poemas de amor, paixão e prazer
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poemas de amor, paixão e prazer
POEMAS DE AMOR, PAIXÃO E PRAZER Amor Vou procurar por ti no sol de cada manhã Em sonho vou te ver pleno de luas Caso te encontre me desfaço, manso Em dez mil faces E me deito, lindo Na tua melodia Talvez venhas a mim vestido de outro corpo Que fale meu idioma Talvez venhas fogoso a galopar na noite Como um cavalo louco Quem sabe sussurre algo nos ouvidos do meu coração E lhe empreste tuas asas, amor de muitas asas Amor de muitas ruas, muitos mares, muitas cores De muitos veleiros afundados em teus mistérios De muitos homens esperando em tuas esquinas Amor de muitas vidas perdidas no infinito. Agora y nunca (à Tina) Dei tempo ao tempo em que te vi E de paixão me abandonei ao sonho Relva... bruma... leveza... Sutileza inocente Arrastada pela brisa Para a noite dos desertos De sombras sinistras e abutres Vivo agora noutro tempo Sem paixão Visto os olhos que te viram Sou carrasco de mim mesmo Abandonado no escuro Concretismo I Uma gota uma garota um gato Uma garra agarra o gato O gato afaga a garota A gota molha o gato Fragmentos Recomponho-te Parte por parte por parte toda Teus olhos!!?? Fagulhas incendiárias Estilhaços de caco de vidro de aço Pedaço, pedaço, pedaço, pedaço Recomponho-me Retrato das tetas pra cima (à Zélia) Cabeleira cascaestonteante Caída pelas costas Olhos-fagulhas-do-inferno Vidrado olhar de virgem Nariz de perfil perfeito Boca magra Queixo Face delicada Ombros ao pé de um pescoço Que pede vampiros Tuas tetas Duas setas Grangetê Corpo projeto no ar Objeto felino Subjeta harmonia no traço que faz Objeto projeto no ar Corpo felino Harmonia solitária no gesto que faz Projeto harmonioso no ar Gesto solitário Corpo felino na graça que traz Bailarina Virá de entre os vales das cordilheiras - rochosos veios da terra Sob o assobio do vento E o pampa será seu palco Grande filha da harmonia Terá postados sob seus pés Infinitas terras e povos Na cegueira de um eclipse Virá vestida de bruma Silenciosa como a geada Clara de raios de lua E no embalo virá o sol Então transformará seu corpo Ora onça na savana em caça Ora cabra na montanha em fuga Ora cavalo em louca disparada Ora garça voando rumo ao sul Graça no gesto, perfeição no jeito Atravessas em diagonal o continente Suavemente invades o oceano Vai diluir-se nas marés do polo Nu poético A relva do teu vênus acalentará minha mão errante Teus seios afagarão minha face Nossos poros, todos, se beijarão na boca E dos suspiros a paixão só, nada mais As mentes? ... Bem, as mentes não estarão presentes Serão a bruma que lá em cima vai De um jeito nuvem a esboçar imagens Enfim, quando o sol atingir o horizonte leste A bruma voltará à relva-leito E nós sairemos a caminhar... Caminhar... Caminhar... Eu, ela e o sol Hoje eu a vi na contraluz Coberta de vestido translúcido, esvoaçante Ela entre eu e a luz solar Vi perfeitamente o contorno ondulante do seu corpo Em minha frente atravessando a avenida Eu parado no sinal vermelho Diante dela o verde que lhe deu passagem Ela elegante, livre a caminhar Eu preso em meu desejo No interior do automóvel imóvel Paralisado nessa visão fotográfica Vontade plena Quero desmontar-te em amiúdes Me perder em tuas minúcias Desfazer-te em fibras Sentir-te com força por dentro e por fora Quero sorver-te toda e a teu corpo Vamos cometer, por delírios da paixão, os mais bárbaros E desculpáveis atos antropofágicos Terá que haver no clima muita coragem e vontade Faremos, sobre colchões, um carnaval misto de suor Peles, gostos, orgasmos Restará suco de amor espalhado em cada canto Sairemos depois pelas ruas, com a mansidão e o brilho Dos que já conseguem viver e superar seus corpos