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Dezembro/2007
Relatório 1
Partes Interessadas e
Levantamento da
Literatura
Público alvo e soluções existentes
Projeto STID
Novas Linguagens e Modelos de Interação
APRESENTAÇÃO
Este Relatório se insere no âmbito do projeto de Soluções de Telecomunicações para Inclusão Digital –
STID, para o qual se busca soluções inovadoras de interface de usuário que facilitem a apropriação das
tecnologias de informação e comunicação – TICs, em particular o uso de computadores, em telecentros.
O público-alvo inclui analfabetos plenos, funcionais, e outros contingentes da população de excluídos
digitais, como idosos, deficientes visuais e auditivos. O objeto das soluções sendo investigadas é relativo
a uma aplicação Web com dois serviços de governo eletrônico: um de apoio à aposentadoria e outro de
apoio à saúde.
O Relatório é composto de duas partes, a saber:
Parte I - E1-11 Entregável 1:
Partes Interessadas – Impacto e Alcance da Solução – resultados da 1ª. Oficina
Parte II - E1-12 Entregável 2:
Levantamento da Literatura - público alvo e soluções existentes
UNICAMP
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
NIED
NÚCLEO DE INFORMÁTICA APLICADA À EDUCAÇÃO
3
Parte I
Partes Interessadas: Impacto e Alcance da Solução –
resultados da 1ª. Oficina
OBJETIVO
Disponibilizar serviços de e-Gov que façam sentido e sejam acessíveis ao cidadão, trazendo assim
benefícios à sociedade como um todo, requer uma visão sócio-técnica para o problema. Com esse
entendimento, propusemos a realização de oficinas participativas com a presença de representantes de
partes diretamente envolvidas no projeto STID (propositores do projeto, parceiros na busca de soluções
e outros envolvidos).
Os objetivos da 1ª oficina são clarificar o problema e compartilhar conhecimento no grupo determinando,
de forma o mais abrangente possível, o escopo de Partes Interessadas e seus principais problemas com
relação ao acesso ao sistema pretendido via interfaces de usuário. Análise dos resultados da oficina
informa e delimita o alcance de soluções ao problema tanto do ponto de vista tecnológico quanto de
inclusão social/digital.
MÉTODO
A Oficina é inspirada em métodos e artefatos da Semiótica Organizacional (Liu, 2000; Stamper, 1993)
adaptados e conduzidos de forma participativa em contexto do design de sistemas de informação e suas
interfaces de usuário (Baranauskas et al. 2005, Bonacin et al. 2006). Nossa abordagem é baseada em
MEASUR, (acrônimo de Methods for Eliciting, Analyzing and Specifying User Requirements), um
conjunto de métodos para Elicitar, Analisar e Especificar Requisitos de Usuário.
Nesta Oficina trabalhamos especificamente com artefatos que possibilitam a articulação do problema em
estágios iniciais de um projeto, para apoiar o compartilhamento de significados entre os participantes e
informar sobre problemas das partes interessadas e soluções vislumbradas, que terão potencial impacto
no design de interface de usuário do sistema. Os artefatos utilizados na Oficina 1 foram: Análise de
Partes Interessadas e Quadro de Avaliação, sumarizados a seguir:
Análise de Partes Interessadas: ajuda o grupo de participantes a entender a situação real do problema e
os requisitos do sistema pretendido, por meio da discussão e levantamento das partes que direta ou
indiretamente influenciam ou sofrem a influência do sistema prospectivo via suas interfaces. Conforme
discutido por Liu (2001) o artefato distribui as partes interessadas em diferentes categorias que
representam diferentes “forças de informação” em relação ao problema em análise. Utilizamos as
seguintes categorias: Atores e Responsáveis (quem contribui diretamente ao sistema e é afetado
diretamente pelo sistema), Clientes e Fornecedores (quem fornece dados/informações ao sistema ou faz
uso deles), Parceiros e Concorrentes (mercado relacionado ao sistema), Espectador e Legislador
(representantes da comunidade que influenciam e são influenciados pelo sistema no contexto social).
Quadro de Avaliação: permite ao grupo identificar, para cada categoria de partes interessadas, seus
interesses, principais questões e problemas, para discutir possíveis soluções que impactarão em
requisitos de usuário e interface com o sistema subjacente.
Dinâmica da Oficina:
A dinâmica envolveu uma breve apresentação pessoal dos participantes, seguida da apresentação
do conceito e objetivos da oficina. Em seguida, com a coordenação de um facilitador, o grupo passou
ao uso de cada artefato que mediou e também serviu de registro aos resultados.
4
PARTICIPANTES:
CPqD (grupos de interfaces, desenvolvimento, especificação e gerência) – 17 pessoas
NIED/Unicamp (pesquisadores) – 09 pessoas
POLI/USP (pesquisadores) – 04 pessoas
IEL/Unicamp (pesquisadores) – 04 pessoas
Representantes de usuários finais – 02 pessoas
Total de participantes – 36 pessoas
O CPqD encarregou-se de chamar as partes interessadas do CPqD e dos demais grupos parceiros e
o NIED/Unicamp encarregou-se de convidar e providenciar a participação dos representantes dos
usuários finais.
LOCAL:
Foi utilizada uma sala no CPqD, os artefatos utilizados foram afixados em uma das paredes e as
cadeiras foram dispostas em arcos ao longo da sala, de forma que todos tivessem boa visão e
acesso ao conteúdo produzido via artefatos.
Café, biscoitos e água foram oferecidos pelo CPqD e ficaram a disposição dos participantes ao longo
da oficina.
MATERIAIS:
Para a realização da oficina o grupo NIED/Unicamp preparou e levou painéis dos artefatos que foram
utilizados na dinâmica da oficina, além de canetas e post-its para o preenchimento dos mesmos. O
CPqD providenciou um projetor multimídia para a atividade de Introdução à Oficina.
REGISTRO:
Entende-se que o registro da oficina é parte da documentação do trabalho. O grupo NIED/Unicamp e
o grupo do CPqD registraram as atividades com filmadoras e câmeras fotográficas.
O
NIED/Unicamp também providenciou um termo de consentimento entregue aos participantes
solicitando sua autorização para eventual uso da imagem e fala registrados.
RESULTADOS
Classificação das partes interessadas no projeto em questão, análise do impacto e do alcance da
solução, como resultado da primeira oficina participativa.
Análise de Partes Interessadas
A discussão do grupo mediada pelo Quadro de Partes Interessadas, resultou na Figura 1. Na
seqüência, a Tabela 1 traz a síntese dos principais aspectos observados nos resultados da oficina.
Nela, contrapomos elementos presentes em documentos oficiais sobre os serviços e elementos que
surgiram na oficina. Na primeira coluna da tabela listamos as partes interessadas que além de terem
sido especificadas no projeto, também apareceram durante a oficina. Na segunda e terceira colunas
estão os elementos que aparecem ou somente na oficina ou somente na documentação,
respectivamente. Finalmente na quarta coluna, apresentamos elementos que não foram explicitados
nos documentos e também não surgiram na discussão durante a oficina, mas que consideramos
relevantes a esta análise. Por exemplo, os usuários das iniciativas, que representam um papel
importante no desenvolvimento da solução, e os especialistas no domínio dos serviços, cujo
conhecimento é vital para a composição do produto.
5
PARTES INTERESSADAS
COMUNIDADE
MERCADO
Telecentro
FONTE
Parceiros
universitários
CONTRIBUIÇÃO
STID
Gerentes
de TI
(CPqD)
FUNTTEL
Especifica
Comuni-dor da
dade menos
interface
letrada
Usuários (do
telecentro) que
não fazem parte
do público alvo
Órgãos de
saúde
municipal
Trabalhadores
rurais
Lingüistas
Analfabetos
Produtores
de conteúdo
Especialista
em formatação
de conteúdos
digitais
Deficientes
Atores,
Responsáveis
Familiares
do público
alvo
Sindicato
Rural
Profissionais de
saúde
Desenvolvedor de
interface
Trabalhadores
urbanos
Conselho
Nacional de
Saúde
(CONEP)
INSS
INSS
Monitor
Especifica
-dor do
serviço
Universidade
Administração dos
telecentros
Provedores de
serviços de
telecomunicações
Prefeitura
Conselhos
participativos:
idoso, deficiente,
saúde
Desenvolvedores
Desenvolvedores de
tecnologias
assistivas
OSCIPs e
ONGs de
assistência
social
Movimentos
de economia
solidária
Clientes,
Fornecedores
Parceiros,
Concorrentes
Espectador,
Legislador
Soluções de Telecomunicações
para
a Inclusão
Digital
Figura 1. Quadro
resultante
da 1ª Oficina.
Figura 1 Quadro de Partes Interessadas resultante da 1ª. Oficina
Comunidade de
SW livre
Conselho
Municipal
de Saúde
CRAS
Despachantes e
advogados
Representantes dos
usuários
finais
Agente de
saúde
(concorrente)
W3C
ABNT
Comissões de
padronização
6
Tabela 1. Partes interessadas
Oficina e
Documentação
INSS
Funttel
Analfabetos
Trabalhadores rurais
Profissionais da
saúde
Pessoas com
deficiência
Administração dos
telecentros
Representantes dos
usuários finais
Telecentro
Prefeitura
Oficina
Documentação
Outros
Desenvolvedores
CPqD
Usuário das iniciativas
Especificador da
interface
Especificador do
serviço
Comunidade menos
letrada
Usuários (do
telecentro) que não
fazem parte do
público-alvo
Familiares do públicoalvo
Administradores do
sistema e suporte
Especialistas no
Domínio (dos serviços)
Especialistas em
interfaces
Especialistas em
telecomunicações
Monitor
Sistemas legados
Parceiros
universitários
Trabalhadores
urbanos
Órgãos de saúde
municipal
Produtores de
conteúdo
Universidade
Sindicato rural
Desenvolvedores
Desenvolvedor de
interface
Desenvolvedores de
tecnologias assistivas
Especialista em
formatação de
conteúdos digitais
Provedores de
serviços de
telecomunicações
Movimentos de
economia solidária
Cidadãos
Pessoas que usam o
SUS
Aposentados rurais
Pessoas com baixa
renda
Sistemas cujo
público-alvo seja
semelhante (ex.
sistema de caixa
automático)
Sistemas no domínio
(outras cidades)
Trabalhadores sem
carteira assinada
Profissionais do
PREVRURAL
Ministério das
Telecomunicações
Ministério da
Previdência Social
IC/Unicamp
Governo
IEL/Unicamp
Ministério da Saúde
NIED/Unicamp
Administradores do
sistema e suporte
(software)
POLI/USP
7
Oficina e
Documentação
Oficina
Documentação
Outros
Comunidade de
software livre
Conselhos
participativos: idoso,
deficientes, saúde
OSCIPs e ONGs de
assistência social
Agente de saúde
CRAS
Despachantes e
advogados
Conselho municipal
de saúde
Conselho nacional de
saúde
W3C
ABNT
Comissões de
padronização
Lingüistas
Entendemos que a listagem da primeira coluna apresenta uma natureza bastante marcante
dentro do escopo do projeto, uma vez que foram lembrados tanto pelos especificadores do
sistema, como em conjunto, pelos integrantes da oficina. O grupo, no total, citou e discutiu 42
elementos, sendo que destes, 10 já faziam parte das especificações. Doze novas partes
interessadas foram lembradas e compõem a última coluna. Todos estes elementos em conjunto
nos permitem visualizar com maior clareza a amplitude e o impacto das soluções a serem
buscadas e servem de base para a análise seguinte (Quadro de Avaliação).
Análise do Quadro de Avaliação
Após o levantamento das partes que direta ou indiretamente influenciam ou sofrem a influência
do sistema, o grupo levantou questões/problemas relacionados às partes interessadas e
possíveis soluções. O Quadro de Avaliação resultante da oficina está representado na Figura 2,
na forma em que foi produzido.
8
Figura 2. Quadro de Avaliação resultante da 1ª Oficina.
9
As questões/problemas levantadas pelo grupo participante da oficina foram classificadas em
categorias para evidenciar os tópicos de maior impacto para o grupo. A Tabela 2 apresenta as
categorias identificadas, exemplifica os achados na coluna dois e sintetiza as contribuições da
discussão e as soluções apresentadas pelo grupo na coluna de comentários.
Tabela 2. Uma Categorização das questões/problemas.
Categoria
Questões/Problemas
Invisibilidade
social dos analfabetos e sua pouca
organização como
comunidade
Diversidade de
usuários
Desempenho e
escalabilidade
da solução de
interfaces
Diversidade
cultural e regional
entre usuários
Adaptação à
comunidades
indígenas e
quilombolas
Como evitar que a
interface seja
particularizada p/ os
dois serviços dificultando a adição posterior
de outros serviços?
Desempenho e
escalabilidade
O usuário não
conseguir utilizar
o serviço. Interface e interação
não amigáveis
Pressão de fornecedores de plataforma e/ou tecnologias assistivas para
mudanças de especificação
Implementação
da solução de
interfaces
Limitação técnica de
codificação diante da
solução de interface
adequada. Ex: poucas
ferramentas livres
para surdos
Desde que as definições
dos serviços já estão fechadas (casos de uso já
definidos), como os resultados dos parceiros pesquisadores podem entrar
(novos requisitos/necessidades dos usuários)
OO
O
Fragilidade da
segurança do
sistema
Segurança
(uso/dados) e
privacidade
Guarda de dados
biométricos e o
estabelecimento de
confiança da
população nesta
guarda c/ privacidade
MEDO!
do desconhecido
da tecnologia
Fornecimento do cadastro
dos pacientes/ trabalhadores aos gestores do
sistema (questões de
privacidade dos dados)
Falha de
autenticação
Comentário
A diversidade cultural de usuários, bem como as
especificidades dos diferentes grupos de
usuários potenciais foram ressaltadas pelo grupo
como as questões mais desafiadoras. Como
possíveis soluções, o grupo destacou a
necessidade de adaptação de tecnologias
assistivas para atender a analfabetos e também
tornar disponível conteúdo localizado. Ainda, foi
mencionada a definição de prioridades na
adequação das especificações dos serviços. A
parceria com os CRAS foi sugerida para
mediação e mobilização das comunidades onde
o analfabetismo é grande.
O modelo de interação a ser definido no projeto
deve permitir que a solução de interfaces possa
ser aplicada a outros serviços (escalabilidade da
solução de interfaces). Além disso, o modelo deve
contemplar
requisitos
de
usabilidade
e
acessibilidade
adequados
ao
público-alvo
(desempenho da solução de interfaces). Para
essas questões o grupo apontou para a
necessidade de flexibilidade na solução de
interface, foco local x global.
O surgimento de novos requisitos decorrentes de
um maior entendimento das necessidades dos
usuários e também de limitações advindas das
tecnologias assistivas disponíveis no mercado foi
uma das preocupações do grupo relacionadas à
implementação da solução de interfaces. Além
dessa, a limitação técnica de codificação da
solução também se mostrou uma preocupação.
Como possíveis soluções, o grupo sugeriu o
desenvolvimento de novas ferramentas assistivas
em software livre, e também novas tecnologias de
hardware e software para o público-alvo.
Questões relacionadas ao medo dos usuários
com relação ao uso de TICs, especialmente
aquelas que guardam e usam dados biométricos
para identificação (segurança no uso) foram
levantadas pelo grupo. Também, questionou-se o
fornecimento de informações pessoais dos
usuários aos gestores do sistema (privacidade).
Além dessas preocupações, o grupo alertou para
possíveis falhas do sistema, tanto de autenticação
(usuário não ser reconhecido, o que também
impacta em segurança no uso), quanto de
segurança dos dados.
10
Categoria
Conteúdo
Questões/Problemas
Solução para diversidade
cultural e regional: disponibilização de conteúdos de
saúde que sejam de interesse
local/regional. Obs: isto leva a
um problema de configuração
de conteúdo para cada local.
Dificuldade em
definir quais
informações de
saúde o usuário
necessita e/ou tem
interesse
Dificuldade em buscar
as informações que
deseja/ precisa. Não
saber quais benefícios/
informações pode conseguir
Relação dos
usuários com
os serviços
Desinteresse do
usuário no uso do
serviço
Resistência do INSS
e outras instituições
governamentais em
adotar o STID
(comunidade)
Relação entre
parceiros /
partes
interessadas
Falta de suporte
(divulgação,
infra-estrutura,
etc) da parte de
parceiros
Traduzir os termos
jurídicos para a
interface
Conteúdos devem ser
atualizados constantemente. Falta de
ferramenta para
adequação “automática”
de linguagem é um
grande dificultador
Utilização do
telecentro exclusivamente para
outros fins que
não os serviços do
STID
Sistema bloqueia
o “jeitinho
brasileiro”
Resistência da
Secretaria de Saúde
Municipal e dos médicos em adotar o
sistema de marcação
de consultas antecipado
Falta de parcerias
Corte da verba
do projeto
Comentário
Foram levantadas como questão/problema: a
necessidade de se definir quais informações
devem estar disponíveis, como as informações
serão atualizadas, e o padrão de linguagem a ser
adotado. Como possível solução, o grupo apontou
para a necessidade de definição de limites do que
pode ser disponibilizado como conteúdo.
O desinteresse do usuário no uso dos serviços,
bem como a falta de informações sobre o que é
possível fazer no sistema, foram levantados como
problemas. Também foi levantada a questão da
aplicação a ser desenvolvida bloquear caminhos
alternativos que muitas vezes acontecem na
maneira como o serviço é oferecido hoje. A
utilização do telecentro para acesso a outras
aplicações foi classificada como um problema
(uma vez que as outras aplicações podem não
estar preparadas para os perfis de usuário do
projeto), mas também como uma solução, uma
vez que o uso de outras aplicações pode atrair a
população para os telecentros. Outras soluções
também foram destacadas, como campanhas de
divulgação, conscientização da população e
comunidades locais para a necessidade dos
serviços, bem como o treinamento de atendentes
e a divulgação em festas locais e mídias de
massa.
A resistência de instituições governamentais,
tanto em nível municipal quanto federal, foi
ressaltada como um potencial problema. Além
desse, a possibilidade de corte na verba do
projeto, a falta de parcerias e mesmo a falta de
suporte por parte dos parceiros foram apontadas.
Como possível solução, o grupo ressaltou a
possibilidade de negociar com as instituições
governamentais uma adoção gradativa dos
serviços. Com relação às parcerias, apontou-se a
possibilidade de envolvimento de trabalho
voluntário e a disponibilização das informações
coletadas.
11
Categoria
Questões/Problemas
Descontinuidade dos
padrões e
normas
Normas
Não compatibilidade e não
observação das
normas de padronização
As normas W3C
podem não ser
suficientes para garantir uma boa
usabi-lidade das
interfaces
As normas relativas a
linguagem dos órgãos de
governo podem discordar
das orientações de
linguagem que
resultarem do STID
Contínua mudança
de leis e normas
governamentais
Comentário
A relação entre os requisitos do projeto para
soluções de interface e normas foi bastante
discutida pelo grupo, levando à percepção de que
as normas W3C podem não ser suficientes para
garantir a usabilidade das interfaces. Também se
percebeu que o padrão de linguagem adotado por
órgãos públicos pode discordar daquele que será
estabelecido no projeto. Outra preocupação diz
respeito à descontinuidade e/ou modificações de
padrões e normas. Como soluções para esses
problemas, o grupo apontou a necessidade de se
achar um ponto de equilíbrio entre as normas
W3C e os requisitos de usuário e também a
possibilidade dos resultados do projeto poder
trazer contribuições para o próprio processo de
normatização.
A categorização das questões/problemas levantadas durante a 1ª Oficina permite observar quais os
tópicos que mais preocupam o grupo. Com base nos problemas apontados em cada categoria, a
segurança (uso/dados) e privacidade, a relação entre parceiros/ partes interessadas, e as normas
foram os tópicos com mais questões associadas (quinze problemas apontados). Em seguida, com
doze problemas, tem-se o conteúdo e a relação dos usuários com os serviços. Por fim, com nove
problemas, estão o desempenho e a escalabilidade da solução de interface, a implementação da
solução de interface e a diversidade de usuários.
Visão dos Participantes para o STID
A última atividade da Oficina coletou descrições dos participantes para o projeto, em função da
discussão realizada e dos resultados registrados nos artefatos. A Figura 3 a seguir ilustra as
contribuições na forma em que foram realizadas.
A concepção dos participantes após a oficina revela:
Visões gerais do problema, do projeto, e das soluções de interface buscadas [descrições
1,2,3].
Destacamos a referência ao público alvo [2]: “(...) direcionado para usuários com diferentes tipos
de deficiência, (...)” , e aos serviços de governo eletrônico: “(...), inicialmente voltado para
serviços de saúde e aposentadoria fornecido por instituições governamentais.”. Vale notar
também o conceito de inclusão tomado em sentido mais amplo [3]: “(...) Inclusão de pessoas,
cidadãos não só no uso de TI, mas na sociedade atual como um todo, (...)”.
•
•
Reconhecimento do desafio que o projeto coloca [descrições 4,5,6]
Reconhecimento da inovação necessária nas soluções de interface e interação [descrições
7,8,9]:
Destacamos a referência à busca de soluções que sejam centradas na necessidade/ perfil de
usuários [7], flexibilidade da solução [8], repensar [o conceito de] interfaces digitais para a
sociedade brasileira [9].
•
• O que se espera e o impacto social almejado [descrições 10, 11, 12, 13]
Destacamos o papel do sistema, via suas interfaces como “facilitador, auxiliador, promover a
conscientização do uso da tecnologia e cidadania” [13]
12
11
2
7
8
12
3
13
1
9
6
10
0
4
5
Figura 3. Concepção dos participantes da Oficina para o Projeto
DISCUSSÃO
Além das questões levantadas pelo grupo para as Partes Interessadas, presentes no Quadro de
Avaliação gostaríamos de ressaltar e discutir brevemente outras questões/problemas que
entendemos também pertinentes ao design de uma solução de interface e interação no escopo do
STID:
• Escassez de métodos e artefatos para inclusão de pessoas analfabetas
Analfabetos plenos e funcionais fazem parte, explicitamente, do conjunto de usuários-alvo do
projeto STID. A literatura científica tem iniciado recentemente a discussão sobre possibilidades
de soluções para o acesso de pessoas analfabetas ao uso de TICs em geral, e mais
especificamente a serviços de governo eletrônico; a Parte II deste relatório apresenta e
discute o estado da arte no tema. Assim, a proposta de interfaces para esse público exige
avanços em pesquisa. Entendemos que a participação de pessoas com esse perfil no processo
de design de soluções de interface pode corroborar para uma solução que atenda aos requisitos
de inclusão.
Como reunir as soluções de design de interfaces com a proposta de linguagem do conteúdo
dos serviços?
Para que a proposta de inclusão do projeto STID seja alcançada, além de soluções de design de
interfaces, o conteúdo das aplicações que serão desenvolvidas tem papel relevante, como
apontado nos resultados da Oficina. Caso o conteúdo não esteja acessível, mesmo sendo
possível ao usuário chegar até ele via interface, sem compreendê-lo e usá-lo na tomada de
•
13
decisões, a proposta de inclusão não se concretiza. Assim, os estudos lingüísticos que estão
sendo realizados no âmbito do projeto devem se somar à solução de design de interfaces. Aqui,
ressalta-se a necessidade de se pensar em como esse processo de integração será realizado.
Será permitido que outra pessoa utilize as aplicações no lugar do principal interessado? Se
sim, como tratar questões de adaptação das interfaces e segurança dos dados?
O uso de um documento de procuração é uma possibilidade vigente no sistema jurídico e aceito
para a requisição de alguns serviços públicos como a solicitação de aposentadoria. Uma vez que
o serviço passe a ser oferecido por meio de uma aplicação computacional, tem-se a questão de
como tratar o usuário-procurador. Em um sistema com interfaces flexíveis e que respondem às
necessidades de um determinado perfil de usuário existe a necessidade de se clarificar como
será a relação entre o sistema e usuário-procurador, tanto do ponto de vista de cadastro,
interação com a aplicação, bem como acesso aos dados.
•
Como integrar o uso da aplicação a ser desenvolvida no âmbito do projeto STID com o uso
de outras aplicações complementares (que não serão substituídas) já presentes na dinâmica
de trabalho dos usuários secundários?
A aplicação a ser desenvolvida para o serviço de saúde prevê como usuários secundários
médicos e outros funcionários do sistema de saúde. Alguns desses usuários já interagem, em
seu cotidiano de trabalho, com aplicações computacionais que podem complementar o uso do
Acessa Saúde. Ressalta-se aqui a questão de como minimizar o esforço do usuário, por
exemplo, na consulta ou transposição de dados entre as aplicações.
•
Ao identificar as Partes Interessadas no sistema em discussão e conhecer seus principais
problemas, estamos também buscando identificar as fontes de requisitos de interface e interação
para o sistema, como foi bem interpretado por um dos participantes da Oficina. Portanto, embora o
objetivo desta primeira Oficina não tenha sido a identificação de requisitos, cabe aqui uma breve
discussão sobre os achados relacionados aos itens 1.5.1 a 1.5.5 da proposta (1.5. Requisitos da
interface em relação a seus usuários finais). Vale lembrar que estes mesmos itens são discutidos
na Parte II deste relatório com base na literatura científica.
1.5.1. Considerar o público-alvo em suas especificidades culturais, cognitivas, sensoriais, etárias e
de experiência com TICs. Recorrer, sempre que possível, a elementos de interface que atendam
concomitantemente a mais de uma necessidade: por exemplo, animações e ícones desenhados para
deficientes auditivos e analfabetos, e comunicação multimodal.
e
1.5.4. Oferecer aos usuários um portal de entrada cujas características (cores, tamanho, volume)
sejam adaptáveis, e o qual seja concebido para veicular informação multimodal (textual, sonora,
gráfica e em vídeo).
De fato, a consideração da diversidade do usuário foi discutida na Oficina e apontada como o
principal desafio das soluções de interface a serem construídas. Não foram apontadas soluções
pontuais específicas a esse desafio como preconizam 1.5.1 e 1.5.4, mas foi constatada a
necessidade de se buscar uma solução flexível. Foi apontada a inexistência de software e hardware
específicos ao público-alvo e a necessidade de tecnologias assistivas em software livre, que dêem
conta dessa diversidade.
1.5.2. Cadastrar as características e o perfil de uso (nível de letramento, tipo de deficiência, mão
dominante, etc.) de cada usuário do sistema e personalizar as interfaces, as interações e o portal de
entrada do usuário conforme essas informações de forma a melhor atender suas necessidades,
podendo para isso incluir ou remover aplicações, alterar tamanhos cores e de fontes, habilitar ou
desabilitar sons, alterar a posição do mouse, etc.
e
14
1.5.3. Possuir recurso simples e robusto de autenticação de usuário, se necessário por parâmetros
biométricos, a fim de configurar automaticamente as interfaces conforme as características pessoais
e necessidades especiais de cada usuário, sem exigir dele um demasiado esforço cognitivo e de
memorização de senhas.
Com relação ao cadastro, à identificação e autenticação do público alvo no sistema, surgiram
discussões extremamente relevantes relacionadas à questão de soluções envolvendo biometria e
fatores humanos relacionados à confiança no sistema e privacidade de dados, especialmente no
contexto de governo. Os resultados da discussão na Oficina sugerem não haver clareza sobre o
impacto das soluções existentes no público alvo do projeto e recomendam investigações a respeito.
1.5.5. Atender aos padrões de usabilidade e acessibilidade do W3C e oferecer ferramentas
assistivas que contemplem as necessidades específicas das diversas categorias de usuário que
constituem seu público-alvo.
Esse foi um aspecto bastante discutido na Oficina. Ficou claro entre os participantes que as
recomendações do W3C podem não ser suficientes para garantir uma boa usabilidade da interface
do sistema; por outro lado, a não observação das normas pode gerar problemas; há ainda a
considerar a questão de descontinuidade de padrões e normas. Houve consenso no grupo de
participantes da necessidade de se buscar, nas soluções de interface, um equilíbrio entre o que
preconiza a W3C e as necessidades do público alvo.
REFERÊNCIAS
Baranauskas, M. C. C., Schimiguel, J., Simoni, C. A. C., Medeiros, C.M.B. (2005) Guiding the
Process of Requirements Elicitation with a Semiotic Approach In: Proceedings of The 11th
International Conference on Human-Computer Interaction. Las Vegas: Lawrence Erlbaum Ass. ,
Inc., v.3. p.100 – 111
Bonacin, R., Simoni, C. A. C., Melo, A. M., Baranauskas, M. C. C. (2006) Organisational Semiotics:
Guiding a Service-Oriented Architecture for e-Government In: Proceedings of the International
Conference on Organisational Semiotics. Campinas, SP, Brasil: IDB Impressão Digital do Brasil,
Gráfica e Editora, v.1. p.47 - 58
Liu, K., 2000. Semiotics in Information Systems Engineering, Cambridge University Press
Liu, X., 2001. Employng MEASUR Methods for Business Process Reengineering in China, PhD
Thesis University of Twente. The Netherlands: Grafisch Centrum Twente, Enschede
Stamper R. K., 1993. Social Norms in requirements analysis – an outline of MEASUR. In
Requirements Engineering, Technical and Social Aspects. Academic Press
15
Parte II
Levantamento da Literatura - público alvo e soluções
existentes
OBJETIVO
Um problema tão complexo como o objeto desse projeto exige um levantamento do estado da arte
sobre outros projetos e soluções sendo estudadas em outros contextos assemelhados em outras
partes do mundo. Esta parte do relatório apresenta um levantamento da literatura para resultados
de pesquisa que envolvem de alguma maneira as características do público-alvo do projeto e
soluções propostas para seu atendimento. Guardadas as dimensões de contextos culturais e sócioeconômicos diferentes que encontramos nesses trabalhos, essa síntese é necessária para um
entendimento mais amplo das particularidades que encontramos no contexto do STID. Com base
nesse levantamento da literatura, o relatório também discute os aspectos listados no item 1.5 da
Proposta Comercial (Requisitos da interface em relação a seus usuários finais).
MÉTODO
No levantamento da literatura buscamos preferencialmente artigos científicos recentes (últimos 5
anos) e significativos para o tema em questão, selecionados de revistas científicas internacionais
e/ou conferências científicas qualificadas (ACM, IEEE, IFIP, por exemplo).
Orientamos a busca e classificamos as contribuições da literatura de acordo com três principais
temáticas:
T1: Acesso do cidadão ao conhecimento via tecnologias: países em desenvolvimento & países
desenvolvidos - Projetos, Métodos e/ou Tecnologias.
Neste tópico reunimos contribuições que exploram o problema do acesso ao conhecimento em
contextos de grupos sociais específicos. As contribuições tratam de projetos, métodos e/ou
tecnologias específicos para o grupo considerado.
T2: Implicações para o modelo de interação de soluções utilizadas em outros artefatos e outras
mídias
Neste tópico reunimos contribuições que mostram soluções utilizadas em outros artefatos
tecnológicos e mídias (telefone celular, por exemplo) que poderiam ser consideradas em aplicações
web no contexto do projeto.
T3: O usuário com baixo letramento, o cego, o surdo: soluções tecnológicas para acesso a TICs
Neste tópico reunimos contribuições que apresentam soluções tecnológicas (ferramentas, artefatos,
aplicações) para o acesso dessa categoria de usuário às TICs.
RESULTADOS
Foram levantados 59 trabalhos científicos dos quais selecionamos para síntese neste relatório os 25
mais relevantes ao contexto do problema sendo tratado. O levantamento e a análise da literatura
foram norteados pelos desafios inerentes à criação de aplicações de governo eletrônico (eGov) com
respeito ao contexto nacional brasileiro, à diversidade da população brasileira e aos requisitos
especiais de aplicações de eGov (Hornung e Baranauskas 2007). A Tabela 1, a seguir, sumariza a
literatura principal destacada.
16
A primeira coluna apresenta a chave da referência encontrada, a segunda coluna a(s) categoria(s)
em que a referência apresenta uma contribuição; indicamos também o foco do trabalho e a categoria
de usuário que mais se beneficiaria da solução abordada. A terceira coluna mostra uma síntese dos
resultados principais da referência e a última coluna uma avaliação de quais resultados são
potencialmente relevantes para o projeto e/ou quais resultados são interessantes mas precisariam
ainda ser validados e/ou adaptados para o contexto do projeto. Os resultados considerados não
relevantes são acompanhados de uma justificativa. As referências na categoria T3 que abordam
soluções para usuários com deficiência visual foram selecionadas de forma que também pudessem
trazer benefícios para usuários com baixo letramento.
Tabela 1. Síntese da Literatura
Referência
Categoria
Síntese
Comentário
Biasiotti
e
Nannucci
(2005)
[T1 e T3]
Acesso
à
informação e
ao
conhecimento
O problema abordado pelos autores é
certamente importante. Apesar de
“ABC del diritto” ser um serviço voltado
ao cidadão, segundo o artigo o
cidadão parece ter sido envolvido no
processo de design apenas na fase de
testes de usabilidade.
O nosso entendimento é que a
elaboração
de
linguagem
e
vocabulário acessíveis demanda maior
participação do cidadão. Além disso,
entendemos que o serviço deveria
apresentar as informações de forma
acessível em primeiro plano. Os textos
de leis originais poderiam ser
acessados em um segundo plano (por
exemplo,
por
especialistas
do
domínio).
Pilling
Boeltzig
(2007)
[T1 e T3]
Acesso à
informação e
ao
conhecimento
As informações disponibilizadas na
Internet
pelo
governo
freqüentemente são escritas usando
uma linguagem e um vocabulário
que o cidadão não entende.
Também,
a
quantidade
de
informação complica a identificação
do conteúdo realmente relevante em
uma situação específica. Os autores
apresentam “ABC del diritto” (“ABC
do Direito”), uma aplicação web na
Itália, que busca ser orientada ao
cidadão e que provê tanto um
glossário de termos do domínio das
leis quanto explicações de conceitos
legais básicos. A
aplicação
é
atualmente executada como um
serviço
adicional
no
portal
NormeinRete.
Os autores apresentam cinco
categorias
de
estratégias
de
iniciativas dos EUA e do Reino
Unido que visam aumentar a
inclusão digital. Duas das categorias
identificadas são estratégias para a
promoção do letramento digital e
para a promoção da acessibilidade e
usabilidade de serviços de eGov.
Partindo
da
descrição
das
estratégias os autores extraem
diretrizes e recomendações, entre
outros: “criar um ambiente de
aprendizagem agradável e prover
oportunidades
de
treinamento
informal”, “tornar o acesso acessível”
e “melhorar usabilidade da Internet e
de serviços de eGov”.
e
Além de ser bem geral, não fica claro
como implementar as diretrizes e
recomendações
propostas.
Por
exemplo quanto ao acesso, os autores
mencionam “iniciativas” que ajudam
pessoas com deficiências a escolher e
obter
tecnologias
assistivas
adequadas. Mais além eles falam de
política pública para promover o
acesso a tecnologias assistivas com
preços acessíveis. É uma contribuição
no nível de políticas públicas, fora do
escopo do projeto.
17
Referência
Pretorius e
Bosch
(2003)
Categoria
[T1 e T3]
Acesso
à
informação e
ao
conhecimento;
Baixo
Letramento
Síntese
Comentário
A África do Sul é um país
multilíngüe, com 11 línguas oficiais
onde muitas dessas línguas são
nativas. Os autores exploram a
possibilidade de utilizar morfologia
computacional
para
construir
aplicações de processamento de
linguagem natural para contemplar
línguas nativas marginalizadas e
para aumentar o letramento do
cidadão.
Exemplos de aplicações em questão
são lexicons, dicionários e sistemas
de tradução automática.
O caso brasileiro é diferente do
cenário da África do Sul. Embora
existam várias línguas indígenas no
1
Brasil (181 atualmente ), o Português
é a língua oficial (artigo 13 da
Constituição Federal Brasileira), além
de LIBRAS que é a língua oficial de
2
sinais (Língua Brasileira de Sinais ).
Entendemos que aplicações de
governo eletrônico devam utilizar as
línguas oficiais do país. Em nosso
caso, os benefícios da abordagem de
Pretorius e Bosch provavelmente não
justificam o custo.
1
Abascal
Nicolle
(2005)
e
[T1]
Guidelines de
design
inclusivo
A maioria dos designers não tem
experiência prévia no design de
sistemas
para
pessoas
com
deficiências. Mesmo que estejam
conscientes do “design para todos”
ou da necessidade de cumprir a
legislação,
eles
podem
ter
dificuldades e não saber como fazer.
O artigo apresenta uma primeira
abordagem ao design de guidelines
socialmente
e
eticamente
conscientes a partir da experiência
dos autores e da literatura. Eles
mostram a geração de guidelines
para o caso específico de design
para idosos com demência na
Comunidade Européia.
http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/cic/v5
7n2/a18v57n2.pdf
2
sancionada
pelo
ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, a Língua
Brasileira de Sinais é reconhecida
como meio legal de comunicação e
expressão entre as comunidades de
pessoas surdas no Brasil. O Decreto
de Dezembro de 2005, assinado pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
regulamenta a Lei, no 10.436, de 24
de abril de 2002, que dispõe sobre a
Língua Brasileira de Sinais, LIBRAS, e
o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de
dezembro de 2000.
Embora o trabalho seja direcionado a
um publico alvo que não é o do projeto
em questão, as guidelines de design
inclusivo propostas podem ser úteis,
se situadas e adaptadas ao contexto
do projeto.
18
Referência
Brewster
1998
Eiriksdottir
et al. 2006
Leahy et. al.
(2003)
Categoria
[T2]
Deficiência
visual e Baixo
Letramento
[T2]
Deficiência
visual e Baixo
Letramento
[T2]
Interfaces
multimodais
Síntese
Comentário
“Earcons” são mensagens de áudio
não
faladas,
estruturadas
e
abstratas que fornecem “dicas
navegacionais” em uma hierarquia
de menus. Experimentos mostraram
que earcons facilitam a localização
de itens em menus hierárquicos.
Participantes ainda se lembravam
dos earcons mesmo uma semana
depois de terem sido aprendidos.
Uma proposta do uso dos earcons
são
interfaces
baseadas
em
telefones.
Earcons são tons musicais abstratos,
que podem ser utilizados de forma
estruturada e combinados para criar
mensagens sonoras representando
partes da interface. Como na
referência anterior, estes resultados
poderiam ser considerados para o
caso de aplicações web e poderiam
beneficiar
usuários
com
baixo
letramento ou deficiência visual.
Os autores investigam o uso de
menus auditivos em celulares e
conduzem
experimentos
para
determinar fatores como velocidade
de fala e gaps entre itens do menu.
Em geral, eles consideram menus
auditivos como uma alternativa
viável a menus textuais. Os valores
ótimos de fatores como velocidade
da fala ainda precisam ser definidos.
A velocidade tem que ser lenta o
suficiente para a fala poder ser
compreendida,
mas
rápida
o
suficiente para evitar frustração.
Resultados experimentais indicaram
que apresentações visuais com
audio
foram
superiores
às
apresentações visuais equivalentes
quando nem o material visual nem o
material em audio poderiam ser
entendidos
isoladamente.
O
experimento também demonstrou
que
texto
não
essencial,
apresesentado oralmente com texto
similar escrito em um diagrama
atrapalhou o aprendizado.
Em
interfaces onde a informação está
apresentada nos modos auditivo,
textual e visual, a performance do
usuário é altamente dependente da
complexidade da tarefa e da
redundância de informação.
Porém, como a frequência de uso de
muitos
serviços
de
eGov
provavelmente é menor do que a
considerada no trabalho, muitos
earcons poderiam ser esquecidos
pelos usuários, sendo necessário mais
pesquisa
para
determinar
os
benefícios reais desse tipo de solução.
O contexto deste artigo é o uso de
menus
auditivos
(dirigidos
pelo
artefato) em telefones celulares, mas a
abordagem pode ser considerada para
interfaces de aplicações web também.
Apesar de já existirem leitores de tela
e
outras
ferramentas
de
acessibilidade, usuários com baixo
letramento ou deficiência visual e sem
experiência prévia com leitores de tela
poderiam se beneficiar diretamente de
menus auditivos em interfaces de
aplicações web.
Com base na teoria da carga cognitiva,
o artigo investiga as condições sob as
quais instrução audio-visual pode ser
uma técnica efetiva. O artigo sugere
usar os diferentes modos (áudio, texto,
imagem)
numa
maneira
não
redundante
para
atingir
uma
performance ótima. Porém, como o
nosso publico-alvo abrange usuários
com baixo letramento e analfabetos,
acreditamos que um certo grau de
redundancia será necessário. Para
aliviar os efeitos negativos abordados
no artigo, a complexidade das tarefas
deve ser mantida baixa o suficiente.
19
Referência
Categoria
Nylander et
al. (2005)
[T2]
Waichman
et al. (2007)
[T2]
Ahmed
Seong
(2006)
[T2]
Deficiência
auditiva
e
Interfaces
multiartefato
Baixo
letramento
Síntese
Comentário
Não é incomum as pessoas usarem
vários artefatos de provedores
diferentes para o mesmo propósito,
para
por
exemplo
gerenciar
informação de calendário.
Para
facilitar o casamento de serviços e
artefatos, provedores de serviços
necessitam criar serviços que
possam se manifestar em muitos
artefatos
diferentes.
O
artigo
apresenta
uma
especificação
abstrata da interação usuário-serviço
chamada “atos de interação”. A
especificação é aplicada para
interfaces baseadas em voz. Os
autores identificam as diferenças
principais entre interfaces baseadas
em voz e interfaces gráficas.
Atos de interação são unidades para
descrição da interação usuário-serviço
sem qualquer informação sobre formas
de apresentação. Os resultados
apresentados no artigo são úteis a
soluções que envolvem o uso de
vários artefatos, não tendo uma
relevância imediata no escopo de
nosso projeto. Porém, as diferenças
identificadas entre interfaces auditivas
e interfaces visuais são úteis ao
apontar para potenciais problemas que
devem ser levados em consideração.
Pictogramas auto-explicativos são
percebidos pelos fornecedores como
uma ajuda no entendimento dos
riscos do uso de pesticidas para
aqueles com habilidades de leitura
limitadas. O artigo examina o uso de
pesticidas por trabalhadores rurais
na Amazônia do Brasil. O estudo de
caso
investiga
como
os
trabalhadores interpretam textos e
símbolos
nas
etiquetas
das
embalagens e se a leitura depende
de fatores como escolaridade, idade,
tempo de uso, etc.
Embora o artigo não tenha relação
direta com TICs, dá algumas
indicações sobre a importância de uso
de cores, símbolos, vocabulário e
linguagem adequados ao público alvo;
naquele caso específico no domínio
agrícola com trabalhadores rurais e
pequenos agricultores.
Os
autores
apresentam
“SignWriting” um sistema de escrita
para língua de sinais e como isso
pode ser empregado em telefones
celulares.
Mesmo
que
interessante,
os
resultados não têm uma relevância
imediata para o projeto. Existem vários
sistemas de escrita para língua de
sinais e não há consenso na
comunidade de surdos para um
sistema. Além disso, os usuários
surdos teriam que aprender essa
notação. Como a porcentagem de
analfabetos ou analfabetos funcionais
ouvintes no Brasil é muito alto, uma
notação como o SignWriting poderia
resultar em porcentagens comparáveis
com relação aos surdos.
20
Referência
Categoria
Síntese
Comentário
Cavender
et. al (2006)
[T2]
Deficiência
auditiva
Os autores exploram o problema de
como fornecer vídeos em língua de
sinais para usuários de celulares de
uma forma “legível” considerando as
limitações desse dispositivo (largura
de banda, tamanho de tela).
MobileASL é um projeto de
compressão de vídeo que busca
possibilitar comunicação sem fio no
celular através de linguagem de
sinais.
Os resultados podem ser interessantes
caso o projeto decida usar vídeos em
língua de sinais em vez de um avatar.
Entretanto
também
devemos
considerar as limitações de largura de
banda e tamanho de tela (o vídeo não
pode ocupar a tela inteira).
Dicke et al.
2007
[T2]
Deficiência
visual e Baixo
Letramento
Este artigo mostra um estudo de uso
simulado de telefone celular em um
simulador
de
direção
automobilística. O uso de interfaces
espaço-auditivas com a metáfora do
anel são comparados com interfaces
visuais. Nas interfaces espaçoauditivas o usuário fica no centro de
um anel horizontal com 6 fontes de
som. Um experimento mostra que
esse tipo de interface não é melhor,
mas é mais efetivo do que uma
interface visual, i.e. usuários são
mais distraídos e cometem mais
erros quando usando uma interface
visual.
As interfaces auditivas usadas neste
estudo oferecem uma alternativa
efetiva para as interfaces visuais
clássicas usadas atualmente nos
carros. No contexto de nosso trabalho
essa abordagem provavelmente não
seria viável. Por um lado o artigo
apresenta um estudo piloto, o que
significa que muito trabalho terá que
ser feito ainda para que essa
tecnologia alcance a maturidade
suficiente. Por outro lado, como o
ambiente-alvo de nossa solução são
telecentros, a interface teria que ser
manuseada com fones de ouvido e
placas de som com "surround sound".
No momento da escrita desse relatório
isso seria um fator adicional de custo
que não pode ser ignorado.
Huenerfauth
(2002)
[T3 e T1]
Baixo
letramento
Huenerfauth propõe recomendações
de design de interfaces para
usuários não letrados em 3 níveis:
princípios,
guidelines
e
especificações
de
design.
O
contexto envolve dois estudos de
caso (informação sobre saúde,
busca de emprego) em áreas rurais
na Índia usando o Simputer
(dispositivo handheld indiano de
baixo custo com touchscreen). A
lista de recomendações inclui desde
itens gerais (página inicial com
conteúdo baseado em tarefas) até
itens específicos aos serviços
elaborados (entrada de informação
geográfica).
Como o contexto nacional é a Índia
rural e o dispositivo investigado o
Simputer, precisa-se verificar se as
recomendações valem no contexto de
telecentros brasileiros. Já o uso do
touchscreen
impõe
algumas
limitações, porque não oferece muitas
opções de acessibilidade. Além disso,
algumas das recomendações do
Huenerfauth contradizem princípios de
design
(por
exemplo,
design
minimalista e não sobrecarregado
versus “A tela deve antecipar tantas
tarefas e tantos pedidos quanto
possível. Notificações de e-mail,
mensagens do sistema, ou respostas
de serviços anteriormente pedidos
devem
ser
apresentados
bem
destacados
nessa
página”.
Huenerfauth (2002), p. 104f., tradução
nossa).
21
Referência
Categoria
Síntese
Comentário
Martins et
al. (2003)
[T3 e T1]
Baixo
letramento
O artigo discute um sistema para a
avaliação dos níveis de letramento
de Brasileiros jovens adultos. O
projeto
iniciou-se
com
o
desenvolvimento de uma ferramenta
de avaliação diagnóstica de níveis
de alfabetismo. A proposta era usar
o computador como um veículo de
avaliação objetivo, que pudesse ser
amplamente utilizado, no sentido
geográfico, dependendo o mínimo
possível de um educador. O sistema
usa uma interface sem elementos
“ativos” como barra de rolagem,
menus
ou
ícones
clicáveis.
Informação textual está formatada
em letras maiúsculas usando uma
gramática simplificada da língua
portuguesa (não usar voz passiva,
etc.). Adicionalmente, instruções são
também fornecidas verbalmente. A
interação é feita via um teclado com
teclas pintadas, sempre usando as
mesmas
teclas
para
ações
semelhantes.
Quanto
às
informações visuais, os autores
deram a preferência a fotos ao invés
de desenhos.
Como nos casos de Medhi et. al
(2006) e (2007), o artigo fornece uma
base para a extração de algumas
diretrizes. Porém os resultados a
respeito do uso de informação visual
(fotos versus desenhos) estão em
desacordo com os resultados de
Medhi et. al. Uma explicação para isso
pode ser relacionada tanto a aspectos
metodológicos
(escala
da
investigação, estatísticas, etc) dos
trabalhos quanto aspetos culturais dos
contextos dos estudos de caso. Em
síntese, essa questão do uso
adequado de informações visuais terá
que ser mais investigada.
Medhi et al.
2007
[T3 e T1]
Baixo
Letramento
O artigo elabora a questão de como
diferentes conceitos podem ser
representados
áudio-visualmente
para usuários analfabetos e com
baixo letramento. Os resultados
principais são que voz é um fator
importante, informação graficamente
mais rica não necessariamente
significa melhor entendimento, e o
entendimento de informação estática
(i.e.
desenhos,
fotos)
versus
dinâmica (i.e. animações, vídeos)
depende de várias fatores.
O artigo compara 10 diferentes
espécies de representações – texto,
desenho
estático,
fotografia,
animações feitas à mão, e vídeo, cada
uma também anotada por voz – para
ver quão compreensível eram à
audiência não letrada. O artigo mostra
alguns
resultados
interessantes.
Porém, como o contexto social é o da
Índia e muitas representações gráficas
têm uma forte dependência cultural, os
resultados terão que ser validados e
adaptados ao contexto brasileiro.
22
Referência
Plauché e
Prabaker
(2006)
Chand
e
Dey (2006)
Categoria
[T3 e T1]
Baixo
letramento
[T3 e T1]
Letramento
digital
Síntese
Comentário
“Tamil Market” é um sistema
relacionado à área de agricultura,
desenvolvido
para
centros
comunitários na Índia rural. O
sistema é tal que os habitantes da
zona rural são capazes de navegar
através de sistema de diálogo
usando sua voz, independente de
nível de letramento e experiência
prévia com tecnologia. Os autores
propõem um sistema com entrada
por fala para acessar informações
do mercado, previsões de tempo e
outros dados ambientais. O sistema
sempre explicitamente solicita a
entrada do usuário e usa estruturas
redundantes e um conjunto prédefinido de palavras de comando.
Um spoken dialog system (SDS) é
operado pelo telefone por voz
independente da proximidade com o
centro da vila e letramento.
Para os nossos serviços o conjunto de
palavras necessário pode crescer
muito. Além disso, as palavras de
comando teriam que ser aprendidas e
memorizadas pelos usuários. Como a
maioria dos usuários provavelmente
não usará os serviços diariamente,
seria difícil memorizar todas as
palavras de comando.
“Jadoo” é uma interface de usuário
baseada em papel para uso de
pessoas com baixo letramento em
quiosques no contexto da India. O
sistema envolve um gravador de
macros e visa apoiar tarefas simples
como “ler primeiro email na caixa de
entrada”. A macro, denominada
“web leaf”, precisa ser gravada por
um usuário intermediário (“expert
user”). Uma web leaf contém um
código de barra e uma descrição da
tarefa com texto e imagem. O
usuário novato usará um leitor de
códigos de barras para executar a
tarefa desejada.
O artigo apresenta uma solução
simples para executar tarefas simples
e recorrentes. Nesse sentido parece
ser uma solução que pode quebrar
algumas barreiras no acesso ao
computador por usuários novatos.
Porém muitos serviços de eGov não
consistem de tarefas simples ou
estáticas, e com
exceção de
funcionalidades
como
“consultar
processo” não são recorrentes. Como
esse tipo de solução não privilegia o
aprendizado de competências digitais
ao
usuário,
enxergamos
pouco
potencial para o nosso contexto.
Ainda, mesmo que um conjunto prédefinido de palavras de comando
válidas possa aliviar problemas no
reconhecimento de fala comparado a
palavras aleatórias, outros problemas
permanecem (por exemplo, ruído).
Além dos aspetos técnicos tem um
aspecto ainda mais grave no contexto
de sistemas de eGov: o requisito nãofuncional de privacidade (por exemplo:
“informação de saúde” -- sistema:
“informe o tipo de doença sobre o qual
você precisa de mais informações” -usuário: “xxxx”).
23
Referência
Categoria
Síntese
Comentário
Akan et al.
(2006)
[T3]
Baixo
letramento
O artigo apresenta um estudo de
caso sobre o design de uma
ferramenta de screening para o
atendimento básico de saúde de
pacientes de zona rural em
depressão por abuso de bebidas
alcoólicas, analfabetos funcionais
e/ou digitais. O estudo piloto é
realizado
pela
Escola
de
Enfermagem da Universidade de
Virginia, EUA (The Rural Health
Care Research Center). O sistema é
baseado em Macromedia Flash. Um
touchscreen
é
usado
como
dispositivo de entrada, textos
simplificados, imagens e áudio como
saída.
Embora o contexto nacional (EUA)
seja bem diferente do contexto
brasileiro, o artigo apresenta soluções
que podem ser interessantes ao
considerar que o sistema deve evoluir
de acordo com as respostas do
usuário para customizar o screening e
reduzir a redundância nas perguntasrespostas.
Medhi et al.
2006
[T3]
Com base em lições aprendidas de
diversos estudos de campo, os
autores chegaram a um conjunto de
princípios de design para serem
usados como guidelines para
interface de usuário “livre de texto”.
O trabalho é situado para usuários
analfabetos e com baixo letramento
na Índia. Os resultados principais
são algumas diretrizes como, por
exemplo, evitar texto; números
podem ser usados; usar imagens
semi-abstratas e aumentar fotorealismo
com
interação
mais
complexa;
usar
imagens
que
indicam ações; na criação de
imagens levar em consideração
fatores psicológicos, culturais e
religiosos; sempre prover feedback
auditivo; sempre prover ajuda online.
Mesmo que as interfaces em nosso
contexto de aplicação certamente não
possam ser desprovidas de texto,
algumas diretrizes podem ser úteis.
Deve-se levar em consideração,
entretanto, que a validação e a
adaptação das guidelines para o
contexto brasileiro estão ainda em
aberto.
Schnelle
Lyardet
(2006)
[T3]
“Voice
User
Interfaces”
são
particularmente difíceis de construir
devido a sua natureza transiente e
invisível.
Diferentemente
de
interfaces visuais, uma vez que os
comandos e ações tenham sido
comunicados ao usuário, eles não
estarão mais lá. Os autores propõem
padrões de design para interfaces
baseadas em voz. Exemplos de
padrões propostos são relativos a:
“preenchimento
de
formulário”,
“hierarquia de menu”, “índice”
(apresentar para o usuário as
opções disponíveis de interação) e
“áudio
estruturado”
(fornecer
informações estruturais do texto
como título, fonte, etc.).
Embora a proposta dos autores vise
interfaces com entrada de voz, os
padrões podem ser úteis para
estruturar a interação de interfaces
web com saída de voz e entrada de
texto. Assim a solução beneficiaria
usuários com baixo letramento ou
deficiência visual.
Ainda, os padrões podem ser úteis à
definição de Persona e ajudar no
design de respostas do sistema.
e
Baixo
letramento
Deficiência
visual e Baixo
Letramento
24
Referência
Categoria
Fajardo et.
al (2003)
[T3]
Deficiência
auditiva
Kennaway
et al. (2007)
[T3]
Deficiência
auditiva
Petrie et. al
(2004)
[T3]
Deficiência
auditiva
Síntese
Comentário
Este artigo busca respostas a duas
questões: se há relação entre
processos da memória humana e
interação web e se há relação entre
surdez, língua de sinais e memória.
Os autores definem um modelo
cognitivo e propõem uma diretriz de
acessibilidade cognitiva: se o
conteúdo
em
um
site
é
principalmente
verbal
(língua
escrita),
então
as
categorias
semânticas devem ser distribuídas
em
tantas
páginas
quantas
categorias existentes. Se isso não
for possível, então criar páginas que
não excedam a capacidade verbal
do usuário com deficiência auditiva.
O trabalho visa fornecer em sinais
conteúdo de aplicações web, para
pessoas surdas que têm a
linguagem de sinais como primeira
língua. A idéia principal é usar um
avatar e uma notação que é
independente do avatar. Um browser
plugin traduzirá a notação para
movimento do avatar. Os autores
descrevem limitações severas de
sistemas que traduzem texto para a
linguagem de sinais: só 25% dos
surdos (nesse contexto dos países
desenvolvidos (!)) lêem em um nível
igual ou superior a uma criança de 9
anos; a tradução automática de uma
língua falada para a respectiva
língua de sinais tem a mesma
complexidade e por isso a mesma
qualidade
de
uma
tradução
automática de por exemplo inglês
para francês; o uso de um avatar
tem muitas vantagens ao uso de
vídeos.
O artigo propõe o uso de Tooltips
(TTs) para tornar os icons mais
inteligíveis,
especialmente
para
usuários
surdos.
Foram
implementados 4 tipos de TTs para
auxiliary os surdos: Sign Language
(vídeo curto com figura humana
sinalizando a função), Picture (ícone
em tamanho grande e texto
explicativo da função), Human
Mouth e Digital Lips (os dois últimos
para leitura labial). Resultados
apontaram que TTs do tipo Sign
Language
e
Picture
tiveram
aceitação positiva.
Segundo os autores, o modelo
cognitivo e a diretriz ainda necessitam
ser validados. Independentemente da
validação, os autores levantam uma
questão
importante:
adequar
a
distribuição do conteúdo verbal em um
site às capacidades dos usuários.
Porém, mesmo supondo que a diretriz
possa ser validada, ela só valeria para
as pessoas com deficiência auditiva
que são oralizadas.
Apesar do contexto do trabalho
(países
desenvolvidos)
alguns
resultados são muito importantes.
Considerando o ano (2007) e local
(ACM TOCHI) da publicação, estamos
convencidos
da
relevância
dos
resultados.
Os resultados mostram as limitações
desse tipo de solução. Para resultar
em uma qualidade aceitável, o
conteúdo sinalizado deve ser prégravado
ou
pré-sintetizado
por
especialistas na respectiva língua de
sinais; conteúdo dinâmico na página
pode ser problemático se ele não
segue uma estrutura já conhecida (por
exemplo, previsão de tempo, preços
de ações na bolsa), porque conteúdo
aleatório sintetizado não vai resultar
em qualidade ótima.
O uso de tool tips relacionado a
acessibilidade é interessante e pode
ser uma opção adicional a outras
opções previstas. Os tools tips podem
ser implementados com CSS; uma
questão em aberto é a viabilidade de
vídeos em tool tips na interface web.
Mesmo que tool tips não sejam
empregados, uma contribuição do
artigo é a preferência de usuários com
deficiência auditiva aos vídeos em
língua de sinais em vez de rosto
humano, lábios digitais ou imagens.
25
Referência
Categoria
Síntese
Comentário
A solução apresentada poderia ser
implementada com relativa facilidade,
por que além do software seriam
necessários um microfone e uma placa
de som com entrada de áudio.
Entretanto, a solução foi apresentada
como um protótipo. Detecção de ruído
e rotinas de filtragem ainda não estão
implementadas, o que significa que o
sistema ainda é muito sensível a
interferências
acústicas.
A
implementação precisaria ser mais
robusta para aplicação no contexto de
um telecentro.
Outras possíveis
deficiências dessa solução: o usuário
teria que aprender a manusear o
dispositivo; o ruído no telecentro
poderia complicar o uso; a questão da
entrada de dados textuais de usuários
com deficiência física ainda estaria em
aberto (embora um teclado virtual
pudesse ser usado com o mesmo
dispositivo).
A ferramenta pode ser usada para
acessar visualmente e rapidamente
quanto tempo levaria um usuário de
um leitor de tela para chegar ao token
de conteúdo mais distante em uma
página web.
Sporka et al.
2006
[T3]
Deficiência
motora
O artigo apresenta uma solução
para controlar o apontador do mouse
acusticamente. Apresenta o design e
implementação de um sistema para
controlar o ponteiro do mouse
usando sons não verbais como por
ex. assobio e humming (cantarolar
sem abrir a boca). O sistema pode
representar uma alternativa de
tecnologia assistiva de baixo custo
útil para pessoas com deficiências
motoras.
Takagi et al.
2004
[T3]
Deficiência
visual
O artigo parte do pressuposto que
ferramentas
de
avaliação
de
acessibilidade web avaliam o código
HTML, mas não levam em
consideração que um usuário de
leitor de tela poderia demorar muito
para chegar a um dado token de
conteúdo na página. Os autores
propõem uma ferramenta para
visualizar a “usabilidade” de páginas
web acessadas por usuários com
deficiência visual. No contexto do
paper “usabilidade” está definida
como o “reaching time”, i.e. o tempo
necessário para o usuário chegar a
um dado token de informação
usando um leitor de tela.
Referência
Categoria
Síntese
Comentário
DISCUSSÃO
A literatura levantada e discutida, embora não esgote o assunto, possibilita uma visão geral do
estado da arte nas temáticas principais relacionadas ao público alvo e soluções existentes no
contexto do projeto STID. Buscamos resultados de pesquisa de nível internacional, divulgados em
veículos científicos qualificados, de seleta política editorial. Não nos restringimos a experiências de
países em desenvolvimento, embora seja deles a maior contingência de soluções que procuram
tratar o problema do baixo letramento em relação ao acesso à TIC.
Nesta seção discutimos de forma sintética os achados, com base na literatura, relacionados aos
itens 1.5.1 a 1.5.5 da proposta: (1.5. Requisitos da interface em relação a seus usuários finais).
26
1.5.1. Considerar o público-alvo em suas especificidades culturais, cognitivas, sensoriais, etárias e
de experiência com TICs. Recorrer, sempre que possível, a elementos de interface que atendam
concomitantemente a mais de uma necessidade: por exemplo, animações e ícones desenhados para
deficientes auditivos e analfabetos, e comunicação multimodal.
A necessidade de se considerar as diferenças - sócio-culturais, sensoriais e de inteligibilidade da
informação e de seu veículo – é um pressuposto para as soluções sendo buscadas no escopo do
projeto. Entendemos que contemplar na sua maior extensão possível a diferentes habilidades e
necessidades dos usuários deve ser o norte a orientar a busca de soluções de IU (interface de
Usuário). Nesse sentido, várias referências que destacamos apontam para soluções que poderiam
beneficiar concomitantemente pessoas com deficiência visual e baixo letramento: Brewster (1998)
apresenta resultados sobre o uso de “earcons”; Eiriksdottir et al (2006) propõem o uso de menus
audíveis; Dicke et al (2007) apontam para o uso de recursos audíveis e visuais em conjunto;
Schnelle e Lyardet (2006) propõem solução baseada em “voice user interface”.
Com relação à multimodalidade, embora desejável, deve ser utilizada com critério; Leahy et al (2003)
mostram restrições ao seu uso indiscriminado; Nylander et al (2005) também apontam diferenças
importantes a serem consideradas entre interfaces baseadas em voz e gráficas.
Algumas soluções e idéias levantadas ainda precisarão ser validadas se adotadas no contexto
brasileiro.
1.5.2. Cadastrar as características e o perfil de uso (nível de letramento, tipo de deficiência, mão
dominante, etc.) de cada usuário do sistema e personalizar as interfaces, as interações e o portal de
entrada do usuário conforme essas informações de forma a melhor atender suas necessidades,
podendo para isso incluir ou remover aplicações, alterar tamanhos cores e de fontes, habilitar ou
desabilitar sons, alterar a posição do mouse, etc.
Entendemos que o sistema/aplicação para cadastro de usuários está fora do escopo deste projeto,
conforme informado na seção de Apresentação deste Relatório. Vale mencionar aqui a necessidade
de buscarmos uma solução para a IU dos serviços de saúde e aposentadoria que sejam alinhados
aos demais sistemas, principalmente ao de cadastro, que antecede os demais. Na literatura
discutida encontramos muito pouco sobre a questão da personalização de IU considerada para
públicos alvo assemelhados ao de nosso projeto. Akan et al (2006) propõem uma ferramenta de
“screening” para a área de saúde, zona rural nos EUA, em que a evolução e customização do
sistema de perguntas/respostas estão presentes na aplicação. É importante destacar nosso
princípio de buscar soluções que não discriminem, por exemplo, soluções que não explicitamente
indaguem sobre deficiências ou nível de letramento durante o processo de cadastro.
1.5.3. Possuir recurso simples e robusto de autenticação de usuário, se necessário por parâmetros
biométricos, a fim de configurar automaticamente as interfaces conforme as características pessoais
e necessidades especiais de cada usuário, sem exigir dele um demasiado esforço cognitivo e de
memorização de senhas.
Entendemos que autenticação de usuário no sistema utilizando parâmetros biométricos facilita o
acesso do público alvo considerado, especialmente daqueles mais distantes das TIC. Entretanto,
devemos considerar também o fato de que na seqüência da autenticação a aplicação certamente
exigirá desse usuário maior nível de interação com o conteúdo. Dos trabalhos encontrados na
literatura, especialmente na Índia, existem propostas de soluções que buscam novas formas de
interação que não exigem ou exigem pouca leitura/escrita. Plauché e Prabaker (2006) apresentam o
“Tamil Market”, uma aplicação para o domínio de agricultura onde a interação do usuário se faz por
voz, com a entrada de um número fixo e limitado de palavras. Chand e Dey (2006) apresentam
27
“Jadoo”, uma solução de IU baseada em papel, para tarefas de comunicação simples e recorrentes
na Índia; essa última solução, entretanto, limita a autonomia do usuário.
Quanto à escolha de tecnologias biométricas, destacamos que além de características como
maturidade, custo e confiabilidade, fatores humanos como "vontade do usuário de cadastrar digitais
em um sistema do governo" deveriam ser investigados.
1.5.4. Oferecer aos usuários um portal de entrada cujas características (cores, tamanho, volume)
sejam adaptáveis, e o qual seja concebido para veicular informação multimodal (textual, sonora,
gráfica e em vídeo).
Entendemos que o oferecimento de um portal de entrada cujas características (cores, tamanho,
volume) sejam adaptáveis faz parte das recomendações de boas práticas da linguagem Web e como
tal devem ser respeitadas; não encontramos informação nova específica a respeito na literatura
levantada. Vale mencionar, entretanto, que recomendamos que a adaptação desses elementos de
IU seja feita por escolha direta do usuário. A questão da multimodalidade foi discutida em 1.5.1.
1.5.5. Atender aos padrões de usabilidade e acessibilidade do W3C e oferecer ferramentas
assistivas que contemplem as necessidades específicas das diversas categorias de usuário que
constituem seu público-alvo.
Entendemos que o atendimento aos padrões de usabilidade e acessibilidade do W3C deve ser
considerado por default em qualquer solução dentro do escopo do projeto em questão e respeitadas
as especificidades do seu público alvo. Para tal o oferecimento de tecnologias assistivas é condição
necessária, embora não suficiente. Conforme aponta Takagi et al (2004), a boa usabilidade de
interface de usuário para quem usa leitores de tela, por exemplo, depende de outros fatores que não
são garantidos apenas com código HTML validado.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS DO RELATÓRIO (Partes I e II)
De maneira geral podemos dizer que a 1ª. Oficina participativa do projeto foi bastante efetiva. Entre
os participantes, incluindo o nível de gerência do projeto, especificadores dos serviços,
desenvolvedores do software e parceiros na busca de soluções de interface, se envolveram com a
clarificação do problema e o compartilhar de significados, conforme era esperado, e a efetividade
das atividades está evidenciada nos resultados das discussões, colados nos artefatos utilizados
(Figuras 1, 2 e 3). O impacto e alcance da solução estão refletidos nos grupos e organizações que
influenciam e/ou sofrerão a influência do sistema prospectivo, conforme registro no Quadro de Partes
Interessadas (Figura 1). Os problemas antecipados dessas partes interessadas em relação à
interface do sistema, registrados no Quadro de Avaliação (Figura 2), indicam alguns limites de
soluções existentes e sugerem também caminhos para propostas de soluções, conforme analisamos
e discutimos na Parte I deste relatório.
O levantamento da literatura científica sobre soluções de interface existentes para o público alvo
revela que o problema de design que temos em mãos é único. Ainda assim, os resultados discutidos
na Parte II deste relatório com relação a soluções propostas e investigadas em contextos de outras
sociedades, representam lições aprendidas que devemos considerar ao propor novas soluções para
o contexto do publico alvo do projeto, no Brasil.
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