Empowerment como Ferramenta de Produtividade nas Pequenas e
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Empowerment como Ferramenta de Produtividade nas Pequenas e
SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÂNIA - S.E.C.G FACULDADE PADRÃO GOIÂNIA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 1 EMPOWERMENT COMO FERRAMENTA DE PRODUTIVIDADE NAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS1 Alef Lima de Almeida* Margarida Silva do Carmo Dallaporta** RESUMO O presente artigo tem como objetivo discutir o empowerment como um método para se alcançar maiores níveis de produtividade nas pequenas e médias empresas. Para isso, no texto serão tratados os conceitos e as origens de empowerment, da pequena e média empresa e de produtividade. Além disso, serão apresentados os principais obstáculos oriundos da aplicabilidade desta ferramenta e os passos necessários que as pequenas e médias empresas deverão seguir para chegar aos resultados pretendidos. Palavras-chave: Empowerment. Empoderamento. Tomada de decisão. Delegação de poder. Autonomia. INTRODUÇÃO O empowerment tem sido objeto de estudo de diversos autores principalmente por está sendo utilizado com frequência nas ultimas décadas em empresas que seguem um modelo participativo. Esse tipo organização adota esta ferramenta com o objetivo de envolver cada vez mais os funcionários aos processos da empresa e consequentemente obterem melhores resultados principalmente em sua produtividade. Porém, o que se tem percebido é que nas Pequenas e Médias Empresas (PME’s) o empowerment ainda tem sido pouco discutido e até mesmo barrado pelos próprios gestores. 1Artigo apresentado como um dos requisitos para obtenção do título de bacharelado em Administração, sob a orientação do Prof. Me. Erick Rôso Huber. * Graduando no curso de administração e atuando na área financeira. ** Graduando no curso de administração e atuando na área administrativa. Goiânia, 2015 SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÂNIA - S.E.C.G FACULDADE PADRÃO GOIÂNIA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 2 Com isso, o objetivo deste artigo é tratar o empowerment dentro das PME's e trazer alertas quanto a sua aplicabilidade, perfazendo uma análise a partir de uma pesquisa bibliográfica, além de utilizar conteúdos em sites voltados para área em estudo. O texto será subdivido em quatro tópicos onde nos três primeiros serão abordados as origens e conceitos de empowerment, produtividade, e pequena e media empresa. O ultimo tópico ira abordará sobre obstáculos a serem vencidos pelas PME’s e os efeitos da aplicabilidade desta ferramenta. ORIGEM E CONCEITO DE EMPOWERMENT Segundo Oliveira e Krom (2010) em meados da década de 20 os pensamentos de Taylor e Fayol enfatizavam uma preocupação voltada para o aumento da produtividade das organizações através da eficiência máxima dos funcionários. A execução do trabalho e a separação do planejamento eram as principais características dessa abordagem. Ainda segundo o mesmo autor, Taylor tinha o foco dos estudos na tarefa, a nível operacional, seguindo um caminho de baixo para cima e das partes para o todo dentro das organizações. Já Fayol deu ênfase à estrutura organizacional. A Teoria Clássica ficou marcada pelo seu enfoque normativo, determinando as funções administrativas e criando princípios para norteá-las. Elton Mayo surge com uma critica ao Taylorismo, na década de 60 sugerindo que o envolvimento de funcionários em decisões gerava beneficio e satisfação moral aos mesmos. Logo, nos anos 70 com a crise do modelo clássico de Administração, surge um grande interesse no envolvimento de trabalhadores em processos decisórios das empresas, como uma forma de “democratização”. Em meados de 1980, já com maior envolvimento de trabalhadores em círculos de qualidade na formação de equipes, surge uma nova ferramenta de gestão batizada como empowerment. De acordo com Wilkinson, (1998) apud Sampaio, (2013), eis que o empowerment surge como um novo método para solucionar problemas de antigas práticas da administração, como o taylorismo e a burocracia, onde os funcionários não tinham “voz” e se tornavam cada vez mais desmotivados. Goiânia, 2015 SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÂNIA - S.E.C.G FACULDADE PADRÃO GOIÂNIA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 3 Assim, percorrendo a evolução da teoria organizacional, constata-se que o conceito de empowerment, vem inserir-se plenamente no contexto da mais recente abordagem da teoria organizacional, a Abordagem Contingencial. Só será possível ter uma organização flexível a partir do momento em que componentes também tenham flexibilidade, poder de decisão, autonomia para propor e desenvolver ações. Se observarmos, em todo momento estamos tomando decisões em nossas vidas. Segundo confirma Chiavenato (1999) a cada dia, e a toda hora, em nosso cotidiano, verifica-se uma interminável sequencia de decisões. A decisão, propriamente dita, ocorre quando nos deparamos com modalidades alternativas de comportamento e também quando podemos fazer algo de duas ou mais formas diferentes. Diante disso, a decisão trata-se de uma escolha frente a várias alternativas de ação. Decisão envolve sempre opção de escolha. Atualmente temos vivenciado com maior frequência em um ambiente cada vez mais competitivo no qual as organizações, tanto as de grande porte quanto as pequenas e médias empresas, devem ser mais rápidas, prover um melhor serviço e apresentar maior eficiência, rentabilidade e produtividade. Mas para que esses funcionários possam se doar cada vez mais às funções da empresa, é necessário que eles se sintam valorizados e tenham autonomia na tomada de decisões. É a partir desse momento que surge a necessidade de se aplicar a ferramenta conhecida como empowerment, termo de origem inglesa utilizado para conceder delegação de poder e responsabilidade aos funcionários na organização. No decorrer do texto, será alternado o termo em inglês por expressões “empoderamento”, “tomada de decisão”, e “delegação de poder”, todas com os mesmos significados. De acordo com Long. “empowerment é a habilidade em permitir que outros assumam as responsabilidades, os riscos e as recompensas associadas à tomada das próprias decisões” (1997, p.15). Essa ferramenta trata-se de uma gestão que descentraliza o poder tido por um único gestor ou diretor de uma determinada organização. E com esse tipo de gestão, o desempenho dos colaboradores acaba sendo comprometidos, uma vez que, na gestão autocrática, os funcionários se sentem engessados e sem autonomia. Por isso, o empowerment, quando aplicada e Goiânia, 2015 SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÂNIA - S.E.C.G FACULDADE PADRÃO GOIÂNIA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 4 entendida de forma correta, permite uma melhora considerável nos índices de produtividade, qualidade e traz diversos benefícios para a empresa de modo geral. O termo trata-se, na verdade, de uma descentralização de poder na cadeia hierárquica das organizações, concedendo uma maior participação aos colaboradores e fazendo com que estes se demonstrem aptos a analisar e propor soluções para os possíveis problemas. Para Schiavo e Moreira (2005) apud Barbosa (2013) empoderar incide na obtenção de informações e no processo de tomada de consciência. Segundo os autores é necessário que haja nos colaboradores uma mudança de atitude e que estes deixem de lado os velhos modos receptivos dentro da empresa. Além de proporcionar maior motivação aos funcionários e torná-los cada vez mais envolvidos, o empoderamento ainda favorece a criação de relações de confiança entre os empregados e empregadores. PRODUTIVIDADE Tratar de produtividade relacionada a desempenho de funcionários é sempre um fator de extrema importância para qualquer organização. Atualmente as empresas tem se preocupado bastante com esse fator, pois em um mercado cada vez mais competitivo se faz necessário o empenho de todos os funcionários e estes por sua vez precisam dar o melhor de si, executando com excelência suas atividades e proporcionando resultados às empresas. De acordo com Drucker (1992) apud Aguiar (2000), a noção lógica da produtividade como medida do progresso técnico e econômico só foi considerada por volta do século XIX, apesar das primeiras definições, no sentido econômico e social que hoje lhes é atribuído, terem surgido apenas na metade do século XX. Alguns períodos tiveram maior relevância ao se tratar deste conceito. De acordo com Roth (2011), em meados do século 30, por exemplo, prevaleceram as relações de trabalho conhecidas como o pressuposto taylorista onde pregavam que, para produzirem mais, os trabalhadores deveriam receber um pagamento maior. Porém, essa norma não se manifestou de forma tão geral em dado momento, quando se passou a buscar respostas para os problemas relativos à procura pelo aumento da produtividade no componente social do trabalho. Goiânia, 2015 SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÂNIA - S.E.C.G FACULDADE PADRÃO GOIÂNIA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 5 Segundo o mesmo autor, na década de 40, com o advento da guerra, toda a capacidade das indústrias foi direcionada para o apoio de seus respectivos países nos esforços bélicos. Nesse mesmo período houve um grande avanço no aumento da produtividade com o surgimento de modelos japoneses denominados produção enxuta. Esta ferramenta trazia consigo um modelo de baixo custo e dentre eles se destacaram a engenharia simultânea e o JIT (Just in Time), que nada mais é do que uma abordagem destinada a reduzir os estoques e melhorar a qualidade. Segundo Contador (1998) apud Roth (2011), a definição de produtividade é entendida como algo capaz de ser produzido, utilizando-se de recursos. O conceito do termo, produtividade, trata-se da execução de uma mesma atividade ou volume de produção com uma quantidade reduzida do que se torna necessário para execução dessas atividades. Segundo Ramos e Ferreira (2010), também, observa-se que produtividade se refere, tecnicamente, à relação entre output e input de uma organização, sendo aplicada em todas as atividades econômicas da empresa. De acordo com Silva e Neto (2011), a produtividade apresenta-se como um indicador de desempenho. Gerir a produtividade de uma empresa é, basicamente, mensurar a produtividade obtida em diversos processos críticos a esta organização, contribuindo para que problemas possam ser identificados e sanados por profissionais. Tratar de produtividade nos remete automaticamente a ideia de qualidade. Pois além de ser uma qualidade propriamente dita, a produtividade tem como estratégias principais o controle sobre os custos, trabalho em equipe, organização, e maior produção utilizando os mesmo recursos. Em virtude disso, produtividade e qualidade, além de recursos humanos e tecnologia, formam os principais indicadores de desempenho produtivo, segundo afirma Pereira (2014). A administração da produção tem passado por diversas transformações através das mudanças mercadológicas e competitividade das organizações. Por isso, é necessário que as empresas estejam constantemente aprimorando a sua produtividade, qualidade e eficiência, o que exige boa estrutura, fácil comunicação e ambiente de valorização dos funcionários. “[...] qualidade é definida como a capacidade de atender, durante todo o tempo, às necessidades do cliente.” (CHIAVENATO 1999, p. 678). Goiânia, 2015 SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÂNIA - S.E.C.G FACULDADE PADRÃO GOIÂNIA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 6 De acordo com Marino (2006) para que estejam enquadradas neste contexto, algumas empresas adotaram e diversas técnicas de qualidade, tornandoas mais competitivas. PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS As Pequenas e Médias Empresas (PME’s) têm recebido bastante ênfase nos últimos anos e elas vêm sendo cada vez mais, alvo de atenção de economistas devido a seu grande potencial na geração de emprego e renda para o país. Segundo Essuvi (2011), não é fácil chegar ao conceito de PME, uma vez que, isso varia bastante em função da realidade de cada país. Porém, convencionalmente consideram-se dois a três critérios que definem a Pequena e Média Empresa: o primeiro é o numero de trabalhadores; o segundo é o faturamento anual; e o último, muitas vezes não tido em conta, é o balanço anual. De acordo com os autores Campos, Nishimura, Ramos, Cherez e Scalfi (2008) a definição de Pequena e Média Empresa (PME’s), altera de acordo com a regra estabelecida por cada nação ou pelo tamanho de cada mercado, Países como os Estados Unidos da América classificam uma empresa como Pequena e Média uma vez que esta tenha 500 funcionários ou menos. Já em alguns países que estão desenvolvimento, onde o os indicadores de tamanho das organizações e tamanho do mercado são menores, os pontos de corte estão entre 100 trabalhadores e 250 trabalhadores. Aqui no Brasil, a classificação da Pequena Empresa esta regida na Lei complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, onde declara: Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso da microempresa, aufira em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e Goiânia, 2015 SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÂNIA - S.E.C.G FACULDADE PADRÃO GOIÂNIA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 7 II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). Segundo os autores Machado, Souza e Oliveira (2007), no que diz respeito à origem da Pequena e Média Empresa, há indícios de que elas surgiram a partir da atividade produtiva colonial. Devido ao fato da economia do açúcar ser apoiada e em parte abastecida pelas pequenas propriedades é possível apontar o litoral paulista como o local de origem da agricultura, da indústria e das pequenas empresas brasileiras. Suas origens étnicas prováveis viriam dos primeiros colonizadores (portugueses, belgas e holandeses) e dos índios brasileiros convertidos em pequenos fornecedores de alimentos. Ainda segundo os mesmo autores, os primeiros pequenos empresários brasileiros atuavam na agricultura, transporte, manufatura, serviços e comércio. Os pequenos produtores não ficaram vivendo à margem e dependentes da grande empresa açucareira. Muito menos se dedicavam apenas às atividades secundárias e de suporte à grande empresa colonial. Na verdade a pequena empresa participava diretamente da atividade econômica principal o que lhe conferia uma importância econômica enorme desde seu estágio embrionário. Segundo o IBGE (2001), nos anos 80 a redução do ritmo de crescimento da economia resultou em um maior nível de desemprego no país. Diante disso, os pequenos negócios passaram a ser considerados como uma alternativa para a ocupação excedente, fazendo surgir, ao final da década as primeiras iniciativas mais concretas para incentivar a abertura de micro e pequenas empresas na economia. Essas pequenas empresas se caracterizam por três principais fatores: baixa intensidade de capital; altas taxas de natalidade e de mortalidade; forte presença de proprietários, sócios e membros da família como mão-de-obra ocupada nos negócios; poder decisório centralizado; entre outros. Mesmo tendo níveis consideráveis de mortalidade, as pequenas empresas têm uma representatividade econômica importantíssima dentro do país. Os autores Campos, Nishimura, Ramos, Cherez e Scalfi (2008), corroboram que até 2008 o setor das pequenas empresas estava representando cerca de 43% da renda total dos setores industriais, comerciais e de serviços, o que equivale a 30% do PIB. Além disso, até então, as PME’s eram responsáveis pelo Goiânia, 2015 SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÂNIA - S.E.C.G FACULDADE PADRÃO GOIÂNIA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 8 emprego de aproximadamente 60% da força de trabalho, 42% da massa salarial e por 2% do total das exportações. As PME’s podem ocupar espaços na cadeia produtiva de grandes empresas, e podem se desenvolver e proporcionar o desenvolvimento entre elas a um só tempo. A pequena empresa fornece muita das oportunidades de emprego de que uma população e uma economia em crescimento precisam. De fato parece que as pequenas empresas criam a “parte do leão” dos novos empregos, às vezes acrescentando empregos enquanto as grandes corporações estão “achatando” e demitindo funcionários (LONGENECKER, MOORE e PETTY, 1997, p. 34). Em contrapartida, esse modelo de empresa apresenta diversos problemas, como a mortalidade precoce já abordada neste texto. Werner, 2004 apud Almeida 2010, comenta, por exemplo, sobre a gestão centralizada e autocrática como sendo um dos fatores negativos nas pequenas empresas. Segundo ele, as características centralizadoras do administrador nem sempre são ideais para enfrentar os desafios. Pelo contrário, essas características podem ser um problema, uma vez que, as equipes de trabalho deixam de aprender a decidir e passam a confiar apenas nos conhecimentos e habilidade do gestor, sem compartilhar responsabilidades e decisões. Diante disso, verifica-se que este é um ponto que afeta o desenvolvimento dos funcionários e, consequentemente, a profissionalização da empresa e a evolução do ambiente de negócios. De acordo com Long. (1997), grande parte das pequenas e médias empresas segue um modelo de estrutura hierárquica. Neste modelo, é o presidente quem toma grande parte das decisões e se houver necessidade de um conselho será o vice-presidente quem irá ajudá-lo. Normalmente não consideram e nem mesmo levam em conta as opiniões dos empregados, pois estes são vistos não como recurso da empresa, mas como um objeto. O gerenciamento do tipo hierárquico não encoraja os funcionários a “vestir a camisa” da empresa e investir em seu futuro. É difícil instalar um programa de delegação de poder em empresas que seguem esse modelo de maneira rígida. O topo da pirâmide é poderoso demais e, muitas vezes, não permite Goiânia, 2015 SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÂNIA - S.E.C.G FACULDADE PADRÃO GOIÂNIA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 9 que mesmo decisões de menor importância sejam tomadas pela gerencia media. (LONG, 1997, p. 19). As organizações necessitam, nos dias de hoje, serem flexíveis para aumentarem sua competitividade. Para isso precisam ter uma estrutura que atenda suas necessidades e que suas decisões fluam numa velocidade para mantê-las competitivas. Além disso, é necessário que o poder não esteja centralizado somente no gestor, pois os funcionários também precisam compartilhar de informações e serem tomadores de decisões dentro da empresa. Gestor que centraliza, não desenvolve equipe e o empresário que centraliza, não desenvolve empresa. O ato de centralizar está muito mais ligado à insegurança do empresário ou gestor do que a qualquer outra justificativa que ele possa usar. APLICANDO O EMPOWERMENT NAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS De acordo com Horochovski e Meirelles (2007), solucionar problemas sem a necessidade de consultar ao gerente com frequência, solicitar autorização aos diretores, aguardar confirmação de um determinado departamento, tomar decisões rápidas e de forma precisa. Esses são os efeitos do empowerment, ferramenta de gestão empresarial aplicado nas empresas, que tem como característica a delegação de poder aos funcionários. Atualmente, tem-se discutido bastante o conceito de empoderamento em diversas áreas do conhecimento e nos mais diferentes espaços de ação social, como escolas, grupos minoritários, famílias, comunidades, etc. Porém, nas pequenas empresas, a delegação de poder ainda é pouco discutida principalmente por utilizar de um modelo de gestão centralizadora que acaba inibindo seus funcionários e não considerando suas opiniões. “A descentralização significa que a autoridade para decidir estar dispersa nos níveis organizacionais mais baixos” (CHIAVENATO, 1999, p. 384). Analogicamente, Matos (2006), afirma que é impossível descentralizar sem delegar autoridade, entretanto, essa delegação tem que ser feita a partir de um planejamento que reflita autenticamente a política de administração da empresa. Goiânia, 2015 SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÂNIA - S.E.C.G FACULDADE PADRÃO GOIÂNIA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 10 De acordo com Moreto (2009), quando se aplica o empowerment na organização, a empresa consegue maximizar expressivamente sua agilidade, seja qual for atividade fim da empresa. O autor Matos (2006) corrobora que a partir do racional exercício da delegação é que se consolida a descentralização administrativa. Pois é pela falta de um sistema de delegação de autoridade que diversas empresas comprometem seriamente sua sobrevivência ao enfrentarem o problema do crescimento. Surge em alguns uma ligeira duvida quanto à aplicação: Até que ponto o gestor deve autonomia aos colaboradores? Como conceder autoridade a um funcionário sabendo o risco que pode correr? Todas essas perguntas devem ser respondidas minuciosamente por cada gestor. Mas é de extrema importante entender que o Empowerment não tem por objetivo ultrapassar autoridade dos gestores e jamais significará que todos os funcionários estarão aptos a tomar decisões de tudo, porém, uma vez aplicada, a empresa ter um número maior de pessoas realizando muito mais do que realizava antes. Porém, é de extrema importância salientar que, a aplicação do empowerment só será bem sucedida, quando houver interesse dos funcionários e as empresas estiverem dispostas a seguirem todos os passos exigidos para essa implementação. A autora Long. já afirma: O primeiro passo para iniciar um programa de delegação de poder aos funcionários é convencer-se de que esta é uma possibilidade gerencial para sua empresa e definir quais áreas são adequadas para sua implementação. (1997, p. 23). Long (1997) chama atenção dos gestores quando diz que mesmo o empoderamento sendo uma ferramenta que impulsionará a autonomia dos funcionários e consequentemente à produtividade da empresa, é sempre bom deixar claro que nem todos os funcionários serão candidatos aos empowerment. Por isso é necessário que o gestor crie um perfil cargo ou dedique-se um tempo para pensar em qual funcionário aceitará maiores responsabilidades e estará disposto abraçar essa ferramenta. Ainda segundo o mesmo autor, cada funcionário é o próprio administrador. Cada um, por exemplo, escolhe como desenvolver seu trabalho da Goiânia, 2015 SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÂNIA - S.E.C.G FACULDADE PADRÃO GOIÂNIA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 11 melhor forma. Ninguém obriga outra pessoa a manter ou apresentar um nível específico de empenho. Os gerentes devem dar feedback, reforço encorajamento, mas, somente o empregado pode escolher o tamanho da responsabilidade que está disposto a assumir. Segundo afirma Long. (1997), ao ser implantado, alguns funcionários não ficam otimistas nem mesmo empolgados, pois sabem o peso de assumir responsabilidades. E nascem nesses funcionários algumas reações como suspeita, temor e desagrado, ou até mesmo pensam que essa ferramenta trará um corte no quadro de funcionários. Diante disso, é necessário que os gestores esclareçam aos empregados sobre a importância de cada um e mostre a eles que o empowerment é um meio que irá aproximá-los ainda mais da organização. Esse esclarecimento é válido, pois várias estratégias serão utilizadas para que o tema seja abordado e discutido entre todos. O autor Ferreira (2004) apud Oliveira e Krom (2010), diz que quando se desenvolve algum trabalho para implantação do empowerment, o método utilizado normalmente é análise sobre as origens de dependência e busca de uma mudança na gestão dessa empresa. Se os colaboradores não entenderem o que é ter essa autonomia, responsabilidade ou mesmo autoridade, o empowerment não terá sucesso. Segundo afirma Moreto (2009), a aplicação do empowerment proporcionará à empresa, diversas vantagens e benefícios, como por exemplo: rapidez na implementação de ações; eficácia, no que tange produtividade e qualidade; melhora na produção; autonomia maior aos funcionários; descoberta de novos talentos, entre outros. Além de todos esses benefícios, o empoderamento eleva a auto-estima e os funcionários passam a ter uma visão e um firme propósito de atingir metas estabelecidas, Os autores Herrenkohl, Judson e Heffner (1999) apud Rodrigues e Santos (2006) elencam quatro dimensões para a implementação do empowerment. A primeira dimensão trata-se da visão compartilhada como, por exemplo, a clareza de metas. Essa clareza de metas refere-se ao fato dos empregados se sentirem responsáveis por atingirem metas da empresa e se tornarem mais comprometidos com a organização. Goiânia, 2015 SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÂNIA - S.E.C.G FACULDADE PADRÃO GOIÂNIA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 12 A segunda dimensão refere-se à estrutura da empresa. Alguns exemplos desta dimensão são: trabalho em equipe e nível de responsabilidade. A terceira dimensão diz respeito à responsabilidade por conhecimento e aprendizagem. Solução de problemas associadas ao treinamento, alterações treinamento e desenvolvimento são alguns dos elementos que configuram essa dimensão. A quarta e última dimensão do empowerment tange o reconhecimento das realizações dos funcionários e a demonstração de que são ouvidos. Ainda segundo o autor acima citado, há seis passos importantes para introduzir o empowerment. O primeiro trata de tolerância aos erros, uma vez que, há uma tolerância de erros dentro do empowerment. O segundo passo é o desenvolvimento da confiança, pois empoderar é antes de tudo uma questão de confiança entre empregado e empregador. Já o terceiro passo trata-se da Visão. No quarto passo aborda-se a fixação de metas; metas estabelecidas precisam ser cumpridas. O penúltimo passo diz respeito à avaliação; nesse caso mesura-se o que foi planejado e o que foi realizado. E por ultimo o sexto passo refere-se à motivação; ora, essa é sem dúvida uma das mais discutidas neste tema, pois é só com empregados motivados que haverá comprometimento com a missão da empresa. Além disso, a motivar também se refere a reconhecer e valorizar os funcionários. O objetivo de um programa de empowerment é caminhar para um ambiente de trabalho com maior autonomia, em que decisões independentes sejam combinadas com a disposição de trabalhar em conjunto para atingir as metas da empresa (LONG 1997, p. 30). O empoderamento consiste, verdadeiramente, em uma alteração de papéis, tanto para o empregador quanto para o funcionário. Por isso, é necessário que ambos estejam empenhados no processo de implantação. Também, vale ressaltar que o gestor deverá treinar ensinar e passar informações para que os empregados possam assumir responsabilidade e tomar decisões. Segundo afirma Ramos e Ferreira (2010), toda essência de valorização e reconhecimento para com os funcionários está relacionado a uma busca cada vez maior na produtividade a partir de um comprometimento maior dos colaboradores em relação às atividades exercidas. Goiânia, 2015 SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÂNIA - S.E.C.G FACULDADE PADRÃO GOIÂNIA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Um funcionário mais comprometido chama pra 13 si algumas responsabilidades, principalmente em períodos de crise, onde é necessário que haja redução de custos e um maior aproveitamento do capital intectual; diversas atitudes são tomadas para ajudar a empresa nos desperdícios e ainda conscientizar outros funcionários que não estejam com o mesmo empenho. A partir daí, nota-se que o comprometimento é na verdade o melhor resultado não só para organização mais também ao colaborador. É importante salientar que neste estudo constata-se que diversos fatores são destacados como forma de maximizar a motivação dos funcionários como dar autonomia, delegar autoridade, entre outros. Ao contrario do que muitos pensam o dinheiro não foi tratado neste texto como um impulsionador da motivação, muito menos como uma forma de reconhecimento do funcionário. Salários e benefícios, por exemplo, são considerados fatores extrínsecos e eles não criam motivação, Segundo afirma Herzberg (1960), em sua teoria da motivação profissional. Em contrapartida, os fatores intrínsecos nascem de dentro para fora e estão ligados ao reconhecimento e crescimento do trabalhador, e segundo a teoria sobre a motivação profissional, os fatores intrínsecos formam a base da motivação dos funcionários. Porém ambos os fatores, tanto extrínsecos quanto intrínsecos, são fundamentais para elaboração na delegação de poder. Logo, se os fatores extrínsecos estão em um nível satisfatório, a implantação da tomada de decisão irá desenvolver o lado intrínseco dos empregados. Empowerment é um programa iniciado pela empresa que atende a necessidades extrínsecas do funcionário, ao mesmo tempo em que se baseia em fatores intrínsecos importantes para a satisfação no trabalho e para o sucesso do trabalhador e da empresa (LONG 1997, p. 41). De acordo com o mesmo autor, percebe-se que em todos os estudos a respeito do empowerment, a valorização do colaborador está estreitamente ligada a produtividade. Haja vista que funcionários motivados se tornam até mesmo um diferencial e meio de competitividade no mercado. Por isso, os supervisores estão envolvendo ainda mais os funcionários nas tomadas de decisões. A partir daí, cria-se Goiânia, 2015 SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÂNIA - S.E.C.G FACULDADE PADRÃO GOIÂNIA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 14 uma confiança mútua e o resultado disso é um trabalho muito mais produtivo e rentável à organização. Quando a produtividade aumenta, empregados autorizados a tomar decisões que afetem o próprio trabalho e a empresa começam a ter uma visão mais ampla de como o que fazem influencia o sucesso da empresa. As pessoas ficam mais satisfeitas e entusiasmadas quando tem a liberdade de usar suas aptidões (LONG 1997, p. 75). Em outros ramos empresariais, nota-se que a valorização traz resultados ainda mais imediatistas. Conservar e desenvolver a auto-estima dos funcionários é um ponto de suma importância no desenvolvimento do empowerment. Os colaboradores de modo geral devem ser reconhecidos como membros valiosos da empresa e assim serão evidenciados maiores ganhos e produtividade à empresa. CONSIDERAÇÕES FINAIS A preocupação com produtividade e o envolvimento dos colaboradores nas organizações devem ser entendido pelas empresas como pontos fundamentais a serem constantemente melhorados para que possam destacar perante a concorrência no mercado. Com isso, no decorrer desta pesquisa bibliográfica, concluiu-se que a partir da aplicação do empowerment as empresas conseguem envolver cada vez mais os colaboradores e, consequentemente, alcançam níveis significativos de produtividade. Porém, ficou claro que o empowerment só trará benefícios à empresa se for bem planejado e se houver interesse de todos os colaboradores para que o processo possa alcançar os resultados esperados. EMPOWERMENT AS A PRODUCTIVITY TOOL IN SMALL AND MEDIUM ENTERPRISES ABSTRACT Goiânia, 2015 SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÂNIA - S.E.C.G FACULDADE PADRÃO GOIÂNIA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 15 This article aims to discuss the empowerment as a method to achieve higher levels of productivity in small and medium-sized enterprises. To do this, the text will be treated the concepts and origins of empowerment, of small and medium-sized enterprise and productivity. In addition, will be presented the main obstacles from the applicability of this tool and the necessary steps that SMEs should follow to reach the desired results. Keywords: Empowerment. Empowerment. Decision-making. Delegation of power. Autonomy. REFERÊNCIAS AGUIAR, Maria de Fátima. Lazer e Produtividade no Trabalho. 2000, 14f. Dissertação (Mestrado em Administração) Universidade de Fortaleza. São Paulo, 2000. Disponível em: <file:///C:/Users/Alef/Downloads/_2000_Lazer-e-produtividadeno-traba_28599.pdf>. 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