1 - Museu da Cidade de São Paulo

Transcrição

1 - Museu da Cidade de São Paulo
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BIBlIOT£CA
DEPTO. DO PATRIMe NIO HIST6RICO
s.
M. C. I SAO PAULO
prefeltura do municipio de sao paulo
secretarla municipal de cultura
.1 DUI'LICATA 1
augusta garcia rocha dorea
aclimac;ao
departamento do patrlmonio hist6rico
divisao do arqulvo hist6rico
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serle: hlst6rla dos balrros de sao paulo
volume 19: acllma'Yao
HISTORIA DOS BAIRROS DE SAO PAULO
Volume
1
Bairro
Bras
2
3
Pinheiros
4
Santo Amaro
Jardim da Saude
Santana
sao Miguel Pauusta
Vila Mariana
80m Retire
5
6
7
8
9
Penha
10
SO
11
12
Ibirapuera
13
14
15
16
17
Luz
Nossa Senhora do 0
Ipiranga
Bela Vista
Liberdade
18
Higien6polis
Lapa
19
Acumacao
PRIMElAO PR£MIO DO XIV CONClJRSO DE MONOGRAFIAS SOBRE A HISTORIA DOS
BAJRROSDE sao PAULO, PROMOVlDO PELA o MSAO DO AROUrvO HISTOOlCO DO
OEPARTAMENTO DO PATRIMONIO HISTORICO OA SECRETARIA MUNICIPAL DE
CULTURA , OUTORGAOO PELA COMISsAo JULGAOORA, CON STITUIOA PELO S
PROFESSORES lITO LIVIO FERREIRA, MYRIAM ELLIS E HELOISA L. BELLono,
INDICE
13
lntroducao
CAPITULO I
Evolucao Urba na de Sao Paulo
15
CAPitU LO II
Sao Paulo num retrospecto sentimental
35
CAPITULO III
o Jardtm da Actimacao . Origens do batrro
45
CAPITULO IV
o Jardim da Acurnacao e seu aoooeu da decade de 20
53
CAPITULO V
Prim6rd ios do bairro da Aclimaceo
5.1. - Mo rro da Acltmacao
5.2 - Jardlm da Gtorta ..
5.3 - Jardim Jurubatuba
69
89
95
95
CAPITULO VI
Parque da Acnmaoao. A
CAPITULO VII
Balrro da Acumacao
. . . . . . . . . . . . . . . . ..
..,
,............
oeceoencra e as reformas
99
. 107
CAPITULO VIII
rosutucoes Religi osas e goucaoonae
8 .' - jnstnutcces Aeligiosas
8.2 Eoucacion ais
msntucoes
113
113
115
.
CAPIT ULO IX
"Associacao Amigos oa Acnmacao''. Eo seu Jama l
121
Conclusac
125
Agradecimentos .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
Bibliog rafia .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
Plantas e Mapa s da Cidade de sao Paulo
. . . . . . . . . ..
134
13
INTRODU<;;AO
SaoPauloatravessava umatasede grande desenvofvlmentc comercial e
industrial, a part ir das duas primei ras oecaoas deste secuo. quando. a
sudeste da croace. em urn vale ceresco pelos bairros da Liberdade,
Paraiso. Cam buci e Vila Mariana, comecou a nascer urn novo balrro - a
Acurnacao - , sabre morros, connas e ladetras , num ir ecedo de ruas 80
sabor de SUBS curvas naturals e ladetras mqremes, que nao se chamaram ladeiras. mas ruas mesma.
Semtracncao hist6rica, pels e de rormacao recente, de plene seculo XX
e, principalmente , da epees das retc rmas. das cemoncoes e reconstrucoes que iriam mudar a fisio nomia da cidade. dest ruindo tudo 0
que vtnna 'do passado secular , Aclirnacao urn bairro da trensicao de
sao Paulo. Do Sao Paulo, a metr6pole do cafe , para sao Paulo, 0
inctplente maier parque industrial do Estado, do Pais e, posteriormente,
da America Latina.
Enquanto os bairros de myel superior, como Higien6polis, Pacaembu ,
Campos Ehseos e outros arnpliavam suas mansOes luxuostssirnas.
enq uanto os bairros c hamados "[ardins'' apareciam com seus palacetes , e os bair ros industrials , co mo 0 Bras e a M06ca, asslsttam a
multiplicacac de suas fabric as, a Acftmacao se tormava com caractensncas bern definidas de bairro residenclat de c1asse media. E curioso
vertncar. tambem. que sao Paulo jil comecava 0 seu desenvolvlmento
vertical , com a construcao de predios de varies andares . Entretanto , 0
novo balrro se distinguia especlticamente por suas residencies terreas
ou , quando multo. casas assobradadas ou de um s6 andar superior,
cercadas por jardins; as vezes . geminadas, mas sempre com urn
can teiro de flo res a entrada.
Conforme constata Renato da Silveira Mendes, "seu arruamento de
tracado moderno, suas belas residencies ajardinadas, a par da tne-
e
14
xistencia de taoncas au enemas. tazem com Que ocupe uma oosicao
particular d entro do setor sudeste da cidade." ( 1)
Eo bair to to! tie t a esse esfuo de construcao par vanas oecac as .
Ate 19 70 , aproxlmaoamente. do alto de seus monos e connas. se
avistava ac lo ng~ todo 0 panorama das casas baixas encravacas no
verde e contavam-se no s oeoos as ec mco s de cinco au seis andares. e
uns poucos de otto au oez Que ja comecavarn a aparecer. Emrnenos de
urna ceceoa . no entanto . 0 aspect c do bairra m udo u e as erra nha-ceus
se muttipticararn em aoe sao ao esprhto de crescimento vertical.
Para as bairros Que vmnam do seculo XIX, 0 prog resso e a especulacao
irnobiuaria trouxeram . como c rejuuo. a destnncao de seus mon umen tos
hist6ricos. oos eios que os nqavam
onqe ns. Para aqu ele do sec ure XX,
que amoa estava na eooiescencra. 0 prejutzo loi velar para muilos de
seus habita ntes a telicidade de poder con ternplar urna fua cneia ou urn
per-de-sol. somenle vistum braoos por entre os cents dos edlncios. que
peufatmarnente estao vence noo a resistencia das casas terreas.
A t ustona oesso bairr o. [overn e mode mo. pranca mente se resume na
histc na do Jarurm da Acurnacac. tambem c hamado Parq ue . c uja
tunda cao data do fina l do secure passado. e de taman ha impo rtancia
que bairro herdou seu nome .
Antes, entretanro. de tocanzarmos 0 bairro proprtamente duo. sera
necesseno taacr-se urn reeoscectoca n e tcrta da c kiaoe na qua l ele este
jnse ndo . tanto no que diz respeito a evorccao urbana de sao Paulo, a
partir das urtimas decades do seculo XIX, quanto aos costumes e
tradicoes que atravessaram a passag em de urn secure a out re e
permaneceram quase que intactos ate poucas deca cas atras.
as
°
°
No decorrer de nosso traoatbo nao nos pre nde rernos mu ito a dados
qeoqrancos. legislativos nem estansncos. para mostrar sao Pau lo e 0
bair ro d a Acnmacao. Nem nos aio nqarerros qu and o nos rete nrmos aos
len6menos eco nonuco s . politicos au tustoncos. mternacionais au
mesrnc nac.onais OU estaouars. que co-existtram ou antececeram ao
desenvolvtme nto oa Pautceta . Procur ar emos, sobretuo o. reviver a
espilito da cio ade ainda provmctana na epoca em que 0 bairro co mecou
a se terme r. Nao nos turtarernos . poern. a tran screver . em palavras de
o utr os. aquila que q ostanamo s de ouc r. lcnqas au nee seiam as
cnecees que trad uzam (J nosso pensame nta , trazenoo um pouco do
passadc para nossos dtas.
Nola:
( I) Silveira Mendes. aeoatc . ir' Azevedo , AroldO ce - A cidade de sao Paulo, vol. III, pag.
261.
-
15
CAPitULO I
EVOLU<;;Ao URBA NA DE SAO PAULO
Ao se lr uciar a pen ultima oecaoa do secuto XX, nos deparamos co m um
tenom eno urb ane - a c ktaoe de Sao Paulo. E, co ntor me a vemos e
sentimo s, a pena sensrve! de Lourenco Diaterta trace 0 seu perfil.
quando diz Que Sao Pau lo
"esta um pouco em caoa m.nucia. assim co mo a cor do
catevento Que gira e a soma das cores de suas afetas:
esta um pouco nas camas. rutos e cumeeiras oos telhados
onc e as pardais brinc am de jarobn. no luma das chammes e
bances dos camel6s da Ladeira General Carneiro; nas
enemas de costur a do Born Retiro e nos preg6es oa vinte e
Cinco de Marc;o e Rua Direita: no snencio do claustra do
Convento da Luz e no ummo trem de subu rbia Que pa ssa per
Guaianazes:
no leao que ruge de pregui.;a no zooroqtco enos panms que
ar nmctarn a primaver a em bandos noturnos como boemtos:
nos anuncios crassrncados maceraoos pelas maos de veteranos habilantes de ban cos de cim ento e catcadc es escorregad ios ;
nas sirenas da M0 6ca e nos lagos do Ibirapuera ; no ronco
oos motores em Int efl agos e nas tro mbetas de orasncc das
tor cidas nos ca mpos de tutetol:
nas ex-var zeas astaltadas e no ruta r c os suroos das catenas
das escolas de samba;
no perfume do oregano escapando pelas tres tas oas cann-
nas:
16
no trotoar das meninas Que amanhecem seus destines entre
bocejos e picadmhos da madrugada;
nos tortes . cafes, dtscoteques.botecos, biroscas... qalerias e
ruas sem saida: nos ceracencs. pontes. buracos, vafetas.
arranha-ceus. cober1u ras, e no grande toqo-tetuc Que
engalana os cemtterios de Vila Formosa e Goiabetra:
nos bustos, epitatios. placas comemorativas, tronesocos:
sessoes solenes, curses supletlvos. homenagens p6stumas,
cotacces de bolsa , neg6cios do Largo do Cafe , filas de
cnlbus. drvidas a receber e a pagar , trtulos em cart6rio ,
concursos e eonais:
nas babes de branco e na eiranda das ruas e avenidas: na
rod a-gigante do rel6gio que todos carregam no pulse : nos
pombos que vigiam 0 Marco-Zero bicandc 0 milho alegre das
maos anorumas:
na quietude do Largo da Polvora. na novldade da Esplanada
do Carmo, nas apagadas treocces do Largo da Banana e no
remanso do Patio do Coleqio: nas ilhas de remrne cences do
Bras e Barra Funds:
na saudade dos olhosazuis de gas aceso da cidade que ficou
para tras com os ultimos nlburts imemoriais: no canto dos
nambus de Perus: no false dlsco-voador que pisca-pisca
sabre 0 morro do Jaraqua:
nos c6rregos que a cidade cobre com seu manto de concreto ;
nos c6rregos que cobrem a cidade:
nos sables do Sumare e nos casar6es das Perdizes; nos
golfistas da Zona SuI; no assombro da sombra da Marquesa
de Santos debrucada sobre a lufa -Iufa dos estafetas da
semana ;
nas pernas ulce radas dos mendigos da Ig reja de Santo
AntOnio da Praca Patriarca ; na brigada de vencedores de
bilhetes de lotena que atacam de borboleta e macaco na
Praca da Se e se diluem peios arrabaldes;
na ret6rica dialefica dos bares de Pinheiros e cercanias:
nos postes de ferro tunoioo com rostos de mulheres beraldicas; no sonho c6sm ico do limpacor de ecmcros que se
dependura par cordas no pico da neblina de quarenta
andares.
.
no tiro seco que acerta 0 coracao da materia e e notcta de
pnmeira paqina: na Iaqrfma'seca do rapaz da copa que serve
rmsto quente e guarana gelado para 0 pessoal das lojinhas;
17
no carrilhSo da Se que anuncta 0 Angelus sabre a cabeca do
povo: no zunido azul-cln za do metre Que liga a uoeroaoe ao
Carandiru passandc por Saude e pareso : nas rnannas e
vesoeras da Basilica de sao Pedro once repousa 0 banoetrante que nao quis ser rei ;
no festival de nudismo em letras vermeuias na Rua Aurora da
tnocencia que nao vo lta rnais: nos c ineastas da Rua do
Triu nfo. entre uma ideia quente e um ch ope ge lado ;
no sorud o. prato-teu o. co mercial. bande iao . ctt urrasco
grego, pastel e qarapa, rodmo de pizza. ctturetas . mammhas.
costela s na grande comaence e na fome distarcada." (1)
E per que nolo ac rescentarrnos: no s co rredo res e prancentes de
" cooper" do Parque da Acrmacao. ao sam dos trinados dos passeres
no alto de suas copas arborizadas, e 0 reflexo do ce u azulad c e do verde
das folhas nas aquas da Laqoa: nos capos de cerv eja e de batio as
consu midos pelos [ovens no " Wiskrit6rio" da Rua Tc pazlo?
Comple ta e tao assustadoramente complexa no imcio da decade de 80
do secure XX, a cidade, asssn tao poenca e musicalmente retratada nas
linhas transcritas de urn dos mats apaixcnados c ronistas da Paunceia.
mantinha ainda , ate 1870, quase que intacta a mesma retcao colonial do
irucio do oitocentismo. Conservava. conforme Aroldo de Azevedo,
"aquele aspecto provmctano e trlstonno. que de longa data a vinha
ceractenzenoo: apenas os estudantes oe Direito co nseguiam sacudi-la
dessa seneoaoe e oessa trlsteza. A usionomla urbana nao se arterava."
(2)
Constnnda no alto de uma celina. a 759 metros de altura , lembrando as
acr6poles gregas , a c idade de sao Paulo se concentrava no "trianqulo"
c ujo s vertices eram os Conventos de sao Franc isco, sao Bento e do
Carmo . T r~ ruas tormavam esse "trianqulo" - a Rua Direita de Santo
Ant6 nio (hoje, Direita) , a Rua do Rosario (depots. oa fmoeramz . e IXH
ultimo Ouinze de Novem bro . em homenagem
Bepubhca) e a Rua
Direita de sao Bento (hoje, 56 sao Bento) . E 0 povoeoo se desenvolvia
Ientamente em torno do Col6gio de Anchieta, seguindo petas encostas
do morro , co mp letamen te isolado das outras regi6e s do interior
paulistano . bem como c as provihcia s v'zmh as. Ali nal, nac estava tao
lan ge essen aquele ano em que a cida de de sao Paulo tinh a sa tornado a
Capital da provinc ia, 0 ano de 18 15, quando a Brasil toi elevedo
catego ria de reino. (3)
burgo estava dividido, naquela epoca. em apenas tres freguesias: a
principal era a sa, contida no " triAngulo" ce ntral, 0 berco de uma
cfvmzecao: como aoercce. as Ireguesias do Bom Jesus do Bras e de
Santa Eligenia .
Em sao Paulo: tres cM:lades em urn seculo. je-se que 0 " nuc lec central da
cidade, 0 'triangulo', cha mava-se , em tempos loos. 'pa ra dentro das
pontes' , No imcio do seculo XIX, teirantes e nopetros. ao passer com
a
a
o
18
seus ammais carregados de manlimentos pelas 'pon tes de fora ', como
as de Pmneiros . Santana , Emboacava . pagavam pedaqio e recebam
uma guia que cevenam epresentar aos uscars. as 'comandantes das
pont es' como eram cnamados. numa das pontes Que circundavam 0
centro, as c hamadas 'pontes de dent ro'. a sabe r, a do Lorena e do
Marec hat (score a Annanqabau ). do Carma e do Fonseca (sabre 0
Tamand u ater) tude de aco rdo com as l er mo s do ' Reg istro das
lnstruccins para 0 Govemo das Pontes' .' (4)
A margem esque rda do Rio Tiete . ce rcaca petas varzeas dos rues
Tarnand uater' e Anhangabau . a cd aoe se co munic ava com 0 sertac
atraves de cammnos. as cnamaoos "Cammnos de Tropeiros" ou dos
Bandeirantes - 0 Caminho do Rio, peta Pararba: 0 Caminho do Ca rro
Rars Santo Amar o, que , iruciando-se no lugar que no je a Aua QUintino
Bocaiuva . partia peres atuais Ave n idas da liberdade . ve rquen o.
Domingos de Morais , em oeecao ao oovoeo o de Santo Amar o ; 0 de
Pinhei ros . que partia do Larg o da Se pelo " Caminho direito de Santo
Antonio " (hoje. Rua Direita ), c assava pete Igre ja de Santo Anton io,
dobrava a esquema e descia 0 morro peta Ledeira Dr. Falcao. atravessava 0 Vale do Anhanqabau e conttnuava pela atual Avenida oa
consctecao. rumo ao povoado de Indios chamado Pinhelros: 0 Caminho
de Mina s o u Guare, que see peta Luz: 0 Caminho do Norte , em direcao a
Golas: e o Ca""iTiTilfio do Mar ou Estrada de Santos, qu e oesca em curvas
sucessivas pela Gloria, atravessava 0 riach o do Lavapes. a regiao do
Ipiranga e dernandava 0 literal.
e
E oportun o lembrar aqui 0 sign ifica do do nome l avap es , que , ao
cont rano do que se e levaco a c rer. nao vem da cerim6nia religiosa da
Outnta-Feua Santa. que rememora Cristo lavando os pes dos doze
Ap6stolos corno prove de humildade e um exemplo para seus seguidores. 0 c6 rrego Lavapes toi ase rn chamado porque nele lavavarn os pes.
os sertanejos que, cami nhando oescarcos lequas e ma is lequas .
carreqavam as bot inas amarradas a uma vareta ergu ida aos ombros,
para so as catca rem a entrada da cioace: e isto so 0 taztam depoe de
terem nraoo . quase como um nto. a poeira ou 0 barto cos pes cansados
nas aquas co rrentes.
Lavapes. alem de ser a divtsa entre 0 sertao e a cidaoe para quem vlnha
do litorat, se constttutna futuramente em urn dos limites do bairro d a
Acumacao. obieto deste estuco. Seu cu rso sequia0 varzead odo Srtto do
Taoannoln. q ue sene oepois os campos da Actimacao.
"Hole. 0 Lavapes. ca ridoso e saudavet, esta canalizado. A higiene, oh!
co ntra -senso do progresso!, 0 ente rrou ". ctamou uma vca. repres enlando rrartiares de paunstanos . (5)
Os " Caminhos de Tropeir os" co nslituem um ceprtujo lmportante na
t nstona ce evoncao de sao Paulo . Pois, toi ao onqo de seus cursos que.
amda no inItio do secut o XIX. loram-se tormandc as chacaras. tazencas
ou stos. que se transtormanam postenormente nos bairros . E os bairros
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21
tor am 0 sunboro da expansao urbana que se deu a pa rtir das umrnas
decades do mesmo secuic .
Sem preponderante tuncac aqrarta. areas semi- rurais . entre pomares e
oenso ervoreoo. as propriedades eram as residencies ou " casas de
campo" cas faml1ias abastadas . e 0 embrt ao oos bauros Que se
to rmanam rnais tarde. por meio de loieamentos e atenura de ruas e
avenidas. Ocupavam areas imensas cercendo a cidade per todos as
lades: ao norte, a c nacara de Miguel Carlos e a do Senador Queiroz; a
leste. depois do Tamanduatei. a do Osorio. ant iga do Menezes: ao sui do
morro oa Tabatinquera. a de Dona Ana Machado; a sudeste , a chacara
oa Gloria, entre as Rios Carnbuci. ramenocater e Ipiranga e 0 Cammho
do Carro (noie . Rua Domingos de Morais na Vila Mariana), e 0 51110 do
Taoanhojo, entre 0 Rio Cambuci , C6 rreg o do Lavapes . Estrada do Mar
(Rua Lavapes) e 0 Caminho do Carro (Estrada verqueiro): ao sui , as
cnecaras do Fagundes e do C6nego Fioeus: a sudoeste , beirando 0
Anhanqabau. a cnacara do Bexiga. e matsaorente 0 artie do Sertonc: a
noroeste. na cirecao de Santa Etiqenia. a cnacara do Campo Redondo;
mais acima . a cnacara do Bom Henro: a oeste, a Chacara de Martinho do
Prado , e alem do cam po dos Cu rros (no]e. Praca da Repu blica), a
cnacara do Marec hat Arouche de Toledo Rendon; mais p roxima do
"tnanquto". no Morro do CM , na outra margem do Annanqaoac . a
cnacara do Barao de Itapelininga ; e a chacara Barao de Limeira. srtuada
abaixo do Co nvento de sao Francisco e ao lade do largo de sao
Ooncato (bo]e. Praca Joeo Mendes. onoe amca exrste a Igreja Que
conserva 0 nome antigo: sao Gon celo). (6)
varies fatores determinaram 0 oesenvoivimento do "tnanqulo'' tustcnco
a pa rtir da decade 1870-1880, oecada Que ma roa 0 trncto da transtcrmacae das chacaras nos bairros pau listanos. Ao Dr. Joao Teodoro
Xavier, Presidente de Sao Paulo de dezem bro de 1872 ate maio de 1875,
co ube a " g l6 ria de haver intciado . no seu patriotico qovemo . a
transtorrnacao desta grande Capital, navendo 0 mesmo Presidente
teecoo em extrema pooreza a 3 1 de outubro d e 1878" . (7)
Nesse penodo viveu sao Paulo 0 seu primeiro surto de cesenvorcimento
urbarusnco . contorme analise tena pete engenheiro Dr . Francisco
Prestes Maia . (8) Penodc co nsoeraoc . contorme Eunoeoes Simoes de
Paula , como a " segunda turoacao de sao Paulo" . (9)
Em fins de 1868 havla soc conclurda a construcao da atu al Rede
Ferroviarfa Fed e ral , a "Sao Paulo Railways" , que ve io tacilitar 0
lrans porte do cafe para ser exportado atraves do po rto de Santos , e
tambem a rocomocao das tamnias dos catecuttores. das tazenoespara a
cidede. 0 "tnanquto". traciconaimente colonial. ina mlctar 0 processo
que 0 Ievaria a poscao de Metr6pole do Cafe, nas ultsnas cecaoas de
um secuto e nas prime iras do seg umte .
A rede terroviar ta so treu torrmdavet Imputso . oe sbrava no o com a
locomotive 0 sertaooaonsta. a exemoto do qu e o utro ra tmnam . a
te.to
os banoeirantes. A Companhia Pauftsta. Que so ia ale Rio Claro ,
oe.
22
arcancou Sao Car los do Pinnal, Araraquara e Jau - 0 que se deve aos
estorcos e aos recursos tmancelros de um grande na hist6ria de sao
Paulo , Antonio Carlos de Arruda Botelho, Visconde do Pinnal. depots.
Conde do Pmnat Era ele. na ocaslao . Presidente da Estrada de Ferro de
Rio Claro.
Aos 15 de outubro de 1884. inauqurou-se 0 trecho que ligou Rio Claro a
sao Carlos do Pinhal; e a 18 de jane iro de 1885 , a trecho de Sao Carlos
a Araraquara.
Nesse dia . a [omal "A Evolucao'' (18.01.1885) publica um arhgo
festejando 0 aco ntecim ento:
"tnauqura-se hoje 0 trafico oa estrada de fer ro oes te cidade a
Araraquara. Ao beneme nto cioaoao. cuio retrato honra a
nossa primeira paqma. (10) oeve -se ainda mats este granooso comettmento industrial, se bem que auxiltado eficazmente petos araraquaranos que souberam por sua vez
corresponder nobrernente ao apelo que Ihes fora dirigido,
subsc revendo uma enorme quantla. e reeuzanoo -a com
pontualidade rtqo rosa...
"Ha um quarto de seculo. pode mos dizer. esta terra que
prsamos era ainda
0
sertao com suas estradas abertas pelo
racao do cacacor e pelas
rodas do carro do sertanejo, e 0
vlsconoc do Pinhal era um rnoco. se bem que de fam ilia
distinta. obscuro e oesconhecioo. pequeno lavrador, entao
simplesmente 0 Antonio Carlos . E hoje? .. A tase mats
importante de sua vida nustre. ao atravessar 0 penodo da
velhice, acha-se burilada em tetras c'ouro nos trnnos de uma
via terrea e repetida nos povos estupetatos pela locomotive .
oesoe Sao Joao do Rio Claro ate Sao Bento de Araraquara.'
( 11)
No e ta 5 de nov ernbro de 1886, tres anos antes da proctamacao da
Republica, toi passageiro da terrovla "sao Carlos do Pinnal" 0 Imperador do Brasil, tendo a seu lade 0 visconoc do Pinhal, agraciado por S.
Majestede com "Honras de Gra ndeza" peres services prestados na
construc ao da citaoa fertovia .
A cornitiva imperial compunha-se de Sua Majestade, 0 rmperaoor D.
Pedro 11 ; Sua Majestade, a Imperatriz Da. Thereza Christina; 0 Senador
do Imperio, Conselheiro Joao Luslosa da Cunha Bue no, visconde de
Paranaqua : Antonio Carlos de Arruda Botelho, vrsconoe do Pinhal; 0
Comendador Antonio de Queir6s Telles, Visconde de Parnaiba: 0
Conselhetro Antonio da Silva Prado , Ministro da Ag ricultura, Comercio e
Obras sconces. e outros.
o [ornat " 0
Ottavo Distrito " descreveu a viagem imperial detalhadamente , numa bela pag ina rememo rattva . (12)
23
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24
Quando a cidaoe de sao Carlos comemorou as 106 anos de sua
tu ndacao . a 4 de novembrc de 1963 . " A Gazeta", de sao Paulo, cava
noncia rele rente ao Conde do Pinhal e
Companhia Paulista de
Estradasde Ferro. Conta 0 articu lista q ue, q uando 0 Museu Hist6rico do
loc al, ch amado "Cerquei ra Cesa r", comemorando anteno rmen te 0 1°
Centenarfo de Sao Carlos, exrbiu uma preciosa corecao de objetos
perten cent es ao Cond e do Pmhal. notara entre eles um behssimo
aparelho de pcrcetana co m as inciais CPo Estranhou 0 tate. pois as
tetras CP entrelacadas caractenzavam a Companhia Peutlsta . Procu rando exoucacces. descob riu Que 0 Conde do Pmhal. construtor oa
ferr ovia de Rio Claro a Jabotcabat, cecera it Companhia as suas iniciaia.
que passaram a ser pmtadas e qravedas nos carros de passaqeiroa e nas
locomotives. ( 13)
a
o espmtc de mclativa do Conde do Ptnhal. entretanto. nao oeixana de
abrir novas tronteras onde sua c apacidade se pudesse afirmar de mode
plen e: Ant on io Carlos de Arruda Botelho fundou 0 Banco de sao Paulo ,
no dia 25 de setembro de 1889 , algumas semanas antes da proctamacae da Republica. Urn banc o que tern sua tnstc rta marcada pelo
aooio tina ncelro que nele sempre encontraram os aqncurtores. industrials e comerc iantes. naquele penodc de nenscac po r que cassava 0
Brasi l, e tarntern Sao Pau lo.
Nao passara . certamente, desape rceb ido ao dinamico e empr eendedor
bandeirante 0 sucedido alguns anos antes , em 1875, quando se oeu a
tatencia do Banco Maua & Cia. - estabele cimento ligad o a uma outra
figura do Imperio , de espmto arrojaoo e Indomito em tod as as lniciativas
que tomava e que lao qr andes repercu ss6es trazla mstorta econcmica
do Brasil : 0 Barac de Maua. Gerardo. aquera talenc ta. 0 panco na Bolsa
e. ccnsequentemente . 0 rec eo de se guardar dinheiro em estabeecimen tos banc arios . volteram-se os seus possuidores a empreqa-lo na
construcao de casas. ( 14)
a
incrava-se. assim, a era do s investimentos imo bitianos. que transformaria sao Paulo em uma das maiores metropojes do secure.
No dia 21 de novemnro de 1931 , conterenc iando na soceoaoe Rural
Brasuetra (1 5), em sao Paulo , 0 Dr. Alvaro Guimaraes. antigo advogado
do banco , diz as seguintes paiavras . transcntas aqui em parte :
" Em 1889, ao ser vend ida a Estrada de Ferro de Rio Cla ro, 0
Co nde do Pinn a! resolveu apuc ar uma parte do ca pita l
apu rado em um banco a instalar nesta Capital.
Para rsto convidou alguns amigos des mais representatives
elementos oa ckfade. e toi teita a instalacao do Banco de sao
Paulo .
A primeira Assembleia preparatona oa mstatacao do Banco
tot reanzada no satao oa Caixa Filial do Ban co do Brasil. em
que c ompareceram 147 acomstas. represen tando 44 .838
aczes. Foi a Assembleia presidida pete Marques de Tres rues .
25
tendo como sec retanos 0 Conselheiro Moreira de Barros e 0
Or. Jcaquim Vieira de Carvalho.
Nessa Assernbleta. antes mesmoca consrrtuicaodenmtlva do
Banco, Que somente em 5 de ou fubro de 1889 foi autorizado
a tuncionar. ja. 0 Conde do Pinnal. com a autoridade de seu
nome, pedira para Que tosse aprovado seu etc . subscreven-
do , em nome do Banco , cinco mil aoouces ouro , 1889,
emitioas peio Imperio do Brasil.
Esse ato patnonco Irouxe uma telcao aqradave! ao trabalho
da orqanlzacao do Banco , senoo certo que seus orqantzadares nada perceberam pela inc orporacao da sociedade
anonfma, como 0 e facultado par lei.
A primeira diretoria rot composta do Conde do Pin hal como
Presidente (cargo que ocupou ate a data do seu talecfmento).
do Coronel Carlos Teixeira de Carvalho, Berao de Tattn, Luiz
Bemn! e outros.
o Que foi 0 Banco de Sao Paulo nos 12 anos deadm imstracao do Conde do Pinhal, conlam os seus retatortos. de
resultados sempre crescentes.
A lavoura. a industria e 0 corne rcic encontraram no Banco de
sao Paulo um ponte de apoto. no tempo em que eram poucos
os estabelecimentos de credito e pequenas as ope racces
bancarias ." (16)
Talvez nos tentiamos eslendido um pouco aiem do limite exig ido peta
natureza deste trabalho. a respe ito do Conde do Pinhal, tanto em sua
atuacao no progresso da rede terrovierta no interior de Sao Paulo, como
no seu papel de fundador de uma casa bancaria. Exptica-se: alern do
lato de ter sido, 0 crescirnento terrovlario do Estado, um dos fatores
determinantes do prtmeiro surto de desenvolvimentc da metr6pole
cafeeira, que necessitou . na ocastao. de um suporte financeiro como 0
toi 0 Banco de Sao Paulo , ex isle uma outra razao . Esta. ligada
diretamente as origens do bairro oa Aclimacao. Antonio Carlos de
Arruda Botelho, Conde do Pinhal, foi pat do fundador do Jardim da
Acurnacao - Carlos Jose Botelho. cujo esonno empreendedor tot
beranca paterna .
Tude culminou com a Abohl;:8.o da Escravatura. em 1888. Nao vamos
abordar aqui as Injuncoes ou implicacoes pohtico-sociais nem sconemicas desse acontecimento historico: mas , reterir-nos apenas a dots dos
pnncipais aspectos dele oecorrentes. e que influnarn no desenvolvimenlo urbane de Sao Paulo : 0 exooo rural e a Intensiucacao da
imigrac;:ao europeta.
Em pnmelro tuqar temos a registrar a muoanca para a cidade de grande
parte de eqncuuores. obnqados. muitos. a vender suas tazendas. par
tarta de mao -de -obra pa ra toear a lavoura. vlnham em busea de novas
oportunidades, oecicanoo-se a industria e aocomercto . As fortunas, que
26
antes eram aplicadas na com pre de escravos para trabalhar na terra.
tiveram outro destine: comp rar maqumas e conr ratar pessoal para
trabalhar nas tabncas.
Em segundo. a vmda de imigrantes es tra n g ~ i r ~s . principal~~n~e
italianos. como substi tuto do brace escravo. A Iffi lgr ac;ao europeia Ja
vinha se intensificando mesrno antes da Abolic;ao, devido ao elevadissimo prec o dos escravos neg ros. Era male ba rato con fratar mao-de-obra
eurcpeia, que existiaem excessocomo oecorrenc e do desenvolvimento
ind ustrial. 0 eemento humano , subs nnndo nas tab rtcas pela rnaquma.
passou a viver em disponibilid ade, enc ont rand o co mo sorucao a busca
de trabalh o em outras terras . Segundo a Socieda de Protetora de
lmiqracao (17) , reg istram-se as seguintes dados relativos entrada de
imigrantes pelo porto de Santos, de 1882 a 1891 :
Italianos
202 .503
Portugueses
25.925
Espanh6 is
14.954
Aemaes
6.196
Austn8COS
4 .118
Russos
3 .315
Franceses
1.922
Dinamarqueses
1.042
Belgas
851
lnqleses
782
Suecos
685
Suo~os
219
lrlandeses
20 1
Outros
483
Total :
263.196
a
Grande po rcentagern desses imig rantes se alojou na Ca pital. 0 resta nte
nnna ou tro destino: os catezaisde sao Paulo. Mas, depots de mstatados
nas re zenoas. descobriam que nao haviam encont ra do 0 parar so
sonhado, tal a precariedade das co ncrcees de trabal ho. Drsto resultou a
vinda para a cceoe. numa tentative de melhore s d ias, trabathando na
ind ustria e no comercro e , mats ainda , engr ossando a jf! extensa filei ra
dos evacid c s do cam po .
Toma ra-se . entao . lmprescin dwel a construcso . em ritmo ace lerado, de
resioencias para abrigar todo 0 novo contingente que sa vinha acrescer
populacao paulistana . 0 "tnanqulo" central ficara insuficiente e a
solucao tot 0 desenvotvimento para atem das vereees que 0 clrcundavam. As casas to ram se alastrand o pela ampuca o daqueles vales que,
ainda, podlam ser contemplados de todos os lades da co nne triang ular.
As c hacara s foram senoo retalhadas par ruas e avenidas. lote adas e
povoa das. Fol 0 initio da fo rmaca o dos bairr os .
a
Po ucas propriedades resistira m ate 0 seculo segu inte; uma delas flcava
a sudeste , 0 Sllio do Tapan hom. q ue sa transformaria no bairro da
Acnmacao.
28
Rosario. no comeco da Rua Sao .ioao . crranoo uma praca proxima 80
" tnanqulo''. imclo oa futura Avenioa Sao Joao: ajardinou a Praca da
Repub lica , antigo Largo dos Curros, local onde se exibiam touradas.
Presidia 0 Estado de sao Paulo , nesse mesmo penodo. Jorge Tlbirica.
que, iuntamente com seu secreiano da Agr icultura, Carlos Jose Botelho
(1904-1908), deu grande impulso no oesenvoivirnento econcrmco do
Estado , com grande repercussao no processo de evolucao urbana da
Pauhceta.
Na primeira oecaoa do seculo . Quiros povos cornecertam a emigrar para
o Brasil, pnncipajrnente para Sao Paulo - os japoneses - que vinham
para se oeocar em especial a lavo ura. Aqueles que nao ticaram nos
campos, se con centraram na cidade, de preterencia no bairro da
Liberdade , conhecid o como a bairro nipc nic o por ex ce len c!a. e
caractertzado por sua oecoracao nbica e pelo comercto de art igos
importados do .raoao. Com 0 passar dos tempos, esses representantes
japo neses ou nisseis toram subindo a uberoaoe e a Gloria , entrando por
oulro batrro. a Acltmacao.
Os japo neses . segundo Jo se Castellani , liveram opornmidade de
prosperar muito mais raptcamente do que os outros lmlq rantes. aqui
cheqados ainda no correr do secuto XIX. Recebiam eles " total amparo
do seu governo, atraves de uma grande companhia de cotonizacao. a
' Kaig ai Kogy Kabushiri Kaisha', que introo uzfa 0 colo no, prestava a
tianca legal por ele (1 ,5 co ntos de reis) e 0 acompanhava durante dez
anos apes a sua c heqada. com fornecimenlo de adubos. agr6nomos e
instrumentos aqncolas.' (22)
A epoca aurea do cafe [a estava passando. A tebre da escecoracao havia
provocado um saturamento no mercaco rnundial. pro cesso desencadeado ainda na ultim a decade do oitoc entismo . A consequencia foi a
queda do preco e. conf orme Richard Morse , um excesso de 11 mnhoes
de sacas , isto
70% do consum o munoial anua t (23). lsto , par volta de
1905, quando a counce governamental de compra e venca do cafe
estacada, para firmar a merc ado , veto adiar por alguns anos 0 desastre
que adviria CO lT' a depressao de 29. As grandes tortunas. agora , passa·
riam a se concentrar nas mao s dos chamados "rels" da industria e do
comercio. estrangeiros numa grande rnaioria . e nao mats nas maos dos
"bar6es " do cafe .
c.
Pelos anos 10 co mecam a surgir as bairros denominados "[ardins'' _
Ja rdim PauJista, Ja rdim America e Jardim Europa - , abrigando a
burguesia que oennha a riqueza proveniente da nova tase da economia
pauusta . a fase ind ustr ial. Fase que se pode Intit ula r de " terceira
funoacao de sao Paulo ", da mesma forma como Simoes de Paula, [a
referido ante riormente, intitulou de "segunda fundacao" 0 imclo da
epidemia da abertura dos bairros.
As residencies dos betrtos-jardins sao constnncas obedecendo a um
esmo anqlo-saxao. No ce ntro oa cidade corneca a ser introduzido a
29
arranna-ceu nco americana, e releqado ao esquecimento 0 modelo
urbamstlcc herdado do passado. (24)
logo a seguir - 1911·1 9 13 - . cia Ernani Silva Bruno. " procu rou a
municipalidade p romover 0 crescimentc da cidade / 10 sen tido vertical,
cnanoo obs tacutos a abertura de novas ruas e estabelecendo 0 minima
de Ires an da res para as edittcios que se constnnssem ou se reco nstnnssem em ce rtas ruas..." (25)
Iafvez essa medid a legal tenha inflwClo de certa manena na lenta
iranstorm acao do Jardim da Acumaceo no bairro da Acnmacao. Que to !
sen do povoado aos poucos, como veremos adia nte.
Por essa eooca. sao Paulo era ainda uma clda de arbo rlzada e flor ida;
suas vilas eram cer cad as de belos jardins pe rfumados... "0 pa uustano
demonstrava pela veqetacao - observou em 1914 Bertare lli - urn amor
Que se trad uzia em cuidado universal petas plantas e petas uo res.'' (26)
Assis tiu-se. entao. na primeira metade do secure XX. com 0 desenvolvimente de sao Paulo . a um dos malores ten6men os de crescenen to
urbane cco moo no mun do . dtzem os economistas. Concorreu para lsso
a grande caract ensnca do sao Paulo moderno. 0 cosmopolitismo . Que,
vind o [a se acentuando desde os fins do secuc passad o . ating iu Indice s
elevadrssim c s no present e seculo.
A " capital dos faze ndeiros" tornara-se a " capital oos ind ustrtais".
transfo rmando 0 Estado de sao Paulo no maior centro ind ustria l ca
Ame rica Latina . (27) De acordo com analise empreendida pee Conselho
Nac ional de Geografia do Estaoo. em 1962. varies toram os fatores Que
concorreram pa ra esse oesenvolvimento. tais como: 0 tomecimento de
ene rgi a eletrica pe las grandes usinas constnndas pela "Light", no Ttete
e no Cubatao : 0 aumento do merca do consumidor. em dec o rrencia do
c rescimento pooutaconat, tant o da Capital como do Estad o ; a entrada
de g rande capital estranqeiro. princ ipa lme nte ace s a Pnmetra Grande
Guerra; a mao-de-obra lacil e 0 deserwotvimento ca rede de tran sportee.
(28)
Pasquale Petrone aprese nta uma
semelhante oos dversos tato res
Que determinaram 0 fortalec imento do pa rcue industrial de sao Paulo:
sene
" 1. a la c ilidade de obtencac de energ ia eietnca . Que somente no s ultirn os anos veto a to mar-se escassa. c riando
um problema angustiante;
2 . a existencta de um merca do consumidor lntem o . Que se
tornou cad a vez maier . em virtude do c resc imen to da
poputacao da cidade e do Estado;
3 . 0 enu xo de ca pitals. tanto estrangeiros como nac ionais.
possiburtando 0 aproveit amen to de grandes mdustnas:
4 . a tac uidace de mao-de-cora ope rana. a pnn cmto o riund a
da massa im igrada . mars tarde resultante da c rise
30
cafeetra de 1929-30 e do lncessante exoco das areas
rurais :
5. a exfstencia de urn mercado fornecedor de matertas
pumas. dentro do proprio Estado no que se refere ao
atqodao (29), notadamente) ou fo ra dele;
6. importante rede de transportes, que tern na cidade de
sao Paulo 0 seu futuro ." (30)
tnfelizmente. a par desse grande desenvolvimenlo e crescirnento. au
justamente em decorrencia do mesmo, unera-se tarnbem 0 Que se
co nvencioncu chamar de "crise da cloaoe''. Os [ornafs. no princ ipia do
seculo. [a talavam em "urterusmo excessivo", quando comentavam
score a exoiosao demoqratica ocasfonada par enormes correntes
imiqratorias. e as irurmeros problemas da!' derivados - problemas de
base, par se tratar de "deficits" habi tacionais e das condicces. de
higiene e de saneamento, bastante precarias. Afirmava-se, ate , " q ue
nee havta recursos para entrentar os crescentes problemas que se'
avol umavam ." (31)
o que se presenciou. entao . fbi um verdaoetro "trenest' de oemoucoes e
reconstrucoes. nada sobranoo da cidaoe annoa. "nem casa, nem to rre,
nem Igre ja, nem Convento" . E, repetmdo palavras de Antonio Alcantara
Mac hado , "aqui as casas vivem menos do que as homens... e se afastam
para ala rqar as ruas''. (32)
1 - EVOLU<;AO URBANA DE SAO PAULO - Notas.
( 1) DIAFt:RIA, Lo urenco - Crcnica de apresentacao do disco SAMPA,
reportagem musical soore a ctoeoe de sao Paulo - producao
do Estudio Eldorado - 1980.
(2) AZEVEDO, Aroldo de - A cidade de Sao Paulo, pag . 91 .
°
(3) MOREIRA PINTO, Alfredo - A cidade de sao Paulo em 1900, paq.
20.
Bras il tot elevado categona de Remo peta Carta de Lei
de 16 de oezembro de 1815.
a
(4) LIMA DE TOLEDO, Benedtto - sao Paulo: tres cidades em um
~ ,pag.30.
(5) CURSINO DE MOURA, Paulo -Sao Paulo de ou trora, pag. 172.
(6) 0 revantarnento das cnacaras to! terto atraves da planta da cidade
de Sao Paulo (1800-1874), organizada por Freitas, AA de , in
Tradi90e s ~ Reminiscencias Pauhstanas.
(7) MAR TINS, Anto nio Egl(lio - Sao Paulo Antigo, pag. 239.
(8) MENDES TORRES, M.C. - 0 Baino do Bras, paq. 169.
31
(9) SIMOES DE PAULA, Eunoedes - Revista de Hist6ria, nO17 - ctaoo
po r Lima de Toledo, ob.cit.. pag. 86 .
(10) Aetrato do Visconde do Pinhal , reproduzido por Branoao Neto. F.
Soare s - ~ Glorioso Passaoo . paQ. 130 /131 .
(11 ) Artigo do redat or Ernesto Luiz Goncalves. transcrito por Bradao
Neto . ob. CIt. pag. 130.
(1 2) Artigo transcrito pete mesmo Brandao Neto , pag . 133.
E. uma paqina Que contnbui com grande parceta para a
re constrtutcao de uma epoca . razao que nos leva a
transcreve-la nesta nota .
"0 t rem imperial chegou as 4 Y2 ho ras da tarde. senoo
recebido com uma selva de 21 nros. inurneras gi randolas de
foguetes e entusiasticosvivas.
Na estacao esperavam a SS.MM. a Comissao da Camara
Municipal, tooas as autoridades, 0 coronel Cunha Bueno, 0
mspetor literano (Comendador Bittencourt Coe lho). ctretoria
da Sociedade Italiana Socorros Mutuos, com seu estandarte e
a Bandeira Brasileira . a diretoria da Sociedade Beneticente
Portuguesa , tarnbem com os seus estendartes. grande numero
de pessoas qradas. algumas sennoras. uma mcmcac imensa
de povo.
o lmperador vmha sentado na frente da maquma. entre os srs.
Visconde do Pinhal e de Paranaqua . SS.MM. desembarcaram
ao sam do Hino Na ciona! primorosamente tocado pela excelente banda italiana . mandaoa vir de Campinas, pela dig na
comissao de teste ios. atravessanco por entre as alas tormadas
pelos elunos das escolas puoncas. que os cobriram de flores.
Em seguida 55.MM . entraram no carro que Ihes estava
oescnaoo. tirade par duas paremas de Iindos cava los. tordilttos. e percorrenoc as Ruas de General Osorio. de sao Carlos,
Largo da Matriz e Rua da Mata , que estavam vlstosamente
enfeitadas com arcos, palmeiras e ban deiras. apearam em
casa do Co ronel Cunha Bueno, que navta prepa rado pnnclpesca hospedagem aos Augustos v iajantes. Na entrada do
Largo da Matriz. vindo da Rua sao Carlos, havia um arco que
se destacava de todos os outros pelo seu gOS10 arnstico: suas
colunas representavarn 0 fu mo e 0 cafe . Em seus arcos
estavam leva ntadas bandeiras de todas as necionatideces.
Tambem merece especi al mencao 0 coretc que estava colocaoo a direita do arco e perteitamente adornado, onde 56
tlutuavam bandeiras das nacionalidades amencanas. servindo
de centro a pendao auri-verde. Neste co reto tocava a banda de
musica dirigida pelo Sr. aeicmcr. por ocasrao oa passagem de
norte a executar diterentes
SS.MM. e c ormtiva. vonenoo
peca s.
a
32
As 5 t eras. saru S.M. 0 tmpera oor. acompanhado do sr.
vrsconce de Para naqua e ou tros cavalheiros de sua comitiva e
vrsttou a casa da Ca mara , sendo arrecebioo pela co missao; a
cao eta, duas escolas pubfic as. a matadouro (em construcao).
o Clu be Conc6rdia Familiar , depois do Que S.M . recolh eu-se
ao patacio . onde loi servtdo 0 ranter as 7 horas da noite.
tocando sempre as duas candas de rnusica que estavam no
co reto levanlado em trente ao palacio. Depois do [anta r
55. MM. rece bera m a comissao da Camara Munic ipal e mui tas
oulras pessoas Que as toram c ump rimentar.
A norte
houve ltummacao qerat e a colonia ttanana fez uma
impo ne nte manitestacao a 55.MM .
No dia 6, 55. MM. ouvir am Missa as 6 horas oa manna .
perc orreram depois a cldaoe. em car ro aberto. e emba rca ram
para Araraquara as 7 horas. dando-se per essa ocaeeo 20
salvas rears. Sabernos que S.M. oeixou 100 $000 a biblioteca
do Clube Co ncordia, recornenoando que os apucassem s6 em
obras cienntlcas . e 100$000 para serem dtstrttxndos pelos
pobres.'
(1 3) Notrcia k! Brandao Neto. F.C. Soares, ob.cit. paq. 135.
( 14) BRUNO, Ernani Silva - Hist6ria ~ Tradiyoes da Cid ade de sao
Paulo , 39 vol. paq. 917.
( 15) Fot socio-tu ndador oa Sociedaoe Rural Brasnerra. 0 Dr. Carlos
Jose Botelho, fundador do Jardim da Acurnacao.
(16) A conterencia prommciada.em 1931 , na Socieoade Rural Brasire ira, por Alvaro Guirnaraes . foi lida em pa rte, no d ia ce
tundacao de Sao Carlos, nos seus 106 anos. ao ser colo cada
uma placa de br onze comernorativa no "Edincio Co nde do
Pinhal" , no dia 4 de nove mbrc de 1963. A solenidaoe tot
notictaoa no "Dlar!o de Sao Paulo" (5 .11.1963) e na " A
Gazeta " de Sao Paulo (4.1 1.1963).
(1 7) Segundo Jose Jacinto Ribeiro , na sua " c ro notocta Pautlsta" - 29
vot. paqs. 15 e 25, a Socteoaoe Promotora de lrntqracao to!
fundada no dia 2 de julho de 1886, pelo entao Visco nde do
Pinhal e outros. lntormacao in Branoao Neto . ob .cit . paq. 103.
(18) LIMA DE TOLEpO, Benedito - ob.c it. pag. 86.
(19) MARTINS, Anton io Eglaio - l!:! Limade Toledo ob.c it. pag. 67.
(20 ) LIMA DE TOLEDO, Benedito - ob.cn. pag. 67.
(2 1) AMERICANO, Jorg e - Sao Paulo nag uele tempo , paq . 104 .
-c
(22) CASTELLA NI, Jose - Sao Paulo na decada de trinta, paq. 109 .
(2 3) MORSE, Richard - Fo rmaC;ao Hist6rica de sao Paulo: De co munidade ~ Metro pq le , pag.28 1.
33
(24) BRUNO, Ernani suva c
co.cn.. vet. 3 , paq. 951 .
(25 ) IDEM, pag , 95S,
(26) IDEM, paq. 964
(27) Guia do Estado de Sao Paulo ,vel. I, paq. 60 . Edi<;ao do Dlretorto
Regional do Conselho Naciona! de Geografia no Estado de
Sao Paulo, 1962.
(28) IDEM,
(29) I: imprescmdivetlemorarrnos no momento a atuacao do Secretano
da Ag ricu ltura. vlaceo e Obras Pubticas. Carlos Jose Bo telho
( 1904- 1908), nos pIanos para a diversiticacao da atividade
rural , mcentivando a cultura do algOO80 .
(30) PETRONE, Pasqua le - Sao Paulo no seGuin XX, ill 8. cidade de Sao
Paulo, dirigida par Aroldo de Azevedo, vet. II. paq . 102.
(31) Polrttca Global de Desenvolvimento Urbano e Memoria da Qualidade de Vida - COGEP/ PMSP (sene Potrticas Globais 4) pag.
13,
(32) MACHADO, AA - Cava~uinho ~ Saxcto ne. pag. 15, citado por
Bruno , Ernani Silva , o b.c it. paq. 13 19.
35
CAPITuLO II
SAO PAULO NUM RETROSPECTO SENTIMENTAL
Sair da Biblioteca Municipal "Mario de Andrade " , as 6 horas da tarde atravessando avenidas ccroesnonac as. ouvindo buzinas. sirenas de
amoutanctas. treiadas de carro e apitos de guarda, verde uma multjdao
a correr para as pontes de Onibus - . depois de se ter passado tres noras
Iendo sao Pau lo naguele tem P.Q (1). tempo q ue va! de 1895
1915.
como se a pessoa tivesse feita uma viagem ao passado, regressando
subitamente para 0 burburinho eta Avenida da consoiacao e sao Luis.
em urn final de tarde de 1981 .
ate
e
o sao Paulo de "hoje" a vista do sao Paulo de "ontem". Atordoa.
o objetivo deste capitulo etentar frazer para as nossos etas um pouco do
sennmento . dos costumes e iraccees que perduraram pelas vartas
decades Queassistiram a formacao dos bairros paulistanos , alguns mais
cedo, outros mais tarde, como e 0 caso ca Actimacao.
Por essa mesma rezac. no decorrer destas paqines. se reo encontradas
diversas nanscnczes de textos ja celebrizados em nossa uteratura. 0
que se fez c om um unlco lntulto : reviver 0 espilito de uma eooca.
Custa-se a acreditar que, M algumas decade s apenas, sao Paulo tenha
56
sioo aquela metropole tranqcna e romantlca. em Que " maca nao
para 0 centro da cldade": em Que os bondes viajavam com cerca de
quinze passageiros e, quand o 0 c obrador passava dianle de senhoras
ou senhoritas. estas vtam recusaoo 0 seu dinheiro , porque 0 senho r la de
n as. as vezes urn simples co nhecido da familia. ja pagara as passagens,
no cumprimento de um dever de bonra : em que as senhoras somente
compravam fazendas estrangeiras. e se sentiam ofendidas Quando os
caixeiros (hoje , balcon istas). sempre homens. lnes mostravam fazenda
nacional - " eu nao estou fazendo compras para as cnadas". resoondiam; e as pecas eram erwiedas
casas das freguesas. para que etas
sara
as
36
puoessem escolher. a vontade. a que melnor combinasse c om a ultimo
chapeu com prado. (2)
Com a novo secuio. entram em Sao Paulo os p rimeiros autornoveis a
vapor . 0 numero oos vecuios de qualm rodas. que tizeram sucesso
quando transitaram
primeira vez nas ruas da cioaoe. [a estava em
cera
tome de 83, no ana de 1904. Oomecaram. entao. as leis para se
regulamentar 0 seu uso: pagamento de taxa, inspecac por parte da
Prefeitura. usa da placa nume raoa "na parte posterior do carro". exame
de motcnstas e connote de velocidade:
" Nos lugares estreitos ou onoe haja acumutacao de pessoas,
a velocidade sera. a de um nomem a passo. Em caso algum
ccoera a veiccoace tr alem de 30 krns. por hera.' (3)
o
povo. em geral, olhava com descontianca para 0 novo lnvento que era
privileqio de uma pequena elite .
Em 1908 aconteceu em Sao Paulo , no Parque Antartica , a prime ira
corrida eutomobihstica. Primeira do Brasil e da America do SuI.
NeS$8 epoca. ent re 1908 e 1910 , comecou 0 habito de tazer-se 0
" co rso" no centro oa cidaoe . durante os car navats paunstanos. por que
"[a havre muitos automovels (uns 100 mats ou menos)". Os [ovens
bnncavam com fanca-perturnes, mas, [amais a moca tomava a iniciativa,
rnesmo quando 0 rapaz tosse connecido. " Era preciso esperar que ere
comecasse.'
" Ninq uem mars queria ficar nas lanelas dos sobrados e vinbam para as
lojas abriam suas portae. tazfam uma cancela
portas em baixo.
provis o rta ate urn metro de altura, juntavam caoeiras e aluqavarn as
tamrlias essa especie de camarotes. 0 'corso' sequta devagar pelo
centro da rua, os autom6veis cheios de famrltas . Os rapazes, nas
calcadas. acompanhavam a pe os ca rros. esquicnando lanca-perturnes
nas moc as ... 0 Dr. Cardoso de Almeida (4), chefe de pchcla. trajando
tracue e canota. passeava a pe acompanhado de urn ajudante de
ordens . para uscauzar 0 ooucemento do "trtanqufo". (5)
venae
Entre 1910 e 19 15 , 0 corso se transtertu do centro para a Avenida
Pauusta. voltando a uso da serpentina, esquecida por algum tempo .
A Semana Santa revelava 0 esonto relig ioso do povo paulistano. t: tao
comovente a oescncao teita par Jorge Americano, de uma Semana
Santa que nao mats se vivencia, que vale a pena ser transcrrta. se nee na
Integra, pete menos em parte, num caprtuto de remernoracoes como
este:
Na quinta-Feira Santa havia a "Procissao do Encontro".
"Eram duas procissces. saoas de duas Igrejas. Numa vin ha
o Cristo num andor, carregando a Cruz . Os que 0 transportavam eram da Irmandade do Sanusslmo Sacramento, com
opas vermelhas. Na outra, vinha Maria Sannssima. carregada
no andor por irmaos do Carmo, de ope branca... No 'passo '
37
em que as duas se encontravem . aproxlmava-se 0 andor de
Maria Sarmssima do de Cristo . Os sines bacatavam. depots
s nenctavam. Urn sacerdote subia ao pufpuo . armada na rua ,
pregando 0 'sermao do encon tro'.
No dia seguinte, Sexta-Feira da Paixao. badatavam a nnaoos.
de quart o em Quarto de nora. os sines de todas as Igrejas.
Havla silence por toda a parte. Os poucos vendecores Que
aparecam na rua vinnam snenclosos. nao apregoavam as
mercaoortas. apenas apertavam 0 totac da campainha de
cada casa . Os eutorrovele nao tocavam a buz ina.
atravessavam em silencio. sem Que
pe na campamha de aviso.
0
as bonoes
motomeiro batesse 0
Dentro de casa, as crtancas eram fnstnnoas para nao tazer
barutho. nee g rita r nem nr . 'po rque era pecadc'.
Toda gente Que cassava na rua. homem ou mumer. vestta de
preto.
A tarde de Sexta-Feira Santa, pessava no centro da cidade a
Procissao do Enterro . 'Procissao do Senner Mc rtot Os
tampioes cas ruas estavarn envolvidos em crepe. Os sines
contmuavam a tocar a nnaocs.
Vin ha a banda de music a ' Ettore Fieramosc a' atras da
procissao . tocando a Marone Funebre de Beethoven ...
... A 'Vero nica', de preto , com veu preto. trazerco enrolado 0
suda no. Desen rotava-o devaqar. cantando, e ex ibia estampad a a cateca de Cristo. Depoe enrolava-o e a procrssao
sequta.
No Sabado de Aleluia as criancas acordavam cede, excitadas
para ver 0 'Judas'.
Em todas as escuroas nave 'Judas' entorcados em lampoes
ou pendentes de alguma ervore ou jereia : uma bola feita de
pane co m en c himentos de [omais. com da is olhos , nanz e
boca traceoos a carvao...
...Os sines co nttnuavem a ooorar a Iinados. De repente
deixavarn de 'dobrar' e passavam a repicar.
Estrondavam foguetes.
a
A molecad a que estava espera , com pau s e pan os embebido s em querosene , derru bavam as 'Ju das', espanc ava-os e
lnes pun nam fogo . Esto uravarn bombas escondidas nas
entrannas deles.
Abr iam -se as po rtas das lq rejas . e a mcno ao sara ac sol,
ouvindo ainda os 6rgaos misturados no estrcroo das tombas
e roloes ." (6)
38
Vivia-se ainda. nessa eooca . centro de urn orcamento domesnc o como 0
Que se segue:
Pagamentos mensais (no ana de 191 0) (7)
Cozinheira e copeira (caca uma)
Lavadeira, 0 q ue so ma r 0 rol / sepa rar num en velope
Enve lope para co moras no mercado du rante 0 rres
Sepa rar para a conta d e acouque e frangos
Padeiro
40$000
24$000
100$000
100$000
15$000
Agu a. luz e gas
.
Co ntrib uicao para 0 Segura da Mutua Pauusta
.
Leite (par dia) .
Lenha (por mes)
Professor de pia no ( ' ) .
.
Pro fessor de canto
Al uguel de casa ..
.
45$ 00 0
22 $000
$60 0
30$000
30$000
40 $000
300$000
( ' ) 0 pagamento ao pr ofessor de piano tezta pa rte do orca mento
men sa! de todas as tarmlias. como vimo s, pot s 0 piano era peca
o brig at6 ria numa sat a. e oc upava lug ar de oesteque . Eram pian os
importados da Fran ca o u da A leman ha: Gera rd . Pleyel , Stemway.
Bechstein ... Seu estudo era indisoenseve! na eoocecao da s mocas. ate
mesm o impasto . E Jorge Amencanc q uem conta:
"Ouase tocas as moca s estudavam par impo s icao. E quase
tod as . Quando casavam. traz iam 0 pian o como pa rte d o
mobfiar io da casa.
As Que ap re ndtam 56 pa ra mostrar q ue eram 'prestimosas'.
deixa vam a musca no prim eiro mes de gr avidez e 0 pia no era
vendido pa ra auxiliar no parte .
As Que tocavam por gosto continuavam no mete das vicissitudes , per tod a a vida.
As qu e nao se casava m continuavam a tocar com a [an eta
aberta, na espe rance de Que se interessasse pe la m usica urn
esprhto de artiste qu e pa ssasse pe la ceicaoa .
As Que tocavam bern e nao se casava m. faziam -se protessoras de piano." (8)
Fot uma rase da vida q ue se levava na cidade de Sao Paul o , em Que nao
se atravessava uma rua o u oraca sem se ouvir urn teclado em funci o name nto.
Por vo lta de 19 11 toi Que Washington LUIS. enta o Secreta no da Justice,
estabeleceu em sao Paulo as c artei ras de identidade com impress6e s
interessan te ter-se 0 depoirnento de Jo rge
d igitais . Sabre 0 assunto
Ame ricano , no seguinte dialog o :
e
" - Quando c heg ue i a Paris e fui receber 0 d inh eiro de m inha
'carta de o rd em ', apresen te! no banco a ca rtetra de roe nu-
39
dade com imp ressoes dig itais. Dar a pouco, chegaram dole
sujenos da pohcia que me levaram preso. Tlve que teletonar
para 0 Co nsulado Brasileiro. t que na Franca a impressao
digital era afrontosa , e 56 se usava nas cartelras de identidade de ex-crirrunosos.
- Como e que se usava para provar Que voce era voce?
- Pela carta do banco brasilei ro 80 banco frances correspendente.
- Mas, como
e que S8 arran java dinheiro estrangeiro?
- Ora! arranjando. Eu ia ao quiche do banco e converna 80
cambia do dia, quero dizer, 80 cambia da semana. do mes .
do ana , porque, afinal , quase nao veriava.' (9)
Pots. toi numa epoca asem que se or iginou 0 balrro da Aclirnacao. Epoca
em que as namorados S8 conlentavam ou eram obrigados a S8
contentarem com olhares. E trequentavam 0 " garden-party" do Jardim
que tazta sucesso na cidade.
,,-
""",,~
Conta uma avo que os pais mats rigorosos nao perrnitiam que as filhas ao
menos cheqassem a [anela. cujas vidracas permanectam cerradas.
Con tinuando nas suas rememo racoes. narra 0 episodic que the to !
transrrutido pete mae (bisavo). a qual , olhando d istraidamente pela
vidraca oescroa, for surpreendida par uma "estacada" da po nta de um
quarda-cnuvas oestenoo pelo progenitor em suas costas, que ncaram
doloridas par varies eras. Alguns pais eram mais condescendentes. e as
[aneta. ao cair da tarde , para
filhas tin ham ticenca para se porem
apreciar a ru a. quase sempre deserta , cots nao passava viva alma. 0
a
40
rapaz Que se interessasse por etas . d iariame nte passava pela catc ada
fronteira. para 13 e para ca . varias ....ezes. nora em que podia ver sua
oretertde. Depots de rnutto tempo , semanas ou meses ate , ere se
tra nsferia para a cacaca re nte ianela. corecanco a troc a de bi!hetes e
de suspires. Quand o 0 pai percebia 0 "namcro ja evancado". sam a
porta e co nvidava 0 pretendente a ent rer. para " firmar 0 com prom isso e
mercer a data " . "porq ue moc a Que se pr ezasse nao namorava para
passar tempo" . 0 pse udo- p retenden te procurava escapar e na o
entrava Aquele Que estava pensandc em c asamento entrava. e 0
namoro firme se mictava - sen tados. cada urn dos dais, nas extremidades opostas do sofa. e sempre acomoanhad os por uma pessoa da
familia , de preterencia a Irma male nova , quando as pais precrsevam sarr
da sara.
a
a
Continuemos com Jorge Ame ricano narrando as dificuldades entrentaoas e os ardis unlizados pelosnamorados para Sf! verem:
" Alem de passar todas as tardes debaixc da [aneta da moca 6
rapaz ia. uma vez par semana, ao cinema que ela trequentava. Chegando cedo, para escother posrcao no satao de
espera. cthavem-se os ooe. 0 tempo tooo . sem que dessem
na vista , porque 0 namoro se processava atraves de trestas
entre cabecasda gente aqtomerada.
Nos cinemas, cuja ante-sara tmna espeinos. a rroca de
clhares era facil , parque ora se cruzavam par via dlreta. entre
ombros. orethas e chapeus. e ora par via mdireta. atraves do
espelho, que duplicava ombros. oremas e cnaoeue...
Aos domingos, a Missa das nove era excelente lugar de
encontro. 0 rapaz, c om 0 am igo e confidente que tmha
objetiv o identico. ticava escadana da entrada, para ver a
cneqada da moca. mais a mae, e ter a ocesiao de lhes tirar 0
cnapeu . Elas entravam.
Continuavam os dots rapazes conversandc an imadamente
ate a chegada da moca que interessava ao amigo.
Dentro , cada um la para 0 seu lade. em ponto estratecco. ao
pe das colunas. Contorme a posfcao. a co luna protegia 0
rapaz contra os olhares da mae , permitindo que os namorados continuassem a olhar-se.
Aos 'Padre-Ncssos' e 'Ave -Marias' ao lim da Mtssa. os
rapazes seem e enftleiravam-se na escadana. atras des
mendigos sentados nos deqraus .
a
Mocas e maes saem depots oaqueias rezas , aiudando-se a
arrumar as sates amarfanhadas peta genuflexao ou pelc
assento nos bancos. Recebiam os cumprimentos dos rapazes e seguiam a pe para casa, distante da 19 reja no maximo
quinnentos metros.
41
Nao eram multos OS rap ezes ousad os a ponto de seguirem as
rnocas. mesma cistancia de cln quenta metros, na catca da
a
opc sta. Tambem nao eram rruntas as que, sabendo-se
seguidas. olh avam pa ra tras de vez em qu ando. Mas , q uando
isto acontecia , ete reta rdava 0 passe pa ra da r tempo a ala de
entrar e chegar jenera oa trente eoquanto coinckna Que eie
passava em baixo. tirando 0 cnapeu.
a
De tarde , tafvez coinc .disse ainda de se encontrarem na
manne do cinema 'Bljo u Theat re' , ca s dues as c inc o.
Nao hall ie espera na ante-seta. porque era sessao unica. de
sorte qu e as tarmllas ocu pevam as tnsa s. trajand o c nape us
de titas e flores, enq uanto as rapazes se acornoc avam na
plateia. de palheta au cnapeu de tenro.
lntervalos de dois minutos . da pnmena oecima pa rte de lita.
Mas , aqui deve-se ac resc enta r tarntem 0 de meia nora .
seoaranoo 0 espetaculo em ouas partes. Passavam baleiros.
muua genIe la ao bar tomar retresc o ou come r sendinches.
Nos casos de namo ro adian tado , aiem oos cr uzamenlos nas'
pro ximldaoes do bar, podena haver uma paraoa momentanea. para um eumprimento de mao e urn:
- ' Por onde tern anoaoo' ou 'taz tempo Que nac 0 vemos. '
- 'Vao ao "garden-party" no Jard im da Acnmacao. no fim do
mes qu e vern'? " (10)
Naquetas pnmeuas oecadas do seculc XX, 0 Jardim da Acnmacao era 0
local onoe os namorados podiam se ver mars uma vez. aiem da Missa e
do cinema , ou entao pod iam se encontra r e passear juntos, co m 0 co ne r
oos anos e a co nquista de maier uberdace.
Era atn d a a ep oc a da ilu min acao a gas , Intclao a em 18 72 , pe la
Companhia Inglesa , a sa o Paulo Gas Co . L1da. nonmacao que perdurou
ate 1922 , ano que marea a exoansac da uummacao etetrica no co nj unto
urbane. "Dar' 0 aspecto algo prov inc iano e mstonro que sao Paulo
aprese ntava a noite no deco rrer de todo esse perooo: oar a lmportancia
caquele per sonagem urbane. hoje desapar ec ido - 0 acendedor de
lampioes c-, Que pon tuelmente a percorrta ao anortec er." ( 11)
Personagem esse que figu rou em tantas pec es ftterarias. co mo a de
Jo rge de Lima, por exemplo . que 0 imort alizou no seu ce lebre sonet o , de
19 14, ap 6s ve-to . certarnente . ace ndendo as lampi6es do Rio de
Janeiro , no mesmo rita de sa o Paulo. 0 po eta enc he 0 reito r de
nostalgia, ao can ter:
o ACENOEOOR DE LAMPIOES(12)
La vern 0 acendedor de Iampi6es da rua!
Esse mesmo Que vern, mvanavelmente.
Parodiar 0 sol e associar-se lua
Quando a sombra da norte eneqrece 0 poente.
a
,
a
42
Urn, dais, Ires tam pices acenoe e con tinua
Outros mars a acenoer. impe rturbave jmente.
A medida Que a noite aos po ucos se ac entua
E a palidez da lua ape nas se pressente .
Fnste iro nia atroz Que 0 sensa humano imta !
Ele Que doira a naite e ilumina a cidade
Talvez nao tenha luz na choupana que habits.
Tanta genie tambem no s outros lnsrnua
Crencas. religiao. amo r. felicioade.
Como esse acendecor de lampi6es de rue!
Somente depots de 1930 a uurmnacao a gas veto a desaparecer
com pletamente.
AtEl fins do secure XIX, luz eietrtca existia apenas em alg umas loi as do
"trianqulo " historico. fornecida pela Companhia de Agua e Luz do
Estad o de Sao Paulo . Em 1900 instala -se a " Light ", Que mutta s
dif iculdad es enlrentou pa ra se exp andir.
o
povo . habituado it secular lamparina a querosene. nao acettava
lacilmente a inovacao. Par a ga nha r aoeptos. a "Light" se propunha ate
a repor. de qraca. as tampadas queimaoas. Mas , no d ia 25 de maio de
1902 , sara no ': 0 Esta do de sao Paulo " este anuncio:
"Continuando os abuso s po r parte de muttos oc s sent-ores
co reunuoo res. a pr eco fixo, em man tere m as sua s iarnoaoes
acesas em plena lUI do ce . a Com panhia se ve ob rigada a
nao tomecer mars gratui tamente as tampa das . em substituit;Ao das que se estragam, a tars coreurrsoores.' (13)
Nas ruas dos ba'rros. conlinuava do minando einda a uorninacao a gas, e
o acendedor de lampioes prosseg uia na sua humil de pr otissa o .
Havia atnd a 0 co stume boemio. teroaoc oa Pemh sufa Iberica, da s
serenata s ou serestas. em Que os namorados tocavam e cantavam pela
madr ugada as janelas de suas namoradas. Viviam por esse tempo, em
sao Paulo , Zequinha de Abreu , co m sua valsa " Branca" , trabalhando
como "pianeiro" na Casa Beethoven, toca nd o em cabares , ca fes e
restau rantes; Alberto Mari no , nascido no Bras, e compondo a celebre
" Rapaziada do Bras " , numa cas nones de serenata: Amencc Jacorruno.
aceucaoo de Cannoto. com a verse " A bismo de Rosas " , cnada em 1915
co m 0 no me de " Acordes do viotao''.
Era 0 sao Paulo da qaroa . ca ntao o em pro sa e verso , que, no poema de
Martins Fontes , permenecera pa ra sempre recorda nd o a tod os aq ueies
tempos:
SERENTATA
Te nho saudade da garoa antiga,
pill ida amiga
Que me fez sormar...
43
desse Sao Paulo ro manesco e bela
Que era um castelo
sob a Iuz lunar. .
Tenho sauoade cas ge ntis morenas.
Iindas pequenas.
do t ube m a! tnul..
de uma entre tadas , co r de [ambo-rosa
tlo r perturnosa
do pais do sul..
Do na Querida de cabelos pretos,
quantos sonetos
me lnsptraste tu!
ne'es prendias. entre os sattos grampos
os piri lampos
do An hangabau ..
"0 Liberdade. 6 Ponte Grande. 6 Gloria " ,
6
Me mo ria,
Largo do batteu!
o luar batia no Tiete. de chapa
co mo uma capa de estudante. ao leu ,..
oa
A se renata sotucava. outrora,
ale Que a aurora
oespontava. al lim ...
Adormecendo, pete vale, as uores
dos meus amores
e do teu jardim ..
Velho Sao Paulo do romanticismo.
do misticisrno .
da saudade azul. "
Tua lembranca nos perfuma a vida,
terra Querida
do pars do sul. .. (14)
,
Logo vem a decade de 30 a 40 , quando Vicente Celestino , Gilda de
Ab reu, Orlando Silva e Francisco Alves tocavarn e cantavam pelos bares
pau listanos.
o esprlito romantico do secure XIX contmuava ainoa vivo neste secuto .
ate chegar a Sequnoa Grande Guerra, que to t um marco na transformacae radical que ocorreu em Sao Paulo , no Brasi l e no mundo
Assistimos. asem , ao ultimo suspiro de um seculo . CUJ8 morte se iniciou
com a Primeira Grande Guerra - ou , tatvez . neta ten ha ocorrido
completamente , contorme orsse Tnstao de Athayde numa ent revista
concedtda a Rede de 1V a anocrra ntes: "naquele memento .. assisti a
morte de um secu!o." (15)
44
E to! tembem. "oepois da oecada de 30 " , segundo opintao expendida
pelo atuat Sec retano da Cutt ura do Municipio . que "esta ctdace " detxou
de ser " peosada cutturairnente". ( 16)
2 - SAO PAULO NUM RETROSPECTO SENTIMENTA L - Notas
(1) AMERICANO , Jorge - Sao Paulo naquele tempo .
(2) IDEM, paq . 8 1.
(3) "Novidades do secuto" in corecao Abr il Nosso Seculo (1900 19 10), paq. 7 1.
(4) Exrste uma linha de on.bus da CMTC, co m 0 nome " Cardoso de
Almeida". que parte da Rua Machado de Ass.s. atravessa 0
bair to da Acurnacao e continua peta cidaoe ate atcancar a rua
do mesmo nome em Perdizes .
(5) AMERICANO , Jorge (6) IDEM, paq. 268, 269
(7) IDEM, paq . 85.
( 8) IDEM , pag 71 .
co. cit, paq . 262.
(9 ) IDEM, paqs . 236 , 237 .
(10) IDEM, paqs . 86 a 88.
(11 ) ANDRADE DE SILVA, Raul - .6,. EvoluCao Urbana de Sao Paulo !!.!
Corecao Pevis ta oa Historta , vet. V, paq. 98.
( 12) LIMA , Jorge de - 0 acendedor de Lampi6es In XIV Alexanonnos.
RiO, 19 14.
- - -- - -
(13) " De mooesta provincia a r netropore do cate" in Cole<;:ao Nosso
Sec ulo (1900 - 1910), paq. 176.
- -
(14) MARTINS FONTES - Poesias Comoletas . 6<; vor.. Propriedade da
soceoaoe Hurnanttarta cos Empreg ados do Comercio em
Santos , 1936, oaq. 286 .
( 15) ALCEU DE AMOROSO LIMA - entrevista na TV Bandeirantes.
( 16) Entrevista concedida "Folba de Sao Paulo" , oublicada no dia 21
de [uln o de 1981, pelo atual Secreta rio da Cultura do Municipio
de Sao Paulo , Mario Chamle. que oete ndeu a c nacao de urn
Ministerio da Culture. " E urqeote". eta ere. "urn Ministerio ca
Cultura nao para preserver a diversidade cultural como tato r de
dtstensao socia l. Mlmstenar a Outtura''. continua, " e consohdar a toentld aoe de um povo. atraves de urna pohfica cultu ral,
sem paternausmo. para 0 Pais todo" . E diz mats: " 0 Pals esta
maduro para urn Mimsteno da Cuttu ra".
Mario Charnte poet s e tern suas obras basicas entetxaoas
num volume denomtnaoo Objet o Se lvag~
a
e
45
CAPitULO III
o JARDIM DA ACUMA<;:A O
Origens do bairto
Ao examrnar-se a ptanta da cidade de sao Paulo Que abrange um
penodo de qu ase um secuio (1800·1874), orqanizada po r Affonso A. de
Freitas ( 1), ve-se. bern a suoeste do ptanarto triangular. entre 0 ccrreqo
Cambuci. rio do Levape s. Estrad a do fvlar e a Caminho do Ca rro que va!
para Santo Amaro , um etc de nome indlgena - 0 S I~ IO do Tapannoin .
a
Dele tazta pa rte a checara do " Ouebra-Bunda". qual um [om atista de
" A Gazeta''. em 1958, se retenu como " Ouebra-Cadefras". (2) Era
assim ch amada porque os escravos "vadtos" ali eram espancedos ate
trcarem "o escadena oos". median te 0 pag amento de uma taxa ao
pro pnetano. por pa rte dos sennor es de escravos.
Ha. tam bem . a versao popular pa ra 0 nome , transnutrda de qeracao em
gera<;:ao ale nossos eras. E Que , pe r ser a regia o muit o mo ntanbosa . os
"cabras " Que per ali tran sitavam iam esc orreqando .
de scida dos
morros. e batendo com as "cadei ras", reoetidamente. na rude terra.
a
A reterencia a aluoioa c hacara. na olanta de A. de Freitas, esclarece Que
a face do terreno Que "tntestava co m 0 Camtnho do Mar , en tre a C6r rego
Ca mbuct e a atu al Rua do Gltceno. tot doada pa r Jose Rodrigues Cardi m
Ca ma ra Munic ipal, Que a divldiu ern 'dates'. as Quais mais te rce
torrnaram as cnaca-es Scuvero. Gerustoctes e Bat un a. E esta note
dividida em ruas cuj os extremos sao as do Lavapes. Tamano are. Muniz
de Sousa e 0 Jardim da Acnrnacao ". (3)
a
Cursino de Moura , em sao Pau lo de Outro ra, talan do sob re a mesma
cnacara. conta Que " entre as c Mcaras do bairro da Libe rdaoe. havia
uma den ominada de "Ouebra-Bunda". srtuad a entr e as atuais Ruas dos
Apeninos , Pires da Mot a. Nilo e Peraiso. onde se snuo u 0 Hosp ital
46
Ottaimico": e que "contmava com as terras pertencentes ao tenente
Joaouen Rod rig ues Oardim . Pe. Jeronimo Maximo Rodrigues Carden e
Lourenco Maximo Rodrigues Cardim e mais irmaos' (4) , oassaroo . por
volta de 1910, a pertencer em parte ao dono do Jardrn da Acbmacao e
aos nerdeiros de Franc isco J usnno da Silva. talecdo em 11 de agosto de
1901.
a
Jardim da Acnmacac to t fundado em ter-a s do antigo S.lio do
Tapannoim. em 1892 .
Mont ou -se na reg iao 0 primeiro Zool6gico de sao Paulo e 0 pnmeiro
Posta Zootecmco do Brasil, numa fase em q ue as chacaras vlztnnas
estavam se transtormando nos bairros da "cicaoe nova" . Note-se 0
co ntraste urbano .
Seu cnaoor fa; urna personagem oa tustona de Sao Paulo que merece
uma explanacao mats longa. Trata -se do Dr. Carlos Jose Botelho ,
a) CARLOS JOSE BOTELHO
Filho de Francisca Teodoro Coelho de Arruda Botelho e do Co ro nel
Antonio Carlos Arru da Botelho, Conde do Ptnha! (5), nasce u Carlos Jose
Bot elho , na cicade de Piracicaba (Estado de sao Paulo ), no ano de
1855 . Doutorou-se em medicine. pela Academia de Paris, especialtzando-se em cir urgia , em 1880. Retornando ao Brasil , ir nciou uma ca rrei ra
mvejavet nesse ca mpo de trabalno.
a
Fundou no barrro do Bra s, Rua do Gazometro . 0 primei ro hospital
cuhico orurqco (particular), conhecido co mo a "Case de Saude do Or.
Bote lho " . (6)
Foi 0 pnmeiro cuetor chtucc da Santa Casa de Miser ico rd ia de sao
Paulo , um dos nmdacores da scceoaoe de Medicma e Cirurgia de sao
Paulo .e co-funoaoor da Pouchnca, em 1895. Esta Poucnmca tuncionava
na esquina da Rua de sao Bento com a Rua Dtrerta. encomraooo a" os
necessitados . " g ratuitame nte , services medi c os e medicamentos" .
intormava "0 Estado de sao Pau lo" da eooce. At' exisnu 0 primeiro
service de pediatna . a part ir de 1896, oeoos da mudanca pa ra uma das
travessas da Se. num oreoo q ue Ca rlos Botel ho alugou e ote receu a
lnsfinncao. ate q ue se conseg uissem recursos pr6prios e subvencao do
Gov erno estadual. Em 1900 , a Poucht uca [a possura urn corpo med ico
co moosto de doze pronssonets e atendia anuarrnc ntc a 2 .000 casos .
a
Abanoonando a meccma. C arlos Botelho se deoic a
oouuca e a
atividades acro-oe c ua rtas. Atividad es esta s que estao fnttmamente
hgad as nistor ta do batrro da Acltmacao. co mo veremos .
a
Botelho to! socio-tunoaoor do Institute Historico e Geoq raftco de sao
Paul o , socio-tundador e presloente honorano da Socieo aoe Rur al
Brasueira . membro titular da Academia de Ciencias Econcrmcas.
Vereador Municipa l, Secretano de Estado . Senador Estadual. Em sua
residencra. a Rua Bnqadeiro Tobias, n9 49 . deu imcic as celebres
palestras aqncolas denom inadas "Ceiula Mater" , nas quais se reunlam a
47
Sociedade Paulista de Agricultura. a Liga Agricola e a Sociedade Rural
Brasileira.
Sao Paulo vivia ainda a epoca em que os chefes de Estaoo S8chamavam
Preside ntes e nao Govemadores. quando, nos primeiros anos do secure
XX, no quadrtemo 1904-1908 - sob a presioencia de Jorge Ttbmca,
sendo entao Preteito da croeoc 0 Sr. Antonio Prado -, Carlos Botelho
assumiu a pasta oa Secretarta de Agricultura, vtacao e Obras Publtcas.
Forarn tres estadistas Que, uruoos. promoveram 0 surto de desenvclvimento que Ina caractenzar Sao Paulo na primeira decade do secu!o.
o
cargo de Secretarto da Agricultura perrnttiu a Botelho gran des
a
reallzacces. Uma oeias to! dar initio
imtqracao japanesa no Brasil.
Conta-se que, estando para ser assinaoo 0 acordo com 0 governo do
Japao para a vinda de co lones. Carlos Botelho tmoos. como concncac
"sine qua non" para sua concretizacao. que 0 primeiro qrupo. aqu!
vindo como mtermeotario. passasse ocr um estaqto. Estagio que serta
um verdaoeiro teste de suas habihdades na agricultura. 0 teste to!
sattstatono. porque 0 acordo to! assinado:
"0 prtmeiro contrato de tmicraceo entre 0 Brasil e 0 Japao to!
firmado no dia 6 de novembro de 1907, assinado por Ryu
Mizuno, Dtretor Presidente da Companhia Japonesa de
Imigrar;ao Kokotu, e Carlos Botelho, Secretario da Agricultura de Sao Paulo. No dia 18 de junho de 1908 , no porto de
Santos, atracava 0 vapor Kasado Maru trazendo 165 tarrulias.
num total de 781 pessoas. Era 0 imcio da tmicracao Japonesa
para 0 Brasil " (7)
Cinquenta anos depots. 1958, "A Gazeta". de Sao Paulo, pubucava esta
notrcia:
" 0 governo jaoones prestou expressive homenagem postu ma ao Dr. Carlos Botelho, introdutor no Brasil da primeira leva
de imiqrantes japoneses.
o Ministro plenipotenciano. Shinrokuro Hidaka, representando 0 pnhclpe Mikasa , colocou uma coroa de tlores ao pe
do busto existente no Jardim da Achmacao. " (8)
o mesmo representante ofereceu a familia Botelho, como Iembranca.
um estero de prata com 0 emblema oa familia imperial: um crtsantemo. 0
[ornal mtorrnou. tambem. que compareceram
soeooaoe representantes da colonia japonesa, entre eres, a Sra. Saku Miyake, de 81 enos.
Irmqrante que aqut chegou em 1912; e Sasaectu Masaki, que veto com a
primeira leva, em 1908.
a
Homem publico de larga visao . Carlos Jose Botelho nee se deixara
tmpressfonar pela tebre do cafe que dominava as brasueiros, em
especial os pau listas. Detectanoo a oecessoaoe de 5e oescobnr. para 0
futuro, outros elementos de subsistencia. partiu para a diversiftcacao da
ravoura e 0 incentivo do desenvolvimento da pecuarta.
48
Bote lho introduzfu a curtura do arroz par irriga<;ao: Incentivou a cultura
do algodao e da aneta : construiu a Escota Agncola Pratica "Luiz de
Queiroz" em Ptraccaba: organizou a primeira estatrsuca aqncola e
zootecnca do Estado; constnnu os Ires primeiros silos para torragem - 0
pnmeiro. no oosto zootecntco da MODea; 0 segundo. no Jardim da
Aclimacao: e 0 tercetro . na sua tazenda de Oouraoos - ; realizou as
primeiras exooscces regionais de animais e as primeiras expostcoes
estaduats.
a
Com respetto cuttura do arroz . sabe-se que Carlos Botelho escolbera
as terras do vale do Paraiba. consideradas secas e roaorconaoas para
aquele plantio. Ele nao esmoreceu e adotou 0 sistema americana de
irtiqacao, para suplantar a deticiencta geologica. A cnrecao tecnfca ticou
a cargo do aqronomo americana Bradford, contratado na Lourztana .
estado especiausta em cuituras que adotam 0 sistema de lrtiqacao por
intiltracao . Resultado: Sao Paulo, de importador passou a expartador
daquele cereal, tal tot 0 aumento de sua producao.
Por ocaslao cas homenaqens que lhe orestaria a Camara Municipal no
seu talecim ento . ocorrido em 1947, iris dizer . com mutta proprteoaoe. 0
Deputado Phhio Barreto , que a ele se devia 0 "service extraoromano de
haver pratlcamente posto tim ao regime da monocultura catee tra,
tezendo com aue os tavradores levassem as sues anvidades a drterentes
setores e cuicassern de outras culturas". (9)
Houve. par parte de Carlos Botelho, como que uma antevtsao do futuro ,
pots a oepressao economics resultante da crfse finance ira de 1929, com
o desastre da Bolsa de Nova torque. ida trazer a talencia para tooos as
fazendeiros euja economia se apoiava exctustvamente no cafe. Pooe-se
mesmo attrrnar que essas providencias constrturtam uma das causas
explicativas para a segredo do grande desenvorvimentc de Sao Paulo,
apesar da debacle oa rubiacea. E "achamos mesmo". receuooo
patavras do entao Deputado Figueiredo Ferraz. "que podemos dividir a
agricullura em Sao Paulo em cuas etaoas: anles e oeoors de Carlos
Botelho ". (10) Com ele se intciou 0 "secu!o de ouro " de nossa
agricultura, atirmou outre Deputado , Sr. Marcia Ribeiro Porto, na sessao
de 9 de maio de 1955, comemorando 0 centenerto de nasctmento de
Carlos Botelho.
No setor pecuarto . os planes d o ex -medico ttnham urn objenvo:
transformar as tetras incultas da cldade e do Estado de Sao Paulo em
campos criat6rios. Animava-o uma crenca fnabalavet na extstencta de
locais propcios cr iacao de gada leitetro. Sua prlmetra medida tot 0
aprovettamento do gado Crioulo e Caracu , crtando postos de serecao e
aperteicoamento cas especies bovines em todo 0 interior do Estado.
a
Este anqulo de suas atividades vat interessar de perto ao nosso estuoo . e
nos ajudara a compreender as origens do bairro da Actimacao.
Vejamos 0 porque oeste atirrnacao.
49
b) CAR LOS JOSe BOTELHO E 0 JARDIM DA ACLlMA<;:AO
Qua ndo estudou em Paris, Carlos Botelho se enca ntou co m 0 mara vinose "Jardin d'Acctimation", no "Bois de Boufoqne". que ere treque nlava nas horas de tazer.
Os objetivos do Jardim panslense tncnnam. ate m de exoostcao 200169i-
ca. a cnacao e a achmatacao des especes exoticas. a reproducao,
serecao e tubndacao de antmats. e 0 co rnerclo de prod utos e sub-produtos. A partir da Prime ira Grande Guerra comecou a decaoencla e 0
interesse publico passou para 0 zoo de Vincennes. (11)
Carlos Botelho vcltou para 0 Brasil, depois de to rrnaoo . no ano de 1880,
com 0 prop6sito de criar em Sao Paulo urn lcqradouro sernelhante.
De certa rene. tendo ent rada em neqoctacces para que 0 Estado
adquinsse. pa r preco baixo, as campos que exisliam, ainda virgens, no
vale do Srtio do Tapanhotn - alem oa Ltberdaoe e da Gloria -, to! mal
interpretado . Mui tos a j ulga ram particularmen te "inte ressado" na
iransecao. Comprou, entao. para si proprio loda a reqiao. que transformaria depois em g ranja leiteira. bosque, parque de diversoes e zooroqtco. Parte da propriedade era particular. e parte aberta ao publico,
Co m 0 objetivo de tornecer teite de memor qualid ade as tarrulia s
peuustanas. mandou busear gado especial da Hoianda. Aqui chega ndo,
qado precisava ser cotocaco em regime de q uarentena , par a se
aclimatar. 0 intuito era, tambem. evitar a ooenca que 0 acometra longe
de seu "habitat" - a "tnsteza''.
°
E a local escolhido para essa ecumatacao loram justa men te as ter ras
recern-aoqutrtcas. que se lorna ram paTeo oa prt meira exoostcao
estadual de gada aelimado, lsto e. bovines ali criados e adaptados ao
inseguro clirna paunstano.
Tinha surgido a oportuntdede tao esperada. A reqiao ta receter
de Jardim da Achmaceo, como 0 de Paris.
0
nome
Corrta. enteo. 0 ana ce 1892.
Na reeuzacao de urn sonno. pais, esta 3 cxpticacao para 0 nome do
bairro Que se torrnaria no secure vlnoouro. 0 secuio XX.
Na sua simtotoqte. 0 Jardim da Actlmacao seria lembraoc por um
romancista de Sao Paulo, oa Sernana de Arte Medema. ao retrata r 0
regime poutico da decade de 20 a 30. Phhfo Saigado Ina ouer no seu Q
Esperado que 0 "esprhto do reg ime constinna um a especie de [ardirn de
acnrnacao. onoe todos as biehos da fauna roeoiootce podertam submeter-se a uma rnesma condicao''. (12)
Ce rn a oeorceceo de seu crtaoor. em pouco tempo 0 Ja rdim, tambem
oenominado Parque. tomou-se ponte de roma ria para todos os peeuaristas do Estado de Sao Paulo e ate do Brasil; e ponte tunstlco procuraoo
pelas tarmltas pauustanas. aos domingos e tertaoos. a ele atraibas pelo ar
puro que se respirava e por suas oversees. Alem da granja Ieiteira. onde
se tornava 'eite quente tirade na nora navia 0 zooiccco. 0 parq ue e a
50
ptsta aquauca. tormaoa pelc acessono decorative da Lagoa das aquas
represadas do c6rrego, tambem chamado Aclimacao.
o logrado uro
nao representava simples amostra de anlme ls exottcos. ou
simples local de entretentmento. mas, tambem. urn perteito e complete
parque experimental zoo tecruco e botaruco. e urn laboratorto de
pesquisas cenuncasesoectenzeoas no estudo do cance r.
o Jardim oa Acnmacao paulista em nada ficou devendo ao seu modele
parislense. I alvez ate 0 tenhasuperado.
Jorge Americana tot quem detxcu documentada a primeira tase do
empreendi mento Botel ho :
" 0 Dr. Carlos Botelho ttnha no vale da Aclirnacao uma granja
leltetra com campinas e estabulos modernos. Fornecia as
tamnias 0 melhor leite de sao Paulo.
Quando fui 180 pela prime ira vez j80 estava pa r metaoe do
tama nho.
Pela outra metade era um parque aberto ao publico .
Havia lugares para pique-moues.
o c6rrego estava represado num lago, onde pares vogavam
em canoas comendo sandurches.
No ce rcado ao centro, com altas paredes de cime nto, havia
ursos rodeados par valas profundas. Numa [euta bocelava
uma familia de leoes. Noutra, duas cncas de mau haute.
Havia uma capivara, coatis, um tamandua, carneiros. cabritos e macacos. Um [acare cercado beira de um filete de
agua.
Passavam baleiros. sorveteiros. venoedores de pastels ,
cocadas e pes-de-moleque.
Fotoq ratos tiravam retratos de motorneiros da Light sentados, a mulher atras. pondo-Ihes a mao no ombro. Nas vitrtnas
de exibicao, havia retratos de meninas vestidas para Primeira
comunnao. um qarcon e sua noiva em trajes de casamento,
t res caixeiros de palheta sentados
mesa do parque ,
bebendo cerve ja.
Em certo ponto do jardim navia uma cobe rtura onde tocava a
banda de musica. Os muaicos cocavam as pernas pe r causa
das motucas.
Tabuleiros de cocadas, pastels e pes-de-moleque. de que se
afugentavam as moscas com espanadores teltos de tiras de
papel picado. " (13)
a
a
Era 0 " ga rde n-party" fre qi..ientado pelos namorados, ansrosos per
reverem as nemoradas. apenas ent revistas pa r ocesiao da Missa e das
sesszes de cinema, segundo narra 0 proprio Jorge Americano, referido
no cap itulo anterior .
51
o Jardim da Aclimacao tot-sa ampliando ate chegar a ser urn aconteclmenlo que deslumbrou a cidade na decade de vinte.
3 - 0 JARDIM DA AC LIMACAO - Notes
(1) Planta da cidade de sao Paulo - in Freitas. Affonsa A. de Tradic6es ~ Reminiscencias Paullstanas. pag. 134.
(2) "A Gazeta". de Sao Paulo - 01 .03.1958.
(3) Beferencla nO31 in ptanta cftada. de Freitas. A.A. de.
(4) Cursino de Moura, Paulo - ob.cit.. pag. 122.
(5) Existe a Rua Conde do Pinnal, em sua homenagem, a de urn
quarteirao apenas, da Praca Joao Mendes ate a Ruada Gl6ria,
onde esta instalada a Livrarla da Editora " Revista dos Tribu-
nais".
(6) 0 bairro do Bras prestou homenagem 80 Dr. Carlos Botelho
colocando 0 seu nome em uma das ruas, a que comeca na
Rubino de Oliveira 98 e termina na Joao Boerner 186.
(7) Nonci a pubucaoa no "a Estado de Sao Paulo" e resumida in
Brandao Neto, ob.cit ., pag. 188. No jo rnal a nonce saiu em
24.05.67. Foi obra tambem d e Carlos Botelho, como Secretario da Agricu ltu ra, 0 saneamento da cidade de Santos, com
eliminacao dos brejais e doe Iocos de pernilongos, transrressores d a tebre amare la. A inauquracao do 10 cana l tot solene ,
co m grande arluencia de publico, c uja fotog rafia vira nas
paqlnas das nosv acoes.
(8) "A Gazeta" , sao Paulo - 28.06.1958 .
(9) mrorm acao obtld a atraves da leitura da Separata da Vida Ii Obr a de
Carlos Jose Botelho, per Dr. Eugen io Egas, da Academia
Paulista de Letras 1950.
(10) Palavraa do Dep utado Figue iredo Ferraz, aparteanoo 0 Deputado
Marclo Ribeiro Porto, que pronunciou um disc urso em co mernoracao ao centenario de nascimento de Carlos Jose Botelho,
na sessao de 9 de maio de 1955.
(11) PRESTES M,AIA - sao Paulo de ontem, de hoje £. do futuro - in
jornal " Ultima Hora'' - transcrito par Ar ruda Botelho =G'randes
de Corpo ~Al ma-pag. 77.
(12) SALGADO, Puhlc - a Esperado, pag. 58.
(1 3) AMERICANa, Jorge -sao Paulo naguele tempo , pag. 230.
53
CAPITULO IV
o JARDIM DA ACLlMAC;;AO E SEU APOG EU NA DtCADA DE VINTE
o acesso ao Jardim S8 fazia por dais monumentais portc es de ferro
fundido. 0 principal ficava vqltado para a Avenida da Acnmacac e 0
outro, para a Rua Muniz de Sousa. Este era usado de preterenc ia pelos
moradores do Cambuci. Aquele. servido pela linha de bondes nO 28, de
nome "Acumecao''. dava entrada para as paulista nos dos demais
bairros . assim como vrsltantes do interior de sao Paulo , de outros
Estados e ate do estrange iro .
Nessa eooca. a Rua Muniz de Sousa ainda nee se comunicava com a
Avenida da Acumacao como hoje. 0 Jardim abrangia toda aquela
regiao, ate atingir a parte montanhosa, onde esta localizado 0 Largo
General.Polidoro, e adiacencias.
'
o portae principal , com duas colunas laterals, arrematadas por dais
grandes vasos voltados para a Avemda. tinha a um dos lados uma
bilheteria, onde uma tabuleta estampava a preco dos ingressos: $300
(trezentos reis), 0 Individual; e 3$000 (tres mil reis), para aquees que
desejassem entrar com seus autom6veis. Antes de 1920, as precc s
eram mais reduztdos. e quando fora m aumentados 0 jornal "Capital"
teceu "avinagrados " comen tarios.
Ao entrar pete portae da Avenida, 0 visitante logo se deslumbrava com
uma larga e bem cuidada alameda, sombreada par arvores trcnd osas.
que clrcundavam a largo em toda a sua extensao. numa distancla de
aproximadamente dois quncrretros. Essa alameda estava dividida em
duas partes: na maior fic avam as diversoes. a bosque e a "vacarla": na
outra estava instalado a zool6gico.
Passamos a descrever as atracoes da primeira parte.
No saiao de belle, uma banda de mus icaexecutava as dances da epoca:
maxixe. polc as saltttan tes. xote. valsas dolentes e a " charleston".
54
Numerosos eram as pares de dancerrnos que ali, descontraidamente.
passavam suas tardes domingueiras. Envtavam-se, entao . co nvttes
como 0 que vern reproduzido a seguir :
).. 1hmlS. ~Ilnli li.. pnmlrtll<1I ~.
" Rlalillet J:!aUf.'ult" Ill! J ariJiul 11' ).(-
d;Ill.~i",
Itt'"
l<
~llnr.
ll. £Ql\lIilllQ' • \I.
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Ji~" "itt'll IOllln I'lIrlt lIaqurlla fo ta"
qu.
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lU
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ll••• runu
b N
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,. iIaulo, " n 12 11. Jllaio h 191:.1.
;. <Co1l1miS~aO ~.
ffj'
p._,l1.-
(.-,"',
)lolil - "
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!,
' _ _ """" " _
o " rink" de pannacao tambem era muito trequentado e, pelo rumor Que
as rodas faziam ao rolar sobre a pista. quem passava nas imediecoes
podia imaginar 0 numero de pessoasque se divertiam com esseesporte.
A seguir, localizadas, uma ap6s outra, de frente para 0 lago , numero sas
barracasapresentavam uma serie de anacees: tiro ao alvo, tiro de bolas,
quebra-plres. jogos de argola, carrossel de sorteios e outros vanesjogos, com premios e prendas que iam desde 0 mace de cigarros,
pacotes de balas ou de chocolates, jogos de copos e «ceres. estatuetas,
ate as cobcaoas bonecas. Estas eram a razao pela qual os rapazes
cepnchavam na pcntana, a fim de poder presentear suas noivas ou
narrioradas com urn daqueles mimes.
A barraca do aquaria, alem de apresentar numerosos e rerosespecjres.
contava com a presence do famoso peixe eletrico do Rio Amazonas, 0
qual 00.0 sobreviveupor multo tempo fora de seu "habitat" .
varies outras barracas havia, porem, a que 0 publico mais procurava era
a do "cineminha', onde, por um sistema de fotog rafias cc nnhuas.
movdas par um engenhoso mecanisme eemco. 0 espectador, ao olhar
petevisor especial, colocado ao alto de calxa. tinha a lmpressao de ester
assistindo a urn espetaculo cinematoqratlco. E lsso tudo custava $100
rels - 0 popular testae - que devena ser introcluzido numa fenda oa
maqulna, a fim de coloca-la em funcionamento. A arencao dos veitantes
55
era atrarda por vlstosos cartazes que continhamexoressees chamativas,
co mo: "Que suco!" "Oba!" ... "Piramioal!". e varlas outras com que as
pubticitarios da epoca costumavam promover esse tipo de espetaculo.
A "crerrerie'' (Ieiteria) .oferecta produtos de lancmios de primeira
qualidade, obtidos de vacas da mais alta Iinhagem, selecionadas de
races bern apuradas e que faziam parte des estabu'os oa "vacana" do
Jardim.
Junto
a. margem do lago havia 0 embarcadouro. onde botes de aluguel
permitiam aos romanticos casaisde namoradosa dehcia de um passelo
de barco. Enquanto 0 jovem se exercltava com as remos, a moca. sob a
crotecao de seu 'qua rda-sol. ia sonhadoramente recostada a proa da
emba rcacao . A parte do lago onde existiam uma amurada, estava
rese rvada ao parque de divers6es e " Terrasse" . Enquanto no Parque
de Diver soes os mats jovens se entrettnham na roda-gigantes, no
carrosse l, no ct uccte, ou em ou tros aparelhos, os adeptos da qinastica
exib iam as sua's veieoaces acrcbaticas na barra uxa. na paralela,
pendurados pelas arqctas ou baiancanoo no trapezlo, sob os oIhares
c urioso s e mcreouroe de alguns dos circunstantes.
a
Na " Terrasse", os casa is mais idosos sentavam-se as mesas, protegidas
po r grandes e colorldos uuaroa-sors. onde. saboreando refrige rantes.
sanduches ou sorvetes. co ntemplavam os barcos na placidez do lago .
Ao fun do , 0 ce narto da vasta pientecao de eucaliptos. a "vacaria" e 0
silo c ihhdrico, pi ntado de branco - talvez 0 primeiro da America do Sui,
constnnd o para armazenamento racio nal de forragens.
E. enquanto isto acontecla. as crtences. no jardim fronteiro a "Terrasse'', b rincavam de roda e outros jog os. ou entao passeavam em
min usc ules ca rruagens puxadas por asnos, reners ou emas.
o
Zool6g ico foi a parte que mae nolabilizou 0 Jardim.
Os [o mais da c idade estampavam anuncios como 0 que vern reprod uzido na paqina segui nte .
A alameda que Ihe dava entrada era protegida par duas cancelas, uma
em cada extremidade . Para se visiter os anima is pagava -se uma
sobre-taxa. E la se encontrava de tudo.
As [aulas. qaiotae e pecos. ajnhavam-se em ambos os lados da a~ameda:
leoes africanos, com sua~ jmponentesiubas. qraciosas leoas: teres de
Bengala, onqinarios da Indi?: oncas pintadas d.e M~lo G~osso ;. once
parda ou ave rmelhada, do interior do Estado; Inquletas jaquatmcas:
qavioes da Serra ; co rujas, jaburus, tanqaras. sabias . ar~pongas, rolas .
[acus. cooomas: enfim, uma infinidade de passar~s. vindcs das mars
vartadas partes do mundo e de outros Estados Brasfleiros.
As qaiotas dos macacos extbiam enorme variedade de saltuos. importados da Africa e da Asia , da America do Sui . alem oos especimes da nossa
fa una . A mostra apresentava desde os minuscules seotns ale os
chimpanzes.
56
]ardim ZooloDieo da Aeelima~fio
BoIIIII~. ~
TELEPHOXE .. . rY.!06 •• lo oOlIln lhu l nl P U <l d a S,; - 0 pn.~io ma b Ic •• da n l •
h•• t ... t.... o de
~o
Paul o. _ 0 par..... ...
c tl~"'~ ..
. I' ",I I Ulol
~ ...
cent.o d. c1d l de.
:-;;--~=
•
Curlo.. ~po.. ~ d o ruo ~ .. fIlO Si be rla no ~:OOI CO L." 'U ·" que um.
d npu11ndo • cu rlo _hlad. 11.0& i n nu ",. ",," " blla n tn do . p ru ln'
JARlJIM: D.... A(;CL!;IIAt;:AO.
O~
E~posj,;; o
permanent. de r:I.I"ll ' espceimcns de a nlmar. de to<1o,
pa ;ze!, dcstl . a ndo. , ., c celebre
URSO BRANCO DO POLO NORTE
o UXICO Qt:E vrve :\"0 unASI!.!
n lV E RSOES = Canln ho . , pOlley . e b"nic" . ", a"a,," p.r. p. ..elol de
crlln,u , . u opla ",,", bHCU , 1'> 011"0:0'" .. "fullo l nu l t OI d ivertimen to ..
MUl l•• ., fut rbol nOI dO", ;n ll'''" c (. r l. d " l .
QlJEREIS A SIIU' VE Ii ALEGRI'" lIE \ 'O SSAS C lnASl;;A!l~ Lent.as
• pasaa . a t ard.. nn
JAR DIM DA ACCLIM A <;: A'O
annm cic valeuma entrada de
N•B• a prcsente
crianca acornpanhada por ad ulto.
57
A seguir, vinham as pecos dos repteis. cnde cobras inofensivas e
venenosas eram apresentadas. Entre as inotensivas destacavam-se as
mussuaranase as cobras d'aqua. Entre as venenosas, a co ral, a urutu, a
[araraca. a jaracussu, a caninana e outras. que sa encontravam em
POI;OS devidamente protegidos, a tim de oterecer maier sequranca aos
visitantes. Das cobras gigantes, jib6ia e eucuri, havia algumas que, para
serem colocadas esncadas. em sennoo horizontal era necessaria mais
de dez home ns fortes para segurar.
.racares. do Rio Araguaia, Rio Tlete e Rio Paranapanema: crocodiles. do
Rio Nile; tartarugas, lagartos e camale6es de vanes tamanhos.
Viam-se tambem exemplares de antas. coatis, cones. veados, porcos do
mato, catetos, Ihamas oos Andes, cameros oa Srha e da Asia, tamanduas: e, num cercado especial, 0 temrvet tamandua bandetra. de unhas
longas e recurvadas. Uma das grandes etrecces desta parte do parque
era a exrorcao de um bezerro que possuta duas cabecas.
A margemdo lago flcavamos pecos residenciaisdos ursos da Russia, do
Canada e do P610 Norte. Montiz era 0 nome deste ultimo, que durou
muito pouco tempo, devido a sua dlticuldade de aclimatacao.
Os tnumeros atazeresde Carlos Botelho, [a como Senador, impediam-no
de dar a atencao requerida per essa monumental obra. Hazao peta qual,
a adrnmistracao tel entregue a um de seus filhos, 0 Dr. Ant6nio Carlos
Arruda Botelho, que tinha 0 mesmo nome do av6, 0 Condo do Pinhal,
sem, contudo, 0 ccnvenciona t " Neto" .
o novo administrador, nao s6 deu continuidade a obra tntciada pelo pal.
como tambem amphou a coiecao com outros arumats. ate entao vistos
somente atraves de gravuras, filmes ou espetaculos clrcenses.
Muitos dos arumais foram obtidos de zool6gicos estrangeiros pefa
sistema de troca. Do "Circe Hagenbeck", de Hamburgo, vieram vanes
esoecimes . no final de decada, precisamente 1929. Por uma das
aqutsicoes foi paga a lmportancia de 80 :000$000 (oitenta contos de
reis), sendo que, de taxa edespesas altandeqanas, a despesatol de mais
de um terce do valor oa compra. Por esse motive, varias necccecces ja
encaminhadas ttveram de ser cancelaoas.
A existencfa de um Zool6gico como era 0 da Acnmacao. com uma fauna
tao variada e, prtnclpalmente. com grande quantidade de macacos. tot
proprcia a crtacao de um laboratorio de pesquisas. na sede da Sociedade Hipica Paulista, que tuncionava dentro do Parque. Sua tundacao se
deve ao prcprto Carlos Botelho e, posteriormente. a sede da Sociedade
se transtenu para Plnneiros. 0 Iaboratorio tel ampuado. franstorrnando-se no Instituto Botelho de Canceroloqia, per obra de Carlos Botelho
Junior, autor da "aeacao Botelho". 0 Institute encontrou no Zool6gico
vasto campo para investiqacoes soore tumores malignos espontaneos
dos anlmeis.
Ja na oecaca de 30, a familia Botelho rmclou 0 retalhamento das terras
de proprledade prlvada. adjacentes ao Parque.
58
Alg uns anos antes , Carlos Botelho transrenra tude para as filhos. Estes ,
a medida
qu e vendiam lotes para estran hos, co nco mitantemente
co nservavam alg uns, que distrtburiam ent re as netos do fundador.
lnicfararn-se as construcoes e a reqiao comecou a adquirtr nova teicao.
o Parqu e ja nao pOSSUI8 0 mesma esple ndor dos anos 20. Fol quando.
em 1939, a Preteitura de Sao Paulo cornprou-o da familia Botelho,
incorporando ao patrtmonio da coaoe . a lim de evitar seu lot eamento .
Acentua-se 0 dechluo. 0 que restava dos animals toi retirado. e 0
Prtmeiro Zool6gico de Sao Paulo foi exttnto.
A epoca aurea do Jerden da Aclimacao. que durara cerea de 30 anos, ha.
multo existiaapenas na lembranca daqueles que erpessararn suas horas
de lazer.
Havia morrido um Parque que era quase uma cidade-jardlrn, mas,
paraletamente. nascera um bairro povoada de suas recoroacoes.
4 - 0 JARDIM DA ACLlMAC;Ao E SEU APOGEU NA DeCADA DE
VINTE-NOTA
A etaboracao deste capitulo, em que se reconstituiu 0 remota passada
do Jardim da x cumacao na sua fase de esplendor. 56 to! coseverdepots
de nos cair as maos um jornalzlnho de bairro - a Folha do Cambucl.
Fundado por Oswaldo de Luca, tinha como diretor, no ana de 1968,
Alcides Oouezf como redator-chefe. Martin Sole; e secretario, Domingos
d'Enunzio. A reoacao ficava na Rua Lavapes. 294. Em fins do ano de
1968, saiu ocbncaco um artigo, de autoria de Domingos d'Enunzfo
(secretarto). sob 0 titulo " Jardin d'Acclimation" , com ampla oescncac
da eooca aurea, que vinha acompanhada de vartas gravuras, as quais
tambem serao utmzaoas neste trabalho. como itustraceo.
59
Paris
Portae principal, vendo-se so lado, a placa com0 preco dos ingressos
60
lima viSta ocs allfOm6veis que adenlravam ao Jardm
.rerom de Acllmacao e Zool6gICO de 5<\0 Paulo
62
Vista do Aqua rio, onde se encontrava 0 curiosa Pe!1I0 Elelrico , do Rio Amazonas
" SUa Majestatte" , 0 Urso Branco 00 P6Io Norte
63
Urn dos Camelos. que eervem para passeios peIO Jardlm
I
•
Elefante&. banhando-se no Iago. teodo par tundo 0 silo e 0 eucaIipIaI
64
A gigantesca SUCUfI: para ser segursda, eram precisos dez nc rre ns tortes.
Jaula da once Pintacla. do MaIo Grosso
65
Frlhote de
onca
Lhama dos Andes, urndos nabnames do lool6gico
66
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,,' .r:,
•
<'
.,
JARDlM DEACLIMAc;AoDE sAo PAULO
o primetro Posto zcctecnncc no BraSil(1698)
EstacAo de Manta, Jardim Zool6gico e
Leiteria J ard in d8 Acl~. (lei1e lnlantil)
vesosc PatrimOnio. vendido em condil;Oes escecccoee a Preleitura de SAo Paulo . na
inten.;Ao de que continuassecomoIogradourocceecc. pera embeIezamentoda eidade de
SAo Paulo .
•
67
Urn llagran1e apa nhado nas a1amedas, vendo-se urn grupo de cri8/'l108s pulando corda
VALE DO PARAIM
Demonstr~
pr!tica cia ccnura do arroz em More ira Cesar, peIo SiStema de irrigaUS&do na America do None e introduzido no Brasil. peIoOr. carlos
Botelho, entao 5ec retilrio da Agric ultura 00 Estado de SAo Paulo.
!;AD par
infillr~o.
68
SANEAMENTO OA ClDADE DE SANTOS
, .
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. 4&>OL•• _
A
inaug ura~o
do primeiro Canal, executado na administrac40 do Or. Carlos Botelho,
sob a dirEM;4o 00 Engenheiro 5alurnino de Brito . CM lral aclo para a execucao oessa im..'
portanle cera . eliminando os breja is. locos de pemilong05 nansmeeores da lebre smarela.
A primeira ponte de concreto armado sabre 0 carer
69
CAPitULO V
PRIMORDIOS DO BAIRRO DA AClIMA<;:Ao
Procedendo-sa a uma pesquisa pelas sucessivas plantas da cidade de
sao Paulo. encontra das no arqujvo da Biblioteca Municipal, a partir do
ano de 1900 , nota-sea existencia de um fen6meno urbane Que constitui
c aractenstica esoecmca do desenvolvimentc de um bairro - a Acft-
macae .
Foi dito em capitulo anterior que os bairros de sao Paulo toram 0
resultado da nansrormacao das chacaras que existiam ao longo des
"cammbos de tropeiros" , pelos quais se estabelecia a comuncacao
cjdaoe-sertao.
J?
Margeand o as dais "caminhos" Que partiam do "tnanquo " centra l na
oirecao sut e sudeste - 0 " Caminho do ca rro para Santo Amaro " e 0
" Caminho do Mar" - formaram-se as barnes oa Liberdade e a Vila
Mariana. 0 .Cambuci, Jardim da GI6ria e Ipiranga , respectivamente.
cr iand o como que um anel habitado em tome de uma regiao que
permaneceu desabitada durante varies anos ou decades . Com seu
de nso arvo redo tomou-se um dos pu lm6e s de metr6pole. Ali . nos
tempos cos. exene 0 Sltio do Tapan nom ( 1760) ou Luiz do Lavapes
(1874) . con forme e visto na ptanta de 1800-1874 . ja cttada. 0 smo
transtormo u-se no Jardim de Aclimacao, nome que tel mantido ate 1914
ou 15 para toda a extensao d e terra que circu ndava 0 parq ue.
A hist6ria do bairro se co nfunde co m a hist6ria do seu Jard im ou melhor,
a hist6ria do bairro ea hist6ria do Jardim. Ha uma verdad elra slmblose.
nao pooenoo se taler em um sem se talar no outre.
Nas atas da CAmara Municipal. com a data de 12 de tevereiro de 1900.
encontra-se uma lndicacao. sob nQ 202. apresentaoa per Oiavo Egyd io
de Souza Aranha. que muito nos interessa:
" lndico que a Preteitu ra mende co ncertar co m urgenc ia a
estrada que val ao Jardim da Acumacao . qu e. arem de ser um
70
campo de oernonsnacao da agricu ltu ra e indus tria nacronat e
um lugar de excelente oiversao do publico ." (1 )
Nesse mesmo ano ( ' 900), a capital paulista dava rnais um passo na
evolucao de seu desen votvimento urbane. cots parua do Larg o de sao
Bento 0 ortmetro tonoc eletnco. em onecao a Barra Funoa. E a planta da
cidade reqistrava 0 " Tanque'' do Jardim oa Acumacao. em mere a vestee
terras .
Em 1901 foi autorizada pela Camara a ligat;flo oa Rua Con semerro
Furtado com a Rua Tarnandare (urn dos tlmrtes do bauro). mediante a
oe sapropnacao de um terrene . (2)
Len tamente. a povoaceo da Rua oa Gloria , que existta oesce 0 seculo
ante rio r. e a ca ba ixada do Glrcenc . comec am a subir pera Rua
Conselbeiro Furtado e Mun iz de Sousa . Que se interrompia em uma das
en traoas do Jardlm.
o vereaoor Gomes Cardim . em
190 2 . schcitou ao Govemo do Estado
" q ue seja l ornecida aqua na travessa da Rua Espmto Santo . entre as
Ruas Cururipe e Espmto Santo . que ja esta povoada ". e que se
proced esse " aos concertos indispensaveis na Rua Bu eno de Andrade"
(outra rua limite do bahro). (3 )
Fo ram senoo tracadas as pnmeiras ruas. As plantas de 1905 e 1907
registram apenas a Pires ca Mota . Curunpe. Espmt o Santo. Jose Getuho.
Batunte e a Avemda do Jardi m da Acerneca c (um pequeno trec ho . ate 0
q uarteirac que hoje tem 0 nome de Tur mauna). Sete anos rnais tarde .
pouca alteracao houve na reg iao - um pequeno trecno da Nito. Lou rei ro
da Cruz e Rodrigo Claud io; a Avenida c necanoo entac ate 0 Jard im, 0
tracado imciat ca Rua Dr. Ncotau de Sousa Oueir6s e da Jurubatuba (jt!
nos lim ites da Vila Mariana). Tod as, ruas que to ram senoo abertas
trazen do ja as caractensticas que ac om panhariam tod o 0 arrua mento do
futu ro bairto. isto e. obe oece noo a conto rrnacao natural do terre no,
aproveiteodo batxaoas. subindo , oescenoo e co nto rnando colinas.
A area verde, entretanto. connnuava ainoa pete vale a centro . subindo
ate a parte mont anhosa , conhec ida co mo Morro vermelho. futu ram ente
Morro oa Acumecao (co nfo rme consta da planta de 1930 ), cortado hoje
pelas ruas Topaao. Bras Cutes. Paula Ney , Jose do Patrocm o e tantas
outras. Morro esse que "cor respo nde a urn an tigo esporao do Esp igao
Ce nt ral, em lase de isolamento, gracas a cnssececao ativa provocada
pelas bacias de rece ocao de aquas dos vales de dois peoue nos cursos
de aqua: 0 Acumacao e 0 Cambuci " . (4)
Em 1916, a reqiao toea ja era cremaoa simplesmente de Acumacao .
sequmdo 0 costume popular de simpfiticar e abreviar . A novidade esta va
nos nome s de pedras preciosas dad os as vias cubucas que to rrnavam
um lequ e em torn o de um Largo co m 0 nome de Rodr ig ues Alves ,
denomtnacao que apa rece atnda na planta de 1922. Em 1930. no
entente. 0 Larg o ja era <;Iesignado pelo nome atuar. Praca General
Polidoro. E as ruas eram: RUbi, Esmera lda, Diamante . Agata, Turmalina,
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87
Salira . Iniciam -se tamtem as tracados de ruas com names de ptanetas:
Jupiter, Satumo. Urana. Nessa regiao montannosa . tem bram as muitos
annqos. tunconou urn campo de tutebol, do Republica Futebol Crute.
Co ntinuando em trente. peta Avenida Turmanna . cneqava-se ao pe do
morro, do qual se oescortmava todo 0 Parque oa Acnmaca o. na sua
vasnoao. (Vid e plantas).
Entretanto . esse povoamento micial , jurid icamente taiand o . amoa nao se
constmna num bairro. Com excecao cas Ruas Dr. Nicolau de Sousa
Oueiros e Jurubatuba (consideracas co mo pa rte da Vila Mariana), 0
trecho Que primeiro tot arruado e rec ebe u as primeiras construcoes de
casas pertencia ao distntc da uoercaoe. be irand o 0 cammho Que se
tornava da cidade em orecao do Ja rdim da Acnrnacao. Este tam be m era
subordinado aquele distrfto . confo rme co nsta na Esc rilura que registrou
a sua aquisicao ueta Prefeit ura do Mun ici pio.
Quan do 0 mapa oa cidade pa ssou a designar a regia o como Acnmacao
simplesmente. 0 Morro Vermelho perrna necia ainda oe spov oado e aseim
cc ntmuaria ate fins da decade de 20, depois de ser ven dido e toteado. A
planta de 1928 ja Iraz as Ruas Paula Ney e Jose do Pairocmio. as
pnmeiras ruas do Morro .
Na decade de 20, a decade do maximo apoge u do Jardim da Acumacao.
po uco desenvolvimento ho uve no arruamento iruciat.
I:. emocionante ouvi r vethos pauustas narrarem suas recordacoes de
mocos. assiduos trequentadores do tocat
Bruno d i lalla. po r exempio . hale com 77 enos. vercecor oa cornea em
torno oa Lagoa da Achmacao. em 1925, pe r ocastao do Festival oa umao
dos Trabathaoores Grancos. Conta ere que se ta para a Acumacao de
tonoe. 0 nO 28. qu e sara da Se e cneqava ate 0 pa rque da Acbrnacao.
Mas, sorre nto aos domingos e reeaoos. porque 0 luga r era ceseno.
atas tado da cidade e multo perigoso; um verdaoeiro bosque onde havia
pou qmssimes reside ncies. que so eram utilizadas pelo s propnetartos
para teria s ou fins de semana.
Co ntinuan do a rec ord er. pr o sseg ue ete tatanoo sobre a Lagoa, 0
Parque , 0 saiao de belle . Na Lagoa navia proves de natacso e de rerno.
No Parque, restaurante. barr acoes para convescotes. con juntos mustcars. santo nerros e vtoteiros. No salao de tiaue . d irigido po r mestre-sara.
os cavalhelros usavam tencos nas maos. qu and o danc avam. pa ra que
seus dedos nao tocassem di retam ente a dam a, que naq ue le tempo
espe rava ser nraoa para dancer.
Na granja ao lade. se bebia leite tirade na hora. ainda espumante e co m
um pouco de connaque.
Nascido no Bras, Bruno di Toua resid e atualmente na Praca Florence
Nig htingale (no sub-drst nto da Acnmaceo). Esse nome tot dado a Praca
em homenagem a enterm eir a q ue serviu na Guerra dos Boers . na Africa
do Sui. na q ual to t corresoondente de guerra 0 ce lebre Winston
Churc hill . Bru no di rolla eicancou 0 6° lugar na pnmelra co rrida de sao
88
Silvestre, econtecoa em Sao Paulo, no ano de 1925 , 0 mesmo ano da
co rrida da Lagoa; e acendeu a pira na cornea de 1980-1981 .
A partir da decade de 30 . 0 esplendor do Jardim ja estava oesssenoo e
slmuitanearnente ta se desenvolvendo 0 bamo.
Dessa tase temas a depoimento de urna morado ra do local, desde 193 5.
Ires anos na Rua Muniz de Sousa, numa casa alugada, de propriedade
do Sr. Antonin ho. 0 portuques que sempre admtms trou a Parque para a
familia Botelho. Eo restante, na RUB Jupiter, 296, na casa constnnda
sobre um terrene comprado dos Botelho. E a Sra. Angela Manfredi
Ma rbin, hoje com 76 anos de idade, que diz com seustecao: "tenho 46
anos de Acltmac ao". Por diversas vezes [a despedi u, categ6rica e
enerqicamen te. co rreto res de grandes
Que vao procura-ta
na esce ranca de pode rem subs tinnr a casa. Que tantos sacriftcios Ihe
custou, por um editrcio de apartamentos.
mcomanas.
Co nta eta Que, nessa decade de 30, uma co missao de moradores
solicitcu Preteitura Que 0 bo nde fosse substtturdo por cnfbus. porque
considerava m aquele ja ultrapassado. A soncitacao to ! logo ale ndida, 0
Que se deve. em parte, ao privileqio de morar no belrro 0 politic o Que
cnecou a governador do Estado , Lucas Nogueira Garcez. E fazia parte
dessa comissao 0 escrilor Monteiro Lobato, Que resfoia na esq utna da
Rua Ala bastro co m a Rua Tc pazlo . croe faleceu no ano de 1945.
a
Ha, tambem. 0 caso do rapaz Que, tendo mo rado m uito s an os na
Achmacao. se habituara aos urros dos teoes e outros anima is do
Zoo l6g ico . Mudando-se para longe, depots de rnuttos anos sofre u um
acidente e tot revaoo rnconsc ientc para 0 Ho spital Modele: ao recobrar
os sennoos. aconteceu como se etc houvesse aco rdado anos atras.
passando a perguntar peres urros des animais, Que ele nao estava
ouvindo. Nessa epoca 0 Zool6gico estava praticamente exttnto . E cs
medicos se preoc uparam com 0 tate.
Por ocasiao da Segunda Grande Guerra, lembra Da. Angela, as crtencas
do tenro. espectalmente as do Coteqto Macedo Vieira, foram mobilizadas para faze rem caixinhas de madeira para utihdades , Que eram
erwiadas aos " pracln has'' na rtatia - com um detalhe: cada crlanca
deve ria corocar na sua caixinha uma carta para 0 "seu " praclnha. a Qual
funcionaria co mo um esutnuto e conforto infantis.
Cont inua ndo a divaga r, Da. Angela lembra da "turminha" do bairro , da
Qual ta ziarn parte os seus filhos. Era costume dos rapazes se encontrarem todas as nottes na "pracmha" (Praca Gene ral Polidoro), para
taze rem 0 " fo oting " . Todo dia 31 de dezembro se reuniam para
ccmemorar a passaqem do ano , testa Que lerminava com lodos, mocos
e mocas. se jcoanoo no lago .
Na dec ade de 40, initio da de 50, aroda havia 0 atrativo da retreta da
band a d a Forca PUblica , na mesma Praca. para onde acorriam as
fam ilies, Que se deucfavam com as cancoes e as marc has.
69
Essa entrevisla com Da. Angela trouxe ainda outre contribuicao para a
pro ssequimento destas pescustas . ahem de todas as recordacoes [a
nar raoas.
Foi qu and o eta falava soore a antiga chacara do "Ouebra-Bu nda''. onde
tot co nstn noo 0 Tents Clube, cuja pnmetra peclna tor urn manancia!
natur al de anue. Continuando, referiu-se com trtsteza a oemcucac do
"Castelo", de quatro lorres, com jardins irnensos e rnais de vinte q uartos
so para as dornesticos. Per1encia a familia Kowanck e so locauzava na
Rua C. Alves ('). No seu lugar surgiu um grupo de edincios de
apartamentos. que co nservou 0 r)ome da annqa familia. "I: a memoria da
ccaoe se destaze ndo". dtz Da. Angela.
A planta da cloaoe de Sao Paulo designa por Chacara do Castelo uma
pequena reqiao , vtztnha ao Jardim da Gloria, ocntro oa junsoicao do
sub-distrtto d a Acnmacao. Ate 0 ponte em Que c hegaram nossas
pesquisas. nao tot cosevet se escl arecer a origem oeste nome, Castel o ,
dado ao local. Ouvmdo Da. Ange la, cc ncnntnos Quetafvez um "Castelo "
semelhante tenha extsnco nas imedtacoes oa Av. Ltns de Vasconcelos e
das Ruas Co lon ia oa Gloria. Lutz Deltmo e Prof . Mac edo, nos tempos
resseoos. e 0 nome, permanecido no local.
5.1. -
MORRO OA ACLlMA<;:AO
As vasta s tetras Que se estend iam oesde 0 portae do Jardlrn da
Acumacao ale Ana Rosa e Lins de Vasconcelos, desde Jurubatuba ate 0
cemite rto da Vila Mariana , pertenctam ou tro ra a Francisco Justi no da
Silva, de Que fora m herdetros Francisco Justino de Azevedo e tithos.
A data mats antiqa encontrada, em pesquisa de oocurnentos. com
referenda a essa reg iao , tot 1923 - cita da numa c ertida o lavraoa pete
14 Q Tabeliao de Notas da Coma rca de sao Paulo. Ap resentamos esta
Certidao como provade pr opriedade das terrae pe r parte de Franci sc o
Justina de Azevedo , 0 herdeiro:
C ERTIOAo
a Dr. Leven vamore. decirnc Quarto
Tabellae de Notas desta Co marea
da Cap ita! do Estado de Sao Paulo,
Republica dos Estados unoos do
Brasil
Certrtica, a pedido de parte interessada, que, revendo no
carto rro a seu ca rgo os ltvros de procu racoes. oetes . no de
numero tres (3 ) a folhas tnnta e nove (39), verificou co nstar 0
registro de um auto de dtvisao. cujo teor 0 segu inte: - " NQ
e
(') Rua Castro Alves.
90
599.- Re9istro do Auto de Dlvisao do pagamento do qutnhao
de Condomino Francisco Justina de Azevedo, contorme 0
Formal de Partilha , extrardo dos Autos de Divisao entre
partes: Francisco Justina de Azevedo, promovente e Dr.
Mario de Amaral e outros , promovidos. passado a favor do
Cond6mino Franc isco Justina de Azevedo na forma que
segue e para as fins no encerramento dectarados. - Cart6rio
do 6 9 Oncio Cwel e Comercial. - Tear: - Aos dezenove de
tevereiro de mil novecentos e vtnte e tres (19 - 02 - 1923),
nesta cidade de Sao Paulo , em a chacara Saphira (Safira), 81
presente 0 M . Jutz de Diretto da 3a. Vara Crvel e Cornercial.
Dr. Francisco de Borja de Macedo Co uto, comigo escrivao. a
Agrimensor Dr. Cesarino de Castro Natividade... tot dito que
tendo procedido a calcufo para a orcamen to da oveao. de
acordo com a laudo dos arbitradores, havia tetto a divisao
requerida . com toea igualdade de direito , discr iminando as
pagamentos dos quinh6es que se seguem a este auto , tude
de contorrmoaoe com a torca dos tttulcs de cada um dos
conocminos
,
,
, .. ,
.
Sao Paulo. 13 de marco de 1941 .
Eu, Antonio T. vamcre. oficial maior , subscrevi.
A chacara senra. cltada na Certidao supra, era parte das lerras do
Mor ro , denomtnaoo Acllmacao. ja nos tempos de Francisco Justine da
Silva. 0 primeirc propne tario . conforme Parecer tecnlco, assinado pelo
Consultor recntco da Procuradoria do Patrlmoruo lmobtllario e Cadastro
do Estado, no dia 26 de [unho de 1941 .
Esse Parecer vern comprovar a dlreito de posse dos terrenos do Morro.
par parte de Francisco Justi na da Silva, os quais fcr am transferidos aos
herdeiros leqitimos . sem qualquer duvtda . Sera apresentadc a seoutr.
como prove dessa legitimidade.
PARECER T~CN ICO
" Para a exame inicial lndispensave! e a pesquisa relativa a
transecces sabre imoveis, 0 ponlo de partlda , Invartavelmente deve ser a origem dos imoveis. objetos da transacao .
A primeira conoicao para conhecer devidame nte a vandaoe e
constttutda pe la origem oeste
legal idade do commtc
dormtuo e que oevera ser pesqursado de acordo com a Lei de
Terras em vigor.
e
Isto posto . examine! no s arqu ivos da Procuradoria do
Patrirnonio Imobntarto e Cadastro do Estado as docu mentos
ali existentes. constatando a proveniencia do dormhio dos
terre nos outrora denominados "Morro da Acltmacao'' e que
pertenciam a Francisco Justina da Silva, tendo entao tambem
91
a denominacac de Sllio do raoounoe ou atue! Tam andare.
ligado it antiga cnacara oa Gl6ria , levantada pelos Juizes
Cornesanos.
Besutta dar'a exciusao da hip6tese de posslveimente tratar-se
de Terras Devolutas ou de Dorruhio Public o, ucanco certo
Que a origem dos trtulos
particular , sendo as terrenos,
portanto, de dominic particular,legal.
e
Constatei a transmissao regular do domin ic de Francisco
Justina da Silva aos seus nerdeiros legllimos em runcao do
in....entano e da partilha procedidos. estancia devidamente
regi strado no Registro de lrrovels da 1a. ctrcunscricao desta
Capital " ...
sa o Paulo , 26 de junho de 1941.
a) Co nsultor
recruco da Proc uradoria do Patrim6 nio Imobi-
liano e Cadastro do Estado.
E cu riosa venncar-se a rete rencta ao Srtro Tapoulioin, como out ra
denominacao par a 0 Mo rro da Acnmacao. no Parecer sup ra . Tafvez
Tapoulioin tenha side uma variacac do nome Tap annom, enc ontrado na
planta de Affo nso A. de Freitas, e nos dive rsos historiadores de sao
Paulo que a eie se reterem .
Fran cisco Justina da Silva . talec d o em 11 de agos to de 1901 . vend eu.
~g~ndo mi ormacoes de um dos herdeiros. parte de suas terras (regiao
a beir a do lago) a Carlos Jose Botelho. q ue ampliou seus dominies. Essa
transacao. pelo q ue consta. tot tena par urn conto de res.
A chacara do "Ouebra-Bun da" pertencia. em parte . aos herdei ros de
Fran cisco J ustino da Silva e. ef!! part e. ao dono do Jardlm da Acurnaeao ,
conforme de poim ento de Cursino de Mo ura.
Essas mrormacoes levam-nos a co ncluir q ue havia perteit c entrosa mento dos dots mais ant igos pr opnetano s das terras do bairro .
A "chacara" . como era simplesmente cbameda pelos filhos de Justina
de Azevedo q uando vinham ao Mo rro (segundo depaimento de um
oeies). POSSU18 lmensas premacoes de cana. cevada e ou tros ce reals.
racao para vac as e arvores de uma fruta chameoa cam buci. Essa tru ta
exrstia tamtem . em gr ande qu antidade. nas terras vizinhas. Daro nome
dad o ao bairro do Cambu ci. Havia tamtem um a g ran ja leitei ra cuidada
por doi s vaquefros. q ue vendiam 0 leite. levanoo- o em carrocm nas por
toea a cidaoe. Nas terr as beira da Av . Lin s de Vasco ncelos, moravam
os ca oreuos. q ue tambem vendia m 0 leite das cabras . No numero 33 5 da
Rua Tc pazio de noj e. ticava 0 cortador de canas para 0 gadO e. bem em
trent e. 0 cu rral. A casa do caseiro ficava no lerreno onde hoje esta
consm nda a Ig reja de N . Sra. do Oarmo.
a
a
Na baixada em ou ecao Rua do Pararso. po r onde passava 0 c6 rrego da
Aclimacao . existia uma mina de acua. Que era exolorada e comerciali-
92
zada . venoa-se. entao. a "aqua do paraiso". devidamente enqarratad a.
mae long lhq uas d istanctas.
para se poder jevar
as
tnumeras eram as " bicas" d'aq ua. espalnadas por toda a chacare:
muitas se mantem ale noje. nos poroes das casas e sub-solos de
ediucios de apartamentos.
Conta-se Que Francisco Justina de Azevedo teve Que entrenta r. muitas
vezes. posseiros . q ue pela madrugada arra ncavam cercas e estaqueavam rnais adiante . 0 que se ve nos filmes do " far-west" americana,
accntecia em plena decad a de 20, nas terras de bairro tao pr 6ximo do
centro da cidade.
A familia do proprietano residia na Rua do Lavape s. nO17 (ho je nv 8 ' )era a "casa do professor Azevedo" ..
Em 1924, Franc isc o Justina de Azevedo vende u as le rras do Morro por
1.200:000$000 (mil e duzentos con tos de reis), para Leven vampre e
Arma ndo Pederneiras , q ue trataram de lotea-las . via-se. entao , a
entrada dos terrenos que co nsttturam uma verdaoeira serra . a placa
anunctandc a venda oo s lotes.
Os engenheiros resoon sevee toram cos recem-t o rrnaoo s, Adriano
March ini e Jose Amadei. 0 pnmeho. autor da planta de abertura das
rues: 0 segundo. diretor de obras.
Area sinuosa e mc ntanbosa. os veroeoo res proc uraram atran interessaoos calca ndc logo duas ruas , a Paula Ney e a Bras Oubas. ate 0
terreno q ue foi doado par a a construcao da Igreja Nessa Sennora do
Ca rmo. Na ptanta de 1930 , aparece 0 loteamento com as outras ruas
apenas nu meradas . E a denomm acao ja era Morro da Acnmacao.
Oescendo 0 Morro na direc ao do Cerniteno de Vila Mariana , nos
deparamos com urna regiSo que tern sido motive de ccntroversie. Ora. se
tara em Vila Sol6 polis. ora . em Vila Deodoro. Este nome aparece nas
plantas da c d ade. desde 1900 pelc menos. Em 1928 , aind a esta Vila
Deod oro designando a reg iao nas pro ximidades do cemiteno. entre 0
Jardim da Acnrnacao e 0 bairro do Cambucr,
Em escritura de compra e ver da. tavraoa no dia 10 de tevereiro de 1941 ,
pelo 14° r areuao de Notas (livre 17, lis . 81), co nsla a oesqnacao de Vila
Sol6polis para a mesma regiao . Essa esc rttura declare que a promitente
veroeoor. Co ron el Jose Franc isco de Carv alho e Mello , era pro prietano
de uma area de terreno co m rnals ou menos 3.939,90 rna, situado na
q uadra 4 da Vila Solopolls. no Distnto da Acnnacao. 42a. Zona do
MuniCipio e Coma rca desta Capital, co mp reendendo os totes de nv 4 ate
24, "de trente. sabre 0 prolongamento da Rua Paulo nes. a contar da
esqulna com a rua Projetada ao longo do c6rrego Que desaqua no
Jardlm da Acnrnacac e Rua Anadta .'
a
Em c6pia de req uerimento que nos foi oosever examinar, d irigido Vara
da Fazenda Municipal par interessados nos problemas com terrenos
daqueta area , vimos a desiqnacao de Vila Deodoro para a mesma reg iao .
95
onde ficam as Ruas Paulo ores, Ana-dia, Pedra Azul. Posteriormente as
dais names de Vila toram abondos. Pico u. apenas. Morro da Acnma cao
designando a regiao Que ra desde 0 portae d o Jard im ate An a Rosa e
Lins de Vasconcelos, e desde Jurubatuba ate 0 cerniterto. Esta regiao se
a
uni u prtmetra , tartamente estudada. a do Jardim , e. juntas, formaram 0
bairro.
5.2 - JARDIM DA GLORIA
Nos tempos em que as bairros ainda eram chacaras. havia urna de nome
Gl6ria . Situava-se ao lade do Srtlc do Tapanhoin, entre as Rias
Tamanduatei; Cambuci e Ipiranga, regiao por onde passa hole a Avenida
Lins de Vasconce los.
Existindo desde 0 principia do secure XIX. 56 tot loteada no final do
secuio. transformando-se no Jardim da Gl6ria, 0 qua l foi incorporado ao
ba irro da Acnrnacao. conforme plan ta de 1974.
A reterencia a essa chacara. na planta de Affonso A. de Freitas, era que
ela " fo i vendida em 1737 por AntOnio da Silva Britto a Manuel Pinto
Guedes e por este. em 1741, eo Sarge nto Mor Manoet de Oliveira
Cardoso" . Deu 0 no me ao atual Semlnano da Gl6ria, pnmltivameme ali
instalado.
Fo i a chacara da GI6ria ou Jard im 0 local escolhido para a coostrucao de
um cemiterlo que servisse a populacao oos barrros da Vila Mariana,
Cambuci e Ip iranga . Parece que al: ao redor do cemiteno , houve
problemas de terra (0 que nao nos to! dado veriftcar) que, legalmente.
determinaram ce rto atraso no povoamento . Ou, segundo crenca
popular , 0 at raso foi devldo proximidade do cemiterio.
a.
o dec reto de sua criacao dlz 0 sequinte :
" A rt. 1Q -
Eaprovadc 0
Ato do Preteito pelo qua l adquire, par
ooacao teita pelo Banco untao de Sao Paulo, um terrene na
Vila Deodoro em uma area de 14 .29 0 msa. a fim de ser
constn ndo um cemlteric que sirva pa ra os bairros de Vila
Mariana , Cam buci , Ipiranga e Vila Deodoro, podendo dispender a quanna de q uarenta contos de refs com 0 fecho do
terreno . e mats obrasque forem necessarfas." sao Paul o , 5
de dezembro de 1903 . (5)
(a) Francisco A. da C . Horta Junior
Nao pode passar despercebida a referencla que 0 decreto supra faz
mes ma Vila Deodoro, examinada no capitulo anterior.
a
5 .3 - JARDIM JURUBATUBA
E parte tembem do bairro da Acnmacso. conforme mapa de 19 74 , 0
chamado Jardim Jurubatuba, par onoe passa a rua ou aventoa do
mesmo no me, recentemen te suosmucc por A rma nd o Ferrentini.
96
Entreos documentos municipais encontramosdais de suma jmpcrtancta
para a elucidacao de mais urn complemento do bairro .
Urn da les
e a Le i n O 104 4 de 30 de setembro de 1907:
..Asdrub al Augusto do Nascimento . vce-Preteeo do Municipio de Sao Paulo ern exerccio. taz saber Que a Camara,
em sessao de 28 do corrente mesocecretou a lei seguinte:
Art . 1" - Fica restabelecida a lei nO91 1 de 9 de junho
de 1906, que declare de utilidade publica 0 terrene necessaria para constituir definitivamente 0 Largo da Guana-
bare em Vila Mariana.
Art. 20 - Revogam-se as oeoosrcces em contrario.'
Prereltc do Municipio de sao Paulo, 30 de setembro de
1907 . (6 )
o outro e 0 Ata n O 266 de 20 de maio de 1907 :
" 0 Vice-Pre feito do Municipio de sao Paulo em exercicio.
usanoo das atribuic6es que Ihe sao conferidas pe r lei , resolve
dar a oenonlnacao de Rua Jurubatuba a rua sem nome,
existente no bairro da Guanabara. em Vila Mariana , paralela it
Rua Ctnn'e abeixo da mesma. que comeca na Rua TupinamM e. atravessando as Ruas Jaraqua e Correa Dias, vai
em seu prolo ngamento termmar em urn peq ueno nacho".
Seer. Geral da Pref. do Mun. de sao Paulo. 20 de maio de
1907. 0 vce-Pret. em exercic jo
AsdrubaJ Augusto do Nasc imento
Alvaro Ramos. (7)
o Diretor -
a
Os dois documentos se reterem. tanto ao Largo oa Guanabara como
Rua Jurubatuba. snuando-os na Vila Mariana. Contudo. no]e. a Rua
Jurubatuba fica no pererenc da Aclimal;8o e nao se tata mae no Largo
da Guanabara.
Prosseguindo nas pesquisas, fomos encontrar uma expncacao no
volume sobre 0 bairro da Vila Mariana, da sene " Hist6ria dos bairros de
sao Paulo" .
No Largo da Guanabara. em frente a chacara de Dona "Marianne". bern
na connuencle d as Ruas Vergueiro e Domingos de Morais. tuncionava a
Cervelarla Guanabara. dos irmaos Fausto e Carlos Schimdl. No mesmo
local. talvez. onde atualm ente esta instalada a tab rtc a de cerveja
" Brahma". AUcomecava 0 bairro da Guanabara, com 0 mesmo nome da
cerveiarla . Ladeando a Rua do Pararsc cescra ate a batxada da
Aclimal;8o. ate alcancar um pecaco de rua . a Jurubatuba , que era 0
limite do bairro da Guanabara. (8)
o nacho a que se retere 0 ato 09 266 era 0 cbemadc c6 rrego da
Aclimac;ao, que banhava a regi80 e que podia ser atravessado pelo
antigo sistema de "pinguelas". ate 0 ccmecc da decade de 6 0.
97
Posteriormente, 0 c 6rrego toi can allzaoo. e sobre ee abriu-se uma RUB
para transite de autorn6veis - a connnuacao da Jurubatuba. Entao , suas
margens toram loteadas e benssimas resoen ca s torem levarrtadas. das
qua is, algumas existem ate ho je .
A razao de se cnamar Jard im 0 lugar desconhecemos. pois ali MO M
nen hum jardim .
5 - PRIMORDIO S DO BAIRRO DAACLlMA<;;AO - NOTAS
( 1) Atas oa Camara Municipal (1900) - Tip. Espmdola Siqueira &
Composao Paulo . 1903 - pag . 70 .
(2) Projeto nO28 - Alas (1901) - Ed. cit. pag . 40 5 .
(3) tnr ncecao ns 125 - Alas (1902) - Ed . cit. ps g . 187 .
(4) AZEVEDO, Aroldo de - A cidade de sao Paulo , vel. , - pag. 191 .
(5) Atas (1903) -Ed .cil., 1904 - pag . 435.
(6) Leis e Atas do Municipio de Sao Paulo - ano de 1907 - Joao
Bentivegna , 2a . eotcao , Grafica Paulista - S. Paul o , 1935 pag .89.
(7) IDEM, pag . 177.
(8) PEDRO DOMIN GOS MASAROLO - 0 Bairro de Vila Mariana, pag.
86.
99
CAPitU LO VI
PARQUE DA ACLlM A9AQ
A DECADENCIA E AS REFORMAS
Em 1938, tomando conhecimento de que as herdeirosde Ca rlos Bote lho
(entao com 83 anos de idade) tinham a intencao de lotear 0 temoso
Parqu e da Acltmacao. co nhecido prin cipa lmente como Jardim , 0
Prefeito de sao Paulo, Dr. Francisco Prestes Maia (na sua primeira
qestao, 1938 - 1945) nao se conformou com 0 tate. Procurou a familia,
apresentando proposta para compra. por parte da Preteitura . que
conservaria a logradouro aberto ao publico. na sua area tota l.
A proposta to! aceita e a escritura de comp ra e venda tot lavrada no
Carto rio Alfredo Firma oa Silva, entao na Rua da Ouitanoa . 96 , 10 andar
- Livre nO401 , pag . 23.
Escritura de venda e compra - As. 2 .850:000$000
"Saibam quantos este publico instrumento de escrltura de
venda e comp ra virem, que, no ano de 1939, aos 16 de
janeiro , nesta cidade de Sao Paulo, em meu cartorio . perante
a mim, tabellae , e as testemun nas adtante nomeadas e
assinadas, a saber: como outorgantes vendedores Ant6 nio
Carlos de Arruda Botelho e sua mulher Da. Oulnpia Uchoa de
Arruda Botelho, Dr. Augusto de Macedo Costa e sua mulher,
Da. Constance Botelho de Macedo Costa, esta representada
por aquele, contorme procuracao levrada nas notas do 69
Tabeliao. L. 305, tis. 154 , reqtstraoa e erquivada neste
cartorio. e 0 Dr. Carlos Jose Botelho Junior, solteiro. representado por Ant6nio Carlos de Arruda Botelho. nos termosda
orccuracao lavrada nas notas do 6 9 rabenao. L. 352, 11s. 49,
registrada e arquivada neste cartono . proprietanos, domiciliados nesta capital , e como outorgado comprador, a Muni-
100
cipaltdade de Sao Paulo. represen tada pelo Preteito Municipal: Dr. Francisco Prestes Meta. por este ate devidamente
autonzado ceres arts. I '" e go do Dec. 8.868 de 27 de
dezembro de 1937" ... "do im6vel denomi nado Jardim da
Aclimac8.o, situado no distrito da Liberdaoe. desta cidaoe e
Comarca da Capital, atualmente conseruoa por duas areas
de terrenos com cerca de 182.000 msa, cujas divisas e
controntacoes sao: a primeira area divide pela frenle com
uma rua nova ainda nao oticialtzada. reeentemente aberta
peres outorgantes e que liga a Avenida da Aclirnacao a Rua
Muniz de Sousa, na extensao de, mais ou menos, 30t ,SQm,
pete raoo direito , por mura e cerca, com sucessores do
Banco Melhoramentos de sao Paulo: pete lade esquerdo
com a Rua Topazio. com um c6rrego e com sucessores de
Francisco Justino, tambem por murose cercas: pelos fundos
com a rua Bras cubes . e , per cerca , novamente com
sucessores de Francisco Justine e do Banco Melhoramentos
de sao Paulo; a segunda area confina, pela frente, com a Rua
Bras Cubes. peios lados e pelos fundos, por cerca, com uma
rua aberta em terrenos dos sucessores de Francisco Just ino,
terrenos esses co nnecoos po r Mo rro da Aclima1;:ao, tudo
contorme mostra a planta que " ... "fica fazendO' parte
integrante desta escritura, pela qual etes. outorgantes vendedores. vendem. como de tate vendido tern a outorgada
compradora. 0 imovel aeima reterido e desc rito, com todas as
bentettorias m6veis e semoventes que la existem . inclusive os
arumae do Jardim Zool6gico pelo preco certo e ajustado de
dots mil o itocentos e cinquen ta contos de reds (Rs.
2.850:000$000)" ... " a fim de que 0 im6ve l passe para a
propriedade do Muni cipio " ...
sao Paulo, 16 de janeiro de 1939. (1)
Infeli zm ente toi-se acentuando 0 declrhio q ue 0 Par que ja vinha
sofrendo. nessa decada de 30, e comecou a decadencia: 0 mate invadiu
os gramados, a aqua do lago ucou pounda. 0 parque de divers6es toi
destnndo e os ammats roram retirados do Zool6gico.
Dessa data em dia nte , 0 Parque passou po r fases de abandono e de
retormas. artemativamente. Nunca mars. entretanto. recuperou aquele
bnlbantlsmo da epoca de seu tundador. Tendo sloe alvo de uma paqina
intei ra em Sao Paulo Naguele Tempo, 0 prtmeiro volume de Jo rge
Sao Paulo
Americano oeorcaoo a sao Paulo, no tercei ro volume da
Atual: 1935 - 1962 , mereceu apenas uma leve reterencia dentro de um
capitulo: " 0 pequeno parque da Acumacao". (2)
sene.
Em novemb ro de 1955, 0 "Diarlo da Nolte" pubnco u esta manchete: "A
croaoe recupera 0 Jardtm da Aclimacao''. 0 parque vcltava a funcionar
depois de 15 anos de abandono. Ja fazia, entao. 8 anos que falece ra
Ca rlos Botelho.
101
Nesse mesmo ano tinha surgido um projeto ambicioso demais para ser
passrvel de reaazacao. Fora uma tentative de restauracao do antigo
brilho, pais inchna nos seus objetivos: uma gran ja leitelra. de prop riedade municipal, para fornecer Iette as criancas que a visitassem (uma
especle de fazenda numa area tao proxtma do centro da croaoe).
charretes, cabras e ovelhas esoenaoas por todo 0 parque. urn novo
"play-g round", um restaurant e-abrig o e um vel6dromo, para as qa rotcs
andarem de bicicletas. Iivres do perigo do s automoveis .
Esse projeto mirabolante teve de ser abandonado e um outro mars
simples 0 substituiu. As alamedas foram asfaltadas e a nurninacao
tomou-se abundan te, foi constnnda uma concha acusnca, cuja rnauquracao serene se deu a 9 de maio de 1955. \
A citada manc hete encabecava esta ce scrcao local:
"Agora tud o ali e testa. Num gramado ample jogam futebol
matutino [ovens das redondezas com volu ntaria torcioa nao
se sabe seca de once. Ha gente mmoa de tod as as toades
nas balances. nos autom6veis, nos divertimentos do parque
de divers6es que funciona neue. domingos e feriados. No
lago passam os pequenos barcos a gasolina e tambem um
g rande barco colorido que, em reiac ao aos ou tros, lernbra
urn navio capitania. urn lento e majestoso cou racaoo . I: 0
col etivo oa flot ilha naval. 0 Sol desce do alto, numa cachoelra
tremuta de luz. As aguas arteplam-se ao con tacto das quuhas
que de ixam arras de sl obnquas maro las que vao morr er peres
margens relvadas . HA alegria por toda a parte." (3)
a
As reformas que haviam se miclado com Janlo Quadros, 0 Preteito que
recuperacao das areas verdes de toda a croaoe.
mu ito se dedicou
foram co ncnnoas na administracao de William Salem, o utro Preteitc que
tambem merece apla usos, no mesmo ano de 55 .
a.
Em 1956 , 0 Departamento de Urba nismo da Preteitu ra. sob a supervisao
de Jose Vica ri, tenta reavivar 0 grande proieto q ue fora abandonado.
acrescentando amoa um rec anto com choupenes . estab ulos. ilhas e
pontes artitlclafs sc ore 0 lado; urn local d estinado Eoucacac Fisica e
outro para a construcao de urn teatrinbo. Naoa orsso ooce ser teito , co m
excecao do loc al dest inado a Eoucacao Fisica. se co nsiderarmos 0
cam po onde se realizam jogos de futebol. (4)
a
Essa fase de bom funcionamento e de c uidados persistia ain da em 1958 ,
porque os jornais da epoca dtziam : "0 Parque esta bonito... 0 pulm ao
verde do bai rro da Acurnacao e hoje verdadelrc oareeo. tal a beleza
altada calma , ao amb iente agreste que apresen ta dentro des flmites
naturals que lhe oferece a cida de em derredor... nao na bic hos ... mas M
passe res " ... arvores altas e tronoosas. 0 lago de aquas ulnpidas . as
alamedas tranquila s. "play-ground " , co ncha acustica. locals para a
pratica de espcrtes, tudo a menos de 10 minutos do centro oa c ldaoe . (5)
a.
102
logo apes ....em novame nte outra lase de oecnmo. a ponto de . em abri l de
, 966. 0 jomatztnno do bairro dizer Que 0 Ja rc nm. aiem de suj o e
esburacado. estava " invadido por marginais e toxicomanos de tooa a
esoece. impedindo as tarmnas de 0 treq uentarern.'
Em janeiro de 1966. 0 Preteito Brigadeir o Faria Lima. atraves da lei nQ
7.108, cna a Divisao de Parques e Jardin s. oa Secretana de service s e
Obras da Preteitura Munic ipal.
Co ntudo , vanes eram as ja rdin s do munlcip !o Que requertam as
arencces da Divisao. e amoanao ttavia cnenaoo a vez da Acumaceo.
A d ecade ncia chega ao climax, e e urn grito de alarme que se ve nos
[ornais. no ano de 1969 .
"0 Estado de sao Paulo" brada um alerta ao publico:
ACLlMA <;;AO - 0 PERIGO'
" Nao va ao Parqu e da Actimac ao. oem durante 0 ce. muito
menos a noite. Esse Parque nao foi remodelado pela Pretettura e as mas imencoes se escondem por detras da veg etecao espessa au da escundao quese tota! que marcam 0
Parque da Achmacao!" (6)
No ano seguinte, 0 que exisna nao era mats uma alitude de desespero.
mas de desesoeranca. de resiqnacao total tatenoaoe. Dizia 0 " Jornal
da Tarde " , oo cra 7 de outub ro de 1970, que nlnquem mae ac reditava na
reforma anun c iada nem na promessa de que a "Pretettura ja havia
tiberado uma verba de 1,5 milh6es para a retorma do parque".
a
Esta snuacao se prolongaria ate chegarrnos ao initio da aormmsnacao
Figueiredo Ferraz (19 71 - 1973), 0 Preteito que se empenhou no proieto
de retorma que tomana 0 Jardim da Aclimacao " um recanto aprazwel
desta cidade turbutenta.' (7)
Ate que , em 16 de junho de 1972, " 0 Estado de sao Paulo " ccoe
anunclar:
"Ontem foi conchnda a corocacao de gradis no Jard im e 0
local oetxcu de merecer a crassttrcacao de pararso dos
ma rginais - as tarmlias estao vortando. os aposen lados
ded icam-se tranquilamente
con ternplacao: e as c riancas
pod em brinca r von tade."
a
a
projeto fora entregue a arc uiteta Zelda Cinc otto, da Co oroenaoona
o
das Admtnistracoes Peqlonars de Sao Paulo, segu ndo tntcrm acoes do
"Diario Popu lar " de novembr o de 1972.
A primeira medida io dar tmclo a ob ras de urnpeza nas atameoas e
canteiros, rernovendo 0 mato a fim de que fosse viavel 0 anda mentc da
retorma propri amente dita.
a
Na pnrreira etapa se processou restauracao das cores ja existentes: 0
antigo ancoradouro, a concha acusnca. a pista de bocna. a praca
esport iva. os canteeos e as alamedes.
103
Na segunda etapa 0 [ardim loi cerceoo por grades altas em toda a
eo ensao. a entrada pelos tres portoes de acesso oassou a ser nscahzada po t poltc fais e inaugurou-se a uurmnacac a rrercuno .
As alarredas toram pawnentacas . .imensas areas toram ajardinadas.
roves bancos e passeres toram constn noos. como tambem uma quaere
de basquete. E 0 Clube dos aposentacos tomou provtcencias para a
reetivacao do c ampo de fute bot.
Em 197 3. 0 "Dtarto de Sao Paulo " dtzia:
" Com a retotma do Jardim da Aclnnacao. sao Paulo recuperou, no ano passado. mars uma area verde. Esteo lange as
tempos em Que aquele parque era um lugar suio e 0 ponto de
enc ont ro preterido peres marg inais dos balno s da vizmhanca."
Vern a seguir , precisarnente aos 14 de dezem bro de 1976, a crtacao do
DEPAVE - Departame nto de Parqu es e Areas Verdes , para a admlnistracao d ireta des g randes parq ues, em substttutcac a Divisao de
Parques e Jardins. Esse Depa rtamento , a cldade de sao Paulo oeve a
iniciativa do Preteito . Dr. Olavc EglOio Setubal.
recaoesta a cargo do Dr. Dante Banoni, que taz c umprir
Desde 1978, a ca
a requlamentacac para usa de tocos os pa rqu es mu nicipais , c ujo
processo. nO022128 117, englo ba tambem 0 Ja rdirn da Acumecao .
E o vemo Jardim. Que cen tre de uma decada estara co memo rando 100
enos . tem merecido toda s as atencoes das autoridades munic jpais.
Eis 0 regulamento Que protege 0 usa dos parq ues e areas verdes de sao
Paulo:
Artigo 10
o ingressa
e
a
no Parque
tranq ueado
vrsnecao publica
dia riamente, no horano das 7:00 as 22 :00 bores . podendo
ser anerado a lunc da Admmtst raca o por oc asrao de exposiczes. comemoracoes ou outros eventos que ju strnquem
essa medida.
Artigo 2 9
Fora do borario de tunc lonemento do Parq ue somente sera
permitido 0 ingressa:
a) de autoridades c ivis ou militares
b) de func lonartos da Adminlstracac o u pessoas par ela
expressamente cre denciadas
c) de tuncionarios do Parque ou contratados peta Administracao no desempenho de suas
d ) de exocsncres. organizado res ou seus contratados. que
ali exercam temporariamente atividade s na reauzacao de
nmcces
10 4
mostras. testeios ou sirrulares. mediante a aoresentacao
de c red enctat expedida cera Admmistracao .
Ar1igo 3°
E veoaoo 0 ingresso ou permanencia no Parque. a qualquer
tempo :
a) de pessoas alcoouzadas au que, de qualquer forma, nao
tenha m um cont role emocio nal normal e possam vir a
incomodar a tranquilidade des visttantes.
b) de pedintes.
c) de pessoas em trajes ou atttuces atentat6 rias
aos bans costumes.
a moral e
d) de visit antes conduzindo animals. salvo caes e gatos
domesticos: as caes deverao ser levados par seus donas
atraves de co leiras munidas de trees ou enforcado r.
e) de venoeoor. camel6s ambulantes ou qualque r pessoa
que pretenda ingresso no Parque com intuito de efetuar
co rnercio. excetuando-se aqueles creoencracos pete
Administracao .
f) de pessoa s po rtando recip ientes de vioro .
Artigo 4°
E proibida. no interior do Parque. a circulacacde verculos
quaisquer. inclusive blc lcletas. motccrcietas e ciclomotores.
salvo as verculos de service.
Artigo 50
E proibido no interior do Parque:
a) a caca e a pesca , em qualquer mod alidade.
b)
a natacao.
c) a uso de patine ou "skates" fora das areas reservadas a
esse tim .
d) a pratica de tutebol. fora cas areas reservadas para esse
nm.
e) a pratica de jogos grupais fo ra das areas reservadas para
esse ffm.
f) a uso de ch urrasquei ras ou fogueiras, salvo nas areas
'dentiflcadas para piquentq ues .
g) co rner tlores. mucas C' ~I plantas em qeral.
h) subir ou escrever em arvores. be. ,l como dan ifica r ou
subtrair de qualquer form a bens mum, 'pais.
i) molestar ou alimentar os animais do Parque .
105
j) irnpc rtun ar. de cu alc uer forma, as oemals treo uentaoo -
res.
k) tancar galhos , detrit os ou quarquer objeto 03 re presa.
I) distrtbutr material pubucitarfo sem autorizacao expressa
da Ad rmnfstracao.
m ) montar barracas e aca mpam enlos.
Art igo 6 Q
OSvtsitant es. enquanto perm ane cerem no inte rtor de Parq ue,
devem:
a) respettar as deterrr unacoes do guard a em service.
b) cump rir e procurar que se taca cumprir inteqralmente as
normas desta requlamentacao.
c) comunicar imediatament e Administ racao quelouer
irregularidade observada.
a
d) preserv ar a fauna e a flora.
6 - PAROUE DA AC Ll MA!;AO - Notas
(1 ) Da escrttura de compra e vend a to ram transc ritas aoenas as parte s
mae siqmtcativas para este trabalho. E nosso
0
grifo em
Jardim da Acumacao. Mo rro da Acumacao e Jard im Zoolo qlco .
po r moti ves 6bvios . C hamamos, aoui. a ate ncao para a
presence constante de Justine Azevedo , proprtetano do Morro
da Ac limacao. com 0 qual se limitava 0 jard im aoq utndo pela
Preteit ura.
(2) AMERICA NO , Jorge -Sao Paulo Atual (1935 -1962), paq . 60
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
"Olano ca Notte" - 4.11. 1955
" Folha da Nolte" - 9.8.1956
"A Gazeta" - 1.3.1958
"0 Estado de Sao Paulo " - 20.8.1969
"0 Estado de Sao Paulo " - 18.4.1971
107
CAPITULO VII
BAIRRO OA AClIMA<;:AO
o bairrc da Aclimacao limtta-se ao norte e noroeste co m a Uberdade,
atravee das Ruas Tamandare e Apeninos; ao nordeste e leste. com 0
Cambucl. cuja divisa e constm noa pelas Ruas Bueno de Andrade, Dam
Duarte. Heitor Peixoto e parte da Coronel Diog o; ao suI e sudoeste com a
Vila Mariana, separada por neche da Rua Dr. Nicolau de Sousa Queir6s,
Jose do Patroc jhio, Mac hado de Assis, Praca Anapolis e parte da Av.
Line de Vasconcelos; e a sudeste. com 0 Ipiranga, separado pelo canal
do rnesmo nome.
E:
urn dos bairros pequen os de sao Paulo, com urna area de somen te
2,8 1 kmsa. Esta catalogado, em estatrstlcas apresentadas pelo IBGE,
entreas distritos que cresceramdemograficamente abaixo da media. Em
1.934 POSSUlB 12.932 habitantes, e em 1980 atingiu 60.350.
Fol elevado a categoria de distr ito de paz na mesma epoca em que a
Prefeitura de sao Paulo - na gestAo de Dr. Francisco Prestes Maia adquiriu 0 Jardim da Acnrnacao. comprando-o da familia Botelho. A lei
que deftniu a posicao do balrto como distnto de paz tel assinada no ora
23 de oezemtxo de 1938. sob nv 9.859. Ho]e. Acnrrecao e o37 Q
sub-distnto de Sao Paulo.
No dia 5 de ma io de 1955, a Lei nv 4.668 aprova um plano de
melhoramentos urbar ustico s para 0 bairro:
" William Salem, Preteito do Municipio de sa o Paulo. usando
das atrtbutcoes que Ihe sao canfe ridas par lei, taco saber que
a Camara Munic ipal, em sessao de 20 de abril de 1955,
decretou e eu promulgo a sequinte lei:
Art. 1Q - Fica aprovado I) plano de melhoramentos urbamsticos no batrro da Aclirnacao. constante oas planta s nvs
A-87-12.702 . 5.514 e 5.51 2, do arquivo do Departamento de
108
Urbanismo. que, rubncaoas pelo Presioente da Camara e
pelo Prefeito , passam a fazer parte integrante da prese nte lei.
plano esse consistente em:
1- abertura de uma avenida ao longo do c6rrego existe nte no
tu ndo do vale, entre 0 Jardim da Acurnacao e a Rua Da.
Bnqtda, co m a extensao aproximaoa de 1.100 metros e a
largura de 26 metros entre a Rua Oa. Bnqid a e a Rua
Marandu ba, alarqanoo-se a partir oeste , ate 0 Jardim da
Acnmacao:
II - retiftcacao dos altnhamentos da Rua Batista Caetano,
entre a Rua Basilio da Cu nha e Co ro nel Diogo , na extensao
aproximada de 146 metros;
III - abertura de uma via, com 18 metros de largura e a
exte nsao apr oximada de 120 metr os, comecando na
contluencla da Rua Coronel Diogo c om a Rua Batista
Caetano e lerminando na avenioa projelada de fundode vale,
reterida no item I;
IV - retnrcacao dos alinhamen tos da Aua Paulo Dtas. entre a
Aua Batista Caetano e it avenica projetada de tundo de vale ;
V - alarqamento da Aua Da. Bnqida para 24 metros, no
trech o co mpreendido entre a sua co nttuencta com a avenida
de fundo de vale e a Av. tt ns de Vasconcelos, na extensao
apro ximada de 190 metros;
VI - urba ntzacao do vale existente no tim da Aua Aveline e
cr tacac de um espaco livre lateral deslinado a cantelro e
escoa mento de aouas pluviais :
VII - abertura de uma Aua ao longo do c6rrego existents a
partir da Aua Greg6rio Serrao ate 0 fim da Aua Machado de
Assis. entrcncando com esta ju nto it Avenida de tundo de
vale;
VIII - abertura da Aua Batista Caetano no trecho comp reendido entre a Aua Coronel Diogo e Praca Anacons (p rojetada).
obedecendo 0 plano de loteamento ja existente no local.
Art . 2° - Os imoveis atingidos pelo plano ora aprovado serao
desapropriado s per utilldade publica, ticando a Preteitura
autorizada a fazer a declaracao respective quando julgar
opornmo. ou quando houver pedido de ucenea para edifi cecoes. reconstrucoes ou reformas que atetem a estrutura
dos predtos existentes .
Art . 3° - As despesas c om a execucao da p resente lei
co rrerao per conta das oorecces oesnnaoas a desapropnacces ou obras putnicas.
Paraqrato umco - Os proprtetanos benetlctados petas obras
de saneame nto e abertura d e novas vias pubncas nos seus
109
terrenos oeverao etetuar a sua conntbuicac para 0 custo
desses melhoramentos na fo rma do que rnsooe a lei nv 4,4 40 ,
de 30 de oezembro de 1953 (arttqo 1° , nvs I e IV).
Art . 40 - Esta lei ent re em vigor na data de sua oubnceceo .
revc qadas as orsooscces em contrano.
Publicada na Diretorta do Departamento do Expedients do
Pessoa! da Secretaria dos Neqocio s Internos e Jundtcos. em
5 de maio de 1955 .
Qu em visiter as locals oesiqnados nessa lei venticara que nem todos os
melhoramentos loram executados.
A avemoa de tundo do vale so loi aberta em parte , saindo do Jardim da
Actirn acao. numa conttnuacao da Rua Pedra Azul , interrompendo-se
altura da Rua Ximb6. Somente neste ano (1981 ) se reiruclararn as obras
Que Ihe da rao conttnutdaoe.
a
Os itens II, III e IV toram rearizados e dizem respelto a uma recao multo
conhecida, pa is e a ponto de ligal;ao entre as bairros Achmacao . Pararso
e as Que margeiam a Av . Pautista. de um lado, e 0 Cambuct, Vila
Monumento e Ipiranga, de outro .
o alargamento da Rua Oa. Bnoida nao se eletu ou , ao Que se acarreta
mais urn preiuizo. pots a aven ida proietaoa ainda nao chegou ate la .
A rua, entre Gregorio Serrao ate 0 lim da Machado de Assis, loi aberta.
sem contudo se dar 0 entroncamento final, pela ausencia da avenida de
funda de vale.
A Praca Anapous. p rojetada em 1955 , co nto rme c ttecao na lei, exis te e
consta do ma pa de 1974 , entretanto nao passa de um pequeno largo,
sem uma arvore sequer. Atualmente ha obras de abertura de rua ou
avenida nas cercamas.
Os itens da lei se rele rem a oots c6 rregos Que ainda existia m em 1955:
um , no fundo do vale, ao longo do Qual to ! p rojetada a aven ida, etnoa em
obras (est e deverta ser 0 c6 rreg o oa Acnme cac. ja tantas vezes citad o). 0
out ro. ent re a Rua Greg6 rio Serrao e a Machado de Assts. a respettc da
Qual nao nos loi possrvel oescconr se era 0 mesmo Acnmaoao. ou Qual
nome terra. Uma coisa ce rta: torarn rnais dois c6 rregos Que oesaoareceram na c idade de Sao Paulo .
e
Par volt a de 1958 , os jornais talavam da Actimacao como um "ca r tao
postal de pulm oes verdes" , 0 " bairro tecmcotor, da vida , da calma e das
pedra s orecosas''. " A Gazeta " descrevia assim :
" A Acurnacao e um batrro calma , onde se sente a vida em
todos os pormenores , e com mats intensidade pela presence
constante de carrinhos de cnancas empu rrados pelas pa[ens . Que cru zam as ruas na santa paz Que lnes tomece 0
ambiente. e sentem prazer em queb ra-la . num sentido de
c oraboracao aos nndos natura is de outra natu reza, Que
existem numa cidade tre pidante co mo a nossa .
11 0
e
A impressao que se tern que se trata de um verdaoetro oasis
de calma, dentro de uma cidade de dinamismo . C omo bairro
residencial. lao somente. seria natural essa paz. Mas. a que
e
mais chama a ateocao. que, embora sua proximidade 80
centro , 0 ba irr o ten ha conseguido permanecer eem a
intluencia daquela vtzlnhanca agitada ." ( 1)
Ja nessa eooca S8 lazia uma resmcao ao bairro. como se faz ate hole: a
escassez de conducao . Entretanto , tatvez seja essa mesma escassez de
conoucao ou de coletivos. em parte pete menos, a responsavet per
acuera iranocmoaoe lao elogiada.
Infelizmente , a decantada calma passou a ser perturbada pelo fUiOO das
oemoucoes e reconstrucoes. e as casas comecaram a ser substiturdas
per edincios de apartamentos.
Em fins de 1972,0 jornal "0 Estado de Sao Paulo" iniciou a pubftcldade
em torno de um fato que revoltou os moradores do bairro e gerou
polemicas.
A Faculdade de Medicina vetertnarie. que se mudara para a Cidade
Universitana. ccuoanoo barracoes provis6rios , preclsava de verba para
a consnuceo de novo predio. Para isso tinha colocaoo a venoa a area
que havta ocu pado antenorrnente na Rua Pires da Mota. abrangendo a
Rua Bueno de Andrade, de um lado, e a Praca Nessa Senhora da
concecao. de outro.
Diz 0 articuftsta: "Os moradores gostariam que a area tosse transtormada num grande centro de lazer e de esportes. Mas acham que blocos
de predio s de apartamentos irao surgir, pots 0 eortal de venda publicado
nos jornais '56 pede sugerir isso'.' (2)
Ouand o cheqcu 0 ano de 19 74 , no mesmo " 0 Estado de sao Paulo " sat
esta manchete :
"lbirapuera e Acumacao nao perdem areas verdes" (3) ,
o preteito Miguel Colasuonno e 0 governador Laude Nate! havlam
atendido ao apelo dos moradores dos dots bairros, impedindo que duas
areas verdes fossem substiturdas por qrandes centros come rc iais.
Na Achmacao, a area de 20 mil msa era a mesma oa Rua Pires oa Mota,
ocupaoa antes pela Faculdade de Medicina vetertnarta . e oa qual ja se
talava em 19 72 .
o governador vlsitou 0 local em companhia do Secretano da Eoucacao,
ficando decid ido que ali se msralaria um centro educacional. Para isso a
Universidade de Sao Paulo devena enlrar em entendimentos com a
empresa co mpradora, a Etetroradtobraz. para uma amiqavel rescrsao de
contrato . 0 que foi feito a co ntento . 0 dep utaoo Wadi Helu, que
representou os habitantes da Aclirnacao e do Cambuc! (0 bairro que
tambem seria attnqtoo . pela proximidade) , junto do qovema do-.
sansteito com a tareta cu mprida, disse que assim "serta preservada a
111
artonzaeao e evitado 0 surgimento de ' mars urn monstrc de concreto'."
(4)
Contudo, no andamento de nossas pesq ueas. estiverros no local para
venflcar a ertonzecac prese rvaoa. La, hoje esta mstataca a Escola
Estaduat "Caetano de Campos" , nurn g rande terrene. mas nao resta
nada da artoczacao. e a area circunvizinha e5M. loda constnnca.
"0 cartao postal de pulm6es verdes" . cantado em 1958. jtl nao existe
mais. 0 Parq ue. apesar de bern cuidado e conservado, esta co m sua
area verde bastante reouzoa.
Casas de 50 anos de construcao estao senoo oemotidas e substinndas
pe r arranha-ceus .
Urn rnorador . salicitado a lalar sabre 0 baur o . 56 enconnou urna
observacao para tazer : " Quem fez a Acumacao tor a 'O rban' ," Refe· "
rfa-se. na certa , ao barre que esra ar' a vista de lodos , nos tempos
prese ntee. send o invad ido per co nstrucc es atnssimas. sob a responsaouoace . na sua maior parte. da Co nslrutora e Admirustraoora cttada
pete morador. A pnncmto . aco ntec eu apenas nas zona s urmtrotes. com
oredios sem mu ito goslo artrsuco . Aos ooucos . essas reco nstr ucces
estao c neqando ao coracao do bair ro . co m tachaoas beussfmas. num
esmo renovador. 0 q ue nao ameniza 0 significado do tato : a Ac lima~ao
esta co ntribuindo par a 0 crescimento da "selva de ped ra " que e a
coeoe de sao Paulo . De uma mane ira simpetica. entretanto . Pols. uma
caractenstica espec ial salta logo aos othoe oos visitantes: os nomes
oaoos aos edincios. Tcoos. ou quese tcoos. traze m 0 nome de uma
Ope ra OU Operata . numa homenagem aos grandes compositores ntfcos .
Andando pelas ruas. vamos tendo nas portanas de entrada dos
apartamentos q ue abnqam centenas de tamatas:
Loretey. Otelo . Semira mis , Aida , Orteu. Mef ist6f eles, Edgar, Nabuco ,
Eomea ...
Observa-se que 0 comercio . ate pou cos anos atras rocauzeco na
pe riferia d o ba irro apenas. est a agora atingind o 0 centro, outro ra
estnt erne nte resid enc tal. Asstm e que se vc em bancos. butiq ues.
lcpnnas. tloricurturas. tanchonetes. escr it6rios e outras instalacoes.
Freq uentemente. no final de uma rua . se depara co m uma ptaca : " Rua
sem said a". E que se chegou ao c ume de um dos morros que, nos
tempos antiqos. tormavam uma verdadeira serra , que pode ria se chamar
a " serra da Acftmaceo" . Dar'aquela mar ca do bairro, citada no principle
oeste trabamo , das ladelr as que se c hamaram ruas.
NOTAS,
(1)
(2)
(3)
(4)
"AGazeta"-1 .3 .1958.
" 0 Estado de sao Paulo " - 22 .11 .1972.
IDEM - 2.3.1974 .
IDEM.
113
CAPitULO VIII
INSTITUIGOES RELIGIOSAS E EDUCACIONAIS
Entre as instituicoes rehg io sas e educacionais exrstentes no bauro .
citaremos apenas as mars representatives e de mater orotecao . Um a
pesqtnsa mais acu rada nesse setor encontraria tnumeras ou tras para
serem retaoonaoas. c om toea a certeza.
8.' - INSTITUIGOES RELIGIOSAS
PAROOUIA DE NOSSA SENHORA DO CARMO:
Fai nmdaca em 13 de novembro de 1939 . q uando D. Jose Gaspar da
Fonseca e Silvaera 0 Arcebispo de sao Paulo.
lancamento da primeira ped ra ocorreu no dia t v de janeiro de 1941,
Rua Bras Cubes. nv 163 , em tenere ooaoo pelos vampre . as mesmos
que compraram as tet ras do Morro da Acnmacao . Em 1960 estava
cor cnnoa a construcao.
Seu primeiro Viqario tot um Padre pernambu cano. chamado Cicero
Hevoreoo.
Quando, em 1939, houve 0 Cong resso Eucansttco em Recife , 0 Padre
Cicero chefiou uma rornaria de c atofic os pauustas qu e tor am pamclpar
do Co ng resso. Levavam os pauli stas vartas imagens de Nossa Senhora
Aparecioa . as quais iam oferece ndo a munici palidad e de cada porto em
que parava m. As cidaoes. entao. retr imnam com a imagem da sua
padroeira . Os rec ifenses olereceram ao grupo paunsta a imagem de
Nessa Senhora do Ca rma , que e a pad roei ra de Recife . E 0 Padre
Cicero, por ser pern ambuc ano , veio trazenoo em maos a imagem
prese ntead a, q uando terminou 0 Con g resso. Chegando em sao Pau lo ,
o
a
114
l oi ele norneado Vigario da Paroquia recem-tundaoa. a qual recebeu 0
nome da Senhora esculpida e trastada da de Rec ife para ca.
Padre Cicero rncrreu em 1944 e a 16 de iurbo do mesmo ano to
nomeaco. para substrturao . 0 Monsenhor Neves , Que d1rige a Parocuia
ale t oe. co nnecoa como a Igreja N . Sra. do Carma da Acbmacao .
Co ntou-nos 0 Monsenho r Neves que nos pnmeiros tempos da IgreJ8,
para se If da Acumacao par a 0 Cambuci. tmha-se Que atravessar 0
Parque pagando pedaqio . pais era pr op nedaoe part icu lar. Nao havia
ainda a com umcacao da Av. Achmacao com a Rua Muniz de Sousa. Por
volta d e 1944 . con tinu a 0 vlqar!o . 0 Jardi m esta va em co rnple ta
oeca denc! a. Co nsta Que morrera um menino atoqaoo nas aquas da
Lagoa. sendo suprimidos os barcos: tambem nee havia mats animais no
zooloqfco . e 0 iocattrnna se transtormado em anne de marqinals.
IGREJA DE SANTA MARGARIDA MARIA :
A out ra Ig reja Catojca do bairto situa-se no Ja rdim oa Glorta . na praca
Que tern 0 mesmo no me d a lqr eja, na altura do numero 2.129 da Av . Uns
de Vasc o ncelos.
Foi c rtada no dia do amversano oa ci dade de Sao Paulo , 25 de janeiro ,
em 1940 .
Seu primeiro VigtHio toi 0 Pe. LUIS Soriano, cujo nom e se perpetuou
numa das ruas transve rsae da Aventoa.
Atualmente e dirigida perc Pe. Manoet Marano Lopes .
IGREJA ORTOOOXA RUSSA sAo NICOLAU
Foi c naoa em 193 7 peres tuqitivos da Russia co munista, co ngrega ndo
ortodoxos de toda s as nacionahoades . Esta subordinada a um Patriarca
sediado em Nova York .
Dirigida em sao Paulo pelo Btspo Nlkandro.
Que se sep araram do vatrcano.
e uma d as Igre jas Ortodoxas
Sua Litu rg ia e muit o semelhante a Liturgia Cat6lica. 0 Evanqelho
mes mo , mas , a Comunhao e com oao e vinho .
e0
Os padres q ue trabatham em peroquias devem ser casados. "Padre
mo nge (sotteiro) fic a nos rrosteiros". mtormo u 0 padre enca rregado da
Igreja de Sao Nic o'a u.
IG REJA PRESBITERIANA DA FORMOSA NO BRASIL " TAl-AN":
Foi too oaoa em 16 de agosto de 1970 , tunc o nenoo . a pnncioio. na Rua
Barao de Iguape; depots . na Lavapes: e neste ano muoou -se para predio
pr6 prio , situado na Rua Topazio .
Quem a dir ige e 0 pastor Wu-tien ·bau , de nac iona hdade cbinesa.
115
Alern dos curto s rehqo sos aos domingos, possur a Igr818 urn coral Que
encontramos ensata noo . no'pnmeiro dia em que lei eswerros . e tamtem
anvo ad es de lazer para as jovens. como jogos de satao.
A trequencia e toda co nsnnnda de cnmeses que imlg rarolTl e dos tilhos iii
nascidos aqu i em sao Paulo . residentes em vanes bairros. em grande
parte da Acumacao .
IGREJA PRESBITERIANA EVANGfLlCA-COREANO CENTRAL DE SAO
PAULO :
Atualmente na Rua do Pararso nv 749, tuncionava antes na Rua Co nde
de Sarzedas. A data da tonoacao e 27 de julho de 1979.
A trequencia e de co reanos e tithes de coreanos jil nascidos no Brasil,
residen tes , em g rande porcentagem , na Actirnacao .
8 .2 - INSTITUI<;OES EDUCAC IONAIS
C O L~GIO ANGL O-LATIN O,
Esta casa de ensmo to t tun dada entre 19 13 e 1918, com 0 nome de
Esccla Guerreiro . em homenagem ao tundedor portuques Que navia
emigrado para 0 Brasil. Era, entao . a escota preterida pelos lilhos de
portugueses aq ui residentes.
Como nao til/esse creoro prcpno. a escola endou perambutandc por
varies locals aluqados na ooaoe. Quando tuncionava na Rua da
uoeroece. com a morte do tundador. entrou em decadencta. Possuia na
ocasiao 126 arunos.
rot Quando quatro jovens protessores. Que militavam no Cursinho l eo
Bontim. adqumram a instituicao. tendo 0 seu corpo discente aumentado
para 460 em menos de 3 anos. Desse aumento resurtou a necessroaoe
de possuir predio proprio .
Ocupou pri meiramente um eonco na Rua Sao Joaquim. quase na
esquina da Rua da Gloria . em 1941. funcic nando [a co m 0 nome de
Anglo- l atino. Em poucos anos atingiu 0 numerc de 4.800 anm os.
Em 1950, par pequena maioria de votos. 0 Ooleqto tot fechado e 0
edrtrcio foi vendido. Os elementos Que nao linh am co ncordado com a
venda se associaram e. em 1956, constnnlam. na Rua Muniz de Sousa,
n<' 1.051 , rente ao Parque ca Acltmacao . a novo Coteqto Anqlo -Latlno.
Foi urn ressurgiment o Que serviu para atender as necessidades do
bairro . Que nao nnha nenhum estabelecimento de ensino de 2° grau.
De 1957 ate esta data, a orqaruzacao vern se desenvowendo . ja tendo
atinqido 0 numero de 2 .700 alunos .
Esse ressurgimento tot 0 estorco con jugado de 463 sooos. somado
imcianva do Diretor. 0 professor Benjamin Antonio Arcuri. Tmha ere se
proposto a atingir a meta Que sonnara ha muttos anos - a de torma r
a
11 6
mentalidades de estadistas . nas sucesslvas qe racoes de estu dantes que
passassem por sua escola. "Sonne muitas vezes frustrado nas suas
tentativas de reatizacao", citando as pr6prias patavras do Diretor.
Neste ana de 1981 , a Colepto Anplo-Latlno. que mantem 0 ensino de 1Q
e 2Q gr aus, comemorou 0 seu Jubjeu de Prata. cu]o palco principal lai a
Parque da Acnmacao.
A orocramacao toi extensa, distrtburda per vanes dias (de 16 a 23 de
ag0510), e constau do seguinte:
Missa serene em acao de qracas: espetacutos cnc enses. "shows",
tu tebo ! de sarao. jogos ontnoicos. apresentacao de bandas e tan terras.
bailados (com a oamcoacao de milttares da Escola de Educacao Frstca
da Pohcta Militar do Estado de Sao Paulo , e a sua Banda de Musica);
qm astic a ntmic a. oernonstracao de ca es amestrados do can il da mesma
Poucia Mililar; e para encerrar , 0 espetacufo de fogas de artiftcio. q ue
p6de ser admirado par quase too o a bairro.
EXTERNATO MACEDO VIEIRA:
o coleqio mars antigo da Acftmacao, de 1Q grau , to! tundado em 1933,
par Da. Maria Antonieta de Macedo Vieira, hole com 86 anos de ldaoe.
restdindo na Rua Pelctas. em Vila Mariana.
A esc ota tu ncionava. a principia na Av. da Acnmacao. numa casa
residencial. pois a tu rma ainda era peq uena. Posteriormente, Antonio
Prudente de Mor ais Neto vendeu 0 predto da Rua Lou reiro da Cruz, nO
332 , para sua lnstalacao definitiva.
Um dos o rgulhos de Da. Maria Antonteta (Da. Fihnha, co mo e chamada
na inti midade) e lembrar que rnuttos dos que hoje sao advoqaoos.
orotessores. desembargador es, politicos ou medicos passara m pa r sua
escola. Cttou. pe r exemplo . 0 Dr. Joeo Paulo Ache de Freitas, 0 medi co
que socorreu um rapaz acidentado. salvando-o da motte, assumin do
tot almente as responsabilidades de seu etc . segundo a propria mestra.
o seu ensino de portuq ues foi 0 tradicional, aquele que, no passado , to !
a base des grandes inteltqencias.
A parti r da decade de 50 essa fo rma de ensrno se tomou urtrapasseoa.
den tro do contexlo da epoca . 0 coleqio passou , entao. a acompanhar a
evctucao dos tempos, e hoje esta mode mizado.
A cnrecao da escota. atualmente, este a ca rgo de uma sobri nha de Da.
Filinha, Am alia Cristina Marialva de Macedo Vieira.
Uma das ex-afunas. que la continua ate hoie . co mo protessora. Maria de
Lourd es Bairao. recoroou suas idas ao Zool6gico e a galinha com 3
pemas. uma oelas. atrottaoa. Isla, par volta de 1926, quando 0 Jard im
atravessava 0 climax do seu esprenoor.
tialo Ghilardi, 0 prtmelro atune a ser rnamculado outrora na escola de Da.
Filinh a, encontrando-se em visita a verha mest ra, rec oroo u as har as
ent rendas Que cassava. em 1930 au 31 , assisttn oo aos exerctcios Queos
117
soldaoos da Forca Publica taztam no morro , once hoje esta a Praca Gen.
Polidoro.
!NSTITUTO " HELEN KELL ER"
A Escola Munic ipal de EduC8C;:80 Infanlil e de 1" grau para Dettcrentes
Auditivos "Helen Ketler" tuncion a na Hua Pedra Azul, nv 3 14. de ' rente
para 0 Parq ue da Acumacao . Esta subordina da a Preteituta do Municipio
de sa o Paulo, Sec retana Munic ipal de Educacao e Supenntenoencia
Municipal de Educacao - SUPEME.
o diretor e 0 Prof , Mario Joel oa Silva Braga .
o atendimento e qratuito. para cnancas de 2 ale 14 enos .
Seusobjetivos sao:
1. proporcionar a educacao especial de oencientes auottiv os. de ambos
os sexos .
2. proporcionar 0 ensino pronssionanzante e a rmeo recao prouseonat
o programa desenvolvido pete entidade e 0 seguinte :
Peoaqoqlco:
Triagem - Estudo de caso
Ensino especi al
Treinamento auditive
Ortentaceo familiar
Fono-aucoiooco.
Triagem - Estudo de caso
Audiomel ria - Aoaptacao de protese
Terapia de apoio
Onentacao tamir'ar
Triagem - Esluda de caso
Onentecao psicol6gica
Onentaca o familiar
Psicol6g ico:
Oren tacac educacional:
Formacao do educando
Sondagem vocec ional
Ensmo proussionanzante
Ortentacao tamiliar
Service Social :
Estudo socio-econcmic o da familia
Estudo dos recursos oe comunioaoe
Enc arnmhamento de casa s inereqtveis
rnteorecao pronssicnahzante
Essa entoaoe to! inicialmenle inslitUlc a como "Prtmetro Nuc leo Educaclo nal para Crtancas Surdas " , em 24 de julho o c 1951, a Mulo orecano.
de acoroo com 0 despacho de Sr. Preteno Arr- endo de Arruda Pereira,
exa radc no processo n Q 80 .713 / 51 para insta-ac ao do Nu cie o . Acr.acao
esta contida em oespacho no processo r.v 86.002 /5 1, cuja micial tor
consnnnda pete once nO144 de 07.06.195 1, em que 0 entao Secretano
da Educacao e Cullura - Dr. Cannd o Mor eira Sampaio - propoe a
118
Superio r Admtnistracao as medidas prelirnmares para a tnstalacao da
Unidad e, justihcando a sua existencia.
Entretanto, seu irucio de funcionamento ocorreu a 13 de oulubro de
1852, com 20 atunos. na Rua Conselnetro Moreira de Barros, 409 e 421.
em predros Iocados a Pretettura. apes concorrencia publica.
Em oecorrenc ta de problemas aorrurustratlvos a Escola nao tunclonou
em 1954 e 1955.
Em 1956 fo! transtenda para a Rua Muniz de Sousa, nv 1. 155 , tuncionando no predto que estava oestinado Instatacao da Biblioteca Infantil
Municipal , ale dezernbro de 1960. No ano seguinte 58 lransferiu
definitivamente para a Rua Pecra Azul, sob a otrecao da professora
Maria Regi na Rodrigues Silva, ande atualmente S8 encontra .
a
A co nstruceo do lnstituto "Helen Keller " se deu em terrenos pertencen tes outrcra ao Parq ue da Acumacao. conforme se oeouz da tettura de
sua Escrit ura de Co mpra e Venda: " cuia divisa e controntacoes sao: .
pelos tundos com a Rua Bras Cubes " Esta rua passa justamente atras
do retend o tnstituto , que esta. portanto , srtuaoo dentro oa area adqulnda
pela Prefeitura.
BIBUOTECA INFANTIL "OPHEuA FAANQA"
tnsttturcao municipal, a biblioteca funciona em predto proprio na Rua
Muniz de Sousa, nv 1.155, oesoe 21 de teverelro de 1961. A area
con stnnba de 495 mse.
predio . com planta aprovada para luncionamento de biblioteca, to!
conclutdo em setembro de 1956, mas to! ocupado ate oezembro de
1960 pete Primeiro Nucteo Educaciona l para Criancas Surdas, de pais
denominado Instituto "Helen Keller".
o
e
Ap6s a transterencta do tnsntuto para a Rua Peora Azul , 314 , 0 predio to!
oc upa do pela Diveao de Bibfiotecas tntanto-Juverus e Cinema Educacio nal Cultural - 6.
Durante a oesao do Preteito Adhemar de Barros, tornou-se a 17a.
Biblioteca Ramal da Divtsao.
A encarregada , Maria Thereza Malheiro Stempniewski, iniciou ent ao,
juntamente com 0 Co nvenio Escolar, um plano de reforrna total da
Biblio teca.
Durante 0 ano de 196 1, a biblioteca funcionou sem rnobiliario adequado,
o qual so to ! recebido no ana sequmte.
Em 1965 to! tncraoa nova reforma do preoio, sendo constnndo um muro
de dehmitacao da area e fechamento de urn terreno externo que foi
aprovettado para amonacao das salas.
Durante os aries de 1973 ate 1975 , etem des atividades orc prias. a
Biblioteca atendeu ao Progr ama de lnteq racao Escol a-Biblioteca, criado
119
pete enta o Secretarto de Eoucacao e Cult ure. Paulo Nathanael Pereira
de Souza. Dentro desse Prog rama. to ram ate nd ida s todas as cla sses . da
13. it 43 . series, oa Escola Municipal de 1° grau "Bnqaderro Faria Lima " ,
cesenvofvendo-se as seguintes anvioades: Ar1es, He ra do Conto, Leitura
Infan til e Empresumo a Dormciho .
Em 19 de ma rco de 1974, a Biblioteca recebeu 0 nome de Da. Ophelia
Franca. consmuca a Patron a atraves do dec reta nO 10.661 , de 27 de
setembro de 197 3.
Em 1975, co m a ctacao da Secretaria de Cultu ra . passou a ser a 16a. oa
Supe rvisao de Biblioteca s Ramais - B.I.J.3.
A Biblioteca tor completamente retormada. em 1976 e meados de 1977.
Compraram-se movee e estantes de ace para melhor conservacao do
acervo. e no pisc interno toi coiocado cascoiac. para tacmoaoe de
manute nca o .
Inscrita no Instituto Naciona! do Livro . do Mnusteno da Educacao e
Cuttura. sob nO 12 .084 , a Bibl iote ca tntannr "Ophelia Franca" POSSUl8
um acervo imcia! de 2 .000 livrose 3 tuncio nar fos. Em deze mb ro de 1980
POSSUl8 12 .525 exemplares e 13 tunctcnanos.
o predio pa ra 0 seu fun cionamento , da mesma forma qu e 0 do instit ute
"Helen Keller " , toi consm noo em terreno do Parq ue d a Acnmacao. q ue a
Pretenu ra compro u da tarrulia Botelho. sao patavras da Escnt ura: " a 1a .
area d ivide pete tr ent e com uma rua nova amda nao ouciauzada .
recentemente aterta pelos outorgantes e Que liga a Av . da Acurnacao
Rua Mu niz de Sousa ."
a
INSTITUTO CUL TURAL A NTONI O VIVALDI
Fundado em julho de 197 4 per Epeneto R. Gutierres e Marilena C.
Gutierres , Que sao as dir etores ate t oj e.
Funciona na Rua Mun iz de Sousa . nO729 , mtnetran do um curso livre de
rnusica e pintura .
E responsaver pelos c ursos de apertecoemeuto. comraponto . fuga ,
composicao e inst rumen tacac . 0 maestro Ant onio Sergi.
o Instit ute ja tem progr amad o para 0 ano de 1982, de 16 a 3 1 de marco .
um co nc urso de piano. q ue tern 0 nome do maestro. Sera oatrocin ado
pete Govern o do Estado de Sao Paulo e oeta Sec retana de Estaoo oa
Cuttura.
ESCOLAS OFICIAIS DE 10 E 2 0 GRAUS
Coeqo Estadual " Major Arcy ", a Rua Dr. Jose de Oueiroz Aranba. 451
Escota Mun icipal de 10 g rau "Bnqaceiro Faria lima " , Rua Amensta. nv
50
a
Instituto de Educecao Estadual "Prof. Botdao Lope s Bar ros " , a Rua
Colo nia da Gloria. nO536.
121
CAP llu LO IX
" ASSOC IA<;AO AM IGOS DA AC LlMA<;AO " EO SEU JORNAL
Em 1964 toi tundada a "Associacao Amigos da Acumacao ", pelo Dr.
Bernardino Amor im, Juiz de Paz do bauro. A assernbleia de tunoacao
reatizou- se na Biblioteca Intanhl do Parque. na Rua Muniz de Sousa.
1.115, no dia 20 de junho .
Com sede a Rua Maraca" 140 , resioencia de Dr. Amorim . a Assoctacao
tuncionou ate 1978 , quando tor extinta . Atualmente, 198 1, esta em vias
de reestr uturacao . per Inlctatrva do mesmo tundador de 64 , 0 qual atnda
executa as tun cces de Juiz de Paz.
Dr. Bernardino Amor im contou com a cotaboracao euctente do Sr.
Oswaldo dos Santos Nrcotau, 0 diretor responsavet pela jorna!zinho do
baino . denominado "0 Aclimacao''. Esse peri6dico era orattcamente 0
orcao oticia! da Associacao. Tendo publicado 0 seu 1° numero em
novembro de 1965, cheqou ate 0 nv 16 em julho de 1970. Presentemente na pianos para sua reanvacao .
'a s dezesseis exemptares publi cados trazem paqinas que nos revetam os
princlpais objetivos da Assocracao de Amigos: unir os " actim atenses".
como sao chamados os mo radores , em prol dos melhoramentos de seu
batrro e em detesa do seu Jardim.
Sua leitura muito contntnn para a rec onstrturcao de varies ac ontectmentos do bairro . que na sua maiorta este o esquecidos .
Assim . por exemplo:
o penultim o jogo do campeonato de tutebol patrocinado pelo Consetho
Municip al de Esportes, no oa 16 de janeiro de 1966 , nos campos do
Jard im da Ac ltmacao . Jogaram 0 Gremio Esporttvo Republica e 0
Esporte Clube Lapa.
122
oa
A festividade promovida pela A. A.
Actimaceo . no dia 19 de novernbro
de 1966. no mesmo Jardim , em homenagem Bandeira Nac.ona! Neta
esnveram presentes os Generals Claudio Assumpcao Cardoso . Octavia
a
Mendes de Oliveira e Roberto Correia. Destitaram. ao som da tantarra do
t.iceu Siqueira Campos, mars de 2.000 coiecee. em meio a uma revoaoa
de pombos e uma selva de 21 tires .
A Assocracao dos "achmatenses" recebeu mensaqens de congratu racao pelo evento: do entao governador do Estaoo. Sr. Laudo Natet. dos
comandos militares seoraoos em Sao Paulo e do atuat Presloente da
Republica. na epoca comandante da FOfG8 Publica do Estado de Sao
Paulo . 0 entao Gel. Joao Baptisla de Oliveira Figueiredo.
Em teveretro de 1966. aconteceu a ida de um grupc de mo radores a
presence do Pretetto . Brigadeiro Faria Lima. Foram para soucrtar
providenctas com reracao as enchentes que ocorriam nas Ruas Augusto
de Toledo , Maracar. Albina Barbosa e Oscar Guanabarino, e ao
tastimavet estado em Que se encontrava 0 Jardim oa Acurnacao. Diz a
nota do [omat que imediatamente 0 Sr. Pretelto ccnvocou os enqenheiros. oanoo-nes ordem no sentido de ser atendioa a soucttacao cos
requerentes.
A ntstcna de algumas ruas se delineia aos lettores. at raves das colunas
do tabloide. descrttas sumartamente:
RUA ALMEIDA TORRES
Corneca na Rua Bueno de Andrade e linda na Dom Duarte Leopoloo .
Jose Carlos de Almeida Torres, 3 Q vsconoe de Macae, nasceu na Bahia,
em 1799 e tateceu no Rio de Janeiro, em 1856.
Presidiu a Provincia de Sao Paulo porduas vezes . em 1829 e 1842, ac es
a revolucao que nesse ana estalara, chefiada pe r Tobias de Aguiar.
RUA ALBINA BARBOSA
corneca no Carnbuci, atravessa a Rua Almeida Torres, entrando no
suti-cnstnto da Acfmecao. ate a Rua Maracar. no Jardirn da Acumacao.
Da. Albina Barbosa e 0 esposo. portugueses, radicaram-se no bauro.
quando era
mato tecnado. Da. Albina construiu a capela de Santa
Cruz dos lnocentes (demolida ha muito).
so
Da. Albina Barbosa doou ao Municfpio-qrandes areas de terra, destinadas a methoramentoe pcbucos. inclusive 0 leito da rua que hoje te m seu
nome.
PRA<;:A GENERAL POLIDORO
General Jordao da Fonseca Ourntanuha POlidoro, her6i da Guerra do
Paraquat. nasceu no Rio de Janeiro, a 2 de novembro de 1823. Assento u
praca em tevererro de 1844, no 1Q Regimento de Artilharia da Co rte
Imperial, tendo chegado a Marechat de Campo, em janeiro de 1866.
123
Recebeu as sequmtes uturos : Ca vateiro da O roe m do Cruzeiro. Olicial da
O rde m oa Rosa , Cornendador da Gr a-Cruz oa O rdem de Sao Ben to de
Aviz e tlnalment e vrsconde de Santa Tereza
A batafha em de fesa do Jardim to! ardua.
Em abr il d e 1966 , a pnmeira paqtna do [omatnnho diz:
"Alem de se enc ontrar SUID e esburacado e co m suas
eotcacces oeo-eoaoas. oterece 0 Jardim da Acumacao urn
aspecto mais tnste e desabonador : esta mvaoido por marg inais e toxicomanos de toda a escece. Que tern pralicado os
rnais nreprovavels atos. inclusi ve atentados 80 pudo r. assettos . espancamentos. etc.
As tarmhas estao impedidas de passarem pelo Jardim. salvo
se quiserem ouvir oatavrces e pretende rem COffe r 0 risco de
sofrerem um assa1to au mesma uma ac ressao.
A Associa ceo Amigos da Achmaca o oficio u ao Sr. Sec retarto
da Sequ ranca Publica e ao Or. Jutz de Oireito da v ara
Privativa de Menores . pedindo ponciamento para 0 Ja rdim da
Acnrnacao . e onciou tambem ao sr . Pretetto Munic ipal,
soncnando urgentes relo rmas para aquele Parque. incluindo
a uuminacao interna do rnesrno.
Esperamos dar, no pr6ximo numero . noncras sob re as
prov idencia s que aquetas importantes auto ndades. sempre
vigilantes e zelosas do bern pub lico, certamen te tomarao. "
Sete rneses dep ots a srtuacac con nnuava a rnesma. pols num apelo
tracrco a jornal zinho volta a dizer:
oa
"Co nti nua 0 Ja rdim
Acuma c ac no rnais comp leto e
de proravel abandono e mtestadc de marqtnels. as ca rninhos
que circ unoam 0 lago es tao esburacados: a proprio lago esta
«nunoo e mal cheiroso; 0 galpao de madeira e 0 emba rcado uro estao oesapa recenoo (pessoas nece ssrtadas estao
ca rreqando suas tabuas urn pouco par dial .
Aquelas arvores annqas. co m sua galha ria estalendo . de tao
velhas. estao oterecendo perigo ...
- c necare
finalm ente a dta do Jardim da Acumaceo? perguntamos hole ao Sr. Preteito .
- Terao os acnmatenses de volta aquele bensseno e bem
ccoaoo parque. onde suas c nancas podiam passear desc uid adas . aleq remente?'
Atreves da leitu ra dessas paqinas tomamos conhecimento oa atuacao
des "acumatenses'' e sua Associaceo de Artuqos. corn reterencia as
retormas que se proceceram. na decade de 70, em tooo 0 Jard im da
Acnm ecao. que cent ro de dez anos esta ra comemorando 0 se u
centenano.
124
Entre c utros assunto s que vimos abcrdaoos cere "0 Ac timacao".
encontramos. em seu utttmo numero (ju lno de 1970), c ois vuttos
eminentes oa oonnca naco nal. resioentes no bairro: 0 ex-Mimstro .
Alfredo Buzaid, autor de "varies llvros com inlensa reoercussa o nacionat
e internac ionat''. e Professor Catec ratic o de Diretto Process uat Civil na
Pormnba Umversidace Catolica e Universidade de Sao Paulo, e Ant onio
Delfim Netto , " uma das maio res auto ridades do pals em assumes
ecooc mccs''. temtem catecratlco da USP, na Faculdade de Ciencias
Eco n6mic as e Admi nistrativas, ocu pando atualmente a past a da
Secretana de Planejamento do atua! Governo Federal.
125
C ONCLUSAo
Hies. c6rre gos, nachos. tanques. lagos e laqoas, ets toda a rede
hkfroqratica que cobria as lerras de Sao Paulo de Piratininga no final do
secure passado.
Os names eram simb6hcos, pitorescos ou romantic os: Rio do Lavapes.
Tanque de Santa Tereza. do Arouche, do a euno ou Bexiga, C6 rrego da
Actimacao e a Lagoa do mesma nome , Riacho do Cambu c! e do
Tatuape. Bica de Santa Luzta. a IIha dos Amores e as Rias Anhanqabau .
Tarnanduater, Tiete e Plnhelros. Tude isso entremeando as colinas e
vales que lazem parte da Serra do Mar. ..
sao Paulo POSSUl8 todos as req uisites qeoqraftcos para ter se tornado
uma behssima cida de , inserida em ample e rico amblen te natural.
Ficamos, entao . a imaginar uma metr6pole cortada par veios d'aqua, uns
naveqaveis. ou tros nao - mas todos margeados por arvores e uores. por
onde os passeres pod eriam volutear e ca nta r Hvremente: pontes
colonials iluminadas po r fampi6es atravessando seus leitos . Que seria m
espelhos a refletir 0 semblante aleg re das criancas e feliz dos casais
Mirage m! pura miragem!
lnteltzmente tudo isso to t ale rrado, canalizado ou , se nao. transfermou-se emtoco de oouncao .
a
Esc revendo sab re Sao Paulo , em 1883 , Carl von Koseritz chegara
conctu sao de Que " sao Paulo e uma bela cloaoe e sobretudo mult o
ca paz de se expandir, pais ainda Ihe resta dez vezes 0 espaco Que
atualmenle esta coberto de casas." (1 ~
so
E aconteceu mesmo . sao Paulo se expandiu. mas nao
dez vezes
co mo pensava Koseritz, mil vezes . E nao s6 no sentido ho rizontal
invadindo os cam pos , tambem no vertical , na cnrecao do azul celes te.
126
Nesse crescimento aluci nan te nouve uma vrtima - a natureza, pais " a
mao do arquiteto, aqui. substmnu a mao de Deus" , co nforme mte rpretacao de Roger Bastide. em 1958, que continuando afirmou: "A cidade
transforma-se em cioaoe-cated ral, seu centro enca -se em edtncios-torres, ediuclos-tlechas. edmcios-campanartos e quando 0 Sol se deita com
toea sua gl6ria, milhares de terraces. de vidrecas. de [anelas . formam
como que um 50 vitral de ouro , rosa e azul." (2)
Restaram-nos poucos rec ursos dos muitos q ue a natu reza nos propercionou. Contudo. podemos aqui reoe nr as palavras do atual Secretario
da Cuttura Mun icipal , Mario Chame: " Os recursos sao escassos, mas
voce tern que invesnr com a irnaqmacao tambem. e tern Que se adapter a
necesscaoes co nc retas. " I:. 0 que podemos fazer no caso escecnco da
Acumacao. (3)
e
Fot dito na Innocucao a este estuoo que a Acumecao um telrro sem
tradicao historica, por ser de forma cao recen te e de plene secuio XX.
Tocavia. a medida Que caminMvamos nas pesquisas e mvestiqacoes.
tanto em cocumentos e Hvros como junto a pessoas que toram
testemunhas dos prlrnordios ou descendentes dos pioneiros. 0 bairro
foi-se-nos revelanoo rico em historla e de momenta a momenta uma
surpresa se nos ceoareva.
Haja vista a hist6ria do proprio jardim constnndo nos moldes de um
[ardim parfsiense e seu significado na vida agricola da ooaoe e do
Estado; a vida do seu fundador , um incentivador oa imiqracao japonesa
e 0 responsavel pelo pnmelro co ntrato com a Gove rno do Japao para a
vinda dos imigrantes, com aquere oeterhe do teste pratico na lavo ura , a
que se submeteram 05 primeiros colones: 0 busto do fundado r inauguraoo em uma des pracas do beirro. com a presenca do representante do
Principe do Japao: a histone da criacao da Ig reja Catotica local: 0
ccneao da Acernecao de Que as gerac;6es atuais nao tern co nhecimento; a "aqua do paraiso'' vendida em garraf6es ; 0 Morro da Acumscao de
diflCiI escatada. que hoje se ercence subi ndo leoeiras Que se chamam
ruas. e outros tatcs mats. (4)
Tude isso sao recursos Que torcam a imaqinacao do turista e do
observador. e oetespodemos nos utilizar para fazer com que a cldade de
sao Paulo volte a ser "pensada cultura lmente" (6) . Sao recursos que
inspiram a sonca-tecaoe. a benevolencia e veias poeticas. como a
daq uele Que escreveu contemplando 05 eucaliptos do centenario Jardim
da Aclimacao:
ARVORES MORTAS (5)
Elas tombam uma a uma.
no plene vice alcancaoo.
em negra nuvem se estuma.
o galho d'antes copaoo...
127
Cercadas de arranha-ceus.
de ruas limpas, tra tadas,
sao ortas vivendo ao leu.
sofrendo desamparadas...
Mas, cantam
a menor aragem ,
oao sombre a quem tern calor,
puntlcam 0 ar com a ramagem ,
inspirando quem lem amor.
Conosco. amigas se irmanam,
serenam nossa amcao.
o puro bate]c Que emanam,
reconforta 0 cora cao .
Mas etas tombam . urna a uma,
no nosso jardim encantaoo.
e negra nuvem se estuma
dos galhos estracameoos.
(Dr. Carlos Renata de Costa Neto)
"0 Aclimacao''. nv 16 - julho de 1970, pag. 5.
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Saudades de Voce...!
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128
CO NCLUSAO - Notas
(1) KOSERITZ ,Carl von - in Bruno . Ernani Silva -Mem6r ias oa coaoe
de sao Pau lo , pag. 93 .
(2) BASTIDE. Roger - in Brune . Ernan i Silva - ob.cit.
paq. 195.
(3) Entrevista concedida a "Folha de sao Paulo" , publicada no oa 2 1
de jul ho de 198 1, pete Sec retarto d a Culture Mt.micipal de sa o
Paulo , Sr. Mar io Cnam!e . A manchete tot : Charn!e quer
Mmlsterlo 56 para a Cult ure .
(4) A intormacao score "a aqua do pararso" tot-nos fornecida por
Joa o Baptista da Silva Azevedo.
(5) Poesia de um "achmatense''. Dr. Carlos Renata de Costa Neto.
pu b ncada pelo " 0 Achmacao". nQ 16, paq. 5.
(6) Palavra s usad as po r Mario Cnamie . na ent revista acima referid a.
DO SUBDISTRITO
IUNlclPIO
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AG RA DEC IMENTOS
Urna pafavra de agradec imento as pessoas que nos c eoerarn
oocumcntos para 0 exarne e nos fizeram narracoes . com tanta boa
vontade. sem os qu ais nos terta sido lmpcssrvel a reconstnuiceo do
batrro e sua histcria:
Ontnpia Uchoa Ar ruda Botelho - nora de Carlos Botelho , tendo sioo
casada com Antonio Carlos de Arruda Botelho .
Leticia Bo tel ho Ribeiro Porto - nela de Ca rlos Botelho.
Mar ia Amelia A Botelho de Souza Aranha - neta de Carlos Botelho.
Antonia Azevedo Lima - filha de Francisco Justina Azevedo .
Joao Baptista da Silva Aze vedo - filho de Francisco Justina Azevedo .
Antonio Tupinamba vampre - filho de Leven vampre .
Dr. Vergniaud Elyseu - que nos cedeu documentos de grande relevan-
c ia.
Monsenhor Neves - Viga rio da Igreja Nossa Senhora do Ca rrno . 0 qual
loi 0 elo de ligac;ao com as pessoas supra referid as .
Bruno di Tolta - treq uentaoor do Jard im na epoca aurea .
Angela Man fredi Mo rbin - moradora do bairro.
Ora , Nuza Morbin - idem .
tiato Ghi lard i -
ex -atu ne do Coleqio Macedo Vieira .
. Maria de Lo urdes Batrao - ex -atune e atual professora do Colepto
Macedo Vie ira ,
Mar ia An tonleta de Macedo Vieira - a fun dadora.
Prof . A ntonio Benjamin A rcuri - Oiretor do Coleqro Anqlo-Latino .
132
Oswarco dos Santos Nico tau - drretor de " 0 Acnmacao".
Dr. Bernardino Amorim - tuncaoor oa Assoc tacao Amigos da Acu-
macae .
133
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"0 Estado de sao Paulo " .
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OUTRASOBRAS CONSULTADAS
ARRUDA BOTELHO , Antonio Carlos de - Gran dee de Corpo e Alma
(Fundadores de Cidades), 2a . eorcao (pa rticu lar) .
BOTELHO DE SOUZA ARA NHA , Maria Amelia Arr uda - Somb ras Que
nascem , eorcao particular .
NOSSO S~C U LO - 1900/ 19 10 - A Era dos Bachareie. Abril Cultural.
ATAS, das s essces da Cama ra Municipal de Sao Paulo .
LEIS E ATOS, do Munic ipio de Sao Paulo , ano 1907.
PLANTAS E MAPAS DA CIDADE DE sAO PAULO
1~n
-
Aftonso A. de Freitas, sao Paulo
1900 - Carlos watcmer. Sao Paulo, DAE, 1900.
1905 - Alexandre Mariano COCOC! e Luiz Fructuoso
F. Costa, Sao Paulo , Hartmann, 1905.
1907 - Cornpanhia mdustriallrnportadora, sao Paulo.
19 14 - Comissao Geoqraftca e Geol6gica, chetiada por
Joao Pedro Cardoso, Instituto Geoqraffco e
Geol6gico, sao Paulo .
135
19 16 - Divisao Cadastral da 2a . secao da Dtreto na
de Ob ras e vracso. Hartmann , Sao Paulo .
1922 - Preteitura Mun . de sao Paulo , para a indicador
pratico , Sao Paulo.-1922.
1928 - Gilberta Nogueira, Sao Paulo , Cestari. 1928 .
1930
Agenor Machado, Georges Corbisier e Silvio
Cabral Noronha; dir. Arthur Saboya .
Secretana de Obras da Pret. Mun. de Sao Paulo.
1929 -1930 .
1974 - 37 Q Subdistrito da Aclimacao .
As plan tas fo ram apresen tad as em parte, a q ue se rete re ao batrro .
GRAV URAS
As gravu ras ilustrativas foram co nsegu idas de aio uns partrculares e do
[o m aizlnho "Foma do Oarnbuc i''.
137
ESTE NUMERO, Dl::CIMO NOND DA SE:RIE HISTORIADOS BAIRROSDE
eso PAULO, FOI
GOMPOSTO E IMPREssa PELA GRAFICA MUN IC IPA L DE sao PAULO PARA A DIVISAo
DO ARQUIVD HISTORICO DO DEPARTAMENTO DO PATRIMDNIO HISTORICO DA
SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA DA PREFEITURA DO MUNICIPIO DE SAO
PAULO, EM- SETEMBRD DE UM MIL NOVECENTQS E QITENTA E DOIS, SENoa
PREFEITQ DO MUN IC IPIO 0 DR. ANTONIO SALI M GURIAn SECRETARIO MUNICIPA L
DEGULlURA 0 SA. MARIO CHAMIE.DIRETORA DO DEPARTAMENTO DO PATRIMONID
HISTORICO A SRA. MARIA VIRGILIA SALGADO LOUREIRO E DIRETOR OA OIVlsAo DO
ARQUIVO HISTORICO0 SR. EDUARDO DE JESUSMORAES DO NASCIMENTO,
PROGRAMA<;AO GRAF ICA
secao Tecnica de Divulqacao e euoncacces
CAPA: Vista parcial da Acurnacao

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