aqui

Transcrição

aqui
Aline Aparecida Correa Leal .................................................................................................. 1
Aline Cardoso Pereira .............................................................................................................. 3
Aline Cardoso Pereira .............................................................................................................. 5
Anelise Maria Bosco ................................................................................................................. 7
Beatriz Perez Floriano ............................................................................................................. 9
Breno Fernando Martins de Almeida................................................................................... 11
Bruna Yukie Nakaguma Sato................................................................................................ 13
Bruno César Miranda Oliveira ............................................................................................. 15
Carlos Eduardo de Siqueira .................................................................................................. 17
Cleber Costa de Martini ........................................................................................................ 19
Daniela Matono ...................................................................................................................... 21
Danilo Gualberto de Sandre .................................................................................................. 23
Fabiana Álvares ...................................................................................................................... 25
Fabiana Álvares ...................................................................................................................... 27
Fernanda Beatriz Pereira Cavalcanti ................................................................................... 29
Fernanda Beatriz Pereira Cavalcanti ................................................................................... 31
Fernando Peretti Guimarães ................................................................................................. 33
Gabriela Lovizutto Venturin ................................................................................................. 35
Gabriela Quideroli Issa .......................................................................................................... 37
Giovanna Giuffrida Rodrigues ............................................................................................. 39
Gisele Moraes dos Santos ...................................................................................................... 41
Guilherme Henrique Poli de Oliveira................................................................................... 43
Guilherme Lopes da Silva...................................................................................................... 46
Guilherme Stelczyk ................................................................................................................ 48
Jaqueline dos Santos Azevedo ............................................................................................... 50
Jaqueline dos Santos Azevedo ............................................................................................... 53
Jessica Thomé de Andrade .................................................................................................... 55
José Eduardo dos Santos Silva .............................................................................................. 57
Juliana Pampana Nicolau ...................................................................................................... 59
Kathlenn Liezbeth Oliveira Silva.......................................................................................... 61
LaiseMichiYamashiro ............................................................................................................ 63
Lillian Baptistiolli ................................................................................................................... 65
Luciana de Moraes ................................................................................................................. 67
Marcel Gambin Marques ...................................................................................................... 69
Mariana Malavazi Destro ...................................................................................................... 71
Mayara Maia Rodrigues ........................................................................................................ 73
Miriam Yumi Makatu ............................................................................................................ 74
Natiélle Rodrigues Wajima ................................................................................................... 76
Pamela Suelen Forini Sacco .................................................................................................. 78
Renata Haddad Pinho ............................................................................................................ 80
Roberta Picciuto Duarte ........................................................................................................ 82
Roberto Carvalhal .................................................................................................................. 84
Roberto Gamero Carvalho .................................................................................................... 86
Sandra Valéria Inácio ............................................................................................................ 88
Stéfani Karin Martiniano de Almeida .................................................................................. 90
Tábata Larissa Dalmagro ...................................................................................................... 92
Tássia de Paula Giroto ........................................................................................................... 94
Thamiris Naiasha Minari Ramos.......................................................................................... 96
Thiago Luís Magnani Grassi ................................................................................................. 98
Thomas Alexander Trein ..................................................................................................... 100
Thomas Alexander Trein ..................................................................................................... 102
Vanessa Marim Chiku ......................................................................................................... 105
Walter Bertequini Nagata ................................................................................................... 107
1
INDUÇÃO DA APOPTOSE PELO OXIDO NÍTRICO EM CÉLULAS
MONONUCLEARES SANGUÍNEAS EM CÃES ACOMETIDOS POR
LEISHMANIOSE VISCERAL
INDUCTION OF APOPTOSIS BY NITRIC OXIDE IN BLOOD
MONONUCLEAR CELLS OF DOGS AFFECTED BY VISCERAL LEISHMANIASIS
Aline Aparecida Correa Leal
Breno Fernando Martins de Almeida
KathlennLiezbeth Oliveira Silva
Vanessa Marim Chiku
Valéria Marçal Félix de Lima
RESUMO
A leishmaniose visceral é uma zoonose causada por protozoários flagelados do gênero
Leishmania e pode ser fatal quando não tratada adequadamente. Após a inoculação pelo vetor,
os parasitas seguem para os linfonodos e baço causando lesões e sintomas característicos em
cães, principal reservatório da doença. Por ser um parasita intracelular obrigatório, a
Leishmania spp. depende do balanço de duas enzimas induzíveis para sua sobrevivência nos
macrófagos: a óxido nítrico sintase 2 e a arginase. O óxido nítrico (NO) é o principal
responsável pela morte do parasita, porém sua produção excessiva está associada à
imunopatologia em diversas doenças, inibindo a resposta linfoproliferativa ou levando à
apoptose celular. O objetivo deste trabalho foi avaliar se os níveis de NO estão aumentados
em células mononucleares do sangue de cães acometidos e se o NO pode estar envolvido no
apoptose, previamente relatada na leishmaniose visceral canina (LVC). Foram selecionados
08 cães negativos e 06 positivos para LVC, confirmado por exame sorológico e PBA, sendo
que os positivos apresentavam, no mínimo, três sinais clínicos, de ambos os sexos, de dois a
cinco anos de idade e de diferentes raças. Os cães controle e infectados foram submetidos à
colheita de 20mL de sangue para isolamento de células mononucleares do sangue periférico;
as células foram cultivadas em placas de 24 poços contendo meio de cultura RPMI 1640
(Gibco) suplementado com 10% de soro fetal bovino inativado pelo calor, 0,03% de Lglutamina, e 100 UI/mL de penicilina e 100 g/mL de estreptomicina, por 24h, em estufa a
37°C contendo 5% CO2. Após esse período as células foram recuperadas para a marcação
intracelular do NO e determinação das taxas de apoptose celular, determinada utilizando-se o
Kit GuavaNexin® Assay (Guava, Hayward, CA) de acordo com as instruções do fabricante.
Os dados foram adquiridos utilizando-se citômetro de fluxo (BD Accuri C5, Becton
Dickinson, CA) e a análise foi realizada utilizando-se o CellQuestsoftware Pro (BD
2
Biosciences, CA). Os resultados entre os grupos controle e infectado foram analisados
utilizando-se o teste de Mann-Whitney. Nas células mononucleares dos cães infectados foi
observado maior produção de NO (p<0,05) e de células NO positivas em apoptose (p<0,05).
Os dados sugerem que o óxido nítrico pode estar envolvido no processo apoptótico observado
nos cães infectados.
Palavras-chave: apoptose, Leishmania spp., oxido nítrico.
Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP
(2014/08931-6)
3
ESTUDO COMPARATIVO SOBRE AS PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES PÓSOPERATÓRIAS DE CERATOPLASTIA COM ENXERTO CONJUNTIVAL LIVRE
OU PEDICULADO EM CÃES
COMPARATIVE STUDYON THE MAIN POSTOPERATIVE COMPLICATIONS OF
THE KERATOPLASTY WITH FREE OR CONJUNCTIVAL PEDICLE GRAFT IN
DOGS
Aline Cardoso Pereira
Giovanna Giuffrida Rodrigues
Joana Zafalon Ferreira
Juliana Tessália Wagatsuma
Alexandre Lima de Andrade
RESUMO
As ceratites ulcerativas compreendem lesões em que há perda do epitélio corneal, com
exposição de porções variáveis do estroma. São consideradas emergências oftálmicas, já que
podem progredir para exposição da membrana de Descemet (descemetocele) e para
perfuração da córnea. Nos casos de úlceras corneais profundas, procedimentos cirúrgicos que
envolvem as técnicas de suporte trófico e mecânico são os mais requeridos (GALERA et al.,
2009).O presente estudo tem como objetivo comparar as principais complicações pósoperatórias advindas do tratamento cirúrgico de úlceras profundas, descemetoceles e
perfuradas, empregando-se a ceratoplastia lamelar e penetrante, utilizando-se enxerto
conjuntival autógeno, livre e pediculado. Foram utilizados 17 cães, de diferentes raças e
idades, apresentando úlcera profunda (9/17; 52,9%), descemetocele (4/17; 23,5%) ou úlcera
perfurada (4/17; 23,5%), atendidos no Hospital Veterinário “Luiz Quintiliano de Oliveira”,
FMVA-UNESP, no período de março de 2014 a maio de 2015. Os animais foram divididos
aleatoriamente em dois grupos, onde 6 foram submetidos à ceratoplastia com enxerto
conjuntival livre (grupo 1 - G1) e 11 ao pediculado (grupo 2 – G2). Todos os pacientes foram
submetidos a exame físico geral e oftálmico completos prévios à terapia cirúrgica e foram
realizados exames complementares pré-anestésicos e cirúrgicos. O tratamento clínico
instituído desde o primeiro dia de atendimento foi o mesmo para todos os animais. Todos os
procedimentos foram realizados por um único cirurgião. Após preparação rotineira para
cirurgia oftálmica segundo Slatter (2005), foi realizada a divulsão de um flap conjuntival livre
(G1) ou pediculado (G2) com tamanho similar ao defeito corneal, e o mesmo foi suturado aos
bordos da lesão, utilizando padrão simples interrompido não penetrante total, a uma
equidistância aproximada de 1,0 mm com mononylon8-0. Todos os pacientes foram
4
acompanhados por 60 dias e, neste período foi avaliado a ocorrência de deiscência de pontos e
deiscência do enxerto. Para comparação destas duas variáveis entre os grupos, foi utilizado o
teste exato de Fisher. Não houve diferença significativa entre os grupos para a ocorrência de
deiscência dos pontos (p=1,000) e houve diferença significativa para deiscência do enxerto
(p=0,0063). Quanto à última, houve um maior número da ocorrência no G1.Visto os
resultados obtidos, o enxerto conjuntival pediculado teve maior vantagem quando comparado
ao livre, devido ao seu suporte trófico autônomo, o que deve ser considerado pelo cirurgião
quanto à escolha da técnica para tratamento de úlceras profundas, descemetoceles e
perfurações corneais. Salienta-se que os leucomas cicatriciais gerados por ambas as técnicas
são similares.
Palavras-chave: ceratoplastia, cães, deiscência.
Referências
GALERA P. D.; LAUS J. L.; ORIÁ A. P. Afecções da Túnica Fibrosa. In: Oftalmologia
Clínica e Cirúrgica em Cães e em Gatos. 1a ed. São Paulo: Roca, 2009. p. 69-96.
SLATTER D. Córnea e esclera. In: Fundamentos de Oftalmologia Veterinária. 3a ed. São
Paulo: Roca, 2005. p. 283-338.
5
CÃES GLAUCOMATOSOS SUBMETIDOS A ABLAÇÃO QUÍMICA DO CORPO
CILIAR: ESTUDO RETROSPECTIVO (JANEIRO/2014 A ABRIL/2015)
CHEMICAL ABLATION CILIARY BODY IN GLAUCOMATOUS DOGS:
RETROSPECTIVE STUDY (JANUARY/2014 TO APRIL/2015)
Aline Cardoso Pereira
Giovanna Giuffrida Rodrigues
Fernando Peretti Guimarães
Alessandra Muniz dos Santos
Pâmela Bongiovanni Catandi
Alexandre Lima de Andrade
RESUMO
A ablação química do corpo ciliar é um procedimento alternativo para resolução do glaucoma
crônico em olhos não funcionais. Indicado para cães, consiste na destruição química do corpo
ciliar, responsável pela produção do humor aquoso, utilizando drogas tais como gentamicina e
dexametasona por via intravítrea. A necrose tóxica induzida no corpo ciliar cessa a produção
do humor aquoso, estabilizando a pressão ocular e promovendo conforto à maioria dos
pacientes (MARTINS et al., 2009). O presente estudo teve por objetivo avaliar a resposta
clínica dos animais glaucomatosos crônicos submetidos a injeção intravítrea de betametasona
e gentamicina no Hospital Veterinário “Luiz Quintiliano de Oliveira”, FMVA-UNESP, no
período de janeiro de 2014 a abril de 2015. Neste período, quinze cães de diferentes raças e
idades com glaucoma refratário ao tratamento clínico, foram submetidos ao procedimento. As
etiologias destes glaucomas foram divididas em: sinéquia (4/15; 26,7%), uveíte facogênica
(3/15; 20%), uveíte secundária à hemoparasitose (3/15; 20%), uveíte traumática (2/15;
13,3%), uveíte secundária à piometra (1/15; 6,7%), luxação posterior da lente (1/15; 6,7%), e
congênito (1/15; 6,7%). Após aspiração de 1,2 mL de conteúdo vítreo, 25 mg de gentamicina
e 1 mg de betametasona (1,2 mL totais) foram injetados na câmara vítrea, em todos os
pacientes. Os parâmetros considerados para avaliação clínica foram: pressão ocular em
mmHg por tonometria de aplanação (Tonopen®), hiperemia conjuntival e blefaroespasmo
(escores: ausente, leve, moderado e intenso), antes e depois do procedimento. Para a variável
numérica (pressão ocular) utilizou-se o teste Shapiro-Wilk para a avaliação da normalidade
dos dados, seguido do teste t pareado para comparação do efeito do tempo no grupo estudado.
Para as variáveis categóricas (hiperemia conjuntival e blefaroespasmo) foi utilizado o teste
qui-quadrado. Houve diferença significativa nos valores de pressão ocular antes (média=38,5
mmHg) e após o procedimento (média=10,3 mmHg) de ablação química do corpo ciliar
6
(p<0,0001). Quanto à intensidade da hiperemia conjuntival e do blefaroespasmo antes e após
o procedimento, não houve diferença significativa (p=0,2175 e p=0,1568, respectivamente).
Nenhum dos pacientes avaliados desenvolveu Phthisis bulbi. De acordo com os resultados
obtidos, a ablação química do corpo ciliar beneficiou os pacientes avaliados, mostrando ser
uma técnica aceitável para o tratamento de olhos não funcionais em cães glaucomatosos,
preservando o conforto e a estética. Ressalta-se que, além dos benefícios descritos, trata-se de
manobra de fácil execução e baixos custos, o que proporciona um alívio monetário aos
proprietários, visto o custo elevado dos fármacos utilizados na terapia da doença.
Palavras-chave: glaucoma, cães, corpo ciliar.
Referências
MARTINS B. C.; RIBEIRO A. P.; LAUS J. L.; ORTIZ J. P. D. Glaucoma. In: Oftalmologia
Clínica e Cirúrgica em Cães e em Gatos. 1a ed. São Paulo: Roca, 2009. p. 151-168.
7
A METILGUANIDINA AUMENTA IN VITRO O METABOLISMO OXIDATIVO DOS
NEUTRÓFILOS DE CÃES
METHYLGUANIDINE INCREASES IN VITRO THE OXIDATIVE METABOLISM
OF DOG NEUTROPHILS
Anelise Maria Bosco
Priscila Preve Pereira
Breno Fernando Martins de Almeida
Luis Gustavo Narciso
Paulo César Ciarlini
RESUMO
Recentemente foi relatado que o estresse oxidativo em cães com insuficiência renal crônica
(IRC) está associado à maior produção neutrofílica de superóxido. A metilguanidina é uma
toxina que se acumula na IRC, em humanos o aumento dessa toxina no sangue promove
inibição do metabolismo oxidativo dos neutrófilos, diminuindo a produção de espécies
reativas de oxigênio. Tendo em vista que esse efeito ainda não foi testado na espécie canina, o
presente trabalho objetivou mensurar as concentrações plasmáticas de metilguanidina em cães
hígidos e com IRC e testar a hipótese de que a metilguanidina causa alteração do metabolismo
oxidativo de neutrófilos caninos in vitro. Para tal, foi quantificada a concentração plasmática
de metilguanidina por cromatografia de fase líquida (HPLC) em cães hígidos (n=20) e com
IRC no estágio IV da doença (n=20) segundo a Sociedade de Interesse Renal Internacional.
Para avaliar o efeito da metilguanidina sobre o metabolismo oxidativo de neutrófilos de cães
hígidos in vitro, foi utilizada a maior concentração plasmática obtida nos cães com IRC
(0,005 g/L). Neutrófilos isolados de 20 cães saudáveis foram incubados a 37°C em meio de
RPMI puro ou enriquecido com metilguanidina. O metabolismo oxidativo dos neutrófilos foi
avaliado pela mensuração de peróxido de hidrogênio com a sonda 2′,7′-diacetato de
diclorofluoresceína (5 mol/L) com ou sem estímulos de acetato miristato de forbol 0,55 µM
(PMA) e n-formil-metionil-leucil-fenilalanina 100 nM (fMLP). Utilizando-se citômetro de
fluxo capilar, os resultados de 10.000 eventos foram analisados através do programa
computacional BD Accuri C6 software. As variáveis foram testadas quanto à normalidade
(teste de Shapiro-Wilk) e a diferença entre os grupos foi determinada pelos testes de T
pareado ou Wilcoxon. Os cães controles apresentaram concentrações de metilguanidina
abaixo da capacidade de detecção do método (<0,000 1 g/L), enquanto que as concentrações
dos cães urêmicos variaram de 0,00020 a 0,005 g/L, com média de 0,0013g/L. A
8
metilguanidina causou aumento da produção de peróxido de hidrogênio basal (5,21±2,7 vs.
7,08±2,97, p=0,001) e na presença dos estímulos com PMA (10,45±7,41 vs. 15,74±8,21,
p<0.0001) e do fMLP (4,44±1,82 vs. 6,41±3,48, p=0,0342). A ativação do metabolismo
oxidativo reforça o estudo feito por Almeida et al. (2013) que observaram tal efeito em cães
com uremia e verificou também a presença de estresse oxidativo. Portanto a ativação
neutrofílica induzida pela toxina urêmica metilguanidina pode contribuir para o
estabelecimento do estresse oxidativo já observado em cães com IRC, predispondo tais
células à apoptose com posterior alteração na resposta imune.
Palavras-chave: peróxido de hidrogênio, explosão respiratória, toxina urêmica.
Referências
ALMEIDA, B.F.M.; NARCISO, L.G.; MELO, L.M.; PREVE, P.P.; BOSCO, A.M.; LIMA,
V.M.F.; CIARLINI, P.C. Leishmaniasis causes oxidative stress and alteration of oxidative
metabolism and viability of neutrophils in dogs. The Veterinary Journal, v.198, n.3, p.599605, 2013.
Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo
financiamento (Processo 2011/18746-3) e Laine Margareth Gabas pelo auxílio na pesquisa.
9
EFEITOS RESPIRATÓRIOS DA VENTILAÇÃO MONOPULMONAR EM CÃES
ANESTESIADOS COM PROPOFOL OU ISOFLUORANO
RESPIRATORY EFFECTS OF ONE-LUNG VENTILATION IN DOGS
ANESTHETIZED WITH PROPOFOL OR ISOFLURANE
Beatriz Perez Floriano
Thomas Alexander Trein
Juliana Tessália Wagatsuma
Joana Zafalon Ferreira
Renata Haddad Pinho
Paulo Sérgio Patto dos Santos
Valéria Nobre Leal de Souza Oliva
RESUMO
A ventilação monopulmonar é uma técnicapouco explorada em Medicina Veterinária que visa
à separação do protocolo de ventilação mecânica aos dois lados do tórax permitindo,
inclusive, a manutenção de um pulmão acinético com intuito de se obter maior visualização
da cavidade durante intervenções cirúrgicas. Objetivou-se, com este estudo, avaliar
asimplicações respiratórias dessa modalidade ventilatória em cães sob diferentes protocolos
de anestesia geral. Seis cães Beagle adultos jovens, machos e fêmeas,com peso de 11,5 ± 2,38
kg foram anestesiados por três vezes, compondo três grupos experimentais: infusão contínua
de propofol na taxa ajustada conforme plano anestésico entre 0,4 e 1,0 mg/kg/min (GP);
anestesia inalatória com isofluorano em múltiplo de concentração alveolar mínima individual
(CAM) igual a 1,0 (GI1,0); isofluorano em múltiplo de 1,5 CAM (GI1,5). A ventilação
mecânica foi instituída com pressão de pico de 15 cmH2O, pressão positiva ao final da
expiração igual a 5 cmH2O e frequência ajustada entre 20 e 30 movimentos por minuto.
Iniciou-se com a ventilação bipulmonar (VBP)por 30 minutos, seguida de ventilação
monopulmonar (VMP) por uma hora e retorno à VBP por mais 30 minutos, totalizando duas
horas de anestesia. Durante esse período, foram colhidas as variáveis fração de shunt
arteriovenoso (Qs/Qt em %) e gradiente de pressão alvéolo-arterial de oxigênio (P(A-a)O2em
mmHg) por meio de cálculo matemático, além da pressão parcial de dióxido de carbono
arterial (PaCO2 em mmHg) e o volume corrente (VT em mL/kg).As variáveis foram colhidas
em cinco momentos: após 30 minutos de VBP iniciais (VBP30i), em intervalos de 20 minutos
durante o a VMP (VMP20, VMP40 e VMP60, respectivamente) e após 30 minutos de VBP
finais (VBP30f). Os resultados foram comparados entre grupos e entre momentos por meio de
ANOVA seguida de teste de Tukey (p<0,05). Observou-se diferença significativa entre GI1,0 e
10
GI1,5 no VMP60 da variável Qs/Qte no VMP40 do VT. A PaCO2 esteve significativamente
mais alta e VT significativamente mais baixo durante a VMP em comparação ao VBP30i nos
três grupos. Houve aumento significativo na P(A-a)O2 e Qs/Qt durante a VMP em
comparação ao VBP30f apenas no GI1,5. Concluiu-se que a VMP contribui para o acúmulo de
CO2 de maneira similar durante anestesia com propofol ou isofluorano em cães. Contudo, o
shunt arteriovenoso e o gradiente alvéolo-arterial de oxigênio se elevam de maneira mais
acentuada com o emprego de VMP associada a uma anestesia com maior concentração de
isofluorano (1,5 CAM).
Palavras-chave: ventilação pulmonar independente, respiração, cão.
Auxílio Financeiro: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP),
processo no. 2013/05062-4.
11
A INDUÇÃO FARMACOLÓGICA DA HEME OXIGENASE-1 AUMENTA A
INFECÇÃO DE MACRÓFAGOS CANINOS POR Leishmania chagasi
THE PHARMACOLOGICAL INDUCTION OF HEME OXYGENASE-1 INCREASES
THE INFECTION OF CANINE MACROPHAGES BY Leishmania chagasi
Breno Fernando Martins de Almeida
Kathlenn Liezbeth Oliveira Silva
Luis Gustavo Narciso
Vanessa Marim Chiku
Gabriela Lovizutto Venturin
Aline Aparecida Correa Leal
Paulo César Ciarlini
Valéria Marçal Felix de Lima
RESUMO
A heme oxigenase-1 (HO-1) é a enzima responsável pelo catabolismo do heme proveniente da
hemoglobina, gerando ferro, biliverdina (precursor da bilirrubina) e monóxido de carbono nas
células do sistema monocítico-fagocitário. Estudos recentes têm demonstrado que a indução
farmacológica da HO-1 por cloreto de cobalto protoporfirina IX (CoPP) resulta no aumento
do número de macrófagos humanos e murinos infectados por L. chagasi e também no
aumento da carga parasitária dessas células. O possível mecanismo responsável pelo aumento
da taxa de infecção em camundongos seria que a HO-1 ao metabolizar o heme, torna-o
indisponível para a completa ativação da NADPH-oxidase, prejudicando o metabolismo
oxidativo da célula e predispondo-a à infecção. Considerando que o envolvimento da HO-1
ainda não foi investigado na leishmaniose visceral canina, o presente trabalho objetivou
verificar se a indução da HO-1 aumentaria a taxa de infecção de macrófagos caninos in vitro.
Quinze cães saudáveis sem alterações clínicas, hematológicas e bioquímicas foram doadores
de células mononucleares (CM) isoladas a partir do sangue utilizando gradiente de separação
(densidade 1,077 g/mL). A concentração celular foi estimada em hemocitômetro e a
porcentagem de monócitos foi avaliada em microscopia óptica em lâmina corada após
citocentrifugação a 900 rpm por 5 minutos. Em placas de cultura estéreis de 24 poços com
lamínulas de vidro circulares (15 mm de diâmetro) no fundo, foram plaqueados 2x106
monócitos por poço em um mililitro de meio RPMI 1640 a 37ºC e 5% de CO2, que foram
cultivados por 7 dias até a diferenciação em macrófagos. As células foram então infectadas
com 10x106 promastigotas de L. chagasi (MHOM/BR00/MER02) em fase exponencial de
crescimento na ausência (controle) e presença de CoPP (50 µM), sendo retiradas as formas
12
não fagocitadas quatro horas após a infecção e reposição do meio com o mesmo tratamento.
Após três dias de cultura, as lamínulas de vidro foram raspadas, as células resultantes
citocentrifugadas e coradas para avaliação da porcentagem de células infectadas e do número
de parasitas por macrófago, em pelo menos 200 células. Foi observado que a indução da HO1 com CoPP aumentou a taxa de macrófagos infectados (52,7 ± 13,0 vs. 38,0 ± 9,1%, teste de
t pareado, p<0,0001) e a carga parasitária dessas células (3,92 ± 1,0 vs. 3,0 ± 0,93
amastigota/macrófago, teste de t pareado, p=0,0050). Conclui-se que a HO-1 exerce papel
fundamental na perpetuação da leishmaniose visceral canina, em que o aumento da atividade
da enzima predispõe os macrófagos caninos à infecção.
Palavras-chave: Hmox1, leishmaniose visceral, cão.
Auxílio Financeiro: FAPESP Processos 2013/06068-6 e 2013/07496-1.
Agradecimentos: À assistente de suporte acadêmico Flávia Mari Yamamoto.
13
CORRELAÇÃO ENTRE A CARGA PARASITÁRIA ESPLÊNICA E EXPRESSÃO DE
PD1 EM CÉLULAS T DE CÃES NATURALMENTE INFECTADOS POR LEISHMANIA
SPP.
CORRELATION BETWEEN PARASITE LOAD AND SPLENIC PD1 EXPRESSION
IN T CELLS OF DOGS NATURALLY INFECTED WITH LEISHMANIA SPP.
Bruna Yukie Nakaguma Sato
Jessica Thomé de Andrade
KathlennLiezbeth Oliveira Silva
Paulo Sérgio Patto dos Santos
Flávia de Rezende Eugênio
Valéria Marçal Felix de Lima
RESUMO
Leishmanioses são doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania, da ordem
Kinetoplastida e família Trypanosomatidae. A transmissão entre hospedeiros vertebrados no
Novo Mundo é feita pela picada do flebotomíneo hematófago Lutzomyia longipalpis.Os cães
são considerados os principais reservatórios domésticos de Leishmania.chagasi. A supressão
da imunidade celular é o aspecto mais importante na patogênese e progressão da doença
canina. Mais recentemente foi descrita uma nova molécula co-estimulatória com função
negativa, a molécula PD-1(programmedcelldeath 1). Recentes estudos sugerem que a via PD1/PDL1 tem papel importante na interação hospedeiro e patógeno. Este trabalho teve como
objetivo correlacionar os níveis de expressão de PD-1em células T do baço à carga parasitária
de cães sintomáticos enaturalmente infectados por Leishmaniaspp.Foram coletadas amostras
de baçode 13 cães naturalmente infectados, com no mínimo três sinais clínicos de
leishmaniose visceral, e com diagnóstico confirmado por ELISA indireto com antígeno total
de Leishmaniachagasi e detecção de DNA do parasita por PCR em tempo real. A avaliação da
expressão de PD-1 foi feita após a marcação dos leucócitos do baço com anticorpos
monoclonais conjugados a fluorocromos, seguida da leitura em citômetro de fluxo (BD
Accuri C5, Becton Dickinson, CA) e análise com o programa CellQuestsoftware Pro (BD
Biosciences, CA). A extração de DNA foi realizada com o Kit DNeasy®(Qiagen, USA),
seguindo o protocolo do fabricante. A quantificação da carga parasitária foi desenvolvida
partir de PCR em Tempo Real utilizando SYBR Green I e iniciadores para ITS1 (Invitrogen).
Não foi observada correlação entre a carga parasitária esplênica e a expressão de PD-1 em
células T CD3 do baço. A partir dos dados obtidos a molécula PD-1 nos linfócitos T não está
14
diretamente envolvida na atividade microbicida que controla a carga parasitária de cães
infectados.
Palavras-chave: leishmaniose visceral, cão, PD1, linfócitos T, baço.
Auxílio Financeiro: Este trabalho teve suporte financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo (FAPESP), número do processo: 2014/26403-7.
15
DETECÇÃO MOLECULAR DE Ehrlichia canis EM CÃES E EM ÓRGÃOS DE SEUS
RESPECTIVOS CARRAPATOS
MOLECULAR DETECTION OF Ehrlichia canis IN DOGS AND THEIR
RESPECTIVE TICKS
Bruno César Miranda Oliveira
Milena Araúz Viol
Walter Bertequini Nagata
Sandra Valéria Inácio
Monally Conceição Costa de Aquino
Silvia Helena Venturoli Perri
Marcos Rogério André
Katia Denise Saraiva Bresciani
RESUMO
A erliquiose canina apresenta elevada ocorrência na rotina da clínica médica de pequenos
animais. Esta enfermidade bacteriana apresenta acentuada patogenicidade e seu agente
etiológico, a Ehrlichia canis, infecta os leucócitos mononucleares (ISOLA et al.,2012). Por
ser
transmitida pelo Rhipicephalus sanguineus, essa enfermidade é mais prevalente em
regiões tropicais devido à ampla distribuição geográficado referido vetor, sendo considerada
uma das mais importantes doenças infecciosas em cães no Brasil (ANDEREG,
PASSOS,1999; VIEIRA etal., 2011). Multiplica-se nos enterócitos, hemócitos e em células
das glândulas salivares desta espécie de carrapatos, com posterior disseminação transestadial
para o cão, principal reservatório desta infecção. Entretanto, provavelmente não ocorre
transmissão transovariana no R. sanguineus (MONTEIRO, 2014). O objetivo do nosso
trabalho foi detectar molecularmente a ocorrência de Ehrlichia sp. em cães e em órgãos de
seus respectivos carrapatos em duas regiões endêmicas. Assim, 720 carrapatos (dez de cada
animal) foram removidos dos 72 cães selecionados aleatoriamente no Centro de Controle de
Zoonoses dos Municípios de Araçatuba (SP) e Campo Grande (MS). Em seguida, foi efetuada
punção aspirativa do linfonodo submandibular e da medula óssea na região da crista ilíaca dos
cães. Após a dissecação dos carrapatos, seus órgãos (intestino, ovário e glândula salivar), bem
como as amostras puncionadas de linfonodo e medula óssea dos animais foram testadas por
meio da reação em cadeia da polimerase (PCR) para amplificação do gene16S do ácido
ribonucleico ribossomal (rRNA) (MURPHY et al., 1998). Por meio do teste de McNemar,
observamos que na PCR de linfonodo detectamos positividade de 80,5% (58/72) e 44,4%
(32/72) para medula óssea, havendo diferença significativa entre estes órgãos (p <0,05). Na
16
comparação da ocorrência de E. canis em linfonodo e medula óssea, foi observado
respectivamente, 55,5% (5/9) e 0% (0/9), de animais positivos por esta mesma
técnica,corroborando com o trabalho (GAL et al. 2008). Para os órgãos dos carrapatos
observamos positividade de 22% (16/72) nos intestinos, 11% (8/72) nos ovários e 7% (5/72)
nas glândulas salivares. Concluímos que a detecção de E. canis por meio da técnica de PCR,
foi mais frequente em amostras do linfonodo submandibular que em medula óssea e em
intestinos de carrapatos. A presença da referida bactéria nos ovários dos carrapatos nos leva a
considerar uma possível transmissão transovariana da E. canis.
Palavras-chave: Ehrlichia sp., carrapatos, dissecados.
Referências
ANDEREG, P. I.; PASSOS, L. M. F. Erliquiose canina – Revisão. Clinica Veterinária, v. 4,
n. 19, p. 31-38, 1999.
GAL, A.; LOEB, E.;YISASCHAR-MEKUZAS, Y.;BANETH, G.; Detection of Ehrlichia
canis by PCR in different tissues obtained during necropsy from dogs surveyed for naturally
occurring canine monocytic ehrlichiosis. The Veterinary Journal, 175, 212–217. 2008.
ISOLA, J.G.M.P.; CADIOLI, F.A.; NAKAGE, A.P.; Erliquiose canina – Revisão de
literatura. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária. Ano IX – Número 18 –
Janeiro de 2012.
MONTEIRO, S.G; Parasitologia na Medicina Veterinária. Cap. 17; Rickéttsias; 1ª ed.,
Roca, p. 173 – 175, 2014.
MURPHY, G. L.; EWING, S. A.; WHITWORTH, L. C.; FOX, J. C.; KOCAN, A. A. A
molecular and serological survey of Ehrlichia canis, E. chaffeensis, and E. ewingii in dogs
and ticks from Oklahoma. Veterinary Parasitology, v. 79, p. 325-339, 1998.
VIEIRA, R.F.C.; BIONDO, A.W.; GUIMARÃES, A.M.S.; SANTOS, A.P.; SANTOS, R.P.;
DUTRA, L.H.; DINIZ, P.P.V.P.; MORAIS, H.A.; MESSICK, J.B.; LABRUNA, M.B.;
VIDOTTO, O., Ehrlichiosis in Brazil. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária 20,
1–12, 2011.
Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP
(processo: 2014/26461-7)
17
ÍNDICE BISPECTRAL E EFEITOS HEMODINÂMICOS EM BEZERROS
SUBMETIDOS À NEUROLEPTOANALGESIA COM ACEPROMAZINA
ASSOCIADA À MEPERIDINA OU METADONA
BISPECTRAL INDEX AND HEMODYNAMIC EFFECTS IN CALVES SUBMITTED
TO NEUROLEPTANALGESIA WITH ACEPROMAZINE ASSOCIATED TO
MEPERIDINE OR METHADONE
Carlos Eduardo de Siqueira
Joana Zafalon Ferreira
Thomas Alexander Trein
Juliana Tessália Wagatsuma
Guilherme Lopes da Silva
Bruna de Moraes Martins Games
Cynthia Yumi Oshiro Okamura
Paulo Sergio Patto dos Santos
RESUMO
A contenção física de animais de grande porte nem sempre é suficiente para a execução de
alguns procedimentos, sendo necessário muitas vezes o emprego de técnicas anestésicas para
possibilitar a imobilização do paciente e proporcionar maior segurança ao médico veterinário.
As técnicas anestésicas empregadas em bovinos são na maioria das vezes as locais, associadas
ou não a sedação como a neuroleptoanalgesia, técnica onde ocorre o sinergismo dos fármacos
promovendo sedação com analgesia. Assim, com o estudo objetivou-se avaliar os efeitos
hemodinâmicos e índice bispectral da neuroleptoanalgesia promovida com acepromazina
associada à meperidina ou metadona. Foram utilizados sete animais, machos, de seis a doze
meses de idade, holandeses, pesando em média 155 kg. Após o preparo e instrumentação, os
animais permaneceram contidos em repouso por 10 minutos, reduzindo o efeito do estresse
decorrente da manipulação dos mesmos sobre os valores basais das variáveis estudadas (MB).
Na sequência, foi aplicado acepromazina (0,05 mg/kg), administrado pela via intravenosa, e
após 10 minutos foi administrado metadona (0,1 mg/kg) (GMet) ou meperidina (2 mg/kg)
(GMep), ambos administrados via intramuscular. As mensurações das variáveis: frequência
cardíaca (FC), pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD), pressão
arterial média (PAM), débito cardíaco (DC), índice sistólico (IS), índice cardíaco (IC),
resistência vascular sistêmica (RVS), pressão sistólica da artéria pulmonar (PAPS), pressão
diastólica da artéria pulmonar (PAPD), pressão média da artéria pulmonar (PAPM), frequência
respiratória (f), temperatura central (TC) e variáveis do índice bispectral: índice bispectral
(BIS), índice de qualidade de sinal (IQS), eletromiografia (EMG), tiveram início 10 minutos
18
antes da aplicação da acepromazina (MB), 10 minutos após administração da acepromazina
(MAcp) e em intervalos de 20 minutos após aplicação da metadona ou meperidina, (M20, M40,
M60, M80, M100 e M120, respectivamente). Os dados foram submetidos ao teste de Tukey no
nível de significância de 5% e testados quanto à normalidade pelo teste Shapiro-Wilk. A FC
foi significativamente menor no MB em relação aos momentos MACP até o M100 no GMEP. As
variáveis PAS, PAD, PAM e RVS tiveram valores maiores no MB em relação aos demais
momentos em ambos os grupos. A TC foi maior no MB e relação aos demais momentos no
GMEP. O índice bispectral e as demais variáveis hemodinâmicas não sofreram alterações
significativas. O uso de neuroleptoanalgesia com acepromazina associada à meperidina ou
metadona não causou alterações clinicamente importantes nos parâmetros avaliados e,
portanto, nessas doses, podem ser utilizados em bezerros hígidos.
Palavras-chave: bovinos, sedação, hemodinâmica, índice bispectral.
Referências
MASSONE, F. Anestesiologia Veterinária – Farmacologia e Técnica, 6 ed. Brasil: Guanabara
Koogan, 2011.
19
O EFEITO DO ÓXIDO NÍTRICO PRODUZIDO PORMACRÓFAGOSNA
APOPTOSE CELULAR NA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA.
THE EFFECT OF NITRIC OXIDE PRODUCED BY MACROPHAGES IN CELL
APOPTOSIS IN CANINE VISCERAL LEISHMANIASIS
Cleber Costa de Martini
Jessica Thomé de Andrade
Stéfani Karin Martiniano de Almeida
Flávia de Rezende Eugênio
Paulo Sérgio Patto dos Santos
Valéria Marçal Felix de Lima
RESUMO
A Leishmaniose Visceral é uma doença de caráter crônico e frequentemente fatal se não
tratada. O cão exerce importância epidemiológica em áreas endêmicas por ser o reservatório
doméstico da Leishmania spp., e transmissor do parasito para humanos pelo
vetor
flebotomíneo (Lutzomyia longipalpis). A progressão da infecção canina é acompanhada por
falha na imunidade celular com apoptose de linfócitos T que suprimem a função microbicida
dos macrófagos. O óxido nítrico pode estar envolvido na imunopatologia da doença, pois em
diferentes parasitoses sua produção excessiva está associada com ausência de resposta
linfocitária, e apoptose em diferentes tipos celulares. Para avaliar se a concentração de óxido
nítrico produzido por macrófagos tem relação coma apoptose relacionada à supressão celular
no baço e no sangue periférico, esses parâmetros foram avaliados em cães naturalmente
infectados e controles. Foram coletadas amostras de baço e sangue periférico de 20 cães
naturalmente infectados com Leishmania spp., apresentando no mínimo três sinais clínicos da
leishmaniose visceral e com diagnóstico confirmado por método sorológico e molecular, e de
10 cães saudáveis sorologicamente negativos utilizados como controle. A apoptose foi
determinada utilizando o Kit GuavaNexin® Assay (Guava, Hayward, CA) de acordo com as
instruções do fabricante. O óxido nítrico foi quantificado com4,5-diacetato de diamino
fluoresceína (DAF-2DA, Sigma) (2µM), ea marcação de células CD14+ foi realizada com
anticorpo monoclonal anti CD14 humano conjugado a PE (AbDSerotec).Os dados foram
adquiridos utilizando citômetro de fluxo (BD Accuri C5, Becton Dickinson, CA)e a análise
foi realizada utilizando o CellQuest software Pro (BD Biosciences, CA). Os resultados entre
os grupos controle e infectado foram analisados utilizando o teste de Mann-Whitney e a
associação entre a produção de NO e os níveis de apoptose foi realizada pela correlação de
Spearman, os resultados foram considerados significantes apresentando (p<0,05).A
20
porcentagem de células CD14,células CD14/NO positivas e apoptose celular total do sangue e
baço no grupo infectado foi maior em relação ao controle (p<0.05).Foi observada correlação
positiva no sangue e no baço entre apoptose celular e a presença de células CD14+ produtoras
de NO. Os altos níveis de óxido nítrico observado no sangue periférico e baço de cães
infectados sugerem a sua participação na supressão imunológica observada nos cães
naturalmente infectados.
Palavras chave: linfócitos T CD3, CD4, cães, imunidade celular.
21
ESTRESSE OXIDATIVO EM CÃES COM DOENÇA PERIODONTAL ANTES E
APÓS O TRATAMENTO PERIODONTAL
OXIDATIVE STRESS IN DOGS WITH PERIODONTAL DISEASE BEFORE
AND AFTER TREATMENT PERIODONTAL
Daniela Matono
Mirtes Rosa da Silva
Thomas Alexander Trein
Anelise Maria Bosco
Lillian Baptistiolli
Rafaela Beatriz Pintor Torrecilha
Fiamma Tizuka Fian
Luciano Tamares Angelo Cintra
Paulo César Ciarlini
RESUMO
A doença periodontal é a enfermidade mais comum da cavidade oral de cães, sendo uma
inflamação crônica infecciosa. É causada pelo acúmulo de placa bacteriana nas superfícies
dentárias, suas toxinas e pela resposta imune do hospedeiro à infecção. A placa bacteriana é
considerada o agente etiológico primário que promove reação inflamatória na gengiva, tendo
os neutrófilos o papel central nessa resposta inflamatória. Na periodontite humana o aumento
do metabolismo oxidativo dos neutrófilos na área da infecção gera espécies reativas de
oxigênio capazes de destruir os patógenos, porém podem danificar o tecido periodontal e
causar estresse oxidativo. Não há estudos similares em cães relacionando o grau de lesão
periodontal, o metabolismo oxidativo dos neutrófilos e o estresse oxidativo. Foi testada a
hipótese de que cães portadores de doença periodontal apresentam maior estresse oxidativo e
que este está associado ao aumento do metabolismo oxidativo dos neutrófilos e ao grau da
doença. Também foi investigado o efeito do tratamento da doença periodontal sobre o estresse
oxidativo. Foi utilizado um odontograma para classificar a doença periodontal e quantificar o
grau de lesão periodontal (gengivite, periodontites leve e avançada) em 22 cães adultos de
diferentes raças e sexos, antes e 30 dias após o tratamento. Na avaliação do metabolismo
oxidativo dos neutrófilos circulantes foi mensurado a produção de superóxido pelo teste
citoquímico de redução do tetrazólio nitroazul (NBT). O estresse oxidativo foi quantificado a
concentração total de oxidante plasmático (TOC), capacidade antioxidante total do sangue
total (TAC), índice de estresse oxidativo (TOC/TAC). Os neutrófilos redutores de NBT
apresentaram uma redução na periodontite leve (p<0,05). As periodontites leves e avançadas
foram acompanhadas com aumento significativo (p<0,05) de TAC, e observou-se uma
22
redução não significativa (p>0,05) de TOC em 30 dias após o tratamento. Esta é uma das
primeiras evidências de que o estresse oxidativo sistêmico ocorre independente do grau da
lesão periodontal em cães e que os neutrófilos podem contribuir para o desequilíbrio entre
antioxidante e oxidante nesta doença. Além de que o tratamento periodontal contribuiu
positivivamente para o controle do estresse oxidativo na doença periodontal canina.
Palavras-chave: antioxidante, oxidante, periodontite, terapia periodontal.
Agradecimentos: Coordenação de aperfeiçoamento de nível superior – CAPES pela bolsa
auxílio de mestrado e Laine Margareth Gabas pelo auxílio na pesquisa.
23
MINIMIZANDO A MORTALIDADE DE FRANGOS DE CORTE COM A
FORMULAÇÃO NÃO LINEAR
MINIMIZING THE BROILER MORTALITY WITH NONLINEAR FORMULATION
Danilo Gualberto de Sandre
Lidiane Fancelli Livero
Mayara Maia Rodrigues
Guilherme de Paula Nogueira
Manoel Garcia Neto
RESUMO
Um dos principais limitantes à produção de frangos de corte é a alta mortalidade devido ao
calor, principalmente na fase de terminação. O equilíbrio eletrolítico (EE) é uma técnica
utilizada para minimizar os efeitos de um ambiente térmico adverso para as aves e se resume
na adição equilibrada dos principais íons (sódio, potássio e cloro) na dieta. Sabe-se que esses
são os responsáveis por manter o equilíbrio ácido-básico, balanço osmótico e transporte por
meio das membranas celulares (JUDICE et al., 2002). Este estudo teve como objeto avaliar a
técnica do equilíbrio eletrolítico na dieta quanto ao consumo de ração (kg), peso vivo (kg),
conversão alimentar, umidade de fezes (%), análise econômica e mortalidade em frangos de
corte em condições de estresse térmico crônico no período de terminação. Para o cálculo do
equilíbrio eletrolítico foi necessário o uso da planilha PPFR formulação não linear(GARCIA
NETO, 2005). O balanço eletrolítico (BE = K+Na-Cl) foi ajustado em 300 mEq/kg e a relação
eletrolítica (RE = [(K+Cl)/Na]) em 3:1. Utilizou-se 640 pintos machos de um dia de idade,
metade do lote recebeu dietas com EE e a outra metade recebeu dieta tradicional. Do 35º ao
39º dia de vida, todas as aves receberam estresse térmico crônico (6 horas a 32°C). Os
resultados indicaram que dietas com EE resultaram no aumento de preço da ração devido a
adição dos íons na dieta, e eleva a umidade das fezes, principalmente pelo excesso de potássio
na dieta, porém observou-se menor mortalidade. A mortalidade no período final de criação
gera perdas econômicas, tanto pelo consumo de ração até o período como a perda de massa
(kg) a ser vendida ao frigorífico. Assim, conclui-se que novas pesquisas devem ser feitas para
avaliar se o encarecer da ração é compensado pelo menor índice de mortalidade quando se usa
a técnica do EE na dieta para minimizar os efeitos negativos do estresse térmico em frangos
de corte.
24
Palavras-chave: análise econômica, balanço eletrolítico, formulação não linear, relação
eletrolítica.
Referências
JUDICE, J. P. M.; BERTECHINI, A. G.; MUNIZ, J. A. et al. Balanço cátio-aniônico das
rações e manejo alimentar para poedeiras de segundo ciclo. Lavras. Ciência Agrotécnica, v.
26, n. 3, p. 598-609, 2002.
GARCIA NETO, M. Programa Prático para Formulação de Rações / Frangos de Corte PPFR /
Tabelas brasileiras 2005. Disponível em: http://www.foa.unesp.br. Acesso em: 05 de
dezembro de 2014.
25
ENCEFALITE DO PUG - RELATO DE CASO
PUG DOG ENCEPHALITIS - CASE REPORT
Fabiana Álvares
Tawane Agda Lopes de Melo
Jaqueline dos Santos Azevedo
Pamela Suelen Forini Sacco
Maria Cecilia Rui Luvizotto
Wagner Luis Ferreira
RESUMO
A encefalite do Pug é uma doença inflamatória idiopática rara, de caráter racial que ocorre em
cães adultos. É caracterizada por extensa necrose e inflamação não supurativa da substância
cinzenta cerebral e da substância branca subcortical. Trata-se, invariavelmente, de uma
enfermidade fatal, causando uma encealite inexoravelmente progressiva. Os sinais clínicos
incluem: letargia, ataxia, andar em círculos, déficits propioceptivos e convulsões. O
diagnóstico é, geralmente, necroscópico, ainda que alterações no líquido cefalorraquidiano
(quadro inflamatório misto) possam ser sugestivos da doença. Até o presente momento,
existem somente três casos da doença relatados no Brasil. Desta forma, o presente relato tem
como objetivo descrever um caso de encefalite do Pug como forma de alertar os médicos
veterinários para a existencia da doença nesta raça cada vez mais popular. Um canino, fêmea,
Pug, 1 ano e 5 meses, imunizado, foi atendido no Hospital Veterinário da FMVA - UNESP
apresentando convulsão. O quadro teve inicio naquela manhã, quando o animal apresentou 2
episódios convulsivos semelhantes caracterizados por perda de consciência, tremores,
sialorréia, defecação e espasticidade dos membros. Na ocasião do atendimento, o animal
apresentava uma crise convulsiva generalizada tônico-clonica e vocalização. Foi administrado
diazepan intrarretal e fenobarbital intramuscular. A proprietária relatou possuir um canil
comercial, mas não observou alterações semelhantes nos outros animais. O animal foi
internado e voltou a apresentar episódios convulsivos recorrentes que eram controlados com a
administração intravenosa de diazepan. Não foram observadas alterações dignas de nota no
hemograma e bioquímica sérica. A administração de fenobarbital foi repetida e o paciente se
mostrou refratário à terapia, portanto, foi estabelecida a infusão contínua de tiopental durante
2 horas. Após a infusão, o comportamento do paciente se tornou mais agitado, apresentando
parada respiratória e perda da consciência. Foi colocado em ventilação mecânica controlada.
A proprietária optou pela eutanásia que foi realizada no mesmo dia. No exame necroscópico,
a macroscopia revelou edema associado à congestão vascular nos lobos temporal, piriforme e
26
occiptal. A cortical apresentava-se de coloração amarelada e de consistência amolecida
sugerindo malácia. Na microscopia foi observado infiltrado linfoplasmocitário acentuado
focalmente extenso na meninge, ao redor de vasos da meninge e adentrando o parênquima
cortical, sendo evidente a formação de manguitos perivasculares. Nos neurônios corticais
observou-se cromatólise, satelitólise e neuroniofagia discreta a moderada. Os achados
necroscópicos foram semelhantes aos descritos na literatura, que, associados aos exames
laboratoriais, sinais clínicos, exame físico e resenha permitem concluir tratar-se o presente
caso de encefalite do Pug.
Palavras-chave: sistema nervoso central, convulsão, malácea.
Referências
CAMPELO, A. O.; LOBO, C. Relato de encefalite do cão Pug no Rio Grande do Sul:
aspectos clínicos. Anais do 35° Congresso Brasileiro de Veterinária, Gramado, Universidade
Federal de Pelotas, 2008.
CORDY, D. R.; HOLLIDAY, T. A. A necrotizing meningoencephalitis of Pug dogs.
Veterinary Pathology, v. 26, p. 191-194, 1989.
DINIZ, S. A.; ANDRADE-NETO, J. P.; HOSOMI, F. Y. M.; VIOLIN, K. B.; RAMOS, A.
T.; MACHADO, G. F. et al. Encefalite do cão Pug: primeiro diagnóstico no Brasil. Clínica
Veterinária, v. 11, p. 76-78, 2006.
FENNER, W. R. Doenças do cérebro. In: ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C. Tratado de
medicina interna veterinária: doenças do cão e do gato. 5o ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, p. 634, 2004.
GREER, K. A.; SCHATZBERG, S. J.; PORTER, B. F.; JONES K. A.; FAMULA T. R.;
MURPHY, K. E. Heritability and transmission analysis of necrotizing meningoencephalitis in
the Pug. Research in Veterinary Science, v. 86, p. 438-442, 2009.
ROMÃO, F. G.; ANTUNES, M. I. P. P.; HECKLER, M. C. T.; CAGNINI, D. Q. et al.
Encefalite do cão Pug: relato de caso. Veterinária e Zootecnia, v. 17, n. 1, p. 37-42, 2010.
TAYLOR, S. M.; Meningoencefalite do Pug. In: NELSON, R. W.; COUTO, G. C. Medicina
interna de pequenos animais. 3ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, p. 978-979, 2006.
27
PLASMOCITOMA ORAL COM METÁSTASE EM MEMBRO TORÁCICO DE CÃO
- RELATO DE CASO
ORAL PLASMOCYTOMA METASTASIS IN THE THORACIC LIMB OF A DOG CASE REPORT
Fabiana Álvares
Tawane Agda Lopes de Melo
Fernando Vissani Fernandes
Jaqueline dos Santos Azevedo
Pamela Suelen Forini Sacco
Fernando Peretti Guimarães
Carla Rodriguez Paes
Daniela Bernadete Rozza
Wagner Luis Ferreira
RESUMO
O plasmocitoma é uma neoplasia de plasmócitos, responsáveis por diferentes apresentações
neoplásicas. Os plasmocitomas extra-medulares tem ocorrência frequente em tecidos moles e
se apresentam na forma de nódulos isolados em regiões cutâneas ou mucocutâneas, exibindo
alto potencial metastático quando localizados na cavidade oral. O presente relato tem como
objetivo descrever a ocorrência de metástase no membro torácico direito de um animal que
apresentou recidiva de plasmocitoma oral, chamando atenção para esta manifestação
metastática incomum e sua condução diagnóstica. Um canino, macho, Fox Paulistinha, nove
anos, foi atendido no Hospital Veterinário da FMVA - UNESP com queixa de aumento de
volume e lesões exsudativas no membro torácico direito com progressão de 15 dias. Não
foram relatadas alterações sistêmicas como emagrecimento ou perda de apetite. O animal
havia sido atendido há cerca de um ano para a realização de nodulectomia de uma
neoformação sublingual, diagnosticado no exame histopatológico como plasmocitoma. O
hemograma e a bioquímica sérica não apresentaram alterações. Ao exame físico notou-se
linfoadenomegalia de linfonodo pré-escapular direito e neoformação sublingual (provável
recidiva de plasmocitoma extra-medular). O membro torácico estava edemaciado, hiperêmico,
com lesões supurativas e aumento de temperatura da articulação escapulo - umeral até as
falanges distais. Foi realizada a punção biópsia aspirativa do linfonodo regional e enviada
para exame citopatológico, onde foi observada hiperplasia de corpúsculo linfoglandular,
acentuada quantidade de plasmócitos em meio a células linfóides, estes por vezes
binucleados, sugestivo de metástase de neoplasia plasmocitária. Frente ao resultado, optou-se
pela punção da neoplasia sublingual e biópsia cutânea. No exame citológico da neoplasia
28
foram observadas células redondas neoplásicas associadas á acentuada quantidade de
hemácias e neutrófilos, sugerindo recidiva de plasmocitoma extra-medular. O exame
histopatológico revelou na derme superficial e profunda células redondas neoplásicas de
citoplasma basofílico, núcleo hipercromático, por vezes binucleadas e múltiplos nucléolos,
estas arranjadas em grupos e ao redor de vasos associadas a edema intersticial, compatível
com metástase de plasmocitoma. Devido ao comprometimento neoplásico avançado do
membro torácico a amputação deste foi recomendada, além da nodulectomia da neoplasia oral
e posterior quimioterapia. No dia da cirurgia, foi realizada a biópsia do membro contralateral
que estava edemaciado há dois dias. A nodulectomia não foi realizada devido ao
comprometimento extenso do tecido sublingual que impossibilitaria a retirada de margem
cirúrgica. O animal se recuperou bem do procedimento e iniciará quimioterapia com
prednisona, melfalano e ciclofosfamida nos próximos dias com o intuito de reduzir a
neoplasia sublingual e prevenir novas metástases.
Palavras-chave: plasmocitoma extra-medular, neoplasia cutânea, edema.
Referências
BAER, K. E.; PATNAIK, A. K.; GILBERTSON, S. R.; HURVITZ, A. I. Cutaneous
plasmacytomas in dogs: a morphologic and immunohistochemical study. Veterinary
Pathology, v. 26, p. 216-221, 1989.
CANGUL, I. T.; WIJNEN, M.; VAN GARDEREN, E.; VAN DEN INGH, T. S. G. A. M.
Clinico-pathological aspects of canine cutaneous and mucocutaneous plasmacytomas,
Journal of Veterinary Internal Medicine, v. 49, p. 307-312, 2002.
GOOKIN, J. L.; SELLON, R. K.; MCDORMAN, K. S.; GEOLY, F. J. Systemic
plasmocytosis and polyclonal gammopathy in a dog. Journal of Veterinary Internal
Medicine, v. 12, n. 471-474, 1998.
GROSS, T. L.; IHRKE, P. J.; WALDER, E. J.; AFFOLTER, V. K. Tumores linfocíticos. In:
GROSS, T. L.; IHRKE, P. J.; WALDER, E. J.; AFFOLTER, V. K. Doenças de pele do cão e
do gato: diagnóstico clínico e histopatológico, 2ª ed. Roca, p. 850-856, 2009.
GUPTA, A.; FRY, J. L.; MEINDEL, M.; GUMBER, S. Cutaneous extramedullary solitary
digital plasmocytoma in a dog. Vet Med today: Pathology in Practice, v. 244, n. 2, p. 163165, 2014.
ROWLAND, P. H.; VALENTINE, B. A.; STEBBINS, K. E.; SMITH, C. A. Cutaneous
Plasmacytomas with amyloid in six dogs. Veterinary Pathology, v. 28, p. 125-130, 1991.
29
AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA DA ARCADA DENTÁRIA DE GATOS
RADIOGRAPHIC EVALUATION OF THE DENTAL ARCH OF CATS
Fernanda Beatriz Pereira Cavalcanti
Adelina Maria da Silva
RESUMO
Informações essenciais para o diagnóstico e tratamento de doenças estomatognáticas em gatos
podem ser obtidos com radiografias odontológicas. A utilização de técnicas específicas de
posicionamento em radiografias intraorais permite eliminar a sobreposição e distorção da
imagem e alcançar melhor contraste e detalhe. As duas técnicas mais utilizadas em animais
são a do paralelismo e da bissetriz (DeFORGE e COLMERY III, 2000; BELLOWS, 2004;
NIEMIEC, 2015). O objetivo da presente pesquisa foi avaliar a anatomia radiográfica normal
da arcada dentária de gatos bem como a ocorrência de casos de anomalias de
desenvolvimento ou possíveis afecções como periodontite, lesão reabsortiva odontoclástica
dos felinos, gengivoestomatite crônica felina e fratura dentária. Este estudo foi aprovado pela
Comissão de Ética no Uso de Animais da UNESP campus de Araçatuba. Foram utilizados 17
gatos, atendidos por projeto de extensão universitária que oferece esterilização cirúrgica
gratuita, mediante autorização prévia de seus proprietários. Este grupo de animais era
constituído de 7 gatos impúberes (com até 6 meses de idade), 4 adultos jovens (com idade
variando de 7 a 18 meses) e 6 gatos adultos com mais de um ano e meio de idade. Os animais
foram anestesiados com xilazina (2mg/kg/sc), atropina (0,05mg/kg) e quetamina
(20mg/kg/sc) e logo após o término do procedimento cirúrgico (orquiectomia em machos e
ovario-salpingo-histerectomia em fêmeas), foram feitos exames radiográficos da arcada
dentária dos gatos com radiografias intraorais com filme periapical. As radiografias foram
feitas com um aparelho de rx odontológico e reveladas manualmente em câmara para
revelação. Os gatos impúberes
apresentavam o segundo pré-molar maxilar permanente
erupcionado e os incisivos maxilares e mandibulares permanentes; cinco deles apresentavam
caninos maxilares decíduos, mas nas radiografias de 4 animais, os botões dentários eram
visíveis. Já no quinto, observou-se a presença concomitante dos caninos maxilares decíduos e
permanentes. Estes achados correspondem aos descritos na literatura (DeFORGE e
COLMERY III, 2000). Os gatos jovens apresentavam todos os dentes permanentes
erupcionados, sendo que um dos gatos deste grupo apresentou como variação anatômica a
ausência dos segundos pré-molares maxilares. Nos 6 gatos adultos os dentes permanentes
30
possuíam cavidade pulpar mais estreita e curta, devido à contínua deposição de dentina pelos
odontoblastos ao longo dos anos, conforme descrito por DeFORGE e COLMERY III (2000).
As informações obtididas nas radiografias intraorais são importantes para o clínico para
melhor avaliação das estruturas da cavidade oral felina, levando ao diagnóstico e tratamento
mais adequado de doenças estomatognáticas.
Palavras-chave: felinos, odontologia, radiografias dentárias.
Referências
BELLOWS, J. Small animal dental equipment, materials and techniques. Ames:
Blackwell, 2004. 417p.
DeFORGE, D. H.; COLMERY III, B. H. An atlas of veterinary dental radiology. Ames:
Iowa State University Press, 2000. 294p.
NIEMIEC, B. A. Feline dental radiography and radiology. Journal of Feline and Medicine
Surgery, v. 16, p. 887-899, 2015.
31
PERFIL BIOQUÍMICO PLASMÁTICO DE CÃES MACHOS E FÊMEAS NA
REGIÃO DE ARAÇATUBA, SÃO PAULO, BRASIL
PLASMATIC BIOCHEMICAL PROFILE OF MALE AND FEMALE DOGS IN THE
REGION OF ARAÇATUBA, SÃO PAULO, BRAZIL
Fernanda Beatriz Pereira Cavalcanti
Maria Cecilia Clarindo Pellissari
RESUMO
O perfil bioquímico plasmático sanguíneo de cães é um dos exames complementares
fundamentais e mais utilizados na medicina canina (PAYNE E PAYNE, 1987) pelo valor no
diagnóstico e prognóstico de doenças, principalmente as de caráter metabólico (SOUZA,
1986). A ampla informação do estado de saúde do animal relaciona à diversos analíticos
bioquímicos essenciais para do fluido extracelular plasmático (KERR, 2003). Visando à
eficiência e eficácia dos diagnósticos e tratamento terapêutico de doenças na região da cidade
de Araçatuba, o presente estudo realizou a análise da influência sexual dos valores de
referência do perfil bioquímico plasmático canino e a comparação com os valores de
referência da literatura com os dos cães do estudo (de ambos os sexos).Foram utilizados 28
cães na região de Araçatuba, 12 fêmeas e 16 machos, com faixa etária variando de um ano a
onze anos de idade, de diferentes raças. Todas as análises bioquímicas foram realizadas em
analisador bioquímico automatizado1, previamente calibrado com calibrador comercial2 e
controles níveis I3 e II4. Utilizando um conjunto de reativos comerciais, cada variável foi
mensurada através de métodos específicos, com reações processadas a 37°C conforme
orientação dos fabricantes. Analisou-se os parâmetros albumina, ALT, AST, ALP, colesterol,
creatinina, CK, Fósforo, GGT, Ureia, PT e Ca. Foi feito o teste T de Student para comparação
de duas médias, com o intuito de estabelecer uma relação entre os metabólitos de machos e
fêmeas, com nível de significância 5% e foram apurados os mesmos analíticos bioquímicos de
cinco trabalhos analisados. Observou-se algumas diferenças entre médias e desvio padrão dos
metabólitos nas amostras de sangue de cães deste estudo e de outras regiões do Brasil, e não
houve diferença estatística significante no perfil plasmático de machos e fêmeas. Tal estudo
comprovou que mesmo não havendo influencia sexual, os valores de referência do perfil
bioquímico possuem influência regional, servindo de precursor a estudos relacionados à
determinação de valores de referência, com um número e controle amostral desejado
satisfatório, para os cães na região de Araçatuba.
32
Palavras-chave: perfil bioquímico, cães, sexo, analítico, parâmetros.
Referências
PAYNE, J.M., PAYNE, S. 1987.The Metabolic Profile Test.New York: Oxford University
Press, 179p.
SOUZA, J. C. R. P. de. Patologia clínica veterinária. Rio de janeiro: Guanabara, 1986. 1ª ed.
81p.
KERR, Morag G. Exames laboratoriais em medicina Veterinária: bioquímica clínica e
hematologia. São Paulo: Roca, 2000, 2ª ed, 83 p.
1
BS-200 ChemistryAnalyzer. MindrayBio-MedicalEletronicsCo, Germany.
2
Calibrator serum, Cód.18011, BioSystems, Barcelona, Spain.
3
Assayed controlserumlevel I, Cód. 18005, BioSystems, Barcelona, Spain.
4
Assayed controlserumlevel II, Cód. 18007, BioSystems, Barcelona, Spain.
33
METÁSTASE ORBITÁRIA DE CARCINOMA MAMÁRIO EM CADELA - RELATO
DE CASO
ORBITAL METASTASIS OF BREAST CARCINOMA IN DOG - CASE REPORT
Fernando Peretti Guimarães
Pâmela Bongiovanni Catandi
Alessandra Muniz dos Santos
LaiseMichi Yamashiro
Carla Rodrigues Paes
Aline Cardoso Pereira
Giovanna Giuffrida Rodrigues
TawaneAgda Lopes de Melo
Beatriz Piva Vicentini
Alexandre Lima de Andrade
RESUMO
Os tumores mamários representam cerca de 50% das neoplasias de cães e gatos, e 80% dos
tumores em cães. Destes, 50% são neoplasias malignas. (NELSON & COUTO, 2006).
Carcinomas mamários frequentemente causam metástase para outros órgãos, sendo os
linfonodos regionais e os pulmões, os mais frequentemente afetados (QUEIROGA & LOPES,
2002; FIDLER & BRODEY, 1967). O objeto do presente relato é descrever um caso de
metástase ocular/orbitária em uma cadela portadora de neoplasia mamária. Foi atendido no
Hospital Veterinário “Luiz Quintiliano de Oliveira”, um cão, fêmea, sem raça definida, de 8
anos de idade, apresentando neoformação na mama inguinal direita, com aproximadamente 4
cm de diâmetro, firme e não ulcerado. O nódulo existia há 2 anos, com aumento significativo
nos últimos 4 meses. A citologia aspirativa por agulha fina da neoformação mamária firmou o
diagnóstico presuntivo de carcinoma em tumor misto. Não havia evidência de metástase à
distância pela avaliação radiográfica pulmonar e ultrassonográfica abdominal. Após exame
clínico e laboratorial, a paciente foi submetida à mastectomia radical bilateral. O diagnóstico
anatomopatológico foi de carcinoma complexo. Após 9 meses, o animal retornou ao
atendimento hospitalar, apresentando um nódulo perivulvar diagnosticado como recidiva do
carcinoma mamário pela citologia e histopatologia. O referido nódulo foi excisado,
considerando–se os princípios técnicos de cirurgia oncológica. No segundo dia pós-cirúrgico,
foi evidenciado um aumento de volume dorsal ao osso zigomático e ao exame
ultrassonográfico foi visualizado imagem compatível com neoformação orbital. No exame
oftálmico foi constatado déficit visual ao teste de ameaça, com aumento da pressão ocular e
exoftalmia. Novo exame citológico revelou tratar-se de carcinoma, que acreditava-se ser
34
metástase do carcinoma mamário. O paciente segue em tratamento, e será instituída
quimioterapia metronômica com ciclofosfamida (15 mg/kg SID), associada ao piroxicam (0,3
mg/kg SID) por, no mínimo, 28 dias. Metástases orbitárias representam aproximadamente 1 a
13% de todos os tumores orbitários, sendo as neoplasias mamárias responsáveis por 28,5 a
58,8% delas. Geralmente acometem a musculatura extrínseca e gordura orbitária,
comprometendo a mobilidade ocular ou, ainda, causando proptose, edema palpebral,
neoformação visível e dor (VLACHOSTERGIOS, 2009). A importância do presente relato se
deve à pouca frequência de metástase orbitária de carcinoma mamário, sem acometimento dos
órgãos de eleição na infiltração tumoral da neoplasia aqui descrita. Ressalta-se a necessidade
de tratamento imediato e multimodal (quimioterapia, terapia hormonal e/ou radioterapia),
destinado a promover o controle da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Palavras-chave: carcinoma mamário, metástase orbitária, cadela.
Referências
FIDLER, J. J; BRODEY, R. S. A necropsy study of canine malignant mammary neoplasms.
J. Am. Vet. Assoc, v. 151, p. 710-15, 1967.
NELSON, R. W.; COUTO, C. G. Medicina Interna de Pequenos Animais, 3ª ed. Rio de
Janeiro, Elsevier, 1324 p., 2006.
QUEIROGA, F.; LOPES, C. Tumores mamários caninos, pesquisa de novos factores de
prognóstico. Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias, v. 97, p. 119 – 27, 2002.
VLACHOSTERGIOS, P. J.; VOUTSADAKIS, I. A.; PAPANDREOU, C. N. Orbital
metastasisofbreast carcinoma. Breastcancer: basicandclinicalresearch, v. 3, p. 91, 2009.
35
PROSTAGLANDINA E2 REGULA A PRODUÇÃO DE IL-10 NA LEISHMANIOSE
VISCERAL CANINA
PROSTAGLANDIN E2 REGULATES PRODUCTION OF IL-10 IN CANINE
VISCERAL LEISHMANIASIS
Gabriela Lovizutto Venturin
Breno Fernando Martins de Almeida
KathlennLiezbeth Oliveira Silva
Vanessa MarimChiku
Valéria Marçal Félix de Lima
RESUMO
A leishmaniose visceral canina é uma doença sistêmica causada por protozoários do gênero
Leishmania, da ordem Kinetoplastida e família Trypanosomatidae, transmitida de um cão
infectado para outro por meio da picada de flebotomíneos. Estudos têm demonstrado que cães
sintomáticos apresentam falha na resposta celular com predomínio de resposta humoral. A
prostaglandina-E2 (PGE-2) tem potentes propriedades imunossupressoras, incluindo a
inibição da ativação dos macrófagos, quimiotaxia de leucócitos, e modulação de quimiocinas,
resultando assim na regulação negativa de inflamação e funcionamento do sistema
imunológico. O objetivo do presente estudo foi avaliar se a PGE-2 modula a produção de IL10 nos linfonodos de cães naturalmente infectados. Foram selecionados seis cães de ambos os
sexos de dois a cinco anos de idade, de diferentes raças e pesos com diagnóstico de
leishmaniose visceral confirmado por meio de sorologia e apresentando pelo menos três sinais
clínicos da doença. Após a eutanásia, células de linfonodo poplíteo foram obtidas após
maceração (106/poço) e cultivadas(106/poço) em meio RPMI - 1640 por seis dias a 37°C e 5%
de CO2,na ausência de estimulo (controle), ou na presençados mitógenos Concavalina A
(5μg/ml) e Fitohemaglutinina (5μl/ml), antígeno solúvel de Leishmania chagasi (20μg/ml) em
associação ou não com o inibidor de PGE-2 Indometacina(5μg/ml), após esse período o
sobrenadante foi retirado para avaliação da concentração de IL-10.Para medir os níveis de IL10 foi utilizado o kit ELISA de captura seguindo as recomendações do fabricante (R&D
System, Minneapolis, USA).Os dados foram analisados utilizando o teste não paramétrico.
Foi observada uma diminuição na concentração de IL-10 na presença de indometacina
(5µg/ml) p<0.005. Os dados sugerem que a PGE-2 está regulando a produção da IL-10 no
linfonodo de cães naturalmente infectados.
Palavras-chave: prostaglandina-E2, Leishmania spp.
36
Agradecimentos: CAPES.
37
ESTRESSE OXIDATIVO NA OBESIDADE CANINA
OXIDATIVE STRESSINOBESITYDOG
Gabriela Quideroli Issa
AneliseMaria Bosco
Rafaela Beatriz Pintor Torrecilha
Daniela Matono
Luciana de Morais
Paulo César Ciarlini
RESUMO
A obesidade é uma doença nutricional cada vez mais comum em animais de companhia, cuja
prevalência já atinge proporções epidêmicas. Este distúrbio tem sido associado com o estresse
oxidativo e diversas outras enfermidades, afetando a qualidade de vida e reduzindo a média de
vida dos animais. Em humanos já se sabe que a obesidade está fortemente associada ao
aumento do estresse oxidativo. Neste sentido o objetivo desse trabalho foi investigar se o
estresse oxidativo ocorre na obesidade canina. Para tal, foram utilizados grupo controle
(n=20) constituído de cães saudáveis, com escore corporal entre 4-5 e um grupo obeso (n=25)
com escore corporal de 8-9 (escore corporal 1-9). Foram mensurados os marcadores de
estresse oxidativo: índice de estresse oxidativo (IEO), capacidade oxidante total (TOC),
capacidade antioxidante total (TAC), peroxidação lipídica-TBARS, ácido úrico, albumina e
gamaglutamiltranferase (GGT). Nos cães do grupo obeso ocorreu aumento significativo do
IEO (9,93±7,17 vs 27,08±17,08 / p=0.003). O aumento do IEO em cães obesos foi resultante
do aumento do TOC plasmático (51,10±25,61 vs 128,53±101,03 / p=0.006). Os antioxidantes
endógenos albumina (31,61±3,16 vs 30,67±4,78 / p= 0,4634) e GGT (4,76±1,31 vs 4,09±2,05
/ p= 0,2317) não diferiram do grupo controle. O ácido úrico foi o único antioxidante
endógeno mensurado que aumentou significativamente nos cães com obesidade (0,30±0,90 vs
0,77±1,00 / p=0.0003), porém tal alteração não promoveu aumento significativo TAC
(0,48±0,17 vs 0,51±14,76 / p=0.63). A elevação de TOC coincidiu com o aumento
significativo da peroxidação lipídica plasmática (10,33±5,60 vs 14,21±5,38 / p=0.01).
Obesidade proporciona um desequilíbrio entre gordura, peso corporal, lipoproteínas e lipídios,
propiciando o organismo a lesões oxidativas. O estresse oxidativo já vem sendo considerado
como uma das características principais na obesidade em humanos. Nosso estudo fortalece a
hipótese da presença do quadro de estresse oxidativo na espécie canina. Portanto, é
fundamental entender os mecanismos do estresse oxidativo para orientar novas estratégias de
tratamentos para controle dos efeitos deletérios associados à obesidade.
38
Palavras-chave: escore corporal, antioxidante, oxidante, cães.
Referências
BELTOWSKI, J.; WOJCICKA, G.; GORNY, D.; MARCINIAK, A. The effect of dietaryinduced obesity on lipid peroxidation, antioxidant enzymes and total plasma antioxidant
capacity. Journal of Physiology and Pharmacology, v. 51, p. 883–896, 2000.
FURUKAWA, S.; FUJITA, T.; SHIMABUKURO, M.; IWAKI, M.; YAMADA, Y.;
NAKAJIMA, Y.; NAKAYAMA, O.; MAKISHIMA, M.; MATSUDA, M.; SHIMOMURA, I.
Increased oxidative stress in obesity and its impact on metabolic syndrome. Journal of
Clinical Investigation, v. 114, p. 1752–1761, 2004.
Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior (CAPES) e Laine
Margareth Gabas pelo auxílio na pesquisa.
39
DESCRIÇÃO DE UM CASO INCOMUM DE ENTRÓPIO EM GATO DOMÉSTICO
DESCRIPTION OF AN UNUSUAL CASE OF ENTROPION IN DOMESTIC CAT
Giovanna Giuffrida Rodrigues
Aline Cardoso Pereira
Fernando Peretti Guimarães
Alexandre Lima de Andrade
RESUMO
Alterações nos anexos oculares dos felinos são incomuns. Relata-se o ectrópio cicatricial
raramente e relacionado, em sua maioria, a lacerações traumáticas após brigas. O entrópio
primário é o defeito mais comum, e observado com maior frequência em raças
braquicefálicas. Pode ocorrer secundariamente a doenças que cursam com blefaroespasmo
crônico e, inicialmente, pode ser espástico. Eventualmente, cicatrizes perioculares podem
torná-lo permanente (GELATT, 2003). Foi atendido, no Hospital Veterinário “Luiz
Quintiliano de Oliveira”- Unesp Araçatuba, um felino, fêmea, aproximadamente cinco meses
de idade, sem raça definida, recentemente recolhido da rua, apresentando Phithisis bulbi do
olho direito, com anexos oculares preservados e funcionais, acumulando secreção mucóide
aderida ao tarso palpebral. Na avaliação do bulbo do olho esquerdo (teste lacrimal de
Schirmer, teste de fluoresceína, tonometria de aplanação, oftalmoscopia indireta,
biomicroscopia com auxílio da lâmpada de fenda) a única alteração observada foi a presença
de “vasos fantasmas” dispersos sobre a superfície corneal temporal superior e inferior. Quatro
dias após a primeira avaliação o animal apresentou conjuntivite e uveíte moderadas e suspeita
de doença infecciosa. Instituiu-se terapia com terramicina pomada oftálmica (a cada 8 horas)
e colírio à base de diclofenaco sódico (a cada 12 horas). Em oito dias o paciente desenvolveu
entrópio em canto lateral da pálpebra inferior esquerda, manifestação de sinais oftálmicos
como: blefaroespasmo, fotofobia e lacrimejamento excessivo e pôde ser observada a
progressão da lesão corneal (aparecimento de novos vasos e positividade ao teste de
tingimento da fluoresceína). A inversão palpebral não foi responsiva à instilação de colírio a
base de cloridrato de proximetacaína (Anestalcon®). Em sete dias o entrópio tornou-se mais
grave, e foi optado pela correção cirúrgica utilizando-se a técnica de Hotz-Celsus. O entrópio
em gatos é incomum e, quando secundário, costuma estar relacionado à quadros de
inflamações crônicas ou retrações cicatriciais. Diante do histórico de conjuntivite observada,
há a suspeita de que o entrópio tenha se originado secundariamente a esta afecção, pois não
40
foi manifestado na avaliação inicial. A causa da atrofia do bulbo do olho direito não pôde ser
esclarecida e, os remanescentes oculares foram removidos cirurgicamente, mantendo-se a
cavidade anoftálmica ocluída por tarsorrafia. Ressalta-se que o referido relato, descreve uma
anormalidade ocular pouco frequente e que, pode estar associada à uma doença comum em
felinos, como é o complexo respiratório. Salienta-se a importância em diagnosticá-la
precocemente, bem como, acompanhá-la, pois o entropio é causa potencial de úlceras corneais
profundas, que podem evoluir para perfuração e perda ocular.
Palavras chave: entrópio, conjuntivite, pálpebras.
Referências
GELLAT, K. N. Oftalmologia Felina. In: Manual de Oftalmologia Veterinária. 1ª ed. São
Paulo: Manole, 2003. P. 295-336.
41
PNEUMONIA NECRÓTICA SUPURATIVA POR Pseudomonas ssp. – RELATO DE
CASO
NECROTIC PENUMONIA SUPPURATIVE BY Pseudomonas ssp. – CASE REPORT
Gisele Moraes dos Santos
Ana Elisa Gregui Watanabe
Jaqueline dos Santos Azevedo
Wagner Luis Ferreira
Maria Cecília Rui Luvizotto
FernandoVissani Fernandes
Bruno Ribas Vieira
Beatriz Piva Vicentini
Luciana Del Rio Pinoti Ciarllini
Barbara Claudina Rodrigues da Silveira
Márcia Marinho
RESUMO
As pneumonias ocorrem pela inflamação do parênquima pulmonar decorrente de infecções
virais, bacterianas, fúngicas ou parasitarias, assim como por infiltrados neoplásicos ou
eosinofilico. O vírus da Influenza canina também são importantes patógenos causadores de
pneumonia. Dentre as bactérias mais encontradas estão Bordetella bronchiseptica,
Streptococcus spp, Escherichia coli, Klebsiella e Pseudomonas spp. O Cryptococcu ssp. e o
Aspergillus fumigatus são os principais agentes encontrados nas pneumonias fúngicas. Alguns
parasitas também podem apresentar parte do seu desenvolvimento no trato respiratório dentre
eles o Dirofilaria immitis, Capillaria aerophilae o Aelurostrongylus abstrusus. Dentre as
neoplasias as de origem secundária ocorrem com maior frequência. O presente relato tem
como objetivo descrever um caso de pneumonia bacteriana dando ênfase aos diagnósticos
diferenciais. Um canino macho, 2 anos, Rottweiler, foi atendido no Hospital Veterinário
“Luiz Quintiliano de Oliveira”, apresentando tosse, secreção nasal mucopurulenta, apatia e
emagrecimento. Era tratado há 10 meses com antibioticoterapia, porém sem remissão
completa do quadro clínico. Ao exame físico observaram-se mucosas pálidas, dispnéia,
hipertemia, linfonodos superficiais reativos, secreção ocular serosa bilateral e reflexo de tosse
positivo. No exame hematológico havia anemia normocítica normocrômica, leucocitose por
neutrofilia e eosinofilia moderadas associadas à trombocitopenia severa. A radiografia
torácica evidenciou aumento de radiopacidade pulmonar de padrão misto, alveolar, intersticial
e bronquial generalizada, melhor observado em antímero esquerdo com presença de áreas
heterogêneas, de aumento de radiopacidade mesclada com áreas de hepatização pulmonar em
42
lobo diafragmático esquerdo. Foi instituído antibioticoterapia com amoxicilina e clavulanato,
acetilcisteína e nebulização. Houve melhora clínica, porém o padrão radiográfico de
opacificação pulmonar tornou-se mais acentuado, instituindo assim terapia antifúngica.
Realizou-se o lavado broncoalveolar como método diagnóstico. A amostra foi submetida a
exame microbiológico, no qual houve crescimento de Pseudomonas spp. Devido à evolução
clínica crônica o animal veio a óbito. Na necropsia observou-se empiema pleural
fibrinossupurativo, pleurite fibrinosa crônica e necrose multifocal difusa associado à exsudato
amarelo-amarronzado de aspecto seco presente na árvore brônquica, permeado por áreas de
consolidação. No exame histopatológico observou-se exsudato necrosupurativo focalmente
extenso preenchendo brônquio, bronquíolos e parênquima pulmonar predominando
neutrófilos, eosinófilos e macrófagos mostrando atividade fagocítica (elementos bacterianos e
restos celulares), caracterizando uma broncopneumonia necrótico-supurativa crônica.
Conclui-se que a raça é predisposta a pneumonia eosinofílica e o diagnóstico diferencial deve
ser feito nos casos de pneumonias crônicas. Por fim, o lavado broncoalveolar é de importante
auxílio no diagnóstico.
Palavras-chave: eosinofílica, supurativa, necrótica.
Referências
NELSON, R. W.; COUTO, C. G. Medicina interna de pequenos animais. 4ª ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2010.
McGAVIN, M. D.;ZACHARY, J. F. Sistema Respiratório, Mediastino e Pleuras. In:
McGAVIN, M. D.;ZACHARY, J. F. Bases da Patologia em Veterinária, 4ª ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2009, p.461-541.
43
QUAIS OS VALORES DE REFERÊNCIA DE HEMOGRAMA DE CÃES ORIUNDOS
DA REGIÃO DE ARAÇATUBA?
WHAT ARE THE REFERENCE VALUES OF COMPLETE BLOOD COUNT OF
DOGS FROM ARAÇATUBA REGION?
Guilherme Henrique Poli de Oliveira
Laís Rigon
Larissa Sasaki Yamaguchi
Giovana Corbucci Danti Rezende
Felipe Yoshio Fukumori
Anelise Maria Bosco
Paulo César Ciarlini
RESUMO
O hemograma é um procedimento laboratorial amplamente utilizado na medicina veterinária e
proporciona uma visão rápida do sistema hematopoiético, além de oferecer uma visão geral
sobre o estado de saúde do paciente. Sabe-se que muitos estudos a respeito de parâmetros
hematológicos são realizados em países temperados como Europa e Estados Unidos.
Entretanto, a temperatura pode alterar parâmetros e dessa forma, existem diferenças entre os
valores desses exames em países temperados em relação aos países tropicais. O objetivo do
presente trabalho foi comparar os resultados obtidos do perfil hematológico dos cães de
Araçatuba com aqueles existentes na literatura. Para estabelecer o perfil hematológico dos
cães de Araçatuba, foram selecionados 28 cães clinicamente saudáveis de diferentes raças,
sendo 13 fêmeas e 15 machos, com idade variando de 1 a 11 anos, provenientes da cidade de
Araçatuba-SP. Após jejum alimentar de 8 a 12 horas, 1 mililitro de sangue total foi colhida de
cada animal por punção da veia jugular armazenado em tubos com o anticoagulante EDTA.
As taxas totais de eritrócitos, hemoglobina, índices hematimétricos (VCM e CHCM),
leucócitos e plaquetas foram realizados em contador automatizado de células veterinário (BC2800Vet) e o volume globular foi obtido pelo método microcapilar de Strumia (centrifugação
12700G por 5 minutos). A proteína total plasmática foi estimada por refratometria e a
contagem diferencial de leucócitos foi realizada em esfregaços sanguíneos tingidos com
corante hematológico panótico rápido comercial (Instant-Prov) segundo as recomendações e
critérios de Jain (1986). Os valores hematológicos obtidos foram: Volume Globular
(51,75±4,96%), Proteína Plasmática Total (7,06±0,9d/dL), Hemácias (7,08±0,63x106/µL),
Hemoglobina (18,06±1,87g/dL), Volume Corpuscular Médio (72,81±3,27fL), Concentração
de Hemoglobina Corpuscular Média (35,01±1,12g/dL), Leucócitos (10,43±4,39x103/µL),
44
Neutrófilos
(5,88±3,31x103/µL),
Linfócitos
(3,31±1,78x103/µL),
Eosinófilos
(0,61±0,56x103/µL), Basófilos (0x103/µL), Monócitos (0,47±0,29x103/µL) e Plaquetas
(0,27±0,14µL). Alguns parâmetros encontrados em nosso estudo foram divergentes com a
literatura. Shiel (2007) encontrou valores superiores de hemácias (8,2 x106/µL), enquanto
Mello (1945) relatou valores inferiores desde parâmetro aos observados neste trabalho
(5,7±1,0x106/µL). Poucas variações foram encontradas na série branca, quando se compara
este trabalho aos dados encontrados na literatura, porém quando se trata de monócitos Fujino
(2013) encontrou valores bastante significativos em relação ao cães de Araçatuba (1,14±0,86
x103/µL). Este estudo foi elaborado para que pudéssemos comparar os dados da literatura com
os dados da cidade de Araçatuba. Porém, torna-se necessário que cada laboratório estabeleça
seus valores de referência com estudos que individualizem as raças, idade e o clima, para
aprimorar cada vez mais o diagnóstico laboratorial desses animais.
Palavras-chave: hematologia, parâmetros sanguíneos, canina.
Referências
ARIYIBI; O.; AJADI. A comparative study of some hematology and biochemical parameters
of clinically healthy Alsatian and local dogs. African Journal of Biomedical Research, v. 5,
n. 1, p. 145-147, 2002.
CRUZ, W.; DA SILVA, E.; MELLO, R. Dados hematológicos do cão adulto normal.
Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 42, n. 3, p. 609-628, 1945.
DASH, S.K. et al. A Comparative Study of Some Hematological and Serum Biochemical
Parameters of Clinically Healthy Labrador and Spitz. International Journal of Advanced
Veterinary Science and Technology, v. 2, n. 1, p. 52-58, 2013.
FUJINO, W. et al. Development and Evaluation of a Novel In-Clinic Automated Hematology
Analyzer, ProCyteDx, for Canine Erythrocyte Indices, Leukogram, Platelet Counts and
Reticulocyte Counts. The Journal of Veterinary Medical Science. v. 75, n. 11, p. 15191524, 2013.
KRUPAKARAN, R. P. Serum biochemical and haematological analysis of rajapalayam breed
of dog in Tamil Nadu. International Journal of Food, Agriculture and Veterinary
Sciences, v. 3, n. 1, p. 12-14, 2013.
SHIEL, R. E. et al. Hematologic values in young pretraining healthy Greyhounds. Veterinary
Clinical Pathology, v. 36, n. 3, p. 274-277, 2007.
45
UHRÍKOVÁ, I. et al. Haematological and biochemical variations among eight sighthound
breeds. Australian Veterinary Journal, v. 91, n. 11, p. 452-459, 2013.
46
EFEITOS DA INFUSÃO CONTÍNUA DE PROPOFOL ASSOCIADO OU NÃO AO
FENTANIL NA MOTILIDADE RUMINAL EM BEZERROS
EFFECTS OF A CONSTANT RATE INFUSION OF PROPOFOL WITH OR
WITHOUT FENTANYL ON RUMEN MOTILITY IN CALVES
Guilherme Lopes da Silva
Maurício Deschk
Thomas Alexander Trein
Carlos Eduardo de Siqueira
Paulo Sérgio Patto dos Santos
RESUMO
A motilidade ruminal auxilia no movimento da digesta alimentar constantemente, favorece a
absorção de produtos da fermentação e evita a compactação. Devido a esse fenômeno, o
animal é capaz de realizar a ruminação e eructação (CONSTABLE, P.D et al., 1990).
Ofentanil exerce uma potente ação analgésica e hipnótica (MASSONE, F.,2011), além de ser
100 vezes mais potente que a morfina.Porém são poucas as informações na literatura sobre
sua ação em bezerros e este estudo objetiva avaliar a motilidade ruminal antes, durante e após
a infusão contínua de propofol associado ou não ao fentanil em bezerros holandeses mantidos
sob ventilação espontânea.Oito animais sadios, com idade média de nove meses e pesando em
média 130,0kg foram submetidos aos dois tratamentos com no mínimo uma semana de
intervalo. No grupo GP, os animais foram induzidos à anestesia com propofol na dose de
5,0mg/kg IV e no grupo GF, os mesmos foram induzidos com propofol na dose de 4,0mg/kg
associado ao fentanil 0,001mg/kg IV. Após a indução, em ambos os grupos, os bezerros
foram intubados com sondas traqueais de tamanho compatível e posicionados em decúbito
lateral direito, respirando espontaneamente ar ambiente. Por meio de sorteio, quatro animais
foram colocados nos grupos GP e GF, nesta ordem; ao restante foi atribuída a ordem inversa,
de maneira em que todos participassem dos dois tratamentos. A manutenção anestésica foi
realizada pela infusão contínua de propofol 0,6mg/kg/min IV, associado ou não ao fentanil
0,001mg/kg/hora. A auscultação ruminal ocorreu no início (IJ) e final do jejum (FJ);
imediatamente antes da indução anestésica (MB); 15, 30, 45 e 60 minutos após a indução
(M15,M30,M45 e M60, respectivamente) e na recuperação anestésica a cada dez minutos até que
a variável retornasse ao valor obtido no IJ (tempo de normalização ruminal). Aos movimentos
ruminais foram atribuídos os valores: 0,5(movimento incompleto) e 1,0(movimento
completo) ponto. Os resultados foram submetidos ao teste de Wilcoxon.As medianas
(mínimo/máximo) do tempo decorrido, em minutos, desde o término da infusão até a
47
normalização ruminal foram de 35 (10/50; GP) e 45 (20/120; GF) e não diferiram
significativamente entre si (p>0,05). Não houve variação significativa na motilidade ruminal
entre os grupos em nenhum momento e, durante a anestesia, houve supressão total do
movimento. A associação dos fármacos não promoveu efeitos supressores nos movimentos
ruminais ou tempo de normalização e, dessa forma,seu emprego pode ser realizado, nessa
dose, em bezerros.
Palavras-chave:bovinos, ruminantes, rúmen, anestesia, opioide.
Referências
CONSTABLE, P.D.; HOFFSIS G.F; RINGS, D.M. The reticulorumen: Normal and abnormal
motor function. Part I. Primary Contraction Cycles. Vl 12:7 p.1009-1014, 1990;
MASSONE, F. Anestesiologia Veterinária – Farmacologia e Técnica, 6. ed. Brasil:
Guanabara Koogan, 2011.
Auxílio Financeiro: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) –
Processo 2014/03034-6.
48
AVALIAÇÂO HEMOGASOMETRICA DE CÃO SUBMETIDO À CIRURGIA DE
CORREÇÃO DE PERSISTENCIA DO DUCTO ARTERIOSO SOB VENTILAÇÃO
EM CIRCUITO SEMI-ABERTO – RELATO DE CASO
HEMOGASOMETRIC EVALUATION IN A DOG UNDERGOING CORRECTION
SURGERY OF PERSISTENT DUCTUS ARTESIOSUS UNDER VENTILATION IN A
SEMI OPEN CIRCUIT – CASE REPORT
Guilherme Stelczyk
Bárbara Claudina Rodrigues da Silveira
Tábata Larissa Dalmagro
Viviane Canada Barroso
Caio José Xavier Abimussi
Thomas Alexander Trein
Cythia Yumi Oshiro Okamura
Flávia de Rezende Eugenio
Paulo Sérgio Patto do Santos
Valéria Nobre Leal de Souza Oliva
RESUMO
A persistência do ducto arterioso (PDA) é uma das anormalidades congênitas cardíacas mais
comuns em cães e resulta na passagem do fluxo do sangue aórtico pelo ducto arterioso para
artéria pulmonar, causando aumento de fluxo sanguíneo pulmonar e retorno venoso para o
lado esquerdo do coração. Caso não seja corrigida, a PDA leva à insuficiência cardíaca
congestiva e hipertensão pulmonar (DAS et al., 2012; SEIBERT et al., 2010). Sabe-se que
para procedimentos com cavidade torácica aberta o paciente necessita de suporte ventilatório
adequado para manter perfusão tecidual ideal. Este relato tem a finalidade de demonstrar as
alterações hemogasométricas observadas durante o procedimento anestésico em um canino,
poodle de um ano de idade, pesando 2,9 Kg submetido à correção da PDA no Hospital
Veterinário “Luiz Quintiliano de Oliveira” da Universidade Estadual Paulista “Julio de
Mesquita Filho” – FMVA. O animal foi pré-medicado com acepromazina (0,05 mg/kg) e
metadona (0,3 mg/Kg) pela via intramuscular, induzido à anestesia com propofol (3 mg/kg) e
midazolan (1 mg/kg) pela via intravenosa, mantido com isofluorano diluído em oxigênio a
100% (1L/min) em circuito anestésico Baraka sob ventilação assistida entre 8-10 mpm.
Realizou-se bloqueio infiltrativo intercostal entre T2 e T6 com lidocaína 2% com
vasoconstritor (7 mg/kg) e levobupivacaína 0,75% sem vasoconstritor (2 mg/kg). As amostras
sanguíneas arteriais foram adquiridas em 4 momentos através da cateterização da artéria
femoral: no momento da punção arterial (M1), na abertura do tórax (M2), 30 minutos após
abertura do tórax (M3) e, após sutura da cavidade torácica e recrutamento alveolar (M4). As
49
variações de M1 a M4 foram de pH sanguíneo: 7,22-7,32-7,38-7,50, pO2: 514-334-572-538
mmHg, pCO2-: 52-38-15-18 mmHg, bicarbonato de sódio: 21,3-17,8-14,1-14,8 mmol/L. Foi
possível detectar que o paciente apresentou quadro de alcalose respiratória com acidose
metabólica compensatória demonstrada pela diminuição nos valores de pCO2 e bicarbonato
de sódio e aumento progressivo de pH sanguíneo. Essas alterações podem ser justificadas pelo
procedimento cirúrgico intratorácico, que leva a uma maior remoção de CO2 do que a sua
produção tecidual (TEIXEIRA NETO & CAMPAGNOL, 2010) e pelo fato da ventilação
assistida ter sido realizada pelo circuito Baraka, que não permite uma ventilação precisa como
à de um ventilador mecânico, apesar de ser o circuito mais indicado para animais de pequeno
porte (TORRES, 2010). Assim, frente a utilização de um circuito semi-aberto, deve-se atentar
às alterações que esse tipo de ventilação pode causar em casos de procedimentos
intratorácicos, corrigindo-as caso necessário.
Palavras-chave: hemogasometria, cirurgia torácica, pequenos animais.
Referências
DAS, S.; YOOL, A.; FRENCH, I. A.; DEL POZO, J. An unusual morphology of patent
ductus arteriosus in a dog. Journal of Small Animal Practice. v. 53, p. 353-356, 2012
TEIXEIRA NETO, F. J.; CAMPAGNOL, D. Desequilíbrios hidroeletrolíticos e anestesia.
In: FANTONI, D. T.; CORTOPASSI, S. R. G. Anestesia em Cães e Gatos. 2 ed. São Paulo:
Roca, 2010. p.157-172
SEIBERT, R. L.; MAISENBACHER, H. W.; PROSEK, R.; ADIN, D. B. A.; ARSENAULT,
W. G.; ESTRADA, A; H. Successful closure of left-to-right patent ductus arteriosus in three
dogs with concurrent pulmonary hypertension. Journal of Veterinary Cardiology. v.12, p.
67-73, 2010.
TORRES, M. L. A.; Equipamentos de anesthesia. In: FANTONI, D. T.; CORTOPASSI, S. R.
G. Anestesia em Cães e Gatos. 2 ed. São Paulo: Roca, 2010. p. 102-115
50
LEISHMANIOSE COMO UM DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL PARA LESÕES
FÚNGICAS OU NEOPLÁSICAS EM GATOS – RELATO DE CASO
LEISHMANIASIS AS A DIFFERENTIAL DIAGNOSIS FOR INJURY OR FUNGAL
NEOPLASTIC IN CATS - CASE REPORT
Jaqueline dos Santos Azevedo
Gisele Moraes dos Santos
Alexandre Arenales
Tawane Agda Lopes de Melo
Wagner Luis Ferreira
Daniela Bernadete Rozza
RESUMO
Leishmaniose é uma enfermidade zoonótica causada por protozoário do gênero Leishmania,
transmitida pela picada do mosquito Lutzomya. O cão é sabidamente o principal reservatório,
apontado por difundir a doença entre os humanos. Sabe-se que o gato expressa resposta imune
celular predominante, diminuindo a carga parasitária e conferindo maior resistência natural à
infecção. Entretanto, o crescente número de gatos infectados por L. infantum chagasi em
áreas endêmicas tem demonstrado a necessidade de pesquisa sobre o papel desta espécie
animal no ciclo epidemiológico da doença, uma vez que já foi comprovado que gatos com
leishmaniose visceral possuem capacidade de infectar flebotomíneos. O presente relado tem
como objetivo apontar o diagnóstico de Leishmaniose felina como um diferencial para lesões
cutâneas, suspeitas de fungos ou neoplasias. Um felino, fêmea, de 2 anos, sem raça definida,
foi examinada no Hospital Veterinário da FMVA - UNESP com queixa de dificuldade
respiratória, ruídos respiratórios, hiporexia e apatia. Ao exame físico, observou-se estenose
em narina direita, dispneia inspiratória e rarefação pilosa nas pontas das pinas. Exames
complementares de hemograma e radiografia torácica demonstraram respectivamente,
leucocitose por neutrofilia e padrão alveolar sugestivo de pneumonia, iniciou-se então
antibioticoterapia, mucolítico e estimulante de imunidade (interferon). No retorno após 20
dias o felino ainda apresentava dispnéia inspiratória e hiporexia, dessa forma optou-se pela
realização da citologia de cavidade nasal e cultura fúngica, devido a suspeita clínica de
neoplasia e/ou infecção fúngica respectivamente. No exame citopatológico, observou-se
grande quantidade de formas amastigotas de Leishmania sp no citoplasma de macrófagos e
uma densa população de linfócitos e macrófagos. A cultura fúngica foi negativa para
Sporothrix schenckii e Cryptococcus sp. Com o diagnóstico animal foi submetido a eutanásia
humanitária. A necropsia mostrou aumento de volume ocluindo a narina direita, que ao corte
51
evidenciou uma massa rósea de superfície lisa, macia, focalmente extensa de 1,5 x 1
centímetros do início da narina até o seio nasal e linfoadenomegalia generalizada .
Microscopicamente os órgãos linfóides (linfonodos e baço) apresentaram hiperplasia
linfohistiocitária difusa e acentuada, com grande quantidade de formas amastigotas
compatíveis com Leishmania sp. contidas em macrófagos. Portanto, conclui-se que deve ser
incluída como diagnóstico diferencial de lesões cutâneas e mucocutâneas, a leishmaniose
visceral em felinos, ressaltando que a importância desta espécie na cadeia epidemiológica
ainda não foi completamente elucidada.
Palavras-chave: Leishmania, gatos, zoonose.
Referências
BANETH, G.; SOLANO-GALLEGO, L. Leishmaniases. In: GREENE, C. E. Infectious
diseases of the dog and cat. 4. Ed. Philadelphia: Elsevier Saunders, 2012. cap. 73, p. 735748.
MAROLI, M.; PENNISI, M. G.; Di MUCCIO, T.; KHOURY, C.; GRADONI, L.;
GRAMICCIA, M. Infection of sandflies by a cat naturally infected with Leishmania infantum.
Veterinary Parasitology, v. 145, n. 3-4, p. 357-360, 2007.
SOLANO-GALLEGO, L.; RODRÍGUEZ-CORTÉS, A.; INIESTA, L.; QUINTANA, J.;
PASTOR, J.; ESPADA, Y.; PORTÚS, M.; ALBEROLA, J. Cross-sectional serosurvey of
feline leishmaniasis in ecoregions around the North Western Mediterranean. American
Journal of Tropical Medicine and Hygiene, v. 76, n. 4, p. 676-680, 2007.
SOLANO-GALLEGO, L.; KOUTINAS, A.; MIRO, G.;CARDOSO, L.; M.G. PENNISI,
M.G.; FERRER L.; BOURDEAU P.; OLIVA, G.; BANETH, G. Directions for the diagnosis,
clinical staging, treatment and prevention of canine leishmaniasis. Veterinary Parasitology,
v. 165 n. 28, p. 1-18, 2009.
WHO. World Heath Organization. Magnitude of the problem. Disponível em:
http://www.who.int/leishmaniasis/burden/magnitude/burden_magnitude/en/index.html>.
Acesso em 20 de maio de 2015.
CARDOSO, L.; M.G. PENNISI, M.G.; FERRER L.; BOURDEAU P.; OLIVA, G.;
BANETH, G. Directions for the diagnosis, clinical staging, treatment and prevention of
canine leishmaniasis. Veterinary Parasitology, v. 165 n. 28, p. 1-18, 2009.
52
WHO. World Heath Organization. Magnitude of the problem. Disponível em:
http://www.who.int/leishmaniasis/burden/magnitude/burden_magnitude/en/index.html>.
Acesso em 20 de maio de 2015.
53
LINFOMA CUTÂNEO EPITELIOTRÓPICO - RELATO DE CASO
LYMPHOMA CUTANEOUS EPITHELIOTROPIC - CASE REPORT
Jaqueline dos Santos Azevedo
Pamela Suelen Forini Sacco
Fabiana Alvares
Tawane Agda Lopes de Melo
Wagner Luis Ferreira
Maria Cecília Rui Luvizotto
RESUMO
Linfoma é uma neoplasia maligna de células linfoides podendo se originar em qualquer órgão
linfoide (linfonodo, baço fígado, medula óssea e timo). O linfoma cutâneo primário é
classificado histologicamente em duas formas: epiteliotrópico e não epiteliotrópico, com base
na presença ou ausência de linfócitos neoplásicos na epiderme e anexos. A etiologia em cães é
considerada multifatorial, porém sugere-se um componente genético evidente, já que a
neoplasia é prevalente em certas raças como Boxer, Basset Hound, Rottweiler, Cocker
Spaniel, São Bernardo, Golden Retriever, além de exposição a agentes químicos, exposição a
campos eletromagnéticos e imunossupressão. Os sinais clínicos do linfoma cutâneo incluem
alopecia, descamação, eritema, prurido variável, formações de placas e nódulos, alguns sinais
sistêmicos como emagrecimento, anorexia, apatia e letargia, devido a síndrome
paraneoplásica. Este relato de caso objetivou discorrer sobre um caso de linfoma cutâneo, ,
uma das apresentações de maior malignidade dos linfomas na clínica de pequenos animais.
Um cão, fêmea, sem raça definida, 11 anos, foi atendida no Hospital Veterinário da FMVA –
UNESP, apresentando lesões generalizadas alopécicas arredondadas eritematosas com
presença de crostas e evolução de dois meses. Tais lesões apresentavam-se exsudativas. Os
demais parâmetros de exame físico encontravam-se normais. A proprietária relatava ainda que
novas lesões estavam surgindo. Os exames de cultura fúngica e lâmpada de Wood para
dermatofitose e raspado cutâneo para avaliação de ácaros foram negativos. Dessa forma,
optou-se pela tentativa de descontaminação da pele com o uso de antibiótico – cefalexina,
também foi introduzido o óleo de peixe e terapia tópica com xampu a base de clorexidine e
ureia. O animal retornou após 15 dias, sem apresentar melhora significativa, além de surgirem
novas lesões. Então, optou-se por outro raspado cutâneo e punção biopsia aspirativa das
lesões. O exame citológico foi considerado inconclusivo e o raspado cutâneo negativo. Desta
forma optou-se realização de biópsia que resultou no diagnóstico de linfoma epiteliotrópico.
54
Assim, exposto o quadro clínico, protocolo terapêutico e prognóstico, a proprietária optou por
eutanásia. Ressalte-se que lesões crônicas, não pruriginosa, com presença de eritema e com
formações de placas devem ser consideradas para o diagnóstico diferencial de linfoma
cutâneo. Destaca-se também a importância da biopsia como método de escolha para tal.
Palavras-chave: dermatopatias, neoplasias cutâneas.
Referências
GROSS, T. L., IHRKE, P. J., Walder, E. J., Affolter, V. K. Skin diseases of the dor and cat:
clinical and histopathologic diagnosis 2 ª Ed Iowa: Blackwell Publishing, chap 37, p.876-882,
2005.
LAUREL, E. W.; L. E.; RASSNICK K. M.; POWER, H. T.; LANA, S. E.; MORRISONCOLLISTER, K. E. HANSEN, K. AND JOHNSON, J. L. Ccnu in the treatment of canine
epitheliotropic lymphoma. Journal veterinary internal medicine,v. 20, p. 136–143, 2006.
NELSON, R.W., COUTO, C.G. Medicina interna de pequenos animais. 4ª Ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, p. 1468, 2010.
SCOTT, D. W.; MILLER, W. H.; GRIFFIN, C. E. Dermatologia de Pequenos Animais. São
Paulo: Interlivros. p. 1130, 1995.
55
CORRELAÇÃO ENTRE O ÓXIDO NÍTRICO E A CARGA PARASITÁRIA ESPLÊNICA
NA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA.
CORRELATION BETWEENNITRIC OXIDEANDTHE PARASITICLOAD IN
SPLENICCANINE VISCERAL LEISHMANIASIS.
Jessica Thomé de Andrade
Stéfani Karin Martiniano de Almeida
Cleber Costa de Martini
Paulo Sérgio Patto dos Santos
Flávia de Rezende Eugênio
Valéria Marçal Felix de Lima
RESUMO
A Leishmaniose Visceral (LV) é uma das mais importantes zoonoses parasitárias em
expansão por todo o mundo. O cão é considerado na América Latina o principal reservatório
doméstico para a leishmaniose visceral humana causada pela infecção da Leishmaniachagasi.
O óxido nítrico (NO) tem função microbicida e é produzido por macrófagos, porém em altas
concentrações pode ter atividade imunossupressora.A LV está associada com a
imunossupressão que ocorre devido às altas taxas de apoptose das células T. O objetivo do
estudo foi avaliar o nível de NO em macrófagos do baço de cães infectados por L. chagasi e
correlacionar com a carga parasitária. Foram coletadas amostras de baço de 20 cães
naturalmente infectados, com no mínimo três sinais clínicos de leishmaniose visceral, com
diagnóstico confirmado por método sorológico e molecular. 10 cães saudáveis foram
utilizados como controle. O óxido nítrico foi quantificado com 4,5-diacetato de
diaminofluoresceína (DAF-2DA, Sigma) (2µM) por citometria de fluxo. As amostras de baço
foram pesadas e o DNA foi extraído utilizando-se kit comercial, DNeasy (Qiagen, USA). A
quantificação da carga parasitária foi realizada pelo método de PCR em Tempo Real com
amplificação do seguimento intergênico ITS1 do gene de rRNA do parasita, utilizando SYBR
(invitrogen). Os dados foram adquiridos utilizando citômetro de fluxo (BD Accuri C5, Becton
Dickinson, CA) e a análise foi realizada com auxílio do CellQuest software Pro (BD
Biosciences, CA). A significância das diferenças entre as concentrações de NO entre os
grupos controle e infectado foram analisados utilizando o testede Mann-Whitney e a
associação entre a produção de NO e a carga parasitária foi quantificada pelo cálculo do
coeficiente de Spearman.Os resultados foram considerados significantes quando o p-value foi
menor que 0,05. A porcentagem de células NO positivas no grupo infectado foi maior
(p<0.05). Foi observada correlação positiva r= 0,5218entre a carga parasitária e a produção de
56
NO no baço nos cães infectados por Leishamania spp.Os altos níveis de óxido nítrico no
baço de cães infectados sugerem a sua participação no aumento da carga parasitária.
Palavras chave: LV, Baço, NO, cães, imunossupressão.
Auxílio Financeiro: Este trabalho teve suporte financeiro do Conselho Nacional Científico e
Tecnológico (CNPq).
57
CITOCINAS INFLAMATÓRIAS SÃO EXPRESSAS NO ENCÉFALO E NÃO NO
PLEXO COROIDE DE CÃES COM LEISHMANIOSE VISCERAL
INFLAMMATORY CYTOKINES ARE EXPRESSED IN THE BRAIN AND NOT IN
CHOROID PLEXUS OF DOGS WITH VISCERAL LEISHMANIASIS
José Eduardo dos Santos Silva
Fernanda Grecco Grano
Guilherme Dias de Melo
Gisele Fabrino Machado
RESUMO
Cães infectados cronicamente pelo parasita Leishmania infantum podem apresentar sinais
clínicos generalizados sistêmicos, como febre, anemia, perda de peso progressiva,
hepatoesplenomegalia, linfadenopatia generalizada e lesões cutâneas. Há poucos relatos na
literatura de cães apresentando lesões neurológicas; sendo assim, a patogenia da forma
cerebral da leishmaniose visceral (LV) ainda requer ser elucidada. Existem algumas
evidências de disfunções nas barreiras encefálicas e lesões no sistema nervoso central (SNC),
caracterizadas principalmente por meningite e coroidite, mas também pela deposição de
antígenos e imunoglobulinas, ativação das células da glia e presença de enzimas
metaloproteinases da matriz. O objetivo deste estudo foi avaliar a expressão gênica de
citocinas pró-inflamatórias (IL-1β, IL-6, TNF-α) no encéfalo e comparar com o plexo coroide
em cães infectados naturalmente por L. infantum. Para isso, 12 cães com LV sem alterações
neurológicas, diagnosticados por punção biópsia aspirativa de linfonodo (PBA) e ELISA, e
quatro não infectados (saudáveis) foram incluídos nesse estudo. Amostras do plexo coroide e
um pool do encéfalo foram colhidos em tubos contendo RNAlater. Foi então feita a extração
de RNA e transcrição reversa para obtenção de cDNA. Em seguida, a técnica de qPCR foi
realizada para avaliar a expressão gênica de IL-1β, IL-6 e TNF-α, por meio de primers
específicos e sondas Taqman. O G3PDH foi usado como gene de referência. Verificamos um
aumento significativo da expressão gênica de IL-1β, IL-6 e TNF-α no encéfalo de cães
infectados, ao contrário do plexo coroide, que não apresentou diferença entre o grupo de cães
infectados e controles para nenhuma das citocinas. As alterações encefálicas descritas em cães
com LV podem estar relacionadas à síntese dessas citocinas localmente, principalmente de IL1β e TNF-α, que são consideradas importantes mediadores da manutenção e persistência da
inflamação no SNC. Por outro lado, o plexo coroide parece não ser um local de síntese dessas
58
citocinas pró-inflamatórias. Portanto, outros mediadores inflamatórios podem estar
contribuindo para o desenvolvimento e persistência da coroidite observada previamente.
Palavras-chave:inflamação, interleucinas, Leishmania, sistema nervoso central.
Referências
DE VRIES, H.E.; KUIPER, J.; BOER, A.G.D.; BERKEL, T.J.C.V.; BREIMER, D.D.The
blood-brain barrier in neuroinflammatory diseases. Pharmacology Review, v.49, n.2, p.143156, 1997.
GARCIA-ALONSO, M.; NIETO, A.G.; BLANCO, A.; REQUENA, J.M.; ALONSO, C.;
NAVARRETE, I. Presence of antibodies in the aqueous humour and cerebrospinal fluid during
Leishmaniainfections in dogs. Pathological features at the central nervous system. Parasite
Immunology, v.18, p.539-546, 1996.
MELO, G.D.; MACHADO, G.F. Choroid plexus involvement in dogs with spontaneous
visceral leishmaniasis: a histopathological investigation.Brazilian Journal of Veterinary
Pathology, v.2, n. 2, p. 69-74, 2009.
MELO, G.D.; MARCONDES, M.; VASCONCELOS, R.O.; MACHADO, G.F. Leukocyte
entry into the CNS of Leishmaniachagasi naturally infected dogs.Veterinary Parasitology,
v.162, n.3-4, p.248-256, 2009.
MELO, G.D.; SERAGUCI, T.F.; SCHWEIGERT, A.; SILVA, J.E.S.; GRANO, F.G.; PEIRÓ,
J.R.; LIMA, V.M.F.; MACHADO, G.F. Pro-inflammatory cytokines predominate in the brains
of dogs with visceral leishmaniasis: A natural model of neuroinflammation during systemic
parasitic infection.Veterinary Parasitology, v.192, p.57– 66, 2013.
Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP
(processo: 2014/01202-9).
59
ANÁLISE SENSORIAL DE CARNE DE FRANGO TRATADA COM
DESCONTAMINANTES QUÍMICOS
SENSORY EVALUATION OF BROILER MEAT TREATED WITH
DECONTAMINANT CHEMICALS
Juliana Pampana Nicolau
Thiago Luís Magnani Grassi
Priscila Dalmagro
Lígia Mara Sandeski
Iderlipes Luís Carvalho Bossolani
Helenice Aparecida Pires
Thainá Landin de Barros
Ana Carolina Martinez Albuquerque
Wellington Tonon da Silva
Marcos Franke Pinto
Elisa Helena Giglio Ponsano
RESUMO
O Brasil é o terceiro maior produtor e o primeiro exportador de carne de frango no mercado
mundial (U.S.A., 2015a). Uma das grandes preocupações, no entanto, é produzir e fornecer
carne com boa qualidade microbiológica, o que leva países produtores e exportadores a buscar
novas formas de alcançar este propósito. Uma delas é o uso de descontaminantes químicos,
como o ácido láctico e o ozônio, aprovados nos Estados Unidos (U.S.A., 2015b) e o
hipoclorito de sódio, aprovado no Brasil (BRASIL, 1998). O objetivo do estudo foi avaliar o
efeito do uso desses descontaminantes, nas máximas concentrações permitidas pelas
legislações nacional (BRASIL, 1998) e internacional (U.S.A., 2015b), sobre o sabor da carne
de frango. Durante o abate, as carcaças dos frangos foram submetidas aos seguintes
tratamentos: 1) 5 ppm de hipoclorito de sódio, zero ozônio e zero ácido láctico; 2) 5 ppm de
hipoclorito, zero ozônio e 5% de ácido láctico; 3) 5 ppm de hipoclorito, 1,2 ppm de ozônio e
zero ácido láctico; 4) 5 ppm de hipoclorito, 1,2 ppm de ozônio e 5% de ácido láctico; 5) zero
hipoclorito, zero ozônio e zero ácido láctico; 6) zero hipoclorito, zero ozônio e 5% de ácido
láctico; 7) zero hipoclorito, 1,2 ppm de ozônio e zero ácido láctico; 8) zero hipoclorito, 1,2
ppm de ozônio e 5% de ácido láctico. Cada tratamento teve três repetições, sendo cada
carcaça uma repetição, e as carcaças foram divididas ao meio (metade refrigerada a 5°C por
10 dias e metade congelada a -20°C por 60 dias). Foram realizadas três análises sensoriais,
com quatro amostras de peito de frango assado, cada uma proveniente de um tratamento: a)
tratamentos 1 a 4, refrigeradas por 10 dias; b) tratamentos 1 a 4, congeladas por 60 dias; c)
tratamentos 5 a 8, congeladas por 60 dias. As análises foram realizadas com a participação de
60
36 provadores não treinados que indicaram sua preferência por uma das quatro amostras
degustadas, seguida da preferência pelas outras amostras, em ordem decrescente, em relação
ao atributo sabor, utilizando o método de ranking (IFT, 1981). Os resultados foram analisados
pelo Teste de Friedman, apresentando os seguintes valores de p: 0,6232, 0,2644 e 0,3820,
respectivamente, para as análises a, b e c, demonstrando que os provadores não mostraram
preferência por uma amostra específica. Dessa forma, concluímos que os tratamentos não
influenciaram o sabor da carne de frango ao ponto de causar rejeição ou predileção pelos
provadores.
Palavras-chave: ácido láctico, ozônio, hipoclorito de sódio, preferência.
Referências
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria nº 210 de 10 de
novembro de 1998. Regulamento técnico da inspeção tecnológica e higiênico-sanitária de
carne de aves. Brasília, 40 f, 1998.
IFT. Institute of Food Technologists. Sensory evaluation guide for testing food and beverages
products. Food Technology, 35(11):50-59, 1981.
U.S.A. United States Department of Agriculture – USDA. Livestock and Poultry: World
Markets
and
Trade.
April
2015.
2015a.
Disponível
em:
<
http://apps.fas.usda.gov/psdonline/circulars/livestock_poultry.pdf>. Acesso em: 19 mai. 2015.
U.S.A. United States Department of Agriculture – USDA. Food Safety and Inspection Service
– FSIS. FSIS Directive 7120.1 Revision 26. Safe and suitable ingredients used in the
production of meat, poultry, and egg products. Washington, DC, p. 1-72, 2015b.
61
EXPRESSÃO DE PD-1 EMCÉLULAS T CD3+NA LEISMANIOSE VISCERAL
CANINA
EXPRESSION OF PD-1 ON CD3+ T CELLSIN CANINE VISCERAL
LEISHMANIASIS
Kathlenn Liezbeth Oliveira Silva
Breno Fernandes De Almeida
Vanessa Marin Chiku
Aline Aparecida Correa Leal
Gabriela LovizuttoVenturin
Profa. AdjuntoFlávia de Rezende Eugênio
Prof. Ass. Doutor Paulo Sérgio Patto dos Santos
Profa. Adjunto Valéria Marçal Felix De Lima
RESUMO
As leishmanioses ocorrem em 88 países, dos quais 65 apresentam a forma visceral. A maioria
dos casos de leishmaniose visceral (LV) em humanos ocorrem em áreas rurais ou suburbanas
de cinco países, incluindo o Brasil, sendo a mais severa, podendo ainda ser fatal. Os cães são
considerados os principais reservatórios domésticos de L. (L.) chagasi, por possuírem alta
taxa de parasitas na pele, o que facilita a contaminação dos vetores.A imunossupressão é o
aspecto mais importante na patogênese e progressão da doença canina. A imunidade
protetoratem sido associada a uma resposta imunológica celular, manifestada por uma
resposta linfoproliferativa positiva aos antígenos daLeishmania spp., e a produção de
citocinas para ativação de macrófagos parasitados com Leishmania spp.Recentemente foi
descrita uma nova molécula co-estimulatória comfunção negativa, a molécula PD1(programmed cell death 1), tambémchamadaCD279 ou B7-H1, sua função é adesativação
das células T ou a indução de apoptose.A expressão dessa molécula em células T (CD3) na
leishmaniose visceral canina ainda não foi estudada e pode estar envolvida na supressão
imunológica dos cães infectados. A expressão de PD-1 foi avaliada em mononucleares de
amostras de sangue periférico de 18 cães naturalmente infectados, com no mínimo três sinais
clínicos de leishmaniose visceral canina, com diagnóstico da doença confirmado por método
sorológico e molecular, e 6 cães saudáveis. As células mononucleares do sangue periférico
foram isoladas, e duplamente coradas com CD3 anti-canino conjugado ao isotiocianato de
fluoresceína -FITC (AbD Serotec) e CD279 (PD-1) anti-humano conjugado ao isotiocianato a
ficoeritrina (BD Pharmingen™) e seus respectivos isotipos controles conjugados a
fluorocromos. Aaquisisão dos dados foi realizadaem citômetro de fluxo(BDAccuri™C5) e
62
aanáliserealizada utilizando o CellQuestsoftware Pro (BD Biosciences, CA). Nos cães
naturalmente infectados com Leishmania chagasifoi observado um aumento da expressão de
moléculas PD-1+, nos linfócitos T CD3+ (p<0.05, teste) comparado ao linfócitos dos cães
saudáveis. O aumento da expressão de PD-1 em linfócitos T CD3+ dos cães infectados
sugerem o envolvimento dessa molécula no mecanismo de imunossupressãoda célula T CD3+
envolvido na patogenia dessa zoonose.
Palavras-chave: PD-1, Leishmaniose visceral canina, Linfócitos
Referência
Diaz S, Da Fonseca IP, Rodrigues A, Martins C, Cartaxeiro C, Silva MJ, De Brito TV,
Alexandre-Pires
G,
Santos-Gomes
GM.
Canine
leishmaniosis.
Modulation
of
macrophage/lymphocyte interactions by L. Infantum. Veterinary Parasitology, v. 26, p. 137144, 2012.
Auxílio Financeiro: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP
(processo: 2013/06684-9 e 2013/04209-1).
63
CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS EM GATA SPHYNX – RELATO DE
CASO
SQUAMOUS CELL CARCINOMA IN SPHYNX CAT - CASE REPORT
LaiseMichiYamashiro
Carla Rodrigues Paes
Alessandra Muniz Dos Santos
Fernando Peretti Guimarães
Pâmela BongiovanniCatandi
Tábata Larissa Dalmagro
Aline Cardoso Pereira
Giovanna GiuffridaRodrigues
Carlos Henrique Berlatto Cancelli
Alexandre Lima De Andrade
RESUMO
O carcinoma de células escamosas (CCE) representa uma neoplasia cutânea maligna, de
crescimento lento e infiltrativo, não obrigatoriamente dando origem a metástases. Animais de
pele/pelos despigmentados possuem maior predisposição quando expostos por longos
períodos a radiação solar. As lesões possuem aspectos proliferativos ou ulcerados,acometendo
principalmente o plano nasal, orelhas e pálpebras. A avaliação histopatológica da
neoformaçãoé fundamental na determinação do diagnóstico definitivo. Adota-se como
tratamento
remoção
cirúrgica,
crioterapia,
quimioterapia,
radioterapia
ou
terapia
fotodinâmica. Este trabalho relata metástase do CCE em tecido ósseo em felino da raça
Sphynx, fêmea, 10 anos, atendido pelo setor de Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais no
Hospital Veterinário “Luiz Quintiliano de Oliveira”. O animal apresentava nódulos ulcerados
e difusos na pele há um ano nas regiões: dorsal, abdominal, membros torácicos e pélvico
direito. Ao exame citológico diagnosticou-se CCE, sendo o tratamento primário excisão
cirúrgica das neoformações de maiores dimensões. As lesões de menor diâmetro foram
tratadas com quimioterapia tópica com 5-fluorouracil a cada 12 horas até resolução. A ferida
cirúrgica do membro torácico direito (MTD), localizada na região metacarpiana foi removida
cirurgicamente e cicatrizou por segunda intenção, devido sua extensão, impossibilitando a
realização de anaplastia. A lesão cicatrizou-se em três semanas e após sete dias do
recobrimento cutâneo, o felino exibiu impotência funcional e aumento de volume do MTD.
Foi observado à inspeção e palpação uma nova neoformação de consistência firme, edema e
aumento de sensibilidade. Ao exame radiográfico observou-se áreas de lise óssea em diáfise
de rádio e ulna direita, sugerindo destruição óssea. O exame citológico revelou metástase
64
óssea do CCE, a amputação alta do membro foi adotada como terapia. Duas semanas após a
amputação do MTD não havia indícios de outras metástases. As feridas cutâneas tratadas
através da quimioterapia tópica involuíram no prazo de 4 semanas, sem sinais de recidiva
local aparente. O paciente permanece em monitoramento. Em casos de lesões profundas e
invasivas de CCS, a ressecção tumoral é recomendada, desde que se obedeça os princípios da
cirurgia oncológica. O exame físico geral e estadiamento clínico dos pacientes devem ser
realizados regularmente para avaliar a ocorrência precoce de metástases. No entanto, devido à
raridade de metástases intramusculares e ósseas o tratamento multimodal favorece o
prognóstico. Gatos domésticos despigmentados ou desprovidos de pêlo, como os da raça
Sphynx, devem receber protetoresolare continuamente, com finalidade de promover proteção
contra incidência de raios UVA/UVB, principalmente em regiões de elevada incidência de luz
solar.
Palavras-chave: Carcinoma de Célula Escamosa, metástase, gato.
Referências
GOLDSCHIMIDT, M. H; HENDRICK, M. J. Tumors of the skin and soft tissues. In: MEUTEN, D.J.
Tumors in Domestic Animals. 4.ed. Iowa: Iowa State Press, 2002. cap. 2, p. 45-117.
NORSWORTHY, G. D. O paciente felino – Tópicos essenciais de diagnóstico e tratamento. 2ª ed.
Editora Manole. p.533-36, 2004.
TILLEY, L. P.; SMITH Jr, F. W. K. Consulta Veterinária em 5 minutos: Espécies Canina e Felina.
2ª ed. Editora Manole. p.1215, 2003.
SCOTT, D. W.; MILLER Jr, W. H.; GRIFFIN, C. E. MULLER & KIRK: Dermatologia de Pequenos
Animais. 5ª ed. Rio de Janeiro: Interlivros. p.935-37, 1996.
YANG, Yu-Li et al. Intramuscular metastasis of cutaneous squamous cell carcinoma: a case report.
The Kaohsiung journal of medical sciences, v. 19, n. 4, p. 188-191, 2003.
65
AÇÃO DA ALBUMINA COMO MARCADOR ENDÓGENO DE ESTRESSE
OXIDATIVO EM INFECÇÃO EXPERIMENTAL DE OVINOS COM HAEMONCHUS
CONTORTUS
ALBUMIN ACTION AS ENDOGENOUS MARKER OF OXIDATIVE STRESS IN
EXPERIMENTAL INFECTION OF SHEEP WITH HAEMONCHUS CONTORTUS
Lillian Baptistiolli
Luis Gustavo Narciso
Renata Nogueira Figueiredo
Breno Fernando Martins de Almeida
Anelise Maria Bosco
Rafaela Beatriz Pintor Torecilha
Priscila Preve Pereira
Jucilene Conceição de Souza
Carlos Noriyuki Kaneto
Paulo César Ciarlini
RESUMO
Na infecção experimental (IE) por Haemonchuscontortuspode-se observar queda de
antioxidantes, porém a relação entre antioxidantes endógenos (albumina), a capacidade de
antioxidante total (TAC), a concentração de oxidante total (TOC) e a contagem de ovos por
grama de fezes (OPG) até o momento não foi estudada. Foi investigada a hipótese de que
após a IE ocorre estresse oxidativo (EO)devidoàredução de albumina e TAC e elevação de
TOC. Também, foi verificadose a albumina correlaciona-se com estes parâmetrosde EO e
com oOPG.Cordeiros(n=37) inoculadospor via oral com 5000 larvas infectantes de
H.contortus,tiveram as variáveis comparados antes e após a infecção. Foi quantificado
albumina (mg/dL), TAC (mmol/L)e o TOC (µmol/L) plasmático; para análise estatística
aplicou-se o teste de Friedman eo coeficiente de Pearson ou Sperman. No 28ºdia, ocorreu
aumento
de
OPG
(3,65±0,59;
p<0,0001),
TAC(0,57±0,16;p<0,0001)
e
TOC
(38,21±6,27;p<0,0001). Com 34 dias a albumina (29,22±3,26;p<0,0001) e TAC
(0,31±0,05;p<0,0001)
diminuíram.Já,
OPG
(2,96±0,56;p<0,0001)
diminui
e
TAC
aumentou(0,56±0,17; p<0,0001) com 42 dias. Antes da infecção, TOC e albumina
apresentaram correlação positiva (r=0,5243;p=0,0009) e negativa (28 dias) entre albumina e
OPG (r=-0,3884;p=0,0175). Enquanto que a correlação entre albumina e TAC foinegativa
com 34 dias(r=-0,2953;p=0,0760) e positiva com42 (r=0,4450;p=0,0058). A IEpode causar
EOpelo consumo de antioxidante compensado os elevados valores de TOC e OPG.
Aalbumina correlaciona-se com outros marcadores de EO e com o OPG, contribuindo para o
desenvolvimento de EO.
66
Palavras-chave:
cordeiros,
estresse
oxidativo,
infecção,
nematóides,
parasitoses
gastrintestinais.
Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES
pela bolsa auxílio e Laine Margareth Gabas pelo auxílio na pesquisa.
67
AUMENTO DA PEROXIDAÇÃO LIPÍDICA E DIMINUIÇÃO DO COLESTEROL E
TRIGLICERÍDEOS NO PLASMA DE OVINOS INFECTADOS NATURALMENTE
POR NEMATOIDES GASTRINTESTINAIS
LIPID PEROXIDATION INCREASE AND DECREASE OF PLASMA CHOLESTEROL
AND TRIGLYCERIDES IN NATURALLY INFECTED SHEEP WITH
GASTROINTESTINAL NEMATODE
Luciana de Moraes
Lillian Baptistiolli
Luis Gustavo Narciso
Rafaela Beatriz Pintor Torrecilha
Breno Fernando Martins de Almeida
Anelise Maria Bosco
Priscila Preve Pereira
Jucilene Conceição de Souza
Carlos Noriyuki Kaneto
Paulo César Ciarlini
RESUMO
A destruição da superfície lipídica plasmática na infecção natural (IN) por nematóides
gastrintestinais pode estar relacionada com a carga parasitária (CP) e com o aumento da
concentração de substâncias que integram a composição lipídica da membrana, como a
concentração de colesterol e triglicerídeos. Pouco se sabe sobre a relação entre estas substâncias
e como agem durante processos infecciosos, e até o momento a relação entre o colesterol,
triglicerídeos, peroxidação lipídica (PL) e a CP não foi profundamente estudada. No presente
estudo foi investigada a hipótese de que durante a IN por nematóides gastrintestinais ocorre a PL
concomitante ao aumento de colesterol e triglicerídeos e que estes se correlacionem entre si. Para
tal, 37 ovinos, com aproximadamente quatro meses de idade, infectados naturalmente com
parasitas gastrintestinais foram comparados antes e após a administração de Monepantel. No
plasma, a PL foi avaliada quantificando-se as substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico
(TBARS), o colesterol pelo método enzimático oxidase/peroxidase e triglicerídeos segundo o
método do glicerol fosfato oxidase/peroxidase e a CP estimada pela contagem de ovos por grama
de fezes (OPG). Aplicou-se o teste de Wilcoxon para comparações antes e depois da
desverminação quanto aos níveis de TBARS e triglicerídeos e o teste t pareado para colesterol.
Utilizou-se o para as correlações entre OPG, TBARS, colesterol e triglicerídeos o coeficiente de
Pearson e de Sperman. Animais infectados apresentam maior peroxidação lipídica TBARS µmol/L (41,45 ± 29,13 vs. 21,20 ± 10,64; p= 0,0003) e menores níveis de colesterol mg/dL
(52,08 ± 19,52 vs. 58,84 ± 14,67; p< 0,0001) e triglicerídeos mmol/L (18,41 ± 6,29 vs. 24,05 ±
68
10,75; p=0,0083) do que quando desverminados. As correlações foram negativas, antes da
desverminação, para TBARS e OPG (r= -0,1729; p<0,0001) e após, para TBARS e colesterol (r=
-0,04743; p<0,0001). Já, correlações positivas foram observadas na IN entre TBARS e
triglicerídeos (r=0,2200; p<0,0001), e entre triglicerídeos e colesterol antes (r= 0,3259;
p<0,0001) e após a desverminação (r= 0,1225; p<0,0001). Conclui-se que na IN há PL
concomitante a queda de colesterol e triglicerídeos enquanto que estes parâmetros
correlacionam-se entre si. Esta é uma das primeiras evidências que avalia colesterol e
triglicerídeos como possíveis marcadores de oxidação da superfície da membrana celular. Por se
tratar de um método barato, simples e rápido, são necessários mais estudos para melhor
compreensão deste mecanismo durante processos infecciosos e como estas variáveis podem se
tornar eficientes marcadores da oxidação.
Palavras-chave: cordeiro, lipídeos, lipoproteínas, oxidação, parasitoses gastrintestinais.
Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES pela
bolsa auxílio e Laine Margareth Gabas pelo auxílio na pesquisa.
69
TETRALOGIA DE FALLOT – RELATO DE CASO
TETRALOGY OF FALLOT – CASE REPORT
Marcel Gambin Marques
Fernando Azadinho Rosa
Ana Elisa Gregui Watanabe
Wagner Luis Ferreira
RESUMO
A combinação de estenose pulmonar, hipertrofia do ventrículo direito, dextraposição da aorta
e defeito do septo interventricular, formam a cardiopatia congênita denominada Tetralogia de
Fallot (TF). Diversas raças de cães são predispostas, destacando-se o Keeshonds e os
Bulldogs. Todavia, outras já foram descritas com esta enfermidade. Este relato objetivou
descrever um caso de TF dando suma importância nas alterações clínicas e ecocardiográficas
encontradas. Um canino macho, 2 anos, Labrador, foi atendido no Hospital Veterinário “Luiz
Quintiliano de Oliveira” com queixa de apatia, hiporexia, perda de peso e cansaço fácil desde
o nascimento. As principais alterações de exame físico foram: score corporal magro,
taquicardia (160 bpm), mucosas cianóticas, discreta dispneia e sopro ejetivo (grau V/VI) em
foco pulmonar. Devido ao histórico, aspectos clínicos e achados de exame físico, suspeitou-se
de uma cardiopatia congênita. O exame eletrocardiográfico (ECG) mostrou ritmo juncional
com bloqueio de ramo de direito, indicando possível distúrbio de condução ventricular. Ao
ecocardiograma observou-se estenose pulmonar severa (GP 110 mmHg), intensa hipertrofia
do ventrículo direito, dextraposicionamento aórtico e comunicação interventricular
significativa com desvio de sangue do ventrículo direito diretamente para a aorta. Ainda, no
hemograma havia policitemia (volume globular 67%), além de trombocitopenia, sendo
consequência da hipóxia ocasionada pela mistura de sangue arterial e venoso. A estenose
pulmonar severa culmina no aumento da pressão ventricular direita, acarretando em desvio do
fluxo sanguíneo da direta para esquerda, através do defeito septal ventricular. Nestes casos,
haverá mistura da sangue venoso e arterial, levando ao sinal clínico característico de cianose
generalizada. Devido a hipóxia, mecanismos compensatórios serão ativados levando a
policitemia severa e sinais clínicos de insuficiência cardíaca congestiva. Na maioria das vezes
as alterações hemodinâmicas são drásticas e acabam levando o animal à óbito,
independentemente do tratamento clínico estabelecido. É importante ressaltar que nem todos
os animais com TF são sintomáticos ou possuem implicações clínicas, isso será diretamente
proporcional ao grau de estenose pulmonar e consequente desvio de sangue. O diagnóstico
70
definitivo é fundamentado nos quatro achados ecocardiográficos que compõem a TF. Assim,
o histórico, exame físico e exames complementares são característicos da cardiopatia
congênita denominada TF, considera de baixa ocorrência na rotina clínica. Devido a
impossibilidade da correção cirúrgica, o tratamento objetivou o controle da policitemia e a
administração de um β bloqueador (Atenolol).
Palavras-chave: cardiopatias congênitas, cianose, policitemia.
Referências
BOON, JUNE A. Stenotic Lesions. In: BOON, JUNE A. Veterinary Echocardiography.
Oxford, UK, 2011, p. 477.
71
ISOLAMENTO AMBIENTAL E CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA DE
Cryptococcus EM AMBIENTE URBANO NO MUNICÍPIO DE BAURU-SP/BRASIL
ENVIRONMENTAL ISOLATION AND BIOCHEMICAL CHARACTERIZATION
OF Cryptococcus IN THE URBAN ENVIRONMENT IN THE CITY OF BauruSP/BRAZIL
Mariana Malavazi Destro
Cilene Vidovix Táparo
Cyndi Yuri Uchida
Haruê Carolina Freire Tamura
Reinaldo Augusto Ferreira Victor
Márcia Marinho
RESUMO
A criptococose é uma infecção fúngica sistêmica causada por leveduras do gênero
Cryptococcus, e está associada com a imunocompetência do hospedeiro. A exposição de
propágulos dispersos no ambiente, relacionados com vários substratos orgânicos,
principalmente decomposição madeira, inicia o processo de infecção. De mortalidade e
morbidade significativa, a criptococose manifesta-se principalmente como meningoencefalite
devido à predileção do agente pela dopamina do sistema nervoso central. As espécies de
importância clínica são Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gatti, que se diferem em
aspectos bioquímicos, biológicos, ecológicos, antigênicos e genéticos. C. neoformans é
cosmopolita, afetando principalmente indivíduos imunocomprometidos, especialmente
pacientes com AIDS. Por outro lado, C. gattii causa predominantemente uma infecção
primária em indivíduos imunocompetentes, sendo encontrado em regiões com climas
tropicais, subtropicais e em regiões temperadas da América do Norte. O presente trabalho teve
por objetivo verificar a existência de Cryptococcus spp. a partir de amostras ambientais no
município de Bauru, São Paulo, com a finalidade de depreender a ecoepidemiologia do
microrganismo. Foram coletadas cinquenta amostras ambientais, oriundas de ocos e troncos
de árvores de diferentes espécies de dez locais representativos do perímetro urbano, e
encaminhadas ao Laboratório de Bacteriologia e Micologia da Faculdade de Medicina
Veterinária de Araçatuba-Unesp, onde foram processadas e semeadas em placas de Petri
contendo ágar semente de Níger (NSA) e Sabouraud dextrose com clorafenicol e incubadas a
temperatura de 30°C por um período não inferior a 5 dias. As colônias com características
macro e micromorfológicas compatíveis com Cryptococcus foram repicadas em NSA,
cultivadas em tempo e temperatura supracitadas e submetidas às provas de produção de
urease, termotolerância a 37ºC e quimiotipagem em ágar CGB (L-Canavanina, Glinica e Azul
72
de Bromotimol). Os resultados revelaram que 12/50 (24%) das amostras foram positivas para
o gênero Cryptococcus, sendo que 6/50 (12%) para C. neoformans e 6/50 (12%) foram de C.
gattii. Outras leveduras como Rhodotorula sp. e Candida sp. e fungos filamentosos como
Fusarium sp. também foram isolados. Foram encontradas as duas espécies causadoras de
criptococose em ambiente urbano no município de Bauru, concluindo que Cryptococcus é
encontrado disperso na natureza constituindo microfocos ambientais, não estando vinculado
necessariamente a um único hospedeiro.
Palavras-chave: Cryptococcus spp, Cryptococcus neoformans, Cryptococcus gattii.
73
USO DO EQUILÍBRIO ELETROLÍTICO E DO CONDICIONAMENTO TÉRMICO
PRECOCE PARA MINIMIZAR OS EFEITOS DO ESTRESSE TÉRMICO CRÔNICO
EM FRANGOS DE CORTE
USE OF ELECTROLYTIC BALANCE AND EARLY THERMAL CONDITIONING
TO MINIMIZE THE EFFECTS OF CHRONIC HEAT STRESS IN BROILER
CHICKENS
Mayara Maia Rodrigues
Lidiane Fancelli Livero
Danilo Gualberto de Sandre
Manoel Garcia Neto
Sílvia Helena Venturoli Perri
RESUMO
O calor é um limitante à produção de frangos de corte, podendo induzir a uma elevada
mortalidade. O equilíbrio eletrolítico e o condicionamento térmico precoce são técnicas que
visam aliviar os efeitos negativos do estresse térmico nas aves. Assim, avaliaram-se as
possíveis interações e os efeitos do equilíbrio eletrolítico e do condicionamento térmico
precoce sobre o consumo de ração (kg), peso vivo (kg), conversão alimentar (kg), mortalidade
(%), análise econômica (Mcal/kg), umidade de fezes (%), peso de carcaça (kg), gordura
cavitária (g) e coloração de peito (L*a*b*) em frangos de cortes em condições de estresse
térmico crônico. O balanço eletrolítico (BE = K+Na-Cl) foi ajustado em 300 mEq/kg e a
relação eletrolítica (RE = [(K+Cl)/Na]) em 3:1 pelo programa PPFR não linear. Utilizaram
640 pintos machos de um dia de idade, distribuídos em arranjo fatorial 2x2 (com e sem CTP e
com e sem o EE), com 8 repetições por tratamento. O condicionamento térmico foi realizado
no quinto dia de idade, por 24 horas a 36 °C, apenas na metade do lote (320 aves). O estresse
térmico crônico (6 horas a 32°C) foi aplicado em todas as aves do 35º ao 39º dias de idade. Os
resultados indicaram que: a) não houve interação entre as duas técnicas; b) dietas com EE
resultaram em encarecimento da ração, além de aumentarem a umidade das fezes, porém
observou-se menor mortalidade; c) o CTP resultou em coloração pálida nas amostras de peito.
Desta forma, conclui-se que tanto o EE como o CTP não são eficazes para minimizar os
efeitos negativos do estresse térmico crônico em frangos de corte.
Palavras-chave: balanço eletrolítico, formulação não linear, índice de conversão
bioeconômica, relação eletrolítica, tolerância térmica.
Auxílio Financeiro: FAPESP 2013/09537-7
74
PERFIL ETIOLÓGICO DA MASTITE BOVINA E A CONSCIENTIZAÇÃO DOS
PRODUTORES DE LEITE DOS ASSENTAMENTOS RURAIS SOBRE A
IMPORTÂNCIA DAS BOAS PRÁTICAS DE ORDENHA
ETIOLOGICAL PROFILE OF BOVIINE MASTITIS AND AWARENESS OF DAIRY
FARMERS IN THE RURAL SETTLEMENTS OF THE IMPORTANCE GOOD
PRATICE IN MILKING
Miriam Yumi Makatu
Jefferson Filgueira Alcino
Cilene Vidovix Táparo
Marcia Marinho
RESUMO
A bovinocultura leiteira está presente em várias propriedades dos assentamentos rurais, sendo
geralmente a principal fonte de renda desses pequenos produtores rurais. Um dos principais
entraves para a cadeia produtiva do leite é a alta prevalência de animais acometidos com
mastite, pois ocasionam severos prejuízos econômicos com a redução da produção de leite e a
alteração na composição do leite, além disso, causam sérios problemas ao bem-estar do
animal. O objetivo desse trabalho foi orientar os produtores dos assentamentos rurais sobre a
importância a adoção das boas práticas de ordenha para o controle da mastite e identificar os
principais agentes etiológicos da mastite nas propriedades avaliadas. Inicialmente foram
entregue folder explicativo sobre o trabalho a ser realizado, e os proprietários que
demostraram interesse em aderir ao projeto foram orientados e informados de como efetuar as
práticas boas de ordenha. Foram avaliadas 20 vacas de quatro propriedades, totalizando 79
quartos mamários, pois um dos tetos era afuncional. Apesar da ordenha do leite ser realizado
em condições precárias de higiene, com pouca tecnologia e deficiência no controle da mastite,
não foram observados casos de mastite clínica.Nos resultados do CMT observou-se que na
propriedade P3 houve maior frequência de quartos com reação positiva 60% (12/20), com o
predomínio do escore ++, e na P4 a menor frequência de resultado positivo, com 25% (4/16)
dos quartos sendo verificada apenas reação levemente positiva (+).Os maiores valores de
células somáticas foram observados na propriedade P3, que apresentou uma mediana de
1.243.000 células somáticas/mL e na propriedade P4 foi observada a menor mediana de
100.500 células somáticas/mL, no entanto, não foi verificada diferença significativa da CCS
entre vacas das propriedades avaliadas (p=0,3216). Quanto ao exame microbiológico,nas
propriedades P1, P2 e P3 houve maior prevalência dos patógenos contagiosos, sendo
frequentemente isoladosStaphylococcussp. eCorynebacteriumspp., com diferente percentual
de isolamentos entre as propriedades. E na propriedade P4, das culturas positivas ao exame
75
microbiológico houve o predomínio de 50% (4/8) Bacillusspp. Conclui-se que as boas
práticas sugeridas são de fácil introdução na rotina de ordenha e podem diminuir os casos de
animais com mastite assintomática, reduzir a CCS e consequentemente melhorar a qualidade
do leite produzido.
Palavras-chave: inflamação intramamária, mastite contagiosa, mastite ambiental, exame
microbiológico.
76
ASTROCITOMA EM CÃO - RELATO DE CASO
ASTROCYTOMA IN DOG - CASE REPORT
Natiélle Rodrigues Wajima
Jéssica Kiill Lemes Rossi
Gisele Moraes do Santos
Jaqueline dos Santos Azevedo
Tawane Agda Lopes de Melo
Fernando Vissani Fernandes
Maria Cecília Rui Luvizotto
Wagner Luís Ferreira
RESUMO
Os astrocitomas são neoplasias infiltrativas primárias do sistema nervoso central relatadas
mais
comumente
em
cães.
Geralmente,
acometem
os
hemisférios
cerebrais
predominantemente na região temporal piriforme e diencéfalo. Gliomas são os tipos mais
comuns de tumor de origem neuroendodermal, tanto em humanos como em cães. O termo
glioma inclui: ependioma, oligodendroglioma, glioblastoma, astrocitoma e mistos. O presente
trabalho tem por objetivo relatar um caso de astrocitoma diagnosticado em um cão macho de
15 anos, da raça pinscher no Hospital Veterinário da FMVA - UNESP. O animal não era
vacinado, vermifugado e não tinha histórico de neoplasias anteriores, porém apresentava
ceratoconjuntivite (KCS) seca diagnosticada no ano de 2010. A proprietária relatou que há
alguns meses o animal começou a perder peso, e há um mês apresentou ataxia leve e quedas
repentinas. Na madrugada do dia 18 de abril de 2015 desenvolveu episódio de convulsão
generalizada tônico clônica. Ao exame físico, o paciente apresentou ataxia, desorientação,
mioclonia em região cervical, secreção nasal mucopurulenta e olhos opacificados. Os exames
complementares mostraram leucocitose por neutrofilia, monocitose e uréia de 17,88 mmol/dl.
O paciente evoluiu para um quadro comatoso, com pupilas em miose irresponsivas. Foi
realizada eutanásia humanitária e o exame necroscópico revelou congestão vascular
encéfalica, áreas multifocais de calcificação na meninge e ao corte, neoformação irregular,
avermelhada localizada na região de hipocampo do hemisfério cerebral esquerdo. Ao exame
histopatológico, foi identificado neoformação constituída por astrócitos com padrões
distintos, perda da relação núcleo/citoplasma, prolongamentos fibrilares acidófilos com
formação de pseudopaliçadas, raras figuras de mitose, áreas de necrose, mesmo na presença
de proliferação vascular acentuada. Os sinais clínicos associados aos achados macro e
microscópicos são sugestivos de neoplasia encefálica cujo padrão microscópico coincide ao
descrito para astrocitoma.
77
Palavras-chave: astrocitoma, cão, glioma.
Referências
JUBB, K. V. F., et al. Pathology of domestic animals, 5ª ed. London: Academic Press. p. 281457, 2007.
MAXIE MG. EDS. JUBB, KENNEDY, AND PALMER’S- Pathology of Domestic Animals.
5.ed. Philadelphia: Elsevier Saunders, 2007, 1, 281-457.
S. SISO´, V. LORENZO, I. FERRER. et al. An Anaplastic Astrocytoma (Optic ChiasmaticHypothalamic Glioma) in a Dog. Veterinary Pathology, v.40, p. 567- 569, 2003.
McKEEVER PE., BOYER PJ. The brain, spinal cord, and meninges. MILLS SE. Eds.
STEENBERG’S Diagnostic Surgical Pathology. 4.ed. Philadelphia: Lippincott Williams &
Wilkins, 2004, 1, 399-503.
78
CARCINOMA BRONCOALVEOLAR PRIMÁRIO EM FELINO - RELATO DE
CASO
BRONCHOALVEOLAR CARCINOMA PRIMARY IN FELINE - CASE REPORT
Pamela Suelen Forini Sacco
Jaqueline dos Santos Azevedo
Fabiana Álvares
Wagner Luis Ferreira
Thiago Luis Santos Gonçalves
Gisele Fabrino Machado
Maria Cecília Rui Luvizotto
Beatriz Piva Vicentini
Luciana Del Rio Pinoti Ciarlini
RESUMO
Grande parte dos tumores pulmonares primários é maligna, sendo o adenocarcinoma, o
carcinoma broncoalveolar e o carcinoma de células escamosas predominantes. A maioria dos
sinais clínicos reflete o envolvimento do trato respiratório, já que a infiltração no pulmão
pode interferir na oxigenação, levando ao aumento do esforço respiratório e intolerância ao
exercício. Manifestações inespecíficas incluem perda de peso, anorexia, depressão e febre. O
diagnóstico é realizado através de citologia ou histopatologia. As radiografias torácicas
podem sugerir o diagnóstico de neoplasia. Em felinos, os tumores pulmonares primários
frequentemente têm uma distribuição difusa e o padrão radiográfico pode ser sugestivo de
bronquite, edema ou pneumonia. Doenças não neoplásicas, incluindo infecção fúngica,
parasitas pulmonares e infecções bacterianas, produzem anormalidades radiográficas
similares. Caso as lesões não possam ser removidas cirurgicamente, pode-se optar pela
quimioterapia, porém não há protocolo eficaz para estes tumores. O prognóstico depende da
característica histológica do tumor, envolvimento do linfonodo regional e presença de
manifestações clínicas. Este relato de caso objetivou descrever um carcinoma pulmonar
primário, sendo estes tipos de tumores menos frequentes em felinos do que os metastáticos.
Foi atendido no Hospital Veterinário da FMVA - UNESP, um felino, fêmea, sem raça
definida, 5 anos de idade, com queixa de dispnéia, cansaço fácil, anorexia e emagrecimento
há 7 dias. O animal havia sido levado em um médico veterinário, que diagnosticou pneumonia
através de exame radiográfico. O animal estava em tratamento com ceftriaxona há 6 dias,
porém sem resposta à terapia. No exame físico foi constatada crepitação à auscultação
pulmonar. Os demais parâmetros estavam normais. Foi solicitado hemograma, que evidenciou
linfopenia e radiografia torácica, sendo esta sugestiva de pneumonia fúngica ou neoplasia
79
pulmonar, devido ao padrão nodular miliar. Foi realizada oxigenioterapia e foi instituído
tratamento com itraconazol. Após 5 dias a proprietária retornou com o animal e relatou que o
mesmo apresentou piora do quadro clínico optando, assim, pela eutanásia. Ao exame
necroscópico foi observado a presença de nodulações difusas em pulmões, linfonodos, baço e
rins, sendo realizada citologia e histopatologia concluindo o diagnóstico de carcinoma
broncoalveolar primário. Observou-se que a distribuição da neoplasia impossibilitaria o
procedimento cirúrgico. Além disso, levando em consideração a malignidade do tumor, grau
de acometimento radiográfico, quadro clínico e prognóstico desfavorável associado à baixa
resposta à quimioterapia, conclui-se que o animal dificilmente responderia ao tratamento.
Palavras-chave: neoplasia pulmonar, histopatologia.
Referência
CORREA, C.; BOGDANOV, G.; SANTOS, F. L.; OLIVEIRA, K. D.; BALDA, A. C.
Carcinoma broncoalveolar em gato jovem – relato de caso. 2011. São Paulo. Anais do 9º
Congresso Paulista de Medicina Veterinária. São Paulo: SPMV, 2011. p. 85. CD ROM.
FRAGATA, F. S.; KRUMENERL, J. L.; SILVA, P. T. D.; MARCONDES SANTOS, M.;
UBUKATA, R. I.; MERLO, A. Carcinoma broncogênico primário em felino. Relato de caso.
Braz. J. Vet. Res. anim. Sci., São Paulo, v.40, suplemento, 2003.
JONES, T. C.; HUNT, R. D.; KING, N. W. Patologia Veterinária. São Paulo: Manole, 6ª ed.,
2000. 1415 p.
HAWKINS, E. C. Distúrbios do sistema respiratório: Doenças do parênquima e vasculatura
pulmonar. In: NELSON, R. W.; COUTO, C. G. Medicina Interna de Pequenos Animais. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2010. p. 301-326.
80
RELATO DE CASO: TRATAMENTO DA HIPOTENSÃO TRANSANESTÉSICA EM
PANTHERA ONCA SUBMETIDA À LAPAROTOMIA EXPLORATÓRIA
CASE REPORT: TREATMENT OF HYPOTENSION DURING ANAESTHESIA IN
PANTHERA ONCA SUBMITTED TO EXPLORATORY LAPAROTOMY
Renata Haddad Pinho
Guilherme Stelczyk
Viviane Canada Barroso
Tábata Larissa Dalmagro
Bárbara C. Rodrigues da Silveira
Carlos Henrique Berlatto Cancelli
Clara Guimarães Lupatini
Vanessa Carbajal Barrionuevo
Gabriela Cortellini Ferreira
Pamela Bongiovanni Catandi
Marion Burkhardt de Koivisto
Paulo Sérgio Patto dos Santos
RESUMO
A hipotensão transanestésica é uma alteração cardiocirculatória importante que pode ser
desencadeada pelo estado clínico do paciente e pela anestesia, cuja terapêutica envolve o uso
de agentes vasoativos. Uma onça pintada de quinze anos de idade foi submetida à laparotomia
exploratória para esclarecimento sobre possível piometra. A contenção química foi realizada
com associação de tiletamina e zolazepam (4mg/kg) e, morfina (0,3mg/kg) intramuscular. A
mensuração de pressão arterial média (PAM) foi realizada pela cateterização da artéria podal
do membro direito, apresentando valor de 60mmHg antes da indução anestésica. A indução
foi feita com propofol 1mg/kg por via intravenosa e ato contínuo a anestesia peridural com
0,25mL/kg de lidocaína a 2% com vasoconstritor e fentanil 2µg/kg. A anestesia foi mantida
com isofluorano, diluído em 100% de O2 e a fluidoterapia com Ringer Lactato na taxa de
25mL/kg. Vinte minutos após a indução a PAM aferida foi de 22mmHg. Imediatamente foi
realizada administração de solução hipertônica de NaCl 7,5% (5mL/kg) e aos 45 minutos, a
PAM registrada oscilava entre 30 e 35mmHg. Administrou-se uma dose de efedrina
(0,2mg/kg), a qual manteve a PAM nos 10 minutos seguintes entre 65-70mmHg. Aos 65
minutos a PAM diminuiu para 50-55 mmHg, quando deu-se início a infusão contínua (IC) de
dobutamina (5ug/kg/min), entretanto aos 65 e 95 minutos, a PAM diminuiu para 3040mmHg. Na sequência, teve início a IC de norepinefrina (0,05mg/kg/min). Durante os 60
minutos seguintes (de 95 a 155 minutos de anestesia) a PAM se manteve entre 45 e 55mmHg
e entre 155 a 205 minutos se elevou para 60 e 65 mmHg. Foi descontinuada a IC de
81
norepinefrina, mantendo-se a PAM nos mesmos valores durante os 40 minutos finais.
Possíveis justificativas para esta intercorrência anestésica são: hipovolemia, vasodilatação e
baixa contratilidade cardíaca. A estabilização da pressão arterial só foi possível mediante
associação de tratamentos para as diferentes causas, abrangendo o débito cardíaco e a
resistência vascular sistêmica. A hipovolemia foi tratada pela reposição de fluidos enquanto a
contratilidade cardíaca foi aumentada com o uso de dobutamina. A vasodilatação, não
responsiva à efedrina, foi atenuada pela IC de norepinefrina, um fármaco simpatomimético de
ação direta que leva à vasoconstricção. A hipotensão relatada foi de difícil controle, uma vez
que sua origem fora decorrente de diversos fatores. A reposição hídrica, o aumento do
inotropismo e a vasoconstrição obtidas pelas técnicas e fármacos descritos anteriormente
foram eficazes no controle da pressão arterial.
Palavras-chave: onça-pintada, anestesia, pressão arterial.
Referências
FANTONI, D. T.; MASTROCINQUE, S. Agentes vasoativos e inotrópicos em anestesia e no
paciente crítico. Rev. Educ. contin. CRMV-SP/ Continnuous Education Journal CRMVSP, São Paulo, v. 5, n. 2, p. 139-149, 2002.
82
OCORRÊNCIA DE Tritrichomonas foetus EM GATOS
THE OCCURRENCE OF Tritrichomonas foetus IN CATS
Roberta Picciuto Duarte
Alex Akira Nakamura
José Eduardo dos Santos Silva
Milena Arauz Viol
Marcelo Vasconcelos Meireles
Gisele Fabrino Machado
RESUMO
A infecção por Tritrichomonas foetus em gatos tem sido negligenciada no Brasil. Está em
andamento um estudo sobre a ocorrência do parasito na região de Araçatuba - SP através do
exame direto e PCR de fezes. Foram colhidas amostras fecais de gatos por meio da infusão
retal de solução fisiológica 0,9%. Uma gota de cada amostra foi analisada em microscópio de
luz. A extração de DNA foi feita utilizando o ZR Fecal DNA kit (Zymo Research, Orange,
CA). O DNA extraído foi armazenado à -20°C para a realização da PCR. A presença de DNA
de T. foetus foi verificada através da amplificação de 347 pares de bases a partir dos primers
TFR3 e TFR4. O controle positivo foi obtido comercialmente (VetMAX™ T. foetus ControlsINVITROGEN) e como controle negativo foi utilizado água ultrapura. Também foi colhido
sangue para exame hematológico. Até o momento, foram avaliadas amostras de 97 gatos,
sendo 94 sem raça definida e três de raça pura; 65 adultos, com mais de um ano de idade, e 32
jovens. 15 gatos apresentavam diarreia no momento da colheita das fezes. Foi possível obter o
histórico clínico de 12 gatos, dos quais três já tinham sido tratados para Giardia sp. 55 gatos
viviam em locais fechados, 28 tinham acesso à rua e um era de zona rural. 55 conviviam em
ambientes multigatos e seis viviam sozinhos. Ao exame direto das fezes, em uma amostra foi
identificado T. foetus. Em 17 gatos foram observadas infecções por Giardia sp., Ancylostoma
sp., Isospora sp., Aelurostrongylus abstrusus e Dipylidium caninum, sendo que em três destes
gatos foi observado coinfecção. Cinco (5,15%) gatos foram positivos para T. foetus na PCR,
sendo dois machos adultos, duas fêmeas adultas e uma jovem. Uma fêmea adulta apresentava
diarreia no momento da colheita das fezes e um macho adulto tinha histórico de diarreia
crônica. A PCR confirmou a presença do parasito visualizado ao microscópio em uma fêmea
adulta sem diarreia. Quatro dos positivos conviviam em ambientes multigatos, sendo que dois
conviviam com gatos que não apresentaram positividade para T. foetus na PCR. Em nenhum
foi detectada coinfecção por outros enteroparasitos. Dois gatos infectados não apresentaram
alteração no perfil hematológico, enquanto os outros apresentaram alterações diversas. Como
83
constatado em outros estudos, a sensibilidade do exame direto das fezes é inferior quando
comparado à PCR. Este é o primeiro estudo da ocorrência desse parasito em uma determinada
população de gatos no Brasil.
Palavras-chave: felino, diarreia, trichomonose felina, PCR.
Auxílio Financeiro: Processo FAPESP nº 2014/00243-3
84
ESTUDOS ANATÔMICOS DO COMPORTAMENTO DA DRENAGEM VENOSA
DOS TESTÍCULOS DE GALO (Gallus gallus)
ANATOMICAL STUDIES OF THE VENOUS DRAINAGE BEHAVIOR OF Gallus
Gallus TESTICLES
Roberto Carvalhal
Luiz Eduardo Corrêa Fonseca
Maria Margareth Theodoro Caminhas
Ana Margarida Theodoro Caminhas
RESUMO
Dando prosseguimento as análises do comportamento vascular para o estudo do Mecanismo
de Termorregulação Testicular em gallus gallus, pesquisamos a drenagem venosa utilizando
20 galos (Gallus gallus), que foram fornecidos pela Empresa Globo Aves do município de
Trabiju, SP. Os animais foram injetados com solução de látex, pela veia ilíaca externa direita,
posteriormente formolizados e dissecados. Verificamos que as drenagens venosas dos
testículos confluem para a veia cava caudal e para a veia ilíaca comum. Os vasos que chegam
na veia cava caudal normalmente drenam a porção proximal e média do testículo, e os vasos
que chegam na veia ilíaca comum, normalmente drenam a porção caudal do testículo, e
também o ducto deferente. Os vasos sanguíneos venosos drenam o sangue do parênquima
testicular em direção a albugínea testicular das faces: dorsal e ventral do testículo. A
disposição do trajeto venoso na albugínea ocorre no sentido da margem lateral para a margem
medial do testículo. A drenagem venosa do testículo conflui para veia cava caudal e para a
veia ilíaca comum direita e esquerda. Nos testículos direitos a drenagem conflui para a veia
cava caudal e para a veia ilíaca comum direita. Nos testículos esquerdos a drenagem conflui
para a veia cava caudal e veia ilíaca comum esquerda. As análises permitiram concluir que as
veias que drenam os testículos não apresentam características diferenciais como ocorre com
os mamíferos. Nas aves os vasos venosos que drenam o parênquima testicular não
apresentam arranjos que contribuam para a termorregulação testicular, entretanto o contato da
veia cava caudal e veias ilíacas: direita e esquerda, com a face dorsal dos testículos podem
representar fator importante para o mecanismo, porque as veias que drenam os membros
pélvicos direito e esquerdo, desembocam nas veias ilíacas direita e esquerda,
respectivamente, por um trajeto muito curto, determinando que a esse nível a temperatura do
sangue circulante apresente temperatura inferior a corpórea. Análises fisiológicas deverão ser
realizadas para comprovar esse mecanismo.
85
Palavras-chave: anatomia, testículo, veias.
86
EVOLUÇÃO DO PRÉ-ESTÔMAGO DE BOVINOS DA RAÇA NELORE (BOS
TAURUS INDICUS) NO PERÍODO PRÉ-NATAL
FETAL DEVELOPMENTAL OF FORESTOMACH IN THE BOVINE (BOS TAURUS
INDICUS)
Roberto Gamero Carvalho
Cristina Maria Rodrigues monteiro
Silvia Helena Venturoli Perri
RESUMO
O desenvolvimento do estômago de mamíferos domésticos é processo complexo,
especialmente em ruminantes. O objetivo dessa pesquisa foi analisar as estruturas
microscópicas desse órgão durante o período pré-natal. Foram utilizadas 30 amostras de
rúmen, 30 de retículo e 30 de omaso de fetos da raça Nelore (Bos taurus indicus) divididos
em 5 grupos com 6 amostras cada um: 1º – fetos com 9 a 15 semanas (8 a 21cm) de gestação,
2º – fetos com 16 a 22 semanas (23 a 37cm), 3º – fetos com 23 a 29 semanas (40 a 58cm), 4º
– fetos com 30 a 36 semanas (61 a 77cm) e 5º– fetos com 37 a 43 semanas (79 a 88cm). Os
cortes histológicos foram corados com hematoxilina e eosina, tricrômico de Mallory e
picrossirius e examinados ao microscópio de luz (objetiva de 4x). Após essas observações
conclui-se que: as principais variações quanto à espessura das túnicas e pregueamento no
rúmen ocorreram nos fetos dos grupos 1 e 2, e após essa fase, houve aumento em espessura de
todas as túnicas até a finalização do período gestacional. A formação de cristas primárias no
retículo teve início no terço inicial da gestação (com 11 cm), evidenciada pelas
irregularidades na mucosa e o desenvolvimento da espessura das demais túnicas ocorreram
crescentemente com o avanço do desenvolvimento fetal, os valores de espessura da camada
muscular e parede total do omaso foram crescentes para todos os grupos em função da idade;
não houve padrão contínuo de crescimento para as demais túnicas e as lâminas e papilas
foram as estruturas que sofreram maiores variações de espessura das túnicas primariamente
em abomaso, posteriormente para o retículo durante o desenvolvimento fetal.
Palavras-chave: morfologia, pré-estômago, fetos, bovino.
Referências
Amasaki H. & DAIGO M. 2007. Morphogenesis of the epithelium and the lamina propria of
the rumen in bovine fetuses and neonates. Anatomia, Histologia, Embryologia.17(1):1-6.
87
Franco A.J., Masot A. J., Aguado M.C., Gómez L.& Redondo E. 2004a. Morphometric and
immunohistochemical study of the rumen of red deer during prenatal development. Journal of
Anatomy. 204:501-513.
Franco A.J., Redondo E. & Masot A.J. 2004b. Morphometric and immunohistochemical study
of the reticulum of red deer during prenatal development. Journal of Anatomy. 205:277-289.
Garcia A., Masot J., Franco A., Gásquez A & Redondo E. 2012. Histomorphometric and
immunohistochemical study of the goat rumen during prenatal development. Anatomical
Record. 295:776-785.
Scala
G.,
Corona
M.
&
Maruccio
L.
2011.
Structural,
histochemical
and
immunocytochemical study of the fore stomach mucosa in domestic ruminants. Anatomia,
Histologia, Embryologia.40: 47-54.
Totzauer I. & Sinowatz F. 1990. Fetal development of the omasum of cattle (Bos taurus),
Tierarztl Prax. 18(6)577-583.
88
DETECÇÃO DA INFECÇÃO POR Cryptosporidium spp. PELA COLORAÇÃO
NEGATIVA DE VERDE MALAQUITA E TF-TEST Conventional COM
CONFIRMAÇÃO PELA REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE
DETECTION OF INFECTION BY Cryptosporidium spp. BY THE COLORATION
NEGATIVE MALACHITE GREEN AND TF-TEST Conventional WITH
CONFIRMATION BY POLYMERASE CHAIN REACTION
Sandra Valéria Inácio
Jancarlo Ferreira Gomes
Roberta Lomonte Lemos Brito
Bruno César Miranda de Oliveira
Alex Akira Nakamura
Luiz da Silveira Neto
Alexandre Xavier Falcão
Rafaela Silva de Paula Ribeiro
Marcelo Vasconcelos Meireles
Katia Denise Saraiva Bresciani
RESUMO
Cryptosporidium apresenta distribuição cosmopolita e pode infectar seres humanos e animais
(O’DONOGHUE, 1995). O diagnóstico parasitológico desta protozoose exige a utilização de
técnicas específicas de concentração e de coloração, dificultando, muitas vezes, a utilização
das mesmas em rotina de laboratório de análises clínicas, por serem trabalhosas e onerosas
(GOMES et al., 2004; GARCIA, 2007; GARCIA, 2009). Este estudo tem como objetivo
detectar Cryptosporidium spp. pela coloração negativa de verde malaquita e TF-Test
Conventional assim como realizar a confirmação molecular da presença deste protozoário. Na
primeira etapa da pesquisa foram colhidas 59 amostras fecais de bezerros, diretamente da
ampola retal. Estas foram processadas pela coloração negativa de verde malaquita e pelo TFTest Conventional. Para a confirmação deste resultado foi utilizada uma quantidade de 200
mg de fezes que foi distribuída em tubo tipo “eppendorf®” e congelada in natura a -20°C, até
o momento da extração do DNA genômico do parasito com auxílio do QIAmp DNA Stool
Mini Kit (QIAGEN®), para amplificação de fragmentos da subunidade 18S do RNA
ribossômico (rRNA) na “Nested”- PCR. Três amostras foram consideradas positivas para o
protozoário em questão pela coloração negativa verde malaquita e pela técnica TF-Test
Conventional e esse resultado foi confirmado pela Nested PCR. Segundo Meireles (2010), as
técnicas parasitológicas usadas na rotina em laboratório podem gerar resultados falsopositivos, devido à reação cruzada com leveduras, esporos de fungos e outras estruturas
presentes em amostras fecais e a nova técnica de TF-Test Conventional, é um teste eficiente,
89
prático, simples em seu manuseio e de baixo custo. A partir destes resultados, pode-se
concluir que foi confirmado a visualização do Crypstosporidium pela técnica TF-Test
Conventional como também pela coloração negativa de verde malaquita sendo confirmado
pela Nested PCR.
Palavras-chaves: parasito, protozoário, fezes.
Referências
GARCIA, L. C. Diagnosis Medical Parasitology. 5 th edition, A.S.M. Press, Washington,
D.C. (USA), p 562-563, 2007.
GARCIA, L. C. Practical Guide to Diagnostic Parasitology. 2 th edition, A.S.M. Press,
Washington, D.C. (USA), p 288-289, 2009.
GOMES, J. F.; HOSHINO-SHIMIZU, S.; DIAS, L. C. S., et al. Evaluation of a Novel Kit
(TF-Test) for the Diagnosis of Intestinal Parasitic Infections. Journal of Clinical Laboratory
Analysis, USA, v. 18 n. 2, p. 132- 8, 2004.
MEIRELES, M. V. Cryptosporidium infection in Brazil: implications for veterinary medicine
and public health. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v. 19, n. 4, p. 197-204,
2010.
O’DONOGHUE, P. J. Cryptosporidium and cryptosporidiosis in man and animals.
International Journal of Parasitology, v. 25, n. 2, p. 139-195, 1995.
90
O OXIDO NÍTRICO E SEU PAPEL REGULADOR DE APOPTOSE NA
LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA
NITRIC OXIDE IS A REGULATOR OF APOPTOSIS IN CANINE VISCERAL
LEISHMANIASIS
Stéfani Karin Martiniano de Almeida
Jessica Thomé de Andrade
Cleber Costa de Martini
Paulo Sérgio Patto dos Santos
Flávia de Rezende Eugênio
Valéria Marçal Felix de Lima
RESUMO
A Leishmaniose Visceral (LV) é uma zoonose primariamente de canídeos silvestres e
domésticos, causada por parasitas do gênero Leishmania, sua transmissão ocorre entre
hospedeiros vertebrados através da picada do flebotomíneo hematófago Lutzomyia
longipalpis. A LV está associada com a imunossupressão que ocorre devido as altas taxas de
apoptose das células T, com isso o óxido nítrico (NO) pode ser envolvido na imunopatologia
da doença, pois em diferentes parasitas sua produção está associada com a ausência da
resposta linfocitária e também pode induzir apoptose em diferentes tipos celulares. Esse
trabalho teve como objetivo avaliar a concentração de óxido nítrico e as taxas de apoptose no
baço e sangue periférico de cães saudáveis e naturalmente infectados, e se há correlação
desses parâmetros. Foram coletadas amostras de baço e sangue periférico de 20 cães
naturalmente infectados, com no mínimo três sinais clínicos de leishmaniose visceral, e com
diagnóstico da doença confirmado por ELISA indireto com antígeno total de Leishmania
chagasi e detecção de DNA do parasita por PCR em tempo real, e 10 cães saudáveis
soronegativos pelo teste ELISA indireto foram utilizados como controle. A separação de
células mononucleares de sangue periférico foi realizada com Ficoll - Paque (Amersham
Biosciences) e a determinação da apoptose foi realizada usando o Kit Guava Nexin® Assay
(Guava, Hayward, CA) de acordo coma as instruções do fabricante. O Óxido nítrico foi
quantificado com 4,5-diacetato de diaminofluoresceína (DAF-2DA, Sigma) (2μM). ONO e a
apoptose foram avaliados utilizando citômetro de fluxo (BD Accuri C5, Becton Dickinson,
CA) e a análise foi realizada utilizando o Cell Quest software Pro (BD Biosciences, CA). Os
resultados entre os grupos controle e infectado foram analisados utilizando o teste de MannWhitney, e a relação entre a produção de NO e os níveis de apoptose foi realizada pela
91
correlação de Spearman. Os resultados foram considerados significativos apresentando
p<0,05. A porcentagem de células de NO positivas e apoptose celular total do sangue e baço
no grupo infectado foi maior em relação ao controle (p<0,05). O óxido nítrico mostrou
correlação positiva com a apoptose no sangue periférico e baço. Os dados sugerem que o
óxido nítrico pode ter um papel supressor na resposta imunológica observado em cães
naturalmente infectados.
Palavras-chave: leishmaniose visceral, apoptose, cão, óxido nítrico, imunossupressão.
Auxílio Financeiro: Este trabalho teve suporte financeiro do Conselho Nacional Cientifico e
Tecnológico (CNPq).
92
DESENVOLVIMENTO DE PNEUMOTÓRAX FRENTE À ACIDOSE METABÓLICA
EM CÃO: RELATO DE CASO
DEVELOPMENT OF PNEUMOTHORAX ASSOCIATED WITHMETABOLIC
ACIDOSIS IN DOG: CASE REPORT
Tábata Larissa Dalmagro
Guilherme Stelczyk
Viviane Canada Barroso
Bárbara C. Rodrigues da Silveira
Carla Rodriguez Paes
Fernando Peretti Guimarães
Laise Michi Yamashiro
Renata Haddad Pinho
Paulo Sérgio Patto dos Santos
Flávia Rezende Eugênio
RESUMO
O termo pneumotórax é utilizado para definir a presença de ar livre na cavidade torácica e
geralmente está associado a lesões traumáticas de pulmões ou traqueia. As doenças do trato
respiratório inferior também podem predispor esta condição, porém o esforço respiratório não
tem sido associado à ruptura de alvéolos (FOSSUM, 2008). Entretanto, neste relato, o
desenvolvimento do pneumotórax foi associado ao aumento da frequência respiratória para
compensação da acidose metabólica. Foi atendido no Hospital Veterinário “Luiz Quintiliano
de Oliveira” da UNESP, Araçatuba, um cão, sem raça definida, fêmea, cinco anos, submetida
à laparotomia exploratória para avaliação de granuloma de coto uterino. Durante a cirurgia foi
observada aderência ao ureter e rim direitos, sendo necessária a nefrectomia, que cursou com
intensa hemorragia. Embora o suporte volêmico pós-operatório tenha sido oferecido, após
quatro dias a paciente retornou, apresentando grave taquipneia, mucosas pálidas, sensibilidade
abdominal, tempo de preenchimento capilar de 2,5 segundos, desidratação estimada de 3% e
frequência cardíaca de 70 batimentos por minuto. O exame radiográfico foi realizado para
confirmar a suspeita de pneumotórax e na hemogasometria venosa identificou-se a acidose
metabólica pelos valores de pH 6,98; PCO2 16mmHg; PO2 28 mmHg; bicarbonato 3,8mmol/L
e hematócrito de 12%. De acordo com Di Fillipo (2008), a hipovolemia causada pela
hemorragia, leva a má perfusão e hipóxia tecidual, que associadas ocasionam a biossíntese de
ácido lático, pelo metabolismo anaeróbio, enquanto a diminuição da perfusão é responsável
pela limitada excreção de íons hidrogênio, que tem importante papel acidificante. Os íons
hidrogênio, por sua vez, reagem no organismo com o bicarbonato (HCO 3), dando origem a
moléculas de água (H2O) e gás carbônico (CO2). Desse modo, a eliminação do CO2 pelo
93
aumento da frequência respiratória, torna-se importante mecanismo compensatório para a
acidose metabólica (DIBARTOLA, 2012).Sendo assim, o tratamento deste desequilíbrio
ácido-base e a retirada da causa, são fundamentais para a estabilização do quadro clínico do
paciente, pois, o desenvolvimento do pneumotórax, além de levar a uma piora no quadro geral
pela deficiência na oxigenação do sangue, dos tecidos e eliminação do CO2, torna-se uma
forma ineficaz na compensação da acidose metabólica. O tratamento para a acidose
metabólica a partir da reposição de bicarbonato foi instituído, como também foi realizada a
toracocentese para drenagem do pneumotórax. Porém o quadro geral da paciente era grave, e
mesmo com a terapia de suporte a vida o animal veio a óbito.
Palavras-chave: alcalose respiratória, compensatório, taquipneia.
Referências
DIBARTOLA, S. P. Fluid, Electrolyte, and Acid-base Disorders in Small Animal
Practice. 4ed, Missouri: Elsevier Saunders. 2012. 749p.
DI FILLIPO P. A.; SANTANA A. E.; PEREIRA G. T. Equilíbrio ácido base e eletrolítico em
equinos com cólica. Ciência Rural. v. 38, n. 4, p. 1003-1009, 2008.
FOSSUM T.W. Cirurgia de Pequenos Animais. 3ed, Rio de Janeiro: Elsevier. 2008. 1606p.
94
DISTRIBUIÇÃO GENÔMICA E ANTIGÊNICA DO BoHV-5 EM ENCÉFALOS
BOVINOS COM MENINGOENCEFALITE NÃO SUPURATIVA: CASOS CLÍNICOS
GENOMICS AND DISTRIBUTION OF ANTIGENIC BoHV-5
MENINGOENCEPHALITIS WITH CATTLE IN BRAINS NONSUPPURATIVE:
CLINICAL CASES
Tássia de Paula Giroto
Tereza Cristina Cardoso Silva
Bruna Rezende Silva Martins de Oliveira
RESUMO
O Herpesvírus bovino tipo-5 (BoHV-5) membro da família Herpesviridae, conhecido como
responsável pela meningoencefalite necrótica em animais jovens, foi descrito em várias
regiões do mundo. A enfermidade afeta principalmente bovinos jovens, embora possa afetar
animais adultos. A doença ocorre na forma de surtos ou de casos isolados.
Os principais sintomas clínicos são comprometimento encefálico, caracterizado por tremores,
nistagmo, convulsão, bruxismo, andar em círculos, ataxia, pitialismo, movimentos de
pedalagem, paralisia e morte (PEREZ et al., 2002). No Brasil, encefalites causadas pelo
BoHV-5 têm sido confirmadas de forma crescente nos rebanhos, sendo considerada a segunda
maior causa de encefalite o que leva a significantes perdas econômicas na bovinocultura de
corte (ROIZMAN, 1992). Por isso, é necessário ressaltar a importância deste vírus no
diagnostico diferencial das doenças encefálicas de importância econômica como encefalite
espongiforme (BSE) e a raiva. O presente trabalho objetivou realizar um estudo geral em 11
diferentes regiões do SNC na tentativa de correlacionar a região com maior presença
antigênica e genômica do BoHV-5, na tentativa de estabelecer uma rotina laboratorial para o
diagnóstico. Foi realizado um estudo retrospectivo em amostras parafinizadas (86°C) de SNC
bovinos provenientes de necropsias de 10 casos de BoHV-5, coletados junto ao serviço de
Patologia Animal nos anos de 2008-2010. A metodologia baseou-se em coloração histológica
de Hematoxilina-eosina (HE), Imunoistoquímica e Reação em cadeia da polimerase em tempo
real (qPCR). Os resultados até a presente data revelaram que em 75% dos materiais a região
frontal, correspondendo ao bulbo olfatório, lobo frontal e parte do telencéfalo a correlação foi
significativa entre: infiltrado inflamatório, expressão do mRNA viral e detecção de antígenos
virais pela imunistoquímica (r = 0,96). Diante do exposto, conclui-se que a incidência do
BoHV-5 encontra-se principalmente na região frontal, visto que a contaminação pelo vírus
ocorre de forma nasal, tendo como primeiro contato a região frontal do cérebro com o BoHV.
95
Palavras-chave: herpes vírus bovino tipo-5, distribuição genômica e antigênica,
meningoencefalite.
Referências
PEREZ, S. E., BRETSCHNEIDER, G., LEUNDA, M. R., et al. Primary infection, latency
and reactivation of bovine herpesvirus type 5 in the bovine nervous system. Veterinary
Pathology, v. 39, p. 437-444, 2002.
ROIZMAN, B.; PELLET, P.E. The family Herpesviridae: a brief introduction. In: Fields,
B.S., Knipe, D.M., Howley, P.M., Chanock, R.M., Monath, T.P., Meinick, J.L., Roizman, B.,
Straus, S.E. (Eds). Fields Virology, 4th edition, Lippincott Williams and Wilkins,
Philadelphia, pp. 2480-2499, 2007.
96
GENOTIPAGEM DE ESPÉCIES DO GÊNERO TREPONEMA SPP. ASSOCIADAS À
PERIODONTITE OVINA
SPECIES GENOTYPING GENDER TREPONEMA SPP. ASSOCIATED WITH
SHEEP PERIODONTITIS
Thamiris Naiasha Minari Ramos
Ana Carolina Borsanelli
Robson Varlei Ranieri
Elerson Gaetti-Jardim Júnior
Iveraldo dos Santos Dutra
RESUMO
A periodontite ovina é uma doença infecciosa que acomete animais adultos e caracteriza-se
por afrouxamento e perda dos dentes, incisivos, pré-molares e molares. Em diversas formas
de apresentação clínica da doença periodontal em humanos, a presença de espiroquetas na
microbiota está associada a risco elevado de determinado sítio desenvolver lesão. De uma
maneira geral, as espécies do gênero Treponema spp.
são de cultivo e identificação
complexos e a verificação da sua presença na microbiota oral associada às periodontites
encontra limitações quando empregados meios de cultivo e métodos clássicos de isolamento.
Considerado um importante patógeno periodontal e componente do complexo vermelho de
Socransky, o Treponema denticola é mais comum em sítios com doença periodontal do que
em sítios sadios, e na placa subgengival do que na supragengival. No presente estudo,
materiais para detecção do microrganismo foram coletados da bolsa periodontal de ovinos
com lesões (n=14) e do biofilme subgengival de animais considerados sadios (n=20). Os
procedimentos para a coleta foram descritos por Gaetti-Jardim Jr et al (2012). A presença de
Treponema amylovorum, T. denticola, T. maltophilum, T. medium, T. socranskii e T. vincentii
foi avaliada pelo emprego de iniciadores específicos através da reação em cadeia da
polimerase (PCR). Na bolsa periodontal de 78,6% (11/14) dos ovinos foi possível detectar
diretamente pela PCR a presença de Treponema amylovorum,de 78,6% (11/14) T. denticola,
de 21,4% (3/14) T. medium e de 7,1% (1/14) T. maltophilum. T. vincentii e T. socranskii não
foram identificados em nenhum animal com periodontite. Nenhum microrganismo foi
identificado nos 20 ovinos sem lesões periodontais. A periodontite ovina ocorre em condições
epidemiológicas específicas e associada predominantemente à presença de microbiota
bacteriana anaeróbia no biolfime subgengival, em especial pelos Bacteroides pigmentados de
negro, Fusobacterium e outros microrganismos. No presente estudo, o emprego da reação em
cadeia da polimerase, com o uso de iniciadores de algumas espécies de Treponema
97
conhecidas da microbiota oral de humanos e animais, possibilitou identificar espiroquetas
diretamente do material colhido das lesões periodontais. Espécies específicas de espiroquetas
têm sido relacionadas com a destruição periodontal, evidenciada quando se emprega técnicas
moleculares ou baseadas na detecção de anticorpos. A presença de Treponema amylovorum,
T. maltophilum, T. medium na microbiota subgengival, e em especial do amplamente
reconhecido periodontopatógeno T. denticola, traz uma contribuição original de importância
na complementação dos estudos da etiopatogenia da periodontite ovina.
Palavras-chave: periodontite ovina, doença periodontal, microbiota subgengival,
Treponema denticola.
Referências
GAETTI-JARDIM JR, E.; MONTI, L. M.; CIESIELSKI, F. I. N.; GAETTI-JARDIM, E. C.;
OKAMOTO, A. C.; SCHWEITZER, C. M.; AVILA-CAMPOS, M. J. Subgingival microbiota
from Cebus paella (Capuchin monkey) with different periodontal conditions. Anaerobe, v.
18, p. 263-269, 2012.
RIVIERE, G. R.; SMITH, K. S.; CARRANZA JR, N.; TZAGAROULAKI, E.; KAY, S. L.;
DOCK, M. Subgingival distribution of Treponema denticola, Treponema socranskii and
pathogen-related oral spirochetes: prevalence and relationship to periodontal status of
sampled sites. Journal of Periodontology, v. 66, n. 10, p. 829-837, 1995.
SOCRANSKY, S. S.; HAFFAJEE, A. D. Infecções periodontais. In: LINDHE, J.; LANG,
N.P.; KARRING, T. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral. 5ª ed. Rio de
Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 2010. p. 197-254.
SOCRANSKY, S. S.; HAFFAJEE, A. D; CUGINI, M. A.; SMITH, C.; KENT JR, R. L.
Microbial complexes in subgingival plaque. Journal of Clinical Periodontology, v. 25, p.
134-144, 1998.
Auxílio Financeiro: Processo FAPESP 2014/13979-8
Agradecimentos: À FAPESP pelo auxílio financeiro
98
OXIDAÇÃO LIPÍDICA EM RAÇÕES DE PESCADO CONTENDO CAROTENOIDES
LIPID OXIDATION IN FISH FEED CONTAINING CAROTENOIDS
Thiago Luís Magnani Grassi
Edson Francisco do Espírito Santo
Iderlipes Luiz Carvalho Bossolani
Jefferson Felipe Cavazzana
Marcelo Tacconi de Siqueira Marcos
Elisa Helena Giglio Ponsano
RESUMO
A formulação de dietas completas que atendam às exigências nutricionais dos peixes é de
extrema importância para o progresso da atividade. Além de seu papel como corantes
naturais, a alguns carotenoides podem ser atribuídas propriedades antioxidantes, importantes
para diminuir a deterioração causada pela oxidação lipídica. Este trabalho teve por objetivo
avaliar o efeito de diferentes fontes de carotenoides sobre a rancidez de rações de pescado
armazenadas por 6 e 12 meses. O delineamento experimental foi realizado com seis dietas e
três repetições. Os tratamentos foram constituídos de um grupo controle, correspondente à
ração sem aditivos pigmentantes, um grupo contendo o pigmentante comercial sintético
Carophyll Pink (375 mg/kg) e de quatro grupos contendo diferentes concentrações da
biomassa de Rubrivivax gelatinosus (175, 350, 700 e 1400 mg/kg) como aditivo pigmentante.
Para o preparo dos tratamentos contendo pigmentantes, a biomassa bacteriana e o Carophyll
Pink foram dissolvidos no óleo de soja e incorporados à ração base em misturador em Y. As
rações foram armazenadas em sacos plásticos e mantidas em temperatura ambiente durante 6
e 12 meses. A rancidez oxidativa foi determinada pelo valor das substâncias reativas ao ácido
tiobarbitúrico (TBARS, expressos em mg de malonaldeído/kg de ração) utilizando-se a
metodologia descrita por Tarladgis et al. (1960) modificada por Maia (1992). Os resultados
experimentais foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo
teste de Tukey. O nível de significância adotado foi de 5%. Após 6 meses de armazenamento,
com exceção do tratamento contendo Carophyll Pink, todos os grupos apresentaram valores
de TBARS inferiores ao grupo controle (p=0,0058), porém não diferiram significativamente
entre si. Com 12 meses de estocagem, todas as rações contendo fontes de carotenoides se
mostraram mais estáveis ao processo de rancidez oxidativa quando comparados ao tratamento
controle, sendo que os menores valores de TBARS foram encontrados quando maiores
99
concentrações de biomassa de R. gelatinosus foram incorporadas a ração (700 e 1400mg/kg).
Os resultados demonstraram que o uso de carotenoides se mostrou benéfico para preservação
dos lipídeos e, em consequência, tornou a ração mais estável durante o armazenamento e com
menor possibilidade de rejeição pelos animais, devido às alterações sensoriais causadas pela
rancidez oxidativa. Pode se concluir que as diferentes fontes de carotenoides diminuíram a
rancidez de rações de pescado armazenadas por 6 e 12 meses.
Palavras-chave: armazenamento, astaxantina, R. gelatinosus, rancidez.
Referências
BHOSALE, P.; BERNSTEIN, P. S. Microbial xanthophylls. Applied Microbiology and
Biotechnology, v. 68, n. 4, p. 445–455, 2005.
MAIA, E. L. Composição, conservação e utilização do curimbatá, Prochilodus scrofa,
Steindachner, 1881. 1980. 129p. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Alimentos) –
Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade de Campinas, Campinas.
TARLADGIS, B. G.; WATTS, B. M.; YOUNATHAN, M. T. A distillation method for the
quantitative determination of malonaldehyde in rancid foods. Journal of the American Oil
Chemists' Society, v.37, p.44-48, 1960.
Agradecimento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
100
EFEITOS CARDIORRESPIRATÓRIOS DA ADMINISTRAÇÃO INTRADÉRMICA
OU SUBCUTÂNEA DE METADONA EM CADELAS SUBMETIDAS À
OVARIOHISTERECTOMIA
CARDIORESPIRATORY EFFECTS OF INTRADERMAL OR SUBCUTANEOUS
ADMINISTRATION OF METHADONE IN BITCHES SUBMITTED TO
OVARIOHYSTERECTOMY
Thomas Alexander Trein
Beatriz Perez Floriano
Juliana Tessália Wagatsuma
Maurício Deschk
Carlos Henrique Berlatto Cancelli
Joana Zafalon Ferreira
Juliane Teramachi Trevizan
Suely Regina Mogami Bomfim
Paulo Sérgio Patto dos Santos
Valéria Nobre Leal de Souza Oliva
RESUMO
A metadona é um analgésico opioide sintético com alta afinidade para receptores µ e efeito
analgésico semelhante à morfina, promovendo discretas alterações cardiorrespiratórias
(PEREIRA et al., 2013). A administração por diferentes vias pode alterar o perfil
farmacocinético, potencialmente influenciando sua biodisponibilidade e eficácia clínica
(BARNHART et al., 2000; INGVAST-LARSSON et al., 2010). Objetivou-se avaliar os
efeitos cardiorrespiratórios da administração de metadona pela via intradérmica ou subcutânea
em cadelas submetidas à ovariohisterectomia (OH). Dezesseis cadelas hígidas, adultas, foram
pré-medicadas
com
acepromazina
(0,05
mg/kg)
intramuscular
e
metadona
(0,3
mg/kg)intradérmica (GMID, n=8) ou subcutânea (GMSC, n=8). Após 20 minutos, os animais
foram induzidos com propofolintravenoso, entubados e mantidos sob anestesia inalatória com
isoflurano e ventilação mecânica. Realizou-se anestesia epidural lombossacra com lidocaína
2% sem vasoconstritor (0,3 mL/kg) e após 15 minutos iniciou-se a OH. Avaliaram-se
frequências cardíaca (FC) e respiratória (f),pressão arterial média (PAM) invasiva, SpO2,
ETCO2, concentração de isoflurano (ETISO) e temperatura esofágica (TE) imediatamente antes
do início da cirurgia (TB) e um minutos após: incisão de pele (T1), pinçamento do primeiro
(T2a) e segundo (T2b) pedículo ovariano, início da síntese da parede abdominal (T3) e última
sutura (T4).Empregou-se o teste de Mann-Whitney ou teste t para comparar tempos entre
grupos, teste t pareado para comparar tempos com TB dentro dos grupos e teste exato de
Fisher para avaliarincidências de bradicardia (FC<60 bpm) e hipotensão (PAM<60 mmHg).
101
Diferenças foram significativas quando p<0,05.Não houve diferença significativa entre
grupos em relação à FC, f, PAM, SpO2, ETISOou TE, porém, ETCO2foi maior no
GMIDcomparada ao GMSC em T3 (36,8±3,1vs 40,6±2,4 mmHg; p=0,0149).Valores de FC,
PAM, ETCO2,ETISO, e TE apresentaram diferenças nos tempos comparados à TB, dos quais as
médias se mantiveram dentro dos valores fisiológicos, exceto PAM em TB[56,0±8,8 (GMSC)
e59,0±6,0 mmHg(GMID)] e T1[59,1±1,11 mmHg (GMSC)], e TE em todos os momentos em
ambos os grupos (TE<37,5oC).Observou-se bradicardia em uma cadela em cada grupo, e
hipotensão em cinco e seis cadelas em GMSC e GMID, respectivamente.A hipotensão e
hipotermia observadas provavelmente devem-seaos efeitos vasodilatatórios do isoflurano e
acepromazina(SINCLAIR; DYSON, 2012). Já a bradicardia pode ser devido aos efeitos
cronotrópicos negativos dose-dependentes da metadona (STANLEY et al., 1980),
corroborando sua baixa incidência. A administração intradérmica de metadona apresenta
efeitoscardiorrespiratórios clínicos semelhantes à administração subcutânea durante OH.
Entretanto, deve-se atentar às complicações trans-anestésicas com este protocolo.
Palavras-chaves: Analgesia, Cães, Metadona, Opioides.
Referências
BARNHART,
M.D.;
HUBBELL,
J.A.;
MUIR,
W.W.
et
al.
Pharmacokinetics,
pharmacodynamics, and analgesic effects of morphine after rectal, intramuscular, and
intravenous administration in dogs.Am J Vet Res, v. 61, p. 24-28, 2000.
INGVAST-LARSSON, C.; HOLGERSSON, A.; BONDESSON, U. et al. Clinical
pharmacology of methadone in dogs.VetAnaesthAnalg, v. 37, p. 48-56, 2010.
PEREIRA, D.A.; MARQUES, J.A.; BORGES, P.A. et al.. Efeitos cardiorrespiratórios da
metadona, pelas vias intramuscular e intravenosa, em cadelas submetidas à ovariossalpingohisterectomia. Arq Bras Med Vet Zootec, v. 65, p. 967-974, 2013.
SINCLAIR, M.D.; DYSON, D.H. The impact of acepromazine on the efficacy of crystalloid,
dextran or ephedrine treatment in hypotensive dogs under isoflurane anesthesia. Vet Anaesth
Anal, v. 39, p. 563-573, 2012.
STANLEY, T.H.; LIU, W.S.; WEBSTER, L.R. et al. Haemodynamic effects of intravenous
methadone anaesthesia in dogs.CanAnaesthSoc J, v. 27, p. 52-57, 1980.
Auxílio Financeiro: FAPESP, processo num. 2014/10449-8.
102
QUALIDADE E TEMPO DE RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA EM EQUINOS
SUBMETIDOS À ANESTESIA GERAL INALATÓRIA E ADMININTRAÇÃO PÓSANESTÉSICA DE XILAZINA
QUALITY AND DURATION OF ANESTHETIC RECOVERY IN HORSES
SUBMITTED TO GENERAL INHALATION ANESTHESIA AND POSTANESTHETIC ADMINISTRATION OF XILAZINE
Thomas Alexander Trein
Guilherme Stelczyk
Bárbara Claudina Rodrigues da Silveira
Tábata Larissa Dalmagro
Viviane Canada Barroso
Guilherme Lopes da Silva
Paulo Sérgio Patto dos Santos
Valéria Nobre Leal de Souza Oliva
RESUMO
A fatalidade perioperatória em equinos ocorre em 0,24-0,9% dos animais não portadores de
doenças sistêmicas submetidos à anestesia inalatória, das quais aproximadamente 30% são
resultantes de lesões ocorridas durante a recuperação anestésica (JOHNSTON et al., 2002;
BIDWELL et al., 2007). Complicações podem ser diminuídas com o uso de técnicas para
proporcionar recuperações mais suaves, como o uso de sedativos (VALVERDE et al., 2013).
Objetivou-se avaliar os efeitos da administração de xilazina pela via intravenosa (IV) ao
término da anestesia inalatória sobre a qualidade e tempo para recuperação anestésica em
equinos. Avaliaram-se fichas anestésicas de equinos encaminhados ao serviço de
Anestesiologia Veterinária do Hospital Veterinário “Luiz Quintiliano de Oliveira”, FMVAUNESP, do período de fevereiro de 2012 até março de 2015. Incluíram-se equinos
submetidos a procedimentos terapêuticos com medicação pré-anestésica de xilazina ou
detomidina IV, indução anestésica com cetamina e midazolam IV, manutenção anestésica
geral inalatória com isoflurano e administração (GX) ou não (GC) de xilazina (0,13±0,07
mg/kg IV) ao término da anestesia inalatória. Avaliaram-se a incidência de hipotensão
(pressão arterial média <60 mmHg) durante o período anestésico, tempo para posição
quadrupedal e qualidade de recuperação por meio de atribuição de escore de 1 a 5 (péssima a
excelente, respectivamente) (YOUNG e TAYLOR, 1993), a qual foi assistida por cordas. As
diferenças foram consideradas significativas quando p<0,05. Trinta e quatro fichas foram
incluídas no estudo, das quais 29 (85,3%) pertenceram ao GC e 5 (14,7%) ao GX. Não houve
diferença significativa quanto ao gênero, idade ou emprego de infusões contínuas de cetamina
ou lidocaína (p=0,5226) entre os grupos. Oito animais (27,6%) do GC apresentaram
103
hipotensão durante a anestesia inalatória e foram tratados com dobutamina IV, enquanto que
todos os animais do grupo GX mantiveram-se normotensos. Comparado ao GC, o GX
apresentou tempo de anestesia [mediana(mínima-máxima)] de 90(38-360) vs 80(50-170)
minutos, tempo para recuperação de 32(10-85) vs 25(20-50) minutos e qualidade de
recuperação de 4(2-5) vs 4(2-5), respectivamente, não havendo diferença significativa entre
grupos. Os efeitos sedativos pós-anestésicos podem diminuir o número de tentativas para se
levantar e prolongar a duração da recuperação, prevenindo que o animal tente se levantar
precocemente (BIENERT et al., 2003; SANTOS et al., 2003). Entretanto, tendo em vista que
não houve prolongamento do tempo para recuperação no GX, é provável que a dose pósanestésica de xilazina empregada foi insuficiente. Nas doses empregadas, a administração de
xilazina pós-anestésica não influenciou a qualidade ou tempo de recuperação anestésica em
equinos.
Palavras-chaves: complicações anestésicas, cavalos, alfa dois agonistas.
Referências
BIDWELL, L.A.; BRAMLAGE, L.R.; ROOD, W.A. Equine perioperative fatalities
associated with general anaesthesia at a private practice – a retrospective case series.
Veterinary Anaesthesia Analgesia, v. 34, p. 23-30, 2007.
BIENERT, A.; BARTMANN, C.P.; VON OPPEN, T. et al. Standing behavior in horses after
inhalation anesthesia with isoflurane (Isoflo) and postanesthetic sedation with romifidine
(Sedivet) or xylazine (Rompun). Dtsch Tierarztl Wochenshr, v. 110, p. 244-248, 2003.
JOHNSTON, G.M.; EASTMENT, J.K.; WOOD, J.L.N. et al. The confidential enquiry into
perioperative equine fatalities (CEPEF): mortality results of Phases 1 and 2. Veterinary
Anaesthesia Analgesia, v. 19, p. 159-170, 2002.
SANTOS, M.; FUENTE, M.; GARCIA-ITURRALDE, P. et al. Effects of alpha-2
adrenoceptor agonists during recovery from isoflurane anaesthesia in horses. Equine
Veterinary Journal, v. 35, p. 170-175, 2003. .
VALVERDE, A.; BLACK, B.; CRIBB, N.C. et al. Assessment of unassisted recovery from
repeated general isoflurane in horses following post-anesthetic administration of xylazine or
acepromazine or a combination of xylazine and ketamine. Veterinary Anaesthesia
Analgesia, v. 40, p. 3-12, 2013.
YOUNG, S.S.; TAYLOR, P.M. Factors influencing the outcome of equine anaesthesia: a
review of 1.314 cases. Equine Veterinary Journal, v. 25, p. 147-151, 1993.
104
Auxílio Financeiro: FAPESP, processo num. 2014/10449-8.
105
PD1 E SEUS LIGANTES REGULAM A PRODUÇÃO DE TNF-ALFA NA
LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA
PD1 AND ITS LIGANDS REGULATES THE TNF-ALPHA PRODUCTION IN
CANINE VISCERAL LEISHMANIASIS
Vanessa Marim Chiku
Gabriela Lovizutto Venturin
Breno Fernando Martins de Almeida
Kathlenn Liezbeth Oliveira Silva
Aline Aparecida Correa Leal
Valéria Marçal Félix de Lima
RESUMO
Leishmania spp. é um parasita intracelular obrigatório de células do sistema fagocitário
mononuclear. Na leishmaniose visceral, os cães são considerados os principais reservatórios
fora do ambiente silvestre, e importantes na manutenção do ciclo epidemiológico da doença
porque: a) leishmaniose visceral é mais prevalente na população canina que na humana; b) a
infecção no homem normalmente é precedida por casos caninos; c) cães apresentam maior
quantidade de parasitos na pele do que o homem, fato que favorece a infecção dos vetores
Recentes estudos sugerem que a via PD-1/PDL1 tem papel importante na interação
hospedeiro e patógeno que envolve a resposta imunológica e pode regular a produção de
citocinas. O objetivo do presente estudo foi quantificar a produção das citocinas TNF-alfa, no
sobrenadante de cultura das células mononucleares do sangue e leucócitos de baço de cães
naturalmente infectados após o bloqueio in vitro dos receptores PD1 e seus ligantes. Foram
selecionados 15 cães de ambos os sexos de dois a cinco anos de idade, de diferentes raças e
pesos com diagnóstico de leishmaniose visceral confirmado por meio de sorologia e
apresentando pelo menos três sinais clínicos da doença. As células mononucleares do sangue
periférico e os leucócitos do baço foram isoladas e cerca de 5 x 106 células foram suspensas
em meio RPMI 1640 (Gibco) suplementado com 10% de soro fetal bovino inativado pelo
calor, 0,03% de L-glutamina, e 100 UI/mL de penicilina e 100 g/mL de estreptomicina foram
dispensadas em poços de placas 24 poços (Costar) na presença de 5μg/ml de anticorpos
bloqueadores de PD1, PD-L1 e PD-L2. Após 72 horas, os níveis de TNF-alfa foram
quantificados no sobrenadante de cultura por ELISA de captura (R&D System, Minneapolis,
USA). Os níveis de TNF-alfa no sobrenadante de cultura de células mononucleares do sangue
foram comparados na ausência e presença de bloqueadores utilizando o teste não paramétrico
de Wilcoxon, para essa mesma análise no sobrenadante do baço foi utilizado teste t
106
paramétrico. O sobrenadante de cultura do sangue e do baço mostrou aumento na
concentração de TNF-alfa na presença de anticorpos bloqueadores de PD1, PD-L1 e PD-L2
(5µg/ml) p<0.005. Os dados sugerem que receptor PD1 e seus ligantes regulam a produção de
TNF-alfa em relação ao grupo controle em células mononucleares do sangue e leucócitos do
baço em cães naturalmente infectados, o que pode estimular a resposta de inflamação e
outras citocinas e combater infecções.
Palavras-chave: TNF-alfa, Leishmania spp., citocinas.
Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP
(processo: 2013/19399-0) (processo: 2013/06684-9)
107
DETECÇÃO DE COINFECÇÃO POR Leishmania spp. e Ehrlichia spp. EM CÃES
NATURALMENTE INFECTADOS
DETECTION OF COINFECTION WITH Leishmania spp. and Ehrlichia spp. IN DOGS
NATURALLY INFECTED
Walter Bertequini Nagata
Milena Araúz Viol
Mariele Fernanda da Cruz Panegossi
Bruno César Miranda Oliveira
Katia Denise Saraiva Bresciani
Silvia Helena Venturoli Perri
RESUMO
Entre as diversas enfermidades existentes na clínica médica veterinária de pequenos animais,
particularmente nos cães, a leishmaniose e a erliquiose têm sido motivo de preocupação, não
só de melhorias na sanidade, como também na prevenção e diagnóstico. A erliquiose, doença
emergente zoonótica transmitida por carrapatos Rhipicephalus sanguineus (DANTASTORRES, 2008), é uma hemoparasitose muito encontrada na clínica de cães e gatos,
provocando graves sintomas que podem levar o animal à morte (MUNHOZ et al. 2012). Por
sua vez, a leishmaniose é uma enfermidade de grande importância e impacto na Saúde Pública
e os cães desempenham papel importante na epidemiologia desta antropozoonose como
reservatórios de tripanossomatídeos (LAURENTI et al., 2013). O objetivo deste estudo foi
investigar a ocorrência de coinfecção por Leishmania spp. E Ehrlichia spp. em cães
naturalmente infectados de uma região endêmica para as duas doenças. Um total de 121 cães
positivos para Leishmania spp. pela reação em cadeia da polimerase (PCR) compôs o banco
de dados, que foi elaborado com o Microsoft Office Excel 2010, sendo realizada análise
estatística descritiva. Observou-se que, do total de animais, 28,9% (35/121) eram de raça
definida, enquanto 71,1% (86/121) não apresentavam determinação racial; 44,6% (54/121) de
fêmeas e 55,4% (67/121) de machos; 4,1% (5/121) eram jovens, 81,8% (99/121) adultos e
14,1% (17/121) idosos. Até o presente momento, 36 animais foram avaliados pela PCR para
detectar Ehrlichia spp. e 36,1% (13/36) apresentaram coinfecção por Leishmania spp. e
Ehrlichia spp. Nota-se que a existência de coinfecção por esses dois parasitos são resultados
também encontrados em outros trabalhos (OLIVEIRA et al., 2008; SOUSA E ALMEIDA,
2008). Isso demonstra a importância da adequada e precisa avaliação clínica e diagnóstico dos
animais, a fim de não permitir a ocorrência de negligências nas condutas empregadas nessas
doenças zoonóticas. O conhecimento da enfermidade que o cão apresenta permite não só a
108
implementação de iniciativas necessárias para amenizar seu sofrimento, como também a
adoção de medidas profiláticas para controlar e prevenir a sua reinfecção ou até mesmo a
disseminação dessas doenças de impacto na saúde pública.
Palavras-chave: zoonose, caninos, coinfecção.
Referências
DANTAS-TORRES, F. Canine vector-borne diseases in Brazil. Parasites & Vectors, v. 1, n.
25, 2008.
LAURENTI, M. D.; ROSSI, C. N.; MATTA, V. L. R.; TOMOKANE, T. Y.; CORBETT, C.
E. P.; SECUNDINO, N. F. C.; PIMENTA, P. F. P.; MARCONDES, M. Asymptomatic dogs
are highly competente to transmit Leishmania (Leishmania) infantum chagasi to the natural
vector. Veterinary Parasitology, v. 196, p. 296–300, 2013.
MUNHOZ, T. D.; FARIA, J. L. M.; VARGAS-HÉRNANDEZ, G.; FAGLIARI, J. J.;
SANTANA, A. E.; MACHADO, R. Z.; TINUCCI-COSTA, M. Experimental Ehrlichia canis
infection changes acute-phase proteins. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v.
21, n. 3, p. 206-212, 2012.
OLIVEIRA, T. F. S.; FURUTA, P. I.; CARVALHO, D. MACHADO, R. Z. A study of crossreactivity in serum samples from dogs positive for Leishmania sp., Babesia canis and
Ehrlichia canis in enzyme-linked immune sorbent assay and indirect fluorescent antibody
test. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v. 17, n. 1, p. 7-11, 2008.
SOUSA, V. R. F.; ALMEIDA, A. B. P. F. Co-infection between visceral leishmaniasis and
monociticehrlichiosis in dogs from Cuiabá, Mato Grosso. Acta Scientiae Veterinarie. v. 36,
n. 2, p. 113-117, 2008.

Documentos relacionados