Presentação dos fiadores e resumo das intervenções

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Presentação dos fiadores e resumo das intervenções
JOÃO EVANGELISTA
Nasceu em 1924.
Aos 11 anos de idade entrou no Seminário de Coimbra onde completou os estudos eclesiásticos e foi
ordenado sacerdote em 1946. Nesse mesmo ano foi integrado na equipa formadora do Seminário e
na Assistência Religiosa à JOC e à LOC.
Em 1949, foi nomeado Capelão do Carmelo e assistente da Tutoria. Em 1952 foi convidado para
formar a UCIDT (União Católica de Industriais e Dirigentes de Trabalho).
Em 1958, foi enviado para a Universidade Gregoriana de Roma onde cursou a Faculdade de Ciências
Sociais, tendo completado a licenciatura com elevada classificação. No regresso foi convidado para
leccionar no Seminário Maior e no Instituto de Serviço Social.
Foi honrado com a dignidade de Monsenhor, a 9 de Janeiro de 1967, pelo Papa Paulo VI.
Em 1975, foi encarregado da Paróquia de S. Cristóvão da Sé Velha onde ainda exerce as funções de
Pároco.
Foi nomeado para professor da Universidade Católica de Lisboa para a disciplina de Ética
Empresarial, em 1980.
Traduziu e publicou o livro de Michael Novaka, “O Espírito do Capitalismo Democrático”.
JOÃO EVANGELISTA
Espaços de culto
São assim designados os locais onde se presta culto à divindade. Podem ser monumentos edificados
ou simples memórias, ou apenas uma gruta, um cimo de montanha, um lugar aprazível onde a água
corre. A sua escolha obedece em primeiro lugar critérios religiosos variáveis segundo as culturas dos
povos, a sua religiosidade os meios de que dispõem a arte, a técnica de construir, e os modos de
vida.
Desde as mais remotas antiguidades a humanidade criou e preservou “espaços de culto”
monumentais que são preciosos legados da sua cultura e de todos os seus conhecimentos sobre os
deuses e sobre as técnicas de dominar os elementos materiais e pô-los ao serviço do espírito. Os
espaços de culto antigos continuam a ser para nós fonte inesgotável das ideias inspiradoras de tais
patrimónios e das capacidades técnicas com que os executaram.
A ideia de Deus e do sobrenatural, imateriais em si mesmas, tornam-se fonte inesgotável de sinais
mais ou menos artísticos carregados de simbologia e de mensagens salvíficas, integradas nos
monumentos religiosos. Desde a construção dos templos, passando pelo mobiliário e adornos
litúrgicos, até aos paramentos e objectos de arte sacra, tudo tem um enorme conteúdo de história e
de sentido religioso. O Culto é cultura. A cultura tem de entender o próprio culto.
No fenómeno do turismo moderno, herdeiro das tradições romarias antigas e das peregrinações aos
lugares santos afloram outras motivações não religiosas como a curiosidade (cultura), a usufruição
estética, a experiência do desconhecido. No entanto, os lugares espaços e monumentos religiosos
continuam a atrair multidões ávidas de algo sensacional. As igrejas identificadas como um património
histórico ou artístico relevante, estão a ser menos utilizadas para o culto e cada vez mais sofrem a
pressão do fluxo turístico superficial. Muita gente quer ver e andar. O que, em nada favorece uma boa
política de cativação de turistas. É na verdade um enorme desafio, este de colher vantagens do
nosso património.
MARIA CRISTINA DA FONSECA ATAÍDE CASTEL-BRANCO
Licenciada em Arquitectura Paisagista (Instituto Superior de Agronomia, 1985), Master in Landscape
Architecture (Univ. Massachusetts, EUA, 1989), Doutoramento em História de Arte de Jardins
(Instituto Superior de Agronomia, 1992).
Professora Associada com Agregação docente nas áreas de “História da Arte de Jardins” e “Ecologia
da Paisagem” da licenciatura em Arquitectura Paisagista do Instituto Superior de Agronomia,
Universidade Técnica de Lisboa (desde 1989).
Presidente da Secção Autónoma de Arquitectura Paisagista (1993-1997; 2003-2006) tendo como
área de investigação a Paisagem Cultural e os Jardins Históricos, e tendo sido responsável pelo
restauro do Jardim Botânico da Ajuda, em Lisboa (1992-2002), e do Jardim do Cerco, em Mafra
(1995-1997).
Directora de Projecto de Desenvolvimento Turístico da Herdade da Comporta (2002-2004)
Directora executiva do Jardim Botânico da Ajuda, Lisboa(1997-2002).
Directora de projecto "Jardins Garcia de Orta" na EXPO'98 (1994-1998).
Coordenadora do Programa Cultura 2000 “Obras primas da botânica na Europa”, em colaboração
com o Mosteiro dos Jerónimos e Kew Garden (U.K) (2001-2003)
Coordenadora da Candidatura da paisagem cultural de Santarém a Património Mundial, em conjunto
com o Dr. Jorge Custódio (2000/2001).
Sócia gerente do atelier ACB-Arquitectura Paisagista Lda, com projectos privados e públicos em
restauro de jardins históricos e traçado contemporâneo (desde 1991).
Presidente da Associação Portuguesa de Jardins e Sítios Históricos (desde 2003).
Nomeada membro efectivo do ICOMOS-UNESCO (desde 2006).
Publicações
2004. Félix de Avelar Brotero, botaniste portugais (1744-1828), Centre Cultural C. Gulbenkian, Paris.
2002. Jardins com História, Ed. Inapa, Direcção e co-autoria.
2001. Necessidades, jardim e cerca, Ed. Horizonte (concepção, coordenação e co-autoria)
edição em inglês: Necessidades: the gardens and enclosure
1999. Jardim Botânico da Ajuda, Ed. Jardim Botânico da Ajuda (concepção, coordenação e coautoria)
1998. Livro Verde da Expo`98, Ed. Parque Expo (concepção, coordenação e co-autoria)
1994. Os quatro rios do Paraíso, Ed. D. Quixote, em co-autoria com Clara Pinto Correia e José A
Furtado.
Diversas artigos em publicações e revistas da especialidade.
Prémios, bolsas e júri de concursos
2006. Júri do Prémio Nacional de Arquitectura Paisagista (categoria Empreiteiros)
Desde 2005. Júri do Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima
2005. Prémio Nacional de Arquitectura Paisagista – UrbaVerde – 1.º lugar (jardins privados)
2005. Condecorada com a Ordem de Chevalier des Arts et des Lettres pelo Governo Francês
1991. Bolsa da Fundação Luso-Americana para Doutoramento nos EUA
1989. Prémio Andrea Palladium em conjunto com a Arq. Teresa Andresen. Atribuído ao projecto
Universidade Católica ,Porto
1989. Students1 Merit Award – pelo Mestrado em Arquitectura Paisagista, American Society of
Landscape Architects, Boston.
1987. Bolsa Fulbright, ITT, para apoio ao Mestrado na Universidade de Massachusetts.
CRISTINA CASTEL-BRANCO
Os monumentos botânicos de Coimbra
Dois jardins em Coimbra ocupam, de um lado e de outro do Mondego em vales localizados quase
simetricamente, áreas semelhantes e carregam um passado histórico que integra a essência de
Coimbra. Na margem direita, o Jardim Botânico da Universidade, com 13,5 hectares, é o terreno de
estudo, a exposição de plantas, o local de experiências e de registos botânicos de um passado
grandioso em matéria do conhecimento das plantas. Na margem esquerda, o Jardim da Quinta das
Lágrimas, com 12 hectares, cujas fontes testemunharam a capacidade de gestão da Rainha Santa e
a história dos amores de Inês e Pedro, com a sua ligação ao Convento de Santa Clara, durante o
século XIX foi terreno fértil para a colecção de plantas exóticas da família Osório Cabral de Castro.
Ambos sustentam com a sua história a história de Coimbra. Em ambos os lados, as árvores
cresceram e atingiram portes magníficos, em ambos a necessidade de manutenção é sentida e as
dificuldades inerentes aos espaços exteriores potencialmente visitáveis mas sem verbas suficientes
para o fazer.
A simbólica do espaço é uma das componentes mais importantes da venda do produto turístico “
jardim histórico” e nestes dois casos, que há séculos se “namoram” de cada lado do Mondego, o
potencial é enorme. De que forma Coimbra pode tirar partido destes dois monumentos botânicos que
ocupam o seu coração?
As histórias do Jardim Botânico e da Quinta das Lágrimas podem ser re-analisadas à luz dos
interesses do século XXI para as compararmos com outros casos europeus em que o espaço e
historia da cidade prestigiam os jardins e reciprocamente os jardins prestigiam as cidades.
FRANÇOIS BORDES
Archiviste-paléographe diplômé de l'Ecole Nationale des Chartes (1978); Docteur en Histoire (2007);
Chevalier dans l'ordre des Palmes académiques
[email protected]
Carrière professionnelle
1978-1990 : conservateur aux Archives nationales (Centre des Archives d'Outre-Mer)
1990-1997 : directeur des Archives départementales de la Dordogne
1998- : directeur des Archives municipales de Toulouse
Recherches – Publications
1978 : Thèse d'Ecole des Chartes : Recherches sur la sorcellerie dans le Béarn, les Landes et le
Labourd sous l'Ancien Régime ; publiée en 1999 aux Editions Privat
1999 : Sorciers et sorcières. Procès de sorcellerie en Gascogne et Pays basque, Toulouse, Editions
Privat
2007 : Doctorat en Histoire : « Formes et enjeux d’une mémoire urbaine au Moyen Âge : le premier
« Livre des Histoires » de Toulouse (1295-1532) » (mention très honorable avec félicitations du jury)
Directeur de publication de plusieurs catalogues d’exposition, dont :
Ils observaient les étoiles, cinq siècles d'astronomie toulousaine, 2002,
Fontaines toulousaines, 2003
Toulouse impériale (1804-1814), 2004
Toulouse, parcelles de mémoire. 2000 ans d’histoire urbaine au regard de 8 siècles d’archives,
catalogue d’exposition, Toulouse, Archives municipales, 2005
Articles dans diverses revues de sociétés savantes, dont les Mémoires de la Société archéologique
du Midi de la France
Communications dans des congrès :
-
Du bien manger et du bien vivre à travers les âges et les terroirs, LIVe congrès d’études
régionales de la Fédération historique du Sud-Ouest (Brantôme, 19-20 mai 2001
-
Vêture et pouvoir, XIIIe-XXe siècle, Colloque des 19 et 20 octobre 2001, Centre Universitaire
d’Albi
-
Les cartulaires méridionaux, Colloque organisé à Béziers les 20 et 21 septembre2002 par le
Centre historique de recherches et d’études médiévales sur la Méditerranée occidentale
Vie associative
Membre titulaire de la Société Archéologique du Midi de la France
Membre du Conseil d’administration de la Fédération historique de Midi-Pyrénées
Membre du Conseil scientifique du Centre d’Etudes Cathares
Membre du bureau de la section des archivistes municipaux de l’Association des archivistes français
Secrétaire de l’association Archives d’Oc
Relations avec l’Université
Membre du Conseil du département d’Histoire de l’Université de Toulouse – Le Mirail
Vacations au Département Archives et Médiathèques de l’Université de Toulouse – Le Mirail
Vacations au D.E.S.S. “ Archives et images ” de l’Université de Toulouse – Le Mirail
LOUISE-EMMANUELLE FRIQUART
[email protected]
Chargée de mission inventaire à la mairie de Toulouse (Archives municipales)
•
Inventaire préliminaire du centre ancien de Toulouse : recensement de tous les édifices du
centre historique : travail sur le terrain, exploitation des sources d’archives et utilisation des
outils informatique.
•
Monographies d’édifices dans les faubourgs : étude historique sur des édifices importants du
patrimoine toulousain.
•
Relations avec les services en charge du patrimoine : Service de l’Urbanisme, Monuments
Historiques de la DRAC Midi-Pyrénées, Service de l’Architecture et du Patrimoine, Service
de la Connaissance du Patrimoine de la région Midi-Pyrénées.
•
Encadrement de stagiaires.
Formation
1999
Titre de guide conférencier (agrément du Ministère de la Culture).
1995
DEA d’Histoire de l’art, Les expositions des produits des Beaux-Arts et de l’industrie dans la
1
ère
moitié du 19e siècle à Toulouse. Université Toulouse-Le Mirail : mention Bien
1994
Maîtrise d’Histoire de l’art, Victor Maziès, artiste peintre au 19e siècle. Université Toulouse-
Le Mirail : mention Bien.
1990
Diplôme Universitaire de Technologie : Techniques de Commercialisation. Université Paul-
Sabatier. Toulouse. Mention Bien.
Travaux professionnels
Décembre 2002 /Décembre 2003 : Centre Méridional de l’Architecture et de la ville (Toulouse)
•
Participation au montage de l’exposition (pré maquettage) : L’artiste et le géomètre, Pierre
Debeaux, architecte (1924-2001) du 25 mai au 18 octobre 2003.
•
Préparation d’un ouvrage collectif sur le Mirail (recherche documentaire, entretiens,
rédaction)
Novembre 1999/Décembre 2002 : Association culturelle Le Cornac (Toulouse)
•
Création et gestion du projet culturel Paroles de Quartier dans le quartier de Bellefontaine :
•
Conception de l’exposition « Toulouse-le Mirail : le projet Candilis. De la conception à la
construction de la ville nouvelle » présentée à l’université de Toulouse-le Mirail et à l’école
d’architecture de Toulouse.
Octobre 2000 / Décembre 2001 : Service régional de l’Inventaire (Toulouse)
•
Inventaire du quartier Lafourguette : sélection des édifices, établissement des typologies et
rédaction des dossiers d’inventaire.
•
Recensement du quartier Arnaud-Bernard : rédaction de fiches de recensement et
couverture photographique.
•
Maîtrise de l’outil informatique SIG Mapinfo.
Publications
A paraître
±La préfecture de la Haute-Garonne : histoire, institution, architecture, ouvrage
collectif réalisé par la Préfecture de la Haute-Garonne.
±Un exemple d’architecture haussmannienne à Toulouse : le Grand-Hôtel rue
de Metz. Actes du 58e congrès de la Fédération historique de Midi-Pyrénées.
Sept. 2007
±Histoire du tribunal de commerce de Toulouse, catalogue de l’exposition « Juges
et entrepreneurs, cinq siècles de justice consulaire », organisée par le tribunal de
commerce de Toulouse.
Avril 2007
±L’Université de Toulouse-le Mirail dans la revue « Midi-Pyrénées Patrimoine »
Nov. 2006
±Toulouse-le Mirail, le projet Candilis. Itinéraire du Patrimoine, Accord édition,
Toulouse, Monum, Edition du Patrimoine, Paris, 2006.
Communications
Juin 2007
±Un exemple d’architecture haussmannienne à Toulouse : le Grand-Hôtel rue
de Metz, dans le cadre du 58e congrès de la Fédération historique de Midi-Pyrénées.
Déc. 2006
±Les décors en terre cuite au 19e siècle à Toulouse. Rotary Club de Toulouse.
±SIG et Inventaire : le cas de la ville de Toulouse. Journées des chargés
d’Inventaire Midi-Pyrénées à Foix.
Janvier 2006
±L’inventaire : outil de gestion et de valorisation du patrimoine. Conférence
dans le cadre des journées d’études organisées par les archives de Toulouse « La
ville ancienne : entre mémoire et devenir ».
Avril 2005
±Patrimoine
d’aujourd’hui :
les
Méridional de l’architecture. Toulouse.
grands
ensembles
toulousains.
Centre
FRANÇOIS BORDES e LOUISE-EMMANUELLE FRIQUART
La monumentalisation de l’hôtel de ville de Toulouse
A travers l’histoire du Capitole, cette communication évoquera les choix politiques et les partis
architecturaux qui ont fait de ce bâtiment le symbole de Toulouse. La maison commune, née à la fin
du 12e siècle, s’est construite peu à peu en annexant les bâtiments voisins selon ses besoins et les
opportunités. La politique d’embellissement des villes de la seconde moitié du 17e siècle est à l’origine
de profonds changements : nous verrons comment la création d’une place a été le point de départ
d’une évolution radicale de la représentation du pouvoir qui s’exprime à travers la monumentalisation
de l’hôtel de ville.
MARIA DE LURDES CRAVEIRO
Maria de Lurdes Craveiro é doutorada em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade
de Coimbra, com a dissertação sobre, O Renascimento em Coimbra. Modelos e programas
arquitectónicos, apresentada em 2002.
Desempenhou funções de Técnica Superior no Museu Nacional de Machado de Castro em Coimbra
(1985-1988).
É, desde 1988, docente no Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de
Coimbra e colaborou em diversos Cursos de Mestrado na Faculdade de Letras (2005-2006), nos
Departamentos de Arquitectura (2003) e Engenharia Civil (2005) da Faculdade de Ciências e
Tecnologia da mesma Universidade, na Universidade de Aveiro (2005-2006) e na Universidade de
Salamanca (2000).
É coordenadora responsável pelo Mestrado/2º Ciclo em História da Arte a funcionar na Faculdade de
Letras da Universidade de Coimbra para os anos lectivos de 2007-2008 e 2008-2009.
É a investigadora principal do grupo “Estudos multidisciplinares em Arte”, integrado em Julho de 2007
no Centro de Estudos Arqueológicos das Universidades de Coimbra e Porto, Unidade de I&D -281, da
Fundação da Ciência e Tecnologia.
Em colaboração com vários organismos, tem tido também uma acção destacada na defesa,
conservação e divulgação do património arquitectónico. Salienta-se a sua integração em projectos de
reabilitação de vários conjuntos edificados. Com a Câmara Municipal de Coimbra (2000-2002)
estabeleceu o apoio científico às obras no Pátio da Inquisição e com o IPPAR mantém o
acompanhamento científico às obras em curso no mosteiro de Santa Cruz, na Sé Velha ou na Sé
Nova.
As dezenas de trabalhos científicos publicados em Portugal, Espanha, Bélgica e Brasil, abrangem os
domínios da pintura, da escultura e da arquitectura desde os finais da Idade Média ao período
neoclássico. A sua área de investigação privilegia a arquitectura do Renascimento tanto como a
redefinição conceptual na História da Arte.
MARIA DE LURDES CRAVEIRO
O colégio das Artes na projecção de uma dinâmica cultural e
urbana
Em 1548 inaugurava-se em Coimbra o colégio das Artes. Com expressiva correspondência às suas
congéneres europeias, a nova estrutura universitária interpretava então a dimensão humanista dos
Estudos ao mesmo tempo que marcava também a visibilidade da centralização do poder. Sob a fugaz
direcção do Principal André de Gouveia, os intelectuais e professores de filiação erasmiana
enfrentariam um corpo ideológico sustentado pela Contra Reforma e, por vários anos, a perseguição
do Santo Ofício.
Ocupando espaço crúzio, o colégio das Artes desenvolveria um programa arquitectónico que
recupera a estrutura compositiva conventual, organizando-a em novos circuitos que privilegiam agora
o conhecimento e a preparação para os cursos maiores da Universidade; espelhando, na realidade, a
vertente civil de um outro processo que se desenrolava ao longo da Rua da Sofia, onde era assumida
uma matriz identitária dentro do laborioso e complexo sistema concorrencial das Ordens religiosas.
Em 1565, pela mão da Companhia de Jesus, o colégio transitava para a parte alta da cidade e para a
proximidade física da Universidade. O espaço ficou então livre para a instalação da Inquisição que
adaptou as estruturas lectivas às suas novas funções. O Humanismo Cristão do Renascimento
encerrava aqui uma página brilhante, expressivamente reconvertida para um outro universo cultural
de progressivo domínio pelos valores da Contra Reforma.
NELSON CORREIA BORGES
Professor do Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Fez
doutoramento em História da Arte, tendo apresentado a dissertação intitulada Arte Monástica em
Lorvão. Sombras e Realidade.
É académico correspondente da Academia Nacional de Belas Artes, membro da Sociedade Científica
da Universidade Católica Portuguesa e fundador de três associações de defesa do património: o
GAAC - Grupo de Arqueologia e Arte do Centro, a Associação Pró-Defesa do Mosteiro de Lorvão e o
Grupo Folclórico de Coimbra. É membro da Comissão Diocesana de Arte Sacra.
Coimbra, a arte monástica e conventual, o Barroco e o Rococó, designadamente a arquitectura e a
talha, são os campos a que mais se tem dedicado, tendo já apreciável número de trabalhos
publicados sobre estas matérias, bem como nas áreas de Arqueologia e Antropologia Cultural
(sobretudo Etnografia e Folclore), que igualmente lhe têm servido de tema para palestras,
conferências e participação em reuniões científicas.
De entre os trabalhos publicados podem-se destacar:
João de Ruão, escultor da Renascença Coimbrã (1980)
A Arte nas festas do casamento de D. Pedro II (1983)
História da Arte em Portugal — Do Barroco ao Rococó (1987)
Coimbra e Região (1987)
Arquitectura monástica portuguesa na época moderna (1998)
O túmulo de prata da Rainha Santa Isabel (1999)
Arte Monástica em Lorvão. Sombras e realidade. (2001)
NELSON CORREIA BORGES
Sacralização e profanação da cidade: Coimbra, do barroco aos
nossos dias
Nos séculos XVII e XVIII Coimbra abandona definitivamente o perfil medieval para se actualizar e
enfileirar ao lado das cidades europeias transfiguradas pelo Barroco. Os inúmeros colégios de ordens
religiosas, os mosteiros, os conventos, as igrejas colegiadas e paroquiais dominam as ruas e os
lugares estratégicos. Mas não é apenas esta omnipresença que sacraliza a urbe; os registos, nichos,
passos e capelas materializam também a forte presença do religioso na cidade. As procissões, os
cortejos académicos, os autos de fé transformam o espaço citadino em cenário da própria celebração
religiosa.
E que destino teve todo este espantoso património histórico-artístico? Uma deliberada profanação,
iniciada compreensivelmente nas convulsões do liberalismo oitocentista, uma auto-destruição que
ganhou foros de patologia e se continua incompreensivelmente os nossos dias.
LEONTINA VENTURA
Currículo
Leontina Domingos Ventura é Professora Associada da Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra. Doutorou-se em História da Idade Média com uma tese
intitulada A Nobreza de Corte de D. Afonso III, posteriormente premiada pela
Confédération Internacionale de Généalogie et d’Héraldique Scientifiques.
A sua investigação tem incidido maioritariamente sobre a história social,
nomeadamente da nobreza ou das aristocracias locais, interessando-se também pela
história política e económica, pela paleografia e pela história da cidade de Coimbra.
Dentro da primeira área de interesses publicou trabalhos sobre várias famílias —
nomeadamente sobre os Aboim/Portel, os Briteiros, os Portocarreiros e os Rabaldes —
e sobre algumas personalidades, como o cavaleiro João Gondesendes, o cônsul
moçárabe D. Sesnando ou D. Vataça, grande dama da corte de D. Isabel de Aragão.
Adentro da área da Paleografia tem dedicado algum do seu labor à publicação
de fontes, destacando-se o Livro Preto da Sé de Coimbra, o Livro Santo de SantaCruz e
a Chancelaria de D. Afonso III.
No que toca à cidade de Coimbra, tem alguns estudos sobre o período de
formação, entre os séculos XI-XIII, nomeadamente sobre a muralha, a gramática do
território e a sedentarização urbana dos senhores rurais, ao tempo de D. Sesnando.
O seu último livro publicado é a biografia de D. Afonso III, V volume da colecção
“Reis de Portugal”, do Círculo de Leitores. Paralelamente, publicou (em colaboração) A
Chancelaria de D. Afonso III. Livro I (em dois volumes, editados pela Imprensa da
Universidade de Coimbra).
É membro da Sociedade Portuguesa de Estudos Medievais e Investigador do
Centro de História da Sociedade e da Cultura da Universidade de Coimbra.
Publicações
Livro Preto da Sé de Coimbra, vols. II, III e IV (co-autoria), Coimbra, 1978-1980
"Contributos Documentais para a Biografia do Mestre de Obras Seiscentista
Domingos de Freitas de Guimarães", Revista de Guimarães, vol . LXXXIX, 1979, pp.
211 -250
"O fenómeno artístico e religioso no seiscentismo coimbrão — João Soares e Manuel
da Rocha, escultores desconhecidos", in História e Sociedade, Julho 1979, pp. 20-25
(em co-autoria).
"A Muralha Coimbrã na Documentação Medieval", Actas das I Jornadas do Grupo de
Arqueologia e Arte do Centro, Coimbra, 1980.
"O Culto de Nossa Senhora das Neves — uma perspectiva socio-económica", Actas
das I Jornadas do Grupo de Arqueologia e Arte do Centro, Coimbra, 1980.
"O fenómeno artístico e religioso no seiscentismo coimbrão: A Portagem", in Munda,
4, Coimbra, 1982 (em co-autoria).
Arte de Pintura symetria e perspectiva composto por Pllilippe Nunes natural de Villa
Real, em Lisboa, ano 1615, fac-simile da edição de 1615 com um estudo introdutório
de Leontina Ventura, Porto, 1982.
"O Cavaleiro João Gondesendes — sua trajectória socio-política e económica (10801116)", Revista de História Económica e Social ,15, 1985, pp. 31-69.
"João Peres de Aboim — da Terra da Nóbrega à Corte de Afonso Ill", Revista de
História Econónlica e Social, 18, 1986, pp. 57-73.
"A Mulher como um Bem e os Bens da Mulher", in A Mulher na Sociedade
Portuguesa. Visão Histórica e Perspectivas Actuais. Actas do Colóquio, Coimbra,
1986, pp. 51-90 (em co-autoria com Maria Helena Coelho).
"Vataça—uma Dona na Vida e na Morte", Actas das II Jornadas Luso-Espanholas de
História Medieval, vol. I, Porto, 1987, pp. 159- 193 (em co-autoria com Maria Helena
da Cruz Coelho)
"Os Bens de Vataça. Visibilidade de uma Existência", Revista de História das Ideias,
vol. IX, Fac. Letras, Coimbra, 1987, pp. 33-72 (em co-autoria com Maria Helena da
Cruz Coelho).
Livro Santo de Santa Cruz, col. História Medieval, nº 3, ed. INIC, Coimbra, 1990.
A nobreza de corte de Afonso III. Dissertação de doutoramento. Coimbra, Faculdade
de Letras, 1992, 2 vols.
“Leiria na crise de 13245-1248. Documentos para uma revisão crítica”, Revista
Portuguesa de História, tomo XXVIII, Coimbra, 1993, pp. 159-197 (em co-autoria com
Saúl António Gomes).
“Os Briteiros (Séculos XII-XIV). Trajectória social e política”, in Revista Portuguesa de
História, tomo XXX (1995), pp. 71-102 e “Os Briteiros (séculos XII-XIV) — Estratégias
familiares e património” (em co-autoria com António Resende de Oliveira), in Revista
Portuguesa de História,Tomo XXXI, vol. 2, 1996, pp. 65-102.
Colaboração na Nova História de Portugal, dirigida por Joel Serrão e A. H. de Oliveira
Marques, no seu vol. III - Portugal em Definição de Fronteiras. Do Condado
Portucalense à Crise do Século XIV (Ed. Presença, Lisboa, 1996) :
“A Crise de meados do século XIII”, pp. 104-123;
“ Afonso III e o Desenvolvimento da Autoridade Régia”, pp. 123-144;
“A Nobreza — Da Guerra à Corte”, pp. 206-224;
“As Bases da Administração Local. Terras e Julgados”, pp. 541-554.
“Cavaleiros de Fronteira (Coimbra, Viseu e Seia) ao tempo de Afonso Henriques” (em
co-autoria com João da Cunha Matos), in Actas do II Congresso Histórico de
Guimarães “D. Afonso Henriques e a sua Época”, Guimarães, 1997.
“Testamentária Nobiliárquica (séc. XIII). Morte e sobrevivência da linhagem”, in
Revista de História das Ideias, vol. 19, Coimbra, 1997/1998, pp. 137-156.
“De Borgonha a Bolonha: as relações externas na Reconquista”, in Janus 99-2000,
Anuário de Relações Exteriores, Público e Universidade Autónoma de Lisboa, Lisboa,
Setembro 1999.
“Relações internobiliárquicas e regio-nobiliárquicas entre Portugal e Castela no século
XIII”, in Jornadas de Cultura Hispano-Portuguesa, ed. Vicente Á. Álvarez Palenzuela,
Universidad Autonoma de Madrid, 1999, pp.255-273.
Colaboração em CODIPHIS. Catálogo de Colecciones Diplomáticas Hispano-Lusas
de Época Medieval, dir. por José Angel García de Cortázar, José Antonio Munita e
Luis Javier Fortuna, 2 vols., publicados pela Fundación Marcelino Botín, Santander
1999.
"Os Portocarreiro: um percurso luso-castelhano (séculos XI-XV)", in El Condado de
Benavente. Relaciones hispano-portuguesas en la Baja Edad Media, Centro de
Estudios Benaventanos "Ledo del Pozo", Benavente, 1999.
“A fronteira luso-castelhana na Idade Média”, in Actas das IV Jornadas Luso-Espanholas de História Medieval. As Relações de fronteira no século de Alcanices,
Porto 1998 (publicado em 2000), vol. I, pp. 25-52.
“Comunicar no Portugal Medieval: as informações das chancelarias régias”, in As
Comunicações da Idade Média, Fundação Portuguesa das Comunicações, Lisboa,
2002, pp. 14-36.
"Os Briteiros (séculos XII-XIV). 3. Memória cultural", Revista Portuguesa de História, t.
XXXV, Homenagem a Sérgio Soares, Coimbra, 2001/2002, pp. 143-170 (em coautoria com António Resende de Oliveira).
"Os Briteiros (séculos XII-XIV). 4. Produção trovadoresca" , in Os Reinos Ibéricos na
Idade Média. Livro de Homenagem a Humberto Carlos Baquero Moreno, da
Universidade do Porto, Porto, 2003, vol. I, pp.763-777(em co-autoria com António
Resende de Oliveira).
“Coimbra medieval: uma cidade em formação”, Museu Nacional de Machado de
Castro —Inventário da colecção de ourivesaria medieval (séculos XII-XV, Lisboa,
Ministério da Cultura- Instituto Português de Museus-Inventário do Património
Cultural, 2001 (publicado em 2004)
“Coimbra medieval. 1. A gramática do território”, in Economia, Sociedade e Poderes.
Estudos em Homenagem a Salvador Dias Arnaut, Comissão Científica do Grupo de
História da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Editora Ausência,
Coimbra, 2002, pp. 23-40 (publicado em 2004)
“O Elemento Franco na Coimbra do Século XII: a Família dos Rabaldes”, da Revista
Portuguesa de História. Homenagem aos Professores Luís Ferrand de Almeida e
António de Oliveira, tomo XXXVI, vol. I, 2002/2203, pp. 89-114 (publicado em 2004).
“As cortes ou a instalação em Coimbra dos fideles de D. Sesnando”, in Estudos em
Homenagem ao Professor Doutor José Marques, Faculdade de Letras da
Universidade do Porto, Porto 2006, vol. 3, pp. 37-52.
D. Afonso III, Colecção Reis de Portugal, vol. V, Lisboa, Círculo de Leitores, 2006.
A Chancelaria de D. Afonso III. Livro I (volumes I e II), Imprensa da Universidade de
Coimbra, 2006 (em colaboração com António Resende de Oliveira.
LEONTINA VENTURA
“Notáveis” de Coimbra (séculos XII-XIV)
residências, poderes ce práticas sociais
Procurar-se-á percorrer, entre os finais do século XI e os finais do século XIII, ou
seja entre os tempos de D. Sesnando e os de D. Dinis, o tecido social de Coimbra,
nas suas franjas mais elevadas.
Surpreenderemos os que: por via da defesa do território e da ulterior recompensa
com bens e cargos; do exercício de funções fundamentais na administração da
cidade e do território; do auxílio prestado ao rei num tempo em que a organização
administrativa e judicial e a afirmação da autoridade pública eram a (pre)ocupação;
dos ofícios fundamentais da escrita (da chancelaria régia em especial); e da sua
formação superior — se guindaram a si e à cidade que representavam e deixaram o
seu nome registado no pergaminho e/ou na pedra.
Tentaremos olhar as materializações espaciais da sua vivência na cidade, bem
como analisar as estratégias desenvolvidas para a consecução do(s) almejado(s)
poder (es)
NUNO ROSMANINHO
Nuno Rosmaninho (1964), professor auxiliar do Departamento de Línguas e Culturas da Universidade
de Aveiro, para onde entrou como assistente estagiário em 1991. Licenciado em História, variante de
História da Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (1987), onde também realizou
mestrado em 1993, com uma tese sobre Historiografia Artística Portuguesa (1846-1935), e o
doutoramento em 2002, com uma tese intitulada O Poder da Arte. O Estado Novo e a Cidade
Universitária de Coimbra, publicada em 2006 pela Imprensa da Universidade de Coimbra.
NUNO ROSMANINHO
Coimbra e o imaginário
A presente comunicação tem em vista delinear o desenvolvimento de um imaginário associado a
Coimbra durante o século XIX. O tardo-romantismo fixou um conjunto de lugares-comuns
relacionados com a beleza, a tranquilidade e o sortilégio da cidade. Mas, o apreço unânime obtido no
final de Oitocentos começou a quebrar-se quando se associou esse imaginário a um espírito
conservador. Os anticoimbristas reagiam, assim, a um processo de apropriação ideológica que
conduziu, durante a I República e o Estado Novo, à convicção de que constituiria uma espécie de
paradigma nacional.
RAFAEL NAVARRO MALLEBRERA
Datos personales:
Fecha de nacimiento: 4/3/1946
Lugar: Monóvar (Alicante)
Dirección: Óscar Esplá, 26, 4º, A. 03003 Alicante
Datos académicos:
•
Doctor en Historia del Arte por la Universidad Complutense a través de la Tesis Doctoral
: Arquitectura Barroca en el Reino de Valencia: la Gobernación de Orihuela.(1976)
•
Licenciado en Historia del Arte por la Universidad Complutense (Madrid), con Memoria de
Licenciatura: Arquitectura y escultura románica en Ávila (1970)
Datos profesionales
•
Archivero Bibliotecario del Ayuntamiento de Elche desde 1978 hasta hoy.
•
Profesor de Historia del Arte de la Universidad de Alicante desde 1970 a 2004
•
Profesor de Historia del Arte Contemporáneo de la Universidad Politécnica de Valencia
desde 1974 a 1980
•
Profesor de Historia del Arte de la Universidad de Valencia desde 1980 a 1984
•
Especialista en arquitectura barroca española, a
impartido
lo largo de su vida académica ha
cursos sobre Historia del Arte, Archivística y Biblioteconomía en diversas
instituciones públicas.
Publicaciones
Monografías
o
Arquitectura barroca en el Reino de Valencia: la Gobernación de Orihuela. – Madrid:
Universidad Complutense, 1976
o
Los arquitectos del templo de Santa María de Elche. – Alicante: CAPA, 1978
o
Catálogo de manuscritos de Pedro Ibarra. – Elche: Ayuntamiento, 1979
o
Pintura gótica
y renacentista en Gótico y Renacimiento en tierras alicantinas. –
Alicante: CAM, 1980
o
Arte medieval en Historia de la Provincia de Alicante.- Murcia: Mediterráneo, 1985
o
Arte neoclásico en La Ilustración valenciana.- Alicante: Instituto de Estudios Juan Gil
Albert, 1986
o
Arte renacentista y barroco en Historia de la Provincia de Alicante. -
Murcia:
Mediterráneo, 1987
o
La biblioteca de Jorge Juan y Santacilia. Alicante: Instituto de Estudios Juan Gil
Albert, 1992
o
Catálogo de incunables e impresos del S. XVI de la Biblioteca Pública Municipal
Pedro Ibarra de Elche. – Elche: Ayuntamiento, 1996
o
Catálogo de impresos del S.XVII de la Biblioteca Pública Municipal Pedro Ibarra de
Elche. – Elche: Ayuntamiento, 1998
o
El misterio de Elche .- Alicante : Instituto de Cultura Juan Gil Albert, 1998
o
Le mystére d’Elx .- Elche : Ayuntamiento, 1999
o
Poliedros : dibujos de Miguel Hernández. – Elche : Centro Hernandiano de Estudios e
Invetigación, 2002
o
El patrimonio artístico ilicitano en Elche, en Elche, una mirada histórica . – Elche:
Ayuntamiento, 2006.
RAFAEL MALLEBERA
Elche, encrucijada artística
Territorio primero castellano, después aragonés y frontera con Al-Andalus durante el periodo gótico.
Cabecera de uno de los grandes señoríos valencianos, regentado por un señor castellano
emparentado con los Mendoza, en los inicios del renacimiento; cercana además al puerto de Alicante,
tradicional importador de obras de arte y objetos suntuarios con destino a la corte desde Italia y
Francia y parte, además, de la diócesis de Cartagena, una de las primeras en introducir de modo
sistemático el estilo romano.
La continuidad en los S. XVII y XVIII del comercio con Italia y Francia y la serie de importantes obras
artísticas que se llevan a cabo en la ciudad, le permitirán convertirse en la introductora del barroco
arquitectónico en la zona y definidora de unas características que perdurarán a lo largo de dos siglos,
pese a su condición de ciudad alejada de los grandes centros políticos, religiosos o culturales,
constituye un interesente ejemplo del modo de implantación y adaptación de las corrientes artísticas
europeas a la España situada al margen de los grandes focos de producción artística.
JORGE ALARCÃO
JORGE NOGUEIRA LOBO DE ALARCÃO E SILVA nasceu em Coimbra a 3 de Novembro de 1934.
Nesta cidade fez todos os seus estudos, concluindo em 1958 a licenciatura em Ciências Históricas e
Filosóficas com distinção.
Como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, frequentou o Instituto de Arqueologia da
Universidade de Londres nos anos lectivos de 1960-61 e 1961-62, e aí obteve o Academic
Postgraduate Diploma in European Archaeology e o Diploma in Archaeological Conservation. Foi-lhe
concedido o prémio Gordon Childe, anualmente atribuído ao melhor aluno do Instituto.
Nomeado assistente da Faculdade de Letras de Coimbra em 1963, veio a doutorar-se pela mesma
Faculdade em 1974, no ramo de Pré-História e Arqueologia, com uma tese subordinada ao título
"Cerâmica Comum Regional e Local de Conimbriga". Em 1978 foi nomeado professor extraordinário e
em 1980, professor catedrático.
É doutor "honoris causa" pelas Universidades de Bordéus (1985) e de Santiago de Compostela
(1996).
Recebeu o prémio Raoul Duseigner da Académie des Inscriptions et Belles Lettres (Paris) pela obra
"Les villas romaines de São Cucufate, Portugal" (de colab. com R. Étienne e F. Mayet).
A sua actividade docente tem-se exercido em diversos ramos da Arqueologia Clássica, História
Antiga, Pré-História e Proto-História. Como investigador, o seu campo tem sido a arqueologia romana
em Portugal e, mais recentemente, a teoria da Arqueologia.
A sua participação em colóquios, congressos e conferências tem-no levado a Damasco, Plovdiv,
Roma, Veneza, Ravena, Bedim, Leipzig, Trier, Londres, Liverpool, Paris, Bordéus, Madrid, Mérida,
Casablanca, Fez, Washington e muitas outras cidades.
Dirigiu escavações em Conimbriga e na villa romana de S. Cucufate (Vidigueira), de colaboração com
o Prof. Robert Étienne.
Às funções docentes tem associado funções administrativas e políticas: assim, entre 1967 e 1974
dirigiu o Museu Machado de Castro (Coimbra); em 1974-75 e 1975-76, em 1981-82 e 1982-83, e
ainda em 1986 presidiu ao concelho directivo da Faculdade de Letras de Coimbra; em 1980-82 foi
vereador da Câmara Municipal de Coimbra, tendo-lhe sido confiado o pelouro da Cultura; entre 1983
e 1985 foi membro da Assembleia Municipal de Coimbra, cargo que de novo exerceu entre 1998 e
2001; de 1985 a 1992 foi presidente da Comissão Directiva do Teatro Académico de Gil Vicente;
exerceu desde 1994 a 1998 as funções de Presidente do Conselho Científico da Faculdade de Letras
de Coimbra.
Dirigiu, entre 1967 e 2001, o Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras de Coimbra.
É sócio de diversas instituições, designadamente do Instituto Arqueológico Alemão, a Hispanic
Society of America, a Society for the promotion os Roman Studies (Londres), o Instituto de Coimbra, a
Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, a Associação dos Arqueólogos Portugueses, a
Associação Portuguesa de Estudos Clássicos, a Associação Profissional dos Arqueólogos. É ainda
sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Portuguesa de História.
Em 1981 foi agraciado com o oficialato da Ordre des Palmes Académiques.
É autor de diversas obras e artigos num total de 175 títulos. Uma das principais obras, "Roman
Portugal", foi editado em Inglaterra (Warminster, 1988). Duas outras, "Portugal Romano" e "O domínio
romano em Portugal" vão, respectivamente na 4ª e 3ª edições.
JORGE ALARCÃO
A evolução urbana de Coimbra da Época Romana ao Século XIII
A cidade de Coimbra era oppidium de certa importância quando os Romanos, nos fins do séc. II a.C.,
ocuparam a região. Desse período, porém, nada se conhece que permita reconstruir o urbanismo
pré-romano.
Como noutras cidades da Lusitânia, os Romanos terão realizado uma verdadeira revolução
urbanística, ainda que a topografia do sítio não permitisse uma planta hipodâmica. O forum assentou
sobre um criptopórtico que se mantém ainda hoje bem conservado.
No século XII, Coimbra foi a capital do reino e, na segunda metade desse século, conheceu um
programa de renovação das suas igrejas, tendo-se então edificado alguns dos mais notáveis templos
românicos de Portugal. O perfil da cidade foi consideravelmente modificado, mas não o traçado dos
arruamentos, que se terá mantido fundamentalmente o romano até ao século XVI, quando, por
virtude da instalação definitiva da Universidade, Coimbra conheceu a segunda grande renovação
urbanística da sua história.
LUÍSA TRINDADE
Licenciada em História, variante de História da Arte pela Universidade de Coimbra (1990). Assistente
do Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da mesma Universidade desde 1996.
Apresentou Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica, em 2001 e prepara, actualmente,
dissertação de doutoramento subordinada ao tema "O Urbanismo, o povoamento e o ordenamento do
território português, séculos XIII-XV”.
A par da actividade pedagógica, tem vindo a desenvolver trabalhos científicos de que se salientam
apenas os mais recentes:
A Casa urbana em Coimbra. Dos finais da Idade Média aos inícios da Época Moderna, Coimbra,
Câmara Municipal de Coimbra, 2002; “A Praça e a Rua da Calçada segundo o Tombo Antigo da
Câmara de Coimbra (1532)” Media Aetas, Revista de estudos Medievais, vol. I da 2ª Série, Ponta
Delgada, Universidade dos Açores, 2004-2005, pp. 121-157; “O Paço Sobre a Riba: histórias de uma
torre na cerca de Coimbra”, Conímbriga, Revista do Instituto de Arqueologia da Universidade de
Coimbra, 2006, pp. 397-424. “O desenho e o conhecimento do urbanismo medieval português”,
(coautoria com Walter Rossa). El Espaçio Urbano en la Europa Medieval, Nájera. Encuentros
Internacionales del Medievo, Nájera, 2005, 191-207; “Questões e antecedentes da cidade
portuguesa: o conhecimento sobre o urbanismo medieval e a sua expressão morfológica”. (coautoria
com Walter Rossa), Murphy. Revista de História e Teoria da Arquitectura e Urbanismo. Coimbra:
Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e tecnologia da Universidade de Coimbra,
2005, pp. 70-109. “Jewish Space in portuguese late medieval cities”, Religion, ritual and mythology.
Aspects of identity formation in Europe, Pisa, Edizione Plus, 2006, pp. 61-81.
"Um sedimento, uma ruína, um projecto. O Paço dos Vasconcelos em Santiago da Guarda.
Enquadramento
histórico-artístico",
Monumentos,
Lisboa,
Direcção
Geral
dos
Edifícios
e
Monumentos Nacionais, 25, 2006, pp. 214-217.
Cargos e projectos:
Investigadora do Centro de Estudos Sociais (CES), Laboratório Associado, Faculdade de Economia
da Universidade de Coimbra. Integra a equipa interdisciplinar responsável pelo projecto “História e
análise formal na definição do conceito de intervenção em contexto urbano histórico”, sediado no
Instituto de Investigação Científica Interdisciplinar da Universidade de Coimbra (III). Integra a equipa
representante da FLUC nas redes temáticas europeias de História CLIOHnet e CLIOHres Network of
Excellence bem como no projecto TUNIG Educational Structures in Europe.
LUÍSA TRINDADE
Casas de Coimbra:
a paisagem urbana entre os séculos XIV e XVI
Tendo por objectivo a análise da casa corrente em Coimbra entre os finais da Idade Média e os
inícios da Época Moderna a presente comunicação assenta maioritariamente em duas fontes
documentais: o Almoxarifado de Coimbra, de 1395, onde se elenca a propriedade régia e o Tombo
Antigo da Câmara onde, em 1532, se inscreveu o rol dos imóveis camarários.
O cruzamento dos dados aí recolhidos com fontes cartográficas antigas e contemporâneas permitenos ensaiar uma reconstituição de parte do tecido urbano edificado, parcela tanto mais importante
por corresponder às zonas de maior centralidade: da Rua das Fangas, à cota mais baixa do espaço
intramuros, à Praça Velha, passando pela Rua da Calçada, a mais importante artéria da Coimbra
Medieval.
Genericamente caracterizada pela ausência de requintes construtivos, pela utilização de materiais
tradicionalmente considerados pobres ou por dimensões reduzidas, a casa isolada pouco significa
para a caracterização do espaço urbano. Contudo, o seu carácter repetitivo, a sua multiplicação no
terreno confere-lhe uma importância decisiva na reconstrução da imagem da cidade. Se os edifícios
de prestígio, marcam pela sua singularidade, volume, e dimensão simbólica o perfil da cidade, a
casa corrente, por seu lado, envolve-os, define corredores de circulação, emoldura o espaço público,
constitui-se como pano de fundo da vivência quotidiana. Forma, em última análise, os mais extensos
alçados da cidade. A casa retira a sua força não da singularidade mas precisamente da repetição.
Por outro lado, conhecer o Homem Medieval é também conhecer o seu habitat, a forma como se
apossou do espaço, o organizou e moldou de acordo com as suas necessidades. Entender a casa é
também entender a estrutura familiar, a esfera privada, a actividade profissional, as ambições
sociais, as possibilidades económicas. Por isso o seu valor histórico é incalculável. A historiografia
actual não se limita já ao estudo dos edifícios singulares. Palácios, Igrejas e castelos são a
expressão visível do extraordinário, resultado do esforço colectivo ou da acção pontual de
instituições e figuras de relevo. A casa, pelo contrário, é o reflexo do ordinário, do quotidiano do
homem comum e do seu esforço individual. Omiti-la é deturpar irremediavelmente a imagem do
mundo medieval.
JOSÉ SANTIAGO FARIA
José Santiago Faria, nasceu na Figueira da Foz em 1943. Diplomado em Arquitectura pela Escola
Superior de Belas Artes de Lisboa, Doutorado em História do Urbanismo pela Sorbone, com
actividade profissional na área da Arquitectura, do Planeamento e do Ordenamento do Território. Foi
director do GAT de Coimbra, delegado dos Serviços de Estudos do Ambiente, da Direcção Geral do
Ordenamento, assessor da Comissão de Coordenação da Região Centro e coordenador do GTL da
Alta de Coimbra. Foi professor convidado na Universidade de Coimbra, na Universidade Lusíada, na
ARCA e no Instituto Piaget. Actualmente é professor catedrático convidado da Escola Universitária
Vasco da Gama.
JOSÉ SANTIAGO FARIA
Coimbra - um século de desenvolvimento urbano (1850-1950)
Os finais do século XIX prepararam o grande desenvolvimento urbano da primeira metade do século
XX. A existência de cartografia desde 1934, com uma credibilidade invulgar e de uma bibliografia
vasta, embora por vezes repetitiva, da qual saliento os Anais do Município de Coimbra, permite
realizar uma imagem sobre o desenvolvimento urbano de Coimbra nestes cem anos. Apresentar um
processo dinâmico e evolutivo de uma forma estática nem sempre é fácil, mas não deixa de ser o
objectivo principal deste pequeno trabalho.
JULIO SAGASTA SANSANO
•
Arquitecto por la Escuela Politécnica Superior de Arquitectura de Valencia en 1988;
•
Arquitecto Municipal desde 1990 en el Excmo. Ayuntamiento de Elche, ocupando la Sección
Técnica de Edificación y Proyectos;
•
Profesor Asociado de la Universidad de Alicante desde 1998, donde imparte la asignatura de
Dibujo Arquitectónico;
•
Desarrollando la actividad de arquitecto municipal ha trabajado entre otros los siguientes
temas:
-
Planeamiento y urbanismo, entre ellos la última revisión del Plan General y Plan
Especial de Protección del Palmeral.
-
Adecuación y reforma de edificios municipales: oficinas, mercados, centros sociales,
etc.
-
Adecuación y restauración de fachadas.
-
Rehabilitación de edificios para centro cultural y museo (Antiguo Matadero, Casa del
huerto de San Plácido, etc)
-
Instalaciones deportivas, entre ellas la pista de atletismo, polideportivo de La Marina,
piscinas de Torrellano, el Toscar, Altabix, etc.
-
Urbanización de jardines y plazas
-
Coordinador municipal en la dirección de obras, destacando la Reforma del Gran
Teatro
-
Construcción de edificios municipales, entre otros: Centro de Rehabilitación e
Integración Social; Centros sociales del Altet y la Marina; Ampliación del
Ayuntamiento, Centro Ocupacional Altabix.
•
Ha participado en diversos congresos y seminarios: III Foro de Juristas Hispano-Marroquí,
Granada, septiembre 2006. Congreso Europeo de Cementerios Históricos, Valencia, mayo de
2007. Semana de la Arquitectura organizada por el C.O.A.C.V., Alicante, junio de 2007.
JÚLIO SAGASTA
Huertos de palmeras y desarrollo urbano de Elche
La ubicación de los huertos de palmeras alrededor de la ciudad, producto de una estructura agrícola
milenaria, ha determinado el crecimiento urbano de la ciudad de Elche, y a su vez este desarrollo
urbano ha modificado este espacio agrícola, convirtiéndolo en un gran espacio verde con baja
densidad de ocupación rodeando de ciudad.
Así el crecimiento urbano correspondiente al desarrollo industrial (finales del siglo XIX y principios del
XX) se realiza a costa del espacio circundante ocupado hasta ese momento por los huertos de
palmeras, estas talas indiscriminadas para conseguir solares originaron un movimiento de fuerte
concienciación social en defensa de la palmera, que se materializó en las primeras leyes de
protección del palmeral.
Desde este momento se inician las medidas protectoras y la prohibición de la tala de palmeras,
acompañadas de normativas que regulaban la construcción en el interior de los huertos. Los planes
urbanísticos de los años sesenta y setenta planteaban un modelo consistente en la protección de la
palmera y la asignación de usos urbanos al palmeral, principalmente viviendas unifamiliares y
equipamientos dotacionales, tanto públicos como privados. En la década de los ochenta con la
llegada de los primeros ayuntamientos democráticos se cambia el planteamiento de protección,
proponiendo la conversión en espacios libres públicos los huertos que hasta ese momento no se
habían transformado.
El plan general vigente culmina con su desarrollo un proceso iniciado con el planeamiento anterior, el
cual mediante un sistema de gestión urbanística ha permitido que la mayor parte de los huertos
históricos se destinen a espacios libres y sean de propiedad municipal. El plan especial de protección
surge como continuación de actual plan general y entiende el palmeral como una unidad paisajística,
la cual ha perdurado hasta nuestros días heredera de un complejo sistema de explotación agrario de
regadío.
JOSÉ ANTÓNIO BANDEIRINHA
É arquitecto pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto (1983). Exerce profissionalmente e é
professor associado do Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade de Coimbra, onde se doutorou em 2002 com uma dissertação intitulada O Processo
SAAL e a Arquitectura no 25 de Abril de 1974.
Tomando como referência central a arquitectura e a organização do espaço, tem vindo a dedicar-se
ao estudo de diversos temas — cidade, teatro, cultura.
Foi um dos coordenadores do Curso de mestrado em Reabilitação do Espaço Construído da
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. É investigador do Centro de
Estudos Sociais.
É Pro-reitor para a Cultura da Universidade de Coimbra.
JOSÉ ANTÓNIO BANDEIRINHA
A circunstância urbana da Universidade de Coimbra
História longa, complexa e fascinante, a do modo como a Universidade de Coimbra se sediou e se
instalou fisicamente nos espaços da cidade que a acolheu. História de conquistas e de cedências, de
trocas e de doações, de altas e de baixas, de convergências e de contradições, de intenções
luminosas e de outras obscuras, de decisões muito inteligentes e de outras menos. Não se trata aqui
de discorrer sobre essas continuidades e descontinuidades, não se trata de as usar em prol da
justificação de intenções contemporâneas, muito menos se trata de as tentar sintetizar.
Dessa história há, porém, três eixos dialécticos fundamentais, que importa pôr em evidência.
Em primeiro lugar, a sua circunstância urbana. Em segundo lugar, a sua circunstância cultural, ou
seja, o liame que associa este binómio cidade-universidade à universalidade da língua e da cultura
portuguesas. Em terceiro lugar, e por último, um eixo dialéctico que articula todo o sistema de
relações entre centro e periferia, quer no plano material, quer no plano imaterial, mas ainda e sempre
associado ao modo como a Universidade de Coimbra se sediou e se instalou.
RUI LOBO
Rui Lobo (Lourenço Marques, 1970), arquitecto, é docente no Departamento de Arquitectura da
FCTUC desde 1994.
Para além da actividade lectiva regular, tem desenvolvido investigação sobre a arquitectura e
urbanismo de Coimbra, dos sécs. XVI a XVIII, em particular sobre os colégios universitários e sobre a
rua da Sofia.
Encontra-se presentemente a preparar dissertação de doutoramento dedicada ao tema da
arquitectura e urbanismo universitários na península ibérica (sécs. XVI-XVII) a apresentar à
Universidade de Coimbra
RUI LOBO
Os colégios universitários de Coimbra e a sua evolução
arquitectónica
Fundaram-se colégios universitários em Coimbra desde meados do século XVI até final do século
XVIII. É, pois, natural que ao longo desde período de tempo se tenham registado evoluções na forma
de os pensar e conceber.
Levantados maioritariamente pelas ordens religiosas (no que se constitui como característica do caso
conimbricense) organizavam-se normalmente em torno de um claustro que encostava ao volume
próprio de uma igreja, com acesso pelo exterior. Paradigmático deste modelo é o Colégio da Graça
na Rua da Sofia. Registam-se, no entanto, alguns colégios seculares destinados a estudantes
graduados, entre os quais devemos destacar o de S. Paulo (entretanto desaparecido), edifício de
planta quadrangular, dotado de pátio e capela internos. A tendência nos colégios mais recentes
instalados na Alta, junto da Universidade, é a de uma aproximação a esta segunda tipologia
independentemente do carácter religioso ou laico da fundação.
ANTÓNIO FILIPE PIMENTEL
ANTÓNIO FILIPE PIMENTEL, é professor auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade de
Coimbra, em cujo Instituto de História da Arte exerce funções docentes desde 1986 e de que é
presentemente director, sendo igualmente pró-reitor da Universidade, com competências na área do
Património e Turismo e da sua candidatura a Património Mundial (UNESCO).
Nessa mesma faculdade se licenciaria em História, variante de História da Arte, em 1985, aí obtendo
também o grau de mestre em História Cultural e Política da Época Moderna, em 1991, com a
dissertação intitulada Arquitectura e Poder: o Real Edifício de Mafra, galardoada com o Prémio
Gulbenkian de História da Arte 1992/04 (2º ed., Lisboa, 2002) e prestando provas de doutoramento
em 2002, com a dissertação intitulada A Morada da Sabedoria. I – O Paço Real de Coimbra: das
origens ao estabelecimento da Universidade (1ª ed., Coimbra, 2005).
No domínio da investigação científica, o seu trabalho tem incidido, fundamentalmente, sobre a arte
barroca portuguesa, com destaque para a arquitectura áulica e palaciana e para alguns aspectos das
artes decorativas como o mobiliário e a ourivesaria, evidenciando-se ainda uma apetência particular
pelo estudo da tumulária. O seu interesse pelos mecanismos de representação do poder levá-lo-ia,
contudo, a ensaiar por vezes digressões mais amplas, procurando seguir a evolução do objecto do
seu estudo em paralelo com a própria génese e desenvolvimento do Estado Moderno em Portugal.
Por outro lado, a investigação desenvolvida em torno do Edifício de Mafra, onde se mesclam variadas
matrizes arquitectónicas, conduzi-lo-ia a pesquisas mais detalhadas sobre temas como o mosteiro, o
colégio, a biblioteca e o urbanismo.
Ainda nesse sentido, o desafio que constituiria a reconstituição do processo gestativo do Paço das
Escolas da Universidade de Coimbra, impor-lhe-ia uma expansão das suas áreas de interesse e de
investigação para a Idade Média, ainda que centradas na arquitectura áulica e palatina (como obrade-arte-total), que tem procurado delimitar enquanto área científica, que projecta para uma
necessária diacronia, ao mesmo tempo que impõe uma nova metodologia, necessariamente
transversal, no que respeita ao modo de fazer História da Arte.
Tem realizado numerosas conferências, colaborando também em cursos livres e iniciativas de outras
instituições, tendo ainda participado na organização de colóquios e reuniões científicas e
comissariado diversas exposições, do mesmo modo que tem prestado apoio a projectos
arquitectónicos de intervenção em edifícios históricos. É membro de diversas associações científicas
e, entre outras, académico correspondente nacional da Academia Nacional de Belas Artes, membro
da Sociedade Científica da Universidade Católica Portuguesa, membro permanente do Júri do Prémio
Dr. Vasco Valente de artes decorativas, do Círculo Dr. José de Figueiredo do Museu Nacional de
Soares dos Reis (Porto) e membro do Conselho Científico da Comissão Instaladora do Museu da
Presidência da República (Palácio de Belém).
Conta mais de meia centena de trabalhos publicados, a grande maioria em prestigiadas publicações
científicas nacionais e estrangeiras ou catálogos de exposições em Espanha, França, Inglaterra,
Bélgica, Alemanha, Polónia, Eslováquia, Eslovénia e Brasil,
ANTÓNIO FILIPE PIMENTEL
A Alcáçova de Coimbra:
o maior empreendimento militar omíada no espaço europeu
A Universidade ocupa, desde Outubro de 1537, o edifício que foi, durante mais de quatro séculos, o
Paço Real de Coimbra ou, simplesmente, o Paço Real da Alcáçova: a primeira entre as residências
régias portuguesas, habitada com regularidade, entre os séculos XII e XV, pelos sucessivos
monarcas. O ponto de partida para a actual construção seria, porém, uma impressionante alcáçova,
com a forma de um vasto quadrilátero, quase regular, de cerca de 80m de lado, provida de muralhas
de ciclópica espessura (2,50m) e orlada de cubelos, ainda reconhecíveis na fachada norte. E o ponto
de partida para o reconhecimento desse facto seria uma investigação meticulosa, apoiada numa
metodologia inovadora no estudo da História da Arquitectura e que permitiria reconstituir esse
programa, não somente no plano morfológico, mas no dos circunstancialismos que determinaram a
sua edificação: desse modo exumando os avatares que explicariam a decisão de Almançor, a partir
de 994 e após a conquista da cidade em 987, de fazer erguer sobre um esporão rochoso suspenso
sobre a urbe e numa situação topográfica quase inverosímil, o mais ambicioso programa de
arquitectura militar do Califado omíada em toda a Península Ibérica — e, por conseguinte, no território
europeu.
PHILIPPE DELVIT
[email protected]
Formation
Double cursus universitaire en Histoire et en Droit.
Licence dans les deux dominantes
Poursuite des études juridiques, de la maîtrise jusqu’à la thèse de doctorat d’Etat, soutenue en 1985.
Parcours professionnel à l’Université Toulouse1-sciences sociales:
Spécialité : Histoire des institutions et des faits sociaux.
Assistant temporaire des Universités (1982)
Maître de conférences (1987)
Professeur des Universités (2002)
Responsabilités au sein de l’Université:
Directeur adjoint de la Faculté d’administration et communication (1993-1998)
Chargé de mission à la Culture (1993-1995)
Chargé de mission Archives de l’Université (2003)
Vice-président Archives de l’Université-Délocalisations universitaires (depuis 2003)
Parmi les centres d’intérêt ayant donné lieu à des publications, comme auteur ou co-auteur :
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Les paysages et activités du fleuve et du canal :
Canal royal de Languedoc. Le partage des eaux, Loubatières-CAUE 31, Toulouse, 1992
Montauban, la ville vue du fleuve, Accord, Toulouse, 1995
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L’histoire politique, économique et sociale de la France contemporaine :
La chanson des blés durs. Brusson Jeune 1872-1972, Loubatières-CAUE 31, Toulouse, 1993
Un Job pour la vie. Une entreprise papetière en lutte, Syllepse, Toulouse, 2005
La préfecture de la Haute-Garonne, Toulouse, 2007
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L’histoire universitaire, celle des lieux ; des étudiants ; des professeurs.
Toiles, gravures, fusain et sanguine. Une galerie de portraits à l’Université, Presses de l’Université
des sciences sociales, Toulouse, 2005
Les Inventaires des Archives de l’Université UT1-sciences sociales
PHILIPPE DELVIT
Le patrimoine architectural universitaire de Toulouse
Toulouse est célèbre depuis des siècles pour les formations universitaires qui honorent la ville.
L’architecture urbaine en garde des témoignages depuis le Moyen Age. Ces témoignages sont
spectaculaires pour l’architecture officielle du XIX° siècle, moment où se construit à neuf la première
Faculté des sciences. Le XX° siècle a donné à Toulouse une série de fondations universitaires de très
grande ampleur, articulées autour d’un pôle des sciences dures (l’Université Paul Sabatier) et des
écoles d’ingénieurs ; d’un pôle des sciences humaines (l’Université du Mirail), et d’un troisième pôle
en sciences sociales (l’Université Toulouse 1).

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