08-barroco e rococó

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08-barroco e rococó
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“O barroco será extravagância e artifício, perversão
de qualquer ordem fundada, equilibrada: moral.”
“O barroco suprime aquilo que denota, anula-o:
o seu sentimento é a insistência do seu jogo.”
Severo Sarduy
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Sumário
1. INTRODUÇÃO
2. BARROCO
2.1. PINTURA BARROCA
2.2. ARQUITETURA BARROCA
2.3. ESCULTURA BARROCA
2.4. LITERATURA BARROCA
2.5. MÚSICA BARROCA
2.6. TEATRO BARROCO
2.7. DANÇA BARROCA
2.8. BARROCO NO BRASIL
3. O BARROCO A SERVIÇO DA IGREJA
4. O BARROCO A SERVIÇO DO ESTADO
5. ROCOCÓ
6. O ROCOCÓ A SERVIÇO DO ESTADO
7. O ROCOCÓ A SERVIÇO DA IGREJA
8. CONCLUSÃO
9. REFERENCIA BIBLIOGRAFICA
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1. INTRODUÇÃO
Foi na Itália
no final do século
XVI que surgiu a
nova
expressão
artística
de
chamada
Barroco,
logo
após o Maneirismo,
se contrapondo a
este
estilo
remanescente
do
Renascimento,
pérola irregular ou
mau gosto são as
St. Ivo della Sapienza
Francesco Borromini
1642 - 1650 - Roma Italia
traduções
da
palavra “Barroco”, o
que não é verdade se tratando do movimento, que pode ser considerado um
período de arte emocional e sensual, tendo em suas características a
monumentalidade em relação às dimensões e o exagero nas formas assim
como o excesso de ornamentação.
No renascimento, o movimento religioso dos protestantes cresceu, e a
igreja católica teve de reagir de alguma forma, explicando porque o surgimento
do barroco em sua situação histórica, assim como o desenvolvimento do
movimento absolutista. Segundo Perry Anderson no livro Lineages of the
Absolutist State “Absolutismo é uma teoria política que defende que uma
pessoa
(em
geral,
um monarca)
deve
deter
um poder absoluto,
isto
é, independente de outro órgão, seja ele judicial, legislativo, religioso ou
eleitoral”. A nova realidade da Europa (principalmente Itália) trouxe uma arte
completamente contextualizada, sendo um elemento de propaganda destes
novos valores.
O Maneirismo em Roma deu origem ao Barroco a partir das formas do
mesmo, logo se diversificando e em vários estilos paralelos, tendo em vista que
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cada país adequou este movimento de acordo com sua cultura, estética e
características. Na Itália, por exemplo, o barroco apresentou elementos mais
“pesados”, encontrando nos países protestantes componentes mais amenos,
voltando em ambos a incorporar os elementos plásticos, principalmente nas
igrejas.
Já o Rococó foi um movimento que se desenvolveu no sul da Alemanha
e Áustria, assim como na França (e principalmente), a partir de 1715, com a
morte de Luiz XIV. É um movimento que reflete bem a realidade e
comportamento da elite francesa de Paris e Versailles, se empenhando em
mostrar como a vida era agradável. Rococó significa em Francês Concha,
sendo esta um dos elementos de decoração mais comum do estilo, não
somente na arquitetura. Entre 1715 e 1730 o estilo teve seu desenvolvimento,
sendo o Rococó, um estilo cheio de alegria na decoração carregada, na
teatralidade das obras e na artificialidade dos detalhes sem a grande carga
religiosa do barroco e sua dramaticidade pesada. A alegria de viver é
demonstrado através do exagero inclusive nas obras sacras, sendo até mesmo
a representação do amor de Deus pelos homens a forma de anjinhos “gordos”,
mostrando assim a vida despreocupada e frívola das cortes francesas.
Retrato da Madame de Pompadour
François Boucher
Galeria nacional da Escócia
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2. BARROCO
O
barroco
rompeu
com
os
equilíbrios entre o sentimento e a razão,
ou entre a arte e a ciência pregadas no
Renascimento (movimento anterior), o
racionalismo do renascimento se esvai,
tendo
no
barroco
como
principal
diferença o foco nos sentimentos. A
época em que o barroco se desenvolveu,
foi uma época de conflitos espirituais e
religiosos,
e
o
Barroco
traduziu
a
angustiante tentativa de conciliar o bem o
bem e o mal, Deus e o Diabo, Céu e
terra, pureza e pecado, alegria e tristeza,
paganismo e cristianismo, espírito e
matéria,
sempre
buscando
transpor
forças contrárias.
“El Espolio” - El Greco
O emocional transpôs o racional
impressionando
os
sentidos
do
Sacristia da catedral de Toledo
observador apoiando o principio de que os sentidos eram mais importantes que
a razão para a obtenção da fé, as curvas, contracurvas e colunas retorcidas
dominaram a arquitetura barroca assim como voltou a entrelaçar a escultura e
arquitetura, utilizando na pintura violentos contrastes de luz e sombra usando
também de efeitos ilusionistas dando-nos às vezes a impressão de ver o céu,
através da profundidade alcançada pelos artistas.
A tendência artística do barroco se desenvolveu primeiramente nas artes
plásticas, seguida pela literatura, teatro e música. Como já citado o barroco se
iniciou na Itália do século XVIII, se espalhando pelos outros países da Europa,
como por exemplo, a Holanda, Bélgica, França, Espanha, etc. O barroco
permaneceu vivo nas artes até o século XVIII, sendo aqui na América latina
inserido no século XVII e terminada no mesmo século que acabou na Europa.
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Este movimento se desenvolveu historicamente após as reformas
religiosas, sendo que com estas a Igreja católica tinha perdido muito prestigio,
poder e seguidores, porém mesmo neste mundo os católicos influenciavam
muito a política, economia e religião na Europa. O contraste deste período, a
espiritualidade
e
teocentrismo
encontrados
na
Idade
média
e
suas
contraposições da idade média (racionalismo e antropocentrismo), são o que a
arte barroca expressa. A Volta do absolutismo foi um fator importante para os
artistas barrocos já que quem patrocinava os mesmos eram os monarcas,
burgueses e a clero. A grande riqueza de detalhes assim como os sentimentos
de emoção da vida e dos seres humanos são coisas que impressionam na
pintura e escultura barroca.
São grandes os mestres do barroco, podendo dar ênfase especial ao
espanhol Velásquez, o Italiano Caravaggio, os belgas Van Dyck e Frans Hals e
o Holandês Rembrandt.
2.1. PINTURA BARROCA
“O Rapto das Filhas de Leucipo” –
“A Aula de anatomia do Dr. Tulp” – Rembrandt
Peter Paul Rubens
Rubens é um pintor barroco que exemplifica bem a intensidade
dramática do período, sendo um dos maiores pintores de todo barroco e um
dos maiores gênios da pintura e da história da arte, que mostra muito bem as
características barrocas nos países católicos. Já nos países protestantes, o
barroco possuiu características diferentes como podemos observar nos
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quadros de Rembrandt, onde a condição favorável para a investigação
cientifica, permitiram a produção de quadros como “A Aula de anatomia do Dr.
Tulp”.
Os temas da pintura Barroca, principalmente nos países protestantes
eram temas da vida burguesa e da vida comum, já que a força da burguesia
nestes países, principalmente Holanda, era muito grande.
Para dar a sensação de profundidade (hiper-profundidade se tratando do
Barroco), os artistas aproximavam o tema central da visão do espectador,
diminuindo os demais motivos do plano de fundo, os pintores Barrocos também
tinham a tendência de substituir o absoluto pelo relativo, não deixar o motivo
mais importante, exatamente no centro da obra, trocava a maior rigidez, por
liberdade de formas, sendo estas abertas, dando a sensação que um lado da
pintura era mais enfatizado que o outro.
Existe
também
nas
pinturas
barrocas uma sensação de ilusão, que
se
manifesta
mais
claramente
nas
pinturas feitas em tetos, e paredes de
igrejas e palácios, sendo que os artistas
pintavam
os
próprios
elementos
arquitetônicos, como degraus e colunas,
dando
uma
maior
sensação
de
movimento e ampliação do espaço,
dando algumas vezes até para pensar
que a pintura é o real e a parede de fato
não existe.
Davi e a cabeça de Golias
Não se pode falar de barroco sem
Caravaggio – seu único auto-retrato
citar Caravaggio, que utilizava o jogo de
é a cabeça do Golias
luz e sombra ao extremo, que é mais
uma característica comum do barroco.
A pintura era inquietante e espiritualizada no barroco, os pintores
enfatizavam novos métodos de composição assim como conceitos, utilizando
de técnicas intencionalmente assimétricas procurando captar o movimento e o
espaço. Vale citar Miguel Ângelo, Caravaggio, Annibale Carraci, Rubens, El
Greco, Diego Velasquez e Nicolas Paussin como grandes pintores Barrocos
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2.2. ARQUITETURA BARROCA
A arte maior do Barroco era a arquitetura, e assim como na idade média
a pintura e a escultura não faziam mais que completá-la, junto a isto o arquiteto
barroco fazia com que os espaços dependessem um do outro, tendo um
espaço principal, e vários outros espaços subsidiários, o dinamismo da
arquitetura do barroco, raramente foi alcançada em outro estilo.
A cidade dos papas passou por uma remodelação com um enfoque
totalmente religioso, já que a Contra reforma, como fenômeno espiritual levou a
Itália a novas concepções da criação do homem, buscando a Roma antiga, as
etapas de evolução posteriores. Por isso os papas deram ordem a vários
arquitetos urbanistas que erguerem igrejas e catedrais, vilas e palácios. Todas
estas construções com forte efeito de luz e forma, e diferentes combinações de
elementos arquitetônicos, assim como relevos e volumes espaciais.
Obviamente
pelo
barroco ter se desenvolvido
e
espalhado
Europa
várias
arquitetônicas
por
toda
escolas
diferentes
surgiram como a Italiana
(onde tudo começou), a
Alemã, Flamenga, Ibérica
(que viajou o oceano e
chegou até a América), e a
francesa.
Châteu de Maisons-La ffitte – François Mansart
Podem-se citar como
grandes
Paris França
arquitetos
barrocos, Francesco Borromini, que construiu San Carlo Alle Quattro Fontane,
que é uma associação de elementos retos, com elementos curvos, possui uma
fachada dinâmica, e uma complexidade entre a organização reta, côncava e
convexa, François Mansart, que fez, por exemplo, o Châteu de Maisons que
hoje é chamado de Châteu de Maisons-La ffitte, a igreja de Val-de-Grâce e o
Temple Du Marais, houve também o arquiteto, Louis Le vau, autor do Châteu
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de Vaux-le-Vicomte, Jules Hardouin-Mansart que fez o Palácio de Versailles e
Claude Perrault que fez o magnífico Palais Du Louvreé.
A questão da harmonia também é importante para o barroco. Entretanto,
ela é vista numa obra de forma diferente do renascimento.
Para o renascentista, a harmonia do todo era garantida por cada detalhe
da obra em perfeito equilíbrio, cada detalhe separadamente como um todo
harmônico.
Já para o barroco, a harmonia do conjunto é mais importante, a fusão
harmônica dos diferentes componentes de um trabalho. A harmonia individual
pode ser sacrificada em nome da harmonia do todo.
Além disso, essa valorização da unidade geral entrelaçou muito a
arquitetura com a escultura e com a pintura. O ideal das construções passou a
ser o do inter-relacionamento desses elementos, dialogando harmonicamente
para o bem do conjunto.
Palácio de Versailes – Jules Hardouin-Mansart
Versailles França
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2.3. ESCULTURA BARROCA
Estuque e gesso eram os novos recursos dos escultores barrocos, que
colocaram em suas obras grande atividade e movimentos, criando uma
combinação cuidadosa entre
massa e espaço, sendo
especialmente
imaginativos, principalmente no barroco Alemão e Austríaco.
As linhas curvas, os drapeados das vestes e o uso do dourado, eram
predominantes nas esculturas barrocas, assim como os gestos e rostos das
personagens que revelavam emoções violentas e dramáticas que o
renascimento não possuiu em fase alguma.
A
escultura
no
Barroco
perdeu sua função própria, sendo
incorporada
novamente
a
arquitetura, porém não decorava
somente fachadas e sim portadas,
e interiores de igrejas e palácios,
estando muito presente nas fontes
também,
possuindo
características,
assim
como
como
a
pintura barroca a dramaticidade e
a falta de centro assim como
distorções físicas e de perspectiva,
buscando mais a representação
das emoções do que qualquer tipo
de perfeição.
Podemos
“O Êxtase de Santa Tereza” - Gean
Lorenzo Bernini
citar
como
principal escultor do Barroco Gean
Lorenzo Bernini que nascido em
Florença
(Berço
dos
grandes
escultores Renascentistas), foi Arquiteto, urbanista e pintor sendo o principal
artista da corte do papa e de Roma, tendo em seu vasto trabalho obras-primas
como “O Êxtase de Santa Tereza”, na qual Santa Tereza se encontra
desfalecida sobre uma nuvem expressando prazer e dor.
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2.4. Literatura Barroca
Na literatura o barroco vem para traduzir as crises, as dúvidas, a
ambigüidade de sentimentos e as forças do mundo, tendo em vista as
mudanças que vieram com a contra-reforma. Assim como na pintura e na
escultura, a literatura barroca também vinha com elementos contrastantes,
como bem e mal, vida e morte, e outros demais paradoxos, em seu conteúdo
assim como uma linguagem deveras rebuscada.
Durante muito tempo o Barroco definiu apenas as artes plásticas. O
conceito aplicado à literatura surgiu apenas no final do séc. XIX com os
trabalhos dos teóricos alemães Jakob Burkardt e, sobretudo, Heinrich Wöfflin.
O termo “barroco” abrange em literatura uma serie de denominações. Em
Portugal e Espanha, seiscentismo, conceptismo (ou conceitismo), cultismo (ou
culteranismo); na Itália, marinismo e seiscentismo; na França, preciosismo; na
Inglaterra, enfuísmo; e, na Alemanha, silesianismo.
São características do Barroco literário: linguagem pomposa, imagens sutis e
freqüentemente
obscuras;
musicalidade,
descritivismo,
exploração
das
possibilidades fonéticas da língua, objetivando salientar os contrastes
conceituais; utilização do paradoxo, criando um estilo rebuscado, onde
predominam os jogos de palavras, oposições e idéias abstratas; procura de
imagens e sugestões fora da realidade; virtuosismo; amplo uso de alegorias,
hipérboles, paralelismos, repetições, anáforas e antíteses; exacerbação dos
sentimentos e gosto do requinte; estilo sentencioso e preocupação moralizante;
ritmo sincopado e
metáforas sinuosas, espiraladas,
ligando
imagens
complexas, tais como as volutas que caracterizam o estilo barroco na
arquitetura.
Principais representantes: Góngora, Quevedo, Cervantes, Lope de Vega,
Calderón de la Barca, Tirso de Molina (Espanha); Tasso, Marino, Guarini, Della
Porta (Itália); Montaigne, Pascal, Corneille, Racine, Boileau (França); Lily,
Donne, Bacon (Inglaterra); Silesius, Gryphius, Opitz (Alemanha); Sóror Mariana
de la Cruz, Hojeda, Balbuena, Caviedas (América espanhola).
Em Portugal, o Barroco desenvolveu-se entre 1580 e 1680, cobrindo portanto
todo o período em que o país esteve sob a dominação espanhola (1580 e
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1640). Fortemente marcado pelo cultismo e conceptismo, teve como principais
representantes: Rodrigues Lobo, Manuel de Melo, Tomás de Noronha, Sóror
Violante do Céu (poesia); Frei Luís de Souza, Padre Bernardes, Padre
Bartolomeu do Quental e Frei Antônio das Chagas (ficção).
No Brasil, o Barroco literário manifestou-se na prosa laudatória, na poesia e na
oratória sacra e teve como principais representantes: Gregório de Mattos
Guerra (poeta), Manuel Botelho de Oliveira, Rocha Pita e padre Antônio Vieira
(orador sacro).
Assim como a reabilitação do Barroco foi um acontecimento tardio, graças,
sobretudo, ao trabalho de Heinrich Wosfflin (Renascimento e Barroco,
1888;Conceitos Fundamentais da História da Arte, 1915), a poesia de Gregório
de Matos também esteve muito tempo relegada ao esquecimento. O soneto "A
Conceição Imaculada de Maria Santíssima", mostra o estilo inconfundível deste
poeta.
A Conceição Imaculada de Maria Santíssima
Soneto
Como na cova tenebrosa, e escura,
A quem abriu o Original pecado,
Se o próprio Deus a mão vos tinha dado;
Podeis vós cair, ó virgem pura?
Nem Deus, que o bem das almas só procura,
De todo vendo o mundo arruinado,
Permitiria a desgraça haver entrado,
Donde havia sair nossa ventura.
Nasce a rosa de espinhos coroada
Mas se é pelos espinhos assistida,
Não é pelos espinhos magoada.
Bela Rosa, ó virgem esclarecida!
Se entre a culpa se vê, fostes criada,
Pela culpa não fostes ofendida.
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2.5. MÚSICA BARROCA
Monteverde, Schuetz e Purcell, são conhecidos compositores que
viveram durante o barroco, período este que corresponde a criação de vários
gêneros novos como o oratório, a cantata e o concerto, além de utilizar uma
escrita musical baseada no diálogo entre os instrumentos marcado pelo forte
gosto a improvisação e pelo precionismo.
Manteverde foi o gênio que começou a música barroca, e ao contrário do
que se esperava o que se ouve é o canto do solista, a homofonia e a ária,
apesar de ser Opera, que nos períodos anteriores era dominada pela Polifonia,
como sugeria as artes plásticas e a literatura barroca.
O barroco é a vitória do indivíduo sobre o coro e é o individualismo na
música. Mas, habituados à polifonia e aos acordes vocais, os ouvidos
precisavam que a voz dos solos tivesse um acompanhamento instrumental que
tocasse acordes, que fornecesse as a harmonia completando continuamente
os sons cantados, tocando acordes mais em baixo: estava inventado o basso
continuo.
O novo gênero institui a soberania do cantor: ele é o centro e é em torno
dele que se monta todo o espetáculo. O canto monódico e o baixo-contínuo
são os elementos da música barroca.
Em 1681 uma grande novidade, a Ópera francesa permite a participação
das mulheres no espetáculo, assumindo os papéis femininos. Até então, tanto
na ópera florentina quanto veneziana ou francesa, os personagens femininos
eram desempenhados por homens. A abertura das óperas passa a ser um
toque forte de clarim que anuncia o começo do espetáculo.
Flautas, oboés,violinos, trombetas e tambores não são admitidos nos
salões. Na capela ficam apenas os cantores, muito raramente com o organista.
Na chambre (câmara) dos palácios faz-se música com base em violinos (a
"música de câmara", que só vai ser ouvida fora dos palácios no século XIX). Ao
ar livre apresentam-se a Grande Escurie, um grupo de 25 músicos, todos
capazes de tocar pelo menos dois instrumentos O violinista Corelli trabalha
com temas de danças e canções antigas e cria o Concerto Grosso (peça
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instrumental que oscila entre a fuga e a suíte) para um grosso de orquestra e
três ou quatro músicos solistas (concertinos).
A palavra concerto começa a ser usada, significando uma ação
concertada entre os solistas e a orquestra.
Todos os grandes violinistas da época adotam a forma do Concerto para
Violino e Orquestra. As peças são escritas para que o violinista possa exibir, ao
máximo, seu virtuosismo e se exiba. Os tutti (todos) da orquestra são escritos
apenas para dar descanso ao solista.
O
primeiro
compositor
a
escrever para um solista que não
toque violino é Bach: Concerto Para
cravo e Orquestra. Surge, em 1690.
um
novo
instrumento,
com
sonoridade mais aguda, chamado na
França de chamelu, aperfeiçoado
por Denner que lhe dá o nome de
clarinete. A afinação dos cravos e
teclados
ganha
um
cromatismo
temperado, igual. As sete notas da
escala
são
somadas
às
cinco
alterações cromáticas (sustenidos e
bemóis) , formando uma escala com
Giovanni Maria Bononcini
The Concise Oxford Dictionary of Music
12 graus iguais.
Bach,
exigindo
a
nova
afinação, escreve Das Wohltemperierte Klavier (O Cravo Bem Temperado).
O italiano Cristófori (em 1711) o Forte Piano (forte-suave, em italiano)..
Ao contrário do cravo, o instrumentista controla a intensidade forte ou suave da
interpretação, dependendo da força que usa nas teclas. O instrumento é
Aperfeiçoado por Silbermann e fica conhecido como pianoforte, mas logo é
conhecido apenas como piano, mas é rejeitado por quase todos os músicos até
o final do século XVIII. Entre os maiores opositores está Bach, que se recusa a
escrever para "essa monstruosidade".
No Barroco formam-se orquestras imensas mas o resultado é ruim. A
orquestra barroca, em geral, tem cerca de 17 músicos. Bach usava uma
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formação com cinco violinos, duas vilas, dois violoncelos, dois oboés, dois
fagotes, três trombones e um par de tímpanos. Em 1749, Rameau e Gluck
introduzem o clarinete na orquestra da Ópera.
No fim do século XVIII surge a abertura para as óperas. A overture
francesa surge com Lully , a italiana com Scarlatti, mas a primeira forma (lento alegro - lento) prevalece, quanto é adotada por alemães e ingleses.
A música barroca tem muitos nomes importantes como os luthiers mais
célebres de todos os tempos, Guarnierius e Stradivárius (ambos de Cremona,
na Itália), o teórico Giovanni Maria Bononcini (autor de Il Musico Práttico, o
homem que mudou o nome da nota musical ut para dó), os compositores
Carissimi (autor de 15 Oratórios que dão um caráter definitivo ao gênero), Lully
(introdutor do balé na Ópera francesa), Corelli (autor de 48 Sonatas para dois
Violinos e Contínuo e criador de uma escola para instrumentos de arco),
Purcell ) o criador da ópera inglesa), Couperin (autor de L'art de toucher le
clavecin e primeiro instrumentista de teclado a usar o polegar, uma inovação
revolucionária), Albinone (o autor de Ópera Séria), Juan Bautista Bononcini
(rival de Handel que trocou a viola de gambá na orquestra pelo violoncelo,
dando importância a esse novo instrumento), Vivaldi (a grande admiração de
Bach, 10 anos mais moço, que reescreve seus Concerti Grossi para órgão),
Telemann (autor de 40 Óperas, 100 Suítes, 44 Paixões), Rameau (autor do
Tratado de Harmonia Reduzida a seus Princípios Naturais), John Gay (autor da
Ópera do Mendigo), Scarlatti (que, aos 24 anos, mesma idade de Händel,
disputa com ele uma competição promovida pelo Cardeal Ottoboni. Handel
vence no órgão e Scarlatti no cravo), Handel, alemão, naturalizado inglês, dono
do Covent Garden, a mais importante sala de concertos da época, um dos
autores mais férteis do barroco) e, naturalmente, Bach (descendente de uma
família
com
120
músicos,
o
último
grande
músico
barroco).
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2.6. TEATRO BARROCO
O teatro Barroco passou a ser significativo durante o Século VXII, é
repleto se símbolos e metáforas. Na França ela foi diferente da Inglaterra e da
Espanha, já que deveria a se adaptar ao gosto refinado do público aristocrático
francês como a arte barroca em geral na frança, imitando o modelo Grecoromano, quase que obrigatoriamente. Os reis Luiz XIV e Luiz XV, se dedicaram
de forma aterradora a dança, já Luiz XVI fundou a Comédie Franceise que
transformou o teatro em uma atividade oficial subordinada e patrocinada pelo
governo, procurando sempre textos alexandrinos, repleto de poesia e evitando
ao máximo temas violentos ou ousados, procurando sempre uma construção
lógica e coerente.
As famosas peças “o burguês fidalgo” e “O Avarento” (esta ultima
eternizada
no Brasil com diversas
apresentações
de Paulo Autran)
simbolizavam qualidade e defeitos humanos, escritas por Molière, podemos
citar também Pierre Corneille que escreveu “Cid”, falando sobre o conflito entre
o sentimento e a razão (tema bastante propício ao clima barroco de quebra
com o renascimento), porém ao contrário do movimento barroco, nesta peça a
razão ganha, e Jean Racine que pintou personagens dominados por suas
paixões e destruídas por elas, como na peça “Fedra”.
Todos estes autores contêm traços do Neo-clássismo, obviamente ainda
não tão fortes como no próximo momento da história da arte.
Na Inglaterra o clima é de crise após a Revolução Puritana, onde Oliver
Cromwell fecha os teatros. Por isso no início do século XVII podemos citar
John Webnester e John Ford, antes do fechamento e após Francis Beaumont e
John Fletcher.
Já na Itália algo deveria acontecer já que esse pais é o berço do
Barroco, sendo que o teatro falado nesta região é pouco original, possuindo
características francesas, porém a Ópera traz revoluções que modificam o
drama. Foi nesta época que o teatro muda de sua cena reta (proveniente dos
gregos), e passa a ser utilizado o palco italiano (que a maioria dos palcos
brasileiros e do mundo acompanham até hoje), com o procenio arredondado e
as luzes da ribalta escondidas pela bambolina (cortina curta).
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2.7. DANÇA BARROCA
A
dança
veio
afastada
através dos séculos do circulo
artístico oficial, era considerada
pagã e só sobreviveu a Idade
Média nos guetos e povoados,
apesar de ser tão natural aos
homens, ao contrário do que
vemos em filmes da Idade Média.
Voltou a ser uma arte oficial com
o renascimento, voltando também
a ter um caráter teatral. O século
XVI
veio
com
os
primeiros
registros de dança, onde cada
localidade
apresentava
seu
próprio estilo.
Henrique
II
em
1533
casou-se com a Italiana Catarina
Rei Luiz XIV pintado por Hyacinthe Rigaud
de Médicis que levou da Itália
Acervo do Museu do Louvre
para frança as danças de corte
desenvolvidas desde meados de 1400, trazendo diversos artistas italianos,
para ajudá-la no que seria o primeiro grande espetáculo de dança da história,
que continha cenários, artistas, coreografia e até direção artística, para o
próprio casamento da nova rainha francesa. 1581 foi o ano que a própria rainha
Catarina produziu no salão do Louvre um bailado com história centrada na
Mitologia grega, dança que se alternava entre música e verso, com estruturas
geométricas no desenho coreográfico, tendo a platéia num plano superior para
assistir, este ballet tinha 5 horas e foi interpretado pelos nobres da corte e pela
própria rainha. Posteriormente os Reis Luiz XIV e Luiz XV dedicaram-se a
fundamentar uma técnica de dança clássica com nomes como Charles Louis
Pierre de Beauchamps, considerados hoje como pais da dança Clássica e do
Ballet.
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2.8. BARROCO NO BRASIL
Os
três
primeiros
séculos do Brasil descoberto
foram a época do Barroco
brasileiro, sendo a maior
testemunha
colonial
no
da
arrancada
Brasil
e
da
riqueza adquirida através do
café, fumo e madeiras nos
dois séculos posteriores ao
descobrimento, e o extração
Interior da Igreja de São Francisco, Salvador
Padre Vicente das Chagas
de
minério de
ouro, no
século XVIII e principio do
século XIX.
As regiões que o barroco teve sua maior suntuosidade no Brasil foi
Minas Gerais, o Rio de Janeiro Bahia e Pernambuco, porém há lugares onde o
Barroco é encontrado de forma mais modesta como Goiás, Mato Grosso, São
Paulo e até Rio Grande do Sul.
100 anos após o aparecimento dos colonizadores no Brasil, a população
já se multiplicava e uma cultura menos portuguesa e mais brasileira já se fixava
no Brasil, o contexto histórico do Brasil não era dos melhores já que os
portugueses aqui morando lutavam para se fixar economicamente levando em
consideração que tinham que se submeter ao status de colônia fortemente
explorada pela metrópole, tomando cuidado com o ataque de índios não
amigáveis pelo interior e de piratas em busca de Pau-Brasil pelo mar, lutando
contra a natureza e expandindo através dos bandeirantes o território para o
interior, e como se isso não bastasse toda economia girando em torno da força
de trabalho escrava.
E foi neste contexto que nasceu o barroco, entre guerras sofrimento,
porém uma paixão por uma nova terra com belezas naturais inconfundíveis e
magníficas, como citado por vários colonizadores. Neste clima de contrastes o
barroco que era a corrente na Europa se enquadrava perfeitamente, com seus
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paradoxos e sua idéia estética de exageros, e espiritual deixando para os
brasileiros modernos uma arte única que exprime os sentimentos da época
com alguma regionalidade sendo hoje patrimônios da humanidade segundo a
ONU.
Apesar das riquezas brasileiras nosso barroco já foi considerado tosco,
ou mal-feito, devido a diferença do barroco Europeu que tinha um caráter
erudito, sofisticado, sendo aqui aplicado normalmente pelas mãos de escravos
e mestiços sem grande formação artística, o que torna o Barroco brasileiro tão
diferente, rico e único no mundo.
Como sabemos a cultura Brasileira é multi-étnica, pois o barroco no
Brasil veio com certo atraso
em relação a Europa, sendo constantemente
importando contendo elementos, ingleses, Italianos, espanhóis e portugueses,
tendo até mesmo influencia oriental, como se pode ver em alguma estátuas de
marfim oriundas da época, já que Portugal tinha constante contato com as
índias, devido o seu comércio de especiarias, lembrando que os religiosos
ativos no Brasil, normalmente era de outros
países sendo muitos deles até mesmo
literatos, pintores escultores, e arquitetos.
Em
alguns
casos
isolados,
a
contribuição indígena aos catequizadores,
ou mesmo partes exclusivamente indígenas
trouxeram novos elementos ao barroco
brasileiro, há também de se lembrar que
elementos populares foram inseridos já que
os artesãos predominavam nas obras já que
artistas com base e formação solidas eram
escassos no país.
Aleijadinho, Mestre Ataíde são os
grandes nomes do Barroco Brasileiro sendo
eles que amadureceram as raízes do
Cristo carregando a cruz -
barroco, constituindo verdadeiras obras-
Aleijadinho
primas, brasileiras.
Santuário de Congonhas do
Campo
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3. BARROCO A SERVIÇO DA IGREJA
Num contexto geral a igreja católica havia perdido
poder na Europa para os protestantes, e se utilizou
obviamente da arte barroca para recuperar seu poder e
influencia, enquanto os religiosos buscavam atrair as
pessoas através da alma e do espiritualismo, a arte barroca
ajudava buscando seduzir os fieis pela suntuosidade,
exagero buscando aguçar os sentidos materiais.
Segundo os reformistas estas atitudes deveriam ser
sufocadas evitando o luxo excessivo, sendo até mesmo a
capela do Hôtel des
ser recomendada mais austeridade para os religiosos
Invalides - Paris
através do concilio de Trento, porém os católicos ignoraram
Jules Hardouin-Mansar
as restrições , segundo Emanuel Araujo “a arte pode seduzir a alma, perturbála e encantá-la nas profundezas não percebidas pela razão; que isso se faça
em benefício da fé”.
Esse
cenário
luxuriante
era
parte
da
própria
essência
da catequese católica durante o barroco, largamente influenciada pelos
preceitos jesuíticos. A retórica barroca, base para todo o ensino, tinha um
sentido cenográfico e declamatório, e se expressava cheia de hipérboles e
outras figuras de linguagem, num discurso de largo vôo e minuciosa
argumentação, às vezes até excessiva para o gosto moderno. Tal
característica se traduziu plasticamente na extrema complexidade da obra de
talha e na agitada e convoluta movimentação das formas estatuárias e
arquiteturais das igrejas barrocas em todos os países onde o estilo prosperou,
pois era uma faceta básica do prolixo espírito da época expressa visualmente.
Era através de figuras dramáticas de cada história sagrada como cristos
flagelados e feridos, virgens com o coração trespassado, facas, e outros
artifício que a igreja buscava mais devoção atacando os sentimentos dos fieis,
apelando para a devoção ao trágico bíblico, o que foi deveras efetivo.
A maior patrocinadora da arte Barroca na Europa foi a igreja católica,
junto com as cortes, o que no Brasil não existindo, sendo aqui a arte totalmente
religiosa.
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4. O BARROCO A SERVIÇO DO ESTADO
A Europa medieval com
seus feudos e catedrais, e a
Europa renascentista com sues
burgos,
nada
tinha
com
a
Europa barroca, que com vários
desdobramentos unia muito bem
o estado com a arte barroca.
Em
toda
Europa,
os
protestantes tentavam adquirir
poder, assim como a nova igreja
católica da Contra-Reforma, e
ambos usaram a arte barroca
em seu beneficio, e obviamente
em uma Europa onde todos os
Narciso – Caravaggio
The Yorck Project
países se esforçavam para se
firmarem
como
nações
não
poderiam deixar de usar essa grandiosa arte como arma do estado.
A Crise na religião não afetou somente as do século XVI como também
a própria vida cotidiana. E nesse clima que a arte barroca se fixou como arte da
Igreja Romana, e da igreja protestante romana, sendo descaradamente usada
como propaganda da fé, mostrando a história dos santos, e estimular a
devoção, assim como o estado que utilizou isto para deixar os cidadãos mais
patriotas.
Para a facilidade destas alusões se deve a integração das artes visuais
barrocas, já que a pintura, a escultura e a arquitetura se tornam elementos
complementares um do outro, formando obras de arte de grande suntuosidade
e peso carregada de dramaticidade e curvas para enaltecer o prédio e prender
totalmente a atenção do público, se tornando um forte elemento de
“propaganda”, política, religiosa e estatal.
Obviamente o Barroco acabou influenciando de grande forma o campo
urbanístico, interferindo diretamente na organização das cidades européias,
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difundindo a “Ideologia do poder” através de grandes monumentos, e utilizando
das recém inventadas e conhecidas dos modernos, praças e avenidas que
serviam de apoteose para procissões religiosas, e triunfos cívicos, sendo um
grande “palco”, para a arte barroca.
A imagem e a persuasão usada neste período são vistas também no
conceito de centro e periferia das cidades que representava de diversas formas
onde cada um deveria estar, sendo que a ascensão dos estados nacionais e a
centralização de poder que o estado unificado trouxe a vida cotidiana dividiram
claramente as diferenças culturais dos centros urbanos e das províncias
sempre periféricas em relação ao anterior.
A ostentação encontrada no barroco nada mais que um signo de
autoridade tanto do estado quanto da igreja, sobre a população chegando a
estes como uma espécie de persuasão símbolos.
O Rapto de Proserpina - Gian Lorenzo Bernini
Galleria Borghese - Roma)
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5. ROCOCÓ
Entre
o
Barroco
e
o
Neoclassicismo nasce primeiramente
na frança o estilo rococó, que é visto
por
muitos
como
uma
variação
profana do barroco, surgindo em um
momento em que o barroco se liberta
da temática religiosa e começa a se
“dedicar” principalmente nos palácios
civis. Segundo alguns autores o
rococó
é
literalmente
uma
continuação do barroco mais leve e
delicada.
O século XVIII ambienta o
desenvolvimento do estilo, em uma
“A letra do amor” - Jean Honoré
época de relativa paz na Europa
Fragonard
marcada
Americana
apenas
(no
pela
revolução
novo-mundo)
em
Museu Metropolitano de arte de Nova
York
1776, e a revolução francesa em 1789.
O rococó começou, como um estilo remanescente o barroco, e terminou,
com muitas características já formadas do neoclassicismo, devido a ser um
estilo de transição, porém isto não faz com que se torne uma arte menos densa
no sentido de que, foi consolidado um estilo artístico, Rococó significa concha,
em francês, signo muito usado na arquitetura de palacetes da burguesia e
realeza. Tanto na ourivesaria, quanto na pintura, escultura e na decoração de
interiores, o rococó é marcado por linhas curvas delicadas e fluidas com cores
suaves, retratando normalmente o mundano mundo das festas de corte, em
que os pintores representavam os costumes e atitudes de uma sociedade
frívola e em busca da felicidade, da alegria de viver e dos prazeres sensuais.
Enquanto que o barroco foi marcado por forte carga espiritual e dramática.
No século XVIII os edifícios do Rococó possuíam uma grande abertura
para luz, por isto é chamado de “estilo da luz”. Os Pintores mais
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representativos do Rococó foram François Boucher, Antoine Watteau e Jean
Honoré Fragonard, enquanto no Brasil tardiamente o rococó vem representado
na pintura mural e arquitetura por José Pereira Arouca, Francisco Xavier de
Brito, Manuel da Costa Ataíde e Antônio Franscisco Lisboa, o aleijadinho, que
foram representativos, tanto no rococó quanto no barroco.
Os temas eram normalmente cenas eróticas ou galantes da vida cortesã,
e da mitologia, pastorais e alusões ao teatro Italiano da época. Na frança o
Rococó ainda pode ser chamado de estilo Luiz XV e Luiz XVI, por ter sido
altamente patrocinado por estes reis.
No século XVIII, Roma perdeu
seu poderio artístico, que a uma das
capitais
do
Renascimento,
e
do
Barroco, e Paris tomou posse deste
título,
onde
o
decorador
Pierre
Lepautre fazia do seu novo estilo
decorativo o Rococó que nascia. Por
isto a Arquitetura foi marcada neste
período pelo uso de tons pastéis, ao
invés das cores vivas do barroco,
assim como a nova arquitetura fazia
com que a luz difusa invadisse os
interiores, por meio de numerosas
janelas, assim como as paredes que
passaram a ter texturas suaves no
Johann Michael Fischer
lugar dos relevos abruptos, a graça e
intimidade
dos
interiores
das
construções foram realçadas com a unificação do espaço interno e com a
leveza das estruturas. Foi Johann Michael Fischer que construiu a abadia
beneditina de Ottobeuren, sendo um marco do Rococó bávaro, ganhando seu
lugar de destaque como principal arquiteto do período, responsável ainda por
vários edifícios na Baviera e a restauração de diversos outros.
Vale citar que o novo estilo perdeu o caráter de monumentalidade do
Barroco, se dedicando (principalmente na frança, ao edifícios civis, criando
novas técnicas e tipologia das casas aristocráticas levando em conta que
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prezavam mais a intimidade e o conforto, que grande palácios não
comportavam. Estas casas tinham como principal característica dissociar os
cômodos quando necessário para representar melhor sua função, com
iluminação e uma decoração requintada. A Inglaterra e a Itália foram
resistentes ao estilo Barroco e pouco contribuíram para o seu desenvolvimento,
o que não aconteceu na Alemanha e na Áustria, onde o Rococó se
desenvolveu principalmente como arte religiosa (ao contrário da França), sendo
que apesar das fachadas relativamente simples, seus interiores possuíam toda
a complexidade espacial e requinte decorativo próprios deste estilo, integrando
arquitetura com os elementos de escultura e pintura, produzindo uma “obra de
arte total”.
Vale dar maior relevância também as igrejas do arquitecto Dientenhofer,
em Praga, a pequena igreja de peregrinação In der Wies, na Alta Baviera, obra
dos irmãos Zimmermann e a monumental igreja da abadia de Wierzehnheiligen
na Baviera, de Balthasar Neumann.
Em Portugal a arquitetura rococó não atingiu um nível artístico
comparável ao dos restantes países
europeus.
De
entre
os
edifícios
erguidos neste período destacam-se a
ala poente do Palácio de Queluz,
desenhada pelo francês Robillon, um
conjunto de igrejas construídas para
Lisboa após o terremoto de meados da
centúria e uma série de pequenos
edifícios civis e religiosos projetados
por André Soares para a região de
Braga.
Estilisticamente
e
cronologicamente não é possível traçar
uma clara linha na transição na pintura
e escultura, do barroco para o Rococó,
sendo a escultura deste período é
fortemente
ligada
à
decoração
e
Ninfa e Sátiro se Divertem
Claude Michel Clodion
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arquitetura, sendo em sua disposição dentro dos edifícios o verdadeiro espírito
do estilo. O individualismo das peças, e suas existências a parte das outras,
ajudam a dar equilíbrio na decoração interior nas igrejas
Na escultura temos Egid Quirim Asam (1692-1750), exemplificado pela
obra "Assunção da Virgem", na Abadia de Rohr, Alemanha, e Claude Michel,
ou Clodion, um dos últimos expoentes do rococó francês, com sua obra "A
Ninfa e o Sátiro".
Merece destaque
também,
ainda,
as
esculturas realizadas em
larga escala, em especial
na
Alemanha
e
na
Áustria, lembrando que
foraas
igrejas
deste
países a escultura deste
período foi de pequena
escala,
surgindo
geralmente
no
interior
das igrejas e palácios.
“ La Gamme d’Amou”
Já a pintura do
Rococó
valorizava
Jean-Antoine Watteau
a
mancha colorida, em detrimento da linha, para as composições baseadas em
traçados ondulantes, predominando as artes ornamentais. Preferencialmente a
pintura retratava a vida cortesã. Em Veneza o grande reconhecimento da
pintura foi inevitável pela produção original de paisagens urbanas por pintores
como Francesco Guardi (quase impressionista), sendo que o mais famosos
pela produção de grandes frescos foi Giambattista Tiepolo.
Como já citado o rococó e o Barroco tem forte relação, sendo o Rococó
considerado por muitos uma continuação Barroca, toda via a arte rococó se
diferencia pela leveza e delicadeza, oferecendo de certa forma menos
exuberância e vigor. O rococó mostrava uma vida de divertimento enquanto o
barroco mostrava principalmente a temática religiosa.
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6. ROCOCÓ A SERVIÇO DO ESTADO
Principalmente na
frança o rococó foi muito
utilizado pelo estado a
procura
de
uma
reurbanização
glamour
e
que
franceses
do
os
mereciam,
sendo um estilo tão de
elite que foi considerado
por muitos autores uma
arte frívolas na frança,
assim
como
hoje
se
tornou um termo similar a
Salão oval do hotel Soubisse - Paris
“frescura”, utilizado nas rodas populares, sendo até mesmo a embalagem das
balas de coco de festas infantis chamado de papel Rococó.
Nada que impressione muito foi feito deste estilo pelos governos, sendo
basicamente uma arte mais decorativa, que ostentava uma imagem de uma
elite que apenas estava a procura de esquecer seus reais problemas, e
procurando um ambiente mais intimista e confortável, o que de certa forma não
era uma coisa muito comum na Europa do século XVIII, tendo em vista que
viemos da idade média, onde a higiene e o conforto da elite não era comum já
que os castelos não eram lugares muito confortáveis, assim como no
renascimento, com a busca deste conforto o barroco se tornou um estilo
intimista, usando da pintura e da escultura como decorações internas, das
moradias.
Obviamente neste âmbito os grandes patrocinadores da arte barroca,
principalmente na França, foram os nobres e a realeza, procurando
desenvolver esta arte que não chegou a modificar as estruturas urbanísticas
como o Barroco, mas teve uma considerável influência em todos os países em
que se desenvolveu, chegando ao Neoclassicismo com praticamente todos os
elementos pertinentes a este novo estilo que estava por vir.
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7. ROCOCÓ A SERVIÇO DA IGREJA
A relação do Rococó com a igreja, não foi muito diferente do Barroco,
porém ao invés da Itália, Inglaterra e frança, o Rococó teve seu ápice nas
Igrejas alemãs e austríacas, tendo em vista que para a corte francesa o
Rococó era importantíssimo nas casas e palacetes, ao contrário da Alemanha
e Áustria que sua importância era exatamente nas igrejas.
Obviamente
suas
funções acabavam sendo mais
ou
menos
barroco,
as
mesmas
através
decoração
interna
deslumbrava
da
do
forte
principalmente
das
igrejas,
e
recontava
histórias bíblicas fazendo com
Salão de Kaisersaal – Irmãos Asam
Sul da Alemanha
que
os
fieis,
fossem
“persuadidos” na fé, seja nas
igrejas
católicas
como
nas
reformistas, mesmo que nesta segunda o estilo tenha sido mais “acanhado”.
A decoração do Rococó se sobrepunha sobre a estrutura da igreja,
assim como o interior sobre o exterior, esta decoração era de grande
ornamentação e minúcia, sendo até mesmo extravagante para as igrejas,
usando muito de ornamentos ilusionistas, e figuras escultóricas que “voam”,
fazendo a parede quase que desaparecer, num mágico efeito de leveza, como
por exemplo, o salão Rococó de Kaisersaal, do palácio de Wurzburg.
Não se pode esquecer que o Rococó esteve presente em toda Europa.
A Igreja fez uso de efeitos impressionantes em suas construções. O
mosteiro de Melke, às margens do Danúbio, com sua cúpula e torres de
formato insólito, ergue-se sobre a colina como uma aparição irreal, para quem
navega rio abaixo.
Foi edificado por um construtor local Jakob Prandtauer (falecido em
1726) e decorado por alguns dos virtuosi itinerantes italianos que estavam
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sempre dispostos a retirar novas idéias e novos projetos do incomensurável
repertório de modelos barrocos.
Com que maestria esses humildes artistas tinham aprendido a difícil parte de
agrupar e compor um edifício, dando-lhe uma aparência de grandeza sem
monotonia.
Também eram cuidadosos ao graduar a decoração e ao usar com
parcimônia as formas mais extravagantes, mas sempre com a maior eficácia,
nas partes do edifício que queriam destacar.
No interior, porém, abandonavam todas as limitações. Nem mesmo
Bernini ou Borromini, em seus dias de humor mais exuberante, teriam ido tão
longe. Uma vez mais, devemos imaginar o que significa para um simples
camponês austríaco deixar sua humilde casa na granja e penetrar nesse
estranho mundo encantado.
Há nuvens por toda
parte, com anjos tocando
música e gesticulando na
bem-aventurança
do
Paraíso. Alguns pousaram
no
púlpito,
tudo
parece
mover-se e dançar, e a
Jakob Prandtauer - Mosteiro de Melk
(Áustria - 1702)
arquitetura
que cerca o
suntuoso
altar
oscilar
ao
ritmo
parece
dos
cânticos jubilosos. Nada é
"natural" ou "normal" em semelhante igreja... nem pretendia ser. A intenção é
fazer-nos antegozar a glória do Paraíso. Talvez não seja essa a idéia que o
homem comum faz do Paraíso, mas, quando está envolvida por tudo aquilo,
qualquer pessoa sentir-se-á feliz, pondo de lado todas as interrogações.
É como se penetrasse num mundo em que as nossas regras e nossos
padrões simplesmente não se aplicam.
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8. CONCLUSÃO
Desde a pré-história o
homem vem produzindo
arte,
consciente ou inconscientemente
passando por diversos estilos e
maneiras de fazê-la. Ao estudar
história da arte nós separamos
períodos e estilos de acordo com
o
tempo,
apesar
de
sempre
lembrar que estes estilos não
foram propositais e sim seguiam a
cultura e os saberes do período.
O Renascimento veio com uma
idéia
nova
de
sociedade
religiosidade
passando
barroco
uma
com
e
ao
transição
chamada maneirismo, o Barraco
Detalhe da Catedral de Toledo –
Espanha
passou ao Neoclassicismo com
uma transição chamada Rococó.
O barroco tem como sua
Narciso Tomé, 1721
principal
característica
a
suntuosidade de suas obras, assim como a dramaticidade de todos os
elementos deste estilo buscando integrar todas as artes plásticas em um só
elemento, como por exemplo, a pintura e a escultura que se integraram
novamente a arquitetura (da mesma maneira que a idade média e ao contrario
dos clássicos e do Renascimento).
Foi no barroco que grandes mestres surgiram nas mais diversas áreas
da arte, como por exemplo, Michelangelo Merisi Caravaggio que utilizou dos
modelos clássicos, porém sendo um ícone barroco distorcendo as proporções
e as perspectivas para dar maior dramaticidade ao trabalho, utilizando
largamente dos recursos de iluminação na obra.
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Igreja de Santo Antônio.
Recife. Rococó. De 1790
O barroco rompe com a idéia de lógica e perfeição do renascimento
sendo um estilo focado nos sentimentos, dando mais ênfase ao sentir do que
ao perfeito ou racional, colocando sempre em “xeque” o conflito entre o bem e
o mal, Deus e o Diabo, perfeito e imperfeito, utilizando de técnicas
completamente exageradas em comparação com os outros estilos.
Este estilo teve fortes representantes na literatura, música e até mesmo
teatro, sendo a época exata em que se substitui o modelo de teatro de arena,
passando ao palco italiano mais utilizado até hoje, foi também durante o
barroco e o rococó que a dança se desenvolveu como a técnica conhecida até
hoje, sendo introduzido por Catarina de Médici na França durante o Barroco e
modificado e estruturado pelos reis Luiz IV e Luiz XV, e com grandes mestres
franceses como Pierre Beachaumps durante o Rococó.
Já no Brasil tanto o Barroco quanto o Rococó chegaram tardiamente,
sendo estimulado pela extração de minério de ouro em Minas gerais, e a
produção de Café no resto do país, tentando angariar mais fieis a igreja
católica e mostrando o poderio dos nobres “Brasileiros”.
O clima no Brasil durante o nascimento do estilo era de medo e
desconfiança já que os nobres lutavam contra os piratas na costa brasileira e
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contra os nativos no interior do país, mesmo assim avançando largamente para
o mesmo, sendo a mão de obra quase que totalmente escrava. Devido a esta
situação econômico-social do “novo-mundo”. A arte barroca no Brasil não foi
produzida por grandes mestres e sim por religiosos que haviam estudado na
Europa todo tipo de arte, sendo constantemente importado conhecimentos de
lá, porém a produção era em maior parte de artesãos já que artistas com
formação sólida eram escassos no país. Podemos citar grandes mestres nas
mais diversas áreas artísticas do barroco brasileiro, que hoje é considerado
patrimônio da humanidade pela UNESCO, sendo os maiores artistas do estilo,
Aleijadinho e Mestre Ataíde.
Tanto o Barroco quanto o Rococó teve suas funções para a igreja e o
estado reestruturando a urbanização da Europa e buscando mais fieis a igreja
católica que perdia força neste momento da história. Houve uma tentativa de
um tratado para não influenciar as pessoas religiosamente por meio da
suntuosidade, proposta esta rechaçada pela igreja católica chamada então de
igreja de contra-reforma se valendo do suntuoso e dramático estilo barroco
como um meio de publicidade para sua fé, construindo grandes igrejas e
catedrais com imagens dos santos e da vida de cristo, normalmente sofrendo.
O Rococó tem
como principal uso a
decoração
sempre
o
buscando
conforto
intimidade
e
não
conseguida em outros
tempos,
principalmente
entre os nobres e a corte
francesa, com cenários
cortesãos
e
de
frivolidades
buscando
esquecer os problemas
The Supper at Emmaus
Caravaggio
reais do dia-a-dia. Já na Áustria e Alemanha o rococó foi mais utilizado nas
igrejas, possuindo uma fachada relativamente simples em comparação com
seu interior que possuía grande riqueza de decoração com esculturas e
adereços que cobriam as paredes quase que por completo.
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9. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
ARGAN, Giulio Carlo. Imagem e persuasão: ensaios sobre o barroco.
Organização de Bruno Contardi. Tradução de Maurício Santana Dias. São
Paulo: Companhia das Letras, 2004, 568 p.
ÁVILA, Affonso. O Lúdico e as Projeções do Mundo Barroco. São Paulo, Ed.
Perspectiva, 1971
COSTA, Eugenio Alves da, D´ORS, Eugenio, O Barroco, Editora Veja, 1990,
ISBN 9726992389
Enciclopédia digital – disponível em: http://www.enciclopedia.com.br/ 26/04/08
Portal historianet diponivel em:
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=246 – 24/04/09
Rococó. In Infopédia Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-04-26].
Disponível EM: http://www.infopedia.pt/$rococo>.
JANSON, H. W. História da Arte, São Paulo, Ed. Martins Fontes, 1992
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Rodrigo José Guergolet
Ribeirão Pires, 27 de abril de 2009

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