magazine - AMERA, Residência Assistida para Seniores
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magazine - AMERA, Residência Assistida para Seniores
DESTAQUES —Novembro 2010 Ateliê de pintura Gabinete de estima À conversa com…Ilza Sousa edição 16 50 exemplares magazine ATELIÊ DE PINTURA Às quartas, e também algumas sextas Às quartas-feiras, e também nalgumas sextas, fazemos um ateliê de pintura, dinamizado por Conceição (São) Nunes. Fomos saber a sua opinião sobre esta actividade, assim como a de alguns residentes, participantes ou não. Como se sente neste ateliê? (São) É muito gratificante. Ensino algumas coisas, aprendo outras. As pessoas pintam com estilos e técnicas diferentes, que acabam por tornar tudo mais estimulante. Gosto muito. O senhor pinta há muitos anos e, provavelmente, continuaria a pintar por sua iniciativa mesmo que não existisse este ateliê. O que o motiva a participar? (José Fernandes) Gosto de imaginar sozinho e executar acompanhado. Prefiro pintar no ateliê. Qual a sua cor favorita? (Noémia Varela) O azul e o preto. O que lhe evocam estas cores? O azul evoca o céu e a paz. Quanto ao preto, trata-se da minha cor de eleição para vestir. Faz-me sentir bem em todo o lado, num passeio, como numa cerimónia. Já tinha pintado em África, nos anos 50. Que emoções sente ao retomar esta actividade? (Noémia Varela) Sinto-me simplesmente rejuvenescida. Este hobby renovado ajuda-a a preencher melhor os seus dias? Fá-la feliz? (Noémia Varela) Sem dúvida. Sinto-me muito bem, muito feliz, nos dias em que temos pintura, apesar de gostar muito de estar sozinha. Esta é a minha actividade favorita. De que modo esta actividade o ajudou na integração na Amera e a encontrar utilidade nas horas menos ocupadas? (José Fernandes) Este é um convívio muito agradável e criativo. De onde vem a inspiração para pintar? (José Fernandes) Alguns dos meus quadros foram sugeridos pela minha mulher, em sonhos. É muito emocionante. Os trabalhos produzidos no ateliê de pintura em exposição permanente no corredor do piso -1. Qual a sua opinião sobre este ateliê? (Ilda Matos) Acho que todos se sentem mais vivos. É estimulante e dá objectivos às pessoas, sem os quais envelheceriam mais depressa. E porque não participa, activamente? (Ilda Matos) Tenho problemas nas mãos, não posso. Venho assistir. Em que outras actividades participaria? (Ilda Matos) Só em actividades passivas. Ouvir ler, dissertar. Prefiro estar na plateia. GABINETE DE ESTIMA Aparentemente a cuidar da aparência No gabinete de estética da Amera, a funcionar de segunda a sexta-feira, cuidamos da autoestima dos nossos residentes, cuidando da sua aparência. Pedimos a Maria Vaz, a profissional responsável por estes cuidados, que nos falasse um pouco sobre esta realidade. Maria Vaz trabalha na Amera desde 2008. No entanto, já nos conhecia desde 2005, quando, juntamente com o marido, procurou a Amera para acolher os seus sogros. Como se alterou a sua perspectiva do que é a Amera, ao passar de cliente a colaboradora? Não houve alteração de perspectiva. A Amera é aquilo que mostra a todos os seus clientes. Todos os elementos da Direcção são muito claros nas suas atitudes. Se assim não fosse, jamais daria este passo. Para integrar a equipa da Amera abandonou uma carreira de 24 anos como cabeleireira profissional em distintos salões lisboetas. O que a levou a dar este passo? Eu nunca gostei muito de mudar de local de trabalho, porque acho necessário criar laços com os clientes. Só assim poderemos ser verdadeiros profissionais. Mas eu própria precisava de algo diferente: queria ser mais útil. Por isso aceitei de imediato o desafio. O que sente que perdeu e ganhou com esta mudança? Que balanço faz? Não perdi nada. Antes pelo contrário, ganhei muito. Faço um balanço muito positivo. Dedicar o meu trabalho aos nossos residentes é algo muito gratificante. Além disso, faço o que gosto e tenho mais tempo para mim e para a minha família. Que serviços presta aos residentes da Amera no gabinete de estética? Presto todo o serviço de cabeleireiro, manicura e pedicura, quer às senhoras quer aos homens. Às senhoras presto ainda o serviço de depilação. Prestar estes serviços a este tipo de população é diferente de os prestar aos seus clientes do passado? Como se preparou para este desafio? Sim, é um pouco diferente. Mas sempre trabalhei em salões com várias faixas etárias, por isso estava habituada a todo o tipo de trabalhos. Durante anos trabalhei com uma colega mais velha, que me ensinou muitas técnicas em cabelos brancos, por isso este desafio só foi bem-vindo. Tem a noção que o seu trabalho contribui decisivamente para melhorar os níveis de auto-estima dos nossos residentes? Como é que isso lhe é dado a perceber no gabinete? Claro que tenho essa noção. E apercebo-me disso por diversos aspectos: o facto de quererem voltar todas as semanas, os comentários que fazem depois de concluído o trabalho, o carinho que mostram ter por mim junto de suas famílias, a alegria de falarem comigo, de modo particular às segundas-feiras, depois do meu fim-desemana e sempre muito preocupados se me vêem menos alegre. Sente que cresceu como ser humano com esta alteração na sua vida? Em que sentido? Claro que sim. Porque todos os dias aprendo um pouco mais, no convívio com os residentes. De facto, todos precisamos uns dos outros e esta experiência tem servido para confirmar esta convicção, que há muito faz parte da minha forma de estar na vida. Perguntámos também a dois dos nossos residentes o que pensam do gabinete de estética Com que frequência utiliza os serviços do nosso gabinete de estética? Joaquina Bruges: Todas as semanas. Renato Pelejão: A cada 3 meses. Que serviços utiliza? Joaquina Bruges: Brushing, tratamento antiqueda, depilação, manicura e pedicura. Renato Pelejão: Corte de cabelo e pedicura. Como avalia a qualidade das instalações do gabinete de estética? Joaquina Bruges: Chegam muito bem. Renato Pelejão: São boas. Satisfazem plenamente. E a qualidade dos serviços prestados? Joaquina Bruges: Isso nem se fala. Renato Pelejão: Excelente. ANIVERSÁRIOS — Novembro 2010 Dia 01, Lina Santos, 91 anos Dia 26, Virgínia neves, 91 anos Dia 12, Mª Luísa Menano, 86 anos Dia 29, Helena Leal, 88 anos Dia 23, Hélio Bruges, 90 anos SABIA QUE… Em 8 de Novembro de 2010 passaram 6 anos sobre o nascimento da Amera. 8 anos sobre a aprovação unânime da resolução 1441 das Nações Unidas que força o desarmamento de Saddam Hussein, sob ameaça de “sérias consequências”. 45 anos sobre a abolição legal da pena de morte no Reino Unido. 50 anos sobre a vitória nas presidenciais norteamericanas de John F. Kennedy. 87 anos sobre a primeira tentativa de Hitler de tomar o poder na Alemanha. 125 anos sobre a descoberta dos Raios-X, por Wilhelm Röntgen. 217 anos da abertura ao público do Museu do Louvre. À CONVERSA COM… Ilza Sousa, supervisora Foi surpreendida pelo convite para supervisora? Super. Quando a Dra. Sónia me chamou para conversar pensei: que foi que fiz errado desta vez? Nunca imaginei ser escolhida para este cargo. Sabia que fazia bem o meu trabalho de assistente. No entanto pensava não ter capacidades para ser chamada a desempenhar esta função sob a direcção da Dra. Sónia. Nascida no Brasil, em Corumbá, no estado de Goiás, Ilza Sousa, tem 39 anos. Está em Portugal desde 1999. Chegou à Amera, em 2008, como assistente. Cedo evidenciou o seu potencial de liderança, pelo que em Julho deste ano foi promovida a supervisora. O que a levou a candidatar-se a esta profissão, não tendo qualquer experiência? Precisava trabalhar. E, por outro lado, tinha curiosidade de aprender a cuidar de pessoas em contexto profissional. Quais as principais dificuldades com que se debateu nos primeiros meses de trabalho? O trabalho, em si mesmo, não me colocou dificuldades. Senti-as, sim, no nível de exigência da Direcção no cumprimento das normas e procedimentos de cuidados aos residentes. Mas isso foi sempre também um factor de motivação. A sua experiência de vida pessoal ajudou-a a compreender a dependência? Ajudou muito. Quando eu era solteira fui voluntária da Igreja e gostava muito de assistir as pessoas necessitadas, em casa, ou na prisão. Além disso, quando eu cheguei à Amera contava já com 2 anos de experiência de cuidados diários ao meu marido, que foi vítima de um acidente. A sua capacidade de liderança de equipas foi rapidamente detectada pela Direcção da Amera. Já conhecia esta sua característica? Sim. No passado já tinha sido escolhida para liderar equipas, embora com níveis de responsabilidade menores. Sem envolver vidas. O que representa para si, profissional e pessoalmente, esta promoção? Desde cedo vivi para os outros. Parei de estudar, porque o mais importante era ganhar dinheiro para fazer face às responsabilidades. Apesar de sempre ter acreditado no meu potencial e ter tido vontade de crescer, sinto que, nesse processo, acabei por “adormecer”. Agora sinto que acordei, com os incentivos da Dra. Sónia. Estou-lhe muito agradecida pela confiança e oportunidade. Quais são, na sua opinião, as suas funções como supervisora? Como assistente entendia que o meu papel era garantir que as necessidades dos residentes estavam sempre atendidas. Como supervisora, entendo que o meu papel é garantir que cada assistente trabalha como eu trabalhava naquelas funções. No início de Outubro esteve uma semana em formação, no Congresso Português de Geriatria e Gerontologia. Que desafios identificou para o seu futuro nesta função? No fundo, identifiquei, essencialmente, outras necessidades de formação. O que gostou mais? As apresentações sobre trabalho comunitário. Para além das estatísticas e da ciência, o que me interessou foi saber que acções concretas chegam às pessoas. Já está a aplicar na prática conhecimentos adquiridos nesta formação? Sim. Participei num workshop na área da prevenção de escaras cujas técnicas tenho vindo persistentemente a passar às assistentes.