1˚ Fórum Latino-americano de Fotografia de São Paulo Mesa
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1˚ Fórum Latino-americano de Fotografia de São Paulo Mesa
1˚ Fórum Latino-americano de Fotografia de São Paulo Mesa Circuitos na Fotografia Latino-americana Iatã Cannabrava: Esses dias todos nós falamos aqui que o Fórum era uma oportunidade de aproximar o Brasil com os nossos irmãos latino-americanos e para que essa fala não ficasse só nas nossas mãos, eu vou reproduzir o que Renato Janine Ribeiro escreveu no Jornal Valor Econômico falando sobre a exposição “Sutil Violento” na sexta-feira passada. Ele diz: “Ouvi muitas vezes dizerem ‘conheci um latino-americano’. Tenho amigos, ou alunos ou colegas latino-americanos. Como se não fôssemos, como se também para nós os latino-americanos fossem os outros.“ Eu queria resumir nisso a nossa vontade de que os latino-americanos fôssemos todos nós e que a fotografia latino-americana fosse sempre nossa. Sejam bem-vindos. Yara Kerstin Richter: Chegou a hora da última mesa, Circuitos da Fotografia Latina, esperamos que tenhamos atendido ao objetivo do Fórum que é a aproximação, a difusão e o pensamento sobre a fotografia. Certamente temos o intuito de organizar o próximo fórum. Não sabemos se bienal ou trienal, mas divulgaremos depois. E também teremos um material que vamos fazer a partir desses seminários que foram gravados em DVD e que também estará disponível depois no site. Então, agradeço a todos e em especial aos participantes. Iatã Cannabrava: Essa última mesa agora visa discutir a própria essência do fórum e de eventos deste tipo. Qual é o sentido, quais são os que existem, o que se pode fazer, de que maneira essa integração pode ter continuidade, de que maneira se pode montar uma agenda comum de todos esses eventos, de que maneira se pode melhorar essas conexões? Sabemos que no tempo globalizado de hoje, das múltiplas conexões internéticas e nas facilidades de comunicação que o mundo possibilita, é fundamental que se tenha muita competência e muita habilidade em gerenciar todas essas informações. Então, essa mesa visa exatamaente expor e falar exatamente do Fórum, dos circuitos, dos eventos e das possibilidades que existem de integração entre a fotografia latino-americana e, porque não dizer, da fotografia mundial. Eu vou anunciar agora os integrantes da mesa Circuitos na Fotografia Latino-americana. Em primeiro lugar, Boris Kossoy, historiador, fotógrafo, docente universitário, autor de onze livros e ensaios críticos e teóricos sobre memória, muitos traduzidos para o espanhol. Talvez seja o autor de fotografia no Brasil mais conhecido na língua espanhola. É atualmente professor titular do Departamento de Jornalismo da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo - USP. José Antonio Navarrete, pesquisador e curador independente, é autor de mais uma centena de artigos especializados em artes visuais com ênfase em fotografia, publicados em catálogos, jornais e revistas acadêmicas dos mais diversos países, além de ministrar palestras e conferências sobre arte e fotografia. Também convido a subir a mesa Milton Guran, fotógrafo, antropólogo e curador independente. É o criador e coordenador do FotoRio, Encontro internacional de Fotografia do Rio de Janeiro. Convido agora Pablo Ortiz Monastério, fotógrafo, editor e curador mexicano. Foi fundador do Centro de la Imagen da Cidade do México, tem nove livros publicados e foi editor da revista Luna Córnea (para quem não conhece, uma revista incrível). Por último, convido Marcelo Brodsky, artista visual, tem o foco do seu trabalho na memória do período da repressão e da ditadura na Argentina, procurando transmitir essa história às novas gerações através de uma proposta centrada na emoção. Também trabalha em projetos de arte pública e de direitos humanos. Além do mais, o Marcelo foi o principal parceiro na realização deste Fórum. Durante todo o período de realização, nos mantivemos em contato por skype, internet, telefone e pessoalmente. Ele foi uma grande colaborador na montagem do projeto. Para mediar a mesa, eu. Eu só queria antes de sentar a mesa dizer que a Susan Meiselas deu um aporte para a nossa discussão entre caçadores e agricultores. Ela incluiu os catadores, então o nosso dicionário de terminologias acaba de ganhar mais uma. Vamos abrir a mesa com Boris Kossoy. Boris Kossoy: Eu queria saudar a todos e dar inicio sem mais delongas a essa comunicação, Circuitos na Fotografia Latinoamericana. De que circuitos estamos falando? A fotografia percorre e estabelece infinitos circuitos em conformidade com a finalidade social a que se destina. Industria, esporte, tecnologia, ensino, imprensa, mundo do espetáculo, publicidade, moda, indústria cultural, museus, galerias, etc. Circuitos são nichos, porém não há um lugar próprio para a fotografia porque ela está em todos os lugares, em todas as partes. É o estudo da fotografia em suas diferentes manifestações contemporâneas que nos importa abordar e os temas dos colóquios tem o privilégio neste exato momento em que o 1o Fórum Latino-americano de Fotografia de São Paulo vê chegar o seu final. O circuito dos colóquios é um tema de que nos interessa a todos enquanto circuito cultural da fotografia. Para mim, pelo menos, isso me toca de perto pela minha própria utilidade acadêmica, intelectual e fotográfica. Os colóquios são espaços de reflexão propícios às discussões. Estabelecem um claro panorama sobre o pensamento fotográfico num momento preciso e datado. É necessário refletirmos sobre o papel dos colóquios no que tange ao aprendizado e ao conhecimento, à troca de experiência e informações, ao debate, à sua ação, enfim, transformadora. Penso que no estudo dos colóquios três eixos bem determinados, bem delimitados, podem ser considerados. Trataremos aqui de aspectos pontuais e desde já me coloco à disposição para estendermos eventuais questões no momento do debate. Esses três eixos são: primeiro, gênese e trajetória, por tanto, a memória dos colóquios; segundo, redes de intercâmbio, produção e consolidação de referências; e terceiro, formato e futuro dos colóquios, aquilo que o Iatã anunciava de início. Primeiro, gênese e trajetória, acerca da memória dos colóquios. Para uma reflexão sobre os colóquios latino-americanos, nada como relembrar o seu papel ainda nos seus primórdios como método para se pensar o momento atual. E tal idéia acaba de ser empreendida no ultimo mês de setembro pelo Centro de La Imagen, no México, sob a coordenação de Alejandro Castellanos através do fórum “Perspectivas, fotografia y diversidad en America Latina”. Uma das mesas naquele encontro foi dedicada justamente a repensar essa trajetória dos colóquios. Esse inicio é um tema que me toca muito de perto. Tive o privilégio de participar do 1o Colóquio Latino-americano de Fotografia realizado na cidade do México em maio de 1978, isto é, há quase trinta anos, e fui o único brasileiro participante diretamente do evento. Isso poderia me tornar talvez menos isento nessa reflexão, mas vou me esforçar para manter a devida distância entre o estudioso e o personagem. Gostaria de relembrar essa experiência através de algumas imagens daquele evento, tarefa do fotógrafo, e retomar reflexões centradas na história desses colóquios que demandam a construção de uma memória, fundamentos básicos para uma avaliação crítica e consistente, tarefa do historiador. Nesse caráter, lamento dizer para mim mesmo que essas imagens já entram na categoria de documentos históricos. Meu argumento, neste caso, é o de dizer que elas são apenas instrumentos de pesquisa. Por volta de 1977, Pedro Meyer e um grupo obstinado de colegas se organizaram e fundaram o Consejo Mexicano de Fotografía, instituição que promoveria no ano seguinte o 1o Colóquio Latino-americano de Fotografia. Naquela altura achavame ainda distante das abrangentes possibilidades científicas e estéticas que os estudos teóricos da fotografia poderiam suscitar. Mesmo numa perspectiva europeia ou norte-americana, eram poucos os estudos consistentes na área da imagem fotográfica. Por outro lado, pude constatar que, assim como no Brasil, a historiografia da história da fotografia nos diferentes países da América Latina se resumia a uns poucos títulos pioneiros produzidos nas décadas de 1940 e 1950,. Depois dessas iniciativas, um longo vácuo. Já tive a oportunidade de me referir em outros trabalhos sobre aquele primeiro colóquio, onde o tema de minha conferencia foi “Elementos para el desarrollo de la historia de la fotografía en América Latina”. Tratava-se, na verdade, de uma tarefa pouco cômoda. Primeiro em função do meu total desconhecimento. Que investigações em uma mesma direção existiriam em curso nos diferentes países latino-americanos? Segundo, pelas dúvidas que me assaltavam, mais dúvidas que certezas, no tocante a busca de parâmetros conceituais para compreensão do próprio objeto de estudo, sua natureza, especificidade e abrangência. Questões de ordem epistemológica que não eram na época suficientemente claras para mim e que apenas começariam a tomar forma e corpo mais tarde, a partir de um longo aprendizado com o fazer histórico e a constante reflexão teórica. Na realidade, dois anos após o colóquio já havia esboçado as bases de uma proposição teórica e metodológica que seria o embrião de um trabalho posterior mais desenvolvido e aprofundado, que recebeu o título de “Fotografia e história”. Como podemos ver aqui, o 1o Colóquio foi uma homenagem a Manuel Alvarez Bravo. Várias exposições aconteceram: fotografia contemporânea latino-americana, uma exposição com essa imagem histórica da fotografia no México. E alguns personagens desse processo: aqui esse trio elétrico famoso, da esquerda para direita, Paolo Gasparini, Pedro Meyer e Mario Garcia Joya, num cenário que não poderia ser mais mexicano. Lucien Clergue, com suas imagens famosas na exploração e incursões pelo nu fotográfico. As colegas Maria Cristina Orive e Alicia d’Amico, que já não está mais entre nós. Gisèle Freund e Cornell Capa foram convidados daquele evento. Alan Porter, para os mais antigos o grande editor da revista Câmera. Naturalmente eu quis fotografá-lo num ambiente exótico saindo da mata. Contribuições interessantes foram trazidas naquele evento em que participaram Raquel Tibol, Rita Eder, Gisèle Freund, Mario Garcia Joya, Paolo Gasparini, Lucien Clergue, Alan Porter, entre outros conferencistas e relatores. Lembro-me bem que em meio as acirradas discussões proporcionadas pelas conferências, umas das questões muito ressaltadas entre os participantes era a necessidade urgente de se estabelecer canais de informação e divulgação e formas de intercâmbio para o conhecimento da obra fotográfica, assim como do pensamento teórico e das investigações históricas produzidas nos países latino-americanos. O desconhecimento era absolutamente total entre nós todos. Argumentava-se que era um absurdo tomarmos conhecimento esporádico de essa produção via Estados Unidos ou Europa. Como tentativa de se estabelecer a partir daquele momento uma aproximação entre os vários países, fundou-se o CLAF – Conselho Latino-americano de Fotografia que, como bem lembrou Raquel Tibol ultimamente, uma instituição que na verdade ficou apenas no papel. É indiscutível que o 1o Colóquio detonou todo um processo de interesse internacional pela fotografia da América Latina. Cabe aqui reconhecer o papel dos organizadores do Conselho Mexicano de Fotografia como agentes motivadores dessa iniciativa e, naturalmente, o idealizador e impulsionador de todo um processo que marcaria época na fotografia da América Latina, Pedro Meyer. A fotografia latino-americana entrava no circuito. Em 1979, ano seguinte ao colóquio, essa produção se fazia presente em bloco através de exposições, conferências e debates nos eventos de Veneza, “La fotografia”. O tema do colóquio de Veneza foi “Como nos vemos a nós mesmos e como nos vêem de fora os centros do poder?”. Não poderia ser mais político e necessário. Logo a seguir a fotografia latino-americana era o tema em Arles, no Les Rencontres Internationale de la Photographie. Veneza, 1979. Colóquio sobre a Fotografia Latino Americana, com uma presença maciça do público italiano. Foi um grande momento e uma grande apresentação da fotografia latino-americana na Europa. O segundo ponto que eu queria abordar: redes de intercâmbio, que diz respeito à produção e consolidação de referências. Outros colóquios se sucederam após esse primeiro, e uma rede de comunicação entre fotógrafos, instituições, curadores e pensadores acabou se constituindo aos poucos. Uma espécie de rede não-oficial de informações e intercâmbio cultural. Redes de solidariedade, de amizades que ocorrem em paralelo, como assistimos aqui neste colóquio e em todos os colóquios. Às vezes, no “paralelo” se falam coisas muito importantes, às vezes, até mais importantes do que oficialmente. Esse movimento acabou reforçando a atividade fotográfica dentro dos próprios países e isso me parece que foi um elemento detonador da maior importância. Multiplicaram-se as exposições, publicações de e sobre a fotografia, assim como as investigações acadêmicas em diferentes áreas das artes e ciências humanas e sociais. Intensificou-se a circulação de conhecimentos e de imagens. Essas redes internas e externas serviram para constatar identidades e perceber diversidades. É fundamental que neste contexto dos circuitos dos colóquios se analise a abrangência e a especificidade da produção fotográfica e seus muitos autores, os rumos e alcances dos estudos e investigações da imagem no âmbito acadêmico e institucional, seus personagens, trajetórias e contribuições, entre outros temas. Essa experiência deve ser divulgada, esta tarefa nos dá a dimensão do amplo processo de conhecimento construído na América Latina ao longo desses trinta anos. Acredito que olhar em detalhes para este processo será de grande valia para todos nós, em especial aos mais jovens, pois será um meio de se perceber como se deu a busca, produção e consolidação de referências considerando-se o vazio historiográfico em que vivíamos, relativamente à produção de conhecimento histórico na América Latina. As descobertas que têm sido empreendidas pelo pesquisadores dos diferentes países têm trazido à tona fotógrafos anônimos, que através de imagens deram rosto a homens desconhecidos e iluminaram paisagens perdidas. Essas imagens se constituem em fontes primárias para as histórias locais, regionais e nacionais, fontes que aguardavam por suas descobertas. Esta contribuição artística, técnica e cultural tem estabelecido referências, pistas que ampliam o horizonte de pesquisas e caminhos para a reflexão sobre a fotografia na América Latina. Terceiro ponto: formato e futuro dos colóquios. Quanto ao recente evento antes mencionado do Centro de la Imagen, devo destacar a exposição central, que foi recuperada a partir das fotos originais de trinta anos atrás. Essas fotografias foram na época doadas para o então Consejo Mexicano de Fotografía, instituição organizadora do 1o Colóquio. O Centro de la Imagen é a entidade sucessora deste acervo, o que significa que a exposição pôde ser remontada hoje graças à preservação destas fotografias que formam o conjunto da exposição de 1978. São os arquivos da memória daquele colóquio que, imagino, será mantido online e naturalmente preservado nos seus artefatos. De resto, o evento do México deste ano teve seu lado de colóquio mais caracterizado por reuniões mais específicas, de trabalho. Muito se poderia falar sobre formatos de encontros, fóruns e colóquios. Sempre pensei, por exemplo, como seria útil abrir espaço nesses eventos aos anônimos da história da fotografia, para que se possa recuperar suas experiências do fazer fotográfico, suas práticas do dia-a-dia, informações sobre suas clientelas e seus anseios sobre o rituais de passagem dessa mesma clientela, sobre os parques e jardins de suas vidas. Sobre tantos assuntos, enfim, que trariam certamente novos elementos de reflexão sobre a fotografia em lugares remotos ou pouco acessíveis, sobre fotógrafos que jamais participaram de exposições ou de colóquios, cuja obra desconhecida ou pouco conhecida registrou as faces e expressões de legiões de anônimos da história. Gente comum, distante das classes mais privilegiadas, gente do interior e dos altos dos morros, homens que raramente viram seus rostos representados, mas que nem por isso deixam de ter suas identidades. Essa é uma linha de pesquisa que sempre consideramos fundamental para os estudos históricos da fotografia. Eric Hobsbawm, em uma de suas obras, dedica vários ensaios a essas pessoas comuns a quem chamou de “pessoas extraordinárias”: “Uma espécie de pessoas cujos os nomes são usualmente desconhecidos de todos, exceto de sua família e de seus vizinhos. Em alguns casos, seus nomes são inteiramente desconhecidos e impossíveis de conhecer, como os dos homens e mulheres que mudaram o mundo com o cultivo de safras no recém descoberto Novo Mundo, importados da Europa e África. Alguns desempenharam o papel em pequenas ou regionais cenas públicas. A rua, a aldeia, a capela, a sessão do sindicato, o conselho municipal. Na era dos modernos media, a música e o esporte conferiram notoriedade pessoal a uns poucos deles, que em época anteriores, teriam permanecido anônimos. Essas pessoas constituem a maioria da raça humana. Os escritos sobre tais indivíduos ausentes da história deixaram traços pouco significativos na narrativa macro-histórica. Suas vidas têm tanto interesse quanto a sua ou a minha, mesmo que ninguém tenha escrito sobre eles. Minha questão diz respeito antes a que, coletivamente, senão como indivíduos, esses homens e mulheres são os principais atores da história. O que realizam e pensam fazem a diferença. Pode mudar e mudou a cultura e o perfil da história, e mais do que nunca, em todo o século XX.” Esses homens pouco representados e esses fotógrafos pouco consagrados devem ser temas de investigações, tarefa que nos moveu a produzir ao longo de dezoito anos nosso dicionário histórico fotográfico brasileiro, que seguimos empreendendo e que temos proposto aos colegas historiadores dos demais países. E para terminar, o atual colóquio tem o desenho semelhante aos colóquios anteriores e a outros eventos fotográficos que se realizaram ao longo das três últimas décadas. Se esse é o melhor formato ou não, se existem outras ideias para atenderem os intrincados circuitos desenvolvimento que que a permeiam fotografia, em o extraordinário suas diferentes manifestações, vem assistindo em nossos países, tudo isso é sem dúvida uma discussão que tenho certeza que será desenvolvida e será o tema daqui pra frente. O fato é que o 1o Fórum Latinoamericano de Fotografia de São Paulo – Paralelos e Meridianos da Latinidade, que hoje se encerra, tem seu lugar na memória dos colóquios cuja gênese remonta à 1978. Por fim, não poderia deixar de sublinhar que a realização do 1o Fórum Latinoamericano de Fotografia de São Paulo, sob a coordenação de Iatã Cannabrava e sua equipe e tornado materialmente possível graças ao apoio do Itaú Cultural, vem finalmente a saldar um débito histórico que o Brasil ainda mantinha com os demais países do continente. Muito obrigado. Iatã Cannabrava: Obrigado, Boris. Encerrar com um sentido histórico é muito interessante. Seguindo a ordem, José Antonio Navarrete. José Antonio Navarrete: Comenzaré afirmando lo que llaman de lugar común de la historia del problema que nos ocupa. Cuando en el año 1978, se celebra en México el 1º Coloquio Latino de Fotografía, comienza la circulación de la fotografía latinoamericana dentro de la propia América Latina. Hasta esta fecha, los hechos que se habían dado al respecto habían sido, además de aislados, de escasa resonancia cultural, es decir, habían tenido muy pobre impacto en el campo artístico y en el medio intelectual en general en el continente. Es cierto que los lazos entusiastas que se establecieron entre los actores principales de la escena fotográfica latinoamericana en el período celebrante de los tres primeros coloquios, Ciudad de México – 1978 y 1981, La Habana – 1984, se debilitaron. Pero también es cierto que en los años siguientes y hasta comienzo de los 1990 se empezaron a restar algunas iniciativas locales de eventos fotográficos dentro de América Latina, en su mayoría pronto abortadas, con la excepción mayor de los Encuentros Abiertos de Buenos Aires, iniciados en 1988. Sin embargo, y todavía más importante, visto el asunto desde de una perspectiva histórica, puede ser que en este mismo laxo, esto es, en la divisoria de los años 1980 y 1990, la fotografía gana velozmente un lugar en América Latina entre las practicas artísticas contemporáneas, y sin dudas esto hacia allá imposible su antiguo aislamiento y subvaloración cultural y artística. Lo que viene luego a partir del Encuentro de Fotografía Latinoamericana de Caracas de 1993, que en otra cosas funcionó como una suerte de acicate para el reencuentro fotográfico continental, creo que todavía lo estamos disfrutando aquí. La fotografía en festivales: las producciones visuales de base fotográfica tienen actualmente en América Latina su modelo privilegiado para la circulación local a gran escala. Este modelo, el festival de fotografía, que adoptan en cada país o en cada sitio (ya más que en cada país, en cada sitio) tiene las más diversas variantes y denominaciones. Por su continuidad y proporciones, son quizás Fotoseptiembre, en México, y los Encuentros Abiertos, en Argentina, los que se constituyeron desde los años 1990 en referencias continentales de la aplicación de este modelo de festival. No es menos cierto que simultáneamente otros eventos de menor dimensión se sistematizaban, como el Més de la Fotografía en Quito, mientras que algunos otros emergían y desaparecían con igual rapidez o desplegaban un esfuerzo tesonero para supervivir en este intervalo de inactividad. De todas maneras, ha sido el inicio de la presente centuria cuando el modelo del festival parece multiplicarse y consolidarse en la región. Lo confirma su propagación por nuevos lugares – Foto30, Ciudad de Guatemala, Fotología, Bogotá, FotoArte, Brasília y FotoRio, Rio de Janeiro, entre otros – que se iniciarón en 2001 el primero y en 2003 los restantes, y, en particular, estos se encuentran entre aquellos que actualmente apuestan por su permanencia y además los dos últimos, es decir, FotoArte y FotoRio, se encuentran o se han situado junto a lo que mencionamos de inicio, Fotoseptiembre y Los Encuentros Abiertos, entre los de mayor tamaño y activación de intercambios internacionales de los eventos y festivales de se realizan en América Latina. Yo creo que hay que destacar, y me voy trasladándome de este sitio un tanto histórico, una diferencia sustancial entre el modelo de festival y el de coloquio, que fue su antecedente en América Latina como vehículo de promoción de la fotografía. Los coloquios fueron inicialmente concebidos como una plataforma de encuentro y visibilidad de difusión de la fotografía latinoamericana, en una época en que esta tenía escasa o casi ninguna legitimidad institucional dentro de las fronteras de cada país, del área en general, y además también fuera de ellas. Pero tanto el Encuentro de Fotografía Latinoamericana de Caracas en 1993, como el quinto coloquio celebrado en México en 1996 tuvieron que lidiar con una situación de otra índole. Con la fotografía conveniente entallada ya en el campo artístico de la región, la función que estos eventos cumplieron fue la de reflejar este hecho y reflexionar sobre los derroteros de nuestra práctica fotográfica. En realidad, al celebrar este el quinto coloquio del año 1996 ya se imponía impulsar eventos locales en los diferentes países con los cuales se aspiraría satisfacer las necesidades de fomento de la cultura fotográfica en los contextos nacionales particulares, y esto fue algo comprendido y asumido por el medio fotográfico continental. Al propagarse en América Latina, y esto es un fenómeno de los 1990, los festivales fotográficos se van a definir más en la práctica que programáticamente, como acontecimiento desproveído de un perfil “latinoamericanista” con énfasis en la difusión de la fotografía del país en que se realizan, y en menor medida del exterior en general incluyendo por supuesto la de América Latina. Una definición que estuvo determinada sobretodo porque, carente de patrocinios sólidos, estos festivales hundieron y con frecuencia todavía tienen que satisfacer sus ambiciones de programación internacional con las ofertas a la mano, sabemos que muchas veces con la oferta que pueden gestionar con la Embajadas de los distintos países. Podríamos hablar sobre un problema que creo que es una situación que es realmente significativa. El festival de fotografía se ha convertido en el modelo difundido para la circulación internacional de la fotografía - hay muchos activos hoy en Europa, algunos en Estados Unidos y también lo hay en Asia y África. Pudiéramos desarrollar algunos argumentos para explicarnos porque esta difusión internacional de este modelo de festival. En estas razones creo que hay algunas que son tanto de la condición de fuerte presencia de los medios tecnográficos y, en particular, de la fotografía en el espacio del arte contemporáneo, como el enorme papel de que la fotografía tiene en la construcción de la memoria visual de cada país, de cada localidad, de cada persona y algo que ya se ha establecido con una idea bastante extendida. Como también pudiéramos seguir la razones de orden prácticos, ya sabemos que la fotografía se transporta fácilmente, tiene bajo precio en el mercado, salvo algunos que otros fotógrafos que pueden tener precios elevados, pero en general tienen digamos bajo precio en el mercado, y además se puede trasladar también con facilidad, los seguros son por su bajo precio, más bajos, y esto también facilita la circulación internacional de los productos fotográficos. Sabemos que estos festivales tienen una estructura semejante y se sostienen sobre dos pilares: uno es la organización de charlas, conferencias, seminarios y talleres, como modalidad de circulación de discurso especializado; y otra la presentación de exposiciones tanto promovidas (y quiero llamar la atención sobre esto que es algo que me voy a dedicar después) por la estructuras organizativas del evento de que se trate como gracias a las adhesiones al programa de exhibición de otras instituciones privadas o públicas, asociaciones, grupos, etcétera. En ocasiones, en los eventos en que ya han ido consolidándose, se termina conformando con estas adhesiones un programa expositivo gigantesco y creo, y esto es casi una acotación un poco al margen, un poco como los festivales, la difusión de la fotografía latinoamericana dentro de la América Latina ha quedado confinada a la celebración de los festivales locales. Poco circula fuera de este circuito de festivales. El festival de fotografía parece responder bien a dos exigencias contemporáneas de democratización: una, del consumo cultural y, otra, de la difusión del arte o de las practicas visuales en general, pero fundamentalmente del arte o de la autoría, y lo hace, por lo común, desde una propuesta eminentemente populista. En este punto, quiero hablar de un problema de limites que me parece importante y que constituye la parte final del tercero aspecto de mi presentación. Sin duda, los festivales de fotografía en América Latina han desempeñado y desempeñan un importante papel al generar espacios de encuentros con la población local, la comunidad artística y fotográfica y la producción visual del país de que se trate, y en menor medida de Latinoamérica y del resto del mundo, como ya habíamos comentado anteriormente. Quisiera desarrollar algunas ideas que pretenden alimentar la reflexión critica sobre el tema que nos ocupa en áreas de profundizar la pertinencia y mejorar la eficacia de nuestro trabajo en la difusión de la fotografía latinoamericana. De entrada, debo aclarar que soy de los que opinan que todavía se justifica la celebración de eventos y exposiciones cuyo lugar de denunciación sea la fotografía o la imagen tecnográfica. Pero estos pueden ser culturalmente más productivos se incluyen proyectos, tanto expositivos como de otro tipo, que sean capaces de proponer articulaciones entre relaciones, entre productos artísticos muy diversos, inclusive según sus medios de producción. Podría presentar racionamientos para argumentar mi postura, pero me voy a limitar solamente a tres. Primero, siendo la fotografía un medio utilizado en muy distintas practicas culturales, visuales, y no solamente en la artística, los festivales de fotografía pueden contribuir a un mejor conocimiento de estas practicas y la comprensión del lugar y papel de la fotografía en su desenvolvimiento, es decir, pueden enfocar productivamente la investigación y difusión de la fotografía como un medio de producción de imágenes de incidencia en la cultura visual en general, tanto el pasado como el presente. Segundo, la imagen tecnográfica de la fotografía hasta el medio digital tienen su propia historia y repertorio de problemas que alimentan su practica artística, crítica y teórica del presente. Esto es, hablar hoy de fotografía como práctica artística es remitirse a un conjunto heterogéneo de modalidades de uso de la imagen tecnográfica que se posiciona de distintas maneras en respecto al arsenal de conceptos que se ha construido históricamente sobre lo fotográfico en el territorio de la cultura. Y este enfoque desplaza la atención de los límites fijados por las características del medio hacia una estructura pensada en términos culturales y no faculta para hacer de la imagen tecnográfica, incluyendo la fotografía, un objeto de investigación particular lejos de los peligros del ensimismamiento. Pero este enfoque además nos permite, o nos autoriza, tratar la producción audiovisual tecnográfica en sus afinidades, proximidades, hibridaciones y distanciamientos como otras formas del imaginación visual (pienso en prácticas atípicas con medios más tradicionales como las más diversas variantes de las prácticas artísticas contemporáneas). Por último, aunque los críticos y curadores de arte en general parecen actualmente afrontar con solvencia algunas cuestiones atinentes a las prácticas artísticas tecnográficas contemporáneas, todavía muchos de ellos no logran en articular la fotografía a las visiones más complejas del siglo XX, incluyendo de las vanguardias y pienso al respecto en especial América Latina. Es un hecho que todavía el conocimiento de la practica artística fotográfica y histórica de América Latina no ha arribado suficiente a nuestro medios académicos del arte ni ha contribuido lo necesario a enriquecer la visión sobre los procesos históricosartísticos del continente de nuestros especialistas en ellos sean estos curadores, críticos y historiadores. De todas maneras, quiero señalar que dentro de nuestro continente un énfasis en la “latinoamericanidad” de los festivales, u otro tipo de modelo, puede ser un factor positivo. Creo que la historia reciente demuestra que la visibilidad interna y externa dentro de cada uno de nuestros países, dentro de América Latina y fuera de ella, de nuestra producción artística intelectual y cultural en general es, en primer lugar, una responsabilidad de los agentes locales, de los coleccionistas hasta los artistas, desde las empresas hasta el Estado. Pero de todos modos, hay que revisar el modelo de festival. Por un lado, su tendencia ya señalada al gigantismo disgrega las acciones organizativas de estos festivales que tienen una cantidad enorme de posiciones, y por otro, nivela la profusa oferta expositiva lo que abarata en una igualdad desleal los esfuerzos y la profundidad localizable en las muestras de mayor importancia. Y creo que este gesto de infecundo igualitarismo reduce el efecto general de las últimas. Consideramos que a no tener a la actualidad que trabajar por la legitimación de la fotografía como práctica artística, como hubo que hacerlo en el pasado, los festivales celebrados en nuestras regiones actualmente deben orientar sus acciones hacia la divulgación de los logros mayores de la fotografía histórica y contemporánea, en suma, de los productos de su practica más ambiciosa. Es cierto que contra ella conspira una audición productivita de la cultura cada vez más extendida entre los entes públicos y privados del día, que al final sean proyectos artísticos y culturales, pero también es cierto que en América Latina la inclusión y el consumo cultural de las mayorías tradicionalmente excluidas es una responsabilidad social inaplazable. Y esto nos obliga a revisar en términos numéricos el impacto de nuestras acciones, pero a nuestro juicio, la inclusión no se puede construir sobre indiferencia en respecto al alcance cultural de los productos promovidos. Por todo eso, saludo esta iniciativa de reunirnos para pensar una vez más y de distintos modos el imaginario visual de América Latina. Muchas gracias. Iatã Cannabrava: Obrigado, Narravete. Agora, Milton Guran. Milton Guran: Eu vou aproveitar para somar alguma coisa à aula magistral do Bóris, que nos deu a verdadeira dimensão do que é a história, do que é o peso de conhecer o que foi feito e sentir os caminhos já percorridos para escolher os próximos, e da análise crítica do painel feito pelo Navarrete. Vou partir disso que eles já colocaram para pegar um mote que apareceu no depoimento do Pedro Meyer hoje à tarde. Ele enfatizava, entre outras coisas, que os modelos de colóquio que nós temos são apenas modelos e são, sobretudo, modelos que não devemos fazer no futuro. “Nós não podemos viver de nostalgia”, dizia ele. Esse é o Pedro do 1o Colóquio, aquele que a gente viu de gravata xadrez e laço largo na década de 1970. Então, o que é isso que ele está dizendo? O que ele está dizendo é que novas tecnologias criam novas mídias, e novas mídias criam novas trocas sociais, e essas novas trocas sociais alteram as categorias que nós tínhamos antes. O Bóris falou de uma coisa interessantíssima, que eu até notei, os anônimos. A força da maioria, a base da sociedade, é anônima. Esses anônimos que o Boris falou estão na rede, no blog, no fotolog. Existe todo um circuito que está produzindo um outro tipo de documentação. Há quatro ou cinco anos atrás tivemos no Rio de Janeiro um encontro semelhante a esse que tivemos hoje aqui com Miguel Rio Branco. Na ocasião, ele também falou sobre o seu trabalho e apresentou o ponto central da discussão, que era mais ou menos o seguinte: ‘a documentação acabou’. Há cinco anos atrás a gente achava que a documentação não tinha mais razão de ser em função do tipo de produção cultural e de referências que estavam se efetivando naquela época. O que mudou foi que hoje, cinco anos depois, que nós temos uma fotografia digital, que a principio parecia que ia destruir a credibilidade da fotografia como documento, reforçou a contundência da fotografia como tal. Não pelo artefato em si, mas pelas redes de distribuição de produção de fotografia. Nós vimos isso em Abu Ghraib, o episódio incrível em que os soldados fotografaram cenas de tortura e ninguém, absolutamente ninguém, nem o George Bush, colocou em dúvida a veracidade daquelas imagens. Imagenzinha vagabunda de 3 ou 4 pixels que qualquer criança modifica no computador, ninguém achou que aquilo fosse modificado porque as novas redes de produção e distribuição de fotografia legitimam aquela própria imagem. Então nós vimos a valorização do autor, por um lado a foto vale hoje não por ser ‘a foto’, mas pela assinatura que ela carrega, da mesma maneira que um texto escrito tem peso de credibilidade em função da pessoa que assina. A fotografia hoje também está ganhando isso, não pela força de autoria, mas pela responsabilidade daquela pessoa que atesta que aquilo aconteceu. E estamos vendo, mesmo no domínio da expressão artística mais elevada, o retorno da documentação critica com um esforço tremendo. Um exemplo disso é o Martin Parr, que também faz parte desta formidável reunião de pessoas que temos aqui hoje. Estes anônimos estão na rede, novas trocas sociais estão de efetivando a partir desses instrumentos. Acho que esse colóquio também dá um passo positivo e sinaliza na medida que a gente está online e tem internautas interagindo a ponto de incomodar pessoas como o Rubens Fernandes quando chega em casa. Isso é muito bom, mas ainda estamos no formato anterior. Festivais, fóruns, encontros, colóquios, cada um desses termos tem uma diferença semântica que indica um determinado caminho. Esses termos estão também ficando superados porque o que nós temos hoje é uma ampla arena, como se fosse uma nova ágora virtual e que de todo lado pode chegar manifestações que são pertinentes, contundentes e absolutamente surpreendentes, porque nós não sabemos qual é a nossa audiência. Nós estamos online e estamos abertos. Já não estamos mais no fórum, no colóquio, em um simples encontro. Estamos numa ágora virtual de dimensões desconhecidas. Não podemos perder aquilo que nós conquistamos. A lição do Bóris foi magistral. Eu tenho o sentimento que valeu a pena estar aqui hoje para poder ver como essa historia é recuperada e é retrabalhada. E nós estamos aqui, a história não é um passado que foi. As fotos dele não são históricas porque os personagens estão andando aqui. O personagem esteve hoje aqui para dizer “Olha, a história que nós fizemos valeu, mas ela é uma referência. Vamos continuar.” Então quais são os caminhos para continuar? Também não sei. Nós temos que construir juntos e isso que é extraordinário. Por isso este momento é poderoso e estou bem gratificado de ver que nos reunimos aqui em São Paulo, abertos para essas novas possibilidades e temos uma oportunidade especial de darmos continuidade a isso, tentando refletir e buscando novas formas de reorganizarmos o nosso trabalho de reflexão, de divulgação, de produção de conhecimento, de troca de experiência, de iluminação do olhar (porque as exposições de fotografia são isso) e com uma certeza que creio que dá sentido ao que a gente faz: a fotografia é importante, mas o que é mais importante é a vida que está detrás da fotografia-imagem e da fotografia-olhar. Porque a imagem, ou seja, o artefato, é uma ato de generosidade daquele que olha porque a fotografia se faz com o olho. O artefato é apenas para compartilhar com o outro. Agora nós estamos podendo pensar nessa vida por detrás da foto com uma escala que nunca antes podíamos pensar. Sem perder esta dimensão que foi colocada pelos outros dois colegas que me precederam, eu queria, alavancado no toque que o Pedro deu hoje de manhã, enfatizar e propor uma tomada de consciência de que nós temos que pensar e reagir para essa grande ágora informática na qual estamos ao mesmo tempo inseridos, alterando e produzindo e fazemos nós mesmos. Essas são as ideias que eu queria colocar como mais uma contribuição para o debate que espero que se produza a seguir. Muito Obrigado. Iatã Cannabrava: Queria agradecer o Milton e antes de passar a palavra para o Pablo, queria dizer que a função desta mesa é exatamente essa, não só fazer um reconhecimento histórico do ponto em que estamos, como uma avaliação critica do modelo e do formato. Muito válido isso. Pablo Ortiz. Pablo Ortiz Monastério: A diferencia de mis compañeros de la mesa, yo voy hacer una presentación personal, no voy hacer un análisis histórico porque me parece que es muy importante en los coloquios la parte humana, esta parte donde yo me encuentro con amigos de hace muchos años, a Boris le conocí en el aquel 1º Coloquio de México. Y luego he seguido viendo, y luego la posibilidad de crear nuevos contactos. De alguna manera me impacta de poder ver en un tiempo muy breve lo que soy capaz de intercambiar brevemente a través de libros y revistas, comentarios, conferencias y encontrar el contacto directo con la gente que me permite vibrarlos, me permite detectar quienes me son afines y quienes no me son tanto, pero que haya este consenso latinoamericano porque eso es fundamental. ¿Qué es lo que nos hace ser latinoamericanos? Después de estos días con toda esta consciencia que Iatã se labró que los brasileños no son latinoamericanos, yo, en realidad, creo que lo que nos hace ser latinoamericanos es la voluntad de serlo. Y el hecho que se lo arme en estos coloquios y tengamos, sin ninguna duda, todo un bagaje cultural de siglos compartido que nos hace ser latinoamericanos, pero esta voluntad creo que es una pieza fundamental. En estos días me llamó mucho la atención las categorías que surgieron, esta que es novedosa, los agricultores y los cazadores. Yo quiero agregar una más, en realidad lo que a mi me interesa es los productores de sentido, en donde más allá de la estrategia que se tenga para producir sustento, lo que me interesa sobretodo de algo como la fotografía, que lo reflexiono, lo pienso como un lenguaje, es los productores de sentidos. De esa forma nosotros en México, específicamente, un poco acicateados, echados a andar por Pedro Meyer, que como nadie iba a ser nada por nosotros, todo lo teníamos que hacer. Todos los fotógrafos nos convertimos en editores. Quiero recontar una experiencia de 15 anos de proceso de edición. Primero fue un proyecto que se llamó Río de Luz. Hicimos 20 libros en el Fondo de Cultura Económica y parte de la estrategia era conocer a Latinoamérica. ¿Quiénes eran? ¿Cómo se veían? ¿Cómo era que aquello funcionaba? Apareció en el Coloquio de Cuba este material extraordinario. De repente podíamos ver las caras de los militares argentinos, podíamos ver algo que era famoso, ya venían de bajada y empezaba a haber ciertos espacios porosos en donde los fotógrafos se colaban y daban cuenta de quienes eran, de que los rostros eran estos famosos represores argentinos, chilenos y, la verdad, nos llenó de sorpresa. Entonces estos libros, su fisicalidad, el peso que tienen, circularon más bien en México, pero posibilitó que imagináramos y pensáramos cómo eran aquellos procesos, cómo era que se desenterraban una tumba y sacaban los cuerpos de los desaparecidos, de cómo había una presión social, y en el hecho de estar viendo aprendimos la gramática y cómo se construye sentido. Había cajas de fotos y en ese proceso de ordenarlo y de construir sentido quiero ser muy claro que no se trata solamente de la construcción de sentido narrativo, de ideas muy especifico. Por eso yo quería provocar a mi amigo Miguel Rio Branco que me contara como se construye sentido para que la gente tenga emociones, para que la gente sueñe distinto esta noche, para investigar en otros territorios que no mas en la racionalidad, y el trabajo de Miguel lo hace. Ese libro (Dulce sudor amargo, de Miguel Rio Branco) yo tuve el privilegio de hacerlo con Miguel, pasamos muchas tardes juntos y no fue fácil. Miguel, ustedes lo conocen, tiene lo suyo, pero el trabajo sin duda alguna lo valía porque por un lado aprendíamos como se miraba y como este artista plástico rimado a la fotografía en un territorio, en Salvador de Bahía, daba cuenta de una realidad fabulosa y la manera de cómo lo hacia también de eso lo aprendíamos. Las cicatrices, los perros, las iglesias barrocas, la cristiandad. En la selección que hice para ustedes hay un énfasis en Latinoamérica. Queríamos conocernos y queríamos vernos en el espejo de ustedes, de nosotros, entonces en la medida en que podíamos encontrar algún librito, y claro hay mucho más libros brasileños (este viaje ha probado que debíamos haber publicado desde entonces), pero desde luego los recursos eran limitados y ya teníamos nuestra cuota de brasileños. Hubo también este ecuatoriano, Hugo Cifuentes, que ha hecho un trabajo andino, precioso, formidable, y de una manera distinta daba cuenta de comunidades negras metidas en la sierra. Y luego el libro cubano era fundamental y fue súper difícil, pero finalmente optamos por dos fotógrafos cubanos, uno de antes de la revolución, Constantino Arias, que básicamente fotografió en un hotel fenomenal los gringos emborrachándose, haciendo el ridículo. La anécdota es esta chica que tenia una cita con el cliente gringo que iba a venir y no se presentó (la foto de la guapa que se veía en el espejo) y esta en venganza llama a Constantino y se hace fotografiar delante del espejo y le manda la foto aquél cliente que no apareció diciéndole “Mira lo que te pierdes!”. Este es un trabajo fenomenal y hay unas cuantas imágenes para poner el proceso de intercambio y luego el trabajo del maestro Raúl Currales. Fue duro convencerle que su trabajo se iba a ver bien con el trabajo del otro y que no iba a ser sólo su libro, lo cual era duro porque él sin duda alguna se lo merecía, pero así lo hicimos. El proyecto era latinoamericano y hicimos este libro de Josep Renau que era muy interesante porque él utilizaba otro recurso. Él, como el fotomontaje, armaba esta gramática que era español de origen, pero estos fotomontajes que se llamaban originalmente “America way of life” los hizo en México. También tenía algunas cosas que tocaban a nuestra propia realidad con esta estrategia como a Chile y Cuba, por ejemplo. Este es el segundo proyecto que quería practicarles muy brevemente. Pasaron muchos años para que pudimos hacer esto. Y quiero compartirlo con ustedes porque en el fondo hacia donde me dirijo con la idea de productores de sentido es invitarlos a que hagamos un proyecto colectivo que tiene que ver con una revista: Luna Córnea. Una vez que hicimos la colección de libros, aquel del libro tenia una cosa prestigiante, ya tener libro implicaba todo un reconocimiento, pero lo que surgió como muy urgente era la reflexión. No sólo era necesario aprender la gramática pero también cómo se dice en la puesta en página, cómo se edita, cómo se plantea aquello, cómo se privilegia, qué tantas fotos, qué poquitas, sino también había que reflexionar y utilizar otros lenguajes, y en este sentido el texto es fundamental, las ideas que hay atrás de esto. Entonces decidimos hacer este proyecto, Luna Córnea, que era una revista. El primer número era dedicado a Don Manuel Álvarez Bravo, en donde no solamente mostrábamos las fotos – es pequeñita y tiene bastante texto – sino que reflexionábamos como era que las hacíamos. Y entonces está la buena fama que en estos días se ha visto mucho, pero también esta un still que hicieron de cómo preparaban aquella foto que fue a partir de una solicitud de André Breton, el famoso surrealista, que le dijo “Hazme una portada para el catalogo.” Don Manuel en una actitud de respuesta inmediata surreal asoció un desnudo, los abrojos (que son estos cactus), y que por alguna razón que no se explica todavía quiso vendarla y de hecho él se confesa nonsurrealista, pero como era para este señor que le interesaba aquello, pues venga a ser surrealista, no? Y sin duda alguna en el aquellos días nos interesaba seguir reflexionando de quienes éramos en Latinoamérica. La presencia siempre de autores latinoamericanos fue clave. Esta revista decidimos desde muy al principio hacerla temática, que tuviera que girar en torno a una reflexión y con distintos lenguajes y distintas maneras abordarlo en animo si ver si logramos desentrañar algunas ideas con más o menos claridad. Este numero lo hicimos como los grandes géneros: el paisaje, el desnudo, el retrato. En lugar de hacer el desnudo, decidimos hacer el cuerpo, nos parecía que podía ser mejor. Entonces nos descubríamos autores desconocidos entre nosotros y los poníamos en circulación, y luego no solamente publicábamos lo nuestro, no se trataba de ser endogámicos, menos ahora. O sea, poner en circulación imágenes de todos lados, históricas con las contemporáneas, e ir construyendo un sentido. Aquí hay de Alfred Stieglitz hasta anónimos, y cosas producidas recientemente en México. Esta pieza por ejemplo es de un pintor famoso que también hace fotos y se autorretrata. Entonces era una reflexión del cuerpo alejado de este sentido desnudo que no era importante. La idea de Bóris de las redes de intercambio, con las nuevas tecnologías es posible hacer ahora una revista latinoamericana que no tenga uno sólo centro, sino que haya diversos equipos. Propongo seriamente un proyecto que elaboremos donde haya diversos equipos en diversas ciudades, haremos un comité editorial online donde nos vemos cada vez al més y comentamos cosas, hacemos un documento complejo con texto, imágenes, no necesariamente que tenga que estar online e ir bajando uno por uno. Estoy un poco harto de estas páginas… Se ve todo, es prodigioso, pero si me fascina el papel, si que soy del papel y de PDFs y toda la manera de circular, si hay que montársela en la nueva tecnología sobretodo la posibilidad de que pensemos en números temáticos. Quiero retomar esta idea, que aquí en frente Alejandro, de que fotografiamos en inglés. Well, I am sure that now I’m speaking to you in English. Yes, is another language, but is the same me that is talking to you. So… si lo tenemos que hacer en inglés, si el idioma es una tecnología desarrollada por el hombre blanco a mi me viene bien. Lo que si que estoy convencidísimo es de que en Latinoamérica si hay una visión del mundo, si creo además que si somos capaces de generar un proyecto multinacional con un sello. Desde aquí nos miramos y miramos el mundo, y con los lenguajes fotográficos, del diseño, de los textos, armar un proyecto sin duda alguna lo veo factible. Para concluir, este coloquio fue utilísimo porque logró que yo encontrara distintos grupos de gentes con los que a lo mejor trabajamos duro y le echamos ganas vamos a poder echar andar un proyecto, un sueño que por ahí se va acercando y entonces no queda más que agradecerte Iatã y agradecerlo a todos ustedes todos estos días. Iatã Cannabrava: Gracias Pablo, además por el buen humor. Y ahora para terminar, Marcelo Brodsky. Marcelo Brodsky: Creo que si esta mesa estuvo un poquito más controlada, ya vamos a aprender. O controlamos mejor las mesas o no tener las mesas y tener solamente imágenes. En realidad, en el festival de Paraty, que es otro que organizó Iatã, estuvimos hablando de eso en el año pasado como iba a hacer ese coloquio que estamos fazendo agora. A gente olhava muita foto o tempo todo e tinha muito pouco para falar. So, I think that was also a very good idea to introduce other languages. Creo que tenemos la ventaja que el lenguaje que estamos creando, el lenguaje visual, no tiene absolutamente ninguna frontera. Es decir, posiblemente las tenga. Me preocupa justamente uno de estos temas, uno de estas fronteras que podría ser la frontera de la fotografía, puesto que este coloquio se autodenomina así. Es el medio del que venimos y creo que es un excelente punto de partida para desarrollar proyectos de generación de sentidos y producción visual en la que la fotografía es una herramienta con su propia historia que nosotros posiblemente conozcamos bien y, entonces, tenemos que aprender el resto de las historias que nos afectan. En nuestro circuito, este network, es un lado muy importante y muy positivo para todos, pero es uno más. Tenemos que participar de muchísimos otros, de los networks de la web y de la ágora digital, de los networks internacionales, de las bienales de arte contemporáneo, de las residencias y intercambios, todas las oportunidades no se limitan a lo digital. Hay una gran movilidad y gran recurso para la producción artística que debemos nosotros de aprovechar. En Latinoamérica disputarle cada una de las becas Erasmus y de las becas que haya para la nuevas generaciones en las distintas estancias en que se produce cultura para poder formar a nuestras nuevas generaciones artistas y de productores de sentido visual. Hay una posibilidad de que desde Latinoamérica tengamos cada vez más recursos, no solamente por el incremento del peso económico de nuestra región y la consciencia de su identidad. Creo que el futuro en este sentido es provechoso porque justamente nosotros tenemos mucho de lo que hablar. Acá en Latinoamérica posiblemente quizás como causa de esta hibridación, de esta condición mixta de nuestro orígenes tan variados y no venir todo del mismo lado si no de haber coincidido aquí de barcos o de lo que fuera nos da una mixtura que nos permite en esta etapa global tener más recursos para decir cosas más interesantes, inteligentes quizás, o no. He visto bastante en Europa últimamente una tendencia a la repetición del discurso a que no hay de lo que hablar, entonces hacemos unas fotos un poco parecidas a las otras, pero un poco distintas, nos interesa mucho el mercado, etcétera. Yo no niego por supuesto que otros de los circuitos, de los mercados, de ferias de arte contemporánea, feria de fotos, tenemos una en Buenos Aires o si no una en São Paulo, o una en Bogotá también… Todos los circuitos, absolutamente todos los circuitos se interesan. Este es uno, es el nuestro en este momento, pero los invito a no solamente a profundizar en él sino abrirse a todos los demás circuitos. Y eso es lo que me parece que va a potenciar nuestro trabajo de creación visual. En este sentido me parece muy interesante la propuesta que hizo aquí Paulo Herkenhoff. Como uno de los curadores de las tres ultimas bienales de São Paulo, cuando analizó a fondo esta condición tan típicamente brasileira de la relación de los que viene de ahí afuera, que es una relación que ahora vamos a empezar a conocer mejor en la fotografía, posiblemente no había la madurez o la organización o la consciencia suficiente de este paso en Brasil, pero el país con lo que viene afuera no lo rechaza sino que lo digiere, lo deglute y lo vomita. Es decir, la antropofagia fue el centro de la edición curatorial de Paulo Herkenhoff sobre su bienal, fue la mejor que posiblemente hizo en los últimos años y demostró la forma en que Brasil se relaciona con el mundo y con el arte y con la cultura en general, que es a través de conocerla, entenderla, asumirla, comerla, digerirla, vomitarla. Es antropofagia cultural, que esta quizás expresada por los cuadros de Tarsila do Amaral y por el movimiento de la negra que vimos el otro día en el Museu de Arte Contemporáneo con sus labios hinchados, o del Abapuru (que nunca van a perdonar que nos hayamos llevado a Argentina). Todo esto ven a cuento porque me parece que lo de los circuitos son los nuestros, son los alternativos que también se discutió, se discute y tenemos que discutir sobre los límites de la fotografía. Nos interesó mucho, a mi particularmente, esta coincidencia con el evento paralelo, dos edificios paralelos todos lleno de gente mirando obras que cruzaban a veces. Los cruces fueron mas importantes de lo que yo pensaba. Hubo mucho movimiento, muchos de los fotógrafos de aquí, fotógrafos que nosotros hemos considerado toda la vida, fotógrafos que hemos invitado a proyectos o compartido proyectos, que hoy estaban invitados al evento de video, y vamos a mostrar ahora justamente una obra de Eustáquio Neves como símbolo de esta hibridación. De esa hibridación que me interesa y que nos interesa a todos. En ese sentido hay varias obras que estuvieron dando vueltas en estos días, que tienen bastante interés como ruptura de los límites de la fotografía. Uno tiene que ver por ejemplo la obra de Arthur Omar, una obra de video y de fotografía que te rodea a que te sientas y empieza a pasar todas las cosas. Al mismo tiempo: ¿Es fotografía? ¿Es video? No importa lo que es, pasa algo. Y lo que pasa es importante porque en el vieo, todos estos haciendo el mantra nos esta mostrando todo el tiempo la televisión para generarnos miedos. Ahí lo vemos en una situación diferente que ya aprendemos algo que es una forma distinta de ver a nosotros mismos y lo que nos rodea, nunca mejor dicho. Después un trabajo que vi en Paraty de João Wainer, se llama Marginália, y justamente es un fotógrafo, un artista, un muchacho que al mismo tiempo tiene sus contactos en el mundo del crack, conoce la favela, sus amigos son de ahí, filma, fotografía, vive, fuma, supongo, no sé, hace el amor y también hace todo y lo mete todo junto. Cuando uno lo ve es algo como: ¿Qué es? Bueno, no es en si ni fotografía, no es video, pero algo pasa, cuando uno ve, entiende lo que pasa en ese lugar. Hay sentido y este sentido nos permite aprender un poco la realidad. En este sentido justamente le voy a mostrarles lo que he podido conseguir para ahora, son 2 pequeñas piezitas, una de Cia de Foto, un grupo brasileiro, que lo voy a pasar solamente un minuto. Muestra una primera imagen en la que hay una intervención de video sobre un paisaje fotográfico estático, y una segunda etapa en que se va pasando unos retratos y pasa algo inesperado. Esta es la obra de Eustaquio Neves que trabaja con fotografía con teléfonos celulares, con distintos elementos que combinan y cuentan una vida afectada por los nuevos medios. Esta fue una pequeña muestra de una obra hecha con un método de filmación/registro completamente distinto al nuestro, pero que puede tener participación en un proceso de generación de sentido. Puede ser parte de una instalación, puede ser parte de un programa, puede ser parte de una acción urbana. Yo también trabajo por ejemplo en proyectos de arte publico, donde es de mucho interés la relación de la obra con el entorno publico. Son problemas que la fotografía puede perfectamente abordar desde su particularidad. En este sentido me parece muy positivo que Pablo nos haya traído los libros de Río de Luz, una de las criticas o proposiciones de Martin Parr, para que hagamos encuentros más provechosos, no solo para su pasión de coleccionista sino también para nuestro conocimiento mutuo, que encontremos en estas oportunidades la posibilidad de que cada uno traiga sus libros o encontremos quizás una de las ideas (que se me había ocurrido) sería desarrollar como parte de la conclusión del coloquio, algún mecanismo de intercambio, de venta online, de libros de producción latinoamericana, que el modelo de amazon.com se organice específicamente para nuestra región. Está bastante moderno el asunto de las decisiones y que no ganan poco para cualquier proyecto entonces hay que armarlo de modo tal que el intercambio de producción de libros en nuestra región resulte una posibilidad que se autofinancie. Uno de los nuevos recursos que nos da la comunicación inmediata es la posibilidad de elegir y editar la revista entre todos para generar espacios para facilitar la producción editorial. Creo que, análogamente, aquí hay como pueblo de libros, nosotros seriamos el medio del libro y el medio del libro seria, creo yo, como elemento central en la obra de cualquier fotógrafo. Personalmente, los libros que hecho me han cambiado enteramente la vida. No vamos hacer como Nobuyoshi Araki que tiene 365 libros en su carrera, pero podemos hacer 365 libros entre todos por año, como hay 365 islas en la bahía de Paraty. Me parece que el libro es el elemento central que va a determinar una mayor maduración de nuestro medio y una mayor interacción y capacidad de incidencia de nuestro medio en el dialogo de los demás medios, que se va dando de forma permanente en todos los circuitos de arte contemporáneo – bienales, programas, eventos, coloquios o reuniones - y específicamente lo que hace este coloquio. A mi me hubiera gustado ver más imágenes, más tiempo de ver las imágenes. Nosotros de alguna manera en este primer coloquio en Brasil quisimos establecer un punto de contacto con la experiencia anterior de hace 11 años y todo este tiempo para el cambio de la tecnología es muchísimo. Hace 11 años la fotografía era completamente otra cosa, el tipo de contacto que teníamos entre nosotros era completamente distinto en lo que hace la facilidad de comunicación. Hay un elemento común, como dijo Pablo: la relación humana es lo fundamental en todo y lo que posibilita cualquier desarrollo cultural. Esto es valido no solamente para la mayoría de los fotógrafos pero también valido para la proyección de la obra de cada uno. Porque es por la suma infinita de pequeñas relaciones humanas donde la obra se mueve. En este sentido me interesa mucho rescatar lo que leyó Iatã hoy al comenzar esta mesa, sobre el hecho que hay un filósofo de la Universidad de São Paulo que vino a ver la exposición que curamos (que curó Iatã y nosotros ayudamos a curar con nuestras sugerencias de artistas), y que al ver estas imágenes no vino hacer una crítica conceptual sobre si la obra era de RES o de Marcos, o de Maya Goded. Él vino hablar básicamente de la latinidad y de la relación de Brasil con su entorno, que es lo que a nosotros nos interesa. En realidad a nosotros nos interesa, más que hablar de fotografía, participar en el debate cultural de la sociedad a través de la fotografía y a través de nuestra obra, o a través de la obra de cada uno. Eso es lo que ha pasado con este articulo que se dedica a establecer tres formas de latinidad: la latinidad romana, la latinidad del sur de Europa y la nuestra, la latinidad de América Latina, en que el autor deposita enormes esperanzas de futuro. Justamente lo único que hace y que lo diferencia de cualquier otro articulo que pudiera haber escrito es que está todo ilustrado con la foto de nuestra muestra y agradece a este coloquio el hecho de haber hecho pensar desde Brasil la relación de Brasil con América Latina. Eso es generar sentido. Bien, pues entonces básicamente los invito también a ver la obra de Arthur Omar, la de Peter Greenway, la muestra “Sutil Violento” a quien no la vio, que avancemos en el hibridismo y en dialogo con los demás medios desde nuestra fotografía, que también entendamos que ser latinoamericanos es una identidad muy poderosa que nos permite dialogar con Europa, con Asia, con los demás y con el otro. Con respecto al tema de la capillas o iglesias que se ha dicho aquí, yo me voy a detener a un dicho, más de una de las identidades que aquí tenemos, que dice que donde hay dos judíos hay tres sinagogas. Muchas gracias. Iatã Cannabrava: Obrigado ao Marcelo. Vou rapidamente fazer um resumo das proposições que foram feitas. Antes de falar isso, vou explicar uma coisa. Quando começamos a organizar o 1o Fórum Latino-americano de Fotografia, produzido nas dependências do Itaú Cultural, já tínhamos uma noção que se pelo menos na leitura de portfólio alguém fosse convidado a expor, publicar ou projetar seu material em algum lugar, o projeto já estaria pago e válido. Nós temos algumas coisas concretas que aconteceram neste festival e eu vou enumerá-las. Primeiro, aquela que é mais desconhecida. Surgiram uma infinidades de acordos e relações, muitas que ainda não conhecemos e muitas que não vamos divulgar por discrição aos acordos. Sei de gente que já fechou exposição, de gente que já fechou acordos para publicação, enfim, surgiu esta infinidade de relações, sem contar as relações off, fora da leitura de portfólio, fora dos workshops, fora das mesas. Essas relações das conversas, dos encontros, de onde surge uma infinidade de projetos que duram por muito tempo. E ver só um projeto bem desenvolvido como foi o da revista Río de Luz e Luna Córnea, um projeto que deu tão certo, que hoje quando você encontra um mexicano fotografo você ganha um livro. Todos eles têm livros publicados, as revistas geraram um volume muito grande de publicações de fotografia no México. Mas, de concreto, nós tivemos aqui o anuncio por parte da Funarte na mesa de Políticas Públicas, que anunciou duas linhas de Fomento à produção: uma de fomento a eventos de fotografia, ou seja, uma linha de fomento com dinheiro específico e claro para eventos de fotografia regionais no Brasil; e outro é uma linha de fomento para atender à produção fotográfica. Então são duas coisas objetivas que foram anunciadas aqui no Fórum e que nos surpreenderam muito porque esperávamos cobrar isso da Funarte, e antes que nós fizéssemos qualquer cobrança, anunciaram no Fórum. O único pedido específico que foi feito é que se estude a possibilidade desta linha de fomento da Funarte, com respeito à produção fotográfica, não seja limitada ao Brasil e sim aberta à toda América Latina. O Instituto Cultural Itaú anunciou agora há pouco aqui no palco através da Yara e que já o haviam feito em publicação no Jornal Folha de São Paulo, a proposta de se estudar a realização da segunda ou outras edições do próprio Fórum. Como propostas que não são tão concretas, mas que surgem como ideias, acho que a principal que surgiu nas conversas, e como o Pablo Ortiz colocou, é a criação de uma revista latinoamericana produzida online por um comitê editorial conjunto, e eu inclusive tenho uma série de instituições que conheci outro dia por internet, uma instituição alemã que produz livros desta maneira. Se chama Democratic Book, eles são de Colônia. Você entra no site e se te interessa um dos seis ou sete livros que eles têm, você baixa o pdf com todas as marcas de corte e manda imprimir numa gráfica rápida e tem seu livro. É de graça. Acho que o caminhão é esse, um projeto onde conseguíssemos fazer um capital coletivo de diversas instituições de alguns dos países latino-americanos para bancar este conselho editorial e a produção técnica. Seria uma revista que cada um imprime seu exemplar com marcas de corte, monta, faz a revista de fato. O Daniel Sosa, do Centro Municipal de Fotografía de Montevideo, sugeriu que se estudasse a possibilidade de criar um website coletivo. Aí teria que se pensar que nome, que marca, que referencia teria este website, alimentado mais do que com informações, como um banco de dados de fotógrafos latinoamericanos e sua produção. Outra proposta que surgiu em mesas de conversações é que se criasse um programa de intercambio de residências, de bolsas. Foi falado aqui inclusive no dia da mesa da Funarte e também numa conversa com Alejandro Castellanos, do Centro de La Imagen, um intercâmbio inicial de cinco bolsas do Brasil para o México e cinco do México para o Brasil. Marcelo Brosdky: Para empezar, me alegro que por fin Brasil y México miren entre si y hagan un intercambio de bolsas, pero hay otros países también que quieren alguna bolsita. Iatã Cannabrava: A ideia do programa de bolsas é que ao longo de um projeto que vai sendo montado e constituído, exista a possibilidade de que um bolsista chegue a circular dois ou três países e que esse intercambio de bolsas seja uma espécie de rede. Se falou até mesmo em patrocínio de algumas empresas e começou-se a estudar isso. A ideia não é que se constitua uma relação bilateral, e sim que se constitua entre todos os países latino-americanos. Se houver oportunidade de iniciar rapidamente através de uma relação bilateral será um animo, um fôlego extra para o projeto. Agora eu queria abrir ao público para ouvir alguma proposição concreta em relação às propostas e à esta mesa. O que se pode fazer para amplificar o eco desta discussão sobre os circuitos na América Latina? PERGUNTAS DO PÚBLICO Pergunta da plateia: Eu queria saber o que vocês acham do comentário do Guran, que falou da questão das fotografias que valem mais pelo nome do fotógrafos que pelas imagens em si. Vocês acham que isso acontecem com frequência nos colóquios, nos encontros e fóruns e seria por esse motivo que os novos fotógrafos procuram meios alternativos de divulgação dos seus trabalhos já que talvez exista ainda um circulo meio fechado na fotografia? Milton Guran: Posso desfazer o mal entendido? Quando a fotografia surgiu por causa da mediação do aparelho ela foi considerada como um dado de realidade. A fotografia parecia uma janela para o mundo. Claro que a gente sabe que se a fotografia não mente, mentirosos fotografam e que se adultera a fotografia, mas no senso comum, tem a foto, é verdade. O que aconteceu com o surgimento da imagem digital é que a facilidade de manipulação e de transformação da imagem digital, num primeiro momento, abalou a credibilidade da fotografia. Você não sabe se aquilo que está lá existe ou não existe, porque o que dava força à fotografia era o teu referente. A partir do momento que mistura os referentes e o referente já não se refere a coisa nenhuma do mundo visível e sim à uma criação informática, então realmente tem uma ameaça a esse status inicial da fotografia que dá credibilidade ao referente. O que a gente vê acontecer, e por isso eu citei Abu Ghraib, as imagens da tortura, é que os próprios circuitos de divulgação da imagem digital legitimam aquela imagem enquanto verdade. Por exemplo, os blogs e fotologs. Hoje o verdadeiro fotojornalismo, o mais vibrante, o mais profundo e mais aberto é feito nos blogs. O pessoal vai nas festas, fotografa e coloca no ar e todo mundo acredita no que está ali. Chegando neste ponto da conversa, eu disse: quando você anuncia alguma coisa, por exemplo “a terra é quadrada”, não tem o menor valor. Mas se o maior cientista disser “numa dimensão tal a terra fica quadrada”, todo mundo vai pensar “como é que é?” Porque ele tem legitimidade para fazer aquilo. Então, no discurso oral, o autor, a fonte daquela afirmação, é tão importante ou mais importante que a afirmação em si. O que faz você acreditar na afirmação é a pessoa que falou. Em plena era da fotografia virtual em que você dispensa teu referente, o que vai dar legitimidade aquela vida que está por trás da foto, ou seja, o fato que está sendo informado, aquelas pessoas que estão ali, não é o meio, a máquina, e sim a pessoa que assina. “Aquilo é verdade porque o fulano disse” e já não é “aquilo é verdade porque a máquina não mente”. Isso não tem nada a ver com jovens fotógrafos. Iatã Cannabrava: Deixa eu só responder uma coisa de ordem prática. Primeiro esses conceitos são todos muitos relativos. O que é jovem? A gente tem essa questão da idade, mas a nossa exposição Sutil Violento tem algumas revelações de pessoas muito jovens, algumas expondo em circuito internacional pela primeira vez e algumas recém-premiadas. Nós temos o Julio Bittencourt, extremamente jovem, começando e sendo premiado; nós temos a Rochelle Mozman, com um trabalho extremamente jovem, uma presença extremamente jovem do Panamá; temos a Daniela Edburg, que faz fotografia há seis anos. Acho que alguém que faz fotografia há seis anos é alguém que está começando, e ela está expondo ao lado do Miguel Rio Branco, que tem toda essa trajetória que a gente pôde ver hoje. O Fórum tem um modelo e eu concordo com Milton Guran plenamente quando ele diz que há de se repensar esses modelos. Acho que tem que ter uma variação de modelo, mas esse modelo é muito claro. Foi montado um modelo de primeiro Fórum, um modelo de inicio, com capacidade política de gerar um segundo, de um terceiro, um quarto. E esse modelo inclui o potencial jovem sim. Inaê Coutinho: Boa a noite a todos. Eu tenho uma sugestão para o Itaú Cultural, que é transformar estas palestras não só em um material que esteja no website para todo mundo, mas pôr em papel, transcrever, porque isso fica registrado de uma outra maneira e acho que é importante ter esses registros dessas mesas em papel. A outra sugestão é que se discuta a educação e a formação dos fotógrafos. Além de fotografa, sou professora e aqui estamos falando de um ponto de vista dos fotógrafos. Hoje existe uma produção de fotógrafos, inclusive aqui em São Paulo, muito grande. A gente tem uma universidade, aliás, mais de uma, e acho que a gente deveria pensar nisso também nos Fóruns. E uma sugestão de um tema, que é de discutir o feminino na fotografia, lembrando um pouco do que a Susan Meiselas falou na palestra dela de como é ser uma fotógrafa olhando para esta mesa cheia de homens. Marcelo Brodsky: Voy a leer diez preguntas que pasó ayer Pedro Meyer para leer en esta ultima sesión. Diez, pero muy breves, no para que contestemos ahora ni para que discutamos ahora porque una buena conclusión de un coloquio puede ser dejar una serie de preguntas que podemos contestar en las siguientes oportunidades. Estas son: ¿Cómo va a ser la fotografía, la distribución y los libros de fotografía dentro de diez, veinte o treinta años? ¿Nosotros, los fotógrafos, podemos transformar nuestra manera de contar historias? ¿La relación, seguir la evolución, entenderla entre la imagen fija e imagen en movimiento y la transformación qué esta relación está teniendo? ¿Cómo van a ser lo archivos y mantenimiento de las imágenes? Si habrá o no fotos impresas y cuáles son las redes que se están construyendo y se van a construir? Y básicamente, una cosa sobre la que nos quedó por hablar, que también me preguntó Martin Parr porque nos habíamos hecho una mesa al respecto, es ¿cómo está cambiando la mirada y cuáles son las nuevas formas de manifestar la creación visual que está cambiando, y que un evento como este, modernizado, puede analizar, profundizar fundamentalmente con propuestas visuales? Así que estas preguntas simplemente son para narrar y que queden flotando para el próximo evento que aquí gentilmente la fundación cultural Banco Itaú acaba de decir que va a volver a revisar, cosa que por supuesto agradecemos. Quizás nos lleven a conversar con ellos y generar alguna forma permanente de presencia entre uno y otro para poder canalizar propuestas en la web o algún otro tipo de posibilidades de intercambio entre reuniones generales. Pergunta da plateia: Eu queria lembrar uma sugestão colocada pelo Pedro Vasquez, que é a criação de um banco de dados ou de uma forma de divulgar pesquisas acadêmicas sobre linguagem fotográfica. Pergunta da plateia: Pensando na modernidade, será possível fazer umas exposições online? Selecionar alguns fotógrafos do Fórum e fazer uma exposição de gente de cada país? Seria interessante porque todos poderíamos ter acesso a isso. Iatã Cannabrava: Vamos concluir a mesa. Obrigada a todos.