Espectroscopia de próton por ressonância magnética do hipocampo
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Espectroscopia de próton por ressonância magnética do hipocampo
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO Espectroscopia de próton por ressonância magnética do hipocampo em pacientes com transtorno do pânico CLARISSA MARIA FERREIRA TRZESNIAK Ribeirão Preto – SP 2008 CLARISSA MARIA FERREIRA TRZESNIAK Espectroscopia de próton por ressonância magnética do hipocampo em pacientes com transtorno do pânico Dissertação Neurologia, apresentada Psiquiatria ao e Departamento Psicologia Médica de da Universidade de São Paulo, campus Ribeirão Preto, para obtenção do titulo de Mestre em Saúde Mental. Área de Concentração: Saúde Mental Orientador: Prof. Dr. José Alexandre de Souza Crippa Ribeirão Preto – SP 2008 AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE. FICHA CATALOGRÁFICA Trzesniak, Clarissa Maria Ferreira. Espectroscopia de próton por ressonância magnética do hipocampo em pacientes com transtorno do pânico. Ribeirão Preto, 2008. 103 p. ; 30 cm Dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP – Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica – Área de concentração: Saúde Mental. Orientador: Crippa, José Alexandre de Souza. Descritores: 1. Neuroimagem 2. Espectroscopia 3. Transtorno do Pânico Samba da Dedicatória Definitivamente, confesso que sintetizar nunca foi uma de minhas virtudes. Seria cômodo resumir esta seção a poucas frases; porém, incoerente. Dessa forma, pensando em (e parafraseando) Vinícius, resolvi por um samba da dedicatória. Pois não posso me furtar a escrever sobre os outros vinte e quatros anos que antecederam os dois nos quais me dediquei a este trabalho; a citar grandes encontros, desencontros e reencontros, responsáveis por aquilo que sou atualmente. Se o resultado de hoje tem este doce sabor, essa intensidade só é possível, por exemplo, à minha amada tia Rosa, que me ensinou logo cedo que a vida também tem seus azedos, como um abacaxi ananás (tia, esta foi uma de suas melhores lições). Mas quantos deliciosos sabores já não sucederam este importante fato traumático? Penso naqueles sentidos ao lado dos tios Ana e Chico... não falo apenas sobre o melhor tutu de feijão, mas adicionalmente sobre o sabor da música, do amor, do aconchego... Mesma deliciosa sensação advinda dos momentos com minha família em Ribeirão Preto, composta por Ester, Alfredo, Lilica e Renata (irmã querida). Ou ainda da banana amassada com farinha láctea junto à amada Fabi, dos chocolates (Lindt ou Coop) com minha doce Vera. Está tudo carinhosamente guardado. Guardado como as conversas filosóficas com meu tio (e segundo pai) Luiz, que tanto me instruiu sobre a existência. Armazenado próximo à meiga figura da Cássia, impossível de ser dissociada de meu pequenino Theo. Escondido num local que, embora reservado, denuncia suas coordenadas, assim como meu pé que delatou o mágico esconderijo embaixo da mesa da casa da Oma. Ah, meus queridos avós ausentes: espero que compartilhem isso comigo! E sobre o núcleo de onde vem toda esta veemente vivência, como resumi-lo em palavras? Eis aqui a mais difícil das tarefas. Peço ajuda, dessa forma, a Chico Buarque para dizer ao meu pai Piotr que o reflexo da canção O Caderno estará em mim eternamente refletido. A meu adorado Daniel, agradeço as tantas vezes que deixou-me puxar-lhe os cabelos (no sentido real e figurado) em detrimento de seu próprio desconforto. Espero que saiba, meu querido, “como é grande o meu amor por você”... Segundo minhas palavras aos oito anos, embora eu ame “mamãe e papai, amo o Daniel 1.000 vezes mais”... Mas não se preocupe, minha linda mãe Bernardete, pois multiplicar o infinito amor que sinto por você por 1.000 dará o mesmo infinito. Tenha certeza de que é e sempre será meu maior exemplo de vida. A todos vocês, dedico não apenas este trabalho, mas também os meus melhores sentimentos. E aproveito para solicitar suas bênçãos, a fim de que as conquistas vindouras tenham o mesmo aprazível sabor. Agradecimentos Ao professor doutor José Alexandre de Souza Crippa, pela confiança em mim depositada, pelos ensinamentos transmitidos e partilhados, e acima de tudo pela disponibilidade e amizade. Aos professores Luiz Alberto Hetem e Francisco Silveira Guimarães, pelas construtivas sugestões durante a confecção deste trabalho. Agradeço em especial ao professor Francisco pelo grande auxílio na análise estatística dos dados. Ao doutor Ricardo Riyoiti Uchida, pela ajuda na coleta de dados. Ao doutor David Araújo, pela eterna paciência ao desvendar-me os mistérios da neuroimagem. Adicionalmente, pelas indicações de boa literatura e bons mecânicos. À professora doutora Milena de Barros Viana, por despertar em mim a admiração pela neurociência. Ao professores Frederico Guilherme Graeff e Antonio Waldo Zuardi, grandes exemplos e inspirações de excelência em pesquisa. A Reginaldo e Cris, com os quais os sábados e domingos de coleta de dados foram mais prazerosos. À Sandra Bernardo, Sônia Bueno e Ivana Faria, pela assistência burocrática. Aos pacientes e voluntários que participaram desta pesquisa, sem os quais nada disso seria possível. Ao CAPES e à Fapesp, pelo auxílio financeiro. E finalmente: • à Carol, Guilherme, João Paulo II e Vinícius, ótimos colegas ao longo das disciplinas; • à Flávia, Luciene e Paulo, pela boa companhia durante as eternas coletas de quartafeira. Em especial, às queridas Gabígaba e Kátia, com as quais a amizade transcendeu todas as barreiras; • ao Régis, com seu famoso SPSSSS, com o qual aprendi a melhor frase desta pós: “a única diferença entre a disciplina de estatística e a obrigatória é que esta última é feita em seis meses; já a de estatística, em seis dias”... • ao Joel e John Paul (Big Dog): foram ótimos os intervalos das aulas de Psicofarmacologia, com muito samba (“Veja esta maravilha de cenário; é um episódio relicário (...)”), e risadas sobre são-paulinos e góticas (será que só eu me lembro dessas bobeiras?); • ao Marcos (Marcola) e Tati, amigos especiais para todas as horas; • ao Alaor (Alas, Lális), e ao querido casal futuco Céci e Thiago: obrigada pela amizade, pelo convite para compor a Degradados, pela maravilhosa companhia e pelas aulas de pôquer; • e ao meu querido Cris, por todas as músicas e poesias que já me mostrou, e por aquelas que ainda conheceremos juntos. YOU’VE GOT ALL MY LOVE!!! PRODUÇÃO CIENTÍFICA ORIGINADA DESTA DISSERTAÇÃO Artigos completos publicados em periódicos indexados • Trzesniak C, Araújo D, Crippa JAS. Magnetic resonance spectroscopy in anxiety disorders. Acta Neuropsychiatrica 2008;20:56-71. • Trzesniak C, Uchida RR, Araújo D, Santos AC, Guimarães FS, Zuardi AW, Del-Ben CM, Graeff FG, Crippa JAS. Reduced left hippocampal N-Acetylaspartate (NAA) in panic disorder patients detected by (1)H magnetic resonance spectroscopy imaging. The American Journal of Psychiatry (Submetido). Trabalhos resumidos publicados em anais de eventos • Trzesniak C, Uchida RR, Santos A, Araújo D, Graeff FG, Santos AC, Guimarães FS, Zuardi AW, Del-Ben CM, Crippa JAS. Reduced hipocampal N-Acetylaspartate in patients with panic disorder. In: 16th European Congress of Psychiatry, 2008, Nice. European Psychiatry, 2008. v. 23. p. 357-357. RESUMO TRZESNIAK, C. Espectroscopia de próton por ressonância magnética do hipocampo em pacientes com transtorno do pânico. 2008. 103 f. Dissertação (Mestrado) – Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Pereto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2008. Introdução e objetivo: O transtorno de pânico (TP) é um distúrbio de ansiedade que afeta aproximadamente 3% da população geral. Recentes teorias neuroanatômicas sobre o TP têm proposto extenso envolvimento do sistema límbico na fisiopatologia do transtorno. De fato, diversas pesquisas em neuroimagem estrutural e funcional têm demonstrado alterações em estruturas límbicas, tais como o hipocampo, em pacientes com TP. Apesar disso, não existem estudos que tenham avaliado a neuroquímica hipocampal no distúrbio. Portanto, o presente trabalho utilizou espectroscopia de próton por ressonância magnética (H1-ERM) para examinar possíveis anormalidades neuroquímicas hipocampais em pacientes com TP. Método: Vinte e cinco pacientes portadores de TP de acordo com o critério do DSM-IV e 18 controles saudáveis foram examinados. Os sujeitos foram balanceados quanto a gênero, idade, dominância manual, escolaridade e nível sócio-econômico. Os níveis de n-acetil-aspartato (NAA, tido como marcador da viabilidade neuronal) e de colina (col, envolvida na síntese e degradação de membranes celulares) foram quantificados em relação à creatina (Cr, considerada relativamente estável entre indivíduos e em diferentes condições metabólicas) nos hipocampos direito e esquerdo. Para análise estatística dos dados, adotou-se como critério valores de p < 0,05. Resultado: Comparados aos controles, os pacientes com TP demonstraram redução significativa de NAA/Cr no hipocampo esquerdo. Nenhuma outra diferença foi constatada. Conclusão: Este resultado é consistente com achados anteriores sobre disfunções hipocampais no TP e apresenta a primeira evidência sugerindo o envolvimento neuroquímico da estrutura no distúrbio. Palavras-chave: espectroscopia, hipocampo, NAA, neuroimagem, transtorno do pânico ABSTRACT TRZESNIAK, C. Proton magnetic resonance spectroscopy of the hippocampus in panic disorder patients. 2008. 103 f. Dissertation (Master’s) – Departament of Neurology, Psychiatry and Medical Psychology, Faculty of Medicine of Ribeirao Preto, University of Sao Paulo, Ribeirao Preto, Sao Paulo, Brazil, 2008. Background and aims: Panic disorder (PD) is an anxiety disorder that affects aproximadately 3% of the general population. Recent neuroanatomical theories of PD propose an extensive involvement of limbic system in pathophysiology of this condition. In fact, several structural and functional neuroimaging researches have shown changes in limbic structures, such as hippocampus, in PD patients. Despite this, no prior studies have examined hippocampal neurochemistry in this disorder. Therefore, the current study used proton magnetic resonance spectroscopy imaging (1H-MRSI) to examine possible neurochemical abnormalities in hippocampus in PD patients. Method: Twenty-five patients meeting the DSM-IV criteria for PD and eighteen psychiatrically healthy controls were investigated. The subjects were matched based on gender, age, handedness, years of education, and socioeconomic level. N-acetylaspartate (NAA, a putative marker of neuronal viability) and choline (Cho, involved in the synthesis and degradation of cell membranes) levels were quantified relative to creatine (Cr, which is thought to be relatively stable among individuals and in different metabolic condition) in both right and left hippocampi. For the data statistical analysis, a level of p < 0.05 was considered to be significant. Result: Compared with controls, panic patients demonstrated significantly lower NAA/Cr in the left hippocampus. No other difference was detected. Conclusion: This result is consistent with the previous findings of hippocampal alterations in PD and provides the first neurochemical suggesting of involvement of this structure in the disorder. Keywords: spectroscopy, hippocampus, NAA, neuroimaging, panic disorder. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Curva de Yerkes-Dodson, representativa da relação entre níveis de ansiedade e desempenho do indivíduo ........................................................................................ 2 Figura 2 – Neuroanatomia cerebral, com destaque para o hipocampo ..................................... 9 Figura 3 – Sistema de inibição comportamental (SIC) ............................................................. 12 Figura 4 – Espectro do tipo stimulated echo acquisition method (STEAM; TR/TE = 1500/20 ms) obtido a partir de um volume de 8 cm3 do lobo temporal direito de voluntário saudável. O movimento químico para cada pico é dado em partes por milhão (p.p.m.), e a área abaixo de cada pico indica a quantidade relativa de um metabólito particular. Os picos maiores representam o n-acetil-aspartato (NAA); creatina (Cr); colina (Col); mioinositol (mI); complexo glutaminaglutamato (Glx); e lactato ........................................................................................ 19 Figura 5 – Hipótese neuroanatômica de Gorman e colegas (2000) para o transtorno do pânico. As informações viscero-sensoriais chegam à amígdala por duas grandes vias: por baixo, do núcleo do trato solitário através do núcleo parabranquial ou tálamo sensorial; e por cima, de córtices viscero-sensoriais primários e via transmissões cortico-talâmicas, permitindo altos níveis de processamento e modulação neurocognitivos da informação sensorial. Informações contextuais são armazenadas na memória no hipocampo e conduzidas diretamente à amígdala. Outras importantes eferências da amígdala e relevantes para ansiedade incluem: o lócus cerúleos (o qual aumenta a liberação de noradrenalina, o que contribui para incitações fisiológicas e comportamentais), a região cinzenta periaquedutal (responsável por comportamentos de defesa e congelamento), o núcleo paraventricular hipotalâmico (que ativa o eixo hipotalâmico-pituitária-adrenal, liberando adrenocorticóides), o núcleo lateral hipotalâmico (que ativa o sistema nervoso simpático), e o núcleo parabraquial (que influencia a taxa respiratória) .......................................................................... 36 Figura 6 – Magneto supercondutor de 1,5 Tesla....................................................................... 56 Figura 7 – Espectro de próton obtido a partir da região hipocampal direita ............................. 57 Figura 8 – Representação dos espectros obtidos nos voxels, separadamente............................ 58 Figura 9 – Média das razões (+ erro padrão da média) do n-acetil-aspartato/creatina nos 25 pacientes e 18 voluntários saudáveis submetidos à espectroscopia de próton por ressonância magnética ............................................................................................. 64 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Níveis de defesa, possível base neural e emoções associadas .......................... 5 Tabela 2 – Comparação entre as características das técnicas de neuroimagem funcional ........................................................................................................... 15 Tabela 3 – Critérios diagnóstico para o transtorno do pânico, segundo o DSM-IV........... 30 Tabela 4 – Achados em neuroimagem estrutural no transtorno do pânico......................... 39 Tabela 5 – Achados em neuroimagem funcional no transtorno do pânico......................... 40 Tabela 6 – Achados em espectroscopia no transtorno do pânico ....................................... 48 Tabela 7 – Características sintomatológicas, de comorbidade e uso de psicofármacos da amostra de pacientes com transtorno do pânico........................................... 54 Tabela 8 – Características sócio-demográficas de pacientes com transtorno do pânico e voluntários saudáveis participantes do presente estudo, com respectivos valores de p ....................................................................................................... 62 Tabela 9 – Média e erro padrão da média (+ e.p.m.) das razões de NAA/Cr e Col/Cr no hipocampo bilateral de pacientes e controles, e seus respectivos valores de F e p obtidos com análise de variância (ANOVA) de medidas repetidas.... 63 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS H1: hidrogênio ou próton 5-HT: serotonina P31: fósforo ACTH: hormônio corticotrófico ANOVA: análise de variância BOLD: blood-oxygenation level dependent (contraste dependente do nível de oxigenação do sangue) BZD: benzodiazepínico CCSEB: Critério de Classificação Socioeconômica Brasil Col: colina CPF: córtex pré-frontal Cr: creatina DSM: Diagnostic Statistical Manual (Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais) EEG: eletroencefalograma ERM: espectroscopia por ressonância magnética FSCr: fluxo sangüíneo cerebral GABA: ácido γ-amino-butírico Glx: complexo glutamina-glutamato HPA: hipotálamo-pituitária-adrenal IDATE-T: Inventario de Ansiedade Traço-Estado, formulário traço ISRS: inibidor seletivo de recaptação de serotonina mI: mioinositol NAA: n-acetil-aspartato PET: positron emission tomography (tomografia por emissão de pósitrons) PRESS: point-resolved spectroscopy RM: ressonância magnética RMf: ressonância magnética funcional SCD: sistema cerebral de defesa SCID: Structured Clinical Interview for DSM-IV (Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-IV) SH: septo-hipocampal SIC: sistema de inibição comportamental SNC: sistema nervoso central SPECT: single-photon emission tomography (tomografia por emissão de fóton único) TAS: transtorno de ansiedade social TC: tomografia computadorizada TCC: terapia cognitivo-comportamental TCLE: termo de consentimento livre e esclarecido TEPT: transtorno de estresse pós-traumático TOC: transtorno obsessivo-compulsivo TP: transtorno do pânico VDI: volume de interesse SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1 1. ANSIEDADE 1.1. Aspectos neuroanatômicos da ansiedade.................................................................. 3 1.2. Aspectos neurofuncionais da ansiedade ................................................................... 5 1.3. Córtex pré-frontal ..................................................................................................... 7 2. HIPOCAMPO 2.1. Neuroanatomia e Neurofisiologia............................................................................. 9 2.2. Sistema de Inibição Comportamental (SIC) ............................................................ 11 3. NEUROIMAGEM 3.1. Novas Técnicas em Neuroimagem ........................................................................... 15 3.1.1. Técnicas em Neuroimagem Funcional ............................................................... 16 3.1.1.1. A tomografia por emissão de pósitrons (PET) e a tomografia por emissão de fóton único (SPECT) ............................................................... 16 3.1.1.2. Ressonância magnética funcional (RMf) .................................................... 16 3.1.1.3. Espectroscopia por Ressonância Magnética (ERM) ................................... 17 3.1.1.3.1. Espectroscopia de próton ou de hidrogênio (H1-ERM) ...................... 20 3.2. Neuroimagem, o Hipocampo e os Transtornos de Ansiedade.................................. 24 4. O TRANSTORNO DO PÂNICO 4.1. Agorafobia ................................................................................................................ 31 4.2. Início e Curso do Transtorno do Pânico ................................................................... 31 4.3. Teoria e propostas a respeito da Neurobiologia do Transtorno de Pânico ............... 32 4.3.1. A teoria de Deakin e Graeff................................................................................ 33 4.3.2. A proposta de Gorman e colaboradores ............................................................. 35 4.4. Neuroimagem e o Transtorno do Pânico .................................................................. 37 4.4.1. Neuroimagem Estrutural..................................................................................... 37 4.4.2. Neuroimagem Funcional .................................................................................... 39 4.4.2.1. Estudos em estado de repouso ...................................................................... 43 4.4.2.2. Estudos com indução de sintomas ................................................................ 45 4.4.3. Estudo com Benzodiazepínicos Rádio-marcados............................................... 46 4.4.4. Espectroscopia por Ressonância Magnética....................................................... 47 4.4.4.1. Estudos em estado de repouso ...................................................................... 47 4.4.4.2. Estudo com indução de sintomas ................................................................. 49 OBJETIVO ........................................................................................................................... 50 METODOLOGIA................................................................................................................. 52 Amostra ........................................................................................................................... 53 Ressonância Magnética ................................................................................................... 55 Aquisição e Pós-processamento Espectral ................................................................... 56 Análise Estatística ........................................................................................................... 58 Aspectos éticos ................................................................................................................ 59 RESULTADOS ..................................................................................................................... 61 Características sócio-demográficas ................................................................................. 62 Espectroscopia por Ressonância Magnética.................................................................... 62 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.................................................................................... 65 CONCLUSÃO....................................................................................................................... 80 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 82 ANEXOS ............................................................................................................................... 97 ARTIGOS SUBMETIDO E PUBLICADO INTRODUÇÃO 2 1. ANSIEDADE A ansiedade é característica inerente à vida humana. Etimologicamente, a palavra deriva do termo grego anshein, que significa estrangular, sufocar, oprimir. Existem termos correlatos que, de certa forma, parecem estar relacionados à experiência subjetiva de ansiedade. Dentre eles, destacam-se o termo angústia, originário do latim angustia, e pânico, do grego panikón, relacionado ao deus Pã, que atemorizava os mortais devido ao seu temperamento e aparência. ANSIEDADE Figura 1. Curva de Yerkes-Dodson, representativa da relação entre níveis de ansiedade e desempenho do indivíduo. Resumidamente, pode-se caracterizar ansiedade como conjunto de manifestações físicas e psicológicas que tanto podem ser experimentadas por indivíduos saudáveis como acompanhar ou caracterizar enfermidades (Longman Dicionário de Psicologia e Psiquiatria, 3 1984). Sabe-se que certo grau de ansiedade é necessário para motivar bom desempenho nas mais diversas tarefas, bem como evitar danos físicos ao organismo e prejuízos psicológicos (Graeff, 2001). Estudos realizados no início do século XX mostraram que há relação direta entre nível de ansiedade e a eficiência da performance em tarefas intelectuais, o que pode ser graficamente representado pela clássica curva de Yerkes-Dodson (1908) (figura 1). Contudo, a partir de certo ponto, observa-se comprometimento do funcionamento devido a níveis muito elevados de ansiedade – o que representa fenômeno de má adaptação tipicamente humano. Acredita-se que quando a ansiedade perde sua função adaptativa original, passando a prejudicar o indivíduo, ela pode ser considerada como patologia funcional em si, restrita à vida deste e nosologicamente circunscrita (Dractu; Lader, 1993). 1.1. Aspectos neuroanatômicos da ansiedade Embora a ansiedade, enquanto psicopatologia, seja considerada fenômeno de má adaptação humana, dentro de uma perspectiva biológica, as raízes funcionais da ansiedade encontram analogia nas reações que os animais exibem frente a estímulos ou situações de perigo. Esta abordagem é baseada na premissa de que importantes aspectos do comportamento humano são originários de padrões comportamentais funcionalmente significativos, observados em outras espécies animais (Viana, 1996). Desta forma, grande parte do conhecimento obtido sobre bases neurofuncionais da ansiedade é derivado de investigações realizadas com animais de laboratório. Desses experimentos, surgiram duas proposições teóricas. A primeira advém da Psicologia Experimental da década de 1960, e foi encabeçada pelo psicólogo britânico Jeffrey Gray. Em tentativa de delimitar o mecanismo cerebral responsável pela modulação da ansiedade, o pesquisador propôs um modelo teórico denominado Sistema de Inibição Comportamental (SIC) (1982). De acordo com Gray, o substrato neuroanatômico do SIC seria constituído pela 4 formação septo-hipocampal (SH), suas interconexões, vias aferentes e eferentes e fibras noradrenérgicas e serotonérgicas que inervam essas estruturas (ver capítulo 2, seção 2.2). A segunda abordagem levou ao conceito de sistema cerebral de defesa (SCD), e foi baseada em estudos observacionais de manipulação de substratos neurais (Graeff; Hetem, 2004). A técnica de estimulação elétrica de áreas subcorticais, por exemplo, permitiu a identificação de estruturas cerebrais relacionadas ao comando de respostas de fuga e/ou agressão defensiva. Em 1933, Ranson e Magnoun observaram que a estimulação elétrica do hipotálamo em gatos anestesiados provocava salivação desses animais. Posteriormente, Hess e Brüger (1943 apud Graeff; Hetem, 2004), observaram que a estimulação elétrica da mesma estrutura em gatos acordados desencadeava uma seqüência de reações de defesa bem estruturadas, tais como piloereção, midríase e exposição das garras e dos dentes. A este quadro, Hess denominou “reação de defesa afetiva”, por analogia ao comportamento emitido quando o animal é ameaçado por predadores. A partir de então, diversos experimentos foram realizados por diferentes pesquisadores os quais, utilizando-se de lesões, estimulações elétricas e químicas, detectaram outras áreas cerebrais supostamente envolvidas com mecanismos de defesa e/ou ansiedade (para revisão ver Viana, 1996). Em conjunto, estes trabalhos demonstraram que não só o hipotálamo, mas também a amígdala e a matéria cinzenta periaquedutal seriam os principais componentes do SCD, relacionado à elaboração de reações psicológicas e fisiológicas a estados emocionais negativos (Graeff, 1990). Esse sistema possui uma rede de interconexões, recebendo adicionalmente diferentes modalidades de informações sensoriais provenientes tanto de fontes externas quanto internas ao organismo. Além disso, os componentes do SCD comunicam-se com outras áreas do sistema límbico envolvidas na regulação das emoções, inclusive as pertencentes ao SIC. 5 1.2. Aspectos neurofuncionais da ansiedade Com auxílio de teorias neuroanatômicas sobre a ansiedade associadas à análise etoexperimental do comportamento de ratos selvagens frente a predadores, foi elaborado pelo casal Robert e Caroline Blanchard (1988) o conceito de níveis de defesa. Os pesquisadores desenvolveram um aparelho experimental constituído por uma arena central e diversos túneis subterrâneos, fabricados a partir de plástico transparente. Uma vez que os túneis eram iluminados por luz infravermelha, o comportamento dos animais poderia ser constantemente avaliado. Desta forma, foi possível categorizar diversos comportamentos exibidos pelos ratos selvagens durante a introdução e retirada de um gato da arena central, estabelecendo três grandes níveis de defesa, os quais eram dependentes do tipo de ameaça (tabela 1). Tabela 1. Níveis de defesa, possível base neural e emoções associadas Tipo de Ameaça Estratégia de Defesa Base Neural Emoção Potencial Avaliação de risco Septo-hipocampo / amígdala Ansiedade Distante Imobilidade tensa Amígdala / matéria cinzenta Medo (congelamento) periaquedutal ventral Fuga / agressão defensiva Hipotálamo medial / matéria Próxima Pânico / raiva cinzenta periaquedutal dorsal Retirada de Graeff e Hetem, 2004 O primeiro nível de defesa seria evocado por situações de incerteza potencialmente perigosas, seja porque são novas ou porque o animal já se defrontou com predador no mesmo ambiente. Nestas circunstâncias, os ratos exibem comportamento de investigação cautelosa, denominado avaliação de risco. Segundo os pesquisadores, o componente neuroanatômico que comanda tal comportamento é o mesmo do SIC, uma vez que parece haver considerável superposição de conceitos entre o comportamento de avaliação de risco e o SIC. 6 Quando a ameaça está presente, porém se encontra além de uma determinada distância, observa-se no animal a imobilidade tensa (congelamento), com provável intenção de não chamar atenção do predador e, ao mesmo tempo, preparar-se para possível luta ou fuga. Estudos obtidos com lesão e estimulação elétrica ou química do sistema nervoso central (SNC) sugerem que a amígdala e a matéria cinzenta periaquedutal ventral seriam as estruturas críticas nesse segundo nível de defesa (Brandão et al., 2003). Por fim, o terceiro nível de defesa se manifesta quando o predador está presente e bastante próximo, ou em contato direto com a presa. Neste caso, os comportamentos emitidos são de fuga ou de agressão defensiva (luta). A matéria cinzenta periaquedutal dorsal e o hipotálamo medial são as estruturas que provavelmente medeiam tais reações. Acredita-se que as estratégias básicas de defesa ocorrem igualmente em outras espécies de mamíferos (Graeff; Hetem, 2004). Além disso, um estudo avaliou respostas escritas por voluntários saudáveis a cenários imaginários de perigo, e os resultados obtidos sugerem que as mesmas estratégias básicas de defesa constatadas nos animais ocorram também no homem (Blanchard et al., 2001). O ser humano possui combinação única de capacidades emocionais e lingüísticas, que o possibilitou desenvolver um sistema simbólico socialmente codificado, contribuindo para a adaptação da espécie em seu meio ambiente físico e social. No entanto, devido também à intervenção deste sistema, as causas mais comuns de ansiedade no homem não são ameaças concretas, mas abstratas. Desta forma, enquanto reações a perigos reais relacionam-se à sobrevivência da espécie, ameaças abstratas, no repertório comportamental humano, parecem ser relacionadas com a imprevisibilidade do futuro e, possivelmente, com a possibilidade de que este não seja favorável (Viana, 1996). 7 1.3. Córtex pré-frontal Anatomicamente, o córtex pré-frontal (CPF) tem sido definido como a região do lobo frontal inervada pelo núcleo dorsomedial do tálamo (Graeff; Hetem, 2004). No homem, em especial, o CPF é bastante desenvolvido. Gray (1982) inclui o CPF como componente do SIC. Dentro dessa perspectiva, a região receberia instruções do sistema SH, funcionando como geradora de planos motores. De fato, a estrutura parece se adequar a essa função, uma vez que recebe informações somáticas, visuais e auditivas e envia, por sua vez, projeções para o córtex cingulado, no qual o conteúdo elaborado contribuiria para a formação de predições sobre eventos futuros, e para o córtex entorrinal, onde a informação participaria da identificação do mundo sensorial presente (Viana, 1996). Adicionalmente, o CPF envia densas projeções ao hipotálamo e à amígdala, estruturas presentes no SCD. Desta forma, o CPF está conectado tanto a componentes do SIC quanto a áreas pertencentes ao SCD, sugerindo possível modulação exercida pela estrutura sobre o sistema límbico como um todo. A participação do CPF em estados de ansiedade baseia-se principalmente nos trabalhos do neurologista português Egas Moniz sobre técnicas de lobotomia ou leucotomia desta região. Através dessa prática, quadros de ansiedade crônica, sintomas do transtorno obsessivo compulsivo (TOC), esquizofrenia e depressão pareciam ser aliviados (Damásio, 1996). Todavia, foi verificado ainda na década de 1940 que tais neurocirurgias produziam diversos efeitos adversos indesejáveis, incluindo prejuízos ao desempenho intelectual e alterações de personalidade. Em conseqüência disso, tais técnicas foram praticamente abandonadas; porém, evidenciaram o importante papel do CPF na modulação da ansiedade, em especial na ansiedade humana. A ansiedade que aflige o homem moderno raramente é produzida por estímulos e situações descritas anteriormente, quando foram abordadas as estratégias de defesa utilizadas 8 por animais. Na maior parte das vezes, são informações de significado simbólico que geram ansiedade. Este fato levou Gray (2000 apud Graeff; Hetem, 2004) a considerar a existência de uma via descendente, constituída pelo CPF e córtex cingulado, que ativaria o substrato límbico da ansiedade. Esta funcionaria como segunda campainha de alarme que os seres humanos possuiriam além daquela que compartilha com outros animais. Em adição, seria esta a via mais provável de atuação da psicoterapia (Roffman et al., 2005). O córtex orbitofrontal igualmente tem sido associado à aprendizagem das conseqüências punitivas de respostas (Damásio, 1996). De acordo com essa proposta, comportamentos de risco passam a provocar alterações neurovegetativas cuja detecção permite refrear condutas planejadas, mas arriscadas. Desse modo, alguns indivíduos com lesões nessa região têm comportamento impulsivo, de natureza anti-social. Logo, o córtex orbitofrontal, área do CPF, parece ser fundamental para aquisição da ansiedade antecipatória. 9 2. HIPOCAMPO 2.1. Neuroanatomia e Neurofisiologia O termo grego hyppókampos (em latim, hippocampu) significa cavalo-marinho. Ao se observar a similaridade entre o formato de uma estrutura neuroanatômica e o desse animal, decidiu-se adotar hipocampo para denominar essa área cerebral (figura 2). O hipocampo é considerado o principal componente da formação hipocampal, localizada nas profundezas do lobo temporal. A superfície ventricular do hipocampo é lisa e branca, e contém neurônios extremamente mielinizados, muitos dos quais chegam até a fímbria do fórnix (Burt, 1993). Figura 2. Neuroanatomia cerebral, com destaque para o hipocampo. Internamente, o hipocampo subdivide-se em três camadas. A mais profunda, denominada camada molecular, possui extensa neurópila – região do SNC em que ocorrem as sinapses entre ramificações nervosas. Esta última é cheia de dendritos e terminais axônicos, advindos do giro denteado, do córtex entorrinal, e do septo. A camada média ou piramidal contém várias camadas de células piramidais densamente aglomeradas, as quais se projetam 10 para a área septal e hipotálamo anterior. Ainda, essas células piramidais, com extensas ramificações colaterais, podem disseminar-se por outras partes do hipocampo, fazendo também sinapses com o giro denteado, subículo adjacente e área entorrinal do córtex. Já a camada superficial ou polimórfica, assim como a camada molecular, caracteriza-se por ampla neurópila, recebendo ramificações das células piramidais (Burt, 1993). As densas conexões realizadas entre o hipocampo e outras regiões cerebrais sugerem importantes funções. Primeiramente, acredita-se que juntamente com a amígdala, o hipocampo forme o elo entre a atividade cognitiva e a resposta visceromotora, uma vez que essas estruturas seriam as principais conexões entre os sistemas límbico e nervoso autonômico. A modulação do hipocampo, embora modesta em comparação à da amígdala, dar-se-ia através de suas associações com o subículo e o complexo septal (Burt, 1993). Outra importante associação que o hipocampo estabelece é com o septo. Os neurônios septo-hipocampais liberam acetilcolina, o que aparenta ter efeito modulatório sobre o hipocampo (Brodal, 1992). Para isso, essa via controlaria a taxa de disparos de células hipocampais de acordo com informações específicas provenientes da área entorrinal. Considerações adicionais sobre a ligação septo-hipocampal podem ser encontradas na seção 2.2, a seguir. Outras aferências que igualmente parecem exercer função modulatória no hipocampo vêm dos núcleos medianos da rafe (serotonérgica) e do lócus cerúleos (noradrenérgica). O hipocampo possui também receptores sensíveis tanto a adrenocorticosteróides como ao hormônio corticotrófico (ACTH). Em animais submetidos a estresse, a estimulação do hipocampo diminuiu a secreção de adrenocorticosteróides. Em animais em repouso, entretanto, a mesma estimulação aumentou a secreção de esteróides (Burt, 1993). A partir dessas evidências, sugeriuse que papel semelhante se aplicaria ao hipocampo no cérebro humano, através das ligações que a estrutura estabelece com o hipotálamo. Ainda, a sensibilidade das células piramidais do hipocampo aos corticosteróides pode ser responsável pelos comportamentos induzidos pelos 11 esteróides. Sugere-se que labilidade emocional e diversas formas de psicose podem manifestar-se paralelamente à administração de altos níveis de corticosteróides (Burt, 1993). Por fim, considera-se que o hipocampo desempenha papel fundamental para consolidação de certos tipos de aprendizagem e memória (Eichenbaum, 1997; Smith; Mizumori, 2006). Essa crença remonta ao fim do século XIX e foi baseada em estudos com pacientes que apresentavam prejuízos na memória resultantes de dano cerebral. O grau e tipo do déficit de memória eram correlacionados com o local da lesão cerebral, determinada histologicamente após a morte do paciente. Concluiu-se que o hipocampo parecia particularmente importante para memória de eventos, objetos e palavras. Corroborando com essa hipótese, experimentos com macacos indicam que o hipocampo desempenha papel sobre o aprendizado e na formação de traços de memória (Brodal, 1992). 2.2. Sistema de Inibição Comportamental (SIC) Como mencionado anteriormente, em 1982 Gray propôs um modelo teórico para explicar o mecanismo de funcionamento da ansiedade. Por ser baseado na supressão do comportamento, esse modelo foi denominado Sistema de Inibição Comportamental (SIC; do inglês Behavioral Inhibition System, BIS). De acordo com Gray (apud Graeff, 1993), a ansiedade gerada a partir da ativação do SIC ocorreria em resposta aos seguintes fatores ambientais: i) estímulos aversivos condicionados por punição; ii) estímulos aversivos condicionados por frustração; iii) estímulos nunca antes confrontados pelo animal (novidade); iv) estímulos aversivos espécieespecíficos ou inatos, sendo assim geneticamente transmitidos. Desta forma, a ativação do sistema seria desencadeada por estímulos novos ou desconhecidos ou pela antecipação de punição, e se correlacionaria com a ansiedade antecipatória. 12 O substrato neuroanatômico do SIC seria constituído pela formação septo-hipocampal (SH), suas interconexões, vias aferentes e eferentes e fibras noradrenérgicas e serotonérgicas que inervam essas estruturas (figura 3). A hipótese da participação do sistema SH na mediação da ansiedade baseia-se em resultados obtidos com lesão e microinjeção de drogas nessa região (para revisão ver Gray, 1982). Segundo o autor, a ansiólise ocorreria graças à inibição do sistema SH. Desse modo, as drogas ansiolíticas seriam eficazes devido à supressão do funcionamento do SIC. Informação sensorial Córtex Amígdala Ativação do SNA SIC Complexo septohipocampal 5-HT Núcleos da rafe Circuito de Papez Interrupção do comportamento em andamento Aumento da atenção para o ambiente NA Lócus cerúleus Figura 3. Sistema de inibição comportamental (SIC).* 5-HT, serotonina; NA, noradrenalina; SNA, sistema nervoso autônomo * retirada de Bernik et al., 2006 A função da formação SH seria a de analisar estímulos reais, confrontando-os com aqueles esperados. Assim, o hipocampo compararia informações ambientais, oriundas do córtex entorrinal, com predições geradas no circuito de Papez. Para tanto, o circuito levaria em consideração memórias armazenadas no lobo temporal e planos de ação elaborados no córtex pré-frontal. Se as situações em curso estivessem de acordo com a expectativa do indivíduo, o comportamento seria mantido. Caso contrário, o sistema SH suprimiria o 13 comportamento vigente, bem como haveria aumento do alerta e da atenção direcionada ao ambiente. O sistema SH, juntamente com a Am, funcionaria ainda como interface entre o neocórtex e o sistema límbico. Tanto o SH quanto a Am recebem projeções do córtex temporal, onde ocorre a síntese das informações colhidas pelos diferentes sistemas sensoriais, criando assim uma reprodução do mundo exterior (Graeff, 1994). Em 2000, Gray e McNaughton (apud Graeff; Hetem, 2004) publicaram a segunda edição do livro Neuropsychology of Anxiety, no qual procuraram integrar o constructo do SIC com informações sobre o SCD. A principal novidade advinda desse trabalho foi a proposição de que o sistema SH teria função primordial de detectar conflitos entre tendências de aproximação e afastamento das fontes de perigo. A aproximação seria motivada pela busca de fontes de satisfação de necessidades biológicas; simultaneamente, haveria tendência de esquiva ou fuga (coordenadas pelo SCD) de fontes de perigo inatas e aprendidas. Quando o mesmo objeto induz ambas as tendências, configura-se o conflito aproximação-esquiva que, sendo detectado pelo septo-hipocampo, gera a ansiedade. Outro avanço conceitual foi a admissão de que a amígdala, além do sistema SH, participa da modulação da ansiedade. Enquanto a amígdala seria responsável pelos aspectos afetivos e nerovegetativos da ansiedade, o sistema SH contribuiria com o componente cognitivo da mesma. Além da situação de conflito, ressaltada por Gray e McNaughton (2000), Graeff e Hetem (2004) propõem que situações de ameaça inevitável, como a resposta emocional condicionada obtida por associação pavloviana de estímulo neutro com estímulo nocivo, representem outra modalidade de ansiedade. Segundo esses autores, o correlato clínico deste modelo experimental seria a ansiedade antecipatória, como a que se desenvolve no transtorno do pânico (TP), quando o paciente passa a temer a ocorrência de novos ataques, e a qual é atenuada por drogas ansiolíticas. 14 3. NEUROIMAGEM No início da década de 1970, o uso da tomografia computadorizada (TC) de crânio trouxe grande entusiasmo à psiquiatria, possibilitando enfim a investigação de anormalidades cerebrais com simplicidade, sensibilidade e de forma menos invasiva, quando comparada às técnicas disponíveis até então como a pneumo-encefalografia. Os maiores avanços, no entanto, ocorreram com o desenvolvimento e utilização da técnica de ressonância magnética (RM), uma vez que ela permite maior detalhamento e melhor resolução e contraste do que a TC. A RM é realizada colocando-se o indivíduo em uma longa estrutura semelhante a um tubo, que contém um ímã em forma de solenóide. Forma-se então um campo de força magnética elevada (como o de 1,5 T, equivalente a cerca de 30.000 vezes o campo magnético da Terra), usado para que os núcleos de átomos de hidrogênio contidos em moléculas (como as da água, por exemplo) se alinhem paralelamente ao campo magnético do aparelho, enquanto que os prótons contidos nas mesmas mantêm seu movimento de precessão. Para obter as imagens, o equipamento de RM produz ondas de radiofreqüência que fazem com que as moléculas girem 90 ou 180 graus em seus eixos. A introdução deste pulso faz com que as moléculas percam a condição inicial de orientação. Após breve tempo, a radiofreqüência é desligada e observa-se que os prótons dos átomos igualmente retornam ao estado original de orientação, efetuando o que se denomina relaxamento. Durante essa manobra, liberam energia por meio de emissão de ondas de radiofreqüência, as quais são captadas pelo equipamento. O hidrogênio, em forma de água, ocorre em grande abundância no corpo humano e é capaz de produzir sinais mais intensos em comparação aos demais átomos. Os diferentes tipos de tecidos no cérebro (líquor, sangue, substância branca e cinzenta) são desiguais em termos de concentração de água. Dessa forma, apresentam distintas respostas ao pulso de radiofreqüência, possibilitando a visualização e diferenciação das estruturas. 15 Adicionalmente, diferentes tipos de seqüências de aquisição podem ser utilizados, dependendo dos objetivos do investigador. Para isso, bastam programar a forma e o tempo como os átomos serão excitados. Por exemplo, imagens ponderadas em T1 são particularmente adequadas para distinção de detalhes anatômicos, incluindo diferenciação entre as substâncias branca e cinzenta. Nas imagens pesadas em T2, o líquor, a desmielinização e áreas de edema no tecido cerebral se mostram mais claramente; por isso, tal seqüência é adequada para distinguir regiões anatomopatológicas (Crippa; Busatto; McGuire, 2004). 3.1. Novas Técnicas em Neuroimagem Mais recentemente, novas técnicas capazes de avaliar o funcionamento cerebral foram desenvolvidas, destacando-se a tomografia por emissão de pósitrons (Positron Emission Tomography – PET), a tomografia por emissão de fóton único (Single Photon Computed Emission Tomography – SPECT), a ressonância magnética funcional (RMf), e a espectroscopia por ressonância magnética (ERM). A tabela 2 faz uma comparação entre elas. Tabela 2. Comparação entre as características das técnicas de neuroimagem funcional PET SPECT ERM RMf Resolução espacial +++ ++ ++ ++ Resolução temporal +++ ++ + +++ Custo +++ ++ + + + ++ +++ +++ +++ ++ + ++ ++ ++ ++ − Segurança Sensibilidade Informação Bioquímica + = pouco; + + = moderado; + + + = alto PET, positron emission tomography; SPECT, single photon computed emission tomography; ERM, espectroscopia por ressonância magnética; RMf, ressonância magnética funcional 16 3.1.1. Técnicas em Neuroimagem Funcional 3.1.1.1. A tomografia por emissão de pósitrons (PET) e a tomografia por emissão de fóton único (SPECT) A partir da neuroimagem funcional, é possível a investigação dos padrões de funcionamento cerebral subjacentes a variações do estado mental. Duas das principais técnicas de neuroimagem funcional são a PET e a SPECT. Ambas envolvem a construção de mapas tridimensionais da atividade cerebral a partir da detecção de raios gama emitidos por traçadores marcados com isótopos radioativos, que são captados pelo cérebro após administração intravenosa ou inalatória. Dependendo do tipo de traçador marcado, podem-se obter imagens tomográficas do fluxo sanguíneo cerebral regional (FSCr) ou do metabolismo de glicose, ambos correlatos fiéis da atividade cerebral local (Crippa; Busatto; McGuire, 2004). A PET oferece algumas vantagens sobre as demais técnicas, como maior sensibilidade e resolução espacial. Além disso, é capaz de fornecer visões dinâmicas de processos como o consumo de glicose cerebral, o turn-over celular e a liberação de neurotransmissores. Suas desvantagens incluem a necessidade de expor voluntários a substâncias radioativas, e seu alto custo (Kegeles et al., 1998). Já a SPECT, por sua vez, fornece informações de processos bioquímicos com custos mais baixos se comparados a exames realizados por PET; porém apresenta resolução espacial mais limitada e menor número de marcadores radioativos disponíveis. 3.1.1.2. Ressonância magnética funcional (RMf) Sabe-se que aumentos do FSCr são decorrentes da elevação na demanda funcional local (por exemplo, durante uma tarefa mental). Como mencionado anteriormente, tanto a PET quanto a SPECT são capazes de obter imagens a partir do fluxo sangüíneo graças a traçadores marcados. A RMf, por sua vez, possibilita a aquisição de imagens de contraste, 17 ocasionado por diferentes níveis de oxigenação do sangue (blood-oxygenation level dependent – BOLD), durante estados de estimulação mental. Desse modo, esta técnica não necessita de isótopos radioativos, o que a torna mais segura e menos invasiva. O efeito BOLD advém da observação de que alterações na proporção relativa do sangue entre hemoglobina oxigenada (que contém ferro diamagnético) e hemoglobina desoxigenada (que contém ferro paramagnético) podem ser detectadas como variações em imagens de RM (Busatto; Garrido; Crippa, 2004). Assim, através da obtenção de centenas de imagens do cérebro durante a execução de paradigmas, com curtos intervalos de aquisição, é possível detectar mudanças hemodinâmicas transitórias em circuitos multifocais. 3.1.1.3. Espectroscopia por Ressonância Magnética (ERM) Desenvolvida por Bloch e Purcell em 1946, a ERM é uma técnica de imagem baseada nos mesmos princípios da RM, permitindo o estudo in vivo da neuroquímica funcional (Crippa; Busatto; McGuire, 2004). Em vez de imagens, fornece espectros que refletem a composição bioquímica (metabólito/composto) de uma determinada região cerebral de interesse. Isso se dá porque a ERM é capaz de medir sinais provenientes de diferentes núcleos atômicos, dentre os quais o hidrogênio-1 é o mais amplamente utilizado. Como exemplo, moléculas que contêm hidrogênio podem ser distinguidas entre si porque os prótons presentes no núcleo atômico se comportam de maneira diferente, de acordo com a composição do micro-ambiente magnético proporcionado pela molécula na qual ele se encontra ligado. Assim, algumas moléculas apresentam conformação que deixa os núcleos de hidrogênio-1 (constituídos de um só próton) mais ou menos expostos à interação química/magnética, de modo a aumentar ou diminuir a freqüência de precessão dos prótons. Portanto, medindo-se essas pequenas variações na freqüência de precessão, obtêm-se “assinaturas” de determinados compostos químicos (Busatto; Garrido; Crippa, 2004). 18 Essas pequenas diferenças na freqüência são chamadas de movimento químico e são convencionalmente organizadas ao longo do eixo horizontal, da direita para esquerda, em unidades de parte por milhão (p.p.m.) (figura 4). Graficamente, a ordenada representa variações da freqüência de precessão; enquanto a abscissa, a quantidade de sinal de RM obtida do tecido encefálico. Desta forma, 1 p.p.m. significa que o próton realiza uma volta a mais a cada segundo (em relação ao esperado) devido às características da molécula a qual está ligado. Como exemplo, obtendo-se o espectro de um recipiente contendo o metabólito nacetil-aspartato (NAA), ver-se-á o pico na região de 2 p.p.m. Tal pico representa o comportamento magnético dos núcleos dos átomos de hidrogênio presentes nessa molécula. Ao se realizar uma ERM em voluntários, seleciona-se determinada área cerebral e obtém-se o espectro. Caso sejam detectados os mesmos picos correspondentes à assinatura do NAA, conseqüentemente se sabe que essa substância está presente na região neuroanatômica. Ainda, é possível quantificar (em mMol) tal metabólito, bem como outros que estejam na mesma área do cérebro (Crippa; Busatto; McGuire, 2004). Os átomos de hidrogênio-1 e fósforo-31 são os mais utilizados nos estudos de espectroscopia, tanto pela abundância de seus isótopos (99,98% e 100%, respectivamente) quanto por estarem presentes em compostos de interesse clínico e em concentrações suficientes para serem detectados no cérebro (Sanches, 2005). A sensibilidade da espectroscopia de fósforo (P31-ERM) corresponde a apenas 7% da de próton (H1-ERM), necessitando assim de maiores volumes com conseqüente perda de resolução espacial. Enquanto a P31-ERM possibilita a investigação de aspectos do metabolismo energético celular e do neurodesenvolvimento, a H1-ERM fornece medidas relacionadas ao metabolismo energético, a informações sobre níveis de neurotransmissores e integridade neuronal. 19 Figura 4. Espectro do tipo stimulated echo acquisition method (STEAM; TR/TE = 1500/20 ms) obtido a partir de volume de 8 cm3 do lobo temporal direito de voluntário saudável. O movimento químico para cada pico é dado em partes por milhão (p.p.m.), e a área abaixo de cada pico indica a quantidade relativa de um metabólito particular. Os picos maiores representam o n-acetil-aspartato (NAA); creatina (Cr); colina (Col); mioinositol (mI); complexo glutamina-glutamato (Glx); e lactato. A espectroscopia porém, como técnica de neuroimagem, apresenta algumas limitações como a necessidade de campos magnéticos mais homogêneos e de maior intensidade do que o utilizado em exames de RM (Sanches, 2005). Adicionalmente, vários metabólitos estudados no cérebro humano com ERM estão no limite da detectabilidade, sendo que muitas vezes há sobreposição de picos. 20 3.1.1.3.1. Espectroscopia de próton ou de hidrogênio (H1-ERM) Os principais metabólitos identificados através da H1-ERM são mostrados na figura 4: o NAA em 2,01 p.p.m.; o grupo colina (Col) em 3,22 p.p.m.; a creatina/fosfocreatina (Cr) em 3,04 p.p.m.; o mioinositol (mI) em 3,56 e 4,06 p.p.m.; o complexo glutamina-glutamato em 2,1-2,4 p.p.m.; e o lactato em 1.33 p.p.m. Tais valores referem-se a ERM realizada em força de campo de 1,5 T. O pico de água é observado em 4,7 p.p.m., mas este é usualmente suprimido uma vez que camufla os outros picos devido a seu alto sinal de intensidade (Ross; Sachdev, 2004). O NAA é um dos aminoácidos livres mais abundantes no SNC, superado em concentração apenas pelo glutamato. No cérebro maduro, esse metabólito é encontrado fundamentalmente em neurônios e axônios (Bonavita et al., 1999). Devido a isso, o NAA é comumente tido como marcador neuronal. Alguns indicadores sugerem sua importância no funcionamento normal do SNC, entre eles as altas concentrações no cérebro; a característica de não atravessar a barreira hematoencefálica e sua localização predominante nos neurônios, com altas concentrações na razão tecido/fluido extracelular (Taylor et al., 1995). Adicionalmente, o NAA parece ainda estar envolvido na síntese e manutenção da mielina (Ross; Sachdev, 2004). A partir da observação de que pacientes com doenças como tumores, esclerose múltipla, bem como patologias associadas a dano ou lesão neuronal apresentam menores concentrações cerebrais de NAA, tem sido proposto que tal fenômeno seria representativo de disfunção e/ou redução de densidade de neurônios (Malhi et al., 2002). Outros dados, porém, sugerem que esses achados possam representar não necessariamente perda neuronal irreversível, tais como: i) recuperação nos níveis de NAA/Cr tem sido observada em pacientes que ficaram livres de crises epilépticas após tratamento cirúrgico, quando comparados ao período pré-operatório (Serles et al., 2001); ii) pacientes portadores de TOC que apresentaram 21 níveis diminuídos de NAA/Cr e NAA/(Cr + Col) mostraram aumento dessas razões após tratamento com o inibidor seletivo de recaptação de serotonina (ISRS) citalopram (Jang et al, 2006). Mecanismos alternativos à perda neuronal poderiam ser a redistribuição do NAA intracelular para o extracelular subseqüentemente a edema citotóxico ou secundários à alteração de propriedades de relaxação do NAA provocada por quadro isquêmico (Taylor et al, 1995). O pico de Col inclui os metabólitos glicerolfosfocolina, fosfocolina e colina livre, e representa densidade e proliferação celular. Essas substâncias estão envolvidas na síntese e degradação de membranas celulares, e suas concentrações podem ser afetadas em transtornos que alteram o turn-over de membranas. Assim, aumento de Col geralmente representa acelerada síntese celular, fenômeno observado em esclerose múltipla (devido à decomposição da mielina) ou em tumores (graças à gliose, devida à proliferação de células glia). O pico de Cr, por sua vez, é gerado pela soma da própria creatina com a fosfocreatina, metabólitos envolvidos no metabolismo energético muscular e cerebral, tendo papel central na manutenção dos estoques de energia (Malhi et al., 2002). Como a Cr se mantém relativamente constante em diversas condições metabólicas, é freqüente sua utilização como denominador padrão de comparação nos estudos que a utilizam nas razões com NAA e Col para avaliar possíveis alterações destes metabólitos em grupos de pacientes. Contudo, seu uso como padrão é controverso, uma vez que a Cr pode variar em alguns quadros patológicos ou distúrbios psiquiátricos, incluindo transtornos de ansiedade (Marshall et al., 1996; Massana et al., 2002). O mI é localizado primordialmente nas células glia, sendo considerado portanto marcador glial (Bonavita et al, 1999). Sabe-se que aumentos nos níveis de mI são encontrados em patologias que apresentam desmielinização, tais como o mal de Alzheimer. Ainda, este 22 metabólito parece ter função como segundo mensageiro em muitas células (Malhi et al., 2002). A glutamina e o glutamato são aminoácidos que freqüentemente são agrupados em um só pico no espectro de ERM, o Glx, já que essas substâncias praticamente se sobrepõem. O pico Glx é considerado de particular interesse em pesquisas neuropsiquiátricas, uma vez que parece representar aspectos funcionais da neurotransmissão glutamatérgica. No entanto, a investigação do Glx necessita de metodologia mais complexa quando comparada ao NAA – como a necessidade de campos magnéticos de maior intensidade, questão que dificulta sua quantificação em muitos estudos. O lactato é usualmente detectado somente sob condições patológicas nas quais o metabolismo energético está seriamente danificado. Níveis elevados de lactato geralmente indicam isquemia ou hipóxia. Ainda, podem ser detectados altos níveis em áreas necrosadas, relacionadas a tumores ou lesões (Malhi et al., 2002). Algumas medidas com ERM podem encontrar aumento temporário e reversível de lactato durante atividades auditivas, estimulação visual, ou infusão de sódio-lactato para desencadear ataques de pânico (Ross; Sachdev, 2004; Trzesniak; Araujo; Crippa, 2008). O pico não suprimido de água refere-se à água extracelular e citosólica. Similarmente à Cr, esse pico pode ser utilizado como referência interna, a partir da suposição de que a concentração de água não varia significativamente entre diferentes indivíduos. Para se determinar os níveis de um dado metabólito cerebral através da ERM, o ideal seria utilizar o modo direto, ou seja, a chamada quantificação absoluta. No entanto, essa medida é bastante complexa e com resultados nem sempre seguros. Para se quantificar de modo preciso a concentração absoluta de determinado átomo, é preciso controlar diversas variáveis que potencialmente podem afetar a amplitude do pico a ser analisado. Tais fatores incluem homogeneidade do campo magnético, tempo de relaxação das moléculas 23 responsáveis pelo pico da substância, características da bobina receptora, temperatura ambiente, temperatura do sistema, umidade do ar, etc. Essas características podem variar tanto em estudos intersujeitos quanto intra-sujeitos, ainda que se analise a mesma região cerebral anteriormente estabelecida, utilizando-se a mesma máquina de ressonância. Adicionalmente, seria imprescindível que não houvesse movimentação durante o exame de ERM, o que é praticamente impossível em estudos com vários voluntários. Por outro lado, a determinação de NAA ou Col através de razões com a Cr (NAA/Cr; Col/Cr) é de simples obtenção e a princípio válida, uma vez que a Cr é tida como relativamente estável em diferentes condições metabólicas (Malhi et al., 2002). Além disso, essas razões não variam com os tempos de relaxação T1 e T2, bem como não sofrem contaminação de líquor. Sua desvantagem é que o resultado pode ser decorrente tanto do numerador quanto do numerador, ainda mais se considerando que já foi constatada alteração de Cr em pacientes com TP (Massana et al., 2002). Todavia, mesmo quando se utiliza quantificação em valores absolutos, a técnica empregada usa algum tipo de razão. Isso porque o gráfico de ERM é adimensional, sendo portanto os valores arbitrários. Desse modo, esses valores são consistentes entre si, mas não em dois gráficos em tempos diferentes, com variáveis diferentes. Por isso, a melhor maneira de se atingir consistência é utilizar fatores que estejam inseridos no mesmo contexto, usando como padrão normalizador a substância mais estável possível dentro do espectro de patologias e condições estudadas. Há pesquisas em que a normalização é feita pela água extracelular, como no estudo de Massana e colaboradores (2002) anteriormente citado. Porém, o exame de ressonância nessa condição necessita ser bem mais longo, uma vez que é preciso fazer aquisições adicionais sem supressão de água. Ainda, deve-se admitir que as características magnéticas da água não se alteram em situações patológicas. 24 3.2. Neuroimagem, o Hipocampo e os Transtornos de Ansiedade Baseando-se nas considerações anteriormente citadas sobre o hipocampo, pesquisas têm sido realizadas com o intuito de investigar o papel dessa estrutura nos transtornos de ansiedade. Em estudo com PET, McGuire et al. (1994) encontraram correlações significativas entre a intensidade de sintomas obsessivo-compulsivos provocados por paradigmas nos quais há exposição ansiogênica e aumento do FSCr no hipocampo esquerdo de pacientes portadores do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Resultados semelhantes, utilizando a mesma técnica, foram relatados por Know et al. (2003); porém, tais autores associaram a gravidade dos sintomas ao metabolismo do hipocampo direito. Recentemente, foram também detectadas alterações estruturais no hipocampo bilateral de portadores de TOC (Hong et al., 2007). O hipocampo também tem sido amplamente avaliado em pacientes que apresentam o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), uma vez que a referida estrutura está associada à memória declarativa, função cognitiva que parece prejudicada nesse distúrbio. Além disso, estudos animais têm indicado que o estresse crônico pode danificar esta área cerebral (Bremner, 2006). Primeiramente, diversos estudos com neuroimagem demonstraram reduções volumétricas no hipocampo de pacientes com TEPT (Bremner et al., 1995; Gurvits et al., 1996; Bremner et al., 1997; Villarreal et al., 2002; Bremner et al., 2003; Shin et al., 2004; Winter et al., 2004; Wignall et al, 2004; Vythilingam et al., 2005; Lindauer et al., 2005; Lindauer et al., 2006; Chen et al., 2006; Emdad et al., 2006; Li et al., 2006). Adicionalmente, Vermetten e colegas (2003) observaram recuperação de volume hipocampal em pacientes sob tratamento com paroxetina, um ISRS. Após utilização de citalopram – também um ISRS – pacientes com TEPT avaliados por meio de SPECT demonstraram hipoperfusão do hipocampo esquerdo, comparando-se com dados iniciais (Carey et al., 2004). Paralelamente, com o emprego de PET associada à indução de sintomas, Bremner et al. (1999a) encontraram maior FSCr no hipocampo de mulheres com 25 TEPT. Os mesmos pesquisadores (Bremner et al. 1999b) relataram em outro estudo que veteranos de guerra com TEPT, expostos a sons e figuras relacionados ao trauma, tiveram o metabolismo de glicose significativamente diminuído no hipocampo. Em pesquisa com ativação cognitiva da memória, Shin e colaboradores (2004) observaram através de PET aumento significativo e bilateral do FSCr no hipocampo de portadores de TEPT, quando confrontados com controles saudáveis. Contrastando com este achado, Bremner et al (2003) detectaram falhas de atividade no hipocampo esquerdo de mulheres com TEPT durante teste de memória declarativa. Em relação ao aspecto neuroquímico, diversos estudos com ERM demonstraram diminuição do NAA no hipocampo de pacientes com TEPT (Schuff et al., 1997; Schuff et al., 2001; Villarreal et al., 2002; Neylan et al., 2003; Mohanakrishnan Menon et al., 2003; Mahmutyazicioglu et al., 2005; Li et al., 2006; Ham et al., 2007). Com a utilização da RMf associada à indução de sintomas, Schneider e colaboradores (1999) constataram aumento de atividade na amígdala e no hipocampo em portadores do transtorno de ansiedade social (TAS). Igualmente com uso de indução da ansiedade, foi observada através de PET diminuição do FSCr no hipocampo de pacientes com TAS responsivos ao tratamento com citalopram e terapia cognitivo-comportamental (TCC) (Furmark et al., 2002). Em pesquisa com SPECT, pacientes com TAS apresentaram hipoperfusão do hipocampo esquerdo após tratamento com citalopram (Carey et al, 2004). Kilts e colaboradores (2006) encontraram, por meio de PET, diminuição do FSCr hipocampal em pacientes com TAS em estudo com indução de sintomas. Após tratamento com nefazodona, também um ISRS, os autores detectaram aumento na atividade hipocampal. Em relação à fobia específica, Fredrikson e colegas (1997) utilizaram PET e verificaram que pacientes expostos aos objetos aos quais tinham aversão demonstraram diminuição do FSCr no hipocampo bilateral. Mais recentemente, foi observado através de RMf que pacientes com aracnofobia demonstravam maior ativação do hipocampo direito do que controles durante 26 exibição de imagens com aranhas (Schienle et al., 2005). Resultado similar havia sido demonstrado com uso de PET, sendo que o hipermetabolismo hipocampal mostrou-se correlacionada a sintomas fóbicos (Veltman et al., 2004). Em relação ao transtorno de ansiedade generalizada, foi verificado por meio de espectroscopia redução do NAA hipocampal em indivíduos portadores do distúrbio, comparados a voluntários saudáveis (Mathew wt al., 2008). No entanto, constatou-se aumento do metabólito nos pacientes responsivos ao tratamento com o inibidor da liberação de glutamato riluzole. Adicionalmente, tal elevação mostrou positiva correlação com melhora dos sintomas ansiosos, como preocupação excessiva. A partir dos trabalhos acima mencionados, constata-se o possível envolvimento do hipocampo nos diferentes tipos de transtornos de ansiedade. 27 4. O TRANSTORNO DO PÂNICO Segundo a mitologia grega, Pã, o deus dos campos e protetor dos rebanhos, tinha como passatempo predileto atormentar os antigos viajantes da época. Para isso, escondia-se entre os arbustos, aguardando por suas vítimas. No momento em que o viajante passava pelo local exato, Pã uivava vigorosamente, gerando grande apreensão no caminhante. Este, por sua vez, apertava o passo; no entanto, Pã deslocava-se pela floresta para interceptá-lo num próximo trecho escuro da trajetória. Lá, Pã novamente gritava a plenos pulmões, fazendo com que o viajante apressasse-se ainda mais. A essa altura, este já começava a apresentar respiração bastante ofegante e seu coração batia fortemente. Com mais uma amedrontadora ação de Pã, o viajante corria desenfreado, o mais rápido que podia, ao longo do estreito caminho da floresta. Desse medo ou terror abrupto originou-se o conceito de pânico. Ao longo dos anos, ataques de pânico foram inúmeras vezes observados e descritos. Já no século XVII, o inglês Robert Burton (1577-1640) apresentou em seu tratado sobre a melancolia uma descrição clínica similar a crises de ansiedade aguda (1964 apud Pereira, 2004): This fear causes in man, as to be red, pale, tremble, sweat; it makes sudden cold and heat to come over all the body, palpitations of the heart, syncope, etc. It amazeth many men that are to seak or show themselves in public assemblies […] Posteriormente, em 1890 (apud Pereira, 2004), Brissaud publicou célebre artigo sobre a ansiedade paroxística que, segundo o autor, era um quadro caracterizado por crises de ansiedade extrema e de instalação súbita, durante as quais o indivíduo experimentava sentimento atroz de morte iminente. Aproximadamente na mesma época, DaCosta (1871) descreveu um conjunto de sinais em 300 ex-combatentes da Guerra Civil americana. Essa síndrome era marcada pela presença de palpitações, tonturas, dentre outros sintomas e na ausência de lesões estruturais identificáveis. DaCosta denominou-a de síndrome do “coração irritável”. Anos mais tarde, Lewis 28 identificou condição semelhante entre soldados participantes da Primeira Grande Guerra, designando-a de “síndrome do esforço”. Outros termos, ao longo das décadas, foram utilizados para se referir ao mesmo quadro (para revisão ver Pereira, 2004). No entanto, pode-se considerar que Sigmund Freud foi o primeiro a caracterizar a ocorrência de ataques de pânico como parte de quadro clínico definido, designando-o “neurose de angústia”. Em 1895 (apud Pereira, 2004), Freud nomeou de “ataques de ansiedade” algo similar ao que hoje é definido como “ataque de pânico”: A ansiedade pode, subitamente, irromper pela consciência sem proceder de um encadeamento de idéias, provocando um ataque de ansiedade. Um ataque de ansiedade desse tipo pode consistir apenas no sentimento de ansiedade, sem nenhuma idéia associada, ou então acompanhada da interpretação que estiver mais à mão, tal como idéias de extinção de vida, ou de uma pancada, ou de uma ameaça de loucura; ou ainda alguma espécie de parestesia (similar à aura histérica) pode vir acompanhada ao sentimento de ansiedade, ou finalmente, o sentimento de ansiedade pode estar ligado ao distúrbio de uma ou mais funções corporais – tais como a respiração, a atividade cardíaca, a inervação vasomotora e a atividade glandular. Queixa-se de espasmos do coração, de dificuldade respiratória, de inundações de suor, de fome devastadora, de diarréia, de vertigem, de parestesias e congestões [...] Embora Freud tenha detectado duas formas de apresentação da neurose de angústia (uma caracterizada por ansiedade crônica, e a outra por ataques de ansiedade), ele não as considerou como entidades nosológicas distintas, mas sim como variantes do mesmo quadro. Dessa forma, os transtornos de ansiedade permaneceram por longo tempo sob mesma nomenclatura. Em 1959, o psiquiatra Donald Klein iniciou uma série de trabalhos com o intuito de investigar as propriedades terapêuticas de um novo composto farmacológico, o inibidor de recaptação de aminas imipramina. Na época, a unidade em que Klein trabalhava possuía vários pacientes com sintomatologia do pânico. O médico decidiu testar a droga, inspirado em 29 observações etológicas realizadas em filhotes de macacos separados da mãe. Esses animais apresentavam primeira fase de grande agitação, o que lembrava ataques de pânico, e a administração de imipramina atenuava tais sinais. De fato, os resultados obtidos por Klein (Klein; Fink, 1962) bem como estudos subseqüentes com a medicação mostraram a eficácia da substância no tratamento dos ataques de pânico. A partir disso, Klein sugeriu que devido à resposta específica do pânico ao tratamento com imipramina, este distúrbio deveria ser separado da ansiedade crônica (ou generalizada) e, portanto, definido como quadro nosológico distinto. Os resultados da pesquisa de Klein foram incorporados à terceira edição do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (Diagnostic Statistical Mental, DSM-III, 1980), adotando distinção entre o pânico e a ansiedade generalizada. A quarta edição do DSM (DSM-IV, 1994) classifica ataque de pânico como o período de intenso medo ou desconforto, acompanhado de pelo menos quatro dentre treze sintomas somáticos ou cognitivos. O ataque ocorre subitamente, logo alcança seu ápice (em aproximadamente 10 minutos) e é geralmente acompanhado por sentimento de morte ou perigo iminente e necessidade de fuga da situação. Esses treze sintomas cognitivos ou somáticos que podem acompanhar tal manifestação são palpitação, sudorese, tremor, dificuldade de respiração, sensação de choque, dor ou desconforto torácico, desconforto abdominal, tonturas, despersonalização, medo de perda de controle, medo da morte, parestesia, e calafrios ou ondas de calor (tabela 3). Com relação à presença ou ausência de estímulos desencadeadores, o DSM-IV considera a existência de ataques inesperados, ou seja, não associados a estímulo desencadeador; e ataques relacionados à situação desencadeadora, evocados na presença ou em função de determinado estímulo. Este último caso é característico de quadros de transtorno de ansiedade social ou fobia específica. A ocorrência de ataques inesperados, por sua vez, é requisição básica para o diagnóstico de TP. Além disso, para ser classificado como 30 TP, o indivíduo ou passa a apresentar preocupação contínua em manifestar novo ataque, ou preocupação com eventuais implicações do ataque, ou ambos. Ainda, pode alterar drasticamente seu comportamento em função dos temores quanto a futuros ataques. A recorrência dos ataques de pânico espontâneos associadas às mudanças de comportamento supracitadas deve durar pelo menos um mês para que o diagnóstico definitivo seja firmado. Tabela 3. Critérios diagnóstico para o transtorno do pânico, segundo o DSM-IV A Ambos (1) e (2) (1) Ataques de pânico inesperados e recorrentes Período de intenso temor ou desconforto, no qual quatro (ou mais) dos seguintes sintomas desenvolveram-se abruptamente e alcançaram pico em 10 minutos: (a) palpitações ou ritmo cardíaco acelerado (b) sudorese (c) tremores ou abalos (d) sensações de falta de ar ou sufocamento (e) sensações de asfixia (f) dor ou desconforto torácico (g) náusea ou desconforto abdominal (h) sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio (i) desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (estar distanciado de si mesmo) (j) medo de perder o controle ou enlouquecer (l) medo de morrer (m) parestesias (anestesia ou sensações de formigamento) (n) calafrios ou ondas de calor (2) Pelo menos um dos ataques foi seguido por um mês (ou mais) de uma (ou mais) das seguintes características: (a) preocupação persistente acerca de manifestar ataques adicionais (b) preocupação acerca das implicações do ataque ou suas conseqüências (por exemplo, perder o controle, ter ataque cardíaco, enlouquecer) (c) alteração comportamental significativa em função dos ataques B presença ou ausência de agorafobia C os sintomas não se devem a efeitos fisiológicos diretos de uma substância de condição médica geral D sintomas não são melhor explicados por outro transtorno mental, como transtorno de ansiedade social, fobia específica, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno de estresse pós-traumático ou transtorno de ansiedade de separação DSM, Diagnostic Statistical Manual 31 4.1. Agorafobia O termo agorafobia vem do grego (agorá = espaço aberto, phobía = medo, pavor) e foi adotado pela psiquiatria para designar medo mórbido e angustiante de locais ou condições nas quais possa ser difícil (ou embaraçoso) escapar ou onde o auxílio possa não estar disponível, na eventualidade de manifestação de ataque de pânico. Em função dessa preocupação, o indivíduo passa a evitar as situações temidas, ou a enfrentá-las apenas quando acompanhado ou com intenso sofrimento. Essa definição foi primeiramente utilizado por Westphal, em 1871, para descrever pacientes com dificuldades de andar ou permanecer em ruas, praças ou pontes e que apresentavam ansiedade antecipatória crônica, medo de incapacitação repentina e manifestações clínicas bastante sugestivas de ataque de pânico (DelBen, 2003). Freqüentemente, o TP é acompanhado por agorafobia. Em estudos populacionais, esta associação pode estar presente em até 50% dos casos; porém, em serviços clínicos especializados, estes índices chegam a 75% (Starcevic et al., 1998). 4.2. Início e Curso do Transtorno do Pânico Segundo Klein e Gorman (1987), o primeiro ataque de pânico em pacientes ocorreria espontaneamente, ou seja, na ausência de estímulos externos desencadeadores. Após tal manifestação, o paciente retornaria ao seu bem-estar basal. No entanto, com a recorrência de ataques espontâneos, desenvolver-se-ia estado de apreensão contínuo, com tendência a aumentar progressivamente. Esse estado de ansiedade crônica interepisódios seria composto de vários componentes. Um deles poderia ser a ansiedade antecipatória decorrente do medo de ocorrência de novos ataques. Outro seria a sensibilização, que levaria o indivíduo à hiperatividade a estímulos neutros e condicionados que, por sua vez, contribuiria para 32 manutenção do estado de tensão (Del-Ben, 2003). Nesta definição, o ataque de pânico assume papel central, tendo a ansiedade antecipatória e o comportamento evitativo (no caso de associação à agorafobia) como conseqüências. O curso do distúrbio comumente é crônico, com remissões e recaídas. Em estudo longitudinal naturalístico, foi constatado que, após seis anos de início do tratamento, 73% dos pacientes estavam em remissão parcial ou completa, 90% relatavam melhora na qualidade de vida, mas 67% ainda usavam medicação (Lepola et al., 1996). É válido ressaltar que pacientes com TP têm maior ideação suicida e risco aumentado para tentativas de suicídio (Del-Ben, 2003). Isto parece estar fortemente associado à ocorrência de episódios depressivos, uma vez que há alta comorbidade entre o TP e transtornos afetivos (Simon; Fischmann, 2005). Além disso, existem dados que sugerem que alguns componentes específicos de ansiedade, como a ansiedade antecipatória e o comportamento evitativo, também possam contribuir, embora de maneira menos substancial, para o maior risco de suicídio nos pacientes com TP (Schmidt et al., 2001). 4.3. Teoria e propostas a respeito da Neurobiologia do Transtorno de Pânico Após a publicação do DSM-III, no qual o TP foi concebido como categoria isolada de ansiedade, pesquisas em larga escala foram desenvolvidas para maior compreensão a respeito dos mecanismos neurais envolvidos nesse distúrbio. A integração dessas evidências experimentais, juntamente com observações clínicas, tem servido de suporte para elaboração de teorias que tentam esclarecer a neurobiologia do TP. Algumas dessas sugerem que, direta ou indiretamente, estruturas localizadas no lobo temporal estariam relacionadas ao transtorno. Estas fazem parte tanto do SIC quanto do SCD. 33 4.3.1. A teoria de Deakin e Graeff Em 1991, Deakin e Graeff propuseram uma teoria argumentando que a serotonina (5HT) exerceria papel modulatório oposto sobre as respostas comportamentais de defesa inatas e aprendidas. Brevemente, sugeriu-se que a via serotonérgica prosencefálica, originária do núcleo dorsal da rafe e que inerva a amígdala e o CPF, facilitaria comportamentos de esquiva em resposta a estímulos aversivos agudos condicionados; dessa forma, a 5-HT aumentaria a ansiedade ao atuar nessas regiões. Em termos psicopatológicos, esta via relacionar-se-ia à ansiedade antecipatória generalizada ou ao transtorno de ansiedade generalizada. Por outro lado, na via serotonérgica periventricular, originária do núcleo dorsal da rafe e que se projeta para a matéria cinzenta periaquedutal dorsal, a 5-HT inibiria reações defensivas exacerbadas, as quais estariam relacionadas à ansiedade do tipo incondicionada e, em termos clínicos, ao TP. A hipótese do envolvimento da matéria cinzenta periaquedutal dorsal no TP advém de estudos com estimulação elétrica ou química dessa região, os quais provocaram comportamentos de congelamento alternados com corridas desenfreadas e saltos em animais de laboratório. Tal reação foi definida como comportamento motor explosivo e identificada como semelhante aos ataques de pânico apresentados por humanos (Panksepp, 1982 apud Viana, 1996). Além disso, Graeff e Hetem (2004) citaram que pacientes que realizaram cirurgia cerebral relataram sensação de pavor e morte iminente, acompanhada de taquicardia, alterações respiratórias, enrubescimento da face e sudorese, quando estimulados eletricamente nesta área. É válido ressaltar que em modelos animais com estimulação da matéria cinzenta periaquedutal, resultados indicam que agonistas serotonérgicos atenuam a fuga induzida por estimulação (Graeff, 2002). Dessa forma, em relação à fisiopatogenia do TP, acredita-se que nesse distúrbio ocorra ativação espontânea dos neurônios da matéria cinzenta periaquedutal que comandam as 34 reações aos perigos proximais. Uma vez que os resultados com estimulação da matéria cinzenta periaquedutal, mencionados anteriormente, indicam que a 5-HT inibe os neurônios desta região, aventou-se a possibilidade de que uma deficiência da inibição serotonérgica na matéria cinzenta periaquedutal resulte em maior vulnerabilidade a ataques de pânico. Segundo Deakin e Graeff (1991), o efeito antipânico dos medicamentos antidepressivos seria devido à intensificação da mesma inibição. A hipótese de ativação da matéria cinzenta periaquedutal em resposta a perigos proximais recebeu ultimamente evidência adicional de estudo realizado com RMf (Mobbs et al., 2007). Desenvolveu-se um paradigma no qual era apresentado a voluntários saudáveis um labirinto bidimensional, sendo que a tarefa do sujeito era fugir da ameaça. Caso fosse capturado, o sujeito receberia choques nos dedos. Quando a ameaça era detectada, observouse ativação do córtex cingulado anterior rostral e córtex orbitofrontal medial. A ameaça distante, por sua vez, eliciou aumento da atividade do córtex pré-frontal medial, o que foi relacionado à necessidade de processamento cognitivo, o qual permitiria escolher a melhor alternativa para evitar a ameaça. Já com a ameaça proximal, a área hiperativada foi a matéria cinzenta periaquedutal. Nesta situação, a matéria cinzenta periaquedutal pode inibir controles mais complexos quando uma resposta rápida e obrigatória é requerida, preparando o organismo para sobrevivência e possível dano de tecido. Enquanto o sistema serotonérgico supracitado envolver-se-ia com adaptação a situações de estresse agudo, outro mecanismo estaria relacionado à adaptação ao estresse crônico. Segundo Deakin e Graeff (1991), a via serotonérgica oriunda do núcleo mediano da rafe e que se projeta para o hipocampo seria responsável pela resistência ao estresse crônico, por desconectar o evento aversivo de processos psicobiológicos associados a funções essenciais, como apetite e comportamento social. Dessa foram, o indivíduo seria capaz de 35 seguir sua vida apesar da permanência da situação estressante. No entanto, caso houvesse falha neste sistema, manifestar-se-ia conseqüentemente um quadro depressivo. 4.3.2. A proposta de Gorman e colaboradores Outros autores sugerem caminho oposto, apontando para associação do TP com os substratos neurais envolvidos nas reações de ansiedade condicionada, ao invés do medo incondicionado. Gorman e colaboradores (2000) propuseram que as manifestações clínicas observadas durante os ataques se assemelhariam ao comportamento animal desencadeado pela ativação de regiões cerebrais relacionadas ao condicionamento de respostas frente ao estímulo aversivo (figura 5). Nesta hipótese, destacam-se estruturas as quais formariam a chamada circuitaria do medo: a amígdala, o hipocampo, o tálamo, o hipotálamo, a região cinzenta periaquedutal, o lócus cerúleos, entre outros. Resumidamente, as informações sensoriais decorrentes do estímulo condicionado chegariam até o núcleo lateral da amígdala através do tálamo anterior, sendo em seguida transferidas para o núcleo central da amígdala, que coordenaria as reações frente ao estímulo, disseminando e recebendo informações de diferentes estruturas neuroanatômicas. Segundo esta proposta (Gorman et al., 2000), ataques de pânico seriam provenientes da ativação inapropriada dessa circuitaria do medo. Além de receber informações do tronco cerebral e tálamo, o que permite resposta rápida frente aos estímulos ameaçadores, a amígdala igualmente recebe aferências de regiões corticais envolvidas na avaliação de informações sensoriais. Um déficit cognitivo nas vias corticais que processam tais informações sensoriais poderia resultar em interpretações distorcidas de manifestações somáticas, resultando em excitação inadequada do núcleo central da amígdala que, por sua vez, desencadearia todo o processo do medo condicionado. 36 Figura 5. Hipótese neuroanatômica de Gorman e colegas (2000) para o transtorno do pânico. As informações viscero-sensoriais chegam à amígdala por duas grandes vias: por baixo, do núcleo do trato solitário através do núcleo parabraquial ou tálamo sensorial; e por cima, de córtices viscero-sensoriais primários e via transmissões cortico-talâmicas, permitindo altos níveis de processamento e modulação neurocognitivos da informação sensorial. Informações contextuais são armazenadas na memória no hipocampo e conduzidas diretamente à amígdala. Outras importantes eferências da amígdala e relevantes para ansiedade incluem: o lócus cerúleos (o qual aumenta a liberação de noradrenalina, o que contribui para incitações fisiológicas e comportamentais), a região cinzenta periaquedutal (responsável por comportamentos de defesa e congelamento), o núcleo paraventricular hipotalâmico (que ativa o eixo hipotalâmico-pituitária-adrenal, liberando adrenocorticóides), o núcleo lateral hipotalâmico (que ativa o sistema nervoso simpático), e o núcleo parabraquial (que influencia a taxa respiratória). * adaptada de Gorman et al., 2000. De acordo com Gorman e colaboradores (2000), o papel do hipocampo dentro da circuitaria do medo seria o de condicionamento e aprendizagem contextual, que resultariam na evitação fóbica. Estudos comprovaram que animais condicionados a levar choques após apresentação de tom sonoro demonstram comportamentos de medo ao serem recolocados na gaiola do experimento (Kim; Fanselow, 1992). Tal comportamento, no entanto, desaparece se o hipocampo é lesionado. Por analogia, a evitação fóbica em pacientes com TP surgiria, em parte, da associação aos ataques de pânico com o contexto no qual ocorreram. Dessa forma, 37 os autores sugerem que a TCC pode dessensibilizar o paciente, sendo efetiva nas memórias armazenadas pelo hipocampo (Gorman et al., 2000). Há ainda sugestões de que anormalidades anatômicas e funcionais ligadas ao SIC poderiam provocar reações de defesa anormais, tais como ataques de pânico ou desenvolvimento de sintomas fóbicos (Dantendorfer et al, 1996). 4.4. Neuroimagem e o Transtorno do Pânico 4.4.1. Neuroimagem Estrutural O primeiro estudo qualitativo que utilizou técnica de neuroimagem para avaliar estruturalmente o cérebro de pacientes com TP data de 1989, quando Ontiveros e colegas verificaram que 43% de pacientes com TP sensíveis ao lactato apresentavam anormalidades anatômicas envolvendo principalmente o lobo temporal direito, quando comparados a somente 10% dos controles saudáveis (tabela 4). Ainda, tais anormalidades estavam diretamente relacionadas com gravidade, tempo e início precoce da doença. Esse achado foi posteriormente confirmado em estudo envolvendo 31 pacientes e 20 voluntários saudáveis (Fontaine et al, 1990). Em 1996, Dantendofer e colaboradores realizaram eletroencefalograma (EEG) em 120 pacientes com TP, dos quais 35 apresentaram alterações no resultado deste exame. Em seguida, os pesquisadores emparelharam 28 destes sujeitos com 28 pacientes com TP, mas sem anormalidades no EEG, e 28 voluntários saudáveis. Foram detectadas, com auxílio de RM, anormalidades neuroanatômicas qualitativas em 61,7% dos pacientes com alterações no EEG, contrastando com 17,9% dos pacientes com EEG normal e apenas 3,6% em controles. As mais freqüentes anomalias de imagem estavam localizadas no sistema límbico/septohipocampal, dentre as quais a diminuição do hipocampo direito e alargamento de cavum septi 38 pellucidum (CSP). Os autores argumentaram que tal dilatação observada no CSP poderia representar anormalidade funcional do sistema septo-hipocampal no TP, apoiando a suposição postulada por Gray (1982) de que tais estruturas teriam importante papel na modulação da ansiedade. Por outro lado, Crippa e colaboradores (2004), utilizando metodologia quantitativa por meio de RM, verificaram que a freqüência e gravidade do CSP não diferiram significantemente entre os pacientes com TP e seus respectivos controles. Portanto, esse achado não apoiou a hipótese de que as alterações de hipocampo encontradas no TP sejam devidas a desordens de neurodesenvolvimento. Com a utilização de métodos quantitativos para avaliar alterações estruturais no TP, Vythilingam e colaboradores (2000) encontraram menor volume do lobo temporal bilateralmente em pacientes, embora não tenham detectado diferenças no hipocampo. Reforçando tais resultados, Uchida e co-autores (2003) relataram menores volumes do lobo temporal esquerdo, bem como tendência de diminuição do lobo temporal direito, da amígdala bilateral e do hipocampo esquerdo em pacientes (Uchida et al., 2003). Da mesma forma, Massana e colaboradores (2003) identificaram menores volumes de matéria cinzenta no giro para-hipocampal em sujeitos com TP, ao serem confrontados com controles. Recentes pesquisas, no entanto, encontraram aumento de estruturas em pacientes com o transtorno. Protopopescu et al. (2006) verificaram maior volume do hipocampo ventral, assim como aumento da matéria cinzenta no tronco encefálico e mesencéfalo. Igualmente, Uchida e colaboradores (2007) observaram maiores volumes do mesencéfalo, ponte, giro temporal superior esquerdo, e da ínsula esquerda, estrutura que os autores acreditam estar implicada no TP, uma vez que serviria como alarme interno para estímulos interoceptivos aflitivos (Reiman, 1997). 39 Tabela 4. Achados em neuroimagem estrutural no transtorno do pânico Referência Estudos qualitativos Ontiveros et al., 1989 Área cerebral Achados lobo temporal 43% de pacientes sensíveis ao lactato com anormalidade versus 10% controles 40% de pacientes sensíveis ao lactato com anormalidade versus 10% controles alterações em 61,7% de pacientes com anormalidade em EEG versus 17,9% de pacientes com EEG normal e 3,6% de controles Fontaine et al., 1990 lobo temporal Dantendorfer et al., 1996 sistema límbico / septo-hipocampal Estudos quantitativos Vythilingam et al., 2000 lobo temporal bilateral ↓ volume Uchida et al., 2003 lobo tenporal esq. lobo temporal dir. amígdala bilateral hipocampo esq. ↓ volume tendência ↓ volume tendência ↓ volume tendência ↓ volume Massana et al., 2003 giro para-hipocampal esq. ↓ volume Protopopescu et al., 2006 hipocampo ventral bilateral mesencéfalo tronco encefálico mesencéfalo ponte giro temporal superior esq. ínsula esq. ↑ volume ↑ volume ↓ volume ↑ volume ↑ volume ↑ volume ↑ volume putâmen giro temporal bilteral giro frontal bilateral ↓ volume, correlação negativa com tempo distúr. ↓ volume ↓ volume Uchida et al., 2007 Yoo et al., 2005 ↑, aumento; ↓, diminuição; dir., direito; distúr., distúrbio; EEG, eletroencefalograma; esq., esquerdo Outros achados estruturais em pacientes com TP foram a redução bilateral da matéria cinzenta do putâmen, a qual se mostrou negativamente correlacionada ao tempo de duração do distúrbio, bem como diminuições de volume dos giros temporal e frontal bilateralmente (Yoo et al., 2005). 4.4.2. Neuroimagem Funcional Por meio de técnicas como PET, SPECT e RMf, é possível avaliar o paciente em diferentes situações experimentais, tanto em estados intercrise (ou seja, em repouso) como durante crises de pânico induzidas (sintomas provocados) por ensaios farmacológicos (McGuire, 1996). Os estudos até então realizados são apresentados na tabela 5. Tabela 5. Achados em neuroimagem funcional no transtorno do pânico Referência Em repouso Reiman et al., 1984 Reiman et al., 1986 Nordahl et al., 1990 Nordahl et al., 1998 Técnica Paradigma Área cerebral Achados exame anterior à infusão de Lac. exame anterior à infusão de Lac. teste de atenção cognitiva teste de atenção cognitiva para-hipocampo para-hipocampo hipocampo hipocampo córtex pré-frontal hipocampo bil. córtex ocipital esq. hipocampo esq. para-hipocampo esq. região parietal inferior dir. região temporal superior dir. assimetria (dir. > esq.) em pacientes sensíveis ao Lac. assimetria (dir. > esq.) em pacientes sensíveis ao Lac. assimetria (dir. > esq.) assimetria (dir. > esq.) em pacientes com ou sem tratamento com imipramina ↓ FSCr ↓ FSCr ↑ metab. glicose ↑ metab. glicose ↓ metab. glicose ↓ metab. glicose De Cristofaro et al., 1993 Bisaga et al., 1998 SPECT não se aplica PET não se aplica Sakai et al., 2005 PET não se aplica hipocampo bil. amígdala bil. tálamo bil. cerebelo bil. ↑ metab. glicose ↑ metab. glicose ↑ metab. glicose ↑ metab. glicose Sakai et al., 2006 PET não se aplica hipocampo dir. cíngulo anterior esq. cerebelo esq. córtex pré-frontal medial bil. ↓ metab. glicose após tratamento com TCC ↓ metab. glicose após tratamento com TCC ↓ metab. glicose após tratamento com TCC ↑ metab. glicose após tratamento com TCC Bystritsky et al., 2001 RMf indução de sintomas ansiogênicos hipocampo dir. córtex frontal inferior dir. córtex orbitofrontal bil. cingulo bil. ↑ atividade ↑ atividade ↑ atividade ↑ atividade Pillay et al., 2006 RMf indução de sintomas ansiogênicos Prasko et al., 2004 PET não se aplica cíngulo anterior bil. amígdala bil. giro temporal dir. giro temporal esq. giro frontal dir. giro frontal esq. ↓ atividade ↓ atividade ↓ metab. glicose após tratamento com TCC ou antidepressivos ↑ metab. glicose após tratamento com TCC ou antidepressivos ↓ metab. glicose após tratamento com TCC ou antidepressivos ↑ metab. glicose após tratamento com TCC ou antidepressivos SPECT não se aplica giro temporal superior dir. ↓ FSCr Lee et al., 2006 PET PET PET PET 40 ↑, aumento; ↓, diminuição; bil, bilateral; dir., direito; esq., esquerdo; FSCr, fluxo sangüíneo cerebral regional; Lac, lactato; metab., metabolismo; PET, tomografia por emissão de pósitrons; RMf, ressonância magnética funcional; SPECT, tomografia por emissão de fóton único; TCC, terapia cognitivo comportamental Tabela 5. Continuação... Referência Técnica Paradigma Área cerebral Achados Testes provocativos Stewart et al., 1988 SPECT infusão de lactato lobo ocipital ↑ FSCr Woods et al., 1988 SPECT infusão de ioim-bina córtex frontal bilateral ↓ FSCr ↑ ansiedade Reiman et al., 1989 PET infusão de lactato ↑ FSCr ↑ FSCr ↑ FSCr Boshuisen et al., 2002 PET infusão de pentagastrina pólo temporal bilateral colículo superior verme cerebelar pré-administração giro pré- e inferior central bil. ínsula bil. amígdala bil. giro para-hipocampal bil. hipocampo esq. lobo temporal dir. córtex orbitofrontal bil. giro do cíngulo bil. hipotálamo bil. tálamo bil. mesencéfalo bil. ↓ FSCr ↓ FSCr ↓ FSCr ↑ FSCr ↑ FSCr ↑ FSCr ↑ FSCr ↑ FSCr ↑ FSCr ↑ FSCr ↑ FSCr pós-administração giro pré-central esq. ínsula bil. giro para-hipocampal bil. hipocampo esq. lobo temporal dir. córtex orbitofrontal bil. tálamo bil. mesencéfalo bil. amígdala bil. giro para-hipocampal bil. córtex insular bil. giro do cíngulo bil. ↓ FSCr ↓ FSCr ↑ FSCr ↑ FSCr ↑ FSCr ↑ FSCr ↑ FSCr ↑ FSCr ↑ FSCr ↑ FSCr ↑ FSCr ↑ FSCr Servan-Schreiber et al.,. 1998 PET infusão de procaína (em voluntários saudáveis) 41 ↑, aumento; ↓, diminuição; bil, bilateral; dir., direito; esq., esquerdo; FSCr, fluxo sangüíneo cerebral regional; Lac, lactato; metab., metabolismo; PET, tomografia por emissão de pósitrons; RMf, ressonância magnética funcional; SPECT, tomografia por emissão de fóton único; TCC, terapia cognitivo comportamental Tabela 5. Continuação... Referência Paradigma Área cerebral Achados SPECT não se aplica córtex pré-frontal bil. > captação dir./esq. de recep. BZD Brandt et al., 1998 SPECT não se aplica córtex frontal supraorbital dir. ↑ ligação ao recep. BZD Malizia et al., 1998 PET não se aplica todo o cérebro ↓ ligação ao recep. BZD Bremner et al., 2000 SPECT não se aplica hipocampo esq. precúneo bil. lobo frontal bil. ↓ ligação ao recep. BZD ↓ ligação ao recep. BZD ↓ ligação ao recep. BZD Benzodiazepínicos marcados Kuikka et al., 1995 Técnica ↑, aumento; ↓, diminuição; bil, bilateral; BZD, benzodiazepínico; dir., direito; esq., esquerdo; FSCr, fluxo sangüíneo cerebral regional; PET, tomografia por emissão de pósitrons; recep., receptor; SPECT, tomografia por emissão de fóton único. 42 43 4.4.2.1. Estudos em estado de repouso Em 1984, Reiman e colaboradores, por meio de PET, verificaram maior incidência de assimetria (direito > esquerdo) no FSCr na região para-hipocampal de pacientes susceptíveis a ataques de pânico induzidos por lactato, quando comparados tanto àqueles pacientes não sensíveis ao lactato quanto a controles saudáveis. Tais imagens foram realizadas em momento anterior a uma infusão de lactato, da qual os sujeitos tinham conhecimento. Este estudo foi repetido pelo mesmo grupo, com maior número de pacientes e melhor controle de variáveis, encontrando-se resultados semelhantes aos anteriores (Reiman et al, 1986). É relevante destacar que essas pesquisas sugerem que o aumento de ansiedade poderia estar relacionado à diminuição do metabolismo para-hipocampal. Esta região, na qual se encontram o córtex entorrinal e o subículo, é a principal interface entre o hipocampo e outras áreas do cérebro. Nordahl e colegas (1990) igualmente reproduziram esses achados usando PET em sujeitos que desempenharam teste de atenção auditiva. Os autores verificaram maior metabolismo e maior razão direito/esquerdo na área hipocampal direita em pacientes com TP. Em pesquisa posterior, os mesmos pesquisadores (1998) compararam pacientes não medicados com grupo tratado com imipramina, e com voluntários saudáveis. Foi encontrada, em ambos os subgrupos de pacientes, a mesma assimetria (direito > esquerdo) tanto na região hipocampal quanto no córtex pré-frontal, ao confrontá-los com controles sadios. Segundo os autores, esse resultado poderia caracterizar um traço do TP. Ainda, detectou-se hipometabolismo do córtex orbitofrontal no grupo-imipramina, o que foi considerado efeito do tratamento. Posteriormente, estudos tanto com PET (Bisaga et al, 1998) quanto com SPECT (Lee et al., 2006) continuaram a observar alterações de simetria na região para-hipocampal e no hipocampo. Porém, contrastando com os achados de Reiman (1984, 1986) e Nordahl (1990, 1998), verificou-se que os pacientes apresentavam maior atividade do lado esquerdo em relação ao direito. Porém, há resultados de simetria como a detecção, por meio de PET, de 44 aumento no metabolismo de glicose no hipocampo bilateral em pacientes (Sakai et al., 2005), bem como na amígdala, tálamo e cerebelo. Ainda, De Cristofaro e colegas (1993) constataram, em estudo com SPECT, diminuição bilateral do FSCr no hipocampo e no córtex ocipital esquerdo. Dois estudos utilizaram PET para avaliar pacientes que se submeteram aos exames de imagem antes e depois de tratamentos. No primeiro deles (Prasko et al, 2004), pacientes responsivos tanto à farmacoterapia quanto à TCC demonstraram as mesmas alterações, comparando-se os períodos em que estavam sintomáticos com quando se tornaram assintomáticos: hipometabolismo dos giros frontal e temporal direito, e hipermetabolismo nos giros frontal e temporal esquerdos. Não foram encontradas, entretanto, alterações em áreas límbicas, como amígdala, hipocampo ou região para-hipocampal. Recentemente, Sakai e colegas (2006) observaram que sujeitos com TP que responderam à TCC mostraram diminuição do metabolismo de glicose no hipocampo direito, no cíngulo anterior esquerdo, no cerebelo esquerdo, pirâmide e ponte. Em contrapartida, aumento foi detectado no córtex pré-frontal medial bilateral. Outros experimentos utilizaram RMf juntamente com indução de sintomas ansiogênicos, a fim de estudar sujeitos com TP. Bystritsky e co-autores (2001) verificaram que pacientes demonstraram ativação no córtex frontal inferior, no hipocampo, cíngulo e córtex orbitofrontal, quando comparados a voluntários saudáveis. Em pesquisa com exposição de faces, pacientes evidenciaram hipoativação do cíngulo anterior e amígdala quando comparados aos controles, principalmente em relação às faces de medo (Pillay et al., 2006). 45 4.4.2.2. Estudos com indução de sintomas Várias substâncias com propriedades biológicas distintas – lactato de sódio, ioimbina, gás carbônico, flumazenil, colecistoquinina, pentagastrina, entre outras – são capazes de desencadear ataques de pânico em grande parte de pacientes com TP. Entretanto, tais substâncias provocam ataques de pânico em número bastante reduzido de sujeitos saudáveis ou em pacientes com outros transtornos psiquiátricos (Gorman et al., 2000). É interessante ressaltar que a colecistocina e a pentagastrina possuem alta afinidade pelos receptores CCKB, os quais parecem exercer importante papel na ansiedade. Dentre os métodos acima mencionados, a infusão de lactato tem sido o mais utilizado em testes provocativos, e desencadeia ataques de pânico em dois terços dos pacientes com TP (Liebowitz et al., 1985), possibilitando o estudo das crises durante o exame de imagem. Stewart e co-autores (1988), por meio de SPECT, verificaram que pacientes lactatossensíveis apresentavam maior atividade no lobo ocipital do que sujeitos com TP insensíveis ou voluntários sadios, bem como maior perfusão no hemisfério esquerdo do que os não-responsivos. Em outro estudo com SPECT (Woods et al., 1988), a infusão de ioimbina (um antagonista α2 adrenérgico) aumentou a ansiedade e diminuiu o FSCr no córtex frontal bilateralmente no grupo com TP. Em pesquisa com PET (Reiman et al., 1989), observou-se que pacientes que apresentavam sintomas ao lactato exibiram aumento no FSCr bilateralmente nos pólos temporais, no colículo superior e verme cerebelar. Estudos subseqüentes em que as imagens de PET foram sobrepostas às de RM, no entanto, questionaram esse achado: o possível envolvimento dos pólos temporais seria, na verdade, produzido pela contração muscular extra-craniana (Drevets et al, 1992; Benkelfat et al., 1995). Fischer e colaboradores (1998) relataram caso de uma paciente que apresentou ataque de pânico espontâneo durante estudo do medo condicionado por meio de PET. Os autores 46 observaram redução do FSCr nas áreas orbitofrontais direita, pré-límbica, cíngulo anterior e córtex temporal anterior. Com o intuito de investigar as estruturas cerebrais envolvidas na ansiedade antecipatória, Boshuisen e colaboradores (2002) submeteram pacientes com TP e controles a exames de PET, antes e após administração de pentagastrina. Durante a fase anterior à administração, denominada ansiedade antecipatória, observou-se hipoatividade nos giros pré-central e inferior central, na ínsula e na amígdala de pacientes, quando comparados a voluntários saudáveis. Foi verificada hiperatividade no giro para-hipocampal (esquerdo > direito), hipocampo esquerdo, lobo temporal direito, córtex orbitofrontal, giro do cíngulo, hipotálamo, tálamo, e mesencéfalo. Já em relação à pós-administração, chamada de repouso, constatou-se hipoatividade no giro pré-central esquerdo e na ínsula; e hiperatividade no giro hipocampal, hipocampo esquerdo, lobo temporal direito, córtex orbitofrontal, tálamo, e mesencéfalo. Os autores sugeriram que áreas com mesmo padrão de atividade em ambas as fases possivelmente não se relacionam apenas à ansiedade antecipatória (como definida no desenho experimental), mas ao distúrbio como um todo. Em outro experimento com PET, porém apenas envolvendo voluntários saudáveis, o uso de procaína endovenosa provocou aumento de fluxo sanguíneo na região da Am, giro para-hipocampal, córtex insular e giro do cíngulo, o que não ocorreu com a utilização de placebo. O aumento da atividade destas estruturas associou-se a relatos espontâneos de sintomas de ansiedade e à ocorrência de ataques de pânicos completos em quatro de dez voluntários (Servan-Schreiber et al., 1998). 4.4.3. Estudo com Benzodiazepínicos Rádio-marcados Evidências sugerindo o envolvimento do complexo receptor GABAA – benzodiazepínico (BZD) na patogênese do TP acumularam-se nos últimos anos, apoiados em dados empíricos de que BZDs são capazes de bloquear ataques de pânico. Desse modo, 47 estudos de neuroimagem funcional com BZDs rádio-marcados ganharam importante papel no estudo do distúrbio, por fornecer dados in vivo do sistema gabaérgico de pacientes com TP (tabela 5). Estudos com SPECT têm utilizado [I123]lomazenil-marcado para mensurar a capacidade de ligação do receptor BZD no TP. Kuikka e colaboradores (1995) verificaram que pacientes com TP apresentavam maior razão direito/esquerdo na captação do receptor BZD no córtex pré-frontal, quando comparados a voluntários sadios. Brandt e colegas (1998) observaram que sujeitos com TP exibiam elevada ligação no receptor BZD no córtex frontal supraorbital direito, bem como tendência de ligação no córtex temporal direito. Em outro experimento, foram detectadas menores taxas de ligação em pacientes com TP no hipocampo esquerdo, precúneo e lobo frontal (Bremner et al., 2000). Tal ligação assimétrica no hipocampo (com direito > esquerdo) está de acordo com achados supracitados de FSCr e neuroimagem estrutural (Reiman et al., 1984; Reiman et al., 1986; Nordahl et al., 1990). Utilizando PET e flumazenil radio-marcado com carbono-11, Malizia e co-autores (1998) observaram que pacientes com TP exibiam redução global na ligação benzodiazepínica, sendo mais pronunciada no córtex orbitofrontal e ínsula direita. A redução da ligação de BZDs radio-marcados poderia refletir diminuição do número e da função dos receptores, bem como aumento na quantidade de benzodiazepinas endógenas, substância de existência ainda não comprovada. 4.4.4. Espectroscopia por Ressonância Magnética 4.4.4.1. Estudos em estado de repouso Como se observa na tabela 6, alguns estudos com ERM em pacientes em repouso apontaram para disfunções no sistema gabaérgico. Goddard e colegas (2001, 2004) 48 detectaram baixos níveis do ácido γ-amino-butírico (GABA) no córtex ocipital de pacientes com TP, ao compará-los com voluntários saudáveis. Adicionalmente, os autores observaram que pacientes tinham resposta neuronal gabaérgica deficiente após administração aguda do BZD clonazepam (Goddard et al., 2004). Mais recentemente, Ham e colegas (2007) verificaram diminuição dos níveis de GABA no cíngulo anterior e gânglios da base, bem como aumento nos níveis de Col e lactato no cíngulo anterior em pacientes, em relação aos controles. Tabela 6. Achados em espectroscopia no transtorno do pânico Referência Em repouso Shioiri et al., 1996 Massana et al., 2002 Goddard et al., 2001 Goddard et al., 2004 Testes provocativos Dager et al., 1994 Dager et al., 1997 Dager et al., 1999 Friedman et al., 2000 Dager et al., 1995 Layton et al., 2001 Técnica P31-ERM Área cerebral Achados lobo frontal assimetria (esq. > dir.) de PCr 1 lobo temporal medial esq. ↓Cr 1 córtex ocipital ↓GABA 1 H -ERM córtex ocipital resposta deficiente do GABA à administração aguda de BZD H1-ERM H -ERM H -ERM todo o cérebro ↑Lac em resposta à infusão de lactato 1 córtex insular ↑Lac em resposta à infusão de lactato 1 todo o cérebro ↑Lac em resposta à infusão de lactato 1 todo o cérebro ↑Lac em resposta à infusão de lactato 1 todo o cérebro ↑Lac em responto à hiperventilação 1 todo o cérebro H -ERM H -ERM H -ERM H -ERM H -ERM Gabapentina bloqueou ataques induzidos por lactato sem alterar ↑ de lactato ↑, aumento; ↓, diminuição; BZD, benzodiazepínico; Cr, creatina; dir., direita; ERM, espectroscopia por ressonância magnética, esq., esquerda; GABA, ácido γ-amino-butírico; PCr, fosfocreatina. Com o auxílio da P31-ERM, foi constatada assimetria (esquerda > direita) na concentração de fosfocreatina no lobo frontal de sujeitos com TP (Shioiri et al., 1996). Já com utilização da H1-ERM, uma pesquisa investigou a concentração de NAA, creatina e fosfocreatina na região temporal medial direita em pacientes e voluntários sadios (Massana et al, 2002). Dessas substâncias, foram encontradas menores concentrações de creatina mais fosfocreatina em indivíduos com TP. Dentre as áreas examinadas, essa anormalidade foi 49 constatada no lobo temporal medial distal (englobando a amígdala e parte do hipocampo). Segundo os autores, esses resultados podem sugerir evidência neuroquímica do envolvimento dessas estruturas na patogenia do TP. 4.4.4.2. Estudo com indução de sintomas Várias pesquisas têm feito uso da ERM para caracterizar respostas cerebrais ao lactato no distúrbio, uma vez que essa substância é capaz de desencadear ataques em número elevado de pacientes sensíveis. Dessa forma, estudos quantificaram os níveis cerebrais de lactato, em relação ao NAA insular, após infusão intravenosa daquela substância em pacientes com TP (Dager et al. 1994, 1997, 1999; Friedman et al., 2000). Verificou-se que pacientes lactatossensíveis apresentavam maiores níveis de lactato na região da ínsula, quando comparados aos não-responsivos e voluntários saudáveis. Essas alterações nos níveis de lactato cerebral podem refletir anormalidades nos mecanismos catecolaminérgicos, que têm sido relacionados a situações nas quais há aumento no lactato sangüíneo em resposta ao estresse emocional (Dager et al., 1994). Posteriormente, o mesmo grupo (Dager et al., 1995) utilizou a ERM para avaliar os níveis de lactato durante a hiperventilação. Os autores constataram que pacientes com TP apresentaram maior aumento no nível de lactato cerebral do que o grupo controle. Por fim, Layton e colaboradores (2001) verificaram que o tratamento com gabapentina, um anticonvulsivante que atua no sistema gabaérgico, parece ser efetivo no bloqueio de ataques de pânico induzidos por infusão de lactato em pacientes com TP, apesar de não alterar a magnitude ou a resposta anormal do cérebro à administração de lactato. 50 OBJETIVO 51 O objetivo do presente estudo foi avaliar, por meio de H1-ERM, os níveis de diferentes substâncias presentes no hipocampo de pessoas portadoras do TP. Para tanto, foram quantificadas e devidamente normalizadas as concentrações de NAA e Col em relação à Cr na região hipocampal de pacientes com o distúrbio e de voluntários saudáveis. Uma vez que alterações funcionais e volumétricas estruturais de assimetria foram descritas em estudos de neuroimagem nas estruturas temporais de sujeitos com TP, procurou-se também avaliar possíveis anormalidades neuroquímicas hipocampais bilateralmente, ampliando assim a pesquisa de Massana et al (2002), na qual apenas a região temporal medial direita dos indivíduos foi analisada. Do mesmo modo, pretendeu-se relacionar os níveis desses metabólitos com variáveis clínicas e demográficas. 52 METODOLOGIA 53 Amostra Foram selecionados 25 pacientes com diagnóstico atual ou pregresso de TP com ou sem agorafobia, segundo o DSM-IV (APA, 1994). O número de pacientes com agorafobia comórbida foi de dez (tabela 7). Os voluntários foram escolhidos a partir de pacientes recrutados em pesquisas anteriores, as quais procuraram estudar a neurobiologia do TP (Garcia-Leal et al., 2005; Parente et al., 2005). O diagnóstico de TP foi confirmado por meio da Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-IV (SCID-IV-CV, First et al., 1997) traduzida e adaptada para o português (Del-Ben et al, 1998). No estudo de confiabilidade teste-reteste da SCID-IV-CV, a concordância (kappa) para transtorno do pânico foi de 0,76 (Del-Ben et al., 2001). A presença de outros diagnósticos psiquiátricos foi considerada como critério de exclusão. Porém, devido ao alto grau de comorbidade em pacientes com TP, notavelmente com transtorno depressivo maior (Dick; Bland; Newman, 1994), foi admitida a inclusão de casos com episódio depressivo maior pregresso (totalizando 13 pacientes comórbidos, ou 52% da amostra). Estabeleceu-se como pregresso episódio depressivo anterior a seis meses da data de aquisição das imagens. Informações clínicas relevantes como tempo do transtorno, sintomatologia, idade de início do distúrbio, e uso de psicofármacos foram registrados através do módulo de revisão geral da SCID e por questionário especialmente confeccionado para este estudo (anexo 1). Características de pacientes em relação à comorbidade, uso de psicofármacos e sintomatologia são encontradas na tabela 7. Considerou-se sintomático o paciente que manifestou um ou mais ataques de pânico durante o mês precedente à aquisição das imagens. Dados demográficos foram registrados em ficha à parte, igualmente feita para a pesquisa (anexo 1). 54 Tabela 7. Características sintomatológicas, de comorbidade e uso de psicofármacos da amostra de pacientes com transtorno do pânico Comorbidade Episódio Depressivo Agorafobia Pregresso (EDP)** Não Sim Não Não Paciente Sintomático* 1 2 Não Não 3 Não Sim Sim - 4 Não Não Não - 5 Sim Não Não - 6 Não Não Sim - 7 Não Sim Não Clomipraminaa 8 Não Não Não - 9 Não Não Não Fluoxetinab 10 Não Não Não - 11 Não Não Não Paroxetinab 12 Não Sim Não Aprazolamc 13 Sim Sim Sim Paroxetinab 14 Não Sim Sim Clomipraminaa 15 Não Sim Não Clomipraminaa e Clonazepamc 16 Sim Não Sim Paroxetinab 17 Sim Sim Não Fluoxetinab 18 Não Não Sim Fluoxetinab 19 Sim Não Não - 20 Sim Não Não Amitriplina – Clordiazepóxidod 21 Sim Sim Sim Alprazolamc 22 Não Não Não Sertralinab e Alprazolamc 23 Não Sim Sim Paroxetinab 24 Sim Sim Sim Paroxetinab 25 Sim Não Sim Amitriptilinaa 9 pacientes 10 pacientes 13 pacientes com EDP 16 pacientes sob tratamento sintomáticos agorafóbicos (52% do total) medicamentoso (64% do total) (36% do total) (40% do total) TOTAL Psicofármaco - * foi classificado sintomático paciente que manifestou um ou mais ataques de pânico durante o mês antecedente ao exame de imagem ** foi considerado pregresso o episódio depressivo ocorrido há mais de seis meses antecedentes ao exame de imagem a antidepressivo tricíclico b antidepressivo inibidor seletivo de recaptação de serotonina c benzodiazepínico d fármaco composto de antidepressivo tricíclico e benzodiazepínico 55 Os pacientes foram balanceados com 18 controles quanto a gênero, idade, nível socioeconômico, anos de escolaridade e dominância manual. Os controles foram também submetidos à SCID-NP para excluir a presença de qualquer outro diagnóstico psiquiátrico. Tanto os pacientes como os voluntários saudáveis deveriam ter mais do que 18 anos. Os dois grupos foram avaliados clínica e neurologicamente. Como critérios de exclusão, foram consideradas histórias significativas de qualquer condição médica geral, tratamento com esteróides exógenos, déficits nutricionais, história de intoxicação por produtos industriais ou de uso agrícola ou substâncias que possam causar dano cerebral, uso de marca-passo, pacientes com clipe em aneurisma, corpo estranho ferromagnético, gravidez e epilepsia. A dominância manual dos sujeitos foi avaliada utilizando-se o Inventário de Dominância Manual de Edimburgo (Oldfield, 1971; anexo 2), traduzido e adaptado para o português por Crippa (2001). O nível socioeconômico foi avaliado pelo Critério de Classificação Socioeconômica Brasil adaptado (CCSEB; Associação Brasileira dos Institutos de Pesquisa de Mercado, 1997), baseado no Levantamento Socioeconômico de 1996 (anexo 3). Este instrumento varia de 1 a 5, com os menores valores indicando maior classe social. Ressonância Magnética Todos os exames de RM foram realizados no Centro de Ciências da Imagem e Física Médica do HC-FMRP-USP, sendo conduzidos por técnico experiente que estava “cego” quanto ao diagnóstico. Três dos pacientes e um controle não conseguiram finalizar a aquisição, alegando desconforto durante realização. Os exames foram realizados em unidade Siemens (Erhlangen, Alemanha, figura 6), modelo Magneton Vision com magneto supercondutor de 1,5 T (alto campo), com bobinas de gradiente de 25 mT e bobinas emissoras/receptoras de polarização circular, disponíveis comercialmente. Os aplicativos 56 utilizados na aquisição foram fornecidos pelo fabricante com o equipamento. Uma estação de trabalho Sun Sparc foi empregada como console auxiliar. Figura 6. Magneto supercondutor de 1,5 Tesla. Aquisição e Pós-processamento Espectral Um protocolo semelhante foi realizado para ambos os grupos. Após as imagens exploratórias nos planos sagital, coronal e axial, obtiveram-se os dados espectroscópicos com H1-ERM, em seqüência multivoxel (CSI hybrid), PRESS (Point-Resolved Spectroscopy – TR = 1500 ms; TE = 270 ms) e pré-saturação de água livre com seqüência MOIST. O volume de interesse (VDI) incluiu parte da cabeça, corpo e cauda do hipocampo e porções das substâncias cinzenta e branca do lobo temporal medial e posterior. O tamanho do VDI foi de 100 mm no eixo esquerdo-direito, de 80 mm no eixo anteroposterior e com espessura de 20 mm. O tamanho do voxel individual, após o pósprocessamento, foi de aproximadamente 2 ml. O pós-processamento incluiu a aplicação de filtro Gaussiano suave e transformação de Fourier. Os dados de espectroscopia foram processados com software da Siemens, instalado em console auxiliar do equipamento de aquisição. As intensidades de ressonância dos 57 espectros individuais foram determinadas através do cálculo da integral das áreas sob os picos dos gráficos de deslocamento químico. Voxels na borda do VDI que foram afetados por artefato de voxel bleeding e vóxeis com definição espectral prejudicada por artefatos foram excluídos da análise. A seleção de voxels foi conjuntamente realizada com profissional médico neurorradiologista experiente (D.A.), sem conhecimento prévio do grupo de rolamento. Três dos pacientes e cinco dos controles tiveram seus exames descartados devido à má qualidade dos espectros. A figura 7 mostra exemplo de espectro obtido a partir da região hipocampal direita de voluntário. A figura 8, por sua vez, mostra os espectros obtidos em cada voxel, separadamente. A NAA Col B Cr Figura 7. (A) Espectro de próton obtido a partir da região hipocampal direita. (B) Planos sagital, coronal, axial. Col, colina; Cr, creatina; NAA, n-acetil-aspartato. 58 A intensidade de ressonância do NAA foi normalizada para a Cr intra-voxel (NAA/Cr), assim como a da colina (Col/Cr). Valores externos a dois desvios-padrão da média normal foram considerados alterados. A assimetria foi calculada dividindo-se a diferença pela média, com o valor expresso em porcentagem de assimetria (esquerdo - direito)/(( esquerdo + direito)/2) x 100, que foi comparado com os valores dos controles. A assimetria de lateralização foi definida como valores distantes mais que dois desvios-padrão da média normal (Cendes et al., 1997). Figura 8. Representação dos espectros obtidos nos voxels, separadamente. Análise Estatística Os dados clínicos e demográficos, relativos ao balanceamento da amostra, foram analisados por meio do teste t-student para dados contínuos e pelo qui-quadrado (χ2) ou Mann-Whitney (U) para dados nominais. Correlações entre as medidas de ERM e os dados sócio-demográficos e clínicos foram examinadas por meio do coeficiente de correlação de 59 Spearman (para as variáveis não paramétricas) ou coeficiente de correlação de Pearson (para variáveis paramétricas). As medidas de ERM foram comparadas entre os grupos (pacientes e controles) por meio de análise de variância com medidas repetidas (ANOVA), com grupos (pacientes versus controles) e gênero como fatores independentes, e lado (direito versus esquerdo) como medida repetida. A sintomatologia, uso de medicação, episódio depressivo pregresso ou presença de agorafobia foram também investigadas através de ANOVA. Em caso de interação de fatores, comparações adicionais foram realizadas com o teste t-student. Para a análise dos dados obtidos no presente estudo, utilizou-se o aplicativo SPSS (Statistical Package for the Social Science, versão 10.0). Foram consideradas significativas as diferenças com valores de p < 0,05. Aspectos éticos O presente projeto foi submetido à apreciação e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP (anexo 4), processo HCRP no 9854/2005. Para todos os participantes, foi entregue uma via do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE – anexo 5), fornecendo-lhes informações sobre as justificativas, objetivo, procedimento, riscos e benefícios do estudo ao qual foram convidados a participar. Somente foram aceitos na pesquisa aqueles que devidamente assinaram o TCLE. A participação foi absolutamente voluntária. Os sujeitos foram esclarecidos de que a não disponibilidade em participar não acarretaria em nenhum prejuízo, tendo também a liberdade de retirarem seu consentimento a qualquer momento no transcorrer da pesquisa, sem risco de qualquer dano ou constrangimento. Foram asseguradas a não identificação dos participantes e o sigilo das informações. 60 Os voluntários receberam ajuda de custo pelas despesas decorrentes da participação na pesquisa (transporte, alimentação, etc.) de R$ 30,00, valor este financiado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Aos voluntários diagnosticados como portadores de TP, foi oferecido, caso fosse de sua vontade, esclarecimentos sobre o transtorno (sinais, sintomas, curso, prognóstico, tratamento) e encaminhamento para tratamento psicoterápico e/ou medicamentoso em serviço específico do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP. 61 RESULTADOS 62 Características sócio-demográficas A tabela 8 apresenta as características sócio-demográficas dos pacientes e controles que participaram do presente trabalho. Tabela 8. Características sócio-demográficas de pacientes com transtorno do pânico e voluntários saudáveis participantes do presente estudo, com respectivos valores de p Características Pacientes (n = 25) Controles (n = 18) Estatística P Masculino 6 6 Feminino 19 12 χ2 = 0,45 0,52 Destros 24 16 χ2 = 0,82 Canhotos 1 2 0,56 39,20 ± 9,89 35,67 ± 12,53 t41 = 1,03 0,31 10,88 ± 4,44 13,00 ± 2,89 t41 = -1,77 0,08 2; 2-3 2; 1,5-2 U = 185,00 0,27 7,97 + 6,41 _ 31,23 + 12,48 _ Gênero Dominância Manual* Idade (anos)a Escolaridade (anos)a b, Nível sócio-econômico ** a Tempo de transtorno (anos) Idade de início (anos)a a os dados significam média ± desvio padrão os dados significam mediana; intervalo interquartil *a dominância manual foi avaliada através do Inventário de Edimburgo (Oldfield, 1971) **a classificação do nível sócio-econômico foi avaliada pelo Critério de Classificação Econômica do Brasil adaptado (1997); quanto menor o número, maior o nível sócio-econômico b Sócio- Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas em nenhuma das características utilizadas para o balanceamento das amostras de pacientes e indivíduos saudáveis. Espectroscopia por Ressonância Magnética Nenhum dos pacientes manifestou ataque de pânico durante realização do exame. A tabela 9 mostra os valores médios das razões de metabólitos dos hipocampos direito e 63 esquerdo de pacientes com TP e voluntários saudáveis, bem como os valores de F e p obtidos por meio de ANOVA com medidas repetidas. Foi detectada interação no nível de NAA/Cr hipocampal através da ANOVA (interação grupo versus lado, F1,39=4,38, p=0,04). A análise post-hoc detectou diminuição significativa na razão de NAA/Cr em pacientes no hipocampo esquerdo (t41=2,27, p<0,05) (figura 9). Nenhuma outra interação entre os níveis de razão de NAA/Cr ou Col/Cr foi verificada (p>0,05). Tabela 9. Média e erro padrão da média (+ e.p.m.) das razões de NAA/Cr e Col/Cr no hipocampo bilateral de pacientes e controles, e seus respectivos valores de F e p obtidos com análise de variância (ANOVA) de medidas repetidas Pacientes (n=25) Controles (n=18) ANOVA F1,39 P 0,25a 0,62 0,09b 0,77 4,38c 0,04 1,79d 0,19 0,80a 0,38 0,02b 0,90 0,92c 0,35 1,78d 0,19 NAA/Cr Hipocampo esquerdo Hipocampo direito 1,68 + 0,08* 1,86 + 0,10 1,96 + 0,11 1,87 + 0,09 Col/Cr Hipocampo esquerdo Hipocampo direito 0,89 + 0,06 0,84 + 0,05 0,88 + 0,04 0,87 + 0,05 Col, colina; Cr, creatina; NAA, n-acetil-aspartato a , lado; b, lado x gênero; c, lado x grupo; d, lado x grupo x gênero * indica diferença significativa em relação aos controles (t41=2,27, p<0,05) Quanto à assimetria de lateralização, não foram observadas diferenças entre pacientes e controles tanto em relação aos níveis de NAA/Cr (t41=-1,66; p=0,10) quanto aos de Col/Cr (t41=0,36; p=0,72). 64 Da mesma forma, não foram verificadas diferenças nos níveis de NAA/Cr e Col/Cr entre pacientes sintomáticos e assintomáticos (0,02 < F1,21 < 2,56; p>0,05), com ou sem episódio depressivo pregresso (0,01 < F1,21 < 2,86; p>0,05), medicados ou não (0,01 < F1,21 < 2,74; p>0,05), ou entre agorafóbicos e não agorafóbicos (0,01 < F1,21 < 1,62; p>0,05). É válido ressaltar que os subgrupos estavam balanceados em relação a todas as características sócio-demográficas. Figura 9. Média das razões (+ erro padrão da média) do n-acetil-aspartato (NAA)/creatina (Cr) nos 25 pacientes e 18 voluntários saudáveis submetidos à espectroscopia de próton por ressonância magnética. * indica diferença estatisticamente significativa em relação aos controles (t41=2,27, p<0,05) Além disso, não foram constatadas correlações significativas entre os níveis de NAA/Cr e Col/Cr e características sócio-demográficas ou aspectos clínicos de pacientes portadores de TP (p>0,05), ou quando todos os voluntários foram analisados conjuntamente. 65 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 66 Embora existam evidências do envolvimento do hipocampo na modulação da ansiedade (para revisão ver Gray; McNaughton, 2000), bem como da provável participação dessa estrutura no TP (Dantendorfer et al., 1996; Coplan; Lydiard, 1998; Gorman et al., 2000), de nosso conhecimento não havia pesquisas que investigassem alterações químicas hipocampais neste distúrbio. Desta forma, o presente trabalho destaca-se por representar tentativa pioneira de avaliação neuroquímica do hipocampo em pacientes com TP. O principal achado deste estudo foi a diminuição da razão de NAA/Cr no hipocampo esquerdo de pacientes com TP, quando comparados a voluntários saudáveis. Este resultado está de acordo com diversos trabalhos em neuroimagem estrutural (Dantendorfer et al., 1996; Massana et al., 2003; Uchida et al., 2003; Protopopescu et al., 2006), e de neuroimagem funcional com PET (Reiman et al., 1984; Reiman et al., 1986; Nordahl et al., 1990; Nordahl et al., 1998; Bisaga et al., 1998; Boshuisen et al., 2002; Sakai et al., 2005; Sakai et al., 2006), SPECT (De Cristofaro et al., 1993; Lee et al., 2006), RMf (Bystritsky et al., 2001) e utilização de BZDs rádio-marcados (Bremner et al., 2000) nos quais também foram observadas disfunções na região hipocampal de indivíduos com TP. Ainda, é consistente com a hipótese de que anormalidades anatômicas e funcionais ligadas ao SIC poderiam provocar reações de defesa anormais, tais como ataques de pânico (Dantendorfer et al, 1996). É interessante ressaltar que a maioria das pesquisas acima citadas, bem como o presente estudo, foi conduzida em pacientes em repouso. Bisaga et al. (1998) destacam que a realização de estudos em sujeitos com TP durante ataques quimicamente induzidos representa paradigma distinto de quando os indivíduos são analisados em repouso, mobilizando assim diferentes estruturas neuroanatômicas. Para os autores, enquanto o primeiro paradigma possivelmente identificaria características estado-dependentes, a avaliação em repouso relacionar-se-ia a traços no distúrbio. 67 A descrição clínica do TP indica que há ocorrência de ataques de pânico espontâneos que são intercalados com estado de apreensão contínuo, o qual tenderia a aumentar progressivamente com a recorrência das manifestações (Del-Ben, 2004). Esse estado de ansiedade crônica intercrise constituir-se-ia de três componentes principais: a ansiedade antecipatória, decorrente do medo da ocorrência de novos ataques; a sensibilização, que levaria o indivíduo a apresentar hiperreatividade a estímulos neutros e condicionados, contribuindo para a manutenção do estado de tensão; e, por fim, comportamento fóbico, no qual o paciente passa a evitar determinadas situações nas quais acredita que poderá ocorrer um ataque. Estabelecendo-se um paralelo entre os dois paradigmas utilizados na investigação do TP e a manifestação clínica deste distúrbio, poder-se-ia sugerir que alterações identificadas durante testes provocativos estariam relacionadas às estruturas mobilizadas durante ataques de pânico. Estudos em repouso, por sua vez, identificariam anormalidades evidenciadas no período interepisódio. O fato portanto de disfunções hipocampais serem detectadas primordialmente durante o repouso levanta a hipótese de que o envolvimento da estrutura no TP estaria mais relacionado às manifestações presentes no intervalo entre crises – como ansiedade e estado de apreensão, do que aos ataques de pânico em si. Essa possibilidade fazse coerente com a teoria de níveis de defesa descrita pelo casal Blanchard (1988), a qual postula que o hipotálamo medial e a matéria cinzenta periaquedutal dorsal correlacionar-seiam ao pânico; enquanto que o sistema SH e a amígdala estariam associadas à ansiedade. Adicionalmente, corrobora com a hipótese de Gray (1982) de que o hipocampo tem função primordial na modulação da ansiedade. De fato, sabe-se que pacientes com TP apresentam altos níveis de ansiedade quando avaliados pelo Inventário de Ansiedade Traço-Estado, formulário traço (IDATE-T; Spielberger; Gorsuch; Lushene, 1970). O traço de ansiedade refere-se a diferenças individuais 68 relativamente estáveis na tendência de reagir a situações percebidas como ameaçadoras, o que intensifica o estado de apreensão (Andrade; Gorenstein, 2000). Estudos recentes têm constantemente demonstrado que pacientes com pânico tanto sintomáticos quanto assintomáticos têm médias significativamente superiores do que controles no IDATE-T (Garcia-Leal et al., 2005; Parente et al., 2005). No entanto, pacientes sintomáticos e assintomáticos também diferem entre si, sendo mais alta a pontuação de sintomáticos. De qualquer forma, a elevada média nos escores do IDATE nos pacientes em relação a controles, independente da sintomatologia, evidencia propriedade mais duradoura da ansiedade no TP, mesmo que esta se atenue ao longo do tempo. Estudos anteriores em neuroimagem que identificaram disfunções hipocampais em pacientes com TP já propuseram que a participação do hipocampo no distúrbio estaria relacionada à ansiedade (Bisaga et al., 1998; Boshuisen et al., 2002; Sakai et al., 2005). Igualmente, Bremner et al (2000) detectaram diminuição de ligação em receptores BZDs no hipocampo esquerdo em indivíduos com TP. Sabe-se que a principal indicação dos BZDs é como medicamentos ansiolíticos (Graeff, 2001), de modo geral, e no TP em particular (Nutt, 2005). A hipótese de que o septo e o hipocampo associar-se-iam à modulação da ansiedade adveio graças à extensa revisão da literatura sobre o efeito de lesões cerebrais e da administração de drogas ansiolíticas nessas regiões. A partir disso, Gray (1982) concluiu que alterações comportamentais surgidas devido a lesões em tais estruturas eram as que mais se aproximavam das produzidas por agentes ansiolíticos. Dessa forma, sugeriu-se que maior atividade do sistema SH seria responsável pelo aumento da ansiedade. Cogitando-se que alterações hipocampais no TP estariam relacionadas à ansiedade ou ainda à hiperreatividade a estímulos neutros e condicionados, observadas na fase interepisódica, conseqüentemente sugere-se que isso ocorreria a partir do aumento da atividade da estrutura no distúrbio. 69 Baseando-se nessa interpretação, disfunções hipocampais no TP seriam portanto conseqüência de altos níveis de ansiedade. De nosso conhecimento, não existem estudos em transtornos de ansiedade que avaliaram funcional e neuroquimicamente estruturas na mesma amostra de pacientes. A falta desse dado dificulta a possibilidade de associar a diminuição de NAA/Cr ao suposto aumento de atividade do hipocampo, embora estudos funcionais já tenham relatado esse achado no TP (Bisaga et al., 1998; Bystritsky et al., 2001; Sakai et al., 2005). Sabe-se consistentemente que, em pacientes com epilepsia, o aumento da atividade elétrica hipocampal ou do lobo temporal, obtida a partir de EEG, correlaciona-se com diminuição dos níveis de NAA/Cr nessas mesmas estruturas (Li et al., 2000; Kikuchi et al., 2000; Park et al., 2002; Düzel et al., 2004; Hammen et al., 2007). Assim, poder-se-ia supor que algo semelhante ocorreria em relação à ansiedade. No entanto, de posse dos presentes achados, pode-se apenas afirmar que a alteração de NAA/Cr estaria provavelmente relacionada a disfunções neuronais hipocampais. Sugere-se que futuros estudos submetam a mesma amostra de pacientes com TP a diferentes técnicas de neuroimagem, a fim de possibilitar a correlação de dados funcionais, neuroquímicos e estruturais. Em 2000, Gray e Mcgnaughton propuseram que a ansiedade seria gerada pelo conflito surgido a partir de tendências de aproximação de fontes de satisfação e sobrevivência versus tendências de afastamento da fonte de perigo. Segundo os autores, o sistema SH teria a função de detector desses conflitos. No TP, o sistema SH poderia mostrar maior atividade decorrente das ocasiões em que o indivíduo deseja realizar certos comportamentos (tendência de aproximação) ao mesmo tempo que teme a ocorrência de novo ataque (tendência de afastamento), demonstrando comportamento fóbico. No entanto, essa suposição não parece de acordo com o presente achado, uma vez que pacientes agorafóbicos não demonstraram diferenças metabólicas em relação aos não-agorafóbicos. 70 Em adição ao conceito de que a ansiedade seria gerada pela tendência de aproximação e afastamento (Gray; Mcgnaughton, 2000), Graeff e Hetem (2004) sugeriram que a ameaça inevitável, como uma resposta emocional condicionada obtida por associação pavloviana de estímulo neutro com estímulo nocivo (um ataque de pânico, por exemplo), representaria outra modalidade de ansiedade. O correlato clínico deste modelo experimental seria a ansiedade antecipatória, quando o paciente passa a temer a ocorrência de novos ataques, e a qual é atenuada por drogas ansiolíticas (Graeff; Hetem, 2004). Essa proposta apresenta similaridade com a emoção eliciada durante a avaliação de risco (Blanchard; Blanchard, 1988), evocada por situações de risco potencialmente perigosas porque o sujeito já se defrontou com o perigo anteriormente. Como a base neural desse nível de defesa é constituída pela amígdala e septohipocampo, há possibilidade de que o hipocampo também esteja relacionado à ansiedade antecipatória definida por Graeff e Hetem (2004), observada em pacientes com TP. Outra possibilidade utilizada para explicar os achados de alterações hipocampais em estudos de neuroimagem é o provável papel que esta estrutura exerce no condicionamento contextual (Bisaga et al., 1998; Rauch; Shin, 2002; Sakai et al., 2006). Estudos com lesões demonstraram envolvimento do hipocampo no condicionamento a locais ou situações nas quais um estímulo ambiental foi associado a eventos aversivos (Kim; Fanselow, 1992; Phillips; LeDoux, 1992). Para Gorman et al. (2000), tais informações contextuais permanecem armazenadas no hipocampo e são conduzidas diretamente à amígdala, estrutura responsável pela disseminação e coordenação de respostas autonômicas e comportamentais. Essa é a forma de condicionamento postulada como pertinente para manifestações características de pessoas que desenvolvem TP e agorafobia (Goddard; Charney, 1997). No entanto, novamente a ausência de diferenças metabólitas entre pacientes com e sem agorafobia, verificada no presente trabalho, sugere que a diminuição de NAA/Cr não esteja associada à evitação fóbica. 71 O hipocampo tem sido constantemente associado à memória (Eichenbaum, 1997). Bystritsky e colegas (2001) utilizaram esse argumento para explicar a elevada ativação do hipocampo em pacientes com TP detectada por meio de RMf associada à indução de sintomas. Segundo os autores, memórias que possuem associações emocionais, tais como as que incluem conteúdos aversivos, são mais fortemente armazenadas e recordadas do que aquelas sem componentes emocionais. As curtas conexões entre amígdala, cíngulo, córtex orbital e hipocampo permitem rápidas e robustas associações entre eventos emocionalmente significativos – especialmente os aversivos – e subseqüente recordação. Em sujeitos com pânico, postulou-se que poderia haver conectividade funcional exagerada entre tais estruturas (Bystritsky et al., 2001). Como essa circuitaria parece ter importante papel em diversas reações instintivas e primitivas de auto-preservação, incluindo as relacionadas ao medo (como congelamento, por exemplo; Folkow, 1993), os pesquisadores acreditam em seu envolvimento como fundamental para a psicopatologia do TP (Bystritsky et al., 2000). Apesar dessas considerações, entretanto, não se pode desconsiderar a possibilidade da participação do hipocampo em ataques de pânico. Sabe-se que a colecistocina e a pentagastrina, substâncias capazes de desencadear ataques de pânico em pacientes susceptíveis, possuem alta afinidade pelos receptores CCKB (Boshuisen et al., 2002). Consistente com essa informação, estudos neuroanatômicos revelaram que esses receptores, os quais parecem exercer importante papel na ansiedade, concentram-se fundamentalmente no hipocampo (Beinfelt; Palkovits, 1981; Dodd; Kelly, 1981). Ainda, há evidências de estreita relação entre os neurônios gabaérgicos e os que contêm CCK nesta estrutura, uma vez que os BZDs bloqueiam a influência excitatória que os receptores CCKB exercem sobre as células piramidais do hipocampo (Bradwejn; Montigny, 1984; Harro; Pold; Vasar, 1990). Como mencionado anteriormente, alterações hipocampais foram igualmente verificadas através de neuroimagem em outros transtornos de ansiedade, como no TOC 72 (McGuire et al., 1994; Know et al., 2003), no transtorno de ansiedade generalizada (Mathew et al., 2008), no TAS (Schneider et al., 1999; Furmack et al., 2002; Carey et al., 2004; Kilt set al., 2006), e na fobia específica (Fredikson et al., 1997; Veltman et al., 2004; Schienle et al., 2005). Resultados como esses em transtornos distintos poderiam sugerir inespecificidade dos achados, o que levanta a hipótese de que disfunções hipocampais como a verificada no presente estudo relacionar-se-iam mais com características ansiogênicas do que com o pânico em si. No entanto, é sobretudo no TEPT que disfunções no hipocampo têm sido freqüentemente observadas (Bremner et al., 1995; Gurvits et al., 1996; Bremner et al., 1997; Bremner et al., 1999a; Bremner et al., 1999b; Schuff et al., 1997; Schuff et al., 2001; Villarreal et al., 2002; Bremner et al., 2003; Neylan et al., 2003; Mohanakrishnan Menon et al., 2003; Vermetten et al., 2003; Carey et al., 2004; Shin et al., 2004; Winter et al., 2004; Wignall et al, 2004; Vythilingam et al., 2005; Lindauer et al., 2005; Mahmutyazicioglu et al., 2005; Lindauer et al., 2006; Chen et al., 2006; Emdad et al., 2006; Li et al., 2006; Ham et al., 2007). Uma das hipóteses utilizadas para explicar essas alterações é o fato de que o hipocampo relaciona-se à memória declarativa (Eichenbaum, 1997), função aparentemente prejudicada neste distúrbio. Além disso, essas disfunções vêm igualmente sendo atribuídas a altas concentrações plasmáticas de cortisol apresentadas por pacientes, as quais parecem ser devidas ao estresse persistente (Li et al., 2006). Em virtude do alto número de receptores glicocorticóides que apresenta, o hipocampo é tido como fonte primária de feedback para regulação de hormônios esteróides, fazendo com que os níveis de cortisol se mantenham dentro de um padrão fisiológico adequado. Conseqüentemente, esta estrutura torna-se particularmente sensível ao estresse (Sapolsky, 1996). Adicionalmente, a ativação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA), que resulta na liberação de cortisol, é relatada em situações de estresse e ansiedade antecipatória (Graeff, 2007). Apesar disso, alguns estudos têm apontado que, em pacientes adultos com TP, a responsividade tanto ao estresse leve 73 (Stones et al., 1999), como a que se seguiu ao teste combinado com dexametasona/hormônio liberador de corticotrofina (Schreiber et al., 1996), tem sido reduzida. A partir disso, tem sido sugerido que o eixo HPA se torna progressivamente sub-sensibilizado em pacientes com TP após manifestações recorrentes de ataques de pânico (van Duinen et al., 2006). Dessa forma, alterações como a encontrada no presente trabalho não parecem estar associadas a elevados níveis de cortisol. De fato, ensaio recente conduzido em nosso meio (Garcia-Leal et al., 2005) não detectou diferença nos níveis de cortisol salivar entre pacientes com TP sintomáticos, assintomáticos e voluntários saudáveis submetidos ao teste de simulação do falar em público, modelo experimental que tem sido neurobiologicamente relacionado ao TP (Garcia-Leal et al., 2005). No entanto, sugere-se a realização de estudos adicionais que investiguem o estresse no TP, uma vez que ataques de pânico espontâneos podem ser considerados estressores traumáticos (McNally; Lukach, 1992) e, conseqüentemente, poderiam afetar o hipocampo. Em 1991, Deakin e Graeff propuseram que a via serotonérgica oriunda do núcleo mediano da rafe e que se projeta para o hipocampo seria responsável pela resistência ao estresse crônico, por desconectar o evento aversivo de processos psicobiológicos associados a funções essenciais, como apetite e comportamento social. Dessa foram, o indivíduo seria capaz de manter razoavelmente o seu funcionamento apesar da continuidade da situação estressante. No entanto, caso houvesse falha neste sistema, manifestar-se-ia um quadro depressivo. Para os autores, os receptores 5-HT1A seriam o principal alvo da via núcleo mediano da rafe-hipocampo. De fato, esses receptores vêm sendo associados à ansiedade e depressão (Parsey et al., 2006; Sullivan et al., 2005). Recentemente, uma pesquisa comparou o comportamento de ratos selvagens ao de ratos sem receptores hipocampais 5-HT1A, denominados knockout (Klemenhagen et al., 2006). Apesar do medo de contextos aversivos ser semelhante em ratos ratos selvagens e knockouts, estes últimos generalizaram o medo a contextos similares contendo elementos novos, uma situação na qual ratos selvagens foram 74 capazes de diminuir seus níveis de medo. Esse achado sugere que ratos mutantes focam-se excessivamente em estímulos que tenham sido associados a choques ao invés de estímulos sem associação. Para investigar se esse prejuízo cognitivo em ratos knockout é um déficit no julgamento da contingência entre o estímulo e o choque, Tsetsenis e colaboradores (2007) compararam o medo de estímulo que apenas parcialmente predizia o choque com o estímulo consistentemente associado ao choque. Os ratos selvagens responderam menos ao estímulo que parcialmente predizia o choque em relação ao estímulo consistente. Por outro lado, embora ratos knockout apresentassem níveis de medo similares aos de ratos selvagens frente ao estímulo consistente, eles demostraram medo (medido através da duração do congelamento) significativamente maior em relação ao estímulo parcial. Dessa forma, propôsse que os animais mutantes apresentariam déficit na avaliação entre estímulos mais e menos ameaçadores, ou seja, na análise de estímulos ambíguos. A tendência de interpretar estímulos ambíguos como ameaçadores é característica da ansiedade humana. A constatação de que a integridade dos receptores hipocampais 5-HT1A é essencial para o julgamento adequado de estímulos ambíguos levanta a hipótese de que disfunções nesses receptores poderiam estar presentes no TP. Isso porque além de os pacientes demonstrarem hiperreatividade a estímulos neutros e condicionados, uma má avaliação desses estímulos poderia desencardear crises de pânico. Assim, essa sugestão é consistente com a diminuição de NAA/Cr por nós encontrada, o que aponta para disfunção neuronal no hipocampo. A alteração observada no presente estudo ocorreu no hipocampo esquerdo. Alguns trabalhos também verificaram disfunções em pacientes com TP nesse mesmo lado desta estrutura cerebral (Bremner et al., 2000; Uchida et al., 2003; Boshuisen et al., 2002). Outros, por sua vez, detectaram anormalidades do lado direito (Dantendofer et al., 1996; Bystritsky et al., 2001; Sakai et al., 2006), bem como foram constatadas disfunções bilateralmente (De 75 Cristofaro et al., 1993; Sakai et al., 2005) ou assimetrias funcionais hipocampais (Nordahl et al., 1990; Nordahl et al., 1998; Bisaga et al., 1998; Lee et al., 2006). Em relação à lateralidade, acredita-se que enquanto o hipocampo direito parece especialmente envolvido em evocação de memórias para localização dentro de determinado ambiente, o hipocampo esquerdo estaria mais relacionado ao armazenamento de episódios contexto-dependentes ou de memórias autobiográficas (Burgess et al., 2002). Como ressaltado na introdução, os resultados dos estudos em neuroimagem apresentam grande influência de variáveis metodológicas. Em razão disso, a discussão de achados precisa ser acompanhada de considerações metodológicas, especialmente no que se refere à definição dos parâmetros utilizados na obtenção dos espectros e nas características da amostra selecionada. Em relação à espectroscopia, a utilização de razões para quantificação possibilita que a interpretação de valores metabólitos não sofra tanta interferência de possíveis adulterações secundárias à não homogeneidade de campo ou dos tempos de relaxação T1 e T2 (Sanches et al., 2004). Deste modo, os dados são comparados a partir das razões NAA/Cr e Col/Cr. Porém, ao se detectar diferenças significativas, não é possível precisar se essas são decorrentes de modificações no numerador e/ou denominador. Em geral, a Cr é tida como relativamente estável em diferentes condições metabólicas e patológicas (Malhi et al., 2002). Assumindo esse princípio, a maior parte das interpretações considera o numerador como alterado (Trzesniak; Araujo; Crippa, 2008). Entretanto, mudanças nos níveis de Cr já foram detectadas em alguns transtornos psiquiátricos, inclusive no TP (Massana et al., 2002). Independente da atribuição da alteração (se está no numerador, no denominador, ou em ambos), o que se pode afirmar a partir dessa metodologia é que foi constatada diferença metabólica na região analisada. Estudos subseqüentes e com medidas absolutas poderiam revalidar os resultados, bem como melhor especificá-los. 76 Quanto à diminuição encontrada na razão de NAA/Cr no hipocampo esquerdo de pacientes, esta poderia ser atribuída à baixa concentração de NAA na área investigada, algo associado a possíveis disfunções neuronais, uma vez que tal metabólito é tido como marcador de neurônios (Malhi et al., 2002). Esta suposição é coerente com o achado de tendência à diminuição de volume do hipocampo esquerdo em pacientes com TP (Uchida et al., 2003), bem como com a hipótese levantada por De Cristofaro e colaboradores (1993) de que a hipoperfusão hipocampal no TP pelos pesquisadores, verificada por meio de SPECT, na ausência de anormalidades morfológicas, associar-se-ia a alterações neuronais funcionais No entanto, não se pode descartar a possibilidade de alterações na Cr serem a causa da diferença significativa detectada. A diminuição da razão de NAA/Cr poderia ser, desse modo, decorrente do aumento da Cr (caso o nível de NAA estivesse inalterado), ou da diminuição de ambos os metabólitos na estrutura analisada. Alterações nos níveis de Cr, independente de aumento ou redução, são atribuídas a disfunções no metabolismo energético das regiões estudadas (Trzesniak; Araujo; Crippa, 2008). Outros aspectos metodológicos que merecem atenção são o tamanho da amostra, o tempo de eco, o volume dos voxels. O presente estudo selecionou 25 pacientes, número superior à média de participantes da grande parte das pesquisas com ERM envolvendo transtornos de ansiedade (Trzesniak; Araujo; Crippa, 2008). Comparações entre características sócio-demográficas de pacientes e controles não evidenciaram diferença quanto a gênero, idade, dominância manual, escolaridade e nível sócio-econômico. Adicionalmente, foi utilizado TE longo (TE = 270 ms), que é ideal para a quantificação do NAA (Sanches, 2005). Outro ponto favorável é que os voxels possuíam pequeno volume (aproximadamente 2 ml), minimizando assim problemas como presença de volume parcial. Apesar de não terem sido encontradas diferenças significativas nos níveis das razões metabólicas entre pacientes medicados ou não-medicados; com ou sem depressão pregressa; 77 sintomáticos e assintomáticos; e com agorafobia ou não – sendo que todos os subgrupos estavam balanceados quanto a variáveis sócio-demográficas, a amostra ideal deveria ser composta por indivíduos homogêneos quanto a características clínicas, sem comorbidades, livres de medicação e nunca tratados. De qualquer forma, dados da literatura sugerem que o fato de os pacientes estarem medicados tem pouca influência nos valores de NAA/Cr quantificados nos estudos de ERM (Sanches et al., 2004; Trzesniak; Araujo; Crippa, 2008). O mesmo ocorre em estudos envolvendo pacientes com transtorno depressivo maior, que em geral não demonstram alterações no NAA e na Cr em diversas áreas cerebrais, inclusive no hipocampo (YildizYesiloglu; Ankerst, 2006). Os achados do presente estudos estão portanto de acordo com resultados anteriores. Todavia, há relatos de alterações nos níveis de Col em pacientes com depressão, cujos níveis do metabólico encontram-se geralmente elevados em relação aos controles (Yildiz-Yesiloglu; Ankerst, 2006). De nosso conhecimento, não há estudos que utilizaram ERM para comparar os níveis de metabólitos de pacientes com TP sintomáticos versus assintomáticos. Foram conduzidas, no entanto, três pesquisas com PET as quais analisaram o hipocampo de pacientes com TP, considerando-se a presença de sintomas de pânico. Nordahl e colegas (1998) compararam um grupo de pacientes assintomáticos e tratados com imipramina versus pacientes não medicados e sintomáticos versus voluntários saudáveis. Foi verificado que ambos os grupos de pacientes demonstravam diminuição da razão esquerdo/direito no metabolismo de glicose, o que não foi constatado no grupo controle. Prasko e colaboradores (2004) não encontraram diferenças hipocampais quando compararam os exames de quando pacientes com TP estavam sintomáticos com as imagens de quando os indivíduos mostraram-se assintomáticos, seja porque se submeteram a tratamento medicamentoso ou à TCC. Todavia, neste estudo não havia grupo de voluntários saudáveis, o que não permite afirmar se as áreas límbicas estavam 78 alteradas em pacientes, quando confrontados com controles. Mais recentemente, Sakai e colaboradores (2006) avaliaram pacientes antes e após tratamento bem-sucedido com TCC. Constatou-se diminuição da utilização de glicose no hipocampo direito dos pacientes em estado assintomático, ao se comparar com os dados de quando estavam sintomáticos. No entanto, não foi constatada redução do metabolismo no hipocampo esquerdo em pacientes após o tratamento, que se encontrava elevado em relação aos exames anteriores à terapia. Desses estudos, portanto, nenhum apontou diferenças funcionais no hipocampo esquerdo em pacientes sintomáticos versus assintomáticos, corroborando com os resultados da presente pesquisa. Além disso, tanto a assimetria verificada no trabalho de Nordahl et al. (1998) quanto continuidade de hipermetabolismo hipocampal esquerdo observada por Sakai e colegas (2006) sugerem que essas alterações sejam traço no TP. Da mesma forma, o achado de nossa pesquisa poderia igualmente indicar traço, uma vez que não foi detectada correlação entre o tempo do transtorno e os níveis dos metabólitos, bem como não existem diferenças entre pacientes sintomáticos e assintomáticos. Quanto à agorafobia, esta passou a ser caracterizada como categoria distinta dentre os transtornos de ansiedade desde a publicação do DSM-III (APA, 1980). Apesar disso, não existem até o momento pesquisas de neuroimagem que procuraram avaliar pacientes com agorafobia isoladamente, uma vez que essa condição raramente ocorre em sujeitos sem TP. Da mesma forma, em grande parte dos estudos com TP, há pacientes com e sem agorafobia; porém, tais pesquisas não comparam os resultados dos indivíduos com e sem tal comorbidade, o que dificulta a comparação e interpretação de nossos resultados, os quais não apresentaram diferenças metabólicas estatisticamente significativas entre pacientes com e sem agorafobia. Além disso, a proporção de pacientes com diagnóstico conjunto de agorafobia (40%) foi concordante com dados da literatura (Starcevic et al., 1998). Porém, vale ressaltar que o número de sujeitos nos subgrupos analisados pelo presente estudo é pequeno (n=10 para 79 pacientes com TP agorafóbicos, por exemplo), o que conseqüentemente limita o poder estatístico das análises, podendo levar ao erro do tipo II (assumir hipótese de nulidade quando, na verdade, existe diferença). Por fim, assim como na prática clínica, os subgrupos não são homogêneos quanto à sintomatologia, episódio depressivo pregresso, ou medicação, o que do mesmo modo poderia interferir nos resultados. 80 CONCLUSÃO 81 A primeira proposta neuroanatômica que considerou o hipocampo como pertencente à circuitaria envolvida no TP surgiu em 1989 (Gorman et al., 1989; apud Gorman et al., 2000). Igualmente na década de 80, tiveram início as pesquisas de imagem por RM, que trouxeram grande avanço e entusiasmo à psiquiatria. Muitos dos estudos até o presente momento realizados por meio de neuroimagem identificaram alterações hipocampais – tanto estruturais quanto funcionais – em pacientes com TP. No entanto, ainda não haviam sido realizadas investigações neuroquímicas da estrutura no distúrbio. A observação de que pacientes com TP possuem diminuição dos níveis de NAA/Cr no hipocampo esquerdo corrobora com os achados anteriores da literatura em relação a disfunções hipocampais no transtorno, bem como apresenta a primeira evidência de envolvimento bioquímico da região na fisiopatologia do TP. A despeito das limitações citadas na discussão, como heterogeneidade da amostra e a não quantificações absolutas das substâncias, o presente estudo pode servir como base para novas pesquisas que permitam a ampliação das hipóteses sobre neurobiologia do TP. Futuros estudos com medidas absolutas em espectroscopia e grupos de pacientes sem comorbidade ou tratamento medicamentoso prévio fazem-se necessários para revalidar nossos resultados, bem como melhor especificá-los. Sugere-se ainda a realização de diferentes modalidades de pesquisas em neuroimagem na mesma amostra de pacientes, a fim de possibilitar a correlação entre dados neuroquímicos, funcionais e estruturais. 82 REFERÊNCIAS 83 American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. 3a edição. Washinghton D. C.; 1980. American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. 4a edição. Washinghton D. C.; 1994. Andrade L, Gorenstein C. Aspectos gerais das escalas de avaliação de ansiedade. In: Gorenstein C, Andrade L, Zuardi AW. Escalas de Avaliação Clínica em Psiquiatria e Psicofarmacologia. São Paulo: Lemos-Editorial; 2000. p. 139-144. 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The assessment and analysis of handedness: The Edimburg Inventory. Neuropsychologia 9:97-113, 1971. Tradução e adaptação para o português: Crippa J.A.S., 2000. Nome_____________________________________________________________ Data de Nascimento ____/____/_____________ Sexo: Masculino Feminino Estudo____________________________________________________________ Indique sua preferência no uso das mãos para as seguintes atividades colocando + na coluna apropriada. Aonde a preferência é grande o bastante que você nunca tentaria usar a outra mão a menos que absolutamente forçado, coloque ++. Se em qualquer dos casos você é absolutamente indiferente coloque + em ambas as colunas. Algumas das atividades requerem ambas as mãos. Nestes casos, considere a mão preferida para executar a parte da tarefa indicada entre parênteses. Por favor tente responder todas as questões, e somente deixe em branco se você não tem experiência em nenhum destes objetos ou tarefas. DIREITA 1 Escrever 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Desenhar Arremessar / Jogar Usar tesouras Usar uma escova de dentes Usar uma faca (sem o uso do garfo) Usar uma colher Usar uma vassoura (mão que fica em cima) Acender fósforo (mão que segura o fósforo) Abrir uma caixa (mão que segura tampa) Q.L.* * Q.L. < 0, canhoto Q.L. > 0, destro Q.L. = 100 x (∑ + Direita) - (∑ + Esquerda) (∑ + Direita) + (∑ + Esquerda) onde, ∑ + Direita = somatório de + na coluna direita ∑ + Esquerda = somatório de + na coluna esquerda Q.L. = quociente de lateralidade ESQUERDA 100 ANEXO 3 CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO SOCIOECONÔMICA BRASIL (CCSEB) ABA, ANEP, ABIPEME;1997 SISTEMA DE PONTOS Posse de itens Televisão em cores Rádio Banheiro Automóvel Empregada Mensalista Aspirador de pó Máquina de lavar Videocassete Geladeira Freezer (aparelho independente ou parte da geladeira duplex) Grau de Instrução Analfabeto / Primário incompleto Primário completo / Ginasial incompleto Ginasial completo / Colegial incompleto Colegial completo / Superior incompleto Superior Completo 0 1 2 3 5 Não tem 1 Tem 2 3 0 2 3 4 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 2 2 2 1 1 2 2 1 2 3 4 4 1 1 2 2 1 3 4 5 4 1 1 2 2 1 4 4 5 4 1 1 2 2 1 4 ou + 101 ANEXO 4 102 ANEXO 5 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO NOME DA PESQUISA: Espectroscopia de Próton por Ressonância Magnética do Hipocampo em Pacientes com Transtorno de Pânico PESQUISADORA RESPONSÁVEL: Clarissa Trzesniak 01. O objetivo deste estudo é avaliar, através de um exame de Ressonância Nuclear Magnética, se existem alterações em algumas partes do cérebro de pessoas portadoras do Transtorno de Pânico. 02. Sua participação neste estudo consistirá na realização de um exame de Ressonância Nuclear Magnética. Neste exame, você deverá permanecer deitado(a), sem se movimentar, para podermos avaliar a estrutura de seu cérebro. Caso você se interesse, os resultados dos exames e da pesquisa serão fornecidos, assim que disponíveis. 03. Não há nenhum risco para sua saúde nisto que faremos. Caso você sinta desconforto durante o exame, poderemos conversar sobre isso e, caso você continue a se sentir incomodado(a), interromperemos o exame se você assim desejar. 04. Você vai estar nos ajudando a entender melhor o mecanismo do Transtorno de Pânico e, no futuro, pretenderemos com esse conhecimento auxiliar outras pessoas que tenham essa doença. 05. Os voluntários receberão uma ajuda de custo e os pacientes terão ressarcidas as despesas decorrentes da participação na pesquisa (R$ 30,00), valor este financiado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). ________________________________________ PESQUISADORA 103 Eu, ______________________________________________, R.G._____________________, abaixo assinado, tendo recebido as informações acima, e ciente dos meus direitos abaixo relacionados, concordo em participar. 1. A garantia de receber a resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento a qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros relacionados com a pesquisa a que serei submetido(a); 2. A liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo, sem que isso traga prejuízo à continuidade do meu cuidado e tratamento; 3. A segurança de que não serei identificado(a) e que será mantido o caráter confidencial da informação relacionada com minha privacidade; 4. O compromisso de me proporcionar informação atualizada durante o estudo, ainda que esta possa afetar minha vontade de continuar participando; 5. A disponibilidade de tratamento médico e a indenização que legalmente teria direito, por parte da Instituição à saúde, em caso de danos que a justifiquem, diretamente causados pela pesquisa e; 6. Que, se existirem gastos adicionais, estes serão absorvidos pelo orçamento da pesquisa. Ribeirão Preto, _______ de ______________________ de 20_______. Assinatura do(a) voluntário(a) ARTIGOS SUBMETIDO E PUBLICADO ARTIGO SUBMETIDO À PUBLICAÇÃO Artigo submetido para The American Journal of Psychiatry Word count abstract: 214 Word count text: 2395 Tables: 0 Figures: 1 Reduced left hippocampal N-Acetylaspartate (NAA) in panic disorder patients detected by (1)H magnetic resonance spectroscopy imaging Clarissa Trzesniak, MS; Ricardo R. Uchida, MS, Ph.D, David Araújo, MD Ph.D, Antonio C. Santos MD Ph.D, Francisco S. Guimarães MD Ph.D, Antonio W. Zuardi MD Ph.D, Cristina M. Del-Ben MD Ph.D, Frederico G. Graeff MD Ph.D and José A. S. Crippa MD Ph.D From the Departments of Psychiatry (CT, RRU, AWZ, CMD-B, FFG, JASC), Radiology (DA, ACS) and Pharmacology (FSG); Faculty of Medicine, University of Sao Paulo, Ribeirao Preto, Brazil. Correspondence: Clarissa Trzesniak Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica – FMRP-USP Avenida Bandeirantes 3900, 14048-900 Ribeirão Preto, SP, Brazil Phone: +55 16 3602 2201; Fax: +55 16 3602 2544; E-mail: [email protected] Acknowledgements This study was supported by a grant from “Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico” (CNPq-Brazil-554490/2005-6). CT is the recipient of a CAPES (2006-2008) fellowship. JASC is the recipient of a CNPq Productivity (2006-2008) fellowship. Abstract Objective: Panic disorder (PD) is an anxiety disorder that affects close to 3% of the general population. Recent neuroanatomical theories of PD propose an extensive involvement of limbic system in the pathophysiology of this condition. In fact, several structural and functional neuroimaging studies have shown changes in limbic structures, such as the hippocampus, in PD patients. Despite this, no prior study has examined exclusively the hippocampus in this disorder. Therefore, the current study used proton magnetic resonance spectroscopy imaging (1H-MRSI) to examine possible hippocampal neurochemical abnormalities in PD patients. Method: Twenty-five patients meeting the DSM-IV criteria for PD and eighteen psychiatrically healthy controls were investigated. The subjects were matched based on gender, age, handedness, years of education, and socioeconomic level. Nacetylaspartate (NAA, a putative marker of neuronal viability) and choline (Cho, involved in the synthesis and degradation of cell membranes) levels were quantified relative to creatine (Cr, which is thought to be relatively stable among individuals and in different metabolic condition) in both right and left hippocampi. Results: Compared with controls, panic patients demonstrated significantly lower NAA/Cr in the left hippocampus. No other difference was detected. Conclusions: This result is consistent with previous findings of hippocampal alterations in PD and provides the first neurochemical evidence suggestive of involvement of this structure in the disorder. Keywords: spectroscopy, hippocampus, NAA, neuroimaging, panic disorder. Reduced left hippocampal N-Acetylaspartate (NAA) in panic disorder patients detected by (1)H magnetic resonance spectroscopy imaging Although panic disorder (PD) is a common and debilitating anxiety disorder, its neurobiology is not completely understood. Different theoretical models have implicated brain structures localized in the temporal lobes, such as the amygdala and the hippocampus, in the neurobiology underlying PD (1, 2). Using information from preclinical studies, Gorman et al. (2) proposed a significant role of a “fear network” that is centered in the amygdala, projecting to sites in the hypothalamus and brainstem, and having interactions with the hippocampus and medial prefrontal cortex. These hypotheses have prompted neuroimaging investigations to elucidate the neurocircuitry of PD. Structural neuroimaging in PD revealed alterations in the temporal lobe (3, 4), particularly in the hippocampus (5-8). In support to these findings, several functional neuroimaging studies reported abnormalities in these brain areas in PD. Using positron emission tomography (PET), Reiman et al. (9) and Nordahl et al. (10, 11) detected decreased left/right parahippocampal and hippocampal glucose metabolic rates in patients with PD. Bisaga et al (12) observed similar asymmetries but dominance in the opposite side in six women with PD. Bremner et al (13) identified reduction in benzodiazepine-receptor binding in the left hippocampus in PD subjects. Boshuisen and colleagues (14) analyzed individuals with PD before and after pentagastrin challenge, in order to study the anticipatory anxiety and found hyperactivity in parahippocampal gyrus and left hippocampus in PD patients before and after pentagastrin administration. Sakai et al. (15) verified higher glucose utilization in both hippocampi in untreated PD subjects with high anxiety levels. In a follow up research, these authors observed that PD patients who showed improvement with cognitive-behavioral therapy (CBT) presented lower glucose utilization in the right hippocampus and other brain areas (16). De Cristofaro et al (17) observed reduced bilateral hippocampal blood flow in PD subjects, as measured by single photon emission computed tomography (SPECT). With functional magnetic resonance imaging (fMRI), it was seen that PD patients presented increased activity in both hippocampi (18). Proton magnetic resonance spectroscopy imaging (1H-MRSI) is a neuroimaging technique that allows non-invasive measurement of various brain compounds. Among these are: a) N-acetylaspartate (NAA), a putative marker of neuronal integrity or density; b) choline (Cho) containing compounds, reflecting membrane turnover; and c) creatine plus phosphocreatine (Cr), used as an internal reference for NAA and Cho ratio determinations (19). In 2002, Massana et al (20) used single voxel spectroscopy to study the right temporal lobe region of PD subjects, encompassing the whole amygdala and part of the hippocampus. The authors identified lower Cr levels in PD group. However, although the hippocampus appears to have an important participation in PD, to the best of our knowledge no multivoxel spectroscopy studies evaluating exclusively this structure have yet been performed in patients with PD. As a consequence, the objective of the present study was to examine the right and left hippocampus of PD patients and healthy controls using 1H-MRSI. We predicted that there would be metabolic differences in the hippocampi of patients as compared to healthy volunteers. Method Twenty-five patients who fulfilled DSM-IV criteria for PD, based on the Structured Clinical Interview for DSM-IV – SCID-IV (21), participated in the study. Exclusion criteria for the PD group were: (a) age under 18 years old; (b) any concurrent psychiatric condition, except for agoraphobia and past depressive disorders; (c) any condition potentially incompatible with MRSI, such as early pregnancy or the presence of metal objects in the body. The PD sample had a mean current age of 39.2 years (SD=9.9), six men and nineteen women. Only one patient was left-handed, as assessed by the Edinburgh Inventory (22). The mean age of onset of PD symptoms was 31.2 years (SD=12.5), and the mean duration of disease was 8.0 years (SD=6.4). Ten PD patients also fulfilled DSM-IV criteria for agoraphobia and 13 had past history of at least one major depressive episode. Sixteen PD patients were receiving pharmacological treatment at the time of MRI scanning, including selective serotonin reuptake inhibitors (SSRI; n=8), clorimipramine (n=2), and benzodiazepines (BZDs). The latter was given either alone (alprazolam; n=3) or combined with an antidepressant agent (SSRI plus alprazolam, n=1; clorimipramine plus alprazolam, n=2). Eighteen healthy comparison subjects were selected from the community using the same exclusion criteria as the PD group. Neither of them nor their first-degree relatives had a history of neurological or psychiatric illness, based on the SCID-IV interviews (mean age 35.7 years, SD=12.5 years; 6 men and 12 women; two left-handed). The PD and healthy control groups were not significantly different in terms of age (t=1.03, df=41, p=0.31), gender (χ2=0.45, df=1, p=0.52), handedness (χ2=0.82, df=1, p=0.56), years of schooling (t=-1.77, df=41, p=0.08), or socio-economic status (U=185.00, p=0.27) as assessed by Brazilian standardized criteria (Critério de Classificação Sócio-Econômica Brasil adaptado). No subject in either group had a history of head trauma, ECT, major medical illnesses, or substance abuse. All volunteers gave written and signed informed consent of the research procedure. The protocol was approved by the local ethical committee (No. HCRP 2435/2005). 1 H-MRS Acquisition and Post-processing Scans were carried out using a commercially available 1.5 T superconductive magnet (Siemens, Erlangen, Germany), with 25 mT gradient coils, and receptive/transmitter circular polarization head coils. After scout images in three anatomical planes, a magnetic resonance spectroscopy (MRS) PRESS (Point-Resolved Spectroscopy) sequence was acquired (TE/TR=270/1500 ms), multivoxel, with a slab of 100 x 80 x 20 mm3 (length by width by height). The voxels had a total volume of 2 mL. The slab included parts of the head, body, and tail of the hippocampus, and gray and white matter of mid and posterior portions of the temporal lobes. Water suppression was done using a MOIST sequence. Post-processing includes zero filling up to 32 x 32 matrix, Gaussian filter, and Inverse Fourier Transform. Voxel selection was carried out using the criteria of baseline stability, maximum width at half height (MWHH), and peak definition. Suboptimal voxels were excluded from the analysis. The selection was done by two experienced neuroradiologists in MRS (D.A. and A.C.S.), who were blind to the subject’s diagnosis. The area under the peak was used as resonance intensity for NAA, Cr, and Cho. The values were analyzed as ratios between peaks (NAA/Cr and Cho/Cr), and normal values were considered as within two standard deviations of the healthy control means (23). Statistical Analysis The data were compared by a repeated-measures analysis of variance (ANOVA), with groups (patients and controls) and gender as independent factors and size (left versus right) as a repeated measure. The possible effects of use of medication during the acquisition, panic attacks in the previous month, past depressive episodes and presence of agoraphobia were also investigated by independent repeated measure ANOVAs. In case of significant factor interaction, additional comparisons were performed with the Student t test. A level of p<0.05 was considered to be significant. Results None of the 25 patients reported experiencing a panic attack during MRSI acquisition. There was a significant decrease in NAA/Cr in the left hippocampus of the patients as compared to control (group versus side interaction, F=4.38, df=1, 39, p=0.04; t=2.27, df=41, p<0.05), as shown in figure 1. No other significant difference in NAA/Cr was found (p>0.05). Also, no significant difference in Cho/Cr was detected between patients and controls (p>0.05). The analyses between the PD subgroups showed that neither the medication status, symptomatology, past depressive episode nor presence of agoraphobia significantly affected the ratio levels (p>0.05). FIGURE 1. Hippocampal N-acetylaspartate/creatine ratio in panic patients and healthy comparison subjects. The asterisk indicates significant difference between patients (n=25) and controls (n=18) with the paired t test (t(41) = 2.27, p < 0.05). Discussion To the best of our knowledge, the finding of the present study represents the first neurochemical report on 1H-MRSI in PD. We observed significantly lower levels of NAA/Cr in the left hippocampus of patients with PD, compared to healthy volunteers. Our findings are in agreement with structural (5-8) and functional studies using PET (9-16), SPECT (17), and fMRI (18) showing hippocampal abnormalities in PD. Although the function of NAA is not well elucidated, it is known that this substance exists abundantly in neural tissues, is synthesized in neural mitochondria, and transported into cytosoles (19). The level of NAA is reduced in neurological disorders, such as Alzheimer’s disease, which involve neuronal loss (24), and it has been suggested that NAA reduction may occur prior to neuronal loss being detected by conventional structural neuroimaging studies (25). However, NAA decrease may also be explained as impairment of neuronal processes, resulting in secondary NAA loss. Reversible NAA losses have been found in amyotrophic lateral sclerosis (26), epilepsy after surgery (27), in multiple sclerosis (28), and, more recently, in schizophrenic patients treated with antipsychotics (29). These changes have been attributed to reversible impairment of oxidative metabolism from which NAA production is dependent. Thereby, we cautiously interpret the present finding of decreased left hippocampal NAA in PD as due to possible neuronal loss and/or neuronal metabolic dysfunction. The hippocampus has often been associated with memory. In this regard, Bystrisky and colleagues (18) have explained the higher hippocampal activation in PD patients detected by fMRI by arguing that emotional memories are more strongly encoded and recalled than those without the emotional component. Close connections between the amygdala, cingulum, orbital cortex and the hippocampus allow for the rapid and robust associations between emotionally significant events, especially fearful ones, and subsequent recall. In PD patients, there would be an exaggerated functional connectivity between these structures (18). These authors further argued that since this neurocircuitry is seemingly central to many primitive and instinctive reactions directed at self-preservation, including coping with imminent danger, it may be at the core of PD pathophysiology. In 1991, Deakin and Graeff (1) suggested that the pathway connecting the median raphe nucleus (MNR) to the hippocampus could promote resistance to chronic stress by disconnecting the aversive events from psychobiological processes underlying appetitive and social behaviors, thus allowing the animal or person to lead an almost normal life despite persistent adversity. Depression would supervene when this coping mechanism fails. 5-HT1A receptors were likely to be the main target of the MRN-hippocampal pathway. In fact, these receptors have been associated to anxiety and depression (30). Recently, it was demonstrated that 5-HT1A knockout (Htr1aKO) mice overgeneralize fear of the aversive contexts (31). Tsetsenis et al (32) observed that Htr1aKO mice have a deficit in evaluating ambiguous cues, over-responding to them. Additionally, it was seen that the bias in processing of unclear aversive cues in these animals is modulated by the hippocampal mossy-fiber pathway (32). The evidence that 5-HT1A hippocampal receptors are essential to the correct judgment of ambiguous cues suggests the hypothesis that dysfunctions in these receptors could be present in PD. Besides, PD patients demonstrate overreaction to conditioned and neutral stimuli (33), and an impaired evaluation of these stimuli could unleash panic attacks. Another possibility for explaining the hippocampal alteration in PD is the role of this structure in contextual conditioning (12, 16). It is well known that animals that have undergone a fear-conditioning experience also become conditioned to the context in which it occurred (34). This contextual conditioning is known to require intact hippocampal neurons (35). For Gorman and co-workers (2), contextual information is stored in memory in the hippocampus and conveyed directly to the amygdala, a structure considered the central point for dissemination of information that coordinates autonomic and behavioral responses. However, the absence of differences between patients with and without agoraphobia, verified in the current study, suggests that the lower level of NAA/Cr is not associated to phobic avoidance. Although agoraphobia became a distinct category among anxiety disorders since DSM-III publication, it rarely occurs in patients without PD, and was not studied as an isolated disorder. Although most studies include patients with or without agoraphobia, our study is the first to report the absence of metabolic differences between these groups. The interpretation of this data is difficult due to small sample size, which limits the statistical power of the analyses and also could lead to type II errors. No neurochemical differences were detected between subjects with or without past depressive episode. This result is consistent with the observation that major depressive patients do not show changes in NAA/Cr levels (36). Likewise, no significant differences were found in the metabolite ratios between patients with or without pharmacological treatment. Accordingly, the use of medication during the acquisition appears to have low influence in NAA/Cr levels quantified by spectroscopy in several brain areas, including the hippocampus of patients with anxiety disorders (19), major depressive disorder (36) or schizophrenia (37). To the best of our knowledge, there is no reported 1H-MRSI study comparing metabolite levels between symptomatic and asymptomatic PD patients. However, three studies using PET analyzed the hippocampus of patients with PD, considering the symptomatology. Nordahl et al (11) found an abnormal hippocampal functional asymmetry in both imipramine-treated and untreated PD patients, suggesting that this is a trait, rather than state, characteristic. Another study did not found functional differences in the hippocampus when the same patients were symptomatic or not, either because of pharmacological or CBT treatment (38). More recently, Sakai and colleagues (16) reported decreased glucose utilization in the right hippocampus in PD patients who showed improvement after CBT. However, no alterations were seen in the left hippocampus, which was hypermetabolic on the first exam (15). In agreement with our findings, none of these previous studies identified functional differences in the left hippocampus between symptomatic versus asymptomatic panic subjects. With regard to the spectroscopy method, the best way to measure the brain concentration of a substance would be to determine its absolute value. Nevertheless such measurement is highly complex, and the results are not always reliable. The utilization of ratios (NAA/Cr, Cho/Cr) is, on the other hand, easily obtainable, does not vary with the relaxation times T1 and T2, and is not affected by the cerebrospinal fluid (37). However, when significant differences are detected, it is not possible to specify whether these alterations are due to the numerator, to the denominator, or both. In general, Cr is thought to be relatively stable among individuals and in most brain areas; for this reason, it is often used as an internal reference (19). Hence, most of the interpretations consider the numerator as altered (19). Nevertheless, the accuracy of Cr as a standard is controversial, since variations in this metabolite level have already been noticed, including in PD (20). In conclusion, our results support the biochemical involvement of the hippocampus in the pathophysiology of PD. However, further multimodality and MSRI studies, with more homogenous samples and absolute quantification, may help further elucidate the mechanisms of this disorder. References 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. Deakin JWF, Graeff FG: 5-HT and mechanisms of defense. J Psychopharmacol 1991; 5:305-315. 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Method: A literature review was performed in the PubMed, Lilacs and Scielo databases using the keywords spectroscopy and anxiety disorder. References of selected articles were also hand-searched for additional citations. Results: Recent studies have shown that there are significant metabolic differences between patients with anxiety disorders and healthy controls in various regions of the brain. Changes were mainly found in Nacetylaspartate, which is associated with neuronal viability, but some of them were also seen in creatine, a substance that is thought to be relatively constant among individuals with different pathological conditions. Conclusions: MRS is a sophisticated neuroimaging technique that has provided useful insights into the biochemical and neurobiological basis of many anxiety disorders. Nevertheless, its utilization in some anxiety disorders is still modest, particularly social phobia and generalised anxiety. Although it is an extremely useful advance in neuroimaging, further research in other brain areas and patient populations is highly advisable. Introduction The past two decades witnessed a marked development of neuroscience. One of the most significant advances was the introduction of neuroimaging techniques, which revolutionised the study of psychiatric disorders. Magnetic resonance spectroscopy (MRS) is one of these neuroimaging techniques and became increasingly available at most research centres. Moreover, its applications to psychiatry have drawn much attention because it is a non-invasive procedure that can quantify metabolites in the human brain. Several studies used MRS to evaluate the metabolism in different psychiatric conditions, including the biological processes underlying psychological manifestations in anxiety disorders. In this paper, we describe the basic principles of the MRS technique and present 56 Clarissa Trzesniak, David Araújo, José Alexandre S. Crippa Department of Neuropsychiatry and Medical Psychology, Ribeirão Preto Faculty of Medicine, University of São Paulo, São Paulo, Brazil Keywords: anxiety; MRS; neurochemistry; neuroimaging; psychiatry; spectroscopy Clarissa Trzesniak, Departamento de Neuropsiquiatria e Psicologia Médica, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Hospital das Cl!nicas – Terceiro Andar, Av. Bandeirantes, 3900, 14049-900 Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil. Tel: 155 16 36022201/36022703; Fax: 155 16 36022544; E-mail: [email protected] a systematic review of the main MRS findings regarding anxiety disorders. Magnetic resonance spectroscopy Although based on the same principles of magnetic resonance imaging, MRS provides a frequency signal intensity spectrum that reflects the biochemical (metabolite/compound) composition of a specific brain area (Fig. 1). This metabolic information can be used to define the nature and extent of brain diseases, such as cancer, stroke and various neurodegenerative disorders. In psychiatry, MRS is being used to study chemical changes that occur in different diseases such as schizophrenia, panic, obsessive-compulsive and post-traumatic stress disorder (PTSD). MRS and anxiety disorder nucleoside ATP. It produces a total of seven peaks in a typical 1.5 T spectrum, with three peaks corresponding to ATP (1). Therefore, it permits the direct assessment of membrane phospholipids and high-energy metabolism. H-MRS and its identified metabolites. 1H-MRS provides information about neurotransmitter levels and neuronal integrity (2). The main substances identifiable by 1H-MRS are shown in Fig. 1: Nacetyl groups, especially N-acetylaspartate (NAA) at 2.01 p.p.m.; glycerophosphocholine, phosphocholine and choline (Cho) at 3.22 p.p.m.; creatine or phosphocreatine at 3.04 p.p.m. (Cr); myoinositol (mI) at 3.56 and 4.06 p.p.m.; glutamateglutamine complex (Glx) at 2.1–2.4 p.p.m.; and methyl resonance in lactate at 1.33 p.p.m. These position values refer to 1.5 T field strength. A water peak is observed at 4.7 p.p.m., but this peak is usually suppressed because it may obscure the other peaks because of its relatively large signal intensity (2). In the mature brain, NAA is thought to be found only in neurons (3). Hence, it is commonly used as a neuronal marker. This metabolite is reduced in many brain disorders with neuronal and/or axonal loss, such as infarcts, brain tumours, epilepsy, multiple sclerosis and neurodegenerative diseases. In addition, NAA may also be involved in myelin synthesis and myelin maintenance (2). This idea is supported by the MRS findings in myelin diseases such as Canavan!s disease, an inherited disorder of NAA metabolism. The choline signal includes glycerophosphocholine, phosphocholine and free choline and reflects the total brain choline pool. These compounds are involved in the synthesis and degradation of cell membranes, and their concentrations may be affected in disorders that influence membrane turnover. Increased choline peak areas generally represent higher proportions of membrane synthesis or degradation, as seen in tumours. As opposed to NAA, which reflects only neuronal density, the Cho peak is also thought to represent cellular density (2) of neurons and glial cells. The creatine peak is generated by the sum of creatine and phosphocreatine, indirectly reflecting the energetic activity of the cells. This peak is thought to be relatively stable among individuals and in most brain areas; for this reason, it is often used as an internal reference. Nevertheless, the accuracy of Cr as a standard is controversial because this metabolite level may vary under some pathological conditions, including anxiety disorders (4). 1 Fig. 1. A short echo (TR/TE ¼ 1500/20 ms) STEAM spectrum obtained from 8 cm3 on the right temporal lobe of a healthy volunteer. The chemical shift for each peak is shown in parts per million, and the area under the curve of the peaks indicates the relative amount of a particular metabolite. Major peaks represent NAA, Cr, Cho, mI, Glx and lactate. TE, echo time; TR, repetition time. Proton (1H-MRS) and phosphorus (31P-MRS) are the most widely studied atoms in MRS. However, other elements such as carbon (13C) and fluorine (19F) may be analysed. In glutamatergic transmission research, 13C-labelled carbon has been used to track the synthesis of g-aminobutyric acid (GABA) and the metabolism of glutamate (1). Fluorine spectroscopy measures the concentration of 19F-containing medications such as fluoxetine and fluvoxamine in the brain. Most studies analyse either proton-(1H) or phosphorus-(31P) spectroscopy because their nuclei permit the analysis of a variety of metabolites and are most abundant in brain tissue. Phosphorus-(31P) MRS quantifies the resonance of phosphomonoesters, phosphodiesters, inorganic orthophosphate, phosphocreatine and the 57 Trzesniak et al. mI is located in glial cells, being considered a glial marker (3). It acts as an organic osmolyte and is involved in second messenger system (2). Additionally, it is well known that mI is increased in demyelinating diseases and in Alzheimer!s type dementia (3). Glutamine (Gln) and glutamate (Glu) are amino acids that are often grouped together as Glx in MRS because their overlap makes it difficult to present them as separate peaks. Glutamate is the most abundant amino acid in the brain and is released by approximately 90% of excitatory neurons. After synaptic release, it is converted to Gln by adjacent glia (1), which then forms the substrate of mitochondrial Glu synthesis. GlutamateGln cycling is closely coupled to glial glucose utilization and lactate production. Moreover, Gln is possibly a more sensitive indicator of glutamatergic neurotransmission than Glu itself. Lactate is usually detected only under pathological conditions, in which aerobic energy metabolism is severely impaired. Elevated levels usually indicate ischaemia or hypoxia. High levels are also found in necrotic areas, related to tumours/ destructive lesions (1). Serial MRS measurements of lactate during an auditory task, after visual simulation or infusion of sodium lactate, have shown a temporary regional increase (2). The unsuppressed water peak measures extracellular and cytosolic water. Similar to Cr peak, this peak is sometimes used as an internal reference, with the assumption that the concentration of water does not vary significantly among brain regions. Recent technological advances, such as higher field magnets and special acquisition sequences, are having an increasing role in the analysis of GABA and Glx by MRS (5). We chose this approach to meta-analysis for several following reasons: (a) information needed to compute effect size was not always available and could limit our analysis to a small subset of studies, (b) the methods and extent of detailed information to define regions of interest vary widely on the studies, preventing accurate comparison, (c) there is a large difference in secondary variables across studies (i.e. gender, medication, comorbidities), (d) some disorders have very few MRS studies, making quantitative analyses difficult, and (e) meta-analysis has intrinsic limitations in estimating negative findings that do not get published (the file drawer problem) (6) So, meta-analysis may not be appropriate for a review of this broad scope, which covers more than a decade of published MRS findings in anxiety disorders. Moreover, it is well known that MRS imaging technique in animal research can also contribute to the investigation of anxiety disorders. However, we decided to focus on the human studies because we believe that the integration of animal and human data would be beyond the scope of the present review. Method Searches were performed in the PubMed, Lilacs and Scielo databases using the keywords spectroscopy and anxiety disorder, up to July 2007. References of selected articles were also handsearched for additional citations. All studies involving human patient samples relating MRS or magnetic resonance spectroscopy imaging (MRSI) data to anxiety disorders were included in this analysis. Forty-eight studies were included in this review (Table 1). Results Objective Neuroimaging may help elucidate the biological process occurring in brain regions that are correlated to the psychological experiences manifested in psychiatry disorders. Such studies received a great contribution from structural (computed tomography and magnetic resonance imaging) and functional (positron emission tomography and functional magnetic resonance imaging) neuroimaging. However, interpretations have been limited because only recently it has become possible to study the neurochemistry of the brain in vivo. This paper presents a systematic and qualitative review of the main MRS findings in anxiety disorders. 58 Forty studies included healthy volunteers as controls. The remaining eight used intra-subject or intra-patient comparisons. Among the investigations including healthy controls, only two did not provide evidence of any significant difference between groups. For heuristic purposes, we group the studies in the five specific anxiety disorders. Generalised anxiety disorder Generalised anxiety disorder (GAD) is a chronic and recurrent disorder characterised by excessive, pervasive and uncontrollable excessive concern. Associated symptoms include irritability, restlessness and concentration problems. Somatic symptoms MRS and anxiety disorder Table 1. Methodological MRS parameters in studies on anxiety disorders Reference Sequence Tissue (Acq./TR, ms/TE, ms) segment 1 H-MRSI/1.5 PRESS (2300/280) H-MRSI/1.5 PRESS (2300/280) 1 H-MRS (SVS)/1.5 STEAM (2000/270) No No No Phan et al. (10) 1 No Tupler et al. (11) 1 Miner et al. (12) 19 GAD Mathew et al. (7) Coplan et al. (8) SP Davidson et al. (9) PD Technique/FS (T) Dager et al. (13) 1 H-MRS (SVS)/4 STEAM (2000/10) H-MRS (SVS)/1.5 STEAM (650/20) F-MRSI/1.5 Not applied (300–2000/ not applied) 1 H-MRS (SVS)/1.5 PRESS (2000/272) No Not applied. No Dager et al. (14) 1 H-MRS (SVS)/1.5 PRESS (2000/272) No Dager et al. (15) Friedman et al. (16) Dager et al. (17) PEPSI (SVS)/1.5 PEPSI (2000/272) PEPSI (SVS)/1.5 PEPSI (2000/272) 1 H-MRS (SVS)/1.5 PRESS (2000/272) No No No Friedman et al. (18) 31 No Layton et al. (19) Shioiri et al. (20) 1 No No Massana et al. (21) Goddard et al. (22) Goddard et al. (23) Ham et al. (24) PTSD Schuff et al. (25) Schuff et al. (26) Villarreal et al. (27) Neylan et al. (28) Mohanakrishnan Menon et al. (29) Mahmutyazicioglu et al. (30) Li et al. (31) Ham et al. (32) Freeman et al. (33) Freeman et al. (34) Brown et al. (35) Kimbrell et al. (36) De Bellis et al. (37) Seedat et al. (38) Lim et al. (39) P-MRS (SVS)/1.5 STEAM (2000/6) H-MRSI/1.5 PEPSI (2000/272) P-MRS (SVS)/1.5 DRESS (3000/no available) 1 H-MRS (SVS)/1.5 PRESS (1500/25–35) 31 1 H-MRS (SVS)/2.1 H-MRS (SVS)/2.1 1 H-MRS (SVS)/3 1 H-MRSI/1.5 1 H-MRSI/1.5 1 H-MRS (SVS)/1.5 1 H-MRSI/1.5 1 H-MRS (SVS)/1.5 1 Not applied (5000/68) Not applied. (5000/68) PRESS (2000/35) PRESS (1800/140) PRESS (1800/135) PRESS (2000/40) PRESS (1800/135) PRESS (3000/30) 1 H-MRS (SVS)/1.5 PESS (2000/136) 1 H-MRS H-MRS 1 H-MRS 1 H-MRS 1 H-MRS 1 H-MRS 1 H-MRS 1 H-MRS 1 H-MRS 1 (SVS)/1.5 (SVS)/3 (SVS)/1.5 (SVS)/1.5 (SVS)/1.5 (SVS)/1.5 (SVS)/1.5 (SVS)/1.5 (SVS)/1.5 PRESS (1000/144) PRESS (2000/35) PRESS (2000/144) STEAM (2000/30) STEAM (2000/30) STEAM (2000/30) STEAM (1500/90) PRESS (1500/135) STEAM (3000/30) OCD Rosenberg et al. (40) 1H-MRS (SVS)/1.5 PRESS (not stated) Whiteside et al. (41) 1H-MRS (SVS)/1.5 PRESS (2000/35) Bartha et al. (42) Ebert et al. (43) Ohara et al. (44) Mirza et al. (45) Rosenberg et al. (46) Smith et al. (47) Fitzgerald et al. (48) 1 H-MRS (SVS)/ not stated 1 H-MRS (SVS)/2 1 H-MRS (SVS)/1.5 H-MRSI/1.5 1 H-MRSI/1.5 1 H-MRSI/1.5 1 H-MRSI/1.5 1 No ROI/voxel size Measures 3 Bilateral dorsolateral prefrontal cortex; hippocampi/0.8 cm Left and right centrum semiovale (mainly WM)/0.8 cm3 Basal ganglia (including parts of internal capsule, lateral ventricles and corpus callosum)/3 cm3 Rostral anterior cingulate cortex (BA 24/32); occipital cortex (BA 17–19)/8 cm3 Frontal and temporal cortex, internal capsule, lateral ventricle and corpus callosum/not stated Whole brain/2550 ml Left hemisphere, between the anterior and posterior horns of the lateral ventricle (encompassing the insular cortex and adjacent areas)/27 ml Left hemisphere, between the anterior and posterior horns of the lateral ventricle (encompassing the insular cortex and adjacent areas)/27 ml Periventricular WM/1 cm3 Periventricular WM/1 cm3 Left hemisphere, between the anterior and posterior horns of the lateral ventricle (encompassing the insular cortex and adjacent areas)/27 ml Left hemisphere, between the anterior and posterior horns of the lateral ventricle (encompassing the insular cortex and adjacent areas)/27 ml Periventricular WM/1 cm3 WM of the frontal lobe/not available Ratio Ratio Ratio Ratio Ratio Absolute Ratio Ratio Ratio Ratio Ratio Not stated Ratio Absolute No No Yes No Yes Yes Yes No Right temporal medial lobe (whole amygdala and part of Absolute hippocampus)/8 cm3; medial prefrontal cortex of both hemispheres/12 cm3 Occipital cortex/13.5 cm3 Ratio Occipital cortex/13.5 cm3 Ratio Anterior cingulate cortex; basal ganglia/3.4 cm3 Absolute Hippocampi/1.5 ml Ratio Hippocampi/1.1 ml Absolute Hippocampi/9.3; bilateral occipital WM/8.7 cm3 Absolute 3 Hippocampi; entorhinal cortex/1.1 cm Absolute Hippocampi/3.4 cm3 Ratio No Hippocampi/4 cm3; anterior cingulate/6.0 or 7.2 cm3 Ratio No Yes No No No No No No No Hippocampi/1.2 cm3 The midline of the anterior cingulate and hippocampi/3.3 cm3 Hippocampi/4 cm3 Bilateral medial temporal lobe/12 cm3 Bilateral medial temporal lobe/12 cm3 Bilateral medial temporal lobe/not stated Medial prefrontal cortex (centered on the anterior cingulate)/3 cm3 Anterior cingulate; occipital GM/3 cm3 Left basal ganglia; right frontal periventricular WM; and right parietal periventricular WM/8 cm3 Head of the left caudate; occipital cortex/0.7 cm3 Caudate head GM (and surrounding regions); right orbifrontal WM; left orbifrontal WM/4 cm3 Left corpus striatum/4.5 cm3 Ratio Absolute Ratio Ratio Ratio Ratio Ratio Ratio Ratio Anterior cingulate gyrus (BA 24/32); right striatum, the right occipital part of the parietal lobes/8 cm3 Lenticular nuclei and surrounding areas/8 cm3 Medial thalami/0.8 ml Medial thalami; lateral thalami/not stated Medial thalami; lateral thalami/0.8 ml Medial thalami; lateral thalami/0.8 cm3 Ratio No No STEAM (1500/20) Yes PRESS (1500/30) No PRESS (1700/15) PRESS (2300/272) Not stated. PRESS (2300/272) PRESS (2300/272) Yes No No No No Absolute Ratio Absolute Ratio Absolute Absolute Absolute Ratio 59 Trzesniak et al. Table 1. Continued Reference Technique/FS (T) Jang et al. (49) 1 Sumitani et al. (50) 1 H-MRSI/1.5 Sequence Tissue (Acq./TR, ms/TE, ms) segment PRESS (2000/272) Yes H-MRS (SVS)/1.5 STEAM (5000/18) Yes Rosenberg et al. (51) 1H-MRS (SVS)/1.5 PRESS (not stated) Kitamura et al. (52) 1H-MRS (SVS)/3 PRESS (2000/80) Renshaw et al. (53) Strauss et al. (54) 19 F-MRS (SVS)/1.5 Not applied (2000/not applied) 19 F-MRS (SVS)/1.5 Not applied (1000/not applied) No No Not applied Not applied ROI/voxel size Measures Prefrontal GM; anterior cingulate; frontal WM; parietal GM posterior cingulate parietal WM/1.1 cm3 Bilateral anterior cingulate (BA 24/32); left basal ganglia (caudate and putamen); left frontal lobe (only WM)/4.3 cm3 Anterior cingulate cortex/3 ml Anterior cingulate cortex/3.0 cm3; left basal ganglia/6.8 cm3; left thalamus/3.4 cm3; left frontal WM/3.4 cm3; left parietal WM/3.4 cm3 Whole brain/1360 cm3 Ratio Absolute Absolute Ratio Absolute Whole brain/1360 ml Absolute Acq., acquisition; BA, Brodmann area; DRESS, depth-resolved surface coil spectroscopy; FS, field strength; GM, grey matter; MRSI, magnetic resonance spectroscopy imaging; PEPSI, proton echo-planar spectroscopic imaging; ROI, region of interest; segment, segmentation; SVS, single-voxel spectroscopy; T, Tesla; TE, echo time; TR, repetition time; WM, white matter. may include muscle tension, sweating, dry mouth, nausea and diarrhoea. The prevalence of GAD is considered high in the general population. Nonetheless, to the best of our knowledge, until today, only two MRS studies of GAD have been published (Table 2). In the first study, it was observed that GAD patients presented higher NAA/Cr ratios in the right dorsolateral prefrontal cortex than the matched controls (7). However, GAD patients who reported childhood abuse had lower NAA/Cr ratios than non-abused subjects in the same areas. These data may suggest a potential biological subtype in GAD (7), which is consonant with previous reports on major depressive disorder (MDD) (55) that also identified biological subgroups based on a history of early trauma. More recently, the same research group (8) found that, in comparison with healthy volunteers, GAD subjects without early trauma exhibited decreased concentrations of Cho and Cr bilaterally in the centrum semiovale. Conversely, GAD patients with early trauma were indistinguishable from controls. However, when all subjects were pooled together, the intelligence quotient was found to be inversely correlated with Cho levels in the left and right centrum semiovale. Subsequently, reductions in both Cr and Cho were hypothesised to be associated with an altered energy metabolism of the centrum semiovale in GAD (8). Social phobia Social phobia (SP) is characterised by avoidance of a wide range of situations caused by excessive fear of potential embarrassment or humiliation from perceived scrutiny. Similar to GAD, despite its high prevalence, only four MRS studies on SP have been performed (Table 3). Davidson et al. (9) found NAA reductions in cortical and subcortical regions and lower Cho and Cr signal ratios in subcortical, thalamic and caudate areas. It was also observed that Cho, Cr and NAA signal ratios were Table 2. 1H-MRS metabolite findings in GAD Age Reference Subjects N (M/F) (mean " SD) Mathew et al. (7) Coplan et al. (8) Patients 15 (7/8) 39.3 " 13.3 Controls 15 (7/8) 39.1 " 13.5 Patients 15 (7/8) 39.3 " 13.6 Controls 15 (7/8) 39.1 " 13.5 Brain area Findings Right prefrontal GAD without ET had cortex [NAA/Cr GAD with ET had YNAA/Cr Left prefrontal NS cortex Hippocampi NS Centrum GAD without ET had semiovale YCho and YCr Characterization of the sample Comments Comorbidities: dysthymia (n ¼ 5), SP (n ¼ 2), Not stated SP 1 dysthymia (n ¼ 1). Drug-naive patients (n ¼ 6). The other ones were medication free for 4 weeks Comorbidities: dysthymia (n ¼ 5), SP (n ¼ 2), SP 1 dysthymia (n ¼ 1) Drug-naive patients (n ¼ 6). The other ones were medication free for 4 weeks IQ negatively correlated with Cho [, increase; Y, decrease; Cho, choline; Cr, creatine; IQ, intelligence quotient; ET, early trauma; F, female; M, male; N, number of participants; NS, not significant; ROI, region of interest; SD, standard deviation. 60 MRS and anxiety disorder Table 3. 1H- and 19 F-MRS metabolite findings in SP Reference Subjects Davidson et al. (9) Patients Controls N (M/F) Age (mean " SD) 20 (11/9) 20 (10/10) 35.7 " 6.7 34.6 " 9.1 Phan et al. (10) Patients Controls 10 (5/5) 10 (5/5) 27.6 " 6.8 26.6 " 6.8 Tupler et al. (11) Patients 19 (5/14) 42.0 " 11.6 Controls 10 (6/4) 37.8 " 10.5 Patients Controls 8 (5/3) None 43.9 " 8.4 Not applied Miner et al. (12) Brain area Cortical region Subcortical region Thalamus; caudate nucleus Anterior cingulate Occipital cortex Findings Characterization of the sample YNAA SNR YNAA SNR; YCho SNR; YCr SNR YCho SNR; YCr SNR Comorbidities: avoidant personality disorder (n ¼ 8); simple phobia (n ¼ 4); dysthymia (n ¼ 4); MDD (n ¼ 1). Drug free for 2 weeks Drug naive. Past MDD (n ¼ 1) [Glx/Cr NS Cortical grey matter YNAA/Cho; [Cho/Cr; [mI/Cr; [mI/NAA Subcortical [mI/Cr; [mI/NAA grey matter Whole brain Comments Not stated Occipital cortex as a "control! region. Anterior cingulate correlated with intensity of SP symptoms Not stated Comorbidities: dysthymia (n ¼ 4); simple phobia (n ¼ 4); dysthymia " simple phobia (n ¼ 1). Symptomatics and drug free for 2 weeks [fluoxetine/norfluoxetine Patients medicated for 8–20 weeks, Not stated in responders taking taking 40 mg of fluoxetine fluoxetine [, increase; Y, decrease; F, female; M, male; N, number of participants; NS, not significant; SD, standard deviation; SNR, signal-to-noise ration. inversely correlated with total SP and fear symptoms in the thalamic and non-cortical grey areas. According to the authors, this could be related to a primary alteration in dopaminergic or serotonergic activity (9). An increase in Glx/Cr in the anterior cingulate (10) was also found, which also correlated with the intensity of social anxiety symptoms. This finding could suggest that higher glutamatergic transmission in the limbic system is correlated with SP symptoms (10). Moreover, increases in Cho/Cr in grey matter and in mI/Cr and mI/NAA amplitudes in grey matter and in subcortical grey matter, and reductions in NAA/Cho in cortical grey matter have been observed (11). According to the authors, these changes may be associated with alterations in phospholipase C activity (11). Finally, using 19F-MRS, it has been verified that SP patients who responded to fluoxetine had higher fluoxetine/norfluoxetine concentrations in the whole brain than non-responders (12). Panic disorder Panic disorder (PD) is characterised by the sudden and unexpected occurrence of panic attacks (PA), which may vary in frequency from several episodes on the same day up to few episodes over a year. The induction of PA by intravenous infusion of sodium lactate has been widely used to investigate the neurobiology of PD. Dager et al. (13,14) compared blood to brain lactate levels, which were quantitatively estimated as NAA in the insular cortex. This region is thought to serve as an internal alarm centre, alerting to potentially distressing interoceptive stimuli with negative emotional significance. PD patients who responded to infusion showed significantly higher brain lactate levels before, during and after infusion, than did controls and non-responding patients. The same results were observed using proton echoplanar spectroscopy (PEPSI), a fast-acquisition technique capable of measuring metabolites from multiple brain regions as a response to physiological activation (15,16). All these brain lactate findings may reflect catecholaminergic mechanisms that have been implicated in situations in which blood lactate increases in response to emotional stress (14). Other studies investigated the effects on the brain of subjects who were stimulated with hyperventilation. Patients with PD exhibited a greater increase in brain lactate than controls during hyperventilation (17), as well as lower end-tidal CO2 (pCO2) and slower pCO2 recovery across the post-hyperventilation interval (18). This prior response, in which a substantially greater decrease in pCO2 was not accompanied by an increase in pH of similar magnitude, supports a model of greater alkalotic buffering in the PD group (18). Finally, Layton et al. (19) found that treatment with gabapentin appears to be effective in blocking a lactateinduced panic response but did not change the magnitude or time course of an altered brain lactate response to lactate infusion in PD subjects. Other studies were performed with patients at rest, non-panic state. Using 31P-MRS, a significant asymmetry (left . right) of phosphocreatine concentration was observed in the frontal lobes of subjects with PD, suggesting that alterations of phosphorus metabolism could be present in such brain areas of PD patients (20). Furthermore, 61 62 9 (4/5) 22 25 Controls Patients Controls Ham et al. (24) Goddard et al. (23) Goddard et al. (22) Massana et al. (21) Shioiri et al. (20) Layton et al. (19) Dager et al. (17) Friedman et al. (16) Dager et al. (15) Dager et al. (14) Friedman et al. (18) N (M/F) 8 (4/4) 8 (6/2) 13 (5/8) 10 (4/6) 15 (7/8) 10 (4/6) 4 (1/3) None 7 (4/3) 7 (5/2) 9 (5/4) 11 (3/8) 6 (3/3) None 18 (8/10) 18 (8/10) 11 (6/5) 11 (6/5) 14 (6/8) 14 (6/8) 10 (5/5) Subjects Patients Controls Patients Controls Patients Controls Patients Controls Patients Controls Patients Controls Patients Controls Patients Controls Patients Controls Patients Controls Patients Dager et al. (13) Reference P-MRS metabolite findings in PD 31 " " " " " " " 10.2 11.4 6.9 7.0 10 10 ("4) 11 28 " 3 31.9 " 6.8 30.5 " 5.2 35.9 35.3 34.3 34.6 37 37 ("4) 36 38.6 " 7.2 36.0 " 6.8 36.2 " 9.1 37.7 " 7.5 33.1 " 11.7 32.7 " 7.4 39.3 " 6.6 Not applied 40.8 " 6.3 35.6 " 5.8 42.7 " 15.3 31.5 " 9.6 Not stated Age (mean " SD) Anterior cingulate cortex (grey matter) Basal ganglia Occipital cortex Temporal medial lobe Prefrontal cortex Occipital cortex Frontal lobe left hemisphere (encompassing the insular cortex and adjacent areas) Left hemisphere (encompassing the insular cortex and adjacent areas) Periventricular white matter Periventricular white matter Left hemisphere (encompassing the insular cortex and adjacent areas) Left hemisphere (encompassing the insular cortex and adjacent areas) Periventricular white matter Brain area YGABA; [Cho; [Lac YGABA Deficient GABA response to acute BZD administration YCr NS YGABA Gabapentin blocked a lactate-induced panic response Asymmetry (left . right) of PCr YpCO2 during hyperventilation [Lac in response to hyperventilation [Lac in response to lactate infusion [Lac in response to lactate infusion [Lac in response to lactate infusion [Lac in response to lactate infusion Findings Asymptomatics. All on medication (benzodiazepines and/ or antidepressants) Symptomatics. 5 were drug naive, 2 were drug free for 3 months before the clonazepam (0.5 mg) treatment Symptomatics. 9 were drug naive, 2 were drug free for 3 months Asymptomatics. On medication (benzodiazepines or tricyclic antidepressants) Drug free for 2 weeks. None with comorbidity One was symptomatic and drug free. The other ones were in remission during gabapentin treatment (3600 mg/day). Asymptomatics for 6 months. 6 were on medication (fluoxetine and desipramine) Asymptomatic for 12 weeks. On medication with fluoxetine (20–40 mg/day) or gabapentin (3600 mg/day). Symptomatics and drug free before the gabapentin treatment Symptomatics. Drug free for 1 month. 3 were symptomatic and medication free for 1 month. 5 were asymptomatic and receiving medication Asymptomatics and drug free for 1 month Characterization of the sample [, increase; Y, decrease; BZD, benzodiazepine; F, female; Lac, lactate; M, male; N, number of participants; NS, not significant; pCO2, end-tidal CO2 recovery; PCr, phosphocreatine; SD, standard deviation. At rest Not at rest Table 4. 1H- and Trzesniak et al. MRS and anxiety disorder Massana et al. (21) found that levels of Cr and phosphocreatine were lower in the right medial temporal lobe region, which could indicate a hypermetabolic state in this region, according to their discussion. In addition, studies have shown a reduction in total occipital cortex GABA concentration in PD patients (22,23). The researchers observed that patients had a deficient GABA neuronal response to acute clonazepam administration in the occipital cortex compared with healthy volunteers. The normal response was a significant GABA decrease after the intervention (23). Recently, Ham et al. (24) observed a significant decrease in GABA concentrations in the anterior cingulated cortex and basal ganglia in the PD patients. All these results support the hypothesis that alterations in GABA neuronal function may be relevant to the pathogenesis of PD, as already reported in animal studies (56–58). The MRS studies on PD are summarised in Table 4. combat had higher NAA/Cr in the left medial temporal lobe than veterans with non-combat exposure. Another limbic structure that was investigated in PTSD is the anterior portion of the cingulate gyrus. This brain area is thought to be related to conditioned emotional learning, vocalizations associated with expressing internal states, assessment of motivational content and assigning emotional valence to internal and external stimuli (63). MRS studies revealed lower NAA (32) and NAA/Cr (30) in adults, as well as decreased NAA/Cr (37) ratio in the anterior portion of the cingulate gyrus in paediatric patients. In addition, a higher Cho/Cr was observed in this area, which could be related to alterations in glia, according to the previous study (38). Reductions in NAA/Cr were also seen in basal ganglia (39). Finally, Villarreal et al. (27) described lower Cr in the occipital white matter, which could reflect changes in energy metabolism (27). Obsessive-compulsive disorder Post-traumatic stress disorder PTSD symptoms may develop as a result of an acute, life-threatening traumatic event and commonly include non-specific physical symptoms, sleep disturbances and psychological problems. PTSD has been a focus of attention for MRS neuroimaging research over the past decade (Table 5). The temporal lobes, and particularly the hippocampus, have been investigated in PTSD because these brain areas are thought to be related to memory. Several studies have found a decrease in hippocampal NAA in PTSD patients (25–32). These results are consistent with other structural neuroimaging findings (59–62) and support the hypothesis that the hippocampal activity could be altered. Additionally, Ham et al. (32) reported that the hippocampal NAA levels were bilaterally negatively correlated with the re-experience of the symptoms in subjects with PTSD. Higher Cho/Cr was also found in the hippocampus of PTSD patients (30). This finding was attributed to lower Cr in the same area (26). Conversely, Freeman et al. (33) did not verify any chemical or structural alteration in the hippocampus of PTSD subjects. This conflicting finding may be explained by milder traumatic experiences and less psychiatric morbidity in the sample than those observed in average PTSD patients (33). In addition, NAA reductions in PTSD patients were found in the right (34) and left temporal lobes (35), as well as decreased Cho/ Cr was found in the left medial temporal lobe (34). Moreover, Kimbrell et al. (36) observed that Vietnam War veterans who were exposed to Obsessive-compulsive disorder (OCD) is characterised by obsessions, compulsions or both, which cause significant personal distress or social dysfunction. Basal ganglia alterations are believed to play a key role in the neurobiology of OCD. Rosenberg et al. (40) found higher Glx in the left caudate nucleus in children with OCD, suggesting increased regional glucose metabolic rates in this brain region (40). In addition, lower mI/Cr has been observed in the caudate nuclei (41), and decreased NAA in the left (42) and right striatum (43). Conversely, no differences between OCD patients and healthy subjects were seen in the lenticular nuclei (44). Alterations in the fronto-striato-thalamo-cortical circuit loop have also been implicated in the pathogenesis of OCD. Thus, various studies used MRS to investigate the thalamus in children. Mirza et al. (45) verified higher left and right medial thalamic Cr concentrations, which could possibly reflect altered energy metabolism in this structure 46). Increases in Cho concentration in the medial thalami were also observed (46,47). This could be related to alterations in myelinization or in signal transduction (46). Moreover, reductions in NAA/(Cr 1 Cho) and in NAA/Cho levels were seen in the medial thalami (48), which could be associated with changes in some of these metabolite concentrations. Whiteside et al. (41) observed higher Glx/Cr and NAA/Cr in the orbitofrontal cortex of patients with OCD. The authors suggested that this increase in NAA could reflect an increase in the 63 64 21 7 9 11 16 8 Subjects* Patients Subjects* Controls Patients Controls (21/0) (0/7) (0/9) (0/11) (10/6) (6/2) 25 (25/0) " " " " " 2.8 3.0 2.0 6.0 2.5 44.5 " 2.8 30.1 " 10.9 35.9 " 9.1 34.9 " 9.3 16 15.7 79.6 " 3.2 79.8 " 2.8 80.8 " 3.5 76.0 " 4.2 76.1 " 3.5 Not applied 48.9 " 8.2 43.0 " 5.1 Not applied All patients (48.4 " 3.9) 44.2 " 7.8 52.4 " 7.3 50.1 " 6.0 Not applied 21–52 years 23–45 years 34.6 " 4.9 33.3 " 5.3 Not applied 28.9 " 9.2 27.7 " 5.7 43.4 " 7.6 51.8 " 3.2 51.1 " 2.5 52.0 " 2.4 10.2 10.2 48.0 42.4 51.2 Age (mean " SD) Left basal ganglia Right frontal PWM Right parietal PWM Anterior cingulate Occipital grey matter Left medial temporal lobe Right medial Temporal lobe Left medial temporal lobe Right medial Temporal lobe Left medial temporal lobe Right medial temporal lobe Hippocampi Hippocampi Anterior cingulate Hippocampi Anterior cingulate Right hippocampus Left hippocampus Entorhinal cortex Hippocampi Left hippocampus Right hippocampus Left hippocampus Occipital white matter Hippocampi Right hippocampus Left hippocampus Right hippocampus Anterior cingulate Brain area YNAA/Cr NS NS [Cho/Cr than did the T2 NS PTSD-NC had YNAA/Cr than did the PTSD-C NS NS YNAA/Cr YNAA/Cr YCho/Cr NS YNAA YNAA NS YNAA/Cr in the left hippocampus relative to the right one YNAA/Cr; [Cho/Cr YNAA/Cr NS YNAA/Cr YNAA NS YNAA YCr YNAA YNAA/(Cho 1 Cr) NS YNAA; YCr YNAA/Cr Findings Drug free Not stated The controls were younger than the PTSD subjects Past comorbidities: MDD (n ¼ 12); alcohol dependence (n ¼ 7); mixed-substance dependence (n ¼ 12). Controls were paired with comorbidities None with comorbidity Not stated Not stated Occipital cortex as a "control! region Not stated Not stated Not stated. NAA of the anterior cingulate and hippocampi were negatively correlated with re-experience symptoms Not stated Not stated Comorbidity: MDD (n ¼ 2). Drug-naive patients Comorbidities: MDD (n ¼ 10), PD (n ¼ 3), SP (n ¼ 2), somatoform disorder (n ¼ 2), GAD (n ¼ 2) Not stated Not stated Positive relationship between cortisol and NAA without hypercortisolaemia. Not stated. Similar hippocampal and enthorrinal volumes between patients and controls Not stated Not stated Comments Drug free Not stated Not stated Not stated. Comorbidities: past MDD (n ¼ 10); past drug abuse (n ¼ 4) On medication (6 used antidepressants; 2 used mood-stabilisers) Current comorbidity: MDD (n ¼ 1) Comorbidities: MDD (n ¼ 6); ODD (n ¼ 5); ADHD (n ¼ 3) Characterization of the sample [, increase; Y, decrease; ADHD, attention-deficit hyperactivity disorder; F, female; M, male; N, number of participants; NS, not significant; ODD, oppositional defiant disorder; PTSD-C, PTSD subject and Vietnam War combat veteran; PTSD-NC, PTSD subject and Vietnam War veteran non-combat; PWM, periventricular white matter; SD, standard deviation; SD, standard deviation; T1, subject with trauma and PTSD; T2, subjects with trauma but without PTSD; WM, white matter. *Number of subjects with some early trauma and without PSTD. †PTSD-C. ‡PTSD-NC. Lim et al. (39) Seedat et al. (38) Kimbrell et al. (36) Brown et al. (35) Freeman et al. (34) Freeman et al. (33) Ham et al. (32) Mahmutyazicioglu et al. (30) Li et al. (31) Patients‡ 11 (not stated) 14 (12/2) 7 (6/1) None 10 (7/3) 6 (3/3) 12 (4/8) 12 (4/8) None 26 (8/18) 25(8/17) Controls Patients Subjects* Controls Patients Controls Patients Subjects* Controls Patients Controls Mohanakrishnan Menon et al. (29) 10 (10/0) 10 (10/0) 6 (6/0) 21 (21/0) 8 (8/0) None 9 (9/0) 12 (12/0) None 22 (22/0) 11 (not stated) Patients Neylan et al. (28) Patients Subjects* Controls Patients Subjects* Controls Patients Subjects* Controls Patients† 19 (19/0) 8 (not stated) 5 (not stated) Controls Patients Controls Villarreal et al. (27) Schuff et al. (26) Schuff et al. (25) Adulthood N (M/F) 11 (6/5) 11 (6/5) 7 (6/1) 7 (not stated) 18 (18/0) Subjects Patients Controls Patients Controls Patients De Bellis et al. (37) Childhood Reference Table 5. 1H-MRS metabolite findings in PTSD Trzesniak et al. MRS and anxiety disorder number of neurons, which is consistent with neurobiological models of OCD that have postulated higher activity in the cortex or with neurodevelopmental theories involving inefficient neuronal pruning in this disorder (41). More recently, it was found that OCD patients exhibited lower NAA/Cr and NAA/(Cr 1 Cho) levels in the prefrontal cortex and frontal white matter (49). Interestingly, these ratios increased after 12 weeks of citalopram treatment, a selective serotonin reuptake inhibitor (SSRI) antidepressant. The anterior cingulate was also investigated in OCD. Lower NAA (50), NAA/Cr (43,49,51) and NAA/(Cr 1 Cho) (49) levels were found in patients when compared with controls. In addition, reduction in Glx levels was found in OCD paediatric patients (51). In another study focusing on white matter, the mean concentration of Cho/ Cr was higher in the left parietal white matter in patients (52). Parietal Cho/Cr level was also correlated positively with the severity of OCD symptoms, which could suggest a change in the phospholipids of myelinated axons and/or glial cells (52). Finally, using 19F-MRS, it was verified that the concentrations of both fluoxetine and norfluoxetine (53) or fluvoxamine (54) were higher in the brain of OCD patients than the corresponding plasma levels after such SSRI medications. Table 6 summarises the MRS findings in OCD. Discussion MRS is a powerful technique that allows in vivo chemical examination of brain tissues, and it is now being used to address key questions in the neurobiology of anxiety disorders. MRS findings in such disorders point to chemical alterations observed in areas of the limbic system and prefrontal, frontal and temporal cortices. It is clear that PTSD and OCD are the most investigated disorders. Nonetheless, while PTSD studies have shown consistent results, most of the OCD findings seem to be inconclusive or contradictory. Patients with PTSD have shown smaller hippocampal and anterior cingulate volumes and decreased medial prefrontal/anterior cingulate function in neuroimaging studies, which is in line with findings in animals (64). In fact, several articles in the present review have found NAA reductions in the hippocampus (25–32), in the temporal lobe (34–36) and in the anterior cingulate cortex (30,32,37), which seems to offer evidence of neuronal alterations in these brain areas. The hippocampus is related to declarative memory and has the function of organizing separate episodic memories into a coherent memory system (65). Hippocampal alterations in PTSD patients had already been associated with the frequently observed disorganised and fragmented memory, reinforcing the implication of this limbic area in this anxiety disorder (66). Moreover, lower NAA in the hippocampus could also be an early marker of PTSD because the hippocampal alteration may be a primary factor predisposing to the development of PTSD (67). With regard to the anterior cingulate, the changes are in line with the neurocircuitry model of PTSD (68). In PTSD patients, failures of this modulation may lead to perpetuation and exaggeration of anxiety symptoms. However, the emphasis given to these brain areas in PTSD were not found in other regions that could be associated with this disorder, such as the medial prefrontal cortex. With respect to OCD, some neurochemical differences were found in the medial thalamus of children (45–48). These findings are compatible with the hypothesis that in OCD, the psychological manifestations may be correlated to a dysfunction of the thalamus and of other brain areas, such as the orbitofrontal cortex, basal ganglia and limbic striatum (69). According to this suggestion, OCD symptoms would occur when an aberrant positive feedback loop develops in the reciprocally excitatory frontothalamic neuronal interchange, inadequately integrated or inhibited by the ventromedial portions of the striatum. Other findings were lower NAA in the striatum (42,43) and alterations in the caudate nuclei (40,41). Additionally, there was a decrease in NAA in the anterior cingulate (43,49,50), as well as higher Glx (51). Although these findings in OCD appear to be consistent with the neurocircuitry model of the disorder, there is a wide range of variation among the changes found in each metabolite for the different brain areas (Table 6). Some results were inconsistent, probably because of differences among samples and methodologies (see below). In addition, although OCD is a heterogeneous condition, with four subtypes according to its symptomatology (70), this disorder is often studied as a homogeneous psychopathology. The inconsistent MRS results in OCD could be associated with different samples pooled together in a particular study (e.g. washer plus hoarder subjects). In PD, several lactate-induced PA studies found an increase in brain lactate (13–17), probably associated with emotional stress. Other panicogenic agents, such as carbon dioxide, caffeine and cholecystokinin, may reveal other neurometabolic differences. Studies on PD patients at rest showed alterations in the GABA system of the occipital 65 66 19 (6/1) (6/2) (1/4) (10/16) (3/9) (10/22) 38.4 25.0 26.2 25.2 22.7 24.5 " " " " " " 13.9 5.6 7.5 7.4 6.1 4.6 7 8 5 26 12 32 8.8 9.7 9 4 Sumitani PatientsA et al. (50) PatientsB PatientsC Controls Kitamura Patients et al. (52) Controls " " " " 26.9 " 7.0 34.9 32.4 27 30 13 (not stated) (7/6) (7/6) (8/4) (5/1) 24.5 " 5.7 29.3 " 6.3 27.8 " 7.3 13 13 12 6 12 (10/2) 12 (10/2) 13 (not stated) Patients Controls Patients Controls 41.2 " 7.1 41.4 " 7.9 Ohara Patients et al. (44) Controls Jang Patients et al. (49) Controls Bartha et al. (42) Ebert et al. (43) 15 (9/6) 15 (9/6) 11.4 " 2.8 15.6 " 2.3 15.5 " 2.4 Rosenberg OCD patients 20 (9/11) et al. (51) MDD patients 14 (5/9) Controls 14 (5/9) Adulthood Whiteside Patients et al. (41) Controls 11.2 " 2.5 11.6 " 2.4 11 (4/7) 11 (4/7) 10.3 " 2.5 14.4 " 2.5 14.4 " 2.7 8–15 years Not stated 10.3 " 2.5 14.4 " 2.5 14.4 " 2.7 Fitzgerald Patients et al. (48) Controls (13/14) (9/9) (not stated) (not stated) (not stated) (13/14) (9/9) (9/9) 11 " 3 12 " 2 Age (mean " SD) 27 18 18 11 12 27 18 18 11 (4/7) 11 (4/7) N (M/F) Mirza OCD patients et al. (45) MDD patients Controls Rosenberg Patients et al. (46) Controls Smith OCD patients et al. (47) MDD patients Controls Childhood Rosenberg Patients et al. (40) Controls Subjects F-MRS metabolite findings in OCD Reference Table 6. 1H- and YGlx in OCD and MDD YNAA/Cr YNAA/Cr NS Anterior cingulate Right striatum Right occipital part of the parietal lobes Lenticular nuclei NS NS NS YNAA in B compared with A and to controls YNAA and YCho in B compared with A NS NS NS NS NS [Cho/Cr Anterior cingulate Left basal ganglia Left thalamus Left frontal WM Left parietal WM YNAA/Cr; YNAA/(Cho 1 Cr)/[NAA/Cr; [NAA/(Cho 1 Cr) after citalopram treatment Prefrontal GM; anterior cingulate; frontal WM Parietal GM Posterior cingulate Parietal WM Anterior cingulated Left basal ganglia Left frontal lobe NS YNAA Left corpus striatum Caudate nuclei YmI/Cr Right orbifrontal WM [NAA/Cr; [Glx/Cr Left orbifrontal WM NS Anterior cingulate YNAA/Cho; YNAA/(Cr 1 Cho) NS [Cho NS [Cho in OCD NS [Cho in OCD relative to MDD Medial thalami Lateral thalami Medial thalami Right lateral thalamus Left lateral thalamus Medial thalami Lateral thalami [Cr-PCr in OCD [Glx; YGlx after paroxetine treatment NS Findings Medial thalami Left caudate nucleus Occipital cortex Brain area None with comorbidity. 10 on medication (with SSRI) None with comorbidity Comments YNAA/Cr of the anterior cingulate correlated with severity of illness Glx/Cr in the orbitofrontal WM related to OCD symptoms; mI/Cr in the caudate nuclei related to trait and/or state anxiety Not stated YNAA/Cho; YNAA/(Cr 1 Cho) in the left medial thalamus inversely correlated with [OCD symptom severity Not stated Not stated Not stated Not stated YGlx related to Y in OCD symptom severity Parietal Cho/Cr correlated positively with the severity of OCD symptoms Not stated Drug na"ve (n ¼ 2); other patients on medications Not stated (clomipramine or haloperidol) Comorbidities: MDD (n ¼ 2); dysthymia (n ¼ 1). Not stated Drug na"ve (n ¼ 12). The other one was medication free Current MDD (n ¼ 1). Medication free for 6 weeks (9 had never received antidepressant) Medication free for at least 6 months (n ¼ 10); 2 on medication Drug-na"ve patients. Comorbidities in OCD: anxiety disorder (n ¼ 2); dysthymia (n ¼ 1); ADD (n ¼ 1); ODD (n ¼ 1). Comorbidities in MDD: anxiety disorder (n ¼ 5); ODD (n ¼ 1); ADD (n ¼ 1); anxiety disorder 1 ODD (n ¼ 2) Drug na"ve (n ¼ 4); on medication (n ¼ 8) Drug na"ve. Comorbidities: anxiety disorder (n ¼ 4); anxiety disorder 1 dysthymia (n ¼ 1) Drug-na"ve patients. Comorbidities in OCD: anxiety disorder (n ¼ 6); dysthymia 1 anxiety disorder (n ¼ 1); ODD (n ¼ 2). Comorbidities in MDD: anxiety disorder (n ¼ 5); ODD (n ¼ 2); ADD (n ¼ 3) Drug na"ve. 6 had also some anxiety disorder Drug-free before the 12 weeks of taking the SSRI paroxetine (10–60 mg/day). Comorbidities: anxiety disorder (n ¼ 4); dysthymia (n ¼ 1); ODD (n ¼ 2) Drug na"ve Characterization of the sample Trzesniak et al. Not applied None Controls [, increase; Y, decrease; A, number of OCD patients who respond to SSRI; ADD; attention-deficit disorder with hyperactivity; B, number of OCD patients who respond to SSRI with an atypical psychotic; C, number of non-responders OCD patient; F, female; GM, grey matter; M, male; N, number of participants; NS, not significant; ODD, oppositional defiant disorder; PCr, phosphocreatine; SD, standard deviation; WM, white matter. Not stated Not applied 41.8 " 16.3 None 8 (3/5) Whole brain [brain fluvoxamine relative to plasma in patients taking fluvoxamine. All but one subject experienced improvement in symptoms, as well as steady-stable drug brain concentration within 30 days. The one non-responder exhibited several-fold higher plasma and brain fluvoxamine than the others Current comorbidity: MDD (n ¼ 3). On fluoxetine (60–100 mg) treatment for a minimum of 3 months. On other medications (n ¼ 4) Medication free for 8 weeks before the fluvoxamine (100–300 mg) treatment [brain fluoxetine and norfluoxetine relative to plasma in patients taking fluoxetine Whole brain 34 " 8 8 (4/4) Renshaw Patients et al. (53) Controls Strauss Patients et al. (54) Reference Table 6. Continued Subjects N (M/F) Age (mean " SD) Brain area Findings Characterization of the sample Not stated Comments MRS and anxiety disorder cortex (22,23), of the anterior cingulated cortex and basal ganglia (24), and alterations in Cr in the frontal (20) and temporal medial lobes (21). These GABA results are consistent with some findings in PD patients in response to the benzodiazepine receptor antagonist flumazenil (71,72). Changes found in Cr may be associated with alterations of the energy metabolism in the areas studied. However, further studies are still necessary to confirm these results because Cr is thought to be relatively constant among individuals and in most brain areas (1). More studies on PD patients at rest are needed because available data are insufficient and need replication. In contrast to OCD and PTSD, there are not many MRS studies on SP and GAD, and no article on simple phobia is available. In view of the high incidence of these disorders, this lack of MRS research is surprising. However, the initial SP results are suggestive of possible NAA, Cr, Cho and Glx alterations in prefrontal, cingulate, thalamic and other cortical regions (9,11). MRS data for GAD show NAA differences between abused and non-abused patients (7). However, further research is needed. Despite the amount and quality of the data, many major limitations can be highlighted in the studies reviewed. Several MRS studies included patients with both anxiety and affective disorders (Tables 2–6). There is a high comorbidity between these disorders, particularly MDD (73). Patients with MDD alone may have higher Cho/Cr values, especially in the basal ganglia, lower Glx levels in the frontal lobe structures and lower GABA in the occipital cortex, as compared with healthy controls (74). Because the areas related to anxiety and affective disorders often overlap, the inclusion of such subjects may prevent the identification of alterations specific to either one of them. Patients included in most of the reviewed articles had previously taken medications or were under treatment during the MRS scanning. Some studies that investigated subjects before and after drug treatment found changes in metabolite concentrations (19,22,23,40,49), supporting the view that medication probably affects neurochemical compounds. It was also observed that most of the studies were conducted on small groups (,20), on samples with no balance between male and female subjects, with different clinical and demographic characteristics (Tables 2–6), and especially without standardization of the parameters of image acquisition and field strength (Table 1). These limitations may make the generalization and reproducibility of the study results to other clinical samples difficult. With respect to the MRS methodologies, many studies have been carried out using 1.5 T magnets 67 Trzesniak et al. (Table 1). However, 3.0 T (or stronger) magnets are becoming increasingly available and may become the standard for research purposes in the next few years. Higher intensity magnets will improve the signal-to-noise ratios, also improving the distinctions between groups of metabolites. Shimming is a great limiting factor in MRS. It is defined as the process by which we improve field homogeneity by varying the output of the gradient coils. Although there must be shielding of the magnet room against spurious electromagnetic waves, both the environment and the equipment may induce slight variations in the main magnetic field. Magnetic field heterogeneities add artefacts and may mimic alterations. With 3 T magnets, shimming will be even more important. Small variations in the magnetic field at 3 T strength would add even more artefacts than in 1.5 T machines. Achieving high homogeneity is also a time-consuming factor. Shimming may take several excitations, increasing the likelihood of patient motion and more artefacts. The balance between these factors may be difficult to achieve, discouraging the acquisition of high-quality data. Point-resolved spectroscopy (PRESS) and stimulated echo acquisition mode (STEAM) were the sequences most often used for slice selection and excitation in the papers reviewed. STEAM may be used with shorter echo times (1), consequently showing more metabolites, including neurotransmitters such as glutamate and glutamine. It is, however, more prone to artefacts than the PRESS sequence. Short echo PRESS sequences are becoming available with stronger magnetic fields. This will help obtain more metabolite peaks with fewer artefactual spectra in the near future. Most of the studies reviewed here used singlevoxel spectroscopy. This approach is faster than multivoxel spectroscopy (MRSI) but has lower spatial resolution with larger voxel sizes. Also, we cannot evaluate multiple regions with this method, and have to rely on a pre-scanning hypothesis to analyse the results. With MRSI, it is possible to scan several regions at a time, allowing post hoc analysis. Voxel segmentation is also a major issue when we analyse MRS data, and most of the studies in this review did not use it. Grey matter and white matter have distinct spectroscopic profiles, and it is advisable to calculate the amount of them in each voxel. Grey matter contains neuronal cell soma and is therefore our main goal. Correcting metabolite concentrations to grey matter voxel content may improve our estimates of correlation between functional and structural data. Another potential limitation of this review may be the Cr ratio method used for spectral quanti68 fication. This is the most common methodology because of the relative simple way to calculate this ratio compared with absolute quantification. However, absolute metabolite concentrations may represent a potential advantage over ratios in terms of sensitivity, especially if the reference compound itself is subject to alterations. Nevertheless, absolute concentrations are also referenced to brain water and can be significantly influenced by the cerebrospinal fluid content of the region of interest (75). In addition, the Cr referencing approach helps to control for variance associated with assay irregularities across regions and subjects, such as magnetic field inhomogeneities, and for partial volume effects (76). The reports of alteration in creatine, because of either disease or the effects of medications, suggest cautious evaluation of the findings because if both numerator and denominator are changing, the final estimation will be wrongly interpreted. It is also important to highlight that most of these studies in this review are cross-sectional group comparisons of patients and non-patients, and the differences on MRS dependent variables are correlational findings that do not infer causation. Thus, an equally valid interpretation of the findings of these studies is that being anxious changes brain states. In fact, evidence from symptom provocation studies suggests that this is indeed what is happening. One major consideration in regard to imaging studies in psychiatric disorders is the trait/state dilemma. While "trait! means an intrinsic brain abnormality that may manifest itself as disease, we define "state! as the condition of manifesting the symptomatology at a given time. The findings in MRS studies could be because of either an intrinsic predisposing condition or normal anxiety pathways, triggered by outside events. There are some fast MRS sequences that could be useful in provocative tests (such as PEPSI), and there are studies with such methodology in the literature about metabolite changes during lactate-induced PAs and metabolite response to medication in PDs (13–19). However, to our best knowledge, there is no major study that answered the trait/state dilemma. To rule out trait/state conditions, the ideal study design would be to compare a group of patients with symptoms (trait-symptomatic), one group with the history of the condition, but without symptoms at the time of the scan (traitasymptomatic), a normal group scanned during provocative studies (no trait-symptomatic), and a normal group at rest (no trait-asymptomatic). Finally, among the 40 studies including healthy controls, only two did not provide evidence of any MRS and anxiety disorder significant difference between groups (i.e. anxiety patients vs. non-patients). Nonetheless, it is well known that publications reporting non-significant results are less likely to be published than papers with significant findings. Hence, it could be possible that the published literature provides only a biased sample of researches in which positive results are published, while negative studies may have been prevented from going public. Conclusions and future directions MRS is a relatively new method that is continually improving. Stronger magnets, faster acquisition techniques and standardised methods of analysis are some of the near future improvements. Combined research methods may also elucidate the relationship between functional, structural and biochemical mechanisms that implemented the psychological manifestations in anxiety disorders (77). The increasing availability of MRS will increase the amount and importance of studies on anxiety disorders. Furthermore, the utility of MRS for early diagnosis in anxiety disorders should be examined in longitudinal studies. MRS can also raise hypotheses regarding pathogenic mechanisms, which may lead to new insights. Nevertheless, to achieve these goals, the method needs to be preferentially applied to patient populations that are diagnostically distinct and ideally drug naive or medication free. Because many aspects of the anxiety disorders are heterogeneous, standardization of spectroscopic methodology and a more judicious selection of subjects are likely to generate more reliable evidence concerning the neurobiology of these disorders. Acknowledgements This study was supported by a grant from "Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientı́fico e Tecnológico! (CNPq-Brazil554490/2005-6). C. T. is the recipient of a CAPES (2006–2008) fellowship. J. A. S. C. is the recipient of a CNPq Productivity (2006–2008) fellowship. References 1. MALHI GS, VALENZUELA M, WEN W, SACHDEV P. Magnetic resonance spectroscopy and its applications in psychiatry. Aust N Z J Psychiatry 2002;36:31–43. 2. ROSS AJ, SACHDEV PS. Magnetic resonance spectroscopy in cognitive research. Brain Res Rev 2004;44:83–102. 3. BONAVITA S, DI SALLE F, TEDESCHI G. Proton MRS in neurological disorders. Eur J Radiol 1999;30:125–131. 4. MARSHALL I, WARDLAW J, CANNON J, SLATTERY J, SELLAR RJ. 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