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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SÃO PAULO
INSTITUTO DE ARTES
Relatório Final/Pós-Doutorado
Projeto:
O Trânsito entre o Circo e o Teatro: a construção da dramaturgia do circo-teatro
brasileiro – uma análise dos autores, obras e gêneros dramáticos das peças
encenadas em São Paulo, entre 1927 e 1967, presentes no Arquivo Miroel Silveira
Profa. Dra. Eliene Benicio Amâncio Costa
Pós-Doutoranda
Prof. Dr. Mário Bolognesi
Supervisor
São Paulo
Agosto de 2010
2
SUMÁRIO
1. Apresentação............................................................................................................ 4
2. Introdução..................................................................................................................6
3. Atividades Gerais.......................................................................................................9
3.1 Primeiro Semestre de 2009....................................................................................10
3.1.1 Participação em Bancas Examinadoras............................................................10
3.1.2 Participação em Eventos.....................................................................................10
3.1.3 Orientações em Andamento................................................................................10
3.2 Segundo Semestre de 2009.....................................................................................10
3.2.1 Participação em Eventos.....................................................................................10
3.2.2 Participação em Bancas Examinadoras...........................................................11
3.2.3 Participação em Atividades de Ensino............................................................. 11
4. Atividades Específicas...............................................................................................12
4.1 Reuniões com o Supervisor da Pesquisa................................................................12
4.2 Pesquisa e Revisão Bibliográfica............................................................................13
4.3 Pesquisa Empírica...................................................................................................18
4.3.1 Levantamento na Base de Dados do Arquivo Miroel Silveira das Peças para
Circo-Teatro...................................................................................................................18
4.3.2 Levantamento Biográfico dos Autores, Tradutores e Adaptadores................21
4.3.3 Levantamento das Peças por Gênero e Sub-Gêneros.......................................29
5. Resultados Encontrados............................................................................................32
5.1 Biografias..................................................................................................................32
5.2 Autores e Peças......................................................................................................148
5.2.1Autores com Produção do Maior Número de Peças.........................................148
5.2.2 Peças com o Maior Número de Produções.......................................................160
5.2.3 Autores com Maior Número de Peças que obtiveram o Maior Número de
Produções.....................................................................................................................171
5.2.4 Autores com Maior Número de Produções em uma Só Peça.........................182
5.2.5 Palhaços Brasileiros com Produção de Peças..................................................183
5.3 A Dramaturgia do Circo – Teatro: Gêneros e Sub-Gêneros.............................185
5.4 Análise das peças..................................................................................................187
3
5.4.1 Análise comparativa de 2 (duas) peças iguais com títulos diferentes............187
5.4.1.1 Peça 01: As Duas Angélicas/ Abelardo Pinto (Ficha Técnica e Sinopse)...188
5.4.1.2 Peça 02: O Recruta Zero/ Anônimo (Ficha Técnica e Sinopse)..................189
5.4.1.3 Análise das duas obras: As Duas Angelicas/ O Recruta Zero.....................189
5.4.2 Análise comparativa de 2 (duas) peças estudadas por gênero .......................194
5.4.2.1 Peça 01: “O Chico e o Diabo”/Benjamim de Oliveira (FichaTécnica e
Sinopse).........................................................................................................................194
5.4.2.2 Peça 02: “Os Irmaos Jogadores”/Benjamim de Oliveira (Ficha
Técnica e Sinopse)........................................................................................................195
5.4.2.3 Análise das duas obras: “O Chico e o Diabo”/ “Os Irmaos Jogadores de
Benjamim de Oliveira.................................................................................................197
5.4.3 Análise comparativa de 2 (duas) peças iguais : 1 (uma) peça original e (uma)
com adaptação/arranjo...............................................................................................210
5.4.3.1 Peça 01: “O Ministro Do Supremo”/Armando Gonzaga (Ficha Técnica e
Sinopse).........................................................................................................................211
5.4.3.2 Peça 02: “O Ministro Do Supremo Ou Alcibíades, O Ás Do Futebol”/
Armando Gonzaga, adaptação e arranjo de Julio Ozon (Ficha Técnica e
Sinopse).........................................................................................................................212
5.4.3.3 Análise das duas obras: “O Ministro Do Supremo”/“O Ministro Do
Supremo Ou Alcibíades, O Ás Do Futebol”..............................................................214
6. Dificuldades Encontradas.......................................................................................224
7. Desdobramentos Futuros da Pesquisa...................................................................225
8. Referências Bibliográficas......................................................................................226
9. Apêndices.................................................................................................................245
9.1 Cópias peças analisadas: As Duas Angélicas, O Recruta Zero e O Ministro do
Supremo, Os Irmãos Jogadores e O Chico e O Diabo (Xerox)
10. Anexos: (em CD-Rom)
Anexo I – Lista de Peças por Ordem de DDP
Anexo II - Lista de Peças por Ordem Alfabética dos Nomes dos Autores
Anexo III - Lista de Peças Organizadas por Gêneros e Sub-Gêneros
4
1. Apresentação
O presente relatório descreve as atividades em estágio pós-doutoral da Profa. Dra.
Eliene Benício Amâncio Costa, no Instituto de Artes da Universidade Estadual de São
Paulo (UNESP), sob a supervisão do Prof. Dr. Mario Bolognesi, durante o período de
fevereiro de 2009 a fevereiro de 2010. Durante este período desenvolveu atividades
acadêmicas e o projeto de pesquisa O Trânsito entre o Circo e o Teatro: a construção
da dramaturgia do circo-teatro brasileiro – uma análise dos autores, obras e gêneros
dramáticos das peças encenadas em São Paulo, entre 1927 e 1967, presentes no
Arquivo Miroel Silveira, sob a supervisão do Prof. Dr. Mario Bolgnesi.
O Arquivo Miroel Silveira da Biblioteca da ECA/USP1 é composto por 6.137
processos que pertenciam ao Departamento de Diversões Públicas do Estado de São
Paulo (DDP-SP) que, após a decretação da constituição de 1988, extinguindo a censura
e garantindo a liberdade de expressão, foram resgatados por Miroel Silveira, que na
época ensinava no Departamento de Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes
da USP (CAC/ECA/USP), e levados para a USP. Esses processos compreendem um
período que se estende da década de 1927 à década de 1967. Dentre esses processos,
1.088 peças foram requisitadas liberação à censura pelos circos-teatros, para serem
apresentadas nos referidos circos.
Esta pesquisa inicialmente seria desenvolvida nos arquivos existentes em São
Paulo e no Rio de Janeiro, como o Arquivo Multimeios/SP e FUNARTE/RJ; e
bibliotecas especializadas em arte e cultura, como a do Museu Lasar Segall, assim como
das bibliotecas das universidades, a exemplo da ECA/USP e da UNICAMP. Ao tomar
conhecimento do Arquivo Miroel Silveira, através do professor supervisor Mario
Bolognesi, a pesquisadora deste projeto, resolveu delimitar a sua pesquisa a este
arquivo. A pesquisadora só iniciou a pesquisa neste arquivo, após consulta ao referido
professor supervisor, e à coordenadora dos projetos de pesquisa do Arquivo Miroel
Silveira, Profa. Dra. Maria Cristina Castilho Costa, que permitiu seu acesso ao Arquivo,
juntamente com a diretora da biblioteca da ECA/USP, Sra. Olga Maurício Mendonça. O
motivo desta mudança está no expressivo número de peças, 1.088 (um mil e oitenta e
oito), reunidas em um só local, as quais cobrem quarenta anos do circo-teatro paulista, e
conseqüentemente, do Brasil, devido ao seu nomadismo e características. Ao conhecer o
1
Dados extraídos do livro Comunicação e Censura: o circo-teatro na produção cultural paulista de 1930
a 1970/organização de Cristina Costa. São Paulo: Terceira Margem, 2006. p.7.
5
Arquivo Miroel Silveira, a pesquisadora achou necessário aprofundar-se neste
abundante material para a análise dramatúrgica pretendida.
Este relatório está dividido em duas partes. A primeira refere-se às atividades
realizadas pela pesquisadora junto à UNESP e outras atividades acadêmicas; e a
segunda, refere-se aos resultados da pesquisa desenvolvida pela pós-doutoranda entre
fevereiro de 2009 e fevereiro de 2010.
6
2. Introdução
O interesse deste estágio pós-doutoral residiu na investigação da dramaturgia
construída para o circo-teatro que surgiu na primeira metade do século XX.
O circo-teatro é uma modalidade de circo, cuja autoria é dada ao palhaço
Benjamim de Oliveira, que na primeira década de 1900 apresentou no circo Spinelli,
Rio de Janeiro, dramas românticos e melodramas, em um palco, além do espaço do
picadeiro.
Nesta modalidade de circo, o espetáculo circense é estruturado em duas partes. Na
primeira são apresentados os números de variedades, como acrobacia, trapézio, corda
etc. Na segunda parte são realizadas apresentações teatrais, destacando-se as
pantomimas, farsas, comédias e dramas.
Durante a realização de sua tese de doutorado “Saltimbancos Urbanos: a
influência do circo na renovação do teatro brasileiro nas décadas de 80 e 90”, a
pesquisadora pode constatar o quanto o circo-teatro influenciou os encenadores e atores
na construção de uma nova poética teatral nos espetáculos e na interpretação de atores.
Documentos levantados no Arquivo Multimeios do Centro Cultural São Paulo
apontavam para uma dramaturgia com características próprias, produzida a partir de
obras melodramáticas, dramas românticos, peças históricas, operetas e até tragédias para
o que é conhecido como o drama circense; nas comédias circenses as referências
apontavam para as farsas, a commedia dell’arte, as chanchadas e pantomimas.
Na bibliografia levantada, Vicente de Paula Araújo2 citava pantomimas que
haviam sido apresentadas dentro dos circos: Em 23 de outubro de 1902, o jornal
Comércio de São Paulo anunciava a apresentação da pantomima “D.Antônio e os
Guaranis”, inspirada no livro O Guarani de José de Alencar, escrita por Manoel Braga,
especialmente para a companhia do Circo Spinelli. A pantomima possuía 22 quadros,
70 pessoas em cena e 22 números de música, sendo a mise-en-scene de Benjamim
Oliveira e Cruzet.3 Em 14 de janeiro de 1905 já aparecia um cartaz do Circo François,
como Circo-Teatro François, anunciando a presença de Eduardo das Neves, cantando
suas modinhas no violão, assim como figurando nas pantomimas, entre as quais o drama
“Os Bandidos da Serra Morena”. Outro cartaz de 22 de março de 1905, anunciava a
peça “O Olho do Diabo” ou “A Fada e o Satanaz”, escrita especialmente para essa
2
3
ARAÚJO,Vicente de Paula, Salões, circos e cinemas de São Paulo. São Paulo: Perspectiva, 1981.
ARAÚJO, Vicente de Paula. Op.cit. p.88.
7
companhia. O Circo François apresentou outras pantomimas em São Paulo: “Janjão, o
Pasteleiro”, de Eduardo das Neves, “Nhô Bobó”, “Os Guaranis”, “Um Bicheiro em
Apuros” e “Os Milagres de Santo Antônio”.4
Em outubro de 1910, um anúncio publicado em A Careta anunciava a peça “O
Diabo e o Chico” junto a outras farsas encenadas pela Companhia Spinelli: “Filho
Assassino”, “Irmãos Jogadores”, “Negro do Frade”, “Matutos na Cidade”, “Collar
Perdido”, “Punhal de Ouro”, “Filha do Campo”, “Princesa Crystal” e o drama “A Noiva
do Sargento”, além de uma revista sobre a vida artística de acrobatas e ginásticos,
intitulada “Scenas da Vida Artística ou Emprezarios Aventureiros”, ambas de autoria de
Francisco Guimarães.5
Os anúncios citados anteriormente mostram apresentações de dramas e farsas no
circo, apontando a existência de espetáculos desde 1902, assim como o anúncio de um
circo-pavilhão em São Paulo, em 1905. Sem dúvida foi a dupla Spinelli-Benjamim que
consolidou o circo-teatro no Brasil. Levou para o circo os dramas, assim como as
comédias ligeiras, as farsas e as chanchadas. Durante 30 anos o Circo - Pavilhão de
Spinelli ficou armado na Praça da Bandeira, no Rio de Janeiro. Benjamim de Oliveira,
além de palhaço era também o “ensaiador” ou diretor de cena. Spinelli era um grande
empresário e sabia divulgar seus espetáculos. Entre várias montagens destacavam-se as
duas maiores atrações de todos os tempos: “A Vida de Cristo”, célebre drama em versos
de Eduardo Garrido, apresentado nas quintas e sextas-feiras santas, e “A Viúva
Alegre”.6
Diante das pesquisas realizadas sobre o Palhaço Brasileiro e sobre o Circo no
Brasil, desenvolvidas pelo Prof. Dr. Mario Bolognesi, no Instituo de Artes da
Universidade Estadual de São Paulo (UNESP), e vislumbrando possíveis intercâmbios
entre a Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, através de seu Programa de
Pós-Graduação em Artes Cênicas e o Instituto de Artes da UNESP, é que, a
pesquisadora, considerou fundamental este pós-doutoramento junto ao referido
professor, especialista em circo brasileiro, cujo conhecimento teórico-prático foi
fundamental para conduzi-la na busca de elementos constituintes dessa dramaturgia
particular que é a do circo-teatro.
4
5
ARAÚJO, Vicente de Paula. Op.Cit. p.116
RUIZ, Roberto. Hoje tem espetáculo? As origens do circo no Brasil. Rio de Janeiro: INACEN, 1987. p.
37.
6
RUIZ, Roberto. Op. Cit. p.37.
8
Essa pesquisa situou-se no campo em que a dramaturgia do circo-teatro é fruto das
estéticas e poéticas produzidas ao longo da história do teatro e técnicas desenvolvidas
no percurso da história do circo. A investigação acerca do circo-teatro teve como fonte e
revisão bibliográfica, autores como José Ramos Tinhorão (2001), Ermínia Silva (2003),
Mario Bolognesi (2003), José C. Magnani (2004), Cristina Castilho Costa (2006 e
2008), Roseli Fígaro (2008), Walter Sousa (2009); em relação ao teatro brasileiro
autores como, Neide Veneziano (1991, 1996 e 2005), Cláudia Braga (2003), Nelson de
Araújo (1991), Edwaldo Cafezeiro (1996), Mario Cacciaglia (1980). A investigação
acerca da dramaturgia produzida pelo circo-teatro no Brasil, inicialmente ocorreu no
levantamento desses textos produzidos no arquivo acima mencionado, para posterior
análise dramatúrgica de suas características. Autores como Martin Esslin (1978), Anne
Ubersfeld (2005), Renata Pallottini (1989), Ivete Huppes (1998), Silvia Oroz (1999)
7
foram fundamentais para o estudo e análise dramatúrgica dessas obras teatrais.
A pesquisa teve como OBJETIVO GERAL:
Investigar as características da dramaturgia produzida para o circo-teatro, no início do
século XX. Após levantamento das peças teatrais do Arquivo Miroel Silveira a pesquisa
enfocou o período entre 1927 e 1967.
Quanto aos OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
1. Levantar as obras de circo-teatro do início do século XX, em arquivos existentes
em São Paulo (Arquivo Multimeios, Bibliotecas da USP e UNICAMP) e Rio de
Janeiro (FUNARTE e Biblioteca Nacional); A pesquisa realizada concentrou-se
no vasto material do Arquivo Miroel Silveira da Biblioteca da ECA/USP, que
possui 1.088 peças.
2. Realizar o estudo dos autores das referidas obras de circo-teatro, caracterizandoos quanto ao contexto histórico e nacionalidade; quanto ao estilo (drama,
melodrama, farsa, pantomima etc.) produzido; e quanto à autoria, tradução, ou
adaptação da obra realizada.
3. Realizar análise das referidas obras de circo-teatro, caracterizando-as quanto ao
estilo (drama, melodrama, farsa, pantomima etc.). Esta análise foi feita a partir
dos gêneros e sub-gêneros teatrais, com amostragem devido ao vasto material.
7
Vide referências bibliográficas.
9
4. Criação de ensaios a partir das análises realizadas, em busca de uma construção
possível de uma “dramaturgia do circo-teatro”. Artigos foram criados para
apresentações em Congressos.
Quanto à METODOLOGIA:
A metodologia utilizada para dar conta desse objeto teve como base a pesquisa
documental no Arquivo Miroel Silveira, onde estão guardados 1.088 (um mil e oitenta e
oito) textos dramatúrgicos do circo-teatro, que compreende o período de 1927 e 1967.
Só a partir desse levantamento é que foi possível o desdobramento na tentativa de
organizar essa produção, classificando-a quanto ao gênero e sub-gêneros, em comédias,
tragicomédias,
melodramas,
dramas
românticos,
farsas,
pantomimas
etc.
Utilizando o método da dedução, a pesquisadora tentou demonstrar que apesar das
diversas contribuições dos vários estilos dramatúrgicos, o circo-teatro tem uma
característica específica, singular, que o define quanto à sua construção dramatúrgica e
quanto à sua representação. No que concerne à representação, apesar da dificuldade em
separar este fenômeno dramatúrgico-teatral, o espetáculo do circo-teatro, não foi objeto
deste estudo.
A pesquisa documental ocorreu nos seis primeiros meses, no Arquivo Miroel
Silveira em São Paulo, no período de fevereiro de 2009 e julho de 2009. Durante o
levantamento das obras, estas foram simultaneamente classificadas.
A análise das obras levantadas, a partir da classificação realizada, ocorreu entre os
meses de agosto a dezembro de 2009, com realização de artigos apresentados em
Congressos e no Encontro SESC Pinheiros coordenado pelo Prof. Dr. Mário Bolognesi.
Entre os meses de janeiro e fevereiro foram produzidos o relatório final da pesquisa e
artigo. O artigo será publicado na Revista Repertório No.15, do Programa de PósGraduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia, cujo temática aborda
“O Circo e as Artes do Espetáculo”, que será lançada no segundo semestre de 2010.
3.0 Atividades Gerais:
As atividades relacionadas, abaixo, foram desenvolvidas em Estágio Pós-Doutoral
no Instituto de Artes da Universidade Estadual de São Paulo (UNESP), no período de
fevereiro de 2009 a fevereiro de 2010. É importante salientar que as atividades abaixorelacionadas foram supervisionadas pelo Prof. Dr. Mario Bolognesi.
10
3.1. Primeiro Semestre de 2009:
3.1.1 Participação em Banca Examinadora:
1.Membro da Comissão Examinadora (Orientadora), juntamente com os
professores doutores Cloves Oliveira (UEFS), Mario Bolognesi (UNESP), Sergio Farias
(UFBA) e Ciane Fernandes (PPGAC/UFBA) da Defesa Pública de Tese de Doutorado
de Fabio dal Gallo, intitulada “Da Rua ao Picadeiro: Escola Picolino, Arte e Educação
na Performance do Circo Social” do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas,
realizada em 3 de junho de 2009.
3.1.2 Participação em Eventos:
1. Participação em mesa-redonda sobre Circo-Teatro, com Ermínia Silva, Paulo
Merísio e Reginaldo Carvalho, com mediação de Ângela Reis, no âmbito do “Colóquio
Teatralidade Circense: dramaturgias e ações”, promovido pelo Grupo de Pesquisa
Tradição e Contemporaneidade no Teatro Brasileiro (PPGAC/UFBA), em 5 de junho de
2009.
3.1.3 Orientações em Andamento no PPGAC/UFBA:
1. Patrick George Warburton Campbell. “ Desejos dionisíacos e reflexões
narcísicas: Os Sertões do Teatro Oficina UZYNA UZONA – Uma Análise crítica” .
2007.2 – Tese
2. Ney Wendell. “A Mediação Teatral na Experiência Estético-Educativa no
Projeto Cuida Bem de Mim. 2009.1 - Tese
3. Lindolfo Alves do Amaral Filho. “Na Trilha do Cordel: formas de
aproveitamento no Teatro”. 2009.1 – Tese.
3.2 Segundo Semestre de 2009:
3.2.1 Participação em Eventos:
1. Participação, em Mesa Redonda, com o tema “O Circo-Teatro no Brasil e São
Paulo”, tendo como mediador Mario Fernando Bolognesi, com Walter de Sousa Júnior,
Ermínia Silva e Eliene Benício, em 30 de julho de 2009. Esta Mesa Redonda fez parte
do Evento “Férias Circenses” realizado pelo SESCSP/ Pinheiros, de 4 de julho a 2 de
agosto de 2009.
2. Participação no “Seminário de Linhas de Pesquisa e Convênios para a PósGraduação”, do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA, em julho de
2009.
11
3. Apresentação de Comunicação “A Dramaturgia do Circo-Teatro encenada em
São Paulo entre 1927 a 1968” no VI Colóquio Internacional de Etnocenologia, realizado
na Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte, no período de 2 a 5 de
agosto de 2009. Artigo enviado para publicação eletrônica : “A Dramaturgia do CircoTeatro encenada em São Paulo entre 1927 a 1968”.
4. Coordenação do GT “Enredos e Rodas” e participação das atividades do VI
Colóquio Internacional de Etnocenologia, com carga horária de 40 horas, realizado na
Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte, no período de 2 a 5 de agosto
de 2009.
5. Participação na V Reunião Científica da Associação Brasileira de Pesquisa e
Pós-Graduação em Artes Cênicas (ABRACE) com o tema “A Pesquisa Teórica e os
Processos Criativos na Cena Contemporânea”, realizada no Departamento de Artes
Cênicas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP)
nos dias 5 e 6 de novembro de 2009. Artigo enviado para publicação eletrônica.
3.2.2 Participação em Banca Examinadora:
1. Membro da Comissão Examinadora (Orientadora), juntamente com os
professores doutores Vera Mota (UNEB), Raquel Karafistan (Univ. de Adam
Mickiewicz, Polônia), e Ciane Fernandes (PPGAC/UFBA) do Exame de Qualificação
do doutorando Patrick George Warburton Campbell, intitulado “ Desejos dionisíacos e
reflexões narcísicas: Os Sertões do teatro Oficina UZYNA UZONA – Uma Análise
crítica” do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas, realizada em 31 de agosto de
2009.
3.2.3 Participação em Atividade de Ensino:
1. Curso ministrado no Instituto de Artes da UNESP: “Teatro Popular e suas
Práticas Urbanas”.
Observação: devido ao interesse do aluno inscrito no referido curso, o qual realiza
mestrado sobre a temática circense, foi possível complementar o programa com os
temas de minha tese de doutorado “Saltimbancos Urbanos: a influência do Circo na
Renovação do Teatro Brasileiro nas Décadas de 80 e 90”.
12
4.0 Atividades Específicas:
4.1 Reuniões com o supervisor da pesquisa, Prof. Dr. Mário Bolgnesi
As reuniões que foram realizadas no primeiro semestre foram fundamentais para
reavaliar o encaminhamento da pesquisa, que inicialmente seria realizada no Rio de
Janeiro (Arquivo FUNARTE) e em São Paulo (Arquivo Multimeios e Biblioteca da
ECA/USP e UNICAMP), e assim como bibliotecas de museus. Após a primeira reunião
que ocorreu em fevereiro de 2009, a pesquisadora ficou informada pelo seu supervisor,
Prof. Dr. Mario Bolognesi da existência do Arquivo Miroel Sileira.
Em 13 de março, o professor Mario Bolognesi, juntamente com a pesquisadora
deste projeto, reuniu-se com a Profa. Dra. Maria Cristina Castilho Costa, coordenadora
do Arquivo Miroel Silveira, a qual permitiu que a referida pesquisadora, tivesse acesso
aos processos do Arquivo Miroel Siveira. Neste Arquivo existem 1.088 peças que
passaram pela censura e foram liberadas para apresentação pública nos circos-teatros do
período de 1927 a 1967.
Outro aspecto a observar, é que o foco da pesquisa que estava voltado para o fim
do século XIX e início do XX, foi alterado para as décadas de 30 a 60 do século XX.
Esta mudança não modificou o objetivo da pesquisa que era a análise de peças do circoteatro, seus vários gêneros, e uma possível caracterização para esta dramaturgia do
circo-teatro.
Outras reuniões se sucederam para acompanhamento do projeto, e em maio de
2009, após o levantamento na base de dados do Arquivo Miroel Silveira das peças
existentes, a pesquisadora definiu, juntamente com o professor supervisor Mário
Bolognesi, que o foco de estudo seria a análise das peças a partir dos gêneros e subgêneros encontrados no Arquivo, os quais eram bem variados.
Em julho de 2009, a pesquisadora, após leitura das peças selecionadas por gênero e subgênero, descobriu a importância dos textos traduzidos e, ou, adaptados, de diversos
autores da dramaturgia universal, que se encontravam no Arquivo. A partir desta
constatação, após análise desse aspecto presente nas obras, resolveu estudar, além dos
gêneros e sub-gêneros, estas adaptações e sua importância na construção de uma
dramaturgia singular para o circo-teatro, além do estudo dos autores, com o apoio de seu
supervisor Mario Bolognesi.
Após esta reunião, a pesquisadora dedicou-se às análises das referidas obras, e a
realização de artigos para os encontros e colóquios que participou neste segundo
13
semestre, juntamente com o seu supervisor Mario Bolognesi, que continuou
acompanhando o desenvolvimento da pesquisa.
4.2 Pesquisa e Revisão Bibliográfica
Necessário fez-se a Revisão Bibliográfica, assim como um levantamento de novos
livros, passados dez anos de conclusão de doutorado da pesquisadora, de sua tese
“Saltimbancos Urbanos: a influência do Circo na Renovação do Teatro Brasileiro nas
Décadas de 80 e 90”. Novos títulos que abordam o circo e suas relações com o teatro
brasileiro surgiram neste período, os quais muito colaboraram para um estudo mais
aprofundado da dramaturgia do circo-teatro, além de estudos voltados especificamente
ao fenômeno dramatúrgico. Outros livros, anteriormente lidos, ligados à área de
História do Teatro, serviram de base para a análise pretendida os quais estão incluídos
nesta revisão.
Novos títulos sobre o circo, e o circo-teatro foram escritos neste período.
Destacam-se, entre esses, os livros produzidos pelos pesquisadores do Arquivo Miroel
Silveira. Em 2006, a coordenadora e pesquisadora do arquivo, Maria Cristina Castilho
Costa, organizou o livro Comunicação e censura: o circo-teatro na produção cultural
paulista de 1930 a 1970. Neste livro existem cinco textos que tem como fio condutor a
importância do circo-teatro na cena paulista e na produção cultural do Estado de São
Paulo na primeira metade do século XX: em “A Censura no circo-teatro – Um estudo
sob o crivo da análise do discurso”, de Mayra Rodrigues Gomes, esta pesquisadora
analisa os cortes realizados nos textos pelos censores; em “Circo-teatro e teatro amadorum circuito popular e de cultura na cidade de São Paulo”, Roseli Fígaro analisa o circo
como espaço de apresentação de companhias amadoras; em “A construção de nós
mesmos” Cristina Costa relata sobre a censura e a construção do Arquivo Miroel
Silveira, além fazer um panorama do circo no Brasil; em “A Serragem do picadeiro nos
programas de televisão: a contribuição de Arrelia”, Walter Sousa analisa a produção de
comédias realizadas pelo palhaço Arrelia; em “O que comunica, fica – estudo sobre a
comunicação e a sociabilidade circenses”, Daniele Pimenta relata o seu aprendizado no
circo Pimenta.
Em 2008, a pesquisadora Roseli Fígaro, organizou o livro “Na cena Paulista, o
teatro amador”( 1927 a 1945), o qual é dividido em duas partes, na primeira “Teatro
amador: circuito alternativo e popular de cultura em São Paulo” existem dois artigos, o
primeiro da própria pesquisadora Roseli Fígaro, que analisa a censura como estratégia
14
das políticas culturais, e o perfil do teatro amador através do Arquivo Miroel Silveira; o
segundo, da pesquisadora Maria Marta Jacob, a qual analisa a família através dos
dramas e comédias existentes nos palcos do teatro amador, com base nas peças do
referido arquivo. Na segunda parte, “Teatro amador: expressão de sociabilidade
multicultural entre trabalhadores e imigrantes”, Roseli Fígaro traça um perfil de São
Paulo da primeira metade do século XX, como uma rede de comunicação e
sociabilidade, a partir dos imigrantes que realizaram o teatro amador em São Paulo. E
por último o artigo do pesquisador Bruno Salerno Rodrigues “ Sociabilidade,
multiculturalismo e a produção da comunidade lituana”, no qual analisa as peças que se
encontram no Arquivo Miroel Silveira, escritas por autores lituanos, que realizavam
teatro amador. Estes dois livros foram fundamentais para que a pesquisadora deste
projeto pudesse ter um panorama dos processos existentes no Arquivo Miroel Silveira,
que incluem não só as peças do circo-teatro, mas peças do teatro amador e todas as
peças que foram encenadas por companhias profissionais de São Paulo, entre 1927 e
1968.
Outro livro fundamental para o estudo da dramaturgia do circo na atualidade foi o
livro “Palhaços” do pesquisador Mario Fernando Bolognesi. Nesse livro Mario
Bolognesi realiza uma vasta pesquisa de campo sobre a dramaturgia do palhaço na cena.
Ele viajou juntamente com uma equipe de estudantes, por diversas regiões brasileiras,
levantando as comédias dos palhaços, suas entradas e reprises. É uma pesquisa valiosa
porque parte da memória oral desses palhaços, que continuam a recriar essas reprises e
entradas, que foram encenadas por outros palhaços, muitas vezes da mesma família
circense, ou que fizeram e ainda fazem parte do repertório dos circos. Na primeira parte
do livro, o pesquisador realiza uma revisão histórica sobre o circo e analisa os tipos de
palhaços existentes, seus repertórios e suas dramaturgias corporais. Na segunda parte,
dedica-se a apresentar o repertório levado à cena pelos palhaços brasileiros visitados por
ele e sua equipe, no período de outubro de 1997 a julho de 2000. Este livro serviu, para
a pesquisa deste projeto, como parâmetro da produção realizada pelos circenses na
primeira metade do século XX e a produção circense da primeira década do século XXI.
O livro “Circo-Teatro: Benjamim de Oliveira e a Teatralidade Circense”, da
pesquisadora Ermínia Silva é uma obra valiosíssima na reconstituição histórica da
criação do circo-teatro brasileiro. A pesquisadora consegue levantar, através de vários
documentos do período, a seqüência de peças apresentadas no final do século XIX e
início do século XX, confirmando o que já está inscrito na história do circo, e que já
15
tinha sido apontado por diversos pesquisadores, inclusive a pesquisadora deste relatório,
em sua tese de doutorado, que Benjamim de Oliveira não criou o circo-teatro, pois este
já existia desde o período de Astley, com suas pantomimas, seguido por Franconi. O
que Benjamim fez, foi consolidar o circo-teatro, colocando ao lado do picadeiro um
palco no estilo italiano; e levando à cena, além de pantomimas, outros textos da
dramaturgia clássica do teatro mundial. O livro de Ermínia aponta ainda a questão da
produção circense ligada a uma rede de produções artísticas, comercial e de
entretenimento, do início do século XX, na qual havia troca e trânsito entre produtos,
artistas e público. Ermínia analisa este público como heterogêneo, não ligado
exclusivamente a uma classe social.
José Ramos Tinhorão, em seu livro “Cultura Popular, temas e questões”, aponta o
circo brasileiro como o local do universal. Considera-o como o “primeiro veículo de
diversão de massa do mundo moderno”8. É interessante observar que Tinhorão também
analisa o circo sob o seu aspecto comercial, como um grande gerador de produtos
culturais de entretenimento que serve às massas. Ele aponta o circo como gerador de
recursos através do entretenimento, atual, e não como um local de tradição desvinculado
da realidade circundante.
Walter Sousa, em sua tese “Mixórdia no picadeiro: circo, circo-teatro e
circularidade cultural na São Paulo das décadas de 1930 a 1970” realiza um panorama
do circo em São Paulo, nas referidas décadas, apontando para a circularidade presente
nos veículos de diversão e entretenimento do início do século XX em São Paulo, que
incluem os imigrantes de várias nacionalidades, com suas diversas culturas, produzindo
o teatro amador; o circo-teatro, que ao lado desta produção amadorística vai concorrer
com o próprio circo de variedades, criando um tipo de entretenimento popular, não
como empresários e artistas tecnicamente preparados, mas como “artistas orgânicos”,
sem o conhecimento devido da arte teatral, por isso mesmo no patamar artístico dos
amadores, produzindo uma dramaturgia de adaptações. Ele aponta o desenvolvimento
do circo-teatro em três fases: a primeira, a partir das adaptações de obras da dramaturgia
universal do século XIX; a segunda, a partir do surgimento das duplas sertanejas de
música popular, as quais farão shows dentro do circo, assim como a criação de peças a
partir destas músicas de sucesso; e a terceira, com o teatro de comédias ligeiras, na
década de trinta, e a adaptação desse repertório para o circo-teatro e criação de novas
8
TINHORÃO, José Ramos. Cultura Popular, temas e questões.São Paulo: Ed. 34, 2001. p.85.
16
peças a partir desse repertório. Outro aspecto levantado pelo pesquisador Walter Sousa,
foi o trabalho desenvolvido por dois palhaços brasileiros: Piolin e Arrelia. Ele levanta a
história profissional destes dois palhaços, apontando a circularidade dos mesmos, os
quais passam do circo para a televisão levando suas “comedinhas” para os programas
produzidos por eles nos estúdios televisivos.
Em relação à dramaturgia, os livros revisados foram: Aristóteles e sua poética, na
qual discute o gênero tragédia, e através da mesma aponta o que seria a comédia. O
livro escrito por ele sobre comédia não foi encontrado pelos estudiosos renascentistas,
ocorrendo a discussão da comédia através das características “às avessas” da tragédia. É
com certeza o livro fundamental para a discussão dos gêneros na literatura dramática, e
conseqüentemente, na dramaturgia. Para esta pesquisa, o livro “Uma anatomia do
drama”, de Martin Esslin, foi fundamental pois o autor analisa a função do drama na
existência humana e o surgimento dos gêneros tragédia, comédia, e seus
desdobramentos
na contemporaneidade.
Em
“Dramaturgia: a construção do
personagem” Renata Pallottini analisa o conceito de verossimilhança, além de discutir a
comédia e o drama. Para este estudo foi fundamental rever o capítulo V, sobre o
personagem-sujeito e personagem-objeto, para a análise da comédia. “Para ler o teatro”
de Anne Ubersfeld, é um livro que levanta a questão do texto x cena, ou seja, o livro
discute a impossibilidade de estudar o texto sem pensar na cena. A análise de Ubersfeld
está ligada aos estudos semiológicos, em que cada elemento do teatro é um signo
polissêmico, e por isso mesmo o texto dramatúrgico não consegue fechar o ciclo sem a
cena, seja ela representação ou apresentação. Como a pesquisadora deste relatório está
partindo do texto sem a cena, para buscar respostas em relação à construção de uma
dramaturgia própria do circo-teatro, apesar da diversidade de gêneros, a obra de
Ubersfeld suscita muitas interrogações dos caminhos percorridos por esta análise
dramatúrgica.
Livros imprescindíveis para o estudo da dramaturgia a partir dos gêneros são os
dois livros de Neide Veneziano, “Não Adianta Chorar: teatro de revista
brasileiro...Oba!” e “O teatro de revista no Brasil”. Ambos fazem uma retrospectiva
histórica dos gêneros teatrais que surgiram a partir do desdobramento da commedia
dell’arte no século XVIII, nas feiras parisienses e que chegaram até o Brasil através da
França e de Portugal, como as revistas, mágicas, vaudevilles, operetas e óperas.
Outro livro de Neide, lançado em 2005, “De Pernas para o Ar”, é uma fantástica
viagem através de sua memória de criança até os dias atuais sobre os diversos artistas
17
que viveram em São Paulo do início do século XX. Durante sua narração de
memorialista, ela vai criando suas “paradas técnicas” para explicar os estilos teatrais aos
quais ela vai se referindo. Vários artistas do período são lembrados, desde os atores,
como Nino Nello, Itália Fausta, até os autores de diversas obras que estão presentes no
Arquivo Miroel Silveira.
Em relação ao estudo do melodrama, dois livros fundamentais para o seu
entendimento foram “Melodrama: o gênero e sua permanência” e de Ivette Hupes, de
2000, no qual a autora faz um estudo minucioso do gênero. E “Melodrama: o cinema de
lágrimas da América latina”, de Silvia Oroz, lançado em 1999. Neste livro a autora faz
um panorama histórico do estilo que ganhou às multidões do mundo europeu e da
América Latina, o melodrama. Localiza o trânsito deste, desde o formato folhetim até a
sua chegada ao cinema.
Em relação à história do teatro, os livros utilizados não são novos, mas são
essenciais para a análise pretendida, pois muitos dos autores analisados são do século
XIX e início do século XX. Na verdade é necessário, inclusive, mais buscas em livros
antigos para que seja possível encontrar todos os autores do período analisado. A
“História do Teatro” de Nelson de Araújo, de 1991, é preciosa
pois há muitas
referências sobre autores e estilos de diversos países em seu livro. Um trabalho
minucioso de pesquisador, preocupado em informar sobre o teatro produzido em
diversas partes do mundo, não se limitando apenas à Europa.
Ao contrário de Nelson, mas com uma vasta bibliografia e documentos históricos,
é o livro de Mario Cacciaglia “Pequena História do Teatro no Brasil”, de 1980, no qual
ele faz um panorama dos autores do período do descobrimento até a década de 60 do
século XX, do Brasil. O interessante são os resumos dos livros e seus comentários
bastante críticos em relação a esses autores.
Um livro mais recente de história do teatro brasileiro, de 1996, é “História do
Teatro Brasileiro: de Anchieta e Nelson Rodrigues”, de Edwaldo Cafezeiro e Carmen
Gadelha, no qual os autores fazem uma análise da história do teatro através da
dramaturgia produzida por autores de cada período. É um livro inovador em relação à
historiografia do teatro, pois através de diversas obras, o leitor tem oportunidade de
refletir sobre a realidade brasileira de cada período.
Outra pesquisadora que foi importante em relação à história e estudo dos gêneros
teatrais foi Cláudia Braga, que passa em revista todos os críticos teatrais que haviam
estudado o período da Primeira República, e estes apontam a produção teatral do
18
referido período, como uma produção de entretenimento, com comédias ligeiras, sem
nenhuma preocupação com o valor artístico. A pesquisadora tenta demonstrar em seu
texto a importância desses autores, como Armando Braga, Gastão Tojeiro, e outros, os
quais estavam inseridos na produção teatral de seu tempo.
Para o estudo do teatro paulista produzido no final do século XIX e do século
XX, em 2003, Maria Thereza Vargas e Sábato Magaldi lançaram “Cem anos de teatro
em São Paulo (1875-1974)”. Estes autores analisam a produção teatral brasileira e
especialmente a paulistana sob o ponto de vista da “modernização do teatro brasileiro”.
Além dos livros, a pesquisadora buscou em vários sítios da internet material de
pesquisa sobre os autores presentes no Arquivo Miroel Silveira, principalmente os
portugueses, devido à semelhança de sues nomes com os autores brasileiros. Além da
pesquisa sobre autores, também buscou textos relativos aos gêneros e peças montadas
no período estudado. Estes sites encontram-se nas referências bibliográficas.
4.3. Pesquisa Empírica:
4.3.1 Levantamento na Base de Dados do Arquivo Miroel Silveira das Peças para
Circo-Teatro.
Em março de 2009, após a permissão dada pela coordenadora de projetos do
Arquivo Miroel Silveira, Profa. Dra. Maria Castilho da Costa, e após a liberação por
parte da diretora da biblioteca da ECA/USP, Olga Maurício Mendonça para que a
pesquisadora deste projeto pudesse ter acesso ao Arquivo Miroel Silveira, foi possível
conhecer a sala onde ficam acondicionados os processos.
No Arquivo Miroel Silveira, os processos são compostos do texto dramatúrgico, o
qual se pretendia encenar, das anotações do censor, dos despachos do processo e da
decisão a respeito de sua liberação. Cada processo se encontra dentro de um envelope
de papel pardo, sendo este colocado dentro de uma pasta suspensa, e ordenado de
acordo com o número atribuído pela DDP (Divisão de Diversões Públicas). De forma
geral, cada processo contém 1 peça de teatro completa, datilografada, mimeografada ou
impressa; e raros os casos, escrita à mão; 1 autorização da Sociedade Brasileira de
Autores Teatrais ou órgão similar; 1 Certificado de censura; 1 requerimento de censura,
solicitando avaliação da peça.
Através da equipe que organiza o Arquivo Miroel Silveira, formada por bolsistas
de iniciação científica, mestrandos e doutorandos, foi possível conhecer a base de dados
19
do Arquivo. A pesquisadora deste projeto recebeu uma cópia digital da listagem das
peças, organizadas por ano de entrada na Divisão de Diversões Públicas. Esta listagem
possuía 2.507 páginas, pois as peças se repetiam várias vezes ao ano, a partir dos
pedidos de vistas à censura dos empresários dos circos. Esta lista, apesar de ter sido uma
dificuldade para a pesquisadora que não conseguia conhecer todas as peças devido às
repetições e o volume de páginas digitais, foi um desafio, pois ao mesmo tempo, havia
informações valiosas em cada uma das referidas peças. Entre os dados constavam: a
data (ou datas) de requerimento à censura pedindo vistas ao processo; a localização da
peça na DDP (Divisão de Diversões Públicas); o título da peça; o autor (e/ou tradutor;
e/ou adaptador); o tipo de censura realizado; o gênero de espetáculo (se era para ser
apresentado em circo-teatro, ou companhia teatral, ou teatro amador, ou teatro de
revista, ou se em todas essas categorias); o gênero da peça (comédia, drama, burleta,
revista etc.); os produtores que haviam pedido liberação à censura; as datas das censuras
correspondentes a cada pedido de determinada produção;os locais de apresentação; caso
houvesse veto da censura, as datas dos vetos; e a quantidade do tipo de veto. Abaixo um
exemplo:
19280329
Localização: DDP0299
Título: NHA MOCA / Olival Costa
Autor: Costa, Olival
Censu: Censura de 1943: respeitado o corte na folha 4; certificado válido até 21 de maio de 1948
Gên.Espetáculo: Circo-teatro; Companhias teatrais; Teatro amador; Teatro de revista
Genero: Burleta
Produção : Empresa Vianna e Almeida, 1928
Companhia Nino Nello, 1928
Circo Teatro Piolin
Circo Teatro Seyssel
Companhia Nino Nello, 1946
Circo Teatro Maringá
Circo Teatro Moderno
Circo Teatro Rialto
Serviço Social da Indústria - SESI, 1943
Dat/cens : 29/03/192829/05/194312/11/194626/11/194625/04/194730/01/195017/10/195221/09/1953
Local : Teatro Variedades, 1928
Circo Teatro Piolin, 1943
Circo teatro Seyssel, 1946
Circo Teatro Maringa, 1947
Circo Teatro Moderno, 1950
Circo Teatro Ri alto, 1952
vetos-datas : Sem restrições, 1928, 1947, 1950, 1952, 1953
Censurada, 1943
Quantidade de tipos de veto: 2
Para a pesquisadora o que interessava era ter uma lista de peças, por ordem de
DDP ( e não por ano, pois havia muita repetição das referidas peças), para que pudesse
20
voltar ao Arquivo Miroel Silveira e finalmente poder selecionar as peças para estudo.
Então a referida lista foi reorganizada por DDP, e reduzida a 223 páginas, após a
retirada das repetições. Foi retirada também todas as referências à censura, pois não era
objeto de estudo da referida pesquisadora. Apenas restaram as datas de liberação por
parte da censura, que corresponde as datas em que as empresas de circo-teatro e de
outras categorias, receberam o certificado de liberação para a apresentação das referidas
peças, o que comprova que estas puderam de fato ser apresentadas para o público.
Foram retirados também os locais de apresentação, pois os mesmos correspondem às
empresas que pediram vistas ao processo. Como exemplo de como ficou catalogada
cada peça:
Localização: DDP0299
Título: NHA MOCA / Olival Costa
Autor: Costa, Olival
Gên.Espetáculo: Circo-teatro; Companhias teatrais; Teatro amador; Teatro de revista
Genero: Burleta
Produção : Empresa Vianna e Almeida, 1928
Companhia Nino Nello, 1928
Circo Teatro Piolin
Circo Teatro Seyssel
Companhia Nino Nello, 1946
Circo Teatro Maringá
Circo Teatro Moderno
Circo Teatro Rialto
Serviço Social da Indústria - SESI, 1943
Dat/cens : 29/03/192829/05/194312/11/194626/11/194625/04/194730/01/195017/10/195221/09/ 1953
Esta lista completa, organizada a partir da localização de cada DDP, por ordem
numérica, crescente, no Arquivo Miroel Silveira encontra-se em anexo, em cd-rom,
devido a quantidade de páginas.
A partir desta “lista-mãe” foram criadas as seguintes listas:
1. Para iniciar o estudo e análise dos autores foi organizada uma lista, por ordem
alfabética, de todos os autores;
2. Lista de todos os tradutores/adaptadores/arranjadores, por ordem alfabética;
3. Já para iniciar o estudo das peças, foi organizada uma lista, por ordem alfabética, dos
gêneros e sub-gêneros das referidas peças9;
4. Lista de autores e suas respectivas peças teatrais;
De volta ao Arquivo Miroel Silveira, após a seleção de nomes de peças a partir da
lista organizada em DDP, a referida pesquisadora conseguiu no arquivo de peças
9
Essas listas estão anexas a esta pesquisa, no formato de cd-rom, devido às suas extensões.
21
digitalizadas selecionar 106 peças para análise e 32 foram fotocopiadas pois essas peças
ainda não estavam digitalizadas. Ao todo foram selecionadas 138 peças para análise.
Estão em anexo, apenas as peças fotocopiadas que foram utilizadas para análise nesta
pesquisa. As outras peças , fotocopiadas, ainda precisam passar pela digitalização.
De posse destas peças a pesquisadora realizou a leitura das referidas obras
teatrais, para criar uma amostragem para análise nesta pesquisa.
4.3.2 Levantamento Biográfico dos Autores, Tradutores e Adaptadores
A pesquisadora deste projeto, ao ler a lista de peças organizada por ordem
alfabética dos nomes dos autores, observou que havia 348 autores, de diversos períodos
da história do teatro mundial, e estes com diversas nacionalidades. Partiu então para
realizar o levantamento da biografia destes autores, para compreender as 1.088 obras e
estilos que se apresentavam no conjunto de peças para o circo-teatro do referido
arquivo, que cobre o período de censura e liberação de 1927 a 1967. Além dos autores
existem os tradutores e adaptadores que em diversos momentos da história do teatro
brasileiro,
traduziram,
ou
adaptaram
estas
referidas
obras.
Levantar
estes
autores/tradutores também fez parte desta pesquisa. Destes 348 autores, foi possível
detectar, através da listagem um total de 40 autores estrangeiros de diversas
nacionalidades,
excluindo
os
autores
portugueses,
perfazendo
um
total
de
aproximadamente 14% de autores estrangeiros.
Devido ao número volumoso de autores, tradutores e adaptadores, para serem
biografados, ao lado da dificuldade de encontrar referências sobre esses autores,
tradutores e adaptadores, a pesquisadora selecionou para a realização das biografias,
todos os autores estrangeiros desta lista de 1088 peças, excluindo inicialmente os
portugueses, devido a dificuldade de selecioná-los, pela semelhança de nomes e
sobrenomes , além de homônimos, com os nomes dos brasileiros. Apesar de não ter
sido possível selecioná-los totalmente, os que foram identificados, receberam biografias.
Os nomes desses autores, tradutores, e adaptadores, foram procurados em livros
sobre o teatro mundial, principalmente os livros de história, que levantam geralmente os
nomes dos autores e uma pequena biografia relacionando-os aos estilos teatrais.10
Outra via de pesquisa foi à busca em sites da internet. Há vários, de bibliotecas
importantes espalhadas pelo o mundo, além do site da Wikipédia. Há também sites
10
Vide referências bibliográficas.
22
importantes de sociedades teatrais. No Brasil foi visitado o site da SBAT (Sociedade
Brasileira de Autores Teatrais), para confirmar o nome das obras e o nome dos autores,
para aqueles que registraram as suas obras.
No caso dos autores portugueses, as leituras dos textos, muitas vezes revelam a
nacionalidade do autor, se é de fato português ou brasileiro, devido às referências
históricas que aparecem em alguns textos. Há também sites sobre a história do teatro
português, nos quais se encontram informações sobre os autores. Um dos mais
importantes é o site do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras de Lisboa.
Foram inicialmente biografados todos os 40 autores estrangeiros, que fazem parte do
Arquivo Miroel Silveira, e que possuem suas obras apresentadas nos circos-teatros
paulistas do período de 1927 a 1967, perfazendo um total de aproximadamente 14% de
autores estrangeiros em relação aos 348 autores existentes no referido arquivo,
excluídos os autores portugueses.
Os autores franceses que foram traduzidos e adaptados e fizeram parte do
repertório do circo- teatro paulista, do período de 1927 a 1967, cujas peças se encontram
no Arquivo Miroel Silveira são: Molière; Adolphe D’Ennery; Pierre Adrien
Decourcelle; Victor Hugo; Eugène Scribe; Victorien Sardou; Alexandre Dumas;
Alexandre Dumas Filho; Louis Verneiull; Maurice Hennequin; Alfred Hennequin e
Michell; Alexandre Bisson; Andre C. Delacour e Pierre Lambert-Thiboust; D'Aubigny;
Charles Perrault, e Pierre Wolff. Estes autores foram biografados, com exceção de
Andre C. Delacour e Pierre Lambert-Thiboust; D'Aubigny; Albin Valabregue e Pierre
Wolff, devido à falta de informações sobre os mesmos nos livros de história do teatro e
sites pesquisados, porém foram relacionados às peças existentes, de cada um, no
Arquivo Miroel Silveira.
Outros autores estrangeiros, cujas obras encontram-se no Arquivo Miroel Silveira
e que foram biografados são: A dupla de autores alemães, Franz Arnold e Ernest Bach;
Os irmãos Grimm, Jacob Grimm e Wilhelm Grimm, alemães; Franz Werfel, judeu
austríaco; Emily Jane Brontë, britânica; Mary Shelley, britânica; Daphne Du Maurier,
britânica; William Somerset Maugham, britânico; Robert Louis Balfour Stevenson,
britânico; Abraham "Bram" Stoker, irlandês; Adam Aleksander Pius OszykSienkiewicz, nasceu na Polónia. Harriet Beecher Stowe nasceu em
Connecticut,
Estados Unido; Austin Strong, nasceu nos Estados Unidos; Francis Marion Crawford,
americano; Àngel Pío Juan Rafael Guimerà Jorge, espanhol; Carlos Arniches, espanhol;
Florencio Sánchez, uruguaio; Alberto Vaccarezza, argentino; Enrique Maroni e Vicente
23
de La Vega, argentinos; Paolo Giacometti, italiano; Giacomo Puccini, italiano; Dario
Nicodemo, autor italiano; D Joaquim Dicenta (1863-1917) , autor espanhol; Antônio
Jumayel, autor espanhol.
Após a realização das biografias dos autores estrangeiros, foram realizadas as
seguintes biografias dos autores, tradutores e adaptadores portugueses, cujas obras
foram encenadas nos circos-teatros paulistas entre 1927 a 1967, os quais se encontram
no Arquivo Miroel Silveira: Afonso Gaio; Affonso Gomes; Antônio Cândido de
Oliveira; Antônio José da Silva, o Judeu; Antônio J. de Souza Rego; Antonio Moutinho
de Souza; Antonio Sampaio; Aristides Abranches; Camilo Castelo Branco; Celestino
Gaspar Silva; Diogo José de Castro Seromenho; Eduardo Baptista Dinis; Eduardo
Garrido; Eduardo Victorino; Eurico Antônio Crispim da Silva; Francisco da Costa
Braga; Frederico Napoleão de Victoria; Furtado Coelho; Gervásio Jorge Gonçalves
Lobato; José Vieira Pontes; José Maria Brás Martins; Joaquim Humberto Cunha; Júlio
Dantas;
Luiz F. de Castro Soromenho; Marcelino Antônio da Silva Mesquita;
Margarida Adelina Abranches.
Foram biografados ao todo 26 autores portugueses, que corresponde a
aproximadamente 7,5% dos 348 autores que escreveram peças para o circo-teatro que
se encontram no Arquivo Miroel Silveira.
Ao todo, incluindo os autores portugueses, foram realizadas 66 biografias, levando
em consideração o país de origem dos biografados, sua produção artística e o período
histórico – cultural em que viveu cada um dos autores estrangeiros. Este número de
biografias equivale a 21,5% de autores estrangeiros.
Ao analisar a quantidade de peças escritas por autores estrangeiros que receberam
tradução, ou adaptação de suas obras para serem encenadas nos circos-teatros, que se
encontram no Arquivo Miroel Silveira, percebe-se que do montante de 1088 peças,
apenas 9%, 98 peças, foram desses autores, excluindo os portugueses. Apesar desta
modesta parcela, as obras que foram traduzidas, foram de reconhecido valor artísticocultural, de autores de vários países europeus e dos países americanos do norte e do sul.
Destas obras traduzidas e /ou adaptadas, foram realizadas:
Quantidade de Peças Traduzidas: 43 peças (16 comédias, 2 vaudevilles, 1 comédia
dramática; 23 dramas e 1 drama histórico)
Quantidade de Peças Traduzidas e Adaptadas: 15 peças (5 comédias, 2 sainetes, 1
comédia dramática; 7 dramas)
24
Quantidade de Peças com Adaptação: 36 peças (15 comédias, 1 comédia musical; 18
dramas, 1 drama histórico e 1 ópera)
Quantidade de Peças com Arranjos: 4 peças (1 comédia, 1 sainete; 1drama, 1 drama
religioso)
Total: 98 peças que equivalem a 9% das peças censuradas pelo DDP para serem
encenadas, em um total de 1088 peças de circo-teatro.
Observa-se que foram traduzidas e /ou adaptadas 37 comédias e 49 dramas, além
de 2 comédias dramáticas, 2 vaudevilles, 2 sainetes, 2 dramas históricos e 1 ópera.
Essas obras pertencem a um vasto período histórico que compreende obras de
Charles Perrault, Molière (Séc. XVII), Irmãos Grimm (Séc XVIII) e basicamente obras
de todo o século XIX, através de vários autores que atravessaram o referido século:
Mary Shelley, Eugène Scribe, D’Ennery, Bisson, Alexandre Dumas e Alexandre Dumas
Filho, Harriet Beecher Stowe (Séc. XIX) e primeira metade do Séc. XX, como Austin
Strong, Francis Marion Crawford, Maugham, Giacomo Puccini, Carlos Arniches,
Alberto Vaccarezza, Enrique Maroni. Das altas comédias de Molière, passando pelos
contos infantis de Charles Perrault e dos Irmãos Grimm, aos dramas românticos de
Vitor Hugo e Alexendre Dumas, aos dramas e comédias de Scribe, aos melodramas e
dramas históricos de Alexandre Dumas; aos vaudevilles, operetas, e sainetes de Bisson,
as óperas de Puccini.
Observa-se que ao todo foram 40 autores estrangeiros, que tiveram suas obras
traduzidas ou adaptadas de um total de 348 autores cujas obras se encontram no
Arquivo Miroel Silveira.
Foram consideradas as obras dos autores portugueses identificados. Foram biografados
ao todo 26 autores portugueses, que correspondem a aproximadamente 7,5% dos que
escreveram peças para o circo-teatro e que se encontram no Arquivo Miroel Silveira.
Entre estes autores há obras predominantemente criadas no século XIX, com
exceção das obras de Antônio José da Silva, o Judeu, do século XVII, com suas
comédias e dramas. Antônio Moutinho de Sousa com seus dramas, Antônio Sampaio,
com seus melodramas; Aristides Abranches, com suas farsas e comédias, e mágicas;
Camilo Castelo Branco com seus dramas românticos; Celestino Silva, com seus dramas
musicados; Eduardo Garrido com seus dramas religiosos e comédias; Eurico Silva, com
suas comédias; Furtado Coelho com seus dramas realistas; José Maria Braz, com o seu
teatro de revista; Júlio Dantas, com seus dramas e melodramas; José Vieira Pontes com
25
suas traduções, adaptações e um repertório variado de comédias e dramas; Marcelino
Mesquita com seus dramas históricos; e Eduardo Victorino com suas traduções de obras
do drama realista.Todos estes autores pertencem ao século XIX. Parte destes autores
viveu entre a segunda metade do século XIX e primeira metade do século XX; e a outra
parte na primeira metade do século XIX. Assim como os autores europeus, já citados,
todos os autores portugueses tiveram influência da cultura dominante francesa, que
ditava às regras culturais entre os séculos XVIII e XIX, e as primeiras décadas do século
XX. Neste período, a França passou pela Revolução Francesa, a qual influenciou a a
cultura e a arte, e no teatro esta influência produz estéticas teatrais voltadas para as
massas revolucionárias e o teatro burguês, a exemplo do melodrama, do drama realista,
do teatro boulevard com suas comédias de costumes; o teatro de entretenimento, com os
seus vaudevilles, teatro de revista, variedades etc.
Dando continuidade a análise da lista de autores, foi possível contabilizar 282
autores brasileiros, que perfazem aproximadamente 78,5%, apesar da dúvida quanto à
existência de mais autores portugueses não identificados. Deste montante foi possível
realizar a biografia de 118 autores, restando 164 autores que não foram biografados
devido à exigüidade de tempo para um trabalho minucioso, que requer busca em
diversos arquivos e entrevistas com artistas circenses, que produziram o circo-teatro do
período estudado.
Apesar das dificuldades encontradas, foi possível fazer o seguinte desdobramento
em relação aos 282 autores brasileiros:
1. Autores brasileiros que escreveram para a produção teatral nacional, destacandose por suas obras, em diversos períodos da história do teatro brasileiro, desde o
século XIX, até metade do século XX. Nesta modalidade existem também os
tradutores de obras estrangeiras.
2. Cantores e músicos brasileiros que escreveram para o teatro e/ou para o circoteatro, destacando-se também como autores teatrais que vão obter grande
popularidade com suas obras.
3. Artistas circenses de famílias tradicionais do circo brasileiro, que escreveram ou
adaptaram peças teatrais para o circo-teatro, obtendo sucesso como autores
teatrais.
4. Artistas de circos-teatros ou autores teatrais de convívio com os artistas
circenses, que escreveram, traduziram, adaptaram ou arranjaram peças teatrais
26
para os referidos circos-teatros, alimentando e dinamizando a produção de peças
teatrais para serem encenadas.
5. Em relação aos 164 autores ainda não identificados, pode-se observar pela
produção das peças teatrais, que estes têm suas obras apresentadas, além dos
circos-teatros, em outros locais como teatros, sindicatos, agremiações, etc.
Apesar da falta de biografia, foi realizada uma lista por autor e suas obras, em
ordem alfabética, a qual está anexada a esta pesquisa. Estes autores também
fazem parte da pesquisa em relação às suas produções dramatúrgicas.
Foram realizadas as seguintes biografias dos autores brasileiros, levando em
consideração o local de origem desses autores, sua produção artística e o contexto
histórico-cultural em que viveram e produziram suas obras:
1. Autores brasileiros que escreveram para a produção teatral nacional,
destacando-se por suas obras, em diversos períodos da história do teatro brasileiro,
desde o século XIX, até metade do século XX. Nesta modalidade existem também os
tradutores de obras estrangeiras. Esses autores brasileiros, cujas obras foram encenadas
no circo-teatro paulista entre 1927 e 1967, e que se encontram no Arquivo Miroel
Silveira são: Alfredo Viviani; Armando Gonzaga; Arthur Rocha; Belmiro Braga;
Bernardo Joaquim da Silva Guimarães; Cláudio de Souza; Ernani Fornari; Gastão
Tojeiro; Geysa Gonzaga Bôscoli; João Batista de Almeida; João Pinho; José de
Alencar; Joracy Camargo; Luís Iglezias; Manuel Viriato Correia Baima do Lago Filho;
Nelson Rodrigues; Nino Nello; Oduvaldo Vianna; Paulo de Magalhães; Renato Viana;
Raul Paranhos Pederneiras; Raymundo Magalhães Júnior; Samuel Carneiro Rodrigues
Campelo; Sílio Boccanera Junior; Silvino Lopes Pereira. Foram biografados 25 autores
brasileiros.
Entre os tradutores brasileiros que se encontram no Arquivo Miroel Silveira estão:
Alfredo Viviani; Arthur Azevedo; Nino Nello. Foram biografados estes 3 autores/
tradutores brasileiros de peças para o circo-teatro. Ao todo, foram biografados 28, entre
autores e tradutores brasileiros.
2. Cantores e músicos brasileiros que escreveram para o teatro e/ou para o circoteatro, destacando-se também como autores teatrais que vão obter grande popularidade
com suas obras, que estão no Arquivo Miroel Silveira são: Antônio Carlos Gomes;
Antônio Vicente Filipe Celestino; Ariowaldo Pires; Gilda Abreu; João Batista da Silva;
José Fortuna; Tonico e Tinoco. Ao todo foram biogrados 7 compositores de música e
autores brasileiros de peças para o circo-teatro.
27
3. Artistas circenses de famílias tradicionais do circo brasileiro, que vão escrever
peças teatrais para o circo-teatro, obtendo sucesso como autores teatrais, cujas obras se
encontram no Arquivo Miroel Silveira são:
Família Fekete – Alberto Fekete, pseudônimo Chimarrão (autor e arranjador);
Família Fernandes - Tobias Coimbra Fernandes, pseudônimo Estremilique (autor) e
Leopoldo Martinelli (autor);
Família François e Stevanovitch - Hilário de Almeida (autor e adaptador);
Família Galdino Pinto - Abelardo Galdino Pinto, pseudônimo Piolin (autor) e Anchizes
Pinto, pseudônimo Faísca (autor);
Família Leite - Ferreira Leite (autor)
e Rubens Leite, pseudônimo Rudy (autor);
Família Mello - Elen Fantucci de Mello ou Helen Fantucci de Mello (autora), Horácio
Mello (autor) e Nancy Tognoli Mello;
Família Moya- Iris Avanzi Moya da Silva (autora);
Família Nerino - Nerino Avanzi (adaptador);
Família Neves- Arethuza Neves (autora e adaptadora), Aristides Neves (autor) e Oscar
Castro Neves, pseudônimo Thomé (autor e adaptador);
Família Olimecha - Raul Olimecha (autor), Luiz Olimecha (autor);
Família Ozon - Julio Ozon (adaptador);
Família Pereira - Albano Pereira (autor, adaptador e arranjador);
Família Peres - Augusto Álvaro Peres Filho (autor e adaptador);
Família Pimenta - Antenor Pimenta (autor e adaptador), Aparecida Pimenta (tradutora e
adaptadora);
Família Queirolo - Antônio Carlos Brasil Queirolo (autor); Harrys ( Julian Queirolo) e
Chic Chic (Otelo Queirolo) – autores em parceria; Chicharrão (José Carlos Queirolo) –
autor; e Otelo Queirolo (pseud.Chic Chic) – autor;
Família Savalla – Baxter: Sarayde Savalla Baxter – autora;
Família Seyssel: Waldemar Seyssel, pseudônimo Arrelia (autor, tradutor e adaptador);
Família Teresa-Cardona: Oscar Cardona (autor);
Família Vianna: Adail Vianna (autora); Iracy Vianna, pseudônimo Cecy (autora,
tradutora e adaptadora); Francisco Vianna Junior (autor).
Foram identificadas 18 famílias circenses tradicionais do circo brasileiro, cujos 33
artistas biografados criaram peças, ou traduziram e adaptaram textos da dramaturgia
universal para o circo-teatro brasileiro.
28
4. Artistas de circos-teatros ou autores de convívio com os artistas circenses, que
escreveram, traduziram, adaptaram ou arranjaram peças teatrais para os referidos circosteatros, alimentando e dinamizando esta produção, e que possuem suas peças no
Arquivo Miroel Silveira são: Adir Sper, pseudônimo Sper Júnior; Ado Benatti; Agenor
Gomes (Paraguaté, pseud.); Alberto Silva; Aldny Faya e Helio Laurato; Alberto
Ribeiro, pseudônimo Manduca; Alighiero Bonetti, pseudônimo Paulo Bonetti; Amazzio
Mazzaroppi; Anthony Vasconcelos; Antônio Malhone; Arlindo Roberto Alves e Boris
Fletchir; Armando Braga; Barros de Almeida; Benjamim de Oliveira; Domingos
Bocute; Ferreira Neto; Francisco Colman; Gil Miranda, pseud. Júlio Moreno; Hercilia
de Freitas; Humberto Pelegrini ou Umberto Pelegrini; Irineu de Freitas; Ismael
Coutinho; Jayme Leal Tavares; Jean Cocquelin; José Ângelo; José Baptista Gouveia;
J.M.Dias Guimarães, pseudônimo José Grillo; José Pires da Costa, pseudônimo Pires
Pai; Luiz Macedo; Manoel Proença de Oliveira Filho, pseudônimo Proincinha; Marieta
Macário Navet; Martinho Cardoso; Nadyr Bertevello, pseudônimo Bob Júnior; Nair
Bevedê; Nicolau Teixeira; Norina Perez; Olindo Dias Corleto; Oliveira Lima,
pseudônimo Popay; Osmar Alves, pseudônimo Mocotó; Osmar Pereira; Osorio Portilho
Santos; Oswaldo Teixeira de Almeida, pseudônimo Almeidinha; Otílio Alves de Lima,
pseudônimo O Cotoco; Paulo Ceraso, pseudônimo Paulo Cerejeira; Pedro João Spina;
Rogério de Lima Câmara; Rolf Alfredo Trapp , pseudônimo Aldo Junior; Rubens
Carvalho e Souza; Silvio Urbano, pseudônimo Fon-Fon; Walter Jr. Ao todo froam 50
autores.
É importante salientar, que apesar de tentar levantar as biografias dos artistas
ligados ao circo teatro, foi quase impossível, pois, excluindo os artistas consagrados
nacionalmente, como Benjamim de Oliveira e Amazzio Mazzaropi, os outros artistas
possuem muitas vezes seus textos registrados na SBAT, porém não há notícias sobre os
mesmos. Para realizar tais biografias seria necessário um trabalho junto aos arquivos
dos sindicatos dos artistas de São Paulo e outros arquivos paulistas. Nos sites visitados
não há registros sobre os mesmos.
Muitas “biografias” desse grupo de artistas são uma tentativa de elencar as peças
que se encontram no Arquivo Miroel Silveira a esses autores. Houve, entretanto, alguns
critérios para esta seleção de autores que incluem: os pseudônimos utilizados, próprios
dos artistas circenses, principalmente dos palhaços; a repetição da montagem de suas
peças ligadas quase que exclusivamente a um único circo-teatro; e as temáticas de suas
29
peças, que abordam geralmente o universo circense. A partir destes critérios foi possível
elencar estes 50 autores.
Ao todo, foram realizadas 118 biografias de autores brasileiros. Este número de
biografias equivale a aproximadamente 42% de 282 autores brasileiros.
Foram realizadas 184 biografias, entre autores brasileiros e estrangeiros, o que
equivale a 53% dos 348 autores que escreveram para circo-teatro, e que se encontram
no Arquivo Miroel Silveira.
4.3.3 Levantamento das Peças por Gênero e Sub-Gêneros:
Ao analisar a lista de peças do Arquivo Miroel Silveira, organizada pela pesquisadora
deste projeto, por gêneros e sub-gêneros, por ordem alfabética, observa-se uma
variedade de peças. Entende-se que por gênero estão todas as formas dramáticas criadas
pelo homem contemporâneo, com base nos dois gêneros básicos, desde A Poética, de
Aristóteles: tragédia e comédia. Martin Esslin (1978, p.73) é instigante, em sua obra
“Uma Anatomia do Drama”:
“Uma
quantidade
enorme
de
especulação e filosofia existe sobre esse assunto, e tais conceitos teóricos
exerceram profunda influência sobre a maneira pela qual na prática se
escrevem as peças, se representam ou se reproduzem. E no entanto,
curiosamente, nunca houve concordância a respeito do problerma, não
existindo qualquer definição universalmente aceita seja de tragédia seja de
comédia, quanto mais dos incontáveis gêneros dramáticos intermediários,
tais como a comédia de costumes, a farsa, a tragicomédia, o burlesco, a
comédia doméstica, a tragédia doméstica, o melodrama e assim por diante.”
Os sub-gêneros, nesta pesquisa, são todas as formas derivadas de um gênero.
Como por exemplo, o drama musicado regional, ou a revista circense.
A partir destas premissas, pode-se analisar o todo das 1088 peças encontradas no
Arquivo Miroel Silveira, através da seguinte classificação e distribuição:
30
1.0 Alta Comédia - 5 peças
1.1 Alta Comédia Regional – 1 peça
2.0 Aventura – 1 peça
3.0 Burleta - 10 peças
3.1 Burleta Cômica – 1 peça
3.2 Burleta Regional – 1 peça
3.3 Burleta Sertaneja – 2 peças
4.0 Canção Teatralizada – 1 peça
5.0 Chanchada – 4 peças
5.1 Chanchada Circense - 1 peça
6.0 Charge – 1 peça
6.1 Charge Política – 1 peça
7.0 Comédia – 628 peças
7. 1 Comédia Burlesca – 2 peças
7.2 Comédia Chanchada – 1 peça
7.3 Comédia Charge Política –1 peça
7.4 Comédia de Costumes – 5 peças
7.5 Comédia Dramática – 5 peças
7.6 Comédia Fantasia – 1 peça
7. 7 Comédia Infantil – 1 peça
7. 8 Comédia Ligeira – 1 peça
7. 9 Comédia Musical – 9 peças
7. 10 Comédia Policial – 1 peça
7.11 Comédia Regional – 11 peças
7. 12 Comédia Sertaneja – 4 peças
7.13 Comédia Relâmpago –1 peça
7.14 Comédia Satírica - 3 peças
7.15 Comédia Sentimental - 1 peça
8.0 Conto – 1 peça
9.0 Disparate Cômico - 6 peças
10.0 Dramas – 277 peças
10.1 Drama Circense –1 peça
10.2 Drama Cômico –1 peça
10.3 Drama de Aventuras –1 peça
10.4 Drama Familiar - 1 peça
10.5 Drama Far West - 2 peças
10.6 Drama Heróico – 1 peça
10.7 Drama Histórico – 4 peças
10.8 Drama Ligeiro – 1 peça
10.9 Drama Marítimo – 1 peça
10.10 Drama Musical –1 peça
31
10.11 Drama Patriótico –2 peças
10.12 Drama Político –1 peça
10.13 Drama Regional/Sertanejo –12 peças
10.14 Drama Sacro/ Religioso –16 peças
10.15 Drama Social –3 peças
11.0 Dramalhão –1 peça
12.0 Esquete – 2 peças
13.0 Fantasia –2 peças
13.1 Fantasia Infantil –2 peças
13.2 Fantasia Musical - 1 peça
13. 3 Fantasia Teatral – 1 peça
14.0 Farsas –7 peças
15.0 Imitação – 1 peça
16.0 Melodrama – 4 peças
17.0 Ópera –2 peças
18.0 Opereta – 2 peças
19.0 Peça Crítica Atual Musicada - 1 peça
20.0 Peça em Série –2 peças
21. Quadro Cômico - 1 peça
22.0 Revista – 38 peças
22.1 Revista Carnavalesca –3peças
22.2 Revista Circense –3 peças
22.3 Revista Musical - 2 peças
23. 0 Sainete –10 peças
24.0 Sátira – 2 peças
25.0 Tragédia –1 peça
26.0 Tragicomédia – 3 peças
27.0 Variedades – 1 peça
28.0 Vaudevilles – 2 peças
Ao todo são 28 gêneros e 40 sub-gêneros.
32
5. Resultados Encontrados
5.1 Biografias:
De várias nacionalidades são os autores que foram traduzidos e adaptados para o
circo-teatro. Considerando o Arquivo Miroel Silveira como uma amostragem da
produção do circo-teatro de São Paulo, do período de 1927 a 1967, e considerando que a
mesma pode servir de referência aos outros estados brasileiros, o presente estudo servirá
de base a outros pesquisadores em relação à produção dramatúrgica do circo-teatro
brasileiro.
Outro aspecto observado desta produção, é que a maior parte desses textos passou,
inicialmente, pelos palcos dos teatros no Rio de Janeiro, a partir da metade do século
XIX, e posteriormente ou concomitantemente em São Paulo, até aproximadamente a
década de 40, do século XX.
Considerando que a modalidade de circo-teatro, consolida-se na primeira década
do século XX, com Benjamim de Oliveira, apesar de existências de pantomimas desde o
final do século XIX, no circo do Brasil11, as obras teatrais começam a ser adaptadas
para o circo-teatro a partir desse período. O Arquivo Miroel Silveira possui 1088 peças
teatrais, que foram provavelmente encenadas, todas elas, em circo-teatro, pois nos
pedidos de vista à censura, os empresários, donos dos circos-teatros, indicavam o
interesse de apresentá-las nos referidos espaços, em determinada data.
Ao fazer o levantamento das obras traduzidas, por nacionalidades de seus autores,
foi possível verificar a presença de autores franceses, ingleses, italianos, espanhóis,
alemães, americanos e raros irlandeses, escoceses, poloneses e latino-americanos.
As peças francesas traduzidas e /ou adaptadas fizeram muito sucesso no teatro do
Brasil. Dramas românticos, melodramas, comédias, fizeram parte dos palcos brasileiros
desde a primeira metade do século XIX, com João Caetano e companhias portuguesas
que aqui chegavam trazendo em sua bagagem a produção francesa. O drama realista “A
Dama das Camélias”, de Alexandre Dumas Filho, após quatro anos de estréia, em Paris,
estreou aqui no Brasil, em 07 de fevereiro de 1856, no Ginásio Dramático do Rio de
Janeiro, sob direção do francês Emile Doux, segundo Mario Cacciaglia12. A influência
francesa continuou presente, na segunda metade deste mesmo século, através das
11
Vide teses de doutorado de Eliene Benício Amâncio Costa (1999) e de Ermínia Silva (2003), em
referências bibliográficas.
12
CACCIAGLIA, Mario. Pequena História do Teatro no Brasil. São Paulo: Ed. da Universidade de São
Paulo, 1986, p.56.
33
companhias francesas que aqui chegaram, com suas operetas, revistas e vaudevilles.
Neide Veneziano relata13:
1859 é também o ano de abertura do Alcazar Lyrique, o templo da opereta no
Rio de janeiro, que trouxe as mais belas e sedutoras atrizes francesas para a
boemia noturna. O Alcazar parece ter apontado ao teatro nacional um rumo
a seguir, despertando na sociedade carioca o gosto pelo mundo colorido e
sensual ao teatro ligeiro.
O próprio Arthur de Azevedo, o principal autor de revistas e burletas deste
período, traduziu diversas obras francesas, além de parodiá-las. Mario Cacciaglia cita
algumas14:
Artur Azevedo escreveu também paródias de famosas operetas francesas:
da Fille de Madame Angot tirou a celebérrima e muito bem sucedida peça
A filha de Maria Angu. “La petite marieé (sempre de Lecoq) tornou-se a
casadinha de fresco. La belle Hélène (de Offenbach) intitulou-se AbelHelena.”
Muitos autores franceses de óperas, dramas, dramas românticos, melodramas e
dramas realistas continuaram a fazer parte do nosso repertório teatral até o fim do século
XIX e início do século XX. Nos circos teatros este repertório estendeu-se até metade do
século XX.
Os autores franceses que foram traduzidos e adaptados e fizeram parte do
repertório do circo- teatro paulista, do período de 1927 a 1967, cujas peças se encontram
no Arquivo Miroel Silveira foram:
Molière (1622-1673)15, pseudônimo de Jean Baptiste Poquelin, foi comediógrafo,
ator, autor, encenador, e produtor. Segundo Nelson de Araújo: “...trouxe em si o espírito
da farsa francesa, dos autores da Antiguidade Clássica e
da commedia dell’arte,
condensando numa comédia de costumes onde predomina uma visão crítica das
13
VENEZIANO, Neide. O Teatro de Revista no Brasil. O teatro de revista no Brasil: dramaturgia e
convenções.Campinas,SP: Pontes: Editora da Universidade de Campinas, 1991. p. 2.
14
CACCIAGLIA, Mario. Op. Cit. p.77.
15
Vide bibliografia sobre todas as biografias realizadas nas Referências Bibliográficas.
34
camadas superiores da sociedade”16. Escreveu mais de trinta comédias, que alcançaram
imediatamente o público: Sganarello (1660), Tartufo (1664), O Misantropo (1666) e
George Dandin (1668), dentre outras. No Arquivo Miroel Silveira, encontra-se a obra
George Dandin (DDP0252), comédia, com tradução de Bandeira Duarte. Em 1934 o
Circo-Teatro Piolin pede vistas à censura desta obra, e em 1959 é a vez do Pavilhão
Teatro Nhá-Barbina.
Entre estes autores franceses os que mais se destacaram pela quantidade de peças
traduzidas e adaptadas foram:
Adolphe d’Ennery (1811-1899), nasceu e faleceu em Paris. Sua obra mais
famosa, As duas Órfãs (1873), foi traduzida aqui no Brasil por Arthur de Azevedo e
Affonso Magalhães.
No Arquivo Miroel Silveira, encontram-se 9 (nove) obras do referido autor,
mostrando o quanto ele foi prestigiado nos circos-teatros, pois se os donos de circos
pediram vistas à censura dessas peças é porque tinham certeza que obteriam êxito com
as suas encenações. A peça As Duas Órfãs (DDP0065), comédia, com tradução de
Arthur Azevedo e Affonso Magalhães, foi a obra mais requisitada deste autor. 8 (oito)
empresas de circo-teatro pediram vistas junto à censura, entre o período de 1934 a 1954.
A peça Maria Joana (DDP0910), drama, tradução de Stênio Castro Viana e Pires de
Almeida, foi requisitada por 7 (sete) empresas de circo-teatro, no período de 1944 a
1952. A peça Lágrimas de Homem (DDP0103), drama, também traduzida por Arthur
Azevedo, com adaptação para circo de Albano Pereira e Leopoldo Martinelli, foi
requisitada por 6 (seis) empresas de circo-teatro, no período de 1934 a 1948. A peça
Médico das Crianças (DDP1033), drama, com tradução de Stênio Castro Viana e Pires,
foi requisitada por 5 (cinco) empresas de circo-teatro, no período de 1944 a 1954 . A
Família Maldita (DDP2909 e DDP3393), drama, tradução de Arthur de Azevedo, foi
requisitada por 3 (três) empresas entre 1952 e 1954. Aimeé (DDP2335), drama, com
tradução de Eduardo Victorino, foi requisitada por 2 (duas) empresas entre 1942 e 1946.
O Diabo em Paris (DDP2496), drama, com tradução de Araujo do Amaral Leme, foi
requisitada por 2 (duas) empresas, entre 1938 e 1947. A Martyr (DDP2374), drama, com
tradução de Guiomar Torrezão, foi requisitada por apenas 1 (uma) empresa, em 1936; e
16
ARAÚJO. Nelson. História do Teatro. Salvador: Empresa Gráfica da Bahia, 1991. p. 165.
35
Don Cezar de Bazan (DDP2440 e DDP0108), comédia, sem tradução indicada, com
adaptação para circo de Júlio Ozon, foi requisitada por 3 (três) empresas entre 1942 a
1947. Ao todo, passaram pela censura, 7 (sete) dramas e 2 (duas) comédias do referido
autor. É interessante observar que Adolphe D’Ennery produziu suas obras no século
XIX, pois este faleceu em 1899, sendo que seus tradutores Arthur de Azevedo, Eduardo
Victorino e os demais, provavelmente fizeram essas traduções no final do século para
início do século XX, pois Arthur de Azevedo faleceu em 1908, e este traduziu três
dessas peças e Eduardo Victorino, faleceu em 1949, o qual traduziu Aimée. Os pedidos
de vista às obras de D’Ennery ocorreram entre 1934 a 1954. Ou seja, apesar deste autor
pertencer ao século XIX, sua obra no circo-teatro foi encenada aproximadamente
durante vinte anos, em meados do século XX.
O autor francês Alexandre Bisson (1848-1912), dramaturgo francês, considerado
um criador significativo de vaudevilles, foi também romancista, sendo bem sucedido na
França, assim como nos Estados Unidos. Sua obra mais importante, Madame X, foi
realizada em 1910, tanto em Paris como na Broadway, e teve como atriz, Sarah
Bernhardt no papel principal.
No Arquivo Miroel Silveira, existem duas obras do referido autor: Sacrifício de
Mãe (DDP0469), sem identificação de tradutor, com 1 (um) pedido de vistas à censura
pelo Circo Teatro Arethuzza, em 1944; e A Ré Misteriosa (DDP1048), tradução de
Gomes Cardim e Camara Lima, com pedido de vistas à censura por 3 (três) empresas de
circo-teatro, entre 1944 e 1945. As duas obras são dramas.
Outro dramaturgo francês que teve três obras traduzidas para o português foi
Pierre Decourcelle (1856-1926). Suas obras, dramas, comédias e óperas cômicas,
foram escritas entre 1880 e 1895. Sua principal obra, Os Dois Garotos, foi escrita em
1880.No Brasil esta obra foi traduzida por Arthur de Azevedo com o título Os Dois
Garotos de Paris.
No Arquivo Miroel Siveira encontram-se três peças do autor, sendo que duas são a
mesma obra, porém com dois tradutores diferentes. A primeira peça, Os Dois Garotos
de Paris (DDP0195), drama, com tradução de Arthur de Azevedo, foi requisitada por 4
(quatro) empresas de circo-teatro, para submissão junto à censura, entre 1943 a 1946.
Esta mesma obra, com o título Os Dois Garotos (DDP1694), e com tradução de
36
Guiomar Torrezão, foi requisitada por três empresas de circo-teatro para ser submetida à
censura entre 1946 a 1949. A terceira peça, Sherlock Holmes (DDP0786), sainete, com
tradução de João Barbosa Dey Burns; adaptação de Oduvaldo Vianna; arranjos de
Alberto Fekete, foi submetida à censura pelo Circo- Teatro Fekete, em 1934, e pelo
Circo-Teatro Seyssel, em 1950. Observa-se, porém, que antes de ser submetida à
censura por estes circos-teatros, já com o arranjo feito por Alberto Fekete, esta obra foi
requerida pela Empreza Paulista de Theatro Dr. Victor Carmo Romano, em 1928 e anos
depois, em 1933. É importante ressaltar que as três obras apresentaram-se nos circosteatros paulistas no período que compreende as décadas de 30 e 50, apesar das obras
terem sido escritas ainda no final do século XIX.
Victor Hugo (1802 – 1885), autor bastante conhecido no teatro do século XIX,
por sua grande produção literária, entre ela Os Miseráveis (1862) e Notre Dame de Paris
(1831). No prefácio de Cromwell, drama em versos, publicado em 1827, opõe-se às
convenções clássicas do teatro francês, criando as bases do movimento romântico em
Paris. Escreveu ininterruptamente entre 1822 a 1885, ano de sua morte.
No Arquivo Miroel Siveira encontram-se três obras do referido autor: Os
Miseráveis (DDP0384), drama, tradução de Álvaro Peres. Esta peça foi requerida junto
à censura pelo Circo-Treatro François, em 1943. O Corcunda de Notre Dame de Paris
(DDP1257), drama, com adaptação de José Domaria, é requerido à censura por três
circos-teatros entre 1945 a 1948. E a terceira peça, O Monstro de Londres ou O Homem
que Ri (DDP2477), foi requerida à censura por três circos-teatros entre 1947 e 1951.
Observa-se que a produção de Victor Hugo inicia-se na primeira metade do século XIX,
e essas obras chegam ao circo-teatro paulista já em meados do século XX, quase cem
anos depois.
Dois dramaturgos muito conhecidos do público brasileiro, e que foram pai e filho,
são Alexandre Dumas e Alexandre Dumas Filho. Ambos produziram obras de muito
sucesso. Alexandre Dumas, pai, era neto do marquês Antoine-Alexandre Davy de la
Pailleterie e de uma escrava haitiana (ou liberta, não se sabe ao certo) negra, Marie
Césette Dumas. Seu pai foi o General Dumas, grande figura militar de sua época.
Alexandre Dumas (1802 – 1870), escreveu romances e crônicas históricas com
muita aventura que estimulavam a imaginação do público, entre eles Os romances de
37
D’Artagnan (Os Três Mosqueteiros, 1844; Vinte Anos Depois, 1845; O Visconde de
Bragelonne, 1847), A Rainha Margot e O Conde de Monte Cristo, 1843.
No Arquivo Miroel Silveira
encontra-se a peça O Conde de Monte Cristo
(DDP1498), com tradução de José Antônio Diniz e Azevedo Coutinho. Esta peça foi
requisitada à censura, inicialmente pela Companhia Dramática Nacional de Maria
Castro – Raphael Marques, em 1933. Depois foi requisitada por 3 (três) circos-teatros,
entre 1947 a 1954. Após 100 anos sua obra chegou ao circo-teatro paulista.
Alexandre Dumas Filho (1824 – 1895), seguiu os passos de seu pai tornando-se
um conceituado autor de livros e peças de teatro. Filho ilegítimo de Marie-Catherine
Labay, uma costureira, e do romancista Alexandre Dumas. Em 1831 seu pai o
reconheceu legalmente e assegurou uma boa educação a ele. As leis daquela época
permitiram Dumas pai tirar seu filho de sua mãe. A agonia de sua mãe inspirou-o a
escrever sobre personagens trágicos femininos. Em 1844 Dumas Filho mudou-se para
Saint_Germain-en-Laye para viver com seu pai. Lá, ele conheceu Marie Duplessi, uma
jovem cortesã que lhe deu a inspiração para o romance A Dama das Camélias. Uma das
grandes intérpretes dessa obra no teatro foi Sarah Barnhardt.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a peça A Dama das Camélias (DDP0350),
que foi requerida à censura pela Companhia Dramática Nacional Maria Castro Raphael Marques, em 1935. Em 1943, o Pavilhão Viana requisitou à censura a referida
peça. Em Paris, A Dama das Camélias estreou em 1852; no Ginásio Dramático, do Rio
de Janeiro, esta mesma obra estreou em 1855, como já foi citado anteriormente; e no
circo-teatro paulista, em meados do século XX, quase cem anos depois.
Eugène Scribe (1791-1861), considerado um dos iniciadores do realismo na
França, escreveu peças baseadas na intriga, utilizando-se temas históricos, para
desenvolver com maestria seus enredos. Ele é considerado o criador da “peça bem
feita”, com enredo bem elaborado, que influenciará Sardou, Alexandre Dumas Filho, e
posteriormente, Ibsen.
No arquivo Miroel Silveira encontra-se a peça Diana de Rione (DDP2457),
drama, a qual é solicitada à censura por três empresas de circo-teatro, entre os anos de
1948 e 1952.
38
Victorien Sardou (1831 – 1908), dramaturgo francês, conhecido pelas suas
comédias e dramas realistas, com boa parte traduzida para o português. É autor de
peças de teatro em que se baseiam os libretos das óperas Tosca e Fedora. Nas suas peças
ridiculariza a burguesia egoísta e vulgar. Fedora (1882), foi escrita especificamente para
Sarah Bernhardt, tal como aconteceria com muitas das peças posteriores. Os direitos da
obra foram, depois, vendidos a Umberto Giordano, que transformou-a na ópera de
sucesso Fedora. Victorien Sardou foi alterando o seu estilo, através da introdução nas
suas peças de elementos de carácter histórico. A época imperial francesa é revivida na
Tosca (1887). Sardou vai levar ao extremo limite a escola de “peça bem feita”, iniciada
por Eugène Scribe.
No Arquivo Miroel Siveira, encontra-se a peça Tosca (DDP1792), drama, com
tradução de Eduardo Nascimento Ferreira. Esta peça foi requerida à censura
inicialmente pela Sociedade Operária Italiana de Mútuo Socorro, em 1935. Na década
seguinte, entre 1946 a 1949, três empresas de circo- teatro pediram vistas à censura. E
em 1953, o Circo-Teatro Rialto pediu vistas à censura da peça Fedora (DDP3446). É
importante observar, que essas peças foram produzidas no final do século XIX, e
encenadas nos circos-teatros entre 1946 a 1956, em meados do século XX.
Outros dois dramaturgos franceses que ficaram bastante conhecidos do público
teatral brasileiro do final do século XIX, foram Maurice Hennequin (1863 – 1926) e
seu pai, Alfred Hennequin (1842-1887), com suas comédias, vaudevilles e óperas
cômicas. Suas obras foram escritas com várias parcerias, inclusive entre eles. Ambos
fizeram enorme sucesso.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se obras dos dois autores. A peça As
Alegrias do Lar ou Viagem de Núpcias (DDP0461), de Maurice Hennequin, com
tradução de Carlos de Moura Cabral, foi requisitada à censura por oito empresas de
circo-teatro, entre o período de 1934 e 1950. Já a peça A Mulher do Trem (DDP1391),
um vaudeville, de Alfred Hennequin (1842-1887) e George Mitchell (1859 – 1919),
tradução Miguel Santos, foi requisitada junto à censura, por 5 (cinco) empresas de
circo-teatro, entre 1945 e 1949, confirmando o sucesso alcançado por esses autores. É
atribuído a Alfred Hennequin, a escritura de mais de 100 (cem) vaudevilles.
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Louis Verneuil (1893 – 1952), foi um autor francês, considerado o Rei do
Boulevard, tal o sucesso de suas obras em Paris, na década de 30 do século XX. Ele
escreveu trinta e oito peças, mais vinte e cinco em parceria com George Berr. Casou-se
com a filha de Sarah Bernhardt e escreve sua biografia. Sua obra Por Adrienne é
apresentada em São Paulo pela Companhia de Comédia Jayme Costa, em 1930.
No Arquivo Miroel Silveira, a peça Por Adrienne recebe o título de Hás de Ser
Minha (DDP1161), comédia, com tradução de Lygia Sarmento.Quatro empresas de
circo-teatro pedem vistas à censura no período de 1947 a 1950, quase vinte anos depois
de ser apresentada no teatro. É uma das peças que teve sua criação já no século XX,
sendo incorporada ao repertório circense em meados do mesmo século.
Entre os autores franceses que possuem obras no Arquivo Miroel Silveira, ainda
consta a dupla Andre C. Delacour e Pierre Lambert-Thiboust, cuja obra O Conde de
São Germano (DDP2193), drama em 5 atos, foi requisitada junto à censura pelo Circo–
Teatro Guaraciba, em 1947 e pelo Circo-Teatro Rubi, em 1950. Ainda não foi possível
encontrar biografia sobre os referidos autores, nos sites disponíveis, assim como nos
livros sobre história do teatro.
Pierre Adrien Decourcelle (1856 – 1926), escritor e dramaturgo francês, criou
em 1908 a Sociedade de Autores de Cinema e Pessoas Literárias, adaptando vários
clássicos da literatura para o cinema, como Os Órfãos, Palhaço, Os Mistérios de Paris,
etc. Presidiu, também, a Sociedade de Autores Dramáticos e Compositores entre 1912 e
1913. Entre suas obras para teatro estão : A Toupeira (1880), comédia ; O ás de paus
(1883), drama ; O fundo do Saco (1883) ; Sra. Toner (1886), ópera cômica ; A Rainha
Dragão (1888), ópera cômica. Escreveu o romance Os Dois Garotos, em 1880, o qual
foi adaptado para o teatro e o cinema.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se duas peças do referido autor. São elas :
Scherlock Holmes (DDP0786), sainete, com tradução de João Barbosa Dey Burnes ;
adaptação de Oduvaldo Vianna ; e arranjos para circo de Alberto Fekete. Esta peça foi
solicitada à censura, inicialmente, pela Empreza Paulista de Thetro Dr. Victor Carmo
Romano, em 1928 e 1933. O Circo Teatro Alberto Fekete solicitou a referida peça à
censura em 1934 ; e em 1950, a solicitação foi feita pelo Circo Teatro Seyssel. Os Dois
Garotos (DDP 1694), drama, foi traduzida por Guiomar Torrezão. Entre 1946 e 1949,
três empresas de circo-teatro pediram vistas à censura, para a sua liberação.
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Outro escritor francês que possui obra no Arquivo Miroel Silveira é Pierre Wolf,
cuja peça Segredos de Polichinelo (DDP3368), com tradução de Avelar Pereira, foi
requerida junto à censura pelo Circo-Teatro Léa, em 1952. Pierre Wolf, fez parte do
Teatro Boulevard, e tinha uma produção voltada ao drama realista.
E os dois últimos autores franceses, que constam do Arquivo Miroel Silveira, são:
D’Aubigny, com a sua peça Os Dois Sargentos (DDP0120), drama, com tradução de
J.Silveira Serpa e adaptação de Júlio Ozon. Esta obra foi requisitada à censura pelo
Circo Teatro Alcibíades, em 1943, após passar, desde 1931, por diversos clubes e
grêmios de teatro amador, existentes em São Paulo (vide artigos de Roseli Fígaro); e
Albin Valabregue (1853 – 1937), cuja obra, O Último Marido de França (DDP3635),
comédia, tradução de Gervásio Lobato, foi requerida à censura pelo Circo–Teatro
Piolin, em 1953.
A dupla de autores alemães, Franz Arnold (1878 - 1960) e Ernest Bach (1876 –
1929), que criou conjuntamente farsas e comédias, está presente no Arquivo Miroel
Silveira com quatro peças: Em 1942, a peça A Filha de Minha Mulher (DDP0138),
comédia, com tradução de Flávio Cezar Ciociola e adaptação de Aparecida Pimenta, é
submetida à censura pelo Circo-Teatro Novo Horizonte. Entre 1942 a 1950, outra peça
da dupla, Eu sou de Circo (DDP0045), comédia, foi submetida à censura por 3 (três)
circos-teatros. Em 1943, com O Adorável Barcelos (DDP0226), comédia, tradução de
Fernando Lacerda, o Circo Piolin pede vistas à censura; e em 1956, o mesmo circoteatro pede vistas à censura da peça A Cegonha se Atrazou (DDP4371), um vaudeville,
com tradução de Matheus de Fontoura. Ao ler as peças Eu sou de Circo e A Cegonha se
Atrazou, ambas traduzidas por Matheus de Fontoura, foi possível observar que as duas
peças têm o mesmo enredo, ou seja, são a mesma peça com títulos diferentes.
As obras destes autores fizeram parte do repertório circense durante os anos de 1942 a
1956. A dupla as produziu entre os anos de 1913 a 1929, quando encerrou sua produção
devido ao falecimento de Ernest Bach, neste mesmo ano. Com isto é possível perceber
que os empresários dos circos estavam atentos às peças teatrais que se destacavam, e
incorporavam essas obras aos seus repertórios. Neste caso, as obras desses autores, são
comédias e vaudevilles, muito apreciadas pelo público do teatro brasileiro do final do
século passado.
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Franz Werfel ( , - 1945 ), escritor, judeu austríaco, escreveu Os quarenta dias de
Musa Dagh, uma novela que chamou a atenção do mundo sobre o genocídio armênio
causado pelos turcos. Durante a ocupação nazista na França, ele teve que fugir e foram
para os Estados Unidos da América. Em visita à France encontrou à espiritualidade e
fez votos de escrever sobre a experiência. De volta à América escreveu “Canção de
Bernadette”, obra que fez bastante sucesso. Werfel faleceu em 1945.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a obra Canção de Bernadete (DDP2354),
drama, com adaptação de Arethusa Neves. Esta peça foi requisitada à censura pelo
Circo Teatro Arethusa, em 1946. Entre 1947 e 1956, 7 (sete) circos-teatros pediram
vistas à censura para liberação desta peça.
Entre os escritores ingleses que fazem parte do Arquivo Miroel Silveira, cujas
obras chegaram ao teatro do Brasil estão Emily Brontë, Daphne Du Marier, Mary
Shelley, William Somerset Maugham, Robert Louis Balfour Stevenson:
Emily Jane Brontë (1818-1848), foi uma escritora e poetisa britânica, autora do
cultuado livro O Morro dos Ventos Uivantes. Ela escrevia sob o pseudônimo masculino
de Ellis Bell. Emily Brontë, a quinta dos seis filhos de Patrick Brontë e Maria Branwell,
e irmã de Charlotte Brontë e Anne Brontë, também escritoras. Charlotte foi a primeira a
publicar, Jane Eyre e, sob o pseudônimo de Currer Bell, atingindo grande sucesso.
Quando surgiu O Morro dos Ventos Uivantes, sob o pseudônimo Ellis Bell, Jane Eyre já
estava na 2ª edição, e o livro de Emily não foi bem acolhido pelos críticos, na época,
devido ao clima tenso da história. Ela publicou, assim, sua única obra em prosa, O
Morro dos Ventos Uivantes, em 1847. Embora tenha recebido críticas contrárias, na
época em que foi lançado, posteriormente o livro foi incluído nos cânonse dos clássicos
da literatura inglesa. Recebeu várais versões oficiais no cinema e inúmeras adaptações.
No arquivo Miroel Silveira, encontra-se
a obra O Morro dos Ventos Uivantes
(DDP0360), drama, com adaptação de Iracy Viana. Esta obra foi requerida à censura
pelos empresários do circo-teatro Viana Pavilhão, em 1943. Em seguida, mais 4
(quatro) empresas de circo-teatro pediram vistas à censura da referida obra, entre os
anos de 1946 a 1948. Após cem anos esta obra chega ao circo-teatro paulista.
Mary Shelley(1797-1851), nascida Mary Wollstonecraft Godwinm, foi uma
escritora britânica, de contos, dramaturga, ensaísta, biógrafa, e escritora de literatura de
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viagens, mais conhecida por sua novela gótica Frankenstein: ou Moderno Prometeu
(1818). Ela também editou e promoveu os trabalhos de seu marido, o poeta romântico e
filósofo Percy Bysshe Shelley. Seu pai foi o filósofo político William Godwin, e sua
mãe a filósofa e feminista Mary Wollstonecraft. No Arquivo Miroel Silveira encontrase a sua obra O Monstro de Frankenstein (DDP1570), drama em 2 atos e 8 quadros,
com adaptação de Pedro Salvo di Lauro. Em 1945, o Circo-Teatro Di Lauro, pediu
vistas à censura dessa obra.
Daphne Du Maurier (1907-1989), escritora britânica, nasceu em Londres, filha
de Gerald Du Maurier, famoso ator inglês, e neta de George Du Marie, escritor de
renome. Em 1931 publicou o seu primeiro romance, O Espírito Amante, que foi muito
bem aceito pela crítica. Ao longo de sua carreira, escreveu mais de vinte obras, entre as
quais se destacaram: Uma Taberna na Jamaica (1936), Rebecca (1939), uma história de
amor e mistério que vendeu mais de um milhão de exemplares; O General do Rei
(1946), e Os Parasitas (1949), dentre outros. Além dos temas sentimentais, buscou
inspiração na ficção científica, e escreveu o conto Os Pássaros, no qual as aves se
organizam e questionam o domínio do homem sobre a natureza. Grande parte da sua
obra foi adaptada para o cinema por Alfred Hitchock, que filmou Uma Taberna na
Jamaica, Os Pássaros e Rebecca, pelo qual ganhou o Oscar de melhor argumento
adaptado.
No Arquivo Miroel Silveira, encontra-se a peça Rebeca (DDP1775), drama. Foi
requisitada à censura, inicialmente pela Empresa Gioso, em 1946; e no mesmo ano, pela
Companhia Bibi Ferreira. E em 1951, o Pavilhão Teatro Artistas Unidos solicita-a à
censura. Observa-se que sendo esta obra, de 1939,
a mesma vai fazer parte do
repertório do circo-teatro, após doze anos de sua montagem em São Paulo, em meados
do século XX.
William Somerset Maugham (1874 – 1965),britânico, foi romancista e
dramaturgo britânico.Considera-se que Servidão Humana, obra magna de Maugham,
venha a ser uma novela autobiográfica, pois seu protagonista, Philip Carey, é órfão e
criado por um tio impiedoso, como no caso do autor. A deformação dos pés de Philip
provoca-lhe tormentos e vergonha, que evocam os problemas de Maugham com sua
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disfemia. Uma das obras mais importantes de Maugham, No Fio da Navalha, publicada
em 1944, foi um caso atípico de sua produção. A maior parte da história se desenvolve
na Europa, seus principais personagens são norte-americanos e não britânicos.
No Arquivo Miroel Silvaeira encontra-se sua obra O Ciclone (DDP1035), drama,
com tradução de Cristiano de Souza. Em 1944, o Circo Teatro Chileno pediu vistas à
censura desta referida obra.
Robert Louis Balfour Stevenson (1850 – 1894), britânico, foi novelista, poeta e
escritor de roteiros de viagem. Escreveu clássicos como A Ilha do Tesouro, O Médico e
o Monstro, e As Aventuras de David Balfour também traduzido como Raptado.
Conhece a notoriedade artística ao escrever, em 1886, O Estranho caso do Dr. Jekyll e
Sr. Hyde, conhecido como O Médico e o Monstro, um de seus maiores sucessos
literários. No ano seguinte aventura-se num veleiro em diversos arquipélagos do
Pacífico-Sul, junto com a esposa e o enteado. Apaixonado pela paisagem paradisíaca se
estabelece definitivamente em Apia, nas Ilhas Samoa, em 1889. Morre prematuramente
em 3 de dezembro de 1894 enquanto escrevia.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a obra O Médico e o Monstro
(DDP0493), drama, com adaptação de Iracy Viana. Em 1944, o Viana Pavilhão pede
vistas à censura desta obra.
Entre os escritores de outras nacionalidades estão:
Abraham "Bram" Stoker (1847-1912), escritor irlandês que ficou conhecido por
ter sido o autor de Drácula, a principal obra no desenvolvimento do mito literário
moderno do vampiro. Sempre estudando em Dublin, escreveu seu primeiro ensaio aos
16 anos. Conseguiu se tornar crítico de teatro, sem remuneração, no jornal Dublin
Eventing Mail. Em 1897 publica Drácula.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a obra Drácula, O Homem da Meia Noite
(DDP1072), drama, com tradução e adaptação de Iracy Viana. Esta obra foi requerida
junto à censura pelo Viana Pavilhão, em 1944.
Henryk Adam Aleksander Pius Oszyk-Sienkiewicz (1846 – 1916), nasceu na
Polônia. A sua obra mais conhecida é o clássico da literatura também adaptado ao
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cinema Quo Vadis, publicado em 1895, narrando as lutas históricas do povo polonês
desde o século XVI, contra os povos cossacos, tuercos, tártaros e suecos.Foi galardoado
com o Nobel de Literatura de 1905. É considerado um dos mais brilhantes escritores da
segunda metade do século XIX.
Sua obra mais famosa Quo Vadis (DDP3663), drama histórico, encontra-se no
Arquivo Miroel Silveira, com adaptação de Oliveira Filho e João da Mota Mercier. O
Circo teatro Savalla Baxter, solicitou vistas à censura em 1954.
Harriet Beecher Stowe (1811 - 1896), nasceu em Connecticut, Estados Unidos.
Autora de A Cabana do Pai Tomás (1852), apresenta, de forma romanceada, o conflito
vivido entre os escravos norte-americanos e os ricos proprietários de terras no sul dos
Estados Unidos. Seu romance mais famoso foi publicado em série, num jornal
abolicionista de Washington, antes de virar um livro - lido em todo o país e de
importante influência nas causas da Guerra Civil. O livro foi logo traduzido para vários
idiomas e adaptado ao teatro. Em 1853 Harriet publicou "Chave para a ´A cabana do Pai
Tomás´ ", em que reuniu um grande número de documentos e testemunhos contra a
escravidão, e comprovando, também, que os abusos e maus tratos de escravos retratados
em seu romance não eram ficção.
No Arquivo Miroel Silveira, a obra A Cabana do Pai Thomaz (DDP0036), drama,
recebeu adaptação de J. Vieira Pontes. 15 (quinze) empresas de circo-teatro pediram
vistas à censura, da referida obra entre os anos de 1934 a 1954. Durante vinte anos esta
obra foi representada nos circos-teatros, devido ao impacto da temática abolicionista.
Austin Strong (1881-1952), nascido nos Estados Unidos, foi escritor, dramaturgo,
e roteirista de cinema, escreveu O Sétimo Céu em 1927, sendo que em 1958 esta obra
transformou-se em filme. No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a referida obra O
Sétimo Céu (DDP3365), comédia, com tradução de Elsie Lessa O Pavilhão Teatro
Irmãos Garcia solicitou vistas à censura desta referida peça, em 1954.
Francis Marion Crawford (1854 – 1909), escritor americano, que nasceu na
Itália, mas foi criado na América. Único filho do escultor americano Thomas
Crawford.Em dezembro de 1882 ele produziu o seu primeiro romance, o Sr. Isaacs, um
sketch brilhante da moderna anglo-indiano misturou a vida com um toque de mistério
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oriental. Este livro teve um sucesso imediato, e a promessa de seu autor foi confirmada
pela publicação do Dr. Cláudio (1883). Em maio de 1883 ele retornou à Itália, onde fez
a sua casa permanente. Mais da metade dos seus romances são fixadas na Itália. Ele
escreveu três longos estudos históricos da Itália e já estava bem avançado com uma
história de Roma, na Idade Média, quando ele morreu. Isso explica, talvez, pelo fato de
que, apesar da sua nacionalidade, os livros de Marion Crawford estão distantes da
literatura contemporânea americana.As obras principais de Crawford são: Khaled: A
Tale of Arabia (1891), uma história de um gênio, que se torna humano. A Cigarette Romance Maker's (1890) foi dramatizada, e teve grande popularidade no palco, bem
como na sua forma de romance, e em 1902 uma peça original de sua pena, Francesca da
Rimini, foi produzido em Paris por sua amiga Sarah Bernhardt. Melhor drama e
bastante conhecido, escrito por Crawford, foi o da irmã White (1909). Sua atriz
principal foi Viola Allen, que trabalhou no filme de 1915 a partir do romance. No
Palácio do Rei (1900) foi filmado em 1915 e 1923, o Sr. Isaacs (1882) foi filmado em
1931, como Filho da Índia.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a sua peça A Irmã Branca (DDP0311),
drama, com adaptação de Arthur Carvalhal e Olindo Dias Corleto. Esta peça foi
solicitada à censura pelo Circo-Teatro Tic TAC, em 1948. Esta mesma peça Irmã
Branca (DDP2355) foi adaptada por Arethuzza Neves, com tradução de Euclides de
Andrade. O Circo Teatro Arethuzza e o Circo Teatro Ipiranga, pediram vistas à censura
em 1946 e 1947, respectivamente.
Os Conto de fadas, traduzidos e adaptados, aparecem também no Arquivo Miroel
Silveira, entre 1945 e 1952, destacando-se os seguintes escritores que se dedicaram ao
tema:
Charles Perrault ( 1628 – 1703) foi escritor e poeta francês, estabeleceu as bases
para um novo gênero literário, o conto de fadas, e foi o primeiro a dar acabamento
literário a estes contos de fadas e escreveu seu maior livro A Branca de Neve. Esse feito
lhe conferiu o título de Pai da Literatura Infantil. Suas histórias mais conhecidas são
Chapeuzinho Vermelho, A Bela Adormecida, O Gato de Botas, Cinderella, Barba Azul,
e o O Pequeno Polegar.
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No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a obra Branca de Neve e os Sete Anões
(DDP1363
), com adaptação de Arethuza Neves e Oscar Neves. O Circo-Teatro
Arethuzza, em 1945, pede vistas à censura da referida obra.
Os irmãos Grimm, Jacob Grimm (1785-1863) e Wilhelm Grimm (1786-1859),
foram dois alemães que se dedicaram ao registro de várias fábulas infantis, ganhando
assim grande notoriedade. Também deram grandes contribuições à língua alemã com
um dicionário (O Grande Dicionário Alemão) e estudos de lingüística, e ao estudo do
folclore.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a obra Branca de Neve e os Sete Anões
(DDP3208), conto popular europeu recolhido pelos Irmãos Grimm. Não há registro de
tradução da referida obra, que foi requerida à censura pelo Circo-Teatro Seyssel, em
1951.
Os autores italianos, cujas obras encontram-se no Arquivo Miroel Silveira são:
Giacomo Puccini ( 1858 – 1924), foi um compositor italiano de óperas.Assim
como a família Bach, a família Puccini produziu músicos por várias gerações,
especialmente músicos de igreja. Seus antepassados foram organistas da igreja de São
Martinho em Lucca, o cargo tendo passado de pai para filho na família Puccini desde o
século XVIII. Giacomo estudou órgão com o pai até que este morreu, em 1864, quando
Puccini ainda não havia completado seis anos de idade. Puccini continuou seus estudos
de órgão com seu tio, Fortunato Magi, e com Carlo Angeloni. Aos dez anos de idade
começou a cantar no coro da igreja. Porém, em 1876, aos 18 anos, ele ouviu a Aída de
Verdi, que despertou nele um tal fogo, uma tal paixão, que ele percebeu em si mesmo
um instinto musical que levava naturalmente à composição de óperas. Conseguiu então
uma bolsa de estudos da rainha Margherita e, com um pouco de ajuda financeira do tio,
entrou para o Conservatório de Milão, onde foi aluno de Amilcare Ponchielli. Graduouse em 1883 com o Capriccio Sinfônico, peça que parecia anunciar um compositor de
sinfonias,
tamanho o brilho de sua orquestraçãoSua primeira ópera, Le Villi, foi
composta em 1883 para participar de um concurso. segunda ópera, Edgar, que foi
friamente recebida quando estreou no Teatro Scala de Milão na primavera de 1889. Sua
terceira ópera, Manon Lescaut, que estreou no Teatro Regio de Turim a 1 de fevereiro
de 1893, foi um sucesso estrepitoso, A quarta ópera de Puccini, La Bohème, estreou
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também no Teatro Regio de Turim, em 1896, sob a regência de Arturo Toscanini. A
quinta, Tosca, estreou em Roma, em 1900, e também causou sensação. Em 1904, estréia
sua sexta ópera, Madame Butterfly. Em 1907, viajou para os Estados Unidos, para a
estréia americana de sua sexta ópera, Madame Butterfly, que se deu no Metropolitan
Opera House de Nova York a 22 de fevereiro, com a presença do compositor. A
próxima ópera de Puccini,La Fanciulla del West, mostra a influência de Debussy e
Richerd Strauss. Estreou no Metropolitan de Nova York em 1910, também sob a
regência de Toscanini. Puccini falece em 1924.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se as obras Madame Butterfly (DDP0137),
drama, de Giacomo Puccini , com tradução de Aparecida Pimenta, V. Gabirondo e
E.Enderiz. Esta peça foi solicitada à censura, pela federação Espanhola, em 1937. O
Circo-Teatro Novo Horizonte solicitou por duas vezes à censura, em 1942 e 1944; e
Tosca (DDP1078), ópera, solicitada à censura pela Companhia Lírica Oficial, em 1936.
Em 1952, o Pavilhão Teatro Rialto, pediu vista à censura, para liberação da referida
peça.
Paolo Giacometti (1816-1882), dramaturgo italiano, , foi criado em Gênova. Aos
vinte anos escreve seu primeiro sucesso para o teatro “Rosilda”. Entre sua os melhores
obras estão La Donna (1850), La Donna in seconde nozze (1851), Giuditta (1857),
Sofocle (1860). La civile Morse (1880). Uma coleção de seus trabalhos foi publicado
em Milão em oito volumes, em 1859.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se sua obra A Morte Civil (DDP0216),
drama, com tradução de Eduardo Victorino. Esta obra foi inicialmente solicitada à
censura pela Federação Espanhola, em 1932; e entre 1942 e 1945 dois circos-teatros
também pediram vistas à censura da referida obra.
Os autores espanhóis, cujas obras encontram-se no Arquivo Miroel Silveira são:
Àngel Pío Juan Rafael Guimerà Jorge ( 1845 – 1924), foi escritor, poeta e
dramaturgo espanhol, que produziu suas obras em língua catalã. . Sua extensa obra,
realista com elementos românticos, fez ressurgir a literatura catlã no final do século
XIX. Entre suas obras estão: Maria Rosa (1894), A festa do Trigo (1896) e Terra Baixa
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(1897), a qual teve grande êxito na Catalunha, que levou à sua imediata tradução para o
espanhol e mais treze línguas européias. Em 1904, a Academia Sueca concedeu-lhe o
Prêmio Nobel de Literatura.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a sua obra Tierra Baja (DDP0046), com
tradução de Alves Moreira e adaptação de Camilo Vidal. Esta peça foi solicitada à
censura, inicialmente pelo Grêmio Dramático Hispano-Americano, em 1933. Entre
1942 a 1948, quatro circos-teatros, pediram vistas à censura desta referida peça.
Carlos Arniches (1866 – 1943), escritor e dramaturgo espanhol, escreveu seu
primeiro roteiro La leyenda del Monje para o teatro musical em 1890. Ele ficou mais
conhecido com as obras La Señorita de Trevélez que foi adaptado para o cinema por
Juan Antonio Bardem em seu filme Calle Mayor. Escreveu também sainetes e zarzuelas.
Entre outros: El Santo de la Isidra, La Fiesta de San Antón, El amigo Melquíades.
Trabalhou em parceria com vários autorews de sua geração.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a sua obra A Morte Foge de Mim
(DDP2597), comédia, com tradução e adaptação de Oliveira Lima e Oliveira Filho.
Entre 1948 a 1950 esta obra foi solicitada à censura por cinco circos-teatros.
Os autores latino-americanos, cujas obras encontram-se no Arquivo Miroel
Silveira são:
Florencio Sánchez (1875 – 1910), foi dramaturgo e jornalista uruguaio, cuja
produção e herança artística se desenvolve nas duas margens do Rio da Prata. Depois de
abandonar seus estudos secundários, alternou sua vida entre Montevidéu, Buenos Aires
e Rosário (Santa Fé). Nestas cidades desenvolveu intenso trabalho jornalístico (La Voz
del Pueblo, El Siglo, La Razón, La Protesta, Germinal) e teatral. Entre as suas obras
teatrais destacam-se: La gente honesta (1903), sainete; M'hijo el dotor (1903), drama;
Cédulas de San Juan (1904), sainete; La gringa (1904), drama; En familia (1905),
comédia dramática; El cacique Pichuleo (1907), zarzuela.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se suas obras: A Mãe que Pecou
(DDP0133), drama, com tradução e adaptação de Aparecida Pimenta. Esta obra foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Novo Horizonte, em 1942. Almas em
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Conflito(DDP 0139), drama, foi também solicitado à censura pelo o Circo Teatro Novo
Horizonte, em 1942.
Angel Bartolome Vaccarezza Alberto Venancio, conhecido como Alberto
Vaccarezza ( 1886 – 1959), foi dramaturgo, letrista de tango e poeta argentino. Máximo
exponente do sainete e do vaudeville na Argentina. Foi amigo e colaborador de Carlos
Gardel. Foi presidente da Sociedade Geral de Autores e da Caso do Teatro. Seu trabalho
é influenciado pelo fluxo imigratório que houve na Argentina. Foi autor de numerosas
letras para tango, sambas, ritmos e estilos relacionados.Carlos Gardel gravou 13
músicas: La Copa del Olvido (música de Enrique Pedro Delfino, 1921), Otario que
andás luto (também com Delfino, 1932), Adeus para sempre (com Antonio Scatasso,
1925), Adeus a fazer o bem (com Delfino, 1924), coração Araca (Delfino, 1927), Have
outra cana merceeiro (Delfino, 1923), O carrerito (com Raúl de Los Hoyos, 1928 ), El
Poncho Del Amor não (Scatasso, 1927), Francesita (Delfino, 1924), Não diga a ela que
eu a amo (Delfino, 1924), eu joguei a tampa do vaso (Scatasso de 1926, início do tango
com o mesmo título), Pai Nosso (Delfino, 1923), Clang Clang (Delfino, 1924). Ele
escreveu poemas simples, recitado pelo rádio e foram publicados em livros como O
gaúcho Bíblia, disse Martin Fierro e Canções da vida e da terra. Entre suas obras para o
teatro estão: Quando um pobre se diverte; O Cortiço da Pomba(1936); Seu nascimento
foi um cortiço (1925); A Toupe se despede (1932); Os scrunchantes (1911), e O
Tribunal(1903). Escreveu, também , vários roteiros para o cinema.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se duas obras do referido autor: O Filho do
Italiano (DDP0041), comédia, com tradução de Nino Nello. Esta obra foi solicitada à
censura por quatro empresários de circos-teatros, entre 1942 e 1947. E A Vida é Assim
(DDP0477), comédia, com adaptação de Waldemar Seyssel. Esta peça foi solicitada à
censura pelo Circo Teatro Seyssel, em 1944.
Enrique Maroni (1887-1957), foi jornalista, poeta e dramaturgo argentino. Sua
primeira obra dramatúrgica foi O Bragado Boêmio, de 1912. Realizou várias obras em
parceria com Roger Giudice, Sanroma Rafael, Pascual Contursi, Castañeda e com
Vicente de La Vega. Entre as obras escritas em parceria estão: eles O Papa do Ano,
Contra a Flórida e no resto, Don Ippolito veio a Carve, Dona Sisebuto Gordillo, O que
você fez com o meu mel?, E foi um Papusa Paica, Uma Agenda para o Cabaret, Um a
Zero, Stud La Pampa, O Bataraz, Tocou a Gaita de Fole, Morreu Rosendo Aguilera. Foi
50
também locutor de rádio, a partir de 1924, e trabalhou comorepórter. Ele escreveu uma
centena de canções, mas aquelas que fizeram sucesso foram gravadas por Carlos Gardel,
entre elas , Scars, com música de Adolfo R. Aviles, com quem ele também criou a letra
de A Embriaguez do Tango e Mefistófeles. Fez várias parcerias musicais, entre elas
criou a valsa Rosal de Amor, com Vicente de la Vega.
Outras canções de sucesso
foram: Mulher, Bendito fruto, El Poncho del Olvido, La Querência, A Gagueira, e sua
famosa Apologia do Tango.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a sua obra Casou até com a Sogra
(DDP0727), comédia, de Enrique Maroni em parceria com Vicente de La Vega, com
tradução de Waldemar Seyssel. Esta obra foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
IrmãosSeyssel,1944
Os autores estrangeiros que possuem obras no Arquivo Miroel Silveira, cujas
bibliografias não foram realizadas são:
Dario Nicodemo, autor italiano, com as peças: Retalho (DDP0105), comédia,
com tradução de Afonso Gaio. Foi solicitada sua liberação à censura por 5 (cinco)
circos-teatros, entre 1942 e 1947.
A Inimiga (DDP2463), drama, foi solicita sua
liberação à censura pelo Circo Teatro Arethuza, em 1954.
D Joaquim Dicenta (1863-1917) , autor espanhol, com a peça João José
(DDP0106), drama, a qual foi solicitada a sua liberação à censura por 13 (treze) circosteatros entre 1942 e 1954. Esta peça foi escrita em 1896.
Antônio Jumayel, autor de Lealdade dos Árabes (DDP0726), drama, com
adaptação de Farid Bumussi. Esta peça foi solicitada à censura para a sua liberação, pelo
Circo Teatro Piolin, em 1944.
Em relação aos portugueses, no século XIX, com a chegada de Dom João VI e sua
corte ao país, na época colônia portuguesa, muitas companhias de teatro tornaram-se
presenças marcantes na cena teatral brasileira, e vários
artistas (atores, autores,
ensaiadores, etc), inclusive empresários teatrais, fixaram residência no país, a exemplo
de Eduardo Vitorino e Eduardo Garrido. Atualmente há pesquisas que estão sendo
desenvolvidas por pesquisadores do Arquivo Miroel Silveira, que têm se dedicado ao
51
estudo da migração portuguesa no Brasil, e dos artistas que desenvolveram suas
atividades no país.17
Existem várias obras dos autores portugueses no Arquivo Miroel Silveira, porém,
devido à dificuldade de saber quem são esses artistas, por causa dos seus nomes, que
são na língua portuguesa, a mesma adotada no Brasil, e cujas semelhanças de nomes e
sobrenomes dificultam a pesquisa em arquivos e no meio eletrônico, ainda é difícil
localizá-los adequadamente. Os autores que se destacaram no Brasil, e muitas vezes
também em Portugal, são mais facilmente localizados através de livros de história do
teatro e também em sítios da rede eletrônica.
Os autores e adaptadores portugueses cujas obras foram encenadas no circo-teatro
paulista entre 1927 a 1967, os quais, durante esta pesquisa foram passíveis de
identificação até o momento, e que se encontram no Arquivo Miroel Silveira, são:
Antonio José da Silva (o Judeu) (1705-1739) – apesar de ter nascido no Rio de
Janeiro, é considerado um autor português porque, com a idade de oito anos, fugiu do
Brasil junto com a sua família para Portugal, devido aos tribunais da Santa Inquisição.
Infelizmente o poeta, aos 34 anos, foi queimado vivo em Lisboa, durante um auto de fé,
por ser, segundo a igreja, judeu e herege. Escreveu as seguintes peças teatrais: Guerras
do Alecrim e Manjerona, A Vida do Grande Dom Quixote de la Mancha e do Gordo
Sancho Pança, As Fábulas de Ésopo, O Labirinto de Creta, Os Encantos de Medéia,
Anfitrião, As Variedades de Proteu, O Precipício de Fetonte. Segundo Mario
Cacciaglia, “Antônio José da Silva pertence à literatura portuguesa, na qual é uma
fugura das mais importantes, no panorama que vai de Gil Vicente e Antônio Ferreira a
Almeida Garret.”18
Antonio Moutinho de Sousa (1834 – 1898), dramaturgo português, autor dos
dramas Amor e Honra e Pelaio ou A Vingança de uma Afronta, ambos de 1856; de
Fumo sem Fogo,de 1861 e da comédia Finalmente, de 1862. No Arquivo Miroel
Silveira encontra-se a sua obra Amor e Honra (DDP 0097), drama, que foi requisitada à
censura pelo Circo-Teatro Vira Vira em 1944.
17
A Profa. Dra. Cristina Castilho Costa tem desenvolvido pesquisas relativas à presença portuguesa no
Brasil a partir do Arquivo Miroel Silveira. Seus alunos bolsistas José Isnar Petrola Jorge Filho e Suellen
de Souza Barbosa apresentaram relatórios parciais sobre o tema, os quais estão referenciados nesta
bibliografia.
18
CACCIAGLIA, Mario. Op. Cit. p. 34.
52
Antônio Sampaio ( , - , ) – poucas são as referências sobre este autor português
encontradas até o momento. Devido a montagem da peça Ferro em Brasa, melodrama
do referido autor, pela Companhia de Teatro Os Fofos, de São Paulo, foi possível saber
que no texto da peça, o autor critica o governo salazarista, o que indica que viveu na
primeira metade do século XX19.
No arquivo Miroel Silveira encontra-se a peça Ferro em Brasa (DDP0234),
drama. Esta peça foi inicialmente encenada pela Companhia Dramática Nacional Maria
Castro – Raphael Marques, em 1931. Em seguida, entre 1933 a 1961, sete empresas de
circo-teatro pediram vistas à censura.
Em 2007, a Companhia de Teatro Os Fofos, de São Paulo, resolveu montar esta
peça Ferro em Brasa, que foi escrita em 1926, para comemorar a reinauguração do
Teatro Arthur Azevedo, na Moóca, pois segundo o grupo, a sua primeira encenação foi
realizada em 1942, pelo Circo Teatro Arethuza. É interessante observar que entre as
empresas que pediram vistas à censura, entre 1933 e 1961, não consta o nome do CircoTeatro Arethuza. Os circos que solicitaram à referida peça à censura foram: Circo
Teatro Estrela Dalva,1933; Circo Teatro Brasil,1943; Circo Teatro Irmãos Savalla,1949;
Circo
Teatro
Atlântico,1949;
Pavilhão
Teatro
Regina,1950;
Circo
Teatro
Universo,1950.
Aristides Abranches (1832 - 1892), autor, tradutor e ensaiador português, escreveu
mágicas, comédias, dramas, operetas e zarzuelas, e farsas, além de imitar diversas peças
estrangeiras, que adaptava para a cena nacional. Suas peças foram bem populares e
alcançaram sucesso tanto em Portugal como também no Brasil. Fundou a Biblioteca
Teatral de Portugal e o Almanaque Taborda.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se duas peças do referido autor: O Gaiato
de Lisboa (DDP0194), comédia, que foi requisitada à censura pelo American Circus
Zoologic, em 1934, e o Circo Teatro Alcebíades, em 1943. A outra obra Que
Trapalhada (DDP0370), comédia, foi requisitada à censura por três circos-teatros, entre
1943 a 1947.
19
Referências no site: http://revistadotatuapé.com.br. Setembro de 2007: Os 50 Anos +5 do Arthur
Azevedo.
53
Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco (1825-1890) teve uma vida que pode
ser confundida com uma de suas próprias novelas, ou seja, uma vida dramática e tão
cheia de atribulações que chega a espelhar as histórias que escreveu.
Devido à sobrevivência, Camilo Castelo Branco concentrou seus esforços na
produção de novelas, por que este gênero literário agradava ao público consumidor da
época. Dentre sua vasta obra, as que tiveram maior destaque são: Amor de Perdição, de
1862; O Irônico Coração, de 1862; Cabeça e Estômago, de 1862; e Amor de Salvação,
de 1864.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a sua obra Amor de Perdição (DDP0171),
drama, com adaptação de Álvaro Peres. Esta peça foi solicita à censura inicialmente
pela Companhia Dramática Nacional Maria Castro – Raphael Marques, em 1933. No
ano seguinte, pelo Circo-Teatro Alcebíades. Entre 1942 a 1956, por mais 18 (dezoito)
circos-teatros, demonstrando o sucesso que esta peça alcançou no circo-teatro paulista.
Celestino Gaspar Silva (1874 – 1951), autor, poeta e tradutor, nasceu em Lisboa,
e faleceu no Rio de Janeiro. Estabeleceu-se no Brasil onde tornou-se empresário e
proprietário de teatro. Trabalhou como representante da Companhia Procópio Ferreira.
Escreveu as peças O Jantar dos Serviçaes, paródia de A Ceia dos Cardeais, de Júlio
Dantas; Rosas de Nossa Senhora, e outras.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a seguinte obra que foi encenada em
circo-teatro: Rosas de Nossa Senhora (DDP0269), drama musicado, em 2 atos, ornado
de música de Hugo Vidal. Esta peça recebeu 45 solicitações junto à censura, de
empresas de circo-teatro, entre 1941 e 1961, demonstrando o sucesso que alcançou
junto ao público dos referidos circos-teatros, durante vinte anos.
Diogo José de Castro Seromenho – ( , - , ) nasceu em Portugal. Suas obras são
encontradas na Biblioteca Nacional de Portugal, entre as quais: Continua... , comédia,
publicada em 1882, Lisboa. O Legado, imitação de Marivaux, de 1873. Tem SobreLoja, comédia, de 1880. Três Sacramentos, comédia, de 1881. Soma e Segue, de 1876.
V.Exa. desculpe, comédia, publicada em 1937.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se as seguintes obras do referido autor: O
Escravo (DDP0162), drama, foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Radar, em 1950.
54
Os Superticiosos (DDP0773), comédia, em parceria com Augusto Cesar de
Vasconcellos, foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Alcibíades, em 1931. Fortuna
Contra Fortuna (DDP5635), comédia de costumes regionais, pelo Siderama Circo, em
1964.
Eduardo Baptista Dinis (1859-1913), autor português, o qual possui suas obras
na Biblioteca Nacional de Portugal, entre elas: O Gago, comédia; Um Erro Judicial,
drama; e O Veterano da Liberdade.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se as seguintes obras de sua autoria: Perdi
Minha Mulher (DDP1878), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Pavilhão
Teatro Maringá, em 1947. O Segredo do Pescador (DDP2000), drama, o qual foi
solicitado à censura pelo Pavilhão Teatro Maringá. Um Erro Judiciário (DDP2598),
drama, o qual foi solicitado à censura por 4 (quatro) circos-teatros entre 1948 e 1959.
Eduardo Garrido (1842 – 1912), escritor teatral português, aos 17 anos estreou
com a comédia De Noite Todos Os Gatos São Pardos, levada à cena no teatro do
Ginásio, em 20.10.1859. Compôs comédias, operetas, mágicas, dramas e monólogos,
como O Grande Elias, que Augusto Rosa interpretava primorosamente. Autor muito
popular nos teatros de Portugal e do Brasil, era notável pelo seu sentido de humor e pelo
trocadilho fácil e gracioso. A pedido de Eduardo Victorino, ele escreveu a peça O
Mártyr do Calvário, em 1901. Segundo Walter de Sousa20, esta peça em 1903 foi
apresentada em São Paulo pela companhia teatral de Dias Braga. Foi incluída, também,
nas apresentações do evento Teatro da Natureza, que foi realizado no Rio de Janeiro, em
1916, por iniciativa do ator português Alexandre de Azevedo. A peça alcançou tão
grande sucesso que se incorporou aos eventos de Semana Santa, sendo representada por
quase todas as companhias teatrais e circos-teatros pelo Brasil, durante várias décadas.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se duas peças do referido autor: a sua mais
famosa peça, e uma das mais encenadas nos circos-teatros de São Paulo, que é O Martyr
do Calvário (DDP0002A), drama sacro, que foi requisitada por 51 (cinqüenta e um)
circos-teatros junto à censura, para que pudessem encená-la, entre 1942 a 1961. Durante
20
JUNIOR,Walter de Sousa. Mixórdia no Picadeiro.Circo, circo-teatro e circularidade cultural na São
Paulo das décadas de 1930 a 1970. Tese (Doutorado em Comunicação). ECA/USP, 2008. p.113.
55
vinte anos esta peça foi encenada na capital paulista. A segunda peça é Gaspar Cacete
(DDP1373), comédia, que foi requisitada à censura pelo Pavilhão Teatro Mazzaroppi,
em 1945.
Eurico Antônio Crispim da Silva (1900 - , ), autor, produtor, ator, tradutor,
adaptador, administrador, argumentista e roteirista cinematográfico português. Em
1919, já no Brasil, participou da peça O Mártir do Calvário, de Eduardo Garrido, como
ator. Escreveu para o teatro: Um Caso de Polícia (1932), A felicidade pode esperar
(1942), Veneno de cobra (1944), Um homem diferente (1949), A família Linhares
(1952).
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 6 (seis) peças encenadas em circoteatro: Pense Alto (DDP0221), comédia, com pedido de vistas à censura pela
Companhia Procópio Ferreira-Theatro Bôa Vista, em 1933. Entre 1943 a 1950, seis
circos-teatros pediram vistas à censura. Em 1945, o Pavilhão Teatro Mazzaroppi pediu
vistas à censura, da peça A Felicidade Pode Esperar (DDP0434 e DDP2918), assim
como O Circo Teatro Piolin, em 1949. Em 1935, a Moderna Companhia de Comédia,
pede vistas à censura da peça Um Homem (DDP0914), comédia; e entre 1944 e 1946,
duas empresas de circo-teatro também o fazem. O Pavilhão Mazzaropi e o Circo Teatro
Oito Irmãos Mello, pedem vista à censura para a peça Veneno de Cobra (DDP1353),
comédia, entre 1945 e 1946. Acontece que eu Sou Baiano(DDP2441), comédia, parceria
de J Rui,é requerida pelo o Circo Piolin em 1947. Entre 1950 e 1962, a peça Filhos de
Ninguém, alta comédia, é requerida à censura pelos Circo-Teatro Piolim e Circo Teatro
Irmãos Liendo.
Francisco da Costa Braga (1831 – 1902), autor português, cujas obras
encontram-se na Biblioteca Nacional de Portugal e na Bibliotaca Nacional da Austrália,
entre elas: O Castigo e o Arrependimento, cena cômica. 1865. A Capa de José, em 1
ato: imitação. Honra e Dever, drama original em 3 atos, representado em diversos
teatros de Lisboa e do Porto. Nossa Senhora de Paris, drama em 4 atos e 12 quadros, de
Victor Hugo: versão e acomodação de F.C. Braga e Frederico Napoleão de Victória.
Versão e adaptação de Notre Dame de Paris, 1831. Sem fato e sem Noiva: imitação. Foi
representada no Theatro de Variedades Dramáticas, em Lisboa, em 1865.
56
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a sua obra Nódoas de Sangue (DDP1569),
drama, em parceria com A.L. de Mesquita. Esta peça foi solicitada à censura pelo Circo
Teatro Castels, em 1948.
Frederico Napoleão de Victoria (1848 – 1907), autor português, cujas obras
foram publicadas pela Livraria Teixeira, de São Paulo, entre elas: Almas do Outro
Mundo, comédia em dois atos, 1956 e Milagres de Santo Antônio, comédia em 1 ato.
Na SBAT encontram-se as seguintes obras: Médico Mania, comédia em 1 ato, original.
Tributo de Sangue, drama e 3 atos. Morto e Vivo, comédia, 1874. Ninguém diga... ,
comédia. Operários em Greve, drama, 1898. Abençoados Pontapés, comédia escrita em
parceria com F.da Costa Braga. A Oração, opereta dramática, escrita em parceria com
Batista Diniz, música de Eugenio Martinó. O Cão e o Gato, comédia, escrita em
parceria com Aristides Abranches. Uma Casa de Estroinas, comédia.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se as seguintes obras do referido autor:
Almas do Outro Mundo (DDP0124), comédia, a qual foi solicitada à censura por 20
(vinte) circos-teatros, entre 1943 e 1961. Mudança à Meia Noite (DDP0230), comédia,
a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1943. Os Milagres de Santo
Antônio (DDP1388), comédia, foi solicitada à censura por 6 (seis) circos-teatros, entre
1945 e 1948. Jocelyn, O Pescador de Baleias (DDP2188), drama, foi solicitado à
censura Circo Teatro Nova York e Circo Teatro Berenice, entre 1946 e 1949.
Furtado Coelho (1831 – 1900), nasceu em Lisboa, Portugal, numa família de
generais e altos burocratas do Estado, e desde cedo foi apaixonado pelo teatro e pela
música. Para não contrariar a família, Furtado Coelho veio para o Brasil, com o pretexto
de se dedicar ao comércio, porém seu interesse era dar continuidade ao seu
envolvimento com a arte teatral. Em Lisboa ele já havia editado um volume de poemas
Sorrisos e Prantos e o drama O Agiota, o qual foi apresentado com sucesso no Teatro D.
Maria II, em 1855. Como ator havia representado o papel principal do drama Pagem
d!Aljoubarrota, de Mendes Leal Jr. Furtado Coelho chega ao Brasil em 1856 e
identifica-se com o trabalho desenvolvido no Ginásio Dramático, dirigido por Émile
Doux. É contratado por este teatro para substituir o referido ensaiador, após quatro
meses de sua chegada ao Brasil. Montou várias peças de cunho realista com sucesso. O
empresário do teatro Joaquim Heleodoro propôs a montagem de dramalhões para
conseguir encher o teatro, o que desagradou Furtado Coelho que pediu demissão,
57
partindo para o sul do país, a convite do empresário gaúcho João Ferreira Bastos,
realizando o seu desejo de tornar-se ator. Fez grande sucesso em Porto Alegre atuando
em diversas peças de cunho realista. De volta ao Rio de Janeiro, estréia no Ginásio
Dramático na peça Por Direito de Conquista, alcançando enorme sucesso. Em 1861 vai
para São Paulo, e permanece durante 1 ano viajando também pelo interior. Depois volta
ao Rio Grande do Sul. Em 1864 vai para Recife e depois São Luís do Maranhão, onde
conhece Joaquim Serra, que se torna grande parceiro de Furtado Coelho, na criação de
textos dramáticos. Após muitas viagens atuando como ator principal de várias
companhias, ele volta ao Rio de janeiro e lá permanece, sempre atuando, até a sua morte
em 1900. Além de ator e ensaiador, autor, Furtado Coelho foi músico e exímio pianista.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se duas peças do referido autor: O
Remorso Vivo (DDP0439), drama, em parceria com Joaquim Serra, e adptado ao circo
por Hilário de Almeida. Este drama foi solicitado à censura pelo Circo Teatro François,
em 1944. E a peça José do Telhado (DDP2884), drama, que foi solicitado à censura
pelo Pavilhão Teatro Arethuzza, em 1949.
José Maria Brás Martins (1823-1872), ator e autor português, muito popular na
sua época, foi um dos pioneiros do Teatro de Revista em Portugal. É de sua autoria as
seguintes revistas: O Festejo dum Noivado, de 1852; Qual Deles o Trará? De 1853; e A
vingança dum Cometa, de 1854. Escreveu neste mesmo ano a peça Gabriel e Lusbel ou
o Taumaturgo, mistério medieval, o qual foi representado em Portugal e no Brasil,
segundo Luiz Francisco Rebello.21
Na Biblioteca Nacional de Portugal22encontram-se catalogadas 23 obras do
referido autor, entre elas: Uma Garrafa Monstro: farsa em duas partes, 1838; O Rei e o
Eremita, 1856; O Que vae pelo Mundo! Comédia-drama e 4 atos, 1867; e O Evangelho
em Ação, drama sacro em 3 atos e 7 quadros com prólogo e epílogo – poema música
d’Angelo Frondoni, 1869.
No Arquivo Miroel Silveira, encontra-se a obra Gabriel e Lusbel (DDP4781),
drama, que foi requisitada à censura pelo o Circo Teatro Ayres, em 1959.
21
REBELLO, Luiz Francisco. História do Teatro de Revista em Portugal. Lisboa: Publicações Dom
Quixote, 1985. Vol I.
22
Vide referências bibliográficas das biografias.
58
Júlio Dantas (1876 – 1962), autor português, formou-se em medicina e trabalhou
como oficial médico do exército. Exerceu vários cargos públicos e realizou várias
missões diplomáticas, assim como foi professor de arte dramática no Conservatório
Nacional. Foi também jornalista, historiador, cronista, poeta e dramaturgo. Entre suas
obras destacam-se: Nada,1876 ( poesia), A Severa, 1901; A Ceia dos Cardeais, 1902; A
Pátria Portuguesa ,1914; Sóror Mariana, 1915; e Marcha Triunfal, 1954.
As obras que se encontram no Arquivo Miroel Silveira são: A Severa (DDP0074),
drama, o qual foi requisitado à censura pelo Circo-Teatro Modelo, em 1942 e pelo
Circo-Teatro Chileno, em 1945; e
A Santa Inquisição(DDP1628), drama, que foi
requisitado à censura pelo Pavilhão Teatro Alcibíades, em 1934. Verifica-se que suas
obras chegaram ao circo-teatro ainda na primeira metade do século XX.
José Vieira Pontes ( , - , ), português, no Brasil, ainda jovem, foi funcionário da
Grande Livraria Paulista, primeiro nome da Livraria Teixeira, a qual havia sido fundada
por dois irmãos portugueses, José Fernandes de Sousa e Antônio Maia, em 1876, na
Rua São Bento, em São Paulo. Esta livraria passou a editar livros, como os romances de
Julio Ribeiro, Casimiro de Abreu, Joaquim Manoel de Macedo, entre outros. Com a
morte de José Fernandes de Sousa, em 1929, José Vieira Pontes, acabou se tornando
único dono da livraria, segundo a pesquisadora Edna Roséle da Conceição Neves 23. José
Vieira Pontes criou em torno da Teixeira uma clientela culta e famosa. Até o Imperador
Pedro II fez uma visita à livraria. Ficou conhecida também por ter iniciado as tardes de
autógrafo. A Teixeira é, até hoje, a livraria mais antiga de São Paulo. Em sua tese de
doutorado, Walter Sousa24 destaca que J. Vieira Pontes foi responsável pela
popularização dos textos teatrais entre as companhias circenses:
A partir de 1922, ele passa a traduzir e publicar peças européias numa
coleção vendida a preços populares, o que corroborava com a proposta
editorial explicitada em seu título: Biblioteca Dramática Popular.
Ele também foi autor e ator, e publicou ainda sua coleção particular de textos
dramáticos da língua portuguesa. Ainda Segundo Walter Sousa:
23
NEVES, Edna Roséle da Conceição. Uma Trajetória pela História da Atividade Editorial Brasileira:
Livro Didático de Matemática, Autores e Editores. Mestrado Profissional em Ensino de Matemática. São
Paulo:PUC/SP, 2005. p.50.
24
JUNIOR, Walter Sousa. Op. Cit. p. 112.
59
“As peças eram impressas em edições simples, de grande tiragem, em papel
barato e com o máximo de 20 páginas.Pontes classificava as peças por
número de personagens, o que era destacado nas capas da série.Peças
consagradas recebiam ainda a distinção: “Representada com geraes aplausos
em diversos theatros do Brasil”.A Livraria Teixeira se auto-denominava a
“primeira casa do país no gênero teatral e fornecedora das primeiras
sociedades, grupos dramáticos e circos do Brasil”.”25
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 8 (oito) peças de J.Vieira Pontes: Fogo
do Céu (DDP0004), drama, a qual foi requisitada à censura pelo Circo Teatro
Siqueirone, em 1947. A Noiva de Arrelia (DDP0052), comédia, a qual foi requisitada à
censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1942. A Filha do Estalajadeiro
(DDP0125), drama, a qual foi requisitada à censura em 1947, pelo Circo Teatro
Zoológico Nove Irmãos, e pelo Circo Teatro Ayres, em 1959. A Filha do Marinheiro
(DDP0183), drama, a qual foi requisitada à censura nos anos de 1949, 1950 e 1952,
respectivamente, pelos Circo Teatro Simões, Circo Teatro Ordep e Circo Teatro Oito
Irmãos Mello. Que Sogra! (DDP0332), comédia, a qual foi requisitada à censura, em
1943, pelo Pavilhão Teatro Mazzaroppi e em 1947, pelos: Pavilhão Teatro Maringá e
Circo Teatro Umuarama; em 1954, pelo CircoTeatro Coliseu Paulista; e em 1956, pelo
Circo Teatro Nogueira. A Noiva e a Égua (DDP0656), comédia, a qual foi requisitada à
censura pelo Pavilhão Teatro Maringá, em 1947 e pelo Circo Teatro Radar, em 1950. O
Pirata Negro (DDP0722), drama, com adaptação de Manoel Leme, foi requisitada à
censura pelos: Circo Teatro Chileno e Circo Teatro Novo horizonte, em 1944. A Raiz
Maravilhosa (DDP3020), a qual foi requisitada à censura pelo Circo Teatro Ordep, em
1950. Este autor esteve presente nos circos-teatros paulista entre 1942 e 1959, com suas
comédias e dramas.
Luiz F. de Castro Soromenho (1901 – 1950?), nasceu em Portugal. Suas obras
são encontradas na Biblioteca Nacional de Portugal. Entre elas estão: Por Causa de um
Clarinete, comédia burlesca em 1 ato, a qual foi representada no Teatro da Rua dos
Condes e no Porto. E Resonar Sem Dormir, comédia em 1 ato: imitação do espanhol.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a sua obra Resonar Sem Dormir (DDP0175),
comédia, a qual foi solicitada à censura para sua liberação, por 12 (doze) circos-teatros,
entre 1942 e 1952.
25
JUNIOR, Walter de Sousa. Op. Cit. PP.112 e 113.
60
Marcelino Antônio da Silva Mesquita (1856 – 1919), dramaturgo português,
mais conhecido como Marcelino Mesquita, frequentou o Seminário de Santarém, a
Escola Politécnica e a Escola Médico-Cirúrgica, tendo-se formado em medicina (1884).
No entanto, Marcelino Mesquita notabilizou-se como poeta, jornalista, escritor,
dramaturgo, político e deputado pelo Círculo Eleitoral do Cartaxo. Faleceu em 1919,
com 63 anos, vítima de pneumonia dupla, tendo o jornal Notícias do Cartaxo, tomado a
iniciativa de erigir uma estátua no Cartaxo, onde se lhe pudesse perpetuar a memória. A
2 de dezembro de 1956, foi inaugurado, na Praça 15 de Dezembro, no Cartaxo, o
monumento de Marcelino Mesquita, da autoria do escultor Leopoldo de Almeida.
Escreveu muitas obras: Em 1876 Leonor Teles, foi representada pela primeira vez pelos
estudantes de medicina; em 1885 Pérola, drama em 5 atos, representado no Teatro do
Príncipe Real, após polêmica com A. Sousa e Vasconcelos, Comissário Régio do Teatro
D.Maria II, que recusou a sua representação no Teatro Nacional; Entre 1886 e 1888
fixa-se no Cartaxo; compra a tipografia Cartaxense e o jornal "O Povo do Cartaxo",
mudando-lhe o nome para O Cronista. Continua a frequentar o meio lisboeta, a escrever
para os jornais e para o teatro; Em 1886 escreve Sr. Barão, drama em 5 atos
representado no Teatro do Ginásio Dramático. Em 1887 concorre pelo Círculo 83 às
eleições para o Parlamento. Em 1889 vende o jornal e a tipografia e vai fixar residência
em Lisboa, onde funde e dirige o jornal satírico Comédia Portuguesa. Em 1889 Leonor
Teles, drama histórico, em verso, em 5 atos, foi representado no Teatro D. Maria II. Em
1893 escreve Os Castros, drama em 4 atos, levado à cena pelo Teatro D. Maria II. Em
1895 escreve Fim de Penitência, peça em 1 ato, levada à cena pelo Teatro D. Maria II;
neste mesmo ano, escreve Dor Suprema, tragédia burguesa em 3 actos. Em 1896
escreve O Velho Tema drama em 5 atos, em parceria com António Maia Pereira,
encenado pelo Teatro D. Maria II. Em 1897 escreve O Regente, drama histórico em 3
atos e 9 quadros. Em 1898 escreve O Sonho da Índia, drama histórico, em 3 atos e 9
quadros, em verso; neste mesmo ano escreve Ser Pai, peça em 3 atos, levada à cena pelo
Teatro D. Maria II; e esvreve ainda O Tirano da Bela Urraca. Em 1899 escreve Auto do
Busto, quadro em verso, evocativo do Centenário do Nascimento de Almeida Garret;
ainda neste mesmo ano escreve Peraltas e Sécias, comédia em 3 actos em prosa. Recusa
a condecoração proposta pelo rei D. Carlos, com o pretexto de ser republicano, durante
uma das representações de Peraltas e Sécias. Em 1900 colabora no Almanaque dos
61
Palcos e Salas; neste mesmo ano escreve A Morta Galante, monólogo em verso. Em
1901 escreve Sempre Noiva, drama histórico em 4 atos e 7 quadros, encenado pelo
Teatro D. Maria II; neste mesmo ano escreve Sinhá, episódio da vida burguesa, drama
em 3 atos, levado à cena pelo Teatro D. Maria II. Em 1902 escreve O Tio Pedro,
episódio trágico em 1 acto, encenado pelo Teatro D. Amélia. Neste mesmo ano escreve
Uma Anedota, episódio dramático em 1 ato, levado à cena pelo Teatro D. Amélia. Em
1903 escreve A Noite do Calvário, drama em 4 atos, tendo sua 1ª representação no
Teatro do Recreio, Rio de Janeiro, em Abril de 1902. Em 1903 escreve Rei Maldito,
peça popular histórica, em 4 atos, levada à cena pelo Teatro Príncipe Real. Em 1905
escreve Almas Doentes, tragédia, em 2 atos que é representada no Teatro D. Maria II.
Em 1908 escreve Os Quatro Reis Impostores. Em 1909 escreve Envelhecer, drama em 4
atos. Em 1910 escreve Margarida do Monte, peça em 4 atos, em verso popular;
episódio cortezão da primeira metade do século XVIII, representado no Teatro de D.
Amélia, em Lisboa. Em 1911 escreve A Mentira, episódio dramático, em 1 ato,
encenado no Teatro D. Amélia. Em 1915 escreve Pedro o Cruel, tragédia histórica em 4
atos, encenado pelo Teatro Nacion. Em 1917 escreve O Cão do Regimento, monólogo.
Em 1917 escreve Um Episódio de Guerra, drama em 1 ato. Foi representando uma única
vez no Pinhal da Azambuja, numa récita de beneficência em favor dos soldados
portugueses.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a sua obra D. Pedro, O Justiceiro
(DDP0018), drama histórico, solicitado à censura pelo Circo Teatro Artistas Unidos, em
1947.
Além dos autores, no Arquivo Miroel Silveira existem tradutores e adaptadores
portugueses tais como:
Margarida Adelina Abranches (1866 – 1945), atriz portuguesa, começou a atuar
ainda criança, consagrando-se como uma das melhores atrizes em Portugal e no Brasil.
Em Portugal atuou na peça Os Velhos (1903), que fazia parte da Escola Realista, de
autoria de D. João da Câmara, segundo Nelson de Araújo.26 Durante 70 anos atuou a
referida atriz que recebeu a Medalha de Ouro da Cidade concedida pela Câmara
26
ARAÚJO, Nelson. Op. Cit. p. 324.
62
Municipal de Lisboa e no fim da sua carreira recebeu o colar da Ordem de Santiago da
Espada, segundo Luiz Francisco Rebello27
No Arquivo Miroel Silveira, Adelina Abranches e Brazão, apesar de seu nome
estar ligado à atuação ela também é tradutora da peça Fedora (DDP3446), de Victorien
Sardou. Em 1953 o Circo-Teatro Rialto solicitou vistas à censura da referida peça.
Eduardo Victorino (1869-1949), português, fez carreira artística como ensaiador,
autor, tradutor de peças, e empresário, no Brasil e em Portugal; Foi presença marcante
na vida teatral carioca na última década do século XIX. Escreveu cerca de uma dezena
de peças teatrais, Além da produção dramatúrgica, escreveu o Compêndio da Arte de
Representar, em 1912; assim como livros, ensaios e matérias jornalísticas. Em Actores e
Actrizes (1937), comenta criticamente uma série de personalidades do teatro, de
Portugal e do Brasil. Segundo Mario Cacciaglia28, Eduardo Victorino foi o mais original
e moderno dos diretores teatrais do final do século XIX.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se três traduções realizadas por Eduardo
Victorino, que foram requisitadas à censura pelos empresários dos circos-teatros, são
elas: A Morte Civil (DDP0216), drama, autoria de Paulo Giacometti. Esta obra foi
requisitada por três circos-teatros, entre 1943 e 1948; Conselho de Guerra (DDP2019),
drama, autoria de Frolay Ygorbidi, que foi requerida pelo Pavilhão François em 1935; e
Aimeé (DDP2335), drama, autoria de Adolphe D’Ennery, que foi requisitada por dois
circos-teatros no período de 1942 e 1946. Não há nenhuma obra deste autor no Arquivo
Miroel Silveira que tenha sido apresentada em circo-teatro.
Gervásio Jorge Gonçalves Lobato (1850 – 1895), nasceu em Lisboa, falecendo
na mesma cidade. Escritor, dramaturgo, jornalista e professor de declamação. As suas
obras retratam a vida na capital do final do século XIX, e da qual se destaca “Lisboa
em Camisa”, que é
transformada em filme em 1960. Gervásio Lobato foi ainda
segundo oficial da Secretaria do Reino. Exerceu o cargo de professor de declamação na
escola dramática do Conservatório de Lisboa. Com o fim de chegar a diplomata, tirou o
Curso Superior de Letras e a cadeira de Direito Internacional da Escola Naval, mas
acabou por fazer carreira no campo das letras.
27
28
REBELLO, Op. Cit. p. 116.
CACCIAGLIA. Op. Cit. p. 83.
63
A vocação para a escrita já vinha da juventude: aos 15 anos fundou, com alguns
condiscípulos, “A Voz Acadêmica”, jornal literário, depois publicou um folhetim no
Diário Popular e passou a colaborar noutros periódicos, a saber: Braz Tizana, Gazeta de
Portugal, Gazeta Literária, Recreio, Jornal da Noite (fundado por ele, por Teixeira de
Vasconcelos e outros), Diário Ilustrado, Progresso, Correio da Noite, Século, Diário de
Notícias, Ocidente, etc. Ainda fundou, com Pinheiro Chagas, A Discussão, depois
Diário da Manhã e, mais tarde, Correio da Manhã e O Contemporâneo, com Salvador
Marques e Sousa Bastos.
Dedicou-se à dramaturgia e escreveu O Rapto de um Noivo, com Maximiliano de
Azevedo, comédia em 1 acto que foi representada no Teatro D. Maria II. Depois foram
duas comédias para o Ginásio: No Campo e Debaixo da Máscara (1873). A Comédia de
Lisboa (1878), A Primeira Confessada (1881), Os Invisíveis de Lisboa (1886-1887), Os
Mistérios do Porto (1890-1891), A Comédia do Teatro, O Grande Circo (1893). Em
suas comédias e farsas são apresentadas a pequena e média burguesia de Lisboa do fim
do século XIX, em seus ridículos e mesquinhez de ambições políticas e cotidianas.
Seguiram-se numerosas peças originais ou traduzidas e adaptadas, representadas em
todos os teatros portugueses: “As Noivas do Eneias” (1892), “Medicina de Balzac”,
“Sua Excelência” (1884), “O Comissário de Polícia” (1890), etc.; algumas operetas e
também novelas. Durante a
representação de “O Festim de Baltasar” (1892), foi
agraciado pelo Rei com o oficialato da Ordem de Santiago.
Gervásio Lobato, além de autor foi também tradutor. No Arquivo Miroel Silveira
ele traduziu a obra O Primeiro Marido da França (DDP3635) de A. Valabregue, que
foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin em 1953.
José Vieira Pontes (n/c), além de autor, foi também tradutor e adaptador. A obra
que este adaptou, que se encontra no Arquivo Miroel Silveira é a peça A Cabana do Pai
Thomaz (DDP0036), drama, de autoria de Harriet Beecher Stowe, que fez um enorme
sucesso junto aos circos teatros. Quinze circos-teatros pediram vistas à censura da
referida obra, no período entre 1934 e 1951. Durante dezessete anos esta peça foi
encenada nos circos-teatros paulistas.
Apesar de não ter sido possível encontrar referências biográficas sobre os autores
e adaptadores portugueses abaixo citados, estes autores possuem suas obras localizadas
64
na Biblioteca Nacional de Lisboa e outras bibliotecas portuguesas, as quais confirmam a
nacionalidade portuguesa dos mesmos. Além disto, estes autores possuem cópias de
suas obras no Arquivo Miroel Silveira, e foram representadas nos circos-teatros
paulistas. São eles:
Afonso Gaio, tradutor de Retalho (DDP0105), comédia, que foi solicitada à
censura por 5 (cinco) circos-teatros, entre 1942 e 1947.
Affonso Gomes, autor de O Sogro Defunto (DDP0028), comédia, foi solicitada à
censura para sua liberação, pelo Circo Teatro Seyssel, em 1942. Casar para Morrer
(DDP0192), comédia, foi solicitada à censura para a sua liberação, por 7 (sete) circosteatros, entre 1934 e 1959. Afonso Gomes foi o tradutor de O Comboio N.6 (DDP0192),
drama, de Gastão Morat. Esta peça foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Politeama
François, em 1942 e 1943.
Antônio Cândido de Oliveira, autor de A Filha do Saltimbanco (DDP 1937),
drama. Esta peça foi solicitada à censura para a sua liberação, pelo Circo Teatro Irmãos
Orlandino, em 1942, e pelo Circo Teatro Berenice, em 1948. Irmãos em Luta
(DDP2228), opereta, a qual foi solicitada à censura para a sua liberação pelo Circo
Teatro Arethuzza, em 1946. João, O Corta-Mar (DDP3951), drama marítimo, foi
solicitado à censura para a sua liberação pelo Circo Teatro Simões, em 1955 e pelo
Pavilhão Teatro Rubi, em 1959.
Antônio J. de Souza Rego, autor de O Filho do Montanhez ou A Louca dos
Pyreneus (DDP1018), drama, o qual foi solicitado à cesnura por 8 (oito) circos-teatros,
entre 1944 e 1954. O Cego de Barcelona (DDP2502), drama, o qual foi solicitado à
censura para a sua liberação pelo Circo teatro Batuta, em 1947. Fé, Esperança e
Caridade (DDP2325), drama, foi solicitado à censura para sua liberação, pelo Circo
Teatro Oito Irmãos Mello, em 1946.
Joaquim Humberto Cunha (1887 – 1967) nasceu em Portugal e faleceu no Rio
de Janeiro; escreveu peças para os circos-teatros. No Arquivo Miroel Silveira
encontram-se 3 (três) peças do referido autor: A Noiva que o Franks Tem (DDP0087),
comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Juca Pato, em 1942. A Vida
tem Tres Andares (DDP0242), drama, o qual foi solicitado à censura por 5 (cinco)
circos-teatros, entre 1943 e 1954. O Tio de Corumbá (DDP3316),comédia, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1952. No Arquivo Miroel
Silveira suas obras estão em nome de Humberto Cunha.
65
Os autores brasileiros que mais se destacaram, devido ao sucesso de suas obras e
devido à sua produção teatral, e que possuem obras no Arquivo Miroel Silveira são:
Alfredo Viviani ( , - , ), nascido Itálico Vianello, descendente de italianos, nasceu
em São Paulo. Autor, ator, cantor, diretor e empresário, era irmão de Nino Nello
(Giovani Vianello), grande ator paulista do início do século XX. Alfredo Viviani casouse com Lyson Gaster em 1922, grande atriz do Teatro de Revista. Foi
uma das
principais responsáveis pelas mudanças estéticas na revista paulista foi Lyson Gaster
(Agostinha Belber Pastor), com a criação de revistas luxuosas e bem cuidadas a qual
levava para o interior do Estado. Alfredo Viviani e Lyson Gaster fundaram a
Companhia Lyson Gaster, em 1926. Durante 22 anos esta Companhia viajou por todo o
sul do país, Montevidéu e Buenos Aires; e interior de São Paulo. Segundo Neide
Veneziano esta companhia paulista “apresentava espetáculos mistos: primeira parte,
uma comédia ligeira; na segunda, uma revista com vários quadros e todos os elementos
do gênero: cortinas, esquetes, números de canto, girls (coristas no tempo) e mais a
direção orquestral do maestro Ostronoff, o louco do teclado e seu syncoped jazz, como
diziam os programas.”29. A Companhia se desfez em 1948, com a peça Deus e o Diabo,
de Alfredo Viviani.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 6 (seis) peças do referido autor, que
foram apresentadas em circo-teatro: Um Casamento na Rua Tuiuti (DDP1258),
comédia. Esta peça foi solicitada à censura para sua liberação, pelo Pavilhão Teatro
Mazzaropi, e pelo Circo Teatro Irmãos Orlandino,em 1945. Um Baile no Canindé
(DDP1987), comédia; foi solicitada a sua liberação à censura, pela Companhia Nino
Nello, em 1936, e pelo Circo Teatro Popular, sem data. Que Importa que a Mula
Manque (DDP2448), comédia; foi solicitada a sua liberação à censura pelo Circo
Teatro Pitanga, em 1947 e pelo Circo Teatro Moderno, em 1953. La Cumparcita
(DDP2522), drama; foi solicitada a sua liberação à censura pela Companhia Teatral
Nino Nello, em 1947; e pelo Circo Teatro Universo, em 1948. O Cortiço de Chichillo
(DDP2748 e DDP2936), comédia de costumes; sainete. Esta peça foi solicitada à
censura para a sua liberação pela Empresa Irmãos Seyssel, em 1949; e pelo Pavilhão
29
VENEZIANO, Neide. De Pernas pro Ar. Teatro de Revista em São Paulo. São Paulo: Imprensa
Oficial. p. 199
66
Teatro Moderno, em 1950. Pelo Pouco que se Vive (DDP3576), comédia, foi solicitada
à censura, para sua liberação pelo Circo Theatro Moderno, em 1953.
Armando Gonzaga (1889 – 1954), nasceu em Niterói, Rio de Janeiro. Criador de bemsucedidos retratos de costumes da época, fez muito sucesso no Teatro Trianon do Rio de
Janeiro. Entre as suas principais obras destacam-se: Ministro do Supremo (1922) , Cala a Boca
Etelvina! (1925), Cheque ao Portador, O Hóspede do Quarto Número 2, e A Barbada.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 11(onze) obras do referido autor: Cala a Boca
Etelvina (DDP0091), comédia, foi solicitada à censura por 12 (doze) circos-teatros, entre 1943
a 1948. O Ministro do Supremo (DDP121), comédia, com adaptação de Julio Ozon, foi
solicitada inicialmente à censura pelo American Circus Zoologic, em 1934. Na década seguinte,
entre 1941 e
1948, foi solicitada à censura por 11 (onze) circos-teatros. O Maluco N.4
(DDP0199 e DDP2812), comédia, foi solicitada à censura por 5 (cinco) circos-teatros, entre
1943 e 1949. Secretário de Sua Excelência (DDP0367), comédia, foi solicitada à censura por 6
(seis) empresas de circo-teatro, entre 1943 e 1948. A Descoberta da América (DDP0937),
comédia, foi inicialmente solicitada à censura pela Companhia Leopoldo Fróes, em
1928. Em 1946 os circos – teatros Bandeirantes e Di Lauro pediram vistas à censura,
em 1946.
A Mulher do Doutor Gazogênio (DDP1038), comédia, foi solicitada à
censura pelo o Circo Teatro Liendo e Simplício, em 1944 e pelo o Circo Teatro Irmãos
Aylor, em 1945. O Futuro do Presidente (DDP2187), comédia, com adaptação de
Francisco Sá, foi solicitada à censura inicialmente pela Companhia Cabana Bastião, em
1933. E depois, em 1947, o Circo Teatro Oito Irmãos Mello, solicitou à censura, a
referida peça. O Amigo da Paz (DDP2245), comédia, foi solicitada à censura por 3
(três) circos teatros entre 1941 e 1951. A Barbada (DDP 2460), comédia, foi solicitada à
censura pelo o circo-teatro Oito Irmãos Mello, em 1947 e Circo-Teatro Léa, em 1949. O
Poder das Massas (DDP2735), comédia, foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Piolin, em 1948. Simplício é Candidato (DDP3525), comédia, foi solicitada à censura,
pelo o Circo Teatro Moderno, em 1953.
Arthur Rocha (1859 - , ), autor gaúcho, tornou-se poeta, dramaturgo, orador e
jornalista. Foi abolicionista e membro do Parternon Literário. É considerado precursor
da teatrologia gaúcha. Entre suas obras destaca-se Deus e a Natureza.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a sua famosa obra Deus e a Natureza
(DDP0387), drama. Esta peça foi inicialmente solicitada à censura, pela Euterpe Teatro,
67
em 1931. Chegou ao Circo-Teatro Lira em 1948, após liberação da censura. De 1948 e
1959, esta peça foi solicitada à censura por mais 5 (cinco) circos-teatros.
Belmiro Braga (1872-1937), mineiro de Juiz de Fora, apresentou sua peça Na
Roça, pela primeira vez em São Paulo, no Bijou Théâtre, pela Companhia Leite &
Pinho de Operetas, Burletas, Revistas, farsas e Comédias, em 1913. Segundo Neide
Veneziano30:
Na Roça é um texto primoroso, uma comédia curta, com uma surpreendente
estrutura de Commedia dell´Arte. Obviamente, em Na Roça, os personagens
são caipiras e as falas são todas escritas em caipirês. Há o casal apaixonado,
um sério empecilho, um criado malandro, esperto e arlequinamente caipira. E,
no final, tudo acaba em festa.
Em seguida, a mesma companhia encenou Na Cidade, do mesmo autor. Neide
Veneziano comenta31:
“O autor era mineiro, o sotaque era caipira, a produção era paulista e a
estrutura era italiana. Estava dado o pontapé inicial para uma linguagem que
marcaria esse teatro pré TBC. Mistura de caipira com italiano ou, pelo
menos, só o dialeto brasiliano. Ou só o dialeto caipira. Mas sem a
preocupação de ser uma reação nacionalista. Reagir contra o quê? A forma
encontrada estava dando certo.”
No Arquivo Miroel Siveira encontram-se 4 (quatro) de suas obras: Um Creado
Complicado (DDP0078), burleta, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Seyssel, em 1942. Na Roça (DDP0118), comédia, a qual foi solicitada à censura,
inicialmente pelo Cine Teatro Phenix, em 1931; em seguida por mais três circos-teatros,
entre 1941 e 1948. O Sete Nomes (DDP0088) e (DDP00173), adaptação de Julio Ozon,
comédia, a qual foi solicitada à censura por 4 (quatro) circos-teatros entre 1942 e 1949.
Na Cidade (DDP0173), burleta, a qual foi solicitada è censura por 15 (quinze) circosteatros, entre 1942 e 1954.
Bernardo Joaquim da Silva Guimarães (1825 – 1884), mais conhecido como
Bernardo Guimarães, nasceu em Ouro Preto. Romancista e poeta brasileiro, formou-se
na Faculdade de Direito de São Paulo, em 1847, e nesta cidade ficou amigo dos poetas
Álvares de Azevedo e Aureliano Lessa. Os três e outros estudantes, fundaram a
Sociedade Epicuréia. Neste período Bernerdo Guimarães introduziu no Brasil o
30
31
VENEZIANO, Neide. Op. Cit. p. 99
Idem, Ibidem, p.102.
68
bestialógico, ou pantagruélico, que se tratava de poesia cujos versos não tinham nenhum
sentido, embora bem metrificados. ficou conhecido por ter escrito o romance A Escrava
Isaura, em 1875, que conta as agruras de uma escrava branca, que vivia em uma fazenda
do Vale do Paraíba, na região fluminenese de Campos. Este romance, um século depois,
será levado à televisão brasileira, pela Rede Globo de Televisão, entre 1976 e 1977.
Esta versão da Rede Globo foi exportada para cerca de 150 (cento e cinqüenta) países.
Em 2004, a Rede Record realizou uma nova versão deste romance. Suas principais
obras são: A Voz do Pajé, 1860, drama; O Garimpeiro, 1872, romance; O Seminarista,
1872, romance; A Escrava Isaura, 1875, romance; e Rosaura, a Enjeitada, 1877,
romance.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a sua famosa obra A Escrava Isaura
(DDP0098), drama, com adaptação para circo de Antônio Ramos e Julio Ozon. Esta
peça foi, inicialmente, solicitada à censura pelo Pavilhão Irmãos Fernandes, em 1933.
Quase uma década depois, o Circo Alcibíades solicitou à censura a referida peça, em
1942. De 1945 a 1962, 11 (onze) circos-teatros solicitaram liberação à censura da
mesma peça.
Cláudio de Souza (1876 – 1954), nasceu em São Roque, São Paulo. Médico
paulista, é autor de aproximadamente trinta peças, dentre as quais Flores de Sombra e
Eu Arranjo Tudo.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a sua obra Flores de Sombra (DDP0301),
drama. Esta peça foi solicitada à censura pela Companhia Procópio Ferreira, em 1945. E
neste mesmo ano, o Pavilhão Mazzaroppi também solicitou liberação à censura.
Ernani Fornari (1899 -1964) nasceu no Rio Grande do Sul. Descendente de
italianos, é autor de dramas nacionalistas, ambientados no século XIX como Iaiá
Boneca (1938) e Sinhá Moça Chorou (1941), bastante elogiados em seu tempo; e de
comédias de ambiente burguês como Nada! (1937).
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a sua obra Sinhá Moça Chorou
(DDP0107), drama, que foi solicitada liberação à censura pelo o Circo-Teatro Ayres,
em 1945.
69
Gastão Tojeiro (1888 – 1965) nasceu no Rio de Janeiro. Autor de uma centena de
peças entre as quais : O Simpático Jeremias, O Jovem Presentinho, Os Sonhos de
Teodoro, O Modesto Filomeno, Onde Canta o Sabiá, As Obras do Porto, As Fãs de
Robert Taylor, Minha Sogra e A Polícia. Suas peças foram apresentadas no Teatro
Trianon do Rio de Janeiro, tendo como ator principal Leopoldo Fróes.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 12 (doze) peças do referido autor: O
Simpático Jeremias (DDP0155), comédia, foi solicitada à censura, inicialmente pela
Companhia de Leopoldo Fróes, em 1928; e em 1941, o Circo-Teatro Piolin, solicitou à
censura sua liberação. O Ás do Volante (DDP0337) , comédia, foi solicitada à censura
pelo o Viana Pavilhão, em 1943. Quem Beijou Minha Mulher (DDP0366), comédia, foi
solicitada à censura pelo o Circo-teatro Piolin, em 1943; e entre 1959 e 1962, 3 (três)
circos-teatros periram vitas à censura para liberação da referida peça. Onde Canta o
Sabiá (DDP0446), comédia, foi solicitada à censura pelo o Circo Teatro Piolin, em
1944. A Mão Negra (DDP1808), drama, foi solicitada à censura pelo o Circo Teatro
Henriqueta, em 1935; e em 1948, pelo o Pavilhão Teatro Moderno. A Mulata do
Cinema (DDP1809), comédia, foi solicitada, inicialmente, à censura pela empresa Team
da Gargalhada, em 1935. No ano de 1942, o Circo-Teatro Irmãos Orlandino, pediu
vistas à censura para liberação da referida peça. O Filho do Rei do Prego (DDP1950),
comédia ligeira, foi solicitada à censura pela Companhia de espetáculos para Rir, em
1936. E em 1951, o Circo Teatro Piolin, pediu vistas à censura para liberação da
referida peça. Ela Queria uma Barata (DDP2001), comédia, foi solicitada à censura
pelo Theatro Colombo, em 1936; e em 1943, pelo o Circo Teatro Popular. Vote em Mim
Xandoca (DDP2353), comédia, foi solicitada à censura pelo o Circo Teatro Oito irmãos
Mello, em 1946. O Felisberto do Café (DDP3004), farsa, foi solicitada à censura pelo o
Pavilhão Teatro Regina, em 1950. Antonica Fura Filas (DDP3230), comédia, foi
solicitada à censura pelo o Circo Teatro Piolin, em 1951. Sonhos do Teodoro
(DDP3260), comédia, foi solicitada à censura pelo o Circo Teatro Pitanga, em 1951.
Geysa Gonzaga Bôscoli (1907-1978). O teatrólogo era sobrinho-neto de
Chiquinha Gonzaga, com quem conviveu em família. A contraparte feminina de Carlos
Gomes foi Chiquinha Gonzaga (1847 - 1935), primeira compositora e maestrina
brasileira. Ela, além de participar de festas, matinées e benefícios, no auge da
campanha, chegou a vender suas músicas, de porta em porta, para levantar fundos para a
70
compra de cartas de alforria. Segundo um dos companheiros da época, o escritor Viriato
Corrêa, a refrida compositora, compunha polcas, valsas, maxixes, modinhas e canções e
saía pessoalmente para vendê-las na rua, batendo de porta em porta, e o produto da
venda ia para as associações que libertavam os negros.
No Arquivo Mireol Silveira encontra-se uma obra do autor Geysa Bôscoli,
Estação de Águias (DDP2642), comédia, que foi apresentada no Circo Teatro Piolin,
em 1948.
João Batista de Almeida (1890-) nasceu em São Paulo. Irmão de Abílio Pereira
de Almeida, que fundou juntamente com Alfredo Mesquita, o GTE (Grupo de Teatro
Experimental) e o TBC (Teatro Brasileiro de Comédia. João Pereira de Almeida é autor
do sainete “Filho de Sapateiro, Sapateiro Deve Ser”. Este sainete alcançou grande
sucesso na interpretação do ator Nino Nello, em sua primeiera montagem de 1942,
tendo como diretor Oduvaldo Viana. Foi posteriormente representada por diversos
atores, sempre com sucesso. Neide Veneziano cita Miroel Silveira para falar desta
obra32:
“ Segundo Mireol Silveira, Filho de Sapateiro, Sapateiro Deve Ser é um
dos textos-paradigmas do repertório paulista, principalmente pelo fato de
ter sido a semente da obra de Jorge Andrade, Os Ossos do Barão.”
Neide também comenta o sucesso da referida peça através das palavras de Nino
Nello33:
“O sucesso de Filho de Sapateiro, Sapateiro Deve Ser pode ser conferido
nas próprias palavras de Nino Nello:
... fez temporadas em quase todos os teatros existentes em São Paulo,
derrubados ou atualmente transformados em cinemas. Percorreu todo o
interior não só de São Paulo, como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná,
Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde em todas as cidades a chegada
da companhia constituía um acontecimento e sua permanência uma
semana de festa.”
32
33
VENEZIANO. Op.Cit. p. 249.
Idem, Ibidem, p. 250.
71
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a peça Filho de Sapaterio, Sapateiro
Deve Ser (DDP0166), drama, de autoria de João Batista de Almeida. A peça foi
solicitada à sua liberação à censura pela Companhia Nino Nello (Circo Teatro Popular),
em 1942. Em 1946, o Circo Teatro Seyssel e o Circo Teatro Di Lauro, pediram sua
liberação à censura. Entre 1947 e 1951, mais 6 (seis) circos-teatros pediram à sua
liberação à censura.
João Pinho ( , - , ) autor paulista, surgiu na cena de São Paulo em 1914, num
momento em que o regionalismo ganhava força, com a peça “O Casamento do Pindoba”
e com “O Batizado do Pindobinha”.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 2 (duas) peças do referido autor: Deu o
... Pavão: a propósito do jogo dos bichos (DDP0115), comédia , a qual foi solicitada à
censura para a sua liberação pelo Circo-Teatro Radar, em 1950. O Casamento do
Pindoba (DDP0215), comédia, foi solicitada à sua liberação à censura por 4 (quatro)
circos-teatros, entre 1954 e 1959.
José de Alencar (1829-1877) nasceu no Ceará. Filho de um senador, estudou
Direito em São Paulo e em Olinda. No Rio de Janeiro exerceu a advocacia, foi crítico e
jornalista. Tornou-se deputado e ministro da Justiça. Sua produção teatral restringe-se
ao período de 1858 e 1862. Segundo Mario Cacciaglia34 apesar de tentar transferir para
a produção teatral a veia fácil e fluente de seus célebres romances, contudo, faltou
fluidez do diálogo que, saindo de uma pena acostumada à narrativa, resultou redundante
e declamatório. Entre suas principais peças estão: O Demônio Familiar (1857),
comédia; O Crédito (1857), drama; Asas de um Anjo (1857), drama; Mãe (1862),
drama; O Jesuíta (1862), drama histórico; Expiação (1868), drama; Rio de Janeiro
Verso e Reverso (1857), opereta cômica; O Que É O Casamento?(1862), drama; O
Guarani (ópera-baile em 4 atos, com música de Carlos Gomes).
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a sua obra O Guarani (DDP1058), drama,
com músicas de Carlos Gomes, que foi adaptada para circo por Luiz Médici, com
libreto de Antonio Scalvini. Esta peça foi solicitada liberação à censura por 4 (quatro)
empresas de circo-teatro, entre 1944 a 1950.
34
CACCIAGLIA, Mário..Op. Cit. p. 61.
72
Joracy Camargo (1898 – 1973) nasceu no Rio de Janeiro. Dramaturgo e teórico
do teatro. Sua produção teatral foi feita para o ator Procópio Ferreira, que levou ao
sucesso a sua peça mais conhecida Deus lhe Pague (1932). Suas outras obras possuem
um tema central que é exposto e discutido entre um personagem-chave e outros
personagens secundários., a exemplo de O Bobo do Rei (1930), O Neto de Deus
(1932); O Burro (1933) ,Maria Cachucha (1933); O Sábio (1933). Escreveu ainda
Mocinha, Lili do 47, Sindicato dos Mendigos, A Figueira do Inferno; e Anastácio.
Escreveu também dramas histórico-nacionalista: Duque de Caxias (19370; Tamandaré
(1937), peça radiofônica; e Lei Áurea (1938).
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 8 (oito) obras do referido autor:
Anastácio (DDP0237), drama, foi solicitada à censura , em 1943, pelo o Pavilhão
Liendo e Simplício; e entre 1945 e 1948, 3 (três) empresas de circo-teatro, solicitaram
liberação junto à censura, da referida peça. Deus lhe Pague (DDP0238), comédia, foi
solicitada à censura pelo o Pavilhão Liendo e Simplício, em 1943. De 1945 a 1951, 6
(seis) empresas de circo-teatro solicitaram liberação à censura desta referida peça. O
Burro (DDP0253), drama, foi solicitada à censura pelo o Pavilhão Liendo e Simplício,
em 1943; e entre 1945 a 1949, 6 (seis) empresas de circo-teatro pediram vistas à censura
para liberação da referida peça. Maria Cachucha (DDP0254), drama, foi solicitada,
inicialmente, à censura, pelo Pavilhão Liendo e Simplício, em 1943. E entre 1945 e
1949, 6 (seis) circos-teatros solicitaram liberação à censura da referida peça. O Bobo do
Rei (DDP0255), comédia, foi solicitada à censura pela Companhia Procópio ferreira, em
1931. Em 1943, o Pavilhão Liendo e Simplício solicitou a liberação da referida peça à
censura. E em 1946, o Circo Teatro Oito Irmãos Mello, solicitou também à censura sua
liberação. Mania de Grandeza (DDP0561), comédia, foi solicitada à censura pela
Companhia Procópio Ferreira, em 1933. Entre 1944 a 1949, 7 (sete) empresas de circoteatro solicitaram à liberação da referida peça à censura. O Sábio (DDP1392), comédia,
foi solicitada à censura pelo o Pavilhão Teatro Mazzaroppi, em 1945. As Botas do
Bonifácio (DDP3378), foi solicitada à censura pelo o Circo Teatro Piolin, em 1952.
73
Luís Iglezias (1905-1963) , Fluminense . Foi autor e diretor teatral. Casou-se com
Eva Tudor, atriz. Suas principais peças teatrais são: Priminha do Coração, O Último
Guilherme, Chuvas de Verão, O Pivete.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 10 (dez ) obras do referido autor, que
foram encenadas em circo-teatro: Rancho da Serra (DDP0217), comédia musical, com
músicas de Sophonias Dornellas. Esta peça foi solicitada à censura, para sua liberação,
pelo Circo Teatro Piolin, em 1943, e pelo Circo Teatro Oito Irmãos, em 1949. Minha
casa é um Paraíso (DDP0784), comédia, foi solicitada sua liberação à censura pela
Companhia Lyson Gaster, em 1933. Entre 1942 e 1961, 11 (onze) empresas de circoteatro solicitaram sua liberção à censura. Flor de Manacá (DDP0819), burleta, com
músicas do maestro Pedrahita, foi solicitada à censura para a sua liberação, inicialmente
pela Companhia de Burletas e Sainetes Rialto, em 1928. Entre 1946 a 1950, 7 (sete)
empresas de circo-teatro pediram sua liberação junto à censura. Chuvas de Verão
(DDP1023), comédia, foi solicitada à censura sua liebração por 5 (cinco) empresas de
circo-teatro, entre 1944 e 1962. Onde estás, Felicidade? (DDP1382), comédia, foi
inicialmente solicitada à censura para a sua liberação, pela Companhia de Comédias
Modernas, em 1934. Entre 1945 e 1949, 3 (três) empresas de circo-teatro solicitaram
sua liberação junto à censura. O Fantasma da Ópera (DDP1541), burleta, foi solicitada
à censura para a sua liberação pelo o Circo-teatro Piolin, em 1945. O Louco da
Liberdade (DDP1957), comédia, foi solicitada sua liberação à censura pelo Circo Teatro
Irmãos Seyssel, em 1946. Sol de Primavera (DDP2183), comédia, foi solicitada sua
liberação à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1947 e pelo o Circo Teatro
Léa, em 1951. Joaninha Buscapé (DDP2434), comédia, foi solicitada sua liberação à
censura por 5 (cinco) empresas de circo-teatro, entre 1947 e 1951. O Pivete (DDP2798),
comédia, foi solicitada sua liberação à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1949.
Manuel Viriato Correia Baima do Lago Filho (1884 – 1967), conhecido como
Viriato Correia, nasceu em Pirapemas, Rio de Janeiro. Foi jornalista, contista,
romancista, dramaturgo, autor de crônicas históricas, de livros infanto-juvenis e político
brasileiro.O meio teatral, que freqüentou como crítico de jornal e mais tarde como
professor de história do teatro, propiciou a Viriato Correia amplo domínio das técnicas
dramáticas, transformando-o num dos mais festejados e fecundos autores teatrais em sua
época. Escreveu perto de 30 peças, entre dramas e comédias, que focalizam ambientes
74
sertanejos e urbanos, vinculando-o à tradição do teatro de costumes que vem de Martins
Pena e França Júnior. Suas principais peças teatrais: Sertaneja (1915), Manjerona
(1916), Morena (1917), Sol do Sertão (1918), Juriti (1919), Sapequinha (1920), Nossa
Gente (1921), Sansão (1932), A Marquesa de Santos (1938), O Caçador de Esmeraldas
(1940), Pobre Diabo (1942) e Tiradentes (1941).
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 3 (três) obras do referido autor: Sansão
(DDP2152), comédia, com adaptação para rádio de Carlos Machado, foi solicitada sua
liberação à censura, pela Companhia Procópio Ferreira, em 1932. Em 1939, a Rádio
Cruzeiro do Sul pediu sua liberação à censura; e em 1949, o Circo Teatro Universal
solicitou a liberação à censura da referida peça. Carneiro do Batalhão (DDP2633),
comédia, foi solicitada à censura pelo o Circo Teatro Piolin, em 1948. Pobre Diabo
(DDP3255), comédia, foi solicitada à censura pelo o Circo Teatro Piolin, em 1951.
Nelson Rodrigues (1912 – 1980), autor que iniciou o processo de renovação
teatral no Brasil, com o drama “Vestido de Noiva” (1943), dirigida por Ziembinski.
Nelson traz para a cena o subconsciente e a memória, bem distante das cenas das salas
de visitas das comédias de costumes. Escreve ainda Álbum de Família (1945), que trata
sobre o amor incestuoso; Anjo Negro (1946), Senhora dos Afogados (1954); todas
focalizando os problemas sexuais. Nelson também escreveu obras que tratam do
subúrbio carioca, tais como : A Falecida (1954); Bonitinha mas Ordinária (1968); Toda
Nudez Será Castigada (1969); Boca de Ouro (1960); O Beijo no Asfalto (1961) e A
Serpente (1978).
No Arquivo Miroel Silveira existe uma obra do referido autor, ainda com o seu
pseudônimo, Suzana Flag, que é Meu Destino é Pecar (DDP2910), drama, com
adaptação de José Pires da Costa. Esta peça foi solicitada à censura, para a sua
liberação, pelo Pavilhão Teatro Marabá, em 1949.
Nino Nello pseud. (1895 -
), nascido Giovani Vianello, era irmão de Alfredo
Viviani (Itálico Vianello). O ator Nino Nello surgiu do movimento filodramático
75
paulista, em 1912. Interpretou vários papéis de personagens com várias nacionalidades,
exatamente como os imigrantes que chegavam a São Paulo. Para Neyde Veneziano35:
“ Mas seu feito principal foi o de ter consagrado, no palco, o tipo
paulista-italiano, aquele que não falava corretamente língua nenhuma.
Seu idioma macarrônico passava pelos dialetos, acentuava o napolitano
e virava português. O tipo podia se chamar Giuseppe, Galeoto,
Gaetano, Genaro. Pepe ou Pepino. Bino ou Lino. Podia ser verdureiro,
sapateiro, comerciante, castagnaro. Mas era sempre baseado no mesmo
modelo: falava muito alto, era descontrolado, sentimental, honesto,
muito alegre ou exageradamente triste. Apresentava-se como um
protótipo exacerbado, semelhante a todos os italianos de São Paulo,
com gestos e trejeitos que o ator compunha cuidadosamente. Mudavam
os temas e as situações, mas resistia o personagem-tipo, aquela
caricatura que ele construiu sem nenhum preconceito. Foi um grande
ator que só fazia tipos”
Nino Nello fez parte da Companhia de Burletas, Comédias, Dramas e Revistas
Nair Alves. Nesta Companhia foi ator, diretor, empresário e autor. Escreveu a revista
Espia Só, Meu Nego! que fez sucesso. Em 1922, após a saída de Nair Alves da
Companhia ele criou a Companhia Nino Nello, que remontou a peça Uma Festa na
Freguezia do Ó. Em 1935, após passar por vários gêneros e estilos, ele voltou ao sainete
com ambiente ítalo-paulista, no Braz, com direção de Oduvaldo Vianna. Apresentaram
a peça Um Casamento na Rua Caetano Pinto. Em 1942, atuou na peça Filho de
Sapateiro, Sapateiro Deve Ser, de autoria de João Batista de Almeida. Esta peça foi
bastante representada. Como autor, Nino Nello escreveu várias peças, cuja temática
girava em torno da adaptação dos imigrantes italianos ao Brasil, principalmente a São
Paulo.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se as suas obras: Tempos Modernos
(DDP2258), sátira, escrita em parceria com Jean Coquelin. Esta peça foi solicitada à
censura, para sua liberação, pela Companhia Nino Nello, em 1937. Em seguida, pelo
Circo Teatro popular, sem data; e pelo Circo Teatro Seyssel, em 1948. Pode Matar que
é Bicho (DDP2842), revista. Esta peça foi solicitada à censura, para sua liberação, pelo
Pavilhão François, em 1949.
35
Op.Cit.p.63.
76
Oduvaldo Vianna (1892-1964), estréia com o drama Terra Natal(1919), com
caracterísitca nacionalista. Foi empresário, diretor de teatro e de cinema, autor de
novelas radiofônicas, e comediógrafo. Escreveu a comédia A Vida é um sonho (1921),
retrato da vida popular carioca; Castagnaro da Festa (1927), farsa sobre os costumes
populares de São Paulo. Neide Veneziano36 comenta sobre esta peça, que este o
primeiro sainete de Oduvaldo Vianna, retratava o dia-a-dia nas ruas de São Paulo, e se
passava entre 1920 e 1925. Tinha mulata do interior, portugueses, italianos, espanhóis,
turcos, caipiras, cariocas e até um alemão. O Castagnaro da Festa começava num cortiço
do Brás. As pessoas cantarolavam em diversas línguas e os pregoeiros anunciavam
produtos nas ruas paulistanas com variados sotaques. Guitarras alternavam fados com
canções napolitanas.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 3 (três) obras do referido autor: Feitiço
(DDP0054), comédia, foi solicitada à censura inicialmente pela Companhia de Comédia
Dulcina de Moraes e Manoel Durães, em 1933. No período de 1943 e 1952, 9 (nove)
empresas de circos-teatros solicitaram liberação à censura da referida peça. Manhãs de
Sol (DDP0460), comédia, foi solicitada sua liberação à censura pelo Circo Teatro
Arethuza, em 1946 e pelo Circo Teatro Colonial, em 1948. Terra Natal (DDP0969),
comédia, foi solicitada sua liberação à censura, inicialmente pela Companhia Brasileira
de Sainete Abigail Maia e Raul Rolien e pela Empresa Dr. Victor Carmo Romano, em
1928. Em 1950, o Circo Teatro Los Mexicanitos solicitou liberação à censura da
referida peça.
Paulo de Magalhães (1900-1976) , autor de peças de costume que contêm sátiras
à sociedade industrial, evocações históricas, e comédias. Escreveu várias peças, entre
elas Aventuras de um Rapaz Feio (1936), O Coração Não Envelhece (1936), O
Interventor (1931), O Bandeirante (1936); Simplício Pacato (1938); Feia (1941); O
Diabo Enlouqueceu (1944); A Cigana me Enganou (1945); Chica Boa (1943).
No Arquivo Miroel encontram-se 17 peças deste autor, que foram apresentadas em
circo-teatro: Feia (DDP0113 e DDP0227), comédia, foi solicitada liberação à censura
por 15 (cinco) empresas de circo-teatro, entre 1943 e 1953. A Ditadora (DDP0220),
36
VENEZIANO, Neide. Op. Cit. p. 32.
77
comédia, foi solicitada liberação à censura pelo Pavilhão Liendo e Simplício, em 1943;
e em 1944, pelo Circo Teatro Irmãos Prata. Em 1959, o Circo teatro Ayres, solicitou
liberação à censura da referida peça.O Marido Número 5 (DDP0224), comédia, foi
solicitada liberação à censura por 13 (treze) empresas de circos-teatros, entre 1943 e
1949. O Interventor (DDP0228), comédia, foi solicitada liberação à censura
inicialmente pela Companhia Procópio Ferreira, em 1931. Entre 1943 e 1962, 10 (dez)
empresas de circo-teatro solicitaram liberação à censura da referida peça. A Aventuras
de um Rapaz Feio (DDP0231), comédia, foi solicitada liberação à censura por 11 (onze)
empresas de circo-teatro entre 1944 e 1961. Alvorada (DDP0289), drama, foi solicitada
liberação à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1946 e pelo Pavilhão
Teatro Regina, em 1950. Sai Quinta Coluna (DDP0309), comédia, foi solicitada
liberação à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1943. O Coração Não Envelhece
(DDP0351), comédia, foi solicitada liberação à censura pelo Pavilhão Teatro Moderno,
em 1949. Saudade (DDP0373), comédia, foi solicitada liberação à censura por 14
(quatorze) empresas de circo-teatro, entre 1943 e 1954. Simplício Pacato (DDP0392)
foi solicitada liberação à censura pelo Circo Teatro Cruzeiro do Sul, em 1943 e pelo
Circo Teatro Léa, em 1944. A Cigana me Enganou (DDP0398), comédia, foi solicitada
liberação à censura pelo Circo Teatro Berenice, em 1948. Chica Boa (DDP0482),
comédia, inicialmente foi solicitada liberação à censura pela Companhia de Comédias
Procópio Ferreira, em 1944. Entre 1948 e 1961, 5 (cinco) empresas de circo-teatro
solicitaram liberação à censura da referida peça. Guerra às Mulheres (DDP 0868),
comédia, foi solicitada liberação à censura, inicialmente pela Empreza Henrique
Pereira, em 1935. Em 1944, o Circo Teatro Irmãos Orlandino, solicitou liberação à
censura da referida peça. Mãe Preta (DDP1169), comédia,foi solicitada liberação à
censura pela Companhia Jayme Costa, em 1930, e pelo Circo Teatro Arethuza. O Diabo
Enlouqueceu (DDP2423), comédia, foi solicitada liberação à censura por 5 (cinco)
empresas de circo-teatro, entre 1947 e 1949. Mais Forte que o Amor (DDP2480),
comédia, foi solicitada liberação à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello e Circo
Teatro Ipiranga, em 1947. O Bandeirante (DDP2495), comédia, foi solicitada liberação
à censura pelo Circo Teatro Ipiranga, em 1947.
Renato Viana (1894 – 1953), carioca, foi um inovador entre 1922 e 1944, de
experiências teatrais de vanguarda, com conhecimento sobre as obras de Ibsen,
Stanislavski e Copeau. Tentou criar um teatro de idéias, aberto aos problemas sociais.
78
Estreou, em 1918 com o drama Voragem, seguido de Salomé (1919) e Fantasmas
(1920). Em 1922 fundou Batalha da Quimera, um grupo formado por ele, Villa Lobos e
Ronald de Carvalho, com a estréia da peça A Úlitima Encarnação de Fausto. Em 1924,
em São Paulo, formou o grupo Colméia, juntamente com o crítico português Simões
Coelho. Em 1927, no Rio de Janeiro, formou o grupo A Caverna Mágica. Em 1934,
criou o Teatro-Escola, no Teatro Cassino, com a finalidade de promover jovens talentos.
Em 1935, estréia a peça Divino Perfume, no Teatro-Escola. Neste mesmo ano estréia
Deus. Em 1948 recebeu o encargo de dirigir a Escola de Teatro do Rio de Janeiro (atual
Martins Pena), onde continuou o seu trabalho até sua morte, em 1953.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a sua obra O Divino Perfume (DDP2494),
revista, a qual foi solicitada liberação à censura pelo Circo Teatro Nova York, em 1947;
e pelo Circo Teatro Piolin, em 1952.
Raul Paranhos Pederneiras (1874 – 1953), nasceu no Ruio de Janeiro, foi um
caricaturista, ilustrador, pintor, professor, teatrólogo, compositor e escritor brasileiro.
Raul Paranhos Pederneiras, ou simplesmente Raul, iniciou sua carreira em 1898, no
diário O Mercúrio, jornal impresso em cores que circulou no Rio de Janeiro de fins do
oitocentos e, durante toda vida, manteve uma extensa e assídua participação em diversos
periódicos cariocas, como a Revista da Semana, O Tagarela, D. Quixote, Fon-Fon, O
Malho e o Jornal do Brasil.
Juntamente com J. Carlos e K. Lixto
integrou o tríade mais famosa de
caricaturistas fluminenses da República Velha. Como pintor, sua técnica preferida foi a
aquarela, na qual era exímio. Embora tenha figurado em diversas exposições gerais de
Belas Artes, realizou apenas uma mostra individual, em 1926, no Liceu de Artes e
Ofícios do Rio de Janeiro..
Figura polivalente, Raul Pederneiras foi ainda professor de Anatomia e Fisiologia
Artística na Escola Nacional de Belas Artes, entre 1918 e 1938; professor de Direito
Internacional na Faculdade de Direito da antiga Universidade do Brasil, de 1938 até a
sua aposentadoria; teatrólogo e autor de várias revistas, que dividiu com nomes famosos
da cena brasileira, como Luís Peixoto e Aporelli; e compositor de cançonetas e de uma
ópera. Deixou publicações como o curioso livro Geringonça Carioca: Verbete para um
79
Dicionário de Gíria, e alguns volumes com versos humorísticos: Com licença (1898),
Versos (1900) e Musa travessa (1936).
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a obra O Chá de Sabugueiro (DDP3183),
comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1951.
Raymundo Magalhães Júnior (1907-1981) foi jornalista, poeta, biógrafo,
historiador e teatrólogo brasileiro. Ocupou a cadeira 34 da Academia Brasileira de
Letras, eleito em 9 de agosto de 1956 na sucessão de Aquino Correia. Foi recebido pelo
acadêmico Viriato Correia em 6 de novembro de 1956. Escreveu peças de cunho
histórico-nacionalista, como Carlota Joaquina (1939); Vila Rica (1944), O Imperador
Galante; assim como escreveu comédias de costumes, contendo uma sátira à sociedade
capitalista como O Homem que Fica (1938); O Testa de Ferro (1939); Escreveu ainda a
comédia Esta Mulher é Minha (1950).
No Arquivo Miroel Silveira, encontram-se 3 (três) peças do referido autor, que
foram apresentadas em circos-teatros. Aventuras da Família Lero-Lero (DDP2875),
comédia, foi solicitada liberação à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1949. O
Casamento no Uruguay (DDP3337), comédia, foi solicitada liberação à censura pelo
Circo Teatro Piolin, em 1952. Essa Mulher é Minha! (DDP4418), comédia, foi
solicitada liberação à censura pelo Pavilhão teatro Bibi, em 1959.
Samuel Carneiro Rodrigues Campelo (1889-1939), pernambucano, foi autor,
ator, libretista, animador cultural e historiador. Responsável pela criação do Grupo
Gente Nossa, precursor da modernidade em Recife, e no Nordeste. Concluiu o
Bacharelado de Direito, na Faculdade de Direito do Recife, em 1912. Ocupa vários
cargos na administração pública, especialmente o de diretor do Teatro Santa Isabel, de
1930 a 1939. No teatro incia-se como ator, em 1905, na comédia Bicho & Seu Rancho,
de Ernesto de Paula Santos. Dedica-se ao teatro amador por seis anos, como ator.Como
dramaturgo escreve principalmente comédias, sendo a primeira delas Peripécias de um
Defunto (depois denominada Engano da Peste), em 1909. Em 1910, estréia outra peça
sua O Amor faz Coisas.... Em 1921, sua peça A Honra da Tia é encendo pela
Companhia Alda Garrido. Em maio de 1926 a Companhia Nacional de Operetas, de
Vicente Celestino e Ary Nogueira, está no Recife para uma temporada. O empresário
Ary Nogueira conhece Campelo e se entusiasma com seu libreto de uma opereta
80
nordestina Aves de Arribação. Com esta opereta a companhia de Vicente Celestino
viaja para o norte. E no ano seguinte eles montam, em Recife duas novas operetas deste
autor, em parceria com Waldemar de Oliveira, são A Rosa Vermalha e a revista Sai!
Cartola! Escreve ainda: Ih!Hi!, revista; Os vizinhos do Jazz-band, entreato cômico, em
1928; Vitraux, outra revista de 1928; Terra e Mar, sainete patriótico, em 1930. No Rio
de Janeiro, a Companhia de Dulcina de Moraes-Manuel Durães estréia sua peça Uma
Senhora Viúva, em julho de 1930. Em Recife é montada mais uma revista Rapa-Coco.
Suas operetas são montadas em quase todos os estados brasileiros, sempre com sucesso.
Em 1931 ele cria em Recife o Grupo Gente Nossa (GGN), um informal teatro-escola de
arte dramática de onde saem numerosos dramaturgos e técnicos, entre eles Silvino
Lopes, Valdemar de Oliveira e outros. Em 1933 ele cria uma nova opereta em parceria
com Valdemar de Oliveira A Madrinha dos Catetes, que é apresentada no Teatro João
Caetano pela Companhia de Teatro Musicado de M.Pinto. Ele escreveu ainda dois
dramas: Mulato, em 1935 e S.O.S, em 1938.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a sua obra Mulato (DDP0281), drama.
Esta peça foi inicialmente apresentada no teatro Santa Isabel, Recife. Em 1943, o Circo
Teatro Oito Irmãos Mello solicitou liberação à censura para representá-lo em São Paulo.
Entre 1946 e 1951 mais 3 (três) companhias de circo-teatro pediram liberação à censura
para representar a referida peça.
Sílio Boccanera Junior (1863-1928), baiano, foi autor, escritor, hisitoriador e
jornalista. Escreveu o livro O Teatro na Bahia, da Colônia à República (1800-1923). Era
membro da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a sua obra O Grito da Consciência
(DDP0347), drama, a qual foi solicitada liberação à censura, por 14 (quatorze) empresas
de circo-teatro, entre 1943 e 1962.
Silvino Lopes Pereira (1892 – 1951) nasceu na Paraíba. Poeta, jornalista e
teatrólogo, escreveu, por mais de 30 anos, no Jornal do Commercio; escreveu, também,
no Diário da Noite. Foi diretor-secretário da Folha da Manhã e trabalhou no Jornal
Pequeno. Tods esses jornaios, em Recife. Publicou, entre outros livros, Ladra e A
Esfinge (comédias para o teatro); Poemas de Outono; Política é Isso Mesmo; O
Patriarca; Sombras que Tiveram Nomes; Os Varões. Morreu no Recife, em 1951.
81
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a sua obra Ladra (DDP2475 e 2659),
alta comédia, a qual foi solicitada sua liberação à censura pelo Circo teatro Batuta, em
1942. Entre 1947 e
Os compositores de música e cantores que, através de suas músicas, criaram peças
teatrais que estão no Arquivo Miroel Silveira são:
Antônio Carlos Gomes (1836 – 1896), nasceu em Campinas, São Paulo. Foi o
mais importante compositor de ópera brasileiro. Destacou-se pelo estilo romântico, com
o qual obteve carreira de destaque na Europa. Suas obras foram apresentadas no teatro
alla Scala. É o autor da ópera O Guarani. Ele era conhecido como Nhô Tonico, e com
este nome assinava suas dedicatórias. Suas principais óperas são: A Noite do Castelo,
Rio de Janeiro, 1861; Joanna de Flandres, Rio de Janeiro, 1863; O Guarani, Milão,
1870; Fosca, Milão, 1873; Maria Tudor, Milão, 1879; O Escravo, Rio de Janeiro, 1889.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a peça O Guarani (DDP1058), ópera de
Antônio Carlos Gomes, baseada no romance de José de Alencar; adaptação para circo
de Luiz Medici; libreto de Antonio Scalvini. A primeira produção desta peça foi da
Companhia Lírica Oficial, em 1936, que pediu vistas à censura. Entre 1944 e 1950,
quatro circos-teatros pediram vistas à censura da referida peça.
Antônio Vicente Filipe Celestino (1894 – 1968), mais conhecido como Vicente
Celestino, cantor e ator brasileiro nascido no Rio de Janeiro, teve uma das mais longas
carreiras de intérprete da música popular brasileira, cuja voz de tenor, fez com que o
povo o elegesse como A Voz Orgulho do Brasil. Filho de italianos da Calábria, de uma
família de onze irmãos dos quais cinco dedicaram-se ao canto e um ao teatro. Antes de
estrear na Companhia do Teatro São José (1914), onde alcançou prestígio, cantava em
festas, serenatas e chopes-cantantes. Estreou como cantor, interpretando a valsa Flor do
Mal, que se transformou em seu primeiro grande sucesso, vendendo milhares de cópias,
um fenômeno para a época, e que também integrou o seu primeiro disco, na gravadora
Odeon, em 1916. Cantou na opereta Juriti, de autoria de Chiquinha Gonzaga, e montou
sua própria companhia de operetas, em 1920. Tocava violão e piano e foi o compositor
das suas músicas, entre elas Patativa, Mia Gioconda, Rasguei o Teu Retrato, Noite
Cheia de Estrelas e Porta Aberta. Duas delas, posteriormente tornaram-se temas de dois
filmes de enorme sucesso, os clássicos O Ébrio (1946) e Coração Materno (1951), por
82
ele estrelados e dirigidos por sua mulher Gilda Abreu. Faleceu em 1968, durante um
ensaio em São Paulo.
Ariowaldo Pires (1907 – 1979) nasceu em São Paulo, conhecido pelo seu
pseudônimo Capitão Furtado, foi cantor, compositor, autor. Era sobrinho de Cornélio
Pires, o pioneiro em gravações de discos de músicas caipiras. Em 1929, participou da
inauguração da Rádio Cruzeiro do Sul encenando um quadro caipira, em substituição ao
ator Sebastião Arruda, que não compareceu. Compôs com Marcelo Tupinambá a toada
Coração, que marcou sua estréia como letrista. Assumiu durante algum tempo o papel
de caipira no programa Cascatinha do Genaro, na Rádio Cruzeiro do Sul. Na mesma
rádio, criou, juntamente com o cantor e radioator Celso Guimarães, o primeiro
programa de calouros a utilizar este título. Em 1931, trabalhou como assistente de
produção no filme Coisas nossas, de Wallace Downey. Em 1934, passou a apresentar o
programa Cascatinha do Genaro na Rádio São Paulo, PRA-5. A Rádio Cruzeiro fez
proposta para tê-lo de volta em sua programação, mas retornou atrás logo em seguida.
Frustrado com o cancelamento do contrato, resolveu adotar o nome artístico de Capitão
Furtado. Em 1936, participou do Primeiro Concurso de Músicas Carnavalescas,
organizado pela Comissão de Divertimentos Públicos da Prefeitura de São Paulo. O
concurso contava com a participação de Ary Barroso, que era dado como virtual
vencedor. Para a surpresa de todos, a composição vencedora foi Mulatinha da caserna,
de sua autoria e Martinez Grau. Mulatinha da caserna foi gravada pela RCA Victor em
janeiro de 1936 com interpretação de Januário de Oliveira e Arnaldo Pescuma, e
acompanhamento dos Diabos do Céu e Pixinguinha. Suas gravações na Odeon
alcançam enorme sucesso e passou a ser conhecido como O maior caipira humorista do
Brasil. Ainda em 1937, gravou sozinho ou em companhia de outros artistas vários
trabalhos satíricos em linguajar caipira: Caipira em Hollywood, Descobrimento da
América, Em redor do mundo, Modos de cumprimentar e Psicologia dos nomes. Em
abril daquele ano, lançou o livro Lá vem mentira, que alcançou enorme sucesso. Em
1939, estreou no Teatro João Caetano (RJ) O tesouro do sultão, de sua autoria, e música
de Radamés Gnattali, com a Companhia Jardel Jércolis. Na peça estavam presentes
diversos gêneros musicais: danças russas, bailados orientais, rumba, batucada, samba,
marcha carnavalesca e canção caipira. Foi um enorme sucesso, tendo sido apresentada
ainda em São Paulo, Recife, Argentina e Uruguai. No fim de 1939, retornou a São
Paulo, onde na Rádio Difusora criou o programa Arraial da curva torta, que revelou
83
diversas duplas caipiras, sendo Tonico e Tinoco a principal. Segundo Walter Sousa37,
Ariowaldo Pires criou uma comédia musical para ser encenada no Circo Piolin, em
1947, com o título de Passando a brocha, na qual participava fazendo o papel do
prefeito do Arraial da Curva Torta, o mesmo nome de seu programa. Em junho de
1948, apresentou-se com a mulher no Circo Piolin na peça Sertão em flor. Em 1949,
trabalhou na Rádio Cultura de São Paulo, onde produziu programas caipiras. De 1963 a
1966, transferiu-se para a Rádio Bandeirantes. Percorreu o Brasil com a Roda de
Violeiros que promoveu verdadeiro campeonato de violeiros, revelando inúmeros
nomes. Em 1977, foi coordenador da área de música regional da primeira edição da
Enciclopédia de Música Brasileira. Em 1979, recebeu o Troféu Chantecler pelos 50
anos de carreira. No mesmo ano, faleceu de parada cardíaca, em São Paulo, aos 72 anos.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se as peças: Passando a Brocha
(DDP0161), comédia musicada, foi solicitada à censura para a sua liberação pelo Circo
Teatro Piolin, em 1947. Não Te Conto Nada (DDP1298), comédia, foi solicita à
censura, para sua liberação por 4 (quatro) circos-teatros, entre 1945 e 1948. O Padeiro
do Thomé (DDP 2558), comédia musicada, foi solicitada à censura para sua liberação
pelo Circo Teatro Arethuzza, em 1948.
Gilda Abreu (1904-1979), cantora, escritora, atriz e cineasta. Dirigiu os longasmetragens O Ébrio, em 1946; Pinguinho de Gente, em 1949; e Coração Materno, em
1951. Sua carreira iniciou-se como cantora lírica, no Teatro Municipal do Rio de
Janeiro, em 1920, interpretando as óperas. Na década seguinte estreou a opereta Canção
Brasileira, na Praça Tiradentes. Sua estréia no cinema, como atriz, foi em 1936 em
Bonequinha de Seda sob a direção de Oduvaldo Vianna, produção realizada nos
estúdios da Cinédia. Ela se associou a Adhemar Gonzaga, dono dos estúdios da Cinédia,
para adaptar a peça O Ébrio, baseada na canção do marido Vicente Celestino. O filme
foi lançado em 1946, obtendo enorme sucesso. Em 1949 realizou a custosa produção de
Pinguinho de Gente, o qual não foi bem recebido pelo público. E em 1951, ela quis
repetir o sucesso de O Ébrio e adaptou a canção de Vicente Celestino Coração Materno,
transformando-o em filme, mas também não obteve o sucesso esperado. Abandonou o
cinema e dedicou-se a literatura e a novelas radiofônicas. Em 1977 realizou o seu último
37
Idem, ibidem, p. 131
84
projeto cinematográfico em homenagem ao seu marido Vicente Celestino, o curtametragem Canção de Amor.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se uma obra da referida autora que foi
apresentada em circos-teatros, Mestiça (DDP3800), drama, que foi solicitada liberação à
censura pelo Circo Teatro Simões, em 1954.
João Batista da Silva (1909 – 1998) nasceu em Cordeirópolis, São Paulo. Mais
conhecido pelo apelido João Pacífico, foi compositor de música caipira, autor da
música Cabocla Tereza. Revelou seu talento ainda criança, ao declamar poesias para os
seus colegas e professores. Em 1934 conseguiu que o radialista e cantor Raul Torres
lesse sua letra de embolada Seo João Nogueira, que lhe rendeu a parceria do próprio
Raul Torres, que gravou a música, pela Odeon, a qual teve boa aceitação. Em 1935 Raul
Torres gravou a mesma música junto com a cantora Aurora Miranda e fez enorme
sucesso. Com isto Raul e João Pacífico fizeram várias músicas: O Teu Retrato, O
Vizinho me Contou, Coroa de Estrelas e Foi no Romper da Aurora. Em 1937 Raul
Torres e o cantor Serrinha transferiram-se para a gravadora RCA Victor e gravaram a
música Chico Mulato, que consagrou João Pacífico como um dos mais importantes
compositores de sua época. Em seguida veio a música que atravessaria décadas de
sucesso, de João Pacífico, a história de amor de Cabocla Tereza, gravada por Torres e
Serrinha.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 2 (duas) obras do referido autor:
Cabocla Tereza (DDP1387), canção teatralisada, em parceria com Pedro João Spina, foi
solicitada liberação à censura por 13 (treze) empresas de circo-teatro, entre 1945 e 1961.
Chico Mulato (DDP2518), peça sertaneja, foi solicitada à sua liberação à censura pelo
Pavilhão Teatro Simões, em 1961.
José Fortuna (1923 – 1983) nasceu em Itápolis, São Paulo. Gravou sua primeira
música “ Moda das Flores”, em 1944, por Torres e Florêncio. Durante quarenta anos ele
compôs aproximadamente duas mil músicas, algumas com mais de vinte regravações.
Um de seus maiores sucessos foi a versão da guarânia Índia, gravada originalmente por
Cascatinha e Inhanha, em 1952, que chegaram a vender 1 milhão de cópias. Compôs
também Meu Primeiro Amor, que juntamente com Índia foram regravadas por várias
duplas sertanejas e compositores da MPB como Caetano Veleoso, Nara Leão, Ângela
Maria, Agnaldo Timóteo, Maria Betânia e Gal Costa. José Fortuna compôs, além de
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guarânias, vários estilos musicais. Paralelamente às suas atividades de compositor, José
Fortuna manteve um trio musical no qual fazia parte seu irmão Euclides Fortuna,
Pitangueira, e Zé do Fole, o Trio Os Maracanãs. Eles gravaram mais de 40 LPs, fitas e
compactos, com músicas de José Fortuna. Além de compositor, José Fortuna também
foi autor de 42 (quarenta e duas) peças de teatro, percorrendo todo o Brasil e América
do Sul, com sua Companhia Teatral Maracanã. Atuava também como ator de destaque
em todas as suas criações teatrais, e sua Companhia recebeu diversos prêmios, ficando
conhecida como “Os reis do teatro”. Publicou também livros de cordel, e 30 livretos
com suas músicas. Em 1975 encerra suas atividades com sua companhia teatral e volta a
compor, participando de vários festivais de música, obtendo às primeiras colocações.
Ainda se dedicou ao rádio, sendo radialista de quase todas as rádios de São Paulo,
apresentando o seu Programa José Fortuna. Faleceu em 1983.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se duas obras do referido autor, são: Índia
(DDP3486), drama, solicitada à sua liberação à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos
Mello, em 1953 e 1954. Solidão (DDP3842), solicitada sua liberação à censura, pelo
próprio autor em 1954.
Tonico e Tinoco (1930 – 1994) nasceram em Botucatu, São Paulo. Tonico (João
Salvador Perez), e Tinoco (José Perez), irmãos que criaram a dupla de cantores de
música sertaneja mais importante da história da música caipira brasileira. Desde criança
cantavam modas de viola. A primeira gravação profissional da dupla ocorreu na Festa
de Aparecida, em São Manuel, em frente ao santuário Nossa Senhora Aparecida, em 15
de agosto de 1935. A dupla estreou pela gravadora Continental, em 1944, com o
cateretê Em vez de me Agradecê, de Capitão Furtado, Jaime Martins e Aimoré. Em
1946, a dupla gravou com muito sucesso a música Chico Mineiro, de Tonico e
Francisco Ribeiro. Apesar da popularidade o trabalho para a dupla sertaneja era
garantido, principalmente pelos circos, nos quais se apresentava. Felizmente nessa
época apenas em São Paulo haviam cerca de 200 circos que iam ao interior para
apresentação dos ídolos sertanejos do rádio. Durante quarenta anos se apresentaram nos
circos-teatros. Criaram uma Companhia Circense, com a qual percorreram todo o país.
Em cada circo realizavam três sessões por noite. São autores de muitas peças teatrais.
Tonico (João Salvador Perez), faleceu no dia 13 de agosto de 1994. O último show da
dupla Tonico & Tinoco, ocorreu no dia 7 de agosto de 1994. Em 60 anos de carreira,
Tonico e Tinoco realizaram quase 1000 gravações, divididas em 83 discos. As
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gravadoras a que eles pertenceram já lançaram no mercado um total de 60 CD’s. Tonico
e Tinoco venderam mais de 150 milhões de cópias, realizando cerca de 40.000
apresentações em toda a carreira.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 3 (três) obras de João Salvador Perez
(Tonico), e 4 (quatro) obras da dupla Tonico e Tinoco. As três obras de João Salvador
são: As Madrastas também Choram(DDP4295), drama sertanejo, foi solicitada a sua
liberação à censura pelo próprio autor, em 1956. A Marca da Ferradura (DDP4437A e
DDP4453), drama sertanejo, escrito em parceria com Oliveira Filho, e extraído da
canção do mesmo nome de Riachão e Lorival dos Santos. Foi solicitada sua liberação à
censura pelos próprios autores em 1957. Justiça do Céu (DDP4497), melodrama, foi
solicitada sua liberação à censura por S.L., em 1957. As quatro obras de Tonico e
Tinoco são: Chico Mineiro e sua Vinçança (DDP2942), drama sertanejo, foi solicitado à
sua liberação à censura pelo Circo Teatro Umuarama, em 1950 e pelo Pavilhão Teatro
Artistas Unidos, em 1951. Mão Criminosa (DDP3359), drama, foi solicitada sua
liberação à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1952 e em 1955. A Morte da
Caboclinha (DDP 3529), drama musicado sertanejo, foi solicitada sua liberação à
censura pelo Circo Teatro Umuarama, em 1953. Cabocla (DDP3643), drama sertanejo,
foi solicitada sua liberação à censura pelo o Circo Teatro Piolin, em 1955.
Entre os tradutores brasileiros que se encontram no Arquivo Miroel Silveira estão:
Alfredo Viviani ( , - , ), nascido Itálico Vianello, descendente de italianos, nasceu em
São Paulo. Autor, ator, cantor, diretor e empresário, era irmão de Nino Nello (Giovani
Vianello), grande ator paulista do início do século XX. Alfredo Viviani também foi
tradutor e adaptador de peças teatrais.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se três obras traduzidas e adaptadas pelo
referido autor: Tudo Pode o Amor (DDP1056), comédia, de Miguel R. Scuder, que foi
apresentada em circo-teatro em 1944. Entra Não Demora (DDP1305), comédia musical,
de autoria de H.C. Beltran, foi apresentada inicialmente na Companhia Lyson Gaster,
em 1944; e em 1950 foi solicitada à censura pelo Pavilhão Teatro Moderno. Coração
Materno (DDP2767), drama, de autoria de Rafael Iorio, o qual foi solicitado à censura
pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1949.
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Arthur Azevedo (1855-1908) – Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo,
jornalista, poeta, contista e teatrólogo, nasceu em São Luís do Maranhão, em 1855, e
faleceu no Rio de Janeiro, em 1908. Figurou, ao lado do irmão Aluísio de Azevedo, no
grupo fundador da Academia Brasileira de Letras, onde criou a Cadeira n. 29, que tem
como patrono Martins Pena.
Foram seus pais David Gonçalves de Azevedo, vice-cônsul de Portugal em São
Luís, e Emília Amália Pinto de Magalhães. Aos oito anos Artur já demonstrava pendor
para o teatro, brincando com adaptações de textos de autores como Joaquim Manuel de
Macedo, e pouco depois passou a escrever, ele próprio, as peças que representava.
Muito cedo começou a trabalhar no comércio. Depois foi empregado na administração
provincial, de onde foi demitido por ter publicado sátiras contra autoridades do governo.
Ao mesmo tempo lançava as primeiras comédias nos teatros de São Luís. Aos quinze
anos escreveu a peça “Amor por anexins”, que teve grande êxito, com mais de mil
representações no século passado. Ao incompatibilizar-se com a administração
provincial, concorreu a um concurso aberto, em São Luís, para o preenchimento de
vagas de amanuense da Fazenda. Obtida a classificação, transferiu-se para o Rio de
Janeiro, no ano de 1873, e logo obteve emprego no Ministério da Agricultura.
A princípio, dedicou-se também ao magistério, ensinando Português no Colégio
Pinheiro. Mas foi no jornalismo que ele pôde desenvolver atividades que o projetaram
como um dos maiores contistas e teatrólogos brasileiros. Fundou publicações literárias,
como A Gazetinha, Vida Moderna e O Álbum. Colaborou em A Estação, ao lado de
Machado de Assis, e no jornal Novidades, onde seus companheiros eram Alcindo
Guanabara, Moreira Sampaio, Olavo Bilac e Coelho Neto. Foi um dos grandes
defensores da abolição da escravatura, em seus ardorosos artigos de jornal, em cenas de
revistas dramáticas e em peças dramáticas, como O Liberato e A família Salazar, esta
escrita em colaboração com Urbano Duarte, proibida pela censura imperial e publicada
mais tarde em volume, com o título de O escravocrata. Escreveu mais de quatro mil
artigos sobre eventos artísticos, principalmente sobre teatro, nas seções que manteve,
sucessivamente, em O País (A Palestra), no Diário de Notícias (De Palanque), em A
Notícia (o folhetim O Teatro). Multiplicava-se em pseudônimos: Elói o herói,
Gavroche, Petrônio, Cosimo, Juvenal, Dorante, Frivolino, Batista o trocista, e outros. A
partir de 1879 dirigiu, com Lopes Cardoso, a Revista do Teatro. Por cerca de três
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décadas sustentou a campanha vitoriosa para a construção do Teatro Municipal, a cuja
inauguração não pôde assistir.
Embora escrevendo contos desde 1871, só em 1889 se animou a reunir alguns
deles no volume Contos possíveis, dedicado pelo autor a Machado de Assis, que então
era seu companheiro na secretaria da Viação e um de seus mais severos críticos. Em
1894, publicou o segundo livro de histórias curtas, Contos fora de moda, e mais dois
volumes, Contos cariocas e Vida alheia, constituídos de histórias deixadas por Artur de
Azevedo nos vários jornais em que colaborara.
No conto e no teatro, Artur Azevedo foi um descobridor de assuntos do cotidiano
da vida carioca, e observador dos hábitos da capital. Os namoros, as infidelidades
conjugais, as relações de família ou de amizade, as cerimônias festivas ou fúnebres,
tudo o que se passava nas ruas ou nas casas lhe forneceu assunto para as histórias. No
teatro foi o continuador de Martins Pena e de França Júnior. Suas comédias fixaram
aspectos da vida e da sociedade carioca. Nelas teremos sempre um documentário sobre
a evolução da então capital brasileira. Teve em vida cerca de uma centena de peças de
vários gêneros e extensão (e mais trinta traduções e adaptações livres de peças
francesas) encenadas em palcos nacionais e portugueses.
Outra atividade a que se dedicou foi a poesia. Foi um dos representantes do
Parnasianismo, e isso meramente por uma questão de cronologia, porque pertenceu à
geração de Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac, todos sofrendo a
influência de poetas franceses como Leconte de Lisle, Banville, Coppée, Heredia. Mas
Artur Azevedo, pelo temperamento alegre e expansivo, não tinha nada que o filiasse
àquela escola. É um poeta lírico, sentimental, e seus sonetos estão perfeitamente dentro
da tradição amorosa dos sonetos brasileiros.
É um dos membros fundadores da Academia Brasileira de Letras - ABL, em 1897.
Morre no Rio de Janeiro em 1908.
Para o teatro escreveu: Amor por anexins (1872); A filha de Maria Angu (1876);
Uma véspera de reis (1876); Jóia (1879); O escravocrata, em colaboração com Urbano
Duarte (1884); A almanarra (1888); A capital federal (1897); O retrato a óleo (1902); O
dote (1907); O oráculo (1956); Teatro (1983).
Escreveu as revistas: O Rio de Janeiro em 1877 (com Lino d'Assumpção - 1877);
Tal Qual Como Lá (com França Júnior - 1879, não encenada), O Mandarim (com
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Moreira Sampaio - 1883); Cocota (com Moreira Sampaio - 1884/1887); O Bilontra
(com Moreira Sampaio - 1884/1887); O Carioca (com Moreira Sampaio - 1884/1887);
O Mercúrio e o Homem (com Moreira Sampaio - 1884/1887); Fritzmac (com Aluísio de
Azevedo - 1888); A República (com Aluísio de O Major (1894); A Fantasia (1895); O
Jagunço (1897); Gavroche (1898); Comeu! (1901); Guanabara (com Gastão Bousquet 1905) e O Ano Que Passa (1907) não encenada, publicada como folhetim.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se as obras traduzidas por Arthur de
Azevedo, as quais já foram anteriormente citadas, juntamente com os seus autores.
Arthur de Azevedo traduziu três peças teatrais do autor Adolphe D’Ennery: As Duas
Órfãs (DDP0065), em parceria com Affonso Magalhães. Lágrimas de Homem
(DDP0103) e A Família Maldita (DDP3393 e DDP2909). E traduziu a peça Os Dois
Garotos de Paris (DDP0195),de Pierre Decourcelle. Não há no Arquivo Miroel Silveira
nenhuma peça do referido autor, que tenha sido apresentada em circo-teatro.
Nino Nello pseud. (1895 -
), nascido Giovani Vianello, era irmão de Alfredo
Viviani (Itálico Vianello). Além ator, Nino Nello foi também tradutor e adaptador de
peças teatrais.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se duas obras traduzidas e adaptadas pelo
referido ator: Don Gennaro Dorme de Botinas (DDP2420), comédia, autoria de A.
Corona, a qual foi solicitada à censura inicialmente pela Companhia Nino Nello, em
1937 e pelo Circo Teatro Popular, s/d. O Filho do Italiano (DDP0041), comédia, autoria
de Vacarezza. Esta peça foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel em
1942; entre 1944 e 1947 por mais três circos-teatros.
Artistas circenses de famílias tradicionais do circo brasileiro, que vão escrever
peças teatrais para o circo-teatro, obtendo sucesso como autores teatrais são:
Famílias Circenses Tradicionais:
Família Fekete:
Alberto Fekete , pseudônimo Chimarrão( , - , ), foi dono do Circo Teatro
Fekete, que viajou por várias regiões do Brasil. Segundo Joval e Leda Rios, que em
1946 ingressaram no Circo Teatro Fekete, onde fizeram grandes amigos,
principalmente Alberto Fekete que, de certa forma foi um mestre, lapidando – os na arte
90
de interpretar. Joval Rios afirma que poucos teatros no Brasil tinham qualidade de
montagem de peças teatrais como o Circo Fekete. Grandes épicos eram levados à cena
como “Os miseráveis”, de Victor Hugo, e “A Queda da Bastilha” de Salvador
Marques.*
No Arquivo Miroel Silveira Alberto Fekete aparece como autor de duas peças para
circo-teatro e arranjador de uma peça para circo-teatro. Como autor: Empresta-me a Tua
Filha (DDP1441), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Fekete, em
1934. Mulher por Meia Hora (DDP1620), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo
Circo Teatro Fekete, em 1934. Como arranjador: Sherlock Holmes (DDP0786), autoria
de Pierre Decourcelle, tradução de João Barbosa Dey Burns; adaptação de Oduvaldo
Vianna e arranjos para circo-teatro de Alberto Fekete. Esta obra foi solicitada à censura
pelo Circo Teatro Fekete, em 1934 e pelo Circo Teatro Seyssel, em 1950.
Família Fernandes
Tobias Coimbra Fernandes, pseudônimo Estremilique ( , - , ) . Em 1897, ao
sair do Chile, a família Fernandes chegou ao Brasil, fazendo parte do elenco do Circo
Chileno. Em Sorocaba, onde o circo foi instalado, nasceu Tobias Coimbra Fernandes,
filho do malabarista e acrobata chileno José Fernandes Filho e da atriz e roteirista de
mímica, a brasileira Alcina Fernandes.
Com cinco anos de idade, Tobias iniciou suas atividades no Circo Chileno,
ajudando os palhaços. Em 1911, faleceu seu tio e palhaço Carrapatinho. Tobias então
adotou o nome artístico do tio e transformou-se no palhaço Carrapatinho. Anos mais
tarde, adotou o apelido de Estremilique. O tipo de palhaço que ele criou usava um
ceroulão de rendas, que foi da avó, um sapatão, camisa estampada de azul e verde,
paletó de losangos de todas as cores, calça bambolê, gravata borboleta (uma borboleta
literalmente), peruca de careca e um chapéu de palha, sobre o qual um engenhoca
acoplada a uma seringa, que o fazia chorar, esguinchando água sobre as crianças. Ao
seu lado, a cachorrinha de pano com óculos, Violeta, era amestrada pelo palhaço.
Sua família deixou o Circo Chileno e criou o seu, o Circo Chile. Com a morte do
pai, passou a ser chamado de Circo Irmãos Fernandes.
De seus cinco filhos, apenas um continuou a vida circense, Wilson Fernandes, o
palhaço Tontolino. Durante muitos anos, os dois se apresentaram pelas cidades do
interior, fazendo a dupla clown (Tontolino) e tony excêntrico (Estremilique).
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Na década de 1960, Estremilique e Tontolino deixaram de se apresentar em
circos, descontentes com a tendência que seguiam, com os animais ferozes sendo as
principais atrações. Porém, não deixaram de trabalhar, continuaram se apresentando
nos circos-teatros dos bairros periféricos, em casas particulares, parques de diversões
ou fazendo propagandas de casas comerciais.
Em 1967, Estremilique foi homenageado pela Sociedade de Cultura Artística de
Santo André, recebendo a medalha de “O Palhaço Mais Velho do Brasil”. Em 1975,
também foi homenageado pelo elenco do espetáculo de Timochenco Wehbi,
“Palhaços”, no Teatro Municipal de Santo André.
Em 1982, no seu aniversário de 85 anos, recebeu homenagens da Prefeitura de
Santo André e de São Bernardo do Campo. Seu filho Tontolino também foi
homenageado. Em 27 de novembro desse mesmo ano, Wilson dos Santos Fernandes, o
Tontolino, faleceu.
Em 1983, durante o aniversário de 86 anos de Estremilique, foi exibido o filme
“Pula Violeta”, do cineasta Heitor Capuzzo, sobre a vida da dupla de palhaços
Estremilique e Tontolino.
Tobias Coimbra Fernandes, o palhaço Estremilique, morreu aos 90 anos, em
1987, sem realizar seu sonho de morrer aos 100 anos no palco.
Othelo Fernandez, da Família Fernandes, escreveu o drama Amor de Pai
(DDP1664), o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Chileno, em 1946. Esta
peça encontra-se no Arquivo Miroel Silveira.
A produção dramatúrgica de Leopoldo Martinelli foi realizada no Pavilhão Teatro
Irmãos Fernandes. As suas obras (três dramas) estão no Arquivo Miroel Silveira:
Traidora (DDP0333), drama familiar, o qual foi solicitado à censura pelo Pavilhão
teatro Irmãos Fernandes, em 1943. O Vendedor de Escravos (DDP1474), drama, o qual
foi solicitado à censura pelo Pavilhão Teatro Irmãos Fernandes, em 1934. O Filho do
Crime (DDP1720), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Pavilhão Teatro Irmãos
Fernandes, em 1934.
Família François e Stevanovitch:
Outra família circense que veio para o Brasil foi a François e Stevanovitch. Jean
François nasceu em Bordeaux, na França, em 1869. Casou-se com Ana Stevanovitch,
nascida na Romênia. Iniciou sua carreira como equitador de animais, no Circo Reins,
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onde trabalhava seu cunhado. Percorreu toda a Europa, Ásia Menor, chegando até a
América, inaugurando o Circo François. Ana acompanhou-o sempre como diretora da
companhia. Teve treze filhos, entre eles, Maria que casou-se com Hilário de Almeida,
que deu continuidade ao seu circo, após a sua morte.Todos os seus filhos tornaram-se
artistas circenses.
O primeiro Circo François data de 1881. Era de pau-a-pique, com a precária
vedação de pano e sem cobertura. Porém, antes da formação do circo, ele, sua esposa e
dois filhos se dedicavam a exibições de saltimbancos, nas ruas, apresentando animais
amestrados, que saltavam e dançavam. Em uma carroça, a família viajava pelo interior
do país, passando por fazendas, vilas e cidades. Em suas viagens, no começo do século,
exibia também o cinema, em cidades que não possuíam luz elétrica.
François chegou à façanha de apresentar, em 1916, uma pantomima aquática,
que consistia na montagem, no picadeiro, de um lago artificial, que fazia encher com 80
mil litros de água. Nesta pantomima apareciam bailados de nadadores, mergulhos,
botes. Para a realização do espetáculo, era necessário o enchimento de dois tanques de
madeira, revestidos de lona impermeável, com capacidade para 40 mil litros de água,
que ficavam no fundo do circo. Encerrada a apresentação dos números tradicionais,
forrava-se o próprio picadeiro com lona impermeável e, através de mangueiras ligadas
ao tanque, enchia-se o picadeiro com 80 mil litros de água, rapidamente, com
profundidade de quase um metro. Ao término do espetáculo, todos os ajudantes e
artistas enchiam baldes de água e a retornavam ao tanque, para a apresentação do dia
seguinte. Ele levava este espetáculo também para o interior.
François colocou, também, cobertura em seu circo, assim como utilizou os
lampiões à querosene, para a realização de espetáculos à noite. Depois, importou da
Europa um gerador de eletricidade.
. Em 1903, François montou um circo luxuoso em São Paulo, o Pavilhão
François, no Largo da Concórdia. Em 1907, viajou pela Argentina e Uruguai e trouxe
excelentes cavalos, com os quais criou um número com 14 cavalos em liberdade, no
picadeiro. Seus filhos tornaram-se excelentes jóqueis e amazonas.
Ele foi também um dos primeiros a colocar palco ao lado do picadeiro. O
Pavilhão François, consistia-se num pavilhão totalmente desmontável, em alumínio, em
forma de teatro. Nele encenava dramas e comédias, as pantomimas, ao lado de
espetáculos de variedades. Viajou pelo interior do país até 1935, com o Circo Pavilhão
93
François, quando faleceu. Seu circo sobreviveu, através dos seus descendentes, até
1962.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se as seguintes obras de Hilário de
Almeida: Ben-Hur, ou O Príncipe de Hur (DDP0268), drama bíblico, que foi
solicitado à censura pelo Pavilhão politeama François, em 1938 e em 1943; O Vento
Levou (DDP0404), revista, que foi solicitado à censura pelo Pavilhão François, em
1943; A Família Sagrada (DDP0409), drama sacro fantástico, que foi solicitado à
censura pelo Pavilhão françois, em 1943; O Remorso Vivo (DDP0439) ou A Herança
de Lágrimas, drama, de Furtado Coelho e J. Serra, com adaptação de Hilário de
Almeida, solicitado à censura pelo Pavilhão François, em 1944; Procura-se Uma
Esposa (DDP1279), fantasia, burleta cômica, solicitado à censura pelo Circo Teatro
François em 1944; Rosas de Maio (DDP1543), comédia, a qual foi solicitada à censura
pelo Pavilhão François, em 1945; João Barqueiro (DDP2382), comédia regional,
solicitada à censura pelo Pavilhão François, em 1946; Tropeiros (DDP2445), sainete,
solicitado à censura pelo Pavilhão Teatro François, em 1947; Maracangalha
(DDP4402), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Pavilhão François, em 1957.
Família Galdino Pinto:
Galdino Pinto, pai do palhaço Piolim, foi o fundador do Circo Americano. Os pais
de Galdino eram fazendeiros em Barra do Piraí, Rio de Janeiro. Galdino nasceu em
Barra do Piraí, no ano de 1882, vindo a falecer em São Paulo, em 1945. Quando
estudante precisava formar-se para assumir o cartório comprado pelo pai; porém com a
chegada de uma companhia circense na cidade de Resende, onde morava, enamorou-se
de uma artista, Clotilde Pinto, que no gênero eqüestre e atiradora de alvo, não havia
artista mais qualificada. Galdino largou tudo e seguiu o circo. Casou-se em Amparo,
São Paulo, e teve três filhos, todos artistas circenses, Ankises, Raul e Abelardo.
Consolidou-se como um empresário de circo, assumindo a responsabilidade pelo Circo
Takasawa Mange. Fundou o Circo Americano, por onde passaram tradicionais famílias
circenses. Foi também palhaço.
Família Galdino Pinto:
Abelardo Galdino Pinto, pseudônimo Piolin (1897 - 1973 ), filho de Galdino
Pinto, tornou-se o famoso palhaço Piolin. Piolin nasceu em Ribeirão Preto, em 27 de
94
março de 1897, durante a última noite da função do circo na cidade, na própria barraca
do circo. Com dez a doze anos, Abelardo já realizava colaboração nas “entradas
cômicas” do clown Alcebíades, representando bombeiros ou diabinhos. Foi discípulo de
Henrique e Vicente Seyssel, fazendo parte do número denominado “Charivari”, no qual
todos
os
artistas
realizavam
trabalhos
acrobáticos.
Em
decorrência
dos
desentendimentos entre os irmãos Queirolo, o palhaço Chicharrão saiu do circo da
família e foi substituído por Piolin, que passou a usar a sua indumentária de palhaço:
bolota vermelha no nariz, uma boca branca, escancarada pintada no rosto, pestana
branca, sobrancelhas postiças pela metade, rugas pretas e sobre a peruca de careca um
chapéu-coco, luvas grandes, sapatões compridos e polainas brancas, além de sua grande
bengala de bambu e o enorme colarinho engomado. Usava, ainda, um terno de cor
marrom e variava a calça, usando calça xadrez. Seu apelido Piolin só foi dado, em 1922,
por uns espanhóis, que ao verem Abelardo atuando, diziam que ele parecia um “piolin”,
isto é, um barbante fino de tão magro. Adotou, então, esse apelido, como seu nome
artístico. Permaneceu durante seis anos com os Irmãos Queirolo, tendo como comparsa
o clown Harris, irmão de Chicharrão. Aos 20 anos, Piolin alcançou enorme sucesso no
Circo Alcebíades, onde atuou durante três anos, ficando conhecido pelo Presidente
Washington Luís e pela elite intelectual paulista, que participou da Semana de Arte
Moderna.Entre suas entradas cômicas, ficaram famosas a “Morte” e a “Pulga”. A
“Morte” era uma teatralização trágica e grotesca. Piolin colocava uma vela acesa sobre a
cabeça e atirava-se. Começava o drama: o susto. Incerteza sobre o ferimento. Persuasão
de que estava mortalmente ferido. Convulsões estilizadas ressaltando a comicidade.
Saltos acrobáticos, elétricos. Cenas finais e lentas de agonia. Lirismo cômico da “Morte
do Cisne”, de Pawlova.
A “Pulga” era o combate travado entre Piolin e uma pulga imaginária. Lutava
com a pulga de forma movimentada, mostrando várias emoções como o pavor, a ira, o
desespero e a vitória. Era um número musical, em que Alcebíades tocava pistão e Piolin
tocava bandolim. Piolin interrompia várias vezes a música, à procura de uma pulga, até
quando conseguia matá-la sobre uma cadeira.Havia também a entrada cômica
“Abelhas ou Pássaros”, na qual Piolin e seu comparsa, vestidos de saiotes de bailarinas
e apitos, através de mímicas e assobios, representavam o idílio amoroso, com
problemas e ciúmes. Este número era muito parecido com “Idílio dos Pássaros”, de
Chicharrão. Realizava números cômicos sobre bicicleta, mas a sua entrada cômica de
maior sucesso era “O Reservista Ventura”. Piolin também criou um carro feito de
95
caixote, no estilo dos “baratinhas” usados na época, muito parecido com a “Barata
Sorumbática” de Chicharrão. Arruda Dantas descreve-o:
O motor era uma barrica, sem fundos e com tela de arame. Prendeu, dentro
da barrica, um gato. Atrás do ‘motor’ ligado aos varais, feito um cavalinho
na carroça, atrelou um cachorro, pastor alemão. O cão, vendo o gato, se
movimentava
para
alcançá-lo;
e,
assim,
puxava
o
carrinho
improvisado.Quando queria parar, Piolin, no picadeiro, simplesmente tirava
o gato do ‘motor’; o cão se aquietava e o carro se detinha”. 38
Piolin também apresentava chanchadas e comédias de palhaços. Inspirava-se para
suas criações em comédias cinematográficas, sobretudo em Carlitos, além de outros
pastelões do período. Criava um roteiro, mas sempre deixava margem para
improvisações. Adaptava também textos. Depois de 1930, foi desmontado o pavilhão
do Largo do Paissandu e, junto com a família, viajou pelo país. Fixou-se, então, na
Praça Marechal Deodoro até 1945; de lá foi para a Avenida General Olímpio da
Silveira, permanecendo até 1961, quando foi despejado.
A partir desse período, ficou participando de shows, em ginásios, clubes, praças
públicas, na capital e no interior.Nos anos de 1951 e 52, apresentou o Cirquinho do
Piolin, na TV Tupi. Participou também de um único filme, por insistência de Adolfo
Celi, “Tico-Tico no Fubá”, baseado na vida de Zequinha de Abreu.
Em 1972, durante as comemorações da Semana de Arte Moderna, foi montado
um pequeno circo, sob o Museu de Arte Moderna de São Paulo, para as apresentações
de Piolin. Após o evento, animou-se e resolveu comprar novamente um circo e sair em
excursão pelo interior do estado. Porém, problemas cardíacos começaram a manifestarse, impedindo-o de continuar seu projeto.
No início de 1973, recebeu homenagem oficial da cidade de São Paulo, com a
criação do “Maravilhoso Mundo de Piolin”, que englobava parque de diversões, teatro
e o próprio pavilhão circense que pertencia a Piolin, tudo isto montado no Parque
Anhembi.
Faleceu em setembro de 1973. Foi em homenagem a Piolin, quando ainda estava
vivo, que foi instituído o Dia do Circo, comemorado na data de seu nascimento.
38
ARRUDA DANTAS, Antônio de. Piolin. São Paulo, Ed. Pannartz, 1980. p. 125.
96
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 87 (oitenta e sete) obras de sua autoria e
10 (dez) em parceria com outros autores. Das 87 peças, 68 são comédias, 1 comédiadrama, 1 far West, 5 dramas, 1 drama-sacro, 4 revistas, 1 revista carnavalesca, 2
chanchadas, 3 comédias regionais e 1 comédia musical.
Piolin realizou 10 parcerias: Abelardo Pinto e Rogério de Lima Câmara : 2 peças (
1 comédia e 1 comédia policial ); Aberlardo Pinto Piolin e Aylor Pinto: 1 peça ( 1
revista circense); Abelardo Pinto e Nair Pinto: 1 peça (1 revista ); Abelardo Pinto Piolin
e Oswaldo de Almeida, o Almeidinha:1 peça ( 1 comédia-drama); Abelardo Pinto Piolin
e José Ângelo: 4 peças (4 comédias); e Abelardo Pinto e Gil Miranda (pseud. Julio
Moreno): 1 (uma) peça (1 revista); Abelardo Pinto e Luiz Macedo (comédia)
As 97 peças para circo-teatro que se encontram no Arquivo Miroel Silveira são:
Ladrao De Bagdá (DDP0022); As Duas Angélicas (DDP0033); O Campeao De Futebol
(DDP0086); Piolin, Professor De Clarinete (0147); O Crime Da Rua Das Palmeiras
(DDP0157); As Amelias Da Praca Onze (DDP0158); Piolin, Campeao De Futebol
(DDP0193);Que E Que Ha Com O Seu Peru (0264); Espionagem A Bordo (0265);
Piolin Com A Vida No Seguro (0298); Industrias P.Zada (DDP1374); O Engenho De
Cana Do Papai (1385); Piolin Contra A Espionagem Japoneza (DDP1460); A Filha Do
Ministro (1471); O Embaixador (1697); Apertos De Um Ciúme(1745); O Show Da
Marqueza (DDP2310); Comendador Ventura (DDP2366); Nem Tudo Que Balanca Cae
(DDP2483); Piolin, O Candidato!!! (DDP2520); E Com Esse Que Eu Vou!!!
(DDP2540); O Biriba Esteve Aqui (DDP2615); Saias Compridas (DDP2661); Espelho
Da Vida (DDP2928); O Filho De Deus (DDP3091); Enquanto A Cidade Dorme
(DDP3101); O Bandido Juliano (DDP3143); Um Romeo Das Arábias (DDP3204);
Romeu Sem Julieta (DDP3215); Esta Bom, Deixa (DDP3235); A Doce Ilusão
(DDP3344); Piolin Criado Fiel (DDP3361); Ha Maldade Nisso (DDP3362); E Muita
Cocada (DDP3412); Nada Alem (DDP3420); Eva Me Leva (DDP3452); Simplicio
Asentou Praça (DDP3572); Odio Que Mata (DDP3687); Mae Querido(DDP3691) ;
Guerra Por Amor (DDP3799); Sabidoes (DDP3805); O Noivo Rico (DDP3808); E O
Maior!... (DDP3862) ; De Cartola E Tamanco!(DDP3867); A Familia Confusão
(DDP3874); O Matador (DDP3889) ; O Roubo Do Colar (DDP3891); Eu Sou Do
Circoscope (DDP3894); O Vaqueiro Piolin (DDP3895); Ultima Chance (DDP3897) ;
Doutor Por Acaso (DDP3909); O Amigo Do Alheio (DDP3918); Aventura Perigosa
(DDP3926); A Vingança (DDP3927); A Falsa Ilusão (DDP3937); Quinze Anos Depois
(DDP3938);
O
Mexicano
(DDP3939);
A
Noiva
De
Papai
(DDP3954);
97
Madresilva(DDP3957) ; Agarre O Jacinto(DDP3958); Vinganca Por Amor
(DDP3959); O Fantasma Gostosao (DDP3967); A Pensao Pindura (DDP3970); O
Jacinto Agarrado (DDP3971); Piolin Tarzan (DDP3972); Piolin O Mata-Mata
(DDP3985); A Tocaia (DDP3986); A Fonte Dos Desejos (DDP3988); Prece A Sao
João(DDP4001); A Mulher De Verdade (DDP4022); Agulha No Palheiro (DDP4023);
A Sinuca Do Maneco (DDP4026); Saudosa Maloca (DDP4043); Tres Noivos Para Tres
Irmãs (DDP4045); Pancho Vila (DDP4046); Punhos De Aço (DDP4057); O Petroleo E
Dele (DDP4061); O Castigo Vem De Cima (DDP4069); Cacado Como Fera
(DDP4070); Piolin O Poliglota (DDP4077); O Neto De Lampeao (DDP4103); A
Macumbeira (DDP4104); A Mansao Das Almas (DDP4105); Dois Caipiras Sabidos
(DDP4114); Flor De Maio (DDP4116); A Noiva Eterna (DDP4117); Bandido Galante
(DDP4131); O Covarde (DDP4132); O Golpe (DDP4150); Peguei Um Ita No Norte
(DDP4152); Uma Noite De Pavor (DDP4153); Piolin E O Bruto (DDP4157); Corone
Piolin (DDP4158); Um Homem Irresistível(DDP4163); A Lei Da Bala (DDP4168);
Coco, Melancia E Abacaxi (DDP4339); Perdoa-Me...(DDP4345).
Entre estas 97 peças, apenas três foram apresentadas entre 1933 e 1934. Todas as
94 peças foram apresentas entre 1942 e 1956. Quase todas foram apresentadas
exclusivamente no Circo Teatro Piolin.
Anchizes Pinto, pseudônimo Faísca ( , - , ), filho de Galdino Pinto, e irmão de
Abelardo ( o palhaço Piolin), e Raul.
Anchizes Pinto foi acrobata e ginasta máximo, realizando duplos saltos mortais e
beduínos. Quando o Circo Sarrazani esteve no Brasil, em São Paulo, os artistas foram
assistir aos números anunciados de Ankises. Paulo Noronha narra o fato:
“Depois que esse campeão muscular realizou inúmeras dificuldades de
acrobacia, já quando os seus próprios colegas duvidavam da possibilidade
de
conseguir
ele
os
saltos
anunciados,
Ankises
duplica-se
em
forças,vencendo a proeza inacreditável dos ‘doubles-saltos-mortais’ e
‘beduínos’.Pelo célebre feito, os seus colegas visitantes, tomados de
orgulhoso entusiasmo, não se contiveram, invadiram o picadeiro
cumprimentando-o entre calorosos aplausos.” 39
39
NORONHA, Paulo de. O Circo. São Paulo: Academia de Letras de São Paulo, 1948. p. 59.
98
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 2 (duas) peças de Anchizes Pinto: O
Morto que Não Morreu (DDP1699), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo
Circo Teatro Piolin, em 1933. Duelo de Morte (DDP1706), comédia, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1933.
Família Leite
Orlandino Leite, aos 13 anos foge de dua casa no Pará para acompanhar o
Circo François. Casou-se com a circense Dalila Pantojo e tiveram 12 filhos:
Caubi, Arari (o cômico Rapa-Rapa), Jurema, Jurandi, Cinira, Araci, Rubens (o
Rudy), Moacir, Doralice, Nadir e Darci. Juntos, seus filhos criaram o Circo
Irmãos Orlandino.
No Arquivo Miroel Silveira encontra-se 1 peça de Ferreira Leite, Qual dos
Dois (DDP2764), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Irmãos Orlandino, em 1949; e 2 peças de Rubens Leite (o Rudy): O Defensor
Mascarado (DDP0077), peça em série, a qual foi solicitada à censura pelo Circo
Teatro Irmãos Orlandino, em 1947; e O Fantasma Contra a Quadrilha da Mão
Negra (DDP0104), peça em série, a qual foi solicitada à censura pelo Circo teatro
Irmãos Orlandino, em 1947.
Família Mello:
Elen Fantucci de Mello ou Helen Fantucci de Mello ( , - , ), pertencente à
Família Mello, possui 4 (quatro) peças no Arquivo Miroel Silveira: O Céu Uniu Duas
Almas (DDP0488), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos
Mello, em 1947. Juntos Eternamente (DDP2870), drama, o qual foi solicitado à censura
pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1949. Hipócrita (DDP3032), drama, o qual foi
solicitado à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1950. Ela é Boa no Bilu
(DDP3310), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos
Mello, em 1952.
Horácio Mello ( , - , ), pertencente à Família Mello, possui 3 (três) peças no
Arquivo Miroel Silveira: Seis Destinos (DDP2937), drama, foi solicitado à censura pelo
Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1950; Castigado (DDP2938), drama, foi solicitado
à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1950; e Nos Degraus da Perdição
(DDP2963), drama, escrito em parceria com Nancy Tognolli Mello, foi solicitado à
censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1950.
99
Nancy Tognoli Mello ( , - , ), pertencente à Família Mello, possui 5 (cinco) peças
no Arquivo Miroel Silveira: Dever Sublime (DDP3037), drama, foi solicitado à censura
pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1950; Julguem este Rapaz (DDP3324),
comédia, a qualfoi solicitada à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1952;
Erro da Humanidade (DDP3335), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo
Teatro Oito Irmãos Mello, em 1952; o Direito de Nascer (DDP3397), drama, escrito em
parceria com Otílio Alves de Lima, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro
Oito Irmãos Mello, em 1952; e Nos Degraus da Perdição (DDP2963), drama, escrito
em parceria com Horácio Mello, foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos
Mello, em 1950.
Família Moya:
Francisco Moya Berlantini chegou ao Brasil por volta de 1847 e casou-se com
Eufrásia Moya. O casal teve um único filho, Augusto. Este continuou a tradição
circense dos pais e teve 7 filhos, todos artistas: Augusto Filho, Nena, Rosa (casada com
Felipe Avanzi, o palhaço “Maluco”, irmão de Nerino Avanzi, dono do Circo Nerino, o
palhaço Picolino), Leonilda, Justiniano, Naphtaly e Etelvina.
Iris Avanzi Moya da Silva ( , - , ), pertencente à Família Moya, possui 14
(quatorze) peças no Arquivo Miroel Silveira(12 dramas e 2 comédias). Suas peças
foram apresentadas em circos-teatros, entre 1948 e 1962: Amor de Mãe (DDP0306),
drama, foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1943; Meu
Filho é Meu Rival (DDP1302), drama, foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Oito
Irmãos Mello, em 1944; Amor De Sertaneja (DDP1660), drama, foi solicitado à censura
pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1945 e pelo Circo Teatro Léa, em 1949;
Depois da Renúncia (DDP2452), comédia, foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Oito Irmãos Mello, em 1947; Um Vulto Na Sombra (DDP2497), drama, foi solicitado à
censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1947 e pelo Circo Teatro Léa, em
1949; Destino Traçado (DDP2644), drama, foi solicitado à censura pelo Circo Teatro
Oito Irmãos Mello, em 1949; Consciência Adormecida (DDP2655), drama, foi
solicitado à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1948 e pelo Circo Teatro
Irmãos Liendo, em 1956 e 1962; Seguindo O Meu Caminho (DDP2698), drama, foi
solicitado à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1948, pelo Circo Teatro
Ipiranga, em 1948 e pelo Circo Teatro Léa, em 1949; Demônio em Luta (DDP2917),
100
drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello, e pelo
Circo Teatro Léa, ambos em 1949; Perdida nas Trevas (DDP2982), drama, o qual foi
solicitado à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello,
em 1950; A Acusada
(DDP3187), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello,
em 1951; Estourou a Bomba (DDP3222), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo
Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1951 ; O Clarão da Verdade (DDP3320), drama, o
qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1952; Vingança
(DDP3325), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello,
em 1952.
Família Nerino
Outra família circense que marcou o circo brasileiro foi a do Circo Nerino.
Alice e Antoine Ribolá possuíam um circo na França; com a morte de Antoine, Alice
casou-se com Alberto Diannoux Daria, que ajudou-a a criar seus cinco filhos: Myris,
Armandine, Mathilde, Renneé e Gaetan. O circo de cavalinhos preponderava no
picadeiro, em todo o mundo. Durante uma viagem, a caravana de Alberto e Alice foi
surpreendida por uma tempestade de neve, que rapidamente matou os cavalos da
companhia, arruinando-os. Suas filhas mais velhas, Myris, com 16 anos, e Armandine,
com 13 anos, foram contratadas pela Empresa Seguim, para uma tournée pela América
do Sul, em 1910, de onde nunca mais voltaram. Chegaram ao Brasil para se
apresentarem num cassino em São Paulo, como as Irmãs Daria, quando foram
contratadas pelo Circo Chileno. Armandine conheceu Nerino Avanzi, com quem se
casou.
Os pais de Nerino Avanzi, Maria e Julio Avanzi, vieram para o Brasil numa
companhia de ópera italiana. Ao final da temporada não puderam retornar devido à
gravidez de Maria. Ficaram, então, em São Paulo trabalhando como zeladores do
Teatro Polytheama, até o nascimento de Nerino Avanzi.
Nerino, quando jovem, montou, junto com o seu irmão Felipe Avanzi, uma
dupla de palhaços, Nerino e Maluco. Segundo Roger Avanzi, “os dois ainda eram
mocinhos, (...), quando partiram com um circo, se não me engano, dos Martinelli.
101
Alguns anos depois era uma das atrações do Circo Pierre, armado na Calle de Buenos
Aires.”40
Myris se casou com Arthur Fernandes, filho do dono do Circo Chileno. Roger
Avanzi comenta que “esta família também se misturou com a Seyssel, por isso o
Waldemar (palhaço Arrelia) é meu primo.”41
Em Curitiba, Nerino e Felipe e mais dois artistas saíram do Circo Chileno para
fundar o próprio circo. Em 1º. de janeiro de 1913, estreava o Circo Nerino.
Armandine e Nerino tiveram dois filhos, Roger Avanzi, nascido em 1922, e
Yvone Avanzi.
Nerino, além de proprietário do Circo Nerino, tornou-se o famoso palhaço
Picolino I. Roger Avanzi, substituindo o pai, tornou-se o palhaço Picolino II.
O Circo Nerino excursionou por todo o país, durante 51 anos. Em 1964,
chegando à primeira cidade de São Paulo, Cruzeiro, para uma temporada, o circo se
desfez.
Nerino Avanzi ( , - , ), o famoso palhaço Picolino, escreveu uma adaptação da
peça Picolino quer Mamar (DDP2419), obra anônima. Esta adaptação encontra-se no
Arquivo Miroel Silveira. Foi apresentada no Circo Nerino em 1936.
Família Neves:
Antonio das Neves, que nasceu em Coimbra, Portugal, em 1873, foi um
importante circense que chegou ao Brasil com apenas quatro anos de idade, em
companhia de seu tio, Henrique Lustre, diretor circense. Desenvolveu-se como eqüestre
e ginasta profissional. Casado com Benedita Neves, exímia ginasta, ambos exibiam
cenas de equitação difíceis, apresentando célebres números como o passo-a-dois, sendo
necessário o emparelhamento dos cavalos. “Os Roubles a Galope” os consagrou com
nove medalhas de ouro e de prata.
Antonio das Neves tornou-se diretor e proprietário de circos, como o Circo
Glória do Brasil e o Circo Luso Brasileiro. Este passou a se chamar Circo Colombo, a
partir de 1895. No início da década de 1920, a família Santoro, que não era circense,
uniu-se a seu circo. Quatro irmãos da família Santoro casaram-se com quatro irmãs da
40
Projeto Circo Nerino. São Paulo: Pesquisa, documentação e organização editorial Verônica Tamaoki.
FNC/FUNARTE. 1997. p.12.
41
Projeto Circo Nerino. Op. Cit. p. 13.
102
família Neves, estruturando o Circo Colombo, que passou a ser chamado Circo
Arethuza, nome de uma das filhas dos Neves.
O Circo Arethuza viajou por várias cidades do Brasil. Na década de 1930,
instalou-se na cidade de São Paulo, percorrendo vários bairros dessa capital. Foi um
dos primeiros a representar dramas no palco, passando a ser Circo Teatro Arethuza. Na
década de 1940, começou a criar as super produções do circo-teatro, com guarda- roupa
a caráter e ampliando o repertório com dramas, comédias revistas e variedades. Seu
repertório contava com mais de 150 peças montadas.
Com o advento do cinema e da televisão, as montagens do circo-teatro deixaram
de ser uma grande atração para o público. Em meados da década de 1960 a Companhia
Arethuza dissolveu-se.
Seus filhos tornaram-se todos circenses: Arethuza, genérica e dramática, ciclista
que, sem apoio algum, equilibrava-se no arame, sobre a bicicleta. Aristides, acrobata
voador e também ator da Companhia Guiomar, eqüestre e equilibrista, junto com
Jurandira e Alzira tornaram-se grandes ginastas acrobatas. Arthur tornou-se o cômico
excêntrico Maranguá. Oscar, renomado acrobata e ginasta, além de cômico excêntrico,
o Thomé das peças da Companhia Arethuza, juntamente com seu irmão Antônio,
Sinhô, o atraente galã, equilibrista e clown, formavam a dupla do riso Thomé e Sinhô.
Arethuza Neves ( , - , ) artista circense pertencente à Família Neves, tornou-se
famosa ao criar textos para o circo-teatro. Em 1916, ela escreveu sua primeira peça, “Os
Milagres de Nossa Senhora Aparecida”, que no mesmo ano foi encenada. Fez
adaptações de vários textos, trabalhando também como atriz em A Branca de Neve,
Irmã Branca, Jack, o Estripador, O Morro dos Ventos Uivantes, Sinal da Cruz, O Mártir
do Calvário, O Guarani e Tosca. Ela ia ao cinema assistir aos filmes de sucesso e
copiava os modelos dos figurinos, pois criava o guarda-roupa, como também os
cenários, das peças que a companhia montava.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 4 (quatro) peças de sua autoria e 1
(uma) adaptação: As Aventuras do detetive Tomé e o seu auxiliar Toquinho, Contra a
Quadrilha do Mascarado (DDP1583), comédia, foi solicitada à censura pelo Circo
Teatro Arthuza em 1945. A Canção de Bernadete (DDP2354), drama, baseado no
romance de Franz Werfel, foi solicitado à censura por 8 (oito) circos-teatros, entre 1946
e 1956. Irmã Branca (DDP2355), drama, foi solicitado à censura pelo Circo Teatro
103
Arethuza, em 1946 e pelo Circo Teatro Ipiranga, em 1947. O Casamento de Branca de
Neve (DDP2514), fantasia, foi solicitada à censura pelo Circo teatro Arethuza em 1947.
Branca de Neve e os Sete Anões (DDP1363), autoria de Perrault, adaptação realizada
juntamente com Oscar Neves. Foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Arethuza, em
1944.
Aristides Neves ( , - , ), artista circense pertencente à Família Neves, possui 1
(uma) peça no Arquivo Miroel Silveira Sublime Vingança (DDP2848), drama, o qual
foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Arethuza em 1949.
Oscar Castro Neves, pseudônimo Thomé ( , - , ), artista circense pertencente à
Família Neves, possui 1 (uma) peça no Arquivo Miroel Silveira O Super Garoto
(DDP0472), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Arethuza, em
1944. Branca de Neve e os Sete Anões (DDP1363), autoria de Perrault, adaptação
realizada juntamente com Arethuza Neves. Foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Arethuza, em 1944.
Família Olimecha:
A família circense considerada mais antiga do Brasil é a Olimecha, com quatro
gerações, culminando em Luís Olimecha, que foi o diretor da Escola Nacional de Circo
e do Serviço Brasileiro de Circo.
A Companhia Olimecha surgiu no século XVII, no Japão. O empresário
Haytaka Torakiche, nascido em Osaka em 1854, resolveu percorrer o mundo com a sua
companhia, viajando pela Europa, Ásia e América.
Após sua morte, seu filho Charles Frank manteve a troupe japonesa e continuou
a excursionar, chegando em Pernambuco, em 1888, onde os artistas se dispersaram. Em
Montevidéu, ingressou no Circo Franz Brown; retornou ao Brasil, através do Rio
Grande do Sul, indo depois para a Argentina. Voltou outra vez para o Brasil, com a
idéia de fundar seu próprio circo, o Olimecha. Casou-se e teve oito filhos, fixando-se
aqui e traduzindo seu nome para Carlos Franco Olimecha.
A família Olimecha trabalhou em vários circos e teatros de variedades, inclusive
apresentando-se no Circo Pery e no Circo Spinelli. Somente em 1900,
com a
construção do Circo Olimecha, as excursões limitaram-se ao território brasileiro,
alcançando grande êxito. Franco chegou a receber do Imperador do Brasil, D. Pedro II,
o título de Comendador.
104
A troupe alcançou diversos sucessos. Franco Carlo, o Franquito, era um exímio
atleta; Raul foi acrobata e também escritor, deixou um livro publicado, em 1924, sobre a
arte do circo, “Manual de Acrobacia”; Manuelito, o famoso palhaço Tonino, tony e
acrobata, sagrou-se campeão mundial de saltos e ginástica de solo, em 1908. Na época, os
espanhóis eram imbatíveis nessas modalidades acrobáticas. O próprio rei da Espanha
mandou cumprimentá-lo por ter executado o salto duplo com pirueta. Foi absoluto nesta
especialidade entre 1908 a 1935.
Roberto Ruiz comenta que “o famoso salto duplo com pirueta de Manuelito,
jamais foi sequer imitado: duas voltas em salto mortal e mais uma rodada na horizontal,
ainda no ar”.42
Os demais irmãos trabalharam na arte circense em outras modalidades, como
equilibristas, palhaços, icaristas, cada um com uma especialização, construindo a fama
do Circo Irmãos Olimecha. Bartholo (palhaço e acrobata Tomé); Tomé, valendo-se do
seu treinamento como atleta, fazia piruetas e saltos, arrancando fascinantes efeitos
cômicos, principalmente sobre o dorso de um cavalo a galope no picadeiro; Jarbas (pai
de Edson Jarbas, ator e diretor Gugu Olimecha); Alfredo ( o Maitaca); Marina e Luiz.
Carlos Franco Olimecha, o pai, faleceu em 1918, devido à gripe espanhola, que
se alastrou pelo país. A família Olimecha manteve-se ativa durante longos anos, apesar
da idade de seus componentes, sob a orientação de Luíz (icarista, pai de Luiz Franco
Olimecha, criador e primeiro diretor da Escola Nacional de Circo, no Rio de Janeiro).
Raul Olimecha ( , - , ), foi exímio cavaleiro e autor do Manual de Acrobacia,
livro editado em 1924. No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 2 (duas) peças
escritas pelo referido autor: o Bamba do Harizona (DDP0040), comédia, escrita em
parceria com Waldemar Seyssel, foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos
Seyssel, em 1942; o Assassino do Rei do Petróleo (DDP0100), comédia, com
adaptação para circo de Julio Ozon, foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Alcebíades, em 1942 e 1947.
Luiz Olimecha ( , - , ), foi o criador e primeiro diretor da Escola Nacional de
Circo, no Rio de Janeiro. No Arquivo Miroel Silveira encontra-se 1 (uma) peça escrita
pelo referido autor em parceria com Samuel Corrêa Levy: Sem Lei e Sem Deus
(DDP2742), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo teatro Irmãos Orlasndino,
em 1949.
42
RUIZ, Roberto. Hoje tem espetáculo? As origens do Circo no Brasil. São Paulo: Ministério da Cultura/
INACEN. 1987. p. 52.
105
Família Ozon:
Henrique Ozon célebre clown, nascido em Montevidéu e falecido em Petrópolis,
em 1899, juntamente com sua esposa Marieta Borel, austríaca, chegam ao Brasil,
vindos do Uruguai. Tiveram vários filhos que trabalharam em circo por todo o Brasil:
Júlio Ozon tornou-se um teatrólogo, ator e ensaiador; Adolfo foi barrista, o cômico
Biruta; Eduardo tornou-se o palhaço Fura-Fura-Três-Tempos; Esther desempenhava o
gênero dramático no circo (casou-se com Alcebíades Pereira, mãe de Albano Pereira
Neto, o Fuzarca); Clementina (casou-se com Vicente Seyssel, o cômico Puxa-Puxa; seu
filho Alaor tornou-se o tony Piriquito, ágil malabarista e ciclista que se tornou o diretor
do Circo Irmãos Prata) foram trapezistas; Hilda e Albertina; Anselmo tornou-se o
cômico Camarão, (casado com Isaura Mange); Armando teve quatro filhos (Edgard,
Edna, Edmar e Edvar), todos artistas circenses. Edvar (foi professor de trapézio da
Escola Nacional de Circo) teve dois filhos (Alexandre e Rico) que estudaram na
referida Escola Nacional de Circo, no Rio de Janeiro.
Julio Ozon ( , - , ), pertencente à família Ozon, possui no Arquivo Miroel Silveira
6 (seis) adaptações de peças teatrais para circo: Os Irmãos Jogadores (DDP0102) ou A
Fada e o Satanaz, comédia, de Benjamim de Oliveira. Esta adaptação foi apresentada
no Circo Teatro Irmãos Fernandes, em 1934; no Circo Teatro Alcebíades, em 1942 e
1947; e no Viana Pavilhão, em 1943. A Escrava Isaura (DDP0098), drama, de
Bernardo Guimarães, adaptado para circo
por Antonio Ramos e Julio Ozon, foi
apresentado em 13 (treze) circos-teatros, entre o período de 1933 a 1962. Os Dois
Sargentos (DDP0120), drama, traduzido por J.Silveira Serpa e adaptado para circo por
Julio Ozon, foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Alcebíades, em 1943.
Frankenstein (DDP0081), comédia, autoria de Martinho Cardoso, adaptado para circo
por Julio Ozon e Alcebíades Pereira, foi solicitado à censura pelo Circo Teatro
Alcebíades, em 1942 e 1947, e pelo Circo Teatro Nova York, em 1947. A Órfã de
Goiás (DDP0112), drama, autoria de Napoleão Goulart, adaptado para circo por Julio
Ozon, foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Alcebíades, em 1942. O Assassino do
Rei do Petróleo (DDP0100), comédia, de Raul olimecha, com adaptação para circo de
Julio Ozon, foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Alcebíades, em 1942 e 1947.
Família Pereira:
106
Albano Pereira (1839 - 1903), nasceu em Portugal, na província de Poiares, em
1839. Albano foi ator, autor e proprietário de circo; viajou por diversos países até
chegar ao Brasil, onde viveu até a sua morte, em 1903. Casou-se com Joanita Pereira,
espanhola, formosa bailarina clássica e exímia eqüestre, além de trapezista.
Seu Circo Universal era ricamente ornado. Segundo Paulo de Noronha, “foi ele
o primeiro a colocar palco junto ao picadeiro, numa extensão de 11 metros por 9 de
fundo.”43
Albano teve seis filhos, todos artistas circenses: Clementina, nasceu em
Marselha e tornou-se bailarina eqüestre; Luiz, nasceu na Áustria, foi exímio cavalariço;
Carmem, nasceu na Argentina, sendo célebre aramista; no Brasil, nasceram Anita,
eqüestre, e Carlos, o João Minhoca, que junto com Alcebíades, seu irmão, formaram a
primeira dupla cômica daquele período.
Alcebíades Pereira, foi um famoso clown, tornando-se notável em agilidade
como acrobata e ginasta. Executava com destreza saltos mortais com perna-de-pau e
trampolim, sempre coberto de glórias e prestígio. Seu irmão Carlito era seu mestre de
picadeiro, com o nome de João Minhoca. Em 1917, inaugurou seu próprio circo, na
cidade de Campinas, o Circo Alcebíades:
“Com ele trabalharam os mais famosos Tonis nacionais, tais como: Eduardo Ozon
‘Fura-Fura-Três-Tempos’, cômico feliz de ótima linha; Augustinho Aguiar, ‘O
Camêlo’, tipo espirituoso e interessante pela sua corcunda natural; Vicente Seyssel,
‘Puxa-Puxa’, um dos mais vitoriosos excêntricos até então conhecidos, com o qual
conquistou Alcibíades o primeiro prêmio (medalhas de ouro e cinco contos de réis)
no Concurso de Cômicos instituído pela Tarde da Criança, no Teatro Municipal de
São Paulo; e Florentino Alarcon ‘Chico Lambança’, que fez nome no interior do
Estado.” 44
Com Aberlado Pinto, Alcebíades Pereira formou o Circo Piolin-Alcebíades, muito
conhecido do público de São Paulo. Durante cinco anos, na Avenida São João, a dupla
foi aplaudida. Após a separação de Piolin e Alcebíades, este fez parceria com Anselmo
Lopes, Tico-Tico. Trabalharam com ele ainda Matos, Rabanete, Moacyr Lopes, Pão
Duro, todos tonys famosos.
43
44
NORONHA, Paulo de. Op. Cit. p.44.
NORONHA, Paulo de. Op. Cit. p. 54.
107
Alcebíades casou-se com Esther Ozon, filha do célebre clown Henrique Ozon.
Alcebíades formou dupla também com seu próprio filho, Albano Pereira Neto, o
Fuzarca.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 5 (cinco) textos teatrais escritos para
circo-teatro de autoria de Albano Pereira: 3 (três) comédias, 1 (um) drama religioso e 1
(um) drama; 1 (um) drama regional escrito por Albano Pereira em parceria com
F.Rubens Mira; escreveu ainda 2 (dois) arranjos para circo, e 1 (uma) adaptação para
circo. Suas peças: Um Emprego Arriscado (DDP0048), comédia, que foi solicitada à
censura pelo Circo Teatro Alcebíades, nos anos de 1942, 1945 e 1947. Manga de
Colete (DDP0273), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Alcebíades em 1943. Estremelique entre Bandidos (DDP1539), comédia, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Fernandes, em 1934; e entre 1953 e 1961,
por mais 6 (seis) circos-teatros. O Símbolo da Lealdade (DDP2439), drama, o qual foi
solicitado à censura pelo Circo Teatro Alcebíades em 1941 e pelo Circo Teatro Piolin,
em 1951. Milagres de Nossa Senhora da Penha (DDP2443), drama religioso, o qual foi
solicitado à censura pelo Circo Teatro Alcebíades em 1941 e em 1947. O Dioguinho
(DDP2872), drama regional, parceria com F.Rubens Mira. Este drama foi solicitado à
censura pelo Circo Teatro Alcebíades, em 1949. O Sinal da Cruz (DDP0165), drama
religioso, de Francisco Colman, arranjo para circo de Albano Pereira, foi solicitado à
censura por 13 (treze) circos-teatros, entre 1942 e 1950. Queda da Bastilha
(DDP0083), drama, de Salvador Marques, adaptação de Albano Pereira, foi solicitado à
censura por 5 (cinco) circos-teatros entre 1942 e 1948. Sangue de Cigano (DDP0064),
drama, de Veloso da Costa, arranjo de Albano Pereira, foi solicitado à censura pelo
Circo Teatro Alcebíades, em 1942 e 1947.
As peças de Albano Pereira, que se encontram no Arquivo Miroel Silveira, foram
todas apresentadas entre 1941 e 1954, com exceção da peça Estremelique entre
Bandidos, a qual foi inicialmente apresentada em 1934. As peças de Albano Pereira
foram encenadas pelos seus filhos, após seu falecimento, no Circo Teatro Aleibíades.
Família Peres:
Augusto Álvaro Peres Filho ( , - , ) pertencente à família circense de Lucília
Peres, atriz consagrada e Bartholo Peres, fundador do extinto Gran Bartholo Circus.
Augusto Peres foi um dos pioneiros do teatro em circo, ou seja, do circo-teatro. No
Arquivo Miroel Silveira encontram-se 23 (vinte e três) peças do referido artista
108
circense, em parceria; e 3 (três) peças como único autor. Suas peças: Perigo Amarelo
(DDP1383), drama, solicitado à censura pelo Circo Teatro Chileno, em 1945; Rússia
(DDP2330), comédia, solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Bocute, em 1946;
Maridos Modernos (DDP0260 e DDP2500), comédia musical, solicitada à censura pela
Companhia de Burletas e Sainetes Rialto, em 1928; pelo Circo Teatro Piolin, em 1943;
e pelo Circo Teatro Popular, pertencente à Companhia Nino Nello, em 1947. O Mundo
Não me Quis (DDP1049), drama, em parceria com Marina Peres, foi solicitado à
censura por 27 (vinte e sete) circos-teatros entre 1944 e 1962. O Expedicionário Chegou
(DDP2823), comédia relâmpago, em parceria com Marina Peres, foi solicitada à censura
pelo Circo Teatro Piolin, em 1949. Praia dos Amores (DDP3553), comédia, em parceria
com Julio Moreno (Gil Miranda), foi solicitada à censura pelo Circo Teatro piolin, em
1953. Minha Mulher Não é Nervosa (DDP1069), comédia, em parceria com Julio
Moreno (Gil Miranda), foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1944, e
pelo Circo Teatro Irmãos Orlandino, em 1946. Uma Noite em Apuros (DDP1073 e
DDP2967), sainete, em parceria com Julio Moreno (Gil Miranda), foi solicitado à
censura pelo Circo Teatro Irmãos Orlandino e pelo Circo Teatro Piolin, ambos em
1945; e pelo Circo Teatro Seyssel, em 1950. Baratinha Verde (DDP1280), comédia, em
parceria com Julio Moreno (Gil Miranda), foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Piolin, em 1944. O Bamba da Barra Funda (DDP1297), comédia, em parceria com
Julio Moreno (Gil Miranda), foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1945.
Esposas Solteiras (DDP1359), comédia, em parceria com Julio Moreno (Gil Miranda),
foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1945 e pelo Circo Teatro Irmãos
Savalla, em 1948. Arrelia Mãe de Família (DDP1365), comédia sainete, em parceria
com Julio Moreno (Gil Miranda), foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Seyssel, em
1945; e por mais 30 (trinta) circos-teatros entre 1945 e 1961. Honra de Caboclo
(DDP1381), comédia regional, em parceria com Julio Moreno (Gil Miranda), foi
solicitada à censura por 5 (cinco) circos-teatros, de 1945 a 1961. A Mulher do Autoônibus (DDP1393), comédia, em parceria com Julio Moreno (Gil Miranda), foi
solicitada à censura pelo circo teatro Piolin, em 1945 e pelo Vianna Pavilhão, em 1949.
Ratos na Ratoeira (DDP2141), comédia, em parceria com Julio Moreno (Gil Miranda),
foi solicitada à censura por 3 (três) circos-teatros, entre 1946 e 1951. O Marido da
Candinha (DDP2321), comédia, em parceria com Julio Moreno (Gil Miranda), foi
solicitada à censura por 3 (três) circos-teatros, entre 1946 e 1955. Os Três Gostosões
(DDP2634), comédia, em parceria com Julio Moreno (Gil Miranda), foi solicitada à
109
censura por 4 (quatro) circos-teatros, entre 1948 e 1961. O Mexeriqueiro da Vila
(DDP2657), comédia, em parceria com Julio Moreno (Gil Miranda), foi solicitada à
censura por 3 (três) circos-teatros, entre 1948 e 1951. Que Gilda que Arranjei
(DDP2738), sainete, em parceria com Julio Moreno (Gil Miranda), foi solicitado à
censura pelo Circo Teatro Irmãos Orlandino, em 1949. Um Casamento Singular
(DDP2773), comédia, em parceria com Julio Moreno (Gil Miranda), foi solicitada à
censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1949. Jazz-Band e Violão (DDP2844), comédia,
em parceria com Julio Moreno (Gil Miranda), foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Piolin, em 1949. Barnabé, Tu és Meu (DDP3380), comédia, em parceria com Julio
Moreno (Gil Miranda), foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1952. A
Casa das Três Marias (DDP3419), comédia, em parceria com Julio Moreno (Gil
Miranda), foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1952. Ao Bater da Ave
Maria (DDP3437), comédia sertaneja, em parceria com Julio Moreno (Gil Miranda), foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1952. Alma Sertaneja (DDP3493),
burleta regional, em parceria com Julio Moreno (Gil Miranda), músicas compiladas de
Dr. Paulo Magalhães, Vicente Celestino, Oscar Cardona, Júlio Moreno e F Ponzio
Sobrinho, foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Rialto, em 1953. Simplício, O
Gostosão (DDP3573), comédia, foi solicitada à censura pelo Pavilhão Teatro Moderno
em 1953.
Augusto Peres também realizou a adaptação da peça Amor de Perdição
(DDP0171), drama, de autoria de Camilo Castelo Branco. Esta adaptação foi solicitada
à censura por 19 (dezenove) circos-teatros, entre 1942 e 1956. Realizou, ainda, a
tradução da peça Os Miseráveis (DDP0384), drama, de autoria de Victor Hugo. Esta
peça foi apresentada no Pavilhão Irmãos François, em 1943.
Norina Perez ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro. No Arquivo Miroel
Silveira encontram-se 2 (dois) textos de sua autoria: Mãe (DDP2331), drama, o qual foi
solicitado à censura pelo Circo Teatro Lucy, em 1946; e pelo Circo Teatro Rialto, em
1952.. Sacrificio de Mãe (DDP2753), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo
Teatro Universal, em 1949.
Família Pimenta:
Antenor Pimenta (1914 -1994) nasceu em Ribeirão Preto; seus pais Antônio da
Silva Pimenta e sua mãe Verônica Calhiger Pimenta eram descendentes de italianos,
que adotaram o sobrenome Silva Pimenta, no Brasil. Antenor Pimenta começou ainda
110
criança a trabalhar como aprendiz-gráfico em uma tipografia e na adolescência foi
trabalhar no Jornal Diário da Manhã. Ele trabalhou até 1938 neste jornal, quando teve
que se afastar devido a problemas de saúde, pois passava às noites em claro para
produzir o jornal. Resolveu então sair em uma longa viagem juntamente com sua
mulher, no Circo-Teatro Rosário, em que seu irmão Pimenta, era ator e palhaço, o
Palhaço Pimenta. Antes de seu irmão transformar-se em ator de circo, ele tinha como
referência o seu tio Juvenal que também entrou para o circo e era naquele momento
proprietário do Circo Novo Horizonte. Antes disto tinha sido proprietário do Circo
Zoológico e do Circo-Teatro Pimenta, cujo ensaiador era Antolin Garcia, fundador do
Circo Garcia. No Circo-Teatro Rosário, Antenor fez sua estréia como ator na peça “O
Grito da Consciência”, fazendo o papel de mordomo, segundo Daniele Pimenta.*(p.37).
O dono do circo, Sr. Guarim sabia que ele havia sido redator de jornal e passou para ele
a função de revisar os textos que já estavam no repertório, além de escrever adaptações
de livros e de filmes para o palco. Resolveu então escrever um texto seu, a partir de suas
observações e então escreveu E o céu Uniu Dois Corações, em 1942. Com o sucesso de
...E o Céu Uniu dois Corações ele foi convidado para ser sócio de Paulo Seyssel, e
Reinaldo Martini no Circo-Teatro Universo, mas entrou em conflito com a dupla e
voltou a coordenar os espetáculos do Circo-Teatro Rosário, em Ribeirão Preto. Em
1947, com a morte da esposa, o Sr. Guarim resolveu vender o Circo-Teatro Rosário para
Antenor Pimenta, que contratou seu irmão Arlindo para fazer parte nos espetáculos.
Com este circo ele rodou o Brasil, tendo um enorme sucesso com o seu
empreendimento. Entre 1957 e 1960, afastou-se do circo para educar seus filhos, mas
acabou desenvolvendo carreira na RádioZYR-79, em Ribeirão Preto, no programa
Cadeira de Barbeiro. Escreveu radionovelas e a Escolinha do Grupo, um programa
didático-humorístico infantil. Trabalhava também como radioator nessa programação
juntamente com seu irmão Arlindo, que saiu do circo para contracenar com ele. Após
este período volta ao circo, associado ao seu sobrinho e afilhado Tabajara Pimenta, pai
da pesquisadora e atriz Daniele Pimenta, no Gran Rosário Circus, que percorreu o Brasil
com suas peças de circo-teatro, até sua aposentadoria, como artista circense, em 1964.
Antenor escreveu poesias, assim como várias peças para o circo-teatro.
Segundo Daniele Pimenta, o autor Antenor afirmava ter escrito 14 peças, entre
adaptações e textos originais, porém a pesquisadora encontrou nove títulos: “Sempre em
meu Coração”, De Amor também se Morre”, “Se Tu Fora Rei”, “Mensagem”, “...E O
Céu Uniu Dois Corações”, “Heróis de Monte Castelo”, “O Riso do Palhaço”, “Brasil,
111
Campeão do Mundo ou Um Campeão de Futebol”, “Realidade”. Como ator,
experimentou também o cinema, tendo atuado com Mazzaropi no final da década de 60.
Em 1987 Antenor Pimenta foi empossado na Academia de Letras e Artes de Ribeirão
Preto, na cadeira 29, e escolheu Piolin como patrono. Antenor Pimenta faleceu em
1994.
No Arquivo Miroel Silveira, encontram-se duas peças do referido autor: O Céu
Uniu Dois Corações (DDP0322 e DDP3439), drama social, o qual foi solicitado à
censura para a sua liberação pelo Circo Teatro Rosário, em 1943. Entre 1947 e 1952, 9
(nove) circos-teatros solicitaram liberação à censura do referido texto. Heróis de Monte
Castello (DDP2552), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo-Teatro Rosário
em 1948.
Aparecida Pimenta ( , - , ), pertencente à Família Pimenta, possui 4 (quatro)
peças no Arquivo Miroel Silveira, como tradutora e adaptadora: A Mãe que Pecou
(DDP0133), drama, de Florêncio Sanchez, com tradução e adaptação de Aparecida
Pimenta, foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Novo Horizonte, em 1942. Almas
em Conflito (DDP0139), drama, de Florêncio Sanchez, com tradução e adaptação de
Aparecida Pimenta, foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Novo Horizonte, em
1942. A Filha de Minha Mulher (DDP0138), comédia, de Franz Arnold e Ernest Bach,
com tradução de Flávio Cezar Ciociola e adaptação de Aparecida Pimenta, foi solicitada
à censura pelo Circo Teatro Novo Horizonte, em 1942. Madame Butterfly (DDP0137),
drama, de Giacomo Puccini, tradução e adaptação de Aparecida Pimenta, foi solicitado
à censura, inicialmente pela Federação Espanhola, em 1937; e entre 1942 e 1944 pelo
Circo Teatro Novo Horizonte.
Família Queirolo:
Família circense com quatro gerações de existência, tão antiga quanto os Olimecha, foi
a Queirolo. O tenor lírico, Giacomo Queirolo, uruguaio, empregou-se como cantor num
circo. Casou-se com uma circense e teve 11 filhos, que formaram depois o Circo
Irmãos Queirolo, de fama em toda a América Latina: José Queirolo foi malabarista,
acrobata e saltador; teve um filho, Alcides Queirolo; seu neto, Alcides Serrat Queirolo,
apelidado Ripolim, foi um grande palhaço.
Uma das filhas de Giacomo Queirolo, Irma, nunca se apresentou no Circo Irmãos
Queirolo, porém, numa temporada, na Espanha, conheceu o maestro Izquierdo e casouse com ele. Em Valência, nasceu sua filha Aída, que viveu na Espanha até os 11 anos,
112
quando um contrato os levou a residir em Buenos Aires. Tornando-se famoso na
Argentina, logo era contratado para trabalhar no Rio de Janeiro, como regente e mestre
de baile da Companhia Nacional de Revistas do Teatro São José, como do Teatro São
Pedro. Trouxe, então, sua filha Aída, de Buenos Aires para o Rio de Janeiro, para
passar férias. Esta, com apenas 14 anos, já era bailarina no teatro Cólon de Buenos
Aires. O empresário Pascoal Segreto contratou-a, então, para trabalhar no Teatro São
Pedro, onde ela conheceu o ator Procópio Ferreira. Casou com ele, teve uma filha,
Abigail Izquierdo Ferreira, a famosa atriz Bibi Ferreira.
Da família circense dos Queirolo, ficaram famosos o palhaço Chicharrão (José Carlos),
um dos maiores palhaços brasileiros; Harris (Julian), irmão de Chicharrão, clown que
fazia dupla com Chicharrão e também com Piolin; e o palhaço Chic Chic (Otelo).
Os Queirolo, juntamente com artistas argentinos, no início do século XX,
realizaram uma tournée pela Europa, exibindo-se em vários países. Antes da Primeira
Guerra Mundial, viajaram para os Estados Unidos; regressando à Argentina, criaram o
Circo Irmãos Queirolo. Em 1915, foram para o Rio Grande do Sul e, nesse mesmo ano,
em Bagé, o acrobata José Carlos, ao substituir o palhaço da companhia, transformou-se
no palhaço Chicharrão. José Carlos vestiu-se com uma roupa de palhaço que tinha visto
em suas viagens pela Europa, na qual se destacava o colarinho, a calça bem larga e os
sapatos enormes. O público gostou e surgiu o nome Chicharrão (que significa torresmo
em espanhol), retirado de um cartoon argentino chamado “Biruta e Chicharrão”. Sua
indumentária completa incluía esse colarinho largo, o chapéu-coco, a bengala bem
grossa e os sapatões. Foi, então, que Tornou-se palhaço de circo ao lado de seu irmão
Harris, criando a dupla clown-tony.
Chicharrão criou o número “Barata Sorumbática”, a partir de um anúncio de
pneus Pirelli. Arruda Dantas descreve-a:
“Um carrinho de madeira, imitando um automóvel, ‘puxado’ por um
cachorrinho que ia no meio do chassis. Na verdade, o palhaço, sentado atrás, é
que ia tocando o carro com as pernas e ‘dirigindo’ o carrinho. No capô da
frente havia um osso enorme e era como se o cachorro corresse para pegá-lo.
O osso era o ‘combustível’; e Chicharrão dizia que o carro era movido à
‘ossolina’.” 45
45
ARRUDA DANTAS, Antônio de. Piolin. São Paulo: Ed. Pannartz, 1980. p. 115.
113
O “Idílio dos Sabiás” foi outra criação de Chicharrão, número que se baseava em
mímica e apitos, com a dupla de clown e tony imitando um casal de passarinhos.
Terêncio Martins, em sua crônica “Circo de Cavalinhos”, comenta:
“ Não se pode falar de circos em São Paulo sem fazer referência à
irmandade Queirolo. Indubitavelmente foram os que mais fizeram pelo
espetáculo circense entre nós. Tornaram o seu barracão uma verdadeira escola
de cômicos de primeira
ordem. No seu âmbito
formaram-se os
conhecidíssimos Piolin, Chicharrão, Harris, Chic-Chic e outros que não se
pode conhecer. Nem os mestres sabem quantos são, porque é difícil contar os
que aprenderam olhando-os, de longe, trabalhar.” 46
O palhaço Chicharrão fez tanto sucesso que deixou o Circo Irmãos
Queirolo e montou, em São Paulo, o Grande Circo Chicharrão. Em seu lugar, para fazer
dupla com Harris, entrou o palhaço Piolin.
Em 1930, perdeu o circo e recomeçou sua carreira apresentando-se com
uma cantora argentina, Lucy Clory. Eram dois os seus números: o palhaço Chicharrão e
o de animais amestrados (macacos, cabritos, cachorros, quatis e porcos). Já nessa época
foi preparando seu substituto, o filho Brasil José Carlos Queirolo, o Torresmo.
A últimas aparições em público do palhaço Chicharrão foram na extinta TV
Excelsior, nos anos 60, onde apresentou o Cirquinho do Chicharrão; depois, em 1969,
na antiga TV Tupi, compareceu vestido de palhaço no programa “Esta é a Sua Vida”,
que homenageava seu filho, Torresmo. Morreu aos 93 anos de idade, em 1982.
Filho único de Chicharrão, Brasil José Carlos Queirolo (Torresmo) nasceu
em 1918 e começou sua atividade circense aos dois anos de idade, quando o pai pintou
seu rosto e o levou pela primeira vez ao picadeiro.
O palhaço Torresmo, apesar de ter trabalhado muito em circo, ainda com o
nome de Berimbau, dedicou-se mais à televisão e ao teatro. O nome Torresmo
(tradução do nome espanhol de Chicharrão) surgiu quando ele começou a fazer
programas de televisão.
Torresmo e Fuzarca (Albano Pereira Neto) fizeram dupla durante 14 anos e
só se separaram quando Fuzarca adoeceu, falecendo em 1968. Eles estrearam na TV
Tupi, na década de 1950, com o primeiro programa de televisão “Fuzarca e Torresmo”;
46
MARTINS, Terêncio. Circo de cavalinhos. Crônica paulista de 1929 In col. Diário Nacional. São
Paulo: jan. fev. 1929-1931.II. Arnaldo.
114
o circo deixava os picadeiros para ir à tevê. Realizaram outros programas como “Os
Dois Malucos na TV”, “Clube do Papai Noel”, “Gurilândia”, “Calouros Epacolan”,
“Festa Matinal de Fuzarca e Torresmo”, “O Grande Circo” e “Pullman Jr”. A dupla
lançou revistas em quadrinhos, protagonizando-as; lançou também uma série de 80
discos infantis, os “Teatrinhos Mirim”, nos quais contavam histórias e cantavam
músicas para crianças.
Com a morte de Fuzarca, o filho de Torresmo, Brasil João Carlos Queirolo, o
Pururuca, assumiu a parceria com o pai, no programa “O Recreio do Torresmo”, da TV
Cultura. Pururuca não usou, desde o início, a máscara de palhaço, apresentando-se
como humorista. Realizaram peças infantis, montando, em 1979, “Ai que Saudades do
Circo” e “Torresmo Super Banana”, em 1980. Juntamente com seu filho Pururuca e
seus dois netos, Chupeta e Chupetinha, Torresmo realizou o filme “O Grande Circo”,
para a televisão.
Em 1996, Torresmo morreu aos 78 anos. Apresentava-se ainda com o filho
Pururuca, em escolas.
Antônio Carlos Brasil Queirolo (, - , ) artista circense que pertence à Família
Queirolo. No Arquivo Miroel Silveira encontra-se 1 (uma) peça de Antônio Carlos
Brasil Queirolo: O Mistério da Quinta Coluna (DDP0094), comédia, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Queirolo, em 1942.
Harrys ( Julian Queirolo)
e Chic Chic (Otelo Queirolo), pertencentes à
Família Queirolo, foram importantes palhaços. Harris (Julian), clown que fazia dupla
com seu irmão Chicharrão (José Carlos Queirolo) e com Piolin; e o palhaço Chic Chic
(Otelo). No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 5 (cinco) peças de autoria da dupla
de palhaços Harrys e Chic Chic: Chi Chic, o Pugilista (DDP0012), comédia, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Queirolo, em 1942; O Barão de
Karakorowsky (DDP0024) ou O Homem que Perdeu a Vergonha, comédia, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Queirolo, em 1942 e pelo Circo Teatro
Ópera, em 1944; O Doutor Mão Santa (DDP0039), comédia, a qual foi solicitada à
censura pelo Circo Teatro Pelanca, em 1942; pelo Circo teatro Irmãos Queirolo, em
1945; e pelo Circo Teatro Castels, em 1948; O Misterioso Roubo do Colar (DDP0015),
comédia, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Irmãos Queirolo, em 1942.
Chicharrão (José Carlos Queirolo) – (1889-1982), pertencente à Família
Queirolo, foi importante palhaço que fazia dupla com Harrys (Julian Queirolo). No
115
Arquivo Miroel Silveira encontram-se 7 (sete) peças de sua autoria: Uma Visita de
Além Túmulo (DDP0016), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Irmãos Queirolo, em 1942. Morres ou Não?(DDP0034), comédia, a qual foi solicitada à
censura pelo Circo Teatro Irmãos Queirolo, em 1942. Dr. Mão Santa (DDP1445) ou
Instituo Electroterápico, comédia, a qual foi solicitada à cesnura pelo Circo Teatro
Irmãos Fernandes, em 1934; Doutor Frantz (DDP1612), comédia, a qual foi solicitada à
censura pelo Circo Teatro Fekete, em 1933; Doutor Julien (DDP1687), farsa, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Chicharrão, em 1934; A Feira de Sevilha
(DDP2089), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Queirolo,
em 1936 e pelo Circo Teatro Garcia, em 1950; Doutor Voronoff (DDP3379), drama
cômico, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1952.
O autor Chaves de Mello, escreveu a peça Chicharrão quer Mamar (DDP2277),
comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Chicharrão, em 1934. Esta
peça foi escrita também para Arrelia, Arrelia quer Mamar (DDP...). Na verdade é uma
adaptação de um texto anônimo.
Otelo Queirolo (pseud.Chic Chic)
– (1897-1967), pertencente à Família
Queirolo, foi importante palhaço que fazia dupla com Harrys (Julian Queirolo). No
Arquivo Miroel Silveira encontram-se 5 (cinco) peças que criou em parceria com o seu
irmão Harrys (Julian Queirolo), já citadas acima; e mais 3 (três) peças de sua autoria:
Nós os Carecas (DDP0126), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Irmãos Queirolo, em 1942; Chic Chic Tia por Meia Hora (DDP0129), comédia, a qual
foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Queirolo, em 1942; Aventuras de
Chic Chic (DDP0130), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Irmãos Queirolo, em 1942.
Família Savalla – Baxter
Roberto McBaxter, engenheiro que se apoixonou por Rosa Savalla e transformouse em circense. Teve dois filhos, Jaime e Jarbas Savalla-Baxter.
Desta tradicional família circense Savalla, nasceu George Savalla Gomes ( o
palhaço Carequinha), em Rio Bonito, que deixou a cidade cedo para acompanhar o circo
da família. No final da década de 1910, o circo dos Irmãos Savalla fazia sucesso e
Osório Portilho, seu padrasto, criou um novo número, no qual George, com apenas
cinco anos, foi maquilado e vestido de palhaço, com uma careca postiça. Desde então
116
manteve esta caracterização. Em 1950, o Circo alemão Sarrazani chegou ao Rio e,
procurando dois palhaços brasileiros para uma melhor comunicação com o público,
contrataram Carequinha e seu primo Fred Villar. A partir desse acontecimento,
formaram uma das duplas mais famosas de palhaços do Brasil.
Em 1951, Carequinha ajudou a fundar a televisão com o seu Circo Bombril, um
programa que foi levado ao ar durante 15 anos, pela TV Tupi. Gravou 25 long-plays e
184 compactos. Vendeu 2 milhões de discos. Participou de vários filmes e rodou o país
32 vezes com seus espetáculos.
Sarayde Savalla Baxter - No Arquivo Miroel Silveira encontra-se 1 (uma) peça
desta autora, pertencente à Família Savalla Baxter; Almas Pervertidas (DDP3182),
drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Savalla, em 1951.
Família Seyssel:
O Circo Fernández chegou ao Brasil em 1886, trazendo o palhaço francês Julio
Seyssel, avô do famoso palhaço Arrelia, Waldemar Seyssel. Nobre, habitava na cidade
de Seyssel, cujo nome pertencia à sua família. Julio era professor de ginástica e de
música, porém fora deserdado ao fugir com uma bailarina eqüestre de circo, Augusta
Seyssel. O casal teve 11 filhos. Viajaram pela Europa e, em 1880, vieram para a
América do Sul, com o Circo Charles Brothers, inglês. Ao chegar ao Brasil fizeram
muito sucesso; o circo seguiu para a Argentina e depois para o Chile, onde Julio fixou
residência.
Entre seus filhos, Fernando seguiu a carreira de palhaço como seu pai. Fernando e
mais dois irmãos entraram para o Circo Chileno, retornando ao Brasil. Fernando casouse com a filha do dono do Circo Chileno, Otília, e teve dez filhos. Criou seu próprio
circo, juntamente com seu irmão Vicente, o Circo Irmãos Seyssel. Ficou conhecido
como o palhaço Pinga-Pulha, trabalhando em dupla com seu irmão, Vicente, o palhaço
Puxa-Puxa.
Fernando, em 1927, adoeceu e procurou um substituto entre os Seyssel para ser o
palhaço da companhia, porém nenhum correspondia. Resolveu fazer sua última
tentativa, convidando Waldemar Seyssel, seu único filho que não trabalhava no circo,
para assistir ao espetáculo atrás da cortina. Roberto Freire comenta sobre o fato, em
entrevista com o palhaço Arrelia, para a revista Realidade, em 1966:
117
“No meio do show, o plano entrou em execução: Waldemar foi agarrado à
força e, enquanto esperneava e gritava, empoaram-lhe o rosto, vestiram-lhe
roupas largas e coloridas e atiraram-no ao meio do picadeiro. Foi um tremendo
tombo, de mau jeito. Apavorado e com o corpo todo colorido, ele se viu
cercado por todos os palhaços que riam, faziam micagens e davam-lhe
pontapés e tapas. Só com a queda espetacular e extra-programa, o público já
havia caído na gargalhada. Cheio de raiva, Waldemar levantou-se, foi em cima
de um dos palhaços, agarrou-o pela roupa e deu-lhe violento bofetão. Novas
gargalhadas. Mas o palhaço não gostou do tapa e avançou furioso. O jeito era
fugir. Desorientado, em lugar de sair pelo fundo, Waldemar, perseguido,
saltou para o meio do público, que ria sem parar. Quando conseguiu chegar ao
camarim, exausto e com o corpo todo tremendo, ouviu estrepitosa salva de
palmas.
O pai foi buscá-lo e os aplausos só iam parar depois que ele
reaparecesse no picadeiro. O sucesso foi tão grande que seu primo - o palhaço
que levou o bofetão - de cara inchada, foi abraçá-lo, comovido. Acabava de
nascer um grande palhaço, naquela tarde de 1927, no Largo do Cambuci, em
São Paulo.” 47
Waldemar Seyssel (1905 - 2005) tornou-se um dos mais famosos palhaços do
Brasil, o Arrelia. Ele criou um tipo diferente dos palhaços tradicionais, próximo do
homem comum, que se metia em tudo, tentava falar difícil, com jeito de boêmio. Criou
o palhaço com bigode branco, nariz postiço, duas meias-luas no canto externo da
sobrancelha e a lua cheia em cada canto dos olhos. Fiel a esta maquilagem que o
consagrou em todo o país, adotou ainda uma enorme bengala, uma gravata farta em
cores berrantes e a cabeleira com largas entradas. Com estes adereços completaria sua
fantasia e formaria a imagem de um tipo atrapalhado, bem intencionado e malsucedido. Ensaiava com antecedência suas entradas no picadeiro, porém em muitos
momentos funcionava o improviso, com a participação direta do público.
Arrelia foi o primeiro a abandonar o picadeiro tradicional. Trocou-o pela televisão
e atividades em teatro e cinema. Em 1958, foi a vez de seus irmãos, que foram trabalhar
com ele na Record. Durante 21 anos, alegrou as tardes de domingo com o Circo do
Arrelia na TV Record. No cinema, trabalhou em mais de 18 filmes; no teatro, encenou
algumas comédias com Dercy Gonçalves, no antigo Teatro Recreio. Gravou 30 discos,
numa média, com músicas suas e de outros autores, para o público infantil.
47
FREIRE, Roberto. Este Homem é um palhaço. In Realidade. São Paulo: Ed. Abril, ano 1, no 7, out.
1996, p. 110-118.
118
Escreveu quatro livros: “Amor no Circo”, publicado quando tinha 17 anos,
“Contos e Lendas do Norte ao Sul”, “Arrelia e o Circo” e “Animais que Eu Ensinei”.
Nenhum de seus quatro filhos seguiu a arte circense, passou então para o seu
sobrinho, o Pimentinha, todo seu conhecimento de palhaço.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 32 (trinta e duas) peças de sua autoria:
1(uma) farsa, 21(vinte e uma) comédias, 1 (uma) imitação, 1(um) drama heróico,
1(uma) revista carnavalesca, 6 (seis) revistas, 1 (um) esquete cômico; 4 (quatro) peças
em parceria; e 1 (uma) peça com tradução e adaptação. Ao todo são 37 (trinta e sete)
peças, que foram encenadas entre 1942 e 1952, quase que exclusivamente no Circo
Teatro Irmãos Seyssel. Suas peças: Nho Manduca e o Vira (DDP0057), comédia, a qual
foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1942; Samba e Futebol
(DDP0067), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel,
em 1951; Mentira de Alemão (DDP0176), comédia, comédia, a qual foi solicitada à
censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1942; O Ultimo Trouxa (DDP0209),
comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1943;
Don João (DDP0283), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Irmãos Seyssel, em 1943; Manolita (DDP0308), farsa, a qual foi solicitada à censura
pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1943; Rancho Grande (DDP0340), drama
heróico, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1943; Eu
Fui Cosinheiro de Hitler (DDP0386), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo
Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1943; Uma Gafieira No Bexiga (DDP0431), comédia,
a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1944; Rasguei A
Minha Fantasia (DDP0433), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Irmãos Seyssel, em 1944; O Bonitao da Vila Matilde (DDP0462), comédia, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1944; Príncipe da
Maçonaria (DDP0484), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Irmãos Seyssel, em 1944; Cai N'agua Pato (DDP1047), comédia, a qual foi solicitada à
censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1944; Nem com Penicilina (DDP1389),
comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1945;
Pif-Paf e Mocotó (DDP2469), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo
Teatro Irmãos Seyssel, em 1947; Velho e Semvergonha (DDP2503), comédia, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1947; A Berruga Da
Malaguenha (DDP2525), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Irmãos Seyssel, em 1947; Boateiros em Revista (DDP 2576), revista, a qual foi
119
solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1948; Infeliz Canivete
(DDP2596), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel,
em 1948; Viu O Biriba?(DDP2605), revista, a qual foi solicitada à censura pelo Circo
Teatro Irmãos Seyssel, em 1948; Vida Apertada (DDP2664), comédia, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1948, e Pavilhão Teatro
Moderno, em 1950; Uma Licao para Casados (DDP2666), comédia, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1948; Só de Guarda Chuva
(DDP2715), revista, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel,
em 1948; O Caloteiro (DDP2717), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo
Teatro Irmãos Seyssel, em 1948; Voltando Atrás (DDP2762), revista, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1949; Conhece O Pedreiro
Waldemar (DDP2764 A), revista carnavalesca, a qual foi solicitada à censura pelo
Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1949; Pae Contra Pae (DDP2806), comédia, a qual
foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1949; Os Tres Passa
Fome (DDP2813), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos
Seyssel, em 1949; O Teu Dia Chegara (DDP2850), Scket cômico,o qual foi solicitado
à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1949; Proesas do Tenente Galinha
(DDP2873), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel,
em 1949; O Embaixador (DDP2905), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo
Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1949; Defunto Ladrão (DDP2927), comédia, a qual
foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1950; O Filho da Negra
Maluca (DDP2957), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos
Seyssel, em 1950; O Homem Quem Será (DDP2971), revista, a qual foi solicitada à
censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1950; Rei Momo Ficou Tarado
(DDP3276), revista, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel,
em 1952; Eu Quero é Movimento(DDP2716), comédia, escrita em parceria com Júlio
Moreno, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1948; A
Vida é Assim (DDP0477), comédia de autoria de Alberto Vacarezza, e adaptação de
Waldemar Seyssel, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em
1944; e Don Juan da Farda (DDP2403), sainete, de autor anônimo, tradução e
adaptação de Waldemar Seyssel, solicitado à censura pelo Circo teatro Seyssel, em
1937.
120
O autor A. C. D'Oliveira escreveu a comédia Arrelia Sacristão (DDP3082), para o
palhaço Arrelia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em
1951.
Família Teresa-Cardona
Vindos da Espanha, chegaram ao Brasil nos primeiros anos do séc.XX, em torno
de 1905, Lily Teresa Cardona, aramista, trapezista e atriz, com seu marido, o parodista
excêntrico (cômico musical) Juan Cardona, nascido em Castellon de La Plana, em 1872,
os quais foram para Manaus, cumprir um contrato. Em 1908 chegam o patriarca
Marcelino Teresa e sua esposa, a inglesa Lizzie Stuart Teresa, para trabalharem no
Circo Spinelli, no Rio de Janeiro juntamente com toda a família: Lourenço, Oni, Oscar e
sua esposa Clotilde (pais do ator cômico Oscarito), Julia e Afonso.
Oscar Cardona ( , - , ) – pertencente à Família Teresa Cardona, possui no
Arquivo Miroel Silveira 12 (doze) peças de circo-teatro, de sua autoria (1 drama, 2
disparates cômicos, 9 comédias), as quais foram apresentadas entre 1947 e 1956, quase
que exclusivamente pelo Circo Teatro Piolin. Suas peças: O Mágico da Freguesia do Ó
(DDP2428), disparate cômico, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Rubi,
em 1947; Malaquias Malucou: ele é minha mãe (DDP2990), comédia, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1950; Eu Quero é Casar: Banquei o
Palhaço (DDP2991), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin,
em 1950; E o Diabo Perdeu o Rabo (DDP3016), disparate cômico fantástico, o qual foi
solicitado à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1950; Amor De Malandro: Língua de
Sogra (DDP3042), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em
1950; Meu Bebê (DDP3191), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Piolin, em 1951; O Fantasma (DDP3491), disparate cômico, o qual foi solicitado à
censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1953; Vida de Cachorro (DDP3500), comédia, a
qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1953; Mulher e Espeto
(DDP3628), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1953;
O Valente Treme-Treme (DDP3631), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo
Teatro Piolin, em 1953; Lucíola (DDP3682), drama, o qual foi solicitado à censura pelo
Circo Teatro Piolin, em 1954; Descobriram Tudo (DDP4326), comédia, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1956.
121
Família Vianna:
Adail Vianna ( , - , ), autora de textos para o circo-teatro, todos estes textos foram
apresentados no Circo Teatro Piolin. No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 7 (sete)
textos da autora e seus parceiros: Priminho, Você é que é Feliz (DDP3434), comédia,
em parceria com Julio Moreno (Gil Miranda), a qual foi solicitada à censura pelo Circo
Teatro Piolin, em 1954. Eu Não Sabia (DDP3471), comédia, em parceria cm Julio
Moreno, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1953. O Direito de
Viver (DDP3480), comédia, em parceria com Julio Moreno, a qual foi solicitada à
censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1953 e pelos Artistas Unidos, em 1954. O Amigo
da Onça (DDP3511), comédia, a qual solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em
1953. E A Vida Continua (DDP3550), comédia, a qual foi solicitada à censura, pelo
Circo Teatro Piolin, em 1953. Onça sem o Amigo (DDP3719), comédia, em parceria
com Julio Moreno, a qual foi solicitada à censura pelo o Circo Teatro Piolin, em 1954.
É Só pra Chatear (DDP3727), comédia, em parceria com Julio Moreno, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1954. Vou-me Casar Outra Vez
(DDP3770), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo o Circo Teatro Piolin, em
1954. O Noivo de Minha Filha (DDP3795), comédia, em parceria com Júlio Moreno,
foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1954. As Encrencas do Tenório
(DDP3955), comédia, em parceria com Júlio Moreno, a qual foi solicitada à censura
pelo o Circo Teatro Piolin, em 1955. Tudo Pela Moral (DDP4319), comédia, em
parceria com Julio Moreno, a qual foi solicitada à cesnura pelo Circo Teatro Piolin, em
1956.
Adail Vianna escreveu 3 (três) comédias para circo-teatro como única autora e
mais 8 (oito) peças , comédias, em parceria com Júlio Moreno (pseudônimo Gil
Miranda). Ao todo são11 (onze) comédias, que foram apresentadas exclusivamente no
Circo Teatro Piolin, entre 1953 e 1955.
Iracy Vianna, pseudônimo Cecy ( , - , ), artista da Família Vianna possui as
seguintes peças no Arquivo Miroel Silveira: Drácula, o Homem da Meia Noite
(DDP1072) , drama, de autoria de Brahm Stoker, tradução e adaptação de Iracy Viana,
foi solicitada à censura pelo Viana Pavilhão, em 1944; Ali Babá e os 40 Ladrões
(DDP1067), drama, de Arnaldo de Oliveira Barreto, tradução de Iracy Viana, foi
solicitada à censura pelo Viana Pavilhão, em 1944; O Morro dos Ventos Uivantes
(DDP0360), de Emily Brontë, adaptação de Iracy Viana, foi solicitada à censura pelo
122
Viana Pavilhão, em 1943, e por mais 6 (seis) circos-teatros entre 1946 e 1951. O
Médico e o Monstro (DDP0493), drama, de Robert Louis Stenvenson, adaptação de
Iracy Viana, solicitado à censura pelo Viana Pavilhão, em 1944. Aventuras do Capitão
Marwel: contra o homem misterioso (DDP1066), drama, de Iracy Vianna, o qual foi
solicitado à cesnura pelo Pavilhão François, em 1944. Piolin e a Super Atonica
(DDP1553), comédia, de Iracy Viana, foi solicitada à censura pelo Circo Piolin, em
1945; Viana Pavilhão, em 1946; e pelo Circo Theatro Arethuza, em 1946 e 1947.
Detetive Piollin e o Torpedo Contra a Quadrilha do Fantasma (DDP1678), comnédia,
de Iracy Viana, foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1946. Thom e o
Marmiteiro, comédia, de
Iracy Viana, foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Arethuza, em 1946. Segue o Teu Caminho (DDP2706), drama, de Iracy Vianna e Mario
Zan, solicitado à censura pelo Circo Teatro Arethuza, em 1948.
Francisco Vianna Junior ( , - , ), artista da Família Vianna, possui uma peça no
Arquivo Miroel Silveira: Vidas Amargas (DDP5037), drama, o qual foi solicitado à
censura pelo Vianna Pavilhão, em 1961.
Ubirajara Vianna, pseudônimo Tiririca ( , - , ), artista da família Vianna,
possui 2 (duas) peças no Arquivo Miroel Silveira de sua autoria: A Cegonha Me
Enganou /(DDP2801), comédia de Ubirajara Vianna, foi solicitada à censura pelo Circo
Teatro Vianna, em 1949; O Que Resta é Isto (DDP2826), de Ubirajara Vianna, foi
solicitado à censura pelo Circo Teatro Vianna, em 1949.
Artistas circenses ou de convívio com artistas circenses que
foram autores,
tradutores, adaptadores ou arranjadores de peças para o circo-teatro são:
Adir Sper, pseudônimo Sper Júnior ( , - , ), autor de texto teatral para circoteatro, tem 1 (uma) obra no Arquivo Miroel Silveira:
Piolin, O Manda Chuva
(DDP2513), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1947.
Ado Benatti (1908-1962), autor que escreveu para o circo-teatro, com peças
encenadas principalmente pelo Circo Teatro Piolin. No Arquivo Miroel Silveira
encontram-se 5 (cinco) peças de sua autoria: Os Enxertos do Professor Piolin
(DDP0444), comédia,de Ado Benatti e Umberto Pelegrini, solicitada à censura pelo
Circo Teatro Piolin, em 1944. A Arma Secreta (DDP0449), comédia, de Ado Benatti e
123
Umberto Pelegrini, solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1944. O Sindicato
Dos Malucos (DDP0483), comédia, de Ado Benatti, solicitada à censura pelo Circo
Teatro Piolin, em 1944; e pelo Circo Teatro Irmãos Orlandino, em 1945. Tarzan, O
Filho Do Sapateiro (DDP1145), comédia, de Ado Benatti, solicitada à censura pelo
Circo Teatro Piolin, em 1944. Os Enxertos Do Professor Rapa Rapa (DDP1290),
comédia, de Ado Benatti e Umberto Pelegrini, solicitada à censura pelo Circo-Teatro
Irmãos Orlandino, em 1944.
Agenor Gomes (Paraguaté, pseud.), autor de peças para circo-teatro tem 23
(vinte e três) peças no Arquivo Miroel Silveira: 6 comédias, 7 dramas, 2 comédias
satíricas, 1 charge, 1 peça regional, 1 drama de aventuraa, 1 comédia charge política, 1
tragicomédia, 1 dramalhão, 1 drama patriótico e 1 disparate cômico. Suas peças são:
Nem Fio Nem Navalha (DDP0030), disparate cômico, solicitado à censura por 4 circos
teatros entre 1947 e 1948. A Queda Da Gestapo (DDP0190), drama patriótico, o qual
foi solicitado à censura por 4 circos-teatros, entre 1942 e 1948. Almas Sem Rumo
(DDP0276), drama, o qual foi solicitado à censura por 3 circos-teatros, entre 1943 e
1944. Defesa Passiva (DDP0296), comédia que foi apresentada no Circo Teatro Piolin,
em 1943. Revelacao Fatal (DDP0305), dramalhão, o qual foi solicitado à censura para a
sua liberação pelo Circo Teatro Oito Irmãos, em 1947, porém foi vetado pela referida
censura. Deus Acima De Tudo (DDP326), drama, o qual foi solicitado à censura pelo
Pavilhão Teatro Soares, em 1943. Futebol Versus Guerra (DDP0334), comédia satírica,
a qual foi solicitada à censura em 1943, pelo próprio autor. Caprichos De Mulher
(DDP0364), tragicomédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo-Teatro Oito Irmãos
Mello, em 1943 e pelo Circo Teatro Castels, em 1948. Casei Com Minha Mãe
(DDP0418), comédia, a qual foi solicitada à censura por 4 (quatro) circos-teatros entre
1943 e 1947. Espionagem (DDP1307), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo
Circo Teatro Piolin, em 1945. Eu Não Sou Candidato (DDP1529), comédia charge
política, a qual foi solicitada à censura em 1945, pelo próprio autor. Perdicao De Ébrio
(DDP2306), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello,
em 1946, e pelo Circo Teatro Léa, em 1948. Futuro Não Tem Fim (DDP2329), drama, o
qual foi solicitado à cesnura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1946 e pelo Circo
Teatro Léa, em 1948. Eles Querem Roseta (DDP2442), comédia, a qual foi solicitada à
cesnura pelo Circo Teatrio Castels, em 1947 e 1949. Vaqueiro Destemido (DDP2450),
drama de aventuras, o qual foi solicitado à cesnura pelos circos-teatros Oito Irmãos
124
Mello, Castels e Léa, entre 1947 e 1948. O Boneco Da Fé (DDP2458), drama, o qual foi
solicitado à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1947. Meu Sertão
Abandonado (DDP2461), peça regional, a qual foi solicitada à censura pelos circosteatros Oito Irmãos Mello, Piolin e Léa, entre 1947 e 1949. Mentiras Da Vida Conjugal
(DDP2478), charge, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello,
em 1947. A Mulher Sem Destino (DDP2604), drama, o qual foi solicitado à censura por
6 (seis) circos-teatros entre 1948 e 1951. A Trapeira (DDP2611), comédia satírica, a
qual foi solicitada à censura pelo autor em 1948. De Pecado Em Pecado (DDP2944),
drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Léa, em 1950. O Sete Dedos
(DDP3266), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Léa, em 1952.
Os Milhões De Janio (DDP5137), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo próprio
autor, em 1960. Suas obras foram apresentadas principalmente no Circo-Teatro Oito
Irmãos Mello e no Circo-Teatro Léa, entre 1942 e 1960.
Alberto Silva ( , - , ) possui 1 (um ) texto para circo-teatro no Arquivo Miroel
Silveira: O Recruta (DDP2723), comédia, solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin,
em 1948.
Aldny Faya ( , - , ) e Helio Laurato( , - , ), possuem 2 (dois) textos para circoteatro no Arquivo Miroel Silveira: Maringá (DDP2472), drama, solicitado à censura por
5 (cinco) circos-teatros, entre 1947 e 1949; Os Milagres do Padre Antonio (DDP2549),
drama sacro, solicitado à censura pelo Circo Teatro Sudan, e pelo Circo Teatro Ayres,
ambos em 1948.
Alberto Ribeiro, pseudônimo Manduca ( , - , ), escreveu para o circo-teatro 1
(uma) peça : No Mundo das Mulheres(DDP2851), comédia, a qual foi solicitada à
censura pelo Circo Teatro Oito irmãos Mello, em 1949.
Alighiero Bonetti, pseudônimo Paulo Bonetti, ( , - , ), escreveu duas peças para
o circo-teatro: Duas Almas no Céu (DDP3170), alta comédia, solicitada à censura pelo
Circo Teatro Delback, em 1951. Lampeão, O Rei do Cangaço (DDP3181), drama,
solicitado à censura pelo Circo Teatro Delback, em 1951.
Amazzio Mazzaroppi (1912 – 1981), nascido aos 9 de abril de 1912, na casa nº 5,
da Rua Vitório Carmilo, em São Paulo e Batizado na Igreja de Santa Cecília. Filho do
italiano Bernardo Mazzaropi e de Clara Ferreira Mazzaropi, filha de portugueses. Seus
pais eram comerciantes da Barra Funda, gueto de italianos da capital paulista. O avô por
parte de pai chamava-se Amazzio Mazzaropi e sua avó Ana Mazzaropi. Da parte da sua
mãe era João José Ferreira e Maria Pita, ambos residiam no Bairro dos Guedes na
125
cidade de Tremembé pequena cidade do Estado de São Paulo. O avô de Mazzaropi,
João José Ferreira, trabalhava na agricultura, tocava viola muito bem e, quando ia à
missa, usava um paletó curto e a calça acima da botina, sempre amarela, deixando
aparecer um pedaço da canela. O chapéu de palha não saía da cabeça. Era um tipo que
se destacava na cidade. Mazzaropi sempre ia à casa do seu avô, em zona rural. Lá eles
ficavam sentados no terreiro da casa, à luz da lua e do fogo, com uma pequena fogueira
contando causos e mais causos, cantigas e mais cantigas.
Em 1932 chegou em Taubaté a troupe de Luiz Carrara, Mazzaropi que nesta época
residia lá, ajudou na montagem do cenário, saiu pela cidade divulgando o espetáculo e
acabou fazendo um teste para entrar na troupe. Ele fez com Luiz Carrara a peça “A
Herança do Padre João”, e as críticas da época começaram a notá-lo.
Em 1934 ingressou na Troupe de Olga Crutt, uma troupe de nome, muito famosa
na época. Olga Crutt era uma dama do teatro, atriz há vinte anos. Amacio havia entrado
com todas as suas forças e logo percebeu que precisava voar alto e criar sua própria
troupe. As troupes sempre se apresentavam em cinemas, após a projeção dos filmes.
Convenceu sua mãe e seu pai, seu pai vendeu o botequim e os dois o
acompanharam por esse mundo afora, trabalhando com ele, lado a lado, organizando e
atuando como atores. A Olga Crutt veio trabalhar com ele e adotou o nome artístico de
Olga Mazzaropi. As troupes se apresentavam nos cinemas após a exibição das fitas,
com a chegada do Cinemascope a tela passou a ser fixa, não dava para ser removida,
como antigamente, o que impedia a apresentação das troupes. A saída foi o pavilhão,
que consistia num barracão de madeira, coberto de zinco, mantendo, internamente, as
características próximas do teatro. Construiu o seu pavilhão e o inaugurou em Jundiaí e
logo se apresentou em vários lugares.
As críticas jornalísticas sempre colocaram seu personagem como “caipira
admirável”, “perfeita encarnação do caipira”, “dominador original”. O seu caipira
sempre buscava formas mais elaboradas. Ele sempre conversava com o povo, o qual
parecia ser o seu grande repertório de referências e de aprendizado.
Em 1944 o pai de Amacio adoeceu, o que o fez gastar tudo o que havia ganhado.
Por isso, não pode mais continuar com o pavilhão. Foi então para o Rio de Janeiro a
convite do empresário Walter Pinto. O grande sucesso da época no Teatro João
Caetano, era a dupla Beatriz Costa e Oscarito e esse não queria renovar o contrato,
Mazzaropi foi para substituí-lo. Mas no dia de sua primeira apresentação, Oscarito
126
renovou o contrato. Isso foi um golpe para o artista, e o deixou profundamente
magoado.
Em fins de 1945, foi convidado pelo ator Nino Nello, proprietário de uma
companhia de Teatro com o mesmo nome, para atuar no Teatro Colombo em São Paulo,
permanecendo com ele um ano e em 1946 entrou para o rádio, tinha 34 anos,
conversava com todos os grupos populares da cidade, batia papo e costurava conversa
com piada. Quando a Tupi melhorou com seus 50 mil quilowats, montou o programa
Rancho Alegre levado ao ar aos domingos. Esse programa preparou, criou um público
fiel e esperançoso diante da arte de Mazzaropi. Era um fenômeno. Ficou na Tupi por
sete anos. Na década de 1950, foi a vez de estrear na Televisão, com o Show a que dera
o mesmo nome usado na Rádio – “Rancho Alegre”. Levando ao ar, ao vivo, todas as
quartas-feiras, foi sucesso marcante na televisão, do mesmo modo como foi no teatro e
no rádio.
Na década de 1950, Mazzaropi fez testes para um filme e, em 1951, fez o seu
primeiro filme Sai da Frente. O caipira nesse filme é um caipira urbanizado, há alguns
traços do homem rural e muitas características do homem marginalizado urbano.
Vendeu tudo o que tinha e criou sua própria produtora, a PAM FILMES –
Produções Amacio Mazzaropi. Foi um dos poucos a criar uma indústria cinematográfica
totalmente independente, sem nenhum recurso público, financiamento, subsídio,
empréstimo ou investidores. O dinheiro para começar a fazer seus filmes veio das
economias de anos de trabalho como ator e empresário de si mesmo. Depois do sucesso
do primeiro filme pela PAM Filmes, a estratégia era simples (só aparentemente): com a
renda de um filme, fazia outro novo. Mazzaropi fez 33 filmes, sendo que o último não
foi concluído, pelo fato de Amacio falecer por complicações de câncer na medula óssea,
no dia 13 de junho de 1981.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se duas peças do referido autor: Baile de
Máscaras (DDP0358), disparate cômico, o qual foi solicitado à censura pelo Pavilhão
Teatro Mazzaropi, em 1943. Castelo da Felicidade (DDP1990), comédia, a qual foi
solicitada à censura pela Troupe Mazzaroppi, em 1935. Barao da Cutia (DDP0365),
drama, de José Grillo, e arranjo de Mazzaroppi, o qual foi solicitado à censura pelo
Circo Teatro Mazzaropi, em 1943.
127
Anthony Vasconcelos ( , - , ) possui no Arquivo Miroel Silveira 4 (quatro) peças
para circo-teatro no Arquivo Miroel Silveira: O Noivo De Minha Mulher (DDP0241),
comédia, de Anthony Vasconcelos, foi solicitado à censura pelo Pavilhão Liendo e
Simplício, em 1943 e pelo Circo Teatro Di Lauro, em 1947; Das Trevas à Luz
(DDP4180), drama, solicitado à censura pelo Circo Teatro Liendo, em 1956; O
Chaufeur e a Granfina (DDP4181), de Antonhy de Vasconcelos, foi solicitado à
censura pelo Circo Teatro Irmãos Liedo, em 1956 e 1962. A Pecadora (DDP4207),
drama, solicitado à cesnura Pelo Circo Teatro Liendo, em 1956.
Antônio Malhone ( , - , ) possui 1 (um) texto no Arquivo Miroel Silveira:
Pirolito, Assassino de Hitler (DDP0471), comédia, foi solicitada à censura pelo Circo
Teatro Modelo, em 1944.
Arlindo Roberto Alves ( , - , ) e Boris Fetchir ( , - , ) possuem 2 (dois) textos no
Arquivo Miroel Silveira: O Céu está Longe dos Homens (DDP3190), drama, foi
solicitado à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em1951. A Franceza do
Padeiro (DDP3076), comédia, foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos
Mello, em1952. Arlindo Alves escreveu ainda, como autor único, Maria Brotinho
(DDP3076), comédia, que foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello,
em1951.
Armando Braga ( , - , ) possui 6 (seis) textos no Arquivo Miroel Silveira: Deixa
Correr o Marfim (DDP0302), comédia, que não foi aceita para avaliação pelos censores
por se tratar de plágio da peça portuguesa “O Tio Padre”. Parecer do censor: “Deixo de
proceder a censura da peça, por se tratar de visível plágio da peça portuguesa O Tio
Padre”. Esta peça seria produzida pelo Circo Teatro Piolin, em 1953. O Praxedes Vae
Dar Baixa (DDP1590), comédia, foi solicitada à censura pela Empresa Galdino Pinto,
em 1944. O Homem da Mandioca (DDP2641), comédia, foi solicitada à censura pelo
Circo Teatro Piolin, em 1948 e pelo Circo Teatro Moderno, em 1953. A Vitoria Do
Agapito (DDP2662), comédia, foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Taylor,
em 1948. A Vitoria do Simplício (DDP3435), comédia, pelo Circo Teatro Moderno, em
1952. Aguenta Simplício (DDP3436), comédia, à qual foi solicitada à censura pelo
Circo Teatro Moderno, em 1952. A Mulher do Meu Sócio (DDP3839), sainete, o qual
foi solicitado à censura pelo Circo teatro Piolin, em 1954.
128
Armando Prazeres ( , - , ) possui 6 (seis) textos no Arquivo Miroel Silveira:
Minha Sogra é do Barulho (DDP0153), comédia, à qual foi solicitada à censura por 3
(três) circos-teatros, entre 1942 e 1948. Coração que Sangra (DDP0457), drama, o qual
foi solicitado à censura pelo circo Teatro Arethuza, em 1944. Lágrimas de Maria
(DDP2473), drama, o qual foi solicitado à censura, inicialmente, pela Companhia de
Sainetes e Passa-Tempo Nino Nello, em 1940. Em seguida foi solicitado à censura por 4
circos-teatros, entre 1947 e 1951. O Tigre (DDP2487), drama, o qual foi solicitado à
censura inicialmente, pela Companhia de Sainetes e Passa-Tempo Nino Nello, em 1940.
Em seguida foi solicitado à censura por 8 (oito) circos-teatros, entre 1947 e 1956.
Barros de Almeida ( , - , ) possui 3 (três) textos no Arquivo Miroel Silveira: As
Garotas do Andar de Cima (DDP2474), comédia, foi solicitado à censura pelo Circo
Teatro Artistas Unidos, em 1947. Fatalidade (DDP2476), comédia, foi solicitado à
censura pelo Circo Teatro Artistas Unidos, em 1947. Despertar de Um Coração
(DDP2479), comédia, foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Artistas Unidos, em
1947.
Benjamim de Oliveira (1870 – 1954), nasceu em Pará de Minas e foi batizado
como Benjamim Chaves, mas tornou-se conhecido como Benjamim de Oliveira. Era o
quarto filho de Malaquias e de uma escrava de nome Leandra.
Batizado como Benjamin Chaves, mais tarde e até hoje, é conhecido como
Benjamin de Oliveira. Nasceu no dia 11 de junho de 1870, na Fazenda dos Guardas,
pertencente a Pará de Minas, antes Cidade do Pará, Vila do Pará e Patafufo, conforme
as escrituras.. Adolescente, dizem que aos 12 anos, escapou do jugo do branco senhor
de terras e acompanhou um circo de nome Sotero, com a intenção de trabalhar. Como
sua pele era escura, no circo, davam-lhe trabalho e tratamento semelhantes aos que ele
recebia dos que se achavam senhores de terras e de gente. Do artista Severino de
Oliveira, seu orientador no circo, adotou seu novo sobrenome. No entanto, seu jeito de
ser o levava a soltar-se de amarras. Por isso, abandonou a trupe do Sotero quando fazia
três anos que a acompanhava. Depois disso, passou por diversos “donos” e paragens,
porém, sem nunca deixar escapar oportunidade de aprender das manhas do circo. Com
o passar do tempo, já fazia acrobacias e um dia, precisou ser palhaço substituto. Da
primeira vez, a platéia o estranhou. Um palhaço de cor? A cor não foi peia no seu
caminho. Em poucos dias, o respeitável público percebeu que Benjamim era um
palhaço de cor, de raça e de muita graça. Assim, de acrobata a palhaço, o artista
129
também passou a ser cantor, instrumentista, dramaturgo, músico, produtor e ator. Sem
nunca deixar de ser um palhaço-artista.
Quando o Brasil estreava a república, Benjamin estreou na cidade de São Paulo,
no circo de Albano e Fructuoso Pereira. Depois desse, veio o “Pavilhão Circo
Zoológico Francês”, empresa de Jean Pierre & Frère, em S. João del Rei. Nesse circo,
ele conheceu Affonso Spinelli, trapezista volante e palhaço, que teve muita importância
na sua vida profissional. Ao sair da companhia de Pierre, Benjamim foi trabalhar no
circo do português Manuel Gomes, chamado de Caçamba. Com o circo de Caçamba,
Benjamim conheceu o Rio de Janeiro. Conta-se que, naquela ocasião, quando o circo
estava armada em Cascadura, Benjamim teria “caído nas graças” do então presidente da
república, Floriano Peixoto, que era admirador de espetáculos circenses.
Benjamim de Oliveira48 conheceu Afonso Spinelli por volta de 1895/96,
quando já era palhaço famoso e trabalhava no circo do comendador Caçamba,
instalado na Praça da República, graças ao prestígio do próprio Benjamim junto ao
Presidente da República, Marechal Floriano Peixoto. Na época, Benjamim e Spinelli
moravam juntos. Este também trabalhava como palhaço para o francês João Pierre,
que acabou vendendo seu circo para o próprio Spinelli. O circo era grande, possuía
animais selvagens como tigres, leões e ursos. Benjamim então passou a trabalhar com
Spinelli. Durante anos trabalharam juntos e viajaram por todo o Brasil:
“Com Spinelli, que foi o meu circo, andei por todo o Brasil e quanta
coisa eu vi... Vi o Curral del Rey se tornar Belo Horizonte! Vi cidades
nascerem. E os trilhos chegarem às povoações nas pontas de trilhas por
onde íamos à procura de público.” 49
Em 5 de outubro de 1902, o jornal O Comércio de São Paulo comentava numa
reportagem sobre o palhaço Benjamim: “Sem rivais nos papéis cômicos e nas
pantomimas, cantava com sucesso seus lundus.”50 Existiam também propagandas
nesse jornal: uma que anunciava uma “chistosa pantomima” e a presença do palhaço
Benjamim e outra, do dia 23 de outubro, anunciando a apresentação da pantomima
“D. Antônio e os Guaranis”, inspirada no livro O Guarani de José de Alencar, escrita
48
ABREU, Brício de. Esses populares tão desconhecidos. Rio de Janeiro: Editora R. Carneiro, 1963,
p. 84 e 85.
49
ABREU, Brício de. Op. Cit. p. 85 e 86.
50
ARAÚJO, Vicente de Paula. Op. Cit. p. 4.
130
por Manoel Braga, especialmente para a companhia do Circo Spinelli. A pantomima
possuía 22 quadros, 70 pessoas em cena e 22 números de música, sendo a mise-enscène de Benjamim Oliveira e Cruzet.51
Benjamim em entrevista a Brício de Abreu para “Dom Casmurro” esclarece:
“No Spinelli é que eu lancei essa forma de teatro combinado com circo,
que mais tarde tomaria o nome de Pavilhão. Spinelli era contra. Tanto que
nos primeiros espetáculos tomamos roupas de aluguel, porque ele se
negava a comprar guarda-roupa. Foi no Boliche da Praça 11. E a primeira
peça intitulava-se ‘O Diabo e o Chico’. Pouco a pouco fomos saindo para
o teatro mais forte, de melhor qualidade. E terminamos por fazer ‘Othelo’.
E assim nasceu a comédia e o drama no circo, cousa que nunca se vira
antes.” 52
É importante observar que a obra citada como a primeira peça da companhia, O
Diabo e o Chico, aparece num anúncio publicado em A Careta, de outubro de 1910 53,
junto com outras farsas encenadas pela Companhia Spinelli: “O Diabo e o Chico”,
Filho Assassino, Irmãos Jogadores, Negro do Frade, Uma para Três, Matutos na
Cidade, Collar Perdido, Punhal de Ouro, Filha do Campo, Princesa Crystal e o drama
A Noiva do Sargento, além de uma revista sobre a vida artística de acrobatas e
ginásticos, intitulada Scenas da Vida Artística ou Emprezarios Aventureiros, ambas
de autoria de Francisco Guimarães.
Os anúncios citados anteriormente mostram apresentações de dramas e farsas no
circo, apontando a existência de espetáculos desde 1902, assim como o anúncio do
circo-pavilhão em São Paulo, em 1905. É bem possível que somente em 1918 Spinelli
tenha conseguido construir o seu circo de pavilhão, o que não quer dizer que o circoteatro não tenha surgido antes.
Spinelli construiu seu teatro de pavilhão ou circo-teatro todo cercado de
madeira, com bancadas confortáveis, platéia assoalhada e picadeiro com altura de um
metro e meio. Era um grande empresário e sabia divulgar seus espetáculos. Seu circo
de pavilhão ficou armado por mais de 30 anos na Praça da Bandeira, no Rio de
Janeiro. Benjamim de Oliveira , além de palhaço, era também o “ensaiador” ou diretor
de cena. Segundo Ruiz, no repertório do circo havia várias montagens como: A Ilha
51
ARAÚJO, Vicente de Paula. Op. Cit. p. 88.
ABREU, Brício de. Op. Cit. p. 86.
53
RUIZ, Roberto. Hoje tem espetáculo? As origens do circo no Brasil. Rio de Janeiro: INACEM, 1987.
52
131
das Maravilhas, O Colar Perdido, As Pupilas do Diabo, O Chofer da Viscondessa e as
duas maiores atrações de todos os tempos: A Vida de Cristo, célebre drama em
versos de Eduardo Garrido, apresentada nas quinta e sexta-feira santas, e A Viúva
Alegre, em que um dos mais famosos palhaços do Brasil, o negro Benjamim de
Oliveira, aparecia de cara pintada de alvaiade.54
Sem dúvida, foi a dupla Spinelli-Benjamim que consolidou o circo-teatro no
Brasil. Levou para o circo os dramas, assim como as comédias ligeiras, as farsas e as
chanchadas.
O espetáculo de circo, desde aquela época, foi estruturado tendo na primeira
parte os números circenses e na segunda parte as apresentações das peças teatrais.
Os dramas apresentados tinham sempre como personagens a ingênua, o galã, o
vilão, a dama central. Sua origem estava nos melodramas no século XIX, trazidos
para o Brasil pelas companhias estrangeiras, principalmente portuguesas; as
representações cômicas-comédias, chanchadas, esquetes tinham como base a
commedia dell’arte, largamente difundida nos Theâtres de la Foire, na França. Além
de melodramas, Spinelli montou também operetas e uma tragédia, a peça Othelo, de
Shakespeare, tendo como protagonista o próprio Benjamim de Oliveira. Atuando
como Othelo, recebeu uma crônica de Arthur de Azevedo: “Quando Shakespeare fez
Otelo, dizia o grande dramaturgo, imaginou certamente um tipo como êsse que
Benjamim representa com tanta força no seu pequeno teatro”.55 Vale ressalvar que
Arthur de Azevedo faleceu em 1908 e o palhaço Benjamim já fazia sucesso com o seu
circo-teatro.
Entre 1907 e 1912, palhaço de múltiplas habilidades e bastante conhecido,
Benjamim escreveu e dirigiu peças de teatro, gravou cançonetas, lundus e modinhas
que cantava nos entreatos do circo, acompanhado de um violão.
Em 1908, Benjamim de Oliveira foi filmado no Circo Spinelli pela PhotoCinematographica Brasileira de Antonio Leal e José Labanca. Essa foi a primeira
filmagem de adaptação de um romance brasileiro com câmara móvel: Os Guaranis,
pantomima inspirada em José de Alencar, adaptada por Benjamim, na qual ele fazia o
papel de Peri.
54
55
RUIZ, Roberto. Op. Cit. p. 37.
RUIZ, Roberto. Op. Cit. p. 86.
132
Até 1938, foi o principal nome do circo brasileiro, atuando no Circo Spinelli como
Tony ou Clown (palhaço) e como ator teatral em diversas peças promovidas como
complemento da sessão circense. Benjamin encerrou sua carreira no circo na década de
1940, vindo a falecer no Rio de Janeiro no dia 3 de maio de 1954.
A escritora e pesquisadora Ermínia Silva examinou o texto de 19 peças, nas quais
Benjamim consta como autor, adaptador ou parodista, tanto de textos como de músicas.
Segundo ela, ele cultivou diversos gêneros: farsas fantásticas e dramáticas, peças de
costumes, revistas, operetas, burletas (farsas musicadas, de origem italiana) e um
melodrama policial. Algumas peças que ela destaca: A Viúva Alegre, de Franz Lehar,
dirigida por Benjamim em 1909 que mereceu artigo de Arthur Azevedo e Otelo, de
Shakespeare. Cita também outras peças de sucesso: O diabo e o Chico, Vingança
operária, Matutos na cidade, A noiva do sargento, Os garibaldinos, D. Antônio e os
guaranis, Um para três, A princesa Crystal, O testamento, Tudo pega, Cupido no
oriente, Os pescadores, A pupila do diabo, A barraca do cigano.
Benjamim gravou na Columbia, por volta de 1910, o monólogo Caipira mineiro e
o lundu As comparações, de autores desconhecidos. No mesmo ano, gravou em duo
com o cantor Mário Pinheiro o lundu O baiano na rocha e a modinha Se fores ao Porto,
também de autores desconhecidos. Atuou também como cantor, nos entreatos,
executando ao violão lundus, chulas e modinhas, principalmente as de seu amigo Catulo
da Paixão Cearense.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 3 (três) peças
de Benjamim de
Oliveira: Os Irmãos Jogadores (DDP0102), com adaptação para circo de Julio Ozon,
comédia, a qualfoi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Fernandes, em 1934;
pleo CircoTeatro Alcebíades em 1942 e em 1947; e pelo Viana Pavilhão, em 1943. Ilha
das Maravilhas (DDP1301), revista, com música de Archimedes de Oliveira, a qual foi
solicitada à censura pelo Pavilhão François, em 1945. E a peça O Chico e o
Diabo(DDP1607), comédia, a qualfoi solicitada à censura pelo Circo teatro Irmãos
Fernandes, em 1934.
Domingos Bocute ( , - , ), pseudônimo Pasta Chuta, artista do Circo Teatro Irmãos
Bocute e do Circo Teatro Oito irmãos Mello, possui 8 (oito) peças no Arquivo Miroel
Silveira: Nancy(DDP2845), drama, em parceria com Arlindo Alves, o qual foi
133
solicitado à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1949. Padre Antônio
(DDP2856), drama, em parceria com Arlindo Alves, o qual foi solicitado à censura pelo
Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1949. Eu Defendo Esta Mulher (DDP2847), drama,
em parceria com Horácio Mello (pseud. Pula Pula), o qual foi solicitado à censura pelo
Circo Teatro Irmãos Mello, em 1949. Amor aos 80 Anos (DDP2887), comédia, em
parceria com Horácio Mello (pseud. Pula Pula), a qual foi solicitada à censura pelo
Circo Teatro Irmãos Mello, em 1949. Três Salames num Saco (DDP2888), comédia
chanchada, em parceria com Arlindo Alves, a qual foi solicitada à censura pelo Circo
Teatro 8 Irmãos Mello e Circo Teatro Piolin, ambos em 1949. Escreva-me (DDP2900),
drama, em parceria com Horácio Mello (pseud. Pula Pula), o qual foi solicitado à
censura pleo Circo Teatro 8 Irmãos Mello, em 1949. Joazeiro (DDP2901), alta comédia
regional, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin e Circo Teatro Léa,
ambos em 1949. Presente do Céu (DDP2911), comédia, em parceria com Horácio
Mello (pseud. Pula Pula), a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em
1949.
Ferreira Neto ( , - , ) possui 12 (doze) peças no Arquivo Miroel Silveira: 9 (nove)
peças como único autor ( 1 revista, 1 alta comédia, 1 comédia satírica, 1 farsa, 1
comédia infantil, 2 comédias, 2 dramas); 2 (duas) peças em parceria com Jarbas
Rohewedder ( 2 comédias); e 1 (uma) peça em parceria com Durval Antunes (1 drama
social). Estas peças foram aprsentadas entre 1946 e 1963. Crise de Habitações
(DDP0262), farsa, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1947.
Marmiteiros (DDP2054), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Piolin, em 1947. O Segredo do Padre Jeremias (DDP2352), drama social, foi solicitado
à censura Circo Teatro Arethuzza, em 1947 e pelo Pavilhão Teatro Artistas Unidos,
1951. Boneca da Princezinha(DDP2775), comédia infantil, a qual foi solicitada à
censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1949. Bodas de Prata (DDP2997), drama, o qual
foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1950.
Pecado dos Pais
(DDP3104), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1951.
Tudo Azul (DDP3184), comédia satírica, a qual foi solicitada à censura pelo Circo
Teatro Piolin, em 1951 e pelo Pavilhão Teatro Artistas Unidos, em 1951. Flores Do
Lodo (DDP3250), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em
1951. A Pensão Dos Tarados (DDP3449), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo
Circo Teatro Piolin, em 1953. Viva Sao Paulo (DDP3721), revista, a qual foi solicitada
134
à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1954. Noite Feliz (DDP3868), alta comédia, a
qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1954. Simplicio o
Marmiteiro(DDP3518), comédia, de autoria de Ferreira Netto e Jarbas Rohewedder, foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Moderno, em 1953.
Francisco Colman ( , - , ), artista circense, fez parte da história do Circo
Nerino, fundado por Roger Avanzi em 1913 e desfeito em 1964, após 51 anos de
atividade, rodando por todo o Brasil e Amárica Latina. Nerino, além de proprietário do
Circo Nerino, tornou-se o famoso palhaço Picolino I. Verônica Tamaoki relata no seu
livro “Circo Nerino” que Francisco Colman foi o primeiro professor de alfabetização de
Roger Avanzi, o palhaço Picolino II. Como artista realizava o número de barra, em que
executava o “cassecouz”. Escreveu também a peça “O Sinal da Cruz”, adaptação do
fime “O Signal da Cruz”, que obteve bastante sucesso junto aos circos-teatros. Foi
criador do Boletim Mensal da Federação Circense. Lançou a revista Scena – Revista
Circense, em 1936, que pertencia ao Circo Theatro Romano. No final da década de 50,
Francisco Colman foi diretor e redator da Revista Máscaras – que fazia parte do
Sindicato dos Atores Teatrais, Cenógrafos e Cenotécnicos do Estado de São Paulo. Na
década de 1970 foi presidente da Associação Piolin de Artes Circenses, entidade
responsável pela Casa do Ator, em São Paulo e pela Academia Piolin de Artes
Circenses. No Arquivo Miroel Silveira encontra-se a sua peça O Sinal da Cruz
(DDP0165), arranjo para circo de Albano Pereira. Este drama religioso foi solicitado à
censura por 13 circos-teatros, entre 1942 e 1950. Francisco Colman realizou também a
adaptação da peça Um Capitão de Cossacos,drama, de autoria de N.N. Esta peça foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Ipiranga, em 1939.
Gil Miranda, pseud. Júlio Moreno ( , - , ), autor teatral com vasta produção para
o circo-teatro, além de vários textos em parceria com artistas circenses, entre eles, Adail
Vianna, Augusto Perez Filho, entre outros. No Arquivo Miroel Silveira existem 32
(trinta e duas) peças do referido autor e seus parceiros. Como único autor são 10 (dez)
peças: As Mulheres de Seu André
(DDP0009 e DDP1042), comédia, solicitada à
censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1944; pelo Circo Teatro Aquidaban, em 1945; pelo
Circo Teatro Oito Irmãos Mello, em 1947; e Circo Teatro Léa, em 1949. A Festa do
Meu Filho (DDP0436), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
135
Piolin, em 1944. Empresta-me um Cadáver (DDP1063), comédia, a qual foi solicitada à
censura pelo Circo Teatro Seyssel, em 1944; pelo Circo Teatro Irmãos Orlandino, em
1945 e pelo Circo Teatro Navegante, em 1948. Um Casal do Barulho (DDP1064),
comédia, a qual foi solicitada à censura por 8 (oito) circos-teatros, entre 1944 e 1954.
Uma Situação Complicada (DDP1292), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo
Circo Teatro Irmãos Orlandino, em 1944. O Sabonetão (DDP1293), comédia, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Seyssel, em 1944; pelo Circo Teatro Irmãos
Orlandino, em 1945; e pelo Pavilhão Teatro Mazzaroppi, em 1945. E Ele Voltou da
Bahia (DDP1413), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro piolin, em
1945. Minha Mulher Enlouqueceu (DDP1655), comédia, a qual foi solicitada por 4
(quatro) circos-teatros, entre 1945 e 1949. Já Vae Tarde (DDP2346), sainete, o qual foi
solicitado à censura Pelo Circo Teatro Seyssel e Circo Teatro Arethuzza, ambos em
1946; e pelo Circo Teatro Umuarama, em 1947. O Carnaval está na Rua (DDP3443),
comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1953. Em parceria
com Augusto Peres Filho, são 11 (onze) peças56. Em parceria com Francisco Gomes são
2 (duas) peças: Coitadinho do Benito (DDP1355), comédia, a qual foi solicitada à
censura por 3 (três) circos-teatros, entre 1945 e 1949. A Sogra Não é Nada Disso
(DDP1390), comédia, solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1945. Em
parceria com Adail Vianna são 4 (quatro) peças57. Em parceria com Oliveira Filho são 2
(duas) peças: A Medalha Reveladora (DDP2631), drama, o qual foi solicitado à censura
por 4 (quatro) circos-teatros, entre 1948 e 1949. A Vitória do Baltazar (DDP3476),
comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1953. Em parceria
com A D’Ângelo, existe 1 (uma) peça: Meu Marido é da Polícia (DDP4176), comédia,
a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1956. Em parceria com
Piolin, existe (1) uma peça58. Em parceria com Waldemar Seyssel, Gil Miranda
escreveu Eu Quero é Movimento (DDP2716), comédia, a qual foi solicitada à censura
pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1948. Um Fantasma em Minha Vida (DDP3149),
comédia, em parceria com Osmar Pereira, a qual foi solicitada à censura pelo Circo
Teatro Piolin, em 1951.
56
Vide autor Augusto Perez Filho
Vide autora Adail Viana
58
Vide autor Piolin.
57
136
Henrique Marques Fernandes ( , - , ) autor teatral com produção para o circoteatro. No Arquivo Miroel Silveira existem 16 (dezesseis) peças do referido autor: O
Aparicio Apareceu (DDP1070) e (DDP2702), comédia, solicitada à censura por 7 (sete)
circos-teatros, entre 1944 e 1961. Meu Marido E Meu Irmão (DDP1268), comédia,
solicitada à censura por 5 (cinco) circos-teatros, entre 1944 e 1948. Socega Leoa
(DDP1386), comédia, solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1945.
Beijos Para Todas (DDP1961), comédia, solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin,
em 1947. Aguenta Fedegoso (DDP2016) e (DDP3221), comédia, solicitada à censura
pelo Circo Teatro Irmãos Orlandino, em 1949 e pelo Cirxco Teatro Seyssel, em 1951. A
Mulher Do Prefeito (DDP2622), comédia, solicitada à censura pelos Circos Teatros
Rival e Piolin, entre 1945 e 1948. Creada Do Diabo (DDP2656), comédia, solicitada à
censura pelo Circo Teatro Seyssel, em 1948. A Casa Do Pestana (DDP2673), comédia,
solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1948. Um Caso De Policia
(DDP2908), comédia. solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1949. A Tal Do
Segunto Andar (DDP3234), comédia, solicitada à censura pelo Circo Teatro Seyssel, em
1951. Piolin Papai Noel (DDP3264), chanchada, solicitada à censura pelo Circo Teatro
Piolin, em 1951. Os Amores De Sete Dedos (DDP3270), comédia sertaneja, solicitada à
censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1952. Meu Chamego E Você (DDP3272),
comédia, solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1952. Rabo De Peixe
(DDP3281), revista, solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1952. Maria
Candelária (DDP3301),comédia, solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em
1952. O Yo Yo De Ya Ya (DDP3308), comédia, solicitada à censura pelo Circo Teatro
Piolin, em 1952.
Hercilia de Freitas ( , - , ), artista do Circo Teatro Rialto, escreveu peças para
este referido circo. No Arquivo Miroel Silveira encontram- se 2(duas) peças infantis:
No Reino Da Bicharada (DDP3385), fantasia infantil; e A Fada Azul (DDP3396),
fantasia infantil,ambas solicitada à censura pelo Circo Teatro Rialto, em 1952.
Humberto Pelegrini ou Umberto Pelegrini( , - , ) escreveu peças para o circoteatro. No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 5 (cinco) textos de sua autoria: Uma
Pensão na Rua Caetano Pinto (DDP0487), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo
o Circo Teatro Piolin, em 1944. Entra Nao Demora (DDP1059), comédia, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1944. O Ali Baba do Bom Retiro
137
(DDP2652), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1948;
e pelo Circo Teatro Irmãos Orlandino, em 1948. Qual Será o Homem? (DDP3825),
comédia, a qual foi solicitada à censura pelo o Circo Teatro Piolin, em 1954. Piolin no
Planeta Marte (DDP4571), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo o Circo Teatro
Piolin, em 1958.
Irineu de Freitas ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro. No Arquivo Miroel
Silveira encontram-se 2 (dois) textos de sua autoria e 1 (um) em parceria com José
Braga: A Mulher do Seu Adolfo (DDP0307), comédia, a qual foi solicitada à censura
pelo o Circo Teatro Piolin, em 1943. Pensão da Manuelita (DDP0918), comédia, a qual
foi solicitada à censura pelo o Circo Teatro Piolin, em 1944 e em 1956. Marido
Segunda Edição (DDP), comédia, de Irineu de Freitas e José Braga a qual foi solicitada
à censura pelo o Circo Teatro Seyssel, em 1946 e pelo Circo Teatro Pitanga, em 1951.
Ismael Coutinho ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro. No Arquivo Miroel
Silveira encontram-se 1 (um) texto de sua autoria: Gente de Circo (DDP2849),
comédia, a qual foi solicitada à censura pelo o Circo Teatro Ipiranga, em 1949.
Jayme Leal Tavares ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro. No Arquivo
Miroel Silveira encontra-se 1 (um) texto de sua autoria: Vingança do Palhaço
(DDP2365), drama, o qual foi solicitado à censura pelo o Circo Teatro Irmãos Martins,
em 1939; pelo Circo Teatro Nova York, em 1946; e pelo Circo Teatro Oito Irmãos
Mello, em 1949.
Jean Cocquelin ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro. No Arquivo Miroel
Silveira encontram-se 5 (cinco) textos de sua autoria e 1 (um) em parceria com o artista
Nino Nello: Tres Velhotes do Barulho (DDP0401), comédia, a qual foi solicitada à
censura pelo o Circo Teatro Piolin, em 1943. Senhorita Seculo XX (DDP0486),
comédia, a qual foi solicitada à censura pelo o Circo Teatro Piolin, em 1944. Os
Milagres de um Sabidão (DDP0723), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo o
Circo Teatro Piolin, em 1944. Aves Sem Ninho (DDP1182), comédia, a qual foi
solicitada à censura pelo o Circo Teatro Piolin, em 1944; pelo o Pavilhão Teatro
Mazzaropi, em 1945; e pelo Circo -Teatro Umuarama, em 1947. Na Fila do Amor
(DDP1371), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo o Circo Teatro Piolin, em
138
1945. Tempos Modernos (DDP2258), sátira, a qual foi solicitada à censura pela
Companhia Nino Nello, em 1937; pelo o Circo Teatro Popular, em 1937; e pelo Circo
Teatro Seyssel, em 1948.
José Ângelo ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro. No Arquivo Miroel
Silveira encontram-se 7 (sete) textos de sua autoria: O Bandoleiro (DDP3814), comédia
regional, a qual foi solicitada à censura pelo o Circo Teatro Piolin, em 1954. O
Candidato Numero Um (DDP3819), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo o
Circo Teatro Piolin, em 1954. Sao Paulo Quarto Centenário (DDP3830), revista, a qual
foi
solicitada
à
censura
pelo
o
Circo
Teatro
Piolin,
em
1954.
O
Neurastênico(DDP3831), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo o Circo Teatro
Piolin, em 1954. O Caixinha (DDP3841), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo o
Circo Teatro Piolin, em 1954. A Fidalga e o Plebeu (DDP3845), comédia, a qual foi
solicitada à censura pelo o Circo Teatro Piolin, em 1954. O Índio Toto (DDP3850).
Todas as suas peças foram encenadas no Circo Teatro Piolin, em 1954.
José Baptista Gouveia ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro. No Arquivo
Miroel Silveira encontram-se 9 (nove) textos de sua autoria: O Monstro da Montanha
Negra (DDP3087), drama, o qual foi solicitado à censura pelo o Circo Teatro
Umuarama, em 1951. Erro Fatal (DDP3092), drama, o qual foi solicitado à censura
pelo o Circo Teatro Umuarama, em 1951. Condenada Inocente (DDP3122), drama, o
qual foi solicitado à censura pelo o Circo Teatro Umuarama, em 1951. Infeliz dos
Vencidos (DDP3131), drama, o qual foi solicitado à censura pelo o Circo Teatro
Umuarama, em 1951. Atrevido Encantador (DDP3155), comédia, a qual foi solicitada à
censura pelo o Circo Teatro Umuarama, em 1951. Orgulho e Bondade (DDP3158),
comédia, a qual foi solicitada à censura pelo o Circo Teatro Umuarama, em 1951. Heroi
por Acaso (DDP3160), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo o Circo Teatro
Umuarama, em 1951 e em 1961. Qual das Duas (DDP3232),
drama, o qual foi
solicitado à censura pelo o Circo Teatro Umuarama, em 1951. A Filha do Viaduto
(DDP3243), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo o Circo Teatro Umuarama, em
1951. Todas as obras deste autor foram apresentadas no Circo Teatro Umuarama, no
ano de 1951.
139
J.M.Dias Guimarães, pseudônimo José Grillo ( , - , ) escreveu peças para o
circo-teatro. No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 8 (oito) textos de sua autoria: O
Poder do Ouro (DDP0154), drama, o qual foi solicitado à censura por 3 (três) circosteatros, entre 1943 e 1950. Paixao Criminosa (DDP0156), drama ligeiro, o qual foi
solicitado à censura pelo Circo Teatro Alcebíades, em 1942. Marques à Força
(DDP0196), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1942.
O Conde de Santa Rosa (DDP0201), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo
Teatro Irmãos Landa, em 1934, e por mais 4 (quatro) circos teatros entre 1943 e 1949.
O Pae da Criança (DDP1532), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo
Teatro Fernandez, em 1934. Barao da Cutia (DDP0365), drama, arranjo de
Mazzaroppi, o qual foi solicitado à censura pelo Pavilhão Teatro Mazzaropi, em 1943.
Morreu o Lulu (DDP), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin,
em 1934. Amor e Ódio (DDP1708), drama, o qual foi solicitado à censura pelo
American Circus Zoologic, em 1934; pelo Pavilhão Teatro Henriqueta, em 1934; e por
mais 8 (oito) circos teatros entre 1946 e 1961.
José Pires da Costa, pseudônimo Pires Pai ( , - , ) escreveu peças para o circoteatro. No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 14 (quatorze) textos de sua autoria:
Macumba (DDP0448), comédia, a qual foi solicitada à censura por 4 (quatro) circosteatros entre 1944 e 1957. Nos Degraus da Fortuna (0986), drama, o qual foi solicitado
à censura pelo Circo Teatro Sonna, em 1929. O Governador (DDP1440), comédia, a
qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Íris, em 1934. Sonhos (DDP1016) ou
(DDP2899), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Íris, em 1934; e
pelo Pavilhão Teatro Bortoli , em 1944. O Paralítico (DDP2338), drama, o qual foi
solicitado à censura pelo Circo Teatro Lucy, em 1946; e por mais 3 (três) circos-teatros,
entre 1047 e 1959. Junho em Festa (DDP2797), burleta, a qual foi solicitada à censura
pelo Circo Teatro Piolin, em 1949. Uma Esposa Alugada (DDP2799), comédia, a qual
foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1949. Jesus de Nazareth - Rei dos
Judeus (DDP2891), drama sacro, o qual foi solicitado à censura pelo Pavilhão Teatro
Marabá, em 1949. Uma Mulher e Duas Vidas (DDP2893) ou (DDP3072), melodrama, o
qual foi solicitado à censura pelo Pavilhão Teatro Marabá, em 1949. Farrapo
(DDP2895), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Pavilhão Teatro Marabá, em
1949. Meu Destino é Pecar (DDP2910), adaptado do romance de Suzana Flag
(pseudônimo de Nelson Rodrigues), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Pavilhão
140
Teatro Marabá, em 1949. O Governador das Loucas (DDP2954), comédia, , a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1950.
Italianinha (DDP3265),
comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1952 e em 1957.
Simplicio, O Macumbeiro(DDP3514), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo
Circo Teatro Moderno, em 1953.
José Wanderley ( , - , ) escreveu peças para o teatro e para o circo-teatro. No
Arquivo Miroel Silveira encontram-se 3 (nove) textos de sua autoria e 6 (seis) em
parceria: Compra-Se Um Marido (DDP0229), comédia, a qual foi solicitada à censura
por 11 (onze) circos-teatros, entre 1943 a 1951. Era Uma Vez Um Vagabundo
(DDP0245), comédia, escrita em parceria com Daniel Rocha, a qual foi solicitada à
censura por 04 (quatro) circos-teatros, entre 1943 e 1947. Pertinho do Ceu (DDP0314),
comédia, escrita em parceria com Mario Lago, a qual foi solicitada à censura por 14
(quatorze) circos-teatros, entre 1943 e 1954. Amo Todas As Mulheres (DDP0408),
comédia, escrita em parceria com Daniel Rocha, a qual foi solicitada à censura por 2
(dois) circos-teatros, entre 1946 e 1947. Beijo que era Meu (DDP2384), comédia, a qual
foi solicitada à censura por 2 (dois) circos-teatros, entre 1948 e 1949. A Vida Brigou
Comigo (DDP2468), comédia, a qual escrita em parceria com Daniel Rocha, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Léa, em 1949. Tudo Por Voce (DDP2696),
comédia, a qual escrita em parceria com Mario Lago, a qual foi solicitada à censura por
3 (três) circos-teatros, entre 1948 e 1951. Uma Vez Na Vida (DDP3202), comédia, a
qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1951. O Casca Grossa
(DDP2709), comédia, escrita em parceria com Daniel Rocha, a qual foi solicitada à
censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1948.
Luiz Macedo ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro. No Arquivo Miroel
Silveira encontram-se 12 (doze) textos de sua autoria e 1 (um) em parceria: A Flor do
Ypê (DDP0329), comédia, a qual foi solicitada à censura por 5 (cinco) circos-teatros,
entre 1943 e 1945. Eh!...Sao Paulo (DDP0403), comédia, a qual foi solicitada à censura
pelo Circo Teatro Piolin, em 1943. Titan (DDP0440), comédia, a qual foi solicitada à
censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1944. Aventuras de Titan (DDP0489), comédia, a
qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1944. O Extranho Dr Mawel
(DDP0466), comédia, a qual foi solicitada à censura por 3 (três) circos-teatros, entre
1944 e 1945. O Tio De Seu Oscar (DDP0421), comédia, a qual foi solicitada à censura
141
pelo Circo Teatro Piolin, em 1944. Piolin... Um Homem Errado (DDP1026), comédia, a
qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1944. O Fantasma Voador
(DDP1051), drama, o qual foi solicitado à censura por 4 (quatro) circos-teatros, entre
1944 e 1945. Cara Dum, Focinho do Outro (DDP1062), comédia, a qual foi solicitada
à censura pelo Circo Teatro Irmãos Robatini, em 1945. Titan, Amigo da Liberdade
Numero 1 (DDP1283), aventura, a qual foi solicitada à censura por 4 (quatro) circosteatros, entre 1944 e 1947. Titan, O Amigo da Liberdade N. 2 (DDP1300), comédia, a
qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1945. Lagrimas de Mãe
(DDP1414), drama, o qual foi solicitado à censura por 9 (nove) circos-teatros, entre
1945
e 1949. Ladrao de Bagdá (DDP0022), comédia, escrita em parceria com
Abelardo Pinto (Piolin), a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em
1947.
Manoel Proença de Oliveira Filho, pseudônimo Proincinha ( , - , ) escreveu
peças para o circo-teatro. No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 5 (cinco) textos de
sua autoria e 4 (quatro) textos em 3 (três) parcerias e 1 (um) adaptação: O Sorriso do
Bandeira (DDP0496), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin,
em 1944. Telefone Particular (DDP1274), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo
Circo Teatro Piolin, em 1944. O Sorriso do Arrelia (DDP2113), comédia, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Seyssel, em 1946. O Aranha Negra Contra O
Escorpião (DDP2456), drama, o qual foi solicitado à censura por 3 (três) circos-teatros,
entre 1947 e 1949. O Maníaco (DDP2489), comédia, adaptação da obra de Moliére, a
qual foi solicitada à censura por 5 (cinco) circos-teatros, entre 1947 e 1948. O Biriga
Chegou de Viagem (DDP2609), revista, escrita em parceria com J.Spina, a qual foi
solicitada à censura por 8 (oito) circos-teatros, em 1948. Era Seu Destino (DDP2625),
drama, escrito em parceria com J. Spina, a qual foi solicitada à censura por 4 (quatro)
circos-teatros, em 1948. Uma Empregada Do Barulho (DDP3242), comédia, escrita em
parceria com Alberto Carvalho, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin,
em 1951. Isto Me Faz Um Bem (DDP3482), revista circense, a qual foi solicitada à
censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1953. Santo... So No Nome (DDP3539), comédia
escrita em parceria com Isaias Carlos, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Piolin, em 1953.
142
Marieta Macário Navet ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro. No Arquivo
Miroel Silveira encontram-se 3 (três) textos de sua autoria: Má Estrela (DDP3244),
drama sertanejo, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Umuarama, em 1961.
O Vingativo (DDP3259), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro
Umuarama, em 1951. Flor da Paixão (DDP3871), drama, o qual foi solicitado à censura
pelo Circo Teatro Umuarama, em 1954.
Martinho Cardoso ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro. No Arquivo Miroel
Silveira encontram-se 8 (oito) textos de sua autoria: Frankenstein e o Lobisomem
(DDP0096), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Prata, em
1947. Pedro e Manolita (DDP0341), melodrama, o qual foi solicitado à censura pelo
Viana Pavilhão, em 1943, e pelo Circo Teatro Irmãos Prata, em 1947. Liberdade Inútil
(DDP0838), drama, o qual foi solicitado à censura por 8 (oito) circos-teatros, entre 1944
e 1948. O Corcunda de Notre Dame (DDP1025), drama, o qual foi solicitado à censura
pelo Circo Teatro Irmãos Prata, em 1944. Frankenstein (DDP0081), comédia, com
arranjo para circo de Júlio Ozon e Alcibíades Pereira, a qual foi solicitada à censura
pelo Circo Teatro Alcibíades, em 1942 e 1947; e pelo Circo Teatro Nova York, em
1946. A Divina Comedia Da Lavoura (DDP2466), fantasia teatral, em 1 ato, 2 quadros e
1 apoteose, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Prata, em 1947.
Vida de Circo (DDP2467), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Irmãos Prata, em 1947. Sempre Em Meu Coração (DDP2750), drama, o qual foi
solicitado à censura pelo Circo Teatro Universal, em 1949.
A obra O Corcunda de Notre Dame não aparece como adaptação, e Frankestein
aparece como arranjo para circo de Júlio Ozon e Alcibiades Pereira.
Miguel Santos ( , _ , ), escreveu peças para teatro e para circo-teatro. No Arquivo
Miroel Silveira encontram-se 5 (cinco) textos de sua autoria: Nao Me Contes Esse
Pedaço (DDP0204), comédia, a qual foi solicitada à censura por 13 (treze) circosteatros, entre 1943 e 1949. Priminho do Coracao (DDP0480), comédia, em parceria
com Luiz Iglesias, a qual foi solicitada à censura por (dois) circos-teatros, em 1947.
Hotel dos Amores (DDP1036), comédia, a qual foi solicitada à censura por 9 (nove)
circos-teatros, entre 1944 e 1951.
143
Aluga-se esta Casa (DDP1306), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo
Teatro Piolin, em 1948. O Querido Das Mulheres (DDP2005), comédia, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1946.
Nadyr Bertevello, pseudônimo Bob Júnior ( , - , ) escreveu peças para o circoteatro. No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 2 (dois) textos de sua autoria: Pensao
das Viúvas (DDP3019), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Piolin, em 1950. Paixao Sertaneja (DDP3047), comédia, a qual foi solicitada à censura
pelo Circo Teatro Piolin, em 1950.
Nair Bevedê ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro. No Arquivo Miroel
Silveira encontram-se 7 (sete) textos de sua autoria: Vae a Olho (DDP2756), revista, a
qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1949. Eu Sou de Briga
(DDP2786), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1949.
Os Piores Dias de Minha Vida (DDP2863), comédia, a qual foi solicitada à censura
pelo Circo Teatro Piolin, em 1949. Para Mim Chega (DDP2896), comédia, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1949. Parabéns a Piolin (DDP2933),
revista, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1950. Nao Tem
Nada e Esta Prosa! (DDP2922), revista circense, a qual foi solicitada à censura pelo
Circo Teatro Piolin, em 1950. A Caixinha do Piolin (DDP3006), revista, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1950.
Nicolau Teixeira ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro. No Arquivo Miroel
Silveira encontra-se 1 (um) texto de sua autoria: O Casamento do Arrelia (DDP0043),
comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Irmãos Seyssel, em 1942.
Olindo Dias Corleto ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro. No Arquivo
Miroel Silveira encontram-se 19 (dezenove) textos de sua autoria, e 1 (um) em parceria:
Meu Marido e Você (DDP0167), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo
Teatro Chororó, em 1947 e por mais 5 (cinco) circos-teatros, entre 1947 e 1961. A
Canção de Bernadete (DDP1395), drama religioso, o qual foi solicitado à censura pelo
Pavilhão François, em 1945 e por mais 27 (vinte e sete) circos-teatros, entre 1945 e
1962. Pão sem Fila (DDP2140), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo
Teatro Piolin, em 1946 e pelo Pavilhão Maringá, em 1947. Que Rei Sou
144
Eu?(DDP2322), comédia musicada, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Piolin, em 1946 e mais 7 (sete) circos-teatros entre 1946 e 1948. O Fantasma
Desconhecido (DDP2324), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Piolin, em 1946; e pelo Circo teatro Léa, em 1948. Guerra Aos Tubarões (DDP2386),
peça crítica atual musicada, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em
1946; e pelo Circo Teatro Umuarama, em 1947. A Canção Do Carreiro(DDP2485),
burleta sertaneja, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos Mello,
em 1947. Sansão e Dalila (DDP3132), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo
Teatro Universo, em 1951. Madalena, A Virgem Apedrejada (DDP4222), drama, o qual
foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1956. Esta Noite Te Matarei
(DDP4224), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Oito Irmãos
Mello, em 1956. A Silvana Papa Tudo (DDP4227), comédia, a qual foi solicitada à
censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1956. O Crediario Abre As Vinte (DDP4229),
comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1956. Eu Sou
Francisco e Você?(DDP4234), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo
Teatro Piolin, em 1956. Festa Junina no Arraial do Piolin (DDP4240), comédia
sertaneja, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1956. A Sorte De
São Pedro (DDP4247), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Piolin, em 1956. Quando Morre Uma Ilusão (DDP4256), drama, o qual foi solicitado à
censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1956. Vai Graxa Doutor (DDP4283), disparates
cômicos, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1956. A Casa Das
Viúvas (DDP4309), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin,
em 1956. No Pais do Papa Fila (DDP4310), fantasia musical, a qual foi solicitada à
censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1956. Vai com Jeito (DDP4485), teatro de revista,
em parceria com Oliveira Filho e João da Motta Mercier, a qual foi solicitada à censura
pelo Teatro Santana, em 1957.
A peça Canção de Bernadete está registrada como sendo de sua autoria.
Oliveira Lima, pseudônimo Popay ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro. No
Arquivo Miroel Silveira encontram-se 7 (sete) textos de sua autoria, e 1 (um) em
parceria: Domador de Onça (DDP1074), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo
Circo Teatro Irmãos Orlandino, em 1944; e pelo Circo Teatro Pitanga, em 1951.
Bonifacio entra pra Liga (DDP0916), comédia, a qual foi solicitada à censura pela
Companhia de Disparates Cômicos, em 1938; e por 3 (três) circos-teatros entre 1944 e
145
1948.; e por 2 (dois) circos-teatros entre 1944 e 1945. Homem que Fazia Milagres
(DDP1366), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1945.
O Homem de Vidro (DDP1662), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo
Teatro Piolin, em 1946; e pelo Circo Teatro Umuarama, em 1947. Paz Armada
(DDP2004), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1946;
Os Sinos da Minha Terra (DDP2307), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo
Circo Teatro Piolin, em 1946; A Mulher das Padarias (DDP3240), farsa, a qual foi
solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1951; Faustino, Corre Aqui Depressa
(DDP0917), disparate cômico, escrita em parceria com Tom Bill, a qual foi solicitada à
censura pela Companhia de Disparates Cômicos, em 1937.
Osmar Alves, pseudônimo Mocotó ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro. No
Arquivo Miroel Silveira encontram-se 4 (quatro) textos de sua autoria: Aconteceu em
Noites de Natal (DDP0053), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro
Sudan, em 1947. Dilúvio (DDP0152), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo
Teatro Sudan, em 1947. Casamento Fictício (DDP0219), comédia, a qual foi solicitada
à censura pelo Circo Teatro Sudan, em 1947. O Juramento Falso (DDP0328), drama, o
qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Sudan, em 1947.
Osmar Pereira ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro. No Arquivo Miroel
Silveira encontram-se 1 (um) texto de sua autoria, e 1 (um) em parceria: O Segredo do
Mordomo (DDP3121), alta comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Piolin, em 1951. Um Fantasma em Minha Vida (DDP3149), comédia, em parceria com
Júlio Moreno, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1951.
Osorio Portilho Santos ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro. No Arquivo
Miroel Silveira encontram-se 4 (quatro) textos de sua autoria: Padre da Aldeia
(DDP2835), drama sacro, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Castels, em
1949. A Filha de Ninguém (DDP2836), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo
Teatro Castels, em 1949. Paula e Paula (DDP2838), comédia, a qual foi solicitada à
censura pelo Circo Teatro Castels,1949. O Filho da Pátria (DDP2839), drama
patriótico, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Castels, em 1949.
146
Oswaldo Teixeira de Almeida, pseudônimo Almeidinha ( , - , ) escreveu peças
para o circo-teatro. No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 7 (sete) textos de sua
autoria, e 1 (um) em parceria: Anastacio Chegou de Viagem (DDP2453), comédia, a
qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1947. Farrapo Humano
(DDP2553) ou (DDP3027), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro
Piolin, em 1948 e 1950; e pelo Circo Teatro Universo, em 1948. Isto é Sao Paulo
(DDP3040), revista, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1950.
No Mundo Do Baião (DDP3061), revista, a qual foi solicitada à censura pelo Circo
Teatro Piolin, em 1950. O Pandeiro da Italiana (DDP3074), revista carnavalesca, a
qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1951. Depois da Farra, Errei,
Sim (DDP3075), revista, em parceria com Vicente Marchelli, a qual foi solicitada à
censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1951. Aviso Aos Farsantes (DDP3083), comédia,
a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1951. O Circo Vem Aí
(DDP3096), revista, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1951.
Otílio Alves de Lima, pseudônimo O Cotoco ( , - , ) escreveu peças para o circoteatro. No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 6 (seis) textos de sua autoria: O Nono
Mandamento (DDP0275), drama, o qual foi solicitado à censura por 3 (três) circosteatros entre 1943 e 1946. Até Nisso Sou Pesado (DDP0321), comédia relâmpago, a
qual foi solicitada à censura por 3 (três) circos-teatros entre 1943 e 1952. Noivo Aqui E
Mato (DDP0426), comédia, a qual foi solicitada à censura por 3 (três) circos-teatros em
1944. Alma de Palhaço CDDP1057), drama circense, o qual foi solicitado à censura
Pelo Circo teatro Oito Irmãos Mello, em 1944; e pelo Circo Teatro Muruarama, em
1954. O Mascara Negra (DDP1061), drama-farwest, o qual foi solicitado à censura
Pelo Circo teatro Oito Irmãos Mello, em 1944. Um Soldadinho De Papel (DDP2704),
drama político, o qual foi solicitado à censura Pelo Circo teatro Oito Irmãos Mello, em
1948.
Paulo Ceraso, pseudônimo Paulo Cerejeira ( , - , ) escreveu peças para o circoteatro. No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 2 (dois) textos de sua autoria: No
Reino da Felicidade ou Uma Pensão no Marape (DDP2490) ou (DDP2493), comédia, a
qual foi solicitada à censura por 6 (seis) circos-teatros entre 1947 e 1948. Um Cientista
Diabólico (DDP5030), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Cerejeira, em 1961.
147
Pedro João Spina ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro. No Arquivo Miroel
Silveira encontram-se (5) textos de sua autoria, e 7 (sete) em parceria: Ela e Deus
(DDP1398), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Orlandino, em
1945; e pelo Circo Teatro Ipiranga, em 1947. Pingo D'agua (DDP1580), drama, o qual
foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Umuarama, em 1945; e pelo Circo-Teatro
Ipiranga, em 1947. Mulher Que Perdeu A Alma (DDP1615), drama, o qual foi solicitado
à censura pelo Circo Teatro Umuarama, em 1945; e pelo Circo-Teatro Radar, em 1950.
O Manto De Cristo (DDP2347), drama-sacro, o qual foi solicitado à censura pelo Circo
Teatro Moderno, em 1948. Cingo, O Monstro da Palestina (DDP2648), drama, o qual
foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Ipiranga, em 1948. O Biriga Chegou de
Viagem (DDP2609), revista, escrita em parceria com Manoel Proença de Oliveira Filho,
a qual foi solicitada à censura por 8 (oito) circos-teatros, em 1948. Era Seu Destino
(DDP2625), drama, escrito em parceria com Manoel Proença de Oliveira Filho, a qual
foi solicitada à censura por 4 (quatro) circos-teatros, em 1948. O Besouro da Meia Noite
(DDP0085), comédia, em parceria com F. Rubens Mira, a qual foi solicitada à censura
por 8 (oito) circos-teatros, entre 1947 e 1961. Oba Homem Não (DDP2565), comédia,
em parceria com F. Rubens Mira, a qual foi solicitada à censura por 6 (seis) circosteatros, entre 1948 e 1961. Casei-me com um Defunto (DDP3135), comédia,em parceria
com Renato Proença, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Rivani, em 1951.
A Viuva da Sanfona (DDP3465), comédia, em parceria com José Sotelo, a qual foi
solicitada pelo Circo Teatro Piolin, em 1953. A Morte em Nupcias... (DDP4102),
comédia, em parceria com F Rubens Mira, a qual foi solicitada à censura pelo Circo
Teatro Atlântico, em 1955 e em 1961.
Rogério de Lima Câmara ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro. No Arquivo
Miroel Silveira encontram-se 4 (quatro) textos de sua autoria: Marcada pelo Destino
(DDP2319), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Irmãos Bocute, em
1946; e pelo Circo Teatro Liendo, em 1956. Sururu em Família (DDP2464), comédia, a
qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1947. Mãe é Sempre Mãe
(DDP2780), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo teatro Irmãos Mello, em
1949; e pelo Circo Teatro Piolin, em 1949. O Trovador do Far-West (DDP2486),
comédia, em parceria com J.Fernandes, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro
Piolin, em 1947.
148
Rubens Carvalho e Souza ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro. No Arquivo
Miroel Silveira encontram-se 2 (dois) textos de sua autoria: A Marqueza Do Pif-Paf
(DDP1399), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1945.
Os Cruzeiros Da Madame (DDP1461), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo
Circo Teatro Piolin, em 1945.
Silvio Urbano, pseudônimo Fon-Fon ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro.
No Arquivo Miroel Silveira encontram-se 2 (dois) textos de sua autoria: Um Casal Da
Pontinha (DDP3141), comédia, a qual foi solicitada à censura por 4 (quatro) circosteatros, entre 1951 e 1953. Isso é Bom! (DDP3558), comédia, a qual foi solicitada à
censura por 4 (quatro) circos-teatros, em 1953.
Walter Jr ( , - , ) escreveu peças para o circo-teatro. No Arquivo Miroel Silveira
encontram-se 5 (cinco) textos de sua autoria: O Castelo Das Almas Condenadas
(DDP0240), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Circo Teatro Arethuzza, em
1947. Jane Eyre (DDP1396), drama, o qual foi solicitado à censura pelo Pavilhão
François, em 1945. Quando o Coração Esquece (DDP2499), drama, o qual foi
solicitado à censura pelo Circo Teatro Arethuzza, em 1947. Golpe Errado (DDP3475),
comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin, em 1953. Pula A
Fogueira (DDP3513), comédia, a qual foi solicitada à censura pelo Circo Teatro Piolin,
em 1953.
5.2 Autores e Peças
5.2.1 Autores com Produção do Maior Número de Peças
Ao analisar a lista dos 348 autores e suas respectivas produções artísticas, através
da escritura de textos teatrais, observa-se que quantitativamente o autor que mais
produziu para o circo-teatro paulista, no período de 1928 e 1968, cujas peças se
encontram no Arquivo Miroel Silveira, foi Abelardo Galdino Pinto, o palhaço Piolin,
com um total de 96 peças teatrais, sendo que 87 peças foram escritas, este como único
autor; e 9 peças, em parceria com outros autores:
Número de Peças: 87 peças (único autor) –
Tipos de Peças ( único autor):
Comédia: 68 comédias
Comédia - Drama: 1
149
Far West: 1
Drama: 5
Drama Sacro: 1
Revista: 4
Revista Carnavalesca: 1
Chanchada: 2
Comédia Regional: 3
Comédia Musical: 1
Parcerias:
Abelardo Pinto e Rogério de Lima Câmara : 2 peças ( 1 comédia e 1 comédia policial )
Aberlardo Pinto Piolin e Aylor Pinto: 1 peça ( 1 revista circense)
Abelardo Pinto e Nair Pinto: 1 peça (1 revista )
Abelardo Pinto Piolin e Oswaldo de Almeida, o Almeidinha:1 peça ( 1 comédia-drama)
Abelardo Pinto Piolin e José Ângelo: 4 peças (4 comédias)
Número de Peças: 9 peças
Total: 96 peças
Período de Apresentação: 3 obras de 1933 e 1934. A maior parte vai de 1942 a 1956
Locais de Apresentação: Maior parte no Circo Teatro Piolin
Observa-se que a maior parte da produção dramatúrgica é de comédias. Das 96
peças, 79 são comédias, ou seja, aproximadamente 82% de comédias.
O segundo autor foi Waldemar Seyssel, o palhaço Arrelia, com uma produção de
36 peças:
Número de Peças: 32 peças (único autor) – Tipos de Peças:
Farsa: 1
Comédias: 21
Imitação: 1
Drama heróico: 1
Revista carnavalesca: 1
Revistas: 6
Esquete cômico: 1
Parceria: Júlio Moreno e Waldemar Seyssel (4 comédias).Total: 36 peças.
Período de Apresentação: 1942 a 1952. Locais de Apresentação: Vários Circos
Teatros.
Observa-se que a maior parte da produção dramatúrgica é de comédias. Das 36
peças, 25 são comédias, ou seja, aproximadamente 69% de comédias.
O terceiro autor foi o Gil Miranda, pseudônimo Julio Moreno, com uma
produção de 31 peças para circo teatro:
Número de Peças: 10 peças (único autor) – Tipos de Peças: ( 9 comédias e 1 sainete ).
Parcerias:
Gil Miranda e Augusto Peres Filho - Número de Peças: 11 peças. Tipos de Peças:
( 1sainete,1 burleta,1 comédia sentimental,1 comédia regional,7 comédias).
Gil Miranda e Francisco Gomes: (2 comédias).
150
Gil Miranda e Oliveira Filho: (1 comédia e 1 tragédia).
Gil Miranda e Adail Vianna (4 comédias).
Gil Miranda e Abelardo Pinto: (1 revista).
Gil Miranda e A D'Ângelo: (1 comédia). Total: 31 peças.
Período de Apresentação: 1944 a 1961. Locais de Apresentação: Vários Circos
Teatros.
Observa-se que a maior parte da produção dramatúrgica é de comédias. Das 31
peças, 26 são comédias, ou seja, aproximadamente 84% de comédias.
O quarto autor foi Agenor Gomes, pseudônimo Paraguaté, com uma produção de
23 textos para circo-teatro:
Número de Peças: 23 peças (único autor) – Tipos de Peças:
Comédia: 6
Drama: 7
Comédia satírica: 2
Peça regional: 1
Drama de Aventuras: 1
Comédia charge política – 2
Tragicomédia – 1
Dramalhão: 1
Drama Patriótico – 1
Disparate cômico – 1
Parcerias: Agenor Gomes e Oliveira Filho: (1drama). Total: 23 peças
Período de Apresentação: 1942 a 1960 Locais de Apresentação: vários circos-teatros
Observa-se que a produção dramatúrgica é de dramas e comédias. Das 23 peças,
11 são dramas, ou seja, aproximadamente 48% de dramas; e 10 são comédias,
aproximadamente 43% de comédias.
O quinto autor foi Olindo Dias Corleto, com uma produção dramatúrgica de 20
peças para circo-teatro:
Número de Peças: 20 peças (único autor) – Tipos de Peças:
4 dramas,
8 comédias,
1 comédia musicada,
1 peça crítica atualizada,
1 burleta sertaneja,
2 revistas,
1 comédia sertaneja,
1disparate cômico,
1 fantasia musical.
Total: 20 peças
Período de Apresentação: 1945 a 1962. Locais de Apresentação: Vários Circos
Teatros.
151
Observa-se que metade da produção dramatúrgica é de comédias. Das 20 peças,
10 são comédias, ou seja, aproximadamente 50% de comédias.
O sexto autor, Augusto Alvaro Perez Filho, artista circense, produziu 18 peças
para circo-teatro:
Número de Peças: 2 peças (único autor) – Tipos de Peças: (1 drama, 3 comédias e 1
comédia musical)
Parcerias:
Álvaro Peres Filho e Marina Peres . Número de Peças: 2 peças (1 drama e 1
comédia).
Álvaro Peres Filho e Gil Miranda. Número de Peças: 11 peças ( 7 comédias, 1 burleta
regional, 3 sainetes, 1 comédia sertaneja). Total: 18 peças.
Observa-se que a maior parte da produção dramatúrgica é de comédias. Das 18
peças, 13 são comédias, ou seja, aproximadamente 72% de comédias.
O sétimo autor foi Paulo de Magalhães com uma produção dramatúrgica de 17
peças teatrais:
Número de Peças: 17 peças (único autor) – Tipos de Peças: (17 comédias). Total: 17
peças.
Período de Apresentação: 1930 a 1962. Locais de Apresentação: Vários Circos
Teatros.
Observa-se que toda a produção dramatúrgica deste autor é de comédias. Das 17
peças, 100% são comédias.
O autor Henrique Marques Fernandes escreveu 16 peças para circo-teatro:
Número de Peças: 16 peças (único autor) – Tipos de Peças:
13 comédias,
1 revista,
1 comédia sertaneja,
1 chanchada.
Total: 16 peças.
Período de Apresentação: 1935 e 1961. Locais de Apresentação: Vários Circos
teatros.
Observa-se que a maior parte da produção dramatúrgica é de comédias. Das 16
peças, 14 são comédias, ou seja, aproximadamente 85% de comédias.
O autor José Pires da Costa escreveu 14 peças para circo-teatro:
Número de Peças: 13 peças (único autor) – Tipos de Peças:
3 dramas,
6 comédias,
2 melodramas,
1 burleta,
152
1 drama sacro.
1 drama(adaptação)
Total: 14 peças.
Período de Apresentação: 1929 a 1957. Locais de Apresentação: Vários Circos
teatros.
Observa-se que a produção dramatúrgica é de dramas e comédias. Das 14 peças, 5
são dramas, ou seja, aproximadamente 36% de dramas; e 6 são comédias,
aproximadamente 42% de comédias.
A autora Iris Avanzi Moya da Silva, artista circense, produziu 14 peças para
circo-teatro:
Número de Peças: 14 peças (único autor) – Tipos de Peças: (12 dramas e 2
comédias). Total: 14 peças.
Período de Apresentação: 1948 e 1962. Locais de Apresentação: Vários Circos Teatros.
Observa-se que a maior parte da produção dramatúrgica é de dramas. Das 14
peças, 12 são dramas, ou seja, aproximadamente 86% de dramas.
O autor Luiz Macedo, escreveu 13 peças para o circo-teatro:
Número de Peças: 12 peças (único autor) – Tipos de Peças: (9 comédias, 2 dramas, 1
Aventura).
Parceria: Luis Macedo e Abelardo Pinto (1 comédia).Total: 13 peças.
Período de Apresentação: 1943 a 1953. Locais de Apresentação: Vários Circos
Teatros.
Observa-se que a maior parte da produção dramatúrgica é de comédias. Das 13
peças, 10 são comédias, ou seja, aproximadamente 77% de comédias.
Os autores Ferreira Neto, Gastão Tojeiro, Pedro João Spina e Oscar Cardona
(artista circense), escreveram 12 peças, cada um, para o circo-teatro:
Ferreira Neto:
Número de Peças: 9 peças (único autor) – Tipos de Peças: ( 1 revista, 1 alta comédia,
1 comédia satírica, 1 farsa, 1 comédia infantil, 2 comédias, 2 dramas).
Parcerias:
Ferreira Neto e Jarbas Rohewedder - Número de Peças: 2 peças. Tipos de Peças: ( 2
comédias).
Ferreira Neto e Durval Antunes - Número de Peças: 1 peça. Tipos de Peças: ( 1
drama social ). Total: 12 peças.
Período de Apresentação: 1946 a 1963. Locais de Apresentação: Vários Circos
Teatros.
153
Observa-se que a maior parte da produção dramatúrgica é de comédias. Das 12
peças, 7 são comédias, ou seja, aproximadamente 59% de comédias.
Gastão Tojeiro:
Número de Peças: 12 peças (único autor) – Tipos de Peças: ( 1 drama, 9 comédias, 1
farsa, 1 comédia ligeira, ). Total: 12 peças.
Período de Apresentação: 1928 e 1966. Locais de Apresentação: Vários Circos
Teatros .
Observa-se que a maior parte da produção dramatúrgica é de comédias. Das 12
peças, 10 são comédias, ou seja, aproximadamente 84% de comédias.
Oscar Cardona:
Número de Peças: 12 peças (único autor) – Tipos de Peças: (1 drama, 2 disparates
cômicos, 9 comédias)). Total: 12 peças.
Período de Apresentação: 1960. Locais de Apresentação: Vários Circos Teatros.
Observa-se que a maior parte da produção dramatúrgica é de comédias. Das 12
peças, 9 são comédias, ou seja, aproximadamente 84% de comédias.
Pedro João Spina:
Número de Peças: 5 peças (único autor) – Tipos de Peças: (4 dramas, 1 drama sacro).
Parcerias:
J Spina e F Rubens Mira (3 comédias).
Pedro João Spina e Renato Proença(1 comédia).
Pedro J Spina e José Sotelo (1 comédia).
Manoel Proença de Oliveira Filho ( 1 revista, 1 drama).Total: 12 peças.
Período de Apresentação: 1943 a 1952. Locais de Apresentação: Vários Circos
Teatros.
Observa-se que metade da produção dramatúrgica é de dramas. Das 12 peças, 6
são dramas, ou seja, 50% são dramas.
O autor Armando Gonzaga escreveu 11 peças para o teatro:
Número de Peças: 11peças (único autor) – Tipos de Peças: ( 11 comédias). Total: 11
peças.
Período de Apresentação: 1934 a 1965. Locais de Apresentação: Vários Circos
Teatros.
Observa-se que toda a produção dramatúrgica deste autor é de comédias. Das 11
peças, 100% são comédias.
154
Os autores Luiz Iglesias, Manoel Proença de Oliveira Filho escreveram 10 peças, cada
um, para o teatro:
Luiz Iglesias:
Número de Peças: 10 peças (único autor) – Tipos de Peças: (7 comédias, 2 Burletas, 1
Comédia Musical). Total: 10 peças.
Período de Apresentação: 1933 a 1962. Locais de Apresentação: Vários Circos
Teatros.
Observa-se que a maior parte da produção dramatúrgica é de comédias. Das 10
peças, 8 são comédias, ou seja, aproximadamente 80% de comédias.
Manoel Proença de Oliveira Filho:
Número de Peças: 5 peças (único autor) – Tipos de Peças: (1 drama, 3 comédias, 1
revista circense). 1 adaptação (1 comédia: O Maníaco de Molière).
Parcerias:
Oliveira Filho e J Spina (1 drama, 1 revista);
Oliveira Filho e Alberto Carvalho (1 comédia);
Oliveira Filho e Isaias Carlos (1 comédia). Total: 10 peças.
Período de Apresentação: 1944 a 1953. Locais de Apresentação: Vários Circos
Teatros.
Observa-se que a maior parte da produção dramatúrgica é de comédias. Das 10
peças, 6 são comédias, ou seja, aproximadamente 60% de comédias.
Os autores José Baptista Gouveia e José Wanderley escreveram cada um, 9 peças
teatrais:
José Baptista Gouveia:
Número de Peças: 9 peças (único autor) – Tipos de Peças: (5 dramas, 4 comédias).
Total: 9 peças.
Período de Apresentação: 1951. Locais de Apresentação: Circo Teatro Umuarama.
Observa-se que a maior parte da produção dramatúrgica é de dramas. Das 9 peças,
5 são dramas, ou seja, aproximadamente 56% de dramas.
José Wanderley:
Número de Peças: 2 peças (único autor) – Tipos de Peças: (2 comédias).
Parcerias:
José Wanderley e Daniel Rocha - Número de Peças: 4 peças. Tipos de Peças: ( 4
comédias).
José Wanderley e Mário Lago - Número de Peças: 3 peças. Tipos de Peças: ( 3
comédias). Total: 9 peças.
Período de Apresentação: 1933 a 1964 . Locais de Apresentação: Vários Circos
Teatros.
Observa-se que toda a produção dramatúrgica deste autor é de comédias. Das 9
peças, 100% são comédias.
155
Os autores José Vieira Pontes; Domingos Bocute, pseudônimo Pasta Chuta;
Joracy Camargo; Hilário de Almeida; J.M.Dias Guimarães; Oliveira Lima, pseudônimo
Popay; Martinho Cardoso e Oswaldo Teixeira de Almeida (Almeidinha), escreveram 8
peças teatrais, cada um, para o circo-teatro:
José Vieira Pontes:
Número de Peças: 8 peças (único autor) – Tipos de Peças: (4 dramas e 4 comédias).
Total: 8 peças.
Período de Apresentação: 1931 a 1959. Locais de Apresentação: Vários Circos
Teatros.
Observa-se que metade da produção dramatúrgica é de dramas, e metade de
comédias. Das 8 peças, 4 são dramas e 4 são comédias ou seja, 50% de dramas e 50%
de comédias.
Domingos Bocute (pseud.Pasta Chuta)
Número de Peças: 1 peça (único autor) – Tipos de Peças: (1 alta comédia regional ).
Parcerias:
Pasta Chuta e Arlindo Alves (2 dramas, 1 comédia chanchada).
Pasta Chuta e Horacio Mello (pseud.Pula-Pula) (2 dramas, 2 comédias). Total de
Peças: 8 peças
Período de Apresentação: 1949. Locais de Apresentação: Vários Circos Teatros.
Observa-se que metade da produção dramatúrgica é de dramas, e metade de
comédias. Das 8 peças, 4 são dramas e 4 são comédias ou seja, 50% de dramas e 50%
de comédias.
Joracy Camargo
Número de Peças: 8 peças (único autor) – Tipos de Peças: (3 dramas, 5 comédias).
Total: 8 peças.
Período de Apresentação: 1936 a 1966. Locais de Apresentação: Vários Circos
Teatros.
Observa-se que a maior parte da produção dramatúrgica é de comédias. Das 8
peças, 5 são comédias, ou seja, aproximadamente 63% de comédias.
Hilário de Almeida
Número de Peças: 8 peças (único autor) – Tipos de Peças: (2 dramas bíblico, 1
revista, 1 comédia sertaneja, 1 burleta cômica,1 sainete, 2 comédias ). Total: 8 peças.
Período de Apresentação: 1938 e 1947. Locais de Apresentação: Pavilhão Politeama
François.
Observa-se que a produção dramatúrgica é variada entre comédias, dramas e
outros gêneros. Das 8 peças, 37% são comédias , 25% são drama e 38% são outros
gêneros.
156
J.M.Dias Guimarães (pseud. José Grillo)
Número de Peças: 8 peças (único autor) – Tipos de Peças: (4 dramas, 3 comédias, 1
drama ligeiro). Total: 8 peças.
Período de Apresentação: 1934 a 1961. Locais de Apresentação: Circo Teatro
Ipiranga.
Observa-se que metade da produção dramatúrgica é de dramas, e metade de
comédias. Das 8 peças, 4 são dramas e 4 são comédias ou seja, 50% de dramas e 50%
de comédias.
Oliveira Lima (pseud. Popay)
Número de Peças: 7 peças (único autor) – Tipos de Peças: (6 comédias, 1 farsa).
Parceria: Oliveira Lima e Tom Bill (1 farsa).Total: 8 peças.
Período de Apresentação: 1937 a 1951. Locais de Apresentação: Circo Teatro
Ipiranga.
Observa-se que a maior parte da produção dramatúrgica é de comédias. Das 8
peças, 6 são comédias, ou seja, aproximadamente 75% de comédias.
Martinho Cardoso
Número de Peças: 7 peças (único autor) – Tipos de Peças: (3 dramas, 3 comédias, 1
melodrama, 1 fantasia teatral). Total: 8 peças.
Período de Apresentação: 1942 a 1949. Locais de Apresentação: Vários Circos
Teatros.
Observa-se que a produção dramatúrgica é variada entre comédias, dramas e
outros gêneros. Das 8 peças, 38% são comédias , 38% são drama e 24% são outros
gêneros.
Oswaldo Teixeira de Almeida (Almeidinha)
Número de Peças: 8 peças (único autor) – Tipos de Peças: (1 drama, 2 comédia, 4
revistas, 1 revista carnavalesca). Total: 8 peças.
Período de Apresentação: 1947 a 1951. Locais de Apresentação: Vários Circos
Teatros.
Observa-se que a maior parte da produção dramatúrgica é de revistas. Das 8 peças,
5 são revistas, ou seja, aproximadamente 63% de revistas.
Os autores José Carlos Queirolo, pseudônimo Chicharrão; José Ângelo e Nair
Bevedê,
escreveram 7 peças, cada um, para o circo-teatro:
José Carlos Queirolo (pseud.Chicharrão)
Número de Peças: 7 peças (único autor) – Tipos de Peças: (1 drama cômico, 5
comédias, 1 sátira). Total: 7 peças.
Período de Apresentação: 1933 a 1952. Locais de Apresentação: Vários Circos
Teatros.
157
Observa-se que a maior parte da produção dramatúrgica é de comédias. Das 7
peças, 5 são comédias, ou seja, aproximadamente 72% de comédias.
José Ângelo
Número de Peças: 7 peças (único autor) – Tipos de Peças: (5 comédias, 1 revista, 1
comédia regional). Total: 7 peças.
Período de Apresentação: 1954. Locais de Apresentação: Circo Teatro Piolin.
Observa-se que a maior parte da produção dramatúrgica é de comédias. Das 7
peças, 6 são comédias, ou seja, aproximadamente 86% de comédias.
Nair Bevedê
Número de Peças: 7 peças (único autor) – Tipos de Peças: (3 revistas, 1 revista
circense, 3 comédias). Total: 7 peças.
Período de Apresentação: 1949 e 1950. Locais de Apresentação: Circo Teatro Piolin,
Observa-se que a maior parte da produção dramatúrgica é de revistas. Das 7 peças,
4 são revistas, ou seja, aproximadamente 57% de revistas.
Os autores Iracy Vianna, Jean Cocquelin, e Otílio Alves de Lima, pseudônimo Cotoco,
escreveram 6 peças, cada um, para o circo-teatro:
Iracy Vianna
Número de Peças: 5 peças (único autor) – Tipos de Peças: (2 dramas e 3 comédias).
Parcerias: Iracy Vianna e Mario Zan
- Número de Peças: 1 peça. Tipos de Peças: (1drama). Total: 6 peças.
Período de Apresentação: 1943 e 1951. Locais de Apresentação: Vários Circos
teatros.
Observa-se que metade da produção dramatúrgica é de dramas, e metade de
comédias. Das 6 peças, 3 são dramas e 3 são comédias ou seja, 50% de dramas e 50%
de comédias.
Jean Cocquelin
Número de Peças: 5 peças (único autor) – Tipos de Peças: (5 comédias). Total: 1
peça. Parcerias: Jean Cocquelin e Nino Nello.
- Número de Peças: 1 peça. Tipos de Peças: ( 1 sátira). Total: 6 peças.
Período de Apresentação: 1937 a 1948. Locais de Apresentação: Vários Circos
teatros.
Observa-se que quase toda a produção dramatúrgica é de comédias. Das 6 peças, 5
são comédias, ou seja, aproximadamente 84% são comédias.
158
Otílio Alves de Lima, (pseud.Cotoco)
Número de Peças: 6 peças (único autor) – Tipos de Peças: (1 drama, 1 comédia
relâmpago,1 far west,1 comédia, 1 drama circense, 1 drama político). Total: 6 peças.
Período de Apresentação: 1943 a 1952. Locais de Apresentação: Vários Circos
Teatros.
Observa-se que a produção dramatúrgica é variada entre comédias, dramas e
outros gêneros. Das 6 peças, 50% são dramas , 34% são comédias e 16% são outros
gêneros.
Os autores Harrys Queirolo (Julian Queirolo) e Chic Chic (Otelo Queirolo); e
Miguel Santos escreveram 5 peças, cada um, para o circo-teatro:
Harrys Queirolo(Julian Queirolo) e Chic Chic (Otelo Queirolo)
Número de Peças: 5 peças (dois autores) – Tipos de Peças: (5 comédias). Total: 5
peças.
Período de Apresentação: 1942 a 1948. Locais de Apresentação: Circo Teatro Irmãos
Queirolo.
Observa-se que toda a produção dramatúrgica deste autor é de comédias. Das 5
peças, 100% são comédias.
Miguel Santos
Número de Peças: 1 peça (único autor) – Tipos de Peças: (4 comédias).
Parceria: Miguel Santos e Luiz Iglesias (1 comédia) Total: 5 peças.
Período de Apresentação: 1930 a 1958. Locais de Apresentação: Vários Circos
Teatros.
Observa-se que toda a produção dramatúrgica deste autor é de comédias. Das 5
peças, 100% são comédias.
Nesta amostragem, considerando a produção quantitava de peças teatrais, tendo
como o número mínimo de 5 peças por autor, e o máximo de 100 peças por autor, podese observar que aproximadamente 10,3% dos 348 autores alcançaram esta produção de
textos.
Foram 36 autores que produziram ao todo 508 peças, que correspondem a
aproximadamente 46,7% das peças do Arquivo Miroel Silveira, num total de 1088
peças escritas para circo-teatro.
Destas 508 peças, 318 são do gênero comédia, que correspondem a
aproximadamente 62,6% de comédias, 74 são do gênero drama, que correspondem a
aproximadamente a 14,6% de dramas e 116 pertencem a “outros gêneros e subgêneros”, que correspondem a aproximadamente 22,8% de outros gêneros e subgêneros.
159
Dentre estes 22,8% de “Outros Gêneros e Sub-Gêneros” pode-se inventariar as 49
categorias: 2 comédias-dramas; 2 far-west; 3 dramas-sacros; 27 revistas; 3 revistas
carnavalescas; 3 chanchadas; 4 comédias regionais; 4 comédias musicais; 1 comédia
policial; 3 revistas circenses; 3 farsas; 1 imitação; 1 drama heróico; 1 esquete cômico; 6
sainetes; 4 burletas; 1 comédia sentimental; 1 comédia regional; 4 comédias sertanejas;
1 tragédia; 3 comédias satíricas; 1 peça regional; 1 drama de aventuras; 2 comédias
charge política; 1 tragicomédia; 1 dramalhão; 1 drama patriótico; 4 disparates cômicos;
1 peça crítica atualizada; 1 burleta sertaneja; 1 fantasia musical; 1 burleta regional; 3
melodramas; 1 aventura; 1 alta comédia; 1 comédia infantil; 1 drama social; 1 comédia
ligeira; 1 alta comédia regional; 1 comédia chanchada; 2 dramas bíblicos; 1 burleta
cômica; 1 drama ligeiro; 1 fantasia teatral; 1 drama cômico; 2 sátiras; 1 comédia
relâmpago; 1 drama circense; 1 drama político.
É importante ressaltar que esta classificação está organizada por peça, na
catalogação do Arquivo Miroel Silveira. Para confirmar todas estas categorias de
gêneros e sub-gêneros, é necessária a leitura de todas estas peças, o que não foi possível
ser realizado nesta etapa da pesquisa.
É importante observar que destes 36 autores de peças escritas para o circo-teatro,
9 autores (25,7%) são das famílias tradicionais de circos ( Abelardo Pinto, Waldemar
Seyssel, Augusto Perez, Iris Avanzi Moyá da Silva, Oscar Cardona, Hilário de Almeida,
Iracy Vianna e a dupla Harry Queirolo e Chic Chic); 4 autores (11,4%) pertencem ao
movimento teatral do Teatro Trianon, do Rio de Janeiro, com uma produção de
comédia de costumes (Paulo de Magalhães, Gastão Tojeiro, Armando Gonzaga e Joracy
Camargo); 9 (25,7%) autores são do Teatro de Revista e de Comédias de São Paulo e
Rio de Janeiro (Henrique Marques Fernandes, Pedro José Spina, Luiz Iglesias, Manoel
Proença de Oliveira Filho, José Wanderley, Oswaldo Teixeira de Almeida, Nair
Bevedê, Miguel Santos e Armando Braga); e 13 autores (37%) autores pertencentes aos
circos-teatros ou com proximidade com os artistas dos circos-teatros, com uma
produção de peças para o teatro comercial paulista e circos-teatros (Olindo Dias
Corleto, José Pires da Costa, Ferreira Neto, J.M.Dias Guimarães, José Ângelo, Agenor
Gomes, Domingos Bocute, Gil Miranda, Jean Coquelin, Luiz Macedo, José Baptista
Gouveia, Martinho Cardoso e Otílio Alves de Lima); e 1 (0,2%) autor estrangeiro, o
português José Vieira Pontes, que traduziu e adaptou várias peças do teatro universal
para o circo-teatro e teatro paulista.
160
5.2.2 Peças com o Maior Número de Produções
Considerando-se a existência de 1088 peças para circo-teatro no Arquivo Miroel
Silveira, cujos processos já devidamente catalogados individualmente, mostram a
existência de documentos com o pedido de vistas à censura, de empresários dos circosteatros, em busca da liberação destes textos para a realização das encenações teatrais
dentro dos referidos circos-teatros; e dos locais de apresentações, após liberação dos
referidos textos; é possível analisar e quantificar em quantos circos-teatros os textos
teatrais liberados foram encenados; ou seja, quantas produções teatrais foram realizadas
para a montagem de um determinado texto.
Para exemplificar, na ficha de catalogação da peça O Mártir do Calvário, drama
sacro, de autoria de Eduardo Garrido, a qual foi a mais produzida do circo-teatro
paulista, entre 1928 e 1968, encontram-se os nomes de todos os circos-teatros que
produziram a referida peça, com um total de 51 produções, excluindo-se as
agremiações, teatros e etc:
Eduardo Garrido (1842-1912)
Localização: DDP0002A
Título: O MARTIR DO CALVARIO / Eduardo Garrido
Varia. tít.:O Martyr do Calvario
Autor: Garrido, Eduardo, 1842-1912
Gên.Espetáculo: Circo-teatro; Companhias teatrais; Teatro amador; Radionovela
Genero: Drama sacro
Produção : Circo Teatro Irmãos Queirolo,1942
Circo Alcebiades, 1942
Circo Teatro Brasil, 1943
Circo Cruzeiro do Sul, 1943
Circo Teatro Juca Pato, 1943
Circo Teatro Oito Irmãos Mello, 1943
Circo Teatro Irmãos Galeguito, 1943
Circo Vira-Vira, 1943
Circo Teatro Irmãos Matos, 1943
Circo Teatro Seyssel, 1943
Circo Teatro Rosário, 1943
Circo Teatro Batuta, 1943
Circo Teatro Cruzeiro, 1943
Circo Teatro Liendo e Simplício, 1943
Circo Teatro Avenida, 1943
Circo Teatro Modelo, 1944
Circo Teatro Zoológico, 1944
Circo Teatro Sudan, 1944
Circo Teatro Chileno, 1944
Circo Teatro Novo Horizonte, 1944
Circo Teatro Irmãs Baciochi, 1945
Circo Teatro Tamoio, 1945
Circo Teatro América, 1945
Circo Teatro 9 Irmãos, 1945
Pavilhão Teatro Azul, 1946
161
Circo Teatro Umuarama, 1946
Circo Teatro Artistas Unidos, 1946
Circo Teatro Rubi, 1946
Circo Teatro Cambuca, 1946
Circo Teatro Alcebiades, 1947
Circo Teatro Ipiranga, 1947
Circo Teatro Irmãos Prata, 1947
Circo Teatro Principal, 1947
Circo Teatro Navegante, 1948
Circo Teatro Moderno, 1948
Circo Teatro Aparecida do Norte, 1948
Circo Teatro Irmãos Orlandino, 1948
Circo Teatro Léa, 1948
Circo Teatro Lira, 1949
Circo Teatro Nacional, 1949
Circo Teatro Berenice, 1949
Viana Pavilhão, 1949
Circo Teatro Irmãos Savalla, 1949
Circo Teatro Atlântico, 1949
Circo Theatro Los Mexicanitos, 1950
Circo Teatro Pitanga, 1951
Circo Teatro Di Lauro, 1955
Circo Teatro Rialto,
Circo Teatro S Baxter, 1955
Teatro Paulo Eiró, 1959
Teatro Record, 1961
Para dar continuidade à análise, as principais obras serão citadas e o número de
produções relativas a cada uma, sem refazer o arquivo no corpo deste relatório59.
Para a peça Rosas de Nossa Senhora, drama musicado, de Celestino Silva, foram
realizadas 45 produções.
Para a peça Almas do Outro Mundo, comédia, de F. Napoleão de Victoria, foram
realizadas 35 produções.
Para a peça O Mundo Não Me Quis, drama, de Álvaro Peres Filho e Marina Peres,
foram realizadas 34 produções.
Para a peça Arrelia Mãe de Família, sainete, de Álvaro Peres Filho e Gil Miranda,
foram realizadas 33 produções.
Para a peça Feia, comédia, de Paulo de Magalhães, foram realizadas 32 produções.
Para a peça A Canção de Bernadete, drama religioso, de Olindo Dias Corleto, foram
realizadas 30 produções.
Para a peça Noite de Sao Joao, drama, de Francisco Fabre, foram realizadas 30
produções.
Para a peça Silvio, O Cigano, drama, de Veloso da Costa; foram realizadas 28
produções.
59
Este arquivo encontra-se em anexo, no formato cd-rom.
162
Para a peça Os Transviados, drama, de Francisco Inacio de Amaral Gurgel, foram
realizadas 28 produções
Foram realizadas 24 produções para cada uma das duas peças:
Feitiço, comédia, de Oduvaldo Vianna.
Aventuras de um Rapaz Feio, comédia, de Paulo de Magalhães.
Foram realizadas 23 produções para cada uma das duas peças:
Cala a Boca, Etelvina, comédia, de Armando Gonzaga
Pertinho do Céu, comédia, de José Wanderley e Mário
Foram realizadas 22 produções para cada uma das duas peças:
Deus lhe Pague, comédia, de Joracy Camargo
Se o Anacleto Soubesse, comédia, de Paulo Orlando
Foram realizadas 19 produções para a peça:
O Sétimo Céu, drama, de Alves Moreira
Foram realizadas 18 produções para cada uma das quatro peças:
O Tio Padre, comédia, de Batista Machado
O Ministro do Supremo, comédia, de Armando Gonzaga; adaptação de Julio Ozon
Ressonar sem Dormir, comédia, de Luiz F de Castro Soromenho
Saudade, comédia, de Paulo de Magalhães
Foram realizadas 17 produções para cada uma das duas peças:
João José, drama sacro, de D. Joaquim Dicenta
O Interventor, comédia, de Paulo de Magalhães
Foram realizadas 16 produções para cada uma das três peças:
Na Cidade, burleta, de Belmiro Braga
O Marido Numero 5, comédia, de Paulo de Magalhães
Hotel dos Amores, comédia, de Miguel Santos
Foram realizadas 15 produções para cada uma das sete peças:
163
A Cabana do Pai Thomaz, drama, de Harriet Beecher Stowe ; adaptação de J Vieira
Pontes
O Maluco N. 4, comédia, de Armando
O Outro André, comédia de costumes, de Corrêa Varela
O Escravo, drama sacro, de Diogo José Seromenho
Terra Bendita, Comédia, de Assis Machado
Filho de Sapateiro, Sapateiro deve Ser, drama, de João Batista de Almeida
Honrarás Tua Mãe, drama, de Romano Coutinho
Foram realizadas 14 produções para cada uma das oito peças:
Maria Cachucha, drama, de Joracy Camargo
Cem Gramas de Homem, comédia, de Anselmo Domingos
O Chefe Politico, comédia, de Astrogildo Ferreira Simões
Dar Corda para se Enforcar , comédia, de José Joaquim da Silva
Que Sogra!, comédia, de J Vieira Pontes
Joaninha Buscapé, comédia, de Luiz Iglezias
O Grito da Consciência , Drama , de Sílio Boccanera Júnior
A Mulher que veio de Londres, comédia, de Suares de Deza ; tradução de Joaquim
Almada
Foram realizadas 13 produções para cada uma das nove peças:
Minha Casa é um Paraíso, comédia, de Luiz Iglesias
Escrava Isaura, drama, de Bernardo Guimarães ; adaptação para circo de Antonio
Ramos e Julio Ozon
Os dois Sargentos, drama, de D'Aubigny; tradução de J Silveira Serpa e adaptação de
Julio Ozon
Um Erro Judiciario, drama, de Baptista Diniz
O Sinal da Cruz, Drama religioso, de Francisco Colman ; arranjo para circo de Albano
Pereira
164
Cabocla Tereza, Canção teatralizada, de João Pacifico e Pedro João
A Mulher do Zebedeu, Comédia, de J Corrêa Leite
A Filha do Marinheiro, drama, de J Vieira
Não me Contes esse Pedaço, comédia, de Miguel Santos
Foram realizadas 12 produções para cada uma das cinco peças:
Chica Boa , comédia, de Paulo de Magalhães
Os Milagres de Santo Antonio, Comédia; Drama; Revista, de F Napoleão de Victoria
A Pena de Morte, drama, de Joaquim José da Silva
A Filha do Estalajadeiro, drama, de J Vieira Pontes
Ladra, alta comédia, de Silvino Lopes
Foram realizadas 11 produções para cada uma das duas peças:
A Repudiada, drama, de Pereira Junior e Oliveira Filho ; inspirada no filme A
pecadora
Lágrimas de Mãe, drama, de Luiz Macedo
Foram realizadas 10 produções para cada uma das sete peças:
A Flor do Ypê, comédia, de Luiz Macedo
Anastácio, drama, de Joracy Camargo; tradução para o italiano de Ferrucio Rubliani
Mania de Grandeza, comédia, de Joracy Camargo
Amor e Ódio, drama, de J. Dias Guimarães (José Grillo)
Compra-se um Marido, comédia, de José Wanderley
As Alegrias do Lar, comédia, de Maurice Hennequim; tradução de Carlos de Moura
Cabral
O Divino Perfume, revista, de Renato Vianna
Foram realizadas 9 produções para cada uma das dezoito peças:
Que Rei Sou Eu?, comédia musicada, de Olindo Dias Corleto
Nha Moça, Burleta, de Olival Costa
165
Priminho do Coração, comédia, de Miguel Santos e Luiz Iglesias
Simpatico Izidoro, comédia; sainete, de Miguel de Souza Filho e Manoel Matos ;
adaptação de Felicio Mendes
Na Roça, comédia, de Belmiro Braga
Apuros de um Conde, comédia, de Corrêa Leite
O Filho do Montanhez, drama, de Antonio J de Souza Rego
A Rosa do Adro, drama, de José de Azevedo Ribeiro
A Noiva e a Égua, comédia, de J Vieira Pontes
O Céu Uniu Dois Corações, drama social, de Antenor Pimenta
As Duas Orfãs, comédia, de Adolphe D'Ennery; tradução de Affonso Magalhães e
Arthur Azevedo
Ferro em Brasa, drama, de Antonio Sampaio
O Tigre, drama, de Armando Prazeres
Fugitivos do Cemitério do Araçá, comédia, de Arnaldo Oliveira Lima
Deu O... Pavão: A proposito do jogo dos bichos, comédia, de João Pinho
Fogo do Céu, drama, de José Vieira Pontes
A Noiva do Arrelia, comédia, de J Vieira Pontes
Liberdade Inutil, comédia, de Martinho Cardoso
Foram realizadas 8 produções para cada uma das doze peças:
Os Maridos Atacam de Madrugada, comédia, de Paulo Orlando
O Besouro da Meia Noite, comédia, de J Spina e F Rubens
O Diabo Enlouqueceu, comédia, de Paulo de Magalhães
A Morte Civil, drama, de Paulo Giacometti ; tradução de Eduardo Victorino
Nho Manduca, comédia, de Lima Penante
O Bobo do Rei, comédia, de Joracy Camargo
Que Atrapalhada , comédia, de Aristides Abranches
166
Retalho, comédia, de Dario Nicodemo ; tradução de Afonso Gaio
Pense Alto, comédia, de Eurico Silva
Um Casal do Barulho, comédia, de Gil Miranda
O Isidoro, comédia, de João Garrucha
A Ditadora, comédia, de Paulo de Magalhães
Foram realizadas 7 produções para cada uma das treze peças:
São Judas Tadeu, drama, de Ribeiro Escobar
Oba Homem Não, comédia, de J Spina e F Rubens Mira
O Diabo Atraz da Porta, comédia, de Pedro Maria da Silva Costa
Has de Ser Minha, comédia, de Louis Verneill ; tradução de Lygia Sarmento
Amo Todas As Mulheres, comédia, de José Wanderley e Daniel Rocha
Era uma Vez um Vagabundo, comédia, de José Wanderley e Daniel Rocha
Maria Joana, drama, de D'Ennery ; tradução de J C Silveira Lobo
Casar para Morrer, comédia, de Affonso Gomes
A Filha do Saltimbanco, drama, de Antonio Candido de Oliveira
Amor e Honra, drama, de Antonio Moutinho de Souza
O Aparicio Apareceu, comédia, de Henrique Marques Fernandes
A Volta de Maringa, comédia, de José Barreto Machado
O Biriga Chegou de Viagem, revista, de Oliveira Filho e J Spina
Foram realizadas 6 produções para cada uma das vinte e quatro peças:
Dindinha, comédia, de Matheus da Fontoura
Chuvas de Verão, comédia, de Luiz Iglezias
Sol de Primavera, comédia, de Luiz Iglesias
Tiradentes, Drama histórico, de Moreira de Vasconcellos
O Marido da Candinha, comédia, de Álvaro Peres e Julio Moreno
167
Maridos Modernos, comédia musical, de Álvaro Peres Filho
O Gaiato de Lisboa, comédia, de Aristides Abranches
Secretário de Sua Excelencia, comédia, de Armando Gonzaga
O Guarani, drama;ópera, de Antonio Carlos Gomes ; baseada no romance de José de
Alencar ; Adaptação para circo de Luiz Medici ; libreto de Antonio Scalvini
Tierra Baja, drama, de Angel Guimerá ; adaptação de Camilo Vidal ; tradução de
Alves Moreira
Lágrimas de Homem, drama, de Adolphe D'Ennery e Colman ; tradução de Arthur
Azevedo e adaptação para o picadeiro de Leopoldo Martinelli e Albano Pereira
Amor de Perdição, drama, de Camilo Castelo Branco ; adaptação de Álvaro Peres
A Morte Foge de Mim, comédia, de Carlos Arniches ; tradução e adaptação de Oliveira
Lima e Oliveira Filho
Gaspar Cacete, comédia, de Eduardo Garrido
Granfinos em Apuros, comédia, de Heloisa Helena Magalhães
Cenas da Miséria, drama, de Henrique Macedo Junior
O Segredo do Padre Jeremias, drama social, de Ferreira Neto ; colaboração de Durval
Antunes
Seu Juca Pindoba, comédia burlesca, de Ferreira Simões
O simpatico Jeremias, comédia, de Gastão Tojeiro
Sol de Primavera, comédia, de Luiz Iglesias
Meu Marido e Você, comédia, de Olindo Dias Corleto
Quem Beijou Minha Mulher, comédia, de Gastão Tojeiro
A Marca do Zorro, comédia, de Rafael Sabattini
O Príncipe do Braz, comédia, de Tom Bill
Foram realizadas 5 produções para trinta e cinco peças:
Queda da Bastilha, drama, de Salvador Marques ; adaptação de Albano Pereira
Mulato, drama, de Samuel Carneiro Rodrigues Campelo
168
O Coracao não Envelhece, comédia de Paulo de Magalhães
A Vingança do Judeu, drama, de Otavio Augusto Vampré
Apuros de Um Coronel, comédia de Teixeira Pinto
No Reino da Felicidade, comédia,de Paulo Ceraso
Manhãs de Sol, comédia de Oduvaldo Vianna
Terra Natal, comédia de Oduvaldo Vianna
Cabocla Bonita, opereta de Marques Porto
Eva no Paraiso, comédia de Manoel Leme
O Maníaco, comédia de Molière; adaptação de Oliveira Filho
Onde Estás, Felicidade? Comédia de Luiz Iglesias
O Felisberto do Café, farsa, de Gastão Tojeiro
Beijo que era Meu, comédia de José Wanderley e Mário Lago
Tudo Por Voce, comédia de José Wanderley e Mário Lago
O Poder do Ouro, drama, de J M Dias Guimarães
O Conde de Santa Rosa, drama, de J. Dias Guimarães (pseud.José Grillo)
O Casamento do Pindoba, comédia de João Pinho
A Vida Tem Três Andares, drama, de Humberto Cunha
Meu Marido e Meu Irmao, comédia, de Henrique M Fernandes
Jocelyn, O Pescador de Baleias, drama, F Napoleão de Victoria
Morro dos Ventos Uivantes, drama, de Emily Brontë ; adaptação de Iracy Viana
Médico das Criancas, drama, de D´Ennery ; tradução de Stênio Castro Viana e Pires
de Almeida
A Mulher Sem Destino, drama, de Agenor Gomes
O Campeao De Futebol, comédia, de Abelardo Pinto
Maringá, drama, de Aldny Faya e Helio Laurato
Marmiteiros, comédia, de Ferreira Neto e Jarbas Rohewedder
169
A Ré Misteriosa, drama, de Alexandre Bisson ; tradução de Gomes Cardim e Camara
Lima
A Mulher do Trem, vaudeville, de Alfredo Hennequin e Mitchel ; tradução de Miguel
Santos
O Amigo da Paz, comédia, de Armando Gonzaga
Lágrimas de Maria, drama, de Armando Prazeres
Coitado do Xavier , comédia, de Baptista Junior e Agenor Chaves
Nao Julgueis, drama, de Francisco Ignácio do Amaral Gurgel
Honra de Caboclo, comédia regional, de Gil Miranda e Alvaro Perez Filho
Os Três Gostosões, sainete, de Álvaro Perez Filho e Júlio Moreno
Foram realizadas 4 produções para cada uma das seis peças:
Os Irmãos Jogadores, comédia, de Benjamin de Oliveira ; adaptação para circo de
Julio Ozon
Rebeca, drama, de Daphne Du Maurier
Diana De Rione, drama, de Eugenio Scribe
Os Dois Garotos De Paris, drama, de Pierre Decourcelle; tradução de Arthur Azevedo
Sherlock Holmes, sainete; comédia, de Pierre Decorcelle; tradução de João Barbosa
Dey Burns ; adaptação de Oduvaldo Vianna ; arranjos de Alberto Fekete
Os Dois Garotos, drama, de Pierre Decourcelle ; tradução de Guiomar Torrezão
Ao analisar a produção de peças realizadas pelos empresários dos circos-teatros
que estavam em São Paulo entre 1928 e 1968, recorte necessário, que coincide com as
peças catalogadas no Arquivo Miroel Silveira, pode-se observar que 171 peças tiveram
entre 51 produções, número máximo, e 4 produções, número mínimo para esta
amostragem. Isto equivale a aproximadamente 16% peças, de um total de 1088 peças
que circularam por vários circos-teatros, e várias regiões geográficas da cidade de São
Paulo, sem incluir nesta dinâmica, pela impossibilidade de amostragem em relação a
esta pesquisa, as viagens realizadas por esses circos pelo interior do estado de São Paulo
e por todo o Brasil, e quiçá, exterior do país.
170
Observa-se que, no livro organizado por Cristina Costa (2006), está anexada uma lista
de circos-teatros, que pediram vistas de peças ao Departamento de Diversões Públicas
de São Paulo, entre 1930 e 1968, na qual consta um total de 128 circos.
É importante salientar que, nesta amostragem, não há um critério de valoração em
relação aos conteúdos e gêneros das peças, assim como não há uma análise sobre a
recepção destas peças, e sim que há uma quantidade significativa de empresários de
circos-teatros que resolveram encená-las. Acredita-se que essas peças fizeram sucesso
junto ao público, a ponto de haver um interesse da parte dos empresários circenses de
investir na produção das mesmas.
Não é possível avaliar, a partir desta amostragem proposta pela pesquisadora, em
relação à quantidade de produções, o fato de que um determinado empresário e dono de
circo, além de artista, monopolizar para o seu circo determinadas peças, inclusive
escritas por ele ou por sua equipe, as quais obtiveram sucesso junto ao seu público,
porém não circularam além do seu próprio circo. Como exemplo, foi possível observar,
na leitura do arquivo de peças, que Os Irmãos Queirolos, só montaram em seu circo,
suas próprias peças.
É importante salientar que mesmo esse critério quantitativo é uma proposta para a
criação de uma amostragem, pois, ao analisar a tabela de circos apresentada por Walter
Sousa60 e suas produções por ano, é possível perceber que as primeiras montagens nos
circos–teatros paulistas são quantitativamente menores, tanto pelo número de circosteatros que existiam na época, assim como pela produção dramatúrgica, sem apontar as
questões políticas, já analisadas pelas pesquisadoras do Arquivo Miroel Silveira, como
Cristina Costa, Mayra Gomes e Roseli Fígaro61.
Outro aspecto relevante é que nesta amostragem não há como avaliar a quantidade
de vezes que cada peça foi montada em um determinado circo, pois seria necessário
acompanha, no período de 1927 a 1967, cada circo-teatro em funcionamento em todos
os dias de cada ano.
Apesar destas observações em relação à amostragem, a mesma é justiça-se pois
avalia a quantidade de peças que foram montadas por diversos circos-teatros, no período
de 1928 a 1968, cujas peças se encontram no Arquivo Miroel Silveira.
Em relação aos gêneros e sub-gêneros, observa-se que das 171 peças produzidas, 52 são
dramas,que correspondem a aproximadamente 30% destas peças; 92 são comédias que
60
61
JUNIOR, Walter Sousa. Op. Cit. p.14.
Vide referências bibliográficas.
171
correspondem a aproximadamente 54% destas peças ; e 28 são “outros gêneros”, que
correspondem a aproximadamente 16% destas peças. Ao fazer o inventário destas peças
de “outros gêneros” constata-se uma redução em relação a estas modalidades: 3 dramas
sacros, 1 drama musicado, 4 sainetes, 2 dramas religiosos, 2 burletas, 1 comédia de
costumes, 1 cançaõ teatralizada, 1 alta comédia, 2 revista, 2 comédias musicadas, 2
dramas sociais, 1 drama histórico, 1 ópera, 1 comédia burlesca, 1 opereta, 1 farsa, 1
vaudeville, 1 comédia regional.
5.2.3 Autores com Maior Número de Peças que obtiveram o Maior Número de
Produções:
O autor que mais produziu para o circo-teatro, cujas peças alcançaram grande
êxito junto aos empresários circenses, foi Paulo de Magalhães, que de um total de 17
peças, teve 9 de suas peças encenadas pelo maior número de circos-teatros. São:
Título: FEIA / Paulo de Magalhães (32 produções)
Genero: Comédia
Título: AVENTURAS DE UM RAPAZ FEIO: Comédia em 3 atos / Paulo de Magalhães (24
produções)
Genero: Comédia
Título: SAUDADE: Comédia em 3 atos / Paulo de Magalhães (18 produções)
Genero: Comédia
Título: O INTERVENTOR: comédia em três atos / Paulo de Magalhães(17 produções)
Genero: Comédia
Título: O MARIDO NUMERO 5: comédia em 3 atos / Paulo de Magalhães(16 produções)
Genero: Comédia
Título: CHICA BOA / Paulo de Magalhães (12 produções)
Genero: Comédia
Título: O DIABO ENLOUQUECEU / Paulo de Magalhães(8 produções)
Genero: Comédia
Título: A DITADORA / Paulo de Magalhães (8 produções)
Genero: Comédia
Título: O CORACAO NAO ENVELHECE / Paulo de Magalhães (5 produções)
Genero: Comédia
Dois autores tiveram 7 de suas obras encenadas pelo maior número de circosteatros:
Augusto Álvares Perez Filho, de um total de 15 obras, teve 7 obras encenadas pelo
maior número de circos-teatros:
172
Título: O MUNDO NAO ME QUIS / Álvaro Peres Filho e Marina Peres (34 produções)
Genero: Drama
Título: ARRELIA MAE DE FAMILIA / Álvaro Peres Filho e Gil Miranda (33 produções)
Varia. tít.:Que mãe que eu arranjei
Genero: Comédia; Sainete
Título: O MARIDO DA CANDINHA / Álvaro Peres e Gil Miranda (6 produções)
Genero: Comédia
Título: MARIDOS MODERNOS / Álvaro Peres Filho (6 produções)
Varia. tít.:Maridos de hoje
Genero: Comédia Musical
Título: AMOR DE PERDICAO / Camilo Castelo Branco ; adaptação de Álvaro Peres (6
produções)
Genero: Drama
Título: HONRA DE CABOCLO / Gil Miranda e Alvaro Perez Filho(5 produções)
Genero: Comédia regional
Título: OS TRES GOSTOSOES / Álvaro Perez Filho e Gil Miranda(5 produções)
Genero: Sainete
José Vieira Pontes, de um total de 8 obras, teve 7 obras encenadas pelo maior
número de circos-teatros:
Título: A CABANA DO PAI THOMAZ / Harriet Beecher Stowe ; adaptação de J Vieira Pontes(15
produções)
Genero: Drama
Título: QUE SOGRA! / J Vieira Pontes(14 produções)
Genero: Comédia
Título: A FILHA DO MARINHEIRO / J Vieira Pontes (13 produções)
Genero: Drama
Título: A FILHA DO ESTALAJADEIRO / J Vieira Pontes (12 produções)
Genero: Drama
Título: A NOIVA E A EGUA: Comédia em 1 ato / J Vieira Pontes (9 produções)
Genero: Comédia
Título: FOGO DO CEU / José Vieira Pontes (9 produções)
Varia. tít.:Fogo do Céo, O Relâmpago
Genero: Drama
Título: A NOIVA DO ARRELIA / J Vieira Pontes (9 produções)
Autor: Pontes, José Vieira
Genero: Comédia
173
Dois autores tiveram 6 de suas obras encenadas pelo maior número de circosteatros:
Luiz Iglesias, de um total de 10 obras, teve 6 obras encenadas pelo maior número de
circos-teatros:
Título: JOANINHA BUSCAPE / Luiz Iglezias(14 produções)
Genero: Comédia
Título: MINHA CASA E UM PARAISO: comédia em 2 atos / Luiz Iglesias(13 produções)
Varia. tít.:Minha casa é um paraizo
Genero: Comédia
Título: PRIMINHO DO CORACAO / Miguel Santos e Luiz Iglesias(9 produções)
Genero: Comédia
Título: CHUVAS DE VERAO / Luiz Iglezias(6 produções)
Genero: Comédia
Título: SOL DE PRIMAVERA / Luiz Iglesias(6 produções)
Genero: Comédia
Título: ONDE ESTAS, FELICIDADE? / Luiz Iglesias (5 produções)
Genero: Comédia
José Wanderley, de um total de 9 obras, teve 6 obras encenadas pelo maior número de
circos-teatros:
Título: PERTINHO DO CEU / José Wanderley e Mario Lago (23 produções)
Genero: Comédia
Título: COMPRA-SE UM MARIDO /José Wanderley (10 produções)
Genero: Comédia
Título: AMO TODAS AS MULHERES: Comédia em 3 atos / José Wanderley e Daniel Rocha (7
produções)
Genero: comédia
Título: ERA UMA VEZ UM VAGABUNDO / José Wanderley e Daniel Rocha (7 produções)
Genero: Comédia
Título: BEIJO QUE ERA MEU / José Wanderley e Mário Lago (5 produções)
Genero: Comédia
Título: TUDO POR VOCE / José Wanderley e Mário Lago (5 produções)
Genero: Comédia
174
Armando Gonzaga, de um total de 11 obras, teve 5 obras encenadas pelo maior
número de circos-teatros:
Título: CALA A BOCA, ETELVINA / Armando Gonzaga (23 produções)
Genero: Comédia
Título: O MINISTRO DO SUPREMO / Armando Gonzaga ; adaptação de Julio Ozon
Varia. tít.:Alcibiades, o às do futebol (18 produções)
Genero: Comédia
Título: O MALUCO N 4 / Armando Gonzaga (15 produções)
Genero: Comédia
Título: SECRETARIO DE SUA EXCELENCIA / Armando Gonzaga
Varia. tít.:O futuro presidente (6 produções)
Genero: Comédia
Título: O AMIGO DA PAZ / Armando Gonzaga (5 produções)
Genero: Comédia
Gil Miranda, pseudônimo Julio Moreno, de um total de 31 obras, teve 5 obras
encenadas pelo maior número de circos-teatros:
Título: ARRELIA MÃE DE FAMILIA / Álvaro Peres Filho e Gil Miranda, pseud.Júlio Moreno (33
produções)
Varia. tít.:Que mãe que eu arranjei
Genero: Comédia; Sainete
Título: UM CASAL DO BARULHO / Gil Miranda, pseud.Júlio Moreno (8 produções)
Genero: Comédia
Título: O MARIDO DA CANDINHA / Álvaro Peres e Julio Moreno (6 produções)
Genero: Comédia
Título: HONRA DE CABOCLO / Gil Miranda pseud.Júlio Moreno e Alvaro Perez Filho (5
produções)
Genero: Comédia regional
Título: OS TRES GOSTOSOES / Álvaro Perez Filho e Gil Miranda, pseud.Júlio Moreno (5
produções)
Genero: Sainete
Joracy Camargo, de um total de 8 obras, teve as 4 obras encenadas pelo maior
número de circos-teatros:
Título: DEUS LHE PAGUE / Joracy Camargo(22 produções)
Genero: Comédia
Título: MARIA CACHUCHA / Joracy Camargo(14 produções)
Genero: Drama
Título: MANIA DE GRANDEZA / Joracy Camargo(10 produções)
Genero: Comédia
175
Título: O BOBO DO REI / Joracy Camargo(8 produções)
Genero: Comédia
Um adaptador de peças que obteve sucesso com suas adaptações foi Julio Ozon.
Este artista teve 4 de suas adaptações encenadas pelo maior número de circos-teatros:
Título: A ESCRAVA ISAURA / Bernardo Guimarães ; adaptação para circo de Antonio Ramos e
Julio Ozon (13 produções)
Genero: Drama
Título: OS DOIS SARGENTOS / D'Aubigny; tradução de J Silveira Serpa e adaptação de Julio
Ozon (13 produções)
Genero: Drama
Título: OS IRMAOS JOGADORES / Benjamin de Oliveira ; adaptação para circo de Julio Ozon (4
produções)
Genero: Comédia
Título: O MINISTRO DO SUPREMO / Armando Gonzaga ; adaptação de Julio Ozon
Varia. tít.:Alcibiades, o às do futebol (18 produções)
Genero: Comédia
Pedro João Spina, de um total de 12 obras, teve 4 obras encenadas pelo maior
número de circos-teatros:
Título: CABOCLA TEREZA / João Pacifico e Pedro João Spina (13 produções)
Genero: Canção teatralisada
Título: O BESOURO DA MEIA NOITE: Comédia em 4 atos / J Spina e F Rubens(8 produções)
Genero: Comédia
Título: OBA HOMEM NAO / J Spina e F Rubens Mira(7 produções)
Varia. tít.:O Misterioso Mister X
Genero: Comédia
Título: O BIRIGA CHEGOU DE VIAGEM / Oliveira Filho e J Spina (7 produções)
Varia. tít.:Olhai a Espiga do Campo
Genero: Revista
Adolphe D’Ennery, autor estrangeiro, de um total de 9 obras, teve 3 obras
encenadas pelo maior número de circos-teatros:
Título: MEDICO DAS CRIANCAS / D´Ennery ; tradução de Stênio Castro Viana e Pires de
Almeida
Varia. tít.:O médico das creanças ou A morta virgem (5 produções)
Genero: Drama
Título: AS DUAS ORFAS / Adolphe D'Ennery ; tradução de Affonso Magalhães e Arthur Azevedo
(9 produções)
Genero: Comédia
176
Título:LAGRIMAS DE HOMEM / Adolphe D'Ennery e Colman ; tradução de Arthur Azevedo e
adaptação para o picadeiro de Leopoldo Martinelli e Albano Pereira (6 produções)
Varia. tít.:Causa Celebra
Genero: Drama
Arthur de Azevedo, traduziu um total de 4 obras, e teve 3 destas obras encenadas
pelo maior número de circos-teatros:
Título: OS DOIS GAROTOS DE PARIS / Pierre Decourcelle; tradução de Arthur Azevedo(4
produções)
Genero: Drama
Título: AS DUAS ORFAS / Adolphe D'Ennery ; tradução de Affonso Magalhães e Arthur Azevedo
(9 produções)
Genero: Comédia
Título:LAGRIMAS DE HOMEM / Adolphe D'Ennery e Colman ; tradução de Arthur Azevedo e
adaptação para o picadeiro de Leopoldo Martinelli e Albano Pereira (6 produções)
Varia. tít.:Causa Celebra
Genero: Drama
Olindo Dias Corleto, de um total de 20 obras, teve 3 obras encenadas pelo maior
número de circos-teatros:
Título: A CANCAO DE BERNADETE: peça religiosa em 9 quadros / Olindo Dias Corleto (30
produções)
Varia. tít.:A canção de Bernadette
Genero: Drama religioso
Título: QUE REI SOU EU? / Olindo Dias Corleto (9 produções)
Genero: Comédia musicada
Título: MEU MARIDO E VOCE / Olindo Dias Corleto (6 produções)
Genero: Comédia
Frederico Napoleão de Victoria, de um total de 4 obras, teve as 3 obras
encenadas pelo maior número de circos-teatros:
Título: ALMAS DO OUTRO MUNDO / F Napoleão de Victoria (35 produções)
Genero: Comédia
Título: OS MILAGRES DE SANTO ANTONIO / F Napoleão de Victoria(12 produções)
Varia. tít.:O taumaturgo ou Gabriel e Lusbel
Genero: Comédia; Drama; Revista
Título: JOCELYN, O PESCADOR DE BALEIAS / F Napoleão de Victoria(5 produções)
Genero: Drama
Oduvaldo Viana, de um total de 3 obras, teve as suas 3 obras encenadas pelo
maior número de circos-teatros:
Título: FEITICO: método moderno de felicidade conjugal em três volumes e oito gravuras /
Oduvaldo Vianna (9 produções)
177
Genero: Comédia
Título: MANHAS DE SOL / Oduvaldo Vianna (5 produções)
Genero: Comédia
Título: TERRA NATAL / Oduvaldo Vianna (5 produções)
Genero: Comédia
Miguel Santos, de um total de 5 obras, teve as 3 obras encenadas pelo maior
número de circos-teatros, e 1 adaptação pelo maior número de circos-teatros:
Título: HOTEL DOS AMORES: Comédia em 3 atos / Miguel Santos (16produções)
Genero: Comédia
Título: NAO ME CONTES ESSE PEDACO / Miguel Santos (13 produções)
Varia. tít.:A melhor das três
Genero: Comédia
Título: PRIMINHO DO CORACAO / Miguel Santos e Luiz Iglesias (9 produções)
Genero: Comédia
Título: A MULHER DO TREM / Alfredo Hennequin e Mitchel ; tradução de Miguel Santos (5
produções)
Genero: Vaudeville
Albano Pereira, de um total de 5 obras escritas, obteve sucesso com as suas
adaptações para circo, com 2 adaptações e 1 arranjo, encenadas pelo maior número de
circos-teatros:
Título: O SINAL DA CRUZ / Francisco Colman ; arranjo para circo de Albano Pereira(13
produções)
Genero: Drama religioso
Título:LAGRIMAS DE HOMEM / Adolphe D'Ennery e Colman ; tradução de Arthur Azevedo e
adaptação para o picadeiro de Leopoldo Martinelli e Albano Pereira (6 produções)
Varia. tít.:Causa Celebra
Genero: Drama
Título: QUEDA DA BASTILHA / Salvador Marques ; adaptação de Albano Pereira(5 produções)
Genero: Drama
Gastão Tojeiro, de um total de 12 obras, teve as 3 obras encenadas pelo maior
número de circos-teatros:
Título: QUEM BEIJOU MINHA MULHER / Gastão Tojeiro (6 produções)
Genero: Comédia
Título: O SIMPATICO JEREMIAS / Gastão Tojeiro (6 produções)
Genero: Comédia
Título: O FELISBERTO DO CAFE: Farsa em 1 ato e 5 quadros / Gastão Tojeiro (5 produções)
Varia. tít.:A conferência do garçon
Genero: Farsa
178
Pierre Decourcelle, de um total de 12 obras, teve as 3 obras encenadas pelo maior
número de circos-teatros:
Título: OS DOIS GAROTOS DE PARIS / Pierre Decourcelle; tradução de Arthur Azevedo(4
produções)
Genero: Drama
Título: SHERLOCK HOLMES / Pierre Decorcelle ; tradução de João Barbosa Dey Burns ;
adaptação de Oduvaldo Vianna ; arranjos de Alberto Fekete (4 produções)
Genero: Sainete; Comédia
Título: OS DOIS GAROTOS / Pierre Decourcelle ; tradução de Guiomar Torrezão(3 produções)
Genero: Drama
J. M. Dias Guimarães, pseud. José Grillo, de um total de 8 obras, teve as 3 obras
encenadas pelo maior número de circos-teatros:
Título: O PODER DO OURO / J M Dias Guimarães (5 produções)
Genero: Drama
Título: O CONDE DE SANTA ROSA /J. Dias Guimarães José Grillo (5 produções)
Genero: Drama
Título: AMOR E ODIO /J. Dias Guimarães (José Grillo) (10 produções)
Genero: Drama
Henrique Marques Fernandes, de um total de16 obras, teve as 2 obras
encenadas pelo maior número de circos-teatros:
Título: O APARICIO APARECEU / Henrique Marques Fernandes(7 produções)
Genero: Comédia
Título: MEU MARIDO E MEU IRMAO / Henrique M Fernandes(5 produções)
Genero: Comédia
Armando Prazeres, de um total de 4 obras, teve as 2 obras encenadas pelo maior
número de circos-teatros:
Título: O TIGRE / Armando Prazeres (9 produções)
Genero: Drama
Título: LAGRIMAS DE MARIA / Armando Prazeres (5 produções)
Genero: Drama
Luiz Macedo, de um total de13 obras, teve as 2 obras encenadas pelo maior
número de circos-teatros:
Título: LAGRIMAS DE MAE / Luiz Macedo(11 produções)
179
Varia. tít.:Um filho, um pecado
Genero: Drama
Título: A FLOR DO YPE: Comédia em 2 atos / Luiz Macedo(10 produções)
Genero: Comédia
J. Correia Leite, de um total de 4 obras, teve 2 obras encenadas pelo maior
número de circos-teatros:
Título: APUROS DE UM CONDE / Corrêa Leite (9 produções)
Varia. tít.:Quero casar com você
Genero: Comédia
Título: A MULHER DO ZEBEDEU / J Corrêa Leite (13 produções)
Genero: Comédia
Joaquim José da Silva, O Judeu, de um total de 4 obras, teve 2 obras encenadas
pelo maior número de circos-teatros:
Título: DAR CORDA PARA SE ENFORCAR / José Joaquim da Silva (14 produções)
Varia. tít.:O rapto de Fernanda
Genero: Comédia
Título: A PENA DE MORTE / Joaquim José da Silva(12 produções)
Varia. tít.:Condenado à morte
Genero: Drama
Francisco Inácio A. Gurgel, de um total de 4 obras, teve as 2 obras encenadas
pelo maior número de circos-teatros:
Título: OS TRANSVIADOS / Francisco Inacio de Amaral Gurgel (28 produções)
Genero: Drama
Título: NAO JULGUEIS / Francisco Ignácio do Amaral Gurgel (5 produções)
Genero: Drama
Eduardo Garrido, de um total de 2 obras, teve as 2 obras encenadas pelo maior
número de circos-teatros:
Título: O MARTIR DO CALVARIO / Eduardo Garrido (51 produções)
Varia. tít.:O Martyr do Calvario
Genero: Drama sacro
Título: GASPAR CACETE / Eduardo Garrido
Varia. tít.:A voz do sangue ou Gaspar Cacête ou A vóz do sangue (6 produções)
Genero: Comédia
Levando em consideração que os autores que produziram o maior número de
peças, aliado ao fato dessas peças terem alcançado uma boa receptividade junto aos
empresários dos circos–teatros, a ponto de as produzirem em seus circos, mostra que um
180
grupo de autores vai se tornar uma referência dentro do universo do circo-teatro, cujas
quantidades de peças produzidas por este grupo, estão aliadas a um critério de sucesso
junto a esse público.
Ao analisar o conjunto destes autores é possível verificar que 3 destes autores
pertencem às famílias tradicionais circenses: Álvaro Perez, Julio Ozon e Albano Pereira.
Álvaro Perez é considerado um dos primeiros artistas de circo que produziu uma
dramaturgia própria para o circo-teatro, e que realizou várias parcerias com Marina
Perez e com Gil Miranda, autor com expressiva produção de peças para circo-teatro.
Suas obras “O Mundo não Me Quis” e “Arrelia Mãe de Família” foram os seus maiores
sucessos. As peças que alcançaram êxito, de Julio Ozon e Albano Pereira, foram
adaptações para circo de obras da dramaturgia universal e nacional. Julio Ozon adaptou
obras de Bernardo Guimarães - “ A Escrava Isaura”, Benjamim de Oliveira – “Os
Irmãos Jogadores”e D’ Aubiny – “Os Dois Sargentos”; e Albano Pereira adaptou obras
e criou arranjos dos autores Francisco Colman – “O Sinal da Cruz”, D’ Ennery – “
Lágrimas de Homem” e Salvador Marques – “A Queda da Bastlha”.
Há outro grupo de autores circenses e autores teatrais, com 5 autores, que produziu
peças para o circo-teatro com sucesso: Olindo Dias Corleto, Gil Miranda, J.M. Dias
Guimarães, Luiz Macedo, e Francisco Ignácio do Amaral Gurgel. O autor Olindo Dias
Corleto, com uma grande de produção de peças, fez sucesso com o drama religioso “A
Canção de Bernadete” e a comédia musicada “Que Rei Sou Eu?”. O autor Gil Miranda,
pseudônimo Julio Moreno, outro autor com numerosas peças escritas, e com várias
parcerias com outros artistas do meio circense, como Augusto Perez, Waldemar Seyssel,
Abelardo Pinto, e Adail Vianna. Suas obras de sucesso foram: “Arrelia Mãe deFamília”,
“Um Casal do Barulho” e “O Marido da Candinha”. J. M. Dias Guimarães, pseudônimo
José Grillo, fez sucesso com seus dramas: “O Poder do Ouro”, “O Conde de Santa
Rosa” e “Amor e Ódio”. Luiz Macedo fez sucesso com seu drama “Lágrimas de Mãe” e
sua comédia “A Flor do Ypê”. O autor Francisco Inácio A. Gurgel, pseudônimo Assis
Machado, fez sucesso com seus dramas “Os Transviados” e “Não Julgueis”.
Os 6 autores: Paulo Magalhães, Joracy Camargo, Armando Gonzaga, Gastão
Tojeiro, Oduvaldo Viana Filho, e Arthur de Azevedo pertencem à dramaturgia nacional.
Os três primeiros estão diretamente ligados às comédias de costumes apresentadas no
Teatro Trianon do Rio de Janeiro, e que alcançaram grande sucesso de público. As
obras que também fizeram sucesso no circo-teatro são as principais obras destes autores
cujos sucessos marcaram suas vidas e o teatro brasileiro. Paulo Magalhães obeteve
181
sucesso com “Feia” e “ Aventuras de um Rapaz Feio”. Joracy Camargo teve muito
sucesso com a comédia “Deus lhe Pague”, “Mania de Grandeza, “O Bobo do Rei” e
com o drma “Maria Cachucha”. Armando Gonazaga fez enorme sucesso com “Cala
Boca Etelvina!” e “O Ministro do Supremo!”. Gastão Tojeiro fez sucesso com “O
Simpático Jeremias” e “Felisberto do Café”. Oduvaldo Viana marcou o teatro paulista
com a obra “Castagnaro da Festa”, cujo sucesso foi imediato no meio dos imigrantres,
devido ao farto sotaque das personagens que misturavam o português com suas línguas
de origem. Sua outra obra de destaque no circo-teatro e no teatro paulista é “Feitiço”.
Arthur de Azevedo, autor de grande sucesso no teatro nacional com seu teatro de
revista, e suas inúmeras traduções de peças francesas, como operetas, e vaudevilles. Fez
grande sucesso no circo-teatro com suas traduções de autores estrangeiros como
D’Ennery – “ A Duas Órfãs” e “Lágrimas de Homem” e Decourcelle – “Os Dois
Garotos de Paris”.
Do teatro de revista e do teatro de comédia de São Paulo e Rio de Janeiro,
destacam-se os 7 autores: José Wanderley, Pedro J. Spina, Miguel Santos, Henrique M.
Fernandes e Armando Prazeres, Luiz Iglesias e J.Correia Leite. O autor José Wanderley
realizou várias parcerias com Mario Lago e Daniel Rocha, escrevendo comédias como:
“Pertinho do Céu”, Compra-se um Marido” e “Amo Todas as Mulheres”. O autor Pedro
João Spina realizou a canção teatralizada “Cabocla Tereza” em parceria com João
Pacífico com grande sucesso; com F. Rubens Mira escreveu a comédia “Oba! Homen
Não”, e a revista “O Biriga Chegou de Viagem”. O autor Miguel Santos escreveu as
comédias “Hotes dos Amores” e “Não me Contes esse Pedaço”, e traduziu o vaudeville
“A Mulher do Trem” de Hennequinn e Mitchel. Escreveu ainda “Priminho do Coração”
com Luiz Iglesias. O autor Henrique M. Fernandes fez sucesso com as comédias “O
Aparício Apareceu” e “ Meu Marido e Meu Irmão”. Armando Prazeres fez sucesso com
os dramas “O Tigre” e “Lágrimas de Mãe”. O autor Luiz Iglesias destacou-se com suas
comédias “Joaninha Buscapé”, “Minha Casa é um Paraíso” e “Priminha do Meu
Coração”, em parceria com Miguel Santos. O autor J.Correia Leite fez sucesso com “A
Mulher do Zebedeu” e “Apuros de um Conde”.
Os 6 autores estrangeiros que se destacaram foram J. V. Pontes, F.Napoleão de
Vitória, D’Ennery, Decourcelle, Joaquim José da Silva e Eduardo Garrido. Os autores
portugueses que viveram no Brasil e que fizeram sucesso com suas obras foram: José
Vieira Pontes, português, com a tradução de “A Cabana do Pai Thomas” de Harriet
182
Becheer, e com suas comédias “Que Sogra” e “A Noiva e a Égua”, e com seus dramas
“A Filha do Marinheiro” e “Fogo no Céu”. Eduardo Garrido, que escreveu a peça de
maior sucesso de todos os tempos do circo-teatro, o drama “O Martyr do Calvário”. E
Joaquim José da Silva, o Judeu, que escreveu a comédia “Dar Corda para se Enforcar” e
o drama “Pena de Morte”. F. Napoleão de Victória, não viveu no Brasil, mas as suas
obras fizeram bastante sucesso: “Almas do Outro Mundo”, “Jocelyn, o Pescador de
Baleias” e “Os Milagres de Santo Antônio”. Adolphe D’Ennery destacou-se através de
suas obras traduzidas: “Médico das Crianças”, “As Duas Órfãs” e “Lágrimas de
Homem”. Pierre Decourcelle se destacou através de suas obras traduzidas: “Os Dois
Garotos de Paris” e “Sherlock Holmes”.
É importante ressaltar que, o resultado alcançado relaciona-se aos 27 autores com
expressiva produção de peças, cujas peças alcançaram repercussão entre os vários circos
teatros. Ao todo são 92 peças, que correspondem a aproximadamente 8,5% das 1088
peças do Arquivo Miroel Silveira. Destas 92 peças, 21 são dramas, que correspondem a
aproximadamente a 22,8%; 58 são comédias, que correspondem a aproximadamente a
63% ; e 13 são “outros gêneros e sub-gêneros”, que correspondem a 14,2% . As
quantidades e categorias de peças que correspondem a “outros gêneros e sub-gêneros”
são: 3 sainetes, 2 comédias musicais, 1 comédia regional, 1 canção teatralizada, 1
revista, 1 peça religiosa, 1 vaudeville, 1 drama religioso, 1 farsa, e 1 drama sacro.
5.2.4 Autores com Maior Número de Produções em uma Só Peça
Tomando como referência outra amostragem, em que se considera os autores que
escreveram uma única peça e que, com esta peça alcançaram grande repercussão entre
os circos-teatros, é possível destacar os seguintes autores, que com uma determinada
peça conseguiram apresentá-la entre 45 circos-teatros (máximo) e entre 5 circos- teatros
(mínimo). Estes autores são: Celestino Silva, com o drama religioso, “Rosas de Nossa
Senhora” – 45 produções ; Francisco Fabre, com o drama Noite de São João – 28
produções; Veloso da Costa, com o drama “Sangue de Cigano”- 28 produções; Paulo
Orlando com a comédia “Se o Anacleto Soubesse” – 22 produções; Alves Moreira,
com drama “O Sétimo Céu” – 19 produções; Baptista Machado com a comédia “O Tio
Padre” – 18 produções; Luiz F. de Castro Soromenho com a comédia “Resonar Sem
Dormir” – 18 produções; D.Joaquim Dicenta, com “João José” – 17 produções; Belmiro
Braga com a burleta “Na Cidade” – 16 produções; Corrêa Varela com a comédia “O
Outro André” – 15 produções; Diogo José Seromenho com o drama “O Escravo” – 15
183
produções; João Batista de Almeida com o drama “Filho de Sapateiro, Sapateiro Deve
Ser” – 15 produções; Anselmo Domingos, com a comédia “Cem Gramas de Homem” –
14 produções; Astrogildo Ferreira Simões com a comédia “ O Chefe Político” – 14
produções; Sílio Boccanera Junior, com o drama “O Grito da Consciência” – 14
produções; Suares de Deza com a comédia “A Mulher que Veio de Londres – 14
produções; Vicente Celestino com o drama “O Ébrio” – 14 produções; D’Aubiny com o
drama “Os Dois Sargentos”- 13 produções; Bernardo Guimarães com o drama “A
Escrava Isaura – 13 produções; Eduardo Baptista Diniz com o drama “Um Erro
Judiciário” – 13 produções; Silvino Lopes com a alta comédia “Ladra” – 12 produções;
Pereira Junior e Oliveira Filho com o drama “A Repudiada” – 11 produções;Maurice
Hennequim com a comédia “As Alegrias do Lar” – 10 produções; Renato Viana com a
revista “O Divino Perfume” – 10 produções; Antenor Pimenta com o drama social “O
Céu Uniu Dois Corações” – 9 produções; Antônio José de Souza Rego como drama “O
Filho do Montanhez” – 9 produções; Antônio Sampaio com o drama Ferro em Brasa – 9
produções; Arnaldo Oliveira Lima com a comédia “Fugitivos do Cemitério Araçá” – 9
produções; João Pinho com a comédia “Deu o...Pavão” – 9 produções; José de Azevedo
Ribeiro com o drama A Rosa do Adro – 9 produções; Miguel de Souza Filho com a
comédia“O Simpático Izidoro” – 9 produções; Olival Costa com a burleta “Nhá Moça”
– 9 produções; Dario Nicodemo com a comédia “Retalho” – 8 produções; Eurico Silva
com a comédia “Pense Alto” – 8 produções; João Garrucha com a comédia “O Isidoro”
– 8 produções; ; Paulo Giacometti com o drama “A Morte Civil” – 8 produções; Lima
Penante com “Nhô Manduca” – 8 produções; Afonso Gomes, com a comédia “Casar
para Morrer” – 7 produções; Agenor Gomes com o drama “A Mulher Sem Destino”
com 6 produções; Aldny Faya e Helio Laurato, com o drama “Maringá”com 5
produções; Vicente Celestino com o drama “O Ébrio” – 14 produções; e Arthur Rocha
com o drama “Deus e a Natureza” – 5 produções.
5.2.5 Palhaços Brasileiros com Produção de Peças
Há também os dois grandes palhaços brasileiros, Abelardo Galdino, o palhaço
Piolin e Waldemar Seyssel, o palhaço Arrelia, que foram os autores que mais
produziram peças para o circo-teatro, os quais foram analisados anteriormente, e que,
por possuírem seus circos-teatros, realizaram a maior parte de suas produções nesses
circos, alcançando grande sucesso de público e transformando seus circos em
184
verdadeiros centros culturais, recebendo, além de suas próprias peças, vários autores
circenses, que lá puderam apresentar suas peças de circo-teatro. No livro de Cristina
Costa (2006), na lista de circos, em anexo ao referido livro, para cada circo, existe a
relação de todas as peças que foram encenadas. No circo de Piolin foram apresentadas
403 peças. E no circo de Arrelia foram apresentadas 36 peças. Assim como esses dois
grandes palhaços brasileiros abriram seus circos para outros artistas, os donos dos 128
circos que circularam por São Paulo no período de 1928 a 1968, também receberam e
divulgaram muitos autores teatrais, produzindo suas peças. A partir desta lista de circos,
a pesquisadora levantou os que mais produziram peças em seus circos-teatros,
considerando uma amostragem do máximo (500 peças) e do mínimo (20 peças):
Circo Teatro Piolin – 403 peças
Circo Teatro Umuarama – 57 peças
Circo Teatro Irmãos Orlandino – 55 peças
Circo Teatro Oito Irmãos Mello – 49 peças
Circo Teatro Siderama – 39 peças
Crrco Teatro Seyssel (ou Circo Irmãos Seyssel) – 36 peças
Circo Teatro Alcebíades (ou Pavilhão Alcebíades) – 36 peças
Circo Teatro Liendo e Simplício (ou Pavilhão Teatro Liendo e Simplício) e Circo
Teatro Irmãos Liendo – 36 peças
Circo Teatro Vianna (ou Circo Teatro Vianna) – 32 peças
Circo Teatro Moderno – 32 peças
Circo Teatro Mazzaropi – 31 peças
Pavilhão Teatro François (ou Pavilhão Irmãos François ou Pavilhão Politeama François
ou Circo Teatro François) – 22 peças
Circo Teatro Pitanga – 21 peças
Circo Teatro Nova York – 20 peças
Circo Teatro Universal – 20 peças
185
Outros dois palhaços, pioneiros em circo-teatro no Brasil, e que possuem uma
produção de peças para circo-teatro no Arquivo Miroel Silveira são o Palhaço Benjamin
e o palhaço Albano Pereira. Benjamin é consagrado o palhaço que consolidou o circoteatro no Brasil, adaptando peças teatrais para o circo, assim como criou novas peças
para serem apresentadas na estrutura do palco, colocado ao lado do picadeiro.
Inicialmente essas peças foram apresentadas no próprio picadeiro, e depois no palco,
como assinala a pesquisadora Ermínia Silva62. São 2 (duas) peças que se encontram no
Arquivo Miroel Silveira, as quais serão analisadas nesta pesquisa, dramaturgicamente,
a partir do gênero Mágica. O português Albano Pereira, é um dos primeiros artistas de
circo que vem para o Brasil com a sua família e aqui, além de apresentar o circo de
variedades, ele também cria peças para o seu circo-teatro. No Arquivo Miroel Silveira
há o registro de 6 peças. Sendo os pioneiros do circo-teatro, essas produções são
valiosas para uma avaliação dos gêneros e sub-gêneros dramáticos apresentados no
início do circo-teatro no Brasil.
Pode-se observar ao se analisar a produção dos artistas circenses, a grande
contribuição destes, na criação e produção de novas peças para o circo-teatro. São 18
famílias tradicionais, envolvidas nesta produção de peças para o circo-teatro, o que
comprova que a encenação teatral vai fazer parte do espetáculo circense, desde o seu
início no Brasil.
5.3 A Dramaturgia do Circo – Teatro: Gêneros e Sub-Gêneros
Ao analisar a variedade de gêneros e sub-gêneros encontrada entre as peças de
circo-teatro, é surpreendente, pois no teatro contemporâneo brasileiro muitos desses
estilos já são completamente desconhecidos. Mesmos os ainda citados teatro de revista,
62
Silva, Ermínia. Circo-Teatro – Benjamim de Oliveira e a teatralidade circense no Brasil. São Paulo:
Altana, 2007.
186
teatro de variedade, são conhecidos em sua nomenclatura mas não há mais
entendimento, nem conhecimento de como são executados cenicamente. Apesar desta
dificuldade de reconstruir a cena teatral do final do século XIX e primeiras décadas do
século XX, alguns pesquisadores têm realizado esta tarefa, a exemplo da pesquisadora e
também artista, Neyde Veneziano, que muito tem contribuído no estudo dessas formas
teatrais, que foram alijadas da cena contemporânea. Em seus livros é possível hoje
estudar-se o teatro de revista. Sua contribuição vai também no sentido de definir outras
formas, como o vaudeville, a opereta, a burleta, o sainete, o teatro de variedades, a
chanchada63. Outra autora que tem se debruçado sobre o estudo da mágica, é a
pesquisadora Vanda Lima Bellar Freire64, que tem uma pesquisa de análise musical da
mágica, com o levantamento de músicas que faziam parte da dramaturgia do gênero.
Outros pesquisadores como Paulo Merísio65, tem estudado as técnicas teatrais do
melodrama, na busca da reconstituição da cena melodramática na contemporaneidade.
Todos esses estudo vêm corroborar com esta pesquisa na definição dos gêneros e subgêneros, que aqui não serão descritos, devido os estudos já apontados. Estes gêneros e
sub-gêneros serão descritos à medida que forem analisados os textos teatrais, numa
outra etapa desta pesquisa. Como amostragem, no próximo item, duas peças serão
analisadas a partir dos estudos da mágica; duas a partir dos estudos da comédia; e mais
duas a partir dos estudos sobre a comédia de costumes.
Em relação aos dados quantitativos, a análise dos gêneros e sub-gêneros revela o
perfil dos estilos mais encenados no circo-teatro. De 1088 peças, 628 são comédias, que
correspondem a 57,7% de peças; 277 são dramas, que correspondem a 25,5% de
peças; 38 são revistas, que correspondem a 3,5% de peças; 16 são dramas
sacro/religiosos,
que
correspondem
a
1,5%
de
peças;
12
são
dramas
regionais/sertanejos, que correspondem a 1,1% de peças; 11 são comédias regionais,
que correspondem a 1% de peças; 10 são burletas que correspondem a 0,9% de peças;
10 são sainetes, que correspondem a 0,9% de peças; 9 são comédias musicais, que
correspondem a 0,9% de peças; 7 são farsas, que correspondem a 0,6% de peças; 6 são
disparates cômicos, que correspondem a 0,6% de peças; 5 são comédias de costumes,
alta comédia, e comédia dramática, (cada), que correspondem respectivamente a
0,46% de peças; 4 são chanchadas, comédias sertanejas, melodramas e dramas
63
Vide referências bibliográficas.
Vide referências bibliográficas.
65
Vide referências bibliográficas.
64
187
históricos (cada), que correspondem, respectivamente, a 0,37% de peças; 3 são
comédias satíricas, dramas sociais, revistas carnavalescas, revistas circenses,
tragicomédias (cada), que correspondem respectivamente, a 0,27% de peças; 2 são
burletas sertanejas, comédias burlescas, dramas patrióticos, esquetes, fantasias,
fantasias infantis, operetas, óperas, peças em série, revistas musicais, sátiras,
vaudevilles, dramas far west (cada), que correspondem, respectivamente, a 0,18% de
peças. Os gêneros e sub-gêneros que possuem somente 1 peça são: alta comédia
regional, burleta cômica, burleta regional, canção teatralizada, chanchada
circense, charge, charge política, comédia chanchada, comédia charge política,
comédia fantasia, comédia infantil, comédia ligeira, comédia policial, comédia
relâmpago, comédia sentimental, conto, drama circense, drama cômico, drama de
aventuras, drama familiar, drama heróico, drama ligeiro, drama marítimo, drama
musical, drama político, dramalhão, fantasia musical, fantasia teatral, imitação,
peça crítica atual musicada, quadro cômico, tragédia, e variedades (cada), que
correspondem, respectivamente, a 0,09% de peças.
É importante salientar que estas nomenclaturas que correspondem aos gêneros e
sub-gêneros estão escritas no processo de cada peça que se encontra no Arquivo Miroel
Silveira. Ou seja, se a peça corresponde ou não ao gênero ou sub-gênero, somente
através da leitura de cada uma das 1088 peças, é que será possível confirmar estas
classificações. Como exemplo de que é necessário rever estas classificações, tem-se o
caso da peça descrita como IMITAÇÂO. Ao procurar tentar definir este gênero, a
pesquisadora descobriu nos arquivos de peças portuguesas que o termo IMITAÇÃO é
usado, na capa das peças para afirmar que a peça passou por tradução. Ou seja, de fato a
peça não tem como gênero a IMITAÇÃO porque não existe este gênero. Caso este
termo fosse usado na encenação para o ator seria possível imaginá-lo imitando uma
ação de uma outra pessoa, porém está claro que o termo não corresponde a esta situação
descrita.
Ao analisar o todo destas peças há uma forte inclinação para a comédia em relação
ao drama, podendo-se afirmar que o gênero que preponderou no circo-teatro do período
de 1927 a 1967, foi o gênero comédia.
5.4 Análise das peças:
5.4.1 Análise comparativa de 2 (duas) peças estudadas por gênero:
188
5.4.1.1 Peça 01: As Duas Angélicas/ Abelardo Pinto (Ficha Técnica e Sinopse)
Localização Arquivo Miroel Silveira: DDP0033
Título: AS DUAS ANGELICAS / Abelardo Pinto
Autor: Piolin, pseud, (1887-1973)/Pinto, Abelardo Galdino
Gên.Espetáculo: Circo-teatro; Companhias teatrais
Genero: Comédia
Personagens:
Tenente Fabiano......................... Oficial
Rosinha........................................ Sua Mulher
Angélica ...................................... Sua Empregada
Simplício...................................... Ordenança
Rabanete...................................... Ordenança
Comédia em 1 ato.
Época Atual
A cena representa uma sala ricamente mobiliada
Sinopse:
A comédia As Duas Angélicas retrata a vida cotidiana de um oficial, Tenente
Fabiano, e sua mulher Rosinha, na qual ocorrem as traições conjugais por parte do
oficial, e os qüiproquós realizados por ele e seus ajudantes, para que sua esposa não as
descubram.
Ao iniciar a peça, Simplício, o ordenança e empregado da casa, deixa cair uma
carta do bolso do casaco do Tenente. A mulher do Tenente, Rosinha, encontra a carta e
descobre que seu marido está traindo-a. O Tenente para livrar-se do problema, devolve
o ordenança Simplício ao quartel e pede outro ordenança, o Rabanete, que cria ainda
mais trapalhadas pois ao receber as ordens do patrão para dispensar a amante Angélica
que vai à sua casa, ele acaba expulsando a empregada da casa que também se chama
Angélica; assim como fala para o sogro do Tenente que o mesmo quer devolvê-lo sua
filha Rosinha. Quando o Tenente Fabiano chega em sua casa descobre toda a confusão.
Seu sogro e sua esposa Rosinha pedem explicações ao Tenente, quando a empregada
Angélica recebe uma carta que o inocenta das traições, e Rosinha acredita em sua
inocência.
189
5.4.1.2 Peça 02: O Recruta Zero/ Anônimo (Ficha Técnica e Sinopse)66
Título: O Recruta Zero (2007)
Autor: tradição oral dos circos-teatros, registrado por Heyttor Barsalini e Isiely
Ayres
Gên.Espetáculo: Circo-teatro;
Genero: Comédia
Personagens:
Capitão Fernando
A Mulher do Capitão
Chica (empregada)
Recruta Zero (palhaço)
Ordenança
Soldado 24 (esteriótipo do viadinho)
Cenário: Casa do Capitão, quarto de Ordenanças. De um lado do palco uma cama e, do
outro, uma mesa, uma cadeira e um telefone.
Sinopse:
A comédia O Recruta Zero trata da vida conjugal do Capitão Fernando. Este trai a
esposa com uma namorada de nome Angélica.
A peça se inicia com o Ordenança que trabalha na casa do Capitão, escovando seu
paletó quando cai uma carta de sua namorada Angélica. A esposa do capitão quer saber
de quem é a carta e retira-a do Ordenança, descobrindo a traição de seu marido. A sua
mulher faz um escândalo e ele tenta inocentar-se. Ela ameaça ir embora e sai. O Capitão
devolve para o quartel o Ordenança e pede outro substituto, o Recruta Zero. Para
vingar-se do patrão o Ordenança dar informações erradas ao Recruta Zero quanto as
características físicas do Capitão causando uma enorme confusão entre o Recruta Zero e
o Capitão. O Capitão para livrar-se da esposa e ir ao encontro da namorada coloca o
Recruta Zero para dormir na sua cama enquanto ele sai para o encontro. A mulher do
Capitão descobre mais esta trapaça e aguarda-o chegar, insinuando que teve um caso
com o Recruta Zero. O Recruta diz que é apaixonado pela empregada Chica e que quer
casar-se com ela, porém o Ordenança 24, que é gay, não deixa e sai correndo atrás dele.
5.4.1.3 Análise das duas obras: As Duas Angelicas/ O Recruta Zero
66
Esta peça faz parte do livro “Comédias de Circo-Teatro”, organizado por Heyttor Barsalini e Isiely
Ayres. Itu (SP), Ottoni Editora, 2007. pp.44 a 73.
190
Há entre o texto “As Duas Angélicas” de Abelardo Pinto Piolin e o texto “O
Recruta Zero”, sem autoria, uma distância cronológica de sessenta e cinco anos, em que
o enredo é mantido, havendo apenas acréscimos de situações que produzem mais efeitos
risíveis. Acredito que, apesar das principais situações cômicas estarem determinadas nas
cenas do primeiro texto, As Duas Angélicas, o texto é mais sucinto pois este não deixa
de ser um pretexto para o palhaço Piolin e sua troupe de artistas, que em cena,com
certeza criavam muitas gags que não estão descritas. Já o segundo texto, O Recruta
Zero, sendo uma peça baseada na cena, escrita através da “oralidade” cênica, com o
intuito de preservá-la como texto escrito para as futuras gerações de artistas circenses,
traz para a peça todas as gags criadas em cena.
As duas obras tratam do mesmo tema que é a história de um oficial (Tenente ou
Capitão) que trai sua esposa com outra mulher, cujo nome é Angélica. Nas duas obras
são os Ordenanças que fazem toda a trapalhada necessária para criar a comicidade, com
enganos, trocas, e todo o tipo de trapaças. O enredo é marcado pelos quiproquós criados
por estes Ordenanças (palhaços). Como exemplo, na cena VII do texto “As Duas
Angélicas”, ocorre um diálogo entre ordenança Rabanete e o tenente Fabiano (trecho
escrito com a grafia da época) bem representativo deste jogo de cena:
“RABANETE (Só) – Ah! Comigo ele não tira farinha!Vê
lá si eu dou confiança pra tenentes...Comigo escreveu
não leu o pau comeu! (ao tenente que entra) – Ó você!
Onde está esse tenente valentão que costuma dar em
soldado?
FABIANO – O que é lá isso?
RABANETE - Você deve ser amigo desse tenente das
dúzias que é metido a dar em soldados. Pois bem: vá
dizer a ele que ele pode ter dado em muitos soldados
vagabundos, mas em mim ele não dá!
FABIANO – Quem é você? Que confianças são essas?
RABANETE (Empurrando-o) – Você ainda está aí,
rapaz! Vá dizer a esse tenente que venha dar em mim, si é
homem! Diga-lhe que venha aqui, que eu quero quebrarlhe a cara!
191
FABIANO – Ah! Você quer quebrar a cara do tenente?
Pois então quebre! O tenente sou eu!
RABANETE (Perfilando-se) – Ó seu tenente... Então é o
senhor que é o tenente?! Aquele soldadinho vagabundo
que saiu daqui agora, enganou-me... Disse-me que o
tenente era velho, caréca, cavanhac...
FABIANO – Perfile-se!
RABANETE – (Perfilando-se) Pronto, seu tenente!
FABIANO – Três passos à frente!
RABANETE (Dando quatro passos) – Pronto, seu
tenente!
FABIANO – Eu pedi três passos e não quatro!
RABANETE – Um é de gorgeta.
FABIANO – Aqui não se aceita gorgeta! Mas, afinal,
quem és e o que queres aqui?
RABANETE – (Entregando um bilhete) – Eu sou o novo
ordenança, senhor tenente.”
O interessante é que na segunda obra, O Recruta Zero, além dos Ordenanças, as
peripécias são também estendidas para todos os personagens para criar várias gags,
efeitos cômicos da tradição circense. Como exemplo, a cena 2 , da esposa com o
Capitão, na qual ambos se envolvem num jogo de palavras e ações:
MULHER – (segurando o Capitão com a mão em seu
peito)
Vai sair prá onde?
CAPITÃO - Eu vou...eu vou... eu vou ali!
MULHER – Ali, onde?
CAPITÃO – Ali, ali.
MULHER – Eu quero saber onde o Senhor vai.
CAPITÃO – (Pensa um pouco) Eu vou...eu vou...eu
vou...Ah! Eu vou à farmácia! Estou com uma dor de
cabeça tremenda, tremenda.
192
MULHER – Ah, tá com dorzinha de cabeça?
CAPITÃO – Eu tô.
MULHER – Senta aí que eu vou te examinar. (Empurra
ele na cama e ele já cai sentado)
CAPITÃO – Vai me examinar ...mas você não é médica.
MULHER – Mas eu sou veterinária. Abre a boca seu
animal! (Examina a boca, os olhos e diz bem afetada
para Chica) Chica, é bicha!
CAPITÃO – Êpa! Bicha, não! Bicha, não!
MULHER – É bicha, sim. Você tá com uma lombriga
deste tamanho (indica com as mãos) na barriga. Chica,
vai até a farmácia e me traga uma dose de purgante.
(Chica marca saída a cada fala das personagens)
CAPITÃO - Chica, meia dose.
MULHER – Chica, uma dose.
CAPITÃO – Chica, meia dose.
MULHER – Chica, uma dose.
CAPITÃO – Chica, meia dose.
MULHER – Chica ...
CHICA - (Grita, cortando) Pára!Eu vou logo trazer é um
galão de cinco litros de purgante! Aí vocês decidem. (sai)
Estas gags criadas para dinamizar a cena, deixando muitas vezes de lado o enredo
principal, para produzir efeitos cômicos, revelam como a obra é escrita voltada para o
público, que é fundamental para criar a triangulação necessária para que o efeito cômico
ocorra.
Ao analisar o conjunto das 87 peças escritas por Piolim, e 9 peças escritas em
parceria com outros artistas circenses, que se encontram no Arquivo Miroel Silveira,
pode-se observar que foram escritas e representadas 93 peças entre o período de 1942 a
1956, sendo que apenas três obras foram escritas e representadas entre 1933 e 1934, e
que todas foram produzidas e apresentadas em seu circo. Entre as 87 peças escritas
exclusivamente por ele, 68 são comédias (entre elas a peça As Duas Angélicas), 1
comédia-drama, 3 comédias–regionais, 1 comédia musical, 2 chanchadas, 4 revistas, 1
193
revista carnavalesca, 1 far west, 5 dramas e 1 drama sacro. Entre as 9 peças escritas em
parceria, estão 5 comédias, 1 comédia policial, 1 comédia drama, 1 revista e 1 revista
circense. Esta classificação dessas obras é dada pelo próprio autor ao depositar uma
cópia da peça para ser censurada. Deste conjunto apenas 6 obras são dramas, ou seja,
93,7% das obras representadas por Piolim foram comédias, sendo estas escritas por e
para ele, peças exclusivas para que ele, o palhaço Piolin pudesse criar a comicidade
necessária para essas obras em cena, no cotidiano do palco, realizando a triangulação
com o seu público.
Os títulos de sua obras passam em revista a vida cotidiana dos vários povos que
vieram para o Brasil no final do século XIX e início do século XX e que, juntamente
com os caipiras do interior de São Paulo que vão migrar para a Capital , vão formar um
contingente populacional com características próprias, apesar da diversidade cultural, ou
seja, justamente por isso esse caldeirão cultural vai proporcionar à Capital uma cultura
heterogênea e extremamente voltada para os seus bens culturais.
Duas temáticas chamam atenção que é o futebol (O Campeao De Futebol;
Piolin, Campeao De Futebol), que chegou ao país através de São Paulo, e os
pensionatos (A Pensao Pindura), que eram comuns pois a migração era intensa, já que
rapidamente São Paulo, capital, vai crescer com a emergente industrialização que
também terá destaque em suas obras (Industrias P.Zada; Enquanto A Cidade
Dorme).
As comédias policiais dão destaque aos aspectos políticos da época, que tratavam
desde assuntos relacionados com a Segunda Guerra Mundial (Espionagem A Bordo;
Piolin Contra A Espionagem Japoneza), aos futuros candidatos aos cargos políticos
do país (A Filha Do Ministro; O Embaixador; Piolin, O Candidato!!!).
Títulos tratando do caipira são comuns (O Engenho De Cana Do Papai; O Vaqueiro
Piolin; Prece A Sao João; Dois Caipiras Sabidos; Flor De Maio; Corone Piolin), já
que o caipira torna-se destaque nas obras de vários autores do século XIX e início do
XX, com o crescente crescimento das capitais, e com a conseqüente migração dos
mesmos para as referidas capitais.
Também não escapa a Piolin a influência do cinema em sua obra com títulos
diversos (Piolin Tarzan; Pancho Vila; O Mexicano; Um Romeo Das Arabias;
Romeu Sem Julieta). Os temas recorrentes das comédias aparecem em sua vasta obra
como a vida dos soldados (Simplicio Asentou Praça), os criados trapalhões (Piolin
Criado Fiel), os fantasmas (O Fantasma Gostosao; A Mansao Das Almas; Uma
194
Noite De Pavor), os assassinatos e mortes (O Crime Da Rua Das Palmeiras; O
Matador Piolin; O Mata-Mata), roubos e bandidos (O Bandido Juliano; O Roubo
Do Colar; Bandido Galante; A Lei Da Bala), o amor (Guerra Por Amor; Vinganca
Por Amor), casamentos e noivados (O Noivo Rico; A Noiva De Papai; Tres Noivos
Para Tres Irmãs; A Noiva Eterna), falsos doutores (Doutor Por Acaso), traições (As
Duas Angélicas), o sexo - títulos com duplo sentido: (Que E Que Ha Com O Seu
Peru; Nem Tudo Que Balanca Cae; Esta Bom, Deixa; Ha Maldade Nisso).
As temáticas da cultura brasileira aparecem em vários títulos (E Muita Cocada;
De Cartola E Tamanco!; O Vaqueiro Piolin; O Neto De Lampeao; A Macumbeira;
Coco, Melancia e Abacaxi; Corone Piolin), assim como as músicas que marcaram
época (É Com Esse Que Eu Vou!!!; Peguei Um Ita No Norte; Saudosa Maloca).
Muitos outros títulos apresentam-se em sua obra que mostra como o criador de
peças para o circo-teatro estava antenado com os acontecimentos do mundo e do Brasil,
buscando sempre renovar seu repertório de comédias com temáticas atuais, que
atraíssem o público, ávido de novidades.
5.4.2 Análise de 2 (duas) Peças Estudadas por Gênero:
5.4.2.1 Peça 01: “O CHICO E O DIABO”/Benjamim de Oliveira (FichaTécnica e
Sinopse)
Localização no Arquivo Miroel Silveira: DDP1607
Título: O CHICO E O DIABO / Benjamim de Oliveira (1934)
Autor: Oliveira, Benjamim de
Gên.Espetáculo: Circo-teatro
Genero: Comédia Mágica em 1 ato e 1 Apoteose
Personagens:
Chico da Porteira - um fazendeiro
Venâncio – sitiante
Dorothéa – velha viúva e rica
Joanna – filha de criação
Estephania – irmã desta
Felipe Campeiro – empregado
João Gostoso – amigo deste
Fada – o gênio bom
Diabo – o gênio mau
Comparsas, convidados e músicos...
Cenário:
A cena representa uma sala de casa pobre: mesa à direita ladeada de duas cadeiras.
195
Sinopse:
A comédia mágica “O Chico e o Diabo” trata do tema do casamento de
Esthephania, irmã da filha de criação de Dorothéa, velha rica e viúva, com um
fazendeiro rico, Chico da Porteira; porém a jovem gosta de um empregado de Dorothéa,
Felipe Campeiro, que é pobre. Para separá-los, Dorothéa trama, juntamente com seu
irmão Venâncio, acusar Felipe do roubo de uma quantidade de prata.
Ao saber da trama, Estephania pede ajuda ao namorado de sua irmã , João
Gostoso, que ao ficar zangado torna-se valentão, impedindo que Felipe Campeiro seja
preso e provando a sua inocência.
Para protegê-lo uma fada dar a Felipe Campeiro um talismã, uma varinha mágica.
Chico da Porteira por sua vez, resolve usar seu talismã dado pelo Diabo. Na luta entre o
bem e o mal, entre o talismã da fada contra o talismã do Diabo, Felipe consegue
imobilizar a todos e vai até o escrivão para casar-se com Estephania.
O diabo aparece e tenta impedir o casamento, porém, a fada também aparece para
a proteção do casal.
A peça Mágica acaba com uma apoteose na qual os protagonistas já aparecem
casados. À esquerda a fada; e à direita o diabo vencido na luta.
Observações: A primeira rubrica indica que a cena se passa na sala de uma casa pobre,
tendo à direita uma mesa e duas cadeiras. É uma casa de fazenda, apesar de não haver
uma rubrica que indique isto, porém todas as falas das personagens indicam que a ação
ocorre na casa da fazenda de Dorotéia.
5.4.2.2 Peça 02: “OS IRMAOS JOGADORES”/Benjamim de Oliveira (Ficha
Técnica e Sinopse)
Localização: DDP0102
Título: OS IRMAOS JOGADORES / Benjamin de Oliveira ; adaptação para circo
de Julio Ozon (1934)
Varia. tít.:A fada e o Satanáz
Autor: Oliveira, Benjamin de
Gên.Espetáculo: Circo-teatro
Genero: Comédia em 1 Ato e 3 Quadros
196
Mágica em Dois Atos
Personagens:
Barão de Sumarin – 55 anos
Clarinda, sua filha – 18 anos
Melchior, jardineiro – 40 anos
Jacob, um criado – 21 anos
Marquez – 30 anos
Guilherme, jogador - 22 anos
Jorge, irmão de criação – 20 anos
Thomaz, mendigo – 50 anos
Júlia, sua filha – 17 anos
Fada, gênio do bem
Diabo, gênio do mal
Tobias, vendeiro
Jogadores, comparsas e etc...
Cenário:
Ato 1:
A cena representa um salão de botequim, onde se reúnem os elementos do jogo, sempre
a um cantinho de mesa, dando um aspecto de malandragem.
Ato 2:
A cena representa a casa do Barão de Sumarini, na parte
ajardinada, onde um
empregado se entretém a tratar das flores. É um português. Na mão um regador e porta
um rastilho.
Sinopse:
A peça Dois Irmãos Jogadores tem como enredo a história de dois irmãos que
ficam viciados em jogar, vivendo de ganhar e perder dinheiro através das cartas. Ficam
completamente arruinados e saem à procura de algum emprego, quando chegam à casa
do tio sem saber quem ele é, e vice-versa; e conseguem trabalho como jardineiros. Um
deles, Guilherme, apaixona-se por Júlia, filha do tio e é correspondido, porém o
Marquez pretende casar-se com ela e, com a ajuda do Diabo tenta separar o casal. A
fada, protetora da jovem Júlia, intervém a seu favor impedindo que o diabo atrapalhe o
casamento dos dois. A peça termina numa grande apoteose com a imagem do casamento
de Júlia e Guilherme, após à descoberta pelo tio de que os dois rapazes são seus
sobrinhos.
197
5.4.2.3 Análise das duas obras: “O CHICO E O DIABO”/ “OS IRMAOS
JOGADORES de Benjamim de Oliveira
Análise das duas peças:
Ambas as peças tem como gênero a Mágica. Segundo a pesquisadora Vanda Lima
Bellard Freire67, que ao consultar o Glossário de Termos Técnicos do Espetáculo, de
Geir Campos, encontra a seguinte descrição para a féerie, chamada Mágica no Brasil e
em Portugal : “palavra francesa que designa um gênero teatral, no qual predominam
truques espetaculares, com muito trabalho conjunto de mecanismo e luzes e sons, dando
a impressão de mundo de fadas (fées, em francês)". A pesquisadora Neyde Veneziano68
assinala que a féerie “indicava um tipo de encenação de histórias fantásticas, fabulosas,
repletas de truques cênicos destinados a maravilhar públicos ingênuos”, devido a
enredos simples e personagens sem nenhum aprofundamento. Neyde Veneziano explica
que:
“No século XIX, a mágica era uma peça musicada que,
estruturalmente, misturava elementos cômicos e dramáticos, fundada
no sobrenatural, plena de transformações, sortilégios, visualidades,
fadas e varinhas de condão, demônios e duendes.
A pesquisadora Vanda Lima Bellard Freire assinala a chegada da mágica ao Brasil
através dos jornais:
“A referência mais antiga que encontramos à mágica, até o presente
momento, embora não possamos precisar se já se reporta
especificamente ao gênero em questão, está na Gazeta do Rio de
Janeiro, de 25 de janeiro de 1815, que anuncia, para o Teatro São
João, a "nova comédia mágica, intitulada o Mágico em Valença".
Outra referência antiga está no Jornal do Commercio, de 31 de
agosto de 1833, que anuncia para 1 de setembro, no Theatro
Constitucional Fluminense (denominação, à época, do teatro S.
Pedro), a "peça mágica Adele e Alfeno, ou a Tirania Castigada", pela
companhia cômica, em dois atos. O periódico O Despertador, de 24
de abril de 1838, anunciou "o drama mágico em tres actos O Genio
do Bem ou Os Mouros de Ormuz", e, em 29 de outubro do mesmo
67
Vide bibliografia em Referências bibliográficas.
Veneziano, Neide. Não adianta Chorar: Teatro de Revista Brasileiro...Oba! campinas, São Paulo:
Editora Unicamp, 1996. p. 27.
68
198
ano, "a comedia magica em tres actos O Magico em Catalunha ou O
Mouro Beneficente".”69
Diferentemente dos pesquisadores de teatro, como Neyde Veneziano, a
pesquisadora Vanda Lima Bellar Freire, da área da música, situa a mágica como “um
gênero musical, incluindo, em suas características, componentes rítmicos e melódicos
de manifestações musicais brasileiras do século XIX, tais como modinhas, romances,
baladas, maxixes, etc.”, diferenciando-a da féerie que a inclui no âmbito do teatro
musicado. Tendo como base as partituras completas encontradas na biblioteca da Escola
de Música da UFRG e na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, a pesquisadora destaca
ainda que a temática que prevalece nessas mágicas é o amor, aparecendo também
intrigas, crítica social e tramas diversas. As personagens que se destacam são do
campo, a exemplo de aldeões, camponesas e pastoras; de personagens abstratos ou
inanimados, a exemplo da natureza; e de personagens fantásticos ou mitológicos, como
exemplo, Satanás, Fadas, Tritões, Ondina, Espectros; além de personagens populares.
Ao analisar a peça “O Chico e o Diabo”, em “um acto e uma apotheose”, de
Benjamim de Oliveira, em cópia datilografada para ser censurada pelo Departamento
Estadual de Imprensa e Propaganda do Estado de São Paulo (DDP1607), a pedido do
Circo Irmãos Fernandez, em 10 de julho de 1934, observa-se que esta referida peça é
pequena, constando apenas de 8 (oito) páginas. Não há nenhuma referência de
adaptação ou arranjo para circo. Tudo indica que é de fato o texto escrito por Benjamim
de Oliveira na íntegra, ressalvada a distância cronológica entre o ano de 1910, em que
foi encenada pela primeira vez e a cópia do texto que é datada de 1934, além da
inversão do título,em que nos jornais da época de 1910 anunciam como “O Diabo e o
Chico” e a obra apresentada para censura apresenta o título “O Chico e o Diabo”. 70 A
pesquisadora Ermínia Silva, em sua Relação de Peças em Ordem Cronológica, que se
encontra em seu livro Circo Teatro71, apresenta esta peça com o título “O Chico e o
Diabo” como uma pantomima-farsa, que foi apresentada no Teatro-Circo Spinelli
69
Idem, Ibidem.
Vide cópia nos apêndices.
71
SILVA, Ermínia. Circo-Teatro – Benjamim de Oliveira e a teatralidade circense no Brasil. São Paulo:
Altana, 2007. p.319.
70
199
Companhia Eqüestre Nacional da Capital Federal – de 1906 a 1912. Observa, porém,
que a referida peça aparece também com o título “O Diabo e o Chico”.
As primeiras referências históricas sobre a montagem desta peça pelo famoso
palhaço Benjamim de Oliveira, consta em anúncio publicado em A Careta, de outubro
de 1910, segundo Roberto Ruiz. O próprio Benjamim de Oliveira, em entrevista dada a
Brício de Abreu para “Dom Casmurro” esclarece:
“No Spinelli é que eu lancei essa forma de teatro combinado com
circo, que mais tarde tomaria o nome de Pavilhão. Spinelli era
contra. Tanto que nos primeiros espetáculos tomamos roupas de
aluguel, porque ele se negava a comprar guarda-roupa. Foi no
Boliche da Praça 11. E a primeira peça intitulava-se ‘O Diabo e o
Chico’. Pouco a pouco fomos saindo para o teatro mais forte, de
melhor qualidade. E terminamos por fazer ‘Othelo’. E assim nasceu
a comédia e o drama no circo, cousa que nunca se vira antes.” 72
É importante observar que a obra citada como a primeira peça da companhia de
Spinelli, “O Diabo e o Chico”, é também a primeira peça escrita pelo próprio
Benjamim, que além de palhaço era ensaiador ou diretor de cena, realizando também
adaptações de obras para a apresentação de pantomimas. Esta obra, “O Diabo e o
Chico” aparece num anúncio publicado em A Careta, de outubro de 1910
73
, junto
com outras farsas encenadas pela Companhia Spinelli: “O Diabo e o Chico”, “Filho
Assassino”, “Irmãos Jogadores”, “Negro do Frade”, “Uma para Três”, “Matutos na
Cidade”, “Collar Perdido”, “Punhal de Ouro”, “Filha do Campo”, “Princesa Crystal”
e o drama “A Noiva do Sargento”, além de uma revista sobre a vida artística de
acrobatas e ginásticos, intitulada “Scenas da Vida Artística ou Emprezarios
Aventureiros”, ambas de autoria de Francisco Guimarães.
A pesquisadora Ermínia Silva relata em seu livro Circo Teatro este fato:
“A primeira peça escrita e apresentada, O diabo e o Chico, apesar de
não fugir ao que os circenses já realizavam, pois era uma mágica às
vezes denominada de farsa, é significativa. Benjamim a escreveu na
totalidade, incluindo o diálogo e a letra das músicas. Segundo ele, o
“sócio-caixa”, Affonso Spinelli, teria resistido a montar aquela peça por
72
73
ABREU, Brício de. Op. Cit. p. 86.
RUIZ, Roberto. Hoje tem espetáculo? As origens do circo no Brasil. Rio de Janeiro: INACEM, 1987.
200
causa do custo. Não há maiores detalhes sobre o montante, muito
provavelmente alto, por causa do guarda-roupa e do cenário.”74
É interessante observar que a pesquisadora assinala os altos custos para a
montagem, e com certeza deve ter sido devido às caracteríticas do gênero Mágica, já
assinalado nesta pesquisa, que utilizava maquinarias e truques cênicos para completar
a féerie necessária à representação do enredo. Haja vista nesta passagem do texto em
que aparece a fada:
FELIPE – Fala, João...
JOÃO – Felipe, você roubou, ou não roubou?
FELIPE - Ora, João...Você me acha com cara disso?
JOÃO – Olha, Felipe; muitas vezes a crise aperta, e a
gente rouba mesmo...
FELIPE - E se eu jurar?
JOÃO – Ah, se você jurar, eu acredito.
FELIPE - Eu juro se tal cousa fiz, quero ser o homem
mais infeliz deste mundo; e que caia sobre mim o maior
castigo...
FADA – Será feliz...
FELIPE – Quem sois vós?
FADA – A fada protetora dos infelizes...
FELIPE – Eu sou um delles...
FADA – Ao contrário; és muito feliz e tens um bom
coração. Toma este talisman; com elle farás tudo que
quizeres... e quando te achares em perigo, chama pela
fada, protetora dos infelizes. Adeus... – (desaparece)
JOÃO – Ahi, maganão... Que é que estavas arranjando
com aquella mulher?
FELIPE – Aquella é a fada.
JOÃO – Hum... é a safada?
FELIPE - Ela deu-me este talisman...
JOÃO – Qua! Felipe! Vara boa é esta; o mais é
história...
74
SILVA, Ermínia. Op. Cit. p. 225.
201
FELIPE - Eu vou chamar Estephania... Minha fada, com
o poder que tendes, fazei que venha aqui Estephania... –
(ostenta a vara)
ESTEPHANIA – Ó Felipe... Ó João... Como vieram aqui?
FELIPE - Foi a valentia do João, se não eu já estava
morto...
JOÃO – Felipe, manda vir aqui a Joanna! – (ostenta a
vara)
JOANNA – Ó Felipe!... Como vae João ... – (bate)
JOÃO – Ó diabo do diabo! Vae bater no diabo, diabo...
A partir do trecho apresentado acima, pode-se observar que a entrada da fada
deve ter sido, na cena, um momento mágico, mesmo que não haja uma rubrica que
indique sua entrada, no texto. O mesmo ocorre com a sua saída, na qual a rubrica
indica “desaparece”. A rubrica não indica saída lateral do palco, mas um
desaparecimento, que propõe uma saída mágica.
O uso da vara mágica, o talismã, por parte de Felipe, para “aparecer” pessoas,
Estephania e Joanna, requer também mais um número de magia, que deve ter sido
elaborado pelo encenador do espetáculo, para causar o efeito feérico.
Para realização destes números de magia, assim como para a entrada e saída do
diabo, que aparece em outro trecho da obra, a produção deve ter arcado com o alto
custo para a realização desta mágica.
Com certeza Benjamim de Oliveira acreditava muito no seu potencial como
artista e como ensaiador para investir numa montagem cheia de truques e magias, não
obstante o conhecimento do circo com esse universo mágico.
O texto adequa-se ao gênero Mágica
descrito pelas pesquisadoras Neyde
Veneziano e Vanda Bellard Freire, que além da féerie, apresenta entrechos musicais,
como a modinha citada abaixo:
JOANNA – Agora que estamos juntos, pede o João para
cantar aquella modinha.
MÚSICA –
TODOS: Gosto de ti...eu mesmo não sei porque, minha
Joanna...
202
Se tu pensas que é mentira,
Pergunta lá para Estephania...
JOÃO -
Tu vaes casar comigo
Eu hei de ser bom marido, isto é:
Se fores bem carinhosa,
Hás de ser minha mulher...
DANÇAM - ... (Dorothéa entra, e João, Joanna,
Estephânia e Felipe fogem, abandonando a casa).
A peça aborda o tema do amor, com muitas peripécias para impedir que os
enamorados fiquem juntos. As personagens são populares, pessoas comuns, que
vivem no campo, são os caipiras.
É bem possível que a personagem João Gostoso tenha sido desempenhada, em
1910, por Benjamim de Oliveira, pois esta personagem aparece como o cômico, que é
metido a valentão, fazendo várias palhaçadas em cena, ao tentar salvar Felipe, e que,
além disto, canta modinhas e dança. É sabido que Benjamim de Oliveira foi um dos
primeiros palhaços – cantores ao lado de Eduardo das Neves, o Dudu, cantando
modinhas, lundus e chulas. Na opinião de Roberto Ruiz o sucesso de Benjamim como
palhaço-cantor devia-se “ao modo engraçado como dizia as coisas do que para os
trinados que sabia não poder dar. Assim, o que cantava destacava-se mais pela
comicidade do que pela melodia ou letra da música”75
Uma outra característica da Mágica é o seu final apoteótico, como no entrecho
abaixo, em que a fada aparece vencendo o diabo, e o casal de enamorados já
apresenta-se casados. Segundo Neyde Veneziano, a apoteose – é o grande quadro
final, cujo objetivo é provocar aplausos e entusiasmos76:
DIABO – (entra) – Todos ao seu natural! – (sae)
TODOS – (Voltam a si sem saber o que se passou...)
VENÂNCIO – Hum... que cheiro de pano queimado...
DOROTHÉA – Mas que sono pesado...
CHICO – Olha, nha Dorothéa, eu não quero saber de histórias; eu quero
casar... quero conta de minha noiva...
75
Costa, Eliene Benício Amâncio. Saltimbancos Urbanos: a importância do circo na renovação do teatro
brasileruio nas décadas de 80 e 90. Tese Doutorado. São Paulo: ECA/USP. 1999. p. 70.
76
VENEZIANO, Neide. Op. Cit. p.27.
203
DIABO – (entra de novo) – Venho avisar que Joanna e Estephania, achamse em poder de Felipe e João Gostoso; se quiserem
apanhá-los, acompanhem-me... – (sae)
FADA – Para traz, gênio do mal! É tarde de mais! Joanna e Estephania,
estão sob a proteção divina; para prover-te vou mostrar
um lindo quadro: Ei-lo!...
APOTHEOSE: - No fundo apparecem os protagonistas da peça, já
casados; mais adiante, à esquerda, posta-se a Fada,
empunhando a sua varinha de condão; à direita, cahido,
Satan, como vencido na luta.
(FECHA O PANNO)
A segunda peça de Benjamim de Oliveira, no gênero Mágica, “Os Irmãos
Jogadores”77,
com dois atos, em cópia datilografada, datada de 1934, para ser
censurada pelo Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda do Estado de São
Paulo, a pedido dos Irmãos Fernandez, em 6 de julho de 1934, está no arquivo Miroel
Silveira com o DDP102. Há um segundo pedido para a peça ser novamente censurada,
por solicitação do Circo Alcibíades, datado de 4 de agosto de 1942. Neste novo
pedido a peça requerida pelo Sr. Alcibíades Pereira apresenta 1 ato e três quadros, do
gênero comédia, sendo o original de Benjamim de Oliveira, com adaptação de Júlio
Ozon. Esta adaptação não se encontra arquivada, somente a peça mágica, data de
1934. Acredito ser esta obra uma reprodução da original de Benjamim de Oliveira.
Observa-se que no título “Os Irmãos Jogadores” há um sub-título “A Fada e Satanaz”,
porém este está riscado tanto no requerimento, quanto na capa datilografada. Sobre a
peça A Fada e Satanaz, segundo Ermínia Silva78, “Algumas
pantomims
representadas, denominadas farsas e mágicas, escritas por artistas de circo brasileiros,
como Eduardo, rapidamente começaram a ser adotadas por vários circos com as mais
variadas denominações, como O olho do diabo ou a fada e o satanás, encontrada às
vezes também com o título de O monóculo do diabo”..
Os Irmãos Jogadores,
segundo a pesquisadora Ermínia Silva, aparece na lista de peças apresentadas pelo
Circo Spinelli, classificada como pantomima, e apresentada neste circo entre 1906 e
1907. A autora não identifica a autoria da peça, assim como ao analisar as peças
criadas pelo Benjamim de Oliveira , não chega a citar esta referida peça.
77
78
Vide cópia das peças no Apêndice.
SILVA, Ermínia. Op. Cit. p. 221.
204
Por outro lado, em relação à peça A Fada e Satanaz ,Vicente de Paula
Araújo*relata que em 14 de janeiro de 1905, já aparecia um cartaz do Circo François,
como Circo-Teatro François, anunciando a presença de Eduardo das Neves, cantando
suas modinhas no violão, assim como figurando nas pantomimas, entre as quais o
drama “Os Bandidos da Serra Morena”. Outro cartaz, de 22 de março de 1905,
anunciava a peça “O Olho do Diabo” ou “A Fada e o Satanaz”, escrita especialmente
para essa companhia. Divulgava-se que haveria “um prólogo, um ato e uma
deslumbrante apoteose.”79
Se Os Irmãos Jogadores ou A Fada e Satanaz são a mesma obra não é possível
esclarecer pois este segundo texto não está entre as peças do Arquivo Miroel Silveira.
Considerando que o texto “Os Irmãos jogadores” seja de autoria de Benjamim de
Oliveira, este também configura-se como uma Mágica,a partir das características
apresentadas pelas pesquisadoras já citadas anteriormente. É interessante ressaltar
neste texto os vários entrechos musicais, que infelizmente não são identificáveis
quanto aos seus estilos, pois em nenhuma rubrica,
e falas das personagens, há
referência aos estilos musicais destes entrechos, além do que, as partituras musicais
não estão anexas ao texto dramático. As letras tratam do enredo da peça, sobre as
atitudes dos irmãos jogadores, inclusive citando as transformações ocorridas em suas
vidas, a exemplo da última cena do segundo ato quando os dois rapazes recebem
permissão para se casarem com suas respectivas pretendentes:
BARÃO – Meu irmão com sua licença, desejo festejar
este dia com um acto solemne para a família... Senhor
Guilherme, faça o favor...Ahi, em minha filha o que
desejava: casem-se e sejam felizes...
CLARINDA – Oh...obrigada meu pae.
JORGE – (a Guilherme) – Tu gostavas della, hein
marreco?...
THOMAZ – Meu irmão, também peço licença para fazer
alguém feliz; alguém que soffre, mas que chegou o dia de
mitigar as suas lágrimas... Jorge, ahi tem a tua Julinha: e
que sejam felizes...
79
ARAÚJO, Vicente de Paula. Palcos, Salões e Picadeiros. p. 68.
205
JORGE – Julinha para mim?... Aperta a costella... – (vae
abraça-la e abraça Jacob, empurrando-o para um lado )
– Em regozijo, eu e Guilherme vamos cantar um pouco.
GUILHERME E JORGE – Não somos mais vagabundos,
Não somos mais jogadores...
Agora estamos em família
Gozando nossos amores...
Ali nosso pae Thomaz
Que deve estar bem
Contente;
Findou-se a nossa miséria;
Agora somos boa gente...
Ora veja lá, ora veja lá
Ora veja lá...
Ora deixa os rapazes
Cantar...
Outra característica presente, é a aparição de seres fantásticos, como o Diabo, em
diversos momentos da peça interferindo nas ações das personagens. Como exemplo, o
Diabo aparece para o Marquez para fazê-lo impedir o casamento de Florinda com
Guilherme:
MARQUEZ – Então, mademoiselle? Não me diz nada? –
(ajoelha-se) – deixa beijar-lhe as mãos...
CLARINDA – Toma, forte toleirão... – (dá-lhe um tapa e
sae, correndo)
MARQUEZ – Toleirão, eu? Ah!ah!ah!, mal sabes que o
meu casamento comtigo é unicamente para poder pagar
as minhas dívidas...
DIABO – (entrando) – Cala-te,imbecil que só dizes
asneiras! Queres casar com Clarinda, para assim poder
pagar as tuas dívidas...
206
MARQUEZ – Mas quem é o senhor que sabe dos meus
segredos?
DIABO – Sou um homem que te acompanha e sabe do
que se passa em sua vida...
MARQUEZ – Uma vez que o senhor sabe tudo, diga
qualquer cousa a respeito de minha vida...
DIABO – Não relutes. Esse casamento não pode effetuarse porque Ella ama outro.
MARQUEZ – Quem?
DIABO- Guilherme...
MARQUEZ – Que Guilherme?
DIABO- O jardineiro...
MARQUEZ – Qual... então Ella vae despresar-me para
casar com um simples jardineiro?...
DIABO- É um capricho como qualquer outro... Não
vistes aquelle velho que há pouco entrou aqui? É o pae
de Guilherme. Mas se queres ganhar a partida juras ser
meu e acompanha-me...
MARQUEZ – (saindo arrastado pelas mãos) – Mas um
amigo que eu não conhecia...
Observa-se que neste entrecho dramático, o diabo, apresenta-se para o Marquez
como uma pessoa normal, sedutora, que conhece a sua vida particular e suas
necessidades. Em nenhum momento o Marquez afirma que ele é o diabo, e sim “mais
um amigo” que ele não conhecia!
O mesmo vai ocorrer com a fada, que nesta peça, ao contrário do Chico e o
Diabo, aparece como uma mulher comum, sem se identificar como fada, no entrecho
em que Guilherme e Jorge estão à procura de emprego:
BELCHIOR – O que que os senhores querem?
JORGE - É que nós queremos emprego, porque estamos
com fome, isto é eu trago a minha; e meu irmão traz a
delle...
207
BELCHIOR – Mas os senhores fortes, corados como um
burro, estão com fome?
JORGE – Forte e corado é o senhor quem diz; mas cá
dentro está vasio há quinze dias...
BELCHIOR – Eu vou chamar o senhor Barão e os
senhores poderão trabalhar a vontade...
FADA – (disfarçada) Uma esmola, pelo amor de Deus...
JORGE
–
Ih...minha
senhora...nós
também
estamos ruizinho de vida; mas se a senhora quizer
esperar um pouco, talvez que o senhor Barão nos dê
comida e asenhora poderá fazer parte do prato.
FADA – Oh! Obrigada, meus filhos; trabalhem
que Deus há de dar comida e felicidade... – (sae)
JORGE – Olha dona. Então diga a Deus, para não
demorar muito em olhar para nós...
Outra característica da Mágica, é o seu final apoteótico. Nesta peça, como não
poderia faltar, a fada está presente ao lado dos protagonistas:
TODOS - (saindo) Viva o senhor Barão!
BARÃO – Todos para o outro jardim... (saem)
DIABO E MARQUEZ – (entrando) Chegamos tarde de
mais. Já estão próximo do altar para o casamento...
Acompanhe-me...
MARQUEZ – Eu não sei de nada; quero que cumpras o
promettido...
FADA – Mais uma vez fostes vencido... Olha para este
quadro!
(Levanta o panno e apparecem Jorge e Guilherme ao
lado das noivas; estando a fada presidindo o acto, com
sua indefectível varinha-talismã).
Nesta obra as personagens que fazem parte do enredo mesclam-se entre pessoas
comuns que vivem na cidade, como taberneiros, jogadores, e personagens que vivem
208
no campo, mas que fazem parte de uma elite, como o barão e o marquez, ao lado de
seus criados camponeses. São personagens-tipo, típicos do interior do país, como os
caipiras ao lado de personagens estrangeiros, como o portuguez jardineiro.
Pode-se concluir que dos trechos das peças destacados, a Mágica configura-se
de fato como um gênero teatral, que se consolidou no Brasil do século XIX e vai
perdurar nos circos-teatros provavelmente até meados do século XX.
O enredo é simples, com peças curtas de 1 a 2 atos ( oito páginas para o Chico e
o Diabo e nove páginas para Os Irmãos Jogadores), incluindo as canções que
aparecem nos entrechos. Apesar desta constatação através das duas obras de
Benjamim de Oliveira, em relação ao texto escrito, não é possível avaliar a duração
destas obras na encenação, pois os recursos mágicos deveriam aumentar o tempo das
cenas, assim como a representação dos atores que além de interpretar, cantavam e
dançavam em cena, criando a triangulação necessária para satisfazer ao público que os
assistiam. O enredo estrutura-se em começo, meio e fim, realizando a curva dramática
da comédia. E as personagens-tipo, juntamente com os seres fantásticos, conduzem a
ação dramática que culmina na apoteose, com final feliz.
Nas duas obras a figura do cômico é delineada como um caipira. Em O Chico e
o Diabo esta personagem é o João Gostoso, tipicamente caipira. Em Os Irmãos
Jogadores, a personagem-tipo Jorge, apesar de viver na cidade e ir depois para o
campo apresenta-se em suas falas como um tipo grosseiro, atrapalhado, com atitudes
desajeitadas, mais próximas do estilo caipira. Acredito que no palco o ator cômico
dominava a cena com seu tipo característico, mesmo em histórias diferentes,
produzindo muito riso na platéia. E os textos deixam entrever estes momentos, a
exemplo em O Chico e o Diabo, na cena em que João Gostoso, o cômico, chega para
“salvar” Felipe:
TODOS – Ahi está o Felipe... – (amarram Felipe num
pau)
JOÃO – (entra, o povo ri) Na, na, na, não ...Queé que
estão rindo?
VENÂNCIO – Quem é esse porquera?
DOROTHÉA- É o patife do João Gostoso...
JOÃO – Eu não sou gostoso nada... Eu hoje estou
amargoso...
DOROTHÉA – Que é que vem faser aqui?
209
JOÃO – Venho dizer que Felipe não roubou nada...
VENÂNCIO – E como é que você prova?
JOÃO – Provo que ahi tiver um homem que dè um
passo á frente!
TODOS – Espera patife! – (avançam, mas João ameaça
com uma garrucha e solta Felipe que sae correndo.
Chico sae carregado prafrente.
DOROTHÉA – Melhor; o cabra foi mais a menina
ficou...
VENÂNCIO –
É como o outro diz: a faca foi, mas a
bainha, bem trinta.
DOROTHÉA – Vamos paradentro beber café por causa
do susto...
TODOS – Vamos!... (entram)
E na cena em que Guilherme e Jorge resolvem dar flores para Clarinda, em Os
Irmãos Jogadores, sendo que Jorge faz o cômico:
GUILHERME – (entrando com um ramalhete de flores –
Minha senhora...
CLARINDA – Ah! É o senhor?
GUILHERME –Sim. Peço licença para offerta- lhe estas
lindas flores; acheias tão lindas que não pude resistir ao
desejo de lh’as offerecer...
CLARINDA – Obrigada. Há tantos dias que o senhor está
aqui em casa, e eu inda não pude saber o seu nome.
GUILHERME – Guilherme Sumarin, um seu creado...
JORGE – (entra com um bouquet de flores, e assusta-se ao
ver Guilherme conversando com Clarinda) – Ih,
Guilherme!... Você derramou todo o caldo! Conversando
assim com Sá barôa, esta é boa...
CLARINDA – Fiquem a vontade; meu pai não me prohibe
que eu fale com pessoa alguma...
JORGE – estamos de trunpho na mão, Guilherme...
210
GUILHERME – Vê lá Jorge, que é que vaes fazer; não fale
no vício...
JORGE – Como é seu nome?
CLARINDA – Clarinda uma sua creada...
JORGE – Creada de Deus... Ta vendo, Guilherme, que linda
creada eu arranjei... Não vê D. Moringa...
GUILHERME – Clarinda Jorge!
JORGE – Já sei... Não vê D. Estribibinga... Que Guilherme e
eu tinham um...
GUILHERME – (tapando-lhe a boca) - Não fala essas cousas
Jorge!
5.4.3 Análise comparativa de 2 (duas) peças iguais : 1 (uma) peça original e (uma)
com adaptação/arranjo:
Ao analisar os documentos de pedido de Censura para a peça “O Ministro do
Supremo”, adaptação de Julio Ozon, com o DDP121, que se encontra no Arquivo
Miroel Silveira, observa-se que vários pedidos foram feitos para a obra original, sem
adaptação, apesar da mesma não se encontrar no arquivo juntamente com a adaptação.
O primeiro pedido de censura da peça “Ministro do Supremo”, em dois atos, de
Armando Gonzaga, data de 4 de janeiro de 1934, pelo American Circus Zoologic. É
provável que houve engano por parte do American Circus ao anotar que a peça era em
dois atos.
O segundo pedido de censura da referida peça, em três atos, data de 26 de
dezembro de 1941, pelo Broadway Circus, respeitados os cortes das folhas 18, 36, 37 e
61.
Em 3 de julho de 1942 há um outro pedido de censura para a referida peça de
Mario Tamburro. Neste mesmo ano, em 2 de setembro de 1942, há um pedido de
censura da adaptação da referida peça de Julio Ozon, por parte de Alcibíades Pereira,
pelo Circo Alcibíades. É o único pedido feito a esta adaptação com o título de “Ministro
do Supremo ou Alcibíades o Ás do Futebol”, com 1(um) ato e 3 (três quadros). Ainda
211
no mesmo ano, há um pedido de censura para o GDM Literário Brasileiro, para a
referida peça de Armando Gonzaga, com data de 6 de outubro de 1942. E por último, na
data de 12 de dezembro de 1942, há o pedido da referida peça por parte do Circo Teatro
Savalla.
Através destes pedidos de censura ao Departamento Estadual de Imprensa e
Propaganda do Estado de São Paulo, é possível confirmar que a obra original de fato foi
censurada a pedido dos diversos circos, inclusive devido às páginas na qual houve
censura citadas nos requerimentos, folhas 18, 36, 37 e 61. A adaptação feita por Julio
Ozon da referida obra possui um total de 14 (catorze) páginas, incluindo a capa; ou seja,
não foi esta peça que foi censurada pelos outros circos, e sim o original já citado.
Neste estudo serão analisadas as duas obras, a original, e a adaptação feita por
Julio Ozon.
5.4.3.1 Peça 01: “O Ministro Do Supremo”, de Armando Gonzaga (Ficha Técnica e
Sinopse)
Título: O MINISTRO DO SUPREMO
Autor: Gonzaga, Armando
Gênero: Comédia
Personagens:
ANANÍAS, com 50 anos
VICENTE, com 20 anos
GENOVÉVA, com 43 anos
MANECO, com 20 anos
NINI, com 20 anos
BEATRÍS, com 19 anos
ALVARO, com 22 anos
SENADOR Moura, com 50 anos
BILÚ, seu filho, com 20 anos
Constância, avó, com 70 anos
Joana, empregada, com 20 anos
Cenário:
Primeiro ato, a cena abre mostrando uma residência com mobiliário simples, paredes
escalavradas e móveis já sovados.
Segundo ato abre com uma cena completamente transformada. A casa está totalmente
pintada, com mobiliário e cortina novos.
212
Terceiro ato abre com um mobiliário composto de caixotes de batata e da antiga mobília
só resta uma cadeira de balanço.
Sinopse:
Ananias e sua esposa Genoveva depositam na amizade que têm com um senador
as esperanças para resolverem seus problemas financeiros. Ananias, empregado do
fórum, acreditando que o mesmo possa torná-lo Ministro do Supremo Tribunal, investe
então toda a reserva de dinheiro para aparentar posses que não têm, comprando novo
mobiliário, à espera de um encontro com o senador em sua casa. Sua sogra Constância
alerta-os sobre os gastos excessivos, porém estes não dão ouvidos. Beatriz, filha do
casal, é apaixonada por Álvaro, porém estes querem casá-la com o filho do senador,
rejeitando o seu namoro com o rapaz. A avó tenta separar a amizade do neto com seu
irmão de criação, que vive como criado da casa, pois este é irreverente e pela sua
filiação desconhecida. Neste ínterim alguns fatos acontecem: Ananias é surpreendido
pela promoção do genro preterido; e acaba pretendendo expulsar o criado por suas
irreverências, devido à presença do Senador. Após sucessivas visitas do Senador, este
demonstra que é impotente para conseguir a vaga de Ministro do Supremo, e que seu
cargo de senador não terá reeleição. Ocorre, porém, que o Senador Moura não só já
havia tentado conseguir a vaga para si, como também tinha perdido a própria cadeira no
Senado. Diante de tais fatos a família entra em desgraça, porém é salva devido ao criado
que herda a fortuna do vizinho, um negociante que seduziu a empregada da família,
colocando-o no mundo. E o genro, antes preterido, é agora abençoado devido sua
promoção no Serviço Público.
5.4.3.2 Peça 02: “O Ministro Do Supremo Ou Alcibíades, O Ás Do Futebol” de
Armando Gonzaga, adaptação e Arranjo de Julio Ozon(Ficha Técnica e Sinopse)
Localização: DDP0121
Título: O MINISTRO DO SUPREMO
Varia. tít.:Alcibiades, o Ás do Futebol
Autor: Gonzaga, Armando (1889 – 1954); adaptação de Julio Ozon
Gên.Espetáculo: Circo-teatro; Teatro amador; Companhias teatrais
Gênero: Comédia
213
Personagens:
ANANÍAS, com 50 anos
VICENTE, com 20 anos
GENOVÉVA, com 43 anos
MANECO, com 20 anos
NINI, com 20 anos
BEATRÍS, com 19 anos
ALVARO, com 22 anos
SENADOR, com 50 anos
BILÚ, seu filho, com 20 anos
AVOZINHA, com 70 anos
Comédia em 1 ato e três quadros.
Época:Atual
Ação: Rio de Janeiro
Cenário:
O primeiro quadro representa uma sala modesta em casa de Ananias. É dia.
O segundo quadro representa uma sala de visitas luxuosamente mobiliada. Extravagante
ornamentação e cômica distribuição dos móveis e almofadas. É noite.
O terceiro e último quadro representa a mesma sala. Somente três banquinhos e uma
mesa à direita, muito gasta pelo uso. Forte aparência de pobreza. É dia.
Sinopse:
A história se passa no Rio de Janeiro, período em que a cidade do Rio era a
Capital Federal. O Senhor Ananias, interessado em conseguir uma vaga no Supremo,
através de sua recente amizade com um senador, resolve aparentar riqueza, quando na
realidade ele e sua família vivem pobremente em uma casa alugada e com dificuldade
financeira. Resolve, então, comprar novos móveis e queimar os velhos, além de oferecer
jantares sofisticados ao senador, na esperança de obter, através dele, o referido cargo,
aumentando mais e mais as suas dívidas. Além disto, pretende realizar o casamento de
sua filha Beatrís, com o filho do senador, Bilú; porém esta é apaixonada por Álvaro um
pobre rapaz, sendo preterido por Ananias. Após um jantar, em uma conversa, o senador
diz a Ananias que não pode conseguir a vaga no Supremo para este, pois está afastado
de seu cargo de senador e que mesmo a sua vaga já foi oferecida a outro, devido ao fim
de seu mandato, e às mudanças que ocorreram no referido Supremo; e que durante três
214
meses ele tentou obter uma vaga para o seu filho em qualquer cargo, mas infelizmente
não conseguiu nada; além de que, ele próprio, tentou ficar com a vaga do Supremo mas
também não teve êxito.
Diante desta revelação e devido à sua imprudência, Ananias e sua família ficam
completamente arruinados, quando este recebe a notícia de que seu filho de criação,
Vicente, após a morte de seu pai legítimo, ficou com uma herança considerável,
salvando toda a família da miséria; e Álvaro conseguiu o cargo público almejado,
podendo assim casar-se com Beatrís.
Paralelamente, Maneco e Vicente são apaixonados por futebol e , durante toda o
enredo falam do futebol e da organização de um time, criando muitas cenas engraçadas.
5.4.3.3 Análise das duas obras: “O Ministro Do Supremo”/ “O Ministro Do
Supremo Ou Alcibíades, O Ás Do Futebol”
O autor Armando Gonzaga escreveu o texto “O Ministro do Supremo” em 1921,
fazendo um enorme sucesso com esta peça de estréia, cujo tema “assemelha-se ao de
comédias como Caiu o ministério (de França Jr.) e Quase ministro, de Machado de
Assis”, segundo Edwaldo Cafezeiro e Carmem Gadelha80. Até a década de 30, as linhas
básicas de espetáculo, no Rio de Janeiro, eram basicamente duas, o Teatro de Revista e
o Teatro de boulevard”, também chamado “Gênero Trianon”, no qual Armando
Gonzaga fazia parte. Segundo Brício de Abreu81:
Convencionou-se entre nós chamar o gênero de Teatro leve,
sem pretensões, feito exclusivamente para rir, de “gênero
Trianon”. Oriundo de mestres da carpintaria teatral como
Claudio de Souza, Gastão Tojeiro, Armando Gonzaga, Heitor
Modesto e Abadie Faria Rosa, que tiveram grandes sucessos
no antigo “Teatro Trianon”(que se erguia onde hoje se acha o
80
CAFEZEIRO, Edwaldo, GADELHA, Carmen. História do Teatro Brasileiro: de Anchieta a Alencar.
Rio de Janeiro: Ed. UFRJ/FUNARTE, 1996. p.450.
81
ABREU, Brício. In: CAFEZEIRO, Edwaldo, GADELHA, Carmen. História do Teatro Brasileiro:
de Anchieta a Alencar. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ/FUNARTE, 1996. p.441.
215
“Cineac Trianan”), com Christiano de Souza, Leopoldo Fróes
e depois Procópio Ferreira, esse gênero perpetuou-se entre
nós, tomando o nome do Teatro e emigrando depois para a
Cinelândia,...”*(ABREU, Brício de.Dom Casmurro – Teatro.
N.11, Rio de Janeiro, junho de 1945)
Para Cafezeiro82, o “Gênero Trianon” será marcado pela produção intensa e sucessiva
de comédias de costumes, cuja produção iniciou-se no século XIX. Esses autores
tornaram-se profissionais do Gênero, entre eles, que eram contratados com
exclusividade por companhias estáveis e ricas, ou distribuindo ao mesmo tempo dois ou
três originais a diferentes empresas, garantindo através de sua produção a sua
sobrevivência:
E esta garantia está intimamente relacionada, no mundo
capitalista, à necessidade de agradar a um público consumidor
já habituado a um padrão estético que dificilmente poderá ser
interrompido.”
Já a pesquisadora Betti Rabetti83, analisa a obra de Armando Gonzaga a partir de um
circuito de produção teatral:
E é nesse sentido que a concebemos dentro de um grande circuito,
ou modo de produção teatral, da cidade do Rio de Janeiro da primeira
metade do século 20, período em que a atividade teatral,
compreendida e vivida preponderantemente como fonte de diversão,
foi orientada pelo costume (ligeiro e extremamente eficaz) de
produzir comédias em série – procurando garantir sobrevivência a
autores, e a todos os membros das companhias de teatro, que a esse
circuito de produção se vinculavam.
A comédia de costumes tem suas raízes na Comédia Nova, advinda da Grécia
Antiga, que insere aspectos do cotidiano no modelo da Comédia de Aristófanes
(Comédia Antiga). Na Comédia Nova os temas tratam de rapazes apaixonados por
moças, e principalmente pela introdução do amor romântico, além de servos intrigantes.
82
Op. Cit. p.443.
Este texto foi apresentado na Comunicação Coordenada “Comicidades: vida e obra de
artistas no ‘teatro popular’”. Rio de Janeiro: Uerj, outubro de 2002. (Anpuh – X Encontro
Regional de História “História e Biografia”)
83
216
Segundo Flávio Aguiar84, Moliére é considerado o criador
da comédia de
costumes. No Brasil, o principal representante, e pioneiro do gênero, é Martins Pena
que caracterizou com bom humor as graças e desventuras da sociedade brasileira, ainda
na primeira metade do século XIX. A Arthur de Azevedo coube a consolidação do
gênero ao retratar os costumes da sociedade brasileira do final da Monarquia e início da
República.
Explica Flávio Aguiar:
A comédia de costumes caracteriza-se pela criação de tipos e
situações de época, com uma sutil sátira social. Proporciona uma
análise dos comportamentos humanos e dos costumes num
determinado contexto social, tratando freqüentemente de amores
ilícitos, da violação de certas normas de conduta, ou de qualquer
outro assunto, sempre subordinados a uma atmosfera cômica. A
trama desenvolve-se a partir dos códigos sociais existentes, ou da sua
ausência, na sociedade retratada. As principais preocupações dos
personagens são a vida amorosa, o dinheiro e o desejo de ascensão
social. O tom é predominantemente satírico, espirituoso e cômico,
oscilando entre o diálogo vivo e cheio de ironia e uma linguagem às
vezes conivente com a amoralidade dos costumes
Para a autora e pesquisadora Claudia Braga (2003, p.72), que tem se dedicado ao
teatro brasileiro do período da Primeira República:
“Tanto quanto o de Gastão Tojeiro, o humor de Gonzaga é
leve e despretensioso, suas comédias são estruturalmente bem
armadas, com diálogos rápidos e fluentes, demonstrando
intimidade com a construção teatral e, principalmente com o
filão cômico. Os quadros sociais pintados por Gonzaga são
envolvidos por fina ironia, com sua crítica incidindo, em
particular, sobre os comportamentos marcados pela hipocrisia
ou pela excessiva ambição.
84
Aguiar, Flávio; Antologia de comédia de costumes; São Paulo: Livraria Martins Fontes Ltda, ISBN:
8533617569
217
Ao analisar as duas obras, “O Ministro do Supremo”, a primeira escrita por
Armando Gonzaga, e a segunda“ O Ministro do Supremo ou Alcibíades, o Ás do
Futebol”, arranjo e adaptação para circo de Julio Ozon, pode-se observar que apesar do
enredo ser o mesmo, as duas histórias se passam em classes diferentes, causando
mudanças importantes na apresentação do cenário, na caracterização das personagens e
principalmente na construção de suas falas e ações.
O tema principal é o culto às aparências, cuja ação transcorre em torno do desejo
de ascensão social de Ananias. No texto original, a sogra Constança alerta à sua neta
Nini sobre a atitude do pai, com uma linguagem própria da classe média:
CONSTANÇA - Seu pai tem posses para sustentar
uma vida assim? É só aparência...
(Ato I, Cena I)
Porém Genoveva, sua filha e esposa de Ananias, responde:
GENOVEVA - Que importa isso? Nunca ninguém perdeu
por aparentar. Muita gente aí ostenta uma grande vida
com muito menos do que nós...
(Ato I, Cena I)
Já no arranjo para circo, de Julio Ozon observa-se uma linguagem simples,
coloquial entre as personagens. A personagem Constança (sogra) aqui é tratada como
Avozinha:
AVOZINHA - (entrando, ao fundo, com Genoveva e
Nini; continuando uma conversa) ... eu só quero ver
onde vai parar o Ananias com tantas despezas.
NINI - O futuro a Deus pertence!
GENOVEVA - Agora, com essa nova amizade de Ananias
vai tudo mudar de figura!
AVOZINHA - (senta-se) E que vantagens esperam vocês
d!aí?
GENOVEVA - Inúmeras! Ananias vai oferecer, sábado,
um jantar ao senador e durante esse jantar Ananias
arranjará com ele a vaga de Ministro do Supremo, lugar
de futuro e de maior conforto.
AVOZINHA - E é para isto que Ananias está se
endividando até os cabelos?
NINI - Ora! Vovó pensa que se endividar é privilégio
nosso? Toda a gente deve!
(Quadro I)
Outro aspecto a ser tratado é o cenário. Apesar de ambos os textos apresentarem
mudanças de cenários que correspondem à realidade tratada no enredo, estes apresentam
218
diferenças. No texto original, existem três atos. No primeiro ato a sala apresentada
possui mobiliário simples, paredes desgastadas e móveis já bastante usados de uma
classe média “alta”. No segundo ato há uma mudança radical, com a sala pintada, com
mobiliado e cortinas novas, correspondente a esta classe. No terceiro ato, devido à
destruição dos velhos móveis a pedido de Ananias, e após as declarações do senador, e
total empobrecimento da família, a sala apresenta-se mobiliadas por caixotes de batata e
do único móvel da antiga sala, resta a cadeira de balanço, demonstrando que esta família
de fato já não pertence à classe burguesa.
No arranjo de Julio Ozon, o texto tem um único ato e está dividido em três
quadros. O primeiro quadro representa uma sala modesta em casa de Ananias, a qual
corresponde à classe popular, “ao povo”. O segundo quadro representa uma sala de
visitas luxuosamente mobiliada. Extravagante ornamentação e cômica distribuição dos
móveis e almofadas, demonstrando o total desconhecimento desta família em relação ao
gosto da classe média. O terceiro e último quadro representa a mesma sala. Somente três
banquinhos e uma mesa à direita, muito gasta pelo uso. Forte aparência de pobreza. O
último quadro só aumenta a pobreza e o desgaste dos poucos móveis restantes, mas não
há alteração significativa em relação ao primeiro quadro, demonstrando que “o povo”
suporta os reveses da vida.
Na obra de Armando Gonzaga, o fato do texto está dividido em três atos, está
relacionado ao tempo da peça, com intervalos necessários para a troca de cenários, e
para dar ao público de teatro um tempo para o intervalo, em que este público, com suas
cadeiras marcadas, poderia sair para o foyer e conversar. Já no texto de Julio Ozon toda
a peça acontece em um único ato, demonstrando que o mesmo foi reduzido, apesar de
manter o enredo, em falas das personagens. Acredito que o propósito de manter apenas
um ato esteja relacionado diretamente à mobilidade do público, já que no circo, nem
todos os assentos são cadeiras marcadas, e também devido ao tempo do próprio
espetáculo circense, no qual, além da peça teatral, outros números de variedades são
apresentados. Como Julio Ozon é “um homem de circo”, ao contrário de Armando
Gonzaga, que é caracterizado por diversos autores como “um homem de teatro”, este
não poderia escrever uma adaptação que não tivesse em mente o espaço do circo e sua
estrutura de produção do espetáculo circense.
219
Julio Ozon pertence à Família Ozon, uma das primeiras famílias circenses que
chegaram ao Brasil. Seu pai, Henrique Ozon, falecido em 1899 chegou ao Brasil com
sua esposa Marieta Borel, vindos do Uruguai. Tiveram vários filhos que trabalharam em
circo por todo o Brasil. Entre seus irmãos, destaca-se Eduardo, conhecido como palhaço
Fura-Fura Três Tempos. Julio Ozon realizou várias adaptações e arranjos de peças
teatrais.
É interessante observar que no arranjo para circo de Julio Ozon, as entradas e
saídas das personagens são definidas no texto, reforçando a importância de cada
personagem no enredo da peça e na ação cênica, além da demarcação espacial da casa (e
do espaço do palco circense):
AVOZINHA – (entrando, fundo, com Ananias e Genoveva)
Eu bem dizia mas vocês não quiseram ouvir, agora...
(todos os três entram comendo banana)
ANANIAS – Comemos banana!(todos vem pobremente
trajados)
AVOZINHA – E sem pão, o que é pior
Nesta entrada as personagens entram pelo fundo, e
ganham a frente do palco para que a cena se desenvolva.
Sendo personagens principais, Ananias e sua esposa
destacam-se construindo a cena ao centro do palco,
enquanto a Avozinha senta-se, continuando o diálogo.
................................................................................................
JOANA – (entrando frente) Patrão! O seu Teixeira da
padaria está aí!
ANANIAS – Diga-lhe que eu não estou em casa!
JOANA – Mas o senhor está aí que eu tô vendo!
ANANIAS – Mas para os de lá de fora eu saí! Não estou em
casa para ninguém, ouviu? Saí depois de um bom almoço a
negócios e ainda não voltei até agora!
JOANA –(saindo frente) O patrão mandou dizê que ele
saiu! (sai frente)
(Quadro III)
Em relação à caracterização das personagens estas se apresentam, no texto
original, pertencentes à classe média, que, mesmo endividadas mantêm os seus hábitos,
com jantares luxuosos e comidas sofisticadas. Em relação ao arranjo de Julio Ozon,
estas personagens pertencem ao povo, vivem em casa alugada, sem pagamento do
aluguel há meses, devem ao verdureiro, ao padeiro e ao açougueiro. É o caso de
Ananias, que mesmo sem ter o dinheiro para pagar o aluguel, convida o senador para
220
um jantar sofisticado que ele nem sabe como é, e o resultado é pura comicidade, devido
aos enganos e qüiproquós:
VICENTE - (entrando fundo com uma bandeija, cálices e
uma garrafa de licor) Aqui está os licôriiiisssss! (fica à
entrada) (Vicente vem bem trajado)
ANANIAS - o senhor senador vai tomar um licor que eu
importo diretamente da Espanha.
VICENTE - (aparte) Espanha nada... foi a mãmãi que
feiz com mixiricas azêdas.
ANANIAS - ( indo á Vicente) Fica aí criado.Terei muito
gosto em servir.
VICENTE - ( baixo a Ananias) Charutos num teim maiz,
porque o vendeiro não fía.
ANANIAS - (idem) Cala-te animal! (servindo-os). É uma
maravilha este licor!
(Quadro II)
O futebol é tratado por esta classe burguesa como um esporte menor, de uma
classe pobre, o qual deve ser abolido de seu meio, apesar do interesse de algumas
pessoas desta classe por este, a exemplo do senador, que no arranjo de Julio Ozon
apresenta-se interessado neste novo esporte:
VICENTE - (baixo a Maneco) Não vá se esquecê do treno,
é as duas horas!
MANECO - Não tem perigo, a macacada já está toda
avisada!
SENADOR - (ouvindo) Os senhores estão falando sobre
futebol?
MANECO - Perfeitamente meu amigo senadores.
VICENTE - É nóis tava mas não estamo mais.
SENADOR - Pois falem, gosto de ouvir sobre futebol.
VICENTE - Se o senhor gosta fique sabendo que nós temo
um crube escoído.
SENADOR - e como se chama o club?
VICENTE - (vaidoso e contente) Rácha Canéla!
................................................................................................
SENADOR - Então... o club vai indo bem, não é assim?
VICENTE - Muito... o turco lá da esquina feiz presente de
uma bola nóva. Foi muito bom ele dá a bola, pois nóis
trava trenando com lata, bola di pano, e até tijolo memo.
Mais cum bola é outra coisa... futebol sem bola não tem
graça!
(Quadro II)
221
Ananias caracteriza-se como uma personagem que quer ascensão social, porém em
seu perfil este mostra atitudes incoerentes, pois não percebe que o senador não seria a
melhor escolha para conseguir o seu intento já que o mesmo naturalmente poderia
pleitear a referida vaga para si, para dar continuidade à sua carreira política. Ele parte de
pressupostos errados, criando uma bola de neve em que cada ação gera mais
complicação. Uma das suas ações é pretender que a sua filha se case com o filho do
senador, buscando ascender cada vez mais, através de um casamento por interesse, sem
saber que o rapaz nada tem. Para convencer a sua filha, no texto original ele usa esta
linguagem:
ANANIAS - (...) O filho do Senador... Aquilo, sim, é que é
um bom partido. Belo, inteligente, com um lindo futuro e
filho de senador... Ele virá aqui no sábado... Você vai ver
que rapagão.
(Ato I, Cena VIII)
No arranjo de Julio Ozon, Ananias diz:
GENOVEVA - Não faça barulho meu velho. Álvaro está
em casa.
ANANIAS - Ah! O Alvaro está aí? Bem a propósito...
precisamos acabar com este namorisco de Beatrís com
Álvaro. Para nossa filha Beatrís temos o filho do senador
que é um rapaz cheio da gaita.
GENOVEVA - E Beatrís quererá o filho do senador?
ANANIAS - Naturalmente! Ela é inteligente como o pai.
(Quadro I)
Um outro aspecto importante a ser abordado é o perfil de cada uma das
personagens-tipo. Ananias, por exemplo, se apresenta como o Cômico, típico das
comédias e dramas, após o advento da commedia dell’arte, realizando trocadilhos,
enganos e qüiproquós, e em outros momentos querendo levar vantagem, porém é
ludibriado. Ananias divide esta função com Vicente, seu filho de criação e criado, e com
o seu próprio filho Maneco, completando um triângulo de palhaçadas próprias dos
cômicos. Este aspecto é reforçado no arranjo para circo de Julio Ozon, que utiliza este
recurso para reforçar a composição destas personagens-tipo, com a comicidade própria
dos palhaços de circo, com suas gags:
MANECO - (chorando) Mãmãi! Papai!... O Vicente me
bateu!
222
VICENTE - (aparte) Mas quem fico co!a cara inchada fui
eu! (chora alto)
MANECO - Ai! Ai! (chora)
JOANA - (chorando comicamente) Coitado do Vicente e
do Maneco também!
ANANIAS - Mas que choradêra! Que inferno! E tudo por
causa do maldito futebólares!
NINI - Papai tira a bola d’eles!
ANANIAS - Isso mesmo! Dá cá essa bola, Maneco! (vai
tirá-la e Maneco joga á Vicente)
VICENTE - (recebendo a bola) O papai foi no drimbis!
ANANIAS - Dê-me esta bola Vicente! (Vicente joga-a á
Manéco)
MANECO - (recebendo á bola) Que costura bem feita!
ANANIAS - (indo a Maneco) Manéco dá-me esta
porcaria, vamos! (Maneco joga-a outra vez á Vicente
que ao querer devolvê-la a Maneco érra e dá com ela na
cabeça da Avozinha que estava cochilando)
VICENTE – (fugindo para dentro com Manéco)
Goooollll! (todos saem fundo)
(Quadro I)
Esta comparação entre o texto original e a adaptação feita do mesmo, entre um
autor teatral, Armando Gonzaga, e um autor circense ( Julio Ozon) demonstra que
apesar da obra ser a mesma, a linguagem difere-se e isto está claramente explícito nos
referidos textos, pois estes autores tem em mente em criar uma obra para ser consumida
pelo o seu público. No caso do teatro, no final do século XIX e início do século XX, no
Rio de Janeiro, os pesquisadores apontam uma produção intensa de um teatro para
diversão sem preocupações com a criação de uma “obra de Arte”, voltada para um
público que a ele acorria. Observa-se que a linguagem adotada por Armando Gonzaga,
através de suas personagens, apesar de utilizar algumas palavras coloquiais, com frases
feitas, e o recurso do bordão, mostra uma obra voltada para um público letrado, mesmo
que atingisse um público heterogêneo. Pesquisas recentes apontam esta produção como
de um teatro popular, a exemplo de estudos realizados por Betti Rabetti85:
Pois, para o homem de teatro Armando Gonzaga, trata-se de um
modo de produção de escrita dramatúrgica cômica imediatamente
orientada pela prática do palco e de procedimentos populares
85
Este texto foi apresentado na Comunicação Coordenada “Comicidades: vida e obra de
artistas no ‘teatro popular’”. Rio de Janeiro: Uerj, outubro de 2002. (Anpuh – X Encontro
Regional de História “História e Biografia”)
223
“gazeteiros”, como diz Certeau,4 intimamente ligados, no caso do
teatro cômico popular no Brasil, a um peculiar modo de produzir
práticas cênicas de diversão.
A pesquisadora Cláudia Braga86 também considera a produção do período da
Primeira República como um teatro popular:
O estudo dos textos dramatúrgicos brasileiros escritos e encenados na
Primeira República desvenda um caminho de desenvolvimento
artístico seguido por nossos autores, cuja opção preferencial
demonstra ter sido a de um teatro popular. Se estas obras
mantiveram-se até então olvidadas, ou mesmo ignoradas por parte
dos estudiosos de nossa história teatral tal explicação provavelmente
deve-se antes de mais nada ao preconceito das camadas mais
“ilustradas” quanto às formas mais populares de cultura.
Já a autora e pesquisadora Ermínia Silva87 analisa esse público do final do século
XIX, como heterogêneo, e como este se relacionava com o circo:
O que se observa, mais uma vez, é que o público que freqüentava os
teatros, os cafés-concertos e os circos era socialmente heterogêneos e
tinha acesso, como consumidor, a todas as formas de produções
artísticas ofertadas. No caso dos circenses, em particular, era
agravado a situação, pois eles iam a cidades, vilas e lugarejos que o
teatro não chegava. Enquanto não se construía o Teatro Municipal, e
na impossibilidade de a maioria dos brasileiros ir ao Rio de Janeiro,
vários grupos de artistas, principalmente os circenses, iam cumprindo
o papel de produzir e divulgar expressões culturais que resultavam
em teatralidades envolvendo gêneros e ritmos, artistas nacionais e
estrangeiros, sob a sua forma de organizar e produzir o espetáculo.
86
Comunicação apresentada no V Congresso de Ciências Humanas, Letras e Artes, com o evento paralelo
da V Mostra de Artes das Universidades Federais de Minas Gerais: Mariana - Ouro Preto.
87
SILVA, Ermínia. Op. Cit. p. 6.
224
E o circo concorria com o teatro na busca deste mesmo público, heterogêneo, que
se interessava tanto pelo o “teatro sério”, produzido por Sarah Bernard que aqui esteve
no final do século XIX, como também pelo teatro de variedades, a exemplo do teatro de
revista e das comédia de costumes.
Percebe-se que Julio Ozon utiliza em sua adaptação a linguagem do povo e de seus
diversos segmentos, mostrando uma variedade de palavras com corruptelas, criando um
“outro vocabulário”, a exemplo da linguagem adotada para as personagens-tipo, a criada
Joana, e o criado Vicente, com seus erros de linguagem, típicos de pessoas analfabetas,
sem instrução escolar.
Para aprofundamento desta questão em relação à recepção do espetáculo circense
e do espetáculo teatral, é necessário estudos nesta direção, apesar da pesquisadora desta
pesquisa apresentar sua análise quanto à recepção desta obra analisada acima, através da
comparação entre a escritura do texto adaptado por Julio Ozon e o texto original de
Armando Gonzaga, que aponta para escrituras diferenciadas, visíveis nos textos, pois
cada autor tem em mente um público específico.
É relevante dizer que, sem dúvida, diante da grande produção realizada pelos
circenses de adaptações, traduções e novas criações textuais, que o circo foi um dos
responsáveis pela tão ambicionada popularização do teatro, haja vista as 1088 peças de
circo-teatro guardadas no Arquivo Miroel Silveira, produção de um curto mas
significativo período.
6. Dificuldades Encontradas
A primeira grande dificuldade foi a impossibilidade de estar durante o ano da
pesquisa, 2009, em São Paulo, devido a falta de bolsa de pesquisa. As viagens foram
constantes entre Salvador e São Paulo, para conseguir fazer o levantamento de
documentos para o desenvolvemento da pesquisa.
Outro fator que dificultou o levantamento de textos foi a greve dos funcionários da
USP, consequentemente, do Arquivo Miroel Silveira. Por duas vezes a pesquisadora
deste projeto deslocou-se de Salvador a São Paulo e encontrou o Arquivo fechado.
Em relação à pesquisa, a primeira dificuldade encontrada foi transformar um
arquivo de mais de 2000 páginas, em um arquivo viável para o entendimento do
conteúdo a ser levantado em relação aos autores e às suas obras.
225
Outra dificuldade foi no levantamento das biografias dos autores, devido à falta de
informação sobre os mesmos, principalmente os autores portugueses, que inclusive
possuem nomes semelhantes, homônimos dos nomes dos brasileiros. Os sites da internet
foram importantíssimos nesse levantamento de dados.
7. Desdobramentos Futuros da Pesquisa
A pesquisadora deste projeto considera que a pesquisa desenvolvida para a
realização do seu pós-doutoramento, é o início de uma pesquisa que ainda vai se
desdobrar no estudo aprofundado de cada gênero e sub-gênero dos textos levantados,
assim como a analise comparativa de textos dos autores e dos adaptadores de suas
obras.
A amostragem apresenta-se com a análise de seis textos: dois textos analisados a
partir do gênero Mágica; dois textos analisados a partir das adaptações sofridas, sendo
um original, com autoria, e o outro que perde a autoria, tornando-se anônimo, recebendo
outro título, apesar de manter o mesmo roteiro; e mais dois textos que são analisados a
partir de um texto com autoria, e outro que é adaptação deste mesmo texto, feita para o
circo-teatro.
Outros desdobramentos são possíveis através do estudo mais detalhado dos
tradutores, adaptadores e arranjadores para o circo-teatro. Como ocorre o trânsito de
uma determinada obra até transformar-se em um texto possível de ser encenado na
estrutura do circo-teatro.
Em relação ao gêneros e sub-gêneros é necessário aprofundar-se nessas estruturas
já ausentes na contemporaneidade de nosso teatro brasileiro. O Disparate Cômico é um
exemplo, pois não foi possível saber como ocorria a encenação de uma obra deste
gênero.
226
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de España | Dramaturgos del siglo XIX | Dramaturgos de Cataluña Categorias: 1845
births | 1924 deaths | Literatura da Espanha | Dramaturgos da Espanha | Dramaturgos do
século XIX | Catalão dramaturgos
Bram_Stoker
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Categorias: Escritores da Irlanda | Autores de livros sobre vampiros
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Carlos Arniches
Obtido em http://translate.googleusercontent.com./Carlos
Charles Perrault
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Categorias: Escritores da França | Escritores de livros infantis | Parisienses
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Augusto Álvaro Peres
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htpp://vicenteperes.blogspot.com
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Benjamin de Oliveira
Obtido em: www.pindoramacircus.com.br/publicacoes/bibliografia/tese4.doc A constituição do
circo-família]
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SILVA, Ermínia. Arthur de Azevedo e a teatralidade circense. Artigo publicado in Sala
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de Comunicação e Artes - USP - número 6, 2006, ISSN 1519-5279, pp. 35-44.
9. Apêndices.................................................................................................................245
9.1 Cópias peças analisadas: As Duas Angélicas, O Recruta Zero e O Ministro do
Supremo, Os Irmãos Jogadores e O Chico e O Diabo (Xerox)
10. Anexos: (em CD-Rom)
Anexo I – Lista de Peças por Ordem de DDP
Anexo II - Lista de Peças por Ordem Alfabética dos Nomes dos Autores
Anexo III - Lista de Peças Organizadas por Gêneros e Sub-Gêneros
Salvador, 13 de agosto de 2010.
________________________________________
Eliene Benício Amâncio Costa