ISOTERMAS DE DESSORÇÃO DE GRÃOS DE FEIJÃO MACASSAR
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ISOTERMAS DE DESSORÇÃO DE GRÃOS DE FEIJÃO MACASSAR
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.61-70, 2004 ISSN 1517-8595 61 ISOTERMAS DE DESSORÇÃO DE GRÃOS DE FEIJÃO MACASSAR VERDE (Vigna unguiculata (L.) Walpers), VARIEDADE SEMPRE-VERDE José Rildo de Oliveira1, Mário Eduardo R. Cavalcanti Mata2 Maria Elita Martins Duarte2 RESUMO Com a finalidade de estudar o comportamento do feijão macassar (Vigna unguiculata (L.) Walpers) durante o processo de secagem, determinou-se, experimentalmente, a umidade relativa de equilíbrio para quatro diferentes temperaturas (20, 30, 40 e 50 ºC) e umidade relativa entre 0,10 e 0,85 (base seca). O feijão foi colhido com teor de umidade médio de 65%, base úmida. Os dados experimentais foram ajustados pelos modelos de Henderson modificado, Chung-Pfost modificado, Cavalcanti Mata, Halsey modificado, Sigma-Copace e Oswin modificado. Os modelos de Cavalcanti Mata, Henderson modificado e o de Oswin modificado foram os que proporcionaram melhor ajuste aos dados experimentais. Palavras chave: isotermas, secagem, teor de umidade de equilíbrio. DESORPTION ISOTHERM OF COWPEA (Vigna unguiculata (L.) Walpers), ALWAYSGREEN VARIETY. ABSTRACT. The equilibrium relative humidity for four different temperatures (20, 30, 40 and 50 ºC) and relative humidity between 0,10 and 0,85 (dry base) was experimentally determined to study the behavior of the cowpea (Vigna unguiculata (L.) Walpers) during the drying process. The cowpea was picked with medium humidity text of 65%, humid base. The experimental data were adjusted by the follow models: modified Henderson’s, modified Chung-Pfost’s, Cavalcanti Kills’s, modified Halsey’s, Sigma-Copace’s and modified Oswin’s. Cavalcanti Kill´s, modified Henderson´s and modified Oswin´s models were the ones they provided better adjustment to the experimental data. Keywords: isotherms, drying, equilibrium moisture content INTRODUÇÃO Segundo dados do IBGE (Levan-tamento Sistemático da Produção Agrícola de 1997 a 2001), o feijão macassar (Vigna unguiculata (L.) Walpers) representa cerca de 14% da produção total de feijão do Brasil, e 47% da produção total de feijão da região Nordeste. Por ser uma cultura adaptada ao clima tropical, pode ser cultivada no Brasil, tanto no clima seco da região Nordeste, como no clima úmido da região Norte, constituindo-se numa das principais fontes de renda para pequenos agricultores, além de base alimentar para populações rurais e urbanas. SILVA et al. (1999), avaliou a composição química de sementes de oito genótipos de feijão macassar, e obteve os seguintes resultados expressos em percentagem de peso seco: proteína total de 22,43 a 29,29%; carboidratos de 51,09 a 62,62%; lipídio total de 0,97 a 2,01%; cinza de 3,14 a 3,70%. O teor de proteína solúvel variou de 66,48 a 90,88% miligrama de proteína por grama de farinha.de uma maneira geral, os grãos dessa cultura são ricos em proteínas, ___________________ Protocolo 531 de 08 / 07/2004 1 Aluno de Doutorado em Engenharia de Processos CCT/UFCG Tel. (083) 333-1040 e-mail: [email protected] Professor (a) Dr (a) do Departamento de Engenharia Agrícola, UFCG. Av. Aprígio Veloso 882, Bodocongó, Cep 58109970, Campina Grande – PB E-mail: [email protected] 1 Isotermas de dessorção de grãos de feijão macassar verde, variedade sempre-verde. 62 carboidratos e outros nutrientes. Suas proteínas são de alto valor nutritivo, ricas em lisina e outros aminoácidos essenciais, com exceção dos aminoácidos sulfurados metionina e cisteína. As curvas de equilíbrio higroscópicos são propriedades termodinâmicas úteis para se determinar às interações que ocorrem entre a água e os elementos componentes do produto. Segundo Corrêa et al. (2000), essas curvas podem servir como parâmetro indicativo de embalagens apropriadas para melhor conservação do produto durante o período de estocagem A modelagem e a simulação de secagem ou armazenamento dependem muito do conhecimento prévio das curvas de equilíbrio do produto com o ambiente, a uma certa temperatura e umidade relativa do ar. Na literatura especializada, existe um numero considerável de modelos empíricos e semi-empíricos destinados ao ajuste de dados experimentais de umidade de equilíbrio. Rao e Pappas (1987) efetuaram o levantamento das curvas de adsorção do feijão macassar e ajustaram os dados pelos modelos de BET, Chung-Pfost, Halsey, Oswin, Henderson e Smith. Ajibola et al. (2003) utilizaram as equações de Henderson, Chung-Pfost, Henderson modificada e Halsey modificada para ajustar as isotermas de adsorção do feijão macassar Timmermann et al. (2001) estudaram a diferença existente no valor da monocamada fornecida pelo modelo de BET em relação ao de GAB, para uma relação de quatorze produtos alimentícios. Para o feijão macassar colhido verde, ou seja, na fase de pré maturação, com teor de umidade médio de 65%, base úmida, não foi encontrado na literatura consultada dados sobre a atividade de água do produto. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo obter as curvas de dessorção para temperaturas de 20, 30, 40 e 50 ºC, atividade de água na faixa de 0,10 a 0,85. Equipamentos utilizados: Balança digital modelo HR-200, precisão de quatro casas decimais; Estufa com remoção e circulação de ar, modelo MA035, marca MARCONI, capacidade de aquecimento até 200 ºC e velocidade do ar de 1,6m/s; Novasina (equipamento que possibilita a leitura direta da atividade de água do produto), que opera com temperaturas de 0 a 50 ºC. Para cada temperatura, foram preparadas cinco amostras, que contêm, cada uma, quinze grãos de feijão macassar verde, com teor de umidade médio de 65%, base úmida, e colocadas na estufa a 70 ºC. À medida que se processava a secagem, retirava-se uma amostra de cada vez, e colocava-se no Novasina para determinação da umidade de equilíbrio. Ao final do experimento as amostras foram deixadas por um período de setenta e duas horas em uma estufa à temperatura de 105 ºC, para determinação da massa de sólido seco. A umidade de equilíbrio foi calculada pela seguinte equação: U eq meq m ss m ss (1) em que, U eq = umidade de equilíbrio (base seca); meq = massa da amostra no equilíbrio (g); mss = massa de sólido seco (g). Os modelos matemáticos foram analisados tomando-se como parâmetro o valor do coeficiente de determinação (R2), o desvio percentual médio (P) e no erro relativo (ε), expressos por: P MATERIAIS E MÉTODOS Os experimentos para obtenção dos valores da umidade de equilíbrio do produto foram realizados no Laboratório de Transferência de Calor e Massa em Meios Porosos do Departamento de Engenharia Química, DEQ/UFCG/Campus I. Oliveira et al. 100 n n U exp U cal i 1 U exp U exp U cal U exp .100 (2) (3) em que, U exp = valor experimental da umidade de equilíbrio; U cal = valor calculado da umidade de equilíbrio; n = quantidade de dados experimentais. Aos valores experimentais das isotermas de dessorção foram ajustados los modelos de Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.61-70, 2004 Isotermas de dessorção de grãos de feijão macassar verde, variedade sempre-verde. Henderson modificado, Oswin modificado, Chung-Pfost modificado, Halsey modificado, Cavalcanti Mata e Sigma-Copace (Tabela 1). O ajuste dos modelos matemáticos aos dados experimentais foi feito por meio do software Oliveira et al. 63 Statistica 5.0, utilizando-se análise de regressão não linear, pelos métodos de Quasi-Newton e Hooke-Jeeves/Quasi-Newton, e critério de convergência de 0,0001. Tabela 1 - Modelos matemáticos utilizados no ajuste das curvas de equilíbrio higroscópico de grãos de feijão macassar colhidos com teor de umidade médio de 65%, base úmida Modelo Equação Halsey modificado Ue = exp (a+(b x T)) x (-log(Aw)) (-1/c) Ue = (log(1-Aw)/(-a x (T+b))) (1/c) Henderson modificado Chung-Pfost modificado Ue = (-1/c) x log (-(T+b) x log(Aw)/a) (1/c) Cavalcanti Mata Ue = (log (1-Aw)/(a x (T b))) Oswin modificado Ue = (a + b x T) x (Aw/(1-Aw)) Sigma-Copace c Ue = exp (a-(b x T) + (c x exp(Aw))) a, b, e c são constantes do modelo; Ue é a umidade de equilíbrio (base seca); Aw é a atividade de água, (decimal) e T é a temperatura (ºC). RESULTADOS E DISCUSSÃO Nas Tabelas 2 e 3, verifica-se que, para todas as temperaturas utilizadas, há uma discrepância considerável entre o valor experimental e o calculado, para umidade de equilíbrio experimental de 2,65, 2,18, 3,16 e 3,12%, base seca, que corresponde a uma atividade de água de 0,10 (±0,01). Os modelos de Halsey modificado e Sigma-Copace foram os que apresentaram maior valor do erro relativo (ε), o que pode ser visualizado, também, nas Figuras 3 e 4. O modelo de Cavalcanti Mata foi o que apresentou erro relativo de menor magnitude, seguido do modelo de Henderson modificado, conforme Figuras 1 e 2.. Uma das hipóteses a ser investigada seria a maturidade do produto, ou seja, passar a colher o produto após o período de maturação, quando ele apresenta maiores índices de massa e com teor de umidade média em torno de 35%, base úmida. Dos seis modelos utilizados, três apresentaram coeficiente de correlação superior a 99%: Cavalcanti Mata, Henderson modificado e Oswin modificado. O primeiro modelo, dentre todos, foi o que obteve o menor desvio percentual médio (P). Os modelos de Halsey, Chung-Pfost e de Sigma-Copace, apresentaram os maiores valores para desvio percentual médio, conforme consta na Tabela 4. Analisando o ajuste das curvas (Figuras 1 a 6) efetuado pelos três primeiros modelos, conforme dispostos na Tabela 4, observa-se que, para as temperaturas de 20 e 30 ºC, o modelo de Oswin não ajustou tão bem quanto para 40 e 50 ºC. Já os modelos de Henderson modificado e Cavalcanti Mata mostraram um comportamento mais uniforme nos ajustes das curvas de isotermas para as quatro temperaturas estudadas. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.61-70, 2004 Isotermas de dessorção de grãos de feijão macassar verde, variedade sempre-verde. 64 Oliveira et al. Tabela 2.- Umidade de equilíbrio higroscópico calculada (Ucalc) e erro relativo (ε), do feijão macassar verde colhido com teor de umidade de 65%, base úmida, para diferentes temperaturas e modelos matemáticos Modelos T (ºC) 20 20 20 20 20 20 20 20 20 30 30 30 30 30 30 30 30 30 40 40 40 40 40 40 40 40 40 50 50 50 50 50 50 50 50 50 Uexp (b.s.) 29,45 23,3 16,86 15,30 12,60 10,09 8,50 6,32 2,65 26,80 20,60 16,10 12,45 11,53 8,85 7,31 6,23 2,18 25,50 19,91 14,80 11,80 10,45 9,30 7,20 6,25 3,16 24,70 18,30 13,55 11,05 9,61 7,76 6,30 5,70 3,12 Henderson modificado Cavalcanti Mata Chung-Pfost modificado Ucalc (b.s.) ε (%) Ucalc (b.s.) ε (%) Ucalc (b.s.) ε (%) 30,20 23,71 19,13 15,49 12,39 9,62 7,04 5,79 3,25 27,22 21,37 17,24 13,96 11,16 8,67 6,35 5,22 2,92 24,83 19,49 15,73 12,73 10,19 7,91 5,79 4,76 2,67 22,88 17,96 14,49 11,73 9,38 7,29 5,34 4,39 2,46 -2,56 -1,76 -13,48 -1,24 1,67 4,65 17,12 8,37 -22,45 -1,56 -3,72 -7,09 -12,12 3,17 2,03 13,15 16,24 -34,13 2,62 2,09 -6,28 -7,92 2,53 14,95 19,56 23,82 15,57 7,37 1,86 -6,95 -6,18 2,34 6,08 15,29 23,04 21,22 28,80 22,71 18,40 14,95 12,01 9,37 6,90 5,69 3,22 26,51 20,90 16,93 13,76 11,05 8,62 6,35 5,24 2,97 25,00 19,71 15,97 12,98 10,42 8,13 5,99 4,94 2,80 23,88 18,83 15,25 12,40 9,96 7,77 5,72 4,72 2,67 2,20 2,53 -9,11 2,28 4,71 7,17 18,85 9,97 -21,58 1,07 -1,48 -5,17 -10,54 4,15 2,58 13,13 15,92 -36,06 1,96 1,00 -7,88 -9,97 0,28 12,58 16,85 20,98 11,49 3,30 -2,90 -12,58 -12,20 -3,60 -0,09 9,21 17,21 14,36 26,57 21,65 18,17 15,35 12,85 10,49 8,10 6,81 3,73 25,59 20,67 17,19 14,37 11,88 9,52 7,12 5,84 2,75 24,71 19,79 16,32 13,49 11,00 8,64 6,25 4,96 1,88 23,92 19,00 15,52 12,70 10,21 7,85 5,45 4,17 1,08 9,80 7,10 -7,76 -0,29 -1,99 -4,00 4,72 -7,82 -40,72 4,52 -0,34 -6,78 -15,41 -3,00 -7,56 2,54 6,29 -26,28 3,09 0,58 -10,24 -14,35 -5,26 7,06 13,22 20,61 40,60 3,17 -3,82 -14,55 -14,91 -6,19 -1,13 13,44 26,89 65,32 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.61-70, 2004 Isotermas de dessorção de grãos de feijão macassar verde, variedade sempre-verde. Oliveira et al. 65 Tabela 3.- Umidade de equilíbrio higroscópico calculada (Ucalc) e erro relativo (ε), do feijão macassar verde colhido com teor de umidade de 65%, base úmida, para diferentes temperaturas e modelos matemáticos Modelos T (ºC) Uexp (b.s.) 20 20 20 20 20 20 20 20 20 30 30 30 30 30 30 30 30 30 40 40 40 40 40 40 40 40 40 50 50 50 50 50 50 50 50 50 29,45 23,3 16,86 15,30 12,60 10,09 8,50 6,32 2,65 26,80 20,60 16,10 12,45 11,53 8,85 7,31 6,23 2,18 25,50 19,91 14,80 11,80 10,45 9,30 7,20 6,25 3,16 24,70 18,30 13,55 11,05 9,61 7,76 6,30 5,70 3,12 Halsey modificado Sigma-Copace Oswin modificado Ucalc (b.s) ε (%) Ucalc (b.s.) ε (%) Ucalc (b.s.) ε (%) 30,54 21,42 16,66 13,59 11,35 9,58 8,06 7,34 5,88 28,47 19,96 15,53 12,67 10,58 8,93 7,51 6,84 5,48 26,54 18,61 14,48 11,81 9,87 8,32 7,00 6,38 5,11 24,74 17,34 13,49 11,01 9,20 7,76 6,53 5,95 4,76 -3,71 8,08 1,17 11,16 9,89 5,07 5,20 -16,20 -121,81 -6,24 3,09 3,53 -1,76 8,21 -0,88 -2,75 -9,87 -151,33 -4,07 6,54 2,18 -0,08 5,60 10,52 2,76 -2,10 -61,61 -0,15 5,22 0,41 0,38 4,32 0,04 -3,59 -4,33 -52,56 29,92 22,43 17,29 13,66 11,04 9,10 7,64 7,05 6,06 27,87 20,90 16,11 12,72 10,28 8,48 7,12 6,56 5,65 25,96 19,47 15,00 11,85 9,58 7,90 6,63 6,12 5,26 24,18 18,14 13,98 11,04 8,92 7,36 6,18 5,70 4,90 -1,59 3,72 -2,55 10,73 12,41 9,82 10,11 -11,50 -128,79 -4,00 -1,45 -0,04 -2,20 10,84 4,23 2,63 -5,36 -159,08 -1,82 2,22 -1,37 -0,45 8,36 15,10 7,90 2,16 -66,52 2,09 0,90 -3,14 0,07 7,17 5,22 1,95 0,07 -57,08 29,79 21,96 17,44 14,27 11,77 9,63 7,65 6,67 4,52 27,88 20,55 16,33 13,36 11,02 9,01 7,16 6,24 4,23 25,97 19,14 15,21 12,44 10,26 8,40 6,67 5,81 3,94 24,06 17,74 14,09 11,53 9,51 7,78 6,18 5,38 3,65 -1,15 5,77 -3,46 6,73 6,58 4,55 9,99 -5,46 -70,45 -4,03 0,25 -1,40 -7,29 4,45 -1,85 2,04 -0,13 -93,90 -1,85 3,85 -2,76 -5,44 1,79 9,71 7,35 7,02 -24,62 2,57 3,08 -3,99 -4,33 1,05 -0,26 1,89 5,54 -16,96 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.61-70, 2004 66 Isotermas de dessorção de grãos de feijão macassar verde, variedade sempre-verde. Oliveira et al. Tabela 4 - Valores dos parâmetros (a, b e c), do coeficiente de correlação (R2) e do desvio percentual médio (P), das equações utilizadas para encontrar a umidade de equilíbrio do feijão macassar, em função da temperatura e da umidade relativa Parâmetros Modelos a b c R2 P Cavalcanti Mata -0,010024 0,269730 1,319757 99,24 9,08 14,6192 -0,082976 0,479741 99,45 9,26 0,000331 49,24680 1,295806 99,10 9,78 Oswin modificado Henderson modificado Chung-Pfost modificado 0,116087 63,41235 296,0918 98,69 11,70 Halsey modificado 2,429106 -0,006977 1,609155 98,67 14,90 Sigma-Copace 0,515106 0,007091 1,293020 98,70 15,68 Equação de Cavalcanti Mata 0 Umidade de equilibrio (% base seca) Experimental (20 C) 0 Experimental (30 C) 30 0 Experimental (40 C) 0 25 Experimental (50 C) 0 Calculado (20 C) 0 Calculado (30 C) 0 Calculado (40 C) 0 Calculado (50 C) 20 15 10 5 0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Umidade relativa (decimal) Figura 1 - Isotermas de dessorção de feijão macassar, ajustadas pelo modelo de Cavalcanti Mata Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.61-70, 2004 Isotermas de dessorção de grãos de feijão macassar verde, variedade sempre-verde. Oliveira et al. 67 Equação de Henderson modificada 0 Experimental (20 C) Umidade de equilibrio (% base seca) 35 0 Experimental (30 C) 0 Calculado (30 C) 0 Calculado (40 C) 0 Calculado (50 C) Experimental (40 C) 30 0 Calculado (20 C) Experimental (50 C) 0 0 25 20 15 10 5 0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Umidade relativa (decimal) Figura 2 - Isotermas de dessorção de feijão macassar, ajustadas pelo modelo de Henderson modificado Equação de Sigma-Copace 0 Experimental (20 C) 0 Umidade de equilibrio (% base seca) Experimental (30 C) 30 0 Calculado (20 C) 0 Calculado (30 C) 0 Calculado (40 C) 0 Calculado (50 C) Experimental (40 C) Experimental (50 C) 0 0 25 20 15 10 5 0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Umidade relativa (decimal) Figura 3 - Isotermas de dessorção de feijão macassar, ajustadas pelo modelo de Sigma-Copace Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.61-70, 2004 68 Isotermas de dessorção de grãos de feijão macassar verde, variedade sempre-verde. Equação de Halsey modificada 40 0 0 Experimental (20 C) Umidade de Equilibrio (% base seca) Oliveira et al. Calculado (20 C) 0 35 0 Experimenatal (30 C) Calculado (30 C) 0 0 Experimental (40 C) 30 Calculado (40 C) 0 0 Experimental (50 C) Calculado (50 C) 25 20 15 10 5 0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Umidade relativa (decimal) Figura 4 - Isotermas de dessorção de feijão macassar, ajustadas pelo modelo de Halsey modificado Equação de Oswin modificada 0 Calculado (20 C) 0 Calculado (30 C) 0 Calculado (40 C) 0 Calculado (50 C) Umidade de equilibrio (% base seca) Experimental (20 C) Experimental (30 C) 30 Experimental (40 C) Experimental (50 C) 25 0 0 0 0 20 15 10 5 0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Umidade relativa (decimal) Figura 5 - Isotermas de dessorção de feijão macassar, ajustadas pelo modelo de Oswin modificado Equação de Chung Pfost 0 Experimental (20 C) Umidade de equilibrio (% base seca) 0 Experimental (30 C) 30 0 Experimental (40 C) 0 Experimental (50 C) 25 0 Calculado (20 C) 0 Calculado (30 C) 0 Calculado (40 C) 0 Calculado (50 C) 20 15 10 5 0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Umidade relativa (decimal) Figura 6 - Isotermas de dessorção de feijão macassar, ajustadas pelo modelo de Chung-Pfost modificado Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.61-70, 2004 Isotermas de dessorção de grãos de feijão macassar verde, variedade sempre-verde. 69 Equação de Oswin modificada Equação de Cavalcanti Mata 2,0 Oliveira et al. 1,5 1,5 1,0 0,5 0,5 0,0 Residuos Residuos 1,0 0,0 -0,5 -0,5 -1,0 -1,0 -1,5 -1,5 -2,0 -2,5 0 5 10 15 20 25 30 0 5 Valores calculados 15 20 25 30 Valores calculados Equação de Chung-Pfost modificada Equação de Henderson modificada 2 3 1 2 Residuos Residuos 10 0 -1 1 0 -1 -2 -2 -3 0 5 10 15 20 25 30 0 5 Valores calculados 10 15 20 25 30 Valores calculados Equação de Halsey modificada 2 1 1 0 0 Residuos Residuos Equação de Sigma-Copace 2 -1 -2 -3 -1 -2 -3 -4 5 10 15 20 25 30 35 Valores calculados -4 5 10 15 20 25 30 Valores calculados Figura 7 - Distribuição dos resíduos para os modelos matemáticos utilizados nas isotermas de dessorção de feijão macassar. Na Figura 7, encontra-se a distribuição dos resíduos dos 6 modelos propostos para representar as isotermas de equilíbrio higroscópico do feijão macassar, obtidos com base na diferença entre os valores experimentais e os valores calculados. Nessa figura, observase que os resíduos dos modelos propostos por Chang Pfost modificado, Halsey modificado e Sigma Copace, apresentam um comportamento tendencioso, o que nos leva a enunciar que esses modelos são menos indicados para descrever a relação de higroscopicidade do feijão macassar com o meio que o circunda. Contudo, os modelos propostos por; Cavalcanti Mata, Henderson Modificado e Oswin modificado apresentam uma distribuição Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.61-70, 2004 70 Isotermas de dessorção de grãos de feijão macassar verde, variedade sempre-verde. Oliveira et al. aleatória dos resíduos, o que permite afirmar que essas equações representam de forma mais satisfatória os dados experimentais e conseqüentemente expressam melhor o fenômeno físico de higroscopicidade do feijão macassar. Corrêa, P. C.; Afonso Júnior, P. C.; Stringheta P. C. Estudo do fenômeno de adsorção de água e seleção de modelos matemáticos para representar a higroscopicidade do café solúvel. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, v.2, n.1, p.19-25, 2000. CONCLUSÃO Pappas, G.; Rao, V.N.M. Sorption isotherms of cowpeas from 25ºC to 70ºC. Transactions of the ASAE, v.30, n.5, p.1478-1483, 1987. Com base nos resultados obtidos pode-se concluir que a equação proposta por Cavalcanti Mata, Henderson modificado e Oswin modificado foram as que melhor se ajustaram as dados experimentais de isotermas de equilíbrio higroscópico do feijão macassar verde, para as temperaturas de 20, 30, 40 e 50 ºC e atividade de água de 0,10 a 0,85. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Ajibola, O. O.; Aviara, N. A.; Ajetumobi, O. E. Sorption equilibrium and thermodynamic properties of cowpea (Vigna unguiculata). Journal of Food Engineering, v.58, p. 317324, 2003. Silva, S. M. de S. e; Freire Filho, F. R.; Nogueira, M. do S. da R Composição química e protéica de sementes de oito genótipos de feijão caupi (Vigna unguiculata (L) Walp.). Teresina: EMBRAPA - Centro de Pesquisa Agropecuária do Meio-Norte, 1999. 3p. (Comunicado Técnico n.º 105) Timmermann, E. O.; Chirife, J.; Iglesias, H. A. Water sorption isotherms of foods and foodstuffs: BET or GAB parameters? Journal of Food Engineering, v.48, p.1931, 2001. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.61-70, 2004