Vivendo e Aprendendo - Erros da EFQS

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Vivendo e Aprendendo - Erros da EFQS
Vivendo e Aprendendo - Erros da EFQS
Escrito por Paulo V. W. Radtke
Seg, 13 de Dezembro de 2010 15:23 - Última atualização Sex, 14 de Janeiro de 2011 15:42
Só tem um jeito de fazer uma maquete melhor: construir uma e aprender com os erros. No
caso da EFQS, foram vários que eu aprendi e resolvi nas outras maquetes que construí. Não
que eu não erre mais, mas ao menos não cometo esses mesmos erros novamente. Teve de
tudo um pouco, erro no traçado, no tablado, desenho do traçado no tablado, etc. Vamos aos
que foram mais "marcantes".
O Tablado
Construir um tablado requer um pouco de habilidade de marcenaria e ferramentas básicas
(furadeira, parafusadeira e serra tico-tico), além de um tanto de planejamento. Não é muita
coisa, mas não é por isso que você vai deixar de usar essas habilidades a contento. Foi o que
eu fiz com a EFQS e o resultado foi, no mínimo, um desastre esperando acontecer.
Recomendação: leia um livro ou artigo sobre construção de tablados de madeira.
O primeiro erro foi na sustentação do tablado. As pernas que aparecem na foto são pregadas
a um retângulo feito de vigas de madeira. O grande problema aqui é não haver nada que
mantenha as pernas perpendiculares a mesa. Nem seria tão difícil resolver, basta fazer
reforços em X entre duas pernas adjacentes e pronto.
Um erro menor foi ter usado pregos para montar o tablado, ao invés de parafusos. O martelo
deve ser usado em estruturas que não possam ser afetadas pela vibração. Para uma armação
de sustentação de maquete, não é bem o caso. Cada martelada em um lado, mexe com a
estrutura do lado oposto (literalmente, sai do lugar mesmo). O certo é usar parafusos de latão
para madeira, que furam a madeira sozinhos. Pregos, só para assentar os trilhos, que são bem
pequenos e a martelada não abala a maquete.
O Traçado
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Esse foi o item campeão de problemas. Para começar, vamos as rampas. Elas se cruzam em
dois pontos, na parte inferior esquerda e próximo ao meio, em cima da foto. Elas não deveriam
cruzar nestes pontos, só no pontilhão. A linha que sai do pontilhão deveria passar ao lado
externo da linha que subiu, evitando rampas fortes em ambos sentidos. Mais abaixo tem a
imagem do traçado corrigido, que resolve esse problema por completo.
Não fica claro na foto, mas a linha do pontilhão que contorna o pátio é muito próxima, apesar
da diferença de altura ser grande. O cenário nesse ponto seria, no mínimo, absurdo, já que
teríamos um muro de arrimo longo e alto, difícil de se ver em ferrovias reais. Para coroar, a
próxima foto mostra um problema que seria fácil de evitar. O que tem de errado com a G22
puxando o trem de passageiros?
A curva apertada, com uma inversão no AMV. A curva que a locomotiva está fazendo é a
direita, mas o AMV tem uma curva para a esquerda. (em relação a G22) Saindo do AMV, nova
curva a direita. Como resolver? Deveria ter sido usado um AMV com a curva oposta, fazendo a
seção em curva do AVM dar acesso a linha interna e a seção reta a linha externa, aonde
trafega a G22. Seria visualmente melhor e em termos de raio de curvatura o ganho seria
incalculável. O pior é que o desenho do CAD Rail estava certo, isso foi modificação feita na
hora e deu no que deu.
A entrada da rampa que aparece na foto é pesada. O trem vencia 5mm em pouco menos de
7cm de linha. Como resultado, os carros Budd costumavam descarrilar naquele ponto. Deu
para resolver, mas foi trabalhoso, então, ao fazer uma rampa, comece ela suavemente. Por
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fim, o último dos erros, desenhar o traçado na mão, improvisando compasso com prego e linha
10, ajustando a posição dos trilhos livremente. Seja rigoroso, se você usar um programa de
edição do traçado, faça uma impressão 1:1 dele e passe o desenho da linha usando papel
carbono. O resultado é bem melhor.
O traçado corrigido seria como mostrado abaixo. Além das rampas que não se cruzam mais,
o AMV na entrada do pátio foi mudado, resolvendo a inversão que ocorria antes. O mais
interessante dessa correção é que as dimensões do traçado foram mantidas, mas o raio de
curvatura mínimo na linha ficou em 42cm. Um pouco apertado, claro, mas para material
Frateschi, em especial com engate NEM, é um bom tamanho. Entre as modificações, tem um
terceiro desvio para contorno da linha na estação, o que permite passar locomotivas de um
lado ao outro com dois trens estacionados, além um pátio estilo inglenook na parte de direita
superior da maquete, que não existia na original. Não creio que vá montá-lo um dia, mas se
alguém quiser, fique a vontade.
Painel de Controle
A linha teve o isolamento elétrico planejado, mas olhando as fotos, fica claro que nunca se
pensou em ter um lugar para o painel de controle, seja em cima ou em baixo do tablado. O
painel ocupa espaço e tem que ter um lugar planejado, já que é a partir dele que vai ser feita a
operação. Então, não basta ter um espaço livre, mas se ele for em um lugar que não dê boa
visibilidade do traçado, ele também não vai servir. No meu caso foi ruim: não tinha espaço em
cima e em baixo não tinha vão livre suficiente para acoplar uma gaveta para o painel. Na
versão corrigida do traçado, o painel deve ficar, obrigatoriamente, na parte de baixo.
Cenário e Operação
Apesar da EFQS nunca ter sido detalhada com cenário, ela era a típica ferrovilândia. Não
tinha um espaço para a cidade, para a cabine de sinalização no pátio, estradas, etc. Cada
espaço que podia receber linha no tablado recebeu o seu quinhão de trilhos. Tinha
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estacionamento de locomotiva na beira da maquete, era realmente um paraíso dos trilhos. Mas
mesmo assim, operacionalmente era bem ruim, já que os desvios mortos para vagões de carga
(estação e pátio) eram opostos, então não tinha como um trem de carga sair do pátio e deixar
seus vagões na estação. Tinha que soltar os vagões e dar a volta inteira na maquete para
empurrar pelo outro lado, nada realista.
Enfim ...
A EFQS acabou sendo desmontada quando me mudei para meu apartamento, que não teria
como receber uma maquete desse tamanho. Porém, como experiência foi válida, além de
finalmente poder ver os trens circulando em linha fixa, não mais em oval improvisado na mesa.
Porém, poderia ser melhor, reconhecer isso me ajudou a melhorar a prática de planejamento
de maquete.
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