sistema de lubrificação centralizada

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sistema de lubrificação centralizada
SISTEMA DE
LUBRIFICAÇÃO
CENTRALIZADA
• Bomba Hidráulica Manual
• Bomba Hidráulica Automática
• Distribuidores
SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO CENTRALIZADA
1 - OBJETIVO
Este manual objetiva fornecer instruções técnicas para utilização de bombas hidráulicas em sistemas de lubrificação
centralizada, ou seja, lubrificação de vários mancais a partir de um único ponto, economizando lubrificante pela dosagem
adequada por mancal.
2 - INTRODUÇÃO
O sistema de lubrificação centralizada é composto por:
- Bomba hidráulica, que tem a função de recalcar o lubrificante;
- Distribuidor, dispositivo que distribui o lubrificante para os pontos de lubrificação;
- Tubulação, sendo esta dupla para atender o funcionamento dos distribuidores.
BOMBA
TUBULAÇÃO
DISTRIBUIDOR
MANCAL
Os sistemas de lubrificação centralizada diferenciam-se quanto ao acionamento:
- Manual;
- Elétrico ou automático, com controles que podem regular o tempo de funcionamento da bomba, indicar falta de
pressão nas tubulações, indicar nível baixo no reservatório e ainda indicar defeitos na bomba.
Este sistema de lubrificação pode utilizar óleo ou graxa, conforme as condições e necessidades específicas do sistema.
3 - FUNCIONAMENTO
O lubrificante é recalcado pela bomba, alternadamente nas tubulações e pressuriza os distribuidores, que por sua vez, em
função da linha pressurizada e do tempo de pressurização lubrificam o ponto desejado.
O tempo de pressurização da linha é conhecido como “tempo de inversão”, quando o sistema é automático com inversão
mecânica, o tempo é fixo e programado em função do equipamento, número de pontos e ciclo de lubrificação.
Quando o sistema não tem condições de satisfazer o ciclo de lubrificação desejado, deve-se adotar programadores de
tempo para executar a inversão.
LINHA - 1 -
PRESSÃO
LINHA - 2 -
PRESSÃO
LINHA - 1 -
LINHA - 2 MANCAL - 1 -
MANCAL - 1 -
4 - BOMBAS HIDRÁULICAS AUTOMÁTICAS
A) DISPOSITIVOS
1 - Parafuso de purga: libera o ar contido no interior
da bomba, em virtude do enchimento inicial;
2 - Caixa de inversão: dispositivo que alterna a injeção
do lubrificante nas linhas do circuito;
3 - Dreno: Parafuso para esvaziamento da bomba;
4 - Saídas de linha dupla: orifícios de ligação com
a tubulação da linha principal;
5 - Válvula reguladora de pressão: controle a
pressão de trabalho desejada;
6 - Manômetro: indicador de pressão com
escala de 0 – 250 kgf/cm²;
7 - Indicador de inversão (borboleta): indicador de
funcionamento da bomba em função de seu movimento.
B) ESCOLHA
Para determinar qual bomba será necessária para atender
a necessidade da instalação é primordial conhecer o
consumo de lubrificante requerido pelo sistema, e assim
determinar qual “caixa de inversão” será indicada em função
do ciclo de lubrificação, conforme tabela abaixo:
Tipo
rpm‑inversão
(red. 1:)
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
16
32
64
128
256
512
1024
2048
4096
8192
Vazão‑inversão
(Cm3)
18
37
75
150
300
600
1200
2400
4800
9600
consumo do circuito (cm3)
Óleo
8 ‑12
16 ‑ 24
28 ‑ 52
56 ‑ 100
112 ‑ 200
224 ‑ 400
448 ‑ 800
896 ‑ 1600
1792 ‑ 3200
3584 ‑ 6400
Graxa
4 ‑6
8 ‑12
14 ‑ 26
28 ‑ 50
56 ‑ 100
112 ‑ 200
224 ‑ 400
448 ‑ 800
896 ‑ 1600
1792 ‑ 3200
Para determinação do ciclo de lubrificação a bomba deve ter a rotação entre 50 e 500 rpm.
Abaixo um exemplo de seleção ilustra a situação:
- número de pontos a lubrificar: 100
- distribuidores instalados: 10 peças com vazão máxima total de 120 cm³
- lubrificante: óleo
- ciclo de lubrificação: 60 minutos
rpm mínimo da bomba – 50x60’ – 3000 rpm-inversão
rpm máximo da bomba – 500x60’ – 30.000 rpm-inversão
De acordo com a tabela, todas as caixas maiores que “H” poderão ser usadas, uma vez que também satisfazem ao consumo
requerido pelo circuito (120 cm³ máximos).
Para o cálculo da motorização tem-se:
rpm-inversão da caixa “I”= 4.096
4.906 / 60’ = 68,26 (rpm da bomba)
rpm do motor : rpm da bomba = redução necessária
Supondo-se um motor de 1.100 rpm tem-se:
1.100 / 68,26 = 16,11 (1:16,11)
Entretanto quando não houver uma caixa de inversão que satisfaça ao ciclo de lubrificação desejado, faz-se necessário o
uso de programadores de tempo.
Os reservatórios em linha normal de produção possuem capacidade de até 200 litros para óleo e 30 kg para graxa.
C) NOMENCLATURA
Os tipos de bombas a seguir exemplificam:
- Bomba AO-60 caixa J – bomba automática a óleo, com depósito para 60 litros e caixa de inversão J.
- Bomba AG-15 caixa A – bomba automática a graxa, com depósito para 15 kg e caixa de inversão
57
D) DIMENSIONAL
145,5
7
16”
13
45
42
304
15
200
170
68,5
3/8” BSP
105
E) CARACTERÍSTICAS
CONSTRUTIVAS
- Carcaça em ferro fundido nodular;
- Eixos e pistões em aço liga;
- Pistões de injeção tratados, retificados e espelhados;
- Filtro para abastecimento;
- Indicador visual de performance;
- Depósitos em diversas capacidades e formatos.
TÉCNICAS
- Lubrificantes: óleo ou graxa;
- Pressões de até 250 kgf/cm²;
- Motor elétrico: de 1 a 2 HP;
- Vazão: 1.25 cm³ por curso do pistão de injeção.
- Inversão: mecânica por redução.
OPCIONAIS
- Inversor eletro-hidráulico;
- Painéis de comando e controles.
109
109
15
68,5
250
200
5 - BOMBAS HIDRÁULICAS MANUAIS
A) DISPOSITIVOS
1 - Saídas de linha dupla: orifícios de ligação com a tubulação da linha principal;
2 - Válvula de pressão: fornece a pressão desejada, de acordo com o
acionamento da alavanca;
3 - Manômetro: indicador de pressão com escala de 0 – 250 kgf/cm²;
4 - Pistão dentado (cremalheira), responsável pela pressurização das válvulas
de pressão;
5 - Alavanca;
6 - Indicador de nível, possui uma haste com peso e de acordo com sua altura
possibilita a verificação do nível de lubrificante;
7 - Bico de enchimento com filtro, local pelo qual é realizado o abastecimento
da bomba;
8 - Pistão de inversão, possibilita a inversão das linhas de trabalho.
B) NOMENCLATURA
Existe apenas um modelo que atende a todas as necessidades, pois dependerá
apenas da quantidade de bombadas para injetar a quantidade desejada de lubrificante.
Portanto a nomenclatura para bombas manuais: Bomba Manual BHM-G.
C) DIMENSIONAL
113
58
20
155
58
20
15
7 16” 20
D) CARACTERÍSTICAS
CONSTRUTIVAS
- Bloco em ferro nodular;
- Pistões de injeção em aço liga tratados, retificados e espelhados;
- Filtro para abastecimento;
- Indicador de nível;
- Depósito brunido para 5 litros;
- Braço de acionamento com ponta cromado.
TÉCNICAS
- Lubrificantes: óleos ou graxas;
- Pressão: 200,00 kgf/cm²;
- Vazão: 9 m³ por curso do braço.
15
50
72
113
26
400
307
420
783
363
285
145
77.5
45
155
15
77.5
3/8” BSP
6 - DISTRIBUIDORES
A) DEFINIÇÃO
São válvulas auto operáveis com funcionamento hidráulico, utilizadas para realizar a distribuição adequada e devidamente
dosada nos pontos determinados de lubrificação.
Os distribuidores podem possuir de 01 a 08 elementos, onde cada um destes é responsável pela lubrificação de um ou
dois pontos pré definidos.
No distribuidor cada elemento possui um funcionamento independente e podem ser acionados por bombas hidráulicas
manuais ou automáticas.
B) DESCRIÇÃO
1 - Haste do pistão dosador, indica visualmente pela sua movimentação o funcionamento do elemento a que pertence, e
possibilita uma medida aproximada de sua vazão;
2 - Pistão de inversão, tem a função de abrir e fechar os orifícios de lubrificação;
3 - Pistão dosador, injeta dosando o lubrificante sob alta pressão nos pontos desejados, pela redução do curso da haste
através de parafusos allen ou sextavados.
C) TIPOS
SAÍDA SIMPLES
São válvulas onde cada elemento promove a lubrificação de um único ponto e a cada inversão da bomba todos os pontos
são lubrificados simultaneamente.
Os pontos são lubrificados conforme a vazão máxima de lubrificante injetada por elemento do distribuidor, e classificados
em cinco séries conforme tabela:
Série
30
40
50
60
70
Nº Elementos
1a7
1a7
1a7
1a2
1 a 10
Vazão máxima-inversão
1,5 cm³
2,0 cm³
5,0 cm³
14,0 cm³
1,5 cm³
SAÍDA DUPLA
São válvulas que promovem a lubrificação de dois pontos por elemento, portanto a cada inversão da bomba metade dos
pontos serão lubrificados de maneira alternada.
Em linha normal de produção existe apenas uma série, que atende a diversas as faixas de lubrificação desejadas.
Série
D-70
Nº Elementos
1a5
Vazão máxima-inversão
1,6 cm³
D) OPERAÇÃO
A operação de distribuidores de saída simples obedece a seguinte sequência:
PRESSÃO
LINHA - 1 -
LINHA - 1 -
PRESSÃO
LINHA - 2 -
LINHA - 2 -
MANCAL - 1 -
MANCAL - 1 -
A operação de distribuidores de saída dupla obedece a seguinte sequência:
LINHA - 1 -
PRESSÃO
LINHA - 1 -
PRESSÃO
LINHA - 2 -
LINHA - 2 -
MANCAL - 1 -
E) CARACTERIZAÇÃO TÉCNICA E DIMENSIONAL
NOMENCLATURA
Os distribuidores RG Sertal são caracterizados:
RG – série do distribuidor + nº de elementos
Exemplificando,
RG-34, é um distribuidor da série 30 com 4 elementos.
MANCAL - 2 -
DISTRIBUIDOR DE SAÍDA SIMPLES – SÉRIE 30
21,5
29
10,5
7
3/8” BSP
14
41,5
10,5
13
TipoL
RG-31
43,5
RG-32
72,5
RG-33
101,5
RG-34
130,5
RG-35
159,5
RG-36
188,5
11
42
63,5
21,5
11
41
22
7,5
29
36
L
17
38
10,5
1/8” NPT
10,5
DISTRIBUIDOR DE SAÍDA SIMPLES – SÉRIE 40
31
24
31
14
51
26
13
14
14
52
3/8” BSP
10,5
49
80
10,5
7
10,5
31
L
39,5
1/8” NPT
12
17,5
40
10,5
Tipo
RG-41
RG-42
RG-43
RG-44
RG-45
RG-46
L
50
81
112
143
174
205
DISTRIBUIDOR DE SAÍDA SIMPLES – SÉRIE 50
36
25
3/8” BSP
36
11
L
43
14
10,5
13
57
10,5
7
12,5
82
53,5
28,5
12,5
51
29
12
20,5
44,5
Tipo
RG-51
RG-52
RG-53
RG-54
RG-55
L
54
90
126
162
198
12
1/8” NPT
DISTRIBUIDOR DE SAÍDA SIMPLES – SÉRIE 60
44,5
28
10
13
3/8” BSP
16
14
56
89
10
7
57
33
16
63
34
11
44,5
L
51
1/8” NPT
20
25
57
12
Tipo
RG-61
RG-62
L
62
106,5
DISTRIBUIDOR DE SAÍDA SIMPLES – SÉRIE 70
30
44
30
19,5
40
11
41
13
8
Tipo
L
RG-7160
RG-72104
RG-73
148
RG-74192
RG-75236
3/8” BSP
60
82
8
11
11
19
22
14
42
7
22
22
10,5
19
10,5
47
L
1/8” NPT
7 - TUBULAÇÃO
A) CLASSIFICAÇÃO
- Principal, tubos que saem da bomba hidráulica até sua derivação;
- Intermediária, tubos que derivam da tubulação principal, ligando os distribuidores;
- Secundária, tubos que ligam os distribuidores aos pontos de lubrificação.
2
1 - BOMBA
2 - DISTRIBUIDORES
3 - LINHA PRINCIPAL
4 - LINHA INTERMEDIÁRIA
5 - LINHA SECUNDÁRIA
1
2
3
2
2
4
4
5
B) MATERIAIS
A escolha dos materiais dependem da agressividade do meio e as condições técnicas de processo.
Normalmente os materiais utilizados são:
Ø Tubos rígidos de aço sem costura – DIN 2440, para linha principal e intermediária;
Ø Tubos maleáveis de aço cobreado, para linha intermediária e secundária;
Ø Tubos de cobre recozido, para linha secundária;
Ø Mangueiras flexíveis para alta pressão, para linha intermediária e secundária;
Ø Flexíveis plásticos, para linha secundária.
O dimensionamento da tubulação (diâmetro e comprimento) considera os seguintes parâmetros:
- Lubrificante utilizado;
- Pressão de trabalho;
A fim de exemplificar, para uma pressão de trabalho de 75,00 kgf/cm² teremos:
Linhas de
alimentação
Comprimento
máximo (m)
Diâmetro
dos tubos
Tipos de
tubos
ÓLEO
GRAXA
Intermediárias
15
25
35
50
70
100
8
7
10
16
25
35
50
4
1/4”
3/8”
1/2”
3/4”
1”
1.1/4”
3/8”
DIN 2440
DIN 2440
DIN 2440
DIN 2440
DIN 2440
DIN 2440
DIN 2440
secundárias
6
3
5/16”
aço cobreado
principais
8 - RECOMENDAÇÕES
1º. A bomba hidráulica deverá ser instalada na posição mais central em relação ao circuito;
2º. Os distribuidores deverão ser instalados o mais próximo possível dos pontos de lubrificação;
3º. O dimensionamento adequado dos diâmetros das tubulações garantem a vida útil da bomba hidráulica;
4º. A tubulação deverá possuir o menor número de curvas;
5º. Instalações sujeitas a impactos ou quedas de objetos, deverão utilizar tubos rígidos nas linhas principais e intermediárias.

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