Dividas do Pronaf podem ser quitadas com 70% de desconto Luta
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Dividas do Pronaf podem ser quitadas com 70% de desconto Luta
Jornal da Ano 13 Número 120 Mês 10/2015 www.fetaeg.org.br Filiada à CUT Danilo Guimarães FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES NA AGRICULTURA DO ESTADO DE GOIÁS Dividas do Pronaf podem ser quitadas com 70% de desconto Assentados e agricultores familiares que quiserem ficar com as contas em dia têm que fazer a solicitação em uma agência do banco responsável pelo financiamento antes de 30 de dezembro ...................... páginas 6 e 7 Luta do Assalariamento Rural em um novo momento histórico ...................... página 5 Fetaeg debate saúde e direitos dos idosos do campo ......................................... página 8 90% dos Polos Sindicais da Fetaeg, já foram capacitados sobre o Plano Sustentar .....página 9 OUTUBRO DE 2015 - EDIÇÃO N° 120 A Batalha entre dois modelos agrícolas: agronegócio vs agroecologia Sandra Farias Dir. Pol. Agrícolas da FETAEG PALAVRA DA DIRETORA Companheiros e Companheiras, O MSTTR – Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais tem sido persistente na cobrança dos resultados da implementação das medidas sobre negociação e quitação de dívidas de operações de Crédito Rural da Agricultura Familiar, cumprindo assim o papel de monitoramento das medidas negociadas durante as suas ações de massa, em especial, o Grito da Terra Brasil. Termina dia 30 de dezembro o prazo para que agricultores familiares liquidem suas dívidas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Terão à disposição descontos de até 70% do valor da dívida. Esses são, por exemplo, os agricultores familiares na condição de assentados dos grupos A e A/C do Programa Nacional de Crédito Fundiário e assentados do Programa Nacional da Reforma Agrária, que contrataram Crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) até o ano de 2010, e estavam inadimplentes até o ano de 2013. Agricultores familiares, juntos sempre seremos fortes, trabalhador unidos jamais será vencido. Boa leitura! Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás Jornal da Fetaeg Agricultura Familiar Receitas do Campo - Bombocado de Aipim com Coco Ingredientes Modo de preparo 1 kg e trezentos gramas de aipim cru; Coloque todos os produtos no liquidificador aos poucos. Depois, despeje tudo em uma vasilha. 500 gramas de açúcar; Leve ao forno numa temperatura de 210 a 240 Cº e deixe assar por duas horas. 2 ovos inteiros; 5 gramas de sal; O agronegócio é uma agricultura sem agricultores. Praticamente as únicas pessoas que vivem nas terras no Brasil nos dias de hoje são os guardas de segurança que são responsáveis pela propriedade – os trabalhadores vivem nos subúrbios e marginalizados da propriedade. Investidores do agronegócio veem a terra como uma máquina que produz lucros, não importando o que se produza, e para ser usada até ao seu esgotamento. As suas decisões não levam em conta as pessoas que precisam e que vivem da terra. A agricultura industrial, liderada pelo agronegócio, é um pacote tecnológico. O mesmo conjunto de tecnologias é utilizado da mesma forma em todas as regiões, independentemente das diferenças locais ou as habilidades e conhecimentos dos povos. Não cria uma relação harmoniosa entre a Terra e os seres humanos porém para nós, os camponeses, obtemos tudo o que precisamos da terra. Por outro lado, temos a agroecologia: onde a propriedade e a posse da terra pode ser individual ou coletiva, mas sempre tendo em conta as decisões participativa e locais sobre o que, como e quando produzir alimentos. Cada lugar no mundo deve criar a sua própria agroecologia. Ele não pode ser implementado a partir do exterior ou desde cima. Agroecologia é uma forma de melhorar as relações entre mulheres, homens, jovens e idosos. Agroecologia deve ser uma aliança entre a cidade e o campo, e deve fazer parte dos movimentos sociais por mudanças estruturais contra o racismo e para eliminar a violência contra as mulheres. Junto com a soberania alimentar, a agroecologia é parte da nova sociedade que queremos construir. Não há co-existência entre o agronegócio e a agroecologia. Esta é uma luta entre dois modelos diferentes e o agronegócio tem sido favorecido até agora. Os modelos são tão diferentes que não há nenhuma maneira que eles possam coexistir. O agronegócio apenas aceita a agroecologia como uma "agricultura sustentável" que não ameaça a estrutura de suporte do agronegócio e usa a agroecologia para se legitimar como "verde". Estes são dois pólos antagônicos da agricultura. FONTE: Por Janaina Strozake Da Why Hunger FETAEG - Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás (Filiada à CUT) Órgão de representação do Trabalhador Rural Rua 16-A, Lote 2-E, n° 409, St. Aeroporto, Goiânia - GO, CEP 74075-150 Fone: (62) 3225.1466 - Fax (62) 3212.7690 - (62) 8114.0222 - Email: [email protected] www.fetaeg.org.br 3 500 ml de leite de coco; Expediente Filiada à CUT OUTUBRO DE 2015 - EDIÇÃO N° 120 2 Presidente – Alair Luiz do Santos / Vice presidente e Tesoureiro Geral e Sec. Administração - Antônio Lucas Filho / 1º Tesoureiro Geral – Cassimiro Raimundo Garcia / Secretário Geral de Política Sindical e Formação – Eleandro Borges da Silva / 1ª Sec. Geral e Formação Sindical – Dorislene Luiza Pereira / Secretário de Política Agrária e Meio Ambiente – Luiz Pereira Neto / 1º Secretário de Política Agrária e Meio Ambiente – Celino Pereira Pinto / Secretária de Agricultura Familiar – Sandra Pereira de Faria / 1º Secretário de Agricultura Familiar – João Inácio Dutra / Secretário de Assalariados – José Maria de Lima / 1º Secretário de Assalariados – Romildo Silva de Assis / Secretária de Políticas Sociais – Sueli Pereira e Silva / 1º Secretário de Políticas Sociais – Walter Moreira dos Santos Filho / Secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais – Sandra Alves Lemos / 1ª Secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais – Hilda Ferreira da Costa / Secretária da Juventude Trabalhador Rural – Eliane Divina Pereira de Souza Rosa / 1º Secretário da Juventude Trabalhador Rural – Liberalino de Oliveira Neto Produção: COMUNICAÇÃO / FETAEG Edição/Diagramação/Fotos: Danilo Guimarães Impressão: Gráfica Liberdade - Tiragem: 6.000 exemplares. O JORNAL DA FETAEG não se responsabiliza pelas opiniões dos seus colaboradores ou entrevistados. 35 gramas de manteiga; 100 gramas de coco ralado; 500 ml de água; A rede de formadores do Movimento Sindical dos Trabalhadores de Goiás está triste Em 2013, no 1º Modulo da ENFOC Estadual, na dinâmica de abertura do curso, dentre os participantes uma mulher apresentou-se de forma humilde, porém, despojada, corajosa e assim dizia: “Sou Irani, assentada no PA Itapira, luto contra um câncer que esta aqui no meu corpo, até agora tenho sido mais forte que ele, ignoro a doença porque quero viver e lutar por um mundo melhor”. Todos os participantes daquele curso são testemunhas da dedicação, seriedade e garra de Dona Irani que se tornou exemplo a todos nos que convivemos com ela. Fomos descobrindo, na convivência, com ela, sua liderança na associação dos assentados, sua disponibilidade social e cultural, fazendo de sua casa além da sede da associação, abrigo de grupos de truqueiros, violeiros e praticantes de futebol. Simples assim! Tinha a confiança e o amor dessas pessoas que com ela convivia no dia-a-dia. Nos da ENFOC sabemos, porém, a profundidade de sua postura firme, sua visão critica, diante dos problemas e das injustiças, reveladas em suas falas, nos cursos. “hay que endurecerse sin perder la ternura jamás” Quando Dona Irani pedia a fala todos tínhamos a certeza que de sua boca jorrava vivencia concreta de modo que seu discurso era resultado de sua prática. No ultimo período de convivência desta guerreira com a regional Centro Oeste, testemunhamos a garra de dona Irani, mulher enfraquecida fisicamente, mas espiritualmente uma fortaleza, vencendo a cada momento a doença, enchendo os espaços de dedicação, participação e amor. Com muita simplicidade, amor, carinho e honestidade, eu Nagibe Alves, assessor da secretaria de Formação e Organização da Fetaeg escrevi esse texto com um aprendizado que eu tive com a dona Irani, simples e sincero. Estamos tristes, mas honrados, por termos o privilégio de conviver com uma pessoa tão especial, homenageio seu Carlos, fiel companheiro de Dona Irani por sua dedicação a ela. Uma “ANJA” esta organizando o céu para nosso encontro. Nagibe Alves da Rocha Assessor Formação e Organização da FETAEG Uma prece pela alma saudosa de É com imenso pesar e profunda consternação que a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado de Goiás (Fetaeg) comunica o falecimento da senhora Irani Dias Lourenço Ramos. Irani Dias Lourenço Ramos 30/05/1958 13/09/2015 Amigo é coisa pra se guardar debaixo do lado esquerdo do peito, mesmo que o tempo e a distancia digam “não”... o que importa é ouvir “a voz que vem do coração” Milton Nascimento Uma “anja guerreira” organiza o céu para nosso encontro! A diretoria, assessoria e funcionários da Fetaeg estão de luto por lastimável perda. Neste momento de dor, queremos nos juntar e prestar nossa solidariedade aos familiares e amigos dessa amada família. Nossas condolências e mais sinceros sentimentos. NOTA EM DEFESA DA PREVIDÊNCIA RURAL OUTUBRO DE 2015 - EDIÇÃO N° 120 4 5 Foto: Luiz Parahyba OUTUBRO DE 2015 - EDIÇÃO N° 120 A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – CONTAG vem a público posicionar-se firmemente contrária a qualquer proposta de mudança nas regras da Previdência Rural que venham a restringir direitos de trabalhadores e trabalhadoras. Como vem acontecendo seguidamente, todo ajuste fiscal é acompanhado por uma “Reforma da Previdência Social”, que se concentra exclusivamente em retirar direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Essa prática, na verdade, não resolve os problemas da previdência, e serve exclusivamente para desviar recursos dos trabalhadores para o financiamento da dívida pública, ampliada pela política de juros altos dos governos. É importante destacar que a Constituição de 1988, ao garantir direitos previdenciários para os trabalhadores e trabalhadoras, também previu claramente que deveria existir um orçamento específico para a seguridade social (saúde, previdência e assistência social), financiado por diversas fontes de custeio, a exemplo da contribuição sobre a folha de salários e sobre o rendimento do trabalho, a contribuição sobre a receita, o faturamento e lucro das empresas, a contribuição sobre concursos e prognósticos, dentre outras. Portanto, os que falam em déficit da previdência consideram apenas a contribuição direta sobre a folha de salários e sobre o rendimento do trabalho como forma de custear o pagamento de benefícios, esquecendo as outras fontes de financiamento, além de jogar para debaixo do tapete a enorme sonegação existente, avaliada em mais de R$ 400 bilhões. A inexistência do orçamento específico da Seguridade Social permite que o governo use estes recursos com outras finalidades que não assegurar os direitos à população. É inadmissível e equivocada as propostas da área econômica do governo federal e do relator do orçamento no Congresso Nacional, deputado Ricardo Barros (PP/PR), ao focar o ajuste fiscal restringindo direitos previdenciários, que tanto penaliza a classe trabalhadora, especialmente os rurais e as mulheres. Tais propostas estão concentradas em 4 eixos principais: Igualar idade de aposentadoria entre homens e mulheres; Igualar idade de aposentadoria entre urbanos e rurais; Limitar o acesso dos rurais aos benefícios previdenciários; Desvincular o salário mínimo do piso da previdência e da assistência social, permitindo o pagamento de benefícios de menor valor. Não pactuamos com essa lógica perversa de se ajustar as contas do governo à custa dos trabalhadores e trabalhadoras. Defendemos sim, amplo debate sobre o orçamento da Seguridade Social, principalmente após as medidas de desoneração da folha de pagamento de diversos setores econômicos; a intensificação da cobrança dos créditos previdenciários; o combate à sonegação; o fim das renúncias previdenciárias e uma ampla discussão, pautada em bases reais, sobre o equilíbrio entre as receitas e as despesas da Seguridade Social, e não baseado em mentiras e meias verdades como faz setores do Governo e do Congresso Nacional. Ademais, a Previdência Rural é uma das mais importantes políticas de distribuição de renda do País, que vem contribuindo para a permanência das famílias no campo e estimulando processos produtivos de alimentos que garantem a nossa soberania e segurança alimentar e, ainda, é uma política que contribui com o desenvolvimento regional e com o fortalecimento da economia da maioria dos municípios brasileiros. Para a CONTAG, qualquer proposta que afete os direitos previdenciários da classe trabalhadora contraria os objetivos fundamentais do nosso sistema republicano previstos na Constituição Federal, que preconiza a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais e regionais. Por isso, a CONTAG reafirma a sua posição em defesa da Previdência Rural e conclama todas as lideranças sindicais a estarem mobilizadas para evitar qualquer exclusão ou restrição de direitos previdenciários dos trabalhadores e trabalhadoras. F Luta do Assalariamento Rural em um novo momento histórico undada no dia 31 de outubro de 2015, em Brasília DF, com a presença de 50 delegados e delegadas, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais (CONTAR) já nasce com o desafio da consolidação da sua representatividade. “Vamos daqui para frente em cada estado convidar outros companheiros e companheiras para integrar a nossa CONTAR, chamando os assalariados e assalariadas rurais para se somarem a nossa luta. Eu quero viver uns 130 anos para acompanhar o crescimento da nossa Confederação”, destacou emocionado o presidente da Confederação Nacional dos Assalariados e Assalariadas Rurais, Antônio Lucas Filho. A primeira Diretoria da CONTAR é composta por assalariados e assalariadas rurais dos estados do Mato Grosso do Sul, Pará, Goiás, Rio de Janeiro e Pernambuco. A fundação e eleição da Diretoria aconteceram no I Congresso Extraordinário da CONTAR, realizado nos dias 30 e 31 de outubro, em meio a vários momentos de análise da conjuntura, sobretudo no que se refere aos desafios para um assalariamento rural com dignidade. Presidente: Antônio Lucas Filho (GO) Vice-presidente, Formação e Organização Sindical: Raimundo Ferreira Lima (PA) Sec. Finanças e Administração: Divina Rosa da Cruz (MS) Sec. Geral e Assuntos Jurídicos: Everaldo Nazário Barreto (PE) Sec. de Gênero e Geração: Fabiana Minian (RJ) Conselho Fiscal: Gilvan José Antunes (PE) Alexandre de Lima Menezes (PA) Jacir Pareira da Silva (RJ) Entre os debatedores, estavam: presidente da FETAER-GO, José Maria de Lima, o diretor adjunto da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Stanley Gacek; o presidente da CONTAG de 1993 até 1998, Francisco Urbano; o presidente da CTB, Adilson Araújo; a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro; o secretário Regional da América Latina da UITA, Gerardo Iglesias; o diretor técnico do DIEESE, Clemente Ganz Lúcio; e o professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), William Santos de Assis. Com o apoio da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Estado de Goiás (Fetaeg) e da Federação dos Trabalhadores Assalariados Empregados Rurais (Fetaer) se destacaram muito para à Fundação da CONTAR. Com 50 trabalhadores entre 10 delegados do Estado de Goiás, foram a Brasília para juntos participarem com os demais trabalhadores e trabalhadoras de outras federações que se uniram para fundar a Confederação Nacional em um momento histórico de mais uma nova organização sindical brasileira. Para o secretário de Assalariados e Assalariadas Rurais da Fetaeg e presidente da FETAER – Federação dos Trabalhadores Assalariados Empregados Rurais, José Maria de Lima, e de muita emoção e privilegio ter participado desse momento histórico que será carregado por muitas gerações futura de trabalhadores rurais, e agradecer toda diretoria da Fetaeg e da Fetaer, juntamente com os sindicatos filiados a ela, que se não fosse o emprenho e vontade de todos nada disso teria acontecido. E vale lembrar que mais Federações de Assalariados e Assalariadas Rurais já estão fechando o processo de dissociação e devem, em pouco tempo, integrar também o Sistema CONTAR. Juntos e unidos sempre seremos fortes, ressalta José Maria. OUTUBRO DE 2015 - EDIÇÃO N° 120 OUTUBRO DE 2015 - EDIÇÃO N° 120 6 7 Dividas do Pronaf podem ser quitadas com 70% de desconto A ssentados da reforma agrária ou agricultores familiares que adquiriram terra pelo Programa Nacional de Crédito Fundiário que não conseguiram pagar as parcelas dos grupos “A” e “A/C” do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) têm uma oportunidade para colocar as contas em dia. As dívidas com o Pronaf poderão ser liquidadas com desconto de 70%. Para isso, é necessário fazer a solicitação em uma agência do banco responsável pelo financiamento antes do dia 30 de dezembro. Pagando as parcelas atrasadas, será possível a solicitação de novas linhas de crédito rural e a participação em políticas públicas como Minha Casa, Minha Vida – que oferece recursos subsidiados para construção de habitação rural -, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), entre outras. Por isso, é importante a divulgação desta informação. Converse com os vizinhos, os líderes de seu sindicato, com os técnicos da assistência técnica e extensão rural e com as pessoas do banco onde foi contratado o crédito. Divulguem a medida do governo federal. A divulgação vai possibilitar que mais agricultores aproveitem esta oportunidade. “A nossa expectativa é que com esta ação, cerca de 100 mil famílias possam voltar a acessar as linhas de crédito para a agricultura familiar. Com isso, calculamos que mais de quatro milhões de hectares de terra voltarão a ser utilizados ple- namente para a produção, ou seja, estamos viabilizando o aumento da oferta de alimentos e criando condições para que a produção no campo cresça em mais de R$ 2 bilhões”, explica César Aldrighi diretor de Desenvolvimento de Projetos de Assentamentos do Incra. A medida foi definida pela resolução nº. 4.436, de 24 de setembro de 2015. Metade dos agricultores assentados que pode se beneficiar com a medida está nos estados do Maranhão, Mato Grosso, Pará e São Paulo. Passo a passo O agricultor familiar que contratou financiamento do Pronaf dos Grupos “A” ou “A/C”, até dezembro de 2010, e não consegui pagar as parcelas ou contratos deve ir à agência do banco responsável pelo financiamento (Banco do Brasil, Banco da Amazônia ou Banco do Nordeste) com os documentos de identificação – RG e CPF – e verificar como está a dívida. Os funcionários do banco farão o cálculo do saldo devedor e emitirão o boleto bancário já rebatido de 70%. Por exemplo, o assentado que tem um débito de R$ 10 mil, pagará somente R$ 3 mil. Quem pode solicitar Podem participar os assentados da reforma agrária pelo Incra ou pelo Crédito Fundiário que tenham contratado crédito dos Grupos “A” ou “A/C”, de custeio e investimento, até 31 de dezembro de 2010, que estavam inadimplentes até 30 de dezembro de 2013, podem pagar seus débitos com redução de 70% do valor da dívida. O pagamento deve ser feito antes do dia 30 de dezembro de 2015 no banco onde o financiamento foi contratado. STTR´s OUTUBRO DE 2015 - EDIÇÃO N° 120 8 OUTUBRO DE 2015 - EDIÇÃO N° 120 9 Terceira Idade Fetaeg promove “Encontro da Terceira Idade nos Pólos Sindicais” C om o objetivo de debater questões relacionadas à Terceira Idade no campo e seus direitos, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás (FETAEG) e com a parceria da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) realizou dentre os meses: Julho/15 e 16 (Polo Rio dos Bois e Sul); Outubro/27 e 28 (Polo Rio Vermelho e São Patrício) e Novembro/04 e 05 (Polo Sudoeste), encontro que reuniu trabalhadores(as) idosos(as) rurais para debater e esclarecer seus direitos garantidos. lhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) teve e tem um papel importantíssimo na defesa dos direitos e na conquista de políticas públicas direcionadas aos idosos e idosas do Campo. idosas saibam melhor quais os seus direitos. É importante reforçar o protagonismo deste segmento, mesmo após a aposentadoria, pois os mesmos não deixam de pertencer à categoria trabalhadora rural”. “O Encontro da Terceira Idade busca fazer com que esses idosos e Durante os encontros da Terceira Idade, foram abordados outros te- mas como: “Ações do MSTTR para a construção de uma política específica para a Terceira Idade”; "Desafios e Estratégias para uma Boa Saúde na Terceira Idade"; “Empréstimo Consignado e suas implicações na renda de aposentados(as) rurais”; e “Fortalecimento da política de Geração no MSTTR”. Danilo Guimarães Polo Rio dos Bois e Sul Para a secretária da Terceira Idade da FETAEG, Sueli Pereira e Silva, passados 11 anos da criação do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03), ainda falta muito para que ele seja cumprido em sua plenitude. “Quinze por cento da população rural é composta por idosos e idosas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O que representa uma parcela considerável. No entanto, boa parte dessas pessoas ainda não consegue acessar políticas públicas fundamentais como a Previdência Social e a Saúde. O intuito é refletirmos sobre a importância dos idosos na sociedade e a atenção das autoridades aos abusos, que ainda hoje, ocorrem contra a terceira idade, como violência doméstica e extorsão de dinheiro por meio de políticas de crédito voltadas para este público. O envelhecimento saudável também é uma das questões essenciais defendidas pela Fetaeg, pela garantia da qualidade de vida e dignidade da terceira idade no campo”. A secretária explica ainda que o Movimento Sindical de Traba- Michele Dias Polo Rio Vermelho e São Patrício Michele Dias Polo Sudoeste 90% dos Polos Sindicais da Fetaeg, já foram capacitados sobre o Plano Sustentar C om o objetivo de aprimorar a atuação dos Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, 90% dos polos sindicais já foram capacitados sobre o Plano Sustentar, entre os principais temas que foram debatidos, são eles: - Ação Anulatória de Empréstimos Consignados; - Plano Sustentar; - Seguro de Vida e Auxílio Funeral. Sobre a Programação - A cada ano que passa aumenta o endividamento e as queixas de fraude no empréstimo consignado. Com base nas constantes reclamações sobre os empréstimos consignados, em alguns municípios brasileiros o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), bancos e representantes bancários não podem mais fazer empréstimos consignados aos ido- sos (as). A medida tem como objetivos garantir o cumprimento do Estatuto do Idoso, combatendo os empréstimos bancários ilegais feitos em nome de aposentados (as) e pensionistas com mais de 60 anos de idade e prevenir a exploração praticada contra idosos (as). O Estatuto do Idoso, afirma que a apropriação ou desvio de bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, assim como a retenção de cartão magnético do idoso, a coação ou indução por meio de procuração configuram crimes de ação penal pública. A Anulatória é uma possibilidade a qual homens e mulheres do meio rural podem recorrer para cancelar empréstimos consignados onde se comprove, além da fraude, que o os bancos não praticam a teoria objetiva da boa fé, a transparência e nega informações aos clientes a respeito dos empréstimos. Plano Sustentar - Foi desenvolvido a partir de uma deliberação do 11º Congresso Nacional de Trabalhadores (as) Rurais da Contag, com objetivo de implementar estratégias para fortalecer a Sustentabilidade Política Financeira para o conjunto do MSTTR. Entre os eixos centrais do Plano Sustentar estão: Gestão administrativa e financeira democrática, transparente e participativa que fortaleça as estratégias de arrecadação; Formação e processos formativos que possibilite qualificar a ação político-sindical e viabilize a construção de alternativas de enfrentamento e transformação social; E uma Comunicação que dialogue e potencialize a mobilização entre a base e as entidades. Seguro de Vida - Também como parte do Plano Sustentar, foi assinado o Contrato entre a PAN Seguro e a Conta que vai garantir o Seguro por Morte Acidental e Serviço de Assistência Funeral aos associados (as) dos Sindicatos que aderirem ao Plano Sustentar e ao contrato firmado. “Diante de tantas viagens aos municípios goianos, com 90% dos Polos Sindicais da Fetaeg já visitados, tivemos muito aproveito e com uma ótima participação dos dirigentes sindicais ao tratar sobre o Plano Sustentar, uma vez que estamos falando da Gestão Administrativa e Financeira que é a base de sustentação das nossas entidades”, afirma o vice presidente e secretário de Finanças da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás, Antônio Lucas Filho. OUTUBRO DE 2015 - EDIÇÃO N° 120 OUTUBRO DE 2015 - EDIÇÃO N° 120 10 11 Caso de Sucesso Produtor vende fruta com ajuda da família Michelle Rabelo / [email protected] D Os pés de caju e o sucesso à beira da GO-164 e nome Francisco Tomé, um chapéu simpático que o protege do sol e muitas histórias pra contar, o produtor tira do caju o sustento da família que mora no município de Faina e vai junta para a rodovia oferecer o colorido – uma mistura de amarelo, vermelho e verde – e o gosto doce da fruta para quem passa. Mas nem sempre foi fácil e aparentemente seguro viver do caju. Nos primeiros capítulos da história do produtor o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás teve participação fundamental. Foi por meio dos cursos e treinamentos que ele descobriu novas possibilidades, entre elas, a fruticultura. Como o personagem bíblico, São Tomé, Francisco – que não é Tomé por acaso – também precisa ver para crer. Assim, fez o curso de Fruticultura do Cerrado no Senar Goiás e usou seus nove alqueires de terra para cultivar as frutas. Elas são ven- didas na rodovia que passa em frente à propriedade, para uma empresa de doce em Nerópolis e uma de polpa em Brasília. Na estrada, bacias pequenas representam a medida e todo gesto, chamamento ou tentativa de tornar o caju mais atrativo são válidos. No início eram 80 pés e hoje, ao todo, são 120 que rendem a Francisco cerca de 200 kg de caju por semana – quantidade relativa aos meses de agosto e setembro, quando os pés ficavam carregados. A quantidade de pés já foi maior, chegando a 416, mas por conta do que Francisco chama de “peste”, o número caiu. A produção também caiu pela metade. “Manchas foram aparecendo aos poucos nas frutas e hoje já comprometem a venda de muitas frutas”, conta, já explicando que a perda foi de cerca de 30%, mas que o prejuízo não desanima nem a ele, e muito menos à família. O produtor tem tudo anotado e aponta como opções, o plantio de maracujá, a criação de frango ou peixe e até mesmo a apicultura. “Nada me desanima. Se der errado, a gente se capacita, aprende e começa outra vez”, pontua. Enquanto isso, fala da vontade de fazer algum curso para aprender a tirar do caju o que ele tem melhor. “Quero aprender a fazer doce, polpa e castanha. Quero melhorar de vida e viver bem sem precisar sair desse chão”. Ao lado da mulher, Joana Batista, e do filho, Márcio Fernandes, Francisco enxerga o futuro com esperança e representa muito bem um dos milhares de casos de sucesso espalhados pelo estado. Aproveitando e vivendo do que a natureza oferece “Não preparamos nada, não modificamos a terra, nem analisamos suas características. Quando zelada, a natureza dá por ela mesma”, explica ao ser perguntado sobre a preparação do solo para o plantio das mudas de caju. “Nessa terra de Deus, só passa fome quem quer. Falta um pouco de interesse do povo, que não procura os cursos e a ajuda que o Senar oferece, mas para quem tem vontade não falta oportunidade”, emenda. Para complementar a renda, Francisco também cria bezerras e para isso conta com a ajuda da filha, Julyana Jorge. Ela procurou o Sindicato Rural (SR) e fez cursos de Bovinocultura de Corte e Inseminação Artificial. O resultado? Ela se apaixonou pelo ramo. Cursando o 3º ano do ensino médio, a menina é rápida quando a pergunta é sobre o futuro. “Vou prestar vestibular para zootecnia, fazer mais cursos no Senar Goiás e ajudar meu pai a tocar nossa terrinha”. Francisco é enfático ao falar sobre o amor pela terra e a vontade de envelhecer ali, seja vivendo do caju, do gado, de outra fruta ou até mesmo do mel. O desejo mesmo é ser produtor até quando o destino permitir e depois disso descansar vendo os filhos cuidarem de tudo o que ele construiu com tanto carinho. OUTUBRO DE 2015 - EDIÇÃO N° 120 12 Movimentos sociais reivindicaram ao Governo Federal o cumprimento de metas do Programa Minha Casa Minha Vida Rural D iretores da Fetaeg, Sueli Pereira e Silva, secretaria de Politicas Sociais, Antônio Lucas Filho, Vice Presidente e secretario de Administração e Finanças, Sandra Farias, diretora de Politicas Agrícolas e 120 dirigentes sindicais do Estado de Goiás se uniram na manhã do dia (20) com cerca de 1500 trabalhadores e trabalhadoras rurais na frente do Ministério das Cidades onde reivindicaram o cumprimento das metas determinadas pelo Governo Federal. São dois os principais pontos da pauta: a imediata liberação de recursos para pagamento dos 20 mil projetos de habitações rurais já contratados pelo Programa Minha Casa Minha Vida Rural-2 e a imediata contratação de 45 mil unidades habitacionais pelo Minha Casa Minha Vida Rural-3. A criação de uma Secretaria Nacional de Habitação Rural, a liberação imediata de recursos para pagamentos de 20 mil contratos do Programa Minha Casa Minha Vida Rural-2, o lançamento do PMCMVR-3 e a resolução de entraves burocráticos nas instituições bancárias: esses foram os principais pontos da pauta da reunião realizada na tarde do dia (20) no Palácio do Planalto com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Tarcísio Godoy, e representantes da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. A reunião foi marcada depois de que trabalhadores e trabalhadoras rurais ocuparam a sede do Ministério das Cidades a partir das 6h do dia 20. CONTAG, MST, MCP, MPA e Fetraf estiveram unidos na luta pelo avanço das negociações sobre a habitação rural, pois os compromissos assumidos pelo governo federal com o tema da habitação rural não estão sendo apropriadamente cumpridos e milhares de trabalhadores e trabalhadoras aguardam a construção de suas casas no campo brasileiro. O problema imediato é a falta de recursos para concluir as obras de habitações em andamento. O ministro Gilberto Kassab solicitou ao secretário executivo da Fazenda, Tarcísio Godoy, que avaliasse a disponibilidade dos recursos. Kassab afirmou ainda se reunirá novamente com os movimentos sociais em novembro deste ano, para acompanhar as demandas. Diálogo com as instituições financeiras Excesso de burocracia, desorganização e falta de padronização de procedimentos: essas são os principais problemas enfrentados pelos trabalhadores e trabalhadoras rurais junto à Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil para efetivar contratações para a construção de habitações rurais por meio do programa Minha Casa Minha Vida Rural. Os representantes das instituições financeiras declararam que têm todo interesse em se reunir com os movimentos sociais para construírem juntos as soluções para os problemas apresentados. O Banco do Brasil, alvo das maiores críticas, propôs a criação de um Grupo de Trabalho para que os pontos sejam aprofundados. A Caixa Econômica apontou que já têm um Grupo de Trabalho e que os problemas já estão sendo trabalhados, mas que sempre há espaço para o diálogo e proposições. Na ocasião foram negociados e acordados os seguintes pontos: • Em relação a demanda sobre a regularização de pagamentos: foram disponibilizados, no mês de outubro de 2015, R$ 70,5 milhões para o pagamento das obras contratadas. Na ultima solicitação ficou pendente de pagamento o valor de R$ 20 milhões. O MF vai verificar a disponibilidade de saldo para apontar os prazos de pagamento e vai dar retorno até o dia 21/10. O Governo Federal reitera seu compromisso com a manutenção da regularidade dos pagamentos; • Em relação à demanda de contratação emergencial de 12 mil unidades habitacionais: ficou pactuado que as mesmas vão acontecer a partir da primeira semana do mês de novembro de 2015, nas condições vigentes. Destaca-se que as instituições financeiras serão autorizadas a iniciar a analise dos projetos já protocolados imediatamente; • Em relação a demanda das demais contratações: ficou pactuado que as mesmas vão acontecer a partir de dezembro 2015, nas regras do Programa Minha Casa Minha Vida 3; • Em relação a demanda de alteração dos valores, faixa de renda e outras regras do Programa: o MCid apresentou uma proposta de alteração de valores e faixa de renda para os movimentos sociais, após recebeu uma contraproposta dos mesmo que está em análise. Até o final do mês de novembro o MCid dará retorno sobre este ponto; • Em relação as demandas de desburocratização e fluxos junto as Instituições Financeiras (CEF e BB): o Banco do Brasil reforça o entendimento sobre a importância da operacionalização do MCMV e vai realizar agenda de trabalho junto aos movimentos sociais que visam identificar os problemas e propor soluções incluindo padronização dos procedimentos nas diversas agencias do país. A Caixa Econômica Federal mantem a priorização do tema e busca permanentemente o aperfeiçoamento e melhorias do Programa reiterando seu compromisso com a operacionalização.
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