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Férias: uma necessidade real para todo profissional
No decorrer do ano, existe um período que a maioria dos trabalhadores tanto espera: aquele
em que terá mais tempo para ficar com a família, fazer uma programação diferenciada com os
amigos ou, então, a tão sonhada viagem que programou durante um longo tempo e que lhe
custou boa parte das suas economias. Não importa a função ou as responsabilidades que
sejam da sua incumbência, qualquer profissional precisa desligar-se temporariamente das suas
atividades rotineiras da empresa não apenas por uma questão de "capricho" ou de uma
determinação trabalhista, mas também por motivos podem impactar na saúde e,
consequentemente, na própria performance do indivíduo.
Mesmo que isso pareça uma missão quase impossível para a maioria dos executivos, por
exemplo, a psicóloga Soely Kardosh alerta para os riscos que podem causar o trabalho
ininterrupto.
Diante de um mercado altamente competitivo, notadamente entre os executivos, é
praticamente impossível tirar 30 dias consecutivos de férias. São apenas períodos mais curtos
que compreende uma ou duas semanas. Por essa razão, Soely Kardosh defende que é
essencial programar e aproveitar os dias de descanso para se conectar do ambiente
organizacional. Caso contrário, no retorno ao trabalho, o executivo não vai sentir nenhuma
diferença e em poucos dias vai voltar ao mesmo estágio de esgotamento de antes.
"Muitas pessoas não percebem, mas produzem bem menos do que poderiam, são menos
criativas, mais impacientes e colocam em risco a própria saúde", adverte. Em entrevista ao
RH.com.br, Kardosh que possui 35 anos em experiência em psicologia clínica, com atuação em
diagnóstico e conflitos corporativos, enfatiza também que férias não é apenas sinônimo de
estar fora do ambiente de trabalho, mas se desligar por alguns dias para repor as energias,
descansar, conviver com a família e os amigos, adotando uma rotina diferente. "Sem isso, o
esgotamento físico e, acima de tudo, o mental é inevitável", resume. Confira a entrevista na
íntegra e reavalie se a sua qualidade de vida e seu trabalho estão devidamente equilibrados na
"balança". Boa leitura!
RH.com.br - Independentemente da função que exerça, todo profissional precisa tirar férias?
Soely Kardosh - Sim, todos os profissionais, independentemente da função que exerçam,
precisam de férias. O organismo precisa de tempo para processar as experiências, renovar-se e
se readaptar às situações que demandam esforço, seja no campo físico ou psicológico. O
homem é um organismo bio - psico - sócio - espiritual. Todos esses aspectos têm que ser
atendidos e estimulados com equilíbrio. O desequilíbrio provoca distúrbios endocrinológicos,
circulatórios, mentais e emocionais. Hoje, existem muitos casos de depressão com síndrome
de pânico porque o organismo psicológico se recusa a viver situações rotineiras para
compensar o excesso a que foi submetido.
RH - Quando um profissional ou a própria empresa protela o período regular de
férias, quais as consequências que isso gera ao funcionário e até mesmo à organização?
Soely Kardosh - Quando o período de férias é protelado por um longo tempo, por mais
dedicado que seja e ame a profissão o funcionário sofre desgaste por estar sobrecarregado,
consequente, a produtividade cai, a intolerância e a irritabilidade aumentam e causa
dificuldades de relacionamento. Quando chega a este ponto, o prejuízo para a empresa já
começou e pode aumentar muito mais caso o funcionário precise ausentar-se para licença por
motivos de saúde.
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RH - As pessoas que resistem a tirar o merecido descanso proporcionado pelas férias
enquadram-se obrigatoriamente no perfil do workaholic?
Soely Kardosh - Sim e isso é preocupante, porque é um comportamento compulsivo, neurótico
que origina desequilíbrio. O resultado do desequilíbrio reflete tanto no ambiente de trabalho
quanto no ambiente familiar. A partir daí, o profissional encontra-se, muitas vezes sem
perceber, encarcerado em dois tipos de crise: pessoal-familiar e profissional.
RH - Hoje, é possível identificar o perfil dos profissionais que mais se negam ao direito das
férias?
Soely Kardosh - Sim é possível identificarmos o perfil desses profissionais. Eles são os
ambiciosos excessivos, desequilibrados, neuroticamente competitivos e autoritários. O perfil
desses profissionais está relacionado com o perfil dos chefes. Entretanto, não são líderes e
nesse ponto é indispensável esclarecer o conceito de liderança. Os líderes delegam e deixam
substitutos treinados para que possam se ausentar e, inclusive, observar a situação da
empresa de fora, com mais sensatez e lógica. Além disso, o líder caracteriza-se por cuidar de si
e buscar aperfeiçoamento técnico para desenvolver novas competências.
RH - O período que antecede às férias pode exercer mudanças comportamentais no
profissional?
Soely Kardosh - Isso pode ocorrer sim. O profissional seguro e com perfil de líder, por exemplo,
fica cada dia mais alegre e vai diminuindo o ritmo gradativamente. O chefe, neuroticamente
comandado ou comandante, fica ansioso e sem ritmo querendo fazer tudo de uma só vez e se
irrita com o ritmo natural dos demais. O resultado desse contexto é que na maioria das vezes
adoece durante as férias em vez de ter momentos de prazer.
RH - Existe um período mínimo de dias, para que o desligamento temporário do trabalho seja
considerado férias ou apenas uma semana longe das atividades laborais é suficiente para
recompor as energias?
Soely Kardosh - Eu diria que as férias devem ter um período mínimo 15 dias e, no máximo, um
mês. Uma semana é considerada parada de emergência, só funciona se for trimestral ou
bimestral, mas não substitui as férias mais prolongadas para um profissional que precisa
recarregar as energias.
RH - Há pessoas que se afastam do ambiente de trabalho, mas ficam conectadas com a
empresa através de email, smartphone entre outros recursos oferecidos pela tecnologia. Esse
comportamento compromete o descanso do profissional?
Soely Kardosh - Sim, compromete totalmente. O profissional em férias só deve ser contato
uma vez por dia e em caso de muita necessidade. É imprescindível o desligamento total das
atividades profissionais, para que o corpo e a mente se recuperem dos desgastes e os
profissionais voltem ao trabalho com maior satisfação e produtividade. Isso, sem dúvida
alguma, é um diferencial significativo.
RH - Nem todos os trabalhadores recebem um valor significativo das férias para realizar os
passeios ou a tão sonhada viagem da sua vida. Quais as dicas que a senhora daria a esses
profissionais, para que eles aproveitem as férias?
Soely Kardosh - Férias programadas com simplicidade e dentro das possibilidades financeiras é
o que mais descansa. As tão sonhadas viagens podem ser caras, e, por isso, devem ser
planejadas com maior tempo de antecedência. Além disso, é preciso ter consciência de que as
viagens mais dispendiosas são exceção. Os sonhos devem ser perseguidos e realizados com
inteligência estratégica e muita sensatez para não incidir em frustrações desnecessárias.
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http://www.rh.com.br/Portal/Qualidade_de_Vida/Entrevista/7469/ferias-uma-necessidadereal-para-todo-profissional.html
Fonte e créditos: RH.com.br
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