Edição 11 de 2008 - Sistema OCERGS
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Edição 11 de 2008 - Sistema OCERGS
jornal do COOPERATIVISMO GAÚCHO - ano 35 - número 995 - novembro de 2008 CLARIDADE VENCE O FESTIVAL Páginas 11 a 15 REFLEXOS DA CRISE NO COOPERATIVISMO ENCONTRO DISCUTE ADAPTAÇÃO À ANEEL Economistas consideram que o ramo mais vulnerável às oscilações provocadas pela crise na economia mundial é o Agropecuário. De qualquer forma, existe um otimismo pelas medidas governamentais que vêm sendo tomadas. As cooperativas de eletrificação rural realizaram, em Porto Alegre, o Encontro Nacional do Sistema Infracoop, com o objetivo de discutirem a adaptação à regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Página 7 Páginas 20 e 21 apresentação 2 novembro de 2008 editorial A segunda edição do Festival O Rio Grande Canta o Cooperativismo teve sua grande final na noite de 29 de novembro, em Taquari, junto à Lagoa Armênia. Cerca de 2.500 pessoas assistiram à apresentação das 16 músicas finalistas e à vitória da composição Claridade, interpretada por Lú Schiavo e Robledo Martins, de autoria de João Bosco Ayala Rodriguez e Fábio Peralta e letra de Fernanda Irala Gomes. Puderam também apreciar o show de Daniel Torres, que encerrou a apresentação. O Rio Grande Canta o Cooperativismo reuniu mais de 8 mil pessoas ao longo das cinco fases classificatórias e se firmou, na opinião dos próprios artistas participantes, como o maior e mais bem organizado festival de música do Rio Grande do Sul na atualidade. Cumpriu plenamente seus objetivos, dos quais o principal é a valorização e a promoção do cooperativismo por intermédio da cultura musical. O Interior de novembro traz ainda uma matéria sobre a crise da economia mundial, que mudou paradigmas. O que mais se repete é que “o mundo nunca mais será o mesmo”. Ouvimos o assessor econômico da FecoAgro/ RS, Tarcísio Minetto, e o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, sobre os reflexos desta nova situação no cooperativismo. Também entrevistamos o professor e pesquisador da Fundação de Economia e Estatística, Carlos Paiva, que enfatizou a importância de se aproveitar o momento para uma aproximação com a China. Outro assunto desta edição é a visita de uma comitiva de cooperativistas argentinos ao Rio Grande do Sul. Eles vieram propor intercâmbio cultural e comercial e conhecer o cooperativismo gaúcho. Provenientes da região de Entre Rios, fazem parte do grande contingente de produtores rurais que parou a Argentina em março, no protesto contra as medidas da presidente Cristina Kirchner que penalizavam a agropecuária argentina. Boa leitura! expediente O Interior é uma publicação do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Rio Grande do Sul – SESCOOP/RS. Endereço: Rua Félix da Cunha, 12 – Bairro Floresta – Porto Alegre/RS – CEP 90570-000 – Fone: 51 - 3323.0050 – Fax: 51 - 3323.0026 – e-mail: [email protected] – site: www.ocergs.com.br Produção e edição de textos e imagens: Assessoria de Imprensa Ocergs-Sescoop/RS: Otacílio Grivot - Luana Pagliarini Trevisol - Carolina Barcelos Assessorias de imprensa de cooperativas Grupo Técnico de Imprensa - GTI Produção Gráfica: Pallotti Gráfica e Editora Jornalista responsável: Otacílio Grivot – DRT/RS 5032 Convênio: Sescoop/RS e Fundação de Cooperação para o Desenvolvimento Cultural – Funcoop artigo A CRISE econômica global Esta década será inesquecível para o analista econômico. Iniciou com a crise da Nova Economia e está chegando ao final com a crise das hipotecas. De acordo com o Panorama Econômico Global do FMI, a economia dos Estados Unidos cresceu apenas 0,8% em 2001; e, segundo a mesma fonte, a maior economia do mundo deve crescer apenas 0,1% em 2009. Em ambas, formou-se uma bolha na Bolsa de Nova Iorque, que estourou e provocou um forte impacto na economia norte-americana. E, assim, a locomotiva parou e a globalização propagou efeitos danosos no nível da atividade econômica e na geração de emprego internacional. Para a superação da crise do início da década, o Sistema de Reserva Federal reduziu a taxa básica de juros para o piso de 1% ao ano. Paralelamente, o governo de George W. Bush optou por eliminar o superávit fiscal herdado da Gestão Clinton, devolvendo recursos aos investidores, e avançar nos gastos com a máquina da guerra nos conflitos do Afeganistão e do Iraque. Como pano de fundo, os norte-americanos geraram maior desequilíbrio nas contas externas. A presença de dois déficits fiscal e das contas externas fragilizou o dólar durante a década. Dessa forma, a “fortaleza verde” passou a desvalorizar-se perante as demais moedas, até a eclosão da crise atual. No intervalo entre as duas crises, a economia mundial conviveu com um período (2004-07) de intenso crescimento econômico. O preço do barril de petróleo superou o patamar de US$ 140 e a inflação retornou com força, obrigando o Sistema de Reserva Federal a elevar a taxa básica de juros para níveis superiores a 5,0% ao ano. Quem participou da euforia do setor habitacional no período posterior à crise do início da década e que, inclusive, refinanciou Antonio Carlos Fraquelli a sua dívida, dada a valorização dos imóveis, deparou-se com uma conjuntura econômica adversa. As taxas de juros, que estavam no piso na hora de o indivíduo contrair o financiamento no começo do decênio, deslocaram-se para o teto à medida em que a economia transitava de uma crise para outra. A inadimplência junto àqueles que eram considerados devedores de alto risco (subprimes), que se endividaram ainda mais por causa dos refinanciamentos e que foram alavancados por intermediários financeiros, gerou um ambiente econômico extremamente conturbado. Ao deixar de honrar os compromissos financeiros com os bancos, os tomadores de empréstimos do setor habitacional criaram uma crise de liquidez. Rapidamente o processo avançou para uma crise bancária e, finalmente, transformou-se numa crise de confiança – onde ninguém empresta para ninguém –, quando as autoridades monetárias norte-americanas socorreram o banco de investimento Merrill Lynch e a seguradora AIG, mas permitiram a quebra do Lehman Brothers. Recentemente, o governo de George W. Bush lançou um pacote de US$ 700 bilhões para eliminar os débitos no âmbito da habitação, iniciativa esta que sofreu forte restrição para ser aprovada no Congresso. A Europa também tomou medidas paralelas para corrigir os desequilíbrios vigentes, porém mudou o foco da ação, concentrando os recursos nos próprios bancos. Henry Paulson, o Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, veio a público e, reconheceu que a iniciativa européia de priorizar os bancos ao invés das subprimes liderada pela Inglaterra era a medida mais adequada para o momento. Neste início de dezembro, a recessão nos Estados Unidos foi reconhecida pelo NBER, a instituição que mede os fenômenos dessa natureza. Embora o Brasil seja afetado em maior ou menor intensidade pela crise internacional – crédito, exportações, câmbio e inflação – e o governo venha implementando medidas para reduzir o impacto da crise, é importante lembrar se que o panorama econômico mundial estima que o desempenho da economia mundial para o próximo ano decorrerá do comportamento das economias emergentes, dentre as quais, a da China, Índia e Brasil. Por último, verifica-se que os preços do barril de petróleo recuaram para US$ 50, que a inflação global está sob controle, que as decisões sobre o destino dos bancos de investimentos foram tomadas e que há uma convergência de medidas de política econômica entre as autoridades monetárias internacionais. O Brasil está em situação melhor do que se encontrava na crise de 2001. Hoje, conta com um nível significativo de reservas, além de forte reconhecimento internacional pelo esforço em estabilizar a economia. Todavia, as limitações no crédito e a fragilidade dos seus parceiros no comércio internacional estão aí, a exigir um monitoramento permanente da conjuntura econômica por parte das autoridades brasileiras. Antonio Carlos Fraquelli Economista da FEE (Fundação de Economia e Estatística) COOPERATIVISMO presente na Avisulat Estande “Mundo Cooperativo Gaúcho” representou cooperativas no evento O Sistema Ocergs-Sescoop/RS participou da Avisulat 2008 - Congresso Sul-Brasileiro de Avicultura, Suinocultura e Laticínios, Feira de Equipamentos, Tecnologias e Serviços -, que ocorreu nos dias 19, 20 e 21 de novembro, em Bento Gonçalves. As cooperativas Agropecuárias Languiru, Santa Clara, Piá, Cosulati e Cosuel tiveram espaço para mostrar seus produtos no estande “Mundo Cooperativo Gaúcho”. A Uniodonto Vales do Taquari e Rio Pardo (VTRP) também esteve presente no local apresentando seus serviços. O público-alvo do evento foi empresários, técnicos, produtores e outros representantes de atividades ligadas direta e indiretamente aos segmentos de aves, suínos e lácteos. A programação do Congresso incluiu painéis e palestras sobre assuntos técnicos, científicos e de mercado. Além disso, a Avisulat 2008 contou paralelamente com uma feira de equipamentos, tecnologias e serviços. MULHERES DISCUTEM CRIAÇÃO DE COOPERATIVA A Pró-reitoria de Desenvolvimento Institucional e Comunitário da Ulbra (Prodic) e o Instituto Mulher Aprendiz promoveram, no dia 19 de novembro, uma reunião com as integrantes do projeto Mulheres em Construção para discutir a possibilidade de criação de uma cooperativa para potencializar a capacidade de trabalho das alunas recém habilitadas a desenvolverem funções na área da construção civil. O assessor de formação cooperativista do Sescoop/RS, Paulo Vianna, palestrou para as participantes sobre as vantagens e disposições legais para a criação de uma cooperativa. Segundo ele, o importante quando se pensa em uma cooperativa é priorizar os objetivos coletivos. “Quando uma cooperativa nasce é como uma criança, é frágil. É preciso ter um senso de família, em que os objetivos coletivos são colocados em primeiro lugar. Pensar e agir deve ser no âmbito da cooperação total, para que todos lucrem no final das contas”, comentou. Diversas mulheres esclareceram dúvidas e ponderaram a respeito da criação de uma cooperativa para as integrantes do projeto Mulheres em Construção, realizado pela Ulbra em parceria com o Instituto Mulher Aprendiz. A diretora do Instituto Mulher Aprendiz, Bia Kern, acredita que se a cooperativa realmente for fundada, trará benefícios para todas. “Todas as alunas podem ganhar se estiverem unidas em uma cooperativa. Assim poderão participar até de licitações para concorrer em obras públicas”, declarou. NOVA PETRÓPOLIS É A CAPITAL NACIONAL DO COOPERATIVISMO A Lei Estadual 13.077 de 25 de novembro de 2008, oficializa Nova Petrópolis como referência em cooperativismo no País. A governadora Yeda Crusius sancionou o Projeto de Lei (PL) 209/2007 do deputado Giovani Cherini que declara o município a capital nacional do cooperativismo. O PL foi aprovado por unanimidade na Assembléia Legislativa no dia 4 de novembro, em uma sessão prestigiada por autoridades e cooperativistas como o presidente e vice da Sicredi Pioneira RS, Édio Spier e Werno Neumann; o assessor de comunicação da Cooperativa, Daniel Hillebrand; o secretário da Educação e vice-prefeito eleito de Nova Petrópolis, Ricardo Lawrenz; o presidente da Fetag, Elton Weber; e o assessor de formação cooperativista do Sescoop/RS, Silvino Wickert. Presidente da Frencoop/RS (Frente Parlamentar de Apoio ao Cooperativismo) e autor da proposição, Cherini afirmou que essa é uma ação para ser comemorada. “Nova Petrópolis nos traz exemplos de associativismo que são um orgulho para o País. Parabenizo todas as cooperativas da cidade e a administração municipal por essa conquista”, frisou. NOVA PETRÓPOLIS Foi no município que nasceu o cooperativismo de Crédito no Brasil, numa experiência do padre jesuíta Theodor Amstad, que fundou em 1902 a Cooperativa de Crédito Caixa Rural de Nova Petrópolis, atualmente conhecida como Sicredi Pioneira. Na Linha Imperial preserva-se a casa onde funcionou a primeira cooperativa. No núcleo urbano dessa localidade existe ainda a casa onde morou Amstad, cujos restos mortais estão enterrados ao lado da igreja católica onde o padre foi vigário. Cooperativistas e autoridades municipais comemoram aprovação do PL 209/2007, de autoria do deputado Giovani Cherini Mulheres aprenderam processos para formação de uma cooperativa 3 sistema ocergs-sescoop/RS novembro de 2008 sistema ocergs-sescoop/RS 4 novembro de 2008 COOPERATIVISTAS ARGENTINOS fazem proposta de intercâmbio Uma comitiva formada por 35 dirigentes de cooperativas da Argentina chegou ao Rio Grande do Sul no dia 10 de novembro, com o objetivo de conhecer o cooperativismo gaúcho e estabelecer vínculos que permitam um futuro intercâmbio comercial e cultural. A pedido dos argentinos, a Ocergs organizou um roteiro de visitas. Pertencentes à Cafer (Cooperativas Agropecuárias Federadas de Entre Rios), os dirigentes foram recepcionados na sede do Sistema Ocergs-Sescoop/RS pelo presidente Vergilio Perius. Também visitaram a Cooperativa Languiru, em Teutônia, e a Cotrijal, em Não-Me-Toque. No dia 13.11 participaram de uma Audiência Pública na Assembléia, com o tema “Apresentação das estratégias pela valorização do agronegócio, realizada pelos produtores rurais da Argentina”. Os cooperativistas da Cafer integraram a mobilização que no primeiro semestre deste ano parou a Argentina e que reclamava melhores condições para o meio rural. Em protesto ao aumento de impostos e restrição à importação de grãos, produtores chegaram a bloquear dezenas de rodovias do país. O Presidente da Cafer, Enzo Cardozo, destacou que a luta dos agricultores na Argentina clamou por respeito e valorização da produção agrícola. “Lutamos simplesmente por nossos direitos”, apontou Cardozo. A entidade foi criada em 1999 e congrega hoje nove cooperativas do setor primário, com mais de 6,9 mil sócios – sendo a maioria pequenos e médios agricultores. Comitiva ouviu palestras na sede do Sistema Ocergs-Sescoop/RS O secretário da Federação Agrária Argentina, Alfredo Bell, relatou a experiência da mobilização de milhares de argentinos, iniciada no mês de março deste ano. Depois de diversos protestos públicos e bloqueios de estradas, os ruralistas deram uma trégua no período de negociação com o governo de Cristina Kirchner. Na audiência pública, dirigentes da Cafer expuseram um vídeo das manifestações, que duraram cerca de quatro meses. No momento em que as imagens eram mostradas no telão, muitos se emocionaram ao relembrar todo o esforço e dedicação em torno da defesa do meio rural. Na Assembléia Legislativa os argentinos apresentaram um vídeo sobre as manifestações de março último Na mesma ocasião, o diretor da Brasoja, Antônio Sartori, defendeu que para o agronegócio ser valorizado como atividade produtora de riqueza é necessário uma união de todos os setores da cadeia produtiva. “Somos produtores de energia e se não formos respeitados como tal, devemos impor este respeito por meio de mobilização e pressão”, defendeu. COOPLANTIO No último dia da visita, 13.11, a comitiva visitou as instalações da Cooplantio, em Eldorado do Sul, onde foi recepcionada pelo presidente Daltro Benvenuti. Ele considera que juntando esforços “é possível ter excelente retorno em nossas relações com os argentinos. Nossa rivalidade com a Argentina deve ficar no âmbito do futebol”. Benvenuti acredita que existe boas possibilidades de um intercâmbio tecnológico. Para ele, uma maior integração aumentaria a capacidade de negociação dos principais produtos cultivados nestas regiões, que são a soja, o milho, o trigo, o arroz e a carne. Na Cooplantio, conheceram o sistema de gerenciamento da cooperativa ACI PROMOVE A PRIMEIRA FEIRA de negócios entre cooperativas O Sistema OCB esteve presente na ICA Expo 2008 representando o cooperativismo brasileiro A Aliança Cooperativa Internacional (ACI) ou International Cooperative Alliance (ICA) é o órgão máximo de representação das cooperativas no mundo. É uma instituição independente e não-governamental, que representa mais de 800 milhões de pessoas de 87 países. Este ano, a ACI organizou a primeira feira para a promoção de negócios cooperativos: a ICA Expo World Co-operatives Exhibition (Exposição Mundial de Cooperativas). Ela ocorreu em Lisboa, Portugal, nos dias 23, 24 e 25 de outubro. Segundo o presidente da ICA Expo, Luiz Branco, a Feira é resultado do amadurecimento dos eventos realizados pela ACI desde 2003, quando houve o primeiro grande congresso do setor cooperativista mundial. “Chegamos à conclusão que deveríamos lançar uma feira mundial do cooperativismo, versando sobre negócios e também as questões políticas, parcerias, relacionamentos e marketing” – afirma ele. A ICA Expo recebeu cerca de 8 mil pessoas em uma área de 3.500 m² de estandes. Como a Feira é focada em vendas e negócios, os visitantes do Parque das Nações, na capital portuguesa, puderam degustar desde cafés angolanos até condimentos iranianos, passando pelo rum produzido no Brasil. Nosso sistema cooperativista esteve presente com a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) e suas unidades estaduais, como a Ocergs-Sescoop/RS. Paralelamente à exposição mundial foi promovido também o 8º Encontro Cooperativo dos Países de Língua Portuguesa, do qual participaram Angola, Cabo Verde, Brasil, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. O evento é promovido pela Organização Cooperativista dos Povos de Língua Portuguesa (OCPLP). PRÓXIMO ENCONTRO SERÁ NO RS Os representantes do Sistema OcergsSescoop/RS que estiveram em Lisboa trouxeram uma notícia muito importante para o cooperativismo do nosso Estado: a próxima edição do Encontro Cooperativo dos Países de Língua Portuguesa, que ocorrerá em 2010, será realizada na capital gaúcha. “Hoje todos sabemos a importância da China para estados exportadores como o Rio Grande do Sul. A África será como a China prometia ser há 30 anos. O encontro da OCLPL permite a articulação de países que representam um mercado enorme. Por isso traremos o Encontro para cá” – declarou Derli Schmidt, coordenador técnico do Sistema Ocergs-Sescoop/RS. De acordo com o vice-presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Irno Pretto, a ICA Expo e o Encontro Cooperativo dos Países de Língua Portuguesa deram a oportunidade de conhecer o sistema cooperativo de outros países. “Saímos de Lisboa com a certeza de que temos um cooperativismo estável e sólido. E vimos que é necessária a intercooperação, especialmente entre países de língua portuguesa” – disse ele, que desde já convida as cooperativas brasileiras a participarem do Encontro. Cooperativas dos países que formam a Organização Cooperativista dos Povos de Língua Portuguesa expuseram seus produtos durante o 8º Encontro 5 sistema ocergs-sescoop/RS novembro de 2008 perfil 6 novembro de 2008 ORLANDO MÜLLER: 35 anos dedicados ao cooperativismo A VIDA COOPERATIVISTA “Minha paixão por esta forma de organização econômica veio do contato com lideranças que, com seus exemplos de vida e dedicação, contaminavam, envolviam e comprometiam as outras pessoas” Orlando Borges Müller é presidente de uma das cinco Cooperativas Centrais do Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi) existentes no Brasil. Ingressou no sistema cooperativista em 1973, trabalhando na Coagrisol (Cooperativa Agrícola Soledade Ltda.) como office boy. Passou por diversas funções, em diferentes áreas da Cooperativa, até assumir a superintendência. Em 1981 entrou para o cooperativismo de Crédito, e participou do grupo de fundação da Crediagro (hoje Sicredi Botucaraí), onde foi diretor de crédito e, depois, presidente. Em 1997, assumiu a vice-presidência da Central Sicredi – RS/SC e, desde o ano 2000, ocupa o cargo de presidente. Orlando conta que não nasceu cooperativista, apesar de seu pai, um agropecuarista, ser associado da Coagrisol: “Minha paixão por esta forma de organização econômica veio do contato com lideranças que, com seus exemplos de vida e dedicação, contaminavam, envolviam e comprometiam as outras pessoas”. O presidente da Central Sicredi RS/SC crê que ainda tem muito a fazer, tanto pelo sistema cooperativo quanto em sua vida pessoal. “Peço saúde para poder continuar trabalhando. Primeiro, para cumprir minha missão no cooperativismo e, depois, para ir em busca da realização de sonhos que até agora deixei em segundo plano” – afirma. ir à Fazenda dos Pinheirinhos, em Soledade, “para voltar às origens, cultivar as amizades e preservar a tradição”. Orlando completou o Ensino Fundamental na Escola Estadual Professora Maria de Abreu e Lima e Ginásio São José e fez o curso Técnico Contábil na Escola Técnica de Comércio Frei Clemente, ambos em Soledade. É graduado em Economia pela Universidade de Passo Fundo (UPF). Hoje, Orlando reside em Porto Alegre. É casado com Terezinha há 30 anos e com ela tem três filhos. Patrícia, a mais velha, é formada em Psicologia e reside em São Paulo; Mariana tem 24 anos e é formada em Publicidade e Propaganda; o caçula Maurício, que tem 17 anos, prestará vestibular para o curso de Arquitetura. PARTICULARIDADES ● Político que mais admira: Não destaco nenhum em especial, mas todos que contribuíram para construir um mundo melhor. ● País que gostaria de conhecer: Qualquer país em que ainda não estive e que possa nos dar exemplos de organização cooperativa, para melhorarmos ainda mais o nosso sistema. ● Sugestão de filme: “O Gladiador”, de Ridley Scott, devido à mensagem de união em um momento difícil. ● Sugestão de livro: “O Nascimento da Era Caórdica”, de Dee Hock. A obra relata a criação da VISA. A VIDA PESSOAL Orlando Müller nasceu em Soledade, em 7 de novembro de 1953. Seus pais, Matias e Valdomira, tiveram sete filhos, que passaram a infância no meio rural, envolvidos com atividades pecuárias e, mais tarde, agrícolas. Ele conta que gosta muito de ● Um site: www.ocergs.com.br ● Tipo de música favorito: Nativista. Preserva nossas raízes, cultura e tradição. A dança das cadeiras NA ECONOMIA MUNDIAL Enquanto a música está tocando, tudo está bem, todos dançam alegres e felizes. Quando a música pára, estabelece-se a confusão. Não há cadeira para todos. Paiva defende aproximação com a China Para Perius, a crise pode trazer vantagens ao cooperativismo Minetto vê mais vulnerabilidade no ramo agropecuário A imagem da dança das cadeiras está sendo usada para explicar o que ocorre com a economia mundial no momento. No caso do jogo, sempre falta cadeira para uma pessoa. No mundo das finanças, quando pára a música, ou seja, falta confiança, milhões correm aos bancos e descobrem que não existe o dinheiro que eles pensavam estar bem protegido nos investimentos. Nenhum economista é capaz de dizer que o cooperativismo brasileiro está imune à contaminação pela crise. Na sociedade globalizada, os sistemas financeiros dos países se intercomunicam. O grande diferencial do cooperativismo é que toda sua riqueza é baseada na produção e não na chamada economia especulativa ou virtual. Além disso, o Brasil, ao contrário de países como os Estados Unidos, tem o seu sistema financeiro sob o controle do Estado através do Banco Central. Existe todo um regramento destinado a reduzir os riscos das operações. Tanto que se diz que no Brasil só se consegue dinheiro nos bancos quando se prova que não se precisa. Bem ao contrário dos Estados Unidos, onde os bancos emprestavam dinheiro para quem sabiam que não poderiam pagar. O economista Tarcísio Minetto, consultor da FecoAgro/ RS, vê o ramo Agropecuário do cooperativismo como particularmente atingido pela crise devido ao alto endividamento de seus associados e à conseqüente necessidade de crédito para o desenvolvimento de suas atividades, tanto na pecuária quanto na produção de grãos. Muitas cooperativas recorreram a fontes de recursos do sistema financeiro para fornecer insumos aos seus associados e garantir a produção e o recebimento da safra. Isto resultou no comprometimento financeiro agravado pela escassez de crédito. Além disso, estas cooperativas dependem da exportação, que se retraiu como conseqüência do quadro internacional. Em contrapartida, diz o economista, o governo federal tem atendido boa parte dos pleitos do setor rural. Até agora já foram injetados R$ 3,8 bilhões na agropecuária com a aplicação dos instrumentos de apoio à comercialização das safras, como os contratos de opção, Prêmio de Escoamento da Produção (PEP), Empréstimo do Governo Federal (EGF) e Aquisição do Governo Federal (AGF), entre outros. “O apoio ainda é insuficiente devido à tendência de baixa dos preços de algumas commodities”, diz Minetto. Atualmente, os produtores estão fazendo seus acertos de contas junto a suas cooperativas e renegociando as dívidas com os bancos. Colheram o trigo, entregaram na cooperativa e o mercado não é comprador. As cooperativas, por sua parte, sem capital de giro, ainda têm que enfrentar os gastos com a estocagem. Perius também considera que a crise é a grande oportunidade que o cooperativismo tem de se firmar no mercado interno. “Temos demanda de consumo suficiente e poder aquisitivo crescente. A crise só trouxe vantagens, quem perdeu com ela foram os especuladores. O sistema cooperativo faz aplicações reais e produz efetivamente. O cooperativismo tem que se reciclar para melhor atender ao mercado interno, se voltando para a agroindústria. A economia se reciclou e fez com que os países deixassem de importar e se voltassem ao consumo interno”, afirmou ele. NOVO QUADRO Minetto lembra que até o fim do primeiro semestre o grande tema de debates era a crise de alimentos versus a crise de energia. “Esta situação criava a expectativa de um mercado promissor para as commodities agrícolas. Durou até julho, quando a soja atingiu o preço recorde de US$ 16,58 o bushell. A partir de então, o panorama mudou radicalmente, o preço caiu para US$ 9 o bushell e o tema de debates agora é a crise financeira e a queda das cotações das commodities devido à retração do consumo”. Minetto recomenda que os produtores rurais tenham muita parcimônia na hora de fazerem seus investimentos na lavoura, uma vez que esta é uma das safras mais caras dos últimos 10 anos, por culpa dos aumentos desenfreados dos insumos, principalmente os fertilizantes. Uma forma de amenizar o impacto da crise, segundo o economista, é o governo destinar parte do superávit fiscal de 4,5% do PIB em investimentos em infra-estrutura, como estradas, portos, armazenamento, pesquisa e outros, dinamizando a economia. CRISE É OPORTUNIDADE Para o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, os efeitos da crise serão os menores possíveis para o cooperativismo, “pois ele sempre investiu na economia real, não especulativa. O sistema cooperativo não investe em papéis, está baseado em resultados”. O cooperativismo de Crédito, por exemplo, financia a produção, assim como o Agropecuário. CHINA O economista Carlos Paiva, da Fundação de Economia e Estatística (FEE), tem outras recomendações. Depois de garantir que os Estados Unidos nunca mais serão o que foram até agora, ou seja, o centro econômico do mundo, e lembrar que 40% da dívida norte-americana estão nas mãos dos chineses, Paiva afirma que o momento atual deve ser aproveitado pelo Brasil para se aliar à China em termos comerciais. “A China quer a auto-suficiência em proteína, mais especificamente em carne de porco, aves e leite. Em leite eles nunca terão auto-suficiência, mas se o Brasil não se apressar em fazer alianças, acordos e tudo mais, vamos perder espaço para a Índia e a Nova Zelândia, entre outros.” Paiva conta que a China está adaptando a tecnologia às suas condições, “que são semelhantes às do Brasil e que utilizam muita mão-de-obra. Portanto, há plenas condições de se intercambiar tecnologia com a China”. Ele também considera que a crise é mais conjuntural. Aponta que neste momento estão sobrando carros, soja, laranja, etc., mas que no ano que vem haverá crescimento menor, mas positivo em nosso País. Já em relação aos Estados Unidos, o economista acredita que haverá crescimento negativo. Pesquisador da FEE do Rio Grande do Sul e professor da Universidade de Santa Cruz do Sul, Carlos Paiva passou 40 dias na China, pesquisando sobre a economia e cultura daquele país. 7 Economia novembro de 2008 OCB 8 novembro de 2008 COOPERATIVISTAS DEBATEM educação, governança e economia O setor é responsável pela geração de 250 mil empregos diretos, 6% do PIB brasileiro e cerca de 40% PIB agropecuário do País. No estado do Ceará, as 195 cooperativas empregam em torno de 7,4 mil pessoas e contam com mais de 90 mil associados. VII Seminário Tendências do Cooperativismo Contemporâneo contou com a participação de mais de 300 pessoas Durante três dias, 300 líderes do cooperativismo participaram de mesas redondas sobre o tema “Economia social: governança e educação cooperativa” com foco nas tendências – transparência, legitimidade e sustentabilidade. As discussões fizeram parte do VII Seminário Tendências do Cooperativismo Contemporâneo, realizado entre os dias 12 e 14 de novembro, em Fortaleza (CE). Uma iniciativa da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), o evento contou com o apoio de suas respectivas unidades estaduais no Ceará (OCBSescoop/CE) e da Seguros Unimed, além de patrocínio do Banco do Brasil. O encontro reuniu presidentes, superintendentes, técnicos e instrutores das unidades estaduais e nacional do Sescoop, representantes nacionais dos ramos do cooperativismo, líderes e dirigentes cooperativistas, bem como técnicos, pesquisadores, executivos e consultores com notória atuação no cooperativismo brasileiro. O Sistema Ocergs-Sescoop/ RS participou do evento. Representaram a unidade gaúcha o presidente Vergilio Perius, o vice Irno Pretto e o superintendente Norberto Tomasini. Para o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, o encontro promoveu uma reflexão mais ampla sobre o papel das cooperativas diante da sociedade. “Falou-se sobre a ética e o necessário processo educacional transformador com vistas à sustentabilidade A programação do evento incluiu visitas a três cooperativas cearenses econômica, social e ambiental. Sem sombra de dúvida, a educação cooperativa é a principal referência desse processo”, avalia Freitas. Além de dimensionar a responsabilidade das cooperativas com a educação, tratar da formação de líderes e profissionais especializados neste modelo diferente de organização, de gestão e de sociedade, os debates foram direcionados às tendências globais que diferenciam as cooperativas. Com foco em tais pontos, a programação incluiu palestras e oficinas para discussão em grupo sobre as linhas de ação do Sescoop, promoção social, monitoramento e formação profissional. Em painéis, especialistas e autoridades do Brasil e do exterior apresentaram experiências práticas e processos bemsucedidos em cooperativas brasileiras e estrangeiras. A palestra magna sobre o tema central do evento foi ministrada pelo deputado federal Ciro Gomes. A es- pecialista Linda Shaw, professora PhD e diretora de Pesquisa do The Co-operative College Manchester (Inglaterra), falou ao público sobre “Educação Cooperativa”. Além dessas e outras palestras, também fizeram parte da sétima edição do Seminário Tendências visitas a três cooperativas cearenses dos ramos Crédito, Saúde e Trabalho. A proposta foi conhecer o cooperativismo do estado anfitrião do evento. Sistema OCB - O Sistema Cooperativista Brasileiro envolve hoje cerca de 25 milhões de pessoas, entre 7,7 milhões de associados e suas famílias, reunidos em 7,7 mil cooperativas de 13 ramos de atividade econômicas. O setor é responsável pela geração de 250 mil empregos diretos, 6% do PIB brasileiro e cerca de 40% PIB agropecuário do País. No estado do Ceará, as 195 cooperativas empregam em torno de 7,4 mil pessoas e contam com mais de 90 mil associados. Parlamentares apóiam Ocergs NA DEFESA DO COOPERATIVISMO O presidente Perius salientou que a tentativa de alteração na Lei do Cooperativismo pode implicar em aumento de impostos para o sistema devido a desconsideração do Ato Cooperativo em várias circunstâncias. O senador Sérgio Zambiasi e o deputado Odacir Zonta, presidente da Frencoop Nacional, compareceram ao ato na sede da Ocergs Um café da manhã, na sede do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, no dia 24.11, reuniu dirigentes de cooperativas e parlamentares federais e estaduais na defesa do cooperativismo, entre eles o senador Sérgio Zambiasi e o presidente da Frente de Apoio ao Cooperativismo da Câmara Federal (Frencoop), Odacir Zonta (PP-SC). Conforme salientou o presidente do Sistema, Vergilio Perius, a legislação que tramita atualmente no Senado Federal traz sérias ameaças à própria existência do cooperativismo. Para corrigir esta situação a Ocergs preparou duas emendas: uma modificando o artigo que previa a volta do cooperativismo à tutela do Estado e outra que retira do Projeto a proposta de revogação do parágrafo único do artigo 442 da CLT, que garantia a não existência de vínculo empregatício entre o sócio e a cooperativa e com o tomador de serviço dela. As duas emendas referem-se ao Projeto de Lei (PL) nº 131/2008, que já foi aprovado na Câmara Federal e que agora tramita no Senado e tem como relatora a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT). A primeira emenda determina a supressão do parágrafo único do artigo 5º, bem como o artigo 29, que, por sua vez, revogariam o atual parágrafo único do artigo 442 da CLT, que se constitui numa das conquistas históricas das cooperativas de trabalho no Congresso Nacional ao definir que “qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre eles e os tomadores de serviços daquela”. O PL define que não haverá vínculo somente quando o poder público assim o decidir e que “cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego a fiscalização do cumprimento do disposto nesta Lei”. Tal controle, advoga a Ocergs, fulmina a autonomia das sociedades cooperativas expressamente definida na Constituição Federal, através do artigo 5º, inciso XVIII, que reza: “a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem da autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento”. A segunda emenda proposta pela Ocergs prevê a modificação do texto do Projeto de Lei que delega ao Ministério do Trabalho e Emprego poderes de fiscalização e de aplicação de penalidades às cooperativas de Trabalho. O novo texto ficaria assim: “cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego, no âmbito de sua competência, o mais amplo apoio e estímulo ao desenvolvimento das cooperativas de Trabalho”. O presidente Perius salientou que a tentativa de alteração na Lei do Cooperativismo pode implicar em aumento de impostos para o sistema devido à desconsideração do Ato Cooperativo em várias circunstâncias. O deputado Zonta contou que está percorrendo os Legislativos dos estados defendendo e divulgando o cooperativismo. Disse que o ato cooperativo está garantido apenas nos ramos do Crédito, Transporte, Infra-estrutura e Agropecuário. Participaram ainda do debate o secretário de Relações Institucionais do governo do RS e presidente do Conselho Estadual do Cooperativismo - Cecoop, Celso Bernardi; Paulo Dias, presidente da Fetrabalho; os deputados Miki Breier (PSB) e Giovani Cherini (PDT); coordenador da Frencoop/RS (Frente Parlamentar de Apoio ao Cooperativismo) e demais lideranças representando todos os ramos do cooperativismo gaúcho. Políticos, dirigentes cooperativistas e representantes da imprensa participaram do café da manhã 9 trabalho novembro de 2008 sistema ocergs-sescoop/RS 10 novembro de 2008 Sistema Ocergs-Sescoop/RS realiza SEMINÁRIO DE COMUNICAÇÃO Cerca de 100 profissionais participaram do evento O Sistema Ocergs-Sescoop/RS realizou, nos dias 19 e 20 de novembro, o 2º Seminário Estadual de Comunicação Cooperativista, direcionado a jornalistas, publicitários, relações públicas e profissionais responsáveis pela comunicação das cooperativas com seus públicos. O evento ocorreu no Albert Express Hotel, no Centro de Porto Alegre, e contou com a presença de cerca de 100 pessoas. A abertura do Seminário foi feita pelo vice-presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Irno Pretto, que destacou o papel dos comunicadores como “porta-vozes das mudanças pelas quais o cooperativismo está passando”. Logo após, o presidente Vergilio Perius falou sobre o atual momento econômico e as tendências do sistema cooperativista brasileiro frente à crise econômica. Antes, ele saudou os participantes do Seminário: “O cooperativismo tem a comunicação como essência, pois a interação entre as partes – sócios, colaboradores e direção – é fundamental”. Perius falou a respeito do difícil momento vivido pela economia mundial e enfatizou que o cooperativismo, ao contrário das grandes organizações privadas, não tem sua economia baseada em especulações. “A economia cooperativista é real desde suas origens, sem fundamentos especulativos, e isso nos faz mais fortes nesta crise, que está abalando as economias virtuais”. PALESTRAS O Seminário contou com palestras de profissionais renomados e experientes, todas da área de Comunicação. Geraldo Canali foi um dos palestrantes Jacqueline Joner abordou o olhar fotográfico Esber falou sobre a mídia e a assessoria de imprensa Tema do professor Marques Leonam foi a notícia O primeiro dia teve Geraldo Canali, jornalista e professor universitário com experiência como repórter e diretor de jornais, revistas, agências de notícias, rádios, redes de televisão e web. Canali falou sobre “O papel que sobra para a imprensa e o que sobra para a imprensa sem papel”. Discorreu sobre “os cenários que podemos constatar ou imaginar para o jornalismo e a imprensa em geral neste ambiente de franca digitalização e pulverização das mídias”. Rogério Amaral Ribeiro, fotógrafo, artista plástico, professor universitário e especialista em Museologia, abordou o tema “Uma visão jornalística e tecnológica da fotografia”, destacando o fotojornalismo como registro e denúncia, usos da fotografia contemporânea e a revolução da fotografia digital, entre outros aspectos. Jacqueline Joner, também fotógrafa, com atuação no fotojornalismo desde o início dos anos 70, falou sobre os elementos que formam a linguagem fotográfica: luz, fotometragem, enquadramento, ponto de vista, foco e momento decisivo, utilizando exemplos que formam a composição. Na quinta-feira as palestras foram ministradas pelo diretor de Redação da Revista Amanhã, Eugênio Esber, e pelo jornalista Marques Leonam Borges da Cunha. Esber discorreu sobre “Assessoria de imprensa na visão da mídia”. Por treinar jornalistas em workshops, Esber pôde fazer observações sobre as carências de formação técnica dos profissionais e como estas limitações perturbam a correta interpretação de dados e declarações prestadas pela empresa e por seus porta-vozes. Marques da Cunha, desde 1982 professor da PUC, onde leciona a disciplina Redação Jornalística, palestrou sobre a importância da notícia, o assessorado e a cobrança para ser colocado nos veículos, as leis que regem o jornalista e a visão jornalística do assessor. Os comunicadores ainda tiveram a oportunidade de conhecer a trajetória de 35 anos do jornal O Interior, apresentada pelo jornalista do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Otacílio Grivot. CLARIDADE VENCE O Rio Grande Canta o Cooperativismo Interpretada por Lú Schiavo e Robledo Martins, a música Claridade, de autoria de João Bosco Ayala Rodriguez e Fábio Peralta e letra de Fernanda Irala Gomes, foi a grande vencedora da segunda edição do Festival O Rio Grande Canta o Cooperativismo. A etapa final foi realizada na noite de 29 de novembro, em Taquari, na Lagoa Armênia. Cerca de 2.500 pessoas assistiram à apresentação das 16 obras finalistas e viram a premiação dos artistas e show de Daniel Torres. O público também votou, elegendo a música mais popular. A final do Rio Grande Canta ocorreu em Taquari, na Lagoa Armênia CONFIRA OS GANHADORES DO FESTIVAL – EDIÇÃO 2008 Robledo Martins agradeceu ao Sistema Ocergs-Sescoop/RS pelo tratamento dispensado aos artistas e desejou longa vida ao Festival 1º lugar: Claridade Prêmio: R$ 6 mil e troféu Letra de Fernanda Irala Gomes Melodia de João Bosco Ayala Rodriguez e Fábio Peralta Interpretação de Lú Schiavo e Robledo Martins Os músicos de O milagre da multiplicação parabenizaram a organização do Festival e afirmaram: “Fomos recebidos de coração aberto em todas as etapas” 2º lugar: O milagre da multiplicação Prêmio: R$ 5 mil e troféu Letra de Carlos Omar Villela Gomes Melodia de Jean Kirchoff e Arison Martins Interpretação de Jean Kirchoff 11 o rio grande canta o cooperativismo novembro de 2008 o rio grande canta o cooperativismo 12 novembro de 2008 Pirisca Grecco, compositor e intérprete de De sonho à realidade: “Sempre que o assunto for cooperativismo, contem conosco” 3º lugar: De Sonho à Realidade Prêmio: R$ 4 mil e troféu Letra de Rodrigo Bauer Melodia de Pirisca Grecco e Pedro Olmedo Ribas Interpretação de Pirisca Grecco e Cristiano Quevedo A idéia de quem coopera foi a escolhida do público Música mais popular: A idéia de quem coopera Prêmio: R$ 2 mil e troféu Letra de Mauro Dias Mauro Dias e Fábio Prates Melodia de Fábio Prates Interpretação de Leonardo Paim e Jorge Freitas Luis Augusto Corrêa dedicou o prêmio de melhor instrumentista a sua mãe João de Almeida Neto, que cantou Missões, legado e herança, foi eleito o melhor intérprete Melhor instrumentista: Luis Augusto Corrêa, acordeonista em Claridade Prêmio: R$ 2 mil e troféu Melhor intérprete: João de Almeida Neto (Missões, legado e herança) Prêmio: R$ 2 mil e troféu O compositor da melhor letra do Festival, Flaubiano Lima, contou com a torcida organizada do Sicredi Nordeste, cooperativa da qual faz parte Melhor letra: Flaubiano Lima (A Fábula dos Gansos) Prêmio: R$ 3 mil e troféu João Ayala, um dos compositores da melodia de Claridade: “Parabéns aos produtores do Rio Grande Canta, que apostaram na arte para divulgar sua mensagem” Claridade levou o prêmio de melhor melodia, além do primeiro lugar Melhor melodia: João Bosco Ayala Rodriguez e Fábio Peralta (Claridade) Prêmio: R$ 3 mil e troféu Ao saudar o público presente na Lagoa Armênia, o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, enfatizou que todos os artistas da noite são grandes vencedores. “Hoje à noite, nós teremos 16 aulas de cooperativismo. Não importa quem vai ganhar, pois a razão de ser do nosso Festival é cantar o cooperativismo. Queremos que ele seja cantado em todo o Brasil, mas o espírito começa aqui, no Rio Grande do Sul” – afirmou Perius, que dedicou a etapa de Taquari ao ex-presidente da Certaja, Frederico Bavaresco, falecido em fevereiro deste ano. A noite ainda teve uma homenagem simbólica a duas cooperativas gaúchas que receberam o “Prêmio Cooperativa do Ano”, promovido pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e revista Globo Rural, da Editora Globo, no mês de agosto. Os presidentes da Coprel Cooperativa de Energia, Jânio Vital Stefanello, e do Sicredi Alto Uruguai, Eugênio Poltonieri, subiram ao palco para representar as ganhadoras, que receberam os prêmios da categoria Infra-estrutura e Crédito, respectivamente. Dani DK (e) e Lenin Nunez (c) são os responsáveis pelo melhor arranjo do Festival Melhor arranjo: Dani DK e Lenin Nunez (Coração para florir) Prêmio: R$ 2 mil e troféu RETROSPECTIVA A segunda edição do Festival O Rio Grande Canta o Cooperativismo começou no dia 15 de agosto, com a etapa de Soledade. As outras eliminatórias foram realizadas em Lagoa Vermelha (05/09), Uruguaiana (04/10) e São Miguel das Missões (31/10). Em cada fase foram classificadas quatro obras, que participaram da final em Taquari. Cada noite de eliminatória foi encerrada com um show. Subiram ao palco do Festival artistas consagrados, como Os Fagundes, Joca Martins, Mano Lima e Pedro Ortaça. O Rio Grande Canta o Cooperativismo reuniu mais de 8 mil pessoas ao longo das cinco fases e se firmou, na opinião dos próprios artistas participantes, como o maior e mais bem organizado Festival de música tradicionalista do Rio Grande do Sul na atualidade. O presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS agradeceu aos artistas afirmando que “sua participação no Festival é uma grande vantagem no fortalecimento das cooperativas gaúchas”. Perius encerrou a segunda edição do evento declarando: “Nosso objetivo é mostrar o valor da cooperação através da cultura. Espero que esta parceria em favor do cooperativismo siga forte por muito tempo”. Conheça as letras vencedoras Claridade Tristonho abri minha janela E vi tantas outras olhando o vazio Tão fundas de breu todas elas Buscando respostas na noite de frio Janelas guardando os olhares De gente escondida na sua clausura Sonhando encontrar os seus pares E ser claridade nas ruas escuras De onde provém este medo De ser mais um vulto sem rosto e sem par Qual é o estranho segredo De ser prisioneiro de um sétimo andar A rua será sempre escura Se cada janela seguir sem clarear Mas veio um recado da lua E cada um dos vultos clareou seu lugar Cooperando Com parceiros de verdade Cooperando Se encontra a claridade Quando só, uma janela é quadro escuro Quando juntas são portais para o futuro Assim, bem assim, uma a uma Em cada janela um lume acendeu Mostrando o caminho entre as brumas Mostrando que o nós é mais forte que o eu A rua virou céu aberto Pessoas e sonhos tomando as calçadas Um céu de janelas abertas Clareou o destino de tantas pegadas Risonho, abri minha janela, E vi outros rostos sorrindo pra mim Confiantes que por nossos elos A flor do progresso dirá sempre sim. A rua será pela vida Em vez de penumbra pintura tão bela E o breu se tomou claridade Na soma das luzes de tantas janelas! 13 o rio grande canta o cooperativismo novembro de 2008 o rio grande canta o cooperativismo 14 novembro de 2008 O milagre da multiplicação O pão que chega em nossa mesa tem estrada A sua massa é muito mais que água e trigo Ele tem gosto de uma história bem contada À luz de um sonho que encontrou sonhos amigos O pão que chega tem lugar nesta morada Que foi erguida com o suor de várias mãos Trouxe saúde e esperança renovada Trouxe trabalho pra firmar nossas pegadas Fortalecidas pela força da união Se com dois peixes, cinco pães e dom divino Cristo sozinho alimentou a multidão Na nova história cooperar é o nosso hino Eis o milagre dessa multiplicação Não nos levamos por palavras e promessas Almas parceiras construindo um ideal Se uma nuvem por si só passa dispersa Muitas unidas vão criar um temporal E nesse chão tantas sementes nascerão E nessa chuva jorrarão novos destinos Trazendo crédito e fartura a cada irmão Que, mais que pão, busca sua multiplicação Nesse milagre que há no cooperativismo De sonho à realidade Se um homem grita sozinho pra não ficar esquecido Seu grito ofende o silêncio mas pouco vai ser ouvido Se dois ou mais gritam juntos, somando a força na luta Por mais que alguém ignore, a maioria os escuta Mas quando um sonho é sonhado por mais de um, na verdade Traz vocação de transpor-se de sonho à realidade A força cresce nos homens que a fazem cooperativa E mesmo a fé se baseia nessa premissa exclusiva Somados somos mais fortes, é tão exata a ciência Que o próprio Cristo nos disse com propriedade de Rei E a sociedade é a base que nos garante a existência Se dois ou mais, em meu nome, se unirem, lá estarei Unidos chegamos longe nesse interesse comum De diminuir a distância que existe entre cada um Nós somos os operários da terra que nos abriga Cigarras unindo o canto com o labor das formigas Se um homem sonha sozinho é outro sonho e mais nada Quando amanhece ele acorda e esquece tudo na estrada A idéia de quem coopera Se da uva tenho o vinho E da semente a colheita Não sou completo sozinho Pois da união que a estrada é feita Á força que agora impera Um mais um é mais que dois Na idéia de quem coopera Faço força para ser livre Sem patrões ou senhorio Quero um mundo onde se vive Com a alma e o jeito de rio Semente ruim não germina E o joio sai na peneira À sombra do velho pinheiro Vejo a fartura na eira Não importa pêlo ou marca Negros, Índios, Caucasianos Soberanos ou monarcas Benfeitores ou tiranos Todos hão de se dobrar Seguindo os sete princípios Na bandeira de sete cores Aparo espinhos nos ramos Para a colheita das flores A Fábula dos Gansos A um olhar mais atento não passa despercebido Esta fábula de união que os gansos nos ensinam Quando nos céus peregrinam em seu voar solidário Povoando os olhos da gente com as lições que disseminam Quando o bando bate asas, a formação em forquilha Reduz a força do vento prá os que vem na retaguarda E uns ajudando os outros se revezando na ponta Vão longe, afinal de contas, fica mais leve a jornada O líder que vai na frente quando cansa entrega o posto E se recolhe por gosto ao lugar comum da culatra E continua grasnando prá dar coragem aos outros Para que um grito de fé torne a vida menos ingrata Cooperação é assim, é uma direção comum É um compartilhar de rumos pelas crenças coletivas É só olhar para os gansos e ver em suas lições Uma imensidão de razões prá andar em cooperativa Estas aves migratórias que buscam amenidades Ensinam tantas verdades que alguns teimam em não ver Ensinam que prá vencer as agruras dos caminhos Não se pode andar sozinho. É cooperar ou morrer ETAPA DE SÃO MIGUEL classifica as últimas concorrentes AS QUATRO MÚSICAS CLASSIFICADAS NA ETAPA DE SÃO MIGUEL FORAM: Coração para florir Autor da letra: Tadeu Martins Autor da música: Lenin Nunes Intérprete: Shana Müller e Grupo Buenas e Me Espalho “No braço que une Tem vinho e a cruz A flor do trabalho Renasce no homem Searas do sul” A quarta eliminatória do Festival foi realizada nas ruínas de São Miguel das Missões Centelha de um tempo novo O público que prestigiou a quarta etapa do Festival O Rio Grande Canta o Cooperativismo, ocorrida no dia 31 de outubro, assistiu às apresentações musicais da noite em um cenário privilegiado: as ruínas de São Miguel das Missões. O palco foi montado ao lado do sítio arqueológico das ruínas jesuítas da antiga redução de São Miguel Arcanjo, declaradas Patrimônio Mundial pela Unesco em 1983. Por ele passaram os artistas concorrentes da última eliminatória do Festival antes da grande final. A platéia ainda assistiu ao “Som e Luz”, tradicional espetáculo que conta a história dos Sete Povos das Missões, e ao coral dos índios Guaranis, que apresentaram músicas típicas da cultura missioneira indígena. A noite foi encerrada com show de Pedro Ortaça. Autor da letra: Caine Teixeira Garcia Autor da música: Robledo Martins Intérprete: Raineri Spohr “Cooperar para crescer, pra progredir. Por um futuro bem melhor para todos nós Plantando sonhos, para colher prosperidade: Realidades que se tornam uma só voz” Missões, legado e herança Autor da letra: Eron Carvalho Autor da música: Sérgio Rosa Intérprete: João de Almeida Neto “Cada pedra dessas ruínas Nos remete à um sonho altivo De corações solidários Num mundo cooperativo” Peão Meeiro Autor da letra: Ramires Monteiro Autor da música: Sabani Felipe de Souza Intérprete: Leonardo Paim Show de Pedro Ortaça encerrou a noite “A lida nunca é páreo para quem luta Da madrugada ao pôr-do-sol de cada dia Quem já é forte em seu ofício solitário Fica mais forte quando encontra parceria” 15 o rio grande canta o cooperativismo novembro de 2008 crédito - transporte - educação 16 novembro de 2008 SICREDI E ENTIDADES assinam convênio de cooperação O Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi) deu mais um passo em direção ao desenvolvimento das cadeias produtivas no Rio Grande do Sul. Durante o I Congresso Sul-Brasileiro de Avicultura, Suinocultura e Laticínios (Avisulat 2008), o Sicredi assinou convênio de cooperação técnica e financeira com o Sindicato da Indústria de Laticínio e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips/RS). A Avisulat aconteceu em Bento Gonçalves, na serra gaúcha, de 19 a 21 de novembro. O Sistema busca com a parceria fomentar o crescimento das cadeias produtivas do leite, da avicultura e da suinocultura. “Estamos trabalhando para que essas três cadeias tenham todo o apoio necessário para sua qualificação”, afirma Gerson Seefeld, vice-presidente da Central Sicredi RS/SC. Na ocasião, Gerson ressaltou o fato de a parceria entre as quatro instituições ser em benefício de uma parte significativa das cadeias produtivas do Estado. “Esses setores ocupam uma importante fatia de negócios do Rio Grande do Sul. Este documento irá fortalecer e ampliar o compromisso do Sicredi com as cadeias de aves, suínos e leite, além de promover a integração entre diferentes segmentos”, declarou Gerson. Para o presidente da Asgav, Luiz Fernando Ross, é um orgulho fazer parte do convênio. “A Asgav quer participar do engrandecimento de todos os envolvidos Gerson Seefeld, da Central Sicredi RS/SC; Osomildo Bieleski, da Sips; Luiz Fernando Ross, da Asgav; e Gilberto Piccinini, da Sindilat; comemoram convênios na parceria”, disse Luiz Fernando. Já o presidente da Sips, Osmildo Bieleski, afirmou ser uma satisfação contar com o Sicredi. “O Sistema sempre esteve ao lado da cadeia de suinocultura, incentivando produtores e indústrias do setor”, declarou. O presidente da Sindilat, Gilberto Piccinini, lembrou que a cadeia de laticínios é fonte de renda de mais de 100 mil famílias gaúchas. “O Sicredi tem papel fundamental no desenvolvimento e fortalecimento das comunidades que trabalham primordialmente com o setor lácteo”, afirmou COOPERLOGIN E COOPERMAAS REALIZAM SEMINÁRIO A Cooperlogin e a Coopermaas, que possuem unidades nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, realizaram o I Seminário Coopermas e o III Seminário Cooperlogin, com o objetivo de melhorar as atividades internas e o relacionamento com clientes. Os dois Seminários ocorreram nos dias 17 e 18 de outubro. O presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, fez a abertura dos Seminários e comentou o investimento superior a 1 bilhão de reais feito pelo sistema cooperativo no Rio Grande do Sul este ano. Perius também ressaltou a importância de eventos que integrem cooperados a clientes. Os Seminários tiveram ainda palestras do consultor Dorly Dickel, que falou sobre “Tributação e Ato Cooperativo”, e do advogado Eduardo Pastore, que tratou do tema “Legislação Cooperativista”. Os participantes assistiram a vídeos, fizeram dinâmicas de Comunicação e avaliaram o próprio trabalho através da análise de cases. Os eventos foram encerrados pelo presidente da Cooperlogin, Álvaro Nunes, e pelo presidente da Coopermas, Ermus Os funcionários da Cooperlogin e da Coopermaas participaram do Seminário em Josilco Oss. busca de aperfeiçoamento INAUGURAÇÕES Confira onde o Sicredi abriu unidades de atendimento: 21 de novembro - Capinzal/SC: Rua XV de novembro, 178 21 de novembro - Maravilha/SC: Av. Sul Brasil, 81 ABERTAS AS MATRÍCULAS PARA O DIRETTO O Instituto Educacional Diretto, de Passo Fundo, está com matrículas abertas para os cursos Técnicos em Administração, Informática e Secretariado Bilíngüe e para os cursos de Ensino Médio (Educação de Jovens e Adultos – EJA). Os cursos Técnicos iniciam dia 25 de fevereiro; os EJA, em janeiro. O Instituto Diretto é mantido pela Cooperativa Integral de Trabalhadores Ltda. Por isso, tem seu ensino voltado aos valores do cooperativismo. Além de proporcionar a educação formal, os alunos são incentivados a praticar a solidariedade, cidadania e empreendedorismo. Associados de cooperativas têm 15% de desconto na mensalidade. Mais informações podem ser obtidas através do fone (54) 3311 - 5606. Languiru comemora aniversário EM CLIMA DE OTIMISMO “Eu não temo pela Languiru porque somos eficientes no que fizemos. Este ano pagamos o melhor preço do leite no Estado. Em momento algum vamos parar de investir, isso não passa pela nossa cabeça. A crise é igual para todos. Não podemos parar”, declarou Bayer. Em clima festivo, apresentando uma variada programação e com o objetivo de interar o seu associado nos assuntos que dizem respeito à Cooperativa, a Languiru comemorou 53 anos no dia 13 de novembro. O evento ocorreu no pavilhão social da Associação dos Funcionários e reuniu aproximadamente 800 associados. Cerca de 15 municípios do Vale do Taquari estavam representados no local. O presidente da Languiru, Dirceu Bayer, informou aos associados que o saldo geral da Cooperativa até o momento é positivo e que o volume de negócios este ano pode repetir o do ano passado. “Nós vendemos mais de R$ 1 milhão por dia. Parabéns pela cultura de vocês, o gosto pela diversificação. Isso está salvando a Languiru, devemos comemorar isto”, falou aos associados. Ações recentes e o futuro da empresa também foram lembrados pelo presidente. “Eu não temo pela Languiru porque somos eficientes no que fizemos. Este ano pagamos o melhor preço do leite no Estado. Em momento algum vamos parar de investir, isso não passa pela nossa cabeça. A crise é igual para todos. Não podemos parar”, disse. Bayer ressaltou que a Cooperativa Languiru é a única empresa da região Sul que está mantendo o seu projeto de investimentos, mas pregou cautela quanto a futuras implementações no parque industrial da empresa. “Nossa dívida está encolhendo e, em função Presidente Dirceu Bayer afirmou que a Cooperativa não vai parar de investir Cerca de 800 pessoas participaram da comemoração disso, estamos preparando uma surpresa. Na próxima Assembléia esperamos trazer bons números para vocês”, adiantou. Já o vice-presidente da Languiru, Renato Kreimeier, afirmou que a Cooperativa investiu muito este ano e está em um dos melhores momentos de sua existência. “Eu tenho certeza que os fundadores da Cooperativa Languiru não imaginavam que a empresa chegaria a comemorar 53 anos. Hoje é um dia muito alegre para nós. Nos últimos anos crescemos R$ 150 milhões e estamos prevendo um faturamento de R$ 300 milhões este ano”, revelou. SUPERMERCADO COTRIJAL ARRECADA ALIMENTOS O Supermercado Cotrijal Sede distribuiu cerca de 400 quilos de alimentos na manhã do dia 21 de outubro para três importantes entidades assistenciais de Não-Me-Toque: Associação Beneficente de Amparo ao Menor (Asbam), Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e Lar do Idoso São Vicente de Paulo. Para arrecadar os alimentos, o supermercado desenvolveu uma campanha junto a seus clientes, em parceria com a Superação Editora, de propriedade de Alexandre Roehe e Paulo Roberto Schneider. A cada doação os clientes ganhavam um guia telefônico regional produzido pela editora. Para o diretor administrativo-financeiro da Cotrijal, Dirceu Olair Hoffstaedter, o comprometimento com o desenvolvimento social das comunidades em que está presente é dever de toda instituição. “Com o apoio dos nossos clientes, conseguimos mais uma vez cumprir nosso Doações beneficiaram idosos, crianças e pessoas com necessidades especiais papel e beneficiar cerca de 330 idosos, crianças e pessoas especiais”, afirma. A presidente da Apae, Sônia Gonçalves, a segunda tesoureira do Lar do Idoso, Nelci Soder, e a secretária da Asbam, Fúlvia Schmtt, agradeceram a doação e ressaltaram que gestos como esse têm contribuído para que as entidades possam melhor atender seus assistidos. 17 agropecuário novembro de 2008 saúde 18 novembro de 2008 Unimeds participam de Campanha de PREVENÇÃO AO CÂNCER DE PELE A Unimed Erechim realizou, no dia 8 de novembro, a Campanha Unimed de Prevenção ao Câncer de Pele, disponibilizando mais de 100 consultas de diagnóstico de câncer de pele, todas gratuitas. O público também recebeu material informativo sobre cuidados com a exposição solar, prevenção e detecção da doença. Foram detectados 63 casos de lesões na pele. Dependendo do grau, os casos foram encaminhados para a biopsia, criocauterização, procedimento cirúrgico para retirada das lesões ou outros procedimentos. Os procedimentos ambulatoriais e cirúrgicos serão realizados na Uniclínica e em consultórios de dermatologia. Os dados coletados durante a Campanha possibilitam desenvolver estatísticas sobre o perfil e as características das pessoas que podem desenvolver a doença. Médicos cooperados da Unimed Litoral Sul participaram da Campanha de Prevenção ao Câncer de Pele como parte das atividades promovidas pela los raios UV. Porém, é possível desfrutar do Sol e manter sua pele saudável, como mostram as dicas de saúde da Unimed: ● ● Na praia ou piscina prefira filtros resistentes à água, reaplique após suor excessivo ou mergulho. ● Nenhuma parte do corpo deve ficar exposta sem proteção. Cuidado com orelhas, nuca, lábios, mãos e pés. ● Chapéu ou boné diminuem em 5 vezes a quantidade de raios UV recebidos diretamente no rosto, pescoço e colo. O público da Campanha de Prevenção ao Câncer de Pele surpreendeu os organizadores: foram realizadas 120 consultas gratuitas na Unimed Erechim Sociedade Brasileira de Dermatologia, também no dia 8. A iniciativa é um esforço nacional para orientar a população sobre prevenção e detecção precoce do câncer: este ano, mais de 1.500 médicos voluntários participaram. No ambulatório do Hospital Universitário, em Rio Grande, foram disponibilizadas 400 fichas para exames gratuitos. HOSPITAL DE RIO PARDO GANHA MÓVEIS DA UNIMED A Unimed Vales do Taquari e Rio Pardo (Unimed VTRP) começou a beneficiar os hospitais credenciados com melhorias. No dia 21.11 o Hospital Irmandade de Caridade do Senhor Bom Jesus dos Passos, de Rio Pardo, recebeu móveis que agora compõem a recepção da instituição. Entre os bens doados estão oito poltronas estofadas e um aparelho de televisão. O médico Neori Gusson, Diretor de Desenvolvimento da Cooperativa, entregou pessoalmente o termo de doação. A doação faz parte do projeto para beneficiar os 35 hospitais credenciados com aparelhos e melhorias em hotelaria. Todo o processo é realizado com base em critérios estabelecidos pela Cooperativa, a partir da identificação das principais necessidades das instituições beneficiadas, por meio de visitas e das percepções dos clientes e do corpo clínico. Todos os 35 hospitais, divididos em dois grupos, serão beneficiados anualmente, de forma alternada. Recepção do Hospital passou por processo de modernização Aplique o protetor solar e reaplique a cada duas horas. DICAS PARA UMA PELE SAUDÁVEL O Sol é essencial à vida, mas pode significar altos riscos para a pele: 90% do envelhecimento cutâneo são devidos ao foto-envelhecimento provocado pe- ● A barraca de praia filtra 50% dos raios diretos, mas 17% continuam difusos pela areia. ● Óculos escuros são indispensáveis. ● Não exponha diretamente ao Sol crianças menores de três anos por período prolongado. ● Consulte sempre seu dermatologista. UNIMED VTRP BENEFICIA ENTIDADES ASSISTENCIAS A Unimed Vales do Taquari e Rio Pardo (VTRP) iniciou, no início de novembro, a promoção Abraços Unimed, um projeto que doa a entidades assistenciais 10% do valor da primeira mensalidade de cada novo plano de saúde adquirido. Ao adquirir um plano, o cliente indica uma instituição para receber a doação. A entidade mais citada em cada uma das microrregiões de atuação da Unimed VTRP (Jacuí, Vale do Rio Pardo e Vale do Taquari) receberá, ao final do promoção, um terço do valor arrecadado Além de ajudar uma entidade assistencial, os novos em materiais escolhidos pela própria. clientes da Unimed VTRP também ganham um brinde MÉDICOS LANÇAM LIVRO A Unimed Porto Alegre e seu Conselho de Administração lançaram, no mês de novembro, a quinta edição do livro “Histórias e Estórias Médicas”, uma obra escrita por médicos cooperados. Este ano o livro conta com mais de 50 autores. “Histórias e Estórias Médicas” conta o dia-a-dia dos médicos em cenários como consultórios e salas de cirurgia, através de contos e crônicas que narram acontecimentos reais e fictícios. Segundo o presidente do Conselho de Administração da Unimed Porto Alegre, Márcio Pizzato, “esta obra é a oportunidade de conhecermos outros talentos de nossos colegas cooperados”. UNIMED FEDERAÇÃO/RS promove “Café com Política” O “Café da Manhã com Política” completou sete anos A Federação Unimed/RS promoveu, na manhã de 21 de novembro, em sua sede, em Porto Alegre, uma edição especial e ampliada do tradicional “Café da Manhã com Política”, que comemorou sete anos. No último “Café” de 2008, os participantes acompanharam uma programação especial, que incluiu palestra com o diretor executivo da agência Pólo RS, Ronald Krummenauer, responsável pela organização das propostas concretas de interesse da sociedade rio-grandense. O tema da palestra foi “Agenda 2020 - Um movimento que Nilson Luiz May apresentou o livro que conta a trajetória de 35 anos da Federação Unimed/RS une os gaúchos para agir em busca de um futuro melhor”. Após a palestra, a Unimed Federação realizou uma cerimônia de reconhecimento às Unimeds Singulares que se destacaram no Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP). As Unimeds de Vale do Caí, Região da Campanha-RS, Santa Rosa, Erechim, Centro-RS, Vales do Taquari e Rio Pardo, Uruguaiana, Região da FronteiraRS e Pelotas receberam o diploma de participação no sistema de avaliação 2008 do PGQP. No mesmo dia foi inaugurado o auditório da Federação Unimed/RS, que ganhou o nome “Dr. Paulo Revoredo Camargo” em homenagem ao presidente da Unimed Planalto Médio (Passo Fundo) e diretor administrativo e de informática na gestão 2000/2008, falecido em março deste ano. O filho e esposa de Camargo participaram da solenidade de descerramento da placa e ressaltaram a dedicação intensa de Camargo ao cooperativismo de Saúde. O “Café com Política” do dia 21 de novembro marcou ainda o lança- mento do livro “35 Anos – Uma História de Solidariedade e Cooperação” e os DVDs dos 35 anos da Unimed Federação/RS. Por fim, o empresário Carlos Alberto Bastos Ribeiro, ex-diretor da empresa jornalística Caldas Junior e atual diretor da Óleos Vegetais Taquarassu recebeu o Troféu Amigo Unimed 2008, entregue a pessoas que interagem e agregam esforços com o Cooperativismo de Saúde, contribuindo para fazer frutificar ações e resultados positivos para a sociedade. Cardiopatia é tema de palestra da Unimed Erechim As doenças cardíacas são responsáveis por 45% das mortes em países industrializados e 25% em outros. Pensando em alterar este quadro, a Unimed Erechim promoveu uma palestra com a cardiologista Flávia Gritti, no Espaço Vida da Cooperativa. Flávia mencionou os cuidados necessários com a alimentação, que deve privilegiar alimentos com pouca gordura, sal e calorias e ricos em fibras alimentares. “Um dos segredos é adicionar na dieta alimentos ricos em gorduras monoinsaturadas, como óleo de oliva, canola e frutos do mar, e poliinsaturadas como vegetais, frutos do mar, óleo de girassol e milho” – aconselhou a médica, que também sugeriu alternativas para a perda de peso. Algumas delas são: comer porções menores várias vezes ao dia; evitar repetir o prato; comer menos gorduras, frituras, sobremesas gordurosas e chocolate; comer mais frutas e vegetais; comer alimentos com poucas calorias como as saladas. CONFIRA ALGUMAS DICAS PARA CUIDAR BEM DO SEU CORAÇÃO Faça exames ● A partir dos 20 anos: colesterol, TG e glicemia a cada 5 anos. Controle da pressão: a cada dois anos; ● Acima de 40 anos: colesterol, TG, glicemia, função renal e medida da pressão anualmente. ● Mantenha sob controle: pressão arterial, colesterol (HDL alto e LDL baixo), colesterol total até 200, HDL acima de 45, LDL abaixo de 100, obesidade; diabete melito. Os dez mandatos do coração saudável 1- Exercício: melhor pouco do que nenhum; 2- Uma dieta saudável poderá melhorar sua saúde; 3- Fique de olho no seu peso; 4- Pare de fumar. Se necessário, procure ajuda médica; 5- Evite o estresse; 6- Consulte o seu médico regularmente; 7- Cheque sua pressão arterial; 8- Verifique e controle a diabete; 9- Monitore seu nível de colesterol; 10- Evite o excesso de álcool. 19 saúde novembro de 2008 infra-estrutura 20 novembro de 2008 Infracoop discute REGULAMENTAÇÃO DA ANEEL “O trabalho desenvolvido pelas cooperativas brasileiras de Infra-estrutura leva energia para 650 mil propriedades rurais, beneficiando, no campo, mais de 5 milhões de brasileiros, ou seja, o nosso trabalho tem expressão muito maior no âmbito da inclusão social do que no econômico”, disse Jânio Stefanello. O vice-presidente, Irno Pretto, representou o Sistema Ocergs-Sescoop/RS Com o desafio de se adaptarem à regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 67 cooperativas de eletrificação e desenvolvimento rural reuniram-se em Porto Alegre no dia 27.11, no XXVII Encontro Nacional do Sistema Infracoop (Confederação Nacional das Cooperativas de Infra-Estrutura). No Encontro, foi apresentada às cooperativas permissionárias e autorizadas uma palestra sobre uma visão geral dos regulamentos e o fluxo de informações do relacionamento com o consumidor e com a Aneel. Estiveram presentes 120 pessoas, entre presidentes, diretores, gerentes, técnicos e contadores. O palestrante, Flávio Rogério Vidiri, é especialista na área de fiscalização de serviços de eletricidade, consultor de concessionárias e ex-funcionário do Dnaee (Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica). Vidiri participou da montagem do Manual de Fiscalização da Distribuição de Energia. A partir da assinatura dos contratos que permitirão que as cooperativas atuem como permissionárias de energia, ou seja, como concessionárias, os ativos das cooperativas ficarão à disposição da União e elas serão remuneradas de acordo com as tarifas de energia elétrica. O modelo de gestão cooperativista, no entanto, continua o mesmo. Para o presidente da Infracoop, Jânio Vital Stefanello, no passado Cerca de 120 pessoas participaram do evento havia pressões do setor de energia para transformar estas cooperativas em empresas privadas e, portanto, a transformação em concessionárias encerra uma luta de mais de 10 anos pelo reconhecimento delas como agentes do setor elétrico. CONSUMIDORES Stefanello também considera que para os consumidores a medida é benéfica. Eles passam a ter direitos e deveres iguais aos clientes das distribuidoras convencionais. A fiscalização será maior e, conseqüentemente, a qualidade para o consumidor também. “O trabalho desenvolvido pelas cooperativas brasileiras de Infra-estrutura leva energia para 650 mil propriedades rurais, beneficiando, no campo, mais de 5 milhões de brasileiros, ou seja, o nosso trabalho tem expressão muito maior no âmbito da inclusão social do que no econômico”, diz o presidente. Um ponto do contrato que ainda deve ser discutido, segundo Jânio, é sua duração. Pela lei ele será de 20 anos sem direito à prorrogação. Ele espera que a prorrogação seja negociada. Atualmente, as cooperativas estão vivendo um tempo de transição para se adequarem aos prazos e à qualidade de serviços exigidos pela Aneel. Stefanello diz que as cooperativas estão preparadas para enfrentar esse processo. “Elas terão um tempo de adequação e, nesse tempo, a Aneel vai medir os serviços, avaliar e estabelecer, principalmente, os indicadores de qualidade e também os investimentos necessários para a melhoria do serviços”. Stefanello também valoriza a necessidade das cooperativas treinarem seus técnicos para as novas exigências. O QUE MUDARÁ PARA as cooperativas de infra-estrutura? O processo implica em ganhos e perdas. Os ganhos serão basicamente benefícios sociais fornecidos pelo governo e que poderão ser repassados pelas cooperativas ao segmento de baixa renda. As perdas serão nas relações entre associado e cooperativa. Esta relação não irá desaparecer, mas ficará mais parecida com a relação empresa-cliente. Vai mudar a cultura que existe hoje no setor. José Grasso Comelli Pres. da Fecoerusc (Federação das Cooperativas de Energia do Estado de Santa Catarina) Estamos vivendo um momento de expectativa. No Mato Grosso do Sul temos apenas cooperativas autorizadas e até agora a Aneel não explicou exatamente como será o novo cenário. As autorizadas vão continuar na categoria de consumidor, mas ainda não sabemos como será o relacionamento delas com a Aneel e com os demais agentes do setor. Uma das principais dúvidas que temos é em relação às tarifas de energia. A viabilidade das cooperativas depende desta informação. Valdir Pimenta da Silva Representante do ramo Infra-Estrutura junto à OCB Embora o sistema de gestão da cooperativa seja mantido, nós estaremos permanentemente sob o controle do poder público, pela Aneel, em relação ao nosso desempenho técnico, econômico e financeiro. Isto vai exigir uma qualificação maior dos nossos gestores, que terão que se adaptar à legislação do setor elétrico brasileiro. Além disso, recairão sobre as cooperativas novos encargos tributários, o que reduzirá o resultado financeiro no fim do exercício. Egon Édio Hoerlle Presidente da Fecoergs (Federação das Cooperativas de Energia, Telefonia e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul) As cooperativas estão vivendo um novo desafio porque a passagem para o controle da Aneeel implicará em uma série de garantias fornecidas pelo setor elétrico nacional. Estas garantias incluem suprimento de energia, uma vez que a cooperativa vai deixar de ser apenas um consumidor simples e passará a ser um agente do setor elétrico. Isto representa uma grande vantagem para a cooperativa. Em contrapartida, a cooperativa terá o dever de dar aos seus associados um tratamento com direito a qualidade de serviços. Não que isto não esteja sendo feito hoje, mas a partir de então será sob a regulamentação da Aneel. José Zordan Superintendente da Infracoop (Confederação Nacional das Cooperativas de Infra-estrutura) Quando a Infracoop negociou esta política de transição para o ambiente regulado, conseguimos prazos compatíveis com a estrutura das cooperativas. O desafio agora é treinar muito os nossos técnicos para este novo ambiente. Para isto será fundamental continuarmos recebendo o apoio do Sistema Ocergs-Sescoop/RS. Em relação aos nossos cooperados, temos confiança que esta transição se dará de forma competente devido à transparência que as cooperativas têm em relação aos seus quadros. Quanto à fiscalização externa que a Aneel fará, nós já a realizamos através de nossos conselhos e modelo de governança. Jânio Vital Stefanello Presidente da Infracoop (Confederação Nacional das Cooperativas de Infra-Estrutura) 21 enquete novembro de 2008 infra-estrutura 22 novembro de 2008 NOVO EQUIPAMENTO DA CERILUZ otimiza geração de energia Limpa grades melhora a distribuição de energia, aumenta a segurança no processo de limpeza e auxilia na preservação do meio ambiente “A Ceriluz investe para aperfeiçoar a geração e distribuição de energia, melhorando a qualidade e reduzindo custos”, afirmou o presidente Iloir de Pauli, referindo-se ao novo Limpa Grades instalado no túnel da Usina José Barasuol. A inauguração aconteceu no dia 27 de outubro. O equipamento foi posto em funcionamento e retirou uma grande quantidade de resíduos - orgânicos e secos - trazidos pelo rio que está com o nível de água elevado. O limpador automático tem objetivo de desobstruir regularmente as grades de proteção existentes na entrada do túnel que transporta água até os geradores, normalizando o fluxo e a geração de energia. O presidente explicou que o investimento realizado foi de aproximadamente R$ 250 mil. A previsão é de que esse valor seja recuperado em no máximo dois anos, apenas com os benefícios proporcionados pela nova máquina. “Essa relação custobenefício se dá pelo fato de não ser mais necessário fazer o desligamento das turbinas toda vez que é feita a lim- peza do túnel”, afirmou Iloir de Pauli. Mesmo em períodos de cheia, quando a geração está no pico, era preciso desligar as três turbinas para que as equipes da Cooperativa fizessem a desobstrução, deixando de gerar energia. “Essa tecnologia aumenta também a segurança no processo de limpeza, foi muito bem planejada e certamente vai trazer melhorias também para o quadro social”, acredita o conselheiro Fiscal da Cooperativa, Carlos Karlinski. “É um investimento altamente viável, considerando o desempenho, o rendimento que ele proporciona às turbinas, que com esse investimento poderão trabalhar com todo o seu potencial”, ressalta Sênio Kirst, conselheiro Administrativo. O novo equipamento também faz um alerta ambiental. “Impressiona a quantidade de lixo. Além de galhos e troncos de árvores, durante os primeiros testes foram retiradas grandes quantidades de embalagens de refrigerantes e de agrotóxicos, potes de vidro e outros materiais não Equipamentos têm a finalidade de regular automaticamente a tensão, mantendo a distribuição de energia estável degradáveis”, lamenta o presidente da Ceriluz. O material orgânico que é retirado é levado a uma composteira para virar adubo orgânico e os demais produtos são encaminhados à reciclagem. NOVOS REGULADORES DE TENSÃO A Ceriluz adquiriu 15 novos reguladores de tensão, que têm a finalidade de manter o equilíbrio da voltagem. “Os reguladores agem como transformadores, com a diferença de que, ao invés de só rebaixar, eles regulam automaticamente a tensão, ou seja, quando ela estiver baixa eles a levantam e, se estiver alta, rebaixam”, explica o engenheiro eletricista João Fernando Costa, responsável pelo setor de redes. A tensão deve manter-se estável, sempre em torno de 23,1 mil volts. CERTEL INAUGURA HOME CENTER EM SOLEDADE A Certel inaugurou, em outubro, a Home Center Certel de Soledade. A loja oferece móveis, eletrodomésticos e materiais de construção. Esta é a 59ª loja da rede, presente em várias regiões do Estado. Para o presidente da Cooperativa, Egon Édio Hoerlle, a inauguração integra o projeto de expansão das Lojas Certel. Além de proporcionar várias vantagens, as Lojas Certel zelam pelo atendimento cordial e respeitoso, garantindo a satisfação de sua clientela. Paralelamente às suas ofertas, a rede também oferece outros benefícios, como o Cartão Certel Caixa Mastercard, consórcio de produtos, seguros e o programa habitacional Casa Pronta Certel. Nova loja da Cooperativa é a 59ª da rede A tensão desregulada proporciona energia muito fraca aos associados, ou então muito forte, podendo causar a queima de equipamentos elétricos. Estes novos reguladores automáticos serão instalados nas regiões de Santo Augusto e Augusto Pestana. Com os novos equipamentos, a Ceriluz vai totalizar 15 bancadas reguladoras de voltagem instaladas, garantindo qualidade de energia para toda a região de atuação. “Após a instalação atenderemos a todos os associados e a compra de outros reguladores automáticos só será necessária caso aumente a nossa demanda”, afirma Costa. Foram investidos R$ 480 mil na aquisição dos reguladores de tensão, porém a previsão é de um investimento de R$ 700 mil até a instalação completa. A estrutura de suporte exige, além dos postes, o uso de isoladores, pára-raios, aterramentos, entre outros equipamentos. Algumas estruturas já foram instaladas e a intenção é concluir a instalação de todos os reguladores até o final do ano. Governadora facilita implantação do PROGRAMA LUZ PARA TODOS O secretário José Alberto Wenzel afirmou que o Programa vai proporcionar uma série de benefícios mesmo às famílias residentes nos locais mais isolados dessas regiões, “mudando definitivamente o perfil socioeconômico dessas comunidades”. Governadora e chefe da Casa Civil assinaram os termos de compromisso A governadora Yeda Crusius e o chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel, assinaram termos de compromisso entre o governo do Rio Grande do Sul, governo federal e a Certel, de Teutônia, para viabilizar a implantação do Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica, o Programa Luz para Todos, na área de abrangência da Cooperativa, que está presente em 47 municípios dos Vales do Taquari, Rio Pardo, Caí e Paranhana. Os termos assinados envolvem também as cooperativas Cerfox, Creluz, Coopernorte, Cermissões, Coprel e Certaja, além das empresas Uhenpal, AES Sul e RGE. Operacionalizado por empresas distribuidoras de energia elétrica, através do Ministério de Minas e Energia (MME), com a interveniência da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás), o Programa Luz para Todos tem o objetivo de levar energia elétrica às populações do meio rural que ainda não têm acesso a esse benefício. O secretário José Alberto Wenzel afirmou que o Programa vai proporcionar uma série de benefícios mesmo às famílias residentes nos locais mais isolados dessas regiões, “mudando definitivamente o perfil socioeconômico dessas comunidades”. Explicou que, com a chegada da luz elétrica, além de as pessoas conquistarem maior conforto no dia-a-dia do seu lar, poderão explorar novas formas de aumentar a renda de seus familiares. DISTRIBUIDORAS CONTRA A FRAUDE DE ENERGIA Profissionais das Cooperativas Certaja, de Taquari, e Certel, de Teutônia, além de representantes da AES Sul, reuniram-se no dia 18 de outubro para compartilhar experiências técnicas e jurídicas sobre fraudes de energia, um problema comum às empresas do setor. Os danos provenientes das fraudes atingem não somente as empresas distribuidoras, como também toda a população. Para as empresas, esses danos dizem respeito à perda no faturamento e à influência negativa nos índices de qualidade do fornecimento DEC (duração das interrupções) e FEC (freqüência das interrupções), que podem causar ocorrências nas redes de distribuição. A população é prejudicada quanto ao fornecimento da energia elétrica que, além das interrupções, pode causar avarias em aparelhos eletroeletrônicos e onerosidade da tarifa. Sem contar a ocorrência de acidentes com a rede elétrica provocada pelas ligações irregulares. A energia elétrica furtada através das fraudes implica também na redução do recolhimento do ICMS, sendo prejudicial para o Estado e para a população. Portanto, a redução das perdas de energia elétrica, além de financeiramente importante para as distribuidoras, implica na melhoria da qualidade da energia fornecida, reduzindo o número de interrupções provocadas por ligações clandestinas. Fraudar energia elétrica é crime de furto, logo, passível de punição. A pena é reclusão de um a quatro anos, podendo ser elevada para dois a oito anos se o crime for cometido mediante fraude no medidor e multa. “É possível rastrear os consumidores fraudadores. Temos equipes em campo atentas a essa irregularidade. Denúncias podem ser feitas pelo Disque Certel Energia, através do telefone gratuito 0800 516300”, salienta o gerente de distribuição de energia elétrica da Certel, engenheiro eletricista Francisco de Oliveira. PRESENÇAS Estiveram presentes o gestor de fiscalização de perdas comerciais Reinaldo Lima de Azevedo e o técnico de fiscalização da AES Sul, Leandro Mattos, representando o gerente comercial Hercules Negreiros; o engenheiro eletricista Éderson Madruga e o eletrotécnico da Certaja, Eleandro Luiz Marques da Silva; o gerente de suprimento de energia elétrica, Ernani Aloísio Mallmann e colaboradores da Certel. 23 infra-estrutura novembro de 2008 destaque novembro de 2008 INCENTIVOS MELHORAM qualidade de vida dos sócios da Certel Vilmar Secco, a esposa Claudete e o filho Itamar estão felizes com a nova casa Érico e Ilse Brandt (c) comemoram a reforma da residência O acesso para construir ou reformar está cada vez mais facilitado. Ao contrário de alguns anos, quando a aprovação de financiamentos demandava tempo e paciência, hoje existem alternativas que agilizam a liberação de recursos para quem deseja melhorar sua qualidade de vida. Os programas habitacionais Casa Pronta Certel, Moradia Rural e Moradia Familiar, que contam com a participação das lojas da Certel, de Teutônia, contribuem neste sentido, beneficiando tanto quem vive na cidade quanto no interior. CASA PRONTA CERTEL Desde o dia 6 de setembro morando em sua nova casa, Vilmar Secco, de Ilópolis, apostou no programa Casa Pronta Certel para oferecer mais comodidade a sua família. “Estamos muito felizes com a nova casa, que oferece mais conforto e tranqüilidade”, comemora juntamente com a esposa Claudete e o filho Itamar. “O financiamento oferecido pelo programa através da Caixa Econômica Federal foi negociado e concretizado na própria loja, não enfrentamos fila e demora. Quem paga aluguel deve optar pelas facilidades existentes para obter a casa própria”, recomenda. pouco tempo atrás, tínhamos somente incentivos para investir na construção de pocilgas, aviários e estrebarias. Carecíamos de um programa habitacional que beneficiasse também os produtores. Já construímos 68 casas novas e reformamos 76, sendo que mais 11 estão em andamento”, conta Becker. MORADIA CAMPONESA Ornélio Vergutz e esposa com Hinrichsen (d) e representante da Certel O programa é uma parceria da Certel com a Caixa Econômica Federal. Além do financiamento, são oferecidos vários modelos de projetos para a construção. O preenchimento do cadastro para o financiamento e a simulação das prestações são feitos na própria loja. Compete à Certel construir e entregar a chave da casa pronta. MORADIA RURAL Com a casa reformada por meio do programa Moradia Rural, o casal Érico João e Ilse Brandt, de Picada Wasem, Marques de Souza, agora não têm mais motivos para reclamar. Através de financiamento obtido, conseguiram reboco, pintura, prontilage, substituíram assoalho por piso e aumentaram a área de serviço, entre outras modificações. “Somos gratos ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Lajeado que, em parceria com a Certel, nos possibilitou a transformação. O programa é importante por permitir que o homem do campo tenha condições de construir e reformar e, principalmente, de manter-se em seu meio, evitando o êxodo rural”, relata dona Ilse. Para ser beneficiado pelo programa Moradia Rural, o produtor deve inscrever-se junto ao STR. De acordo com o vice-presidente do STR de Lajeado, Bruno Becker, o programa contribui para melhorar a qualidade de vida do setor primário. “Até Em Picada Aurora, Cruzeiro do Sul, o produtor Ornélio José Vergutz também reformou sua casa, mas por intermédio do programa Moradia Camponesa, uma parceria do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) com a Certel, STR e Caixa Econômica Federal. Uma reforma total foi efetuada na moradia, que agora está mais confortável. Na visão do presidente do STR de Cruzeiro do Sul e coordenador regional do MPA, Marcos Hinrichsen, o programa se traduz numa das maiores conquistas em prol dos agricultores. “Em nosso município, já atendemos mais de 100 famílias que estão de casa nova ou reformada e outras 40 já estão inscritas. Temos a certeza de que o interior é o melhor lugar para se viver, pois é onde se tem melhor qualidade de vida”, enfatiza.