retirado
é enriquecido com células-tronco da própria paciente, capazes de criar
não apenas novos vasos sangüíneos, mas também novas células de
gordura.
Depois que o tecido gorduroso é misturado às células-tronco, ele é
injetado na área dos seios. Usar o tecido da própria paciente no
implante tem diversas vantagens, aponta o estudo: não só poucas
mulheres teriam alguma objeção à retirada de gordura de barriga ou
coxas, como a paciente não correria o risco de ver a prótese rejeitada
por seu sistema imunológico. Os médicos registram casos, embora não
muito freqüentes, de próteses artificiais que tiveram que ser removidas
para garantir a saúde da paciente.
Técnica foi testada numa paciente
A prótese de gordura e células-tronco pode ter um aspecto bem mais
natural que a de silicone, rejeitada por muitas mulheres por esse
motivo.
O método foi testado pela primeira vez numa paciente no mês passado.
Os médicos japoneses esperam realizar mais uma dezena de
procedimentos semelhantes, ainda em caráter experimental, nos
próximos meses.
- Acho que há uma boa chance de o método ter êxito - afirmou, em
entrevista à revista "Nature", o cirurgião plástico Adam Katz, da
Universidade de Virginia.
Ele ressaltou, entretanto, que considera prudente a realização de mais
testes em animais antes que o procedimento seja testado em maior
número de mulheres.
Transplante de medula: fila terá novas regras
Alvo de denúncias de favorecimento, a fila de transplante de medula
óssea vai mudar. O Ministério da Saúde promoverá em março um
encontro para estabelecer critérios técnico-científicos para determinar a
ordem dos pacientes nas filas de busca de doadores e de centros
credenciados para a realização do transplante.
Há três semanas, o oncologista Daniel Tabak, ex-chefe do Centro de
Transplante de Medula Óssea (Cemo) do Instituto Nacional do Câncer
(Inca), denunciou ter sofrido pressão política para alterar a ordem da
fila e favorecer dois pacientes. Cerca de 600 pessoas aguardam a busca
de doadores internacionais e vagas nos quatro únicos centros
credenciados para transplantes de medula óssea entre pessoas não
aparentadas no país.
- As mudanças são urgentes porque os critérios são frouxos e obscuros disse o diretor do Inca, José Gomes Temporão.
O Cemo, responsável pelo gerenciamento da fila de transplantes, será a
unidade mais atingida. Temporão explicou que serão criadas duas
coordenações, ligadas diretamente à direção do Inca, para cuidar do
cadastro de doadores e do cadastro de pacientes, funções do Cemo. A
unidade perderá o controle sobre a marcação das cirurgias, que ficará a
cargo do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde.
- O Cemo vai voltar a ser somente uma unidade transplantadora e
também voltada para a pesquisa - disse.
O objetivo das mudanças, explicou Temporão, é dar mais transparência
ao que tem sido um foco de tensão no sistema público de saúde. O
diretor disse que o médico poderá inscrever seu paciente pela internet,
recebendo imediatamente uma senha, que permitirá o acompanhamento
de seu paciente da fila.
Temporão disse que negocia com o Ministério da Saúde o repasse de R$
24 milhões este ano para garantir a busca internacional de doadores
para os 600 pacientes da fila, já que o cadastro do Registro Brasileiro de
Doadores de Medula Óssea não localizou doadores no país para estes
casos.
Folha Online
Evolução do câncer é indiferente a atitude otimista
Médicos que encorajam a esperança nos pacientes com câncer podem
sobrecarregá-los em vão, já que o otimismo não melhora as hipóteses
de sobrevivência à doença, indicam os resultados de estudo australiano.
O otimismo não provocou qualquer alteração no destino da maioria dos
179 doentes com câncer que cientistas australianos acompanharam
durante cinco anos. Apenas oito sobreviviam quando o estudo terminou,
em 2001. Todos os pacientes sofriam de uma forma comum de câncer
do pulmão.
Embora o estudo fosse pequeno e incidisse num câncer com poucas
hipóteses de sobrevivência --só 12% dos pacientes vivem mais do que
cinco anos--, especialistas dizem tratar-se do primeiro estudo
cientificamente válido a analisar a relação entre otimismo e câncer.
Os resultados surpreenderam os pesquisadores, que esperavam que os
doentes otimistas vivessem mais tempo do que os desprovidos de
esperança.
Os pacientes ficam sobrecarregados com a preocupação de manter uma
atitude positiva nas situações difíceis, dizem os cientistas do Centro
Oncológico Peter MacCallum, de Melbourne (Austrália), e de outros cinco
centros de saúde em artigo publicado hoje na revista "Cancer".
O estudo constatou que o otimismo diminui quando os pacientes sentem
os efeitos tóxicos dos tratamentos e quando sabem mais sobre as
realidades da doença.
"Devemos questionar a utilidade do otimismo se o resultado é levar o
paciente a esconder a sua aflição na esperança vã de que isso lhe fará
ganhar sobrevivência", comentou a principal autora do estudo, Penelope
Schofield. "Se um paciente se sente pessimista... é importante
considerar essa atitude válida e aceitável", acrescentou.
Por outro lado...
Mas embora o otimismo possa não ajudar os pacientes com câncer a
viver mais, poderá ajudá-los de outras formas, segundo a ACS
(American Cancer Society), que edita a revista "Cancer".
Uma atitude positiva pode contribuir para hábitos alimentares mais
saudáveis, deixar de fumar, beber menos, fazer mais exercício e
aprender mais sobre a doença e as opções de tratamento.
Muitos desses pacientes aprendem a viver com a terapia, a evitar a
fadiga e até regressam ao emprego, de acordo com LaMar McGinnis,
conselheira médica da ACS.
"É pena que eles [os autores do estudo] não reflitam sobre a qualidade
de vida", afirmou. "Não temos ilusões de que o otimismo influencie a
terapia, mas acreditamos que o otimismo e a esperança influenciam na
qualidade de vida dos pacientes", disse.
Jornal do Commercio - RJ
Vacina francesa contra câncer tem resultado animador
A empresa francesa Bio-Pharmaceutique Transgene informou ontem que
obteve resultados "positivos" e ''promissores'' em casos de cânceres de
pulmão, próstata e rim, usando uma vacina experimental que estimula a
imunidade do doente.
A vacina é fabricada a partir de um vírus atenuado e modificado que
contém Interleukina 2, estimula os linfócitos T do paciente e os genes
encarregados pela fabricação de um elemento associado a numerosos
tumores cancerosos, o antigene Muc 1, que não pode ser detectado pelo
organismo.
A injeção subcutânea provoca uma reação das defesas do doente que
lhe permite, depois, poder reconhecer o antigene Muc 1 produzido pelo
próprio tumor e reagir contra ele.
Batizada como MVA-Muc1-IL2, a vacina foi utilizada em diversas
modalidades, associada a uma quimioterapia clássica em cânceres de
pulmão terminais ou com metástase, em cânceres de próstata e em
cânceres de rim tratados com outras técnicas comuns de imunoterapia.
A empresa, com sede em Estrasburgo, indicou que dos 18 primeiros
pacientes com câncer de pulmão tratados durante períodos de 114 a
195 dias, cinco tiveram diminuição do tamanho do tumor em 50% e
quatro se mantiveram estáveis.
O laboratório prevê terminar uma segunda fase experimental, na qual
espera obter resultados em 11 de 33 pacientes tratados, no próximo
trimestre.
Os trabalhos preliminares com cânceres de rim e próstata são também
"promissores", destacaram diretores da empresa, que ressaltaram, no
entanto, que sem quimioterapia de apoio, os resultados foram
insuficientes para dar continuidade às provas.
Novas regiões são afetadas pelo vírus da gripe das aves
No Camboja, o número incomum de mortes de aves de criação leva os
especialistas a acreditar que a epidemia pode ter atingido uma
proporção muito superior à admitida pelas autoridades, que em
declarações oficiais reconhecem a existência de apenas três focos de
contaminação.
O temor de que o vírus H5N1 ainda esteja se espalhando também
cresceu devido ao anúncio de um novo foco na cidade chinesa de
Tianjin. Com isso, 14 das 31 províncias da China já registraram a
doença. O governo chinês garantiu que equipes de emergência do
Ministério da Agricultura estão supervisionando as medidas que os
produtores devem tomar para prevenir a contaminação.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que a China possa ter
casos de contaminação de humanos pelo vírus H5N1, apesar de as
autoridades do país não terem admitido nenhum caso. O médico Henk
Bekedam, representante da OMS em Pequim, disse que é possível haver
pessoas infectadas, dada a extensão da epidemia pelo território chinês.
Cientista russo alerta para epidemia mortal
Nas Filipinas, mais de 350 periquitos importados da Europa foram
sacrificados ontem, devido ao temor de que tenham sido contaminados
pela gripe das aves ao transitar pela Tailândia. Os serviços aduaneiros
apreenderam, no dia 4, um lote de 354 pássaros em um vôo comercial
procedente da Holanda. "O avião fez uma pequena escala em Bangcoc,
mas não podemos nos permitir nenhum risco", disse o responsável pelo
isolamento no aeroporto de Manila.
A Academia de Ciências Médicas da Rússia advertiu ontem para o perigo
extremo que a gripe das aves representa, afirmando que, se o vírus
sofrer uma mutação, poderá criar a epidemia mais mortífera da história.
Os especialistas russos em virologia fizeram um apelo à comunidade
internacional para que encontre o mais rápido possível uma vacina
contra essa infecção.
"A gripe das aves pôs o mundo à beira de uma catástrofe sanitária",
comentou Dmitri Lvov, diretor de virologia da academia. No caso de
uma epidemia, as conseqüências não poderiam ser piores, segundo o
cientista. "A gripe das aves transmissível entre seres humanos por uma
mutação do vírus e estendida a todo o mundo poderia acabar com 80%
da população humana", alertou.
A OMS, no entanto, voltou a afirmar durante o fim de semana que o
vírus H5N1 não é transmitido entre pessoas, sugerindo que por
enquanto não há mutações capazes de transformá-lo em uma epidemia
para os seres humanos.
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação
(FAO) também esclareceu que o relato da contaminação de suínos no
Vietnã, na semana passada, foi baseado em testes experimentais e não
tem embasamento científico. Os cientistas consideram os porcos um dos
animais mais propensos a realizar uma combinação genética dos vírus
da gripe das aves e da gripe humana.
A OMS e a FAO consideram que a medida mais eficiente para deter a
doença ainda é isolar os focos e sacrificar todas as aves de criação no
raio de três quilômetros de cada surto. Os dez países asiáticos que
registraram casos da gripe já mataram cerca de 50 milhões frangos e
patos.
EUA notificam OIE sobre casos em Delaware
O governo americano notificou oficialmente, ontem, à Organização
Mundial de Saúde Animal (OIE) a existência de um foco do vírus da
gripe das aves em uma fazenda do estado de Delaware. A agência
confirmou, no entanto, que a variedade detectada nos EUA não é igual à
que causou 19 mortes na Ásia. "A cepa viral em questão é a H7 e não a
H5, como na Ásia, o que demonstra que as duas doenças não estão
relacionadas", declarou Bernard Vallat, diretor da OIE.
"O teste oficial da OIE tem sido aplicado para determinar o indíce de
patogeneidade do vírus. Mas será preciso esperar vários dias para
conhecer os resultados", acrescentou Vallat. Cerca de 12 mil frangos
foram sacrificados no sábado, em uma fazenda do condado de Kent,
Delaware, onde foi detectado o vírus H7.
Diversos países seguiram os passos da Coréia do Sul, que anunciou,
ainda no sábado, a suspensão das importações de produtos avícolas dos
EUA. Entre estes, estão o Japão, China, Cingapura e Malásia. A Rússia,
maior consumidora de frangos dos EUA, e as Filipinas suspenderam
apenas as compras do estado de Delaware. Os governos de todos os
países disseram que a medida é preventiva.
A Comissão Européia, por sua vez, enfatizou que a variante detectada
nos EUA não é perigosa. A União Européia não importa carne de ave
para consumo humano dos EUA, mas compra os chamados "frangos de
um dia" e ovos para incubar, que nos países europeus são utilizado para
a reprodução.
Concluída investigação do mal da vaca louca
Nenhum dos exemplares que faziam parte do rebanho do animal que
sofria do mal da vaca louca nos EUA tinha a doença, informou ontem o
Departamento de Agricultura americano, ao anunciar o fim da
investigação sobre o caso, descoberto em dezembro do ano passado.
O chefe de inspeção veterinária do Departamento de Agricultura, Ron
DeHaven, disse que foram identificadas 225 cabeças de gado que
poderiam ter algum tipo de vínculo com o animal infectado. Todas foram
sacrificadas e os exames feitos nos tecidos para determinar se sofriam
da doença deram negativo.
O Departamento de Agricultura anunciou no dia 23 de dezembro de
2003 um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), a doença
conhecida como o mal vaca louca, em um animal da raça Holstein de
um rebanho do estado de Washington.
O animal tinha sido importado da província canadense de Alberta, onde,
em maio de 2003, também foi detectado um caso da doença. DeHaven
admitiu que só foi possível localizar 28 das 80 cabeças de gado que
entraram nos EUA com o animal infectado.
O fim da investigação é um passo importante para os EUA convencerem
seus parceiros comerciais a retomar a compra de carne bovina do país.
As exportações de bife americano - estimadas em US$ 3,8 bilhões por
ano - estão praticamente paralisadas desde dezembro.
Paraná Online
O risco de câncer associado aos raios-X é pequeno
O risco de desenvolver câncer que um paciente exposto a exames de
raios-X e tomografia computorizada corre fica abaixo de 2%, indica um
estudo britânico publicado na revista médica The Lancet. Embora já se
soubesse que o risco das radiações do raio-X é pequeno, esse estudo de
pesquisadores da Universidade de Oxford e do Cancer Research, no
Reino Unido, constitui o esforço mais rigoroso realizado até agora para
avaliar com precisão os riscos que esses exames representam à saúde.
A tomografia computorizada é um meio de diagnóstico que combina o
uso de raio-X com computação para produzir cortes tomográficos,
horizontais ou verticais, que permitam observar melhor determinadas
partes do corpo. A radiação que emitem é significativamente maior que
a dos equipamentos de raio-X comuns. Segundo a nova pesquisa, o
risco de câncer - estimado entre 0,6% e 3,2% -varia com a freqüência
dos raios-X em 15 países estudados. Especialistas não envolvidos no
estudo comentaram que as vantagens dos raios-X e da tomografia
computadorizada são muito superiores aos riscos que representam. Nos
15 países em que a pesquisa foi realizada, o risco de câncer associado
aos raios-X é mais baixo no Reino Unido, onde são usados com menor
freqüência. Os cientistas estimam que 0,6% do risco cumulativo de
câncer em britânicos com menos de 75 anos provém da exposição aos
raios-X, que representam 700 dos 124 mil diagnósticos anuais de
câncer.
Gene ligado à embriaguez
Pesquisadores norte-americanos descobriram um gene responsável pela
embriaguez depois de embebedarem milhares de pequenos vermes,
descoberta que poderá tornar mais eficaz a luta contra o alcoolismo. A
experiência foi realizada por cientistas da Universidade da Califórnia, em
São Francisco, e está descrita na revista Cell. O estudo partiu do
princípio de que o álcool afeta todos os animais de forma similar. Dessa
maneira, os homens, como os vermes, deveriam ter um único gene
responsável pela embriaguez. "O nosso objetivo final é encontrar um
meio para curar o alcoolismo e o abuso de drogas," disse Steven
McIntire. "Esperamos desenvolver terapêuticas eficazes para melhorar a
capacidade das pessoas deixarem de beber." Depois de trabalhar seis
anos no projeto, McIntire pode agora identificar um verme bêbado tal
como um policial de trânsito o faz com um condutor alcoolizado. Ele e a
sua equipe de cientistas deram a dezenas de milhares de vermes
quantidades de álcool semelhantes, na proporção, às que deixariam um
ser humano impedido de dirigir legalmente. Constataram, então, que os
vermes embriagados se moviam mais devagar e desastradamente do
que os sóbrios e punham menos ovos. Além disso, os vermes sóbrios
formavam claramente um "s" para se mexer, enquanto os ébrios tinham
os corpos mais direitos e menos ativos.
Jornal do Commercio - Recife
Acroleína
Frituras foram banidas da cozinha. Óleo, manteiga ou margarina
viraram os vilões das frigideiras. E o azeite tornou-se o curinga de todas
as receitas. Como o objetivo cada vez mais comum é cortar calorias e
diminuir o risco de os pratos contribuírem para doenças do coração, o
azeite, por conter um tipo de gordura que aumenta o colesterol bom,
passou a ser o substituto oficial de tudo o que serve para fritar.
Mas os nutricionistas fazem um alerta: ele só deve ser consumido in
natura, nunca aquecido, porque, quando levado ao fogo, libera uma
substância cancerígena. "Quando aquecido, o azeite libera uma
substância, a acroleína, que, ao se acumular no organismo, pode levar a
um câncer", explica a nutricionista Tânia Bottino, que já trabalhou no
Instituto Nacional de Câncer (INCa), onde desenvolveu uma pesquisa
sobre o tema.
Segundo ela, o ideal é utilizar uma panela que cozinha os alimentos no
vapor, porque ela ainda ajuda a preservar os macro e os
micronutrientes dos alimentos, e só depois disso acrescentar azeite.
Um bom substituto para o óleo, recomenda a especialista, é a halvarina,
que é parecida com a margarina, mas sem gordura hidrogenada.
Encontrada nos supermercados, pode ser utilizada para o cozimento dos
alimentos. Mas o azeite continua tendo o seu lugar marcado na cozinha.
"O organismo precisa de gordura. E o azeite faz bem às coronárias.
Recomendo uma colher (de chá) no almoço e outra no jantar", diz
Tânia. Segundo o nutricionista Leonardo Haus, a gordura é uma
substância necessária ao organismo.
"Ela ocupa um percentual bastante significativo de uma dieta, algo em
torno de 25% a 30%. Algumas vitaminas, as chamadas lipossolúveis,
que são as A, D, E e K, são absorvidas em meio a gordura", explica o
especialista.
A gordura, de acordo com Haus, também é responsável pela
manutenção da temperatura do nosso organismo. "Quanto mais fria,
melhor a qualidade da gordura e seu aproveitamento pelo organismo",
defende.
Para ele, os benefícios do azeite são bem claros. Os óleos, como os de
milho, girassol, algodão e canola, são todos com gorduras
poliinsaturadas. Já o azeite é uma gordura monoinsaturada. "E é
justamente essa que de fato colabora tanto para a elevação como
também para a manutenção das taxas de HDL, o bom colesterol",
explica o nutricionista.
Porém, ele adverte com todas as sílabas: somente a frio. Aquecido, o
azeite pode fazer um mal danado. "A forma mais agressiva da gordura é
a acroleína, substância que se forma a partir da saturação da gordura.
Essa substância possui um cheiro característico: aquele de pastelaria.
Aquecer a manteiga então é pior ainda, porque essa é uma gordura
animal e saturada. Depois de levada ao fogo, promove quase que uma
elevação imediata das taxas lipídicas e colesterolêmicas", diz ele. Depois
dessa, bifinho, ovos e outras delícias fritadas na manteiga tornam-se
quase que uma aventura, tamanho o risco que representam.
AO MEDITERRÂNEO - Segundo Leonardo Haus, os fãs de uma fritura
devem buscar inspiração nos povos do Mediterrâneo, que, em sua dieta,
consomem 70% da gordura fria. "Apesar de ser grande a quantidade de
gordura consumida, ela é sempre a frio. Já entre a população brasileira,
80% do consumo de gorduras são aquecidas incrementando o consumo
das saturadas, o que deve ser mudado", diz.
Quanto à quantidade de azeite a ser consumida, Leonardo Haus
concorda com a nutricionista Tânia Bottino, apesar de usarem medidas
diferentes. "Sugiro que a pessoa não ultrapasse uma colher das de
sopa, já que o azeite, provavelmente, não será a única fonte de gordura
de uma dieta. Iogurte, carnes de um modo geral, queijos e outros tipos
de proteínas oferecem também gordura e por isso seu consumo deve
ser bem dosado em nosso dia-a-dia", explica o nutricionista.
Agência Estado
OMS crê que gripe avícola contaminou humanos na China. Gripe
aviária dos EUA é menos patogênica, aponta USDA
A Organização Mundial de Saúde (OMS) acredita que a China possa ter
casos de contaminação de humanos pelo vírus da gripe avícola, embora
as autoridades do país não tenham divulgado nenhum caso. O médico
Henk Bekedam, representante da OMS em Pequim, disse que é possível
haver pessoas contaminadas dada a extensão da epidemia pelo
território chinês.
O governo anunciou recentemente um novo caso em uma granja da
cidade de Tianjin, leste do país. Com isso, 14 das 31 regiões em que a
China está dividida já registraram a doença. O governo chinês disse que
equipes de emergência do Ministério da Agricultura estão
supervisionando as medidas que os produtores devem tomar para
prevenir a contaminação. Mas os focos não param de aparecer. Hoje as
províncias de Hubei, Yunnan e Shaanxi anunciaram novos casos de
contaminação.
A OMS tem discutido a possibilidade de haver casos de pessoas doentes
com as autoridades chinesas e tem recomendado a realização de testes
nas granjas e o monitoramento de pessoas que entram em contato com
as aves doentes. Jornais oficiais têm publicado que produtores nos
vilarejos afetados estão sendo colocados em quarentena. No Vietnã e na
Tailândia 19 pessoas morreram contaminadas pela doença. As
informações são da Dow Jones.
Diário do Grande ABC
Epidemia de rotavírus mata 24 crianças na Guatemala
Em duas semanas, a epidemia de rotavírus já matou 24 crianças
menores de cinco anos na Guatemala, e o número de casos da doença
está aumentando rapidamente nos hospitais pediátricos, informou nesta
segunda-feira a porta-voz do Ministério da Saúde, Raquel León.
A crise desatou neste fim de semana com 230 crianças contaminadas
pelo rotavírus, que causa gastrenterite aguda. Nesta segunda-feira, um
menino de um ano morreu no município de San Juan Sacatepéquez,
aumentando para 24 o total de vítimas fatais do rotavírus, destacou a
assessora.
Dados preliminares do Departamento de Epidemiologia dão conta de
26.059 casos de diarréia neste ano, dos quais 53% (13.800)
correspondem a crianças menores de cinco anos. Em todo o país, oito
dos 22 estados estão ameaçados pela epidemia: Cidade da Guatemala
(centro), Escuintla, Suchitepéquez (sul), Huehuetenango, San Marcos,
Sacatepéquez (oeste), Petén e Alta Verapaz (norte).
Diário do Nordeste
Leptospirose tem sintomas parecidos com a gripe
Inundações e lixo acumulado são sinais de alerta para a leptospirose,
uma doença transmitida ao homem pela urina do rato. Apesar de não
existir nenhum caso confirmado da doença este ano, conforme o
coordenador do Núcleo de Endemias da Secretaria da Saúde do Estado,
Nélio Moraes, é preciso que a população fique atenta aos sintomas
iniciais da leptospirose, que se confundem com os de doenças como
gripe e dengue.
Febre alta de início súbito, sensação de mal estar, dor de cabeça
constante e acentuada, dor muscular intensa, cansaço, olhos vermelhos
e calafrios são sinais de alerta, principalmente se houver histórico de
contato com alagamentos e inundações.
Conforme Nélio Moraes, médicos e enfermeiras deve ficar bastante
atentos a estes sintomas, não esquecendo de considerar o histórico dos
pacientes, como forma de diagnosticar precocemente a doença.
Ele explicou que o rato não é determinante para a contaminação, já que
o animal pode não estar infectado pela bactéria.
Ele disse ainda que, se o PH da água for muito básico, a Leptospira não
sobrevive. Entretanto, se houver contaminação, o período de incubação
varia de 07 a 14 dias. O médico explicou ainda que não é aconselhável
fazer desratização nesse período.

Documentos relacionados