REVISTA PEDAGÓGICA
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REVISTA PEDAGÓGICA
ISSN 2237-8324 PAEBES Alfa 2012 REVISTA PEDAGÓGICA 1º ano do Ensino Fundamental Língua Portuguesa e Matemática SEÇÃO 1 Avaliação: o ensino-aprendizagem como desafio SEÇÃO 2 Interpretação de resultados e análises pedagógicas SEÇÃO 3 Desenvolvimento de habilidades SEÇÃO 4 Os resultados desta escola EXPERIÊNCIA EM FOCO ISSN 2237-8324 Revista Pedagógica Língua Portuguesa e Matemática 1º ano do Ensino Fundamental Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo govERnAdoR do ESTAdo do ESPíRiTo SAnTo JOSÉ RENATO CASAGRANDE viCE-govERnAdoR do ESTAdo do ESPíRiTo SAnTo GIVALDO VIEIRA DA SILVA SECRETáRio do ESTAdo dA EdUCAção KLINGER MARCOS BARBOSA ALVES SUBSECRETáRio dE ESTAdo dE PlAnEJAmEnTo E AvAliAção EDUARDO MALINI gEREnTE dE infoRmAção E AvAliAção EdUCACionAl ALINE ELISA COTTA D`ÁVILA SUBgERÊnCiA dE AvAliAção EdUCACionAl MARIA ADELAIDE TÂMARA ALVES (SUBGERENTE) DENISE MORAES E SILVA GLORIETE CARNIELLI MARILDA SURLO GRACIOTTI SILVIA MARIA PIRES DE CARVALHO LEITE SUBgERÊnCiA dE ESTATíSTiCA EdUCACionAl DENISE PEREIRA DA SILVA (SUBGERENTE) ANA PAULA APARECIDA RAIMUNDO DANIEL SERAFIM GROSSI DIAS ELZIMAR SOBRAL SCARAMUSSA MONICA KELLEY BOTTONI DE SOUZA MONIQUE MARINHO NOIA Klinger Marcos Barbosa Alves, Secretário de Estado da Educação Ao EdUCAdoR após um trabalho árduo para garantir o acesso de todas as crianças às escolas, o desafio de hoje é assegurar a qualidade do ensino. a sociedade exige melhorias nos níveis de aprendizagem e o Programa de avaliação da Educação básica do Espírito Santo (Paebes) é um importante instrumento no processo de planejamento das ações pedagógicas que vão contribuir para alcançar as metas estabelecidas. o diagnóstico do sistema de ensino do Espírito Santo, obtido por meio do Paebes ao longo dos últimos anos, subsidia a definição de políticas educacionais. assim, o Paebes torna-se imprescindível de tal modo que, a cada nova edição, surge a necessidade de ampliar sua abrangência. No ano de 2012, além das provas de Língua Portuguesa, Matemática, os alunos também fizeram testes de história e geografia. ao todo, mais de 260 mil estudantes das redes estadual, particular e municipal foram avaliados, nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental e na 3ª série do Ensino Médio. dessa maneira, esperamos que as informações contidas nas publicações possam auxiliar os educadores do estado na busca permanente que é de todos nós: garantir aos alunos o direito de aprender. 1. avaliação: o ensino-aprendizagem como desafio página 10 sumário 2. interpretação de resultados e análises pedagógicas página 16 3. desenvolvimento de habilidades página 60 EXPERIÊNCIA EM FOCO página 75 4. OS RESULTADOS DESTA ESCOLA página 73 1 avaliação: o ensino-aprendizagem como desafio Caro(a) Educador(a), a Revista Pedagógica apresenta os fundamentos, a metodologia e os resultados da avaliação, com o objetivo de suscitar discussões para que as informações disponibilizadas possam ser debatidas e utilizadas no trabalho pedagógico. Um importante movimento em busca da qualidade da educação vem ganhando sustentação em paralelo às avaliações tradicionais: as avaliações externas, que são geralmente em larga escala e possuem objetivos e procedimentos diferenciados daquelas realizadas pelos professores nas salas de aula. Essas avaliações são, em geral, organizadas a partir de um sistema de avaliação cognitiva dos estudantes e aplicadas, de forma padronizada, a um grande número de pessoas. Os resultados aferidos pela aplicação de testes padronizados têm como objetivo subsidiar medidas que visem ao progresso do sistema de ensino e atendam a dois propósitos principais: prestar contas à sociedade sobre a eficácia dos serviços educacionais oferecidos à população e implementar ações que promovam a equidade e a qualidade da educação. A avaliação em larga escala deve ser concebida como instrumento capaz de oferecer condições para o desenvolvimento dos estudantes e só tem sentido quando é utilizada, na sala de aula, como uma ferramenta do professor para fazer com que os estudantes avancem. O uso dessa avaliação de acordo com esse princípio demanda o 10 Paebes Alfa 2012 D E B C seguinte raciocínio: por meio dos dados levantados, é possível que o professor obtenha uma medida da aprendizagem de seus estudantes, contrapondo tais resultados àqueles alcançados no estado e até mesmo à sua própria avaliação em sala de aula. Verificar essas informações e compará-las amplia a visão do professor quanto ao seu estudante, identificando aspectos que, no dia a dia, possam ter passado despercebidos. Desta forma, os resultados da avaliação devem ser interpretados em um contexto específico, servindo para a reorientação do processo de ensino, confirmando quais as práticas bem-sucedidas em sala de aula e fazendo com que os docentes repensem suas ações e estratégias para enfrentar as dificuldades de aprendizagem detectadas. A articulação dessas informações possibilita consolidar a ideia de que os resultados de desempenho dos estudantes, mesmo quando abaixo do esperado, sempre constituem uma oportunidade para o aprimoramento do trabalho docente, representando um desafio a ser superado em prol da qualidade e da equidade na educação. Revista Pedagógica 11 o Paebes Alfa o Programa de avaliação da Educação básica do Espírito Santo (Paebes alfa) avaliou em 2012, os estudantes das escolas estaduais, municipais e Escolas Particulares Participantes (EPP) do Espírito Santo nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. o programa avaliou estudantes do 1° ano, 2° ano e 3° ano do Ensino Fundamental. Na linha do tempo a seguir, pode-se verificar a trajetória do Paebes alfa e, ainda, perceber como tem se consolidado diante das informações que apresentam sobre o desempenho dos estudantes. Paebes Alfa - TRAJETóRiA 1ª ONDA 2ª ONDA 2008 2009 51.059 44.665 Língua Portuguesa Língua Portuguesa 1° ano EF e 2° ano EF 1° ano EF 2008 2009 50.544 110.738 Língua Portuguesa Língua Portuguesa 1° ano EF e 2° ano EF 12 Paebes Alfa 2012 1° ano EF, 2º ano EF e 3º ano EF 2010 2011 2012 43.504 34.377 38.323 Língua Portuguesa e Matemática Língua Portuguesa e Matemática Língua Portuguesa e Matemática 1° ano EF 1° ano EF 1° ano EF 2010 2011 2012 116.729 113.561 127.302 Língua Portuguesa e Matemática Língua Portuguesa e Matemática Língua Portuguesa e Matemática 1° ano EF, 2° ano EF e 3º ano EF 1° ano EF, 2° ano EF e 3º ano EF 1° ano EF, 2° ano EF e 3º ano EF Revista Pedagógica 13 A AVALIAÇÃO EDUCACIONAL EM LARGA ESCALA O diagrama a seguir apresenta, passo a passo, a lógica do sistema de avaliação de forma sintética, indicando as páginas onde podem ser buscados maiores detalhes sobre os conceitos apresentados. A educação apresenta um grande desafio: ensinar com qualidade e de forma equânime, respeitando a individualidade e a diversidade. A avaliação em larga escala surge como um importante instrumento para reflexão sobre como melhorar o ensino. Para realizar a avaliação, é necessário definir o conteúdo a ser avaliado. Isso é feito por especialistas, com base em um recorte do currículo e nas especialidades educacionais. Esse recorte se traduz em habilidades consideradas essenciais que formam a Matriz de Referência para avaliação. (Matriz de Referência) Página 16 Para ter acesso a toda a Coleção e a outras informações sobre a avaliação e seus resultados, acesse o site http://www.paebes.caedufjf.net/. 14 Paebes Alfa 2012 (Composição dos cadernos) Página 22 Através de uma metodologia especializada, é possivel obter resultados precisos, não sendo necessário que os estudantes realizem testes extensos. (Padrões de Desempenho) Página 24 Com base nos objetivos e nas metas de aprendizagem estabelecidas, são definidos os Padrões de Desempenho. A análise dos itens que compõem os testes elucida as habilidades desenvolvidas pelos estudantes que estão em determinado Padrão de Desempenho. (Itens) Página 26 As informações disponíveis nesta Revista devem ser interpretadas e usadas como instrumento pedagógico. (Experiencia em foco) Página 73 Os resultados da avaliação oferecem um diagnóstico do ensino e servem de subsídio para a melhoria da qualidade da educação. (Resultados desta Escola) Página 71 Revista Pedagógica 15 2 interpretação de resultados e análises pedagógicas Esta seção traz os fundamentos da metodologia de avaliação externa do Paebes Alfa, Segunda Onda, a Matriz de Referência, a Teoria de Resposta ao Item (TRI) e a Escala de Proficiência. Os conceitos apresentados são tratados com maior detalhamento no site http://www.paebes.caedufjf.net/. MATRIZ DE REFERÊNCIA Para realizar uma avaliação, é necessário definir o Diante conteúdo que se deseja avaliar. Em uma avaliação em nosso país, as orientações curriculares em larga escala, essa definição é dada pela do Espírito Santo apresentam conteúdos com construção de uma MATRIZ DE REFERÊNCIA, características próprias, como concepções e que é um recorte do currículo e apresenta as objetivos educacionais compartilhados. Desta habilidades definidas para serem avaliadas. No forma, o estado visa a desenvolver o processo de Brasil, os Parâmetros Curriculares Nacionais ensino-aprendizagem em seu sistema educacional (PCN) para o Ensino Fundamental e para o Ensino com qualidade, atendendo às particularidades de Médio, publicados, respectivamente, em 1997 e seus estudantes. Pensando nisso, foi criada uma em 2000, visam à garantia de que todos tenham, Matriz de Referência específica para a realização mesmo em lugares e condições diferentes, acesso da avaliação em larga escala do Paebes Alfa. da autonomia garantida legalmente a conhecimentos considerados essenciais para o 16 exercício da cidadania. Cada estado, município e A Matriz de Referência tem, entre seus fundamentos, escola tem autonomia para elaborar seu próprio os conceitos de competência e habilidade. A currículo, desde que atenda a essa premissa. COMPETÊNCIA corresponde a um grupo de Paebes Alfa 2012 habilidades que operam em conjunto para a obtenção e por serem passíveis de medição por meio de de um resultado, sendo cada HABILIDADE entendida testes padronizados de desempenho, compostos, como um “saber fazer”. na maioria das vezes, apenas por itens de múltipla escolha. Há, também, outras habilidades necessárias Por exemplo, para adquirir a carteira de motorista ao pleno desenvolvimento do estudante que não se para dirigir automóveis é preciso demonstrar encontram na Matriz de Referência por não serem competência na prova escrita e competência na compatíveis com o modelo de teste adotado. No prova prática específica, sendo que cada uma exemplo acima, pode-se perceber que a competência delas requer uma série de habilidades. na prova escrita para habilitação de motorista inclui mais habilidades que podem ser medidas em testes A competência na prova escrita demanda padronizados do que aquelas da prova prática. algumas habilidades, como: interpretação de texto, reconhecimento de sinais de trânsito, A avaliação em larga escala pretende obter memorização, raciocínio lógico para perceber informações gerais, importantes para se pensar a quais regras de trânsito se aplicam a uma qualidade da educação, porém, ela só será uma determinada situação etc. ferramenta para esse fim se utilizada de maneira coerente, agregando novas informações às já A competência na prova prática específica, por obtidas por professores e gestores nas devidas sua vez, requer outras habilidades: visão espacial, instâncias educacionais, em consonância com a leitura dos sinais de trânsito na rua, compreensão realidade local. do funcionamento de comandos de interação com o veículo, tais como os pedais de freio e de CARTEIRA DE O HABILITAÇà acelerador etc. É importante ressaltar que a Matriz de Referência não abarca todo o currículo; portanto, não deve ser confundida com ele nem utilizada como ferramenta para a definição do conteúdo a ser ensinado em sala de aula. As habilidades selecionadas para a composição AUTO ESCOLA dos testes são escolhidas por serem consideradas essenciais para o período de escolaridade avaliado Revista Pedagógica 17 MATRIZ DE REFERÊNCIA DE Língua Portuguesa e Matemática 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental Elementos que compõem a Matriz tópico O tópico agrupa por Tópicos afinidade um conjunto de habilidades indicadas pelos descritores. Matriz de referência de língua portuguesa - paebes alfa 1º ao 3º ano do ensino fundamental Competências Detalhamento dos descritores D1 – Reconhecer especificidades da linguagem escrita. 1 – Distinguir entre desenho e escrita. D2 – Identificar letras do alfabeto. C1. Identificação de letras do alfabeto T1. Reconhecimento de convenções do sistema alfabético. Descritores D3 – Diferenciar letras de outros sinais gráficos, como os números, sinais de pontuação ou de outros sistemas de representação. D4 – Distinguir, como leitor, diferentes tipos de letras. 1 – Identificar uma letra entre várias letras apresentadas isoladamente. 2 – Identificar uma, duas ou mais letras no contexto de uma palavra. 3 – Identificar, entre várias sequências, uma sequência de letras determinada. 1 – Identificar, em sequências com letras, números e outros símbolos, a sequência que só tem letras ou que tem letras e números. 2 – Identificar, em textos que circulam socialmente (placas de trânsito, logomarcas, envelope, lista, cartaz etc.) aquele que apresenta somente letras ou que tem letras e números. 3 – Identificar, em textos que circulam socialmente (placas de trânsito, logomarcas, envelope, lista, cartaz etc.), aquele que apresenta letras e números. 1 – Distinguir diferentes formas de traçar uma mesma letra. 2 – Identificar uma palavra escrita com letras diferentes. 3 – Identificar duas ou três palavras escritas com letras diferentes. Descritores 1 – Identificar a direção da escrita (da esquerda para a direita, de D5 – Reconhecer cima para baixo), na leitura de pequenos textos, identificando a C2. Uso adequado da as direções e o primeira ou a última palavra deles. página alinhamento da escrita 2 – Registrar frases ou pequenos textos, tendo em vista sua da Língua Portuguesa. ordem de alinhamento e direcionamento na página. Os descritores associam o conteúdo curricular a operações cognitivas, indicando as habilidades que serão avaliadas por meio de um item. ESMP12.295 Observe o carrinho e responda à questão. item As rodas desse carrinho têm a forma de um CÍRCULO. QUADRADO. RETÂNGULO. TRIÂNGULO. 18 Paebes Alfa 2012 O item é uma questão utilizada nos testes de uma avaliação em larga escala e se caracteriza por avaliar uma única habilidade indicada por um descritor da Matriz de Referência. Matriz de referência de língua portuguesa - paebes alfa 1º ao 3º ano do ensino fundamental Tópicos Competências Descritores Detalhamento dos descritores D1 – Reconhecer especificidades da linguagem escrita. 1 – Distinguir entre desenho e escrita. D2 – Identificar letras do alfabeto. C1. Identificação de letras do alfabeto T1. Reconhecimento de convenções do sistema alfabético. D3 – Diferenciar letras de outros sinais gráficos, como os números, sinais de pontuação ou de outros sistemas de representação. D4 – Distinguir, como leitor, diferentes tipos de letras. 1 – Identificar uma letra entre várias letras apresentadas isoladamente. 2 – Identificar uma, duas ou mais letras no contexto de uma palavra. 3 – Identificar, entre várias sequências, uma sequência de letras determinada. 1 – Identificar, em sequências com letras, números e outros símbolos, a sequência que só tem letras ou que tem letras e números. 2 – Identificar, em textos que circulam socialmente (placas de trânsito, logomarcas, envelope, lista, cartaz etc.) aquele que apresenta somente letras ou que tem letras e números. 3 – Identificar, em textos que circulam socialmente (placas de trânsito, logomarcas, envelope, lista, cartaz etc.), aquele que apresenta letras e números. 1 – Distinguir diferentes formas de traçar uma mesma letra. 2 – Identificar uma palavra escrita com letras diferentes. 3 – Identificar duas ou três palavras escritas com letras diferentes. 1 – Identificar a direção da escrita (da esquerda para a direita, de D5 – Reconhecer cima para baixo), na leitura de pequenos textos, identificando a C2. Uso adequado da as direções e o primeira ou a última palavra deles. página alinhamento da escrita 2 – Registrar frases ou pequenos textos, tendo em vista sua da Língua Portuguesa. ordem de alinhamento e direcionamento na página. C3. Reconhecimento da palavra como unidade gráfica D6 – Compreender a função da segmentação de espaços em branco, na delimitação de palavras em textos escritos (consciência de palavras). C4. Aquisição da consciência fonológica. D7 – Identificar, ao ouvir uma palavra, o número de sílabas que ela contém (consciência silábica). T2. Apropriação do sistema alfabético. C4. Aquisição da consciência fonológica. 1 – Identificar o número de palavras de uma frase, tendo em vista os espaços em branco entre elas. 2 – Identificar o número de palavras em um pequeno texto (parlendas, quadrinhas, adivinhas), com até 20 palavras, tendo em vista os espaços em branco entre elas. 1 – Contar número de sílabas de palavras dissílabas. 2 – Contar número de sílabas de palavras trissílabas. 3 – Contar número de sílabas de palavras polissílabas. 4 – Identificar monossílabos como palavras formadas por uma única sílaba. 1 – Identificar sílabas padrão (consoante/vogal – CV) no início de palavras. 2 – Identificar sílaba (consoante/vogal/consoante – CVC) no início de palavras. 3 – Identificar sílaba (consoante/consoante/vogal – CCV) no início de palavras. D08 – Identificar 4 – Identificar sílaba (vogal/consoante/ - VC) no início de palavras. sílabas e sons 5 – Identificar sílaba formada apenas por uma vogal – V no início (consciência silábica e de palavras. consciência fonêmica). 6 – Identificar sílaba formada por dígrafo e/ou ditongo no início de palavras. 7 – Identificar palavras que terminam com a mesma sílaba. 8 – Identificar sílaba CV no meio de palavras trissílabas. 9 – Identificar o valor sonoro de uma sílaba (inicial, medial ou final) em que não haja correspondência biunívoca entre o fonema e o grafema (o fonema /s/ e as letras ss, c, ç etc., por exemplo). D9 – Identificar relações fonema/ 1 – Identificar palavras iniciadas por um mesmo fonema. grafema, som/letra 2 – Identificar uma palavra que se diferencia de outras por apenas (consciência um fonema (som). fonêmica). Revista Pedagógica 19 Matriz de referência de língua portuguesa - paebes alfa 1º ao 3º ano do ensino fundamental Tópicos Competências T2. Apropriação do sistema alfabético T3. Usos sociais da leitura e da escrita T4- Leitura: compreensão, análise e avaliação 20 Paebes Alfa 2012 Descritores Detalhamento dos descritores 1 – Ler palavra iniciada por sílaba padrão Consoante/Vogal – CV. 2 – Ler palavra iniciada por sílaba Consoante/Vogal/Consoante – CVC. 3 – Ler palavra iniciada por sílaba Consoante/Consoante/Vogal – D10 – Ler palavras CCV. silenciosamente. 4 – Ler palavra iniciada por sílaba Vogal/ Consoante – VC 5 – Ler palavra iniciada por sílaba constituída de apenas uma Vogal – V. C5. Leitura de 6 – Ler palavras com dígrafo e/ou ditongo em qualquer posição, palavras, frases e inclusive em monossílabos. pequenos textos 1 – Localizar uma informação explícita em frase curta de padrão D11 – Ler frases sintático simples (Sujeito/Verbo/Objeto). e pequenos 2 – Localizar uma informação explícita em frase longa de padrão textos, localizando sintático (e silábico) complexo. informações explícitas 3 – Localizar uma informação explícita em textos curtos (de mais contidas neles. ou menos seis linhas) de gêneros diversos (bilhete, cartaz, tirinhas, quadrinhos, receita, notícia, instrução, entrevistas, anúncios...) 1 – Reconhecer portador(es) (ou suporte(s)) de texto(s) onde a ordem alfabética é utilizada. 2 – Reconhecer o local de inserção de determinada letra/palavra, D12 – Reconhecer os tendo em vista a sequência alfabética, considerando até a usos sociais da ordem segunda letra das palavras apresentadas. alfabética. 3 – Reconhecer o local de inserção de determinada letra/palavra, C6. Implicações do tendo em vista a sequência alfabética, considerando qualquer suporte e do gênero posição da letra nas palavras apresentadas. na compreensão de D13 – Identificar 1 – Identificar o portador (ou suporte) de gêneros diversos ( jornal, textos suportes e gêneros revista, livros, panfletos etc.). textuais diversos. 2 – Identificar o gênero de textos diversos. 1 – Identificar a finalidade de um gênero textual, a partir de seu D14 – Reconhecer a modo de apresentação. finalidade de gêneros 2 – Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros, a diversos. partir de seu tema/assunto. D15 – Localizar informações explícitas 1 – Localizar informações explícitas em textos médios ou longos. em textos de maior 2 – Localizar informações explícitas, em textos que têm por extensão ou em textos finalidade geral apresentar dados (mapas, gráficos, tabelas etc.). C7. Localização de que apresentam informações explícitas dados. em textos. 1 – Identificar personagens e suas ações. D16 – Identificar 2 – Identificar espaço. elementos que 3 – Identificar tempo. constroem a narrativa. 4 – Identificar o conflito gerador. 1 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão. 2 – Inferir uma informação em textos não verbais. D17 – Inferir 3 – Identificar informações implícitas, estabelecidas na relação informações implícitas entre texto e imagem. em textos. 4 – Inferir uma informação em textos curtos e/ou de média extensão. D18 – Identificar 1 – Identificar assunto de uma frase. assunto de frases e 2 – Identificar assunto de textos, com o apoio de imagens. C8. Interpretação de textos. 3 – Identificar assunto de textos, sem o apoio de imagens. informações implícitas 1 – Formular hipótese sobre assunto do texto, a partir de imagens. em textos D19 – Formular 2 – Formular hipótese sobre assunto de texto, a partir do título. hipóteses. 3 – Formular hipóteses sobre como um texto continua a partir de seu início. 1 – Identificar efeitos de humor ou ironia em textos que D20 – Identificar integrem elementos verbais e não verbais (tirinhas, charges, efeitos de humor propagandas...). ou ironia em textos 2 – Identificar efeitos de humor ou ironia em textos verbais diversos. (piadas...). Matriz de referência de língua portuguesa - paebes alfa 1º ao 3º ano do ensino fundamental Tópicos Competências C9. Coerência e coesão no processamento de textos T4. Leitura: compreensão, análise e avaliação C9. Coerência e coesão no processamento de textos C10. Avaliação do leitor em relação aos textos lidos C11. Escrita de palavras e frases t5. Produção escrita C12. Produção de textos Descritores Detalhamento dos descritores D21 – Estabelecer relações lógicodiscursivas presentes no texto. D22 – Estabelecer relações de continuidade temática, a partir da recuperação de elementos da cadeia referencial do texto. 1 – Estabelecer relações lógico-discursivas marcadas por conjunções (aditiva, adversativa, temporal, causal). 2 – Estabelecer relações lógico-discursivas marcadas por advérbios (tempo, lugar). 1 – Identificar descrições definidas que contribuem para a continuidade de um texto. 2 – Identificar substituições pronominais (somente com pronomes pessoais do caso reto) que contribuem para a continuidade de um texto. 3 – Recuperar o antecedente de um elemento anafórico, representado por elipse. 1 – Identificar efeito de sentido decorrente do uso de letras maiúsculas. 2 – Identificar efeito de sentido decorrente do uso de pontuação. D23 – Identificar o 3 – Identificar efeito de sentido decorrente do uso de outras efeito de sentido notações gráficas (negrito, itálico, fonte, tamanho da letra...). decorrente do uso de 4 – Identificar efeito de sentido decorrente da seleção lexical recursos gráficos, da utilizada (vocabulário) pontuação, da seleção 5 – Identificar efeito de sentido decorrente de repetições de lexical e repetições. palavras e expressões. 6 – Identificar efeito de sentido decorrente do uso de onomatopeias. D24 – Identificar 1 – Identificar marcas linguísticas que evidenciam o locutor de um marcas linguísticas texto. que evidenciam 2 – Identificar marcas linguísticas que evidenciam o interlocutor o enunciador no de um texto. discurso direto ou 3 – Identificar o discurso direto, marcado por travessões e/ou indireto. aspas. 1 – Identificar o que é fato na leitura de textos de diferentes D25 – Distinguir fato gêneros (notícia, reportagem, carta do leitor, entrevista...). de opinião sobre o 2 – Identificar o que é opinião de alguém sobre um fato, na leitura fato. de textos de diferentes gêneros (notícia, reportagem, carta do leitor, entrevista...). 1 – Identificar a tese ou ideia que o autor do texto defende. D26 – Identificar tese 2 – Identificar argumentos usados no texto para sustentar a tese e argumentos. ou a ideia defendida no texto. D27 – Avaliar a adequação da linguagem usada à 1 – Identificar marcas de linguagem oral no texto lido. situação, sobretudo a 2 – Justificar a linguagem usada, em função dos objetivos do eficiência de um texto texto. ao seu objetivo ou finalidade. 1 – Escrever palavras com sílabas padrão Consoante/Vogal – CV. 2 – Escrever palavras com sílabas Consoante/Vogal/Consoante – CVC. D28 – Escrever 3 – Escrever palavras com sílabas Consoante/Consoante/Vogal palavras. – CCV. 4 – Escrever palavras com sílabas Vogal/Consoante – VC. 5 – Escrever palavras com sílaba Vogal – V. 6 – Escrever palavras que contenham ditongo e/ou dígrafo. 1 – Escrever frases, a partir de uma imagem. D29 – Escrever frases. 2 – Escrever frases, a partir de um ditado. 1 – Escrever uma lista de palavras, a partir de elementos de uma imagem. 2 – Produzir textos de gêneros familiares como: lista, bilhete, cartão, convite. D30 – Produzir textos. 3 – Produzir uma pequena história, a partir de uma sequência de imagens. 4 – Produzir histórias/contos (reais ou fictícios) que relatem episódios de medo, susto, surpresa, alegria etc. Revista Pedagógica 21 TÓPICOS T1 Reconhecimento de números e operações T2 Domínio de noções de espaço e forma T3 Domínio de noçoes de grandezas e medidas T4 Identificação do tratamento da informação 22 Paebes Alfa 2012 MATRIZ DE REFERÊNCIA DE MATEMÁTICA – PAEBES Alfa 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental COMPETÊNCIAS DESCRITORES D1 – Associar a contagem de coleções de objetos à representação numérica das suas respectivas quantidades. D2 – Associar o número ao seu nome. C1. Mobilização de idéias, conceitos e estruturas relacionadas à D3 – Comparar ou ordenar quantidades pela contagem para construção do significado dos identificar igualdade ou desigualdade numérica. números e suas representações. D4 – Comparar ou ordenar quantidades e números naturais. D5- Reconhecer números ordinais e/ou indicadores de posição. D6- Resolver problemas que demandam as ações de juntar, separar, acrescentar e retirar, quantidades. C2. Resolução de problemas por D7- Calcular a adição e subtração de números naturais. meio da adição ou da subtração D8- Resolver problemas que demandam as ações de comparar e completar quantidades. C3 - Resolução de problemas por D9- Resolver problemas que envolvam as idéias da meio da aplicação das idéias que multiplicação. preparam para a multiplicação e a D10- Resolver problemas que envolvam as idéias da divisão. divisão. C4. Identificação e localização de objetos ou D11- Identificar a posição de um objeto ou personagem a partir personagens em representações de uma referência. planas do espaço. D12- Identificar figuras geométricas planas. C5.Reconhecimento das representações de figuras D13- Reconhecer as representações de figuras geométricas geométricas. espaciais. D14- Comparar e ordenar comprimento, altura e espessura. C6. Identificação, comparação, D15- Identificar e relacionar cédulas e moedas. relacionamento D16- Identificar, comparar, relacionar e ordenar tempo em e ordenação de grandezas. diferentes sistemas de medida. D17- Identificar informações apresentadas em listas, quadros e tabelas. C7. Leitura e interpretação de dados D18- Identificar informações apresentadas em gráficos de em gráficos, quadros, tabelas e colunas. outros gêneros textuais. D19- Identificar informações relacionadas à Matemática, apresentadas em diferentes gêneros textuais. TEORIA DE RESPOSTA AO ITEM (TRI) A Teoria de Resposta ao Item (TRI) é, em termos gerais, uma forma de analisar e avaliar os resultados obtidos pelos estudantes nos testes, levando em consideração as habilidades demonstradas e os graus de dificuldade dos itens, permitindo a comparação entre testes realizados em diferentes anos. Ao realizarem os testes, os estudantes obtêm um determinado nível de desempenho nas habilidades testadas. Esse nível de desempenho denomina-se PROFICIÊNCIA. A TRI é uma forma de calcular a proficiência alcançada, com base em um modelo estatístico capaz de determinar um valor diferenciado para cada item que o estudante respondeu em um teste padronizado de múltipla escolha. Essa teoria leva em conta três parâmetros: • Parâmetro "A" A capacidade de um item de discriminar, entre os estudantes avaliados, aqueles que desenvolveram as habilidades avaliadas daqueles que não as desenvolveram. • Parâmetro "B" O grau de dificuldade dos itens: fáceis, médios ou difíceis. Os itens estão distribuídos de forma equânime entre os diferentes cadernos de testes, possibilitando a criação de diversos cadernos com o mesmo grau de dificuldade. • Parâmetro "C" A análise das respostas do estudante para verificar aleatoriedade nas respostas: se for constatado que ele errou muitos itens de baixo grau de dificuldade e acertou outros de grau elevado – o que é estatisticamente improvável –, o modelo deduz que ele respondeu aleatoriamente às questões. O Paebes Alfa utiliza a TRI para o cálculo de acerto do estudante. No final, a proficiência não depende apenas do valor absoluto de acertos, depende também da dificuldade e da capacidade de discriminação das questões que o estudante acertou e/ou errou. O valor absoluto de acertos permitiria, em tese, que um estudante que respondeu aleatoriamente tivesse o mesmo resultado que outro que tenha respondido com base em suas habilidades. O modelo da TRI evita essa situação e gera um balanceamento de graus de dificuldade entre as questões que compõem os diferentes cadernos e as habilidades avaliadas em relação ao contexto escolar. Esse balanceamento permite a comparação dos resultados dos estudantes ao longo do tempo e entre diferentes escolas. Revista Pedagógica 23 COMPOSIÇÃO DOS CADERNOS PARA A AVALIAÇÃO l l l l l e e l l l l l e e l l l l l e e l l l l l e e l l l l l e e l l l l l e e l l l l l e e l l l l l e e l l l l l e e l l l l l e e l l l l l e e l l l l l e e l l l l l e e l l l l l e e l l l l l e l l l l l e Língua Portuguesa No 1º ano do Ensino Fundamental, em Língua Portuguesa, são 110 itens (80 leitura + 30 escrita), distribuídos em 16 blocos de leitura e 12 de blocos de escrita, com 5 itens cada 16 blocos de leitura 12 de blocos de escrita ll ll ll ll ll ll l l ll lll lll lll lll lll l ll l lll ll eeeeeeeeeeee e eeeeeeeee e eee eeee eeeeeeeeeeee e eeeeeeeeee e ee eeee ll ll ll ll ll ll ll ll lll lll lll lll lll lll lll lll ll l l l l ll lll l l l l l l lll 4 blocos de leitura e 1 bloco de escrita formam um caderno totalizando 25 itens. CADERNO Ao todo, são 12 cadernos diferentes. 24 Paebes Alfa 2012 ee eee i =1 item de Matemática l e =1 item de Leitura Matemática No 1º ano do Ensino Fundamental, em Matemática, são 96 itens, divididos em 16 blocos, com 6 itens cada. i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i =1 item de Escrita i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i iii iii i i i iii iii i i i iii iii iii iii i i i iii iii i i i iii iii iii iii iii iii iii iii iii iii iii iii iii iii iii iii iii iii iii i i i i i i iii iii i i i i i i iii 4 blocos formam caderno totalizando 24 itens. CADERNO Ao todo, são 8 cadernos diferentes. Revista Pedagógica 25 Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado PADRÕES DE DESEMPENHO ESTUDANTIL Os Padrões de Desempenho são categorias a garantir o desenvolvimento das habilidades definidas a partir de cortes numéricos que necessárias ao sucesso escolar, evitando, assim, a agrupam os níveis da Escala de Proficiência, com repetência e a evasão. base nas metas educacionais estabelecidas pelo Paebes Alfa. Esses cortes dão origem a quatro Por outro lado, estar no Padrão mais elevado Padrões de Desempenho – Abaixo do Básico, indica o caminho para o êxito e a qualidade da Básico, Proficiente e Avançado –, os quais aprendizagem dos estudantes. Contudo, é preciso apresentam salientar que mesmo os estudantes posicionados o perfil de desempenho dos estudantes. no Padrão mais elevado precisam de atenção, pois é necessário estimulá-los para que progridam Desta forma, estudantes que se encontram em um cada vez mais. Padrão de Desempenho abaixo do esperado para sua etapa de escolaridade precisam ser foco de São apresentados, a seguir, exemplos de itens* ações pedagógicas mais especializadas, de modo característicos de cada Padrão. *O percentual de respostas em branco e nulas não foi contemplado na análise. Além disso, as competências e habilidades agrupadas nos Padrões não esgotam tudo aquilo que os estudantes desenvolveram e são capazes de fazer, uma vez que as habilidades avaliadas são aquelas consideradas essenciais em cada etapa de escolarização e possíveis de serem avaliadas num teste de múltipla escolha. Cabe aos docentes, através de instrumentos de observação e registro utilizados em sua prática cotidiana, identificarem outras características apresentadas por seus estudantes e não são contempladas pelos Padrões. Isso porque, a despeito dos traços comuns a estudantes que se encontram em um mesmo intervalo de proficiência, existem diferenças individuais que precisam ser consideradas para a reorientação da prática pedagógica. 26 Paebes Alfa 2012 Língua Portuguesa Abaixo do Básico até 400 pontos 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 Os estudantes que se encontram neste Padrão As de Desempenho começam a desenvolver as 300 pontos, além das habilidades descritas habilidades relacionadas à apropriação do sistema anteriormente, começam a identificar a sílaba de escrita. Essas habilidades dizem respeito tanto inicial a aspectos gráficos – distinção entre letras e palavras formadas exclusivamente por sílabas outras formas de representação, como o desenho, no padrão CV (consoante/vogal). Este fato indica por exemplo, e utilização adequada da página que as crianças que se encontram neste nível ao escrever – quanto sonoros (consciência de proficiência iniciam o desenvolvimento de fonológica). Dado o caráter inicial deste processo habilidades relacionadas à consciência fonológica, de apropriação, as habilidades de leitura e escrita ou seja, começam a perceber as relações entre são ainda incipientes neste Padrão. fala e escrita de forma mais sistemática. No que crianças de com uma proficiência palavra, a partir especialmente de em se refere à escrita, ao realizarem a cópia de um As crianças que apresentam este Padrão de texto já observam algumas regras de utilização da Desempenho fazem distinção entre a escrita e página, embora possam não observar os limites outras formas de representação, como desenhos, das margens ou a necessidade de recomeçar a garatujas, escrita na margem esquerda na passagem de uma formas geométricas e/ou outros símbolos. Isso significa que reconhecem que linha a outra do texto. na escrita são usadas letras, embora ainda não saibam como agrupá-las de forma convencional Crianças que estão no limite da passagem deste na leitura ou na escrita. Padrão ao seguinte – entre 350 e 400 pontos –, além de terem consolidado as habilidades A partir dos 250 pontos de proficiência as relacionadas à identificação de letras do alfabeto, crianças já identificam algumas letras do alfabeto reconhecem uma mesma letra, ou sequência de (especialmente quando letras, grafada em diferentes padrões gráficos apresentadas isoladamente ou em um conjunto de (maiúscula, minúscula, de imprensa, cursiva). letras (sequência de três letras). Essas crianças iniciam a leitura silenciosa de as letras iniciais), palavras dissílabas e trissílabas, especialmente As crianças com proficiência entre 250 e 300 as paroxítonas, quando formadas exclusivamente pontos, ao realizarem a cópia de um texto numa por sílabas no padrão CV (consoante/vogal), ou página de caderno, ainda não consideram a ordem por sílaba formada exclusivamente por uma vogal. convencional de organização do texto na página, Este fato indica que essas crianças começam não respeitando as margens nem a sequência das a desenvolver habilidades iniciais de leitura de palavras no texto e não realizando adequadamente palavras, sendo este um marco importante de seu a passagem de uma linha a outra do caderno. processo de alfabetização. Revista Pedagógica 27 APLICADOR MOSTRAR para o aluno o cartaz com a questão. LER para o aluno as informações abaixo que apresentam o desenho de um megafone . Veja o texto abaixo. A última palavra do texto é ES.04.2003 Veja o texto abaixo. Eu sou feita de madeira, Madeira matéria morta, Mas não há coisa no mundo Mais viva do que uma porta. MORAES, Vinícius. A Arca de Noé. Rio de Janeiro: Record. A última palavra do texto é Eu. madeira. Mas. porta. 28 Paebes Alfa 2012 A habilidade avaliada neste item é a de reconhecer elementos que contribuem para a organização da página escrita. O elemento A B C D 3,7% 5,5% 4,3% 83,8% que se destaca na tarefa solicitada para avaliar essa habilidade é o que se refere à direção da escrita, ou seja, uma atividade que avalia o reconhecimento pelo estudante de que se lê da esquerda para a direita e de cima para baixo. Nesse item é solicitado que os estudantes identifiquem a última palavra do poema de Vinícius de Moraes. Os estudantes (3,7%) que escolheram a primeira alternativa como resposta podem ter realizado a leitura do texto de baixo para cima, razão pela qual consideraram que a palavra “Eu” era a última do 84+16 percentual de acerto 83,8% texto, e não a primeira. Aqueles estudantes que optaram pela segunda ou terceira alternativas, 5,5% e 4,3%, respectivamente, ainda não desenvolveram a habilidade avaliada pelo item. Em ambos os casos os estudantes não orientaram seu olhar para o texto respeitando as direções corretas para se proceder à leitura; de baixo para cima e da esquerda para a direita. Os 83,8% que marcaram a quarta alternativa como resposta acertaram o item, pois reconheceram que a palavra “porta” é a última do texto. Para chegarem a essa conclusão os estudantes tiveram que observar o texto de cima para baixo e da esquerda para a direita. Esses estudantes demonstraram já ter desenvolvido a habilidade avaliada. Revista Pedagógica 29 APLICADOR MOSTRAR para o aluno o cartaz com a questão. LER para o aluno a informação abaixo que apresenta o desenho de um megafone . Faça um X no quadradinho onde aparecem as letras A H. ESP07.075 Faça um X no quadradinho onde aparecem as letras que você ouviu. 30 Paebes Alfa 2012 A E A H R H V T A habilidade avaliada neste item é a de identificar letras do alfabeto apresentadas de forma isolada, a partir da leitura do nome das letras A B C D 3,5% 91,7% 1,3% 0,5% por um aplicador. No par de letras apresentadas como suporte ao item – A e H – a letra A provavelmente é bastante familiar aos estudantes, pois é a primeira letra do alfabeto e uma vogal. Já a letra H pode ser menos familiar às crianças, contribuindo para aumentar o nível de dificuldade do item. Os 3,5% de estudantes que marcaram a primeira alternativa podem ter confundido as letras “H” e “E” em função da semelhança entre a forma gráfica dessas duas letras. Entre os estudantes que não acertaram o item esta foi a alternativa mais atrativa. 92+8 percentual de acerto 91,7% Aqueles estudantes que optaram pela segunda alternativa, 91,7% dos que realizaram o teste, acertaram o item. Nesse caso, demonstraram que já reconhecem a escrita em forma maiúscula das letras A e H. Os que assinalaram a terceira alternativa como resposta, 1,3%, podem ter marcado a alternativa que apresentava a última letra que ouviram, ou seja, a letra H. Podem, ainda, ter confundido a forma gráfica das letras R e A. Os estudantes que optaram pela quarta alternativa, 0,5%, demonstraram não reconhecer, ainda, a forma gráfica de nenhuma das duas letras ditadas pelo aplicador. Observa-se que a letra V é semelhante à letra A invertida, o que pode ter contribuído para que os estudantes as confundissem, demonstrando ainda não ter desenvolvido a habilidade avaliada pelo item. Revista Pedagógica 31 Língua Portuguesa Básico de 400 a 500 pontos 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 As crianças que apresentam o Padrão de 450 e 500 pontos, leem palavras formadas por Desempenho Básico desenvolveram todas as diferentes padrões silábicos, atribuindo sentido habilidades de leitura e escrita descritas no Padrão ao que leem. Além disso, identificam o gênero de Desempenho Abaixo do básico. Além daquelas ao qual pertencem alguns textos mais familiares. habilidades, as crianças com nível de proficiência Surgem, neste nível, as primeiras ocorrências de entre 400 e 450 pontos realizam a leitura de palavras habilidade de leitura de frases na ordem direta dissílabas ou trissílabas, paroxítonas, formadas por (sujeito, verbo, objeto) com identificação de diferentes estruturas silábicas (sílaba no padrão CV, informações nelas explícitas. Também aparecem CVC, ditongo). Essas crianças também iniciam o as primeiras ocorrências de localização de desenvolvimento da habilidade de identificar o tipo informações explícitas (que se encontram na de suporte no qual circulam gêneros textuais mais superfície textual) em textos curtos e de gênero familiares. Este fato indica a primeira ocorrência de familiar ao contexto escolar, como parlendas uma habilidade relacionada ao tópico Usos sociais e textos que informam sobre curiosidades. Em da leitura e da escrita, da Matriz de Referência. textos narrativos curtos (entre três e quatro linhas), as crianças que apresentam este nível Com relação à escrita, as crianças que apresentam de proficiência identificam elementos como o este Padrão de Desempenho, além das habilidades tempo em que ocorre um determinado fato e um descritas no Padrão de Desempenho Abaixo do personagem da narrativa. básico, já iniciam a escrita de palavras dissílabas ou trissílabas, paroxítonas e nos padrões silábicos Em seu conjunto, o desenvolvimento habilidades CV, CVC, CVV. Entretanto, ao realizarem tal de leitura relacionadas a este Padrão de escrita o fazem a partir da hipótese silábica e/ou Desempenho caracteriza um leitor que inicia seu da hipótese silábico-alfabética. Isso significa que processo de interação com pequenos textos com podem usar apenas uma letra para representar alguma autonomia. cada sílaba da palavra ou, ainda, que podem utilizar ora uma letra para cada sílaba, ora uma No que diz respeito à escrita, as crianças ampliam letra para cada som da palavra. os padrões silábicos que são capazes de escrever, embora ainda de forma silábica e silábico- 32 As crianças que estão no limite da passagem alfabética, para os padrões CV, CVC, CVV, V e deste Padrão de Desempenho ao seguinte, entre com ditongo. Paebes Alfa 2012 APLICADOR MOSTRAR para o aluno o cartaz com a questão. LER para o aluno as informações abaixo que apresentam o desenho de um megafone . Veja a figura: rosa. Faça um X no quadradinho que mostra o número de sílabas (pedaços) do nome dessa figura. ES.21.1965 Veja a figura abaixo. Faça um X no quadradinho que mostra o número de sílabas (pedaços) do nome dessa figura. 1 2 3 4 Revista Pedagógica 33 A habilidade avaliada por este item é a de contar sílabas de uma palavra. Neste caso, o estudante deverá contar as sílabas da palavra A B C D 9,8% 74,4% 4,9% 8,7% “rosa”. A palavra “rosa” não aparece escrita, apenas a figura da rosa, razão pela qual o estudante deverá contar quantas sílabas ela tem pautando-se apenas no som da palavra falada pelo aplicador. Por ser uma palavra dissílaba e formada exclusivamente pelo padrão consoante/vogal, o item pode ser considerado de fácil resolução. Os estudantes que marcaram a primeira (9,8%) ou a terceira (4,9%) alternativa demonstraram que não contaram corretamente as sílabas da palavra. Os estudantes que marcaram a segunda alternativa (74,4%) contaram corretamente as sílabas da palavra “rosa”, demonstrando ter desenvolvido a habilidade avaliada pelo item. Os estudantes que marcaram a quarta alternativa (8,7%) provavelmente contaram as letras, e não as sílabas da palavra. 34 Paebes Alfa 2012 74+26 percentual de acerto 74,4% APLICADOR MOSTRAR para o aluno o cartaz com a questão. LER para o aluno as informações abaixo que apresentam o desenho de um megafone . Veja a figura: banco. Faça um X no quadradinho onde está escrito o nome dessa figura. ES.25.1383 Veja a figura abaixo. Faça um X no quadradinho onde está escrito o nome dessa figura. BAMBO BANCO BANDO BARCO Revista Pedagógica 35 A habilidade avaliada pelo item é a de ler palavra formada por estrutura silábica diferente do padrão consoante/vogal. Neste caso a palavra A B C D 6,7% 82,1% 3,2% 6,5% que deve ser lida pelo estudante é a palavra “banco”. Na primeira sílaba da palavra o “n” como marca de nasalização faz com que o nível de dificuldade da leitura dessa palavra seja maior comparativamente a uma palavra que seja formada apenas por sílabas no padrão consoante/vogal. Estudantes que marcaram a primeira alternativa (6,7%) provavelmente confundiram as sílabas “co” e “bo”. Essa confusão pode ser atribuída a alguma dificuldade desses estudantes com os valores sonoros da consoante desta sílaba. Estudantes que marcaram a segunda alternativa (82,1%) demonstraram ter desenvolvido a habilidade avaliada pelo item, pois associaram corretamente a imagem à palavra que a nomeia. Estudantes que marcaram a terceira alternativa (3,2%) provavelmente confundiram o som da consoante oclusiva surda “k” com o som da consoante oclusiva sonora “d”. Essa confusão pode ser decorrência de dificuldades com o som das consoantes ou com a grafia das mesmas uma vez que, em letras maiúsculas, C e D diferem apenas por uma das letras ser aberta e a outra fechada no lado direito. Aqueles estudantes que escolheram a quarta alternativa (6,5%) tiveram dificuldade com a marca de nasalização utilizando, no lugar do “n”, o “r”. Essa dificuldade pode ser consequência tanto de uma confusão quanto aos valores sonoros do “n” e do “r” quanto a uma dificuldade com a forma dessas letras. 36 Paebes Alfa 2012 82+18 percentual de acerto 82,1% Língua Portuguesa Proficiente de 500 a 600 pontos 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 As crianças que apresentam Padrão de Desempenho Proficiente desenvolveram, além das habilidades de leitura e de escrita descritas anteriormente, outras habilidades que ampliam suas possibilidades de interação com os textos, como leitores e como escritores. As crianças com proficiência entre 500 e 550 pontos começam a desenvolver o conceito de palavra enquanto unidade gráfica, pois contam as palavras de um texto com, em média, 18 palavras. As habilidades relacionadas à consciência fonológica também se ampliam, pois estas crianças contam sílabas de palavras formadas por diferentes padrões silábicos e identificam sílabas no padrão CV no final de palavras. Em relação às habilidades de leitura de textos, além daquelas já descritas no Padrão de Desempenho Básico, e que se referem à localização de informações explícitas em textos curtos, começa a ser desenvolvida pelas crianças que se encontram neste Padrão de Desempenho a habilidade de realizar inferências a partir da leitura de textos que conjugam linguagem verbal e não verbal, como histórias em quadrinhos e tirinhas. Com relação às habilidades relacionadas aos usos sociais de gêneros e suportes textuais, inicia-se o desenvolvimento da habilidade de identificar gêneros textuais menos familiares, como a carta, e a finalidade ou assunto de textos de gêneros familiares, como bilhete, lista de compras, folheto, tabela de preços. Também se inicia o desenvolvimento da habilidade de identificar portadores de textos nos quais as palavras estão organizadas em ordem alfabética. As crianças que se encontram neste nível de proficiência apresentam uma escrita que pode ser, em alguns casos, silábico-alfabética e, em outros, alfabética. Essas crianças escrevem palavras de diferentes extensões e padrões silábicos – CV, VC, CVC, CVV – em conformidade com as hipóteses anteriormente referidas. As crianças com proficiência entre 550 e 600 pontos, que se encontram, portanto, no limite para a passagem ao próximo Padrão de Desempenho, consolidaram habilidades relacionadas à consciência fonológica, como a de identificar sons iniciais e/ou finais de palavras formadas sílabas no padrão CV, e também as relativas à leitura de palavras em diferentes extensões e padrões silábicos. As habilidades relacionadas à localização de informações em texto se ampliam, uma vez que os estudantes que se encontram neste nível localizam informações em textos de diversos gêneros, inclusive gráficos e tabelas, podendo tal informação estar no início, meio ou fim do texto. Amplia-se, também, a habilidade de identificar elementos de uma narrativa tais como personagem e espaço. Ampliam-se, ainda, as habilidades relativas à identificação de gênero, finalidade e assunto de textos, assim como se amplia a extensão dos textos que essas crianças conseguem ler. Uma conquista importante das crianças que apresentam este nível de proficiência é a habilidade de usar a página adequadamente, respeitando margens e a sequência adequada das palavras, inclusive quando há mudança de linha e a habilidade de produzir uma escrita alfabética de palavras de diferentes extensões e formadas por padrões silábicos variados: CV, VC, CVC, CVV, CVCC, CCVC Revista Pedagógica 37 APLICADOR MOSTRAR para o aluno o cartaz com a questão. LER para o aluno as informações abaixo que apresentam o desenho de um megafone . Veja as figuras: barata, coruja, tartaruga, jacaré. Faça um X na figura que tem o nome com a sílaba (pedaço) do meio igual à palavra GIRAFA. ESP11.128 Faça um X na figura que tem o nome com a sílaba (pedaço) do meio igual à palavra GIRAFA. 38 Paebes Alfa 2012 A habilidade avaliada neste item é a de identificar sílabas (pedaços) com o mesmo som em palavras diferentes, numa mesma posição. A B C D 65,3% 10,9% 5,9% 16,1% Tal habilidade está relacionada ao desenvolvimento da consciência fonológica – percepção de que uma palavra é formada por segmentos sonoros menores que ela própria, neste caso, a consciência silábica. O suporte escolhido para avaliar a tarefa apresenta uma palavra no padrão consoante/vogal. Neste caso a sílaba a ser identificada é a sílaba medial da palavra ditada pelo aplicador, o que contribui para aumentar o nível de dificuldade do item. 65+35 percentual de acerto 65,3% Os estudantes que escolheram a primeira alternativa como resposta demonstraram ter desenvolvido a habilidade avaliada, reconhecendo que as palavras “girafa” e “barata” têm o mesmo som medial. Os que optaram pela segunda alternativa como resposta (10,9%) provavelmente desconsideraram o centro da sílaba medial – a vogal u –, demonstrando, assim, que ainda não desenvolveram a consciência silábica. Aqueles estudantes que marcaram a terceira alternativa como resposta (5,9%) podem não ter atentado para o fato de que a palavra tartaruga é polissílaba, considerando a sílaba “ru”, de tartaruga, como medial. Os estudantes que assinalaram a quarta alternativa (16,1%) provavelmente voltaram sua atenção apenas para a vogal que se repete nas sílabas mediais das palavras “gi-ra-fa” e “já-ca-ré”. Nesse caso, os estudantes não observaram o som consonantal que forma a sílaba medial das palavras, demonstrando não ter desenvolvido, ainda, a consciência silábica. Revista Pedagógica 39 APLICADOR MOSTRAR para o aluno o cartaz com a questão. LER para o aluno a informação abaixo que apresenta o desenho de um megafone . Leia o texto abaixo. ESP09.108 Leia o texto abaixo. O BAILE A coruja ia dar um baile. E falou ao galo para ele falar ao pato. O pato falou ao rato. O rato falou ao gato. Todos foram ao baile naquela noite. Cada um levou seu par. Mas a coruja veio com uma novidade: não podia dançar o gato com a gata, o pato com a pata, o galo com a galinha, o rato com a rata, o sapo com a sapa. Que confusão! Dançava o galo com a gata, o gato com a galinha, o pato com a sapa, o sapo com a pata. Mas ficou o rato com a rata! FRANÇA, Mary; FRANÇA, Eliardo. O baile. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. Fragmento. Quem dançou com o pato foi a gata. pata. rata. sapa. 40 Paebes Alfa 2012 A habilidade avaliada pelo item é a de localizar uma informação que se encontra na superfície textual, ou seja, que está explícita no texto. A B C D 12% 18,7% 11,4% 54,9% O texto que dá suporte ao item é uma narrativa curta e que apresenta vocabulário provavelmente familiar aos estudantes. A informação a ser localizada se encontra na penúltima linha do texto, em meio a várias outras da mesma natureza – os pares que se formaram no baile – o que contribui para tornar mais difícil a sua localização. 55+45 percentual de acerto Os estudantes que marcaram a primeira (12%) ou a terceira alternativa (18,7%) provavelmente se confundiram em meio às informações relativas aos pares que se formaram no baile e, por esta razão, não conseguiram localizar adequadamente a informação solicitada. 54,9% Estudantes que marcaram a segunda alternativa (11,4%) podem ter considerado as informações do segundo parágrafo do texto, no qual se lê “o pato com a pata”. Entretanto esses estudantes não observaram que no parágrafo seguinte afirma-se que esses não formam os pares de dançarinos e que o pato, na verdade, dançou com a sapa. Os estudantes que marcaram a quarta alternativa, 54,9% daqueles que realizaram o teste, localizaram a informação solicitada em meio às demais informações oferecidas pelo texto, demonstrando ter desenvolvido a habilidade avaliada. Revista Pedagógica 41 Língua Portuguesa Avançado acima de 600 pontos 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 A principal característica das crianças que apresentam proficiência compatível com o Padrão de Desempenho Avançado é o fato de terem desenvolvido habilidades de leitura e de escrita além daquelas esperadas para a etapa de escolarização em que se encontram. Este Padrão abriga vários níveis de desempenho, portanto, as habilidades descritas apresentam diferentes níveis de complexidade, a depender do nível em que se encontram os estudantes. As crianças que se encontram no nível até 650 pontos, além de localizarem sílabas iniciais e finais de palavras formadas exclusivamente pelo padrão CV, reconhecem sílabas mediais dessas palavras. Além disso, consolidaram o conceito de palavra, sendo capazes de contá-las em textos mais extensos. Quanto às habilidades de leitura, elas se ampliam, tanto aquelas que se referem à apreensão de elementos que se encontram na superfície textual e à identificação de elementos da narrativa, quanto aquelas que dizem respeito à realização de inferências do sentido de palavras e expressões. Ampliam-se também as habilidades relacionadas aos usos sociais da leitura e da escrita, o que indica que essas crianças demonstram ter maior familiaridade com gêneros textuais diversos. Quanto à escrita, as crianças com até 650 pontos de proficiência começam a escrever frases curtas, no padrão sintático sujeito, verbo e objeto, quando ditadas. Pode ou não haver espaçamento correto entre as palavras. No caso de frases não ditadas, que devem ser produzidas a partir de uma gravura, inicia-se o desenvolvimento da habilidade de escrevê-las, ainda que no padrão de escrita 42 Paebes Alfa 2012 silábico-alfabético, com ou sem uso de pontuação e de letras maiúsculas no início das frases. As crianças com proficiência entre 650 e 700 pontos, apresentam ganhos significativos, tanto na leitura quanto na escrita. Há desenvolvimento de habilidades mais sofisticadas, ligadas à consciência fonológica: a habilidade de contar sílabas de palavras de diferentes extensões e formadas por diferentes padrões silábicos, assim como o reconhecimento de diferenças sonoras entre palavras que se diferenciam por apenas um fonema. Quanto à leitura, a interação com textos narrativos se desenvolve, uma vez que essas crianças iniciam a identificação do conflito gerador em narrativas, assim como reconhecem o locutor de um texto de curta extensão e começam a identificar, num texto, a quem pertence a fala de um personagem. As habilidades de realização de inferência também se ampliam, pois as crianças que se encontram neste nível de proficiência começam a desenvolver a habilidade de inferir o assunto de um texto a partir de seu título, de perceber o que provoca o efeito de humor num texto, e de reconhecer o efeito de sentido produzido pelo uso de onomatopeias em poesias. A partir dos 700 pontos, as crianças ampliam a habilidade de inferir informações em textos que conjugam linguagem verbal e não verbal, como tirinhas. Outra habilidade que começa a se desenvolver a partir deste nívelé a de identificar a relação entre pronomes anafóricos e seus referentes. Na escrita são observados avanços significativos A partir dos 750 pontos de proficiência amplia-se entre as crianças que se encontram neste nível a habilidade de inserção de uma palavra na ordem de proficiência. Começa a haver uma transição alfabética, tendo como referência a segunda ou de uma escrita alfabética de palavras para uma a terceira letra da palavra. Amplia-se também a escrita com observância de algumas regras ortográficas, especialmente as contextuais: uso de “l” ou “u” em final de palavra; uso de “ss”, “ç” ou “c”, dentre outras. Entre 650 e 700 pontos, as habilidade de inferir o sentido de uma palavra ou expressão em texto curto. Outra habilidade que se amplia é a de identificar o efeito de sentido crianças escrevem palavras com dígrafos, marcas decorrente do uso de sinais de pontuação. Inicia- de nasalização e irregularidades ortográficas como se o desenvolvimento da habilidade de identificar o uso de “s”/”z”; “s”/”c”; “x”/”ch”; “g”/”j”; “ss”/”ç”. o interlocutor em textos como propagandas. No caso da escrita de frases ditadas, observa-se Na escrita se inicia o desenvolvimento da habilidade já o espaçamento entre palavras na maioria dos de produzir uma história a partir de uma cena e casos, o que não acontece sempre quando se trata incorporando os seguintes elementos: personagens da escrita de frases a partir de imagens. Neste caso, observa-se plausibilidade da frase escrita em relação à cena apresentada, embora possam aparecer equívocos ortográficos decorrentes da semelhança entre os modos de articulação de alguns sons (transcrição da fala na escrita). Esses equívocos praticando ações em uma sequência temporal; uso de articuladores, como marcadores temporais (“então”, “depois”); uso de recursos coesivos, como pronomes, que contribuem para a continuidade temática do texto sem torná-lo repetitivo. também ocorrem no caso da escrita de frases ditadas. Inicia o desenvolvimento de habilidades A partir dos 800 pontos de proficiência, observa-se a necessárias à produção de uma escrita ortográfica: ampliação das habilidades de leitura anteriormente observância de regras que orientam o uso de referida, letras que podem representar um mesmo som em estabelecimento de relações lógico- discursivas diferentes contextos; uso adequado de marcas de entre partes ou elementos dos textos: relações de nasalização; uso de letras que podem representar um mesmo som em contextos semelhantes. Começa a se desenvolver a habilidade de produzir especialmente aquelas ligadas ao causa e consequência e relações lógico-discursivas marcadas por conjunção temporal ou advérbio de tempo. Observa-se, portanto, que as principais textos de gêneros mais familiares a partir da conquistas a partir deste nível de proficiência proposição de uma situação comunicativa: escrever dizem respeito à capacidade de interagir com os um bilhete para transmitir um recado a alguém, textos percebendo as relações existentes entre as escrever um convite para determinado evento. diferentes partes que os constituem. Revista Pedagógica 43 APLICADOR MOSTRAR para o aluno o cartaz com a questão. LER para o aluno as informações abaixo que apresentam o desenho de um megafone . Leia o texto abaixo. ES.09.1739 Leia o texto abaixo. ESSE TEXTO SERVE PARA CONTAR UMA HISTORINHA. CONVIDAR PARA UMA FESTA. ENSINAR UMA RECEITA. VENDER UM BRINQUEDO. 44 Paebes Alfa 2012 A habilidade avaliada pelo item é a de identificar a finalidade de um texto, ou seja, sua função comunicativa. O texto que dá suporte A B C D 7,2% 81% 5,3% 4,6% ao item é um convite para uma festa de aniversário e sua primeira linha anuncia a função comunicativa do mesmo, o que contribui para que o leitor identifique tal função. Além dessa primeira frase, outros elementos peculiares a esse gênero textual também estão presentes no texto, como dia, hora e local. O convite é apresentado, portanto, em sua estrutura canônica. Os estudantes que optaram pela primeira alternativa (7,2%) provavelmente observaram as ilustrações do convite, concluindo sobre a finalidade do texto, porque as histórias também são acompanhadas 81+19 percentual de acerto 81% por ilustrações. Estudantes que marcaram a segunda alternativa, 81% daqueles que fizeram o teste, identificaram a finalidade do texto, demonstrando ter desenvolvido a habilidade avaliada. Estudantes que marcaram a terceira alternativa (5,3%) podem ter feito essa escolha em virtude da presença da personagem “Moranguinho”, que remete à comida, no convite. Nesse caso, os estudantes não consideraram nenhum elemento do texto verbal para decidir sobre a finalidade do texto. Os estudantes que marcaram a quarta alternativa (4,6%) podem, assim como os que marcaram a alternativa C, ter considerado a presença da personagem “Moranguinho”, pois também há bonecas dessa personagem. Há ainda no texto a expressão “vamos brincar, pular”, que poderia levar a pensar que o texto tivesse o objetivo de vender brinquedos. Nesse caso os estudantes também não consideraram o texto verbal em seu conjunto. Revista Pedagógica 45 APLICADOR MOSTRAR para o aluno o cartaz com a questão. LER para o aluno as informações abaixo que apresentam o desenho de um megafone . Veja as figuras: cabide, carteira, casa, cola. Faça um X no quadradinho onde os nomes das duas figuras começam com a mesma sílaba (pedaço). ES.21.1770 Faça um X no quadradinho onde os nomes das duas figuras começam com a mesma sílaba (pedaço). 46 Paebes Alfa 2012 A habilidade avaliada neste item é a de identificar sílabas (pedaços) com o mesmo som em palavras diferentes, numa mesma posição. As A B C D 24,8% 14,6% 49% 3,7% imagens escolhidas como suporte representam palavras formadas por padrões silábicos diversos, combinadas entre pares, e a tarefa solicita que os estudantes marquem a alternativa que apresenta aquelas figuras em que o som inicial das palavras que as nomeiam seja o mesmo. Neste item a sílaba “ca” aparece em um distratores acompanhada de uma consoante – “car”–, o que pode ter se constituído numa dificuldade para a resolução da tarefa. Os estudantes que escolheram a primeira alternativa como resposta (24,8%) – “cabide-carteira” – podem não ter observado a presença de 49+51 percentual de acerto 49% um r ao final da sílaba inicial da palavra “carteira”. Com essa escolha, demonstraram que ainda não desenvolveram a consciência silábica. Os que optaram pela segunda alternativa (14,6%) como resposta podem ter observado a semelhança entre a quantidade de sílabas deste par de palavras, e não o som da sílaba incial, como solicitado. Aqueles estudantes que marcaram a terceira alternativa como resposta (49%) desenvolveram a habilidade avaliada pelo item, pois associaram corretamente palavras “casa” e “cabide” como aquelas que apresentam o mesmo som inicial – “ca”. Estudantes que marcaram a quarta alternativa (3,7%) podem não ter observado a diferença no som das vogais que são o centro da primeira sílaba das palavras “cola” e “carteira”, assim como a presença da letra “r” no caso da palavras “carteira” demonstrando, dessa forma, que ainda não desenvolveram a consciência silábica. Revista Pedagógica 47 MATEMÁTICA Abaixo do Básico até 350 pontos 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 Os estudantes que se encontram neste Padrão de comprido, a partir da comparação entre objetos. Desempenho manifestam os primeiros sentidos Eles também reconhecem cédulas e moedas do de números. Eles demonstram serem capazes de Sistema Monetário Brasileiro e associam objetos identificar igualdades e desigualdades numéricas do cotidiano à forma de figuras tridimensionais, por meio da contagem, indicando o desenvolvimento quando, por exemplo, relacionam esfera à bola da habilidade relativa ao estabelecimento de e cubo à caixa, além de identificar informações relações e comparações numéricas. Nessa linha, apresentadas em gráficos de coluna. ao compreender as noções de quantidade, os estudantes estabelecem relações cognitivas com Os estudantes com proficiência entre 300 e pequenos números, suas representações e uso em 350 pontos, além das habilidades descritas diferentes situações cotidianas. anteriormente, começam a resolver problemas Constata-se também que os estudantes que se encontram neste Padrão começam a evidenciar habilidades consciência matemáticas direcional, ou concernentes seja, eles à estão começando a projetar as dimensões espaciais do corpo no espaço imediato, demonstrando o apoderamento de conceitos espaciais sobre o movimento ou localizações de objetos no ambiente. envolvendo o significado de juntar da adição e retirar da subtração com apoio de figuras e com quantidades menores que 10. Eles também reconhecem os números ordinais, mas identificam até o nono elemento de uma posição. Além de identificar a posição de um personagem a partir de uma referência, utilizando-se das noções de mais próximo/perto, eles são capazes de comparar e ordenar comprimento, altura e espessura. A partir dos 200 pontos de proficiência, os bidimensionais Devido à presença ainda incipiente de habilidades presentes na composição de objetos do cotidiano, matemáticas neste Padrão de Desempenho, torna- quando, por exemplo, percebem que as faces se necessário que a escola amplie o contato com laterais de uma pirâmide são triângulos. atividades que sejam significativas, de forma a estudantes associam figuras possibilitar o desenvolvimento de habilidades 48 Os estudantes com proficiência entre 250 e 300 relativas a Grandezas e medidas e Tratamento da pontos são capazes de diferenciar o maior do menor, Informação, além de ampliar os campos Numérico o mais alto do mais baixo, o mais curto do mais e Geométrico. Paebes Alfa 2012 M010011E4 Observe abaixo o desenho que mostra as crianças em fila para comprar sorvete. Risque o quadradinho que mostra a primeira criança dessa fila. Revista Pedagógica 49 Este item avalia a habilidade de reconhecer indicadores de posição. Os estudantes devem considerar as quatro crianças em fila e apontar A B C D 3,4% 94% 0,9% 1,1 aquela que é a primeira em relação à carrocinha de sorvete. O grupo de estudantes que escolheu a primeira ou a terceira alternativa, 3,4% e 0,9%,marcou, respectivamente, as crianças da segunda e terceira posições. Esses estudantes demonstraram não reconhecer, ainda, os ordinais como indicadores de posição. Os estudantes que assinalaram a segunda alternativa, 9,4%, fizeram a opção correta. Isso demonstra que eles conhecem a função do primeiro número ordinal de indicar posição e ordem. Os estudantes que optaram pela quarta alternativa, 1,1%, indicaram a última posição. Provavelmente esses estudantes consideraram a fila em posição inversa, em que o último elemento passa a ser o primeiro. Esses estudantes desconsideraram a orientação dada pelo comando do item de que as crianças estariam em fila para comprar sorvete, o que estabelece que a carrocinha é a referência para que se reconheça a ordem das crianças na fila. 50 Paebes Alfa 2012 94+6 percentual de acerto 94% ESMP08.1411 Observe a moeda e responda à pergunta. Qual é o valor dessa moeda? 5 CENTAVOS. 10 CENTAVOS. 25 CENTAVOS. 50 CENTAVOS. Identificar o valor de moeda do Sistema Monetário brasileiro é a habilidade avaliada neste item. Para resolvê-lo os estudantes devem A B C D 1,9% 95,1% 1,4% 1,1 associar a imagem da moeda apresentada no suporte do item a seu valor, ou seja, a 10 centavos. Os estudantes que marcaram a alternativa B, 95,1% daqueles que realizaram o teste, demonstraram ter desenvolvido a habilidade avaliada pelo item, pois identificaram o valor da moeda. Os estudantes que marcaram qualquer uma das demais alternativas não observaram o número impresso na moeda que serve de suporte ao item e/ou não relacionaram esse número ao valor que a moeda 95+5 percentual de acerto 95,1% possui no sistema monetário brasileiro. Esses estudantes, portanto, demonstraram ainda não ter desenvolvido a habilidade avaliada. Revista Pedagógica 51 MATEMÁTICA Básico de 350 a 450 pontos 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 Os estudantes que apresentam o Padrão de vida cotidiana, que não exigem maior formalização. Desempenho Básico desenvolveram todas as Esses estudantes também realizam a leitura e a habilidades descritas no Padrão de Desempenho interpretação de dados matemáticos apresentados Abaixo do básico. Além daquelas habilidades, os em gráficos de colunas, além de identificar estudantes com nível de proficiência entre 350 intervalos de tempo (hora, dia, semana, mês e ano) e 450 pontos reconhecem os números ordinais, em situações envolvendo sequências de eventos identificando até a 15ª posição de um elemento, e localizam informações, em pequenos textos, bem como resolvem problemas envolvendo outros envolvendo significado numérico. Demonstram, significados da adição (acrescentar) e subtração ainda, ser capazes de relacionar os valores entre (separar) com e sem apoio de figuras. Esses cédulas e moedas do Sistema Monetário Brasileiro estudantes resolvem problemas envolvendo a e identificar o registro por extenso de alguns multiplicação, mas com apoio de figura. números naturais. No campo Geométrico, constata-se que esses Percebe-se no intervalo entre 400 a 450 pontos estudantes identificam propriedades comuns e marcos diferenças entre figuras bidimensionais, o que numérico, pois esses estudantes, além de resolver evidencia uma sistematização das habilidades que problemas envolvendo as ações de comparar e lhes permitem projetar para a dimensão plana o completar quantidades, manipulam o algoritmo da objeto representado tridimensionalmente, quando, adição e subtração sem reagrupamento. cognitivos significativos no campo por exemplo, relacionam a roda de um carro à sua forma circular; além de associar objetos do mundo Ao considerar esse conjunto de habilidades, físico a sólidos geométricos (cubo e pirâmide). evidencia-se a necessidade de continuar a desenvolvê-las, sobretudo, as que dizem respeito 52 Os estudantes com proficiência entre 350 e aos campos Geométrico e Grandezas e medidas 400 pontos conseguem relacionar conceitos e que propriedades matemáticas dos quatro domínios efetiva da escola em diálogo com outras áreas quando mobilizam habilidades em situações da do conhecimento. Paebes Alfa 2012 necessitam de uma intervenção mais ESMP12.295 Observe o carrinho e responda à questão. As rodas desse carrinho têm a forma de um CÍRCULO. QUADRADO. RETÂNGULO. TRIÂNGULO. A habilidade avaliada neste item é a de identificar figuras geométricas planas. O suporte que acompanha o item apresenta um carro formado A B C D 88,2% 4,2% 4,4% 2,5% por peças que lembram tais figuras. Os estudantes são solicitados a identificar a forma semelhante àquela das rodas do carro, ou seja, o círculo. 88,2% dos estudantes avaliados acertaram ao marcar a primeira alternativa. Eles conseguem associar a forma plana arredondada das rodas ao círculo. 88+12 percentual de acerto 88,2% Os estudantes que marcaram qualquer uma das demais alternativas de resposta demonstraram não relacionar, ainda, a forma das rodas do carro à nomenclatura da figura plana a qual elas se assemelham, ou seja, ao círculo. Esses estudantes ainda não desenvolveram a habilidade avaliada pelo item. Revista Pedagógica 53 ESMP03.073 Leia o número que a professora está mostrando e responda à pergunta. SETE Qual é o número que ela está mostrando? 1 4 7 9 A habilidade avaliada pelo item é a de relacionar um número escrito por extenso à sua representação em algarismos. O número em questão A B C D 3% 6,2% 88,4% 2% está escrito em letras maiúsculas de imprensa, o que contribui para facilitar a sua leitura. Os estudantes que marcaram a alternativa C, 88,4%, demonstraram ter desenvolvido a habilidade avaliada pelo item, pois relacionaram a escrita por extenso do número “sete” à sua representação em algarismos. 88+12 percentual de acerto 88,4% Os estudantes que optaram por qualquer uma das demais alternativas de resposta não estabeleceram corretamente a relação entre a escrita por extenso e com algarismos do número “sete”. Esses estudantes podem ter encontrado dificuldade na leitura do número escrito por extenso e/ou na identificação do algarismo que corresponderia a essa escrita. 54 Paebes Alfa 2012 MATEMÁTICA Proficiente de 450 a 550 pontos 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 Neste Padrão de Desempenho, é perceptível um informação, identificam informações apresentadas aumento do grau de complexidade das habilidades em gráficos de coluna, bem como identificam, em do campo Numérico que pode ser verificado quando diferentes gêneros textuais, informações relativas esses estudantes demonstram resolver problemas ao significado numérico. de multiplicação e divisão com e sem apoio de figura. Eles são capazes de identificar o 20º elemento de Os estudantes com proficiência entre 500 e 550 uma posição e manipular o algoritmo da adição pontos, além de ter desenvolvido as habilidades e subtração sem reagrupamento e identificar o dos níveis anteriores, demonstram utilizar o registro por extenso de números naturais até 30. sentido de número com mais propriedade. Eles Amplia-se também o pensamento geométrico, uma resolvem problemas de multiplicação envolvendo vez que eles demonstram identificar retângulos, o significado de dobro e triplo com e sem apoio círculos e triângulos com base na análise de figuras de figura, problemas de divisão envolvendo a construídas pela justaposição de outras figuras. ideia de metade com e sem apoio de figura. No campo Geométrico, identificam figuras Os estudantes que se encontram no intervalo bidimensionais em desenhos formados pela de 450 a 500 pontos de desempenho, no que composição de retângulos, círculos e triângulos, se refere a Grandezas e medidas, conseguem bem como associam objetos do mundo físico à estabelecer trocas entre cédulas e moedas representação de sólidos geométricos (cubo, em situações-problema. Demonstram, no que pirâmide, cilindro e cone), o que representa uma se refere a habilidades de medida de tempo, maior abstração das propriedades que envolvem que reconhecem horas exatas e meia hora em essas figuras. relógios digitais e analógicos. No campo Espaço e forma, os estudantes que se encontram neste Ao observar o conjunto de habilidades que nível de proficiência demonstram que identificam estão localizadas neste Padrão de Desempenho, propriedades geométricas que lhes permitem constatam-se marcos cognitivos significativos no diferenciar figuras planas como o triângulo, o campo Numérico, Geométrico e no campo das retângulo e o círculo em representações que Medidas, demonstrando que os estudantes cuja combinam essas formas. Além disso, identificam a proficiência se encontra nesse intervalo encontram localização/movimentação de objetos em mapas sentido para seu objeto de estudo de maneira tomando como referência noções de perto/ significativa. Esses estudantes percebem a relação longe, direita/esquerda. No campo Tratamento da existente entre a Matemática e o mundo. Revista Pedagógica 55 M010046E4 Observe os objetos representados abaixo. caixa bola pirâmide chapéu Qual desses objetos lembra o cone? Bola. Caixa. Chapéu. Pirâmide. Reconhecer as representações de figuras O grupo de estudantes que optaram pela terceira geométricas espaciais é a habilidade avaliada alternativa, 75,3%, indicou a resposta correta. Eles neste item. Quatro objetos cuja forma pode ser demonstraram reconhecer o objeto cuja forma se comparada à de uma figura tridimensional são assemelha à do cone. apresentados como suporte. Os estudantes devem associar o cone à figura de um chapéu. Os estudantes que escolheram a quarta alternativa, 9,2%, confundiram o cone com a pirâmide. Os estudantes que escolheram a primeira alternativa, 7%, confundiram a esfera com o cone. A segunda alternativa traz como opção de resposta o nome do objeto cuja forma lembra a de um cubo. Os estudantes que optaram por esta alternativa , 7,6%, provavelmente não percebam a característica mais evidente nos corpos redondos, que é a possibilidade de rolar, o que não acontece com os poliedros. 56 Paebes Alfa 2012 A B C D 75+25 7% 7,6% 75,3% percentual de acerto 75,3% 9,2% ESMP28.721 Observe as 12 laranjas que Célia comprou. Ela preparou uma laranjada com a metade dessas laranjas. Quantas laranjas foram utilizadas para fazer essa laranjada? DEZ LARANJAS. DOZE LARANJAS. MEIA LARANJA. SEIS LARANJAS. Este item avalia a habilidade de resolver problema que envolva a ideia de divisão referente ao cálculo de metade de um grupo. O comando solicita que o estudante determine a metade de 12 objetos apresentados no suporte, organizados em linhas e colunas. Para resolver o item os estudantes devem primeiramente contar os objetos e, depois, separálos em dois grupos iguais para obter a metade de 12. 8,1% dos estudantes avaliados marcaram a primeira alternativa. Esse grupo pode não ter construído o conceito de metade, ou, ainda, pode ter encontrado dificuldade em separar o grupo de duas partes iguais. Os 21,1% que optaram pela segunda alternativa não observaram a orientação dada no comando do item, pois consideraram o conjunto total de laranjas. A terceira alternativa foi escolhida por 14,2% dos estudantes. Esses estudantes consideraram o conceito de metade ligado à metade de um inteiro, demonstrando que ainda não conseguem calcular a metade de conjuntos discretos. Os 55,4% de estudantes que assinalaram a última alternativa escolheram a opção correta. Eles demonstraram ter desenvolvido a habilidade avaliada, pois conseguiram determinar a metade de um pequeno grupo de objetos com apoio de imagem. A B C D 55+45 8,1% 21,1% 14,2% 55,4% percentual de acerto 55,4% Revista Pedagógica 57 MATEMÁTICA Avançado acima de 550 pontos 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 A principal característica dos estudantes que indicando o desenvolvimento da habilidade apresentam proficiência compatível com o Padrão relativa ao estabelecimento de relações e de Desempenho Avançado é o fato de terem comparações numéricas sem apoio de figuras. desenvolvido além Eles também demonstram resolver problemas daquelas esperadas para a etapa de escolarização relativos à divisão sem apoio de figuras com grau em que se encontram. de complexidade maior que nos níveis anteriores, habilidades matemáticas bem como extrair informações de gráficos Os estudantes que se encontram no nível entre de colunas. 550 a 600 desenvolveram as habilidades dos níveis anteriores. Além disso, demonstram ampliar Constata-se que estudantes com proficiência o conhecimento relativo aos sólidos geométricos, localizada acima de 650 pontos consolidaram as passam a reconhecer o cone e a esfera, bem como habilidades relativas à resolução de problemas identificar em calendários os dias da semana, envolvendo as ações de juntar, separar, acrescentar meses e anos. e retirar quantidades sem apoio de figuras. Eles consolidaram também as habilidades relativas Os estudantes cuja proficiência se localiza no ao reconhecimento de figuras tridimensionais, intervalo de 600 a 650 pontos consolidaram extração de informação em gráficos de colunas, a identificação de intervalo de tempo e problemas habilidade de identificar igualdades e desigualdades numéricas por meio da contagem, 58 Paebes Alfa 2012 envolvendo divisão sem apoio de figuras. M010054E4 O relógio abaixo mostra o horário que Beatriz saiu de casa, à tarde, para fazer compras. Observe. A que horas Beatriz saiu para fazer compras? 3 horas. 3 horas e 12 minutos. 12 horas. 12 horas e 3 minutos. A habilidade avaliada pelo item é a de ler horas exatas em relógio analógico. Para solucionar corretamente a situação problema apresentada no item os estudantes deveriam observar a posição dos ponteiros, reconhecendo que o menor ponteiro é aquele que indica as horas. Os estudantes que marcaram a primeira alternativa, 50% dos que realizaram o teste, demonstraram ter desenvolvido a habilidade avaliada pelo item, pois reconheceram que o relógio está marcando 3 horas. Os estudantes que marcaram a alternativa B, 25,3%, reconheceram que o ponteiro menor é aquele que indica as horas. Entretanto, consideraram que o ponteiro maior voltado para o 12 marca 12 minutos, o que indica que esses estudantes ainda não desenvolveram a habilidade de ler horas em relógio analógico. que marca as horas exatas. Esses estudantes, portanto, inverteram a forma de fazer a leitura de horas em relógios analógicos, demonstrando que ainda não desenvolveram a habilidade avaliada. Estudantes que marcaram a última alternativa, 14%, a exemplo daqueles que marcaram a terceira alternativa também inverteram a forma de realizar a leitura das horas em relógios analógicos. Esses estudantes consideraram que o ponteiro maior é aquele que marca as horas e o menor, os minutos. A B C D 50% 25,3% 9,5% 14% 50+50 percentual de acerto 50% Estudantes que marcaram a terceira alternativa, 9,5%, consideraram que o ponteiro maior é aquele Revista Pedagógica 59 3 desenvolvimento de habilidades O artigo a seguir apresenta uma sugestão para o trabalho de em sala de aula. A proposta é que o caminho percorrido nessa análise seja aplicado para outras habilidades. Com isso, é possível adaptar as estratégias de intervenção pedagógica ao contexto escolar no qual atua para promover uma ação focada nas necessidades dos estudantes. 60 Paebes Alfa 2012 O processo de localizar e de inferir informações na Alfabetização O processo de alfabetização nos três primeiros anos compreendido é exatamente o que consta no do Ensino Fundamental compreende um conjunto material lido; de competências a serem construídas pelos • estudantes dessa etapa de escolarização. Dentre articule as informações que estão impressas na superfície do texto com aquelas que não elas, a Matriz de Referência de Língua Portuguesa estão ali colocadas, com base nas pistas e para os anos iniciais do Ensino Fundamental sinaliza marcas disponíveis, mas que precisam ser dois procedimentos básicos a serem incorporados consideradas para que haja a compreensão nas práticas de leitura pelos estudantes: Localizar do conteúdo do texto e das intenções de e inferir informações e Mobilizar procedimentos seu autor; de leitura demandados por diferentes suportes e gêneros textuais. Neste texto, o foco incidirá sobre o primeiro desses procedimentos. • coordene e hierarquize as informações explícitas e implícitas no texto, a fim de depreender qual é o tópico principal ali tratado. Na atividade de Localizar e inferir informações, Deve-se ressaltar que essas habilidades não espera-se que, progressivamente, o alfabetizando estarão plenamente desenvolvidas ao final da seja capaz de: 2ª série/3º ano do Ensino Fundamental, pois muitos aspectos precisam ser considerados • localizar informações explícitas em textos que lê; nesse processo – por exemplo: acesso a múltiplos materiais de leitura; sistematicidade de experiências de leitura; participação em • • inferir informações que estão implícitas no situações texto que leu; diversificados; conhecimentos sociais, culturais identificar o tema ou o assunto global de um texto lido. de leitura de gêneros textuais e científicos, entre outros – e envolvem a vivência do estudante no contato, no uso e na análise linguística de diferentes suportes (livros, Essas habilidades são essenciais ao leitor, pois revistas, jornais etc.) e gêneros textuais (carta, contribuem para que ele: notícia, poema, conto, receita culinária, entre outros). • recupere facilmente, após a leitura, uma informação presente no texto, permitindo-lhe, Além disso, estudos recentes mostram que entre outras ações, anotar um dado importante o desenvolvimento dessas habilidades não ali apresentado e/ou verificar se o que foi acontece da mesma forma e na mesma Revista Pedagógica 61 "A habilidade de Localizar informações explícitas em um texto é a que vem se revelando mais simples para os estudantes, enquanto as demais habilidades são mais lentamente desenvolvidas. velocidade. A habilidade de " Localizar informações explícitas em um texto é a que vem conferir se o que entendeu é o que realmente consta no texto, entre outros. se revelando mais simples para os estudantes, enquanto as demais habilidades são mais Essas lentamente desenvolvidas. informações que estão objetivamente presentes ações envolvem o manuseio das no texto, em quantidade (extensão do texto) e Essa constatação implica no maior investimento do transparência (apresentadas tal qual solicitado ou professor em propostas de leitura, contemplando por meio de paráfrase), bem como o conhecimento textos diversos, que, além de solicitar a localização que o estudante apresenta em relação ao tema de informações explícitas no texto, desafiem os e ao gênero textual. Com isto, verifica-se que estudantes em duas direções: a) à inferência de informações implícitas, com base em pistas textuais, ou seja, nas informações explícitas no texto; b) à articulação entre essas informações e os objetivos comunicativos do autor: a quem o autor pretende atingir? Qual é o seu foco no texto? O que diz a esse respeito? Ao fazê-lo, o professor estará contribuindo para a formação do leitor em fase inicial de Alfabetização, pela promoção do desenvolvimento de procedimentos básicos de leitura. o desenvolvimento da habilidade Localizar informação explícita em textos ocorre de modo progressivo, com o refinamento, pelo estudante, de estratégias de recuperação da informação. Nesse processo, parece notável que o estudante seja capaz de, gradativamente, localizar informações adequadas, a. atendendo que sejam à elaboração encontradas tal de respostas qual solicitadas nos enunciados; Desenvolvimento de habilidades na sala de aula b. atendendo à solicitação de respostas que sejam encontradas por meio de paráfrase do que A habilidade de Localizar informação explícita em foi solicitado nos enunciados; textos consiste na capacidade de o leitor, a partir das marcas/pistas dispostas na superfície textual, c. articulando dados selecionados de diferentes ou seja, de dados explícitos, encontrar informações partes do texto, para elaborar uma resposta ao de que necessita, a fim de atender a diferentes enunciado proposto; propósitos comunicativos: responder a questões 62 formuladas pelo professor; validar suas respostas, d. considerando as particularidades de um apontando a localização da informação no texto; determinado gênero textual; Paebes Alfa 2012 e. associando diferentes formas de linguagem um exemplo de proposta de atividade de leitura que (matemática, cartográfica, imagética etc.). pode se desenvolvida em turmas de Alfabetização, explorando os gêneros textuais “Receita culinária” Para tornar mais claro o que se demanda do estudante e “Lista de compras”, com foco na habilidade de em cada uma das cinco situações acima, apresenta-se Localizar informações explícitas em textos. • Atividade 1 Uma certa cozinheira decidiu preparar o seguinte alimento: Torta de liquidificador Ingredientes: • 1 ovo • 6 colheres (sopa) bem cheias de farinha de trigo • 5 colheres (sopa) de queijo ralado • 1 pitada de orégano • 1 colher (sobremesa) de fermento em pó. • 1/2 cebola • 1 xícara de chá de leite • 1/2 xícara de chá de óleo • 1 pitada de sal Recheio: • Pode ser carne picadinha, frango desfiado, sardinha refogada, linguiça acebolada ou queijo e presunto. Modo de preparo: 1. Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata bem. Se ficar muito mole, acrescente mais farinha de trigo, para adquirir consistência. 2. Acenda o forno para pré-aquecer em temperatura média. 3. Unte um pirex com óleo, derrame um pouco da massa para cobrir o fundo, depois acrescente todo recheio e cubra com o restante da massa. 4. Leve ao forno para assar por 30 minutos. Tempo de Preparo: 35 minutos. Rendimento: 6 porções. Receita enviada por: Ana Paula de S. Oliveira. TUDO GOSTOSO. Torta de liquidificador. Disponível em: <http://www.tudogostoso.com.br/receita/1362-torta-de-liquidificador.html>. Acesso em: 10 dez. 2012. Revista Pedagógica 63 Depois de ler o texto, de forma silenciosa, e É um alimento doce ou salgado? Que pistas lhe acompanhar a leitura de seu professor, responda: ajudaram a descobrir isso? Foco na letra “c”: resposta que depende da Qual o nome do alimento que a cozinheira articulação de dados selecionados de diferentes quer preparar? partes do texto. Foco na letra “a”: resposta encontrada tal qual solicitada no enunciado. Que parte do texto ajudará a cozinheira a saber como fazer esse alimento? Esse alimento, depois de pronto, serve Foco na letra “d”: reposta que envolve as quantas pessoas? particularidades de um gênero textual, a “Receita Foco na letra “b”: resposta encontrada por meio de Culinária”. paráfrase do que foi solicitado no enunciado: serve pessoas = rende porções. O que demora mais: o tempo de preparar o alimento ou de assá-lo? Para preparar esse alimento, do que a cozinheira precisará? articulação de dados selecionados de diferentes Foco na letra “a”: resposta encontrada tal qual partes do texto: 35 minutos para o preparo final e solicitada no enunciado. 30 minutos para assar. • Atividade 2 Observe, agora, a lista de compras dessa cozinheira: 1 sabonete 1 dúzia de ovos 1 pacote de macarrão 1 kg de farinha de trigo 1 garrafa de suco de uva 1 pacote de queijo ralado 6 pães 1 esponja 1 kg de arroz 1 pacote de orégano 1 litro de leite 1 lata de óleo 1 cebola 1 lata de fermento em pó 64 Focos na letra “c”: resposta que depende da Paebes Alfa 2012 Responda: mais complexos, como é o caso daqueles que se estruturam pela exposição e argumentação, tais Ela está comprando tudo de que precisa para como os verbetes de dicionários e enciclopédias preparar o alimento? Por quê? e os artigos científicos e de opinião). Por isso, Foco na letra “c”, com maior nível de complexidade: é essencial que diferentes suportes e gêneros resposta que depende da articulação de dados textuais sejam explorados em sala de aula, a selecionados de uma das partes da receita com o exemplo do que aqui se apresentou. conteúdo explícito de outro gênero textual, a “Lista de Compras”. Depois de preparar o prato, o que vai sobrar mais: ovo ou cebola? Foco na letra “e”, com maior nível de complexidade: resposta depende da associação de diferentes formas de linguagem (matemática: 1 ovo/1 dúzia de ovos; 1 cebola/ ½ cebola), considerando dados de uma das partes da receita com os da “Lista de Compras”. A importância da prática de leitura no início da vida escolar No dia a dia do leitor, ser competente para Localizar e inferir informações é essencial, pois, em diferentes situações de leitura, demanda-se dele a recuperação de informações de textos já lidos, para responder a questões que lhe são formuladas, para comprová-las, para repeti-las a outra pessoa, entre outros usos, além da inferência de informações Além das questões propostas, outras tantas poderiam ser funcionamento elaboradas, discursivo dos explorando dois o que não estão explícitas no texto e da identificação do tema ou do assunto global de um texto lido. gêneros envolvidos (Quem escreve? Para quem escreve? Para Essas ações também são constantemente solicitadas que escreve? Onde circulam? Como se organizam? aos estudantes dos primeiros anos do Ensino etc.), o que pode favorecer o desenvolvimento Fundamental, na escola e fora dela, o que reforça sua de outras competências destacadas na Matriz de importância como objeto de ensino, pelo professor, Referência de Língua Portuguesa para a 2ª série/3º e de desenvolvimento, pelos estudantes em fase de ano do Ensino Fundamental. Alfabetização. Ao saber localizar e inferir informações, de forma cada vez mais autônoma, essas crianças Para finalizar, é importante ressaltar que, nesse podem também se beneficiar das informações que processo de aprendizagem, além do que já foi leem em diferentes suportes e gêneros textuais, mencionado anteriormente, as conquistas dos tanto para aprender os conteúdos escolares, quanto estudantes se mostram dependentes da extensão para satisfazer sua curiosidade, fora da escola, sobre do texto (do menor para o maior) e da complexidade qualquer tema, e ainda discernir entre o que é um fato textual (de gêneros textuais mais simples para os apontado pelo autor, no texto, e o posicionamento que "Ao saber localizar e inferir informações, de forma cada vez mais autônoma, essas crianças podem também se beneficiar das informações que leem em diferentes " suportes e gêneros textuais Revista Pedagógica 65 "as aulas de leitura precisam contemplar, de forma equilibrada e progressiva, as habilidades envolvidas na localização e inferência de informações, assim como a graduação da extensão dos textos explorados e da complexidade dos temas " abordados e suportes e gêneros escolhidos o autor assume diante desse fato, o que envolve uma De modo esquemático, o professor pode ação de interpretação e de avaliação crítica, ainda considerar a seguinte sequência básica no estudo que de forma inicial. Por tudo isso, ser competente de diferentes suportes e gêneros textuais: nessas ações deve ocupar um lugar de destaque na etapa inicial de aprendizado da leitura, sem - exploração das condições de produção do material desmerecer as demais, servindo inclusive de suporte em questão (Quem escreveu? Para quem escreveu? para o desenvolvimento de outras habilidades. Por que escreveu? Para que escreveu? Onde circula? Como se organiza, de modo geral? etc.); A despeito dessa importância, de modo geral, ao planejar atividades que buscam desenvolver a competência de Localizar e inferir informações, os professores priorizam a localização de informações explícitas em textos que o estudante lê. Sem dúvida, essa atividade é essencial, mas é preciso que o - estabelecimento de objetivos de leitura do material (Ler para descobrir, comparar, concordar, discordar etc.) e levantamento de hipóteses sobre o que pode ser o tema/assunto do texto e o que o estudante sabe a esse respeito; estudante saiba também articular as informações - leitura do suporte ou gênero, atentando para a que estão impressas na superfície do texto com possibilidade de variação nessa prática (individual, aquelas que não estão ali colocadas, com base nas em dupla, coletiva, pelo professor, de forma pistas e marcas disponíveis, com vistas à produção silenciosa, em voz alta etc.); de sentido. Somado a isso, aprender a coordenar e a hierarquizar as informações explícitas e implícitas - comprovação (ou não) das hipóteses levantadas, no texto, a fim de depreender qual é o tópico novidades encontradas no texto e satisfação (ou principal ali tratado, revela-se igualmente produtivo. não) dos objetivos de leitura da turma; Nesse sentido, as aulas de leitura precisam contemplar, de forma equilibrada e progressiva, as habilidades envolvidas na localização e inferência de informações, assim como a graduação da extensão dos textos explorados e da complexidade dos temas - exploração de informações explícitas do texto; - exploração de informações implícitas, que as marcas do texto permitem levantar, e de outros materiais de leitura, que podem servir para esclarecer o que não foi compreendido; abordados e suportes e gêneros escolhidos. É na 66 conjunção desses aspectos que o planejamento - recuperação do esquema percorrido pelo autor do ensino de Língua Portuguesa, com foco nas em seu texto, ou seja, qual o seu objetivo e como competências e habilidades previstas para os anos ele organizou as informações para alcançá-lo (O iniciais do Ensino Fundamental, deve ocorrer. texto trata do quê? O que se diz sobre isso?). Paebes Alfa 2012 O USO DOS SISTEMAS DE MEDIDAS NA ALFABETIZAÇÃO As políticas públicas atuais reorganizaram situações diárias, precisamos enfrentar muitos o sistema educacional de modo que os três problemas que requerem o domínio sobre os primeiros anos do Ensino Fundamental regular sistemas métricos e suas unidades, como, por constituem-se como um ciclo, superando o atual exemplo, usar a fita métrica para medir a altura de arranjo – seriado e disciplinar – cuja retenção/ uma pessoa, trabalhar com receitas de culinária, promoção ocorria ao final de cada ano. Esta nova agendar um compromisso em um calendário e organização tem a intenção de ressaltar que a usar dinheiro, o que inclui a troca entre cédulas Alfabetização não é um processo fragmentado e e moedas. de tempo determinado, além de ser mais complexo do que apenas saber ler e escrever. Nesse sentido, A partir de dados de avaliações externas, tem- estar alfabetizado abrange um conjunto de se identificado que, nos itens envolvendo essa competências que se voltam para a aprendizagem competência, os estudantes vêm apresentando na interação com o mundo, onde os conteúdos baixo desempenho. Em geral, o enfoque do da área da Matemática são fundamentais. Assim, ensino das habilidades envolvidas volta-se para pode-se falar de uma Alfabetização Matemática, o uso de técnicas de cálculo ou de identificação referindo-se a um conjunto de habilidades e da grafia das unidades de medida. As crianças competências elementares, através das quais dos anos iniciais estão bastante acostumadas a o estudante pode resolver problemas e pensar lidar com diferentes sistemas e representações, de modo mais organizado, a fim de interpretar e mas possuem dificuldades na hora de formalizar compreender melhor a sociedade e os modos de e explicar situações com as quais lidam no vida nos quais se insere. cotidiano, normalmente, de modo intuitivo. Assim, as estratégias didáticas para desenvolver Dentre as competências fundamentais para que habilidades sobre sistemas de medidas podem se esteja alfabetizado matematicamente, existe a partir da problematização do próprio contexto do que se refere a Utilizar sistemas de medidas. Em estudante, haja vista que esta competência se "estar alfabetizado abrange um conjunto de competências que se voltam para a aprendizagem na interação com o mundo, onde os conteúdos da área da " Matemática são fundamentais Revista Pedagógica 67 "Quando trabalhamos com estudantes dos anos iniciais, é preciso atenção na elaboração de uma situação didática, pois eles precisam tanto aprender os modos " de representação mais formais, quanto adquirir as noções em termos cognitivos. destaca pela estreita relação que estabelece com da etapa de Alfabetização, as crianças saibam os conhecimentos da vida prática e diária. identificar cédulas e moedas, e efetuem trocas entre elas. Assim, é preciso desenvolver atividades As principais habilidades envolvidas nessa que envolvam o próprio manuseio do dinheiro ou competência referem-se ao domínio do Sistema réplicas que o represente. Problemas nos quais se Monetário Brasileiro, à leitura de horas em relógios escreve o valor “R$ 5,00” não permitem adquirir e a problemas que relacionam unidades de medida a habilidade de identificar a cédula propriamente de tempo, tais como o dia, a semana, o mês e o dita. Da mesma maneira, pedir que a criança ano. Quando trabalhamos com estudantes dos diga, sem o uso do material, quantas moedas de anos iniciais, é preciso atenção na elaboração R$ 0,25 podem ser trocadas por uma nota de R$ de uma situação didática, pois eles precisam 2,00, acentua muito mais o cálculo aritmético com tanto aprender os modos de representação mais números decimais do que o reconhecimento e formais, quanto adquirir as noções em termos troca de moedas por um cédula. cognitivos. Nota-se que, muitas vezes, o ensino de Grandezas e medidas confunde-se com Igualmente, para a habilidade que se refere a ler outras habilidades, principalmente, a do cálculo horas e minutos em relógios digitais e de ponteiros, aritmético. O objetivo de se ensinar a Utilizar é necessário que as crianças tenham contato com sistemas de medidas é o de que as crianças esse tipo de material e o manuseie diretamente. possam manejar esse conhecimento em situações Problemas descritivos, que relatam um contexto, diárias, o que implica resolução de problemas, não são adequados para a aquisição da habilidade. interpretação e compreensão. Todavia, pode ser Por exemplo, quando dizemos que um relógio equivocado que, em uma condição de ensino, marca 3h15 e perguntamos qual o horário marcado se mobilize habilidades referentes a operações após passarem-se 15 minutos, estamos solicitando aritméticas ou vinculadas a formas geométricas. mais uma habilidade de cálculo de adição do que Nesse caso, quando o estudante não atinge o a leitura de um horário. objetivo esperado, não se pode dizer que é devido a um problema de aprendizagem na aquisição Assim, entende-se que os conteúdos referentes de noções de Grandezas e medidas ou na outra à aquisição dessa competência passam por um habilidade envolvida. Assim, o professor necessita ensino que problematize as situações cotidianas de um conhecimento muito claro das capacidades e evidencie as habilidades especificamente que envolvem essa competência, a fim de não envolvidas. elaborar conhecimentos, mas de direcionar as estratégias situações didáticas que enfatizem outros conhecimentos. Não se trata de segregar didáticas para objetivos que são específicos e que, dessa forma, podem ser alcançados de 68 No caso da habilidade vinculada ao domínio do modo mais satisfatório, sem extrapolar a etapa Sistema Monetário, a expectativa é que, ao final de Alfabetização. Paebes Alfa 2012 para a escola. Ele pode, em algum dia, tirar uma Desenvolvimento de habilidades na sala de aula soneca no meio da tarde e, após levantar-se, manifestar o desejo de ir para a escola novamente, No conjunto de habilidades que compõem a como é o hábito que tem todas as manhãs. Nesse competência Utilizar sistemas de medidas, um exemplo, a marca temporal subjetiva – acordar dos – determina uma sequência de acontecimentos. menores desempenhos em avaliações em larga escala se situa, de um modo geral, na habilidade: Num problema, reconhecer e utilizar as unidades usuais de medida de tempo. Os resultados das avaliações permitem supor que, além do cálculo da unidade de tempo (dia, semana, mês), falta às crianças o domínio sobre a interpretação e resolução de problemas com esse conteúdo. Para que o estudante tenha êxito em itens desse tipo, é necessária a habilidade de compreender e reconhecer informações em um contexto. Nesse sentido, estratégias didáticas, cujo foco se volta apenas para atividades em que se visualizam relógios ou calendários, a fim de determinar horários ou situar acontecimentos no tempo, não são capazes de promover processos Nas situações didáticas não se deve eliminar esse caráter qualitativo da noção de tempo, mas situálo no coletivo, a fim de que a própria criança regule suas compreensões em função da necessidade do grupo. O fator social é o elemento que vai fomentar a passagem do tempo subjetivo para uma marcação mais convencional. Assim, elaborar cartazes com a rotina escolar ajuda a introduzir marcadores de tempo para compreender a noção de dia e semana, através de representações que sejam comuns a todos os estudantes. Em outras palavras, as crianças têm certas percepções do tempo, mas elas são muito particulares, e elaborar situações coletivas faz perceber que o tempo precisa de marcações que sejam comuns, pois todo o grupo necessita encontrar uma marca que de pensamento que construam a habilidade de lhe seja significativa e compartilhada. Adotar um interpretar e resolver problemas. Identificar o sistema formal, como é o relógio, o calendário ou a horário em um relógio ou um acontecimento em agenda, é uma necessidade que surge das relações um calendário é uma capacidade fundamental, sociais e, por isso, deve ser problematizada na mas não suficiente, na resolução de problemas, sala de aula, a partir da organização do trabalho pois a operação cognitiva de interpretar mobiliza em grupo. um maior número de recursos mentais. Outro aspecto que ocorre durante a aquisição da Em especial, a noção de tempo para a criança noção temporal e um dos problemas mais comuns é, inicialmente, muito subjetiva e particular. Ela referem-se às ideias de ontem, hoje e amanhã. se estabelece em função de alguns marcadores É bastante comum as crianças se confundirem e temporais que fazem parte do cotidiano. Por dizerem: “Amanhã eu comi um cachorro quente exemplo, um estudante que frequenta as aulas na escola”, querendo referir-se a um evento já no turno da manhã está habituado a acordar e ir ocorrido. Esse equívoco surge de operações "Identificar o horário em um relógio ou um acontecimento em um calendário é uma capacidade fundamental, mas não suficiente, na resolução de problemas, pois a " operação cognitiva de interpretar mobiliza um maior número de recursos mentais. Revista Pedagógica 69 "O uso do equipamento permite que as crianças testem hipóteses diretamente e verifiquem os erros e acertos do seu modo de raciocinar. Em problemas descritivos, apenas a correção do professor dimensiona o que é certo e errado, o que limita a " construção da autonomia da criança cognitivas não muito organizadas, principalmente que os minutos estão organizados em conjuntos aquelas que são relativas à noção de sequência, de 60 e que esse agrupamento corresponde a que é uma operação cognitiva que não pode ser uma hora é uma operação mental sofisticada e adquirida por memorização de acontecimentos que encontra resistência em um pensamento ou de palavras. Atividades de repetição ou que está habituado a fazer agrupamentos de dez, treinamento nas quais a criança reproduz muitas em função do sistema de numeração decimal. vezes as palavras ontem, hoje e amanhã não são Assim, esse exemplo ressalta a importância do capazes de desenvolver essa noção. É preciso que próprio relógio como tecnologia de ensino. O uso isso seja trabalhado em situações didáticas que do equipamento permite que as crianças testem envolvam contextos significativos, cuja sequência hipóteses diretamente e verifiquem os erros e temporal seja construída em processos de acertos do seu modo de raciocinar. Em problemas pensamento que se apoiem nas marcas temporais descritivos, apenas a correção do professor próprias de cada criança. dimensiona o que é certo e errado, o que limita a construção da autonomia da criança . Quando Quando da introdução do uso do relógio para leitura de horas e minutos, inicia-se com o aparelho digital, para posterior inserção do instrumento de ponteiros. A maior dificuldade das crianças o estudante tem a possibilidade de experimentar e pôr à prova suas próprias ideias, é possível a construção de diferentes estratégias de resolução e de produção de conhecimento. se deve ao fato de que as horas e os minutos estão organizados de uma maneira diferente do Proposta de atividades sistema decimal, com o qual estão acostumadas a trabalhar. A tendência inicial dos estudantes é As competências a serem construídas durante acreditar que um evento que inicia às 13h45 e a etapa de Alfabetização constituem-se como termina 20 minutos após terá, como horário de essenciais para todo o processo de aprendizagem término, 13h65, pois estão habituados a cálculos da Matemática e da construção do raciocínio de soma, sem levar em conta as particularidades lógico. O domínio “Grandezas e medidas” destaca- da conversão de horas e minutos. Compreender se pela sua estreita ligação com o cotidiano e a "O domínio Grandezas e medidas destaca-se pela sua estreita ligação com o cotidiano e a possibilidade de se elaborar estratégias didáticas a partir dos " contextos dos próprios estudantes. 70 Paebes Alfa 2012 possibilidade de se elaborar estratégias didáticas resolver o problema. De fato, a força desse tipo a partir dos contextos dos próprios estudantes. de suporte pedagógico está na estratégia didática Além disso, o ensino de Matemática para os anos adotada pelo professor, que pode se valer do iniciais do Ensino Fundamental demanda o uso de material para sistematizar situações e desenvolver estratégias muito específicas para o trabalho com habilidades fundamentais para a Alfabetização crianças. É importante destacar que os modos Matemática das crianças. de aprender dos pequenos não são os mesmos dos adultos, e suas particularidades precisam O pensamento dos estudantes em fase de ser respeitadas. Para o trabalho com medidas Alfabetização apresenta propriedades bastante e seus sistemas, os recursos mais usuais são específicas. As atividades lúdicas, tais como os materiais concretos e as atividades lúdicas, os jogos, as brincadeiras, o teatro, a música e a que se constituem como importantes suportes recreação, são linguagens importantes e que pedagógicos de que o professor dispõe para acessam mais facilmente os modos de raciocinar ensinar melhor. das crianças. Dessa maneira, desenvolver habilidades referentes a medidas e sistemas O uso do material concreto destaca-se pela métricos, relacionando-as a esse tipo de suporte possibilidade de propriedades simbólicas apoiar-se em didático, facilita a construção do pensamento objetos para matemático, atrai as crianças para a tarefa e cria estruturar seu raciocínio. De modo equivocado, uma situação favorável à aprendizagem. Evidencia- muitos docentes acreditam que o fato de tocar ou se que um dos maiores equívocos é usar esse ver facilita o aprendizado, pois estão habituados tipo de recurso sem uma intenção pedagógica, a uma pedagogia tradicional e a métodos de por acreditar que o simples contato da criança ensino transmissivos. Em outras palavras, nessa com a brincadeira seja suficiente. A falta de uma perspectiva, os materiais concretos seriam modos intencionalidade transforma as atividades lúdicas de transmitir o conteúdo pela via sensorial. em algo próximo do entretenimento, o que não Todavia, atualmente, considera-se que o raciocínio explora as potencialidades dessa abordagem para e o pensamento constroem-se em processos a aprendizagem. a criança dos que extrapolam o simples estímulo dos sentidos. Assim, os materiais concretos são um importante Um exemplo de atividade lúdica que pode ser suporte, na medida em que estão relacionados utilizada para desenvolver a habilidade referente a uma situação pedagógica que carrega uma ao uso do sistema monetário é o emprego em intencionalidade, envolve um contexto significativo sala de aula de jogos com cédulas e moedas. e apresenta um desafio no qual a criança pode Muitos brinquedos trazem réplicas de dinheiro e pensar sobre um objeto de conhecimento, ao permitem às crianças vivenciarem o seu manuseio mesmo tempo em que se apoia no material para e suas trocas em situações didáticas. O professor "Para o uso de medidas de capacidade e de conversão entre unidades, diversos recursos podem ser mobilizados." Revista Pedagógica 71 pode desenvolver casos de compra e venda com se usa a figura de um livro, terça-feira é o dia de uso do troco e pedir que os estudantes desenhem jogos, então o grupo escolhe uma figura que as operações que realizaram. Para esta etapa de represente essa situação etc. ensino é fundamental que os estudantes saibam, sobretudo, identificar quantas moedas de um Para o tempo, uma das ferramentas didáticas mais mesmo valor equivalem a uma quantia inteira dada importantes para o trabalho com crianças em em reais e vice-versa. processo de alfabetização é a música. As atividades de caráter lúdico facilitam o pensamento dos Para o uso de medidas de capacidade e de estudantes e apresentam um aspecto motivacional conversão entre unidades, diversos recursos e atrativo para o trabalho com crianças. No caso da podem ser mobilizados. Um exemplo é o uso de música, o compasso musical e a pulsação rítmica atividades de culinária. Pode-se utilizar uma receita são elementos que ajudam a construir a noção de e produzi-la no refeitório da escola. As diferentes sequência temporal e podem ser explorados em unidades de medida convencionais dos alimentos, brincadeiras que envolvam o movimento do corpo tais como o quilo e o litro podem ser exploradas, em correspondência a canção. Em atividades bem com as medidas não convencionais, como a como a popular dança das cadeiras, na qual as pitada, a colher ou a xícara. Para isso, não basta crianças circundam uma roda com um número executar os procedimentos previstos na receita, menor de assentos do que o de participantes, o mas sistematizá-los junto com as crianças através pulso rítmico da música pode ser um marcador de um desenho, uma história ou algum tipo de temporal importante, a fim de compreender a produção que as leve a pensar sobre as ações sequência temporal. que executaram. Para as medidas de comprimento, pode-se 72 Particularmente, a grandeza do tempo é uma das desenvolver que permitem maior oferta de material e recurso. convencionais, como é o caso do passo, para Uma das atividades fundamentais é estimular a contar o tamanho da sala, ou do palmo, para turma a confeccionar seu próprio material, a fim estimar o comprimento da mesa de trabalho. Para de construir suas marcas temporais. A agenda os instrumentos mais convencionais, o mais usual é da semana é um recurso interessante e, para a fita métrica. Além de ser um material do cotidiano as crianças que ainda não dominam a escrita, é de muitas crianças, permite que se extrapole possível utilizar um desenho que represente a atividades como medir a altura dos pequenos e atividade correspondente a cada dia. Por exemplo: outras medidas corporais, o que, em geral, é um segunda-feira é o momento de ir à biblioteca, então elemento motivacional para os estudantes. Paebes Alfa 2012 atividades com métricas não 4 OS RESULTADOS DESTA ESCOLA Os resultados desta escola no Paebes Alfa – Segunda Onda 2012 são apresentados sob seis aspectos, sendo que quatro deles estão impressos nesta revista. Os outros dois, que se referem aos resultados do percentual de acerto no teste, estão disponíveis no CD anexo à Revista da Gestão Escolar e no Portal da Avaliação, pelo endereço eletrônico www.paebes.caedufjf.net. O acesso aos resultados no Portal da Avaliação é realizado mediante senha enviada ao gestor da escola. Revista Pedagógica 73 Resultados impressos nesta revista • Proficiência média Apresenta a proficiência média desta escola. É possível comparar a proficiência com as médias da sua Secretaria Regional de Ensino (SRE) e do seu município. O objetivo é proporcionar uma visão das proficiências médias e posicionar sua escola em relação a essas médias. • Participação Informa o número estimado de estudantes para a realização do teste e quantos, efetivamente, participaram da avaliação na sua SRE, no seu município e na sua escola. • Percentual de estudantes por Padrão de Desempenho Permite acompanhar o percentual de estudantes distribuídos por Padrões de Desempenho na avaliação realizada pelo estado. • Percentual de estudantes por nível de proficiência e Padrão de Desempenho Apresenta a distribuição dos estudantes ao longo dos intervalos de proficiência na SRE/município e na sua escola. Os gráficos permitem identificar o percentual de estudantes para cada nível de proficiência em cada um dos Padrões de Desempenho. Isso será fundamental para planejar intervenções pedagógicas, voltadas à melhoria do processo de ensino e à promoção da equidade escolar. Resultados disponíveis no Portal da Avaliação • Percentual de acerto por descritor Apresenta o percentual de acerto no teste para cada uma das habilidades avaliadas. Esses resultados são apresentados por SRE, município, escola, turma e estudante. • Resultados por estudante É possível ter acesso ao resultado de cada estudante na avaliação, sendo informado o Padrão de Desempenho alcançado e quais habilidades ele possui desenvolvidas nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática para o 1º ano do Ensino Fundamental. Essas são informações importantes para o acompanhamento de seu desempenho escolar. 74 Paebes Alfa 2012 EXPERIÊNCIA EM FOCO Claudiana Maria Moscon, Pedagoga pós-graduanda em Alfabetização e Educação Inclusiva Resultados na educação Descritores podem contribuir para conhecimento e participação dos estudantes na alfabetização “Acredito que um país muda através da educação”. Com esse pensamento, a pedagoga, Pós-graduanda em Alfabetização e Educação Inclusiva, Claudiana Maria Moscon, atua sempre “buscando favorecer o desenvolvimento dos estudantes, contribuindo para um melhor resultado”. Ela é professora há cinco anos na Rede Estadual e Municipal de Ensino da cidade capixaba de Cariacica. Claudiana defende que a avaliação externa pode ajudar na melhoria do trabalho na sua escola (com 196 estudantes e 16 professores). “Posso por meio dos descritores levar meus estudantes a conhecer e participar do mundo alfabetizado”, comenta. E exemplifica que os resultados podem ser usados no plano de aula, no desenvolvimento de atividades de reforço semelhantes às apresentadas nas provas externas, “para que os estudantes já tenham intimidade com as avaliações”. A professora também aproveita os índices para identificar qual conteúdo foi ou não apreendido pela classe e assim ensinar novamente ou prosseguir o programa. Partindo dos resultados, ela sugere algumas atividades pedagógicas que a escola poderia realizar com o objetivo de melhorar a aprendizagem dos estudantes: projetos de leitura, gincana e/ou olimpíada de Leitura e de Matemática, sistema de parceria (estudante ajudando estudante) e atividades diferenciadas para estudantes com maior dificuldade. A pedagoga completa, ainda, que as experiências relatadas nos boletins/revistas pedagógicas são aplicadas em sala de acordo com a realidade da turma. Experiências que deram certo Uma das atividades que, segundo Claudiana, deu certo foi o projeto Contador de Histórias. “Escolhi livros de histórias com acumulação, que a cada página trazem a repetição da ação anterior, facilitando a compreensão do texto. Em seguida, recontamos a história oralmente, interpretando-a e dramatizando-a. Trabalhei também com produção de texto a partir de vários tipos de textos: informativos, lúdicos, parlendas, receitas, poesias, musicas etc. Através dessas práticas, as crianças se sentiram motivadas a buscar cada vez mais a biblioteca”, explica. O trabalho com um estudante especial, deficiente auditivo, também é destacado pela professora. Quando ele chegou à turma, Claudiana incentivou o restante dos educandos a recebê-lo com carinho. “O trabalho foi maravilhoso: o estudante especial aprendeu gesticulando e o restante também falando. Hoje, todos já cantamos músicas adaptadas em som e em libras. A inclusão foi tão grande que os estudantes falam segredo, ao pé de ouvido do estudante surdo, e o mesmo está tão integrado que responde também com sons de segredo para outros. Conclusão, todos participaram e aprenderam”, conta. Revista Pedagógica 75 REiToR dA UnivERSidAdE fEdERAl dE JUiz dE foRA HENRIQUE DUQUE DE MIRANDA CHAVES FILHO CooRdEnAção gERAl do CAEd LINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA CooRdEnAção TéCniCA do PRoJETo MANUEL FERNANDO PALÁCIOS DA CUNHA E MELO CooRdEnAção dA UnidAdE dE PESQUiSA TUFI MACHADO SOARES CooRdEnAção dE AnáliSES E PUBliCAçõES WAGNER SILVEIRA REZENDE CooRdEnAção dE inSTRUmEnToS dE AvAliAção RENATO CARNAÚBA MACEDO CooRdEnAção dE mEdidAS EdUCACionAiS WELLINGTON SILVA CooRdEnAção dE oPERAçõES dE AvAliAção RAFAEL DE OLIVEIRA CooRdEnAção dE PRoCESSAmEnTo dE doCUmEnToS BENITO DELAGE CooRdEnAção dE dESign dA ComUniCAção JULIANA DIAS SOUZA DAMASCENO RESPonSávEl PElo PRoJETo gRáfiCo EDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA ESPÍRITO SANTO. Secretaria de Estado da Educação do Espírito Santo. PAEBES ALFA – 2012/ Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd. v. 1 ( jan/dez. 2012), Juiz de Fora, 2012 – Anual. ARAÚJO, Carolina Pires; MELO, Manuel Fernando Palácios da Cunha e; OLIVEIRA, Lina Kátia Mesquita de; REZENDE, Wagner Silveira. Conteúdo: Revista Pedagógica – 1º ano do Ensino Fundamental – Língua Portuguesa e Matemática. ISSN 2237-8324 CDU 373.3+373.5:371.26(05) Município de São Pedro do Itabapoana
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