Troca de experiências ajuda a aperfeiçoar o cooperativismo - ocb-go
Transcrição
Troca de experiências ajuda a aperfeiçoar o cooperativismo - ocb-go
Revista do Sistema OCB/SESCOOP-GO Ano 1 -nº 4 outubro/dezembro-2014 R E T N I IO COOP B M ER CÂ AT I VI A T S Troca de experiências ajuda a aperfeiçoar o cooperativismo Dirigentes de cooperativas goianas conheceram os sistemas implantados em outros países, como Alemanha, Canadá, Espanha e Estados Unidos Pensar e Cooperar | Boa intenção sem cooperativismo não passa nem da porteira , ` Mensagem do Conselho de Administração ‘‘ Ao olhar o passado, agradecemos o que recebemos. Mas, ao mesmo tempo, é necessário olhar para o futuro e vislumbrar aquilo que ainda vamos construir, alcançar." Um ano abençoado Chegamos ao final de mais um ano. 2014 nos trouxe inúmeros desafios, mas também várias conquistas. Ao enfrentar cada desafio proposto pudemos exercitar nossa capacidade de superação. Superação que se fez pela união, pelo interesse comum e solidário, pela busca de vitórias coletivas, por uma sociedade melhor. Ao revisitarmos as páginas passadas em 2014, o sentimento que nos invade é de tranquilidade e gratidão. Tranquilidade pela certeza do dever cumprido. Gratidão por tanto que nos foi oferecido. Tivemos a oportunidade de exercitar nossa veia solidária e, a partir desse exercício, contribuir para a cidadania de uma parcela da sociedade que necessita de auxílio para ver seus direitos assegurados. O Dia de Cooperar foi um capítulo especial de 2014, um marco na nossa história enquanto sistema OCB/Sescoop em Goiás, mas também um marco em nossas histórias individuais, quando tivemos a oportunidade de mostrar aquilo que, muitas vezes, já fazíamos, mas que ao se somar aos fazeres de outras pessoas ganhou em proporção e alcance. Ao olhar o passado, agradecemos o que recebemos. Mas, ao mesmo tempo, é necessário olhar para o futuro e vislumbrar aquilo que ainda vamos construir, alcançar. Na última edição da Revista Goiás Cooperativo de 2014, trazemos uma matéria especial sobre o intercâmbio, campo a ser explorado nos dias que se seguem, damos dicas sobre uma importante ação deste período, que é a elaboração do balanço patrimonial e prestação de contas das cooperativas, e fazemos um giro pelas nossas cooperadas, mostrando o que elas estão fazendo e os resultados positivos alcançados. Que 2015 seja um ano abençoado e repleto de conquistas, individuais e coletivas, para todos nós! HAROLDO MAX DE SOUSA - Presidente do Sistema OCB/SESCOOP-GO SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO COOPERATIVISMO NO ESTADO DE GOIÁS SINDICATO E ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS BRASILEIRAS NO ESTADO DE GOIÁS CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO: Presidente: Haroldo Max de Sousa (Coapro) / Vice-presidente: Vanderval José Ribeiro (Sicoob do Vale) / / Secretário:Aguilar Ferreira Mota (Comigo) / Conselheiros: Pedro Jaime de Araújo Caldas (Sicredi Planalto Central GO), Joaquim Guilherme Barbosa de Souza (Complem), Jocimar Fachini (Coperpamplona), Neirimar Norberto de Sousa (Uniodonto Goiânia) Conselho Fiscal (efetivos): João Gonçalves Vilela (Cagel), Lister Borges Cruvinel (Sicoob Centro-Sul) Suplentes: José Lourenço de Castro Filho (Coapil), Nilton Carlos da Silva (Coopersil), Elton José de Oliveira (Coopercampi) / / Superintendente:Valéria Mendes da Silva Av. H com Rua 14 nº 550 - Jardim Goiás Goiânia/GO - CEP 74.810-070 Fone: (62) 3240-2600 Fax: (62) 3240-2602 -CNPJ: 01.269.612/0001-47 www.goiascooperativo.coop.br e-mail: [email protected] e-mail: [email protected] CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Presidente: Haroldo Max de Sousa // Conselheiros efetivos: / Conselheiros: Antonio Chavaglia (Comigo), Sizenando da Silva Campos Jr. (Unimed Goiânia), Astrogildo Gonçalves Peixoto (Sicoob Goiás Coapil), Gesmar João Amorim (Coapil) // Suplentes: Julio Sânzio Vilela (Comiva), João Batista da Paixão Jr. (Cooperbelgo), Renato Nobile (Sescoop Nacional) , Antonio Moraes Resende (Centroleite) //Conselho Fiscal (Efetivos): Enio Freitas de Sene (Sicredi Vale GO), José Mário Pereira Lima (Comai), Carlos Henrique Arruda Duarte (Coacal) // Suplentes:Leopoldo José de Araújo (Sicoob Credicapa), Cinézio Rezende (Codrhil), Esmeraldo Alves Barbosa (Cotrac) // Superintendente: Valéria Mendes da Silva REDAÇÃO E EDIÇÃO: Carla de Oliveira (JP 10.76 G0) e Luisa Dias (GO n. 01181 JP) // COLABORAÇÃO: Eliane Almeida Dias / DESIGN GRÁFICO: Fábio Salazar (Mtb 722/GO) // FOTOGRAFIAS: Arquivo Sistema OCB/SESCOOP-GO e divulgação / IMPRESSÃO: Gráfica Cerrado / Tiragem: 4 mil exemplares / DISTRIBUIÇÃO: Publicação dirigida às cooperativas e entidades ligadas direta ou indiretamente ao cooperativismo no estado de Goiás. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, não correspondendo necessariamente à opinião do Sistema OCB/SESCOOP-GO. Permitida a reprodução total ou parcial dos textos, desde que citada a fonte. Este jornal está disponível em versão eletrônica no site do Sistema OCB/SESCOOP-GO: www.goiascooperativo.coop.br |3 GOIÁS COOPERATIVO Leitura Confira nossas dicas e saiba mais sobre o cooperativismo |31 Sumário REVISTA GOIÁS COOPERATIVO Edição nº 04 - outubro/dezembro/2014 Intercâmbio cooperativista Comitivas formadas por dirigentes de cooperativas goianas e brasileiras visitaram países como Alemanha, Canadá, Espanha e Estados Unidos para verem, de perto, experiências tradicionais e de sucesso |18 a 25 5º Fórum Goiano de Presidentes e Dirigentes Cooperativistas Em sua quinta edição, evento reuniu 100 dirigentes para discutir temas relevantes para o setor. |10 a 13 Receita Panetone caseiro é opção para festas natalinas |30 Entrevista Vanderval José Ribeiro, vice-presidente do Sistema OCB/Sescoop-GO e presidente da Sicoob do Vale, fala sobre 2014 e as expectativas para 2015 |6 e 7 } Pirenópolis Cidade erguida aos pés da Serra dos Pireneus é destino de turistas de todo o Brasil |32 e 33 VANDERVAL JOSÉ RIBEIRO | Vice-presidente do Sistema OCB/SESCOOP-GO “ “ A mobilização da sociedade é um compromisso do setor. O vice-presidente do Sistema OCB/Sescoop-GO e presidente da Sicoob do Vale, Vanderval José Ribeiro, faz um balanço positivo de 2014 e avalia como importantes os avanços obtidos com o Dia C e na legislação do setor, para a imagem e a evolução do cooperativismo. Mas acredita que 2015 será um ano de cautela, com as mudanças do governo e o momento econômico brasileiro. Confira entrevista com o dirigente. 6| GOIÁS COOPERATIVO Qual a avalição que o senhor faz de 2014 para o cooperativismo em Goiás e no Brasil? O ano de 2014 foi muito positivo, principalmente no ramo do crédito, que teve uma evolução muito significativa. A rede Sicoob teve um crescimento muito grande, em especial pela união com a Unicred. Já no Estado, a aproximação da OCB com o governo de Goiás, que permitiu o avanço da educação cooperativista no ensino básico e médio. O tema também se tornou matéria na Universidade Estadual de Goiás e há uma proposta inicial de criarmos um curso de graduação em cooperativismo, o que será um passo muito importante para nós. Além disso, há uma sinalização de que teremos assento na Junta Comercial do Estado, o que deve alavancar a cultura cooperativista e permitir que o sistema participe efetivamente da sociedade. Na nona edição do prêmio Cooperativa do Ano, o número de inscrições foi recorde. O setor cresceu, neste período? O que a premiação revela? As tecnologias de informação estão mexendo com a estrutura de qualquer segmento. No nosso, está sendo decisivo. Quem antecipa isso participa de concursos como este e é muito importante mostrar seu trabalho. Um trabalho, que, às vezes, a cooperativa acha que é algo restrito, mas serve de exemplo para muitas outras. Acho importante a intercooperação e a participação em outros eventos, pois soma no sistema. Em 2014, o sistema participou pela primeira vez do Dia C. Depois dos resultados conquistados neste ano, como será o dia em 2015? Qual a importância desta data para o setor? O Dia C foi um dia de compromisso, dia do sistema mostrar a cara e fazer com que a sociedade, onde a gente atua, pudesse conhecer de perto nosso trabalho. A mobilização da sociedade é um compromisso do setor e podemos contribuir muito para as mudanças positivas. Espero, em 2015, um superávit de decisões e posturas. Quem não participou, vai participar. Pelo cenário apresentado em 2014, o senhor acredita que será possível avançar, no próximo ano, no ato cooperativo e na modernização da Lei Geral das Cooperativas. Qual o cenário vislumbrado? Ter a nossa lei refeita e modernizada é importantíssimo. Houve algumas adequações nestes últimos anos, mas tem que atualizar muita coisa. Nós temos que mostrar para o País e para o Congresso a importância do cooperativismo para a economia e para resolver os problemas regionais do estado. A lei está no Congresso e esperamos que essa questão seja resolvida em 2015. Qual a importância da Lei 13.043, sancionada pela presidência? A OCB trabalhou pela aprovação da lei, mas o projeto acabou recebendo ressalvas. A legislação atende as expectativas das cooperativas? Tem vários entendimentos. Algumas pessoas acham que está razoável, mas o sistema cooperativista precisa evoluir cada vez mais. Organizamos as pessoas socialmente e imprimimos alguns ritmos importantes na sociedade. É importante uma legislação voltada para os interesses das cooperativas e que não dependa apenas de uma decisão político partidária. Quais as expectativas do setor para 2015? Sobre 2015, para o sistema crédito está difícil, o momento é temeroso e a moeda vive um momento frágil. É precisa ter muita cautela com gastos. Cautela e canja de galinha é bom para todo muito. Acho prudente a preocupação e andar com domínio do negócio bem na palma da mão. Vivemos, neste final de ano, momento de instabilidade administrativa devido às mudanças do governo. O intercâmbio e a internacionalização são metas para 2015? O intercâmbio com países com cooperativismo sólido é muito importante, pois a prática é diferente, assim como a formação cultural. É essencial a troca, levar as pessoas para esses locais e receber visitas. O sistema é mundial e temos que evoluir as práticas cada vez mais no mundo inteiro. Ter a nossa lei refeita e modernizada é importantíssimo. Houve algumas adequações nestes últimos anos, mas tem que atualizar muita coisa." |7 GOIÁS COOPERATIVO GIRO COOPERATIVISTA |||||||||||||| ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| Representantes de Unimeds de todo o país participaram de evento no Rio de Janeiro SAÚDE INTEGRAÇÃO Sistema Unimed debate impacto dos custos de materiais especiais Os debates da 44ª Convenção Nacional Unimed, realizada de 14 a 18 de outubro, no Rio de Janeiro, abordaram o impacto dos custos de órteses, próteses e materiais especiais (OPMEs) no setor de saúde. Segundo informações abordadas no evento, este mercado movimenta R$ 20.5 bilhões ao ano e é um dos principais causadores dos altos custos do setor. O evento foi promovido pela Federação Rio e a Unimed-Rio e debateu o tema Década do cooperativismo: identidade e transformação. O encontro reuniu dirigentes das 352 cooperativas do Sistema e especialistas em saúde, economia, cooperativismo e empreendedorismo para discutir o tema. A Unimed do Brasil representa institucionalmente o maior sistema cooperativista de trabalho médico do mundo e a maior rede de assistência médica do Brasil. (Fonte: Easycoop) 8| GOIÁS COOPERATIVO Cooperativistas de seis países conhecem Sistema OCB Representantes de Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, países de língua portuguesa, visitaram o Brasil para aprofundar seu conhecimento a respeito do cooperativismo, sobre a atuação do Sistema OCB, e para realizarem a Assembleia Geral da Organização Cooperativista dos Povos de Língua Portuguesa (OCPLP). O evento foi realizado no dia 14 de outubro, em Brasília. O grupo de cooperativistas estrangeiros participou do Projeto Portas Abertas, por meio do qual conheceu as formas de atuação do Sistema OCB, em uma palestra que enfocou a representação política, os processos de desenvolvimento e qualificação das cooperativas e, ainda, sua articulação sindical. O grupo conheceu, ainda, a metodologia de construção e de implantação do Planejamento Estratégico do Sistema OCB. Na Assembleia Geral, foram discutidos a continuidade dos projetos de intercooperação em andamento e o planejamento para os cursos de capacitação que ocorrerão nos próximos dois anos. O foco das ações da OCPLP em 2014 foi o Ramo Agropecuário. (Fonte: Ascom Sistema OCB) CONQUISTA Nova lei garante Refis e Reintegra às cooperativas O governo sancionou, com vetos, o projeto de lei de conversão aprovado pelo Congresso Nacional, em outubro, no lugar da Medida Provisória 651/2014. A Lei 13.043/2014, resultante da MP, foi publicada no Diário Oficial da União no dia 14 de novembro. Editada em julho deste ano, a medida tratou de vários assuntos relacionados a tributos, como estímulos ao mercado de capitais (por meio de fundos de índices de renda fixa e clubes de investimento) e programas de parcelamento de dívidas com o Fisco, genericamente apelidados de Refis, entre outros. O projeto foi sancionado parcialmente pelo vice-presidente Michel Temer, na condição de presidente da República em exercício. Os vetos recaíram, por exemplo, sobre dispositivos que ampliariam desonerações tributárias ou facilidades de pagamento de dívidas de contribuintes com o governo sem os devidos cálculos de impacto orçamentário-financeiro. A proposição contou com o acompanhamento efetivo do Sistema OCB, que atuou para assegurar a inclusão das cooperativas no texto entre as beneficiárias. (Fonte: Agência Brasil e Brasilcooperativo) Realização de mostra cultural é um dos primeiros resultados apresentados pelo programa EXEMPLO Programa União Faz a Vida realiza 1ª Mostra Pedagógica Implantado em agosto deste ano na Escola Municipal Nossa Senhora de Fátima, em Ipameri (GO), o programa União Faz a Vida, do Sicredi Planalto Central GO, já começou a render resultados positivos. No dia 19 de outubro foi realizada na escola a 1ª Mostra Pedagógica do programa, no Pavilhão Diocesano Monsenhor Domingos Pinto de Figueiredo. Foram realizadas várias apresentações culturais e de projetos da escola, que evidenciaram a missão do projeto, que é a transformação na maneira de ensinar e de aprender. O programa União Faz a Vida é destinado a crianças e adolescentes de 1º ao 9° ano e tem como objetivo incentivar a cidadania e o espírito de cooperação. Fazem parte do programa aproximadamente 240 alunos. (Fonte: Ascom Sicredi Planalto Central GO) PIONEIROS Sicredi Sudoeste GO faz homenagem aos fundadores Os 56 sócios-fundadores da Sicredi Sudoeste GO foram homenageados, no dia 10 de outubro, na sede da cooperativa, pela importância do trabalho realizado na cooperativa. Também foram homenageados quatro ex-presidentes, que contribuíram decisivamente para o desenvolvimento e crescimento da cooperativa Pioneiros são homenageados em evento em 11 anos de trajetória. O diretor executivo Márcio Girardi fez uma breve apresentação sobre o crescimento da Sicredi Sudoeste GO e também falou sobre os projetos de expansão para os próximos anos. O atual presidente, Zeir Ascari, destacou a importância dos idealizadores que empreenderam o sonho de fundar uma cooperativa de crédito para ser a sua própria instituição financeira, com foco no desenvolvimento socioeconômico da comunidade local e regional. (Fonte: Ascom Sicredi Sudoeste GO) |9 GOIÁS COOPERATIVO POR DENTRO DO SISTEMA |||||||||||| ||||||||||||||||||||||||| ||||||| ||||||||||||||||||||||||||| Liderança cooperativista Fórum debate tema com dirigentes Cem dirigentes de cooperativas de todo o Estado participaram do 5º Fórum Goiano de Presidentes e Dirigentes Cooperativistas, promovido pelo Sistema OCB/SescoopGO, nos dias 22 e 23 de outubro, no Hotel Tayo, em Caldas Novas. Na abertura do evento, o presidente do sistema, Haroldo Max de Sousa, destacou as principais conquistas da equipe da OCB/Sescoop-GO junto ao setor cooperativista ao longo dos quase quatro anos de sua gestão. Dentre eles, está a maior participação do sistema em feiras e eventos e o crescimento do número de atendimentos realizados pelo Sescoop Goiás. Durante o fórum, os participantes puderam assistir às apresentações de três grandes palestrantes. No primeiro dia, após o almoço oferecido pela organização, o doutor em Direito e Comunicação, Clovis de Barros Filho, falou sobre o tema: Os três tipos de amor e suas relações e viabilidades nas organizações. Em seguida, foi a vez do jornalista e escritor Jose Luiz Tejon Megido, com a palestra O líder e a superação na liderança cooperativa. À noite, os dirigentes e acompanhantes puderam desfrutar de Presidente do Sistema OCB/SESCOOP-GO, Haroldo Max de Sousa, fala durante abertura oficial do evento um jantar de confraternização com música ao vivo. A terceira palestra, no dia 23, foi do economista e pesquisador do comportamento humano Carlos Hilsdorf, considerado um dos maiores conferencistas do País. O tema foi: Construindo a melhor Versão do Futuro. O fórum seguiu até o meio-dia, com encerramento feito pelo vice-presidente do Sistema OCB/Sescoop-GO, Vanderval José Ribeiro. PALESTRANTES CLÓVIS DE BARROS FILHO Doutor em Direito pela Universidade de Paris. Doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP). Professor livre-docente de Ética da Escola de Comunicação e Artes (ECA/USP) e Consultor de Ética a UNESCO. Professor, colunista e conferencista do Espaço Ética. 10 | GOIÁS COOPERATIVO JOSÉ LUIZ TEJON MEGIDO Mestre em Arte e Cultura pela Universidade Mackenzie. Doutor em Ciências da Educação pela Universidad de la Empresa (UDE/Uruguai). Coordenador acadêmico de Programas da FGV in Company. Coordenador acadêmico de pós-graduação. Diretor vice-presidente de Comunicação do Conselho Científico para a Agricultura Sustentável (CCAS). Jornalista, publicitário, autor e palestrante. CARLOS HILSDORF Considerado pelo mercado empresarial um dos dez melhores palestrantes do Brasil. Palestrante dos Congressos Mundiais de Administração na Alemanha e na Itália e do Fórum Internacional de Administração (México). Economista pósgraduado em Marketing pela FGV. Autor dos best sellers Atitudes Vencedoras - 51 Atitudes Essenciais para Vencer na Vida e na Carreira e Revolucione Seus Negócios. . CLÓVIS DE BARROS Três conceitos de amor devem ser aplicados à rotina corporativa para que as equipes de trabalho possam chegar ao sucesso - o de Platão (do desejo constante por um trabalho melhor), o de Aristóteles (alegria pelo que faz) e o de Cristo (no empenho em melhorar a vida do próximo). Quem afirma é o professor doutor Clóvis de Barros Filho, conferencista do Espaço Ética, que fez palestra durante o 5º Fórum Goiano de Presidentes e Dirigentes Cooperativistas, realizado em Caldas Novas. Segundo ele, esse ideal só é possível quando a preocupação da empresa com a felicidade de colaboradores e clientes estiver em harmonia com as metas de lucro. Confira a entrevista. O senhor compara o amor nos conceitos de Platão, Aristóteles e Cristo. Por que as empresas se concentram apenas no amor platônico, em que a felicidade está fora do trabalho, no pósexpediente? O desejo platônico é intrínseco ao sistema capitalista. Os donos e acionistas das empresas sempre querem mais e mais lucros, pois a riqueza atual não basta. Não existe espaço para o amor aristotélico ou cristão no mercado de trabalho. Isso reflete na constante pressão e exploração dos colaboradores que trabalham nas empresas. Só é possível viver uma vida que basta em si mesma, em desejos que podem se bastar na própria conquista, fora do serviço. O amor, em sua manifestação completa, só se revela quando vivemos para nós mesmos, não para as cobiças dos outros. Executar esses três papéis no mundo corporativo não parece ser um objetivo muito idealizado? De que forma isso é possível? É possível quando as empresas aceitam a incorporação do mundo da vida no sistema mercadológico. Quando a preocupação com a felicidade de colaboradores e clientes estiver em harmonia com as metas de lucro. As empresas cooperativas, pelos seus princípios, estão mais perto dessa possibilidade? Sim, com certeza. As cooperativas reúnem o que há de melhor no sistema capitalista com o melhor do sistema socialista. Afinal, os trabalhadores cooperados são os próprios patrões. Há uma vontade de que todos os integrantes obtenham lucro, sem explorar seu próprio trabalho. Eu acredito que os sistemas de cooperativas são a melhor resposta para um mercado socialmente responsável. O amor, em sua manifestação completa, só se revela quando vivemos para nós mesmos, não para a cobiça dos outros." | 11 GOIÁS COOPERATIVO CARLOS HILSDORF Saber transformar as dificuldades em oportunidades para o crescimento pessoal e profissional é o ponto chave para se chegar ao sucesso. A partir desta visão, baseada na humildade, pode-se construir atitudes vencedoras, que estão ligadas à proatividade, à assertividade e ao bom humor. O economista e pesquisador do comportamento humano Carlos Hilsdorf, um dos maiores palestrantes do País, falou ao Sistema OCB/Sescoop-GO, durante o 5º Fórum Goiano de Presidentes e Dirigentes Cooperativistas, realizado em Caldas Novas, nos dias 22 e 23 de outubro. Na ocasião, resumiu os principais aspectos de sua apresentação no evento. Confira. O senhor diz que não há receitas prontas para o sucesso. Mas qual é o perfil do candidato a esse sucesso? O primeiro ingrediente fundamental para um candidato ao sucesso é aquele que já compreendeu que o sucesso começa necessariamente na humildade, na sua abertura para o mundo. A gente tem uma falsa ideia de humildade. A gente pensa que humildade é acreditar que nós somos menos que os outros. Não é verdade. Humildade é saber que nós não somos mais do que ninguém e que, portanto, nós temos a possibilidade de aprender com absolutamente todas as pessoas. Às vezes a gente pensa: "Eu tenho tanto tempo de cooperativismo e o cara está chegando agora..." Mas é justamente porque está chegando agora que ele está com os olhos muito abertos, não está acostumado com o cenário, com determinadas incoerências, de coisas que a gente se acostumou no dia a dia. Ele é um ótimo termômetro para nos dizer coisas que sentiu ao chegar. Assim como aquele que está há 40 anos no movimento também é ótimo, porque ele conhece toda a história, tem muita bagagem para dividir. Então, eu tenho de aprender com quem tem muita experiência, com quem tem pouca experiência, com quem tem muito conhecimento e com quem tem pouco conhecimento. A virtude de aprender é um ingrediente fundamental para quem é candidato ao sucesso a qualquer coisa na vida. Há diferença na forma de se alcançar o sucesso em relação ao setor cooperativista? Se nós partirmos do conceito verdadeiro de sucesso, seria a mesma coisa. O sucesso verdadeiro é uma autorrealização, que conquistamos sem, de forma alguma, impedir a autorrealização de outras pessoas e, especialmente, colaborando com a autorrealização de outras pessoas. Mas, como a gente entende o sucesso no mundo como algo muito individualista, como algo muito 12 | GOIÁS COOPERATIVO do indivíduo sozinho, esquecendo a relação que ele tem com o mundo, então, dentro do setor cooperativista é que a gente tem o melhor terreno para o desenvolvimento do verdadeiro sucesso. Para que isso aconteça, a gente precisa ter uma noção ética muito grande. A melhor maneira de entender ética é a seguinte: ética é o dever de fazer o bem. Todas as vezes que eu estou em consonância com o dever de fazer o bem, nunca estou fazendo nada antiético. Se eu deixo de fazer o bem, eu já comecei a fazer algo antiético. Quais as atitudes vencedoras necessárias para uma versão melhor de futuro de que o senhor tanto fala? As atitudes vencedoras são aquelas que transformam dificuldades em oportunidades. Eu selecionei 51 delas, num pequeno livro, para facilitar o dia a dia das pessoas. Mas, de maneira bem simples, nós temos de pensar nisso. Eu não posso escolher o que o mundo coloca na minha frente, mas eu posso escolher como vou reagir àquilo que o mundo coloca na minha frente. Então, diante de toda e qualquer dificuldade, (temos de) encarar a dificuldade naquele momento. Pensar: "Quem, se não eu?", "Quando, se não agora?" (É preciso) Chamar a responsabilidade da dificuldade, porque, senão, ela vai virar um problema, o problema vai virar uma crise e isso vai para o caos depois. Agora, se eu aproveito a dificuldade, ela se torna, para mim, uma oportunidade. Então, esse é o caminho do círculo virtuoso das atitudes vencedoras. Aí inclui a proatividade, que é a capacidade de assumir a responsabilidade e agir no momento certo; a assertividade, que é a capacidade de ir direto ao ponto, não ficar viajando, tangenciando as coisas, ir diretamente aquilo que faz a diferença; a compreensão da importância do trabalho em equipe; o bom humor, porque o mundo já está cheio de dificuldades e problemas, nós não podemos ser mais uma. É um conjunto de coisas. JOSÉ LUIZ TEJON Num mundo que avança para um crescimento populacional estrondoso, o melhor caminho para a sobrevivência profissional é o do empreendedorismo guiado pelo cooperativismo, que dá consistência ao trabalho humano. Esta é a opinião do jornalista e escritor José Luiz Tejon Megido, que participou da programação do 5º Fórum Goiano de Presidentes e Dirigentes Cooperativistas realizado em Caldas Novas, nos dias 22 e 23 de outubro. Dentro do tema de sua palestra sobre liderança, ele aponta a necessidade de os líderes manterem o foco naquilo que tem de ser feito e consciência do que não pode. Leia a entrevista concedida ao Sistema OCB/Sescoop-GO. Quais as diferenças de perfil entre o líder corporativo e o líder cooperativista? No cooperativismo, a gente tem um compromisso. Não podemos perder pessoas, não podemos abandonar pessoas. O corpo de cooperados é o fundamento do cooperativismo. E aí é uma grande luta, porque, como vimos aqui na palestra, as estatísticas são reveladoras. Setenta por cento dos seres humanos são muito dependentes de um processo de liderança, de um processo de comunicação, de ambiente. Eu considero muito mais difícil e exigente ser um líder cooperativista do que um líder de uma companhia. Por outro lado, considero extremamente mais satisfatório, mais gostoso, mais fantástico ser um líder de uma cooperativa, do que de uma empresa, apesar de a gente poder fazer nas empresas grandes coisas, também, muito positivas, humanas e tudo. Mas, no cooperativismo, não tem escolha, tem que fazer. Portanto, é uma luta brutal e eu admiro os exemplos de cooperativas bem sucedidas no Brasil, porque aí tem uma liderança invejável. Quais os principais elementos para superação da liderança cooperativista? Precisa ter um foco muito claro do que tem de ser feito e uma consciência muito grande daquilo que não pode ser feito. Numa empresa, a gente recebe um monte de demandas daqui, dali e de lá. E um líder não existe para fazer o que as pessoas querem, um líder existe para fazer o que a causa exige, o que a obra exige. No cooperativismo, como é todo um processo de cooperados, tem assembleia e tudo o mais. Fico imaginando as pressões que um líder deve receber para alguma coisa assistencialista aqui, de uma ajuda ali ou perdão em dívida. Então, ele tem de ter, ao mesmo tempo, uma determinação, uma convicção muito grande para zelar pelo patrimônio, pelo todo e, ao mesmo tempo, ele tem de saber dizer não de uma maneira muito querida, carinhosa. Portanto, como eu já disse, é um trabalho fascinante, mas creio que o fundamental é o foco, o que tem de ser perseguido, e aquilo que não pode ser feito. Quais os resultados que a cooperativa pode alcançar com esse aperfeiçoamento da liderança cooperativista? O Roberto Rodrigues, que é um líder cooperativista que eu admiro, disse que nós teremos de conseguir um prêmio Nobel da paz para cooperativismo. Não tenho dúvida. No Brasil, creio que isso tinha de ser um plano de Estado, porque não vejo possibilidade alguma em um mundo que caminha para 9 bilhões, 10 bilhões de seres humanos, que não exista chance de vida e empregos. Só tem o caminho do empreendedorismo e o empreendedorismo exige uma orquestração cooperativista. Portanto, o cooperativismo significa dar forma, dar administração, dar consistência ao trabalho humano de bilhões de seres humanos para os próximos anos. Portanto, ela está para mim como um instrumento sine qua non de gestão. Eu considero muito mais difícil e exigente ser um líder cooperativista do que um líder de uma companhia." | 13 GOIÁS COOPERATIVO Campanha beneficiou 1,4 milhão de pessoas no País, mais de 18,5 mil em Goiás. Dados foram apresentados na Casa da Indústria Sucesso do Dia C é apresentado em números Histórias para lembrar O livro Histórias para lembrar é uma publicação feita pelo Sistema OCB/SESCOOP-GO para registrar as ações realizadas por cada uma das 41 cooperativas goianas, além do Sistema, que participaram do Dia de Cooperar 2014. A obra de 88 páginas e capa dura reúne os números que comprovam o sucesso da campanha já na primeira edição em Goiás, além de trazer imagens representativas que, por si só, mostram a importância do movimento. Com esta obra, o Sistema pretende reconhecer cada um dos mais de 18,5 mil voluntários que se sensibilizaram e se dispuseram, de alguma forma, a contribuir com a causa. 14 | GOIÁS COOPERATIVO A dedicação de 1.650 pessoas dentro do cooperativismo goiano em prol do voluntariado e da promoção social nos últimos meses ecoou em mais de 40 cidades do Estado e provocou uma verdadeira corrente do bem. A campanha do Dia de Cooperar , realizada este ano pela primeira vez em Goiás, beneficiou mais de 18,5 mil crianças, adultos e idosos, com diversas ações. Em todo o País, o movimento alcançou 1,4 milhão de pessoas. Todos os dados do balanço do Dia C 2014 foram apresentados na sede do Sistema OCB/SESCOOP-GO, no dia 27 de novembro, a representantes de cooperativas que estiveram na Assembleia Geral Ordinária (veja quadro). Na ocasião, aquelas que desenvolveram ações para a campanha de voluntariado também receberam um certificado de participação e um livro com as histórias de cada cooperativa no Dia C (leia texto ao lado). A campanha de 2014 foi marcada pela evolução nas participações no Dia C. Ao todo, 25 Estados aderiram à causa, mobilizando 20 mil voluntários. Em Goiás, as cooperativas reuniram, pelo menos, 17 mil quilos de alimentos diversos, além de 3,5 mil litros de leite. Também foram arrecadados 9,1 mil itens escolares e 2,4 mil livros didáticos e literários, 8,3 mil fraldas geriátricas e mais de mil itens de higiene pessoal. As próprias cooperativas escolheram o público favorecido (instituições filantrópicas, famílias e comunidades carentes) e as atividades que desejaram desenvolver, que foram desde uma simples confraternização ou almoço para levar alegria a abrigados em asilos, até a construção de casa, passando por variadas doações, ações de conscientização ambiental, de saúde, de doação de sangue, dentre outras. Em Goiânia, foi feita a consolidação de todos esses trabalhos, com um grande evento no Parque Mutirama, no dia 6 de setembro, quando foi comemorado no Dia de Celebrar em todo o País. Na ocasião, 300 voluntários trabalharam na realização do evento para receber mais de 2,2 mil pessoas com atividades que reuniram a recreação (distribuição de ingressos para os brinquedos, caracterização de personagens) e a prestação de serviços (aferição de pressão, educação sobre higiene bucal, dentre outras). Todos esses resultados não passaram despercebidos pela imprensa goiana. O Dia C 2014 rendeu 43 inserções em sites, além de matérias e notas em jornais impressos, rádios e TV. Nos veículos dentro do Sistema, a cobertura foi completa no Portal Goiás Cooperativo, boletins, programa de rádio, revista e mídias sociais. Dia C em Goiás 18.509 pessoas beneficiadas 1.650 voluntários 50 Números do Dia C 2014 foram apresentados no dia 27 de novembro. projetos desenvolvidos 41 cooperativas participantes Dia C no Brasil 1,4 milhão de beneficiados 20 mil voluntários 854 cooperativas Nanci Cavalcante: a campanha deve levar o cooperativismo a um caminho social de mais justiça Virgínia Coelho: uma equipe vai desenvolver o projeto do Dia C 2015 já a partir do início do ano Para o gerente de Marketing da Unimed Goiânia, Edney Vascurado Santos, que esteve na apresentação do balanço do Dia de Cooperar, a realização do Dia C deve consolidar ainda mais os princípios do cooperativismo, reunindo os esforços espalhados pelo Estado em prol do objetivo de transformar a sociedade. "O cooperativismo está crescendo e já provou que dá bons resultados. E o Dia C fez a união dessas ações para mostrar na prática a ideia de que juntos, somos mais forte mesmo." Virgínia Coelho, secretária do Instituto Engecred, braço social do Sicoob Engecred, diz que a cooperativa pretende, em 2015, superar a ação feita no Dia C deste ano, que reuniu famílias de alunos de uma creche no Jardim Novo Mundo para confraternização e doações. "Já no começo do próximo ano vamos montar uma equipe para desenvolver o projeto do Dia C e executá-lo em 2015", frisa. Para as diretoras da Cohacasb Nanci Cavalcante (presidente) e Dora Almeida (operacional), também participaram da divulgação do balanço do Dia C, a campanha de voluntariado deve levar o cooperativismo a alcançar um caminho social de mais justiça e igualdade nas comunidades. 1.060 cidades em 25 Estados Dia C 2015 Após a divulgação do balanço da campanha deste ano, também foram apresentadas algumas informações para o Dia C 2015. A campanha nacional será lançada em fevereiro. Em Goiás, em março. A realização do Dia de Celebrar será no dia 4 de julho, quando é comemorado o Dia Internacional do Cooperativismo. Na ocasião, foi lançada a proposta de realização de uma corrida de rua, a Corrida da Cooperação. A apresentação do pré-projeto do Dia C 2015 visa dar as cooperativas um prazo para o bom andamento da campanha. | 15 GOIÁS COOPERATIVO VITRINE COOPERATIVISTA |||||||||||||||||||||||| ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| Prêmio reconhece trabalho realizado pelas cooperativas em todo o país Premiando projetos e programas de todo Brasil O Sistema OCB premiou, no dia 25 de novembro, os três primeiros lugares das sete categorias da nona edição do Prêmio Cooperativa do Ano. Os escolhidos foram revelados durante cerimônia em Brasília, com apoio do Bancoob, Bansicredi, Seguros Unimed e Banco do Brasil. Ao todo, 185 cooperativas, representando 21 Estados e dez ramos, inscreveram 273 projetos nas sete categorias da disputa. A última edição foi realizada em 2012 e contou com 212 projetos de 138 cooperativas inscritas, oriundas de 20 unidades da Federação. INTERNACIONAL Delegação chilena visita cooperativa A cooperativa Rede Terra, que fornece produtos para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), recebeu no dia 16 de outubro a visita de representantes do governo chileno. O encontro, coordenado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mostrou como funciona o apoio à comercialização da agricultura familiar. Integraram a comitiva representantes da Central de Abastecimento Lo Valledor, do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Ministério da Agricultura chileno, da Embaixada do Chile e do Instituto ProChile. Após a visita técnica, a delegação participou de reuniões com representantes da companhia para conhecer os demais programas do governo federal nas áreas de segurança alimentar e nutricional e agricultura familiar. (Fonte: Conab) 16 | GOIÁS COOPERATIVO Agricultura familiar foi um dos programas apresentados GOIANÉSIA INOVAÇÃO Sicoob Emprecred ganha Prêmio Mérito Lojista O Sicoob Emprecred foi premiado pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Goianésia como a cooperativa de crédito mais lembrada na região. O Emprecred recebeu o Prêmio Mérito Lojista 2014, no dia 8 de novembro, durante cerimônia no salão de festas Otávio Lage, e teve a presença de autoridades e empresários. Para selecionar as empresas que foram destaque no ano, a CDL Goianésia realizou pesquisa especializada (registrada em cartório), com a aplicação de questionários entre consumidores da cidade. O Mérito Lojista premia empresas nos diversos ramos de atividades do comércio local, sejam eles filiados ou não à entidade. Para a equipe do Emprecred, o prêmio representa o reconhecimento da sociedade aos serviços prestados pela cooperativa e reforça o compromisso da unidade com os princípios e valores cooperativistas. O Sicoob Emprecred possui, atualmente, cerca de mil cooperados e 35 funcionários, com um capital de R$ 17 milhões, aproximadamente. Além da sede, em Goianésia, há outros dois pontos de atendimento, em Jaraguá e Uruaçu. Cooperativa de detentas no Pará é finalista do Prêmio Innovare Projeto da Cooperativa de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe), da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe), é finalista do Prêmio Innovare 2014. No total, são 18 finalistas, dentre os 367 projetos de todo o País inscritos este ano. Os vencedores serão conhecidos no dia 16 de dezembro, em Brasília. A cerimônia de premiação será no Supremo Tribunal Federal (STF). A Coostafe é a primeira cooperativa de mulheres presas do Brasil e está entre os três finalistas ao Prêmio Especial, cujo tema é Sistema Penitenciário Justo e Eficaz. Entre os autores das práticas finalistas desta categoria, estão uma advogada, um professor de matemática e uma pedagoga. (Fonte: Easycoop) (Fonte: Sicoob Emprecred) MAIS LEMBRADAS Uniodonto e Unimed entre as premiadas no Pop List Sizenando, presidente da Unimed Goiânia, e Neirimar, presidente da Uniodonto Goiânia, recebem troféu Pop List A Uniodonto Goiânia foi premiada pela décima primeira vez consecutiva com o Prêmio Pop List, realizado pelo jornal O Popular, que consagra as marcas mais lembradas pelo público em diversos segmentos. A cooperativa foi premiada na categoria Planos Odontológicos. O prêmio foi entregue em cerimônia realizada no dia 30 de outubro, no Cel da OAB, em Aparecida de Goiânia. A cooperativa ficou em primeiro lugar com um índice de 67,5%, um aumento de 6,7% em relação ao ano de 2013, consolidando ainda mais sua liderança desde 2004. A Unimed foi a marca mais lembrada na categoria Plano de Saúde. O estudo de mercado foi realizado pelo Instituto Verus com exclusividade para o jornal O Popular e objetivou aferir o grau de fixação na mente do consumidor das marcas de produtos, lojas e nomes de empresas nos diversos segmentos do cotidiano econômico da cidade de Goiânia. | 17 GOIÁS COOPERATIVO Universidade de Mondragon: Modelos de outros países servem de inspiração Intercâmbio cooperativista 18 | GOIÁS COOPERATIVO Trocando experiências para aperfeiçoar o cooperativismo | 19 GOIÁS COOPERATIVO Ao longo do ano, dirigentes de cooperativas goianas e brasileiras conheceram sistemas implantados em outros países, como Alemanha, Canadá, Espanha e Estados Unidos 20 20 || GOIÁS GOIÁS COOPERATIVO COOPERATIVO C onhecer o sistema cooperativista de um país com tradição e histórias de desenvolvimento totalmente diferentes das brasileiras. O que isso pode contribuir para o aperfeiçoamento do cooperativismo praticado em nosso país? Para quem conheceu de perto sistemas pioneiros de cooperativismo, a resposta é certa: muito. Acreditando nessa premissa, 128 pessoas, entre dirigentes e técnicos de cooperativas goianas, do Sistema OCB/Sescoop-GO e do Conselho Estadual de Cooperativismo (Cecoop), estiveram, durante o ano de 2014, na Alemanha, Espanha e Estados Unidos. Eles foram conferir de perto os casos de sucesso desses países, que servem de inspiração para quem está ingressando na área agora, e puderam perceber que, apesar das grandes distâncias, a essência do cooperativismo não muda nem aqui e nem no outro lado do oceano. Em 2013 e 2014, foram realizadas cinco visitas a quatro diferentes países, com sistemas tradicionais de cooperativismo. O cooperativismo de crédito na Alemanha Presidente da Unicred Centro Brasileira, Clidenor Gomes Filho esteve na Alemanha, onde conheceu o sistema cooperativista de crédito, com destaque para o APO Bank, que reúne médicos e farmacêuticos. Para Clidenor, os aspectos relacionados à governança nas cooperativas de crédito foram os que mais chamaram sua atenção, especialmente a parte de auditoria e controle. Segundo assinala, o sistema adotado no APO Bank possui muitas semelhanças com o nosso, mas há diferenças importantes e que podem acrescentar às práticas daqui. Ele também já esteve na Espanha e no Canadá e planeja conhecer a experiência francesa em breve. “O mundo é plural. Existem muitas diferenças, mas o que nos liga é a experiência do cooperativismo. A essência é a mesma”, frisa. Arnaldo de Sousa Teixeira Júnior, presidente da Unicred Centro Norte Goiano, destaca a presença marcante do cooperativismo de crédito na Alemanha. “Em diversas oportunidades nos foi falado e lembrado que a Alemanha, durante as duas guerras mundiais, foi arrasada e que foi o cooperativismo, especialmente o de crédito, um dos principais responsáveis por dar forças e alavancar diversos segmentos da economia alemã”, diz. Segundo afirma, esta participação é reconhecida pela sociedade alemã, onde o cooperativismo é cultural. “É uma tradição que passa de pais para filhos, o que tornou o cooperativismo forte e sólido, pois fez parte da história de sucesso da Alemanha nesse século e no passado”. Outro ponto de destaque, conforme Arnaldo, é o alto grau organizacional e profissional do cooperativismo de crédito, que administra cerca de um terço dos recursos do mercado financeiro naquele país. “Entendo que o exemplo de profissionalismo é uma meta que temos que perseguir e implantar em nossas cooperativas. A educação cooperativista e o sonho de impregnar a cultura cooperativista em nossa sociedade também servem de exemplo e mostram que um trabalho bem planejado e efetivamente realizado, pode tornar esse sonho em realidade”, finaliza. Planejamento e eficiência alemãs chamaram a atenção da comitiva brasileira | 21 GOIÁS COOPERATIVO A experiência da Espanha Na Espanha, o cooperativismo é cultural e tradição passa de pai para filho 22 | GOIÁS COOPERATIVO Um dos mais fortes e consolidados sistemas cooperativistas está na Espanha. Trata-se do Complexo Mondragon, que engloba 140 cooperativas independentes de trabalho, com 61 mil cooperados. Em 2013, o complexo faturou US$ 8 bilhões, um acréscimo de 14% em relação ao ano anterior, e gerou 8 mil empregos. O sistema se divide em quatro grandes setores: Bancos e Seguros, Distribuição de Gêneros Alimentícios, Conhecimento e Atividade Industrial. O sistema ainda possui efetiva participação na educação e, para isso, mantém o Instituto Otalora, responsável pela disseminação da prática cooperativista. Vice-presidente da OCB e presidente da Sicoob do Vale, Vanderval José Ribeiro participou do grupo de 25 pessoas que visitou, em novembro, a Espanha para conhecer as experiências do cooperativismo daquele país. Ele conheceu o maior modelo de cooperativismo do mundo, o Complexo de Mondragon, no País Basco na região Norte da Espanha. A visita fez parte do projeto de estudos internacionais desenvolvido pela Centroleite e realizado em parceria com Sescoop/GO, que realizou, só para a Espanha, três visitas este ano. Conhecer modelos cooperativistas de outros países tem sido uma opção de Vanderval, que realizou sua terceira viagem de intercâmbio. Ele já visitou Alemanha e Estados Unidos. “Na Espanha, conheci uma prática cooperativista aprimorada, onde se usa muita tecnologia de informação e há investimento em pesquisa. As cooperativas estão mobilizadas e a troca de informações é muito eficaz”, afirma ele. Para Vanderval, os dirigentes devem apostar no intercâmbio para a troca de conhecimentos. “Tanto temos o que aprender como o que contribuir com as nossas experiências no Brasil”. Gerente de Marketing da Unimed Goiânia, Edney Vascurado também esteve na Espanha, no complexo de Mondragon. Em sua primeira incursão internacional com este objetivo, ele voltou com a bagagem cheia de boas experiências. “Foi uma viagem muito positiva e uma oportunidade de conhecer o cooperativismo aplicado fora do Brasil”, assinala. Para Edney, de tudo o que viu, uma das coisas que mais lhe chamou a atenção foi a tradição familiar do cooperativismo, que passa de pai para filho. Além disso, chamou-lhe atenção a força da intercooperação. “Existe uma cooperação muito grande entre as cooperativas, uma união muito forte e o pensamento no coletivo”, destaca. Instituto Otalora: Primeiro empreendimento cooperativista de Mondragon foi fundado na década de 1950 História do fundador do Complexo Mondragon Nascido em 1915, em Marquina – Viscaya, padre José Maria Arizmendiarreita foi o fundador do Complexo Mondragon. Ingressou no seminário aos 12 anos, concluindo sua formação no Seminário Diocesano de Vitória. Durante a guerra civil, apoiou a causa republicana, colaborou com revistas nacionalistas, o que o levou à prisão, onde permaneceu por 45 dias, até ser absolvido das acusações. Em 1941, recém-ordenado sacerdote, foi designado pároco de Mondragon. Tinha início sua história com Mondragon e o cooperativismo. Em 1943, criou a Escola Profissional (Escola Politécnica), que era democraticamente administrada e aberta a todos os jovens da região e que posteriormente se transformou na Universidade de Mondragon. Ela foi fundamental para o desenvolvimento e incremento da experiência cooperativa. Na década de 1950, junto com alunos egressos da escola, fundou o primeiro empreendimento cooperativo na região, que havia sido devastada pela guerra. Falecido em 1976, o legado do padre jesuíta é reconhecido em todo o mundo cooperativista, servindo de inspiração, até hoje, para aqueles que aderem à prática da cooperação. Livro O Sistema OCB/SESCOOP-GO conseguiu a autorização para publicar a versão em Português do livro Pensamentos, do padre José Maria Arizmendiarreita. A obra reúne as ideias de um religioso à frente do seu tempo sobre o homem e a sociedade e sobre o trabalho e a empresa cooperativa. O projeto de tradução e reedição ainda está sendo desenvolvido e a previsão é de que a publicação seja feita em 2015, quando o livro será enviado gratuitamente para todas as cooperativas associadas ao Sistema. Busto do padre José Maria Arizmendiarreita “Praticar a solidariedade é um ato simples de descrição e suficiente para transformar a autêntica força do valor humano” | 23 GOIÁS COOPERATIVO Aprendendo com o modelo do Canadá Dentro do programa de intercâmbio internacional do Sistema OCB/SESCOOP-GO, uma comitiva composta por 32 pessoas, dentre elas o presidente da Central das Cooperativas de Crédito do Brasil Central (Unicred Brasil Central), Dejan Rodrigues Nonato e funcionários, o presidente do Sistema OCB/SESCOOP-GO Haroldo Max de Sousa e a superintendente Valéria Campus da Universidade HEC Montreal Mendes, foi ao Canadá conhecer as cooperativas do Sistema Desjardins em Montreal, Lévis e Quebec. A viagem, que integrou um projeto de estudos internacionais ocorreu em outubro de 2013. Em Montreal eles participaram do curso "Gestão de Cooperativas de Crédito", na Universidade HEC Montreal. Conheceram o sistema de cooperativas de crédito Desjardins presente na província de Quebec, que é a sexta maior instituição financeira do Canadá. Segundo estudo da Ordem dos Economistas do Brasil, no Canadá a penetração das cooperativas na população economicamente ativa (PEA) é de 22%, sendo que a participação no mercado financeiro é de 10,5%. Alphonse Desjardins, foi o precursor do cooperativismo de crédito nas Américas quando fundou em, 6 de dezembro de 1900, em Quebec, no Canadá, a primeira de muitas cooperativas que seguiriam o mesmo modelo. No marco do Movimento Desjardins fazem parte mais de 400 caixas e centros financeiros empresariais, reunindo cerca de 5,6 milhões de associados e clientes, ocupando cerca de 27,9% da fatia do mercado financeiro. Em todo o Canadá, mais de 60% da população é servida por 3.800 cooperativas, com mais de 18 milhões de associados. Cooperativismo de crédido nos EUA Entre os dias 4 e 7 de agosto deste ano, uma comitiva formada por 31 representantes de 26 cooperativas estiveram em Madison, nos Estados Unidos, para conhecer o Sistema Cooperativo de Crédito da América do Norte, um dos mais fortes e consolidados do mundo. A visita, realizada a partir de uma parceria entre o Sescoop/GO e o Sicoob Goiás Central, contou com o apoio do Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito, o WOCCU. Fundado em 1971, o Conselho conta com membros e entidades filiadas em 97 países. Nos Estados Unidos, a regulamentação das cooperativas de crédito é feita pela National Credit Union Administration (NCUA), Sistema de União de Créditos, e não pelo Banco Central Americano (FED). Naquele país, as cooperativas de crédito contam com isenção de impostos. O cooperativismo também é forte no setor agropecuário. A primeira cooperativa norte-americana foi fundada em 1909. Desde então, o sistema cooperativista expandiu e se consolidou, contando, atualmente, com mais de 93 milhões de cooperados. 24 | GOIÁS COOPERATIVO Comitivas participantes ALEMANHA Sistema Cooperativo de Crédito Entidade responsável pelo intercâmbio: ADG - Academia Alemã de Cooperativas CANADÁ Sistema Desjardins Entidade responsável pelo intercâmbio ESPANHA Sistema Cooperativo de Mondragon e Fundação Espriu Entidade responsável pelo intercâmbio: Centro de Formação Otalora, Complexo de Cooperativas de Mondragon e Fundação Espriu ESTADOS UNIDOS / MADISON WI Sistema Cooperativo de Crédito da América do Norte Entidade responsável pelo intercâmbio: WOCCU – Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito | 25 GOIÁS COOPERATIVO QUESTÃO DE JUSTIÇA ||||||||||||||||||||||||||| ||||||| |||||||||||||||||||||||||| Inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor na relação cooperativa x cooperado As sociedades cooperativas são regidas pela Lei nº 5.764/71, que define a Política Nacional do Cooperativismo e institui o regime jurídico das sociedades cooperativas. O artigo 3º da referida Lei preceitua que “celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro”. Ao conceituar a sociedade cooperativa, o artigo 4º do mencionado diploma legal dispõe que “As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas a falência, constituídas para prestar serviços aos associados, distinguindo-se das demais sociedades pelas seguintes características”. Da leitura dos artigos citados, é possível inferir que as sociedades cooperativas são constituídas com o objetivo de atender, por meio da mutualidade, os interesses comuns dos seus sócios, chamados de cooperados. Do regime jurídico das sociedades cooperativas, é possível inferir que os sócios de cooperativas ostentam dupla condição em relação a ela: são ao mesmo tempo os seus donos e, também, os beneficiários/usuários dos serviços por elas prestados, princípio este conhecido como “dupla qualidade do cooperado”. Dessa estrutura societária própria das cooperativas ressaltam várias características e, como situação peculiar e essencial à sua tipicidade, encontra-se, portanto, na cooperativa, o duplo papel dos seus cooperados: de uma parte, são os membros e proprietários da sociedade, de outra, são os destinatários dos seus serviços, dando origem à relação sócios e clientes. Dessa particularidade das sociedades cooperativas, estabelece-se a dupla qualidade, na qual o membro de cooperativa é, ao mesmo tempo, seu sócio e cliente, ou seja, o cooperado possui uma dupla qualidade ao integrar a cooperativa como sócio - o que lhe confere o direito de participar internamente das deliberações, eleger representantes, fiscalizar a atuação da cooperativa etc. - e, juntamente, ao utilizar sua estrutura, como usuário dos bens e serviços prestados pela cooperativa. Na verdade, a cooperativa existe, tão-somente, para a prestação direta de serviços aos cooperados, verificando-se a existência de relações jurídicas diferenciadas entre os cooperados e entre eles e a sociedade. Nesse sentido, fica claro que não está presente a figura do destinatário final, exigida pelo Código de Defesa do Consumidor (art. 2º), para a configuração de uma relação de consumo. Por outro lado, ao realizar o ato cooperativo, a Cooperativa atua como longa manus dos cooperados, ou seja, utiliza os recursos por eles investidos na sociedade para atender as necessidades que o levaram a ingressar no quadro social. O 26 | GOIÁS COOPERATIVO eventual excedente não é apropriado pela sociedade cooperativa, mas devolvido aos seus associados, ao final de cada exercício, na forma de sobras, conforme deixa claro o artigo 4º, inciso VII, da Lei nº 5.764/71 e, no caso específico das sociedades cooperativas de crédito, o artigo 8º da Lei Complementar n.º 130/2009. Em função disso, a sociedade cooperativa não aufere lucro. Somente se utiliza dos recursos alocados pelos seus associados para atender as necessidades destes últimos, devolvendo o eventual excedente a eles na mesma proporção dos serviços por eles usufruídos. Logo, é possível concluir que, em última análise, os serviços prestados pelas sociedades cooperativas não são remunerados. Destarte, a rigor, não sendo os serviços remunerados, mais uma vez verifica-se a ausência de mais um requisito para a configuração de uma relação protegida pelo Código de Defesa do Consumidor. É que Código Consumerista exige que o serviço seja prestado mediante remuneração para merecer a proteção por ele conferida, conforme disposto em seu artigo 3º. Destaque-se, ainda, que o ato cooperativo, isto é, o negócio jurídico realizado entre a cooperativa e o seu associado não é considerado como operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria, conforme deixa claro o artigo 79 da Lei nº 5.764/71. Além de todos os aspectos supramencionados, também é importante registrar que, ao contrário das sociedades empresárias, o cooperado, em razão da sua dupla condição dono/usuário, tem o poder de influir na definição das diretrizes e políticas adotadas pela sociedade cooperativa, por meio da participação na chamada assembleia geral, que constitui o órgão de cúpula desse tipo societário, conforme deixa claro o caput do artigo 38 da Lei nº 5.764/71. Em razão das especificidades acima delineadas, fica claro que a relação travada entre a cooperativa e os seus respectivos cooperados não pode ser sujeita a disciplina do Código de Defesa do Consumidor. Inclusive, os tribunais pátrios vêm reconhecendo essa assertiva. Assim, está demonstrada a inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor às relações entre a sociedade cooperativa e seus cooperados, à luz da Lei nº 5.764/71 e da jurisprudência. A propósito, está em trâmite na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei n.º 302/2007, que trata sobre o assunto do presente artigo, de interesse especial para as sociedades cooperativas e o qual recomendamos a leitura. Leia versão ampliada, com todos os artigos citados, no site http://www.calameo.com/books/001316162fd6471735fbf COOPERATIVA EM FOCO |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| ||||||||| ||||||||||||||| Coopertag qualidade no atendimento aos passageiros do aeroporto Veículos credenciados atendem a critérios estabelecidos pela Infraero, responsável pela administração do terminal de Goiânia Fundada há 8 anos, a Cooperativa de Táxi do Aeroporto de Goiânia (Coopertag) reúne 194 condutores, entre cooperados e motoristas auxiliares, responsáveis por atender todo o fluxo de passageiros que desembarca no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, e que busca o meio como transporte até o seu destino final. Os 80 veículos que atendem os passageiros do aeroporto possuem convênio com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), responsável pela administração do terminal de Goiânia. No entanto, a seleção das permissões que terão como ponto fixo o aeroporto é feita por processo encaminhado pela Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMT) de Goiânia. Presidente da Coopertag, Oacil Silva Clemente explica que a prestação de serviços se dá a partir de convênio específico, para atuação no ponto, que é privativo do convênio. Segundo explica, apesar de ter apenas 8 anos de fundação, o convênio com a Infraero existe há mais de 30 anos. “O meu táxi era do meu pai. Estamos aqui há 41 anos”, lembra. O contrato com a Infraero, diz, estabelece critérios e exigências para atuação no local. Os veículos não podem ter mais de 4 anos de uso, é necessário ter mais de 100 cavalos de potência, ar condicionado e quatro portas. “É uma frota especial, nova, par atender o público do local”, assinala. Como a tarifa praticada em Goiânia, estabelecida pela Prefeitura Municipal, é única, não há impedimento de aceitarem passageiros fora do terminal. O número de veículos que atendem o aeroporto, no entanto, é considerado pequeno e uma nova licitação, entre as permissões já existentes na cidade, está em curso, para destinar mais 20 veículos para o aeroporto. De acordo com o presidente da Coopertag, os novos veículos devem começar a operar no primeiro semestre de 2015. Oacil Silva Clemente: o convênio com a Infraero existe há mais de 30 anos NÚMEROS 80 veículos 1.040 corridas por dia 194 motoristas, cooperados e auxiliares | 27 GOIÁS COOPERATIVO QUESTÃO CONTÁBIL ||||||||||||||||||||||||||| ||||||| |||||||||||||||||||||||||| Hora de fechar as contas Balanço patrimonial e prestação de contas requer atenção e precisão por parte de quem os elabora O final de ano vai além das festas de confraternização e do pagamento do 13º. É um bom momento para organizar o balanço patrimonial e a prestação de contas das cooperativas. Trabalho minucioso que exige a precisão e a dedicação dos contadores responsáveis. O balanço patrimonial é constituído pelo ativo, pelo passivo e pelo patrimônio líquido. Cada cooperativa deve fazer um documento que evidencia os componentes patrimoniais, de modo a possibilitar aos seus usuários a adequada interpretação das suas posições patrimonial e financeira. Os dados são organizados para que seja possível uma comparação com a gestão anterior. O ativo compreende as aplicações de recursos representadas por bens e direitos. O passivo compreende as origens de recursos representadas por obrigações. Já o patrimônio líquido compreende os recursos próprios da entidade, ou 28 | GOIÁS COOPERATIVO seja, a diferença a maior do ativo sobre o passivo. Já as sobras do exercício, após as destinações legais e estatutárias, devem ser dispostas em assembleia para deliberação. Em caso de sobras líquidas, as mesmas devem ser distribuídas aos seus associados de acordo com a produção de bens ou serviços. A prestação de contas anual, que deve ser submetida aos órgãos competentes, pode seguir modelo já disponibilizado pela Organização das Cooperativas do Brasil. E, além de atender questões legais, é uma oportunidade para que os cooperados acompanhem ações, investimentos e evoluções do setor. Em assembleia, a cooperativa deve fazer um balanço transparente das contas realizadas no exercício de um ano. O relatório deve conter dados e informações sobre as atividades e as necessidades de cada cooperativa, sendo que as áreas diferentes exigem adaptações na hora de fazer o documento. CURSOS E EVENTOS |||||||||||||||||||||||| ||| |||||||||||||||||||||||||||||| TREINAMENTO GDH - Analistas de Desenvolvimento Humano de várias cooperativas goianas participaram, no final do mês de novembro, de treinamento sobre o novo sistema GDH. O curso, que teve duração de dois dias, visou a qualificação dos participantes para operação do sistema. CURSO ENCERRAMENTO DE BALANÇO -1 Com instrução do professor Gilmar Wisnievki, foi realizado, no dia 22 de outubro, o curso Encerramento de Balanço e Apresentação de Contas de Cooperativas, na sede da OCB. Os participantes foram capacitados para elaborar peças obrigatórias da contabilidade das cooperativas. CURSO ENCERRAMENTO DE BALANÇO - 2 Uma nova turma do curso Encerramento de Balanço foi capacitada no dia 11 de novembro, também na sede do Sistema OCB, com orientação de Dorly Dickel. Os participantes foram parabenizados pelo interesse e disposição para o crescimento profissional. 5º FÓRUM GOIANO DE PRESIDENTE E DIRIGENTES COOPERATIVISTA reuniu líderes do setor em Caldas Novas, nos dias 22 e 23 de outubro. Foram realizadas palestras sobre liderança cooperativista. Saiba mais sobre este evento nas páginas 10 e 11. | 29 GOIÁS COOPERATIVO RECEITAS DE DELíCIAS ||||||||||||||||||||||||||| ||||||| ||||||||||||||||||||||||||| Panetone caseiro A tradicional receita não pode faltar na ceia de Natal. IngredIentes 1 kg de farinha de trigo peneirada 3 ovos (grandes) 1 copo americano de açúcar 1 pitada de sal (se a margarina for sem sal) 2 colheres de sopa de manteiga (ou margarina) 250 ml de leite morno 50 g de fermento biológico (padaria) 300 g de frutas cristalizadas (ou cubos de chocolate) 250 g de uvas passas (de preferencia sem sementes) 20 ml de essência de panetone (opcional) Raspas de 1 limão Tempo de preparo: 1h30 Rendimento: 3 porções MOdO de PrePArO Coloque no liquidificador os ovos, o açúcar, a manteiga (margarina), o leite e o fermento, a essência e bata por 30 segundos. Em um recipiente grande, coloque a farinha peneirada, abra um furo no centro da mesma, acrescente os ingredientes já batidos. Misture e amasse até soltar das mãos. Depois, coloque os demais ingredientes (frutas, uvas passas e raspas do limão). Distribua em formas tipo pudim com furo no centro, untadas com margarina, até a metade da assadeira. A massa deve dobrar o volume. Faça um corte em x em cima da massa, pincele as gemas batidas e asse até dourar. (Fonte: Tudo Gostoso) COOPERATIVAS ANIVERSARIANTES } } Parabéns às cooperativas goianas que celebram, nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, seu aniversário de fundação! deZeMBrO 01/12/1988 Coopecigo 01/12/2008 Copaccardio-GO 04/12/1990 Coenja 06/12/1964 Coacal 07/12/2010 Coapri 13/12/2001 Sicoob Cerrado 14/12/2000 Coodetec 14/12/2012 CTC 16/12/2003 Cootralar 17/12/1983 Sicoob Coopercred 19/12/1989 Sicoob Credicapa 19/12/1996 Federalcred-Goiás 19/12/2011 Multicoop 19/12/2003 Coopestur 20/12/1985 Sicredi Vale GO 20/12/2011 Coopeatra 30 | GOIÁS COOPERATIVO 20/12/2005 21/12/2012 21/12/2009 21/12/2012 22/12/2001 29/12/2000 Coopertaxi Coovetec Coopertrans Ctniquel Cohacasb-GO Coopervel JAneIrO 01/01/2009 10/01/2001 10/01/2007 12/01/2012 15/01/2013 16/01/2013 24/01/2009 25/01/2009 30/01/1995 Cooperloc Federação das Uniodontos Coopertag Combrasil Coopertranse Cotrapal Coopertramsad Coopertralto Coopec FeVereIrO 01/02/1989 Sicoob Agrorural 02/02/1993 Sicoob Palmeiras 04/02/2010 Coopercap 08/02/2011 Proleite 09/02/2002 Classe A 10/02/1987 Cooper-Rubi 11/02/2012 Transcope 11/02/2001 Coopac 12/02/1998 Coostec 12/02/2011 Coopergo 13/02/2008 Sicoob Cooprem 14/02/2009 Cootej 14/02/1992 Copacen 17/02/2006 Cooperalto 19/02/2011 Coopvitoria 21/02/1978 Unimed Goiânia 22/02/2010 CTA 27/02/1972 Comiv LEITURA COOPERATIVISTA |||||||||||||||||||||||| ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| ‘‘ A cooperativa sem o ideal seria tão somente ‘mais outro negócio’, não tendo motivo especial par existir. É o idealismo que a torna estimulante para os membros.” José Odelso Schneider (Coordenador.). Educação e capacitação cooperativa: os desafios no seu desempenho. São Leopoldo: UNISINOS, 2010. FIDELIDADE COOPERATIVA: UMA ABORDAGEM PRÁTICA. Autor: Leonardo Boesche Curitiba: OCEPAR/SESCOOP-PR, 2005. 96 p. MANUAL DE CONTABILIDADE PARA AS COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS Autor: Dorly Dickel Porto Alegre: SESCOOP/RS, 2014. 317 p. DIREITO TRIBUTÁRIO COOPERATIVO Autores: Brasil P. P. Salomão; Marcelo Viana Salomão; Rodrigo Forcenette, (Coordenadores) São Paulo: MP, 2007. 405 p. COOPERATIVISMO AO ALCANCE DE TODOS. Autor: Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado do Tocantins. 2. ed. Palmas: SESCOOP/TO, [2005]. De leitura fácil, o livro aborda os aspectos doutrinários, princípios do cooperativismo, organização do quadro social e organização da produção. Também apresenta alternativas que podem melhorar a comunicação e a participação dos associados junto à cooperativa, é indicado à todas as pessoas interessadas em conhecer um pouco mais sobre cooperativismo pelo seu lado prático. Com o propósito de fortalecer o sistema cooperativo através do uso da contabilidade como uma ferramenta de gestão, o “Manual de Contabilidade para as Cooperativas Agropecuárias”, em sua segunda edição, torna-se referência para as cooperativas na interpretação, elaboração e apresentação efetiva do seu resultado econômico e financeiro. O livro traz pensamentos e reflexões de estudiosos do Direito Tributário e do cooperativismo e busca estabelecer caminhos seguros a serem percorridos pelos profissionais, bem como propostas de mudanças e alternativas para sua evolução. A cartilha tem como enforque a “educação, a formação e a informação”, um dos sete princípios orientadores do cooperativismo. Busca contribuir, com o leitor, apresentando informações que leve a um melhor conhecimento do cooperativismo. Saiba mais sobre a biblioteca do Cooperativismo (catálogo on-line) acessando www.ocbgo.org.br/servicos/biblioteca/ | 31 GOIÁS COOPERATIVO Mascarado: Artesanato com temática regional Pirenópolis Patrimônio do Brasil Cachoeiras, arquitetura e construções históricas atraem turistas de várias partes do país } Cavaleiro mascarado é atração das Cavalhadas, festa mais importante da cidade 32 | GOIÁS COOPERATIVO Igreja Nossa Senhora do Rosário. Construção histórica no centro da cidade Aos pés da Serra dos Pireneus, Pirenópolis é uma das mais antigas cidades de Goiás e recebe turistas de todo o Brasil em busca da paz das suas cachoeiras e da riqueza de suas expressões culturais. Tombada como patrimônio histórico pelo conjunto arquitetônico, urbanístico, paisagístico e histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1989, a cidade possui um centro histórico com casarões e igrejas do século 18, como a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário (1728-1732), a Igreja de Nossa Senhora do Carmo (1750-1754) e a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim (1750-1754). A cidade foi fundada como um pequeno arraial em 1727. A primeira rua da cidade era uma ligação entre uma pousada e o garimpo de ouro, transportado pela Estrada do Norte, que passava por dentro da Fazenda Bonsucesso. O centro urbano desenvolveu-se em torno da Igreja Matriz até a construção das igrejas do Bonfim e do Carmo, que atraíram casas para seus arredores. Até hoje as ruas são preenchidas por casarões, prédios e igrejas em estilo barroco. Uma das atrações é o artesanato local, onde se destacam a produção de jóias de prata e de móveis de madeira. A fiação de colchas e cortinas e a criação de objetos em barro e pedra também ainda são hábitos mantidos pelo povo pirenopolino, assim como a fabricação de doces de frutas e de licores. De arquitetura colonial, a Igreja Nossa Senhora do Bonfim foi construída no período de 1750 a 1754 A cachoeira do Abade é um dos principais destinos dos turistas Batismo Cidade de pedra O nome Pirenópolis foi dado em 1890 e é uma homenagem à serra que circunda todo seu perímetro. A Serra dos Pireneus é responsável por muitas das atrações do local, como a vegetação rica, cachoeiras e rios. O ecoturismo atrai turistas de Goiânia e Brasília, que buscam aventuras como montanhismo, rapel, canoagem e outros. A cidade de Pedra, em Pirenópolis, possui diversas formações rochosas em quartzito que formam cânions, labirintos e formações ruiniformes com rochas cujos formatos lembram rostos e animais. Localizada na Serra de São Gonçalo, foi decretada Monumento Natural Municipal em 4 de outubro de 2005, pelo alto grau de relevância de suas formações. | 33 GOIÁS COOPERATIVO PENSAR & COOPERAR ||||||||||||||||||||||||| |||| |||||||||||||||||||||||||||||||| As propostas de reforma agrária não resolvem mais as necessidades de inclusão socioeconômicas, se não estiverem sob o comando e a coordenação de exemplos cooperativistas bem liderados. JOSÉ LUIZ TEJON MEGIDO Boa intenção sem cooperativismo não passa nem da porteira Nos planos dos presidenciáveis existiam ótimas intenções. Aliás, independente das linhas religiosas, estariam todos “abençoados”, se boa intenção valesse moeda real na pós-eleição. Mas falta em todos uma voz muito mais forte a respeito da solução cooperativista. As realidades, quando queremos prestar atenção nelas, têm o hábito perseverante de revelar, desvendar e ensinar para qualquer plano inteligente de agronegócio, independentemente de tamanho de área, cultura ou região, o valor diferencial das cooperativas. Está provado que onde as cooperativas se desenvolveram, criamos uma legítima e virtuosa agrossociedade. Isso quer dizer, além do crescimento econômico e financeiro, vimos distribuição de renda saudável, educação, estruturas urbanas melhoradas, e um contexto de filosofia e ética. As suas cidades demonstram isso, notório observar Campo Mourão no Paraná, Chapecó em Santa Catarina, Entre Rios no Paraná, Patos de Minas, Navirai no Mato Grosso do Sul, Lucas do Rio Verde no Mato Grosso, Rio Verde em Goiás, Maringá no Paraná, Não me Toque e Carlos Barbosa no Rio Grande do Sul, Guaxupé em São Paulo e iria por aí, uma bela lista de reais agrossociedades, integrando o campo com a cidade. As propostas de reforma agrária não resolvem mais as necessidades de inclusão sócio-econômicas, se não estiverem sob o comando e a coordenação de exemplos cooperativistas bem liderados. Claro que existem, também, casos de insucessos nos movimentos cooperativistas, porém, eles se explicam em si mesmos; isso ocorreu onde a liderança não compreendeu e não atuou dentro de seus legítimos valores. Mas, ao olharmos onde deu certo, vamos ver, de verdade, tudo aquilo que é sonhado por idealistas bem intencionados. Só que dando certo, ampliando as possibilidades bem além das porteiras das fazendas. José Luiz Tejon Megido, diretor vice-presidente de Comunicação do Conselho Cientifico para a Agricultura Sustentável (CCAS). Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM, é comentarista da rádio Estadão. 34 | GOIÁS COOPERATIVO
Documentos relacionados
jornal edson.pmd - ocb-go
O presidente da OCB-GO Antonio Chavaglia foi um dos palestrantes do I Seminário de Segurança Pública Rural de Goiás e defendeu a necessidade de integrar informações e buscar eficiência nas parceria...
Leia maisEdição 02 de 2012
“No Ano Internacional das Cooperativas, nossa meta é conquistar novos marcos regulatórios que serão determinantes para o desenvolvimento sustentável do setor. Para isso, contamos, mais uma vez, com...
Leia mais5ª edição - dfcooperativo.coop.br
participação e a importância do cooperativismo nesse processo? Renato Simplício – Cooperativismo é a maneira ideal para o processo produtivo, especialmente o rural. O produtor precisa de terra, tec...
Leia mais