projeto de dissertação (pd) - LTC
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PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) PD: Projeto de Dissertação - Mestrado COPPE/UFRJ Engenharia de Transporte ÁREA: Transporte de Cargas LINHA DE PESQUISA: Análise e Gestão de Sistema de Transporte de Carga ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS POTENCIAIS PARA A REDUÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGA MESTRANDO: Luíza Santana Franca ORIENTADOR: Marcio de Almeida D’Agosto PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Resumo: O setor de transporte de carga brasileiro vem crescendo continuamente, se caracterizando pela elevada participação do transporte rodoviário na divisão modal. Esse quadro resulta no alto consumo de combustíveis fósseis e gera altas emissões de poluentes atmosféricos, especificamente o CO2, acarretando a necessidade de adoção de novas práticas que possam minimizar este impacto ambiental. Essa dissertação propõe, como objetivo principal, avaliar as alternativas tecnológicas que vem sendo estudadas e desenvolvidas no setor do transporte rodoviário de carga no mundo, para que sua aplicação possa ser considerada e avaliada para o Brasil, considerando os aspectos políticos, financeiros e ambientais. A metodologia proposta abrange as etapas (1) revisão bibliográfica sistemática, (2) pesquisa de campo e consulta com especialistas e (3) consolidação dos resultados, que se desenvolverão ao longo de 2014 e 2015 conforme cronograma previsto. Palavras-chave: Transporte rodoviário de carga, Alternativas tecnológicas, Combustíveis alternativos, Sistemas de propulsão alternativos. PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) 1. INTRODUÇÃO O setor de transporte de carga é um sistema complexo que depende de múltiplos fatores, incluindo a infraestrutura e a organização da produção de bens que irão satisfazer as necessidades da população. O setor desempenha um importante papel, que é o de promover a chegada de matérias-primas nas fábricas e de produtos finais aos estabelecimentos comerciais. Em contrapartida, ele é baseado no consumo expressivo de combustíveis fósseis, sendo que a queima desses é responsável pela expressiva emissão de poluentes atmosféricos e gases de efeito estufa para o meio ambiente. Sendo assim, o presente trabalho busca apresentar melhorias para o setor de forma a modificar esse quadro. O setor de transporte de carga é caracterizado pela combinação dos diferentes modos: rodoviário, ferroviário, aquaviário, aéreo e dutoviário. O modo rodoviário é o mais utilizado para o transporte de carga no mundo, apresentando crescimento nos últimos anos. Os países da OECD (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e da União Europeia (UE) apresentaram crescimento de 1% deste setor em 2011, enquanto a China e a Índia cresceram 18% e 5%, respectivamente (ITF, 2013). A Comissão Europeia afirma ainda que o transporte de carga deve crescer 50% entre 2000 e 2020 (European Commission, 2006). Seguindo essa mesma tendência, no Brasil, ele representou 61,10% da divisão modal do transporte de carga em 2014, com uma movimentação de 485.625 milhões de Tku (ABCR, 2015). Estimativas apontam que em 2014 a frota de veículos de carga foi de 2.067.067 de veículos, sendo quase 1,5 milhão de caminhões (ABCR, 2015). Se comparado com os modos dutoviário, ferroviário e aquaviário, o transporte rodoviário de carga é o que mais consome energia por unidade de carga transportada (MME, 2012). Em 2005, o transporte rodoviário de carga consumiu em torno de 500 Mtoe (21 EJ) do total de energia, representando 23% de toda a energia consumida pelo setor de transporte mundial (IEA, 2009). Além disso, o IEA estima que em 2050 o transporte rodoviário de carga deve apresentar 50% de crescimento do consumo de energia, com quase o dobro da quantidade de bens movimentados no mundo (IEA, 2009). Já no Brasil, o transporte de carga representa uma participação de 41,6% do consumo de energia do setor de transporte, sendo que somente o modo rodoviário de carga teve uma participação de 56,8% deste mesmo total de energia em 2010, de acordo com (MME, 2012). Além disso, o modo rodoviário é baseado no consumo de combustíveis fósseis e sua combustão é responsável pela maior parte das emissões de poluentes atmosféricos e especificamente o CO2, que é o principal gás de efeito estufa, se comparado aos demais modos de transporte. Segundo o IPCC, as emissões de gases de efeito estufa pelo setor de transporte no mundo vêm crescendo muito rapidamente e hoje representam mais do dobro das emissões no ano de 1970, chegando a alcançar 7,0 Gt CO2eq em 2010 (Figura 1). Somente o modo rodoviário é responsável por mais de 80% dessas emissões (IPCC, 2014). Já no Brasil, de acordo com as estimativas feitas pelo Plano Decenal de Energia 2021, o uso de combustíveis fósseis foi responsável pela emissão de 396 milhões de toneladas de CO2 em 2011. O setor de transporte, sozinho, foi responsável pela emissão de 192 milhões de toneladas de CO2 no mesmo ano, correspondendo a 49% do total (MME, 2012). PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Figura 1. Emissões diretas de gases de efeito estufa por modo de transporte Fonte: IPCC (2014) A fim de reduzir os impactos ambientais oriundos do transporte rodoviário de carga, alternativas tecnológicas potenciais para a redução dos impactos ambientais no transporte rodoviário de carga têm sido estudadas e implantadas. No Brasil, a implantação de algumas delas se deu a partir de exigências da legislação ambiental, em particular para os veículos com tecnologia convencional, que apontam para menores limites de emissão de poluentes atmosféricos estabelecidos pelo PROCONVE. Nesse contexto, a metodologia ―ASIF‖ (do inglês – ―Activity, Structure, Intensity and Fuel‖) pode ser utilizada como diretriz para este trabalho. Ela foi introduzida pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas em seu primeiro relatório em 1991 e que considera 4 linhas de atuação para reduzir o consumo de energia fóssil nos transportes e, consequentemente, reduzir a emissão de CO2 e poluentes atmosféricos locais. Estas linhas de atuação são: gestão da atividade (A de ―activity‖), infraestrutura (S de ―structure‖), intensidade energética (I de ―intensity‖) e fonte de energia (F de ―fuel‖) (WMO/UNEP, 1990). A tendência futura para o transporte rodoviário de carga, segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), é a melhoria do desempenho energético dos veículos, com a redução do consumo de combustível e, consequentemente, das emissões de gases de efeito estufa (IPCC, 2014). No longo prazo, é possível que estes veículos passem a sofrer modificações no seu projeto, motor, sistema de propulsão e combustível. Essas medidas consideram as linhas de atuação ―intensidade‖ e ―fonte de energia‖, indicadas pelo método ASIF. PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Desta forma, o presente trabalho estuda essas duas linhas de atuação, indicadas pelo IPCC como uma tendência mundial de melhoria do transporte rodoviário de carga. A partir dessas linhas de atuação, são identificadas alternativas tecnológicas, que podem ser baseadas em três fatores: o aprimoramento de tecnologia convencional, o desenvolvimento de fontes alternativas de energia e o desenvolvimento de sistemas alternativos de propulsão. Esses fatores visam a redução do consumo de energia por parte de todo o sistema de propulsão e, com isso, a redução das emissões de poluentes atmosféricos locais e dos gases de efeito estufa. O aprimoramento da tecnologia convencional considera o desenvolvimento de novos projetos de veículo, como por exemplo, melhorias aerodinâmicas e melhorias tecnológicas para o motor dos veículos, para a redução do consumo de energia. Já o desenvolvimento de novas fontes de energia considera o uso de combustíveis alternativos para serem usados no sistema de propulsão convencional, como o biodiesel e o gás natural. E, por último, o desenvolvimento de novos sistemas de propulsão é o estudo de sistemas de propulsão alternativos ao sistema convencional, como sistemas híbridos e elétricos, por exemplo. Portanto, como objetivo principal do estudo, procura-se avaliar as alternativas tecnológicas para a o transporte rodoviário de cargas que promovam a minimização dos impactos ambientais, considerando os aspectos políticos, financeiros e ambientais. A partir deste objetivo, busca-se avaliar o potencial de implementação dessas alternativas tecnológicas frente ao atual emprego da tecnologia convencional no transporte rodoviário de carga, levando em consideração que esta necessita de um investimento adicional ao se aumentar o custo de capital a partir de sua aquisição. Porém, este aumento do custo de capital pode ser compensado pelos benefícios que essas alternativas tecnológicas podem trazer, como a redução de consumo de energia e da emissão de poluentes atmosféricos e gases de efeito estufa. Ou seja, é possível existir uma compensação entre os benefícios ambientais e econômicos, o que vai influenciar na sua implementação. Com isso, os objetivos específicos deste trabalho podem ser assim enumerados: Realizar uma revisão bibliográfica sistemática em artigos científicos e publicações nacionais e internacionais sobre as alternativas tecnológicas para o transporte rodoviário de carga, que são estudadas e aplicadas no mundo todo; Analisar comparativamente essas tecnologias em função de suas características e os aspectos financeiros (custo de aquisição da unidade ou equipamento e consumo de combustível) e ambientais (emissão de poluentes atmosféricos e gases de efeito estufa) para sua implementação e uso; Calcular o custo operacional das alternativas tecnológicas em função do custo de aquisição de uma unidade ou equipamento e do consumo de combustível; Analisar a implementação de cada alternativa tecnológica por meio da ponderação dos ganhos ambientais em contrapartida aos custos operacionais. 2. VEÍCULOS RODOVIÁRIOS DE CARGA NO BRASIL Nessa seção serão apresentadas as características e descrição das categorias dos veículos rodoviários de carga considerados no Brasil, e quais os tipos de motor e combustível que eles utilizam. PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) De acordo com o Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários de 2013 (MMA, 2014), existem 11 tipos de categorias de veículos rodoviários, tanto para o transporte de carga quanto para o transporte de passageiros. Automóveis e motocicletas, além de ônibus urbanos, rodoviários e microônibus são usados somente para o transporte de passageiros, enquanto que caminhões semi-leves, leves, médios, semi-pesados e pesados são utilizados para o transporte de carga. Veículos comerciais leves é uma categoria que pode ser usada tanto para o transporte de passageiros quanto para o transporte de carga. A escolha do combustível se dá de acordo com as características do motor de combustão interna. Existem dois tipos alternativos de motor de combustão interna: o motor do ciclo Otto, em que é utilizada a ignição por centelhamento e o motor do ciclo Diesel, em que é utilizada a ignição por compressão. Esses tipos variam de acordo com os combustíveis que são queimados e por isso o tipo de ignição vai depender das propriedades químicas de cada um. Considerando os combustíveis convencionais, no Brasil, o motor do ciclo Otto pode funcionar com gasolina C, etanol hidratado ou CNG, já o motor do ciclo diesel, o diesel ou uma mistura de diesel com biodiesel pode ser utilizado (CNT, 2012). A Seção 5.1 apresenta uma explicação mais completa do funcionamento do motor de combustão interna, que é utilizado hoje no sistema de propulsão convencional. A Tabela 1 apresenta cada categoria dos veículos de carga e suas definições. Categorias Motor Veículos comerciais leves Otto Diesel Tabela 1. Categoria dos veículos de carga Combustível Definição Gasolina C Etanol hidratado Veículo utilizado para o transporte de Flex passageiros e carga, como o peso bruto total (PBT) de no máximo 3,5t GNC Diesel Caminhões semileves (3,5t<PBT< 6t) Veículo utilizado para o transporte de carga, com peso bruto total de no mínimo 3,5t e máximo de 6t Caminhões leves (6t<PBT<10t) Caminhões médios (10t<PBT<15t) Diesel Diesel Caminhões semipesados (PBT≥15t; PBTC<40t) Caminhões pesados (PBT≥15t; PBTC≥40t) Fonte: MMA, 2014 Veículo utilizado para o transporte de carga, com peso bruto total de no mínimo 6t e máximo de 10t Veículo utilizado para o transporte de carga, com peso bruto total de no mínimo 10t e máximo de 15t Veículo utilizado para o transporte de carga, com peso bruto total de no máximo de 15t e peso bruto total combinado menor que 40 t. Veículo utilizado para o transporte de carga, com peso bruto total de no máximo de 15t e peso bruto total combinado maior ou igual a 40 t. PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Este trabalho possui o foco nos veículos rodoviários de carga, que podem ser, portanto, os veículos comerciais leves, que carregam uma menor quantidade de carga (até 3,5t); e os caminhões semi-leves, leves, médios, semi-pesados e pesados, que podem transportar progressivamente maior quantidade de carga (de 3,5 a 40t), comparando-se com os veículos comerciais leves. 3. CONTROLE DAS EMISSÕES VEICULARES NO BRASIL A preocupação acerca dos impactos na qualidade do ar em centro urbanos no Brasil fez com que o Conselho Nacional do Ambiente (CONAMA) criasse em 1986 o Programa de Controle da Poluição do Ar para Veículos Automotores (PROCONVE). O PROCONVE objetiva a redução das emissões de poluentes atmosféricos locais provenientes dos veículos automotores e seguiu fases progressivas de desenvolvimento e aprimoramento. Ele define diferentes limites de emissão de acordo com os motores de combustão interna existentes (CNT, 2012). Vale ressaltar que este programa define os limites de emissão para poluentes atmosféricos locais. No caso dos gases de efeito estufa, a Política Nacional sobre a Mudança do Clima (PNMC), por meio da Lei nº 12.187/2009, oficializa o compromisso voluntário do Brasil junto à Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima. Ela estabelece a redução da emissão de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% em relação às emissões projetadas até 2020, considerando todos os setores econômicos (MMA, 2015). Atualmente, em relação aos veículos do ciclo Diesel, o Brasil está na fase P7 do PROCONVE desde Janeiro de 2012. Os limites de emissão estabelecidos nesta fase equivalem aos limites estabelecidos pelo Euro V da legislação ambiental europeia. A Tabela 2 apresenta a evolução dos limites de emissão dos poluentes atmosféricos locais para as diferentes fases do PROCONVE. Podem ser observadas reduções expressivas das emissões, principalmente devido ao estabelecimento do P7. Fases do PROCONVE Tabela 2. Limites de emissão para os veículos do ciclo Diesel (g/kWh) Legislação CO HC NOx EURO PM (g/kWh) brasileira (g/kWh) (g/kWh) (g/kWh) (CONAMA) P1 - 14,00 3,50 18,00 - P2 Euro 0 11,20 2,45 14,40 0,60 P3 Euro I 4,90 1,23 9,00 0,40 ou 0,70 P3 Euro II 4,00 1,10 7,00 0,15 P5 Euro III 2,10 0,66 5,00 0,10 ou 0,13 Res. 18/85 Euro IV 1,50 0,46 3,50 0,02 P7 Euro V 1,50 0,46 2,00 0,02 1989 – 1993 1994 – 1995 Res. 08/93 1996 – 1999 2000 – 2005 2006 – 2008 Res. 315/2 P6 Duração Res. 403/08 2009 – 2012 Desde 2012 Fonte: CNT, 2012 A fase P7 do PROCONVE demanda, portanto, grandes investimentos na produção de veículos e combustíveis, para que sejam atingidos os limites estabelecidos. Desta forma, é necessário que se tenha uma associação entre os dois fatores: tipo de combustível e sistema de propulsão. Neste sentido, os fabricantes dos motores veiculares são livres para decidirem PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) quais tecnologias eles devem investir, considerando maior eficiência e menor custo, desde que atendam aos limites do P7 (CNT, 2012). 4. METODOLOGIA A metodologia proposta para a elaboração deste estudo considera o objetivo principal que é avaliar as alternativas tecnológicas para a o transporte rodoviário de carga, de forma a minimizar os impactos ambientais do setor. Este objetivo busca avaliar o potencial de implementação dessas alternativas tecnológicas em detrimento do atual emprego da tecnologia convencional no transporte rodoviário de carga. Para a escolha dessas alternativas tecnologias será levado em consideração os aspectos políticos, financeiros e ambientais, de maneira em que possa eleger quais são as mais promissoras. Assim, este trabalho apresenta um procedimento metodológico que está dividido em três etapas: Conhecimento do Problema, Pesquisa em Campo e Consulta a Especialistas e Consolidação dos Resultados. Vale ressaltar que para este Projeto de Dissertação, somente a primeira etapa foi realizada. 4.1. 1ª Etapa: Conhecimento do Problema Nesta primeira etapa é analisado o ponto de vista acadêmico e o estado da arte do problema estudado, através da análise dos conceitos teóricos relacionados ao problema por meio de uma revisão bibliográfica narrativa. Posteriormente, será realizada uma revisão bibliográfica a fim de identificar as alternativas tecnológicas aplicadas no mundo. Esta etapa é considerada uma pesquisa bibliográfica sistemática e telematizada, sob o ponto de vista dos procedimentos técnicos. 4.1.1. Procedimento da Revisão Bibliográfica Sistemática O objetivo da revisão bibliográfica sistemática é sumarizar o estado da arte de uma área de conhecimento específico, segundo (Rowley e Slack, 2004). O uso de procedimentos sistemáticos aumenta a confiabilidade dos resultados e diminui a possibilidade de erros (Cook e Mulrow, 1997). Com o intuito de alcançar este fim e de acordo com (Tranfield e Denyer, 2003), a revisão bibliográfica sistemática é composta por três atividades: o planejamento, a realização e a comunicação e divulgação da pesquisa. A atividade de Planejamento busca identificar a necessidade da revisão, elaborar a proposta e desenvolver o protocolo de revisão. Já na atividade de Realização é feita a identificação, seleção e inclusão dos trabalhos, a avaliação dos trabalhos incluídos, a extração dos dados e informações e a sintetização dos resultados. Por fim, a atividade de Comunicação permite que sejam elaborados relatórios e apresentados os resultados. A Figura 2 esquematiza as atividades do procedimento de revisão bibliográfica sistemática deste trabalho. A Seção 7 apresenta a sua aplicação. PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Atividade 1: Planejamento 1.1. Identificar a necessidade da revisão 1.2. Elaborar a proposta da revisão 1.3. Desenvolver o protocolo da revisão Não Atividade 2: Realização Atividade 3: Comunicação e Divulgação 2.1. Identificar e incluir os trabalhos 2.2. Avaliar os trabalhos incluídos 3.1. Elaborar os relatórios 3.2. Apresentar os resultados Os resultado atende a necessidade de revisão? Sim 2.3. Extrair dados e informações 2.4. Sintetizar os dados Figura 2. Procedimento da Revisão Bibliográfica Sistemática 4.2. 2ª Etapa: Análise do custo operacional Esta etapa pretende calcular o custo operacional de cada alternativa tecnológica em função dos dados levantados pela revisão bibliográfica sistemática. Esse cálculo será em função do custo de aquisição de uma dada unidade ou equipamento e em função do consumo de combustível. Desta forma, será possível analisar, para um dado tipo de operação, as influências financeiras resultantes da implementação de cada alternativa tecnológica e, assim, poderá ser avaliado como os ganhos ambientais obtidos por cada uma compensarão esse investimento. Considera-se que as mais promissoras para serem investidas no Brasil possam contemplar: (1) baixo custo de aquisição de cada unidade ou equipamento; (2) alta economia de combustível e (3) alta redução de emissão de poluentes atmosféricos. Esses três atributos indicam as potenciais vantagens do uso de alternativas tecnológicas perante o uso de tecnologias convencionais, justificando, assim, seu estudo e desenvolvimento. 4.3. 3ª Etapa: Consolidação dos resultados O objetivo desta etapa é identificar as alternativas tecnológicas mais promissoras que possam ser implantadas no Brasil, considerando cada tipo de operação, em função do que foi observado nas Etapas 1 e 2. Os resultados da Etapa 1 serão obtidos através da análise comparativa entre as características levantadas pela revisão bibliográfica sistemática. Já os resultados das entrevistas com especialistas, que compõem a Etapa 2, serão compilados e avaliados. A consolidação dos resultados comporá as conclusões da dissertação. De uma forma geral, a metodologia proposta para a dissertação abrange um tipo de pesquisa que pode ser classificada como quantitativa e qualitativa, quanto ao ponto de vista da forma de abordagem do problema, pois a primeira etapa contempla um levantamento de dados qualitativos do custo de aquisição de cada unidade ou equipamento alternativo, emissão de PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) poluentes atmosféricos e gases de efeito estufa e consumo de combustível, obtidos pela revisão bibliográfica sistemática. E qualitativa, pois a metodologia abrange a consulta com especialistas que indicarão seus pontos de vista a cerca das características de cada alternativa tecnológica. Do ponto de vista da natureza da pesquisa, essa dissertação pode ser classificada como pesquisa aplicada, pois pretende gerar conhecimentos acerca das alternativas tecnológicas para o transporte rodoviário de carga que possam ser aplicados na prática. Os resultados dessa dissertação proporão soluções para a minimização dos impactos ambientais provenientes do transporte rodoviário de carga. Do ponto de vista dos objetivos e fins, esta dissertação pode ser classificada como pesquisa explicativa ao pretender justificar os motivos para o emprego das alternativas tecnológicas sugeridas, baseando-se numa pesquisa descritiva para caracterizar as diferentes alternativas tecnológicas existentes. 5. TECNOLOGIA CONVENCIONAL PARA O TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGA Nesta seção será apresentada a tecnologia convencional que é utilizada hoje no transporte rodoviário de carga em função das duas linhas de atuação do ASIF, ―intensidade e ―combustível‖. A ―intensidade‖ está relacionada com a demanda de energia pelo sistema para fazer com que o veículo entre em movimento, que será equilibrada pela oferta de energia. A demanda por energia se dá pelas forças a que um veículo em movimento está submetido, que são: força aerodinâmica, força de resistência ao rolamento e a inércia. A força aerodinâmica é a que atua no veículo em função da resistência que o ar impõe ao o seu deslocamento e depende principalmente da velocidade e da área frontal do veículo. A força de resistência ao rolamento é a força que age no veículo pelo contato do pneu com o pavimento e depende do peso do veículo, das características dos pneus e da rugosidade do pavimento. E a inércia é a força que deve ser vencida para o veículo sair do estado em que está parado, para o estado em movimento (aceleração), sendo em função da massa do veículo. É importante ressaltar que por mais que a força de resistência ao rolamento dificulte o movimento, ela é necessária para a sua realização, pois se não houvesse essa força o veículo patinaria e não sairia da inércia. A força aerodinâmica é calculada segundo a Equação 1 e a de resistência ao rolamento segundo a Equação 2. Vale ressaltar que os coeficientes de arrasto aerodinâmico e de resistência ao rolamento são determinados por testes experimentais através da variação do formato do projeto do veículo e do tipo de pavimento, respectivamente. (1) Sendo: FA = força aerodinâmica ρ = massa específica do ar c = coeficiente de arrasto aerodinâmico A = área frontal do veículo v = velocidade do veículo PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) (2) Sendo: FRR = força de resistência ao rolamento α = coeficiente de resistência ao rolamento N = força normal Já a oferta de energia se dá pelo sistema de propulsão, que faz com que gere energia para o veículo se movimentar. A energia é proveniente da fonte de energia utilizada, convencionalmente um combustível derivado do petróleo. Cada combustível apresenta um determinado poder calorífico, que determina a quantidade de energia liberada na queima. Desta forma, cada tipo de combustível apresenta certa densidade energética que determina sua capacidade de liberar uma unidade energia por uma unidade de massa. Desta forma, os componentes do veículo apresentam uma perda de energia ao longo da operação, tanto relativas à ineficiência do sistema de propulsão, do sistema de transmissão e equipamentos auxiliares, quanto em relação às demandas de energia pelo sistema (inércia e forças aerodinâmica e de resistência ao rolamento). A variação percentual dessas perdas é indicada na Figura 3, tanto para uma operação urbana quanto para a interurbana. Sistema de propulsão: Urbano: 58 – 60% Interurbano: 58 – 59% Aerodinâmica: Urbano: 4 - 10% Interurbano: 15 - 22% Inércia: Urbano: 15 - 20% Interurbano: 0 - 2% Resistência ao rolamento: Urbano: 8 - 12% Interurbano: 13 - 16% Sistema de transmissão: Urbano: 5 - 6% Interurbano: 2 - 4% Equipamentos auxiliares: Urbano: 7 - 8% Interurbano: 1 - 4% Figura 3. Perdas de energia no sistema Fonte: Adaptado de World Bank (2010) A partir dessas definições conceituais, serão apresentadas as tecnologias convencionais aplicadas hoje no transporte de carga, de acordo com o tipo de sistema de propulsão e o tipo de combustível. 5.1. Sistema de Propulsão Convencional Entende-se por veículos com tecnologia convencional aqueles equipados com motor de combustão interna, sistema de transmissão mecânico e que utilizam combustível derivado do petróleo. O motor de combustão interna é o conversor de energia usada com mais frequência para veículos automotores (Bosch, 2004). Eles geram energia através da conversão de energia química contida no combustível em energia térmica e esta, por sua vez, em energia mecânica através da rotação de uma manivela que faz com que o trabalho linear da força oriunda da PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) pressão dos gases queimados sobre a cabeça do pistão seja convertido a um trabalho rotacional do eixo da manivela (Folkson, 2014). Um motor de combustão interna também pode ser definido conforme os arranjos de ignição. O projeto de ignição, com formação interna da mistura ar/combustível, se baseia em uma centelha elétrica ou vela para iniciar a combustão. Na auto-ignição, a mistura se inflama na medida em que se aquece até a sua temperatura de ignição durante a compressão, ou quando o combustível é injetado no ar, cujas condições-limites permitem a evaporação e a ignição. O motor do ciclo Otto é um motor com formação interna da mistura ar/combustível e apresenta ignição por centelhamento, já motor do ciclo Diesel é um motor com formação interna da mistura ar/combustível e apresenta auto-ignição por compressão (Bosch, 2004).. O combustível fica armazenado no tanque de combustível e a queima do combustível ocorre no interior do motor de combustão interna, indicados na Figura 4. Um motor de combustão interna pode operar por duas formas: num ciclo de dois tempos (2T) ou num ciclo de quatro tempos (4T). Os ciclos se diferenciam pela quantidade de rotações que o eixo de manivelas consegue realizar por cada combustão individual. Cada ciclo envolve a movimentação vertical do pistão, o que corresponde a uma rotação de 180º do eixo de manivelas no ciclo 2T e 720º no ciclo de 4T. Desta forma, o ciclo de dois tempos gera quase o dobro de energia comparado ao ciclo 4T (Folkson, 2014). O ciclo de 4T opera com as etapas (Figura 4): admissão de ar e combustível para haver a mistura, compressão da mistura pela subida do pistão, explosão/expansão do combustível e descida do pistão e descarga dos gases queimados. Já o ciclo de 2T inclui apenas as etapas: compressão, explosão e expansão, de forma que os fluxos de admissão de ar e exaustão dos gases atravessam a mesma passagem. Figura 4. Etapas do ciclo de 4T Fonte: Folkson, 2014 A partir da movimentação do eixo de manivelas presente no sistema de conversão de energia a energia mecânica será transmitida para as rodas do veículo por meio do sistema de transmissão de energia. O eixo de manivelas está acoplado a um volante (prato pesado) e este a uma embreagem que os acopla a uma caixa de pares de engrenagens (caixa de marchas) de tamanhos diferenciados para cada marcha, de forma que a primeira marcha seja a engrenagem de maior diâmetro, pois é a marcha que faz com que o veículo saia da inércia e entre em PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) movimento. As marchas seguintes estão relacionadas a engrenagens de diâmetros menores, progressivamente. A caixa de marchas é a responsável pela troca de uma marcha para outra por meio do funcionamento de uma embreagem acionada pelo condutor, que a acopla ao motor. Por fim, a caixa de marchas está ligada ao eixo de transmissão que, por fim, se ligará à estrutura denominada diferencial, que fará a mudança da direção da rotação que está no eixo de transmissão (Eeixo indicado na Figura 5) para o eixo perpendicular de tração das rodas (Etração indicado na Figura 5). O diferencial também é responsável por regular a rotação das rodas de forma diferenciada ao longo de uma curva. A Figura 5 esquematiza o funcionamento de um sistema de propulsão convencional. Figura 5. Sistema de propulsão convencional Fonte: D‘Agosto, 2004 5.2. Fonte De Energia Convencional Este trabalho considera que as fontes de energia convencionais são os combustíveis fósseis derivados do petróleo e que já são largamente usados nos dias de hoje. Desta forma, para o transporte de carga rodoviário, no Brasil é utilizado o diesel, tanto nos caminhões semi-leves, leves, médios, semi-pesados e pesados quanto nos veículos comerciais leves, que também utilizam a gasolina C. Contudo, os veículos comerciais leves também utilizam em menor escala o etanol hidratado e o gás natural (MMA, 2014), sendo considerado, portanto, fontes alternativas de energia. No caso do Brasil, o óleo diesel é o produto oleoso mais abundante obtido a partir do refino do petróleo bruto. Sua composição apresenta, basicamente, hidrocarbonetos (compostos orgânicos que contêm átomos de carbono e hidrogênio) e, em baixas concentrações, enxofre, nitrogênio e oxigênio. É um produto inflamável, com nível médio de toxicidade, pouco volátil, sem material em suspensão, límpido, com cheiro forte e característico (CNT, 2015). Ele é produzido durante o refino do petróleo, por meio do processo de destilação fracionada. São obtidas frações chamadas de óleo diesel leve e pesado, essenciais para a produção do óleo PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) diesel comercial especificado. A uma temperatura entre 250°C e 350°C podem ser associadas outras frações, como a nafta, o querosene e o gasóleo leve. A proporção desses componentes permite enquadrar o produto final em especificações previamente definidas, a fim de favorecer o bom desempenho do produto, minimizando o desgaste prematuro dos motores e manter a emissão de poluentes, gerados na queima do produto, em níveis aceitáveis (CNT, 2015). Desta forma, o diesel é um hidrocarboneto de cadeia longa, apresentando de 13 a 25 carbonos. No Brasil, conforme a Resolução n. 65, de 09 de dezembro de 2011, da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP, 2015), o óleo diesel de uso rodoviário classifica-se em: I - óleo diesel A: Combustível produzido por processos de refino de petróleo, centrais de matérias-primas petroquímicas ou autorizado nos termos do § 1º do art. 1º da Resolução ANP nº 65,de 9/12/2011, destinado a veículos dotados de motores do ciclo Diesel, de uso rodoviário, sem adição de biodiesel. II - óleo diesel B: Óleo diesel A adicionado de biodiesel no teor estabelecido pela legislação vigente. O óleo diesel com adição de biodiesel apresenta a denominação BX, sendo X a porcentagem correspondente à quantidade de biodiesel adicionado à mistura. Por exemplo, B2, B5, B20 e B100 são combustíveis com uma concentração de 2%, 5%, 20% e 100% de biodiesel, respectivamente. Desde 2008, em função da Lei n. 11.097, de 13 de janeiro de 2005, todo óleo diesel nacional disponível ao consumidor final é acrescido de biodiesel. A partir de 1º de novembro de 2014, a Lei 13.033 torna definitivo a adoção de 7% de biodiesel. Essa mistura é denominada óleo diesel B7 que, além de corrigir a lubricidade do óleo diesel, reduz os níveis de emissão de poluentes atmosféricos pelos veículos. Quanto ao teor de enxofre, os combustíveis comercializados ao consumidor final possuem 10 mg/kg de enxofre (S10), 50 mg/kg de enxofre (S50), 500 mg/kg de enxofre (S500) e 1.800 mg/kg de enxofre (S1800). O óleo diesel para comercialização, além do biodiesel, recebe também aditivos em sua composição. Esses aditivos aprimoram algumas características, visando maior desempenho do combustível. Os aditivos, normalmente incorporados aos combustíveis, são antiespumantes, desmulsificantes, detergentes, dispersantes e inibidores de corrosão. Com esses aditivos, pretende-se evitar que o diesel forme emulsão com a água, dificultando sua separação do produto e impedindo a drenagem. Além de permitir um rápido e completo enchimento dos tanques, que antes eram prejudicados pela formação de espuma, os aditivos mantêm limpa a câmara de combustão, aumentando a vida útil do motor (CNT, 2015). Por outro lado, segundo a RESOLUÇÃO ANP Nº 57, de 20/10/2011, as gasolinas automotivas classificam-se em: I - gasolina A - combustível produzido por processo de refino de petróleo ou formulado por meio da mistura de correntes provenientes do refino de petróleo e processamento de gás PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) natural, destinado aos veículos automotivos dotados de motores ciclo Otto, isento de componentes oxigenados; II - gasolina C - combustível obtido da mistura de gasolina A e etanol anidro combustível, nas proporções definidas pela legislação em vigor. Assim, a gasolina C que é a utilizada em veículos comerciais leves. Ela é constituída basicamente por hidrocarbonetos e, em menor quantidade, por produtos oxigenados. Esses hidrocarbonetos são, em geral, mais "leves" do que aqueles que compõem o óleo diesel, pois são formados por moléculas de menor cadeia carbônica (normalmente de 4 a 12 átomos de carbono). Além deles, a gasolina contém compostos de enxofre, nitrogênio e compostos metálicos, todos eles em baixas concentrações. A faixa de destilação da gasolina automotiva varia de 30 a 215ºC (Petrobras, 2015). Atualmente a gasolina C apresenta um teor de enxofre de 50 ppm desde 1º de janeiro de 2014 (Petrobras, 2015) e a composição obrigatória de 25% de etanol anidro desde 1º de março de 2013, segundo a Portaria MAPA Nº 105, conforme a Resolução CIMA Nº 1, de 28 de fevereiro de 2013 (Petrobras, 2015). 6. ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS PARA O TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGA A partir do entendimento da tecnologia convencional para o transporte rodoviário de carga, serão apresentadas as alternativas tecnológicas para este setor, considerando as possibilidades de aprimoramento da tecnologia convencional, o desenvolvimento de novas fontes energia e novos sistemas de propulsão. Os conceitos foram levantados por meio de uma revisão bibliográfica narrativa. 6.1. Aprimoramento de Tecnologia Convencional O motor de combustão interna é um modo primário de geração de energia para os veículos e, por isso, é a tecnologia mais usada atualmente e, possivelmente, nas próximas décadas que virão. Desta forma, é necessário que ela continue se desenvolvendo de forma a se adaptar às novas legislações ambientais que existem hoje e às alternativas tecnológicas que vêm se desenvolvendo, a fim de que o consumo de energia possa ser reduzido e, consequentemente, as emissões de gases de efeito estufa e poluentes atmosféricos. Assim, serão apresentadas diferentes oportunidades de melhoria da tecnologia convencional, de forma a melhorar tanto a eficiência do sistema de propulsão como em relação à melhoria do projeto dos veículos de forma as forças que atuam sob o veículo para que ele se movimente. 6.1.1. Mudanças no projeto dos veículos Existem muitos estudos que indicam melhorias no projeto dos veículos de forma que o consumo de combustível possa ser reduzido. Elas atuam na demanda por energia que o veículo precisa vencer para se movimentar. Desta forma, as melhorias podem atuar na redução da força aerodinâmica ou na redução da força de resistência ao rolamento. Para reduzir a primeira, é possível reduzir a área frontal do veículo ou reduzir o coeficiente de arrasto aerodinâmico, por meio de um novo projeto de veículo, que tenha um formato mais parecido com uma gota d´água (Figura 6). PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Figura 6. Novo projeto de veículo com formato de gota Fonte: D‘Agosto, 2004 Para que o veículo tenha mais aparência de gota d´agua, pode-se adicionar os seguintes itens, ilustradas pela Figura 6 (Folkson, 2014): Defletores superiores dianteiro e traseiro; Pára-choque aerodinâmico; Espelhos aerodinâmicos; Fechamento do espaço entre a cabine e a carroceria; Defletores inferiores laterais; Defletores traseiros. Em relação às melhorias que possam reduzir a força de resistência ao rolamento, é possível reduzir o coeficiente de resistência ao rolamento, por meio de um novo projeto do conjunto rodas e pneus, ou então reduzir o peso do veículo. Para reduzir o coeficiente de resistência ao rolamento, existem as seguintes possibilidades: Rodas e pneus de baixa resistência ao rolamento; Rodas únicas ao invés de rodas duplas; Sistema automático de controle da calibragem dos pneus. Tanto às melhorias relacionadas à força de resistência aerodinâmica, quanto às relacionadas à força de resistência ao rolamento são ilustradas pela Figura 7. Defletores inferiores laterais Fechamento do espaço entre a cabine e a carroceria Defletor superior dianteiro Pára-choque aerodinâmico Defletor traseiro Rodas e pneus de baixa resistência ao rolamento Defletor lateral para o tanque de combustível Figura 7. Melhorias no projeto do veículo convencional Fonte: Adaptado de CAI Asia Center, 2011 Espelhos aerodinâmicos PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) 6.1.2. Mudanças no projeto do motor Segundo Folkson (2014), existem três possíveis formas de alterar o motor para que tenha um menor consumo de combustível, que pode levar à redução da emissão de poluentes atmosféricos. Uma delas é a redução da velocidade por meio da redução da velocidade do pistão e da válvula de admissão de combustível. Essa medida, também chamada de downspeeding, é capaz de reduzir o consumo específico de combustível pela redução da fricção entre as peças dos equipamentos. É possível aumentar a taxa de compressão para que se tenha uma maior eficiência termodinâmica. Outra forma de alterar o motor é reduzir a admissão de ar e combustível para a câmara de combustão, também chamado de down-breathing. Essa medida reduz a eficiência volumétrica da combustão ao utilizar um ciclo termodinâmico avançado e uma pressão muito alta de admissão. Desta forma, o tempo de abertura das válvulas é otimizado, fazendo com que se reduza o consumo específico de combustível e a razão ar/combustível, ao reduzir as perdas de combustível durante a aspiração. Por fim, é possível também fazer um down-sizing, ou seja, reduzir o tamanho do motor por meio de duas formas, sendo que para ambos deve-se reforçar a atuação do turbocompressor e aumentar a pressão no tubo de admissão. A primeira é pela potência constante, ou seja, manter a pressão constante e carga completa no torque enquanto reduz a rotação do motor. E pela segunda é possível manter a rotação do motor com o aumento da potência ou modificação do torque. O primeiro tipo é capaz de atingir maior redução do consumo de combustível. 6.1.3. Sistemas de redução das emissões de poluentes atmosféricos locais Devido à necessidade de reduzir as emissões de poluentes atmosféricos locais, imposta pela legislação ambiental tanto no Brasil quanto no mundo, novas tecnologias vêm se desenvolvendo e tem sido testadas, entre elas as tecnologias de pós-tratamento, como o sistema de redução catalítica seletiva (selective catalytic reduction - SRC), sistema de recirculação dos gases de exaustão (exhaust gas recirculation - EGR), catalisador diesel de oxigênio (diesel oxidation catalyst - DOC) e a tecnologia de captura de NOx (lean NOx trap LNT). Também é possível desenvolver um sistema de combustão de baixa temperatura. Vale ressaltar que as emissões de NOx são uma grande preocupação pois, diferente dos outros poluentes, eles são emitidos a altas temperaturas e, por isso, deve ter um tratamento diferenciado. Primeiramente, o SCR é um sistema que injeta um agente redutor a base de ureia nos gases de exaustão, antes deles passarem pelo catalisador. Quando a mistura rica em amônia reage com os gases NO (óxido nítrico) e NO2 (dióxido de nitrogênio), ela gera nitrogênio e água, reduzindo assim a formação de NOx na atmosfera. Esse sistema também pode promover uma redução do consumo de combustível, ao antecipar o tempo de injeção de combustível. Contudo, ele apresenta algumas desvantagens como alto custo e elevado peso, possibilidade de formação de um depósito de ureia no motor, a possibilidade de emissão de poluentes secundários e a necessidade de um tanque de ureia (Folkson, 2014). PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Outra forma de atuar nos gases de exaustão é implementar um sistema EGR, que promove a recirculação dos gases, com um sistema de resfriamento a alta ou a baixa pressão. Os gases de exaustão são novamente direcionados para a entrada do motor de combustão interna, de forma que os gases sejam reintroduzidos em conjunto com o sistema de injeção de ar. Por meio desse sistema é possível reduzir as emissões de NOx reduzindo a temperatura de combustão e a concentração de oxigênio no coletor de admissão. Ele provoca também a redução da razão ar/combustível e retarda o tempo de injeção de combustível (Folkson, 2014). Adicionalmente, o DOC é um catalisador de malha metálica ou cerâmica que é capaz de oxidar as emissões de HC e CO por meio da presença de oxigênio no fluxo dos gases de exaustão, convertendo-os em CO2 e vapor d‘água. É necessário manter esse catalisador abaixo de uma determinada temperatura não muito alta de forma a ter uma boa eficiência. Frações orgânicas e hidrocarbonetos aromáticos podem ser consumidos no DOC, por outro lado, ele pode gerar ácido sulfúrico e ureia (Folkson, 2014). Em relação às emissões de MP, pode-se usar o DOC ou então um filtro de material particulado (diesel particulate filter - DPF). O DOC é capaz de controlar as emissões das partículas líquidas e o DPF da fumaça e fuligem, por meio de um filtro. Já, o LNT é uma tecnologia que absorve NOx dos gases de exaustão durante a combustão pobre, o armazena e libera o gás resultante. Durante o armazenamento, o NO é oxidado por um catalisador metálico para formar NO2, que posteriormente reage com um material absorvente para formar nitrato inorgânico, sendo liberado como nitrogênio. Ele só libera os produtos quando o sistema está saturado. Esse sistema também é pode reduzir as emissões de HC e CO (Folkson, 2014). Por fim, no caso de um sistema de combustão a baixa temperatura, é possível controlar as emissões de NOx e material particulado, além de reduzir o consumo específico de combustível. Ele comporta diferentes mecanismos em conjunto e provoca uma combustão de curta duração. Normalmente utiliza alta taxa de recirculação dos gases de exaustão, alta taxa de compressão do pistão e baixa razão ar/combustível. 6.1.4. Mudanças no sistema de admissão de ar O sistema de admissão de ar de um motor convencional é composto pelo filtro, canais de entrada e saída, coletor de admissão, sistema de válvulas, turbocompressor e refrigerador. O turbocompressor atua na relação ar/combustível e, para aumentar sua eficiência, pode-se promover mudanças em sua geometria a fim de reduzir desperdícios de energia (Folkson, 2014). Desta forma, o objetivo das mudanças no sistema de admissão de ar é balancear os componentes em relação à restrição do fluxo de ar e a eficiência termodinâmica, de forma a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e de NOx. 6.1.5. Mudanças do sistema de válvulas A eficiência do motor é afetada pelo tempo de abertura das válvulas e pelo fluxo do ar através de restrições ao longo das válvulas e orifícios de admissão e exaustão de gases. Essas válvulas funcionam para a regulagem da entrada de ar e saída de gases pela câmara de combustão. PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Desta forma, a atuação das válvulas interfere diretamente no consumo de combustível e, consequentemente, nas emissões de poluentes atmosféricos e gases de efeito estufa (Folkson, 2014). É possível ter uma atuação variável das válvulas, de forma que se possa regular o processo de combustão e controlar o funcionamento do motor para diferentes características de operação. 6.1.6. Sistemas de recuperação de calor Sistemas de recuperação de calor representam uma oportunidade de aproveitar o calor perdido durante a combustão, que é liberado junto com os gases de exaustão, de forma a aumentar a eficiência térmica do motor. Existem dois tipos de sistemas de recuperação de calor (Folkson, 2014): Recuperação do calor como energia mecânica ou elétrica: turbocomposição (ou turbocompounding), ciclo orgânico Rankine e ciclos termodinâmicos (ou thermodynamic bottoming cycles); Recuperação do calor como energia térmica: cogeração e aquecimento da cabine dos veículos. É possível que esses sistemas possam ser aplicados em conjunto com o EGR. A tendência para veículos pesados é o uso de sistemas de turbocomposição elétrica e ciclo Rankine ou Brayton em conjunto com a hibridização elétrica ou mecânica. O sistema de ciclo Rankine normalmente opera junto com o sistema EGR, de forma a aproveitar o calor quando o gás passa pelo processo de recirculação. Ele é composto por um evaporador, um expansor, um condensador e uma bomba. O evaporador possui uma alta eficiência de troca de calor e é capaz de absorver o calor e transferi-lo para um fluido de trabalho, que no caso é o etanol. O expansor, que pode ser uma turbina axial, um expansor de pistão, um parafuso ou um expansor de rolagem, é responsável por produzir energia mecânica ou elétrica pela expansão do fluido de trabalho. Por fim, o condensador rejeita o calor não aproveitado para a atmosfera. Já para o caso da turbocomposição, existem quatro tipos possíveis: turbocomposição mecânica ou elétrica pelo uso de uma turbina de energia e turbocomposição mecânica ou elétrica pelo uso da turbina do turbocompressor. Quando é utilizada uma turbina, ela pode ter um fluxo axial ou radial e seu eixo está conectado ao eixo de manivelas do motor de forma a gerar energia para o sistema. Em contrapartida, esse tipo de equipamento é normalmente pesado, complexo e caro. Para o tipo de turbocomposição sem turbina, um sistema de engrenagens é acoplado ao eixo de manivelas do motor de forma a controlar sua velocidade de rotação, sendo necessário fazer um balanceamento de energia no turbocompressor e o compressor. Ele representa uma forma flexível de equilibrar as duas gerações de energia. E no caso da geração de energia elétrica, pode ser acoplado um gerador à turbina ou então um equipamento elétrico acoplado ao turbocompressor para gerar energia ou alimentar um motor elétrico. O gerador deve estar localizado próximo ao compressor. 6.1.7. Tecnologias de redução da fricção PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) No motor de combustão interna existem perdas de energia ao longo do sistema devido, principalmente, ao atrito entre as unidades do motor, como o conjunto de êmbolos (45 – 50% de perda), os rolamentos (20 – 30% de perda) e acessórios do motor (20 – 25% de perda) e as válvulas (7 – 15% de perda) (Folkson, 2014). Para reduzir essas perdas é possível atuar no formato das superfícies de contato, em materiais e revestimentos e em lubrificantes e aditivos. Para o formato das superfícies de contato, podem ser desenvolvidos novos projetos para reduzir a área de contato e otimizar os componentes de superfície, promovendo uma lubrificação hidrodinâmica. Materiais resistentes ao desgaste, revestimentos e aditivos anti-desgaste também podem ser considerados. E no caso de lubrificantes, a tendência é o uso daqueles com baixa viscosidade. 6.1.8. Controle eletrônico de otimização da performance do motor Modernos sistemas de propulsão convencional têm adotado sofisticados sistemas de controle eletrônico, sendo responsáveis por otimizar a performance do motor e garantir sua durabilidade, além de promover a redução do consumo e das emissões de poluentes atmosféricos locais e gases de efeito estufa (Folkson, 2014). Esses sistemas podem usar sensores, atuadores, algoritmos de controle ou modelos preditivos que lidam com as diferentes interações dos subsistemas. As tendências para seu desenvolvimento possuem enfoque na redução do consumo de combustível e em atender aos limites de emissão estabelecidos por lei. Também é possível que os controles eletrônicos possam se tornar instrumentos de previsão e não de mitigação. Por fim, existe uma tendência também para o desenvolvimento de controles dinâmicos em tempo real. 6.1.9. Redução da ociosidade do veículo O transporte rodoviário de carga utiliza uma quantidade expressiva de energia quando o veículo está ocioso. A ociosidade do veículo pode ocorrer de duas formas: não-discricionária e dicricionária. O tipo não-discricionária está relacionado à operação do veículo ao longo de congestionamentos, em que o veículo anda e pára constantemente. Já o tipo discricionário ocorre durante a operação de carga e descarga, para manter o funcionamento de elementos como o elevador para carga e descarga da carroceria e a caçamba; e nos períodos de espera, em que o veículo fica ligado aguardando alguma atividade (como carregar ou descarregar) (Jain, Chen e Schwank, 2006). Desta forma, o veículo gasta muita energia que não será usada para movimentá-lo, e sim com operações de serviço necessárias, porém que não são muito eficientes e dispõem de elevado consumo de energia. Esse comportamento resulta no aumento das emissões de poluentes atmosféricos locais devido ao alto consumo de combustível. A fim de reduzir esse consumo excessivo de energia, é possível instalar no veículo pequenas unidades de energia. Existem vários tipos de unidades de energia, como os aquecedores diretos (DFH), que fornecem calor a partir da chama da combustão e o transferem para um pequeno trocador de calor; os sistemas de armazenamento térmico (TSS), que são dispositivos de um material especial que permite transferir e armazenar a energia térmica proveniente do motor e dos sistemas de ar condicionado, quando o veículo está em movimento e as unidades auxiliares de energia (APU), que são dispositivos contendo um pequeno motor de combustão PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) interna, movido normalmente a diesel, que está ligado a um gerador e a um recuperador de calor, para gerar eletricidade e calor. Vale ressaltar que as APUs também podem apresentar um dispositivo de célula-combustível, ao invés de um motor de combustão interna, que podem ser do tipo óxido sólido (SOFC) ou do tipo membrana (PEMFC) (Jain, Chen e Schwank, 2006). Por outro lado, é possível adotar outra medida, diferente do acoplamento de uma unidade de energia, que é a parada para eletrificação do veículo (TSE). Em certas paradas ao longo da operação pode-se colocar um dispositivo de plug-in, que fornecerá energia ao veículo para seus sistemas auxiliares, não relacionados ao sistema de propulsão. 6.2. Desenvolvimento de Fontes Alternativas de Energia Este trabalho considera como fonte alternativa de energia aquela proveniente de fonte renovável de energia e/ou que não é utilizado em grande escala. São eles: biodiesel, gás natural, biogás, álcoois (metanol, etanol e butanol), dimetil éter, diesel sintético (CTL, GTL, BTL, HVO e diesel de cana) e hidrogênio. Especificamente no caso do diesel sintético, ele pode ser proveniente de um processo de produção derivado do petróleo ou então de uma fonte renovável de energia. Vale ressaltar que as fontes alternativas de energia são utilizadas em sistemas de propulsão convencional, sendo necessárias apenas algumas modificações no motor, dependendo do caso. Também é possível adotar aditivos para melhorar o desempenho da combustão. Eles podem ser de dois tipos: para combustíveis acabados e para o desempenho do combustível. O primeiro está relacionado a garantir que o combustível esteja apto para uso e em conformidade com os padrões locais e o segundo tipo ajuda a melhorar o desempenho durante a queima do combustível (Folkson, 2014). A Agência Internacional de Energia (IEA) aponta que a principal oportunidade para a redução das emissões de CO2 do transporte rodoviário de carga é o uso de combustíveis alternativos (IEA, 2009). Aqueles com maior participação mundial são apresentados na Figura 8, considerando uma porcentagem baseado no consumo de energia anual em milhões de toneladas de petróleo equivalente (Mtoe). Nas subseções seguintes serão apresentadas as características relacionadas a cada um. PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% etanol metanol biodiesel diesel renovável GTL CTL gás natural e biogás LPG GLP Legenda: diesel renovável – diesel sintético produzido a partir de uma fonte renovável GTL – diesel sintético produzido a partir do gás natural, pelo processo de Fischer-Tropsch CTL - diesel sintético produzido a partir do carvão, pelo processo de Fischer-Tropsch GLP – gás liquefeito do petróleo Figura 8. Participação dos combustíveis alternativos no suprimento de energia mundial Fonte: Folkson, 2014 6.2.1. Biodiesel O biodiesel é um combustível produzido a partir do processo de transesterificação que utiliza óleos vegetais, como óleo de soja, de girassol e de palma; gorduras animais, como o sebo bovino; ou óleos residuais, como o óleo de fritura. O processo de transesterificação (também chamado alcoólise) é a reação de trigicerídeo ou ácido graxo com álcool para formar éster e glicerina. Um catalisador é geralmente utilizado para melhorar o rendimento da reação. Para se evitar a possibilidade, mesmo que remota, de reversão da reação, o excesso de álcool é reintroduzido no processo. Entre os alcoóis que podem ser utilizados na transesterificação estão o metanol, etanol, propanol, butanol e álcool amílico (Ma e Hanna, 1999). Quando o processo utiliza o metanol, ele é chamado transesterificação por rota metílica, e quando utiliza o etanol, por rota etílica. A reação pode ser catalisada por bases, ácidos ou enzimas, podendo ser o hidróxido de sódio (NaOH), o hidróxido de potássio (KOH), os carbonatos e correspondentes de sódio e os alcóxidos de potássio, tais como o metóxido de sódio, etóxido de sódio, propóxido de sódio e butóxido de sódio. Ácido sulfúrico, ácidos sulfónicos e ácido clorídrico são geralmente utilizados como catalisadores ácidos. As lípases também podem ser utilizadas como biocatalisadores (Ma e Hanna, 1999). O biodiesel pode ser usado em motores à combustão interna do ciclo Diesel, podendo substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil (Knothe et al, 2006). Além PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) disso, ele é não-tóxico, não contém compostos aromáticos, possui maior biodegradabilidade que o diesel de petróleo, é menos poluente para a água e para o solo e não contém enxofre. Ele oferece um manuseio seguro na forma pura e mostra reduzida toxicidade oral e dérmica de compostos mutagênicos e carcinogênicos (Kalligeros et at, 2003.) Desta forma, ele pode ser utilizado em uma mistura percentual com o diesel, sendo a mistura queimada no motor de combustão interna, ou então pode ser utilizado na tecnologia duplo combustível, onde o veículo comporta dois tanques de combustível (um para o diesel e outro para o biodiesel B100), para uma queima diferenciada no motor de combustão interna. Essa tecnologia possui um tanque para o biodiesel com aquecimento por meio de uma serpentina conectada com o sistema de água quente do motor a fim de permitir sua utilização em locais com baixas temperaturas. Além disso, o sistema de alimentação possuem borrachas sintéticas e componentes de alumínio, aço carbono e/ou aço inox, para evitar a corrosão pelo combustível. O uso de cada combustível vai depender da carga e da condição de operação do motor (MAN, 2010). 6.2.2. Gás Natural O gás natural é composto principalmente pelo metano, cerca de 80% a 90%, além do etano, propano e outros hidrocarbonetos e gases. Ele pode estar disponível na natureza sob a forma associada, quando está associado ao petróleo, e sob a forma não-associada, quando existe uma reserva apenas de gás. No caso associado, o gás é extraído em conjunto com a extração do petróleo. Tanto o gás natural associado quanto o não-associado recebem um processamento para separar o metano dos outros gases para comercializá-lo. Após o processamento do gás, ele pode ser comprimido ou liquefeito. O gás natural comprimido (GNC) é o que é comercializado hoje nos dispositivos de abastecimento de veículos e, por isso, também é chamado de gás natural veicular (GNV). Devido às suas características, o GNV pode ser utilizado no veículo de carga de duas formas: num motor de combustão interna de ignição por centelhamento, sendo um motor dedicado aouso do GNV e num motor de combustão interna de ignição por compressão, sendo um veículo dual-fuel. No primeiro caso, é fabricado um veículo equipado com motor de combustão interna de ignição por centelhamento que possa queimar o gás natural, não sendo utilizado outro combustível. Ou então o veículo pode ser adaptado com o ―kit gás‖ e funcionará como duplo combustível. Já no segundo caso, é colocado um dispositivo de conversão no veículo de forma a utilizar tanto o diesel como o GNV, possuindo um tanque para cada combustível. Neste caso, em marcha lenta, após ser acionado, o motor utiliza diesel posteriormente passa a usar GNV quando aumenta a carga e rotação do motor, passando o diesel a funcionar como um precursor para a combustão do gás. 6.2.3. GLP O gás liquefeito de petróleo é um gás derivado do petróleo. Este é extraído a partir da sua destilação, a uma faixa de até 40ºC. No Brasil esse gás é comercializado apenas para uso doméstico, comercial e industrial, não sendo possível utilizá-lo em veículos. Mas em países europeus, norte-americanos e asiáticos é PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) possível utilizar em veículos, sendo visto como um combustível alternativo pois não é comercializado em larga escala (Folkson, 2014). 6.2.4. Biogás O biogás é um composto obtido a partir da decomposição da matéria orgânica, como o esgoto sanitário, resíduos sólidos, resíduo natural da poda de plantas e culturas vegetais. Ele pode ser liberado naturalmente para a atmosférica a partir da decomposição de resíduos sólidos em aterros sanitários, ou então pode ser produzido a partir da digestão anaeróbia do esgoto, excrementos de animais ou outro material orgânico (Folkson, 2014). Diferentemente do gás natural, o biogás apresenta em sua composição menor quantidade de metano, além da presença de outros gases como o CO2. Assim, ele também passa por uma processo de purificação para retirar o metano e poder ser comercializado em conjunto com o gás natural, sendo utilizado nos veículos da mesma forma. 6.2.5. Álcoois Embora sejam utilizados atualmente para o abastecimento de veículos leves no transporte de passageiros, os álcoois estão recebendo cada vez mais atenção no transporte de carga devido à promoção da redução da emissão de gases de efeito estufa e poluentes atmosféricos. O metanol, etanol e o butanol podem ser produzidos a partir da matéria orgânica e estudos como os de Merritt et al (2005), Xiaoyan et al (2008), Xiaoyan et al (2006), Giakoumis e Rakopoulo (2013), Sarjovaara et al (2013), Lindfeldt et al (2010), McKinnon et al (2010), Willkrans (2005) e Kroon (2005) mostram a sua utilização em veículos de carga, podendo ser da forma pura ou misturada ao diesel. O metanol é produzido a partir da gasificação da biomassa (Lindfeldt et al, 2010), ou a partir do carvão e do petróleo (Rakopoulos et al, 2011), pela reforma a vapor do gás natural (Champagne, 2008), apresentando uma cadeia química menor e, com isso, uma maior miscibilidade com o diesel (Rakopoulos et al, 2011). Já o etanol é um biocombustível produzido a partir da fermentação do açúcar de vegetais como a cana-de-açúcar, a beterraba, cevada, sendo considerado um combustível de primeira geração, ou então a partir de resíduos naturais da planta, como bagaço e palha, sendo considerado de segunda geração. Apesar de ser utilizado em veículos com motores do ciclo Otto, o etanol também pode ser usado em veículo do ciclo diesel, podendo ser adicionado ao diesel ou ser utilizado puro. Existem três formas possíveis de utilizar o etanol em motores do ciclo diesel: fumigação do etanol para a entrada em conjunto com a admissão do ar por meio da carburação ou injeção no coletor por sistema de injeção dupla, sendo requerida uma alta pressão de injeção e a mistura do etanol com diesel por meio de um emulsificador para misturar os dois combustíveis evitando que eles se separem. Porém, existem alguns desafios para a mistura do etanol com o diesel. A sua adição ao diesel pode reduzir a lubricidade da mistura, além de ser processado a um menor ponto de inflamação e criar um desgaste da bomba de combustível, particularmente durante a partida. Além disso, o etanol apresenta menor viscosidade, poder calorífico e um menor número cetano que o diesel, podendo interferir na eficiência da combustão. Ele ainda possui um menor ponto de inflamação e um alto potencial de formação de vapor em espaços confinados se comparado ao diesel, necessitando de maiores precauções para estocagem e manuseio (Giakoumis e Rakopoulo, 2013). PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Por fim, o butanol também é produzido a partir da biomassa da mesma forma que o etanol, sendo possível produzi-lo também a partir do petróleo. Ele é um composto de quatro carbonos e apresenta uma maior cadeia que o etanol, apresentando, por isso, maiores conteúdo energético, número cetano, viscosidade, ponto de inflamação, miscibilidade com o diesel e menor pressão de vapor que o etanol (Giakoumis e Rakopoulo, 2013). Por isso, ele se apresenta como uma importante alternativa, podendo também ser usado puro ou misturado ao diesel. 6.2.6. DME O dimetil éter (DME) é um composto produzido a partir da gasificação da biomassa, sendo considerado um biocombustível de segunda geração, pois é produzido a partir da celulose de resíduos vegetais (Lindfeldt et al, 2010). Ele apresenta a mesma fórmula química que o etanol, porém o etanol apresenta uma associação molecular mais forte, pela ligação com hidrogênio (Giakoumis e Rakopoulo, 2013). Ele pode ser usado em um motor de combustão interna de ignição por compressão, podendo ser um substituto do GNV. Ele apresenta baixa lubricidade e viscosidade, sendo necessário adicionar um aditivo para seu uso. Além disso, é possível que um veículo abastecido com DME possa dispor do mesmo conteúdo calorífico e do mesmo período de injeção que do motor a diesel (Goto, Oguma e Suzuki, 2005). 6.2.7. Diesel Sintético O diesel sintético é um composto que apresenta características químicas semelhantes ao diesel de petróleo, apresentando diferentes formas de produção. Este trabalho considera como diesel sintético, aqueles sintetizados a partir de um gás sintético obtido do gás natural (GTL), do carvão (CTL) ou da biomassa (BTL); aquele produzido a partir do hidrotratamento de óleos vegetais (HVO); e o diesel de cana-de-açúcar. A produção de GTL, CTL e BTL, consiste em três etapas: geração de um gás sintético, conversão do gás pelo processo Fischer-Tropsch e geração do produto. No caso do GTL o gás sintético é produzido pela reação entre metano, vapor e/ou oxigênio para a reforma de CO, CO2 e H2. Para o CTL, é o carvão, ao invés do metano, que reage com vapor e oxigênio para a formação do gás sintético (Vosloo, 2008). Por outro lado, no caso do BTL, o gás sintético é produzido pela gasificação da celulose da biomassa (Champagne, 2008). Já para o HVO, o diesel sintético é composto de hidrocarbonetos parafínicos e são livres de enxofre e compostos aromáticos. É produzido a partir do hidrotatamento de óleos vegetais provenientes da canola, girassol, soja ou palma, ou ainda de óleo alternativos como o de jatropha, alga e gorduras animais, de forma a não competir com o setor alimentício. O processo de hidrotratamento consiste no uso do hidrogênio para a remoção do oxigênio do triglicerídeo (óleo vegetal) e posterior refinamento para a formação do composto. O processo gera GLP, que é usado para suprir a energia do processo, gasolina e diesel (Aatola et al, 2008). O HVO apresenta número de cetano muito alto e características parecidas com o GTL e o BTL. PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Por fim, o diesel de cana-de-açúcar é um hidrocarboneto com uma cadeia de 15 carbonos produzido a partir da fermentação do extrato da cana-de-açúcar por uma levedura geneticamente modificada, que libera a substância ―farnesene‖ para a conversão do açúcar em combustível. O processo é completo pela separação e finalização química do diesel, que substituem os processos de destilação e desidratação para a produção de etanol (Amyris, 2008). 6.2.8. Hidrogênio O hidrogênio é considerado um combustível de queima limpa, por gerar apenas vapor d‘água, sendo, por isso, uma alternativa potencial aos combustíveis fósseis que são responsáveis pela emissão de poluentes atmosféricos e gases de efeito estufa. Em contrapartida, é importante avaliar todo o ciclo de vida do combustível, que no caso do hidrogênio pode aumentar as emissões de poluentes atmosféricos no seu suprimento, dependendo do processo químico de produção que é utilizado. Ele pode ser produzido pelo processo de gasificação termoquímica em conjunto com uma transformação do gás, por uma rápida pirólise seguida de uma reforma das frações de hidrato de carbono do bio-óleo, pela conversão do gás sintético produzido pela biomassa, pela conversão supercrítica ou microbial da biomassa ou ainda pela fermentação de hidrogênio escuro. Também pode ser produzido a partir de compostos líquidos, como etanol, metanol e amônia (Champagne, 2008). A oportunidade de uso deste combustível no transporte rodoviário é aplicá-lo em um motor elétrico alimentado a uma pilha a combustível, onde o hidrogênio alimenta uma célula a combustível para gerar energia elétrica para a movimentação do veículo. Outra forma de utilização do hidrogênio é numa mistura com gás natural com aplicação num motor de combustão interna a gás, ou seja, um motor com ignição por centelhamento (Park et al, 2011). 6.3. Desenvolvimento de Sistemas de Propulsão Alternativos Os veículos com sistemas de propulsão alternativos são aqueles que apresentam um sistema diferenciado em relação aos veículos equipados com motor de combustão interna e sistema de transmissão mecânico, como é o caso dos veículos híbridos, elétricos a bateria e elétricos a pilha-combustível, por exemplo A seguir serão apresentadas as características de cada um individualmente. 6.3.1. Veículos Híbridos Nos veículos com propulsão híbrida é usada mais de uma fonte de propulsão. Propulsões híbridas podem incorporar vários acumuladores e/ou conversores de energia, similares ou diferentes. O objetivo do desenvolvimento da propulsão híbrida é combinar diversos propulsores de modo a aproveitar as vantagens de cada um sob diferentes condições operacionais, fazendo com que a soma das vantagens compense os altos custos associados à propulsão híbrida. Em muitas configurações de propulsões híbridas o motor de combustão interna é dimensionado para uma dada faixa de potência necessária, que é suplementada por acumuladores de energia mecânicos ou elétricos (Bosch, 2004). Existem propulsões híbridas que não possuem motor de combustão interna e usam somente componentes de propulsão elétrica alimentadas a partir de baterias ou de uma rede de PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) transmissão elétrica externa. Outros possuem duas fontes diferentes de energia eletroquímica combinadas de modo a obter uma fonte de alta potência e uma fonte de alta capacidade de armazenamento. Propulsões híbridas que combinam um motor de combustão interna com um propulsor elétrico são as mais utilizadas atualmente (Bosch, 2004). Existem duas configurações possíveis para um sistema de propulsão híbrido elétrico: em série ou em paralelo. Na configuração em série, o motor de combustão interna é ligado diretamente a um gerador que transformará a energia mecânica em elétrica. Este, por sua vez, está acoplado a um controlador, que permite a troca de energia com o banco de baterias e com o motor elétrico, liberando energia quando necessária para o funcionamento do motor e armazenando energia excedente no banco de baterias. Por fim, destaca-se o motor elétrico que está acoplado ao eixo de tração das rodas e será responsável pelo movimento do veículo. Desta forma, ambos os motores de combustão interna e elétrico são responsáveis por gerar energia e essa configuração permite uma melhor eficiência térmica do motor de combustão interna e, com isso, reduzir as emissões atmosféricas (Folkson, 2014). A Figura 9 apresenta esquematicamente esse tipo de sistema de propulsão. Figura 9. Esquema do sistema de propulsão híbrido em série Fonte: D‘Agosto, 2004 Por outro lado, na configuração em paralelo o motor de combustão interna e o motor elétrico são independentes e ambos podem tracionar o veículo. A decisão de qual motor será usado é feita por meio de controle automático, que faz com que o motor elétrico seja acionado durante a partida e movimentação do veículo a baixas velocidades, sendo o motor de combustão interna utilizado para maiores velocidades. O motor elétrico está conectado a um controlador e ao banco de baterias, que também podem armazenar a energia cinética regenerada durante a frenagem. A Figura 10 apresenta esquematicamente esse tipo de sistema de propulsão híbrido em paralelo. PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Figura 10. Esquema do sistema de propulsão híbrido em paralelo Fonte: D‘Agosto, 2004 Ainda é possível utilizar um sistema misto, que incorpora os sistemas em série e paralelo em conjunto. É possível aproveitar os melhores recursos que ambos os sistemas podem oferecer, no caso do sistema em série com o seu melhor índice de autonomia para longos percursos e o paralelo a possibilidade de mover o veículo com o motor de combustão desligado (Rodrigues, 2009). Em contrapartida, é possível ter outra configuração híbrida diesel-mecânica que não apresenta um sistema de conversão e nem de transmissão de energia: é a chamada tecnologia flywheel. Ela é composta por um sistema de engrenagens com rotação livre (flywheel), um sistema de transmissão variável contínuo (CVT) e uma conexão linear. Nesta tecnologia, a energia cinética proveniente da frenagem é recuperada e armazenada na flywheel pelo CVT. Conforme a energia vai sendo transferida na conexão linear para a flywheel, essa própria ajuda a desacelerar o veículo. Quando o veículo é novamente acelerado, a energia armazenada é novamente transferida para as rodas pelo CVT. Essa tecnologia vem ganhando força atualmente em função da necessidade de se reduzir a emissão de poluentes (Folkson, 2014). Adicionalmente, existe ainda outro tipo de sistema híbrido, o sistema de propulsão híbrido diesel-hidráulico. Neste caso, ao invés de ser usado um motor elétrico e um controlador em conjunto com o motor de combustão interna, é utilizado um motor hidráulica e um acumulador hidráulico, que armazena energia cinética liberada pela frenagem das rodas por meio de um fluido. Da mesma forma que o sistema de propulsão híbrido diesel-elétrico, o híbrido dieselhidráulico também podem ter as configurações em série e em paralelo. No sistema hibrido hidráulico em série, toda a transferência de potência mecânica do motor a combustão é transmitido diretamente para as rodas por meio de uma transmissão hidráulica. A estratégia de funcionamento deste sistema é carregar o acumulador durante os eventos de frenagem e usar esta energia hidráulica armazenada para movimentar o veículo. Durante a frenagem, o motor hidráulico funciona como uma bomba, succionando um fluido do reservatório de baixa pressão e carregando o acumulador de alta pressão (Rodrigues, 2010). Já a configuração em paralelo, a movimentação das rodas pode consumir somente a energia hidráulica armazenada no acumulador, não sendo necessária a utilização do motor de combustão interna. Durante a desaceleração, o motor succiona o fluido do reservatório hidráulico transmitindo o mesmo para o acumulador, realizando o trabalho de pressurização do fluido. No momento em que o veículo necessita realizar a aceleração, o fluido pressurizado PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) no acumulador é descarregado para o motor que por sua vez, irá, através da pressão e vazão de fluido recebido, transmitir torque para a caixa de marchas conectada ao sistema de tração do veículo (Rodrigues, 2010). O motor de combustão interna, por sua vez, segue o mesmo princípio do sistema híbrido diesel-elétrico em paralelo, sendo acionado quando o veículo atinge maiores velocidades. Desta forma, as diferenças entre os sistemas de propulsão híbrido diesel-elétrico e o híbrido diesel-hidráulico podem ser resumidas da forma apresentada na Tabela 3. Tabela 3. Comparação dos sistemas híbridos diesel-elétrico e diesel-hidráulico Sistema de propulsão híbrido diesel-elétrico Sistema de propulsão híbrido diesel-hidráulico O excesso de potência do motor é continuamente A energia cinética da frenagem é armazenada em um acumulado em uma bateria durante um período mais acumulador hidráulico e imediatamente reutilizada longo e utilizado conforme necessidade para a partida Alta densidade energética e baixa densidade de Alta densidade de potência e baixa densidade potência: A bateria pode absorver uma grande energética: Há limites para a quantidade de energia quantidade de energia, mas o tempo de carga é que o sistema pode acumular. Porém, demora menos relativamente longo, não sendo possível recuperar coletar e armazenar esta energia, sendo utilizada à integralmente a energia de frenagem medida que for requerida A energia é armazenada em baterias. A energia total de frenagem é alimentada em um acumulador hidráulico e armazenada. Fonte: Adaptado de Bosh, 2011 6.3.2. Veículos Elétricos Os veículos elétricos são aqueles que apresentam somente o motor elétrico para tração, por isso, não emitem poluentes atmosféricos e gases de efeito estufa, além de serem mais eficientes em comparação aos veículos equipados com sistema de propulsão convencional. Neles o responsável pela regulagem da potência de tração é geralmente o controlador, convertendo a posição do acelerador nos respectivos valores de corrente e tensão para serem transmitidas ao motor elétrico (Bosch, 2004). O fornecimento de energia para o controlador pode ser de duas formas: pela energia elétrica da rede, pulg-in ou por uma célula-combustível. No primeiro caso, o veículo é conectado diretamente a uma rede externa, fazendo o abastecimento direto de energia elétrica para o funcionamento do motor via controlador. Já no caso dos veículos plug-in, eles apresentam um banco de baterias que é conectado a uma ligação pulg-in, para que ele seja abastecido por uma rede externa. A energia elétrica será armazenada no bando de baterias, que fornecerá essa energia ao motor pelo controlador. O esquema de funcionamento desse sistema está esquematizado na Figura 11. PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Figura 11. Esquema do sistema de propulsão elétrico Fonte: D‘Agosto, 2004. Por fim, a célula-combustível é uma célula eletroquímica que utiliza a energia química de um combustível apropriado para transformar continuamente em energia elétrica usando o oxigênio atmosférico. Os combustíveis mais comuns para esta finalidade são o hidrogênio, o metanol, e, em menor escala, o metano (a temperaturas muito altas). Como os combustíveis convencionais não podem ser usados diretamente, eles devem ser convertidos em H2 através de uma reação química de reforma gasosa. Um sistema a pilha combustível opera com elevada eficiência e baixa emissão de poluentes. Embora há muito tempo se tente fazer com que as pilhas combustível funcionem diretamente com diversos combustíveis, as atuais necessitam de H2 como fonte de energia. Para uma aplicação no transporte rodoviário, o H2 precisa ser armazenado no veículo ou extraído de outra fonte de energia a bordo por meio de um processo de reforma química (Bosch, 2004). A Figura 12 apresenta esquematicamente esse sistema de propulsão. Figura 12. Esquema do sistema de propulsão a célula-combustível Fonte: D‘Agosto, 2004. PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) A partir da definição das tecnologias convencionais e da apresentação das alternativas tecnológicas para o transporte rodoviário de carga, serão caracterizados e contabilizados na próxima seção os trabalhos encontrados pela revisão bibliográfica sistemática, de acordo com a metodologia apresentada na Seção 4. 7. APLICAÇÃO DO PROCEDIMENTO DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA E RESULTADOS ENCONTRADOS Seguindo a metodologia de revisão bibliográfica sistemática apresentada na Seção 4 deste trabalho será apresentada a aplicação do procedimento utilizado e serão apresentados os resultados encontrados nas atividades. 7.1. Atividade 1: Planejamento Esta atividade consiste em identificar a necessidade deste trabalho adotar a revisão bibliográfica sistemática e, a partir daí, elaborar a proposta e protocolo que será utilizado neste processo. 7.1.1. Identificar a necessidade da revisão Conforme exposto nas Seções 1 e 5 deste trabalho, o transporte rodoviário de carga é o mais utilizado atualmente e consome uma expressiva quantidade de energia proveniente do petróleo, o que faz com que ele seja responsável por grande parte das emissões de poluentes atmosféricos e gases de efeito estufa. Desta forma, faz-se necessário identificar as alternativas tecnológicas existentes para o este setor, de forma que modifique este quadro. Sendo assim, é necessária a elaboração de uma revisão bibliográfica sistemática das alternativas tecnológicas existentes no mundo para verificar quais são as mais expressivas e levantar os dados do custo de aquisição por unidade ou equipamento, o consumo de combustível e as emissões de gases de efeito estufa e poluentes atmosféricos. A partir daí, será possível avaliar quais são as oportunidades de investimento, tendo em vista que as redução das emissões de gases de efeito estufa e poluentes atmosféricos podem compensar o aumento do custo operacional pelo investimento. 7.1.2. Elaborar a proposta da revisão A proposta deste trabalho é analisar as alternativas tecnológicas para o transporte rodoviário de carga que fazem parte das duas linhas de atuação do ASIF, ―intensidade e ―combustível‖. Desta forma, foi realizada uma revisão bibliográfica sistemática a fim de caracterizar as alternativas tecnológicas em função de três fatores: o aprimoramento de tecnologia convencional, o desenvolvimento de novas fontes de energia e o desenvolvimento de novos sistemas de propulsão. Será feita uma comparação destas alternativas tecnológicas em função dos aspectos financeiro (avaliado pelo atributo custo de aquisição de cada unidade ou equipamento), econômico (avaliado pelo atributo consumo de combustível) e ambiental (avaliado pelo atributo emissão de poluentes atmosféricos e gases de efeito estufa). 7.1.3. Desenvolver o protocolo da revisão PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) O protocolo de revisão bibliográfica sistemática segue as etapas de Identificação, Seleção e Inclusão dos trabalhos. Por meio da etapa de Identificação dos trabalhos, foi possível selecionar aqueles que se relacionavam com a temática direcionada pelas palavras-chave, de modo que pudesse encontrar as referências que indicassem uma redução do impacto ambiental de veículos rodoviários de carga movidos por motor diesel. Assim, a base de dados compôs artigos científicos de periódicos internacionais encontrados na base Science Direct, artigos científicos de congressos, relatórios técnicos elaborados por instituições internacionais, relatórios empresariais de fabricantes de veículos de carga, guias de boas práticas, feitos por instituições internacionais para uma boa prática da logística e transporte de carga e, por fim, livros didáticos sobre a temática em questão. Para o caso das referências que não foram buscadas pela Base de Dados Science Direct, optou-se por fazer um levantamento por meio de uma pesquisa na internet de instituições internacionais que atuam na área de energia e transporte de carga e empresas fabricantes de veículos de carga que atuam no Brasil. Nesta etapa, também foi feita uma delimitação temporal considerando os 10 últimos anos. A Figura 13 ilustra essa etapa. IDENTIFICAÇÃO DOS TRABALHOS Base de dados: Science Direct, instituições internacionais, fabricantes de veículos, congressos na área Operador Boleano: ―e‖ ―ou‖ Delimitação temporal: 2004 - 2014 Operador Boleano: ―e‖ Objeto de estudo: veículos rodoviários de carga com motor do ciclo Diesel Pavaras-chave: alternative fuels for freight transport; alternative fuels for heavy-duty vehicles; alternative fuels for trucks; alternative propulsion system for freight transport; green freight transport; green technologies for freight transport; hybrid electric heavy-duty vehicles; low carbon freight transport; sustainable freight transport ―ou‖ Tipos de trabalho: periódicos científicos, relatórios técnicos, ―ou‖ relatórios empresariais, guias de boas práticas, livros Abordagem geográfica: não delimitada Figura 13. Etapa de Identificação dos trabalhos Posteriormente foi feita a etapa de Seleção dos trabalhos, com o objetivo de selecionar aqueles que apresentam alguma alternativa tecnológica como melhoria para o transporte de carga. Desta forma, estudos que indicassem alguma melhoria não tecnológica ou alguma melhoria na gestão do sistema foram excluídos. PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Por fim, a etapa de Inclusão dos trabalhos permitiu selecionar apenas aqueles que apresentam uma quantificação dos resultados do estudo de alternativas tecnológicas para o transporte rodoviário de carga. Tanto artigos que apresentam uma aplicação quanto artigos que sejam apenas uma revisão na literatura puderam ser selecionados, desde que apresentassem a quantificação dos resultados. Desta forma, trabalhos que apenas apresentassem uma solução ou indicassem uma avaliação qualitativa das alternativas tecnológicas não foram incluídos. Os resultados quantitativos buscados estão relacionados com os aspectos econômico, financeiro e ambiental, por meio da quantificação dos indicadores consumo de combustível, custo de aquisição de cada unidade ou equipamento e emissão de poluentes atmosféricos e gases de efeito estufa, respectivamente. Estes são medidos quando se compara a alternativa tecnológica com a tecnologia convencional, ou seja, o quanto a alternativa é melhor ou pior em relação à tecnologia convencional. A Figura 14 ilustra as etapas de Seleção e Inclusão dos trabalhos. SELEÇÃO DOS TRABALHOS Abordagem temática: alternativas tecnológicas para o transporte rodoviário de carga INCLUSÃO DOS TRABALHOS Inclusão: trabalhos que apresentam uma aplicação com quantificação de resultados Inclusão: trabalhos que apresentam uma revisão na literatura com quantificação de resultados Exclusão: trabalhos que apresentam uma aplicação, porém sem quantificação dos resultados Figura 14. Etapas de Seleção e Inclusão dos trabalhos 7.2. Atividade 2: Realização Esta atividade consiste em apresentar os resultados encontrados pela revisão bibliográfica sistemática e identificar e avaliar os trabalhos incluídos no processo. Posteriormente serão apresentados os dados extraídos deste processo. 7.2.1. Identificar e incluir os trabalhos Seguindo a metodologia apresentada na Seção 4 para a revisão bibliográfica sistemática, foram reunidos 148 trabalhos, sendo identificados 135 que abordam soluções para a redução dos impactos ambientais do transporte rodoviário de carga. Dentre eles, 123 trabalhos puderam ser selecionados, onde apresentam um estudo sobre alternativas tecnológicas. Por PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) fim, foram incluídos 79 trabalhos que realmente apresentam uma quantificação dos resultados ao se adotar certa alternativa tecnológica para o transporte rodoviário de carga. Desta forma, foram excluídos 13 trabalhos na etapa de Identificação, 12 trabalhos na etapa de Seleção e 44 trabalhos na etapa de Inclusão, resultando num total de 69 trabalhos excluídos, que representam 51,1% dos trabalhos reunidos pela revisão bibliográfica sistemática (Figura 15). 160 140 120 100 80 60 40 20 0 Identificados Selecionados Incluídos Figura 15. Quantidade de trabalhos reunidos em cada etapa da revisão sistemática Dentre os trabalhos identificados pela revisão, a maioria apresenta um estudo de aplicação de uma determinada alternativa tecnológica para o transporte rodoviário de carga (83,9%) e apresentam os resultados quantificados (56,4%). Poucos apresentam somente um estudo de revisão na literatura (Figura 16). 140 120 100 80 Sim 60 Não 40 20 0 Apresentam revisão de literatura Apresentam aplicação Quantificam resultados individuais Figura 16. Características dos trabalhos identificados pela revisão sistemática 7.2.2. Avaliar os trabalhos incluídos PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) A revisão bibliográfica sistemática permitiu incluir 79 trabalhos, sejam artigos científicos, relatórios técnicos ou empresariais, guias de boas práticas e livros didáticos. A partir da Figura 17 é possível observar que 45,6% dos trabalhos foram obtidos por meio de revistas científicas internacionais. Publicações de instituições internacionais também tiveram destaque no processo de revisão sistemática. 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Artigos científicos de periódicos internacionais Artigos Relatórios Guias de boas científicos de empresariais de práticas congressos fabricantes de veículos de carga Relatórios Livros didáticos técnicos de instituições internacionais Figura 17. Distribuição dos trabalhos por tipo de referência Os artigos científicos também foram reunidos de acordo com o local de estudo. A partir da Figura 18 é possível observar que a Europa e a Ásia são os dois continentes que mais tiveram artigos publicados, ambos representando 21,5% do total de artigos reunidos respectivamente. 35 30 25 20 15 10 5 0 América do Norte América do Sul Ásia Europa Oceania Não especificado Figura 18. Distribuição da quantidade de artigos por local de estudo As publicações incluídas pela revisão bibliográfica sistemática tiveram a distribuição temporal indicada pela Figura 19. A maior parte deles foi publicada em 2005 e 2013. PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) 16 14 12 10 8 6 4 2 0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Figura 19. Distribuição da quantidade de artigos por ano de publicação Em relação aos artigos científicos pesquisados na base de dados Science Direct pela revisão bibliográfica sistemática, foram incluídos 36 artigos por meio de dez palavras-chave, sendo que a maior quantidade de artigos reunidos foi a partir das palavras-chave alternative fuels for heavy-duty vehicles e alternative fuels for trucks. A distribuição da quantidade de artigos por palavra-chave é indicada na Figura 20. low carbon freight transport hybrid hydraulic heavy-duty vehicles green freight transport alternative propulsion system for freight transport alternative fuels for trucks alternative fuels for heavy-duty vehicles alternative fuels for freight transport 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Figura 20. Distribuição da quantidade de artigos reunidos por palavra-chave Por fim, considerando apenas os artigos científicos publicados em periódicos internacionais, foram levantados 17 periódicos diferentes pela revisão bibliográfica sistemática. A maior quantidade de artigos científicos foi publicada nos periódicos Energy e Energy Policy, representando 27,8% do total de artigos reunidos. Porém a grande parte dos artigos é proveniente de diferentes revistas, como é possível observar pela Figura 21. PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Energy Policy Energy Transportation Research Part D Fuel Fuel Processing Technology Renewable and Sustainable Energy Reviews Procedia - Social and Behavioral Sciences Atmospheric Environment Waste Management Transportation Research Part E Journal of Scientific and Industrial Research Journal of Power Sources Journal of Environmental Sciences Journal of Cleaner Production International journal o f hydrogen energy Energy Conversion and Management Applied Energy 0 1 2 3 4 5 6 Figura 21. Distribuição da quantidade de artigos publicados por revista internacional 7.2.3. Extrair dados e informações A revisão bibliográfica sistemática permitiu levantar 79 trabalhos que puderam fornecer resultados quantitativos de estudos sobre as alternativas tecnológicas para o transporte rodoviário de carga. Desta forma, foram agrupados os resultados dos indicadores consumo de combustível, custo de aquisição de cada unidade ou equipamento e emissão de poluentes atmosféricos e gases de efeito estufa, indicados pelos trabalhos. O consumo de combustível é medido em porcentagem de redução ou aumento, o de aquisição de cada unidade ou equipamento da alternativa tecnológica é medido em US$/unidade e as emissões em porcentagem de redução ou aumento. No caso de haver o custo em euros ou libras, foi feita a conversão para dólar considerando a conversão de € 1 corresponder a US$ 1,13, e £ 1 a US$ 1,50 (indicada pelo Banco Central em 30/01/15). Após selecionar os resultados apresentados pelos trabalhos, foi feito o agrupamento dos resultados de cada alternativa tecnológica, respeitando as características de operação (distribuição, coleta ou transferência) e tipo de veículo de cada estudo (veículo comercial leve e caminhão semi-leve, leve, médio, semi-pesado ou pesado), quando indicava. Os resultados são apresentados no ANEXO I deste trabalho, sob a forma de uma tabela, onde as alternativas tecnológicas são separadas em Desenvolvimento de Novos Sistemas de Propulsão, Desenvolvimento de Novas Fontes de Energia e Aprimoramento de Tecnologia Convencional. A análise dos resultados está descrita na sub-seção a seguir. 7.2.4. Sintetizar os dados A partir dos dados organizados pela tabela apresentada no ANEXO I, foi possível identificar os intervalos de variação dos valores dos aspectos observados pelo presente trabalho. Esses intervalos foram obtidos pelo levantamento da amplitude total (Governo do Estado do PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Amazonas, 2004) dos dados obtidos para cada alternativa tecnológica, determinando os valores mínimo e máximo, para que fosse definido o intervalo. Esse procedimento foi seguido para a obtenção dos resultados dos aspectos financeiro e ambiental de cada alternativa tecnológica, levando em consideração as especificidades de cada estudo. Cél ula co mb ustí vel a hid rog Elétrico a êni bateria o Assim, as Figuras 22, 23 e 24 apresentam as variações de consumo de combustível, custo de aquisição da alternativa tecnológica e emissão de CO2 para o desenvolvimento de novos sistemas de propulsão. não especificado caminhão pesado, distribuição distribuição não especificado Híbrido dieselhidráulico caminhão pesado, transferência caminhão pesado, coleta caminhão pesado caminhão médio, coleta em paralelo: caminhão médio em série, caminhão médio Híbrido diesel-elétrico caminhão pesado, transferência caminhão médio, distribuição caminhão leve, distribuição caminhão pesado, coleta caminhão pesado, distribuição caminhão pesado veículo comercial leve não especificado -80 -70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0 Elétrico a bateria não especificado caminhão pesado, distribuição Híbrido dieselelétrico Célul acomb ustív el a hidro gênio Figura 22. Consumo de combustível para novos sistemas de propulsão caminhão leve, distribuição caminhão leve, distribuição caminhão médio não especificado caminhão pesado, distribuição não especificado $- $20.000,00 $40.000,00 $60.000,00 $80.000,00$100.000,00$120.000,00$140.000,00$160.000,00 custo de aquisição (US$/unidade) Figura 23. Custo de aquisição de novos sistemas de propulsão PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ Elétrico a bateria PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) distribuição Híbrido diesel-elétrico caminhão pesado, coleta caminhão pesado, distribuição veículo comercial leve -35 -30 -25 -20 -15 -10 -5 emissão de CO2 (%) Figura 24. Emissão de CO2 para novos sistemas de propulsão É possível observar que a maioria dos trabalhos incluídos a partir da revisão bibliográfica sistemática citam as alternativas tecnológicas: sistemas de propulsão híbridos, biodiesel e melhorias no projeto e nos sistemas de propulsão e transmissão convencionais dos veículos. Em relação aos veículos híbridos, eles podem promover uma redução do consumo de combustível que pode variar entre 6,3% e 50%, com redução de no máximo 30% das emissões de CO2, 62,3% de CO e 222,7% de HC (Walkowicz, Lammert e Curran, 2012), podendo variar seu custo de aquisição de cada veículo (unidade) de US$5.650,00 a 56.500,00. Em contrapartida, Walkowicz, Lammert e Curran, 2012 e Burton et al, 2013 afirmam que essa alternativa tecnológica pode aumentar as emissões de NOx. Já as Figuras 25, 26, 27, 28, 29 e 30 apresentam as variações de consumo de combustível e emissões de CO2, NOx, HC, CO e MP para o desenvolvimento de novas fontes de energia, respectivamente. 0 PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ Biodiesel Outras fontes de energia PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) -100 -80 -60 GLP em veículo comercial leve GLP com veículo mais eficiente hidrogênio DME (biomassa) DME biogás gás natural em caminhão médio, com coleta gás natural em caminhão pesado gás natural em caminhão médio gás natural (GNC) gás natural etanol óleo de soja (B5 e B20) óleo residual (B5 e B20) gordura animal (B5 e B20) gordura animal óleo de girassol ou colza óleo de soja (B20) óleo de soja óleo de colza caminhão pesado B20, B50 sem especificação -40 -20 0 20 consumo de combustível (%) Mistu Gás ra natura butan l Mistura etanol- ol- (GNL diesel diesel ) GLP Figura 25. Consumo de combustível para novas fontes de energia sem especificação sem especificação B40 E20 E10 E7 óleo de soja (B20): caminhão pesado, transferência Biodiesel óleo de palma parafínico óleo de soja óleo residual gordura animal sem especificação -20 -10 0 10 20 30 emissão de CO2 (%) Figura 26. Emissão de CO2 para novas fontes de energia 40 50 60 70 PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ Biodiesel Outras fontes de energia PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) -100 diesel sintético (GTL) DME em caminhão médio duplo combustível (gás + diesel) gás natural (GNL) gás natural em veículo comercial leve gás natural mistura butanol-diesel mistura butanol-diesel (B40) mistura butanol-diesel (B25) mistura butanol-diesel (B10) mistura etanol-diesel (E20) mistura etanol-diesel (E15) mistura etanol-diesel (E10) mistura etanol-diesel (E7) mistura etanol-diesel mistura etanol-diesel com sistema SCR biodiesel de óleo de colza, com SCR (B30 e B100) biodiesel de soja (B20) em caminhão pesado, transferência biodiesel de óleo de palma parafínico (B5 e B20) óleo residual (B5 e B20) óleo de gordura animal (B5 e B20) óleo de soja (B5 e B20) biodiesel de óleo de colza e residual de fritura (B100) em… biodiesel de óleo de soja, canola, óleo residual de fritura,… diesel da pirólise do pneu (B20) biodiesel (B100) biodiesel (B80) biodiesel (B40) biodiesel (B20 e B50) óleo de soja caminhão pesado óleo de colza -80 -60 -40 -20 0 20 40 emissão de NOx (%) Figura 27. Emissão de NOx para novas fontes de energia 60 80 100 PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ Biodiesel Outras fontes de energia PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) -400 diesel sintético (GTL) DME em caminhão médio duplo combustível (gás + diesel) gás natural mistura butanol-diesel (B10) mistura etanol-diesel (E20) mistura etanol-diesel (E10) mistura etanol-diesel (E7) mistura etanol-diesel com sistema SCR biodiesel de óleo de colza, com SCR (B30 e B100) biodiesel de soja (B20) em caminhão pesado, transferência biodiesel de óleo de palma parafínico (B5 e B20) óleo residual (B5 e B20) óleo de gordura animal (B5 e B20) óleo de soja (B5 e B20) biodiesel de óleo de colza e residual de fritura (B100) em caminhão… diesel da pirólise do pneu (B20) biodiesel (B80) biodiesel (B40) biodiesel (B20 e B50) óleo de soja caminhão pesado óleo de colza -300 -200 -100 emissão de HC (%)0 100 200 300 Biodiesel Outras fontes de energia Figura 28. Emissão de HC para novas fontes de energia diesel sintético (GTL) DME em caminhão médio duplo combustível (gás + diesel) gás natural mistura butanol-diesel (B40) mistura etanol-diesel (E15) mistura etanol-diesel (E10) mistura etanol-diesel (E7) biodiesel de óleo de colza, com SCR (B30 e B100) biodiesel de soja (B20) em caminhão pesado, transferência biodiesel de óleo de palma parafínico (B5 e B20) óleo residual (B5 e B20) óleo de gordura animal (B5 e B20) óleo de soja (B5 e B20) biodiesel de óleo de colza e residual de fritura (B100) em caminhão… diesel da pirólise do pneu (B20) biodiesel (B80) biodiesel (B40) biodiesel (B20 e B50) óleo de soja caminhão pesado óleo de colza -150 -100 -50 0 50 emissão de CO (%) Figura 29. Emissão de CO para novas fontes de energia 100 150 200 PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ Biodiesel Outras fontes de energia PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Redução de 100 ppm de enfre no diesel: caminhão pesado Redução de 100 ppm de enxofre no diesel: veículo comercial leve Diesel de baixo teor de enxofre: caminhão pesado Diesel de baixo teor de enxofre: veículo comercial leve DME em caminhão médio gás natural mistura butanol-diesel (B25) mistura butanol-diesel (B10) mistura etanol-diesel (E20) mistura etanol-diesel (E15) mistura etanol-diesel (E10) mistura etanol-diesel (E7) mistura etanol-diesel biodiesel de óleo de colza, com SCR (B30 e B100) biodiesel de soja (B20) em caminhão pesado, transferência biodiesel de óleo de palma parafínico (B5 e B20) óleo residual (B5 e B20) óleo de gordura animal (B5 e B20) óleo de soja (B5 e B20) biodiesel de óleo de soja, canola, óleo residual de fritura, sebo… biodiesel (B100) biodiesel (B80) biodiesel (B40) biodiesel (B20 e B50) óleo de soja caminhão pesado óleo de colza -150 -100 -50 0 50 emissão de MP (%) 100 150 200 Figura 30. Emissão de MP para novas fontes de energia A partir dos gráficos apresentados para os intervalos dos resultados das fontes alternativas de energia, é possível observar que certas fontes podem reduzir expressivamente o consumo de combustível como é o caso do DME que apresenta uma variação de 51% a 82% (Lindfeldt et al, 2010, Willkran, 2005 e Kroon, 2005) de redução, e o gás natural, que varia entre 25% a 71% segundo Machado et al (2005), Windecker e Ruder (2013), Ribeiro et al (2010), Willkrans (2005) e Kroon (2005). Essas fontes alternativas também podem alcançar reduções de 14,9% das emissões de CO2 (Cheenkachorn, Poompipatpong e Ho, 2013) e 90% das emissões de NOx (GTZ, 2005 e 2006) pelo uso de gás natural e 74 % das emissões de HC, 95% das emissões de CO e 94% das emissões de MP pelo uso de DME, segundo Goto, Oguma e Suzuki (2005). Quanto ao biodiesel, esse combustível alternativo pode promover uma redução do consumo de combustível em alguns casos, podendo atingir o máximo 58% de redução para uma mistura com 20% de biodiesel de soja (Heck. 2010 e Heck, 2013). Por outro lado, a grande maioria dos estudos aponta para o aumento do consumo de combustível, que pode ser explicado pelo menor poder calorífico inferior (PCI) do biodiesel, ou seja, para fornecer a mesma quantidade de energia fornecida pelo diesel o biodiesel necessita de maior quantidade de massa, o que aumenta o consumo específico do combustível (Puquevicz et al, 2008). Foi observado que o aumento do consumo pode variar entre o mínimo de 0,6% e no máximo de 13,47%, se comparado com o diesel (Xiaoming et al, 2005, Soltic et al, 2009, Yu et al, 2014, López et al, 2009, McKinnon et al, 2010, Volvo, 1998, Willkrans, 2005 e Kroon, 2005). PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Mas a grande atenção que os estudos têm dado ao biodiesel se deve ao fato dele promover a redução das emissões de poluentes atmosféricos locais, em particular o HC, MP e CO, podendo chegar a 60%, 50% e 97,94% pelo uso de biodiesel numa mistura B80 (McKinnon eta al, 2010), B100 (Salvi, Subramanian, e Panwar, 2013) e pelo emprego do biodiesel em caminhão pesado (Soltic et al, 2009 e Yu et al, 2014), respectivamente. Em contrapartida, a maior parte dos estudos afirma que especialmente as emissões de NOx podem aumentar em torno de 3,19%. Por fim, as Figuras 31, 32 e 33 indicam as variações de consumo de combustível, custo de aquisição da alternativa tecnológica e emissão de CO2 para o aprimoramento de tecnologia convencional. Conjunto de melhorias para a redução do arrasto aerodinâmico em… Conjunto de melhorias para a redução do arrasto aerodinâmico Pneu único de base larga: caminhão pesado, transferência Redução da resistência ao rolamento: caminhão pesado, coleta Redução da resistência ao rolamento: caminhão pesado Redução da resistência ao rolamento Uso de defletores inferiores laterais na cabine em caminhão pesado Uso de defletores traseiros e dianteiros em caminhão pesado Uso de defletores traseiros em caminhão pesado Redução de 25% do coeficiente de arrasto: caminhão pesado, transferência Unidade auxiliar de energia (membrana APU): caminhão pesado Unidade auxiliar de energia (aquecedores diretos): distribuição Unidade auxiliar de energia (célula-combustível a bateria) Unidade auxiliar de energia (célula-combustível): caminhão pesado,… Melhoria da eficiência nos sistemas de propulsão e transmissão em… Melhoria da eficiência nos sistemas de propulsão e transmissão Lubrificantes de baixa viscosidade -120 -100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 consumo de combustível (%) Figura 31. Consumo de combustível para o aprimoramento de tecnologia convencional 60 PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Conjunto de melhorias para a redução do arrasto aerodinâmico em… Pneu único de base larga Redução da resistência ao rolamento: caminhão pesado Uso de defletores superiores dianteiros na cabine em caminhão pesado Uso de defletores inferiores laterais na carroceria em caminhão pesado Uso de defletores traseiros em caminhão pesado Redução do peso do motor Eixo de alumínio Unidade auxiliar de energia (membrana APU): caminhão pesado Unidade auxiliar de energia (célula-combustível a óxido sólido) Unidade auxiliar de energia (célula-combustível diesel) Sistema avançado de resfriamento e bombeamento Redução das perdas de fricção no sistema de transmissão em… Sistema EGR $- $10.000,00 $20.000,00 $30.000,00 $40.000,00 $50.000,00 $60.000,00 Custo de aquisição (US$/umidade) Figura 32. Custo de aquisição de equipamentos para o aprimoramento de tecnologia convencional Unidade auxiliar de energia (aquecedores diretos): distribuição Unidade auxiliar de energia (célula-combustível): distribuição Sistema avançado de resfriamento e bombeamento Sistema homogêneo de compressão por ignição Redução das perdas de fricção no sistema de transmissão em caminhão pesado Melhoria da eficiência nos sistemas de propulsão e transmissão Sistema EGR -120 -100 -80 -60 -40 -20 0 emissão de CO2 (%) Figura 33. Emissão de CO2 para o aprimoramento de tecnologia convencional Uma parte dos estudos relacionados à mudanças da tecnologia convencional especifica o tipo de melhoria a ser adotado e indica os benefícios que ela pode trazer. Outros indicam os benefícios de um conjunto de melhorias aplicadas num veículo convencional. No caso de melhorias específicas para reduzir o arrasto aerodinâmico, como o uso de defletores traseiros, dianteiros, superiores e inferiores, tanto na cabine quanto na carroceria do veículo, por PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) exemplo, podem reduzir o consumo de combustível em torno de 4,8% e ter um custo de aquisição de cada unidade ou equipamento médio de US$1.677,00 e de no máximo US$3.150,00 (Baseley et al, 2007, McKinnon et al, 2010, IEA, 2009 e CAI Asia Center, 2011). Existem melhorias que podem atuar na redução da resistência ao rolamento e na redução do peso do veículo, por meio do desenvolvimento de rodas mais leves, pneus com monitoramento da pressão interna e até o uso de um pneu único de base mais larga, ao invés de pares de pneus nos eixos traseiros dos veículos de carga. Nesse caso, a redução do consumo de combustível pode chegar a 11%, com média de 4,9% e de aquisição de cada unidade ou equipamento de no máximo US$3.556,80 (média US$1.610,63) (Bartholomeu e Caixeta-Filho, 2010, Liimatainen et al, 2012, Ozen e Tuydes-Yaman, 2013, McKinnon et al, 2010, C2ES, 2010, EPA, 2009, IEA, 2009, ICCT, 2012, NACFE, 2010, World Bank, 2010, CAI Asia Center, 2010 e CAI Asia Center, 2011). Enfim, para um conjunto de melhorias na aerodinâmica do veículo, é possível observar resultados melhores, como a redução do consumo de combustível em torno de 20,05%, porém com um custo de aquisição de cada unidade ou equipamento em torno de US$15.602,67 (Liimatainen, 2012, Litscke e Knitschky, 2012, Lindfeldt et al, 2010, McKinnon et al, 2010, Zanni e Bristow, 2010, Liimatainen et al, 2014, Miralbes, 2012, C2ES, 2010, IEA, 2009, ICCT, 2012, World Bank, 2010, CAI Asia Center, 2010, CAI Asia Center, 2011 e Marques, 2010). Vale ressaltar que foi observado também que alguns estudos indicam duas alternativas tecnológicas sendo aplicadas em conjunto. Gilpin (2005) e Xiaoyan et al (2008) estudam o uso de combustíveis alternativos com a incorporação de sistema SCR para reduzir principalmente as emissões de NOx que, como mencionado anteriormente, pode aumentar em alguns casos. Xiaoyan et al (2008) estuda a mistura etanol-diesel e afirma que pode chegar a uma redução das emissões de NOx de no máximo 71,3%. Gilpin et al (2014) e Uekusa et al (2005) também estudam melhorias na aerodinâmica do veículo em conjunto com a incorporação de um sistema EGR, que pode reduzir até 60% das emissões de NOx, além de no máximo 90% das emissões de MP e 83% de CO. Por fim, IEA (2009) aborda a questão da melhoria na aerodinâmica em conjunto com a melhoria da eficiência do sistema de propulsão, que pode promover 40% de redução do consumo de combustível. 7.3.1. Elaborar os relatórios O cronograma desta dissertação, apresentado na Seção 8, contempla a elaboração de um artigo científico da revisão bibliográfica sistemática que foi desenvolvida, como parte da divulgação deste trabalho. Esse artigo deve ser publicado em periódico internacional. 7.3.2. Apresentar os resultados Os resultados encontrados pela revisão sistemática foram comparados com os resultados indicados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Este prevê que medidas mitigadoras sejam tomadas para que haja a redução as emissões de poluentes atmosféricos e gases de efeito estufa e, com isso, possa reverter o quadro de mudanças climáticas que é vivido pela população mundial hoje. PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Segundo 8º capítulo do Quinto Relatório de Avaliação do IPCC, que indica ações mitigadoras dos impactos ambientais para o setor de transporte, a tendência futura é a melhoria do desempenho energético dos veículos, com a redução do consumo de combustível por meio do aumento da eficiência energética dos sistemas de propulsão e de transmissão convencionais (IPCC, 2014). Atualmente, as alternativas tecnológicas que são mais indicadas para emprego no transporte de carga já são aplicadas atualmente nos países da OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Dentre elas estão as melhorias na aerodinâmica dos veículos, a redução da resistência ao rolamento, a melhoria da eficiência do sistema de propulsão convencional, uso do gás natural e biocombustíveis e o uso de veículos híbridos. A modernização do design dos caminhões leves e pesados por meio de melhorias na aerodinâmica tem permitido a redução de 10% do consumo de combustível. Além disso, veículos híbridos diesel-elétricos ou diesel-hidráulicos, usados na maioria das vezes em operações com paradas rápidas, podem alcançar de 20 a 30% de redução do consumo de combustível, segundo o IPCC (2014). A partir daí, é possível verificar que os resultados encontrados pela revisão sistemática, que refletem o que o mundo estuda e aplica hoje, se aproximam dos indicados pelo IPCC. Pela revisão foi possível encontrar uma média de redução do consumo de combustível de 23,02% em relação aos veículos híbridos e uma redução em torno de 5% para melhorias individuais na aerodinâmica e 20% num conjunto de melhorias na aerodinâmica. Também segundo Folkson (2014), a redução da resistência ao rolamento, a melhoria da eficiência no sistema de transmissão do motor, o uso de unidades auxiliares de energia para a redução da ociosidade do veículo e a redução do peso do motor e da tara do veículo podem promover uma redução do consumo de combustível de 4%, 4%, 9% e 5% respectivamente. Ainda indica uma redução de 14% do consumo de combustível pela redução do coeficiente de arrasto aerodinâmico por meio de melhorias no projeto do veículo. Esses valores se aproximam do que foi apontado por CAI Asia Center (2011), que estuda o uso de uma unidade auxiliar de energia que é capaz de economizar cerca de 8% de combustível e por Liimatainen et al (2012) e World Bank (2010), que indicam que a redução da tara do veículo pode promover um ganho de economia de combustível de 2 a 5%. Desta forma, por meio da revisão bibliográfica sistemática foi possível avaliar quais alternativas tecnológicas podem ser aplicadas para o transporte de carga, a fim de minimizar os impactos ambientais do setor. Também foi possível verificar que os estudos seguem a tendência do que está sendo priorizado hoje na política mundial, que é sustentada pelo IPCC. Sendo assim, busca-se, por meio dessa dissertação, avaliar as atuais oportunidades de implementação no Brasil das alternativas tecnológicas que mais tem se desenvolvido no mundo. Para isso, somente com o respaldo econômico, que garanta uma viabilidade econômica, é que essas alternativas poderão ter alguma oportunidade de investimento. Por isso, é tão importante que estudos como esse possam apresentar os ganhos econômicos e ambientais que essas alternativas podem alcançar, para que seja justificada o seu emprego. PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) 8. CRONOGRAMA Tabela 4. Cronograma de elaboração da dissertação ANO Tarefa / Mês Revisão bibliográfica preliminar de alternativas tecnológicas no Brasil e no mundo. Elaboração artigo de revisão bibliográfica narrativa com enfoque preliminar para o Congresso XXVIII ANPET. Reunião com orientador para revisar o artigo e submetê-lo ao Congresso XXVIII ANPET. Participação do Congresso XXVIII ANPET. Revisão bibliográfica sistemática de alternativas tecnológicas no Brasil e no mundo. Elaboração artigo de revisão bibliográfica sistemática para revista internacional. Elaboração do Relatórios de Andamento da Dissertação e apresentação para o orientador. Reunião com orientador para revisar o artigo e fazer as devidas modificações. Submissão do artigo de revisão bibliográfica sistemática à revista internacional. Reunião com orientador para definir como será o cálculo do custo operacional das alternativas tecnológicas. Cálculo do custo operacional de cada alternativa tecnológica. Reunião com orientador para análise dos resultados. Análise da compensação dos ganhos ambientais em função dos custos operacionais de cada alternativa tecnológica. Comparação das alternativas tecnológicas entre si em função dos aspectos financeiros e ambientais. Reunião com orientador para concluir os resultados da análise. Elaboração do Relatórios de Andamento da Dissertação e apresentação para o orientador. Elaboração da dissertação de Mestrado. Elaboração da apresentação para a defesa da dissertação de Mestrado. Elaboração de uma publicação com os resultados da dissertação, para ser submetida em periódico científico m ar a br m ai ju n 2014 j ag s o no de ja fe u o et ut v z n v l m ar a br m ai 2015 j ju u n l 2016 ag s o no de ja fe o et ut v z n v m ar PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS O resultado esperado para a dissertação é a identificação das alternativas tecnológicas para o transporte rodoviário de cargas. Busca-se a compreensão de suas características, vantagens e desvantagens a fim de definir aquelas que são as mais promissoras para investimento no Brasil, considerando os aspectos financeiros, tecnológicos, políticos e ambientais. A partir dos resultados encontrados, espera-se obter uma justificativa para o emprego destas alternativas tecnológicas de forma a fundamentar o diálogo com as partes interessadas no desenvolvimento das mesmas. Os resultados preliminares das atividades desenvolvidas de acordo com o cronograma da dissertação são os seguintes: revisão bibliográfica sistemática; visitas técnicas realizadas: laboratório de biodiesel do IVIG, Laboratório de Bioetanol; publicação de artigo de revisão bibliográfica preliminar para o Congresso XXVIII ANPET. A partir da revisão bibliográfica sistemática foi possível identificar que as alternativas tecnológicas que se mostram as mais promissoras são as melhorias aerodinâmicas no projeto do veículo, o sistema EGR e a unidade auxiliar de energia, como formas de aprimorar a tecnologia convencional dos veículos atuais. Em relação às fontes alternativas de energia, as referências apontam para o biodiesel, o diesel sintético, o DME e o biogás como as mais promissoras. Por fim, em relação aos sistemas de propulsão alternativos, tem destaque o veículo híbrido diesel-elétrico ou diesel-hidráulico e o veículo elétrico. Essas tendências foram corroboradas por Folkson (2014) e apontadas pelo 8º capítulo do Quinto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. Portanto, a partir dessas alternativas tecnológicas levantadas pretende-se calcular o custo operacional de cada alternativa tecnológica e analisar, para um dado tipo de operação, como os ganhos ambientais podem compensar o aumento do custo operacional pelo investimento. 10. AGRADECIMENTOS À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), à Confederação Nacional do Transporte (CNT), ao Serviço Social do Transporte (SEST), ao Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT), e também para o Instituto de Transporte e Logística (ITL) pelo suporte financeiro para elaboração deste trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] AEA. Seminário: Biodiesel. Congresso da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, São Paulo, 2011. [2] S. Murugan, M. C. Ramaswamy, G. Nagarajan. Tyre Pyrolysis Oil as an Alternate Fuel for Diesel Engines. Fuels & Lubrificants - Meeting and Exhibition. Índia, 2005. [3] Machado, G. B., Cordeiro de Melo, T. C., Lastres, L. F. M. 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PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) ANEXO I Fatores Características Híbrido diesel-elétrico Híbrido diesel-elétrico Híbrido diesel-elétrico Híbrido diesel-elétrico Híbrido diesel-elétrico Híbrido diesel-elétrico Desenvolvi mento de Novos Sistemas de Propulsão Sistema de propulsão híbrido Tipo de Veículo Alternativa Tecnológica Híbrido diesel-elétrico Híbrido diesel-elétrico Híbrido dieselhidráulico em série Híbrido dieselhidráulico em paralelo Híbrido dieselhidráulico Híbrido dieselhidráulico Híbrido dieselhidráulico Híbrido dieselhidráulico Híbrido dieselhidráulico Veículo comercial leve Caminhão pesado Caminhão pesado Caminhão leve Caminhão médio Caminhão pesado Caminhão pesado Caminhão médio Caminhão médio Caminhão médio Caminhão pesado Caminhão pesado Caminhão pesado Caminhão pesado Tipo de Aplicação Custo de Consumo aquisição de de cada unidade ou Combustíve equipamento l (%) (US$/unidade) - (-) 15 - 20 - (-) 30 - (-) 5 - 39 Coleta (-) 15 - 25 Distribuiç ão Distribuiç ão Distribuiç ão Transferê ncia (-) 23 $ 32.653,00 CO2 - NOx - MP - HC - CO - (-) 18 22 Referências 16, 56, 60, 67 84 $ 42900 55300 58, 49 (-) 13,04 - 20 64 $ 43.326,00 93 (-) 16 - 37 (+) 46 - 77 (-) 7 - 50 $ 56.500,00 (-) 23,3 18,1 (+) 5,1 - 29,1 (-) 6 - - - 92, 94 - (-) 222,7 - 147,5 (-) 62,3 - 3,6 16, 18, 56, 85, 90 - - 33 - (-) 25 - 50 64 - (-) 15 - 30 64 Coleta (-) 12 89 - (-) 15 Coleta (-) 25 - 30 Coleta (-) 19,2 - - - - - - 39 Transferê ncia (-) 22,2 - - - - - - 39 - 66 - 13, 70, 71 PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Sistema de propulsão elétrico Elétrico a bateria - Elétrico a bateria - (-) 5 $ 28.917,00 Caminhão leve Caminhão pesado Distribuiç ão Distribuiç ão Distribuiç ão - - (-) 31 - 33,6 - - (+) 10 - - (-) 49; (+) 5 -6 - - (+) 1 - 4 - - - (+) 1,5 - 4,5 Caminhão médio Coleta (+) 13,17 - - B20: (+) 8, B50: (+) 3 Biodiesel (B40)2 - 2 Elétrico a bateria Elétrico a bateria Célula-combustível a hidrogênio 1 Biodiesel Biodiesel de óleo de colza1 1 Biodiesel Biodiesel de óleo de soja1 Biodiesel de óleo de girassol ou colza1 Biodiesel (B20 e B50) Desenvolvi mento de Novas Fontes de Energia - Biodiesel (B80) 2 Biocombustíve Biodiesel (B100)2 is Biodiesel de óleo de soja (B20) Biodiesel de gordura animal (B20) Biodiesel de óleo de soja, canola, óleo residual de fritura, sebo bovino (B20) Biodiesel de óleo de colza e residual de fritura (B100) Biodiesel de óleo residual de fritura (B5, B10, B20 e B30) Biodiesel de óleo de (-) 15 30 (-) 40 (-) 70 55, 60 $ 50000 150000 $ 113.000,00 $ 117.654,00 - 56 - - - - 47 85 60 (+) 10 56 (+) 10 - 30 (-) 25 - 30 (-) 35 - 51 (-) 51 - 52 19, 72, 73, 74 - (-) 3,5 - 25 (+) 0 - 69,21 (-) 33,48 - 59,29 (-) 19,97 - 97,94 19, 22 - - (+) 10 - 45 (-) 10 - 30 (-) 25 - 51 (-) 50 - 56 19 - - - - - - 45 - B20: (-) 6,8, B50: (-) B20: (-) 13, B50: (-) 27,4 12 B20: (-) 7,1, B50: (-) 29,4 B20: (-) 8, B50: () 11 6 - (+) 4 (-) 22 (-) 36 (-) 22 56 - - (+) 9 (-) 40 (-) 60 (-) 40 56 - - - (+) 13 (-) 50 - - 123 - - (-) 1 - 58 75, 76 - - (-) 16 76 - - - Caminhão médio - - - - - - - - (+) 3 (-)25 - - 7 - - (-) 3,5 - 7 - (-) 25 - 33,3 (-) 23,7 - 27 8 (+) 0,136 3,42 - - - (-) 5,29 - 8,32 (-) 10,5 - 36 (-) 3,33 - 13,1 25 (+) 1 - 2 - (+) 0,3 - -0,5 - 0,1 (gordura (-) 4,2 - 5,9 (gordura -4,8 - 2,4 (gordura (-) 0,3 - 5,9 29 PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) soja, residual de fritura e gordura animal (B5 e B20) 0,8 animal; 1,0 - 1,2 (gordura (residual); 1,2 - 5,1 animal; (soja) (+) 0,1 0,9 (residual) ; (+) 0,2 1,2 (soja) animal; (-) 3,8 - 7 (residual); (-) 4,2 24,7 (soja) animal; (-)2,1 8,8 (residual); 16,8 - 4,3 (soja) (gordura animal; 1,8 - 3,8 (residual); -15,9 1,1 (soja) Biodiesel de óleo de palma com diesel parafínico (B5 e B20) - - - - (-) 7,6 (-) 24,3 (-) 11,1 (-) 39 (-) 34 32 Biodiesel de soja (B20) Caminhão pesado Transferê ncia - - (+) 60 (veículo carregad o) (+) 40 (veículo carregado) (-) 20, (+) 50 (veículo carregado) (-) 29, (+) 30 - 40 (veículo carregado) (-) 21, (+) 30 - 40 (veículo carregado) 46 (+) 14,1 - 50,5 (+) 5,9 - 19,9 (-) 10,1 - 32,1 (+) 1,9 - 12,4 63 Biodiesel de óleo de colza, com SCR6 (B30 e B100) - Etanol12 - - (-) 34 - 55 Mistura etanol-diesel com sistema SCR6 - - - - - (-) 71,3 - 5,5 - (-) 35,9 - 328,2 (-) 3,1 - 1193,7 30 Mistura etanol-diesel1 - - - - - (+) 5,6 - 11,4 (-) 30 - - 31 - E7: (+) 1,6 - 2,2 / E10: (-) 8,6 - (+) 4,8 / E20: (-) 1,8 E7: (-) 1,8 - 5,3 / E10: (-) 13,6 - (+) 36,4 / E15: (-) 5 / E20: (-) 21,9 - (+) 60 E7: (-) 7,1 - 47 / E7: (+) 40 / E10: E10: (-) 57 - (+) 20,7 (-) 17,5 - (+) 100 / / E15: (-) 29 - 60 / E20: (+) 3,5 - 108 E20: (-) 14,5 - 50 E7: (-) 6,3 - (+) 32 / E10: (-) 20 - (+) 34 100 / E15: (-) 27 B10: (-) 8,5 - (+) 7 / B25: (+) 12,9 - (+) 36,2 / B40: (-) 15 (+) 25 B10: (-) 14 - 25 / B25: (-) 38,9 - 73 B10: (+) 45 B40: (+) 76 34 (-) 74 - - - 35 Mistura etanol-diesel (E7, E10 e E20) - - - 56, 73, 74 Mistura butanol-diesel (B10, B25 e B40) - - - - B40: (+) 6-8 Mistura butanol-diesel1 - - - - - Biogás (esgoto) - - (-) 73 73, 74 (-) 51 - 78 54, 73, 74 73, 74 DME Fontes renováveis de energia (gordura animal; (+) 0,6 - 1,4 (residual); (+) 0,6 - 2,1 (soja) 23 DME (biomassa) DME 23 - - (-) 82 Caminhão médio - - - - (-) 27 (-) 94 (-) 74 (-) 95 5 PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Hidrogênio - Mistura hidrogênio-gás Natural1 - - Gás Natural4 - - Gás Natural (GNC) - - Gás Natural4 Gás Natural4 Gás Natural4 Gás Natural (GNL) Gás Natural (GNC) Gás Natural (GNC) Combustíveis fósseis mais limpos - Veículo comercial leve Caminhão médio Caminhão pesado Caminhão médio (-) 53 - 70 (-) 23,7 (30% H2) e (-) 35,4 (40% H2) (-) 19,76 35,29 - - - - - 18, 54 - (-) 2 - 4, (-) 67 (30% H2) e (-) 84 (40% H2) - - (-) 15,17 (30% H2) e (-) 16,2 (40% H2) 24, 26 - - - - - 3 - - - - 73, 74 (-) 71 Distribuiç ão (-) 75 (-) 26 $ 1.750,00 - 98 (-) 6,1 14,9 67 (-) 80 - 90 (-) 90 - 95 (-) 40 - 60 (-) 70 - 90 98, 99 (+) 33 - (-) 78 - (+) 5000 - 6000 (+) 886 - 2700 27 - - - - (-) 25 $ 70.300,00 Coleta (+) 4,27 - - - - - - 45 - - - (-) 60 (-) 55 (-) 40 (-) 30 35, 68 49 Dual-fuel - - Dual-fuel Caminhão pesado Distribuiç ão GLP (B95) com veículo mais eficiente - - (-) 45 - - - - GLP8 - - - - (-) 12 - - GLP8 Veículo comercial leve - (-) 27 $ 9.800,00 Diesel sintético2 - - (-) 65 Diesel sintético (GTL) - - (+) 0 - 3 Diesel da pirólise do pneu (B20) - - Diesel de baixo teor de enxofre Veículo comercial leve $ 30.510,00 85 8 - - 28 51 49 73, 74 - - (-) 0 - 20 - (-) 20 - 24 (+) 0 -70 19 - (+) 11 (+) 17 - (+) 29 (+) 50 2 (-) 2,4 98 PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Veículo Redução de 100 ppm de comercial enxofre no diesel leve Diesel de baixo teor de Caminhão enxofre pesado Redução de 100 ppm de Caminhão enfre no diesel pesado Aprimorament o dos sistemas de propulsão e transmissão convencionais 98 (-) 13 98 (-) 0,87 98 Uso de aditivos - - (-) 2 - - - - - - 16 Lubrificantes de baixa viscosidade - - (-) 3 - 5 - - - - - - 12 Sistema EGR5 - - - $ 50,85 (-) 1,5 (+) 60 - - - 11, 83 - - (+) 31,1 39,9 (baixas misturas), () 3,2 - 10,5 (altas misturas) - - (-) 18,5 - 80,6 (7% H2) (+) 8,2 (2% H2) (+) 9 (4% H2) 20, 21 Caminhão médio - (-) 25 (-) 90 - - (-) 50 (-) 30 - 35 - - - - - (-) 60 (-) 90 - - (-) 5 - 25 $ 135,6 423,75 (-) 3 - 10 (-) 25,4 (-) 40,8 (-) 1 - 2 $ 45,2 - 67,8 (-) 3 - 5 83, 95 - $ 875,75 1.316,5 (-) 18 21 83 - $ 39,55 - 135,6 (-) 1,5 - 3 83 Injeção de H2 com sistema EGR Aprimorame nto de Tecnologia Convenciona l (-) 0,16 Sistema EGR5 e Diesel com baixo teor de enxofre Melhoria da eficiência nos sistemas de propulsão e transmissão e Sistema EGR5 Melhoria da eficiência nos sistemas de propulsão e transmissão e Sistema EGR5 Melhoria da eficiência nos sistemas de propulsão e transmissão Redução das perdas de fricção no sistema de transmissão Sistema homogêneo de compressão por ignição Sistema avançado de resfriamento e bombeamento Melhoria da eficiência nos sistemas de Caminhão pesado Caminhão pesado - (-) 20 - 50 $ 9.000,00 (-) 69 - 85 (-) 83 - 85 89 (-) 83 63 - - 10 - - 16, 17, 18, 55, 57, 83 (-) 75 (-) 82 56, 95, 97 PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) propulsão e transmissão Unidade auxiliar de energia (célulacombustível) Unidade auxiliar de energia (célulacombustível) Unidade auxiliar de energia (célulacombustível diesel) Unidade auxiliar de energia (célulacombustível a bateria) Unidade auxiliar de energia (célulacombustível a óxido sólido) Unidade auxiliar de energia (aquecedores diretos) Unidade auxiliar de energia (membrana APU7) Unidade auxiliar de energia (membrana APU7) Redução da massa do veículo Redução da resistência ao rolamento - Distribuiç ão (-) 60 - (-) 87 Caminhão pesado Distribuiç ão (-) 15 - 40 - - (-) 30 - (-) 45 $ 50.000,00 44 - - (-) 16,5 - (-) 21 $ 6000 - 20000 44 - - (-) 4 - (-) 48 $ 0 - 2000 - Distribuiç ão (-) 94 - (-) 96 - - (-) 30 - (-) 92 $ 3932 - 10000 44, 81 (-) 8 $ 6000 - 15000 97 Caminhão pesado Rodas de liga leve - - - Eixo de alumínio - - - - - - - - - - - - - - (-) 2 - 5 Caminhão pesado Transferê ncia (-) 5 Redução do peso da caixa de marchas Redução do peso do motor Redução do peso do reboque Redução da tara dos veículos Redução de 13% da resistência ao rolamento e de 12% do arrasto aerodinâmico (-) 18 60 (-) 27 - 97 (-) 45 - 56 (-) 23 - 97 (-) 34 - 97 (-) 5 - 19 (-) 94 - () 96 $ 60,00 $ 180,00 $ 75,00 $ 1.050,00 $ 3.000,00 42 41 (-) 6 - 62 50, 95 (-) 99 42 - - - - - 12 - - - - - 12 - - - - - 12 - - - - - 12 - - - - - 12 - - - - - 16, 95 33 PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) Redução do arrasto aerodinâmico Redução da resistência ao rolamento Redução da resistência ao rolamento e Redução da tara do veículo Redução da resistência ao rolamento Redução da resistência ao rolamento Redução da resistência ao rolamento Pneu único de base larga Pneu único de base larga Sistema de controle do enchimento dos pneus Redução de 25% do coeficiente de arrasto Uso de defletores traseiros Uso de defletores dianteiros Uso de defletores traseiros e dianteiros Uso de defletores inferiores laterais na carroceria Uso de defletores inferiores laterais na cabine Uso de defletores superiores dianteiros na cabine Conjunto de melhorias para a redução do arrasto aerodinâmico Conjunto de melhorias para a redução do arrasto aerodinâmico Conjunto de melhorias para a redução do - - (-) 1,5 - 9 $ 55 - 262 - - - - - 12, 16, 79, 81, 95 - - (-) 7,6 - - - - - - 17 - (-) 2 - 8 $ 2500 - 3556,8 Transferê ncia (-) 3 - 11 Caminhão pesado Caminhão pesado Caminhão pesado Coleta (-) 9,25 - - (-) 2 - 6 Caminhão pesado Caminhão pesado Caminhão pesado Caminhão pesado Caminhão pesado Caminhão pesado Transferê ncia Transferê ncia Transferê ncia Caminhão pesado 56, 81, 96, 97 86, 78 $ 3.160,00 $ 130,00 96 - 12, 88 (-) 2 - 9 86 (-) 0,5 - 1,2 86 (-) 10 - 15 - - - - - - 12, 95 - (-) 0,8 - 6 $ 891 - 3150 - - - - - 13, 81, 97 - (-) 2 $ 325,00 - - - - - 13, 56, 97 (-) 10 - 56 (-) 1,5 - 7 $ 1450 - 2500 Caminhão pesado (-) 1 $ 1700 - 2100 97 Caminhão pesado (-) 5 - 10 $ 1.300,00 97 - - (-) 0,8 - 30 $ 1.050,00 Caminhão pesado - (-) 1,59 - 57 $ 16333 29425 Caminhão pesado Transferê ncia (-) 6 - 25 - - - - - - 13, 81, 97 16, 54, 57, 58, 81, 95 18, 65, 96, 97, 124 56, 78, 86 PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD) arrasto aerodinâmico Conjunto de melhorias para a redução do arrasto aerodinâmico e (-) 40 Melhoria da eficiência no sistema de propulsão 1 Não foi informado a porcentagem de mistura do biodiesel ao diesel 2 Não foi informado o tipo de matéria-prima utilizada 3 DME - dimetil éter 4 Não foi informada a forma de utilização do gás natural 5 EGR - sistema de recirculação dos gases de exaustão 6 SCR - tipo de sistema de pós-tratamento dos gases de exaustão 7 APU - tipo de unidade auxiliar de energia 8 GLP - gás liquefeito do petróleo 81 PROGRAMA DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES PET/COPPE/UFRJ PROJETO DE DISSERTAÇÃO (PD)