Esse Cara DONA

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Esse Cara DONA
GRAMÁTICA
AULA 5 – CLASSES NOMINAIS
EIXOS: M1,M5,M6,M7,M8; H1,H2,H3,H4,H18,H22,H25;; C1,C3,
C1,C3,C4,C5
OBJETIVOS
• Qual é a relação entre o substantivo e a representação semântica da
palavra? De que forma isso constitui um signo lingüístico? De que
maneira organiza o mundo?
• De que maneira a base do sintagma se estabelece com seus satélites?
Qual é a consequência
ência sintática? Como procede a concordância?
• Sendo o substantivo a classe de palavras mais importante do sintagma
nominal, de que forma se agrupam os termos
rmos na estruturação da frase?
Ele está na minha vida porque quer
Eu estou para o que der e vier
Ele chega ao anoitecer
Quando vem a madrugada
Ele some
Ele é quem quer
Ele é um homem e eu sou apenas uma mulher
TÓPICOS – PESQUISA
• Sistema Aberto
• Eixo paradigmático
• Eixo Sintagmático
• Sintagma Nominal
• Semântica
• Concordância Nominal
• Flexões Morfológicas
• Classes Nominais:
Substantivo
Adjetivo
Artigo
Pronome
Numeral
TEXTOS – EXEMPLOS
Esse Cara
Composição: Caetano Veloso
Ah, esse cara tem me consumido
A mim e a tudo que eu quis
Com seus olhinhos infantis
Com os olhos de um bandido
Ah, esse cara tem me consumido
A mim e a tudo que eu quis
Com seus olhinhos infantis
Com os olhos de um bandido
Poesia pós-tudo. pluvial / fluvial. Augusto de Campos.
DONA
(Sá &Guarabira)
Dona desses traiçoeiros Sonhos
sempre verdadeiros
Oh! Dona desses animais
Dona dos seus ideais
Pelas ruas onde andas Onde mandas todos nós
Somos sempre mensageiros Esperando tua voz
Teus desejos, uma ordem Nada é nunca, nunca é não
Porque tens essa certeza Dentro do teu coração
Tan, tan, tan, batem na porta Não precisa ver quem é
Pra sentir a impaciência Do teu pulso de mulher
Um olhar me atira à cama Um beijo me faz amar
Não levanto, não me escondo Porque sei que és minha Dona!!!
Pronominais
Oswald de Andrade
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
DEFINIÇÕES E ANÁLISES
“Substantivo é a classe de lexema que se caracteriza por significar o que
convencionalmente chamamos objetos substantivos, isto é, em primeiro lugar,
substâncias (homem, casa, livro) e, em segundo lugar, quaisquer outros objetos
mentalmente apreendidos como substâncias, quais sejam qualidade (bondade,
brancura), estados (saúde, doença), processos (chegada, entrega, aceitação)”.
“Adjetivo é a classe de lexema que se caracteriza por constituir a delimitação,
isto é, por caracterizar as possibilidades designativas do substantivo, orientando
delimitativamente a referência a uma parte ou a um aspecto do denotado.
O adjetivo pertence a um inventário aberto, sempre suscetível de ser
aumentado. […] No português, entre as desinências está a marca de gradação,
isto é, o grau absoluto ou relativo da parte ou aspecto (qualidade) significado no
radical, (belo – belíssimo), bem como afixos de gênero e de número. A relação
gramatical instaurada entre o signo delimitador e o signo delimitado é
geralmente expressa pela concordância”.
“Do ponto de vista semântico, os pronomes estão caracterizados porque
indicam dêixis (o apontar para), isto é, estão habilitados, como verdadeiros
gestos verbais, como indicadores, determinados ou indeterminados, […] a
dêixis será anafórica se aponta para um elemento já enunciado ou concebido, ou
catáfora, se o elemento ainda não foi enunciado ou não está presente no
discurso”.
Fonte: Moderna Gramática Portuguesa – Evanildo Brechara
EXERCÍCIOS
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufrj) TEXTO: A MARIA DOS POVOS, SUA FUTURA ESPOSA
Discreta, e formosíssima Maria,
Enquanto estamos vendo a qualquer hora,
Em tuas faces a rosada Aurora,
Em teus olhos e boca o Sol, e o dia:
Enquanto com gentil descortesia
O ar, que fresco Adônis te namora,
Te espalha a rica trança voadora,
Quando vem passear-te pela fria:
Goza, goza da flor da mocidade,
Que o tempo trata a toda ligeireza,
E imprime em toda flor sua pisada.
Oh não aguardes, que a madura idade,
Te converta essa flor, essa beleza,
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.
1. O texto se constrói por meio da oposição entre dois campos semânticos,
especialmente no contraste entre a primeira e a última estrofes.
Explicite essa oposição e retire, dessas estrofes, dois vocábulos com valor
substantivo - um de cada campo semântico -, identificando a que campo cada
vocábulo pertence.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Unesp)
Esparsa - Ao desconcerto do Mundo.
(Luís de Camões)
Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado,
Assim que só para mim
Anda o Mundo concertado.
2. Vocábulos como Bom e Bem, Mau e Mal, em virtude da variedade de seu
uso em nossa língua, não podem ser classificados senão após se examinar o
contexto de cada frase. Isto se verifica nos poemas em pauta. Com base nestas
observações:
a) aponte a classe e a função sintática de Bem, no sétimo verso de Camões;
b) aponte a classe e a função sintática de Mau, no oitavo verso de Camões.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fgv) Leia abaixo um fragmento de "Música ao Longe", de Érico Veríssimo.
HORA DA SESTA. Um grande silêncio no casarão.
Faz sol, depois de uma semana de dias sombrios e úmidos.
Clarissa abre um livro para ler. Mas o silêncio é tão grande que,
inquieta, ela torna a pôr o volume na prateleira, ergue-se e vai até a janela, para
ver um pouco de vida.
Na frente da farmácia está um homem metido num grosso sobretudo
cor de chumbo. Um cachorro magro atravessa a rua. A mulher do coletor
aparece à janela. Um rapaz de pés descalços entra na Panificadora.
Clarissa olha para o céu, que é dum azul tímido e desbotado, olha para
as sombras fracas sobre a rua e §depois se volta para dentro do quarto.
Aqui faz frio. Lá no fundo do espelho está uma Clarissa indecisa,
parada, braços caídos, esperando. Mas esperando quê?
Clarissa recorda. Foi no verão. Todos no casarão dormiam. As moscas
dançavam no ar, zumbindo. Fazia um solão terrível, amarelo e quente. No seu
quarto, Clarissa não sabia que fazer. De repente pensou numa travessura.
Mamãe guardava no sótão as suas latas de doce, os seus bolinhos e os seus pães
que deviam durar toda a semana. Era ¨proibido entrar lá. Quem entrava, ¢dos
pequenos, corria o risco de levar palmadas no lugar de costume.
£Mas o silêncio da sesta estava cheio de ¤convites traiçoeiros. Clarissa
ficou pensando.
©Lembrou-se de que a chave da porta da cozinha servia no quartinho do sótão.
Foi buscá-la na ponta dos pés. Encontrou-a no lugar. Subiu as escadas
devagarinho. Os degraus rangiam e a cada rangido ela levava um sustinho que a
fazia estremecer.
Clarissa subia, com a grande chave na mão. Ninguém... Silêncio...
Diante da porta do sótão, parou, com o coração aos pulos.
Experimentou a chave. ªA princípio não entrava bem na fechadura. Depois
entrou. Com muita cautela, abriu a porta e se viu no meio duma ¢¡escuridão
perfumada, duma escuridão fresca que cheirava a doces, bolinhos e pão.
¢¢Comeu muito. Desceu cheia de medo. No outro dia D. Clemência
descobriu a violação, e Clarissa levou meia dúzia de palmadas.
Agora ela recorda... E de repente se faz uma grande ¥claridade, ela tem
a grande idéia. "A chave da cozinha serve na porta do quarto do sótão." ¦O
quarto de Vasco fica no sótão...
Vasco está no escritório... Todos dormem... Oh!
E se ela fosse buscar a chave da cozinha e subisse, entrasse no quarto
de Vasco e descobrisse o grande mistério?
Não. Não sou mais criança. Não. Não fica direito uma moça entrar no
quarto dum rapaz.
Mas ele não está lá... que mal faz? Mesmo que estivesse, é teu primo.
Sim, não sejas medrosa. Vamos. Não. Não vou. Podem ver. Que é que vão
pensar? Subo a escada, alguém me vê, pergunta: "Aonde vais, Clarissa?" Ora,
vou até o quartinho das malas.
Pronto. Ninguém pode desconfiar. Vou. Não, não vou. Vou, sim!
3. No quarto parágrafo, é possível acrescentar uma preposição combinada com
um artigo. Qual é a combinação? Em que frase ela pode aparecer? Justifique.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ita) As questões a seguir referem-se ao texto adiante. Analise-as e assinale,
para cada uma, a alternativa incorreta.
Hino Nacional
Carlos Drummond de Andrade
05
Precisamos descobrir o Brasil!
Escondido atrás das florestas,
com a água dos rios no meio,
o Brasil está dormindo, coitado.
Precisamos colonizar o Brasil.
10
15
Precisamos educar o Brasil.
Compraremos professôres e livros,
assimilaremos finas culturas,
abriremos 'dancings' e subconvencionaremos as elites.
O que faremos importando francesas
muito louras, de pele macia
alemãs gordas, russas nostálgicas para
'garçonettes' dos restaurantes noturnos.
E virão sírias fidelíssimas.
Não convém desprezar as japonêsas...
Cada brasileiro terá sua casa
com fogão e aquecedor elétricos, piscina,
salão para conferências científicas.
E cuidaremos do Estado Técnico.
20
25
Precisamos louvar o Brasil.
Não é só um país sem igual.
Nossas revoluções são bem maiores
do que quaisquer outras; nossos erros também.
E nossas virtudes? A terra das sublimes paixões...
os Amazonas inenarráveis... os incríveis João-Pessoas...
30
Precisamos adorar o Brasil!
Se bem que seja difícil caber tanto oceano e tanta solidão
no pobre coração já cheio de compromissos...
se bem que seja difícil compreender o que querem êsses homens,
por que motivo êles se ajuntaram e qual a razão de seus sofrimentos.
35
Precisamos, precisamos esquecer o Brasil!
Tão majestoso, tão sem limites, tão despropositado,
êle quer repousar de nossos terríveis carinhos.
O Brasil não nos quer! Está farto de nós!
Nosso Brasil é o outro mundo. Êste não é o Brasil.
Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os [brasileiros?
4. a) 'fidelíssima'(v.14) é superlativo sintético, seu equivalente analítico é 'muito
fiéis'.
b) 'elétricos'(v.17) está se referindo aos dois substantivos antecedentes, teria o
mesmo efeito se usado no singular.
c) 'inenarráveis'(v.25) significa, originalmente, 'o que não pode ser narrado',
pode ser substituído aqui por 'fantástico'.
d) 'difícil', (v.27) a idéia de superlativo pode ser dada pelo sufixo '-imo', na
linguagem erudita, ou pela repetição ('difícil, difícil'), na linguagem coloquial.
e) 'sem igual'(v.21) não tem o mesmo valor semântico de 'ímpar'.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fuvest)
GOLS DE COCURUTO
O melhor momento do futebol para um tático é o minuto de silêncio. É
quando os times ficam perfilados, cada jogador com as mãos nas costas e mais
ou menos no lugar que lhes foi designado no esquema - e parados. Então o
tático pode olhar o campo como se fosse um quadro negro e pensar no futebol
como alguma coisa lógica e diagramável. Mas aí começa o jogo e tudo desanda.
Os jogadores se movimentam e o futebol passa a ser regido pelo imponderável,
esse inimigo mortal de qualquer estrategista. O futebol brasileiro já teve
grandes estrategistas cruelmente traídos pela dinâmica do jogo. O Tim, por
exemplo. Tático exemplar, planejava todo o jogo numa mesa de botão. Da
entrada em campo até a troca de camisetas, incluindo o minuto de silêncio. Foi
um técnico de sucesso mas nunca conseguiu uma reputação no campo à altura
de sua reputação no vestiário. Falava um jogo e o time jogava outro. O
problema do Tim, diziam todos, era que seus botões eram mais inteligentes do
que seus jogadores.
5. Em "... cada jogador com as mãos nas costas e mais ou menos no lugar que
lhes foi designado no esquema - e parados", o autor usa o plural em "lhes" e
"parados" porque
a) ambas as palavras referem-se a "lugar", que está aí por "lugares" (um para
cada um).
b) associou "lhes" a "mãos" e "parados" a "times".
c) antecipou a concordância com "os jogadores se movimentam".
d) estabeleceu relação de concordância entre "lhes" e "mãos" e entre "parados"
e "jogadores".
e) fez "lhes" concordar com o plural implícito em cada jogador (considerados
todos um a um) e "parados", com "os times".
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Pucsp)
"Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, á porta do Ateneu.
Coragem para a luta."
Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia,
num gesto, das illusões de criança educada exoticamente na estufa de carinho
que é o regime do amor doméstico, diferente do que se encontra fora, tão
diferente, que parece o poema dos cuidados maternos um artifício sentimental,
com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura á impressão rude do
primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um novo
clima rigoroso. Lembramo-nos, entretanto, com saudade hipócrita, dos felizes
tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, não nos
houvesse perseguido outrora e não viesse de longe a enfiada das decepções que
nos ultrajam.
Raul Pompéia
6. Há, em Língua Portuguesa, algumas palavras que admitem ou não flexão de
número (singular/plural), dependendo de seu valor morfológico.
No texto em questão, aparece uma dessas palavras:
"(...) BASTANTE experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia,
num gesto, das ilusões de criança..."
Considerando a possibilidade de flexão ou não da palavra, em função de seus
diferentes empregos, assinale a alternativa incorreta:
a) Bastantes verdades experimentei anos depois do aviso que meu pai me deu.
b) Meu pai me falou bastante sobre verdades que eu encontraria anos depois.
c) Bastante tempo depois, eu encontraria muitas das verdades anunciadas no
aviso de meu pai.
d) Bastantes anos depois, eu experimentaria as verdades do aviso de meu pai
e) Anos depois, bastantes verdadeiros se tornaram também outros avisos de
meu pai.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Uel) "Ainda estava sob a impressão da cena meio cômica entre sua mãe e seu
marido, na hora da despedida. Durante as duas semanas da visita da velha, os
dois mal se haviam suportado; os bons dias e as boas tardes soavam a cada
momento com uma delicadeza cautelosa que a fazia querer rir. Mas eis que na
hora da despedida, antes de entrarem no táxi, a mãe se transformara em sogra
exemplar e o marido se tornara o bom genro. 'Perdoe alguma palavra mal dita',
dissera a velha senhora, e Catarina, com alguma alegria, vira Antônio não saber
o que fazer das malas nas mãos, gaguejar - perturbado em ser o bom genro. 'Se
eu rio, eles pensam que estou louca', pensara Catarina franzindo as
sobrancelhas. 'Quem casa um filho perde um filho, quem casa uma filha ganha
mais um', acrescentara a mãe [...]."
7. Na frase "Perdoe alguma palavra mal dita":
a) A idéia de incerteza vem expressa pelo pronome indefinido "alguma".
b) A indicação de ordem é representada pela forma verbal no imperativo.
c) A rudeza do falante é expressa pela forma verbal imperativa.
d) A referência a um momento anterior da narrativa está representada pela
expressão de tempo "mal".
e) A palavra "mal" representa o precário nível de instrução do personagem.
8. (Ita) Indique a alternativa em que há erro gramatical:
a) Não vá sem eu.
b) Ele é contra eu estar aqui.
c) Ele é contra mim, estar aqui é crime.
d) Com eu estar doente, não houve palestra.
e) Não haveria entre mim e ti entendimento possível.

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