ODM - Relatório de actividades

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ODM - Relatório de actividades
Relatório de actividades 2003
Relatório de actividades
O R D E M S O B E R A N A , M I L I TA R E H O S P I TA L A R
D E S Ã O J O Ã O D E J E R U S A L É M , D E R O D E S E D E M A LTA
História: datas fundamentais
A missão da
Ordem de Malta
As origens da Ordem Soberana, Militar e Hospitalar de São João de
Jerusalém, de Rodes e de Malta – mais conhecida como Ordem de
Malta – remonta ao século XI.
Quando os cruzados chegaram a Jerusalém, em 1099 A.D., os
Hospitalares administravam o Hospital de São João Baptista, que fora
criado por volta do ano 1050 para cuidar dos peregrinos que acorriam à
Terra Santa, bem como das populações autóctones cristã, judia e muçulmana. Constituída como Ordem religiosa por uma Bula do Papa Pascoal
II de 1113, a Ordem tinha por missão defender os doentes e o território
cristão. Actualmente tem uma missão exclusivamente humanitária, porque
o seu papel militar acabou com a perda do seu território em 1798.
De acordo com a Carta Constitucional, o objectivo da Ordem Soberana de
Malta é «promover... as virtudes cristãs da caridade e da fraternidade, exercendo, sem distinção de religião, de raça, de origem ou de idade, as suas
obras de misericórdia para com os doentes, os pobres e os refugiados.
Em especial, a Ordem exerce as suas actividades institucionais no
domínio hospitalar, incluindo a assistência sanitária e social, assim
como a favor das vítimas de cat*strofes excepcionais e de guerras...»
- A Ordem está presente em permanência na maior parte dos países do
mundo, tanto desenvolvidos como em vias de desenvolvimento. Esta
presença foi estabelecida ao longo de nove séculos de história agitada, em que participou nos grandes movimentos de intercâmbio entre a
Europa e a bacia do Mediterrâneo e o resto do mundo, alargando assim
progressivamente o seu âmbito de acção à maioria das zonas geográficas onde a sua missão caritativa podia ser exercida utilmente.
Graças à sua experiência de séculos e ao envolvimento activo dos seus
membros nos grandes movimentos da sociedade, a Ordem conseguiu
adaptar rapidamente os seus recursos e os seus métodos, com uma
modernidade sempre renovada, a fim de conseguir fazer face às necessidades novas e sempre crescentes de assistência médica, de ajuda de
urgência e de acção humanitária.
Actualmente, a Ordem é uma importante organização profissional, que
actua a nível mundial em termos de ajuda humanitária, de cuidados
médicos e de medicina de urgência, na sua gestão de hospitais, de
centros de cuidados especiais para idosos dependentes, de centros
médico-sociais, de recolha e transporte de medicamentos e de formação de socorristas e de pessoal de ambulâncias.
1048: Jerusalém
1530: Malta
Fundação dos Hospitalares de São João
de Jerusalém, como comunidade monástica, pelo Beato Gerardo.
Cavaleiros da Ordem cuidam dos peregrinos, dos doentes e dos pobres, como sempre fizeram.
Através da Bula de 1133 do Papa Pascoal
II, o Hospital de São João é colocado sob
a protecção da Igreja, passando a beneficiar de isenções.
Colocada perante a responsabilidade da
defesa militar dos doentes e dos territórios
cristãos, a Ordem torna-se uma Ordem de
Cavalaria, ao mesmo tempo religiosa e militar.
Nos sete anos seguintes, a Ordem mantém
a sua soberania, mas sem território, situação que prevaleceu até o Imperador Carlos
V conceder aos cavaleiros as ilhas de
Malta, Gozo e Comino e a cidade de
Tripoli, como feudo soberano. Em 26 de
Outubro de 1530, a Ordem instala-se na
ilha de Malta, com a aprovação do Papa
Clemente VII.
Durante o Grande Cerco, entre Maio e
Setembro de 1565, os cavaleiros derrotam os Otomanos sob o comando do
Grão-Mestre Frei de la Valette (que deu o
nome à capital de Malta). A armada da
Ordem de São João (ou de Malta, como
são agora conhecidos) é uma das mais
poderosas do Mediterrâneo e contribui
para a derrota final dos Otomanos na
batalha de Lepanto, em 1571.
1310: Rodes
Em 1291, após a queda de São João de
Acre, último bastião da Cristandade na Terra
Santa, a Ordem é compelida a abandonar a
Palestina e instala-se na ilha de Chipre.
A Ordem toma posse da ilha de Rodes em
1310, adquirindo assim soberania territorial. Para defender o mundo cristão, a
Ordem constitui uma poderosa armada,
patrulha os mares orientais e trava muitas
batalhas célebres.
Governada por um Grão-Mestre, Príncipe
Soberano de Rodes, juntamente com um
Soberano Conselho, a Ordem cunha a sua
própria moeda e estabelece relações
diplomáticas com outros Estados.
Os cavaleiros da Ordem conseguem repelir
com êxito múltiplos ataques dos Otomanos,
mas vencidos pelo Sultão Suliman, o
Magnífico, com uma poderosa armada e um
exército numeroso, são obrigados a capitular em 1 de Janeiro de 1523, abandonando
a ilha com honras militares e o reconhecimento da sua bravura pelo Sultão.
1798: Exílio
Em 1798, Napoleão Bonaparte, a caminho
da sua campanha do Egipto, ocupa Malta.
Os cavaleiros não lhe oferecem resistência, devido à Regra da Ordem que os proíbe de combaterem outros cristãos, e são
obrigados a abandonar a ilha.
Em 1801 Malta é ocupada pelos Ingleses e
apesar do reconhecimento dos direitos de
soberania da Ordem de Malta consagrados
no Tratado de Amiens (1802), a Ordem não
consegue voltar a instalar-se na ilha.
1834: Roma
Depois de se instalar temporariamente em
Messina, Catânia e Ferrara, a Ordem estabelece-se em Roma em 1834, onde possui
domínios que gozam de extraterritorialidade: o Grande Magistério, na via Condotti, e
a Vila de Malta sobre o Aventino.
A partir daqui, a missão original da Ordem,
que é servir os pobres e os doentes, tornase de novo a sua actividade principal.
Durante as duas Grandes Guerras a
Ordem desenvolve actividades hospitalares e caritativas, que são intensificadas
sob a direcção do Grão-Mestre Frei
Angelo de Mojana (1962-1988) e prosseguem actualmente com o seu sucessor, o
78º Grão-Mestre, Frei Andrew Bertie.
Século XXI
Graças a uma história de quase nove
séculos, a Ordem Soberana de Malta
pode orgulhar-se de ser a única sucessora da Ordem Hospitalar de São João de
Jerusalém, reconhecida pela Igreja
Católica em 1113.
A Ordem é simultaneamente uma Ordem
religiosa e de cavalaria da Igreja Católica.
É a única organização com uma soberania
ininterrupta que tem cavaleiros professos,
sucessores directos dos seus fundadores.
Índice
02
05
07
08
09
Mensagem do Grão-Mestre
Espiritualidade em acção
Actividades, 2001 e 2002
Últimas notícias
Financiamento
Actividades humanitárias
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17
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21
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64
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Ajuda de urgência
Corpo de Urgência da Ordem de Malta
Ajuda de urgência no mundo:
- Resposta a inundações
- Terramotos e furacões
- Refugiados e pessoas deslocadas internamente
- Missões de manutenção da paz das Nações Unidas
- Iraque
- Associação Alemã em África
Actividades médicas e hospitalares
Actividades médicas
Distribuição de medicamentos
Lepra
- Camboja: transformação de vidas
Pessoas com deficiência
Os voluntários
VIH/SIDA: mães e filhos
Cuidados paliativos / doença de Alzheimer
O Corpo de Ambulâncias da Ordem de Malta
Hospitais e centros de saúde
Formação e educação
Profissionalismo
Formação e educação no mundo
- Melhorar os níveis de actuação
Diplomacia humanitária
Diplomacia com uma perspectiva humanitária
Iniciativas diplomáticas a favor da ajuda humanitária
Nações Unidas
- Diplomacia na Ordem: uma visão pessoal
Comissão Europeia
Governo
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69
70
72
73
74
75
76
80
83
Composição e funcionamento
- Lista de titulares de altos cargos
Visitas oficiais do Grão-Mestre
- Acordos de cooperação oficiais
Relações diplomáticas a nível mundial
Embaixadores da Ordem
Embaixadores junto da Ordem
Publicações seleccionadas
Informações para contacto:
Grandes-Priorados, Sub-Priorados e Associações
Missões diplomáticas
Relatório de actividades - 2003
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Mensagem
do Grão-Mestre
«...a Ordem promove as virtudes cristãs da caridade e da fraternidade,
exercendo sem distinção de religião, de raça, de origem ou de idade, as suas obras de
misericórdia para com os doentes, os pobres e os refugiados ...»
Estas palavras, que fazem parte da Carta Constitucional da
Ordem de Malta, definem a nossa missão no mundo actual.
E descrevem igualmente o nosso princípio mais sagrado:
agir «sem distinção de religião, de raça, de origem ou de
idade», sempre que a nossa ajuda for necessária.
A presente edição do Relatório de Actividades Internacionais
da Ordem inclui algumas descrições breves, mas eloquentes,
da forma como os nossos serviços de ajuda humanitária e de
assistência sanitária tentaram aliviar o sofrimento das pessoas afectadas por calamidades e por situações de urgência,
provocadas pelo Homem ou pela natureza.
O Relatório abrange as actividades durante os anos de
2001 e 2002 e início de 2003, um período em que o mundo
sofreu o choque da perda de mais de 3000 vidas inocentes
nos ataques terroristas nos Estados Unidos da América,
a crise das pessoas deslocadas internamente no Afeganistão e das pessoas afectadas pelo tumulto da guerra no Iraque, bem como noutras regiões do mundo.
O Relatório descreve igualmente como os nossos voluntários e o pessoal médico deram resposta às carências humanas mais urgentes - de abrigo, alimentação, água, medicamentos e cuidados básicos imprescindíveis. Estes cuidados
foram prestados em muitos países e por razões diversas: na
sequência das inundações catastróficas que atingiram
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grande parte da Europa em 2002, após os terramotos na
Europa e na América do Sul e para aliviar o flagelo da fome
na África Austral.
O aspecto mais significativo e estimulante deste Relatório é
que dá uma visão da enorme diversidade do precioso trabalho realizado pelas Associações da Ordem em mais de 110
países. São apresentadas algumas descrições, seleccionadas por países onde a ajuda foi prestada e consoante essa
ajuda teve por objectivo atender necessidades humanitárias
ou sanitárias.
Nenhuma destas actividades teria sido possível sem o
empenhamento pessoal e a vontade dos membros e dos
voluntários da Ordem, nem sem a generosidade permanente
dos seus doadores privados e públicos.
Graças aos nossos mais de 80 000 voluntários permanentes,
conseguimos prestar os serviços médicos e de socorro que
são a nossa principal razão de ser. Estes voluntários, oferecendo generosamente o seu tempo, a sua energia e as suas
competências para apoiar as obras da Ordem no sentido de
proporcionar uma verdadeira diferença duradoura para milhões de pessoas cujas vidas, de outra forma, seriam consumidas pela pobreza, pela fome, pela doença ou por catástrofes. Os voluntários podem ver-se a prestar assistência na
sequência de guerras, inundações, terramotos ou furacões,
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
+ + + MENSAGEM DO GRÃO-MESTRE + + +
da mesma forma que estão prontos para prestar primeiros
socorros e assistência onde haja grandes concentrações de
pessoas. A sua dedicação leva-os igualmente a visitar idosos
e doentes nos seus domicílios, a fornecer refeições às pessoas que não podem prepará-las, a ensinar primeiros socorros e cuidados básicos de saúde a jovens, a cuidar de crianças desfavorecidas ou a ajudar os sem-abrigo.
A expressão «pessoas com deficiência mental ou física» é
também muito vasta, porque abrange todas as pessoas com
dificuldades físicas ou mentais causadas por doença, fome,
desastre ou acidentes de nascença. Estas pessoas, como
todos os outros membros da raça humana, têm direito a
níveis decentes de alimentação, água, alojamento, afecto e
cuidados. As nossas missões hospitalares incluem a luta
permanente contra a lepra, não apenas através de ajuda
médica e cirúrgica aos doentes, mas também no sentido de
ultrapassar o estigma associado a esta terrível doença.
Recentemente alargámos as nossas actividades, a fim de
incluir o VIH/SIDA, especialmente para impedir a sua passagem de mães para filhos.
Ao realizarmos estas actividades em todos estes países,
procuramos actuar de acordo com normas que correspondem às melhores práticas disponíveis. Um dos desafios com
que a Ordem se defronta na transição para o século XXI
consiste em encontrar um mecanismo que incentive a partilha de conhecimentos e de competências entre os nossos
membros, voluntários e profissionais, permitindo que a
nossa missão numa parte do mundo beneficie da nossa
experiência noutros lugares.
Para dar resposta a este desafio organizámos no final de
2002 uma conferência em Santa Cruz, na Bolívia, «Conferência das Américas», para debater formas de colaboração
que permitam aumentar a eficácia da ajuda humanitária nas
Américas. A Conferência sublinhou a importância da unidade entre as Associações para o intercâmbio de informações e de conhecimentos e para aprofundar contactos e a
coordenação. Trata-se de um tema que vamos prosseguir,
ao mesmo tempo que continuamos a dar resposta às carências dos pobres, dos doentes, dos necessitados e daqueles
que não possuem nada.
Espero que o presente Relatório permita compreender melhor o trabalho da Ordem de Malta no mundo e o nosso compromisso de prestar ajuda humanitária como parte da nossa
missão cristã.
Frei Andrew Bertie
78º Grão-Mestre da Ordem Soberana, Militar e Hospitalar
de S. João de Jerusalém, de Rodes e de Malta
Relatório de actividades - 2003
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O Grande Comendador, Frei Ludwig Hoffmann von Rumerstein, encontra alguns jovens amigos na visita que fez ao Lar da Ordem
para doentes da SIDA, em Mandini, na África do Sul, em Dezembro de 2002, aquando da inauguração de uma nova ala de uma capacidade
de 53 camas e de melhoramentos no orfanato contíguo
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ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
+ + + ESPIRITUALIDADE EM ACÇÃO + + +
Espiritualidade em acção
O carisma da Ordem
Após mil anos de existência, de lutas e de aventuras, por
vezes dolorosas, outras vezes não, mas que testemunham
sobretudo a sua cristandade e nobreza, o apelo da Ordem,
ou o seu carisma, é tão forte no século XXI como era no
século X e continua a inspirar-se nas suas origens.
O motivo que presidiu à sua fundação como Ordem Hospitalar pelo Beato Gerardo em Jerusalém – «tuitio fidei et obsequium pauperum», ou seja, «protecção da fé e ajuda aos
pobres» – continua ainda hoje a ser o seu princípio orientador.
É esta a sua história e a sua experiência. Exprime a convicção no princípio: testemunho de fé e serviço aos destituídos
de tudo - de saúde, bem-estar, bens materiais, alegria e
carência espiritual. É este princípio que continua a inspirar
hoje a Ordem e que orienta o seu futuro.
Existe uma profunda e misteriosa coincidência com o Evangelista: «Todas as leis e os Profetas estão de acordo em que
devemos amar ao Senhor nosso Deus com todo o nosso
coração e ao nosso próximo como a nós próprios».
Deus e os nossos irmãos e irmãs
Fé e caridade
Oração e trabalho
«tuitio fidei et obsequium pauperum».
Este princípio tornou-se a divisa de todo o monasticismo ocidental. A oração e o trabalho são a fé em acção, portadora de
bem para todos. Esta combinação inseparável entre a realidade espiritual e material é a base da incarnação de Cristo
feito Homem, por nós e pela nossa salvação. O Homem é
feito de corpo e alma, de necessidades espirituais e morais,
de exigências físicas e materiais. Tem fome de Deus e de pão
e exprime este desejo na oração veemente que chega até
nós: «Pai nosso, venha a nós o Vosso Reino, seja feita a
Vossa vontade assim na Terra como no Céu, o pão nosso de
cada dia nos dai hoje e perdoai-nos as nossas ofensas».
O Santo Padre, João Paulo II, define o apelo da Ordem
desta forma: uma verdadeira riqueza da Igreja, pela sua harmonia evangélica, pelo seu extraordinário poder de síntese
entre o céu e a terra, pela sua importância para o presente
neste mundo sem religião, que carece enormemente de
uma presença importante para cuidar dos marginais da
nossa sociedade.
A fé e a caridade são sempre as características obrigatórias
do testemunho cristão de todos os que trabalham à sombra
da cruz branca de oito pontas, símbolo das oito bem-aventuranças, com o espírito de um exército cristão. Pertencer à
Ordem é uma honra, mas é também um apelo à acção caritativa, um compromisso real e uma verdadeira vocação.
Relatório de actividades - 2003
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Pessoas deslocadas internamente, Afeganistão: fila para atendimento na clínica da Ordem no norte do país.
O material foi doado pelo Grande-Priorado de Lombardia e Venécia
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ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
+ + + ACTIVIDADES, 2001 E 2002 + + +
Actividades nos anos
de 2001 e 2002
O presente Relatório de Actividades resume o trabalho da
Ordem Soberana, Militar e Hospitalar de S. João de Jerusalém, de Rodes e de Malta nos anos de 2001 e 2002 nos
domínios médico, hospitalar e humanitário.
Nestas páginas podem encontrar-se múltiplas demonstrações práticas de como a Ordem alivia o sofrimento humano
em todas as suas formas, dando ajuda humanitária, respondendo a situações de urgência e prestando cuidados médicos e paliativos a muitos milhares de pessoas, sem discriminação de raça, religião, filiação política ou idade.
O presente Relatório resume o papel especial da Ordem e
as suas actividades correntes. Estas são descritas na secção do Relatório relativa às actividades humanitárias, que
abrange uma selecção das obras caritativas ou hospitalares
da Ordem por todo o mundo em 2001 e 2002. A segunda
secção, Governo, explica como a Ordem é administrada e
indica as suas actividades oficiais e missões diplomáticas.
Termina com uma bibliografia actual e informações para contacto de todas as Associações e organizações da Ordem e
das suas representações diplomáticas.
O Relatório salienta a estratégia da Ordem de fornecer
ajuda duradoura, que tenha em conta não só as necessidades imediatas de curto prazo, mas que permita também às
pessoas que estiveram doentes desempenhar um papel
activo na sua própria recuperação. Inclui igualmente exemplos do trabalho dos nossos muitos milhares de voluntários
permanentes em todo o mundo para atender às necessidades de pessoas com deficiências mentais ou físicas: um
aspecto das nossas actividades inscrito nas tradições da
Ordem desde a sua criação.
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Financiamento
Os Priorados, as Associações e as Fundações da Ordem
financiam as suas actividades médicas, hospitalares e humanitárias através de quotizações e donativos que recebem
dos seus membros, de doações e legados e de campanhas
de obtenção de fundos realizadas junto de milhares de doadores regulares. Excepcionalmente, em Itália e na Áustria os
Grandes-Priorados recuperaram o seu património, que ajuda
a financiar as despesas administrativas da Ordem.
causa ou um projecto específicos. É o que acontece em
especial na Alemanha e na França, onde a Ordem consegue
mobilizar centenas de milhares de doadores.
A diversificação das fontes de financiamento permite fazer
face a situações muito diferentes em termos de urgência e
de extensão, assegurando ao mesmo tempo uma independência total em relação aos governos e doadores públicos.
Na Europa, contudo, muitos centros de cuidados médicosociais e estabelecimentos hospitalares da Ordem recebem
financiamentos importantes dos sistemas nacionais de
saúde e segurança social, juntamente com donativos de
membros ou de pessoas externas à Ordem e subsídios dos
governos e de grandes fundações.
O co-financiamento por autoridades públicas, por instituições internacionais ou por grandes fundações implica condições rigorosas de afectação dos fundos, com objectivos
claramente definidos a médio e longo prazo, enquanto os
donativos dos membros da Ordem e de particulares permitem maior flexibilidade para reagir com rapidez e eficácia a
necessidades novas ou diferentes.
O financiamento de actividades nos países em desenvolvimento provém de diferentes fontes. De um modo geral é
assegurado pelos Priorados e pelas Associações nacionais;
mas para projectos de grande dimensão ou que exigem
recursos permanentes a longo prazo, as respectivas Associações nacionais solicitam contribuições à União Europeia,
às agências especializadas das Nações Unidas ou aos
governos nacionais ou recorrem ainda a donativos de fundações internacionais.
As contas de todas as Associações e organizações da
Ordem e de todos os seus estabelecimentos hospitalares
são sujeitas a auditorias regulares efectuadas por revisores
de contas externos, de acordo com a prática e a legislação
em vigor em cada país. Para além destas inspecções locais,
todos estes organismos são igualmente sujeitos ao controlo
global do Tribunal de Contas da Ordem de Malta, que tem
sede no Grande Magistério, em Roma.
Para as operações de ajuda humanitária de urgência são utilizados os mesmos sistemas de financiamento, sendo absolutamente essenciais os donativos solicitados para uma
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ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
+ + + FINANCIAMENTO // ÚLTIMAS NOTÍCIAS + + +
Últimas notícias
Embora o presente Relatório de Actividades abranja o trabalho da Ordem em 2001 e 2002, as suas
actividades humanitárias e sanitárias continuam a ter um impacto positivo em todo o mundo. Alguns
acontecimentos importantes ocorridos em 2003 e em que a Ordem prestou assistência:
Iraque
O Corpo de Urgência da Ordem de Malta
está a concentrar as suas actividades na
recuperação do sistema sanitário do Iraque, organizando medidas de socorro em
Bagdade, nas zonas rurais à volta da capital
e no norte do país. O Corpo enviou uma
equipa de médicos, enfermeiros e paramédicos franceses para Bagdade, enquanto
outros membros alemães estão a centrar a
sua intervenção em centros de saúde de
quatro aldeias do norte do Iraque.
Afeganistão
A Associação Alemã da Ordem foi escolhida pelo Alto-Comissariado das Nações
Unidas para os Refugiados para se ocupar
do plano de reconstrução de três províncias no Afeganistão. Com um financiamento de cerca de 1,5 milhões de dólares,
o trabalho inclui a restauração da rede de
abastecimento de água, a reconstrução do
sistema viário das aldeias e das estruturas
sanitárias, bem como a organização de projectos geradores de receitas.
Genebra
Foi criado em Genebra o Comité Internacional Hospitalar da Ordem de Malta, que tem
por objectivo reforçar as actividades internacionais e promover a identidade colectiva
das instituições da Ordem.
Sudão
Na cidade de Yei, no sul do Sudão, a Associação Alemã da Ordem abriu recentemente uma nova clínica para pessoas ataca-
das pela tripanossomíase (doença do sono),
uma doença muito espalhada no Sudão.
Desde 1997 que a Ordem de Malta presta
serviços básicos de saúde a cerca de 300 000
pessoas nesta região, assolada pela guerra
civil. A Ordem tem igualmente um centro
de saúde em Yei e dirige programas de controlo da tuberculose e da lepra neste país.
A doença do sono está a progredir em muitos países africanos. É uma doença mortal
se não for tratada. Até agora só foi possível
ministrar tratamento médico a menos de
dez por cento das pessoas infectadas.
República Dem. do Congo
A Associação Alemã da Ordem, com apoio
financeiro do Ministério dos Negócios
Estrangeiros alemão, forneceu medicamentos e vestuário a 17 000 pessoas deslocadas
internamente devido aos combates no país.
com secções de pediatria e obstetrícia e
com um departamento de prevenção do
cancro do útero e da mama.
Este centro só foi possível graças à Associação e a uma generosa contribuição da Project Hope, uma organização internacional
de ajuda técnica e humanitária, sem fins
lucrativos. No futuro pretende-se visar a educação e o envolvimento total da comunidade
para melhorar a situação sanitária em geral e
o desenvolvimento de uma cultura preventiva de cuidados de saúde a nível local.
Jordânia
Em 29 de Junho de 2003 foram estabelecidas relações diplomáticas plenas entre a
Ordem Soberana de Malta e o Reino Hachemita da Jordânia, mediante a assinatura de
um protocolo em Amã, aumentando assim
para 93 o número de países que têm relações diplomáticas com a Ordem.
República Dominicana
A Associação Dominicana da Ordem abriu
em Junho deste ano um centro clínico na
região do Monte da Prata, no nordeste da
República Dominicana. Este centro, designado «El Cacique», está equipado para
efectuar mais de 200 consultas por dia e
prestar serviços médicos às mães e respectivos filhos. Na região leste do país a Associação também administra e financia o Centro
Herrera, que presta serviços de ginecologia
e de pediatria desde há seis anos. As mães e
filhos das zonas periféricas podem agora
contar com pessoal médico para urgências,
com equipamento moderno para partos,
Para mais informações sobre as actividades
da Ordem no mundo desde Junho de 2003:
www.orderofmalta.org
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Relatório de actividades - 2003
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O Grão-Mestre, Frei Andrew Bertie, acompanhado pelo Dr. Adriano Micci, Director clínico do Hospital de São João Baptista, Magliana, Roma, saúda um doente
Actividades
humanitárias
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ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Um jovem doente visita a clínica de cuidados
de dia da Ordem no sul do Sudão
+ + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // AJUDA DE URGÊNCIA + + +
• Corpo de Urgência da
Ordem de Malta
• Ajuda de urgência no mundo
• Iraque
• Associação Alemã em África
Ajuda de urgência
Uma força unida pelo bem
Desde há muito que a Ordem dá algum conforto, ajuda e apoio, quando é mais necessário, às vítimas da fome ou das inundações, aos despojados pela guerra ou por terramotos e às pessoas cujas vidas foram arruinadas por calamidades naturais ou humanas.
Fê-lo sempre sem olhar a fronteiras geográficas ou políticas e sem qualquer discriminação com base na raça, religião, género ou idade.
Em 2001 e 2002, entre as actividades realizadas, os nossos membros, voluntários e
pessoal médico e de enfermagem responderam a pedidos de ajuda de urgência vindos de grupos tão diversos como as pessoas atingidas pelas inundações na Europa
Oriental, por furacões na América do Sul e por terramotos em Itália e em El Salvador.
Para além de prestar apoio prático imediato em termos de alimentação, alojamento e
vestuário, a Ordem tentou igualmente resolver as carências menos imediatas das
pessoas atingidas por calamidades, prestando-lhes serviços sociais.
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Corpo de Urgência da Ordem de Malta
Há um factor sempre fundamental quando está em causa
a ajuda de urgência: profissionalismo. O Corpo de Urgência
da Ordem de Malta (ECOM - Emergency Corps of the Order
of Malta) é a organização global da ajuda da Ordem. O
Corpo reúne recursos dos Priorados e das Associações
nacionais com experiência nesta área e tem capacidade
para fornecer ajuda humanitária imediata às vítimas.
mais urgentes. Nesse sentido, seis centros de saúde rurais
em Mutare foram dotados de medicamentos essenciais para
seis meses, ao mesmo tempo que eram recuperadas e reabilitadas, sob a supervisão do Corpo, as instalações de três
centros de saúde em Nyangombe e eram também reparados
os serviços de abastecimento local de água e electricidade
e de saneamento.
Auxiliado pelas relações diplomáticas da Ordem em todo o
mundo, o papel do ECOM consiste primeiro em avaliar as
necessidades mais imediatas das pessoas atingidas por
uma situação de calamidade e depois em dar-lhes resposta,
tão rápida e eficazmente quanto possível.
Para combater o problema da subnutrição, o Corpo recrutou
uma enfermeira nutricionista por seis meses, período
durante o qual se realizaria um inquérito nutricional nalgumas
comunidades seleccionadas. Além disso, foi dada todos os
meses a 200 crianças alimentação reforçada e foram fornecidas a seis hospitais refeições suplementares.
Tudo isto exige uma rápida mobilização de transportes, equipamento e pessoal, bem como um processamento rápido da
documentação necessária para permitir que a ajuda seja
entregue às pessoas que dela carecem.
Para além da sua acção rápida, o Corpo de Urgência da
Ordem de Malta opera segundo as normas internacionais de
ajuda humanitária (como o Código de conduta do projecto
Sphere). Quando as circunstâncias o exigem, o Corpo mantém o seu apoio durante períodos mais longos.
Uma demonstração de como o Corpo tem um impacto positivo no sofrimento humano é o programa de socorro, no
montante de 1,1 milhões de euros, desenvolvido na África
Austral desde Dezembro de 2002.
A primeira resposta do ECOM consistiu em enviar uma
equipa para avaliar as necessidades do sector sanitário nas
zonas rurais de Mutare e Bulawayo. Em colaboração com
agências governamentais em Harare, a equipa identificou
uma grave falta de medicamentos como uma das questões
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A conjugação da seca, das dificuldades económicas e da
epidemia de VIH/SIDA deixou metade da população do
Zimbabué sem acesso regular a serviços de saúde e a alimentos. Desses seis milhões de pessoas, um milhão enfrentava a perspectiva real de morrer à fome e de doença se a
ajuda não chegasse a tempo.
Anos sucessivos de seca, colheitas fracas, inundações, instabilidade política e a epidemia de VIH/SIDA criaram potencialidades para uma grande crise alimentar na África Austral.
As populações mais em risco são as do Malawi, Zimbabué,
Moçambique, Zâmbia, Lesoto e Suazilândia. As estimativas indicam que poderão ser afectadas 13 milhões de pessoas, das quais oito milhões já necessitam com urgência de
ajuda alimentar.
Em Moçambique, o Corpo de Urgência, em colaboração
com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF),
procedeu a uma avaliação da situação, a fim de preparar uma
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O nosso Embaixador em Belize, Thomas Carney,
entrega donativos de alimentos e vestuário a jovens vítimas do ciclone
estratégia de socorro. Foram igualmente estabelecidos contactos com organizações de socorro no Malawi e no Zimbabué e foram elaborados planos para um programa global de
ajuda a 90 000 pessoas no Zimbabué, com o apoio financeiro do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão e em
cooperação com as duas dioceses do Zimbabué.
O fim de 27 anos de guerra civil em Angola deixou cerca de
dois milhões de pessoas dependentes da ajuda alimentar
para a sua sobrevivência diária, situação que ainda se verifica em 2003. Além disso, a guerra conduziu a um grande
número de pessoas deslocadas internamente e danificou
gravemente as infra-estruturas sanitárias do país.
Associações nacionais que integram
o Corpo de Urgência da Ordem de Malta ou
que possuem o estatuto de observador
Membros:
Alemanha, Áustria, Bélgica, França, Irlanda, Itália,
Países Baixos, Reino Unido e Suíça.
Observadores:
Brasil, Espanha, Hungria, México, Polónia e República Checa.
O quadro era por todo o lado idêntico: edifícios destruídos
pela guerra ou em ruínas por falta de conservação. Pessoal
sanitário inexistente ou mal preparado e pessoas a morrerem
inutilmente de doenças curáveis, como a malária, diarreia e
infecções respiratórias. Para tornar as coisas ainda mais difíceis para toda a gente - incluindo os profissionais que prestam ajuda - Angola está cheia de minas e muitas das estradas e pontes do país foram danificadas ou destruídas.
Eram estas as condições no final de Agosto de 2002, à chegada de uma equipa da Associação Alemã da Ordem para
avaliar a situação humanitária na província do Cuando
Cubango, no sudeste de Angola, abandonada à sua sorte.
Só era possível o acesso a 10% da província por duas estradas principais, ambas num estado lastimável. As minas terrestres estavam disseminadas por todo o lado nas estradas
e nos arredores das aldeias. Havia por todo o lado bolsas de
subnutrição grave.
Relatório de actividades - 2003
15
Intervenções do Corpo de Urgência da Ordem de
Malta (ECOM), por tipo e país
Inundações: Albânia, Alemanha, Áustria, Belize e
República Checa
Refugiados/pessoas deslocadas internamente:
Afeganistão, Lituânia, Macedónia, República Democrática do Congo e Sudão
Terramotos e furacões:
Etiópia, El Salvador, Índia, Itália, México e República
Democrática do Congo
Catástrofes: Rússia e Ucrânia
Apoio a missões de manutenção da paz das
Nações Unidas: Afeganistão e Iraque
Nessa altura havia apenas três médicos para prestar assistência a uma população de cerca de 620 000 pessoas, com equipamento reduzido e poucos medicamentos. Tratava-se claramente de um caso que exigia uma resposta imediata e eficaz.
Em colaboração com três parceiros – Caritas Menongue,
um grupo de quatro postos sanitários católicos e a Direcção
Provincial de Saúde do Cuando Cubango – a Ordem forneceu equipamento de recuperação de urgência e equipamento médico básico para as restantes unidades sanitárias
e forneceu medicamentos essenciais para um período de
seis meses. Além disso, assegurou a supervisão da utilização racional dos medicamentos e melhorou a gestão de
condições como a subnutrição de crianças e doenças transmissíveis entre crianças (infecções respiratórias agudas,
diarreia e malária).
Para complementar estas actividades essenciais, a Ordem
promoveu igualmente o aperfeiçoamento dos cuidados
maternos e melhores procedimentos de registo e de elaboração de relatórios nos centros de saúde.
Com a sua intervenção na crise da África Austral em 2002,
o Corpo de Urgência da Ordem de Malta beneficiou directamente 96 000 pessoas no Zimbabué e 200 000 pessoas
em Angola.
Enquanto as catástrofes nestes dois países se deveram
sobretudo ao Homem, a natureza também provocou, em
Agosto de 2002, uma importante situação de urgência na
16
Europa Central, quando fortes cheias inundaram grande
parte da República Checa e da Roménia.
Também neste caso o ECOM deu resposta imediata para
ajudar as populações mais afectadas. Os voluntários criaram
um novo armazém do tipo «faça você mesmo» na região de
Melnik, a norte de Praga, abastecido gratuitamente de materiais e equipamentos de construção, para permitir que os
grupos mais atingidos começassem a reparar as suas casas
danificadas.
Na Roménia, onde as inundações afectaram cerca de 450 000
pessoas – principalmente em zonas rurais – a Agência de
Socorro Romena da Ordem de Malta, um corpo de voluntários
com mais de 1000 membros, distribuiu alimentos e outros artigos às famílias carecidas.
O ECOM também desempenhou um papel activo na ajuda
humanitária na sequência da guerra no Afeganistão.
Quando o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os
Refugiados (ACNUR) calculou que poderiam ser 500 000
os afegãos a procurarem refúgio na República Islâmica do
Irão, o ECOM enviou equipas exploratórias para o Irão para
avaliar a situação.
As equipas de médicos e de especialistas regionais do
Corpo de Urgência trabalharam com o Governo do Irão e
com organizações internacionais e locais na elaboração de
planos de reacção rápida para oferecer serviços médicos
aos refugiados afegãos.
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Ajuda de urgência no mundo
A Ordem interveio em muitas situações em todo o mundo para dar resposta
a calamidades, das quais as mais recentes foram:
RESPOSTA A INUNDAÇÕES
Na Albânia, a Ordem entrou em acção nas zonas de Shkoder e de Lezha, na sequência das graves inundações de
Outubro de 2002. Para além de fornecer camas e refeições
quentes para as vítimas, a Ordem ajudou a reparar as suas
casas e enviou uma equipa médica para dar ajuda nos primeiros socorros.
Quando em 2002 fortes nevões deixaram isoladas várias
comunidades das montanhas no norte da Albânia, os voluntários da Malteser Ndihmon Ne Shqiperi (MNSH) juntaram-se
a outros serviços de urgência, fornecendo alimentos e ajuda
médica a 100 famílias.
O Grande-Priorado Austríaco da Ordem de Malta respondeu às devastações provocadas pelas cheias que inundaram muitas regiões do país em Agosto de 2002 colaborando com a Cruz Vermelha e outras organizações
humanitárias para distribuir com urgência às pessoas mais
afectadas móveis, vestuário e material para dormirem. Nas
sete semanas que se seguiram às inundações, membros
voluntários da Ordem dedicaram um total de 20 000 horas a
esta operação de ajuda de urgência e percorreram 15 000
quilómetros a transportar não só equipamento, mas também
vítimas das inundações que precisavam de tratamento.
Quando o furacão Iris passou por Belize em 8 de Outubro
de 2001, devastou grande parte da região sul do país,
danificando aldeias e destruindo muitos hectares de floresta e de culturas nas terras baixas. As estimativas situam
em 3 178 o número de casas destruídas e em 19 880 as
pessoas afectadas, enquanto os prejuízos para a agricultura e pesca foram superiores a 55 milhões de dólares.
O Director Hospitalar da Associação Hondurenha, Jorge Agurcia, e
dois jovens em Belize.
A operação de socorro resultou de um esforço combinado
dirigido pela Embaixada da Ordem de Malta em Belize, juntamente com as Associações Hondurenha e Americana da
Ordem, a organização humanitária AmeriCares, os governos das Honduras e de Belize e as Forças Expedicionárias Britânicas. A AmeriCares organizou uma ponte aérea
dos Estados Unidos para o Embaixador da Ordem no
Belize, constituída por mais de 4 500 quilos de artigos
para socorro de urgência e de material médico, tendas,
lonas impermeáveis, cobertores, colchões, ligaduras e
solução de ringer com lactato.
Relatório de actividades - 2003
17
Verão de 2002: voluntários austríacos ajudam a descarregar víveres
para as vítimas das cheias da Europa Central
Outros 3 000 quilos de material médico fornecido pela
Associação das Honduras da Ordem foram enviados de
helicóptero para uma zona preparada em Punta Gorda, de
onde foram transportados para 11 aldeias a que não era
possível chegar por terra. A distribuição da ajuda de urgência, que também incluiu arroz, feijão, farinha e conservas, foi
organizada pela Ordem sob a direcção do Serviço Nacional
de Gestão das Urgências de Belize.
Inundações catastróficas também atingiram parte da República Checa em 2002. Voluntários e pessoal da Associação
Checa da Ordem lançaram um programa de ajuda às famílias
afectadas pelas cheias. Esta ajuda incluiu o fornecimento de
equipamento de secagem, materiais de construção, coberturas do solo e mobiliário.
Com a sua participação, ao lado de outras organizações de
ajuda humanitária importantes, no Grupo de Acompanhamento dos Prejuízo das Cheias no país, a Ordem pôde dar um
contributo elevado e concreto para a recuperação da situação
provocada pelas cheias a centenas de famílias em muitas
cidades e vilas checas. Ao mesmo tempo, voluntários e o pessoal médico da recente Maltezska Pomoc P.C.S. prestavam
primeiros socorros e cuidados médicos nos centros de evacuação e pontos de reunião das vítimas das cheias.
A contribuição de generosas subvenções por parte das
Associações Alemã e Suíça da Ordem tornaram possível um
projecto de ajuda a 370 famílias na região gravemente afectada de Melnik e no sul da Boémia. Muitos outros donativos
financeiros e materiais de particulares e de organizações
18
associadas à Ordem em muitas partes do mundo permitiram
à Maltezska Pomoc P.C.S. fornecer mais ajuda, incluindo
vacinas contra a hepatite e a substituição do equipamento
de uma escola inundada.
As piores inundações da Europa há mais de cem anos devastaram igualmente a Alemanha, onde os custos económicos
foram calculados em 9,2 mil milhões de euros. Em termos
sociais, os custos na Alemanha, como na Europa Central, são
incalculáveis. Foram afectadas cerca de 330 000 pessoas,
incluindo muitas que foram deslocadas temporariamente das
suas casas. A Associação Alemã da Ordem mobilizou neste
país mais de 800 voluntários, que trabalharam em 89 equipas
diferentes para ajudar na evacuação de pessoas e nos cuidados médicos nas regiões mais afectadas.
Os trabalhos de socorro incluíram a instalação de um hospital provisório nos edifícios do aeroporto de Dresden e o fornecimento de alimentação ao pessoal operacional e às pessoas deslocadas por causa das cheias, bem como ajuda
para transportar material de urgência.
Depois de o nível das inundações ter baixado, 42 voluntários prestaram assistência pastoral e psicológica a muitas
das vítimas.
O Malteser Hilfsdienst, o corpo sanitário e de primeiros
socorros da Associação Alemã, deslocou 1000 voluntários
de primeiros socorros para a Saxónia, que instalaram um
hospital de campanha em Dresden e forneceram alimentação e apoio social nos três meses seguintes.
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
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Organização da
ajuda às vítimas das
inundações na
Áustria
Outono de 2002: membros e voluntários do Corpo Militar da
Associação Italiana trazem alimentos e abrigo para as vítimas do
terramoto no sul de Itália
Equipas de socorro em situações de calamidade, com formação e experiência na gestão de situações críticas de
angústia e síndroma de stress pós-traumáutico, prestaram
ajuda às vítimas das cheias em estado de choque, muitas
das quais tinham perdido não só a casa, mas também o seu
sustento e todos os seus haveres.
Noutras zonas da região, a Ordem centrou a atenção no fornecimento de um «conjunto global de serviços» a três pequenas cidades. Bad Schandau, a sul de Dresden, tinha uma
indústria turística florescente, mas toda a zona ficou coberta
de lama, incluindo os hotéis. Em Prettin, a norte de Dresden,
verificou-se um aumento do desemprego devido às inundações nas terras agrícolas circundantes. Em GroßtrebenZwethau, por seu lado, os estragos nas infra-estruturas locais
também deixaram um rasto de desemprego.
As equipas de socorro da Ordem trabalharam em conjunto
com os presidentes das câmaras das três cidades para
ajudar os mais necessitados e funcionando como consultores para a restauração dos serviços normais em cada
uma das comunidades.
A Associação Alemã disponibilizou igualmente um consultor
profissional para assessorar cada uma das três cidades
quanto aos melhoramentos das suas infra-estruturas que
poderão ajudar a criar novos postos de trabalho - um processo que prosseguiu em 2003.
Na Áustria, o Grande-Priorado reuniu uma equipa de voluntários para ajudar as dezenas de milhares de pessoas vítimas das
inundações, que se dirigiram para sul e para leste a partir de
Salzburgo (onde as protecções resistiram, apesar do receio de
inundações iminentes), devastando aldeias e cidades, entre as
quais Linz, Steyr, Perg e Krems, na Baixa Áustria, onde as
águas das cheias estiveram a cinco centímetros de obrigar a
suspender o abastecimento de electricidade.
«A reacção imediata das autoridades foi solicitar ao Exército
que criasse campos de tendas para acomodar as muitas famílias obrigadas a abandonar as suas casas devido à subida das
águas», explica um dos muitos voluntários do Corpo de Ambulâncias do Grande-Priorado Austríaco.
«Sendo uma das organizações de socorro envolvidas na resposta às cheias, a nossa tarefa inicial foi ajudar as pessoas que
tinham sido transferidas para estes acampamentos.»
A palavra «temporário» veio a revelar-se importante nas semanas e meses que se seguiram à calamidade inicial. À medida
que a ameaça imediata desaparecia, o mesmo acontecia com a
oferta de alojamento por parte de amigos e vizinhos, que muitas
vezes os deixavam regressar às suas casas danificadas pelas
cheias, sem camas para dormir, cadeiras para se sentarem e
cozinhas onde cozinhar.
Durante um período de sete semanas, cerca de 150 voluntários do
Corpo de Ambulâncias trabalharam como equipas gratuitas de
mudanças, utilizando todos os tipos de transporte colocados à sua
disposição para transportar mobiliário e equipamento de cozinha
dos armazéns centrais para as casas das pessoas necessitadas.
Mas antes tiveram de construir uma extensão temporária que
mais do que duplicou a área das instalações de armazenagem
em Krems, na Baixa Áustria, que funcionou como ponto de
recolha dos equipamentos em segunda-mão oferecidos pelos
cidadãos e dos artigos novos dados por fabricantes.
«Foi um trabalho difícil, porque nenhum de nós estava habituado a carregar móveis pesados escada acima, mas muito gratificante, uma vez que os destinatários nos ficaram tão agradecidos pela nossa ajuda», refere o chefe do Corpo de
Ambulâncias Austríaco.
Relatório de actividades - 2003
19
TERRAMOTOS E FURACÕES
A Associação Francesa da Ordem enviou uma equipa de
voluntários, com médicos e pessoal de enfermagem e de
logística para ajudar as vítimas de um terramoto no nordeste da Índia.
A Associação Alemã forneceu outros serviços de ajuda de
urgência, que incluíram a distribuição de alimentos, equipamento de cozinha e camas para pessoas deslocadas
internamente na República Democrática do Congo, a
participação num programa de nutrição de urgência na
Etiópia e o fornecimento de alojamentos, alimentos e
medicamentos às vítimas do terramoto em El Salvador.
Este terramoto também causou danos consideráveis na clínica da Ordem em Santa Tecia. Em resposta a esta calamidade, a Associação da Ordem na Alemanha ofereceu 1 500
casas pré-fabricadas no valor de 700 000 dólares. Foram
igualmente construídos uma pequena secção de obstetrícia
numa clínica governamental e um jardim infantil para 60 crianças com o apoio financeiro da Alemanha e do Serviço de
Ajuda Humanitária da União Europeia (ECHO). Imediatamente a seguir ao terramoto, a Associação Alemã organizou
duas clínicas para doentes externos, com capacidade para
20 000 doentes.
Durante mais de um ano após o trágico terramoto que matou
dezenas de milhares de pessoas em Gujarat, Índia, a Associação Alemã organizou uma série de programas de socorro
com o apoio de parceiros locais. Uma zona muito afectada
foi a cidade de Ahmedabad, onde foi fornecida ajuda sob
forma de alimentos e assistência médica.
Em Outubro de 2002, a cidade italiana de San Giuliano di
Puglia foi abalada por um terramoto que matou 26 crianças e 3
professores na escola primária local. A Associação Italiana da
Ordem organizou um posto de primeiros socorros para cuidar
de 1000 pessoas evacuadas. Médicos e enfermeiros prestaram serviços clínicos de urgência e foi também instalado um
serviço de cirurgia pediátrica, com profissionais qualificados.
Entretanto, alguns voluntários levaram uma série de ambulâncias para Casalnuovo Monterotaro, perto de Foggia, onde
o terramoto causou danos graves em 80% das casas. Organizaram um posto de primeiros socorros, uma cozinha de
campanha e um serviço de transportes para pessoas com
deficiência e idosos.
20
Alguns dos danos causados: uma rua em Casalnuovo Monterotaro,
perto de Foggia, sul de Itália
A Associação da Ordem no México forneceu ajuda humanitária às vítimas de calamidades naturais, nomeadamente
o furacão Isador, que deixou um rasto de destruição atrás
de si à medida que passava pelo Golfo do México em
Outubro de 2002.
Uma tragédia provocada pelo Homem ocorreu na Rússia,
onde os terroristas sequestraram uma série de reféns num
teatro de Moscovo, em 2002. Os homens das ambulâncias
do grupo de socorro da Ordem na cidade prestaram cuidados no local a familiares dos reféns e o supermercado dos
Malteser – que normalmente fornece alimentos aos pobres e
necessitados no bairro Mitrowskij de Moscovo – foi convertido temporariamente num abrigo, onde os familiares que
aguardavam os reféns podiam receber alimentação.
Num desastre em que morreram 83 pessoas e 116 ficaram
gravemente feridas, após um acidente num festival aéreo na
Ucrânia, no Verão de 2002, o Corpo de Ambulâncias local
(ou grupo de voluntários) foi apoiado por membros do Malteser Hilfsdienst Alemão, das dioceses alemãs de Münster e
de Paderborn. Conseguiram recolher dinheiro suficiente
para comprar antibióticos e outros medicamentos de que os
hospitais em Lwiw careciam urgentemente.
A ajuda de urgência fornecida pelo Reino Unido através da
Associação Britânica da Ordem durante o período abrangido pelo presente Relatório de Actividades inclui o fornecimento de aquecedores e de fogões de baixo custo às famílias afectadas pela guerra nos Balcãs, bem como um
programa de ajuda de 60 000 libras para o Kosovo, onde o
dinheiro foi dividido entre novo equipamento escolar, a colocação de novos telhados nas casas danificadas e a restauração do abastecimento de água e electricidade.
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
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Pessoas deslocadas internamente no Afeganistão recebem ajuda
numa clínica da Ordem para doentes externos
REFUGIADOS /
APOIO ÀS MISSÕES DE MANUTENÇÃO
PESSOAS DESLOCADAS INTERNAMENTE
DA PAZ DAS NAÇÕES UNIDAS
Desde Março de 2002 que uma equipa médica da Associação Alemã dá assistência médica a milhares de refugiados
num campo perto de Heart, no Afeganistão. Com a ajuda
de um intérprete, uma parteira e pessoal local, dirigem um
hospital para pessoas que foram obrigadas pela guerra e
pela seca a abandonar as suas aldeias, nas províncias rurais
de Badghis e Ghor.
Entretanto, outros membros do pessoal da Associação
Alemã avaliavam a possibilidade de um programa de repatriamento global de refugiados afegãos. Este programa centrou-se mais tarde na criação de condições para permitir às
famílias do distrito de Moghor regressarem às suas casas e
incluiu a construção de escolas e de centros de saúde para
as pessoas que regressaram.
Na Lituânia, voluntários da Ordem deram apoio a refugiados
e prestaram assistência aos filhos de deportados da Sibéria.
A Embaixada da Ordem na Macedónia forneceu medicamentos, ligaduras e cobertores aos refugiados durante a
crise do Kosovo. As Associações da Ordem na Alemanha e
na França forneceram alimentos e equipamentos, que foram
distribuídos em conjunto pelo pessoal do Corpo de Urgência da Ordem de Malta.
Desde então, a Associação Alemã lançou um programa de
criação de rendimento original, que concede crédito sem
juros para a criação de novas pequenas empresas.
Afeganistão: reabilitação de pessoas deslocadas internamente e de refugiados
Desde Agosto de 2002 que equipas médicas da Malteser
Hilfsdienst da Associação Alemã são responsáveis, em nome
do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, pela assistência médica ao pessoal internacional e local da Missão de
Assistência das Nações Unidas no Afeganistão, a convite das
Nações Unidas. A equipa forneceu o «Medical Start-up Kit» da
Malteser - um hospital-tenda para doentes externos, onde são
prestados cuidados de saúde básicos e de urgência, desenvolvidos especificamente para as missões de manutenção da
paz das Nações Unidas. As equipas médicas estão igualmente a ajudar, em condições locais difíceis, a desenvolver um
serviço médico para a polícia afegã em Cabul, que ministre
cursos de primeiros socorros e acções de formação.
Na sequência da sua vasta experiência na Bósnia, a Malteser
Hilfsdienst Alemã foi escolhida pelo Alto-Comissariado das
Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) para assumir a
responsabilidade da recuperação de três províncias no Afeganistão e melhorar a reintegração dos refugiados ou das
pessoas deslocadas internamente. O projecto inclui a recuperação dos sistemas de abastecimento de água e do sistema viário das aldeias, das instalações de cuidados de
saúde e a organização de projectos criadores de rendimento,
bem como a criação de workshops. A Malteser Hilfsdienst,
de entre as organizações não governamentais (ONG), tornou-se um dos principais contratantes da ACNUR.
Relatório de actividades - 2003
21
Iraque
À medida que as nuvens da guerra se adensavam no Iraque em 2002 e as forças
militares de ambos os lados se preparavam para um potencial conflito, outro grupo
muito diferente de profissionais altamente preparados estabelecia planos cuidadosos.
No seu quartel-general de Colónia, o pessoal do Corpo de Urgência da Ordem de
Malta (ECOM) realizava reuniões para
decidir se e como iria prestar ajuda de
urgência à população do Iraque e, em
especial, aos 700 000 refugiados que as
Nações Unidas previam que procurariam
refúgio nos países vizinhos.
O ECOM, como organização de ajuda de
urgência da Ordem, sabia que tinha uma
decisão importante a tomar:
«Após uma deliberação muito cuidadosa,
percebemos sem quaisquer dúvidas que se
houvesse uma guerra no Iraque a Ordem
de Malta teria de prestar ajuda humanitária
à população civil», refere Ingo Radtke,
Secretário-Geral do ECOM e Director do
Departamento de Ajuda Externa da Associação da Ordem na Alemanha.
Sendo uma das principais organizações do
Corpo, a divisão executiva da Associação
Francesa da Ordem, as Œuvres Hospitalières Françaises da Ordem de Malta
(OHFOM), também viriam a estar activamente envolvidas na prestação dessa
ajuda, tal como a Associação Alemã.
Os kits sanitários chegam ao Iraque
As questões a que tinha de ser dada resposta imediata era a indicação dos
papéis das duas Associações e saber
como – e a partir de que país – seria melhor entrar no Iraque.
«Num certo sentido, o nosso planeamento
dos cenários espelhava provavelmente o
das próprias forças militares, na medida
em que precisávamos de avaliar de que
recursos dispúnhamos, qual a melhor
forma de os deslocar e quais eram as alternativas em termos logísticos», explica Ingo.
Na perspectiva dos membros alemães do
Corpo de Urgência, era evidente que a
Ordem já tinha uma presença no Kuwait,
onde a Associação Alemã tinha prestado serviços médicos à missão de observação das
Nações Unidas criada para controlar a zona
desmilitarizada entre o Iraque e o Kuwait.
«Tínhamos uma base logística na cidade do
Kuwait e pessoal em Bassorá e Umm Qasr,
no lado iraquiano da fronteira, por isso
conhecíamos o território e estávamos bem
preparados nessa zona», continua Ingo.
«Eliminámos a hipótese de entrar no Iraque
pelo Irão ou pela Síria, porque não tínhamos
nem experiência nem envolvimento em qualquer destes países. Isto reduziu as nossas
possibilidades à Turquia – que nos permitiria
ficar perto do norte do Iraque, onde a Associação Alemã tinha uma presença efectiva
de apoio à população curda – e à Jordânia.»
Foi decidido que os membros alemães do
Corpo orientariam a sua iniciativa de ajuda
humanitária através da Turquia para o norte
do Iraque e que os seus homólogos fran-
22
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
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Iraquianos vêm buscar comida e medicamentos oferecidos pela Associação Italiana da Ordem
ceses entrariam no Iraque pela Jordânia,
com o apoio do Embaixador da Ordem no
Líbano, e que depois se concentrariam na
ajuda humanitária aos cidadãos iraquianos
em Bagdade e à volta desta cidade.
Foi assim que duas equipas separadas de
assessores da Ordem entraram no Iraque
antes de quaisquer eventuais hostilidades, para compreender bem a natureza da
ajuda que seria mais eficaz e qual a melhor forma de a prestar às pessoas que
mais necessitavam.
Da Turquia, o Corpo enviou uma equipa
que incluía um médico e um profissional de
logística com conhecimento prévio do Iraque. Da Jordânia partiu uma equipa de profissionais do Corpo que procedeu a uma
avaliação das necessidades em Bagdade.
A filosofia do Corpo de Urgência da
Ordem de Malta é simples: logo que tenha
sido definido um método de acção adequado entre as secções nacionais e o
quartel-general em Colónia, cada equipa
passa a ser uma unidade autónoma, que
reporta ao Centro e ao quartel-general,
sendo mantidos contactos regulares entre
as diversas partes.
À medida que o ano avançava e a probabilidade do conflito ia aumentando, o Corpo
encomendou o equipamento de purificação de água e os kits sanitários aos seus
fornecedores, a entregar numa base «just
in time». Tudo foi reunido no lado turco da
fronteira, para estar pronto para avançar
imediatamente se a ameaça de guerra se
tornasse realidade.
Desta forma, a Ordem foi uma das primeiras
organizações de ajuda humanitária a entrar
no Iraque antes da guerra e a sua presença
no país tem-se mantido desde então.
Cada uma das duas equipas se responsabilizou por arranjar as suas próprias instalações,
por criar ligações com outros parceiros de
ajuda humanitária que partilham os mesmos
valores e por identificar e dar resposta às
necessidades dos cidadãos iraquianos.
As primeiras actividades do Corpo de
Urgência da Ordem de Malta no Iraque
foram no sentido da recuperação do sistema sanitário do país, ficando a Associação Alemã a trabalhar numa série de aldeias
no norte do Iraque e a Associação Francesa
concentrando os seus esforços em Bagdade e nas zonas rurais dos arredores.
«A flexibilidade tem de ser a nossa palavrachave em todas estas actividades», diz o
profissional de logística dos serviços de
urgência da Ordem, John Freeman.
Relatório de actividades - 2003
23
Descarregamento, por uma equipa do ECOM,
de materiais para os cidadãos iraquianos
«Achámos o povo iraquiano muito acolhedor e disposto a colaborar connosco
quando realizámos a nossa avaliação geográfica e demográfica das necessidades
em diferentes zonas.
«No Norte, por exemplo, identificámos a falta
de laboratórios clínicos que ultrapassassem
o um nível muito básico, o que tornava difícil
para os profissionais de saúde locais diagnosticarem doenças específicas».
«Para além de arranjarmos estes laboratórios, conseguimos igualmente que os
médicos locais frequentassem um curso
de testes laboratoriais, o que aumentou as
suas competências, assegurando assim
que a ajuda que demos não foi só imediata,
mas também sustentável.»
A Associação Francesa da Ordem restabeleceu contacto com o Hospital de São
Rafael, em Bagdade, dirigido por Irmãs
Dominicanas. A Associação Francesa
enviou uma equipa de médicos, enfermeiros e pessoal paramédico para Bagdade,
24
juntamente com medicamentos de maior
urgência, aparelhos médicos e um gerador.
Existem igualmente planos para colocar
uma clínica móvel no Iraque, que prestará
cuidados de saúde básicos às pessoas
que vivem nas aldeias à volta da capital.
Tudo isto foi realizado com o máximo profissionalismo e de acordo com normas
internacionais. Tal como explica Ingo
Radtke do ECOM, a oferta de ajuda humanitária tem agora de preencher os requisitos da norma ISO 9000, ser apoiada por
infra-estruturas e procedimentos adequados e, sobretudo, evitar que a ajuda bemintencionada acabe no final por prejudicar.
«Lembro-me de estar de serviço num aeroporto da Macedónia em 1999, para onde
os doadores estrangeiros tinham enviado
dois aviões carregados de arroz - um produto de base que a Macedónia possuía em
abundância, por ser o maior exportador de
arroz na Europa», refere.
«Não faz absolutamente nenhum sentido
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
enviar bens para centenas de quilómetros
para ajudar um país quando ali os mesmos
produtos podem ser comprados ao virar da
esquina. É por isso que nos certificamos
sempre, em primeiro lugar, que os mercados locais estão disponíveis ou que podem
ser recuperados com a nossa ajuda.
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Ariwara, África: a Associação Alemã
forneceu equipamento para purificar a
água de abastecimento local
A Associação Alemã em África
A Associação Alemã trabalha actualmente
em todo o mundo para apoiar mais de
120 projectos. No domínio dos cuidados
médicos estes projectos incluem um programa de diagnóstico de VIH/SIDA e de
tuberculose no Quénia, ajuda para combater a doença do sono e a tuberculose no
Sudão e uma série de programas sanitários dirigidos às mães em Moçambique.
Aproximadamente seis milhões de pessoas no Zimbabué (quase metade da
população) defrontam-se com a penúria
alimentar e com rendimentos e subvenções insuficientes para satisfazerem as
suas necessidades alimentares mínimas
durante o resto do ano.
Até ao final de 2002, a Associação
Alemã entregou 62,5 toneladas de víveres ao Hospital St. Anne, em Brunapeg,
Zimbabué. Além disso, o hospital rece-
beu medicamentos para o tratamento da
malária, diarreia, doenças das vias respiratórias e doenças associadas ao
VIH/SIDA, bem como injecções, cânulas
e pensos e ligaduras. Outras oito toneladas de medicamentos foram levadas para
cinco hospitais de missões em Manicaland. No Zimbabué, mais de seis milhões
de pessoas – metade da população –
estão ameaçadas de morte devido à
grave crise de fome.
Em Angola, a Associação Alemã lançou
um novo projecto para distribuir medicamentos e instrumentos médicos pelos centros de saúde do Estado, postos sanitários
da Igreja Católica e agentes sanitários
locais na província do Cuando Cubango. O
pessoal da Associação supervisionou a
recuperação dos centros de saúde, bem
como a formação do pessoal local.
Angola foi assolada durante 27 anos pela
guerra civil em todo o país. Com o final dos
combates em Abril de 2002, a dimensão
da crise humanitária tornou-se cada vez
mais visível neste país.
No Cuando Cubango, no sudeste de
Angola, há apenas três hospitais e três
médicos para assistir mais de 620 000
pessoas. Nesta região, a Associação Alemã
empenhou-se na construção de estruturas
básicas de cuidados de saúde, na luta contra a subnutrição infantil, em levar serviços
de saúde às populações mais vulneráveis e
fornecer medicamentos essenciais.
A Associação Alemã também está a dar
apoio sanitário no Camboja, Vietname,
Albânia e Sérvia.
Na República Democrática do Congo a
Associação dirige 600 postos sanitários
no leste do país.
Relatório de actividades - 2003
25
26
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Uma pequena doente com lepra, Camboja
+ + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES + + +
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Uma perspectiva internacional
Actividades médicas
Distribuição de medicamentos
Lepra
Pessoas com deficiência
Os voluntários
VIH/SIDA
Cuidados paliativos
A doença de Alzheimer
O Corpo de Ambulâncias da
Ordem de Malta
• Hospitais e centros de saúde
Actividades médicas e
hospitalares
Uma perspectiva internacional
A prestação de assistência médica especializada para aliviar as doenças e o sofrimento sempre foi um dos aspectos fundamentais da actividade da Ordem. Estas actividades médicas e hospitalares prosseguiram e alargaram-se em 2001 e 2002.
Nestes dois anos assistiu-se à prestação de cuidados de saúde de uma forma activa
e sustentável por parte de médicos, enfermeiros e pessoal de apoio contratado pela
Ordem em todo o mundo, concentrando-se especialmente nas zonas onde o acesso
a modernos cuidados de saúde profissionais é limitado ou não existe mesmo.
A Ordem está encarregada do programa nacional contra a lepra no Camboja e dá
assistência a esta luta noutros países, especialmente na Argentina e no Brasil. Recentemente, o CIOMAL (Comité Internacional da Ordem de Malta), uma fundação da
Ordem sediada em Genebra, alargou ainda mais os seus programas, a fim de incluir
também o tratamento de mulheres grávidas portadoras do VIH, para impedir a infecção entre mãe e filho. Os primeiros programas arrancaram no México e na Argentina.
Em várias regiões de África afectadas por conflitos armados, a Ordem assumiu estas
instituições por um curto espaço de tempo e recuperou-as ou assessorou-as. Na
região dos Grandes Lagos, bem como em Kerala, Índia, a Ordem apoia a criação de
serviços básicos de saúde públicos.
Um importante contributo, organizado e dirigido pela Associação Francesa, é o sistema de recolha e selecção de medicamentos. Esta importante actividade é aprovada
pela Organização Mundial da Saúde.
Em muitas ocasiões, a Ordem assumiu, através do Serviço de Socorro alemão, a responsabilidade pelos cuidados médicos das missões de paz das NU (América
Central, Kuwait, Timor Leste e Balcãs).
Relatório de actividades - 2003
27
Actividades médicas
Cuidar dos doentes, dos necessitados e dos pobres tem sido o trabalho
principal da Ordem de Malta desde há mais de 900 anos. As actividades que
se seguem tipificam o âmbito e a amplitude das actividades médicas gerais
da Ordem em todo o mundo.
O Grande-Priorado da Ordem na Áustria envia periodicamente carregamentos de alimentos, vestuário, mobiliário e
dinheiro para ajudar as pessoas necessitadas na Roménia.
Na Albânia, a Ordem colabora com uma organização humanitária não governamental, a Malteser Ndihmon Ne Shqiperi
(MNSH), para prestar serviços médico-sociais a grupos vulneráveis nas prefeituras de Shkoder e Lezher. A organização
presta igualmente um serviço médico básico a algumas
comunidades de montanha muito pobres e que antes não
tinham médico, nem farmácia, nem serviço de ambulâncias,
nem dinheiro para comprar medicamentos.
Como exemplo de ajuda sustentável, os voluntários da Ordem
também dão regularmente cursos de formação de primeiros
socorros e, juntamente com as Associações nacionais da
Ordem em Itália, na Áustria, na Alemanha e na Hungria, organizam periodicamente campos de férias para crianças.
Em 2002, a Associação da Ordem na Argentina deu apoio
a bebés prematuros em risco.
O envolvimento da Associação Australiana no Centro do
Mt Sion para Cegos em Goroka, Papuásia-Nova Guiné,
incluiu a oferta de instrumentos cirúrgicos, bem como de
apoio profissional prestado por uma irmã de Nossa Senhora
do Sagrado Coração, que é uma optometrista qualificada e
ajudou a formar pessoal local em cuidados da visão e supervisionou a realização de espectáculos abordáveis para os
bairros mais pobres da comunidade local.
A Associação da Ordem na Bélgica trabalhou em parceria
com outras organizações na restauração do Centro Hospitalar Rei Balduíno, localizado na zona mais pobre de Kinshasa.
A nível nacional, alguns voluntários ajudam os sem-abrigo
28
em duas residências ‘La Fontaine’, em Bruxelas e Liège. Os
projectos em curso dispõem de instalações para higiene de
base, serviço de cabeleireiro e controlo sanitário. A organização destes serviços é efectuada por voluntários formados 65 em cada residência - juntamente com o director, a enfermeira e assistentes sociais da residência. Entre Janeiro e
Junho de 2003, foram prestados 10 000 destes serviços.
Durante mais de 10 anos, uma equipa de jovens voluntários
proporcionou três possibilidades de duas semanas de férias
em acampamento a crianças que vivem em lares na Bélgica.
Crianças abandonadas ou vítimas de violência física ou psicológica têm a possibilidade de passar férias no campo,
acompanhadas por jovens formados que lhes proporcionam
um ambiente estruturado e afectuoso.
Em Setembro de 2001 assistiu-se ao início dos trabalhos de
construção de um novo centro para doentes renais na
cidade de El Alto (La Paz), Bolívia, com o apoio da Ordem,
bem como da Agência de Cooperação Internacional de
Espanha, da Associação Espanhola e de uma série de agências de ajuda espanholas. Integrado neste enorme empreendimento, a Associação Boliviana permitiu que uma equipa de
médicos e enfermeiros frequentassem um curso de formação em diálise no Paraguai.
Outra grande realização da Ordem na Bolívia foi a oferta de
equipamento médico sofisticado ao Hospital Arco Íris, que
cuida de cerca de 30 000 crianças da rua em La Paz, graças
a generosos donativos conseguidos pelo Embaixador William Walsh, pela Associação Ocidental dos EUA e pela
Associação Boliviana da Ordem. Com outros donativos
ainda para chegar, o montante total oferecido pela Ordem
para este objectivo atingirá 1 400 000 dólares.
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
+ + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES + + +
Ajuda aos sem-abrigo em França; uma clínica para pessoas
com deficiência, França
Jovens voluntários da Associação de Brasília e do Norte do
Brasil ajudaram profissionais de saúde a realizarem testes e
vacinas na comunidade local. No sul do país, a Associação de
São Paulo e do Sul do Brasil continua a dar apoio médico
através do Centro de Saúde de São Paulo da Cruz de Malta.
A Associação Canadiana, através do seu programa de
ajuda externa, participou num projecto de maternidade
segura na Nigéria e apoiou a fundação de um centro médico
com 40 camas na Bolívia.
Uma série de centros médicos apoiados pela Associação do
Chade está a fornecer cuidados à população local,
enquanto no Chile membros da Ordem estão a trabalhar
com pessoas idosas que foram abandonadas e a prestar
cuidados a crianças desfavorecidas e a pessoas dependentes de oxigénio para apoio vital.
A Associação Colombiana colaborou, em primeiro lugar,
com a Associação Espanhola para criar um abrigo com
70 camas para pessoas obrigadas a abandonarem as suas
casas em zonas rurais da Colômbia para procurarem assistência médica especializada na cidade e, em segundo lugar,
com a Fundação Nacional de Oftalmologia e com o Hospital
São Carlos para fazer beneficiar do moderno equipamento
de laser pessoas que de outro modo não poderiam ter
acesso a esse equipamento.
Em Julho de 2001 foi inaugurada a Secção de Prematuros
do Hospital Pediátrico na Costa Rica, com o apoio da Associação da Ordem neste país. As actividades da Associação
Cubana da Ordem incluíram a oferta de medicamentos e de
equipamento médico à ilha.
O principal projecto realizado pela Associação da Ordem na
República Dominicana foi uma clínica para cuidados maternoinfantis, de que a cidade de Santo Domingo tanto precisava.
A Associação Francesa assumiu a direcção do hospital de
St Jean de Nyombe, nos Camarões, e adquiriu instalações
no Equador. Outros projectos recentes incluem a expansão
dos serviços de cirurgia no hospital do Togo e a recuperação do serviço de obstetrícia num hospital do Mali.
A Associação Alemã, sendo uma das maiores Associações
da Ordem e uma importante organização caritativa no seu
país, tem 35 000 voluntários em actividade, 11 000 empregados e 900 000 apoiantes. Entre si têm continuado a dirigir
um grande número de hospitais e a dar formação de primeiros socorros e a prestar serviços neste domínio.
No que se refere exclusivamente aos cuidados de saúde,
estes projectos incluem um programa de diagnóstico de
VIH/SIDA e de tuberculose no Quénia, ajuda para combater
a doença do sono e a tuberculose no Sudão e uma série de
programas de saúde dirigidos às mães em Moçambique.
Os projectos empreendidos pela Associação na Guatemala
incluem a distribuição de medicamentos, de que beneficiaram 1410 instituições em 2003, assim como visitas a domicílio por voluntários médicos, assistência aos sem-abrigo e
serviços de ortodontia a crianças em centros regionais de
cuidados diurnos.
Relatório de actividades - 2003
29
Actividades de cooperação: transporte de material médico na América do Sul
Um projecto sanitário no Haiti, lançado há vinte anos por um
Cavaleiro da Associação Americana, o ortodontista Dr. Jeremiah Lowney e sua esposa Virginia, tem-se centralizado, entre
os seus numerosos aspectos, na sobrevivência de crianças
através da participação da comunidade. O projecto, que é executado na região de Jeremie, tem sido considerado um modelo
internacional. Iniciado como Fundação Sanitária no Haiti, que
presta assistência a uma população de 35 000 habitantes num
programa de sobrevivência/cuidados maternos de crianças,
este projecto foi alargado para oferecer cuidados de saúde,
projectos de desenvolvimento de auto-ajuda e esperança a
mais de 200 000 pessoas da região e das aldeias de montanha circundantes. Em 2002, a Associação Americana prestou um apoio financeiro importante à Fundação.
A Associação da Ordem nas Honduras fornece apoio logístico às equipas de voluntários médicos da Cape CARES,
prestando cuidados médicos de base em comunidades rurais.
O Corpo de Voluntários da Ordem na Lituânia (Maltos
Ordino Pagalbos Tarnyba) continuou a crescer, formando
uma rede de ajuda humanitária e social, cujas actividades
recentes incluíram:
30
- Administração de três farmácias sociais e apoio a sete
residências para idosos e pessoas com deficiência
- Realização de cursos de formação de primeiros socorros
- Apoio e cuidados a crianças com deficiência, especialmente com problemas de visão e de audição.
A Associação da Ordem em Malta oferece um serviço de
refeições ambulantes para pessoas doentes e idosos em
Gozo e inaugurou também um programa de realização profissional para doentes no Hospital Geral de Gozo.
No México, a Associação nacional tem um programa designado «Salvar uma criança da SIDA», que é uma das suas
actividades especiais. As Associações da Ordem no
Panamá e nas Filipinas continuaram a distribuir medicamentos aos pobres, bem como alimentos, vestuário e bebidas nutritivas às pessoas necessitadas.
Na Polónia, a Associação nacional da Ordem deu apoio para
uma residência em Cracóvia, destinada a crianças que precisam de cuidados especiais, e para um centro de dia destinado a pessoas com deficiência mental em Puszczykowo,
onde é aplicada uma terapia de trabalho aos doentes.
Entretanto, o Centro de Malta em São João de Jerusalém
por detrás das Muralhas, em Poznan, continuou a fornecer
equipamento para o diagnóstico precoce do cancro da
mama em mulheres. Em 2002 foram observados mais de 4
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
+ + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES + + +
Dia de Natal de 2002, residência para idosos de St Anne,
São Francisco. O Regente do Sub-Priorado de Nossa Senhora
de Philermo e Chanceler da Associação Ocidental dos EUA,
António Sanchez-Corea, organiza a padaria juntamente
com outros membros e amigos
890 doentes e foram realizadas mais de 500 biópsias.
Neste mesmo ano, voluntários, incluindo médicos, ofereceram os seus serviços ao centro.
Além disso, a Associação apoiou o trabalho de dois centros
em Katowice, oferecendo ajuda a jovens toxicodependentes,
e ao Centro de St John, em Olsztyn, onde os doentes recebem cuidados paliativos.
O Corpo de Socorro da Ordem na Sérvia implementou uma
série de projectos de apoio ao bem-estar médico-social na
antiga República da Jugoslávia.
Foram entregues equipamentos e material médico ao Instituto de Oncologia em Sremska Kamenica, ao Hospital Geral
de Surdulica e à ONG «Zivotna Pomoc», em Vranje.
Entretanto, os doentes do Hospital Neuropsiquiátrico de Vrsac
receberam donativos de frutas e legumes frescos e queijo,
através da Associação Alemã, que também forneceu alimentos
para bebés destinados a crianças em três regiões da Sérvia.
Entre as actividades humanitárias que a Associação Espanhola desenvolveu, tanto em Espanha como em países em
desenvolvimento, conta-se a abertura da residência São
João Baptista, para idosos. Com 84 camas e 41 quartos cinco dos quais reservados a doentes que exigem tratamentos especiais - a residência foi inaugurada em 8 de Maio de
2002 pelo Grão-Mestre Frei Andrew Bertie e pela Infanta
Dona Margarida, Duquesa de Sória.
Na Guiné Equatorial, a Associação Espanhola abriu um centro de cuidados de dia para doentes mentais e continuou a
financiar uma aldeia em Mikomeseng, que permite a doentes
com lepra viverem com as famílias e receberem ao mesmo
tempo cuidados de dia num hospital para leprosos que
existe nos arredores.
No Reino Unido, a Associação Britânica apoia um número
cada vez maior de iniciativas no campo sanitário, tanto internamente como no resto do mundo. Entre tais iniciativas
incluem-se a remodelação de uma clínica na Roménia, o
apoio ao trabalho de uma residência para idosos na remota
aldeia de Boka, na Sérvia, e formação médica num lar para
doentes com VIH/SIDA na África do Sul.
Foi criado, como extensão do programa clínico da Associação Federal nos Estados Unidos da América, um programa
móvel designado «Uma Missão Caritativa», para prestar serviços médicos ambulantes aos pobres que trabalham sem
seguro no oeste de Maryland e no sul da Pensilvânia.
Por outro lado, foram distribuídos pelas clínicas exemplares
de um guia elaborado e doado por um membro da Ordem,
com conselhos sobre a melhor forma de utilizar os fundos
disponíveis para adquirir medicamentos e materiais.
A Associação da Ordem no Uruguai lançou o «Plano Inverno»,
em 2001, para ajudar as pessoas sem abrigo. A Associação
também apoia os doentes no Hospital de Saint Bois.
Relatório de actividades - 2003
31
Distribuição de medicamentos
A recolha, selecção e distribuição de material médico pelas comunidades
necessitadas constituiu desde sempre um aspecto importante do trabalho da Ordem.
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ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Selecção de medicamentos no Centro de Distribuição de Versalhes
+ + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES + + +
Entrega de medicamentos à população local pelas equipas de voluntários da Ordem, Belize
O Grande-Priorado da Áustria continuou a recolher, seleccionar e distribuir medicamentos e equipamento médico
pelos hospitais, residências para idosos e creches na
Europa de Leste.
Em 2001 e 2002, a Associação da Ordem na Bélgica continuou a oferecer material médico à Bielorrússia, Roménia e
República Democrática do Congo, onde a Associação também trabalhou em parceria com outras organizações para
recuperar o Centro Hospitalar Rei Balduíno, localizado na
zona mais pobre de Kinshasa.
A Associação da Colômbia forneceu ajuda a milhares de pessoas necessitadas graças a donativos de medicamentos e de
material da Fundação AmeriCares e de empresas farmacêuticas, nomeadamente a Boehringer Ingelheim e a Novartis.
A Associação nacional da Ordem em França prosseguiu o
fornecimento de medicamentos, novos ou não utilizados, para
atender às necessidades de populações desprovidas de
meios em muitos outros países. Esta actividade é coordenada
através do centro farmacêutico da Associação em Versalhes,
perto de Paris, onde 119 farmacêuticos voluntários são apoiados por cerca de 2 350 voluntários distribuídos por 85 centros de selecção em todo o país. No total, foram enviadas para
o estrangeiro 180 toneladas de medicamentos em 2001 e
outras 134 toneladas em 2002.
Na Guatemala, os centros locais coordenam a distribuição
de medicamentos e de alimentos às pessoas necessitadas.
A Associação da Ordem nas Honduras continuou a distribuir medicamentos e alimentos aos pobres e às pessoas
necessitadas nos principais centros populacionais do país e
arredores. Entre os beneficiários incluem-se paróquias e
associações comunitárias, fundações privadas sem fins
lucrativos, clínicas de primeiros cuidados, hospitais públicos, centros nutricionais, lares para doentes da SIDA e centros para mulheres e crianças maltratadas, bem como escolas públicas e residências para idosos.
Entre as organizações doadoras encontram-se a Associação
nacional da Ordem em França, a Fundação Meehan, a Food
for the Poor Inc e a AmerciCares. O impacto económico deste
projecto ascende a cerca de 2,4 milhões de dólares por ano.
A Associação Panamiana ofereceu material médico e farmacêutico a uma série de hospitais, centros de saúde, centros de cuidados de dia, orfanatos e outras instituições na
República do Panamá.
A Associação da Ordem nas Filipinas também continuou a
distribuir medicamentos aos pobres, o mesmo fazendo a
Associação nacional na Polónia, onde foram atendidas mais
de 10 000 receitas em 2002.
E nos Estados Unidos da América a Associação Federal
continuou a fornecer, regularmente duas vezes por ano, medicamentos gratuitos a 13 hospitais e clínicas nos EUA. Estes
medicamentos ajudaram a aliviar muitas doenças de artrite,
asma, diabetes e situações cardíacas de pessoas que de
outro modo quase não teriam acesso a medicamentos.
Relatório de actividades - 2003
33
Lepra
As Associações nacionais da Ordem em diversos países, nomeadamente
na Alemanha, França, Espanha e Suíça, estão envolvidas, por si próprias
ou por intermédio da sua participação no CIOMAL, uma fundação da
Ordem sediada em Genebra, na prestação de cuidados médicos
e paliativos a doentes que sofrem de lepra.
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ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Camboja: um médico do CIOMAL examina um jovem doente
+ + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES + + +
Doentes externos com lepra no Camboja
A LUTA CONTRA A LEPRA
A doença de Hansen, ou lepra, aflige a humanidade desde
os tempos bíblicos e continua a arruinar a vida a mais de um
milhão de pessoas no Sudeste Asiático, em África e na
América Latina.
Os seus alvos principais são a pele e os nervos, embora possam ser atacados outros órgãos - especialmente as mãos, os
pés, a cara e os olhos. Como os nervos são atacados, os
doentes podem não sentir quando se ferem ou se queimam e
as feridas daí resultantes podem provocar úlceras. Além
disso, pode verificar-se um enfraquecimento e paralisia dos
músculos, juntamente com deformidades ou mesmo a perda
dos dedos das mãos e dos pés, bem como cegueira.
A Ordem, através do CIOMAL, uma fundação da Ordem
sediada em Genebra, tem um papel activo na luta contra a
lepra em muitos países e através de múltiplas iniciativas.
Os princípios que orientam a Ordem na sua luta contra a
lepra incluem o livre acesso à terapia plurimedicamentosa
para todos os doentes, o aumento da despistagem precoce,
a prevenção e recuperação de deficiências e a formação de
pessoal médico e paramédico para ajudar os doentes a tratarem de si próprios.
As Associações nacionais da Ordem em diversos países,
nomeadamente na Alemanha, França, Espanha e Suíça,
estão envolvidas, por si próprias ou por intermédio da sua
participação no CIOMAL, na prestação de cuidados médicos e paliativos a doentes que sofrem de lepra.
Em Phnom Penh, no Cambodja, o Centro Kien Khleang do
CIOMAL oferece um serviço gratuito de recuperação para
pessoas que sofrem de lepra e serve igualmente de centro
de formação nacional para doentes que sofrem de complicações e deficiências associadas à doença.
Entre Janeiro e Junho de 2001, o Centro admitiu 149 doentes, tendo outros 270 beneficiado de consultas externas.
A Associação Espanhola financia cursos anuais internacionais sobre a lepra no Hospital de Leprosos Fontilles, em Alicante. Na Guiné Equatorial, financia e patrocina melhoramentos às instalações da aldeia de leprosos, adjacente ao
hospital de leprosos Mikomeseng e onde vivem com as
suas famílias 100 pacientes da lepra que recebem tratamento diário no hospital.
Na Tailândia, o Centro Don Bosco ajudou a reintegrar na
sociedade antigos doentes e permitiu igualmente que os filhos de pessoas afectadas pela doença de Hansen voltassem à escola.
A luta da Ordem contra a lepra também se estende a África,
à América Latina e a Cuba, através de donativos que ajudam
a criar uma situação verdadeiramente diferente. No Senegal,
por exemplo, o Instituto de Leprologia Aplicada de Dacar tratou 171 doentes internos e 1 733 doentes externos em
2001, enquanto no mesmo ano o programa Picos, no Brasil,
deu consultas a 2 000 pessoas, tendo-se verificado uma
diminuição de quase 50% de novos casos.
Relatório de actividades - 2003
35
Transformação de vidas no Camboja
O Dr. Stephen Griffiths é um cidadão do Zimbabué, filho de missionários britânicos, que devota a sua carreira a
uma luta urgente e incessante contra a lepra. Participou no programa do governo moçambicano de controlo da
lepra e coordenou as actividades da Comissão contra a Lepra no Zimbabué, Zâmbia e Moçambique e está
agora a trabalhar no Camboja como coordenador médico do CIOMAL, uma fundação da Ordem sediada em
Genebra, e conselheiro técnico da Comissão Internacional de Controlo da Lepra.
Foi numa visita de campo a uma aldeia
remota do Camboja que o Dr. Stephen Griffiths encontrou pela primeira vez Mao Rithy.
O que o impressionou foi o facto de este
jovem de 19 anos, aparentemente saudável,
ainda estar em casa às 10 horas da manhã.
«Para minha grande admiração, logo que lhe
perguntei porquê, desatou a chorar. Erguendo uma mão ferida, disse-me que queria ir à escola, mas os outros alunos tinham
medo dele e o director tinha-lhe pedido para
deixar de ir», lembra o Dr. Griffiths.
Mao foi convidado a ir ao hospital contra a
lepra criado pelo CIOMAL em Phnom
Penh, onde a cirurgia de transplante do
tendão lhe deu um aspecto mais normal e
um melhor funcionamento da mão. No quadro do programa de recuperação socioeconómica do CIOMAL foram tomadas
medidas para Mao fazer um curso de formação profissional de um ano em electrónica - matéria em que se distinguiu como
um dos melhores alunos.
36
A história de Mao teve o mais feliz de todos
os fins: regressou à sua aldeia natal, onde
passou a ser um membro muito válido da
comunidade, dirigindo o seu próprio estabelecimento de reparações eléctricas.
A sua experiência exemplifica igualmente
dois problemas subjacentes à lepra: o
estigma social associado à lepra, que
pode fragilizar tanto como a própria
doença, e o facto de a intervenção dos
médicos e a cirurgia poderem transformar
a vida dos doentes.
O actual programa de diagnóstico e tratamento no Camboja começou em 1993,
quando o país ganhou alguma estabilidade
após muitos anos de guerra. Desde então,
o número de novos casos por ano diminuiu, passando de um máximo de 2 300 em
1997 para o seu nível actual de cerca de
800, dos quais talvez 200 a 300 envolvam
deficiências associadas à lepra.
Em comparação com a população do país,
estes números ainda representam a maior
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
incidência de novos casos em todo o Sudeste Asiático e dão uma ideia da importância do trabalho do CIOMAL no Camboja.
«A nossa abordagem consiste em detectar
os doentes leprosos o mais cedo possível,
ainda no processo de evolução da doença»,
diz o Dr. Griffiths.
«Através da terapia plurimedicamentosa
podemos impedir o bacilo que provoca a
doença de afectar a pele e os nervos. Isto
não só minimiza a incidência de deficiências permanentes, mas impede também a
transmissão da doença aos outros membros da comunidade.
«Devido à guerra que assolou o Camboja
durante tanto tempo, existe ainda um
grande número de doentes que não tiveram um diagnóstico precoce e que ficaram com danos nos nervos e outras complicações. O CIOMAL estima que haja
entre 5 000 e 6 000 pessoas com deficiências associadas à lepra e este número
aumenta todos os anos.»
+ + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES + + +
Um médico do CIOMAL visita doentes na Tailândia
Foi por isso que o CIOMAL criou o hospital em Phnom Penh, onde os doentes
podem receber transplantes de tendões e
fisioterapia para os ajudar a ter uma vida
diária mais normal. Este tratamento cirúrgico estende-se aos olhos, onde a lepra
pode afectar os nervos que controlam o
fecho das pálpebras e também os que
transmitem sensações à córnea.
«Nestes casos existe um verdadeiro risco
de cegueira e um doente com lepra que
perdeu a sensação nas mãos, pés e olhos
é na verdade uma pessoa muito deficiente
- incapaz de sentir o caminho quando anda
ou de dizer quando tem comida na mão»,
explica o Dr. Griffiths.
Em 2002, o CIOMAL deu consultas a
mais de 1 000 doentes externos e a mais
de 300 doentes internos e operou ainda
120 doentes. O hospital, com 38 camas,
tem três médicos, bem como enfermeiros
e pessoal auxiliar e trata em média entre
40 e 50 doentes de cada vez.
Uma destas doentes era uma jovem chamada Srei Toich, que foi enviada para o
hospital por causa de uma úlcera fétida
que tinha num dos pés e que a tornara
tímida e retraída, a ponto de não querer
qualquer contacto com outras pessoas.
Soube-se que era uma de quatro irmãs três das quais sofriam de lepra - tratadas
pela mãe viúva, numa pequena aldeia rural.
A vida não lhes sorria. Os vizinhos, ainda
com o antigo medo da lepra, chamavamlhes nomes e atiravam-lhes pedras e forçaram-nas a ir viver para uma cabana isolada
fora da aldeia.
– observada por uma multidão de quase
300 vizinhos – pediu à mãe de Srei que
preparasse uma refeição, que depois
comeu com a família ao ar livre.
«Ao agir normalmente e falando com as
pessoas da aldeia, Bou deu-lhes a certeza
de que não tinham nada a recear do contacto com a família», explicou o Dr. Griffiths.
«Srei está agora muito mais aberta e a
família foi de novo aceite na comunidade,
onde voltou a ser tratada como igual.»
O CIOMAL fez a cirurgia para recuperar o
pé de Srei e ajudá-la a caminhar melhor,
mas foram sobretudo os cuidados prestados e o exemplo inteligente dado por Bou
Sophal, chefe da unidade socioeconómica
da organização no Camboja, que transformou as vidas de toda a família.
Quando a recuperação de Srei ficou concluída, Bou acompanhou-a até à aldeia e ali
Relatório de actividades - 2003
37
Pessoas com deficiência
Na actual missão da Ordem existe a tradição de cuidar voluntariamente de pessoas
com deficiência, tal como acontece desde a nossa fundação há mais de 900 anos.
O Ano Internacional dos Voluntários, em 2001, foi acolhido de braços abertos pela Ordem através das suas
Associações em muitas partes do mundo. Durante esse
ano, tal como em todos os outros, e posteriormente, os 80
000 voluntários qualificados da Ordem participaram em
muitos tipos de actividades, incluindo ajuda de urgência,
serviços de ambulância e de primeiros socorros e prestação de serviços sociais a pessoas necessitadas.
Muitos dos voluntários qualificados prestaram cuidados
especiais a pessoas com deficiência no quadro de um programa de campos de férias e de peregrinações.
O Grande-Priorado Austríaco organizou peregrinações
anuais a Lurdes em 2001 e 2002 e neste último ano permitiu que um grupo de 30 jovens com deficiência participasse num programa espiritual na Basílica de Sonntagsberg, na Baixa Áustria.
O Grande-Priorado organizou igualmente uma peregrinação
a Roma, cujo ponto alto foi uma audiência com o Santo
Padre. Outros eventos especiais destinados a pessoas com
deficiência incluíram o «Malteser Wildwater Camp» e uma
excursão de barco no rio Danúbio.
Jovens com deficiência também participaram em provas de
canoagem no rio Salza, sob a orientação de profissionais.
A Associação da Ordem no Canadá permitiu que alguns
peregrinos com necessidades especiais participassem no Dia
Mundial da Juventude, que se realizou em Toronto entre 22 e
28 de Julho de 2002 e que contou com a presença de um
número estimado de 850 000 jovens. Voluntários da Associação instalaram uma grande tenda que permitiu abrigar e dar
38
apoio a cerca de 3 000 peregrinos que ficaram exaustos e
doentes por causa do calor durante o acontecimento, que terminou com uma visita de Sua Santidade João Paulo II.
Na República Checa, voluntários e membros da Ordem
organizaram peregrinações a Svata Hora (Montanha Santa)
e a Velehrad, dentro do país, e também a Lurdes.
Em França e na Alemanha, as Associações nacionais organizaram as suas peregrinações anuais a Lurdes e aos lugares santos nacionais.
Estão em curso, nas zonas rurais da Guatemala, programas
organizados pela Ordem para crianças e adultos deficientes.
Nos Países Baixos, a Associação Neerlandesa enviou um
grupo de 12 jovens com deficiência e 15 auxiliares para o
campo de férias internacional da Hungria em 2002 e organizou igualmente os seus próprios acampamentos nacionais
para crianças com deficiência e para os filhos e netos de
membros da Ordem.
Nas Honduras, a Ordem continuou a desenvolver o Corpo
de Voluntários, criado em 2000, para constituir uma equipa
de reserva de jovens voluntários equipados com conhecimentos de primeiros socorros para dar assistência e apoio
no caso de uma situação de urgência, como um terramoto
ou um furacão.
Em Itália, o Grande-Priorado da Lombardia e de Venécia
organizou um programa de formação de quatro dias sobre
as peregrinações, destinado a voluntários, enquanto a Associação da Ordem na Letónia organizou campos de férias
para crianças com deficiência e socialmente desfavorecidas.
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Aprender a
viver a vida:
A Associação Americana descreve
uma iniciativa aclamada a nível nacional
Esquiar com a ajuda de voluntários da Associação Francesa
A Associação da Ordem na Macedónia continuou a promover um programa de ajuda para crianças com deficiências
profundas em Demir Kapia, perto de Skopje, oferecendo
medicamentos, vestuário e outros artigos aos doentes.
Um grupo de pessoas com deficiência, acompanhadas de
voluntários e de membros da Associação da Ordem na
Polónia, participou numa peregrinação a Lurdes. A Associação também esteve envolvida no Campo de Férias Internacional para Pessoas com Deficiência na Hungria e organizou um campo de cadetes para um grupo de jovens de
Cracóvia e de Wieliczka.
Em Espanha, a Associação nacional da Ordem organizou
um campo de férias anual em Cádis, destinado a jovens
com deficiências físicas e mentais, enquanto nos Estados
Unidos a Associação Americana organizou a sua peregrinação anual a Lurdes.
A Associação Ocidental dos EUA também organizou um Dia
de Lurdes em São Francisco para pessoas que não puderam
viajar até à Europa. Este dia incluiu uma procissão do Rosário
até uma gruta de Lurdes, onde foi celebrada Missa.
Há dez anos atrás não havia centros para tratamento de doenças mentais graves no Meio Oeste da América, até a Associação Americana Dan e Rosemary Kelly fundarem o Centro Rose
Hill, no Michigan. Quando o filho ficou doente de esquizofrenia,
descobriram o que é possível fazer com doentes metais graves
quando se lhes dá uma oportunidade. Os resultados obtidos
através de uma combinação harmoniosa de medicação e terapia foram muito encorajadores. Os Kellys ficaram confrontados
com a necessidade de um tal estabelecimento. Procuraram
financiamento inicial junto dos membros da Ordem, profissionais da educação e cuidados de saúde, corporações e indivíduos, e formaram um comité de direcção, incluindo membros
da Ordem, para executar o projecto. Hoje, o Centro Rose Hill
conta a Ordem de Malta entre os seus mais generosos doadores. No décimo aniversário do Centro, em Setembro de 2002,
amigos, famílias e doadores tiveram a oportunidade de ver de
perto tudo o que foi realizado até à data.
Desde a sua criação, o Centro já formou 400 indivíduos através
de um programa único de tratamento residencial e de reabilitação para doentes mentais graves. Este programa, aclamado a
nível nacional, baseia-se na filosofia segundo a qual as pessoas
aprendem a viver a vida no seu dia-a-dia, e tem como objectivo
assistir os residentes na realização do seu mais alto nível de
funcionamento e de independência.
A partir do momento da admissão, são ensinadas as qualificações necessárias a uma futura vida independente e coloca-se a
tónica no desenvolvimento da amizade e no restabelecimento
de relações familiares importantes. Rose Hill dispõe de um
espaço de 150,288 hectares, que inclui estufas, celeiro, instalações agrícolas e um Centro Educacional e de Terapia.
„Rose Hill percorreu um longo caminho em pouco tempo“,
afirma Dan Kelly. „É com muito orgulho que vemos o nosso programa tornar-se num dos melhores do género no país.“
Voluntários da Associação Federal dos EUA continuaram a
dedicar inúmeras horas dos seus tempos livres ao serviço
dos outros. Os projectos incluíram desde a administração
de cozinhas para fornecimento de refeições, organização de
pic-nics para pessoas sem abrigo e realização de eventos
sociais para idosos, até ao fornecimento gratuito de medicamentos a idosos com baixos rendimentos e à prestação de
cuidados em lares a pessoas fragilizadas e idosos.
Rose Hill
Relatório de actividades - 2003
39
Os voluntários:
profissionalismo e empenhamento
Na actual missão da Ordem existe uma tradição de cuidar
voluntariamente de pessoas com deficiência, tal como
acontece desde a nossa fundação há mais de 900 anos.
Os objectivos actuais são melhorar a qualidade de vida
das pessoas com deficiência, para que possam manter a
sua independência, e facilitar a sua integração na sociedade. A intervenção pode assumir forma material, moral
ou espiritual: pode implicar tratamentos ou a participação
em peregrinações ou actividades recreativas, como o programa regular de campos de férias organizados por muitas das Associações nacionais da Ordem.
O trabalho de assistir as pessoas com deficiência em peregrinações, nos campos de férias e nos muitos lares e centros de saúde da Ordem no mundo deve a sua eficácia aos
milhares de voluntários que oferecem o seu tempo e energia
para ajudar aqueles que não conseguem ter autonomia por
si próprios ou que sofrem de algum tipo de enfermidade.
Actualmente a Ordem tem mais de 80 000 voluntários que,
juntamente com os nossos membros, constituem uma formidável força de apoio humanitário. Os voluntários que trabalham em domínios da saúde têm todos formação de primeiros socorros ou noutros aspectos de cuidados de saúde. Na
sua vida diária alguns são profissionais da saúde, mas muitos não, e pertencem a todas as condições sociais e a todas
as áreas de actividade. Recebem formação em grupos e trabalham em pequenas equipas. O seu espírito e empenhamento são notáveis. A Ordem saúda-os.
40
Actividades assistenciais da associação portuguesa
A Associação Portuguesa continuou a desenvolver o seu
programa de apoio e recuperação de toxicodependentes em
Castelo Branco e no Porto, a apoiar na estrada, respectivamente nos meses de Maio, Agosto e Outubro, milhares de
peregrinos que se deslocaram a pé a Fátima, prestando
apoio nomeadamente médico e espiritual. O Corpo de
Voluntários, responsável por este apoio contém cerca de
200 elementos.
Quatro movimentos compostos respectivamente por cerca
de 30 Cavaleiros, Damas e Voluntários continuaram a prosseguir as suas actividades, na região de Lisboa, apoiando
doentes com paralisia cerebral, lares de 3ª idade e prisões.
Dois novos movimentos assistenciais, cada um com cerca
de 20 elementos de apoio a enfermos, foram lançados no
Alentejo (sul do País) em Hospitais Municipais em localidades onde a Ordem esteve sediada durante séculos, casos
do Gavião e do Crato, permitindo deste modo reatar laços
históricos e simbólicos comuns, lançando perspectivas para
boas obras futuras, em conjunto com as populações locais.
O apoio aos países africanos de língua oficial portuguesa
continuou através do envio de bens médicos e de 1ª necessidade à Cáritas e às Dioceses locais, através dos Embaixadores Portugueses da Ordem acreditados junto dos Governos de Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe e Moçambique.
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Peregrinação da Juventude na Lituânia - Verão de 2002
Uma experiência extraordinária
Foi no ano de 1979 que Peter Loyd, um inglês que é hoje Director Hospitalar
da Associação Britânica da Ordem, se sentiu preso numa espiral de tristeza,
na sequência da morte trágica e inesperada da sua mulher.
A experiência que o libertou, tal como
aconteceu a muitos outros milhões de pessoas, foi uma peregrinação a Lurdes, nos
Pirinéus franceses.
ções anuais dos membros da Associação
Britânica da Ordem e dos voluntários - uma
na primeira semana de Maio e a outra, destinada a jovens, no final do Verão.
«Pela primeira vez parei a pensar em mim
e comecei também a pensar nos outros
que, como eu, estavam ali por uma razão
íntima semelhante. Quando a minha
semana acabou senti-me espiritualmente
renovado. Foi uma experiência muito
extraordinária», diz Peter.
A peregrinação principal, realizada todos os
anos em Maio, é destinada às Associações
da Ordem de muitas partes do mundo,
altura em que Lurdes se enche com a visão
e o ruído de milhares de membros e de
voluntários, que se reúnem num movimento
constante de oração, de contemplação
silenciosa e de animada conversa.
Desde então voltou a Lurdes 20 vezes e
agora ajuda a organizar as duas peregrina-
pas iguais, organizadas por turnos para
ajudar e apoiar quem tenha necessidade.
Não é invulgar ver um grande empresário a
guiar cuidadosamente uma senhora idosa
no seu passo frágil até às instalações sanitárias. Nem o murmúrio de conversas ao
vivo é um som pouco habitual - especialmente durante a festa da peregrinação
anual, em que os mais vivos se revezam
para entreter os outros.
É, como ele refere, uma experiência
extraordinária.
Os voluntários são divididos em três equi-
Relatório de actividades - 2003
41
VIH/SIDA:
ajudar mães e filhos
O VIH/SIDA é uma epidemia que começou apenas no nosso tempo, mas já
roubou um número de vidas estimado em 19 milhões em todo o mundo.
As Associações nacionais da Ordem em diversos países, nomeadamente na Alemanha, França e Suíça, estão
envolvidas, por si próprias ou por intermédio da sua participação no CIOMAL, uma fundação da Ordem sediada
em Genebra, na prestação de cuidados médicos e paliativos a doentes com o VIH.
A atenção principal em matéria de VIH consiste em proteger
contra a infecção vertical, proporcionando às mães o acesso
a despistagem, terapias pré-natais e tratamentos contra
infecções em mães e filhos.
No México, onde havia em 2001 cerca de 150 000 pessoas
infectadas pelo vírus da SIDA, o CIOMAL trabalha num programa que vai mais longe do que o simples fornecimento
básico de medicamentos anti-rectrovirais para impedir o
vírus de passar da mãe para o filho.
Alguns elementos do programa, que está a ser realizado juntamente com a Associação Mexicana da Ordem, o Instituto
Nacional de Perinatologia e a organização humanitária AmeriCares, incluem serviços de aconselhamento e de análises,
bem como a promoção dos nascimentos por cesariana.
Em 2001, o programa assumiu o cuidado de uma série de
mulheres infectadas e todas deram à luz crianças saudáveis.
42
A Associação nacional da Ordem na Argentina introduziu
programas de cuidados a pessoas que sofrem de VIH/SIDA,
enquanto a Associação Alemã continuou a realizar um programa de diagnóstico do VIH/SIDA no Quénia.
Continuar a tradição dos cuidados de saúde
À medida que a epidemia de VIH/SIDA continua a assolar
muitas das comunidades mais necessitadas do mundo, um
grupo de pessoal médico e de voluntários na República da
África do Sul dá um exemplo de como a Ordem responde a
uma das crises mais urgentes dos tempos modernos.
A Irmandade do Beato Gerardo, cujo nome vem do fundador
da Ordem de Malta, criou um centro de cuidados de saúde
e um lar para doentes da SIDA em Mandini, onde oferece
camas e lugares para cuidados de dia e para crianças, destinados a mães e filhos infectados pelo vírus.
Além disso, a Irmandade dirige um programa educativo
sobre o VIH/SIDA e, juntamente com médicos e trabalhadores sociais locais, dá conselhos sobre a forma adequada de
tratar os filhos.
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África do Sul: o lar da Ordem para doentes com VIH/SIDA cuida de mães infectadas e dos seus filhos
A história de Paco
uma situação de compaixão extraordinária em Madrid
Para a maior parte das pessoas que passavam por ele, Paco era apenas mais um toxicodependente atacado pela SIDA, a quem
viravam a cara enquanto caminhavam pelas
ruas de San Blas, um bairro de Madrid
onde impera a pobreza.
e das suas enfermidades, para ver o ser
humano que estava por detrás. Conversou
com Paco, escutou os seus problemas, a
sua história e as suas necessidades.
Repugnava-lhes o seu aspecto esfarrapado, o som dos pulmões doentes e o
cheiro das roupas sujas. Alguns chegavam
mesmo a suspeitar que Paco fosse um
assassino já condenado.
Este encontro fortuito – o cidadão era um
Cavaleiro da Ordem – foi o arranque de
uma iniciativa que permitiu a Paco e a centenas de outras pessoas rejeitadas e inquietas beneficiarem de cuidados e de compaixão por voluntários da Associação
nacional da Ordem em Espanha.
Um único cidadão de Madrid olhou para
além dos farrapos de Paco, da sua sujidade
Arrendaram um espaço num edifício de
apartamentos e enquanto alguns ofere-
ciam mobílias e equipamento de cozinha,
outros começaram a preparar refeições
quentes para as numerosas pessoas
necessitadas da zona, caracterizada por
uma elevada percentagem de imigrantes,
toxicodependentes e idosos isolados.
Esta «sopa dos pobres» dos nossos tempos funciona agora todos os dias da
semana e todo o ano, excepto em Agosto,
e fornece refeições quentes e um repouso
bem-vindo a pessoas que de outra forma
passariam fome. Os voluntários acrescentaram aos seus serviços uma distribuição
semanal de roupas essenciais e estão a
pensar na possibilidade de dar aulas de línguas aos imigrantes.
Mais importante é que oferecem conforto
espiritual e um contacto humano amigável
a pessoas que de outro modo permaneceriam marginalizadas pela sociedade.
Relatório de actividades - 2003
43
Cuidados paliativos /
doença de Alzheimer
CUIDADOS PALIATIVOS
A Ordem presta cuidados paliativos em muitas partes do
mundo a pessoas que se encontram numa situação que as
impede de viver. Esses cuidados são sempre prestados com
piedade e respeito pela dignidade de cada pessoa.
cuidam de doentes terminais em suas casas e em 11 lares,
enquanto na Lituânia a Ordem criou cinco centros para coordenar o trabalho dos voluntários de prestação de cuidados
paliativos nos lares.
A Associação Argentina gere um lar de pacientes em fase
terminal, em Buenos Aires, e presta-lhes cuidados paliativos.
Na Austrália, a Associação nacional da Ordem continuou a
oferecer serviços médicos e cuidados paliativos a comunidades na Papuásia-Nova Guiné, nas Filipinas e nas ilhas Fiji.
No interior da Austrália a Associação prestou cuidados paliativos em Melburne e ajudou o serviço de cuidados do Lar
do Hospital de Mt Olivet, Queensland.
A Associação na Polónia deu apoio para um lar destinado a
doentes terminais.
Os voluntários da Associação Belga da Ordem de Malta frequentaram cursos especiais de cuidados paliativos, para trabalharem com as equipas médicas e de tratamento numa
nova unidade do Instituto Albert I et Reine Élizabeth (Cliniques universitaires Saint-Luc), em Bruxelas. Esta unidade
tem 68 camas e oferece as técnicas mais avançadas para
pessoas que sofrem de doenças geriátricas ou necessitam
de cuidados paliativos. Os voluntários oferecem uma presença diária, com uma abordagem profundamente cristã,
que conforta numa altura da vida especialmente difícil para
os doentes e para as suas famílias.
Na Grã-Bretanha, o trabalho da Ordem nesta área continua a
aumentar. A Ordem de St John Care Trust, criada há 13 anos,
presta assistência a pessoas idosas, tanto nas suas casas
como nos lares geridos pelo Trust em toda a Grã-Bretanha.
A Associação nacional da Ordem na Alemanha também
presta cuidados paliativos em lares e cerca de 100 voluntários
44
A Associação Sérvia, em parceria com o Centro Humanitário de Novi Sad, a Renovabis e a Associação Alemã da
Ordem, participou num projecto que fornece cuidados médicos e paliativos a idosos e pessoas necessitadas em Novi
Sad e nas aldeias à volta.
A DOENÇA DE ALZHEIMER
A Ordem continuou a prestar cuidados a pessoas atingidas
pela doença de Alzheimer – que continua a ser a causa mais
comum de demência no mundo – e a oferecer conselhos e
apoio às suas famílias.
Na Grã-Bretanha, o tratamento da doença faz parte dos cuidados oferecidos em muitos dos lares para idosos administrados em parceria com a Ordem de St John.
A Associação Canadiana apoiou a realização de um projecto Alzheimer em Otava, através da formação de voluntários, e realizou trabalho de voluntariado com doentes num lar
em Montreal.
Em França, a Villa Helios St Jean, em Nice, recebe idosos
que sofrem da doença de Alzheimer e em 2001 e 2002
aumentaram substancialmente os pedidos de internamento.
A Villa acolhe agora 84 residentes.
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Tratamento de primeiros socorros numa clínica local, França
Uma síntese das actividades francesas
As Oeuvres Hospitalières Françaises de
l’Ordre de Malte (OHFOM) (Obras Hospitalares Francesas da Ordem de Malta), o
trabalho hospitalar da Associação Francesa da Ordem, desenvolve-se em todo o
mundo e abrange serviços de primeiros
socorros e a distribuição de medicamentos
por centros especializados de investigação
e tratamento da lepra.
A organização tem mais de 650 empregados, mais de 5 000 voluntários devidamente formados e 11 000 angariadores de
fundos e pessoas que recolhem medicamentos para distribuição a doentes e pessoas necessitadas.
O corpo de ambulâncias da Associação
presta todos os anos serviços de primeiros
socorros em cerca de 1 000 eventos culturais, desportivos e religiosos em França,
enquanto uma equipa de especialistas
médicos e de voluntários conhecidos por
«Esperança de Malta» trabalha com a unidade de ajuda internacional da Ordem
para prestar ajuda de urgência às vítimas
de crises humanitárias.
Mais de um quarto dos estagiários do
corpo de ambulâncias em França frequentam um dos quatros centros de formação
da Associação Francesa, onde seguem um
programa que lhes permite obter o Certificado do Corpo de Ambulâncias, reconhecido a nível nacional.
Além das suas actividades de primeiros
socorros, a Associação também administra
uma série de hospitais, residências de
prestação de cuidados, clínicas e centro
de cuidados de dia em França, África e no
Médio Oriente. No Líbano, por exemplo,
centros médicos e dispensários prestam
cuidados a mais de 200 000 pessoas,
independentemente dos seus antecedentes culturais ou religiosos.
A recolha e distribuição de medicamentos
cujo «prazo de validade» se aproxima do
fim continua a ser um trabalho importante e
contínuo da Associação. Todos os anos
são recolhidas centenas de toneladas de
medicamentos e de material médico em
70 centros espalhados pelo país, antes de
serem distribuídos em todo o mundo por
uma equipa de 2 000 voluntários, da qual
fazem parte 100 farmacêuticos.
A Associação Francesa está envolvida
desde há muito na luta a nível mundial contra a lepra, uma doença que ainda afecta
diariamente cerca de 2 000 pessoas. Fundou e ainda financia o Instituto Aplicado de
Leprologia em Dacar, no Senegal, um dos
maiores centros internacionais de investigação e formação em leprologia.
Também dirige uma série de clínicas especializadas na luta contra a lepra em África,
na Ásia e na América do Sul, bem como a
unidade de tratamento da lepra no Hospital de São Luís, em França.
Em França, a Associação está envolvida
em 11 centros de prestação de cuidados,
sendo 4 para pessoas com deficiências
físicas e multideficientes, 1 para deficientes mentais, 2 centros para doentes autistas, 2 para doentes com deficiências de
natureza social, 1 para idosos com a
doença de Alzheimer e 1 para pessoas
sem abrigo. Fora de França, a Associação
criou centros para crianças com deficiências físicas no Equador, Síria e Bulgária e
recentemente ajudou a criar um novo centro para adultos autistas na Grécia.
A Associação também lançou recentemente
um programa em que 60 voluntários organizam semanalmente visitas à famosa Instituição «Os Inválidos», em Paris, destinadas a
pessoas aposentadas. Esta iniciativa, que
veio a revelar-se muito concorrida, organiza
visitas de pensionistas a manifestações desportivas e culturais e a locais de interesse.
Relatório de actividades - 2003
45
O Corpo de Ambulâncias
da Ordem de Malta
As ambulâncias com o distintivo da estrela de oito pontas da Cruz de Malta prestam serviços
essenciais de primeiros socorros desde 1938, altura em que a Associação nacional da
Ordem na Irlanda se tornou a primeira a criar o seu próprio corpo específico de ambulâncias.
Desde então, a Ordem criou corpos de ambulâncias em
quase 40 países, nomeadamente na Áustria, França,
Alemanha e Hungria.
ches, Brest, Bordéus e Toulon. Cada curso, que funciona a
tempo inteiro, dura três meses e dá direito a um certificado
de competência.
Na Áustria, por exemplo, a Ordem oferece um serviço de
ambulâncias a doentes das regiões de Viena, Innsbruck e
Graz, enquanto voluntários da Ordem actuam regularmente
como membros suplentes das tripulações a bordo de ambulâncias operadas por outras organizações, nomeadamente a
Cruz Vermelha e a Ordem Johanniter Ritter.
Os serviços de ambulâncias da Malteser Hilfsdienst (MHD),
da Associação Alemã, são prestados desde há muitos anos
e neste ano, que é o 50º ano de actividade, o Presidente da
República afirmou em Colónia que os serviços prestados à
região pela Associação Alemã da Ordem tinham constituído
um «apoio activo, sem o qual não teria sido possível assegurar estrutura social e os serviços de ajuda».
A Associação nacional da Ordem em França dá cursos de
formação devidamente acreditados a 500 voluntários de
ambulâncias todos os anos nas suas quatro escolas em Gar-
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Uma ambulância da MHDA Austríaca da Ordem na Baixa Áustria, Verão de 2001
Assistência a Cavalo
O Corpo de Ambulâncias da Associação
nacional da Ordem na Irlanda presta serviços
de primeiros socorros, que cobra, em espectáculos que o público paga para assistir.
saúde locais para determinados equipamentos novos, como os desfibrilhadores
externos automáticos que estamos a introduzir, a maior parte dos fundos de que precisamos são angariados através da prestação de serviços comerciais, como a
cobertura em matéria de primeiros socorros
em acontecimentos de natureza comercial.»
É uma tradição que remonta à fundação do
Corpo de Ambulâncias, em 1938, altura em
que na Irlanda, como noutros países, a
Ordem presta os seus serviços numa base
absolutamente voluntária e auto-sustentável.
O Corpo de Ambulâncias tem de concorrer com outros prestadores de serviços
numa base comercial, oferecendo serviços
em condições de igualdade ou que excedam os padrões previstos.
Cada uma das 80 unidades do Corpo de
Ambulâncias - que operam em mais de
cem comunidades - é responsável pela
própria angariação de fundos e também,
dentro de certos parâmetros, pelo modo
como esse dinheiro é utilizado.
Entre as fontes típicas de fundos incluemse as corridas de cavalos, os jogos de
futebol, os concertos ao ar livre e os concursos anuais de lavra, que atraem enormes multidões.
Enquanto os espectadores incentivam com
gritos os seus cavalos favoritos numa das
frequentes corridas de cavalos na Irlanda,
ajudam a salvar vidas.
«Provavelmente as coisas não funcionariam de outra maneira», observa o Comandante Peadar Ward, Director do Corpo de
Ambulâncias na Irlanda.
«Enquanto algumas unidades podem receber subvenções individuais dos serviços de
da saúde - e ofereçam as suas competências de primeiros socorros gratuitamente
em manifestações comunitárias.
Mais recentemente, nas Olimpíadas Especiais de 2003, os voluntários conduziram
20 ambulâncias para dar cobertura de primeiros socorros tanto a atletas como a
espectadores, enquanto nas estreitas ilhas
ocidentais de Clare Island, Inishboffin e
Inishmean, o Corpo de Ambulâncias presta
cuidados médicos de resposta rápida, a
que de outro modo estas populações isoladas não teriam acesso.
O Corpo de Ambulâncias da Associação
Irlandesa está presente todas as semanas
nas corridas de cavalos
O equilíbrio entre serviços que rendem dinheiro e os que são prestados gratuitamente, de acordo com as necessidades, é
praticamente igual. Isto permite que os
voluntários ganhem uma experiência diversificada - que em muitos casos os inspira a
seguirem carreiras a tempo inteiro na área
Relatório de actividades - 2003
47
Hospitais e centros de saúde
Vários hospitais prestam cuidados paliativos a doentes terminais, um serviço que a Ordem também presta em lares e
nos domicílios dos doentes.
Em Milot, no Haiti, graças a fundos da Associação Americana, a construção recente de novas dependências hospitalares no Hospital do Sagrado Coração melhorou consideravelmente as instalações, com uma divisão de pediatria
distinta, financiada pelos membros da Ordem em St. Louis,
no Missouri. O hospital tem actualmente 65 camas e duas
salas de operações. O Centro de Nutrição serve diariamente
duas refeições gratuitas a 100 crianças subalimentadas do
ciclo pré-escolar. Existe um programa educacional para
crianças entre as duas refeições. Por outro lado, 500 alunos
da escola primária são escolarizados sob os auspícios da
CRUDEM. É igualmente implementado um programa para
crianças da rua patrocinado e regido pela Ordem de Malta.
Em 2002, receberam tratamento no hospital mais de 30 000
pacientes, foram efectuadas 1 000 intervenções cirúrgicas e
nasceram mais de 500 bebés. O hospital conta actualmente
sete médicos e um dentista bem como um corpo administrativo de 98 pessoas.
48
Para além dos centros médicos e dos hospitais que administra em França, a Associação Francesa também dirige hospitais e dispensários no Benim, Togo e Senegal.
As acções no caso de lepra são desde há muito uma das
principais actividades da Ordem no terceiro mundo. É uma
actividade realizada por uma série de Associações nacionais, incluindo a da França, através do Instituto de Leprologia Aplicada e do CIOMAL, uma fundação da Ordem
sediada em Genebra, entre cujos membros se incluem,
nomeadamente, as Associações nacionais da Ordem na
Alemanha, França e Suíça.
Em Itália, a Ordem administra instituições especializadas no
tratamento de diabéticos e existe uma instituição semelhante para crianças em Praga, na República Checa. A maior
parte das clínicas da Ordem para doentes externos situamse no Líbano e em El Salvador.
Existem centros médicos na Polónia, Hungria, EUA, República Dominicana, Brasil, Peru e África do Sul.
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A presença da Ordem no Líbano
A Ordem administra 10 centros de saúde
no Líbano, que cuidam de centenas de
doentes todos os dias. Estes centros, criados pelo Embaixador da Ordem no Líbano
e pelos seus colaboradores, são administrados pela Fundação para as «Obras Libanesas da Ordem de Malta» e dirigidos por
congregações religiosas e os médicos que
aí trabalham são libaneses.
O centro de saúde mais antigo é o centro
de Zouk Mikaël, em Kesrouan, na região
central do Líbano, que foi criado em 1957
e é dirigido pelas Irmãs da Caridade como
centro de primeiros socorros e de urgência
médica. O centro em Kobayat foi criado em
1987 e é actualmente apoiado em grande
parte pela Associação Francesa da
Ordem. A unidade mais recente deste programa é uma Unidade Móvel de primeiros
socorros, oferecida pelo Embaixador da
Ordem junto das Nações Unidas e situada
em Ain El Remm, no sul. Os custos de fun-
cionamento desta Unidade são actualmente financiados por concertos do
grande pianista Miguel Angel Estrella.
Os 10 centros tratam 250 000 casos
médicos todos os anos; cada centro
está equipado com a sua própria farmácia e medicamentos.
Relatório de actividades - 2003
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O Hospital de São João Baptista, Magliana
50
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Uma jovem doente
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Roma: assistência especializada em
São João Baptista, Magliana
DESENVOLVIMENTOS EM 2002
Quando a Associação de Cavaleiros Italianos da Ordem abriu o Hospital de São João Baptista, Magliana, no ano
de 1972, em Roma, criou a única unidade de neuro-reabilitação da cidade. Actualmente, São João Baptista
oferece 240 camas, incluindo uma unidade de coma com 10 camas, e uma vasta gama de especialidades, para
ajudar a reconstruir a vida de pessoas que recuperam de situações clínicas ou acidentes que as deixaram física
ou mentalmente incapacitadas.
Trata-se igualmente de um hospital em transição, na sequência da assinatura de um
acordo entre a Associação Italiana da Ordem
e o sistema nacional de saúde italiano, no
quadro do qual o Hospital de São João Baptista mantém o seu estatuto de hospital religioso, mas passa a prestar um serviço público
à população de Roma e arredores.
Recentemente foi instalado um novo scanner da última geração, assim como novos
aparelhos de ecografia que utilizam a tecnologia do sonar – semelhante à dos submarinos – para explorar as profundezas
escondidas do corpo humano.
Estão planeadas novas piscinas de hidroterapia, bem como outros melhoramentos
destinados a manter o estatuto de centro
de reabilitação especializado.
Tudo isto permite que o hospital preste serviços de reabilitação a doentes que recuperam das condições mais diversas. Para
além da sua actividade tradicional no domínio neurológico, São João Baptista recebe
agora doentes que recuperam de lesões
provocadas por acidentes e está a ser ponderada a hipótese de aí serem tratadas
pessoas que recuperam de condições cardíacas e pulmonares crónicas e de cancro.
Os equipamentos especializados de São
João Baptista, como o scanner e os aparelhos de ecografia, são igualmente disponibilizados para os doentes dos 12 centros
para diabéticos administrados pela Associação Italiana em Roma e noutras partes
de Itália. Estes centros cuidam de cerca de
45 000 diabéticos todos os anos e constituem a maior estrutura combinada do seu
tipo no país.
Em resposta à carência em Itália de enfermeiros qualificados, o Hospital de São
João Baptista reabriu recentemente a sua
Escola de Enfermagem, após alguns anos
de encerramento. A formação da Escola
obedece ao programa europeu, incluindo
três anos de universidade e experiência
prática nos pavilhões de Magliana.
O hospital tem um quadro de cerca de 350
pessoas, entre médicos, enfermeiros e
auxiliares, incluindo 70 técnicos de reabilitação qualificados. Entre si prestaram cuidados especializados num total de 66 083
dias doentes-cama em 2001 e outros 66
524 dias doentes-cama em 2002.
Entre estes muitos doentes há uma história
que merece ser referida. No início de
2002, uma jovem grávida foi admitida na
unidade de coma, onde permaneceu
durante sete meses, dando à luz uma filha
sem recuperar a consciência. Ao sair de
coma, as suas primeiras palavras foram
para perguntar: «Como está a minha filha?»
«Tanto a mãe como a filha continuam bem e
são momentos como este que fazem com
que todo o nosso trabalho mereça a pena»,
disse um porta-voz do hospital.
As famílias de doentes em reabilitação
também podem participar num programa
educativo destinado a ajudá-las a prestar
cuidados adequados aos seus entes queridos quando regressam a casa.
Relatório de actividades - 2003
51
Belém: cuidados
de obstetrícia no
Hospital da
Sagrada Família
Belém - partida de ambulâncias para irem buscar
nos arredores mães prestes a darem à luz
O Hospital da Sagrada Família, na Palestina, é um projecto conjunto de toda a
Ordem de Malta, que funciona sob a responsabilidade operacional das Oeuvres
Hospitalières Françaises de l’Ordre de
Malte (OHFOM). Desde 1990 já aí nasceram mais de 29 000 bebés. O hospital
presta serviços essenciais na zona e proporciona às mulheres grávidas da região a
única possibilidade de darem à luz em
boas condições sanitárias. O primeiro
objectivo do hospital tem sido, é e será
sempre prestar cuidados de obstetrícia de
elevada qualidade a todas as mulheres que
os solicitem, independentemente da sua
raça, religião, cultura ou condição social.
Especialistas americanos e europeus confirmaram que o hospital tem um excelente
nível, correspondente ao da Europa Ocidental. Devido à situação política permanentemente instável e à situação económica muito difícil, a necessidade dos
serviços do hospital aumentou.
A Palestina não tem um serviço nacional de
saúde e por isso as despesas de administração do hospital são suportadas inteiramente pela Ordem. Os doentes pagam
apenas o que podem. Para quem não pode
pagar nada, as despesas são reduzidas ou
mesmo nulas.
Este pesado encargo é suportado pela
Associação Francesa, apoiada pelas
Associações nacionais da Alemanha,
EUA, Irlanda e Suíça e pela União Europeia. Mais recentemente, a Fundação do
52
Hospital da Sagrada Família, uma organização criada pelos membros da Ordem
nos Estados Unidos, tem recolhido fundos
para o hospital, contribuindo generosamente nos últimos anos para garantir o funcionamento do hospital.
História resumida
Em 1882, as Irmãs da Caridade compraram uma grande parcela de terreno em
Belém, para um hospital com 80 camas.
Por decisão de 1892, o sultão turco concedeu-lhes uma licença de construção e
manutenção do hospital.
Mais tarde as autoridades turcas concederam uma isenção fiscal ao hospital, no quadro dos Acordos de Mitilene e Constantinopla, assinados com o Governo francês.
O Hospital da Sagrada Família abriu em
1895 e com o tempo tornou-se num hospital muito activo, que presta serviços médicos, cirúrgicos e de obstetrícia à população desde há quase um século.
Em 1985 o hospital teve de encerrar por
razões políticas e sociais associadas ao
conflito israelo-árabe.
No mesmo ano, para dar resposta à crise, a
Ordem decidiu reabrir um pavilhão do hospital como maternidade, com 28 camas,
recebendo apoio da União Europeia para a
renovação e aquisição dos equipamentos.
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Em 26 de Fevereiro de 1990 nasceu o primeiro bebé nesta nova unidade.
Em 1997 foi acrescentada uma extensão:
duas salas de parto suplementares, uma
segunda sala de operações, nove camas
suplementares e uma unidade neonatal. Mais
uma vez a União Europeia contribuiu generosamente para financiar o equipamento.
Em 2001 foram tratados na unidade neonatal 277 bebés e nasceram no hospital
1839 crianças.
Em Abril de 2001, o hospital recebeu uma
clínica móvel totalmente equipada, oferecida generosamente pela Fundação O’Neil,
dos Estados Unidos da América. Esta unidade móvel permitiu à equipa prestar cuidados médico-sociais directamente no domicílio dos doentes que vivem pobremente
em comunidades remotas nas colinas,
onde lhes faltam os serviços básicos. Infelizmente, o hospital viu-se recentemente
impossibilitado de operar esta clínica móvel
devido à situação que ali se vive.
Em Julho de 2001 foi inaugurado um novo
serviço de consultas externas, mais amplo
e extremamente necessário. Apesar das
dramáticas condições que se vivem actualmente em Belém, a maternidade continua a
funcionar, fazendo uma média de cinco
partos por dia.
+ + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES + + +
Prestação de cuidados debaixo de fogo
Todos os dias nascem novas vidas em Belém, a cidade que foi berço da Cristandade. Mas no Médio Oriente os
tempos são agitados e desde Novembro de 2002 que o Hospital da Sagrada Família, administrado pela
Associação da Ordem em França e pela Congregação das Irmãs da Caridade, presta serviços de obstetrícia às
mães de Belém sob recolher obrigatório. A Irmã Sophie Boueri descreve a angústia – e a esperança –
partilhada pelas suas colegas e pelas novas mães a quem prestam serviços.
«Estamos sob recolher obrigatório desde
22 de Novembro de 2002. As patrulhas
militares percorrem a cidade dia e noite,
deitando abaixo as portas das casas
quando procuram jovens resistentes.
«Esta situação trágica e traumática cria uma
pressão psicológica muito forte, sentida por
todos nós, e interrogamo-nos: porquê tanto
sofrimento em Belém, a cidade da paz?
«A vinda do pessoal para o trabalho depende
do transporte assegurado por uma das nossas Irmãs e dois dos nossos técnicos. Por
mais de uma vez um dos nossos jovens
motoristas foi preso por soldados, brandindo
as suas metralhadoras, e é difícil permanecer
silencioso face a tanta coragem.
«As mães que tratamos estão angustiadas
pelos seus maridos e filhos. Enquanto aqui
estão, qualquer coisa pode estar a acontecer às suas famílias ou às suas casas.
«Os nossos serviços gerais nunca pararam.
Na lavandaria, o pessoal trabalha abnegadamente para entregar roupa lavada, enquanto
o pessoal de cozinha vive permanentemente
no hospital durante este período traumático
para assegurar sempre comida.
«Para dirigir o hospital tivemos de encontrar formas de continuar a cuidar das mães
e dos seus bebés, apesar de todas estas
dificuldades. Todos os membros do pessoal cumpriram as suas responsabilidades
com coragem e devoção, no interesse do
hospital e das nossas doentes.
«Quando não é possível trazer pão, uma
das Irmãs amassa a farinha para cozer o
nosso próprio pão, enquanto a fruta e os
legumes frescos e outros produtos alimentares são introduzidos subrepticiamente no
hospital pelas Irmãs de Karem Aïn, que nos
fazem as compras.
«Com estes numerosos obstáculos pela
frente, não admira que o número de nascimentos tenha diminuído substancialmente.
Em 2000 nasceram 3 200 bebés no hospital
e em 2002 este número baixou para 1 617.
«Todos acreditamos que a pequena flor de
esperança irá florir e que Belém voltará a
ser de novo a cidade da paz.»
Para mais informações:
www.holyfamilyhospital-bethlehem.org
Um feliz acontecimento no Hospital da
Sagrada Família, em Belém. Desde 1990 já
aqui nasceram 29 000 bebés
O Hospital da Sagrada Família é dirigido por uma equipa altamente
qualificada de 90 pessoas:
especialistas
médicos residentes
enfermeiros
8
6
45
profissionais paramédicos
5
pessoal administrativo
5
outro pessoal auxiliar
7
29 000 partos, sem mortalidade materna desde Fevereiro de 1990
A única Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais em Belém
Pessoal altamente qualificado
O único hospital da Palestina reconhecido pelo RCOG
de Londres para formação de médicos
1 617 partos em 2002
Mais de 15 000 consultas externas por ano
Orçamento total do hospital para 2002: 1 817 000 dólares
Contribuição da Ordem de Malta: 1 208 000 dólares
Relatório de actividades - 2003
53
54
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
+ + + ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES // FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO + + +
• Criar e manter o profissionalismo
• Formação e educação no mundo
• Melhorar os níveis: formação na
Alemanha e na Irlanda
Formação e educação
Um objectivo constante da Ordem consiste em assegurar que a ajuda humanitária
que oferece é prestada de forma sustentável, para que as pessoas que têm necessidades imediatas possam recuperar melhor de uma situação específica e que os
benefícios da nossa intervenção possam continuar a fazer-se sentir a longo prazo.
É esta a filosofia subjacente aos nossos programas de formação e de educação,
concebidos para garantir não só que o nosso próprio pessoal e os voluntários estão
devidamente equipados para ajudar as pessoas necessitadas, mas também que as
competências e a experiência na Ordem são transferidas para outros, a fim de diminuir as causas da necessidade.
Consulta com um estudante numa clínica pediátrica, Tailândia
Relatório de actividades - 2003
55
Criar e manter o profissionalismo
A Ordem funciona segundo padrões aceites nacional e internacionalmente para a prestação de primeiros socorros,
ajuda de urgência e ajuda humanitária. Desta forma temos a
certeza de que tudo o que fazemos é feito de forma eficaz e
com o maior benefício para as pessoas que ajudamos.
Sendo uma das instituições caritativas mais antigas do
mundo – fundada há 950 anos em Jerusalém – a Ordem está
empenhada em permanecer «moderna por tradição», procurando adaptar os seus serviços às necessidades do tempo e
prestá-los com os meios mais adequados do momento.
Também aqui a formação e o ensino desempenham um
papel essencial na actualização das competências dos
voluntários já existentes ou criando e melhorando as competências dos recém-entrados na Ordem.
A prestação de primeiros socorros – em resposta a situações de urgência ou em eventos públicos – é desde há
muito um elemento importante do trabalho da Ordem. Neste
caso, todos os voluntários têm de passar por um programa
contínuo de formação para conseguirem certificados que
traduzem vários níveis de competência.
O MHD da Associação Alemã dá cursos de primeiros socorros durante todo
o ano. Este realizou-se no Afeganistão
56
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
+ + + ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES // FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO + + +
Formação e educação no mundo
Exemplos da vasta gama de actividades de formação e educação realizadas
pela Ordem em 2001 e 2002:
Jovens das ilhas Salomão aprendem inglês e aritmética, bem
como competências práticas, através da Missão dos Maristas em Wainoni Bay, organizada pela Associação Australiana. Os rapazes aprendem carpintaria, canalizações e
manutenção de motores, enquanto as matérias principais
para as raparigas incluem costura, tecelagem e cozinha.
A Associação nacional da Ordem em França dá três cursos
de formação acreditados a nível nacional para condutores
de ambulâncias, preparando-os para o certificado de competência atribuído pelo Ministério da Saúde francês.
Em 2002, o Grande-Priorado Italiano da Lombardia e Venécia organizou um programa de formação de quatro dias para
voluntários que prestam primeiros socorros e dão outros
apoios a peregrinos.
Outra acção de formação pouco habitual foi que o corpo de
voluntários da Ordem na Lituânia realizou, dando lições e
organizando concursos para dançarinos em cadeiras de rodas.
Na Polónia, mais de 3 500 voluntários receberam formação
de primeiros socorros nos últimos dez anos, muitos deles
em centros de formação permanente criados pela Associação Polaca da Ordem.
Na África do Sul, em 2002, foi dada formação médica por
membros da Associação Britânica num lar para doentes do
VIH/SIDA. Dois membros qualificados passaram algum
tempo no Centro de Saúde de St Gerards a dar formação
ao pessoal local de primeiros socorros e serviços de ambulância de natureza neonatal, destinados a uma população
em que 88% é portador do VIH.
Nos últimos dois anos, a Associação Ocidental dos EUA
criou um programa de inspiração de ensino religioso para
crianças com deficiência que frequentam escolas elementares católicas na Califórnia do Norte. Este projecto de «Crescimento na Fé» abrange três escolas em São Francisco,
Martinez e Gilroy e teve grande sucesso.
Numa frente mais alargada, a organização de ajuda de
urgência da Ordem e o Corpo de Urgência da Ordem de
Malta (ECOM) organizaram um seminário de formação operacional, que obteve grande êxito em Lucerna, Suíça, para
trabalhadores de ajuda humanitária.
A Associação Alemã da Ordem desenvolveu um projecto,
largamente financiado pela Renovabis, através do qual os
voluntários estão a receber formação na prestação de cuidados ao domicílio a pessoas idosas necessitadas na Sérvia.
E na Tailândia, uma acção de cooperação entre a Associação Alemã e um grupo de auto-ajuda de VIH/SIDA no distrito de Mae Sariang está a fornecer uma combinação de
educação sanitária e apoio directo a órfãos do VIH/SIDA,
pagando as suas propinas escolares e fornecendo uniformes escolares, livros e almoço para um ano.
Relatório de actividades - 2003
57
Melhorar os níveis:
formação na Alemanha e na Irlanda
Sem o seu exército de 80 000 voluntários permanentes, a Ordem seria absolutamente incapaz de realizar os
seus programas de actividades médicas, humanitárias e de ajuda de urgência.
No entanto, todos estes voluntários precisam de saber responder às várias situações que têm de enfrentar, com
competências e conhecimentos adequados, e precisam de fazê-lo com alto nível de profissionalismo.
Embora muitos dos voluntários da
Ordem obtenham as suas competências
e experiência através das respectivas carreiras profissionais em medicina, enfermagem e serviços paramédicos, outros
exigem formação através de programas
ministrados pela Ordem, por intermédio
dos Grandes-Priorados, Sub-Priorados e
Associações nacionais.
As Associações Alemã e Irlandesa, juntamente com o Grande-Priorado Austríaco,
têm uma experiência especial.
Na Alemanha
No Corpo de Socorro (Malteser Hilfsdienst)
da Associação Alemã, todos os anos recebem formação em primeiros socorros básicos cerca de 250 000 pessoas. Como esta
formação constitui um requisito prévio para
obter a carta de condução na Alemanha, os
participantes pagam 20 euros por este
curso de dois dias, que é dado pela equipa
de formadores da própria Associação.
58
Stefan Markus, que dirige os programas de
formação de primeiros socorros na Alemanha, organiza a equipa de 3 500 formadores que, como voluntários, trabalham muitas horas para dar os cursos em qualquer
lugar do país onde sejam chamados.
«Os cursos abrangem uma série de níveis,
desde os primeiros socorros básicos,
passando pelo cursos avançados de primeiros socorros até um programa específico de dois anos para profissionais paramédicos», explica.
«Também dirigimos uma série de escolas
que oferecem um ano de formação a
tempo inteiro, sendo o segundo ano para
obtenção de experiência prática. Oferecemos igualmente cursos de reciclagem, que
são obrigatórios de dois em dois anos para
os socorristas das empresas.
«Os nossos cursos são os únicos na Alemanha a incluir formação sobre como lidar
com a violência, dando alguma orientação
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
prática sobre a melhor forma de acalmar e
resolver a situação.»
Os cursos na Alemanha são dados de
acordo com as normas constantes das Orientações Internacionais para Reanimação
(definidas pelo Conselho Europeu de Reanimação), enquanto os de outros países
seguem normas nacionais específicas,
como as publicadas pela Associação Americana do Coração.
A Associação Alemã também dá formação
a instrutores de primeiros socorros na Rússia e na Polónia e fornece material de formação para outros países, nomeadamente
a Roménia.
A formação tem por vezes de ser adaptada
a necessidades específicas – no Kosovo,
por exemplo, a falta de estruturas de cuidados médicos básicos obriga a que seja
dada atenção aos serviços de pequena
cirurgia, em vez da recuperação – e a grupos etários específicos.
+ + + ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES // FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO + + +
Auxiliares de primeiros socorros assistem a cursos de reciclagem
Para os socorristas que trabalham com crianças da idade do jardim infantil, Stefan
elaborou, em colaboração com o Departamento da Juventude da Ordem, um guia
designado «Aventura: Socorro», que inclui
1 000 páginas de informação, abrangendo
todos os aspectos dos primeiros socorros.
Na Irlanda
Na Irlanda, embora o Corpo de Ambulâncias
seja inteiramente autofinanciado e dirigido
exclusivamente por voluntários, o nível e
padrão da sua formação assemelham-se
aos das organizações dirigidas pelo Estado.
O pessoal de direcção inclui um director
clínico, um enfermeiro-chefe e um chefe de
ambulâncias, que uma vez por ano assistem a um curso residencial durante um fimde-semana, para reflectirem e planearem a
estratégia futura do Corpo.
A formação de primeiros socorros é dada
pelos próprios formadores do Corpo e
embora os programas que utilizam sejam
elaborados internamente, são muitas vezes
adoptados como norma nacional.
Foi o que aconteceu com a formação de
primeiros socorros no local de trabalho,
curso agora reconhecido como a norma
oficial na Irlanda, e parece que o mesmo
acontecerá com outro curso desenvolvido
pelo Corpo de Ambulâncias para formar e
acreditar as pessoas que estão na primeira
linha dos primeiros socorros avançados.
«Pensamos que é melhor estar na vanguarda da criação de normas do que ser
conduzido por outros», diz o Comandante
Peadar Ward, Director do Corpo de Ambulâncias da Ordem na Irlanda.
«O conjunto da área da formação está no
centro daquilo que fazemos, especialmente em termos de formação contínua em
matéria de gestão e de liderança para o
nosso próprio pessoal.»
Em 2002, a frota de ambulâncias do Corpo
percorreu mais de 300 000 milhas no qua-
dro do seu trabalho voluntário. Os membros voluntários realizaram mais de 4 000
acções de primeiros socorros e 3 000
acções de assistência à comunidade. De
entre as actividades de 2003 salienta-se a
assistência às Olimpíadas Especiais, realizadas em Junho, onde os voluntários e
membros do Corpo deram mais de 10 000
horas de serviços de primeiros socorros e
de ambulância.
Relatório de actividades - 2003
59
O Grão-Mestre, Frei Andrew Bertie, preside à Conferência das Américas, na Bolívia, em Novembro de 2002, assistido pelo Grande Chanceler,
Jacques de Liedekerke, e pelo Grande Hospitalário, Albrecht Boeselager
60
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
+ + + ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES // DIPLOMACIA HUMANITÁRIA + + +
• Iniciativas diplomáticas a favor
da ajuda humanitária
• Diplomacia com uma
perspectiva humanitária
• Diplomacia na Ordem:
uma visão pessoal
Diplomacia humanitária
O sofrimento tem muitas faces e assume muitas formas. Além disso, as suas causas
são múltiplas: pobreza, ignorância, guerra, fome, inundações, doenças, terrorismo,
opressão, bem como catástrofes, ora naturais ora provocadas pelo Homem, tudo cria
condições para a miséria humana que a Ordem se esforça por atenuar.
Sempre que é necessário e qualquer que seja a razão, o nosso trabalho de ajuda
humanitária é facilitado pelas relações diplomáticas que a Ordem mantém com
93 Estados e através das relações oficiais com seis governos europeus. Também trabalhamos por intermédio das nossas missões permanentes junto das Nações Unidas
e a nível do Representante Permanente junto da Comissão Europeia e de outras
organizações intergovernamentais e internacionais.
Relatório de actividades - 2003
61
Diplomacia com
uma perspectiva humanitária
O Corpo Diplomático da Ordem é nomeado pelo Grão-Mestre e pelo Soberano Conselho. Os embaixadores assumem
funções imediatamente após a apresentação de credenciais.
para que pode contribuir a sua enorme experiência, a sua
familiaridade com a situação no terreno e os seus conhecimentos específicos.
As missões dos embaixadores são estritamente humanitárias, voluntárias e sempre imparciais. Têm por fim facilitar a
prestação da ajuda humanitária, de acordo com as necessidades, por parte dos 11 500 membros, 80 000 voluntários
permanentes e 11 000 médicos, enfermeiros e outro pessoal de saúde da Ordem.
Em 2001 e 2002, a Ordem concluiu novos Acordos de cooperação com a Bolívia, Costa Rica, Equador, Itália, Roménia
e Espanha. Estes Acordos irão facilitar a prestação de ajuda
humanitária sempre que for necessária nestes países.
Ao usarem as suas competências na diplomacia e negociação, contribuem para assegurar que a ajuda pode ser entregue imediatamente e de forma eficaz, trabalhando com as
Associações nacionais da Ordem quando existem num determinado país ou, quando não existem, assumindo a responsabilidade pela coordenação das actividades de socorro.
A Ordem tem uma política de relações activas com as principais organizações internacionais envolvidas na acção humanitária, procurando trabalhar em parceria com os principais
intervenientes internacionais e com organizações governamentais e não governamentais.
Neste contexto, a Ordem desempenha um papel cada vez
mais activo nos processos de consulta e planeamento,
62
O Embaixador da Ordem nas Filipinas desempenhou um
papel fundamental na criação de fortes relações entre a
Ordem e o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV),
bem como com o Alto-Comissariado das Nações Unidas
para os Refugiados (ACNUR) e com o Fundo das Nações
Unidas para a Infância (UNICEF). Esta actividade é acrescida ao trabalho do Embaixador e dos seus colegas na distribuição periódica de medicamentos a organizações carenciadas nas Filipinas.
Em Julho de 2001 foi assinado pelo Embaixador da Ordem e
pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros da Costa Rica um
Acordo em matéria de Saúde entre a Ordem e este país.
Na Rússia, em 2002 abriu em Moscovo um novo centro
social, na presença do Embaixador da Ordem e do Presidente da Associação Alemã.
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
+ + + ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES // DIPLOMACIA HUMANITÁRIA + + +
Iniciativas diplomáticas
a favor da ajuda humanitária
Embora a Ordem de Malta seja uma Ordem religiosa secular, é uma pessoa jurídica de direito internacional público.
Mantém relações diplomáticas com 93 países e tem missões permanentes junto das Nações Unidas em Nova Iorque, Genebra, Paris, Viena e Roma, bem como junto da
Comissão Europeia e de outras organizações internacionais.
Na actividade humanitária, a Ordem beneficia do seu próprio
corpo diplomático. O papel dos embaixadores da Ordem
constitui uma combinação da diplomacia tradicional, de
competências de negociação e de capacidade para desenvolver actividades humanitárias.
Os embaixadores da Ordem são recrutados frequentemente
de entre diplomatas profissionais que abandonaram o serviço activo. Assumem as suas responsabilidades a seguir à
apresentação de credenciais.
A missão dos embaixadores é exclusivamente humanitária.
Nos países onde não existe uma Associação nacional o
embaixador também é responsável pela coordenação das
actividades hospitalares com as outras Associações nacionais que operam no país da missão diplomática.
O desenvolvimento das relações da Ordem com organizações internacionais e o reconhecimento da sua posição e do
seu papel no mundo permitem-lhe reforçar a sua contribuição especial para a acção humanitária.
Em Genebra, o Embaixador Pierre-Yves Simonin (antigo
Embaixador da Suíça em Israel e na Bélgica e junto da
NATO) trabalha num contexto que engloba as principais
agências das Nações Unidas relacionadas com os direitos
humanos e com o direito humanitário internacional, em especial o Comité Internacional da Cruz Vermelha e o AltoComissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
Em Viena, o Embaixador Helmut Liedermann (antigo
Embaixador da Áustria em Belgrado e Moscovo) participou
activamente na campanha de proibição da utilização de
minas antipessoal.
Em Bruxelas, o Embaixador Philippe de Schoutheete
(antigo Embaixador da Bélgica em Madrid e antigo Representante Permanente da Bélgica junto da União Europeia)
está acreditado junto da Comissão Europeia, principal doador mundial de ajuda humanitária. Acompanha os programas
e serviços da EuropeAid e do Serviço de Ajuda Humanitária
da Comunidade Europeia (ECHO). O ECHO manteve relações de parceria extremamente activas com a Ordem, especialmente durante a crise dos Balcãs.
Em Rome, o Embaixador Guiseppe Bonanno di Linguaglossa é o Observador Permanente da Ordem para a
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a
Agricultura (FAO) e para o Programa Alimentar Mundial
(PAM) das Nações Unidas.
Quando são solicitados para intervir ou participar em esforços para impedir conflitos, os diplomatas da Ordem realizam
uma missão delicada e importante. Nos casos de captura de
reféns ou noutras crises graves, como os acontecimentos no
Camboja e no Líbano, os representantes da Ordem conseguiram intervir com êxito. A Ordem actuou igualmente para
proteger trabalhadores de ajuda humanitária em zonas de
conflito e catástrofes naturais e pessoas que trabalham em
programas de luta contra a lepra.
A Ordem é politicamente neutra e absolutamente independente, o que lhe permite dirigir acções para o estabelecimento da paz, mediação e cooperação juntamente com as
Nações Unidas.
Relatório de actividades - 2003
63
Nações Unidas
Embaixador Frei
José Antonio Linati-Bosch
Em 2001 e 2002 foram feitas 14 declarações pela Missão
Permanente da Ordem junto das Nações Unidas em Nova
Iorque: em reuniões da Assembleia Geral das Nações Unidas, no Conselho Económico e Social, no Alto-Comissariado para os Refugiados, no Comité Especial e Grupo de
Trabalho sobre as Operações de Manutenção da Paz, na
Comissão sobre o Estatuto das Mulheres, no Comité dos
Direitos Humanos e em sessões especiais dedicadas às crianças, racismo, VIH/SIDA e terrorismo.
A Missão participou igualmente em painéis, conferências e
outras actividades especiais das Nações Unidas e coordenou a representação à Cimeira de Monterrey e à Conferência de Madrid das Nações Unidas sobre pessoas idosas.
Foram enviadas vinte e seis notas de informação a todos os
representantes permanentes e às missões de observação
permanentes junto das Nações Unidas e dirigidos 148 relatórios ao Grande Magistério. O Grande Chanceler da Ordem,
Jacques de Liedekerke, visitou a Missão em Abril de 2002.
O Observador Permanente, por vezes acompanhado por
membros da Missão, participou em 102 eventos em 2001 e
2002. Foram igualmente organizadas recepções na Missão
destinadas a embaixadores e ao pessoal diplomático, a
representantes do Comité Internacional da Cruz Vermelha e
da Federação das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, à União Europeia e a funcionários das
Nações Unidas.
A Missão também contribuiu para combater as actividades
de associações não reconhecidas nos Estados Unidos e,
quando solicitado, na América Latina.
Para coordenar assuntos de interesse mútuo, a Missão também iniciou, criou e manteve contactos oficiais e pessoais
com representantes permanentes e observadores permanentes junto das Nações Unidas.
Entre as suas prioridades incluem-se o reforço da diplomacia preventiva e o desenvolvimento das actividades benévolas da Ordem em diversos países.
Foram igualmente elaborados quarenta e seis estudos jurídicos sobre a Ordem, incluindo informações gerais sobre as
suas actividades, bem como um acordo bilateral com a
República do Equador e um Acordo Geral de Cooperação
entre a Ordem e as Nações Unidas.
64
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
+ + + ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES // DIPLOMACIA HUMANITÁRIA + + +
Diplomacia na Ordem:
o ponto de vista de um Embaixador
Pierre Yves Simonin, o Embaixador da Ordem junto das Nações Unidas em Genebra,
descreve as actividades diplomáticas da Ordem e o seu estatuto como entidade
soberana independente, sujeita ao direito internacional público e com direito de
elaborar as suas próprias leis.
A soberania da Ordem foi reconhecida
pela Bula Papal de Pascoal II em 1113 e
apesar da perda do seu território em Malta
durante a Revolução Francesa, a sua soberania e independência foram mantidas. É
reconhecida actualmente por 93 Estados.
Assim, a Ordem envia e recebe relações
diplomáticas e troca embaixadores com
outros Estados soberanos.
Esta actividade diplomática é realizada a
dois níveis - bilateral e multilateral.
As relações bilaterais são conduzidas mediante ligações directas entre a Ordem e
cada um dos 93 Estados com que tem relações diplomáticas. Muitas vezes, o Embaixador da Ordem reside no país onde está
acreditado, mas pode viver em qualquer
outro local, efectuando ao longo do ano inúmeras visitas ao país de acreditação.
A Ordem também tem ligações com outros
governos através de delegados ou representantes. Estão nesta categoria a Alemanha, França, Bélgica e Suíça.
As relações multilaterais são mantidas com
organizações intergovernamentais, como as
Nações Unidas, a Organização Mundial da
Saúde, o Alto-Comissariado das Nações
Unidos para os Refugiados e o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos
do Homem.
A Ordem obteve o estatuto de Observador
Permanente junto das Nações Unidas através de uma resolução de 24 de Agosto de
1994. Está representada em Nova Iorque,
Genebra e Viena e tem Delegados Permanentes junto da Organização das Nações
Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
(UNESCO), em Paris, e da Organização
das Nações Unidas para a Alimentação e
Agricultura (FAO) e do Programa Alimentar
Mundial (PAM) das Nações Unidas, em
Roma. Tem também um Embaixador e
Representante Permanente junto da
Comissão Europeia, em Bruxelas.
O estatuto de observador junto das Nações
Unidas em Genebra permite à Ordem trabalhar em estreita colaboração com a Comissão para os Direitos Humanos, o Programa
Alimentar Mundial, a Cruz Vermelha, a Organização Mundial para as Migrações e muitas
organizações não governamentais envolvidas em actividades humanitárias.
Nos países onde a Ordem não tem uma
Associação nacional, a presença de um
embaixador com um conhecimento profundo das necessidades do país permite a
realização eficaz das actividades hospitalares ou de socorro.
O corpo diplomático da Ordem tem também de avaliar os problemas humanitários
internacionais e manter informado o GrãoMestre e o Governo da Ordem.
A actividade diplomática da Ordem contribui, por todos estes meios, para o bem de
toda a humanidade.
Embaixador Simonin
As actividades diplomáticas bilaterais e
multilaterais permitem uma vantagem considerável para a missão caritativa da
Ordem em todo o mundo. Constituem o
quadro que permite à Ordem organizar a
sua acção humanitária global, coordenar a
ajuda de urgência e implementar projectos
de longo prazo.
Relatório de actividades - 2003
65
Comissão Europeia
O Representante da Ordem junto da Comissão Europeia mantém-se
informado sobre o processo de tomada de decisões no quadro institucional
europeu e, quando adequado, chama a atenção dos líderes europeus para
pontos que são importantes para a Ordem.
A Ordem concentra os seus interesses na ajuda ao desenvolvimento e na ajuda humanitária, dois domínios em que União
Europeia é um importante interveniente a nível mundial.
Esta plataforma de lobbying e de reflexão debruça-se actualmente sobre os desafios com que se defrontam as ONG que
trabalham no domínio da ajuda humanitária, nomeadamente:
A ajuda ao desenvolvimento é administrada por uma estrutura da Comissão, EuropeAid, que co-financia programas
em todo o mundo em desenvolvimento. No passado, tanto a
Associação Alemã como a Francesa participaram nestas
actividades de co-financiamento, por intermédio dos seus
departamentos de ajuda ao estrangeiro.
- Resposta às catástrofes provocadas por terroristas
Devido a condições administrativas rigorosas impostas pela
Comissão e ao grande aumento de pedidos de co-financiamento, este tornou-se mais difícil. No entanto, o Representante da Ordem acompanha muito de perto a política da
Comissão neste domínio.
No domínio humanitário, a Comissão opera por intermédio
do Serviço de Ajuda Humanitária da Comunidade Europeia
(ECHO), que é o maior financiador a nível mundial de ajuda
humanitária. O Representante da Ordem participa na conferência anual dos parceiros do ECHO, onde são analisados
os problemas da implementação da missão humanitária do
ECHO através das 400 organizações não governamentais
(ONG) que são seus parceiros. As Associações da Ordem
são parceiros do ECHO e o Representante supervisiona os
projectos que as Associações apresentam.
O Representante participa em grupos de trabalho e em conferências organizadas pela vasta plataforma de organizações não governamentais estabelecida em Bruxelas, designada Organizações Voluntárias para a Cooperação em
Situações de Urgência (VOICE).
66
Embaixador Schoutheete e o Presidente da
Comissão Europeia, Romano Prodi
- Risco de politização da ajuda ao desenvolvimento e da
ajuda humanitária
- Relação destes dois tipos de ajuda com o aparecimento
da Política Europeia Externa e de Segurança Comum
- Necessidade de introduzir uma componente de reforço da
democracia não apenas nas acções de desenvolvimento,
mas também nas humanitárias.
- Necessidade de ajudar a promover a aplicação do Direito
Internacional Humanitário em cooperação com os governos europeus, as Nações Unidas e o Comité Internacional
da Cruz Vermelha.
O Representante da Ordem acompanha de perto a evolução
da Convenção Europeia, que tem a ver com as reformas institucionais. Alguns aspectos são especialmente relevantes
para a Ordem, como o debate sobre a proposta de introduzir na Constituição Europeia uma referência aos valores religiosos e à herança cristã da Europa.
O Representante também participa nas reuniões convocadas pelo Grupo de Conselheiros Políticos da Comissão
Europeia, onde os representantes de igrejas e de organismos religiosos são informados dos desenvolvimentos ocorridos e convidados a comentá-los.
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Governo
Governo da Ordem
composição e funcionamento
____________________________________________
De acordo com a Carta Constitucional, o objectivo da Ordem Soberana de Malta é «promover... as virtudes cristãs da caridade e da fraternidade, exercendo, sem distinção de religião, de raça, de origem ou de
idade, as suas obras de misericórdia para com os doentes, os pobres e os refugiados.
Em especial, a Ordem exerce as suas actividades institucionais no domínio hospitalar, incluindo a assistência social e sanitária, assim como a favor das vítimas de catástrofes excepcionais e de guerras...»
(Excertos da Carta Constitucional, artigo 2º)
O Governo da Ordem Soberana de Malta está organizado
segundo estruturas próximas das dos governos dos Estados. No entanto, tem algumas especificidades ligadas à sua
natureza de Ordem secular e religiosa e conserva uma terminologia particular que remonta a nove séculos de história.
A soberania da Ordem exerce-se ao nível de três poderes:
poder legislativo, que pertence ao Capítulo Geral, órgão de
representação dos cavaleiros, e ao Grão-Mestre, com o
Soberano Conselho; poder executivo, que reside igualmente no Soberano Conselho; e poder judicial, que pertence aos tribunais da Ordem. O Grão-Mestre é o Chefe
Supremo da Ordem e é eleito a título vitalício pelo Conselho de Estado, reunido com todos os seus membros. Tanto
o Capítulo Geral como o Conselho de Estado são compostos por representantes dos Grandes-Priorados, Sub-Priorados, Associações nacionais e Organizações da Ordem
estabelecidas nos diferentes países.
O Grão-Mestre governa a Ordem, assistido pelo Soberano
Conselho, a que preside. Este é constituído pelo Grande
Comendador, superior dos religiosos da Ordem, que substitui o Grão-Mestre nas suas ausências, pelo Grande Chanceler (Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Interior), pelo
68
Grande Hospitalário (Ministro da Saúde e dos Assuntos
Sociais, da Acção Humanitária e da Cooperação Internacional), pelo Administrador do Tesouro Comum (Ministro das
Finanças e do Orçamento) e por outros seis membros, todos
eleitos pelo Capítulo Geral de entre Cavaleiros Professos ou
Cavaleiros de Obediência. O Soberano Conselà eleito por
um período de cinco anos.
A Carta Constitucional e o Código regulam a vida e as actividades da Ordem.
O Capítulo Geral de 1999 instituiu um órgão consultivo
junto do Governo da Ordem, o Conselho do Governo. O Tribunal de Contas exerce funções de controlo económico e
financeiro. Os membros destes dois órgãos são eleitos pelo
Capítulo Geral de cinco em cinco anos.
Os tribunais da Ordem são tribunais de primeira instância e
de recurso, sendo o Presidente, juízes, auditores de justiça e
auxiliares nomeados pelo Grão-Mestre, com voto deliberativo do Soberano Conselho. As questões jurídicas de
grande importância são submetidas a parecer de um órgão
técnico, o Conselho Consultivo Jurídico.
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
+ + + GOVERNO // COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO + + +
GOVERNO DA ORDEM SOBERANA DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
JUNHO 1999 – JUNHO 2004
SOBERANO CONSELHO: GOVERNO
78º Príncipe e Grão-Mestre Sua Alteza Eminentíssima Frei Andrew Bertie
ALTOS CARGOS
Grande Comendador
Fra’ Ludwig Hoffman von Rumerstein
Grande Hospitalário
Albrecht Boeselager
Grande Chanceler
Jacques de Liedekerke
Administrador do Tesouro Comum
Gian Luca Chiavari
MEMBROS
Fra’ Carl E.Paar
Fra’ Carlo Arditi di Castelvetere
Fra’ John MacPherson
Fra’ Giacomo Dalla Torre del Tempio di Sanguinetto
Richard J.Dunn
Jean-Pierre Mazery
CONSELHO DO GOVERNO
TRIBUNAL DE CONTAS
Fra’ Jose Antonio Linati-Bosch
Fra’ Elie de Comminges
Winfried Henckel von Donnersmarck
Thomas Francis Carney, Jr.
Antonio Carlos de Silva Coelho
Don Prospero Colonna, Prince de Avella
Presidente: Francesco Lechi
Conselheiros: Franz Harnoncourt-Unverzagt
Thierry de Beaumont-Beynac
Ernst von Freyberg-Eisenberg
Charles J.Wolf, Jr.
Conselheiros suplente:
Carlo Eyrl di Waldgries e Liebenaich
JUNHO 2004 – JUNHO 2009
SOBERANO CONSELHO: GOVERNO
78º Príncipe e Grão-Mestre Sua Alteza Eminentíssima Frei Andrew Bertie
ALTOS CARGOS
Grande Comendador
Fra’ Giacomo Dalla Torre del Tempio di Sanguinetto
Grande Hospitalário
Albrecht Boeselager
Grande Chanceler
Jacques de Liedekerke
Administrador do Tesouro Comum
Gian Luca Chiavari
MEMBROS
Fra’ Carlo Arditi di Castelvetere
Fra’ John A.MacPherson
Fra’ Elie de Comminges
Fra' Filippo Maria Ferretti di Castelferretto
Jean-Pierre Mazery
Antonio Sanchez-Corea, Jr.
CONSELHO DO GOVERNO
TRIBUNAL DE CONTAS
Winfried Henckel von Donnersmarck
Don Prospero Colonna, Prince de Avella
Don Pedro Merry del Val y Diez de Rivera
Antonio Carlos da Silva Coelho
Thomas Francis Carney, Jr.
Raphaël Georges Debbane
Presidente: Francesco Lechi
Conselheiros: Franz Harnoncourt-Unverzagt
Carlo Eyrl di Waldgries e Liebenaich
Charles J.Wolf, Jr.
Bruno de Pazzis
Conselheiros suplente:
Carlo d'Ippolito
Joseph Murray Cianciolo
Relatório de actividades - 2003
69
Visitas oficiais do Grão-Mestre
Santa Sé - Sua Santidade o Papa João Paulo II
70
Argentina - SE Eduardo Duhalde
República Checa - SE Vaclav Havel
Guatemala - SE Alfonso Portillo Cabrera
Hungria - SE Ferenc Madl
Nicarágua - SE Enrique Bolaños Geyer
Eslováquia - SE Rudolf Schuster
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
+ + + GOVERNO // VISITAS OFICIAIS DO GRÃO-MESTRE + + +
2001
22.06 O Grão-Mestre e membros do Soberano Conselho
são recebidos em audiência por Sua Santidade o
Papa João Paulo II
04.11 O Grão-Mestre recebe o Presidente da República da
Eslováquia, SE Rudolf Schuster, em Roma.
NB: todas as visitas oficiais agendadas para as
semanas imediatamente a seguir a 11 de Setembro
foram canceladas.
da República da Guatemala,
SE Enrique Portillo Cabrera.
11.12 Visita oficial do Grão-Mestre ao Palácio do Quirinal
para um encontro com o Presidente da República
Italiana, SE Carlo Azeglio Ciampi.
2003
07.04 Visita oficial do Grão-Mestre ao Reino de Marrocos.
27.05 Em Roma, o Grão-Mestre recebe o Presidente da
2002
22.03 O Grão-Mestre visita oficialmente a Roménia,
encontrando-se com SE o Presidente Ion Iliescu.
República da Argentina, SE Eduardo Duhalde.
28.06 O Grão-Mestre e membros do Soberano Conselho
são recebidos em audiência por Sua Santidade o
Papa João Paulo II.
06.04 O Grão-Mestre recebe o Presidente da República
Checa, SE Vaclav Havel, em Roma.
16.04 O Grão-Mestre recebe em Roma o Presidente da
República da Nicarágua, SE Enrique Bonanos Geyer.
03.06 Em Roma, o Grão-Mestre recebe o Presidente da
República da Bolívia, SE Jorge Quiroga.
12.06 O Grão-Mestre recebe em Roma o Vice-Presidente
13.06
19.06
21.06
28.10
08.11
26.11
da República da Guatemala, SE Juan Francisco
Reyes López
O Grão-Mestre recebe o Rei da Suazilândia, Mswati
III, no Palácio Magistral em Roma.
O Grão-Mestre recebe em Roma o Presidente da
República da Hungria, SE Ferenc Madl.
O Grão-Mestre e membros do Soberano Conselho
são recebidos em audiência por Sua Santidade o
Papa João Paulo II.
Realização em Roma de um encontro privado entre o
Grão-Mestre e o Presidente da República da Eslováquia, SE Rudolf Schuster.
Numa visita de Estado à Bolívia, o Grão-Mestre
encontra-se com o Presidente da República, SE
Gonzalo Sánchez de Lozada.
Em Roma, o Grão-Mestre recebe o Presidente
Relatório de actividades - 2003
71
Visita oficial do Grão-Mestre ao Presidente da República Italiana, Carlo Azeglio Ciampi
Acordos de cooperação oficiais
Acordos de cooperação assinados em 2001-2002
23.11.2000
15.09.2001
23.11.2001
04.03.2002
11.03.2002
08.11.2002
Espanha
Equador
Itália (2003: ratificado)
Costa Rica
Roménia
Bolívia (2003: ratificado)
A Ordem assinou seis Acordos de cooperação em 2001 e
2002 que permitem oferecer ajuda humanitária e cooperação a países que precisam de vários tipos de apoio, desde
programas de ajuda humanitária sob a forma de primeiros
socorros e serviços sociais ou cuidados a idosos e deficientes, até aconselhamento e apoio às estruturas sanitárias e
hospitalares públicas.
72
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
O Embaixador da Ordem na Costa Rica assina um
Acordo de cooperação com o Ministro da Saúde,
Costa Rica, Março de 2002
+ + + GOVERNO // VISITAS OFICIAIS DO GRÃO-MESTRE + + +
As relações diplomáticas da Ordem a nível mundial
A ORDEM DE MALTA MANTÉM RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS COM 93 PAÍSES:
EUROPA
Albânia, Áustria, Bielorrússia, Bósnia-Herzegovina, Bulgária, Croácia,
Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Federação Russaá, Hungria, Itália, Letónia, Liechtenstein, Lituânia, Macedónia, Malta, Moldávia, Polónia, Portugal,
República Checa, Roménia, Santa Sé, São Marino, Sérvia e Montenegro.
AMÉRICAS
Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba,
El Salvador, Equador, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Nicarágua,
Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Santa Lúcia, São
Vicente e Grenadinas, Suriname, Uruguai, Venezuela.
ÁSIA
Afeganistão, Arménia, Camboja, Cazaquistão, Filipinas, Geórgia,
Jordânia, Líbano, Tailândia, Tajiquistão.
ÁFRICA
Benim, Burquina Faso, Cabo Verde, Camarões, Chade, Comores,
Congo (República Democrática do), Congo (República do), Costa do
Marfim, Egipto, Eritreia, Etiópia, Gabão, Guiné Equatorial, Guiné,
Guiné-Bissau, Libéria, Madagáscar, Mali, Marrocos, Maurícia, Mauritânia,
Moçambique, Níger, República Centro-Africana, São Tomé e Príncipe,
Seicheles, Senegal, Somália, Sudão, Togo.
OCEÂNIA
Ilhas Marshall, Kiribati, Micronésia,
*
As relações com a Federação Russa são mantidas por intermédio de uma
missão diplomática especial.
A ORDEM DE MALTA TEM MISSÕES PERMANENTES JUNTO DAS NAÇÕES UNIDAS E DAS SUAS AGÊNCIAS ESPECIALIZADAS:
Nações Unidas - Nova Iorque
Nações Unidas - Genebra
Nações Unidas - Viena
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura - Paris
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura FAO - Roma
Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas - PAM - Roma
Organização Mundial da Saúde - OMS - Genebra
Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados ACNUR - Genebra
Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos OHCHR - Genebra
A ORDEM DE MALTA TEM RELAÇÕES OFICIAIS COM:
Bélgica
França
Alemanha
Luxemburgo
Principado do Mónaco
Suíça
A ORDEM DE MALTA TEM DELEGAÇÕES OU REPRESENTAÇÕES JUNTO DAS SEGUINTES ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS:
Comissão Europeia - Bruxelas
Conselho da Europa - Estrasburgo
Organização Internacional das Migrações - OMI - Genebra
Instituto Internacional para a Unificação do Direito Privado UNIDROIT - Roma
Comité Internacional de Medicina Militar - CIMM - Bruxelas
Comité Internacional da Cruz Vermelha - CICV - Genebra
Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do
Crescente Vermelho - Genebra
Instituto Internacional do Direito Humanitário - São Remo, Genebra
Relatório de actividades - 2003
73
Embaixadores da Ordem Soberana nomeados em 2001, 2002 e 2003
74
Santa Sé
Egipto
Argentina
Guiana
Afeganistão
El Salvador
Bolívia
Federação Russa
Malta
Nicarágua
Cazaquistão
Polónia
Guiné
Líbano
Marrocos
República Dem. do Congo
Belize
São Marino
Moldávia
Maurícia
Alberto Léoncini Bartoli
Oliviero Rossi
Antonio Caselli
Silvano Pedrollo
Peter Canisius von Canisius
Juan M Bracete
William Walsh
Andre Gutzwiller
Giampietro Nattino
Ernesto Kelly Morice
Peter Canisius von Canisius
Roger de Giorgio
Guy Jaulin du Seutre
Jacques Guerrier de Dumast
Pierre Marie Guisolphe
Geoffroy de Liedekerke
Thomas Francis Carney
Franco Ferretti
Peter Canisius von Canisius
Bernard Dorin
Data de credenciais
2001
12 de Janeiro
13 de Fevereiro
14 de Fevereiro
14 de Fevereiro
27 de Fevereiro
01 de Março
07 de Março
13 de Março
22 de Março
24 de Abril
26 de Abril
11 de Junho
28 de Junho
24 de Julho
25 de Julho
04 de Setembro
18 de Setembro
29 de Setembro
16 de Outubro
05 de Dezembro
Etiópia
Sudão
Benim
Honduras
Burquina Faso
Guiné Equatorial
Organizações das
Nações Unidas, Roma (FAO, PAM)
Oliviero Rossi
Oliviero Rossi
Gerard Dutheil de la Rochère
Jacques de Mandat-Grancey
Alain de Parcevaux
Jordi Mas Capo
Príncipe Giuseppe Bonanno di Linguaglossa
2002
28 de Janeiro
19 de Março
22 de Março
19 de Junho
30 de Julho
10 de Outubro
23 de Abril
Uruguai
Portugal
Sérvia e Montenegro
Ilhas Marshall
Espanha
Liechtenstein
Níger
República Centro-Africana
Chade
Eslováquia
Pierre den Baas
Príncipe de Arenberg
Stefan Falez
William H Weiss
Jean-Marie Musy
Maximilian Turnauer
Bertrand de Pesquidoux
Antoine Foulhiac de Padirac
Alain Cadix
Príncipe Mariano Windisch-Graetz
2003
13 de Fevereiro
09 de Maio
20 de Maio
17 de Junho
19 de Setembro
03 de Outubro
14 de Outubro
17 de Outubro
23 de Outubro
23 de Outubro
República Checa
Egipto
Bielorrússia
Jordânia
Moçambique
Polónia
Cabo Verde
Guiana
Yves-Jean Du Monceau
Ugo Leone
Paul Friedrich von Fuhrherr
Bo Theutenberg
Adalberto de Fonseca Neiva de Oliveira
Vincenzo Manno
Miguel Igrejas Horta e Costa
Gaetano di Mase
Janeiro - Junho de 2004
10 de Janeiro
09 de Fevereiro
18 de Fevereiro
08 de Março
18 de Junho
22 de Junho
09 de Julho
01 de Setembro
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
+ + + GOVERNO // EMBAIXADORES DA ORDEM + + +
Observador Permanente junto das Nações Unidas
Nações Unidas, Nova Iorque
José Antonio Linati-Bosch
Robert LeRoy Shafer
Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI)
Maximilian Turnauer
2001 - Junho de 2004
Junho de 2004 Março de 2004
Embaixadores junto da Ordem Soberana nomeados em 2001, 2002 e 2003
Portugal
Peru
Áustria
Federação Russa
Brasil
República Dominicana
Chile
Croácia
S.E. Pedro José Ribeiro de Menezes
S.E. Alberto Montagne Vidal
S.E. Walter Greinert
S.E. Vitaly Litvin
S.E. Oto Agripino Maia
S.E. Victor Hidalgo Justo
S.E. Máximo Pacheco Gómez
S.E. Franjo Zenko
Data de credenciais
2001
11 de Janeiro
16 de Maio
17 de Maio
18 de Maio
19 de Junho
10 de Outubro
07 de Novembro
19 de Novembro
Bulgária
Sérvia e Montenegro
Níger
Filipinas
Polónia
Equador
Marrocos
S.E. Vladimir Nicolaev Gradev
S.E. Darko Tanaskovic
S.E. Amadou Touré
S.E. Francisco Acevedo Alba
S.E. Hanna Suchocka
S.E. Marcelo Fernández de Cordoba
S.E. Mohamed Sbihi
2002
10 de Maio
14 de Maio
21 de Maio
19 de Junho
10 de Outubro
23 de Outubro
29 de Novembro
Hungria
Eslovénia
Gabáo
Eslováquia
Tailândia
República Checa
Roménia
S.E. Gábor Erdódy
S.E. Ludvik Toplak
S.E. Désiré Koumba
S.E. Mme Dagmar Babčanová
S.E. Vara-Poj Snidvongs
S.E. Pavel Jajtner
S.E. Mihail Dobre
2003
09 de Janeiro
20 de Março
17 de Outubro
22 de Outubro
28 de Outubro
28 de Novembro
04 de Dezembro
Italia
Mali
Letónia
Argentina
Burkina Faso
S.E. Giuseppe Balboni Acqua
S.E. Mohamed Salia Sokona
S.E. Alberts Sarkanis
S.E. Carlos Luis Custer
S.E. Mamadou Sissoko
Janeiro - Junho de 2004
10 de Janeiro
09 de Março
29 de Abril
07 de Maio
11 de Maio
Relatório de actividades - 2003
75
Livros e artigos seleccionados sobre a
Ordem publicados em 2001 e 2002
Allard, Jean-Marie Complément sur les origines du prieuré
d’Auvergne de l’Ordre des Hospitaliers de Saint-Jean de
Jérusalem. [S. l.]: [s. n.], 2002.
Allotta di Belomonte, Gaetano Iconografia sacra ispirata al mare.
[Taranto]: Fondazione Ammiraglio Michelagnoli, 2000.
Archives Nationales de France. Correspondance des consuls de
France à Alger, 1642-1792: Inventaire analytique des articles A.E.
BI 115 à 145. Paris: Centre Historique des Archives Nationales,
2001. Includes a number of references to the Order, Knights of
the Order or Malta itself with Algiers.
Association polonaise des Chevaliers de Malte. Zyciorysy
prezydentow Zwiazku Polskich Kawalerow Maltanskich: 19202002. [Krakow]: [Zwiazek Polskich Kawalerow Maltanskich], 2002.
Autengruber, Michael Bayern und Malta: das Gropriorat Bayern
der Bayerischen Zunge des Souveränen Malteser Ritterordens
und seine Insignien: (1782 - 1808): with an extensive English
summary. Brannenburg: Feder u.a.], 2002.
Autengruber, Michael Bayern und Malta: das Gropriorat Bayern
der Bayerischen Zunge des Souveränen Malteser Ritterordens
und seine Insignien (1782 - 1808). Brannenburg: Konstanz:
Feder; Phaleristischer Verl. Michael Autengruber, 2002.
Baudis, Dominique La conjuration: roman.
Paris: Bernard Grasset, 2001.
Bertè Ferraris di Celle, Giovannella L’Icona della Panaghia tes
Philermou. Rome: Ponticifium Institutum Orientale, 2001.
Blondy, Alain L’ordre de Malte au XVIIIe siècle: des dernières
splendeurs à la ruine. Paris: Bouchene, 2002.
Bonello, Giovanni Histories of Malta. Valletta (Malta): Fondazzjoni
Patrimonju Malti, 2000-2002. 1: Deceptions and perceptions. —
2: Figments and fragments. — 3: Versions and diversions. Very
useful work on many aspects of Maltese life and personages.
Calvet, Antoine Les Légendes de l’Hôpital de Saint-Jean de
Jérusalem: textes, traductions, notes et commentaires. Paris:
Presses de l’Université de Paris-Sorbonne, c2000.
76
Campolunghi, Pierino Romanzo e realtà nelle vere paternità di
Giulia Beccaria e di suo figlio Alessandro Manzoni (Verri):
ritrovata la lettera del Gorani nella quale si attribuisce al Verri la
paternità di Alessandro Manzoni, allegata nei colori originali a
perenne futura memoria: 44 illustrazioni con lettere e documenti
inediti. Milano: P. Campolunghi, 1998.
Carolus: Museo de Santa Cruz, Toledo, 6 de octubre de 2000 a
12 de enero de 2001. [Madrid]: Sociedad Estatal para la
Conmemoración de los Centenarios de Felipe II y Carlos V, c2000.
Carrano, Patrizia Le armi e gli amori. Milano: Rizzoli, 2003.
Cartulaire et chartes de la commanderie de l’Hôpital de SaintJean de Jérusalem d’Avignon au temps de la commune B38
(1170-1250). Paris: CNRS Editions, c2001.
Cauchi, P. Mark Mattia Preti: a genius of the art and a man
generous. Malta: [s. n.], 2000.
Ceballos-Escalera y Gila, Alfonso de, Marqués de la Floresta
La Orden de Malta en España: 1802-2002. Madrid: Palafox &
Pezuela, 2002
Centro Studi Melitensi. Sacra domus hospitalis Sancti Iohannis
hierosolimitani: catalogo della mostra. Taranto: Archivio di
Stato, 2001.
Studi Melitensi: IX, 2001. Taranto: [Jonio], 2001. 1: Luoghi santi:
mussulmani e ordini monastico-militari: secc. XII-XVIII / Annibale
Ilari. — 2: Malta e gli Ottomani / Anna Masala. — 3: La commenda
dei Ss. Giovanni e Stefano di Melfi e la sua grancia di Potenza /
Antonella Pellettieri. — 4: Sull’originario ed irrinunciabile carattere
religioso dell’Ordine di Malta / Giovanni Scarabelli.
Centro Studi Melitensi. Studi Melitensi: VIII, 2000.
Taranto: [Jonio], 2000. 1: L’Ordre de Saint-Jean de Jérusalem, dit
de Rhodes, dit de Malte, comptait-il réellement neuf siècles
d’existance en 1999? / Alain Beltjens. — 2: Dominato giovannita di
Rodi: mercatura e monete; “Regula Raymundina” e “Regula
Raymundina Bonifaciana” / Annibale Ilari. — 3: Il Mezzogiorno
d’Italia nei “Libri consiliorum” dell’Ordine gerosolimitano /
Mariarosaria Salerno. — 4: La commenda di Santa Maria di
Sovereto (Terlizzi-Bari) / Maria Schirone. — L’impresa di Algeri del
1775 nel “Giornale” di bordo di Fra’ Giovanni Battista Tommasi /
Giovanni Scarabelli.
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Chierico, Serge L’Ordre de Malte en Provence orientale aux XVIIe
et XVIIIe siècles. Nice: Serre, 2001.
Clark, Robert M. The Evangelical Knights of Saint John: a history of
the Bailiwick of Brandenburg of the Knightly Order of St. John of
the Hospital at Jerusalem, known as the Johanniter Order. Dallas
(texas, USA): [s. n.], 2003.
Codice di Malta 1777/1784. Milano: Giuffrè Editore, 2001.
Introduzione: Le riforme giudiziarie a Malta nella seconda metà del
XVIII secolo / Claudio Carcereri de Prati — Constituzione per le
erezione del supremo magistrato di giustizia nel principato di
Malta e del Gozo / Cav. Giandonato Rogadeo.
La commanderie: institution des ordres militaires dans l’occident
médiéval. Paris: CTHS. Comité des travaux historiques et
scientifiques, 2002.
Dauber, Robert L. Ordenspfarre und kommende des Johanniter
Malteser Ordens in Ebenfurth: 1268-1748. [S. l.]: [s. n.], [s. d].
Filomena, Enzo I Balì di S. Stefano di Monopoli ed i feudi di
Fasano e Putignano: per la storia del’Ordine di Malta in Puglia.
Bari: Regione Puglia, 2000. Includes bibliographical references
(p.203-206).
Freller, Thomas The Anglo-Bavarian Langue of the Order of Malta.
Pietà: PublikazzjonijietIndipendenza, 2001.
Freller, Thomas The Epitome of Europe: das Bild Maltas und der
Ordenstaats de Johanniter in der Reiseliteratur der Frühen
Neuzeit. Frankfurt am Main: Lang, 2000.
Freller, ThomasThe Rise and Fall of Abate Giuseppe Vella. Pietà:
Pubblikazzjonijiet Indipendenza, 2001.
Fundación Duques de Soria. Memoria de actividades: 2000.
[Soria]: Fundación Duques de Soria, 2001.
“Gentilhuomini Christiani e Religiosi Cavalieri”: nove secoli
dell’Ordine di Malta in Piemonte. Milano: Electa, c2000.
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Valetta / Albert Ganado — The Grand Masters’ palace in the
making / Giovanni Bonello — The great siege fresco by Perez
d’Aleccio / Antonio Espinosa Rodriguez — Paths of power and
glory, the hospitaller Grand Master and his court in Valetta / Victor
Mallia-Milanes — Visitors to the grand masters’ palace / Petra
Bianchi — The Gogelins in the Supreme Council chamber, la
tenture des Indes / Dominic C. Cutajar — The knights’ astronomical
observatory and the palace tower / William Soler — A salad’armi in
the grand masters’ palace / Stephen C. Spiteri — Saints and
Heroes, Frescos by Filippo Paladini and Leonello Spada / Kieth
Sciberras and David M. Stone — Occasions, social events
occurences inside the palace / Nicholas de Piro — Heraldry in the
magistral palace / Adrian Strickland — Furniture and furnishings /
Joseph Galea Naudi and Denise Micallef — Portraits and other
easel paintings at the palace / Emmanuel Fiorentino.
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Fra’ Emmanuel de Rohan / Ettore Dezza. - P. 27-31. — 5: Teodulfo
vescovo alla corte di Carlo Magno / Adriano Cavanna. - P. 33-39.
— 6: L’agiografia melitense attraverso le espressioni artistiche di
Mattia Preti cavaliere calabrese / Luigi A. Falcone. - P. 41-62. — 7:
Un contributo alla riflessione teologica sulla santità / Danilo
Veneruso. - P. 63-77. — 8: Osservazioni circa s. Ugo Canefri / Aldo
Gorini. - P. 79-85. — 9: La scomparsa di Giorgo Costamagna /
Sebastiano Amande. - P. 87-90. — 10: Il cardinale Marco Barbo
Priore dei Giovanniti in Roma (1420-1491) e Caterina Regina
cattolica di Bosnia (1424-1478) / Lorenzo Tacchella. - P. 91-142.
Sovrano Militare Ordine di Malta. Ufficio comunicazioni. Rassegna
Stampa: Ufficio comunicazioni - SMOM. Roma: Ufficio
comunicazioni, 2001-. 1: Sett.-dic. 2001. — 2: Gen.-apr. 2002. —
3: Mag.-ago. 2002. — 4: Sept.-dec. 2002.
Sterzi Barolo Antoniazzo, Angiolo La vocazione ospedaliera dei
Cavalieri di S. Giovanni di Gerusalemme ed i “Regolamenti della
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Tacchella, Lorenzo Caterina Regina di Bosnia, Terziaria
francescana e Donata dell’Ordine gerosolimitano di S.Giovanni di
Rodi, poi di Malta (1424-1478): il cattolicesimo in Bosnia nei
secoli XIV-XV. Milano: [s. n.], 2002.
Tacchella, Lorenzo Giorgio Castriota Skanderbeg e i romani
Pontefici nel sec. XV. Paolo Angeli Arcivescovo di Durazzo e
ambasciatore di Skanderbeg a Venezia nel 1467. Il regno di
Bosnia nel sec. XV. Milano: [s. n.], 2000.
Tacchella, Lorenzo I Cavalieri di Malta nella storia di Voghera (sec.
XIII- Scrivia, Tortona, Pontecurone, Volpedo e Casei Gerola.
Milano: [s. n.], 2001. 1: Il palazzo di papa Sisto in Roma ed il
cavaliere gerosolimitano di Malta Fra’ Orazio Ricci di Voghera /
Fabrizio Bernini. - P. 101-109. — 2: Appendice dei documenti /
Marco Montagna. - P. 135-147. — 3: Storia del Sovrano Militare
Ordine di Malta = Historical survey = Historische übersicht = Nota
histórica. - P. 149-172. — 4: La paleografia tra “come”, “perchè” e
oltre / Giorgio Costamagna. - P. 189-194. 5: Gli altari dell’antica
cattedrale di Tortona / Giuseppe Bonavoglia. - P. 195-196. — 6:
Un problema agiografico: il “beato” Geraldo dell’Ospedale di San
Giovanni di Gerusalemme / Geo Pistarino. - P. 197-206.
Tacchella, Lorenzo Tassarolo nella storia del monachesimo, degli
Spinola, dei feudi imperiali liguri e dei Cavalieri di Malta: il
cardinale Filippo Spinola, il Beato Carlo Spinola ed Ettore Spinola
eroe a Lepanto nel 1751. Milano: Accademia Olubrense, 2001.
Testa, Carmel Romegas. [Malta]: Midsea Books Ltd, 2002.
Thiou, Eric Dictionnaire biographique et généalogique des
chevaliers de Malte de la langue d’Auvergne sous l’ancien régime:
1665-1790. Versailles: Mémoire & documents, 2002.
Troyat, Henri Paul Ier le Tsar mal aimé. Paris: B. Grasset, [2002].
Vatin, Nicolas Rhodes et l’Ordre de Saint-Jean-de-Jérusalem. Paris:
CNRS éditions, c2000.
Wettinger, Godfrey Slavery in the islands of Malta and Gozo ca.
1000-1812. [Malta]: PEG Ltd, 2002.
Wettinger, Godfrey Place-names of the Maltese Islands: ca. 13001800. San Gwann (Malta): PEG, 2000.
Zwiazek Polskich Kawalerow Maltanskich Suwerennego
Rycerskiego Zakonu Szpitalnikow Swietego Jana Jerozolimskiego
zwanego Rodyjskim i Maltanskim. Pomoc Maltanska:
wspolpracujcie z nami dla dobra potrzebujacych! [Krakow]:
[Zwiazek Polskich Kawalerow Maltanskich], 2001.
Zwiazek Polskich Kawalerow Maltanskich Suwerennego
Rycerskiego Zakonu Szpitalnikow Swietego Jana Jerozolimskiego
zwanego Rodyjskim i Maltanskim. Spis czlonkow: 1920-2002.
[Krakow]: [s. n.], 2002.
Compilados pelo Bibliotecário e pelo pessoal.
O catálogo (ainda em preparação) da Biblioteca do Grande Magistério já está disponível em linha. Para o consultar, entrar no sítio
web da Ordem de Malta, www.orderofmalta.org
No menu do lado esquerdo, em baixo de «Acerca da Ordem»,
seleccione Biblioteca Magistral e Arquivos, clique e depois volte a
clicar em «catálogo».
Relatório de actividades - 2003
79
GRANDES-PRIORADOS, SUB-PRIORADOS
E ASSOCIAÇÕES NACIONAIS
ALEMANHA
SOUS-PRIEURE ALLEMAND DE ST. MICHEL
Régent Nob. Karl von Lengerke
Lindenplatz 4 D 74206 Bad Wimpfen /
Allemagne
T +49 (0) 706 3933228
F +49 (0) 706 3933193
[email protected]
ASSOCIATION ALLEMANDE
Président: Dr. Leo-Ferdinand Graf Henckel von
Donnersmarck
Burgstr. 10 D 53505 Kreuzberg / Allemagne
T +49 (0) 2 643 2038
F +49 (0) 2 643 2393
[email protected]
ARGENTINA
ASSOCIATION ARGENTINE
Président M. Rodolfo Tadeo Buttini
Av. Santa Fè 1379, - 1° Piso
C1059ABH Buenos Aires/Argentine
T +5411 48122882
F +5411 48123313
[email protected]
AUSTRÁLIA
Président: Antony John McDermott Macken
104, Studley Park Road
KEW, Victoria 3101
T +61 (3) 96144899
F +61 (3) 96293542
[email protected]
ÁUSTRIA
GRAND PRIEURE D ‘AUTRICHE
Grand Prieur : le Vén. Bailli Fra’ Wilhelm von und
zu Liechtenstein
Johannesgasse, 2 - A -1010 Wien/Autriche
T +43 (1) 5127244
F +43 (1) 5139290
[email protected]
BÉLGICA
ASSOCIATION BELGE
Président le Prince Baudoin de Merode
Av. Louise 85, Bte 1 - B-1050
Bruxelles/Belgique
T +32 2 252 30 72
F +32 2 252 59 30
[email protected]
BOLÍVIA
ASSOCIATION BOLIVIENNE
Délégué Magistral:
Dr. Carlos Fernando Romero Moreno
Calle 7 y 8 N° 631
Obrajes, LA PAZ - Bolivia
T+591 22 787903 et +591 22 787828
F +591 28 115766 et +591 27 87898
BRASIL
ASSOCIATION BRESILIENNE DE RIO DE
JANEIRO
Président Prof. Dr. Antonio Patrocinio Locoselli
Mosteiro de São Bento - Rua - Dom Gerardo, 68
RJ- 20.090-030 Rio de Janeiro / Brésil
F +55 21 22333342
80
ASSOCIATION DE SÃO PAULO ET DU
BRESIL MERIDIONAL
Président M. Dino Samaja
Centro Assistential Cruz de Malta
Rua Orlando Murgel, 161
SP-04358-090 São Paulo/Brésil
T +55 11 5581-0944
F +55 11 5594-4780
[email protected]
ASSOCIATION DE BRASILIA ET DU BRESIL
SEPTENTRIONAL
Président M. Caio Cesar Tourinho Marqués
Catedral Metropolitana Nossa Senhora
Aparecida, Brasilia, D.F. (Brésil)
Correspondance : Caixa Postal 2971,
Brasilia, D.F.
CEP 71.609-970 (Brésil)
T / F +55 71 331-2123
[email protected]
CANADÁ
ASSOCIATION CANADIENNE
Président l’Amb. Theodore J. Arcand
1247, Kilborn Place - Suite 302
ON-K1H 6K9 Ottawa/Canada
T +1 (613) 731 8897
F +1 (613) 731 1312
[email protected]
CHILE
ASSOCIATION CHILIENNE
Président l’Amb. Don Héctor Riesle Contreras
San Damian 490 - Las Condes
Santiago /Chili
T +56 (2) 215 2289
F +56 (2) 215 3510
[email protected]
COLÔMBIA
ASSOCIATION COLOMBIENNE
Président: Don José Roman Fernandez Gonzalez
Carrera 9a No. 80-15 Oficina 802
Apartado Aereo 4893
Bogota/Colombie
T +571.3100088 et +571.3262175
F +571.5314182 et 3490204
[email protected]
COSTA RICA
ASSOCIATION DE COSTA RICA
Président la Comtesse Giuliana Fanelli
De la Rotonda de las Garantias Sociales
de Zapote
150 mts. Norte Mano Izquierda
San José/Costa Rica
T +506 225 26 77
F +506 234 71 64
CUBA
ASSOCIATION CUBAINE
Président Don Fernando Tomás Garcìa-Chacon
Y Chacon, Marquis de Salinas
Suite 200 Grand Bay Plaza,
2665 South Bayshore Drive
FI-33133 Miami/Usa
T +1 (305) 285 0800
F +1 (305) 285 0837
[email protected]
REPÚBLICA CHECA
GRAND PRIEURE DE BOHEME
Grand Prieur : le Vén. Bailli Fra’ Norbert V. Kinski
de Wchynicz et Tetow
Lázenská 4 - Malà Strana
CZ 11800 Praha 1/ République Tchèque
T +420 25 7530824 et +420 257530876
F +420 257535995
[email protected]
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
REPÚBLICA DOMINICANA
ASSOCIATION DOMINICAINE
Président Marino A. Ginebra Hurtado
Apartado de Correos, No. 92
Santo Domingo (République Dominicaine)
T +1 809 292 8714 et +1 809 541 1804
F +1 809 567 0422
[email protected]
EQUADOR
ASSOCIATION EQUATORIENNE
Président Don Eduardo Noboa Zaldumbide
P.O. Box 17-07-9302
Quito/Equateur
T +593 (22) 239606 et +593 (22) 431704
F +593 (22) 567194
[email protected]
EL SALVADOR
ASSOCIATION DU SALVADOR
Président Dr. Pedro Andres Houdelot
Boulevard Orden de Malta N. 3 Urb. Santa
Elena, Antiguo Cuscatlán,
La Libertad, El Salvador, C.A.
Apartado Postal : 42 Santa Tecla
T + 503 (278) 2222
F + 503 (278) 2963
[email protected]
ESCANDINÁVIA
ASSOCIATION SCANDINAVE
Président le Baron Gustaf von Essen
Salsta Västeräng S-740392 Vattholma, Sweden
T +46 18 352315 et +46 706 715427
[email protected]
ESLOVÉNIA
ASSOCIATION SLOVENIE
Président Prof. Joze Osterc
Valvazorjeva SI - 1000 Ljubljana / Slovenie
T +386 1 25 14 866
ESPANHA
SOUS-PRIEURE DE ST GEORGES
ET ST JACQUES
Régent: Don Fernando Gomez de Olea y de la
Peña, Remirez y de la Peña
Calle Villanueva, 27
E-28001 Madrid/Espagne
T +349 (1) 5765834
F +349 (1) 3461815
[email protected]
ASSOCIATION ESPAGNOLE
Président Don Gonzalo Crespí de Valldaura y
Bosch-Labrús, Conde de Orgaz
Calle Flora, 3
E-28013 Madrid /Espagne
T +349 (1) 5417065
F +349 (1) 5417134
[email protected]
EUA
SOUS-PRIEURE DE NOTRE DAME DE
PHILERMOS
Régent M. Antonio R. Sanchez-Corea, Jr.
465 California Street, Suite 818 San Francisco
CA 94104-1820 /USA
T +1 415 788 4550
F +1 415 291 0422
[email protected]
ASSOCIATION AMERICAINE
Président: M. Daniel J. Kelly
1011 First Avenue - (Room 1350) - New York
N.Y. 10022-4112 /USA
T +1 (212) 371 15 22
F +1 (212) 486 94 27
[email protected]
ASSOCIATION DES ETATS-UNIS
D’AMERIQUE (OCCIDENTALE)
Président M. Richard B. Madden
465 California Street - Suite 818 San Francisco
CA. 94104-1820 /USA
T +1 (415) 788-4550
F +1 (415) 291 0422
[email protected]
ASSOCIATION FEDERALE DES ETATS-UNIS
D’AMERIQUE
Président M. G. Patrick Clancy
1730 M Street, N.W. - Suite 403 - Washington
D.C. 20036 /USA
T +1 (202) 331 2494
F +1 (202) 331 1149
[email protected]
FILIPINAS
ASSOCIATION DES PHILIPPINES
Président Don Leocadio de Leoz De Asis
Pope Pius XII - Catholic Center,
1175 United Nations Avenue
1007 Manila
P.O. Box 418 - Manila Central Post Office
1050 Manila /Philippines
T +63 (2) 536 4795
F +63 (2) 5255302
[email protected]
FRANÇA
ASSOCIATION FRANÇAISE
Président le Comte et Prince de La
Rochefoucauld-Montbel
92 rue du Ranelagh
F-75016 Paris/France
T +33 (1) 45 20 80 20
F +33 (1) 45 20 00 13
[email protected]
GRÃ-BRETANHA
GRAND PRIEURE D’ANGLETERRE
Grand Prieur : Frà Matthew Festing
Birks Tarset, Hexham, Northumberland
NE48 1LA /G.B.
T +44 01670 775123
F +44 01670 775468
[email protected]
ASSOCIATION BRITANNIQUE
Président le Prince Rupert Louis Ferdinand zu
Löwenstein, Count von Löwenstein-Scharffeneck
Brampton House - 60, Grove End Road
G.B. - London NW8 - 9NH/Angleterre
T +44 20 7586 3179
F +44 20 7289 3243
[email protected]
GUATEMALA
ASSOCIATION DU GUATEMALA
Président Doña Maria Cristina Hegel de Alejos
Finca Labor de Castilla km 19
Ciudad Guatemala
T +502 4344962 et +502 4345097
F +502 4344960
[email protected]
HONDURAS
ASSOCIATION DU HONDURAS
Président Lic. Jacques Casanova Wolffsheim
Edificio Midence Soto, 12 piso No. 1202 Parque Central
Apartado Postal 657
Tegucigalpa M.D.C./ Honduras
T +504 2381456
F +504 2370822
[email protected]
HUNGRIA
ASSOCIATION HONGROISE
Président M. György de O’Svath
Fortuna utca 10 H-1014 Budapest/Hongrie
T / F +36 (1) 3755174
IRLANDA
SOUS-PRIEURE IRLANDAIS
SAINT OLIVER PLUNKETT
Régent M. Peter B. Pearson
St. John’s House - 32, Clyde Road Dublin, 4 /
Irlande
T +353 (1) 6140030
F +353 (1) 6685288
[email protected]
ASSOCIATION IRLANDAISE
Président le Juge Peter Smithwick
St. John’s House, 32, Clyde Road Dublin
4/Irlande
T +353 (1) 6140031
F +353 (1) 6685288
[email protected]
ITÁLIA
GRAND-PRIEURE DE ROME
Grand Prieur : le Vén. Bailli Fra’ Franz von
Lobstein
Piazza dei Cavalieri di Malta, 4
00153 Roma/Italie
T +39 06 5779193
F +39 06 5758351
[email protected]
GRAND-PRIEURE DE LOMBARDIE ET
VENISE
Grand Prieur : Fra’ Roggero Caccia Dominioni
Palazzo Malta - Castello 3253
30122 Venezia / Italie
T +39 041 5222452
F +39 041 5209955
[email protected]
GRAND-PRIEURE DE NAPLES ET SICILE
Grand Prieur : Fra’ Antonio Nesci
Via del Priorato, 17
80135 Napoli / Italie
T +39 081 5640891
F +39 081 5498540
ASSOCIATION DES CHEVALIERS ITALIENSACISMOM
Commissaire Magistral : Dr. Fausto Solaro del
Borgo, Marquis de Borgo San Dalmazzo
Casa di Rodi - Piazza del Grillo, 1
00184 Roma /Italie
T +39 06 6781518 +39 06 6789261
F +39 06 6783609
[email protected]
LÍBANO
ASSOCIATION LIBANAISE
Président M. Marwan Sehnaoui
P.O. Box : 11-4286 Beyrouth/Liban
T +961 (1) 684104
F +961 (1) 684103
[email protected]
MALTA
ASSOCIATION MALTAISE
Président Dr. Jaime H. Cremona
Casa Lanfreducci - 2, Victory Square
VLT-11 Valletta /Malte
T +356 21 22 69 19
F +356 21 22 69 18
[email protected]
MÉXICO
ASSOCIATION MEXICAINE
Président Don José Barroso Chavez
Liverpool 25,
Col. Juárez C.P. 06600 Mexico D.F.
T +52 55 5705 0350 et +52 55 5705 0380
F +52 55 5535-5857
[email protected]
MÓNACO
ASSOCIATION MONEGASQUE
Président M. Jean Fissore
L’Hermitage - Square Beaumarchais
MC 98000 Monte-Carlo /
Principauté de Monaco
T +377 93507560
F +377 93251334
[email protected]
NICARÁGUA
ASSOCIATION NICARAGUAYENNE
Commissaire Magistral :
M. Alberto J. McGregor Lopez
Apt.do 3491 - km 4 Carretera Sur Managua /
Nicaragua
T +505 (2) 660014
F +505 (2) 660015
[email protected]
PAÍSES BAIXOS
ASSOCIATION DES PAYS BAS
Président: le Baron Zweder O.H.M. van Hovell
tot Westerflier
39, Roelofsstraat, 2596 VK
La Haye - Netherlands
T: +31 (70) 3244922
F +31 (70) 3248696
PANAMÁ
ASSOCIATION DE PANAMA
Président Av. Julio Cesar Contreras III
Apartado Postal 0816-01560
Panama 5/Rép. du Panama
T +507 265 3411 et +507 213 0300
F +507 264 4569 et +507 263 8539
[email protected]
PERU
ASSOCIATION PERUVIENNE
Président M. Augusto Felipe Wiese de Osma
Av. Enrique Canaval y Moreyra 522 Piso 16
Lima 27 - San Isidro/Pérou
T +51(1)4412924 et +51 (1)4412933
F +51(1)4412626
[email protected]
POLÓNIA
ASSOCIATION POLONAISE
Président le Comte Juliusz Ostrowski
Ul. Karmelicka 8/7 P-31-128 Kraków /Pologne
T / F +48 (12) 4226426
PORTUGAL
ASSOCIATION PORTUGAISE
Président S.A.R. Dom Miguel de Bragança,
Infant du Portugal, Duc de Viseu
Igreja de Santa Luzia e São Brás,
Largo de Santa Luzia
P-1100-487 Lisboa /Portugal
T +351 (21) 888 1303
F +351 (21) 888 1302
ROMÉNIA
ASSOCIATION ROUMAINE
Commissaire Magistral :
l’Amb. Franz Alfred Reichsgraf von Hartig
Strada Fabrica de Glucosa 7, Pipera Platform
RO-Bucuresti / Roumanie
T +40 21 2332700
F +40 21 2332701
[email protected]
Relatório de actividades - 2003
81
SENEGAL
COMITE NATIONAL DES CHEVALIERS DE
L’ORDRE SOUVERAIN MILITAIRE DE MALTE
AU SENEGAL
Président le Gén. Jean Alfred Diallo
7, Rue Jean Mermoz, Dakar (Sénégal)
T +221 (822) 3007
F +221 (822) 6221
SUÍÇA
ASSOCIATION HELVETIQUE
Président le Comte Johannes von Toggenburg
Technikumstrasse 6 CH-9470 Buchs /Suisse
T +41 (0) 81 7565608
F +41 (0) 81 7561209
[email protected]
URUGUAI
ASSOCIATION URUGUAYENNE
Président Dr. Eduardo Rocca Couture
Sarandi, 123 - 11000 Montevideo / Uruguay
T +598 (2) 9162629 et +598 (2) 9162630
F +598 (2) 9162264
[email protected]
VENEZUELA
ASSOCIATION VENEZUELIENNE
Président M. Rafael Gallegos Santaella
Avenida Río Manapire, Oficina Sótano 3 de las
Residencias Palmira, Terrazas del Club Hípico 1080A Caracas / Venezuela
T +58 (212) 9793646 et 9793575
F +58 (212) 9793575
[email protected]
CORPOS DE SOCORRO
ÁFRICA DO SUL (REPÚBLICA DA)
BROTHERHOOD OF BLESSED GÉRARD
Organisme de secours de l’Ordre
Président Rév. P. Gérard Tonque Lagleder
Anderson Road - P.O. Box 440, 61 4490
Mandini / République d’Afrique du Sud
T +27 (32) 4562743
F +27 (32) 4567962
[email protected]
ALBÂNIA
MALTESER-NDIHMON NE SHQIPERI (MNSH)
Fondation de bienfaisance de l’Ordre en Albanie.
Président Dr. Michael Faber
Lagja Tom Kola, Rruga Gjon Buzuku nr. 53
Shkodra (Albanie)
T/F +355 224 2729
[email protected]
BÓSNIA-HERZEGOVINA
COORDINATION PERMANENTE DES
ACTIVITES DU MALTESER-HILFSDIENST
Coordinateur : M. Thomas Reuter
“Gorenje” Bldg., Jablanska bb - 77999 Bihac
(Bosnie-Herzégovine)
T +387 (77) 332194
F +387 (77) 332194
[email protected]
CROÁCIA
HRVATSKA MALTESKA SLUZBA (HMS)
Fondation de bienfaisance de l’Ordre en Croatie.
Président le Comte Georg Eltz Vukovarski
A.V. Humboldta 4b
HR-10000 Zagreb /Croatie
T+385 1 631 2883
F+385 1 615 4419
[email protected]
ESLOVÁQUIA
MALTÉZSKA POMOC
Service Hospitalier de l’Ordre de Malte.
Président MUDr. Zoltán Sebök de Veresmarth
Biela 2 SK - 811 01 Bratislava /Slovaquie
T +421 (7) 5443399-5
F +421 (7) 54433990
[email protected]
LETÓNIA
Maltas Ordena Palidzibas Dienests (MOPD)
Corps de volontaires en Lettonie.
Président Mgr Gatis Bezdeliga
11. novembra krastmala, 29 - Riga
LV-1050 (Latvia)
T +371 (7) 22 27 53 et +371 9227 306
F +371 (7) 82 10 70
[email protected]
LITUÂNIA
Maltos Ordino Pagalbos Tarnyba (MOPT)
Corps de volontaires en Lituanie.
Président Doc. Dr. Stasys Gendvilis
Gedimino pr. 56 b
LT - 2010 Vilnius/Lituanie
T +370 52498604
F +370 52497463
[email protected]
82
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
LUXEMBURGO
Premier Secours de la Croix de Malte - Asbl
Président Me. Dean Spielmann
Institut Saint Jean - 110,
avenue Gaston Diderich
L-1420 Luxembourg
Adresse postale : B.P. 2462 - L-1024
Luxembourg
T/F +352 444979
[email protected]
PARAGUAI
SERVICIO DE EMERGENCIA MALTA (SEMA)
Œuvre de l’Ambassade de l’Ordre Souverain
Militaire de Malte au Paraguay sous le patronage
du Grand Magistère.
Avenida Mariscal Lopez 2307
Asunción/Paraguay
T +595 (21) 602130
F +595 (21) 223701
SÉRVIA E MONTENEGRO
MALTESKA DOBROTVORNA ORGANIZACIJA
JUGOSLAVIJE (MDOJ)
Organisme de secours fondé en collaboration
avec le UMCD en Allemagne et le MMSZ
Hongrois.
Directeur : M. Szollösy Gyorgy
Caradusana, 38A
23001 Zrenjanin /Serbie-Monténégro
T +381 23 65539
UCRÂNIA
MALTIJSKA SLUSHBA DOPOMOHY (MSD)
Organisme de secours fondé en collaboration
avec le MHD Allemand.
Directeur : M. Pavlo Titko
Wul.Akad.Bogomolza 8/2
UA-79005 Lwiw /Ukraine
T +380 (322) 751200 et +380 (322) 978660
F +380 (322) 978660
[email protected]
ESTADOS COM OS QUAIS A ORDEM TEM
RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS
AFEGANISTÃO
S. Exc. M. Peter Canisius von Canisius
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Ul. Vavilova 85/69-70, 117335 Moscou / Russie
Adresse postale : B.P 340,
A-1015 Vienne - Autriche
T +7 (095) 134 84 49
F +7 (095) 938 20 12
[email protected]
ALBÂNIA
S. Exc. M. Günther A. Granser
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Rogner Europapark, App. No.
420, Boulevard Deshmoret e Kombit - Tirana
/Albanie
T +355 42 23636
F +355 42 35012
[email protected]
ARGENTINA
S. Exc. M. Antonio Manuel Caselli
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Av. da Alicia Moreau de Justo
1930, P 1°
1107 AFN Buenos Aires/Argentine
T +5411 4516 0034/5
F +5411 4516 0037
[email protected]
ARMÉNIA
S. Exc. M. André Gutzwillër
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Hôtel Armenia 1
Erevan /Arménie
T +3741 599000
F +3742 599256
[email protected]
ÁUSTRIA
S. Exc. le Baron Gioacchino Malfatti
di Montetretto
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : 2, Johannesgasse
A-1010 Wien/Autriche
T+43 1 512 72 44
F+43 1 513 92 90
[email protected]
BELIZE
S. Exc. M. Thomas Francis Carney
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
811 George Bush Boulevard - Delray Beach
33483 FI - USA
T +1 561 330 8140 +1 561 330 2480
F +1 561 330 8233
[email protected]
BENIM
S. Exc. le Comte Gérard Dutheil de La Rochère
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : 01 B.P. 192 - RP Cotonou
T +229 312 373
F +229 313 593
[email protected]
BIELORRÚSSIA
S. Exc. M. Paul Friedrich von Fuhrherr
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Seklaska, 5
SK 81101 Bratislava/Belarus
T +421 7 5314346
F +421 7 5314342
BOLÍVIA
S. Exc. M. William D. Walsh
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Calle Reyes Ortiz, 73-Ed. Torres
Gundlach, piso 15 c
La Paz - B.P 5725
T +591 2330022
F +591 8112383
[email protected]
BÓSNIA-HERZEGOVINA
S. Exc. M. Lorenzo Tacchella
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Mula Mustafe-Baseskije Street, 12
Sarajevo/Bosnie Erzegovine
T / F +387 33 668632
[email protected]
BRASIL
S. Exc. Dr. Wolfang Franz Josef Sauer
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Avenida W-3 Norte-Quadra 507Bloco
C-70740-535 Brasilia DF/Brésil
T+55 612 72 04 02
F+55 613 47 49 40
[email protected]
BULGÁRIA
S. Exc. M. Rodolfo Rinaldi
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie: 7, Petar Parchevich Str., fl 7, app. 6
- BG 1000 Sofia
T +359.89746766
Email: [email protected]
BURQUINA FASO
S. Exc. le Comte Alain de Parcevaux
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
36 rue Scheffer
F - 75016 Paris/France
T +331 47 55 93 86
F +331 47 55 94 86
CABO VERDE
S. Exc. M. Miguel Antonio Igrejas Horta e Costa
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Avenida da Holanda, 497
P-2765-228 Estoril /Portugal
T +351 21 4672239 et
(prof) +351 21 5001003
F +351 21-5001049
[email protected]
CAMARÕES
S. Exc. M. Jean-Christophe Heidsieck
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Villa de la Grotte - Mont-Febe
Yaoundé B.R 4084/Cameroun
T +237-201 816
F +237-210 925
CAMBOJA
S. Exc. M. Michael Mann
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : N° 10, Street 370, Sangkat
Bocung Keng Kang I, Khan Chamcar Mon Phnom Penh / Cambodge
T / F +855 23 368184
[email protected]
CAZAQUISTÃO
S. Exc. M. Peter Canisius von Canisius
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Diplomatitcheskij Gorodog, C-15
KZ-473000 Astana / Kazakhstan
T +7 (3172) 242 700
F +7 (3172) 242 701
[email protected]
REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA
S. Exc. le Comte Antoine de Foulhiac de Padirac
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : P.O. Box : BP 798
CF Bangui - Centrafrique
T +236 61 79 81 / M +236 04 10 60
[email protected]
CHADE
S. Exc. M. Alain Cadix
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Rue du Havre B.P. 1208
N’Djamena
T +235 512 603
F +235 512 604
[email protected]
CHILE
S. Exc. M. Mariano Vidal Tornes
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Catedral 1009, Piso 18
1801-1803 Santiago de Chile/Chili
T +562 6969209
F +562 6992524
COLÔMBIA
S. Exc. M. Francesco del Sordo
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Transversal 19 A No. 96-17
Santafé de Bogotà / Colombia
T +571 218 89 85 et 218 89 97
F +571 237 28 86
[email protected]
COMORES
S. Exc. le Comte Hervé Court de Fontmichel
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Mission Catholique,
B.P 46 - Moroni
Grande Comore/République des Comores
T / F +269 730 570
CONGO (REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO)
S. Exc. le Comte Geoffrey de Liedekerke
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Avenue Bandundu, 20
B.P. 1800 - Kinshasa 1
T: +243.813330128 et +243.81.8800970
F: +322.7065580
[email protected]
CONGO (REPÚBLICA DO)
S. Exc. M. Jean-Pierre Pasquier
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
59, rue d’Auteuil
F 75016 Paris/France
T +331 45 25 37 29
F +331 45 20 00 13
COSTA DO MARFIM
S. Exc. M. Gérard Blohorn
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : 01 B.P. 46 Abidjan 01/RCI Avenue Joseph Blohorn - Cocody
T +225-22446 362
F +225-22441 978
[email protected]
COSTA RICA
S. Exc. la Comtesse Giuliana Fanelli
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : De la Rotonda de las Garantias
Sociales de Zapote
150 mts. Norte - Mano izquierda San José /Costa Rica
T +506-225 26 77
F +506-234 71 64
Relatório de actividades - 2003
83
CROÁCIA
S. Exc. le Baron Nikola Adamovich de Csepin
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : A.V. Humboldta 4b
HR 10000 Zagreb
T +385 1 631 2883
F +385 1 615 4419
[email protected]
ESLOVÁQUIA
S.A.S. le Prince Mariano Ugo Windisch-Graetz
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Na Vrsku 8
SK 81 101 Bratislava /Slovaquie
T +421 2 59305125
F +421 2 59305146
[email protected]
GUINÉ
S. Exc. M. Guy Jaulin du Seutre
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Immeuble PZ.,
Boulevard du Commerce
B.P. 1335 Conakry
T +224-412 421
F +224-414 671
CUBA
S. Exc. M. Enrico Tuccillo
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Via S. Lucia, 29 - I 80132 Napoli / Italie
T +39 081/7645405
F +39 0817648352
[email protected]
ESLOVÉNIA
S. Exc. M. Carmine Marzoli
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Glavarieva, 112
Komenda (Ljublijana)/Slovenie
T +339 348 302 6107
GUINEA-BISSAU
S. Exc. M. Pedro Rego Costa De Oliveira
Cymbron
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Av. de Tervuren 138/8
B 1150 Bruxelles / Belgique
T +322 7323922
F +322 2969665
[email protected]
REPÚBLICA CHECA
S. Exc. le Comte Yves-Jean du Monceau de
Bergendal
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Làzenskà 4 - 11800 Prague 1 /
Republique Tchéque
T +420 2 575-31874/575-32375
F +420 2 57535995
Email [email protected]
REPÚBLICA DOMINICANA
S. Exc. M. José Luis Rodriguez Villacañas
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Agustin Lara, n. 45 Serrallés /
Santo Domingo
T + 1 809 545-55 76
F + 1 809 549-57 74
[email protected]
EGIPTO
S. Exc. M. Ugo Leone
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : 18 Hoda Shaarawi
11111 Le Caire/Egypte
T +202 392 25 83
F +202 393 98 27
[email protected]
EL SALVADOR
S. Exc. M. Juan M. Bracete
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Edif. Gran Plaza, local 308,
Blvd. del Hipodromo
San Salvador/El Salvador
T +503 245 4985
F +503 279 1623
[email protected]
EQUADOR
S. Exc. M. Andres Cardenas Monge
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : P.O. Box 17-01-1229 Av. da juan de Ascaray 355
Quito/Equateur
T +593 (2) 447-015/016
F +593 2 449 454
[email protected]
GUINÉ EQUATORIAL
S. Exc. M. Jordi Mas Capó
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Ed. Ryesa, Autopiste Aeropuerto
Malabo (Biokonorte)/GuinéeEquatoriale
T /F +240 93156
[email protected]
ERITREIA
S. Exc. M. …
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
84
ESPANHA
S. Exc. M. Jean-Marie Musy
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Calle del Prado, 26 - 28014
Madrid
T +34 91 420 18 57
F +34 91 420 19 42
[email protected]
ETIÓPIA
S. Exc. M. …
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
FILIPINAS
S. Exc. M. Enrique P. Syquia
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : 6th Floor, Cattleya Bldg. - 235
Salcedo ST, Legaspi Vill. - 1229 Makati, Metro Manila /Philippines
T +63 2 817 1095 et +63 2 817 1098
F +63 2 817 1089 et +63 2 817 1724
[email protected]
HAITI
S. Exc. M. Hans-Walther Rothe
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Apartado Postal 452
Santo Domingo / République Dominicane
T + 1 809 472 19 95
F + 1 809 472 18 80
[email protected]
HONDURAS
S. Exc. le Baron Jacques de Mandat-Grancey
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Edificio Midence Soto No. 1202,
Parque Central, Apartado Postal 657 M.D.C.
Tegucigalpa /Honduras
T +504-238 1456
F +504-237 0822
[email protected]
GABÃO
S. Exc. M. Jean-Pierre Pasquier
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Boîte Postal 1197
Libreville/Gabon
T +241 73 30 99 et +241.44.53.47
F +241 73 33 42 et +241.44.53.48
HUNGRIA
S. Exc. le Comte Alexander Mensdorff-Pouilly
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Fortuna Utca, 10 / H 1014
Budapest / Hongrie
T +36 1 201 5777 et +36 1 225 8514
F +36 1 201 5777
[email protected]
GEÓRGIA
S. Exc. M. Manfred Girtler
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Zhgenti, Nutsubidze Plateau, II
380083 Tbilisi/Georgie
T +995 32 942-073 et 32 328116 et 328116
F +995 32 251387
[email protected]
ITÁLIA
S. Exc. le Baron Giulio di Lorenzo Badia
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Piazza dei Cavalieri di Malta, 4
00153 Roma/Italie
T +39 065780779 et 06 5754371
F +39 065757947
[email protected]
GUATEMALA
S. Exc. M. Max Heurtematte Arias
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Calle 2-04, Zona 9 Edificio Plaza del Sol
Ciudad de Guatemala / Guatemala
T +502 339 4349
F +502 331 2979
JORDÂNIA
S. Exc. M. Bo F J. Theutenberg
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Brantingsgatan 25 S 115 35 Stockholm
T +46 8 660 1918
F / M +46 70 265 2526
[email protected]
GUIANA
S. Exc. M. Gaetano Di Mase
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Catholic Life Centre - 28
Brickdam - Stabroek
Georgetown/Guyana
T +592 223 5398
F +592 223 5399
[email protected]
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
KIRIBATI (REPÚBLICA DE)
S. Exc. M. …
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
LETÓNIA
S. Exc. le Baron Dr. Peter von Fürstenberg
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Maltas Ordena Palidzibas
Dienests (MOPD) - 11. Novembra Krastmala 29
- LV 1050 Riga /Latvia
T +371 922 7306
F +371 7 821070
[email protected]
LÍBANO
S. Exc. le Baron Jacques Guerrier de Dumast
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Chyah, Rue Joseph Tayar
RL Beyrouth/Liban
T / F +961 1 559984
LIBÉRIA
S. Exc. le Baron Rosario Mirone Musmeci
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
V.le Principe Amedeo, 8 - 1 95024
Acireale / Italie
T +39 095 891 204
F +39 095 764 9865
[email protected]
LIECHTENSTEIN
S. Exc. M. Maximilian Turnauer
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie: Sonnblickstrafse 4
9490 Vaduz - Liechtenstein
T +43.6641302058
LITUÂNIA
S. Exc. le Baron Dr. Peter von Fürstenberg
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Maltos Ordino Pagalbos Tarnyba
(MOPT) Gedimino pr. 56B
LT 2010 Vilnius/Lituanie
T +370 52498604
F +370 52497463
[email protected]
MACEDÓNIA
S. Exc. M. Günther A. Granser
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Bul. Aleksandar Makedonski. bb,
MK-91000 Skopje / Macedoine
T +389 211 118348
F +389 211 230975
[email protected]
MADAGÁSCAR
S. Exc. le Comte Charles de Talhouët
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Villa Record, 407 Route Circulaire
Antananarivo/Madagascar
T / F +262 20 22 317 42
[email protected]
MALI
S. Exc. le Vicomte Guy Panon Desbassayns de
Richemont
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Badalabougoul Sema 1 Bloc 45-216
Bamako / Mali
T / F +223.222.37.96
MALTA
S. Exc. M. Giampietro Nattino
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : ST John’s Cavalier, Ordnance
Street, Valletta,
VLT 11 Malta
T +356 21 223 670
F +356 21 237 795
[email protected]
ILHAS MARSHALL
S. Exc. M. William Hans Weiss
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
28817 - NE 124th - Duvall - WA 98019 USA
P.O. Box : 1104
T +425 788 3120
F +425 696 9374
[email protected]
MARROCOS
S. Exc. M. Pierre-Marie Guisolphe
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : 12, Rue Ghomara
Rabat - Souissi
T / F +212 37. 750897
[email protected]
MAURÍCIA
S. Exc. M. Bernard Dorin
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
39, Avenue de Saxe
F 75007 Paris
T +331 44 49 95 95
F +331 44 49 09 54
MAURITÂNIA
S. Exc. M. Alain Cadix
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
32, Ville de Lourcine
F 75014 Paris
T +336 85 41 12 92
F +331 43 05 38 15
[email protected]
MICRONÉSIA
S. Exc. M. Enrique P. Syquia
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
127 Cambridge Circle - North Forbes Park
Makati / Philippines
T +63 (2) 817 1095 et 817 1096
F +63 (2) 817 1089 et 817 1724
[email protected]
MOÇAMBIQUE
S. Exc. M. Adalberto da Fonseca Neiva de
Oliveira
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Avenida Samora Machel, 47
Maputo / Mozambique
T +258 1 420123
F +258 1 420129
MOLDÁVIA
S. Exc. M. Peter Canisius von Canisius
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Ul. Vavilova 85/69-70, 117335 Moscou / Russie
Adresse postale : B.P 340, A-1015 Vienne /
Autriche
T +7 (095) 134 84 49
F +7 (095) 938 20 12
[email protected]
NICARÁGUA
S. Exc. M. Ernesto M. Kelly Morice
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Apartado 566 - Managua - Km. 7
1/2 Carretera Sur
Managua/Nicaragua
T +505 2 651-510
F +505 2 652-170
[email protected]
NÍGER
S. Exc. le Comte Bertrand de Pesquidoux
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : 31, Rue des Oasis
Niamey /Niger
T / F +227-722-331
PANAMÁ
S. Exc. M. Giovanni Fiorentino
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Calle 54, N. 8 - Nuevo Obarrio P.O. Box 8668
Panama 5
T+507 2649 538
F +507 2694 708
[email protected]
PARAGUAI
S. Exc. M. Dino Samaja
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Avenida Mariscal Lopez 2307 Asunción
T +595 21 602-130 et +55 11 5081-8555
F +55 11 5572-6231
[email protected]
PERU
S. Exc. M. …
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Manuel Almenara 265 - Miraflores
Lima 18 P.O.Box 18-0715 / Perou
T +511 4472454 & +511 4461668 &
+511 4457633
F +511 2416859
[email protected]
POLÓNIA
S. Exc. Vincenzo Manno
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Ambasada ZaKonu Maltanskiego
Skrytka Pocztowa 12 00950 Warszawa 1/Pologne
T +48 22 622 8189
F +48 22 628 0119
PORTUGAL
SAS le Prince d’Arenberg
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : 10, rua das Duques de Bragança
- P 1200-169 Lisboa / Portugal
[email protected]
ROMÉNIA
S. Exc. Franz Alfred Reichsgraf von Hartig
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Str. Fabrica Glucoza 7, et 3
RO Bucarest, sec. 2 / Roumanie
T +40 21 2332700
F +40 21 2332701
[email protected]
SANTA LÚCIA
S. Exc. le Baron Carlo Amato Chiaramonte
Bordonaro
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
1 Grove Isle Dr., S 1002
Miami, FI 33133-USA
T +1 305 8540983
F +1 305 8541630
[email protected]
SANTA SÉ
S. Exc. M. Alberto Leoncini Bartoli
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Piazza dei Cavalieri di Malta, 4/1
I-00153 Roma / Italie
T +39 06 578 07 78
F +39 06-578 36 13
[email protected]
SÃO MARINO
S. Exc. M. Franco Ferretti, Comte Val d’Era
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Via Contrada delle Mura 18
San Marino Città / Saint-Marin
T +378 0549 991 358 et 0549 998 046 et
0549 998 008
F +378 0549 998008
Relatório de actividades - 2003
85
SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
S. Exc. M. Pedro Rego Costa De Oliveira
Cymbron
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Quinta de Santo Antonio Travessa da Imprensa
C.P. 438 -Sào Tomé and Principe
T +239 12 24566
F +239 12 22565
[email protected]
SÃO VICENTE E GRENADINAS
S. Exc. le Baron Carlo Amato Chiaramonte
Bordonaro
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
1 Grove Isle Dr., S 1002, Miami
FI. 33133-USA
T+ 1 305 854 09 83
F + 1 305 854 1630
[email protected]
SEICHELES
S. Exc. M. Antonio Benedetto Spada
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Clarence House - Vista Bay
Estate - Glacis
P.O. Box : 642 - Victoria - Mahé Island /
Seychelles
T / F +248 261137
[email protected]
SOMÁLIA
S. Exc. M. …
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
SUDÃO
S. Exc. M. …
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
SENEGAL
S. Exc. M. Alan Furness
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : COTOA, Km 2,5 Bld du
Centenaire de la Commune de Dakar
B.P. 2020 – Dakar / Sénégal
T +221.8324040
F +221.8324030 (Attn. M. M. Theron)
Email: [email protected]
SERBIA E MONTENEGRO
S. Exc. M. Stefan Falez
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : c/o I.C.M.C. Boulevard Mira, 6
YU 11000 Belgrade
T / F +381 306 58 59
[email protected]
86
SURINAME
S. Exc. M. Gustavo Adolfo De Hostos Moreau
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : 12747 Kerksplein 1
Paramaribo, Suriname
T +1 809 5438008
[email protected]
TAILÂNDIA
S. Exc. M….
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : 9th Floor, Dr. Gerhard Link
Building
33 Soi Lertnava, Krungthepkreetha Road - Hua
Mark, Bangkapi
Bangkok 10240 / Thaïlande
T +662 3794298
F +662 3794224
[email protected]
TAJIQUISTÃO
S. Exc. M. …
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
TOGO
S. Exc. le Comte Charles Louis de Rochechouart
de Mortemart
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : B.P. 10 054 Lomé
T +228 216 411 et 212 517
F +228 212 206
URUGUAI
S. Exc. M. Pierre Den Baas
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Calle Sarandi 123
11000 Montevideo/Uruguay
T+598 2 9162629 et 598 2 9162630
F +598 2 9162264
[email protected]
VENEZUELA
S. Exc. M. Silvio A. Ulivi
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Urbanizacion Valle-Arriba - Calle
Jaguar - Qta Escampadero Caracas/Venezuela
T +58 212 782 3631
F +58 212 782 5087
[email protected]
MISSÕES ESPECIAIS
FEDERAÇÃO RUSSA
S. Exc. M. André Gutzwiller
Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
Chancellerie : Ulitsa Vavilova, 85/68
RU-117335 Moscou
T +7 095 134 25 11
F +7 095 9382012
[email protected]
ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
A ORDEM DE MALTA TEM IGUALMENTE
RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS COM:
ALEMANHA
Le Baron Augustin d’Aboville
Délégué Officiel
Chancellerie : Lüdtgeweg 1 D 10587 Berlin / Allemagne
T+49 30 343 59 721 - F +49 30 343 59 727
[email protected]
BÉLGICA
M. Jacques G. Jonet
Réprésentant
Domaine du Fuji, 21
B 1970 Wezembeek - Oppem
T+322 731 30 60
F+322 782 16 00
[email protected]
FRANÇA
M. John Bellingham,
des Baronets de Castle Bellingham
Représentant Officiel
19 Avenue Rapp - F 75008 Paris
T+33(0)1 47 05 54 43
[email protected]
LUXEMBURGO
M. Jonkheer Thomas C. van Rijckevorsel
Représentant
16, Rue de Uebersyren
6930 Mensdorf/Luxembourg
T / F+352 770436
PRINCIPADO DO MÓNACO
M. Ercole Canali
Délégué
Chancellerie : 22, Bd. Princesse Charlotte Monte-Carlo - B.P. 174
MC 98003 Monaco Cedex
T+377 93 506 341 et +377 93 505 952
F+377 93 500 959
SUÍÇA
M. Pierre Blanchard
Représentant
Via di Porta Cavalleggeri, 107
I-00165 Roma
T+39 06 39378327
F+39 06 689 23 32
A ORDEM DE MALTA TEM MISSÕES
PERMANENTES JUNTO DAS NAÇÕES
UNIDAS E DAS SUAS AGÊNCIAS
ESPECIALIZADAS:
A ORDEM DE MALTA TEM DELEGAÇÕES OU
REPRESENTAÇÕES JUNTO DAS
SEGUINTES ORGANIZAÇÕES
INTERNACIONAIS:
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS NOVA IORQUE
S. Exc. l’Ambassadeur Comm. Fra’ José Antonio
Linati-Bosch (2001 - June 2004)
S. Exc. l’Ambassadeur Robert LeRoy Shafer
(June 2004 - )
Observateur Permanent
Chancellerie :
216 East 47th Street - 8 Fl - 10017 New York, N.Y.
T+1 212 355 62 13
F+1 212 355 40 14
[email protected]
COMISSÃO EUROPEIA - BRUXELAS
S. Exc. l’Ambassadeur Baron Philippe de
Schoutheete de Tervarent
Représentant Officiel
Chancellerie : Schaarbeeklei 201
B 1800 Vilvoorde/Belgique
T +322 253 58 05
F +322 252 59 30
[email protected]
DELEGAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS E
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS GENEBRA
S. Exc. l’Ambassadeur Pierre-Yves Simonin
Observateur Permanent
Chancellerie : 3, Place Claparède - CH 1205
Genève
T +41 22 346 86 87
F +41 22 347 08 61
[email protected]
DELEGAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS E
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS - VIENA
S. Exc. l’Ambassadeur Helmut Liedermann
Observateur Permanent
Chancellerie : 2, Fasangasse 36/4 - A 1030
Wien/Autriche
T / F +43 1 798 95 16
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
PARA A ALIMENTAÇÃO E AGRICULTURA FAO - ROMA
S. Exc. l’Ambassadeur Giuseppe Bonanno,
Prince de Linguaglossa
Observateur Permanent
Chancellerie : Via Ludovico di Savoia, 10/C
I-00185 Roma
T / F +39 06 70 45 46 12
[email protected]
UNESCO - ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES
UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A
CULTURA - PARIS
S. Exc. le Comte de Waresquiel
Observateur Permanent
Chancellerie : 33, rue de Naples - F 75008 Paris
T +331 63 04 30 63
F +331 45 22 04 27
CONSELHO DA EUROPA - ESTRASBURGO
S. Exc. l’Ambassadeur Baron Bernard Guerrier
de Dumast
Représentant
Chancellerie : c\o Mme Danielle Chatel - 12,
Terrasses De Montaigu
F 54140 Jarville/France
F +33 383 57 98 77
INSTITUTO INTERNACIONAL DO DIREITO
HUMANITÁRIO - SÃO REMO, GENEBRA
Duc Guido Orazio Borea d’Olmo
Représentant
Palazzo Borea - 18038 San Remo - (Prof.) 143,
Via G. Matteotti
18038 San Remo/Italie
T +39 0184 530 342
F +39 0184 531 933
INSTITUTO INTERNACIONAL PARA A
UNIFICAÇÃO DO DIREITO PRIVADO UNIDROIT - ROMA
S. Exc. l’Ambassadeur Marquis Aldo Pezzana
Capranica del Grillo
Observateur
Via Monti Parioli, 39 - I 00197 Roma et (Prof.)
Largo Teatro Valle, 6
00186 Roma/Italie
T +39 06 687 17 48
F +39 06 68 13 41 76
[email protected]
COMITÉ INTERNACIONAL DE MEDICINA
MILITAR (CIMM) - BRUXELAS
M. …
Délégué
Relatório de actividades - 2003
87
O R D E M S O B E R A N A , M I L I TA R E H O S P I TA L A R D E S Ã O J O Ã O D E J E R U S A L É M ,
D E R O D E S E D E M A LTA
Via dei Condotti 68
I-00187 Roma
Itália
T +39 06 675 81 249 / 250
F +39 06 678 48 15
[email protected]
www.orderofmalta.org
Comité de redacção: Conselho para as Comunicações, S.E. Jean-Pierre Mazery, Presidente / Winfried Henckel von
Donnersmarck / Franz Harnoncourt-Unverzagt / Frei Giacomo Dalla Torre del Tempio di Sanguinetto / Emilio Rosa /
Robert Wormington / Philippa Leslie, Secretário executivo
Editorial: Michael Moss, Philippa Leslie
Para esta edição agradecemos a contribuição do Reverendíssimo Monsenhor Giuseppe Azeglio Manzetti, Capelão-Chefe
do Grande-Priorado de Roma
Produção / Concepção gráfica: SignéLazer - Bruxelas
A presente publicação integra-se na série dos Relatórios da Ordem de Malta. Esta nova série substitui e assegura a continuidade da anterior Rivista Internazionale. A distribuição inclui as instituições nacionais e internacionais.
(c) Copyright: Ordem Soberana, Militar e Hospitalar de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, 2003
História: datas fundamentais
A missão da
Ordem de Malta
As origens da Ordem Soberana, Militar e Hospitalar de São João de
Jerusalém, de Rodes e de Malta – mais conhecida como Ordem de
Malta – remonta ao século XI.
Quando os cruzados chegaram a Jerusalém, em 1099 A.D., os
Hospitalares administravam o Hospital de São João Baptista, que fora
criado por volta do ano 1050 para cuidar dos peregrinos que acorriam à
Terra Santa, bem como das populações autóctones cristã, judia e muçulmana. Constituída como Ordem religiosa por uma Bula do Papa Pascoal
II de 1113, a Ordem tinha por missão defender os doentes e o território
cristão. Actualmente tem uma missão exclusivamente humanitária, porque
o seu papel militar acabou com a perda do seu território em 1798.
De acordo com a Carta Constitucional, o objectivo da Ordem Soberana de
Malta é «promover... as virtudes cristãs da caridade e da fraternidade, exercendo, sem distinção de religião, de raça, de origem ou de idade, as suas
obras de misericórdia para com os doentes, os pobres e os refugiados.
Em especial, a Ordem exerce as suas actividades institucionais no
domínio hospitalar, incluindo a assistência sanitária e social, assim
como a favor das vítimas de cat*strofes excepcionais e de guerras...»
- A Ordem está presente em permanência na maior parte dos países do
mundo, tanto desenvolvidos como em vias de desenvolvimento. Esta
presença foi estabelecida ao longo de nove séculos de história agitada, em que participou nos grandes movimentos de intercâmbio entre a
Europa e a bacia do Mediterrâneo e o resto do mundo, alargando assim
progressivamente o seu âmbito de acção à maioria das zonas geográficas onde a sua missão caritativa podia ser exercida utilmente.
Graças à sua experiência de séculos e ao envolvimento activo dos seus
membros nos grandes movimentos da sociedade, a Ordem conseguiu
adaptar rapidamente os seus recursos e os seus métodos, com uma
modernidade sempre renovada, a fim de conseguir fazer face às necessidades novas e sempre crescentes de assistência médica, de ajuda de
urgência e de acção humanitária.
Actualmente, a Ordem é uma importante organização profissional, que
actua a nível mundial em termos de ajuda humanitária, de cuidados
médicos e de medicina de urgência, na sua gestão de hospitais, de
centros de cuidados especiais para idosos dependentes, de centros
médico-sociais, de recolha e transporte de medicamentos e de formação de socorristas e de pessoal de ambulâncias.
1048: Jerusalém
1530: Malta
Fundação dos Hospitalares de São João
de Jerusalém, como comunidade monástica, pelo Beato Gerardo.
Cavaleiros da Ordem cuidam dos peregrinos, dos doentes e dos pobres, como sempre fizeram.
Através da Bula de 1133 do Papa Pascoal
II, o Hospital de São João é colocado sob
a protecção da Igreja, passando a beneficiar de isenções.
Colocada perante a responsabilidade da
defesa militar dos doentes e dos territórios
cristãos, a Ordem torna-se uma Ordem de
Cavalaria, ao mesmo tempo religiosa e militar.
Nos sete anos seguintes, a Ordem mantém
a sua soberania, mas sem território, situação que prevaleceu até o Imperador Carlos
V conceder aos cavaleiros as ilhas de
Malta, Gozo e Comino e a cidade de
Tripoli, como feudo soberano. Em 26 de
Outubro de 1530, a Ordem instala-se na
ilha de Malta, com a aprovação do Papa
Clemente VII.
Durante o Grande Cerco, entre Maio e
Setembro de 1565, os cavaleiros derrotam os Otomanos sob o comando do
Grão-Mestre Frei de la Valette (que deu o
nome à capital de Malta). A armada da
Ordem de São João (ou de Malta, como
são agora conhecidos) é uma das mais
poderosas do Mediterrâneo e contribui
para a derrota final dos Otomanos na
batalha de Lepanto, em 1571.
1310: Rodes
Em 1291, após a queda de São João de
Acre, último bastião da Cristandade na Terra
Santa, a Ordem é compelida a abandonar a
Palestina e instala-se na ilha de Chipre.
A Ordem toma posse da ilha de Rodes em
1310, adquirindo assim soberania territorial. Para defender o mundo cristão, a
Ordem constitui uma poderosa armada,
patrulha os mares orientais e trava muitas
batalhas célebres.
Governada por um Grão-Mestre, Príncipe
Soberano de Rodes, juntamente com um
Soberano Conselho, a Ordem cunha a sua
própria moeda e estabelece relações
diplomáticas com outros Estados.
Os cavaleiros da Ordem conseguem repelir
com êxito múltiplos ataques dos Otomanos,
mas vencidos pelo Sultão Suliman, o
Magnífico, com uma poderosa armada e um
exército numeroso, são obrigados a capitular em 1 de Janeiro de 1523, abandonando
a ilha com honras militares e o reconhecimento da sua bravura pelo Sultão.
1798: Exílio
Em 1798, Napoleão Bonaparte, a caminho
da sua campanha do Egipto, ocupa Malta.
Os cavaleiros não lhe oferecem resistência, devido à Regra da Ordem que os proíbe de combaterem outros cristãos, e são
obrigados a abandonar a ilha.
Em 1801 Malta é ocupada pelos Ingleses e
apesar do reconhecimento dos direitos de
soberania da Ordem de Malta consagrados
no Tratado de Amiens (1802), a Ordem não
consegue voltar a instalar-se na ilha.
1834: Roma
Depois de se instalar temporariamente em
Messina, Catânia e Ferrara, a Ordem estabelece-se em Roma em 1834, onde possui
domínios que gozam de extraterritorialidade: o Grande Magistério, na via Condotti, e
a Vila de Malta sobre o Aventino.
A partir daqui, a missão original da Ordem,
que é servir os pobres e os doentes, tornase de novo a sua actividade principal.
Durante as duas Grandes Guerras a
Ordem desenvolve actividades hospitalares e caritativas, que são intensificadas
sob a direcção do Grão-Mestre Frei
Angelo de Mojana (1962-1988) e prosseguem actualmente com o seu sucessor, o
78º Grão-Mestre, Frei Andrew Bertie.
Século XXI
Graças a uma história de quase nove
séculos, a Ordem Soberana de Malta
pode orgulhar-se de ser a única sucessora da Ordem Hospitalar de São João de
Jerusalém, reconhecida pela Igreja
Católica em 1113.
A Ordem é simultaneamente uma Ordem
religiosa e de cavalaria da Igreja Católica.
É a única organização com uma soberania
ininterrupta que tem cavaleiros professos,
sucessores directos dos seus fundadores.
Relatório de actividades 2003
Relatório de actividades
O R D E M S O B E R A N A , M I L I TA R E H O S P I TA L A R
D E S Ã O J O Ã O D E J E R U S A L É M , D E R O D E S E D E M A LTA

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