Pdf do catálogo da exposição

Transcrição

Pdf do catálogo da exposição
apresenta
Caixa Econômica Federal
Vestígio Produções
Letra e Imagem
Impressio Editora
Curitiba
Março
São Paulo
Agosto - setembro
Rio de Janeiro
Setembro - outubro
2009
SAC CAIXA
0800 726 0101
0800 726 2492
(atendimento a deficientes auditivos)
Ouvidoria
0800 725 7474
sumário
introdução 16
o cartaz cubano 22
biografias 28
índice de ilustrações 84
notas 89
bibliografia 93
A beleza é a única coisa contra a qual a
força do tempo é vã. As filosofias se
desmancham como areia, as crenças
sucedem-se uma após a outra, mas
o que é belo é uma alegria para
qualquer época, e é algo que pertence
à toda a humanidade para sempre.
Oscar Wilde
Ao Prof. Wolney Lessa Redon
In Memoriam
Ao cinqüentenário do Instituto Cubano de
Arte e Indústria Cinematográfica (ICAIC)
À pesquisadora e especialista em cartazes
cubanos de cinema Sara Vega Miche,
pela colaboração na realização desta mostra.
apresentação
O grande tropel do uso da infografia no design gráfico, principalmente
a partir dos anos 80, transformou radicalmente a relação entre o criador
e seu objeto gráfico, seja uma capa de livro, um logotipo, um folheto ou
mesmo uma ilustração.
Diante desta realidade que é irreversível, sobretudo pelas grandes
possibilidades expressivas que a computação gráfica disponibiliza à
criação do designer, esta mostra de cartazes cubanos é bastante oportuna.
Malgrado o culto tecnicista de nossos dias e sua padronização estética na
área do design, ela nos revela a retomada de uma autêntica linguagem
do cartaz, tendo como instrumental básico o artesanal e a reprodução em
serigrafia.
Vendo esta sucessão de cartazes, constatamos o surgimento de um
significado original, cultural e socialmente verdadeiro para o termo
impressão digital. Aqui, a palavra digital expressa o resgate da eterna
necessidade do ofício na arte, a perenidade do desenho; enfim, a mão
do artista como testemunha de sua individualidade e, ao mesmo tempo,
universalidade.
Assim são os cartazes cubanos: sem dogmatismos, profundamente
identificados com a sua cultura, com o seu modo de fazer e ser, apesar
da influência dos cartazistas húngaros, poloneses e tchecos, enfim, do
grafismo do leste europeu que serviu de referência e aprendizado na
formação da chamada escola cubana de cartazes.
O processo de reprodução destes cartazes em serigrafia criou não
somente um modo cubano de cartaz — eles remontam à própria história
desta linguagem. Seria impossível pensar na revolução ocorrida com a
arte do cartaz em meados do século XIX sem o concurso da litogravura.
Naquela época, os artistas se livraram da tirania da reprodução xilográfica,
por exemplo, que artisticamente os limitava, e passaram a desenhar
diretamente na pedra litográfica.
É necessário fazer este paralelismo, até pelas questões econômicas de
Cuba, sem contudo negar que o elemento básico e fundamental foi o
talento individual de artistas como Azcuy, Bachs, Dimas, Reboiro, Ñiko,
entre outros nomes que estão presentes nesta exposição.
O grande ensinamento que estes cartazes nos passam, principalmente aos
jovens designers, é o de que não há o decantado prodígio tecnológico —
Bachs. Maravilha com Tranças Largas, 1977.
Filme soviético. Direção: Victor Titov
da litografia do século XIX aos meandros da imagem virtual — se não
houver o talento do artista, sua capacidade de representação figurativa.
É justamente essa riqueza gráfica, este virtuosismo do desenho e da idéia
que nos encantam nestes cartazes.
No Brasil, temos uma antiga lei que protege o cartaz nacional
estabelecendo que para todo filme estrangeiro que chegasse ao país teria
que ser feito um novo cartaz, criado por artista brasileiro. Só que esta
lei não é cumprida. É desnecessário dizer o campo de trabalho que ela
descortinaria para os designers, fotógrafos e ilustradores.
Ao reverenciar esta exposição, presto uma pessoal homenagem ao meu
querido e saudoso amigo Wolney Redon — grande designer, extraordinário
pedagogo e inigualável professor de Desenho-Tipográfico no curso de
Desenho Industrial da UFRJ — precocemente falecido.
Em 1992, Wolney foi convidado para ir a Cuba e trouxe, com grande
idealismo e esforço físico, uma preciosa coleção de cartazes. Acredito que
seja a maior que possuímos em mãos particulares. Era seu sonho fazer
esta exposição, que somente agora se realiza. Mas sempre é tempo para
aqueles que se dedicam e refletem sobre os caminhos do nosso design
gráfico. Acredito que o grande público se interessará por estes cartazes
que nos ensinam lições de arte e vida, por meio da força da simplicidade,
criatividade, identidade e honestidade cultural.
Rui de Oliveira*
Designer e ilustrador
Prof. do Curso de Desenho Industrial da UFRJ
Escola de Belas Artes
Bachs. Ilustração dedicada ao
prof. Wolney Lessa Redon, 1992
prefácio
O triunfo da Revolução em 1959 originou profundas mudanças políticas,
econômicas e sociais na história de Cuba. Em março desse mesmo ano se
instituiu a primeira lei no campo da cultura que possibilitou a fundação
do Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica (ICAIC). Com o
surgimento dessa instituição manifestou-se a vontade de desenvolver um
novo cinema a partir de outros pressupostos formais e conceituais diferentes
de toda a produção realizada anteriormente. Além disso, foi concebida uma
ampla política de exibição tanto do cinema nacional como do estrangeiro
que possibilitara a formação gradual de um espectador mais culto.
Com o nascimento do novo cinema cubano e ante a necessidade de
promover um maior volume de filmes, um grupo de designers — muitos
dos quais provinham de agências de publicidade — começaram a realizar
cartazes em solicitação das autoridades do ICAIC. Com inteligência,
paixão e eficácia se apropriaram do melhor da arte contemporânea,
especialmente o pop norte-americano, a Op Art e a arte cinética assim
como de certos códigos da tendência psicodélica européia. Assimilaram
influências do cartaz tcheco, polonês e japonês e fizeram uso de tudo o
que encontraram ao seu alcance para conceber e lograr, em curto espaço
de tempo, um reconhecimento nacional e internacional que significou
uma verdadeira revolução nas artes visuais cubanas.
Já no final da década de 1960, os cartazes de filmes cubanos e estrangeiros
com a marca de Alfredo Rostgaard, Eduardo Muñoz Bachs, Rafael
Morante, Antonio Fernández Reboiro, René Azcuy e Antonio Pérez (Ñiko),
entre outros, eram expostos em salões internacionais onde alcançaram
importantes prêmios. Contudo seu maior mérito constituiu, sem dúvida,
a transformação da cultura visual no país e da sensibilidade do público
cubano que aceitou e desfrutou estas novas propostas diferentes ao
realizado até aquele momento.
Debaixo deste signo inovador e transcendente, os designers desafiaram
a imaginação e o gosto do público ao alterar conscientemente a
comunicação visual convencional. Esta ruptura não abarcou somente
a utilização de novos códigos, mas também a composição no espaço
bidimensional. Modificaram a localização e a tipografia nos textos,
incorporaram a técnica do papel recortado, abandonaram o recurso
tradicional dos fotogramas e o desenho realista de rostos e cenas dos
filmes. Por último, eliminaram as frases comerciais dentro do cartaz,
limitando a informação para o público essencialmente ao título do filme e
à ficha técnica mais importante.
Azcuy. Um Ramo de Flores e uma Bandeira, 1981.
Documentário cubano. Direção: Luis Felipe Bernaza
Os cartazes do ICAIC, como foram e são conhecidos, contribuíram com
excelentes designs sobre a base de uma técnica absolutamente artesanal:
a serigrafia, alcançando com ela uma grande riqueza formal e de cores,
e mais especialmente de texturas. Mesmo os designers trabalhando com
enormes carências materiais, estas significaram um desafio que foi sempre
assumido com um grande sentido da realidade dependente, sobretudo,
da disponibilidade de recursos que dispunham. Os impressores se viram
obrigados a trabalhar com papéis e cartolinas de baixa qualidade, inclusive
imprimir em folhas de papel tipo jornal, para solucionar as dificuldades
que se apresentavam dia-a-dia.
Esta nova gráfica abandonou rapidamente o grande formato usado nos
primeiros cinqüenta anos do século XX pela cartazística cubana para
assumir a reprodução de cartazes em um tamanho menor: 51 x 76
centímetros. Para lograr uma maior aproximação com o público, os
cartazes foram colocados não só nas fachadas e saguões dos cinemas,
mas também em parques, praças e ruas mediante estruturas metálicas
cobertas por uma cúpula de onde se alocavam oito cartazes que podiam
ser observados de qualquer perspectiva urbana.
Também os grandes painéis publicitários existentes na cidade, que até
1959 eram utilizados para fins puramente comerciais, se converteram
em suportes do novo design gráfico cinematográfico. Assim, as cidades
enobreceram-se com uma beleza diferente à vista de todos os cidadãos.
O valor e a hierarquia cultural outorgados ao cartaz de cinema mudaram
adiante, pois independentemente do filme promovido, o público começou
a admirar os cartazes e a conservá-los por seu intrínseco valor artístico:
os cartazes do ICAIC foram qualificados como obras de arte e passaram a
ocupar os espaços de lares e escritórios.
Após uma frutífera década de 1960, no fim dos 70 promoveu-se uma
exposição de grande porte intitulada 1000 Cartazes Cubanos de Cinema.
Ela foi realizada no Museo Nacional de Bellas Artes de Havana, em
decorrência do vigésimo aniversário da fundação do ICAIC e como
homenagem a Saúl Yelín, principal gestor da gráfica cinematográfica,
falecido alguns anos antes. Um imenso volume de obras posto à disposição
do público cubano permitiu apreciar novamente o impacto gráfico e a
eficácia comunicativa lograda pelos cartazes cubanos em quase 20 anos
de trabalho subsidiado. Essa ampla seleção de cartazes demonstrou a
transcendência alcançada em tão pouco tempo pelo design gráfico como
veículo de difusão e portador de novos valores estéticos. Encerrava-se
assim o período de máximo esplendor no design gráfico para o cinema,
o qual foi motivo de debate e reflexão no meio intelectual cubano e de
notável promoção no exterior.
Nas décadas seguintes, os anos 80 e 90, e devido à crise econômica que
atravessava o país, a exibição de filmes de outros países decresceu e a
produção de filmes cubanos foi diminuída. Isto repercutiu, sem dúvida, em
uma menor quantidade de cartazes do ICAIC.
No entanto, já nos anos 90 começou a observar-se uma lenta recuperação
na produção cinematográfica nacional e, paralelamente, o surgimento de
uma nova geração de criadores gráficos formados fundamentalmente pelo
Instituto Superior de Diseño de Havana. Estes jovens designers atualmente
realizam uma gráfica a partir de novas referências visuais e da utilização
de técnicas vinculadas à computação. Têm aceito o desafio da impressão
serigráfica de suas obras como modo de dar continuidade à importante
tradição alcançada.
A presença deste novo design permitirá manter viva a imagem do
cartaz cinematográfico cubano no rico espectro da cultura cubana
contemporânea.
Sara Vega Miche**
Havana, janeiro 2009
Ñiko. A Odisséia de General José, 1969.
Filme cubano. Direção Jorge Fraga
introdução
O cartaz não deve limitar o seu papel à
comunicação entre o produtor e o consumidor;
ele deve contribuir também para o desenvolvimento
de uma sensibilidade estética e cultural na consciência
e percepção dos indivíduos contemporâneos.
Josef Müller Brockmann
A forma do cartaz
Desde tempos remotos, a forma mais comum do homem se comunicar
com seus pares é através das palavras e das imagens. Na utilização da
palavra, é necessário que haja um código comum — a língua — para
que a troca de informações seja estabelecida. Já a imagem fala por si
só. Salvo diferenças de ordem cultural, sua principal característica é a
universalidade. Daí sua importância para a comunicação visual.
O cartaz — objeto dessa exposição — reside justamente na articulação
do binômio imagem-texto. Nele, o elemento principal representado pela
imagem tem o objetivo primeiro de “capturar” o olhar do espectador,
a partir da exacerbação das características plásticas que envolvem a
sua visualidade. Já o outro componente — o texto — é secundário; ele
reforça a informação, ampliando-a. O perfeito equilíbrio entre esses dois
elementos resulta no que chamamos de “arte do cartaz”.
Sua função e seus gêneros
A principal função do cartaz é transmitir uma mensagem de maneira
atrativa. Ele constitui, essencialmente, um veículo de comunicação de
massa, uma vez que a reprodução em série e sua posterior afixação
em locais públicos permitem a ampla repercussão daquilo que se quer
propagar.
Quanto à motivação, o cartaz está inserido em dois sistemas distintos: o
circuito sócio-econômico de venda; e a comunicação de mensagens entre
um organismo e a massa. De acordo com estes destinos, são classificados,
respectivamente, como cartaz publicitário e cartaz de propaganda. O
primeiro tinha originariamente por objetivo, divulgar um dado produto,
alardeando suas qualidades, local de venda e preço. Hoje, pretende
sobretudo criar o desejo de aquisição. O cartaz de propaganda, por outro
lado, possui basicamente o papel de transmissor de mensagens: atua como
difusor de idéias ou faz levar a público a realização de um determinado
evento cultural. Seu principal objetivo é a informação.
Bachs. ICAIC 16, 1975. Cartaz para o Instituto
Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica (ICAIC)
19
Pioneiros do cartaz moderno
Antes da invenção da litografia, os cartazes eram quase sempre
monocromáticos e impressos através de xilogravura ou de gravura em
metal. O progresso técnico na impressão de imagens obtido através da
litografia (1798) pelo alemão Aloys Senefelder criou o contexto ideal para
o surgimento do cartaz moderno, uma vez que viabilizou a reprodução
de peças gráficas em escala industrial a um baixo custo. Apesar disso,
ainda procurava-se ajustar o texto à ilustração, pois não se tinha àquela
época uma completa integração entre ambos. Isso veio a ocorrer algumas
décadas depois, a partir do avanço alcançado pela própria litografia.
Esse desenvolvimento “(…) permitiu aos artistas imprimir grandes áreas
uniformes, utilizar cores e desenhar suas próprias letras. Antes de seu
surgimento, a composição do texto estava restrita a uma pequena
variedade de tipos já prontos”.1 Estas inovações ampliaram o espectro de
possibilidades criativas para a comunicação visual da época.
Chéret. Pantomimes Lumineuses –
Théâtre Optique, 1892
O cartaz, tal qual o concebemos hoje, surgiu na segunda metade do século
XIX, mais precisamente em 1858, com Jules Chéret. Seu primeiro trabalho
de design impresso em cores a partir do processo litográfico foi para a
ópera Orphée aux Enfers.
Ao começar a produzir cartazes litográficos coloridos em sua própria
prensa em 1866, Chéret estabelece uma virada decisiva no design
de cartazes. Influenciado pelas pinturas de Rubens e Watteau, suas
realizações residem nas seguintes características: interdependência dos
meios plásticos que constituíam suas composições, o que favorece a
percepção de uma pregnância da forma na configuração; dinâmica linear;
simplicidade do desenho; emprego de cores em superficies generosas,
sem modulações ou efeitos de sombra; e concisão tipográfica. O artista
francês conseguiu, assim, integrar produção artística e industrial, elevando
a litografia à forma de arte. É pela inovação e qualidade gráfica de suas
criações que atribui-se a ele, a paternidade do cartaz moderno.
A relação de Chéret com o cinema aconteceu em 1890, quando da
elaboração de uma litografia para o programa de uma pequena projeção
de imagens em movimento, chamada Projections Artistiques. A obra
mostrava uma jovem mulher carregando um anúncio com os horários das
apresentações. Outro trabalho gráfico desenvolvido por ele de grande
relevância é o poster Pantomimes Lumineuses: Théâtre Optique (projeções
animadas realizadas por Émile Reynaud em salas de teatro), de 1892.
Contudo, o primeiro cartaz realizado especificamente para cinema data
de dezembro de 1895, quando os irmãos Lumière fizeram a primeira
exibição pública do cinematógrafo, no Boulevard des Capucines, em
Paris. Escolheram uma peça gráfica de Marcellin Auzolle para chamar a
atenção do público. Sua obra é apenas um dos exemplos a partir dos quais
constatamos a estreita ligação entre as Belas-Artes e as Artes Aplicadas.
Auzolle. Cinématographe Lumière, 1895
Dentre as personalidades mais representativas da história do cartaz em sua
fase preliminar, somam-se a Chéret e a Auzolle: Eugène Grasset, Henri de
Toulouse-Lautrec, Alphonse Mucha, Aubrey Beardsley, William Nicholson
e James Pryde. Suas realizações abriram um espaço para a criação visual
que permitiu aos futuros artistas gráficos a possibilidade de desenvolver
obras comparáveis — em termos de qualificação plástica — aos mestres da
pintura.
Podemos dizer que nos últimos 200 anos — em decorrência de sua estreita
ligação com a arte e dos avanços técnicos obtidos pela impressão —, a
comunicação visual teve vários desdobramentos, dentre os quais o cartaz
cubano de cinema constitui um valoroso exemplo. Digno representante da
tradição artística, acabou por constituir uma escola diferenciada conhecida
internacionalmente. Esta é uma rara oportunidade para apreciá-la agora e
tirar proveito de seus ensinamentos.
Tônia Matosinhos
Designer e Jornalista
20
21
o cartaz
cubano
O cartaz cubano concretiza, em sua esfera
particular e em função de seus propósitos,
um velho sonho, caro a muitos artistas, o de
uma ‘arte que tenha origem na rua’. E dela
descendendo, nela se encontre, converse e
diga aquilo que deve dizer, reinventando-se
cotidianamente diante de nós.2
Alejo Carpentier
Até 1959, os cartazes cubanos eram voltados para uma estratégia de
caráter capitalista. Com o fim da economia de mercado — após a
Revolução — a publicidade não mais se justificava. O cartaz cubano,
então, passa a exercer uma função relacionada à propaganda política e
cultural. Contudo, antes de ser um elemento de difusão institucional, é um
fator de cultura. Livre das restrições impostas pela sociedade de consumo,
constitui um campo favorável à atividade criadora dos artistas gráficos.
É importante lembrar que, apesar das dificuldades oriundas do bloqueio
econômico, houve a eclosão de uma escola de cartazistas das mais
importantes do mundo. Nela, as possibilidades gráficas são exploradas
com uma incrível imaginação e desenvoltura, resultando em projetos que
associam a imagética pictórica à linguagem da comunicação imediata,
essência de um design gráfico eficaz.
Os designers cubanos apresentados nesta exposição têm como referência
uma série de paradigmas estilísticos que remontam às gravuras japonesas do
final do século XVIII e início do século XIX, ao Art Nouveau, ao Sachplakat
(“Pôster-Objeto”) alemão, à estética dos cartazes poloneses, tchecos e
húngaros produzidos na segunda metade do século XX, ao Push Pin Studio
de Nova York, ao design californiano do final dos anos de 1960 e à Pop Art.
Em Cuba, o órgão governamental produtor de todos os filmes do país e
distribuidor dos filmes estrangeiros é o ICAIC – Instituto Cubano de Arte
e Indústria Cinematográfica. A promoção de qualquer obra filmográfica
também é feita por ele, que se responsabiliza diretamente pela divulgação
junto aos meios de comunicação. Sua ação propagandística dos filmes
estrangeiros passa necessariamente pela elaboração de um novo cartaz
sobre o conteúdo artístico daquilo que será apresentado nos cinemas.
A adoção de uma política publicitária como essa abriu uma extensa
frente de trabalho para os artistas gráficos e possibilitou o surgimento
de uma linguagem visual diversificada e peculiar. Contudo, mesmo ao
considerarmos a enorme variedade de estilos, os cartazes realizados pelo
Instituto são os que apresentam maior unidade e coerência. Todos são
assinados e têm igual formato (51 x 76 cm). São impressos em serigrafia,
em pequenas tiragens — em torno de 500 exemplares — de 1 a 30 cores.
A produção é abundante, pois cada filme requer um novo cartaz. Para
exibí-los, suportes de rua são dispostos em locais de grande circulação
urbana.
Ñiko. Morrer Olhando o Mar, 1977.
Filme italiano. Direção: Romolo Guerrieri
25
Embora conte com artistas de tendências criativas muito distintas, obter
uma unidade formal nos cartazes produzidos constitui uma preocupação
do ICAIC. Técnica, formato, senso de execução, adequação entre o
conteúdo do filme e seu cartaz são alguns dos parâmetros. Apesar desta
normatização, existia uma grande liberdade criativa que permitiu a
renovação da linguagem do cartaz cubano, criando uma escola original.
Há uma grande variedade de aspectos gráficos, que vai do uso de imagens
satíricas ao emprego dramático da fotomontagem. Predominam as grandes
chapadas de cor, os contornos precisos, o desenho estilizado, o amplo
uso de imagens em alto-contraste ou de retículas aparente. Em alguns
cartazes, encontramos elementos de acentuado caráter decorativo formal e
cromático; em outros, um alto nível de depuração compositiva. Em ambos
os casos, a comunicação visual é percebida a partir de uma exacerbação
de natureza plástica. Outro aspecto a ser destacado é a construção do
lettering (letreiro) segundo uma proposição tipográfica manuscrita, como
podemos perceber em algumas obras de Eduardo Muñoz Bachs.
O cartaz cubano de cinema é o motivo maior desta exposição. Ele possui
tamanha qualificação plástica que ultrapassa as especificidades inerentes
à sua existência. É com o intuito de disponibilizá-la, que a Caixa Cultural
nos presenteia com uma amostra desse significativo acervo.
Alexandre Guedes
Curador
Tônia Matosinhos
Designer e Jornalista
A fim de ilustrar a diversidade de estilos de representação relacionada
ao cartaz cubano de cinema, apresentamos nesta exposição os seguintes
artistas gráficos: Azcuy, Bachs, Coll, Damián, Dimas, Julio Eloy, Luis Vega,
Navarro, Ñiko, Reboiro, Rostgaard e Raúl Martínez.
Azcuy. Não há Rosas sem Fogo, 1976.
Filme polonês. Direção: Stanislaw Bareja
Adelaida de Juan — autora de Pintura Cubana: Temas y Variaciones, livro
que aborda a história da produção gráfica de Cuba — redigiu um artigo na
revista Cuba Internacional (Agencia Prensa Latina, 1969) que nos permite
compreender com exatidão o espírito que permeia a criação gráfica
cubana:
Ao limitar a divisão entre ambos os grupos de pessoas (os que vão a
museus e os que não vão) limitaremos igualmente a divisão inerente a
idéia que sustenta a existência de duas manifestações plásticas, uma para
letrados e outra para ignorantes... Uma pintura de cavalete é instigante
tanto para o espectador quanto para o seu pintor... Há, além disso, o
conceito de que a pintura é fruto dos anseios do pintor (suas idéias,
seus problemas, sua alegria) enquanto que o trabalho gráfico (outdoors,
capas de livro, revistas, cartazes) é informação e está conseqüentemente
atrelado ao cinema, ao teatro, a ideologias etc...e permanece sujeito a
temas alheios ao artista; enfim, é um trabalho executado sob demanda.
Adicione-se a isto, o caráter individual da pintura e o trabalho coletivo
da produção gráfica...Não há distinção de qualidade entre o trabalho
utilitário e o artístico. Quanto mais artístico um trabalho é, mais útil ele se
torna. Naturalmente, todo trabalho de arte se enquadra melhor em seus
propósitos quando transcende sua função original...
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biografias
Um cartaz efetivo contém sempre algo de
imponderável, difícil de avaliar e que
constitui a própria essência de um
produto criativo — o seu mistério.
Josef Müller Brockmann***
Azcuy
René Azcuy
Havana, 1939
Estudou na Academia de Bellas
Artes San Alejandro e na Escuela
Superior de Artes y Oficios, em
Havana. Foi professor de design
na Escuela de Arquitectura del
Instituto Superior Politécnico
José Antonio Echeverría, em
Havana. Vinculado ao ICAIC
desde sua fundação, realizou
mais de 250 cartazes de filmes
cubanos e estrangeiros. Sua
obra como designer abrange
também o desenho de logotipos,
cenografia, capas de discos,
livros, revistas e folders. Seus
cartazes têm participado de
inúmeras exposições individuais
e coletivas, nacionais e
internacionais, onde foi
agraciado com o Grande Prêmio
Concurso Internacional de
Cartazes de Cinema no Festival
Internacional Cinematográfico
de Paris, França 1975/76, entre
outros prêmios; Ostenta a
Distinção pela Cultura Nacional.
É pesquisador da Benémerita
Universidad Autónoma de
Puebla e da Universidad
Autónoma Metropolitana de
Xochimilco. Desde 1992,
vive e trabalha no México.
30
Azcuy. O Encouraçado Potemkin, 1977.
Filme soviético. Direção: Sergei M. Eisenstein
Azcuy. Beijos Roubados, 1970.
Filme francês. Direção: François Truffaut
Azcuy. A Inútil Morte de meu Sócio Manolo, 1990.
Filme cubano. Direção: Julio Garcia Espinosa
Azcuy. Alarme no Acampamento de Prisioneiros, 1976.
Filme soviético. Direção: Mijail Iuzovski
32
33
Azcuy. A Armadilha, 1975.
Filme polonês. Direção: Andrzej J. Piotrowski
Azcuy. Porto Rico, 1975.
Filme cubano. Direção: Fernando Pérez e Jesús Díaz
34
35
Bachs
Eduardo Muñoz Bachs
Valencia, 1937 - Havana, 2001
Designer, ilustrador. Autodidata.
Na década de 1950 desenhou
anúncios para a mais importante
cadeia de rádio e televisão
de Cuba, a CMQ e também
realizou comerciais animados
para a TV. Em 1960 começou a
trabalhar no Departamento de
Desenhos Animados do ICAIC.
Criou centenas de cartazes para
o Instituto e a Cinemateca de
Cuba. Muitas de suas obras
integram coleções permanentes
em Cuba e no exterior. Recebeu
importantes prêmios: Merit
Award. International Film Poster
Exhibition FILMEXPO, Ottawa,
Canadá, (1972); Prêmio Especial
no Festival de Cinema de
Cannes, França, (1973);
1º Prêmio no concurso de
cartazes de cinema, organizado
em 1978 por The Hollywood
Reporter, Los Angeles, Califórnia,
Estados Unidos. Ostentou a
Distinção pela Cultura Nacional
e a Medalha Alejo Carpentier.
Em 1995 Mayra Vilasís realizou
o documentário El cine y yo
dedicado à vida e à obra deste
designer. Em 2007, vários
cartazes e esboços de Bachs
participaram de exposição
no Museo da Ilustración y
la Modernidad (MuVIM) em
Valencia.
36
Bachs. Caminho e Fim de Saturno, 1969.
Filme soviético. Direção: Villen Azarov
Bachs. A Espada Maldita, 1969.
Filme japonês. Direção: Kihachi Okamoto
Bachs. Cara a Cara, 1970.
Filme brasileiro. Direção: Julio Bressane
Bachs. Pela Primeira Vez, 1968.
Documentário cubano. Direção: Octavio Cortazal
38
39
Bachs. Contas a Saldar, 1972.
Co-produção franco-italiana. Direção: Roger Pigaut
Bachs. Zorro, 1976.
Filme ítalo-francês. Direção: Duccio Tessari
40
41
Bachs. A Balada do Deserto, 1973.
Filme norte-americano. Direção: Sam Peckinpah
Bachs. O Chamado da Selva, 1975.
Filme inglês. Direção: Ken Annakin
42
43
Bachs. O zero, 1977.
Desenho animado cubano. Direção: Tulio Raggi
Bachs. Como Roubar um Milhão, 1973.
Filme norte-americano. Direção: William Wyler
44
45
Bachs. A Grande Incógnita, 1972.
Filme tchecoslovaco. Direção: Pavel Hobl
Bachs. Um Marido para Estefânia, 1973.
Filme tchecoslovaco. Direção: Jura Herz
46
47
Bachs. Esperando a Carroça, 1986.
Filme Argentino. Direção: Alejandro Doria
Bachs. Antes Tarde do que Nunca, 1987.
Documentário cubano. Direção: Enrique Colina
48
49
Bachs. Papéis Secundários, 1989.
Co-produção Cuba / Espanha. Direção: Orlando Rojas
Bachs. Jovem de Coração, 1988.
Documentário cubano. Direção: Octavio Cortazar
50
51
Coll
Néstor Coll
Havana, 1948
Designer. Estudou na Academia
de Bellas Artes San Alejandro.
Em 1969 começou a trabalhar
como diretor de arte no ICAIC.
Desde 1976 trabalha como
designer. Tem realizado projetos
gráficos para filmes, festivais,
homenagens, semanas e
eventos cinematográficos, como
também ambientações nas salas
de cinema, maquetes, logotipos,
folders, folhetos, capas de livros,
revistas e cercaduras. Além
disso, projetou stands para o
ICAIC em Cuba e no exterior.
Recebeu prêmios em concursos
de cartazes, entre eles:
1º Prêmio no Salão Nacional de
Propaganda Gráfica 26 de julho,
2006. Realizou exposições
individuais em Cuba. Suas obras
têm participado de exposições
coletivas em Cuba e no exterior.
Coll. 30º Aniversário do Instituto Cubano de Arte e
Indústria Cinematográfica, 1989. Cartaz comemorativo
Coll. Mostra de Filmes Restaurados pela Federação
Internacional de Arquivos Filmográficos (FIAF), 1990.
52
Damián
Ignacio Damián González
Santa Clara, 1967
Designer. Graduação em pintura
pela Escuela Nacional de Arte
(ENA), em 1986 e pelo Instituto
Superior de Arte (ISA), em 1993.
Entre as décadas de 1970 e
1980 trabalhou na ambientação
de fachadas e saguões de
salas cinematográficas. Tem
trabalhado como desenhista e
ilustrador. Seus cartazes têm
sido expostos em Cuba e no
exterior e também incluídos
em catálogos e livros sobre os
cartazes cubanos de cinema.
Damián. O Lobo do Mar, 1973.
Filme romeno. Direção: Alecu Croitoru
Damián. Dulcima, 1973.
Filme inglês. Direção: Frank Nesbitt
54
Dimas
Jorge Dimas González
Cuba, 1948
Designer. Durante os primeiros
anos da década de 1970
formou o grupo de designers do
Departamento de Publicidade
do ICAIC. Trabalhou para
o Instituto Nacional de la
Pesca. Realizou cartazes para
filmes cubanos e estrangeiros.
Trabalhou na ambientação de
fachadas e saguões de salas
cinematográficas. Seus cartazes
têm sido expostos em Cuba e no
exterior e têm sido incluídos em
catálogos e livros sobre cartazes
cubanos de cinema.
Dimas. A Ilha do Tesouro, 1973.
Filme soviético. Direção: Boris Andreiev
Dimas. Tristana, 1973.
Co-produção hispano-franco-italiana.
Direção: Luis Buñuel
56
Dimas. A Revolução dos Inconformados, 1972.
Filme norte-americano. Direção: George Seaton
Dimas. Os Noivos do Ano Dois, 1972.
Co-produção romeno-franco-italiana. Direção: Jean Paul Rappeneau
58
59
Julio Eloy
Julio Eloy Mesa
Las Villas, 1943
Graduado pela Escuela
Nacional de Instructores de
Arte. Estudou na Academia
de Artes Plásticas San
Alejandro. Em 1962 começou
a trabalhar no departamento
de cenografia do ICAIC, onde
também realizou mais de cem
cartazes para filmes cubanos e
estrangeiros. Desenhou cartazes
para mostras da Cinemateca
de Cuba e de cinema cubano
no exterior. Realizou, além
disso, cartazes de propaganda
política e também para outras
instituições culturais. Entre
1987 e 1992, foi diretor artístico
da revista Cine Cubano. Tem
participado de inúmeras
exposições individuais e
coletivas em Cuba e no exterior
e obtido prêmios nacionais
e internacionais: Prêmio no
Concurso Internacional de
Cartazes de Cinema, Festival
de Cannes, França, 1976;
Prêmio Concurso de Cartazes
de Cinema de Moscou, URSS,
1973; Prêmio no International
Film Posters Exhibition, Otawa,
Canadá,1972, entre outros.
Desde 1991 vive no Texas,
Estados Unidos.
60
Julio Eloy. Assuntos do Coração, 1976.
Filme soviético. Direção: Azhdar Ibraguimov
Julio Eloy. 11º Aniversário dos CDR, 1971.
Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica
Luis Vega
Luis Vega de Castro
Havana, 1944
Desenhista, pintor, designer.
Estudou cerâmica, fotografia,
artes plásticas e história da
arte em Havana. Sua obra tem
participado de exposições
individuais e coletivas, entre
as quais se destacam as
selecionadas para o I Festival
International de Cartazes
de Cinema, XXVI Festival
International de Cinema, em
Cannes, França e a VI Bienal
Internacional do Cartaz, em
Varsóvia, Polônia. Recebeu
mais de dez prêmios. Desde
1980 reside em Miami, Estados
Unidos.
Luis Vega. O Transplante, 1973.
Co-produção ítalo-espanhola. Direção: Steno
Luis Vega. Porque se Amam, 1973.
Filme romeno. Direção: Mihai Iacob
62
Luis Vega. O Domínio do Fogo, 1972.
Filme soviético. Direção: Daniil Jrabrovitski
Luis Vega. Os irmãos Karamazov, 1972.
Filme soviético. Direção: Iván Piriev
64
65
Raúl
Martínez
Raúl Martínez
Camagüey, 1927 - Havana, 1995
Pintor, designer, fotógrafo. Estudou na
Academia de Bellas Artes San Alejandro e
no Instituto de Design de Chicago, Estados
Unidos. Foi um dos pintores abstratos mais
importantes de meados do século XX.
Ocasionalmente realizou cartazes de cinema
para filmes cubanos. Foi professor de design
na Escola de Arquitetura, Universidade
de Havana. Realizou murais em edifícios
públicos de Havana e desenhou para o
teatro. Sua obra tem participado das bienais
do México, São Paulo, Veneza e do Salão
de Maio, Paris, entre outras. Recebeu o
Prêmio Nacional de Artes Plásticas, Cuba,
1995. Foram-lhe outorgadas a Distinção pela
Cultura Nacional, 1981; a Medalha Alejo
Carpentier, 1983 e a Ordem Félix Varela,
1988. Em 1994 foi nomeado Doutor Honoris
Causa pelo ISA, Havana. Três documentários
foram dedicados a este artista: Raúl Martínez
(1988), Raúl Martínez, un clásico cotidiano
(1993), e Él, ustedes, nosotros (2008).
Raúl Martínez. Lucia, 1968.
Filme cubano. Direção: Humberto Solas
66
Navarro
Miguel Ángel Navarro
1934
Não foram encontrados dados
biográficos do artista no Instituto
Cubano de Arte e Indústria
Cinematográfica (ICAIC).
Navarro. Um Caso de Consciência, 1972.
Filme italiano. Direção: Gianni Grimaldi
Navarro. O Massacre de Chicago, 1972.
Filme norte-americano. Direção: Roger Corman
68
Ñiko
Antonio Pérez González (Ñiko)
Havana, 1941
Designer. Graduado em História
da Arte pela Universidad
de La Habana. Foi membro
da equipe de design da
Comisión de Orientación
Revolucionaria (COR). Tem
realizado cartazes políticos,
de campanhas e culturais. Em
1968 se vinculou ao ICAIC,
onde realizou mais de trezentos
cartazes para filmes cubanos
e estrangeiros. Sua obra tem
sido exposta nas reconhecidas
bienais internacionais de
Brno, República Tcheca;
Florença e Varsóvia. Seus
cartazes receberam prêmios
em: Filmexpo, Otawa, Canadá,
1972; Festival Internacional
de Cannes, França, 1973/74;
II Bienal Internacional do
Cartaz, México, 1990, entre
outros. Recebeu a Distinção
pela Cultura Nacional. Trabalha
na Escola de Design Gráfico,
Faculdade de Arquitetura
da Benemérita Universidad
Autónoma de Puebla e é
professor de Design Gráfico da
Escuela Gestalt de Diseño de
Xalapa, Veracruz. Desde 1988
reside em Xalapa, México.
70
Ñiko. Semana do Cinema Sueco, 1975
Ñiko. Antonio das Mortes, 1970.
Filme brasileiro. Direção: Glauber Rocha
Ñiko. Gatinha Selvagem, 1969.
Filme japonês. Direção: Kenji Yoshida
Ñiko. Frenesi, 1973.
Filme inglês. Direção: Alfred Hitchcock
72
73
Ñiko. Marianela, 1973.
Filme espanhol. Direção: Angelino Fons
Ñiko. Coronel Delmiro Gouveia, 1980. Filme brasileiro.
Direção: Geraldo Sarno
74
75
Ñiko. Um Trem para a Estação Céu, 1974.
Filme tchecoslovaco. Direção: Karel Kachyna
Ñiko. A Última Gargalhada, 1971.
Filme alemão. Direção: Friedrich Wilhelm Murnau
76
77
Reboiro
Antonio Fernández Reboiro
Camagüey, 1935
Designer e diretor de cinema.
Estudou arquitetura e design na
Universidad de La Habana. Foi
auxiliar do arquiteto Ricardo
Porro no projeto e construção
da Escuela Nacional de Arte
em Havana, Cuba. De 1963 a
1982 trabalhou no ICAIC como
designer gráfico e realizou os
documentários: Un retablo
para Romeo y Julieta (1971) e
Edipo Rey (1972). Seus cartazes
têm participado de inúmeras
exposições em Cuba e no
exterior, integrando importantes
coleções: The Museum of
Modern Art (MOMA), New York,
U.S.A; Centre National d’Art
et Culture Georges Pompidou,
Paris, França. Recebeu o Prêmio
Especial por seu cartaz Harakiri,
em Colombo, Sri-Lanka. Foi
o 1º Prêmio Internacional
outorgado à nova gráfica
produzida em Cuba depois do
triunfo revolucionário. Recebeu,
entre outros, o Prix Special,
XXVII Festival Internacional de
Cinema, Cannes, França. De
1982 a 1987 residiu em Madrid,
onde elaborou projetos gráficos
como o do Ballet Nacional de
España. Desde 1998 reside entre
Miami e Madrid.
78
Reboiro. Overlord, 1977. Filme inglês.
Direção: Stuart Cooper
Reboiro. Moby Dick, 1968.
Filme norte-americano. Direção: John Huston
Reboiro. Greve, 1976.
Filme soviético. Direção: Sergei M. Eisenstein
Reboiro. O Monstro em Primeiro Plano, 1973.
Co-produção ítalo-francesa. Direção: Marco Bellocchio
80
81
Rostgaard
Alfredo González Rostgaard
Guantânamo, 1943 - Havana,
2004
Pintor, designer, desenhista.
Graduado pela Escuela
Provincial de Artes Plásticas
José Joaquín Tejada, Santiago
de Cuba. Realizou cartazes
para diversas instituições
políticas e culturais. Entre
1966 e 1970 colaborou com o
ICAIC na criação de cartazes
para cinema. Muitos deles têm
integrado mostras individuais e
coletivas em Cuba e no exterior.
Recebeu o Prêmio Especial
do Concurso Internacional de
Cartazes de Cinema, Festival
Internacional de Cinema de
Cannes, França; e a Medalha de
Ouro no Visual Communication
Design na III Bienal Americana
de Artes Gráficas, Museo de
Arte Moderno La Tertulia, Cali,
Colômbia, ambos em 1976.
Deu aulas de design no Instituto
Superior de Diseño Industrial
em Cuba e em Xalapa, México.
Sua obra integra importantes
coleções em Cuba e no exterior.
Ostentou a Medalha pela
Cultura Nacional e a Ordem ao
Mérito e à Cultura da República
da Polônia.
82
Rostgaard. Now!, 1965.
Documentário do ICAIC. Direção: Santiago Alvarez
Rostgaard. O Quê da Questão, 1967.
Filme inglês. Direção: Richard Lester
índice das ilustrações
p.8 Eduardo Muñoz Bachs. Maravilha com Tranças Largas, 1977. Filme soviético.
Direção: Victor Titov. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.11Eduardo Muñoz Bachs. Ilustração dedicada ao prof. Wolney Lessa Redon,
1992. Aquarela e bico de pena. 29,7 cm x 42 cm.
p.12René Azcuy. Um Ramo de Flores e uma Bandeira, 1981. Documentário
cubano. Direção: Luis Felipe Bernaza. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.15Antonio Pérez González (Ñiko). A Odisséia de General José, 1969. Filme
cubano. Direção Jorge Fraga. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.16Eduardo Muñoz Bachs. ICAIC 16, 1975. Cartaz para o Instituto Cubano de
Arte e Indústria Cinematográfica - ICAIC. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.21Marcellin Auzolle. Cinématographe Lumière, 1895. Litografia.
p.21Jules Chéret. Pantomimes Lumineuses — Théâtre Optique, 1892. Litografia.
31 cm x 22 cm.
p.24Antonio Pérez González (Ñiko). Morrer Olhando o Mar, 1977. Filme italiano.
Direção: Romolo Guerrieri. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.27René Azcuy. Não há Rosas sem Fogo, 1976. Filme polonês. Direção:
Stanislaw Bareja. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.30René Azcuy. O Encouraçado Potemkin, 1977. Filme soviético. Direção:
Sergei M. Eisenstein. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.31René Azcuy. Beijos Roubados, 1970. Filme francês. Direção: François
Truffaut. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.32René Azcuy. Alarme no Acampamento de Prisioneiros, 1976. Filme soviético.
Direção: Mijail Iuzovski. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.33René Azcuy. A Inútil Morte de meu Sócio Manolo, 1990. Filme cubano.
Direção: Julio Garcia Espinosa. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.34René Azcuy. Porto Rico, 1975. Filme cubano. Direção: Fernando Pérez e
Jesús Díaz. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.35René Azcuy. A Armadilha, 1975. Filme polonês. Direção: Andrzej J.
Piotrowski. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.36Eduardo Muñoz Bachs. Caminho e Fim de Saturno, 1969. Filme soviético.
Direção: Villen Azarov. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.37Eduardo Muñoz Bachs. A Espada Maldita, 1969. Filme japonês. Direção:
Kihachi Okamoto. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.38Eduardo Muñoz Bachs. Pela Primeira Vez, 1968. Documentário cubano.
Direção: Octavio Cortazal. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.39Eduardo Muñoz Bachs. Cara a Cara, 1970. Filme brasileiro. Direção: Julio
Bressane. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.40Eduardo Muñoz Bachs. Zorro, 1976. Filme ítalo-francês. Direção: Duccio
Tessari. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.41Eduardo Muñoz Bachs. Contas a Saldar, 1972. Co-produção franco-italiana.
Direção: Roger Pigaut. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.42Eduardo Muñoz Bachs. O Chamado da Selva, 1975. Filme inglês. Direção:
Ken Annakin. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.43Eduardo Muñoz Bachs. A Balada do Deserto, 1973. Filme norte-americano.
Direção: Sam Peckinpah. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.44Eduardo Muñoz Bachs. Como Roubar um Milhão, 1973. Filme norteamericano. Direção: William Wyler. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.45Eduardo Muñoz Bachs. O zero, 1977. Desenho animado cubano. Direção:
Tulio Raggi. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.46Eduardo Muñoz Bachs. Um Marido para Estefânia, 1973. Filme
tchecoslovaco. Direção: Jura Herz. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.47Eduardo Muñoz Bachs. A Grande Incógnita, 1972. Filme tchecoslovaco.
Direção: Pavel Hobl. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.48Eduardo Muñoz Bachs. Antes Tarde do que Nunca, 1987. Documentário
cubano. Direção: Enrique Colina. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.49Eduardo Muñoz Bachs. Esperando a Carroça, 1986. Filme Argentino.
Direção: Alejandro Doria. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.50Eduardo Muñoz Bachs. Jovem de Coração, 1988. Documentário cubano.
Direção: Octavio Cortazar. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.51Eduardo Muñoz Bachs. Papéis Secundários, 1989. Co-produção Cuba/
Espanha. Direção: Orlando Rojas. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.52Néstor Coll. 30º Aniversário do Instituto Cubano de Arte e Indústria
Cinematográfica, 1989. Cartaz comemorativo. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.53Néstor Coll. Mostra de Filmes Restaurados pela Federação Internacional de
Arquivos Filmográficos, 1990. Cartaz comemorativo. Serigrafia.
51 cm x 76 cm.
p.54Ignacio Damián González. O Lobo do Mar, 1973. Filme romeno. Direção:
Alecu Croitoru. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.55Ignacio Damián González. Dulcima, 1973. Filme inglês. Direção: Frank
Nesbitt. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.56Jorge Dimas González. A Ilha do Tesouro, 1973. Filme soviético. Direção:
Boris Andreiev. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.57Jorge Dimas González. Tristana, 1973. Co-produção hispano-franco-italiana.
Direção: Luis Buñuel. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.58Jorge Dimas González. Os Noivos do Ano Dois, 1972. Co-produção romenofranco-italiana. Direção: Jean Paul Rappeneau. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.59Jorge Dimas González. A Revolução dos Inconformados, 1972. Filme norteamericano. Direção: George Seaton. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.60Julio Eloy Mesa. Assuntos do Coração, 1976. Filme soviético. Direção:
Azhdar Ibraguimov. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.61Julio Eloy Mesa. 11º Aniversário dos CDR, 1971. Instituto Cubano de Arte e
Indústria Cinematográfica. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.62Luis Vega de Castro. O Transplante, 1973. Co-produção ítalo-espanhola.
Direção: Steno. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.63Luis Vega de Castro. Porque se Amam, 1973. Filme romeno. Direção: Mihai
Iacob. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.64Luis Vega de Castro. Os irmãos Karamazov, 1972. Filme soviético. Direção:
Iván Piriev. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.65Luis Vega de Castro. O Domínio do Fogo, 1972. Filme soviético. Direção:
Daniil Jrabrovitski. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.67Raúl Martínez. Lucia, 1968. Filme cubano. Direção: Humberto Solas.
Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.68Miguel Ángel Navarro. Um Caso de Consciência, 1972. Filme italiano.
Direção: Gianni Grimaldi. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.69Miguel Ángel Navarro. O Massacre de Chicago, 1972. Filme norteamericano. Direção: Roger Corman. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.70Antonio Pérez González (Ñiko). Semana do Cinema Sueco, 1975. Serigrafia.
51 cm x 76 cm.
84
85
p.71Antonio Pérez González (Ñiko). Antonio das Mortes, 1970. Filme brasileiro.
Direção: Glauber Rocha. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.72Antonio Pérez González (Ñiko). Frenesi, 1973. Filme inglês. Direção: Alfred
Hitchcock. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.73Antonio Pérez González (Ñiko). Gatinha Selvagem, 1969. Filme japonês.
Direção: Kenji Yoshida. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.74Antonio Pérez González (Ñiko). Coronel Delmiro Gouveia, 1980. Filme
brasileiro. Direção: Geraldo Sarno. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.75Antonio Pérez González (Ñiko). Marianela, 1973. Filme espanhol. Direção:
Angelino Fons. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.76Antonio Pérez González (Ñiko). A Última Gargalhada, 1971. Filme alemão.
Direção: Friedrich Wilhelm Murnau. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.77Antonio Pérez González (Ñiko). Um Trem para a Estação Céu, 1974. Filme
tchecoslovaco. Direção: Karel Kachyna. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.78Antonio Fernández Reboiro. Overlord, 1977. Filme inglês. Direção: Stuart
Cooper. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.79Antonio Fernández Reboiro. Moby Dick, 1968. Filme norte-americano.
Direção: John Huston. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.80Antonio Fernández Reboiro. O Monstro em Primeiro Plano, 1973.
Co-produção ítalo-francesa. Direção: Marco Bellocchio. Serigrafia.
51 cm x 76 cm.
p.81Antonio Fernández Reboiro. Greve, 1976. Filme soviético. Direção: Sergei M.
Eisenstein. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.82Alfredo González Rostgaard. Now!, 1965. Documentário do ICAIC. Direção:
Santiago Alvarez. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.83Alfredo González Rostgaard. O Quê da Questão (originalmente em inglês,
The Knack... and How to Get It), 1967. Filme inglês. Direção: Richard Lester.
Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.87René Azcuy. A Luz na Janela, 1967. Filme húngaro. Direção: Laszlo Nadasy.
Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.88Eduardo Muñoz Bachs. Cartas do Parque, 1989. Filme cubano. Direção:
Tomás Gutiérrez Alea. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.91Eduardo Muñoz Bachs. O Cavaleiro Inexistente, 1972. Filme italiano.
Direção: Pino Zac. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.92René Azcuy. A Ferradura Partida, 1975. Filme soviético. Direção: Semion
Aranovich. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
p.94Eduardo Muñoz Bachs. Seguro de virgindade, 1969. Filme italiano. Direção:
G. Bianchi. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.
Azcuy. A Luz na Janela, 1967.
Filme húngaro. Direção: Laszlo Nadasy
86
notas
* Rui de Oliveira nasceu na cidade do Rio de Janeiro. Estudou pintura no Museu
de Arte Moderna, artes gráficas na Escola de Belas Artes da UFRJ e, durante 6 anos,
ilustração no Instituto Superior Húngaro de Artes Industriais, em Budapeste. Além
disso, cursou cinema de animação no estúdio húngaro Pannónia Film. Ao longo
de sua carreira profissional ilustrou mais de 100 livros e projetou mais de 400
capas para as principais editoras brasileiras. É autor de seis filmes de animação,
tendo recebido vários prêmios nacionais e internacionais por seu trabalho como
animador e ilustrador. Em 2006 foi indicado pela Fundação Nacional do Livro
Infantil e Juvenil ao prêmio Hans Christian Andersen de Ilustração, patrocinado
pelo International Board on Books for Young People (IBBY). Entre 1975 e início
dos anos 80 foi diretor de arte da TV Globo e da TVE do Rio de Janeiro. Neste
período, seus mais importantes trabalhos para a televisão foram a direção artística
da série “O Sítio do Picapau Amarelo” e toda a programação visual da TVE. No
decorrer de sua vida profissional criou uma série de aberturas para cinema e
cartazes para filmes brasileiros. Como professor, leciona há 25 anos no curso de
desenho industrial da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de
Janeiro. Possui mestrado e doutorado em Comunicação e Estética do Audio Visual
pela Escola de Comunicação e Artes da USP. Entre suas principais publicações de
produção acadêmica está o livro sobre teoria da ilustração “Pelos Jardins Boboli”,
lançado em 2008 pela Editora Nova Fronteira.
** Sara Vega Miche (Havana, 1956). Graduada em Língua e Literatura pelo Instituto
Superior Pedagógico Enrique José Varona de Havana, Cuba. Formou-se também
em Apreciação e Crítica Cinematográfica no Instituto Cubano de Arte e Indústria
Cinematográfica (ICAIC). Desde 1987 trabalha como especialista em Cinema
Cubano e Cartazes Cinematográficos na Cinemateca de Cuba. No decorrer de sua
carreira escreveu artigos para as seguintes publicações: Cuba Update (USA), AGR
(España), Cine Cubano, Sol y Son, Noticias Arte Cubano y Bisiesto cinematográfico
(Cuba). Em 1997 editou, em colaboração, o livro de cartazes La otra imagen del
cine cubano (Havana, Cuba, 1999). Realizou a seleção de filmes que integram o
livro Cien años de cine Latinoamericano 1897-1996. Além de sua atividade como
pesquisadora, vem realizando ao longo de sua carreira conferências relacionadas
ao cinema e à cartazística cubanos em Cuba, Itália, Turquia, Chile, Colômbia,
México e Estados Unidos da América do Norte. Como Curadora de exposições de
cartazes cubanos, já realizou várias mostras em Cuba e em outros países, como por
exemplo, para o Festival Internacional de Cinema de Biarritz (França, 1999). No
ano de 2006 concluiu em co-autoria um livro sobre a cartazística cinematográfica
cubana intitulado Carteles son Carteles del ICAIC, e uma multimídia sobre o
mesmo tema com igual nome. Encontra-se em processo de edição Ciudadano
cartel que reúne textos, opiniões e currículos de designers e uma relação dos
cartazes produzidos pelo ICAIC durante os últimos 50 anos. Escreveu o roteiro
cinematográfico para o documentário Poética gráfica insular (Havana, Cuba, 2007).
Atualmente trabalha no Catálogo Raisonné sobre o Cartaz Cubano de Cinema para
a Cinemateca de Cuba.
Bachs. Cartas do Parque, 1989.
Filme cubano. Direção: Tomás Gutiérrez Alea
89
*** Josef Müller-Brockmann (1914-1996), designer gráfico suíço e professor
com formação em arquitetura, design e história da arte pela universidade de
Kunstgewerbeschule, em Zurique. Em 1936 abriu um estúdio especializado em
design gráfico, design de exposição e fotografia. Ao longo de sua carreira produziu
cartazes publicitários, institucionais e culturais. Em 1958 fundou a
New Graphic Design juntamente com C. Vivarelli e H. Neuburg. Também foi
autor de publicações como Design, Grid Systems, onde defende o uso de uma
grade estrutural para a construção da página; “História do Cartaz” e “A História da
Comunicação Visual”. É reconhecido pela simplicidade no desenho de suas
peças gráficas e pela utilização tipográfica da Akzidenz-Grotesk.
1 - Hollis, 200, p. 12.
2 - Carpentier, Culture et Revolution, 1977, p. 4.
Bachs. O Cavaleiro Inexistente, 1972.
Filme italiano. Direção: Pino Zac
90
91
bibliografia
BARNICOAT, John. Posters — A Concise History. London: Thames &
Hudson,1972.
Müller-BROCKMANN, Josef; Müller-BROCKMANN, Shisuko.
Geschichte des Plakates. Zürich: ABC VerlagZürich, 1971.
CRAIG, James; BARTON, Bruce. Thirty Centuries of Graphic Design.
New York: Watson-Guptill Publicatios, 1987.
Culture et Revolution — L’Affiche Cubaine Contemporaine. Paris: Centre
de Creation Industrielle / Centre National d’Art et de Culture Georges
Pompidou, 1977.
GERMANI-FABRIS. Fundamentos del Proyecto Gráfico. Barcelona:
Ediciones Don Bosco, 1973.
HELLER, Steven; CHWAST, Seymour. Graphic Style — From Victorian
to Post-Modern. New York: Pushpin Editions and Abrams, 1994.
Hollis, Richard. Design Gráfico – Uma História Concisa. São Paulo:
Martins Fontes, 2000.
http://www.learnaboutmovieposters.com/newsite/index/COUNTRIES/US/
HISTORY/history.asp#firstposters.
HURLBURT, Allen. Layout – O Design da Página Impressa. São Paulo:
Mosaico, 1980.
MEGGS, Philip B. A History of Graphic Design. New York: Van Nostrand
Reinhold, 1992.
MOLES, Abraham Antoine. O Cartaz. São Paulo: Perspectiva / EDUSP, 1974.
MURGATROYD, Keith. Modern Graphics. London: Studio Vista, 1969.
Revista da Associação dos Designers Gráficos do Brasil n.29. In: Cartazes
Cubanos – 1965 / 2003. São Paulo: Uma Publicação da ADG, 2005.
VEGA, Sara; GARCIA, Alicia. La Otra Imagen del Cine Cubano. Havana:
Cinemateca de Cuba / Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica ICAIC, 1997.
Azcuy. A Ferradura Partida, 1975. Filme soviético.
Direção: Semion Aranovich
93
Agradecimentos
Exposição “Cartazes Cubanos – Um Olhar sobre o Cinema Mundial”
De 10 a 29 de março de 2009 – CAIXA Cultural Curitiba, PR
De 5 de agosto a 13 de setembro de 2009 – CAIXA Cultural São Paulo, SP
De 28 de setembro a 25 de outubro de 2009 – CAIXA Cultural Rio de Janeiro, RJ
Ana Lucia Puga de Lacerda
Fernando Rodrigues
Graça Lima
Isis Ramalho Silveira
José Sauer (Glatt Molduras)
Joyce Enzler (Caixa Cultural RJ)
Karen Gaeski
Marisa Mello
Pablo Pacheco López
Rui de Oliveira
Sara Vega Miche
Terence Keller
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Fazenda
Guido Mantega
Presidenta da CAIXA Econômica Federal
Maria Fernanda Ramos Coelho
e a todos os cartazistas
cubanos, pela oportunidade de
contemplarmos suas obras, cuja
contribuição para a arte e
a cultura é inestimável.
Realização
Catálogo
Vestígio Produções Ltda.
Impressio Editora Ltda.
Letra e Imagem Editora Ltda.
Organização
Produção executiva
Produção editorial
Alexandre Guedes
Dario Pontes Regis
Letra e Imagem
Direção de produção
Design gráfico
Mônica Ramalho
Curadoria
Alexandre Guedes
Palestras
Sara Vega Miche (ICAIC)
Pablo P. López (ICAIC)
Rui de Oliveira
Identidade visual da exposição
Impressio Editora
Design da exposição
Leila Scaf
Impressio Editora
Textos
Alexandre Guedes
Rui de Oliveira
Sara Vega
Tônia Matosinhos
Revisão
Tônia Matosinhos
Letra e Imagem
Fotografia de obras
Fábio Seixo
Impressão
Zoomgraf-K
Cenografia
Ana Dornelles Macedo
Guido Brasil Coelho Neto
Vídeo
Vestígio Filmes
Documentário exibido
Poética Gráfica Insular, produzido pelo
ICAIC
Restauração e conservação das obras
Camilla Ottati
Bachs. Seguro de virgindade, 1969.
Filme italiano. Direção: G. Bianchi
Molduras
Glatt
Transporte das obras
AL Consultancy
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
C314
Cartazes cubanos : um olhar sobre o cinema
mundial / [Alexandre Linhares Guedes (org.)]. – Rio
de Janeiro: Impressio: Letra e Imagem, 2009.
il. color.
“Mostra de cartazes cubanos”
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-98122-04-5
1. Cartazes de cinema – Cuba – Exposições. I.
Guedes, Alexandre Linhares.
09-0692.CDD: 769.5
CDU: 76(729.1)
Este catálogo foi produzido em fevereiro de
2009. Textos compostos em Optima, CTP e
Impressão Zoomgraf-K. O papel do miolo é
Couché Matte 115g/m2 e o da capa é Couché
Matte 230g/m2. Tiragem: 3.000 exemplares.
É a partir de uma perspectiva histórica cujos desdobramentos
apresentam um resultado efetivo, que percebemos o cartaz cubano
elaborado para divulgar obras cinematográficas. Um objeto visual
que vai muito além das especificidades que envolvem seu tempo de
exposição em espaços públicos: apresenta um sentido de
permanência que se desprende do caráter de momento e que, por
meio do desenho, manifesta seu estado de transcendência. Neste
sentido, essa é uma oportunidade para observarmos a comunicação
visual como um instrumento de valoração da cultura de massa
através da imagética. A cartazística cubana é, portanto, uma
possibilidade para repensarmos a lógica do que compreendemos
por design e os caminhos que regem atualmente a sua produção.
Alexandre Guedes
Curador
Realização
Patrocínio
9 788598 122045
A palavra design é originária do vocábulo latino designatio e
significa o que entendemos por desenho: um conjunto de
procedimentos de ordem gráfica, a partir dos quais expressamos
uma idéia. No século XX, a terminologia inglesa assumiu um outro
sentido enquanto verbo: processo de criar e desenvolver um projeto.
Essa nova acepção contribuiu para desvincular o termo daquilo que
é denominado como “arte” e, conseqüentemente, do próprio
desenho. Uma reflexão que gera questionamentos de natureza
plástica e funcional, pois como dissociar pressupostos que são
absolutamente correlatos? Podemos encontrar respostas, por
exemplo, nos afrescos de Michelangelo para a Capela Sistina (1508
- 1512) e nos de Tiepolo, para o Palácio de Würzburg (1751 - 1752).
A menção a tais referências é apenas uma amostra de como formas
de representação alicerçadas no binômio plástica-função estão a
serviço da comunicação visual, ou seja, do design.
ISBN 978-85-98122-04-5
Cartazística Cubana: Design e Arte

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