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PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM CIÊNCIA ANIMAL CARACTERIZAÇÃO DO SÊMEN, DO PLASMA SEMINAL E CONCENTRAÇÃO SÉRICA DE TESTOSTERONA EM CERVO SAMBAR (Cervus unicolor) EM CATIVEIRO NA PRIMAVERA ELLYN AMANDA FONSECA MARTINS Presidente Prudente 2012 PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM CIÊNCIA ANIMAL CARACTERIZAÇÃO DO SÊMEN, DO PLASMA SEMINAL E CONCENTRAÇÃO SÉRICA DE TESTOSTERONA EM CERVO SAMBAR (Cervus unicolor) EM CATIVEIRO NA PRIMAVERA ELLYN AMANDA FONSECA MARTINS Dissertação apresentada a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Universidade do Oeste Paulista, como requisito para obtenção de título de Mestre em Ciência Animal. Área de Concentração: Fisiopatologia Animal Orientador: Prof. Dr. Marcelo George Mungai Chacur Presidente Prudente – SP 2012 636.294 M386a Martins, Ellyn Amanda Fonseca Caracterização do sêmen, do plasma seminal e concentração sérica de testostenora em cervo sambar (Cervus unicolor) em cativeiro na primavera / Ellyn Amanda Fonseca Martins. – Presidente Prudente, 2012. 42 f.: il. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) – Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE: Presidente Prudente – SP, 2012. Bibliografia. 1. Cervos. 2. Sêmen. 3. Testosterona. I. Título. ELLYN AMANDA FONSECA MARTINS CARACTERIZAÇÃO DO SÊMEN, DO PLASMA SEMINAL E CONCENTRAÇÃO SÉRICA DE TESTOSTERONA EM CERVO SAMBAR (Cervus unicolor) EM CATIVEIRO NA PRIMAVERA Dissertação apresentada a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Universidade do Oeste Paulista, como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciência Animal. Presidente Prudente, 20 de setembro de 2012. BANCA EXAMINADORA ____________________________________ Orientador: Prof. Dr. Marcelo George Mungai Chacur Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE, Presidente Prudente - SP ____________________________________ Banca: Profª. Drª. Caliê Castilho Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE, Presidente Prudente - SP ____________________________________ Banca: Profª. Drª. Sandra H. Gabaldi Wolf Faculdades Adamantineses Integradas - FAI Adamantina - SP DEDICATÓRIA A DEUS, por guiar meu caminho e estar sempre presente em minha vida me fortalecendo nas minhas horas de fraqueza. Aos Meus Pais Antônia e Faustino, que me proporcionaram uma vida digna onde eu pudesse crescer e acreditar que tudo é possível, desde que sejamos honestos, íntegros de caráter e tendo a convicção de que desistir nunca seja uma ação continua em nossas vidas; que sonhar e caracterizar os sonhos só dependerá de nossa vontade. Ao meu irmão Rômulo, pela amizade que nos mantém unidos hoje e sempre. Ao meu amado filho Miguel por ser a minha maior inspiração para lutar cada vez mais pelos meus objetivos. Ao meu Professor e Orientador Dr. Marcelo George Mungai Chacur pela compreensão constante, pela confiança, pelo incentivo e generosidade de partilhar sua sabedoria e conhecimento. Obrigado pela oportunidade e honra de ser sua orientada. AGRADECIMENTOS A Universidade do Oeste Paulista – Unoeste, Programa de mestrado em Ciência Animal e ao Curso de Medicina Veterinária. Ao Zoológico de Presidente Prudente pelo apoio nesse trabalho. Aos Professores Dra. Eunice Oba, Dr. Luciana Machado Guaberto, Dr. Rogério Giuffrida e Dr. Osimar Sanches. A colega de mestrado e amiga Aline Aparecida da Silva, obrigado pela colaboração, incentivo e apoio para com o meu trabalho. Ao funcionário do zoológico Jair Florentino pela colaboração através de sua destreza dentro de sua prática em realizar as capturas dos cervos e a dedicação para com os mesmos. “[...]Ninguém se desanime, nem pela falta de prêmio, nem pela baixeza do nascimento, cada um é capaz de fazer-se nobre, este é o segundo nascimento que depende do próprio valor, e em que se nasce, não para uma vida breve, mas sim para a eternidade de um grande nome.[...]”. Domingo Loreto Couto,1981, p. 140. RESUMO Caracterização do sêmen, do plasma seminal e concentração sérica de testosterona em cervo sambar (Cervus unicolor) em cativeiro na primavera O objetivo do trabalho foi avaliar o quadro espermático e protéico do plasma seminal e o perfil endócrino, em cervos criados em cativeiro. Quatro machos com idades entre 12 e 36 meses foram avaliados. Em quatro momentos com intervalos de sete dias, obteve-se o peso (60,5 a 89,0 kg) e o índice de massa corporal (93,07 kg/m2 a 126,56 kg/m2). Foram realizadas quatro colheitas de sêmen por animal, com intervalo de sete dias, por meio de eletroejaculador. Obteve-se os seguintes valores: volume do ejaculado (0,50±0,35 mL a 0,75±0,28 mL), motilidade espermática (87,75±4,78% a 90,00±7,07%), defeitos totais (17,25±5,81% a 47,72±17,55%) e testosterona plasmática (6,43±4,33 ng/dL a 166,00±64,48 ng/dL). A eletroforese em SDS-PAGE revelou bandas proteicas entre 7,6 kDa e 142 kDa. O plasma seminal apresentou uma grande gama de proteínas entre 7,6 kDa e 142 kDa. A idade influi na concentração de testosterona, sendo essa maior na faixa dos 36 meses. Palavras-chave: Cervo. Morfometria corpórea. Sêmen. Proteinas do plasma seminal. Testosterona. ABSTRACT Characterization semen, of seminal plasma and concentration serum testosterone in sambar deer (Cervus unicolor) in captivity in the spring The objective of this study was to evaluate the framework sperm and protein seminal plasma and endocrine profile in deer bred in captivity. Four males aged between 12 and 36 months were evaluated. In four times at intervals of seven days, gave the weight (60.5 to 89.0 kg) and body mass index (93.07 kg/m2 to 126.56 kg/m2). There were four semen samples per animal, with an interval of seven days, by electroejaculation. Gave the fallowing values: ejaculate volume (0.50 ± 0.35 ml to 0.75 ± 0.28 ml), motility (87.75 ± 4.78% to 90.00 ± 7.07%) total defects (17.25 ± 5.81% and 47.72 ± 17.55%) and plasma testosterone (6.43 ± 4.33 ng/dL at 166.00 ± 64.48 ng/dL). Electrophoresis on SDS-PAGE revealed protein bands between 7.6 kDa and 142 kDa. Seminal plasma showed a wide range of proteins between 7.6 kDa and 142 kDa. Age influences the testosterone concentration, being higher in the range of 36 months. Keywords: Deer. Testosterone. Body morphometry. Semen. Seminal plasma proteins. LISTA DE ABREVIATURAS ABP – Proteína Carreadora de Andrógeno DHT – Diidrotestosterona FSH – Hormônio Folículo Estimulante GAGs – Glicosaminoglicanas HE – Hematoxilina-eosina IEF – Focalização Isoelétrica IMC – Indice de Massa Corpóreo kDa – Kilodalton Kg – quilograma LH – Hormônio Luteinizante NaCl – Cloreto de Sódio RIA – Radioimunoensaio SDS – Dodecil Sulfato de Sódio TeBG – Globulina Ligada à Testosterona TRIS HCl – Tris (hidroximetil) aminometano hidrocloreto SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 11 2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 12 2.1 Fisiologia Reprodutiva dos Cervídeos ........................................................ 12 2.1.1 Idade à puberdade .................................................................................. 12 2.1.2 Características gerais dos testículos ....................................................... 13 2.1.3 Células de Sertoli .................................................................................... 13 2.1.4 Células de Leydig .................................................................................... 15 2.1.5 Testosterona ........................................................................................... 16 2.2 Proteínas do Plasma Seminal ..................................................................... 17 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 20 3 ARTIGO CIENTÍFICO .................................................................................... 24 ANEXO ............................................................................................................. 38 11 1 INTRODUÇÃO A família Cervídae, da qual fazem parte os veados, pertencem à ordem Artiodactyla (MAIA, 1993) e se caracterizam por possuir quatro dedos, sendo o terceiro e o quarto são funcionais, estando atrofiados o segundo e o quinto dedos e recobertos por tecido queratinoso, dão origem ao casco (WALKER, 1991). São os ruminantes selvagens mais disseminados no mundo, sendo encontrados em quase todo o continente, exceto na Antártida (VAN SOEST, 1994). Existem 19 gêneros, 52 espécies distribuídas nas Américas, Europa, Ásia e África. Porém, o cervo sambar vive nas encostas das florestas do Sri Lanka, Índia, Sul da China, Taiwan, Malásia, Indonésia e Filipinas. Foi introduzido na Nova Zelândia, na Austrália e na Flórida (WILSON; REEDER, 2005). Os cervídeos possuem várias glândulas odoríferas que desempenham importante papel na comunicação entre exemplares da mesma espécie. Estão localizadas na região nasal, pré-orbitais, metatarsais, tarsais e interdigitais. Todos os cervídeos apresentam olfato, audição e visão muito desenvolvidos (DUARTE; MERINO, 1997). O período de gestação é de aproximadamente oito meses, as fêmeas são uníparas e suas crias nascem com a mesma pelagem dos exemplares adultos que chegam a pesar entre 100 e 130 kg (GARDNER, 1971). Durante o Inverno, machos e fêmeas vivem completamente separados. As manadas de machos não têm, nesta altura, quaisquer laços com o seu território, sendo este mais um local de refúgio contra o mau tempo. A partir do princípio de Setembro, com o início da época do estro (conhecida como Brama), as manadas de machos iniciam o deslocamento para os territórios de Inverno das fêmeas ou para um local vizinho, escolhido pelas suas comodidades e que o veado julga necessárias para proteger o seu harém, atacando as fêmeas com o seu chamamento característico, um bramido estridente, que varia com a idade do animal e o seu estado de excitação e que significa que o macho está na fase de delimitação do território. As fêmeas não só se deixam atrair, como procuram elas mesmas os locais de estro. Mesmo neste período, as fêmeas mantêm a sua organização social, não estabelecendo qualquer ligação especial com o macho. Assim em caso de necessidade de fuga, as fêmeas fogem ordenadamente, enquanto os machos tentam escapar individualmente. Constituemse, então, manadas mistas, de composição variável e à volta das quais qualquer 12 veado que se aproxima é imediatamente afastado pelo macho dominante. Os combates são raros, mas por vezes muito violentos, podendo provocar a morte dos intervenientes por não conseguirem ‘desenganchar’ as hastes (COUCELO, 1986) Características secundárias como a troca de chifres e o desenvolvimento da musculatura do pescoço acompanham as variações endócrinas sazonais, ocorrendo o mesmo com a circunferência escrotal (CABRERA; YEPES, 1960). Segundo Sttalings (1986), parece haver um padrão individual de troca de galhadas, sem contudo estar associado às variações do fotoperíodo e é provável que a ausência de um padrão reprodutivo sazonal esteja relacionada às particularidades ambientais da região. 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Fisiologia Reprodutiva dos Cervídeos 2.1.1 Idade à puberdade Pocay et al. (2001) relataram que as características fisiológicas (crescimento testicular, secreção de hormônio luteinizante e testosterona) sofrem efeitos, que a idade a puberdade é influenciada pelo ambiente físico, fotoperiodismo, idade a partir dos doze meses e que os fatores ambientais são estressantes para o animal, alterando as características fisiológicas. Essa fase na reprodução caracteriza-se como a idade em que ocorre rápido crescimento testicular, mudanças no modelo de secreção do hormônio luteinizante, que acarreta gradual incremento da testosterona sangüínea e, como conseqüência, a iniciação da espermatogênese. A puberdade é um processo lábil, que se sujeita a numerosos fatores ambientes, externos e internos, que interagem e influenciam o sistema nervoso central a modular o sistema endócrino e, por conseguinte, alterar a idade cronológica na qual o animal a manifesta (AMANN; SCHAMBACHER, 1983). 13 2.1.2 Características gerais dos testículos Muito embora no embrião os testículos se desenvolvam a partir das gônadas indiferenciadas, situadas no abdômen, eles migram a fim de se localizar durante a vida extra-uterina, no escroto. Da mesma forma que os ovários, os testículos têm dupla função: produzem células germinativas e secretam hormônio sexual. As células espermatozóides germinativas (sperma = ou gametas semente; masculinos zoon = animal). são chamados Denominam-se genericamente androgênios (aner = homen; gennao = produto) essas substâncias possuem atividade de hormônios sexuais masculinos (DUKES, 1993). O tamanho relativo dos testículos pode oferecer informações importantes quanto ao sistema de acasalamento e até mesmo quanto à fisiologia reprodutiva (KENAGY; TROMBULAK, 1986; PAULA, 1999). Parâmetros quantitativos diretamente relacionados com o túbulo seminífero, com o diâmetro tubular, espessura do epitélio seminífero e o comprimento total de túbulos seminíferos, apresentam uma relação positiva com a atividade espermatogênica, fornecendo informações para o estabelecimento da mesma em uma dada espécie (FRANÇA; RUSSELL, 1998; PAULA, 1999). As mensurações tubulares são abordagens utilizadas como indicadores da atividade da espermatogênica em investigação envolvendo a função testicular (FRANÇA; RUSSELL, 1998). 2.1.3 Células de Sertoli O epitélio seminífero compõe-se de várias camadas de gerações distintas de células germinativas, sustentadas morfológicamente por um tipo de célula somática denominada de célula de Sertoli. Na camada basal do epitélio seminífero observam-se as espermatogônias e espermatócitos primários iniciais. Na camada adluminal observam-se as gerações de espermatócitos mais desenvolvidos, espermatócitos secundários e as espermátides (RUSSEL et al., 1990). As espermatogônias podem ser classificadas em duas categorias básicas, espermatogônias diferenciadas e indiferenciadas. As espermatogônias isoladas (Ais), pareadas (Apr), alinhadas (Aal) pertencem à primeira categoria. As espermatogônias do tipo A, espermatogônias internemediárias (In) e espermatogônias do tipo B pertencem à segunda categoria e estão relacionadas com a formação de 14 espermatozóides (DE ROOIJ, 1998). As espermatogônias podem ser identificadas com base na morfologia, dinâmica e volume do núcleo, número de nucléolos, posição topográfica em relação a outras células e à lâmina basal, e a disposição do cromossomo durante a divisão (CLERMONT; ANTAR, 1973). Esta série de divisões celulares, incluindo a proliferação das espermatogônias e das divisões meióticas, é conhecida por espermatocitogênese, na qual, durante o desenvolvimento embrionário, células germinativas primordiais especiais migram da região do saco vitelínico do embrião para as gônadas indiferenciadas (HAFEZ; GARNER, 2004). A meiose compreende em duas divisões: células de primeira divisão que são os espermatócitos primários (I) e os de segunda divisão, que são os espermatócitos secundários (II). Os espermatócitos (I) são as maiores células da linhagem espermatogênica e caracterizam-se prela presença de cromossomos em diferentes fases de condensação. Os espermatócitos (II) ficam mais próximos da luz dos túbulos seminíferos, sendo difícil observá-los em corte histológico, pois entram logo na segunda divisão meiótica (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008; KIERSZENBAUM, 2008). As células haplóides resultantes deste processo são chamadas de espermátides. As espermátides, então, sofrem uma série progressiva de modificações estruturais e de desenvolvimento, dando origem aos espermatozóides. Estas modificações metamórficas são conhecidas por espermiogênese, as modificações incluem condensação da cromatina nuclear, formação da cauda do espermatozóide ou aparelho flagelar e desenvolvimento do capuchão acrossomático (HAFEZ; GARNER, 2004). No entanto, fica bastante evidente a necessidade da interação das células germinativas com os componentes somáticos dos testículos, principalmente as células de Sertoli, as células de Leydig e as células mióides, para que o processo espermatogênico transcorra de maneira normal e eficiente (SKINNER,1991; DADOUNE; DEMOULIN, 1993; JÉGOU, 1993; SPITERI-GRECH; NIESCHLAG, 1993; PESCOVITIZ et al., 1994; FRANÇA; RUSSELL, 1998). Os espermatozóides deixam o testículo pelos ductos eferentes e vão em direção ao ducto espiralado do epidídimo, que continua com o ducto deferente. As glândulas acessórias eliminam seus conteúdos no ducto deferente ou na porção pélvica da uretra (HAFEZ; GARNER, 2004). A espermatogênese é um processo cíclico no qual os gonócitos, primeiras células germinativas a habitarem os túbulos seminíferos, multiplicam-se e 15 diferenciam-se em espermatogônias. A última geração destas células, formada pelas espermatogônias B, sofre meiose, formando os espermatócitos primários e as espermátides arredondadas, que se diferenciam em espermatozóides (GRIFFIN, 1988; CURTIS; AMANN, 1981; COUROT; HOCHEREAU RIVIERS; ORTAVANT, 1970; RUSSELL et al., 1994). O desenvolvimento da espermatogênese depende do suporte funcional das células de Sertoli, dos níveis adequados de esteróides, gonadotrofinas e de fatores de crescimento (SHARPE, 1994). A organização geral da espermatogênese é basicamente a mesma para todos os mamíferos. A espermatogênese é um processo sincrônico, no qual a espermatogônia (célula diplóide) se diferencia gradativamente em uma célula haplóide altamente especializada, o espermatozóide. Esse processo pode ser dividido em três fases, de acordo com as diferentes características funcionais: (1) fase proliferativa, na qual as espermagônias sofrem rápidas e sucessivas divisões mitóticas; (2) fase meiótica (espermatócitos), na qual o material genético é recombinado e segregado; (3) fase de diferenciação ou espermiogênica, onde cada espermátide arredondada passa por mudanças estruturais e bioquímicas e diferenciam-se em espermatozóide, um tipo celular estruturalmente especializado para alcançar e fertilizar o ovócito (RUSSELL et al., 1990; SHARPE., 1994). 2.1.4 Células de Leydig Encontram-se em íntimo contato com sistema de capilares (DADOUNE; DEMOULIN, 1993) e sua principal função é a produção de testosterona, que é importante para o desenvolvimento e a manutenção da espermatogênese e das características masculinas (O’DONNEL et al., 2001). A produção de testosterona pelas células de Leydig é controlada pelo LH. Aumentos na secreção de LH são seguidos, dentro de 30 (trinta) e 60 (sessenta) minutos, por níveis aumentados de testosterona que duram de uma a várias horas (STANBENFELDT; EDQVIST, 1996). O LH liga-se especialmente a membrana das células de Leydig e ativa a adenosina-monofosfato cíclica (HUHTANIEMI; TOPPARI, 1995). Este processo dá inicio à ativação das proteínas cinases que catalizam a fosforilação das proteínas intracelulares e mobilização de precurssores dos esteróides, principalmente através da conversão do colesterol até pregnenolona 16 (STANBENFELD; EDQVIST, 1996). O LH também tem efeito trófico sobre as células de Leydig, visto que a remoção do mesmo cessa a produção de testosterona e leva a grande redução no tamanho nas células de Leydig (STANBENFELD; EDQVIST, 1996; GOODMAN, 2000). Altas concentrações são necessárias para a espermatogênese e especialmente para o processo de meiose. A ação dos andrógenos na espermatogênese acontece via células de Sertoli, já que as células germinativas não possuem receptores para andrógenos (LYU; HANDELSMAN, 2003). Inúmeros fatores podem influenciar na quantidade de células de Leydig por animal, dentre os quais podem ser destacados a quantidade de LH disponível, o número de receptores de LH por célula, a quantidade de testosterona que a célula de Leydig é capaz de secretar por unidade de tempo, a velocidade pela qual a testosterona deixa o testículo via vasos sanguíneos e fluidos seminais, o volume sanguíneo do animal e a taxa de metabolismo da testosterona (RUSSELL et al., 1994; RUSSELL, 1996). 2.1.5 Testosterona A secreção de testosterona pelas células de Leydig está sob o controle do LH. A secreção do LH, por sua vez, é controlada pela liberação episódica do hormônio liberador de gonodatrofina GnRH (DUKES, 1993). Embora grande parte da testosterona secretada para dentro dos túbulos seminíferos seja convertida em diidrotestosterona (DHT) pela enzima 5αesteróide redutase, uma certa quantidade é convertida em estrógeno pela enzima aromatase. Um nível relativamente alto de testosterona é necessário para a maturação das espermátides e manutenção da espermatogênese (HAFEZ; JAINUDEEN; ROSNINA, 2004). A proteína ligadora de andrógeno (ABP) tem uma grande afinidade pela testosterona e diidrotestosterona (DADOUNE; DEMOULIN, 1993) e promove uma concentração de andrógenos intratesticular impedindo além do limite de sua solubilidade (DADOUNE; DEMOULIN, 1993; STANBEFELD; EDQVIST, 1996). A testosterona faz com que os testículos cresçam, devendo estar presente, também, junto com o FSH, antes que a espermatogênese se complete. 17 Depois que um feto começa a se desenvolver no útero materno, seus testículos começam a secretar testosterona, quando tem poucas semanas de vida apenas. Essa testosterona, então, auxilia o feto a desenvolver órgãos sexuais masculinos e características secundárias masculinas. Isto é, acelera a formação do pênis, da bolsa escrotal, da próstata, das vesículas seminais, dos ductos deferentes e dos outros órgãos sexuais masculinos. Além disso, a testosterona faz com que os testículos desçam da cavidade abdominal para a bolsa escrotal; se a produção de testosterona pelo feto é insuficiente, os testículos não conseguem descer; permanecem na cavidade abdominal. A secreção da testosterona pelos testículos fetais é estimulada por um hormônio chamado gonadotrofina coriônica, formado na placenta durante a gestação. Em consequência, as características sexuais interrompem seu desenvolvimento, desde o nascimento até a puberdade. Na puberdade, o reaparecimento da secreção de testosterona induz os órgãos sexuais masculinos a retomar o crescimento. Os testículos, a bolsa escrotal e o pênis crescem, então, aproximadamente mais de 10 vezes (VILELA, 2009). A testosterona é essencial à função reprodutiva nos machos, atua estimulando os estadios finais da espermatogênese; prolonga a vida útil dos espermatozóides no epidídimo e estimula o crescimento, o desenvolvimento e a atividade secretora dos órgãos sexuais do macho, exteriorizando as características sexuais secundárias, sendo necessária para a manutenção da capacidade de serviço (HAFEZ; JAINUDEEN; ROSNINA, 2004). Correlações significativas têm sido demonstradas entre a concentração sanguínea de testosterona, a fertilidade e a motilidade espermática (BLOCKEY; GALLOWAY, 1978). 2.2 Proteinas do Plasma Seminal O plasma seminal proporciona boas condições para a manutenção da motilidade, sobrevivência, além de servir como veículo para os espermatozóides ejaculados, consistindo em uma mistura de secreções dos testículos e glândulas sexuais acessórias, com função carreadora dos gametas masculinos até o trato genital feminino, viabilizando a fecundação (CHACUR et al., 2006). Entretanto, estudos sobre as proteínas do plasma seminal e da membrana espermática ainda 18 precisam definir os tipos de proteínas e os mecanismos de ação que afetam a viabilidade desses gametas (ASADPOUR et al., 2007). A composição molecular do plasma seminal possui características inerentes a cada espécie, podendo diferir entre os tipos e a atuação das proteínas espermáticas (TÖPFER-PETERSEN et al., 2004). Estudos recentes mostram a importância da presença das proteínas do plasma seminal, como marcadores biológicos de fertilidade. A estação do ano influencia na presença das proteínas do plasma seminal em bovinos criados extensivamente (CHACUR et al, 2004). As diferenças na fertilidade observadas entre os animais, muitas vezes não são detectadas pelos testes rotineiros empregados na avaliação da qualidade do sêmen. Neste sentido, estudos desenvolvidos mostram que há evidência de associações significativas entre a expressão de proteínas seminais e a fertilidade dos machos (KILLIAN; CHAMPAN; ROGOWSKI, 1993; MOURA; CHAMPAN; KILLIAN, 2006a, 2006b). A eletroforese é uma técnica que vem sendo utilizada desde a década de 50 para mapear e identificar componentes protéicos solúveis de ejaculados, na busca de marcadores bioquímicos para diagnóstico de algumas patologias ou diferenciação de animais quanto ao grau de sua fertilidade. Frente a alterações de clima e manejo, associadas a patologias do trato reprodutivo masculino ou do espermatozóide. Já foi constatado que o conteúdo do plasma seminal pode influenciar na fertilidade dos machos (KILLIAN; CHAMPAN; ROGOWSKI, 1993). Estudos indicam que a habilidade do espermatozóide para se ligar à heparina e a outros glicosaminoglicanos está correlacionada com a qualidade do sêmen e fertilidade. As proteínas com sítio de ligação para heparina no plasma seminal influenciam na fertilidade. Estes sítios de ligação têm estrutura semelhante a proteínas (GAGS) do líquido folicular ovariano, que são responsáveis pela estimulação das reações acrossômicas no espermatozóide bovino, de coelho e porco, agindo provavelmente durante a capacitação do espermatozóide (MILLER; WINER; AX, 1990). O plasma seminal de mamíferos contém um grupo de proteínas que se ligam aos espermatozóides. Estas proteínas no plasma seminal de bovino foram purificados e estão bem caracterizados bioquimicamente. Há quatro proteínas, que são chamado BSP-A1, BSP-A2, BSP-A3, e BSP-30-kDa. Os três primeiros são de 19 aproximadamente a mesma massa molecular (entre 13 e 16 kDa), enquanto que a massa molecular da a proteína BSP-30-kDa, como o nome indica, é 30000 Da (MANJUNATH, 1987). BSP-A1 e BSP-A2 têm a mesma estrutura primária e diferem apenas na extensão de glicosilação, e a sua mistura é também referida como PDC109 (ESCH et al., 1983). A banda protéica especifica de 13 kDa foi identificada nos animais B,C,D. A proteína de 13 kDa, conhecida como PDC-109 confere alta fertilidade em touros, agindo de forma direta no metabolismo dos espermatozóides (DESNOYERS, 1994; RONCOLETTA et al., 1999). 20 REFERÊNCIAS AMANN, R. P.; SCHAMBACHER, B. D. Physiology of male reproduction. Journal of Animal Science, v. 57, suppl., p. 380-403, 1983. ASADPOUR, S. M. et al. 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Em quatro momentos 21 com intervalos de sete dias, obteve-se o peso (60,5 a 89,0 kg) e o índice de massa 22 corporal (93,07 kg/m2 a 126,56 kg/m2). Foram realizadas quatro colheitas de sêmen por 23 animal, com intervalo de sete dias, por meio de eletroejaculador, sob efeito de anestesia 24 geral. Obteve-se os valores de: volume do ejaculado (0,50±0,35 mL a 0,75±0,28 mL), 25 motilidade espermática (87,75±4,78% a 90,00±7,07%), defeitos totais (17,25±5,81% a 26 47,72±17,55%) e testosterona plasmática (6,43±4,33 ng/dL a 166,00±64,48 ng/dL). A 27 eletroforese em SDS-PAGE revelou bandas proteicas entre 7,6 kDa e 142 kDa. Conclui- 28 se que devido às contenções sucessivas, os defeitos espermáticos se elevaram. O plasma 29 seminal apresentou uma grande gama de proteínas entre 7,6 kDa e 142 kDa. A idade 30 influi na concentração de testosterona, sendo essa maior na faixa dos 36 meses. 31 Palavras-chave: cervo, morfometria corpórea, sêmen, eletroforese, testosterona. 25 32 ABSTRACT 33 The objective of this study was to evaluate the framework sperm, seminal 34 plasma proteins on SDS-PAGE and serum testosterone in deer bred in captivity. Four 35 males aged between 12 and 36 months were evaluated. In four times at intervals of 36 seven days, gave the weight (60.5 to 89.0 kg) and the body mass index (kg/m2 93.07 to 37 126.56 kg/m2). There were four semen samples per animal, with an interval of seven 38 days, by electroejaculation under general anesthesia. Obtained values: ejaculate volume 39 (0.50 ± 0.35 ml to 0.75 ± 0.28 ml), motility (87.75 ± 4.78% to 90.00 ± 7.07%) total 40 defects (17.25 ± 5.81% and 47.72 ± 17.55%) and plasmatic testosterone (6.43 ± 4.33 ng/ 41 dL at 166.00 ± 64.48 ng/dL). Electrophoresis on SDS-PAGE revealed protein bands 42 between 7.6 kDa and 142 kDa. It is concluded that due to successive containments, 43 sperm defects increased. Seminal plasma showed a wide range of proteins between 7.6 44 kDa and 142 kDa. Age influences the testosterone concentration, being higher in the 45 range of 36 months. 46 Keywords: deer, body morphometry, semen, electrophoresis, testosterone. 47 48 INTRODUÇÃO 49 A família Cervídae, da qual fazem parte os veados, pertence à ordem 50 Artiodactyla (Maia, 1993). Os Cervus unicolor, conhecido como cervo sambar, são os 51 ruminantes selvagens mais disseminados no mundo (Van Soest, 1994). Porém, pouco se 52 sabe a respeito do comportamento reprodutivo dos cervos nas condições de vida livre,e 53 em cativeiro. 54 O exame andrológico é uma das técnicas mais utilizadas pelos médicos 55 veterinários para avaliar a fertilidade, caracteriza-se por exame clínico, medida de 56 circunferência escrotal e avaliação do espermatozoide para motilidade, vigor, 57 turbilhonamento, concentração e morfologia (Salvador et al., 2002). As avaliações 58 clínicas e seminais são fundamentais para classificação e prognóstico da função 59 reprodutiva (Vale Filho et al., 1986). 60 A biologia molecular na área da reprodução animal traz ferramentas para 61 o melhoramento genético, por meio da utilização de marcadores bioquímicos em 62 líquidos orgânicos que demonstram o potencial genético de um animal, cuja seleção de 26 63 genótipos superiores, para determinadas características reprodutivas possa ser 64 incrementada (Roncoletta et al., 1999). 65 O plasma seminal serve como veículo para os espermatozoides 66 ejaculados, consistindo em uma mistura de secreções dos testículos e glândulas sexuais 67 acessórias, com função carreadora dos gametas masculinos até o trato genital feminino 68 viabilizando a fertilização (Manjunath, 1987; Einspanier, 1991). Os perfis 69 eletroforéticos das proteínas do plasma seminal auxiliam na avaliação clínica, em casos 70 de infertilidade (Gasset et al., 1997). 71 Relações têm sido demonstradas entre a concentração sanguínea de 72 testosterona, fertilidade e motilidade espermática (Blockey; Galloway, 1978). As 73 características fisiológicas reprodutivas podem sofrer alterações devido ao estresse em 74 cativeiro (Pocay et al., 2001). 75 Devido à escassez de dados na literatura nacional, pouco se sabe com 76 relação à esfera reprodutiva em cervos exóticos mantidos em cativeiro (Cervus 77 unicolor), dessa forma o presente estudo justifica-se, pois informações obtidas de 78 animais mantidos em cativeiro podem ser úteis para se traçar estratégias de manejo 79 reprodutivo. O objetivo do trabalho foi avaliar o quadro espermático, as proteínas do 80 plasma seminal em SDS-PAGE e a testosterona sérica em cervos criados em cativeiro. 81 82 83 MATERIAL E MÉTODOS Animais e local do experimento 84 Foram utilizados quatro (n=4) cervos sambar (Cervus unicolor) machos, 85 identificados com as letras A e B com idade de 36 meses e pesos de 89 e 95 Kg, 86 respectivamente, C com idade de 18 meses e peso de 81 kg e D com 12 meses pesando 87 60,5 Kg, criados em cativeiro (Zoológico de Presidente Prudente - SP, com latitude de 88 21º29’50”S; longitude de 49º14’2”W e altitude de 475m. Os animais recebiam 89 alimentação balanceada com frutas 90 beterraba, cenoura e abóbora em proporções iguais (8Kg); sal mineral, ração para 91 bovinos (18% proteínas), capim colonião Panicum maximum e água ad libitum. O 92 experimento foi realizado no mês de novembro de 2010 (primavera) e os fatores 93 climáticos aferidos na primavera (P) foram: temperatura ambiente média (24,5ºC), 94 insolação (239,74h), índice pluviométrico cumulativo (126 mm) e umidade relativa do e legumes: laranja, maçã, banana, mamão, 27 95 ar (80,6%). O clima é caracterizado pela presença de massas de ar Tropicais e Polares, 96 com estação de inverno fria e seca, e verão quente e chuvoso. 97 Colheita e processamento das amostras 98 Antecedendo as colheitas, foram realizadas prévias contenções químicas, 99 administrando por via intramuscular zoletil associado à xilazina, obedecendo sempre a 100 sequência do animal A, B, C e D, e utilizando um intervalo em média de 20 minutos 101 entre colheitas. 102 Os animais foram pesados e a altura da cernelha mensurada para a 103 obtenção do índice de massa corpórea (IMC), sendo IMC = peso corpóreo (Kg) / (altura 104 da cernelha em metros)2. Foram realizadas quatro colheitas de sêmen por animal, com 105 intervalo de sete dias, por meio de eletroejaculador (Autoejac®, Neovet, Brasil) com 106 probe retal para ovinos, a qual foi introduzido no reto do animal, após prévia 107 lubrificação, sob efeito de anestesia geral, com estímulos elétricos de 2 a 3 segundos, 108 seguidos por igual tempo de repouso. As amostras de sêmen foram analisadas com 109 relação às características quantitativas e qualitativas: volume (mL), cor, aspecto, 110 motilidade espermática (%), vigor espermático (1 a 5), turbilhonamento (1 a 5), 111 concentração espermática (x106/mL), defeitos espermáticos maiores, menores e totais 112 (%). Posteriormente, os ejaculados foram centrifugados a 1500g / 15 min, separandos e 113 estocandos 1 mL de plasma seminal a -20ºC para posterior realização da técnica de 114 eletroforese em SDS-PAGE. 115 A eletroforese em SDS-PAGE, foi processada com extrações das 116 proteínas segundo Laemilli (1970) e quantificações conforme Bradford (1976) com 117 espectrofotômetro (PF-901 Chemistry Analyser Labsystems). A extração das proteínas 118 foi realizada utilizando tampão composto por: buffer A – TRIS HCl (6,0 mL) pH 6,8 119 (4,0 mL), glicerol (6,4 mL), SDS 10% (6,4 mL), mercaptoetanol (1,6 mL) e água 120 destilada (13,6 mL). Empregou-se uma relação de 2:1, colocando em tubo de ensaio 121 200μL de amostra e 1000μL do tampão de extra ção para cada amostra, mantidos por 3 122 minutos 123 espectrofotômetro com solução contendo: Bradford (4,5 mL), NaCl 0,15 M (0,45 mL) e 124 amostra de proteína (0,05 mL). As amostras foram aplicadas em cuba eletroforética 125 vertical 20x20cm (Omniphor®) ligada a (50V x 50Ma / 30min; e 300V x 16mA / 4 a 126 6h) uma fonte elétrica de 0 a 1000W (PWSYS EI®). A revelação das bandas protéicas em ebulição. Logo após, as proteínas foram quantificadas em 28 127 foi feita em solução a 2% de Comassie Brilliant Blue G-250, com captura, visualização 128 e processamento das imagens em transminador (Doc-IT-LS® 6.0 software). 129 Concomitante às colheitas de sêmen, foram realizadas as colheitas de 130 sangue por venopunção jugular, quatro colheitas por cervo, realizadas no período da 131 manhã, entre 8:00h e 10:00h, totalizando 16 amostras, seguida por centrifugação a 132 1500g/15min, para separação do plasma, o qual foi estocando à -20ºC para posterior 133 dosagem de testosterona (ng/dL) pelo método de radioimunoensaio (RIA), utilizando 134 quite comercial para testosterona total (DPC – Coat a Count® – Med Lab). 135 Após a quarta e última colheita de sêmen e sangue, foram feitas biópsias 136 dos testículos com auxilio de agulha modelo Tru-Cut 16 gauge (16G) para biópsia. Os 137 fragmentos foram fixados em solução fixadora de Davidson por 24 horas, depois 138 lavados em água corrente por 20 minutos e transferidas para solução alcoólica à 70%. 139 Em seguida, foram processadas conforme a técnica para microscopia óptica e inclusão 140 em parafina. Os cortes foram corados pela técnica da Hematoxilina-Eosina (HE). Para o 141 processamento estatístico dos dados do sêmen, foi empregada a análise de variância e 142 para a comparação das médias aplicou-se o teste de Tukey a 5%. 143 144 RESULTADOS E DISCUSSÃO 145 O estudo da morfometria corpórea se faz importante para conhecermos o 146 porte dos animais, relacionando-o com o índice de massa corpórea (IMC) variável essa 147 utilizada para estimar a aptidão física do animal em conjunto com as variáveis 148 reprodutivas (Chacur et al., 2006; Chacur et al., 2010). As médias das características 149 morfométricas dos cervos utilizados no experimento estão apresentadas na Tabela 1. 150 151 152 Tabela 1. Média da idade e das caracteristias morfométricas: peso corpóreo, comprimento crânio-caudal, altura de cernelha, índice de massa corpórea (IMC) e diâmetro torácico em cervos, Cervus unicolor. Animais Parâmetros A B C D Idade (meses) 36 36 18 12 Peso (Kg) 89,0 95,0 81,0 60,5 Comprimento (m) 1,39 1,43 1,26 1,24 Altura da cernelha (m) 0,92 0,89 0,80 0,81 IMC (Kg/m2) 105,95 120,25 126,56 93,07 Diâmetro torácico (m) 1,01 1,09 0,88 0,87 153 154 Com relação às características quantitativas e qualitativas do sêmen, não 155 houve diferenças (P>0,05) entre os quatro momentos de colheita, exceto na morfologia 156 espermática da quarta colheita, para os defeitos maiores, menores e totais com elevação 29 157 das porcentagens de defeitos morfológicos em relação às três primeiras colheitas, 158 conforme a Tabela 2. Vale destacar que o método de colheita de sêmen por 159 eletroejaculação, mostrou-se de fácil execução para a obtenção dos ejaculados. A 160 necessidade da contenção química por sedação anestésica propiciou uma colheita de 161 sêmen rápida, pois reduziu o estresse do procedimento. A literatura destaca que o 162 estresse das condições do cativeiro é causado pelo aprisionamento, redução da liberdade 163 e pela imposição da convivência constante com vários indivíduos, e que na natureza, 164 estes animais vivem a maior parte do tempo isolados (Duarte e Merino, 1997). Dentro 165 desse raciocínio do estresse do cativeiro e dos fatores estressantes associados, uma alta 166 porcentagem de defeitos totais (40,9±10,42%) foi relatada em cervos no Brasil (Abreu 167 et al., 2009). 168 169 170 171 172 173 Tabela 2. Características quantitativas e qualitativas do sêmen de cervos em distintos momentos de colheita, mantidos em cativeiro. Colheitas Variável 1 2 3 4 Volume (mL) 0,75±0,28 A 0,75±0,28 A 0,50±0,35 A 0,62±0,25 A Cor 1,75±0,95 A 1,50±1,00 A 1,25±0,50 A 1,25±0,50 A Aspecto 1,75±0,95 A 1,75±0,50 A 1,25±0,50 A 1,25±0,50 A Motilidade (%) 87,50±5,00 A 83,75±4,78 A 90,00±7,07 A 83,75±4,78 A Vigor (1-5) 5,00±0,00 A 5,00±0,00 A 4,75±0,50 A 4,75±0,50 A Turbilhão (1-5) 4,00±2,00 A 4,00±2,00 A 4,00±2,00 A 4,00±2,00 A Concentração 1137,5±892,5 A 1144,1±557,6 A 1140,6±699,6 A 1027±763,6 A (x106 / mL) Defeitos maiores 7,36±4,25 A 5,79±2,19 A 9,62±3,93 A 17,00±1,87 B (%) Defeitos menores 10,51±3,82 A 11,45±6,50 A 10,78±2,79 A 25,85±15,05 B (%) Defeitos totais (%) 18,35±13,93 A 17,25±5,81 A 20,41±2,74 A 47,72±17,55 B Letras diferentes (A, B) na linha (P<0,05); Cor: (1) amarelo, (2) branco, (3) branco marmóreo; Aspecto: (1) cremoso, (2) leitoso, (3) aquoso. Com relação à morfologia espermática, os valores médios obtidos para os 174 defeitos maiores (cabeça isolada patológica, pequena anormal, gota proximal, defeito de 175 peça intermediária, cauda fortemente dobrada ou enrolada e enrolada na cabeça); 176 menores (cabeça isolada normal, retroaxial, abaxial, dobrada ou enrolada e gota 177 citoplasmática distal) estão descritos na Tabela 3. 178 Dessa forma, a alta porcentagem de defeitos espermáticos obtida na 179 quarta colheita, pode estar associada ao estresse cumulativo e às contenções semanais 180 para a obtenção dos ejaculados, semelhantes aos descritos por Cheng et al. (2009). 181 182 183 30 184 185 Tabela 3. Porcentagens de defeitos maiores, menores e totais nas quatro colheitas de sêmen em cervos sambar.. Animal A A A A B B B B C C C C D D D D Colheita 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 Defeitos Maiores 5,46 5,5 6,22 14,21 3,27 4,67 7,88 7,35 4,48 14,07 9,86 10,09 16,25 16,98 15,19 19,6 Defeitos Menores 6,72 6,5 3,82 25 19,62 5,6 6,89 13,72 12,55 7,28 9,86 13,46 14,77 14,62 27,45 46,56 Defeitos Totais 12,18 12 10,04 39,21 22,89 10,27 14,77 21,07 17,03 21,35 19,72 23,55 31,02 31,06 42,64 66,16 186 187 No presente estudo, o volume dos ejaculados foi semelhante ao 188 observado em machos sexualmente maturos “Formosan Sika deer” e “Formosan 189 Sambar deer” com 0,5±0,4 mL (Cheng et al., 2004) e diferiu do relatado por Abreu et 190 al. (2009) com 0,91±0,68mL em Mazama nana e Ascher et al. (2000) com volume de 191 1,5±0,6mL em cervos Dama dama. O volume dos ejaculados pode variar conforme a 192 espécie, idade, peso, frequência de ejaculação e tamanho do aparelho reprodutor dos 193 cervos (Ascher et al., 2000; Cheng et al., 2004; Abreu et al., 2009). 194 As motilidades médias obtidas no presente estudo foram superiores às 195 descritas por Cheng et al. (2004) com 77±6% , Abreu et al. (2009) com 70±8% e 196 Ascher et al. (2000) com 65,50±19,3%. Por outro lado, as concentrações espermáticas 197 médias foram inferiores à média de 1.471,3±940,0 x106/mL, Abreu et al. (2009) com 198 1.536±351 x106/mL e Ascher et al. (2000) com 2.100±1.400 x106/mL. O vigor 199 espermático foi superior ao valor médio de 3,00±0,67 em cervos Mazama nana relatado 200 por Abreu et al. (2009). A concentração espermática pode oscilar devido ao método de 201 colheita por eletroejaculação (Chacur, 2012; Chacur et al., 2012) e ao estresse do 202 cativeiro (Ascher et al., 2000; Cheng et al., 2004; Abreu et al., 2009). 203 A análise microscópica dos testículos dos cervos foi realizada e o 204 material processado pela técnica de hematoxilina-eosina (HE) mostrando integridade do 205 arcabouço dos túbulos seminíferos, observada por meio da presença das células da 206 linhagem espermatogênica disposta em camadas homogêneas (Fig. 1). 207 208 31 209 210 211 212 213 Figura 1. Corte de testículo, mostrando túbulos seminíferos, com o epitélio germinativo íntegro HE (400x) de cervos, Cervus unicolor. 214 O estudo do perfil proteico do plasma seminal nos animais por meio da 215 eletroforese vem sendo correlacionado com a fertilidade dos mesmos, podendo 216 colaborar para a compreensão dos efeitos dos fatores do clima e da contenção do 217 cativeiro sobre as características reprodutivas (Chacur, 2012). 218 Com relação ao perfil protéico do plasma seminal dos cervos, os géis revelaram 219 a presença de bandas com pesos moleculares variando entre 7,6 kDa e 142 kDa. Essas 220 bandas apresentaram diferentes porcentagens de ocorrência, entre 6,66% e 26,66% das 221 amostras de plasma seminal (Tabela 4). As bandas com ocorrência igual ou superior a 222 20% das amostras foram: 10, 13, 19, 20, 21, 29, 30, 51, 82, 88, 90, 96 e 122 kDa. 223 Dessas 13 bandas protéicas, sete possuem peso moleculares igual ou inferior a 30 kDa, 224 revelando uma distribuição homogênea entre a ocorrência de bandas leves (até 50 kDa) 225 e pesadas (igual ou superior a 51 kDa), conforme ilustradas nas figuras (Fig. 2 e Fig. 3). 226 227 228 Tabela 4. Ocorrência de bandas protéicas especificas no plasma seminal de cervos sambar na estação da primavera.. Cervos Proteínas (kDa) A 7,6 10 11 14 15 16 19 20 21 27 30 73 75 81 82 88 89 96 97 100 107 120 123 125 129 132 141 B 10 13 18 20 22 27 30 36 50 51 52 60 74 77 81 82 87 90 92 95 118 122 131 134 C 10 13 18 19 21 29 48 51 53 79 82 86 88 92 96 102 110 119 126 133 142 D 13 21 29 49 52 61 75 83 88 90 95 96 108 121 133 32 229 A banda protéica especifica de 13 kDa foi identificada nos animais 230 B,C,D. A proteína de 13 kDa, conhecida como PDC-109 confere alta fertilidade em 231 touros, agindo de forma direta no metabolismo dos espermatozóides (Desnoyers, 1994; 232 Roncoletta et al., 1999). 233 Nos cervos A e B foi observada a banda de 20 kDa a qual segundo 234 Barrios et al. (2000) pode ser responsável pela recuperação da permeabilidade da 235 membrana espermática após a mesma ser submetida ao choque térmico pelo frio. 236 A banda protéica de 75 kDa foi encontrada nos cervos A e D. Essa 237 proteína é chamada de SP-2, sendo a sua presença relacionada de forma negativa com a 238 fertilidade (Brandon et al., 1999). 239 Bandas proteicas entre 21 e 22 kDa foram identificadas nos cervos B, C e 240 D. Proteínas variantes da HPB com aproximadamente 21,5 kDa e 31 kDa são associadas 241 ao incremento da fertilidade (Bellin et al., 1998). Os animais B e D apresentam a banda 242 de 30 kDa. Em bovinos, um grupo de proteínas conhecida como BSP-A1, BSP-A2, 243 BSP-A3 e BSP-30 kDa possivelmente induzem alterações moleculares na membrana 244 plasmática, essenciais no processo da capacitação espermática (Therien; Manjunath, 245 1998; Bergeron, 2004). 246 As bandas de 79 kDa (cervo C); 81 kDa (cervos A e B) e 90 kDa (cervos 247 B e D) foram identificadas. Conforme Chacur et al. (2006) esses peptídeos quando 248 presentes no plasma seminal contribuíram de forma positiva com as características 249 qualitativas do sêmen. 250 251 252 253 Figura 2. Proteínas leves e pesadas do plasma seminal em Cervus unicolor. Figura 3. Proteínas do plasma seminal de cervídeos. 33 254 Vale destacar que estudos comprovam a correlação da testosterona com a 255 qualidade espermática de ruminantes criados extensivamente em clima tropical 256 (Chacur2000; Chacur et al., 2012). Por outro lado, a literatura consultada traz poucas 257 informações a esse respeito ao tratar dos cervos como objeto do estudo. No presente 258 trabalho, as concentrações séricas de testosterona, obtidas no mês de novembro 259 (primavera) estão descritas na tabela 5, onde observam valores maiores para os cervos A 260 e B com idade de 36 meses. Possivelmente, a faixa etária superior dos cervos A e B com 261 36 meses influenciou na maior concentração de andrógeno circulante. Pesquisadores 262 publicaram resultados relativos à concentração de testosterona em cervos de distintas 263 espécies, sendo Lopez et al. (2010) com valores entre 2 e 10 ng/dL, também na estação 264 da primavera, em cervos (Cervus elaphus hispanicus). Valores similares ao do presente 265 trabalho foram ainda relatados por Lopes et al. em 2010 para a estação do outono, mês 266 de setembro, com concentração sérica média de 86,5±16,3 ng/dL. Pereira et al. (2005) 267 descrevem concentração de testosterona entre 50 e 100 ng/dL por meio da colheita de 268 fezes em cervos (Ozotoceros bezoarticus bezoarticus). 269 Nas espécies dos veados somente os dominantes produzem sêmen de boa 270 qualidade (Comizzoli et al., 2000). Este fato está relacionado com o comportamento 271 sexual e social a partir do princípio de setembro, época do inicio da ciclicidade 272 reprodutiva, onde se verifica a presença de fêmeas na fase de estro (Coucelo, 1986). No 273 presente estudo, foi observado comportamento sexual ativo na presença de fêmeas em 274 estro, com cortejo e coberturas, realizados pelos cervos A e B, os quais eram 275 dominantes em relação aos animais C com idade de 18 meses e D com 12 meses. 276 277 Tabela 5. Concentração de testosterona sérica (ng/dL) em cervos, Cervus unicolor. Cervo A B C D Testosterona (ng/dL) 166,00±64,48 75,86±15,16 12,71±8,51 6,43±4,33 278 279 Correlações significativas têm sido demonstradas entre a concentração 280 sanguínea de testosterona, a fertilidade e a motilidade espermática (Blockey; Galloway, 281 1978). Uma sazonal elevação da concentração de testosterona foi observada na 282 primavera em cervos “columbian black-tailed”, “red deer” e “follon deer” (West, 283 Nordan, 1976; Rolf, Firder, 1990). Em cervos “white-tailed deer” a máxima 284 concentração de testosterona não foi necessária para o processo da espermatogênese, 34 285 mas foi essencial para a manifestação do comportamento reprodutivo (Bubenik et al., 286 1982). 287 Segundo Pereira et al. (2005) existe uma correlação significativa entre 288 níveis de testosterona e comportamento reprodutivo, razão pela qual o ciclo sazonal 289 deste hormônio modula o comportamento sexual dos machos durante o período de 290 acasalamento, os machos (apenas indivíduos com os chifres expostos) demarcando o 291 seu território. Vale destacar que se faz necessária a continuidade dos trabalhos 292 relacionados à reprodução dos cervos para uma melhor compreensão dos fatores que 293 afetam as características da fisiologia da reprodução desses animais. 294 295 CONCLUSÃO 296 297 Boa qualidade espermática foi observada na primavera, nas três primeiras 298 colheitas. As características dos ejaculados não diferiram entre as colheitas sucessivas, 299 exceto a morfologia espermática que se elevou na quarta colheita, possivelmente devido 300 ao estresse das contenções semanais sucessivas. Grande variedade na distribuição de 301 bandas proteicas no plasma seminal foi obtida, entre 7,6 e 142 kDa. A idade influi na 302 concentração de testosterona, sendo maior na faixa dos 36 meses. 303 304 REFERÊNCIAS 305 ABREU, O.C.; MARTINEZ, C.A.; MORAES. W et al. Características reprodutivas de 306 veado-bororó-do-sul ou veado-mão-curta (Mazama nana). Pesq. Vet. Brás., v.29, n.12, 307 p.993-998, 2009. 308 ASCHER, G.W.; BERG, D.K.; EVANS, G. Storage of semen and artificial 309 insemination in deer. Animal Reproduction. Science., v.62, p.195-211, 2000. 310 BARRIOS, B.R.; PÉREZ-PÉ, M.; GALEGO, A. et al. Seminal plasma protein reverse 311 the cold-shok damage of ram sperm membrane. Bio. Reprod., v.63, p.1531-1537, 2000. 312 BELLIN, M.et al. Fertility of ranger beef bulls grouped according to presence or 313 absence of heparin binding protein in serm menbranes and seminal fluid. Journal 314 Animal Science. Kinsville, v. 72, p, 2441-2448, 1994. 315 BERGERON, A. Comparative study on the phospholipid-binding proteins in seminal 316 plasma of different species. 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Zool., v.54, p.1617-1636, 1976. 38 ANEXO INSTRUÇÕES AOS AUTORES Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia (Brazilian Journal of Veterinary and Animal Sciences) Política Editorial O periódico Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia (Brazilian Journal of Veterinary and Animal Science), ISSN 0102-0935 (impresso) e 1678-4162 (on-line), é editado pela FEPMVZ Editora, CNPJ: 16.629.388/0001-24, e destina-se à publicação de artigos científicos sobre temas de medicina veterinária, zootecnia, tecnologia e inspeção de produtos de origem animal, aquacultura e áreas afins. Os artigos encaminhados para publicação são submetidos à aprovação do Corpo Editorial, com assessoria de especialistas da área (relatores). Os artigos cujos textos necessitarem de revisões ou correções serão devolvidos aos autores. Os aceitos para publicação tornam-se propriedade do Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia (ABMVZ) citado como Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. 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Toda com unica ção e ntre os dive rs os a tore s do proce s s o de a va lia ção e publica ção (autores, revisores e editores) será feita exclusivamente de forma eletrônica pelo Sistema, sendo o autor responsável pelo artigo informado, automaticamente, por e-mail, sobre qualquer mudança de status do artigo. A s ubm is s ã o s ó s e com ple ta qua ndo a ne xa do o te xto do a rtigo e m Word e e m pdf no campo apropriado. Fotogra fia s , de s e nhos e gra vura s de ve m s e r ins e rida s no te xto e ta mbé m e nvia da s , e m separado, em arquivo com extensão jpg em alta qualidade (mínimo 300dpi), 39 zipado, inserido no campo próprio. Ta be la s e grá ficos nã o s e e nqua dra m no ca mpo de a rquivo zipa do, de ve ndo s e r ins e rida s no corpo do artigo. É de e xclus iva re s pons a bilida de de que m s ubm e te o a rtigo ce rtificar-se de que cada um dos autores tenha conhecimento e concorde com a inclusão de seu nome no mesmo submetido. O ABMVZ com unica rá via e le trônica a ca da a utor, a s ua pa rticipa ção no a rtigo. Ca s o, pe lo menos um dos autores não concorde com sua participação como autor, o artigo será recusado. Tipos de artigos aceitos para publicação: Artigo científico É o relato completo de um trabalho experimental. Baseia-se na premissa de que os resultados são posteriores ao planejamento da pesquisa. Seções do texto: Título (português e inglês), Autores e Filiação, Resumo, Abstract, Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão (ou Resultados e Discussão), Conclusões, Agradecimentos (quando houver) e Referências. O número de páginas não deve exceder a 15, incluindo tabelas e figuras. O número de Referências não deve exceder a 30. Relato de caso Contempla principalmente as áreas médicas, em que o resultado é anterior ao interesse de sua divulgação ou a ocorrência dos resultados não é planejada. Seções do texto: Título (português e inglês), Autores e Filiação, Resumo, Abstract, Introdução, Casuística, Discussão e Conclusões (quando pertinentes), Agradecimentos (quando houver) e Referências. O número de páginas não deve exceder a 10, incluindo tabelas e figuras. O número de Referências não deve exceder a 12. Comunicação É o relato sucinto de resultados parciais de um trabalho experimental, dignos de publicação, embora insuficientes ou inconsistentes para constituírem um artigo científico. O texto, com título em português e em inglês, Autores e Filiação deve ser compacto, sem distinção das seções do texto especificadas para “Artigo científico”, embora seguindo aquela ordem. Quando a Comunicação for redigida em português deve conter um “Abstract” e quando redigida em inglês deve conter um “Resumo”. O número de páginas não deve exceder a 8, incluindo tabelas e figuras. O número de Referências não deve exceder a 12. 40 Preparação dos textos para publicação Os artigos devem ser redigidos em português ou inglês, na forma impessoal. Para ortografia em inglês recomenda-se o Webster’s Third New International Dictionary. Para ortografia em português adota-se o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras. Formatação do texto O te xto de ve s e r a pre s e nta do e m Micros oft Word, e m form a to A4, com m a rge m 3cm (superior, inferior, direita e esquerda), em fonte Times New Roman tamanho 12 e em espaçamento entrelinhas 1,5, em todas as páginas, com linhas numeradas. Nã o us a r rodapé. Referências a empresas e produtos, por exemplo, devem vir, obrigatoriamente, entre parêntesis no corpo do texto na seguinte ordem: nome do produto, substância, empresa e país. Seções de um artigo Título. Em português e em inglês. Deve contemplar a essência do artigo e não ultrapassar 150 dígitos. Autores e Filiação. Os nomes dos autores são colocados abaixo do título, com identificação da instituição a que pertencem. O autor para correspondência e seu e-mail devem ser indicados com asterisco. Nota: 1. o texto do artigo em Word deve conter o nome dos autores e filiação. 2. o texto do artigo em pdf não deve conter o nome dos autores e filiação. Resumo e Abstract. Deve ser o mesmo apresentado no cadastro contendo até 2000 dígitos incluindo os espaços, em um só parágrafo. Não repetir o título e incluir os principais resultados numéricos, citando-os sem explicá-los, quando for o caso. Cada frase deve conter uma informação. Atenção especial às conclusões. Palavras-chave e Keywords. No máximo cinco. Introdução. Explanação concisa, na qual são estabelecidos brevemente o problema, sua pertinência e relevância e os objetivos do trabalho. Deve conter poucas referências, suficientes para balizá-la. Material e Métodos. Citar o desenho experimental, o material envolvido, a descrição dos métodos usados ou referenciar corretamente os métodos já publicados. Não usar subtítulos. Nos trabalhos que envolvam animais e organismos geneticamente modificados deverá constar, obrigatoriamente, o número do protocolo de aprovação do Comitê de Bioética e/ou de Biossegurança, quando for o caso. Resultados. Apresentar clara e objetivamente os resultados encontrados. Tabela. Conjunto de dados alfanuméricos ordenados em linhas e colunas. Usar linhas horizontais na separação dos cabeçalhos e no final da tabela. A legenda recebe inicialmente a palavra Tabela, seguida pelo número de ordem em algarismo arábico e é referida no texto como Tab., mesmo quando se referir a várias tabelas. Pode ser apresentada em espaçamento simples e fonte de tamanho menor que 12 (menor tamanho aceito é 8). 41 Figura. Qualquer ilustração que apresente linhas e pontos: desenho, fotografia, gráfico, fluxograma, esquema, etc. A legenda recebe inicialmente a palavra Figura, seguida do número de ordem em algarismo arábico e é referida no texto como Fig., mesmo se referir a mais de uma figura. As fotografias e desenhos com alta qualidade em formato jpg, devem ser também enviadas, em um arquivo zipado, no campo próprio de submissão. Nota: Toda ta be la e /ou figura que já te nha s ido publica da de ve conte r, a ba ixo da le ge nda , informação sobre a fonte (autor, autorização de uso, data) e a correspondente referência deve figurar nas Referências. As ta be la s e figura s de ve m pre fe re ncia lm e nte , s e r ins e rida s no te xto no pa rá gra fo seguinte à sua primeira citação. Discussão. Discutir somente os resultados obtidos no trabalho. (Obs.: As seções Resultados e Discussão poderão ser apresentadas em conjunto a juízo do autor, sem prejudicar qualquer das partes). Conclusões. As conclusões devem apoiar-se nos resultados da pesquisa executada. Agradecimentos. Não obrigatório. Devem ser concisamente expressados. Referências. As referências devem ser relacionadas em ordem alfabética. Evitar referenciar livros e teses. Dar preferência a artigos publicados em revistas nacionais e internacionais, indexadas. São adotadas as normas ABNT/NBR-6023 de 2002, adaptadas conforme exemplos: Como referenciar: 1. Citações no texto Cita çõe s no te xto de ve rã o s e r fe ita s de a cordo com ABNT/NBR 10520 de 2002. A indicação da fonte entre parênteses sucede à citação para evitar interrupção na sequência do texto, conforme exemplos: a utoria única : (S ilva , 1971) ou S ilva (1971); (Anuá rio..., 1987/88) ou Anuá rio... (1987/88) dois a utore s : (Lope s e More no, 1974) ou Lope s e More no (1974) m a is de dois autores: (Ferguson et al., 1979) ou Ferguson et al. (1979) m a is de um a rtigo cita do: Dunne (1967); S ilva (1971); Fe rgus on et al. (1979) ou (Dunne, 1967; Silva, 1971; Ferguson et al., 1979), sempre em ordem cronológica ascendente e alfabética de autores para artigos do mesmo ano. Citação de citação. Todo esforço deve ser empreendido para se consultar o documento original. Em situações excepcionais pode-se reproduzir a informação já citada por outros autores. No texto, citar o sobrenome do autor do documento não consultado com o ano de publicação, seguido da expressão citado por e o sobrenome do autor e ano do documento consultado. Nas Referências, deve-se incluir apenas a fonte consultada. Comunicação pessoal. Não fazem parte das Referências. Na citação coloca-se o sobrenome do autor, a data da comunicação, nome da Instituição à qual o autor é vinculado. 2. Periódicos (até 4 autores, citar todos. Acima de 4 autores citar 3 autores et al.): ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL. v.48, p.351, 1987-88. FERGUSON, J.A.; REEVES, W.C.; HARDY, J.L. Studies on immunity to alphaviruses in foals. Am. J. Vet. Res., v.40, p.5-10, 1979. HOLENWEGER, J.A.; TAGLE, R.; WASERMAN, A. et al. Anestesia general del canino. Not. Med. Vet., n.1, p.13-20, 1984. 3. Publicação avulsa (até 4 autores, citar todos. Acima de 4 autores citar 3 autores et al.): DUNNE, H.W. (Ed). Enfermedades del cerdo. México: UTEHA, 1967. 981p. LOPES, C.A.M.; MORENO, G. Aspectos bacteriológicos de ostras, mariscos e mexilhões. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA, 14., 1974, São Paulo. Anais... São Paulo: [s.n.] 1974. p.97. (Resumo). 42 MORRIL, C.C. Infecciones por clostridios. In: DUNNE, H.W. (Ed). Enfermedades del cerdo. México: UTEHA, 1967. p.400-415. NUTRIENT requirements of swine. 6.ed. Washington: National Academy of Sciences, 1968. 69p. SOUZA, C.F.A. Produtividade, qualidade e rendimentos de carcaça e de carne em bovinos de corte. 1999. 44f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. 4. Documentos eletrônicos (até 4 autores, citar todos. Acima de 4 autores citar 3 autores et al.): QUALITY food from animals for a global market. Washington: Association of American Veterinary Medical College, 1995. Disponível em: <http://www. org/critca16.htm>. Acessado em: 27 abr. 2000. JONHNSON, T. Indigenous people are now more cambative, organized. Miami Herald, 1994. Disponível em: <http://www.summit.fiu.edu/ MiamiHerld-Summit-RelatedArticles/>. Acessado em: 5 dez. 1994. Nota: Artigos que nã o e s te ja m rigoros a m e nte de ntro da s norm a s a cim a nã o s e rã o a ce itos pa ra avaliação. O S is te m a re conhe ce , a utom a tica m e nte , com o “ De s is tê ncia do Autor” a rtigos e m diligência ou “Aguardando diligência do autor”, que não tenha sido respondido no prazo dado pelo Sistema. Taxas de submissão e de publicação: Taxa de submissão. A taxa de submissão de R$30,00 deverá ser paga por meio de boleto bancário emitido pelo sistema eletrônico de submissão de artigos. Ao solicitar o boleto bancário, o autor informará os dados para emissão da nota fiscal. Somente artigos com taxa paga de submissão serão avaliados. Caso a taxa não seja quitada em até 30 dias será considerado como desistência do autor. Taxa de publicação. A taxa de publicação de R$70,00, por página impressa em preto e R$220,00 por página impressa em cores será cobrada do autor indicado para correspondência, por ocasião da prova final do artigo. A taxa de publicação deverá ser paga por meio de boleto bancário emitido pelo sistema eletrônico de submissão de artigos. Ao solicitar o boleto bancário, o autor informará os dados para emissão da nota fiscal. Recursos e diligências: No ca s o de o a utor e nca m inha r re s pos ta a diligê ncia s s olicita das pelo ABMVZ, ou documento de recurso, o mesmo deverá constar como a(s) primeira(s) página(s) do texto do artigo somente na versão em Word. No ca s o de a rtigo nã o a ce ito, s e o a utor julga r pe rtine nte e nca m inha r re curs o, o m e s m o deve ser feito pelo e-mail [email protected].