vitrine de produção acadêmica ii
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vitrine de produção acadêmica ii
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO Organização Durval Antunes Filho Diretor-geral do Grupo Dom Bosco Evilásio Gentil de Souza Neto Diretor-geral da Faculdade Dom Bosco Luiz Fernando Bianchini Diretor-adjunto da Faculdade Dom Bosco Isabelle M. Nejm Félix Diretora acadêmica da Faculdade Dom Bosco Isabel Cristina Bini Coordenadora de extensão e pós-graduação da Faculdade Dom Bosco Produção Comunicação Dom Bosco APRESENTAÇÃO A “Vitrine de Produção Acadêmica II” apresenta algumas produções acadêmicas de alunos dos cursos de Administração, Ciências Contábeis, Direito, Educação Física, Enfermagem, Fisioterapia e Psicologia da Faculdade Dom Bosco. Em sua segunda versão, é resultado do empenho e da dedicação dos professores da disciplina de Produção Acadêmica, incentivados pelos coordenadores de curso, pela equipe pedagógica e direção da Instituição. Caracteriza-se como instrumento de divulgação on-line dos trabalhos de acadêmicos e como forma de incentivo à produção científica enquanto estudantes de ensino superior. A pretensão é alimentar anualmente esta “Vitrine” com novas produções, cada vez mais consistentes e de qualidade, de alunos de graduação da Faculdade Dom Bosco. Curitiba, 13 de setembro de 2013. Professora Noemia Hepp Panke Gerente do Projeto VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 3 SUMÁRIO 1 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ....................................6 1.1 ARTIGO DE REVISÃO: O MONITORAMENTO DOS COLABORADORES NAS ORGANIZAÇÕES ........................... 6 2 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS...........................13 2.1 RESUMO CRÍTICO: NÃO BASTA SER LÍDER: TEM QUE SER COACH! ................................................................... 13 2.2 RESENHA DESCRITIVA: LIDERANÇA COACHING ..................................................................................................... 15 3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO ....................................................16 3.1 SÍNTESE: ORIGENS DO DIREITO................................................................................................................................ 16 3.2 RESUMO INFORMATIVO: CULTURA JURÍDICA EUROPEIA............................................................................. 17 3.3 RESUMO CRÍTICO: “O ENIGMA DE KASPAR HAUSER” E “MINHAS TARDES COM MARGUERITTE”.. 18 3.4 FICHAMENTO: ELEMENTOS PARA UMA CRÍTICA DO ESTADO ................................................................... 20 3.5 RESENHA DESCRITIVA DA OBRA DE PAOLO GROSSI ........................................................................................ 21 3.6 “A CARTOMANTE” E “DIREITO E LITERATURA: UM EXERCÍCIO DE DESAPRENDIZAGEM” .............. 22 3.7 ARTIGO DE REVISÃO: ESTIGMAS ............................................................................................................................. 25 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ................................29 4.1 SÍNTESE DO FILME “O PODER ALÉM DA VIDA” .................................................................................................. 29 4.2 RESUMO INFORMATIVO: A MEDIDA DE DOBRAS CUTÂNEAS...................................................................... 32 4.3 RELATÓRIO: OS EFEITOS DA GINÁSTICA LABORAL SOBRE AS HABILIDADES BÁSICAS DE FUNCIONÁRIOS DE SETORES ADMINISTRATIVOS .................................................................................... 33 4.4 RESENHA DESCRITIVA: LESÕES NA GINÁSTICA ARTÍSTICA........................................................................... 36 4.5 ARTIGO DE REVISÃO: LESÕES PRÉ-DESPORTIVAS NO JUDÔ.......................................................................... 38 4.6 RESENHA DESCRITIVA: “O VERDADEIRO, O BELO E O BOM: OS PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA UMA NOVA EDUCAÇÃO”................................................................................................................................ 43 4.7 ARTIGO DE REVISÃO: OS BENEFÍCIOS E TÉCNICAS DO STEP TRAINING NAS ACADEMIAS............... 45 4 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM ........................................51 5.1 SÍNTESE ............................................................................................................................................................................. 51 5.2 RESUMO INFORMATIVO ............................................................................................................................................. 52 5.3 RESUMO CRÍTICO ......................................................................................................................................................... 53 5.4 RELATÓRIO: PRÁTICA SOCIAL – DOAÇÃO E AMOR AO PRÓXIMO BASEADO EM ANA NÉRI ........... 54 5.5 RESENHA DESCRITIVA: TRANSFORMAÇÕES NA ADMINISTRAÇÃO EM ENFERMAGEM NO SUPORTE NOS TRANSPLANTES NO BRASIL.................................................................................................. 60 5.6 RESENHA CRÍTICA: QUALIDADE NO SERVIÇO DE SAÚDE ............................................................................. 62 5.7 ARTIGO DE REVISÃO: DIABETES NA GESTAÇÃO ............................................................................................... 64 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERAPIA ........................................ 74 6.1 SÍNTESE: ARTRITE E OSTEOPOROSE ...................................................................................................................... . 74 6.2 RESUMO INFORMATIVO – A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA DURANTE O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO .............................................................................................. 75 6.3 RESUMO CRÍTICO........................................................................................................................................................... 76 6.4 RELATÓRIO: A EVOLUÇÃO DO MAL DE ALZHEIMER E OS ASPECTOS DO TRATAMENTO.............................. 77 6.5 RESENHA DESCRITIVA: TRATAMENTO COM ANTI-INFLAMATÓRIOS TÓPICOS NA OSTEOARTRITE DE JOELHO....................................................................................................................................................... 81 6.6 RESENHA CRÍTICA: INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA REABILITAÇÃO VENTILATÓRIA DE RECÉM-NASCIDOS QUE APRESENTAM COMPROMETIMENTO CARDÍACO E COMPLICAÇÕES PULMONARES............................................................................................................................................... 83 6.7 FISIOTERAPIA AQUÁTICA PARA NEONATOS........................................................................................................ 87 7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA............................................ 95 7.1 SÍNTESE: O AMOR É UMA NECESSIDADE BIOLÓGICA..................................................................................... . 95 7.2 RESUMO INFORMATIVO ............................................................................................................................................ 96 7.3 RESUMO CRÍTICO........................................................................................................................................................... 97 7.4 RELATÓRIO – O AMOR ROMÂNTICO NÃO CONDIZ COM A REALIDADE ................................................................. 98 7.5 RESENHA DESCRITIVA: HOMOSSEXUALIDADE SEM TABUS........................................................................................... 103 7.6 RESENHA CRÍTICA: A PSICOLOGIA SOCIAL.............................................................................................................................. 106 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 5 1 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 1 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PROFESSORA: ROSA LOBERTO 1.1 ARTIGO DE REVISÃO: O MONITORAMENTO DOS COLABORADORES NAS ORGANIZAÇÕES Disciplina: Produção Acadêmica II Curso: Administração Gênero: Artigo de revisão Aluna: Paula Woicik1 Professora-orientadora: Rosa Loberto RESUMO: A prática das empresas de monitorar os funcionários está se tornando cada vez mais comum em suas rotinas. Essa prática é uma questão bastante polêmica, mas as organizações aderiram a novas tecnologias com a intenção de proteger o patrimônio e garantir maior eficiência nas atividades dos colaboradores. Dentro deste contexto, surgem também questionamentos em relação aos direitos e à privacidade dos trabalhadores. Os limites do empregador em relação ao uso de sistemas de monitoramento devem ser respeitados, pois para punir uma situação irregular, a empresa precisa publicar claramente as regras da empresa, de maneira que os funcionários entendam que o monitoramento pode ser utilizado pela companhia, não somente como fiscalização, mas como proteção do empregador e da própria segurança do trabalhador frente a atitudes de pessoas mal-intencionadas. Na maioria dos casos, a medida tem obtido resultados satisfatórios, mas é importante ressaltar que o uso das tecnologias para monitorar os trabalhadores no ambiente de trabalho pode ser feita, desde que seja de forma equilibrada, a fim de preservar a intimidade, a honra e a dignidade dos colaboradores. Palavras-chave: Monitoramento. Segurança no ambiente de trabalho. Privacidade dos colaboradores. Direitos do empregador. 1 INTRODUÇÃO O tema abordado no presente estudo tem sido causa de polêmica na maioria das organizações. Após o surgimento das novas tecnologias, os empregados estão cada vez mais subordinados ao monitoramento, e o índice de empresas que investem nesses sistemas está aumentando. O empregador pode fiscalizar seus funcionários sob vários pretextos, como: sigilo de documentos, proteção ao patrimônio, supervisão de rotina, e, principalmente, melhorar o processo produtivo. 1 Acadêmica do 2º. período do curso de Administração na Faculdade Dom Bosco. 6 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 1 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Por esses motivos, os sistemas de monitoramento mais utilizados por empregadores são os sistemas de vídeo, áudio, vigilância, revistas pessoais, e o mais comum, o monitoramento eletrônico. Mas, para alguns trabalhadores, o uso desses recursos é usado como forma de pressionar o andamento das atividades rotineiras. Porém, as organizações alegam que o monitoramento no ambiente de trabalho é feito por vários motivos e possui várias justificativas. Portanto, essas condutas não são proibidas, e se aplicadas de forma correta, têm por objetivo proteger as pessoas. O intuito deste trabalho é mostrar que a empresa pode monitorar seus funcionários sem invadir a privacidade e sem inibir a naturalidade de um agradável ambiente de trabalho. Entretanto, é fundamental que as companhias adquiram medidas corretas e os funcionários tenham ciência prévia dos procedimentos. 2 DEFINIÇÃO E OBJETIVO De acordo com Ormond (2006), monitoramento é o acompanhamento, avaliação e controle das condições ou de fenômenos naturais ou artificiais, com o objetivo de obter dados quantitativos e qualitativos que possibilitem maior conhecimento sobre eles, identificando, assim, possíveis riscos ou oportunidades que possam ser controlados ou aproveitados para minimizar eventos indesejáveis. As empresas investem, cada vez mais, em sistemas para monitoramento de funcionários sob vários pretextos, como: sigilo de documentos, proteção ao patrimônio, supervisão de rotina e para melhorar a eficiência e eficácia das atividades desenvolvidas pelos subordinados. Algumas empresas fazem controle por meio da vigilância para aperfeiçoar o desempenho e aumentar a segurança. Com toda tecnologia disponível atualmente é possível que as organizações façam uso de vários métodos de monitoramento. Bilhões de ligações telefônicas, e-mails e faxes são grampeados por dia ao redor do mundo. Mais de 70% das empresas estadunidenses monitoram o uso da internet de seus empregados, e é comum acontecer afastamento de funcionário por uso indevido dessa ferramenta. Desde 1787, Jeremy Benthan publicava uma teoria de monitoramento. Segundo ele, era a forma perfeita, pois as pessoas não sabiam se estavam sendo vigiadas. Nos anos 60, foi aceito o uso de câmeras de vigilância em público. Com o passar dos anos, monitorar se tornou comum na sociedade. Ellen Bayer, da Associação Americana de Gerenciamento, acredita que “a privacidade no local de trabalho de hoje é meramente ilusória. Nesta era de cubículos em espaços abertos, carteira dividida, computadores em rede e teletrabalhadores, é difícil que se creia estar realmente num espaço privado.” Hoje o mercado para monitoramento de computadores e empregados é enorme, pois as empresas precisam saber da eficiência de tempo, produtividade, segurança, proteção e até motivação VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 7 1 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO dos trabalhadores. De acordo com as teorias de motivação humana de Mc Gregor (2006), existem dois tipos diferentes de comportamentos dos empregados: teoria X e Y. A teoria X acredita que os empregados são preguiçosos e evitarão trabalho o tanto quanto possível. Já a teoria Y acredita que os empregados são ambiciosos, automotivados, com autocontrole e autoridade. De acordo com Taylor, pessoas podiam ser tratadas de forma padronizada, como máquinas. Atualmente, as empresas veem seus empregados como seu maior patrimônio. Para Peter Drucker (1999), o mais valioso patrimônio para uma organização do século XX era o equipamento de produção; o mais valioso patrimônio de uma empresa do século XXI são os funcionários. O monitoramento, então, é uma forma de proteger as pessoas. 2.1 POSSIBILIDADE E FORMAS DE MONITORAMENTO As empresas têm o direito de monitorar os empregados, mas eles devem ter o conhecimento de que estão sendo vigiados. É regular o uso pelo empresário de sistemas de monitoramento que exclua banheiros e refeitórios, vigiando apenas o local efetivo de trabalho. Porém, para punir uma situação irregular, a empresa precisa publicar claramente as regras para os funcionários. O monitoramento não serve apenas como meio de fiscalização dos empregados, mas como proteção do empregador frente a terceiros. Sendo assim, é aceitável o acordo de monitoramento que pode 8 ser convencionado entre as partes, no que tange à utilização dos instrumentos digitais, de acordo com o Art. 7º, XXVII da Constituição Federal de 1988. É visto que todas as formas de monitoramento são feitas para melhorar o desenvolvimento das atividades exercidas pelos trabalhadores. Vários sistemas são utilizados, como: sistemas de vídeo, áudio, vigilância, informática e revistas pessoais no interior da empresa. De acordo com o advogado Thiago Cavalcanti (2010), as filmagens devem ser utilizadas para monitorar o local de trabalho, visando à segurança, e não para perseguir ou fiscalizar o funcionário. Há pessoas que concordam, mas algumas questionam a respeito da privacidade e a confiança, com a utilização de câmeras de vídeo. O uso dessa tecnologia não deve ser usado como forma de escravizar, pressionar ou constranger os colaboradores. O uso de câmeras não é ilegal, mas o funcionário deve ser avisado, e as regras têm de ficar claras. Algumas empresas, por exemplo, usam a frase “Sorria, você está sendo filmado”. O Tribunal Superior do Trabalho tem por decisão que a instalação de câmeras para fins de segurança não ofende a privacidade do trabalhador, mesmo assim, o Ministério Público do Trabalho fiscaliza as empresas para que a intimidade do empregado não seja violada. Valdir Pereira, Procurador do Trabalho, DF e TO, afirma que segundo o Art. 5º, X da Constituição Federal, são invioláveis a intimidade, a vida privada, VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 1 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito da indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. Portanto, para o Ministério Público do Trabalho é claramente inconstitucional essa conduta, pois o colaborador passa a ser um suspeito de uma conduta irregular, sendo que o controle do patrimônio deveria ser direcionado a quem pode realmente causar um dano a esse patrimônio. De acordo com o Procurador, as câmeras não podem ser instaladas em cantinas, salas de café e banheiros, por violarem dispositivos constitucionais a uma vida privada, honra e imagem. Se isso acontecer, é necessário que o funcionário procure o Ministério do Trabalho e denuncie a irregularidade. É evidente que a instalação das câmeras previne problemas. Como já aconteceu em várias cidades, quando as imagens ajudaram a polícia a prender, por exemplo, falsos médicos e flagraram um funcionário furtando remédios. Também aconteceu um caso no Brasil, quando as câmeras mostraram médicos batendo ponto para os colegas ou indo embora mais cedo. Há várias companhias com filmadoras ligadas dia e noite, pois além da segurança da empresa, ajuda também a fazer um controle das atividades dos funcionários, melhorar o processo produtivo e as imagens servem também de provas para um possível processo. Na prefeitura de Londrina, 16 câmeras vigiam quase todo o patrimônio. Em entrevista concedida ao Jornal Hoje, em 01/09/2007, o diretor de bens Pedro Afonso, relata que a intenção não é só fiscalizar, ele acredita que se alguém tem má intenção, vai pensar muito antes de realizar algo considerado errado. Já, os sistemas de áudio, como escutas telefônicas e gravações de ligações de funcionários, segundo Aparecida Tokumi Hashimoto (2009): É permitida para fins de controle e fiscalização da execução das tarefas profissionais, em face de a Constituição Federal, em seu artigo 5º, XII, garantir a inviabilidade da correspondência e das comunicações, salvo, por ordem judicial, nas hipóteses que a lei estabelecer, para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. Portanto, o empregador não pode fazer escutas que não dizem respeito ao trabalho, pois a Constituição Federal protege a privacidade e a intimidade do indivíduo, e esses procedimentos só podem ser utilizados desde que o funcionário esteja ciente de que está sendo monitorado. Segundo Sandra Lia Simón (2000, p. 154), Se o telefone integra o conjunto dos meios de produção, ou seja, se é utilizado para o desenvolvimento da prestação de serviços, como por exemplo, no telemarketing, o empregador, dando ciência ao trabalhador, pode instalar aparelhos para gravação de respectivas conversas, pois o poder de direção justifica essa interferência. Dessa forma, entende-se que o monitoramento das ligações deve ser usado de forma para garantir a segurança dos empregados e das empresas, sem práticas abusivas. Outra forma de monitoramento, bastante questionado, é a revista pessoal dos funcionários. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 9 1 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Essa prática é adotada por várias razões e justificativas, mas, principalmente, para inibir furtos dentro da empresa. Infelizmente, a realidade mostra que essas situações são comuns em supermercados e indústrias eletrônicas, pois o furto de pequenos objetos pode significar uma perda financeira de valor elevado. Os colaboradores não recebem bem essas medidas, porém as empresas que adotam essa prática justificam como uma necessidade para preservar seu patrimônio, e também para identificar funcionários desonestos. Barros (2007), citado por Freitas (2012), entende que: A mera tutela genérica da propriedade não é suficiente para justificar a revista pessoal, que deve ser usada como último recurso ante a falta de outros meios idôneos e igualmente eficazes na salvaguarda do patrimônio do detentor dos meios de produção. Ademais, é preciso haver um justo motivo, ou seja, uma razão clara e objetiva que explique a adoção de um ato invasivo. A exemplo da existência, no local de prestação de serviços, de bens suscetíveis de subtração e ocultação, com valor material, ou que possuam relevância para o bom funcionamento da atitude empreendedora e para a segurança das pessoas. Dessa forma, entende-se que a necessidade da realização da revista pessoal é como meio de prevenção do patrimônio do empregador. De acordo com Freitas (2012), a revista é prática tolerável desde que preservada a dignidade do trabalhador, sendo, pois, admitida excepcionalmente, observadas, entretanto, a intimidade e a privacidade do empregado. 10 Em entrevista concedida à TV Justiça, em 19/04/2011, o sociólogo Antônio Flávio Testa afirma que as pessoas que sofrem algum tipo de humilhação ou de violência ficam muito magoadas, porque possuem a intimidade e os direitos não assegurados. Em consequência, a TV Justiça mostrou o caso de uma empresa de transporte de valores, a qual foi condenada a pagar indenização a uma funcionária que foi vítima da revista íntima. Ela era obrigada a tirar a roupa, e, caso estivesse usando, até o absorvente. O advogado trabalhista Maurício Correa afirma, na mesma reportagem, que a revista é permitida desde que seja feita de forma moderada, e principalmente, desde que não tenha contato físico entre empregador e funcionário. O ideal é que os colaboradores sejam pré-avisados da decisão. É importante ressaltar, que a revista pessoal não é proibida, porém deve ser feita, se necessário, sem abuso, sem constrangimento e sempre respeitando a honra e a dignidade do trabalhador. 2.2 MONITORAMENTO ELETRÔNICO Para maior eficiência das atividades, as organizações utilizam a internet e suas tecnologias, pois lhes proporcionam várias vantagens. Na era da informação, as empresas têm o direito também de monitorar tudo o que os funcionários fazem no computador do trabalho, desde que eles sejam previamente informados. O monitoramento eletrônico, além de ser polêmico, é normalmente usado. Mas não com a intenção de vasculhar a vida de quem trabalha na companhia, VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 1 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO pois acompanhar todos os passos dos funcionários seria um serviço caro e desgastante. O objetivo de usar esses recursos é de, principalmente, aumentar a produtividade, proteger contra roubo, proteger a rede de ataques esternos ou invasões, e controlar o acesso às redes sociais e o downloads de programas e conteúdos impróprios. A professora da FGV, Daniela Lago, em entrevista concedida à Revista HSM, em 11/06/2010, alerta que a ferramenta é muita efetiva a partir do momento que traz ao funcionário a ideia de observação. Desse modo, o mesmo, ciente de sua liberdade de uso, sabe que o uso incorreto da internet poderá lhe acarretar alguma consequência. O empregador pode, se descobrir mau uso dessa ferramenta, proceder de maneira a evitar que a má conduta se repita. Por isso, é importante que os colaboradores conheçam a política de segurança de informação da empresa. Na maioria dos casos, a medida tem obtido resultados satisfatórios, mas não é raro ouvir histórias de funcionários demitidos por justa causa, devido a atitudes inadequadas em relação ao uso da internet. No ambiente de trabalho, a criatividade e a informação estão presentes, e a internet é fundamental. O uso do bom senso é inevitável para usufruir dessa tecnologia no dia a dia, pois no ambiente de trabalho ela deve ser usada para auxiliar nas tarefas da empresa e não como diversão. Para Alexandre Belmonte (2004, p.36): O empregador deverá conscientizar os empregados de que o computador é uma ferramenta de trabalho e não um instrumento para comunicações pessoais, daí podendo proibir ou estabelecer limites para a utilização do correio eletrônico e a internet para fins pessoais. É possível, portanto, a utilização dessa tecnologia pelo empregado no ambiente empresarial, desde que seja feita de forma equilibrada, a fim de preservar a intimidade do trabalhador e o direito à segurança da propriedade do empresário. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diversas organizações adotam algum tipo de sistema de monitoramento para proteger o patrimônio, a segurança e a produtividade dos próprios funcionários. Porém, podem existir conflitos, em relação ao assunto, entre empregador e colaboradores, devido a algumas questões polêmicas que envolvem a privacidade das pessoas e a confiança da empresa para com os trabalhadores. Não existe solução única, tudo depende das aplicações, do tipo de trabalho, e da necessidade que cada companhia tem para realizar o monitoramento de seus empregados. Mais do que controles, empresas e funcionários devem usar o bom senso. Dessa forma, será garantido o clima de respeito, harmonia e confiança no ambiente de trabalho. Para garantir um satisfatório desempenho e bons resultados dos empregados, principalmente nos tempos digitais, as organizações precisam adquirir recursos para que atitudes incorretas ou de má conduta não se repitam ou venham a acontecer VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 11 1 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO diariamente. O ideal é que os funcionários sejam avisados de qualquer decisão que envolva o monitoramento, e deve ser feito respeitando os limites e as leis, sem provocar constrangimento, e, acima de tudo, respeitar a privacidade do trabalhador, que é o mais valioso patrimônio que a empresa pode possuir. REFERÊNCIAS BELMONTE, Alexandre Angra. O monitoramento da correspondência eletrônica nas relações de trabalho. São Paulo, 2004, p.36. BOLETIM JURÍDICO. Disponível em: <www. boletimjuridico.com.br>. Acesso em: 8 jun. 2012. OLHAR DIGITAL. Disponível em: <www. olhardigital.com.br>. Acesso em: 15 maio 2012. RH PORTAL. Disponível em: <www.rhportal.com. br>. Acesso em: 18 maio 2012. SANDRA, Lia Simon. A proteção constitucional da intimidade e da vida privada do empregado. São Paulo: LTR, 2000, p. 154. TV JUSTIÇA. Disponível em: <www.tvjustiça.jus. com.br>. Acesso em: 24 maio 2012 ÚLTIMA INSTÂNCIA. Disponível em: <www. ultimainstancia.com.be>. Acesso em: 29 maio 2012. UNIVERSO JURÍDICO. Disponível em: www. universojuridico.com.br. Acesso em: 12 junho 201 BRASIL. Constituição. Brasília, 1988. DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Disponível em: <www.diariodepernambuco.com.br>. Acesso em: 22 maio 2012. DNT. Disponível em: <www.dnt.adv.br>. Acesso em: 22 maio 2012. GLOBO. Disponível em: <www.g1.globo.com>. Acesso em: 29 maio 2012. INSTITUTO KIRIMURE. Disponível em: <www. btsinstitutokirimure.ufba.br>. Acesso em: 11 maio 2012. JURIS WAY. Disponível em: <www.jurisway.org. br>. Acesso em: 22 maio 2012. JUS. Disponível em: <www.jus.com.br>. Acesso em: 22 maio 2012. MOTTA, Fernando Cláudio Prestes. Teoria geral da administração. 3. ed. ver. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. 12 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 2 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 2 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROFESSORA: ROSA LOBERTO 2.1 RESUMO CRÍTICO: NÃO BASTA SER LÍDER: TEM QUE SER COACH! Disciplina: Produção Acadêmica I Curso: Ciências Contábeis Gênero: Resumo crítico Alunas: Elaine Cristina Vieira e Bianka Benka Labhardt Professora-orientadora: Rosa Loberto Tadeu Alvarenga, no artigo “Não basta ser líder: tem que ser Coach!”, argumenta que o Líder Coach se destaca por conseguir o melhor de seus liderados, pois os valoriza como seres humanos, o que leva à excelência da organização e, consequentemente, ao destaque em relação à concorrência. Esse modelo de liderança contribui para que o líder tenha mais foco nos resultados da empresa, consiga diminuir a pressão sobre ele e melhore sua qualidade de vida. Além disso, o Coaching auxilia principalmente o RH, pois favorece a gestão de pessoas e diminui a tensão entre elas. Já Carolina Leite Barbosa, no artigo intitulado “O papel do coaching dentro da organização”, afirma que a postura de alguns líderes autoritários faz parte do passado. A partir de citações de outros autores, reforça a ideia de que o Coaching revela o potencial e a criatividade dos liderados e desperta novos talentos. Ambos acreditam que o capital humano é o diferencial das organizações, principalmente em tempos de globalização e competitividade de mercado. Sem dúvida alguma, as empresas eficientes dependem da capacidade de seus gestores, da sua visão global e de que eles sejam inovadores, acessíveis e conheçam as pessoas com as quais trabalham, dirigindo-as ao alcance de metas e objetivos. É por meio da valorização das pessoas e incentivo do seu potencial que os liderados conseguem trabalhar em equipe e atingir o sucesso da organização. Por essas razões, o Coaching tornou-se o modelo de liderança dos tempos modernos. REFERÊNCIAS ALVARENGA, Tadeu. Não basta ser líder: tem que ser Coach!. Disponível em: <www.abts.org.br/ material/arquivos/artigos/coach_lider.pdf>. Acesso em: 19 set. 2012. BARBOSA, Carolina Leite. O papel do coaching dentro da organização. Disponível em: <www. jogart.com.br/>. Acesso em: 19 set. 2012. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 13 2 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 2.2 RESENHA DESCRITIVA: LIDERANÇA COACHING Disciplina: Produção Acadêmica II Curso: Ciências Contábeis Gênero: Resenha descritiva Aluna: Marília Scarsetto1 Professora-orientadora: Rosa Loberto A presente resenha foi escrita a partir da leitura do texto “O papel do coaching dentro da organização”, escrito por Carolina Barbosa, acadêmica do curso de pós-graduação Gestão Estratégica de Pessoas e também do texto escrito pelo doutor Tadeu Alvarenga “Não basta ser líder: tem que ser Coach!”. Ambos os textos empregam uma linguagem de fácil compreensão. Carolina Barbosa, em seu texto, aborda a liderança nas empresas e a necessidade dessa atividade na configuração atual do mercado de trabalho. Relata que hoje, mais do que chefes, os líderes de equipe são os gestores do capital humano, maior patrimônio das organizações. Essa valorização das pessoas traz a necessidade de um profissional voltado para atendê--las. Esse profissional é o Coach. A autora cita a ICF – International Coaching Federation, que define o Coaching como “uma parceria continuada que estimula e apoia o colaborador a produzir resultados gratificantes em sua vida profissional”. O profissional Coaching lidera apostando na motivação pessoal e profissional, na interação e na valorização de sua equipe, possibilita o crescimento de seus clientes, ajudando-os a expandir suas competências e identificar suas limitações a fim de alcançar suas metas e desejos. Barbosa faz referência também a Cristina Amaral, que contribui afirmando que o desenvolvimento contínuo é o objetivo dos líderes Coachings, uma espécie de círculo virtuoso dentro das empresas que possibilita a satisfação de todos os envolvidos e o sucesso da empresa. A necessidade de se diferenciar das outras empresas, dentro de um mercado cada vez mais competitivo e globalizado, torna o capital humano o maior patrimônio das corporações e o Coaching representa, sem dúvida, a melhor ferramenta para maximizar esse potencial. O Dr. Tadeu Alvarenga corrobora a mesma ideia em seu texto “O papel do coaching dentro da organização” ao definir o Coaching como a forma 1 Acadêmica do 2° período do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Dom Bosco. 14 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 2 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS de liderança que mais se enquadra aos padrões de mercado na atualidade, já que a atividade se baseia inteiramente no respeito. Dessa forma, o líder Coach consegue trabalhar sua liderança de forma mais sólida, superior à relação chefe e funcionário, pois aproveita ao máximo o potencial do liderado. Esse cenário contempla as novas necessidades do mercado, no qual a criatividade e o talento do colaborador são as maiores riquezas das empresas. Pelo método tradicional de comando, é difícil conseguir despertar as características mais positivas de uma equipe, pois o autoritarismo muitas vezes gera desconfiança. E, sem dúvida, para que uma empresa consiga alcançar sucesso e se destacar perante os concorrentes, precisa de uma equipe criativa e produtiva. Além desses benefícios, Alvarenga cita ainda duas vantagens do Coaching: a primeira é diminuição da pressão sobre o próprio líder que pode atuar de uma forma mais focada nos resultados da empresa e a segunda vantagem é para o setor de Recursos Humanos que tem suas atividades facilitadas pela prática do Coaching, uma vez que o trabalho e o ambiente são melhorados de forma significativa na empresa. são responsáveis por dar identidade à empresa, pois são suas ideias e atitudes, sua participação física e intelectual que possibilitam o sucesso da empresa. A valorização das características pessoais e profissionais, a capacitação e a identificação dos seus pontos fortes, com toda certeza, geram profissionais mais motivados, dispostos a dar seu melhor para a empresa, e, como consequência, todos ganham as companhias que estiverem atentas às mudanças e necessidades do mercado e preocupadas com o bem-estar de seus colaboradores terão, com certeza, profissionais Coachings à frente de suas equipes. Os textos são relevantes para estudantes e profissionais da área de Administração de Empresas, Recursos Humanos, Ciências Contábeis e afins, assim como para todos os empresários que buscam o sucesso de suas empresas. REFERÊNCIAS ALVARENGA, T. Não basta ser líder: tem que ser Coach!. Disponível em: <www.abst.org.br/material/ arquivos/coach_lider.pdf>. Acesso em: 19 set. 2012. BARBOSA, C. O papel do coaching dentro da organização. Disponível em: <www.jogart.com. br/>. Acesso em: 19 set. 2012. Os dois textos abordam de uma forma muito positiva o papel do Coaching dentro das corporações, ambos ressaltam que o Coaching é uma atividade que surge como resposta às novas configurações e necessidades do mercado de trabalho, no qual os colaboradores, mais do que simples funcionários, VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 15 3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO 3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO PROFESSOR: RODNEY CAETANO 3.1 SÍNTESE: ORIGENS DO DIREITO Disciplina: Produção Acadêmica I Curso: Direito Gênero: Síntese Aluna: Joyce Kelly do Carmo Viana Professor-orientador: Rodney Caetano As origens do Direito são o assunto tratado pelo autor e juiz aposentado Silvio de Salvo Venosa no capítulo “Fontes do Direito”, em seu livro Introdução ao Estudo do Direito, publicado pela editora Atlas, no ano de 2009. Venosa afirma que mesmo com a evolução histórica, muitas ideias originais do direito ainda são conservadas. Sem observar mais a fundo a história do direito, tanto seu estudo quanto sua compreensão ficarão prejudicados. O autor apresenta os conceitos de duas fontes principais do direito. Para ele, as fontes formais são as leis e os costumes, ou seja, os meios pelos quais se manifestam a sociedade. E as fontes materiais são as instituições ou grupos capazes de modificar normas. a lei, a analogia, os costumes e princípios gerais do direito. Sendo assim, o texto é relevante, pois direciona a atenção do leitor para a importância do estudo das origens do direito. REFERÊNCIA VENOSA, Silvio de Salvo. Introdução ao estudo do Direito: fontes do Direito. São Paulo: Atlas, 2009. Silvio Venosa ainda disserta sobre as formas do poder: o processo legislativo, a jurisdição, os usos e costumes e a fonte negocial. A teoria juspositivista só aceita a lei como fonte de direito, contudo a lei de introdução ao código civil apresenta como fontes 16 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO 3.2 RESUMO INFORMATIVO: CULTURA JURÍDICA EUROPEIA Disciplina: Produção Acadêmica I Curso: Direito Gênero: Resumo informativo Aluna: Renata Gabriela Pereira do Nascimento Professor-orientador: Rodney Caetano O escritor português Antonio Manuel Hespanha, em seu livro Cultura jurídica europeia, faz uma síntese sobre a tradição jurídica medieval, especialmente sobre os glosadores e comentadores. A partir do século XIII e XIV, começou a valorização do direito comum e direito local. Os direitos locais começam cada vez mais ganhar espaço nas cidades italianas, que estavam em crescimento, abrindo-se mão do Direito Comum. Buscam base nos Direitos Romanos (Justinianeu) e ampliam o iura propria (Direito Local). Por meio de todas essas mudanças vieram a surgir os pós-glosadores, ou seja, os comentadores. Os comentadores são os responsáveis pela sistematização de todos os tipos de direito, com objetivos práticos, quando nasce uma nova escola, a escola tomista, que vai ser mediadora entre a prática e a realidade. Os escolásticos colocam em dúvida que todo o direito sirva somente para representar os interesses do rei ou do papa. A revolução escolástica inicia-se com a aparição dos textos aristotélicos. Pelo uso da razão, conclui-se que os textos sagrados não são suficientes para ordenar a sociedade, trazendo consequências culturais. A evolução jurídica desse período mostra a ruptura dos conceitos intelectuais da época trazendo novas idéias e novas doutrinas. A partir do século XIII, temos a presença dos primeiros advogados por meio das consultas dos professores e técnicos da época. Dessas consultas técnicas começaram a desenvolver com mais eficácia o uso das jurisprudências, que eram baseadas em pareceres dos comentadores. Com o passar do tempo, e com as especificações cotidianas, a presença dos juristas torna-se de suma importância para todo o ordenamento jurídico moderno e contemporâneo. REFERÊNCIA HESPANHA, Antonio Manuel. A unificação e a cientificização: as escolas da tradição jurídica medieval. In: Cultura jurídica europeia – síntese de um milênio. Portugal: Fórum da História, 2003, p. 146-160. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 17 3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO 3.3 RESUMO CRÍTICO: “O ENIGMA DE KASPAR HAUSER” E “MINHAS TARDES COM MARGUERITTE” Disciplina: Produção Acadêmica I Curso: Direito Gênero: Resumo crítico Aluno: Claiton Tavares da Silva Professor-orientador: Rodney Caetano Dirigido pelo cineasta alemão Werner Herzog, em 1974, o filme O Enigma de Kaspar Hauser, mostra, em seu primeiro momento, como fica o ser humano quando totalmente privado do convívio social. A total falta de contato com outros seres humanos tornou Kaspar Hauser um ser tolhido de qualquer sentimento ou reação social. Após muitos anos, ao ser libertado, inicia seu processo de adaptação ao convívio social e à linguagem, tanto oral quanto escrita. Gradativamente foi aprendendo a interagir com os outros, a ler e a escrever. Após aprender definitivamente a se comunicar, o personagem passa a usufruir do convívio social e a interagir de forma “adequada” com todos. Já o filme Minhas tardes com Margueritte, dirigido pelo cineasta Jean Becker, em 2010, mostra o relacionamento entre Germaine e Margueritte. Ele é um homem de muito bom coração que, em grande parte pela criação desprovida de demonstrações de afeto e por bulling, 18 dispõe de pouca cultura. Já Margueritte é uma leitora assídua e de cultura destacável. Da interação dos dois resulta uma grande e bela amizade. Em função desse convívio, Germaine melhora sua cultura e aprimora sua linguagem, enquanto Margueritte encontra um amigo que irá cuidar dela pelo resto da vida. As duas obras são, sem dúvida, de grande teor dramático e conduzem, no transcorrer das cenas, a experimentar muitas sensações: desde a maldade do ser humano em permitir que outro ser humano seja privado do convívio social por tantos anos, à felicidade de ver que para cada mau existem infinitos bons. Constatamos nossa incapacidade de viver sós e nossa grandeza e imensurável capacidade enquanto grupo. Os filmes mostram o quanto podemos ser rudes e maléficos a outrem e o quanto podemos ser bons e benéficos. O poder da linguagem pode destruir um mundo assim com esse mesmo poder pode melhorá-lo sensivelmente. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO REFERÊNCIAS O enigma de Kaspar Hauser. Direção de Werner Herzog. Alemanha: ArtHaus, 1974. Minhas tardes com Margueritte. Direção de Jean Becker. França: Imovison, 2010. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 19 3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO 3.4 FICHAMENTO: ELEMENTOS PARA UMA CRÍTICA DO ESTADO Disciplina: Produção Acadêmica I Curso: Direito Gênero: Fichamento de resumo Aluna: Aline Raunaimer de Oliveira Professor-orientador: Rodney Caetano Teoria do Estado Elementos para uma crítica do Estado Fichamento de resumo WOLKMER, Antonio Carlos. Elementos para uma crítica do Estado. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1990. Elementos para uma crítica do Estado é um livro que busca um contraponto das ideias tradicionais sobre a organização política estatal, sem exaltá-la ou suprimi-la, apenas trazendo à luz novas perspectivas de reformulação do espaço público do Estado, submetido ao poder da Sociedade Civil com plena participação do cidadão no exercício da democracia. O livro também apresenta uma breve síntese das tipologias do Estado para exercer uma crítica em cada um de seus elementos essenciais. O livro é dividido em oito capítulos que vão desde a natureza estatal, sua estrutura e organização interna, até uma concepção crítica de sua representação na sociedade. Há também um capítulo inteiro dedicado à desmistificação do Estado, sugerindo estratégias para reverter os equívocos adquiridos pelos cidadãos. O livro está na biblioteca do campus Marumby da Faculdade Dom Bosco. 20 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO 3.5 RESENHA DESCRITIVA DA OBRA DE PAOLO GROSSI Disciplina: Produção Acadêmica II Curso: Direito Gênero: Resenha descritiva Aluno: Walmor Augusto Salgueiro1 Professor-orientador: Rodney Caetano O professor de História do Direito Medieval e Moderno Paolo Grossi, da Universidade de Florença, na Itália, e doutor honoris causa pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), procura explicar o que é o direito de fato em sua obra intitulada Primeira Lição sobre Direito, publicada pela editora Forense. indivíduos tem bases históricas, pois isso é o claro resultado do direito sempre estar concentrado nas classes dominantes da sociedade. Esse quadro mudou após a Revolução Francesa, porém, o direito passou a ser estatizado e usado prioritariamente como meio de manter o poder. O autor traz em sua obra influência do jurista italiano Santi Romano e também do francês Marc Bloch. Além disso, Grossi possui um estilo prolixo, pois expõe de maneira floreada o assunto tratado. Para Grossi, a nova maneira de compreender o direito na era contemporânea pode tornar-se uma solução para o direito, pois ela aborda o direito de maneira mais flexível e social. No primeiro capítulo, chamado “O que é direito”, o historiador afirma que o direito não está no campo visível do conhecimento, e sim na área da subjetividade, ou seja, para ele o direito é abstrato. Por ser imaterial, o direito manifesta-se no campo sensível por meio de placas, ordens imperativas ou delimitações territoriais. No entanto, esse tipo de manifestação imperativa faz do direito algo complexo e distante do senso comum. Paolo Grossi utiliza-se de uma metodologia bibliográfica. Sua obra é própria para operadores do direito e interessados. A parte de sua obra tratada nesta resenha está dividida em oito páginas e três subtítulos, que, com certeza, vale a pena ter como referencial de conhecimento. Essa obscuridade do direito para a maioria dos REFERÊNCIA GROSSI, Paolo. O que é Direito. Primeira lição sobre direito. Tradução: Ricardo Marcelo Fonseca. Rio de Janeiro: Forense, 2008. 1 Acadêmico do curso de Direito da Faculdade Dom Bosco. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 21 3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO 3.6 “A CARTOMANTE” E “DIREITO E LITERATURA: UM EXERCÍCIO DE DESAPRENDIZAGEM” Disciplina: Produção Acadêmica II Curso: Direito Gênero: Resenha crítica Aluno: Osmair Xavier da Costa1 Professor-orientador: Rodney Caetano O escritor brasileiro Machado de Assis publicou o conto “A Cartomante”, que está inserido no livro Várias Histórias, da editora Martin Claret (2006), pela primeira vez em 1896. A obra relata um triângulo amoroso formado por Rita, Camilo e Vilela, e, após o desenvolvimento do enredo, apresenta um final surpreendente. Machado de Assis exerceu várias profissões como jornalista, contista, cronista, romancista e poeta. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, onde fundou a cadeira 23 e escolheu como patrono o seu grande amigo José de Alencar. Na Academia ,exerceu o cargo de presidente até sua morte, em 29 de setembro de 1908, no Rio de Janeiro. Suas obras de maior expressão foram: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro. Na época em que escreveu o conto A Cartomante já estava deixando a fase do Romantismo para entrar na fase do Realismo. No conto, o escritor relata um triângulo amoroso entre Vilela, Camilo e Rita. Em uma sexta-feira de 1869 começa a história com um diálogo entre Rita e Camilo. Ele se nega a acreditar em cartomantes e, de maneira jocosa, desaconselha Rita a crer. Neste conto, a cartomante é caracterizada como uma charlatã, que fala somente o que se quer ouvir. Ela é conhecida na história de forma sinistra e pretende ludibriar os personagens principais. No final do conto, quando Camilo está prestes a ter seu romance com Rita desmascarado, ele recorre à mesma cartomante, em desespero, a qual, por sua vez, o ilude. Usando de frases de efeito e metáforas, a mulher se faz parecer sábia e dona do destino de Camilo, que sai de lá confiante em suas palavras. Ao chegar ao apartamento de Vilela, encontra Rita morta e é morto à queima-roupa pelo amigo de infância que, já conhecedor da traição, esperava-o de arma em punho. 1 Acadêmico do curso de Direito da Faculdade Dom Bosco. 22 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO O livro Várias Histórias é uma coletânea de contos de Machado de Assis que reúne dezesseis contos seus publicados na Gazeta de Notícias entre 1884 e 1891. Os contos são distribuídos em 110 páginas e o conto não excede 10. Machado de Assis, nessa obra, em especial, usa a narrativa de conto para envolver o leitor. ocupam temas do cotidiano, ambos se desenrolam por meio de hipóteses. Para a escritora, as ficções, no direito, são necessárias para o ordenamento. Dessa forma, observamos que o direito também é uma ficção, pois chegamos nele pela da narrativa do senso comum. Já a literatura é uma criação do autor. O texto é muito bem desenvolvido, apresentando um enredo do cotidiano em uma época de leis bem diferentes das que temos hoje. Naquela época, a honra se lavava com sangue e o homicídio foi para Vilela a maneira de resolver a situação. O direito no Brasil evoluiu e sofreu alterações e um crime dessa monta jamais seria aceitável nos dias atuais. O conto é recomendado a leitores adultos. Dentre as diferenças, nota-se que o direito ordena, reflete enquanto a literatura quer provocar o leitor, sem obrigações de dar respostas. O direito representa o real, em contrapartida, a literatura é a reconstrução do real pela da palavra. Na literatura Por outro lado, a jurista e escritora Judith Martins Costa, em seu livro Narração e Normatividade – Ensaios de Direito e Literatura, no capítulo “Direito e Literatura: um exercício de desaprendizagem” comenta as peculiaridades entre a literatura e o direito, destacando que ambos ocupam um mesmo contexto. Sua obra foi publicada pela editora GZ no ano de 2013. A autora merece destaque por sua posição como vice-presidente do Instituto de Estudos Culturalista. Ela também foi coautora de vários livros e exerceu o cargo de professora na UFRJ. Suas obras são inspiradas no Direito Civil e a tecnicidade caracteriza seu estilo. A narrativa coloca o Direito e a Literatura em um mesmo universo, ainda que apresentem algumas diferenças entre si. Tanto direito como literatura pode-se falar o que se quiser, enquanto que no direito é preciso se ater à realidade. No direito, segundo a autora, se aplica uma narrativa convincente para a causa. Daí a importância de saber não apenas o que está na lei, mas sim ter uma vivência, já que a lei só se manifesta por meio do operador. A narrativa do direito resulta na formulação de modelos hermenêuticos. Narração e normação são concomitantes, mas a literatura mostra e expõe o que a doutrina jurídica não pode dizer. O texto da professora é direcionado a operadores e acadêmicos do direito, sendo a obra baseada no direito civil. Dessa forma, pode-se observar que os dois textos, ainda que de maneiras distintas, apresentam temas do cotidiano, seja no direito ou na literatura. No conto de Machado de Assis, vemos que mesmo na ficção estão entrelaçados direitos dos cidadãos. No texto da Jurista Judith Martins Costa, também observamos que é possível entender que até mesmo para o direito é preciso uma ficção. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 23 3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO No texto de Machado de Assis, pode-se fazer uma correlação com o que foi exposto pela jurista, quando em uma das passagens ela deixa claro que a ficção não precisa prestar contas e o final fica a critério do escritor. Em contrapartida, o direito é a realidade e precisa, por meio do operador, chegar o mais próximo possível do que se entende como justiça. Se no Direito é preciso uma encenação dos fatos para que a posteriori os operadores do direito possam chegar o mais perto possível da realidade, na literatura tudo não passa de mera ficção, de invenção do autor, ainda que algumas vezes seja baseada em fatos do cotidiano. REFERÊNCIAS ASSIS, Machado de. A Cartomante. In:____ Várias Histórias. São Paulo: Martin Claret, 2006, p. 15-22. COSTA, Judith Martins. Direito e Literatura: um exercício de desaprendizagem. In: ____Narração e normatividade: ensaios de Direito e Literatura. São Paulo: GZ, 2013. 24 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO 3.7 ARTIGO DE REVISÃO: ESTIGMAS Disciplina: Produção Acadêmica III Curso: Direito Gênero: Artigo de revisão Aluno: Alberto da Silva Santos1 Professor-orientador: Rodney Caetano RESUMO: Este artigo consiste em um breve esclarecimento sobre estabelecimentos prisionais e conceitos de estigma e estigmatizados para Beccaria e outros autores que desenvolveram ideias a partir do problema. Assim, busca-se a melhor compreensão dessa mazela social que aflige a sociedade. Relaciona ainda o estigma à reincidência criminal e ao aumento estatístico na prática delituosa. O artigo retrata o estigma sob a visão de que é um processo estabelecido pelo meio social e defende que os cidadãos assumam posições com a devida atenção da comunidade ao problema. Evidencia-se o relacionamento entre estigmatizados e estigma. A metodologia baseia-se em leituras e experiência pessoal do autor do artigo. Palavras-chave: Estigma. Prisão. Reincidência. O presente estudo visa conhecer as representações sociais do espaço prisional, o estigma causado no detento, bem como dos estigmatizados que possuem essa marca, significando que sua identidade social é alterada para conviver com os outros. Elaborado por um interno, foi escrito sem exageros, ou pouco caso, por um narrador participante e permite, portanto, a reconstrução dinâmica deste assunto de forma clara e atual. A palavra “estigma” está relacionada a marcas, sinais e cicatrizes. Doravante, vamos nos referir a estigma como marca indelével suscitada ao indivíduo pela precariedade e falta de métodos, bem como pela deformidade nas análises no tratamento carcerário dispensado ao ser humano, por nosso aparelho penal. Estigma é um termo presente na sociedade desde a Grécia Antiga, porém é a partir da década de 1960, no século XX, que lhe foram atribuídos conceitos que tornam a sociedade participante do seu processo de formação. O sistema penal concebido num clima de teologia escolástica designa “autor-culpa-pena” como eixo central do processo penal. Portanto existe a 1 Aluno do curso de Direito da Faculdade Dom Bosco. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 25 3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO consonância entre a visão religiosa profundamente enraizada em nossas consciências e o sistema punitivo que conhecemos. A cosmologia teológica medieval está ligada ao sistema da justiça criminal no que tange à existência de um ponto absoluto – Deus onipotente – e é com referência a esse ponto absoluto que os adeptos ao discurso do sistema de justiça criminal se identificam, ainda que inconscientemente. Deus foi afastado – os crucifixos foram retirados dos tribunais – mas o ponto absoluto continua lá: a lei, as instituições e a expressão de uma justiça plena e eterna... A dicotomia inocente-culpado sobre a qual se estrutura o sistema penal é facilmente aceita justamente pela influência da moral escolástica. Curioso que estudiosos, pessoas esclarecidas e pensadores diversos recaem numa visão simplista quando se trata da justiça penal. Somos, isoladamente, um universo de possibilidades, pois cada indivíduo é de uma complexidade extrema, tornando assim as relações humanas deveras e inevitavelmente complexas. Quando existe tentativa de simplificar qualquer uma das condutas de reprimenda ou readequação social, recaímos fatalmente num sistema punitivo descompromissado e, por que não dizer, vingativo. As leis e regras que margeiam nossas condutas sociais destinam aos descumpridores muitas sanções, penas essas a serem cumpridas dentro de outras tantas leis e regras. 26 Quando as penas tornarem-se menos severas e as prisões menos terríveis, quando compaixão e humanidade penetrarem os portões de ferro das masmorras e guiarem os obstinados e implacáveis ministros da justiça, as leis poderão, então, ser satisfeitas com menores provas para ordem de prisão. Um homem acusado, aprisionado, julgado, e absolvido não deve ser marcado pela infâmia (BECCARIA, 2012, p. 90-91). Sendo a penitenciária espaço onde o Poder Judiciário faz cumprir as sentenças de natureza criminal que envolvem encarceramento, a relação estabelecida entre as representações da justiça e as instituições judiciais é importante na construção de um novo entendimento. A prisão, como instituição total, reforça o sentimento de inferioridade já atribuído ao réu durante a tramitação do processo penal, pois ao reduzir o recluso a um mero número de matrícula, o dessocializa ainda mais, uma vez que “a perda do nosso é uma grande mutilação do eu” (BECKER, 2008, p. 62). As regras deste danoso método que padroniza, que suprime a identidade e não respeita as necessidades individuais, impondo a realização das mesmas ações de forma conjunta, sob uma única autoridade, em um mesmo horário local e sequência, demonstram-se contrárias ao propósito de reabilitação. Tratar uma pessoa como se ela não fosse, afinal, mais do que um delinquente tem efeito de uma profecia-que-a-si-mesma-se-cumpre (self fullfllingprophecy). Põe em movimento um conjunto de mecanismos que compelem a pessoa a conformar-se e a corresponder à imagem que o público tem dela. Quando o desviante VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO é apanhado, é tratado de harmonia com o diagnóstico vulgar. E é o tratamento que provavelmente provocará um alimento da delinquência (BECKER, 2008, p.45). O sistema penal está em crise. Isso não é novidade. Desde o princípio, a pena de prisão mostrou-se inadequada para os fins a que se propunha, pois não intimidou o delinquente, não o reinseriu no corpo social e tampouco reduziu a criminalidade. No entanto, sempre esteve presente, servindo antigamente como meio de vingança do soberano e posteriormente como instrumento de defesa da ordem social. É nesta perigosa idolatria punitivista que reside a injustiça, mormente fomentada pela mídia sensacionalista que, para obter bons índices de audiência, alardeia uma grande quantidade de crimes em telejornais, difundindo comumente o estereótipo de que o reincidente é aquele que optou pela delinquência. Tal discurso alienado e, sobretudo, irresponsável, apregoa um verdadeiro fato punitivo que angaria centenas de adeptos que, mergulhados na política de pão e circo, procuram inconscientemente na punição do bode expiatório, a expiação de sua culpa. Navega-se entre o “ser” da execução social e o “deve ser” de uma legislação penal que adota a duvidosa política do clamor social como influência, com vistas a saciar a sede daqueles que buscam soluções imediatas para o problema. Mais uma vez, o remédio invocado para o crime é a punição. Severa, se possível, pois a anterior não foi capaz de reprimir o criminoso. A propaganda do medo é eficaz e simbiótica. Os devotos cobram mão de ferro no combate ao criminoso e o Estado, prontamente, responde aos anseios. O alívio é fugaz e, por isso, sacia. Como a prevenção foi esquecida, o ciclo irracional continua. No palco está a prisão, como protagonista de um verdadeiro circo de horror. Dizer isso não significa fazer apologia à impunidade ou ao crime, mas apenas admitir algo tão nítido em todo esse engenho: a prisão corrompe e rompe vínculos afetivos, suprime a identidade e profissionaliza o recluso na delinquência. Enquanto preso, é submetido às condições subumanas da penitenciária; quando solto, é jogado ao léu na rua, sem assistência alguma na sua reinserção. (...) a inserção do sistema penal, especialmente as penas detentivas, antes de terem um efeito reeducativo sobre o delinquente determinam na maioria dos casos um consolidação da identidade desviante do condenado e o seu ingresso em uma verdadeira e própria carreira criminal (BARATTA, 2002, p. 90). Desse modo, a teoria da rotulação sintetiza que o retorno do indivíduo à atividade criminosa decorre de uma vil equação representada pela rejeição social e pela introjeção do rótulo que lhe fora atribuído por ocasião da condenação pelo desvio primário. A mácula impressa pela condenação é patente e perpétua, assim como os efeitos psicológicos que ela inflige. A construção de um novo caminho se torna mais complicado que outrora, pois na inserção na sociedade o desfecho já é conhecido. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 27 3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO As lixeiras sociais que são as delegacias e os depósitos de seres inservíveis em que se tornaram os presídios e penitenciárias, por muitos são ignoradas, e por outros são vistas como problemas alheios a sua rotina pacífica e ordeira de vida. GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988. Pois bem, a espantosa fábrica de criminosos que se tornou o sistema carcerário não apenas cria como também especializa o indivíduo na prática delituosa. A minoria daqueles que tentam voltar ao convívio social, por vontade própria ou porque possuem um suporte familiar, e mesmo contra todas as estatísticas de reincidência, são impossibilitados pela marca de ser ex-presidiário. Hoje se pode dizer que já avançaram muito as políticas de reinserção, de reinclusão do egresso ao mercado de trabalho. Mas o nível da interiorização pela pessoa atingida pelo etiquetamento legal e social é potencializado no período de clausura em locais inadequados e pelo convívio promíscuo e animalesco. Diante do exposto, o transbordamento da lixeira social ou o excesso de produção da fábrica de delinquentes não é um problema somente do alheio, é de cada um de nós. REFERÊNCIAS BARATTA, Alessandro. Criminologia crítica e crítica do direito penal: introdução à sociedade de direito penal. 3. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2002. BECCARIA, Cessare. Dos delitos e das penas. São Paulo: Hunter Books, 2012. BECKER, Howard. Outsiders: estudos de sociologia de desvio. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. 28 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PROFESSORAS: ANA MARIA MESSIAS BERNARDELI E Gilda Maria Grassi Luck 4.1 SÍNTESE DO FILME “O PODER ALÉM DA VIDA” Disciplina: Produção Acadêmica II Curso: Educação Física Gênero: Síntese Aluna: Rafaela do Amaral Budib Professora-orientadora: Ana Maria Messias Bernardelli O filme de longa metragem “O poder além da vida”, baseado no best-seller “A Lenda de um Guerreiro Pacífico”, dirigido por Victor Salva e Shalimar Reodica e estrelado dentre outros, por Scott Mechlowicz, Nick Nolte, Amy Smart, se classifica no gênero drama e possui nacionalidade americana, sendo estreado no ano de 2006. A história retrata um ato de superação física e mental diante das situações impostas pela vida. No núcleo principal está um grupo de ginastas populares que se destacam pelo porte físico, pela popularidade e também pelo sucesso conquistado com as mulheres. Dan Milmann é o personagem principal desse grupo de ginastas. Ele se destaca principalmente na prova de argolas e, dentre todos do grupo, é o que tem o ego mais alto e não hesita em realizar suas vontades, independente dos outros. Em uma noite, Dan sonha que sua perna se parte em pedaços. Ele visualiza neste sonho um homem usando sapatos de cores diferentes, o qual aparece juntando os “cacos” de sua perna. A partir deste sonho, Dan começa a acordar às três da manhã e se dirigir a um posto de gasolina, onde encontra um senhor de barba branca, cabelos grisalhos e de altura mediana. O que mais chama a atenção do personagem é que o senhor usava o mesmo par de sapatos com o qual aparecera em seu sonho. Dan acha a situação estranha e começa a questionar este homem, o qual ele denomina de Sócrates, por sua capacidade de filosofar sobre situações da vida e ter um estilo e pensamentos completamente diferentes dos de Dan. Impressionado com as capacidades que Sócrates possui, como conseguir pegar uma chave de fenda sem ao menos estar olhando para a mesma e também saltar para a parte de cima do posto de gasolina em segundos, Dan começa a seguir seus “mandamentos”, começando por evitar totalmente as incansáveis festas, mulheres e bebidas. O objetivo principal do atleta é conseguir se classificar para as Olimpíadas, obtendo atitudes impulsivas e imediatistas para atingir seus objetivos, já o seu mentor é conseguir prepará-lo para viver VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 29 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA sabiamente. Assim, entre suas desavenças de pensamentos, um dia Dan se revolta por não estar conseguindo ter retorno do seu treinamento e sai em alta velocidade com sua moto, ultrapassando os veículos de maneira irresponsável, sofre um terrível acidente, fratura sua perna em 17 partes, o que resulta na colocação de uma placa de metal, a única maneira de conseguir dar suporte à perna e voltar a andar. Após o acidente, Dan passa por um tempo de reclusão, revolta e isolamento. A partir deste momento, Dan consegue se ver à beira de um abismo, e começa uma discussão entre seus sentimentos e atitudes, como se fossem as suas partes egocêntricas e conscientes, seu “eu” brigando internamente, entrando em conflito e ao mesmo tempo conseguindo evoluir gradativamente, alcançando acima de tudo um equilíbrio entre a parte consciente e seu superego. A partir deste momento Dan consegue deixar de lado a sua parte imediatista, que tanto o prejudicava. Percebe que ele depende apenas dele mesmo. Surge assim uma pessoa determinada que assume suas dificuldades e limitações. Com o auxílio direto de seu mentor, Dan começa a retomar suas atividades – corridas, natação – e foca em seu treinamento para conseguir se movimentar e retomar seus treinos nas argolas, porém de uma maneira muito diferente; procura focar de tal maneira que percebe seus músculos sendo trabalhados detalhadamente. Seu mentor continua com seus ensinamentos até conseguir passar a lição de que a vida de um verdadeiro atleta não deve estar baseada em apenas medalhas, precisa ir muito além disso. 30 Com a ajuda e os ensinamentos de seu mentor, Dan se sente confiante novamente e consegue voltar a fazer movimentos nas argolas. Dan procura seu técnico e pede para voltar aos treinos, mas, para sua decepção, o técnico não o aceita nem lhe dá a oportunidade de mostrar que ele ainda era capaz de realizar os movimentos. Um dia, inesperadamente, aparece no ginásio para mostrar do que é capaz e surpreende a todos com a perfeição dos movimentos, apesar do acidente. O técnico se convence e permite que ele continue na disputa pela vaga nas Olimpíadas. Chega o dia das apresentações. Dan vai ao posto em busca de seu mentor e, para sua surpresa, encontra o posto vazio e um funcionário desconhecido, sem vestígios de que um dia “Sócrates” teria trabalhado ali. Segue com os demais atletas para o centro esportivo e inicia o seu aquecimento. Antes de se apresentar, Dan tem uma conversa com seu técnico e também com um amigo, o qual pergunta o segredo para ele ter conseguido retomar e de uma forma muito diferente. Dan responde que o segredo é esvaziar a mente, e parte para a sua apresentação. A última cena do filme retrata perfeitamente a mensagem subliminar de outras cenas. Focando-se em sua apresentação nas argolas, e ouvindo apenas os barulhos das mesmas, como se não tivesse nada mais em sua mente, confirmando assim a concentração conseguida por meio do treinamento mental, finalizando assim toda essa história de superação espiritual e mudança de valores na vida, conquistadas também pelo amor ao esporte. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA REFERÊNCIA Poder além da vida. Título original: Peaceful Warrior. País de origem: Alemanha/EUA. Gênero: drama. Estúdio/Distrib.: Focus Filmes. Direção: Victor Salva. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 31 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA 4.2 RESUMO INFORMATIVO: A MEDIDA DE DOBRAS CUTÂNEAS Disciplina: Produção Acadêmica II Curso: Educação Física Gênero: Resumo informativo Aluno: Caio Pelatieri Goulart Professora-orientadora: Ana Maria Messias Bernardelli A obesidade é considerada uma epidemia global, constituindo-se em uns dos fatores de risco mais significativos para as doenças cardiovasculares, pressão arterial, dislipidemias, entre outras. Assim, sua identificação precoce é importante para que seja possível a adoção de medidas para o seu controle. A detecção da obesidade é feita por meio da avaliação da composição corporal, que busca identificar valores anormais e assim adotar medidas para controle do percentual de gordura. O objetivo da pesquisa foi correlacionar as medidas da composição corporal obtidas por ultrassom e pelo plicômetro. O estudo foi transversal, avaliando 68 homens militares do Exército Brasileiro, utilizando medidas de sete pontos para ambos os equipamentos. Os equipamentos utilizados foram: um adipômetro cientifico da marca Cescorf, uma balança digital da marca Wiso W 180, um estadiômetro da marca WCS Woody Compact e o ultrassom BX2000, da marca Body Metrix – IntelaMetrix, acoplado em um microcomputador Pentium 4,3.4 GHz, com 2 Gb de memória RAM. 32 Utilizou-se para o cálculo da densidade corporal a equação de Jacson e Pollock, para a estimativa do porcentual gordura a equação de Siri e o teste de Kolmogorov-Sminov. O resultado mostra que a densidade corporal definida pelo ultrassom apresenta baixa correlação com relação aos resultados obtidos pelo plicômetro, apontando uma imprecisão do equipamento. Assim, sugere-se o desenvolvimento de novas pesquisas e avaliações para melhorar o desenvolvimento ou a modificação do software para que o mesmo também possa levar em consideração as diferenças étnicas dos vários grupos de compõem uma população como a do Brasil. REFERÊNCIA MACHADO, Alexandre. Correlação entre os métodos de ultrassom e dobras cutâneas para avaliação da gordura corporal. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd134/a-medida-dedobras-cutaneas.htm>. Acesso em: mar. 2013. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA 4.3 RELATÓRIO: OS EFEITOS DA GINÁSTICA LABORAL SOBRE AS HABILIDADES BÁSICAS DE FUNCIONÁRIOS DE SETORES ADMINISTRATIVOS Disciplina: Produção Acadêmica I Curso: Educação Física Gênero: Relatório Aluno: Caio Pelatieri Goulart Professora-orientadora: Ana Maria Messias Bernardelli Este relatório foi solicitado pela professora Ana Maria Messias Bernardelli, como forma de avaliação de segundo bimestre do segundo período na disciplina de Produção Acadêmica II, do curso de Educação Física, nos meses de julho a setembro de 2012 como pré-requisito para aprovação na disciplina da Faculdade Dom Bosco. O objetivo é identificar os efeitos da Ginástica Laboral sobre as habilidades básicas de funcionários de setores administrativos. A fonte teórica principal é o artigo “Ginástica laboral”, de Stela Paula Mezzomo, Andressa Ribeiro Contreira e Sara Teresinha Corazza. Para pesquisa de campo, envolveram-se trabalhadores de setores administrativos de três empresas do setor administrativo em Santa Maria-RS e o conflito/ problema são as doenças do trabalho. A ginástica laboral objetiva promover adaptações fisiológicas, físicas e psíquicas por meio de exercícios dirigidos e adequados para o ambiente de trabalho. Além disso, corrobora a promoção do bem-estar geral, a melhora da postura e da resistência à fadiga central periférica. Para as empresas, os principais objetivos levam à diminuição dos acidentes de trabalho, à redução do absenteísmo, à melhora na qualidade total, à prevenção e reabilitação das doenças ocupacionais (tendinites e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho – Dorts) (LIMA, 2003; MENDES & LEITE, 2004). As habilidades básicas, como coordenação motora, equilíbrio e tempo de reação, são necessárias a uma boa qualidade de vida, pois para a realização bem-sucedida de qualquer ato motor, é importante o envolvimento de elementos que estão subjacentes ao sucesso na realização da tarefa. Entre as habilidades importantes para a execução de movimentos harmoniosos, encontram-se a coordenação motora fina e o tempo de reação. A coordenação motora fina é conhecida como movimentos neuromusculares VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 33 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA coordenados, integrando movimentos habilidosos de olhos, braços, mãos e dedos em um movimento preciso, fino. Trata-se de uma atividade de movimento especialmente pequena, que requer emprego de força mínima, mas de grande precisão e velocidade, ou ambos, sendo executada pelas mãos e pelos dedos, às vezes também pelos pés. Já o tempo de reação é definido como o intervalo de tempo entre o início do estímulo e o começo da resposta voluntária (MAGILL, 1989). Ao se considerar o ambiente de trabalho, neste caso, setores administrativos, percebe-se que a maioria das tarefas realizadas exige coordenação motora, principalmente a coordenação motora fina nas tarefas como digitar, manusear ou arquivar documentos, realizando o indivíduo, assim, uma constante contração isométrica, principalmente na musculatura dos membros superiores, daí a importância de ser avaliada essa variável. Já o tempo de reação é solicitado em tarefas que exigem concentração, atenção e uma boa velocidade comportamental. Acredita-se que bons resultados nessa variável contribuam para um melhor desempenho em atividades de lazer e do dia a dia. A partir das considerações sobre a ginástica laboral e as variáveis citadas anteriormente, e na ausência de estudos contemplando a avaliação destas variáveis em conjunto, o presente estudo objetivou verificar o efeito da ginástica laboral nas habilidades básicas “tempo de reação” e “coordenação motora fina”, de funcionários de setores administrativos. Participaram do estudo 23 trabalhadores, de ambos os 34 sexos, com idades entre 21 e 58 anos (média: 38 ± 12,4 anos), sendo funcionários de setores administrativos de dois escritórios e de uma imobiliária da cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Foram excluídos do estudo indivíduos com frequência inferior a 75% das aulas de ginástica laboral e presença de lesão ocorrida durante o período do programa, dentro ou fora da empresa, sendo estes identificados por meio de uma anamnese. Os participantes foram submetidos ao programa de ginástica laboral duas vezes na semana durante 12 semanas. As aulas de ginástica laboral tiveram duração de 15 minutos, constando de exercícios específicos para coordenação motora fina e tempo de reação, além de atividades recreativas, exercícios de alongamento e relaxamento realizados individualmente, em duplas ou grupos. A coordenação motora fina foi avaliada por intermédio do Painel de Habilidades Motoras (ANDRETOTTI & OKUMA, 1999). O tempo de reação foi avaliado por meio dos testes de Tempo de Reação Simples (TRS) e o Tempo de Reação de Escolha (TRE) (CORAZZA, PEREIRA & DIAS, 2007) por meio de um software com estímulo visual. A avaliação das habilidades básicas foi realizada antes da participação na primeira aula de ginástica laboral e o pós-teste foi realizado após 12 semanas de ginástica laboral, em ambiente adequado, iluminado e sob as mesmas condições em ambos os momentos da pesquisa. Em termos de desempenho, as variáveis “coordenação motora fina” e “tempo de reação” são melhores quanto menores os resultados apresentados pelo indivíduo em relação à tarefa. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA O estudo mostra que foi encontrada diferença estatisticamente significativa na coordenação motora fina (p = 0,000) dos participantes após a participação no programa de ginástica laboral no período de 12 semanas, evidenciando a efetividade dessa prática para a melhora dos elementos motores. Em relação às variáveis tempo de reação simples e de escolha, apesar de terem apresentado melhores resultados após o programa (observando-se as médias), estes não foram significativos estatisticamente. Grande parte dos estudos feitos com ginástica laboral tem seu enfoque nos aspectos físicos, na qualidade de vida e na presença de desconfortos causados pela prática repetitiva durante a jornada de trabalho. Esses trabalhos têm demonstrado a importância dessa prática associada a diversos benefícios para a saúde do trabalhador, tais como melhoras posturais, diminuição das algias, prevenção de doenças ocupacionais, evolução nos aspectos físicos e psíquicos, bem como ganhos no relacionamento interpessoal. O presente estudo traz sua contribuição ao constatar também a importância da prática da ginástica laboral para as capacidades motoras (habilidades motoras básicas), evidenciando que a melhora dessas capacidades é essencial para a realização de movimentos harmoniosos e precisos no trabalho e nas demais atividades cotidianas, refletindo-se nas condições de saúde e qualidade de vida. REFERÊNCIA MEZZOMO, Stela Paula; CONTREIRA, Andressa Ribeiro; CORAZZA, Sara Teresinha. Ginástica laboral. Disponível em: <www.revista_ciencias_ saude/article/.../1115/85>. Acesso em: 12 abr. 2013. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 35 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA 4.4 RESENHA DESCRITIVA: LESÕES NA GINÁSTICA ARTÍSTICA Disciplina: Produção Acadêmica III Curso: Educação Física Gênero: Resenha descritiva Aluna: Anne Krelling1 Professora-orientadora: Ana Maria Messias Bernardelli Esta resenha analisa o texto “Lesões na ginástica artística”, escrito por Myrian Nunomura. A autora comenta que em época de Olimpíadas a Ginástica Artística é algo que chama atenção dos telespectadores no mundo todo, até mesmo daqueles que não acompanham esse esporte no dia a dia. Mas o charme e a beleza da ginástica não são suficientes para que as atletas escapem do risco de lesões. As próprias atividades do cotidiano podem oferecer esse risco de lesão, e na ginástica não é diferente, já que as atletas desafiam a gravidade constantemente. É de extrema importância que o educador físico saiba exatamente o que ocorre com seu aluno e como trabalhar com ele frente a uma lesão e à prevenção da mesma. A autora Myrian Nunomura é uma profissional da área que realiza estudos sobre ginástica com o intuito de passar um conhecimento adequado para os interessados. Apresenta medidas preventivas para amenizar e diminuir lesões de algumas atletas. A pesquisadora em questão publica um tema interessante e, apesar possuir um grande número de artigos publicados em seu currículo da área, o artigo de revisão de literatura poderia ser diferente. O tema sugere uma pesquisa mais profunda, com testes realizados, podendo até utilizar questionários já validados fazendo, por exemplo, um acompanhamento dessas atletas durante um ciclo de treinamento para uma competição. Os resultados poderiam ser confrontados com a literatura, provando referências melhores para colocar em prática no treinamento de atletas. Entende-se que no país a área de pesquisa ainda está engatinhando, e se precisa investir mais nessa área, só se tem a lucrar. Esse artigo, aplicado de forma diferente, além de questionários e avaliações realizadas, poderia apresentar um diferencial à pesquisa e apresentar um avaliador cego para dar maior confiabilidade ao trabalho. 1 Acadêmica do curso de Educação Física da Faculdade Dom Bosco. 36 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA REFERÊNCIA NUNOMURA, Myrian. Lesões na ginástica artística. Disponível em: <htttp://rbceonline.org. br/revista/index.php/RBCE/article/view/770>. Acesso em: 20 jun. 2013. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 37 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA 4.5 ARTIGO DE REVISÃO: LESÕES PRÉ- DESPORTIVAS NO JUDÔ Disciplina: Produção Acadêmica IV Curso: Educação Física Gênero: Artigo de revisão Aluno: Márcio Jonas Oliveira Vieira1 Professora-orientadora: Ana Maria Messias Bernardelli RESUMO: O judô é uma arte marcial criada em 1882 por Jigoro Kano, é um esporte que une a técnica às bases filosóficas de seu país de origem. Pesquisas o apontam como um dos esportes que apresenta o maior número de lesões, tendo fatores como idade, tempo de prática, treinamento e descanso relacionados como principais causas das lesões. O conhecimento, por parte do atleta, da modalidade esportiva de judô das principais lesões desportivas, bem como a grande ocorrência nas competições e a profilaxia são importantes para antecipar-se à sua ocorrência ou, se pré-adquirida, atentar de forma eficaz para a uma recuperação definitiva. Este artigo de revisão bibliográfica e pesquisa de literatura científica especializada tem como objetivo a descrição as principais lesões desportivas do judô. Este esporte requer do atleta uma disciplina intensa de treinamento com dedicação total para aquisição da técnica e da tática, o que demanda horas intensas de treinamento. A computação do grande número de lesões deve-se à crescente prática e procura desse esporte. As lesões desportivas interferem no rendimento do atleta, do técnico e do clube, gerando prejuízos financeiros e interrupção de planilhas de treinamento. Foram identificadas que as lesões mais frequentes foram entorses, luxações e fraturas, acometendo as articulações do joelho, ombro e dedos de mãos e pés, sendo o fator idade na prática da modalidade determinante, pois gera experiência, minimizando a ocorrência, e os membros superiores mais acometidos, devido às pegadas, que é um fator determinante para finalizar a técnica no adversário buscando pontuar. Palavras-chave: Judô. Lesão. Rendimento. Performance. 1 INTRODUÇÃO A arte marcial esportiva judô foi criada no Japão em 1882 pelo professor de Educação Física Jigoro Kano, como forma de defesa e para desenvolver aspecto físico, espiritual e a mente do praticante, sendo de grande valor na formação do indivíduo. Chegou ao Brasil em 1922, no período da imigração japonesa, com seus mestres japoneses. O judô une as técnicas do jiu-jitsu com outras artes orientais. Esta 1 Acadêmico do curso de Educação Física da Faculdade Dom Bosco. 38 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA modalidade marcial tem se destacado no cenário esportivo mundial, como foi comprovado nas Olimpíadas de 2012, com participação importante do Brasil com sua equipe. A atuação do esporte paraolímpico também teve uma representação expressiva, que foi iniciado a partir dos Jogos Paraolímpicos de Atenas 2004. A divulgação pela mídia fez com que um maior número de pessoas com deficiência procurasse o esporte como forma de atividade física recreativa ou competitiva. Esses atletas também geraram um aumento no número de lesões esportivas, segundo (HAMER, 1999), conforme será apresentado a seguir. O judô é um esporte individual, porém a pontuação pode ser também computada por equipes, e segundo Carazzato (1995), para o técnico e o atleta. O prévio conhecimento das lesões mais frequentes e suas causas são importantes para o planejamento das atividades e para a prevenção das mesmas. As lesões são o resultado de uma complexa interação de fatores de risco contribuindo para o resultado e desempenho, pois quanto maior o nível do atleta, maior a possibilidade de sua ocorrência por fatores de risco intrínsecos, como a idade na prática do esporte, o sexo, a condição física, a alimentação. Também o desenvolvimento motor e os fatores psicológicos associados às lesões agudas estão mais relacionadas a fatores extrínsecos, decorrentes de overuse, lesão que ocorre devido a uma sobrecarga mecânica de baixa intensidade, atingindo determinada estrutura do aparelho locomotor. A associação dos dois fatores são estes: risco em potencial para as lesões, pelo esforço do atleta em busca de resultados, sem a observação da relação esforço-pausa e podem desgastar o aparelho locomotor, sendo o peso, fator de risco potencial das lesões, e o autor cita essa modalidade esportiva juntamente com o voleibol como a que mais causa lesões. As lesões geram para o atleta, prejuízos físicos e psíquicos e ocasionam prejuízos financeiros para o clube, para os dirigentes esportivos e impossibilitam o técnico de manter sua prescrição e treinamento (AMORIM et. al., 1989). O objetivo deste artigo de revisão bibliográfica é a nomeação e a descrição das principais lesões decorrentes da pratica da modalidade esportiva de judô, os fatores principais de suas causas e os prejuízos decorrentes para o atleta, para o técnico, para o clube e para os dirigentes esportivos. 2 CARACTERÍSTICAS DO JUDÔ O judô é uma arte marcial com a característica que une a técnica e as bases filosóficas, e segundo estudos é a arte marcial que mais apresenta a ocorrência de lesões. A adesão à prática da arte ocorre principalmente nas idades púberes e pré-púberes, sendo a mídia fator impulssionante da divulgação e as conquistas olímpicas de Aurélio Miguel e Rogério Sampaio nas participações internacionais, segundo Fraga (2002). Para a prática do judô é necessário um conhecimento técnico significativo em termos de performance. O judoca necessita de automatização do movimento, que, segundo Santos et al. (2001), ocorre somente após um treinamento sistemático de vários anos consecutivos, englobando vários fatores, que incluem a preparação física, técnica e tática, e a preparação psicológica, dentre outras. Segundo Caine et al. (1996), citados por Franchini VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 39 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA e Del Vecchio (2008), lesão desportiva é toda a condição ou sintoma que implicou empelo menos uma das seguintes consequências e que tenha ocorrido como resultado da participação da atividade desportiva. Esses atletas geralmente já treinam e competem lesionados, mesmo com limitações na amplitude de movimento e força, prejudicando o desempenho competitivo, segundo SOUZA et al. (2006) citado por Franchini e Del Vechio (2008). Tenha sido motivo direto para interromper a atividade desportiva (treinos e competições) durante pelo menos 24 horas; se a condição ou sintoma não motivou a interrupção total da atividade desportiva, mas foi determinante para alterar a sua atividade quer em termos quantitativos (menor número de horas de prática, menor intensidade dos exercícios/ esforços físicos) quer em termos qualitativos (alteração dos exercícios ou movimentos realizados). Um elevado percentual de gordura corporal, perda de força de membros superiores reduzida e baixa flexibilidade aumentam os riscos dos atletas de se lesionarem, segundo Domingues et al. (2005), citados por Franchini e Del Vechio (2008). O que é certo, para técnicos, treinadores e atletas, é que as lesões desportivas são variáveis de relevância ímpar no processo de treinamento desportivo. Quando já existentes, influenciam os métodos e meios de treinamento, assim como a seleção de exercícios e a dinâmica empregada na intensidade dos estímulos, e quando adquiridas na situação prática ocasionam limitações físicas e psicológicas. Por outro lado, quando adquiridas na situação prática, ocasionam limitações físicas e psicológicas em curto, médio e longo prazo. (DEL VECHIO, 2006, p. 166-171). Franchini e Del Vechio (2008) citam que na modalidade de judô é elevado o número de atletas de alto nível que se lesiona, e esse fato ocorre sempre após eventos como campeonatos mundiais e olímpicos, culminando com cirurgias para agravos pré-existentes. As lesões podem ocorrer nas fases de treinamento e competição, sendo mais agravada no período competitivo. 40 Estudos de Lima e Nogueira (1998), citados por Santos et al. (2001), diagnosticaram que a maior incidência de lesões é entre judocas iniciantes, entre um até dois anos de prática. Uma lesão específica do judô com grande ocorrência é a verificada nos movimentos de rotações exagerados sobre um dos pés e com as paradas bruscas, gerando, nesse sentido, lesões nas articulações dos joelhos, segundo Oka e Raschka C. (1999), mas podem ocorrer também no tornozelo e no cotovelo, denominada de osteodistrofia de cotovelos (deformações dos ossos) e junção de dedos. O judô é um esporte de contato, e devido ao uso frequente dos membros superiores por meio da pegada os mecanismos que sofrem a lesão localizados no plano osteoarticular (ossos envolvidos com as articulações e seus compostos: cartilagem hialina, cápsula articular, ligamentos tendões e outros tecidos que fazem parte da articulação), gerando torções e trauma direto durante a prática são os polegares, sofrendo as subluxações e nas articulações metacarpofalângeas, ocorrem as hiperabduções, sendo a baixa flexibilidade o fator de risco, conforme Bahri (2001), citado por Franchini e Del Vechio (2008). VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA De acordo com Almeida (1991), citado por Santos et al. (2001), são dois os fatores de risco para a ocorrência de lesões. Os fatores intrínsecos, que são aqueles relacionados à idade do praticante, sexo, condição física, desenvolvimento motor, alimentação e fatores psicológicos. Os fatores extrínsecos são os relacionados à especificidade técnica da modalidade, ao tipo de equipamento usado, à organização do treino e da competição, a cargas do treino e da competição e às condições climáticas, que são fatores em potencial para as lesões. Neste fator, as lesões agudas como entorses, luxações e fraturas são causadas por traumas repetitivos, sendo consideradas as mais comuns no esporte. Podem, segundo a gravidade, atingir os planos dérmicos, que são os mais superficiais da pele, o ósseo e o articular. Segundo Birrer (1996), citado por Franchini e Del Vechio (2008), a falta de uso de equipamentos de proteção, as atividades não supervisionadas e o contato excessivo são elementos determinantes nas lesões, bem como a escassez de conhecimentos de primeiros socorros para intervenção imediata. Segundo Caine (1996); Moreira (2003); Requa (1996), citados por Daniel et al. (2005), as lesões se classificam para etiologia e diagnósticos em (a) leve: são as que não afastam o judoca do treinamento; (b) moderado: as que resultam em um afastamento de treino ou competição e (c) grave: a que resulta em afastamento maior que um dia de treino ou competição. Meneses (1993), citado por Santos et al. (2001), classifica no judô as lesões em típicas e atípicas. Lesões típicas representam aquelas mais frequentes na prática esportiva, ou seja, as mais comuns em cada modalidade esportiva, incidindo de forma muito superior em relação às atípicas, ocorrendo tanto na fase de treinamento quanto na fase de competição. Já as lesões atípicas são acidentais, isto é, não são comuns a determinada modalidade esportiva, ocorrendo de forma rara no esporte. A relação de ocorrências de lesões específicas por horas de atividades na prática do judô colocam o desporto como pertencente ao grupo de alto risco com ocorrência de 18,3 lesões por 1000 horas de atividades segundo Parkkari et al. (2004). 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo de revisão bibliográfica e de artigos científicos on-line demonstrou que a iniciação da prática do judô por parte de jovens e adolescentes é crescente e os meios de comunicação impulsionam essa procura, porém este esporte figura como um grande provocador de lesões, sendo apontado como um provocador de alto índice dessa ocorrência. O conhecimento das técnicas e táticas empregadas, a preparação física e o desenvolvimento motor garantem a performance e o rendimento esportivo, porém o grande número de competições forçam o atleta a atuar muitas vezes já lesionado, agravando o quadro e interrompendo o programa de treinamento, gerando prejuízos para o atleta e clube. O conhecimento prévio das lesões mais comuns como os entorses, as luxações e as fraturas, o tempo de reação para a antecipação a ação motora que as causa, a observação da relação esforço-pausa e a alimentação são fatores que atuam para evitar a ocorrência das lesões. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 41 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA REFERÊNCIAS ALMEIDA, J. P. P. de. Programa de prevenção de lesões no desporto. Treino Desportivo, 19, p. 38-42, mar.1991. AMORIN, J.; MORAIS, N.; OLIVEIRA, R.; MAMEDE, R. P. Lesões dos tecidos moles: perspectiva para treinadores. Treino Desportivo. Lisboa, p. 11, 47-54, mar. 1989. BARSOTTINI, Daniel; GUIMARÃES, Anderson Eduardo; MORAIS, Paulo Renato de. Relação entre técnicas e lesões em praticantes de judô, 2005. MENESES, C. J. S.(1993). O esporte e suas lesões. Rio de Janeiro: Palestra. MOREIRA, P. G.; OLIVEIRA, C. D. Prevalência de lesões na temporada 2002 da Seleção Brasileira Masculina de Basquete. Rev. Bras. Med. Esporte, 2003, p. 9:258-62. SANTOS, Saray Giovana dos; DUARTE, Maria de Fátima da Silva; GALLI, Mauro Luciano. Estudo de algumas variáveis físicas como fatores de influência nas lesões em judocas. Physical Variables Affecting Judo Injuries, 2011. BOSCOLO, DEL VECHIO, F. B, Del Vechio. As lesões desportivas em foco na Educação Física. Movimento & Percepção, 2006, v. 6, n. 9, p. 166-171. CARAZZATO, JG et al. Equipe médica do comitê olímpico brasileiro: atendimento médico desportivo nos jogos pan-americanos. Mar Del Plata ,1995. Rev Bras Med Esporte, 1995; 1:69-79. DOMINGUES, S. P. T. et al. Implicações do nível de aptidão física na gênese de lesões desportivas. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desenvolvimento Humano, 2005, v.7 n. 2, p. 29-35. FRAGA, LAC. Presença de atitudes escolióticas em meninos judocas e não judocas. Dissertação de Mestrado em Ciências do Movimento Humano. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Educação Física, 2002. FRANCHINI, Emerson; BOSCOLO, Fabrício Del Vecchio. Preparação física para atletas de judô. Phorte, 2008. LIMA, A. G. T.; NOGUEIRA, J. I. C.; ROCHA, V. M. Incidência de lesões em judocas amadores (Resumo). Anais do 6º Congresso de Educação Física de Países da Língua Portuguesa. La Corunã, 1998. 42 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA 4.6 RESENHA DESCRITIVA: “O VERDADEIRO, O BELO E O BOM: OS PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA UMA NOVA EDUCAÇÃO” Disciplina: Produção Acadêmica III Curso: Educação Física Gênero: Resenha descritiva Aluno: Alan Leandro Vieira Professora-orientadora: Gilda Maria Grassi Luck A resenha a seguir é resultado do livro “O verdadeiro, o belo e o bom, os princípios básicos para uma nova educação”, de Howard Gardner. Howard Gardner é professor-adjunto de Neurologia na Boston School of Medicine e de Psicologia na Harvard University. Teve o privilégio de ser o primeiro americano a receber o importante Prêmio Grawemeyer em Educação. Gardner é reconhecido como autor da teoria das Inteligências Múltiplas, em que defende a tese de que o ser humano apresenta no mínimo oito formas próprias de inteligências. No livro “O verdadeiro, o belo e o bom”, Gardner estabelece elos entre os três adjetivos do título, subjetivando-os como a base ideológica e filosófica dos processos educativos que vão nortear o desenvolvimento das futuras gerações. Passam a contar como os três eixos que contribuirão para a compreensão do educando como um ser único, com habilidades, talentos e inteligências próprias e específicas que necessitam ser acessados e desenvolvidos pela educação, que apresenta como esteio a verdade, a beleza e a moralidade. “O verdadeiro, o belo e o bom” defende a tese de que o sucesso de uma nação será determinada pela qualidade apresentada pelo seu sistema educacional. O autor desenvolve sua convicção, definindo os quesitos básicos que vão reconhecer o perfil de uma educação de qualidade em qualquer lugar de nosso planeta. O trabalho é resultado de três décadas de dedicação ao magistério superior e pesquisas. Tanto na área das ciências biológicas como das ciências da cognição. Sua conclusão é que a verdadeira educação é aquela norteada pelos eixos referendados acima: da verdade, da beleza e da moralidade. Estabelecendo uma prática do exercício do domínio da verdade, o autor nos apresenta exemplos como o da teoria da evolução, de Darwin. Ele convoca os cientistas contemporâneos à reflexão e análise dos homens de ciências que seguiram Darwin, chegando à conclusão de que os processos de compreensão VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 43 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA da variação, seleção natural e adaptação que determinam o entendimento das noções de espécie são de suma importância para entendermos o mundo que vivemos e quem somos. Isto porque simplesmente não estamos na terra, nós somos parte integrante dela. REFERÊNCIA GARDNER, Howard. O verdadeiro, o belo e o bom: os princípios básicos para uma nova educação. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999. É com a ópera “As Bodas de Fígaro”, de Mozart, que Gardner apresenta a beleza. Mozart é reconhecido como um gênio musical de uma criação e linguagem artística extremamente complexa. Os personagens que fazem parte de seu contexto criativo são pessoas com significativas experiências de vida e regidas por marcantes processos emocionais. Quanto à moralidade, o foco é o Holocausto, o grande genocídio da 2ª. Guerra Mundial que eliminou grande número de judeus pela linha ideológica nazista. Como o próprio autor argumenta, essas são três abordagens entre inúmeras que poderiam ser escolhidas. Sua grande questão é a finalidade dos processos educativos. Seu propósito é estabelecer discussões que possibilitarão um projeto de educação comprometido não só com a base instrumental, a base tecnológica e a base científica conceitual do currículo mas, sobretudo com a base filosófica. Assim, propicia o desenvolvimento de seres humanos que compreendam o mundo e que sejam capazes de realizar ações inteligentes, transformando todo o contexto, resultando num mundo melhor. 44 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA 4.7 ARTIGO DE REVISÃO: OS BENEFÍCIOS E TÉCNICAS DO STEP TRAINING NAS ACADEMIAS Disciplina: Produção Acadêmica IV Curso: Educação Física Gênero: Artigo de revisão Aluno: Murilo Cândido Alves Simão1 Professora-orientadora: Gilda Maria Grassi Luck RESUMO: O objetivo deste estudo foi saber sobre como a ex-ginasta e, na época, professora de ginástica aeróbica Gin Miller teve a ideia de modificar as orientações de seu fisioterapeuta após uma lesão nos ligamentos do joelho. Ele indicou subir e descer de um banquinho de 30 cm e adaptar as subidas e descidas com movimentos de suas aulas de ginástica aeróbica. A plataforma deve ter aproximadamente 100 cm de comprimento por 40 cm de largura e as alturas variando de 10 a 30 cm, de acordo com o avanço da aula e das alunas(os), JUCÁ (2004). A ideia deu certo e 3 anos depois a empresa Reebok comprou a ideia de Gin Miller e criou oficialmente o step. Surgiu nos Estados Unidos e teve ótima aceitação de alunos, por fortalecer os músculos das pernas e dos braços, e ser uma ótima atividade cardiovascular. O estudo também mostra maneiras de como orientar os alunos e até mesmo professores sobre as técnicas das aulas de Step Training nas academias, junto com os benefícios que ela pode trazer para a forma física, como a redução do peso e da gordura corporal, o desenvolvimento da coordenação motora, mostrar a altura correta da plataforma de step e a postura que se deve fazer as aulas para evitar lesões futuras, e vários outros benefícios que a modalidade traz se for praticada regularmente e sempre com a ajuda de um profissional capacitado a poder orientar sobre os movimentos corretos. Palavras-chave: Benefícios e técnicas. Step training. Academias. Step training nas academias. 1 INTRODUÇÃO O step training é uma das modalidades mais procuradas nas academias, devido a sua melhora na forma física, a ajuda na perda de peso e gordura corporal, a desenvolver a coordenação motora e vários outros benefícios à saúde. É uma modalidade cheia de ritmo e energia. 1 Acadêmico do Curso de Educação Física da Faculdade Dom Bosco. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 45 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA Assim como a ginástica aeróbica e muitas outras disciplinas de fitness, o step training teve origem nos Estados Unidos. Depois de uma lesão nos ligamentos do joelho, a ex-ginasta e professora de aeróbica Gin Miller foi obrigada a seguir um programa de fisioterapia e reforço dos membros inferiores que consistia em subir e descer escadas. Gin pensou em adaptar estes movimentos as suas aulas de aeróbica. Posteriormente, a empresa Reebok pegou o trabalho de Gin Miller e desenvolveu a plataforma semelhante a um degrau. A aula consiste em subidas e descidas, pulos e giros e na combinação de todos esses movimentos, montando assim uma coreografia em cima e ao redor da plataforma. De acordo com JUCÁ (2004), a plataforma deve ter aproximadamente 100 cm de comprimento por 40 cm de largura e alturas variando de 10 a 30 cm, de acordo com o avanço da aula e das alunas(os). O gasto calórico e a intensidade podem ser elevados, segundo Malta (1994), Amantéa (2003) e Jucá (2004), aumentando seu tempo de aula, altura da plataforma, amplitude dos movimentos, velocidade da música, combinações de movimentos de braços, e elevando a complexidade dos passos utilizados nas coreografias sobre a plataforma. 2 HISTÓRIA DO STEP TRAINING A professora Gin Miller, após sofrer uma lesão, foi recomendada ao seu fisioterapeuta a ficar subindo e descendo num banquinho de madeira, com 30 cm de altura, com a finalidade de reforçar os músculos 46 da coxa. Depois de um tempo, Miller usou a sua criatividade e começou a conjugar movimentos de braços e pernas e assim foram surgindo coreografias. A ideia de Miller deu certo e, após três anos, a empresa esportiva Reebok aperfeiçoou e lançou no mercado a plataforma de step training. Trata-se de uma reinvenção de banco sueco, que anteriormente colocava em risco a segurança articular dos membros inferiores e da coluna vertebral. Nos Estados Unidos, o lançamento do step training gerou uma ótima aceitação do público frequentador de academias, por ser uma excelente atividade cardiovascular e que também fortalece os músculos das pernas e dos braços, desenvolve a coordenação motora, os reflexos, além de emagrecer e ajudar na queima de gordura corporal localizada. Pode-se afirmar que a prática de atividades aeróbicas localizadas, como o step training, em academias é um dos acontecimentos mais significativos desde o surgimento da ginástica aeróbica de baixo impacto. Com mais de dez anos de criação, o Colégio Americano de Medicina do Esporte já tem fatos e dados suficientes para dizer que o step training é uma das atividades que oferece menos risco de contusões mais graves, ficando restritas às dores musculares nas coxas e na panturrilha. 2.1 TÉCNICAS DO STEP TRAINING Pratica-se o step training subindo e descendo da plataforma e executando movimentos de braços junto aos da perna. À medida que o praticante vai VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ganhando resistência física, o professor adiciona coreografias e ritmos mais acelerados e complexos. Segundo especialistas, a grande vantagem do step training reside no fato de poder manter o ritmo cardíaco elevado, com exercícios de elevada intensidade, sem riscos de traumatismo por repetição do impacto ao solo, uma vez que, ao contrário da aeróbica de alto impacto ao solo, não são executadas séries de saltos repetitivos de alto impacto sobre a articulação dos joelhos e tornozelos. No entanto, a prática incorreta do step training pode causar riscos. 2.2 MOVIMENTOS CORRETOS NA EXECUÇÃO DA AULA Para que a aula de step training não cause lesões ou acidentes, é preciso seguir algumas recomendações como: • Manter sempre os joelhos fletidos, o que amortece o impacto na plataforma; • Não esticar os joelhos com violência; • Pisar sempre com os pés inteiros na plataforma, e de um modo que fiquem inteiros sobre ela; • Na descida, tocar primeiro com a ponta do pé; • Não praticar nenhuma coreografia que faça com que o praticante desça de costas para a plataforma, pois isso aumenta o impacto em 25%; • Manter uma distância curta entre a plataforma e o primeiro apoio; • Os joelhos não podem ficar flexionados além de noventa graus ao subir na plataforma. 2.3 PARA UMA AULA SEGURA Para ter uma aula segura, evite movimentos de giro para iniciantes ou alunos sem prática regular. A altura da plataforma deve ser de acordo com o nível de experiência do praticante. Para fazer movimentos de braço, espere até que o praticante tenha o domínio dos membros inferiores. 2.4 ALINHAMENTO POSTURAL Ao subir na plataforma, mantenha o alinhamento postural, mantendo a cabeça e ombros para trás, a pélvis em posição neutra (encaixada), os joelhos relaxados, o abdômen e glúteos contraídos. Não incline para frente o tronco, mas suba como se tivesse uma linha reta em direção ao teto. Evite a hiperextensão dos joelhos e da coluna. 2.5 CARACTERÍSTICAS DA PLATAFORMA DE STEP TRAINING A plataforma usada para a prática do step training é portátil, feita de plástico injetado ou madeira, podendo ter sua altura ajustada de acordo com o nível do praticante. As alturas podem ser de 4 inches de 10,24 cm de altura, 6 inches de 15,36 cm de altura, 8 inches de 20,48 cm de altura, 10 inches de 25,6 cm de altura e 12 inches de 30,72 cm de altura. Plataformas mais altas que 30 cm não são recomendadas. A distribuição de alturas para os praticantes é simples. Utiliza-se a plataforma de 4 inches para alunos sedentários e que nunca praticaram as aulas VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 47 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA de step training, o de 6 inches é para alunos com prática em atividades físicas, porém que nunca praticaram o step training, o de 8 inches é para alunos mais condicionados e com experiência, o de 10 inches é para alunos condicionados e com bastante prática no step training e o de 12 inches é para aqueles alunos avançados, em nível de atleta. Tem-se, assim, a vantagem de trabalhar com diversos tipos de alunos em uma única aula. Em uma pesquisa feita por Livinsgton e col. (1991), consideraram-se mais suaves movimentos executados em um step com altura de 12,7 cm e largura de 41,9. Em outras pesquisas feitas para definir a relação entre a F. C e o lactato durante a ginástica aeróbica e o step training, mencionou-se plataformas com dimensões de 1 m de comprimento, 40 cm de largura e alturas entre 10 e 30 cm. 2.6 TEMPO DE AULA RECOMENDADO O tempo recomendado de aula para iniciantes é de 45 minutos, e para alunos intermediários e avançados é de 60 minutos. A parte principal da aula dura entre 20 a 25 minutos para iniciantes, 25 a 35 para intermediários e de 35 a 45 minutos para os mais avançados. Os movimentos usados serão os que sobem e descem da plataforma formando as coreografias adequadas de acordo com o ritmo e a velocidade das músicas. O esfriamento do corpo deve durar de 5 a 10 minutos com movimentos apenas de subir e descer da plataforma em intensidade mais baixa e ritmos mais lentos em relação à parte principal da aula. Pode adicionar aos movimentos técnicas de exercícios no solo de baixo impacto. A fase localizada deve durar de 5 a 10 minutos com exercícios localizados para o fortalecimento, tonificação e definição e definição muscular da musculatura menos utilizada durante a fase principal, como por exemplo, abdominais e peitorais. O alongamento final e o relaxamento duram em media de 3 a 5 minutos com exercícios respiratórios, alongamento estático, flexionamento para alongar e relaxar a musculatura mais solicitada durante a aula. O aquecimento deve durar em média de 7 a 10 minutos com movimentos ritmados, globais, de flexão, extensão, circundação, balanceios e alongamentos estáticos utilizados de forma isolada ou combinada, preparando o organismo para exercícios mais complexos. Para a familiarização 2.7 EFEITOS DO EXERCÍCIO COM O STEP TRAINING do aluno ao material, percepção de distância em que se encontra a plataforma e a altura que vai subir, recomenda-se introduzir toques dos pés na plataforma. principalmente pelo esforço feito em aula. 48 O exercício aeróbico induz alterações fisiológicas em quase todos os sistemas do corpo, principalmente dentro dos músculos esqueléticos e do sistema cardiorrespiratório. Essas alterações são influenciadas pela frequência, duração e, Toda atividade física vigorosa produzirá forças que irão exercer as mais diversas ações sobre os músculos, VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ossos, articulações, tendões e ligamentos. Exercícios específicos poderão aumentar a força dos tendões e ligamentos, diminuindo a probabilidade de rupturas e inflamações. Também se pode aumentar a densidade óssea, proporcionando uma maior resistência a fraturas por meio de exercícios vigorosos. A prática regular causa três principais alterações aeróbicas no corpo: • Maior conteúdo de mioglobina (a mioglobina só será aumentada no músculo esquelético utilizado após o treinamento com o step); • Maior oxidação de carboidratos, além da maior capacidade do músculo para oxidar glicogênio; é notório também o aumento do mesmo; • Maior oxidação de gorduras, relacionado a três fatores: aumento nas reservas intramusculares de triglicerídeos, maior liberação de ácidos graxos livres a partir do tecido adiposo, e aumento das atividades das enzimas implicadas na ativação, no transporte e na desintegração dos ácidos graxos. 2.8 ALTERAÇÕES NA COMPOSIÇÃO CORPORAL • Redução da gordura corporal; • Redução do peso total. Essas alterações são mais pronunciadas para homens e mulheres obesos do que em indivíduos magros. Evidente que estas modificações dependem fundamentalmente do equilíbrio entre as calorias ingeridas e calorias despendidas. Também cabe salientar que, de uma maneira geral, as mulheres gastam mais calorias por quilograma de peso corporal do que os homens quando submetidos a uma mesma atividade física. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante dessa pesquisa, que teve como objetivo mostrar os benefícios e as técnicas utilizadas no step training, pode-se concluir que sessões de exercícios físicos, como um programa de step praticado regularmente, são eficientes na redução de gordura corporal, fortalecimento dos músculos da coxa e panturrilha, ótimas para o condicionamento cardiorrespiratório, além de o step ser atividade de baixo impacto que pode ser praticado por pessoas de todas as idades. Para a prática do step training nas academias, o profissional que estará comandando as aulas deve ser especializado, para que não corra riscos de lesões ou outros problemas devido à execução do exercício errado. REFERÊNCIAS AMANTÉA, M. Step force: a verdadeira aula de step. São Paulo: Fontoura, 2003. BEM STAR. Step: saiba como é esta aula. Disponível em: <http://bemstar.globo.com/index. php?modulo=aulas&url_id=418>. Acesso em: 21/03/2013. DESPORTOS DE GINASIO. Modalidades aeróbicas: step. Disponível em: <http://www.desportosdeginasio. com/areas/artigo.asp?area=3&IDconteudo=44&IDsu barea=11>. Acesso em: 20 mar. 2013. JUCÁ, M. Step: teoria e prática. Rio de Janeiro: Sprint, 2004. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 49 4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA SCRIBD. Apostila de step. Disponível em: <http:// pt.scribd.com/Marcielemnr/d/17199778-ApostilaStep>. Acesso em: 21 mar. 2013. 50 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM PROFESSORAS: BEATRIZ KOPPE E NOEMIA HEPP PANKE 5.1 SÍNTESE Disciplina: Produção Acadêmica I Curso: Enfermagem Gênero: Síntese Aluna: Bianca Gemin Ribas Professora-orientadora: Beatriz Koppe O artigo “Refletindo sobre o cuidar e o ensinar da Enfermagem”, de Alessandra Conceição Leite Funchal Camacho e Fátima Helena do Espírito Santo (2001), faz uma reflexão do cuidar e ensinar em Enfermagem, para que os alunos desenvolvam e tenham uma consciência crítica do ensino da Enfermagem. Conclui que, na Enfermagem, há necessidade de estudos mais avançados para alcançar um olhar crítico sobre os campos de trabalho. Sendo assim, a Enfermagem não é somente um conjunto de técnicas, mas também um campo para desenvolver pesquisas e ganhar experiências tanto na vida acadêmica como na profissional. Durante o curso, o cuidar e ensinar são peças essenciais no avanço da Enfermagem. Com o aprendizado, o estudante aprende a lidar com o cliente mesmo com a impressão de que pode errar em algum procedimento. Com sua sensibilidade, ele adquire a visão de que o cliente precisa de cuidados REFERÊNCIA CAMACHO, Conceição Leite Funchal; ESPÍRITO SANTO, Fátima Helena do. Refletindo sobre cuidar e ensinar na enfermagem. Rev.latino-am. enfermagem. Ribeirão Preto, v. 9, n. 1, p. 13-17, jan. 2001. e atenção. Sendo assim, para cuidar investe-se de uma sabedoria zelosa. Com a construção de conhecimentos, a teoria e a prática em Enfermagem se tornam mais eficazes, fazendo com que o aluno faça novas descobertas e compreenda seus pacientes. No transcorrer da vida acadêmica, é importante também procurar novos caminhos dentro do campo da Enfermagem. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 51 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM 5.2 RESUMO INFORMATIVO Disciplina: Produção Acadêmica II Curso: Enfermagem Gênero: Resumo Informativo Aluna: Cláudia Elis Robassa Hunzicker Professora-orientadora: Beatriz Koppe O capítulo “Efeitos fisiológicos do tocar”, do livro “Tocar: o significado humano da pele”, de Montagu (1998), apresenta experimentos com bebês e filhotes de animais que relacionam a atenção tátil e as vantagens no crescimento. Mostra que a pele tem função imunológica e evidencia a importância do contato afetivo. Por meio de experimentos com ratos pré-desmamados maternalmente privados, prova que a interação mãe-filhote é o fator responsável pela inversão de efeitos negativos da separação materna, pois a produção da enzima ODC volta ao normal após o retorno da mãe. Explica que o caso se assemelha ao retardo de afetivo e a estimulação tátil têm efeitos profundos sobre o organismo, tanto fisiológicos quanto comportamentais. REFERÊNCIA MONTAGU, Asheley. Efeitos fisiológicos do tocar. In: Tocar: o significado humano da pele. São Paulo: Summus, 1988, p. 194-199. crescimento exibido por crianças sem estimulação tátil, o que dá origem ao “nanismo psicossocial”. Identifica que condições psicossociais desfavoráveis e ambiente desagradável acarretam efeitos negativos à criança, como o hipopituitarismo idiopático e déficit endócrino fisiológico, comprometendo tanto o seu crescimento físico como psicológico e social. Tem-se, como conclusão do capítulo, que o contato 52 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM 5.3 RESUMO CRÍTICO Disciplina: Produção Acadêmica II Curso: Enfermagem Gênero: Resumo crítico Alunas: Diesca Ribeiro da Silva e Cláudia Elis Robassa Hunzicker Professora-orientadora: Beatriz Koppe O capítulo “Doenças neurodegenerativas”, de Strand (2004), explica que, após muito estudo, usar a suplementação nutricional em pacientes não é uma medicina alternativa, mas uma medicina complementar. Os pacientes de hoje aceitam o fato de que desenvolverão uma ou várias dessas doenças degenerativas crônicas, mas não se preocupam em se prevenir, pois veem os medicamentos como sua cura. A leitura deste capítulo é fundamental para compreender melhor a importância da nutrição na saúde do ser humano. REFERÊNCIA STRAND, Ray D. Doenças neurodegenerativas. In: O que seu médico não sabe sobre medicina nutricional pode estar matando você. São Paulo: M. Books do Brasil, 2004, p. 121-131. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 53 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM 5.4 RELATÓRIO: PRÁTICA SOCIAL: DOAÇÃO E AMOR AO PRÓXIMO BASEADO EM ANA NÉRI Disciplina: Produção Acadêmica II Curso: Enfermagem Gênero: Relatório Aluna: Rosemeire Fermino Costa Professora-orientadora: Beatriz Koppe 1 INTRODUÇÃO Este relatório foi solicitado pela professora Beatriz Koppe como forma de avaliação de primeiro bimestre do segundo período na disciplina de Produção Acadêmica II, do curso de Enfermagem, nos meses de julho a setembro de 2012, como pré-requisito para aprovação na disciplina da Faculdade Dom Bosco. Com o objetivo de identificar a prática social nas ações de Ana Néri, mostrando-se também a história e seus feitos de prática social, escolheu-se esse assunto porque ela é percussora da enfermagem e segue até os dias de hoje como grande exemplo a todos que dedicam a sua vida à prática social. Com base no filme “Brava Gente” e no texto “Enfermagem como prática social: um exercício de reflexão”, de Trezza, Santos e Leite, fundamenta-se a análise revelando a prática social. Em sala, assistiu-se ao filme e iniciaram-se os resumos. Escolhido o texto, fez-se a fundamentação teórica. 54 Para fazer a análise, foi necessário pesquisar um pouco da vida dos autores, concluindo com uma breve consideração final, expondo um pouco da opinião. 2 RELATO O filme “Ana Néri – Brava Gente” teve a interpretação da atriz Marilha Pêra. Ele conta a Guerra do Paraguai, de 1865, no Hospital São Lázaro, cidade de Ângulo de Santa Catarina. Ana chega ao Hospital de Campanha a fim de ficar perto de seus três filhos e mais irmãos e sobrinhos que estavam no campo de batalha e ajudar a cuidar dos feridos. Recepcionada pelo Sr. Ramon, que se tornaria amigo mais tarde, se deparou com um cenário doloroso, diante da falta condições, como falta de higiene, matérias e excesso de doentes, entre outras dificuldades. Ana chamou atenção pela sua coragem e generosidade com que tratava os pacientes. O Hospital de Campanha São Lázaro era administrado por médicos militares, o que dificultava a sobrevida dos doentes, pois havia muito descaso e foi marcado por uma forte rigidez militar. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM Dr. Amureto, chefe militar daquele hospital, recebeu Ana de forma hostil, ditou várias regras, entre elas, a proibição de contato com a “bolha”, local onde ficavam pacientes altamente contagiosos. Ana concordou e foi repousar. Durante aquela noite ouviu uma criança chorando e ao ver que se tratava de um paraguaio e que nada tinha sido feito para ajudá-lo, tentou em vão pedir ajuda aos médicos para salvar a perna daquela pobre criança que já estava gangrenando. Diante de tal situação, com ajuda de Ramon, resolveu operar o menino. No dia seguinte, teve que enfrentar a fúria dos médicos e como forma de castigo por ter desacatado ordens, foi obrigada a lavar todas as roupas dos doentes. Foi então que Ana resolveu não lavar apenas as roupas dos doentes, mas toda roupa suja que ali se encontrava. Mais uma vez contou com a ajuda de Ramon e outros amigos. O cenário era de muita sujeira, escuridão e dor. Ana criou cinco grupos de atuação: o primeiro cuidaria do banho; o segundo grupo cuidava do café da manhã; o terceiro, do corte de cabelos e barbas; o quarto trava de arrumar cal para acabar com os piolhos; o quinto se encarregava de acabar com cobras, ratos e baratas que se instalavam nas enfermarias. As fendas do acampamento foram abertas, deixando o sol dar vida e luz aos doentes. Dr. Amureto não via com bons olhos tais mudanças, pois Ana estava se tornando muito popular entre os doentes. Havia inveja e até mesmo um receio de que mais tarde Ana viesse a comandar o hospital. Certa noite, Ana foi até o isolamento, local então proibido sob pena de se submissão à pena máxima da Corte Marcial, para quem ousasse entrar lá. Porém, Ana se mostrou forte ao se deparar com outra realidade. Ali se tratava de um lugar onde prisioneiros paraguaios eram torturados até a morte. Ana libertou o Tenente-Coronel, único que ainda estava vivo. Com a fuga do Tenente-Coronel, foi aberto um inquérito para investigar quem teria libertado o prisioneiro. Na mesma manhã, Ana descobriu que seu filho Justiniano havia sido morto em combate. Ela manifestou tristeza e dor. Durante as investigações sob o inquérito instaurado da fuga do Tenente-Coronel, houve a visita de Marechal Caxias. Ana confessou ter libertado o prisioneiro, porém acabou com a rigidez e impunidades feitas pelo Dr. Amureto. Foi nesse momento, ao denunciá-lo para a Corte Marcial, que Ana ficou conhecida como Mãe dos Brasileiros, uma heroína que antes de tratar o ferimento de seus pacientes os afagava de forma carinhosa e gentil. Ela permaneceu no hospital até o fim da guerra. Teve sua vida salva durante um ataque dos paraguaios pelo então Tenente-Coronel, a quem havia dado liberdade. Ramon e Taiti morreram no combate. Ana perdeu um filho e um sobrinho, e a guerra foi vencida pelo Brasil em março de 1870. Ana retornou à Bahia e morreu aos 66 anos, em 20 de maio de 1880, na cidade do Rio de Janeiro. 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O texto “Enfermagem como prática social: um exercício de reflexão” mostra que a Enfermagem VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 55 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM viveu de forma contínua em um processo que se pode chamar de evolução; o termo “evoluir” tem um sentido genérico de desenvolvimento, acontecimento, ação, entre outros. a vida e protelar a morte. Antes eram exercidos por mulheres que não tinham conhecimentos científicos, porém eram consideradas sábias pelo povo, mas bruxas pela Igreja. O conceito de evolução se aproxima ao fenômeno “sociedade” no que se refere ao processo de desenvolvimento de uma sociedade, seja por suas formas e instituições ou culturais. Na segunda metade do século XIX, Florence Nightingale propôs um movimento de resgate às enfermeiras. Dessa forma, fez com que a enfermagem passasse por uma fase de “redefinição”, em que sua prática passa a ser descrita como “ciência, arte, ideal”. Florence Nightingale, na medida de suas possibilidades, tentou estabelecer Assim sendo, salienta-se que prática social está relacionada entre os seres humanos e suas atitudes. Prática quer dizer capaz de agir. No que se refere ao termo “social”, define-se como sociedade ou relativo a ela, ou seja, qualquer tipo de comportamento ou atitude. A prática social tem sido vista como um processo de transformação de uma dada matéria prima. Essa prática ligada à atividade material não é exclusiva, sendo assim, existe uma relação entre prática social e desenvolvimento de uma atividade de “por e para pessoas”. Desta forma, é possível dizer que a prática social se insere no processo cultural, ou seja, é produzida a partir da relação do ser humano e da natureza. Em outras palavras, pode-se propor que a prática social seja entendida como uma ação que se desenvolve em resposta a um interesse ou necessidade do ser humano e sociedade. Neste contexto, a versão do texto em questão se cruza com a história contada no filme de Ana Neri, pois ambos falam da evolução na enfermagem diante de práticas sociais. Desde as primeiras organizações humanas, era reconhecida a necessidade de cuidar, para preservar 56 um novo estatuto para a Enfermagem, sendo altamente favorável à lógica econômica que se instalava. Ao definir Ciência, Arte e Ideal, foi possível colocar a enfermagem no mesmo patamar das outras profissões, reconquistar saberes que lhe tinham sido expropriados e assegurar-lhe respeito e credibilidade. O século XX trouxe para saúde, particularmente, o aprimoramento tecnológico de instrumentos de trabalho, e na enfermagem este aprimoramento aconteceu na busca pela cientificização do seu saber, na tecnização do cuidado de enfermagem e no domínio de equipamentos de ponta. A concepção do trabalho de enfermagem só foi possível por meio de ideias de enfermeiras norte-americanas, e no Brasil, com a influência de estudos apresentados e discutidos, em 1979, no XXXI Congresso Brasileiro de Enfermagem. No fim das décadas de 70 e 80, foram dedicados pelas organizações da Enfermagem ao resgate deste reconhecimento da enfermagem como prática social. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM É visível como naquela época a Enfermagem já era vista como uma profissão permanente através da história, mediante adaptações contínuas às novas expectativas da sociedade. A exemplo disso, o XXXIX CBEn, em Salvador BA, no ano de 1987, dedicou todo seu temário oficial à discussão social sobre o trabalho de enfermagem, ressaltando o processo de divisão social e técnica desse trabalho, suas condições e inserção no mercado de trabalho. A Associação Brasileira de Enfermagem Nacional e instituições como Ministério da Saúde, Organização Mundial da Saúde também escreveram sobre a Enfermagem, considerando-a como prática social. Isso fez com que a profissão fosse corresponsável pelo processo de prestação de serviços a saúde às pessoas. Assim, entender a Enfermagem como prática social significa visualizá-la no mesmo patamar das outras profissões que dividem o trabalho de produzir serviços de saúde. Dessa forma, a Enfermagem deixa de ser discutida no interior de uma sala acadêmica e passa a ocupar meios de comunicação se obrigando a negociar, articular, lutar para se fazer compreender e ser aceita por toda população. Disso decorre como uma profissão, tal qual tanta com quem partilha a responsabilidade de prestar assistência à saúde das pessoas. A Enfermagem enquanto prática social se trata de uma profissão dinâmica, sujeita a alterações e que está sempre incorporando novas reflexões sobre novos temas, problemas, ações, mantendo seu principio ético de restaurar a dignidade do corpo em todos os âmbitos da vida. Na atualidade, a Enfermagem tem sido exercida de acordo com a Lei Federal (nº 7498/86), na qual são divididas as tarefas de acordo com o grau de acadêmico, em que cada profissional tem seus direitos e deveres assegurados por lei. A compreensão da Enfermagem como prática social amplia uma visão de crítica sobre a organização e implementação do processo educacional, estreitando as relações entre academia e serviços. Salienta-se que a Enfermagem interpretada como prática social produz um conhecimento no que diz respeito à sobrevivência dos trabalhadores de Enfermagem. Diante de tais situações, é importante que se ampliem as suas possibilidades de desenvolver relações cooperativas resolutivas com seus consumidores. Contudo, a Enfermagem como prática social é considerada como trabalho necessário e de interesse da sociedade, onde seu produto final é o cuidado de enfermagem à pessoa no seu processo saúdedoença. 4 ANÁLISE A Enfermagem surgiu no desenvolvimento e evolução das práticas de saúde, no decorrer do período histórico. No início do século X, a Enfermagem era exercida por mulheres que não tinham conhecimentos científicos, porém eram consideradas sábias pelo VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 57 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM povo, mas bruxas pela Igreja. Com o passar dos anos e as mudanças do feudalismo para o capitalismo, os serviços de saúde passaram a serem exercidos por vários profissionais da saúde, porém eram subordinados aos médicos, detentores do saber. Ao se comparar as informações do texto às do filme, vê-se que Ana Néri fez parte dessa história não somente pelos cuidados que prestou aos doentes, mas também por ter feito parte do processo de mudança nas práticas de saúde, elevando a profissão de Enfermagem. De acordo com Trezza, Santos e Leite, na primeira metade do século XIX, as enfermeiras estavam distribuídas em dois espaços distintos: o primeiro era aquele do início do capitalismo, em que sua prática era exercida em péssimas condições, sem o reconhecimento e o respeito devido. O segundo tratava de uma prática religiosa misturada com enfermagem, pois trabalhava sob submissão dentro das instituições religiosas. Na segunda metade do século, Florence Nightingale propôs um movimento de resgate às enfermeiras. Nessa época, a Enfermagem passa por uma fase de “redefinição”, em que sua prática passa a ser descrita como “ciência, arte, ideal”. Florence Nightingale, na medida de suas possibilidades, tentou estabelecer um novo estatuto para a Enfermagem, sendo altamente favorável à lógica econômica que se instalava. Ao definir Ciência, Arte e Ideal, foi possível colocar a Enfermagem no mesmo patamar das outras profissões, reconquistar saberes que lhe tinham sido expropriados e assegurar-lhe respeito e credibilidade. 58 No Brasil, o filme mostra que Ana Néri também muito fez em relação às práticas de saúde. Desde então, a história de Ana Néri e de Florence Nightingale vem se unindo à prática social e ganhando espaço dentro das universidades e centros de pesquisa, ressaltando que ambas tinham como princípio o ato de cuidar e zelar pelo bem-estar da sociedade. A Enfermagem como prática social evoluiu o conhecimento científico e tecnológico aliado a uma nova visão de que, para se fazer prática social, é necessário ter um princípio ético de manter ou restaurar a dignidade do corpo em todos os âmbitos da vida. Pode-se concluir que a história da Enfermagem como prática social não teria sido a mesma no sentido de evolução e respeito se não tivesse havido heroínas como as precursoras no mundo e no Brasil. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Após ler o texto “Enfermagem como prática social: um exercício de reflexão’’ e compará-lo com o filme “Brava Gente”, pode-se dizer que ambos tratam de um só assunto: “a evolução da enfermagem no Brasil”. Segundo Trezza, Santos e Leite, a evolução quer dizer desenvolvimento de uma ideia, acontecimento, ação, entre outros. Sendo assim, o texto e o filme fazem uma reflexão sobre a importância da Enfermagem desde os tempos antigos até os dias de hoje. Ana Néri e Florence Nightingale deixaram um exemplo de luta, superação e ação e fizeram da Enfermagem uma profissão de valor. A Enfermagem deixou de ser cuidado e passou a ser também ciência, respeitando os direitos dos profissionais, assim VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM como o dos pacientes. O compromisso enquanto profissional da saúde não deve compreender apenas o atendimento tecnicista e científico, embora sejam de grande importância, mas também deve-se estar preparado para se doar. Enfermagem é, acima de tudo, doação. Quando se consegue unir prática social e amor ao próximo forma-se um valioso profissional de enfermagem. REFERÊNCIAS BRAVA GENTE: A HISTÓRIA DE ANA NÉRI. Direção de Roberto Farias. Rio de Janeiro. Globo Produções. 2002 (45min.): son., color. DVD. TREZZA, F. et.al. Enfermagem como prática social: um exercício de reflexão. Brasília, nov./ dez. 2008. Revista Brasileira de Enfermagem. Disponível em: <http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/ pdf/2670/267019603019.pdf>. Acesso em: 27 set. 2012. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 59 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM 5.5 RESENHA DESCRITIVA: TRANSFORMAÇÕES NA ADMINISTRAÇÃO EM ENFERMAGEM NO SUPORTE AOS TRANSPLANTES NO BRASIL Disciplina: Produção Acadêmica III – Resenha Curso: Enfermagem Gênero: Resenha descritiva Aluna: Loany Prado Tenorio1 Professora-orientadora: Noemia Hepp Panke O artigo “Transformações na administração em enfermagem no suporte aos transplantes no Brasil”, de Cintra e Sanna (2005), relata sobre a atuação da Enfermagem nos últimos 40 anos e a importância de sua participação na assistência durante todo procedimento cirúrgico de transplantes. Cintra é acadêmica do 4º ano da Faculdade de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro, São Paulo, e Sanna é enfermeira, doutora em Enfermagem, professora titular da Faculdade de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro e líder do Centro de Estudos e Pesquisas sobre a História da Enfermagem da UNISA. O texto mostra que o sucesso na realização de transplantes foi possível devido à atuação gerencial e participação ativa da Enfermagem durante todo o processo cirúrgico para realização de todos os tipos de transplantes. A construção do texto deu-se a partir de Sabinston (1993), Petroiannu (1997), Kurcgant (1991), entre outros autores. Inicialmente, as autoras explicam que o transplante é um procedimento de remoção e implantação de uma parte ou órgão do corpo na mesma pessoa ou em outra, por meio de técnicas cirúrgicas e métodos eficazes de conservação de órgãos que requer uma infraestrutura complexa para sua realização. Segundo o texto, os transplantes tiveram início no final da década de 1940, mas apenas em 1954 foi realizado o primeiro transplante renal com sucesso, em Boston. Daí em diante, muitos outros transplantes foram realizados devido ao desenvolvimento de drogas imunossupressoras e avanços organizacionais para o acontecimento dos transplantes. A atuação de Enfermagem estendeu-se do momento da internação até o pós-operatório, com integração 1 Acadêmica do 3º período de Enfermagem da Faculdade Dom Bosco. 60 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM com a equipe médica e com outros departamentos do hospital, melhorando a qualidade do serviço de assistência. jan/fev. 2005. Disponível em: <hhttp://www.scielo. br/scielo.php?pid=S003471672005000100015&scr ipt=sci_arttex>. Acesso em: 11 mar. 2012. Para obtenção desses sucessos, a participação da Enfermagem foi vital para suprir as necessidades básicas de um transplante, acompanhando a evolução tecnológica e científica, provendo um ambiente adequado à realização de variados tipos de transplantes que gradualmente ocorreram. Os resultados do estudo realizado pelas autoras foi possível devido à participação da Enfermagem nos transplantes realizados nos últimos 40 anos. Nota-se, na prática da profissão, que, embora haja progressos em vários sentidos, ainda falta reconhecimento e valorização das pessoas que atuam como enfermeiros em diferentes setores. Como por exemplo, a remuneração não condiz com a responsabilidade desse trabalho. Escrito de forma simples e coerente, o texto é indicado a profissionais da área da saúde, bem como pessoas ligadas a processos cirúrgicos de transplantes. As autoras fazem compreender a importante participação da Enfermagem e como essa categoria profissional conquistou forte influência causada na realização de procedimentos no histórico dos transplantes nos últimos anos. REFERÊNCIA CINTRA, Vivian; SANNA, Maria Cristina. Transformações na administração em enfermagem no suporte aos transplantes no Brasil. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 58, n. 1, Brasília, VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 61 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM 5.6 RESENHA CRÍTICA: QUALIDADE NO SERVIÇO DE SAÚDE Disciplina: Produção Acadêmica III – Resenha Curso: Enfermagem Gênero: Resenha crítica Aluno: Erickson Soares1 Professora-orientadora: Noemia Hepp Panke O artigo “O cuidado de si como condição para o cuidado dos outros na prática de saúde”, escrito por Lunardi et al. (2004), fala sobre a necessidade do profissional da saúde manter a autoestima para dispor de condições de cuidar dos seus pacientes. A autora principal é doutora em Enfermagem, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pesquisadora CNPq. O texto aborda o tema de forma clara. Lunardi conta com a participação dos autores Silveira, Soares, Lunardi Filho e Lipinski. A autora foca a questão da liberdade que o profissional da saúde precisa para se questionar sobre suas ações e tomar decisões que objetivem sua valorização como profissional e como ser humano, pois assim um profissional possui mais capacidade, segurança e firmeza para agir com os pacientes de forma qualitativa. Declaram que o profissional, quando cuida de modo adequado de si mesmo, nos aspectos socioeconômico, psicológico e emocional, encontra condições em se relacionar e se conduzir adequadamente na relação com os demais profissionais e pacientes. Argumentam, também, que em algumas instituições de saúde alguns modos adotados prejudicam os profissionais, o que pode comprometer a qualidade do serviço prestado, e assim, os profissionais são responsabilizados indevidamente. Abordam questões gerais das relações do profissional com a profissão, com instituições e com a equipe de trabalho, pautando-se em valores como o respeito à vida e ao ser humano. Alegam que há a necessidade do profissional da Enfermagem reconhecer no paciente um ser humano. Lunardi et al. (2004) dizem: “é necessário olhar criticamente para as nossas práticas e para as relações que estabelecemos em nossa vida pessoal e profissional, para termos um viver pautado na ética”. Já o artigo “Qualidade na assistência de Enfermagem Hospitalar: visão dos alunos de graduação”, de Gabriel et al. (2010), relata depoimentos de 1 Acadêmico do 3º período de Enfermagem da Faculdade Dom Bosco. 62 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM acadêmicos de Enfermagem sobre a necessidade de se buscar a melhoria na assistência hospitalar. A autora é doutora em Enfermagem, professora da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto e da Universidade de São Paulo (EERP/USP). Os autores relacionam-se ao texto de Lunardi et al. quando afirmam que a humanização pode ser observada como estratégia para influenciar a melhoria na qualidade da assistência, que é entendida pelos enfermeiros como a promoção de um cuidado integral aos pacientes, na perspectiva de cuidar do outro como de si. Em seu texto, Gabriel et al. ressaltam que para obter qualidade na assistência prestada aos pacientes, é necessário que se estabeleça um processo de educação e capacitação dos funcionários. Ao comparar os dois textos, percebe-se que um completa o outro no sentido de que a qualidade do serviço prestado pela Enfermagem depende de alguns fatores técnicos, como capacitação e aperfeiçoamento do profissional, e de fatores pessoais, como sua qualidade de vida. serviço possui capacidade de gerir e fazer funcionar um bom serviço. Logo, o resultado é a satisfação e promoção da saúde dos seus usuários. Os textos são de interesse de profissionais da área da saúde, acadêmicos e pessoas que queiram apreender sobre a promoção de qualidade de vida dos profissionais e pacientes/clientes. Os autores fazem uma análise e propõem meios para que sejam pensadas estratégias humanistas objetivando soluções. REFERÊNCIAS GABRIEL, Carmen Silvia et al. Qualidade na assistência de enfermagem hospitalar: visão dos alunos de graduação. Rev. Gaúcha Enfermagem, Porto Alegre, v. 31, n. 3, set. 2010. LUNARDI, Valéria Lerche et al. O cuidado de si como condição para o cuidado dos outros na prática de saúde. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 12, n. 6, nov. dez. 2004. Sabe-se então que, para que hajam pacientes/clientes satisfeitos com a assistência, é preciso que, antes, os funcionários de determinada instituição estejam preparados tanto científica quanto socialmente. Por isso, é preciso que nas instituições de saúde sejam planejadas estratégias que visem à qualidade do profissional, proporcionando-lhe liberdade para agir de forma coesa e livremente. Entende-se que um profissional bem situado em seu ambiente de VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 63 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM 5.7 ARTIGO DE REVISÃO: DIABETES NA GESTAÇÃO Disciplina: Produção Acadêmica IV Curso: Enfermagem Gênero: Artigo de revisão Alunas: Gislaine Danilia Oliveira e Ozeia Diane Oliveira de Souza1 Professora-orientadora: Noemia Hepp Panke RESUMO: O objetivo desse trabalho é oportunizar informações às pessoas que procuram saber sobre o diabetes gestacional. Sendo assim, aborda quais os tipos que existem e qual o impacto que a população tem com a doença. Ainda, qual o risco que a gestante e o bebê correm, quais os tipos de cuidados e tratamentos, a importância do acompanhamento do pré-natal, a alimentação adequada e os exercícios físicos que colaboram para a saúde dessas mulheres. Palavras-chave: Diabetes gestacional. Tratamento. Nutrição. Exercício físico. 1 INTRODUÇÃO Este artigo refere-se ao diabetes na gestação. Apresenta, no primeiro momento, um levantamento e tratamento do diabetes no Brasil. Define sua classificação e fisiopatologia, mostra os tipos de diabetes existentes e o tratamento adequado a cada uma. Após, aponta o papel da Enfermagem diante do paciente e os cuidados que ele deve ter. Mostra quais os benefícios e quais os riscos que ele corre caso não seja submetido ao tratamento adequado. O artigo mostra qual o impacto que a população tem com a diabetes, qual a mudança do estilo de vida, o tratamento a ser realizado e a prevenção de complicações geradas pelo diabetes. Ele aponta quais os problemas que a diabetes pode desenvolver no decorrer da vida, e como as pessoas devem mudar seus hábitos e compreender a mudança que irá existir, criando motivação para realizar as etapas do tratamento. Em seguida, reflete sobre o diabetes na gestação, salientando os cuidados e os tipos de tratamento, a importância do acompanhamento do pré-natalista nas consultas com as gestantes, fazendo o monitoramento fetal. O artigo fala sobre a alimentação diferenciada e quais as recomendações feitas por nutricionistas. Além da alimentação, é necessário que a paciente 1 Acadêmicas do 4° período do curso de Enfermagem da Faculdade Dom Bosco. 64 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM tenha o hábito de fazer exercício físico e faça um acompanhamento com profissionais da área. muitas diferenças entre os indivíduos dentro de cada categoria. Por fim, aponta quais os cuidados necessários durante o parto, o momento que a paciente necessita da insulina e quais os cuidados emque precisa ter no pós-parto antes de amamentar. Em segundo lugar, exceto para os indivíduos com diabetes do tipo 1, os pacientes podem passar de uma categoria para outra. Por exemplo, uma mulher com diabetes gestacional pode, depois do parto, passar à categoria do tipo 2. O pré-diabetes é classificado 2 DIABETES NO BRASIL Conforme pesquisa feita pelo Ministério da Saúde, hoje as pessoas têm maiores conhecimentos e informações sobre as doenças e os perigos que as mesmas podem trazer. Conforme o Ministério da Saúde (2011, p. 1): O Centro Nacional de pesquisa sobre a prevalência de diabetes no Brasil era de 7,6% na população entre 30 e 69 anos no período de 1986 e 1989. Dentre os dados obtidos foi constatado que 50% das pessoas não conheciam o diagnóstico, sendo que 11 milhões de pessoas eram portadoras do diabetes e hipertensão, tendo uma prevalência de 11% para pessoas de 40 anos. Na campanha nacional de detecção de diabetes com uma população de 22,1 milhões de pessoas de 40 anos foram encontrados mais 346 mil novos casos de diabetes. 2.1 DIABETES: CLASSIFICAÇÃO De acordo com o site www.diabetes.org.br, as principais classificações do diabetes são: diabetes do tipo 1, tipo 2, diabetes gestacional e diabetes mellitus, associada a outras condições ou síndromes. Os diferentes tipos de diabetes mellitus variam na sua etiologia, evolução clínica e tratamento. O sistema de classificação é dinâmico de duas maneiras. Em primeiro lugar, os achados de pesquisa sugerem como comprometimento da tolerância à glicose ou comprometimento da glicose em jejum e refere-se a uma condição em que os níveis de glicemia situam-se entre valores normais e aqueles considerados diagnósticos para o diabetes. 2.2 DIABETES E FISIOPATOLOGIA De acordo com Brunner (2011), a insulina é secretada pela célula beta e é um hormônio anabólico ou de armazenamento. Quando uma pessoa ingere uma refeição, a secreção de insulina aumenta e induz o movimento da glicose do sangue para o músculo, o fígado e as células adiposas. Nessas células, a insulina: • Transporta e metaboliza a glicose para produzir energia; • Estimula o armazenamento da glicose no fígado e no músculo (na forma de glicogênio); • Sinaliza o fígado para interromper a liberação de glicose; • Intensifica o armazenamento de lipídios dietéticos no tecido adiposo; • Acelera o transporte de aminoácido (derivados das proteínas da dieta) para dentro das células. A insulina também inibe a degradação da glicose armazenada, da proteína e dos lipídios, e durante VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 65 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM os períodos de jejum (entre as refeições e durante a noite), o pâncreas libera continuamente uma pequena quantidade de insulina (insulina basal); outro hormônio pancreático, denominado glucagon (secretado pelas células alfa das ilhotas de Langerhans) é liberado quando os níveis de glicemia diminuem e estimulam o fígado a liberar a glicose armazenada. A insulina e o glucagon, em conjunto, mantêm um nível constante de glicose no sangue ao estimular a liberação de glicose pelo fígado. No início, o fígado produz glicose por meio da degradação do glicogênio. Depois de 8 a 12h sem alimento, o fígado forma glicose a partir da degradação de substâncias não carboidratos, incluindo aminoácidos. 2.3 TIPOS DE DIABETES Segundo o site http://www.diabetes.org.br/tipos-dediabetes, há três tipos de diabetes: diabetes tipo 1, diabetes tipo 2 e diabetes gestacional. Diabetes tipo 1 – É também conhecido como diabetes insulinodependente, diabetes infantojuvenil e diabetes imunomediado. Neste tipo de diabetes a produção de insulina do pâncreas é insuficiente, pois suas células sofrem o que chamamos de destruição autoimune. Os portadores de diabetes tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para manterem a glicose no sangue em valores normais. Há risco de vida se as doses de insulina não são dadas diariamente. O diabetes tipo 1, embora ocorra em qualquer idade, é mais comum em crianças, adolescentes ou adultos jovens. 66 Diabetes tipo 2 – É também chamado de diabetes não insulinodependente ou diabetes do adulto e corresponde a 90% dos casos de diabetes. Ocorre geralmente em pessoas obesas com mais de 40 anos de idade, embora na atualidade seja vista com maior frequência em jovens, em virtude de maus hábitos alimentares, sedentarismo e stress da vida urbana. Neste tipo de diabetes encontra-se a presença de insulina, porém sua ação é dificultada pela obesidade, o que é conhecido como resistência insulínica, uma das causas de hiperglicemia. Por ser pouco sintomático, o diabetes, na maioria das vezes, permanece por muitos anos sem diagnóstico e sem tratamento, o que favorece a ocorrência de suas complicações no coração e no cérebro. Diabetes gestacional – A presença de glicose elevada no sangue durante a gravidez é denominada de diabetes gestacional. Geralmente a glicose no sangue se normaliza após o parto. No entanto, as mulheres que apresentam ou apresentaram diabetes gestacional possuem maior risco de desenvolverem diabetes tipo 2 tardiamente, o mesmo ocorrendo com os filhos. 2.4 TRATAMENTOS PÚBLICOS PARA O DIABETE Todas as pessoas com diabetes têm direito de fazer exames periódicos e acompanhamento gratuitos nas unidades de saúde, e pegar os remédios necessários para o tratamento. Conforme o site www.curitiba.pr.gov.br, Curitiba tem cerca de 40 mil pacientes cadastrados nos grupos de controle da diabetes, existentes em todas VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM as unidades básicas e de Saúde da Família. Além de fazer consultas, exames e retirar medicamentos, os pacientes que frequentam esses grupos têm acesso a acompanhamento nutricional, indispensável para a reeducação alimentar e reelaboração da dieta; educador físico, para orientar a prática física regular e monitorada; farmacêutico, para auxiliar na medicação correta; psicólogo, para ajudar na aceitação da doença e nas responsabilidades que ela implica por parte do paciente; e fisioterapeuta, que ensinam os pacientes a cuidar dos pés, que podem ser afetados pela perda de sensibilidade e, ao sofrer lesões, favorecer a instalação de infecções. Esses profissionais, que também prestam atendimento a outros pacientes usuários da rede municipal de saúde, fazem parte dos 29 Núcleos de Apoio em Atenção Primária à Saúde (NAAPS). 2.5 ENFERMAGEM COMO AUXILIAR NO TRATAMENTO DO DIABETES A Enfermagem tem um papel relevante na prevenção e no tratamento do diabetes. Entre suas funções, citam-se: • Desenvolver atividades educativas, por meio de ações individuais e/ou coletivas, de promoção de saúde com todas as pessoas da comunidade. • Desenvolver atividades educativas individuais ou em grupo com os pacientes diabéticos. • Capacitar os auxiliares de enfermagem e os agentes comunitários e supervisionar, de forma permanente, suas atividades. • Realizar consulta de Enfermagem com pessoas com maior risco para diabetes tipo 2 identificadas pelos agentes comunitários, definindo claramente a presença do risco e encaminhado ao médico da unidade para rastreamento com glicemia de jejum quando necessário. • Realizar consulta de enfermagem, abordando fatores de risco, estratificando risco cardiovascular, orientando mudanças no estilo de vida e tratamento não medicamentoso, verificando adesão e possíveis intercorrências ao tratamento, encaminhando o indivíduo ao médico, quando necessário. • Estabelecer, junto à equipe, estratégias que possam favorecer a adesão (grupos de pacientes diabéticos). • Programar, junto à equipe, estratégias para a educação do paciente. • Solicitar, durante a consulta de enfermagem, os exames de rotina definidos como necessários pelo médico da equipe ou de acordo com protocolos ou normas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal. • Orientar pacientes sobre automonitorização (glicemia capilar) e técnica de aplicação de insulina. • Repetir a medicação de indivíduos controlados e sem intercorrências. • Encaminhar os pacientes portadores de diabetes, seguindo a periodicidade descrita neste manual, de acordo com a especificidade de cada caso (com maior frequência para indivíduos não aderentes, de difícil controle, portadores de lesões em órgão salvo ou com morbidades) para consultas com o médico da equipe. • Acrescentar, na consulta de enfermagem, o exame dos membros inferiores para identificação do pé em risco. Realizar, também, cuidados específicos nos pés acometidos e nos pés em risco. • Perseguir, de acordo com o plano individualizado de cuidado estabelecido junto ao portador de VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 67 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM diabetes, os objetivos e metas do tratamento (estilo de vida saudável, níveis pressóricos, hemoglobina e peso). • Organizar junto ao médico, e com a participação de toda a equipe de saúde, a distribuição das tarefas necessárias para o cuidado integral dos pacientes portadores de diabetes. • Usar os dados dos cadastros e das consultas de revisão dos pacientes para avaliar a qualidade do cuidado prestado em sua unidade e para planejar ou reformular as ações em saúde (BRUNNER, 2011). 2.6 DIABETES NA GESTAÇÃO Segundo Brunner (2011), o diabetes mellitus gestacional (DMG) refere-se a qualquer grau de intolerância à glicose com início durante a gravidez. A hiperglicemia desenvolve-se durante a gravidez, devido à secreção de hormônios placentários, que provocam resistência à insulina. O diabetes gestacional acomete até 14% das mulheres grávidas e aumenta o risco de distúrbio hipertensivo durante a gravidez. Ainda conforme Brunner (2011), as mulheres que são consideradas de alto risco para o DMG e que devem ser submetidas à triagem para determinação do nível de glicemia em sua primeira consulta de pré natal são aquelas com obesidade pronunciada, história pessoal de DMG, glicosúria ou história familiar significativa de diabetes. Os grupos étnicos de alto risco incluem hispano-americanos, indígenas norte-americanos, americanos de origem asiática, afrodescendentes e nativos das ilhas do Pacífico. 68 Se essas mulheres de alto risco não apresentarem DMG na triagem inicial, é necessário repetir o exame entre 24 e 28 semanas de gestação. Todas as mulheres com risco médio devem efetuar exames com 24 a 28 semanas de gestação. O exame não é especificamente recomendado para mulheres identificadas como de baixo risco. As mulheres de baixo risco são aquelas que preenchem todos os seguintes critérios: idade inferior a 25 anos, peso normal antes da gravidez, membro de um grupo étnico com baixa prevalência de DMG, nenhuma história de tolerância anormal à glicose, nenhuma história conhecida de diabetes em parentes em primeiro grau e nenhuma história de resultados obstétricos grave. As mulheres consideradas de alto risco ou de risco médio devem realizar um teste de tolerância a glicose oral, ou um teste de carga de glicose, seguidas de teste de tolerância a glicose oral nas mulheres que excedem o valor do limiar de glicose de 140mg/dl. O tratamento inicial consiste em modificações da dieta e monitoramento da glicemia. Se a hiperglicemia persistir, prescreve-se insulina. As metas para os níveis de glicemia durante a gravidez são de 105 mg/dl ou menos antes das refeições e de 130 mg/dl ou menos 2h antes das refeições. Depois do parto, os níveis de glicemia nas mulheres com diabetes mellitus gestacional retornam habitualmente a seu valor normal. Entretanto, muitas mulheres que tiveram DMG desenvolvem diabetes do tipo 2 posteriormente durante a vida. Por esse motivo, uma mulher que teve DMG deve VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM ser aconselhada a manter o seu peso corporal ideal e a praticar exercícios regularmente para reduzir o risco de diabetes do tipo 2. mostram mais comuns em pacientes com diabetes pré-gestacional e é recomendado entre 19 e 22 semanas de gestação. 2.7 TRATAMENTOS DO DIABETES NA GESTAÇÃO TERCEIRO TRIMESTRE De acordo com o site www.diagnosticoetratam entodadiabetesgestacional.com, a paciente com diabetes gestacional possui mais risco para o desenvolvimento da intolerância a glicose em sua vida tardia. 40% delas desenvolvem diabetes melitus tipo 2. Essa doença pode ser uma forma “mascarada” do diabetes tipo 2, que se torna evidente com as trocas hormonais durante o período gestacional. A primeira interferência no tratamento dessa paciente é por meio da dieta, com monitoramento adequado dos valores da glicemia e acompanhamento do seu pré-natalista. A avaliação deve ser iniciada nas gestantes que iniciam o uso de insulina. O feto tem risco constante devido à presença da doença vascular, hipertensão, cetoacidose, pielonefrite e pré-eclampsia; e a diabetes mellitus bem controlada, sem complicações por doenças vasculares ou hipertensão, pode levar a um término de gestação sem anormalidades. 2.8 TRATAMENTO E MONITORAMENTO FETAL É imprescindível desenvolver um tratamento e monitoramento fetal, como explica o site www.diag nosticoetratamentodadiabetesgestacional.com. PRIMEIRO TRIMESTRE É a monitorização mínima requerida: avaliação do tônus cardíaco pelo exame Doppler ultrassonográfico durante cada visita. SEGUNDO TRIMESTRE Medidas dos níveis de alfa-feto proteínas, associada ao estriol não conjugado e à gonadotrofina coriônica humana, representando a tríade de rastreamento para as mal formações típicas visibilizadas entre 16 e 18 semanas de gestação. Anomalias cardíacas se 2.9 PLANO ALIMENTAR DA GESTANTE DIABÉTICA Conforme o site [email protected], a dieta da gestante diabética deve ser capaz de satisfazer as necessidades nutricionais durante a gestação, permitir um ganho de peso adequado e proporcionar o controle dos níveis da glicose sanguínea. Precisa-se considerar que as necessidades nutricionais da gestação variam de acordo com a idade, estatura, peso pré-gestacional e atual, idade gestacional e atividade física. Para isso, a avaliação dietética deve ser feita de forma detalhada, verificando-se o número e a composição das refeições, grupos de alimentos presentes, tabus e intolerâncias alimentares. 2.9.1 Recomendações nutricionais O site [email protected] alerta que o consumo energético deve ser o suficiente para se manter um ganho ponderal de peso desejável durante a gravidez e satisfazer o apetite: em média, 300 calorias a mais a partir do segundo VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 69 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM trimestre. As gestantes diabéticas obesas devem consumir o mínimo de 1800 calorias por dia para que não existam efeitos adversos à mãe ao feto. As recomendações das proteínas, gorduras, vitaminas e minerais são iguais às das gestantes não diabéticas. As refeições devem ser bem fracionadas, de 5 a seis por dia (desjejum, colação, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia) em horários estabelecidos de acordo com a insulinoterapia, para que não haja o risco de hipoglicemia (níveis muito baixo de glicose no sangue). Os alimentos ricos em carboidrato e gordurosos devem ser evitados, tais como carnes gordas, embutidos, laticínios integrais, gordura de coco, molhos e cremes gordurosos; os óleos vegetais devem ser provenientes da soja, girassol, milho, oliva ou canola e as margarinas do tipo light. As carnes devem ser do tipo magra e podem ser cozidas, assadas, grelhadas ou refogadas com o mínimo possível de óleo. Incluir diariamente no cardápio hortaliças de folha verde escura e frutas cítricas. 2.10 DIABETES E O EXERCÍCIO FÍSICO DE GESTANTES Ramos (2002) explica que o diabetes é caracterizada pela deficiência (ou falta) de insulina, possui ação anabólica e hipoglicemiante (diminuição da taxa de glicose no sangue), facilitando a penetração de glicose nas células. A deficiência (insulina) causa um aumento exagerado na glicemia (hiperglicemia). Nesse contexto, a atividade física é indicada porque ajuda no tratamento da diabetes, podendo oferecer um melhor controle da glicose. O exercício obriga o organismo a utilizar maiores quantidades de glicose, melhorando, como visto anteriormente, a relação glicose, insulina, tecidos, através do aumento da sensibilidade dos tecidos à insulina, diminuindo, desta maneira, a necessidade de insulina no transporte de glicose para dentro dos tecidos. Esse efeito pode levar à redução na administração de insulina. “O diabético que pratica esporte rotineiramente tem um controle mais estável com menos doses de insulina”. ADOÇANTES: o açúcar deve ser substituído por adoçantes e produtos dietéticos à base de aspartame, sacarina, acessulfame-k e sucralose em quantidade moderada. Os produtos industrializados devem ser controlados por meio da leitura dos rótulos para que se saiba a composição, os produtos que contêm glicose, dextrose, sacarose e frutose não devem ser consumidos. Pode, durante o exercício, ocorrer hipoglicemia (aumento da absorção de glicose). É válido lembrar que durante o exercício físico a entrada de glicose na fibra muscular está facilitada, ainda que por mecanismo não compreendido pela ciência. Essa condição (hipoglicemia) pode ser facilitada pela administração de insulina exógena imediatamente antes da sessão de exercícios, ocorrendo dessa SAL: deve ser utilizado moderadamente, no entanto, excluindo-se alimentos com excesso de sódio: temperos prontos, embutidos, carnes conservadas em sal, salgadinhos, entre outros. maneira uma grande utilização de glicose, causando enfim hipoglicemia. 70 Enfim, “Em caso de hipoglicemia durante o exercício, logo após o aparecimento dos sintomas (náuseas, VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM tremores, câimbras e fraqueza) interrompe-se a atividade e ofereça-se ao aluno uma bala ou água açucarada.” (RAMOS, 2002, p.28). 2.11 OBJETIVOS GERAIS DA ATIVIDADE FÍSICA DO DIABÉTICO Ramos (2002) argumenta que os principais objetivos da atividade física do diabético e das gestantes, são: • Controlar o peso corporal; • Regular o nível de glicose sanguínea; • Diminuir o risco de doenças coronarianas; • Diminuir a dose de medicamentos, por meio dos exercícios; • Elevar a autoestima; • Prevenir a nefropatia diabética, por meio da melhora do controle do diabetes (medicamentos, alimentação adequação e atividade física). É preciso prevenir esse caso, pois é uma complicação renal grave e surge, principalmente, em pessoas com mais de dez anos de diabetes mal controlada. Uma vez instalado o tratamento, pode-se ter apenas o controle. 2.12 PARTO E PÓS-PARTO DA PACIENTE DIABÉTICA O site www.sielo.br/pdf/rbg explicita que as gestantes com ótimo controle metabólico e que não apresentam antecedentes obstétricos de morte perinatal ou macrossomia ou complicações associadas, como hipertensão, podem aguardar a evolução espontânea para o parto. O diabetes gestacional não é uma indicação para cesariana e a via do parto é uma decisão obstétrica, sendo necessária a avaliação da permeabilidade da bacia materna e de sua proporção com o tamanho fetal. Em partos com evolução prolongada, cuidadosa reavaliação das proporções fetopélvicas deve ser feita no sentido de se evitar a distorcia de ombro. Se forem observados sinais de desproporção, deve ser indicada cesariana. Se for programada a interrupção da gestação antes de 39 semanas, é necessário realizar amniocentese e avaliação da maturidade pulmonar com dosagem de fosfatidilglicerol e avaliação da relação entre leticina e esfmgomielina. Já no parto programado a gestante deve permanecer em jejum, a dose diária de insulina suspensa ou administrada em um terço de sua dose matinal, e uma solução de glicose a 5 ou 10% deve ser administrada, com controle da glicemia capilar de 4 em 4 horas; se necessário, administrar insulina de ação rápida (regular). No entanto, quando o parto for de início espontâneo e a insulina diária já tiver sido administrada, recomenda-se a manutenção de um acesso venoso com infusão contínua de solução de glicose, além da monitorização da glicemia. Durante o trabalho de parto, os níveis de glicemia devem ser mantidos abaixo de 120 mg/dl; monitorização fetal intraparto é recomendada; é fundamental a presença de neonatologista na sala de parto. 2.13 MANEJO NO PÓS-PARTO Conforme o site www.diaetesendocrinologia.org.br, em mães diabéticas, após o parto, a amamentação VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 71 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM deve ser encorajada e as puérperas com diabete tipo 1 necessitam observar alguns cuidados na adequação da dieta e da insulina à lactação e devem ser orientadas a alimentar-se antes das mamadas. A ingestão calórica de 1800 kcal/dia é geralmente suficiente para suprir as necessidades nutricionais da lactação e permitir a perda gradual de peso. Todas as mulheres com diagnóstico de diabetes gestacional devem ser reavaliadas no puerpério para a reclassificação da condição metabólica. O teste oral de tolerância à glicose com 75 g deve ser realizado 6 a 8 semanas após o parto. Emprega-se o critério diagnóstico da Organização Mundial da Saúde para a reclassificação da tolerância à glicose. Contudo, há poucos estudos observacionais sobre o uso de antidiabéticos orais na lactação. A glibenclamida não foi detectada no leite materno, e as glicemias dos bebês foram normais, sugerindo que a droga seja segura e compatível com aleitamento nas doses empregadas, apesar do risco teórico de hipoglicemia no recém-nascido. Nessa situação, a metformina é excretada no leite em quantidade inferior a 1% da dose materna ajustada pelo peso; apesar disso, não é recomendada na lactação por alguns autores. No entanto, o guia de referência sobre drogas na gestação e lactação registra que a metformina é excretada no leite materno em doses compatíveis com a lactação. Ainda conforme o site www.diabetesendocrinologia. org.br, a acarbose absorvida sistemicamente é inferior a 2% da dose administrada, e, mesmo que excretada no leite, a quantidade seria irrelevante. 72 A nateglinida, a pioglitazona e a rosiglitazona provavelmente são excretadas em pequena quantidade no leite materno. Essas quatro drogas são consideradas compatíveis com a lactação pelo guia de referência de drogas na gestação e lactação, mas os fabricantes desaconselham seu uso. A glimepridae glipizida provavelmente esteja presente no leite materno, e apesar da inexistência de dados de segurança, são consideradas compatíveis com a amamentação. A clorpropamida e a tolbutamida são excretadas no leite e potencialmente tóxicas ao bebê. A repaglinida pode provocar anormalidades esqueléticas no recém-nascido. As drogas para o tratamento de complicações do diabetes que foram suspensas no aconselhamento pré-concepcional ou na gestação, por razões de segurança, não devem ser reintroduzidas durante a lactação. O enalapril e a nifedipina são considerados compatíveis com a lactação pela American Association of Pediatrics, apesar da ausência de evidências robustas. Os bloqueadores dos receptores da angiotensina não são considerados compatíveis com a lactação. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante dos fatos apresentados, o diabetes gestacional é uma situação de risco para a gestante e para o bebê, mas que pode ser controlada, possibilitando uma gestação tranquila, desde que seja diagnosticada no início da gravidez. A pesquisa mostra que todas as gestantes que apresentam diabetes mellitus gestacional devem VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM fazer acompanhamento rigoroso com o prénatalista, quando realizarão exames, para evitar riscos para a mãe e o bebê. A intervenção nutricional é uma importante aliada no controle do diabetes gestacional, trazendo benefícios à saúde. As necessidades nutricionais durante o período gestacional e lactação são similares às das mulheres sem diabetes, sendo assim, a alimentação deve garantir um apropriado ganho de peso e controle glicêmico. Para o sucesso do controle do diabetes mellitus gestacional é necessário a participação da equipe inter e multidisciplinar, o exercício físico diário e o cuidado com o pré-natal precoce. Ainda, a assistência nutricional oportuna e a garantia da assistência de qualidade ao longo da gestação permitem a intervenção a partir de orientações nutricional individualizada e de qualidade, o que reflete na adequação dos ajustes fisiológicos gestacionais. PARTO E PÓS-PARTO DA PACIENTE DIABÉTICA. Disponível em: <http://www.scielo. br/pdf/rbgo>. Aceso em: 1 jun. 2012. PLANO ALIMENTAR DA GESTANTE DIABÉTICA. Disponível em: <http://www.port@ ldiabetes.com.br>. Acesso em: 22 fev. 2012. RAMOS, Alexandre Trindade. Atividade física diabética, gestantes, terceira idade, criança e obesos. In: ______. Diabetes e os exercícios físicos e objetivos gerais da atividade física para o diabético. 3. ed. Rio de Janeiro, 2002, p. 26-31. TIPOS DE DIABETES. Disponível em: <http://www. diabetes.org.br/tipos-de-diabetes>. Acesso em: 15 maio 2012. TRATAMENTO DA DIABETES GESTACIONAL. Disponível em: <http://www.diagnósticoetratamen todadiabetesgestacional.mht>. Acesso em: 15 maio 2012. TRATAMENTO PÚBLICO DE SAÚDE. Disponível em: <http://www.curitiba.pr.gov.br/ noticias/pacientes-tem-exito-no-tratamento-dadiabetes/25866>. Acesso em: 25 maio 2012. REFERÊNCIAS BRUNNER, Lillian Sholtis. Diabetes na gestação. In:_______. Tratado de enfermagem médico-cirúrgico. 2. ed. v. 2. Santos: Guanabara Koogan, jun. 2011, p. 1201-1204. DIABETES E GESTAÇÃO. Disponível em: <http:// www.angelfire.com/ri/josivan/dg.htmlps>. Acesso em: 19 mar. 2012. MANEJO NO PÓS-PARTO. Disponível em: <http://diabetesendocrinologia.org.br>. Acesso em: 30 maio 2012. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 73 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERAPIA PROFESSORAS: BEATRIZ KOPPE, NOEMIA HEPP PANKE E Cristiane Gruber 6.1 SÍNTESE: ARTRITE E OSTEOPOROSE Disciplina: Produção Acadêmica I Curso: Fisioterapia Gênero: Síntese Aluna: Paula Miranda Santi Professora-orientadora: Beatriz Koppe O capítulo “Artrite e Osteoporose”, de Strand (2004), apresenta a causa da osteoartrite e seu tratamento. Também cita a osteoporose, os nutrientes que ajudam a combatê-la e sua prevenção. A osteoartrite é uma doença degenerativa crônica que afeta indistintamente homens e mulheres, podendo envolver todas as articulações do corpo. O estresse mecânico repetitivo causado por peso, trauma ou atividade excessiva pode contribuir para o desenvolvimento da doença. O tratamento tradicional da osteoartrite é o uso de anti-inflamatórios não esteroides e de aspirina. O autor conclui que o “segredo” para evitar tanto a osteoartrite como a osteoporose é a nutrição celular. REFERÊNCIA STRAND, Ray D. Artrite e Osteoporose. In:_____. O que seu médico não sabe sobre medicina nutricional pode estar matando você. São Paulo: M. Books, 2004, p. 98-109. A osteoporose é uma deficiência nutricional, pois o cálcio é um dos nutrientes importantes para o retardamento da doença. Possui outros nutrientes como manganês, magnésio, vitamina D, vitamina K, entre outros, que também ajudam na composição dos ossos e prevenção da osteoporose. O tratamento é fazer uma dieta saudável e desenvolver um programa de exercícios que é necessário para estimular o corpo a produzir material ósseo. 74 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA 6.2 RESUMO INFORMATIVO: A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA DURANTE O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO Disciplina: Produção Acadêmica I Curso: Fisioterapia Gênero: Resumo informativo Aluna: Mayara da Silva Bicudo dos Santos Professora-orientadora: Beatriz Koppe O texto “A importância da atividade física durante o processo de envelhecimento”, de Scheveitzer (2010), fala sobre a importância da prática de exercícios físicos regulares na terceira idade. Versa sobre o envelhecimento, que é um processo dinâmico, progressivo e fisiológico. Tem por objetivo mostrar a importância da inclusão da atividade física na rotina do idoso. A autora descreve que a alimentação é um fator importante para a saúde e qualidade de vida do indivíduo, pois um padrão alimentar equilibrado proporciona melhor condição de saúde e contribui diretamente na prevenção e controle das principais doenças que acometem o idoso. Conclui que a atividade física é de fundamental importância para REFERÊNCIA SCHVEITZER, Vanessa; CLAUDINO, Renato. A importância da atividade física durante o processo de envelhecimento. Revista Digital, Buenos Aires, fev. 2010, n. 141, v. 14. a população idosa, possibilitando a retomada da independência física, reduzindo ou retardando as chamadas doenças do envelhecimento. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 75 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA 6.3 RESUMO CRÍTICO Disciplina: Produção Acadêmica II Curso: Fisioterapia Gênero: Resumo crítico Aluna: Elizabete Cristina Faustino Professora-orientadora: Beatriz Koppe O capítulo “Artrite e osteoporose”, de Strand (2004), explica como ocorre a artrite e a osteoporose nas articulações das pessoas. Objetiva mostrar que alguns métodos de tratamento podem evitar ou minimizar os sintomas dessas doenças. Com base em pesquisas realizadas com pacientes portadores das patologias, mostrou-se que efeitos os remédios e outros modos de tratamento podem provocar na vida dos pacientes. Por causa dos efeitos perigosos dos anti-inflamatórios, desenvolveu-se um novo grupo de medicamentos que inibem certas enzimas relacionadas aos anti-inflamatórios, porém o uso dessas drogas só oferece alívio à dor, sem atacar a causa da doença, que é o estresse oxidativo. Conclui que para uma pessoa evitar a artrite ou a osteoporose é necessário sempre manter uma boa nutrição celular e, em consequência, se terá uma boa saúde. 76 REFERÊNCIA STRAND, Ray D. Artrite e osteoporose. In:_____. O que seu médico não sabe sobre medicina nutricional pode estar matando você. São Paulo: M. Books do Brasil, 2004, p. 98-109. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA 6.4 RELATÓRIO: A EVOLUÇÃO DO MAL DE ALZHEIMER E OS ASPECTOS DO TRATAMENTO Disciplina: Produção Acadêmica II Curso: Fisioterapia Gênero: Relatório Alunas: Gismaira Barbosa de Miranda e Helissar Mayara Fernandes1 Professora-orientadora: Beatriz Koppe RESUMO: Relatório realizado sobre o mal de Alzheimer, doença neurodegenerativa e progressiva que leva à incapacidade completa e morte. Objetiva possibilitar ao leitor um breve conhecimento da doença e expor a importância da atuação do fisioterapeuta nestes pacientes. O relatório foi embasado no texto “Mal de Alzheimer: uma visão fisioterapêutica”, de Bastos et al. (2003) e no filme “Longe dela”, dirigido por Sarah Polley (2006). Aponta os sintomas apresentados em cada fase da doença e o comprometimento emocional do paciente, assim como o de sua família e cuidador. Evidencia a necessidade de tratamento adequado para evitar agravos e enfatiza o papel essencial do tratamento fisioterapêutico constante na melhoria da qualidade de vida do paciente, além da importância do convívio familiar para um melhor efeito do tratamento. Palavras-chave: Mal de Alzheimer. Neurodegenerativa. Fisioterapia. Doença 1 INTRODUÇÃO O mal de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa e progressiva, que resulta em incapacidade completa e morte. A sua causa é desconhecida pela ciência e trata-se de uma doença determinada geneticamente e não hereditária. O mal de Alzheimer foi descoberto em 1907 pelo médico alemão Alois Alzheimer por meio de uma biópsia, na qual foram notadas alterações nas neurofibrilas cerebrais por impregnação com sais de prata. Trabalho supervisionado pela professora de Produção Acadêmica II, Beatriz Koppe, com o objetivo de mostrar a importância da atuação do fisioterapeuta com o paciente de Alzheimer, promovendo a melhora na qualidade de vida por meio do estímulo ao sistema motor do paciente e possibilitar o conhecimento da etiologia e sintomas apresentados durante as fases da doença, visto que dentro de 25 anos 34 milhões de pessoas terão demência, e mais da metade das pessoas com essa 1 Alunas do 2º. período de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 77 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA patologia padecem de mal de Alzheimer (ABRAZ). Os dados para a realização do trabalho foram baseados no filme “Longe dela”, dirigido por Sarah Polley (2006), e no texto “Mal de Alzheimer: uma visão fisioterapêutica”, de BASTOS et al. (2003). Foram utilizadas duas aulas para assistir ao filme e ler o texto escolhido por cada dupla dentre os sugeridos pela professora e para estabelecer as ideias principais para a confecção do relatório. A confecção do relatório foi realizada durante todo o bimestre do segundo período do curso de Fisioterapia, em sala de aula, na Faculdade Dom Bosco. 2 RELATO O filme “Longe Dela”, dirigido por Sarah Polley (2006), conta o drama psicológico de Fiona (Julie Christie) e seu marido Grant (Gordon Pinsent). O filme aborda como tema principal o mal de Alzheimer, apresentado pela personagem Fiona, que inicialmente possui pequenos lapsos de memória, mas que com o decorrer do tempo pioram e tornam-se mais significativos. Ela mesma decide internarse numa clínica, depois de alguns incidentes em que sai de casa e não consegue voltar. Após a internação, seu marido é proibido de visitá-la durante trinta dias, devido a uma política do estabelecimento, que tem como objetivo facilitar a adaptação do paciente. Kristy, uma enfermeira da instituição, se comove com Grant e o ajuda a entender a doença, informando-o que era possível ter períodos de lucidez, que não durariam muito tempo. Afastada de Grant, Fiona aproxima-se de Aubrey, um interno da clínica, que 78 faz com que ela se afaste de seu marido e até não o reconheça. A esposa de Aubrey decide tirá-lo da instituição devido a problemas financeiros e Fiona então adoece. Grant decide buscar Aubrey e o levar até Fiona, com o propósito de que ela melhorasse. O filme termina com Grant deparando-se com Fiona lúcida. 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O texto “Mal de Alzheimer: uma visão fisioterapêutica”, de Bastos et al. (2003), é um artigo que versa sobre a síndrome de Alzheimer, que acomete mais da metade da população com demência. Trata-se de uma doença neurodegenerativa, para a qual ainda não existe prevenção, e o principal fator de risco é a idade. A síndrome possui três fases em que os sintomas variam entre perda de memória recente até dependência total, quando o paciente se encontra no leito, sem falar. A fisioterapia tem papel de recuperar a capacidade de executar tarefas diárias dos pacientes, dando-lhes autonomia (o que implica diretamente no intelecto da pessoa debilitada por Alzheimer) e dar orientações aos cuidadores. O paciente é acompanhado por diversos profissionais da área da saúde, além de precisar de medicação e supervisão em período integral. No tratamento fisioterapêutico, o foco principal é o sistema motor do paciente, onde o fisioterapeuta atua com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do mesmo, observando o trofismo e o tônus muscular, para que se possa ter VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA conhecimento do grau de incapacidade surgido pela demência. 4 ANÁLISE Segundo Bastos et al. (2003), o mal de Alzheimer se apresenta em três fases: na fase inicial, o paciente apresenta perda de memória recente e dificuldade de aprender. Na fase intermediária, o paciente é incapaz de reter novas informações. Na fase final, o paciente se encontra impossibilitado de realizar suas funções, possui incontinência urinária, não fala e passa a apresentar alterações de personalidade. No filme “Longe Dela”, a personagem Fiona (portadora de Alzheimer) apresentava sintomas pertinentes à fase inicial e à fase intermediária. Ela apresentou amnésia transitória e perda de vocabulário. Segundo Bastos et al. (2003), o estado emocional do paciente com Alzheimer sofre alterações conforme a evolução da doença. A pessoa pode tornar-se agressiva, ficar agitada, ter mudanças de humor, sentir raiva, sentir-se ameaçado, ver perigo onde não existe e não ver onde existe. Já no filme os aspectos agressividade, mudança de humor e raiva não foram apresentados pela personagem, ressaltando apenas a exposição ao perigo (representado na cena em que Fiona sai de casa e esquece o caminho para voltar) e a sua frustração por não conseguir se comunicar e evocar as suas lembranças, o que a deixava confusa. Outra vítima indireta do mal de Alzheimer é o cuidador, que sofre uma sobrecarga física e psicológica, tendo que se adaptar à nova situação que lhe foi imposta, aceitando-a. Para isso foram criados grupos de apoio que visam suprir todas as necessidades dos associados, conforme o texto explica. Já no filme Grant (marido da personagem Fiona) recebe esse apoio de uma funcionária da instituição (a enfermeira Kristy), e se demonstra equilibrado emocionalmente e gerencia bem a situação. O fisioterapeuta tem papel essencial na reabilitação do paciente com Alzheimer, atuando de acordo com a evolução da doença. Trabalhando com diversos estímulos, visando à independência funcional e orientando o cuidador sobre condutas específicas que auxiliem a melhora do quadro do paciente, assim como o tratamento, evitando agravos. No filme, não há relato do acompanhamento do fisioterapeuta. O filme não aborda a questão do acompanhamento do paciente por diferentes profissionais, mostrando apenas a atuação do enfermeiro. Porém, o texto aconselha que o tratamento não seja feito apenas com medicação, mas também com orientação de diferentes profissionais da área da saúde. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o desenvolvimento da análise do texto “Mal de Alzheimer: uma visão fisioterapêutica” e do filme “Longe Dela”, foi possível um conhecimento mais específico da doença, alterações decorrentes e cuidados necessários. O texto de Bastos et al. (2003) é abrangente em relação aos aspectos da doença, informando o leitor leigo de maneira eficaz e eficiente, o que o torna um excelente material de consulta para VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 79 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA cuidadores, familiares ou interessados. O filme aborda superficialmente a doença, mostrando seus principais sintomas, além de expor o sofrimento familiar e do paciente. Na análise, foi evidenciada a necessidade de tratamento adequado para evitar o agravo da doença por estímulos extrínsecos, com a finalidade de melhorar a qualidade de vida em todos os estágios da doença, sendo essencial a participação do fisioterapeuta. REFERÊNCIAS LONGE DELA. Direção de Sarah Polley. Canadá. Produção de Daniel Iron, Simone Urdl e Jennifer Weiss, 2007. DVD (110min). BASTOS et al. Mal de Alzheimer: uma visão fisioterapêutica. Maranhão, abr. 2003. Disponível em: <http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf /artigos_revistas/114. pdf>. Acesso em: 10 set. 2012. 80 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA 6.5 RESENHA DESCRITIVA: TRATAMENTO COM ANTI-INFLAMATÓRIOS TÓPICOS NA OSTEOARTRITE DE JOELHO Disciplina: Produção Acadêmica III Curso: Fisioterapia Gênero: Resenha descritiva Aluna: Andrea Stasiak Capelline1 Professora-orientadora: Noemia Hepp Panke Esta resenha é resultado do artigo “Tratamento com anti-inflamatórios Tópicos na Osteoartrite de joelho”, publicado na Rev. Bras. Reumatol em mai/jun, 2006. Foi escrito por Helena Lúcia Alves Pereira, médica reumatologista assistencial de São Paulo (UNIFESP), Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro, professora do departamento da clínica médica de São Paulo (UNIFESP), e Rozana Mesquita Ciconelli, médica assistente doutora de reumatologia de São Paulo (UNIFESP). Elas recorrem a outros autores para a apresentação do artigo. Por meio de citações de Bagge (1995), Bae (2005), Wynne (1994), Bookman (2004), entre outros. Para a elaboração do artigo as autoras usam norma padrão da língua, empregam termos técnicos dos profissionais da área da saúde e, para a compreensão do texto, utilizam gráficos e tabelas. As autoras afirmam que apesar da necessidade de mais estudos com AINEs tópicos para afirmar que eles são superiores ao placebo e tão efetivos quanto os orais, seus efeitos adversos são menores. Garantem, assim, a segurança da população idosa, que é a mais acometida pela doença articular prevalente e principal causa de dor e incapacidade. De acordo com o artigo, Pereira, Ribeiro e Ciconelli citam que apesar das recomendações, o uso dos anti-inflamatórios orais é muito grande com ou sem prescrição médica, tendo grande risco da toxicidade por dependência. O medicamento tem efeitos adversos gastrintestinais, cardiovasculares e trombóticos, e o uso do AINEs tópico incide em menor índice de efeitos colaterais sistêmicos. Em depoimento, a farmacêutica bioquímica Beatriz Santos afirma que o uso dos AINEs para osteoartrite é muito frequente mesmo sem a prescrição médica, principalmente, em casos mais agudos da doença. Ela alega que o uso frequente do medicamento pode causar efeitos colaterais sistêmicos. 1 Acadêmica do 3º período do curso de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 81 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA De acordo com a farmacêutica, os estudos dos efeitos colaterais dos AINEs tópicos são menores e trazem menos riscos à população idosa, entrando em acordo com o que as autoras do artigo afirmam. Lembra também da pequena diferença com relação ao diclofenaco oral, em que os riscos sistêmicos são maiores. REFERÊNCIA PEREIRA, Helena Lúcia Alves; RIBEIRO, Sandra Letícia Elzébio; CICONELLI, Rozana Mesquita. Tratamento com anti-inflamatórios tópicos na osteoartrite de joelho. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 46, n. 03, p. 188-193, mai./jun. 2006. Segundo as autoras, a aplicação tópica de AINEs com alta penetração é usada por décadas para aliviar a dor em tecido musculoesquelético. Estudos em animais confirmam a eficácia da aplicação tópica, que produz uma concentração máxima no músculo subjacente e cápsula articular. Contudo, Pereira, Ribeiro e Ciconelli afirmam que estudos recentes, com duração de 12 semanas, compararam a solução tópica com a oral, que demonstrou que ambas as soluções obtiveram melhoras equivalentes na dor, na capacidade funcional e avaliação global do paciente, sendo um estudo importante por comparar a mesma droga. O artigo é destinado para aqueles que fazem tratamento com anti-inflamatórios tópicos para osteoartrite de joelho. Porém, o pequeno número de ensaios e as falhas na metodologia impossibilitam a conclusão definitiva, sendo necessários mais estudos de longa duração. 82 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA 6.6 RESENHA CRÍTICA: INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA REABILITAÇÃO VENTILATÓRIA DE RECÉM-NASCIDOS QUE APRESENTAM COMPROMETIMENTO CARDÍACO E COMPLICAÇÕES PULMONARES Disciplina: Produção Acadêmica III Curso: Fisioterapia Gênero: Resenha crítica Aluna: Karine Souza Andrade1 Professora-orientadora: Noemia Hepp Panke As produções textuais que culminaram no desenvolvimento da resenha crítica, a qual será caracterizada na sequência, foram o artigo “Efeitos da Fisioterapia respiratória convencional versus aumento do fluxo expiratório na saturação de O2, frequência cardíaca e frequência respiratória, em prematuros no período pós-extubação”, publicado na Revista Brasileira de Fisioterapia set.,(2006), por Antunes et al. Eles são responsáveis pela Seção Técnica de Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu. O objetivo é apresentar os efeitos alcançados com a atuação de técnicas fisioterapêuticas, no tratamento de neonatos com alteração da mecânica respiratória. Também se empregou o artigo “Importância da Fisioterapia no pré e pós-operatório de cirurgia cardíaca pediátrica”, publicado na Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular ago., (2009), de Cavanagui e al. O grupo coordena uma equipe de discentes do curso de pós-graduação de Fisioterapia da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP). A finalidade da publicação é retratar a relevância da Fisioterapia no controle de complicações que afetam a saúde pulmonar de neonatos com cardiopatias pós-cirurgia cardíaca. A compreensão de ambos os artigos é bastante facilitada, por apresentar uma linguagem acessível e objetiva. Há ainda traduções evidenciadas de todas as siglas e informações direcionadas a estudiosos da área, bem como a indivíduos com interesse nos assuntos. Os estudiosos do primeiro texto contaram ainda com o emprego das concepções de alguns autores de outros estudos correlacionados, tais como Guinsburg (1998), assim como os pesquisadores da segunda fonte, os quais recorreram aos conceitos dos autores Croti (2008), Cardoso (2003), Braile (2008) e Nina (2007). 1 Acadêmica do 3º período do curso de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 83 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA Antunes et al. apresentam a atuação de duas técnicas fisioterapêuticas distintas em um processo de recuperação ventilatório de recém nascidos, que nasceram prematuros e desencadearam estresse respiratório. Por meio de informações obtidas diariamente no âmbito de trabalho, na Instituição de Exames Ultrassonográficos de Medicina Fetal, FETALMED, sabe-se que o sistema pulmonar é o último a amadurecer em um processo de gestação, que a idade ótima gestacional para partos sem complicações posteriores do sistema respiratório de um recém-nascido é de 38 semanas em diante. Já quando um neonato nasce antes, ou significativamente prematuro, certamente desenvolverá complicações pulmonares. Nesse caso, precisa ser imediatamente encaminhado para um UTI neonatal, com uma equipe multidisciplinar. Nesse contexto, destaca-se o papel do fisioterapeuta, que possui relativa importância no tratamento desses pacientes, estimulando a maturação do sistema respiratório, com a atenuação de estresse e desconforto ventilatório. De acordo com os autores, o estudo randomizado se realizou com pacientes pediátricos que se enquadravam nas características descritas anteriormente, sendo assistidos com técnicas específicas da Fisioterapia, cada qual com abordagens diferentes. Os mesmos destacam as técnicas da Fisioterapia Respiratória Convencional (FRC), mais complexas e intensas, e as técnicas de Aumento do Fluxo 84 Expiratório (AFE), mais suaves e atenuadas. Ambas apresentam efeitos positivos por produzirem aumento significativo na saturação de O2 e adequação de frequência respiratória. Porém, a primeira abordagem não apresenta tanto benefício para a frequência cardíaca, pois após realização de FRC, eleva-se para níveis acima do normal. As informações do artigo em estudo se confirmam nas aulas de Fisiologia, sobre sistema cardiopulmonar, circulação, transporte e trocas gasosas pelo sangue, ministradas pela professora Ariani Cavazzani, para o 3º período do curso de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco. Estudou-se que, para existir fluxo sanguíneo dentro dos padrões de normalidade no leito vascular e adequadas trocas gasosas, é necessária a funcionalidade sincícia da bomba propulsória cardíaca. Ela propicia este fator por meio da manutenção e adequação da frequência cardíaca, principalmente pelo fato de que o sistema cardíaco apresenta íntima relação com o sistema pulmonar. Assim, quando um descompensa, afeta o outro, e as disfunções são desencadeadas. Quanto maiores os níveis de saturação do oxigênio, que corresponde à quantidade deste gás ligado à hemoglobina, mais pressão parcial ele gera e se difunde para os compartimentos teciduais e, consequentemente, maior é a oxigenação sistêmica. A professora também explicou que técnicas da Fisioterapia especializada na área de respiratória contribuem significativamente com estes fenômenos ao potencializá-los e fazer com que todo o sistema cardiorrespiratório responda de maneira positiva. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA Assim sendo, após a realização do estudo randomizado e análise dos resultados, os autores concluem que a atuação da Fisioterapia por meio das técnicas de AFE são seguras, eficientes e eficazes na reabilitação pulmonar de RNs prematuros, embora haja a necessidade de mais estudos que confirmem os parâmetros positivos até agora obtidos com os estudos então existentes. Já em relação ao artigo de Cavenagui et al., (2007), os autores discutem sobre as principais cardiopatias pediátricas existentes, suas consequências sob forma de complicações pulmonares, posteriores à realização de cirurgia cardíaca, tais como atelectasias, redução da complacência pulmonar e disfunções de volumes expiratórios. Evidenciam a relevante atuação, principais abordagens e resultados alcançados com a assistência da Fisioterapia no tratamento de pacientes pediátricos que apresentam tais características. Com o intuito de confirmar as informações contidas neste artigo, correlacionam-se seus conceitos com a aprendizagem sobre Fisiologia Pulmonar, adquiridas nas aulas da disciplina de Fisiologia dos Sistemas. Estudou-se que para se ter um mecanismo adequado de ventilação, ou seja, complacência pulmonar (expansibilidade torácica e elevação de gradil costal), é necessária a atuação suficiente da musculatura inspiratória, como também para que se realize expiração basal (retração pulmonar e torácica), tem de existir suficiência dos músculos expiratórios. Ainda se torna necessária a capacidade residual funcional (CRF), que é a soma dos valores de reserva expiratório com o volume residual. Só se encontra adequada no organismo humano quando aqueles volumes estão em seus níveis normais, e que o fisioterapeuta tem papel extremamente importante na intervenção positiva destes fatores, por meio da avaliação da função pulmonar com a realização da espirometria, ou mesmo com manobras especificas que previnam e/ou tratem complicações respiratórias. Os pesquisadores avaliam, em sua revisão, por meio de informações de outros ensaios clínicos substanciados, que realmente um processo cirúrgico cardíaco em recém-nascidos prematuros altera sua mecânica pulmonar. Embora esse processo acarrete complicações, apresenta a possibilidade de tratá-las associando a abordagem fisioterapêutica com procedimentos clínicos. Conforme os parâmetros destacados e descritos em sua pesquisa, os autores concluem que múltiplas são as técnicas que a Fisioterapia utiliza, tanto na fase pré-operatória cardíaca, com o intuito de prevenir disfunções respiratórias, quando em fase pós-cirúrgica. Nessa situação, o objetivo é minimizar os efeitos adversos do desconforto ventilatório dos pacientes acometidos, e quando se associam à intervenção clínica, os resultados são ainda maiores. Enfatizam que há necessidade da realização de mais estudos de revisão e pesquisas que potencializem a avaliação desse tema. Ao correlacionar as ideias, informações e concepções contidas nos dois artigos, constata-se que a essência de ambas as obras é evidenciar a VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 85 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA abordagem fisioterapêutica dentro de um processo de reabilitação da função pulmonar, seja este comprometimento consequência de disfunções ventilatórias por imaturidade do sistema respiratório ou por acometimento cardíaco. Faz-se necessário esclarecer a metodologia utilizada na prevenção e recuperação de tais fenômenos. A primeira fonte torna bastante claro esse enfoque, ao informar, por meio dos resultados obtidos de se estudo randomizado, eficácia de duas técnicas fisioterapêuticas ao minimizarem estresse respiratório de neonatos prematuros, pois apresentam os valores de aumento dos níveis de SpO2 e adequação de FR, de acordo com a composição de sua amostra. Já o segundo texto preconiza a significativa contribuição da Fisioterapia no tratamento de pacientes pediátricos submetidos a procedimento cirúrgico, que às vezes desenvolvem insuficiência respiratória, e expõe resultados positivos na melhora da funcionalidade da árvore brônquica. Certamente os estudos propiciam orgulho aos profissionais que destinam suas habilidades na reabilitação cardiorrespiratória de seres humanos que nem bem chegaram ao mundo. Por meio de suas intervenções elevam as chances de sobrevida, bem como maximizam as informações acerca dos assuntos tão bem explanados até o momento. Esse fato possibilita a muitos indivíduos o conhecimento acerca dos assuntos desenvolvidos em ambos os artigos. 86 Salienta-se ainda que os temas aqui disseminados podem ser amplamente estudados em diversos cursos, entre eles, Fisioterapia, Enfermagem, Medicina, Educação Física, Assistência social e demais cursos e instituições sociais, educacionais e na área da saúde. REFERÊNCIAS ANTUNES, L. et al. Efeitos da fisioterapia respiratória convencional versus aumento do fluxo expiratório na saturação de O2, frequência cardíaca e frequência respiratória, em prematuros no período pósextubação. Rev. Brasileira de Fisioterapia, v. 10, n. 1, p. 97-103., abr./set. 2006. CAVAZZANI, Ariani. Fisiologia Respiratória. Disponibilizado por CAVAZZANI, Ariani. Fisiologia dos Sistemas. Curitiba: Faculdade Dom Bosco, 2013. CAVENAGHI, Simon et al. O amor é uma necessidade biológica. Importância da fisioterapia no pré e pós-operatório de cirurgia cardíaca pediátrica Rev. Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, v. 24, n. 3, p. 397-400, ago. 2009. FETALMED. Curitiba. Disponível em: <http:// www.fetalmed.net/>. Acesso em: 22 maio 2013. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA 6.7 FISIOTERAPIA AQUÁTICA PARA NEONATOS Disciplina: Produção Acadêmica IV Curso: Fisioterapia Gênero: Artigo de revisão Alunos: Ana Paula Tanterffer, Jonathan Silva Moura, Kalinka Barros e Mislaine Pacheco Professoras-orientadoras: Noemia Hepp Panke e Cristiane Gruber RESUMO: Este estudo consiste em uma revisão bibliográfica, com o objetivo de apresentar o que é a Fisioterapia aquática, seu histórico, principais métodos utilizados e seus benefícios em recém-nascidos. A hidroterapia aplicada aos neonatos é um bom meio para tratá-los neste estágio da vida, porém, nem todos os métodos se aplicam. O Watsu, Halliwick e BadHagaz (métodos já consagrados) são de impossível ou de difícil aplicação em bebês, por não terem desenvolvido ainda a maturação necessária para realização de alguns exercícios. O único disponível e feito exclusivamente para estes é a terapia de balde, onde o neonato é imerso na água, que simula o útero materno. No entanto, este método ainda não possui comprovação cientifica. Os benefícios da simulação do útero materno são efetivos e perceptivos em neonatos, porém como carece de comprovação científica, ainda não é um método consagrado. Esse fato permite notar que há necessidade de mais estudos científicos que comprovem veridicamente o que o método traz de qualidade a esta fase da vida do bebê. Palavras-chave: Fisioterapia aquática. Histórico. Métodos. Neonatal. ABSTRACT: This study consists of a literature review, in order to present what is the Aquatic Physical Therapy, its history, key methods and their benefits in newborns. The hydrotherapy applied to newborns is a good way to treat them in this stage of life, however, not all methods apply. Watsu, Halliwick and Bad Hagaz (methods already established) are impossible or difficult to apply to babies, because they have not yet developed the maturity necessary to perform some exercises. The only available and made exclusively for them, is therapy bucket, where the infant is immersed in water that simulates the womb. However, this method has not yet scientifically proven. The benefits of simulation womb are effective and perceptive in neonates, but as it lacks any scientific evidence is not yet an established method. This fact allows to note that there is a need for more scientific studies that VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 87 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA prove truthfully what method brings quality to this stage of the baby’s life. Keywords: Aquatic physiotherapy. History. Methods. Newborn. 1 INTRODUÇÃO O tema geral deste artigo é a “fisioterapia aquática”, que é hoje o termo mais conhecido para exercícios terapêuticos realizados em piscina aquecida e coberta, com orientação total e restrita do profissional de Fisioterapia. Por meio do uso de inúmeras técnicas de reabilitação, associadas às propriedades físicas da água, principalmente, pressão hidrostática, flutuação, viscosidade e aos efeitos do calor, proporcionam aos pacientes efeitos fisiológicos que já surgem imediatamente após a imersão. Contudo, a abordagem específica é “fisioterapia aquática e os neonatos”. Percebe-se que no Brasil não existem muitos profissionais especializados nessa modalidade e poucas pessoas conhecem a importância e a eficácia dessa forma de tratamento fisioterapêutico. Além disso, o custo para a hidroterapia é bastante elevado, tanto para paciente quanto para terapeutas. Sabe-se que a água não é utilizada apenas para relaxamento, porém, atualmente, não há estudos mais aprofundados sobre os benefícios da água em diversas patologias e seus benefícios com neonatos. O objetivo deste artigo é pesquisar as bases históricas da fisioterapia aquática, as patologias tratáveis, os principais métodos utilizados, os benefícios 88 terapêuticos, bem como desenvolver senso crítico sobre essa forma de tratamento, podendo assim definir sua relevância como forma de tratamento. Pretende-se, ainda, abordar o tema da fisioterapia aquática para recém-nascidos, pois se trata de um assunto ainda pouco conhecido e aceito por parte da população, por falta de estudos que comprovem sua eficácia na melhora da saúde de neonatos e por receio dos pais em permitirem o tratamento em água. Levando em consideração a escassez de trabalhos publicados com esse tema, este artigo foi escrito com o intuito de ofertar a todos os interessados no assunto e, principalmente, à comunidade científica, informações relevantes sobre essa forma de tratamento. Considera-se ainda que, como futuros profissionais da saúde, seja de extrema importância que se tenha condições de entender o método, repassar informações pertinentes a quem interessar e aplicar o tratamento em água. 2 HISTÓRIA DA HIDROTERAPIA Segundo Ruoti et al. (2000) a terapia aquática se originou nas civilizações que habitavam os rios da Mesopotâmia, Egito, Índia e China. Os rituais de cura pela água eram utilizados pelos gregos, hebreus, romanos e cristãos, por imersão, com o objetivo de renovação individual. Durante o século XIX, as propriedades da flutuação começaram a ser estudadas para realizar exercícios em pacientes na água. Em 1898, o conceito de hidroginástica foi VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA introduzido por Leydeen e Goldwater, que incluíam a realização de exercícios na água e serviram como precursores do conceito de reabilitação aquática. Os autores afirmam ainda que no Brasil a hidroterapia teve início na Santa Casa da cidade do Rio de Janeiro, utilizando água doce e água salgada (talassoterapia) por Artur Silva, em 1922. Atualmente, a reabilitação aquática realiza grandes avanços desde o século XX. Mas é preciso intensificar ainda mais a utilização dessa prática pelos profissionais fisioterapeutas para estimular estudos nesta área utilizando o princípio da água nas reabilitações e programas de tratamento terapêutico. diabético, evitar aplicação quente nos pés; pessoas com esclerose múltipla, diabéticos, gestantes e hipertensos devem evitar banho dimensão por tempo prolongado. A hidroterapia, só pela imersão, já promove ao paciente uma sensação de bem-estar físico e psicológico, e segundo Ruoti et al. (2000), dá um encorajamento às atividades da vida diária. Explicam que o efeito curativo da hidroterapia baseia-se nos efeitos mecânicos e termais, explorando a reação do corpo a estímulos quentes, frios e à pressão exercida pela água. Os neurotransmissores transportam os impulsos sentidos pela pele para o sistema nervoso central e este estimula o sistema imunológico. Geralmente, o calor acalma e relaxa o corpo, diminui a atividade interna dos órgãos, e o frio aumenta a atividade do corpo internamente. Além disso, a combinação de várias técnicas de exercícios com diversas teorias de tratamento proporciona aos pacientes muitos benefícios, como o fortalecimento muscular e a reeducação dos músculos paralisados. A imersão em água facilita a execução de movimentos que são difíceis e dolorosos em solo, pois aumenta a amplitude articular. Alivia dor e espasmos musculares, melhora a circulação sanguínea, assim, diminui edemas e facilita o retorno venoso, melhora o condicionamento cardiovascular e também a capacidade pulmonar. Facilita ainda a movimentação sem que haja descarga total ou parcial do peso corporal, e pode ainda trazer oportunidade para recreação e socialização enquanto se realiza a terapia. Os efeitos terapêuticos da água são utilizados como analgesia e diminuição de espasmo, melhoram a circulação. Esses efeitos, associados a exercícios praticados no meio aquático, favorecem a manutenção e o aumento da amplitude de movimento, fortalecimento muscular, melhoria do equilíbrio e coordenação e postura. Devemse levar em consideração as contraindicações: se De acordo com Campion (2000), a hidroterapia oferece vantagens a patologias em todos os sistemas corporais. Na área respiratória, realiza-se para asma brônquica, bronquite crônica, enfisema pulmonar, fibrose cística, sequelas de infecções respiratórias e no pós-operatório. Na área cardíaca, é indicada para tratar de pacientes hipertensos ou com alterações valvulares. Na parte ginecológica é benéfica, tanto no VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 89 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA período de gestação quanto no pós-parto. É indicado também na geriatria, lidando com problemas decorrentes deste período, e, além disso, trata de patologias específicas, como as neurológicas, sendo elas Parkinson, Alzheimer, sequelas de acidente vascular cerebral, traumatismo raquimedular, poliomielite, polineuropatias, traumatismo cranioencefélico, paralisia cerebral, tumores do sistema nervoso, e as patologias reumáticas como artrite reumatoide e febre reumatoide. Com o passar dos anos, McMillan manteve seus protocolos originais e adotou outras técnicas adicionadas ao seu método original. Mais recentemente, essas técnicas são usadas terapeuticamente por muitos profissionais para tratar pacientes pediátricos e adultos com diferentes alterações de desenvolvimento e disfunções Koury (2000, p. 1) menciona que “a flutuação do corpo humano na água permite que os pacientes se exercitem mais independentemente”. O Watsu foi criado no norte da Califórnia, A hidroterapia, pelos recursos que oferece, tem uma área bastante abrangente, já que são traçados condutas e exercícios personalizados para cada pessoa e sua determinada patologia de forma a promover e/ou acelerar a reabilitação de cada paciente. 2.1 MÉTODOS HIDROTERÁPICOS De acordo com Ruoti (2000), existem algumas técnicas de reabilitação aquática, dentre as mais conhecidas estão o método Halliwick, que foi desenvolvido por McMillan em 1949 na Halliwick School for Girl, em Southgate, Londres. A principal finalidade das técnicas de McMiIllan era ajudar as pacientes com incapacidades a se tornar mais independentes e treinadas para nadar. A ênfase inicial do método Halliwick era de natureza recreativa, com um objetivo de independência individual na água. 90 neurológicas. O método Halliwick enfatiza as habilidades dos pacientes na água, e não as deficiências em terra. por Harold Dull, nos anos de 1980, como uma técnica de massagem ou bem-estar que não era necessariamente destinada a pacientes, tais como são classicamente definidos. Entretanto, terapeutas de reabilitação aquática aplicaram a abordagem a pacientes com uma variedade de distúrbios neuromusculares e músculos esqueléticos e relataram sucesso empírico. Um dos resultados mais benéficos do Watsu é o alongamento eficaz. Por meio do alongamento, admite-se que os meridianos fiquem mais perto da superfície do corpo, onde a energia que eles carregam pode ser liberada. Esses efeitos são embelezados por movimentos rotacionais que liberam energia bloqueada. O paciente permanece completamente passivo e, muitas vezes, experimenta um relaxamento profundo a partir da sustentação pela água e um contínuo movimento rítmico dos vários fluxos. Jakaitis (2007, p. 33) afirma que o método Watsu “é a técnica de terapia corporal que mais tem se VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA desenvolvido nos últimos dez anos nos Estados Unidos, na Europa e no Brasil”. são realizados pode ser cuidadosamente monitorada e graduada. O Watsu possui uma sequência de movimentos durante a sessão. Essa técnica possibilita um aumento da amplitude de movimento pela combinação de ausência de descarga esquelética induzida pela 2.2 FISIOTERAPIA AQUÁTICA EM RECÉM-NASCIDOS flutuação. O método Bad Ragaz, ou método dos anéis de Bad Ragaz, foi desenvolvido em 1960 em Bad Ragaz, na Suíça. Trata-se uma coleção de técnicas terapêuticas efetuadas na água que foram desenvolvidas através dos anos nas águas termais de Bad Ragaz, na Suíça. Ainda em evolução, o método é usado internacionalmente para reeducação muscular, fortalecimento, tração, alongamento espinhal, relaxamento e inibição do tônus na água. Atualmente, o método de Bad Ragaz incorpora técnicas de movimentos com padrões em planos anatômicos e diagonais, com resistência e estabilização, fornecidos pelo terapeuta. O paciente ainda é mantido em decúbito dorsal, utilizando flutuadores nos mesmos segmentos anatômicos. As técnicas são usadas para pacientes ortopédicos ou com comprometimento neurológico. Tanto técnicas ativas quanto passivas são incorporadas com vários objetivos terapêuticos, incluindo redução do tônus, pré-treinamento de marcha, estabilização do tronco e exercício ativo e resistido. Os padrões utilizados pelo Bad Ragaz permitem que o fisioterapeuta e o paciente trabalhem juntos em cooperaração, e a força com quais os movimentos Ao tratar especificamente da fisioterapia aquática em recém-nascidos, Souza (2002) relata que a utilização da fisioterapia aquática nesse caso, é trabalhada principalmente para proporcionar relaxamento aos neonatos, utilizando técnicas que simulam o útero materno. Porém, conforme afirma Campion (2000), a atividade aquática é uma maneira de estimular o desenvolvimento e de ampliar a experiência de movimentos das crianças sadias, deficientes ou sob risco. Campion (2000, p. 34) explica que: A criança prematura e aquelas que estão sob altos riscos de lesões neurológicas ou atraso de desenvolvimento já podem ter experienciado a hidroterapia em uma unidade de terapia intensiva. Uma técnica de flutuação em cama de água ou a imersão em banhos quentes podem ter sido utilizadas; sendo que a última pode ter sido apenas imersão ou a imersão combinada com técnicas de hidroterapia. A fisioterapia aquática é utilizada para diminuir as alterações fisiológicas, amenizando o estresse nos bebês causados pelas disfunções devido à prematuridade. É aplicada inicialmente em neonatos clinicamente estáveis, com mais de 72 horas de vida. Contudo, as seções não podem ultrapassar mais de dez minutos, pois podem causar fadiga ao neonato. A temperatura da água deve estar entre 36 e 37 graus centígrados para deixá-lo confortável, pois é VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 91 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA a mesma temperatura de dentro do útero, dando ao recém-nascido a tranquilidade e segurança do corpo da mãe. Esses cuidados são associados a alongamentos e mobilizações dos membros dos neonatos. Ao utilizar os princípios físicos da água há uma queda na frequência respiratória e cardíaca e nos níveis de cortisol, cujos três fatores melhoram a oxigenação sanguínea. A hidroterapia pode desempenhar um papel importante na fisiologia proporcionando homeostasia dos neonatos, aumentando a qualidade de vida de curto e longo prazo. De acordo com Silva et al. (2009), o desenvolvimento do ser humano ocorre de forma integrada, envolvendo aspectos cognitivos, afetivos, sociais e motores, que vão se transformando ao longo dos anos. A quantidade e a qualidade das experiências vivenciadas tem grande influência no desenvolvimento da criança e do adolescente até a idade adulta. Os autores afirmam ainda que há na literatura relatos de programas de atividade aquática com bebês que visam estimular a adaptação da criança ao meio líquido, incentivar sua interação com os pais e educadores, enriquecer suas experiências sensoriais e motoras, além de fornecer uma atividade recreativa e agradável. Entretanto, embora amplamente indicada, não foram encontrados na literatura pesquisada estudos experimentais investigando a influência da estimulação aquática nos diferentes aspectos do desenvolvimento humano. 92 3 METODOLOGIA Para redação do artigo realizou-se uma revisão de literatura, a fim de conceituar fisioterapia aquática, seu histórico, os principais métodos utilizados nas patologias tratáveis com essa forma e seus efeitos fisiológicos em recém-nascidos. Utilizaram-se materiais como pesquisas bibliográficas e artigos científicos publicados na internet. Estudaram-se e sintetizaram-se obras de autores como Campion (2000), Jakaitis (2007), Ruoti (2000), entre outros, para compor as informações necessárias ao artigo. 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Analisando o estudo realizado, nota-se que é de extrema importância a colocação de cada autor acerca do tema, visto que para escrever sobre a fisioterapia aquática neonatal é preciso entender o contexto geral da fisioterapia aquática, seu histórico, os principais métodos utilizados e especificamente a aplicação em neonatos. Encontraram-se, além das palavras de autores já consagrados, como Souza (2002), que afirma que a fisioterapia é indicada em neonatos, principalmente para relaxamento, materiais complementares como as palavras do fisioterapeuta Fabrício Lopes Conduta, atuante na área. Ele afirma que a fisioterapia aquática no bebê estimula percepção visual e articular pelo calor, e, além disto, ajuda no controle de assaduras, no aumento do sistema imunológico, baixa a febre e pode ajudar ainda em alergias. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA Já Campion (2000) explica que a fisioterapia aquática é uma forma de estimular o desenvolvimento de crianças sadias, deficientes ou sob risco. Complementa-se o assunto com as ideias atualizadas de Conduta (2012). Ele argumenta que a hidroterapia é uma forma de expandir a profundidade e abrangência das opções de tratamento por parte do fisioterapeuta com o bebê e melhora a recuperação de muitos destes, caso estejam debilitados. Considerando os principais métodos utilizados na hidroterapia, observa-se que a técnica do Halliwick não é indicada para recém-nascidos, pois o método requer cognição para adaptação ao meio líquido, e nesse estágio o bebê não apresenta capacidade motora e mental desenvolvidas para alcançar o objetivo da técnica. A técnica dos anéis de Bad Ragaz tem como principal objetivo o fortalecimento muscular, não sendo esse o foco no tratamento dos neonatos. Já o Watsu é uma forma de tratamento direcionada a promover o relaxamento. Como um dos objetivos com o neonato na água é o relaxamento, não há contraindicação para execução do método em recém-nascidos, porém, seria de difícil realização pela complexidade de suas técnicas. Portanto, o mais indicado seria a terapia do balde, citada no site de Conduta, que é específica para o público em questão, pois por simular o útero materno promove relaxamento, assim diminui a angústia, o choro e melhora o sono. Contudo, esse ainda não é um método comprovado cientificamente. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Conforme discutido no presente estudo, os métodos consagrados na fisioterapia aquática não são aplicáveis em neonatos. O método que tem indicação não possui estudos científicos que comprovem sua veracidade. Além disso, considera-se ainda que o problema neste tema é a falta de estudos disponíveis, o que, de certa forma, limitou a realização deste trabalho. Foi possível apresentar conceitos históricos, patologias tratáveis e os principais métodos utilizados, mas quanto à eficácia do tratamento em neonatos, evidenciou-se a carência de pesquisas sobre o assunto. Sabe-se do efeito positivo da terapia aquática em bebês, porém, faltam estudos que comprovem o que muitos autores afirmam sobre os benefícios desta modalidade de tratamento. Dessa forma, pela presente revisão, chega-se ao consenso de que estudos futuros que abordem o tema se fazem necessários para que novas referências teóricas colaborem para uma conduta clínica de melhor qualidade e conhecimento da eficácia da abordagem hidroterapêutica nessa população. REFERÊNCIAS CAMPION, Margaret Reid. Hidroterapia: princípios e práticas. São Paulo: Manole, 2000. p. 34, 305-307. CONDUTA, Fabrício Lopes. Fisioterapia aquática no bebê. Disponível em: <http://drfabriciolopes. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 93 6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA webnode.com.br/news/fisioterapia-aquatica-nobeb%C3%AA/ >. Acesso em: 10 jun. 2013. JAKAITIS, Fabio. Reabilitação e terapia aquática: aspectos clínicos e práticos. São Paulo: Roca, 2007, p. 33. KOURY, Joanne M. Programa de fisioterapia aquática: um guia para a reabilitação ortopédica. São Paulo: Manole, 2000, p. 1-3. RUOTI, Richard G.; MORRIS, David M.; COLE, Andrew J. Reabilitação aquática. São Paulo: Manole, 2000, p. 3-9, 319-367. SILVA, Jaqueline de Oliveira et al. Influência da estimulação aquática no desenvolvimento de crianças de 0 a 18 meses: um estudo piloto. Fisioterapia e pesquisa. Revista do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, v. 16, n. 4, p. 335-340, out./dez. 2009. SOUZA, Elza Lúcia Baracho Lotti. Fisioterapia aplicada à obstetrícia: aspectos de ginecologia e neonatologia. 3. ed. São Paulo: Medsi, 2002, p. 499509. TECKLIN, Jan Stephen. Fisioterapia pediátrica. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002, p. 69-81, 89, 95,96. 94 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA 7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA PROFESSORA: BEATRIZ KOPPE 7.1 SÍNTESE: O AMOR É UMA NECESSIDADE BIOLÓGICA Disciplina: Produção Acadêmica I Curso: Psicologia Gênero: Síntese Aluno: Pedro Alexandre Henning de Moura Jorge Professora-orientadora: Beatriz Koppe O capítulo “O amor é uma necessidade biológica”, do livro “Curar: o stress, a ansiedade e a depressão sem medicamento nem psicanálise”, de David Servan-Schreiber (2004), apresenta estudos e vários exemplos sobre a importância de se manter bons relacionamentos para a boa saúde física psíquica e social. O autor apresenta situações de conflitos interpessoais causando a retração do sistema límbico em oposição ao acalento de situações agradáveis e demonstrações de afeto. o indivíduo mantenha bons relacionamentos e proporcione bem-estar aos outros e a si mesmo. REFERÊNCIA SERVAN-SCHREIBER, David. O amor é uma necessidade biológica. In:___. Curar: o stress, a ansiedade e a depressão sem medicamento nem psicanálise. 14. ed. São Paulo: Sá, 2004, p. 177-192. Dotados de lógica emocional, os seres humanos têm o relacionamento inserido em suas vidas como uma necessidade básica para o bom desenvolvimento de cada indivíduo, íntima e socialmente saudável. O texto também apresenta casos que evidenciam a importância do afeto em diferentes fases da vida humana, em relações de mais ou menos intimidade e até mesmo entre seres humanos e outros animais. A saúde humana plena depende da qualidade das ligações afetivas, ou seja, amar e ser amado. A saúde emocional é, portanto, essencial para que VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 95 7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA 7.2 RESUMO INFORMATIVO Disciplina: Produção Acadêmica I Curso: Psicologia Gênero: Resumo informativo Aluna: Célen Caroba Fernandes Professora-orientadora: Beatriz Koppe O capítulo “O amor é uma necessidade biológica”, de David Servan-Schreiber (2004), explica como o amor e o carinho podem auxiliar na melhora no funcionamento fisiológico. Objetiva mostrar que a interação do bebê com os pais cria o “circuito reflexo”, que é indispensável para os relacionamentos entre os seres. Para tanto, apresenta pesquisas que mostram que o cérebro emocional começa a se desenvolver no primeiro período de vida. A pesquisa mostra que indivíduos que não são amados e compreendidos têm mais chances de desenvolver doenças. Também são objetos de análise os benefícios que os animais de estimação e as plantas trazem aos seus proprietários. O autor conclui que os relacionamentos harmoniosos e afetuosos ajudam os indivíduos a se sentirem mais felizes e viverem com menos stress. 96 REFERÊNCIA SERVAN-SCHREIBER, David. O amor é uma necessidade biológica. In: ___. Curar: o stress, a ansiedade e a depressão sem medicamento nem psicanálise. 14 ed. São Paulo: Sá Editora, 2004, p. 177-192. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA 7.3 RESUMO CRÍTICO Disciplina: Produção Acadêmica I Curso: Psicologia Gênero: Resumo crítico Aluna: Kauana Abraão Tiradentes de Souza Professora-orientadora: Beatriz Koppe O capítulo “O amor é uma necessidade biológica”, de David Servan-Schreiber (2004), fala sobre a necessidade inata do ser humano pelo afeto. Objetiva mostrar, por meio de pesquisas com humanos e animais, que o elo emocional pode ser utilizado como tratamento, substituindo o uso de medicamentos para se obter melhora na saúde. Sobre o assunto, Siqueira Neto (2004), em “A importância do ato de tocar”, também revela que o toque é essencial para o desenvolvimento do ser humano, pois o toque auxilia na formação física, emocional e social dos indivíduos. Servan-Schreiber conclui que o afeto possui indiscutível importância para a sobrevivência e o bem-estar do seu humano. REFERÊNCIA SERVAN-SCHREIBER, David. O amor é uma necessidade biológica. In:____. Curar: o stress, a ansiedade e a depressão sem medicamento nem psicanálise. 14. ed. São Paulo: Sá, 2004, p. 177-192. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 97 7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA 7.4 RELATÓRIO: O AMOR ROMÂNTICO NÃO CONDIZ COM A REALIDADE Disciplina: Produção Acadêmica I Curso: Psicologia Gênero: Relatório Alunas: Amanda Machado Pool e Eloá Kalline Talhamento Professora-orientadora: Beatriz Koppe 1 INTRODUÇÃO 2 RELATO Este relatório expõe as características do amor romântico. O trabalho foi desenvolvido a partir da análise do filme “Tristão e Isolda”, que foi relacionado com as teorias defendidas no livro “A cama na varanda”, mais especificadamente no capítulo II, “Amor Cortês”. O trabalho foi elaborado com o intuito de mostrar que quem vive o amor romântico vive cheio de idealizações, que vão na contramão da vida real, assim como Tristão e Isolda do filme. O filme “Tristão e Isolda”, dirigido por Kevin Reynolds (2006), se passa na Europa da Idade Média, época conturbada, em que as tribos europeias lutavam pelo poder, após a queda do Império Romano. Pela paz em suas terras, Tristão e Isolda tentam renegar o amor que sentem, mas são atraídos um pelo outro e vivem um amor cheio de culpa e riscos. Para a aprendizagem e aprimoramento da técnica de relatório, a professora de Oficina de Gêneros acadêmicos, do segundo semestre do curso de Psicologia, solicitou este trabalho, que se desenvolveu no período de 30 de julho a 21 de setembro do ano de 2012, na Faculdade Dom Bosco. 98 Toda família de Tristão é assassinada. Mortos por causa do plano de seu pai de unificar a Inglaterra. Tristão também seria morto se não tivesse sido salvo por seu tio, Lorde Mark. Adotado por ele e criado como um filho, torna-se o maior guerreiro da Cornualha, o braço direito de seu tio. Tristão é ferido após tentar salvar os jovens de Cornulha de serem levados como escravos para a Irlanda. Dado como morto, seu corpo é colocado VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA em um barco e lançado ao mar, indo parar nas praias da Irlanda. Isolda, em um de seus passeios pela praia, encontra Tristão, e começa a cuidar dele em segredo. O casal se apaixona, e em uma cabana na praia vivem um amor intenso. Isolda não revela seu verdadeiro nome a Tristão, sabendo que seu pai, o rei irlandês, é o pior inimigo de seu amado. Chega aos ouvidos do rei da Irlanda que há um inglês em suas terras. Buscas implacáveis começam. Assim, Tristão precisa deixar a Irlanda e Isolda. Donnchadh, rei da Irlanda, organiza um campeonato de luta, em que os cavaleiros devem digladiar até a morte ou até que o perdedor peça clemência. Como recompensa, o cavaleiro que vencer poderá se casar com Isolda, que sem alternativa, aceita a ordem de seu pai. Tristão participa desse campeonato, com a intenção de levar a filha do rei da Irlanda para se casar com Lord Mark, dessa forma uniriam a Irlanda e Inglaterra, e Lork Mark seria o novo rei da Inglaterra. A surpresa de Tristão foi a filha de Donnchadh ser sua amada. Em lealdade a seu rei, levou-a para se casar com Lord Mark e trazer a paz para aquelas terras, onde muito sangue já havia sido derramado. Ambos tentam renegar o amor que sentem um pelo outro desde aquela cabana em uma praia da Irlanda, mas o desejo fala mais alto e começam a se encontrar em segredo. Tristão sente-se um traidor, encontrando-se com a mulher que se casou com o homem que o criou, e se dedicou a ser um pai para ele. Sentindo culpa, Tristão renega novamente seu amor por Isolda. Vendo uma chance de derrubar moralmente Lorde Mark, fazendo-o ficar vulnerável a um ataque, o rei Irlandês arma uma emboscada. Esta é planejada pelo chefe de uma tribo inglesa, para que Lord Mark veja sua mulher o traindo. Com a eficácia do plano, Tristão e Isolda são exilados, e as tropas irlandesas iniciam um ataque, com tribos inglesas. Tristão diz que um amor não pode carregar o peso da queda de um reino, e volta para lutar. Na batalha, ele mata o “mentor” do ataque, mas também é ferido no coração. Isolda chega a tempo de pegá-lo em seus braços e vê-lo morrer. Isolda enterrou Tristão e nunca mais foi vista. 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Regina Navarro Lins é uma sexóloga, psicanalista e tem dez livros publicados, entre eles o best-seller “A cama na varanda”. Realizou mais de duzentas palestras e workshops sobre amor, casamento e sexo em várias cidades do país. No capítulo “Amor Cortês”, do livro “A cama na varanda”, Lins (2007) explica as características do amor cortês e as verdades sobre o amor romântico, esse amor idealizado. Segundo a autora, o amor cortês surgiu no século XII e é a primeira manifestação de amor como hoje se conhece. Só o filho mais velho poderia casar. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 99 7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA No feudalismo, havia uma grande quantidade de jovens solteiros, afobados, cheios de energia. Surgiu assim o amor pela dama, pela mulher do nobre, um amor impossível. As mulheres estabeleciam as regras do jogo e os homens jogavam de acordo com as exigências delas. Antes do amor cortês, o amor era tratado como um contrato comercial e não com liberdade e aventura. A mulher era submissa ao homem, sem nenhuma manifestação de independência. Era vista como propriedade de seu marido. Esse amor respeitoso pelas mulheres surgiu como tema central na poesia e na vida daquela sociedade. Ao contrário da ideia estabelecida da mulher dominada e desprezada, e do homem dominador e brutal, a visão trovadoresca reverteu essa imagem, para a mulher poderosa e honrada, e o homem honrado e gentil. O amor cortês torna-se conhecido na Idade Média. Seu objetivo era de civilizar os cavalheiros, platonizar o amor. Esse amor romântico dos tempos atuais originou-se como o amor cortês. O mito de Tristão e Isolda pode ter sido a primeira história na literatura a lidar com o amor romântico e também pode ser considerada a maior história de amor do mundo, que originou toda a nossa literatura romântica, desde Romeu e Julieta. Nos tempos atuais, as pessoas estão presas a crenças, estereótipos de como homens e mulheres devem agir e de como o “amor” deve ser. A realidade não condiz com as idealizações. Faz parte do amor 100 romântico toda uma combinação de ideias, atitudes e expectativas, que acabam se transformando em frustração. 4 ANÁLISE O amor romântico de Tristão e Isolda será analisado à luz das teorias de Regina Navarro Lins (2007). Isolda, em uma cena do filme, está na praia imaginando o que há além do mar, como é a vida naquelas terras distantes, como as pessoas de lá devem ser. O filme mostra as características do amor romântico que Lins (2007) defende no livro. A autora diz que esse amor é uma idealização. Para Isolda, quando Tristão aparece na praia, ele é a novidade, seu sonho materializado do que havia naquelas terras distantes, distante de seu pai, distante do desprezo de seu pai por ela ser mulher. A autora diz que faz parte dessa ideia de amor achar que quem ama não sente dúvidas, não deixa de desejar a pessoa amada por nenhum segundo, o que contrasta com a realidade. No filme, desde o primeiro momento em que se veem, já se sentem atraídos. Não demora muito para terem certeza que é amor, mesmo eles não se conhecendo direito. Lord Mark ama Isolda, a respeita, é um homem bom, tem mais respeito e admiração por Isolda do que Tristão, mas nada disso conta. Suas atitudes são movidas pela idealização que ela tem de Tristão, como se a felicidade só existisse ao lado dele. Lins (2007) diz que o amor romântico torna a mulher a Bela Adormecida ao avesso. A mulher “adormece” para a realidade depois do beijo de “seu VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA príncipe”. Assim acontece com Isolda. A autora defende que o amor romântico não resiste à intimidade. Assim como Tristão e Isolda, eles se relacionavam, se tocavam, mas secretamente, poucas vezes. Isolda conviveu mais com Lord Mark. As barreiras e o encoberto, o mistério, fazem o amor romântico ter forças. Não se encaixa nesse tipo de amor a intimidade, o real, em que um conhece o outro como é, não como acredita que seu parceiro seja. Isolda estava prometida a um homem e seu pai desejava esse casamento. Após a morte desse homem, ela virou um prêmio. Ela seria de quem ganhasse um campeonato de luta. Este campeonato fazia parte do plano de seu pai para desintegrar ainda mais a Inglaterra, colocando os clãs uns contra os outros. No final do filme, quando Lord Mark e seu pai a descobrem encontrando-se secretamente com Tristão, seu pai culpa Mark por ter deixado sua filha ser dividida entre vários homens, como se Isolda não tivesse vontade própria, fosse um ser passivo apenas. Essas cenas do filme mostram o que a autora diz no livro, sobre como a mulher era vista naquela época. Ela não tinha nenhum papel na sociedade, não podia fazer escolhas, seu pai e depois seu marido eram praticamente seus donos. No livro, a autora explica que uma das características do amor cortês era o padrão: um cavalheiro apaixonase por uma mulher casada, o que torna esse amor impossível. O cavalheiro e a dama entram em um jogo amoroso, se relacionam secretamente. A dama dita as regras desse jogo, mas essa relação entre a dama e o cavalheiro era sempre platônica, pois a mulher era sempre desprezada por seu marido. O filme contrasta com essas características. Eles têm uma relação carnal, e Tristão dita as regras do jogo de amor com Isolda, está sempre tentando afastá-la e ser leal a Lord Mark, enquanto ela sempre está disposta a vê-lo e a tocá-lo. Outra característica do amor cortês que hoje é o amor romântico, apontada no livro, é que ele está acima de tudo. No filme, o amor deles não está acima da lealdade de Tristão ao reino de Cornualha. No livro, Navarro Lins explica que as pessoas têm a ideia de que apenas a morte separa um amor verdadeiro. “Até que a morte nos separe” é a frase que as pessoas defendem que resume um amor verdadeiro. Forma-se assim uma relação aprisionada, que vai terminar em tragédia, a morte. O filme não surpreende e termina com a morte de Tristão nos braços de Isolda, como as pessoas acreditam que um amor verdadeiro deve ser. A autora diz que fazem parte do amor romântico a agonia e o êxtase, que causam a sensação de transcendência, todo um conjunto de emoções, da agonia da espera ao êxtase do encontro. Isso move o amor romântico, mas esse amor não condiz com a realidade, por isso as pessoas passam a vida esperando encontrar alguém que as faça sentir felizes, a todo o momento, em êxtase. No filme, Isolda pede um último encontro, dizendo que se Tristão não aceitasse, ela morreria. Navarro Lins VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 101 7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA diz que o amor romântico tem seu próprio tipo de excitação, temporária por natureza. Assim, é possível ver o amor romântico como uma droga, pela qual a pessoa fará qualquer coisa para sentir a excitação que esse amor traz, mas é temporária, depois a pessoa precisa de mais. Isolda precisava dos momentos com Tristão, precisava dessa excitação. REFERÊNCIAS LINS, Regina Navarro. Amor cortês: começando a falar de amor. In:_____. A cama na varanda. Rio de Janeiro: Best Seller, 2007, p. 58-138. TRISTÃO E ISOLDA. Kevin Reynolds. Europa Filmes. 2006. Filme DVD (125 min.) 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Usando o filme como base para relacionar com as teorias do livro “A cama na varanda”, pode ser comparado o amor romântico de Tristão e Isolda com as ideias contrárias a esse tipo de amor, de Regina Navarro Lins. No livro, as ideias de Navarro são expostas de maneira clara. Ela não concorda com o modo como se entende o conceito de “amor” hoje em dia. A autora mostra que nas relações atuais as pessoas esperam de seus parceiros, comportamentos estereotipados e nem tentam compreender os pensamentos e ações deles. Ela diz que nos tempos atuais as pessoas estão presas a crenças, estereótipos de como homens e mulheres devem agir, de como as relações de amor devem ser. A realidade não condiz com essas idealizações. Faz parte do amor romântico toda uma combinação de ideias, atitudes e expectativas que acabam se transformando em frustração. As ideias de Navarro Lins são criticadas por muitos, mas aos que mantém a mente aberta para a realidade, em vez de se fechar em fantasias, o livro é sempre bem aceito. 102 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA 7.5 RESENHA DESCRITIVA: HOMOSSEXUALIDADE SEM TABUS Disciplina: Produção Acadêmica II Curso: Psicologia Gênero: Resenha descritiva Aluno: Claudio Cesar Chaiben1 Professora-orientadora: Beatriz Koppe “Homossexualidade” faz parte do capítulo IV , “Sexo”, do livro “A cama na varanda”. O livro “A cama na varanda: arejando nossas ideias a respeito de amor e sexo” é escrito por Regina Navarro Lins (1997). São abordadas questões ligadas ao esclarecimento da sexualidade em seus diversos aspectos A autora relata de maneira minuciosa todo o histórico, surgimento e aspectos cotidianos da homossexualidade. Existem muitos mitos e tabus relacionados a este assunto interpretado pelo grande público em geral. A autora Regina Navarro Lins é expertise nesse assunto de sexualidade e, mais especificamente de homossexualidade, pois ela é psicanalista e sexóloga. Ela trabalha em seu consultório particular com terapia individual e de casais. É ex-professora de Psicologia do Departamento da Comunicação Social da PUC-Rio. Lins (1997) faz um histórico explicando cada período e suas mudanças em relação à questão do homossexualismo. Dentro do subtítulo “O amor grego”, é descrito que a história começa na Grécia Antiga, quando o homossexualismo era algo considerado normal, assim como o heterossexualismo. O homossexualismo era conhecido como pederastia, isto é, relação de homens mais velhos com mais jovens. Essa relação era considerada normal naquela época, pois o que era considerado anormal seria a relação homossexual entre dois homens velhos. Pelo fato que um homem já formado estaria numa postura passiva, o que não expressa a forma masculina de ser, que é ativa. Em “O amor entre as mulheres”, Lins explica que Safos era uma poetisa, que fazia poemas sensuais direcionadas para as mulheres. O termo “lésbica” tem origem dessa história que ocorreu na Ilha de Lesbos, onde Safo nasceu. Apesar de Safos expressar o seu desejo por suas alunas nos poemas, ela foi apaixonada por um homem que não correspondia ao seu amor. Como ela não foi correspondida, ela se suicidou. 1 Acadêmico do 2° período de Psicologia da Faculdade Dom Bosco. Possui Licenciatura Plena em Educação Física pela UFPR. Yoga pelas Faculdades Integradas Espíritas. Especialização em Psicologia do Esporte pela Universidade Gama Filho. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 103 7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA No trecho com o subtítulo “A homossexualidade na Idade Média”, a autora explica que o homossexualismo era uma heresia para a igreja. A homossexualidade era conhecida pelo termo “sodomia”. Era considerada como um comportamento demoníaco e antinatural, digno de castigos e pragas. Os homossexuais eram comparados às bruxas, portanto a sua punição, designada pela igreja, era a fogueira. No subtítulo “A homossexualidade a partir do século XVIII”, explica-se que no século XVIII o filósofo Voltaire disse que a homossexualidade é um mal-entendido. Isso porque os jovens machos, sentindo a força da natureza e não encontrando o objeto para seus instintos, lançam-se sobre aqueles que são os seus semelhantes. Já no século XIX, foi criado o termo “homossexualidade” pelo médico húngaro Benkert. Nesse mesmo século, a homossexualidade era considerada pelos liberais como uma doença e pelos conservadores como uma perversidade. Já no século XX, o homossexual ainda é considerado como perigoso, sem vergonha, na melhor das hipóteses, visto como doente. Atualmente, apesar de tantas hipóteses e pesquisas, não se chegou a um consenso e a uma definição nem se sabe ainda a origem da homossexualidade. A parte do texto “As causas da homossexualidade” relata que há pesquisas que fomentam que a homossexualidade é de origem genética. Existem crianças que já manifestam desde cedo que estão no corpo com o gênero errado. A orientação afetivo-sexual é algo inato de cada pessoa e não é uma escolha; logo, é definida na vida embrionária. Para Freud, citado por 104 Lins, o ser humano é biologicamente bissexual, pois as pessoas possuem impulso sexual tanto para o mesmo sexo quanto para o sexo oposto. Segundo Robert Stoller, a homossexualidade não é uma doença, e sim uma preferência sexual. O sociólogo Frederick Whitam trabalhou em vários países e chegou a um consenso em relação aos homossexuais. Verificou que existem homossexuais em todas as sociedades e que o comportamento é parecido em sociedades diferentes. O texto com o subtítulo “O movimento gay” traz aspectos de direito de expressão dos gays. Os homossexuais pararam de se esconder, pois a sua expressão sexual é tão igual como ser heterossexual. Mesmo assim, o preconceito ainda não se extinguiu. Em 1973, a Associação Médica descaracterizou a homossexualidade como doença. Na parte “A difícil decisão”, a autora fala da questão da pressão sociocultural sob os homossexuais. Essa cobrança acaba inibindo o homossexual de exprimir a sua verdadeira sexualidade. Muitas vezes o homossexual acaba adotando uma postura de heterossexual para ser aceito numa sociedade patriarcal. Com o passar do tempo, a sua verdadeira orientação sexual vem à tona, pois é algo inato e não uma escolha. Uma pessoa pode ser homossexual mesmo sem ter tido relações homossexuais, pois a sua orientação sexual é homossexual. No subtítulo “A nova expressão dos gays”, Lins esclarece que o comportamento gay é uma expressão natural do ser humano. Há alguns heterossexuais que dizem saber identificar os gays pelos seus VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA trejeitos, mas estão enganados. Há muitos homens que parecem ser heterossexuais, pois aparentam ser, mas, na verdade, são homossexuais. O movimento gay ajudou a livrar os homossexuais da culpa, mas não do preconceito sociocultural. Na parte do texto “Homofobia”, a psicanalista aborda a discriminação extrema sofrida pelos homossexuais, pois a discriminação é uma constante numa sociedade predominantemente heterossexual e patriarcal. A homofobia é o ódio pelos homossexuais, que acabam sofrendo agressão verbal, física e moral. Esse tipo de discriminação é feita principalmente por heterossexuais machistas ou pelos próprios homossexuais contra si mesmos. É provável que a hostilidade dos heterossexuais seja devido ao temor secreto dos próprios desejos homossexuais. Com o subtítulo “Como vivem os gays”, Lins fala como os homossexuais se organizam para não sofrerem preconceito na sociedade. Eles criam seus próprios ambientes sociais, como bares e boates onde o público predominantemente é gay. Tanto os gays como os heterossexuais possuem comportamentos semelhantes nos aspectos de técnicas sexuais, mesmo aqueles considerados mais estranhos. Em relação à questão profissional, os homossexuais preferem as carreiras intelectuais, artísticas ou profissões adaptativas devido ao preconceito. O capítulo “As lésbicas” explica que a homossexualidade feminina é mais tolerada que a masculina, pois gera curiosidade e fantasia. Alguns machões acreditam que as lésbicas são as mulheres conhecidas como mal-amadas. Não tem nada a ver, pois também é uma questão de orientação afetiva sexual. O sexo lésbico parece ser mais bem sucedido, pois é maior a igualdade nas trocas afetivo-sexuais. A excitação não está apenas focada no órgão genital e, sim, no toque do corpo inteiro. As lésbicas também possuem grupos organizados como os gays para se defenderem da discriminação e também terem maiores chances no campo profissional. Lins (1997) conclui que orientação sexual pode ser tanto heterossexual, homossexual ou bissexual, e não deve haver discriminações. A maneira de se expressar a sexualidade é de cada um, e ninguém tem o direito de discriminar as pessoas que tenham a orientação ou opção sexual diferente. Todas as pessoas têm o direito de expressar sua sexualidade plenamente para ser feliz. O respeito mútuo pelas diferenças ainda está sendo construído, pois o preconceito ainda existe devido à ignorância de alguns. A autora possui um estilo de escrita acessível para a grande população, pois seu intuito é esclarecer o maior número de pessoas em relação a esse assunto, muitas vezes considerado polêmico. É um texto acessível a qualquer tipo de leitor. Possui linguagem simples e direta, mas com o conteúdo altamente informativo. REFERÊNCIA LINS, Regina Navarro. Homossexualidade. In:_____. A cama na varanda: arejando nossas ideias a respeito de amor e sexo. 6. ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2007, p. 222-262. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 105 7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA 7.6 RESENHA CRÍTICA: A PSICOLOGIA SOCIAL Disciplina: Produção Acadêmica II Curso: Psicologia Gênero: Resenha crítica Alunas: Emanuela dos Reis Porto e Patricia Fernandes Valério Granemman1 Professora-orientadora: Beatriz Koppe O capítulo “A Psicologia Social”, de Rodrigues (1999), é um texto que fala sobre uma psicologia multidisciplinar. Ele explica como se aplica a psicologia social na sociedade e fala dos conceitos estudados e como eles são aplicados pela área. Essas informações podem ser encontradas no livro “Psicologia: uma introdução ao estudo de psicologias”. O livro foi escrito por três autores, que são Ana Mercês Bahia Boch, doutora em Psicologia Social e Educacional da Faculdade de Psicologia PUC-SP; Odair Furtado, doutor em Psicologia Social e Professor de Psicologia Social e Institucional da Faculdade de Psicologia da PUC-SP; Maria de Lourdes T. Teixeira, psicóloga e psicanalista, supervisora em Psicologia Institucional da Faculdade de Psicologia da PUC-SP e membro do Instituto Sedes Sapientral – SP. O capítulo foi escrito por Aroldo Rodrigues, que é psicólogo, e define a psicologia social como o estudo das manifestações comportamentais suscitadas pela interação de uma pessoa com as outras ou pela mera expectativa de tal interação. O texto é escrito em primeira pessoa, e a linguagem é simples, mas técnica. Rodrigues explica os principais conceitos da psicologia social. A primeira percepção social é definida como um conjunto de características que apresenta e possibilita ter uma impressão de cada indivíduo. Essa impressão só é possível a partir do contato que o indivíduo tem com o mundo. Já o segundo conceito, o da comunicação, envolve codificação e decodificação de mensagens. Porém, a comunicação não é constituída apenas de código verbal, mas por meio das expressões faciais, gestos, movimento, desenhos e sinais. O terceiro conceito, o de atitudes, possibilita certa regularidade na relação do indivíduo com o meio. Mas não é com tanta facilidade que se consegue prever o comportamento de alguém a partir de 1 Acadêmicas do do 2º período do curso de Psicologia da Faculdade Dom Bosco. 106 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA sua atitude, pois o comportamento é resultante da situação dada de várias atitudes mobilizadas em determinada situação. O quarto conceito, o de mudanças de atitudes, pode ser modificado a partir de novas informações, afetos, comportamento ou situações, resultando em atitudes positivas ou negativas. um recurso mediador para a construção da identidade. Azevedo cita também Gonzáles- Rey (2004). Este explica que a psicologia social foi institucionalizada nos Estados Unidos a partir da orientação comportamental de Floyd Allport na década de 1992. Este destacou a importância de O quinto conceito, o processo de socialização, fala do indivíduo que se torna membro de um determinado conjunto social, aprendendo seus códigos e normas ou regras básicas de relacionamento. Porém, o sexto conceito, os grupos sociais, fala de pequenas organizações de pessoas que possuem normas e formas de pressionar seus integrantes para que se submeta às normas impostas pelo grupo. Para finalizar, o último conceito, os papéis sociais, permite compreender a situação social, pois são referências para a percepção em relação ao outro e ao mesmo tempo. Esse conceito é referência para o próprio comportamento do indivíduo e permite que ele aprenda os papéis sociais que, na realidade, são um conjunto de rituais que a sociedade criou. Alguns autores destacaram que a psicologia social, por meio do método científico, estuda a maneira pela qual as pessoas se relacionam e produzem formas de pensamentos e comportamentos em um determinado ambiente. Azevedo também cita o estudo de Doise (2002). Este fala sobre os quatro níveis de ambiente em psicologia social: intraindividual, interpessoal, posicional e ideológico. Doise propõe uma articulação entre esses níveis de análise para compreender os fenômenos sociais. investigar o comportamento dos indivíduos. Outro autor, Adriano Valério dos Santos Azevedo (2009), em seu artigo “A psicologia social: definição dos objetos de estudo”, fala da construção da psicologia social por meio de alguns pesquisadores. Para falar do objeto de estudo da psicologia social, Azevedo usa as palavras de Silva (2004), para dizer que foi a psicologia social foi construída a partir de evidências do senso comum. Outro autor, citado por Azevedo, Rose (2008), diz que a psicologia social apresenta uma perspectiva de investigação dos problemas sociais na tentativa de elucidar questões sobre relações raciais, conflitos intergrupais e valores morais. Azevedo é psicólogo, especializado em psicologia hospitalar, mestre em Psicologia Social (NPPS) pela Unidade Federal de Sergipe. E, para finalizar, Azevedo acredita que existe um conjunto de perspectivas teóricas que servem como princípios orientadores para a psicologia social. O autor cita Meod, que, em 1985, destacou que a comunicação utilizada pelos indivíduos representa Já o artigo “O conceito de representações na abordagem psicossocial”, escrito por Mary Jane P. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 107 7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA Spink (1993), define o conceito da representação como modalidade de conhecimento prático orientado para a comunicação e para a compreensão do contexto social em que vivemos por meio da abordagem psicossocial. A autora é professora do programa de pós-graduação em Psicologia Social da PUC/SP, doutora em Psicologia Social pela Universidade de Londres – UK e coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Psicologia Social e Saúde – PUC/SP. As representações, segundo a autora, podem ser abordadas enquanto eventos intraindividuais, como representações mentais, estudadas pela Psicologia Cognitiva e pela Psicanálise, em que o social é apenas uma sombra, como elementos centrais da comunicação, sendo representações públicas, objeto de estudo da Psicologia Social, ou ainda como elementos coletivos, comunicados repetidamente e distribuídos igualmente numa determinada formação social, sendo então representações culturais, objeto de estudo da Antropologia. As representações sociais, sendo definidas como formas de conhecimento prático, inserem-se mais especificamente entre as correntes que estudam o conhecimento do senso comum. As correntes que se debruçam sobre os saberes, querem formalizadas ou não, procuram superar a divisão entre ciência e senso comum, tratando ambas as manifestações como construções sociais sujeitas às determinações sócio-históricas de épocas específicas e, mesmo com essa divisão entre ciência/ verdade e senso comum/ilusão, permanece intacta. 108 A mudança de perspectiva quanto ao papel disciplinador das teorias do conhecimento, de um lado legitimando o saber não concretizado em disciplinas científicas e, de outro, estar em foco, o selo de garantia epistemológica, teve um papel fundamental na elaboração do conceito de representações sociais em Psicologia Social. O conhecimento estudado via representações sociais é sempre um “conhecimento prático”; é sempre uma forma comprometida e/ou negociada de interpretar a realidade. Dois aspectos são particularmente relevantes no campo de estudos das representações sociais. Em primeiro lugar, o posicionamento sobre a relação indivíduo-sociedade, que foge tanto ao determinismo social, em que o homem é produto da sociedade, quanto ao voluntarismo puro, que vê o sujeito como livre agente. Busca um posicionamento mais integrador que, embora situando o homem no processo histórico, abre lugar para as forças criativas da subjetividade. Em segundo lugar, ao abrir espaço para a subjetividade, traz para o centro da discussão a questão do afeto: as representações não são, assim, meras expressões cognitivas, são permeadas, também pelo afeto. As representações sociais, sendo produzidas e apreendidas no contexto das comunicações sociais são necessariamente estruturas dinâmicas. As representações sociais, portanto, são tanto a expressão de permanências culturais como o locus da multiplicidade, da diversidade e da contradição. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA Ao estudar os três textos verifica-se que ambos estão interligados, mesmo falando da psicologia social em diferentes contextos. Os autores diferem na linguagem. Rodrigues define essa área da psicologia como sendo os estudos das manifestações comportamentais e pela interação de uma pessoa com as outras. Azevedo fala de como a psicologia social foi construída. Já Spink faz a definição do conceito das representações sociais como modalidade de conhecimento prático orientado para a comunicação e para a compreensão do contexto social em que vivemos por meio da abordagem psicossocial. Porém, ambos falam que a psicologia social é uma abordagem que estuda a interação de uma pessoa com a outra. Percebe-se que os autores citam os conceitos estudados por essa área da Psicologia. Eles usam, cada um, uma linguagem especifica, porém têm uma mesma visão sobre o assunto, que faz com que os resultados sejam alcançados. Aplicar esses conceitos na sociedade, requer um cuidado minucioso, pois precisa ser muito observado a interação de um indivíduo com o outro para que se possa chegar a um resultado positivo. O texto é indicado para todos da área da psicologia e para aqueles que tiverem interesse pelo assunto. Os autores mostram que a interação de uma pessoa com outra é necessária para se obter resultados positivos. REFERÊNCIAS RODRIGUES; Aroldo. A psicologia social. In: BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lurdes Trassi. Psicologias. Uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 1999, p.177-178. SPINK, Mary Jane P. O conceito de Representação Social na Abordagem Psicossocial. Caderno de saúde pública. Rio de Janeiro, jul/set.1993. Disponível em: <http:// http://www.scielosp.org/ pdf/csp/v9n3/17.pdf>. Acesso em: 20 maio 2013. AZEVÊDO, Adriano Valério dos Santos. A psicologia social: definições dos objetos de estudos. Psicologia &m foco. Aracaju, jul/dez. 2009. Disponível em:<http://linux.alfamaweb.com. br/sgw/downloads/161_013426_Formatado7PsicologiaSocialComunitaria.pdf>. Acesso em: 20 maio 2013. Por isso, Rodrigues aborda vários conceitos dentro da psicologia social e explica cada um. Conclui, com o último conceito, que são os papeis sociais para ele este conceito e referências para o próprio comportamento do indivíduo e permite que ele aprenda os papéis sociais que, na realidade, são um conjunto de rituais que a sociedade criou. VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO 109 110 VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO