MODULO 2 (Tiro)

Transcrição

MODULO 2 (Tiro)
R
E
P
L
I
A
SNMANU
T
F
O
IRS
A
FOR
MODULO II
TIRO DE PRECISÃAO
VERSION 3.0
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
1
MODULO I
INTRoDUÇ
c
aO
INTRUDUÇ
TIROca
O
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
2
INDICE
A ARMA………………………………………………………………… 4
BALÍSTICA………………………………………………………… 6
-Balística Interna…………………………………… 7
-Balística Externa…………………………………… 11
-Balística Terminal………………………………… 14
APARELHOS DE PONTARIA………………………… 15
TÉCNICA DE DISPARO………………………………… 21
AVALIAR DISTANCIAS………………………………… 27
COMPENSAÇÕES DE TIRO…………………………… 30
MÉTODOS DE TREINO…………………………………… 32
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
3
A ARMA
!
O Sniper usa a melhor arma para chegar a um fim. Deve
ser encarada como uma ferramenta imprescindível. Tipicamente,
esta é uma Bolt Action de mola, embora existam algumas excepções onde poderá ser usada outra ama, tal como uma AEG ou até
mesmo uma pistola a gás.
A precisão e o silencio conferidos pela Bolt Action de mola,
aliados á extrema fiabilidade e autonomia, conferem ao
atirador a possibilidade de efectuar tiros complexos, com a
certeza que a bateria não morreu, e com uma performance
superior á de uma AEG. Esta consistência extra é apreciada por
estes jogadores, que muitas vezes dependem daquele centímetro
extra para atingir o alvo.
As reais vantagens e utilidades de uma boa arma para um Sniper
são:
-Fiabilidade;
-Precisão;
-Silêncio;
-Mobilidade.
Tudo o resto é acessório. O resto irá prender-se ao comodismo
do ajuste de hop up ou á facilidade de troca da mola. Mas o
essencial
são
estes
4
pontos,
que
não
podem
ser
negligenciados, sobe nenhum pretexto. A “aparência” da arma
também pode ser considerada de importância acrescida se
estiver-mos a fazer reencenação de uma força Militar real.
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
4
FIABILIDADE
!
Traduz-se num sistema simples de disparo, com poucos sitios por onde possa dar problemas. Uma boa marca (como Marui)
rotula imediatamente a arma como fiável. No entanto, várias
marcas de gama media e baixa conseguem dar, neste momento,
fortes garantias de fiabilidade.
PRECISÃO
!
Um bom hop up é crucial. Não são caros, o que os tornam
bons investimentos para upgrade. O cano não precisa de ser de
diâmetros
muito
estreitos
(chamados
erradamente
“de
precisão”). Necessita sim ser um cano de qualidade, bem
construído, de boa marca, e pode variar entre 6,02 a 6,08. O
sistema de ar tem de ser de qualidade e todo da mesma marca.
Hoje em dia, as marcas Chinesas têm conseguido fazer bons
sistemas de ar, que não precisam de modificações. Normalmente,
são upgrades bastante caros. ATENÇÃO: altos FPS não dão
precisão por si só. Existem inclusive situações onde altos FPS
irão retirar precisão á arma, e não aumentar. Aumento de
potência (FPS) não são upgrades de precisão.
SILENCIO
!
Existem armas a mola mais silenciosas que outras, mas
por norma uma arma a mola com 350 FPS é bastante silenciosa.
Pelo menos o suficiente para se conseguir dar tiro a curta
distancia e não se ser detectado. Sniper detectado significa
missão falhada. Esta afirmação é um dogma e não é discutível.
MOBILIDADE
!
O Sniper é um jogador altamente móvel. Sniper Rifles
excessivamente pesadas não devem ser tomadas em consideração
se se procura ser eficaz. Devem também não ser demasiado
longas. Silenciadores na ponta do cano servem apenas como
estorvo, embora o aspecto estético tenha também muita importância para a motivação do jogador.
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
5
BALÍSTICA
!
Balística é a ciência que estuda o movimento dos
projecteis, desde o seu disparo, até que este atinge o alvo.
Tudo é tido em conta, desde o hop up, o sistema de ar, o vento
e a força com que o projéctil é disparado, entre outros
factores. Neste capitulo serão apresentadas as consequências
destes efeitos no disparo e como os conseguimos prever. A
Balística está dividida em 3 ramos, os quais vamos falar caso
a caso:
-Balística Interna
!
Balística Interna é um ramo da Balística que estuda os
fenómenos que influenciam o projéctil durante o disparo,
ocorridos dentro da arma. Aqui falaremos sobre o Hop up, sobre
o cano, sobre o sistema de ar e sobre o projéctil em si.
-Balística Externa
!
Balística Externa é um ramo da Balística que estuda os
fenómenos, durante o disparo, ocorridos desde que o projéctil
sai do cano até que atinge o alvo. Aqui iremos abordar as
questões das condições atmosféricas e do efeito do Hop up no
projéctil.
-Balística Terminal
!
Balística terminal é um ramo da Balística que estuda os
efeitos do impacto de um projéctil no alvo ou no fim da sua
trajectória. É importante perceber-mos qual o impacto que o
projéctil causará no alvo, visto ser um alvo humano que não
queremos ferir nem magoar. A Balística Terminal é importante
como uma fonte de informação relacionada com segurança.
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
6
BALÍSTICA INTERNA
!
MUNIÇÃO (BB)
!
Este é o principal factor que determina a precisão de
uma arma, a par com o Hop up. Ao mesmo tempo, é o mais
marginalizado e esquecido de todos. Muitos investem centenas
de Euros em upgrades que não são precisos ou até que nem
sequer acrescentam nada á performance da sua arma, e não
inventem 20€ num pacote de BB’s de boa qualidade. Sem elas,
não se conseguem boas performances, por muito bons que sejam
os upgrades.
!
Peso - É importante seleccionar uma gramagem adequada
(sempre igual ou superior a 0,25g) e uma marca de confiança,
tal como Guarder, G&P ou G&G. O Sniper deve despender muito
tempo a fazer experiências com diversas marcas e gramagens,
tirar apontamentos, chegar a conclusões, e assim melhorar
progressivamente a qualidade do seu disparo. A gramagem não é
algo fixo. Em diferentes jogos podem-se usar diferentes
gramagens, para melhor alcançar a precisão desejada. Em jogos
em que a distância de tiro é curta ou não exista vento, BB’s
mais leves são desejáveis.
!
Cor - Existem várias cores de BB’s. As de cor branca são
as melhores para acompanhar o projéctil até ao seu destino, e
facilmente calcular ajustes, caso falhe. BB’s pretas, verdes
ou castanhas são BB’s que dificilmente se vêm, tanto pelo
atirador quer pelo alvo. São excelentes para manter o
atirador indetectado, mas o atirador dificilmente conseguirá
fazer ajustes, no caso de falhar, o que poderá ser fatal para
o mesmo.
!
Diâmetro - BB’s de 8mm são muito raras. Algumas armas
usam-nas, mas cada vez mais estão em desuso. Não tenho dados
próprios para falar delas, mas são vulgarmente conhecidas por
não serem tão precisas como as de 6 mm.
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
7
HOP UP
!
!
Para nós, airsofters, a maior invenção a
seguir á roda. Composta de borracha ou silicone,
encontra-se no inicio do cano de todas as armas (Camara).
Entra em contacto com a zona superior da BB, quando esta está
na camara. Quando a BB é disparada, esta borracha imprime-lhe
um efeito de rotação que irá anular o efeito da gravidade,
fazendo com que a BB siga em linha recta, em vez de fazer uma
curva parabólica. Normalmente são ajustáveis, pois é necessário uma calibração dependendo da gramagem da BB, da força
da arma e até da pressão atmosférica. É muito importante
investir num bom Hop Up. Não são caros, mas são essenciais.
Marcas como Guarder, Nine ball, Prometheus e Marui estão
entre as melhores. Atenção aquando da compra! Existem 3
sistemas principais de Hop up diferentes: APS-2, AEG e
VSR-10.
Existem também vários modelos de hop up diferentes, que vão
sendo explorados e melhorados cada vez mais por Snipers de
airsoft, um pouco por todo o mundo.
Flat-Hop: Hop up modificado para aumentar o contacto entre a
BB e o hop up, para que a rotação na BB seja mais constante e
precisa. A área de contacto do hop up é plana.
R-Hop: Um hop up que aumenta a duração do contacto entre a BB
e o Hop up em si, como o Flat-hop, mas a superficie de
contacto do hop é côncava. Necessita de uma bricolage maior
que a do Flat-hop para instalar.
IR-Hop: Um R-hop preparado para funcionar em condições de
temperatura abaixo de 0ºC (I=Ice).
ER-Hop: Um R-hop com o dobro do tamanho, para aumentar ainda
mais a estabilidade da rotação da BB. Os canos têm de ser
alterados para se poder aplicar um ER-Hop (E=Extended).
J-Hop: Um R-hop completamente feito á mão (incluindo a
borracha).
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
8
SiSTEMA DE AR
!
O sistema de ar é composto por:
-Pistão
-Cabeça de pistão
-Cilindro
-Mola
-Guia de mola
-Nozzle
Um bom sistema de ar é um que não tem fugas. Isto consegue-se
comprovar através da medição da velocidade de saída do
projéctil. Precisamos para isso de um cronny, aparelho que
mede a velocidade de saída do projéctil em pés por segundo
(FPS, Feet Per Second) ou Metros por segundo, sendo a primeira
a mais indicada. Medimos a velocidade de 20 disparos. Não
interessa qual a força do projéctil, mas sim qual a diferença
entre a força máxima e mínima. Para ser um excelente sistema
de ar a arma não deve ter uma diferença superior a 5 FPS.
Diferenças superiores a 20 FPS é considerado horrível.
O sistema de ar deve conter todos os seus componentes da mesma
marca. Marcas diferentes têm tolerância diferentes, o que pode
causar pequenas fugas que aumentam a diferença de FPS entre
disparos. Os melhores sistemas de ar são da Systema, Marui,
PDI, Guarder e Deepfire, entre outros.
ATENÇÃO: O mau isolamento entre o Hop Up, câmara e cano irá
produzir muita diferença de FPS. No entanto, o problema não é
do sistema de ar.
Existem diferentes versões de sistemas de ar, conforme a arma
em questão. Existem essencialmente 3 sistemas de ar:
-AEG
-VSR 10
-APS 2
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
9
CANO (INNER BARREL)
!
O cano é o componente da arma mais sobre-valorizado.
Embora seja muito importante, é um dos upgrades em que os
jogadores mais gastam dinheiro, e o que menos aumento de
performance traz no final. O cano apenas é aconselhado a ser
mudado se a arma for de gama baixa. Os canos Standard têm
normalmente um diâmetro interno de 6,08mm. Um erro muito comum
é o de se chamar de “cano de precisão” a um cano de diâmetro
de 6,01 a 6,03. Não é por ser de diâmetro mais reduzido que o
cano é melhor. Isso prende-se apenas com o método de fabrico
do cano.
A marca é o melhor elemento que temos para nos indicar a
qualidade do cano. PDI, Laylax, Systema e DeepFire são
consideradas as melhores. Acerca do Diâmetro, não existe
consenso em se um de 6,03mm é melhor que um de 6,08mm. Apenas
se sabe que 6,01mm não são o ideal, pois tendem a encravar
BB’s, e perde-se também FPS devido ao maior atrito.
Quando se escolhe um cano, em primeiro lugar, temos mais uma
vez de escolher entre vários sistemas existentes, dependendo
do interface da arma que temos (VSR, APS2 e AEG).
De seguida, temos de escolher o comprimento do cano. É
aconselhado verificar se o nosso sistema de ar tem ar
suficiente para o tamanho do cano. Para isso, basta calcular o
volume do cilindro e do cano. A formula é a seguinte:
Volume do Cilindro(mm) = Área da base x Comprimento(mm)
ou
π.Raio²(mm) x Comprimento(mm).
O volume do Cilindro deve sempre ser um pouco maior que o do
cano. Se tal não acontecer, a BB vai ficar sem ar a meio do
cano e irá ocorrer então o efeito de vácuo, e a BB irá perder
muita velocidade e precisão. Para estes casos, existem
sistemas de ar anti-vácuo, embora não seja a solução ideal.
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
10
BALÍSTICA EXTERNA
EFEITO DO HOP UP
!
O Hop Up reproduz na BB o efeito criado nas asas dos
aviões, e que lhes permite a sustentação (efeito de
Bernoulli). Este efeito irá fazer com que a BB plane a direito
até ao alvo. Este é o efeito mais dramático sentido pela BB. O
Hop Up deve ser afinado sempre que haja alteração de BB’s, da
energia da arma, ou até mesmo das condições climatéricas.
FORÇA DO PROJÉCTIL (Joules)
!
O Joule é a unidade de media padrão de energia,
aplicada ao airsoft, e chamada de “força da arma” ou “energia
da arma”. É muitas vezes mal interpretado e confundido com
FPS. O limite de energia permitido em Portugal é de 1,3
joules, que corresponde a 374 FPS com BB’s de 0,20g. Mas se
pegarmos numa arma que faz 500 FPS com BB’s de 0,20g, e pusermos uma BB mais pesada para a velocidade cair para os 370 FPS,
isto não significa que a arma fique legal. A energia continua
a ser maior que 1,3 Joules. Apenas a velocidade é mais baixa,
pois a BB é mais pesada. Neste caso, a energia é de 2,3
joules.
!
É importante ter em consideração que não é a força do
projéctil que dita a sua precisão, nem a sua velocidade.
Existem muitos factores a ter em conta. Uma boa arma, com um
bom Hop Up, a 370 FPS e com uma BB de 0,30g atinge facilmente
alvos a 60 metros com precisão.
!
O alcance eficaz (aquele que nos interessa) não é
alterado pelo simples facto de aumentar-mos a força. Aumenta
sim o alcance máximo, mas esse em nada influencia, por si só,
a precisão da arma.
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
11
ALCANCE EFICAZ
!
É possível, em armas com muita energia, com muito bons
componentes internos e com a BB ideal, chegar-mos é marca dos
70 metros de tiro com precisão. A este alcance chama-se de
EFICAZ. Embora esta arma atinja facilmente os 100 metros de
alcance EFECTIVO (que é o alcance máximo), já não é possível
fazer tiro preciso (ou eficaz) a estas distancias. O alcance
eficaz máximo que uma arma de airsoft consegue é ainda
desconhecido, pois ainda não foi demonstrado na prática. É
admitido que se conseguem alcançar ATÉ 60 metros de tiro
eficaz com armas a 370 fps e até 70 metros com armas a 500
fps. Uma Bolt Action de funcionamento a mola consegue, porem,
melhor precisão que uma AEG com a mesma energia e a mesma BB.
Por esse motivo, uma Bolt Action consegue melhor alcance
EFICAZ que AEGs, embora ambas tenham o mesmo alcance EFECTIVO.
VENTO
!
Mais FPS não dão mais precisão por si só, mas a BB
consegue oferecer mais resistência ao vento, e por isso,
ganhar alguma precisão quando se dispara com vento. No
entanto, quanto mais lenta for uma BB, mais tempo ela está
sujeita á força do vento, e por isso, mais se desvia. Ou seja,
nem sempre se pode dizer o que é melhor para combater o vento
é maior velocidade ou maior peso nas BB’s. É uma resposta
complexa
que
normalmente
tem
resposta
numa
gramagem
intermédia. Porem, na maioria das vezes, uma BB mais pesada
comporta-se melhor que uma BB mais leve.
!
Um mito urbano é pensar-se que a BB se desvia mais na
trajectória no final do seu caminho. Na verdade, é a meio do
caminho que a BB mais sofre alterações, e não no fim. No final
da sua trajectória, menos força do vento é exercida na BB,
pois esta já foi desviada, a pouco e pouco, nos metros antes
(a meio já perdeu grande parte da força que a ajudava a
combater o vento, e a velocidade que a ajudava a ultrapassar).
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
12
Ou seja, a BB já está mais a favor do vento no fim, que no
meio, logo, o vento exerce menos força no fim do que no meio.
No inicio, a BB ainda tem demasiada energia e velocidade para
que o vento tenha grande impacto na mesma.
!
Quanto aos ventos paralelos, se o vento estiver contra o
atirador, a BB irá subir (excesso de Hop Up), perdendo a
precisão. No caso do vento a favor do tiro, a rotação da BB
não será suficiente para contrariar o vento e a BB irá cair
mais rapidamente. No entanto, atingirá maiores distancias a
maior velocidade, pois a BB precisará de menos força para se
deslocar no ar.
PRESSÃO ATMOSFÉRICA
!
Na teoria, quanto menor for a pressão atmosférica, menos
efeito de hop up é necessário para manter a BB horizontal. Se
afinarmos o hop up numa noite fria (maior pressão), ele não
fará a rotação necessária á BB quando for meio dia com 40ºC
(menor pressão), e a BB irá cair sedo demais. Se formos para
grandes altitudes, e se a temperatura se mantiver, a falta de
pressão vai fazer com que tenhamos de dar mais efeito ao hop
up para que a BB vá horizontal. Da mesma maneira, por cada 600
metros de altitude a BB irá conseguir ir cerca de 1,50 metros
mais longe, mas por outro lado, por cada 15ºC mais frio,
perde-se 1,5 metros de alcance. Isto está intimamente
relacionado com a pressão atmosférica.
!
Quanto maior for a humidade, menor será a pressão
também. Parece contra intuitivo, mas não é. Humidade não é
água, é vapor de água. E o vapor de água é menos denso que o
ar. Ou seja, quanto maior for a humidade, mais efeito tens que
se dar ao Hop up.
!
O factor pressão atmosférico é muito importante para
quem joga Milsim. Nesta modalidade, é melhor possuir uma arma
com uma afinação de hop up rápida e simples, sem que seja
necessário o uso de ferramentas para tal.
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
13
BALÍSTICA TERMINAL
!
Este é o ramo da Balística mais importante para nós,
Airsofters, pois é o único que é completamente virado para
questões de segurança.!
!
Este é um desporto em que disparamos projecteis contra
outros jogadores. Estes projecteis têm força suficiente para
magoar e deixar marca, se usados de forma inconsciente. Como
não queremos magoar ninguém (muitas vezes são os nossos amigos
que estão do outro lado), precisamos em primeiro lugar de
definir qual é a força máxima que podemos exercer sem provocar
sangramento ou rasgar a pele.
MED (Minumum Engament Distance)
!
Essa força já é conhecida por todos nós, pois já foi
estudada. A força necessária para haver penetração de uma BB
na pele é de 1,3 joules, que é a força máxima permitida por
lei para armas de Airsoft. No entanto, considera-se que a
força máxima a qual todos os jogadores devem ser sujeitos em
jogo (MED) é de 1 joule. Para isso, neste caso, é apenas
necessário que haja uma distância mínima de 5 metros. É o que
acontece, teoricamente, em todos os jogos de Airsoft
em
Portugal.
!
No entanto, muitos Snipers de Airsoft usam armas com
forças superiores ás permitidas por Lei. Para Snipers com 2,3
joules (500 PFS com 0,20g), o MED é de 25 metros. Ou seja,
após 25 metros a energia da BB será igual ou inferior a 1
joule. Para armas com 1,5 joules (400 PFS com 0,20g) o MED é
de 10 metros. Estes valores podem variar consoante as
gramagens.
!
Estes valores são importantes serem cumpridos, para
minimizar ao máximo a possibilidade de poder-mos magoar um
amigo atingido.
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
14
APARELHOS DE PONTARIA
MIRAS DE FERRO
!
!
São o aparelho de pontaria que usualmente todas as armas
estão dotadas de origem. Este tipo de miras são eficazes de
dia. Normalmente são de “Diopter” (Poste e Circulo, estilo G3
ou M16) ou de “Pistola” (Poste e U, estilo pistolas e AK 47).
São normalmente descartadas nas armas de Sniper.
Diopter: é um sistema preciso, que se bem usado,
consegue proporcionar uma excelente consistência de
tiro. Em caso de não se ter uma mira telescópica
(ou se por algum motivo esta se estragar), este é
um bom sistema de backup. É importante que o poste
frontal fique o mais alinhado possível com o
diopter traseiro. O diopter traseiro tem a particularidade de
focar a imagem, pois funciona como óculos (o efeito é o
mesmo).
Pistola: é um sistema pouco preciso mas de rápida
aquisição de alvo. Tem a vantagem de ser mais
pequeno que o sistema de diopter, e por isso, não
atrapalha tanto quando se tem uma mira telescópica.
Alguns erros possíveis no uso das miras de ferro, e suas
consequências no impacto.
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
15
MIRAS ÓPTICAS
!
São o aparelho de pontaria geralmente usado nas armas de
Sniper. Têm uma ampliação de imagem razoável mas também um
campo de visão mais estreito. São imprescindíveis tanto para
tiro como para leitura de jogo. Os dois valores mais
importantes que se deve ter em conta aquando da escolha de uma
mira são o de ampliação e o de diâmetro da lente. As miras
ópticas podem também ser ajustadas em elevação e direcção. Por
vezes podem também ser ajustadas quanto a Paralaxe e ter a
opção de retículo iluminado (para uso em condições de baixa
luminosidade). Retículos com régua para medir distancias é
também algo cada vez mais comum neste tipo de miras.
Ampliação - Quanto maior for a ampliação, menor será o campo
de visão. O ideal para o tiro é de 4 a 5 ampliações, mas mas
leitura de jogo será algo como 9 a 10 ampliações. Por esse
motivo existem miras com a ampliação regulavel. Este tipo de
miras são preferíveis ás miras com ampliação fixa. Na
referencia da mira, este valor é o numero antes do “X”.
Diâmetro - Quanto maior for o diâmetro da lente, maior será o
campo de visão (e mais claramente se verá a imagem). Um bom
diâmetro de lente andará á volta dos 40mm. Demasiado pequeno,
e será difícil pesquisar alvos no terreno, demasiado grande e
a lente da mira será facilmente detectável no meio da
vegetação, além de que a mira será mais pesada também. Podemonos informar destas características na mira. Na referencia da
mira, este valor é o número depois do “X”.
Exemplo 1-
4x32mm, quer dizer que a mira tem 4 aumentos e
32mm de diametro.
Exemplo 2- 4~9X40mm, quer dizer que a mira tem aumentos
reguláveis entre as 4 e as 9 ampliações e 40mm de diametro.
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
16
PARALAXE
!
A Paralaxe é a relação que existe entre a imagem
ampliada e o ponto de mira. A maioria das armas têm uma Paralaxe automática, ou seja, o ponto de mira fica automaticamente
sobreposto á imagem ampliada. No entanto este sistema não é
tão preciso quanto o sistema em que a Paralaxe é ajustada
manualmente. Nestes casos, o ponto de mira e a imagem ampliada
aparecem como duas imagens diferentes, destacadas uma da
outra. A paralaxe manual é também extremamente valiosa para
calcular a força e direcção do vento a várias distâncias.
NOTA: A maior parte das miras disponíveis para Airsoft não têm
ajuste de Paralaxe. Miras mais caras e sofisticadas têm este
ajuste manual.
Afinar a Paralaxe - É através de um botão de ajuste que as
duas imagens são correctamente focadas uma na outra, ficando
como se de uma se tratasse. Este botão pode estar no lado
esquerdo da mira (confunde-se com os botões de ajuste de
elevação e direcção) ou pode estar embutido na lente posterior
ou na lente interior. Para afinar a Paralaxe, o atirador deve
regular este botão, de um lado para o outro, até conseguir
focar as duas imagens (retículo e alvo). Quando a Paralaxe
estiver correctamente afinada, tanto o alvo como o retículo
serão vistos bem focados. Depois disso, e para confirmar que a
Paralaxe está bem afinada, o atirador deve mexer muito ao de
leve a cabeça para cima e para baixo, e de seguida para os
lados, sempre a olhar pela mira. Se o retículo de mexer
levemente em relação ao alvo, a Paralaxe ainda não está
totalmente afinada. O atirador deve repetir o processo até que
não exista movimento entre o retículo e o alvo.
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
17
Avaliar o Vento - Ao focar a Paralaxe a meia distância, entre
o atirador e o alvo, tudo será visto desfocado, á excepção
dessa meia distância. Nessa altura, o atirador será capaz de
ver a miragem que o ar quente faz, ao subir. Essa miragem é
afectada pelo vento, e pode ser usada para medir com alguma
precisão a força e direcção do vento a meia distância.
Podemos, da mesma forma, confirmar o vento perto do atirador,
a meia distância ao alvo e no alvo, para determinar se não
existem
ventos
diferentes
no
caminho
da
BB.
Isto
é
especialmente importante se o tiro for longo (+60m) e se o
atirador tiver tempo.
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
18
AFINAR UMA MIRA (AZERAR)
!
Azerar uma mira significa afina-la para uma determinada
distancia, que se irá chamar de zero da mira. Um aparelho de
pontaria, seja ele qual for, deve ser sempre Azerado nas
seguintes condições:
-Com o Hop Up regulado;
-Sem vento;
-A uma distancia entre os 25 e os 60 metros.
Só quando temos estes requisitos cumpridos é que devemos então
usar os botões de regulamento de direcção e elevação até que o
ponto de mira corresponda com o ponto de impacto. Deve-se ter
em atenção que a mira deve estar o mais alinhada possível com
o olho do atirador.
Olhar pela mira - O atirador deve olhar pela mira de forma a
que o ponto de mira (cruz) fique centrado com os limites da
lente. Ou seja, não deve ser vista em forma de ovo, em que uma
zona preta aparece numa das extremidades da lente. Se isso
acontecer, é porque o olho não está centrado com a mira, e o
tiro irá ter erros.
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
19
Afinar Elevação e Direcção - O botão para afinação da elevação
está sempre localizado no topo da mira e o botão para afinação
da direcção está sempre colocado no lado direito da mesma (se
houver um botão do lado esquerdo, esse é o de afinação de
Paralaxe). Os botões podem ter uma tampa a cobrir o mesmo, e
geralmente conseguem-se afinar usando apenas os dedos, mesmo
quando são feitos para serem afinados com ferramentas. Têm
sempre uma legenda com uma seta, que usualmente indica a
direcção para mover o ponto de impacto para cima e para a
esquerda. Decorar o sentido da afinação é fácil e intuitivo:
Desapertar elevação - move o ponto
Apertar elevação - move o ponto de
Desapertar direcção - move o ponto
Apertar direcção - move o ponto de
de impacto para cima.
impacto para baixo.
de impacto para direita.
impacto para esquerda.
A direcção deve ser sempre afinada sem vento, para ser o mais
precisa e universal possível. A elevação deverá ser afinada
para uma determinada distância, escolhida pelo atirador. Pode
ser afinada para uma distância média (30~40 metros) ou para o
alcance efectivo da arma. Pode também ser afinada para a
distância prevista de tiro para uma dada missão.
Leupold Mark IV
Esta mira tem ajustes rápidos e preciso de
elevação, direcção, paralaxe e ampliação.
Tem um retículo mil-dot, óptimo para medir
distâncias e para rápidas compensações de
tiro, e tem a capacidade de iluminar o
retículo para tiros em baixa luminosidade.
Tem uma ampliação muito boa, de 3.5 a 10
aumentos, e um diâmetro de lente de 40mm.
Tem um adaptador tubular para a lente, para
aplicar nos dias com muito sol. É uma das
melhores miras disponíveis actualmente.
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
20
TÉCNICA DE DISPARO
!
A técnica de disparo é simples e complexa ao mesmo
tempo. Simples, pois acaba por ser intuitiva com algum treino,
e complexa, porque um sem numero de acções estão associadas a
esta técnica, que requere uma excelência em todas para se
atingir uma boa prestação no disparo.
A técnica consiste em 4 passos fundamentais:
1) Respiração - Respirar convenientemente é difícil em situações de combate. O atirador estará sobre grande stress físico
e psicológico. Ao praticar uma boa respiração, o atirador será
capaz de controlar os níveis de stress e ansiedade, diminuindo
o fluxo de adrenalina no corpo, o que é extrema importância no
tiro Sniper. Este deve inspirar e expirar de uma forma suave,
profunda e calma, durante e depois do processo de disparo.
2) Posição - Uma boa posição permite ao atirador permanecer
mais tempo “on target”, e permite um disparo mais estável. A
continuação de uma boa respiração permite aos músculos
relaxarem, o que facilita encontrar e manter a posição ideal.
3) Visualização - O atirador deve visualizar mentalmente todo
o processo de disparo, sem erros. Formar uma imagem mental do
resultado perfeito ajuda eficazmente a alcançar o mesmo. Este
deve manter uma imagem mental o mais nítida possível. Neste
ponto, a concentração do atirador será total.
4) Execução - O atirador deve então proceder ao disparo.
Gestos gentis devem activar o gatilho, sem movimentos bruscos.
O disparo deve ser o reflexo do visualizado. Após o alvo ser
atingido, o atirador deve continuar a respirar calma e
pausadamente, e continuar a visualizar todo o processo de
execução do disparo, num momento de avaliação e reflexão.
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
21
POSIÇÕES DE TIRO
!
A posição de tiro é uma das primeiras preocupações para
o atirador, depois de achado o local ideal para proceder ao
disparo ou á recolha de Informação. A posição deve ser
confortável, estável e não pode comprometer nem camuflagem nem
a visibilidade do atirador. Normalmente é se adoptada uma
posição de deitado ou sentado, sendo que também pode se
adoptar uma posição de pé, dependendo da situação e terreno.
Cada sitio tem as suas irregularidades, logo cada sitio terá
uma posição “ideal” ligeiramente diferente. Cada atirador
deverá se adaptar o melhor possível consoante a sua fisionomia
e a da arma. Em baixo ficam alguma ideias do que são boas
posições, que proporcionam boas plataformas de tiro.
TIRO EM PÉ
Com apoio em árvore/muro
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
22
TIRO SENTADO
Com joelho em terra
Com suporte de Braços e Pernas
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
23
TIRO DEITADO
Com apoio de punho (rente ao chão)
Com apoio de perna e mão
(Exemplo de uma posição de tiro alterada)
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
24
TIRO COM AJUDA DE SPOTTER
Com apoio estrutural no Spotter
Com apoio visual do Spotter, mas sem apoio estrutural
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
25
CONTROLO RESPIRATÓRIO, MUSCULAR E DE GATILHO
!
A respiração é vital. Uma má oxigenação do sangue
provoca desconforto, o que leva ao Sniper a ser mais
facilmente detectado quando se mexe á procura de uma posição
melhor. Do mesmo modo, uma má respiração durante o disparo
provoca erros na sua execução, devido á perda de concentração.
O Sniper deve respirar lenta e profundamente durante todo o
tempo que toma a posição de tiro. O gráfico seguinte demonstra
qual a atitude a ter aquando do momento critico da execução do
disparo, em relação á respiração.
O
gatilho
deverá
ser
puxado
com
cuidado,
lenta
mas
permanentemente, até que o disparo se dê. Deverá ser usada a
falange do dedo, e não a dobra da cabeça do dedo. A acção de
puxar o gatilho não deverá ser, por razão nenhuma, uma acção
rápida e repentina. Isso é um erro grave ao qual se chama de
“gatilhada”.
Durante toda a fase de disparo, o atirador deve permanecer
fisicamente descontraído. Os músculos devem estar relaxados.
Por esse motivo, o disparo deve ser dado numa EXPIRAÇÃO e
nunca numa INSPIRAÇÃO, nem no meio das duas. Este exercício
físico ajuda o atirador a se descontrair mentalmente também,
ajudando-o a alcançar um tiro mais limpo e certeiro.
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
26
AVALIAR DISTÂNCIAS
ESTIMAR DISTANCIAS
!
É exigido á equipa Sniper uma boa capacidade de avaliar
distancias, quer para efectuar um bom tiro quer para
prontamente comunicar acções adversárias ao Comando. São 3 os
factores que afectam a estimativa da distância:
-Natureza do Objecto
A) Um objecto de contorno regular (como uma casa) parece
estar mais próximo que um contorno irregular (como uma
aglomeração de árvores).
B) Um objectivo que tenha uma parte exposta, parece estar
mais distante, do que está na realidade.
-Natureza do Terreno
A) À medida que o olho do observador "segue" o contorno do
terreno, tende a estimar a distância, por excesso, a alvos
distantes.
B) A observação feita por cima de terreno macio, como areia,
água ou neve, origina a que o observador avalie os alvos
distantes, por defeito.
C) A observação de cima para baixo, faz com que o objectivo
pareça estar mais distante.
D) A observação de baixo para cima, faz com que o objectivo
pareça estar mais perto.
-Condições de Luminosidade
A) Quanto mais nítida for a observação do alvo, mais próximo
aparenta estar.
B) Quando o sol se encontra pelas costas da equipa Sniper,
mais próximo aparenta estar o objectivo.
C) Quando o sol se encontra por detrás do alvo, este é mais
difícil de se ver, e aparenta estar mais distante.
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
27
MÉTODOS DE ESTIMAR DISTÂNCIAS
!
O Sniper deve se servir dos métodos mais eficazes que
este tiver disponível. São eles:
-Método dos 100 metros: Usa-se uma referencia de 100 metros
(comprimento de um campo de futebol) para calcular distancias
até 500 metros. O Sniper, se se sentir confortável com outra
distancia, pode usa-la como referencia.
-Método da carta de tiro: A carta de tiro é um croky que
inclui as distancias de todos os objectos mais importantes no
terreno. Objecto a objecto, e com a ajuda de outros métodos, o
Sniper pode obter estimativas muito precisas. Através da
distancia de um objecto, podemos chegar á distancia estimada
do próximo, e assim sucessivamente.
-Método da Distância Média: Neste método, a equipa Sniper
assume que o objectivo não está a mais de X metros, nem a
menos de Y metros. A média destas duas distâncias dá-nos a
distância estimada ao objectivo.
-Método do Range Finder: Os Range-Finders são equipamentos
electrónicos bastante caros, mas que nos permitem obter a
distancia a um alvo de uma forma muito precisa, simples e
rápida. Não é um equipamento realmente necessário para
Airsoft, mas é muito útil para Snipers muito experientes.
-Método
Combinado:
Num
ambiente
de
combate,
condições
perfeitas são raras. Logo, apenas um método de avaliação de
distâncias pode não ser o suficiente para uma correcta
medição. Vários métodos podem e devem ser combinados. Com
pratica, é possível usar-se 2 ou 3 métodos para calcular
precisamente uma distância em menos de 30 segundos.
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
28
-Formula da Relação-Mil: É o método preferível para estimar
distancias, pois envolve um aparelho para medir distancias e é
relativamente pouco dispendioso. É utilizado o retículo com
escala MIL, da mira telescópica. O Sniper deve saber qual o
tamanho de um determinado objecto (em metros) e compara-lo na
escala, dando-lhe uma altura em MILs (pontos no retículo). De
seguida, usa a seguinte formula:
Tamanho do Alvo (m) X 1000 = Distancia ao Alvo (m)
Tamanho do Alvo (MILS)
Problema na Formula da Relação-Mil: O grande problema neste
método é que os MIL dots que os retículos das miras de airsoft
têm são são cópias exactas dos MIL dots nas miras militares
genuínas. Logo, o coeficiente muda. Cada jogador terá que
descobrir qual o coeficiente indicado para a sua mira. Após
isso, a formula é a mesma. O Sniper deverá ter em atenção que
o calculo deve ser sempre feito com o mesmo zoom na mira. Ou
seja, uma formula que dê para calcular uma distancia com a
mira em 3x de zoom não será a mesma, na mesma mira, mas com 9x
de zoom.
A formula será então:
Tamanho do Alvo (m) X ALPHA = Distancia ao Alvo (m)
Tamanho do Alvo (MILS)
Para calcular o ALPHA o jogador
deverá usar uma distancia conhecida (o mais exacta possível) e
um objecto com altura conhecida.
Após a medição de MILs desse
objecto, poderá encontrar qual o
valor de ALPHA para a sua mira.
O Sniper deve manter o seu Sniper Data Book actualizado com
dimensões de veículos, altura média dos alvos humanos, tamanho
médio de portas e de janelas, etc.
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
29
COMPENSAÇÕES DE TIRO
!
A compensação visa mudar a zona de pontaria por forma a
alcançar o ponto de impacto. Em airsoft, a capacidade de
prever um ponto de impacto e de compensar para os disparos
seguintes é, realmente, o conhecimento mais importante sobre o
tiro. A compensação é um arte que nunca é completamente
domada. Exige conhecimento técnico e muita experiência
pratica. Exige o conhecimento das variáveis externas (clima) e
o domínio das constantes intrínsecas (arma, mira), tal como um
conhecimento aprofundado sobre o próprio atirador.
!
Existem várias técnicas de compensação de tiro:
ELEVAÇÃO
!
Técnica muito usada para tiros de longo alcance, para se
conseguir obter um ponto de impacto mais além do zero da arma.
Consiste em realizar pontaria não com o ponto de referencia do
retículo (normalmente o centro da cruz), mas com outro ponto
de referencia na linha vertical do retículo. MilDots são as
melhores ferramentas para isto. Ventos paralelos devem ser
tidos em conta.
DIRECÇÃO
!
Técnica usada para tiros com condições de ventos
cruzados, para se conseguir obter um ponto de impacto correcto
o mais rapidamente possível. Este tipo de compensação é mais
difícil de dominar que o de Elevação, embora seja semelhante.
Cada distancia e cada força de vento ditam uma compensação
diferente. Por isso, o Sniper deve manter actualizado no seu
Sniper Data Book qual a compensação ideal para cada distância
e vento diferente. Normalmente são usados 3 valores de vento
em Airsoft: Sem vento, vento fraco e vento forte. Também
chamados em inglês de No Value, Half Value e Full Value.
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
30
INCLINAÇÃO
!
Normalmente usado por jogadores mais experientes e com
um profundo conhecimento sobre a sua arma. Consiste em
inclinar ligeiramente a arma, a fim de tornar o efeito do hop
up recto quando o projéctil está sob o efeito de ventos
cruzados. Sempre que usar-mos esta técnica temos de ter em
mente que irá ser um tiro difícil e que estamos a ir para além
das capacidades do sistema arma/munição/óptica.
!
Por ser uma arte e não uma ciência, não irá ser aqui
aprofundado.
TRACKING e TRAPING
!
São os dois tipos de compensações para alvos em
movimento. O Sniper deve saber qual a compensação ideal (em
MilDots ou noutro sistema) para cada velocidade de movimento:
Parado, a andar e a correr, também definido por 0 mph, 4 mph e
8 mph (miles per hour).
!
Para realizar a compensação por Tracking, o Sniper deve
manter o ponto de referencia ideal para a situação em cima do
alvo, e movimentar a arma junto com
o alvo. Normalmente é
melhor para alvos velozes.
!
Para realizar a compensação por Traping, o Sniper deve
aguardar que o alvo passe pelo ponto de referencia ideal para
efectuar o disparo. Normalmente é melhor usado para alvos
lentos.
NOTA:
O 1º disparo pode não ser eficaz, devido a alguma
condição mal avaliada pelo Sniper, ou não perceptível por
este. Por esse motivo, é muito importante que o Sniper
mantenha a observação do alvo mesmo depois do disparo, e que
identifique em que ponto de referencia no retículo o projéctil
passou. O Sniper deve então efectuar rapidamente um segundo
disparo, tendo esse novo valor reconhecido como valor de
referencia. É considerado tiro eficaz se o Sniper conseguir
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
31
MÉTODOS DE TREINO
ON THE SHOOTING RANGE
!
Claro está, o método mais usada e que melhores
resultados proporciona, é o de tiro ao alvo. Quanto mais tempo
se gastar no tiro ao alvo, melhor se irá conhecer a arma, a
munição e o próprio atirador. O atirador deve preparar o seu
treino para praticar os seguintes tópicos:
-Escolha de munição. Deverão ser os primeiros treinos. O
atirador deverá fazer experiências com diferentes gramagens e
marcas de BB’s, até conseguir escolher uma que lhe agrade.
Deverá de seguida começar a trabalhar á volta dessa munição.
-Posições de tiro. Devem ser todas treinadas e dominadas. Mais
tarde, podem ser feitas experiências com posições alteradas,
embora só se deva fazer com bastante conhecimento e treino das
posições de tiro regulares.
-Tiro de precisão. Disparar correctamente e acertadamente num
alvo com dimensões humanas ou menores, a uma dada distância.
-Tabelas de Tiro (DOPE). Com a mesma configuração do treino em
tiro
de
precisão,
o
atirador
deverá
anotar
todas
a
compensações necessárias para realizar tiro preciso a várias
distancias, com várias condições climatéricas e com alvos em
movimento. Estes dados serão anotados para serem usados
posteriormente em condições de jogo. Este conjunto de tabelas
de tiro chamam-se DOPE (Data On Previous Engaments).
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
32
-Tiro com cano frio (Cold Barrel). Os primeiros disparos são
sempre diferentes dos disparos consequentes. Isto porque o Hop
Up pode conter algum tipo de humidade ou ter restos de óleo,
entre outros factores. O que acontece muitas vezes, é que o
Sniper espera várias horas até dar um disparo, e necessita que
a arma esteja afinada para estes primeiros disparos e não para
os disparos a seguir ao décimo. Por isso, deve-se afinar a
arma e treinar nestas condições. O Sniper deve conseguir
acertar num alvo em 3 disparos com uma arma que não disparou
nenhum por pelo menos 20 minutos.
!
A prova de fogo é deixar a arma ao relento a noite
inteira e efectuar até 3 disparos ao raiar do dia (altura com
bastante humidade) e ser capaz de acertar pelo menos 1 vez num
alvo a pelo menos 40 metros.
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
33
SNIPER
MANUAL
SNIPER MANUAL, for Airsoft aplications | made in Portugal by BOWMAN | SET 2011
34

Documentos relacionados

Revista Warrior(s) – nº13 – G28

Revista Warrior(s) – nº13 – G28 também está a castrar o operacional de mudar a posição do bipé consoante o meio ambiente que o rodeia, disparar de dentro de um edifício não é o mesmo que disparar de uma planície.

Leia mais

Glossário • AEG (Airsoft Eletric Gun) São

Glossário • AEG (Airsoft Eletric Gun) São BB (Ball Bearing) São munições esféricas, de 6mm ou 8mm, utilizadas no Airsoft. Normalmente são fabricadas em PVC mas também podem ser biodegradáveis, que contribuem para a preservação do ambiente,...

Leia mais