três novos autocarros

Transcrição

três novos autocarros
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Em Vila Nova de Famalicão
Densitometria Óssea
Para convívios perfeitos
POLVO PAULO
>>> P.| 21
Chega ao SEA LIFE Porto
Grupo Folclórico de S. Tiago da Cruz
>>> P.| 14-15
VILA NOVA DE
FAMALICÃO
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PUB
Na literatura e na vida com Amor
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MÉCIA E JORGE SENA
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>>> P.| 12
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ESPUMANTES BRANCOS
LOW COST
O inventor do calendário contemporâneo
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PAPA GREGÓRIO XIII
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>>> P.| 20
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>>> P.| 10-11
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TITANIC
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OSTEOPOROSE
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>>> P.| 19
100 anos
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>>> P.| 08-09
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LA FURA DELS BAUS
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FESTAS ANTONINAS
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>>> P.| 18
Capital Europeia da Cultura
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>>> P.| 07
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A ARRIVA conta com mais três novos autocarros, já ao serviço: dois com 35 lugares e um com 55 lugares. Estas
viaturas estão equipadas para garantir todo o conforto e segurança. Estes são, aliás, alguns dos pontos prioritários no
Grupo ARRIVA – para tal a formação ocupa lugar de destaque e a manutenção dos autocarros é, também, levada ao
pormenor, descubra como tudo se processa. >>> P.| 04-06
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JÁ EM CIRCULAÇÃO
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TRÊS NOVOS
AUTOCARROS
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Nº 027 >>> 2012 | MARÇO • ABRIL >>> DISTRIBUIÇÃO GRATUITA • DIRECTOR MANUEL SANTA CRUZ DOMINGUES BASTO OLIVEIRA
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Nova estrutura de negócios da ARRIVA em Portugal
E novos Gerentes
das empresas da ARRIVA Portugal
Devido ao crescimento em Portugal e em Espanha, a
ARRIVA decidiu reestruturar os seus negócios na
Península Ibérica e, no contexto dessa reestruturação,
foi criada uma direção de negócios para Portugal.
A nossa unidade de negócios - que é conhecida como
ARRIVA Portugal – deixou assim de estar integrada,
como esteve até agora, na direção de negócios
espanhola do Grupo.
O Dr. António Correa de Sampaio, acumulando com a
sua função de Diretor Geral dos TST, foi nomeado
Administrador Delegado dos negócios do Grupo Arriva
no nosso País.
Foi também criada a função de direção financeira para
os negócios em Portugal, função essa que foi assumida
pela Senhora Dr.ª Rosário Fernandez, que também
acumula com o cargo de Diretora Financeira dos TST.
Devido a essa separação dos negócios do Norte de
Portugal da região de negócios do grupo em Espanha e
a sua integração na nova direção de negócios
portuguesa, tornou-se necessário que, por um lado,
pessoas portuguesas que desenvolviam atividade em
Portugal e em Espanha se dedicassem exclusivamente
aos negócios naquele País e, por isso, deixassem de
ser Gerentes nas empresas do Norte de Portugal, por
outro, gerou-se a necessidade de nomear novos
Gerentes para as empresas do universo ARRIVA
Bruno Lopes e Carlos Costa
António Correa de Sampaio e Rosário Fernandez
Portugal, completando os respetivos Conselhos ao
juntarem-se aos Gerentes Manuel Oliveira e Armindo
Salgado, que permaneceram.
Desta forma, e dentro do espírito do grupo de dar
oportunidade e promover as carreiras profissionais dos
seus colaboradores, o Eng. Carlos Costa e o Dr. Bruno
Lopes, dois jovens e promissores quadros da empresa,
foram convidados e passaram a integrar a Gerência das
empresas do universo Arriva Portugal (operações do
Norte do País).
O Arriva jornal aproveita esta oportunidade para desejar
a todos os empossados, tanto a nível nacional como a
nível dos negócios locais, os maiores êxitos no
desenvolvimento das suas novas e desafiantes tarefas.
Visita
Há dias, de uma forma que parece simbólica,
apareceu nas nossas instalações um colega da TST,
o Sr. Serrano, que veio lavar o autocarro e aproveitar
para fazer uma pequena reparação. Esta visita
permitiu uma imagem rara mas clara da família
ARRIVA, em que temos ao mesmo tempo, a lado com
o TST, autocarros da ARRIVA, TUG e TUF.
Vamos
à Praia
Estamos na Primavera e
por isso, os dias vão
ficando maiores e mais
quentes o que significa que
o VAMOS À PRAIA está a
regressar.
A partir de 10 de Junho o
serviço que nos leva à
Póvoa de Varzim aí estará
de novo, com os autocarros
que lhe garantem o melhor
“serviço de substituição” do
seu automóvel. Sem
portagens, nem
engarrafamentos, sem
dificuldade para estacionar,
nem parques para pagar.
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Nº 027 >>> 2012 | MARÇO • ABRIL
FICHA TÉCNICA
DIRETOR
Manuel da Santa Cruz Basto Oliveira
Editorial
COORDENADOR EDITORIAL
Marco António Lindo
[email protected]
GRAFISMO E PRÉ-IMPRESSÃO
Alive Word Comunicação Unip. Lda
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220 167 542 | 969 105 600
DESIGN
Susana Marvão
COLABORAM NESTA EDIÇÃO
Alcino Monteiro
Fernanda Tavares
Mafalda Raínho
Manuel Oliveira
Manuel Silva
Mónica Lindo
Marco António Lindo
Maria Helena Duarte
FOTOGRAFIA
Marco António Lindo
Jaime Machado
Manuel Oliveira
Schutterstock / D.R.
PUBLICIDADE
T. 253 423 515 | 220 167 542
IMPRESSÃO
Naveprinter – Indústria Gráfica do Norte, S.A.
Inscrito no ICS com o nº 125134
Depósito legal | 264746/07
Tiragem | 10 000 exemplares
Periodicidade | Bimestral
Publicação Gratuita
PROPRIEDADE E EDIÇÃO
ARRIVA Portugal – Transportes Lda.
Edifício ARRIVA, Rua das Arcas
4810-647 Pinheiro, Guimarães | Portugal
Tel. 253 423 500 | Fax. 253 423 519
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www.arriva.pt
INFORMAÇÃO
Os textos publicados no ARRIVA Jornal
contemplam a utilização do novo acordo
ortográfico da língua portuguesa.
Caro/a Leitor/a, Cliente e Amigo/a,
Esta edição do Arriva jornal é a primeira publicada após a reestruturação de gestão operada pelo grupo.
No contexto dessa reestruturação foi criada uma Direção para Portugal, assumindo o meu colega dos TST, Dr. António Correa de Sampaio, a
Direcção Geral dos negócios do Grupo ARRIVA no País, e sendo a Direcção Financeira assumida pela Senhora Dr.ª Rosário Fernandez,
também dos TST.
Não tendo consequências diretas na gestão do dia-a-dia da ARRIVA Portugal e das suas subsidiárias, a referida restruturação tem, no
entanto, diversos impactos formais:
• A ARRIVA Portugal – esta subsidiária do grupo ARRIVA do Norte de Portugal – deixou de estar integrada na região operacional de
Espanha.
• Como consequência, enquanto Administrador Delegado no Norte de Portugal, passo a reportar ao Dr. António Correa Sampaio, em vez
de ao Eng. Tony Williamson, Diretor Geral da até agora sub-região Espanha e Norte de Portugal.
• O Eng. David Brown, que durante anos nos apoiou com resultados brilhantes na restruturação da rede operacional e na formação de
jovens quadros da empresa, deixou de ser Gerente.
• O Dr. André Guardado, até agora Gerente e Diretor financeiro da ARRIVA Portugal, cargo que acumulava com a Direção Financeira de
Espanha, deixou de ser Gerente e de ter qualquer atividade direta na ARRIVA Portugal.
• De igual forma o Eng. Alcides Barros, que é Diretor de engenharia em Espanha e era Gerente na ARRIVA Portugal, deixou também de
ser Gerente e de ter qualquer atividade direta em Portugal.
• Em consequência destas mudanças a Gerência das empresas foi alterada, juntando-se agora a mim e ao Senhor Armindo Salgado,
que permanecemos, a Dr.ª Rosário Fernandez, o Eng. Carlos Costa (que acumula com as suas funções de direcção de operações e
engenharia) e o Dr. Bruno Lopes, que passa a ser também Director Financeiro desta unidade de negócios.
Às pessoas que deixaram de ter atividade na empresa o nosso agradecimento pelo que aqui fizeram e àquelas que agora ingressam nos
quadros dirigentes os votos de boas vindas e o desejo do maior sucesso no desenvolvimento das suas actividades.
Seguramente que o contributo dos vossos conhecimentos, do vosso trabalho e da vossa dedicação vai permitir que, conjuntamente com os
benefícios da nova estrutura da ARRIVA em Portugal, superiormente dirigida pelo Dr. António Correa de Sampaio, a empresa reforce ainda
mais o seu caminho de afirmação, consolidação de liderança e melhoria continua, que nos tem permitido poder tranquilamente fazer
balanços como o que mais adiante se segue.
Há cerca de um ano escrevi no editorial correspondente ao desta edição o seguinte texto:
“Os próximos anos vão ser muito duros!
O rendimento disponível das pessoas vai baixar devido ao aumento de vários impostos; Inevitavelmente haverá muitas unidades
económicas/ empresas que não resistirão e serviços que deixarão de existir, gerando um aumento do número de desempregados e,
consequentemente, das dificuldades das famílias”.
Gostava de não ter tido razão!
Mas o tempo decorreu, está passado cerca de um ano e, como todos hoje sabemos, a realidade veio confirmar o que então se antevia.
Com efeito os impostos aumentaram, o rendimento das pessoas e famílias baixou, o investimento público e privado reduziram drasticamente
e, como consequência de tudo isso, muitas empresas tiveram que proceder a profundas restruturações e outras não resistiram ao clima de
contração económica encerrando atividade, gerando-se dessa forma mais desemprego que atingiu níveis muito elevados.
Por outro lado orgulhamo-nos pelo facto de o tempo também ter demonstrado ser verdade o que abaixo transcrevo e que escrevia no
mesmo editorial:
“A política de responsabilidade social da ARRIVA Portugal, presente nas ações do nosso dia-a-dia, ajudou-nos sempre muito na hora de
enfrentar e vencer todas as dificuldades com que ao longo da vida da empresa nos temos deparado e, por isso, estamos seguros que uma
vez mais vamos ser capazes de vencer neste contexto muito difícil.
A Gestão da ARRIVA Portugal reafirma a determinação e o redobrado esforço no sentido de garantir estabilidade no emprego aos seus
colaboradores e a oferta de um cada dia melhor serviço para si; pode assim o/a caro/a Cliente, Leitor/a e Amigo/a contar com o nosso
total empenhamento e estar tranquilo/a porque encontrará em nós um parceiro firme e seguro para, através da disponibilização dos
nossos serviços de transportes num ambiente de estabilidade empresarial, o ajudar a encontrar alternativas para este difícil período que
se avizinha e a encarar o futuro com esperança.”
E, tal é verdade em todas as vertentes, vejamos:
• Contratamos nos últimos dois meses 26 novos motoristas;
• Admitimos dois aprendizes de mecânica - jovens estudantes em estágio profissional curricular;
• Demos início a um intensivo projeto de formação profissional, que decorrerá ao longo de todo ano;
• Além do investimento a que já nos referimos no último jornal na aquisição este ano de 2012 de doze autocarros novos, sendo dois
deles de 35 lugares, fizemos também mais os seguintes investimentos:
• Novo reforço da qualidade da frota através da incorporação de mais 9 autocarros transferidos do grupo. Sendo 5 desses
autocarros de setenta lugares sentados, com o investimento deste ano conseguimos ter agora um a oferta completa, com uma frota com
lotações desde os 16 até aos setenta lugares sentados.
• Duas viaturas totalmente equipadas como “oficinas de assistência em estrada”, que nos vão permitir melhorar ainda a já de si
excelente qualidade da nossa manutenção de frota.
• Estamos a preparar uma oferta especial para o serviço de praia no Verão, que permita às famílias a mais económica forma de fazerem
as suas férias de praia.
Conseguimos tudo isto, neste clima de depressão porque, como nos comprometemos, não perdemos de vista a necessidade de um controle
permanente e cada vez mais apertado da gestão dos custos.
Termino repetindo – porque nunca é demais fazê-lo – o desejo de que, chegado ao fim o ano de 2012, possamos dizer que há reais
perspetivas de um bem melhor futuro para o País e para as pessoas!
E prometendo que, da nossa parte, tudo continuaremos a fazer para, dentro das nossas possibilidades, atuarmos positivamente e darmos o
nosso contributo para que o País atinja rapidamente um novo patamar de bem-estar dos seus Cidadãos.
Manuel Santa Cruz Oliveira
(Presidente da Comissão Executiva da ARRIVA Portugal)
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Nº 027 >>> 2012 | MARÇO • ABRIL
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NOVOS AUTOCARROS JÁ AO SERVIÇO
Ainda durante o mês de Março
entraram ao serviço mais três novos
autocarros. Dois deles são de 35
lugares reclináveis, estando ambos
equipados com frigorífico. Obviamente
todos têm leitores de CD e DVD
estando equipados com monitores de
alta definição. Os autocarros Midi de
35 lugares são de marca MAN,
construídos na fábrica Irmãos Mota. O
terceiro destes autocarros é um
Caetano CI200, Mercedes Benz de 55
lugares. Em qualquer dos casos a
escolha é a mecanicamente melhor
para o tipo de serviço a que se
destina. Por exemplo, no caso Midi,
esta escolha permite que os porões
sejam os de maior volume disponível
no mercado para este tipo de veículo.•
Formação
Hoje em dia, manutenção e formação são cada vez mais
fundamentais para um melhor desempenho do serviço
regular numa empresa de transportes públicos de
passageiros. Na ARRIVA estas são duas vertentes levadas
muito a sério.
A formação tem hoje em dia duas formas. Uma é a interna,
em que a formação é ministrada por quadros da empresa e
que se destina fundamentalmente a atualização de
procedimentos ou introdução aos mesmos.
Esta formação interna é, por exemplo, a que se dá a novos
motoristas antes destes entrarem ao serviço normal de
condução. Matérias como saber trabalhar com modelos
específicos de autocarros até procedimentos em caso de
sinistro são componentes desta formação.
A nível mais restrito há até determinações sobre o que fazer
em caso de emergência pública. A este nível estão definidas
as ações a tomar nos casos mais diversos.
Os atuais regulamentos legais obrigam a determinadas
formações. A estas a ARRIVA adiciona outras que nos casos
dos condutores permitem a estes prestar um melhor
serviço aos clientes, numa forma mais extensa, à própria
comunidade.
Estas formações são dadas por uma entidade exterior à
empresa, a Logistel, que garante uma cuidada qualidade
na formação. Esta empresa é duplamente reconhecida,
pela ANTROP, a Associação dos Transportadores de
Passageiros e pelo IMTT, o Instituto para a Mobilidade e
Transportes.
A formação é ministrada nas instalações da ARRIVA, em
Pinheiro, onde existem salas específicas equipadas com
todo o material necessário para as formações.
Nem todas as formações são teóricas. Por essa razão
várias vezes estes grupos de formandos têm também aulas
práticas, quer na oficina quer diretamente em autocarros.
As formações destinam-se a todos os funcionários
cobrindo todos os sectores de funcionamento. Obviamente
não encontrarão um funcionário do escritório na formação
sobre manutenção de uma marca de caixas de
velocidades, mas encontrarão de todos os sectores a fazer
higiene e segurança no trabalho ou primeiros socorros.
Muitas das formações que são dadas a motoristas marcam
de uma forma muito significativa a qualidade do serviço
prestado por estes condutores aos clientes e à
comunidade.
Entre algumas estão, por exemplo, o Inglês ou a
Sensibilidade para a Igualdade de Oportunidades. No
entanto, outras como as relativas a caixas de velocidade por
cada uma das marcas existentes na empresa ou sobre
manutenção do ar condicionado dos autocarros, são
menos visíveis no exterior mas refletem-se na qualidade do
serviço prestado.
Quando se vive numa zona em que um cliente não faz uma
grande utilização do transporte público, tudo isto é pouco
visível, mas quando se compara o serviço com aquele que
se encontra em outros locais o cliente mais atento
entenderá a missão de todo o conjunto de formações que
são ministradas aos colaboradores da ARRIVA bem como
os seus resultados práticos. •
FORMAÇÕES A DECORRER
• CAM e Formação Continua de Motoristas.
• Transporte Coletivo Crianças e Formação
Complementar Transporte Coletivo Crianças.
• Regulamentação Social e Utilização de Tacógrafos.
• Condução Económica Ecológica e Defensiva.
• Atualização Técnica de Motoristas.
• Primeiros Socorros.
• Saúde Higiene e Segurança no Trabalho.
• Inglês ou Sensibilidade para a Igualdade de
Oportunidades.
• Só para a Oficina: caixas de velocidades automáticas, ar
Condicionado e Eletrónica.
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Nº 027 >>> 2012 | MARÇO • ABRIL
>>> MARCO ANTÓNIO LINDO
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Várias vezes em conversas há pessoas atentas que me perguntam como funciona a manutenção. Interessante o
facto de que muitas das pessoas que mo questionam serem jovens. Também alguns entusiastas do transporte
público mo perguntam e em algumas visitas que temos tido, aquilo que mais impressiona os visitantes é a
preocupação com o meio ambiente, com os sistemas de tratamento de águas ou o aproveitamento de energia
eólica ou solar, e depois, a sequência na manutenção dos veículos.
Podíamos aqui explicar passo a passo como tudo funciona, desde que no planeamento se decide a ordem de
revisões a autocarros bem qual o tipo de cada uma. Para evitar isso, optamos por colocar um pequeno grupo de
imagens onde em conjunto se descreve cada uma. Assim de uma forma não exaustiva permite-se numa descrição
associada ter uma ideia do que acontece.
As imagens refletem meramente a intervenção feita num veículo ao longo de duas horas. A esta descrição
acrescenta-se alguns detalhes de outros trabalhos em outros carros.
Este apontamento, como referimos no início, mostrou apenas duas horas de uma vida de oficina, mas reflete o que
em turnos diferentes acontece todos os dias e que permite que a frota seja genericamente reconhecida de uma
forma positiva pelos clientes.•
Manutenção
02
01
No gabinete de trabalho dos responsáveis pela oficina,
discutem-se alguns dos temas a tratar durante a tarde.
De pé o mecânico, Sr. José Portela, recebe do Sr. Álvaro
Macedo o pedido para retirar óleo a um autocarro dos
TUG, para enviar para análise em laboratório.
Entretanto, o Portela já havia antes consultado a pasta
do autocarro que irá inspecionar e que já está na oficina.
Nesta pasta individual, tem além do historial do veículo,
os relatórios escritos pelos motoristas a identificar
avarias ou anomalias de funcionamento.
03
Neste caso foram identificadas cerca de 20
pequenas anomalias. Desde de lâmpadas até
ao ar condicionado, em que se verificou uma avaria na
compressão, tudo terá que ficar pronto em dois dias. A
lista feita pelo Sr. Portela permite a cada um dos
sectores conferir a intervenção necessária a cada um.
O chefe da oficina, o Sr. Antunes, faz uma verificação da
folha determinando a distribuição de trabalho e fazendo
o registo informático.
Nesta área da oficina o autocarro vai passar por uma
cuidada análise.
Em primeiro lugar passa por todos os testes pela qual
passaria se fosse à inspeção regular, o conhecido IPO.
Diversos testes permitem verificar desde a direção ao
sistema de travagem.
Luzes e eletrónica em geral são verificadas passo a
passo. Seguem-se as portas, com todos os sistemas
associados. Todo o interior é verificado de forma a
certificar o funcionamento de todas as luzes e
campainhas. Aproveita-se também para verificar se todos
os martelos de socorro estão no local correto e em bom
estado. Desta vez também é necessário substituir dois
autocolantes danificados, um de proibição de fumar e
outro do aviso “quebrar em caso de emergência”.
Sendo este autocarro específico um articulado, há ainda mais autocarro para ver. Uma das partes mais sensíveis a
verificar neste tipo de veículo é exatamente o conjunto mecânico que permite que ele se dobre ao meio. O próprio
fole tem que ser verificado para ver se não está danificado por uso.
Vários componentes têm que ser verificados por baixo do autocarro. Na manutenção da ARRIVA não há “lado A” e
lado B”; tudo é lado A. Por isso todos os tubos, braçadeiras, e outros elementos mecânicos diversos são
verificados, sendo para o efeito utilizados os instrumentos técnicos necessários.
Enquanto se verifica o rasto e índice de desgaste dos pneus, há um técnico da empresa fornecedora dos pneus
que verifica pressões e alguma irregularidade de nota.
Níveis de lubrificantes e de líquido de refrigeração são verificados, sendo limpo o elemento que permite verificar o
nível do anticongelante. De seguida a verificação o nível de água nas baterias.
Agora resta ver o especto geral da carroçaria. Sem dúvida que a beleza do autocarro é importante e, sabendo que
os clientes gostam de ver os autocarros em bom estado, esta análise é importante. Claro que pequenos danos
podem não ser tratados desta vez. O que é tratado, sem dúvida, é qualquer anomalia mecânica.
05
04
Para cada pequena anomalia de iluminação, há uma
caixinha identificada neste carro. Desde um terminal de
bateria ou uma caixa de junção a todos os tipos de
lâmpadas usadas por todos os autocarros, aqui há de
tudo.
Seguindo as
indicações da folha de
inspeção, o Sr. José
Freitas limpa os
balaústres dos
autocarros, enquanto
na outra ponta o Sr.
Jerónimo Freitas trata
da limpeza interior
dos vidros.
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Embora o Sr. António Oliveira seja pintor, acabou de reparar
danos na traseira de um autocarro e depois de colocar
alguns “vinis”, ainda aproveitou para dar uma ajuda a um
colega da limpeza, colocando umas cortinas lavadas.
Mesmo ao lado, o Tiago Carvalho vai colocar os pneus
num autocarro em que acabou de fazer uma
revisão completa ao sistema de travões.
07
08
Noutro dos autocarros está a proceder-se à limpeza dos
tubos de ar condicionado de forma a tirar sujidades e
humidade. Para aceder aos tubos é necessário abrir as
tampas que estão por cima dos assentos. Durante esse
procedimento aproveita-se também para substituir
alguma lâmpada estragada.
10
Já dois dias depois, voltamos à garagem e
encontramos de novo o autocarro que o Sr.
Portela tinha “vistoriado” pronto a ir para a rua
em “Experiência”.
09
A propósito de lâmpadas, é exatamente essa a razão
para abrir este painel num autocarro dos TUG, neste
caso para substituir uma lâmpada e aproveitar para
limpar o painel por dentro.
ASSISTÊNCIA
Inevitável no apoio ao tráfego
em circunstâncias anómalas, é
o serviço de assistência que
conta com duas novas
unidades. Pelas suas
características, dedicaremos a
estes veículos um artigo na
próxima edição do Arriva Jornal.
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Nº 027 >>> 2012 | MARÇO • ABRIL
cultura
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>>> TEXTO: MARIA HELENA DUARTE | FOTOGRAFIA: JAIME MACHADO
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La Fura dels Baus
Capital Europeia da Cultura: apoteótica!
“Os corações fazem ouvir o seu batimento cada vez mais
alto, revelando-se como um só coração e um só
sentimento. Os corpos reconhecem-se em síncopes cada
vez mais síncronas, revelando-se como um só corpo e um
só movimento. As aparências vêem-se desmentidas
como algo mais do que apenas isso mesmo,
desvendando as máscaras que elas iludem. Uma cidade
é (só) uma cidade? Uma pessoa é (só) uma pessoa?
Uma identidade é (só) uma identidade? E um cavalo, é o
quê?”
A incursão da companhia catalã La Fura dels Baus com o
espectáculo intitulado “Berço de uma Nação” pelas ruas e
praças de Guimarães, no passado dia 21 de Março que
marcou o arranque da segunda fase de programação da
Capital Europeia da Cultura, foi apoteótica.
Sessenta mil pessoas, segundo a organização, encheram
as ruas e praças do centro histórico da cidade, para
assistir à demonstração multimédia que conjugou música,
projecção de vídeo e iluminação nas fachadas do Largo do
Toural, uma técnica conhecida como “videomapping”. Foi a
maior enchente de que há memória no Centro Histórico de
Guimarães. Nas praças do Toural, São Tiago, Oliveira,
Alameda São Dâmaso e nas ruas adjacentes não cabia
uma agulha, com as pessoas a acotovelarem-se para ver
o espectáculo que marcou o início do “Tempo para Criar”
da Capital Europeia da Cultura, e onde não faltou muita
imprevisibilidade e espectacularidade.
Tudo começou no Largo do Toural, junto à muralha com a
inscrição “Aqui Nasceu Portugal” e desenrolou-se no
espaço público até ao Largo da Mumadona. O Largo do
Toural viu-se transformado num gigantesco teatro de
marionetas, em que um homem e um cavalo gigante,
suportados por gruas, circularam por entre a multidão, que
no final já cantava em uníssono o hino “Guimarães allez”.
Com o espectáculo coroado com fogo-de-artifício, La Fura
dels Baus pretendeu representar a Europa através da
marioneta de um homem gigantesco, enquanto Portugal
esteve simbolizado pelo cavalo, uma metáfora que
culminou com o encontro entre os dois, em pleno centro
da praça.
A coreógrafa Clara Andermatt também preparou um
espetáculo e no palco actuou o Rancho Folclórico da Casa
do Povo de Serzedelo e Macadame, não faltaram
malabaristas, uma fanfarra, entre outros.
O balanço foi positivo e os vimaranenses estavam
visivelmente felizes.
De salientar que os La Fura dels Baús estarão de
regresso a Guimarães no dia 24 de Junho para a abertura
da terceira fase de programação da Capital Europeia da
Cultura, dia que coincide com o aniversário da Batalha de
S. Mamede, ou seja, o dia UM de Portugal.•
La Fura dels Baus
É um grupo teatral catalão fundado em 1979,
Barcelona, conhecido por seu teatro urbano e uso de
técnicas incomuns, embaçando as fronteiras que
separam plateia e actor. La Fura dels Baus em
catalão significa “vermes dos esgotos”. Desde
meados dos anos 1990, La Fura dels Baus tem
diversificado seus esforços criativos, focando em
áreas de drama, teatro digital e teatro de rua,
projectos de performance de teatro contemporâneo,
ópera ou produzindo grandes eventos corporativos.
La Fura produziu, por exemplo, a cerimónia de
abertura dos Jogos Olímpicos de Verão de 1992 em
Barcelona, que foi transmitida e assistida ao vivo por
mais de 500 milhões de espectadores.
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Titanic: 100 Anos
{Parte 1}
Muito se lê a propósito da tragédia do Titanic. No
entanto, o que se publica e chega à maior parte das
pessoas vai sendo ao longo dos anos, de uma forma
genérica, sempre mais ou menos o mesmo. Fala-se do
afundamento, do iceberg e do filme onde o Di Caprio e a
Kate entram pela água dentro agarrados ao resto do
barco, mas pouco se conta além disso.
Realmente o RMS Titanic fica tristemente para a história
como o protagonista um dos acidentes mais
impressionantes da marinha mercante de passageiros,
havendo por isso outras histórias à volta do sucedido
que merecem referência.
Dedicamos estas páginas aos cem anos do acidente
que levou ao seu afundamento abordando algumas
facetas de relevo, deixando obviamente muitas outras
por contar.
Com quase 270 metros de comprimento, 28 metros de
largura, dez andares de altura, uma tonelagem bruta de
46.328 toneladas, e capacidade para 3547 pessoas,
entre passageiros e tripulação, o Titanic na altura em
que foi entregue, em 1912, à White Star Line, era o maior
navio na história da marinha mercante de passageiros.
A White Star Line era uma das mais importantes
empresas marítimas do mundo e, por isso mesmo,
merece que a história comece por ela.
Fundada em Liverpool em 1845 por John Pilkington e
Threlfall Wilson, inicialmente dedicava-se ao fretamento
de barcos a terceiros para serviços contratados. O risco
era obviamente menor e não obrigava ao investimento
na construção de navios, aliás dificilmente
conseguiriam entidade que o financiasse.
O objectivo da empresa era criar linhas,
fundamentalmente para a América e Austrália, destinos
preferidos de emigrantes de toda a Grã-Bretanha, ainda
mais numa altura em que se tinha acabado de
descobrir ouro na Austrália. Em registos, o fluxo de
pessoas que chegam a diversos portos australianos
ascende a quase meio milhão, entre 1850 e 1860,
demonstrando bem a quantidade de pessoas que
usavam esses serviços. Obviamente nesta época as
viagens ainda eram feitas por veleiros e clipers.
Era relativamente normal haver afundamentos mas a
verdade é que na White Star o Titanic não foi o primeiro
navio a afundar, na viagem inaugural, já que em 1856 o
RMS Tayleur também naufragou na sua primeira
viagem. O Tayleur deixou Liverpool em 19 de Janeiro de
1854 com 652 passageiros. Era comandado por John
Noble, um inexperiente comandante de 29 anos. A
tripulação era composta por 71 homens dos quais
apenas 37 eram marinheiros treinados. Muitos desses
elementos apenas se tinham oferecido para trabalhar a
bordo de forma a fazerem a viajem sem pagar. Morrem
380 passageiros. Na investigação descobre-se que em
vez de rumarem a sul, por engano de navegação foram
para oeste, tendo acabado por no meio de uma severa
tempestade e a chocar com rochedos na costa da
Irlanda
Em 1863 compra o seu primeiro navio a vapor, o SS
Royal Standard que, no entanto, não era tão rápido como
os tradicionais veleiros do tipo clipper. A sua primeira
viagem corre bem, com a excepção da morte do
comandante. De regresso de Melbourne agora com um
novo mas experiente comandante rumam à América do
Sul de forma a contorná-la para então subir o Atlântico
em direcção à Europa. É nesta passagem entre Pacifico
e o Atlântico que se vai dar o acidente que leva ao
afundamento do navio; tinham batido num iceberg.
Mesmo assim, devido à concorrência de outra grande
companhia, a Cunard, acaba por falir em 1867; é o fim
da primeira White Star, que irá renascer logo de seguida
com novos donos e mantendo o nome.
A nova White Star cresce e, entretanto, compra quatro
navios a vapor. Estes navios não são apenas movidos
por uma máquina a carvão tendo também um conjunto
de quatro mastros normais de um veleiro.
Em 20 de Março de 1873 um deles, o RMS Atlantic, sai
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com 952 pessoas das quais 852 são passageiros; o
destino era Nova Iorque. Dez dias depois e assolado
por uma violentíssima tempestade, o comandante
temendo ficar sem motor por falta de combustível decide
rumar a Halifax, no Canadá, para abastecer de carvão.
Na noite de 31 o navio está quase 20 quilómetros fora
do seu curso acabando por embater em rochedos junto
à costa da Ilha de Meagher, na Nova Escócia. Estavam
apenas a 50 metros da praia mas no meio da
tempestade os botes são arrancados, não se consegue
nadar para a costa. Os 852 passageiros morrem e toda
a tripulação de 100 salva-se.
Mas a história da White Star continua com alguns
incidentes relativamente habituais para a época. Assim
passam os anos até que vamos até uma época em que
a White já cresceu tendo adquirido novos navios. Em
1909 um deles é o The Republic que na época estava
equipado com o melhor em comunicações. Marconi
tinha instalado um sistema chamado de “Marconi
Wireless”. Era muito limitada a comunicação mas
permitia, quanto mais não fosse, enviar por código
Morse a sigla CQD “Come Quick, Danger”, que significa
literalmente venham ou socorro, perigo eminente.
Nessa altura o famoso SOS ainda não se usava.
Curiosamente SOS, “Save Our Souls”, vai ser usado
pela primeira vez cinco anos depois no Titanic.
O Republic tinha saído de Nova Iorque para Gibraltar. Na
manhã de 23 de Janeiro, no meio de nevoeiro denso, é
abalroado pelo The Florida tendo começado de imediato
a meter água, embora não afundasse. A mensagem
“CQD” é transmitida pelo oficial de comunicações. Os
passageiros são salvos pelo The Florida e por outros
navios que entretanto chegam ao local. O Republic
ainda flutua mas acaba for afundar doze horas depois
quando ia a reboque para Nova Iorque. O sistema rádio
tinha sido fundamental para o trabalho de socorro em
que só se registam seis vítimas.
Nesta altura já a White Star estava a concluir as
negociações com os estaleiros da Harland and Wolff
em Belfast na Irlanda do Norte para a construção de três
navios de grandes dimensões. Esta era uma questão
que tinha sido acordada num jantar do dia 10 de Junho
de 1907 com Bruce Ismay, presidente da White Star
Line.
Os responsáveis pelo projeto são o Lorde William Pirrie
que além de ser diretor do White Star também o era dos
estaleiros, Thomas Andrews, arquiteto naval, que era
projetista bem como gerente de construção da Harland
and Wolff, e Alexander Carlisle, o projetista chefe e
gerente geral do estaleiro.
Estes três navios são classificados pela White Star com
Olympic Class e a intenção é fazer frente à sua grande
rival a Cunard Line. O primeiro a ser lançado à água virá
a ser em Junho de 1911, o RMS Olympic.
O Olympic vai ter o seu primeiro acidente logo nos
estaleiros quando quase afunda um rebocador depois
de o abalroar violentamente. O Comandante do Olympic
justifica-se dizendo que ainda não está habituado a um
navio tão grande. O navio fica com danos visíveis no
casco mas muito mais “amassado” fica em 20 de
Setembro quando faz um grande rombo no casco
depois de colidir com o navio de guerra inglês HMS
Hawke. Ia a sair de Southampton e a viagem teve que
ser cancelada seguindo o navio para o estaleiro. O
Capitão Smith tinha definitivamente passado
demasiadamente próximo do navio de guerra.
Desta vez o comandante foi despedido mas o Olympic
não e por isso, agora a 24 de Fevereiro, atinge algo que
lhe arranca um dos hélices. Na altura estava nos
Grandes Bancos na Terranova conseguindo no entanto
chegar ao seu destino. Teve foi que regressar de
seguida aos estaleiros para uma reparação de nove
semanas. Deus sabe como o Olympic foi sobrevivendo
mesmo depois de quase chocar com terra em Junho de
1912, de ter colidido violentamente com um navio de
guerra norte-americano e em 1926 ao chegar a Nova
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Iorque no meio de nevoeiro, ter destruído o farol de
Nantucket matando nove homens.
O terceiro navio desta classe a ser construído era o
Britannic que originalmente se chamava Gigantic. Viria a
ser lançado ao mar em 26 de Fevereiro de 1914. Em
1915 foi requisitado para transporte de tropas durante a
Primeira Grande Guerra. A 21 de Novembro 1916 sai de
Nápoles e cerca das 8 da manhã bate numa mina no
canal de Keo no mar Egeu. Quase todos a bordo se
conseguem salvar usando os botes de salvação. O
último a sair é o comandante, o capitão Barlett que
quando deixa o navio para alcançar um dos botes já o
faz com a ponte submersa.
A ordem de fabrico 401 da Harland & Wolff era a
construção do Titanic que começou em 31 de Março e
1909. Na altura em que entrou em serviço era o maior
navio de passageiros do mundo. Custou na época o
equivalente a mil milhões de Euros.
Já nos primeiros folhetos editados pela White Star logo
a seguir à encomenda do navio, a empresa classificavao com inafundável. Isto bem como a experiente
tripulação que iria ter tornava impensável um
acontecimento tão trágico.
É lançado à água em 31 de Maio de 1911 pelo meio-dia.
Estavam presentes além de diversas figuras públicas
onde se encontravam entre outros o Presidente da
Câmara de Belfast, todo o pessoal do estaleiro bem como
da White Star e mais cerca de cem mil pessoas que
tinham vindo assistir ao acontecimento. O navio vai fazer
agora montagem de interiores que se concluem a 2 de
Fevereiro de 1912, seguindo o navio para provas de mar.
Em Julho de 1911 a viagem inaugural do Titanic tinha
sido marcada para 20 de Março de 1912 o que não vai
acontecer porque como entretanto o Olympic tinha vindo
aos estaleiros para reparar do acidente com HMS
Hawke, a partida do Titanic foi adiada para 10 de Abril.
Com o Capitão Bartlett nos comandos, o Titanic sai a 2
de Abril para Southampton onde chegou ao nascer do
dia 4. Começou nessa mesma manhã o
aprovisionamento chegando, entretanto, a bordo a maior
parte dos seus tripulantes. No dia 9 o navio estava
completamente pronto para entrar ao serviço. Na manhã
seguinte, dia 10, o seu comandante, o Capitão Edward
J. Smith, chega bem cedo.
O Capitão Smith, em 35 anos ao serviço da White Star,
nunca sofrera nenhum acidente de maior, sendo
considerado o mais experiente da empresa. Tinha sido
alcunhado pelo “capitão dos ricos” já que era ele quem
comandava sempre os navios de luxo. No entanto, desta
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vez a sua missão era só fazer a ida e volta a Nova Iorque
reformando-se de seguida.
Nesse dia 10 entre as 9.30 e as 11 horas embarcaram
os passageiros da segunda e da terceira classe
seguindo-se os passageiros da primeira classe que
entraram a partir das 11h30.
O embarque é tão bem realizado que, precisamente ao
meio-dia, as amarras do navio são largadas do cais 44
do porto de Southampton.
A força dos hélices é tanta que o navio SS New York que
estava atracado a seguir rebenta as amarras e é por
pouco que não embate no Titanic; rebocadores no local
evitam o choque.
O Titanic embora se tenha atrasado trinta minutos, ruma
para Cherburgo em França para receber mais
passageiros. Segue logo de seguida para Cobh na
Irlanda; na época a cidade chamava-se Queenstown.
Aqui não consegue encostar no cais por ser grande
demais sendo os passageiros e carga levados para
bordo em botes. Nesse momento havia
confirmadamente 2240 passageiros a bordo, e é com
eles que ao fim da tarde do dia 11 segue viagem.
A viagem segue normalmente como tantas outras que
se efetuavam semanalmente. Com o passar dos dias o
tempo mantém-se calmo, embora a noite do domingo
14 de Abril de 1912 estivesse especialmente fria no mar
do norte, o que não é de admirar pelos ventos
predominantes que se faziam sentir de norte e nordeste.
Embora o céu estivesse limpo, não havia luar.
Tal como hoje, já nesta época os navios não usavam
rotas de uma forma indiscriminada e por isso as rotas
eram sempre relativamente escolhidas.
O Comandante Smith sabia pelas comunicações rádio
que havia vários icebergs a flutuar na área e por isso
opta por navegar mais a sul. Assim podia fazer a viagem
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de uma forma mais segura já que trazia o navio à
velocidade máxima na tentativa de fazer a viagem em
menos um dia que o previsto. A ordem para vir a essa
velocidade tinha-lhe sido dada pessoalmente por um
dos passageiros do navio, Bruce Ismay, o Presidente da
White Star, o mesmo que atrás referimos como tendo
acordado a construção dos três navios da classe
Olympia, entre as quais este. Mais tarde Bruce terá uma
hipótese de provar como era bonzinho ao expulsar uma
senhora de um dos botes salva vidas de forma a salvarse. Esse ato levou a que fosse banido pela sociedade
britânica tendo acabado por viver só o resto dos dias,
morrendo nessa condição na sua mansão nos
arredores de Londres.
A primeira mensagem que tinham recebido no Titanic a
propósito de icebergs tinha chegado cerca das 13h45,
enviada do paquete Amerika da Hamburg America Line.
Os operadores de comunicações do navio, Jack Phillips
e Harold Bride, na realidade eram funcionários da
empresa de telecomunicações Marconi, não percebiam
de navegação marítima e estavam ali mais
interessados no envio de mensagens telegráficas dos
passageiros.
É bem claro em passagens da investigação do acidente
que os telegrafistas não estavam instruídos ou
treinados para enviarem mensagens para a ponte de
comando do navio. Para saber da existência dos
icebergues restava apenas a habilidade para dois
marinheiros do Titanic que estavam num posto de vigia
no mastro dianteiro do navio. A noite escura e
especialmente limpa, céu estrelado que se reflete num
mar que estava calmo vai contribuir para a dificuldade
em conseguir ver ali no meio do mar um iceberg, cujo
brilho possível na noite se pode confundir com o das
estrelas.
Os telegrafistas estavam mesmo tão concentrados nas
mensagens pagas pelos clientes que também não
prestaram qualquer atenção à mensagem enviada do
navio Mesaba.
Cerca das 23h40 os vigias Frederick Fleet e Reginald
Lee vêm nitidamente o iceberg tocando imediatamente
a sineta três vezes. Estão a 640 quilómetros a sul da
Terra Nova quando dão o aviso indicador do perigo.
Mais cinquenta segundos e dar-se-á o acidente fatal.•
(Continua no próximo número)
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GREGÓRIO XIII
Dos princípios da Idade Moderna não tenho dúvida que
o Papa que mais admiro é este a quem dedico estas
linhas. Falo de um rapaz que nasce em Bolonha a 7 de
Janeiro de 1502. É batizado com o nome de Ugo
Boncompagni, sendo filho de um importante mercador
da época, Cristóvão Boncompagni, e de Ângela
Marescalchi.
Foi precisamente em Bolonha que cursou Direito,
formando-se em 1530 em Direito Civil e ao mesmo
tempo em Direito Canónico. A sua qualidade leva a que
seja convidado para professor logo no ano seguinte à
formatura. Aceita o cargo que vai ocupar até 1539.
Entrando no ano anterior pela mão do Papa Paulo III
para a Cúria Romana.
Vivia com Maddalena Fulchini com quem teve um filho
em 8 de Maio de 1548, Giacomo Bomcompagni.
Entretanto, em1555 vai integrar a comissão para a
Reforma Eclesiástica dedicando-se a partir daí em
exclusivo à vida religiosa.
Em 1558 é Bispo de Vestre e em 1565 ascende a
Cardeal de São Sistro, tendo sido na altura nomeado
pelo Papa Pio IV.
Foi Delegado Papal em Espanha e também Chefe da
Secretaria dos Breves Pontifícios.
Em 13 de Maio de 1572 é nomeado Papa num Conclave
consensual que durou apenas dois dias; Papa Gregório
XIII sucede a Pio V. Gregório XIII foi solenemente
coroado pelo Cardeal Protodiácono Innocenzo del Monte
a 25 de Maio.
Desde o princípio do seu Pontifício que se preocupa
especialmente com a aplicação em geral do Concilio de
Trento criando também um plano de visitas periódicas
às dioceses do norte e centro de Itália.
Gregório XIII que apoiou significativamente algumas
Ordens, reconheceu a congregação do Oratório de São
Filipe Neri e possibilitou a expansão de outras para fora
de Itália, estando entre estas os Franciscanos da
Ordem dos Frades Menores Capuchinhos que, em
conjunto com a Companhia de Jesus, virão a ser das
mais importantes a nível do desenvolvimento do ensino.
Beneficia em especial esta última Ordem que acaba por
lhe dedicar em nome a sua universidade; Pontifícia
Universidade Gregoriana. Autoriza, também, a reforma
das Carmelitas Descalças, conforme os planos de
Santa Teresa de Ávila.
Gregório foi com efeito responsável por um
desenvolvimento inesperado do ensino ao criar em
Roma um Colégio Inglês, um Arménio e outro Grego.
Impulsionou a estudo de cleros de outra orientação,
objetivamente o Oriental.
O mais admirável é que tudo isto acontece
fundamentalmente entre 1570 e 1580, numa época em
que a comunicação era muito limitada.
Como grande Católico, o Papa Gregório XIII não gostava
nada da Rainha de Inglaterra, Isabel I, grande defensora
e promotora da causa Anglicana, vulgo Igreja
Protestante.
Como Papa, Gregório XIII conspirou em vão para
destronar a rainha Isabel I de Inglaterra, e enviou em
1578 o capitão Thomas Stukeley para tentar abalar o
poder da rainha. Se de alguma forma conseguisse
destrona-la, conseguiria certamente abrir caminho para
o fim dos protestantes. O capitão Thomas era filho
ilegítimo de Henrique VIII, um mercenário que tinha
combatido nos mais diversos locais. Entretanto, quando
já tudo estava planeado, eis que o Rei D. Sebastião de
Portugal lhe paga mais para ir até Alcácer Quibir;
morrem lá os dois. Mesmo assim os planos foram
conhecidos gerando um ainda maior afastamento entre
Roma e o Reino de Inglaterra.
A vontade de por qualquer meio converter os Ingleses ao
catolicismo teve realmente um peso economicamente
pesado. Os cofres do Vaticano ficaram bastante
debilitados e por isso Gregório XIII fez o que devia,
lembrar a alguns senhores feudais que tinha sido a
própria Igreja a dar-lhes os terrenos que agora eram
seus, por isso tinha chegado a altura de contribuírem
para a causa de uma forma visível e não com
pequeníssimas contribuições, como era habitual até
esse momento.
Mas as questões do protestantismo não se ficavam por
Inglaterra. Em França, o Reino de Carlos IX passa por
momentos complexos com lutas sangrentas entre
ambas facões religiosas, a maior parte delas
promovidas por outros que ambicionam a regência;
algumas destas questões são familiares. Estas são
histórias longas em que a aclamação efetiva do Rei não
estava clara, a sua mãe literalmente patrocinava a luta
pelo poder até que, entre 24 e 30 de Agosto, vai
acontecer em Paris aquilo que ficará conhecido para a
história como o Massacre de São Bartolomeu. O
Catolicismo ganha nessa disputa e Gregório comemora
o massacre com uma missa, mandando até cunhar
uma medalha comemorativa do Massacre.
Uma das grandes preocupações de Gregório XIII é a
evangelização das terras que vão sendo descobertas.
Os seguidores de Santo Agostinho em conjunto com
os Franciscanos vão criar uma Diocese em Manila em
1579, enquanto a Jesuíta vai em missão para o
Japão.
Entretanto, o Papa Gregório XIII ficará também
conhecido como o principal responsável pela
reformulação do calendário que introduz em 24 de
Fevereiro de 1582 substituindo assim a anterior
calendário, o Juliano. É ele que vai reestrutura-lo
levando ao que usamos hoje em dia e que por isso é
justamente conhecido como Calendário Gregoriano.
Por esta época acentuaram-se problemas devidos aos
proventos esperados das contribuições que atrás
referimos. Algumas das terras dadas pelo Vaticano
tinham-se perdido nas mãos de herdeiros ilegítimos, de
pessoas que a elas não tinham real direito de posse.
Alguns desses senhores eram aristocratas que
reagiram especialmente mal quando se levantou a
hipótese de serem expropriados. Por isso reagiram
promovendo distúrbios, pilhagens, os mais diversos
desacatos contra a Igreja, de forma a se escusarem das
suas devidas contribuições. Nos piores momentos
viveram-se sangrentos motins que acabaram com
inúmeros mortos.
Gregório XIII irá morrer em 10 de Abril de 1585 sem que
conseguisse que essas questões se resolvessem.
Acaba sepultado na capela Gregoriana da basílica do
Vaticano.
Vai-lhe suceder Sisto V que virá literalmente salvar a
Itália da situação herdada de Gregório XIII. Nomeia o
Cardeal Colonna para acabar definitivamente com as
quadrilhas de bandidos que roubavam e matavam quer
nas cidades quer nas zonas mais rurais. Foi com
Colonna que ponte de Sant’Angelo se converteu num
local de exposição de cabeças cortadas.
Sisto virá a ser o Papa dos grandes tribunais da
Inquisição que já vinha tentando impulsionar desde
ainda o tempo de Pio V, mas essa já é outra história,
para outra altura.•
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A História
do Calendário
Os mais antigos calendários existentes deste lado do
mundo, e que tiveram de alguma forma mais interligação
com a nossa vida, são o Hebreu e o Egípcio.
Já nessa altura o tempo se aproximava do que usamos
hoje em dia; quer num, quer noutro, o ano tinha 360 dias.
O que se tentava na altura era equilibrar o ciclo das
estações com o lunar.
O calendário Hebreu ou Judaico começa com a criação
da “neshamá”, espírito ou alma de Adão, o primeiro
homem, há cerca de 5773 anos atrás.
No caso do calendário dos Hebreus desconhece-se se
estariam divididos em meses, enquanto no caso do
egípcio é clara a existência de 12 meses, todos com 30
dias, embora cada mês em vez de ser dividido em
semanas o fosse em grupos de dez dias.
Como no Egipto tudo se regia mais ou menos à volta do
Rio Nilo, o ano tinha só três estações. Era a das
Inundações, a das Sementeiras e a das Colheitas.
Este calendário poderia ser muito eficaz para os
Egípcios, para uma vida à volta de um rio que nascia num
local que eles na altura nem imaginavam. Já os Hebreus,
que não tinham Nilo nenhum, pensavam de uma forma
diferente e por isso começaram a coordenar os ciclos
lunares com as aparentes variantes de clima. Entretanto,
enquanto os Hebreus evoluem neste sentido, os
Egípcios abdicam dos ciclos lunares ficando-se apenas
com o das estações na fórmula deles, a das três
estações. Procederam a novas tentativas de acerto, cerca
de 5000 anos antes de Cristo, criando então um ano com
365 dias, divididos em 12 meses com 30 dias cada um,
acertando o ano no último mês, acrescentando-lhe mais
cinco dias. Como as horas também não batiam certo,
atrasavam seis horas por ano, as estações começaram
a atrasar. Por isso é que quando os registos lhes
permitem uma observação mais cuidada descobrem que
entre 2783 e 1323 antes de Cristo, pelo calendário não
tinham passado 1461, mas na realidade apenas 1460
anos. Nada foi feito nessa altura até que em 238 antes
de Cristo tentam uma correção que acaba por não ser
autorizada pelos Sacerdotes. Incrivelmente só 25 anos
antes do nascimento de Cristo é que o calendário Juliano
vai ser aceite.
Os gregos tinham um ano calculado pelo ciclo lunar ao
qual atribuíram 354 dias, divididos em 12 meses
alternadamente com 30 e 29 dias.
No original calendário romano, o ano tinha 304 dias
divididos por 10 meses. Os nomes dos quatro primeiros
meses eram dedicados aos deuses, por isso Martius,
Aprilis, Maius e Junius ou sejam, Marte, Apolo, Júpiter e
Juno. Os restantes seis meses são ordenados
numericamente de cinco a dez, Quintilis, Sextilis,
September, October, November e December. Esta
calendário teve diversos acertos, entre os quais, o
Calendário de Romulo que vai levar a uma outra
reformulação mais extensa a de Numa Pompílio, o qual,
como os gregos, estabelece um ano com 12 meses,
tendo em primeiro lugar o mês de Januarius, ficando em
último o mês de Februarius, mês este que em vez de
variar entre os 29 e os 31 dias, tem apenas 27. Os onze
primeiros até podiam ter todos 30 dias mas como os
romanos eram supersticiosos em relação a dias pares,
assim resolvia-se a questão. O que não estava resolvido
era o problema do acerto das estações com os meses,
por isso vão tentar seguir o modo dos gregos com um
sistema de calendário semi lunar em que ano sim, ano
não, introduziam um mês extra para equilibrar o calendário
com um estranho mês que tinha só 22 ou 23 dias.
A confusão era tanta que o começo do ano já estava
adiantado de três meses em relação ao ciclo das
estações. Havia que fazer algo sério para resolver este
problema ainda mais porque interesses particulares ou
de políticos levavam a que os pontífices que geriam o
calendário o encurtassem ou alargassem conforme os
seus amigos estavam ou não no poder.
Júlio Cesar chega a Imperador e decide acabar
radicalmente com estas confusões. Pede ajuda ao
famoso astrónomo grego Sosígenes, para que o ajudasse
a criar uma solução. Estamos no ano 708 no calendário
Romano, embora ainda faltem 46 anos para o nascimento
de Jesus Cristo. Para ajudar Sosígenes descobre que
este calendário está adiantado 67 dias em relação ao ano
natural. Assim Júlio César manda adicionar a esse ano
dois meses, um de 33 dias, outro de 34 dias, entre os
meses de November e December. Desta forma o ano de
708 passou a ter 445 dias. Este é o maior ano na história
dos calendários e também não será ao acaso que é
conhecido pelo nome de “Ano da Confusão”. Este nome
de Ano da Confusão deve-se especialmente ao facto de
por causa do tamanho dos domínios de Roma e à natural
dificuldade nas comunicações houvesse locais onde a
ordem para esse acerto foi recebida tão tarde que já tinha
passado o ano novo.
De qualquer forma e corrigindo o possível, é no ano de
709 que entra em efeito. O sistema implicava ciclos de
quatro anos, com três comuns de 365 dias e um bissexto
de 366 dias, para acertar as quase seis horas que havia
de diferença para o ano real. Este calendário é o
chamado Juliano. Passa a haver meses de trinta dias e
os romanos têm que se esquecer da superstição dos
dias pares.
No segundo triunvirato Romano, o Imperador Marco
António consagra completamente o calendário Juliano e
como forma de homenagem dá o seu nome ao sétimo
mês, Julius (Julho). Por amabilidade para com o
imperador César Augusto, o senado determinará
também que o oitavo mês passa a Augustus (Agosto).
Para o mês dedicado a César Augusto não ter menos
dias que o de Júlio César, retira-se um dia a Fevereiro e
Agosto passa a ter 31 dias.
Além de diversas matérias, incluindo comemorações,
jogos, feiras, inúmeras questões passam a ser
referenciadas no calendário, inclusive a vida, a morte e
ressurreição de Jesus Cristo.
Na Ásia Menor os cristãos da celebravam a Páscoa cristã
no dia da primeira Lua que começasse em Março,
qualquer que fosse o dia da semana em que ocorresse
essa data. Já no Ocidente celebravam-na no Domingo
seguinte a esse dia. Esta diferença provocou acesas
discussões entre os dignatários dos Cristãos do
Ocidente e dos do Oriente. Decidiu-se então que a
Páscoa passaria a ser celebrada por todos no Domingo
seguinte à lua cheia que tivesse lugar no equinócio da
Primavera ou logo a seguir. Já que os cristãos tinham de
guardar o descanso ao sétimo dia, a semana acabou por
ser adotada no calendário romano de forma a
salvaguardar o Domingo.
O calendário Juliano tinha agora o problema de não ser
aceite por todos os cristãos criando embaraços à Igreja
fundamentalmente na questão da Páscoa. Por isso em
1474, o Papa Sixto IV reconhece a necessidade de fazer
uma reforma no calendário, pedindo a um famoso
astrónomo alemão Juan Muller para fazer um estudo a
este propósito. Só que Muller morre dois anos depois
sem concluir o trabalho. O Papa Sixto IV também morre e
o seu sucessor, o Papa Pio IV, não consegue convencer o
clero sobre a necessidade desta reforma. Apenas com
Gregório XIII vai haver um progresso que se deve
fundamentalmente a ser um homem especialmente culto
e à sua capacidade para impor a própria reforma.
Gregório XIII nomeia então uma comissão, constituída
por diversos astrónomos e matemáticos de renome,
entre os quais o célebre padre jesuíta Clavius, que
estudara matemática em Coimbra com Pedro Nunes.
Dos projetos apresentados vai ser escolhido o do
astrónomo Luís Lílio que de imediato é comunicado a
monarcas e príncipes, bispos e universidades de forma a
recolher o máximo de opiniões a seu respeito;
estávamos em 1578.
Confirma-se finalmente o projeto de Lílio e em 24 de
Fevereiro de 1582 Gregório XIII expediu a bula Inter
Gravíssimas, que estabelecia os pontos essenciais do
novo calendário. Tinha nascido o calendário Gregoriano!
Com este calendário o equinócio da Primavera firma-se
em a 21 de Março recorrendo aos acertos necessários.
Haverá ainda alguns acertos e correções já que por
exemplo os anos bissextos só o seriam quando divididos
por 400.
A duração do ano gregoriano é, em média, de 365 dias, 5
horas, 49 minutos e 12 segundos, isto é, tem atualmente
mais 27 segundos que o ano real, uma diferença que ao
longo do tempo representa um dia em cada 3000 anos.
Apenas Portugal, a Espanha e a Itália aceitaram de
imediato a entrada deste calendário ao qual os restantes
países só com o tempo foram aderindo.
Atualmente, o calendário gregoriano é de uso universal a
nível de relações internacionais embora alguns países
por motivos religiosos ou culturais mantenham em
paralelo os seus calendários tradicionais.
Por exemplo para o Islão, o primeiro dia corresponde ao
15 de Julho do ano 622 da era cristã.•
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iniciativas
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Paulo: a nova estrela
já está em Portugal!
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exposição recheada de polvos das mais
variadas espécies e que estará patente
no espaço de lazer até ao final de 2012.
A exposição convida os visitantes do SEA
LIFE a conhecer ao pormenor um dos
mais inteligentes seres marinhos, um
serzinho, que é basicamente um
músculo em tamanho grande, é capaz de
tarefas tão complexas quanto desarrolhar
tampas de frascos, resolver labirintos,
distinguir padrões e formas, apenas
utilizando os seus tentáculos.
Os polvos habitam todos os oceanos do
mundo, existindo cerca de 300 espécies
conhecidas, cujo tamanho pode variar
entre os dois centímetros e os 23 metros
de comprimento.
No SEA LIFE será possível descobrir os
segredos de uma grande variedade de
subespécies deste animal. Os animais
de sangue azul, e detentores de três
corações, podem ser visitados até
Dezembro de 2012, entre as 10h00 e as
18h00, de segunda a sexta-feira, e entre
as 10h00 e as 19h00, aos fins-desemana.•
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O SEA LIFE Porto acaba de receber um
polvo perito em adivinhar resultados de
jogos de futebol. Paulo é primo de Paul o
famoso polvo alemão que habitava num
SEA LIFE alemão e que brilhou no
Mundial 2010, na África do Sul. Consta
que este herdou as mesmas
capacidades.
Em Portugal, Paulo propõe-se adivinhar
os resultados de Portugal nos jogos do
Euro 2012, a decorrer em Junho na
Polónia e Ucrânia.
Mais próximo do arranque do
Campeonato Europeu de Futebol, o polvo
Paulo será chamado a “entrar em
campo” e a pôr em prática os seus dotes.
Nas vésperas de cada jogo da Seleção
Nacional, Paulo fará a previsão do
resultado da partida que se aproxima.
Relembre-se que, na fase de grupos,
Portugal defronta a Alemanha (9 de
Junho), Dinamarca (13 de Junho), e
Holanda (17 de Junho).
O polvo Paulo vem para o Porto no
âmbito de uma exposição temporária
designada de “POLVOMANIA!”, uma
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Polvo chega ao SEA LIFE Porto
E promete adivinhar jogos de Portugal no Euro
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Conhecer Guimarães
Em Bicicleta
A iniciativa a realizar no dia 24 de Junho no âmbito da
programação de Guimarães 2012 - Capital Europeia da
Cultura tem já as inscrições abertas e pelo que
sabemos já há muitas. Esta é uma iniciativa que irá ter
certamente uma enorme participação pelo que todos os
que gostam de andar de bicicleta e amam Guimarães
devem comparecer.
“Conhecer Guimarães em Bicicleta” é um evento oficial
de “Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura”
promovido pela Associação de Ciclismo do Minho,
Tempo Livre e Guimarães 2012, integrando a quarta
edição do passeio “Dia Um de Portugal”, um Encontro
de Bicicletas Antigas, uma prova da Taça de Portugal de
Trial Bike e um circuito de bicicletas para crianças.
A participação no Passeio Dia Um de Portugal é gratuita
e aberta a todos os interessados, começando e
terminando a actividade na alameda Alfredo Pimenta,
depois de cumprido um percurso de cerca de 12,5
quilómetros, a efetuar em ritmo de passeio e de
dificuldade baixa, procurando-se assim incentivar a
participação de todos os interessados,
independentemente da idade e da condição física.
A concentração para o Encontro de Bicicletas Antigas
será no Parque das Hortas, pelas 9.00 horas,
deslocando-se depois os participantes em direção à
alameda Alfredo Pimenta para a partida conjunta cerca
das 10h30, com o passeio Dia Um de Portugal,
efetuando os dois grupos um percurso inicial comum.
Durante a tarde do dia 24 de Junho decorrerá na
alameda Alfredo Pimenta uma prova da Taça de Portugal
de Trial Bike e estarão disponíveis das 9h00 às 17h30
circuitos de bicicletas para crianças.
PASSEIO DIA UM DE PORTUGAL
Pretendendo incentivar a prática desportiva e assinalar
uma importante data histórica, a Batalha de São
Mamede que aconteceu a 24 de Junho de 1128 e que
viria a ser designada como “a primeira tarde
portuguesa”, o Passeio Dia Um de Portugal tem
confirmada a presença, além das dezenas de
participantes que já garantiram a sua inscrição, dos exciclistas Alves Barbosa, Delmino Pereira, Joaquim
Andrade e do ex-guarda-redes Palatsi.
Alves Barbosa, primeiro português a correr o “Tour de
France” em 1958, conquistando um impensável 10.º
lugar e vencendo o prémio revelação desse ano, é uma
figura incontornável do ciclismo português, enquanto
Delmino Pereira, vencedor do 14º Grande Prémio do
Minho em ciclismo em1990, é atualmente VicePresidente da Federação Portuguesa de Ciclismo,
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fotografias, abastecimento, entrega de lembranças e
bênção das pasteleiras, seguindo-se um almoço na
Penha marcado para as 13h30, no restaurante D. José.
Fazem parte do programa diversas atividades de
animação. A entrega de prémios ocorrerá pelas15
horas.
As inscrições para o Encontro de Bicicletas Antigas têm
o custo de 5 euros (sem almoço), 15 euros (com
almoço), 7,5 euros (menores até aos 10 anos) e de 15
euros (almoço para os acompanhantes), devendo ser
efetuadas, até ao dia 18 de Junho, em www.acm.pt.
sendo também ele uma referência da modalidade.
Joaquim Andrade, recordista de participações na Volta a
Portugal em Bicicleta, é atualmente o presidente da
Associação Portuguesa de Ciclistas Profissionais e
Diretor Desportivo da equipa de ciclismo Maia-Bicicletas
Andrade, sendo um dos mais completos e resistentes
ciclistas nacionais. O ex-guarda-redes Palatsi
representou, entre outros, o Vitória Sport Clube
granjeando enorme simpatia e admiração no meio dos
adeptos, em especial em Guimarães.
Com início marcado para as 10h30, o Passeio de
Bicicleta “Dia Um de Portugal” começará e terminará na
alameda Alfredo Pimenta, sendo o percurso (na
extensão de 12,5 quilómetros, de dificuldade baixa)
efetuado em ritmo de passeio.
A organização promoverá atividades de animação,
sorteios de diversos prémios e oferecerá lembranças,
assim como o seguro desportivo aos participantes que
não o possuam.
As inscrições para o Passeio “Dia Um de Portugal” são
limitadas e devem ser formalizadas em www.acm.pt.
TRIAL BIKE E CIRCUITOS
DE BICICLETAS PARA CRIANÇAS
Os melhores atletas nacionais de Trial Bike estarão em
Guimarães na tarde do dia 24 de Junho para, na
alameda Alfredo Pimenta, disputarem uma prova da
Taça de Portugal.
O Trial Bike é uma disciplina do ciclismo em que o factor
principal é o equilíbrio e controlo da bicicleta em
situações extremas. O objetivo desta competição é
passar com a bicicleta por um percurso difícil e com
obstáculos sinalizados, situados dentro de “zonas
controladas” (secções), sem se poder tocar no solo com
nenhuma parte do corpo e da bicicleta (excepto com os
pneus), e dentro de um tempo estabelecido.
Em simultâneo, entre as 9 às 17h30, a alameda Alfredo
Pimenta terá à disposição dos mais novos circuitos de
bicicletas “RadicalPark by Specialized” de utilização
gratuita.•
ENCONTRO DE BICICLETAS ANTIGAS
Com início às 9h30 no Parque das Hortas, os
participantes no Encontro de Bicicletas Antigas deslocarse-ão em direção à alameda Alfredo Pimenta para a
partida conjunta às 10h30 com o passeio “Dia Um de
Portugal”. Depois de um percurso inicial comum o
Encontro de Bicicletas Antigas prosseguirá com um
desfile pelo centro histórico de Guimarães onde haverá
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>>> MARCO ANTÓNIO LINDO
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Mécia
Há quem na vida realize obras por si, que são
relevantes do seu autor. Nesta pequena abordagem falo
de alguém que fez um trabalho extraordinário por outro,
pelo seu amor em todo o seu espectro.
Falo de Mécia de Sena que nasce em Leça da Palmeira,
em 1920, irmã de Oscar Lopes e sobre quem escrevo
aqui uma série de notas soltas com intuito de revelar
ligeiramente a vida que tem ao acompanhar o seu amor
de toda a vida.
Oscar Lopes, consagrado cronista e crítico literário
torna-se amigo de Jorge de Sena em 1940, Jorge tinha
21 anos e é num dos encontros com Óscar que
conhece a irmã, Mécia, com a qual estabelece de
imediato uma empatia.
A Maria Mécia foi a eterna namorada de Jorge. Desde o
princípio de 1940, ano em que terá começado a
corresponder-se com Jorge, que o conjunto de toda a
correspondência trocada entre ambos constituirá a
forma mais simples de a entender, de entender os
sentimentos muito específicos de ambos, bem como a
vida que tinham, o pensamento nas suas formas mais
pessoais, sendo também esta correspondência
reveladora de toda a vida de uma época.
Um dos pontos mais significativos desta troca de
correspondência é aquela que acontece nos verões de
1945, 46 e 47, durante as férias que Mécia passa em
Carrazeda de Ansiães. Estes momentos são os cruciais
para a relação que virá a acontecer já que até aí apenas
duas cartas tinham sido escritas, cartas de um
conteúdo suficientemente marcantes para
estabelecerem um elo que jamais se desfará.
Carrazeda marca geograficamente os maiores
momentos do namoro, em que os corações batem
razoavelmente mais forte e por isso ambas as
biografias lhe dão tanto valor. Sem descurar de alguma
forma a obra de Jorge Sena, é certo que muito daquilo
que sabemos dela é o reflexo de todo o trabalho de
recolha feito por Mécia, não só da sua correspondência
pessoal, mas também daquela que o que foi o seu
marido, Jorge, troca com outros amigos de grande
relevo na esfera cultural da época.
Em 1949 Mécia casa com Jorge, casamento esse que a
fará mãe nove vezes embora que duas dessas vezes já
no Brasil.
Jorge trabalhava na Junta Autónoma da Estradas onde
era engenheiro. O salário sendo razoável não deixava de
ser curto para alimentar tantas bocas. Por isso
trabalhava mais no serviço, fazia umas horas
colaborando com diversas editoras prestando desde de
apoios à direção literária de algumas até na produção
de traduções, a revisões de texto. Fica por isso com
menos tempo para a investigação e escrita.
A política vai levar ao exílio do seu marido para o Brasil
em 1959. Acompanha-o e ajuda-o em todo o trabalho
literário que agora pode desenvolver de uma forma mais
livre. Vivem então em Araraquara, no Estado de São
Paulo, onde Jorge é professor universitário. A vida irá de
novo sofrer uma volta quando a ditadura militar se
instala no Brasil em 1964.
Assim a família desloca-se para o Estados Unidos
aproveitando o convite que Jorge havia recebido da
Universidade de Wisconsin para ensinar Literatura
Portuguesa.
Quando aconteceu em Portugal a revolução do 25 de
Abril, Jorge quis regressar. No entanto não houve uma
única universidade ou qualquer outra instituição cultural
que o quisesse aceitar. Assim a vida da família
continuou nos Estados Unidos até que Mécia fica viúva,
em Junho de 1978. Jorge tinha morrido com um cancro.
Depois da morte de Jorge de Sena, Mécia será ainda
mais a figura principal, agora neste capítulo que é a sua
“pós” vida, já que foi responsável pela edição de quase
190 obras.
Sem dúvida, todo o esforço de Mécia terá como reflexo
um bocado da forma de ser de Portugal na sua
normalidade. Foi quase por favor que o nosso País
aceitou o património, todo o legado que Mécia ofertou à
Nação.
Em tudo, até nestes momentos, Mécia revelou-se mais
que a simples mulher. É a companheira que se
materializa no trabalho de Jorge de Sena sendo a sua
própria continuidade depois da morte.•
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>>> MAFALDA RAÍNHO
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Jorge
de Sena
É a 2 de Novembro de 1919 que, em Lisboa, nasce Jorge
Cândido de Sena. Filho de pais vindos de duas famílias
abastadas, faz a sua instrução primária e os primeiros
anos do liceu no Colégio Vasco da Gama, concluindo mais
tarde os estudos universitários no Liceu Camões.
Desde cedo, Jorge teve um grande gosto pela leitura,
poesia e música, embora tenha sido Engenharia Civil o
curso que tirou entre a Faculdade de Ciências de Lisboa e
a de Engenharia do Porto. Apesar de não se ter
identificado com o curso, o prazer de escrever esteve
sempre presente e, em 1940, sob o pseudónimo de Teles
de Abreu, publicou os seus primeiros poemas na revista
Cadernos de Poesia, dirigida por Ruy Cinatti e José Blanc
de Portugal, amigos que o ajudaram financeiramente a
tirar o curso de Engenharia Civil. Dois anos depois publica
finalmente o seu primeiro livro de poemas Perseguição
que lhe valeu algumas críticas.
Em 1944 começa a namorar com Maria Mécia de Freitas
Lopes, com quem, cinco anos mais tarde, se casa e com
quem tem nove filhos. Mécia foi alguém que esteve
incondicionalmente ao seu lado, apoiando Jorge em toda
a sua carreira e nas suas mudanças de vida.
Em 1946 escreve o seu segundo livro de poemas Coroa
da Terra. Em 1947 Sena inicia então a sua carreira de
engenheiro, na Direcção Geral dos Serviços de
Urbanização e, mais tarde, na Junta Autónoma das
Estradas (JAE) onde permanece até ao seu exílio
voluntário para o Brasil. Em 1951 escreve o seu primeiro
drama O Indesejado. Durante todos estes anos, Sena
dedicou também muitos estudos a Fernando Pessoa e
sobretudo a Luís de Camões, sobre os quais editou várias
publicações, ao longo dos anos.
Em 1959, quando se muda então para o Brasil, é lá que
começa a exercer atividades na área do ensino. É
convidado para dar aulas de Teoria da Literatura, na
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Assis, no
estado de São Paulo. É nesse mesmo ano que publica o
seu primeiro ensaio Da Poesia Portuguesa. Trabalhador
incansável, Jorge de Sena dedicou-se sempre,
simultaneamente, à direção literária em editoras,
traduções, revisão de textos… O que lhe roubava algum
tempo precioso para a continuação da sua obra literária.
Em 1961 passa a lecionar em Araraquara, também em
São Paulo, Literatura Portuguesa.
A época salazarista no nosso país sempre atormentou
Sena, que considerava que éramos um país medíocre,
mesquinho e dono de uma intriga no meio literário que o
frustravam completamente e é neste seguimento que, em
1963, decide então adotar a nacionalidade brasileira.
Dois anos depois muda-se para os Estados Unidos, onde
continua a ser professor, desta feita, em Wisconsin. Em
1970 transfere-se para a Universidade da Califórnia onde
chefia os departamentos de Espanhol, Português e de
Literatura Comparada. Embora adorasse ensinar e de
todos os laços criados com a Literatura e os seus alunos,
nunca os seus registos nos dão conta de que Sena tenha
sido feliz. Em 1974, quando se dá o 25 de Abril em
Portugal, então aí a vontade de regressar definitivamente a
Portugal é imensa. Ansioso por poder contribuir para a
construção de uma democracia no nosso país, volta a
Portugal, mas nenhuma universidade ou instituição
cultural o convida para qualquer cargo, o que desilude, em
muito, o escritor. Assim Jorge de Sena retorna aos
Estados Unidos, continuando a carreira construída até
então. Em 1977 começa uma trilogia, Poemas, tendo uma
edição publicada nesse ano e as outras duas no ano
seguinte.
É também no ano seguinte, de 1978, a 4 de Junho que
morre, vítima de cancro. Várias obras foram publicadas
postumamente. Dentro da poesia Visão Perpétua em
1982, Dedicácias em 1999; dentro da prosa Génesis em
1983 e o ensaio Fernando Pessoa & Cia. Heterónima em
1982.
A 11 de Setembro de 2009, os restos mortais de Sena são
trasladados da Califórnia para Lisboa, para o cemitério
dos Prazeres, após uma cerimónia fúnebre de
homenagem na Basílica da Estrela.
Ainda que o nosso país quase nunca saiba acolher os
seus grandes nomes da forma que estes merecem e darlhes o devido reconhecimento, Jorge Sena ficará sempre
como um português que singrou, que nos deixou uma
vasta obra e que foi, sem dúvida, um dos grandes nomes
da poesia e do ensaísmo português, da segunda metade
do século XX.•
É Tarde, Muito
Tarde da Noite
É tarde, muito tarde da noite,
trabalhei hoje muito, tive de sair, falei com vária gente,
voltei, ouço musica, estou terrivelmente cansado.
Exactamente terrivelmente com a sua banalidade
é o que pode dar a medida do meu cansaço.
Como estou cansado. De Ter trabalhado muito,
ter feito um grande esforço para depois
interessar-me por outras pessoas
quando estou cansado demais para me
interessarem as pessoas.
É tarde, devia ter-me deitado mais cedo,
há muito que devera estar a dormir.
Mas estou acordado com o meu cansaço
e a ouvir música. Desfeito de cansaço
incapaz de pensar, incapaz de olhar,
totalmente incapaz até de repousar á força de
cansaço. Um cansaço terrível
da vida, das pessoas, de mim, de tudo.
E fumo cigarro após cigarro no desespero
de estar tão cansado. E ouço música
(por sinal a sonata para violino e piano
de César Franck, e depois os Wesendonck Lieder)
num puro cansaço de dissolver-me
como Brunhilda ou como Isolda
no que não aceitarei nunca
l amor che muove il sole e l altre stelle.
Nada há de comum entre esse amor de que estou
cansado,
e o outro que não ama, apenas queima e passa , e
de cuja
dissolução no espaço e no tempo em que vivo
estou mais cansado ainda. Dissolvam-se essas
damas
que eram princesas ou valquírias, se preferem, no
eterno.
Eu estou cansado de não me dissolver
continuamente em cada instante da vida,
ou das pessoas, ou de mim, ou de tudo.
Qu ai-je á faire de l eternel? I live here.
Non abbiamo confusion. E aqui é que
morrerei danado de cansaço, como hoje estou
tão terrivelmente cansado.
JORGE DE SENA
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music by mokkz
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Supertramp, Roger Hodgson,
John Miles, Trevor Murrell...
E outras histórias!
Há uns tempos o meu Papzz mandou-me uma série de
links do you tube com uns concertos, os The Night of the
Proms, uma cena inventada por uns putos belgas, o Jan
Van Esbroeck e o Jan Vereecke que em 1984 tiveram a
ideia de organizar um concerto para fazer umas
massas. Assim em Antuérpia, a 19 de Outubro de 1985,
apresentam um concerto onde misturam a música
clássica com o pop e o rock. 13.500 Espectadores
encheram o recinto daquele que é atualmente é o maior
espetáculo europeu em recinto fechado.
Hoje estas séries de anuais de concertos passam pela
Bélgica, Holanda, Alemanha, Dinamarca e Polónia tendo
ainda alguns especiais em França, Espanha, Suíça e
Luxemburgo.
Dos clips que o Papzz me enviou um dos que achei
mais brutal foi um do Roger Hodgson a tocar Fools
Overture em França em 2004. Fools Overture foi escrito
por ele próprio quando estava nos Supertramp. Neste
concerto além da orquestra há outro pessoal ligado ao
rock a tocar com ele. Entre alguns que não faço a
mínima das ideias quem sejam, reconheci o John Miles
e o Trevor Murrell, todos uns “velhotes” mas que vi
desde miúda a tocarem com pessoal mais brutal e
brilhante do mundo da música.
O John Miles é um dos ídolos do meu Papzz quando era
miúdo. Fiquei a saber isso porque um dia estava a ver a
Tina Turner e lá estava o John como diretor musical da
Tina. O meu Papzz aproveitou e deu uma daquelas
explicações que ele gosta de dar. Duas horas e meia
depois eu estava a dormir, odiava o John Miles e nunca
mais queria ouvir falar de rock. Na verdade fiquei a saber
mais que todas as pessoas que conheço. Esta é uma
história que se repete mais ou menos com o Trevor
Murrell. Aí há a vantagem de eu ter um grupo de bateristas
favoritos e o Trevor é um deles, um personagem muito
discreto que já foi baterista da Sade e dos Wham que
detesto, da Kim Wilde, da Des’ree, e do Joe Cocker, entre
outros. Se essa Mafalda que está aí noutra página
qualquer a falar sobre o Jorge de Sena estivesse aqui, já
estava a dizer que Cocker é nome de cão.
Supertramp
Estive ali a ver nos disquinhos do Papzz e encontrei dois
álbuns dos Supertramp. “Crime of the Century” com um
a etiqueta a dizer Radio City de Nova Iorque com o valor
e dez dólares norte americanos. O outro foi comprado
num “Drugstore” em Lisboa. Crisis What Crisis com o
preço de duzentos e dezasseis escudos e cinquenta
centavos o que era de certeza caro para 1976, embora
hoje seja pouco mais de um Euro.
Os Supertramp que estavam classificados como uma
banda de rock progressivo, começaram quando em
1969 um músico, o Rick Davies colocou um anúncio na
revista Melody Maker a abrir inscrições para fazer uma
banda de rock. Por trás disto estava a massa de um
milionário Holandês, o Stanley Miesegaes que achava
que a ideia podia resultar. Não ia resultar porque entre o
primeiro álbum lançado em Julho de 1970, que era uma
porcaria, e Breakfast in America em 1979, vendem para
aí uns oitenta milhões de discos, mas como vos
explicarei mais à frente o holandês chateia-se.
Na primeira formação, o Rick Davies junta-se ao teclista
John Miles
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>>> MÓNICA LINDO
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e guitarrista Roger Hodgson, a Richard Palmer,
guitarrista que divide a parte vocal com Roger, e Robert
Millar que além de precursão, também tocava
harmónica. Esta banda inicial chamava-se “Daddy”.
Entretanto, já não me lembro quem, se o Rick ou o
Roger leram o livro “The Autobiography of a SuperTramp”, uma auto biografia do escritor William Davies,
um poeta do País de Gales. O livro foi editado em 1908
e provavelmente não seria conhecido se não fosse o
prefácio escrito pelo famoso Bernard Shaw. Se isto não
for assim batam na minha irmã que ela percebe tanto
de literatura que até perdeu quase cinco minutos a
explicar-me esta cena.
Foi então por causa do livro que mudaram o nome da
banda para Supertramp, traduzido à baldex como o
Super Maltrapinho, Mendigo... Pedinte.
Bem, mas então eles assinam com uma editora inglesa
que se tinha acabado de lançar, a A&M, editora que virá
mais tarde a atrair nomes como Peter Frampton ou
Gentle Giant.
O primeiro álbum, com o título Supertramp, sai em Julho
de 1970 e embora ao contrário do habitual tenha sido
bem recebido pela crítica, o público não gostou. É um
fracasso que só se vai encontrar à venda na Europa
importado dos Estados Unidos; é que nem saiu na
Europa. O segundo disco, Indelibly Stamped passou
pelo mesmo problema, exceto que a capa fosse mais
atraente já que era um peito de rapariga ao vivo, sem
roupa nenhuma, com uma tatuagem gira em que
nenhum homem reparava. Foi outro falhanço comercial,
de tal forma que o Holandês chamou-lhes um montão
de atrocidades e acabou por lhes cortar o patrocínio.
O pessoal da banda abandonou-a exceto o Roger
Hodgson e é claro o seu “fundador”, o Rick Davies.
Agora sem ter que dar contas a ninguém decidem
manter a banda recrutando novos membros. John
Helliwell é o novo vocalista, Dougie Thomson é o
baixista que também canta de vez em quando, o Dave
Winthrop na flauta e saxofone, o Kevin Currie passa pela
precursão e ainda temos o Frank Farrell no baixo. Uns
entram e outros saem, mas a base mantêm-se com
Rick e Roger.
Finalmente sai um álbum de jeito em 1974. Chama-se
Crime of the Century com grandes temas como
Dreamer ou School. Em 1975 sai o Crisis What Crisis
com um tema de abertura no lado dois muito giro, Lady.
Mas Even in the Quietest Moments, com um tema que
para mim é verdadeiramente sinfónico, Fool’s Overture é
o supra momento de Roger. Em 1979, sai Breakfast in
America que vai dar por si só, quatro singles.
Chega-se a 1982 em que sai Famous Last Words. Este
álbum não virá a vender tão bem e sem ser por isso, o
Roger Hogson abandona a banda no ano seguinte e
houve quem dissesse que era por falta de inspiração do
Roger.
Bem, se é por falta de inspiração, fogo! Só editou mais
quatro álbuns de aceitável sucesso e um DVD ao vivo. O
que eu acho é que ele andava a ter conversas profundas
na horizontal com a mulher do Rick e ao contrário dela,
ele, Rick, não gostou e por isso o Roger lá teve que ir
embora antes que andasse tudo ao soco. Depois
oficialmente disse-se que era a mulher do Roger é que
não se dava com a mulher do Rick.
Sem Roger os Supertramp seguem e ainda hoje tocam
e editam, embora que com uns intervalos. O primeiro
disco sem Roger é Brother Where You Bound onde até
contam com a participação de David Guilmour.
Em 2005 ainda houve uma tentativa falhada de fazer
uma reconciliação com Roger Hogson, lança em 1984
In The Eye of the Storm. Houve uns estúpidos que
vieram logo afirmar que era um estilo copiado dos
Supertramp. Embora os temas fossem todos assinados
pelo Roger e pelo Rick, a verdade é que só School é
quer era dos dois, por isso é mais natural dizer que
Roger Hodgson tinha um som muito parecido consigo
próprio. O primeiro single do álbum é um tema
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Roger Hodgson
verdadeiramente Hodgsiano, já que na versão de
estúdio de Had a Dream, ele toca todos os
instrumentos.
Em 1985 caiu por uma escada abaixo, partiu os dois
pulsos e por isso aproveitou para não tocar piano
durante uns tempos.
Durante anos participa em diversos projetos que não
me encantam particularmente. Entretanto em 2001
depois de uma participação All-Starr Band
Começou a compor com o ex Yes, Trevor Rabin e com
Ringo Star.
Entretanto, é assim que finalmente em 2005 vamos dar
à The Night of the Proms. No mesmo ano tocou em
concerto pela primeira vez desde 1985, o Shepherd
Bush Empire em Londres, um espaço absolutamente
intimista logo ali duas estações de metro depois de
Nothing Hill.
Em 30 de Outubro grande concerto de Fields of the
Nephilim no Empire; a não perder!
Por causa da Night of the Proms já lá para trás falei do
Trevor Murrell, o baterista, e do John Miles, famoso por
causa de um tema chamado Music, a quem nunca liguei
muito até ter encontrado o nome dele associado ao Paul
Thompson um grande baterista de uma grande banda,
os Roxy Music, a banda do pedante do Bryan Ferry.
A primeira banda do John foi “The Influence” de onde
saiu para fazer o “John Miles Set” uma banda que
formou mas que teve uma curta e insignificante história.
Já a solo a história vai ser diferente. John é um músico
Trevor Murrell
que compõe todos os temas de quatro álbuns que edita
entre 1976 e 1980, Rebel, Stranger in the City, Zaragon e
More Miles per Hour.
Toca a convite do Alan Parsons e do Eric Woolfson no
Alan Parsons Project, uma banda que o tinha
impressionado bastante desde o lançamento em 1975
de Tales of Mystery and Imagination, uma composição
electro sinfónica baseada em histórias do escritor Edgar
Allan Poe.
Embora a Tina Turner o tenha convidado para diretor
musical da sua banda, função que desempenhou
desde 1987 até aos fins dos anos 90, John reparte o
seu coração musical várias vezes com o rock sinfónico.
É por isso que tenho que falar de Alan Parsons, uma
fusão invulgar, já que enquanto o Alan era um excelente
engenheiro de som e produtor de concertos, o Eric
cantava, escrevia música sinfónica e era advogado. Para
alguns temas o Eric convidava outros intérpretes para
cantarem. Um dia visitam a cidade de Barcelona onde
não podem deixar de ir à Sagrada Família. Alan e Eric
ficam tão maravilhados com tudo que imediatamente
compõem um álbum a que dão o nome de Gaudi.
Gravam-no entre meados de 1985 e 1986. Um dos
temas é precisamente La Sagrada Família, tema para
quem convidam John Miles para a vocalização.
La Sagrada Família será um dos temas que John Miles
irá cantar com o projeto Alan Parsons na segunda
edição do Night of the Proms. Aliás, John Miles já desde
o primeiro Night que participou nessas séries de
concertos onde as bandas tocam temas
acompanhados por uma orquestra. John à frente da sua
banda de acompanhamento a Electric Band é conhecido
como o Mister Proms.
O John Miles participou como teclista no álbum Night
Calls do Joe Cocker, onde reencontrou o Trevor Murrell
tendo-o convidado a fazer parte da Electric band. O
Trevor só a partir de 1994 é que passa a fazer parte da
Electric Orchestra já que como eu já tinha dito, andava
de baquetas por outras bandas.
Outro dos membros da Electric que me apetece é o
Laurie Anderson, que também tocou uns anos na banda
de suporte da Tina Turner, parte do elenco como músico
convidado em We Will Rock You, o musical que está há
anos em Londres, e tendo tocado entre outros com Eric
Clapton, Mick Jagger, Brian May, e Phill Collins...
... Ups, já não cabe mais texto; xauzz.•
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Nº 027 >>> 2012 | MARÇO • ABRIL
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>>> ALCINO MONTEIRO
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De 8 a 13 de Junho
Vila Nova de Famalicão
vive as Festas Antoninas
A cidade de Vila Nova de Famalicão prepara-se para
reviver as seculares festas em honra de Santo António,
denominadas “Festas Antoninas”.
Prova de Atletismo, desfile de automóveis antigos e
clássicos, concertos no estádio municipal, desfile
folclórico, feira-popular, são, entre outras, as principais
atracões do vasto programa popular das festas da
cidade e do concelho de Vila Nova de Famalicão, que
contam ainda com as rusgas, as fogueiras e o fogo-deartifício. Os pontos altos do programa popular das
Festas Antoninas de 2012, acontecem no dia 8 à tarde,
com as Marchas Antoninas das crianças e, no dia 9 à
noite, com as Marchas Populares, organizadas por
associações e instituições do concelho, que todos os
anos atraem à cidade dezenas de milhar de
famalicenses e forasteiros.
As Festas Antoninas contam ainda com um rico
programa de cariz religioso, no dia 13, feriado municipal,
de que se destaca, durante a manhã, a Missa Solene,
presidida pelo Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge
Ortiga, e a distribuição do “Pão de Santo António”. Pelas
17 horas tem lugar a procissão em honra do padroeiro
deste concelho, com representações alusivas à vida de
Santo António, destacando-se o andor artisticamente
decorado e transportado numa viatura dos Bombeiros
Voluntários, com a imagem do santo. A tradição das
bandas filarmónicas também se mantém, com um
concerto antes e depois da procissão, na praça D. Maria
II, mesmo na baixa da cidade.
São ainda tradição as quadras populares alusivas às
maiores festas populares de Vila Nova de Famalicão,
que ajudam a decorar as montras dos
estabelecimentos comerciais e, como esta é também a
terra de Camilo Castelo Branco, não falta uma
caminhada camiliana, em homenagem ao romancista.
O culto a Santo António em Vila Nova de Famalicão é
muito antigo. Há registos de que, na capela em honra
de São Ivo, levantada no lugar da Granja, já em 1696,
existia e se venerava a imagem de Santo António de
Lisboa e, desde então, até hoje tem sido festejado por
milhares e milhares de devotos.
A referência às “festas de Santo António” remonta a
1895, mas é em 1908 que, com a designação Festas
Antoninas, “os famalicenses descem à rua, vindos de
todas as partes do concelho, para se deliciarem com o
vasto e colorido programa das festas” – lê-se num
trabalho publicado em 1986, na publicação “Páginas de
Vila Nova de Famalicão”.
No mesmo trabalho, lê-se ainda que no “sábado, dia 13
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Vila Nova de Famalicão continuaram a deslumbrar,
sempre com programas variados e atrativos, em que as
marchas antoninas, quer das crianças, quer dos adultos
criaram raízes e são hoje dos números mais
apreciados.
A cidade e o concelho de Vila Nova de Famalicão
revivem de 8 a 13 do próximo mês de Junho as suas
festas, para as quais deixam o convite, agradecendo,
desde já, a sua visita e participação. •
de Junho de 1908, uma estrondosa salva de 21 tiros
anunciou o começo das festividades”. O programa
contou com a participação das Bandas dos Bombeiros
Voluntários e dos Conceições e, segundo as crónicas
dessa época, as iluminações “foram soberbas e de um
efeito verdadeiramente belo (…) o fogo-de-artifício, a
cargo dos pirotécnicos de Viana do Castelo e de
Chavão, deslumbrou quantos o presenciaram”.
Ao longo de mais de um século, as Festas Antoninas de
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Nº 027 >>> 2012 | MARÇO • ABRIL
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>>> TEXTO: DR.ª FERNANDA TAVARES
{MÉDICA GINECOLOGISTA/OBSTETRA, AMI - CASA DE SAÚDE DE GUIMARÃES E AMI - HOSPITAL PRIVADO DE GUIMARÃES}
saúde
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Osteoporose/ Densitometria Óssea
A osteoporose é definida como uma doença do
esqueleto caracterizada por uma diminuição da massa
óssea e deterioração da arquitetura do tecido ósseo,
com o consequente aumento da fragilidade do osso. O
reconhecimento desta situação é silenciosa e
assintomática, a não ser que ocorra uma fratura, sendo
a prevenção de fraturas o principal objetivo da
terapêutica de osteoporose.
As fraturas mais prevalentes são as do colo do fémur,
vertebrais e do punho. A fratura do colo do fémur é a
mais importante pela sua mortalidade/morbilidade e
consequências sócio económicas. As consequências
das diversas fraturas são graves.
A osteoporose é considerada um dos maiores
problemas de saúde pública do nosso tempo. A
incidência das fraturas aumenta com a idade e é três
vezes mais frequente na mulher do que no homem,
devido ao menor pico de massa óssea na mulher
quando jovem e a diminuição hormonal após a
menopausa, fatores que levam a uma diminuição da
densidade mineral óssea.
São considerados fatores de risco maior de
osteoporose: idade superior a 65 anos; fratura vertebral
prévia; fratura de fragilidade depois dos 40 anos;
história de fratura da anca num dos progenitores;
terapêutica corticoide sistémica com mais de 3 meses
de duração; menopausa precoce (<40 anos);
hipogonadismo; hiperparatiroidismo primário.
São considerados factores de risco menor: história de
hipertiroidismo clínico; terapêutica crónica com antiepiléticos; baixo aporte de cálcio na dieta; tabagismo;
consumo excessivo de cafeína (> 2 chávenas por dia);
consumo excessivo de bebidas alcoólicas; índice de
massa corporal (IMC) inferior a 19 Kg/ m2; perda de
peso superior a 10% relativamente ao peso do indivíduo
aos 25 anos; terapêutica crónica com heparina;
imobilização prolongada.
COMO DEFINIR A MASSA ÓSSEA
A definição de diminuição de massa óssea é baseada
no uso do índice de T-Scores, que mede o desvio
padrão da densidade mineral óssea (DMO) e o
conteúdo mineral ósseo, relativamente ao adulto jovem.
É impossível separar claramente aquele que tem risco
de fratura. Contudo o uso do “T-Scores” da densidade
mineral óssea (DMO) identifica a maioria dos doentes
com risco de fratura osteoporótica.
Classificação de Osteoporose
pela OMS sustentada no índice
Critérios de diagnóstico
Te”1
-2.5<T<-1
Te” -2.5
Td” -2.5 + Fratura de fragilidade
(T-Scores)
Classificação
Normal
Osteopénia
Osteoporose
Osteoporose grave
A fragilidade do osso é difícil de definir e de quantificar. A
quantidade de osso é um dos fatores que condiciona a
sua qualidade e pode ser medida.
A densidade óssea é avaliada através da Densitometria
Óssea
A Densitometria óssea deve ser pedia a:
• Mulheres com mais de 65 anos;
• Homens com mais de 70 anos;
• Homens/Mulheres que estejam a fazer terapêutica
com corticoides;
• Homens/Mulheres que tenham sofrido uma fratura;
• Sempre que existam fatores de risco significativos
ou fraturas de fragilidade (fraturas de baixo impacto);
A osteoporose é considerada um
dos maiores problemas de
saúde pública do nosso tempo.
• Quando se pretende avaliar a eficácia das medidas
preventivas ou terapêuticas.
LOCAIS A AVALIAR POR DENSITOMETRIA
ÓSSEA
A densidade óssea pode ser avaliada em qualquer
local, mas os que estão atualmente validados são:
• Coluna Vertebral;
• Fémur Proximal;
• Antebraço.
O objetivo principal da intervenção farmacológica é a
prevenção de fraturas. Para o tratamento atempado é
indispensável identificar corretamente os indivíduos em
risco.
PREVENÇÃO E TRATAMENTO
Várias sociedades científicas elaboraram
recomendações para o tratamento da osteoporose
baseadas na densitometria óssea.
Sugere-se que o tratamento esta indicado:
• Mulheres/homens com osteoporose (T-Score na
DMO inferior a -2.5);
• Mulheres/homens com osteopenia (T-Score na DMO
entre -2.5 e-1.0) e com fatores de risco concomitantes.
A prevenção e tratamento não farmacológico consistem
na manutenção ao longo da vida de hábitos e estilos de
vida saudáveis. Está demonstrado que o exercício físico
é importante:
• Na adolescência para otimizar a aquisição do pico
de massa óssea
• Os exercícios de carga ao longo da vida têm efeitos
positivos sobre o osso;
• Em idade avançada o exercício melhora a força
muscular e promove o equilíbrio;
• É importante a ingestão equilibrada de cálcio e
vitamina D, bem como exposição solar adequada;
• Para os idosos com risco de queda, a prevenção
das fraturas deve incluir a prevenção das quedas.•
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vinhos & bebidas
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>>> MANUEL SILVA, IN REVISTA PAIXÃO PELO VINHO
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ESPUMANTES LOW COST
As melhores opções para convívios perfeitos
São vinhos para fazer festa todos os dias. Os
espumantes nacionais são cada vez mais uma opção
inteligente para acompanhar uma refeição
despretensiosa ou para degustar um momento de
tranquilidade em boa companhia. O prazer inebriante de
um espumoso está cada vez mais ao alcance de todas
as bolsas. Boas notícias em tempos de crise.
Por trás de um bom espumante está sempre um grande
vinho base. Não é possível fazê-los de outra maneira. Os
espumantes revelam todas as potencialidades das uvas
que lhes deram origem e levam a experiência da
degustação mais além. Do Douro ao Alentejo, passando
pelos Verdes, até aos incontornáveis Bairrada e TávoraVarosa surgem cada vez mais bons exemplos. Dão,
Lisboa, e até mesmo o Algarve, pontuam com vinhos
cada vez mais interessantes no preço, curiosos nas
castas que laboram e obrigatórios pela qualidade que
apresentam.
PRAZER ENTRE OS 4 E OS 10 EUROS
Por menos de quatro/cinco euros é possível encontrar
bons espumantes nas prateleiras de um supermercado.
Abrindo um pouco mais os cordões à bolsa descobrimos
verdadeiras preciosidades. Reservas e Super Reservas.
Espumantes com anos de estágio em cave que nos são
apresentados por menos de dez euros.
Extremamente vivos, estes vinhos, são o produto de
vindimas temporãs. Os enólogos procuram em cada
casta o momento certo para obter acidez elevada e
maturações precoces. As uvas são colhidas em regra 15
dias a um mês antes do que seria aconselhado para
fazer um vinho de mesa.
A intensão é combinar frescura com um grau alcoólico
provável, após a fermentação primária em cubas de inox,
raramente superior a 11,5%.
Os espumantes são vinhos muito trabalhados. O seu
método de fabrico implica a indução de uma segunda
fermentação já em garrafa. Este processo eleva o teor de
álcool em um grau a um grau e meio e produz gás
carbónico.
São os cordões de bolhas deste gás natural que
emprestam a principal característica a estes vinhos
especiais. Quanto mais finas elas se revelarem, e quanto
mais persistente for o cordão que formam no copo,
melhor será o espumante.
VINHOS GASTRONÓMICOS
Em França os Champanhes, que nestas coisas servem
obrigatoriamente de termo de comparação, sempre
foram os vinhos para a coroação dos reis. Talvez por isso
associemos o seu consumo, sobre tudo, às grandes
comemorações.
No entanto, se lhes reconhecemos qualidade superior
deveriam estar mais presentes nas nossas mesas. Não
há nenhuma razão para que tal não aconteça.
As suas características revelam muito mais vinhos de
refeição perfeitos, do que compras para festa.
Os espumantes harmonizam com mariscos, pratos de
carne ligeiros, ou assados encorpados. São também
incontornáveis para acompanhar grelhados de peixe ou
as saladas dos dias quentes que este ano se
anteciparam ao calendário das estações.
Para cada tipo de espumante há sempre um momento
ou um prato certos.
BRANCOS SUPERIORES
No que toca as castas brancas os franceses limitam os
seus Champanhes à Chardonnay. Por cá cada vez mais
engarrafamos a riqueza e diversidade varietal do País. Os
resultados têm-se revelado surpreendentes.
Arinto, Malvasia Fina, Gouveio Real ou Avesso foram as
primeiras castas usadas para a vinificação de
espumantes. Hoje em dia Encruzado, Códega, Antão Vaz,
Maria Gomes, Alvarinho ou Síria são cada vez mais
comuns. Há muitos produtores a fazerem experiências
bem-sucedidas com Bical, Verdelho ou a exótica Semillon,
mais conhecida por ser a base dos melhores Colheitas
Tardias do mercado.
Mas há mais para descobrir neste mundo dos
espumantes por menos de dez euros - Os Blanc de Noir.
BRANCOS DE UVAS TINTAS
Os Blanc de Noir são vinhos espumantes descolorados
feitos a partir de castas tintas. Muito mais volumosos que
os brancos estão no topo da hierarquia. De uma cor
alambreada, são volúpia feita vinho.
Apresentam aromas de cereja, frutos vermelhos, além das
tradicionais notas de biscoito, fruta branca, compota de
pêra, e maçã.
Em Champanhe, a eterna referência para todos os
espumantes do mundo, são feitos tradicionalmente com
uvas das castas Pinot Noir e Pinot Meunier.
Por cá fazemos espumantes deste tipo com as
portuguesíssimas Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta
Roriz, Baga, Alfrocheiro, Castelão ou a menos conhecida
Trincadeira das Pratas uma casta ribatejana de aromas a
ervas frescas, limão e lima, com um elevado potencial
para este tipo de espumantes mais trabalhados.
O resultado são vinhos surpreendentes que permitem
guarda e deveriam ser presença constante na garrafeira, e
na mesa, de qualquer enófilo.
UM PAÍS COM BOLHA
Muitos produtores têm apostado na elaboração de
espumantes de qualidade. As grandes casas como a
Murganheira, as Caves Transmontanas, a Aliança ou a
centenária Raposeira fazem destes vinhos um modo de
vida. Para quase todos os outros os espumantes são um
produto de nicho e de prestígio. Os volumes são
pequenos, às vezes quase laboratoriais, mas assumem
cada vez maior importância nos portefólios de quase todos
os produtores engarrafadores.
Os espumantes nacionais são o resultado de um cada vez
mais profundo conhecimento da vinha, da aposta
tecnológica nas adegas e no apuro dos conhecimentos
dos enólogos – tudo razões de crescente orgulho no
caminho percorrido pelo setor vitivinícola nos últimos
anos.
É obrigatório provar o resultado. Atreva-se!•
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Nº 027 >>> 2012 | MARÇO • ABRIL
>>> MARIA HELENA DUARTE
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QUINTA DO ENCONTRO
ESPUMANTE BRANCO NATURAL BRUTO
Preço: 3.90• | Vol.: 12%
Castas: ARINTO, BICAL, BAGA.
Enólogo: OSVALDO AMADO
Produtor: DÃO SUL
COR: Citrina com ligeiros tons
alambreados, bolha muito fina e
persistente, limpo.
AROMA: Notória complexidade, nuances
de frutos frescos e notas tostadas bem
integradas, curioso.
SABOR: Elegante, harmonioso, com
musse cativante, frutado, termina
persistente.
MARQUÊS DE MARIALVA
DOC BAIRRADA ESP. BRANCO BRUTO 2008
Preço: 4.99• | Vol.: 12.5%
Castas: BICAL, ARINTO.
Enólogo: S/INFO
Produtor: ADEGA COOP. DE
CANTANHEDE
COR: Citrino definido, bolha fina e
persistente, limpo.
AROMA: Frutos de polpa branca, citrinos,
cereal tostado e avelã, estão em
destaque.
SABOR: Boa complexidade, com musse
cativante, conjunto harmonioso, termina
longo e persistente.
QUINTA DOS ABIBES
DOC BAIRRADA ESP. B. EXTRA BRUTO 2010
Preço: 7.00• | Vol.: 12.5%
Castas: ARINTO, BAGA.
Enólogo: OSVALDO AMADO
Produtor: QUINTA DOS ABIBES
COR: Alambreada atenuada, a lembrar
Blanc de Noirs, bolha muito fina e
persistente, cristalino.
AROMA: Exuberante; intenso em cassis e
nuances de frutos vermelhos frescos,
frutos citrinos aliam-se ao agradável
conjunto.
SABOR: Frutado, fresco, excelente
musse, boa estrutura, deixa um final
prolongado e apelativo.
QUINTA DO POÇO DO LOBO
VEQPRD BAIRRADA ESPUMANTE
BRANCO BRUTO 2007
Preço: 6.99• | Vol.: 13%
Castas: ARINTO, CHARDONNAY
Enólogo: JOSÉ CARVALHEIRA
Produtor: CAVES SÃO JOÃO
COR: Amarelo citrino, bolha fina e cordão
persistente, cristalino.
AROMA: Elegante; notas de vegetal seco,
feno, madeira exótica bem integrada,
nuances de biscoito, ameixa branca,
alperce, toque de mel.
SABOR: Na boca confirma o aroma, é
muito sedutor, tudo em equilíbrio,
cremoso, encorpado, deixa um final
persistente e apelativo.
Sumos naturais
O sumo é uma das melhores formas de desfrutar de
todos os nutrientes da fruta que, pois proporciona a
rápida uma absorção.
A hidratação é um fator muito im-portante na saúde do
nosso corpo que ganha ainda mais destaque nesta
altura do ano, em que as temperatu-ras começam a ser
mais elevadas. A água é, por isso, essencial ao nosso
organismo, sendo também o principal componente da
fruta. Assim, o consumo de sumos naturais é uma
excelente forma de hidratar o corpo e consumir uma
enorme variedade de vitaminas e sais minerais.
Podem fazer-se sumos de quase todos os frutos (e até
legumes), basta ter uma máquina adequada, isto
porque os copos de batidos e as máquinas de cozinha
não são tão eficazes, a não ser que tenham um
acessório próprio.
As vitaminas antioxidantes que se encontram na fruta
protegem o corpo aos mais diversos níveis, sendo
eficazes até para prevenir o cancro ou doenças
cardíacas. Apesar de todos os benefícios convém
lembrar que ao transformar a fruta em sumo também
está a perder as fibras, razão pela qual também a deve
comer.
Escolha fruta da época, sempre fresca, não há limites
para a criatividade no que toca à preparação, o seu
gosto é que conta e a experimentação é fundamental.
Depois de preparado o sumo deve ser bebido de
imediato, pois depressa oxida e perde nutrientes.
BENEFÍCIOS DOS SUMOS
Os sumos naturais contém muitas das vitaminas
identificadas pela Organização Mundial da Saúde como
essenciais para a manutenção de uma vida saudável –
vitaminas A, C e E. Protegem o sistema imunitário,
previnem o cancro, depuram e curam e fornecem
energia. Descubra algumas das propriedades
medicinais da fruta:
Abacaxi – facilita a digestão, é oxidante e desobstrutivo.
Ameixa – é laxante e recomendada para as infeções
das vias urinárias devido às suas propriedades
diuréticas.
Banana – combate a diarreia e tem efeitos calmantes.
Coco – é calmante e combate as inflamações dos
intestinos.
Laranja – estimula o apetite, é laxante e diurética e é
excelente no combate ao reumatismo e à falta de
vitamina C.
Limão – é eficaz contra a febre e reumatismo.
Maçã – combate a diarreia e é benéfica para o cérebro.
Manga - é digestiva e refrescante.
Maracujá – é calmante, alivia as dores e as
inflamações.
Melão – é calmante e diurético.
Morango – é diurético, laxante, elimina toxinas do fígado.
Pera – ajuda a baixar a tensão arterial.
Pêssego – é um precioso alimento para os diabéticos.
Uva - aumenta a vitalidade do sistema nervoso.•
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ranchos da minha terra
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Nº 027 >>> 2012 | MARÇO • ABRIL
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>>> ALCINO MONTEIRO
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Grupo Folclórico de S. Tiago da Cruz
(Vila Nova de Famalicão)
Fiel intérprete das danças e cantares do Baixo Minho
Fundado em Abril de 1979, o Grupo Folclórico de S. Tiago
da Cruz é um fiel intérprete das danças e cantares do
Baixo Minho e, em particular, do concelho de Vila Nova de
Famalicão.
Denominada de “Sancto Jacob da Forca” em tempos não
muito remotos, a localidade que dá o nome a este grupo
folclórico, é uma das 49 freguesias que compõem o
concelho de Vila Nova de Famalicão, distando cerca de
cinco quilómetros da cidade/sede do concelho e cerca de
15 da cidade de Braga.
Situa-se entre dois vales. A nascente, o vale do rio Pelhe,
através do qual faz fronteira com as freguesias de Vale S.
Cosme e Vale S. Martinho e a poente, o vale de Pindela,
onde se localiza o solar dos viscondes com este título, e
de Mouquim. É atravessada, lá no alto, pela EN 14, que
liga Famalicão a Braga e constitui um interessante
miradouro, de onde se podem apreciar as belas
paisagens minhotas a longa distância.
É a partir do século XVI que o nome “Forca” é substituído
por “Cruz”, julga-se que, para suavizar a conotação com o
sofrimento dos condenados. De facto, embora a Cruz
seja também sinónimo de sofrimento, para os crentes é,
sobretudo, um símbolo de fé e de esperança na salvação
da humanidade e terá sido esta a principal razão porque
a freguesia recebeu esta designação.
Cruz, ou S. Tiago da Cruz, como é mais comum
chamarem-lhe, é uma terra de seculares tradições, de
usos e costumes ancestrais, que o Grupo Folclórico não
quer deixar perder. Foi com esse propósito que foi
fundado.
O dia-a-dia da população local era, ainda recentemente,
repartido entre as fábricas têxteis das redondezas e o
trabalho do campo.
A vida do campo hoje é menos representativa e o trabalho
nas fábricas têxteis, devido à crise do sector, é também
menos visível, estando a população ativa repartida pelos
mais diversos sectores de atividade, o que não a impede
de continuar a preservar a sua cultura popular, o seu
património coletivo, de se orgulhar do seu património
edificado, com destaque para o já referido solar dos
viscondes de Pindela, a Igreja Paroquial e a Capela do
Senhor dos Aflitos, com o seu frondoso parque de
merendas, onde se realiza anualmente, entre os dias 23
e 25 de Julho, uma das mais concorridas romarias do
concelho de Vila Nova de Famalicão e da região, em
honra do apóstolo São Tiago e do Senhor dos Aflitos.
É neste contexto sociocultural que o Grupo Folclórico de
S. Tiago da Cruz desenvolve o seu trabalho,
intensificando a recolha das danças e cantares, dos
trajes e da forma de vida de outros tempos, que recria
nas suas atuações.
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Junto à Capela do Senhor dos Aflitos,
ex-libris de S. Tiago da Cruz.
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Durante os seus 33 anos de existência, o “Rancho de
Santiago”, como também é conhecido, já percorreu o
país de norte a sul, exibindo o folclore da região baixominhota em festas e romarias, festivais de folclore
nacionais e internacionais e noutros eventos. A nível
internacional, Espanha e França são os países onde o
Grupo Folclórico de S. Tiago da Cruz também já mostrou
a diversidade das suas danças e cantares, com
destaque para o “malhão velho”, “o bá ‘steija queto”,
“Adelino padeiro”, “Senhor da Cruz”, “malhão traçado”,
“vira de roda”, “balacho”, “coradinha”, etc., bem como a
riqueza dos trajes de lavradores ricos, de feirar, do
trabalho do campo, da patroa da casa grande, da noiva
“feiranta”, domingueiros, etc.
A tocata é constituída por tocadores de concertina, de
cavaquinho, viola, bombo, ferrinhos e reco-reco, que
acompanham as vozes feminina e masculina,
atualmente menos projetadas, porque as novas
tecnologias se encarregam de as fazer ouvir à distância,
mas com o sabor de antigamente, em que cada um
procurava fazer-se ouvir o mais longe possível nas
extensas e férteis veigas do concelho de Vila Nova de
Famalicão e das redondezas.
O Grupo Folclórico de S. Tiago da Cruz quer continuar a
merecer a simpatia de todos aqueles que gostam do
folclore e para isso pode ser contactado no largo do
Senhor dos Aflitos, em Cruz, Vila Nova de Famalicão ou
através do nº 914153564.•
A tocada “afina” para mais uma atuação.
A dançar na eira, como antigamente.
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Nº 027 >>> 2012 | MARÇO • ABRIL
horóscopo
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TOURO | 21.04 a 21.05
GÉMEOS | 23.05 a 21.05
CARANGUEJO | 22.06 a 23.07
LEÃO | 24.07 a 23.08
Maio será um mês em que terá de fazer
algumas escolhas. Chegou a hora, de tomar
novas decisões. É provável que algumas
pessoas se afastem de si, pois estará
bastante impulsivo, no entanto na vida
profissional a sua seriedade e o fato de
encarar tudo sem medo, vai valer uma
merecida subida de consideração, quer para
os superiores quer para os seus colegas. Se
está num relacionamento, lembre-se que a
paixão e cumplicidade são muito importantes.
Os que estão sós, podem agora viver a paixão
que tanto anseiam. A nível de saúde, a sua
coluna poderá causar alguma preocupação.
Este período será marcado por algum
pessimismo e melancolia. O fato de se sentir
estagnado, pode tirar a vontade de se divertir
e levá-lo a isolar-se e afastar-se de quem o
rodeia. No entanto, a meio do mês poderá
contar com uma mudança positiva, e vai notar
melhoria de humor. A nível profissional vai
contar com o auxílio de um novo colega o que
o motivará a ter a garra de sempre. Se está
num relacionamento, a sua impaciência pode
agora criar alguns atritos, procure moderar as
suas atitudes. Durante esta fase poderá sentir
um certo desgaste, caso ache necessário
consulte um médico.
As palavras-chave serão a simplicidade e a
humildade. As emoções estarão bastante
acentuadas, o que vai levar a que tenha
necessidade de dar amor e sobretudo cuidar
dos outros. A nível profissional o seu potencial
estará no auge. O fato de se demonstrar
disponível para os seus colegas, vai fazer
toda a diferença. Aproveite esta fase, pois
alguns projetos podem agora ser realizados.
No amor vai sentir necessidade de viver a sua
relação ao máximo e sobretudo estar sempre
presente na vida do seu parceiro. Será um
periodo de grande vitalidade. Aproveite, para
gastar energia.
Maio trará grandes desafios e muito trabalho.
Alguns projetos e sonhos antigos, podem
agora realizar-se. A amizade, também terá um
papel bastante importante para si, uma vez que
vai querer partilhar toda a felicidade com as
pessoas que mais ama, sobretudo os amigos.
Aproveite! Não tenha receio de encarar novos
desafios profissionais. O seu poder de
argumentação, criatividade e comunicação,
serão meio caminho andado para chegar onde
pretende. No amor procure estar mais
presente e ser mais tolerante, aprenda a
separar a vida pessoal de tudo o resto.
Controle mais as horas de sono.
VIRGEM | 24.08 a 23.09
BALANÇA | 27.09 a 22.10
ESCORPIÃO | 23.10 a 22.11
SAGITÁRIO | 23.11 a 21.12
Prudência e a atenção, serão o seu lema.
Chegou a hora de fazer algumas mudanças,
mas também de iniciar novas atividades, como
tirar um curso, recomeçar um novo projeto ou
um negócio próprio. Este será o momento ideal,
terá de escolher qual o melhor percurso a
fazer. Vai sentir que a sua energia está
renovada. Prepare-se para novos desafios. E
se estiver num relacionamento, não tenha
receio de pedir conselhos ao seu parceiro,
pois este pode ser a pessoa mais indicada
para o que necessitar. Não se esqueça de ir
fazer os seus exames de rotina.
Vai sentir-se mais seguro que o habitual e com
elevada autoestima, uma vez que estará numa
fase de grande magnetismo. A sua capacidade
de comunicação também será bastante visível
e vai ajudar a que consiga exprimir de forma
clara tudo o que pretende. A nível profissional
o seu lado racional vai ajudar a que veja tudo
com mais clareza. Uma atividade extra vai
fazer com que consiga equilibrar as suas
finanças. Acredite no seu potencial. É a hora
ideal para dar um passo mais sério na sua
relação. Tome especial atenção aos seus rins.
O seu lado compreensivo e amigo estará bem
presente durante Maio e Junho, o que fará com
que seja bastante elogiado e que ninguém lhe
negue o que quer que seja. A nível profissional,
depois de um período de alguns atritos, chegou
a hora de recuperar tudo o que perdeu,
inclusive o tempo. É a altura certa para
começar a fazer o seu pé-de-meia e terá
oportunidade de realizar alguns sonhos
antigos. Invista em si sem receios, pois as
ajudas serão muitas. No amor nada de novo,
continuará a dedicar o máximo tempo possível
a si próprio. Faça mais caminhadas ao ar livre
a fim de se exercitar.
O mês de Maio estará repleto de surpresas e
oportunidades que não poderá perder. Poderá
sentir alguma ansiedade e também algum
nervosismo, no entanto é importante que se
lembre que não está sozinho e pode contar
com o apoio de quem o rodeia. Terá também a
oportunidade de ver o seu talento reconhecido
pelos demais e realizar algumas viagens de
pequeno curso que darão frutos positivos.
Mantenha uma postura humilde, evite atos
egocêntricos e concentre-se no que realmente
é importante. Terá necessidade de fazer uma
análise da sua vida quer emocional, quer
profissional. Pratique ioga.
CAPRICÓRNIO | 22.12 a 20.01
AQUÁRIO | 21.01 a 19.02
PEIXES | 20.02 A 20.03
CARNEIRO | 21.03 A 20.04
Vai sentir a necessidade de se desapegar
mais das pessoas que o rodeiam, o que
poderá criar alguns atritos e até pôr as suas
atitudes em causa. Caso surja alguma situação
delicada, esclareça-a da melhor forma. A nível
profissional será um mês marcado por
decisões e contará com conselhos de
superiores, vai melhorar mais o seu potencial e
só terá benefícios. Agarre as novas
oportunidades. Se está num relacionamento, o
seu par será a sua prioridade e as emoções
estarão à flor da pele. Para os que estão sós,
é provável que se reconciliem com alguém do
passado. Alimente-se melhor.
Vai poder contar com a sua capacidade de
raciocínio, mas também com a sua força
interior, o que vai fazer com que consiga lidar
com algumas situações inesperadas
principalmente a nível pessoal, uma vez que
são esperados alguns atritos profissionais.
Alguns assuntos pendentes, relacionados com
questões financeiras podem agora encontrar a
resolução desejada, deverá ter algum cuidado
em relação a algumas pessoas implicadas
nessas questões. Evite cometer erros do
passado. O conhecimento de uma nova
pessoa, poderá levar a um relacionamento. Na
saúde podem surgir problemas reumáticos.
Vai dedicar mais tempo à sua família e
sobretudo ao seu parceiro. O convívio com
aqueles que ama, vai ajudar a que se sinta
mais positivo e com mais força, para encarar
todos os obstáculos. Estar parado não será o
seu lema pelo que terá muita necessidade de
criar coisas e novas e de as partilhar com as
pessoas mais próximas. A nível profissional
não terá razões para se preocupar. Todas as
parcerias ou novos conhecimentos estarão
favorecidos. Faça uso da sua astúcia e só
terá a ganhar com isso. Se está num
relacionamento, é a altura ideal para aumentar
a família. É a altura ideal para deixar de fumar.
Avizinham-se desafios a vencer. A forma, como
vai agir perante os outros fará toda a diferença.
Embora possa entrar numa boa fase, por vezes
poderá sentir que não está completo ou que é
dono de algumas insatisfações. A nível
profissional, a fase é ideal para iniciar novas
atividades que tragam um rendimento extra, mas
também para se dedicar a alguns projetos, que
por tempos suspendeu. Não deixará de sentir,
por vezes, uma certa estagnação ou até
melancolia. Procure afastar esses sentimentos
negativos e aproveite a sorte em que se
encontra. No amor não haverá novidades. Faça
mais exercício físico.

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