Crédit Agricole pode "pagar" mais 700 milhões para sair da Grécia

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Crédit Agricole pode "pagar" mais 700 milhões para sair da Grécia
Com a devida vénia transcrevemos artigo publicado na edição do Jornal de Negócios on line
Crédit Agricole pode "pagar" mais 700 milhões para sair da Grécia
Jornal de Negócios Online - negocios@@negocios.pt
O Crédito Agricole (CA) poderá ter que injetar mais 600 a 700 milhões de euros no seu
banco grego para o conseguir "vender" a um dos grupos financeiros do país. O negócio
pode ficar decidido esta semana. Até ao final de Junho, a operação do CA na Grécia
registou perdas de mais de 5,7 mil milhões.
O Banco Central da Grécia está a obrigar o Crédit Agricole, segundo maior acionista do BES, a
injetar mais 600 a 700 milhões de euros no Emporiki, o banco grego que o grupo francês adquiriu
em 2006. A exigência faz parte das condições que o supervisor está a impor aos franceses, no
âmbito das negociações para a venda do banco a um grupo grego, escreve o "The Wall Street
Journal".
De acordo com o jornal norte-americano, o Crédit Agricole (CA) está a estudar três ofertas de
compra do Emporiki. Eurobank Ergasias, National Bank of Greece e Alpha Bank estão disponíveis
para ficar com o banco do CA pelo valor simbólico de um euro. Os franceses poderão tomar uma
decisão sobre a quem entregar a operação grega ainda esta semana.
Os 600 a 700 milhões que as autoridades estão a exigir ao Crédit Agricole destinam-se a fazer face
às perdas esperadas na carteira de crédito do Emporiki nos próximos três anos. Recorde-se que,
em Julho os franceses já injetaram 2,3 mil milhões no banco grego, para reforçar os rácios de
solvabilidade da instituição que, desde 2008, registou perdas acumuladas de 5,7 mil milhões.
Além do aumento das injeções de capital, para conseguir sair do mercado grego, o CA terá ainda
de se comprometer a manter, nos próximos três anos, a linha de crédito que tem com o Emporiki
e que ainda apresenta uma folga de 1,9 mil milhões de euros para ser usada (valor que poderá ser
reduzido), escreve o "The Wall Street Journal". Como contrapartida, os bancos gregos estão
disponíveis para darem como colateral parte das suas carteiras de crédito no sul da Europa de
leste.
Uma das fontes dos sectores público e privado contactadas pelo diário norte-americano garantem
que a qualidade do colateral dado para esta assistência de liquidez e a rapidez na execução da
absorção do Emproiki serão os critérios de escolha do "comprador".
Além do CA, também o banco francês Société Générale está a negociar com um grupo grego, o
Piraeus Bank, para a venda do seu banco na Grécia, o Geniki. Uma operação que poderá ficar
fechada também esta semana.
BCP já admitiu vender operação grega
O BCP, que tem um banco na Grécia, também já admitiu oficialmente poder vender o Millennium
Bank, designadamente participando num processo de consolidação do sistema financeiro
helénico.
Outra das alternativas admitidas pela instituição liderada por Nuno Amado implica o recurso aos
mecanismos do estado grego para apoio à banca a operar no país.
À semelhança do que fez o Crédit Agricole, no final de Junho o BCP constituiu uma imparidade de
450 milhões de euros para fazer face a perdas futuras no seu banco grego.
2012-09-24