jornalismo "de vale tudo"? - Departamento de Jornalismo
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jornalismo "de vale tudo"? - Departamento de Jornalismo
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO IVANIR GOMES DE CARVALHO JORNALISMO "DE VALE TUDO"? CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA RADIOFÔNICO INFORMATIVO DIÁRIO DA RÁDIO PLANALTO AM Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia/Unir, sob orientação da profa. Me. Evelyn Iris Leite Morales Conde, como parte de avaliação para obtenção de título de bacharel Jornalismo. VILHENA - RO 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO IVANIR GOMES DE CARVALHO JORNALISMO "DE VALE TUDO"? CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA RADIOFÔNICO INFORMATIVO DIÁRIO DA RÁDIO PLANALTO AM VILHENA-RO 2012 2 IVANIR GOMES DE CARVALHO JORNALISMO "DE VALE TUDO"? CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA RADIOFÔNICO INFORMATIVO DIÁRIO DA RÁDIO PLANALTO AM Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia/Unir, sob orientação da profa. Me. Evelyn Iris Leite Morales Conde, como parte de avaliação para obtenção de título de bacharel Jornalismo. Data:13/11/2012 Resultado: ..................................................................................................... BANCA EXAMINADORA Profa. Me. Evelyn Iris Leite Morales Conde (presidente) Assinatura:....................................................................................................... Profa. Me. Andréa Aparecida Cattaneo Melo (membro) Assinatura:....................................................................................................... Prof. Me. Celso Francisco Gayoso (membro) Assinatura:....................................................................................................... 3 Dedico este trabalho a todos que estiveram ao meu lado me apoiando e incentivando, deste o momento que decidi fazer o curso de Comunicação Social. A todos, o meu muito obrigada. 4 AGRADECIMENTOS Tive sorte por ter tantas pessoais especiais ao meu lado, que me apoiaram, que também me orientaram em todos os momentos que precisei (olha que não é uma tarefa fácil). Agradeço aos meus familiares que por todos estes anos que estiveram ao lado e por todos os outros anos que eu sei que estarão me acompanhando. Aos meus queridos amigos que tive o prazer em conhecer no curso de comunicação e em especial ao meu querido “Serpentário”, pela a amizade sincera e por todos os conselhos que me deram na área acadêmica e pelos conselhos pessoais que levarei pela minha vida. Aos amigos de trabalho agradeço pela compreensão e pelo incentivo para me manter firme no meu objetivo. Agradeço a todos os funcionários da Rádio Planalto pela disponibilidade de atender todas as vezes que precisei de informações tanto sobre a rádio quanto informações referentes aos radialistas que comandam o programa Vale Tudo. Agradeço a todos os meus professores que fizeram com que eu chegasse até aqui. Um agradecimento em especial a minha mãe pelo seu jeito concordante, discordante (é isso mesmo), um lado contraditório que tive que aprender a lidar e compreender, pelo sim e ao mesmo tempo com o não. Sem citar nomes eu deixo os meus agradecimentos a todos que sabem o quanto contribuíram para o meu crescimento intelectual e pessoal. Fica aqui o meu muito, mais muito OBRIGADA. 5 JORNALISMO "DE VALE TUDO"? CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA RADIOFÔNICO INFORMATIVO DIÁRIO DA RÁDIO PLANALTO AM RESUMO Com o foco na informação, este trabalho apresenta uma pesquisa exploratória sobre as características do programa radiofônico informativo diário “Vale Tudo”, transmitido pela rádio Planalto AM de Vilhena, município localizado no Cone Sul do Estado. O programa em questão contém informações que retratam assuntos cotidianos voltados à população vilhenense. Sendo o programa Vale Tudo o objeto de estudo, buscou-se, a partir de conceituações sobre Jornalismos Popular, Público e Utilitário, compreender e analisar em qual classificação proposta este está inserido. Esta ação é relevante na pretensão de responder o problema da pesquisa: como está caracterizado o programa Vale Tudo, se levado em consideração seu viés popular, utilitário ou público? Para a resposta, a hipótese se volta à compreensão destes conceitos para encontrar qual sua principal característica, presente na transmissão e interação popular diária no programa. Palavras-chaves: Jornalismo Popular, jornalismo Utilitário; Rádio; Programa Vale Tudo; Vilhena. 6 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO................................................................................................ 09 CAPÍTULO I BREVE RELATO SOBRE A HISTÓRIA DO RÁDIO........................................... 1.1 As experiências que resultaram no início do rádio......................................... 1.2 Radiofusão no Brasil: implantação e desenvolvimento.................................. 1.3 O rádio como difusor cultural – primeiro conceito de rádio............................ 1.4 A publicidade abre novos caminhos para o rádio........................................... 1.5 Radionovela, shows e glamour – os anos de Ouro do Rádio........................ 11 11 15 17 19 21 CAPÍTULO II BREVE RELATO SOBRE A ORIGEM DO RADIOJORNALISMO E SUAS CARACTERÍSTICAS........................................................................................... 2.1 Aspectos gerais do rádio: mobilidade e sonoridade...................................... 2.2 As modificações que ocorrem na transmissão do som do rádio................... 2.3 Voz do locutor – sensação e construção de imagem.................................... 2.4 Níveis da notícia - a informação como mensagem radiofônica..................... 2.5 Entrevista – informação e aprofundamento do conteúdo............................... 26 28 32 34 37 43 CAPÍTULO III JORNALISMOS UTILITÁRIO, POPULAR, PÚBLICO........................................ 3.1 Características do Jornalismo Popular........................................................... 3.1.1 O sensacionalismo na imprensa popular.................................................... 3.2 Jornalismo Público – afinal o que é?.............................................................. 3.2.1 As diversas terminologias para designar Jornalismo Público..................... 3.2.2 Eu participo, tu interagis e nós nos comunicamos – características do jornalismo público................................................................................................. 3.2.3 Comunicação, comunidade e cidadania – quando elas se encontram....... 3.2.3.1 Comunicação e comunidade – compartilhando saberes......................... 3.2.1.2 Comunicação e cidadania – o poder de transformar............................... 3.3 Definição de gênero utilitário......................................................................... 3.3.1 Jornalismo Utilitário: A serviço da população?............................................ CAPÍTULO IV ANÁLISE E CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA VALE TUDO.................... 4.1 Rádio Planalto AM......................................................................................... 4.2 Caracterização objeto do de pesquisa: Programa Vale Tudo........................ 4.2.1 Perfis dos profissionais que produzem o programa.................................... 4.3 Detalhamento do programa dos dia 17 de abril à 23 de abril de 2012......... 4.3.1 Observações sobre o Jornalismo Popular................................................. 4.3.2 Observações sobre o Jornalismo Utilitário................................................ 4.3.3 Observações sobre o Jornalismo Público................................................... 46 46 47 50 52 54 59 60 63 67 69 72 72 76 82 85 86 91 96 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 100 REFERÊNCIAS.................................................................................................... 103 APÊNDICES Entrevistas realizadas com os produtos do programa Vale Tudo Degravação da entrevista com Carlos Godinho................................................... 106 Degravação da entrevista com Saturnino de Oliveira......................................... 116 Degravação da entrevista com Roberto Di Jorgi................................................. 129 Degravação da entrevista com Isach Laurentino................................................ 139 Degravação da entrevista com Raimundo Nonato............................................... 151 Laudas radiofônicas Lauda radiofônica do dia 17 de abril de 2012..................................................... Lauda radiofônica do dia 18 de abril de 2012...................................................... Lauda radiofônica do dia 19 de abril de 2012...................................................... Lauda radiofônica do dia 20 de abril de 2012...................................................... Lauda radiofônica do dia 23 de abril de 2012...................................................... 154 160 168 176 184 ANEXOS Mural de recado do dia 17 de abril de 2012........................................................ Mural de recado do dia 18 de abril de 2012......................................................... Mural de recado do dia 19 de abril de 2012......................................................... Mural de recado do dia 20 de abril de 2012......................................................... Mural de recado do dia 23 de abril de 2012......................................................... Equipe da Rádio Planalto..................................................................................... Programação da Rádio Planalto de segunda-feira à sexta-feira.......................... Programação da Rádio Planalto no dia de sábado.............................................. Programação da Rádio Planalto no dia de domingo............................................ 191 194 196 199 202 205 206 207 208 8 APRESENTAÇÃO Este trabalho tem como objeto de estudo o programa radiofônico diário intitulado “Vale Tudo”, tendo como objetivo caracterizá-lo em qual dos conceitos dos jornalismos ele se adéqua, sendo Jornalismo Popular, Jornalismo Utilitário ou o Jornalismo Público. Para atingir tal objetivo foi necessário dividir esse trabalho em quatro capítulos para entender os temas que são relevantes ao objeto de estudo em questão. Para a redação dos capítulos teóricos, foram realizadas pesquisas bibliográficas com autores que pudessem esclarecer os temas de cada capítulo, como rádio com Luiz Ferraretto, Emílio Prado, Gisela Ortriwano; e os jornalismos em questão com Luiz Martins da Silva, Tyciane Vaz, Raquel Paiva, Claudia Irene de Quadros, Márcia Amaral Franz e Danilo Angrimani. Na pesquisa exploratória sobre o objeto da pesquisa foi adquirido, por meio de gravação sonora, documentos radiofônicos dos programas datados entre os dias 17 de abril à 23 de abril de 2012, resultando em cinco dias de conteúdo do programa. A análise se deu com a audição e reescrita da programação em laudas radiofônicas, com o resumo estruturado das notícias ou os fatos que ocorreram durante a transmissão. Optou-se por cinco dias, pelo fato da estrutura se repetir já a partir da terceira gravação, o que denota continuidade estrutural no decorrer de todos os dias. As laudas radiofônicas possibilitaram analisar os enunciados dos programas de cada dia comparando-as com as teorias sobre os jornalismos selecionados: jornalismo popular, jornalismo utilitário e o jornalismo público. Tendo em vista que o objetivo deste trabalho de conclusão de curso é responder em quais destes jornalismos o programa Vale Tudo mais se adéqua. Como o veículo de comunicação que o programa Vale Tudo é transmitido é o rádio, optou-se no primeiro capítulo fazer um breve relato sobre a história do rádio. Neste capítulo foi necessário para entender em quais circunstâncias que o rádio chegou ao Brasil, quem foram os principais pioneiros nesse veículo de comunicação e como o rádio foi utilizado em seus primeiros anos no Brasil; fazendo um paralelo desde o seu surgimento até o seu apogeu, conhecido como a era de ouro do rádio. O segundo capítulo complementa o capítulo anterior, relatando os aspectos gerais do rádio, como a mobilidade e a sonoridade; as modificações que ocorrem na 9 transmissão do som do rádio; a relevância da voz do locutor como produtor de sensação e construção de imagem; a informação como mensagem radiofônica, e por fim, a caracterização da entrevista. Esses dados fornecem elementos para entender os aspectos jornalísticos do programa e como suas características facilitam a transmissão da notícia. O terceiro capítulo conceitua as principais características do jornalismo popular, jornalismo utilitário e o jornalismo público, os quais serão a base para o entendimento da análise. No tópico sobre jornalismo popular explica suas principais características e como muitas vezes a imprensa popular é confundida como uma imprensa sensacionalista. Sobre o jornalismo utilitário é pontuado seus principais conceitos e como ele surgiu nos meios de comunicação com as notas de “achados e perdidos”, bem como, a explicação do porque ele visto como um meio assistencialista. Neste tópico a uma compreensão de como o emprego correto do jornalismo utilitário pode auxiliar as pessoas no seu cotidiano. O jornalismo público por ser uma corrente muito recente aos estudos da comunicação houve a necessidade de classificar cada termo que é utilizado para defini-lo, assim como explicar o objetivo dessa corrente. Ainda nesse tópico foi elaborada uma breve explicação sobre os temas que circulam o jornalismo público comunicação, comunidade e cidadania. O quarto capítulo é a apresentação do objeto de estudo, contando um pouco da história da Rádio Planalto, do programa Vale Tudo e a trajetória dos profissionais que produzem o programa. Neste capítulo também consta as observações acerca dos jornalismos, verificando quais os aspectos mais marcantes dos conceitos que o programa Vale Tudo apresenta, sendo esta análise do programa. Posterior a isso, segue os apêndices para melhor compreensão do programa, como as entrevistas realizadas com os responsáveis pelo programa e pela emissora. Foi também elaborado laudas radiofônicas para entender a dinâmica do programa em seu dia-a-dia. E por fim os anexos, que são materiais extraídos do site da Rádio Planalto, como a programação semanal da emissora, a composição da equipe de profissionais e o mural de recado da rádio dos dias 17 de abril à 23 de abril de 2012. Pode-se considerar que o programa Vale Tudo tem mais de uma vertente dos jornalismos estudados, devido a sua abrangência de assunto e por não assumir um único formato, isso faz com que seja um programa diversificado e participativo. 10 CAPÍTULO I BREVE RELATO SOBRE A HISTÓRIA DO RÁDIO Neste capítulo será abordado um breve relato sobre a história do rádio, e como o próprio nome já diz, é uma forma sucinta de destacar este veículo, já que possui um enorme apanhado de ações e interações no que diz respeito a sua primeira transmissão, relação com a sociedade e utilidade pública. É relevante mencionar estes relatos históricos para este trabalho, pela importância que o rádio teve na sociedade e principalmente pelo contexto desta monografia, que é voltada ao programa radiofônico Vale Tudo, que tem um perfil hipoteticamente popular, público ou utilitário, a ser detalhado nas abordagens nos demais capítulos propostos neste estudo. Neste, destaque para as primeiras experiências até se chegar ao veículo rádio; a implantação do rádio no Brasil e as considerações sobre seu desenvolvimento; o rádio como difusor cultural e seus conceitos; o sustento do rádio em era de sociedades e clubes falidos e os principais formatos que ganharam apelo popular como as radionovelas e show na Era de Ouro. 1.1 As experiências que resultaram no início do rádio O rádio entra para a história como um meio de comunicação que possibilita a comunicação entre o emissor e o receptor sem haver nenhum contato. O desenvolvimento do rádio só foi possível com os estudos da eletricidade, que também abriu caminho para o advento do telégrafo e do telefone. Ferraretto (2007, p.80) pontua que em 1753 Benjamin Franklin propunha o uso da eletricidade para a transmissão de mensagens a distância, na segunda década do século 19 Hans Christian observa que a corrente elétrica em um condutor provoca a eletricidade e o magnetismo. As experiências do professor de física James Clerk Maxwell demonstram no ano de 1863, por deduções matemáticas que o efeito combinado da eletricidade e do magnetismo manifesta-se no espaço, originando um campo o qual se propaga sob forma de vibração ondulatória com a velocidade da luz (2,997925 x 10 8 m/s). 11 Paralelamente ao desenvolvimento do telégrafo e do telefone, seguiam as pesquisas sobre a eletricidade e suas características. Em Cambridge, na Grã-Bretanha, o professor de Física James Clerk Marxwell demonstra no ano de 1863, por deduções matemáticas, que o efeito combinado da eletricidade e do magnetismo manisfestase no espaço, originando um campo o qual propaga sob forma de vibração ondulatória com a velocidade da luz (2,997925 x 10 8 m/s). A teoria de Maxwell e confirmadas pelas experiências de Hertz passariam a ser conhecidas como hertzianas. (FERRARETO, 2007, p.81) Jesus de Souza (1996) relata que a descoberta das propriedades de propagação das hertzianas e com a invenção do coesor e da antena, elemento que capta as ondas magnéticas, foi possível dar os primeiros passos para a radiocomunicação. Foi em 1860 que James Maxwell descobriu as propriedades de propagação das hertzianas (assim chamadas a partir do nome de seu descobridor, Heinrich Rudolf Hertz). Daí para as radiocomunicações foi um passo. O físico francês Édouard Branly inventou o coesor, um aparelho graças ao qual foi possível assinalar a presença das ondas elétricas de Hertz, e o engenheiro russo Aleksandr Stepanovitc Popov imaginou a antena, elemento importantíssimo na captação de ondas. (SOUZA, 1996, p.44) Com essas experiências foi possível dar início a radiotelefonia e a radiotelegrafia, sendo que a radiotelegrafia possibilitou a transmissão à distância, utilizada pela marinha. Souza (1996, p.44) enfatiza que “em 1898, a nova invenção – transmissão à distância – entrava a serviço da informação jornalística: uma transmissão esportiva”. Logo em seguida, “a Marinha adotou a radiotelegrafia, utilíssima para o transporte marítimo, que, até então, perdia o contato com a terra tão logo partisse”. Ao mesmo tempo em que eram realizadas experiências na Europa e na América do Norte, o padre brasileiro Roberto Landell de Moura, desenvolvia experimentos com transmissão e recepção de sons por meio de ondas eletromagnéticas, isso já em 1893 e 1894. Souza (1996, p.44) relata que em 1896, o italiano Guglielmo Marconi registra “a primeira patente de um sistema de radiocomunicação e emitir sinais, assim como captá-los, a uma centena de metros com o seu aparelho de telegrafia sem fio”, ficando assim atribuída a invenção do 12 rádio a Guglielmo Marconi, porém, é considerado apenas um patenteador, mas não quem o produziu. Ferraretto (2007) diz que Guglielmo Marconi, é considerado um visionário que aperfeiçoava muitos inventos, como foi com o rádio. Sem desconsiderar a importância do seu trabalho, pode-se afirmar que a invenção do rádio é atribuída erroneamente a Guglielmo Marconi. Mais que tudo, o italiano foi um industrial astuto e empreendedor. A sua empresa detinha patentes sobre diversos inventos que ele soube – e aí está talvez o seu grande mérito – aprimorar, desenvolvendo novos e mais potentes equipamentos. A aparelhagem das primeiras experiências de Marconi, em 1894, na Villa Grifone exemplifica bem isso. Incluía um oscilador semelhante ao desenvolvido por Heinrich Hertz, mas aperfeiçoado por Augusto Righi, pesquisador de quem o jovem Guglielmo era uma espécie de discípulo [...] (FERRARETTO, Luiz Artur, 2007, 82) Registro da época mostra em São Paulo, uma das experiências do Padre Landell, realizada no dia 3 de junho de 1900. (Ferraretto, 2007, p.83) cita esse período. “No domingo próximo passado, no alto de Santana, cidade de São Paulo, o padre Roberto Landell fez uma experiência particular com vários aparelhos de sua invenção, no intuito de demonstrar algumas leis por ele descobertas no estudo da propagação do som”. Essas invenções estavam ligadas a transmissão da “luz e da eletricidade através do espaço, da terra e do elemento aquoso, as quais foram coroadas de brilhantes êxitos [...]”. Ainda em Junho de 1900, Landell recorre ao governo britânico para angariar fundos para suas pesquisas, na descrição das suas anotações, pode ser observada a descrição de dois aparelhos – um seria a radiotelefonia e o outro a radiotelegrafia. “Com um equipamento semelhante, Landell de Moura obtém em 9 de março de 1901 a patente brasileira sob o número 3279, assim definido no memorial descritivo encaminhado ao governo”, é o que mostra Luiz Ferraretto (2007,p.85) pontuando que a transmissão desse aparelho podia ser conduzida com fio e sem fio. O desconhecimento em relação às pesquisas de Roberto Landell pode ter caráter político e econômico, pois como menciona Ferraretto (2007, p.85) “a radiotelegrafia e a radiotelefonia eram um interesse militar estratégico por facilitarem as comunicações militares entre os navios de uma frota”. Mesmo com os registros dos trabalhos realizados pelo padre Landell, ainda sim, a patente foi concedida ao italiano Guglielmo Marconi, mas as pesquisas consideradas de interesses 13 econômicas e político continuaram sendo realizadas, várias experiências foram testadas, chegando então a primeira transmissão considerada eficiente, datada na noite de 24 de dezembro de 1906, ao som de um violino, de trechos da Bíblia e de uma gravação fonográfica que foram os primeiros sons transmitidos. A primeira transmissão comprovada e eficiente ocorreu na noite de 24 de dezembro de 1906. Usando um alternador desenvolvido pelo sueco Ernest Alexanderson, o canadense Reginald A. Fessenden transmitiu o som de um violino, de trechos da Bíblia e de uma gravação fonográfica. Da estação em Brant Rock, Massachussentts, as emissões foram ouvidas em diversos navios na costa norteamericana. Fessenden aplicava os princípios da amplitude modulada. (FERRARETTO, 2007, p. 86) Mesmo com a obtenção da tecnologia para a transmissão de sons usando ondas eletromagnéticas, não significava o surgimento do rádio, Ferraretto (2007, p.88) menciona que “o seu uso da forma que se convencionou chamar de rádio começa a se delinear somente 10 anos após a experiência de Reginald Fessenden” e, em 1916, o russo radicado nos Estados Unidos David Sarnoff antevê na Marconi Company as possibilidades de utilização da tecnologia existente para a conformação de um novo produto. “Ele sugere então a idéia à diretoria da empresa em um memorando, no qual o rádio como veículo de comunicação de massa é minuciosamente descrito”. Souza (1996, p.44,45) relata esses primeiros passos do rádio, enfatizando que foi após a Primeira Guerra Mundial que a radiodifusão teve maior progresso. Em 1916, DeForest instalou uma emissora experimental na cidade de Nova York, mas o grande progresso da radiodifusão aconteceria a partir de 1918, com o fim da Primeira Guerra Mundial. Em 1919, instalou-se em Roterdã, Holanda, uma emissora regular, e em 1920, nos Estados Unidos, a estação KDKA, de Pittsburgh, transmitiu o resultado das eleições para presidente. (SOUZA, 1996, p.44, 45) Mesmo com seu desenvolvimento o rádio era considerado um meio de comunicação bidirecional, onde uma pessoa se comunicava com a outra pessoa que estava fisicamente afastada. Através dos avanços técnicos, David Sarnoff intuiu a possibilidade do rádio se tornar um meio de comunicação massiva, unidirecional. 14 Infelizmente David Sarnof não conseguiu atingir o seu objetivo, sendo concretizada posteriormente por duas indústrias, a Westinghouse Eletric and Manufacturing Company com a KDKA. Nesse processo destaca as transmissões realizadas por Frank Conrad, considerado o precursor das primeiras transmissões que realizou diretamente de sua casa, em Wilkinsburg, no estado norte-americano da Pensilvânia. É a Frank Conrad que a indústria de radiodifusão deve a sua existência. Trabalhando poucas horas por manhã na oficina de sua garagem, ele desenvolveu não só a tecnologia, mas também os conceitos empresariais sobre os quais a indústria está baseada. Quando substituiu o fonógrafo por microfone, ele descobriu uma grande quantidade de ouvintes que tinham construído seus próprios receptores de galena e que, ao escutarem, escreviam e telefonavam pedindo mais canções e notícias [...]. (FERRARETTO, 2007, p.88) Observando a popularidade das transmissões realizadas por Conrad, o então vice-presidente da Westinghouse, Harry P. Davis, viu uma oportunidade de vendas dos aparelhos receptores. Ferraretto (2006, p.89) destaca que em 2 de novembro de 1920, “na cidade de Pittsburgh, ao começar suas transmissões, nascia com a KDKA oficialmente a indústria de radiodifusão, no sentido de produção e transmissão de conteúdo”. Esses caminhos que a radiodifusão passou possibilitaram os avanços recorrentes ao rádio, meio os quais conheceram atualmente, porém, a implantação da radiodifusão não ocorreu da mesma forma em tudo o mundo, na Europa esse processo demonstrou ser mais lento que nos Estados Unidos. O progresso da radiodifusão sonora na Europa e no restante do mundo ocorre com mais lentidão do que nos Estados Unidos. Pierre Albert e André-Jean Tudesq registram que, em 1925, já existiam transmissões regulares em 19 países europeus, na Austrália, no Japão e na Argentina. A estes países, pode-se acrescentar o Brasil, onde as primeiras emissões regulares datam de 1923. (FERRARETTO, 2007, p.92) No Brasil, as influências norte-americanas sempre foram muito fortes, o modelo de radiodifusão pública introduzida pela BBC dominaria o cenário europeu até os anos 70. 15 1.2 Radiodifusão no Brasil: implantação e desenvolvimento Com o fim da primeira Guerra Mundial possibilitou a muitos países a exploração de novos mercados, a fim de obter lucros. Foi nesse período que a indústria de eletro-eletrônica dos Estados Unidos trás ao Brasil, o rádio. Foi em 7 de setembro de 1922, que houve a primeira demonstração na cidade do Rio de Janeiro. Neste evento foram distribuídos 80 aparelhos para as autoridades civis e militares, o público pode ouvir a transmissão através de alto-falantes que foram instalados em diversos pontos da capital. Oficialmente, o rádio é inaugurado a 7 de setembro de 1922, como parte das comemorações do Centenário da Independência, quando, através de 80 receptores especialmente importados para a ocasião, alguns componentes da sociedade carioca puderam ouvir em casa o discurso do Presidente Epitácio Pessoa. A Westinghouse havia instalado uma emissora, cujo transmissor, de 500 watts, estava localizado no alto do Corcovado. Durante alguns dias, após a inauguração, foram transmitidas óperas diretamente do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. A demonstração pública causou impacto, mas as transmissões foram logo encerradas por falta de um projeto que lhes desse continuidade. (ORTRIWANO, 1985, p.13) Ferraretto (2007, p. 94), relata que a demonstração promovida pelo “capital norte-americano atingiria o seu objetivo, despertando o interesse dos pioneiros do rádio no Brasil, reunidos em torno de Edgard Roquete-Pinto”. O amadorismo e a curiosidade dos grupos que se interessavam pelo novo meio de comunicação, foram instrumentos fundamentais para os primeiros movimentos do rádio, como a Rádio Clube Pernambuco, em Recife. No dia 6 abril de 1919, as iniciativas de alguns jovens pertencentes à elite que se dedicaram a recepção radiotelefônica, deram início a uma programação que é considerada a primeira associação a ter transmissão efetiva. Essas associações tinham como finalidade divulgar os conhecimentos sobre o rádio e angariar novos adeptos. Maria Elvira Bonavita Federico apud Ferraretto (2007, p.95) afirma que “essas entidades” “eram formados por pioneiros, carregados de “idealismo cujos laivos permanecem ainda nos radioamadores atuais, sendo, porém diferentes destes na medida em que não possuíam, na maioria das vezes estações transmissoras”. Algumas cidades já faziam experiências em radiofonia no 16 Brasil como aos dos jovens de Recife, por exemplo, mas é a cidade do Rio de Janeiro que é considerada a primeira a receber implantação de uma emissora de rádio no Brasil. O Rio de Janeiro é considerada a primeira cidade brasileira a instalar uma emissora de rádio. Antes disso, porém, experiências já eram feitas por alguns amadores, existindo documentos que provam que o rádio, no Brasil, nasceu em Recife, no dia 6 de abril de 1919, quando, com um transmissor importado da França, foi inaugurada a Rádio Clube de Pernambuco por Oscar Moreira Pinto, que depois se associou a Augusto Pereira e João Cardoso Ayres. (ORTRIWANO, 1985, p.13) Com essas experiências o rádio foi tomando novos rumos, do amadorismo ele passou a ser visto como um meio que poderia propagar a cultura no país. 1.3 O rádio como difusor cultural – primeiro conceito de rádio Edgard Roquette-Pinto, um antropólogo que acreditou no novo meio de comunicação que surgia. Considerado o pai do rádio, Roquete-Pinto, conseguiu apoio do governo para investir no seu maior objetivo, a difusão da cultura no Brasil. Em 1923, Roquette-Pinto funda na cidade do Rio do Janeiro, a Rádio Escola Municipal. José Barbosa Souza (1996, p.46) explica que Roquette Pinto definia o rádio com um instrumento utilizado por aqueles que não sabiam ler e um grande divertimento para o pobre, ele via no rádio um animador de novas esperanças, “o consolador do enfermo; o guia dos sãos, desde que o realizem com espírito altruísta a elevado”. Os primeiros anos do rádio no Brasil foram anos de grandes transformações, na década de 30, eram centenas de imigrantes europeus chegando ao país acrescentado ao êxodo rural. Ferraretto (1996, p.98) esclarece que efervescência política com os movimentos comunistas e anarquistas e, o aumento de grupos comunistas representada por Luiz Carlos Prestes, possibilitaram ao rádio a transmissão dessas mudanças para o público. Ferraretto (2007, p.97), acrescenta ainda que todos estes fatos havia uma ideia de modernização como mudança e, o professor Roquette-Pinto teria visto no rádio um instrumento de transformação educativa. “Conferências científicas, música erudita e análise dos fatos políticos e 17 econômicos marcam, deste modo, as primeiras transmissões da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro”, possibilitando aos intelectuais e cientistas estrangeiros falar ao microfone da primeira emissora do país. Roquette-Pinto contava com os financiadores do rádio que pagavam uma mensalidade para manter a emissora funcionando, tornando o funcionamento de um instrumento que não era popularizado na época mais acessível, mas mesmo assim, essas modernidades não chegavam para todas as camadas sociais. Nessa primeira fase, o rádio se mantinha com mensalidade pagas pelos que possuíam aparelhos receptores, por doações eventuais de entidades privadas ou públicas e, muito raramente, com a inserção de anúncios pagos, que, a rigor, eram proibidos pela legislação da época. E também eram feitos apelos para que os interessados aderissem à emissora como sócios, ajudando a mantê-la. Mas, como diz Renato Murce, “a constância não é uma virtude muito brasileira, depois de alguns meses, ninguém mais pagava”. E o rádio lutava com dificuldades, sem estrutura econômico-financeira que pudesse favorecer o seu desenvolvimento. (ORTRIWANO, 1985, p. 14) A publicidade vem como um meio facilitador da manutenção da radiodifusão, custeando seus gastos e favorecendo a novos investimentos. Porém, a publicidade só foi regulamentada nove anos após a implantação do rádio, em 1932, fazendo com que o rádio entrasse em nova fase. A publicidade foi permitida por meio do Decreto n.º 21.111, de 1º de março de 1932, que regulamentou o Decreto n.º 20.047, de maio de 1931, primeiro diploma legal sobre a radiodifusão, surgido nove anos após a implantação do rádio no país. As primeiras emissoras a entrar em operação, antes do Decreto n.º 20.047, obtiveram suas licenças com base na regulamentação da radiotelegrafia, o Regulamento para Serviços de Radiotelegrafia e Radiotelefonia, Decreto n.º 16.657, de 5 de novembro de 1924 [...]. (ORTRIWANO, 1985, p.15) Um dos motivos que impulsionou o Governo na regulamentação da publicidade no rádio foi por reconhecer no novo veículo um instrumento capaz de servir aos interesses públicos e visualizar meios comerciais para a radiodifusão. […] O governo mostra, a partir dos anos 30, preocupar-se seriamente com o novo meio, que definia como “serviço de interesse nacional e de finalidade educativa”, regulamentando o seu funcionamento e passando a imaginar maneiras de proporcionar-lhes bases econômicas mais sólidas, concretizadas pelo Decreto n.º 21.111, que 18 autorizava a veiculação de propaganda pelo rádio, tendo limitado sua manifestação, inicialmente, a 10% da programação, posteriormente elevada para 20% e, atualmente, fixada em 25%. (ORTRIWANO, 1985, p.15) Ortriwano (1985, p.15) acrescenta que as mensagens comerciais impulsionaram a uma programação mais “popular”, voltada a diversão, sendo introduzidos programas de humor e música popular. 1.4 A publicidade abre novos caminhos para o rádio A informação no rádio iniciou-se em 1925, na Rádio Sociedade, onde Roquette-Pinto selecionava as informações de jornais que considerava relevante para rádio e a transmitia para o ouvinte. Maria Elvira Bonavita Federico apud Ferraretto (2007, p. 101) relata que Roquette dava as notícias recortadas de jornais impressos um tom mais interpretativo, fazia um apanhado geral dos acontecimentos. O Jornal do Meio-dia, o Jornal da Tarde e o Jornal da Noite eram acompanhados por músicas e divididos por editorias, como páginas literárias, agronomia, esportes, seção feminina, doméstica e infantil. As mudanças que o rádio estava passando nessa época também eram reflexos das transformações que o país sofria, criando grandes oportunidades de consumo com a indústria e com o comércio que se despontava. As transformações surgidas no país a partir da Revolução de 1930, com o despontar de novas forças, como o comércio e a indústria, que precisavam colocar seus produtos no mercado interno, aliados a mudanças na própria estrutura administrativa federal, com a forte centralização do poder executivo engendrada por Getúlio Vargas, são o contexto que favorece a expansão da radiodifusão: o rádio mostra-se um meio extremamente eficaz para incentivar a introdução de estímulos ao consumo. (ORTRIWANO, 1985, p.15, 16) O incentivo que o rádio proporcionava a consumo foi utilizado em vários formatos de programas radiofônicos, Ferraretto (2007, p.105) diz que a forma que vemos atualmente a radiodifusão como uma programação de massa, teve inicio com Adhemar Casé e César Ladeira, isso na década de 30. Eles empregavam uma programação mais atrativa para o ouvinte, deixando de lado as características que 19 Roquette-Pinto tinha idealizado para a radiofusão com programação mais cultural. Casé e Ladeira começaram contar com uma programação mais publicitária, divulgando marcas e seus conceitos e implantado forma inédita de se fazer rádio. Gisela Ortriwano (1985, p.17), cita que César Ladeira tornou-se conhecido como “locutor oficial da Revolução, na Rádio Record, que aliás foi pioneira em múltiplos sentidos. Primeira líder de audiência, introduziu a programação política, ao trazer os políticos aos seus microfones”. Ferraretto (2007, p.105, 106), pontua que anos mais tarde Ladeira deixa a Record e se transfere para Mayrink Veiga fazendo audições com cantores que posteriormente seriam consagrados. No mesmo período Adhemar Casé atua na emissora Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro, inspirando nas programações norte-americanas da NBC e na britânica BBC, ele observa diferenças nas programações brasileiras em relação às transmissões norte-americanas e britânicas. As transmissões brasileiras eram consideradas amadoras por Ladeira, o que não permitia maior dinâmica. Com as mudanças a programação radiofônica começa a ser mais profissional, com horário e programação definida. Gisela Ortriwano (2007, p. 16) explica que para cumprir melhor o seu papel, o “rádio não pode mais viver apenas da improvisação”, ele precisa mudar para poder fazer face à nova situação, onde se estrutura como empresa, investe e passa a contratar artistas e produtores. Os programas começam a ser preparados com mais antecedência “e a preocupação está voltada para conseguir cada vez maior audiência, popularizando-se, criando os primeiros ídolos populares”. A linguagem radiofônica vai sendo incorporada, tornando mais coloquial e direta, tornando a linguagem mais acessível ao público, é o que cita Ortriwano (1985, p.16) que diz ainda que a linguagem mais coloquial “começa a invadir todas as emissões “os programadores passam a ter horário certo e a programação, como um todo, é distribuída de modo racional no tempo”. Considerado um meio de transformação, o rádio é ambicionado por grupos políticos para passar suas mensagens, seja ela a favor ou contra ao governo. Um momento marcante na história foi a do protesto de quatros estudantes que revoltados contra o governo revolucionário invade a Rádio Record. No dia 23 de maio de 1932, um grupo de estudantes invade a Rádio Record, de São Paulo. Um deles, José Branco Lefévre, lê ao 20 microfone um manifesto contra o governo revolucionário liderado por Getúlio Vargas: “Nós, os abaixo-assinados, declaramos que invadimos, à valentona, os estúdios da Rádio Record e conclamamos o povo para que se mude a situação política existente no Brasil”. Naquela mesma noite, uma multidão tenta tomar a sede da antiga Legião Revolucionária, entidade tenentista transformada no Partido Popular Progressiva. Os manifestantes são repelidos a bala. Quatro estudantes – Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo – morrem. Das suas iniciais, surge a sigla MMDC, que denomina a entidade responsável pela organização da Revolução Constitucionalista. (FERRARETTO, 2007, 107) As transformações no cenário político tornaram a radiodifusão um veículo para divulgar as ideologias da época, as próprias emissoras também empregam o rádio com finalidade política. Ainda nesse momento de efervescência política surge o DOP e o DIP, instrumento de regulamentação na década de 30. O DOP Departamento Oficial de Propaganda era encarregado de uma seção de rádio que antecedeu à Hora do Brasil. Ortriwano (1985, p.17) diz que “em 1934, o DOP foi transformado em Departamento de Propaganda e Difusão Cultural, surgindo então “A Voz do Brasil””. Com o decreto n.º 1.915, de 27 de dezembro de 1939, Ortriawano (1985) pontua que implantaram o Departamento de Imprensa e Propaganda – DIP, ligado à Presidência da República e que “substitui o Departamento de Propaganda e Difusão Cultural, “tendo a seu encargo a fiscalização e censura não só do conteúdo das programações radiofônicas, como as do cinema, teatro e jornais”. Depois, “A Voz do Brasil” passou a ser responsabilidade da Agência Nacional, atual Empresa Brasileira de Notícias – EBN. 1.5 Radionovela, Shows e Glamour- os anos de ouro do rádio Os anos de ouro do rádio não tiveram longa duração, mas pode contar muitas histórias que fascina até hoje e, transformou a radiodifusão em um instrumento de poucos em um meio massivo. Alguns fatores marcaram a nova fase do rádio, como a implantação de uma programação com participação do público, que mudou a forma de emitir aos ouvintes as suas transmissões. Em 1935, ocorrem dois fatos marcantes para o desenvolvimento da 21 programação nas emissoras brasileiras. A Rádio Kosmos, de São Paulo, depois Rádio América, cria o primeiro auditório e, a partir daí, “vulgarizavam-se as transmissões com a participação do público, inclusive os programas de auditório”. Paralelamente, é inaugurada no Rio de Janeiro a Rádio Jornal do Brasil, que “estabeleceria uma sistemática de programas fundamentada na informação, dentro da conduta austera, que a norteia até os dias presentes. (ORTRIWANO, 1985, p.17) É na década de 40 e 50 que o rádio vive um dos momentos mais marcantes na sua história, momentos de grandes atrações artísticas, musicais e uma nova atração que atrairia o público, a radionovela. Jesus Barbosa Souza (1996) diz que nesse período, as emissoras de rádio como a Rádio Nacional e a Mayrink Veiga, disputavam os grandes nomes de época para suas grades de programações. A rádio Mayrink Veiga, então introduz o radioteatro no Brasil, fazendo que o ouvinte se sentisse dentro da história dramatizada. O radioteatro foi introduzido no Brasil pelas emissoras Mayrink Veiga, Nacional e Cruzeiro do Sul. A partir da década de 40, vários textos foram ao ar em adaptações memoráveis. A mais célebre, O direito de nascer, do cubano Felix Caignet, arrancava lágrimas de legiões de ouvintes. (SOUZA, 1996, p. 47) Ferraretto (2007, p.112) menciona que os Estados Unidos em busca de novos mercados consumidores para os seus produtos oferecem ao Brasil um empréstimo para saldar dívidas com os franceses e ingleses, além de receber US$ 50 milhões em produtos norte-americanos e, em contra partida facilitaria a entrada de produtos e empreendimentos no mercado nacional. Essa política de boa vizinhança adotada pelos Estados Unidos fez entrar no mercado nacional várias marcas norteamericanas, das quais viram no rádio um meio para divulgar seus produtos para os brasileiros. O início da fase de apogeu do rádio ocorre ao mesmo tempo em que o Estado Novo aproxima-se dos Estados Unidos, país cuja programação radiofônica, via ondas curtas, inspirava os profissionais brasileiros desde a década anterior. No plano das relações internacionais, já em 1939, durante a 8ª Conferência Pan-Americana, em Lima, eram oferecidos empréstimos para o Brasil saldasse a dívida externa com os credores ingleses e franceses, além de US$ 50 milhões em produtos norte-americanos. A contrapartida viria na forma de facilidades à entrada de empreendedores daquele país no 22 mercado nacional. (FERRARETTO, 2007, p.112) Nesse período diversos programas foram lançados para divulgar as marcas norte-americanas, como a Colgate que patrocinou vários programas dessa época, a exemplo disso, a primeira radionovela apresentada no Brasil, Em Busca da Felicidade. E a coca-cola que patrocinou o programa Um Milhão de Melodia, é como apresenta Luiz Ferraretto (2007, p.117). Desde a década de 30, algumas grandes agências norte-americanas já atuavam no Brasil, como a J. Walter Thompson e a McCannErickson. O rádio aparecia como veículo mais adequado à publicidade. Além da simples veiculação de textos ou jingles publicitários. Além da simples veiculação de textos ou jingles publicitários, os principais anunciantes usam técnicas comuns na época nos Estados Unidos [...] o nome do produto aparece associado ao do programa, como no caso do mais famoso noticiário da história do rádio brasileiro, o Repórter Esso [...] lança-se mão de promoções, como o do creme dental Colgate, patrocinador de Em Busca da Felicidade, cujos rótulos davam direito a fotos de artistas e alguns com o resumo da primeira radionovela transmitida no país. No primeiro mês, 48 mil rótulos chegaram aos estúdios da Rádio Nacional, um volume de pedidos que inviabilizou a continuidade da promoção [...] Alguns programas são usados no lançamento de produtos. Um forte exemplo é Um milhão de melodias, grande divulgador da música norte-americana e que lançou no Brasil o refrigerante Coca-Cola. As rainhas do rádio apareciam em comerciais saboreando os produtos das marcas que as contratavam para divulgar, principalmente, os novos produtos que eram lançados no mercado nacional. Ferraretto (2007, p.124) comenta que em 1949, a Companhia Antarctica Paulista que tinha interesse em lançar o Guaraná Caçula e patrocinava o Programa Manoel Barcelos, financia Marlene. “Um cheque em branco garante a compra dos votos, vendidos a Cr$ 1,00 (um cruzeiro) cada com renda revertida para o Hospital do Radialista.” A cantora Marlene ganha o concurso com 529.982 votos e aparece no dia seguinte milhares de cartazes espalhados pela cidade, esse momento marcou a história do rádio, porque o público percebeu que o concurso já estava definido quem iria receber o prêmio. Souza (1996) destaca ainda que na década de 50, o rádio tinha grande influencia, construindo sonhos que nem sempre os ouvintes conseguiam alcançar, 23 causando grande decepção, principalmente nas moças da época. Ao lado das “rainhas do rádio” havia também o “rei da voz”, Francisco Alves. “O rádio era senhor absoluto”, escreve a estudiosa Miriam Goldfeder, “mas nem todos estavam muito contentes com a radiomania dos anos 50. O jurista Roberto Lira, diretor do Instituto de Criminologia do Distrito Federal, chegou a diagnosticar a “doença do rádio”. Ao ouvirem permanentemente o seu artista preferindo, diz o referido jurista, as mocinhas criam em suas mentes o romance com que sonham e como não conseguem na maioria das vezes, atrair o objeto de sua paixão, passam à fraude, ao artifício, às mistificações, dando as denúncias tão freqüentes ultimamente...”. (SOUZA, 1996, p.49) Essa construção de sonhos era possível por principalmente pelas radionovelas que caíram no gosto popular. Ferraretto (2007, p.120) explica que a radionovela “O direito de nascer”, por exemplo, que estreou em janeiro de 1951 e foi terminou em 17 de setembro de 1952, teve 260 capítulos, inspirando os casais com o par romântico de Limonta e Isabel Cristina. Os programas humorísticos tiravam gargalhadas da prateia com os personagens que faziam sucessos e posteriormente muitos foram copiados pela televisão. O humor radiofônico surgiu em 1931, na Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, com um programete de cinco minutos intitulado Manezinho e Quintanilha. Os atores teatrais Arthur de Oliveira e Salu de Carvalho interpretavam os personagens em um diálogo que remetia sempre para uma comicidade de anedota. Ao longo dos anos 30, também surgiram duplas humorísticas caipiras como Alvarenga e Ranchinho ou Jararaca e Ratinho. Os grandes programas do gênero popularizam-se mesmo na década de 40. Talvez os principais tenham sido PRK 30, Edifício Balança Mas Não Cai, Tancredo e Trancado e Piadas do Manduca. (FERRARETTO, 2007, p.124) Para dar suporte a todas as programações das emissoras, elas tiveram que se equipar para atender o público e os artistas contratados. Para isso, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, montou um grande estúdio que Ortriwano (1985, p. 18) enfatiza dizendo, que o estúdio da Nacional tornou lenda do rádio brasileiro, surgindo um marco importante. “Às 21 horas do dia 12 de setembro de 1936, um gongo soou três vezes e, a seguir, a voz de Celso Guimarães anunciava: “Alô, alô, Brasil! Está no ar a Rádio Nacional do Rio de Janeiro””. Para André Casquel Madrid 24 apud Ortriwano, “o início de suas atividades representou o “fato que seria o marco da mais séria transformação ocorrida na radiodifusão brasileira, até o advento da televisão” […] O conselho de administração da Rádio Nacional era formado por oito divisões especializadas, sob as ordens de um diretor geral – Vitor Costa -, que se esforçava na produção de programas que fossem capazes de atrair grande público. “A gigantesca organização valia-se de dez maestro, 124 músicos, 33 locutores, 55 radiatores, 39 radiatrizes, 52 cantores, 44 cantoras, 18 produtores, 13 repórteres, 24 redatores, quatro secretários de redação e cerca de 240 funcionários administrativos”. Contava com seis estúdios, um auditório de 500 lugares, operando com dois transmissores para ondas médias (25 e 50 KW), e dois para ondas curtas (cada um com 50 KW), conseguindo cobrir todo o território e até o exterior com seu sinal chegava a atingir a América do Norte, a Europa e a África. À época, às portas do Estado Novo, o rádio já era fenômeno de massas e suas mensagens alcançavam a mais ampla divulgação. (ORTRIWANO, 1985, p.18) Mesmo com esses investimentos o rádio não conseguiu se manter com tanta popularidade que tinha antes do surgimento da televisão, os investimentos que havia na radionovela foram sendo direcionados para o radiojornalismo, área onde as emissoras investiram mais. Ferraretto (2007, p.135) diz que a TV “enfrenta problemas na sua estruturar a sua programação”, na época a Nacional e a TV Tupi, detinham “exclusividade com a maioria dos grandes artistas da época, o que, de um lado, demonstra a força do rádio, mas, de outro, expõe, com clareza, o crescimento da televisão”. 25 CAPÍTULO II BREVE RELATO SOBRE A ORIGEM DO RADIOJORNALISMO E SUAS CARACTERÍSTICAS Em face ao objetivo exposto para esta monografia, em que se aborda a temática voltada para a rádio Planalto, mais precisamente ao programa informativo Vale Tudo, a pesquisa bibliográfica se faz necessária com a compilação de dados referentes à compreensão de como iniciou o processo da comunicação radiofônica no Brasil, para assim, entender quão importante é esta ação tanto em épocas anteriores quanto atual, além de contextualizar sua história com o objetivo de localizar o leitor no tempo e no espaço. Para isso, o capítulo retrata os aspectos gerais do rádio, como a mobilidade e a sonoridade; as modificações que ocorrem na transmissão do som do rádio; a relevância da voz do locutor como produtor de sensação e construção de imagem; a informação como mensagem radiofônica, e por fim, a caracterização da entrevista. Finda-se com a entrevista, por observar estes formato muito presente nos programas previamente visitados e transcritos, logo, sendo relevante sua conceituação no contexto radiofônico. De acordo com estudos de Ferraretto na obra Rádio – Veículo, história e a técnica (2007, p.127), o radiojornalismo surge no período em que ocorre a Segunda Guerra Mundial, onde os Estados Unidos tenta se aproximar do Brasil. Esse período foi marcado dois momentos importantes, a estreia do programa informativo Repórter Esso e o surgimento do conglomerado do empresário Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, caracterizado pela Rádio Tupi, emissora que iria transmitir o “Grande Jornal Falado Tupi”. O programa Repórter Esso estreou em 28 de agosto de 1941, às 12hs, patrocinado pelo Esso Brasileira de Petróleo. Sua havia a versão do programa em vários países como Buenos Aires, Santiago, Lima e Havana e em Nova Iorque. Em 25 de dezembro de 1935, surge a Rádio Tupi, empresa pertencente ao visionário Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo. Chateaubriand construiu um conglomerado de veículos de comunicação, onde fez com que outros grupos da época fizessem frente às crescentes empresas do grupo. Ferraretto (2007, p.131) 26 explica que as empresas de Chateaubriand eram compostas por 33 jornais, 25 emissoras de rádio, 22 estações de TV, uma editora, 28 revistas, duas agências de notícias, três empresas de serviço, uma representação, uma agência de publicidade, duas fazendas, três gráficas e duas gravadoras de disco. Com esses fatores que modificaram a comunicação no Brasil, surgiu-se um novo conceito de informação radiofônica, surge o trinômio – música, esporte e notícia, sendo que essa nova forma de se fazer radiojornalismo surge com Emissora Continental, do Rio de Janeiro. A noção de serviço ao ouvinte também se inicia neste momento, sendo registrado pelo repórter Paulo Caringi e citado por Ferraretto (2007, p.139). A autora Gisela Ortriwano (1985, p.22) pontua que com a Rádio Bandeirantes o radiojornalismo ganha impulso, “as notícias com um minuto de duração entravam a cada quinze minutos e, nas horas cheias, em boletins de três minutos”. Ferraretto (2005) esclarece que com a Rádio Guaíba é que inicia-se o surgimento de correspondentes em várias partes do Brasil, sendo registrado pela primeira vez com a eleição de Leonel Brizola. As coletas de informações para a eleição marcou o radiojornalismo como um veículo que poderia estar em vários lugares distintos e, cobrindo o mesmo assunto. Ferraretto (2007, p.139) também menciona que com a Rádio Continental setores importantes para a sociedade, como hospitais, órgãos policiais e de trânsito, possibilitou uma nova forma de tratar a informação. Alguns grupos midiáticos se destacaram em enviar notícias para o ouvinte, entre elas o Jornal do Brasil, onde a informação e o serviço prestados à comunidade eram a sua marca registrada. Gisela Swetlana Ortriwano (1985) explica que o rádio para não perder espaço para a televisão iniciou-se uma programação mais voltada para a os serviços de utilidade pública. [...] O RádioJornal do Brasil, do Rio de Janiero, lança um tipo de programa que seria depois adotada pelas emissoras de todo o país: os serviços de utilidade pública. A inovação foi introduzida pelo jornalista Reinaldo Jardim, que teve como objetivo restabelecer o diálogo com os ouvintes. Inicialmente, o Serviço de Utilidade Pública surgiu nas rádios divulgando notas de “achados & perdidos”. Posteriormente, os serviços vão se ampliando, chegando a criar setores exclusivos dentro das emissoras. Nesta mesma linha, a Rádio Panamericana, de São Paulo, instalou um serviço particular de meteorologia. Outras emissoras dão as condições das estradas, ofertas de emprego etc. (ORTRIWANO, 1985, p.23) 27 Além dos serviços de utilidade pública, as emissoras foram se especializando em outros setores, como comenta Ortriwano (1985, p.23,24) explicando que havia rádios que transmitiam uma programação mais musical como a Rádio Tamoio, do Rio de janeiro, na década de 60. A Rádio Mulher com programação voltada para o público feminino e os programas voltados para o esporte, como a Rádio Panamericana, a “Emissora dos Esportes”, em 1947. 2.1 Aspectos Gerais do Rádio: mobilidade e sonoridade Quanto às características do veículo, são destacadas a seguir a linguagem, a conversa com o ouvinte e simplicidade, itens importantes acerca da sonoridade e mobilidade, estudados com foco na proposta desta monografia, que observou no seu objeto a identificação de simplicidade e companheirismo na relação entre o programa estudado Vale Tudo, da rádio Planalto e suas especificações enquanto programação noticiosa inserida na mídia sonora. O rádio ao contrário da televisão não tem as imagens para mostrar ao ouvinte o local dos acontecimentos e os personagens da história. Na verdade, nem quem transmite a notícia pode ser visto, por isso, o rádio se torna um veículo de comunicação único, espetacular e atiça o imaginário do ouvinte. E. Meditsch (2005, p.61), relata que o olho sozinho fornece ao espectador uma visão mais completa do mundo, enquanto que a audição dá ao ouvinte uma imagem incompleta e, isso faz com que o ouvinte complete com sua própria imaginação o que falta na mensagem radiofônica. Outro ponto que favorece a transmissão do rádio é o que Gisela Ortriwano (1985, p.78) ressalta que o rádio entre os outros meios de comunicação tem maior penetração geográfica, ultrapassando as fronteiras até mesmo do país, alcançando lugares que outros veículos de comunicação não chegariam. Entre os meios de comunicação de massa, o rádio é, sem dúvida, o mais popular e o de maior alcance público, não só no Brasil como em todo o mundo, constituindo-se, muitas vezes, no único a levar a informação para populações de vastas regiões que não têm acesso a outros meios, seja por motivos geográficos, econômicos ou culturais. 28 Com maior extensão de transmissão o rádio consegue atingir as pessoas que moram afastadas dos grandes centros, facilitando assim, a penetração de informações pertinentes a esse público. A linguagem oral e o baixo custo do receptor de rádio também possibilitaram com que esse veículo fosse aceito com mais facilidade pelas as populações de baixa renda, pois, mesmo não tendo muita instrução e não saber ler e escrever, o ouvinte consegue entender a mensagem transmitida pelo emissor. A mobilidade do aparelho é um dos itens que Gisela Ortriwano (1985, p.79) esclarece que o aparelho por exigir poucos instrumentos tecnológicos é mais fácil e mais rápido para chegar ao local do acontecimento de algum fato e, dessa forma, facilita a sua veiculação mais rapidamente. Assim é mais fácil para o receptor obter informações do cotidiano, pois ele, não precisa ficar em frente do aparelho para ficar informado, podendo continuar a fazer suas tarefas, inclusive podendo andar com o seu aparelho. A instantaneidade do veículo pode ser uma vantagem enquanto que a informação é mais rapidamente transmitida e, uma desvantagem pelo fato que o ouvinte não tem a oportunidade de voltar e ouvir a mensagem novamente. E é neste momento em que a técnica quando bem aplicada pode amenizar essa desvantagem. Porchat (2004, p.97) caracteriza esse fato como - a audição é passageira. O autor fala que o ouvinte pode começar ouvir uma mensagem na metade da informação e, por isso, é importante que essa informação tenha uma linguagem nítida e também repetitiva, mas sem que isso possa cansar o receptor. Por utilizar a linguagem oral, algumas técnicas são estudadas para que a notícia chegue ao receptor de uma forma clara e entendível. José Ignácio López Vigil (2003, p.65) pontua que a linguagem simples acaba sendo a mais culta, é a mais adequada para sintonizar ao grande público. [...] Nossos ouvintes são pessoas comuns e correntes, cidadãos a pé, o povo. Não excluímos nenhum setor da sociedade civil, muito menos as classes médias ou os profissionais. Nossa preferência, porém, vai para aqueles que mais esperam e mais necessitam do rádio [...]. (VIGIL, 2003, p.65) Porchat (2004, p.102), menciona alguns itens que a linguagem radiofônica exige como a nitidez, que não deve dar margem ao duplo sentido das palavras, usando assim, frases enxutas e corretas e a simplicidade da informação faz com não 29 seja utilizada palavras de difícil entendimento. “O ideal é que o redator leia e transcreva o material com suas próprias palavras, como se estivesse contando o fato para o ouvinte”, ser repetitivo sem ser cansativo.No rádio o locutor tem que estar se perguntando se o que se está falando realmente o ouvinte está entendendo. Os acontecimentos inesperados e de grande impacto mostra todo o potencial do rádio como meio de comunicação. Meditsch (2007) diz que quando as emissoras interrompem sua programação normal para falar ao vivo de um acontecimento considerado importante para a sociedade ou irar causar impacto nas pessoas, o rádio demonstra suas potencialidades e as limitações do veículo, sua rapidez, mobilidade e ubiquidade. Medistch (2007, p.133) cita o exemplo da cobertura do incêndio do Chiado, em Lisboa, pela TSF, onde ele se refere que esse episódio se pareceu bastante com a cobertura do incêndio do edifício Joelma, em São Paulo, pela Jovem Pan. “Nos dois casos, essas coberturas são lembradas pelos profissionais toda vez que se discute a respeito do que o rádio é capaz”. Essas tragédias podem utilizar todos os recursos que o rádio possui e tem como uma das suas características, a mobilidade e a rapidez. As técnicas brasileiras priorizam a rapidez, a agilidade e os serviços considerados de utilidade pública. Pode-se observar que a comunicação no rádio não tem as mesmas preocupações ou critérios para tratar a notícia, se for comparar com os países europeus. A autêntica linha de montagem de notícias que caracteriza o radiojornalismo brasileiro deve chocar um observador europeu, mas propiciou algumas conquistas técnicas quanto à rapidez e a abrangência de sua cobertura. Esta possibilidade de maior abrangência estendeu a cobertura do rádio para áreas normalmente mantidas à sombra do jornalismo: particularmente, o cotidiano da população, com as informações ditas “de serviço”. Este tipo de informação imediata e descartável – como as condições do tempo e do trânsito, as orientações de saúde pública, de exercício diário de cidadania e do consumo – alcança um desenvolvimento excepcional no modelo brasileiro de radiojornalismo, e não é priorizada, da mesma forma, no radiojornalismo português. (MEDITSCH, 2007, p. 135) A preocupação em veicular notícia sobre o tempo, o trânsito e sobre a saúde, informações ditas “de serviço”, são características do radiojornalismo brasileiro. Pode-se apontar também que a forma de se noticiar a informação tem um diferencial no Brasil, a mesma notícia ganha diversos ângulos e não apenas repetindo a 30 mesma informação. A quantidade de notícias produzidas nas rádios brasileiras permite também uma menor incidência de recepção do material já utilizado na programação. Nas emissoras portuguesas, as “histórias” produzidas pelos jornalistas são sistematicamente representadas de hora em hora, ou a intervalos até menores, enquanto se considere que mantêm a atualidade. Nas rádios de elite no Brasil dava-se grande importância ao fato de atualizar o conteúdo, completá-lo ou simplesmente modificar a forma da notícia entre uma e outra apresentação, para realçar o caráter de novidade do noticiário. A cobertura de qualquer acontecimento procura desdobrá-lo numa antecipação (“vai acontecer”), numa narração (“está acontecendo agora”) e num relato final (“aconteceu”), como forma de tirar partido da imediaticidade do rádio no preenchimento da programação. (MEDITSCH, 2007, p.135) Outro diferencial das notícias veiculadas no Brasil, é que notícias locais são mais utilizadas aqui no Brasil se comparada, por exemplo, com Portugal que é veiculado mais notícias internacionais. A proporção de notícia internacionais em relação às locais em Portugal era exatamente inversa à utilizada no Brasil. Em contagem realizada em um dia de programação da TSF de Lisboa, registramos 17% de notícias locais, 39% de nacionais e 44% de internacionais. No Brasil, as percentagens recomendadas pelos manuais de redação ficavam em torno de 60% de notícias locais, 30% de nacionais e 10% de internacionais. Na Rádio Nova Eldorado AM de São Paulo, os correspondentes no estrangeiro foram instruídos a limitar suas reportagens a 15 segundos, o que corresponde em rádio a um máximo de três linha de texto. Na Europa, ao contrário, as notícias internacionais recebem destaque e generam interesse: a France-Info, emissora estatal allnews da França, era considerada a única do mundo neste formato que não transmitia notícias locais, e por isso surpreendia os teóricos do imediatismo, por seu sucesso junto ao público (Bertrand: 120-1). (MEDITSCH, 2007, p. 137) No Brasil os repórteres internacionais são instruídos a limitar suas reportagens, ao contrário da Europa. 31 2.2 As modificações que ocorrem na transmissão no som do rádio A construção da mensagem além das palavras tem alguns fatores que facilita a compreensão da notícia. O silêncio do locutor, a música ao fundo, o timbre da voz do radialista, a forma de transmitir a informação, são itens que tornam a notícia mais inteligível para o ouvinte. A música radiofônica cria um “clima” emocional o que pode haver uma proximidade do locutor com o ouvinte, tornando as palavras mais vivas e facilitando a criação de imagem do receptor. A música é imagem no rádio. Com o ritmo e a melodia da música denota-se movimento e cor, já a harmonia produz profundidade espacial (figura/fundo). Associamos uma música a uma determinada imagem e a um movimento afetivo porque imagens semelhantes já forma sugeridas por ritmos, melodias e harmonias semelhantes anteriormente. E como a música é a linguagem da emoção, ela conota uma relação afetiva com o ouvinte. (BALSEBRE, 2005, p. 333) Os efeitos sonoros, também podem facilitar a construção de imagem e obter uma ligação mais próxima do locutor com o ouvinte. O som da chuva, por exemplo, faz com quem está ouvindo imaginar a cena e sentir os reflexos com o que a sua mente já tem assimilado sobre o determinado som, fazendo-o sentir alegre ou triste. José Ignácio López Vigil (2003, p.56) explica sobre o silêncio no rádio, fazendo a distinção de buraco e pausa. Para Vigil o buraco seria quando se produz um silêncio inesperado na programação. Fazer pausas é ocupar o tempo com necessário para salientar uma frase ou uma situação. Muitas pausas, especialmente nos programas dramatizados, recebem o apoio de música instrumental ou de efeitos localizados em terceiros planos. São essas bombardeadas do coração quando o preso está a ponto de fugir da prisão ou os acordes do violino quando a mãe abraça o filho que volta da guerra. Outras pausas, naturalmente mais curtas, podem ser feitas com puro silêncio. (VIGIL, 2003, p.57) Além do silêncio, as montagens radiofônicas contribuem para realçar a intenção do emissor. Armand Balsebre (2005, p.334) diz que “é possível cortar e colar o material sonoro, alterar a qualidade e a natureza da fonte sonora”. Isso 32 segundo o autor recrearia a realidade, ao tempo que se distinguiria da materialidade real, criaria um novo conceito do real. O som do rádio ainda é pouco estudado devido ao privilégio ao visual. O som que chega até nós não é o som natural, mas um som que passou por modificações. Quando se trata desse assunto, se fala também na questão psicológica que está relacionada à percepção e a imagem. [...] Som do rádio não corresponde à experiência acústica natural, é antes um som artificial produzido com uma série de intermediações eletromagnética. As suas possibilidades e limites, em conseqüência disso, não serão as mesmas do som natural. A demarcação destes limites é bastante complexa, pois não depende apenas das leis físicas que permitem a descrição objetiva deste som mediatizado pelo áudio, mas também de variáveis psicológicas relacionadas à percepção e à imaginação que estão longe de constituir uma ciência exata. (MEDITSCH, 2007, p.148) As mudanças realizadas nas transmissões fazem com que o ouvinte obtenha uma transmissão modificada do som que chega a sua residência. Eduardo Meditsch (2007, p.114), diz que a alteração na voz do locutor rádio que chega aos ouvintes não tem nenhuma ligação, “no sentido mecânico, com o fenômeno acústico, ocorrido no estúdio da emissora, que originou”. Vigil (2003, p.47, 48) chama de ruídos as interferências que ocorrem na transmissão do som desde os estúdios de gravação até o som que chega na residência do ouvinte. Essas interferências podem ser de caráter humano ou atmosférico, como Vigil (2003) explica a seguir. A primeira modificação que ocorre é quando o locutor fala ao microfone, gerando ondas sonoras. A segunda modificação seria as transformações do som do microfone em correntes elétricas. O transmissor converte as correntes elétricas em ondas eletromagnéticas que são distribuídas pela antena, essa é a terceira modificação, nesse fator está sujeito as condições topográficas e atmosféricas. A quarta modificação, são as antenas do radiorreceptor que capta as ondas eletromagnéticas convertendo-as em correntes elétricas e a última é próprio ouvinte que capta as ondas sonoras transmitindo-as ao cérebro para o correspondente decodificação. As alterações causam no ouvinte uma “impressão de realidade”, produzida pela transmissão, porém essa “impressão” se torna mais forte que a realidade, pois 33 as pessoas reconhecem os padrões construídos pela memória e por meio de experiência, fazendo com que compreenda e não procure as diferenças. E.Meditsch (2007) diz que as transformações do rádio ocorreram em todo o seu processo, desde a sua elaboração em estúdio até chegar ao ouvinte, mas o desenvolvimento da fonografia e sua especificação nesse setor, fez com que o radiojornalismo obtivesse meio de agilizar sua programação, tornando-o mais prático. O desenvolvimento da fonografia e sua organização, numa indústria específica, também retirou dos estúdios de rádio a produção de grande parte do material emitido, já que quase toda a música e a propaganda passaram a ser fornecidas em gravações pela indústria fonográfica. No setor da informação, a fonografia introduziu a transmissão diferida, o som adiado. Com ele, a possibilidade da emissão de um som independente do momento de sua produção, novas facilidades para o transporte, a viabilização de seu armazenamento por tempo ilimitado e renovadas maneiras de manipulá-lo, cortá-lo, montá-lo, emendá-lo, enfim, editá-lo conforme a intencionalidade definida pelo profissional ou pela programação. Toda esta gama de possibilidades novas abriu caminhos para a criatividade no campo da linguagem do radiojornalismo, e acabou sacralizando novas formas, eleitas, sobretudo por sua praticidade e economia. A partir destas, nota-se também uma modificação nos critérios de conteúdo, com a valorização crescente de um “jornalismo de declarações”, substituindo o relato de fatos como matéria predominante. (MEDITSCH, 2007, p.117) Com o desenvolvimento tecnológico, a produção das transmissões também se modificou, com isso o papel do jornalista adquiriu novas funções. Meditsch (2007, p.119, 120) declara que a gravação magnética e o seu processamento eliminam alguns técnicos de operação, fazendo com que o jornalista também absorva a função dos profissionais demitidos. Os atores sociais se tornaram mais imediatista, exigindo mais rapidez na divulgação da notícia, fazendo transformações na produção do rádio que tenta satisfazer a um público cada vez mais segmentado. 2.3 Voz do locutor – sensação e construção de imagem No rádio a voz do locutor é tão importante quanto à notícia, pois é através da 34 voz que o receptor irá identificar a programação e o tipo de programação que é produzida por ela. A voz pode provocar emoção, choro e raiva, dependendo de como essa “voz” irá ser entoada. Tendo como objeto de estudo o programa Vale Tudo, observa-se a importância de estudar como essa “voz” é utilizada na programação radiofônica, como os locutores a utilizam para chamar a atenção dos ouvintes quando estão veiculando uma notícia. A voz do locutor é apenas um elemento perceptível ao ouvinte, pois há outros profissionais que colaboram para a produção jornalística, é o que refere Meditsch (2007, p.141) que diz ainda que “a voz do repórter percebida pelo ouvinte é apenas a ponta de um iceberg”. Ele diz que a equipe de jornalistas da emissora e toda a “cultura profissional de que é portadora, administrativo, vendedores de publicidade, engenheiros de telecomunicações, anunciantes e legisladores podem ser considerados coadjuvantes no processo”, a rede é bem mais extensa. Armand Balsebre (2005, p.331) esclarece que a “fala do locutor ao microfone que é percebida pelo ouvinte como “real” e “presente” e proporciona uma relação de empatia e identificação”, que ao mesmo tempo esta “voz amiga” do locutor que nunca vemos, também conota uma determinada distância psicológica. As vozes mais graves dão a sensação de presença ou proximidade, enquanto as mais agudas e mais claras, provocam a sensação psicológica de distância. As mais graves são mais indicadas para programas noturnos por trazerem um contato psicológico mais estreito é um horário que o ouvinte está mais tranqüilo. Já a voz mais grave que denota mais claridade e inteligibilidade, embora menos presença, será mais adequada para programas diurnos […] (BALSEBRE, 2005, 331) O radiojornalismo foi visto no seu início como texto apenas, desconsiderando a voz do locutor, deixando esse elemento para segundo plano. A voz antes tinha de ser neutra, não podia transmitir emoção. “A lei da economia” aplicada à linguagem do radiojornalismo fez com que inicialmente ela fosse pensada, exclusivamente, enquanto texto. Tal postura tinha como contrapartida o locutor absolutamente neutro, despessoalizado, mero “instrumento de estúdio”. O padrão de 35 “sobriedade de locução” que vigorou então, e que ainda hoje é tido como o ideal em muitas emissoras voltadas para um público de elite, foi buscado, significativamente, na forma contida adotada pelos jornalistas na cobertura de cerimônia fúnebres. (MEDITSCH, 2007, p.186) Meditsch (2007, p.186) menciona uma colocação de Barthes que diz que a voz não tem neutralidade, pelo contrário, é dotada de libido e é objeto do desejo ou da repulsão. Barthes distingue na fala como um grão da voz enquanto “articulação do corpo, da língua, e não a do sentido, da linguagem”. A voz do locutor faz com que o ouvinte distingue os diversos tipos de informação, seja ela jornalística, de publicidade ou de entretenimento. Kumar apud Meditsch (2007) cita três estratos de locutores; os locutores institucionais, que são responsáveis pela apresentação do prefixo do programa e exerce função institucional; os locutores de notícias e; os apresentadores de programas que são mais flexíveis. Meditsch (2007) diz que as mudanças de vozes no radiojornalismo, também anunciam a mudança de assuntos além de manter a atenção do ouvinte que pode distinguir os tipos de programação de uma rádio. Os diversos timbres do locutor podem facilitar para o ouvinte na diferenciação de uma propaganda, de um programa jornalístico ou de entretenimento. Na informação jornalística, o jogo de vozes não serve apenas para estabelecer um ritmo que ajude a manter a atenção do ouvinte, embora esta seja a sua intenção principal. A intercalação também sinaliza mudanças de assunto e de procedência das notícias; os diversos timbres e situações acústicas informa sobre a identidade e o contexto dos falantes. A qualidade de som estabelece também uma hierarquia de vozes: na base o entrevistado, com postura amadora; acima dele o repórter, treinado com o microfone; no ápice, o apresentador no estúdio, com as melhores condições de emissão. O estúdio insonorizado cria distanciamento em relação aos acontecimentos noticiados, enfatizando o controle sobre os conteúdos que deve ser exercido pelo apresentador (Crisell, 1986:90). (MEDITSCH, 2007, p.188) Hartley apud Meditsch (2007) ainda distingue as vozes institucionais e as vozes admitidas. A primeira refere-se à voz dos locutores; enquanto a segunda a voz dos entrevistados. 36 Hartley distingue no jornalismo eletrônico as “vozes institucionais” e as “vozes admitidas”: as primeiras (dos apresentadores, correspondentes e repórteres identificados com a emissora) tenderiam a negar sua própria subjetividade, em nome da transferência dos relatos, enquanto as últimas (dos entrevistados) ficariam subordinadas à estrutura das notícias, tal qual apresentadas pelos profissionais. Fiske, num estudo sobre tevê, descreve essa subordinação como uma forma de “controle discursivo” exercido pela emissora (cits. In Wilby & Conroy, 1994:148). (MEDITSCH, 2007, p.188) Além da preocupação da voz, o locutor tem de se ater a pronúncia adequada, mas caso cometa algum erro Meditsch (2007) alerta para a correção que o locutor tem a fazer no momento em que o erro acontece. No rádio, uma palavra ou frase pronuncia inadequadamente põe em questão o conteúdo da mensagem e, com ele, também a competência do locutor. Daí que o profissional não possa desconsiderar os seus erros como faria numa conversa e tenha que, sempre que os note, optar por acrescentar ou não uma correção que, ao mesmo tempo, reestabeleça o conteúdo, dê conta de seu controle pessoal sobre o que está sendo dito e não deixe dúvidas sobre a sua capacidade. Essa opção do locutor profissional é sempre dramática porque, ao contrário do que ocorre na escrita, na fala a correção é sempre explícita – em vez da supressão do erro, requer a agregação do remédio ao enunciado errado – o que faz com que chame atenção sobre a falha. (MEDITSCH, 2007, p.190) A correção de alguma fala no rádio é sempre explícita, chamando a atenção do ouvinte para o erro ao contrário do que ocorre na escrita. 2.4 Níveis da notícia - a informação como mensagem radiofônica No rádio a informação ganha espaço determinado ou apenas flash dentro das programações já definidas, podendo assim, informar o público a qualquer momento, o importante é manter o ouvinte atualizado sobre todos os assuntos pertinentes que ocorrem. Esses tipos de notícias recebem denominações que estabelece o conhecimento. Gisela Ortriwano (1985, p.89) esclarece que o objetivo da informação 37 como mensagem radiofônica é manter o ouvinte informado sobre tudo. A autora pontua que pertence à informação todos os programas regulares de notícias, os ocasionais originados pela aparição de uma “notícia de excepcional relevo e aqueles outros que têm como finalidade levar ao público um conjunto de conteúdo que estão presentes na atualidade sem serem atuais ao máximo”. Gisela Ortriwano (1985, p.90), expõe a definição que Nabantino Ramos que explica o que é informação e o que é notícia. Nabantino considera que tanto a informação como notícia são como sinônimos, ressaltando que “pode-se dizer, com maior propriedade, que a informação é conteúdo da notícia. Ou que a notícia veicula a informação”. Em outras definições, vamos encontrar também a estreita vinculação entre os dois conceitos. Informação: “Notícia comunicada a alguém ou ao público”, com a ressalva de que, segundo Fraser Bond, “a notícia não é um acontecimento, ainda que, assombro, mas a narração desse acontecimento” e, por extensão, notícia é “o conteúdo do relato jornalístico. O assunto focalizado pelos veículos informativos, para atingir o público em geral”. Se considerarmos que o fato só é notícia quando difundido pelos meios de comunicação, fica realmente muito difícil chegar a uma definição. O fato “vira” notícia, ou não, em função de uma série de interesses – principalmente político-econômicos – e em relação à objetividade/subjetividade de quem seleciona – e assim determina – o que é notícia. Avaliar o universo jornalístico disponível no momento é muito importante: um fato pode merecer maior ou menor destaque em função de outros fatos que ocorram no mesmo período. Em dias de “noticiário fraco”, como fins-de-semana ou feriados, fatos que nunca seriam noticiados durante os dias úteis acabam recebendo destaque. Em contrapartida, fatos relevantes acabam sendo deixados de lado quando há outros muito “mais relevantes”. (ORTRIWANO, 1985, p.91) Para Ortriwano (1985, p.91) existe apenas uma informação para ser difundida tanto pelos veículos impressos como pelos eletrônicos. “No rádio, a informação vai apresentar características próprias, sem perder sua identificação com o conteúdo a ser informado”. Outra diferenciação é o que o autor Emílio Prado (1989) declara sobre notícia, é sobre a diferença entre notícia irradiada e notícia impressa. O autor enfatiza que a notícia irradiada são notícias daquelas pessoas não sabem ler. 38 Convém recordar aqui alguns elementos que diferenciarão substancialmente a notícia irradiada da notícia impressa. Em primeiro lugar, as notícias radiofônicas são veículo de informação daquelas pessoas que não lêem porque não sabem ou não querem fazê-lo. Esta gente se provê de informação através da comunicação interpessoal (cada vez menor nas sociedades desenvolvidas) e através dos meios de informação audiovisuais. Por isto, não se deve dar nada por definitivo na notícia radiofônica. (PRADO, 1989, p.48) Boa parte das informações que são absorvidas pelas pessoas, é provida da comunicação interpessoal ou pela comunicação audiovisual. Além dessas diferenciações o autor também exemplifica sobre a notícia estrita, a notícia de citações e a notícia de entrevista. Prado (1989) fala que a notícia estrita, é a mais freqüente nos serviços de hora em hora. Segue a estrutura de lide incompleto, se assim permite dizer, funciona como fosse uma introdução, respondendo as perguntas: o que ocorreu e quem é o protagonista. Trata-se da notícia estrita, a notícia de citações “com voz” e a notícia com entrevista [...] A mais freqüente é a notícia estrita, especialmente nos serviços de hora em hora. Em contraste com a clássica pirâmide invertida da imprensa, que vinha encabeçada por um lide, no rádio a quantidade de informação não é decrescente em sua distribuição [...] Encabeça a estrutura da notícia radiofônica uma “introdução”, termo que utilizamos no lugar de “lide”, que tem conotações históricas de sumário, se bem que atualmente (e a partir das mudanças produzidas pelo jornalismo impresso) o lide se define como “a formulação do que é mais importante em uma notícia, direta ou de criação, respondendo a duas perguntas básicas: o que ocorreu e quem é o protagonista. (PRADO, 1989, p.49) A notícia com citações “com voz” segue a mesma estrutura da notícia estrita, com a diferença que os dados “são expressos pela voz do protagonista dos fatos ou pela fonte”. Prado (1989, p.53) diz que esse recurso é aconselhável, pois a mudança de voz dá ritmo e sustentação e, sobretudo pode incluir o cenário sonoro dos fatos. Esta formula “aumenta a sensação de participação criativa do ouvinte no acontecimento. A notícia ganha, assim, em credibilidade e em exatidão”. A notícia com entrevista tem uma estrutura diferente, “contém um início 39 atrativo onde haverá a resposta ao quem e habitualmente conterá a resposta ao quê”, é o que se refere Emílio Prado (1989, p.55) que prossegue mencionando que as normas para fazer esta entrada são as mesmas notícias estritas. “Depois da entrada segue-se uma entrevista que pode cumprir duas funções. Uma, fornecer os dados do fato, e outra, dar a resposta ao “por quê?”. No primeiro caso a entrevista é ágil, com perguntas breves e respostas curtas. Nelas a fonte ou o protagonista fornece os dados que tem. Se estes são parciais serão completados pelo jornalista seguindo os esquemas anteriores [...] Neste tipo de notícia, o encerramento – além das funções mencionadas para os outros dois gêneros – deve cumprir o da redundância, característica vital para reforçar a falta de permanência da mensagem. (PRADO, 1989, p.55) A entrevista fornece agilidade e dinamismo, com perguntas breves e respostas curtas. Dentro dos acontecimentos e da forma que a notícia é apresentada ao público, a informação ganha denominações para reconhecermos os diversos tipos de informação que chega ao público, como o flash, a edição extraordinária, edição especial, o boletim, o jornal e o jornal especial. Gisela Ortriwano (1985, p.92) diz que o “Flash: acontecimento importante que deve ser divulgado imediatamente, em função de sua oportunidade, não faz parte de nenhum programa específico, podendo participar de todos eles”. Gisela menciona ainda que o flash nem sempre responde às perguntas fundamentais do jornalismo – que, quem, quando, onde e como. “O tempo empregado na emissão é muito curto, apenas o necessário para informar que o fato está ocorrendo, sem outros pormenores”. Já a edição extraordinária, ocorre a qualquer momento, podendo interromper toda a programação que estiver veiculada. Edição extraordinária: também se refere a acontecimentos importantes, cuja divulgação é oportuna, interrompendo qualquer programa. Neste caso, a notícia já é apresentada com maiores pormenores – se considerarmos a emissão toda - , sendo normalmente mais longa do que o flash. De acordo com a importância do fato, a emissora pode interromper toda a sua programação e ficar informando sobre acontecimento enquanto houver novidades a apresentar. (ORTRIWANO, 1985, p.92) 40 A Edição Extraordinária se contrasta com a Programação Especial, a qual analisa um determinado assunto, seja pelo grau de importância e atualidade, seja por seu interesse histórico, Gisela (1985, p.92,93) diz que as pesquisas aprofundadas sobre o tema, “tanto no diz respeito às informações textuais como às sonoras, principalmente as entrevistas” e que a rigor, sua emissão deveria ser ocasional, “diretamente ligada à ocorrência de um fato que mereça, por sua importância, um tratamento especial ou pela comemoração de uma data de importância histórica”. Gisela Ortriwano (1985, p.93) conceitua o que seria para ela as características de um boletim - noticiário apresentado com horário e duração determinados, com características musicais de abertura e encerramento, texto elaborado, script e montagem dos assuntos a serem tratados, que podem abranger tanto o noticiário local como o nacional e internacional. Tem por função manter o ouvinte informado sobre os acontecimentos mais importantes entre uma emissão e outra. Normalmente é apresentado a cada trinta minutos ou de uma hora em hora. A duração média da emissão – incluindo os intervalos comerciais – é de três a cinco minutos. Não apresenta pormenores dos acontecimentos, limitando-se a informar sobre os fatos. (ORTRIWANO, 1985, p.93) O Jornal, o tradicional “jornal falado” contem informações mais detalhadas e são veiculadas em horário mais propício para esse tipo de formato, podendo ter entre 15 minutos e até duas horas e meio de duração. Jornal: é o tradicional “jornal falado” das emissoras, que tem por função cobrir o último período informativo entre uma emissão da espécie e outra. Apresenta assuntos de todos os campos de atividade, estruturados em “editorias”. Contém informações mais detalhadas dos fatos e, nos casos das emissoras que levam o “palco da ação” ao ouvinte, reportagens, tanto gravadas como ao vivo. Os comentários – interpretativos ou opinativos – também podem estar presentes, assim como os editoriais. Sua duração varia, em média, de 15 minutos a uma hora, havendo, hoje em dia, jornais com até duas horas e meia de duração. Precisa ser rigorosamente elaborado, com o script bem estruturado, para que possa ir ao ar sem sobressaltos. Possui características de abertura e encerramento, 41 vinhetas de passagem etc. É apresentado em horários que, potencialmente, são considerados os mais adequados para esse tipo de emissão: pela manhã, entre seis e nove horas; ao meio-dia, entre 12 e 14 horas; no final da tarde, entre 18 e 19 horas; e à noite, entre 22 e 24 horas. Possui duração e periodicidade fixas”. (ORTRIWANO, 1985, p.93) Ortriwano (1985, p.93, 94) ainda pontua que as características do Informativo Especial – “informações sobre fatos de um mesmo campo de atividade, em que apenas interessam as notícias referentes àquele setor. O caso mais comum é o dos noticiários esportivos”. Ortriwano explica que o Informativo Especial pode ter características de boletim ou de jornal. O informativo especial pode ser programa que “tenha existência predeterminada em função do assunto tratado – só existe enquanto aquele assunto está em evidência, como é o caso do campeonato Mundial de Futebol – ou pode ser permanente, ficando no ar enquanto interessar”. As notícias seguem um determinado tipo de classificação e são chamados de níveis. Conforme o grau de importância que as notícias ocorrem elas ganham mais ou menos espaços nas emissoras de rádio. Gisela (1985) menciona 5 (cinco) níveis de notícias, no qual ela classifica cada uma delas. No 1º nível Gisela conceitua como uma “fórmula mais pura de informação no rádio, ou seja, a notícia emitida assim que se tenha conhecimento da ocorrência do fato”. Ortriwano (1985, p. 94) explica que o 1º nível é “composto exclusivamente por notícias relevantes ou de grande interesse público. Trata-se de uma emissão sem periodicidade fixa, ocasional, que começa e termina em si mesma”. Essas notícias não fazem parte de nenhum programa e podem ser inseridas em qualquer tipo de programação jornalística, normalmente são introduzidas nas programações como flash e das notícias extraordinárias. Já o 2º nível, Gisela (1985, p. 94) considera como “aparição ocasional de grandes notícias, promotoras de espaços informativos especiais”. A preocupação com o conteúdo é mais denso, “cuja finalidade é tratar o fato do modo mais complexo possível, dando-lhe enfoque histórico ou recompondo os acontecimentos e avaliando seu significado”. O 3º nível já é considerado como um “conjunto de notícias selecionadas, avaliadas e tratadas em um primeiro estágio informativo. Não participa dele outro gênero jornalístico que não seja o informativo”, tendo periodicidade e técnicas próprias. O 3 º nível é comumente chamado de boletim. 42 O 4º nível a informação tem tratamento mais aprofundada, uma seleção valorativa de notícias por períodos mais amplos de tempo. Os comentários podem estar presentes. A sucessão das informações está “ordenada por um esquema que segue, fundamentalmente, atualidade diária, mas que também tem presente a do dia anterior e se projeta no seguinte. Sua periodicidade é fixa, são conhecidos como “jornais falados”, é o que se refere Ortriwano (1985, p. 94) que também discorre sobre as características do 5º nível. Para Gisela (1985, p.95) o 5º nível são informações que estão inseridas com outros assuntos mesmo que não sejam jornalísticos e, atua para manter o interesse do ouvinte pela programação. 2.5 Entrevista – informação e aprofundamento do conteúdo A entrevista é considerada um dos gêneros jornalísticos que mais tem adaptabilidade com o rádio, pois através da entrevista pode se saber de fatos, razões e opiniões sobre determinado assunto. Miguel Ángel Ortiz e Jesús Marchamalo (2005) explica que há diversos tipos de entrevistas e classificam dois tipos de entrevistas, a entrevista de atualidade e entrevista pessoal. Ortiz e Marchamalo (2005, p.86) pontua que a entrevista de atualidade permite que o entrevistado expresse sua opinião sobre determinados temas. Na entrevista pessoal, a pretensão é mostrar a personalidade, a maneira de ser do entrevistado. Outro aspecto fundamental da entrevista é a atitude de quem aprendeu a escutar. Um problema muito comum, principalmente no começo, está em que, enquanto o convidado responde a uma pergunta, o entrevistador está preparado mentalmente a seguinte, fato este que tem como consequência a perda de informações que poderiam dar origem a outras questões ou comentários [...]. (ORTIZ; MARCHAMALO, 2005, p.88) Ortiz e Machamalo (2005) reiteram que as perguntas para o entrevistado tem que ser claras, concisas, sem misturar os temas e sem os circunlóquios. Emílio Prado (1989, p.58), explica que a entrevista é uma das fórmulas “mais ágeis para dar a conhecer uma informação ou para aprofundar o conhecimento dos fatos e suas consequências, assim como para aproximar-se da personalidade dos protagonistas 43 das “histórias””. Emílio Prado (1989) classifica a entrevista em cinco categorias, entre elas a entrevista direta, entrevista diferida, entrevista “noticiosa”, entrevista de informação estrita e a entrevista com informação em profundidade. Essa interação da comunicação humana se amplia com a entrevista direta e a entrevista diferida. A entrevista direta para Prado (1989, p.59) “é a mais difícil de executar, mas a mais esperada pelo ouvinte e a mais rica em matizes”. Prado prossegue mencionando que “neste tipo a preparação é ainda mais importante que nas demais, por não haver nenhuma possibilidade de retificação a posteriori” e que o “controle do ritmo interno e das freqüências expressivas, assim como o controle do tempo, são os riscos a serem lembrados pelo entrevistador para que o resultado seja bom”. Já na entrevista diferida há a possibilidade de montar e corrigir os erros, bem como, em mudar as ordens das perguntas e respostas. Prado (1989, p.59) se refere à montagem da entrevista diferida como fórmula de dar agilidade e a possibilidade de encurtar as respostas. Na entrevista “noticiosa” é a que tem como eixo uma informação, nela o que interessa mais é a informação que se dá do que quem a fornece. A entrevista “noticiosa” pode ser dividir-se em três tipos: a entrevista de informação, a entrevista de informação em profundidade e as declarações ou “falsa entrevista”. Emílio Prado (1989, p.62, 63) diz que a entrevista de informação estrita é a mais utilizada e se caracteriza por sua brevidade, ela serve para veicular uma informação através de seu protagonista ou de uma fonte presente. Já a entrevista de informação em profundidade tem um papel reflexivo no rádio informativo. “Através dela se fornecem ao ouvinte, além da informação estrita, os dados adicionais que ajudarão a compreender o fato, a conhecer suas causas e efeitos e, em definitivo, a atribuir-lhes um valor pessoal”. Prado (1989, p.64) explica que a duração dessas entrevistas é maior do que as anteriores e que a entrevista de informação estrita permite um ritmo mais pausado e tem a função de responder ao “por quê?”. As declarações ou “falsa entrevista” se incluem normalmente nos informativos. “Sua função é levar ao público, em forma noticiosa, a opinião dos representantes das instituições”. O autor diz que é uma “falsa entrevista” porque “contém apenas um dos quatro fluxos de comunicação presentes na entrevista no rádio, quer dizer, somente se produz uma comunicação unidirecional direta: a do entrevistado 44 CAPÍTULO III JORNALISMOS UTILITÁRIO, POPULAR, PÚBLICO Primeiramente o objetivo é entender e conceituar cada gênero jornalístico, para isso, buscou-se várias informações bibliográficas entre definições que se aproximam do programa Vale Tudo. O objetivo não é classificar se a forma como a informação é transmitida pelo programa é correta ou não, pretende-se saber em qual dos gêneros jornalísticos o programa se enquadra, seja o jornalismo utilitário, popular ou público. Com essas três definições acredita-se que possa enriquecer o conhecimento de qual linha dentro do jornalismo que o Programa Vale Tudo segue, porém com análise do programa pode haver a identificação de mais de uma dessas definições, assim a importância de estudá-las para haver respaldo de como analisá-lo. O Jornalismo Público e o Jornalismo Utilitário ainda são poucos estudados no Brasil, tendo poucos livros sobre o assunto, apesar de que o Jornalismo Utilitário ter surgindo junto com os meios de comunicação de massa, ainda assim pouco se encontra material com mais informação sobre esse gênero, havendo muito mais artigos e trabalhos monográficos que livros que se aprofundam no assunto. 3.1 Características do Jornalismo Popular Observa-se que no decorrer do texto haverá as expressões como Jornalismo Popular, sensacionalismo e fait divers, termos que será conceituado de maneira simplificada para melhor compreensão. Quando se refere em imprensa popular está de referindo-se ao veículo de comunicação que tem como público alvo as classes B, C e D. O termo “popular” para Márcia Franz Amaral (2006, p.15,16) “identifica com apenas um tipo de imprensa que se define pela sua proximidade e empatia com o público-alvo, por intermédio de algumas mudanças de ponto de vista, pelo tipo de serviço que presta e pela sua conexão com o local e o imediato”. Márcia Franz (2006) também conceitua o termo “Popularesco” como uma incorporação de características culturais populares pelos meios de comunicação com o objetivo de obter mais audiência. 45 Porém neste trabalho evitará utilizar o termo sensacionalismo, por considerar que o termo não abrange a sua essência, mas sim o termo Jornalismo Popular que a autora Márcia Franz Amaral (2006, p.16) propõe por considerá-lo que a própria imprensa se auto-intitula popular, e é bem consumida no seu mercado alvo, porém não tem como ignorar o termo sensacionalismo, devido a abrangência de sua utilização. 3.1.2 O sensacionalismo na imprensa popular O sensacionalismo sempre esteve associado aos meios de comunicação que tem como público-alvo os segmentos populares, porém isso não é sinônimo que todos os veículos direcionados para esse público utilizam as características de imprensa sensacionalista, termo que está presente desde o surgimento da imprensa. Segundo o autor Danilo Angrimani (1995,p.19), em sua obra “Espreme que sai sangue”, ele menciona que o sensacionalismo não tem um início certo e está vinculado ao surgimento da imprensa desde o seus primórdios, apesar de estar atribuída aos editores Joseph Pulitzer e William Randolp Hearst a implantação desse gênero. Angrimani (1995) enfatiza que na França e nos Estados Unidos, ainda nos anos de 1560 e 1631, verifica-se a presença do sensacionalismo na origem do processo desses países. O autor ainda se refere a narrativa sensacionalista como algo que faz com que o leitor estivesse junto ao acontecimento, junto do assassino, do macumbeiro, do seqüestrador, “sentindo as mesmas emoções”. Essa narrativa delega sensações por procuração, porque a interiorização, a participação e o reconhecimento desses papéis, tornam o mundo da contravenção subjetivamente real para leitor. A humanização do relato faz com que o leitor reviva o acontecimento como se fosse ele próprio autor do que está sendo narrado. (ANGRIMANI, Danilo, 1998, p.17) O sensacionalismo invoca atitudes reprimidas do ser humano, fazendo com que o indivíduo dê vazão às múltiplas ações transgressoras. O meio de comunicação sensacionalista se assemelha a um neurótico obsessivo, um ego que deseja dar vazão a múltiplas ações 46 transgressoras – que busca satisfação no fetichismo, voyeurismo, sadomasoquismo, coprofilia, incesto, pedofilia, necrofilia – ao mesmo tempo em que é reprimido por um superego cruel e implacável. É nesse pêndulo (transgressão-punição) que o sensacionalismo se apóia. A mensagem sensacionalista é, ao mesmo tempo, imoralmoralista e não limita com rigor o domínio da realidade e da representação. Nessa soma de ambigüidades se revela um agir dividido, esquizofrênico. (ANGRIMANI, Danilo, 1998, p.17) O termo fait divers está associado ao sensacionalismo que utiliza-o para chamar a atenção do seu público. Danilo Angrimani (1995, p.26) pontua que termo fait divers, é considerado uma informação quente e circunstancial, traz informações de interesse humano, como a curiosidade, a fantasia, o impacto, a raridade, o humor, e o espetáculo, “para causar uma tênue sensação de algo vivido no crime, no sexo e na morte”, provocando impressões, efeitos e imagens que estão presentes na “valorização gráfica, visual, espacial e discursiva do fato-sensação”. Baillon lembra que “fait divers eram relatados em canções” por trovadores populares, durante a Idade Média, antes de se tornarem objeto dos “occasionnels” e, posteriormente, dos “canards”2. Para Maffesoli, “em uma sociedade de massa, mas também de comunicação, o fait divers é uma informação quente e circunstancial, localizada (...) ele emana de um lugar datado, ele é carne e sangue em sua origem”, acrescentando que “como o conto, o carnaval, o jogo pueril, o comentário do fait divers permite falar, sem falar, da morte, da violência, do sexo, das leis e de suas transgressões”3”. (ANGRAMANI, Danilo, 1995, p.25) A intenção é chamar a atenção do leitor através de um produto atraente. Os fait divers já era mencionado ainda no século XIX, nos “canards”, jornal de uma página, os “canards” mais procurados da época eram os que haviam cenas de crimes. No século XIX, faziam muito sucesso na França os “canards”, jornais populares de apenas uma página, impressos na parte frontal e que comportavam título, ilustração e texto. Os “canards” mais procurados, segundo Seguin, eram os relatavam os fait divers criminais: crianças martirizadas ou violentadas, parricídios, cadáveres cortados em pedaços, queimados, enterrados. Assim como eclipses, cometas, 47 grandes catástrofes, tremores de terra, inundações, desastres de trem, naufrágios. Os vendedores de “canards” saíam às ruas aos gritos, chamando atenção do público para manchetes e irritando os mais sensíveis. (ANGRIMANI, 1995; p.19, 20) De lá para cá se percebe que não houve muitas mudanças como o autor Ciro Marcondes Filho Apud Márcia Franz Amaral (2006) refere na diferenciação do jornal dito “sério” do jornal considerado popular ou sensacionalista, sendo diferenciado apenas na intensidade. O sensacionalista é o grau mais radical de mercantilização da informação. Na verdade, vende-se nas manchetes aquilo que a informação interna não irá desenvolver melhor. Marcondes Filho diz que a imprensa sensacionalista repete o modelo clássico do modo liberal de informação, com suas técnicas de manipulação. A prática sensacionalista é também nutriente psíquico, desviante ideológico e descarga de pulsões instintivas. As notícias da imprensa sensacionalista sentimentalizam as questões sociais, criam penalização no lugar de descontentamento e constituem-se num mecanismo reducionista que particulariza os fenômenos sociais”. (AMARAL, Márcia ; 2006, p.20,21) Márcia Amaral (2006, p.63) também diferencia quais os critérios que fazem que uma notícia seja veiculada na imprensa de referência e quais critérios que fazem a notícia ser veiculada na imprensa popular. Na imprensa de referência, um acontecimento terá mais chance de ser notícia se os indivíduos envolvidos forem importantes; tiver impacto sobre a nação; envolver muitas pessoas; gerar importantes desdobramentos; for relacionado a políticas públicas; puder ser divulgado com exclusividade. Na imprensa popular, Márcia Amaral (2006, 63) diz que um fato terá mais probabilidade de ser noticiado se possuir capacidade de entretenimento; for próximo geográfica ou culturalmente do leitor; puder ser simplificado; puder ser narrado dramaticamente; tiver identificação dos personagens com os leitores (personalização); for útil. São pelo menos quatro as categorias que Márcia Amaral (2006, p.63) descreve que compõem a capacidade de entretenimento de uma notícia. São elas: histórias de gente comum encontrada em situações insólitas ou histórias de homens públicos surpreendidos no dia-a-dia da sua vida privada; histórias em que se verifica 48 uma inversão de papéis; história de interesse humano; histórias de feitos excepcionais e heroicos. Amaral (2006) acredita que o jornalismo para se popularizar não pode ignorar o “o cotidiano do leitor”, tem de fazer “uma ponte entre sua posição de leitor do mundo e o mundo do leitor”. Para ela os jornalistas tem que conhecer o seu público. Se quer dar visibilidade a população tem que responder as demandas sociais. Umas das alternativas apontadas para o jornalismo popular é o Jornalismo Cidadão ou Jornalismo Público, que tem como objetivo reforçar a ligação dos veículos de comunicação com o cidadão. 3.2 Jornalismo Público: afinal o que é? Os assuntos sociais, econômicos, políticos e familiares chegam aos meios de comunicação de uma maneira que só soluciona o problema momentâneo, não levando o tema ao debate para entendê-lo ou questioná-lo. O Jornalismo Público é uma corrente que tem como objetivo interagir com a população, participando ativamente de questões da sociedade, fazendo com que se crie um espaço de discussão onde os jornalistas e comunidade possam criar diálogo para entender os assuntos que afetam a vida das pessoas. Para isso busca-se no Jornalismo Público ou melhor no conceito de Jornalismo Público, alguns aspectos que podem auxiliar nesta jornada, de compreender as características do programa em questão. Luís Gustavo Martins Barros (2009) pontua que um dos motivos que levaram ao surgimento do Jornalismo Público foi descontentamento e a falta de confiança em relação aos meios de comunicação na década de 80, as pessoas não viam nos veículos de comunicação como um canal que pudesse servir a sociedade. No fim dos anos 80, uma onda de desconfiança atingiu os meios de comunicação norte-americanos. Os primeiros reflexos detectados foram a queda na leitura de jornais e o baixo índice de confiabilidade nos veículos informativos. Depois, pesquisas apontaram para um descrédito crescente da população americana em relação ao que a mídia veiculava e à forma como ela transmitia as notícias para sua audiência. O público já não identificava nos meios de comunicação a função de servir à sociedade ou de reportar notícias de interesse coletivo. Havia um descontentamento geral com a cobertura feita 49 por jornais e emissoras de TV e ficava cada vez mais clara a ideia do jornalismo como negócio sobrepondo a ideia do jornalismo como uma prestação de serviço. (BARROS, Luís; 2009, p.12) Nelson Traquina (2005, p.173) esclarece que um momento decisivo do novo movimento foi marcado no ano de 1998, provocada pela frustração da cobertura da campanha presidencial norte-americana desse ano. [...] marcada pela publicidade negativa, pelas “oportunidades fotográficas” como a visita dos candidatos às fábricas da bandeiras e às bases militares, pelas polêmicas em torno de questões secundárias, em suma, pela superficialidade, reforçou outras críticas fundamentadas pelos estudos empíricos já realizados desde os anos 70 sobre o papel dos mídia na política [...] Escreve Shepard (1994:30): “A primeira manifestação do jornalismo cívico nasceu da frustração acerca da cobertura presidencial. Muitos acreditaram que os mídia foram transformados pelas tácticas de campanha negativa, obcecados com a cobertura do tipo corrida de cavalos e esquecidos em relação às questões julgadas importantes pelos eleitores”. (TRAQUINA, Nelson, 2005, p.173) Nelson Traquina (2005, p.173,174) explica que após as eleições de 1988, o jornal Columbus Ledger Enquire, na Geórgia, realizou a primeira experiência de Jornalismo Público. Na busca de melhorar a qualidade de vida da comunidade, o jornal assumiu uma postura ativista, identificando os principais problemas da comunidade. O jornal também fez uma sondagem com 85 cidadãos considerados influentes para responder questionários e ser entrevistados pelos jornalistas. [...] Com base nos dados recolhidos, o jornal elaborou um relatório intitulado “Columbus para além de 2000”. O relatório foi publicado, por partes, diariamente no jornal. Igualmente, o Columbus Ledger Enquirer organizou um town meeting, que durou seis horas r contou com a participação de trezentas pessoas; o jornal também organizou um piquenique com 75 “cidadãos interessados”. Na sequência destes esforços, foi constituído um movimento de cidadãos chamado “Unidos para além de 2000”. O movimento criou task forces para enfrentar algumas problemáticas, tais como cuidado com as crianças, problemas específicos dos adolescentes e o racismo. Nesta fase do projecto, o Columbus Ledger Enquirer apoiou o movimento, criando espaços redatoriais que destacavam cartas dos leitores e uma série de artigos sobre problemas regionais.” (TRAQUINA, 50 Nelson; p.173, 174) Luís Gustavo Martins Barros (2009, p.12) refere que no século XX, o distanciamento e algumas técnicas do jornalismo como a imparcialidade, a concisão, a simplicidade, a precisão e a objetividade, fizeram que os jornalistas se distanciassem do seu público, adotando uma postura de distanciamento do repórter com a notícia. Essas atitudes fizeram que o público rejeitasse as práticas jornalísticas. Traquina (2005) acentua que para o movimento que surgia estava claro que jornalismo que até então era conhecido, estava em crise. [...] Na introdução do seu livro-manifesto, um dos pais fundadores do movimento, o jornalista Davis Merrit, escreve: “Existem duas suposições fundamentais: A vida pública não vai bem e o jornalismo enquanto profissão está em dificuldade” (Merrit, 1995:p.XII). Assim, Merrit espero encorajar os jornalistas, demonstrando como “um novo sentido de propósito pode animar de novo a nossa profissão demolida e errante e assegurar aos “cidadãos preocupados com a viabilidade da vida pública” que essa mesma vida pública também pode ser reanimada (Merrit, 1995:p.XI). (TRAQUINA, Nelson; 2005, p.172) Luís Barros (2009, p.13) ainda diz que a espetacularização da notícia, a busca pelo furo de reportagem e a utilização das notícias como entretenimento, também colaboram para a insatisfação do público, fazendo com que se buscassem novas formas de tratar a realidade, aliado as transformações tecnológicas que deixaram mais ágeis as transmissões da informação. Um dos aspectos levantados sobre o Jornalismo Público é a questão de sua terminologia, onde Traquina (2005, p.171) explica que esse “novo jornalismo” é conhecido por diferentes nomes, como: “jornalismo comunitário”, “jornalismo de serviço público”, “jornalismo público” e “jornalismo cívico”. 3.2.1 As diversas terminologias para designar Jornalismo Público No Brasil ainda não se chegou a um consenso do termo mais adequado para 51 denominar o movimento que tem como objetivo fazer com a população participe e interaja com os assuntos de sua comunidade, levando aos jornalistas assuntos que são de seu interesse. Ainda se vê o emprego de outras denominações para caracterizar esse movimento, tais como o jornalismo cidadão, jornalismo comunitário, jornalismo cívico e jornalismo público. Caracterizar cada um dos termos será o objetivo para definir o verdadeiro fundamento desse movimento utilizado no presente trabalho. Sobre essas diversas denominações Luís Gustavo Martins Barros (2009, p.41) diz que o termo Jornalismo Cidadão é um dos termos para designar a função da comunicação para o público, porém é um termo por ser recente ainda gera discussão sobre a terminologia, sendo denominado também como Jornalismo Cívico. Ele cita a autora Alzira Alves de Abreu que denomina esse movimento no Brasil de Jornalismo Cidadão. A autora diz que os termos Jornalismo Cidadão e Jornalismo Público, são considerados movimentos distintos no país norte-americano. O autor explica que no Brasil a indefinição dos nomes ainda é maior que em outros países. O termo “Jornalismo Cidadão”, é considerado o mais adequado, por remeter a cidadania mecanismo eficiente para inclusão social. Defende-se que, no caos brasileiro, o termo Jornalismo Cidadão é adequado, porque a palavra ‘cidadania’ remete a iniciativas que tratam da inclusão social, da busca pelos direitos dos cidadãos e está consagrado na linguagem da própria imprensa, bem disseminado na sociedade com conotação semelhante ao emprego de jornalismo cívico em textos portugueses e nas origens em inglês. (BARROS, Luís, 2009, p.41) Barros (2009, p.41) pontua que o termo “Jornalismo Cívico” pode correr o risco ter conotação militarista, da mesma forma que Jornalismo público “remete a jornalismo oficial, porta-voz dos órgãos públicos e governos, justamente a antítese da proposta”, da mesma maneira que jornalismo comunitário repassa a ideia de jornais alternativos produzidos para comunidades restritas, sem muita abrangência. Luiz Martins da Silva (2002) reforça o conceito do termo “Jornalismo Público”, já apontado por Luís Gustavo Barros, destacando que o termo “Jornalismo Público” pode ser confundido com “setor público”, onde o jornalismo estaria voltado para as esferas estatal e governamental. Luiz Martins explica que seria errôneo pensar 52 dessa forma, pois a população está cada vez mais repesando o espaço público. É interessante notar que embora a imprensa brasileira tenha importado modelos e jargões, sobretudo os norte-americanos, não está fazendo, no caso do jornalismo público, uma simples cópia ou mesmo uma adaptação de um paradigma que se possa considerar pronto e acabado. Dessa forma, pode-se dizer que, no Brasil, o jornalismo público está emergindo com características próprias e, ao contrário do que ocorreu nos Estados Unidos, não houve, aqui, intenções e ações visando especificamente fundar uma categoria jornalística. Em contrapartida algumas confusões têm ocorrido, possivelmente em decorrência da própria comutação que se faz, no Brasil, em torno do “setor público”, em geral associado com as esferas estatal e governamental. (MARTINS, Luiz; 2002, p.02, 03) Segundo Luís Barros (2009) a denominação de Jornalismo Público é o mais utilizado no Brasil, pois o termo “Jornalismo Cidadão” apesar de ser considerado o mais adequado, está vinculado à participação de pessoas sem formação jornalística na elaboração de notícias, intitulado de “Jornalismo Participativo”. [...] Caracteriza pela participação direta de pessoas sem formação ou sem vínculo com a profissão de jornalista na produção de material jornalístico e que foi popularizado pelo uso constante de ferramentas de edição e publicação na internet, como os blogs e sites de relacionamento, além da utilização corriqueira de celulares com câmeras digitais e de outras novas tecnologias de informação e comunicação, que permitem interatividade. (BARROS, Luís; 2009, p.42) Barros (2009, p.43) diz que o termo Jornalismo Comunitário também foi cogitado, mas está ligado diretamente a comunicação praticada por membros de uma comunidades, onde os temas abordados seja de interesse do grupo de moradores específicos. 3.2.2 Eu participo, tu interagis e nós nos comunicamos – características do Jornalismo Público 53 Traquina apud Claudia Irene de Quadros (2005) menciona que essa nova corrente vem para redefinir e não para revolucionar o jornalismo. Ele ainda enfatiza que em uma sociedade onde as pessoas estão abarrotadas de informações, elas precisam de notícias relevantes para ser compartilhada e um espaço para ser discutidas. Traquina (2003) enfatiza que o objetivo dessa corrente não é revolucionar o jornalismo, mas redefini-lo. "Numa sociedade de indivíduos dispersos e abarrotados com informação descontextualizada, uma vida pública efectiva precisa ter uma informação relevante que é partilhada por todos, e um lugar para discutir as suas implicações" (Merritt apud Traquina, 2003,p.12). O jornalista Davis Merrit ainda acredita que o desinteresse pela vida pública dispensa a necessidade de jornalismo e de seus profissionais. O jornalismo público nasce com a função de estreitar relações entre a mídia e a comunidade. Neste aspecto, como destaca, Mesquita (2003) é possível estabelecer uma aproximação dessa corrente teórica com o relatório MacBride, apresentado no início dos anos 80, com a luta pela Nomic - Nova Ordem da Informação e da Comunicação. (QUADROS, 2005, p.05) Davis Merrit apud Claudia Quadros (2005) diz que o jornalismo público vem para estreitar as relações da comunidade e a mídia devido ao desinteresse pela vida pública. Mesquita apud Claudia Quadros (2005) menciona que o Jornalismo Público também defende a livre circulação de informação, além de ajudar a comunidade a descobrir meios de resolver os seus problemas. Para a democratização dos meios, é preciso contextualizar os fatos e não apresentá-los de forma fragmentada. Portanto, tal como o relatório MacBride o jornalismo público defende a livre circulação de informação para toda a sociedade. Isso significa repensar as rotinas profissionais no jornalismo. Há uma necessidade premente "(...) de encorajar e acelerar a tomada de decisões no plano regional, de forma a que o jornalismo possa ajudar a comunidade, não só a equacionar, mas também a descobrir os caminhos para resolução de seus principais problemas". (MESQUITA apud QUADROS, 2005, p.05) Merrit apud Nelson Traquina (2005, 178,179) defende o jornalismo cívico 54 envolvendo as seguintes mudanças: 1) Ir para além da missão de dar as notícias para uma missão mais ampla de ajudar a melhorar a vida pública; 2) Deixar para trás a noção do “observador desprendido” e assumir o papel de “participante justo”; 3) Preocupar-se menos com as separações adequadas e mais com as ligações adequadas; 4) Conceber o público não como consumidores, mas como atores na vida democrática, tornando assim prioritário para o jornalismo estabelecer ligações com os cidadãos. Traquina (2005) reforça que o jornalismo cívico encoraje o envolvimento do cidadão na vida pública. Mesquita apud Claudia Quadros (2005) enfatiza que é preciso contextualizar os fatos para a democratização dos meios e, para isso é preciso repensar as rotinas do jornalismo. Para atingir esse objetivo foi elaborado várias formas de atingir as metas do jornalismo público, tentando pautar os jornalistas para a divulgação de assuntos considerados de interesse dos cidadãos. Luís Martins de Barros (2009, p.26,27) cita algumas definições que Jan Schaffer, diretora do Pew Center for Civic journalism, considera essencial para a prática do jornalismo que devem ser seguidos, como: - Deve produzir notícias de que os cidadãos precisam para se informar sobre os eventos correntes, tomar decisões cívicas e exercer suas responsabilidades na democracia; - Deve criar coberturas que motivem os cidadãos a pensar e agir, não simplesmente ver ou assistir; - As coberturas devem disparar ações cívicas, da participação em votações ao voluntariado; - Deve construir conhecimentos. Pessoas motivadas pelos projetos de jornalismo cívico devem ser mensuravelmente mais informadas sobre os eventos que as não engajadas; - Deve construir credibilidade e conexões com a comunidade. As pessoas acreditam mais nos jornais depois de uma campanha cívica; - Devem criar na comunidade a capacidade de resolver problemas e não esperar pelas soluções vindas de cima; e - Devem ser persistentes até atingir objetivos mensuráveis e não serem engavetados em detrimento de uma novidade ou furo 55 irrelevante (2002, apud MUARREK, 2006, p. 141). (BARROS, Luís; 2009, p.26, 27) O professor Edmund Lambeth apud Luís Barros (2009) denomina mais alguns conceitos para os jornalistas que seguem ou querem seguir os conceitos do jornalismo público, apontando o comportamento dos jornalistas em relação os cidadãos como, ouvir as histórias das pessoas, examinar cada uma delas, tomar iniciativa em informar sobre questões de interesse coletivo e, entre outros assuntos citados. - Escutar sistematicamente as histórias e ideias dos cidadãos mantendo, ao mesmo tempo, a liberdade para escolher em qual dessas histórias prestar atenção; - Examinar maneiras alternativas de moldar as histórias a partir dos temas que resultam importantes para a comunidade; - Escolher aqueles enfoques, na apresentação dos temas, que ofereçam a melhor oportunidade, a deliberação cidadã e a compreensão dos temas por parte do público; - Tomar a iniciativa na hora de informar sobre os problemas públicos pendentes de modo que aumente o conhecimento do público sobre as possíveis soluções e sobre os valores envolvidos nos cursos de ação alternativa; e - Prestar atenção sistemática, assim a relação comunicativa com o público é credível e de boa qualidade (1998, apud FERREIRA, 2008, p. 20). (BARROS, Luís; 2009, p.27) Lewis A.Friedland e Sandra Nichols apud Luís Martins Barros (2009) esquematizaram os assuntos dividindo-os em temas e grupos distintos, como os assuntos de campanhas eleitorais, comunitários, questões políticas e a divulgação de matérias dos jornalistas em seus espaços midiáticos. 1º Eleições (Elections), com assuntos relacionados às campanhas eleitorais; 2º Comunidade (Community), que engloba os mais variados gêneros de assuntos que envolvam a comunidade; 3º Governo (Government), voltado para os temas políticos; 4º Interatividade (Interactive), sobre como as novas tecnologias podem auxiliar na busca de soluções de questões coletivas; e 5º Miscelânea (Other), principalmente com casos de colunistas da imprensa que incentivam o Jornalismo Público por meio de seus espaços midiáticos. (2002, apud FERNANDES, ca. 2004, p. 12-13) . (BARROS, Luís; 2009, p.27) 56 Friedland e Nichols também fizeram uma subdivisão de Comunidade em 13 partes, entre eles a diversidade, comunidade, civismo, juventude, educação, desenvolvimento econômico, vida familiar, meio ambiente, criminalidade e segurança, pobreza, saúde, seguridade social e ética e moralidade. Diversidade (Diversity), abordando temas como relações étnicas e desigualdades sociais; Comunidade (Community), envolvendo pesquisas sobre futuros problemas coletivos; Civismo (Civic), com promoção de programas filantrópicos e identificação de futuros líderes cívicos nas comunidades; Juventude (Youth), sobre violência escolar, prevenção a entorpecentes, noções de educação sexual e orientações sobre como os próprios jovens podem buscar soluções; Educação (Education), em especial debatendo por quais motivos é crescente o número de estudantes com baixo rendimento escolar; Desenvolvimento econômico (Economic development), principalmente para regiões periféricas das cidades; Saúde (Health), incluindo prevenção de saúde de grupos minoritários; Vida familiar (Domestic life), sobre desintegração familiar, abusos contra crianças, desentendimentos entre parentes, etc; Criminalidade e segurança (Crime and safety), com debates sobre como parar a violência, sobre promoção de projetos de segurança e diminuição dos casos de uso de armas de fogo, entre outros; Pobreza (Poverty), com a busca de como oferecer mais escolas para comunidades pobres, além de desenvolvimento de ações de seguridade social e oferta de moradias para pessoas sem-teto; Meio ambiente (Environment), para diminuição, por exemplo, dos índices de poluição; Indústria (Industry), para incremento das atividades desse setor em determinadas regiões geográficas; e Ética/Moralidade (Ethics/Morality), para discutir limites de tolerância na vida coletiva, por exemplo (idem). (BARROS, Luís; 2009, p.28) Além desses conceitos que podem ser seguidos James Fallows apud Mesquita apud Claudia (2005) diz que os meios de comunicação devem criar uma “agenda dos cidadãos”, mantendo contanto com o seu público para conhecer os seus problemas, fazendo com que o seu público também decide o que será notícia. Esta comunicação de mão dupla, que pode despertar o interesse do cidadão, aqui é utilizada para repensar outros veículos, como o jornal impresso, a televisão e o rádio. No jornalismo público, todos os 57 meios de comunicação devem criar uma "agenda dos cidadãos". Há necessidade de manter contato permanente com a comunidade para conhecer os seus principais interesses e problemas. Neste sentido, o cidadão também decide o que será notícia."(...) Os jornalistas justificam a sua intromissão e os seus excessos alegando que são representantes do público, colocando as perguntas que os seus concidadãos colocariam se tivessem ocasião de se encontrarem com os presidentes e senadores. Mas de fato fazem perguntas que só interessem aos políticos profissionais(...)". (QUADROS, 2005, p.06) Fernandes apud Claudia Irene de Quadros (2005, p.07), diz que essa nova corrente quer aproximar a mídia da comunidade local, o jornalismo público acredita que a sua função "é motivar as pessoas a pensar e agir, em vez de meramente atraílas para assistir à apresentação dos fatos, sejam da mídia impressa, televisiva ou radiofônica”. Salomão apud Claudia Irene de Quadros (2005, p.09) diz que o rádio tem uma participação especial no Jornalismo Público, devido as suas características que possibilitam o alcance de maior número de pessoas, com rádio as pessoas podem ouvi-lo em qualquer lugar, sem deixar de fazer suas tarefas. O rádio também sempre esteve vinculado às questões sociais a “agilidade na cobertura e a sua fácil portabilidade são pontos positivos para um cidadão que não têm mais paciência de esperar com tanta informação disponível”. O rádio também sai na frente quando a rotina diária desse cidadão é atribulada. Com o rádio as pessoas podem ouvir a informação de qualquer local e, a partir dali construir a sua interpretação. 3.2.3 Comunicação, comunidade e cidadania: quando elas se encontram Observa-se que neste capítulo todas as temáticas estão voltadas de maneira direta ou indireta para um desses tópicos: comunicação, comunidade e cidadania. Como se pode notar há um tópico na conceituação do jornalismo público que mostra uma divisão de assuntos relacionados à comunidade, são temas que afetam a sociedade, seja ela sobre política, juventude, criminalidade, segurança pública, educação ou saúde. Por esse objetivo que será conceituado esses temas, por considerá-los parte das experiências e por que não dizer do saber populares. 58 3.2.3.1 Comunicação e comunidade – compartilhando saberes A definição de comunidade, talvez seja, a mais complexa e importante de todas, pois nela se projeta o ato de comunicar, compartilhar com seus membros, transformando e lapidando o cidadão que vivência as experiências de sua “aldeia”. Segundo a autora Raquel Paiva (2003, p.54) o conceito de comunidade “sempre esteve no imaginário social, como proposta de um mundo melhor e mais harmônico”. Atualmente não se pode falar em cidadania sem com ela esteja o ato de falar, de dialogar, é através da comunicação que se conhece o mundo em nossa volta, onde aprende a partilhar com as pessoas próximas. Cada vez mais se discute os espaços fornecidos para o cidadão comum poder se comunicar, entrar em comunhão com sua comunidade e as questões relacionadas a ela e consequentemente a sua vida. Raquel Paiva (2003) expõe que a comunidade então seria uma saída, uma “possibilidade de fazer e reverter o modelo pautado na racionalidade instrumental, formulado pelo Iluminismo, e que redundou na sociedade atual, tecnoburocrática”, de indivíduos atonizados e dispersos. Nesse contexto justifica-se a disposição de reler e reinterpretar as diversas abordagens do conceito de comunidade. Principalmente porque “comunidade” sempre ficou no lugar de algo perdido, como o paraíso, como uma feição extremamente positiva, já que vinculada à comunhão entre os homens e à partilha. Mas essa idealização não produziu efeitos positivos, além de tornar cada vez mais inacessível sua aplicação histórica. (PAIVA, 2003, p.54) Marcelo Oliveira Volpato (2009, p.2) explica que não há como negar que a palavra “”comunidade” evoca a sensações de solidariedade, vida em comum independentemente de época ou região”. Atualmente, seria o lugar ideal onde se almejaria viver, um esconderijo dos perigos da sociedade moderna. Volpato (2009) cita Bauman, onde o autor conceitua a comunidade como algo que “produz uma sensação boa por causa dos significados que a palavra ‘comunidade’ carrega: é a segurança em meio à hostilidade”. O discurso do cotidiano possibilita ao ser comum, compartilhar de interesses e assuntos que pertencem e interessam a todos. Paiva (2003, p.56) diz que os grupos com igual interesse pode se organizar e lutar, podendo “retomar como cidadãos a possibilidade que lhes foi negada, de interferir nas decisões do poder público”, 59 enfatizando que principalmente os grupos que “partilham o mesmo território, como no caso das comunidades de bairro -, possam ter um papel real e uma tarefa nada ilusório em relação ao poder decisório”. Raquel Paiva (2003) ainda explica que uma das definições apresentadas sobre comunidade é a relação de cada ser com o espaço que vive e como se relaciona com seus moradores, tendo sentimento de cooperação, integração e união. […] Quando se fala de comunidade pode-se distinguir duas noções básicas: a primeira referente à psicologia, que descende diretamente do pensamento romântico; a segunda a espacialidade, ligada à preocupação ecológica. O conceito assume configurações bastante diferentes quando se prioriza uma ou outra. A noção psicológica considera comunidade como sendo a qualidade de relação entre indivíduos, que se caracteriza pela presença de sentimentos de solidariedade, identificação, união, altruísmo e integração; para a ecologia, comunidade é simplesmente um conjunto, um grupo, um sistema de indivíduos num lugar determinado, ou seja, a comunidade é o grupo com o seu território. A estas duas noções pode-se somar uma terceira perspectiva, com enfoque sociológico, que tende a avaliar a comunidade como o menor grupo social e o primeiro nível de organização social completo e auto-suficiente. (PAIVA, 2003, p.72) Ferdinand Tönnies apud Marcelo Volpato (2009, p.3) apóia-se nas relações entre mãe e filho, entre esposos e entre irmãos e irmãs que se reconhecem filhos da mesma mãe para explicar um tipo de comunidade. “A existência de processos comunitários estaria ligada, em primeiro lugar, aos laços de sangue; em segundo lugar, à aproximação espacial e, em terceiro lugar, à aproximação espiritual”. Tönnies ainda relaciona comunidade a uma vontade comum, à compreensão, ao direto natural, à língua e à concórdia: “aonde quer que os seres humanos estejam ligados de forma orgânica pela vontade e se afirmem reciprocamente, encontra-se alguma espécie de comunidade” (1995;239), ou seja, a vida em comunidade baseiase em relações sociais. (VOLPATO, 2009, p.3) Raquel Paiva (2003, p.57) explica que aliada as noções de conceituação de uma comunidade, talvez a mais forte identificação de um grupo, seja a linguagem em que cada grupo utiliza para se comunicar e passar suas experiências para as futuras gerações, destacando assim a importância das narrativas dentro de uma 60 comunidade. A comunidade também pode ser religiosa e familiar. Religiosa, porque partilha da mesma crença, vão aos mesmos lugares e tem amigos em comum e, familiar por que é no seio da família que as pessoas que encontram e se reconhecem e, partilham das histórias de seu povo e de seus antepassados. É interessante observar que as duas primeiras noções confluem para o grupo humano fundamental, que é a família, o arquétipo donde derivam tantos os grupamentos de base territorial quanto de requisitos afetivos. Em princípio, a família só pode funcionar quando seus membros estão presentes, se existe contato físico e se vigoram sentimento de amor, altruísmo e cooperação. O contato e a vizinhança são fundamentais para que se exerça a função sexual e educativa, ao passo que o sacrifício e o amor tornam-se básicos para que os membros produtivos repartam o resultado do seu trabalho com dependentes. (PAIVA, 2003, p.72) De acordo com Castells apud Marcelo Volpato (2009,p.6), no mundo atual, as “comunidades são construídas a partir dos interesses e anseios de seus membros, o que faz delas fontes específicas de identidades. Essas identidades podem nascer da intenção em manter o status ou de resistir aos processos dominantes” e às efemeridades do mundo globalizado, ou ainda de buscar a transformação da estrutura social. “Em todas elas existem processos de identidade, objetivos e interesses em comum, bem como a participação em prol desse objetivo e o sentimento de pertença, oriundo da identidade em questão”. A partir da comunidade, cidades vão surgindo e dando espaços para o coletivo, Raquel Paiva (2003, p.96) destaca que a cidade “desenvolve a partir da aldeia, comporta relações de caráter corporativo principalmente a partir das relações de trabalho, marcadas pelo ponto de vista comercial e político”, e as relações com base comunitárias vão perdendo espaço quando a comunidade se distancia das tradições. Apesar de existir a possibilidade de relações calcadas em bases comunitárias, como reconhece Tönnies, na vida urbana diminui o apreço à tradição. Isto porque, parecia com a comunidade – a aldeia e seus órgãos - “a cidade tende a desenvolver-se preferencialmente em corpo econômico dotado de potente energia e dominado pelo individual. (PAIVA, 2003, p.96) Essa vida urbana faz distanciar da comunidade, dando mais importância ao 61 setor econômico e, tornando assim, mais individualista. 3.2.1.2 Comunicação e cidadania – o poder de transformar Marcia Yukiko Matsuuchi Duarte (2009, p.95, 96) pontua que hoje a interação entre cidadania e comunicação está vinculada à discussão sobre o tema da participação política por meio das novas mídias e tecnologias, os debates sobre as potencialidades da comunicação deságuam na questão da cidadania e a questão de quem pode exercê-la. Paulo Freire apud Marcia Duarte (2009) diz que a essência da democracia está para a participação popular, “no poder de decisão ou opção dos cidadãos”. [...] “O Brasil cresceu sem experiência de diálogo. De cabeça baixa, com receio da Coroa. Sem imprensa. Sem relações. Sem escolas. Doente. Sem fala autêntica”. Assim sendo, o mutismo tem sido um dos marcos da vida nacional – “as sociedades a que se nega o diálogo – comunicação – e, em que lugar, se lhes oferecem comunicados resultante de compulsão ou doação, se fazem preponderantemente mudas. O mutismo não é propriamente inexistência de resposta. É a resposta a que falta teor marcadamente crítico” (FREIRE, 1967, P.69). A solução dos problemas comuns à sociedade brasileira passa necessariamente pela participação política e pela vivência comunitária. (DUARTE, Marcia; 2009 p.95, 96) Marcia Duarte (2009) pontua que na Segunda Guerra Mundial, ocorreu a união de “diferentes sistemas políticos sob a bandeira da “defesa da democracia” e, desde então, todos os Estados se dizem democratas, sejam elas tout court ou adjetivadas.4”, Miguel apud Marcia Duarte (2009, p.98) refere-se que atualmente a democracia é considerada uma forma legítima de governo, mas no passado não foi aceita. Para Paulo Freire apud Marcia Duarte (2009) há outras formas de democracia sendo proposta, porém não há consenso sobre elas e nessa discussão não tem espaço para a comunicação, conferindo a comunicação como uma questão política. Outras concepções de democracia continuam sendo propostas, mas não existe um consenso sobre elas. Assim, se não há espaço para a comunicação nas correntes da teoria democrática, é preciso realizar 62 estudos que auxiliem na fundamentação de alternativas teóricas de modo a abarcar a comunicação como parte constitutiva da prática política. Nessa perspectiva, Paulo Freire 5 confere dimensão política ao diálogo, onde a noção de comunicação, 6 que deriva de suas raízes etimológicas: comum, comunhão, comunidade, commnis, está intimamente ligada à idéia de que “a sociedade existe em e por meio da comunicação; e é o quadro de referência comum da sociedade que forma a essência do processo de comunicação” (DEWEY apud DE LIMA, 2001, p.86). (DUARTE, Marcia, 2009, p.98) Freire apud Marcia Duarte (2009, p.98) ainda explica que comunicação não é uma transferência de saber, mas o pensar junto para se chegar um significado, a comunicação é a coparticipação dos Sujeitos no ato de pensar. Cotta apud Marcia Duarte diz que no Brasil os meios de comunicação estão vinculados a discussão dos temas de participação política das novas mídias e, as discussões sobre política está associada a comunicação e a cidadania. O espaço para reivindicações dos movimentos sociais ou dos grupos minoritários passam atualmente pela “Idade Mídia”, termo utilizado por Alexandre Barbalho (2005, p. 35) para designar que os meios de comunicação “deixa de ser mero instrumento da política e impõe sua própria gramática com qual os políticos têm que negociar”. Ora, é a mídia que nos dias de hoje detém o maior poder de dar a voz, de fazer existir socialmente os discursos. Então, ocupá-la tornase a tarefa primordial na política da diferença, dando vazão à luta das minorias no que ela tem de mais radical (sentido de raiz): poder falar e ser ouvida. (BARBALHO, 2005, 36) Muniz Sodré apud Alexandre Barbalho diz que os alemães tem um conceito peculiar sobre o que é maioridade e menoridade, deixando evidente que o ato de falar e o direito de falar é primordial para a construção da cidadania e, consequentemente, a construção de sua identidade. […] Acerca de como os alemães entendem “maioridade” e “minoridade” revelam de forma muito mais contundente essa importância. Em Kant, “maioridade” (Mündigkeit) significa “possibilidade de falar”. O seu oposto, “menoridade” (Unmündigkeit) relaciona-se àquele que não tem voz, que não tem direito à plena 63 fala. A “maioridade” marca a conquista de ser ouvido, ou, em outras palavras, de ser cidadão. Daí que a noção contemporânea de “minoria” implica sua luta para alcançar o poder de falar. (BARBALHO, 2005, p.36) Barbalho (2005, p.37) ressalta que cidadania é antes de tudo, é que a minoria pode ter “acesso democráticos aos meios de comunicação. Só assim ela pode dar visibilidade e viabilizar sua imagem que não seja construída pela maioria”. Freire apud De Lima apud Marcia Duarte (2009) diz que os países periféricos e semiperiféricos tem que lutar para pronunciar suas palavras, o homem que tem voz é um homem Sujeito, livre para fazer suas escolhas. Em síntese, o verdadeiro pensamento-linguagem refere-se à realidade do Sujeito pensante e “é gerado na relação dialética entre o sujeito e sua realidade histórica e cultural concreta”. No caso de as sociedades serem “dependentes” ou “alienadas culturalmente”, Freire afirma que o próprio pensamento-linguagem está alienado porque se encontra dissociado da ação – gerando, assim, as chamadas “palavras falsas”7 e não as “palavras verdadeiras”. Nesse contexto, o grande desafio dos países ditos periféricos e semiperiféricos “SANTOS, 1999, p.289) estaria centrado na “conquista de seu direito à voz, o direito de pronunciar sua palavra”, pois o homem que “tem voz” é “um homem que é sujeito de suas próprias opções, um homem que projeta livremente o seu próprio destino”8 (FREIRE apud DE LIMA, 2001, p.66). (DUARTE, Marcia; 2009, p.99) Marcia Duarte (2009, p.101) pontua que os canais de comunicação estimulam a participação e “colaboram para a manutenção do bom funcionamento do mecanismo da representação, pois são capazes de estimular a participação (em oposição à passividade) dos cidadãos” e solidificar uma cultura democrática”. Para Demo apud Marcia Duarte (2009) o fato da participação dos cidadãos ainda estar vinculado a época de eleições demonstra a falta da participação da sociedade nas questões políticas, considerando que a pobreza é mais uma discriminação política do que escassez de material. No Brasil, apesar dos avanços ocorridos ao longo dos últimos anos quanto à organização e à participação da sociedade civil nos temas 64 políticos, o interesse pela política ainda permanece restrito a períodos específicos como durante as eleições ou discussão de temas de interesse nacional suscitados pela mídia. Para Demo (1995, p.16), esta situação demonstra certa pobreza política por parte da sociedade, ou seja, “a falta de participação, a coerção da conquista da participação, a inconsciência histórica imposta da necessidade de autodeterminação”. De acordo com o autor, a sociedade brasileira ter sido incapaz de conquistar seu espaço próprio e criativo, pois “serve de massa de manobra nas mãos de uma oligarquia tão restrita quanto tacanha” (DEMO, 2000, p.35). A pobreza seria, pois, muito mais uma forma de discriminação política, com base na produção e manutenção da ignorância, do que um fenômeno de carência material. (DUARTE, Marcia; 2009, p.101) Para Peruzzo apud Marcia Duarte (2009) os movimentos coletivos que ocorreram no Brasil não foram cronológicos e lineares, mas estiveram ligados entre si em determinados períodos. Esses movimentos foram importantes para a construção da cidadania e da democracia, estando relacionados à mobilização, organização, articulação e as parcerias. [...] Para cada período, certas iniciativas ganharam destaque, a saber: (a) mobilização – fase das grandes manifestações, quando a população passou a mobilizar-se a ocupar espaços públicos (ruas, praças etc.) para opor-se, denunciar e reivindicar, tendo como exemplo o apoio ao movimento grevista dos metalúrgicos do ABCD paulista, na década de 70; (b) organização – período marcado pelo fortalecimento interno dos próprios movimentos, com institucionalização das entidades, criação de estatutos, especialização de seus membros etc.; (c) articulação – nessa terceira fase, já no final da década de 80, inicia-se um processo de somatório de forças que transformou as pequenas organizações em instituições mais abrangentes, de âmbito nacional; (d) parcerias – quarto momento, caracterizado pela busca de soluções concretas para os problemas sociais e a conseqüente realização de parcerias entre as organizações sociais e os órgãos públicos nas esferas municipal, estadual e federal, e as empresas privadas, e as organizações não governamentais (ONGs) etc. Este último período é marcado, especialmente, pelo fortalecimento dos conselhos populares, pelo pluralismo, pela solidariedade, tendo como exemplo mais notório o movimento da Ação da Cidadania contra Fome e a Miséria e pela Vida. (DUARTE, Marcia; 2009, p.102) Para Rubim apud Marcia Duarte (2009, p.105) entende que é preciso tratar de cidadania como um direito planetário “(em espaços globais) e o direito à cidadania midiática (espaços eletrônicos) – melhor entendida como o acesso, a circulação e a 65 habitação de espaço público”. Para Adriana Stuart (2009) os direitos assegurados aos brasileiros deixam a mercê quando os direitos dos cidadãos são violados, não sabendo a onde recorrer quando isso acontece. O arcabouço legislativo brasileiro, ao mesmo tempo em que assegura evoluídos direitos em diplomas modernos e de longo alcance humano (como aqueles inseridos no Estatuto da Criança e do adolescente),2 isola o brasileiro, deixando-o à mercê sobre como, onde e de que modo agir face a possíveis violações a esses direitos fundamentais tidos como basilares para o exercício de sua dignidade e cidadania. (STUART, 2009, p.116) A autora Adriana Stuart (2009, p.117) explica que o mandamento da cidadania é que a informação pertença a todos e, que o Estado possa fornecer mecanismo para auxiliar o cidadão se desenvolver. “A regra geral, mandamento da cidadania, é a informação pertencer a todos, pois é bem vital da sociedade, sendo o cidadão o autentico titular do direito de informação.” Stuart ainda menciona que há os chamados remédios constitucionais para garantir os direitos individuais e coletivos dos cidadãos. Como elemento garantidores há os chamados remédios constitucionais, que são os meios colocados à disposição dos cidadãos para evitar (ou tentar evitar) atos abusivos e prejudiciais aos direitos individuais e/ou coletivo; Mandado de informação de Injunção e Ação Popular). Diante do tema proposto – exercício do direito de informação - um instituto merece ser destacado considerado a sua correta adequação, que é o Habeas Data.17 (STUART, 2009, p.123) Esses remédios constitucionais são considerados para a autora uma forma de evitar atos abusivos. 3.3 Definição de Gênero Utilitário Caio César Mota Magalhães (2010) diz que os estudos sobre os gêneros 66 jornalísticos no Brasil, iniciaram na década de 1960, sendo Luiz Beltrão um dos precursores no estudo sobre o tema. No Brasil, os estudos sobre os gêneros jornalísticos iniciaram com Luiz Beltrão na década de 60. O estudo de Beltrão está dividido em três livros, cada um com a sua especificidade: a Imprensa Informativa (1969), Jornalismo Interpretativo (1976) e Jornalismo Opinativo (1980). Inicialmente, este compreendeu que o jornalismo é constituído de apenas três categorias: informativa (notícia, reportagem, história de interesse humano e informação pela imagem), interpretativa (reportagem em profundidade) e opinativa (editorial, artigo, crônica, opinião ilustrada e opinião do leitor). (MAGALHÃES, Caio; RIOS, José, 2010, p.05) Beltrão considerava até então apenas três formatos de gênero jornalístico, o gênero informativo, interpretativo e o opinativo. Porém, Marques de Melo considerava apenas duas o gênero informativo e o opinativo. Magalhães e Rios (2010, p.05) dizem que há uma discordância sobre a essa divisão, em A Opinião no Jornalismo Brasileiro, Marques de Melo (1985) reduz as três categorias propostas por Beltrão para apenas duas: “jornalismo informativo, constituído por nota, notícia, reportagem e entrevista”, e “jornalismo opinativo, ou seja, tudo o que perpassasse o universo do editorial, comentário, artigo, resenha, coluna, crônica, caricatura e carta”. Nesta divisão Marques de Melo não havia considerado o gênero interpretativo e o gênero utilitário, sendo acrescentado apenas em 2007 após uma revisão apresentada em um curso de pós-graduação. Marques de Melo apud Tyciane Vaz (2008) menciona que o jornalismo utilitário, surge em um momento onde os cidadãos – consumidores, termo utilizado por ele, precisam de informações para tomar decisões do dia-a-dia. Esta pesquisa foca no Gênero Utilitário, segundo a proposta de Marques de Melo (2007). Para este autor, o Gênero Utilitário tem marco no final do século XX, sua legitimação se dá com mais vigor nas sociedades povoadas pelos cidadãos-consumidores. Afirma ainda que esse gênero jornalístico surge no limiar da sociedade da informação, cujo funcionamento repousa na tomada de decisões rápidas no mundo financeiro, projetando-se também na vida cotidiana. (VAZ, 2008, p.05) 67 Marques de Melo apud Tyciane Vaz (2008, p.05) ainda diz que o termo utilitário “também gênero operacional ou jornalismo de serviço, tem como uma das características principais a atualidade, porém, sem o fator novidade”. Vaz cita a classificação que Marques se refere ao gênero utilitário. Sendo o formato indicador, cotação, roteiro e serviço. O formato indicador é considerado, “os dados fundamentais para a tomada de decisões cotidianas (cenários econômicos, metereologia, necrologia)”. O formato cotação refere-se aos “dados sobre a variação dos mercados: monetários, industriais, agrícolas, terciários”. Roteiros são “dados indispensáveis ao consumo de bens simbólicos”. Serviços são “informações destinadas a proteger os interesses dos usuários dos serviços públicos, bem como dos consumidores de produtos industriais ou de serviços privados”. Tyciane Vaz (2008, p.05) cita que Luiz Beltrão em 1969 identificou o Jornalismo Utilitário nos jornais impresso, como avisos diversos” (plantão de farmácias, perdidos e achados, pauta de pagamentos, cotações de câmbio, convites para reuniões de entidades diversas”); informações úteis “(telefones de urgência, horário de transporte coletivo, conselhos de saúde, relações de endereços etc”); e cartaz do dia “(programas das casas de espetáculos – cinemas, teatros, exposições, conferências, comícios, festas)”. Marcelo Leite apud Vaz (2008, p.06) afirma que as publicações estão investindo no chamado jornalismo de serviço, criando vinculo de confiança com seu leitor. 3.3.1 Jornalismo Utilitário: A serviço da população? O jornalismo utilitário tem como premissa a informação para solucionar questões momentâneas, informações que podem fazer com as pessoas tomem uma atitude imediata. Esse tipo de informação foi veiculado pela primeira vez em 1959, no programa radiofônico denominado de Jornal do Brasil, conhecido com JB, com nota de achados e perdidos. Atualmente podemos encontrar esse conceito de jornalismo não só no rádio, mas também em jornais impressos, esses são os veículos que mais usufruem dessa forma de levar informação para o seu público. Tyciane Vaz (2009) diz que uma das características desse gênero é “ser útil ao receptor com informações que ele utilizará de imediato ou em outro momento”. O cidadão poderá assim, tomar decisões que influencia em seu dia-a-dia. 68 Nesta era em que há muita informação e que o cidadão está cercado por variadas opções, ele precisa fazer escolhas a cada momento, necessitando cada vez mais de orientações e guias. Correspondendo a essa demanda, os meios de comunicação de massa utilizam-se do jornalismo para prestar serviços de utilidade pública, muitas vezes, sobre assuntos e temas que fazem parte do cotidiano dos cidadãos. (VAZ, 2009, p. 2) Oliveira (1999, pp. 48, 49) explica que uma das críticas sobre o Jornalismo Utilitário é fato de utilizar uma linguagem comercial, próxima da linguagem publicitária e com “ideais do mercado, levando ao máximo a ótica do consumo”; outro ponto criticado é por ter informações descartáveis que só serve para determinado momento. Caio César Mota Magalhães e José Riversom Araújo Cysne Rios (2010, p.06) diz que a origem da palavra serviço vem do latim, que significa escravidão, além do ato de servir, o que levaria a uma informação que orienta e garante ao receptor a possibilidade de ação e reação e, a obtenção e prestação de informação. Klôckner e Bragança apud Magalhães e Rios (2010) explicam que o jornalismo utilitário oferece ao expectador informação útil que tem como pretensão auxiliar o cidadão e oferecer respostas e orientação mediata e imediata. Chaparro apud Magalhães e Rios (2010) pontuam que em uma sociedade que necessita cada vez mais de informação imediata, o cidadão elege jornalismo como defensor de seus direitos e se utiliza dessa atividade para cobrar serviços e informações que fazem parte do seu dia-a-dia. É a partir dessa necessidade que o jornalismo utilitário entra para levar informação que auxilia o cidadão com informações úteis ao seu cotidiano. De acordo com a pesquisadora Suely Grissanti apud Alzira Alves de Abreu (2003) algumas pessoas recorrem aos jornais porque não conseguiram atendimento aos serviços do consumidor, essas pessoas são denominadas por ela como “cidadão-consumidor”, sendo a maioria de classe média. É importante assinalar que esses espaços atendem prioritariamente a reclamações do cidadão-consumidor de nível médio, tanto de instrução quanto de renda. De acordo com a pesquisa de Suely Grissanti (2001), as reclamações recebidas pelos jornais por ela analisados, para o estado de São Paulo, se concentram em consumo e serviços. Alguns jornais, como O Estado de S. Paulo, mantêm também seções semanais para esclarecer dúvidas e orientar os beneficiários da Previdência Social. A pesquisa de Grissanti mostra que os leitores foram levados a buscar a ajuda dos jornais, por 69 estarem cansados de esperar soluções dos serviços de atendimento ao consumidor das empresas sem conseguir sequer ser ouvidos. (ABREU, 2003, p.07) Magalhães e Rios (2010, p.06) explicam que o jornalismo de serviço funciona através de pautas que orientam a população no cotidiano, podem ser através de uma reportagem sobre vacinação, preços de produtos, reclamações de buracos na rua, saneamento básico, entre outras ações que afeta a vida das pessoas. Um dos pontos debatido sobre o tema, é o que Magalhães e Rios (2010, p.07) apontam que apesar que as informações de serviço ajudam a população, o jornalismo de serviço falha no quesito de apenas “servir” e não levando os temas que afetam a comunidade para um debate que leva aos verdadeiros causadores dos dramas vividos pela a localidade. Bernades apud Magalhães e Rios (2010, p.07) cita que os ouvintes, leitores ou telespectadores acabam expondo o seu problema aos meios de comunicação, antes mesmo de acionar os órgãos competentes, demonstrando uma distorção da prestação de serviços, dessa forma transferindo poder aos veículos de comunicação que utilizam erroneamente o termo de “prestação de serviço” para a prática do assistencialismo. Sobre esse ponto Alzira de Abreu (2007) explana que atualmente o jornalismo de utilidade pública tenta repassar os problemas mencionados para o cidadão resolver, assim não caracterizando como assistencialismo. [...] A preocupação com os direitos do consumidor - que constituem uma parte do conjunto de direitos e deveres que formam o cidadão significa, para os proprietários dos órgãos de comunicação, um meio de ganhar leitores e ampliar a audiência do rádio e televisão. Essa atitude de dar maior espaço para a cobertura dos direitos do consumidor é um indício claro de que o jornalismo tem uma face voltada para o cidadão. (ABREU, 2003, p.07) Bernades apud Magalhães e Rios (2010, p.07) acrescenta que além da imprensa fiscalizar a atuação dos poderes Legislativo, Executivo ou Judiciário acaba resolvendo os problemas que os órgãos públicos deveriam revolver favorecendo assim ao assistencialismo e assumindo um discurso populista. 70 O assistencialismo presente nos discursos populistas e que se manifesta através de diversas formas de auxílio e caridade é uma constante no imaginário do jornalismo associado à defesa da sociedade. Por causa dele, os jornais assumem a função estratégica de alternativa ao Poder Público na resolução de problemas para grandes parcelas da população. (MAGALHÃES, Caio, 2010, p.07) Grissanri apud Alzira de Abreu (2003, p.08) mostra a preocupação da mídia em utilizar queixas individuais em causa coletivas, a exemplo disso, são as novelas que estão usando o chamado “merchandising social” para tratar assuntos de prevenção sobre os problemas como ecologia e prevenção de doenças sem mostrar o acesso à justiça. 71 CAPÍTULO IV ANÁLISE E CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA VALE TUDO Este capítulo abordará a Rádio Planalto, compreendendo como um veículo de comunicação inserido no contexto histórico do município, facilitando assim, o entendimento do objeto de estudo em questão. Além disso, tem como principal objetivo compreender o funcionamento e a descrição do programa Vale Tudo desde o seu surgimento, o horário que se inicia à participação do ouvinte, os assuntos comentados e o perfil dos apresentadores. Neste capítulo também será apresentado à análise do programa, tendo como referência os programas gravados dos dias 17 de abril de 2012 a 23 de abril de 2012. Com esses dados será possível identificar quais os aspectos dos jornalismos o Vale Tudo mais se adéqua. Pode ser que o programa apresente apenas um aspecto, assim como pode apresentar duas ou até as três características dos jornalismos conceituados. 4.1 Rádio Planalto AM A história do município de Vilhena inicia por volta de 1910 quando o tenentecoronel, Cândido Mariano da Silva Rondon, construiu nos campos do Planalto dos Parecis, um posto telegráfico, ligando Cuiabá a Porto Velho fazendo assim, surgir vilas ao redor. Ovídio Amélio de Oliveira (2003, p.29) explica que “nesse período, além da instalação dos fios, foram construídos diversos postos telegráficos, entre eles o de Vilhena, Pimenta Bueno, Afonso Pena (atual Ji-Paraná), Ariquemes e Santo Antônio”. O nome Vilhena foi uma homenagem ao engenheiro maranhense chefe da Organização Telegráfica Pública, Álvaro Coutinho de Melo Vilhena. Construída à margem da BR 364, sua colonização foi intensificada na década de 1960, com os projetos de colonização do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), atraindo diversos colonos não só para cidade, mas também para região. O crescimento do município se deu com alguns projetos do IBRA e do INCRA que distribuíram terras para incentivar a vinda e a fixação das pessoas na região. No 72 site da Prefeitura de Vilhena no link Nossa Cidade explica que no ano de 1964, ocorreu através do IBRA (Instituto Brasileiro de Reforma Agrária), e depois do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) a distribuição de terras da União aos colonos dispostos a adquirir os terrenos e se fixarem na Região. “Este fator atraiu migrantes de todos os quadrantes do País. Nesta ocasião, que chegavam as primeiras cabeças de gado (80 rezes)”. A extração de madeira foi um dos setores que impulsionaram o crescimento de Vilhena, atraindo madeireiros principalmente da região sudeste. Atualmente essa atividade caiu em declínio, destacando assim, o cultivo de soja e a agroindústria. Atualmente essas atividades vêm aumentando juntamente com de prestação de serviços. É neste contexto histórico que surge a Rádio Planalto levando há 20 anos o entretenimento, a música e o jornalismo para o município. Em 19 de setembro de 1990 no município de Vilhena é fundada a Rádio Planalto que tem como características o radiojornalismo, os programas musicais e o entretenimento. Tendo como sócios Danise Rosane Cassol e Ivo Junior Cassol e, como gerente Carlos Godinho de Souza, a Rádio Planalto está há mais de vinte anos atuando no município, com quatro filiais em Rondônia, sendo uma no município de Presidente Médice, Novo Horizonte, Ji-Paraná, Jaru e Vilhena. A programação da Rádio Planalto inicia-se as 5 (cinco) horas da manhã e encerra às 23 horas. São mais de 19 (dezenove) horas de programação ininterrupta, contando com as publicidades que segundo Carlos Godinho, diretor da Rádio Planalto, as publicidades consumem 25% da programação da emissora. A Rádio Planalto também conhecida como Plan tem atualmente dez programas diários, de segunda-feira à sexta-feira. No sábado e no domingo a programação é diferenciada, havendo horários locados para programas independentes. Atualmente a grade da emissora conta com os seguintes programas: PROGRAMAÇÃO DA RÁDIO PLANALTO Segunda à sexta-feira Sábado Domingo Mistura Sertaneja Programação musical ABC Sertanejo Das 5h às 7 h Das 5h às 6h Das 5h às 7h Realidade Bom dia com Maria Luz Divina Das 7h às 8h Das 6h às 7h Das 7h às 8h Astro e Dicas Jesus te ama Cristo é a resposta Das 8h às 11h30 Das 7h às 8h Das 8h às 9h Vale Tudo As mais mais Forró Mania 73 Das 11h30 às 13h30 Locomotiva Das 13hs30 às 15hs Trânsito Sertanejo Das 15h às 17h ABC Sertanejo Das 17h às 19h Voz do Brasil Das 19h às 20h Gospel Plan Das 20h às 21h Ligação Nacional Das 21h às 23h30 Das 8h às 10h Panelão da Plan Das 10hs às 12hs Integração musical Das 12h às 13h Programação musical Das 13h às 14h Locomotiva Das 14h às 17h Alô Planalto Das 17h às 20h Programação musical Das 20h às 23h30 Das 9h às 10h30 Rodeio Criolo Das 10hs30 às 12hs30 Programação musical Das 12h30 às 15h Futebol na Plan Das 15h às 19h Santa Missa Das 19h às 20h Programação musical Das 20h às 23h30 A equipe de funcionários está na emissora mais de 10 (dez) anos, é uma equipe sólida, como mencionou Carlos Godinho que ainda enfatizou que as mudanças de programação são realizadas em busca de melhoria, mas em geral tem o mesmo formato, iniciando sua programação diária com música sertaneja. [...] a grade foi montada de acordo com termos técnicos, mas sem ouvir a população. E por incrível que pareça foi bem aceita a grade, até porque ela vem há muitos anos nesse sentido, começa pela manhã com programa sertanejo, como é em quase todo o Brasil [...] Logo em seguida vem o jornalismo de uma hora, em seguida volta o musical novamente até o meio-dia. De meio-dia as duas entra o jornalismo; das duas até as dezoito horas, dezenove horas mais musical. É o sistema que funciona no país inteiro [...] é mais ou menos assim que funciona na questão do rádio. (GODINHO, 2011) Nunca houve pesquisa para construção da grade de programação, desde o início a formula é a mesma, música, entretenimento e jornalismo. As buscas de informação são realizadas por funcionários independentes de suas funções na empresa, mas todas as informações são checadas, como disse Carlos Godinho que explicou que os radialistas chegam mais cedo para filtrarem as informações antes de ir ao ar. A emissora também aluga horários para programas independentes, a maioria é para igrejas, tanto para igreja Católica como para igrejas evangélicas. Godinho mencionou que tem um ou dois programas locados para o final de semana, mas 74 durante a semana a grade de programação é toda da emissora. Godinho explica ainda que informações sobre ações sociais sempre são divulgados no programa, abrindo espaços para os responsáveis das ações sociais divulgarem as ações ou direitos que o cidadão tem. Godinho também explicou que a maior parte das pessoas que buscam ou ligam para a rádio são pessoas de baixa renda, porque eles se acham excluídos e acreditam que o radialista pode resolver o seus problemas. Eu acho que é devido à dificuldade de informação, até mesmo por se sentir um pouco discriminado, eles acham que o rádio tem mais facilidade para que possam estar reivindicando os seus direitos. Às vezes a gente nem consegue resolver as questões que eles buscam, mas eles preferem buscar o rádio por achar um meio mais fácil para estar reivindicando. (GODINHO, 2011) O diretor da Rádio Planalto pontua que a maioria dos assuntos tratados nos programas jornalísticos é de cunho político. “Na verdade hoje em dia se trabalha mais com a questão de política, a maioria das reclamações querendo ou não [...] no final resolve na questão política”. Em média 35% é matéria policial, o restante é meio misturado, questão política e outros assuntos que na verdade roda roda e acaba chegando na política, por que não tem por onde. Você fala da prefeitura, fala do governo, você fala do país, tudo que você fala no fim no fim você vai ver tem alguma coisa de política no meio, não tem como você fugir disso. (GODINHO, 2011) Em meios a tradição e a modernidade desde 2001 a Rádio Planalto também tem uma página on-line devido à necessidade de informatizar-se, fazendo com que as pessoas que moram longe se sentem próxima da terra natal, de suas famílias e, assim a emissora também consegue mais visibilidade. [...] A questão da informatização abrange quase setenta, oitenta por cento da população, então é muito mais fácil para você ter o ouvinte que está trabalhando no seu escritório ouvindo a rádio através do computador do que ele ter além do computador um rádio do lado para estar ouvindo. Então pela internet ele faz o trabalho dele e já 75 está ouvindo. É uma comodidade para o ouvinte, além do mais as rádios pequenas de pouco alcance, ela consegue alcançar o mundo inteiro através da internet. Você pode ter ouvinte nos Estados Unidos, na Alemanha, Espanha, na Argentina sendo uma rádio local de Vilhena. Como a gente tem vários ouvintes fora do país, gente que morou em Rondônia que morou em Vilhena, hoje se sente bem ouvindo a rádio, se comunica com a gente através do mural de recado da nossa página da internet, mandando recado para familiares dizendo que está bem que está com saudade da cidade. Ouve a rádio para estar lembrando a origem dela, então é muito gratificante isso. (GODINHO, 2011) O site da rádio além de aproximar pessoas, ele também tem um espaço chamado de mural de recado onde os ouvintes podem deixar sugestões, comentários e recados para os familiares e para os apresentadores dos programas. 4.2 Caracterização do objeto de pesquisa: Programa Vale Tudo O programa Vale Tudo iniciou em 1994, com o radialista Paulo Figueiredo. Antes de ter a formação atual passaram pelo programa outros profissionais, como o Renato Torres, Márcio Lopes e o radialista conhecido pelo apelido de Cobra. Segundo Saturnino de Oliveira o objetivo do então diretor da época, Nomário Leite, era fazer um programa polêmico, mas que todos tivessem o direto de participar e falar o que quisesse. “Não tinha aquela coisa de um perfil, era para abranger todas as camadas, todas as classes independente se as pessoas iam gostar ou não, essa era a ideia do programa”. Saturnino de Oliveira também expõe que o programa tem uma única característica, “ele é uma programa que tudo nele é aceito, é claro dentro de certo parâmetro. Então ele foi criado nesse estilo de reclamação, elogio e crítica”. A programação do Vale Tudo é ao vivo, tem duas horas de duração iniciando às 12h e finalizando às 14h, de segunda à sexta-feira. A participação do ouvinte é uma das suas características onde as pessoas podem entrar ao vivo tanto para fazer suas solicitações como para fazer comentários sobre os assuntos abordados pelos radialistas ou pelos outros ouvintes. As entrevistas também são marcantes no programa. O ouvinte pode participar do programa de diversas formas: pelo telefone, ligando para participar ao vivo ou deixando o seu recado para ser transmitido na 76 página do site da rádio, denominado de mural de recados, ou pelo SMS, onde um número é disponível para os ouvintes mandarem sua mensagem a cerca de assuntos ou comentários de seu interesse. Roberto Di Jorge (2012) explicou que disponibilizou o seu número de celular para os espectadores poderem enviar mensagens quanto para sugestões de assuntos como para comentar um fato que está sendo divulgado, logo que o celular começou a surgir no mercado com a opção da mensagem de texto. “Pintou aquela luz, “participa pela mensagem também”, não é só para mandar recadinho pro namorado, para a namorada, para a família que está em casa, para mensagem de natal, é para assuntos sérios também do dia-a-dia”. O primeiro bloco do Vale Tudo começa com esporte, com o radialista Roberto Di Jorge. No segundo bloco entra o locutor Saturnino de Oliveira noticiando as ocorrências policiais e ajudando Roberto Di Jorge na apresentação do programa até o seu término. De acordo com Roberto de Di Jorge (2012) o primeiro bloco começa com o esporte por uma estratégia utilizada por dois motivos: primeiro por ter ouvintes que não se identifica ou não gosta de esporte e é horário que as pessoas estão saindo do trabalho para chegar em casa. “Então a gente fez um cálculo que nesse horário do esporte o ouvinte já chegou em casa, está pronto para o almoço, daí tá todo mundo ligado no rádio, daí sim começa com as notícias principais do programa”. Segundo Saturnino de Oliveira (2012), a participação do público é um diferencial para o programa, para uma cidade de interior esse estilo de jornalismo com uma linguagem mais simples “acaba caindo na graça do público do que aquele jornalismo padrão”. Roberto Di Jorge aponta que para participar ao vivo do programa não há nenhuma filtragem, apenas uma orientação. Não há nenhuma filtragem, apenas uma orientação que o pessoal de apoio dá para o ouvinte participar; em questão de não ofender ninguém, ofensas pessoais, se atentar a participação em cima de problemas, de situações e, em época de eleições agora é meio problemático, a gente sempre orienta para não ajudar e não atrapalhar qualquer candidato que seja, para não dar nenhuma interferência na disputa eleitoral que tem em ano de eleição. (DI JORGE, Roberto, 2012) Roberto Di Jorge (2012) esclarece que a conversa do ouvinte com a 77 atendente da emissora não é gravada, só é gravado a partir do momento que o ouvinte entra no ar, o que fica registrado é a hora que ligou e o número de telefone. Di Jorge diz que na legislação a responsabilidade é do cidadão, o que ele fala se torna público. “A partir do momento que você identifica ele, sabe quem é ou dá onde ele ligou, pelo menos o cidadão passa a ser responsável e responsabilizado”. Di Jorge ainda esclarece que menor de idade não participa do programa, ao não ser se for para passar um recado. Saturnino de Oliveira (2012) menciona que as pessoas mais simples tem medo de fazer alguma solicitação ou reclamação junto às autoridades, vendo no programa uma alternativa de ter sua reivindicação sendo atendida. Saturnino de Oliveira pontua que o ouvinte sente segurança ao falar no rádio. “É claro, existe um respeito por parte das autoridades, quando a gente chega eles procuram te atender mais rapidamente do que fosse um cidadão comum”. Oliveira reforça que os ouvintes pensam da seguinte forma: “lá no rádio eu posso xingar, brigar e não vai acontecer nada comigo até porque os apresentadores vão segurar a peteca”. Outra questão em relação à participação do ouvinte é o fato de algumas pessoas ligarem primeiramente para o programa, antes mesmo de ligar ou ir até ao órgão que está tendo problema para pedir esclarecimento sobre o posicionamento da empresa. Tem muito, em questão quando falta água, energia, questão de saúde, às vezes em vez dele ligar lá no órgão para explicar o que está acontecendo ele já liga aqui já descendo a lenha. É um erro que ele está cometendo mais por falta de conhecimento ele acaba usando o rádio, a gente até pergunta: “você já ligou no local? Ah, não”, “mas liga lá primeiro”. Claro o pessoal já está ouvindo e já vai tomar providência, mas é aquela coisa, é cultura de brasileiro mesmo, ele acha que é melhor ligar aqui e descer a lenha do que ligar no órgão primeiro para saber o que está acontecendo. Eu vejo assim, primeiro você liga no órgão que está tendo problema para passar primeiro as informações, às vezes eles não estão sabendo. É claro se eles não tomarem providência dentro de um determinado prazo, talvez caiba a você de fazer até uma segunda ligação ou procurar pela segunda vez, se não tomaram providências, aí vamos procurar outros meios, pode ser rádio, a justiça enfim, isso seria o procedimento correto, mas para essas pessoas que não tem conhecimento acham melhor ligar no rádio e já reclamar de vez. (OLIVEIRA, Saturnino, 2012) Oliveira explica que sempre que possível orienta ao público a forma correta 78 para reivindicar os seus direitos. Em relação as elaboração de pautas para serem seguidas durante a programação não há reunião para sugerir assuntos para serem abordados no programa. Segundo Roberto Di Jorge, todos os responsáveis pela produção do programa procuram trazer os assuntos de sua área para ser transmitido no Vale Tudo. A gente vive num mundo globalizado, então de seguinte forma, tu saí na rua no dia-a-dia, você vê o povo comentando, discutindo, tu aborda no meio-dia no Vale Tudo. A gente busca os jornais de circulação, o que os jornais estão trazendo de destaque de matéria, a gente aborda também. Os sites de notícias que hoje em dia é notícia toda hora, todo o instante... também os assuntos que são abordados na imprensa no modo geral, a gente trás para rádio ao meio dia. (DI JORGE, Roberto, 2012) Em referência às pautas abordadas no programa e as entrevistas, Saturnino de Oliveira (2012) menciona que as pautas são construídas diariamente, porém nem sempre conseguem colocá-las em prática, devido o programa ser muito dinâmico e “vale qualquer coisa” e sempre os ouvintes surgem com novas informações ou assuntos que acabam mudando o direcionamento das pautas planejadas para o dia. Roberto Di Jorge diz que embora não haja uma pauta pré-definida do que vai ser o programa, os radialistas dificilmente conseguem “fazer o programa em cima daquilo que já está planejado. Programa ao vivo tem essa característica”. O radialista ainda expõe que as entrevistas são marcadas antecipadamente, onde qualquer pessoa pode estar solicitando para participar, desde que o assunto seja coerente. Di Jorge se refere que o programa não tem um formato único, “ele se adapta de acordo com a realidade, com a participação do ouvinte, o assunto do dia e do momento”. O radialista reforça que o programa é bem maleável se o “assunto é política no dia, o assunto que será abordado será política. Muita ocorrência policial, o programa vai e foca nas ocorrências policiais. É esporte, vai para o esporte”. Para Saturnino de Oliveira (2012) o programa o qual apresenta não tem apenas uma característica, desde o seu surgimento a ideia era para ser um programa para abranger todas as camadas sem ter perfil definido. Segundo Saturnino de Oliveira o tema mais comentado no programa é o assunto sobre saúde, esclarecendo que pelo fato do município atender toda a região e “por mais que a saúde de Vilhena esteja preparada para atender a demanda ela vai ficar ineficaz por que é um volume muito grande de pessoas que vem procurar atendimento aqui, até 79 pela qualidade e aí o hospital não comporta”. O radialista ainda explica que por isso “o pessoal estará sempre reclamando, estará insatisfeito com o atendimento”, por mais que saiba que há falha lá dentro. No programa Vale Tudo há um quadro denominado de Radiorrepórter onde Isach Laurentino, responsável pelo quadro busca matérias, principalmente as matérias policiais para ser transmitidas ao vivo. De acordo com Laurentino ele busca matérias quentes, busca dentro dos boletins de ocorrência matérias que ninguém teve acesso, uma matéria de repercussão. Para ele o público já espera ouvir notícias quentes desde o momento que toca a vinheta do quadro. O repórter Isach Laurentino não tem um horário fixo para entrar com os flashes ao vivo, podendo entrar com as informações a qualquer momento da transmissão do programa, desde que tenha uma situação inédita para transmitir aos ouvintes. Eu não posso entrar como rádio repórter colocando uma notícia fria, um fato que não é mais novidade na sociedade [...] É quando entra aquela parte que eu disse no início da entrevista, você tem que ter um pouco de sorte também. Às vezes eu estou chegando da delegacia ou saindo e vejo uma viatura, vai chegando algumas pessoas, eu já procuro “Opa, se vai chegando na delegacia pra rezar não é”. Então eu procuro ficar sondando, não chego de uma vez, de repente até a pessoa procura, “você é o repórter!? Eu queria falar sobre isso, está acontecendo isso, como é que eu faço!?” Daí eu entro, me envolvo e acabo criando uma matéria. Então você tem que estar muito atento na seleção de tua matéria e a seleção dos boletins é isso, uma matéria que ainda não foi publicada, esses são os critérios que eu uso. Na verdade quanto mais repercussão ela tiver, melhor é a matéria. (LAURENTINO, Isach, 2012) O repórter Isach Laurentino considera uma matéria de repercussão uma notícia sobre uma tentativa de homicídio, assalto, latrocínio, tráfico de drogas, ou seja, uma matéria que desperte a atenção do ouvinte, que há repercussão. Laurentino explana que roubo de bicicleta e acidentes não é uma notícia de repercussão apesar de ser uma notícia que deve ser divulgada. Para ele roubos de bicicletas acontecem todos os dias e acidentes são em torno de oito por dia, é fato que se tornou comum. 80 Uma boca de fumo hoje, quase não está se tornando uma matéria de repercussão, até as próprias leis já não estão deixando de se preocuparem com as bocas de fumo, não tem como você fechar todas as bocas de fumo. No ano passado eu fiz uma matéria, eu demorei para fazer, mas em Vilhena nós tínhamos mais de trezentas bocas de fumo, a maioria delas eram entre o Cristo Rei e o Setor 17, só ali tinha mais de 150 bocas de fumo. Quer dizer é matéria de repercussão!? Não é mais matéria de repercussão. O tráfico de drogas em si, sim, mas o comércio de drogas não se torna mais uma matéria de repercussão. O tráfico é um, o comércio é outro e o uso da droga é outro, são situações diferentes. A partir do novo código penal, o próprio porte de droga não vai ser mais crime, então são situações que vão deixando de ser repercussão. Antigamente quando pegava alguém fumando droga era um absurdo na cidade. Hoje fumar droga já não é uma preocupação; vender droga já está quase se despreocupando. Daqui um tempo tráfico de droga já não vai ser crime, mas para mim é uma matéria de repercussão. (LAURENTINO, Isach, 2012) Laurentino expõe que o espectador não gosta de fatos de repercussão, fatos sangrentos, mas gosta de ouvir, explica que é uma questão natural do ser humano gostar de assuntos que impacta. “Quanto pior melhor para ouvir, mas se acontecer na rua dele, ele é o primeiro a correr para o rádio ou para o veículo de comunicação”. Em relação à maneira de como irá transmitir a notícia Laurentino demonstra ter cuidado para não fazer comentários sobre os assuntos, que a intenção dele enquanto radiorrepórter é apenas de noticiar, de informar o público àquilo que está acontecendo. Então eu procuro evitar os comentários, eu coloco, por exemplo, que “aqui na Avenida Major Amarante esquina com a Marques Henrique que o veículo gol placa tal, cor tal se envolveu com a motocicleta placa tal, modelo tal e o condutor da motocicleta fulano de tal foi conduzido até o Hospital Regional para cuidados médicos. Aqui no local as informações que a gente tem é que houve escoriações ou que houve fraturas”. O fato que é verdade, que eu tenho certeza por que eu vi e fotografei, para depois não dizerem que eu não estava no local. (LAURENTINO, Isach, 2012) Algumas pessoas que se envolvem em acidentes não querem que o fato seja divulgado para não se expor, porém Laurentino explica que a partir do momento que 81 a pessoa se envolve em um acidente ou em um episódio que pode ser divulgado, mesmo que o envolvido ou a envolvida não queira que o fato seja veiculado pela imprensa, o fato já se torna notícia. “Não tem como não divulgar essa informação para público. O que se pode fazer é não citar o nome do envolvido, mas o fato tem que ser noticiado”. Mas a forma que eu vou passar essa matéria é que vai agradar ou desagradar os envolvidos. Na maioria dos acidentes, a imprensa não todas, acabam enfeitando muito a matéria e no enfeitar acaba ele se envolvendo na matéria e acaba prejudicando uma das partes. Por isso que ninguém quer que divulgue o nome com medo do sensacionalismo da matéria, não da matéria em si, até depois ele quer saber como foi o acidente, às vezes nem ele mesmo sabe como aconteceu. É através da imprensa, da mídia que ele vai saber. Mas se você criou um sensacionalismo dentro daquela matéria aí ele vai ficar descontente, aí sim ele começa ter mágoa, começa a correr atrás dos direitos. Mas se você fizer a notícia seca em si, divulgar o fato em si, para ele também é interessante. (LAURENTINO, Isach, 2012) Para transmitir os fatos com mais agilidade Laurentino utiliza dois sistemas de transmissão. Um é pelo microfone com o link móvel que é ligado no estúdio e, outro no carro móvel da emissora, quando ele chega ao local do fato ele liga o microfone, onde recebe sinal que permite entrar no ar. O outro método é mais simples, é por um celular que entra em contato com os apresentadores do programa, mas neste sistema também precisa de um sinal com a rádio para liberar. Esses sistemas utilizados pela rádio facilita a rapidez com que o fato vai ser noticiado. Laurentino explica que enquanto a mídia impressa, a televisiva e os sites ainda vão editar a matéria, ele já passou o mesmo fato pelo menos meia hora antes. Laurentino reintera que às vezes antes mesmo da vítima sair do local do acidente a notícia já foi ao ar. “Antes de chegar ao hospital já não é mais notícia, por que o pessoal já sabe, já não é novidade para ninguém. É muito rápido o meio de comunicação da forma que a gente trabalha na Rádio Planalto, é muito rápido”. 4.2.1 Perfis dos profissionais que produzem o programa 82 São quatro profissionais que produzem o programa diário Vale Tudo, o locutor Roberto Di Jorge, o locutor Saturnino de Oliveira, o radiorrepórter ou repórter externo Isach Laurentino e o sonoplasta Raimundo Nonato. Neste tópico será abordado de forma simplificada a trajetória dos produtores do programa. O locutor Roberto Angeli Di Jorge, natural de Crissiumal, Rio Grande do Sul, iniciou sua carreira no rádio como aprendiz de sonoplasta na Rádio Vilhena e, somente em 2002 entrou para a Rádio Planalto com a função de locutor, a qual já havia iniciado na antiga emissora que trabalhava. Ainda na década de 1990 ele participou de um curso ministrado pelo Sindicato Nacional dos Jornalistas, onde pode aprender as linguagens dos diversos meios de comunicação. Atualmente Roberto Di Jorge, como é conhecido, é apresentador não só do Vale Tudo, mas também do programa informativo Realidade que é transmitido das 7h às 8h da manhã. Roberto Di Jorge além de ser um dos apresentadores do programa, ele também é responsável por captar informações da Prefeitura de Vilhena, Câmara de Vereadores e pesquisar assuntos em nível de Estado para trazer ao programa. Aparecido Saturnino de Oliveira natural de Goioerê, Paraná, iniciou no rádio dia 6 de fevereiro de 1990, na primeira emissora de rádio de Vilhena, a Rádio Vilhena. Começou como locutor de um programa de música sertaneja chamado de Tarde Sertaneja. Semana depois de sua estreia foi convidado para apresentar um programa policial na mesma emissora. Saturnino de Oliveira como é conhecido pelo público é um dos apresentadores do programa, mas quando iniciou na Rádio Planalto ele apresentava o programa Realidade que tem o jornalismo de amanhã, só depois foi para o Vale Tudo. “Na verdade eu comecei depois de dois, três meses que eu estava aqui. Eu comecei a fazer algumas reportagens externas, só que não era todo dia, era esporádico”. Somente depois de dois meses que Saturnino de Oliveira estava apresentando o programa Realidade, é que o diretor da época Nomário Leite o convidou para apresentar o Vale Tudo junto com o Roberto Di Jorge. Oliveira se refere que o seu contato com os órgãos o qual busca as informações para levar até o ouvinte é muito boa, pois com os vinte e dois anos que trabalha no rádio criou um vínculo de amizade com os responsáveis pelos órgãos. “A gente criou uma amizade muito grande se eu ficar um dia sem ir lá eles perguntam 83 “o que aconteceu que você não veio hoje”?!”. Quase que virou um trabalho de irmão para irmão”. Reforçando que pelo fato do programa ser diário ele tem que estar presente todos os dias nessas instituições mesmo aos domingos. Nascido na cidade de Guaíra no Estado do Paraná, Isach Laurentino veio para Vilhena por onde permaneceu por apenas quatro anos, seguindo para o Estado do Pará onde iniciou sua trajetória no rádio. Durante os vinte e três anos que permaneceu no Estado Laurentino foi âncora de um jornal de meio-dia, além de fazer reportagens e transmissão de jogos. Quando retornou para Vilhena Laurentino apresentou um programa de música sertaneja o qual também apresentava um quadro de reportagem policial, na Rádio Vilhena. Através deste trabalho ele foi convidado para fazer o quadro Radiorrepórter. Quando Isach Laurentino ingressou na Rádio Planalto não havia esse quadro, o diretor da emissora Carlos Godinho, então criou o quadro radiorrepórter onde possibilitou que o radialista pudesse estar transmitindo as informações com flashes ao vivo para o programa. Igualmente como os outros três integrantes do Vale Tudo, o sonoplasta Raimundo Nonato Sampaio, nascido em Quixadá no Ceará, também passou pela Rádio Vilhena, iniciando a sua carreira nesta emissora. São quase 22 anos nessa profissão, a qual sempre se identificou, deixando o trabalho em um órgão público para atuar no ofício que desejava. Raimundo Nonato é sonoplasta apenas dos programas que tem jornalismo, o programa Realidade e o Vale Tudo. Nonato não fez nenhum curso para aprender as técnicas da sonoplastia, quando iniciou ainda era na época do vinil, atualmente o sistema utilizado é informatizado. “No tempo de vinil você tinha que correr para escolher uma faixa de música, colocar a agulha em cima para poder tocar, hoje não tem mistério nenhum”. Nonato diz que para transmitir o programa utiliza uma mesa de consolo e dois computadores, ele explica que no programa de informática utilizado na emissora já tem um lado para transmitir a “vinheta de abertura, do outro lado à trilha sonora, trilha de fundo. Cada um tem sua pasta no computador para poder fazer as chamadas”. Em relação às vinhetas ou músicas de fundo, ele demonstra ter cuidado para colocá-las, normalmente os sons utilizados são apenas cinco: da abertura, do comercial, do radiorrepórter, das entrevistas e da chamada dos ouvintes. “É tudo igual para não dar sensacionalismo. O som musical, no caso eles falam ruído musical é tudo um só. No caso se mudar um, terá que mudar todos”. 84 4.3 Detalhamento do programa do dia 17 a 23 de abril de 2012 O detalhamento dos dias gravados fará que obtenha maior compreensão em relação às características do programa dentro dos jornalismos estudados, jornalismo popular, jornalismo utilitário e jornalismo público. As notícias transmitidas em cada dia de programa gravado que tiverem características tanto do jornalismo popular, jornalismo utilitário e jornalismo público, serão descritas e justificadas dentro do que foi conceituado para justificar cada afirmativa. Pode-se observar que na programação não há mudanças em sua estrutura, os assuntos são quase sempre os mesmos, por isso foi analisados apenas cinco dias de gravação, ressaltando os aspectos mais marcantes que o programa Vale Tudo apresenta, justificados é claro com as teorias apresentadas. O programa Vale Tudo não apresenta aspectos de um jornal padrão ou o chamado “jornal falado”, porém sua estrutura é de um programa informativo. O programa em si tem periodicidade, sempre é transmitido nos mesmos dias, no caso de segunda à sexta-feira e sempre no mesmo horário. No programa, por exemplo, não há músicas, sorteios de brindes, piadas ou qualquer outra coisa que possa desvirtuar o programa do processo informativo. Apesar de não ter aprofundamento nas informações, há a presença ao que Gisela Ortriwano (1984) classifica de primeiro nível da notícia, ou seja, são fatos que acabaram de acontecer e são transmitidos ou pelo radialista Roberto Di Jorge, Saturnino de Oliveira ou pelo radiorrepórter Isach Laurentino, que às vezes entra no programa direto do local que está acontecendo algum fato ou que já ocorreu. Apesar do nome ser Vale Tudo, o programa tem uma estrutura fixa e critérios que são seguidos, fazendo com que o nome “vale tudo” fique apenas na nomenclatura do programa. Isso só reforçar que no programa Vale Tudo não vale tudo não, as informações veiculadas seguem sempre a mesma estrutura, criando uma rotina e identidade da programação. Para realmente ser um programa que vale tudo mesmo, o programa teria de ser misto, tinha que ter informação, música, entretenimento e sorteios. Os radialistas responsáveis pelo programa relatam que a programação tem uma pauta já definida de como será direcionado o programa. Porém, nas observações das gravações há impressão que não tem uma quantidade padronizada 85 dos blocos, pois se inicia com uma notícia e logo vai para o comercial, voltando em seguida com mais notícias e passa para o comercial novamente. Com isso transparece ser por falta de assunto, sem falar que a divisão de blocos fica um tanto que confusa. Se um dia de gravação do programa foram contabilizados sete blocos, devido à falta de um padrão para soltar os comerciais, em outro dia pode se notar nove divisões de blocos, por exemplo. Apesar dos responsáveis pela programação respeitarem às duas horas de duração do programa. 4.3.1 Observações sobre o Jornalismo Popular Nos programas gravados foram observados conceitos referentes ao Jornalismo Popular por tratarem de assuntos quentes e circunstanciais. Márcia Franz Amaral (2006, p.15, 16) considera o termo jornalismo popular como uma identificação com público-alvo, o tipo de serviço que presta e pela sua conexão com o local e o imediato. Observa-se que quase em sua totalidade as notícias transmitidas são locais, apenas da cidade de Vilhena. São informações que acabaram de ocorrer ou que ocorreram na noite anterior, geralmente são notícias de acidentes, agressões e roubos. A agilidade na transmissão das informações tem como fator preponderante a dinâmica do rádio e sua agilidade que facilita com que as notícias possam ser veiculadas em tempo real. Pelo fato de que no rádio as notícias não precisam ser editadas ou passar por redator, faz com que elas cheguem com mais rapidez até ao receptor. Isso faz com que as informações sejam as denominadas notícias quentes que nada mais são do que acontecimentos que ocorreram a pouco instantes. Nos enunciados do radialista Isach Laurentino se observa a preferência pelas notícias que chamem a atenção do ouvinte e que tenha repercussão junto ao público. Eu não posso entrar como radiorrepórter colocando uma notícia fria, um fato que não é mais novidade na sociedade [...] É quando entra aquela parte que eu disse no início da entrevista, você tem que ter um 86 pouco de sorte também. Às vezes eu estou chegando da delegacia ou saindo e vejo uma viatura, vai chegando algumas pessoas, eu já procuro “Opa, se vai chegando na delegacia pra rezar não é”. Então eu procuro ficar sondando, não chego de uma vez, de repente até a pessoa procura, “você é o repórter!? Eu queria falar sobre isso, está acontecendo isso, como é que eu faço!?” Daí eu entro, me envolvo e acabo criando uma matéria. Então você tem que estar muito atento na seleção de tua matéria e a seleção dos boletins é isso, uma matéria que ainda não foi publicada, esses são os critérios que eu uso. Na verdade quanto mais repercussão ela tiver, melhor é a matéria. (LAURENTINO, Isach, 2012) Para melhor compreensão do objeto de estudo será descrita de forma sucinta as principais notícias que foram transmitidas em cada dia, ressaltando que para obter mais detalhes sobre as notícias que foram transmitidas em cada dia de gravação poderá ser consultado o apêndice do trabalho. No dia 17 de abril de 2012 foram contabilizadas 18 notícias transmitidas, mais dois comentários, sendo 13 notícias com características de jornalismo popular. Neste dia foram transmitidas: duas notícias sobre jogos; uma notícia de acidente de trânsito; dois roubos; três brigas; uma agressão; uma leitura extraída de um site de notícias e lida pelo radialista onde fala sobre visita íntima em centro sócio-educativo para menores. Neste dia pode destacar a notícia que os radialistas extraíram de um site de notícia que menciona a legalização da entrada de visita íntima para os que estão em centros de ressocialização para menores infratores. Essa notícia se assemelha ao que o autor Danilo Angrimani (1995, p.26) classifica como fait divers, que são informações quentes e circunstanciais, trazendo informações de interesse humano, como a curiosidade, a fantasia, o impacto, a raridade, o humor e o espetáculo, “para causar uma tênue sensação de algo vivido no crime, no sexo e na morte”. O jornalismo popular está associado ao sensacionalismo, ao exagerado e dramaticidade das informações, porém para ser considerado jornalismo popular não precisa ser sensacionalista. Nas entrevistas com os responsáveis pelo programa se observa que eles não utilizam esse método para chamar a atenção do público, eles demonstram ter cautela com que dizem e como conduzem o programa, justamente para não exagerar nas falas e ter notícias sensacionalistas. Geralmente o sensacionalismo é reconhecido pelo exagero das imagens tanto televisivas quanto fotográficas, como no rádio o que predomina é apenas a voz, 87 pode observar que não há nenhum exagero nas pronúncias, não há sons ou músicas para realçar o que os radialistas então pronunciando. A citação do radialista Isach Laurentino exemplifica nesse enunciado quando ele diz: Mas a forma que eu vou passar essa matéria é que vai agradar ou desagradar os envolvidos. Na maioria dos acidentes, a imprensa, não todas, acaba enfeitando muito a matéria e no enfeitar acaba ele se envolvendo na matéria e acaba prejudicando uma das partes, por isso que ninguém quer que divulgue o nome com medo do sensacionalismo da matéria, não da matéria em si. Até depois ele quer saber como foi o acidente, às vezes nem ele mesmo sabe como aconteceu. É através da imprensa, da mídia que ele vai saber, mas se você criou um sensacionalismo dentro daquela matéria aí ele vai ficar descontente, aí sim ele começa ter mágoa, começa a correr atrás dos direitos. Mas se você fizer a notícia seca em si, divulgar o fato em si, para ele também é interessante. (LAURENTINO,Isach,2012) O sonoplasta do programa Raimundo Nonato reforça essa colocação quando ele diz; “Mas daí não, é tudo igual para não dar sensacionalismo. Se chega uma pessoa aqui para dar uma entrevista é tudo igual. O som musical, no caso eles falam ruído musical é tudo um só. No caso se mudar um terá que mudar todos”. No dia 18 de abril de 2012, foram em torno de 26 notícias, dois comentários, sete participações por telefone, sendo uma entrevista no estúdio do programa. Das 26 notícias transmitidas 21 notícias eram com características do jornalismo popular. Podendo destacar: notícias sobre o campeonato Copa do Trabalhador; duas agressões; duas agressões verbais; duas operações da polícia federal; cinco furtos; uma notícia lida de um site sobre a namorada que pegou o namorado com um travesti; uma notícia sobre acidente; notícia sobre um novo patrocínio para o time do VEC; um ouvinte que liga para parabenizar o início de uma obra; um homem que foi preso com porte de drogas; um ouvinte que liga para falar que tem policiais que estacionam carro em faixa amarela; um flagrante de um motorista embriagado; ouvinte liga para dizer que uma mula que estava amarrada em um determinado local da cidade já foi retirada; uma leitura de uma notícia que Rondônia é Estado com maior número de telefone por habitantes. No dia 19 de abril de 2012, foram contabilizadas 28 notícias, sete participações pelo telefone e uma entrevista no estúdio. Notícia com características 88 de jornalismo popular foram 15, entre elas: notícia sobre os jogos regionais; um acidente; três agressões; notícia de um assassinato que ocorreu na cidade; um episódio que ocorreu na Câmara de Vereadores envolvendo um funcionário; uma notícia de mortes de carneiros que ocorreu em uma chácara; um roubo; três assuntos envolvendo adolescentes, um deles de adolescentes que estavam incomodando moradores, outro de adolescente que estavam bebendo na rua do aeroporto e o último de adolescentes do centro de sócio-educativo que colocaram fogo em colchões; ouvinte ligou perguntando qual a diferença de uma moto nova de uma moto usada; ouvinte liga perguntando se ele comprar tinta ele pode pintar quebra-molas e uma participação de uma ouvinte ligando agradecendo por ter ganhado um prêmio. Os assuntos que podem ser considerados jornalismo popular são assuntos do cotidiano das pessoas e da cidade, são fatos ou situações que podem acontecer com qualquer um. Essa é um das razões que motivam as pessoas a ficarem “ligado” no rádio para saber o que está acontecendo, que pode ser envolvendo algum conhecido ou um assunto que lhe interessa. Os fatos noticiados no Vale Tudo geralmente não tem profundidade no assunto, não há contextualização de um fato com outros ou relacionados com dados em nível de Estado e de país. Nota-se que os assuntos são sempre simplificados. Márcia Amaral (2006, p.63) explica que na imprensa popular um fato terá mais probabilidade de ser noticiado se possuir capacidade de entretenimento; for próximo geográfica ou culturalmente do leitor; puder ser simplificado; puder ser narrado dramaticamente; tiver identificação dos personagens com os leitores (personalização) e for útil. Em relação a ser narrado dramaticamente, esse item não é observado no programa, o tom de voz dos radialistas não se alteram para chamar a atenção do público ouvinte, isso faz com que não ocorra sensacionalismo, conceito muito utilizado em programas populares. Em relação a ser simplificado é uma realidade constante dentro do Vale Tudo, até pelo volume de informações que são transmitidas diariamente, percebe-se que para transmitir todas as notícias elas precisam ser simplificadas. Por transmitir informações apenas da cidade de Vilhena faz com que o programa cause a sensação de aproximação junto ao seu público, estreitando as relações dos radialistas junto à comunidade. As participações dos ouvintes durante o programa faz com que acentue essa proximidade, até por tratar por assuntos que 89 podem interessar a comunidade local. Os assuntos não são aprofundados, segue apenas com as respostas do lide: o quê, onde, como, quem, quando e por que. No dia 20 de abril de 2012, foram 9 (nove) notícias com característica de jornalismo popular, sete participações pelo telefone e um comentário, em um total de 32 notícias veiculadas. Sendo: uma notícia sobre roubo; uma agressão; uma tentativa de roubo; dois acidentes; uma pessoa é presa por tentar passar nota falsa; resultado de uma operação da polícia federal; um resultado de um julgamento de um assassinato que ocorreu anos atrás; e uma apreensão de uma pessoa que estava dirigindo sem habilitação. No dia 23 de abril de 2012 foram 24 notícias transmitidas, sendo treze delas com características do jornalismo popular, pode notar também oito comentários, dez participações e uma entrevista no estúdio do programa. Os assuntos mais comentados foram: notícias sobre os jogos regionais; cinco acidentes; uma notícia de um quase acidente; uma agressão; uma investigação policial que resultou em tiroteio; duas reclamações sobre barulho em chácara; ouvinte que comenta notícia que leu sobre TSE onde fala dos candidatos fichas sujas; uma pessoa que foi ao estúdio do programa para falar sobre os maus tratos que recebeu no quartel da polícia militar quando foi fazer uma queixa. Como mencionado à cima neste dia houve uma entrevista no estúdio do programa. Essa entrevista se tratava de um ouvinte chamado Claudionor Almeida que foi ao estúdio para dizer que quando se dirigiu ao quartel da polícia militar para dar queixa do barulho que estava havendo em uma chácara próxima a cidade, ele foi maltratado na instituição em questão. Essa entrevista gerou muitos comentários, tanto por parte dos ouvintes quanto pelos funcionários da instituição envolvida, no caso a polícia militar. Além do assunto da entrevista ser considerado com elementos do jornalismo popular, é importante ressaltar a entrevista dentro de um programa informativo. As entrevistas que ocorreram durante os dias de gravação, são consideradas entrevistas noticiosas, por tratarem de assuntos recentes e que interessa ao público. As entrevistas também podem ser consideradas como entrevista direta e entrevista de informação estrita. Emílio Prado (1989) diz que a entrevista direta é aquela que não tem como fazer modificações, no caso do programa Vale Tudo, as entrevistas são sempre ao vivo, durante os dias analisados não houve a percepção de nenhuma gravação de 90 entrevista para ir ao ar no Vale Tudo. Já entrevista de informação estrita serve para veicular uma informação através de seu protagonista ou de uma fonte presente. No caso da entrevista mencionada a cima a fonte de informação para tornar público o que passou no quartel da polícia militar, foi o Claudionor Almeida, que utilizou da entrevista para passar sua mensagem, assim como outros protagonistas que durante a semana usufruíram da entrevista para manter contato com público e repassar informações que interessa aos ouvintes. 4.3.2 Observações sobre o Jornalismo Utilitário Nas observações realizadas no dia 17 de abril de 2012 das 18 notícias transmitidas, cinco eram de características do Jornalismo Utilitário. As notícias deste dia foram: uma ouvinte que queria encontrar pessoa; uma pessoa que gostaria encontrar um cachorro que fugiu de casa; um ouvinte que gostaria de obter uma informação falta de água em seu bairro; uma informação sobre a implantação da Farmácia Popular; uma notícia sobre o Instituto de Previdência do Município de Vilhena, falando sobre a sua implantação. Em relação à identificação de assuntos que se refere ao jornalismo de utilidade pública, a leitura de um recado de uma ouvinte (não identificada) que quer saber se os radialistas do programa pronunciaram que iria faltar água por quatro dias em uma localidade denominada de “casinhas”, se caracteriza com os conceitos do jornalismo também conceituado de jornalismo de serviço. O radialista, Roberto Di Jorge, responde a ouvinte que não irá faltar água e comenta que irá entrar em contato com os responsáveis pelo SAAE (Serviço Autônimo de Água e Esgoto). Logo depois Di Jorge diz que não conseguiu entrar em contato com os responsáveis pelo SAAE, porém minutos depois ele comunica a resposta fornecida pelo funcionário da instituição em questão. Esse fato mencionado a cima é considerado de utilidade pública, porém com algumas ressalvas apontadas por Magalhães e Rios (2010, p.07). Para os autores, o jornalismo de serviço funciona através de pautas que orientam a população no cotidiano, podem ser através de uma reportagem sobre vacinação, preços de produtos, reclamações de buracos na rua, saneamento básico, entre outras ações 91 que afeta a vida das pessoas. Porém no caso exposto merece uma ressalva, pois a ouvinte ligou primeiramente para o programa antes de pedir informações no órgão competente. Magalhães e Rios (2010, p.07) explica que os ouvintes, leitores ou telespectadores acabam expondo o seu problema aos meios de comunicação antes mesmo de acionar os órgãos responsáveis, demonstrando uma distorção da prestação de serviço, dessa forma transferindo poder aos veículos de comunicação que utilizam erroneamente o termo de “prestação de serviço” para a prática do assistencialismo. Pode ser observado que não houve nenhuma orientação ao ouvinte ligar para o órgão competente e, nem mesmo para os responsáveis pela instituição entrar em contato com o programa, o próprio radialista é que buscou a informação. No dia 18 de abril de 2012 das 26 notícias apenas cinco foram de cunho utilitário. Entre os assuntos: uma solicitação de cadeira de roda; um comunicado sobre evento de mobilização contra a corrupção; uma ouvinte que gostaria de encontrar uma pessoa; duas pessoas que estavam reclamando do talão de luz que estava oscilando os valores de um mês para o outro. No dia 19 de abril de 2012 das 26 notícias transmitidas dez eram com características do jornalismo utilitário. Os assuntos deste dia foram: duas solicitações de melhorias, sendo um deles de uma unidade de saúde; um anúncio de uma reunião no Setor 19, para falar sobre regularização fundiária; um anúncio sobre trabalho; uma ouvinte pedindo que fosse enviado um recado para um conhecido que mora em uma fazenda; uma entrevista com prefeito onde o mesmo foi ao estúdio do programa para falar sobre a implantação da aerodinâmica que facilitará a realização de cirurgias; radialistas falam sobre a falta de sinalização de trânsito; um anúncio sobre manifesto denominado dia do Basta; um ouvinte liga para falar sobre um terreno baldio que está muito sujo; um anúncio sobre a comemoração do dia do patrono da polícia militar. Mesmo com as novas tecnologias como as redes sociais e o celular, o rádio ainda representa um contato direto com as pessoas que precisam enviar recados para amigos e parentes que residem em lugares distantes dos grandes centros. Principalmente as rádios AMs que chegam a locais que muitos equipamentos não alcançam, faz com que o rádio um aparelho criado em 1863, ainda hoje seja empregado para enviar mensagens a locais que não fosse o seu alcance não seria possível fazer essa ponte direta com as necessidades dos ouvintes. 92 Como exemplo, o recado da ouvinte Cleidiane que participou ao vivo no programa do dia 19 de abril de 2012, ela envia um recado para o Alessandro da fazenda novo horizonte onde ela fala que a tia dele, dona Joaquina, ficará por mais uma semana em sua residência e que ela está bem, o que havia acorrido com ela era uma alergia. E para ele providenciar um leite para a mesma. Com esse recado fica claro a agilidade e a credibilidade que o rádio ainda tem nos dias atuais. O envio de recados como este só possível pelo fato do rádio ser um meio de comunicação bidirecional, ou seja, uma pessoa pode se comunicar com outra pessoa fisicamente afastada. No dia 20 de abril de 2012 das 32 notícias, 23 (vinte e três) eram com características do jornalismo utilitário. Os assuntos foram: uma pessoa que gostaria de encontrar uma cadela que desapareceu; ouvinte alerta moradores não jogar lixo onde o local já foi limpo; ouvinte reclama que prefeito não está fazendo nada em seu bairro; ouvinte quer encontrar uma senhora; ouvinte fala sobre falta de ônibus escolar; quatro ouvintes falam sobre a situação dos quebra-molas; ouvinte reclama sobre a falta de fiscalização no jogo do VEC; ouvinte fala que empresários querem transformar a Avenida Marechal Rondon em uma avenida de mão dupla; convite de um baile dançante; ouvinte quer encontrar celular que perdeu; ouvinte pergunta se tem alguém interessado em regularizar terreno; dois ouvintes ligaram para pedir que vereadores doassem carro para transportar pacientes para Porto Velho; ouvinte reclama que no banco Caixa Econômica não estão atendendo telefone; ouvinte liga comunicando que tem um burro amarrado no sol e pede para alguém retirar o animal do local; ouvinte solicita a visita do Conselho Tutelar em perímetro de uma escola; um comunicado de uma moradora avisando sobre equipamento quebrado em uma praça da cidade; radialista fala sobre construção de novo presídio; radialista fala sobre comemoração do patrono da polícia militar e um convite para população sobre a apresentação da Orquestra Sinfônica. Os conceitos do jornalismo de utilidade pública são “informações destinadas a proteger os interesses dos usuários dos serviços públicos, bem como dos consumidores de produtos industriais ou de serviços privados”. Klôckner e Bragança apud Magalhães e Rios (2010) explicam que o jornalismo utilitário oferece ao espectador informação útil que tem como pretensão auxiliar o cidadão e oferecer respostas e orientação mediata e imediata. De acordo com a pesquisadora Suely Grissanti apud Alzira Alves de Abreu (2003) algumas pessoas recorrem aos jornais 93 porque não conseguiram atendimento ao serviço ao consumidor, essas pessoas são denominadas por ela como “cidadão-consumidor”, sendo a maioria de classe média. As notícias consideradas de utilidade pública do dia 18 de abril de 2012 onde um ouvinte entrou ao vivo questionando sobre um talão de luz que veio duas vezes no mesmo mês e, do dia 20 de abril de 2012 onde uma ouvinte pergunta se o telefone do banco Caixa Econômica não está funcionando, por que ela estava tentando ligar e não estava sendo atendida, exemplificará o enunciado. Como pode ser observado à maioria dos assuntos são o que denomina a autora Alzira Alves (2009) são reivindicações e reclamações feitas por “cidadão-consumidor” que buscam no rádio um meio de pressionar o serviço público a ter uma posição em relação ao serviço ofertado à população, ou seja, que os órgãos públicos responsáveis pelos serviços prestados providenciem uma posição imediata aos assuntos questionados pela comunidade. No dia 23 de abril de 2012 foram nove notícias com características do jornalismo utilitário, no total das 22 notícias transmitidas no dia. Os assuntos foram: um convite para os associados da ASMUV (Associação dos Servidores Municipais de Vilhena); ouvinte do Estado do Paraná procura parente que mora na cidade; comunicado sobre a transmissão da programação da Rádio Planalto pelo celular; um ouvinte alertando sobre os riscos que as pessoas correm em ficar às margens da BR; ouvinte quer saber sobre o funcionamento da máquina de ultrassonografia; dois ouvintes procura uma pessoa com urgência; um convite para a população e uma ouvinte manda recado para uma conhecida entrar em contato com ela. Tyciane Vaz (2008, p.05) explica que Luiz Beltrão em 1969 identificou o Jornalismo Utilitário nos jornais impressos como avisos diversos (plantão de farmácias, perdidos e achados, pauta de pagamentos, cotações de câmbio, convites para reuniões de entidades diversas); informações úteis (telefones de urgência, horário de transporte coletivo, conselhos de saúde, relações de endereços etc.) e o denominado cartaz do dia (programas das casas de espetáculos – cinemas, teatros, exposições, conferências, comícios, festas). No programa Vale Tudo às informações que mais prevalecem são as consideradas de achados e perdidos, informações úteis, convites para reuniões de entidades diversas e o considerado cartaz do dia que são as festas que acontecem na cidade. Observa-se que o enunciado sobre achados e perdidos do dia 17 de abril de 2012, por exemplo, houve uma ouvinte procurando por uma pessoa e, outra 94 ouvinte que procurava um cachorro. Sobre informações úteis, no mesmo dia houve uma entrevista com responsáveis pela Farmácia Popular, passando orientação à população de como usufruir dos serviços disponibilizados pela entidade. No dia 19 de abril de 2012 houve mais informações de serviços públicos ofertados à sociedade, como a implantação de aerodinâmica, onde facilitaria alguns tipos de cirurgias realizadas no hospital local e sobre informações da implantação da capela mortuária. Em relação ao denominado cartaz do dia, no dia 20 de abril de 2012 houve o convite à comunidade para participar da exibição da Orquestra Sinfônica Municipal. No dia 23 de abril o responsável pela ASMUV (Associação dos Servidores Municipais) convidou seus membros a participarem de uma comemoração e, ainda no mesmo dia houve também um convite sobre uma mobilização popular denominada de Dia do Basta. Os assuntos veiculados no Vale Tudo se assemelham com a explicação de Marques de Melo apud Tyciane Vaz (2008, p.05) onde explana que o termo utilitário “também gênero operacional ou jornalismo de serviço, tem como uma das características principais a atualidade, porém, sem o fator novidade”. Vaz (2008) cita a classificação que Marques de Melo que se refere ao gênero utilitário, sendo o formato indicador, cotação, roteiro e serviço. Para ele Serviços são “informações destinadas a proteger os interesses dos usuários dos serviços públicos, bem como dos consumidores de produtos industriais ou de serviços privados”. Referente às citações acima foram três assuntos que enquadram com esses conceitos, como ocorreu no dia 19 de abril onde uma ouvinte entrou ao vivo para solicitar a construção de um posto de saúde em seu bairro, pois ela considera que bairros mais recentes já têm uma unidade básica de saúde e o bairro em que reside sendo um dos mais antigos da cidade ainda não disponibiliza de uma unidade de saúde. No mesmo dia outra ouvinte entra ao vivo para solicitar providência da polícia e do ministério público em relação aos menores de idade que estavam incomodando os moradores da localidade denominada de coabinha. Outro ouvinte entra ao vivo para saber por que a Secretaria de Obras não passou para fazer o cascalhamento, sendo que já havia a promessa para realizar esse serviço. Como pode ser visualizado boa parte das reivindicações são situações atuais, que precisam ser resolvidas com certa urgência, porém não são assunto que choca, que emociona ou que desperte a curiosidade, isso ocorre por que não há o item 95 novidade. E como pode ser observado praticamente todas as reclamações são referentes a serviços de órgãos públicos, não houve a presença de nenhuma reclamação a órgãos privados. 4.3.3 Observações sobre o Jornalismo Público Dentro dos conceitos apresentados pelo Jornalismo Público o programa Vale Tudo não se adéqua muito bem, ou pelo menos não tem muitas características do Jornalismo Público, pois os assuntos são muitos fragmentados, não há profundidade nas informações e praticamente todas as informações são assuntos considerados notícias quentes, são assuntos que ocorreram há poucas horas. Isso faz com que não haja tempo para se aprofundar ou buscar informações com mais contextualidade. Segundo Traquina apud Claudia Irene de Quadros (2005) essa nova corrente vem para redefinir e não para revolucionar o jornalismo. Traquina ainda enfatiza que em uma sociedade onde as pessoas estão abarrotadas de informações, elas precisam de notícias relevantes para ser compartilhada e um espaço para ser discutidas. O Programa em si tem abertura para a participação do público, tanto para as ligações como para as entrevistas no estúdio, ou seja, há um espaço de discussão que não é utilizado em sua integralidade, por exemplo, não há convites ou participação de pessoas para auxiliar em alguma discussão onde um profissional poderia ajudar o público entender questões mais complexas. Observa-se que no “Vale Tudo” há abertura para a participação do ouvinte, onde cria um espaço para discutir e falar de assuntos que estão afetando a vida coletiva. Porém, não há aprofundamento dos assuntos trazidos pelos ouvintes, impossibilitando que o conceito de Jornalismo Público seja aplicado em sua prática. Segundo Irene de Quadros apud Mesquita (2005, p.05) uma sociedade com muitas informações precisa de notícias relevantes e um espaço para ser discutidas e, para a democratização dos meios, é preciso contextualizar os fatos e não apresentá-los de forma fragmentada. Dentro das divisões apresentadas pelos autores Friedland e Nichols apud Luis Barros (2009, p.28) também fizeram uma subdivisão de Comunidade em 13 partes, 96 entre eles a diversidade, comunidade, civismo, juventude, educação, desenvolvimento econômico, vida familiar, meio ambiente, criminalidade, segurança, pobreza, saúde, seguridade social e ética e moralidade. É importante que fique claro que esses assuntos é um dos temas que os jornalistas devem pautar para levar até o ouvinte, fazendo que seu público não apenas assiste e ver, mas que possa agir perante as informações. Um dos conceitos do Jornalismo Público é a divisão de assuntos para ser discutidos e ampliados, fato que também não ocorre no programa, pois os assuntos não seguem nenhuma ordem. As notícias acabam sendo distintas, fala-se de trânsito e logo em seguida já entra um assunto sobre um festival, por exemplo. Todos os assuntos transmitidos pelo programa encaixariam no Jornalismo Público, mas a forma que como é divulgado ou trabalhado é que não encaixa nos conceitos, como o não aprofundamento da informação. Como já foi dito os assuntos considerados com características do jornalismo popular e do jornalismo utilitário, podem ser considerados assuntos a ser abordado pelo jornalismo público e, como já foram abordados e descritos nos conceitos do jornalismo popular e utilitário, não será repetido, já que foi descrito nos tópicos à cima. Como exemplificação, serão utilizados os assuntos abordados do dia 23 de abril 2012, onde serão classificados dentro das divisões defendidas pelo jornalismo público para se ter uma noção mesmo que resumida de como ficaria a classificação das notícias deste dia nas conceituações do jornalismo público. Das 20 notícias desse dia, os assuntos mais comentados foram: seis acidentes; duas agressões; uma investigação policial resultando em tiroteio; duas reclamações sobre barulho em chácara; um ouvinte alertando sobre os riscos que as pessoas correm em ficar às margens da BR; ouvinte que comenta notícia que leu sobre TSE onde fala dos candidatos ficha suja; ouvinte quer saber sobre o funcionamento da máquina de ultrassonografia; dois ouvintes procura uma pessoa com urgência; um convite para a população; um pessoa vai até o estúdio do programa para falar sobre os maus tratos que recebeu no quartel da polícia militar quando foi fazer uma queixa, gerando oito comentários sobre o assunto. Com a classificação ficaria mais ou menos assim: Segurança e criminalidade: acidentes, agressões, uma investigação policial 97 resultando em tiroteio, duas reclamações sobre barulho em chácara; um ouvinte alertando sobre os riscos que as pessoas correm em ficar às margens da BR; uma pessoa vai até o estúdio do programa para falar sobre os maus tratos que recebeu no quartel da polícia militar quando foi fazer uma queixa. Governo: comenta notícia que leu sobre TSE onde fala dos candidatos ficha suja; ouvinte quer saber sobre o funcionamento da máquina de ultrassonografia; Comunidade: ouvintes que procuram pessoa; um convite para a população; É importante ressaltar que as divisões de assuntos servem como referencial para construção de uma espécie de editoria ou editorias que poderia ser abordados em cada bloco do programa. Luís Barros (2009, p.26, 27) pontua sobre o posicionamento dos jornalistas em relação ao tratamento fornecido às informações, seja a que eles vão transmitir como as notícias ou as que chegam até a eles. Um dos pontos que Barros (2009) explica é que os jornalistas devem produzir notícias de que os cidadãos precisam para se informar sobre os eventos correntes, tomar decisões cívicas e exercer suas responsabilidades na democracia, entre as outras definições como: devem criar coberturas que motivem os cidadãos a pensar e agir, não simplesmente ver ou assistir; as coberturas devem disparar ações cívicas, da participação em votações ao voluntariado; deve construir conhecimentos. Pessoas motivadas pelos projetos de jornalismo cívico devem ser mensuravelmente mais informadas sobre os eventos que as não engajadas; devem criar na comunidade a capacidade de resolver problemas e não esperar pelas soluções vindas de cima; e devem ser persistentes até atingir objetivos mensuráveis e não serem engavetados em detrimento de uma novidade ou furo irrelevante. Em relação aos enunciados descritos, fica claro que o programa Vale Tudo não se adéqua a eles. Devido ao não aprofundamento das informações e por tratar mais de assuntos individuais, acabam dificultando o exercício de assuntos mais coletivos e consequentemente levar a ações cívicas, que por sua vez tem como base repensar os assuntos que afetam a sociedade. Um dos conceitos do Jornalismo Público é criar uma “agenda dos cidadãos”, para manter contato com o seu público, onde os ouvintes também decidirá o que 98 será notícia. Irene Quadros (2005, p.06) cita que há a necessidade de manter contato permanente com a comunidade, conhecendo os seus interesses e seus problemas, fazendo com que o cidadão participe da decisão do que será notícia. Essas colocações de fato não ocorrem no programa, os radialistas por sua vez acabam tendo muito mais contatos com os órgãos públicos do que com a população. Na verdade é população que entra em contato com os radialistas. Em contra partida a população só mantém contato caso haja algum fato que ocorreu ou está repercutindo, ou a interessa. Deve ser dito que algumas informações por tratar de interesses individuais não entram nas definições de jornalismo público, pois um dos conceitos dessa corrente é tratar de informações de interesse coletivo. Porém isso não impede que algum assunto de interesse individual possa ser abordado, não para resolver somente o problema de uma pessoa em específico, mas o jornalista pode estar tratando a informação de forma coletiva. Para Merrit apud Nelson Traquina (2005, p.178,179) o jornalismo público envolve as seguintes mudanças: ir para além da missão de dar as notícias para uma missão mais ampla de ajudar a melhorar a vida pública; deixar para trás a noção do “observador desprendido” e assumir o papel de “participante justo”; preocupar-se menos com as separações adequadas e mais com as ligações adequadas; conceber o público não como consumidor, mas como ator na vida democrática, tornando assim prioritário para o jornalismo estabelecer ligações com os cidadãos. Traquina (2005) reforça que o jornalismo cívico encoraje o envolvimento do cidadão na vida pública. 99 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objeto de pesquisa escolhido para apresentar neste trabalho de conclusão de curso, o programa Vale Tudo da rádio Planalto AM, é um programa informativo, transmitido semanalmente que tem como foco os assuntos do cotidiano que abre um canal de comunicação com a população local. O objetivo da pesquisa foi identificar quais são as características jornalísticas mais marcantes, pois desde o princípio houve a necessidade de obter não um aspecto do jornalismo, mas três, pois o programa denotava diversos segmentos do jornalismo. Devido a isso se optou pelo jornalismo popular, jornalismo utilitário e o jornalismo público, por considerar que esses três conceitos eram o que mais se adequavam com o formato do programa. Como já se previa o programa Vale Tudo não possui um formato único, se enquadrando em dois tipos de conceituação de jornalismo, o jornalismo popular e o jornalismo utilitário. O jornalismo popular por ter como conceito as notícias quentes e a proximidade com o ouvinte faz com isso seja os conceitos mais marcantes e de fácil visualização dentro da análise. A maioria das informações veiculada no programa são os fatos que acabaram de ocorrer ou ocorreram em poucas horas. Devido o canal de comunicação aberto, no caso, uma linha telefônica, uma página na internet, um número de celular para SMS, faz com que haja uma proximidade com ouvinte, havendo participação direta, seja como questionamento de assuntos ou comentários das noticias. A entrevista concedida pelo radialista Isach Laurentino, ele expõe justamente essa questão de estar sempre trazendo assuntos que chamam a atenção do ouvinte, que faz com ele preste atenção na notícia. O fato de ser um veículo de comunicação local faz que isso se acentue, pois a maioria das pessoas quer saber o que está acontecendo em sua cidade, querendo ou não os fatos podem afetar a vida delas. Não que os fatos nacionais não os afetem, mas o local desperta a curiosidade e o impacto da informação, pois muitos deles estão ligados direta ou indiretamente aos moradores da cidade. O rádio por ter essa peculiaridade de mobilidade e não precisar de edição, ele torna mais dinâmico essa participação e proximidade do ouvinte. Não há intermediário para fazer esse contato, é apenas o público e o 100 radialista. O jornalismo utilitário com as suas características de informação que pode orientar as pessoas imediatamente faz com que a maioria das ligações recebidas seja com aspectos do jornalismo utilitário. São reivindicações e solicitação de serviços principalmente ou, como foi observado nos cinco dias de gravação todas foram de serviços públicos. São a falta de asfalto, de atendimento médico, equipamentos hospitalares quebrados, são serviços que deveriam ser ofertados e às vezes acabam não chegando ao usuário com presteza. Há um número significativo de ligações com o chamado “achados e perdidos”, são pessoas que procuram por objetos e animais. E há aqueles que estão procurando por pessoas que de uma maneira há a necessidade de um reencontro imediato e rápido. Mas há também as informações que garantem o lazer e o entretenimento, como as orientações dos shows que ocorreram na cidade, festivais, enfim eventos que a população pode participar seja gratuitamente ou através de aquisição de convites. As características do jornalismo público é ter um contato permanente com o seu público, é criar uma “agenda dos cidadãos”, abordando temáticas que façam com as pessoas possa tomar uma atitude perante o que está ouvindo, lendo ou assistindo. É uma corrente que faz tanto o jornalista como cidadão saia de sua zona de conforto para que tomem atitudes mais conscientes acerca dos assuntos coletivos. Apesar do programa em questão não obter características em sua integra dessa corrente, foi de grande valia ter estudado e colocado esse conceito tão recente aos estudos da comunicação, pois fica como uma reflexão a cerca de uma possível mudança no formato do programa, caso haja interesse dos produtores em mudar alguns aspectos da programação. Com isso pode-se reafirmar que os conceitos de jornalismos apresentados que mais se enquadram ao Vale Tudo são o jornalismo popular e o jornalismo utilitário. Só foi possível chegar neste resultado devido os cinco dias de gravação do programa e as teorias estudadas sobre os aspectos do jornalismo popular, utilitário e público. Com a gravação dos cinco dias de programa foi possível observar quais eram as notícias que predominavam e se elas se encaixavam em alguma das teorias. A análise consistiu em confrontar as notícias dos dias gravados com as teorias e, para isso no capítulo IV foi criado três tópicos onde foram colocadas as observações sobre os jornalismos. Em cada tópico houve o enunciado das teorias e 101 as notícias que foram transmitidas nos dias de gravação para a confirmação das afirmativas levantadas. Com essa pesquisa além de saber as características mais marcantes do Vale Tudo fica a identificação não só do tipo dos jornalismos, mas também como ele pode ser aperfeiçoado para atingir o público que precisa cada vez mais de informações consistente para auxiliar em seu cotidiano. O fato é que no programa Vale Tudo, não vale tudo não, há critérios que são seguidos. Por exemplo, não toca nenhum tipo de música ou sorteios de brindes ou algo parecido. É um programa que tem como foco a notícia e principalmente a notícia local. O público parece que reconhece o formato do programa, pois não há pedidos de assuntos que não sejam de características do jornalismo popular e o jornalismo utilitário. 102 REFERÊNCIAS ABREU, Alzira Alves de. Jornalismo Cidadão. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, nº 31, 2003. 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São Leopoldo, RS: Unisinos, 2001. 105 APÊNDICES Degravação da entrevista com Carlos Godinho, diretor da Rádio Planalto. Pergunta: Carlos eu gostaria de saber um pouco sobre [...] o jornalismo na Rádio Planalto. Carlos Godinho: Jornalismo sempre teve, sempre foi carro chefe nosso foi o jornalismo. Pergunta: Você se recorda mais ou menos quando foi o primeiro programa logo na inauguração início de 1990. Carlos Godinho: Não, não me recordo o primeiro programa pelo o seguinte: a rádio inaugurou em 1990 e, eu comecei a trabalhar em 1991. Só Quando comecei também eu não fazia parte da direção da emissora, eu trabalhava como Office-boy, eu assumi a direção da emissora em 2005, 2004. Pergunta: Hoje quantos programas são veiculados na emissora? Carlos Godinho: No total são em média seis, sete programas diários. Pergunta: São dezenove horas [...] de programação no ar, mas vocês tem noção de quantas horas são reservadas para a publicidade. Carlos Godinho: Em média 25%. Pergunta: Quais são as empresas [...] que fazem publicidade na emissora. Carlos Godinho: são muitos, fica difícil em falar, são em média 100 (cem) empresas. Hoje o nosso patrocinador principal seria o Supermercado Pato Branco [...] e tem outros que seria do mesmo nível mais ou menos, tem Carevel, Autovema Veículos, Supermercado Norte Sul e outros mais. Pergunta: Essas publicidades [...] ocupam (toda a grade de programação) ou tem programas específicos que eles trabalham apenas naquele horário. Carlos Godinho: Não, depende o contrato, depende do sistema que foi feito o 106 contrato. Existe horário que é patrocinado com exclusividade, existe horário que são jogado na grade com horário determinado. Tem contrato específico e tem contrato indeterminado, depende de cada negociação, só que a maioria é indeterminado. Contrato exclusivo para programa é pouco [...] Pergunta: São 16 (dezesseis) funcionários no momento, entre jornalistas, locutores. Qual o nível de formação (dos funcionários, quais tem nível técnico e superior) tem nível técnico e superior. Carlos Godinho: São dezesseis entre locutores, jornalistas, parte operacional. Entre formado e curso técnico são quatro [...] Tem um formado em jornalismo, curso técnico o Saturnino e o Roberto e eu tenho [...] na área de rádio mesmo, não é formação como jornalista, mas como curso técnico. Pergunta: Como é a hierarquia da empresa, tem diretor, tem outra pessoa que comanda, tem outras filiais, tem chefe, subchefe [...] Carlos Godinho: Aqui funciona o seguinte, aqui em Vilhena são dois proprietário, dois sócios, no qual um dos sócios é o presidente, é quem tem o poder de administração. Só que esse chefe que tem o poder de administração, ele passou toda a autonomia, uma procuração para mim com plenos poderes. O nome dessa sócia é Danise Rosane Cassol, ela seria a administradora. [...] No âmbito geral eles não influenciam nas questões da emissora. Tem as outras emissoras que eu também faço parte como diretor administrativo, mas são de outros donos, é da família, mas são donos separados [...] Pergunta: Onde são as outras emissoras? Carlos Godinho: Presidente Médice, Novo Horizonte, Ji-Paraná e Jaru. Pergunta: Quais foram (os critérios para que os funcionários fossem selecionados para atuar na emissora) as escolhas dos profissionais para estarem atuando aqui (Rádio Planalto) [...] Carlos Godinho: Olha, eu vou ser sincero para você, a nossa equipe é muito antiga, oitenta por cento do pessoal tem mais de dez anos que estão na rádio. Eu vou fazer vinte anos, o Roberto tem dez anos, o Saturnino tem quinze anos. Então pouco troco funcionários, é uma equipe já sólida há muito tempo [...] Único pessoal que troca 107 mais é o pessoal da recepção, alguns locutores musicais, as vezes sai entra outro. Mas base mesmo já mantem há muito tempo. Pergunta: Você tem noção de quantas pessoas passaram por aqui [...] e os programas sempre foram o mesmo ou vocês mudaram. Carlos Godinho: [...] Tiveram algumas mudanças, não foram os mesmos não. Foram trocados a maioria dos programas. Alguns se mantem com o mesmo nome a muito tempo, mas alguns já foram trocados de nome. E a quantidade de pessoas que passaram por aqui fica difícil de falar, mas em média deve ter passado umas sessenta pessoas mais ou menos. Pergunta: Quais foram os motivos das trocas de programação? Carlos Godinho: A questão da troca é muito relativa porque a questão da administração de emissora de rádio, ela vai muito dá cabeça de quem está administrando. De repente alguém que estava no passado gostava de determinado nome, outro que assumiu ou outro deu uma sugestão de nome diferente que foi acatado pela maioria. Tudo que a gente vai fazer não é uma pessoa só, a gente se reúne para discutir o assunto. Foram trocas sem muitas significativas, mas mesmo só para não ficar na rotina. Pergunta: Você no caso tem parcerias [...] vocês fazem algumas parcerias com entidades [...] Ong’s, Igrejas. Carlos Godinho: Não, a rádio é totalmente comercial, não tem esse tipo de parceria, filantropia não. Claro a gente ajuda a comunidade de uma forma de estar dando espaço para que ela reivindique alguma coisa, mas para a gente fazer não, diretamente não. Pergunta: Qualquer pessoa que chega aqui... vocês (abrem espaço). Carlos Godinho: [...] Claro é feito uma filtragem antes para ver se aquele assunto te sentido, para ver se é uma coisa que tem relevância ou não, porque existem muitas coisas que as pessoas querem reivindicar e às vezes não tem direito, coisas infundadas, coisas que vão causar problemas, coisas que não tem sentido, então é feita uma triagem antes. 108 Pergunta: Quando você dá este espaço é dentro de outro programa ou [...] dá espaço dentro de um programa já existente. Carlos Godinho: Se é uma denúncia é dentro de um horário, se é um artista que vem para divulgar o seu trabalho é em outro horário. Tem horário específico para determinada situação. Pergunta: As pessoas podem comprar espaço? Carlos Godinho: É existe algum espaço locado na emissora, para igrejas, a maioria é para igreja né, igreja evangélica, igreja católica. Tem um ou dois programas locados para o final de semana, mas durante a semana a grade é toda da emissora, é só no final de semana. Pergunta: Em relação à questão da cidadania [...] você considera que a rádio trabalha nesse sentido [...] para a construção da cidadania. Carlos Godinho: Sim, a rádio sempre trabalhou nesse sentido, sempre trabalhou com a intenção de agregar a mais quantidade de pessoas... levando informação para que a maioria se sinta informado daquele assunto ou às vezes até um benefício [...]. Pergunta: Quais os assuntos que vocês mais trabalham com cultura, cidadania, política. Carlos Godinho: Na verdade hoje em dia se trabalha mais com a questão de política. A maioria das reclamações querendo ou não acaba ... Quando você chega no final resolve na questão política. Pergunta: Sobre os direitos vocês dão espaço para promotores do Ministério Público falarem sobre os direitos que as pessoas tem? Vocês abrem espaço para elas falarem (como promotores do Ministério Público) Carlos Godinho: Sim, a gente sempre deu espaço, claro a gente não tem pessoas que tem conhecimento, mas sempre estamos orientando os ouvintes em caso de alguma dúvida tá procurando esses órgãos. Pergunta: No município tem vários programas sociais (como PET, Bolsafamília), como trabalha esses programas sociais e rádio. Vocês trabalham com essas informações de serviço público. 109 Carlos Godinho: Sim a gente informa desde que a gente tem conhecimento de como está à situação, a gente repassa para o ouvinte as informações. Pergunta: Você acha que dá o resultado, as pessoas ligam perguntando (perguntando sobre assuntos de interesse público). Carlos Godinho: Com certeza dá resultado, até porque quando é questionado esse tipo de assunto, normalmente as pessoas que estão à frente desses órgãos vêm para dar informação [...] para que a gente possa estar repassando ou dando espaço para que eles mesmos venham e divulgam o trabalho deles [...] e veem quais os direitos que as pessoas têm, como se proceder para estar conseguindo aquele benefício, então isso a gente sempre fez. Pergunta: Você acha que hoje quem é o seu maior público, a classe social, quem deles seria esse público. Carlos Godinho: O nosso público é muito eclético, mas a maioria eu acredito que seria na maneira mais geral que seria a classe mais humilde. Pergunta: Por quê? Carlos Godinho: Eu acho que é devido à dificuldade de informação, até mesmo por se sentir um pouco discriminado. Eles acham que rádio tem mais facilidade para que eles possam estar reivindicando os seus direitos. Às vezes a gente nem consegue resolver as questões que eles buscam, mas eles preferem buscar o rádio por achar um meio mais fácil para estar reivindicando. Pergunta: Em relação à grade de programação de vocês... vocês já fizeram pesquisas para montar a grade, para identificar o que cada público quer ouvir em cada horário. Carlos Godinho: Não a gente tem esses dados concretos, a grade foi montada de acordo com termos técnicos, mas sem ouvir a população. E por incrível que pareça foi bem aceita a grade, até porque ela vem a muitos anos nesse sentido, começa pela manhã com programa sertanejo como é em quase todo o Brasil é assim. Logo em seguida vem o jornalismo de uma hora, em seguida volta o musical novamente até o meio dia. De meio dia a duas de jornalismo; das duas até às dezoito horas, dezenove horas mais musical. É o sistema que funciona no país inteiro [...] é mais ou menos assim que funciona na questão do rádio. 110 Pergunta: Quem faz as buscas das informações em relação ao jornalismo. Carlos Godinho: Olha, toda a equipe busca informação. A gente tem uma equipe muito dedicada, por mais que seja simples a informação, sempre tem alguém passando [...] está chegando aqui na rádio. Por que não seja um funcionário que não trabalha na área, que não é um locutor que não é um produtor, mas eles estão e sempre buscando informação e repassando para o ouvinte. Claro sempre depois é feita uma análise, os meninos, o Roberto, o Saturnino fazem um resumo de tudo que aconteceu naquele período. Eles pararam de trabalhar às 14horas, de hoje até a amanhã vai chegar muitas informações, que eles vão chegar um pouco antes do horário vão estarem filtrando aquelas informações e vê o que é viável para ir para o ar. Só que de repente às vezes a gente faz uma pauta e daí o ouvinte entra com outro assunto, eles tem que estar interado daquele assunto para poder estar discutindo, para poder estar cobrando. Então é muito relativo, às vezes você faz uma pauta e nem consegue trabalhar nem cinquenta por cento daquele dia, porque entra outros assuntos e você acaba tendo que atender, no caso do jornalismo. Pergunta: Você também tem na internet, por que essa necessidade de estar trabalhando no rádio na internet que seria outro veículo de comunicação. Carlos Godinho: Seria outro veículo que até então é um veículo não legalizado, não existe lei que impeça ou que autorize. É um veículo na verdade que está funcionado que qualquer um pode criar um site, colocar uma rádio web no ar que não tem problema nenhum. Na verdade é um veículo de comunicação clandestino [...] não existe lei que ampara site, nem que determina nem que proíbe [...] A questão da informatização abrange quase setenta, oitenta por cento da população, então é muito mais fácil para você ter o ouvinte que está trabalhando no seu escritório ouvindo a rádio através do computador do que ele ter além do computador um rádio do lado para estar ouvindo rádio. Então pela internet ele faz o trabalho dele e já está ouvindo. É uma comodidade para o ouvinte, além do mais as rádios pequenas de pouco alcance, ela consegue alcançar o mundo inteiro através da internet. Você pode ter ouvinte nos Estados Unidos, na Alemanha, Espanha, na Argentina sendo uma rádio local de Vilhena. Como a gente tem vários ouvintes fora do país, gente que morou em Rondônia que morou em Vilhena, hoje se sente bem ouvindo a rádio, se comunica com a gente através do mural de recado da nossa página da internet, 111 dizendo mandando recado para familiares dizendo que está bem que está com saudade da cidade. Ouve a rádio para estar lembrando a origem dela, então é muito gratificante isso. Pergunta: Por que houve a necessidade para estar colocando (uma página da rádio na internet) houve pedidos. Carlos Godinho: não que houve pedido, a partir do momento que [...] que o país começou mudar a questão da informatização a gente viu que era uma necessidade de também expandir no caso da internet, também levar o som da rádio para os ouvintes através da página da internet. Pergunta: Você acha que isso no futuro pode prejudicar as AM’s, as rádios tradicionais. Carlos Godinho: Não, não prejudica em nada. Pergunta: Por quê? Carlos Godinho: Não porque todas as rádios hoje 99% estão na internet. Tem público para todas as emissoras e, em todas elas hoje seja pequena ou grande, hoje se você acessar a rádio globo no Rio, Globo de São Paulo, Tupi, a Band, todas elas tem na internet, então é uma coisa natural e enquanto estiver liberado... as rádios hoje pagam o Ecad [...] Todas as rádios pagam o Ecad pela internet para que seja tocada música na internet. O Ecad é um valor que é recolhido de todas as emissoras no país. Todos os Supermercados que tem som ambiente, todas as festas que é para juntar todo aquele valor para estar dividindo com os direitos autorais, os artistas [...]. Pergunta: Então vocês pagam uma pela rádio e pagam para a internet. Vocês pagam dois valores. Carlos Godinho: Sim, pagamos pela rádio por ser local mais outro valor pela internet, que é cobrado em todas as emissoras do país. Pergunta: Aqui a programação é 100% local, local, regional ou vocês também passam notícias nacionais. Carlos Godinho: Também nacionais. É local, estadual e nacional ou às vezes dependendo da notícia até mundial. 112 Pergunta: Vocês tem o controle da percentagem que entra (informações relacionadas ao município, a informações regionais e nacionais) ou conforme o assunto. Carlos Godinho: É conforme o assunto que é abordado no momento. Eu não tenho uma quantidade específica né, varia de dia para dia. Depende do que está acontecendo no momento no país. Pergunta: Quais as informações que vocês mais trabalham no dia-dia aqui. Você diria que 30% é policial, 40% é política, como que fica assim. Carlos Godinho: Em média 35% é matéria policial, o restante é meio misturado, questão política e outros assuntos que na verdade roda-roda e acaba chegando à política, por que não tem por onde. Você fala da prefeitura, fala do governo, você fala do país, tudo que você fala no fim no fim você vai ver tem alguma coisa de política no meio, não tem como você fugir disso. Pergunta: Voltando na questão da cidadania, vocês guardam alguma percentagem só para isso. Tipo vocês tem três horários de programação de jornalismo nesses três horários vocês para esse tipo de assunto, por que quando você faz a concessão vocês já fecham para esse tipo de assunto né. Carlos Godinho: Na rádio comercial não tem essa percentagem, não existe. Na rádio comercial exige o jornalismo, o musical e só e o comercial. Tem porcentagem para comercial, para musical e jornalismo. Para esse tipo de assunto no caso para estar fazendo não é bem filantropia, o que você falou [...] não tem. Às vezes acaba trabalhando até mais do limite, no limite assim não tem o limite. Tem dia que você não faz nada desses assuntos, não acontece, tem dias que faz além do normal, então é muito relativo. É de acordo com que as coisas vão acontecendo. A gente tem que trabalhar da forma que acontece os fatos, precisou a gente tem o espaço, não precisou você preenche com outra coisa. Por exemplo, eu tenho um programa de duas horas de jornalismo, ele é duas horas, ele tem que ter matéria para duas horas, se entra um assunto que entra nesse sentido que tem que atender uma pessoa, por exemplo, do Pet, para poder falar do assunto, se tiver 10, 15, 20 minutos não importa, tem dia que não aparece que tem que preencher com outras matérias, tenho que achar assunto para estar preenchendo às duas horas. Eu posso hoje 113 fazer duas horas, amanhã não tem assunto aí só faço uma hora e meia, não tem como. Pergunta: vocês acha que a Rádio Planalto trabalha bem nesse sentido de serviço público Carlos Godinho: Trabalha tenho certeza. Acredito que sim, no meu modo de pensar sim. Claro eu estou dizendo, de repente se tiver outra pessoa analisando pode achar diferente. Pergunta: Por quê? Carlos Godinho: Por que até hoje, desde o tempo que estou aqui todos os espaços que foram solicitados para esse tipo de assunto foi concedido, a gente nunca se negou para fazer esse tipo de trabalho. Acho que a gente faz e faz bem feito, até por que não sei se você sabe a Rádio Planalto sempre foi considerado líder de audiência em Vilhena, por mais que outras pessoas digam que não continua sendo. Pergunta: Vocês tem pesquisa nisso. Carlos Godinho: Olha não existe uma pesquisa específica, mas existe um apanhado assim meio que esporadicamente que nos dá esse suporte que nos dá essa garantia [...] Até pelo nosso faturamento financeiro, até pelos nossos valores, por nossos comerciais. Até pelo nosso conhecimento não só em nível de Vilhena, em nível de Estado e às vezes de outras regiões. Quando você falou da internet, talvez você não perguntou de uma maneira legal para mim te responder. A partir do momento que a gente passou fazer parte da internet, nós conseguimos mídia (comercial, patrocinador) de várias partes do país para divulgar produtos. Por que o cara quem tem uma loja lá em Cuiabá, em São Paulo, Rio de Janeiro, eles não divulgam a loja eles divulgam o produto [...] então nós começamos a divulgar produtos de fora através de conhecimento da nossa grade, as pessoas ouvir a nossa programação e gostar e achar por bem em investir naquela rádio. Então quando você fala hoje, em qualquer lugar da Rádio Planalto, não pode investir que dá retorno, então por isso que a gente sabe que tem uma audiência boa, por que não tivesse não daria retorno o comerciante estaria insatisfeito com nosso trabalho. Por a gente ter uma clientela grande, a nossa grade estar lotada de comerciais, eu não vou dizer para você que eu pararia de vender por que rádio nenhuma para de vender, por mais que tenha a grade cheia, sempre acha um lugarzinho para poder 114 mais uma [...] se fosse hoje para ver certo teria que fechar não tem mais espaço para publicidade. É sinal que a gente tem uma boa audiência e dar um retorno no comércio, senão não estaria investindo com a gente, ninguém investe em uma emissora por que gosta dos profissionais, investe por que quer o retorno. Eu penso por esse lado. 115 Degravação da entrevista com o locutor do Programa Vale Tudo Saturnino de Oliveira 01 de junho de 2012 Pergunta: Bom dia Saturnino, gostaria que você dissesse seu nome completo, da onde você veio. Saturnino de Oliveira: Bom dia, o nome completo é Aparecido Saturnino de Oliveira. Paraná, na infância eu era loirinho, cabelo branco mesmo, não sei por que agora eu fiquei tostado, era cabelo branco mesmo. Quando eu cheguei aqui em Rondônia, tinha um dois padres que eram os primeiros padres daqui de Vilhena que eram: o padre Ângelo, que teve a praça em homenagem a ele e teve o padre Fausto, companheiro dele. O padre Fausto...o pessoal que é estrangeiro tem uma certa dificuldade de falar nomes português daqui do Brasil, daí eu me chamava de Saturino, ele não conseguia falar Saturnino, ele falava Saturino. Talvez era um nome assim um nome meio puxado para o lado japonês e os colegas da infância acostumaram de chamar de Saturnino e daí ficou. Como era parte do sobrenome...quando eu fazia parte ainda na escola, no teatro, quando comecei participando de festival de música, enfim, eu achei um nome diferente e acabei utilizando ele, só quando comecei utilizando ele no rádio na verdade em 90, e por questão que só tinha uma emissora de Vilhena e na época só tinha um locutor chamado Oliveira Junior, infelizmente ele tinha feito uma coisa que deixou muito a desejar, daí ele saiu fora da cidade. Daí a diretora da emissora achou que eu usar o Oliveira, podia um pouco, talvez das pessoas tiverem uma conotação um pouco diferenciada, diferente da coisa, ela achou melhor eu não usar Saturnino de Oliveira. Daí, eu tive de manhã até à tarde para poder escolher um nome para começar o programa. Daí naquela ocasião eu peguei o primeiro nome meu que é Aparecido e o nome de um primo meu que chama Fabiano, então eu usei Aparecido Fabiano. Mas quando eu fiz um ano de férias, quando eu retornei eu voltei com um nome Saturnino, até deu muita confusão por que o pessoal “Uai, mudou o nome, mas o estilo do programa é o mesmo, a voz é a mesma...”. Enfim, eu optei para fazer essa mudança por que eu queria que o Saturnino permanecesse, um nome diferente e acabou ficando. Às vezes tem muita gente tem dificuldade para gravar o nome e pronunciar, mas acabei optando por esse nome. Aí tem aquelas brincadeiras, por que quando eu comecei a usar o nome Saturnino apareceu tanto político que gostava de fazer coisa errada em nível de Brasil e sempre vinham aquelas brincadeirinhas, mas a gente leva tudo na brincadeira, nada de mais grave. Pergunta: Você veio da onde mesmo? Saturnino de Oliveira: Eu sou paranaense, nascido em Goioerê, mas eu saí de Gurerê ainda bebezinho com dez meses de idade e fui morar na região de fazendas ali na região de Umuarama. Então eu vivi na região de Umuarama, mas precisamente próximo de um distrito que hoje deve se chamar Ivaté, bem próximo da região de Douradina onde está a sede da Gazin hoje. Lá eu fiquei até meus nove anos de idade, então eu cheguei em Vilhena na véspera de Natal de 1974, as 5hs75 eu botei os pés nessa terrinha querida aqui. 116 Pergunta: E você começou no rádio em que época. Saturnino de Oliveira: Então, minha estreia no rádio aconteceu no dia 6 de fevereiro de 90. Nunca pensei que um dia eu fosse radialista, eu sempre tive vontade de cantar, de fazer teatro, essas coisas todas. Mas morando no interior esse tipo de coisa é muito difícil né. E de repente foi por uma necessidade financeira que acabou acontecendo e ao mesmo tempo naquela ocasião a emissora que eu trabalhei estava sem locutores e, um dia eu parei na emissora para esconder da chuva. Eu estava de bicicleta procurando serviço na rua e começou a chover eu fui me esconder debaixo da marquise e nisso a diretora da rádio que mora em Porto Velho estava na cidade. E conversando com ela...eu já conhecia meio de vista, mas não tinha intimidade...e comecei a perguntar por que a rádio não estava tendo uma programação durante todo o dia, só em alguns horários e ela falou que estava tendo falta de locutores. E naquela conversa informal aí ela perguntou se não queria fazer parte da rádio e, no estralo eu diz “eu quero né”, primeiro por que eu estava necessitado de um emprego naquele momento. E a aquela coisa “será que vai dar certo”, mas ela me deixou praticamente uma semana, todo dia eu ia de manhã e a tarde, de manhã e a tarde e ela não me dizia nada. E eu não podia ficar esperando ela decidir, “preciso tomar um rumo na minha vida e desempregado eu estou e tenho que arrumar um trabalho”. E no dia que eu pensei “se ela não falar nada eu já vou tomar outro rumo” e quando chegou de tarde ela me jogou na fogueira, já abriu os estúdios, já abriu o programa e eu achando que ela ia me anunciar, dizer que eu ia passar por um treinamento que ia começar no dia seguinte, uma semana depois ...ela fez uma estreia assim já me jogando no microfone. Foi um dia assim que uma hora de programa parece que foi o dia todo, passei um sufoco tremendo, era uma experiência nova, foi dessa forma que eu comecei. Pergunta: Assim, você começou com programa jornalístico ou de entretenimento. Saturnino de Oliveira: Eu comecei fazendo um programa sertanejo chamado de Tarde Sertaneja, pois de uma semana e meia, a gerente da rádio pediu se eu não queria fazer um programa polical, mas eu “como que é isso”. Aí ela deu uma ordenada, pediu para eu ir na delegacia, quer dizer eu nunca tinha encarado uma delegacia até então e aí você vai lá “perguntar fazer o que, perguntar o que”. Uns três dias assim foi bem sufocante, foi dessa forma que eu comecei. Daí eu peguei gosto pela matéria policial e acabei me identificando. Sei que é um programa que agrada por que gosta ver a desgraça alheia, mas aquele que está envolvido já não gosta. É um programa de risco, risco assim, não é de alguém querer de repente pelo fato de você ter falado dele ele vir aqui e querer fazer algo de errado contigo. Ele fica chateado, mas quando eu moro em Vilhena a muitos anos eu tento de uma certa conversar com as pessoas e dizer para ele o por que. A intenção nossa não é criticar ninguém, mas leva o que está acontecendo. Pergunta: Então você começou a ser locutor aqui em Vilhena mesma. Saturnino de Oliveira: Antes eu tinha participado de festival e tinha programa de auditório como hoje tem e em algumas situações até cantei em programa de auditório, até pela influência dos colegas “ah, vamos lá cantar” e a gente ia. Era feito no CTG, como ainda hoje é feito e a gente ai lá participando. Na verdade eu comecei no rádio cantando esporadicamente, mas foi assim que comecei. 117 Pergunta: Em relação ao programa Vale Tudo, quando você veio trabalhar no programa Vale Tudo. Saturnino de Oliveira: com relação ao programa Vale Tudo quando eu trabalhei na outra emissora, em 6 de fevereiro de 90, quando estreei no rádio, até...não me lembro muito bem se foi até dia 20 de janeiro de 2001, foram 11 anos que eu fiquei nessa emissora, faltaram poucos dia para completar 11 anos. Aí eu estava meio desgastado na outra emissora e queria algo novo, algo diferente e na ocasião infelizmente um colega nosso que também passou pela emissora que tinha o programa aqui, o Vale Tudo, ele teve problema de câncer e infelizmente acabou falecendo ...naquela ocasião a própria diretora da rádio em um coquetel que a gente participou de um lançamento de moda daqui de Vilhena, ela me fez um convite informal. Bom você...eu tenho uma habilidade na questão de publicidade, de vender propaganda e ela “puxa, você..eu sei que você vende mídia para tanta gente e você nunca vendeu uma mídia Planalto” e eu “você nunca me convidou né”, então ela falou “então vamos lá para a gente conversar”. Então eu vim para vender publicidade para rádio, não foi em primeiro momento assim para trabalhar, mas já na hora que a gente começou a conversar aqui o diretor artístico da rádio, na época era o Nomário Leite já aproveitou o gancho e disse “você não quer fazer um programa jornalístico aqui”. Até então só tinha o Vale Tudo ao meio dia, de manhã não tinha jornalismo, várias pessoas tentaram, mas não emplacou não sei por que razão...faziam uma semana, quinze dias e desistiam. E nas outras emissoras tinham jornalismo de manhã e como eu já queria uma mudança diferente, acabei aceitando. Comecei a fazer o “Realidade” por meia hora sozinho, era mais em cima realmente de matéria policial. Depois de meia hora, aumentamos para 45 minutos e depois de um ano e meio que o Roberto veio para cá, já era colega de trabalho na outra emissora e aí fizemos essa parceria e começamos juntos de manhã. Até por que foi mais ou menos no dia 20 que eu vim para cá e depois dois três dias depois o colega acabou falecendo, mas ele tinha um rapaz que substituía ele no horário de meio dia. No Vale Tudo na verdade eu comecei depois de dois três meses que eu estava aqui. Eu comecei a fazer algumas reportagens externas, só que não era todo dia, era esporádico, precisava entrar ao vivo e eu acabava entrando por telefone. Somente depois de dois que eu estava aqui, é que esse mesmo diretor falou assim “como você já trabalhou com o Roberto na outra emissora, vocês já se conhecem já tem um perfil de trabalho, gostaria de fazer um Vale Tudo diferente, que tal vocês dois também fazerem o Vale Tudo”. Até então a gente só estava fazendo de manhã junto, aí bom...vamos tentar [...] não foi o Nomário Leite, que era o diretor da época. Daí acabei aceitando a ideia e a gente começou a fazer o Vale Tudo junto e estamos até hoje. Pergunta: Quando o Vale Tudo começou, você sabe...quando você entrou já existia. Saturnino de Oliveira: Quando eu vim para cá já existia. Eu não posso te falar em datas precisas, mas eu acredito que em meados de 90, entre 95 96, por aí. Como a rádio foi inaugurada em 91, teve outros programas nesse horário aqui mas com outros nomes, passaram vários outros jornalistas aqui só com outros nomes. Com o 118 nome Vale Tudo mesmo que na época quem começou foi o saudoso Renato Torres que também trabalhou com nós na outra emissora, por pouco tempo mais trabalhou, eu acredito que entre 95, 96. Pergunta: Em relação ao programa, o que você diria sobre ele. Qual a característica do programa Vale Tudo. Saturnino de Oliveira: Na verdade o Vale Tudo não tem uma característica única. Eu mais o Roberto, a gente já trás alguma coisa preparada para o desenrolar do programa, mas como ele é um programa que foi criado....pelo menos na época foi o que o Nomário Leite falou assim, um programa polêmico mas que todo mundo tinha direito de participar e falar o que quisesse, essa era a ideia do programa. Não tinha aquela coisa de um perfil, era para abranger todas as camadas, todas as classes independente se as pessoas iam gostar ou não, essa era a ideia do programa. As vezes, de repente a pessoa nem gosta.....de repente a gente está num assunto aqui e tem alguém que liga “ah, eu perdi meu documento”, dá aquela quebra né. É claro que nós aqui dá até um branco, por que quando você quer voltar ao assunto aí você esquece, “qual o raciocínio que eu estava fazendo agora que deu um branco aqui”. Mas como o estilo do programa começou assim se a gente for querer mudar é perigoso...até sei lá....as pessoas vão até estranhar. Ele não tem uma característica de um perfil só, ele é uma programa que tudo nele é aceito.... claro dentro de um certo parâmetro. Então ele foi criado nesse estilo de reclamação, elogio, crítica enfim. É claro que a gente vem preparado com matérias para fazer todo o programa, mas no meio você tem uma ideia de fazer alguma coisa hoje, mas quando começa o programa começa a mudar tudo. E aí você vai no embalo. Pergunta: Hoje quais os assuntos mais comentados no programa. Saturnino de Oliveira: Vária muito de assunto, as vezes tem assunto que você aborda no início do programa e você pensa que não vai dar em nada, mas acaba virando uma polêmica. Tem horas que você puxa um assunto que vai ter uma repercussão e não vira em nada. Então é difícil dizer qual o assunto polêmico. O que eu posso falar de um assunto polêmico, acredito de um para cá o que mais as pessoas tem reclamado é na questão saúde. Mas eu acredito que isso é nível Brasil e Vilhena não é diferente até por que Vilhena atende toda essa região, então por mais que a saúde de Vilhena esteja preparada para atender a demanda ela vai ficar ineficaz por que é um volume muito grande de pessoas que vem procurar atendimento aqui, até pela qualidade e aí o hospital não comporta. Querendo ou não o pessoal estará sempre reclamando, estará insatisfeito com o atendimento. Existe falha lá dentro, claro que existe, a gente sabe que nada é perfeito, mas eu diria que talvez que o volume de atendimento é muito além do que o hospital suporta e isso acaba gerando um descontentamento. Pergunta: Como é sua rotina de trabalho, você poderia falar um pouquinho de...você apura as pautas...como é o seu dia voltado para o programa. Saturnino de Oliveira: Eu levanto todo dia às cinco horas da manhã, vou dormir as duas, duas e meia, durmo duas horas por noite, isso é uma rotina a mais de vinte anos. Tipo assim, acordo as cinco horas da manhã, eu ligo primeiro no quartel para saber se teve alguma situação grave. Aí se teve alguma coisa grave, um assassinato, um roubo alguma coisa...aí o próprio delegado me passa a ordenada, o nome, o que ele pode apurar até então, já para eu trazer de manhã. Claro que a 119 matéria mais completa eu vou trazer no Vale Tudo ao meio dia, por que já teve tempo de eu ir atrás e apurar mais. Então de manhã é só para as pessoas terem uma ideia do que aconteceu a noite. Quando não acontece nada de tão grave daí fica na informalidade mesmo. Então minha vida é assim, eu levanto as cinco da manhã e logo no quartel da policia militar até por que oitenta percento das ocorrências são eles que vão atrás. Depois eu ligo na policia rodoviária federal para saber como está a questão da BR, para saber se ouve acidentes ou não. Ligo no bombeiro, na própria polícia civil para saber se o trabalho que o trabalho deles surtiram efeito em alguma coisa em uma situação que estava dependente enfim, esse é o meu trabalho de rotina. Quando eu saio as oito horas da manhã, daí eu já passo na PETRAN para pegar os acidentes que teve a noite e vou para o quartel para pegar as ocorrências do dia. Antes eu fazia delegacia, mas hoje como a gente tem m repórter externo, que é o Isach Laurentino, então eu deixei a delegacia para ele, então eu deixei a delegacia para ele, daí ele já vai lá já apura e trás na reportagem externa. Daí a noite depois das sete horas, depois que há a troca de comando, no caso da policia militar a troca de expediente é sete da manhã e sete da noite, é assim na delegacia de policia civil também. Daí depois da sete eu começo de novo, na delegacia para ver o que houve no dia, no bombeiro, na própria Petran e vou terminar o trabalho lá no quartel lá por volta das nove da noite. Tudo aquilo foi registrado durante o dia eu pego durante a noite. Na polícia rodoviário, é muito longe para eu ir lá, então eu ligo lá e como o número de registro são pequenos, então eles passam tudo por telefone. Então essa é minha rotina de trabalho e depois que concluo o trabalho de coletar as matéria daí eu vou para o segundo trabalho meu que é a parte da publicidade que é visitar os comércios, mas eu faço esse trabalho indo no lá, mas muitas das vezes você indo lá você tá confuso, você procura o coronel para saber como está o andamento daquilo ali, quando está o pé da coisa até para você trazer com mais precisão. Por que na hora que no policial vai registrando ele vai colocando que as pessoas vão dizendo, depois cabe uma apuração para ver se tudo que está no papel é verdadeiro ou não, as vezes tem história que muda completamente o destino dela, isto tem muito. Pergunta: E assim como é o seu relacionamento com essas instituições. Ela é boa, eles te atende bem todas as vezes que você precisa. Há algum tipo de conflito. Saturnino de Oliveira: Olha, graças a Deus em vinte e dois anos de trabalho nunca tive problema com nenhum deles, nem na civil, nem na militar, nem no corpo de bombeiro. A gente criou uma amizade muito grande se eu ficar um dia sem ir lá eles perguntam “o que aconteceu que você não veio hoje”. Quase que virou um trabalho de irmão para irmão, eles estão tão acostumado....até por que como o programa é diário, eu tenho que estar presente todo dia, de domingo a domingo, não é por que é sábado, domingo ou feriado que eu não vou não, é todo dia a não ser se eu estiver de férias aí é diferente. Eu estando no trabalho não tem feriado não tem domingo não tem nada, é todo dia. Então virou uma irmandade mesmo....se tem alguém lá que não gosta de mim nunca pronunciou para ninguém....pelo menos que eu saiba não. Pergunta: Então sempre que você precisa de alguma informação eles te 120 passa... Saturnino de Oliveira: É assim, às vezes chega um policial novo aí chega lá e ele não me conhece evidentemente e primeiro momento ele fica assim: “eu posso passar, não posso” e aí eu já procuro “você pode procurar seu oficial do dia aí que ele já está ciente da coisa”. Tanto no quartel quanto na delegacia a gente já criou essa irmandade, o pessoal já conhece o trabalho da gente e sabe como funciona daí...é claro existe notícias mais sigilosas que precisa que você conversar com o delegado ou com o comandante para ele passar uma posição por ele não está segurando aquilo ali. O jornalista então quer pegar e destrinchar tudo, mas tem situação que precisa dar uma segurada até para não atrapalhar o trabalho da própria polícia. Pergunta: Já aconteceu de você acompanhar o trabalho da polícia, ir junto com eles em locais onde eles estão fazendo investigação. Saturnino de Oliveira: Já aconteceu várias vezes, várias vezes, hoje eu estou deixando mais para o Isach, como ele é o repórter de rua eu estou deixando para ele fazer esse trabalho que ele tem mais tempo nesse quesito aí. Mas no início eu fiz muito desse trabalho de acompanhar. Pergunta: Em relação a participação do ouvinte, como vocês fazem para filtrar as informações...que vai entrar ao vivo, como é feito isso. Saturnino de Oliveira: Então, o telefone toca e a nossa secretaria ali na frente atende aí vai procurar o que a pessoa quer e o tipo de denúncia. Vindo de lá para cá, ela transfere... o nosso sonoplasta mais uma vez dá uma segunda checada, mas tem ouvinte que é traiçoeiro ele fala que vai falar de uma coisa quando joga ele no ar ele muda o estilo da conversa e, em alguma situação a gente é obrigado a cortar, infelizmente a gente é obrigado a cortar, não que ele vai trazer problema para o programa, mas até para preservar a integridade dele, por que as vezes ele é uma vítima, tá nervoso, tá com raiva e aí acaba soltando o verbo e acaba prejudicando ele mesmo, então a gene corta justamente por isso. Pergunta: Então vocês filtram a informação para depois jogar no ar. Saturnino de Oliveira: Sim filtra primeiro para depois jogar no ar. Tem ouvinte “poxa demorou para me atender”. Não que demorou par atender, você tem que saber o que ele tem que falar. É fácil chegar aqui e dizer “eu vou falar de tal coisa”, mas será isso mesmo que eu vou falar. Pergunta: O que vocês fazem essa hora, vocês cortam de uma vez.... Saturnino de Oliveira: A gente corta e já diz o motivo por que cortou o ouvinte naquele horário, devido que ele mudou o discurso da conversa que não te nada a vê. Pergunta: Já aconteceu ligar e acabar colocando em uma situação delicada e acabar resultando em algum processo, algo coisa assim, para vocês, para a rádio. Saturnino de Oliveira: Para a rádio propriamente dita não, de alguém ligar e falar alguma coisa que pesasse e a rádio ser “comprometida” com isso não. Talvez tenha da pessoa mesmo ter orientado, da forma que ele ia falar: “bom eu garanto”, então 121 você é responsável pelos seus atos. Pergunta: O programa Vale Tudo ele é voltado para qual público. Saturnino de Oliveira: Ah, ele é misto. O programa Vale Tudo ele atinge toda a camada, independente da faixa etária da idade e também da questão cultural das pessoas. Ele pega do mais humilde até o doutorado, nesse caso aí desde uma criança pequena até um adulto. Quando eu comecei no rádio na outra emissora, tinha o jornalismo como fosse o Vale Tudo, era uma hora e quarenta e cinco minutos. Eu ficava com a última meia hora só para fazer matéria policial, só matéria policial e eu me lembro muito bem que uma senhora que morava na área rural, gostava da última parte que eu trazia em meia hora. Era um quadro separado do restante do jornalismo e na época eu consegui colocar uma vinheta, uma vinheta do filme Stallone Cobra e, a vinheta assim que ela já te provoca um medo, parece uma tempestade que vem arrebentando tudo. E ela fala que quando chegava aquela hora ela....ela tinha duas meninas na época que tinha sete, oito anos, saia para fora por que ficava com medo da vinheta, por que era uma vinheta assim... muito chamativa, até pelo estilo dela, uma vinheta que metia medo. Então diz que elas corriam para fora com medo da vinheta, eu acho até interessante por que eu acha que elas ficavam com medo das notícias, mas elas tinham medo da vinheta. Mas são algumas coisas que acontece. E aqui a gente resolveu fazer mesclado, na mesma hora que a gente toca no assunto de política, toca assunto de alguma coisa social, de religião, do esporte, mas eu acabo intercalando a matéria policial no meio par anão ficar uma coisa só exclusiva. Pergunta: Em relação aos comentários e opiniões, o programa permite que vocês deem suas opiniões, você Roberto, no caso você...ou você prefere no emitir muito...no caso a opinião do Saturnino. Saturnino de Oliveira: O programa Vale Tudo ele permite, eu sou um pouco resguardado, eu gosto de dar a notícia. Dar opinião é um negócio um pouco complicado, por mais que você conheça a fundo a história, num comentário você pode.....na maioria dos jornalistas a nível de país, eles são processados não por dar a notícia, mas pelos comentários que fazem. Mesmo ele fazendo um comentário preciso, ele está emitindo uma opinião própria e alguém pode não gostar e entrar com uma ação na justiça. Por que uma coisa é eu pegar uma coisa que foi registrada e dizer, outra coisa e eu saber da historia a fundo e querer emitir minha opinião e falar. A partir do momento que eu começar a falar do assunto posso indiretamente estar te acusando “ela realmente fez aquilo”, eu estou confirmando que é ela que cometeu um tipo de crime ou qualquer coisa que ela tinha tomado. Essa questão do comentário é muito perigoso, eu faço alguns comentários em alguma oportunidade que as vezes surge, as vezes eu comento alguma coisa, mas eu procuro me segurar ao máximo. Que dá vontade dá, por que as vezes é um assunto que você tem todo um domínio dele ali, mas eu prefiro deixar mais deixar para as autoridades correrem atrás e deixar resolver, daí você só dá em forma de notícia. Pergunta: Em relação às pautas que vocês montam para o programa, como elas são montadas. Vocês montam por dia, por semana, vocês gostam de trabalhar com datas específicas, montar a pauta num dia comemorativo por exemplo. Vocês montam isso...como que é essa produção da pauta. 122 Saturnino de Oliveira: Na verdade nossa pauta aqui é uma pauta diária, claro quando surge algum evento, alguma coisa você já vai preparando alguma coisa...o terreno para aquele assunto. Mas a pauta é montada diária, mais ou menos como eu te disse, a gente trás o programa pré-montado, mas no meu caminho ele muda tudo, como ele vai acontecendo, como ele é um programa bastante dinâmico e vale qualquer coisa, entre aspas, então você acaba mudando o estilo do programa naquele contexto ali. Mas a gente sempre trás uma coisa meio preparado por dia, hoje a gente é “bombado” de informação em questão de site, de televisão, então você vai pegando aquilo ali, vê os assuntos que para por no rádio e trás ele mais ou menos pronto. As vezes dá tempo, as vezes não dá, por que a nossa prioridade é assunto que acontece mais na nossa região. As vezes assuntos a nível nacional, até da nossa região compensa você dar uma pincelada, mas o foco principal mesmo é a notícia da região. Pergunta: Como vocês fazem quando uma pessoa pede uma informação ou uma notícia...vocês apuram depois essa notícia, um assunto que a pessoa se interessa. Vocês apuram esse assunto, se tiver a necessidade de estar retornando a ele, vocês fazem isso. Saturnino de Oliveira: Fazemos, tem uma denuncia que as vezes a pessoa quer fazer uma denúncia que a gente já sabe o teor da coisa, as vezes falta uma informação mais precisa, por isso a gente não trouxe ainda. Então quando a pessoa cutuca em relação aquela denúncia a gente primeiro dá aquela pincelada, mas prometendo para ele que a gente vai estar trazendo para ele assim com mais detalhe, mesmo no programa seguinte. É como eu falei para você, tem notícia que você não pode dar de cara, as vezes está sobre sigilo, sobre investigação, então você tem que segurar. Eu já cheguei a segurar notícia aqui por quase três meses, eu era o único que sabia da noticia, doido para falar e com medo de alguém descobrir e sair na frente. Mas para não atrapalhar o trabalho de investigação e para não quebrar aquele elo com as pessoas que me passam a informação, você se obriga a segurar. Pergunta: Você acha que esse contato que você tem com o público é importante para a permanência do programa. Saturnino de Oliveira: Com certeza, eu diria que tudo que acontece no nosso programa independente se é publicidade ...a questão financeiro dentro do programa tudo é importante para a gente e as pessoas ajudam a gente fazer o programa. A gente sabe que tem gente até para desestabilizar, mas a maioria gosta, por isso esse programa tem esse sucesso. Eu o Roberto aqui não era nada aqui, por isso a gente tem que ter todo...esse pessoal está auxiliando também. Pergunta: Se não tivesse essa participação, essa liberdade que vocês dão para o público estar ligando, seja deixando recadinho no mural da internet, no site né. Você acha que não tivesse essa participação existiria ainda hoje o programa Vale Tudo. Saturnino de Oliveira: Existir acho que sim, não sei talvez com esse nome talvez com outro nome, existir existiria, até por que o rádio depende de um jornalismo. Não sei se teria o sucesso hoje, aliás, ele começou com sucesso, até por que ele começou com um estilo diferente. Geralmente o rádio vinha com aquele jornalismo padrão, para a cidade do interior não que o jornalismo do interior não é bom, é bom 123 mas para o pessoal do interior que tem uma linguagem mais simples, esse tipo de jornalismo acaba caindo na graça do que aquele jornalismo padrão. Pergunta: Você falou da questão da linguagem, da fala simples...como você usa a linguagem para se comunicar com os seus ouvintes. Saturnino de Oliveira: Aqui no programa você tem que usar uma linguagem mais simples e tem horas que até atrapalha a gente, por que quando você sai lá fora para conversar com uma autoridade, com uma pessoa mais informada, que você tem que se reeducar até para você não cometer garfes. É bom por um lado, mas as vezes atrapalha, tipo assim....eu vim de uma família praticamente analfabetos, a família de meus avós são tudo mundo analfabeto, então eu fui criado num convívio daquela linguagem caipira. Mesmo quando você estuda que começa ter a perfeição, a técnica, você está tão acostumado com aquela linguagem comum que você tem que se policiar para não cometer erro. Pergunta: A linguagem da polícia, por que eles muitos códigos. Cometeu um crime eles colocam números invés de artigos...você usa isso, como você transmite essa linguagem policial para o público em geral. Saturnino de Oliveira: O artigo, às vezes se faz necessário trazer o artigo, até para a pessoa que não tem conhecimento entender um pouco mais. No geral nem tanto, um código que, por exemplo, que a polícia usa muito e pensava que não usava e eu achava que só a aviação comercial que usava....eu aprendi a linguagem zulu quando eu tinha nove anos de idade, quando eu cheguei em Rondônia, uma tio meu que trabalhava no aeroporto, na verdade não era uma aeroporto na época era um campo de pulso, mas já se usava a linguagem zulu. Essa linguagem zulu eu pensava que só era só para a aviação, mas a polícia usa, a marinha usa, todo meio de comunicação acaba usando a linguagem zulu. Não sei se você sabe o que é a linguagem zulu, mas o alfabeto zulu você pega o alfabeto completo, mas cada letra tem um significado. E para quem trabalha na polícia, na aviação, na comunicação, qualquer pessoa que falar na linguagem zulu ele vai entender o que a pessoa quer dizer, isso até para você emitir uma passagem. Você vai emitir uma passagem aérea a atendente vai usar a linguagem zulu, você pode ver que vai na frente da passagem não é o seu primeiro sobrenome, é o seu último sobrenome. Pegando o alfabeto: alfa, bravo, charle, serra, delto, tango, diforme, maique, november, quebequi, kilo, lima, paga, tango....cada letra tem um significado e essa é linguagem assim que é usada no mundo todo,, chamada de linguagem zulu, ela é uma linguagem usada no mundo todo, você falou a pessoa já sabe. Você pega a placa de carro “NBV”, para você que não entende é NBV, para nós que entendemos significa november bravo victor. E , ai você disse o número 1672, um meia sete segundo e aí se fosse dois números repetidos 66, é sexto dobrado, seria seis duas vezes, seria sessenta duas vezes e alguma coisa, então essa é a linguagem zulu. Aí a gente aprendeu muito fácil essa linguagem aí....até o pessoal ficaram meio encantado, como eu aprendi comm nove anos, tive facilidade para decorar e quando eu cheguei lá e comecei a usar a linguagem zulu “ mas você entende a linguagem zulu”, aí eu falei mais não é só a polícia que usa a linguagem que entende, todo meio de comunicação usa a linguagem zulu. Isso para quem trabalha com o rádio armador, até os motoristas que dirigem caminhão hoje usa a linguagem zulu para poder se comunicar com os colegas e com a empresa que ele trabalha que tem que todo mundo integrado ali no sistema de comunicação. E as questão dos artigos que são usados...no caso do programa eu só uso em algumas situações só, até porque que tem alguns artigos, 124 por exemplo, um artigo de um estuprador, você não pode falar no ar. No começo todo mundo lembra que o estuprador quando caia na cadeia, quando o pessoal descobria fazia dele gato e sapato. Aí a justiça acabou entrando, proibiu de dizer que o caro era estuprador, mas o que acontecia, colocava o cara lá dentro só quando ia chamar ele para dar um depoimento, o policial para sacanear muitas vezes, o agente penitenciário chamava ele pelo artigo e tudo mundo sabia que o artigo dele era o estuprador e já pegava de volta quando ele chegava e fazia ela de gato e sapato. Tanto que é que hoje no caso do estuprador é colocado em cela separado até para evitar esse tipo de problema. Um artigo dessa e não posso falar aqui, por que se eu falar é processo. Até o final dos anos 90, você podia por exemplo, você podia citar as iniciais de um menor, hoje nem isso você não pode mais. No caso de escrita você pode até colocar as iniciais, mas no caso do rádio não pode, ficou proibido. Pergunta: Em relação a participação do ouvinte, vocês sempre checam as informações. Vocês tem essa preocupação de checar o que eles estão falando, do órgão que eles estão reclamando ou da instituição em si. Saturnino de Oliveira: Com certeza, veja bem o ouvinte, principalmente aquele mais humilde que não tem muito conhecimento, tem medo de chegar em uma autoridade, de reclamar ou até bater de frente, eles pensam eu vou brigar com o caro e ele vai mandar me prender. Então ele acaba usando o rádio por que ele sente uma segurança, ele acha que a gente que está apresentando o programa aqui aguenta qualquer pancada e não é bem assim também. É claro existe um respeito por parte das autoridades e você chega ele vai procurar te entender mais rápido se fosse um cidadão comum lá. Eles aproveitando dessas situações, eles ligam no rádio por que eles se sentem seguro...bom lá no rádio eu posso xingar, brigar e não vai acontecer nada comigo até porque os apresentadores vão segurar a peteca, mais ou menos isso. Mas toda a informação que chega aqui, algumas as vezes a gente já tem um pouquinho de conhecimento e as vezes a gente só está esperando um detalhe para trazer átona para dizer assim, mas aquilo que a gente não está sabendo a agente corre atrás para estar trazendo essa informação para o ouvinte, para não deixar ele na dúvida. Pergunta: Acontece da pessoa ligar primeiro para o programa para saber de alguma coisa antes de ele ir no órgão. Saturnino de Oliveira: Tem muito, em questão quando falta água, energia questão de saúde, as vezes em vez dele ligar lá no órgão para explicar o que está acontecendo ele já liga aqui já descendo a lenha. É um erro que ele está cometendo mais por falta de conhecimento ele acaba usando o rádio, a gente até pergunta “você já ligou no local? Ah, não”, “mas liga lá primeiro”, claro o pessoal já está ouvindo e já vai tomar providência, mas é aquela coisa, é cultura de brasileiro mesmo, ele acha que é melhor ligar aqui e descer a lenha do que ligar no órgão primeiro para saber o que está acontecendo. Eu vejo assim primeiro você liga no órgão que está tendo problema para passar primeiro as informações, as vezes eles não estão sabendo. É claro se eles não tomarem providência dentro de um determinado prazo, talvez cabe a você de fazer até uma segunda ligação ou procurar pela segunda vez, se não tomaram providências, aí vamos procurar outros meios, pode ser rádio, a justiça enfim, isso seria o procedimento correto, mas para essas pessoas que não tem conhecimento acham melhor ligar no rádio e já reclamar de vez. 125 Pergunta: E como você reage em relação quando isso acontece. Saturnino de Oliveira: A gente sempre tenta orientar as pessoas. Não adianta você ficar nervoso, bravo que não vai resolver, talvez você vai criar um problema a mais. Tem hora que é enche, tem hora que você está cansado de explicar no programa uma, dois, três as vezes no mesmo programa você explica um assunto duas três vezes. E ainda tem o ouvinte eu não sei se não prestou atenção, ou não ouviu direito liga na mesma cobrança, isso acontece muito mas a gente tem por obrigação de orientar as pessoas, esse é o nosso objetivo. Pergunta: E sua relação com os outros órgãos sem ser da policia, se reclamam da saúde vocês vão lá apurar....as outras instituições sem ser policial. Saturnino de Oliveira: Graças a Deus a gente tem tido um relacionamento, as vezes em uma situação ou outra um funcionário por falta de conhecimento não te dá atendimento que você merece naquele momento. Mas no geral assim o relacionamento é bom, até por que quando se fala ser da imprensa não sei se o pessoal tem medo eles já procuram agilizar. Até eu sou citar uma situação assim...quando eu vou em algum órgão público que não seja especifico a trabalho, a primeira coisa que eu faço é esconder o meu crachá, para não dar aquela conotação assim, “o cara da imprensa está aí vamos atender ele”, não. Já aconteceu de eu ir no hospital precisar de um atendimento, eu escondi o crachá eu não estava com a camisa de uniforme e fiquei na fila de espera como todo mundo, estava precisando ser atendido rápido até por que eu tinha outros compromissos, mas eu falei não, eu jamais vou cortar fila e jamais vou dizer que sou eu, fiquei na minha. Por coincidência chegou um figurão lá e quando me chamou pelo nome despertou a atenção de todo mundo. Então eu vejo assim, o funcionário público....o atendimento tem de ser igual para todo mundo, não que uma pessoa tenha uma certa influencia que tem que dar a preferência para ela. Pergunta: Em relação as ligações, as pessoas ligam muito para pedir ajuda, como que é. Saturnino de Oliveira: Também, tem muita dessa questão de ajuda...do cidadão queimar a casa e ficar sem nada e entra em desesperado, claro né, as vezes só com a roupa do corpo. As vezes o pouquinho que tinha já conseguiu com muita dificuldade...uma situação dessa, já teve várias situações assim e a pessoa entrar em desespero. É uma situação complicada, mas graça a Deus...eu nem vou dizer o vilhenense, mas o brasileiro de uma certa forma é muito humanitário, as vezes aquele que não tem muito, mas o pouquinho que ele tem acaba ajudando a outra pessoa que está precisando. O programa faz a ponte de passar a informação e as pessoas tem respondido a altura nessa questão de ajuda. Pergunta: Mas quando o ouvinte liga pedindo ajuda você pede para o ouvinte colaborarem ou vocês tentam orientar os lugares, as instituições que de repente poderia estar auxiliando. Saturnino de Oliveira: É depende de cada situação. Tem a situação de emergência que você se obriga a fazer um apelo no horário do programa para ter um atendimento mais rápido, na questão de alimento coisa dessa natureza. Agora tem situações que não, aí você orienta buscar os órgãos específicos, si o órgão especifico não atender da forma que precisa...você volta aqui que a gente vai tomar providências. Já aconteceu fato aqui, já. Mas geralmente quando você fala um fato 126 aqui o pessoal já arruma um jeito de socorrer. Pergunta: Saturnino para finalizar a entrevista eu queria que você me dissesse o que vê no Vale Tudo, qual o seu olhar para o programa Vale Tudo. O que mais chama atenção nele. Saturnino de Oliveira: Na minha forma de pensar, eu vejo assim...como eu disse, o programa vale tudo, se você achar que pode falar aqui, pode é claro, em algumas situações não. Mas acho que o objetivo principal do programa seria de levar a informação para as pessoas, as menos favorecidas, é claro que você não atinge só elas você atende pessoa de uma cultura mais elevada. E o programa também a questão de descontração, não sei se você tem a oportunidade de acompanhar a gente no dia-a-dia...tem hora que estressa que as vezes tem que voltar uma piada até para dar uma quebrada na tensão. Mais o motivo maior que eu vejo além de levar a informação, eu também vejo a questão de você ajudar. É claro que os órgãos do governo fizessem o trabalho que deveria ser feito dentro de um contexto, que muitas vezes é criado, nada disso precisaria. Mas infelizmente um país grande que temos, pessoas muito simples, pessoas que não tem uma condição financeira para ter todo um sustento, ele acaba pedindo este tipo de ajuda aí e o programa de certa forma vem de colaborar nesse quesito. Então eu vejo assim além da informação também essa questão do lado social para tentar ajudar aquelas pessoas que por um motivo e outro não conseguiram ter aquilo que queria, seria mais ou menos por aí. Pergunta: Está bom, obrigada pela entrevista [...] ficou ótimo, responder todas as perguntas. Saturnino de Oliveira: Até teve uma situação que aconteceu se eu não me engano foi no ano passado...inclusive o nosso repórter estava na delegacia lá para pegar uma matéria e de repente surgiu assim, um casal, o homem tinha que sacar um dinheiro para sacar na caixa econômica e pegou justamente o período das greves que teve nos bancos...e ficou um período longo. Aí ele não conseguia sacar o dinheiro no caixa eletrônico e ele tenta conversar com alguém da caixa econômica e também não conseguia, por que todo mundo de greve. E eles passam necessidade e o que acontece, o Isach estava lá na delegacia para fazer uma matéria e o casal estava lá, não sei se era para fazer alguma reclamação na polícia para tomar providência, enfim. Quando o repórter tomou conhecimento da coisa de lá mesmo ele entrou no ar falando do assunto, colocou no caso a esposa do cidadão para fazer a reclamação. Na hora a gerente da caixa ligou aqui na rádio, ela estava ouvindo o programa, inclusive depois eu conversei com ela e ela disse que estava indo para o serviço e ela ouviu dentro do carro e quando chegou na agência ela mais que depressa pediu para mandar o casal para conversar lá com ela e, que ela iria tomar as providências. Aí o nosso repórter colocou o casal no carro, eles deixaram a bicicleta na delegacia, e foi até a Caixa e quarenta minutos depois então estava resolvido o problema. Talvez de tudo que a gente fez...talvez não pode ter sido o assunto mais necessitado, mas o mais que me chamou a atenção até porque pela rapidez. Ela disse realmente até eu peço desculpa, não que ela disse isso no ar, mas depois eu conversando com ela, até porque ela era uma amiga quase de infância minha, ela disse o seguinte...como o banco estava de greve evidentemente funcionário nenhum ia querer dar atendimento para ninguém, não quer nem saber. Mas as pessoas estivessem chegado lá e tivesse chegado até mim, talvez foi uma falha minha também de não estar lá a frente do banca para atender até alguns casos nesse sentindo então acabou atrasando. Mas foi bom que depois quarenta minutos 127 depois o nosso repórter ligou dizendo que tinha saindo da caixa econômica com ela...com o problema solucionado. Nesse lado social eu acho que o programa ajudou e muito. Claro que teve a colaboração da própria gerente, mas o fato de ter chegado a conhecimento através do programa, contribuiu bastante para um casal que estava muito necessitado naquele momento. Pergunta: A mobilidade do rádio facilita isso. Saturnino de Oliveira: Ajudou bastante, ajudou bastante até porque o rádio é mais dinâmico, você falou aqui todo mundo já está ouvindo. Todos os outros meios de comunicação tem seu papel importante mais é um pouco mais demorado, o rádio não é mais um pouco dinâmico nesse sentindo. Você pode estar em qualquer lugar, em qualquer ambiente você pode ouvir um rádio. Pergunta: E a transmissão se torna mais fácil né. Saturnino de Oliveira: Na hora, na hora. Pergunta: Obrigada pela entrevista por poder falar sobre como você trabalha, sobre o programa e suas atividades aqui no Vale Tudo. Saturnino de Oliveira: Eu que agradeço aí, não sei se respondi dentro daquilo que você precisava par ao seu trabalho, mas espero que você consiga concluir seu curso de jornalismo e que escolha uma área...não sei a área que você vai querer seguir. Mas independente da área que você seguir que você tenha bastante sucesso. É um trabalho muito gratificante. Tem gente que diz que vai fazer jornalismo por que quer ser famoso, já ouvi gente falar isso. Mas olha, a fama não vem assim, quando você faz um trabalho com carinho, com dedicação, o resultado que ele vai provocar esse é o mais importante até que o sucesso. O sucesso é uma consequência daquilo que você faz, se você faz um trabalho bem feito o sucesso virá. Espero que você consiga exercer o seu trabalho da melhor maneira possível. 128 Degravação da entrevista com o locutor Roberto Di Jorge 29.05.2012 Pergunta: [...] Roberto qual o seu nome completo e de onde você veio. Roberto Di Jorge: Bom, o nome completo é Jaime Roberto Angeli Di Jorge, aí por questões de facilitar a pronúncia para o público de modo geral, público ouvinte, adotei Roberto Di Jorge. Fui batizado com esse nome na verdade, um diretor artístico na Rádio Vilhena. Pergunta: Você veio dá onde, de qual cidade você veio. Roberto Di Jorge: Eu sou natural de Crissiumal, Rio Grande do Sul, interior gaúcho, uma cidadezinha bem pequena. Pergunta: Você já trabalhava como locutor ou veio trabalhar aqui. Roberto Di Jorge: Não, eu vim do Rio Grande do Sul para Rondônia, com 17 anos, jovem ainda. Vim em busca de novas oportunidades. Cheguei em Vilhena em 1986. Trabalhei em outras funções e ingressei no rádio em 1993. Pergunta: Já aqui nessa emissora ou foi em outra (quando ele entrou para a Rádio Planalto). Roberto Di Jorge: Não, eu comecei na Rádio Vilhena, em 1993, [...] como aprendiz de sonoplasta, funçãozinha que na época era difícil, acordar de madrugada, colocar a rádio no ar. Fui ter contato com o microfone um ano e meio depois. Pergunta: Quando você começou na Rádio Planalto mesmo. Roberto Di Jorge: Na Rádio Planalto mesmo em 2002. Pergunta: O que fez você vir para cá (Rádio Planalto), fizeram uma proposta.... Roberto Di Jorge: Foi uma proposta de trabalho, a gente já vinha conversando há muito tempo, mas aí eu estava bem na outra emissora, mas daí ouve um desentendimento de uma locação lá, eu não me acertei com o pessoal que alugou. Aí tive a oportunidade aqui na Planalto, proposta salarial boa, daí vim pra cá. Pergunta: Você já entrou no programa Vale Tudo ou você ainda já passou por outro programa, fui direto... Roberto Di Jorge: Aqui foi direto no Vale Tudo e no Realidade. Pergunta: Em relação ao jornalismo do programa é o que, você acha que o programa ele é um programa de utilidade pública, ele é mais voltado para o esporte, ele é um programa investigativo, como você caracterizaria o programa. Roberto Di Jorge: Olha, o Vale Tudo, como o próprio mesmo nome diz é um vale tudo mesmo. O programa não tem um formato próprio, ele se adapta de acordo com a realidade, com a participação do ouvinte, o assunto do dia, do momento. A gente não tem uma padronização do programa não. Ele é bem maleável de acordo da necessidade do momento. O assunto é política no dia, assunto que a gente aborda é política. Muita ocorrência policial, o programa vai e foca nas ocorrências policiais. É 129 esporte, vai para o esporte. Embora a gente tenha uma pauta pré-definida do que vai ser o programa, dificilmente a gente consiga fazer o programa em cima daquilo que já está planejado. Programa ao vivo tem essa característica [...] Pergunta: Você falou que tem muita questão de política. Assuntos que acabam entrando no programa, esses são os mais comentados ou tem outros. Qual vocês consideram o mais comentado no dia-a-dia. Roberto Di Jorge: Por incrível que pareça o assunto político é o que dá mais ibope, é o que dá mais repercussão, mais comentário no dia seguinte e a ocorrência policial. Nosso público ouvinte se fizer uma pesquisa o que eles quererem saber, é as ocorrências policiais, o pessoal parece que gosta de ver a desgraça a barbaridade, quanto mais sangue melhor, cativa, prende mais a atenção do público ouvinte. Pergunta: Como é a rotina de trabalho de vocês, em questão de apuração de matérias...quando vocês iniciam o programa, quando vocês terminam o programa vocês vão checar esses dados, durante o próprio programa vocês vão checando algumas coisas, como que funciona isso. Roberto Di Jorge: Olha, o nosso programa é, bom o básico são três pessoas, eu o Saturnino de Oliveira que cuida da parte policial e o Isach Laurentino que faz as reportagens de rua. No meu caso especificamente, eu saiu daqui eu vou atrás de informações de Prefeitura de Vilhena, vou na Câmara de Vereadores, pesquiso sites de notícias da internet para ver o que está acontecendo a nível de Estado principalmente. Já os colegas cada um vai atrás de sua área, o Saturnino de Oliveira vai direto para quartel, polícia militar, pegar a notícia antes do registro até da delegacia de polícia. E o Isach Laurentino, faz o acompanhamento do que acontece na cidade, acidente de trânsito, plantão de delegacia de polícia também, cada um cuida de três áreas especificas, só complementando ainda a gente as vezes necessita de alguma entrevista quem corre atrás para agendar cabe a mim também. Pergunta: O programa tem divisão de blocos, você sabe quantos blocos ele tem. Roberto Di Jorge: A cada quinze minutos a gente tem um intervalo comercial, então são quatro blocos por horas dá oito blocos durante duas horas. Pergunta: Em relação a participação do ouvinte, como vocês fazem para filtrar a informação ou vem direto ao vivo, como acontece isso. Roberto Di Jorge: Não há nenhuma filtragem não, apenas uma orientação que o pessoal de apoio dá para o ouvinte participar, em questão de não ofender ninguém, ofensas pessoais, se atentar a participação em cima de problemas, de situações e, em época de eleições agora é meio problemático, a gente sempre orienta para não ajudar e não atrapalhar qualquer candidato que seja, para não dar nenhuma interferência na disputa eleitoral que tem em ano de eleição. Pergunta: Como que fica o seu posicionamento em relação a política, por que querendo não aqui está ligado diretamente (a um grupo político). Você tem liberdade de trazer quem você quiser, independente da posição política de cada um, o pensamento, de cada um, como que é... Roberto Di Jorge: Olha, aqui no Estado de Rondônia, principalmente, se você fazer 130 uma pesquisa, eu não posso dizer cem porcento, mas próximo disso todos meios de comunicação são ligados a grupos políticos ou a políticos ou a grupos. Aqui na rádio Planalto até agora a gene não teve nenhum problema de esse pode falar esse não pode falar, desde que tenha alguma necessidade de dar entrevista, de falar. Se a situação necessita você entrevista quem quer que seja. Pergunta: Então no caso há uma filtragem sim, mais ou menos dos assuntos quando o ouvinte vem... Roberto Di Jorge: As entrevistas sim, são pautadas de acordo com a necessidade, não é que você vai dizer não vai falar não, mas se chegar alguém e disser eu quero uma entrevista na Rádio Planalto, mas qual é o assunto. O assunto que não...eu quero uma entrevista para falar do meu trabalho, então tudo bem, não pode hoje não pode amanhã, então você vem daqui um dois três dias, quatro dias, que a gente tem uma programação de entrevista também, tem que ver o assunto do dia, tem que ver o de maior necessidade, de urgência para ser pautado nas entrevistas. Pergunta: Já aconteceu de algum ouvinte ligar e você ficar em uma situação bem... Roberto Di Jorge: Ah, constantemente tem isso. Pergunta: Como você faz para sai dessas situações. Roberto Di Jorge: Bom, geralmente a gente pede desculpa para o ouvinte e tira o participante do ar, sem muitas delongas, sem muito rodeio, tira o ouvinte do ar e toca para frente, programa ao vivo tem isso, não te como fugir. Você nunca sabe a verdadeira intenção da pessoa que está do outro lado. Muitas vezes o cidadão fala para os colegas que quer participar relacionado a algum assunto, quando entra no ar a conversa é totalmente diferente daquilo que ele diz que ia participar [...] inclusive situações de agressões verbais, constantemente tem gerado problema, por que quando a pessoa participa no ar, fica agendado o número do telefone, alguma fonte assim para a gente buscar o autor das ofensas. Teve caso aqui na emissora do ouvinte participar e foram responsabilizados criminalmente por isso [...] o cidadão participa ele tem todo o direito de expor a opinião dele, mas ele é responsável pelo que fala. Pergunta: Normalmente quem atende o telefone é você, geralmente [...] no ar sempre é você. Vocês já combinaram desde o início, como que é... Roberto Di Jorge: Olha, isso aconteceu mesmo de que uma forma natural, talvez o colega, o Saturnino não tenha muita vontade, até não gosta de falar com o ouvinte no ar. Eu acho que me dou melhor nessa área, tenho uma certa tolerância mais. Então ficou meio que natural a participação do ouvinte geralmente quem atende sou eu. Pergunta: Em relação aos comentários que você faz. Você lê muito sobre os assuntos, por que eu vejo que você faz o comentário baseado a alguma coisa. Roberto Di Jorge: Ah, isso você não tenha dúvida disso, eu gosto de ler muito, você pode ver que tem um computador conectado a internet aqui na frente, tem uma ferramenta básica que é o Google, qualquer assunto que tu tem dúvida você dá uma clicada aqui, dá uma “googada” aqui que o que tiver de informação na internet é disponível instantaneamente, isso ajuda bastante. Eu penso da seguinte forma, um microfone desse é uma “baita” de uma ferramenta que tu tem um instrumento de 131 mobilizar a opinião de muitos, então tu tem que agir com uma certa responsabilidade. A imparcialidade que se faz necessário na nossa profissão de jornalista, muitas vezes é difícil de tu expor ela. O próprio ouvinte gosta de ouvir a opinião de quem está a frente do microfone, quer saber minha opinião. Então em algumas situações você é obrigado a emitir ela. Pergunta: Você trabalha muito com legislação, assim, sobre as leis de trânsito, percebi que tem muitos questionamentos sobre o código de trânsito, código de legislação do direito do consumidor, então é uma coisa que sempre tem que está buscando essas leis, que todos nós deveríamos saber na verdade, mas poucos vão buscar. Roberto Di Jorge; A gente tem que estar interado das leis, procurar se atualizar também. Por que no Brasil leis são criadas todos os dias, praticamente toda a semana, então, o que hoje é uma regra amanhã passa não é......Por isso que te falo, na internet aqui você tem no rádio, acho que no demais meios, na imprensa não é diferente, a internet é uma ferramenta ótima de suporte da profissão que a gente está exercendo. Pergunta: Em relação as pautas por exemplo, você disse que tem as pautas que vocês fazem, as pautas especificas, mas vocês nem sempre consegue estar atuando, cumprindo elas. Vocês se baseiam em alguma coisa para estar fazendo essas pautas, datas comemorativas, algumas reclamações da população, como vocês baseiam para fazer essas pautas. Roberto Di Jorge: Bom, a gente vive num mundo globalizado, então de seguinte forma, tu sai na rua no dia-a-dia, você vê o povo comentando, discutindo tu aborda no meio dia no Vale Tudo. A gente busca os jornais de circulação, o que os jornais estão trazendo de destaque de matéria, a gente aborda também. Os sites de notícias que hoje em dia é notícia toda hora, todo o instante também os assuntos que são abordados na imprensa no modo geral, a gente trás pro rádio ao meio dia aqui na Planalto. Pergunta: Vocês tem alguma reunião que você, o Laurentino, o Saturnino sentam para poder estar fazendo isso ou acontece naturalmente. Roberto Di Jorge: Acontece naturalmente, cada corre atrás da sua parte. Olha, é muito difícil acontecer, geralmente com Isach. O Isach vai para rua, então a gente ao meio hora antes do programa, a gente vê o que está acontecendo que poderia ir em busca da reportagem de rua, mas são situações inusitadas, não é aquela regrinha que todo dia tem que discutir [...] Até por que a gente já está no rádio há muito tempo, então já há uma espécie de confiança dos três aqui. O que o outro vai fazer, ele vai em buscar daquilo que tem de melhor. Cada um cuidando de sua área. A gente deposita essa confiança, há não necessidade de uma reuniãozinha diária para saber ...eu vou atrás disso aqui. Pergunta: Você acha que essas pautas específicas ajuda aproximar do ouvinte. Quando o ouvinte liga aqui pede algum assunto vocês vão atrás, trás mais detalhes sobre aquela reportagem daquilo que o ouvinte está pedindo. Você acha que vai aproximar mais do público. Roberto Di Jorge: Aproxima e aumenta o grau de confiabilidade quando o ouvinte 132 solicita o esclarecimento sobre algum assunto, tu trás essa resposta convincente para o ouvinte, cada vez ele acredita mais no seu trabalho. Pergunta: Como é sua relação com o público. Roberto Di Jorge: Olha, a relação é ótima, eu sou povo também, eu simplesmente estou do lado de cá do microfone. Saindo do microfone saindo para rua, a gente tem uma relação de amizade muito grande. Há algum descontentamento principalmente na área política, quando você cita algum problema é o vereador que não gosta, o prefeito que não gosta, o deputado que não gosta. Sempre há, estou falando por mim, na minha área a coisa é mais light um pouco, já com os colegas que trabalham com as ocorrências policias, é um pouco mais complicado, mas sempre tem problema para resolver, tem alguém que envolveu em algo que acha que a matéria não foi divulgada da forma correta, que o boletim de ocorrência foi elaborado de forma errada por policiais. Então tem toda semana tem alguma coisa aretas para ser aparada entre colegas que trabalham com ocorrências policiais e o nosso público ouvinte. Pergunta: Vocês tem algum advogado para estar auxiliam vocês... Roberto Di Jorge; Sim, o departamento jurídico [...] a gente recebe uma orientação jurídica do que pode ou não pode para não estar, a gente não avançar o sinal do que a gente fala para evitar situações desagradáveis no futuro. Pergunta: Na verdade não existe nenhum documento, vocês gravam o programa quando as pessoas ligam para cá. Roberto Di Jorge: Toda a gravação da rádio é gravada [...] Pergunta: Quando o ouvinte liga alí na frente vocês gravam para provar que ele autorizou...até mesmo para vocês se protegerem disso, tem como ou não... Roberto Di Jorge: A conversa com o pessoal que atende o ouvinte não é gravada, só é gravado a partir do momento que entra no ar. O que fica registrado é a hora que ele ligou e o número de telefone. Pergunta: Como você falou tem gente que liga aqui fala uma coisa, chega aqui é outra, então não tem como você provar...então é palavra da pessoa que atende o telefone mais a do ouvinte. Roberto Di Jorge: Só o seguinte na legislação a responsabilidade é do que o cidadão fala se tornou público o que ele falou. A partir do momento que você identifica ele, sabe quem é ou dá onde ele ligou, pelo menos o cidadão passa a ser responsável e responsabilizado, maior de idade, menor de idade não participa ao não ser se é para passar um recado alguma coisa assim. Participar de assuntos, discussão menor idade não participa não só maior de idade. Pergunta: Você já foi processado muitas vezes. Roberto Di Jorge: Eu tive uma ação na justiça que acabou culminado com a absolvição, há muito tempo atrás logo que eu estava começando, graças a Deus eu fui absorvido e serviu de exemplo para a gente saber que não pode é ser passional, se envolver muito com os problemas dos outros, em situações particulares principa Pergunta: Em relação ao retorno do ouvinte é levado em consideração na hora de tocar novamente no assunto pedido. Como vocês trabalham....se tiver dez pessoas querendo aquele assunto, vocês vão falar dez vezes o mesmo 133 assunto ou não. Roberto Di Jorge: Não, tocou uma vez no assunto, assunto encerrado se não fica muito repetitivo, fica parecendo aquele disquinho furado. Tocou no assunto, trouxe o esclarecimento, a resposta pronto. Tem muito caso em ocorrência policial, você cita a ocorrência policial de repente o ouvinte pede para você repetir de novo, não tem como se não você fica o programa todo em cima do mesmo assunto. Agora o assunto pode voltar nos programas seguidos, por exemplo, hoje você aborda um assusto amanhã questiona, volta de novo. Mas a partir do momento que a gente encerra o assunto em um programa, ou a matéria assunto encerrado [...] Pergunta: Como é a sua relação com os órgãos públicos. Você falou de uma certa dificuldade, seus colegas vão para a rua com ocorrência policial, o Isach. Como é a sua relação em estar buscando a informação, eles facilitam isso para você, compreendem ou tem uma certa... Roberto Di Jorge: Não tem aquela facilidade não, às vezes você nota que as pessoas te atendem até por obrigação que tem que atender, mas as pessoas não tem olham com bons olhos não. Pergunta: Eles acham que você sempre está querendo fazer algum mal... Roberto Di Jorge: É, algum que pode se reverter contra eles lá na frente, infelizmente a gente encontra e não é pouco não, tem muito. Pergunta: Você consegue levar bem essa situação não, tem que ir... Roberto Di Jorge: Agora a gente aprende, anos de experiências vão te moldando para tolerar certas situações. No início você fica meio frustrado, mas depois a gente consegue equilibrar a coisa. Pergunta: vocês disseram que não muito checar as informações que os ouvintes...mas se eles pedem alguma matéria vocês para fazer Roberto Di Jorge: É, principalmente se for algum assunto de interesse coletivo, que talvez é um problema do ouvinte lá mais que trás mas que trás um benefício repercussão coletivo aí é interessante. Aí quando é uma coisa assim específica para aquele ouvinte só, a gente tenta orientá-lo de que forma ele deve proceder ou ele ir atrás. Agora quando é um assunto que o ouvinte está passando vai atingir uma grande parcela do nosso público ouvinte a gente procura nós mesmos irmos atrás saber do problema, o que está acontecendo, qual é a solução prevista. Pergunta: Vocês acompanham os casos. Como você disse alguma pessoa pede como você falou uma reclamação individual mas atinge o coletivo, vocês vão estar acompanhando determinados casos, seja individual ou coletivo mesmo. Roberto Di Jorge: Acompanhamos [...] até a solução até. Pergunta: Você pode dizer um caso que te chamou atenção teve bastante repercussão no programa. Roberto Di Jorge: Vou dar um exemplo recente, o caso da Câmara de Vereadores, deu aquela festinha lá, tava tudo mundo pensando que ia sobrar só para o vigia. O vigia que deixou o pessoal para fazer a festa, lá nós estávamos todos dos dias, acompanhando via o que acontecia, o que deixou de acontecer até o encerramento 134 do caso que terminou com a rescisão de contrato com o professor que levou o pessoal para dentro, o professor de informática e o vigia que recebeu a punição dele também, mas não aquilo que boa parte da população acham o que ia acontece acham que ia exonerar o vigia ia ser punido. Ele teve a punição, o afastamento temporário e depois retornou para o trabalho normal. Ali a gente ficou dia-a-dia, passo a passo acompanhando o caso. E outros a gente acompanha do mesmo jeito do mesmo nível. Pergunta: Às vezes dá para perceber para receber o telefone para buscar informação para estar passando na hora. Além disso parece que tem um telefone que sempre está recebendo mensagem SMS. Como que é isso a informação que chega por outros meios... Roberto Di Jorge: Olha, a tecnologia tem nós ajuda e muito. A mensagem SMS é uma coisa fantástica, além de ser de baixo custo e ele participa, a mensagem é instantânea e fica armazenada aqui, se tiver qualquer dúvida você já vai atrás antes de levar para o ar. Mas a participação do ouvinte é para colaborar com o assunto que você está falando, dificilmente vem uma mensagem no celular para estar falando em busca de algo que não está sendo abordado no programa. Ela vem no intuito do ouvinte participar, estar colaborando com o assunto que está sendo discutido naquele momento. Pergunta: Esse telefone é seu mesmo ou do programa. Roberto Di Jorge: Olha, esse é meu mesmo até por que quem teve a ideia da utilização da mensagem no rádio aqui em Vilhena...fui o primeiro. Na época a rádio não se atentou muito para esse detalhe não, daí eu coloquei o meu telefone a disposição e aí o número ficou memorizado, o número da mensagem, aí vem direto no meu. Acho que cada emissora tem que ter seu próprio número para mensagem, independente do locutor que está....só para tu ter uma ideia eu recebo mensagem dia todo, o pessoal recebendo música, pedindo orientação de signo de horóscopo que é na grade de programação na emissora [...] só esse trabalho de mensagem de celular fazem doze anos mais ou menos, desde a Rádio Vilhena eu já tinha a opção do SMS pro ouvinte participar. Logo que o celular começou a surgir no mercado aí e com a opção da mensagem de texto eu liguei, pintou aquela luz, participa pela mensagem também, não é só para mandar recadinho pro namorado para a namorada, para a família que está em casa, para mensagem de natal, é para assuntos sérios também do dia-a-dia. Pergunta: Você é bem atualizado na questão de tecnologia então, em relação a internet, sms... Roberto Di Jorge: Qualquer profissão se você não se atualizar, se você não buscar o que tem de mais novo de mais moderno você fica para trás e nós que trabalhamos na imprensa mais ainda por que o mundo vive de informação e a informação não é restrita ao rádio, ao jornal, a televisão, a internet está aí para isso. Pergunta: Você fez algum curso para estar trabalhando como locutor. Roberto Di Jorge: Fiz. Nós fizemos um curso isso na década de 90 ainda, teve uma equipe do Sindicato Nacional dos Jornalistas. Eu fiz dois cursos na verdade, um 135 em Vilhena e um em Porto Velho. Foram 90 dias entre os dois períodos, Vilhena e Porto Velho e, olha foi de um aprendizado fantástico, por que na época a gente não tinha o curso de jornalismo na universidade aqui. Então ou a gente era autodidatas ou aprendíamos em situação como essas e foi muito bom. Pergunta: Pretende fazer novos cursos ou outros cursos que não seja o jornalismo. Eu vejo muita gente que é jornalista e fazem outro curso, o que não tem problema nenhum. Roberto Di Jorge: Poderia se fazer nada contra também, mas eu faço o que eu gosto, eu sou uma pessoa abençoada pode dizer assim. Quando você trabalha naquilo que gosta e é razoavelmente bem remunerado, muitas vezes você não procura a opção B ou C não. Eu me dedico naquilo que estou fazendo, quero fazer o programa de radiojornalismo bem feito, lógico que sempre procuro ouvir emissora de rádio de outros estados para ver se há uma tendência nova fora daquilo que a gente está fazendo, por que além de apresentar o programa eu tenho que ser ouvinte também. Não bastante chegar aqui no microfone e achar que....eu sou ouvinte, eu tenho que ouvir que outras emissoras outros profissionais fazem para ver se aquilo é bom é agradável. É importante adaptar para aqui a nossa programação. Pergunta: Vocês ouvem o programa, vocês gravam... Roberto Di Jorge: Atualmente não, mas já ouvi muito. No início era fazer aqui e ir para casa e nem almoçava não, já ligava. Mas era bem no início era fita cassete ainda, por que eu gravava o programa e já ouvia e, não foram poucos os programas não foram muito tempo. Por que eu acho que o maior crítico de seu trabalho é você mesmo...aqui eu errei aqui eu posso melhorar, aqui eu tenho que corrigir esse detalhe. Então graça a isso deu pra chegar na onde eu cheguei, espero ir um pouco mais para frente, mas foi graça a isso também. Pergunta: Você acha que a sua voz facilitou na entrada do programa como locutor na verdade ou você acha que isso não interfere nada. Roberto Di Jorge: Não, não, por que no início se você me ouvisse no rádio você não acreditava que eu seria locutor de rádio. A voz você vai educando ela vai trabalhando. Eu era muito tímido inclusive, ainda sou, mas era muito mais na época e sempre gostei de rádio, sempre fui um apaixonado por rádio. E aí é aquilo que te falei, você começa com a profissão e vai se aperfeiçoando, vai trabalhando, vai se reeducando até chegar num nível que você julga...já estou começando a ficar bom, como um avião começando a levantar voo e não pode parar. Pergunta: Para finalizar Roberto, como você vê o programa Vale Tudo. Roberto Di Jorge: Olha, há dez anos estou aqui e já criamos um certo vínculo. Já teve outros apresentadores, vários apresentadores que ficaram aqui no programa, mas salve engano acho quem está mais tempo no Vale Tudo sou eu. Já recebi proposta para trocar de emissora, para ir para a televisão. Mas é aquela historia se o casamento está dando certo você vai desistir por que, só mudar, não né. Então enquanto está sendo bom para mim está sendo bom para a emissora que eu trabalho. Muito difícil haver alguma mudança, pode ocorrer, mas é difícil. Questão primeira, questão do profissional para a emissora, tá sendo bom está tendo retorno 136 financeiro, tudo gira em torno do dinheiro do financeiro, está sendo bom para a emissora, mantém o programa. Está sendo bom para mim, bem remunerado no final do mês, tá. Então está ótimo o ouvinte está gostando, o índice de audiência mostra isso, é o programa de mais audiência que nós temos aqui. E olha que nós estamos falando de uma rádio AM, geralmente competir uma rádio AM com uma FM é difícil e a gente tem conseguido se sobressair a muito tempo, a muitos anos. E pela pesquisa que a gente tem a tendência é manter nesse patamar [...] só se nós vacilar, baixar a guarda aqui que a concorrência vem e toma conta, mas a gente sempre tenta manter a linha, a qualidade, uma dedicação naquilo que faz, manter o ouvinte informado, sempre bem atualizado. Informação é isso, é você se atualizar sempre. Pergunta: E a estrutura do programa sempre foi esse: vocês iniciam com esporte, vão para ocorrências, já iniciam com ocorrências policias, depois entra o Isach. Ele entra em alguns momentos, não tem momentos específicos, terminando tudo isso já finaliza o programa. Roberto Di Jorge: [...] Eu não diria que esse é o formato padrão não, mas foi o que deu mais certo até agora, é o que deu mais certo ainda. A gente faz o esporte início por dois motivos: primeiro por que tem muita gente que não gosta de esporte, e é horário que tem muita gente saindo do trabalho para chegar em casa. Então a gente fez um calculo aí que nesse horário ainda por esporte para o ouvinte já chegou em casa, tá pronto para o almoço, daí tá todo mundo rádio, daí começa com s notícias principais do programa [...] No início nossa profissão não dá muito resultado não, se você pensar vou entrar no jornalismo para ganhar muito dinheiro...tu começa ganhar com o tempo quando o teu nome começa a fortalecer. No caso do rádio além de você trabalhar com jornalismo a gente vende publicidade, então a gente vende aquilo que faz. [...] Por isso a gente se dedica e fazer o nosso melhor para poder vender o nosso produto o nosso produto lá fora. E eu te falar, isso não é fácil, não é um dois anos não. Eu estou trabalhando nessa área de jornalismo desde 1998, que eu comecei melhorar minha situação profissional e econômica, foi depois de 2001 para cá, para você ter uma ideia, então passou três que você fica amassando o barro para depois começar a levantar a casinha. Aí tu começa pegar o foco da coisa, o que é melhor, o que o teu trabalho fica mais reconhecido, o que tu tem que fazer para penetrar no público alvo. Muitas vezes aquilo que a gente fala, eu vou falar do rádio, não adianto tu jogar conversa fora, tua conversa tem que ter objetivo e dá eco lá na frente, por que senão...é a mesma coisa que escrever no jornal, tem muita diferença de contar uma história e escrever uma matéria. Conta história todo mundo conta, mas escrever uma matéria boa e dá resultado é diferente. Pergunta: Você tem essa técnica de trabalhar com o rádio. Por que falou que cada meio tem suas particularidades. Você tem essa técnica do rádio, da linguagem, da voz, quando você vai anunciar alguma coisa... Roberto Di Jorge: Tudo, até no jeito de você conversar com o ouvinte tu tem que ter um formato diferente, você tem que tratar todos da mesma forma e respeito. Mas cada ouvinte que participa, cada pessoa que você entrevista, tu tem uma forma de conduzir o programa. 137 Pergunta: Você acha que essa linguagem que você utiliza no rádio você poderia estar trabalhando com outros meios ou você teria se adaptar. Roberto Di Jorge: Teria que me adaptar, cada veículo tem seu meio....e o público é diferente também. O rádio aqui em Vilhena, pelas as experiências que a gente tem viajando pelos municípios, aqui em Vilhena que o rádio é um pouco mais amplo...a gente consegue pegar públicos...dá mais uma globalizada no nosso público ouvinte. A gente tem ouvinte de todas as classes sociais. Mas se fosse para a televisão teria de ser diferente, se fosse para jornal seria diferente. Inclusive nos cursos que nós fizemos, nós aprendemos a redigir a matéria pro rádio, para televisão e para o jornal impresso. Eu me dediquei ao rádio por que eu gosto do rádio e por que achei mais fácil de trabalho, mas que se adaptava melhor. 138 Degravação da entrevista com repórter externo Isach Laurentino 29.05.2012 Pergunta: Bom dia isach, eu estou aqui para fazer meu trabalho de monografia. Eu gostaria que você dissesse o seu nome, dá onde você veio, quanto tempo você está aqui na Rádio Planalto. Vou tentar fazer perguntinhas do seu dia-adia, do seu cotidiano. Quero saber o seu cotidiano relacionado ao programa Vale Tudo. Isach Laurentino: Bom Ivanir, primeiramente é um prazer de você ter escolhido a gente e a gente fica satisfeito com isso. A gente pode responder dentro daquilo que a gente convive. Na verdade meu nome é Isach Laurentino, eu vim de passagem do Pará, na verdade eu sou Paranaense. Daí eu vim para Rondônia há trinta anos atrás. Eu fiquei aqui uns quatros anos, depois eu fui embora pro Pará, foi quando eu comecei a trabalhar como repórter e apresentador. Eu era âncora do jornal de meiodia e também fazia reportagem, transmissão de jogos e passei por lá 23 anos. E depois vim embora para Vilhena em virtude da minha família que mora aqui, mãe, irmãos que mora aqui, então vim embora para cá para morar e, cheguei até a Rádio Planalto. Foi mais ou menos assim que a gente chegou até a Rádio Planalto, na verdade eu não cheguei direto na Rádio Planalto. Eu vim para Vilhena e consegui me ingressar na Rádio Vilhena, na época não tinha vaga na Rádio Planalto, esse papel que eu faço na Rádio Planalto não tinha, não tinha esse quadro radiorrepórter, não tinha. E aí o diretor Carlos Godinho criou o quadro, eu tinha uma programação comigo de ficar um ano na Rádio Planalto, esse ano estava vencendo, foi quando eu recebi o convite por parte do próprio diretor da Rádio, para fazer o radiorrepórter. Lá na Rádio Vilhena, eu estava apresentando programa sertanejo e fazia também um quadro de informação policial que é o meu forte de trabalho, sempre foi. Daí então eu fui convidado para fazer esse papel aqui e estou aqui há três anos apresentando o radiorrepórter. Na verdade eu não apresento só o radiorrepórter, na verdade tua entrevista é focado no Vale Tudo. Hoje eu sou radiorrepórter apresentador do radiorre-repórter, faço as reportagens externas, mas também faço as transmissões de jogos, sou narrador esportivo também. Mas o trabalho dentro do Vale Tudo é justamente... o foco é reportagem. Pergunta: Como você caracterizaria o programa Vale Tudo, você acha que ele é um programa investigativo, você acha que ele é um programa mais para a utilidade pública, você acha que é um programa voltado por esporte. Qual a tua visão sobre o formato dele. Isach Laurentino: Ivanir, o programa Vale Tudo é um programa dinâmico. Na verdade é assim, a gente tem o âncora, o Roberto que apresenta o programa, ele faz a pauta dele. Essa pauta a gente percebe que muitas das vezes percebe e eu estou dentro do programa que ela acaba sendo furada...fura essa pauta, por que muitas das vezes você monta ele e não sabe como vai ser, no final quando termina o programa, foi um programa de repente totalmente diferente daquele programa que você montou, por que ele é muito participativo. E tem esse trabalho que eu faço, que é meu quadro, saio para rua sem saber o que vai acontecer, então quando eu estou dando minhas voltas pela rua ou estou procurando essas informações, por que 139 a gente essas informações e o repórter tem que ter um pouco disso. E às vezes ele se depara com a notícia, então eu sempre digo que o repórter ele não tem que ser bom ele tem que ter sorte também, para as matérias. Às vezes ele se depara com situações inusitadas que ele nem imagina que ele...eu já me deparei com situações chocantes inclusive e que era uma matéria e eu tinha que me incorporar na matéria. O programa é um programa dinâmico, não tem como montar um Vale Tudo, você falar eu vou fazer um Vale Tudo que começa ao meio dia e vai terminas às duas da tarde e minha pauta é essa aqui. Normalmente não consegue por que é um programa muito participativo, às vezes tem coisa que a gente nem imagina e o ouvinte liga e fala e, às vezes ele mesmo cobra...pede para o repórter dar uma passadinha na rua que está assim...nós não tínhamos isso em pauta, o próprio diretor nem imaginava que aí acontecer, então o programa é muito dinâmico, não tem como você hoje definir o Vale Tudo. O Vale Tudo eu imagino que não vai conseguir criar um programa igual ao Vale Tudo. O Vale Tudo nem você consegue criar ele próprio em si sabe, então dificilmente vão conseguir criar um programa idêntico ao Vale Tudo. Pergunta: Como é sua relação com as instituições, você vai muito ao Corpo de Bombeiro, na polícia deve ter bastante contato...na polícia civil, na polícia militar. Como eles enxergam o seu trabalho. Isach Laurentino: Olha Ivanir, é uma situação complicada, por que veja bem, hoje para você fazer reportagem você não pode fazer uma reportagem para a polícia, você tem que fazer uma reportagem para o povo. Você não pode desagradar a polícia, você também não pode desagradar o povo. Por que a polícia está aí para defender a população, para manter a segurança pública. O bandido por outro lado está para complicar a vida pública. Então hoje eu tenho fontes da polícia civil, tenho fontes da polícia militar, do corpo de bombeiros, tenho fontes dos próprios ouvintes da Rádio Planalto, por que às vezes eles ligam e dizem “olha Isach aconteceu um acidente na avenida tal”. Então eu preciso de fontes, repórter nenhum tem uma bola de cristal, ele tem que ter bom entrosamento. Ele conseguindo bom entrosamento com essas fontes seja polícia, ouvinte, seja bombeiro, seja hospital, seja o ouvinte, ou seja, até o próprio bandido. Parece que não, mas os bandidos também têm divergências entre eles, às vezes para eles quebrarem uma boca de fumo de um concorrente dele, ele acaba denunciando aquela boca de fumo. Então você tem que ter um relacionamento harmonioso com todas as fontes. Então às vezes você faz uma matéria que não agrada a polícia, às vezes você faz matéria que não agrada o bandido e às vezes não agradou a própria população, mas você tem que fazer a matéria, matéria é matéria. Você tem que divulgar a notícia. Então você tem que manter a harmonia de todas essas fontes. Mas graça a Deus...essa pergunta que você está fazendo é pertinente por que veja bem é aquilo que eu disse...se você não tiver boa afinidade com as fonte você não vai conseguir ser um bom repórter e nunca vai conseguir chegar rápido na informação. Por que a fonte não chegar em mim e disser aconteceu um acidente xis, como eu vou saber que aconteceu esse acidente. Eu preciso ter esse bom relacionamento...graças a Deus em Vilhena nos três anos que eu faço o radiorrepórter tenho bom relacionamento com minhas fontes seja ela qual for o sentido polícia, sociedade, hospital....graças a Deus é muito bom. Então por isso a gente consegue trazer muitas matérias...nunca fiquei um dia sem trazer uma matéria no dia, mesmo que não é no Vale Tudo ou em outra programação. Por que o meu trabalho não detém só ao Vale Tudo, eu faço reportagem no momento que ela acontece, seja no Vale Tudo, no Astros e Dicas, no 140 Locomotiva, no Trânsito Livre, então não tem horário para eu entrar como radiorrepórter, participo de todos os programas, mas especificamente no Vale Tudo. Então graças a Deus esse relacionamento é muito bom. Perguntas: Todas as vezes que você solicita eles entregam as ocorrências. Isach Laurentino: Tem situação que as pessoas não querem que divulgam, é um direito que as tem que não querem que divulgam. Eu não sou obrigado a deixar de divulgar, eu posso divulgar o fato sem divulgar os envolvidos, por exemplo, eu posso chegar em uma situação onde aconteceu um acidente de uma motocicleta e um veículo x, sem dizer que é a Ivanir que estava naquele veículo. Só que existe uma situação quando você não divulga os nomes das pessoas envolvidas no acidente aí fica aquela preocupação na casa, “será que não foi meu filho, será que não foi minha filha, minha esposa, esposo”, é uma situação complicada entende. As pessoas gostam de ouvir notícia, elas não gostam de virar notícia. Mas de qualquer coisa a gente tem conseguido conciliar e tem dado certo. Pergunta: Como você chega ao local que acontece...você tem um veículo próprio para isso. (Nesse momento Laurentino recebe uma ligação em seu celular de uma ouvinte que sofreu um acidente) Isach Laurentino: Essa aqui é uma ouvinte que passou por um acidente e ela está com o problema com Hospital Regional. Além de fazer uma matéria eu acabo servindo de ajuda para ela receber o atendimento, às vezes você chega ao Hospital Regional e as pessoas não querem passar a informação, por que no momento ele não sabe da gravidade da situação dele, acaba apertando ele “cadê a imprensa, vou chamar a imprensa”. A imprensa só se torna interessante para o ouvinte quando ele precisa divulgar alguma coisa que interessa ele, mas no momento que ele vai ser notícia “não não quero o meu nome no rádio”. Essa é um ouvinte, a gente está acompanhando o caso dela por que foi um acidente que aconteceu envolvendo uma esposa de um médico, uma pessoa que faz parte da saúde que fugiu do local na hora do acidente, entende. São situações que a imprensa é muito forte nesse momento, só que as pessoas veem a força da imprensa e acabam não querendo divulgar o nome dele, ele não quer o nome dele vire notícia. Ele quer que a imprensa trabalhe em função dele e, você tem que conciliar essas situações. Por exemplo, se hoje eu falo mal do Hospital Regional, eu vou ajudar população, não. Eu tenho que divulgar o fato, aconteceu um fato, eu tenho que divulgar aquele fato, mas eu tenho que ter um cuidado par anão criar um conflito entre a sociedade e a própria direção do Hospital Regional. Por que uma se eu precisar de uma fonte lá eu não vou ter, então tem que ter muito cuidado para fazer isso, sabe. Você tem que ter muito jogo de cintura para não atrapalhar em vez de ajudar como repórter. Pergunta: Como você faz para chegar até o local, vocês tem um veículo próprio, você vai com seu próprio veículo, como que é isso. Isach Laurentino: Olha Ivanir, isso depende muito do momento, por que o repórter não tem horário de trabalho. Por exemplo eu entro as sete e saio ao meio dia, ou, entra as sete e saio as duas da tarde, não. O repórter externo não tem hora certa para trabalhar, na verdade eu fico com o veículo da rádio parcialmente, por que eu tenho meu carro, tenho minha moto para eu me locomover. Por exemplo, eu estou em casa dez horas da noite, aconteceu um fato eu tenho que ir lá fazer uma matéria, mesmo que eu não leve a matéria para o ar, tenho que ir lá ter conhecimento da matéria. Eu não vou vir aqui na rádio para pegar o carro da rádio para eu ir lá, por 141 que quando eu chegar lá já não é mais notícia, já não é notícia quente, já passou de notícia. Hoje quando mais rápido chegar mais importante é. É claro com muita responsabilidade, então eu uso o meu veículo quando estou em casa ou saio de casa de manhã e venho para rádio e saio perto de meio dia e venho aqui converso um pouco e saio com o veículo da rádio e fico até o final do programa. Então eu venho deixo o veículo na rádio e vou para casa almoçar, esse momento almoço descanso um pouco e, nesse se acontecer alguma coisa eu saio com o meu carro. Veículo é uma questão que menos importa para nós aqui, a gente já tem um entendimento entre eu e a direção. Tanto faz eu estiver com o meu carro ou com o carro da rádio. Se eu precisar vir aqui de manhã e dizer que irá ter um acontecimento em tal lugar...se for previsto eu pego e vou. Mas o meu papel é matéria quente. Acho que você sabe que tem a matéria quente e a matéria fria e o meu papel aqui é matéria quente, se é matéria quente eu não tenho tempo de vir pegar o carro para ir atrás da matéria. Eu tenho que chegar nem que seja a pé, de bicicleta, moto, carro, eu tenho que chegar rápido no local. Esse entendimento entre eu e a direção é muito aberto, muito consciente que eu tenho que fazer a matéria, isso que mais importa. Pergunta: Já aconteceu de você acompanhar o trabalho dela em alguma investigação, ou no corpo de bombeiro, ou outro que você vai acompanhando pessoalmente. Isach Laurentino: Já, já aconteceu várias vezes, em alguma blitz da polícia que eles programam. Algumas blitz que eles não programam ou que não comunicam a gente e a gente vai e passa e vê...fica acompanhando para a gente ter uma noção de como está sendo efetuado o trabalho, o porque da blitz a gente sempre procura saber. E assim, já teve vários fatores...chega uma notícia que foi encontrado um corpo em um local...e a gente chega...corre junto...a gente tá ali para fazer as investigações, acompanham as investigações. Na verdade a gente acaba sendo um investigador, muitas situações que o detendo acaba não falando para a polícia e fala para a gente. Muitos detentos que acabam não contando, já teve caso aqui em Vilhena de crimes que aconteceram que o criminoso não assumir o crime para a polícia e aí depois que eles conversam com os policias e os policiais falam “se quiser conversar com o acusado é esse aí”, e eu ir conversar com o acusado e ele dizer que “fui eu que matei, e não vou assumir” e contar o por que matou e por que matou. O trabalho do repórter é uma coisa muito gostosa, é muito perigoso também, a gente passa por situações...eu mesmo já várias vezes ameaçado por morte por parte por detentos, de preso que não quer que divulga, que a gente coloca uma matéria e ele diz que não foi daquele jeito e, muitas vezes a gente passa por situações difícil. Mas já uma coisa que eu já me acostumei com isso, já tem dezessete anos que faço esse trabalho e graças a Deus...já passei por duas tentativas de homicídios, não aqui lá no Pará, graças a Deus aqui não chegou isso. Já chegou de ameaças, coisas que você passa quase toda a semana, três quatro vezes você tem ameaça. Trabalho de repórter policial e investigativo é bem perigoso sabe, mas você acaba gostando eu mesmo gostei...tranquilo, eu já acompanhei muitas e muitas investigações policiais e também caso da polícia com blitz. Pergunta: Então você se classifica como repórter policial e investigativo. Você acha que é isso que você faz. Isach Laurentino: É, é acaba sendo Ivanir, por que acaba sendo, por que você 142 chega no local....teve um crise no ano passado alias no mês passado, um crise como repórter eu cheguei rápido no local, certo, eu fotografei o local e pude conversar com pessoas, com testemunhas que a polícia não conseguiu, certo. Então, quando você vê um boletim de ocorrência falando uma coisa que na verdade aconteceu outra, você não tem condição de ficar calado, não tem como omitir, você tem que fazer a matéria como você sabe. Daí você acaba se envolvendo na matéria e aí você quer ver o desenrolar daquela matéria, de toda a investigação da polícia. Então você acaba pressionando a polícia, os investigadores. Eu vou aos investigadores e pergunto como está o caso tal, se descobriram quem foi que cometeu o tal homicídio, já prendeu, se já tem noção, se alguma testemunha já falou deu uma pista para a polícia. E você acaba envolvendo até a prisão daquele acusado, no momento que você ele foi preso você conversa com ele e você tem todo o diagnóstico do que aconteceu e, as vezes muito melhor que a polícia tem, por que falam mais para gente do que para a própria polícia. A sociedade tem medo de se envolver com a polícia, mas com o repórter não. Pergunta: Mas por que você acha que ele se identifica tanto com o repórter, com o jornalista. Isach Laurentino: Na verdade é por que ela tem medo de ser testemunha, todo mundo tem medo de ser testemunha, certo. Aqui esse ano ainda teve vários crimes de homicídios que as pessoas estavam dentro da casa quando a pessoa, a vítima foi alvejada a tiro, então, não tem como dela não ter visto quem atirou e, ela se omitir de dizer quem atirou, por medo de ir em depor e no depoimento ela ter que falar foi fulano, entende. Aí no depoimento ela tem que ser testemunha ocular do crime e, ela pode simplesmente dizer que como fala sempre eu não vi nada. A pessoa chegou com um capuz, chegou com um capacete, mas não tem como não saber de nada, sempre sabe. Mas o medo de sair e morrer ou ser vítima e ser tentativa de homicídio por que é testemunha, então faz ele dizer que não viu nada, mas para a imprensa é diferente. Para a imprensa eles não tem que responder...como eles falam eu vi uma pessoa com as aparências assim assim assim, pareceu muito com fulano de tal, mas não me pergunte e não me coloque como testemunha que eu digo que não. Ela tem de medo de se expor, mas acaba falando para gente como repórter. Se você souber chegar na pessoa e conversar ela acaba te contando tudo e para a polícia eles omitem tudo. Pergunta: Como você faz com essas informações, você disse que independente das ocorrências for uma coisa, você tem que passar a tua visão em relação ao caso, mas em relação a fonte você preserva o nome, você preserva algumas para manter até mesmo a confiança de quem está passando a informação. Isach Laurentino: Daí que parte da responsabilidade do bom relacionamento com suas fontes. Por que a partir do momento que eu coloco o teu nome, ponho o teu nome com você me contou eu acabo colocando tua vida em risco também. Então você tem que ter responsabilidade enquanto profissional enquanto repórter, por que o que eu faço quando acontece isso, eu coloco uma fonte, uma testemunha que não quis se identificar, que passando pelo local no momento viu alguém com as características tal, é assim que eu fecho minhas matérias, sabe. Eu coloco uma testemunha que não quis se identificar que no momento acabou falando isso isso. Sempre preservando máximo possível a integridade daquela pessoa e da confiança daquela pessoa, por que a partir do momento que você eu divulgar o nome de uma 143 fonte, ninguém mais irá ter coragem de falar nada para mim, por que tudo mundo não fala para polícia justamente com medo de ser exposto, por que no mínimo o nome dela vai no boletim de ocorrência dessa testemunha. Então quem...o advogado daquele criminoso vai ter acesso aquele boletim, as pessoas tem medo é disso daí por que no fundo o advogado vai saber que depoimento da testemunha, daí ele tem medo de quando ele sair de lá e se comprometer, passar de testemunha passar de ser vítima. Então para gente tem que ter muita responsabilidade nas nossas perguntas, no nosso trabalho que acaba sendo investigativo também, para a gente ajudar a sociedade e a própria polícia elucidar o crime e não complicar o crime, então esse cuidado o repórter tem que ter para poder ter um bom relacionamento com a polícia, com a testemunha, com a sociedade e também com os envolvidos. Você nunca pode fazer uma matéria...não tem como eu te ensinar, eu tenho sempre o cuidado de divulgar o nome de um suspeito, de um suspeito, eu só digo que ele é depois de conversar com ele e ele confessa o crime, daí eu falo “segundo informações do acusado que acabou confessando, assumindo o crime, o crime aconteceu dessa forma aí” e coloco como ele me falou não é como a polícia falou, procuro saber dele, de alguma testemunha e da polícia e faço a matéria tomar um rumo certo, por que a matéria sempre tem um duas trás versões a matéria, nunca tem uma versão só sempre te várias versões. Quando você não pega do acusado você pega de alguma testemunha, sempre vai ter uma versão diferente, por isso você tem que ir ao local, você não pode pegar o boletim de ocorrência e ler o boletim de ocorrência, por que daí você arruma conflito, se você não ouvir a outra parte, mesmo que você não ouve a outra parte, mas você tem que ouvir a outra parte. Pergunta: Dos boletins de ocorrências quantos percentos você apura, por que eu acho que não dá para apurar todos os casos, mas em geral você acha que consegue apurar 100% ou não...ou tem um porcentual. Isach Laurentino: Você fala dos boletins de ocorrência? Não tem como, tem vários tipos de boletim de ocorrência, o policial...você pega agressão, você pega homicídio, você pega acidente, você pega até registro de ameaça, briga de família, agressão de pai e filho, filho em pai, menores envolvidos que não são criminosos ....na verdade você não pode dizer o menor como sendo bandido, na verdade você tem que colocar com menor infrator, o menor quando está sendo preso nunca está sendo preso ele está sempre internado. Então são tantas coisinhas que você tem que tomar cuidado para não colocar em risco o seu trabalho. Por exemplo, eu tenho dezessete anos de trabalho na área policial e graças a Deus eu não tenho nenhum processo, nunca tive um processo. Já tentaram mais não acharam meios legais para me processar, por que eu tenho muito cuidado, a gente não é perfeito mais a gente tem que tomar o máximo de cuidado, senão acaba colocando em risco sua profissão. Então todo cuidado é pouco ainda na reportagem. Pergunta: Como você faz para selecionar os boletins de ocorrências, por que não tem como você colocar todos no ar num dia só. Quais seriam os seus critérios para falar daquele boletim e não do outro. Isach Laurentino: Veja bem, aqui no Vale Tudo, nós temos uma divisão de trabalho. O Roberto faz o trabalho mais político e como âncora do jornal, certo, ele dirige o jornal. O meu trabalho é matéria quente, reportagem quente, seja ela de caráter político, seja ela de caráter policial, independente disso é matéria quente, aconteceu 144 um fato político ele é quente, eu vou lá e faço, certo. Quando eu não acho essa matéria quente eu procuro dentro dos boletins de ocorrências a matéria de maior repercussão, por que hoje o que seria uma matéria interessante um radiorrepórter...por que o radiorrepórter pegou, por que o radiorrepórter colou, por que as pessoas gostam do radiorrepórter...por que quando toca a vinheta do rádio repórter ele tem certeza que vem uma notícia quente. Eu não posso entrar como radio repórter colocando uma notícia fria, um fato que não é mais novidade na sociedade, entende. Então eu procuro selecionar dessa forma...um boletim que ainda ninguém teve acesso, certo...tem hora que passo horas...é difícil, as vezes as pessoas pensam que é fácil, mas é difícil, daí é quando entra aquela parte que eu disse no início da entrevista, você tem que ter um pouco de sorte também. Às vezes eu estou saindo da delegacia, estou chegando da delegacia...vai chegando uma viatura, vai chegando algumas pessoas, eu já procuro “Opa, se vai chegando na delegacia pra rezar não é né”. Então eu procuro ficar sondando, não chego de uma vez, de repente até a pessoa procura, “você é o repórter!? Eu queria falar sobre isso, está acontecendo isso, como é que eu faço!?” daí eu entro, me envolvo e acabo criando uma matéria. Então você tem que estar muito atento na seleção de tua matéria e, a seleção dos boletins é isso, uma matéria que ainda foi publicada, esses são os critérios que eu uso é isso aí. Conto na verdade mais repercussão ela tiver, melhor é a matéria. Pergunta: Para você o que seria uma matéria de repercussão. Isach Laurentino: Um fato que chama atenção, por exemplo, uma tentativa de homicídio é um fato de repercussão, “mas puxa tentaram um homicídio” é uma repercussão. Mas um acidente...hoje em Vilhena a gente tem uma média de oito acidente/dia. É uma matéria de repercussão?! Não é, virou comum, é notícia, não deixa de ser notícia, certo, é importante até essas informações mais não é de repercussão. Por que hoje furto de bicicleta é repercussão!? Não é, por que roubam bicicleta todos os dias, às vezes roubam bicicletas aqui e abandonam ali. Então é uma matéria de repercussão!? Não para mim, para o meu critério não é. Então seria um assalto, uma tentativa de homicídio, um homicídio próprio em si, um latrocínio, esses crimes dessa natureza. Uma boca de fumo hoje, quase não está se tornando uma matéria de repercussão, até as próprias leis já não estão deixando as bocas e fumo...não tem como você fechar todas as bocas de fumo. No ano passado eu fiz uma matéria, eu demorei para fazer, mas em Vilhena nós tínhamos mais de trezentas bocas de fumo, a maioria delas eram entre o Cristo Rei e o Setor 17, só ali tinha mais de 150 bocas de fumo. Quer dizer é matéria de repercussão!? Não é mais matéria de repercussão. Então, o tráfico de droga em si, sim, mas o comércio de drogas não se torna mais uma matéria de repercussão. O tráfico é um, o comércio é outro e o uso da droga é outro, são todas situações diferentes, a partir do novo código penal, o próprio porte de droga não vai ser mais crime, então são situações que vão deixando de ser repercussão. Antigamente alguém pegava alguém fumo droga “puxa, um absurdo na cidade”. Hoje fumar droga a pessoa já ... vender droga nem já estão quase preocupado, daqui um tempo tráfico de droga já não vai ser crime..para mim é matéria de repercussão. Pergunta: Porque você acha que as pessoas de interessam por esses assuntos, o que você acha o que levam as pessoas a se interessarem por isso e pararem para ouvir uma notícia. Isach Laurentino: Na verdade Ivanir, o cidadão, o brasileiro ele gosta, ele não quer 145 tragédia, mas ele gosta de ouvir tragédia, se você coloca uma entrevista no ar de um político, uma grande parte da sociedade desliga o rádio, se você coloca um delegado para falar dos fatos que aconteceram, todo mundo deixa de almoçar para ouvir o rádio, certo. Ninguém gosta de tragédia, fatos de repercussão, fatos sangrentos ninguém gosta, mas ele para escutar, aparece uma questão natural do ser humano, do brasileiro, dele ouvir. Quanto pior melhor, para ouvir, “não quero que acontece na minha rua”, mas se acontecer na rua dele, ele é o primeiro a correr para o rádio ou para o veículo de comunicação, TV ou seja lá o que seja, para ver aquilo ali, entende, não quer que acontece mais é uma questão natural. Pergunta: Em relação aos acidentes, como você faz para estar noticiando quando acontece...para você poder estar noticiando quando acontece. Você que tenta preservar o nome caso não quer. Você fotografa né, você disse que tira foto, como fica isso. Isach Laurentino: Eu registro Ivanir, por que às vezes serve até para a própria pessoa, entende, na verdade eu trabalho com rádio, mas eu também tenho um site de notícia também. Mas eu trabalho com rádio e o que interessa é o áudio, mas eu registro por que de repente eu faço a matéria e coloco a matéria no ar e a pessoa disse que não era ele que estava ali, então de repente pode pesar para mim, então eu acabo para documentar minha matéria, certo. Mas assim, eu procuro no mínimo possível fazer comentário sobre o fato, por que de qualquer forma você sempre corre o risco de ter problema, mas não pode deixar de passar a notícia, entende. Então eu procuro evitar os comentários, eu coloco, por exemplo, que “aqui na avenida Major Amarante esquina com a Marques Henrique que o veículo gol placa tal, cor tal”, isso para as pessoas identificarem qual o veículo, entende “se envolveu com a motocicleta placa tal, modelo tal e o condutor da motocicleta fulano de tal foi conduzida até o Hospital Regional para cuidados médicos. Aqui no local s informações que a gente tem é que houve escoriações ou que houve fraturas”. O fato que é verdade, que eu tenho certeza que eu vi e que eu fotografei, por que depois não podem dizer que eu não estava no local e você falou que eu estava. Então eu procuro fazer minhas matérias locais, por exemplo, mas você vai falar uma matéria que eu não queria que falasse, não queria me expor. Mas você s expor no momento que se envolveu no acidente, você virou notícia certo, de repente até para sua família para um amigo “puxa, a Ivanir até local lá em Vilhena saiu para ir ao trabalho e acabou se envolvendo no acidente, então você virou notícia, não quer mas virou notícia. Mas a forma que eu vou passar essa matéria é que vai agradar ou não desagradar aos envolvidos, então na maioria dos acidentes, a imprensa não todas, acabam enfeitando muito a matéria e, no enfeitar a matéria acaba ele se envolvendo na matéria e a caba ele prejudicando uma das parte. Por isso que ninguém quer que divulga o nome com medo do sensacionalismo da matéria, não da matéria em si, até depois ele quer saber “como foi o meu acidente”. As vezes nem ele mesmo sabe como foi o acidente. É através da imprensa, da mídia que ele vai saber como foi o acidente, mas se você criou um sensacionalismo dentro daquela matéria aí ele vai ficar descontente com a matéria, aí sim ele começa ter mágoa, começa a correr atrás dos direitos. Mas se você fazer a notícia seca em si, divulgar o fato em si, para ele também é interessante. Pergunta: O rádio na verdade não tem imagem, então você vai tentar transmitir através das palavras o que está acontecendo no momento. Como você lida 146 com essa linguagem do rádio, para o ouvinte que esta em sua casa estar imaginando o que está acontecendo. Isach Laurentino: Ivanir, na verdade você tem que buscar a credibilidade. Se você buscar a credibilidade na imprensa, alguém pode estar te vendo, pode não estar te vendo, com imagem ou sem imagem, você cria a credibilidade, o ouvinte confia na sua matéria certo, você transmite isso e ele acredita. Infelizmente a gente alguns meios que acabam tirando esse foco verdadeiro da imprensa, que é o trabalho verdadeiro. Então quando você consegue ter credibilidade você transmite aquilo que é verdade e de repente você até envolve alguma testemunha ali. Para alguém contar o fato entende, você consegue transmitir aquilo ali e eles acabam acreditando. Nesses sentido envolve aquela responsabilidade do repórter, por que se você cria sensacionalismo, você perde credibilidade, se eu coloco por exemplo de uma forma...se eu não tenho a veracidade da coisa, se eu não transmito avenida tal sentindo tal, cruzamento tal e segundo informação do corpo de bombeiro, da polícia militar que está no local, as vezes eu envolve o policial militar que está no local, as vezes envolvo o pessoal do corpo de bombeiro, as vezes eu envolvo uma testemunha ou até a própria vítima ou um dos envolvidos no acidente. As pessoas se comunicam, eles escutam o rádio e ligam um para outro e o “repórter falou assim assim, mas foi mais ou menos assim mesmo”. Então eles acabam...aquela pessoa envolvida acaba acreditando em todas as notícias que você fizer. Então você tem que ter primeiramente ganhar a credibilidade pública, depois de você ganhar a credibilidade pública, você zelar por ela e daí as coisas vão fluindo. Pergunta: Como você faz para transmitir a informação. Quais os equipamentos que você usa para transmitir a informação, por que você não está aqui nos estúdios, normalmente você está na rua. Como que é essa transmissão de notícia. Isach Laurentino: Por exemplo, agora você está trabalhando com um gravador né, eu trabalhei muito tempo com gravador assim também, por que eu gravava e levava para o ar e, no caso do meu trabalho no rádio, especificamente com o meu trabalho como rádio repórter eu tenho que trazer notícia quente. Aí o que eu utilizo, nós temos aqui uma unidade móvel que funciona no carro e depois se você quiser eu posso até te mostrar como funciona ela. Inclusive se você quiser acompanhar ao meio dia como que é um pouco o trabalho para o seu conhecimento, talvez não tenha a oportunidade hoje, mas pode ser outro dia para você ver como a gente trabalha, mas fica o convite se uma hora quiser. É, nós temos o microfone com o link móvel ele é ligado na mesa aqui dentro, quando eu chego no local do fato eu pelo microfone ...ligo o microfone, chamo aqui. O Raimundinho já ouve no estúdio e dá o sinal aqui que eu estou chamando como radio repórter e o Roberto entra no ar. Aí eu passo pelo microfone no link normal. Quando eu não estou com o veículo da rádio eu uso o celular, daí eu já faço pelo celular e aí eu ligo para rádio e aí a rádio me retorna a ligação e aí eu faço pelo celular no mesmo sistema do link móvel, só que é um outro botão da mesa do estúdio. Mas os dois meios que utilizo é justamente o celular e o link móvel com o próprio microfone. É um microfone normal que nem esse aqui só que você tem link que tem antena ligado aqui, com um canal na mesa e aí jogo no ar normal e em tempo real. Pergunta: Isso você acha que facilita para a notícia se quente, na facilidade de transmissão, sem ter muitos equipamentos. Isach Laurentino: Sim, facilita muito, facilita por que...facilita muito, por que 147 enquanto a gente chega em um local de um fato, chegamos...jornal escrito, sites on line, televisão e o rádio, quando eles vão fechar a matéria deles eu já passei a notícia uma meia hora antes talvez..quatro cinco antes. Até que eles vão fechar aquela matéria editada, eu já fiz tudo. Te momentos ali que antes de sair com a vítima do local do acidente já foi para o ar. Antes de chegar no hospital já não é mais notícia, por que o pessoal já sabe, entende, não é mais novidade pára ninguém. É muito rápido o meio de comunicação da forma que a gente trabalha na Rádio Planalto é muito rápido, facilita muito. Pergunta: o que você vê o que é importante noticiar. Isach Laurentino: Para mim é importante noticiar tudo aquilo que não trás transtorno para a sociedade. Diria por exemplo, um casal teve um conflito, o esposo e a mulher brigaram e foram parar na delegacia. É importante isso para a sociedade!? Não acho eu como repórter isso interessante, acho uma questão muito pessoal e uma situação que de repente que foi uma situação momentânea e, se eu colocar isso no ar vai prejudicar aquele casal e não vai ajudar em nada a sociedade. Para mim é um fato que não é notícia isso aí certo. As vezes a pessoa não acha o que colocar como matéria e coloca uma matéria dessa natureza certo. As vezes tem situação que envolve a família e não tem como você se segurar...tem que ser notícia. Mas um fato particularmente entre casal par Amim não é notícia, principalmente isso daí. Tem outros fatores também mais o principal seria a vida conjugal. Pergunta: Você trabalha com notícias quentes, mas teve um caso que você teve que se aprofundar mais, você noticia hoje amanhã você tem que noticiar de novo, com novos dados ou buscar mais informações. Acontece isso ou não, na maioria você noticia acabou a amanhã é outro. Isach Laurentino: Pelo contrário, pelo contrário se eu fizer a matéria hoje e esquecer dela eu acabo não caracterizando um repórter investigativo. Eu caracterizo um repórter hoje e amanhã eu tenho um novo fato daquela matéria e consequentemente eu vou ter novas notícias daquela...até por que para a própria sociedade é interessante. “Olha aconteceu um assalto agora na farmácia tal”. Eu anuncio a notícia a qualquer momento. Vamos que amanhã pegaram os assaltantes, aí já não é mais notícia!? Não, eu tenho que trazer essa notícia para a sociedade souber quem foram os assaltantes, inclusive na semana passada assim onde o assaltante não queria que eu divulgasse o nome dele por que ele trabalhava na oficina aqui na cidade, por que ele era uma pessoa não tinha passagem pela polícia, até então ele não tinha, mas a partir dali ele começou a passar para a sociedade e para ele mesmo, se ele estava tentando se enganar...por que ele que quis...que ele é uma pessoa perigosa, por que qualquer pessoa pode recontratar esse cidadão, esse rapaz, esse assaltante...como que uma pessoa direita iria deixar de colocar uma pessoa direita para colocar um bandido lá dentro. Passa a colocar em risco a própria integridade do grupo de serviço ali dentro dos trabalhadores e dele também, a empresa dele. Então você tem que divulgar depois quem foi o assaltante e daí para a própria sociedade saber que a polícia está trabalhando no caso, ela não parou. Então para sociedade é bom e para a polícia também, certo. A polícia vai saber que nós estamos trabalhando no caso e estamos divulgando o trabalho deles, que houve um início e houve um fim e para a sociedade que ficou sabendo quem...que houve o fato e quem praticou o fato. E quem praticou o fato está preso e 148 quando ele for solto tem que divulgar...”a justiça acabou depois de eliminar liberando o acusado fulano de tal que vai responder em liberdade”...entendeu é dessa forma que a gente trabalha, dá uma sequencia dessa matéria sim. Pergunta: Você tem o hábito de associar um fato com outro que aconteceu...você já está aqui na Rádio há três anos, normalmente você vai noticiar aquilo que você conheceu. Fazer comparações, aconteceu um caso hoje você vai comparar com um caso que aconteceu ali a três anos. Isach Laurentino: Não, não tenho hábito de fazer isso. O meu trabalho desvincula todos os acontecimento, eu normalmente gosto de trabalhar com números, gosto muito de trabalhar com números. Por exemplo, se você perguntar quantos homicídios aconteceu em Vilhena esse ano, eu sei um por um, ano passado o ano retrasado, eu sei todos. Quem foi quem cometeu o homicídio tal, eu sei te dizer todos, eu acompanhei todos os homicídios que aconteceram em Vilhena nos últimos três anos. E as investigações desses homicídios também, tenho números de fatos e não precisa eu comparar um e outro por que todos eles são diferentes um dos outros. Todos dos homicídios que aconteceram aqui todos diferentes um dos outros. Quando envolvendo a mesma pessoa aí sim, o acusado ou o suspeito cometeu um crime mês passado, cometeu outro agora e ainda não foi preso, cometeu ano passado este ano cometeu outro crime aí eu associo para lembrar que foi fulano que tal que cometeu no ano passado, “ele foi liberado para responder em livre e agora cometeu outro crime”. Mas não ligo um crime ao outro, sempre faço separado. Pergunta: Você tem um arquivo de tudo, você faz anotações tipo um portfólio, não sei se assim que se diz, justamente para você ter esses dados por que não tem como memorizar tudo. Você faz isso. Isach Laurentino: Faço sim, mas para mim mesmo. Se você pergunta um histórico de um homicídio, principalmente os homicídios que eu acompanho mais, faço trabalho investigativo nesse caso. Eu sei o histórico daquilo ali eu não preciso pegar um papel “esse homicídio aconteceu...”, não preciso disso, eu preciso disso, eu sei tudo daquele homicídio, tudo o que foi divulgado, tudo que foi investigado eu sei todos. Agora eu também tenho dados arquivados, guardado. Pergunta: Até mesmo assim, hoje você está a três anos, você pode acontecer de você ficar dez vinte anos, os arquivos servem justamente para isso, é uma historia contada daquele período. Hoje você sabe por que é muito atual ainda, se você ter esses dados talvez você vai lembrar o que mais repercutiu mas não..... Isach Laurentino: São muitos, nesse ano mesmo a gente já chegou...a gente ainda está me meio do ano e a gente já tem um número muito aproximado do número de homicídio que aconteceram em todo o ano passado. No ano passado a gente teve 21 homicídios e a já estamos com 18. Então está muito pertinho e gente ainda está no meio do ano, então é muito complicado você guardar tudo, mas se você pegar um fato isolado eu sei te contar a história do fato isolado, de todos os crimes que aconteceram nos últimos três anos aqui na cidade de Vilhena. Pergunta: E você acha que esses dados ocorreram por que, esses fatos, esses tantos homicídios, foram caso isolados. Isach Laurentino: Na minha opinião foram crimes que aconteceram foram crimes 149 mais ligado a droga, ao entorpecente, tem alguns que não é a grande minoria. No ano passado da mesma forma, no ano retrasado não foi diferente. Então os crimes na grande maioria, acredito que 60 a 70 porcento dos crimes que acontecem em Vilhena são por drogas, consumo de drogas, envolvimento com a lei do crime, não pagou morreu. Pergunta: Você se considera o porta voz ou o mediador da comunidade, por você ser um mediador de utilidade pública. Isach Laurentino: Poderia dizer que sim e que não. Por que seja bem utilidade pública é uma coisa muito social e o meu trabalho é mais voltado ao mundo policial. Então agrada muita gente e desagrada muita gente. Uma notícia que na minha opinião seria bem de utilidade pública: “Essa semana vai ter uma ação do Hospital Regional uma equipe vai estar vacinando em tal local”. A gente também faz esse trabalho mais é muito menos, então seria uma coisa por ai. O fato policial nunca agrada a tudo mundo, a mãe, o pai a família nunca gosta que fala da pessoa da família, então sempre desagrada alguém. Utilidade pública sempre precisa agradar todo mundo, servir para todo mundo e a notícia policial acaba desagradando muita gente. No momento a gente faz esse trabalho mas muito pouco, no meu caso seria notícia para não agradar a todos. Pergunta: Obrigada pela entrevista, mas antes eu queria que você passe alguma coisa, um dado ou uma informação que eu não tenha perguntado, sobre o programa Vale Tudo e principalmente sobre o seu trabalho no programa Vale Tudo, você fica a vontade para passar alguma informação, algum dado que você acha relevante. Isach Laurentino: Eu acho que ficou bom, você fez uma síntese boa, você bolou bem as perguntas, acredito que a gente respondeu dentro daquilo que vive aqui dentro, o entrosamento nosso é bom e isso é muito importante ter uma equipe bem entrosada, um respeita o trabalho do outro. Isso a gente vive aqui dentro, em especial isso, você tem que ter um bom entrosamento para se dar bem. Você está fazendo um curso universitário voltado para as matérias para a reportagem...é princípio básico é você se entrosar bem, não só com a sociedade mais com o grupo é importante, dentro do grupo que você está. Hoje no Vale Tudo você tem o Roberto,tem o Saturnino, tem Isach Laurentino, tem Raimundinho Nonato, tem o diretor, são cinco envolvidos diretamente no programa Vale Tudo. Então se você tem um envolvimento harmonioso dentro do grupo acaba refletindo lá e isso é muito bom. Então o entrosamento é muito importante e é claro a gente quer agradecer você e torcer que a nossa entrevista possa servir para o trabalho de vocês e que vocês possam fazer bom aproveito das palavras que foram feitas das palavras que foram feitas. Nós aqui do Vale Tudo quer agradecer você de ter escolhido a gente para fazer parte desse trabalho de vocês e torcer para que tenhamos atingido a meta de vocês, que seria de fazer um trabalho bom e queria agradecer a audiência que vocês tem no programa Vale Tudo e pedir que sempre que precisar a porta estará aberto principalmente da minha parte, obrigado. 150 Degravação da entrevista do sonoplasta da Rádio Planalto Raimundo Nonato 02 de junho de 2012 Pergunta: Fala para mim quando você iniciou como sonoplasta aqui na Rádio Planalto: Raimundo Nonato: Eu venho trabalhando em rádio desde 1980. Trabalhei por 10 anos na Rádio Vilhena, daí eu pedi as contas, fui embora e depois voltei. Vim para cá em 91, aliás final de 90 e até agora estou aqui. Eu sou sonoplasta e técnico de reparos, técnico em eletrônica. Pergunta: Você veio dá onde, de que cidade que você veio. Raimundo Nonato: começar mesmo como sonoplasta eu comecei em Rondônia. Comecei na Rádio Vilhena aprendi lá, lá bem dizer foi uma escola para mim e estou até hoje no rádio. Pergunta: Você fez algum curso, alguém te ensinou. Raimundo Nonato: teve uma época que em 81, a primeira rádio que teve aqui. Peguei uma base por ali mesmo. Fomos aprendendo por ali e fomos ensinando quem queria, quem queria trabalhar em rádio. De lá para cá vem deslanchando...a gente ensina, aprende mais um pouco e ensina também. Pergunta: Aqui é só você que trabalha como sonoplasta. Raimundo Nonato: Aqui tem eu só ...nos horários de jornalismo só. Mas tem os meninos que fazem a locução e sonoplastia ao mesmo tempo...aprendeu o que a gente ensinou. Pergunta: Como que é o seu trabalho em relação ao Vale Tudo, você já tem um script do programa, já o momento que tem que entrar...você que coloca as vinhetas, as musicas, os comerciais...como que é isso. Raimundo Nonato: Hoje é tudo na base do computador, mas antes a gente tinha que ter uma programação de música, existia o discotecário, ele manda para a gente. Hoje não... tem a computação o ouvinte pediu você já vai lá bate uma letra e aparece a letra da música e já solta imediatamente. Pergunta: Em relação ao Vale Tudo também é tudo no computador. Raimundo Nonato: O programa Vale Tudo, a maioria é improvisado, por que a gente tem que ter muito cuidado com denúncia essas coisas. Então o sonoplasta tem que estar reciclando quem vai, quem não entra. Na hora do comercial a gente tem uma tabela do horário certinho, naquele horário a gente tem que sair com o bloco comercial. Pergunta: Se tiver um ouvinte no ar, tem que cortar e entrar para o comercial. Raimundo Nonato: Não, se tiver ouvinte no ar tem que esperar ele terminar, vai dar um sinal para o locutor que vai entrar o bloco comercial e daí ele libera para entrar para o comercial. A mesma coisa é música, se tivesse o locutor aqui, eu já estava 151 com uma programação lá e ele já sabia qual a música que ia tocar em seguida. Pergunta: Como é a sua comunicação com os locutores daqui. É tudo por equipamento. Raimundo Nonato: a gente se comunica pela sintonia um com o outro. Eu fico nessa salinha ao lado, dali dá para eu ver eles aqui. Quando vai entrar um eu abro o microfone para o outro. Vai entrar uma entrevista eu vou abrir para a entrevista. Pergunta: Como você lida com os problemas técnicos que ocorrem, na hora...pode acontecer. Raimundo Nonato: Pode, às vezes a gente está trabalhando e acontece uma pane, uma queda de energia, e daí a gente tem que ser muito rápido é correria total, questão de cinco minutos tem que estar ar novamente, a tolerância de voltar ao ar é de cinco minutos. Pergunta: Quando acaba a energia vocês tem um transmissor. Raimundo Nonato: Sim, tem dois transmissores. Um aqui dentro que é de 5000 mil e tem outro lá em cima, na outra casinha. A dificuldade é de ir daqui até lá, quando é queda de energia é só ligar o motor. Pergunta: E aqui como que é, se ocorre algum problema...é só por sinal. Raimundo Nonato: É só por sinal, quando ele vê uma coisa que não é aquilo que ele quer ele me dá um sinal. Aí eu já corto o microfone, eu tenho total liberdade de fazer isso. Pergunta: Quais são as maiores dificuldades encontradas como sonoplasta. Raimundo Nonato: A dificuldade foi na época do “discão”. A gente saiu do vinil para a informática, aí foi mais difícil porque tive que fazer curso de informática para ter uma base. No tempo de vinil não...você tinha que correr para escolher uma faixa de música, colocar a agulha em cima e tocava. A dificuldade mais para aprender isso, hoje não tem mistério nenhum. Pergunta: Quais os equipamentos ou programa que você utiliza para a transmissão do programa Vale Tudo. Raimundo Nonato: A tem uma mesa de consolo e dois computadores, é só isso que precisa. A gente de um lado a vinheta de abertura, do outro lado a trilha sonora, trilha de fundo. Cada um tem sua pastinha no computador para poder dar sua chamadinha, quando vai entrar um ouvinte você dá um toque. Pergunta: Quando tem uma questão polêmica você loca uma música para dar aquele impacto mais... Raimundo Nonato: Mas daí não, é tudo igual para não dar sensacionalismo. Se chega uma pessoa aqui para dar uma entrevista é tudo igual. O som musical, no caso eles falam ruído musical é tudo um só. No caso se mudar um terá que mudar todos. Pergunta: Quais as vinhetas que você coloca. 152 Raimundo Nonato: Tem a vinheta de abertura,.,vinheta de comercial, vinheta de chamada de ouvinte, tem vinheta de entrevista. Tudo tem sua chamadinha, se entrar um entrevistado aqui vai ter uma vinheta para chamar ele. Tem entrevista gravada, tem a vinheta da entrevista gravada. Pergunta: Repete para mim o seu nome completo. Raimundo Nonato: Raimundo Nonato Sampaio Pergunta: Você nasceu na onde. Raimundo Nonato: Eu nasci em Quixadá, Ceará. Pergunta: Quando você veio para cá era novinho. Raimundo Nonato: Eu vim para cá em 77, eu estava com 12 anos. Eu trabalho no governo, na prefeitura, na época do Vitório Abraão era prefeito e saí para trabalhar em rádio. Pergunta: Você já identifica com isso. Raimundo Nonato: Eu sempre gostei, eu ouvia muito rádio de fora, de emissoras de outros Estados. Eu prestava muita atenção. Na primeira vez que abriu a rádio dos Morimotos, da Rádio Vilhena, eu já fui lá procurar trabalho. Tem muita gente que eu ensinei, tem gente que trabalha em outros locais e foi eu que ensinei, tem alguns que moram no Paraná, outros em Mato Grosso do Sul, foi eu que ensinei. Aqui também já ensinei um, a maioria dos que trabalham na cidade eu ensinei. Todos que pedem para ensinar a gente ensina o que sabe [...] Só nessa rádio vai fazer 22 anos, vai fazer 22 anos em dezembro [...] Como ela na época estava em caráter experimental...eu tinha ido para o Paraná, fiquei um ano lá, quando voltei vim direto trabalhar aqui. 153 APÊNDICES Laudas radiofônicas Programas gravados do dia 17 de abril até 23 de abril de 2012 DATA APRESENTADOR 17.04.12 HORA ROBERTO DI JORGE E SATURNINO RETRANCA 12hs00 14hs00 LAUDA Jornalismo de “Vale Tudo”? PROGRAMA REDATOR VALE TUDO ABERTURA 2 DUAS 2 horas 1º BLOCO – ESPORTE 01 TEMPO + O LOCUTOR FALA DOS CAMPEONATOS LOCUTOR 01/ROBERTO DI JORGE REGIONAIS, PASSANDO OS RESULTADOS DOS JOGOS DO ESTADO DE RONDÔNIA E DE OUTRAS REGIÕES E FAZ COMENTÁRIOS SOBRE ELES. + O LOCUTOR CONVERSA COM O SECRETÁRIO DE ESPORTE DO MUNICÍPIO DE VILHENA, LOCUTOR 01/ROBERTO WELLINGTON, NOS ESTÚDIOS DO PROGRAMA. O SECRETÁRIO DIZ SOBRE OS RESULTADOS DOS JOGOS ANTERIORES E O DIAS DOS PRÓXIMOS JOGOS E O LOCAL QUE IRÃO ACONTECER. ROBERTO CITA NOMES DE EMPRESÁRIOS QUE PATROCINAM OS TIMES DO MUNICÍPIO. 14HS18MIN ENTRA PARA O COMERCIAL E VOLTA AS 14HS22MIN 2º BLOCO REPORTAGENS POLICIAIS. ASSUNTOS NESTE BLOCO COM A COLABORAÇÃO DE SATURNINO DE OLIVEIRA 154 QUE FALA AO VIVO DOS ESTÚDIOS DO OCORRERAM NA PROGRAMA VALE TUDO. LOCUTOR 02/SATURNINO DE +DOIS OLIVEIRA. CIDADE, NO DOMINGO. ROBERTO TAMBÉM ACIDENTES QUE FALA SOBRE O ASSUNTO. +ENTRA AO VIVO UMA OUVINTE COM O NOME DE OUVINTE AO VIVO JAQUELINE, HÁ INTERRUPÇÃO DO ASSUNTO ANTERIOR. ELA PEDE PARA ALGUÉM ENTRAR EM CONTATO (DIRCEU VALTER). ELA PASSA O NÚMERO DE TELEFONE PESSOAL PARA ELE ENTRAR EM CONTATO COM ELA. LOCUTOR 02/SATURNINO +ROUBO DE UMA TELEVISÃO EM UMA ESCOLA DO MUNICÍPIO. ROBERTO SUGERE QUE DEVERIA COLOCAR CÂMARAS NAS ESCOLAS. LOCUTOR 02/SATURNINO +BRIGA EM FRENTE DE ESCOLAS COM DUAS MENINAS. +OUVINTE ENTRA NO AR E SE IDENTIFICA OUVINTE AO VIVO COMO IDARÍ, DIZ QUE APARECEU UM CASAL DE CACHORRO EM SEU QUINTAL. ROBERTO PEDE O NOME DA RAÇA E PEDE O TELEFONE PARA ALGUÉM ENTRAR EM CONTATO COM ELE PARA PEGAR OS CACHORROS. SEU IDARÍ QUER QUE OS DONOS ENTREM EM CONTATO. AS12HS30MIN - MERCHANDISING +AS 12HS33MIN – ROBERTO VOLTA COM AS NOTÍCIAS, COM ASSUNTO A PEDIDO DE UM LOCUTOR 01/ROBERTO OUVINTE (ELE LÊ RECADO DE OUVINTE. OUVINTE COMENTA SOBRE A POLÍCIA DE NÃO ENTRA AO VIVO), O TRÂNSITO QUE ESTEVE MULTANDO ONTEM, 155 MAS HOJE ELES NÃO FORAM VER A IRREGULARES QUE ESTAVA ACONTECENDO. ROBERTO FAZ COMENTÁRIO SOBRE O ASSUNTO E O SATURNINO TAMBÉM COMENTA O ASSUNTO AS 12HS35MIN - HORA DO COMERCIAL 3º BLOCO – OCORRÊNCIAS POLICIAIS +AS 12HS40MIN- O PROGRAMA VOLTA COM MERCHANDING. + RECADOS DO OUVINTE (NÃO ENTRA AO VIVO) ELE QUER SABER SE IRÁ FALTAR ÁGUA NAS CASINHAS POR QUATRO DIAS, ELE DIZ QUE LOCUTOR 01/ROBERTO OUVIU NO PROGRAMA. ROBERTO ESCLARECE QUE ELES (OS LOCUTORES DA RÁDIO) NÃO DISSERAM ISSO NÃO, ROBERTO COMENTA QUE IRÁ ENTRAR EM CONTATO COM O SAAE PARA SABER DA SITUAÇÃO. LOCUTOR 02/SATURNINO +SATURNINO – COMENTA UMA OCORRÊNCIA POLICIAL DE UMA BRIGA DE CASAL. MERCHANDISING +12HS45MIN – CONSEGUIU LOCUTOR 01/ROBERTO ROBERTO DIZ CONTATO QUE NÃO COM OS FUNCIONÁRIOS DO SAAE, MAS EM SEGUIDA O RESPONSÁVEL CONTATO E PELO ELE SAI SAAE ENTRA PARA ATENDER TELEFONE. MERCHANDISING 156 EM O 12HS47MIN – A ANÚNCIO DA HORA E DA TEMPERATURA (CLIMA) DA CIDADE; E VAI PARA O COMERCIAL. 4º BLOCO +12H50MIN – ROBERTO VOLTA COM A NOTÍCIA LOCUTOR 01/ROBERTO DO SAAE COM A RESPOSTA QUE O FUNCIONÁRIO DO SAAE DISSE AO ROBERTO, ELE NÃO ENTRA AO VIVO PARA FALAR COM O OUVINTE. 12H52MIN – MERCHANDISING LOCUTOR 02/SATURNINO +SATURNINO – VOLTA COM A NOTÍCIA DE UMA INTERAÇÃO COM O LOCUTOR 01 AGRESSÃO QUE OCORREU COM UMA MULHER QUE FOI AGREDIDA PELO EX-MARIDO. ROBERTO E SATURNINO COMENTAM O FATO. +ROBERTO FALA SOBRE O INSTITUTO DE LOCUTOR 01/ROBERTO PREVIDÊNCIA DE VILHENA QUE FOI REFORMADO E SOBRE O NOME DO AUDITÓRIO QUE É EM HOMENAGEM A UM FUNCIONÁRIO (JÁ FALECIDO) INSTITUTO. QUE TRABALHAVA SATURNINO E NO ROBERTO COMENTAM SOBRE O ASSUNTO. MERCHANDISING 5º BLOCO - COM ISACH LAURENTINO - RADIORREPÓRTER REPÓRTER AO VIVO/ ISACH LAURENTINO +ROUBO DE 2 MIL METROS DE FIO NA BR 364 – ELE PASSA OS DADOS DO CASO. ROBERTO 157 FAZ PERGUNTAS PARA O REPÓRTER EXTERNO E COMENTA SOBRE O CASO E O ISAAC TAMBÉM COMENTA. MERCHANDISING E O ANÚNCIO DA TEMPERATURA 5º BLOCO 13HS16MIN- VOLTA ROBERTO E SATURNINO COM MERCHANDISING +NOS ESTÚDIOS DA RÁDIO FUNCIONÁRIOS DA FÁRMACIA OUVINTE AO VIVO/ NO ESTÚDIO – POPULAR FARMÁCIA COM PARCERIA DA PREFEITURA E DO PROGRAMA DO GOVERNO FEDERAL, FALAM SOBRE O PROGRAMA E QUEM PODE ADQUIRIR MEDICAMENTOS COM O VALOR BEM ABAIXO DO PREÇO COMERCIAL. ROBERTO DIALOGA COM AS PESSOAS. – 13HS21MIN MERCHANDISING - SATURNINO AGRADECIMENTO A PRESTIGIA PROGRAMA. O UMA FAZ OUVINTE E QUE MAIS MERCHANING 6º BLOCO 13HS35MIN- VOLTA +NOTÍCIA COM SATURNINO – MULHER QUE VAI BUSCAR CRIANÇA QUE ESTÁ SOBRE A TUTELA LOCUTOR 02/SATURNINO DO EX-MARIDO, CHEGA NO LOCAL E ENCONTRA-O EMBRIAGADO, RESULTANDO EM BRIGA. +ROBERTO COMENTA UMA NOTÍCIA (LÊ DE UM LOCUTOR 02/SATURNINO SITE) SOBRE A LEGALIZAÇÃO DE LEI UM QUE 158 INTERAÇÃO COM LOCUTOR PERMITIRÁ AOS ADOLESCENTES RECEBEREM 01/ROBERTO VISITAS ÍNTIMAS NOS CENTROS DE RESSOCIALIZAÇÃO. ELES COMENTAM SOBRE ESSA LEGALIZAÇÃO. ELES NÃO DIZEM TODA A NOTÍCIA POR CAUSA DE PROBLEMA NA INTERNET. MERCHANDISING +MADRUGADA DE DOMINGO, DISCUSSÃO POR LOCUTOR 2/SATURNINO CAUSA DE SOM EM BAIRRO. 13H44MIN- PALESTRA SOBRE O DESPERTAR DO ESPÍRITO E DIA DO BASTA +OUVINTE NO TELEFONE, IDENTIFICADO COMO MATHEUS – COMENTA SOBRE O FATO ANTERIOR (LEGALIZAÇÃO DE LEI QUE PERMITE AOS ADOLESCENTES QUE ESTÃO EM CENTROS DE RESSOCIALIZAÇÃO RECEBER OUVINTE AO VIVO VISITAS ÍNTIMAS). ROBERTO PERGUNTA PARA O OUVINTE MATEUS SE A ÁGUA TINHA NORMALIZADO, E ELE DISSE QUE SIM. ELE PEDE PARA O ROBERTO INVESTIGAR O CASO POR QUE ELE, NO CASO O OUVINTE, NÃO COMPREENDEU DIREITO E NÃO CONCORDA. REPÓRTER AO VIVO/ +ELE FALA DE UM CASO QUE OCORREU NO ISACH LAURENTINO ANO PASSADO EM CHUPINGUAIA E O QUE A JUSTIÇA RESOLVEU SOBRE O CASO. COMERCIAL 7º BLOCO 13HS58MIN – LOCUTOR 01/LOCUTOR 02 +ELES RESPONDEM ALGUNS RECADOS DE OUVINTES. MERCHANDISING E FINALIZAM 159 O PROGRAMA DATA APRESENTADOR 18.04.12 HORA ROBERTO DI JORGE E SATURNINO DE OLIVEIRA RETRANCA 12hs00 às 14hs00 PROGRAMA REDATOR VALE TUDO ABERTURA 1º BLOCO LAUDA 02 Jornalismo de “Vale Tudo”? TEMPO 2 HORAS ESPORTE MERCHANDISING - 12HS04MIN +ESPORTE LOCAL: COPA DO TRABALHADOR E LOCUTOR 01/ROBERTO DI JORGE SEUS RESULTADOS COPA DO BRASIL: RESULTADOS DOS JOGOS LIBERTADORES: RESULTADOS DOS JOGOS. MERCHANDISING OU COMERCIAL 2º BLOCO 12H22MIM - OCORRÊNCIA POLICIAL COM SATURNINO DE OLIVEIRA +AIRTON GOMES E REGIANE – QUEBROU LOCUTOR 02/SATURNINO DE MOTOCICLETA E LEVOU REMÉDIO QUE ELA OLIVEIRA VENDIA. +VIOLÊNCIA LOCUTOR 02/SATURNINO PAULO DOMÉSTICA ENTRE PAI E FILHO – SÉRGIO BERTOLINO E DORIVAL BERTOLINO – FILHO DIZ QUE O PAI ERA UM BÊBEDO E ACABOU EM VIOLÊNCIA. OS VIZINHOS ACIONARAM A POLÍCIA. +VIOLÊNCIA NA RUA 1509 - VIOLÊNCIA 160 LOCUTOR 02/SATURNINO DOMÉSTICA ENTRE CASAL POR MOTIVO DE CIÚMES. A MULHER CHEGOU UM POUCO TARDE EM CASA E O MARIDO A AGREDIU POR ESSE MOTIVO. +BAIRRO ALTO ALEGRE - RODRIGO ESTAVA EM UMA LAN HOUSE QUANDO VALDERLEI CHEGOU LOCUTOR 02/SATURNINO NO LOCAL E CHAMOU RODRIGUES DE FORMA RACISTA. FOI ACIONADA A POLÍCIA. +OPERAÇÃO PENTÁGONO NO ESTADO DE RONDÔNIA, INTERAÇÃO ENTRE LOCUTOR 02/SATURNINO LOCUTOR 01/ROBERTO DESENCADEADA EM TRÊS MUNICÍPIOS, GUAJARÁ MIRIM, ARIQUEMES E VILHENA. A DEFRAGAR MANDATOS POLÍCIA 26 CIVIL PRISÕES DE PRETENDE PREVENTIVA, BUSCA E 23 APREENSÃO DOMICILIAR; APREENSÃO DE 11 VEÍCULOS. SÃO 180 POLICIAIS CIVIS ESTÃO PARTICIPANDO DA OPERAÇÃO. +OUVINTE AO VIVO (NÃO FOI IDENTIFICADA) – OUVINTE AO VIVO INTERAÇÃO ENTRE LOCUTORES E OUVINTE MÃE RECLAMA EDUCAÇÃO QUE FÍSICA PROFESSOR OFENDEU DE ALUNA, CHAMANDO-A DE GORDA E QUANDO ADULTA SERIA UMA BRUXA. ROBERTO DIZ PARA A MÃE PROCURAR A DIREÇÃO DA ESCOLA. SATURNINO DIZ SE A ESTUDANTE ESTIVESSE ACIMA DO PESO, SERIA MELHOR O PROFESSOR PEDIR EXAMES MÉDICOS INVÉS DE TER FEITO O QUE FEZ. OUVINTE AO VIVO +OUVINTE AO VIVO (IDENTIFICADA COMO KÁTIA REGINA) QUER UMA CADEIRA DE RODA PARA A SOGRA. DEIXOU O CONTATO DELA. MERCHANDISING 161 SAIU PARA O COMERCIAL – CHAMADA DA RÁDIO PLANALTO E DIZ A HORA CERTA. SATURNINO FALA AO VIVO COM EMPRESÁRIO DE UMA LOJA DA CIDADE. 3º BLOCO 12H39MIN – VOLTA +MOVIMENTO DO DIA DO BASTA: DIRETO DO NO ESTÚDIO DA RÁDIO ESTÚDIO RAFAEL E EDUARDO, TIRANDO DÚVIDAS SOBRE O MOVIMENTO QUE IRÁ ACONTECER NA CIDADE NO DIA 21.04.12 ÀS 15HS. 12H50MIN +REPÓRTER PLANALTO: ISACH LAURENTINO REPÓRTER EXTERNO/ COM AS REPORTAGENS EXTERNAS. TEVE ISACH LAURENTINO PROBLEMAS TÉCNICOS NO MOMENTO QUE ELE IA FALAR. ENTRA PARA MERCHANING. MERCHANDISING +VOLTA COM ISACH NA FÁBRICA DA GAZIN REPÓRTER EXTERNO AO VIVO COM ENTREVISTADOS COM O PREFEITO DO MUNICÍPIO, PARA FALAR DO PATROCÍNIO QUE A EMPRESA FARÁ. FÁBRICA INVESTIRÁ 45 MIL REAIS NO TIME DO VEC. MERCHANDISING 4º BLOCO 13HS06- VOLTA COM MAIS MERCHANDISING +OUVINTE AO OUVINTE AO VIVO VIVO (IDENTIFICADO COMO CIPÓ), PARABENIZA O PREFEITO PELO INÍCIO DA OBRA NO SETOR 06. ROBERTO 162 COMPLEMENTA A NOTÍCIA. MERCHANDISING +ROBERTO DIZ QUE IRÁ NOTICIAR UM RECADO DE UTILIDADE PÚBLICA. DONA MARCELINA LOCUTOR 01/ROBERTO RIBEIRO QUER ENCONTRAR SEU ESPOSO FRANCISCO SOARES DOS SANTOS QUE FOI PROCURAR TRABALHO EM FAZENDAS NA QUINTA FEIRA DA SEMANA PASSADA E, AINDA NÃO APARECEU. LOCUTOR 02/SATURNINO +BICICLETA FURTADA NO ESTACIONAMENTO DO SUPERMERCADO PATO BRANCO 2. +NA AVENIDA RONDÔNIA UMA RESIDÊNCIA FOI LOCUTOR 02/SATURNINO ROUBADA, ELEVARAM UMA TELEVISÃO DE 42 POLEGADAS. É A TERCEIRA VEZ QUE A CASA É FURTADA A MENOS DE 1 ANO. +ROUBO NA AVENIDA 1705, EM FRENTE AO LOCUTOR 02/SATURNINO TIRO DE GUERRA, ONDE NOBERTO DA SILVA, 26, E LAUZINHO NUNES DA SILVA, 43, FORAM DETIDOS PELA POLÍCIA. AS VÍTIMAS, JOCELAINE APARECIDA SIQUEIRA, 29, E GLEICI APARECIDA SIQUEIRA, FORAM ASSALTADAS ONDE FOI LEVADO UM CELULAR. NOBERTO E LAUZINHO FUGIRAM DE BICICLETA. A POLÍCIA OS ENCONTROU. +NA RUA 1622, POR VOLTA DAS 3HS DA MANHÃ, LOCUTOR 02/SATURNINO VALDERLEI ROMEIRO, 47, ESTAVA DORMINDO E INTERAÇÃO COM LOCUTOR VIU DUAS PESSOAS SAINDO DO SEU QUINTAL, 01/ROBERTO ONDE IDENTIFICOU QUE ROUBARAM ALTOFALANTES DOS SEUS CAMINHÕES. UM DOS ASSALTANTES ERA AMIGO DA FAMÍLIA, THIAGO 163 SANTOS DE ANDRADE. MERCHANDISING +NA RUA 1513, DE MADRUGADA, A POLÍCIA LOCUTOR 02/SATURNINO ABORDOU WILSON DIAS SOUZA, 37, ESTAVA CONDUZINDO UM VEÍCULO EMBRIAGADO. +NA RUA EDVALDO LUCIANO DA SILVA, PERTO LOCUTOR 02/SATURNINO DA ESCOLA CECÍLIA MEIRELES, NO BAIRRO BODANESE, A POLÍCIA DEPAROU COM UM RAPAZ DE MOTO, IDENTIFICADO COMO GILMAR MOURA DE OLIVEIRA, ELE ESTAVA PARADO NO LOCAL E A POLÍCIA O ABORDOU, ENCONTRANDO DROGAS COM O MESMO. ELE TERIA COMPRADO A DROGA NA PRAÇA NOSSA SENHORA APARECIDA. MERCHANDISING +ROBERTO LÊ RECADO DEIXADO NO MURAL LOCUTOR 01/ROBERTO DE RECADOS DA RÁDIO. RAPAZ ESTACIONA MOTO E FOI ABORDADO POR POLICIAIS E FOI MULTADO. E OS POLICIAIS ESTACIONARAM NA MESMA FAIXA. ROBERTO E SATURNINO DIZEM QUE OS POLICIAIS PODEM ESTACIONAR NA FAIXA AMARELA. +OUVINTE AO VIVO POR TELEFONE (IDENTIFICADA COMO LEONÍCIA) DIZ SOBRE OUVINTE AO VIVO INTERAÇÃO COM LOCUTOR 01/ROBERTO UM TALÃO DE LUZ QUE VEIO DUAS VEZES NO MESMO MÊS, COM 15 DIAS DE DIFERENÇA UM DO OUTRO. ROBERTO ORIENTA A OUVINTE VER SE O TALÃO ANTERIOR TEVE OS DIAS MAIORES E PARA A MESMA PROCURAR 164 CERON, OU ENTÃO O PROCON. ELE DI QUE ELES, OS LOCUTORES, ESTAVAM A DISPOSIÇÃO, PELO MENOS PARA TORNAR ESSE PROBLEMA PÚBLICO, POIS ESSA QUESTÃO ELES NÃO PODEM RESOLVER. MERCHANDISING +OUVINTE AO VIVO PELO TELEFONE (NÃO IDENTIFICADO). A OUVINTE COMENTA A NOTÍCIA ANTERIOR E DIZ QUE ACONTECEU A OUVINTE AO VIVO MESMA COISA COM ELA. ELA TAMBÉM DIZ SOBRE OS CARROS DE SOM QUE PASSAM COM O SOM MUITO ALTO, ISSO NO JARDIM PRIMAVERA. ROBERTO DIZ QUE A SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE VAI COMEÇAR A FISCALIZAR, REFORÇANDO QUE TEM QUE TER MAIS FISCALIZAÇÃO. MERCHANDISING - DIZ SOBRE A TEMPERATURA: 26 º 5º BLOCO +NOTÍCIA DE PORTO VELHO - NÃO DIZ EM LOCUTOR 2/SATURNINO COM QUAL VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO EXTRAÍRAM INTERAÇÃO COM ESSA NOTÍCIA. NAMORADA VÊ NAMORADO LOCUTOR 01/ROBERTO COM TRAVESTI, ELA VAI PARA AGREDIR O NAMORADO; E O OUTRO TRAVESTI QUE ESTAVA VIGIANDO A AGREDIU. TODOS FORAM PARAR NA DELEGACIA. ELA NÃO QUIS DAR QUEIXA E PERDOOU O NAMORADO. +MORADORA (IDENTIFICADO COMO DONA JUSSARA) QUE MORA PERTO DO FRIGORÍFICO OUVINTE AO VIVO INTERAGE PEDE PARA A SECRETARIA DE OBRAS ENVIAR 165 LOCUTOR 1 E LOCUTOR 02 ALGUÉM PARA ROÇAR A MARGEM DA BR. PEDE PARA LIMPAR, E REFORÇA QUE JÁ HAVIA ENTRADO EM CONTATO COM A SECRETARIA DE OBRAS. ELES A RESPONDERAM QUE FOI TERCEIRIZADO ESSE SERVIÇO. OS LOCUTORES COMENTAM O CASO. DIZEM QUE A BR ESTÁ SENDO ARBORIZADA, DISSE QUE “É BACANA, LEGAL”. ROBERTO DIZ QUE SERIA BOM SE FIZESSEM A ROÇADA ATÉ O RIO PIRACULINO, ONDE TEM MUITAS CHÁCARAS NAQUELE PERÍMETRO. +SATURNINO DIZ SOBRE UM COMENTÁRIO DE UM OUVINTE QUE PARTICIPOU DO PROGRAMA LOCUTOR 2/SATURNINO COM DE ONTEM. O OUVINTE FALOU QUE HAVIA UMA INTERAÇÃO COM LOCUTOR 1 MULA AMARRADA EM UM LOCAL, À TARDE. OS BOMBEIROS PASSARAM NO LOCAL, MAS NÃO ENCONTRARAM O DONO DO ANIMAL E NÃO PUDERAM FAZER NADA. 13H43MIN – MERCHANDISING 6º BLOCO ISACH LAURENTINO – RADIORREPÓRTER +NOTÍCIA QUE ACONTECEU NAQUELE MOMENTO – ELE FALOU DIRETO DO LOCAL REPÓRTER EXTERNO/ISACH ACIDENTE NA ENTRADA DO PESQUEIRO LAURENTINO BURITIS. UM MOTOCICLISTA ENTRA NA FRENTE DE UM CAMINHÃO PIPA DO SAAE, HOUVE ENTÃO ENCAPOTAMENTO. O MOTORISTA DO CAMINHÃO MOTOCICLISTA, TENTOU DESVIAR OCORRENDO DO ASSIM ENCAPOTAMENTO. NÃO HOUVE MORTES. 166 O MERCHANDISING 7º BLOCO 13H51MIN – +OUVINTE SOARES) OUVINTE AO VIVO AO VIVO ROBERTO (IDENTIFICADO COMO CONVERSA COM ELE COMO O JÁ O CONHECESSE. LOGO NO INÍCIO ROBERTO DIZ QUE SOARES ERA DE COLORADO E TORCEDOR DO VEC, E O OUVINTE NEM CONFIRMA HAVIA SOBRE LIMPEZA DA BR A E SE IDENTIFICADO. TERCEIRIZAÇÃO DIZ QUE JÁ DA ESTÃO PLANTAÇÃO PALMEIRA NA MARGEM DA BR, MAS TEM GENTE QUE JÁ ESTA ARRANCANDO. ELE PEDE SE ALGUÉM VER PESSOAS ARRANCAREM AS PALMEIRAS É PARA ACIONAR A POLÍCIA. CAÍ A LIGAÇÃO. MERCHANDISING +ROBERTO LOCUTOR 01/ROBERTO ENTERAÇÃO COM LOCUTOR 02 COMENTA SOBRE A NOTÍCIA DIVULGADA RECENTEMENTE, ONDE DIZ QUE RONDÔNIA É O ESTADO COM MAIOR NÚMERO DE CELULARES POR HABITANTE. SÃO 138 CELULARES PARA CADA CENTENA DE HABITANTE NO ESTADO. COMENTAM SOBRE A NOTÍCIA. ELE QUESTIONA SE É SÓ APARELHO CELULAR OU É APARELHO FIXO TAMBÉM. ELES NÃO FALAM DE ONDE TIRARAM A NOTÍCIA. +ELE FALA SOBRE A OPERAÇÃO PENTÁGONO, LOCUTOR 02/SATURNINO MENCIONA A NOTÍCIA NOVAMENTE COM NOVOS DADOS. 167 FINALIZAM O PROGRAMA. DATA APRESENTADOR 19.04.12 HORA ROBERTO DI JORGE E SATURNINO DE OLIVEIRA PROGRAMA VALE TUDO ABERTURA RETRANCA 12H00 14H00 REDATOR LAUDA 03 Jornalismo de “Vale Tudo”? TEMPO 2 HORAS 1º BLOCO +ESPORTE – ASSUNTOS TRATADOS NESTE BLOCO. LOCUTOR 01/ROBERTO +COPA DO BRASIL – PASSA OS RESULTADOS. COLOCA DI JORGE SOM AO FUNDO +LIBERTADORES DA AMÉRICA – PASSA RESULTADOS DOS JOGOS. AS NOTÍCIAS SÃO DE ONTEM. +CAMPEONATO RONDONIENSE – PASSA OS RESULTADOS DOS JOGOS. LOCUTOR 01/ROBERTO DI JORGE +ROBERTO LÊ RECADOS DE OUVINTES QUE FALA SOBRE O JOGO E PERGUNTA SOBRE OS JOGOS LOCAIS E NACIONAIS. ELE FALA SOBRE O CAMPEONATO QUE SERÁ REALIZADO NA CHÁCARA DO POR-DO-SOL. 12H14MIN – ENTRA PARA O COMERCIAL 2º BLOCO VOLTA AS 12H18MIN COM SATURNINO DE OLIVEIRA – COM AS OCORRÊNCIAS POLICIAIS. ELE FAZ CHAMADAS DOS ASSUNTOS QUE SERÃO NOTICIADOS NESTE BLOCO. LOCUTOR 2/ +ACIDENTE NO SETOR CINCO, ENVOLVENDO DOIS SATURNINO CARROS, O CONDUTOR ESTAVA BÊBADO. 168 +SETOR NA RUA 1715 ADOLESCENTE SAI DE CASA E LOCUTOR 2/SATURNINO VOLTA NO DIA SEGUINTE, A TIA CHAMA A ATENÇÃO DELE E, O ADOLESCENTE SE IRRITA E AMEAÇA A PRÓPRIA TIA. +NA RUA 174, PERTO DO AEROPORTO - POLICIAIS FORAM ATÉ O LOCAL E VIU QUE TINHA DE MENOR FAZENDO USO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS E COM SOM LOCUTOR 2/SATURNINO ALTO. SATURNINO CHAMA A ATENÇÃO PELO FATO DOS ADOLESCENTES ESTAREM BEBENDO, DEPOIS AINDA TEM QUE DIRIGIREM ALCOOLIZADOS. +OUVINTE AO VIVO POR TELEFONE (IDENTIFICADO OUVINTE AO VIVO COMO MARIA DO BELA VISTA) ELA PEDE PARA O PREFEITO CONSTRUIR COM POSTO DE SAÚDE. ELA INTERAÇÃO COM COMENTA QUE O BAIRRO EM QUE RESIDE É MAIS LOCUTOR 1/ROBERTO ANTIGO DO QUE O BAIRRO CRISTO REI QUE JÁ TEM UM POSTO DE SAÚDE. RECLAMA PELA FALTA DE PRESENÇA DO PRESIDENTE DE BAIRRO E POR NÃO TER OTORRINO NA CIDADE, ONDE OS PACIENTES TEM QUE IR FAZER OS EXAMES EM CACOAL. ELA DIZ SOBRE A FALTA DE MEDICAMENTOS CONTROLADOS. MERCHANDISING +COMUNICA SOBRE UMA REUNIÃO NO SETOR 19, SOBRE A REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA E SOBRE O LOCUTOR 1/ROBERTO ANÚNCIO DA CONSTRUÇÃO DE UM POSTO DE SAÚDE NO LOCAL, ONDE O BAIRRO BELA VISTA TAMBÉM SERÁ BENEFICIADO. MERCHANDISING +OUVINTE AO VIVO PELO TELEFONE (IDENTIFICADA OUVINTE AO VIVO/COM COMO VANESSA) DIZ SOBRE PROBLEMAS QUE ESTÁ 169 INTERAÇÃO COM OCORRENDO NA COABINHA. ELA DIZ QUE AS PESSOAS LOCUTOR 1 QUE ESTAVA INCOMODANDO SÃO DE MENORES E A POLÍCIA NÃO ESTÁ FAZENDO NADA. ELA PEDE PARA A POLÍCIA E O MINISTÉRIO PÚBLICO FAZEREM ALGUMA COISA SOBRE A SITUAÇÃO. ROBERTO FALA PARA A IMPORTÂNCIA DA POLÍCIA MAPEAR QUEM SÃO ESSAS PESSOAS. MERCHANDISING E JÁ ENTRA PARA O COMERCIAL - FALA SOBRE A TEMPERATURA. 3º BLOCO ASSUNTOS NESTE BLOCO CHAMADA DE RETORNO VALE TUDO +OUVINTE COMO AO VIVO PELO TELEFONE (IDENTIFICADA NEUZA) ELA QUER SABER POR QUE A OUVINTE AO VIVO COM SECRETARIA DE OBRAS NÃO PASSOU PARA FAZER O INTERAÇÃO/LOCUTOR1 CASCALHAMENTO, SENDO QUE JÁ HAVIA A PROMESSA. ROBERTO FALA QUE IRÁ ENTRAR EM CONTATO COM A PREFEITURA, MAS LOGO VEIO A RESPOSTA QUE É POR CAUSA DAS CHUVAS, O GOVERNO DO ESTADO JÁ ENVIOU O DINHEIRO, MAS PRECISAM ESPERAR PASSAR ESSE PERÍODO CHUVOSO. +ROBERTO ANUNCIA QUE UMA PESSOA ESTÁ PRECISANDO UMA SALGADEIRA COM EXPERIÊNCIA. LOCUTOR 1/ROBERTO REPÓRTER ENTRA COM MERCHANINDISING AO VIVO NO LOCAL ONDE ESTÁ SENDO TRANSMITIDAS AS PROMOÇÕES 4º BLOCO COM O REPÓRTER ISACH LAURENTINO RADIORREPÓRTER. 170 – +O REPÓRTER ISACH COMENTA SOBRE O ASSASSINATO DE UM EMPRESÁRIO DA CIDADE, ONDE A REPÓRTER EXTERNO/ ISACH LAURENTINO POLÍCIA CIVIL DESCARTA A HIPÓTESE DE LATROCÍNIO E SEGUE COM OUTRAS LINHAS DE INVESTIGAÇÃO. +ELE FALA SOBRE O CASO DA CÂMARA DE VEREADORES, ONDE OCORREU UMA FESTA NO LOCAL REPÓRTER EXTERNO/ ISACH LAURENTINO À NOITE, COM A PERMISSÃO DO VIGIA. O VIGIA FOI AFASTADO E TEVE 15 DIAS PARA SE DEFENDER. +CAPELA MORTUÁRIA – ONDE JÁ ESTÁ À DISPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO CASO NECESSÁRIO. ISAAC REPÓRTER EXTERNO/ ESCLARECE QUE NÃO TEM BUROCRACIA NENHUMA ISACH LAURENTINO PARA UTILIZAR O ESPAÇO FÍSICO. +MAIS 600 METROS DE FIOS DA BR 364 FORAM ROUBADOS. O RESPONSÁVEL POR ESSA ÁREA DEU REPÓRTER EXTERNO/ ISACH LAURENTINO QUEIXA SOBRE O ROUBO. +DANO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO, NA CASA DA CIDADANIA, ONDE HASTEARAM FOGO NOS COLCHÕES, REPÓRTER EXTERNO/ ISACH LAURENTINO ONTEM À NOITE. OS SÓCIO-EDUCADORES ACREDITAM QUE OS ALBERGADOS COLOCARAM FOGO PARA ELES ABRIREM AS PORTAS DO LOCAL, MAS ISSO NÃO OCORREU, OS PRÓPRIOS INTERNOS APAGARAM O FOGO. REPÓRTER EXTERNO/ ISACH LAURENTINO COM INTERAÇÃO LOCUTOR1 +ROBERTO PERGUNTA SOBRE CARNEIROS (OCORREU EM UMA A MORTE CHÁCARA) DE DE PROPRIEDADE DE UMA ESPOSA DE UM EMPRESÁRIO DA CIDADE. ISACH RESPONDE QUE A POLICIA ESTÁ INVESTIGANDO E NÃO DIVULGARAM O NOME DA MESMA. AS NOTICIAS SÃO DIVULGADAS DIRETO DA DELEGACIA CIVIL. 171 MERCHANDISING AGROMAIS DIZ A HORA CERTA 12HS 56MIN HORA TEMPERATURA: 28º 5º BLOCO 13H – VOLTA E DIZ QUE O PREFEITO E O DR. SÉRGIO BELÉM JÁ ESTÃO NOS ESTÚDIOS. ENTRA O MERCHANDISING +OUVINTE AO VIVO PELO TELEFONE (IDENTIFICADA COMO CLEIDIANE) – MANDA UM RECADO PARA O ALESSANDRO DA FAZENDA NOVO HORIZONTE ONDE OUVINTE AO VIVO ELA FALA QUE A TIA DELE, DONA JOAQUINA, FICARÁ POR MAIS UMA SEMANA EM SUA CASA E QUE ELA ESTÁ BEM AGORA O QUE ACONTECEU COM ELA FOI UMA ALERGIA. E PARA ELE PROVIDENCIAR UM LEITE PARA A MESMA. HORA CERTA COM OFERECIMENTO DA ÓTICA MENINA DOS OLHOS 13HS05MIN. ENTRA PARA O MERCHANING. 13HS08MIN - VOLTA 6º BLOCO +PREFEITO DO MUNICÍPIO (ZÉ ROVER) FALA SOBRE A IMPLANTAÇÃO DO AERODINÂMICA – QUE SERIA A REALIZAÇÃO DE CIRURGIA COMO O CATETERISMO E NO ESTÚDIO AO VIVO INTERAÇÃO COM LOCUTOR 1/ROBERTO ANEURISMA CEREBRAL. ROBERTO COMENTA SOBRE O CONVITE QUE RECEBEU DO PREFEITO E FICOU SURPRESO COM A MODERNIDADE ENCONTRADA NOS NOVOS EQUIPAMENTOS ADQUIRIDOS PARA O HOSPITAL REGIONAL. O MÉDICO SÉRGIO BELÉM FALA SOBRE ESSES EQUIPAMENTOS E SUAS FUNÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DE CIRURGIAS. 13HS23MIN – ENTRA PARA O COMERCIAL. FALA SOBRE A HORA CERTA. 172 7º BLOCO FAZ CHAMADA DO PROGRAMA E VOLTA PARA O MERCHANDISING LOCUTOR 2/SATURNINO +RUA H10 QUADRA 13 – HOUVE A TENTATIVA DE AGRESSÃO, ONDE CONHECIDO QUIS ÉRICO OU AGREDIR O CRIOLO COMO MORADOR É IRACI MORAIS. LOCUTOR 2/SATURNINO +VIOLÊNCIA DOMÉSTICA - OCORREU NA RUA 27, ENVOLVENDO GILMAR NUNES DO NASCIMENTO, 40, E O SEBASTIÃO NUNES DO NASCIMENTO JUNIOR, 25, E A VÍTIMA EM QUESTÃO SIRLEI RIBEIRO. O GILMAR EX- INTERAÇÃO ENTRE ESPOSO DE SIRLEI FOI ATÉ A CASA DA VÍTIMA PARA LOCUTOR1/LOCUTOR 2 BUSCAR O FILHO E AMEAÇOU TODOS QUE ESTAVAM NO LOCAL. MERCHANDISING +O OUVINTE (ROBERTO APENAS LÊ O RECADO, NÃO ESTÁ AO VIVO) PERGUNTA SOBRE A DIFERENÇA SOBRE A MOTO USADA E A SEMI-NOVO. ELES COMENTAM LOCUTOR 1/ROBERTO SOBRE O CASO. +ROBERTO FALA SOBRE A CONTRATAÇÃO QUE UMA LOCUTOR 1/ROBERTO SALGADEIRA ONDE BENJAMIN PRECISA DE UMA PESSOA PARA TRABALHAR. COM INTERAÇÃO LOCUTOR 2/SATURNINO 8º BLOCO +ROBERTO FALA SOBRE AS LOMBADAS NA CIDADE QUE ESTÃO FORA DE PATRÃO. ELE COMENTA SOBRE UMA MATÉRIA QUE SAIU NO SITE VILHENA NOTÍCIAS, ONDE FALA SOBRE UMA PLACA DE SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO TROCADA. NO LOCAL ONDE DEVERIA TER OUVINTE AO VIVO COLOCADO UMA PLACA DE TRAVESSIA DE PEDESTRE, INTERAÇÃO COM COLOCARAM UMA PLACA DE TRAVESSIA DE CRIANÇA. 173 LOCUTOR 1/ROBERTO ROBERTO FALA QUE FOI UM EQUÍVOCO GROSSEIRO E SUJEITO DE PENALIZAÇÃO. ELE AINDA DIZ QUE TEM QUE ELEVAR A “COISA” SATURNINO SUGERE COM MAIS “TALVEZ” QUE SERIEDADE. HAVERIA A NECESSIDADE DE COLOCAR UMA FAIXA DE PEDESTRE SIM, ATÉ PORQUE NAQUELA LOCALIDADE TEM FLUXO ACENTUADO DE PESSOAS COM DIFICULDADES DE SE LOCOMOVER, DEVIDO ESTAR PERTO DO INSS. +OUVINTE AO VIVO PELO TELEFONE (IDENTIFICADA COMO DONA MARIA) ELA QUERIA FAZER UM AGRADECIMENTO PELO FATO DE TER PARTICIPADO DE OUVINTE AO VIVO COM INTERAÇÃO COM UMA FESTA E PELO BRINDE QUE RECEBEU. +OUVINTE AO VIVO PELO TELEFONE (IDENTIFICADO LOCUTOR 1 E LOCUTOR 2 COMO PAULÃO) ELE COMENTA SOBRE O ASSUNTO DAS FAIXAS QUE FORAM COLOCADAS ERRADAS, ELE DÁ A SUA OPINIÃO. SATURNINO FALA QUE A PETRAN FEZ O OUVINTE AO VIVO MAPEAMENTO COM INTERAÇÃO COM NECESSÁRIOS COLOCAR SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO. LOCUTOR 1 DE TODOS OS LOCAIS QUE SÃO +OUVINTE AO VIVO PELO TELEFONE (IDENTIFICADA COMO CIDA) ELA FALA SOBRE UM TERRENO BALDIO QUE ESTÁ MUITO SUJO. ELA DISSE QUE JÁ FOI NA OUVINTE AO VIVO SECRETARIA DE OBRAS E ELES DIZEM QUE IRÃO LIMPAR, MAS NUNCA APARECEU NO LOCAL. MERCHANDISING 9º BLOCO +ROBERTO REPETE SOBRE A REUNIÃO NO SETOR 19. +FALA SOBRE O DIA DO BASTA, A PARTIR DAS 15HS00. LOCUTOR 1/ROBERTO LOCUTOR 1/ROBERTO +O EVENTO QUE ACONTECERIA NO DIA 21.04.12, EM COMEMORAÇÃO DO PATRONO DA POLÍCIA MILITAR, O 174 TIRADENTES, FOI TRANSFERIDO PARA SEXTA-FEIRA, LOCUTOR 1/ROBERTO NA PRAÇA NOSSA SENHORA APARECIDA. ELES FALAM COM INTERAÇÃO SOBRE O GOE, + ROBERTO LÊ MENSAGEM DE OUVINTE LOCUTOR 2. - OUVINTE COMENTA SE ELE COMPRAR TINTA ELE PODE PINTAR O QUEBRA-MOLA. ROBERTO E SATURNINO DIZEM QUE NÃO E COMENTAM SOBRE O CASO. MERCHANINDISING E FINALIZAM O PROGRAMA 175 DATA APRESENTADOR 20.04.12 HORA ROBERTO DO JORGE E SATURNINO DE OLIVEIRA PROGRAMA RETRANCA 12H00 14H00 REDATOR LAUDA 04 Jornalismo de “Vale Tudo”? TEMPO VALE TUDO 2 DUAS 1º BLOCO ESPORTE – ASSUNTOS COMENTADOS NESTE BLOCO LOCUTOR 1/ROBERTO DI LIBERTADORES – PASSA OS RESULTADOS DOS JORGE JOGOS. CAMPEONATOS ESTADUAIS – PASSA QUEM IRÁ JOGAR A NÍVEL NACIONAL E REGIONAL. COMERCIAL 2º BLOCO OCORRÊNCIAS POLICIAIS - COM SATURNINO DE OLIVEIRA - 12H20MIN. TEM CHAMADA DOS ASSUNTOS A SEREM TRANSMITIDOS. LOCUTOR 2/SATURNINO DE OLIVEIRA +ROUBO POR VOLTA DAS 24HS30, NA RUA RICARDO KULLER, EM FRENTE DO RESIDENCIAL FLAMBOYANT. DOIS ASSALTANTES ROUBAM TRÊS RAPAZES. LEVARAM CELULARES DAS VÍTIMAS. +RAPAZ CHEGA EM LANCHONETE BÊBADO E LOCUTOR 2/SATURNINO PEDIU PARA UM DOS FUNCIONÁRIOS LEVÁ-LO EM CASA, ELES FORAM DE BICICLETA, CHEGANDO NO SETOR 19 O RAPAZ QUE ESTAVA EMBRIAGADO TENTOU ROUBAR A BICICLETA. ROBERTO FAZ COMENTÁRIO SOBRE O ASSUNTO 176 +ROBERTO FALA SOBRE O DESAPARECIMENTO DE LOCUTOR 1/ROBERTO UMA CADELA, A DONA QUER REENCONTRAR. MERCHANDISING . +OUVINTE NO TELEFONE (IDENTIFICADO COMO JAIR) ELE RECLAMA DE PESSOAS QUE FICAM OUVINTE AO VIVO COM JOGANDO ENTULHO NA RUA ONDE A PREFEITURA INTERAÇÃO COM TINHA LOCUTOR 1/ROBERTO IDENTIFICAR FEITO LIMPEZA. ESSAS ELE PESSOAS PEDE QUE PARA FAZEM SUJEIRAS. ELE TAMBÉM CHAMA A ATENÇÃO NA CICLOVIA EM FRENTE DO ESTÁDIO, ONDE AS PEDRAS DO ASFALTO ESTÃO SOLTANDO. ELE DIZ QUE PARECE QUE NÃO COLOCARAM CIMENTO. +OUVINTE NO TELEFONE (NÃO IDENTIFICADO) ELE GOSTARIA DE SABER POR QUE O PREFEITO NÃO FAZ NADA NO BAIRRO CRISTO REI. ROBERTO DIZ OUVINTE AO VIVO QUE O PREFEITO VAI FAZER ASFALTO NESSE BAIRRO. +OUVINTE NO TELEFONE (IDENTIFICADO COMO ANDREIA) ELA ESTÁ PROCURANDO UMA SENHORA OUVINTE AO VIVO CHAMADA MARTA FERREIRA PEIXOTO. ELA PRECISA DESSA SENHORA PARA REGULARIZAR UM TERRENO QUE PERTENCE A ANDREIA. +SÁBADO LOCUTOR 1/ROBERTO DIA DO BASTA MERCHANDISING +OUVINTE NO TELEFONE AO VIVO (IDENTIFICADO COMO FRANCISCA) SENHORA PERGUNTA POR QUE O PREFEITO TRÁS JUNTA MÉDICA PARA OUVINTE AO VIVO FAZER CIRURGIA E NÃO COMPRA UM ÔNIBUS PARA CARREGAR ALUNOS PARA FAZER CURSOS. 177 COMERCIAL 3º BLOCO COM SATURNINO DE OLIVEIRA - 12HS40MIN +ACIDENTE LOCUTOR 2/SATURNINO NA AVENIDA GÓIAS, COM DOIS CARROS ENVOLVIDOS. +ACIDENTE NO SETREME (POSTO FISCAL NA SAÍDA DE VILHENA) – ENTRE DUAS CARRETAS. LOCUTOR 2/SATURNINO +OUVINTE AO VIVO PELO TELEFONE (IDENTIFICADO COMO LORIANO) ELE COMENTA DA SENHORA QUE PEDIU ÔNIBUS PARA ESTUDANTE. LOCUTOR 1/ROBERTO COM ELE QUESTIONA SE FOSSE ALGUM DA FAMÍLIA DELA O QUE ELA ESCOLHERIA, SE ERA DO ÔNIBUS INTERAÇÃO COM OU A SAÚDE DO PARENTE. ELES COMENTAM O LOCUTOR 2/SATURNINO CASO. +OUVINTE OUVINTE AO VIVO INTERAÇÃO COM LOCUTOR 1/ROBERTO AO VIVO (IDENTIFICADO COMO FERNANDO) ELE FALA SOBRE OS QUEBRA MOLAS IRREGULARES NA SINALIZAR ANTES CIDADE, DE ONDE FAZÊ-LOS. TEM QUE ROBERTO COMENTA O CASO. MERCHANDISING +OUVINTE AO VIVO PELO TELEFONE (IDENTIFICADO COMO JULIO) ELE NÃO FALA QUEM OUVINTE AO VIVO COM É, É O ROBERTO QUE O IDENTIFICA. RECLAMA INTERAÇÃO COM LOCUTOR 1/ SOBRE A ENTRADA NO JOGO DO VEC QUE NÃO ROBERTO TINHA FISCALIZAÇÃO NO LOCAL, QUE NÃO OLHARAM AS CARTEIRINHAS DE QUEM ENTRA. 12HS49MIN – MERCHANDISING E ENTRA PARA COMERCIAL 178 +OUVINTE AO (IDENTIFICADO VIVO COMO PELO TELEFONE FERNANDA) ELA QUER OUVINTE AO VIVO COM FAZER COMENTÁRIO DE UMA MATÉRIA QUE SAIU INTERAÇÃO COM LOCUTOR NO SITE EXTRA DE RONDÔNIA. ELA COMENTA 1/ROBERTO SOBRE OS EMPRESÁRIOS QUE QUEREM COLOCAR MÃO DUPLA NA AVENIDA MARECHAL RONDON. ELA DIZ QUE QUANDO NÃO ERA NÃO DUPLA OCORRIA MUITOS ACIDENTES NAQUELA AVENIDA, E AGORA DIMINUIU. MERCHANDISING +OUVINTE AO VIVO (PAULO DE TAS) QUER CONVIDAR OS OUVINTES PARA PARTICIPAR DE UM OUVINTE AO VIVO BAILE DANÇANTE NA ANTIGA HALL BIER. 13HS02MIN – MERCHANDISING +OUVINTE AO VIVO PELO TELEFONE (IDENTIFICADO COMO SUELI) ELA QUER QUE A OUVINTE AO VIVO PESSOA QUE ENCONTROU UM CELULAR O DEVOLVA. MERCHANDISING E COMERCIAL 4º BLOCO +OUVINTE AO (IDENTIFICADO OUVINTE AO VIVO VIVO COMO PELO JORGE) ELE TELEFONE RECLAMA SOBRE OS QUEBRA MOLAS (LOMBADAS) QUE NÃO ESTÃO SENDO SINALIZADOS CORRETAMENTE. +SATURNINO – NO CAFÉ PATRON, ONDE DUAS 179 LOCUTOR 2/SATURNINO PESSOAS ESTAVAM TENTANDO PASSAR NOTA DE DINHEIRO FALSA. ELES CONSEGUIRAM PASSAR UMA VEZ, MAS QUANDO VOLTARAM PARA COMPRAR COM NOTA FALSA O EMPRESÁRIO IDENTIFICOU QUE A NOTA NÃO ERA LEGÍTIMA. +OUVINTE CEARÁ) NO TELEFONE (IDENTIFICADO COMO ELE QUER INTERESSADO VER A SE TEM ALGUÉM REGULARIZAR AS DOCUMENTAÇÕES DAS PESSOAS QUE RESIDEM OUVINTE AO VIVO NA COABINHA. ELE QUER QUE ESSAS PESSOAS O PROCUREM PARA ELE PASSAR O VALOR PARA RESOLVER ESSE PROBLEMA. ELE TAMBÉM RECLAMA SOBRE AS PESSOAS QUE NÃO TEM RESPONSABILIDADE NO TRÂNSITO. MERCHANDISING . +OUVINTE AO VIVO (IDENTIFICADO COMO MARCIA) OUVINTE AO VIVO COM ELA GOSTARIA FALAR SOBRE OS QUEBRA MOLAS INTERAÇÃO COM LOCUTOR QUE ESTÃO MUITO ALTOS. 1/ROBERTO 13H17MIN- MERCHANDISING +OUVINTE AO VIVO (IDENTIFICADO COMO MARCOS) ELE FALA SOBRE AS PESSOAS QUE NÃO OUVINTE AO VIVO/COM ESTÃO CONTENTES COM O TRÂNSITO, SE TEM INTERAÇÃO COM LOCUTOR 1 QUEBRA MOLA RECLAMA E SE NÃO TEM TAMBÉM RECLAMAM. ELE SUGERE PARA O MUNICÍPIO TER GUARDA DE TRÂNSITO E TEM QUE MULTAR MESMO, SÓ ASSIM PARA RESOLVER O PROBLEMA NAS RUAS DE VILHENA. MERCHANDISING 180 +OUVINTE AO VIVO (IDENTIFICADO COMO ELEITOR, NÃO QUIS PASSAR O NOME REAL) ELE OUVINTE AO VIVO/LOCUTOR ELOGIA O ATENDIMENTO DOS FUNCIONÁRIOS DA 1 CASA DE APOIO DE PORTO VELHO. MAS ELE SUGERE PARA OS VEREADORES DOAREM UM CARRO DUPLÔ QUE ELE DIZ QUE NÃO TEM SERVENTIA PARA O LEGISLATIVO. OS CARROS QUE LEVAM AS PESSOAS PARA PORTO VELHO NÃO SÃO ADEQUADOS. MERCHANDISING - COMERCIAL 5º BLOCO COM ISACH LAURENTINO – REPÓRTER EXTERNO – RADIORREPÓRTER. +LAURENTINO COMENTA SOBRE A OPERAÇÃO PENTÁGONO, ONDE FORAM PRESAS DIVERSAS REPÓRTER EXTERNO/ISACH PESSOAS QUE ESTAVAM COM MANDATO DE LAURENTINO BUSCA. NENHUMA DESSAS PESSOAS ERAM DE VILHENA. +LAURENTINO COMENTA SOBRE UM ASSASSINATO NO ANO PASSADO, ONDE UMA IRMÃ ASSASSINOU REPÓRTER EXTERNO/ISACH A OUTRA; ELA FOI CONDENADA A 14 ANOS DE LAURENTINO PRISÃO. COM INFORMAÇÃO DA DELEGACIA CIVIL. MERCHANDISING E COMERCIAL 6º BLOCO 13HS36 – VOLTA +OUVINTE AO CARDOSO) ELE OUVINTE AO VIVO/COM VIVO (IDENTIFICADO COMO FAZ UM DESAFIO PARA OS VEREADORES DE VILHENA DOAREM O CARRO DA 181 INTERAÇÃO/LOCUTOR 1 CÂMARA E COLOCÁ-LO A DISPOSIÇÃO DAS PESSOAS QUE PRECISAM IR PARA PORTO VELHO FAZER TRATAMENTOS MÉDICOS. +OUVINTE NÃO IDENTIFICADO – ROBERTO FALA SOBRE O COMENTÁRIO QUE A OUVINTE FEZ, OUVINTE AO VIVO/ COM ONDE PERGUNTA SE A CAIXA ECONÔMICA NÃO INTERAÇÃO COM/LOCUTOR 1 TEM MAIS TELEFONE, PORQUE ESTÁ DESDE CEDO TENTANDO LIGAR PARA O LOCAL E NINGUÉM ATENDE. +ROBERTO LÊ MENSAGEM DE OUVINTE NÃO LOCUTOR 1/ ROBERTO LÊ RECADO DE OUVINTE NÃO IDENTIFICADO IDENTIFICADO. O OUVINTE COMENTA O FATO DE TER UM BURRO AMARRADO HÁ UM CERTO TEMPO EM UMA LOCALIDADE DA CIDADE E O DONO NÃO APARECEU PARA TIRÁ-LO DO SOL. +ROBERTO LÊ MENSAGEM DE UM OUVINTE NÃO IDENTIFICADO, ONDE COMENTA SE O CONSELHO INTERAÇÃO ENTRE LOCUTOR 1E2 TUTELAR GOSTA DE MOSTRAR TRABALHO, SUGERINDO PARA PASSAR EM FRENTE EM UMA ESCOLA ONDE TEM UM CASAL DE ESTUDANTE QUE ESTAVAM SE AGARRANDO NO LOCAL. +OUVINTE AO VIVO (IDENTIFICADO COMO GENI), OUVINTE AO VIVO/ ELA GOSTARIA INTERAÇÃO COM LOCUTOR 1 EQUIPAMENTO DE DA AVISAR ACADEMIA QUE DO TEM UM 5º BEC QUEBRADO. ELA PEDE PARA ALGUÉM IR LÁ FAZER O CONSERTO. +SATURNINO - UM MOTOCICLISTA FOI PEGO DE MADRUGADA PELO POLÍCIA SEM HABILITAÇÃO. LOCUTOR 2/SATURNINO +NA RUA 1506, POR VOLTA DE 21HS20MIN. BRIGA ENTRE CASAL QUE ESTAVAM SEPARADOS, O LOCUTOR 2/SATURNINO MOTIVO DA BRIGA ERA A SEPARAÇÃO DE BENS. O 182 MOTIVO DA BRIGA ERA QUE NINGUÉM QUERIA PAGAR AS CONTAS QUE TINHAM PARA ACERTAR. MERCHANDISING 7º BLOCO 13H51MIN – COM SATURNINO +ROBERTO FALA DA SUA VISITA AO NOVO PRESÍDIO DO MUNICÍPIO, ELE DIZ QUE FOI LOCUTOR 1/ROBERTO ATRAVÉS DE UM CONVITE RECEBIDO DE UM DEPUTADO. +SATURNINO FALA SOBRE O EVENTO QUE FOI REALIZADO NA CIDADE, ONDE TIRADENTES É O LOCUTOR 2/SATURNINO COM PATRONO DA POLÍCIA MILITAR E FOI INTERAÇÃO COM LOCUTOR APRESENTADO O GOE, GRUPO DE OPERAÇÃO 2/SATURNINO ESPECIAIS DA POLICIA MILITAR +CONVITE LOCUTOR 2/SATURNINO COM INTERAÇÃO COM LOCUTOR 2/SATURNINO PARA A POPULAÇÃO ASSISTIR A APRESENTAÇÃO DE ORQUESTRA SINFÔNICA DE VILHENA QUE SERÁ GRATUITO, NO DIA 28.04.12, NA IGREJA NOSSA SENHORA AUXILIADORA. FINALIZAM O PROGRAMA 183 DATA APRESENTADOR 23.04.12 HORA ROBERTO DI JORGE E SATURNINO DE OLIVEIRA PROGRAMA VALE TUDO ABERTURA RETRANCA 12H00 14H00 REDATOR LAUDA 05 Jornalismo de “Vale Tudo”? TEMPO DUAS HORAS 1º BLOCO ASSUNTOS DESTE BLOCO – ESPORTE LOCUTOR 1/ROBERTO DI +CAMPEONATOS JORGE JOGOS. REGIONAIS – RESULTADOS DOS +CAMPEONATO RONDONIENSE – RESULTADOS DOS JOGOS. 2º BLOCO SATURNINO NÃO ENTROU NESTE BLOCO. LOCUTOR 1/ROBERTO +ROBERTO ANUNCIA UM CONVITE DA ASMUV AOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS, CONVIDANDO-OS A PARTICIPAREM DA COMEMORAÇÃO DO DIA DO TRABALHADOR. LOCUTOR 1/ROBERTO +ROBERTO LÊ RECADO – TELMA, DA CIDADE DE CAPANEMA, NO PARANÁ, ESTÁ PROCURANDO O SEU IRMÃO QUE MORA NA CIDADE, FAZ MUITO TEMPO QUE ELA NÃO VÊ O SEU O IRMÃO. ELA QUER DIZER QUE A SUA MÃE NÃO ESTÁ BEM. LOCUTOR 1/ROBERTO +ROBERTO LÊ RECADO – OUVINTE QUER SABER QUANDO A MÁQUINA DE ULTRASSONGRAFIA DO HOSPITAL REGIONAL IRÁ VOLTAR A FUNCIONAR. LOCUTOR 1/ROBERTO +ROBERTO COMUNICA QUE AS PROGRAMAÇÕES DA RÁDIO PLANALTO SERÃO TRANSMITIDAS POR APARELHOS DE CELULARES QUE TEM INTERNET. OUVINTE AO VIVO/INTERAÇÃO COM +OUVINTE AO VIVO (IDENTIFICADO COMO CÍCERO, LOCUTOR 1/ROBERTO É CAMINHONEIRO) ELE FALA SOBRE AS PESSOAS 184 QUE FICAM NAS MARGENS DA BR 364, ONDE TEM MUITO FLUXO DE CARRETAS. ELE QUER PEDIR PARA QUE ESSAS PESSOAS NÃO FICAREM ALI, POR QUE ELE É CARRETEIRO E FICA COM MEDO DE PROVOCAR ACIDENTES. PROLONGAMENTO DA ELE AVENIDA SUGERE O MARECHAL RONDON ATÉ AS CHÁCARAS. LOCUTOR 1/ROBERTO +ELE MANDA UM “ALÔ” PARA UM OUVINTE QUE JÁ ESTÁ SINTONIZADO COM RÁDIO PLANALTO PELO CELULAR. 3º BLOCO COM ISACH LAURENTINO – RADIORREPÓRTER +ACIDENTE COM CAMINHÃO E UMA MOTOCICLETA. O RAPAZ DA MOTO MACHUCOU O BRAÇO, FOI REPÓRTER EXTERNO/ISACH LEVADO PARA O HOSPITAL, MAS PASSA BEM. LAURENTINO LAURENTINO FALA DIRETAMENTE DO SETOR INDUSTRIAL, ONDE OCORREU O ACIDENTE. 4º BLOCO COM SATURNINO DE OLIVEIRA, ELE FALA NESTE BLOCO. LOCUTOR 1/ROBERTO +ROBERTO FALA O NÚMERO DE TELEFONE DA FAMÍLIA DO PARANÁ QUE QUER ENCONTRAR O IRMÃO QUE RESIDE NA CIDADE. LOCUTOR 2/SATURNINO LOCUTOR 2/SATURNINO +SATURNINO – ACIDENTE NA AVENIDA PARANÁ +SATURNINO – ACIDENTE NA RUA LEOPOLDO PERES, ENVOLVENDO UMA MOTO E UM CARRO. 185 +SATURNINO – ACIDENTE NO PÁTIO DO SETREME LOCUTOR 2/SATURNINO ENTRE DUAS CARRETAS, ENVOLVENDO DUAS CARRETAS. – +SATURNINO LOCUTOR 2/SATURNINO ELE FALA QUE QUASE PRESENCIOU UM ACIDENTE NA ROTATÓRIA. +SATURNINO – HOMEM TENTA AFOGAR OUTRO, NA FAZENDO CAFUNDÓ. UM SENHOR JÁ DE IDADE FOI TENTAR AJUDAR O QUE ESTAVA SENDO AFOGADO E LEVOU UM SOCO NO ROSTO. A POLÍCIA FOI ATÉ LOCUTOR 2/SATURNINO A RESIDÊNCIA DO ACUSADO E NÃO O ENCONTROU. +SATURNINO - CLAUDIOMAR DE ALMEIDA FALA DIRETO DOS ESTÚDIOS, ELE FOI ATÉ A RÁDIO PLANALTO, PARA FALAR QUE NÃO FOI BEM ATENDIDO PELA POLÍCIA MILITAR, ONDE FOI DAR QUEIXA SOBRE A BAGUNÇA QUE ESTAVA ACONTECENDO NA CHÁCARA SANTA CLARA. ELE ENTROU NO QUARTEL DA POLÍCIA MILITAR, SE IDENTIFICOU E FALOU QUE QUERIA FALAR COM O COMANDANTE. PORÉM FOI MALTRATADO PELOS OUVINTE NO ESTÚDIO/INTERAÇÃO ENTRE OUVINTE E LOCUTOR 1 E 2. MILITARES QUE ESTAVA NO LOCAL. ACONTECEU DE SEXTA PARA SÁBADO. +SATURNINO COMO - COMANDANTE GONÇALVES) PROGRAMA PARA ENTRA DAR A (IDENTIFICADO AO SUA VIVO VERSÃO NO DA HISTÓRIA. GONÇALVES FALA COM CLAUDIOMAR PARA IR ATÉ A POLÍCIA MILITAR PARA ESCLARECER E DAR SUA VERSÃO. CLAUDIOMAR LÊ O BOLETIM OUVINTE AO VIVO/INTERAÇÃO COM LOCUTOR 1 DE OCORRÊNCIA DO QUAL FOI DADO PELO DELEGADO. +ROBERTO – OUVINTE AO VIVO (IDENTIFICADO 186 COMO AFRO) ELE DIZ QUE QUER DEFENDER A INSTITUIÇÃO E COMENTA QUE O SENHOR CLAUDIOMAR INVADIU O LOCAL E, NÃO ERA ADEQUADO ELE ENTRAR SEM SER IDENTIFICADO. COMERCIAL LOCUTOR 1/ROBERTO 5º BLOCO +ROBERTO LÊ SOBRE COMENTÁRIOS DE OUVINTES QUE OPINAM SOBRE O ASSUNTO ANTERIOR ENTRE O COMANDANTE DA POLÍCIA LOCUTOR 1/ROBERTO MILITAR E O SENHOR CLAUDIOMAR. +ROBERTO DIZ QUE QUALQUER PESSOA PODE FALAR DIRETO DOS ESTÚDIOS DO PROGRAMA, DESDE QUE AGENDE ANTES. E REFORÇA A QUESTÃO DAS CHÁCARAS ONDE ESTÁ HAVENDO LOCUTOR 1/ROBERTO MUITO BARULHO. +OUVINTE AO VIVO (IDENTIFICADO COMO MARIA), ELA DIZ SOBRE O POLICIAL QUE DISSE ANTERIORMENTE. ELA ACHOU MUITO AGRESSIVO A EXPRESSÃO UTILIZADA POR ELE, ONDE ELE DISSE SE ALGUÉM ENTRAR NA CASA DELE, ELE OUVINTE AO VIVO LOCUTOR METE BALA. 1/ROBERTO +OUVINTE AO VIVO (IDENTIFICADO COMO LUÍS) TAMBÉM NÃO CONCORDA COM O COMPORTAMENTO DO SARGENTO, DIZ QUE ELE FOI MUITO AGRESSIVO EM SUAS COLOCAÇÕES. LUÍS DIZ AINDA QUE É POR CAUSA DE POLICIAS ASSIM QUE OCORREU VIOLÊNCIA POR PARTE DE POLICIAIS, ONDE UM CONHECIDO TERIA LEVADO 187 OUVINTE AO VIVO LOCUTOR UM TIRO POR UM POLICIAL QUE ESTAVA NAQUELE 1/ROBERTO MOMENTO NO HOSPITAL REGIONAL. +SATURNINO, EXPLICA SOBRE UM FATO QUE OCORREU NO SETOR 19 ESTAVAM MONITORANDO – POLICIAIS UMA QUE RESIDÊNCIA, CONSIDERADA UM PONTO DE DROGAS, UMA VIATURA ONDE ESTAVAM HAVIA COM MONITORANDO DOIS UMA POLICIAIS, RESIDÊNCIA CONSIDERADA PONTO DE DROGAS. QUANDO OS POLICIAIS ESTAVAM FILMANDO VEIO UM VEÍCULO LOCUTOR 2/SATURNINO DE MACHA RÉ, OS POLICIAIS TENTARAM ABORDAR O CONDUTOR, OCORRENDO TROCAS DE TIROS. +OUVINTE AO VIVO (IDENTIFICADO COMO INÁCIO, DA CHÁCARA POR-DE-SOL) ELE RECLAMA DO SOM DAS CHÁCARAS EM VOLTA, ONDE OCORREM BAILÕES NOS FINAIS DE SEMANA. ELE PEDE PARA AS AUTORIDADES FAZEREM ALGUMA COISA. – 13H14MIN MERCHANDISING E COMERCIAL 6º BLOCO 13H19MIN OUVINTE AO VIVO +OUVINTE AO VIVO (IDENTIFICADO COMO CORONEL GONÇALVES) ELE ESCLARECE QUE O PORTÃO DA GUARNIÇÃO NÃO ESTAVA ABERTO E POR UMA EVENTUALIDADE NÃO HAVIA POLICIAL NO PORTÃO NO MOMENTO E, ORIENTA COMO O LOCUTOR 2/SATURNINO CIDADÃO DEVE PROCEDER QUANDO PRECISAR FAZER UMA DENÚNCIA. 188 +SATURNINO – O POLICIAL CHEGOU EM CASA E NÃO VIU SUA ARMA, LOGO EM SEGUIDA ENTRA EM CONTATO COM POLÍCIA. ACABOU ENCONTRANDO O RAPAZ QUE A FURTOU, QUE É O SEU ENTEADO. ENCONTROU NO LOCAL MUITOS MATÉRIAIS QUE FORAM ROUBADOS DE UMA LOJA DO CENTRO DA OUVINTE AO VIVO CIDADE. +OUVINTE AO VIVO (IDENTIFICADO COMO CARDOSO) ELE COMENTA SOBRE MATÉRIA QUE FOI VEICULADA COM A MINISTRA DO TSE, ONDE QUER QUE OS PARTIDOS BARRAM AS PESSOAS QUE NÃO PODEM CONCORRER AS ELEIÇÕES. ELE COMENTA SOBRE O CASO QUE OCORREU NA GUARNIÇÃO DA POLÍCIA MILITAR. OUVINTE AO VIVO OUVINTE AO VIVO MERCHANDISING +OUVINTE AO VIVO (IDENTIFICADO COMO DAIVID) ELE RECLAMA DO SOM ALTO NAS CHÁCARAS. +OUVINTE AO VIVO (SARGENTO EDUARDO) ELE FALA SOBRE OS COMENTÁRIO DE UMA SENHORA FEZ EM RELAÇÃO A NOTÍCIA ANTERIOR, ONDE ELA TERIA ENTENDIDO ERRADO. LOCUTOR 2/SATURNINO 7º BLOCO +BRIGA QUE OCORREU NA RUA 1703, NO SÁBADO. HOMEM ABRE A PORTA E LEVA FACADA. REPÓRTER MECHANDISING EXTERNO/LAURENTINO +VOLTA COM ISACH LAURENTINO AO VIVO DIRETO 189 DO LOCAL DE UM ACIDENTE. O REPÓRTER LAURENTINO OCORREU FALA NA BR DE UM 364, ACIDENTE PERTO DO QUE POSTO BODANESE. O ACIDENTE ENVOLVEU UM CARRO E UMA MOTO. MERCHANDISING LOCUTOR 1/ROBERTO 8º BLOCO +ROBERTO LÊ UMA MATÉRIA DO SITE FOLHA DO SUL, ANUNCIA A MORTE DE UM EMPRESÁRIA, FILHA DE UM DOS PIONEIROS DO MUNICÍPIO. LOCUTOR 2/SATURNINO +MOTO BATE NO MURO DO CENTRO DA JUVENTUDE. QUEM ESTAVA PILOTANDO A MOTO ERA DE MENOR E DONO DA MOTO QUE ESTAVA NA TRASEIRA NÃO TINHA HABITAÇÃO E NEM DOCUMENTO DA MOTO. MERCHANDISING LOCUTOR 1/ROBERTO +CONCEIÇÃO PEDIU PARA LORIANO LIGAR PARA ELA COM URGÊNCIA. FINALIZAM O PROGRAMA 190 MURAL DE RECADO DA RÁDIO PLANALTO 17.04.2012 Nome: luiz Para: astros e dicas lazzarrotto Cidade: gramado rs oi ivete estamos ligado na progamacao num friozinho danado manda a muzica fa numero 1 eduardo costa pois nois somos fa n 1 d vcs abracos do rio grande theeeeeeeeeee obrigado Data: 17/04/2012 10:55:37 Nome: Antonio Para: Roberto - Pedro de Souza Filho Cidade: Vilhena Bom dia Roberto! Atraves do seu programa gostaria de obter informações sobre o Luz para todos, pois vieram aqui no setor de chacaras, montaram tudo e agora esão falando que só em seis meses o que era pra acontecer em 8 dias. Ajude-nos com esta duvida. Um grande abraço a voces dois. Data: 17/04/2012 09:16:38 - Nome: lu Cidade: Para: Roberto todo mundo reclama é o motorista que sai sem da seta o motociclista é abusado o pedestre o ciclista que atravessa na frente mas na verdade se todo mundo andasse com mais atenção muitos acidentes seriam evitados pois as vezes mesmo q vc esteje na preferencia é melhor parar e deichar o apressado passar pq no transito vc tem q ter cuidado por vc e pelos outros Data: 17/04/2012 09:16:54 - Nome: Maria Para: Roberto e Saturnino Julieta Silva Cidade: Vilhena Bom dia Roberto. Olha só, o Programa quando sera que a luz sera para todos esteve aqui no setor de chacaras, colocaram postes, a fiação, e e nosas casas. A 15 dias atras, disseram que no mais tardar em 8 dias estar[iamos com nossa luz ligada e agora estão falando que só em seis meses. Lembrando que neste período ja etaremos em plenas eleições e aí como ficamos? Promessas? Será que não esta na hora do responsavel ir ate aí e prestar esclarecimentos? Por favor de uma atenção pra nós... Tenham um bom dia. Data: 17/04/2012 10:56:48 - Nome: cleonice Para: mistura sertanejo elliziano ferreira Cidade: vilhena ola miguxoooo só passando para deseja uma otima tersa feira e manda um alo pra todos do embratel há ANDREI hoje tem pesagem do bolsa familia na associaçao do sertor seis e na igreja santa terezinha avisa ai pra mim obrigada e que DEDUS abençoe todos nós Data: 17/04/2012 07:58:08 - Nome: kevi Para: todos de vilhena algaranha Cidade: comodoro mt gostaria de ouvi a musica amo noite e dia com jorge e mateus, manda pra todos de vilhena. E manda tambm um abraço aqui pra comodoro \o/ estamos na sintonia........ Data: 17/04/2012 06:51:50 - Nome: Francisco Cidade: Ji Para: Realidade Paraná Roberto, to ficando super chateado com a saúde em Vilhena e não tou falando do SUS e que nesta segunda feira, minha esposa procurou ser atendida em 3 hospitais particulares: no primeiro que fica mais próximo de casa tava fechado e não funciona, tinha médico, mas alegaram que não funcionavam como hospital. Fui no 2o hospital no Pronto socorro já falaram que não tinha leito e nem pagando particular. Fui no HRV foi feito uma medicaçao e a tarde fui no 3ó hospital particular e lá não tinha médico para atender ela...conclusão estamos internados em JI PARANA. Data: 17/04/2012 10:57:14 Nome: luiz lazzarrotto Cidade: garibaldi rs 191 Para: transito livre estamos curtindo a progamacao num frio danado manda eduardo costa pra nois abracos do sul pra vcs Data: 17/04/2012 06:20:45 - Nome: jose Para: familia goebel claudio machado Cidade: orleans boa tarde para todos e tanbem um garande abraso para a familia goebel e quero dizer que em breve eu estarei ai para morar de novo Data: 17/04/2012 11:17:10 - Nome: maria Cidade: vilhena Para: roberto di zorzi ola eu confirma a denuncia dessa ouvinte que disse em relaçao a UNISP e só passar por aki no periodo da manha e verá.. pode ser q derrepente despois dessa denuncia nao coloquem mais ... so q duvido q isso aconteça Data: 16/04/2012 15:06:14 - Nome: ozivane Cidade: vilhena Para: roberto di zorzi Roberto sabemos que é proibido estacionar em calçadas entao olha só porque em frente a UNISP eles estacionam todos os carros dos funcionarios na calçada dificultando a passagem de pedestre embora tenha a ciclo via mas mesmo assim a lei nao deveria ser pra todos... abços Data: 16/04/2012 15:06:35 - Nome: Claudevan Cidade: vilhena Para: Roberto Olaa!!! Gostaria q vc anunciase q eu perdi meu cellular samsung galaxy se alquem achou será muito bem gratificado... porque se não até amanhã vou mandar Broquear o celular Data: 16/04/2012 15:07:04 - Nome: lu Cidade: vha Para: roberto Roberto aqui no setor vha as luzes ficam acesa de dia e de noite elas se apagao e algumas so precisao de ajustes e nada +.Ve ai pra nos se tem como os responsaveis vir ate aqui pois estamos no escuroooo.grata. Data: 16/04/2012 15:07:23 - Nome: ratinho Cidade: vha Para: roberto Roberto gostaria de saber quem foi o ganhador da rifa da apae que foi sorteado sabado,pois ate agora não saiu em nehum site. Data: 16/04/2012 15:07:42 - Nome: adailton Para: pereira Cidade: roberto por favor fala ai sobre a escuridaõ que ta na brigadeiro em frente o posto de saude naõ da pra ve a faixa de pedestre tem que poda as arvores obrigado. Data: 16/04/2012 15:08:04 - Nome: vanderson Para: roberto e saturni martins Cidade: cafelandia pr Ola manda um alo ai para todos q tiverem ouvindo a radio e principalmente parameus tios e tias da familga schgmitka,vanilda,silvio,bino.e um abraso a vcs ai da radio dai a fala para eles da uma ligada aqui para nos pq fica 8 ano sem longe e cnplicado valeu um abraso Data: 16/04/2012 15:08:21 Nome: vanderson Para: ivete queros maptins Cidade: cafelandia pr 192 Ola ivete sou o vanderson d cafelandia do parana peso musica mais tocada d vc ai en vilena e oferece para os meu tios silvios,bino e. minha tia vanilda se pude repeti umas duas vezes no decorer do seu programa pois faz mais d 8 ano q nao vejo e to escrevendo do celular no cerviso desde ja agradeso Data: 16/04/2012 10:11:03 - Nome: Cleverson Cidade: vilhena Para: Equipe toda Bom dia galera da radio ótima segunda feira para todos,forte abraço pra vocês!! Data: 16/04/2012 09:15:01 - Nome: cleonice Para: mistura sertanejo elliziano ferreira Cidade: vha ola andrei bom diaaaaaaaaaaaaa so pasando para lhe deseja uma otima segunda feira e oferecer o salmo para todos ouvintes e para a irisma que ouve seu programa todo dia outro dia estava eu trabalhando e ela me disse pode manda pra mim ta o salmo pq ousso todo dia a radio e adoro o salmo kss entao bom dia e que deus abensoe todos nós bjs da cleo Data: 16/04/2012 07:04:10 - Nome: MARCO AURELIO DA Para: RADIO PLANALTO DE VILHENA SILVA Cidade: ARAPIRACA - ALAGOAS LIGADO NA TRANSMISSÃO DA RADIO PLANALTO,NA TORCIDA PELO LOBO DO CERRADO NA LIDERAÇA DO RONDONIENSE 2012 DA LE VILHENA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Data: 16/04/2012 06:13:19 - 193 Mural de recado da rádio Planalto 18.04.2012 Nome: Daiane Paiva Cidade: limeira Para: ops a palavra zagueiro saiu errado na mensagem anterior rsrsrsrrs 18/04/2012 22:00:15 Nome: Daiane Paiva Cidade: limeira Para: boa noite , sou de Limeira e estamos torcendo para o Vilhena em todos os jogos .Agradeço a radio por trasmitir ao vivo o jogo para nós.Abraços , familiares do zaqueiro Mario.ahhhh , locutores fala para o meu irmão fazer um gol de cabeça de presente para mim, pois é o mês do meu aniversario. rsrsrsrrs 18/04/2012 21:57:11 Nome: Otávio Cechinel Cidade: Vilhena Para: PLan no jogo do VEC Infelizmente não estou podendo estar aí no estádio. Porquê pelo loucução deve estar sendo um jogaço. E, parabéns ao treinador JOEL, está se mostrando um excelente treinador. E, também à diretoria do VEC, trabalhando com os pés no chão. Isto dá credibilidade e a torcida confia no trabalho. 18/04/2012 21:21:41 Nome: Bruna Paz Cidade: Vilhena Para: Isach Laurentino e locutores d Boa noite a todos de vilhena,estou no Rio de Janeiro e fiquei muito feliz em saber que eu poderia acompanhar o jogo do Vilhena Esporte Clube através dessa rádio,estou aqui acompanhando o jogo e torcendo para a vitória do Vec. Parabéns a todos da rádio.. Boa sorte VEC... 18/04/2012 20:44:02 Nome: FLÁVIO SOUZA ( locutor planalto Ji-paraná) Cidade: Ji-Paraná Para: Planalto vilhena Eae Galera, hoje na planalto de Vilhena, transmissão ao vivo do jogo VEC x JIPA. os torcedores do jipa vão ouvir pela plan jiparaná, com link direto da planalto vilhena.. valeu abraços... 18/04/2012 19:59:46 Nome: cintia Cidade: vha Para: Roberto ROBERTO estamos comunicando que todos os promoters de vilhena se reuniram na sexta feira e entre outros assuntos foi feito um manifesto de apoio ao Prefeito Zé Rover em reconhecimento pelo ótimo trabalho prestado aos Vilhenenses e apoio as atividades culturais de VILHENA. 18/04/2012 14:17:17 Nome: Evando Cidade: vilhena Para: Roberto boa tarde Roberto eu queria que vc falace ai de novo ao saae que aqui no bairro jardim novo horizonte hote tinha aguá com barro mas tinha e hoje nem com barro e nem sem barro estamos sem aguá o que sera que aconteceu? blz ASS. Evando 18/04/2012 13:38:05 Nome: lu Cidade: Para: roberto de manha vi que vc ficou indignado com a noticia do jornal pois não divilgaram o nome da radio na noticia não se preocupe todos sabemos que o seu programa e a radio planalto são os mais ouvidos 18/04/2012 13:13:33 Nome: Marcos Oliveira Cidade: Vilhena Para: Roberto 194 kd a FM da plansol....dentro do estádio..temos q ouvir a PLAN..as outras são boas...mas tem uma diferença danada...a PLAN eh muito melhor......abraçoa todos. 18/04/2012 11:46:26 Nome: Ivete Queiróz Cidade: Para: Felipe Oi Felipe, a que eu tenho dele é Radio Gaga, não localizei essa que vc me pediu ok. Tocarei a outra tá. Abraços 18/04/2012 10:47:12 Nome: Ivete Queiroz([email protected]) Cidade: Para: Ouvintes Ei Gentiii, obrigada pelos recadinhos carinhosos de vcs. Todas as manhãs aqui na plan no programa astros e dicas. bjs 18/04/2012 10:38:14 Nome: felipe Cidade: campo grande ms Para: gostaria de ouvir a musica how can i go on com freddie mercury 18/04/2012 10:37:29 Nome: Bia Cidade: Vilhena Para: Ivete Oiie,toca a musica 'Depois' da marisa monte que é tema da novela avenida br,obg e bom dia a tds. 18/04/2012 10:13:56 195 Mural de recados da rádio Planalto 19.04.2012 Nome: AFONSO Cidade: Para: ROBERTO AMIGOS RADIALISTA SOU MORADOR AQUI NA CHÁCARA, NO EMBRATEL E A SECRETARIA DE OBRAS PASSSU A PATROL E JOGOU TODOS OS ENTULHOS NO MEIO DAS ESTRADAS E ISSO FAZ DEZ DIAS, NÃO DÁ PRA PASSAR COM O CARRO E GOSTARIA QUE ELES VIESSEM LIMPAR LOGO.OBRIGADO. 19/04/2012 23:21:45 Nome: Comerciante da 1705 Cidade: Para: Roberto Amigo Roberto sou comerciante a anos aqui e o asfalto nos favoreceu muito aqui na 1.705, só que já começam a se deteriorem e a indícios de panelas no asfalto, mostrando que não é um trabalho bem feito.Gostaria que averiguassem e pedissem para a empresa fazer o retoque e tomara que não seja a mesma que irá fazer a TAncredo Neves, creio que logo teremos muitos buracos na Avenida.Abraços Amigo. 19/04/2012 23:18:31 Nome: alcel alves Cidade: Para: roberto por favor comente ai esse prefeito foi o unico que coloco lixeiras na cidade e as pessoas naõ daõ valor tem ums vagabundos que ficam a noite toda bebendo na praça do chopg e deixam tudo jogado no caõ obrigado. 19/04/2012 14:20:26 Nome: cesa weber Cidade: chupinguaia ro Para: vale tudo ola roberto,fui paciente dese otmo medico,q esta ai presenti,sempre que prescisei fui muito bem tratado,sou cadeiranti e ele tratuou de uma rejeiçao da platina e ele fez a retirada da -placa ,valeu dr,sergio b belen obrigado de coraçáo.absos 19/04/2012 14:18:19 Nome: lu Cidade: Para: roberto tem que pagar alguma taxa pra usar a capela mortuaria 19/04/2012 13:50:33 Nome: lu Cidade: Para: roberto já reparou que cada vez mais os adolecentes estão se envolvendo em confusões enquanto não mudarmos nosso conceito em relação a punição para menores isso não vai mudar pq podem votar com 16 mas não podem assumir o que fazem de errado a maioria das pessoas é contra de menor ser preso a não ser quando ele faz alguma coisa com alguem da sua familia ai a conversa muda por isso acho que um garoto ou garota depois dos treze não é mais burro pois tenho dois filhos umco 15 e uma com 12 e sei muito bem que as vezes são mais esperto q muita gente acho que idade não influencia e sim a cabeça da pessoa pois se tem que ser ruin vai ser . 19/04/2012 13:42:14 Nome: Eduardo Costa Cidade: vilhena Para: roberto Boa tarde roberto.. lembra daquela cracolandia que a tempos atraz voce falou no seu programa ?? entao axo que foi assunto em um ou dois programa seu , pois eh ontem eu estava vindo pela celso mazuti sentido porto velho quando saiu uns 4 individuo , tudo atortoado da droga eu axo e atravessaram a rua entrando na frente dos carros , ja nao era pra ter tomado alguma providencia ali ?? ou aumenos coloca uma placa de sinalizacao , REDUZA A VELOCIDADE CRACOLANDIA A 10 METROS ou coloca mais um quebra mola da colecao la ?? abracooo 19/04/2012 13:39:37 Nome: Evando Cidade: vilhena Para: Roberto Roberto eu gostaria de parabenizar a equipe do saee poi ontem tinha uma equipe andando em casa em casa fazendo limpeza nos medidor de aguá, no bairro jardim novo horizonte boa tarde 19/04/2012 13:38:05 196 Nome: Daiane Cidade: vilhena Para: ROberto Roberto, boa tarde. Não é de meu conhecimento se existe alguma lei que sobre o desperdício de água, mas gostaria que vc desse um alerta ... Mora na mediação da av. Paraná ... e todo dia quando venho para o serviço aqui no centro .. eu passo na Av. e os comerciantes e funcionários de alguns estabelecimentos estão lavando as janelas, calçadas com água corrente .. até aí é tolerável ... mas o absurdo é além de lavarem isso estão lavando o asfalto que fica em frente ao seu estabelecimento. Fico indignada com isso, por favor Roberto dê um alô para o pessoal se conscientizar. 19/04/2012 13:06:35 Nome: Eduardo Alves Cidade: Vilhena-Ro. Para: Ivete Queiroz (Astros e Dicas) Olaa Ivete bom dia tudo bem ? Ivete preciso que você anuncie ai,preciso de uma Diarista para Limpar uma residência 1vez por semana. Meu telefone é (69) 8432-9445.Beijoss obrigado ivete. 19/04/2012 12:35:50 Nome: Guilherme Cidade: Vilhena Para: Todos de vilhena Olá Ivete queria oferecer a musica BUQUE DE FLORES - THIAGUINHO para todos desta linda cidade.. 19/04/2012 12:33:30 Nome: Prefeitura de Vilhena Cidade: Para: Comunidade vilhenense COMUNICADO – SEMTER A Prefeitura de Vilhena, através da Secretaria Municipal de Terras (Semter), comunica à comunidade que realizará hoje (19), às 18 horas, reunião no setor 19 - referente ao Programa de Regularização Fundiária: “Seja dono do que é seu”. 19/04/2012 11:48:17 Nome: Edna Cidade: Para: Interessados Vendo móveis completos para quem deseja montar uma boutique ou loja de confecções: 2 balcões laqueados brancos grande com tampo de vidro para antendimento ao cliente, 1 caixa grande com porta bijuterias, 1 porta bolsas, 3 manequins lindos, 2 trocadores, 1 expositor de roupas de parafusar na parede/ peça completa de uns 3 metros. e uma prateleira grande de colocar roupas dobradas. Todos de madeira maçica, laqueados na cor branco com vermelho. Produto de primeira qualidade. Vendo ou troco por terreno/ valor:12 mil reais. Aceito proposta de moto ou carro usado como parte do pagamento. Interessados em negociar me liguem: 8463 5138/9266 7060 19/04/2012 10:13:57 Nome: valquiria Cidade: vilhena Para: a todos O telefone aos interessados a Alugar a casa. para contado: 8485-1712 19/04/2012 09:54:41 Nome: SANDRA Cidade: VILHENA Para: TODOS OLA BOM DIA, MEU AMIGO MARCIO DE SOUZA CORDEIRO PERDEU SUA CARTEIRA COM HABILITAÇÃO, DOCUMENTO DA MOTO, E UM CARTÃO DO BANCO SICREDI, POR FAVOR QUEM ENCONTRAR, LIGUE NO FONE 3322-4916 FALAR COM ANDERSON, 8474-9186 FALAR COM A SANDRA. FICAREMOS MUITO GRATOS PELA DEVOLUÇÃO- DESDE JA AGRADEÇO 19/04/2012 09:40:53 Nome: Valquiria Cidade: Vilhena Para: A todos Bom dia Ivete me ajuda, a Bairro 9 Murada Valor Comodos, R$ toda e divulgar Bela em 450,00 uma ceramica com casa para e por Muito Tenha um Otimo dia 19/04/2012 09:33:32 aluguel: Vista forrada Alarme mes. Obrigada. Nome: Luzia Cidade: Vilhena Para: Polliany queria ouvir a musica odeio da Manu gavassi. UM beijão pra todos da radio e ouvintes. 197 19/04/2012 09:28:57 Nome: Condutor conciente Cidade: Vilhena Para: Todos Os quebra-molas são necessários apenas para os condutores mal-educados,para os demais basta uma placa que indica a velocidade maxiima. 19/04/2012 08:43:38 Nome: lu Cidade: Para: roberto aqui na rosilene de castro tem uma placa de quebra mola mas não tem quebra mola sera que vão por o quebra mola já faz umas duas semanas 19/04/2012 08:31:27 Nome: adalberto Cidade: vilhena Para: roberto ROBERTO MAS UMA VEZ A POLICIA FEZ UMA BLITZ HOTEM A NOITE COM ESTUPIDEZ DA PARTES DOS POLICIAS NA MELVE JONES NO ESCURO SEM SINALIZAÇAO E MAL EDUCADOS ROBERTO POR QUE LE NAO DEIXE O TRASITO UM POUCO VAM ATRA DOS BANDIDOS 19/04/2012 08:31:02 Nome: fabio Cidade: vilhena Para: roberto roberto avisa o saae que na avenida 1 maio tem um cano estora procimo ao n2527 19/04/2012 08:29:15 Nome: fabio Cidade: vilhena Para: roberto roberto avisa o saae que na avenida 1 maio tem um cano estora procimo ao n2527 19/04/2012 08:29:11 Nome: pai de aluno Cidade: vha. Para: Roberto Roberto, no colégio Marechal Rondon, do lado de fora do muro, existe um verdadeiro criadouro de caramujo Africano,pois cade o órgão competente para fazer a coleta destes moluscos. 19/04/2012 07:52:20 Nome: Amanda Cidade: Vilhena Para: Andrey Gabriel Olá Andrey, quero oferecer com muito carinho a música do Luan Santana (Conquistando o impossível) para a minha tia a querida Marizeli que está de aniversario hoje, gostaria também que vc tocasse os patinhos pra ela. Desde já agradeço pela atenção! 19/04/2012 07:12:43 Nome: kevin algaranha Cidade: comodoro Para: cidade de vilhena Bom dia locutor manda um abraço aqui pra nos de comodoro estamos sempre na escuta...O programa é 10. 19/04/2012 06:28:56 198 Mural de recados da rádio Planalto 20.04.12 Nome: Miller Caldeira Costa Cidade: Sevilla, ESpanha Para: Marcilene dias Olá! Eu sou o Miller e estou a ouvir a vossa rádio via internet em Espanha, e qero desejar essa musica para Marcilene Dias (Munhoiz e Mariano - Eu vou pegar voce e tae e tae... bjsss 20/04/2012 18:04:06 Nome: Miller Caldeira Costa Cidade: Sevilla, ESpanha Para: Marcilene dias Olá! Eu sou o Fábio e estou a ouvir a vossa rádio via internet em Espanha 20/04/2012 18:00:15 Nome: Maylla Eduarda Cidade: Sapezal-MT Para: Edso Seixas Ola eu soua a maylla mando um bjos para todos qee estao na escuta. pesso qee toqe a musica,Jorge e Matheus SE EU CHORAR e ofereço para minha mae qee esta na escuta e para todos voç" ai da radio um bjão e qee Deus ilumine as vossas vidas #># 20/04/2012 17:17:18 Nome: Fábio Cidade: Para: Olá! Eu sou o Fábio e estou a ouvir a vossa rádio via internet em Portugal! Um abraço para o Brasil! 20/04/2012 15:15:06 Nome: vanderson martins Cidade: cafelandia pr Para: vanessa Ola vanessa sou o vanderson de cafelandia pr manda uma musicea da progeamacao e oferece para os meus tios e tias da familha schimitka ai e para todos quem tiverem oivindo o programa um abraço 20/04/2012 15:13:27 Nome: vanderson marrtins Cidade: cafelandia Para: saturninho Ola saturno e roberto quero pedir a musica da programaçao e oferecer ai para meus tios bino.silvio minhas tis vanilda e para rodas as mulheres dai q sao lindas por demais e se ventura eles perderao o contato pede por gentilesa ligarem meu celular q é 045 99852044 q nos nao soubemos mais noticias deles ai faz um bom tenpo vai desculpa os erros ai to na internet no celular e to no cerviso.sou chefe do almocharifado vhega muita gente ai vc sabe desde agradeso vc um abraso 20/04/2012 15:04:28 Nome: carol Cidade: vha Para: roberto manda um abraço para o andrei e tambem pra o novo locutor o Leandro augusto. 20/04/2012 14:19:58 Nome: ana Cidade: vihena Para: roberto quem é esse novo locutor do mistura sertaneja adorei, tem uma vóz linda 20/04/2012 14:11:41 Nome: bruna Cidade: vilhena Para: roberto Roberto ontem fui no postinho do cristo rei i nem pude ser atendida pq tava cheio. poxa so marca na quinta - feira ai fica lotado de gente e caba q quase ninguem é atendido a saúde ta sendo beem atendida em pq eles não marcam essas fichas pelo menos dois dias ai nao fica tão lotado de gente e a maioria é atendido ! 20/04/2012 13:48:38 199 Nome: Rodrigo Cidade: Vilhena Para: Saturnino Olá, gostaria de saber se a caixa econômica aboliu os aparelhos telefônicos pois estou tentando uma bendita ligação desde as 11:10 da manhã de hoje e simplesmente ninguém atende. Não bastasse o PÉSSIMO atendimento na agência , temos que aturar a falta de compromisso da maioria também pelo telefone, e olha que eu tentei por 3 números. Se a escala de satisfação se medisse por meio de temperatura, quem adentrasse à agência, em poucos segundos morreria de hipotermia. Péssimo atendimento. 20/04/2012 13:40:31 Nome: lu Cidade: Para: roberto queria pedir pra secretaria de obras sinalizasem direito a boca de lobo aqui da praça do são josé pois os homens que estão trabalhando lá colocaram um cavalete no meio da rua a jamari já é um caos e isto só esta atrapalhando pois hj 5 horas qdo fui levar meu esposo so vi o cavalete qdo estava em cima pois a iluminação da rua não ajuda tinha que ser um cone ou alguma coisa que refletise com o farol brigado 20/04/2012 13:17:38 Nome: Guilherme Cidade: Vilhena Para: Ivete Queiroz IVETE, DIZEM QUE É PROSPERIDADE QUANDO PASSARINHOS ENTRAM DENTRO DE CASA, SERÁ QUE É VERDADE ? ENTROU UM PASSARINHO ONTEM NA MINHA CASA E EU FIQUEI COM ESSA DUVIDA. 20/04/2012 10:51:53 Nome: Jeiza Arruda Cidade: Boston EUA Para: Ivete Bom dia tia querida,gostaria de dar um oi para os meus conterrâneos de Vilhena,e dizer que a rádio está ótima agora consigo ouvir pelo meu iphone ,posso trabalhar ouvindo a rádio :) Abraços a todos saudades bjs Jeiza 20/04/2012 10:23:48 Nome: Guilherme Cidade: Vilhena Para: Ivete Queiroz OLÁ BOM DIA IVETE, QUERIA OFERECER ESTA PRÓXIMA MUSICA ''SET FIRE TO THE RAIN - ADELE'' A TODOS DA CIDADE DE VILHENA E O NOROESTE DO MATO GROSO QUE ESTÃO SEMPRE LIGADINHOS NA PLANSOL.COM.BR ABRAÇO. 20/04/2012 10:04:20 Nome: Rita de Cassia Meseiros Aquino Cidade: vilhena Para: Ivete oiiii Ivete bom dia ..... gostaria muito que vc deixasse um alo! aqui pra todos da JM madeiras pois somos ouvintes n°1 do seu programa e fala pra mim sobreo signo de sargitario pro mes e se capricornio e sargitario se combinam . obrigada um enorme bjo valeu .. 20/04/2012 09:45:17 Nome: Wilson e CAmila Cidade: Araputanga MT Para: Todos da VHA e Plansol Ivete manda uma Alô par atodos de VHa e para vcs da Plan estamos sempre ligado nas pogramação da Plansol 20/04/2012 09:25:28 Nome: cleidiane Cidade: vilhena Para: radialista das 8 Perdi meus documentos.. queria q vc pedisse para quem encontrar deixar no alvares ou no escritorio de contabilidade Otavio cechinel, na presidente nasser.... cpf rg.. titulo de eleitor, td estava dentro de uma carteita preta grande comprida... ou ligar no numero, 3321-1566.. Obrigada... 20/04/2012 09:14:22 Nome: Luzia Cidade: Vilhena Para: Ana carolina ola Ivete , bom dia , queria ouvir a musica faz um milagre em mim , do Regis Danese e oferecer pra ana carolina , bjs ... 200 20/04/2012 09:05:26 Nome: cleidiane felisberto alves Cidade: vilhena Para: Roberto Roberto perdi meus documentos.. queria q vc pedisse para quem encontrar deixar no alvares ou no escritorio de contabilidade Otavio cechinel, na presidente nasser.... cpf rg.. titulo de eleitor, td estava dentro de uma carteita preta grande comprida... ou ligar no numero, 3321-1566.. Obrigada... 20/04/2012 08:57:59 Nome: SANDRA LOPES Cidade: vilhena Para: LOCUTOR OI BOM DIA A TDS! EU GOSTARIA DE SABER A RESPEITO DO ASFALTO, DA 916 DO COLÉGIO VILMA VIEIRA,SERA QUE VAI ER MAIS UMA NOVELA, IGUAL A TRANSPOSIÇÃO, E OUTRAS MAIS...OBRIGADO. FICAM TDS NA PAZ DO SENHOR. 20/04/2012 08:44:40 Nome: Joao Cidade: Vilhena Para: Roberto ROBERTO, CADÊ NOSSOS NOVOS SEMAFOROS? ALGUMA SOLUÇÃO AINDA ? 20/04/2012 08:32:08 Nome: Nano Labajos Cidade: Para: Roberto Di Zorzi Obrigado pela força parceiro. Um abraço! 20/04/2012 08:25:01 201 Mural de recado da rádio Planalto 23.04.2012 Nome: nivaldo Cidade: vilhena Para: todos vendo um terreno ha duas quadras da prefeitura medindo 15 por 42 metros fone 69 84435072 23/04/2012 15:56:52 Nome: kelli Cidade: vilhena Para: roberto roberto gostaria de saber do sagento,,ele pode esta errado de entrado...mas justifica o que o outro sargento falou ele demostrou que as pessoas tem que ter medo da policia..como ele disse que mete bala ...eu acho que nao e atitude de quem fez juramento para protejer a populaçao......e realmente existem poluciais que e abusado,,, 23/04/2012 15:02:49 Nome: cristiane Cidade: Vha Para: para o PM QUE QUIS DEFENDER A qUERO LHE DIZER QUE VC FOI INFELIZ AO DIZER QUE METERIA BALA EM ALGUEM QUE INVADISSE A AREA MILITAR POIS BANDIDO JAMAIS IRIA FAZER ISSO , COM SUAS PALAVRAS VC COLOCOU A POPULAÇAO CONTRA VOCES, PORQUE ENTAO EXISTE A POLICIA COMUNITARIA. 23/04/2012 15:03:16 Nome: claudeir da silva fuzi Cidade: vilhena Para: Roberto Roberto sobre o bo que o Saturnino trouxe hoje de manhã do rapaz que atirou contra os policiais a paisana. veja bem o rapaz deu ré no seu veiculo e colidiu com o carro deles quando a janela do carro dele pareou com o da policia logo o policial que estava de carona efetuou um disparo de pistola que acertou a mão esquerda dele. o mesmo assustado continou a decer de re por mais de um quarterão impossibilitado de continuar dirigindo abandonou o veiculo e se escondeu em um terreno baldiu. ele logo ligou para um amigo pedindo pelo amor de DEUS que ligasse para policia que avia dois bandidos atirando contra ele logo que a policia chegou ele foi de encontro com a viatura o policial ordenou que ele deitasse no chão ele assim fez eles ja começarão a bater nele querendo a "arma". moral da historia o rapaz esta com a mão estourada no hospital regional vai ter que passar por cirurgia a "arma" ainda não foi apresentada e não encontrão nada de errado no carro e naum vão encontrar pq não tem. todos que conhecem o rapaz estão revoltado com a situação. obrigado tenha uma boa tarde. 23/04/2012 15:04:25 Nome: cidadão indignado Cidade: Para: sargento da pm toma vergonha na sua cara e aprenda a respeitar o cidadão que paga seu salario que pelo visto e muito bom e voces nao fazem jus ao salario que recebe , tenha educação voce acha que so poque e policial pode falar oque quer , pensa que e resolvido a base da bala , depois que bandido mata policial e nao sabe o poque. 23/04/2012 15:05:05 Nome: lu Cidade: Para: roberto só pela forma com que esse policial falou com ele ao vivo imagina como não foi quando estava sozinho da pra ver que ele não é um policial preparado é um ignorante isso sim tem policial que só pq esta com uma farda acha que é melhor q os outros . 23/04/2012 15:04:44 Nome: marcelo Cidade: vha Para: roberto ola boa tarde roberto como um quartel esta desguarnecido do soldado de plantao portao aberto 23/04/2012 15:05:53 Nome: Eduardo Cidade: vilhena Para: roberto roberto , o camioneiro que ligou agora pouco... falando das motos ali na baxada do piracolino , ali realmente esta muito perigoso e ta uma bebedeira de cerveja la que qualquer hora vai acontecer alguma 202 tragedia nao seria melhor evitar ??? 23/04/2012 14:17:21 Nome: Reginaldo miranda Cidade: vha Para: vale tudo e ai os framenguista mais uma peia dale vascao e so alegria, abraço 23/04/2012 14:16:55 Nome: Ivan Mendes Cidade: Guajara-mirim Para: Ivete Ola mocinha, to aqui na tua cola ouvindo viu... ow saudade de Vilhena, abraços a todos e todas, ouvintes e equipe plan, em especial a você e sua família. 23/04/2012 12:47:50 Nome: vanilda schmitka Cidade: cafelandia [email protected] Para: vanderson martins obrigado pelos recados,entre em contato pelo meu hotmail........ 23/04/2012 14:14:47 Nome: dante moura Cidade: montevideo uruguay Para: ivete alo ivete, muy bueno o programa y as musicas, un beso grande desde uruguay 23/04/2012 12:00:55 Nome: Antonio Pedro de Lima Cidade: Para: Roberto Ola Roberto. Mais uma vez entro em contato com este programa chamando a atenção das autoridades aí eu questiono tem autoridade em Vilhena? Parece que não, pois o que acontece aqui no setor de chacaras é um absurdo. Ontem la pelas 16 horas imagina a farra de 8 motoqueiros rodando a vontade, cavalos de paus, zerinhos um inferno, sem falar no povo da trilha e nas gaiolas.Ao anoitecer até o início da madruga é a farra da chacara da Amizade. A hora que este povo sai saem fazendo destruição, vandalismo. Você liga pra policia, falam muitas vezes um monte de desaforos pra gente que precisa deles. Se for la no quartel, pode acabar preso. e o que vai ser desta cidade? Cade o Ministério Publico que não parece e tenho certeza que falta de denuncias não é. Mas eles assim como as demais autoridades são enérgicos com o cidadão de bem edo jeito que as coisas andam, vai ser olho por olho e dente por dente. Teremos que nos armar, porque a autoridades não fazem nada. Neste fim de semana quebraram os portôes da minha propriedade...e no proximo o que vai ser? Antonio 23/04/2012 11:25:23 Nome: ADRIANA Cidade: Para: IVETE oiiiiiiiieeee ivete manda uma musica bem especial pra todo ai da rádio Godinho, Adriana, você, Vanessinha muita saudade de vocês! e claro pra todos os ouvintes joão borges, inis cristina, mateus dorvani, mariene, milene, terezinha, silvio cardoso, tatiane, dalva... saudades de todos! beijãooo to na escuta... hehehe 23/04/2012 11:28:21 Nome: Guilherme Cidade: Vilhena Para: Ivete BOM DIA IVETEE, BOM DIA A TODOS OS OUVINTES DA RADIO PLANALTO.. QUERIA DESEJAR UM BOM TRABALHO PARA VOCE IVETE E ME OFEREÇA A PRÓXIMA MUSICA! 23/04/2012 11:24:41 Nome: vanderson martins Cidade: cafelandia pr Para: ivete Ola ivete eu escuto seu programa pela internet do celular.manda uma musica ai so nao se vcs vao ter ai e de joao carreiro e capatas qualquer uma ai e oferece pata minha tia vanilda e para quem tiver ouvindo 23/04/2012 10:00:19 Nome: KEVIN ALGARANHA Cidade: COMODORO Para: VILHENA bommm dia vilhena aqui em comodoro nois tambm estamos na sintonia da plansol via net. um abraços a todos e boa semana...... 203 23/04/2012 06:17:48 Nome: gelson laurentino Cidade: joinvilhe sc Para: izaque boa noite pessoal estamos aqui cortindo plan,e essa baita patida q e vilhena esta fazendo aquele bração a todos ai. 23/04/2012 06:11:54 Nome: Walter Pereira Cidade: vha Para: Roberto Roberto, a transmissão tá otima, mas o Isac ainda vai me matar do coração... rsrsrsrs 23/04/2012 06:11:46 Nome: elson jose de oliveira Cidade: rolim de moura Para: isac laurentino ola isac,estou em rolim de moura,mas sou vilhena de coraçao to na escuta da transmisao;acredito na virada da nosso vilhena ,mando lembrança a todos vilhenense a melhor cidade de rondonia 23/04/2012 06:11:32 204 Equipe de profissionais da Rádio Planalto Nossa Equipe Mostrar todos João Alexandre Locutor Locomotiva Roberto Di Jorge Locutor Realidade, Vale Tudo Saturnino de Oliveira Locutor Realidade, Vale Tudo Valdivino Gomes Locutor ABC Sertanejo, Alô Planalto Carlos Godinho Diretor(a) Geral Damiane Gianini Comercial Vina Miranda Comercial Isach Laurentino Repórter Chirlei Moreira Locutora Trânsito Livre Vanessa Freitas Locutora As Mais Mais, Astros & Dicas, Panelão da Plan Andrey Gabriel Locutor Forró Mania, Mistura Sertaneja Raimundo Nonato Sonoplastia Realidade, Vale Tudo Valdirene Franqke Comercial [ mail ] [ facebook ] Alaide Araújo Locutora ABC Sertanejo Kézia da Silva Rodrigues Telefonista [ facebook ] 205 Programação da Rádio Planalto de segunda-feira à sexta-feira Programação DOMINGO 05:00:00 06:00:00 07:00:00 08:00:00 10:00:00 12:00:00 13:00:00 14:00:00 17:00:00 20:00:00 SEGUNDAFEIRA TERÇAFEIRA QUARTAFEIRA Programação Musical das 05:00:00 às 06:00:00 vilhena Bom dia com Maria das 06:00:00 às 07:00:00 vilhena Jesus te Ama das 07:00:00 às 08:00:00 vilhena As Mais Mais das 08:00:00 às 10:00:00 vilhena Panelão da Plan das 10:00:00 às 12:00:00 vilhena Integração Musical das 12:00:00 às 13:00:00 vilhena Programação Musical das 13:00:00 às 14:00:00 vilhena Locomotiva das 14:00:00 às 17:00:00 vilhena Alô Planalto das 17:00:00 às 20:00:00 vilhena Programação Musical das 20:00:00 às 23:30:00 vilhena QUINTAFERIA SEXTASÁBADO FEIRA Vanessa Freitas Vanessa Freitas Valdivino Gomes 206 Programação da Rádio Planalto no dia de sábado Programação DOMINGO 05:00:00 06:00:00 07:00:00 08:00:00 10:00:00 12:00:00 13:00:00 14:00:00 17:00:00 20:00:00 SEGUNDAFEIRA TERÇAFEIRA QUARTAFEIRA Programação Musical das 05:00:00 às 06:00:00 vilhena Bom dia com Maria das 06:00:00 às 07:00:00 vilhena Jesus te Ama das 07:00:00 às 08:00:00 vilhena As Mais Mais das 08:00:00 às 10:00:00 vilhena Panelão da Plan das 10:00:00 às 12:00:00 vilhena Integração Musical das 12:00:00 às 13:00:00 vilhena Programação Musical das 13:00:00 às 14:00:00 vilhena Locomotiva das 14:00:00 às 17:00:00 vilhena Alô Planalto das 17:00:00 às 20:00:00 vilhena Programação Musical das 20:00:00 às 23:30:00 vilhena QUINTAFERIA SEXTASÁBADO FEIRA Vanessa Freitas Vanessa Freitas Valdivino Gomes 207 Programação da Rádio Planalto no dia de domingo Programação DOMINGO 05:00:00 07:00:00 08:00:00 09:00:00 10:30:00 12:30:00 15:00:00 19:00:00 20:00:00 SEGUNDAFEIRA TERÇAFEIRA QUARTAFEIRA ABC Sertanejo das 05:00:00 às 07:00:00 vilhena Luz Divina das 07:00:00 às 08:00:00 vilhena Cristo é a Resposta das 08:00:00 às 09:00:00 vilhena Forró Mania das 09:00:00 às 10:30:00 vilhena Rodeio Crioulo das 10:30:00 às 12:30:00 vilhena Programação Musical das 12:30:00 às 15:00:00 vilhena Futebol na Plan das 15:00:00 às 19:00:00 vilhena Santa Missa das 19:00:00 às 20:00:00 vilhena Programação Musical das 20:00:00 às 23:30:00 vilhena QUINTAFERIA SEXTASÁBADO FEIRA Valdivino Gomes Andrey Gabriel 208 209