Unesp - Bruna Moreno

Transcrição

Unesp - Bruna Moreno
REDAÇÃO
Instrução: Leia os trechos dos textos que se referem ao futuro do livro.
Texto I
A possibilidade do fim do livro é traumática porque o livro não pode jamais ser visto apenas como material inerte ou simples objeto de consumo. É antes um objeto simbólico e uma instituição aos quais a cultura pós-Gutemberg confiou a tarefa de
armazenar e fazer circular praticamente todo o conhecimento considerado relevante. Enquanto instituição, o livro representa
uma forma de socialização que compreende todo um circuito de produção e consumo: autores, editores, leitores, críticos,
comunidades interpretativas institucionalizadas. Como qualquer forma de socialização, a instituição do livro cria um espaço
público, estabelece hierarquias e constitui identidades nos grupos e nos indivíduos que dela participam.
(Sérgio Luiz Prado Bellei, O fim do livro e o livro sem fim. Universidade Federal de Santa Catarina: http://lfilipe.tripod.com.bellei.html)
Texto II
Com relação ao desaparecimento do livro, os dois [Umberto Eco e Jean-Claude Carrière] observam com razão que as
tecnologias digitais ficam obsoletas muito mais rapidamente que o livro impresso. Carrière vai buscar em sua biblioteca um
pequeno incunábulo em latim, impresso em Paris em 1498; com exceção de umas poucas palavras obscuras, é perfeitamente
legível como linguagem e como tecnologia, cinco séculos depois. E ele cita o caso de um cineasta belga, seu amigo, que tem
no porão de casa 18 computadores diferentes, para poder consultar trabalhos antigos, criados em programas de PC que não
são mais usados hoje.
Os dois comentam que a possibilidade atual de armazenar quantidades imensas de dados não significa que tudo isto
continuará armazenado (e acessível) indefinidamente, e observam que mesmo uma biblioteca gigantesca não passa de uma
mera seleção, um filtro de escolha, de prioridades, aplicado a uma cultura. ‘O que devemos preservar?’ – eis a questão,
porque é impossível preservar tudo, tanto quanto é impossível consultar tudo quanto foi preservado (e que é necessariamente
uma pequena parte desse todo).
(Braulio Tavares. Não contem com o fim do livro: http://jornaldaparaiba.globo.com/)
Texto III
Ou seja, apesar de sua imagem idealizada – às vezes, sacralizada – de fonte de lazer, informação, conhecimento, fruição
intelectual, o livro, enquanto objeto, é apenas ‘o suporte da leitura’, o meio pelo qual o escritor chega ao leitor. E assim
permanecerá até que ‘alguma coisa similar’ o substitua. Saber quanto tempo essa transição levará para se consumar é mero
e certamente inútil exercício de futurologia. Até porque provavelmente não ocorrerá exatamente uma transição, mas apenas
a acomodação de uma nova mídia no amplo universo da comunicação. Tem sido assim ao longo da História.
Tranquilizem-se, portanto, os amantes do livro impresso. Tal como ‘a colher, o martelo, a roda ou a tesoura’, ele veio
para ficar, pelo menos até onde a vista alcança. E não se desesperem os novidadeiros amantes de gadgets. Estes continuarão
sendo inventados e aprimorados por força da voracidade do business globalizado. E é possível até mesmo que algum deles
venha a se tornar definitivo e entrar no time do livro, da colher, da roda...
(A. P. Quartim de Moraes. É o fim do livro? Rir para não chorar. www.estadao.com.br/)
Proposição
Os e-readers, aparelhos de leitura de livros digitalizados, e os chamados tablets, que incorporam outras funções além da
leitura de livros e revistas, estão conquistando cada vez mais usuários. Hoje já é possível, com um desses leitores digitais, ter
uma biblioteca de milhares de obras e, além disso, acessar para leitura imediata jornais e revistas do mundo inteiro. Diante
dessa nova realidade, caracterizada por uma competição muito grande entre empresas que pretendem criar o melhor aparelho
eletrônico de leitura, muitos estudiosos já preveem o fim dos jornais e revistas e o fim dos livros. Outros, porém, questionam
tais previsões e afirmam que o livro não desaparecerá. Que poderá acontecer de fato?
Com base nos textos apresentados na instrução e, se achar necessário, levando em consideração os textos que serviram de base
às questões de números 25 a 28, escreva uma redação de gênero dissertativo, empregando a norma-padrão, sobre o tema:
O futuro do livro
VNSP1105/004-CE-LingCódigos-Redação
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REDAÇÃO
Instrução: Releia o texto apresentado como base para as questões 29 a 32 e o texto que serviu de base às questões 35 e 36.
PROPOSIÇÃO
Arte de rua, intervenção urbana, grafite, graffiti, pichação, lambe-lambe, são inúmeros os termos pelos quais é conhecida a atividade pictórica em muros, paredes e superfícies de prédios nas cidades do mundo inteiro. Muitas pessoas consideram tais trabalhos
verdadeiros exemplos de arte plástica popular; outras afirmam que é puro vandalismo. Os autores ou escritores, por vezes, têm de
dar explicações à polícia, quando flagrados desenhando ou pintando em superfícies de prédios públicos ou privados. Mas há quem os
convide, tanto nas repartições públicas como nas empresas de todos os gêneros, a pintar painéis decorativos em edifícios. E não falta
também quem já venha implantando cursos ou atividades complementares para alunos do ensino fundamental e médio aprenderem
a fazer grafites.
Com base neste comentário e levando em consideração, se achar conveniente, os textos apresentados para as questões de números 29 a 32, bem como o trecho da entrevista que serviu de base para as questões 35 e 36, escreva uma redação de gênero dissertativo, em prosa obediente à norma culta da Língua Portuguesa, sobre o tema:
Grafites: entre o vandalismo e a arte
UNESP/4-CE-LingCódigos-Redação
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Instrução: Leia o fragmento de Urupês, de Monteiro Lobato, e o texto Antecedentes, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária).
Velha praga
Andam todos em nossa terra por tal forma estonteados com as proezas infernais dos belacíssimos “vons” alemães, que não
sobram olhos para enxergar males caseiros.
Venha, pois, uma voz do sertão dizer às gentes da cidade que se lá fora o fogo da guerra lavra implacável, fogo não menos destruidor devasta nossas matas, com furor não menos germânico.
Em agosto, por força do excessivo prolongamento do inverno, “von Fogo” lambeu montes e vales, sem um momento de tréguas,
durante o mês inteiro.
Vieram em começos de setembro chuvinhas de apagar poeira e, breve, novo “verão de sol” se estirou por outubro a dentro,
dando azo a que se torrasse tudo quanto escapara à sanha de agosto.
A serra da Mantiqueira ardeu como ardem aldeias na Europa, e é hoje um cinzeiro imenso, entremeado aqui e acolá de manchas
de verdura — as restingas úmidas, as grotas frias, as nesgas salvas a tempo pela cautela dos aceiros. Tudo mais é crepe negro.
À hora em que escrevemos, fins de outubro, chove. Mas que chuva cainha! Que miséria d’água! Enquanto caem do céu pingos
homeopáticos, medidos a conta-gotas, o fogo, amortecido mas não dominado, amoita-se insidioso nas piúcas*, a fumegar imperceptivelmente, pronto para rebentar em chamas mal se limpe o céu e o sol lhe dê a mão.
Preocupa à nossa gente civilizada o conhecer em quanto fica na Europa por dia, em francos e cêntimos, um soldado em guerra;
mas ninguém cuida de calcular os prejuízos de toda sorte advindos de uma assombrosa queima destas. As velhas camadas de húmus
destruídas; os sais preciosos que, breve, as enxurradas deitarão fora, rio abaixo, via oceano; o rejuvenescimento florestal do solo
paralisado e retrogradado; a destruição das aves silvestres e o possível advento de pragas insetiformes; a alteração para pior do
clima com a agravação crescente das secas; os vedos e aramados perdidos; o gado morto ou depreciado pela falta de pastos; as
cento e uma particularidades que dizem respeito a esta ou aquela zona e, dentro delas, a esta ou aquela “situação” agrícola.
Isto, bem somado, daria algarismos de apavorar; infelizmente no Brasil subtrai-se; somar ninguém soma...
(Monteiro Lobato. Urupês. São Paulo: Editora Brasiliense, 1962.)
(*) Piúcas: tocos semicarbonizados.
Antecedentes
O fogo é uma tecnologia do Neolítico, amplamente utilizada na agricultura brasileira, apesar dos inconvenientes agronômicos,
ecológicos e de saúde pública. As queimadas ocorrem em todo território nacional, desde formas de agricultura primitivas, como as
praticadas por indígenas e caboclos, até os sistemas de produção altamente intensificados, como a cana-de-açúcar e o algodão. Elas
são utilizadas em limpeza de áreas, colheita da cana-de-açúcar, renovação de pastagens, queima de resíduos, para eliminar pragas
e doenças, como técnica de caça etc. Existem muitos tipos de queimadas, movidas por interesses distintos, em sistemas de produção
e geografias diferentes.
O impacto ambiental das queimadas preocupa a comunidade científica, ambientalista e a sociedade em geral, no Brasil como
exterior. O fogo não limita-se às regiões tropicais mas ocorre com frequência, sob a forma de incêndios florestais, nos climas mediterrânicos da Europa, Estados Unidos, África do Norte, África do Sul, Chile e Austrália. Também acontece sob a forma de incêndios
florestais devastadores em áreas de floresta boreal, como no Alasca, Canadá, Finlândia e na Rússia. Em anos mais secos – como nos
episódios do El Niño – o número e a extensão das queimadas e incêndios aumentam em todo o planeta, como ocorreu em Roraima
em 1998.
O fogo afeta diretamente a físico-química e a biologia dos solos, deteriora a qualidade do ar, levando até ao fechamento de
aeroportos por falta de visibilidade, reduz a biodiversidade e prejudica a saúde humana. Ao escapar do controle atinge o patrimônio público e privado (florestas, cercas, linhas de transmissão e de telefonia, construções etc.). As queimadas alteram a química da
atmosfera e influem negativamente nas mudanças globais, tanto no efeito estufa como no tema do ozônio.
Começam a surgir sistemas que visam monitorar a dinâmica mundial das queimadas, nos USA [...] e Europa [...]. Um Centro Internacional de Monitoramento Global do Fogo (GFMC) foi criado [...], como uma atividade da ONU no âmbito da UN International
Strategy for Disaster Reduction (ISDR).
Também no Brasil, as queimadas têm sido objeto de preocupação e polêmica. Elas atingem os mais diversos sistemas ecológicos
e tipos de agricultura, gerando impactos ambientais em escala local e regional. Conjugando sensoriamento remoto, cartografia
digital e comunicação eletrônica, a equipe da Embrapa Monitoramento por Satélite realiza, desde 1991, um monitoramento circunstanciado e efetivo das queimadas em todo o Brasil, com apoio da FAPESP. Os mapas semanais são geocodificados e analisados pela
Embrapa Monitoramento por Satélite e seus parceiros, no tocante às áreas onde estão ocorrendo as queimadas, sua origem, uso
das terras em cada local, impacto ambiental decorrente etc. O sistema está operacional desde 1991, utilizando os Satélites da série
NOAA 12 e 14, e é constantemente aperfeiçoado [...].
(www.queimadas.cnpm.embrapa.br)
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VNSP1203/004-CE-LingCódigos-Redação
PROPOSIÇÃO
Na letra da toada Quebra de milho, bem como no fragmento de Urupês e no texto Antecedentes é abordado, sob pontos de
vista distintos, o problema das queimadas na agricultura. Jornais, rádios, revistas, televisões e sites da internet exploram diariamente
o mesmo assunto, que também é estudado e discutido nas escolas. Com base em sua experiência e, se achar necessário, levando em
consideração os textos mencionados, escreva uma redação de gênero dissertativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
A questão das queimadas no Brasil
VNSP1203/004-CE-LingCódigos-Redação
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REDAÇÃO
As reações do cérebro à bajulação
Pesquisa mostra que se você for bajular alguém é melhor fazer elogios descarados
Não é o que os meritocratas convictos gostariam de ouvir. Uma pesquisa da escola de negócios da Hong Kong University
of Science and Technology indica que a bajulação tem um efeito marcante no cérebro da pessoa bajulada. Mais surpreendente
do que isso é a conclusão do estudo de autoria de Elaine Chan e Jaideep Sengupta: quanto mais descarada a bajulação, mais
eficiente ela é. A pesquisa deu origem a um artigo no Journal of Marketing Research, intitulado Insincere Flattery Actually
Works (“Bajulação insincera de fato funciona”, numa tradução literal) e rapidamente chamou a atenção da imprensa
científica mundial.
Os autores são cautelosos ao afirmar que puxar o saco funciona, mas é nessa direção que sua pesquisa aponta. Elaine
e Sengupta criaram situações nas quais os pesquisados foram expostos à bajulação insincera e oportunista. Numa delas,
distribuíram um folder entre os pesquisados que detalhava o lançamento de uma nova rede de lojas. O material publicitário
elogiava o “apurado senso estético” do consumidor. Apesar do evidente puxa-saquismo, o sentimento posterior das pessoas
foi de simpatia em relação à rede. Entre os participantes, a medição da atividade cerebral no córtex pré-frontal (responsável
pelo registro de satisfação) indicou um aumento de estímulos nessa região. O mesmo ocorreu em todas as situações envolvendo
elogios.
Segundo os pesquisadores, a bajulação funciona devido a um fenômeno cerebral conhecido como “comportamento de
atraso”. A primeira reação ao elogio insincero é de rejeição e desconsideração. Apesar disso, a bajulação fica registrada,
cria raízes e se estabelece no cérebro humano. A partir daí, passa a pesar subjetivamente no julgamento do elogiado, que
tende, com o tempo, a formar uma imagem mais positiva do bajulador. Isso vale desde a agência de propaganda até o
funcionário que leva um cafezinho para o chefe. “A suscetibilidade à bajulação nasce do arraigado desejo do ser humano de
se sentir bem consigo mesmo”, diz Elaine Chan. A obviedade e o descaramento do elogio falso, paradoxalmente, conferemlhe maior força. Segundo os pesquisadores, é a rapidez com que descartamos os elogios manipuladores que faz com que eles
passem sem filtro pelo cérebro e assim se estabeleçam de forma mais duradoura.
Segundo Elaine e Sengupta, outro fator contribui para a bajulação. É o “efeito acima da média”. Temos a tendência de
nos achar um pouco melhor do que realmente somos, pelo menos em algum aspecto. Pesquisas com motoristas comprovam:
se fôssemos nos fiar na autoimagem ao volante, não haveria barbeiros. Isso vale até para a pessoa com baixa autoestima. Em
alguma coisa, ela vai se achar boa, nem que seja em bater figurinha.
Mas se corremos o risco de autoengano com a ajuda do bajulador, como se prevenir? “Desenvolvendo uma autoestima
autêntica”, diz Elaine. A pessoa equilibrada, que tem amor-próprio, é mais realista sobre si mesma, aceita-se melhor e se
torna mais imune à bajulação.
(As reações do cérebro à bajulação. Época Negócios, março de 2010, p. 71.)
PROPOSIÇÃO
Bajular, lisonjear, adular, puxar saco são atitudes consideradas, muitas vezes, defeitos de caráter ou deslizes de natureza
ética; são, também, condenadas pelas próprias religiões, como vícios ou “pecados”. As ficções literárias, teatrais e cinematográficas estão repletas de tipos bajuladores, lisonjeadores, aduladores, puxa-sacos, quase sempre sob o viés do ridículo e do
desvio de caráter. Modernamente, porém, pelo menos em parte, essa condenação à bajulação e à lisonja tem sido atenuada, e
até mesmo justificada por alguns como parte do marketing pessoal, ou como estratégia para atingir metas, dado o fato de que,
como se informa no próprio artigo acima apresentado, até o elogio mais insincero pode encontrar eco na mente e no coração
do elogiado. Na passagem do conto de Machado de Assis, apresentada nesta prova, Clemente Soares acabou atingindo seus
objetivos por meio da bajulação, e a personagem Fagundes, de Laerte, parece viver sempre feliz em sua atividade preferencial
de bajular.
Reflita sobre o conteúdo dos três textos mencionados e elabore uma redação de gênero dissertativo, empregando a
norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
A bajulação: virtude ou defeito?
VNSP1108/004-CE-LingCódigos-Redação
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REDAÇÃO
Texto 1
IBGE: No nível superior, 29% dos alunos saem de sua cidade para estudar.
No nível superior, 29,2% dos alunos estudam em uma cidade diferente daquela em que vivem. Os dados são do Censo Demográfico 2010 e foram apresentados nesta quarta-feira [19.12.2012] pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No caso de creches, apenas 2% dos alunos saem de seu município para frequentar a educação infantil. Na pré-escola e em
classes de alfabetização o índice de deslocamento se mantém baixo: 2,1%. No ensino médio, 7,2% dos alunos estudam em cidade
diferente daquela em que vivem.
O deslocamento para outros municípios cresce conforme a escolaridade e está relacionado à distribuição desigual das unidades de ensino no país, segundo o IBGE. 32,6% dos alunos de cursos de especialização de nível superior, mestrado ou doutorado se
deslocam para outro município para estudar no curso desejado.
Dentre os alunos de especialização de nível superior, mestrado ou doutorado, 1,1% dos brasileiros estavam fora do país para
realizar seus estudos.
(http://educacao.uol.com.br. Adaptado.)
Texto 2
Vale a pena estudar em outra cidade?
Quem já pensou em sair de sua cidade e estudar longe de casa tem lá seus motivos. Pode ser a vontade de estudar em uma
universidade de prestígio, a vontade de fugir dos grandes centros em busca de uma vida mais calma, a dificuldade em ser aprovado
numa universidade pública da região ou até a necessidade de se ver mais independente dos pais.
Qualquer uma das opções é uma experiência e tanto e é, de longe, a forma mais rápida de adquirir maturidade. Morar numa
cidade estranha implica em adaptação. Ficar a quilômetros de distância dos pais pode ser divertido, mas é uma responsabilidade
enorme.
Abastecer a despensa, os armários, organizar a casa, cozinhar, fazer movimentação bancária, andar de ônibus... Não, esta não é
a pior parte. A pior parte é aprender a dividir as tarefas e a casa com outros estudantes de que você nunca ouviu falar. Raramente os
pais conseguem bancar um apê só para o filho e as opções variam entre pensões, pensionatos, repúblicas ou dividir um apartamento
com outros estudantes.
Em qualquer uma das alternativas, o desafio é compartilhar um espaço com pessoas de culturas, costumes e personalidades
muito diferentes. Nesses casos, o mais sensato é agir com disciplina e tolerância. Disciplina para cumprir com os acordos prévios
entre os moradores e tolerância para lidar com as diferenças e conviver harmoniosamente.
(www.alunosonline.com.br. Adaptado.)
Texto 3
Os melhores anos de sua vida
“E agora? Se eu passar, como será? Como será viver longe de meus familiares, numa cidade tão distante da minha? Será que
aguentarei?”
Claro que aguentará. Aliás, não só aguentará, como também se sentirá o tempo todo premiado por sua decisão. Você sabe que
o momento do ingresso em um curso superior, em um tão sonhado curso superior de qualidade, como são os da Unesp e de outras
universidades públicas, é um momento de passagem, de mudança, de crescimento. É o marco de sua afirmação como uma pessoa
que, por necessidade da própria existência, se tornará em breve independente e ativa. A universidade traz realmente esse símbolo
pessoal para você. O curso que fará não será mais um curso, será o curso. Nele você estabelecerá aos poucos suas metas futuras de
trabalho, analisará as possibilidades de exercer a profisssão em sua cidade ou aceitar propostas em lugares ainda mais distantes,
mas com perspectivas de um crescimento profissional consistente e definitivo. O curso universitário é, de certo modo, o ensaio de
toda a sua vida futura. Mais que isso: é já uma parte de sua vida futura.
Não fique pensando, porém, que a passagem pela universidade seja aquela coisa careta, lotada apenas de seriedade, em que não
cabem momentos de alegria e prazer. Muito pelo contrário. A grande maioria das pessoas formadas por universidades, quando indagadas a respeito de como julgam o tempo que passaram no câmpus, abrem sorrisos de saudade e começam a narrar suas reminiscências. E são sempre boas reminiscências. Nada mais natural. Os câmpus universitários representam uma espécie de microcosmo, uma
comunidade formada por indivíduos otimistas em busca de realização. Lá acontece de tudo, desde a seriedade das reflexões e das
tarefas das diferentes disciplinas até as relações sociais mais gratificantes, sem falar no prazer das atividades culturais e, mesmo,
das brincadeiras, que por vezes trazem tanta euforia quanto as da infância.
(BlogUnesp, 04.07.2012.)
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VNSP1215/004-CE-LingCódigos-Redação
Proposição
Os textos apresentados como apoio focalizam uma das questões mais importantes para os estudantes de cursos superiores que terão
de residir em cidades distantes da sua. Você já deve ter pensado muitas vezes nesse assunto e, por certo, tem opinião formada a respeito. Com base em sua experiência e levando em consideração os textos apresentados bem como a letra de Saudade de minha terra,
escreva uma redação de gênero dissertativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
Curso universitário em outra cidade:
motivações e desafios.
VNSP1215/004-CE-LingCódigos-Redação
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Redação
Proposição
Desde pequeno, você vem sendo submetido, na escola, à prática de escrever. Com o passar do tempo, as exigências se
tornaram cada vez maiores para que você aumentasse a qualidade de seus textos e não demorou muito para perceber que lá
adiante, no fim do túnel do Ensino Médio, haveria uma prova muito importante, com bom peso na nota: a redação no vestibular. Nesse trajeto, em muitos momentos, você se perguntou: Afinal, para que escrever? Para que fazer uma boa redação? Só
para passar no vestibular? Na era da internet, para que eu tenho de aprender a redigir, se a comunicação visual funciona muito
melhor? Eu não sou escritor, não preciso saber criar textos!
É isso o que você pensa mesmo? Ou são apenas desabafos? Pois chegou a hora de dizer realmente o que pensa sobre o escrever. Para Clarice Lispector, escrever é maldição e salvação. Para Syd Field, é uma atividade profissional muito importante
dentro da atividade geral da arte cinematográfica. E para você?
Com base nestes comentários, em sua própria experiência e, se achar necessário, levando em consideração os textos de Clarice
Lispector e Syd Field, escreva uma redação de gênero dissertativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre
o tema:
Escrever: o trabalho e a inspiração.
VNSP1207/004-CE-LingCódigos-Redação
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REDAÇÃO
Texto 1
Dos 594 deputados e senadores em exercício no Congresso Nacional, 190 (32%) já foram condenados na Justiça e/ou nos
Tribunais de Contas.
As ocorrências se encaixam em quatro grandes áreas: irregularidades em contas e processos administrativos no âmbito
dos Tribunais de Contas (como fraudes em licitações); citações na Justiça Eleitoral (contas de campanha rejeitadas, compra
de votos, por exemplo); condenações na Justiça referentes à lida com o bem público no exercício da função (enriquecimento
ilícito, peculato etc.); e outros (homicídio culposo, trabalho degradante etc.).
(Natália Paiva. www.transparencia.org.br. Adaptado.)
Texto 2
Nossa tradição cultural, por diversas razões, criou um ideal de cidadania política sem vínculos com a efetiva vida social
dos brasileiros. Na teoria, aprendemos que devemos ser cidadãos; na prática, que não é possível, nem desejável, comportarmo-nos como cidadãos. A face política do modelo de identidade nacional é permanentemente corroída pelo desrespeito aos
nossos ideais de conduta.
Idealmente, ser brasileiro significa herdar a tradição democrática na qual somos todos iguais perante a lei e onde o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade é uma propriedade inalienável de cada um de nós; na realidade, ser brasileiro
significa viver em um sistema socioeconômico injusto, onde a lei só existe para os pobres e para os inimigos e onde os direitos
individuais são monopólio dos poucos que têm muito.
Preso nesse impasse, o brasileiro vem sendo coagido a reagir de duas maneiras. Na primeira, com apatia e desesperança.
É o caso dos que continuam acreditando nos valores ideais da cultura e não querem converter-se ao cinismo das classes dominantes e de seus seguidores. Essas pessoas experimentam uma notável diminuição da autoestima na identidade de cidadão,
pois não aceitam conviver com o baixo padrão de moralidade vigente, mas tampouco sabem como agir honradamente sem se
tornarem vítimas de abusos e humilhações de toda ordem. Deixam-se assim contagiar pela inércia ou sonham em renunciar
à identidade nacional, abandonando o país. Na segunda maneira, a mais nociva, o indivíduo adere à ética da sobrevivência
ou à lei do vale-tudo: pensa escapar à delinquência, tornando-se delinquente.
(Jurandir Freire Costa. http://super.abril.com.br. Adaptado.)
Texto 3
Se o eleitorado tem bastante clareza quanto à falta de honestidade dos políticos brasileiros, não se pode dizer o mesmo
em relação à sua própria imagem como “povo brasileiro”. Isto pode ser um reflexo do aclamado “jeitinho brasileiro”, ora
motivo de orgulho, ora de vergonha.
De qualquer forma, fica claro que há problemas tanto quando se fala de honestidade de uma forma genérica, como
quando há abordagem específica de comportamentos antiéticos, alguns ilegais: a “caixinha” para o guarda não multar, a
sonegação de impostos, a compra de produtos piratas, as fraudes no seguro, entre outros. A questão que está posta aqui é
que a população parece não relacionar seus “pequenos desvios” com o comportamento desonesto atribuído aos políticos.
(Silvia Cervellini. www.ibope.com.br. Adaptado.)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma redação de gênero dissertativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
Corrupção no Congresso Nacional: reflexo da sociedade brasileira?
VNSP1308 | 004-CE-LingCódigos-Redação
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Redação
Texto 1
O SUS (Sistema Único de Saúde) recebeu em seus hospitais e clínicas uma média de duas mulheres por hora com
sinais de violência sexual em 2012, segundo dados do Ministério da Saúde.
No Brasil, segundo o Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes do Ministério da Saúde, um total de
18 007 mulheres deram entrada no sistema público de saúde em 2012 apresentando indícios de terem sofrido violência
sexual.
Essas estatísticas funcionam apenas como um indicador, pois não englobam casos de violência nos quais a mulher não
procurou atendimento médico ou se dirigiu a uma unidade de saúde privada.
(Luis Kawaguti. SUS recebe duas mulheres por hora vítimas de abuso. www.bbc.co.uk/portuguese, 08.03.2013. Adaptado.)
Texto 2
Um em cada quatro brasileiros acredita que se uma mulher usa roupas provocantes merece ser atacada. O dado
é muito abaixo dos 65% divulgados inicialmente pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) na pesquisa
“Tolerância social à violência contra mulheres”, mas ainda é alarmante: 58,5% dos entrevistados afirmam que se as
mulheres soubessem como se comportar haveria menos estupros. O estudo ganhou destaque na mídia e levou a um intenso
debate sobre a violência sexual contra mulheres no Brasil.
(Lilia Diniz. O estupro na mídia. www.observatoriodaimprensa.com.br, 17.04.2014.)
Texto 3
O importante é que o debate não se limite à questão do vestuário feminino. A mulher como objeto e a fabricação de
um pseudoerotismo no qual engajam-se os meios de comunicação e publicitários, há pelo menos uma geração, estão
criando valores e distorções existenciais que vão na contramão do que se entende como civilização. A mulher sensual está
hoje em anúncios de apartamentos, automóveis, viagens, comida, bebida e até em diplomas universitários.
Nesta midiatização do sexo e coisificação da mulher pode estar a incubadora da furiosa onipotência que intoxica o
comportamento masculino.
(Alberto Dines. A imagem tóxica. www.observatoriodaimprensa.com.br, 15.04.2014. Adaptado.)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma redação de gênero dissertativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
A tolerância da sociedade brasileira à violência sexual contra mulheres
VNSP1402 | 004-CE-LingCódigos-Redação
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