A incidência de dores muscoesqueleticas na gestação

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A incidência de dores muscoesqueleticas na gestação
A INCIDÊNCIA DE DORES MUSCULOESQUELETICAS NA GESTAÇAO
THE INCIDENCE OF PAINS MUSCULOSKELETAL DURING THE GESTATION
Camila Fernandes Piveta de Oliveira, e-mail: [email protected]
Deiner José Morani Barros, e-mail: [email protected]
Franciele Aparecida Bazanini de Araújo, e-mail: [email protected]
Profª Ana Cláudia de Souza Costa, e-mail: [email protected]
Profª Ana Beatriz Lima, e-mail: [email protected]
RESUMO
Na gestação ocorrem muitas modificações anatômicas e funcionais no
corpo da mulher. As dores musculoesqueléticas são queixas importantes neste
período, a função do fisioterapeuta é orientar as gestantes sobre as mudanças
ocorridas, prevenir disfunções musculoesqueléticas, uroginecológicas, tratar
algias, queixas respiratórias e sexuais, resultantes da gravidez. O trabalho tem
como objetivo avaliar a prevalência das dores que são de origem
musculoesqueléticas, determinando a freqüência, localização, associado com a
idade gestacional e atividades diárias. Foi realizado uma avaliação com as
gestantes, contendo os dados pessoais e da gestação atual, apresentação e
consideração da dor e os aspectos posturais e ergonômicos. A maioria das
gestantes se encontravam no terceiro trimestre gestacional, sendo que a maior
parte destas realizavam atividades do lar. Notou-se que, o maior índice de dores
de origem musculoesquelética, foram apresentados com maior freqüência na
região da coluna lombar e abdome com intensidade alta e no período noturno, e o
aumento deste quadro álgico com o avanço da gestação, tendo como principal
fator que auxilia no alívio deste, o repouso, mostrando o desconhecimento da
fisioterapia no alivio da dor durante o pré-natal ao puerpério.
Palavras-chave: Fisioterapia, Dor musculoesqueletica, Gestantes
ABSTRACT
During the gestation happens a lot of anatomical and functional
modifications in the woman's body. The pains on the muscles and skeletal are
often complaints in this period, the physiotherapist's function is to guide the
pregnant women about the happened changes, to prevent the dysfunctions on the
muscles, skeletal, urogynecological, to treat algias, breathing and sexual
complaints, resultants of the pregnancy. The work has the objective to evaluates
the prevalence of the pains that are originate muscles and skeletal, determining
the frequency, location, associated with the age of the woman pregnant and the
daily activities. It was done an evaluated with the pregnant women, containing the
personal data and of the current gestation, presentation and consideration of the
pain and the ergonomic aspects. Most of the pregnant women was in the third
quarter of the pregnancy, and most of them accomplished activities at their house.
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It was noticed that, the largest index of pains of origin muscles or skeletal, were
presented more frequently in the area of the lumbar column and abdomen with
high intensity during the night period, and the increased of this aspect with the
progress of the gestation, as main factor that aids in the relief of those pains, the
rest, showing the ignorance of the physiotherapy on the treatment of the pain
during the prenatal and afther the childbirth.
Key Words: Physiotherapy, Pain on the muscles and skeletal, Pregnant
INTRODUÇÃO
A gravidez é o período em que o organismo da mulher passa por varias
modificações,
tanto
fisiológicas
como
funcionais,
adaptando-se
para
o
desenvolvimento e crescimento do feto. (CONTE; BERTI, 2009)
As alterações hormonais na gestação acarretam mudanças em todo o
corpo
da
gestante,
afetam
particularmente
a
estrutura
do
sistema
musculoesquelético, que sofre intensa modificação gravídica, por significativa
retenção hídrica determinada pelo estímulo progesterônico. Associado a este
fenômeno, ocorre o crescimento exagerado do útero e das mamas, que impõe
sobrecarga de peso a coluna e pelve, principalmente as regiões lombossacra e
torácica (MARTINS; SILVA, 2004). A relaxina torna as articulações mais frouxas,
e como resultado pode ocorrer lesões, como entorses de tornozelos, ocorre uma
sobrecarga articular por má postura, desequilíbrios musculares, desconforto, dor
(principalmente em região lombar e pélvica), alteração de equilíbrio (BURTI,
2006).
Afim de que todas essas alterações sejam diagnosticadas, é necessário
uma avaliação que consiste em verificar as condições das gestantes, coletar
dados, anamnese e exame físicos das gestantes.
O atendimento fisioterapêutico deve ser iniciado de acordo com a
necessidade da gestante, podendo ser realizado individualmente ou em grupo. A
fisioterapia utiliza de recursos Terapêuticos e diversas técnicas, com o objetivo de
aliviar e prevenir as dores e os desconfortos ocasionados pelas mudanças
posturais gestacional.
Com base na literatura apresentada foi realizado uma pesquisa com
gestantes, nas cidades de Guararapes-SP e Promissão-SP, e Lins-SP com
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gestantes escolhidas aleatoriamente, sendo tais avaliações realizadas pelos
autores do projeto.
O trabalho tem como objetivo avaliar a prevalência das dores que são de
origem musculoesqueléticas, determinando a freqüência, localização, associado
com a idade gestacional e atividades diárias.
Diante da teoria apresentada, o trabalho parte do seguinte questionamento:
Até que ponto as dores musculoesqueléticas podem ser consideradas uma das
principais queixas referidas pelas gestantes?
As
dores
musculoesqueléticas
durante
a
gestação
são
queixas
importantes, tanto pela alta freqüência de mulheres acometidas, quanto pela
intensidade da dor e desconforto provocado, além de influenciar de modo
negativo a qualidade do sono, disposição física, desempenho no trabalho, vida
social, atividades domésticas e lazer. (MARTINS; SILVA,2004)
1
GRAVIDEZ
A gravidez é o período em que o organismo da mulher passa por varias
modificações,
tanto
fisiológicas
como
funcionais,
adaptando-se
para
o
desenvolvimento e crescimento do feto. (CONTE; BERTI, 2009)
Segundo Neme (2000), calcula-se a idade gestacional, a partir do primeiro
dia do último período menstrual normal, durante em média 40 semanas. Podendo
ser dividida em gestação pré-termo com duração inferior a 37 semanas; termo
com duração de 37 semanas completas há 42 semanas incompletas e pós-termo
com 42 semanas ou mais.
1.1
Primeiro Trimestre
O período gestacional pode ser dividido em três trimestres, em que o
primeiro trimestre vai desde da implantação do óvulo até a décima segunda
semana gestacional. (KISNER; COLBY, 2005)
1.2
Segundo Trimestre
O segundo trimestre é compreendido desde a décima terceira semana até
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a vigésima quarta semana gestacional. Ao final desse trimestre o feto pesa em
torno de 600 gramas e tem de 19 a 23cm de comprimento. (KISNER; COLBY,
2005)
Os seios da gestante podem formigar e ficar doloridos, ocorre aumento da
pigmentação da pele, principalmente em áreas já pigmentadas como sardas,
pintas e mamilos.
A futura mãe começa a sentir o movimento fetal por volta da vigésima
semana, nesse período o feto já possui sobrancelhas, cílios e unhas. (KISNER;
COBY, 2005)
1.3
Terceiro Trimestre
No terceiro trimestre as dores nas costas aumentam pela mudança do
centro de gravidade, que, devido aos inchaços das extremidades, a gestante
sente um grande desconforto e que, pela compressão da bexiga, a vontade e a
frequência de urinar estão aumentadas. (AMBRÓSIO; SANTOS, 2005)
Para Neme (2000) ao final das 36 semanas o feto já pesa em torno de
2.500 gramas e seu comprimento cabeça-nádega é de cerca de 32cm. O corpo
vai perdendo o aspecto enrugado e começa a ganhar contornos arredondados
devido ao ganho de gordura que também serve para a manutenção da
temperatura.
Neste período o feto já reconhece a voz da mãe e do pai, já sebe
diferenciar o som mais grave do mais agudo e já tem a percepção da luz.
(MARTINS; ARZANI; LUCAS, 2008)
No último trimestre o feto alterna em períodos de sono e outros de
intensa movimentação, o cérebro tem um desenvolvimento acelerado,
sua respiração mantém ritmo e a maioria dos órgãos principais estão
funcionando, as unhas apresentam texturas firme. (MARTINS; ARZANI;
LUCAS, 2008, p.19)
Para Neme (2000) quando o feto alcança o termo, ele já está
completamente desenvolvido, pesando entre 3.000 e 3.250 gramas, podendo
variar, e o comprimento é de 36cm aproximadamente.
Para Polden e Mantle (1997) este é o período mais curto, onde ocorre o
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deslocamento da placenta da parede uterina e havendo sua passagem e a
passagem do feto.
2
ADAPTAÇÃO FISIOLÓGICA MATERNA
São profundas as adaptações fisiológicas que ocorrem no pequeno espaço
da gravidez, no qual acomete todos os sistemas do corpo e criam em si situações
comportamentais, mentais, sociais e biológicas (CONTE; BERTI, 2009).
O organismo feminino em decorrência da liberação hormonal, sofrerá
alterações que irá afetar o seu funcionamento habitual, desde o inicio da gestação
ao final (AMBRÓSIO; SANTOS, 2005).
Segundo O`Connor; Stephenson (2004), as principais alterações da-se no
sistema reprodutor, renal, neurológico, cardiovascular, gastrintestinal, respiratório,
endócrino e dermatológico.
3
ADAPTAÇÕES POSTURAIS À GESTAÇÃO
O desequilíbrio pélvico está sempre correlacionado ao desequilíbrio
lombar, sendo assim, uma anteversão acarretará à uma postura lordótica, e uma
retroversão à uma postura cifótica.
Segundo Ruocco e Zugaib (2005) para um bom equilíbrio pélvico a espinha
ilíaca ântero-superior (EIAS) deverá se encontrar na mesma linha horizontal que a
espinha ilíaca póstero-inferior (EIPI). Se a EIAS estiver mais alta na frente, a
cintura pélvica estará em retroversão; e se estiver mais baixa na frente, a cintura
pélvica estará em anteversão.
A lordose lombar aumenta para compensar a mudança do centro de
gravidade e os joelhos se hiperestendem, devido a mudança na linha de
gravidade. O peso é sobrecarregado para região dos calcanhares, tornando
comum a queixa de dores nos calcanhares nesse período. (BIM; PEREGO; 2002)
Com as mudanças ocorridas na postura, os agrupamentos musculares na
região posterior do tronco sofrem encurtamento, enquanto o peso do útero será
sustentado pela musculatura abdominal, o que exigirá desse grupo tônus capaz
de manter o eixo descrito pelo útero em relação ao estreito da bacia. (CORRÊA;
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et. al. 2003)
Segundo Rezende (1995) quando o útero evadido da pelve apoia-se a
parede abdominal, e as mamas dilatadas e engrandecidas, pesam no tórax, o
centro de gravidade se desvia para frente e todo corpo se joga para trás
compensatóriamente.
Durante a gravidez ocorre modificações na cintura pélvica resultando a
instabilidade articular podendo gerar descompensações musculares, levando a
dor e a limitação ao movimento. (RUOCCO; ZUGAIB; 2006)
A influência hormonal têm uma importante resposta nos ligamentos,
produzindo diminuição sistêmica na força de tensão ligamentar e um aumento da
mobilidade das estruturas suportadas pelos ligamentos, resultando, assim, na
frouxidão ligamentar onde esta pode predispor a paciente à lesão articular e
ligamentar, principalmente nas articulações que sustentam peso na coluna, pelve
e membros inferiores. (BIM; PEREGO; 2002)
4
DORES DE ORIGEM MUSCULOESQUELÉTICAS NA GESTAÇÃO
Durante o período gestacional muitas mulheres podem apresentar dores
provindo do sistema músculo-esquelético que poderá persistir após o nascimento
do bebê. Estas algias podem ser ocasionadas devido as mudanças hormonais e
biomecânicas durante a gestação. (LIMA; ANTÔNIO, 2009)
Segundo Oliveira, Maggi e Iop (2009) se a mulher já apresentava estas
queixas antes de engravidar, tais queixas podem aumentar no período
gestacional, podendo perdurar no período pós gestação, interferindo na sua rotina
diária e até mesmo na qualidade de vida.
A lombalgia é um dos principais sintomas que acarreta o período
gestacional e pode ser desencadeada devido ao aumento da frouxidão dos
ligamentos, estiramento dos músculos abdominais e a contração da musculatura
lombar. (GAZANEO; OLIVEIRA; 1998) A dor pode ser irradiada para uma ou
ambas as pernas, sendo que na posição ereta, sentada ou andando, podem
ocasionar o alívio ou o aumento da dor. (LIMA; ANTÔNIO, 2009)
Segundo Gazaneo, Oliveira (1998) as cãibras estão relacionadas a um dos
desconfortos musculares no período gestacional, sendo de maior frequência na
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parte posterior das pernas, ou seja, músculo tríceps sural. Para Nysca et al.
(apud, GAZEANO, OLIVEIRA, 1998, p.14) as cãibras podem surgir devido ao
aumento da atividade muscular, causando fadigas nesses músculos podendo
ocasionar as famosas cãibras.
5
ATUAÇÃO FISIOTERAPEUTICA NA GESTAÇÃO
A fisioterapia no pré–natal tem como objetivo minimizar o estresse causado
pelas mudanças posturais no corpo da mulher desde o começo ao final da
gestação, (BIM; PEREGO, 2002) associando técnicas manuais, exercícios físicos
e eletrotermoterapia. (MARTINS; ARZANI; LUCAS, 2008)
Para Requejo (apud, CORRÊA et al., 2003, p.85) as técnicas manuais
utilizadas para dor lombar como calor úmido, alongamentos dos músculos
flexores do quadril, abdominal no aparelho e exercícios de agachamento, tem se
mostrado uma técnica eficaz e segura.
A gravidez traz modificações fisiológicas importantes, sendo assim uma
das principais funções do fisioterapeuta é orientar e conscientizar a
gestante de sua nova postura, conseguindo assim, prevenir lesões
osteomusculares, tratar algias, incontinência urinária, queixas respiratórias
e sexuais, decorrente principalmente das mudanças do sistema
musculoesquelético.’’ (MARTINS; ARZANI; LUCAS, 2008, p.28)
Conforme Baracho (2007) no primeiro momento de uma consulta
fisioterapêutica no pré-natal, deverá ser realizado uma anamnese contendo as
informações necessárias para a conduta e o direcionamento do tratamento,
seguida por uma avaliação física.
O fisioterapeuta tem como papel importante avaliar, orientar e tratar as
gestantes em suas atividades realizadas no seu dia a dia, tais como guardar
objetos no alto, atividades domésticas, calçar sapatos, entre outros, assim
promovendo o bem da gestante e do feto. (MARTINS; ARZANI; LUCAS, 2008)
Os exercícios realizados durante a gestação, acompanhado pelo
fisioterapeuta, tem como objetivo exceder os limites: metabólicos, cardíacos e
respiratórios seguros para a mãe e o feto. As adaptações desses exercícios, irá
depender da idade, estrutura corporal; tipo de exercício, posição corporal,
intensidade leve, moderada ou alta; freqüência; ambiente, temperatura, e também
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o estado de saúde e nutrição da mãe. Além disso, os exercícios regulares pode
ser útil no tratamento da diabetes gestacional e para um trabalho de parto mais
curto. (O’ CONNOR; STEPHENSON, 2004)
A fisioterapia investiga e analisa a presença de sintomas relacionados as
condições emocionais das gestantes, analisando o grau de aceitação ou negação
do corpo gravídico para a indicação de um programa de exercícios mais
adequada. (RUOCCO; ZUGAIB, 2006)
Os exercícios físicos ajudam as gestantes a adaptar-se melhor á gravidez,
para se preparar para o momento do parto e auxiliar na recuperação pós-parto,
pois evita o ganho excessivo de peso, estimula a postura e reduz o estresse
cardiovascular, previne quadro álgico e reduz o inchaço, fortalece a musculatura
abdominal, alem de favorecer uma melhor imagem corporal e estado psicológico
da gestante. (BARACHO, 2007)
A prescrição de exercícios deve ser conduta integrante na assistência prénatal, com finalidade de melhor preparar a gestante física e
psicológicamente, pois a gravidez não é um período de reclusão.
Gestantes podem manter ou até iniciar estilo de vida ativo, mas em casos
de complicações médicas ou obstétricas a indicação da atividade física de
ser ponderada. (BARACHO, 2007, p.143)
Os exercícios podem ter riscos associados quando feitos acima do limite
materno, em condições desfavoráveis e sem acompanhamento de um
fisioterapeuta. O que se vê em pratica é que os benefícios superam riscos, em
potencial, se for tomado ao ministrar o programa de exercícios. (BARACHO,
2007)
A fisioterapia pode contribuir também durante a gestação através da
terapia aquática que não visa somente a manutenção do trabalho corporal da
gestante, mas também ajuda as que não hábito de se exercitar, oferecendo
conforto e segurança a seu corpo.
A terapia aquática oferece algumas vantagens como, relaxamento do corpo
inteiro, alivia quadro álgico na coluna; oferece maior e melhor equilíbrio ao corpo;
diminui o peso do corpo nas articulações do quadril, coluna e membros inferiores,
facilitando assim uma melhor postura; melhora a condição cardiorrespiratória;
aumenta a força e flexibilidade; fortalece a musculatura postural dando maior
condição de equilíbrio à gestante fora da água, além de proporcionar sensação de
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bem-estar.
Devido á ação da gravidade que atua de maneira menos intensa na água,
a gestante sente apensa 10% de seu peso corporal total, sendo assim, realiza
movimentos com mais facilidade. Para a realização de exercícios na água é
importante ressaltar que a temperatura de estar em torno de 26 a 32 graus.
(MARTINS; ARZANI; LUCAS, 2008)
Segundo Baracho (2007) de modo específicos, os benefícios dos
exercícios na água foram destacados pela possibilidade de controle de edema
gestacional, melhora dos desconfortos musculoesqueléticos, incremento da
diurese, aumento da capacidade cardiovascular, relaxamento corporal e controle
de estresse.
As sessões de hidroterapia deve ter duração de 45 a 50 minutos,
obedecendo o aquecimento, alongamentos, reforço muscular e relaxamento.
A terapia aquática é contra indicada no primeiro trimestre de gestação,
histórico de aborto, gestante hipertensa, tromboflebite, trabalho de parto
prematuro, ruptura de bolsa ou sangramento e diagnóstico de placenta prévia sem
acompanhamento médico.
É de grande importância as atividades de prevenção que devem ser
tomadas durante o período gestacional para que ocorra de forma tranqüila,
durante a gravidez é indispensável que a gestante tenha uma acompanhamento
médico e realiza o pré-natal. A fisioterapia preventiva age em programas de
promoção de saúde e proteção especifica, tendo como princípio fundamental
conhecimentos específicos relativos, sendo assim a mulher deve freqüentar um
grupo de gestantes, realizar exercícios de relaxamento, alongamentos, exercícios
respiratórios e hidroterapia, entre outros procedimentos incluídos nos programas
de fisioterapia pré-partos, pois são fundamentais para a manutenção do bem estar
geral além de fornecer segurança e satisfação pelo fato desses programas
trazerem benefícios no momento do parto e pós-parto. (DELIBERATO, 2002)
6
MÉTODO
Estudo de Caso: Foram realizados avaliações com 38 gestantes, com faixa
etária entre 14 e 38 anos, com diferentes idades gestacionais, onde foram
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analisadas a prevalência das dores musculoesqueléticas.
Para demonstrar a incidência de dores musculoesqueléticas na gestação,
realizou-se uma pesquisa com gestantes nas cidades de Guararapes-SP e
Promissão-SP, e Lins-SP com gestantes escolhidas aleatoriamente, sendo tais
avaliações realizadas pelos autores do projeto. (MARTINS; ARZANI; LUCAS,
2008)
CONCLUSÃO
Concluímos que na maioria dos casos avaliados, as gestantes se
encontram no terceiro trimestre gestacional, sendo que a maior parte destas
realizam
atividades
do
lar.
Observamos
que
as
dores
de
origem
musculoesqueléticas apresentam-se em diferentes regiões do corpo apresentam
dor de origem musculoesqueléticas, porém com maior freqüência na região da
coluna lombar e abdome. Essas dores são na maioria das vezes de intensidade
alta, irradiadas para os membros inferiores e com aparecimento no período
noturno.
As gestantes que fizeram parte do estudo, não demonstraram muito
conhecimento a respeito da atuação da fisioterapia neste período, relatando que
apenas utilizam o repouso para alivio dessas dores.
Foi demonstrado teoricamente que existe influência das alterações
posturais, que ocorrem durante a gestação com essas dores de origem
musculoesqueléticas, e que a fisioterapia pode intervir através de técnicas
específicas para auxiliar a gestante neste período, preparando-a para o parto e
puerpério, diminuindo os desconfortos apresentados e prevenindo possíveis
complicações.
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