Análise cinemática do chute circular no muay thai em praticantes

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Análise cinemática do chute circular no muay thai em praticantes
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Análise cinemática do chute circular no muay thai em praticantes iniciantes da modalidade
Análise cinemática do chute circular no muay
thai em praticantes iniciantes da modalidade
Análisis cinemático de la patada circular en el muay thai en practicantes que se inician en la modalidad
*Grupo de estudos e pesquisas em ciências da saúde de Santos - GEPECISS-FEFIS
**Faculdade de Educação Física de Santos - FEFIS-UNIMES
***Faculdade de Educação Física da Univ ersidade Paulista – UNIP-Santos
****Secretaria de Esportes da Prefeitura de Santos
(Brasil)
Ênio Rocha*
Rodrigo Pereira* **
Rafael Florêncio*
Cauê La Scala Teixeira* ****
José Carlos Lopes Penha***
Matheus Nascimento*
Fabrício Madureira* ** ***
caue_jg@y ahoo.com.br
Resumo
O objetiv o do presente foi analisar os tipos e magnitudes dos erros observ ados em iniciantes durante a execução do chute circular no MT. Metodologia:
Foram utilizados 10 v oluntários (6 homens, 4 mulheres), média de idade de 22,6 (5,2) anos, todos iniciantes na modalidade. Para a análise dos erros, foi elaborado
um check -list dos componentes mais decisiv os para a execução da habilidade, e foi utilizado como gold standard, a execução de um expert, campeão estadual. O
check -list foi subdiv idido em três etapas: posição inicial, parte principal e posição final e em cada uma dessas etapas foi analisado separadamente os segmentos
corporais: membros inferiores (mmii), tronco e membros superiores (mmss). Foram listados 28 possív eis erros, sendo cada qual caracterizado com pesos distintos
(1 = erro lev e e 2 = erro grav e). Os pesos totalizaram um escore de 38 pontos, v alor equiv alente a 100% de erro na execução do mov imento. Resultados: Com
relação à região corporal, a ocorrência de erros foi mais ev idenciada no tronco (56,0%), seguida dos membros inferiores (29,1%) e membros superiores (14,9%)
com diferença estatística entre todas as regiões. Quanto ao mov imento, nota-se maior incidência de erros na posição final (52,5%), seguida da execução
propriamente dita (34,7%) e, por fim, da posição inicial (12,8%). Conclusão: Baseado nos resultados, concluiu-se que, a maior parte dos erros ocorreu na rotação
do tronco, logo em seguida nos MMII e por último nos MMSS. Esses achados podem contribuir para melhoria das técnicas de ensino/aprendizagem utilizadas por
professores da modalidade em alunos iniciantes, procurando diminuir a incidência dos principais erros.
Unitermos: Cinemática. Muay thai. Chute circular. Iniciantes.
A bstract
The goal of this study was to analy ze the ty pes and magnitudes of the errors observ ed in beginners during execution of the round k ick in MT.
Methodology : A total of 10 v olunteers (6 men, 4 women), mean age of 22.6 (5.2) y ears, all beginners in the sport. For the error analy sis, we designed a check list
of the most critical components for sk ill execution, and it was used as the gold standard, the implementation of an expert, state champion. The check list was
div ided into three phases: initial position, and the main part and final position in each of these steps it was analy zed separately body segments: lower limb (LL),
trunk and upper limbs (UL). We listed 28 possible errors, each of which is characterized with different weights (1 = light error 2 = mild and sev ere error). The
weights totaled a score of 38 points, equiv alent to 100% error in the execution of the mov ement. Results: A bout to body region, the occurrence of errors was
more ev ident on the trunk (56.0%), followed by the lower limbs (29.1%) and upper limbs (14.9%) with significant differences between all regions. A s to the
mov ement, there is a higher incidence of errors in the final position (52.5%), followed by the execution proper (34.7%) and finally the initial position (12.8%).
Conclusion: Based on the results, it was found that most errors occur on rotation of the trunk , then immediately on the LL and finally the UL. These findings may
contribute to improv ing techniques of teaching / learning modality used by teachers in beginning students, seek ing to reduce the incidence of major errors.
Keywords: Kinematic. Muay thai. Round k ick . Beginners.
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 183, Agosto de 2013. http://w w w .efdeportes.com
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Introdução
O Muay Thai é uma arte marcial de origem tailandesa com mais de 2.000 anos1,2. No país, a modalidade é tão
conhecida e praticada assim como o futebol é praticado e conhecido no Brasil. A modalidade conquistou o mundo pela
sua eficiência de combate, passando a ser praticada em vários países, sendo também uma das lutas utilizadas no Mix
Martial Arts (M.M.A) o qual tem se tornado cada vez mais conhecido e popularizado3.
O Muay Thai é também muito conhecido por suas combinações de golpes. Suas técnicas são caracterizadas pelo
uso dos punhos (boxe), cotovelos, joelhos, chutes (lateral e frontal), clinches e arremessos4.
Com base nas descrições anteriores pode-se afirmar que como modalidade esportiva o Muay Thai é uma atividade
de alta complexidade, em função de utilizar os diferentes segmentos corporais para ataque e defesa, desta forma, os
componentes técnicos são decisivos para o desempenho dos atletas.
Uma técnica esportiva permite a execução de um fundamento esportivo de forma mais eficiente e com um menor
gasto energético. Sendo assim não havendo o desenvolvimento da mesma acarretará em um mau desempenho no
treino, o que por vezes pode prejudicar o desenvolvimento do potencial físico e que impedirá assim um maior
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desempenho esportivo5.
A coordenação motora torna-se muito importante para o domínio da técnica e da aprendizagem motora, pois
possibilitam aos desportistas dominar os movimentos mais complexos, e assim aprender novos movimentos em um
menor tempo6.
Atletas de alto nível são capazes de realizar fundamentos com maior precisão, demonstrando o limite o qual o
treinamento pode resultar em domínio de habilidades. O nível de complexidade existente, envolvido de forma elegante
e simples que aparentemente demonstra uma facilidade no desempenho esportivo de alto nível. O desempenho
esportivo habilidoso é resultado não somente do esforço muscular, mas também de uma série de processos
perceptivos, de tomada de decisão, de execução e de controle de movimentos7.
A técnica torna-se muito importante em modalidades esportivas envolvendo força rápida (potência muscular), por
exigir dos músculos uma maior mobilização de força. Em modalidades de lutas a técnica exerce uma grande influência
na solução de situações decisivas5. Entretanto, a de se fazer uma relação de contínuo inversa, entre os experts
motores na modalidade e os praticantes iniciantes, isto é, o processo de ensino de uma habilidade deve se basear nas
ações executadas por um expert, somente desta forma temos chance de garantir que o que será ensinado de fato é o
que deve ser aprendido.
Com base nos dados obtidos sobre técnicas esportivas de atletas habilidosos, há hipótese que praticantes iniciantes
tenham dificuldades durante a execução do chute circular devido o nível de complexidade exigida por este e que esta
também associada em parte a incapacidade do instrutor de identificar os pontos centrais da execução que
efetivamente limitem a sequenciação da ação, sendo assim, pesquisas acadêmicas centradas na tentativa de
identificar soluções para estes problemas deveriam ser incentivadas.
O presente estudo teve como objetivo analisar os tipos e magnitudes dos erros detectados em iniciantes na
execução do chute circular no Muay Thai.
Metodologia
Participaram do estudo 10 voluntários (6 homens, 4 mulheres, média de idade de 22,6 ± 5,2 anos), todos iniciantes
na modalidade (faixa branca). Para análise dos erros, foi elaborado um check-list dos componentes mais decisivos
para a execução da habilidade, e foi utilizado como gold standard, a execução de um expert, campeão estadual (SP).
O check-list foi subdividido em três etapas: posição inicial, execução e posição final e em cada uma dessas etapas foi
analisado separadamente os segmentos corporais: membros inferiores (MMII), tronco e membros superiores (MMSS).
Foram listados 28 possíveis erros, sendo cada qual caracterizado com pesos distintos (1 = erro leve e 2 = erro grave).
Os pesos totalizaram um escore de 38 pontos, valor equivalente a 100% de erro na execução do movimento.
Após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos indivíduos com autorização do Comitê de
Ética em Pesquisa da UNIP, número do protocolo 515/11, os sujeitos foram submetidos às análises.
Após aquecimento prévio, os voluntários foram orientados a realizar três chutes de meia altura com máxima
velocidade em aparadores suspensos e acolchoados, específicos para treinamento de membros inferiores no Muay
Thai. O aparador, além de amortecer a força de impacto em função do seu revestimento, permite a dissipação da
energia de contrarreação em função da ausência de fixação na extremidade inferior do mesmo, o que possibilitou
execuções eficientes e seguras por parte dos iniciantes.
Para quantificar os erros mais frequentes em iniciantes na execução do chute, foi construído um check-list baseado
em outro check-list do nado crawl da natação desenvolvido por Madureira et al.9. O check-list foi específico para o
movimento do chute circular, com base nas ações de um expert da modalidade de nível estadual e com mais de 8
anos de prática.
O instrumento foi subdividido em três etapas durante a sua execução: posição inicial, execução e posição final,
sendo que para cada uma das etapas, foi analisada separadamente a participação das regiões corporais envolvidas no
chute (MMII, tronco e MMSS). Isso permitiu a identificação de classes de erros durante a execução do chute. Foram
listados 28 erros, sendo cada erro caracterizado com pesos distintos (1 e 2), totalizando um escore de 38 pontos. Os
erros classificados como peso 1 não possuem relação direta com o sucesso do chute. Já os erros com o peso 2 são
relacionados diretamente com o sucesso da ação.
Para coleta dos dados deste estudo foi utilizado uma câmera da marca Samsung (5x zoom óptico) 14MP, e para
quantificar os dados foi utilizado o software Virtual Dub 19.1.1.7,8, que permitiu identificar o tipo, sequenciação e
frequências de erros que ocorreram na execução do chute circular realizada pela amostra.
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Para análise estatística, utilizou-se o teste de Wilcoxon, adotando-se P < 0,05 para diferenças estatísticas.
Resultados
A tabela 1 apresenta a porcentagem de erros demonstrados por cada um dos iniciantes de forma geral.
Tabela 1. Distribuição relativ a e absoluta de erros (pontos) por etapa de execução e região corporal
Com relação à região corporal, a ocorrência de erros foi mais evidenciada no tronco, seguida dos membros
inferiores e membros superiores (tabela 1) com diferença estatística entre todas as regiões (tabela 2). Quanto ao
movimento (chute circular), nota-se maior incidência de erros na posição final, seguida da execução propriamente dita
e, por fim, da posição inicial.
Tabela 2. Média e desv io padrão dos erros (pontos) cometidos, div ididos por região corporal
Discussão
Os resultados do presente indicam que aos erros na execução do chute circular são frequentes em alunos iniciantes
no Muay Thai. Esse resultado era esperado, devido ao pouco tempo de prática da amostra. Porém, o que não se
conhecia até o momento, era a parte do chute na qual os erros aconteciam com mais frequência, bem como as
regiões corporais. De acordo com os nossos achados, os erros mais frequentes na execução do chute circular no Muay
Thai em alunos iniciantes se dão na região do tronco, na posição final do movimento.
No nosso conhecimento, esse é o primeiro estudo que faz esse tipo de análise em praticantes iniciantes de Muay
Thai, portanto, ficamos impossibilitados de comparar os resultados. Sendo assim, essa parte do estudo se aterá,
exclusivamente, em discutir os resultados encontrados.
Dos erros com o peso 1 observados na amostra, os mais listados foram: erros na posição inicial (tronco), tronco
estendido, com 6 erros dos 10 indivíduos; erros na posição inicial (MMSS): braços abaixo da linha do rosto, 6 erros de
10 indivíduos; erros na execução (MMSS): braço referente ao da perna de apoio ao chute baixo, 5 erros de 10
indivíduos. Através deste resultado, é possível afirmar que o tronco estendido durante a posição inicial pode interferir
na próxima fase que é a execução do chute, pois minimiza a força de propulsão do giro do quadril e
consequentemente a projeção do quadril. Na posição inicial dos MMSS também foram encontrados prevalência
semelhante de erros, demonstrando que na posição inicial os alunos já se posicionam de forma errada, o que pode vir
a interferir também na próxima fase. Já nos erros durante a execução, houve apenas um erro de peso 1 mais
frequente, sendo o braço referente ao da perna de apoio abaixo do rosto. Neste é possível dizer que não teria uma
grande relação com o sucesso do chute, pois não interferiria diretamente na ação, servindo apenas para proteger o
rosto do executante em uma luta.
Referente aos erros de peso, foram listados aqui os mais freqüentes, sendo estes com uma relação direta com o
sucesso do chute: erros na execução (MMII), pés de apoio ao chute sem rotação, 5 de 10 indivíduos; erros na
execução (tronco), quadril estático sem rotação 4 de 10 indivíduos, sem projeção do quadril para frente, 10 de 10
indivíduos; posição final (MMII): pé de apoio ao chute sem rotação ou com um ângulo inferior a 90°, 9 de 10
indivíduos, pé de apoio ao chute sem flexão plantar, 4 de 10 indivíduos; Posição Final (tronco): Tronco posicionado
frontalmente, 9 de 10 indivíduos, Sem projeção do quadril para frente, 10 de 10 indivíduos. Durante a execução do
chute observou-se que dos 10 indivíduos, 5 não conseguiram fazer uma rotação do pé que dá apoio ao chute, sendo
este movimento muito importante para o sucesso final da ação. Ainda durante a execução, porém, em relação ao
tronco, 4 indivíduos demonstraram dificuldade em realizar o giro do quadril, sendo este movimento essencial para uma
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maior eficiência e sucesso no final da execução. Sem a projeção do quadril à frente ainda na execução, foi atingido o
total de alunos com dificuldade, sendo 10 de 10 alunos. O giro do tronco e do quadril é que são os grandes
responsáveis pelo aumento da potência e do sucesso do chute10. Sendo assim, a projeção do quadril é muito
importante para o chute, em uma cadeia de ações motoras só seria possível a projeção do quadril juntamente com o
giro do quadril, todavia foi possível ver que apenas 4 indivíduos apresentaram dificuldade em girar o quadril durante a
execução, porém este giro do quadril é possível e independe da projeção do mesmo. Na posição final do chute (MMII),
houve uma grande dificuldade por parte dos iniciantes em realizar uma rotação do pé de apoio com um ângulo
superior a 90°, esta rotação pode influenciar em uma maior rotação do quadril, porém não garante a rotação e
projeção do mesmo. No pé de apoio ao chute, constatou-se que 4 indivíduos apresentaram dificuldade em realizar a
flexão plantar na posição final do chute, esta flexão plantar pode influenciar em uma maior projeção do quadril para
frente, porém também não garante a mesma. Na posição final (tronco) constatou-se que 9 indivíduos mantiveram o
quadril frontalmente posicionado, fato este ocorrido, devido, durante a execução todos os alunos não terem projetado
o quadril. Houve também na posição final do tronco um total de erros cometidos na projeção do quadril, este fato
ocorreu devido os alunos manterem os quadris frontalmente posicionados, impedindo assim a projeção do mesmo.
Conclusão
Concluímos que os alunos iniciantes no Muay Thai demonstraram dificuldades em alguns momentos da execução do
chute circular. Baseado nos resultados, a maior parte dos erros ocorreu na região do tronco, logo em seguida nos
MMII e por último nos MMSS. Com relação à parte do movimento, a maior frequências de erros aconteceu na posição
final, seguida da execução e, por fim, da posição inicial. Esses achados podem contribuir para melhoria das técnicas
de ensino/aprendizagem utilizadas por professores da modalidade em alunos iniciantes, procurando diminuir a
incidência dos principais erros e melhorar a qualidade dos serviços.
Referências bibliográficas
1. CASTELLANO, D. Guia prático de defesa pessoal: Muay Thai. 11 ed. São Paulo: Editora Escala, 2005.
2. FALKENBACK, F; TONET. Treinamento Bangkok vs Curitiba. Uniandrada, 2009. Disponível
http://uniandrade.edu.br/pdf/edfisica/2007/fernando_falkenbach.pdf. Acesso em: 24 abril 2011.
em:
3. NUNES, C; GOELLNER, S. V. Um olhar etnográfico sobre a prática de artes marciais combinadas. 2004. 249 f.
Dissertação (Mestrado) - Universidade do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004.
4. DUARTE, O. A História dos Esportes. 3º ed. São Paulo: Senac São Paulo, 2004.
5. WEINECK, J. Treinamento ideal. 9 ed. São Paulo: Manole, 1999.
6. BARBANTI, V.J. Teoria e prática do treinamento esportivo. 2 ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1979.
7. ELLIOTT, B; MESTER, J. Treinamento no Esporte: Aplicando Ciência no Esporte. 1º ed. Guarulhos, SP: Phorte e
Editora, 2000. p. 61-85. 2007. Disponível em
8. AMADIO, A. C; SERRÃO, J. S. Contextualização da biomecânica para investigação do movimento: fundamentos,
métodos e aplicações para análise esportiva. Revista brasileira de educação física especializada. São Paulo, v.
21, p. 61-85. 2007.
9. MADUREIRA et al. Validação de um instrumento para avaliação qualitativa do nado crawl. Revista Brasileira de
Educação Física Especializada. São Paulo, v. 22, p. 273-284. 2008.
10. MAGALHÃES, F. Treinamento de força para esportes de combate. 1 ed. São Paulo: Ícone, 2011.
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