Definição das áreas de influência
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Definição das áreas de influência
MORRO DO PILAR MINERAIS S.A. E S T U D O D E I M PA C T O A M B I E N TA L ( E I A ) MEIO BIÓTICO VOLUME IV – TOMO II Doc. no. EIA-MOPI-004-03/12-v1 Belo Horizonte, março/2012 Morro do Pilar Minerais S.A. Estudo de Impacto Ambiental Meio Biótico Volume IV – Tomo II o Documento n . Data:: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Belo Horizonte Morro do Pilar Minerais S.A. Índice Apresentação .................................................................................................................................................. 1 1 Área de Estudo .............................................................................................................................. 1 1.1 Rede de amostragem ................................................................................................................... 2 2 Entomofauna ................................................................................................................................. 4 2.1 Introdução ...................................................................................................................................... 4 2.2 Objetivos ........................................................................................................................................ 8 2.3 Material e métodos ...................................................................................................................... 9 2.4 Resultados e discussão ............................................................................................................... 17 2.5 Considerações finais ................................................................................................................... 38 3 Ictiofauna ..................................................................................................................................... 40 3.1 Introdução .................................................................................................................................... 40 3.2 Objetivos ...................................................................................................................................... 40 3.3 Material e métodos .................................................................................................................... 41 3.4 Resultados e discussão ............................................................................................................... 56 3.5 Considerações finais ................................................................................................................... 77 4 Herpetofauna............................................................................................................................... 78 4.1 Introdução .................................................................................................................................... 78 4.2 Objetivos ...................................................................................................................................... 79 4.3 Material e métodos .................................................................................................................... 79 4.4 Resultados e discussão ............................................................................................................... 87 4.5 Considerações finais ................................................................................................................. 117 4.6 Relatório fotográfico................................................................................................................. 119 5 Avifauna ...................................................................................................................................... 129 5.1 Introdução .................................................................................................................................. 129 5.2 Material e métodos .................................................................................................................. 130 5.3 Resultados e discussão ............................................................................................................. 131 5.4 Considerações finais ................................................................................................................. 143 6 Mastofauna ................................................................................................................................ 144 6.1 Introdução .................................................................................................................................. 144 6.2 Objetivos .................................................................................................................................... 146 6.3 Material e métodos .................................................................................................................. 146 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: i Morro do Pilar Minerais S.A. 6.4 Material e métodos .................................................................................................................. 149 6.5 Resultados e discussão ............................................................................................................. 155 6.6 Considerações finais ................................................................................................................. 177 7 Diagnóstico Ambiental por sub-bacia .................................................................................... 178 7.1 Ribeirão das Lajes...................................................................................................................... 178 7.2 Rio Picão ..................................................................................................................................... 179 7.3 Rio Preto ..................................................................................................................................... 183 7.4 Rio Santo Antônio N ................................................................................................................. 183 7.5 Rio Santo Antônio NN ............................................................................................................... 184 8 Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 184 Anexo I. Coordenadas dos pontos de amostragem de abelhas Anexo II. Coordenadas dos pontos de amostragem de borboletas Anexo III. Coordenadas dos pontos de amostragem de vetores Anexo IV. Lista das espécies de abelhas registradas Anexo V. Lista de espécie de borboletas registradas Anexo VI. Listas de espécies de borboletas indicadoras de ambiente Anexo VII. Listas de espécies de borboletas indicadoras de ambiente Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: ii Morro do Pilar Minerais S.A. Índice de Figuras Figura 1.1. Mapa de localização dos pontos de amostragem na Área de Influência Direta (AID) e posição em relação à Área Diretamente Afetada (ADA) .................................................... 3 Figura 2.1. Mapa de Minas Gerais, com destaque para os municípios d e Morro do Pilar, área na qual o presente estudo foi realizado .................................................................................. 9 Figura 2.2. Áreas destinadas à amostragem da entomofauna, sendo A1-A7 referentes à Porção Norte e A8-A14 referentes à Porção Sul ........................................................................... 10 Figura 2.3. Representatividade das famílias de abelhas registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais ...................... 17 Figura 2.4. Curva cumulativa de espécies de Abelhas (Hymenoptera) registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais 18 Figura 2.5. Cluster de similaridade entre os pontos amostrais para a comunidade de abelhas ...... 19 Figura 2.6. Curva cumulativa de espécies de borboletas (Lepidoptera) registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais 24 Figura 2.7. Porcentagem da abundância das Famílias de borboletas encontradas durante a realização do presente diagnóstico ambiental ................................................................. 25 Figura 2.8. Porcentagem da riqueza das Famílias de borboletas encontradas durante a realização do presente diagnóstico ambiental .................................................................................. 25 Figura 2.9. Porcentagem da abundância das subfamílias de Nymphalidae registradas durante a realização do presente diagnóstico ambiental ................................................................. 25 Figura 2.10. Porcentagem da riqueza das subfamílias de Nymphalidae registradas durante a realização do presente diagnóstico ambiental ................................................................. 26 Figura 2.11. Cluster de similaridade entre os pontos amostrais para a comunidade de borboletas 31 Figura 2.12. Espécies de Culicidae mais representativas registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais ...................... 31 Figura 2.13. Curva cumulativa de espécies de Culicidae registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais ...................... 34 Figura 2.14. Cluster de similaridade entre os pontos amostrais para a comunidade de culicídeos . 35 Figura 2.15. Espécies de Flebothominae mais representativas registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais ...................... 36 Figura 2.16. Curva cumulativa de espécies de Flebothominae registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais ...................... 37 Figura 3.1. Estações amostrais onde foram realizadas amostragens ativas e passivas para o diagnóstico ictiofaunístico da Área de Influência do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010– fev./2011): Dados consolidados. Fotos: Sérgio Santos.......................................................................................................... 48 Figura 3.2 - Localização das áreas amostrais e pontos de amostragem da ictiofauna ................. 52 Figura 3.3 - Amostragens ativas de ictiofauna na Área de Influência do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 – fev./2011): (A) – peneira; (B) arrasto; (C) tarrafa. Fotos: Sérgio Santos. .......................................................................... 54 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: iii Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 3.4 - Documentação fotográfica das espécies de peixes capturadas na área de influência do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 – fev./2011): Dados consolidados. ......................................................................................... 60 Figura 3.5 - Percentual de espécies distribuídas pelas respectivas Famílias, capturadas durante o diagnóstico da ictiofauna do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 – fev./2011): Dados consolidados. .................................... 62 Figura 3.6 - Porcentagem de participação de espécies e biomassa total (%) por período amostral (seca e chuva) nas campanhas de amostragem da ictiofauna da área de influência do empreendimento minerário Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 a fev./2011): Dados consolidados. .................................................................. 66 Figura 3.7 - Captura por unidade de esforço por número (CPUEn) por estação amostral. Diagnóstico da ictiofauna do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 a fev./2011): Dados consolidados. .................................... 73 Figura 3.8 - Captura por unidade de esforço por biomassa (CPUEb) por estação amostral. Diagnóstico da ictiofauna do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 a fev./2011): Dados consolidados. .................................... 73 Figura 3.9 - Captura por unidade de esforço por número (CPUEn) por espécie. Diagnóstico da ictiofauna do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 a fev./2011): Dados consolidados. .................................................................. 74 Figura 3.10 - Captura por unidade de esforço por biomassa (CPUEb) por espécie. Diagnóstico da ictiofauna do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 a fev./2011): Dados consolidados. .................................................................. 74 Figura 3.11 - Captura por unidade de esforço por número (CPUEn) por tamanho de malha. Diagnóstico da ictiofauna do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 a fev./2011): Dados consolidados. .................................... 75 Figura 3.12 - Captura por unidade de esforço por número (CPUEn) por tamanho de malha. Diagnóstico da ictiofauna do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 a fev./2011): Dados consolidados. .................................... 75 Figura 3.13 - Curva do coletor, traduzida pelo número acumulado de espécies observadas (Sobservado) e estimadas (Sestimado) em função das estações amostrais sequencialmente na sub-bacia do rio Santo Antônio, bacia do rio Doce, MG, em setembro de 2010 e fevereiro de 2011. ............................................................................. 76 Figura 3.14 - Índices de diversidade de Shannon (H’) e equitabilidade (E) para as estações amostrais da área de influência do empreendimento minerário Morro do Pilar, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 e fev/2011): Dados consolidados. ...................... 77 Figura 4.1 - Estações amostrais e pontos adicionais para o levantamento da herpetofauna ..... 86 Figura 4.2 - Espécies de anfíbios ordenadas pelas famílias registradas durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) ............................................................................................................................ 93 Figura 4.3 - Espécies de répteis ordenadas pelas famílias registradas durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) ............................................................................................................................ 94 Figura 4.4 - Representatividade das fitofisionomias principais nas 14 estações amostrais e entorno durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) ........................................................................................ 95 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: iv Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 4.5 - Representatividade dos pontos de amostragem distribuídos em cada estação amostral e nas áreas de entorno durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) ................................................. 95 Figura 4.6 - classes de corpos d’água observados nos pontos selecionados durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) ............................................................................................................................ 96 Figura 4.7 - Riqueza de espécies de anfíbios registradas em cada estação amostral durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) .......................................................................................................... 97 Figura 4.8 - riqueza de espécies de répteis registradas em cada estação amostral durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) .......................................................................................................... 97 Figura 4.9 - Riqueza total de espécies registradas em cada estação amostral durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) ............................................................................................................................ 98 Figura 4.10 - Freqüência de ocorrência observada para as espécies de anfíbios durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) .......................................................................................................... 99 Figura 4.11 - Freqüência de ocorrência observada para as espécies de répteis durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) .......................................................................................................................... 100 Figura 4.12 - Distribuição geográfica apontada para Physalaemus crombiei (IUCN, 2011) ....... 110 Figura 4.13 - Riqueza de espécies obtida nas estações amostrais através do emprego de armadilhas de interceptação e queda durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) .... 115 Figura 4.14 - Freqüência acumulada de espécies obtida durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) .... 115 Figura 4.15 - Riqueza estimada de espécies (Jacknife_1) com base na amostra da herpetofauna obtida na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) ................. 116 Figura 4.16 - Riqueza estimada de espécies (Bootstrap) com base na amostra da herpetofauna obtida na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) ................. 116 Figura 5.1 - Famílias mais representativas registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG.. 132 Figura 5.2. Spizaetus tyrannus (gavião-pega-macaco), espécie ameaçada de extinção no estado de Minas Gerais, categoria “Em Perigo” (Fundação Biodiversitas 2007) ......................... 136 Figura 5.3 - Espécies mais abundantes, de acordo com o método de censo por ponto, registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG ............................................................................................ 138 Figura 5.4 - Espécies mais frequentes, de acordo com o método de censo por ponto, registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG ............................................................................................ 139 Figura 5.5 - Curva do coletor de espécies do observado e esperado (com barras do Desvio Padrão), registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento minerário Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG............................................... 140 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: v Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 6.1 - Porcentagem da abundância absoluta das espécies mais representativas registradas no presente estudo ............................................................................................................. 159 Figura 6.2 - Curva de acumulação de espécies de mamíferos voadores registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG, novembro de 2010 e maio de 2011 ............................................. 159 Figura 6.3 - Número de capturas de indivíduos de T. s. elegans nas estações seca e chuvosa, na região onde será instalado o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar e Conceição de Mato Dentro, MG .................................................................................... 162 Figura 6.4 - Curva de acumulação de espécies de mamíferos voadores registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG ............................................................................................................. 166 Figura 6.5 - Número de espécies de mamíferos voadores capturados em cada área de amostragem durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG ............................................................................................ 168 Figura 6.6 - Riqueza de espécies de mamíferos voadores registrados por área de amostragem durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG. ........................................................................................... 169 Figura 7.1 - Localização das sub-bacias e pontos amostrais de ictiofauna ................................... 178 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: vi Morro do Pilar Minerais S.A. Índice de Fotos Foto 2.1. Coleta de abelhas em flor com o auxílio de puçá ........................................................ 11 Foto 2.2. Indivíduo de Bombus morio em flor ............................................................................ 11 Foto 2.3. Armadilha de isca aromática para coleta de abelhas Euglossina ................................ 12 Foto 2.4. Armadilha para capturar borboletas frugívoras .......................................................... 14 Foto 2.5. Borboletas frugívoras capturadas pela armadilha ....................................................... 14 Foto 2.6. Archaeopreopona demophon (Charaxinae) capturada, marcada e solta ................... 15 Foto 2.7. Armadilha Luminosa CDC ............................................................................................. 16 Foto 2.8: Mosquito adulto do gênero Psorophora pousado no braço do profissional durante a coleta pelo método denominado isca humana .......................................................... 16 Foto 2.9. Ninho de S. xanthotricha encontrado na área 7 .......................................................... 20 Foto 2.10. Hamadryas amphinome (Biblidinae) capturada, marcada e solta............................. 23 Foto 2.11. Detalhe da marcação realizada em um espécime de H. amphinome ....................... 23 Foto 2.12. Paryphthimoides poltys (Satyrinae) ........................................................................... 26 Foto 2.13. Myscelia orsis (Biblidinae) macho .............................................................................. 27 Foto 2.14. Catonephele acontius (Biblidinae) macho ................................................................. 27 Foto 2.15. Catonephele acontius (Biblidinae) fêmea .................................................................. 28 Foto 3.1. Amostragem passiva da ictiofauna com auxílio de redes de espera, utilizadas nas amostragens de ictiofauna na área de Influência do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período de Pré-Implantação (set./ 2010 – fev./2011). Foto: Sérgio Santos. ........................................................................................................................ 53 Foto 4.1. Armadilhas de interceptação e queda utilizadas durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 ................................................ 119 Foto 4.2. Exemplar de Chiasmocleis sp. observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 ................................................ 119 Foto 4.3. Exemplar de Odontophrynus cultripes observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 ........................................... 120 Foto 4.4. Exemplar de Phyllomedusa burmeisteri observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 ........................................... 120 Foto 4.5. Exemplar de Hypsiboas pardalis observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 ................................................ 121 Foto 4.6. Exemplar de Hylodes otavioi observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 ................................................ 121 Foto 4.7. Exemplar de Physalaemus crombiei observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 ................................................ 122 Foto 4.8. Exemplar de Leptodactylus furnarius observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 ................................................ 122 Foto 4.9. Exemplar de Ischnocnema aff. verrucosa observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 ........................................... 123 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: vii Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 4.10. Exemplar de Physalaemus orophilus observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 ................................................ 123 Foto 4.11. Exemplar de Elachistocleis cesarii observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 ................................................ 124 Foto 4.12. Exemplar de Mastigodryas bifossatus observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 ........................................... 124 Foto 4.13. Exemplar de Enyalius bilineatus observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 ................................................ 125 Foto 4.14. Exemplar de Liophis poecylogyrus capturado em pitfall traps durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010/2011 ............ 125 Foto 4.15. Procedimentos para retirada das armadilhas de interceptação e queda utilizadas durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010/2011................................................................................................................. 126 Foto 4.16. Procedimento diário de vistoria das armadilhas de interceptação e queda utilizadas durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010/2011................................................................................................................. 126 Foto 4.17. Ponto de amostragem n° 22 utilizado durante a realização do levantamento da herpetofauna na região do empreendimento, 2010/2011 ...................................... 127 Foto 4.18. Ponto de amostragem n° 7 utilizado durante a realização do levantamento da herpetofauna na região do empreendimento, 2010/2011 ...................................... 127 Foto 4.19. Ponto de amostragem n°29 utilizado durante a realização do levantamento da herpetofauna na região do empreendimento, 2010/2011 ...................................... 128 Foto 4.20. Ponto de amostragem n° 20 utilizado durante a realização do levantamento da herpetofauna na região do empreendimento, 2010/2011 ...................................... 128 Foto 4.21. Procedimento de fechamento dos buracos das armadilhas de interceptação e queda utilizadas durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010/2011 .................................................................................. 129 Foto 5.1. Myiornis auricularis (miudinho) ................................................................................. 134 Foto 5.2. Trogon surrucura (Surucuá) ....................................................................................... 134 Foto 5.3. Euphonia pectoralis (Ferro-velho) ............................................................................. 135 Foto 5.4. Indivíduo fêmea de Mackenziaena severa (borralhara) ............................................ 135 Foto 5.5. Indivíduo fêmea de Dysithamnus mentalis (Choquinha-lisa) .................................... 135 Foto 5.6. Jacamaralcyon tridactyla (Cuitelão). Espécie ameaçada de extinção de acordo com IUCN (2011), classificada como “Vulnerável” .................................................................... 136 Foto 5.7. Pesquisador realizando as amostragens em um ponto de escuta, gravando as vocalizações das espécies registradas ...................................................................... 138 Foto 5.8. Saltator similis (trinca-ferro) capturado em rede de neblina, espécie xerimbabo .... 141 Foto 6.1. Gaiola de arame galvanizado ..................................................................................... 149 Foto 6.2. Armadilha de interceptação e queda......................................................................... 150 Foto 6.3. Análise de fezes encontradas..................................................................................... 151 Foto 6.4. Caminhadas diurnas ................................................................................................... 152 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: viii Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 6.5. Vistoria da rede de neblina ........................................................................................ 153 Foto 6.6. Pesagem de espécime capturado .............................................................................. 153 Foto 6.7. Potencial abrigo diurno de morcegos ........................................................................ 154 Foto 6.8. Identificação de colônias de morcegos ...................................................................... 154 Foto 6.9. Indivíduo de Trinomys setosus elegans capturado .................................................... 161 Foto 6.10. Nectomys squamipes (In: Reis et al., 2006) ............................................................. 163 Foto 6.11. Membrana interdigital de N. squamipes ................................................................. 163 Foto 6.12. Armadilha posicionada no sub-bosque.................................................................... 163 Foto 6.13. Marmosops incanus ................................................................................................. 164 Foto 6.14. Didelphis albiventris................................................................................................. 164 Foto 6.15. Didelphis aurita ........................................................................................................ 165 Foto 6.16. Monodelphis americana .......................................................................................... 165 Foto 6.17. Carollia perspicillata ................................................................................................. 167 Foto 6.18. Desmodus rotundus ................................................................................................. 168 Foto 6.19. Mimon bennetii ....................................................................................................... 169 Foto 6.20. Plathyrrinus lineatus ................................................................................................ 170 Foto 6.21. Lasiurus blossevillii ................................................................................................... 170 Foto 6.22. Histiotus velatus....................................................................................................... 171 Foto 6.23. Dyphilla ecaudata..................................................................................................... 171 Foto 6.24. Chrotopterus auritus capturado na rede de neblina ............................................... 173 Foto 6.25. Chrotopterus auritus em um abrigo natural ............................................................ 173 Foto 6.26. Colônia de Chrotopterus auritus.............................................................................. 174 Foto 6.27. Entrada da caverna .................................................................................................. 174 Foto 6.28. Callithrix geoffroyi .................................................................................................... 175 Foto 6.29. Pegadas de Cerdocyon thous ................................................................................... 176 Foto 6.30. Pegada de Pecari tacaju ........................................................................................... 176 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: ix Morro do Pilar Minerais S.A. Índice de Quadros Quadro 2.1. Número de espécies e indivíduos, bem como valores calculados de dominância, diversidade, riqueza e equitabilidade por ponto amostral, na área onde será implantado o empreendimento Morro do Pilar Minerais .................................................................... 19 Quadro 2.2: Abundância e riqueza total dentro das famílias de borboletas amostradas nas estações seca e chuvosa na área onde será implantado o empreendimento Morro do Pilar Minerais ......................................................................................................................... 22 Quadro 2.3. Espécies de borboletas registradas que são consideradas indicadoras ambientais 28 Quadro 2.4. Riqueza, abundância e valores calculados de dominância, diversidade e equitabilidade .................................................................................................................................................. 30 Quadro 2.5. Lista de espécies de Culicidae registradas em cada uma das 14 áreas amostradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais .................................................................................................................................. 32 Quadro 2.6. Número de espécies e indivíduos, bem como valores calculados de dominância, diversidade, riqueza e equitabilidade por ponto amostral, na área onde será implantado o empreendimento Morro do Pilar Minerais .................................................................... 35 Quadro 2.7. Lista de espécies de Flebothominae registradas em cada uma das 14 áreas amostradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais ....................................................................................................... 36 Quadro 3.1. Descrição das estações amostrais onde foram realizadas amostragens ativas e passivas para o diagnóstico da ictiofauna da área de influência do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 – fev./2011): Dados consolidados........................................................................................................................... 41 Quadro 3.2. Esforço de pesca total (m2), por malha, empregado nas estações amostrais da área de influência do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período de PréImplantação (set./2010– fev./2011). .................................................................................. 53 Quadro 3.3. Lista de espécies de peixes registradas durante o diagnóstico da ictiofauna da área de influência do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 a fev./2011): Dados consolidados. .................................................................. 57 Quadro 3.4. Número de indivíduos capturados (N), maiores (Max.) e menores (Min.) exemplares; média (Méd.) para comprimento padrão (CP) e peso corporal (PC) de cada espécie capturada durante o diagnóstico da ictiofauna do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 – fev./2011): Dados consolidados. .................................................................................................................................................. 64 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: x Morro do Pilar Minerais S.A. Quadro 3.5. Riqueza e abundância relativa das espécies capturadas durante o diagnóstico da ictiofauna da área de influência do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 a fev./2011): Dados consolidados. ..................... 66 Quadro 3.6 - Valores dos índices de diversidade de Shannon (H’) e equitabilidade (E) para as estações amostrais da área de influência do empreendimento minerário Morro do Pilar, MG - Período Pré-Implantação (set./2010 a fev./2011): Dados consolidados. ........... 77 Quadro 4.1. Pontos de instalação de armadilhas pitfall utilizados durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) ............................................................................................................................ 82 Quadro 4.2. Pontos adicionais utilizados durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) ..................................... 84 Quadro 4.3. Espécies de anfíbios registradas durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011). Obs.: V = Visualização; Z = Zoofonia; PT = Pitfall traps .................................................................. 87 Quadro 4.4. Espécies de répteis registradas durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011). Obs.: V = Visualização; PT = Pitfall traps; A = Atropelamento; E = Entrevista; O = Ocasional ............................ 91 Quadro 4.5. Riqueza de espécies de acordo com características de habitat e microhabitat ...... 98 Quadro 4.6. Abundância das espécies de anfíbios observadas durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011)101 Quadro 4.7. Influência sazonal na ocorrência das espécies registradas durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) .......................................................................................................................... 104 Quadro 4.8. Resultado obtido nas armadilhas de interceptação e queda em cada estação amostral durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) ...................................................................................... 112 Quadro 4.9. Resultado obtido nas armadilhas de interceptação e queda em cada estação amostral durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) ...................................................................................... 113 Quadro 5.1. Espécies endêmicas registradas em Morro do Pilar, durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG ......................................................................................................................................... 132 Quadro 5.2. Espécies em alguma categoria de ameaça de extinção registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: xi Morro do Pilar Minerais S.A. Morro do Pilar, MG ............................................................................................................. 137 Quadro 5.3. Número de espécies e de registros durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG..................... 137 Quadro 5.4. Tempo amostral, número de espécies e capturas registradas em Morro do Pilar, durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG (etapas de período chuvoso e de seca) ....................... 141 Quadro 6.1. Áreas destinadas às amostragens da mastofauna terrestre e voadora – Conceição do Mato Dentro e Morro do Pilar, MG, novembro de 2010 e maio de 2011 .................. 148 Quadro 6.2. Espécies registradas, área de amostragem em que a espécie foi detectada, número de indivíduos registrados e metodologia utilizada que propiciou o registro – Morro do Pilar, MG, novembro de 2010 e maio de 2011 ......................................................................... 155 Quadro 6.3. Índices de diversidade (Simpson e o de Shannon-Wiener) calculados para as espécies de mamíferos voadores registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG.............................. 167 Quadro 6.4. Registro dos abrigos estudados a procura de espécies de mamíferos voadores durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG. ........................................................................................... 172 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: xii Morro do Pilar Minerais S.A. APRESENTAÇÃO O presente documento constitui o relatório final referente ao diagnóstico ambiental da fauna (entomofauna, ictiofauna, herpetofauna, avifauna e mastofauna) presente na área de influência onde se pretende instalar o empreendimento minerário Morro do Pilar Minerais, o qual ficará localizado nos municípios d e Morro do Pilar, estado de Minas Gerais. Os referidos estudos foram conduzidos com o intuito de caracterizar devidamente a composição da fauna da região, contemplando os elementos que, direta ou indiretamente, estarão sujeitos aos impactos ambientais decorrentes da implantação e operação do empreendimento supracitado. Os dados apresentados a seguir foram obtidos em duas campanhas de campo, cada qual em uma estação climática, seca e chuvosa, entre os meses de novembro de 2010 e junho de 2011. Os dados estão separados por grupo faunístico e apresentam a distribuição, riqueza, abundância, entre outras inferências específicas. Ao fim deste documento, será apresentado um diagnóstico ambiental integrado, tendo cada sub-bacia hidrográfica como unidade de análise. 1 ÁREA DE ESTUDO O Brasil é o principal país entre aqueles detentores de megadiversidade, possuindo entre 15 e 20% do número total de espécies da Terra (Campanili & Prochnow, 2006). Por conta de tamanha diversidade e alto grau de ameaça à sua biodiversidade, o país possui hotspots mundiais, como é o caso do Cerrado e da Mata Atlântica (Myers et al., 2000). Atualmente, a Mata Atlântica está reduzida a aproximadamente 8% de sua área original, com cerca de 102.000 km² preservados, dispostos de modo esparso ao longo da costa brasileira, no interior das regiões Sul, Sudeste e Nordeste e em fragmentos ao sul dos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul (MMA, 2000). Mesmo reduzido e fragmentado, o bioma em questão ainda abriga mais de 20 mil espécies de plantas, das quais oito mil são endêmicas, ou seja, apresentam distribuição restrita à determinada unidade de área (Machado et al., 2004) uma vez que ocorrem em locais de condições ecológicas muito particulares (Romero & Nakajima, 1999). O estado de Minas Gerais é detentor de uma cobertura vegetal rica e agrupa em seu território três grandes biomas: a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga (Drummond et al., 2005). As áreas em que foi realizado o presente estudo (Figura 1.1) estão inseridas nos municípios de Morro do Pilar , região central do estado de Minas Gerais a 150 km da capital Belo Horizonte. Esta apresenta mosaicos residuais de Mata Atlântica e Cerrado, sendo vizinha a uma importante área em termos de conservação, o Parque Nacional da Serra do Cipó (PNSC). O Distrito da Serra do Cipó pertence ao município de Santana do Riacho/MG, parte sul da Cordilheira do Espinhaço, e está inserido numa região que abriga uma série de Unidades de Conservação, nos municípios d, Jaboticatubas e Morro do Pilar, entre outros, correspondendo ao entorno do PNSC. Morro do Pilar se localiza na popularmente conhecida “Estrada Real”, na APA Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 1 Morro do Pilar Minerais S.A. Morro da Pedreira, numa região serrana (550-1.600m) que, embora atualmente sob efeitos da ocupação humana, originalmente abrange formações de mata de galeria, localizadas em áreas de encostas, nascentes d’água e margens de córregos, além de campo cerrado e campo rupestre. A região do PNSC é famosa pela riqueza e endemismo dos campos rupestres, consistindo um complexo vegetacional sobre solos quartzosos, incluídos oficialmente no Bioma Cerrado. As fitofisionomias de Cerrado predominam nas partes baixas a oeste, e as vertentes orientais (como na região de Morro do Pilar) sustentam fragmentos de Mata Atlântica, antes contínua em todo o vale do rio Doce, com presença marcante de embaúbas-brancas (Cecropia hololeuca), palmitosjuçara (Euterpe edulis) e indaiás (Attalea oleifera) (Ribeiro et al., 2009). Esta região é de extrema importância ecológica, pois abrange as serras da borda leste do Espinhaço Meridional. A Serra do Espinhaço foi considerada pela UNESCO (2005) a sétima Reserva da Biosfera brasileira devido a sua elevada diversidade de recursos naturais o que demonstra a importância da sua conservação. A despeito de tamanha relevância, mais da metade das espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção em Minas Gerais encontra-se na Cadeia do Espinhaço, fato que justifica a realização sistemática de estudos ambientais na área. 1.1. Rede de amostragem A rede de amostragem é espacialmente abrangente, de modo a permitir, por um lado, a coleta de dados em áreas sujeitas ou não a interferências do empreendimento. Os dados coletados poderão ser utilizados para fins de background e comparação com as situações antes, durante e após as intervenções. Para as amostragens da fauna terrestre (Mastofauna, Avifauna, Herpetofauna e Entomofauna), os locais de coleta de dados foram definidos com base na análise do mapeamento de cobertura vegetal e imagens de satélite. Houve uma campanha de campo para reconhecimento das áreas, a fim de pré-selecionar a localização das zonas para estações de amostragem, que foram definidas com mais precisão no momento das campanhas de levantamento de acordo com a especificidade de cada grupo. Foram estabelecidas 14 áreas amostrais de capturas (Figura 1.1). Outras áreas, fora das estações de captura, também foram amostradas, porém sem o uso de armadilhas, a priori. Todos os registros realizados fora das áreas amostrais foram devidamente anotados e georreferenciados. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 2 Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 1.1. Mapa de localização dos pontos de amostragem na Área de Influência Direta (AID) e posição em relação à Área Diretamente Afetada (ADA) Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 3 Morro do Pilar Minerais S.A. 2 ENTOMOFAUNA 2.1. Introdução A composição florística da vegetação da Mata Atlântica tem sido estudada intensamente por vários autores, conforme revisão apresentada em Oliveira-Filho & Ratter (2002). Entretanto, estudos sobre a distribuição da fauna, particularmente a fauna de invertebrados, são escassos. Os insetos e outros invertebrados – que compreendem cerca de 60% dos animais do planeta (Wilson, 2003) – desempenham papel chave nos ecossistemas terrestres, pois estão envolvidos em importantes processos ecológicos, tais como a decomposição, ciclagem de nutrientes, produtividade secundária, fluxo de energia, polinização, e regulação de populações de fauna e flora (Leppik, 1957; Stebbins, 1970; Dourojeanni, 1986; Didham et al., 1996). Os invertebrados apresentam respostas demográficas e dispersivas bastante pronunciadas em relação aos diferentes tipos de alterações de habitat o que os faz ferramentas importantes para avaliar manejos e magnitude de impactos ambientais (Freitas et al., 2003; Lewinsohn et al., 2005). Embora possam ser amostrados em grandes quantidades e escalas refinadas, a dificuldade na identificação de alguns grupos e o tempo necessário para processar amostras em laboratórios representam desafios. Apesar disto, os artrópodes estão sendo utilizados de maneira crescente na avaliação de respostas ambientais das espécies e comunidades a diferentes níveis de impactos e manejos a partir da análise dos componentes da diversidade, bem como da distribuição espacial em habitats heterogêneos (Lewinsohn et al., 2005). Os artrópodes terrestres possuem características que permitem seu uso como indicadores de distúrbios ambientais em programas de conservação e monitoramento. Tais características envolvem a elevada diversidade de espécies e de funções ecológicas do grupo, alta variação de formas corporais, rápido desenvolvimento e grande sensibilidade aos processos evolutivos – especificidades que fazem com estes organismos apresentem rápidas respostas às alterações ambientais (Kremen et al., 1993). A diversidade entomológica, de maneira geral, está intrinsecamente associada e dependente da diversidade de espécies vegetais. Esta variável afeta diretamente os insetos fitófagos – por conta de seus hábitos alimentares específicos – e indiretamente os insetos predadores e parasitas, já que pode definir a presença ou ausência de hospedeiros (Camargo & Matsmura, 2000). Assim, ressalta-se que a eficiência dos invertebrados como indicadores ambientais é incontestável (Brown, 1991; Kremen, 1993; Andersen, 1997). Alguns desses grupos – dentre os quais destacamse as borboletas, abelhas e formigas –, são especialmente úteis no monitoramento ambiental, devido à sua diversificação, à facilidade de amostragem e identificação, à ocorrência em todos os períodos do ano e, sobretudo, ao hábito de vida especialista que os faz fiéis a determinadas partições de habitat, respondendo, portanto, rapidamente a quaisquer alterações no ambiente (Brown, 1991; Fernandes & Price, 1992). Destaca-se ainda a importância da identificação de Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 4 Morro do Pilar Minerais S.A. populações de flebotomíneos de ecossistemas silvestres em estudos ambientais, uma vez que estes são importantes vetores de doenças. 2.1.1. Abelhas As abelhas pertencem à Ordem Hymenoptera que apresenta elevada variedade de formas e hábitos de vida. Atualmente, esse táxon possui 115.000 espécies descritas (Hanson & Gauld, 1995) distribuídas em 99 famílias taxonômicas (Goulet & Huber, 1993). Gaston (1991) e Stork (1991) apresentaram evidências desta diversidade em regiões temperadas e tropicais, respectivamente. As abelhas pertencem à Subfamília Apoidea para a qual estima-se que existam quatro mil gêneros e cerca de 30 mil espécies distribuídas nas diferentes regiões do mundo (Griswold et al., 1995). Esses organismos representam o principal grupo de polinizadores de plantas floríferas, sendo dependentes dos produtos florais para alimentação (e.g. néctar, pólen, resina) e, em muitos casos, para a construção de ninhos (Michener, 2007). Por conta de sua atuação como polinizadora, as abelhas favorecem a conservação das espécies de plantas, promovendo a reprodução sexuada e, consequentemente, mantendo a diversidade genética das populações vegetais. Além disso, contribuem para a manutenção das populações de muitas espécies de animais, como aves e mamíferos, que se alimentam dos frutos e sementes (Wiese, 1985; Free, 1993). Além de sua importância ecológica, as abelhas constituem um interessante objeto para estudos ambientais, pois constituem um grupo muito abundante e diversificado, com mais de 3.000 espécies descritas para o Brasil (Silveira et al., 2002). Esses organismos são adaptados a diferentes tipos de ambientes e respondem de forma distinta a diferentes tipos e graus de impactos ambientais (Matheson et al., 1996). Além disto, as abelhas brasileiras são um dos grupos de invertebrados cuja taxonomia está melhor conhecida, o que facilita a identificação dos exemplares trazidos do campo. Esses fatores fazem com que os inventários de fauna de abelhas forneçam dados robustos e relevantes em estudos ambientais. 2.1.2. Borboletas As borboletas pertencem à Ordem Lepidoptera, que possui aproximadamente 146.277 espécies descritas e 255.000 estimadas no mundo (Heppner, 1991). Este táxon é constituído por borboletas (13%) e mariposas (87%). As borboletas, cujos adultos são diurnos e coloridos, são consideravelmente representativas na região neotropical, com cerca de 7.100 (Beccaloni & Gaston, 1995) a 7.900 espécies (Heppner, 1991; Lamas, 2004). O Brasil possui elevada diversidade destes insetos, abrigando em torno de 3.100 (Beccaloni & Gaston, 1995) a 3.200 espécies (Brown Jr. & Freitas, 1999). Atualmente, essas espécies estão distribuídas em duas superfamílias (Hesperioidea e Papilionoidea) e seis famílias (Hesperiidae, Papilionidae, Pieridae, Lycaenidae, Riodinidae e Nymphalidae) (Lamas, 2004), sendo a família Nymphalidae a mais representativa na região Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 5 Morro do Pilar Minerais S.A. neotropical com aproximadamente 2430 espécies distribuídas em 10 subfamílias (Lamas, 2004). Todas as borboletas frugívoras fazem parte desta família e são distribuídas em quatro subfamílias, sendo elas Satyrinae, Charaxinae, Biblidinae e Nymphalinae (tribo Coeini) (Uehara-Prado et al. 2004). As borboletas estão envolvidas em muitas interações ecológicas dentro das comunidades as quais pertencem, destacando-se as mutualísticas (polinização) e de predação (herbivoria) (Dessuy & Morais, 2007). Além disso, são modelos úteis em pesquisas de ecologia de populações e comportamento (devido à facilidade de marcação das asas); genética da seleção natural e em processos básicos, como alimentação, parasitismo, competição e predação (Boggs et al., 2003; Dessuy & Morais, 2007). Assim, por conta da maior diversidade de animais terrestres ser composta por artrópodes, compreender a distribuição e ecologia destes é igualmente fundamental para os estudos das relações entre a biodiversidade e a função dos ecossistemas (Basset et al., 2007). Isto porque estão envolvidos em muitas interações ecológicas dentro das comunidades que pertencem, destacando-se as mutualísticas (polinização) e de herbivoria. As borboletas são úteis ainda como modelos em pesquisas de ecologia de populações, comportamento, genética da seleção natural e em processos básicos como alimentação, parasitismo, competição e predação (identificação de substâncias tóxicas presentes, camuflagem e mimetismo) (Boogs et al., 2003; Dessuy & Morais, 2007). No Brasil, são objetos de muitos estudos científicos (Brown Jr., 1992), sendo, inclusive, eficientes ferramentas em diagnósticos de fauna, planejamento e administração de reservas naturais (Brown Jr., 1992; Brown Jr. & Freitas, 2002; Emery et al., 2006; Dessuy & Morais, 2007). Assim como as abelhas, as borboletas são eficientes indicadores de distúrbios ambientais (Freitas et al., 2003), já que possuem reprodução rápida, estreitas associações com fatores físicos específicos e plantas hospedeiras e sensibilidade a impactos ambientais de diferentes escalas (New et al., 1995) respondendo rapidamente à alterações de habitat (Freitas et al., 2003). Por possuírem vida curta e, portanto, produzir muitas gerações em pouco tempo, as borboletas permitem a acumulação rápida de informações taxonômicas, ecológicas e evolutivas (Marini-Filho & Martins, 2000). Para que seja possível o monitoramento e a avaliação do ambiente, uma lista de espécies constitui uma peça fundamental para pesquisas que envolvam borboletas. De acordo Lewinsohn et al. (2005), a região neotropical é a menos inventariada do mundo, o que caracteriza um grande desafio na conservação destas espécies. 2.1.3. Dípteros de importância médica Os mosquitos são insetos dípteros, pertencentes à família Culicidae, conhecidos também como pernilongos, muriçocas ou carapanãs. Os adultos são alados, possuem pernas e antenas longas, sendo a maioria hematófaga com as fases imaturas aquáticas. O ciclo biológico desses organismos Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 6 Morro do Pilar Minerais S.A. compreende as seguintes fases: ovo, quatro estádios larvais, pupa e adulto (Consoli & Oliveira, 1994). Estes organismos estão disseminados por todas as regiões do globo, inclusive no círculo polar Ártico, embora algumas espécies habitem preferencialmente os territórios tropicais e subtropicais. Atualmente reconhece-se a existência de cerca de 3600 espécies de mosquitos (Crosskey, 1988) que se encontram distribuídas em aproximadamente 40 gêneros, sendo a área Neotropical detentora do maior nível de endemismo, uma vez que 27% desses grupos são restritos a essa região biogeográfica (Ward, 1982). Devido ao hábito hematófago os culicídeos merecem destaque, pois são importantes vetores de doenças. Esses insetos apresentam hábitos diurnos, crepusculares e noturnos, sendo encontrados nos mais diversos ambientes, tanto endofílico (no domicílio humano) quanto exofílico (fora do ambiente humano) (Forattini, 2002). Somente as fêmeas são hematófagas, pois o sangue constitui um rico coquetel de aminoácidos de extrema necessidade ao desenvolvimento dos ovos, podendo se alimentar ainda de substâncias açucaradas que fazem parte da dieta dos machos (Forattini, 2002). Os flebotomíneos – dípteros pertencentes à família Psychodidae – são conhecidos como cangalha, cangalhinha, asa-dura, orelha-de-veado, palha, birigüi, tatuíra, bererê, tatuquira, murutinga, escangalhado ou asa-branca. Estes são pequenos (1,5 a 3mm), possuem olhos grandes, pilosos e de cor palha e castanho-claros. São reconhecíveis pela atitude que adotam quando pousados: com as asas entreabertas e ligeiramente levantadas, em vez de se cruzarem sobre o dorso (MS, 1997; Marzochi et al., 1999; Rey, 1992). Estes insetos apresentam hábitos crepusculares e noturnos e são encontrados em tocas de animais, currais, chiqueiros e residências, abrigando-se em locais mais escuros. Somente as fêmeas são hematófagas, o que é fundamental na maturação dos ovos e no desenvolvimento da Leishmania. No entanto, elas também podem se alimentar de seiva e sucos vegetais, como os machos. Seus vôos são curtos e baixos, realizando-se em saltos curtos, em um raio de ação não superior a 200 metros (Marzochi et al., 1999; Rey, 1992). São de grande importância médica, já que aproximadamente 40 espécies deste grupo são consideradas suspeitas ou já foram comprovadas como vetores de leishmanioses (Rangel & Lainson, 2003). Pesquisas sobre inventários de populações silvestres de mosquitos vetores potenciais de arboviroses e malária, embora escassas, fornecem subsídios para a compreensão de relevantes aspectos epidemiológicos. Esses estudos facilitam a identificação, o acompanhamento e o controle desses mosquitos em relação às alterações ambientais aplicadas pelo homem, que poderão ou não culminar em grandes epidemias (Paula & Gomes, 2007). Os mosquitos são sensíveis às alterações ambientais, podendo haver um aumento ou diminuição de suas densidades populacionais, dependendo do tipo de modificação que o ambiente venha a sofrer (Forattini & Massad, 1998). As modificações ambientais também podem alterar a composição da fauna, já que as espécies podem apresentar diferentes graus de adaptação às alterações ambientais, podendo até haver a invasão da área por espécies adaptadas a ambientes degradados (Dorvillé, 1996). Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 7 Morro do Pilar Minerais S.A. Sendo assim, as modificações ambientais podem alterar a dinâmica populacional dos dípteros, colocando a população humana local ou migrante sob risco de contrair doenças veiculadas por esses insetos, além de estarem mais expostas ao incômodo provocado pela atividade de picar, quando em grande abundância (Natal et al., 1998). Muitas vezes, o vetor participa da fauna regional e se torna progressivamente domiciliada, na medida em que evolui a transformação do ambiente natural em antrópico (Forattini, 1998). Por exemplo, a instalação de usinas hidrelétricas é uma atividade que pode propiciar surtos ou epidemias de malária em determinadas regiões devido à biologia dos vetores (Falavigna-Guilherme et al., 2005). A malária, cujos agentes patogênicos são protozoários do gênero Plasmodium, incide principalmente na região Amazônica (Carme & Venturin, 1999), ocorrendo predominantemente em áreas impactadas como margens de rodovias, campos de mineração, projetos de colonização, hidrelétricas, periferias urbanas, dentre outras situações. No estado de Minas Gerais, principalmente no Norte, há transmissão ativa de parasitos da malária (Atanaka-Santos et al., 2007; Barbieri & Sawyer, 2007). Os flebotomíneos também podem ter suas populações alteradas devido às mudanças na distribuição de habitações humanas e seus anexos (currais, chiqueiros, depósitos, dentre outros), provocadas, por exemplo, pela construção de empreendimentos hidrelétricos. Além desses aspectos, o conhecimento das populações de flebotomíneos em ecossistemas silvestres fornece informações sobre a sua biodiversidade e base de dados para futuros envolvimentos na incidência de doenças. 2.2. Objetivos 2.2.1. Objetivo geral O objetivo geral do presente estudo foi realizar o levantamento da entomofauna (borboletas, abelhas, culicídeos e flebotomíneos) na área de influência onde se pretende instalar o empreendimento (Morro do Pilar, MG). 2.2.2. Objetivos específicos Verificar as espécies de insetos residentes na área em questão, quantificando a riqueza, a abundância e, consequentemente, a diversidade; Gerar informações a respeito da biologia, taxonomia e distribuição das espécies registradas; e Identificar espécies ameaçadas de extinção, endêmicas e/ou de interesse ecológico. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 8 Morro do Pilar Minerais S.A. 2.3. Material e métodos 2.3.1. Área de estudo A região localiza-se na vertente leste do espinhaço, ocupando áreas dos municípios de Morro do Pilar, MG (Figura 2.1). Para a realização do trabalho foram selecionadas 14 áreas amostrais divididas em duas porções denominadas Norte (Pontos 1 a 7) e Sul (Pontos 8 a 14) (Figura 2.2). Assim, foram amostrados dois pontos por dia, sendo que as armadilhas para dípteros de importância médica eram instaladas no dia anterior, juntamente com as armadilhas de borboletas e de abelhas, para possibilitar a captura de insetos de hábitos crepusculares e noturnos. A área de estudo em questão abrange diferentes tipos fisionômicos do Cerrado e Mata Atlântica, incluindo formações florestais, savânicas e campestres (Schiavini & Araújo, 1989). As tabelas contendo as coordenadas dos pontos de amostragem de borboletas, abelhas e vetores estão anexos a este documento (ANEXOS I, II, III, respectivamente). Figura 2.1. Mapa de Minas Gerais, com destaque para os municípios d e Morro do Pilar, área na qual o presente estudo foi realizado Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 9 Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 2.2. Áreas destinadas à amostragem da entomofauna, sendo A1-A7 referentes à Porção Norte e A8-A14 referentes à Porção Sul Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 10 Morro do Pilar Minerais S.A. 2.3.2. Amostragem de abelhas 2.3.2.1 Coletas em flor Este método segue os procedimentos gerais sugeridos por Sakagami et al. (1967) e Silveira & Godinez (1996), nos quais são realizadas varreduras através de caminhadas lentas no período de atividade da maioria das espécies de abelhas (6:00 às 18:00 hs) a fim de identificar e coletar os espécimes pertencentes ao táxon em questão (Foto 2.1 e Foto 2.2). Foto 2.1. Coleta de abelhas em flor com o auxílio de puçá Foto 2.2. Indivíduo de Bombus morio em flor Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 11 Morro do Pilar Minerais S.A. 2.3.2.2 Coletas em armadilhas de iscas aromáticas Este método se destina à coleta de abelhas do táxon Euglossina e utiliza armadilhas desenvolvidas pela Melpan Produtos Agrícolas Ltda. (Santo Antônio de Posse, São Paulo) e adaptadas por Campos et al. (1989). Esta armadilha – amplamente utilizada em estudos ambientais (e.g. Oliveira & Campos, 1995; 1996) – consiste de um tronco de cone oco, confeccionado em material plástico rígido e translúcido (no caso, uma garrafa pet) com orifícios laterais afunilados de, aproximadamente, 13 mm de diâmetro. Há ainda um orifício inferior que fica localizado no centro da armadilha. O conjunto apresentado possui uma tampa sob a qual se fixa uma haste metálica de aproximadamente 10 cm de comprimento. Na extremidade desta haste, à altura dos orifícios laterais, ajusta-se um chumaço de algodão embebido em substância atrativa (Foto 2.3). No estudo em questão, foram utilizados cinamato de metila, eucaliptol, eugenol (cineol), salicilato de metila e vanilina. As armadilhas descritas foram dependuradas em local aberto – a aproximadamente dois metros do solo – preferencialmente ao abrigo da insolação e dispostas de acordo com o método do transecto ao longo de toda a área de estudo. Assim, foram instalados dois conjuntos de cinco armadilhas em cada área amostral, cada qual contendo uma substância aromática distinta. Essas permaneceram no período de 7:00 às 15:30 h que corresponde ao período de maior atividade das abelhas euglossinas. A fim de diminuir a fuga dos espécimes capturados, as armadilhas foram vistoriadas em intervalos de duas horas (Nemésio & Morato, 2004). Os indivíduos coletados foram transferidos para frascos mortíferos e as armadilhas contendo substâncias mais voláteis (cinamato de metila e eugenol) recarregadas para manter a atratividade. Foto 2.3. Armadilha de isca aromática para coleta de abelhas Euglossina Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 12 Morro do Pilar Minerais S.A. 2.3.2.3 Coletas em soluções atrativas de açúcar e feijoada enlatada Soluções açucaradas (Wille, 1962) e de feijoada enlatada (Camargo, com.pess.) foram pulverizadas e dispostas em porções, respectivamente, em ramos no sub-bosque a cada 10 m, em dois transectos de 300 m cada, estabelecidos dentro de cada área amostral. As iscas foram vistoriadas a cada 30 min. 2.3.2.4 Procura ativa por ninhos A procura ativa por ninhos foi realizada através de varreduras em zig-zag para a observação dos possíveis locais de nidificação existentes. A base e o tronco das árvores foram analisados, até a altura de dez metros. Não foi estabelecido um padrão de diâmetro para a procura dos ninhos, pois em análises anteriores não foi verificada uma preferência das abelhas por nidificar em árvores com diâmetros específicos (Siqueira et al., 2007). Operárias representantes foram coletadas e depositadas na coleção de referência da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, sob a responsabilidade do Prof. Dr. Fernando A. Silveira. Todas as abelhas capturadas foram levadas ao laboratório onde estão sendo identificadas com o auxílio de chaves taxonômicas, literatura pertinente e por comparação com exemplares da coleção de referência em questão. 2.3.3. Amostragem de borboletas 2.3.3.1 Metodos empregados Quanto ao modo de alimentação, as borboletas se dividem em dois grupos: as nectarívoras – que se alimentam de néctar – e as frugívoras que se alimentam de caldo de frutas fermentadas. Estes organismos, representantes da Ordem Lepidoptera, dividem-se em seis famílias, sendo que apenas a Nymphalidae é composta por frugívoros. Sendo assim, a coleta de borboletas frugívoras foi realizada através de armadilhas atrativas com iscas de frutas fermentadas, método eficiente para este grupo que possui sistemática relativamente bem conhecida (Freitas et al., 2003). Estas armadilhas consistem em um cilindro de aproximadamente 80 centímetros de tela, fechadas na parte superior e montadas sobre uma plataforma de madeira onde estará a isca. As borboletas entram por uma abertura de 2,5 centímetros, se alimentam e no momento de sair voam para a parte superior, ficando presas (Foto 2.4 e Foto 2.5). No caso de borboletas nectarívoras, o método empregado baseou-se na utilização de puçás entomológicos que correspondem a aros de metal, presos a um bastão e fechados com voal (DeVries, 1987). Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 13 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 2.4. Armadilha para capturar borboletas frugívoras Foto 2.5. Borboletas frugívoras capturadas pela armadilha Para realizar as capturas de borboletas frugívoras foram instaladas dez armadilhas a aproximadamente 30 metros de distância uma da outra, em linha reta quando possível, ao longo de trilhas, em cada uma das estações de coleta pré-estabelecidas, utilizando como isca atrativa banana caturra amassada com caldo de cana (DeVries, 1987). Estas foram armadas e iscadas na tarde anterior ao dia de amostragem, com o objetivo de maximizar o período de ação da mesma, bem como a eficiência da isca de atração e captura de espécies de hábito crepuscular. Para a coleta das borboletas durante o vôo ou quando pousadas, foram utilizados dois puçás durante 8 horas ao longo de todo o ponto de amostragem, procurando amostrar diferentes locais, como áreas no interior do fragmento, áreas abertas, bordas e locais próximos à água. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 14 Morro do Pilar Minerais S.A. 2.3.3.2 Esforço amostral Em cada área de amostragem foram utilizadas dez armadilhas expostas durante 24 horas e dois puçás durante oito horas por dia, durante as estações seca e chuvosa. Assim, o esforço amostral total foi de 6720 horas de armadilha e 448 horas de coleta com puçá nos 14 pontos selecionados para a amostragem. 2.3.3.3 Processamento do material biológico Os espécimes coletados foram sacrificados por compressão torácica e inseridos em envelopes entomológicos numerados com identificação de data, área, número da armadilha e posteriormente identificados, com o auxílio de chaves e guias de identificação. Parte dos indivíduos capturados foi identificada em campo, marcados com uso de caneta de retro projetor e soltos, com objetivo de minimizar o impacto de coletas desnecessárias (Foto 2.6). Os espécimes coletados foram devidamente fixados e depositados na coleção entomológica da UFMG. A classificação das borboletas se baseou em Lamas (2004). Foto 2.6. Archaeopreopona demophon (Charaxinae) capturada, marcada e solta 2.3.4. Amostragem de mosquitos adultos Os mosquitos adultos foram coletados utilizando-se armadilhas luminosas do tipo CDC (Sudia & Chamberlaim, 1962) e o método da isca humana, baseado no princípio descrito por Buxton (1968). As armadilhas luminosas representam dispositivos efetivos para atração e captura de insetos nas formas aladas e que apresentam fototropismo positivo (Foto 2.7). Estas permaneceram ativas durante 12 horas consecutivas no período noturno (18 às 6 h), sendo uma armadilha em cada um dos 14 pontos de amostragem, totalizando 168 horas de amostragem. A técnica, o local e o Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 15 Morro do Pilar Minerais S.A. horário de coleta foram compatíveis com os hábitos e a biologia dos insetos alvo (Service, 1976; Forattini, 1962; 1965). Já o método da isca humana consiste em capturar os mosquitos adultos com aparelho de sucção oral quando se aproximam dos pesquisadores para se alimentarem. Nesse caso, os pesquisadores propositalmente deixam partes de seus corpos expostos, como os antebraços (Foto 2.8). Foto 2.7. Armadilha Luminosa CDC Foto 2.8: Mosquito adulto do gênero Psorophora pousado no braço do profissional durante a coleta pelo método denominado isca humana Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 16 Morro do Pilar Minerais S.A. Os mosquitos coletados foram montados e etiquetados durante o campo e posteriormente encaminhados ao laboratório de entomologia da UFMG, onde foram identificados de acordo com as chaves entomológicas de Faran & Linthicum (1981) e Forattini (1965). A nomenclatura seguida foi a de Knight & Stone (1977), com a abreviatura dos nomes genéricos e subgenéricos proposta por Reinert (1975). 2.4. Resultados e discussão 2.4.1. Abelhas Na primeira campanha, realizada na estação chuvosa, foram coletados 417 indivíduos de 88 espécies enquanto na campanha executada ao longo da estação seca, foram registrados 807 indivíduos de 116 espécies. Assim, no total, foram registrados 1219 indivíduos pertencentes a 165 espécies. As espécies de abelhas, os respectivos números de indivíduos coletados nas amostragens padronizadas, bem como as espécies coletadas nas amostragens suplementares, encontram-se discriminados em ordem alfabética por famílias para as 14 localidades estudadas (Anexo IV). A famíla Apidae foi mais representativa (89%), seguida por Halictidae (7%), Megachilidae (3%), Andrenidae (1%) e Collectidae com representatividade percentual inferior a 1% (Figura 2.3). Figura 2.3. Representatividade das famílias de abelhas registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais A partir dos dados obtidos, estimou-se a riqueza de espécies, a fim de avaliar a suficiência amostral. Através da curva gerada pela acumulação do número de espécies ao longo do período de amostragem, observa-se que não há estabilização da curva (Figura 2.4), embora as resultantes da curva indiquem menor acúmulo de espécies com a realização de novas coletas. Sendo assim, considera-se que os dados coletados representam boa amostra da assembléia de abelhas da região, uma vez que grande parte dos fragmentos encontrados localmente foram amostrados (14 estações). Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 17 Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 2.4. Curva cumulativa de espécies de Abelhas (Hymenoptera) registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais Entre os pontos de amostragem, o 4 e o 6 apresentaram as maiores riquezas, com 47 espécies registradas em cada um deles, seguidos pelo ponto 12, com 42 espécies. Dos 14 pontos selecionados para a coleta de dados, cinco (4, 6, 7, 13 e 14) formam um bloco onde os valores dos índices de diversidade de Shannon (H), Equitabilidade (J) são os maiores e os de Dominância (D) são os menores (Quadro 2.1). Segundo Laroca (1992), as comunidades de abelhas tendem a se adaptar ao modelo de Curva lognormal, o qual prevê poucas espécies abundantes, muitas espécies de abundância moderada e poucas espécies raras. Geralmente em levantamentos, o número das espécies raras tende a aumentar com um maior esforço de coleta, portanto elas têm uma alta importância relativa. A abundância das espécies encontradas nesse estudo tende a se encaixar neste modelo de curva de diversidade, pois, no geral, ocorreram relativamente poucas espécies raras, poucas espécies muito abundantes e a maioria foram espécies de abundância intermediária. Os resultados referentes ao ponto 3 podem não representar a realidade da área, a qual aparenta bom estado de conservação, apesar da baixa riqueza registrada. As condições climáticas (como frio e chuva intensa) certamente desfavoreceram a amostragem de abelhas no ponto. Sendo assim, optou-se por ser conservativo e apresentar apenas os dados quantitativos brutos, sem análises a posteriori, embora a área em questão represente um dos fragmentos de mata melhor preservados da região. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 18 Morro do Pilar Minerais S.A. Quadro 2.1. Número de espécies e indivíduos, bem como valores calculados de dominância, diversidade, riqueza e equitabilidade por ponto amostral, na área onde será implantado o empreendimento Morro do Pilar Minerais Ponto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Número de Espécies 29 25 16 47 32 47 32 31 12 34 22 42 38 29 Número de Indivíduos 92 92 22 112 202 129 50 106 25 101 45 125 68 50 Dominância (D) 0,2 0,1 0,1 0,1 0,12 0,1 0,1 0,1 0,15 0,1 Diversidade (H) 2,68 2,68 2,71 3,41 2,58 3,29 3,25 2,81 2,13 2,84 2,8 3,1 3,43 3,14 Riqueza 0,5 0,6 0,9 0,6 0,4 0,5 0,8 0,5 0,7 0,5 0,7 0,53 0,8 0,8 Equitabilidade (J) 0,8 0,8 0,9 0,8 0,7 0,8 0,9 0,8 0,8 0,8 0,9 0,8 0,9 0,9 0,04 0,07 0,03 0,05 De acordo com o cluster de similaridade de Jaccard, nenhum dos pontos amostrados apresentou resultado significativo (≥0,5), o que indica que há diferença considerável (muito abaixo de 0,5) na composição da comunidade de abelhas entre os pontos, fato que evidencia alta heterogeneidade de habitat (Figura 2.5). 4 11 9 2 1 3 8 13 12 10 14 5 7 6 Figura 2.5. Cluster de similaridade entre os pontos amostrais para a comunidade de abelhas 1 0,9 0,8 0,7 Similarity 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 1,6 3,2 4,8 6,4 8 9,6 11,2 12,8 14,4 Neste estudo, a espécie Scaptotrigona xantotrica foi a mais abundante com 181 indivíduos coletados, seguida por Eulaema nigrita com 88 indivíduos. Esta última foi a espécie que apresentou o maior número de coletas em armadilhas contendo iscas aromáticas (n=58), sendo bastante comum em levantamentos da fauna de abelhas Euglossina no Brasil (Nemésio & Silveira, Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 19 Morro do Pilar Minerais S.A. 2007). A espécie em questão não é encontrada com muita freqüência em ambientes preservados (Braga, 1976; Powell & Powell, 1987; Becker et al., 1991), ocorrendo em áreas abertas, perturbadas (Morato, 1994) e com altitudes próximas a 1000 m (Nemésio, 2009). Foram registradas três espécies congêneres de elevada importância ecológica, já que, devido ao fato de construírem seus ninhos em grandes árvores vivas, são indicadoras de boa qualidade de habitat: Melipona quadrifasciata (áreas 2, 4, 5, 8, 9, 10 e 14), Melipona bicolor (áreas 1, 2, 4, 7, 8, 9 e 11) e Melipona mondury (áreas 4 e 5). A presença da Mandaçaia (M. quadrifasciata), a qual se encontra na lista das espécies ameaçadas de extinção em Minas Gerais com o status de “Deficiente em Dados” (Machado, 1998), revela a importância da região do empreendimento para a conservação dessa espécie. Já M. bicolor, a despeito de sua ampla distribuição em Minas Gerais, apresentou, neste estudo, o primeiro registro para região de Morro do Pilar (Silveira, com. pess.). Apesar de ser uma espécie relativamente comum no estado, tem o hábito de nidificar em árvores com ocos grandes o que torna as suas populações vulneráveis ao avanço das atividades agrícolas que destroem seus ninhos no processo de retirada de madeira para implantação de pastagens. Exemplares do gênero Megalopta (família Halictidae) foram coletados em armadilhas de iscas aromáticas e, por apresentarem hábito totalmente noturno, são raros em amostragens com rede entomológica. Assim, registraram-se 13 indivíduos de duas espécies, M. amoena (n=12) nas áreas 12, 13 e 14 e M. guimaraese (n=1) na área 14. Esta última espécie foi encontrada recentemente em pesquisas e está sendo descrita por Santos & Silveira. Informações como estas revelam localidades específicas na região do empreendimento que apresentam considerável riqueza e diversidade e, portanto, precisam ser estudadas em detalhe futuramente. Durante a busca ativa, foram identificados seis ninhos de abelhas sem ferrão: quatro da espécie Scaptotrigona xanthotricha (áreas 10, 12 e 14) (Foto 2.9), um de Tetragona clavipes (área 2) e um de Partamona criptica (área 3). Estas são espécies que necessitam de grandes árvores para construírem seus ninhos. Foto 2.9. Ninho de S. xanthotricha encontrado na área 7 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 20 Morro do Pilar Minerais S.A. Duas espécies encontradas nesse levantamento (Euglossa carolina e Eulaema marcii) foram recém descritas por Nemésio (2009) para a Mata Atlântica. No entanto, estas espécies vem sendo registradas em porções interioranas de Minas Gerais (obs. pess.), como neste trabalho, expandindo as áreas de distribuição geográfica conhecidas para ambas. Tais informações são importantes para o conhecimento da ecologia desses táxons e ressaltam o valor da região para a conservação destas abelhas, ainda pouco conhecidas pela ciência. Foram coletadas espécies de rara presença em coleções científicas de abelhas: Ancyloscelis sp.1, Ancylocelis sp.2, Frieseomelitta díspar, Psaenythia sp., Exaerete smaragdina a qual atua como parasita de ninhos de outras abelhas (Guérin, 1844). Acredita-se que F. dispar e Psaenythia sp. apresentem, nesse trabalho, seu primeiro registro para Minas Gerais. Ambas as espécies são inconspícuas, por apresentartem ninhos pouco populosos e situados no interior de áreas florestais. Tais características, provavelmente, influenciam na detecção desses táxons, fazendo com que cada registro seja relevante para o conhecimento ecológico. Ressalta-se ainda a presença em todos os pontos de amostragem de duas espécies do gênero Trigona (T. fuscipennis e T. guiane), já que para ambas reconheciam-se as porções mais litorâneas da Mata Atlântica como área de ocorrência. Partamona críptica (áreas 1, 2, 3, 4, 8, 12 e 14) – espécie encontrada na Mata Atlântica de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo – constrói seus ninhos em termiteiros localizados no interior de troncos de árvores vivas, tendo sido identificado um destes abrigos na área 3. Este fato merece destaque, já que, até o momento, existia o relato de apenas um ninho encontrado na região de Caeté-MG (Stanciolla, 1989). Assim, o ninho identificado neste trabalho corresponde ao segundo registro deste para a espécie no Brasil. Xylocopa (Schonnherria) muscaria (Fabricius, 1775) (áreas 7 e 12) é uma espécie que consta no Livro Vermelho das Espécies Ameaçadas de extinção em Minas Gerais (Machado, 1998) na categoria “Deficiente em Dados”. Aparentemente, esta espécie possui distribuição restrita a Minas Gerais, especificamente às porções mais orientais, sendo este, provavelmente, o seu registro mais interiorano. Existem poucas informações sobre sua distribuição e preferências por locais de nidificação, o que eleva a importância ecológica dos locais em que foram encontradas nesse estudo (Silveira, com. pess.). A heterogeneidade ambiental que ocorre na área de estudo, devido à presença de diferentes fitofisionomias, sugere que ela seja de grande importância para a manutenção das populações de abelhas já que elas podem apresentar especializações quanto ao uso de recursos florais, com padrão de distribuição agregado (Azevedo et al., 2008). Destaca-se ainda que o número de espécies de abelhas coletadas nas áreas amostradas é relativamente alto quando comparado a trabalhos similares, considerando o curto período de amostragem. As populações de algumas espécies como, por exemplo, Eulaema nigrita, podem ser beneficiadas em detrimento a outras, mudando assim a composição da fauna local (Morato, 1994) e, conseqüentemente, as interações ecológicas que ocorrem na área, como é o caso da polinização. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 21 Morro do Pilar Minerais S.A. Intervenções antrópicas na área podem gerar distúrbios que podem alterar a fauna de abelhas da região. Em alguns casos poucas dezenas de metros de área aberta podem constituir uma barreira efetiva para algumas espécies (Powell & Powell, 1987; Morato, 1994). 2.4.2. Borboletas Com o término das amostragens foram registradas 194 espécies de borboletas em 1434 indivíduos. Na primeira campanha (estação chuvosa) foram encontradas 113 espécies em 427 indivíduos e na segunda campanha (estação seca), 142 espécies em 1007 indivíduos, as quais se encontram classificadas nas seis Famílias existentes. Em ambas as etapas de coleta de dados, a família Nymphalidae foi a mais rica e abundante, com total de 97 espécies em 803 indivíduos, sendo 57 espécies em 337 indivíduos na estação chuvosa e 78 espécies em 803 indivíduos na estação seca (Quadro 2.2). Dos 1434 exemplares capturados, 922 foram coletados e 512 foram identificados marcados e soltos em campo, com objetivo de minimizar o impacto de coletas desnecessárias no local (Foto 2.10 e Foto 2.11). Quadro 2.2 - Abundância e riqueza total dentro das famílias de borboletas amostradas nas estações seca e chuvosa na área onde será implantado o empreendimento Morro do Pilar Minerais Famílias Abundância Riqueza Estação chuvosa Estação seca Hesperiidae 47 94 141 28 35 51 Lycaenidae 15 48 63 11 11 19 Nymphalidae 337 803 1140 57 78 97 Papilionidae 4 1 5 3 1 3 Pieridae 15 34 49 7 8 10 Riodinidae 9 27 36 7 9 14 Total 427 1007 1434 113 142 194 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Total Estação chuvosa Estação seca Total Página: 22 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 2.10. Hamadryas amphinome (Biblidinae) capturada, marcada e solta Foto 2.11. Detalhe da marcação realizada em um espécime de H. amphinome Existem poucas informações sobre as comunidades de borboletas no estado de Minas Gerais. Estudos mais recentes tiveram como foco áreas urbanas (Fortunato & Ruszczyk, 1997; Silva et al. 2010) e ambientes de Cerrado (Marini-Filho & Martins, 2000; Motta, 2002). Brown e Freitas (2000) realizaram um estudo em um remanescente de Mata Atlântica no estado do Espírito Santo e previram um total de 900 espécies de borboletas para o local. Assim como a região de Morro do Pilar, este local de estudo apresentava ambientes bem preservados, acidentados e consideravelmente heterogêneos. Os autores sugerem que a mesma área compõe a comunidade mais rica de Lepidoptera conhecida para a Mata Atlântica. Comparativamente, o número de espécies encontradas neste estudo em Morro do Pilar foi consideravelmente alto, tendo em vista que se trata de um método rápido de amostragem. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 23 Morro do Pilar Minerais S.A. Segundo Casagrande et al. (1998) existem aproximadamente 1.600 espécies de borboletas em Minas Gerais, sendo que 20 destas se encontram ameaçadas de extinção (14 do bioma Mata Atlântica). Das espécies encontradas até o momento na área de estudo, nenhuma delas está presente nas listas de borboletas ameaçadas de extinção. A partir dos dados obtidos da nesta etapa, foi elaborada uma curva cumulativa de espécies por ponto de amostragem (Figura 2.6). Analisando a curva gerada, observa-se que não há estabilização, embora as resultantes da curva indiquem menor acúmulo de espécies com a realização de novas coletas. Sendo assim, considera-se que os dados coletados representam boa amostra da assembléia de borboletas da região, uma vez que grande parte dos fragmentos encontrados localmente foram amostrados (14 estações). Acumulação de espécies por ponto Figura 2.6. Curva cumulativa de espécies de borboletas (Lepidoptera) registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais y = 65,285ln(x) + 14,67 R² = 0,9546 Pontos amostrais Das seis famílias de borboletas encontradas, a Nymphalidae foi a que apresentou a maior riqueza e abundância (Figura 2.7 e Figura 2.8), como esperado, uma vez que é a Família com o maior número de espécies (Lamas, 2004). Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 24 Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 2.7. Porcentagem da abundância das Famílias de borboletas encontradas durante a realização do presente diagnóstico ambiental Figura 2.8. Porcentagem da riqueza das Famílias de borboletas encontradas durante a realização do presente diagnóstico ambiental Entre os Nymphalidae, a subfamília que apresentou a maior riqueza e abundância (Figura 2.9 e Figura 2.10) foi a Satyrinae com 53,6% indivíduos coletados e 37,11% das espécies identificadas. Brown & Freitas (2000), afirmam que os Satyrinae e Ithomiinae são bons indicadores ambientais, as quais juntas somam mais da metade das borboletas capturadas. Figura 2.9. Porcentagem da abundância das subfamílias de Nymphalidae registradas durante a realização do presente diagnóstico ambiental Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 25 Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 2.10. Porcentagem da riqueza das subfamílias de Nymphalidae registradas durante a realização do presente diagnóstico ambiental Das 1434 borboletas coletadas, 157 foram identificadas até espécie, 29 até gênero e oito somente até subfamília (total de 194 espécies) (ANEXO V). O número de indivíduos identificados somente até gênero e subfamília pode ser justificado por se tratar de espécies incluídas em famílias e/ou gêneros que ainda representam uma lacuna de conhecimento dentro dos lepidópteros brasileiros, como os Lycaenídeos, Riodinídeos e Hesperiídeos. Paryphthimoides poltys (Satyrinae) (Foto 2.12) (202 indivíduos) e Myscelia orsis (Biblidinae) (Foto 2.13) (102 indivíduos) foram as espécies mais abundantes respectivamente e juntas representam mais de 21% dos espécimes amostrados. Tais espécies são essencialmente frugívoras, bem como outras 53 também identificadas neste estudo. Em um estudo realizado durante um ano na reserva de Mata Atlântica do Parque Estadual do Rio Doce (MG), foram encontradas 83 espécies de borboletas frugívoras (Silva et al., 2010). Assim como em Morro do Pilar, os autores consideraram que seriam necessárias mais amostragens para alcançar o número de espécies real do local. Foto 2.12. Paryphthimoides poltys (Satyrinae) Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 26 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 2.13. Myscelia orsis (Biblidinae) macho Das 1437 espécies registradas neste estudo, foram encontradas 72 espécies que podem indicar diversos tipos de ambientes e apresentar hábitos de vida variados (Quadro 2.3 e ANEXO VI). Isso se deve principalmente a heterogeneidade dos pontos de amostragem e consequentemente ao número alto de espécies registradas. Destas, destaca-se a presença de indicadores de florestas bem preservadas, como: Catonephele acontius (Biblidinae) (Foto 2.14 e Foto 2.15), encontrada nas áreas 1, 3, 8, 10, 11 e 14 e Hypothyris ninonia (Ithomiinae), encontrada na área 6. Foto 2.14. Catonephele acontius (Biblidinae) macho Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 27 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 2.15. Catonephele acontius (Biblidinae) fêmea De acordo com Brown Jr. (1992) e Raimundo et al. (2003), das espécies mais abundantes registradas pode-se dizer que: Paryphthimoides poltys (Satyrinae) (202 indivíduos) é comum em ambientes secundários com ocorrência de gramíneas; Paryphthimoides phronius (Satyrinae) (82 indivíduos) é considerada como comum em ambientes abertos; Pareuptychia ocirrhoe (Satyrinae) (50 indivíduos) é Indicadoras de capoeira e de floresta secundária; Heliconius erato (Heliconiinae) (58 indivíduos) ocorre em florestas abertas e perturbadas e também em clareiras em floresta densa; Tegosa claudina (Nymphalinae) (52 indivíduos) é indicadora de florestas secundária e capoeiras; Myscelia orsis (Biblidinae) (102 indivíduos) comum em florestas úmidas. Quadro 2.3. Espécies de borboletas registradas que são consideradas indicadoras ambientais Paryphthimoides poltys (Satyrinae) (202 indivíduos), comum em ambientes secundários com ocorrência de gramíneas Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Paryphthimoides phronius (Satyrinae) (82 indivíduos), considerada como comum em ambientes abertos Página: 28 Morro do Pilar Minerais S.A. Pareuptychia ocirrhoe (Satyrinae) (50 indivíduos), Indicadora de capoeira e de floresta secundária Heliconius erato (Heliconiinae) (58 indivíduos), ocorre em florestas abertas e perturbadas e também em clareiras em floresta densa Tegosa claudina (Nymphalinae) (52 indivíduos), indicadora de florestas secundária e capoeiras Myscelia orsis (Biblidinae) fêmea (102 indivíduos) comum em florestas úmidas Foram também registradas espécies migratórias como: Parrhasius polibetes (Theclinae), encontrada no ponto 1; Eunica maja (Biblidinae), encontrada no ponto 10; Aphrissa statira (Coliadinae), encontrada no ponto 12; Phoebis philea (Coliadinae) encontrada nos pontos 5 e 14; e Ascia monuste (Pierinae) encontradas nos pontos 4 e 6 (Brown Jr., 1992; Raimundo et al., 2003). As demais espécies listadas refletem a diversidade de ambientes amostrados, porém nem sempre são vistas como indicadoras de locais bem preservados (ANEXO VI). Dos pontos de amostragem, o que apresentou o maior número de espécies (68), número de indivíduos (150), diversidade (H=3,87) e menor dominância (D=0,03) foi o ponto 6. O segundo em número de espécies (52), número de indivíduos (139), dominância (D=0,04) e diversidade (H= 3,61) foi o ponto 8. Ambos os locais apresentaram o valor da equitabilidade entre os maiores relatados no estudo. Dos 14 pontos de coleta, cinco (Pontos 2, 6, 8, 12 e 13) formam um bloco onde os valores dos índices de diversidade de Shannon (H), Equitabilidade (J) são os maiores e os de Dominância (D) são os menores. Isso, a princípio, demonstra que as populações de tais locais estão equilibradas entre si, não ocorrendo nenhuma espécie que domine ou prevaleça na comunidade estudada. Os resultados referentes ao ponto 3 não devem ser considerados de imediato, já que as condições climáticas (como frio e chuva intensa) coincidiram de forma desfavoráveis nas duas etapas de amostragens (Quadro 2.4). Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 29 Morro do Pilar Minerais S.A. Quadro 2.4. Riqueza, abundância e valores calculados de dominância, diversidade e equitabilidade Nº de espécies Indivíduos Dominância-D Shannon-H Equitabilidade-J Ponto 1 37 86 0,07 3,15 0,87 Ponto 2 33 47 0,04 3,4 0,97 Ponto 3 21 49 0,1 2,64 0,87 Ponto 4 43 103 0,05 3,4 0,9 Ponto 5 41 105 0,09 2,99 0,81 Ponto 6 68 150 0,03 3,87 0,92 Ponto 7 31 94 0,09 2,88 0,84 Ponto 8 52 139 0,04 3,61 0,91 Ponto 9 36 103 0,08 3,03 0,84 Ponto 10 24 125 0,17 2,35 0,74 Ponto 11 31 97 0,08 2,91 0,85 Ponto 12 45 94 0,04 3,54 0,93 Ponto 13 37 65 0,05 3,35 0,93 Ponto 14 34 177 0,13 2,58 0,73 De acordo com o cluster de similaridade de Jaccard, nenhum dos pontos apresentou resultado significativo para esta análise (≥0,5). Todos os locais amostrados apresentaram diferença (muito abaixo de 0,5) na composição das espécies que indicam que existe uma heterogeneidade alta de hábitat (Figura 2.11). Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 30 Morro do Pilar Minerais S.A. 10 1 6 5 9 11 3 12 4 13 7 8 2 14 Figura 2.11. Cluster de similaridade entre os pontos amostrais para a comunidade de borboletas 0,9 0,8 0,7 Similarity 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 1,6 3,2 4,8 2.4.3. Dípteros de importância médica 2.4.3.1 Culicidae 6,4 8 9,6 11,2 12,8 14,4 No total, foram registradas 27 espécies de Culicidae, sendo Culex sp. a mais abundante (n=265), seguida por Aedes sp. 1 (n=24), A. taeniorrinchus (n=16), A. squamipennis e Mansonia titilans (n=14), Psorophora saeva (n=12) e Aedes gr. serratus (n=11) ( Figura 2.12). As outras espécies registradas apresentaram número de indivíduos registrados inferior a 10 (n<10) e são apresentadas no Quadro 2.5. Figura 2.12. Espécies de Culicidae mais representativas registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 31 Morro do Pilar Minerais S.A. Quadro 2.5. Lista de espécies de Culicidae registradas em cada uma das 14 áreas amostradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais Espécies/Pontos PT 1 PT 2 PT 3 PT 4 PT 5 PT 6 PT 7 PT 8 PT 9 PT 10 PT 11 PT 12 PT 13 PT 14 Total Aedes albifasciatus 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Aedes fulvitorax 0 0 0 0 1 2 0 0 0 0 0 0 1 0 4 Aedes fulvus 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 2 Aedes gr serratus 0 0 0 0 2 0 0 0 0 3 0 1 0 5 11 Aedes sp 1 2 0 0 2 6 4 1 0 7 2 0 0 0 0 24 Aedes sp 2 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 1 0 0 0 4 Aedes sp 3 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Aed. squamipennis * 2 0 0 0 4 2 0 0 4 0 0 0 0 2 14 Anopheles darling * 2 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 2 6 Chagasisa sp 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Coq. venezuelensis * 0 0 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 1 0 6 Culex sp * 44 0 3 8 28 46 19 6 23 13 5 11 15 44 265 Deinocerites sp 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 Limatus sp 01 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 Mansonia ferox 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 4 Mansonia sp 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Mansonia titilans 6 0 0 0 0 0 6 0 2 0 0 0 0 0 14 NI 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 O. taeniorrinchus 2 0 0 0 2 2 2 2 0 6 0 0 0 0 16 Psorophora dimidiata 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 Psorophora saeva 6 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 4 12 Psorophora sp 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 1 3 Psorophora sp 2 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Runchomyia sp 01 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 2 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 32 Morro do Pilar Minerais S.A. Espécies/Pontos PT 1 PT 2 PT 3 PT 4 PT 5 PT 6 PT 7 PT 8 PT 9 PT 10 PT 11 PT 12 PT 13 PT 14 Total Ur. calasomata 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 3 Uranotaenia lowii 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 3 Wyeomyia sp 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 2 Total geral 69 0 4 12 53 61 32 9 37 25 6 14 25 60 407 * Espécies vetoras de doenças Embora nenhum desses registros seja inédito para o estado de Minas Gerais, destaca-se o registro de quatro espécies vetoras de doenças: Anopheles darling (vetor de malária), Aedomyia squamipennis (vetor do vírus Gamboa e da febre equina), Coquillettidia venezuelensis (vetor de encefalites e do vírus Oroupuche) e Culex sp. (vetor de febre amarela e arboviroses) (Quadro 2.5). No entanto, não foram encontrados criadouros positivos, somente negativos em três pontos amostrais (1, 4 e 9). Todos os criadouros foram classificados conforme determinado pela FUNASA em seus protocolos de interesse médico, para posterior envio de informações para o órgão. Ressalta-se ainda que a maior parte dos mosquitos foi coletada no peridomicílio (70%), demonstrando que as espécies transmissoras de doenças identificadas podem representar um risco à população humana local. O Mansonini Coquillettidia venezuelensis é uma espécie de hábitos crepusculares, zoofílica (preferência por animais que não o homem) e exofílica (preferência por permanecerem fora do ambiente humano). Pode invadir casas nas épocas de elevada densidade populacional (período chuvoso), o que representa sério risco à saúde pública, pois são vetores potenciais de arboviroses, (Forattini, 1965) e Gripe Equina Venezuelana. Essa espécie de mosquito representa sério problema aos moradores de áreas próximas aos seus criadouros, pois são geralmente muito numerosas e agressivas. Destaca-se ainda a presença de Anopheles darling (1, 6, 14), transmissor de Malária no Brasil, já que, na região do empreendimento até 2009, foram confirmados 2 casos da doença na área rural. A partir dos dados obtidos, construiu-se a curva do coletor para Culicidae, a fim de verificar a eficácia da amostragem. Observa-se que não houve estabilização da curva, o que indica que o aumento do esforço amostral pode representar um incremento ao número de espécies registradas (Figura 2.13). Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 33 Morro do Pilar Minerais S.A. Acumulação de espécies por ponto Figura 2.13. Curva cumulativa de espécies de Culicidae registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais y = 7,6311ln(x) + 5,0545 R² = 0,8718 Pontos Amostrais Acredita-se que existam outras espécies de Culicidae na região, inclusive vetores de doenças. Gomes et al. (2007) e Alencar et al. (2008) identificaram em uma área alterada e em Floresta Atlântica 83 e 63 espécies de culicídeos, respectivamente. Esses valores de riqueza, juntamente com a análise da curva do coletor, apontam que a região de Morro do Pilar (MG) provavelmente suporta mais espécies, as quais deverão ser detectadas em esforços futuros, uma vez que em amostragens pontuais a sazonalidade pode ser ainda mais marcante para estes insetos. Metas de contenção epidemiológica nessas áreas deverão ser traçadas a partir de estudos futuros de média/longa duração, uma vez que dados de inventários não possuem esta finalidade. Dos pontos de amostragem, o que apresentou o maior número de espécies foi o ponto 5 (12) seguido do ponto 1 (10), sendo que ambos também apresentaram valores de equitabilidade entre os maiores relatados no estudo (Quadro 2.6). A comunidade de vetores apresentou baixa diversidade e distribuição pouco equilibrada de espécies. Este fato está relacionado às limitações que os métodos de coleta provocam. Tais limitações são comuns quando utilizadas somente armadilhas que capturam insetos noturnos, no entanto para um inventário de fauna a armadilha CDC ilustra bem a fauna de vetores da região. Em esforços futuros pode-se utilizar armadilhas específicas que coletem espécimes diurnas, assim medidas de contenção epidemiológicas poderão ser traçadas, baseadas na sazonalidade das espécies, abundância e outros fatores que só poderão ser diagnosticados em um estudo mais detalhado. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 34 Morro do Pilar Minerais S.A. Quadro 2.6. Número de espécies e indivíduos, bem como valores calculados de dominância, diversidade, riqueza e equitabilidade por ponto amostral, na área onde será implantado o empreendimento Morro do Pilar Minerais Ponto 1 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Espécies 10 2 4 12 9 8 3 5 5 2 3 9 8 Indivíduos 69 4 12 53 61 32 9 37 25 6 14 25 60 Dominância 0,43 0,62 0,48 0,30 0,58 0,40 0,51 0,44 0,35 0,72 0,64 0,38 0,55 Shannon 1,39 0,56 0,98 1,72 1,04 1,34 0,85 1,11 1,27 0,45 0,66 1,48 1,05 Riqueza 0,40 0,88 0,67 0,47 0,32 0,48 0,78 0,60 0,71 0,78 0,64 0,49 0,36 Equitabilidade 0,60 0,81 0,71 0,69 0,47 0,64 0,77 0,69 0,79 0,65 0,60 0,68 0,50 A ordenação pelo Cluster evidenciou a ocorrência de agrupamentos entre áreas em relação às espécies encontradas em cada uma delas (Figura 2.14). Pode ser observada uma relação bastante similar entre os pontos 3 e 8, ambos contendo maiores áreas de Floresta Atlântica da região do empreendimento. Os outros ambientes não se mostraram similares em relação às espécies encontradas. 12 8 3 4 11 10 7 1 9 6 14 5 13 Figura 2.14. Cluster de similaridade entre os pontos amostrais para a comunidade de culicídeos 1 0,9 0,8 Similarity 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 2.4.3.2 1,6 3,2 4,8 6,4 8 9,6 11,2 12,8 Flebothominae No total, foram coletados 685 indivíduos de 21 espécies de flebotomíneos na área do empreendimento. A espécie Lutzomyia lenti foi a mais abundante com 73% dos indivíduos Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 35 Morro do Pilar Minerais S.A. coletados, seguida por Nyssomya whitmani (10%), N. intermédia (4%) e Lutzomyia lloydi (4%) (Figura 2.15). As outras espécies apresentaram representatividade menor que 2% e são apresentadas no Quadro 2.7. Vale destacar que as três espécies de flebotomíneo mais abundantes registradas representam as principais espécies vetoras de leishmaniose cutânea no Brasil. Figura 2.15. Espécies de Flebothominae mais representativas registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais Quadro 2.7. Lista de espécies de Flebothominae registradas em cada uma das 14 áreas amostradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais Espécies/P ontos PT 1 PT 2 PT 3 PT 4 PT 5 PT 6 PT 7 PT 8 PT 9 PT 10 PT 11 PT 12 PT 13 PT 14 Tot al Evandromyia rupicola 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Evandromyia edwardsi 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Lutzomyia sp. 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Lutzomyia (P.) sp. 0 0 0 0 2 0 4 2 0 0 0 0 0 0 8 Lutzomyia amarali 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Lutzomyia lenti 25 0 16 17 1 0 0 2 0 7 20 198 17 Lutzomyia longispina 0 2 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 4 Lutzomyia lutziana 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 Lutzomyia sp. 0 1 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 3 Lutzomyia termitophila 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 2 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 36 198 501 Morro do Pilar Minerais S.A. Espécies/P ontos PT 1 PT 2 PT 3 PT 4 PT 5 PT 6 PT 7 PT 8 PT 9 PT 10 PT 11 PT 12 PT 13 PT 14 Tot al Lutzomyia tupynambai 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 2 Nyssomyia intermedia 1 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0 2 15 26 Nyssomyia whitmani 9 0 0 0 0 0 0 0 14 0 1 0 40 1 65 Psathyromyia aragaoi 0 0 16 0 1 3 0 0 0 0 0 0 0 0 20 P. monticola 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 12 13 Psychodopygus davisi 0 0 2 0 1 0 2 0 0 0 0 0 0 0 5 Lutzomyia lloydi 10 2 0 1 2 5 4 0 4 1 0 0 0 0 29 Psychodopygus sp. 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 Total 45 8 34 18 7 10 14 9 28 8 21 198 59 226 685 A partir dos dados obtidos, foi construída a Curva do Coletor para Flebothominae, na qual não foi possível observar a estabilização, embora as resultantes da curva indiquem menor acúmulo de espécies com a realização de novas coletas. Sendo assim, considera-se que os dados coletados representam uma amostra representativa da assembleia de flebotomíneos da área de estudo, uma vez que grande parte dos fragmentos encontrados localmente foram amostrados (14 estações (Figura 2.16). Figura 2.16. Curva cumulativa de espécies de Flebothominae registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais Andrade & Dantas-Torres (2010) revelaram uma fauna de 93 espécies de flebothomíneos em Minas Gerais, sendo reconhecida a presença de vetores de leishmaniose no estado (Lemos et al., Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 37 Morro do Pilar Minerais S.A. 2001; Resende et al., 2006). Assim, como dito anteriormente, no presente trabalho foram registradas as três principais espécies vetoras de leishmaniose tegumentar no Brasil. A leishmaniose tegumentar era uma doença praticamente silvestre, característica de ambientes rurais, que atualmente vem sofrendo uma mudança do perfil epidemiológico. Tal mudança é fundamentalmente causada por modificações socioambientais, como o desmatamento e processos migratórios de populações humanas e caninas originárias de áreas rurais onde a doença é endêmica (Barretto et al., 1956). Além disso, o crescimento desordenado das cidades levando à alteração do ambiente, associado ao aumento da crise social, tem sido apontado como o principal fator promotor das condições adequadas para ocorrência da doença na área urbana (FNS, 2002). A mudança no contexto da doença, induzida pela adaptação de vetores à nova realidade, é fato já bastante conhecido. A devastação de grandes áreas silvestres para exploração econômica traz a doença para a periferia dos centros urbanos, sendo que tanto os vetores como os hospedeiros são obrigados a migrarem ao peridomicílio humano em busca de alimento (Santa-Rosa & Oliveira, 1997). Nas áreas de domínio da Lutzomyia whitmani e, principalmente, Nyssomyia intermedia, a endemia perde seu caráter de transmissão em região de floresta e sua ligação com as atividades ocupacionais, atingindo indivíduos de ambos os sexos e de todos os grupos etários, com tendências à concentração familiar e predominando nas residências situadas próximas às encostas dos morros. As lesões podem ocorrer em pálpebras ou em áreas normalmente cobertas pelo vestuário, sugerindo que a transmissão normalmente ocorre no interior das habitações. As populações atingidas, em geral, não têm acesso a condições ideais de infra-estrutura. A presença ou não de flebotomíneos nas casas depende ainda, da distância do seu habitat natural, ou até da intensidade da modificação do mesmo pelo homem. Em outras palavras, o encontro de flebotomíneos adultos dentro das casas poderá significar um fato meramente acidental ou à adaptabilidade da espécie ao meio humano (Forattini, 1962). A variação desses insetos obedece às variações pluviométricas, assim as maiores densidade ocorrem ao fim da época chuvosa, a partir de quando ocorre o declínio, podendo provocar até o desaparecimento do díptero (Alencar, 1962). Vale ressaltar que a presença dos vetores não implica na ocorrência ou prevalência de enfermidades, mas indica um potencial de se instalarem se houver a presença de humanos infectados. 2.5. Considerações finais 2.5.1. Abelhas e borboletas A região onde será implantado o empreendimento – sobretudo as dimensões ocupadas pelos pontos de amostragem 3, 5, 7 e 13 – corresponde a uma área de transição entre os biomas Cerrado e Mata Atlântica, fato que denota relevância em termos de conservação. Foram registradas 194 espécies de borboletas e 116 de abelhas, números os quais podem ser Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 38 Morro do Pilar Minerais S.A. considerados de alta relevância em levantamentos entomofaunísticos. Dentre tais espécies, encontram-se certas recém-descritas pela ciência, algumas ameaçadas de extinção e outras com anedóticas informações sobre sua ecologia. De acordo com os dados obtidos para a elaboração desse relatório três áreas amostrais se julgaram relevantes pelas características vegetais e físicas (3, 7 e 13), no entanto, devido às condições climáticas encontradas ao longo das amostragens, os resultados das coletas não foram de acordo com o, julgado, alto potencial das áreas. Tais áreas constituem habitats ideias para espécies de interesse biológico e conservacionista. Estas áreas representam contínuos de vegetação e abrigam espécies recém descritas pela ciência. 2.5.2. Dípteros de importância médica As alterações ambientais e formação de criadouros artificiais em regiões antropizadas ausentes de predadores naturais que seriam esperados em ambientes aquáticos (e.g. invertebrados aquáticos, peixes, etc.) facilita sobremaneira a reprodução destes mosquitos, promovendo o aumento de suas densidades acima dos padrões naturais. Aliado a estes fatores, a circulação de pessoas advindas de outros municípios para a execução das obras pode aumentar a circulação de patógenos ou mesmo introduzir novos tipos, transformando algumas espécies listadas como vetores potenciais em vetores reais. No caso de flebotomíneos, o desmatamento dos criadouros naturais (florestas úmidas) obriga as espécies a se deslocarem para ambientes mais propícios em busca de alimento. Os seus reservatórios naturais (roedores, marsupiais, canídeos) perdem habitat com a supressão da vegetação e o homem acaba se tornando a fonte de alimento mais próxima. Baseado em dados do Ministério da Saúde (FNS, 2010), no município de Morro do Pilar, entre 2001 e 2009, houve cinco casos de doenças transmitidas por mosquitos, dentre os quais dois casos confirmados de malária, um caso confirmado de leishmaniose, e duas notificações de dengue. Estes fatos despertam a atenção para a probabilidade de se encontrarem na área de influência do empreendimento espécies de mosquitos vetores de doenças transmissíveis ao homem ainda não registradas nos trabalhos de campo. Além disso, pode existir ainda a possibilidade de casos de enfermidades que tenham sido contraídas por pessoas no município, porém não foram devidamente registradas por se tratar de pessoas em trânsito ou que buscaram tratamento fora da municipalidade. É preciso reforçar que a presença dos vetores não implica na ocorrência ou prevalência de enfermidades, mas indica um potencial de se instalarem se houver a presença de humanos infectados. No caso de empreendimentos desse porte, grande parte da mão de obra pode ser advinda de outros estados e municípios. Essas pessoas podem contrair algum tipo de doença que é veiculada através da picada de uma determinada espécie de mosquito em outros locais e, como Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 39 Morro do Pilar Minerais S.A. o local do empreendimento tem potencial transmissor de malária por manter populações de seus vetores, um processo epidemiológico pode ser iniciado. 3 ICTIOFAUNA 3.1. Introdução A região sob influência do empreendimento minerário Morro do Pilar é drenada pela sub-bacia do rio Santo Antônio, segundo maior afluente da bacia hidrográfica do rio Doce e caracterizado por abrigar diversas espécies endêmicas, ameaçadas de extinção e elevada riqueza ictiofaunística. Tais critérios contribuem para que o trecho do médio-alto rio Santo Antônio seja classificado como pritoritário para conservação de peixes em Minas Gerais (Vieira et al., 2000; Vieira & Alves, 2001; Castro et al., 2004; Rosa & Lima, 2005). Na região, são observadas algumas atividades de aspectos indiretos sobre a ictiofauna, como por exemplo, áreas da sub-bacia de drenagem com predomínio de pastagens, monoculturas e margens desprovidas de vegetação ciliar, fatores que favorecem processos erosivos e o assoreamento do leito do rio. Tais atividades, consequentemente, geram impactos como a perda de habitat e o comprometimento da oferta de itens alimentares alóctones. Como conseqüências das características acima explicitadas ocorrem alterações na estrutura de suas comunidades, como diminuição da diversidade de espécies e da abundância de peixes. A área de influência do empreendimento engloba um trecho médio da sub-bacia do alto rio Santo Antônio, na qual estão inseridos pequenos a médios tributários, como por exemplo, os ribeirões Mata-Cavalo e o rio Preto. Em conformidade com a legislação ambiental vigente, buscou-se com este trabalho diagnosticar quantitativa e qualitativamente a ictiofauna da região, como requisito básico inicial para nortear os estudos de impacto ambiental previstos para implantação do empreendimento e visando estratégias de minimização de impactos a serem gerados e sua conservação. 3.2. Objetivos 3.2.1. Objetivo geral O presente estudo possui como objetivo geral diagnosticar a ictiofauna da área de estudo, ampliando o conhecimento acerca das espécies ícticas da sub-bacia do rio Santo Antônio, bacia do rio Doce. Os dados coletados no presente estudo poderão servir para a elaboração de medidas de conservação e manejo das espécies. 3.2.2. Objetivos específicos Diagnosticar qualitativa e quantitativamente a ictiofauna da região sob influência do empreendimento minerário Morro do Pilar e definir padrões para a comunidade de peixes na área de influência do empreendimento (riqueza, abundância relativa, Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 40 Morro do Pilar Minerais S.A. diversidade e equitabilidade); Estimar as produtividades em número e biomassa por estação amostral, espécies capturadas e tamanhos de malha de rede de espera - (amostragens passivas); Determinar a ocorrência de espécies migradoras, raras e/ou ameaçadas de extinção na área de estudo; Identificar a presença de espécies exóticas à sub-bacia do rio Santo Antônio; e Propor ações de conservação e manejo, caso seja necessário, para a ictiofauna na área de estudo. 3.3. Material e métodos 3.3.1. Campanha de campo As campanhas de campo para levantamento dos dados que subsidiaram o diagnóstico preliminar da ictiofauna da área de influência prevista para a implantação do empreendimento ocorreram entre os dias 24 de setembro e 01 de outubro de 2010 e 15 a 20 de fevereiro de 2011, englobando dois períodos amostrais distintos (final do período de seca e chuva, respectivamente). Os dados foram coletados através de amostragens ativas e passivas no período anterior ao início das obras do empreendimento (período pré-implantação). As amostragens foram realizadas em 52 estações amostrais, distribuídas ao longo de toda a área de influência do empreendimento, em trechos que abrangem afluentes e subafluentes da sub-bacia do rio Santo Antônio, bacia do rio Doce, no estado de Minas Gerais. 3.3.2. Estações amostrais A seguir, seguem relacionadas as estações amostrais com suas respectivas localizações e descrições fisiográficas (Quadro 3.1, Figura 3.1 e Figura 3.2). Quadro 3.1. Descrição das estações amostrais onde foram realizadas amostragens ativas e passivas para o diagnóstico da ictiofauna da área de influência do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 – fev./2011): Dados consolidados. ESTAÇÕES AMOSTRAIS (AI) IC1 (AID) (Ribeirão Mata Cavalo - montante) IC2 (AID) (Ribeirão das Lajes- montante) LOCALIZAÇÃO / DESCRIÇÃO Tributário com características lóticas; pequenas corredeiras; substrato de seixo/cascalho; mata ciliar preservada nas margens; profundidade variando entre 0,3m e 0,6m. Tributário com mata ciliar preservada nas duas margens, trechos com substrato pedregoso/arenoso e matéria orgânica (folhiço). Profundidade variando Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 41 COORDENADA UTM (23K) 668398 7879141 Altitude: 629m 666890 7881934 Morro do Pilar Minerais S.A. ESTAÇÕES AMOSTRAIS (AI) LOCALIZAÇÃO / DESCRIÇÃO aproximadamente de 0,30m a 0,6m. IC3 (AII) (Rio Santo Antônio - montante) COORDENADA UTM (23K) Altitude: 758m 667796 Calha principal do rio; poucas macrófitas e vegetação ciliar ausente. Substrato rochoso/arenoso e profundidade máxima de 1,8m. 7886630 Altitude: 586m IC4 (AII) (córrego sem nome 1) 668286 Tributário com ausência de mata ciliar e pouca vegetação marginal. Substrato argiloso e com folhiço. Profundidade máxima de aproximadamente 0,4m. 7888413 Altitude: 580m IC5 (AII) (córrego sem nome 2) IC6 (ADA) (córrego do Brumado) IC7 (AID) (córrego sem nome 3) IC8 (AID) (Rio Santo Antônio – jusante) IC9 (AID) (ribeirão Vermelho) Córrego com ausência de macrófitas, presença de vegetação nas duas margens, substrato rochoso, argiloso e com grande quantidade de folhiços. Profundidade máxima de aproximadamente 0,4m. 7884479 Altitude: 644m 672569 Tributário pouco lótico, com água transparente; substrato argiloso e em alguns trechos, rochoso; margens desprovidas de vegetação ciliar, com 7877005 predominância de pasto; profundidade variando entre 0,2m e 0,5m. Altitude: 602m Curso hídrico com características lóticas; pequenas corredeiras; substrato rochoso/cascalho e matéria orgânica (folhiços); ausência de mata ciliar nas margens, com predominância de bambu na margem direita e área de pasto na margem esquerda; profundidade aproximada de 0,5m. Calha principal do rio; características lóticas; vegetação ciliar ausente nas margens; substrato rochoso/arenoso, com grande quantidade de galhos no fundo; profundidade máxima de 1,8m. Tributário com características lóticas; com água transparente; ausência de vegetação ciliar nas margens, com predominância de pasto; profundidade variando entre 0,2m e 0,6m. IC10 (AID) (córrego sem nome 4) 667802 676374 7876320 Altitude: 519m 676836 7878524 Altitude: 513m 676791 7877386 Altitude: 513m 674901 Curso hídrico pouco lótico; situado em área de brejo; água transparente; ausência de vegetação ciliar nas margens; profundidade aproximada de 0,4m. 7878895 Altitude: 532m Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 42 Morro do Pilar Minerais S.A. ESTAÇÕES AMOSTRAIS (AI) IC11 (AID) (ribeirão Picão - montante) IC12 (AID) (córrego sem nome 5) IC13 (ADA) (córrego sem nome 6) IC14 (AID) (rio Preto – trecho médio 1) IC15 (AID) (rio Preto – trecho médio 2) IC16 (AID) (córrego sem nome 7) IC17 (AII) (córrego sem nome 8) IC18 (AII) (córrego sem nome 9) IC19 (ADA) (córrego sem nome 10) LOCALIZAÇÃO / DESCRIÇÃO Córrego com características lóticas; pequenas corredeiras; com presença de macrófitas; vegetação ciliar preservada nas duas margens, substrato pedregoso/argiloso e com folhiços.; profundidade variando aproximadamente de 0,4m a 0,6m. Córrego com características lóticas; água transparente; substrato pedregoso/argiloso e com folhiços; ausência de vegetação ciliar nas margens; profundidade variando entre 0,2m e 0,3m. Tributário com características lóticas; presença de macrófitas; substrato pedregoso/argiloso; ausência de vegetação ciliar nas margens, com predominância de pasto; profundidade variando entre 0,1m e 0,6m. Calha do rio; apresenta características lóticas no trecho amostrado; água transparente; substrato rochoso/cascalho; margens com vegetação relativamente preservada; profundidade de 1,7m. Calha do rio; apresenta características lóticas no trecho amostrado, com pequenas corredeiras; água transparente; substrato rochoso/cascalho; margens desprovidas de vegetação ciliar, com predominância de pasto; profundidade de 1,7m. Tributário com características lóticas; água pouco turva; substrato argiloso; ausência de vegetação ciliar nas margens, com predomínio de pasto; profundidade variando entre 0,1m e 0,3m. COORDENADA UTM (23K) 671022 7874092 Altitude: 556m 671741 7873668 Altitude: 544m 673688 7872416 Altitude: 527m 675135 7870775 Altitude: 531m 675775 7873241 Altitude: 516m 675786 7872947 Altitude: 544m 667692 Tributário com características lóticas, situado em área de nascente e a jusante de um barramento artificial; água transparente; substrato rochoso; ausência de 7885324 vegetação ciliar nas margens; profundidade aproximada de 0,2m. Altitude: 612m Tributário com características pouco lóticas, situado em área de nascente; água transparente; substrato rochoso; margens desmatadas; profundidade aproximada de 0,1m. Tributário com características lóticas, situado em área de nascente; água transparente; substrato de seixo; margens com ausência de vegetação ciliar a montante Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 43 667745 7885565 Altitude: 618m 670820 7879023 Morro do Pilar Minerais S.A. ESTAÇÕES AMOSTRAIS (AI) IC20 (ADA) (córrego sem nome 11) IC21 (AID) (rio Santo Antônio – trecho médio) IC22 (AID) (córrego sem nome 12) IC23 (AID) (córrego sem nome 13) IC24 (ADA) (córrego sem nome 14 montante) IC25 (ADA) (córrego sem nome 14 - jusante) IC26 (ADA) (córrego sem nome 15 montante) IC27 (ADA) (córrego sem nome 15 - jusante) LOCALIZAÇÃO / DESCRIÇÃO COORDENADA UTM (23K) em regeneração a jusante, no trecho amostrado; profundidade aproximada de 0,3m. Altitude: 601m Tributário com características pouco lóticas, situado em área de nascente; água transparente; substrato argiloso; margens com ausência de vegetação ciliar, com predomínio de pasto; profundidade variando entre 0,3m e 0,6m. 670703 7879317 Altitude: 618m 674804 Calha principal do rio; trecho amostrado situado a jusante de dragas para captação de areia; rio com características lóticas; resquícios de vegetação ciliar na 7881734 margem esquerda e com ausência de vegetação ciliar na margem direita, com predominância de pasto; substrato arenoso; profundidade de 2,0m. Altitude: 516m Tributário com características lóticas; água transparente; substrato argiloso; ausência de vegetação ciliar nas margens, com predomínio de pasto; profundidade aproximada de 0,4m. Tributário com características lóticas; água transparente; substrato argiloso; ausência de vegetação ciliar nas margens, com predomínio de pasto; profundidade variando entre 0,4m e 0,6m. Tributário com características lóticas; água transparente; substrato de seixo/cascalho; ausência de vegetação ciliar nas margens, com predomínio de vegetação em regeneração; profundidade aproximada de 0,4m. Tributário com características lóticas; água transparente; substrato de cascalho; ausência de vegetação ciliar nas margens, com predomínio de pasto; profundidade aproximada de 0,5m. Tributário com características pouco lóticas, situado em área de nascente; água transparente; substrato de seixo/cascalho; margens com vegetação em crescimento, recobrindo em grande parte o curso hídrico; profundidade aproximada de 0,2m. Tributário com características lóticas; água pouco turva; substrato rochoso/cascalho; vegetação preservada nas duas margens; profundidade Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 44 673720 7880702 Altitude: 522m 672039 7878804 Altitude: 572m 670264 7875964 Altitude: 621m 670502 7876093 Altitude: 622m 672717 7871528 Altitude: 611m 673593 7872153 Morro do Pilar Minerais S.A. ESTAÇÕES AMOSTRAIS (AI) LOCALIZAÇÃO / DESCRIÇÃO aproximada de 0,4m. IC28 (AID) (córrego sem nome 16) IC29 (ADA) (córrego sem nome 17) IC30 (AID) (rio Preto –jusante) IC31 (AID) (córrego sem nome 18) IC32 (AID) (ribeirão Picão - jusante) IC33 (ADA) (córrego sem nome 19) Altitude: 539m 672979 Tributário com características lóticas, situado em área de nascente; água transparente; substrato rochoso/seixo/cascalho; ausência de vegetação ciliar 7874327 nas margens, com predomínio de pasto; profundidade aproximada de 0,2m. Altitude: 556m Curso hídrico pouco lótico; situado em área de brejo; água transparente; ausência de vegetação ciliar nas margens, com predomínio de área de pasto; profundidade aproximada de 0,5m. Calha do rio; apresenta características lóticas no trecho amostrado; água de coloração escura; substrato rochoso/seixo/cascalho; margens com fragmentos de vegetação ciliar e áreas de pasto; profundidade de 1,4m. Tributário com características pouco lóticas; água turva; substrato argiloso; ausência de vegetação ciliar nas margens, com margem direita desmatada; profundidade aproximada de 0,4m. Tributário com características lóticas; água transparente; substrato arenoso/cascalho; ausência de vegetação ciliar nas margens, com predomínio de pasto; profundidade variando entre 0,4m e 0,6m. 674694 7873971 Altitude: 535m 677168 7874666 Altitude: 509m 677493 7875070 Altitude: 507m 672563 7874378 Altitude: 537m 669907 Curso hídrico com características lóticas e situado em região de cabeceira; água transparente; substrato argiloso/cascalho; margens desmatadas em alguns 7878366 trechos e mata em regeneração principalmente na margem esquerda; profundidade variando entre 0,3m. Altitude: 627m IC34 (ADA) (ribeirão Mata Cavalo – trecho médio) COORDENADA UTM (23K) 669322 Tributário com características lóticas; água transparente; substrato de seixo; vegetação ciliar preservada nas margens; profundidade variando entre 0,4m e 0,6m. 7880450 Altitude: 589m IC35 (AID) (ribeirão Mata-Cavalo - jusante) Tributário com características lóticas; água transparente; substrato de seixo; vegetação ciliar preservada nas margens; profundidade variando entre 0,4m e 0,7m. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 45 670555 7881537 Altitude: 576m Morro do Pilar Minerais S.A. ESTAÇÕES AMOSTRAIS (AI) LOCALIZAÇÃO / DESCRIÇÃO IC36 (AII) (rio Santo Antônio – trecho médio) COORDENADA UTM (23K) 671798 Calha principal do rio; trecho amostrado situado em área de remansos, com corredeiras intercaladas; rio com características lóticas; margens preservadas; profundidade máxima de 2,40m. 7883691 Altitude: 515m IC37 (AII) (córrego sem nome 20) IC38 (AID) (córrego sem nome 21) IC39 (ADA) (córrego sem nome 22) IC40 (ADA) (ribeirão Mata-Cavalo – trecho médio) IC41 (ADA) (ribeirão das Lajes - jusante) IC42 (AID) (córrego sem nome 23) IC43 (AID) (córrego sem nome 24) IC44 (AID) Tributário com características lóticas, situado em área de nascente; água transparente; substrato argiloso; vegetação preservada nas margens; profundidade aproximada de 0,2m. Tributário com características lóticas, situado em área de nascente; água transparente; substrato argiloso; vegetação preservada nas margens; profundidade aproximada de 0,1m. 669467 7883101 Altitude: 628m 670541 7881822 Altitude: 606m 670278 Tributário com características lóticas, situado em área de nascente; água transparente; substrato argiloso, com seixo e grande quantidade folhiços concentrados 7881125 no fundo; vegetação em crescimento nas margens; profundidade aproximada de 0,4m. Altitude: 611m Tributário com características lóticas; água transparente; substrato com cascalho; ausência de mata ciliar nas margens, com predomínio de área de pasto; profundidade variando aproximadamente entre 0,3m e 0,6m. Tributário com características lóticas; água transparente; substrato arenoso/cascalho; presença de vegetação ciliar apenas na margem esquerda, com área de pasto na margem direita; profundidade variando aproximadamente entre 0,3m e 0,6m. Curso hídrico situado próximo a estrada de terra; apresenta características lóticas; substrato arenoso; margens desprovidas de vegetação ciliar, com predomínio de área de pasto; profundidade aproximada de 0,3m. 669445 7881213 Altitude: 566m 669413 7881353 Altitude: 560m 669647 7869897 Altitude: 656m 669662 Curso hídrico situado próximo a estrada de terra; apresenta características lóticas; substrato rochoso; margens desprovidas de vegetação ciliar, com predomínio de área de pasto; profundidade aproximada de 0,2m. Altitude: 635m Tributário de pequena ordem, com características 670039 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 46 7869623 Morro do Pilar Minerais S.A. ESTAÇÕES AMOSTRAIS (AI) (córrego sem nome 25) IC45 (AID) (córrego sem nome 26) IC46 (AID) (córrego sem nome 27) IC47 (AID) (córrego sem nome 28) IC48 (AID) (córrego sem nome 29) IC49 (AID) (rio Preto –montante) IC50 (AID) (Lagoa 1) IC51 (AID) (Lagoa 2) IC52 (AII) (córrego sem nome 30) LOCALIZAÇÃO / DESCRIÇÃO lóticas, situado próximo a região de cabeceira; água transparente; substrato de seixo/cascalho; profundidade aproximada de 0,2m. COORDENADA UTM (23K) 7870418 Altitude: 655m 676846 Curso hídrico situado em área próxima de nascente; apresenta características lóticas; água turva; substrato de seixo/cascalho e gramíneas associadas às margens; 7871581 ausência de vegetação ciliar nas margens; profundidade aproximada de 0,3m. Altitude: 588m 675420 Tributário com características lóticas, situado em área de nascente; água transparente; substrato argiloso, com folhiços em contato com o curso d’água; 7870824 vegetação em crescimento nas margens; profundidade aproximada de 0,2m. Altitude: 524m Tributário com características lóticas, com pequenas corredeiras; situado em área de nascente; água transparente; substrato com cascalho; vegetação em crescimento nas margens; profundidade aproximada de 0,3m. Tributário com características lóticas, com pequenas corredeiras; situado em área de nascente; água transparente; substrato com cascalho; vegetação em crescimento nas margens; profundidade aproximada de 0,3m. 670771 7870170 Altitude: 639m 672591 7869959 Altitude: 562m 672643 Calha do rio; apresenta características lóticas no trecho amostrado, com pequenas corredeiras; água de coloração escura; substrato arenoso/cascalho; 7870128 margens desprovidas de vegetação ciliar; profundidade variando entre 0,2m e 1,3m. Altitude: 573m Lagoa artificial; apresenta características lênticas; água pouco turva; margem variando entre trechos desmatados e com vegetação preservada; profundidade indeterminada. Lagoa artificial; apresenta características lênticas; água transparente; margem desprovida de vegetação, com predomínio de gramínea; profundidade; profundidade indeterminada. 670747 7881674 Altitude: 593m 670638 7870242 Altitude: 658m 667760 Tributário com características lóticas, com pequenas corredeiras; situado próximo a área de nascente; água transparente; substrato com cascalho; vegetação 7886766 preservada nas margens; profundidade aproximada de 0,3m. Altitude: 618m Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 47 Morro do Pilar Minerais S.A. Legenda: ADA (Área Diretamente Afetada); AID (Área de Influência Direta); AII (Área de Influência Indireta); IC (Estações amostrais de ictiofauna) Figura 3.1. Estações amostrais onde foram realizadas amostragens ativas e passivas para o diagnóstico ictiofaunístico da Área de Influência do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010– fev./2011): Dados consolidados. Fotos: Sérgio Santos. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 48 Morro do Pilar Minerais S.A. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 49 Morro do Pilar Minerais S.A. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 50 Morro do Pilar Minerais S.A. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 51 Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 3.2 - Localização das áreas amostrais e pontos de amostragem da ictiofauna 3.3.3. Levantamento da ictiofauna Nas estações amostrais situadas no rio Santo Antônio (IC3, IC8, IC21 e IC36) e no rio Preto (IC14, IC15 e IC30), foram realizadas amostragens passivas, com a utilização de redes de espera de 10 metros de comprimento com tamanhos de malhas: 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10 e 12 cm, medidos entre nós opostos. O esforço amostral foi padronizado de modo a permitir comparações espaciais e temporais futuras. As redes foram armadas durante o período da tarde e retiradas na manhã do Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 52 Morro do Pilar Minerais S.A. dia seguinte, permanecendo expostas por aproximadamente 12 horas na coluna d’água (Foto 3.1). O esforço de pesca utilizado por ponto amostral foi de 120m². Foto 3.1. Amostragem passiva da ictiofauna com auxílio de redes de espera, utilizadas nas amostragens de ictiofauna na área de Influência do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período de Pré-Implantação (set./ 2010 – fev./2011). Foto: Sérgio Santos. O esforço de pesca total empregado em cada estação amostral encontra-se detalhado no Quadro 3.2, a seguir. Quadro 3.2. Esforço de pesca total (m2), por malha, empregado nas estações amostrais da área de influência do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período de Pré-Implantação (set./2010– fev./2011). Esforço de Pesca (m²) Malha (cm) IC3 IC8 IC14 IC15 IC21 IC30 IC36 Total 3 15 15 15 15 15 15 15 105 4 15 15 15 15 15 15 15 105 5 15 15 15 15 15 15 15 105 6 15 15 15 15 15 15 15 105 7 15 15 15 15 15 15 15 105 8 15 15 15 15 15 15 15 105 10 15 15 15 15 15 15 15 105 12 15 15 15 15 15 15 15 105 Total 120 120 120 120 120 120 120 840 A fim de enriquecer o levantamento ictiofaunístico, foram realizadas em todos os outros locais de coleta, amostragens ativas com auxílio de tarrafas (malha 4 cm), peneiras com aro de alumínio e Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 53 Morro do Pilar Minerais S.A. tela mosquiteira e arrasto de tela mosquiteira (5 metros de comprimento). As amostragens ocorreram aleatoriamente, sem esforços padronizados, porém condizentes com as limitações impostas pelos ambientes de coleta e as possibilidades de captura (Figura 3.3). Figura 3.3 - Amostragens ativas de ictiofauna na Área de Influência do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 – fev./2011): (A) – peneira; (B) arrasto; (C) tarrafa. Fotos: Sérgio Santos. Após capturados, os peixes foram identificados e separados por artefato de pesca, para posteriormente serem fixados em solução de formalina a 10% e acondicionados em bombas plásticas contendo esta mesma solução. 3.3.4. Análise do material em laboratório Ao final de cada campanha em campo, os peixes foram enviados ao laboratório do Centro de Transposição de Peixes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). De cada exemplar capturado foi realizada a triagem, etiquetação, e identificação até o menor nível taxonômico possível. Foram realizadas as biometrias dos exemplares {comprimento total (CT) e padrão (CP) em centímetros} e medidos os pesos corporais dos indivíduos (PC, em gramas). Para a identificação dos exemplares foram utilizadas chaves taxonômicas segundo Géry (1977), Britski et al.(1988), Burgess (1989), Langeani et al. (2001), Reis et al. (2003), Provenzano et al. (2005), Buckup et al.(2007), Menezes et al.(2007), Covain & Fisch-Muller (2007), Zawadski et al.(2008) e Oyakawa & Mattox (2009), além de sites específicos para ictiofauna, como “Fishbase.org” (disponível em: www.fishbase.org) e “Catalog of Fishes” (disponível em: http://research.calacademy.org/ichthyology/catalog). Após a correta identificação, os exemplares foram armazenados em bombas plásticas contendo álcool a 70%. O material coletado está sendo incorporado ao acervo da coleção ictiológica da UFMG e as espécies com maior grau de dificuldade na identificação foram enviadas para especialista desta Instituição. 3.3.5. Análise de dados 3.3.5.1 Tamanho corpóreo e abundância dos animais capturados A variação nos tamanhos das espécies foi avaliada por meio de construção de tabelas com os comprimentos e pesos médios, máximos e mínimos dos exemplares capturados. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 54 Morro do Pilar Minerais S.A. As produtividades em número e biomassa foram estimadas através da captura por unidade de esforço (CPUE), definida como o somatório do número (CPUEn) ou biomassa (CPUEb em kg) de peixes em 100 m2 de redes empregadas por 12 horas. Este procedimento possibilita comparações quantitativas entre espécies, estações e períodos amostrais, sendo obtido da seguinte forma: n CPUEn = n N / E x 100 e CPUEb = i1 B / E x 100, onde i1 CPUEn = captura em número em 100 m2 por unidade de esforço; CPUEb = captura em biomassa (kg) em 100 m2 por unidade de esforço; N = nº de peixes capturados para um determinado tamanho de malha; n = tamanhos de malha empregados (3, 4, 5, 6, 7, 8 10 e 12 cm); B = biomassa (g) dos peixes capturados para um determinado tamanho de malha; E = esforço de pesca para um dado tamanho de malha (área de rede empregada) durante o tempo de exposição. Deste modo, obtiveram-se as seguintes CPUEs: 3.3.5.2 CPUE(n, b) total/estação = número ou biomassa (kg) totais dos peixes capturados por estação de coleta. CPUE(n, b) total/espécie = número ou biomassa (kg) totais dos peixes capturados por espécie. CPUE(n, b) total/malha = número ou biomassa (kg) totais dos peixes capturados por tamanho de malha empregada. Riqueza, equitabilidade e diversidade Para o cálculo da riqueza (número de espécies), foram utilizadas todas as espécies capturadas nas amostragens ativas e passivas nas estações amostrais da área de influência prevista, caso o empreendimento seja implantado. Para a estimativa da diversidade de espécies foram empregados os dados quantitativos obtidos através das redes de espera, de modo a padronizar os dados. Utilizou-se o índice de diversidade de Shannon (H’) (Magurran, 1988) que leva em conta a riqueza absoluta de espécies e suas abundâncias relativas ou a equitabilidade, segundo a equação: Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 55 Morro do Pilar Minerais S.A. H' = - [( ni / N ). ln( ni / N )] , onde ni = número de peixes da espécie i contido nas amostragens de um dado local; N = número total de peixes capturados nas amostragens de um dado local; ln = logaritmo natural. A equitabilidade (E) leva em conta a diversidade de Shannon pela riqueza de espécies, apresentando assim, a relação das espécies em cada local amostrado. De acordo com Pielou (1975), a seguinte equação nos permite o cálculo do índice de Equitabilidade: E = H’/LogS, onde: H’ = Índice de Diversidade de Shannon; S = número de espécies. 3.4. Resultados e discussão 3.4.1. Composição da ictiofauna Após as duas campanhas de coleta em campo para diagnóstico da ictiofauna da área de influência do empreendimento minerário Morro do Pilar (MG), foram capturados através de amostragens ativas e passivas 828 exemplares, pertencentes a 37 espécies, distribuídas em cinco Ordens e 11 Famílias, que em conjunto apresentaram biomassa total de 15.451g (Quadro 3.3, Figura 3.4). A riqueza registrada no presente estudo corresponde a 50,7% do total já registrado para a sub-bacia do rio Santo Antônio, em Minas Gerais, em que há registro de 71 espécies (Vieira, 2006). Somando-se os dois períodos amostrais, observou-se o maior número de espécies pertencentes à ordem Characiformes, que obteve 44% do total capturado. Em seguida registrou-se a ordem Siluriformes, com 39%. Por outro lado, com menor sucesso de captura observou-se Gymnotiformes, com 3% do total amostrado. A predominância dos Characiformes e Siluriformes é fato comum em águas interiores neotropicais (Lowe-McConnel, 1987), ainda que a abundância e a riqueza possam variar consideravelmente (Agostinho et al., 2007), tendo em vista o número de amostragens sistemáticas e a vasta área ainda desprovida de estudos, que no Brasil são poucas ou nunca estudadas do ponto de vista de riqueza de espécies e que possuem altas taxas de endemismos (Alves et al., 2008). Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 56 Morro do Pilar Minerais S.A. Quadro 3.3. Lista de espécies de peixes registradas durante o diagnóstico da ictiofauna da área de influência do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 a fev./2011): Dados consolidados. Classificação Nome Popular Categoria Local de Registro ORDEM CHARACIFORMES Família Anostomidae Leporinus copelandii Piau-vermelho 1 IC14, IC15, IC30, IC36, IC48 Leporinus mormyrops Timburé 1 IC3, IC8, IC15, IC21 Família Characidae Astyanaxaff. fasciatus Lambari do rabo vermelho 1 IC2, IC9, IC10, IC12, IC13, IC14, IC17, IC19, IC20, IC24, IC25, IC28, IC35, IC36 Astyanax aff.scabripinnis Lambari 1 IC6, IC16, IC22, IC23, IC32, IC34, IC37, IC40, IC48 Astyanax aff. taeniatus Lambari 1 IC2, IC9, IC10, IC14, IC16, IC17, IC23, IC32, IC34, IC40, IC41, IC46, IC49 Astyanax bimaculatus Lambari do rabo amarelo 1 IC8, IC9, IC21, IC36 Astyanax sp.1 Lambari 6 IC7, IC9, IC49 Astyanax sp.2 Lambari 6 IC14 Brycon opalinus Pirapetinga 1,4 IC3, IC4, IC8, IC14 Hasemania sp. Piaba 6 IC4, IC7, IC9, IC12, IC22, IC32, IC52 Henochilus wheatlandii Andirá 4,6 IC1, IC3, IC14, IC49 Knodus sp. Piaba 6 IC4, IC7, IC9, IC10, IC31, IC52 Oligosarcus argenteus Lambari-cachorro 1 IC7, IC8, IC14, IC15, IC21, IC30, IC33 Família Crenuchidae Characidiumaff. timbuiensis Canivete comum 1 IC14, IC48 Família Erythrinidae Hoplias malabaricus Traíra Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 1 Página: 57 IC6, IC8, IC20, IC23, IC30, IC32, IC35, IC48, IC49 Morro do Pilar Minerais S.A. Classificação Nome Popular Categoria Local de Registro Hoplias intermedius Trairão 1 IC3, IC4, IC8, IC14, IC15, IC30, IC32 ORDEM SILURIFORMES Família Heptapteridae Rhamdia quelen Bagre 1 IC8, IC11, IC14, IC35, IC36 Família Loricariidae Harttia sp. Cascudinho 6 IC35 Hypostomus affinis Cascudo 1 IC9, IC36 Hypostomus luetkeni Cascudo 1 IC3, IC14, IC21, IC36 6 IC14, IC34, IC41, IC52 Neoplecostomus sp. Pareiorhaphissp.1 Cascudinho 6 IC1, IC24, IC25, IC27, IC33, IC34, IC35, IC52 Pareiorhaphissp.2 Cascudinho 6 IC19, IC25 6 IC35 Parotocinclus sp. Família Trichomycteridae Trichomycterus cf. alternatus Cambeva 1 IC6, IC11, IC24, IC25, IC27, IC28, IC32, IC33, IC35, IC40, IC41, IC45 Trichomycterus cf.brasiliensis Cambeva 1 IC13, IC45 Trichomycterus cf.immaculatus Cambeva 1 IC35, IC42 Trichomycterus sp.1 Cambeva 6 IC4, IC14, IC22, IC24, IC27, IC40, IC41, IC45, IC46 Trichomycterus sp.2 Cambeva 6 IC1, IC14, IC34, IC48, IC49 Trichomycterus sp.3 Cambeva 6 IC7 ORDEM CYPRINODONTIFORMES Família Poeciliidae Phalloceros sp. Barrigudinho 1 IC1, IC2, IC4, IC7, IC9, IC11, IC12, IC13, IC16, IC23, IC24, IC25, IC31, IC32, IC35, IC40, IC41, IC42, IC46, IC48 Poecilia reticulata Barrigudinho 2 IC5, IC6, IC7, IC9, IC11, IC28, IC31, Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 58 Morro do Pilar Minerais S.A. Classificação Nome Popular Categoria Local de Registro IC32 ORDEM PERCIFORMES Família Cichlidae Geophagus brasiliensis Acará 1 IC2, IC3, IC6, IC7, IC8, IC9, IC10, IC11, IC12, IC13, IC14, IC15, IC16, IC17, IC21, IC22, IC30, IC32, IC35, IC36, IC40, IC45, IC48, IC49, IC51 Oreochromis niloticus Tilápia 2 IC51 Tilapia rendalli Tilápia 2 IC50 Família Sciaenidae Pachyurus adspersus Curvina 1 IC8, IC21, IC36 ORDEM GYMNOTIFORMES Família Gymnotidae Gymnotus carapo Sarapó Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 1 Página: 59 IC6, IC9, IC10, IC13, IC16, IC23, IC29, IC32, IC44, IC48 Morro do Pilar Minerais S.A. Legenda: Categorias de distribuição geográfica e grau de ameaça/local de registro de cada espécie: (1) Comuns a outras bacias do leste brasileiro; (2) exóticas; (3) no rio Doce ocorre somente no rio Santo Antônio; (4) ameaçadas de extinção; (5) endêmica do rio Santo Antônio; (6) sem dados. Figura 3.4 - Documentação fotográfica das espécies de peixes capturadas na área de influência do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 – fev./2011): Dados consolidados. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 60 Morro do Pilar Minerais S.A. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 61 Morro do Pilar Minerais S.A. A família taxonômica com maior representatividade foi a dos Characidae (30,6%), seguido das famílias Loricariidae (19,4%) e Trichomycteridae (16,7%). As famílias com menor número de espécies capturadas foram Crenuchidae, Heptapteridae, Gymnotidae e Sciaenidae, com 2,8%. Estudos com predominância de espécies pertencentes à família Characidae são comuns, visto que representa o grupo mais diverso e bem sucedido nos habitats neotropicais (Géry, 1977). Os dados referentes ao percentual de espécies por família podem ser observados na Figura 3.5, a seguir. Figura 3.5 - Percentual de espécies distribuídas pelas respectivas Famílias, capturadas durante o diagnóstico da ictiofauna do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período PréImplantação (set./2010 – fev./2011): Dados consolidados. 3.4.2. Espécies migradoras e reofílicas Tendo em vista o sucesso reprodutivo dos peixes, a migração é o principal processo responsável, pois permite a busca de ambientes adequados à fertilização dos ovos, desenvolvimento inicial e condições de baixa taxa de predação (Agostinho et al., 2007). No presente estudo, as espécies registradas que apresentam comportamento migratório e reofílico foram Pachyurus adspersus Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 62 Morro do Pilar Minerais S.A. (curvina) e Leporinus copelandii (piau-vermelho). Com relação ao Brycon opalinus (pirapetinga), há controvérsias sobre o comportamento migrador, embora este seja reofílico e possa apresentar características migratórias, a exemplo de alguns bryconíneos encontrados em outras bacias (Agostinho et al., 2004). De forma semelhante, sem informações concretas sobre sua biologia reprodutiva disponíveis na literatura, o andirá possui características reofílicas, necessitando, portanto, obrigatoriamente de ambientes lóticos para completar seu ciclo de vida. Leporinus mormyrops foi outra espécie reofílica registrada, além de outras também reofílicas e de menor porte, como Characidium aff. timbuiensis, Harttia sp., Pareiorhaphis sp. e espécies pertencentes ao gênero Trichomycterus. 3.4.3. Espécies ameaçadas de extinção e de interesse para conservação Duas espécies de peixes ameaçadas de extinção no estado de Minas Gerais foram capturadas no presente estudo: Brycon opalinus, a pirapetinga, e Henochilus wheatlandii, o andirá (Brasil, 2003, 2004; Vieira, 2010). Esta última espécie merece especial atenção devido ao fato de ser considerada reofílica e tida como endêmica do trecho médio/alto do rio Santo Antônio, em Minas Gerais. Atualmente, B. opalinus encontra-se na categoria vulnerável, segundo critérios da IUCN (The Wolrd Conservation Union, 2004) e foi declarada como ameaçada de extinção, conforme Diário Oficial da União (2004). Esta espécie caracteriza-se por habitar rios e riachos de encosta (Lima, 2003), sem comportamento migratório comprovado (Vieira et al., 2005), dependente de vegetação ripária não apenas para alimentação, mas também para a manutenção das características bióticas e abióticas dos ambientes aquáticos (Gomiero et al., 2007). Esta espécie foi registrada nos pontos IC3 (AII), IC4 (AII), IC8(AID) e IC14(AID), não havendo nenhum registro para a ADA, apesar de que se trata de cursos d’água que drenam diretamente da ADA.. A presença de indivíduos jovens de H. wheatlandii (andirá) no ribeirão Mata-Cavalo, especificamente em IC1, assim como em segmentos médios do rio Preto (IC14 e IC49) é fator de grande relevância para o estudo, ao passo que demonstra a utilização destas áreas como possíveis áreas de desova e/ou recrutamento por esta espécie. Tal fato, somado ao alto grau de importância desta espécie para a sub-bacia do rio Santo Antônio, conduz a um extremo cuidado com relação a qualquer tipo de intervenção antrópica nestas áreas e à preservação destes microhabitats para a manutenção da ictiofauna, já que é uma espécie endêmica da bacia do rio Doce (Vieira, 2010) e criticamente em perigo em Minas Gerais (IUCN, 2004). Esta espécie caracteriza-se como endêmica da bacia do rio Doce. Esta espécie foi registrada nos pontos IC1 (AID), IC3(AII), IC14(AID), IC49(AID), não havendo nenhum registro para a ADA, apesar de que se trata de cursos d’água que drenam diretamente da ADA. A carência de estudos científicos básicos sobre a biologia de peixes de riacho dificulta a análise quanto a endemismos e riscos de extinção. Algumas espécies registradas neste estudo, como as dos gêneros Harttia, Neoplecostomus, Pareiorhaphis e Trichomycterus, devido à falta de informação, geram dúvidas quanto a possíveis endemismos (Vieira, 2009). Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 63 Morro do Pilar Minerais S.A. Espécies de pequeno porte, pertencentes às famílias Loricariidae e Trichomycteridae podem ser consideradas indicadoras de boa qualidade ambiental, pois geralmente são exigentes quanto às condições ambientais, conforme ocorreu em estudos realizados por Galves et al. (2007) e Melo et al. (2006). 3.4.4. Espécies exóticas Durante o diagnóstico da ictiofauna da área de influência do empreendimento Morro do Pilar Minerais S.A., foram capturadas através das amostragens ativas e passivas, três espécies consideradas exóticas à bacia do rio Doce, (Oreochromis niloticus, Tilapia rendalli e Poecilia reticulata). As duas primeiras têm origem africana e foram introduzidas em várias bacias da América do Sul, sendo bastante cultivadas em pesqueiros e pisciculturas (Graça & Pavanelli, 2007). Possuem como características grande resistência a alterações ambientais e elevado potencial reprodutivo. P. reticulata possui distribuição das bacias dos rios da Venezuela até a bacia do rio da Prata e sua introdução em várias bacias se deve a controle de larvas de insetos transmissores doenças (Graça &Pavanelli, 2007). 3.4.5. Estrutura das comunidades 3.4.5.1 Tamanho e ocorrência Os maiores exemplares capturados foram Hoplias intermedius (trairão) e Leporinus copelandii (piau-vermelho), apresentando o maior indivíduo 35,5cm de comprimento padrão, e 915g de peso corporal. Os menores indivíduos foram exemplares de Phalloceros sp. e Poecilia reticulata (barrigudinho), que apresentaram 1,5cm de comprimento padrão. Espécimes com menor peso corporal capturados pertenceram às espécies Phalloceros sp., Poecilia reticulata (barrigudinho) e Trichomycterus cf. alternatus (cambeva), com 0,05 g de peso corporal. O maior número de indivíduos obtidos foi de Geophagus brasiliensis (acará, com 107 indivíduos), espécie de pequeno porte e ampla distribuição no Brasil. As amplitudes de comprimento padrão (CP) e peso corporal (PC) por espécie e número de indivíduos capturados encontram-se no Quadro 3.4. Quadro 3.4. Número de indivíduos capturados (N), maiores (Max.) e menores (Min.) exemplares; média (Méd.) para comprimento padrão (CP) e peso corporal (PC) de cada espécie capturada durante o diagnóstico da ictiofauna do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 – fev./2011): Dados consolidados. CP (cm) Espécie Astyanax aff. fasciatus Astyanax aff. scabripinnis Astyanax aff. taeniatus Astyanax bimaculatus Astyanax sp. N 86 35 94 11 6 Máx 8,7 8,1 6,7 12,7 5,1 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Min 1,9 2,2 2,5 4 4 PC (g) Méd 4,4 5,3 4,5 7,0 4,4 Página: 64 Máx 13 17,9 7,9 51 3 Min 0,2 0,3 0,3 1,9 1,5 Méd 2,7 5,7 2,7 13,3 2,0 Morro do Pilar Minerais S.A. CP (cm) Espécie Astyanax sp.2 Brycon opalinus Characidiumaff. timbuiensis Geophagus brasiliensis Gymnotus carapo Harttia sp. Hasemania sp. Henochilus wheatlandii Hoplias intermedius Hoplias malabaricus Hypostomus affinis Hypostomus luetkeni Knodus sp. Leporinus copelandii Leporinus mormyrops Neoplecostomus sp. Oligosarcus argenteus Oreochromis niloticus Pachyurus adspersus Pareiorhaphis sp. Pareiorhaphis sp. 2 Parotocinclus sp. Phalloceros sp. Poecilia reticulata Rhamdia quelen Tilapia rendalli Trichomycterus cf. alternatus T.cf. brasiliensis T.cf. immaculatus Trichomycterus sp.1 Trichomycterus sp.2 Trichomycterus sp.3 PC (g) N 2 4 10 107 15 5 8 4 10 10 2 20 88 8 13 9 25 2 29 15 2 1 85 46 6 3 Máx 8,7 22,4 5,3 12,2 17,3 6,9 3,3 21,7 35,5 16,2 16,3 21,3 4,7 27,5 23 6,7 15,5 10,5 24 12,5 5,2 4,2 4,2 3,2 23,2 6,8 Min 8,3 9,5 3,5 1,5 2,4 5,7 2 2,6 7,8 2,6 6 13 2,2 2 11,2 2,2 3,3 10,5 16 2,2 4,5 4,2 1,5 1,5 7,8 5,2 Méd 8,5 15,1 4,7 6,5 10,0 6,2 2,6 8,3 21,3 11,4 11,2 16,9 3,3 15,2 14,9 3,8 9,6 10,5 19,0 5,2 4,9 4,2 2,6 2,3 14,7 5,8 Máx 20 240 2,6 62 22,8 4,3 0,8 133 915 92 94 224 2,2 380 217 7,3 61 47 207 41,3 4 1,3 2 1,1 215 12,8 Min 15 19,8 0,9 0,05 0,3 2,5 0,2 0,3 9 0,2 5,8 54 0,2 0,1 30 0,2 0,9 47 59 0,3 2,3 1,3 0,05 0,05 4,8 6,9 Méd 17,5 97,5 2,0 13,8 6,3 3,2 0,5 34,3 266,9 49,0 49,9 120,6 0,8 140,0 69,8 1,7 22,7 47,0 107,1 7,1 3,2 1,3 0,6 0,4 85,6 9,1 40 2 4 12 8 1 6,4 6,4 11,6 8,2 5,8 5,5 2,2 4,3 4,1 3,4 2,6 5,5 4,3 5,4 7,1 5,0 4,2 5,5 3,7 3,8 33 6,8 3,4 2,7 0,05 1 1 0,5 0,2 2,7 1,4 2,4 10,6 2,1 1,5 2,7 Na Figura 3.6, estão representados os dados consolidados referentes às porcentagens de participação e a biomassa total das espécies nas campanhas de amostragem da ictiofauna da área de influência do empreendimento Morro do Pilar Minerais S.A., durante os períodos de seca e chuva. Pode-se observar que durante o período de seca o número de indivíduos e a biomassa foi maior que no período de chuva. Este fato pode estar relacionado ao maior número de espécies sedentárias, ou seja, não migradoras, terem sido capturadas durante a estação seca. Estas espécies são capazes de completar todo o ciclo de vida em um mesmo ambiente, ou seja, utilizam os mesmos habitats para alimentação, crescimento e reprodução (Agostinho et al., 2007). Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 65 Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 3.6 - Porcentagem de participação de espécies e biomassa total (%) por período amostral (seca e chuva) nas campanhas de amostragem da ictiofauna da área de influência do empreendimento minerário Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 a fev./2011): Dados consolidados. 3.4.5.2 Riqueza e abundância Quadro 3.5. Riqueza e abundância relativa das espécies capturadas durante o diagnóstico da ictiofauna da área de influência do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período PréImplantação (set./2010 a fev./2011): Dados consolidados. Estação Amostral Espécie IC1 IC2 A. aff. fasciatus IC3 IC4 IC5 IC7 IC8 8 IC9 IC10 IC11 IC12 IC13 IC14 IC15 IC16 6 A.aff. scabripinnis A. aff. taeniatus IC6 3 2 21 11 4 15 1 A. bimaculatus 1 Astyanax sp. 1 2 5 6 7 7 3 Astyanax sp. 2 2 B. opalinus 1 1 1 1 C.aff. timbuiensis G. brasiliensis 2 8 2 7 3 G. carapo 1 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 2 8 1 3 1 2 Página: 66 6 2 15 1 10 6 4 1 Morro do Pilar Minerais S.A. Estação Amostral Espécie IC1 IC2 IC3 IC4 IC5 IC6 IC7 IC8 IC9 IC10 IC11 IC12 IC13 IC14 IC15 IC16 Harttia sp. Hasemania sp. H. wheatlandii 1 1 1 2 1 1 H. intermedius 1 1 1 1 H. malabaricus 1 2 2 2 H. affinis 1 H. luetkeni 6 Knodus sp. 4 13 55 1 11 L. copelandii 2 L. mormyrops 1 9 2 2 Neoplecostomus sp. 5 O. argenteus 1 5 2 2 O. niloticus P. adspersus Pareiorhaphis sp. 1 17 2 Pareiorhaphis sp. 2 Parotocinclus sp. Phalloceros sp. 1 7 P. reticulata 9 9 1 R. quelen 1 1 9 2 3 11 1 1 2 1 1 T. rendalli T.cf. alternatus 2 6 T.cf. brasiliensis 1 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 67 1 Morro do Pilar Minerais S.A. Estação Amostral Espécie IC1 IC2 IC3 IC4 IC5 IC6 IC7 IC8 IC9 IC10 IC11 IC12 IC13 IC14 IC15 IC16 T.cf. immaculatus Trichomycterus sp. 1 Trichomycterus sp. 2 1 1 1 1 Trichomycterus sp. 3 1 Abundância 5 32 17 26 9 19 65 45 27 24 33 6 40 48 14 17 Riqueza 4 4 6 6 1 6 8 9 11 5 5 4 5 15 5 5 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 68 Morro do Pilar Minerais S.A. Estação Amostral Espécie IC17 IC19 IC20 IC21 IC22 IC23 IC24 IC25 IC27 IC28 IC29 IC30 IC31 IC32 IC33 IC34 A. aff. fasciatus 6 1 6 3 A.aff. scabripinnis A. aff. taeniatus 3 14 A. bimaculatus 1 8 16 1 3 4 9 10 1 1 Astyanax sp. 1 Astyanax sp. 2 B. opalinus C. aff. timbuiensis G. brasiliensis 6 4 1 G. carapo 3 1 3 3 1 Harttia sp. Hasemania sp. 1 1 H. wheatlandii H. intermedius H. malabaricus 1 1 1 2 1 1 H. affinis H. luetkeni 1 Knodus sp. 3 L. copelandii L. mormyrops 1 1 Neoplecostomus sp. O. argenteus 2 1 4 O. niloticus Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 69 10 Morro do Pilar Minerais S.A. Estação Amostral Espécie IC17 IC19 IC20 IC21 IC22 IC23 IC24 IC25 IC27 IC28 IC29 IC30 IC31 IC32 IC33 IC34 P. adspersus 4 Pareiorhaphis sp. 1 2 Pareiorhaphis sp. 2 1 1 1 2 4 1 Parotocinclus sp. Phalloceros sp. 1 7 3 P. reticulata 1 11 3 13 6 R. quelen T. rendalli T. cf. alternatus 6 2 1 2 2 3 T. cf. brasiliensis T. cf. immaculatus Trichomycterus sp. 1 1 1 2 Trichomycterus sp. 2 1 Trichomycterus sp. 3 Abundância 26 2 7 12 6 16 17 15 4 19 3 10 27 32 15 12 Riqueza 3 2 2 6 4 6 5 5 3 3 1 5 3 10 3 5 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 70 Morro do Pilar Minerais S.A. Estação Amostral Espécie IC35 IC36 IC37 IC40 IC41 IC42 IC44 IC45 IC46 IC48 IC49 IC50 IC51 IC52 A. aff. fasciatus 2 1 A.aff. scabripinnis 5 A. aff. taeniatus 3 1 12 A. bimaculatus 5 1 8 2 Astyanax sp. 1 1 Astyanax sp. 2 B. opalinus C. aff. timbuiensis G. brasiliensis 2 2 8 1 2 G. carapo Harttia sp. 5 1 1 2 3 5 Hasemania sp. 1 H. wheatlandii 1 H. intermedius H. malabaricus 1 1 H. affinis 1 H. luetkeni 9 1 Knodus sp. L. copelandii 5 1 2 L. mormyrops Neoplecostomus sp. 1 1 O. argenteus O. niloticus P. adspersus 2 8 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 71 Morro do Pilar Minerais S.A. Estação Amostral Espécie IC35 IC36 IC37 IC40 IC41 IC42 IC44 IC45 IC46 IC48 IC49 IC50 IC51 IC52 Pareiorhaphis sp. 1 2 1 Pareiorhaphis sp. 2 Parotocinclus sp. 1 Phalloceros sp. 7 10 3 6 1 1 P. reticulata R. quelen 2 1 T. rendalli 3 T. cf. alternatus 7 1 3 5 T. cf. brasiliensis T. cf. immaculatus 1 3 1 Trichomycterus sp. 1 1 2 2 1 Trichomycterus sp. 2 3 2 Trichomycterus sp. 3 Abundância 32 31 5 28 14 7 1 10 3 18 14 3 4 8 Riqueza 10 8 1 6 5 2 1 4 3 8 6 1 2 4 3.4.5.3 Esforço de captura e curva do coletor Através dos dados obtidos a partir das amostragens para análise quantitativa, realizaram-se os cálculos de captura por unidade de esforço em número (CPUEn) e biomassa (CPUEb) por estação amostral, por espécie e por tamanho de malha de rede de espera. Na Figura 3.7 e Figura 3.8, estão representados os valores de captura por unidade de esforço por número e biomassa, respectivamente, por estação amostral. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 72 Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 3.7 - Captura por unidade de esforço por número (CPUEn) por estação amostral. Diagnóstico da ictiofauna do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período PréImplantação (set./2010 a fev./2011): Dados consolidados. Figura 3.8 - Captura por unidade de esforço por biomassa (CPUEb) por estação amostral. Diagnóstico da ictiofauna do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período PréImplantação (set./2010 a fev./2011): Dados consolidados. Através das análises quantitativas da captura por unidade de esforço por espécie, foi possível constatar que na área de influência do empreendimento a espécie com maior sucesso de captura, em número, foi G. brasiliensis (acará) seguido pelas espécies Pachyurus adspersus (curvina) e Hypostomus luetkeni (cascudo) (Figura 3.9). As espécies mais expressivas em relação ao esforço empregado, considerando-se a biomassa foram P. adspersus seguido de Hoplias intermedius (trairão) e H. luetkeni (Figura 3.10). Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 73 Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 3.9 - Captura por unidade de esforço por número (CPUEn) por espécie. Diagnóstico da ictiofauna do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 a fev./2011): Dados consolidados. Figura 3.10 - Captura por unidade de esforço por biomassa (CPUEb) por espécie. Diagnóstico da ictiofauna do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período Pré-Implantação (set./2010 a fev./2011): Dados consolidados. As malhas 3 cm e 4 cm (medidas entre nós opostos) foram as que obtiveram o maior sucesso de captura por número de indivíduos, enquanto na malha 12 cm nenhum indivíduo foi capturado (Figura 3.11). O fato de que nas malhas menores a captura por unidade de esforço apresente maiores resultados já é esperado, ao passo que espécies que possuem indivíduos de portes menores costumam ter maiores abundâncias de indivíduos capturados. Por outro lado, as malhas que obtiveram o melhor rendimento em biomassa foram as malhas 5 cm, 4 cm e 7 cm, respectivamente (Figura 3.12). Estes dados corroboram o fato de que um maior Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 74 Morro do Pilar Minerais S.A. número de espécimes de menor porte foi coletado durante as campanhas de coleta em campo, ultrapassando o valor de biomassa atingida pelas redes de malha maior em que, teoricamente, costumam ocorrer capturas de indivíduos de maior porte e biomassa. Associado a isto, as características dos rios amostrados (rio Santo Antônio e rio Preto), por serem considerados rios de porte pequeno a médio, costumam abrigar maior número de espécies de tamanhos corporais pequenos a médios, característica também observada em grande parte dos rios das bacias hidrográficas brasileiras. Figura 3.11 - Captura por unidade de esforço por número (CPUEn) por tamanho de malha. Diagnóstico da ictiofauna do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período PréImplantação (set./2010 a fev./2011): Dados consolidados. Figura 3.12 - Captura por unidade de esforço por número (CPUEn) por tamanho de malha. Diagnóstico da ictiofauna do empreendimento Morro do Pilar Minerais, MG – Período PréImplantação (set./2010 a fev./2011): Dados consolidados. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 75 Morro do Pilar Minerais S.A. Nº acumulado de Espécies (S) Figura 3.13 - Curva do coletor, traduzida pelo número acumulado de espécies observadas (Sobservado) e estimadas (Sestimado) em função das estações amostrais sequencialmente na sub-bacia do rio Santo Antônio, bacia do rio Doce, MG, em setembro de 2010 e fevereiro de 2011. 50 45 40 35 30 25 20 Sobservado 15 Sestimado 10 5 0 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 Amostragem Através da curva do coletor (Figura 3.13), traduzida pelo número acumulado de espécies em função dos pontos amostrados sequencialmente através de peneira e redes de emalhar, na subbacia do rio Santo Antônio, bacia do rio Doce, em setembro de 2010 e fevereiro de 2011, pôde-se verificar que a curva não atingiu a assíntota superior para as espécies capturadas e ainda demonstra que houve um aumento na riqueza à medida que se aumentou o esforço de captura (Anexo). Este fato provavelmente pode ter ocorrido devido à grande diversidade que estes ambientes proporcionam e às diferentes diversidades observadas em cada trecho. Para esta análise foi utilizado o estimador de riqueza Jacknife 1 (Sestimado). Todavia, Santos (2003) ressalta que a estabilidade da curva dificilmente é alcançada em ecossistemas tropicais. 3.4.6. Diversidade e equitabilidade Através das análises do índice de Shannon, foi constatado que a estação amostral com maior diversidade foi IC14 e em seguida observou-se IC8. Dentre os outros locais analisados quantitativamente, IC3 e IC30, nesta ordem, foram os que apresentaram menores índices. Em relação ao valor da equitabilidade (E) que informa acerca da uniformidade de exemplares capturados por espécie em determinado local, verificou-se que nas estações amostrais IC14 e IC15 apresentaram total uniformidade, sendo que em IC30 e IC21 também ocorreram valores altos. Os menores índices de equitabilidade registrados foram para IC3 e IC8 (Quadro 3.6). Na Figura 3.14, todos os valores registrados para os índices de diversidade de Shannon e a equitabilidade nas estações amostrais da área de influência do empreendimento Morro do Pilar Minerais S.A. podem ser observados. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 76 Morro do Pilar Minerais S.A. Quadro 3.6 - Valores dos índices de diversidade de Shannon (H’) e equitabilidade (E) para as estações amostrais da área de influência do empreendimento minerário Morro do Pilar, MG Período Pré-Implantação (set./2010 a fev./2011): Dados consolidados. Estação Amostral Índices IC3 IC8 IC14 IC15 IC21 IC30 IC36 Diversidade (H’) 1,4 1,72 1,9 1,48 1,56 1,42 1,68 Equitabilidade (E) 0,78 0,78 0,92 0,92 0,87 0,88 0,81 Figura 3.14 - Índices de diversidade de Shannon (H’) e equitabilidade (E) para as estações amostrais da área de influência do empreendimento minerário Morro do Pilar, MG – Período PréImplantação (set./2010 e fev/2011): Dados consolidados. 3.5. Considerações finais Nos córregos localizados na área de influência do empreendimento, há um predomínio de assembléias compostas por espécies nativas de pequeno porte, características de riachos de cabeceira, lóticos e com baixas temperaturas, local propício à existência de espécies reofílicas, dependentes de material alóctone; A abundância representada por espécies generalistas e a ocorrência de espécies exóticas nos ambientes lênticos e em alguns lóticos da região, reflete alterações provocadas por ações humanas. Introduções de espécies exóticas de peixes têm se tornado sério problema à conservação de espécies nativas em todo o mundo, pois conduz a um dos principais fatores à Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 77 Morro do Pilar Minerais S.A. diminuição da biodiversidade. O número de espécies exóticas à sub-bacia do rio Santo Antônio encontradas durante o presente estudo foi considerado pequeno, todavia com a realização de novas amostragens estes números poderão sofrer alterações; Duas espécies (Brycon opalinus e Henochilus wheatlandii) constantes em listas oficiais de espécies ameaçadas de extinção foram registradas no presente estudo, fato este de extrema importância para a manutenção das características dos corpos hídricos da região e para a continuação dos estudos de acompanhamento das possíveis alterações sobre estas populações, em detrimento de qualquer tipo de intervenção humana na área. A diversidade e abundância encontradas na área de influência do empreendimento (ADA, AII, AE) girou em torno de 50% do total das espécies já registradas para a bacia do rio Santo Antônio, o qual é tido como área prioritária para conservação devido à ocorrência de diversas espécies endêmicas, ameaçadas de extinção (Vieira et al., 2000; Vieira & Alves, 2001; Castro et al. 2004, Rosa & Lima, 2005) e por apresentar alta diversidade de espécies (Vieira, 2006). Dados ainda incipientes disponíveis na literatura a respeito do comportamento migratório de B. opalinus e H. wheatlandii demonstram a importância da continuação dos estudos, os quais seguem propostos no programa de monitoramento da ictiofauna, visando à descoberta de áreas de desova e recrutamento, possivelmente devido à utilização de tributários como o ribeirão Mata Cavalo (IC1, no presente estudo) e um córrego sem nome (IC4, no presente estudo), além de trechos do rio Preto (IC14 e IC49, neste estudo); O rio Santo Antônio possui espécies com comportamento migrador, fato que reflete a necessidade de continuidade dos estudos na forma de monitoramento visando à preservação e manejo destas espécies. 4 HERPETOFAUNA 4.1. Introdução A alteração de ambientes naturais em função das atividades desenvolvidas pelo homem é na atualidade a maior ameaça para a manutenção da diversidade biológica do planeta (Primack e Rodrigues, 2001). Embora o Brasil seja um país megadiverso, o estado da conservação de sua biodiversidade é precário, de modo que grande parte de seus biomas perderam áreas significativas de sua extensão original (Drummond et al., 2005). No estado de Minas Gerais, a ocupação desordenada e a exploração de seus recursos naturaissão as principais fontes causadoras da descaracterização de seus biomas, particularmente a Mata Atlântica. Por comportar elevada diversidade de habitats e microhabitats, a Mata Atlântica é um bioma rico em espécies de anfíbios e répteis, abrigando grande número de espécies especialistas Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 78 Morro do Pilar Minerais S.A. acarretando elevado número de endemismos (Haddad, 1998; Marques et al., 1998). Espécies de anfíbios e répteis são negativamente afetadas pelos efeitos decorrentes do processo de fragmentação deste bioma (Gibbons et al., 2000; Stuart et al., 2004). Recentes estudos relacionados ao empobrecimento destas comunidades e aos riscos de extinção associados à perda de hábitat, fragmentação, mudanças climáticas e patógenos (Gibbons et al., 2000; Dixo, 2005; Eterovick et al., 2005; Carnaval et al., 2006) têm alertado sobre a necessidade da ampliação do conhecimento sobre estes grupos animais, que desempenham um papel importante nas cadeias ecológicas como controladores de insetos e outros invertebrados, além de integrarem a dieta de grandes vertebrados (Vitt et al., 1998). São ainda importantes no fluxo de energia das cadeias tróficas, pois convertem cerca de 90% do que consomem em massa corpórea (Pough et al., 2003). A supressão de populações destes grupos em suas respectivas áreas de ocorrência pode acarretar conseqüências negativas no funcionamento dos ecossistemas do qual estão inseridos. Adicionalmente, por possuírem características biológicas próprias (como por exemplo, um tegumento extremamente permeável a gases e a água) os anfíbios podem atuar na indicação da qualidade ambiental de áreas em que vivem (Welsh e Ollivier, 1998). 4.2. Objetivos Realizar o levantamento primário da riqueza e composição de espécies de anfíbios e répteis presentes na área do empreendimento; Verificar a presença de espécies de ocorrência pontual, relevância taxonômica, endêmicas ou ameaçadas de extinção; Elaborar o diagnóstico da herpetofauna da área do empreendimento Morro do Pilar Minerais. 4.3. Material e métodos Para a caracterização da composição herpetofaunística na área do empreendimento, foram utilizadas metodologias conjugadas para a obtenção de dados primários (observação em campo) e secundários (dados bibliográficos). Foram realizadas quatro campanhas, sendo duas em estação chuvosa, nos períodos de 15/11 a 24/11/10 e 26/11 a 04/12/10, e duas durante a seca, de 02/05 a 09/05/11 e 13/06 a 21/06/11. 4.3.1. Dados secundários Foram levantadas informações disponíveis provenientes de estudos anteriormente realizados em áreas próximas ao empreendimento. Através desta compilação pretendeu-se obter um panorama geral do estoque regional de espécies possibilitando a realização de inferências comparativas. No entanto, a vertente da bacia do rio Doce, na qual se insere o município de Morro do Pilar, é pouco conhecida em relação aos seus aspectos biológicos e ecológicos e no que se refere à herpetofauna, pouco se conhece sobre a composição das comunidades formando lacunas amostrais na paisagem. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 79 Morro do Pilar Minerais S.A. 4.3.2. Dados primários A metodologia empregada seguiu o plano elaborado para solicitação das Licenças de Captura e Transporte de fauna, pré-aprovado pelo IBAMA e consistiu na realização de campanhas sazonais. Foram adotados três métodos para o registro e levantamento de espécies: busca ativa diurna e noturna, armadilhas de interceptação e queda (pitfall traps) e registros de estrada/ocasionais. A busca ativa foi realizada conforme as diferentes fitofisionomias disponíveis. Os pontos selecionados foram percorridos para verificação in loco do seu status de conservação e o registro de suas características. Foi também observada a eventual existência de características propícias à ocorrência de exemplares da herpetofauna, tais como disponibilidade de ambientes úmidos e áreas de formações vegetacionais mais bem preservadas e menos acessadas. As buscas ativas referentes à anurofauna foram realizadas em pontos estratégicos e ocorreram após o anoitecer, sendo ainda iniciadas na presença de alguma luminosidade (após o pôr-do-sol). Os exemplares foram registrados através de zoofonia (vocalização) ou registro direto (visualização ocasional), tendo-se o auxílio de lanterna de mão de luz branca para sua localização. Cada ambiente selecionado foi lentamente percorrido procurando-se observar os substratos passíveis de serem utilizados por indivíduos adultos e jovens. As vocalizações foram gravadas com mini gravador digital de marca Panasonic RR-US 450 com microfone acoplado e dispositivo zoom inteligente. Para os répteis, as buscas ativas foram realizadas, sobretudo, no período diurno, através da procura ativa nas áreas de amostragem (em terra e/ou corpos d’água), visualizações ocasionais e, adicionalmente, amostragens de estrada (“road sampling”) (Fitch, 1987). Foram consideradas áreas florestadas e de borda, sempre que possível, verificando-se locais passíveis de serem utilizados como abrigo, tais como frestas em acúmulos de pedras e aglomerados rochosos, troncos caídos e madeira empilhada, termiteiros, vegetação marginal e a camada de folhedo que se acumula no chão destes ambientes. O registro da ocorrência de espécies de serpentes foi auxiliado através do uso de gancho próprio. Salienta-se, que o inventário de répteis é dificultado devido aos hábitos do grupo (p. ex. noturnos, fossoriais) e a cripticidade, cujos representantes, ao contrário dos anfíbios, não formam aglomerados reprodutivos. Qualquer oportunidade de registro por visualização foi quantificada, considerando-se os animais encontrados mortos (geralmente atropelados) e os indícios da ocorrência de espécies, como a presença de carcaças, girinos e/ou desovas de anuros (que podem ser coletados com auxílio de redes e peneiras), assim como de mudas ou ovos de répteis. Foram selecionadas e padronizadas previamente 14 estações amostrais para a instalação das armadilhas de interceptação e queda (pitfall traps). Estas áreas corresponderam a diferentes formações florestais presentes na área de estudo. Em cada estação foi instalada uma bateria de 10 unidades que permaneceram abertas durante quatro noites consecutivas, sendo vistoriadas diariamente pela manhã. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 80 Morro do Pilar Minerais S.A. As armadilhas consistiram em baldes plásticos (60 litros) enterrados ao nível do solo e deixados destampados durante o período amostral, sendo percorridos uma vez ao dia (pela manhã) para verificação da ocorrência de espécimes. Os baldes foram instalados eqüidistantes 5m entre si, correspondendo a uma extensão total de 50m em cada bateria. Foram empregadas cercas-guia para otimização das capturas, que consistem em lonas plásticas de até 1m de altura, enterradas no solo através da abertura de valas de 15 cm de profundidade entre cada balde, sendo afixadas em estacas de madeira. Cada um dos baldes teve o fundo furado com auxílio de ferro aquecido, de forma a permitir o escoamento de água. Foram também depositadas folhas nos baldes para garantir a sobrevivência dos exemplares, funcionando como abrigo e pequenas placas de isopor como sistema antiafogamento. Cada balde foi devidamente retirado ao final dos trabalhos e os buracos no solo foram tampados. O esforço empregado nas armadilhas de queda foi de 70 pitfall traps/dia. Para a metodologia de busca ativa foi adotado o esforço médio de uma hora/dia por coletor no turno da manhã e uma hora/dia por coletor à tarde, além de cerca de três horas/dia no turno da noite, totalizando aproximadamente cinco horas diárias de observações. A maioria dos exemplares capturados foi identificada, contabilizada e solta, não tendo sido utilizado nenhum tipo de marcação de indivíduos. Cabe salientar que as técnicas mais acessíveis e ainda amplamente utilizadas no país envolvem a mutilação de extremidades de dedos e artelhos, o que pode causar prejuízos ao animal, devendo o seu emprego ficar restrito às etapas de monitoramento de longo termo ou ser substituído pelo uso de elastômeros. Além disto, o ciclo de vida de muitos destes animais restringe-se a poucos anos, muitas vezes não compatível ao cronograma executivo de obras e às próprias etapas inerentes ao licenciamento ambiental. Alguns exemplares de interesse foram coletados e sacrificados através de técnicas apropriadas para os grupos em questão, montados em posição anatômica e fixados em soluções de formol a 10% e álcool a 70%, para composição do material testemunho. O material testemunho foi depositado na Coleção de Herpetologia do Museu de Ciências Naturais da PUC MINAS conforme a Licença do Ibama 356/2010 NUFAS/MG. 4.3.3. Análise de dados As espécies foram ordenadas em listagens para anfíbios e répteis e ilustradas graficamente com base nas famílias representadas na amostra. Foram realizadas análises de riqueza e abundância de espécies, distribuição espacial, freqüência de ocorrência e influência sazonal. Encontram-se ainda apresentadas algumas informações acerca de aspectos biológicos e distribuição geográfica das espécies, além da eventual ocorrência de táxons ameaçados, raros, endêmicos, bioindicadores e de interesse científico, econômico ou médico. Para avaliar o desempenho das amostragens de campo, encontra-se apresentada a freqüência acumulada de espécies (curva do coletor) associada a estimadores de riqueza de espécies, só se tomando como suficiente o esforço de amostragem a partir da percepção nítida da estabilização da curva. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 81 Morro do Pilar Minerais S.A. Os estimadores não paramétricos Jacknife (1ª ordem) e Booststrap baseados em incidência de espécies foram aplicados para extrapolar os valores observados de riqueza em busca de um número que corresponda ao total de espécies esperado para a área de estudo. Eles incluem na sua função o número de espécies encontradas em apenas uma amostra e o número total de amostras. Os gráficos foram gerados com o auxílio do Software EstimateSWin820. O resultado obtido foi comparado com a curva real do coletor obtida nas duas campanhas realizadas. A curva do coletor é obtida através do registro diário de ocorrência inédita das espécies incluídas na amostra. A partir destes dados um gráfico de acúmulo de espécies é confeccionado e representa o número de espécies amostradas de forma cumulativa ao longo de todos os dias. Para avaliar o status de conservação das espécies registradas foram adotadas as listas: estadual (Deliberação Normativa COPAM n.º 147, de 30 de abril de 2010), nacional (Instrução Normativa do IBAMA/MMA nº 3, de 27 de maio de 2003) e mundial (lista Vermelha conforme a União Internacional para Conservação da Natureza - IUCN, 2010). O estado taxonômico para as espécies de anfíbios aqui relacionados segue Frost (2011) e para as espécies de répteis segue o disposto pela Sociedade Brasileira de Herpetologia (Bérnils, 2010). 4.3.4. Área de estudo Foram pré-determinadas as 14 estações de amostragem entre as áreas norte e sul, através de sensoriamento remoto e uma visita em campo pela coordenação geral de fauna, para instalação das armadilhas pitfall, conforme o Quadro 4.1, a seguir. Quadro 4.1. Pontos de instalação de armadilhas pitfall utilizados durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) Estação Amostral Caracterização sucinta/ Fitofisionomias principais Coordenadas (UTM/UPS) 23 K Corpo dágua 1 (AID) FES-I e FES-M/A 666108/7881961 Ausente – Córrego das Lages localizado a cerca de 500m de distância 2 (ADA) FES-I, Eucaliptal e Canga 667453/7881111 Ausente - Riacho de médio porte localizado a cerca de 300m de distância 3 (ADA) FES-M/A e Pastagem 669321/7881818 Riacho permanente de pequeno porte com formação brejosa associada 4 (AID/AV) FES-I e FES-M/A 667949/7879862 Ausente - Riacho de médio porte localizado a cerca de 300m de distância 5 (AID/AV) FES-I e FES-M/A e Pastagem 673194/7880800 Riacho permanente de pequeno porte 6 (ADA) FES-I e FES-M/A e Pastagem 671214/7878292 Riacho pequeno de constante Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 82 Morro do Pilar Minerais S.A. Estação Amostral Caracterização sucinta/ Fitofisionomias principais Coordenadas (UTM/UPS) 23 K Corpo dágua troca com grande formação brejosa associada 7 (ADA/AID) FES-I e FES-M/A 668864/7876448 Riacho permanente de pequeno porte com formação brejosa associada 8 (AID) FES-I e FES-M/A e Pastagem 669756/7875194 Riacho permanente de pequeno porte 9 (ADA) FES-I e FES-M/A e Pastagem 674163/7876700 Pequena formação brejosa 10 (AID) FES-I e Pastagem 676790/7875173 Riacho de pequeno porte e brejos temporários 11 (AID) FES-M/A 671209/7872308 Riacho de pequeno porte e pequenos alagadiços temporários 12 (ADA) FES-I e FES-M/A 673257/7871818 Riacho de pequeno porte com barramento artificial 13 (AID) FES-I, FES-M/A, Candeal e Pastagem 670630/7869719 Lagoa permanente e pequenas drenagens adjacentes 14 (AID/AV) FES-I, FES-M/A e Eucaliptal 675430/7869702 Riacho permanente de pequeno porte Legenda: FES-I: Floresta Estacional Semidecidual em estágio inicial de regeneração; FES-M/A: Floresta Estacional Semidecidual em estágio médio/avançado de regeneração. Durante a realização das atividades de campo, foram observados ainda 41 pontos adicionais localizados próximos aos pitfalls e também ao longo da área de entorno do empreendimento. Estes pontos foram selecionados conforme a potencialidade de ocorrência de espécimes e a viabilidade de acesso, através do auxílio de aparelho GPS para georreferenciamento e material cartográfico para localização. A determinação destes pontos visou a complementação dos resultados, representando diferentes fitofisionomias existentes na área do estudo e observando o status atual de conservação (Quadro 4.2). Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 83 Morro do Pilar Minerais S.A. Quadro 4.2. Pontos adicionais utilizados durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) Número do ponto e Estação amostral Caracterização sucinta 1) E2 (AID/AV) Curso d’água localizado em área florestal; Leito pedregoso, formação de remansos e abundante camada de folhedo marginal 2) AE (AID/AV) 3) AE (AID) Coordenadas (UTM/UPS) 23 K 667009/7881538 Curso d’água associado a extensa formação brejosa em área aberta e borda de mata; Abundante estrato herbáceo e 666734/7882135 arbustivo Curso d’água de menor porte localizado em área semi667713/7882540 aberta de solo arenoso e vegetação típica de pequeno porte 4) AE (AID/AV) 5) AE (AII) Curso d’água localizado em área florestal Curso d’água localizado em área florestal 668164/7882618 668961/7882706 6) AE (AID) 669929/7882462 11) E1 (AID/AV) Área brejosa inserida em área de capoeira Curso d’água localizado em significativa área florestal com formação de poça de médio porte associada Curso d’água (Rib. Mata Cavalo) localizado em área florestal com pequena rede de afluentes associados Curso d’água localizado em área florestal Curso d’água de médio porte localizado em área semiaberta de solo arenoso e vegetação típica de pequeno porte Curso d’água localizado em área florestal 12) E1 (AID/AV) 13) AE (AID) Curso d’água de médio porte localizado em área florestal Afloramentos rochosos e rede de drenagens superficiais 666350/7881946 665517/7881871 14) AE (AID) 15) AE (AII) Curso d’água localizado em área florestal, leito rochoso Rede de drenagens em área de campo limpo 665413/7881808 665204/7881851 16) AE (AII) Curso d’água de médio porte (Rib. Das Lages) localizado em área aberta, leito rochoso 665120/7881870 7) E3 (ADA) 8) E4 (AID/AV) 9) E4 (AID/AV) 10) E4 (AID/AV) 17) AE (AII) 18) AE (AII) 19) E6 (AID/AV) 20) AE (ADA) 21) E7 (AID/AV) 22) AE (AID/AV) 23) E6 (AID/AV) Curso d’água localizado em área florestal Rede de drenagens em área de campo limpo Curso d’água localizado em área florestal em transição a pastagens, bambuzais próximos Curso d’água localizado em área florestal em transição a pastagens Curso d’água de constante troca com grande formação brejosa associada, localizado em área florestal Área brejosa inserida em área de capoeira e borda de mata Curso d’água permanente de pequeno porte com formação brejosa associada Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 84 669385/7881750 668310/7879120 668297/7879269 668659/7879442 666334/7881955 665043/7881763 664661/7881612 670852/7879058 669261/7878169 668864/7876448 670315/7877545 671214/7878292 Morro do Pilar Minerais S.A. 24) AE (AID) Área brejosa inserida em área de capoeira 670685/7875145 25) AE (AID) Curso d’água localizado em área peri-urbana Área brejosa extensa associada a curso d’água e inserida em área de capoeira e borda de mata Poças localizadas em área de capoeira e borda de mata, abundantes estratos arbustivos e herbáceos Área brejosa inserida em área de capoeira e borda de mata Poça localizada em área de capoeira Área brejosa inserida em área de capoeira Lagoa inserida em área aberta Poça localizada em área de capoeira Área brejosa associada a curso d’água e inserida em área de capoeira Área brejosa associada a curso d’água e inserida em área de capoeira Pequeno curso d água permanente próximo a área antropizada; Vegetação ripária composta por estrato herbáceo ausente em determinados pontos Brejo pequeno com aproximadamente 35m de diâmetro; Predominância de vegetação herbácea no entorno Pequeno curso d água margeando fragmento de mata, com formações de pequenos brejos temporários Pequena drenagem inserida entre fragmentos de mata com formação de pequenas áreas alagadas temporárias 670807/7874805 Pequeno curso d’água represado por barreiras de concreto Pequena lagoa em área com predominância de vegetação herbácea; Presença de pequenas drenagens associadas Pequena drenagem inserida entre reduzidos fragmentos de mata 673153/7871580 26) AE (AID) 27) E5 (AID) 28) E5 (AID/AV) 29) AE (ADA) 30) AE (AID) 31) AE (AID) 32) AE (AID/AV) 33) AE (ADA) 34) AE (AID/AV) 35) E8 (AID/AV) 36) E9 (ADA) 37) E10 (AID) 38) E11 (AID) 39) E12 (ADA) 40) E13 (AID) 41) E14 (AID/AV) 673869/7880809 673227/7880684 672913/7880774 672354/7881194 674451/7880405 674252/7879928 673560/7878827 672627/7877059 671695/7875516 669964/7875181 673967/7876688 677376/7875244 671144/7872376 670610/7870251 675367/7869767 Legenda: AE – Área de Entorno; E – Corresponde a cada estação amostral (1 a 14); ADA – Área Diretamente Afetada; AID – Área de Influência Direta; AII – Área de Influência Indireta; AV – Área de Vizinhança (500m da ADA). Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 85 Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 4.1 - Estações amostrais e pontos adicionais para o levantamento da herpetofauna Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 86 Morro do Pilar Minerais S.A. 4.4. Resultados e discussão 4.4.1. Riqueza de espécies Foram registradas diretamente 47 espécies de anfíbios anuros no total, distribuídas em nove famílias: Hylidae (23), Leptodactylidae (8), Leiuperidae (4), Bufonidae (3), Brachycephalidae (3), Cycloramphidae (2), Microhylidae (2), Craugastoridae (1) e Hylodidae (1). Anfíbios cecilídeos (Gymnophiona) não foram observados. Também foram registradas 23 espécies de répteis, sendo oito lagartos, 13 serpentes e dois jacarés, pertencentes às seguintes famílias: Dipsadidae (8), Teiidae (3), Viperidae (3), Tropiduridae (2), Colubridae (2), Alligatoridae (2), Gekkonidae (1), Leiosauridae (1), e Polychrotidae (1) (Quadro 4.3 e Quadro 4.4). A somatória totaliza uma riqueza de 70 táxons. Quadro 4.3. Espécies de anfíbios registradas durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011). Obs.: V = Visualização; Z = Zoofonia; PT = Pitfall traps Família Espécie Nome vulgar Tipo de registro Pontos com registro da espécie 6, 7, 25, 37, 38, Rhinella pombali Sapo amarelo 39, 40, 41, V, Z, PT PT4, PT5, PT8, PT11, PT12 Bufonidae Rhinella Sapo rubescens vermelho Rhinella schneideri Ischnocnema juipoca Brachycephalidae PT1, PT2, PT3, Ischnocnema cf. izecksohni Ischnocnema surda V Estação Amostral com ocorrência Campanha de ocorrência AE, E1, E2, E3, E4, E5, E8, E10, E11, 1ª e 2ª E12, E13, E14 7 E3 1ª PT8, PT9, E8, E9, E10, PT10, PT12 E12 1ª E10, E13, E14 1ª Sapo cururu PT Rãzinha PT Rãzinha Z 21 E6 1ª Rãzinha PT PT2, PT7 E2, E7 1ª PT10, PT13, PT14 7, 21, 37, 38, Craugastoridae Haddadus binotatus Rãzinha V, PT 40, 41, PT2, E2, E3, E4, PT3, PT4, PT6, E6, E10, E11, PT10, PT13, E13, E14 PT14 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 87 1ª e 2ª Morro do Pilar Minerais S.A. Estação Amostral com ocorrência Campanha de ocorrência Nome vulgar Tipo de registro Pontos com registro da espécie Rãzinha Z, PT 28, PT5 E5 1ª megatympanum Rãzinha V, Z, PT 15, 40, PT10 AE, E10, E13 1ª Aplastodiscus Perereca 7, 21, 23, 27, AE, E3, E5, cavicola verde 32, 37, 41 E6, E7, E10, Família Espécie Odontophrynus cultripes Cycloramphidae Thoropa V, Z 1ª e 2ª E14 Bokermannohyla nanuzae Bokermannohyla saxicola Bokermannohyla gr. circumdata Dendropsophus branneri Perereca V, Z 3, 4, 14, 40, 41 AE, E13, E14 1ª Perereca V 16, 40 AE, E13 1ª e 2ª Perereca V 41 E14 1ª Pererequinha V, Z 5, 37 AE, E10 1ª AE, E5, E8 1ª e 2ª Dendropsophus Pererequinha elegans de moldura Hylidae 2, 5, 6, 22, 25, V, Z 26, 27, 28, 29, 31, 33, 35 2, 3, 5, 6, 7, 21, Dendropsophus Pererequinha minutus amarela V, Z 22, 23, 27, 28, AE, E3, E5, 29, 30, 32, 35, E6, E7, E8, 36, 37, 38, 39, 40, 41 Dendropsophus rubicundulus Pererequinha V, Z E9, E10, E11, 1ª e 2ª E12, E13, E14 27, 35, 36, 37, E5, E8, E9, 38, 39, 40, 41 E10, E11, 1ª E12, E13, E14 Dendropsophus seniculus Dendropsophus aff. branneri Perereca V, Z Pererequinha V, Z Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 26, 27, 28, 29, 30, 33 AE, E5 1ª AE, E5 1ª 2, 5, 22, 27, 29, 31, 32, 33 Página: 88 Morro do Pilar Minerais S.A. Família Espécie Nome vulgar Tipo de registro Pontos com registro da espécie Estação Amostral com ocorrência Campanha de ocorrência 2, 5, 6, 21, 22, Hypsiboas Rã carneiro albopunctatus V, Z 24, 27, 29, 30, AE, E5, E6, 31, 32, 35, 36, E8, E9, E10, 37, 38, 39, 40, 41 Hypsiboas crepitans Hypsiboas faber Perereca V, Z Sapo martelo V, Z E11, E12, 1ª e 2ª E13, E14 26, 29, 35, 41 AE, E8, E14 21, 27, 37, 38, AE, E5, E6, 39, 40, 41 E10, E11, 1ª 1ª e 2ª E12, E13, E14 Hypsiboas lundii Perereca V, Z 37, 38, 40, 41 E10, E11, E13, E14 Hypsiboas Perereca pardalis V, Z, PT Hypsiboas cf. Perereca de cipoensis pijama Phyllomedusa Perereca burmeisteri verde Scinax carnevallii Perereca V, Z Scinax eurydice Perereca V, Z, PT Scinax fuscomarginatus Perereca Scinax Perereca de fuscovarius banheiro Z 5, 7, 22, 26, 29, 30, PT5 AE, E3, E5 1ª e 2ª 15, 16, 17 AE 1ª 5, 6, 21, 27, 28, V, Z AE, E5, E6, 34, 38, 39 E11, E12 7, 16, 29, 40 AE, E3, E13 5, 6, 27, 30, 33, AE, E5, E13, 40, 41, PT13 E14 39 E12 28, 35, 36, 37, AE, E5, E8, 38, 39, 40, 41 E9, E10, E11, V, Z V, Z E12, E13, E14 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 1ª Página: 89 1ª 1ª e 2ª 1ª 1ª 1ª e 2ª Morro do Pilar Minerais S.A. Família Espécie Scinax aff. perereca Scinax aff. xsignatus Hylodidae Hylodes otavioi Nome vulgar Tipo de registro Pontos com registro da espécie Perereca Z 6 Perereca V, Z Rãzinha V, Z, PT Estação Amostral com ocorrência Campanha de ocorrência AE 1ª AE, E5, E7 1ª 5, 6, 23, 26, 27, 29, 30, 33 1, 9, 11, 23, PT3, PT4 E1, E2, E3, E4, E7 1ª e 2ª 2, 5, 6, 21, 22, 24, 26, 27, 28, Physalaemus Rã cachorro cuvieri V, Z, PT 29, 30, 31, 32, AE, E3, E5, E6, E7, E9, 33, 34, 36, 38, E11, E12, 39, 40, 41, E13, E14 1ª PT3, PT6, PT7 Leiuperidae Physalaemus crombiei Physalaemus orophilus Pseudopaludicola sp. Leptodactylus cunicularius Leptodactylidae Rãzinha V, Z, PT 21, PT6 E6 1ª Rãzinha V, Z, PT 21, PT1, PT6 E1, E6 1ª e 2ª Rãzinha V, Z 26, 33 AE 1ª Rãzinha V, Z AE, E13 1ª e 2ª Leptodactylus Rã fuscus assobiadora Leptodactylus latrans Leptodactylus labyrinthicus Rã manteiga Rã-pimenta 15, 18, 40, Estrada* 2, 5, 25, 26, 27, V, Z, PT V, Z, PT V, Z AE, E5, E9, 29, 30, 36, 38, E10, E11, 40, PT10, PT12 E12, E13 21, 37, 38, 39, E6, E10, E11, 40, 41, PT11 E12, E13, E14 2, 5, 7, 21, 26, AE, E3, E5, 27, 29, 31, 36, E6, E8, E9, 38, 39, 40, 41 E11, E12, E13, E14 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 90 1ª 1ª e 2ª 1ª Morro do Pilar Minerais S.A. Família Espécie Leptodactylus furnarius Leptodactylus mystacinus Leptodactylus mystaceus Leptodactylus sp. (Adenomera) Elachistocleis cesarii Estação Amostral com ocorrência Campanha de ocorrência 24 AE 1ª Pontos com registro da espécie Nome vulgar Tipo de registro Rãzinha V, Z Rãzinha V, PT 2, PT7 AE, E7 1ª Rãzinha Z 26 AE 1ª Rãzinha Z 21 E6 1ª Rã apito V, Z, PT 6, 15, 18, 22, 26, 27, 33, 34, E14 21, PT6 E6 Microhylidae Chiasmocleis sp. Rãzinha AE, E5, E11, PT11, PT14 PT 1ª 1ª Quadro 4.4. Espécies de répteis registradas durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011). Obs.: V = Visualização; PT = Pitfall traps; A = Atropelamento; E = Entrevista; O = Ocasional Família Polychrotidae Leiosauridae Espécie Polychrus Lagarto acutirostris preguiça Enyalius bilineatus Tropidurus Tropiduridae itambere Tropidurus gr. torquatus Gekkonidae Teiidae Nome vulgar Hemidactylus mabouia Tipo de registro V Pontos com Estação Campanha registro da Amostral com de espécie ocorrência ocorrência 40 E13 1ª PT1, PT8, PT9, Lagarto PT PT10, PT11, PT13, PT14 E1, E8, E9, E10, E11, E13, E14 1ª Calango V 36, 37, 40 E9, E10, E13 1ª e 2ª Calango V 25 AE 1ª Lagartixa V 25, 37, 38, 40 Ameiva ameiva Calango verde Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 V, PT AE, E10, E11, E13 PT9, PT10, E9, E10, E11, PT11, PT13 E13 Página: 91 1ª e 2ª 1ª e 2ª Morro do Pilar Minerais S.A. Família Espécie Cnemidophorus ocellifer Tupinambis merianae Colubridae registro da Amostral com de espécie ocorrência ocorrência PT8, PT9, PT10, E8, E9, E10, PT11, PT12, E11, E12, E13, PT13, PT14 E14 21, PT10, PT11, AE, E7, E10, PT13, Estrada* E11, E13 V, A Estrada* AE, E11 1ª Cobra cipó A Estrada* AE 2ª Palheira V 40 E13 2ª Cobra V 38 E11 1ª Cobra do lixo V, PT PT6 E6 1ª e 2ª Falsa coral A Estrada* AE 2ª Cobra coral PT PT10 E10 1ª Cobra verde V 41 E14 1ª Cobra V 7 E3 1ª Boipeva A Estrada* AE 2ª A Estrada* E14 2ª 21, 28, 37, 40, E5, E6, E10, 41 E13, E14 Nome vulgar Calango verde Teiú bifossatus do brejo Chironius almadensis Liophis typhlus Liophis poecylogyrus Oxyrhopus petola Oxyrhopus trigeminus Philodryas olfersii Philodryas sp. Xenodon merremii Bothropoides Jararaca de neuwiedi rabo branco Bothropoides jararaca Caudisona durissa Paleosuchus Alligatoridae Campanha Jararacussu Liophis Viperidae Estação Mastigodryas exoletus Dipsadidae Pontos com palpebrosus** Tipo de registro PT V, PT, O 1ª 1ª e 2ª Jararaca V Cascavel V, O 27, 41 E5, E14 1ª e 2ª Jacaré V, E, O 29** AE, E10 1ª V 14*** E14 2ª Caiman Jacaré do latirostris*** papo amarelo Legenda: Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 92 1ª Morro do Pilar Minerais S.A. *Estrada: M. bifossatus - 671695/7875515; 674158/7879801 T. merianae – 667911/7886631; 668361/7878998; 672354/7881194 X. merremi – 670248/7870367 O. petola – 676775/7874907 C. exoletus – 675229/7874488 B. neuwiedi – 675349/7870974 **P. palpebrosus foi apontada por moradores locais como ocorrente no ponto 29 (AE), observação não constatada in loco. Visualizações Ocasionais: 678245/7868295; 676993/7875158 ***C. latirostris registrada próxima à E14 – 678206/7868250. Entre os anfíbios, a família Hylidae foi a de maior representatividade durante os estudos, contando com o registro de 23 táxons, seguida por Leptodactylidae (oito táxons) e Leiuperidae (quatro táxons), superioridade esta que é geralmente esperada para estudos desenvolvidos em regiões neotropicais (Duellman & Trueb, 1986) (Figura 4.2). A presença de discos adesivos na extremidade de suas falanges, que conferem a capacidade de escalar superfícies verticais, possibilitou ao grupo explorar um grande número de ambientes, notadamente em áreas florestadas, e levou à elevada especiação nesta família (Haddad & Sawaya, 2000). O hábito arborícola facilita a visualização e registro de espécimes em campo, pois podem ser encontrados nas margens de córregos e lagoas (Duellman & Trueb, 1986). Oito espécies ainda não apresentam seu estado taxonômico totalmente definido e três correspondem a novas espécies para a ciência, quais sejam: Scinax aff. perereca, cujo trabalho de descrição encontra-se em fase final (Nascimento, Nunes e Carvalho Jr., in prep.) Pseudopaludicola sp. e Chiasmocleis sp., que ainda estão em processo de análise. Uma espécie, Aplastodiscus cavicola é considerada NT (near threatened) segundo a IUCN (2011). Figura 4.2 - Espécies de anfíbios ordenadas pelas famílias registradas durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) 25 Riqueza de espécies 20 15 10 5 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 93 da e od i H yl da e or i as t C ra ug M ic ro hy lid ae da e lo ra m C yc ha l yc ep ph i id ae e id a B ra ch B uf on id ae pe r Le iu Le pt od a ct y H yl lid ae id ae 0 Morro do Pilar Minerais S.A. Entre os répteis, houve uma predominância global da família Dipsadidae (oito táxons), seguida por Teiidae e Viperidae (três táxons cada) (Figura 4.3). A predominância de dipsadídeos, antes alocados em Colubridae, concorda com o padrão geral observado em diferentes biomas da América do Sul (veja Santos-Costa & Prudente, 2003). Apenas duas espécies não apresentam seu estado taxonômico totalmente definido, o lagarto Tropidurus gr. torquatus e a serpente Philodryas sp., ambos registrados apenas visualmente à distância. Destacam-se os registros de duas espécies de jacarés e de três viperídeos de importância médica. Como não formam aglomerados reprodutivos, o encontro de répteis durante as atividades de campo costuma ocorrer de forma ocasional, sobretudo em amostragens de curto termo, devido à cripticidade, hábitos e período de atividade, dentre outros fatores. Figura 4.3 - Espécies de répteis ordenadas pelas famílias registradas durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) 4.4.2. Distribuição espacial, freqüência de ocorrência e abundância das espécies na área de estudo As 14 estações de amostragens definidas compreenderam seis fitofisionomias principais, que foram: FES-I, ou Floresta Estacional Semidecidual em estágio inicial de regeneração; FES-M/A, ou Floresta Estacional Semidecidual em estágio médio/avançado de regeneração; Eucaliptal; Canga; Pastagem e Candeal. Estas fitofisionomias distribuíram-se conforme apresentado na Figura 4.4. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 94 Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 4.4 - Representatividade das fitofisionomias principais nas 14 estações amostrais e entorno durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) 1 1 2 12 FES-I 7 FES-M/A Pastagem Eucaliptal Canga Candeal 12 Em cada estação amostral, assim como no seu entorno, foram selecionados os pontos para realização das atividades, que estiveram distribuídos entre as áreas como mostra a Figura 4.5, a seguir. Figura 4.5 - Representatividade dos pontos de amostragem distribuídos em cada estação amostral e nas áreas de entorno durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) 3 2 Estação 1 2 Estação 2 Estação 3 Estação 4 4 Estação 5 Estação 6 22 Estação 7 3 Estação 8 Estação 9 Estação 10 2 Estação 11 Estação 12 Estação 13 3 1 1 1 1 1 1 Estação 14 Entorno 1 A ocorrência de espécies, sobretudo de anfíbios, em função da formação de assembléias reprodutivas, esteve fortemente ligada à presença de pontos úmidos inseridos nas estações Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 95 Morro do Pilar Minerais S.A. amostrais (e entorno), seja natural ou artificial, e que estiveram distribuídos da seguinte forma (Figura 4.6). Figura 4.6 - classes de corpos d’água observados nos pontos selecionados durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Riachos e córregos Áreas brejosas Malhas de drenagens Poças e lagoas A partir da análise destas figuras, é possível perceber que as duas fitofisionomias mais presentes na área de estudo foram a Floresta Estacional Semidecidual em estágio inicial de recuperação e a Floresta Estacional Semidecidual em estágio médio/avançado de recuperação, com destaque também para pastagens. Da mesma forma, com relação aos ambientes úmidos, riachos e córregos corresponderam à classe mais abundante na região, seguidos pelas áreas brejosas. Deve-se ressaltar que a dominância numérica de pontos amostrais presentes na classe denominada “área de entorno” (Figura 4.9), se deve ao fato de que a mesma reúne todos os pontos observados entre as 14 estações amostrais, ou seja, no seu entorno imediato. Neste contexto, a ocorrência de espécies de anfíbios e répteis em termos de riqueza variou em cada estação amostral conforme apresentado na Figura 4.7 e Figura 4.8. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 96 Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 4.7 - Riqueza de espécies de anfíbios registradas em cada estação amostral durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar/MG (2010/2011) 20 Riqueza de espécies de anfíbios 18 16 14 12 10 8 6 4 2 Es ta çã o 5 Es ta çã o 13 Es ta çã o 14 Es ta çã o 10 Es ta çã o 6 Es ta çã o 11 Es ta çã o 12 Es ta çã o 3 Es ta çã o 8 Es ta çã o 9 Es ta çã o 7 Es ta çã o 2 Es ta çã o 1 Es ta çã o 4 0 No caso dos anfíbios, as estações amostrais que apresentaram maior riqueza foram, consecutivamente, a E5, E13, E14 e E10. Em contrapartida, as estações com menor quantidade de espécies foram a E7, E2, E1 e E4. As áreas de entorno (AE) reuniram uma riqueza total de 30 espécies, mas este dado não foi incluído na análise gráfica acima, porque se trata de um conjunto de pontos. Figura 4.8 - riqueza de espécies de répteis registradas em cada estação amostral durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) 12 Riqueza de espécies de répteis 10 8 6 4 2 Es ta çã o 10 Es ta çã o 13 Es ta çã o 11 Es ta çã o 14 Es ta çã o 9 Es ta çã o 5 Es ta çã o 6 Es ta çã o 8 Es ta çã o 1 Es ta çã o 3 Es ta çã o 7 Es ta çã o 12 Es ta çã o 2 Es ta çã o 4 0 No caso dos répteis, as estações amostrais que apresentaram maior riqueza foram, consecutivamente, a E10, E13, E11 e E14. Em contrapartida, as estações com menor quantidade de espécies foram a E1, E3, E7 e E12, com um táxon apenas em cada, além de E2 e E4, que não apresentaram qualquer resultado. As áreas de entorno (AE) reuniram uma riqueza total de nove Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 97 Morro do Pilar Minerais S.A. espécies, mas este dado não foi incluído na análise gráfica acima, porque se trata de um conjunto de pontos. Figura 4.9 - Riqueza total de espécies registradas em cada estação amostral durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) 30 Riqueza total de espécies 25 20 15 10 5 Es ta çã o 13 Es ta çã o 10 Es ta çã o 14 Es ta çã o 11 Es ta çã o 5 Es ta çã o 6 Es ta çã o 12 Es ta çã o 9 Es ta çã o 3 Es ta çã o 8 Es ta çã o 7 Es ta çã o 2 Es ta çã o 1 Es ta çã o 4 0 Considerando-se a riqueza total obtida, as estações amostrais que apresentaram maior riqueza foram, respectivamente, a E13, E10, E14 e E11. Em contrapartida, as estações com menor quantidade de espécies foram a E7, E2, E1 e E4, estas três últimas com menos de cinco espécies cada. As áreas de entorno (AE) reuniram uma riqueza total de 39 espécies, mas este dado não foi incluído na análise gráfica acima pelas razões já colocadas. Ao analisar a informação sobre a riqueza de espécies considerando-se conjuntamente os dados das fitofisionomias e da ocorrência de corpos d’água, tem-se o Quadro 4.5. Quadro 4.5. Riqueza de espécies de acordo com características de habitat e microhabitat Total fitofisionomias inseridas Total classes de fitofisionomias Presença de corpo d’água Tipos de corpo d’água Maior riqueza (n=4) 5 13 Sim 5 Menor riqueza (n=4) 4 9 Sim 1 Áreas Entre as áreas de maior riqueza, todas apresentaram corpos d’água, lênticos, lóticos, temporários ou permanentes, e ocorreram cinco classes de fitofisionomias: FES-I; FES-M/A; Pastagem; Candeal; Eucaliptal. Quanto às menos ricas, apenas uma apresentou corpo d’água e ocorreram quatro classes de fitofisionomias: FES-I; FES-M/A; Eucaliptal; Canga. Desta forma, cabe ressaltar a Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 98 Morro do Pilar Minerais S.A. importância da presença e da diversidade de corpos d’água para a ocorrência de espécies da herpetofauna, como supracitado. Torna-se importante discernir, entretanto, que o resultado encontrado deve ser considerado com cautela porque em determinadas situações a observação de uma riqueza de espécies superior na verdade pode remeter a um quadro de alteração ambiental com predominância quantitativa e qualitativa de táxons oportunistas e de maior tolerância, ou mesmo corresponder a algum viés metodológico. A título de exemplo, a Estação Amostral 3, que apresentou apenas a nona maior riqueza (n=11) representa uma das maiores aglomerações de Floresta Estacional Semidecidual da região, além de corresponder a uma área de acessibilidade mais difícil. Já a Estação Amostral 5, detentora da quinta maior riqueza entre todas as áreas, encontra-se atualmente com suas condições naturais alteradas, sobretudo por atividades como lavouras e abertura de pastagens. Geralmente, estudos que envolvem amostragens rápidas permitem a obtenção de uma noção do que se pode esperar para determinada localidade, mas nem sempre são realmente representativos, não permitindo comparações ideais (Nascimento e Oliveira, 2007). Em relação à freqüência de ocorrência, algumas espécies mostraram-se mais amplamente distribuídas entre as estações amostradas enquanto outras tiveram ocorrência mais pontual ( Figura 4.10 e Figura 4.11). Figura 4.10 - Freqüência de ocorrência observada para as espécies de anfíbios durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) 25 Frequência de ocorrência 20 15 10 5 U S X A A Q O A A M A A I K A A E G A A Z C A X U S Q O M I K E G C A 0 Legenda: A Physalaemus cuvieri Dendropsophus B minutus Hypsiboas C albopunctatus M Scinax fuscovarius Z N Scinax aff. x-signatus AB Hypsiboas lundii NA Pseudopaludicola sp. O Aplastodicus cavicola AC Scinax carnevallii AO Leptodactylus mystacinus Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Hypsiboas crepitans Página: 99 AM Physalaemus crombiei Morro do Pilar Minerais S.A. Leptodactylus AD cunicularius D Rhinella pombali P Hypsiboas faber E Haddadus binotatus Leptodactylus F labyrinthicus Q Hypsiboas pardalis R Leptodactylus latrans G Leptodactylus fuscus Dendropsophus H elegans Dendropsophus I rubicundulus Dendropsophus aff. J branneri S Dendropsophus seniculus T Hylodes otavioi U V Elachistocleis cesarii Bokermannohyla nanuzae K Scinax eurydice Phyllomedusa L burmeisteri X Leptodactylus furnarius Y Rhinella schneideri AP Chiasmocleis sp. AE Ischnocnema juipoca Physalaemus AF orophilus Thoropa AG megatympanum Hypsiboas cf. AH cipoensis AQ Rhinella rubescens Ischnocnema AR izecksohni Bokermannohyla AS circumdata AI AU Scinax aff. perereca Ischnocnema surda Odontophrynus AJ cultripes Bokermannohyla AK saxicola Dendropsophus AL branneri AT cf. gr. Scinax fuscomarginatus AV Leptodactylus mystaceus AX Leptodactylus sp. Figura 4.11 - Freqüência de ocorrência observada para as espécies de répteis durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) 8 7 Frequência de ocorrência 6 5 4 3 2 1 0 B G H E F T C I M U V X D A J K L Legenda: B G Enyalius bilineatus Cnemidophorus ocellifer A J Polychrus acutirostris Chironius exoletus H Tupinambis merianae K Liophis almadensis E Hemidactylus mabouia L Liophis typhlus F Ameiva ameiva N Oxyrhopus petola T Bothropoides jararaca O Oxyrhopus trigeminus C I Tropidurus itambere Mastigodryas bifossatus P Q Philodryas olfersii Philodryas sp. M Liophis poecylogyrus R Xenodon merremii U V Caudisona durissa Paleosuchus palpebrosus S Bothropoides neuwiedi Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 100 N O P Q R S Morro do Pilar Minerais S.A. X D Caiman latirostris Tropidurus gr. torquatus Entre os anfíbios, oito espécies foram registradas em maior número de localidades amostradas, um indício de que provavelmente estejam mais amplamente distribuídas ao longo da área de estudo. São elas: P. cuvieri (23), D. minutus (20), H. albopunctatus (18), R. pombali (16), H. binotatus (13), L. labyrinthicus (13), L. fuscus (12) e D. elegans (12). Todas são generalistas, de ocorrência comum e ampla distribuição geográfica (Frost, 2011). Estes táxons podem ser encontrados preferencialmente em ambientes lênticos ou de constante troca, primariamente abertos, à exceção de R. pombali e H. binotatus, que requerem formações fechadas ou de borda, este último relacionado à camada de serrapilheira que se forma no solo, apresentando maior independência com relação à água por possuir desenvolvimento direto. Por outro lado, sete espécies ocorreram de forma restrita, em apenas uma localidade. São elas: Rhinella rubescens, Ischnocnema cf. izecksohni, Bokermannohyla gr. circumdata, Scinax fuscomarginatus, Scinax aff. perereca, Leptodactylus mystaceus e Leptodactylus sp. Quatro destes táxons não se apresentam identificados até o nível específico; Ischnocnema cf. izecksohni foi registrado isoladamente e apenas por zoofonia, Bokermannohyla gr. circumdata que ocorre em riachos no interior de mata, Scinax aff. perereca, que apesar de apresentar-se distribuída em outros municípios de MG é um táxon ainda não descrito pela ciência, e Leptodactylus sp., que anteriormente se incluía no gênero Adenomera e foi igualmente registrada isoladamente e apenas por zoofonia. Entre os répteis, seis espécies foram registradas em maior número de localidades amostradas, um indício de que provavelmente estejam mais amplamente distribuídas ao longo da área de estudo. São elas: E. bilineatus (7), C. ocellifer (7), T. merianae (5), A. ameiva (4) e B. jararaca (4).Trata-se de espécies de ocorrência comum e ampla distribuição geográfica, que podem ser relacionadas a ambientes tanto de Mata Atlântica como de Cerrado, como os encontrados na área de estudo (TIGR, 2011). Por outro lado, onze espécies ocorreram de forma altamente pontual, em apenas uma localidade, incluindo nove serpentes e dois lagartos, o que corresponde a 47,8% do total, com destaque para B. neuwiedii, de importância médica. Este dado reforça a dificuldade e ocasionalidade para os registros de répteis em geral, como já foi discutido. Através dos dados levantados é possível inferir sobre a abundância de indivíduos com a qual cada espécie foi representada nas localidades. Estes dados se restringirão ao grupo dos anfíbios, devido ao registro único e pontual da maioria das espécies de répteis (Quadro 4.6). Quadro 4.6. Abundância das espécies de anfíbios observadas durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) Família Espécie Abundância Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 101 Atividade de vocalização Morro do Pilar Minerais S.A. Família Bufonidae Brachycephalidae Craugastoridae Espécie Abundância Atividade de vocalização Rhinella pombali 2 S-1 Rhinella rubescens 1 N Rhinella schneideri 1 N Ischnocnema juipoca 1 N Ischnocnema cf. izecksohni 1 S-2 Ischnocnema surda 1 N Haddadus binotatus 1 N Odontophrynus cultripes 1 S-2 Thoropa megatympanum 1 S-2 Aplastodicus cavicola 2 S-1 Bokermannohyla nanuzae 2 S-1 Bokermannohyla saxicola 1 N Bokermannohyla gr. circumdata 1 N Dendropsophus branneri 1 S-2 Dendropsophus elegans 2 S-1 Dendropsophus minutus 2 S-1 Dendropsophus rubicundulus 2 S-1 Dendropsophus seniculus 2 S-1 Dendropsophus aff. branneri 2 S-1 Hypsiboas albopunctatus 2 S-1 Hypsiboas crepitans 2 S-1 Hypsiboas faber 2 S-1 Hypsiboas lundii 1 S-2 Hypsiboas pardalis 2 S-1 Hypsiboas cf. cipoensis 1 S-2 Phyllomedusa burmeisteri 2 S-1 Cycloramphidae Hylidae Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 102 Morro do Pilar Minerais S.A. Família Hylodidae Espécie Abundância Atividade de vocalização Scinax carnevallii 2 S-1 Scinax eurydice 2 S-1 Scinax fuscomarginatus 1 S-2 Scinax fuscovarius 2 S-1 Scinax aff. Perereca 1 S-2 Scinax aff. x-signatus 2 S-1 Hylodes otavioi 2 S-1 Physalaemus cuvieri 2 S-1 Physalaemus crombiei 2 S-1 Physalaemus orophilus 2 S-1 Pseudopaludicola sp. 2 S-1 Leptodactylus cunicularius 1 S-2 Leptodactylus fuscus 2 S-1 Leptodactylus latrans 2 S-1 Leptodactylus labyrinthicus 2 S-1 Leptodactylus furnarius 2 S-1 Leptodactylus mystacinus 1 N Leptodactylus mystaceus 1 S-2 Leptodactylus sp. 1 S-2 Elachistocleis cesarii 1 S-2 Chiasmocleis sp. 1 N Leiuperidae Leptodactylidae Microhylidae Legenda: Classe 1 significa até 15 indivíduos; Classe 2 significa uma assembléia reprodutiva (“coro”), aonde a contagem é impossibilitada; S-1 significa sim e com grande número de indivíduos ativos; S-2 significa sim, mas com baixo número de indivíduos ativos e/ou registros isolados; N - significa sem atividade de vocalização. Quase todas as espécies de anfíbios foram registradas em atividade de vocalização (80,8%) sendo 55,32% de forma abundante. Nove espécies não apresentaram registro zoofônico. Durante a estação chuvosa, formaram-se grandes assembléias reprodutivas em diversos locais úmidos temporários, sobretudo abertos, caracterizando coros reprodutivos, como o ponto amostral P26, Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 103 Morro do Pilar Minerais S.A. uma extensa área alagada em mosaico e com abundante vegetação arbustiva e herbácea, que contou com o registro de mais de 10 espécies de anfíbios. A vocalização em anfíbios anuros pode ser um indicativo da atividade reprodutiva, mas ela também possui outras funções como anunciar a posição de um indivíduo para outros, defesa de sítios de canto ou ainda expressar um comportamento agressivo (Duellman & Trueb, 1986). Devido a esta plasticidade das vocalizações em anuros, considerá-las isoladamente como marcadores de atividade reprodutiva pode incluir um período maior do que aquele realmente usado para reprodução. A presença de fêmeas ovuladas, jovens recém metamorfoseados e girinos, em conjunto às vocalizações, obtidos durante a temporada chuvosa, constituem indícios mais seguros acerca do período reprodutivo real. Foram observados girinos em alguns dos pontos amostrados assim como imagos puderam ser registrados, como os jovens indivíduos de H. faber, H. pardalis, L. fuscus, L. latrans e principalmente R. pombali, entre outros, caracterizando a entrada de novos indivíduos na população (recrutamento). 4.4.3. Distribuição sazonal e aspectos da biologia das espécies Durante a execução dos estudos, foi possível perceber uma influência marcante da questão sazonal na amostra obtida para a área do empreendimento, como é esperado em geral para a região sudeste. Na campanha realizada durante a estação chuvosa, foram registrados de forma exclusiva 43 táxons e durante a seca, foram registradas seis espécies de anfíbios e répteis, totalizando 21 espécies ocorridas em ambas as estações, como mostra o Quadro 4.7, a seguir. Quadro 4.7. Influência sazonal na ocorrência das espécies registradas durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) 2ª campanha – Grupo 1ª campanha – exclusivos chuvosa exclusivos seca Anfíbios 32 Répteis Total Ambas Total 0 15 47 11 6 6 23 43 6 21 Esta influência é notável, em que a falta de umidade e a escassez de chuvas caracterizam a temporada seca, ao contrário do período de verão, quando a precipitação pluviométrica se mostra consideravelmente aumentada ocasionando a formação de diversos ambientes úmidos, estimulando a saída dos indivíduos de seus abrigos em busca de oferta alimentar e parceiros sexuais. Esta condição se mostra evidente no caso dos anfíbios, em que não foram registradas espécies exclusivas durante a segunda campanha, na qual o número de registros foi substancialmente inferior ao da primeira campanha. Grande parte dos corpos d’água apresentou caráter intermitente, seja em áreas totalmente abertas ou em áreas de Floresta Estacional, apresentado significativa redução do volume de água Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 104 Morro do Pilar Minerais S.A. ou mesmo tornando-se completamente secos fora do período chuvoso, como pode ser observado durante as amostragens realizadas. 4.4.3.1 Anfíbios Sabe-se que a chuva é o fator extrínseco primário que atua no controle da atividade da maioria das espécies neotropicais (Duellman & Trueb, 1986) e os anfíbios são extremamente dependentes dos corpos d’agua, utilizados como sítios de reprodução e locais de desova. Algumas espécies apresentam a capacidade de se reproduzir durante o ano inteiro, sobretudo aquelas relacionadas a ambientes fechados e/ou com presença de corpos d`água permanentes, mas a grande maioria prefere concentrar suas atividades durante a estação chuvosa, como é o caso da maioria das espécies ocorrentes na área do empreendimento. Nas assembleias reprodutivas observadas nos alagadiços temporários, foi possível amostrar grandes coros reprodutivos, destacando-se numericamente as espécies de hilídeos D. minutus, H. albobunctatus e D. elegans, os leptodactilídeos P. cuvieri, L. labyrinthicus e L. fuscus, e o bufonídeo R. pombali. A diversidade de microambientes disponíveis nestes mesoambientes, bem como a estratificação vertical, são fatores que possibilitam a ocorrência de uma gama de espécies com características e especificidades distintas e favorecem a diminuição das interferências intra e interespecíficas e a sobreposição de nichos. Entre os hilídeos citados, os três ocupam poleiros nos estratos herbáceos e arbustivos, preferencialmente, podendo utilizar-se também do estrato arbóreo, em alturas variando de 0,1m a mais de 2,0m em relação ao nível da água/solo. A desova é realizada na água e apresentam o modo reprodutivo 1, com ovos e girinos exotróficos depositados em água lêntica (Haddad & Prado, 2005; Kopp et al., 2010). Os três leptodactilídeos podem ser encontrados no solo marginal aos corpos d’água ou mesmo inseridos nestes, em posição semiflutuante. P. cuvieri apresenta o modo reprodutivo 11, com ninhos de espuma depositados na água, onde os girinos futuramente se desenvolverão. L. labyrinthicus apresenta o modo reprodutivo 13, com ninhos de espuma também depositados na água, mas em “bacias” previamente construídas, onde os girinos futuramente se desenvolverão. Já L. fuscus apresenta o modo reprodutivo 30, com ninhos de espuma depositados em pequenas câmaras construídas marginalmente ao corpo d’água, localizadas aonde poderão ser inundadas pelo corpo d’água, no qual os girinos futuramente se desenvolverão (Haddad & Prado, 2005; Kopp et al., 2010). Por fim, o bufonídeo R. pombali que foi registrado com grande volume de indivíduos jovens durante a temporada chuvosa, também apresenta o modo reprodutivo 1, com ovos e girinos exotróficos depositados em água lêntica, apresentando uma desova em padrão típico de “fita” (Haddad & Prado, 2005; Kopp et al., 2010). Do total de espécies, 15 foram encontradas em menos de duas localidades. Entre estas, se destacam os brachycefalídeos I. surda, Ischnocnema cf. izecksohni, o cycloramphídeo O. cultripes, Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 105 Morro do Pilar Minerais S.A. os hylídeos B. saxicola e Bokermannohyla gr. circumdata, os leiuperídeos P. crombiei e Pseudopaludicola sp., além dos leptodactilídeos L. mystaceus e Leptodactylus sp. Os dois brachycefalídeos, que podem ser encontrados na serrapilheira, apresentam o modo reprodutivo 23, com desenvolvimento direto a partir de ovos depositados em solo terrestre. O cycloramphídeo, que vocaliza enterrado no solo e/ou na serrapilheira marginal aos corpos d’água, apresenta o modo reprodutivo 1, com ovos e girinos exotróficos depositados em água lêntica. Os dois hilídeos ocupam substratos marginais a corpos d’água lóticos no interior ou borda de mata, mas B. saxicola apresenta a característica peculiar de se posicionar em rochas junto às corredeiras, em pontos de alta interferência acústica, favorecidas pela freqüência mais baixa e diferenciada do seu canto. Já os leiuperídeos podem ser encontrados marginalmente ou em posição semiflutuante em poças e alagadiços, apresentando, respectivamente, o modo reprodutivo 13, com ninhos de espuma depositados na água em “bacias” previamente construídas, onde os girinos futuramente se desenvolverão, e o modo reprodutivo 32, com ninhos de espuma depositados em pequenas câmaras construídas em solo terrestre, nas quais os girinos endotróficos completarão seu desenvolvimento apenas na espuma (Haddad & Prado, 2005; Kopp et al., 2010). Em contrapartida, existem as espécies ditas de reprodução prolongada, ao longo do ano, que se beneficiam da estabilidade do ambiente aonde vivem, como riachos e remansos permanentes em interior de mata, ou mesmo algumas espécies que preferem concentrar os esforços reprodutivos durante a época seca, o que pode ser considerado uma estratégia para se evitar a competição interespecífica por diferentes recursos, como sítios reprodutivos, territórios e espaço acústico. Durante a estação fria e seca a redução do metabolismo prolonga a vida larvária, possibilitando a emergência dos jovens apenas no início da estação úmida seguinte, em que há maior disponibilidade de alimentos. Desta forma, os girinos completariam a metamorfose no período de abundância alimentar, aumentando as chances de sobrevivência (Rossa-Feres & Jim, 1994). Geralmente estas espécies possuem menores requerimentos ecológicos e caráter mais generalista, sobretudo aquelas relacionadas a ambientes abertos. Esta estratégia é tipicamente observada para algumas espécies do gênero Rhinella (p. ex. gr. schneideri e gr. crucifer) e do gênero Scinax (clado catharinae). Na presente amostra, estes grupos foram representados por R. pombali e R. schneideri, registrados abundantemente, além de S. carnevalii, registrada apenas em dois pontos. 4.4.3.2 Répteis A pluviosidade também tem se mostrado um importante fator regulando a reprodução de lagartos tropicais, podendo determinar o ciclo reprodutivo e influenciar o processo de recrutamento (Rocha, 1994). Os parâmetros de muitas populações de lagartos variam ao longo do ano, como resultado das variações nas condições ambientais locais e podem ser entendidos como estratégias reprodutivas que, embora tenham uma base genética, são também controladas por fatores ambientais. A resposta de lagartos ao ambiente termal é influenciada por aspectos do Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 106 Morro do Pilar Minerais S.A. ambiente abiótico e biótico, pela história do indivíduo à exposição termal e por filogenia (Vitt et al., 2008). Animais ectotérmicos possuem importanet papel nas cadeias ecológicas. Anfíbios e lagartos, por exemplo, são os principais controladores de insetos e outros invertebrados e apresentam papel na alimentação de grandes vertebrados (Vitt et al., 2008). Em termos ecológicos, como animais ectotérmicos, eles são importantes no fluxo de energia (cadeia trófica) de um ambiente porque convertem cerca de 90% do que consomem em massa (tecidos corpóreos). Desta forma, apresentam taxas de crescimento muito elevadas e, por isto, tornam-se as presas principais de vertebrados maiores (p. ex. aves e mamíferos) (Pough et al., 1993). O número de espécies de répteis numa comunidade depende de uma variedade de fatores, entre os quais se destacam a altitude, o clima e a localização geográfica específica (Heatwole, 1982). Sabe-se que a distribuição de grupos de répteis está relacionada com os tipos vegetacionais encontrados em determinada região, embora muitas espécies ocupem mais de um ambiente. Desta forma, a sua distribuição está relacionada à estrutura da vegetação e aos tipos de hábitats disponíveis. Pianka (1967) considera que o fator mais importante relacionado ao número de espécies ocorrentes em determinada área é a heterogeneidade espacial do ambiente. Neste contexto cabe destacar a importância exercida pelos remanescentes de Floresta Estacional (e seus microambientes associados) existentes na área do empreendimento para a manutenção da herpetofauna da região, vizinha ao PARNA Serra do Cipó, possibilitando ainda o registro de espécies não amostradas em estudos anteriores, como será discutido adiante. A presença de lagartos em determinados ambientes tem forte ligação com os comportamentos de forrageamento e termo-regulação, dieta, adaptações morfológicas e padrões de atividade adotados por cada espécie (Meira et al., 2007). Dois padrões básicos de forrageamento podem ser reconhecidos entre os lagartos, forrageadores ativos, que se deslocam atrás das presas, como os teiídeos (p. ex. calango verde - A. ameiva) e os sedentários, que utilizam primariamente o recurso visual, permanecendo parados à espreita, como os gekonídeos (p. ex. lagartixa - H. mabouia). A composição da dieta de uma espécie pode variar entre os sexos, sazonalmente ou ontogeneticamente. Machos e fêmeas diferem na dieta em termos qualitativos e quantitativos tendo sido sugerida a redução da competição intersexual. A variação sazonal pode estar relacionada à alteração na disponibilidade local do alimento e a ontogenética devido às características morfológicas diferenciadas e requerimentos fisiológicos variando entre as etapas de crescimento. Em muitas espécies os jovens são essencialmente carnívoros, condição que se altera com o tamanho/idade, passando a onívoros, por exemplo, (Rocha et al., 1994). Entre as 23 espécies de répteis obtidas durante a amostragem realizada, oito corresponderam a lagartos, pertencentes a cinco famílias. Lagartos, assim como algumas serpentes, podem ser mais facilmente encontrados em atividade de termoregulação e/ou forrageamento, ao contrário de outros répteis. As oito espécies são generalistas e oportunistas, algumas delas sendo favorecidas pela antropização, como Tropidurus gr. torquatus, H. mabouia e A. ameiva. P. acutirostris, C. ocellifer e E. bilineatus, apesar de também generalistas, são as que apresentam relação mais Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 107 Morro do Pilar Minerais S.A. íntima com os ambientes de mata, ainda necessários para sua perpetuação. O primeiro apresenta hábitos arborícolas, sendo mais comumente associada a ambientes de Cerrado e os dois últimos possuem hábitos rasteiros, C. ocellifer mais relacionado ao Cerrado e E. bilineatus mais relacionado à Mata Atlântica. As serpentes podem ser classificadas de acordo com o uso de certo tipo de hábitat e, geralmente, a sua morfologia permite inferir o ambiente mais explorado. Podem ser terrícolas, caçando e se abrigando no chão entre a vegetação, como é o caso da boipeva Xenodon merremii, registrada neste estudo, arborícolas ou escansoriais, caçando e se abrigando também sobre a vegetação suspensa, como, por exemplo, C. exoletus e P. olfersii, também obtidas na amostra. Podem apresentar hábitos semiaquáticos, onde realizam suas atividades diárias, como M. bifossatus, conhecida como jararacussu do brejo, ou ainda subterrâneos, permanecendo sob a superfície do chão ou folhedo, como o gênero Oxyrhopus, o que consiste um dos fatores principais que dificultam o registro das espécies durante as atividades de campo. As cobras são carnívoras e ingerem suas presas inteiras. A maioria se alimenta de anfíbios, lagartos ou mamíferos, sendo especialistas ou generalistas quanto a este aspecto (Marques et al., 2001). Devem-se destacar também os registros de espécimes atropelados obtidos nas estradas durante os deslocamentos realizados. Estradas geralmente consistem ilhas de calor, atraindo espécimes de répteis em busca de termoregulação corpórea, sobretudo lagartos e serpentes, mais comumente observados. No presente estudo cinco espécies de serpentes foram observadas atropeladas, quais sejam: M. bifossatus (2 indivíduos), C. exoletus (1 indivíduo), O. petola (1 indivíduo), X. merremii (1 indivíduo) e B. newiedii (1 indivíduo). Por fim, duas espécies de jacarés foram observadas, C. latirostris e P. palpebrosus, totalizando três registros oportunísticos. No Brasil ocorrem cinco espécies de jacarés pertencentes à subfamília Alligatorinae, quais sejam: jacaré-açu (Melanosuchus niger), jacaré-paguá (Paleosuchus palpebrosus), jacaré-curuá ou jacaré-coroa (P. trigonatus), jacaré-tinga e jacaré-do-Pantanal (Caiman crocodilus crocodilus e C. crocodilus yacare, respectivamente) e o jacaré-de-papoamarelo (C. latirostris). A sistemática destruição de seus habitats de ocorrência natural - lagoas marginais e várzeas de rios das regiões Sul, Sudeste e parte da Nordeste do Brasil, além da caça predatória humana, tem sido responsável pela fragmentação e declínio de suas populações (Brazaitis et al., 1990). Como possível conseqüência da pressão humana sobre seus habitats originais, estas espécies vêm aparentemente colonizando ambientes antrópicos como lagoas de decantação e açudes artificiais, muitas vezes próximos a centros urbanos (Verdade & Lavorenti, 1990), como foi observado no presente estudo (veja Verdade, 1995; Verdade et al., 2003). 4.4.4. Espécies ameaçadas, raras, endêmicas, bioindicadoras, de interesse científico, econômico ou médico De acordo com as listagens oficiais de espécies ameaçadas de extinção consultadas, apenas uma espécie se encontra enquadrada como “NT” (near threatened) segundo a IUCN (2011), que é Aplastodiscus cavicola. Esta perereca foi registrada em sete pontos de amostragem inseridos em seis das 14 estações amostrais, além da área de entorno (E3 situada na ADA e E5, E6, E7, E10 e Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 108 Morro do Pilar Minerais S.A. E14 na área de entorno). A espécie pode ser encontrada em ambientes lênticos e de constante troca sempre associados à borda ou interior de matas, das quais são dependentes, e possuem hábitos reprodutivos especializados, nos quais o macho constrói tocas como sítios de vocalização e oviposição, no intuito de atrair as fêmeas, correspondendo ao modo reprodutivo 5, de acordo com Haddad & Prado (2005). Sugere-se que esta espécie seja incluída como um dos alvos no monitoramento de herpetofauna. Cinco espécies são endêmicas do Complexo do Espinhaço: T. Megatympanum (área de entorno, E10 e E13, nenhuma das estaçoes situa-se na ADA), B. Nanuzae (área de entorno, E13 e E14, nenhuma delas encontra-se situada na ADA), B. Saxicola (área de entorno e E13, não situada na ADA), Hypsiboas cf. Cipoensis (área de entorno) e H. otavioi (E1, E2, E3*, E4 e E7, sendo a com asterisco situada na ADA), o que corresponde a 17,8% do total de espécies reconhecidamente endêmicas desta cadeia montanhosa. Além destas, devem ser consideradas também I. Surda (E2 e E7, ambas situadas na AID) e P. Orophilus (E1 e E6, ambas situadas na ADA), espécies recentemente descritas e para as quais são poucas as informações disponíveis, além dos táxons novos, que serão discutidos logo a seguir, e nada se sabe ainda sobre sua distribuição geográfica. Com relação ao interesse científico, algumas espécies destacam-se por diferentes razões. Três táxons ainda não foram descritos pela ciência, quais sejam: Scinax sp. (aff. perereca), Pseudopaludicola sp. e Chiasmocleis sp. A primeira foi registrada em apenas um ponto amostral (AE) e atualmente encontra-se em fase final de descrição (Nascimento, Nunes & Carvalho Jr. in prep.). As outras duas foram registradas, respectivamente, em dois pontos (AE) e novamente dois pontos (E6). Ambas se encontram em análise por pesquisadores para proceder ao processo de descrição. O registro da espécie P. crombiei em dois pontos na estação amostral 6 representa uma ampliação da distribuição geográfica conhecida da espécie, atualmente correspondente a apenas duas localidades, Reserva Biológica Nova Lombardia/ES e Nova Viçosa/BA (Frost, 2011) ( Figura 4.12). Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 109 Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 4.12 - Distribuição geográfica apontada para Physalaemus crombiei (IUCN, 2011) O registro de determinadas espécies (algumas já comentadas) mostra-se inédito para a região do PARNA Serra do Cipó e seu entorno, conforme as listagens conhecidas, aumentando o conhecimento sobre a herpetofauna da região. Entre elas podem ser citadas: I. surda, Dendropsophus aff. branneri, P. burmeisteri, Scinax aff, perereca, Scinax aff. x-signatus, P. crombiei, P. orophilus, L. mystaceus, Pseudopaludicola sp. e Chiasmocleis sp., entre outras. I. surda foi recentemente descrita por Canedo et al. (2010). Quanto ao interesse médico, enquadram-se os viperídeos B. neuwiedii, registrada na estação amostral E14, B. jararaca, registrada nas estações amostrais E5, E6, E10, E13 e E14, assim como C. durissa, registrada nas estações amostrais E5 e E14. De interesse econômico constam Tupinambis merianae (teiú) e os jacarés (C. latirostris e P. palpebrosus), que costumam ser utilizados pela população rural na alimentação. Entre os táxons registrados, houve predominância de espécies generalistas, de forma que a maioria não deve ser considerada adequada para se avaliar parâmetros específicos como Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 110 Morro do Pilar Minerais S.A. bioindicadores. Algumas apresentaram uma distribuição mais localizada em comparação às demais, estando restritas a determinados tipos de ambientes e sendo mais dificilmente encontradas, o que pode sugerir uma menor tolerância a grandes modificações do habitat. Como exemplos citam-se I. surda, Bokermannohyla gr. circumdata e Chiasmocleis sp. Os anfíbios constituem importante papel na cadeia alimentar, transpondo da fonte de energia dos invertebrados para os predadores mais altos na cadeia (Stebbins & Cohen, 1995). Sua ecologia é complexa e reflete a maioria dos processos que governam a dinâmica de uma população e comunidade. São considerados filtradores herbívoros, mas podem ingerir larvas de mosquitos, sedimentos orgânicos do fundo de lagos e rios, pólens, perifíton, folhas e restos de animais em decomposição e ainda consumir microinvertebrados bentônicos ou se alimentar por canibalismo (Duellman & Trueb, 1986; Flecker et al.,1999; Arias et al., 2002). Além disto, possuem extrema sensibilidade cutânea a alterações físico-químicas do ar e da água. Por razões desta natureza todo o grupo por si só costuma ser utilizado com sucesso em análises de indicação de qualidade ambiental. 4.5. Aplicação de armadilhas de interceptação e queda (pitfall traps), curva do coletor e estimativa de riqueza de espécies A aplicação da metodologia de armadilhas de interceptação e queda (pitfall traps) permitiu a obtenção de dados qualitativos e também quantitativos acerca da abundância de determinadas espécies. O Quadro 4.8, a seguir, mostra os resultados específicos desta metodologia obtidos nas 14 estações amostrais. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 111 Morro do Pilar Minerais S.A. Quadro 4.8. Resultado obtido nas armadilhas de interceptação e queda em cada estação amostral durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) Espécies E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 E13 E14 3 5 4 4 4 3 Anfíbios Rhinella pombali 18 2 5 4 3 5 Rhinella schneideri 5 1 1 Ischnocnema juipoca Ischnocnema surda 1 Haddadus binotatus 1 1 1 1 2 1 Odontophrynus cultripes 4 1 Thoropa megatympanum 1 Hypsiboas pardalis 1 Scinax eurydice 1 Hylodes otavioi 2 Physalaemus cuvieri 1 3 12 Physalaemus crombiei Physalaemus orophilus 1 4 5 40 Leptodactylus fuscus 1 Leptodactylus latrans 2 1 Leptodactylus mystacinus 2 Elachistocleis cesarii 3 Chiasmocleis sp. 2 1 Répteis Enyalius bilineatus 1 3 Ameiva ameiva Cnemidophorus ocellifer 2 Tupinambis merianae Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 112 2 6 6 5 3 4 5 5 3 1 1 2 3 4 2 2 4 1 4 Morro do Pilar Minerais S.A. Espécies E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 Liophis poecylogyrus E11 E12 E13 E14 6 5 7 5 1 Oxyrhopus trigeminus Riqueza Total E10 1 3 3 4 3 3 6 3 4 4 10 * Nas células encontra-se a abundância de cada táxon Alguns estudos demonstram que a metodologia de armadilhas de interceptação e queda produz resultados mais eficientes apenas em amostragens superiores a 20 dias, sendo que o período de realização das amostragens também pode exercer uma forte influência nas taxas de captura, especialmente para grupos com atividade tipicamente sazonal, como a maioria dos anfíbios (Corn 1994; Cechin & Martins, 2000). Apesar de serem aplicados por oito niotes, os esforços deste trabalho foram direcionados para 14 diferentes áreas o que garante uma amostra representativa da região estudada. Aproximadamente 35% (24 espécies) da riqueza total obtida foi amostrada através dos pitfall traps empregados, sendo 18 anfíbios e seis répteis. Seis espécies foram exclusivamente registradas através desta metodologia, sendo três répteis (E. bilineatus, C. ocellifer e O. trigeminus) e três anfíbios (R. schneideri, I. juipoca e Ischnocnema surda). Estes fatos ilustram a importância da utilização de métodos complementares na realização de inventários de espécies. As condições abióticas devem ser consideradas respeitando-se a variação sazonal, o que permite obter respostas importantes sobre o padrão de ocorrência das espécies, como mostra o Quadro 4.9, no qual é possível visualizar a significativa diferença na atividade das espécies e sucesso de captura nas armadilhas entre chuva (1ª campanha) e seca (2ª campanha). Diversos estudos demonstraram que a atividade reprodutiva dos anfíbios é fortemente influenciada por fatores abióticos. Em regiões sazonais, com estação seca definida, a maioria das espécies se reproduz na estação chuvosa, época em que são registradas de forma predominante (veja Conte & RossaFeres, 2006). Quadro 4.9. Resultado obtido nas armadilhas de interceptação e queda em cada estação amostral durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) Espécies 1ª campanha - abundância 2ª campanha - abundância Rhinella pombali 36 2 Rhinella schneideri 8 0 Ischnocnema juipoca 12 0 Ischnocnema surda 2 0 Haddadus binotatus 11 8 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 113 Morro do Pilar Minerais S.A. Espécies 1ª campanha - abundância 2ª campanha - abundância Odontophrynus cultripes 1 0 Thoropa megatympanum 1 0 Hypsiboas pardalis 0 1 Scinax eurydice 1 0 Hylodes otavioi 4 1 Physalaemus cuvieri 14 0 Physalaemus crombiei 4 0 Physalaemus orophilus 33 12 Leptodactylus fuscus 3 0 Leptodactylus latrans 1 0 Leptodactylus mystacinus 2 0 Elachistocleis cesarii 5 0 Chiasmocleis sp. 1 0 Enyalius bilineatus 27 0 Ameiva ameiva 12 2 Cnemidophorus ocellifer 25 0 Tupinambis merianae 3 0 Liophis poecylogyrus 0 1 Oxyrhopus trigeminus 1 0 Total espécies 22 7 Total indivíduos 207 27 Considerando-se o resultado obtido nas estações amostrais através do emprego de armadilhas de interceptação e queda, as áreas que apresentaram maior riqueza foram, respectivamente, a E10, E13, E6 e E11. Em contrapartida, as estações com menor quantidade de espécies foram a E1, E2, E4, E5 e E7 (Figura 4.13). Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 114 Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 4.13 - Riqueza de espécies obtida nas estações amostrais através do emprego de armadilhas de interceptação e queda durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) 12 Riqueza de espécies 10 8 6 4 2 Es ta çã o 10 Es ta çã o 13 Es ta çã o 6 Es ta çã o 11 Es ta çã o 12 Es ta çã o 14 Es ta çã o 3 Es ta çã o 8 Es ta çã o 9 Es ta çã o 1 Es ta çã o 2 Es ta çã o 4 Es ta çã o 5 Es ta çã o 7 0 Através dos resultados obtidos, foi calculada a curva real do coletor (freqüência acumulada) acompanhada pelas estimativas de riqueza de espécies, como mostram as Figura 4.14 a Figura 4.16, a seguir. Figura 4.14 - Freqüência acumulada de espécies obtida durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) 80 70 70 60 Riqueza 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 Amostras Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 115 Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 4.15 - Riqueza estimada de espécies (Jacknife_1) com base na amostra da herpetofauna obtida na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) Range Plot of Jack 1 120 Estimativa de riqueza de espécies 100 80 60 40 20 0 -20 -40 Jack 1 Mean Amostras Figura 4.16 - Riqueza estimada de espécies (Bootstrap) com base na amostra da herpetofauna obtida na região do empreendimento, Morro do Pilar /MG (2010/2011) Range Plot of Bootstrap 120 Estimativa de riqueza de espécies 100 80 60 40 20 0 -20 -40 -60 -80 -100 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 Amostras Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 116 Bootstrap Mean Morro do Pilar Minerais S.A. A curva do coletor apresenta uma tendência à estabilização a partir do 21º dia, atingindo uma riqueza de 70 espécies para a área do empreendimento. A riqueza obtida com base na extrapolação da amostra a partir do estimador Jacknife de 1ª ordem correspondeu a aproximadamente 90 espécies com intervalo de confiança variando entre 80 e 100 espécies. Este teste aplicado não atingiu a assíntota, o que pode significar a necessidade de mais amostragens para a obtenção de um valor de riqueza estimada mais preciso e realista. A riqueza obtida com base na extrapolação da amostra a partir do estimador Bootstrap correspondeu a aproximadamente 75 espécies com intervalo de confiança preciso e praticamente igual a zero. Este teste também não atingiu a assíntota plena, mas apresenta uma nítida tendência à estabilização. Ambos os testes aplicados mostram uma riqueza superior ao número real de espécies registradas em campo e, apesar do estimador Bootstrap ter apresentado um resultado mais consistente, é muito provável que futuras amostragens venham revelar novos registros para a área de estudo. 4.6. Considerações finais Em termos gerais, a herpetofauna registrada na área do empreendimento apresenta uma maioria de espécies características de áreas abertas e de áreas florestadas (em caráter de transição entre dois biomas), com ampla distribuição geográfica no território brasileiro, mas contando com a importante presença de elementos conspícuos e de ocorrência mais restrita. A área amostrada se encontra inserida na Cadeia do Espinhaço e possui grande relevância regional, devido aos fragmentos florestais remanescentes, representando refúgio para diversas espécies herpetofaunísticas, algumas de relevância científica e de ocorrência restrita. A área é geograficamente próxima ao Parque Nacional da Serra do Cipó e encontra-se na região denominada “Espinhaço Sul”, de importância biológica para a conservação da herpetofauna mineira. A grande diversidade de ambientes no estado de Minas Gerais possibilita a ocorrência de uma alta diversidade de anfíbios, que ultrapassa 350 espécies e representa cerca de 1/4 do total registrado para o país (Costa et al., 2008; Sociedade Brasileira de Herpetologia, 2011). A Serra do Espinhaço se estende por cerca de 1.000km do centro-sul de Minas Gerais até a região central da Bahia. Atualmente são conhecidas 105 espécies de anfíbios registradas em localidades inseridas na Serra (Leite et al., 2008). Deste total, 28 espécies são endêmicas da Cadeia do Espinhaço, sendo que cinco delas ocorreram na área do empreendimento (T. megatympanum, B. nanuzae, B. saxicola, Hypsiboas cf. cipoensis e H. otavioi). Aplastodiscus cavicola encontra-se enquadrada como “NT” (Near Threatened) segundo os critérios da IUCN (2011). Entre os táxons ainda não plenamente identificados, alguns se destacam por estarem incluídos em grupos de espécies de difícil identificação e/ou em processo de revisão taxonômica, podendo até mesmo representar novas espécies para a ciência, tais como: Bokermannohyla gr. circumdata, Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 117 Morro do Pilar Minerais S.A. Dendropsophus aff. branneri, Scinax aff. x-signatus e Leptodactylus sp. (antigo gênero Adenomera). Três espécies ocorrentes na área do empreendimento representam táxons ainda não descritos pela ciência e para os quais ainda não há informações disponíveis na literatura científica, quais sejam: Scinax aff. perereca (Nunes, Nascimento & Carvalho Jr. in. prep.); Pseudopaludicola sp. (R.R.Carvalho Jr. pers. obs); Chiasmocleis sp. (C.R.Rievers & C.A.G.Cruz pers. com.). Em termos de riqueza, o resultado obtido para as espécies de anfíbios da região amostrada em questão, localizada no município de Morro do Pilar (47 espécies), se mostra altamente significativo e supera algumas localidades conhecidas para a região do Espinhaço Sul: Serra do Cipó (Eterovick & Sazima, 2004): 43 espécies; Serra do Ouro Branco (São Pedro & Feio, 2010): 28 espécies; Serra do Caraça (Canelas & Bertoluci, 2007): 38 espécies. Estes fatores, associados à presença de espécies conspícuas e às análises realizadas quanto à curva do coletor, indicam a ocorrência muito provável de outros táxons não registrados, ou mesmo de uma distribuição mais ampla entre as áreas amostradas do que a aqui apresentada para algumas espécies, o que requer extrema atenção nas medidas de mitigação e manejo a serem adotadas caso o projeto de implantação do empreendimento logre êxito. Apesar de novas espécies poderem ser registradas para a região, acredita-se que os dados obtidos até o presente representem uma amostra fidedigna da assembléia de anfíbios e répteis local. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 118 Morro do Pilar Minerais S.A. 4.7. Relatório fotográfico Foto 4.1. Armadilhas de interceptação e queda utilizadas durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 Foto 4.2. Exemplar de Chiasmocleis sp. observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 119 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 4.3. Exemplar de Odontophrynus cultripes observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 Foto 4.4. Exemplar de Phyllomedusa burmeisteri observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 120 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 4.5. Exemplar de Hypsiboas pardalis observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 Foto 4.6. Exemplar de Hylodes otavioi observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 121 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 4.7. Exemplar de Physalaemus crombiei observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 Foto 4.8. Exemplar de Leptodactylus furnarius observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 122 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 4.9. Exemplar de Ischnocnema aff. verrucosa observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 Foto 4.10. Exemplar de Physalaemus orophilus observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 123 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 4.11. Exemplar de Elachistocleis cesarii observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 Foto 4.12. Exemplar de Mastigodryas bifossatus observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 124 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 4.13. Exemplar de Enyalius bilineatus observado durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010 Foto 4.14. Exemplar de Liophis poecylogyrus capturado em pitfall traps durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010/2011 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 125 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 4.15. Procedimentos para retirada das armadilhas de interceptação e queda utilizadas durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010/2011 Foto 4.16. Procedimento diário de vistoria das armadilhas de interceptação e queda utilizadas durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010/2011 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 126 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 4.17. Ponto de amostragem n° 22 utilizado durante a realização do levantamento da herpetofauna na região do empreendimento, 2010/2011 Foto 4.18. Ponto de amostragem n° 7 utilizado durante a realização do levantamento da herpetofauna na região do empreendimento, 2010/2011 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 127 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 4.19. Ponto de amostragem n°29 utilizado durante a realização do levantamento da herpetofauna na região do empreendimento, 2010/2011 Foto 4.20. Ponto de amostragem n° 20 utilizado durante a realização do levantamento da herpetofauna na região do empreendimento, 2010/2011 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 128 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 4.21. Procedimento de fechamento dos buracos das armadilhas de interceptação e queda utilizadas durante a realização da amostragem da herpetofauna na região do empreendimento, 2010/2011 5 AVIFAUNA 5.1 Introdução A maior ameaça à diversidade biológica é a perda de habitat, que atinge a maioria das espécies de vertebrados, invertebrados, plantas e fungos que atualmente enfrentam a extinção (Primack& Rodrigues 2001). As aves podem desempenhar um papel fundamental como indicadores ecológicos, sendo extremamente úteis na identificação de comunidades biológicas com necessidade para a conservação (Stotz et al 1996), além de proporcionarem a avaliação rápida e acurada das características ecológicas e status de conservação da maioria das comunidades biológicas terrestres. Elas estão entre os vertebrados com maior número de informações sobre a sua biologia, taxonomia e distribuição geográfica (Pough et al 1999) e vários países têm estabelecido programas de monitoramento ambiental baseados em parâmetros ecológicos de comunidades e/ou toxicológicos de populações de aves (Rodrigues et al 2000). A Serra do Espinhaço possui vegetação peculiar, a qual protege importantes nascentes e mananciais de água e elevado grau de endemismo. A cadeia do Espinhaço vem recebendo nos últimos anos do Governo Mineiro atenção especial. Como exemplo pode citar o apoio integral ao seu reconhecimento como Reserva da Biosfera pelo Programa Homem e Biosfera da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e a criação e implantação de 17 Unidades de Conservação de Proteção Integral – parques e reservas biológicas – bem como de 36 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 129 Morro do Pilar Minerais S.A. Unidades de Conservação e uso sustentável – áreas de proteção ambiental e reservas particulares de patrimônio natural. Desta forma, 27% da Reserva da Biosfera do Espinhaço se encontram protegidos, mas é preciso avançar cada vez mais no sentido de garantir a preservação do patrimônio natural e cultural da região (Carvalho 2008), pois assim também seria preservada a diversidade biológica e, consequentemente, as aves. A Cadeia do Espinhaço é composta por um conjunto de serras e chapadas localizadas no interior dos estados de Minas Gerais e Bahia, leste do Brasil. A vegetação de campos rupestres, que ocorre nas áreas rochosas e mais elevadas desta região, abriga espécies endêmicas de plantas e aves (Vasconcelos & D’Angelo 2007). Ademais, a Cadeia do Espinhaço situa-se em zonas de contato de três importantes biomas da América do Sul: a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga, o que implica na ocorrência de diversas espécies características dessas tão distintas regiões biogeográficas. É importante ressaltar que a Mata Atlântica e o Cerrado são considerados dois hotspots da biodiversidade mundial, ou seja, áreas que abrigam extrema diversidade biológica e, ao mesmo tempo, encontram-se entre as mais ameaçadas do planeta (Myers 2000, Vasconcelos & D’Angelo 2007). 5.2 Material e métodos Os estudos foram conduzidos em duas campanhas de campo (novembro e dezembro/2010; maio e junho/2011), cada qual em uma estação climática, na região que engloba os municípios de Morro do Pilar , Minas Gerais. Foram selecionadas 14 áreas florestadas para serem amostradas, onde foram aplicadas três metodologias para avaliar a avifauna presente, descritas a seguir: 5.2.1 Captura Em cada uma das 14 áreas, as aves foram capturadas por 10 redes de captura, de 12 X 3 metros (malha de 19mm), sendo cada área amostrada durante um dia/campanha. As redes foram abertas na alvorada, permanecendo abertas por 6 horas em cada ponto. Os indivíduos capturados foram identificados até o nível específico. Foi verificado a presença de muda de penas e de placa incubatória, com a finalidade de observar o status reprodutivo de cada indivíduo. Após esses procedimentos e a realização de registro fotográfico, as aves foram individualizadas com anilhas de CEMAVE/ICMBio e soltas nas proximidades das redes. 5.2.2 Censos populacionais (Pontos de escuta) No total, foram amostrados 224 pontos de censo em 14 áreas diferentes (08 pontos de escuta/estação amostral). Em cada ponto, foram realizados censos populacionais de 10 minutos, em que são registradas todas as espécies e indivíduos visualizados e/ou detectados pelas suas vocalizações em um raio de 50 metros, sendo a posição do observador central ao círculo imaginário. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 130 Morro do Pilar Minerais S.A. 5.2.3 Amostragens qualitativas (Inventário) Ao contrário dos dois métodos anteriores, o inventário de espécies não sistematiza o esforço amostral, tendo por objetivo principal registrar o maior número possível de espécies da avifauna. Para isso é feito o registro de qualquer ave avistada, permitindo avaliações sobre a riqueza local, os processos migratórios, a distribuição e presença de espécies ameaçadas de extinção. 5.2.4 Análise dos dados Foram calculados os IPAs (Índice Pontual de Abundância) e as Freqüências de Ocorrência (FO) de todas as espécies detectadas durante o censo por pontos de escuta. Para o cálculo do IPA foi divido o número total de contatos por espécie pelo número de pontos amostrados (Vielliard & Silva 1988) e para o cálculo da FO das espécies foi divido o número de observação de cada espécie por ponto pelo número de pontos executados. Para a determinação do status de conservação das espécies registradas durante o diagnóstico, foram utilizados os critérios da IUCN (International Union for Conservation of Nature and Natural Resources, 2008), do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (MMA & Fundação Biodiversitas, 2005), e da lista de espécies ameaçadas do Estado de Minas Gerais (Biodiversitas, 2007). Para determinar o endemismo das espécies aos respectivos biomas, foram utilizadas as seguintes bibliografias (Cracraft 1985, Stotzat al.1996, Silva 1997, Sick 1997). Para os dados de captura, foi calculada a taxa de captura (Bibbyet al 1993), que consiste em dividir o número total de indivíduos capturados pelo total de horas amostradas pelo método. Para a elaboração da curva do coletor, foram utilizados somente os dados de censo por pontos de escuta (para que o esforço diário fosse padronizado). Para estimar a riqueza provável de espécies presentes na área, foi utilizado Jacknife de primeira ordem utilizando-se o programa EstimateS (Colwell 2000). A ordem taxonômica das espécies seguiu o CBRO (2009). 5.3 Resultados e discussão Foram registradas 239 espécies de aves pertencentes a 48 famílias, 208 espécies na primeira etapa e 152 para a segunda. É um alto número de espécies se considerarmos as 226 espécies de aves registradas para o Vale do Rio Cipó, proximidades da área amostrada, em cinco anos de estudo por Rodrigues et al. (2005). As famílias mais representativas nas duas etapas foram a Tyrannidae, com 50 (24%) espécies; seguido por Thraupidae, com 18 (9%), Furnariidae com 14 (7%), Thamnophilidae com 13 (6%); Trochilidae, Psittacidae e Emberizidae com 9 (4%) espécies cada (Figura 6.1). As demais famílias possuíram sete ou menos espécies registradas. Este padrão demonstra uma riqueza de espécies elevada, uma vez que a família dominante possui 24% das espécies amostradas. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 131 Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 6.1 - Famílias mais representativas registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG. Morro do Pilar se localiza na vertente leste da Serra do Espinhaço, a qual possui forte influência Atlântica, porém ainda apresenta espécies típicas de Cerrado, como pode ser demonstrado pelos 53 endemismos registrados, sendo 44 da Mata Atlântica e nove do Cerrado (Quadro 6.1). Certas espécies endêmicas do Cerrado, como a gralha-do-campo (Cyanocorax cristatellus) estão expandindo a sua área de distribuição para áreas antes caracterizadas por ambientes florestais pertencentes ao bioma atlântico. Este alto número de endemismos (22% das espécies registradas) mostra a importância da área para a conservação da avifauna destes biomas. Quadro 6.1. Espécies endêmicas registradas em Morro do Pilar, durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG Espécie Nome comum Endemismo Penelope obscura Aramides saracura Primolius maracana Brotogeris chiriri jacuaçu saracura-do-mato maracanã-do-buriti periquito-de-encontro-amarelo Ma Ma Ma Ce Amazona vinacea Pulsatrix koeniswaldiana Florisuga fusca Thalurania glaucopis Trogon surrucura Baryphthengus ruficapillus papagaio-de-peito-roxo murucututu-de-barriga-amarela beija-flor-preto beija-flor-de-fronte-violeta surucuá-variado juruva-verde Ma Ma Ma Ma Ma Ma Jacamaralcyon tridactyla Veniliornis passerinus Mackenziaena leachii Mackenziaena severa Dysithamnus mentalis cuitelão picapauzinho-anão borralhara-assobiadora borralhara choquinha-lisa Ma Ce Ma Ma Ma Herpsilochmus rufimarginatus chorozinho-de-asa-vermelha Ma Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 132 Morro do Pilar Minerais S.A. Espécie Nome comum Endemismo Formicivora serrana formigueiro-da-serra Ma Drymophila ferruginea Drymophila ochropyga Pyriglena leucoptera Myrmeciza loricata Conopophaga lineata Chamaeza meruloides trovoada choquinha-de-dorso-vermelho papa-taoca-do-sul formigueiro-assobiador chupa-dente tovaca-cantadora Ma Ma Ma Ma Ma Ma Dendrocincla turdina Xiphorhynchus fuscus Lepidocolaptes angustirostris Lepidocolaptes squamatus Synallaxis ruficapilla arapaçu-liso arapaçu-rajado arapaçu-de-cerrado arapaçu-escamado Ma Ma Ce Ma Ma Synallaxis cinerascens Cranioleuca pallida Phacellodomus ruber Automolus leucophthalmus Mionectes rufiventris Hemitriccus diops Hemitriccus nidipendulus Myiornis auricularis Poecilotriccus plumbeiceps Todirostrum poliocephalum Elaenia mesoleuca Myiobius atricaudus Gubernetes yetapa Tyrannus albogularis Pyroderus scutatus Neopelma pallescens Ilicura militaris Chiroxiphia caudata Schiffornis virescens Hylophilus poicilotis Cyanocorax cristatellus Turdus subalaris Compsothraupis loricata Tachyphonus coronatus Thraupis ornata Tangara cyanoventris Hemithraupis ruficapilla Basileuterus hypoleucus Basileuterus leucoblepharus Euphonia pectoralis pichororé pi-puí arredio-pálido graveteiro barranqueiro-de-olho-branco abre-asa-de-cabeça-cinza olho-falso tachuri-campainha miudinho tororó teque-teque tuque assadinho-de-cauda-preta tesoura-do-brejo suiriri-de-garganta-branca pavó fruxu-do-cerradão tangarazinho tangará flautim verdinho-coroado gralha-do-campo sabiá-ferreiro carretão tiê-preto sanhaçu-de-encontro-amarelo saíra-douradinha saíra-ferrugem pula-pula-de-barriga-branca Documento no. Data: 27/3/2012 Ma Ma Ma Ma Ma Ma Ce Ce Ma Ce Ma Ma Ma Ma Ce Ma Ce Ma Ma Ma Ma Ce Ma pula-pula-assobiador ferro-velho EIA-MOPI-004-03/12-v1 Ma Ma Ce Ma Ma Ma Ma Página: 133 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 6.1. Myiornis auricularis (miudinho) Foto 6.2. Trogon surrucura (Surucuá) Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 134 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 6.3. Euphonia pectoralis (Ferro-velho) Foto 6.4. Indivíduo fêmea de Mackenziaena severa (borralhara) Foto 6.5. Indivíduo fêmea de Dysithamnus mentalis (Choquinha-lisa) Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 135 Morro do Pilar Minerais S.A. Sete espécies estão em alguma categoria de ameaça, seja no Estado de Minas Gerais, no Brasil ou mundialmente (Quadro 6.2), sendo a principal ameaça para estas espécies a perda de habitat. Além desta ameaça, algumas espécies, como o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus) (Figura 6.2) e o papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), ainda sofrem por serem cinegética (alvo de caça) e xerimbabo (animal de estimação), respectivamente. Figura 6.2. Spizaetus tyrannus (gavião-pega-macaco), espécie ameaçada de extinção no estado de Minas Gerais, categoria “Em Perigo” (Fundação Biodiversitas 2007) . Foto 6.6. Jacamaralcyon tridactyla (Cuitelão). Espécie ameaçada de extinção de acordo com IUCN (2011), classificada como “Vulnerável” Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 136 Morro do Pilar Minerais S.A. Quadro 6.2. Espécies em alguma categoria de ameaça de extinção registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG Espécie Nome comum Primolius maracana Aratinga auricapillus Amazona vinacea maracanã-do-buriti jandaia-de-testavermelha papagaio-de-peitoroxo Jacamaralcyon tridactyla cuitelão Categoria Categoria de de ameaça ameaça IUCN Brasil Quaseameaçado Quaseameaçado Categoria de ameaça MG - Em Perigo Vulnerável Vulnerável Vulnerável - - Drymophila ochropyga choquinha-de-dorsovermelho Quaseameaçado - - Spizaetus tyrannus gavião-pega-macaco - - Em Perigo Pyroderus scutatus pavó - - Quaseameaçado 5.3.1 Principais ameaças Perda de Habitat Perda de Habitat Perda de Habitat Perda de Habitat Perda de Habitat Perda de Habitat Perda de Habitat Censo por pontos Pelo método de censo, foram amostrados 8 pontos em cada uma das 14 áreas, em um total de 224 pontos (112 na estação chuvosa e 112 na estação seca), totalizando um esforço amostral de 2240 minutos, (10 minutos por ponto). Foram obtidos 2429 registros, sendo a área 08 a com o maior número de registros (246), seguido pela área 12 (238). A área com o maior número de espécies foi a 12 (78), seguido pela área 07 (75) (Quadro 6.3). Quadro 6.3. Número de espécies e de registros durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG Área Amostral 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Espécies detectadas Etapa I Etapa II 36 26 38 33 39 31 34 29 36 35 38 39 62 35 51 19 56 27 47 31 38 30 58 38 42 32 40 38 208 152 Número de Registros obtidos Etapa I Etapa II 69 59 86 66 66 77 66 58 77 85 81 73 131 61 202 44 161 49 139 63 78 56 180 58 109 44 97 94 1542 887 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Total de espécies detectadas Total de registros obtidos 53 53 60 52 58 67 75 58 69 66 59 78 64 65 242 128 152 143 124 162 154 192 246 210 202 134 238 153 191 2429 Página: 137 Morro do Pilar Minerais S.A. As espécies mais abundantes presente na área foram Aratinga leucophthalma (periquitãomaracanã) (IPA médio 0,379) seguido por Tangara cyanoventris (saíra-douradinha) (IPA médio 0,344) (Figura 6.3). A primeira espécie forma grandes bandos, sendo que o maior registrado no trabalho possuía 23 indivíduos, o que afetou significativamente os resultados; e a segunda é uma espécie que forma pequenos bandos, mistos (inter-específicos) ou não, comum na Mata Atlântica em ambientes florestais. Foto 6.7. Pesquisador realizando as amostragens em um ponto de escuta, gravando as vocalizações das espécies registradas Figura 6.3 - Espécies mais abundantes, de acordo com o método de censo por ponto, registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 138 Morro do Pilar Minerais S.A. As espécies Saltator similis (trinca-ferro-verdadeiro) (frequência média 0,246) e Basileuterus flaveolus (canário-do-mato) (freqüência média 0,196) foram as mais registradas em números de pontos (Figura 6.4), o que demonstra sua ampla distribuição na área de estudo. São espécies de hábitos florestais e dietas frugívora (trica-ferro) e insetívora (canário-do-mato) que habitam tanto o estrato médio e o dossel (trica-ferro) quanto o chão e o sub-bosque (canário-do-mato) de praticamente todos os fragmentos e matas ciliares da região. Na mesma figura, pode ser facilmente observado que o maior número de registros ocorreu na primeira campanha, realizada durante o período reprodutivo das aves (setembro a janeiro), época na qual ficam mais conspícuas, aumentando suas vocalizações, forma principal de registro das espécies em campo. Já a segunda campanha foi realizada em um período no qual as aves estão em muda, trocando suas penas desgastadas e, consequentemente, direcionando grande parte de suas energias metabólicas para tal processo, extremamente importante para os indivíduos. Figura 6.4 - Espécies mais frequentes, de acordo com o método de censo por ponto, registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG Com base na análise dos dados dos pontos de escuta, onde foram registradas 183 espécies, foi estimado para a área um total de 218,84 ± 6,48 espécies (Figura 6.4). Este número ficou abaixo da riqueza de espécies encontradas para a área (242 espécies) considerando todas as metodologias de amostragem e registros ocasionais. Isto está relacionado ao fato de algumas espécies ocorrerem esparsamente e em menor abundância e desta forma de difícil detecção pelo método de ponto de escuta, os quais são fixos. No entanto, a curva do coletor demonstrou certa tendência à estabilização (Figura 6.5) o que permite avaliar com segurança a assembléia de aves presente na região. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 139 Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 6.5 - Curva do coletor de espécies do observado e esperado (com barras do Desvio Padrão), registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento minerário Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG 5.3.2 Captura por rede Pelo método de capturas, não foi possível amostrar três áreas (durante a primeira etapa) devido a intempéries climáticas (fortes chuvas), o que impediu a abertura das redes de neblina, porém a área sete foi amostrada duas vezes, nesse período, para que o esforço não fosse totalmente perdido. Considerando as duas etapas, foi realizado um total de 528 horas rede nas 14 áreas amostrais, esforço o qual proporcionou a captura de 129 indivíduos (46 na estação chuvosa e 83 estação seca, etapas I e II respectivamente), pertencentes a 18 famílias. A maior taxa média de captura foi obtida no ponto 11 (0,285), seguido pelos pontos 5 e 14 (0,271 cada) (Quadro 6.4). O esforço amostral calculado de acordo com Straube& Bianconi (2002), foi de 19.008 hm2. Tal cálculo considera a área ocupada pelas redes-de-neblina (36m2 cada), multiplicada pelo número total de horas nas quais elas permaneceram abertas. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 140 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 6.8. Saltator similis (trinca-ferro) capturado em rede de neblina, espécie xerimbabo Quadro 6.4. Tempo amostral, número de espécies e capturas registradas em Morro do Pilar, durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG (etapas de período chuvoso e de seca) Área Amostral Ind. c/ placa incubatória Horas/ Rede Número de Capturas Espécies Capturadas Taxa de Captura Indiv. em muda I II Total I II Total I II Total I I 1 72 72 144 7 5 12 6 4 9 0,097 0,069 0,083 0 0 0 2 0 2 2 72 72 144 4 6 10 3 5 7 0,056 0,083 0,069 0 0 0 1 0 1 3 72 72 144 5 14 19 4 10 11 0,069 0,194 0,132 0 0 0 2 0 2 4 72 72 144 21 13 34 9 10 16 0,292 0,181 0,236 2 0 2 5 0 5 5 72 72 144 10 29 39 9 14 17 0,139 0,403 0,271 0 0 0 2 0 2 6 72 72 144 10 17 27 9 13 18 0,139 0,236 0,188 0 0 0 3 0 3 7 144 72 216 17 1 18 11 1 12 0,118 0,014 0,083 2 0 2 5 0 5 II Total II Total I II Total 8 * 72 72 * 13 13 * 11 11 * 0,181 0,181 * 0 0 * 0 0 9 * 72 72 * 8 * 6 * 0,111 0,111 * 0 0 * 0 0 8 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 6 Página: 141 Morro do Pilar Minerais S.A. Área Amostral Horas/ Rede Número de Capturas Espécies Capturadas Taxa de Captura 10 * 72 72 * 5 5 * 5 5 * 11 72 72 144 19 22 41 10 17 12 72 72 144 13 24 37 13 72 72 144 11 14 14 24 72 96 Total Indiv. em muda Ind. c/ placa incubatória 0,069 0,069 * 0 0 * 0 0 24 0,264 0,306 0,285 0 0 0 3 0 3 10 11 16 0,181 0,333 0,257 3 0 3 0 0 0 25 6 11 14 0,153 0,194 0,174 3 0 3 2 0 2 26 2 14 15 0,125 0,319 0,271 4 0 4 0 0 0 240 288 528 46 83 129 40 45 58 0,192 0,288 0,244 10 0 10 5 0 5 3 23 A diferença nas taxas de capturas entre as duas etapas está relacionada principalmente à taxa de precipitação na Etapa I, mesmo sendo esta a melhor época do ano para estudos ornitológicos em virtude do período reprodutivo, como já citado. O período reprodutivo é evidenciado no fato de 20% dos indivíduos capturados apresentarem placa incubatória, e 12 % apresentarem muda de penas, evento o qual sucede o período reprodutivo. 5.3.3 Comentários sobre espécies de interesse para a conservação 5.3.3.1 Spizaetus tyrannus (gavião-pega-macaco) Classificação: Em Perigo (Fundação Biodiversitas, 2007); Quase-Ameaçada (Fundação Biodiversitas 2005) A espécie encontra-se ameaçada no estado devido, principalmente, à alta taxa de desmatamento e fragmentação de ambientes florestais, porém também enfrenta ameaças como a caça (DRUMMOND 2005). Aves de rapina de médio e grande porte, categoria na qual se encontra S. tyrannus, ocupam o nível mais alto da teia alimentar e possuem importante papel no controle populacional de suas presas. Além disso, necessitam de extensas áreas para sobreviver. Tais características intrínsecas de algumas espécies do grupo permitem que os dados sejam utilizados como ferramenta no planejamento de novas e/ou re-estruturação dos limites de Unidades de Conservação pré-existentes. Durante as duas campanhas a espécie foi registrada nas áreas 1 (área de entorno), 3 e 12 (ambas situadas na ADA), e, em um mesmo dia, o mesmo indivíduo sobrevoou mais de uma área amostral, mostrando a importância do conjunto de fragmentos florestais como um todo e não somente como áreas isoladas/pontuais. Portanto, a espécie ocorre em várias localidades da região, sendo o contexto paisagístico de grande importância para o táxon, e não somente áreas específicas. 5.3.3.2 Amazona vinacea (papagaio-de-peito-roxo) Classificação: Em Perigo (IUCN 2011); Vulnerável (Fundação Biodiversitas 2007, MMA 2008) Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 142 Morro do Pilar Minerais S.A. O papagaio-de-peito-roxo, considerado endêmico da Mata Atlântica por Cracraft (1985), tem se tornado raro ao longo de sua área de ocorrência e, em Minas Gerais, é encontrado pontualmente, principalmente na bacia do rio doce. As principais ameaças enfrentadas pela espécie são a destruição de habitat, a perseguição e o comércio ilegal. A. vinacea é classificado na categoria Vulnerável [VU] em nível nacional (MMA 2008; MACHADO et al. 2005) e estadual (FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS 2007), porém Em Perigo [EN] segundo IUCN (2011). Ao longo das campanhas a espécie foi registrada principalmente nas áreas 1 (área de entorno) e 3 (ADA), porém também foram obtidos registros na áreas 2, 6 (ambas situadas na ADA) e 5 (área de entorno). Da mesma forma como a espécie anterior, esta espécie utiliza da paisagem fragmentada na busca por alimento, ou seja, o contexto da paisagem regional possui de grande relevância para o táxon. 5.3.3.3 Jacamaralcyon tridactyla (cuitelão) O Cuitelão é uma espécie mundialmente Vulnerável (IUCN 2011) e dependente tanto de áreas florestais quanto de “encostas”, onde nidifica discretamente. A espécie foi registrada apenas na segunda campanha para a área 8 (área de entorno), no entanto, pode estar presente em outros ambientes com características similares não amostrados. A espécie ocorre em baixa densidade na área e, aparentemente, este registro trata-se de um dos registros mais interioranos de sua distribuição. Esta espécie, da mesma forma como as anteriores, destaca a importância dos fragmentos florestais para a manutenção de populações de aves na região. 5.4 Considerações finais Apesar da região se encontrar antropizada com a presença de pastagens, principalmente as localidades ao sul da sede do município de Morro do Pilar (pontos 08 a 14), estão presentes diversos fragmentos florestais importantes para a conservação da avifauna local. Estes fragmentos variam de tamanho e, de certa forma, pode-se considerar que os maiores suportam maior diversidade. A presença de espécies endêmicas da Mata Atlântica e do Cerrado comprova que a região é uma área de transição entre os dois Biomas e, consequentemente, de grande importância para a conservação da avifauna de ambos, hotspots da biodiversidade mundial. A presença de aves de topo da cadeia alimentar, como Accipiter superciliosus (gavião-miudinho), Accipiter bicolor (gavião-bombachinha-grande) e Spizaetus tyrannus (gavião-pega-macaco), demonstra que a região possui áreas preservadas. A presença do elevado número de endemismos, principalmente do Bioma Mata Atlântica, ressalta a importância dos fragmentos florestais para essas espécies, visto que representam o limite oeste de distribuição de diversas espécies, sendo uma delas Jacamaralcyon tridactyla (cuitelão), considerada Vulnerável a nível mundial (IUCN 2011) ( Figura 4.12). Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 143 Morro do Pilar Minerais S.A. 6 MASTOFAUNA 6.1 Introdução O Brasil abriga a maior diversidade de mamíferos do mundo com 652 espécies (Reis et al., 2006), sendo que ainda há muitas espécies novas a serem descobertas e catalogadas, principalmente roedores, marsupiais e morcegos (Costa et al., 2005) que compreendem mais de 60% do total de espécies de mamíferos encontradas no país (Machado et al., 2005). Os pequenos mamíferos não voadores (marsupiais e roedores) representam um grupo diversificado, com 255 espécies descritas para o Brasil (Reis et al., 2006). Estes apresentam hábitos variados (Crawshaw, 2009) e, embora haja grande grau de endemismo, estão muito bem distribuídos ao longo de todo o território brasileiro. A despeito de tamanha diversidade, esses organismos ainda apresentam a taxonomia mal definida (Reis et al., 2006), o que ocasiona, entre outras, a impossibilidade de uma acurada categorização da maioria das espécies (Machado et al., 2005). Doze espécies de pequenos mamíferos não voadores constam na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (2005), das quais seis estão na categoria Criticamente em Perigo, duas Em Perigo e quatro classificadas como Vulnerável. No entanto, estes números podem não refletir a realidade, já que 30 espécies (17 marsupiais e 13 roedores) constam como Deficiente em Dados. Assim, a limitação de informações a respeito destas espécies dificulta a adoção de medidas conservacionistas (Machado et al., 2005) que são de extrema urgência, já que de todas as extinções de mamíferos ocorridas, três quartos são de pequenos mamíferos (Rocha, 2004). Pequenos roedores e marsupiais desempenham importante papel na dinâmica das florestas (Carey, 1995) sendo bons indicadores de alterações nestas paisagens (Pardini & Umetsu, 2006). Assim, modificações no ambiente podem alterar a distribuição das espécies deste grupo, já que o habitat é um fator fundamental na estrutura das suas comunidades (Alho, 2005). Portanto, essas espécies parecem ser mais suscetíveis aos efeitos demográficos e genéticos da fragmentação, pois suas populações apresentam altas taxas de flutuação natural, além das suas limitadas habilidades de movimentação (Rocha, 2004) comprometerem a dispersão dos indivíduos. Os pequenos mamíferos voadores (morcegos) compreendem a segunda maior Ordem de mamíferos do mundo em número de espécies (Wilson & Reeder, 2005) com 220 espécies catalogadas, o que representa 39% das espécies de mamíferos das florestas tropicais (Emmons & Feer, 1997). Estes indivíduos pertencem à ordem Chiroptera, a qual se subdivide em duas subordens: Megachiroptera e Microchiroptera, sendo todos os representantes brasileiros pertencentes ao último táxon. A subordem Microchiroptera é composta por 17 famílias e 930 espécies, as quais estão distribuídas em todo o mundo, exceto nas regiões polares. No Brasil são registradas nove famílias, 64 gêneros e 167 espécies (Emmons & Feer, 1997; Wilson & Reeder, 2005; Reis et al., 2006; Barros et al., 2006). Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 144 Morro do Pilar Minerais S.A. Devido à distribuição cosmopolita e diversidade de dieta, os morcegos ocupam diversos nichos da cadeia ecológica. Por conta disto, possuem papéis fundamentais na manutenção dos processos ecológicos em florestas tropicais, podendo se alimentar de insetos, anfíbios, aves, pequenos roedores, néctar, pólen, peixes, sangue, vertebrados, folhas, frutos e até de outras espécies de morcegos (Zortéa & Chiarello, 1994; Fischer et al., 1997, Medellín & Gaona, 1999; Zortéa, 2003; Passos et al., 2003; Bonato et al., 2004; Bordignon, 2006; Reis et al., 2007). Além da notável importância ecológica, algumas espécies de morcegos possuem reconhecida relevância para a saúde pública, por possuírem hábitos hematófagos e serem transmissores do vírus da raiva. Estes morcegos pertencem à família Phyllostomidae, táxon endêmico da região neotropical (Uieda, 1995; Aguiar & Marinho-Filho, 2004; Cunha et al., 2005). Os morcegos respondem de modo diferente aos diferentes tipos de ambientes: espécies da subfamília Phyllostominae (Chrotopterus auritus, Mimon bennettii e Phyllostomus discolor) são extremamente sensíveis a habitats alterados enquanto outras espécies, como é o caso de Carollia perspicillata, se adaptam bem a habitats secundários e antropizados (Heithaus et al., 1975; Fenton et al., 1992; Barros et al. 2006). Segundo a Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (2005), cinco espécies de morcegos estão classificadas como Vulnerável, embora Aguiar & Tadei (1995) reconheçam outras nove espécies vulneráveis à extinção. Além destas, há 26 espécies listadas como Deficiente em Dados (Machado et al., 2005), fato que pode subestimar o número de espécies que estão de fato ameaçadas. De modo geral, os mamíferos ou possuem hábitos crípticos ou são noturnos, o que torna difícil a sua observação na natureza (Becker & Dalponte, 1991), ameaça indiscutível aos estudos, sobretudo, de mamíferos de médio e grande porte que ainda possuem áreas de vida grandes e densidades populacionais baixas (Pardini et al., 2003). Assim, devido à grande dificuldade de obtenção de dados quantitativos, há poucas informações sobre essas espécies (Nishikawa, 2005). Entretanto, é possível verificar sinais desses animais no ambiente, como rastros e fezes que, quando bem interpretados, fornecem informações precisas do animal que os produziu (Becker & Dalponte, 1991). Além disso, no Brasil, estudos de bioespeleologia destacam os morcegos como os principais mantenedores da biota cavernícola (Trajano, 1995; Bredt et al., 2000). Como muitas cavernas não possuem corpos d’água perenes, o guano acaba tornando-se um dos principais recursos cuja oferta pode ocorrer ao longo de todo o ano e, decisivamente, assume uma função de vital relevância enquanto fonte de alimento para muitas comunidades que utilizam tal ambiente (FERREIRA et al., 2007). Ressalta-se que informações sobre essas espécies são de extrema importância, pois, a despeito de serem peças fundamentais para o funcionamento do ecossistema (Morrison et al., 2007), estão severamente ameaçadas por atividades antrópicas, sobretudo caça e redução de habitat (IUCN, 2005). O levantamento dos quirópteros de hábitos crípticos são objeto de estudos específicos da bioespeleologia, e resultados mais detalhados podem ser vistos dentro do estudo de relevância de cavidades naturais. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 145 Morro do Pilar Minerais S.A. Ressalta-se, portanto, que o grau de ameaça e importância ecológica de todos os grupos de mamíferos torna evidente a urgência em se incluir informações sobre as espécies desse grupo em inventários e diagnósticos ambientais (Cullen Jr. & Rudran, 2003). Assim, o presente relatório refere-se aos dados primários obtidos através do levantamento da mastofauna para a elaboração do diagnóstico ambiental na área onde se pretende instalar uma lavra a céu aberto, projetada para a produção de minério de ferro no município de Morro do Pilar e porção sul do município d, Minas Gerais. O empreendimento em questão, denominado Morro do Pilar Minerais, pretende abranger áreas ocupadas pelas formações dos biomas da Mata Atlântica e Cerrado e localiza-se no domínio meridional da Serra do Espinhaço, reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura como Reserva da Biosfera (UNESCO, 2005). 6.2. Objetivos 6.2.1 Objetivo geral Realizar o levantamento da mastofauna terrestre e voadora na Área de Influência do local onde se pretende instalar o empreendimento Morro do Pilar Minerais a fim de conhecer a situação do ambiente para posterior avaliação dos possíveis impactos incidentes sobre as espécies locais. 6.2.2 Objetivos específicos Verificar as espécies de mamíferos residentes na área em questão, quantificando a riqueza, a abundância e, consequentemente, a diversidade; Gerar informações a respeito da biologia, taxonomia e distribuição das espécies registradas; Relacionar as espécies registradas aos locais onde foram observadas, a fim de se entender a segregação espacial natural das espécies ao longo de toda a área amostrada; Identificar espécies ameaçadas de extinção, endêmicas e/ou de interesse ecológico. 6.3. Material e métodos 6.3.1 Pontos de amostragem Para as amostragens da mastofauna, foram selecionadas 14 áreas, sendo sete na porção norte e sete na porção sul do futuro empreendimento ( Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 146 Morro do Pilar Minerais S.A. Quadro 7.1). Assim, a coleta de dados ocorreu em duas campanhas: uma no mês de novembro de 2010 e outra no mês de maio de 2011 que correspondem à estação chuvosa e seca, respectivamente. A amostragem dessas áreas envolveu quatro biólogos (dois responsáveis pela amostragem da mastofauna terrestre e dois responsáveis pela amostragem da mastofauna voadora) e seus respectivos assistentes de campo. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 147 Morro do Pilar Minerais S.A. Quadro 7.1. Áreas destinadas às amostragens da mastofauna terrestre e voadora – Conceição do Mato Dentro e Morro do Pilar, MG, novembro de 2010 e maio de 2011 ÁREA COORDENADA (UTM) 666172,1 1 7881956,5 667582,3 2 7881094,8 669359,2 3 7881837,8 668329,8 4 7879323,7 672962,3 5 7880709,6 670843,6 6 7878606,4 669075,0 7 7876607,0 669657,1 8 7874977,0 674108,2 9 7876815,0 677015,5 10 7875466,0 671088,7 11 7872148,1 672987,3 Floresta Estacional Semidecidual em estágio médio de regeneração com a presença de um rio nas proximidades. Floresta Estacional Semidecidual em estágio médio de regeneração com presença de clareiras extensas. Área próxima a plantação de eucalipto. Floresta Estacional Semidecidual extensa em estágio avançado de regeneração. Toda a extensão de seu entorno é composta por mata. Floresta Estacional Semidecidual extensa em estágio avançado de regeneração, porém apresenta uma via de acesso adjacente ao local. Floresta Estacional Semidecidual em estágio avançado de regeneração, com a presença de um estreito curso d’água e pasto no entorno. Floresta Estacional Semidecidual em estágio avançado de regeneração, com a presença de pasto e gado em seu entorno. Floresta Estacional Semidecidual em estágio médio de regeneração . A extensão do seu entorno é composta por matas também em estágio intermediário de regeneração. Floresta Estacional Semidecidual em estágio inicial de regeneração com predominância de espécies de baixo porte. Floresta Estacional Semidecidual em estágio médio de regeneração. Fragmento isolado com a presença de pasto e eucalipto em seu entorno. Floresta Estacional Semidecidual em estágio inicial de regeneração localizado em topo de morro e, em sua extensão, há a presença constante de gado. Floresta Estacional Semidecidual em estágio médio de regeneração. Esta área é conhecida como Acaba Mundo (AM). 7871830,4 Floresta Estacional Semidecidual em estágio médio de regeneração, com a presença de um curso d’água. Esta área está localizada no vale da mata AM. 670575,4 Floresta Estacional Semidecidual em estágio médio de regeneração. Esta 12 13 DESCRIÇÃO Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 148 Morro do Pilar Minerais S.A. ÁREA COORDENADA (UTM) DESCRIÇÃO apresenta-se conectada a fragmentos menores . 7869581,4 675272,4 14 7869453,1 6.4 Floresta Estacional Semidecidual em estágio avançado de regeneração, com a presença de um curso d’água. Material e métodos Devido à grande variação no tamanho corpóreo, nos hábitos de vida e preferências de habitat entre os diferentes grupos de mamíferos, faz-se necessária a utilização de metodologias específicas (Pardini et al., 2003). Assim, a descrição das metodologias está dividida entre os subgrupos de mamíferos e é apresentada a seguir. 6.4.1 Pequenos mamíferos não voadores Para a captura de roedores e marsupiais, foram utilizadas duas metodologias associadas, a gaiola de arame galvanizado (15cmx15cmx30cm) (Foto 7.1) e a armadilha de interceptação e queda (pitfall) (Foto 7.2) a qual também é utilizada para a captura de anfíbios e répteis. Foto 7.1. Gaiola de arame galvanizado Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 149 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 7.2. Armadilha de interceptação e queda Foram utilizadas 560 gaiolas (40 em cada uma das 14 áreas amostrais) em cada estação climática. Estas foram dispostas de acordo com o método do transecto – com pontos de captura eqüidistantes em 10 m – e posicionadas aos pares preferencialmente no solo e na árvore. As armadilhas permaneceram abertas durante cinco noites em cada uma das duas campanhas o que perfaz um total de dez noites. No entanto, na amostragem que ocorreu na estação seca, a Área 5 foi amostrada apenas ao longo de duas noites, já que, devido ao sumiço de algumas armadilhas, optou-se por reduzir os dias de coleta de dados. Assim, por conta desse ajuste, o esforço total de captura (número total de armadilhas X número total de noites amostradas) do presente diagnóstico ambiental foi de 5.480 armadilhas-noite. Todas as armadilhas foram vistoriadas pela manhã e a isca – composta por uma mistura de pasta de amendoim, sardinha em óleo e banana – reposta quando necessário. Armadilhas de interceptação e queda (pitfalls) também foram utilizadas para a captura dos pequenos mamíferos, método reconhecido, sobretudo, como um complemento da amostragem, pois captura animais que não são facilmente atraídos pela isca. Assim, os pitfalls foram montados com baldes de 60 litros enterrados no solo e interligados por uma cerca guia (lona com aproximadamente 1m de altura). Esta metodologia está precisamente definida na descrição da coleta de dados da herpetofauna. Todos os indivíduos capturados foram marcados com uma anilha numerada e destes se registrou as seguintes informações: espécie, número da anilha, sexo, condição reprodutiva, peso, medidas morfométricas padrão (comprimento da cauda, do corpo, da orelha e do tarso), classe etária, modelo da armadilha em que ocorreu a captura, área e ponto de captura. Indivíduos com dúvidas na identificação taxonômica foram coletados para avaliação em laboratório e depositados na coleção do Programa de Pós-Graduação em Zoologia dos Vertebrados da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 150 Morro do Pilar Minerais S.A. 6.4.2 Mamíferos de médio e grande porte A fauna de mamíferos de médio e grande porte, devido ao hábito noturno e baixas densidades populacionais, é amostrada através – além de registro direto – da visualização de vestígios (pêlos, fezes, pegadas etc.), método eficaz para a estimativa de riqueza (Becker & Dalponte, 1991). Assim, a busca por registros foi realizada em todas as 14 áreas amostrais, bem como nas estradas de acesso a essas áreas. As metodologias empregadas para registrar estas espécies são descritas a seguir. 6.4.2.1 Busca ativa por observações diretas e vestígios Foram realizadas caminhadas diurnas em todas as áreas de amostragem com velocidade média de 1,5 km/h em busca de vestígios dos animais (Foto 7.3 e Foto 7.4). Acrescido a este esforço, deslocamentos diurnos e noturnos em automóvel também foram considerados na tentativa de observações diretas. A visualização de qualquer indivíduo e/ou vestígio implicava a tomada das seguintes informações: data, espécie, coordenada geográfica (com o uso de GPS), área de amostragem e, quando possível, registro fotográfico. Foto 7.3. Análise de fezes encontradas Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 151 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 7.4. Caminhadas diurnas 6.4.2.1 Entrevistas Foram realizadas entrevistas informais com moradores da região no intuito de obter informações sobre registros históricos e/ou de espécies com baixa densidade populacional e/ou inconspícuas. Para auxiliar os entrevistados, foram oferecidos guias de campo com ilustrações e fotos de espécies tanto da fauna nativa quanto exótica, a fim de notar tendências nos dados informados. A credibilidade das entrevistas foi avaliada de acordo com a experiência do profissional responsável pelo trabalho. No caso de dúvida sobre a conformidade entre o nome de um animal citado e a espécie correspondente, os entrevistados foram solicitados a descreverem o animal, incluindo suas características que o diferem de outros mamíferos semelhantes. Essa metodologia visa obter informações que possam complementar a caracterização da fauna de mamíferos. 6.4.3 Mamíferos voadores Para a captura dos morcegos, foram utilizadas cinco redes de neblina (mist-nets) de 12 x 2,5m x 25mm (Foto 7.5) dispostas em linha em cada uma das áreas amostrais. As redes foram instaladas ao longo de possíveis locais de forrageio e/ou rota dos morcegos e abertas durante seis horas / noite (18h00min a 00h00min), sendo vistoriadas a cada 30 minutos, para evitar o óbito de espécimes. Cada área foi amostrada durante uma noite o que perfaz um total de 14 noites de amostragem por estação. Assim, o esforço total de captura deste trabalho foi de 28 noites o que contabilizou 25200 hm2 (1800 hm2 por área). Para calcular este esforço, primeiramente calculouse a área abrangida por cada rede (altura x comprimento), e esse resultado foi multiplicado pelo número de redes. Assim obteve-se a área total coberta por redes (m2). Em seguida, multiplicou-se o valor da área pelo tempo de exposição das redes, resultado que, por fim, foi multiplicado pelo número de dias. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 152 Morro do Pilar Minerais S.A. Os indivíduos capturados foram identificados e, destes, tomadas as medidas biométricas padrão para Chiroptera (antebraço, pé e, quando presente, cauda), peso (Foto 7.6) e sexo. Indivíduos com dúvidas na identificação taxonômica foram coletados para avaliação em laboratório e depositados na coleção do Programa de Pós-Graduação em Zoologia dos Vertebrados da PUC Minas. Foto 7.5. Vistoria da rede de neblina Foto 7.6. Pesagem de espécime capturado Com o intuito de ampliar o número de capturas de espécimes de morcegos foi realizada a busca por indivíduos em abrigos diurnos (Foto 7.7 e Foto 7.8), procedimento que prevê, sobretudo, o registro de espécies que dificilmente são capturadas por redes de neblina. Neste estudo, as buscas por abrigos restringiram-se às cavernas (coordenadas UTM SAD 69 fuso 23k, 6672291/7880926; 668811/7979886; 668592/7879479; 669004/7880331), pois a probabilidade Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 153 Morro do Pilar Minerais S.A. de encontrar abrigos de espécies cavernícolas é bastante superior à de espécies arborícolas, já que estas se abrigam no interior de tronco de árvores, o que dificulta o acesso aos locais de repouso (Pereira, 2000). Foto 7.7. Potencial abrigo diurno de morcegos Foto 7.8. Identificação de colônias de morcegos 6.4.4 Análise de dados A partir dos dados registrados de pequenos mamíferos não voadores, foi possível o cálculo do sucesso de captura (SC) = (número de espécimes / esforço captura X 100) e, além deste, para pequenos mamíferos voadores e terrestres foi calculado o índice de diversidade de Simpson (D), que é dado através da equação 1 - (D), sendo (D) = ∑pi², onde pi é a proporção de indivíduos da espécie na amostra total de indivíduos. Para estes mesmos grupos, foi estimada a riqueza de espécies pelo procedimento Jackknife de 1ª ordem através do aplicativo EstimateS versão 8.0 (Colwell, 2000) que avalia a suficiência amostral. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 154 Morro do Pilar Minerais S.A. Foi realizado ainda o teste estatístico Qui-Quadrado para verificar se houve variação no número de capturas de Trinomys setosus elegans entre as estações climáticas, bem como uma Análise de Variância (ANOVA) simples a fim de testar a diferença significativa das riquezas entre os diferentes estágios sucessionais (inicial, médio e avançado). Para a execução destes testes não é preciso atender a premissas de homecedasticidade e normalidade, ao contrário do Teste T que foi realizado para verificar as diferenças entre os valores de riqueza das porções norte e sul. Todos os testes estatísticos foram realizados no aplicativo BioEstat 5.0 e atenderam o valor de significância usual (p<0,05). A fim de comparar diferentes valores de diversidade, calculou-se para mamíferos voadores, além do índice de Simpson, o índice de diversidade de Shannon-Wiener (H) que foi obtido através da fórmula (H') = ∑pilogpi, onde pi é a freqüência de cada espécie, para i variando de 1 a S (riqueza). Além disso, foram obtidos os valores de homogeneidade e heterogeneidade em cada área de amostragem. Tais valores medem o grau de variabilidade ou dispersão dos dados de captura dos animais. O maior valor registrado para a homogeneidade implica em uma maior uniformização dos dados, ou seja, os indivíduos registrados apresentaram um mesmo valor aproximado de captura. 6.5 Resultados e discussão Foram registradas 42 espécies de mamíferos distribuídas em oito ordens distintas, conforme apresentado no Quadro 7.2. Quadro 7.2. Espécies registradas, área de amostragem em que a espécie foi detectada, número de indivíduos registrados e metodologia utilizada que propiciou o registro – Morro do Pilar, MG, novembro de 2010 e maio de 2011 Táxon Nome Popular Área (Número de Indivíduos capturados) Tipo de Registro ORDEM DIDELPHIMORPHIA Família Didelphidae Didelphis aurita Gambá 10 (5); 12 (4) CG Dildelphis albiventris Gambá 6 (1); 4 (1) CG; OD Marmosops incanus Cuíca 1 (1); 2 (2); 3 (4); 4 (6); 5 (1); 6(4); 8(2); 10 (2) 11 (1); 12 (3); 13 (1); 14(2) CG; CP Monodelphis americana Cuíca-de-trêslistras 12 (1) CG ORDEM XENARTHRA Família Dasypodidae Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 155 Morro do Pilar Minerais S.A. Táxon Nome Popular Área (Número de Indivíduos capturados) Tipo de Registro Dasypus novemcinctus Tatu-galinha 3; 11 OD 4; 6; 7; 8; 10; 12 OD ORDEM PRIMATES Família Cebidae Callithrix geoffroyi Mico-da-carabranca Família Pitheciidae Callicebus sp. Guigó 1; 2; 7 VO ORDEM LAGOMORPHA Família Leporidae Sylvilagus brasiliensis Coelho 1; 2 OD ORDEM CHIROPTERA Família Phyllostomidae Artibeus liturartus Morcego 8(1) CR Artibeus planirostris Morcego 2(1) CR Carollia perspicillata Morcego 4(1); 8(1); 9 (2); 10(2); 11(7); 12 (2); 13 (2); 14 (10) CR; OD Carollia brevicauda Morcego 6 (1) CR Chrotopterus auritus Morcego 2 (1) CR; OD Desmodus rotundus Morcegovampiro 7(1); 8(5); 11 (4); 13 (3); 14 (11) CR Diphylla ecaudata Morcegovampiro 13 (2) CR Glossophaga soricina Morcego 2(1); 5(1); 8(4); 9(1);13(1); 14(1) CR; OD Glyphonycteris sp. Morcego 6 (1) CR Mimon bennetii Morcego 8(1) CR Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 156 Morro do Pilar Minerais S.A. Táxon Nome Popular Área (Número de Indivíduos capturados) Tipo de Registro Plathyrrinus lineatus Morcego 4(1); 10(1); 13(2) CR Sturnira lilium Morcego 5(2); 6(1); 9(1); 13(3) CR Família Vespertilionidae Histiotus velatus Morcego 8(1) CR Lasiurus blossevillii Morcego 4(1) CR Myotis nigricans Morcego 10 (1); 14 (1) CR ORDEM CARNIVORA Família Canidae Cerdocyon thous Cachorro-domato 1; 2; 4 OD; VE Família Procyonidae Nasua nasua Quati 5 EM Família Felidae Puma yaguarondi Jaguarundi 3 OD Leopardus pardalis Jaguatirica 5 EM 13 OD Família Mustelidae Eira barbara Irara ORDEM ARTIODACTYLA Família Tayassuidae Pecari tacaju Cateto 5; 7 EN; VE 5 EM 4 (1); 6 (2); 8 (1); 11 (7); 12 (2); 13 (3); 14 (2) CG; CP Família Cervidae Mazama gouazoupira Veadocatingueiro ORDEM RODENTIA Família Cricetidae Akodon sp. Rato-de-chão Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 157 Morro do Pilar Minerais S.A. Táxon Nome Popular Área (Número de Indivíduos capturados) Tipo de Registro Calomys sp. Rato-do-mato 5 (1) CG Cerradomys cf. subflavus Rato-do-mato 8 (1); 9 (1) CG Hylaeamys cf. laticeps Rato-do-mato 2 (1); 3 (1); 11( 4); 12 (2) CG Nectomys squamipes Rato d'água 5 (1) CG Necromys lasiurus Rato-do-mato 10 (1); 11 (2); 13 (2) CG Oecomys sp. Rato-do-mato 12 (1) CG Euryoryzomys sp Rato-do-mato 5 (1); 7 (1); 11 (1); 12 (1) CG Rhipidomys mastacalis Rato-de-árvore 3 (2); 9 (1) CG Família Dasyproctidae Dasyprocta sp. Cutia 1; 3; 6 EN; OD 1;3 OD 1 (12); 2 (4); 3 (14); 4 (3); 7 (9); 8 (1); 10 (4); 11 (22); 12 (18); 13 (7); 14 (22) CG Família Sciuridae Guerlinguetus ingrami Esquilo Família Echyimidae Trinomys setosus elegans Rato-deespinho Legenda: CG=Captura em Gaiola; CP=Captura em Pitfall; CR=Captura em Rede de Neblina; OD=Observação Direta; VE=Vestígio; EN=Entrevista, VO= Vocalização. 6.5.1 Pequenos mamíferos não voadores Foram coletadas 14 espécies de pequenos mamíferos terrestres, sendo quatro da Ordem Didelphimorphia (D. aurita, D. albiventris, M. incanus e M. americana) e 10 da Ordem Rodentia (Akodon sp., Calomys sp., C. cf. subflavus, H. cf. laticeps, Euryoryzomys sp., N. squamipes, N. lasiurus, Oecomys sp., R. mastacalis, Trinomys setosus elegans). As espécies que apresentaram maior representatividade são apresentadas na Figura 7.1. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 158 Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 7.1 - Porcentagem da abundância absoluta das espécies mais representativas registradas no presente estudo A suficiência amostral para este subgrupo foi testada a partir da análise da curva de acumulação de espécies gerada pelo estimador de riqueza Jacknife e esta não demonstrou tendência à estabilização ( Figura 7.2). Este fato sugere que a riqueza nas áreas amostradas pode sofrer acréscimo com o aumento do esforço amostral, embora acredita-se que a amostra obtida a partir das campanhas realizadas reflita significativamente a comunidade de roedores e marsupiais presentes na área do empreendimento. Número de Espécies Figura 7.2 - Curva de acumulação de espécies de mamíferos voadores registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG, novembro de 2010 e maio de 2011 Riqueza observada Riqueza estimada Dias de amostragem Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 159 Morro do Pilar Minerais S.A. A fim de complementar as análises, calculou-se o índice de diversidade de Simpson (D=0.56). Este valor revela uma diversidade consideravelmente baixa, já que este índice varia de 0 a 1 e quanto mais próximo este for de 1, maior a dominância e, consequentemente, menor a diversidade (Uramoto et al., 2005). Certamente, a baixa diversidade observada está diretamente relacionada à dominância de T. s. elegans (Foto 7.9) que apresentou 116 indivíduos capturados. De acordo com Simpson (1949), a diversidade está inversamente relacionada com probabilidade de dois indivíduos capturados ao acaso pertencerem a mesma espécie. No caso do presente trabalho, devido à dominância de uma espécie (T. s. elegans), a chance de dois indivíduos capturados serem desta espécie é alta. O gênero Trinomys faz parte dos ratos-de-espinho neotropicais da família Echimyidae, grupo mais diverso em termos de taxonomia, ecologia e morfologia entre todos os roedores histricognatos (Leite & Patton, 2002). Este grupo inclui 13 espécies descritas, todas de hábito terrestre, distribuídas em seis estados brasileiros (Oliveira & Bonvicino, 2006; Bonvicino et al., 2008), sendo a maioria associada a áreas de Floresta Atlântica (Lara & Patton, 2000). Embora as espécies de Trinomys ocorram em áreas consideradas mundialmente prioritárias para a conservação da biodiversidade (hotspots), onde esforços para pesquisas devem ser crescentes e contínuos (Myers et al., 2000), pouquíssimas são as informações a respeito da distribuição e taxonomia do gênero, fazendo com que, para a maioria das espécies, os dados sejam apenas sobre a localidade-tipo e imediações (Lara & Patton, 2000; Attias et al., 2009). Sabe-se, portanto, que a identificação precisa das espécies deste gênero deve considerar a análise minuciosa das características craniais dos espécimes, fato que justifica a coleta de alguns indivíduos capturados neste trabalho para posterior identificação. Esta escassez de informações acomete T. s. elegans (Lara & Patton, 2000; Lara et al., 2002; Attias et al., 2009), embora esta não esteja incluída em nenhuma categoria de ameaça. De acordo com registros de captura e mapeamento de áreas potenciais de distribuição a partir de variáveis climáticas, topográficas e fitogeográficas, essa espécie é encontrada no estado de Minas Gerais e regiões fronteiriças com Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia (Lara & Patton, 2000; Lara et al., 2002; Attias et al., 2009). Este táxon – que foi originalmente descrito como Echimys elegans (Lund 1841) em Lagoa Santa, Minas Gerais – é, atualmente, considerado uma subespécie de T. setosus, embora mudanças nesta classificação estejam na iminência de ocorrer. Esta modificação é sugerida por T. s. elegans apresentar distribuição disjunta com as outras subespécies de T.setosus (T. s. denigratus e T. s. setosus) (Lara et al., 2002; Attias et al., 2009), devendo, portanto, ser elevada à categoria específica (Iack-Ximenes, com. pessoal). No entanto, no decorrer deste trabalho, respeitar-se-á a bibliografia publicada até o presente que considera o táxon em questão uma subespécie de T. setosus. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 160 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 7.9. Indivíduo de Trinomys setosus elegans capturado Uma hipótese que pode justificar a elevada abundância de indivíduos dessa espécie em relação às outras é o fato de, supostamente, T. s. elegans apresentar elevada capacidade espermatogênica. Esta afirmativa baseia-se em estudo publicado por Cordeiro-Júnior et al. (2010) que verificou que uma espécie do mesmo gênero (T. moojeni) e – portanto com presumida similaridade fisiológica à T. s. elegans – apresenta a maior capacidade de produção de espermatozóides dentre todos os mamíferos investigados até o momento (e.g. Sharpe, 1994; Hess & Franca, 2007). Sendo assim, é possível inferir que indivíduos pertencentes a este gênero, caso apresentam características reprodutivas semelhantes à T. moojeni, tendem a ser abundantes nas localidades nas quais ocorrem. Embora a espécie tenha se mostrado abundante nas estações seca e chuvosa, houve uma variação estatisticamente significativa do número de capturas entre ambas as estações climáticas, conforme apresentado na Figura 7.3. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 161 Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 7.3 - Número de capturas de indivíduos de T. s. elegans nas estações seca e chuvosa, na região onde será instalado o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar e Conceição de Mato Dentro, MG ² = 83.051 (p) = 0.0001 A escassez de recursos alimentares é característica da estação seca (Blake & Loiselle, 1991; Bergallo & Magnusson, 1999; Stenvenson et al., 2000; Develey & Peres, 2000) e, segundo Slade & Swihart (1983), pode reduzir a taxa de movimentação dos indivíduos, já que a menor abundância de recursos pode fazer com que os indivíduos minimizem seus requerimentos metabólicos e, consequentemente, a taxa de movimentação, com o intuito de economizar energia, o que aumenta a atratividade das armadilhas. Esse fato representa uma evidência de que o uso do espaço por pequenos mamíferos pode sofrer influência de fatores abióticos (August, 1983) e, como a obtenção de recursos é uma das motivações desencadeadora da movimentação animal (Claussen et al., 1997), os organismos tendem a responder às alterações de disponibilidade de alimento no ambiente (Cáceres, 2003; Loretto & Vieira, 2005; Lambert et al., 2006; Adler, 2011). A espécies do gênero Trinomys são comumente encontradas em áreas florestadas de Mata Atlântica (Reis et al., 2006), como é o caso das áreas que foram destinadas a este estudo. No entanto, a maioria das espécies de roedores registradas apresenta-se bem distribuída ao longo de vários biomas brasileiros: Akodon sp., Calomys sp., C. cf. subflavus, H. cf. laticeps e N. lasiurus. Uma espécie de roedor capturado demonstra grande especificidade quanto ao hábito de vida. N. squamipes (Foto 7.10), embora apresente ampla distribuição geográfica, está restrita a habitats próximos a cursos d’água, já que tem hábito semi-aquático, característica que justifica a presença de membranas interdigitais (Sousa et al., 2004) (Foto 7.11). Durante toda a amostragem, foi registrado apenas um indivíduo desta espécie (Área 5) que foi capturado com uma armadilha posicionada na borda de um curso d’ água. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 162 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 7.10. Nectomys squamipes (In: Reis et al., 2006) Foto 7.11. Membrana interdigital de N. squamipes Duas espécies de hábitos reconhecidamente arborícolas foram capturadas com armadilhas posicionadas em árvores (Foto 7.12), o roedor R. mastacalis e o marsupial M. incanus (Foto 7.13). Este marsupial geralmente abundante em florestas primárias e secundárias (Pardini et al., 2005) foi capturado tanto com armadilhas no solo quanto nas árvores, fato discutido em estudo de Passamani (2000) que verificou não haver diferença significativa entre o número de capturas no solo e no sub-bosque para M. incanus. Foto 7.12. Armadilha posicionada no sub-bosque Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 163 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 7.13. Marmosops incanus Além de M. incanus, outras três espécies de marsupiais foram capturadas: D. albiventris (Foto 7.14), D. aurita (Foto 7.15) e M. americana. Os indivíduos do gênero Didelphis têm grande eficiência adaptativa aos mais variados habitats, vivendo até mesmo em centros urbanos (Reis et. al., 2006). Neste trabalho, foram registrados indivíduos de D. aurita na porção sul e D. albiventris na porção norte do futuro empreendimento o que, devido à grande capacidade de dispersão dos indivíduos, pode indicar possível simpatria. A ocorrência simultânea destas duas espécies já foi registrada em outras localidades (Reis et al., 2006) e impulsiona discussões ecológicas como a proposta por Begon (2006): quanto uma espécie deve ser diferente de um potencial competidor para que ambas coexistam numa mesma área? Foto 7.14. Didelphis albiventris Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 164 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 7.15. Didelphis aurita A outra espécie de marsupial registrada – M. americana (Foto 7.16) – foi capturada em armadilhas do tipo gaiola, fato pouco comum, já que a maioria das suas capturas ocorre em armadilhas de queda (Pardini et al., 2005). Esta espécie consta como “Deficiente em Dados” pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (2005) e, por isso, quaisquer informações a respeito da sua história natural são de extrema relevância para a conservação. Foto 7.16. Monodelphis americana Foram realizados testes estatísticos para avaliar diferenças de riqueza entre as porções norte e sul (t=1.18; p=0.25), bem como entre os estágios sucessionais (p=0.53), porém as variações não foram significativas. 6.5.2 Mamíferos voadores Foram capturadas quinze espécies de morcegos de duas famílias distintas, Phyllostomidae (A. lituratus, A. planirostris, C. perspicillata, C. brevicaudata, C. auritus, D. rotundus, D. ecaudata, Glossophaga soricina, Glyphonycteris sp., Mimon bennetii, Plathyrrinus lineatus, Sturnira lilium ) e Vespertilionidae (Histotus velatus, Lasiurus blossevillii, Myotis nigricans). Para este subgrupo de mamíferos, foi possível observar a não estabilização da curva de acumulação de espécie gerada pelos estimadores de riqueza Jackknife de 1ª ordem (Figura 7.4), revelando que as áreas amostradas podem abrigar um número de táxons superior ao amostrado. Durante a primeira etapa de realização do trabalho, as áreas que obtiveram maior número de Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 165 Morro do Pilar Minerais S.A. registros de morcegos concentraram-se na porção sul da futura área do empreendimento. Tal resultado pode ser reflexo das condições climáticas do local durante a amostragem da porção norte, como a incidência constante de chuvas torrenciais, ventos fortes e a fase cheia do ciclo lunar, já que a utilização de espaços abertos pelos pequenos mamíferos diminui em noites com maior influência da luminosidade da lua (Julien-Laferrière, 1997). Já na segunda etapa, foi possível realizar o registro de mais oito espécies não contempladas na campanha anterior. A circunstância reflete e reafirma que o local abriga um número de espécies superior ao amostrado, que pode chegar a mais de 20 registros (Figura 7.4). Além das condições climáticas, a presença de ambientes cavernícolas que não foram amostrados podem também influenciar na subestimativa da riqueza observada, já que foram encontradas nos levantamentos espeleológicos da área 21 cavernas na área de influência do futuro empreendimento. Figura 7.4 - Curva de acumulação de espécies de mamíferos voadores registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG Paralelamente, através do cálculo do índice de Simpson e Shannon-Wiener, foi possível inferir sobre a diversidade em cada uma das áreas amostradas, o que nos revela um índice de diversidade relativamente baixo (Bordigon, 2006) já que o índice de Simpson varia de 0 a 1 e quanto mais alto for, maior a probabilidade de os indivíduos serem da mesma espécie, ou seja, maior a dominância e menor a diversidade (Uramoto et al., 2005). Já o índice de diversidade de Shannon registrado para cada sítio de amostragem é possível ser visualizado no Quadro 7.3. Segundo Uramoto et al. (2005), este mede o grau de incerteza em prever a que espécie pertencerá um indivíduo escolhido, ao acaso, de uma amostra com S espécies e N indivíduos. Logo, quanto menor o valor do índice de Shannon, menor o grau de incerteza e, portanto, a diversidade da amostra é baixa. A diversidade tende a ser mais alta quanto maior o valor do índice. Para os valores registrados em cada área, o índice revela que a diversidade da amostra ainda é baixa, porém fica registrado que, entre os locais amostrados, o local mais diverso é a estação amostral 8 . Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 166 Morro do Pilar Minerais S.A. A diferença entre o resultado do índice de similaridade de Simpson e o de Shannon pode ter ocorrido devido a presença de espécies pouco amostradas no trabalho, portanto, consideradas raras. Este fato diminui a diversidade de Shannon por atribuir maior peso a espécies raras, ao contrário do índice de Simpson. Como é o caso das espécies registradas, destaca-se C. perspicillata (Foto 7.17) como a mais abundante na maioria das áreas amostradas (27), seguida por D. rotundus (24). (Foto 7.18). O maior número de capturas em determinados locais, como as das espécies supracitadas, levam as diferenças mencionadas nos índices de diversidade (Figura 7.5). Quadro 7.3. Índices de diversidade (Simpson e o de Shannon-Wiener) calculados para as espécies de mamíferos voadores registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG ÁREAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Espécies 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 Animais capturados 0 3 0 3 3 3 1 13 4 5 11 2 12 23 Simpson -* 0.6667 -* 0.6667 0.444 0.667 0 0.734 0.625 0.64 0.4628 0 0.806 0.578 Shannon-Wiener -* 0.4771 -* 0.4771 0.276 0.477 0 0.66 0.4515 0.4581 0.2847 0 0.74 Homogeneidade -* 0.4057 -* 0.4057 0.235 0.406 0 0.561 0.3839 0.3895 0.242 0 0.629 0.365 Heterogeneidade -* 0.5943 -* 0.5943 0.765 0.594 1 0.439 0.6161 0.6105 0.758 1 0.371 0.635 (-*) Valores não registrados devido a ausência de capturas Foto 7.17. Carollia perspicillata Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 167 0.429 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 7.18. Desmodus rotundus Figura 7.5 - Número de espécies de mamíferos voadores capturados em cada área de amostragem durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG As áreas que apresentaram maior riqueza de espécies foram a oito e a 13, com seis espécies cada, seguida pela área 14 com o registro de quatro espécies (Figura 7.6). Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 168 Morro do Pilar Minerais S.A. Figura 7.6 - Riqueza de espécies de mamíferos voadores registrados por área de amostragem durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG. O maior número de indivíduos da família Phyllostomidae capturados na primeira campanha já era esperado, pois se trata da família de morcegos neotropicais mais diversificada e mais versátil na obtenção de alimentos. Estes podem explorar frutos, néctar, pólen, folhas, insetos, vertebrados, sangue, entre outros (Passos & Graciolli, 2004), sendo que a maioria das espécies de filostomídeos é frugívora como Artibeus lituratus, Artibeus planirostris, Mimon bennetii (Foto 7.19) e Plathyrrinus lineatus (Foto 7.20). Foto 7.19. Mimon bennetii Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 169 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 7.20. Plathyrrinus lineatus Por outro lado, a família Vespertilionidae, por incluir animais que se alimentam principalmente de insetos, é mais difícil de ser amostrado pelo fato de os morcegos insetívoros apresentarem um vôo de dossel e um sistema de ecolocalização mais apurado, por exemplo, Lasiurus blossevillii (Foto 7.21), Histiotus velatus (Foto 7.22) e Myotis nigricans. Os animais capturados no decorrer da campanha não estão inseridos em nenhuma lista de ameaça de extinção, seja ela regional ou nacional. Foto 7.21. Lasiurus blossevillii Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 170 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 7.22. Histiotus velatus O morcego hematófago D. rotundus é o morcego mais comum e de ampla distribuição, ocorrendo desde o norte do México até o Chile e por toda a extensão do território brasileiro (Emmons, 1990). Sua preferência alimentar está relacionada ao sangue de bovinos, seguido de cavalos, sendo comumente encontrada em ambiente rural (Uieda, 1995). A outra espécie hematófaga, D. ecaudata (Foto 7.23), tem uma distribuição tropical ocorrendo do sul do México à parte central da América do Sul. D. ecaudata, quando comparada a D. rotundus, é considerada rara, suas populações são de pequeno porte - com não mais de 50-70 indivíduos e o alimento é exclusivamente o sangue de aves (Uieda, 1994). Foto 7.23. Dyphilla ecaudata Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 171 Morro do Pilar Minerais S.A. Da mesma forma, C. perspicillata ocorre em várias localidades e muitas vezes se apresenta como dominante (Pedro & Passos, 1995; Bernard, 2002; Pedro & Taddei, 2002). Caracteriza-se por ser uma espécie comum, e segundo Mclellan (1984), pertence a um dos gêneros mais comumente encontrado em toda a América tropical, assim como C. brevicauda. A espécie apesar de não ter sido capturada com grande freqüência pelas redes de neblina na estação chuvosa, em abrigos não naturais (casas abandonadas) foram contabilizados aproximadamente 80 indivíduos de C. perspicillata (Quadro 7.4). Tal fato pode ser explicado não só pela grande área de vida que esses animais normalmente ocupam, mas também por vários outros fatores que podem influenciar na taxa de captura de morcegos, tais como vento, chuva e nebulosidade (Lee & Mccraken, 2001). Normalmente, por manter características físicas semelhantes aos ambientes cavernícolas, residências, minas e porões funcionam como locais de abrigos para quirópteros (Johnson et al., 2006). Na maioria dos casos, os morcegos que ocupam esses ambientes são insetívoros, mas morcegos de outros hábitos alimentares também podem ser encontrados (Bredt et al., 1998), como é o caso de C. perspicillata e Glossophaga soricina. Quadro 7.4. Registro dos abrigos estudados a procura de espécies de mamíferos voadores durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG. Abrigos naturais : Coordenadas (UTM) Espécies (Número de indivíduos) 06672291- 7880926 Chrotopterus auritus (6) e Glossophaga soricina (2) 0668811 - 7979886 0669004 - 7880331 0668592 - 7879479 0671541 - 7871499 Chrotopterus auritus (5) 06694419 - 7873865 Abrigos não - naturais: Coordenadas (UTM) 0668442 - 7879906 Glossophaga soricina (1) 0672962 - 7880709 Glossophaga soricina (> 50) 0674149 - 7876782 Carollia perspicillata (10) 0671896 - 7883542 Carollia perspicillata ( > 80) Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 172 Morro do Pilar Minerais S.A. O único morcego carnívoro registrado, C. auritus (Foto 7.24, Foto 7.25 e Foto 7.26), pertencente à família Phylostomidae, é o segundo maior no Novo Mundo. Trata-se de uma espécie amplamente distribuída nos biomas brasileiros, sendo encontrada principalmente em áreas de florestas de vegetação primária (Reis et al., 2007). Além disso, em duas cavernas visitadas ocorreu o registro da espécie: uma caverna próxima a área 2 (06672291- 7880926)(Foto 7.27) com seis indivíduos e outra próxima aos pontos 12 e 14 (0671541 – 7871499) com cinco indivíduos (Quadro 7.4). Foto 7.24. Chrotopterus auritus capturado na rede de neblina Foto 7.25. Chrotopterus auritus em um abrigo natural Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 173 Morro do Pilar Minerais S.A. Foto 7.26. Colônia de Chrotopterus auritus Foto 7.27. Entrada da caverna O gênero Glyphonycteris sp. registrado tem sido motivo de muitas controvérsias taxonômicas. Dessa forma, o indivíduo capturado foi analisado cuidadosamente e comparado com outros exemplares tombados no Museu de Ciências Naturais e na coleção do Programa de PósGraduação em Zoologia dos Vertebrados, ambos da PUC Minas, porém a sua posterior confirmação só poderá ser realizada após a análise de um especialista no gênero. Já a família Vespertilionidae é aquela que inclui a maior diversidade de espécies e distribuição geográfica dentre a ordem Chiroptera, com 48 gêneros dispersos pelas regiões tropicais e temperadas de todo o globo terrestre. Nesta família, Myotis é o gênero com a mais ampla distribuição geográfica dentre os morcegos e, provavelmente, dentre os mamíferos terrestres (com exceção do homem) (Kunz & Pierson, 1994). A espécie Myotis nigricans trata-se de um Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 174 Morro do Pilar Minerais S.A. morcego de pequeno porte que chega a pesar de 3 a 8 g, possui o hábito alimentar insetívoro e está distribuído por toda a região Neotropical (Wilson & Laval, 1974; Gardner, 2007; Ayres, 2008). O conhecimento sobre características taxonômicas e de sistemática filogenética ainda são incipientes com relação ao gênero Myotis (Ayres, 2008), porém para a região de estudo a espécie foi identificada como Myotis nigricans. Os outros indivíduos capturados Histiotus velatus e Lasiurus blossevillii tratam-se de espécies de pequeno porte (6 a 10g) e estão distribuídas por toda a América do Sul, inclusive em todas as regiões do sudeste. Assim como Myotis nigricans, possuem o habito alimentar insetívoro e capturam suas presas em vôo com o auxílio do longo uropatágio (Gardner, 2007). 6.5.3 Mamíferos de médio e grande porte Foram registradas 13 espécies de mamíferos de médio e grande porte distribuídos em seis Ordens distintas. Destas, seis foram registradas exclusivamente através de observação direta (D. novemcinctus, C. geoffroyi (Foto 7.28), S. brasiliensis, H. yaguarondi, E. barbara, G. ingrami), uma exclusivamente através da identificação de sua vocalização (Callicebus sp.), três através de entrevistas com moradores da região (N. nasua, L. pardalis, M. gouazoupira) e as outras três a partir de metodologias associadas. Sendo assim, C. thous foi registrada através da observação direta e identificação de vestígios (pegada e fezes), P. tacaju através de entrevistas e vestígios (pegadas) e Dasyprocta sp. ocorrência detectada através de entrevistas e confirmada pela observação direta. Foto 7.28. Callithrix geoffroyi Foram registradas cinco espécies de carnívoros e nenhuma consta na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (2005). No entanto, este fato não reduz a importância ecológica destes animais que, por estarem no topo da pirâmide alimentar, regulam as populações de presas influenciando toda a dinâmica do ecossistema em que vivem (Pitman et al., 2002). A despeito de tamanha importância, estas espécies são continuamente ameaçadas pela destruição e alteração do habitat (Machado et al., 2005), fato que faz com que estas espécies estejam no centro de discussões conservacionistas. Sendo assim, algumas destas constam nos Apêndices I (P. yaguarondi, L. pardalis) e III (E. barbara) da CITES (Convention on International Trade in Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 175 Morro do Pilar Minerais S.A. Endangered Species of Wild Fauna and Flora), Convenção que regulamenta a importação, exportação e exploração de animais e plantas (CITES, 2006). Ressalta-se a importância da associação de metodologias distintas para um levantamento de fauna efetivo de mamíferos de médio e grande porte. Como dito anteriormente, rastros e fezes podem fornecer informações precisas do animal que os produziu (Becker & Dalponte, 1991), como é o caso de C. thous (Foto 7.29) e P. tacaju (Foto 7.30), espécies das quais se identificou pegadas no ambiente. Foto 7.29. Pegadas de Cerdocyon thous Foto 7.30. Pegada de Pecari tacaju Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 176 Morro do Pilar Minerais S.A. 6.6 Considerações finais Os mamíferos registrados no decorrer do estudo são considerados comuns no ambiente em que se encontram, ainda que algumas espécies precisem de confirmação taxonômica. Verificou-se que a composição da fauna de pequenos mamíferos terrestres entre as porções norte e sul não diferiu significativamente, já que há cinco espécies comuns (Akodon sp., Euryoryzomys sp., Hylaeamys cf. laticeps, T. s. elegans e M. incanus). Trinomys setosus elegans foi, indiscutivelmente, a espécie mais abundante e encontrou-se bem distribuída ao longo de toda a área de estudo. O elevado número de indivíduos jovens capturados nas duas estações climáticas pode indicar período reprodutivo ao longo de todo o ano, bem como a suposta alta capacidade espermática da espécie. Para os morcegos, de acordo com a IUCN (2010), as espécies registradas estão classificadas como “Pouco Preocupante” em relação à ameaça de extinção, sendo que a maioria das identificações pertence a táxons comuns nos locais em que ocorrem. Por outro lado, Glyphonycteris sp., precisa ainda passar por confirmação taxonômica. As áreas 8 e 13, locais de maior riqueza para os quirópteros até o momento, é um local em potencial e pode abrigar outras espécies ainda não contempladas nesse trabalho. Foi possível observar também que dentre as 14 áreas de estudo amostradas nas duas estações do ano (seca e chuvosa), as áreas 8 e 13 apresentaram o mesmo valor para a riqueza de espécies (6). Porém, D. rotundus e Carollia perspicillata apresentaram-se dominante na área 14 com taxas de captura (11 e 10, respectivamente) superior às demais espécies registradas para o local. Por outro lado, é importante ressaltar que a região está inserida em um domínio geomorfológico que propicia a formação de um grande número de cavernas e abrigos, que podem ser utilizados pelos morcegos em diferentes épocas do ano. Dessa forma, tais locais funcionam como um importante refúgio e centros de descanso para muitas espécies. Não encontrar morcegos nas cavernas não significa que esses não a utilizam em outros períodos. O hábito de se abrigar, muitas vezes está relacionado com a viabilidade e distribuição dos abrigos, rotas de forrageio, riscos de predação, economia de energia imposta pelo tamanho do corpo animal e do ambiente e as características microclimáticas estáveis (Kunz, 1982). Quanto aos mamíferos de médio e grande porte, não houve um acréscimo do número de espécies na segunda campanha. No entanto, todos os dados gerados através do presente diagnóstico ambiental consistem em ferramentas que subsidiarão as futuras tomadas de decisões e ações durante as fases que envolvem toda a dinâmica de preparação para a instalação do empreendimento. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 177 Morro do Pilar Minerais S.A. 7 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL POR SUB-BACIA Apresenta-se a seguir a descrição de cada sub-bacia (Figura 7.1) – ribeirão das Lajes, rio Picão, rio Preto, rio Santo Antônio N e rio Santo Antônio NN – quanto aos componentes relevantes da fauna. Figura 7.1 - Localização das sub-bacias e pontos amostrais de ictiofauna 7.1 Ribeirão das Lajes As áreas amostradas que correspondem à sub-bacia do Ribeirão das Lajes (áreas 1, 2, 3 e 4) apresentaram cinco espécies ameaçadas de extinção (entomofauna n=1; avifauna n=2; ictiofauna n=2), diversas endêmicas e três de interesse médico. Em relação à entomofauna, destacam-se a Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 178 Morro do Pilar Minerais S.A. abelha Partamona ailyae, que apresenta status “Vulnerável” em Minas Gerais quanto ao risco de extinção e três espécies de flebotomíneos – Lutzomyia lenti, Nyssomya whitmani e Psychodopygus lloydi – que são as principais vetoras de leishmaniose cutânea no Brasil. Essa ocorrência indica a importância de um programa voltado para minimizar as as chances de contaminação da população humana local. Quanto à ictiofauna, evidencia-se a ocorrência de duas espécies ameaçadas de extinção, Brycon opalinus (pirapetinga) e Henochilus wheatlandii (andirá), consideradas “Vulnerável” para o Brasil (Vieira, 2010) e “Criticamente em Perigo” de acordo com critérios mundiais (IUCN, 2011), respectivamente. No entanto, devido à escassez de informações das espécies supracitadas, programas de manejo não garantem a conservação destas na região, sendo necessários estudos detalhados. No entanto, programas de monitoramente podem ser adotados e, embora não possuam caráter mitigador, podem corresponder a medida compensatória eficiente. A elevada ameaça a qual o andirá está submetido refere-se ao fato desta espécie ser endêmica do trecho médio/alto do rio Santo Antônio. Outro caso de endemismo foi registrado na sub-bacia para a espécie de anfíbio Hylodes otavioi que apresenta ocorrência restrita à cadeia do Espinhaço. Acredita-se que programas de monitoramento sejam efetivos na conservação desta espécie, caso haja a necessidade de utilizar as áreas que pertencem à sub-bacia do ribeirão das Lajes para a implantação do empreendimento. Quanto à avifauna, foram registradas duas espécies ameaçadas de extinção na sub-bacia, uma ameaçada no âmbito estadual (Fundação Biodiversitas, 2007), Spizaetus tyrannus (gavião-pegamacaco) classificada como “Em Perigo”; e outra nos âmbitos estadual (Fundação Biodiversitas, 2007), nacional (MMA, 2008) e mundial (IUCN, 2011), Amazona vinacea (papagaio-de-peito-roxo), classificada como “Vulnerável” em todas as referências citadas. Ressalta-se ainda a importância das cavernas existentes nessa região, já que representam abrigo potencial à fauna, sobretudo de quirópteros (e.g. Chrotopterus auritus). 7.2 Rio Picão As áreas amostradas que correspondem à sub-bacia do rio Picão (áreas 7, 8, 9, 10 e 11) apresentaram duas espécies ameaçadas de extinção (entomofauna n=1; avifauna n=1), diversas endêmicas e de três de interesse médico. Em relação à entomofauna, foram registradas as mesmas espécies relevantes que foram detectadas no ribeirão das Lajes (Partamona ailyae, Lutzomyia lenti, Nyssomya whitmani e Psychodopygus lloydi) e, portanto, sugere-se também a implantação de programas de monitoramento específicos caso o empreendimento seja implantado nas dimensões da sub-bacia em questão. Quanto à herpetofauna, evidencia-se a ocorrência de duas espécies de anuros endêmicas à cadeia do Espinhaço, Hylodes otavioi e Thoropa megatympanum que, devido à restrição da área de ocorrência, devem ser contempladas com estudos periódicos. Ressalta-se ainda a importância do rio Picão para a avifauna, já que esta sub-bacia concentra grande parte dos endemismos registrada para a Mata Atlântica e/ou Cerrado, hotspots mundiais de biodiversidade, com Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 179 Morro do Pilar Minerais S.A. destaque para o ponto de amostragem denominado “sete” que apresentou 21 espécies endêmicas. Além disso, nesta área, foi registrada a presença de Jacamaralcyon tridactyla, uma espécie considerada “Vulnerável” pela International Union for Conservation of Nature (IUCN, 2011). 7.3 Rio Preto As áreas amostradas que correspondem à sub-bacia do rio Preto (áreas 10, 11, 12, 13 e 14) apresentaram quatro espécies ameaçadas de extinção (entomofauna n=1; avifauna n=1; ictiofauna n=2), diversas endêmicas e três de interesse médico. Em relação à entomofauna, foram registradas as mesmas espécies relevantes que foram detectadas no ribeirão das Lajes e no rio Picão (Partamona ailyae, Lutzomyia lenti, Nyssomya whitmani e Psychodopygus lloydi) e, portanto, sugere-se também a implantação de programas de monitoramento específicos, a fim de minimizar o impacto proveniente da instalação do empreendimento. Quanto à ictiofauna, observa-se a mesma situação daquela apresentada pelo ribeirão das Lajes onde foi registrada a ocorrência de duas espécies ameaçadas de extinção, Brycon opalinus (pirapetinga) e Henochilus wheatlandii (andirá), consideradas “Vulnerável” para o Brasil e “Criticamente em Perigo” pela IUCN, respectivamente. Como apresentado para a sub-bacia do ribeirão das Lajes, a escassez de informações sobre estas espécies dificulta a adoção de medidas de conservação, sendo aconselhável a implantação de programa de monitoramente de longo prazo. Nesta região, foram registradas três espécies de anfíbios de distribuição restrita à cadeia do Espinhaço – Thoropa megatympanum, Bokermannohyla nanuzae, Bokermannohyla saxicola – fato que ressalta a importância de estudos periódicos ao longo da implantação e operação do empreendimento em questão. O mesmo procedimento é sugerido à ave Spizaetus tyrannus (gavião-pega-macaco), uma vez que esta é classificada como “Em Perigo” para o estado de Minas Gerais (Fundação Biodiversitas, 2007). 7.4 Rio Santo Antônio N As áreas amostradas que correspondem à sub-bacia do rio Santo Antônio N (áreas 5, 6, 7 e 9) apresentaram duas espécies ameaçadas de extinção (avifauna n=1; ictiofauna n=1), diversas endêmicas e três de interesse médico. Os estudos realizados da entomofauna nesta área registraram, assim como nas outras sub-bacias amostradas, a presença de flebotomíneos (Lutzomyia lenti, Nyssomya whitmani e Psychodopygus lloydi) vetores de leishmaniose cutânea, fato que exige acompanhamento periódico destas populações, caso haja a necessidade de desmate das áreas florestadas pertencentes a esta sub-bacia. Programas de monitoramento também devem ser conduzidos às espécies ameaçadas Brycon opalinus (pirapetinga) e Amazona vinacea (papagaio-do-peito-roxo), já que estas apresentam o status “Vulnerável” de acordo com a IUCN (2011), sendo a última ainda considerada ameaçada em âmbito nacional (MMA, 2008) e estadual (Fundação Biodiversitas, 2007). No entanto, a Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Página: 180 Morro do Pilar Minerais S.A. eficácia de programas de controle à pirapetinga ainda é questionável, uma vez que muito pouco se sabe sobre essa espécie. No entanto, a fim de obter informações detalhadas a respeito desta espécie, é aconselhável a implantação de um programa de monitoramento nas sub-bacias onde será instalado o empreendimento. Ressalta-se que a área de ocorrência restrita à cadeia do Espinhaço do anfíbio Hylodes otavioi também reforça a importância de acompanhamento periódico da área durante as fases de instalação e operação do empreendimento. 7.5 Rio Santo Antônio NN As áreas amostradas que correspondem à sub-bacia do Rio Santo Antônio NN (áreas 1 e 3) apresentaram quatro espécies ameaçadas de extinção (avifauna n=2; ictiofauna n=2), duas endêmicas e duas de interesse médico. Assim como apresentado para as outras sub-bacias, há espécies de vetores de leishmaniose cutânea (Lutzomyia lenti e Psychodopygus lloydi), portanto, caso haja desmate para a instalação do empreendimento, sugere-se o acompanhamento periódico do ciclo reprodutivo, a fim de evitar a contaminação da população local. Foram registradas duas espécies de aves ameaçadas de extinção na sub-bacia, uma ameaçada a nível estadual (Fundação Biodiversitas, 2007), Spizaetus tyrannus (gavião-pega-macaco) classificada como “Em Perigo”, e outra de âmbito estadual (Fundação Biodiversitas, 2007), nacional (MMA, 2008) e mundial (IUCN, 2011), Amazona vinacea (papagaio-de-peito-roxo), classificada como “Vulnerável” em todas as referências citadas. Além disso, sugere-se ainda o monitoramento das populações de Brycon opalinus (pirapetinga) e Henochilus wheatlandii (andirá), devido ao seu status de ameaça, conforme apresentado ao longo do documento, embora sejam necessárias novas amostragens a fim de definir um método eficaz de manejo. Sugere-se ainda o acompanhamento das populações do anfíbio Hylodes otavioi, já que esta espécie apresenta-se restrita à cadeia do Espinhaço. 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Adler, G.H. 2011. Spacing patterns and social mating systems of echimyid rodents. Journal of Mammalogy. 92: 31-38. 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Long. 1.1 23K 666040595 7881841494 1.2 23K 666145514 7881943903 2.1 23K 667495394 7881025333 2.2 23K 667427282 7881027309 3.1 23K 669816193 7881824606 3.2 23K 669841669 7881804849 4.1 23K 667888177 7879832311 4.2 23K 667822200 7879664274 5.1 23K 673298510 7880683898 5.2 23K 673172704 7880761140 6.1 23K 671273180 7878542915 6.2 23K 671059881 7878515095 7.1 23K 668823624 7876400641 7.2 23K 668835995 7876328435 8.1 23K 670054297 7875163691 8.2 23K 669990190 7875227203 9.1 23K 673866778 7876766245 9.2 23K 673752822 7876774572 10.1 23K 676855020 7875050273 10.2 23K 676893717 7875092256 11.1 23K 671239244 7872372894 11.2 23K 671239804 7872224843 12.1 23K 673077315 7871782884 12.2 23K 673127974 7871818525 13.1 23K 670190891 7869760222 13.2 23K 670441632 7869532111 14.1 23K 675422621 7869692409 14.2 23K 675390341 7869651875 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo I Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Cerradão Cerradão Floresta Estacional Semidecidual Morro do Pilar Minerais S.A. Anexo II Coordenadas dos pontos de amostragem de borboletas Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo II Morro do Pilar Minerais S.A. Ponto Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Coordenadas Armadilha Tipo de Ambiente Lat. Long. 1.1 23K 666065009 7881963243 1.2 23K 666043345 7881954569 1.3 23K 665999688 7881948497 1.4 23K 665976508 7881939818 1.5 23K 665951048 7881920824 1.6 23K 665936470 7881875558 1.7 23K 665909966 7881856212 1.8 23K 665869573 7881849340 1.9 23K 665801929 7881829112 1.1 23K 665759402 7881823215 2.1 23K 667509576 7881024898 2.2 23K 667482328 7881024515 2.3 23K 667455534 7881010100 2.4 23K 667433047 7881018405 2.5 23K 667410701 7881028629 2.6 23K 667392526 7881019638 2.7 23K 667391560 7881001675 2.8 23K 667377927 7880966653 2.9 23K 667362264 7880938182 2.1 23K 667338978 7880948768 3.1 23K 669365359 7881698188 3.2 23K 669394180 7881707348 3.3 23K 669403573 7881681867 3.4 23K 669421631 7881659832 3.5 23K 669458467 7881672797 3.6 23K 669499574 7881685277 3.7 23K 669538581 7881683201 3.8 23K 669573448 7881683454 3.9 23K 669610016 7881679869 3.1 23K 669648919 7881702826 4.1 23K 667881865 7879846861 4.2 23K 667888828 7879828297 4.3 23K 667882954 7879804060 4.4 23K 667878448 7879782687 4.5 23K 667878078 7879771176 4.6 23K 667834669 7879683830 4.7 23K 667825809 7879660845 4.8 23K 667833428 7879641653 4.9 23K 667861352 7879615985 4.1 23K 667879377 7879579765 5.1 23K 673331656 7880677637 5.2 23K 673312729 7880683634 5.3 23K 673278158 7880696755 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo II Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Morro do Pilar Minerais S.A. Ponto 6 Ponto 7 Ponto 8 Ponto 9 5.4 23K 673257305 7880706082 5.5 23K 673252192 7880720187 5.6 23K 673248040 7880717470 5.7 23K 673224232 7880748165 5.8 23K 673219839 7880760083 5.9 23K 673199503 7880758735 5.1 23K 673177503 7880767961 6.1 23K 671277125 7878542377 6.2 23K 671257509 7878536696 6.3 23K 671220720 7878548109 6.4 23K 671184423 7878546063 6.5 23K 671148476 7878561708 6.6 23K 671093668 7878567434 6.7 23K 671091588 7878555280 6.8 23K 671074174 7878523776 6.9 23K 671072680 7878516785 6.1 23K 671070100 7878502010 7.1 23K 668838683 7876474681 7.2 23K 668826701 7876426517 7.3 23K 668832378 7876383571 7.4 23K 668858994 7876353339 7.5 23K 668888890 7876335778 7.6 23K 668920248 7876316032 7.7 23K 668941065 7876301292 7.8 23K 668935746 7876264562 7.9 23K 668918296 7876236257 7.1 23K 668916403 7876196369 8.1 23K 669911056 7875238719 8.2 23K 669924517 7875233194 8.3 23K 669926896 7875204641 8.4 23K 669918709 7875192423 8.5 23K 669951983 7875181073 8.6 23K 669951816 7875189666 8.7 23K 669987179 7875214278 8.8 23K 669996934 7875193172 8.9 23K 670012044 7875193412 8.1 23K 670030954 7875206022 9.1 23K 674072890 7876750629 9.2 23K 674021885 7876735758 9.3 23K 673984401 7876750468 9.4 23K 673952437 7876763474 9.5 23K 673916495 7876775339 9.6 23K 673878721 7876765111 9.7 23K 673834117 7876767167 9.8 23K 673797694 7876763634 9.9 23K 673759574 7876778155 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo II Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Morro do Pilar Minerais S.A. Ponto 10 Ponto 11 Ponto 12 Ponto 13 Ponto 14 9.1 23K 673744552 7876752141 10.1 23K 676890718 7875062027 10.2 23K 676855815 7875078677 10.3 23K 676849181 7875107300 10.4 23K 676865094 7875134964 10.5 23K 676858211 7875167005 10.6 23K 676864290 7875189493 10.7 23K 676878673 7875230291 10.8 23K 676884326 7875264298 10.9 23K 676893827 7875287876 10.1 23K 676889665 7875331507 11.1 23K 671250433 7872324504 11.2 23K 671224249 7872351815 11.3 23K 671190058 7872362527 11.4 23K 671165290 7872373410 11.5 23K 671135913 7872384439 11.6 23K 671106326 7872409629 11.7 23K 671093490 7872429929 11.8 23K 671065059 7872463811 11.9 23K 671053918 7872500426 11.1 23K 671042677 7872549846 12.1 23K 673090587 7871801454 12.2 23K 673064570 7871809717 12.3 23K 673070378 7871807955 12.4 23K 673095719 7871812057 12.5 23K 673107620 7871806813 12.6 23K 673122544 7871795157 12.7 23K 673078641 7871761976 12.8 23K 673080279 7871761849 12.9 23K 673074710 7871747910 12.1 23K 673094989 7871749889 13.1 23K 670345565 7869670727 13.2 23K 670333985 7869686608 13.3 23K 670323410 7869698788 13.4 23K 670309886 7869714056 13.5 23K 670295706 7869737542 13.6 23K 670277023 7869744842 13.7 23K 670240465 7869764918 13.8 23K 670225960 7869776086 13.9 23K 670200668 7869768314 13.1 23K 670183734 7869771432 14.1 23K 675426410 7869693319 14.2 23K 675415435 7869665338 14.3 23K 675403103 7869633779 14.4 23K 675384886 7869588610 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo II Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Semidecidual Cerradão Cerradão Floresta Estacional Semidecidual Morro do Pilar Minerais S.A. 14.5 23K 675387075 7869550426 14.6 23K 675376086 7869510995 14.7 23K 675365015 7869471167 14.8 23K 675328812 7869466207 14.9 23K 675282447 7869469278 14.1 23K 675247677 7869454748 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo II Morro do Pilar Minerais S.A. Anexo III Coordenadas dos pontos de amostragem de vetores Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo III Morro do Pilar Minerais S.A. Coordenadas Ponto Lat. Tipo de Ambiente Long. Ponto 1 (Casa) 23K 666536529 7881908528 Floresta Estacional Semidecidual Ponto 2 (Mata) 23K 667338978 7880948768 Floresta Estacional Semidecidual Ponto 3 (Mata) 23K 669648919 7881702826 Floresta Estacional Semidecidual Ponto 4 (Mata) 23K 667876450 7879759037 Floresta Estacional Semidecidual Ponto 5 (Casa) 23K 673494969 7880596671 _ Ponto 6 (Mata) 23K 671081565 7878502413 Floresta Estacional Semidecidual Ponto 7 (Mata) 23K 668916403 7876196369 Floresta Estacional Semidecidual Ponto 8 (Mata) 23K 670029507 7875174554 Floresta Estacional Semidecidual Ponto 9 (Casa) 23K 673427462 7876638962 _ Ponto 10 (Mata) 23K 676855020 7875050273 Floresta Estacional Semidecidual Ponto 11 (Mata) Ponto 12 (Mata) 23K 23K 671135913 672743317 7872384439 7871515484 Floresta Estacional Semidecidual Cerradão Ponto 13 (Casa) 23K 670211893 7868949151 _ Ponto 14 (Mata) 23K 675422621 7869692409 Floresta Estacional Semidecidual Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo III Morro do Pilar Minerais S.A. Anexo IV Lista das species de abelhas registradas Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo IV Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Andrenidae Apidae Espécie Armadilha Pontos Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Oxaea sp.1 1 4 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 2 1 0 5 Oxaea sp.2 0 3 0 0 0 0 1 0 0 2 0 0 0 0 0 0 3 Psaenythia sp. 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Ancyloscelis sp.1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Ancyloscelis sp.2 0 3 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 Arhysoceble sp. 5 6 0 0 0 5 0 0 0 1 0 0 0 0 5 0 11 Bombus (Fervidobombus) morio 0 20 2 2 0 0 4 1 2 6 0 0 0 2 0 1 20 Centris (Centris) inermis 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Centris (Centris) nitens 0 2 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 2 Centris (Centris) sp.1 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 2 Centris (Heterocentris) sp.1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Centris (Heterocentris) sp.2 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Centris (Paracentris) sp.1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 Centris (Puçáacentris) sp.1 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Centris (Puçáacentris) sp.2 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo IV Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Espécie Armadilha Pontos Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Centris (Puçáacentris) sp.3 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Cephalotrigona capitata 0 8 0 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 Ceratina (Calloceratina) chloris 0 4 0 0 0 0 0 2 0 0 0 2 0 0 0 0 4 Ceratina (Calloceratina) sp. 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Ceratina (Crewella) sp.1 0 4 0 0 0 2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 4 Ceratina (Crewella) sp.2 0 8 0 0 0 1 0 4 0 0 0 1 0 1 0 1 8 Ceratina (Crewella) sp.3 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Ceratina (Crewella) sp.4 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 Ceratina (Crewella) sp.5 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Ceratina (Crewella) sp.6 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 Ceratina (Crewella) sp.7 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Ceratina (Crewella) sp.8 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Dialictus sp.3 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 Epicharis (Epicharana) flava 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Epicharis (Epicharis) sp.1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo IV Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Espécie Armadilha Pontos Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Epicharis (Epicharitides) sp.1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 Euglossa (Euglossa) avicula 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 Euglossa (Euglossa) carolina 2 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 2 Euglossa (Euglossa) despecta 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Euglossa (Euglossa) fimbriata 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Euglossa (Euglossa) hemichlora 4 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 1 0 4 Euglossa (Euglossa) ioprosopa 2 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 2 Euglossa (Euglossa) leucotricha 10 0 0 0 1 0 0 2 1 3 0 0 1 1 1 0 10 Euglossa (Euglossa) melaanotricha 10 0 0 0 2 0 0 1 3 1 0 0 0 2 1 0 10 Euglossa (Euglossa) securigera 24 1 0 2 2 0 3 1 3 1 0 4 2 2 5 0 25 0 2 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 14 3 5 0 1 0 0 0 3 0 0 1 4 2 1 0 17 Euglossa (Euglossella) mandibularis 6 0 4 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 6 Euglossa (Glossurella) stellfeldi 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 39 4 6 2 1 0 5 4 0 4 1 4 3 4 3 6 43 Euglossa (Euglossa) sp.1 Euglossa (Euglossa) truncata Eulaema (Apeulaema) marcii Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo IV Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Espécie Armadilha Eulaema (Apeulaema) nigrita Pontos Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total 83 2 1 16 0 5 5 6 8 14 1 8 7 8 4 2 85 Eulaema (Apeulaema) sp.1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Exaerete smaragdina 4 0 1 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 4 Exomalopsis (Exomalopsis) auropilosa 1 3 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 2 0 0 4 Exomalopsis (Exomalopsis) fulvofasciata 0 4 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 1 0 0 4 Exomalopsis (Exomalopsis) minor 0 9 0 0 0 0 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 9 Exomalopsis (Exomalopsis) sp. 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Exomalopsis (Exomalopsis) ypirangensis 0 5 0 0 0 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 Florilegus (Euflorilegus) sp. 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Friesella schrottkyi 0 3 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 2 0 0 0 3 Frieseo itta dispar 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Leurotrigona muelleri 0 10 0 0 0 0 5 0 0 0 0 0 0 5 0 0 10 Mesoplia (Mesoplia) sp.1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 Mesoplia (Mesoplia) sp.2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 Oxytrigona tataira 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo IV Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Espécie Armadilha Pontos Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Paraterapedia (Paraterapedia) sp.6 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 Paratetrapedia (Lophopedia) sp.1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Paratetrapedia (Paratetrapedia) sp.1 1 6 1 1 0 1 1 2 0 0 0 0 0 0 1 0 7 Paratetrapedia (Paratetrapedia) sp.2 0 9 0 0 0 1 0 8 0 0 0 0 0 0 0 0 9 Paratetrapedia (Paratetrapedia) sp.3 0 3 1 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 3 Paratetrapedia (Paratetrapedia) sp.4 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Paratetrapedia (Paratetrapedia) sp.5 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Paratetrapedia (Xanthopedia) sp.1 0 2 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 Paratrigona incerta 0 2 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 Paratrigona lineata 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Paratrigona subnuda 4 84 0 11 0 14 27 2 0 7 5 2 0 18 1 1 88 Partamona ailyae 0 5 0 0 0 0 0 3 0 1 0 0 0 1 0 0 5 Partamona criptica 2 12 3 5 1 1 0 0 0 1 0 0 0 2 0 1 14 Partamona cupira 1 15 2 0 3 2 3 0 0 2 0 0 2 2 0 0 16 Partamona rustica 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo IV Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Espécie Armadilha Pontos Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Plebeia droryana 3 31 8 5 3 4 0 0 1 0 2 3 2 1 2 3 34 Plebeia lucii 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 2 Plebeia phrynostoma 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Plebeia saiqui 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 Plebeia sp.1 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 1 0 0 0 4 Plebeia sp.2 0 2 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 2 Plebeia sp.3 0 2 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 Melipona (Eiomelipona) bicolor 1 9 1 1 0 2 0 0 2 2 1 0 1 0 0 0 10 Melipona (Michomelipona) mondury 0 11 0 0 0 4 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 11 Melipona (Melipona) quadrifasciata 0 20 0 2 0 2 4 0 0 9 1 1 0 0 0 1 20 Melissodes (Ecoplectica) sp.1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Melissodes (Ecoplectica) sp.10 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Melissodes (Ecoplectica) sp.11 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Melissodes (Ecoplectica) sp.12 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Melissodes (Ecoplectica) sp.13 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo IV Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Espécie Armadilha Pontos Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Melissodes (Ecoplectica) sp.14 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Melissodes (Ecoplectica) sp.15 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 Melissodes (Ecoplectica) sp.2 0 2 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 2 Melissodes (Ecoplectica) sp.3 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Melissodes (Ecoplectica) sp.4 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Melissodes (Ecoplectica) sp.5 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Melissodes (Ecoplectica) sp.6 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Melissodes (Ecoplectica) sp.7 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Melissodes (Ecoplectica) sp.8 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Melissodes (Ecoplectica) sp.9 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Melissoptila sp.1 0 3 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 3 Melissoptila sp.2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 Melissoptila sp.3 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Melissoptila sp.1 0 2 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 2 Melitoma sp.2 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo IV Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Espécie Armadilha Pontos Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Melitoma sp.3 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 Melitoma sp.4 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 Scaptotrigona bipunctata 0 13 0 0 0 5 0 8 0 0 0 0 0 0 0 0 13 Scaptotrigona postica 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Scaptotrigona xanthotricha 1 180 0 0 0 16 59 26 0 27 0 27 0 19 1 6 181 Schwarziana quadripunctata 1 48 0 0 1 1 28 6 2 7 0 0 0 1 1 2 49 Tapinotaspoides sp.1 0 2 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2 Tapinotaspoides sp.2 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2 Tapinotaspoides sp.3 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 Tapinotaspoides sp.4 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 4 Tapinotaspoides sp.5 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Tetragona clavipes 4 30 2 5 0 0 5 0 0 4 4 8 1 3 1 1 34 Tetragonisca angustula 0 18 0 1 0 0 12 1 1 0 0 1 1 0 0 1 18 Thygater (Thygater) sp.1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 Thygater (Thygater) sp.2 0 3 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo IV Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Colletidae Espécie Armadilha Pontos Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Trichocerapis sp.1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 Trigona fuscipennis 4 19 1 1 0 6 2 5 1 0 0 2 0 2 3 0 23 Trigona guianae 0 61 30 16 2 2 0 6 2 0 0 0 0 0 1 2 61 Trigona hyalinata 1 5 0 0 0 0 2 0 0 0 0 1 0 1 1 1 6 Trigona recursa 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Trigona sp.1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Trigona spinipes 4 54 6 6 2 1 1 5 2 0 7 13 4 9 2 0 58 Trigonisca intermedia 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2 Trigonopedia sp.1 0 12 3 0 0 1 0 3 0 0 0 0 1 3 1 0 12 Trigonopedia sp.2 0 3 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 3 Xylocopa (Neoxylocopa) nigrocincta 0 5 0 0 0 0 0 0 1 0 0 3 0 1 0 0 5 Xylocopa (Schoenherria) viridis 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Xylocopa (Schonnherria) muscaria 0 2 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 2 Xylocopa (Schonnherria) sp. 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Hylaeus (Hylaeana) sp. 0 4 0 0 0 0 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0 4 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo IV Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Halictidae Espécie Armadilha Pontos Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Perditomorpha sp. 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 Ptiloglossa sp. 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 Augochlora (Augochlora) sp.1 0 3 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 Augochlora (Augochlora) sp.2 2 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 3 Augochlora (Augochlora) sp.3 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 4 Augochlora (Augochlora) sp.4 3 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 3 5 Augochlora (Augochlora) sp.5 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 Augochlora (Augochlora) sp.6 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Augochlorella sp. 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 Augochlorodes sp. 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 Augochloropsis hebescens 4 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 3 1 5 Augochloropsis sp.1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Augochloropsis sp.2 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Augochloropsis sp.3 0 2 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2 Augochloropsis sp.4 2 5 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 2 3 7 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo IV Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Espécie Armadilha Pontos Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Augochloropsis sp.5 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Augochloropsis sp.6 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Augochloropsis sp.7 2 3 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 2 1 5 Augochloropsis sp.8 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Augochloropsis sp.9 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Ceratalictus sp.1 4 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2 5 Dialictus sp.1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Dialictus sp.2 0 2 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 2 Dialictus sp.3 0 5 0 0 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 Megalopta (Megalopta) sp.1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 6 1 2 3 12 Neocorynura (Neocorynura) sp.1 1 3 0 0 1 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 4 Neocorynura (Neocorynura) sp.2 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Neocorynura (Neocorynura) sp.3 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Neocorynura (Neocorynura) sp.4 0 2 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 Megalopta amoena Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo IV Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Megachilidae Espécie Armadilha Pontos Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Neocorynura (Neocorynura) sp.5 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Pseudaugochlora graminea 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2 Sphecodes (Austrosphecodes) sp. 0 2 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 2 Hypanthidium foveolatum 5 5 0 1 0 2 0 0 0 0 0 0 2 0 5 0 10 Larocanthidium bilobatum 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Larocanthidium emarginatum 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Larocanthidium sp.1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Megachile (Austromegachile) susurrans 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Megachile (Dactylomegachile) sp.1 0 9 0 0 0 2 0 6 1 0 0 0 0 0 0 0 9 Megachile (Dactylomegachile) sp.2 0 2 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2 Megachile (Pseudocentron) sp.1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Megachile (Pseudocentron) sp.2 1 2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 3 Megachile (Puçáanosarus) nigripenis 0 3 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 3 293 926 92 92 22 112 202 129 50 106 25 101 45 125 68 50 1219 Total Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo IV Morro do Pilar Minerais S.A. Anexo V Lista de espécies de borboletas registradas Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo V Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Subfamília Hesperiidae Hesperiinae Espécie Pontos Armadilha Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Anthoptus epictetus (Fabricius, 1793) 0 2 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 2 Anthoptus sp.1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Artines aepitus (Geyer, [1832]) 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 Callimormus sp.1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Callimormus sp.2 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Cobalus virbius (Cramer, [1777]) 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Cymaenes sp.1 0 2 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2 Cymaenes sp.2 0 2 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 Cymaenes sp.3 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Cymaenes tripuncutus (Herrich-Schäffer, 1865) 0 5 0 0 0 4 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 5 Euphyes sp.1 0 4 1 0 0 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 4 Euphyes sp.2 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Hesperiinae sp.1 0 2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 2 Methionopsis ina (Plötz, 1882) 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo V Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Subfamília Pyrginae Espécie Pontos Armadilha Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Nyctelius nyctelius (Latraille, [1824]) 0 7 0 2 0 0 0 1 0 2 0 0 0 0 2 0 7 Papias 1870) 0 2 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 2 Paracarystus sp.1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Pompeius pompeius (Latreille, [1824]) 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Quasimellana sp.1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Synapte silius (Latraire, [1824]) 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2 Aguna sp.1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Astraptes fulgerator (Walch, 1775) 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Autochton neis (Geyer, 1832) 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Autochton zarex (Hübner, 1818) 0 3 0 0 0 0 0 2 0 1 0 0 0 0 0 0 3 Ebrietas sp.1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 Ebrietas sp.2 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Heliopetes alana (Reakirt, 1868)) 0 2 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 2 Heliopetes arsalte (Linnaeus, 1758) 0 17 0 1 0 1 2 5 0 3 1 1 0 2 1 0 17 subscotulata (Herrich-Schaffer, Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo V Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Subfamília Espécie Pontos Armadilha Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Heliopetes sp.1 0 2 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 Nisoniades sp.1 0 4 0 0 0 0 0 1 0 0 2 0 0 0 1 0 4 Nisoniades sp.2 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Nisoniades sp.3 0 2 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2 Pellicia dimidiata Herrich-Schäffer, 1870 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Pyrginae sp.1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Pyrginae sp.2 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Pyrginae sp.3 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 Pyrginae sp.4 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Pyrginae sp.5 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Pyrginae sp.6 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Pyrginae sp.7 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 Pyrgus oileus (Linnaeus, 1767) 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Pyrgus orcus (Stoll, 1780) 0 32 1 1 0 3 21 5 0 0 1 0 0 0 0 0 32 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo V Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Lycaenidae Subfamília Polyommati nae Theclinae Espécie Pontos Armadilha Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Pythonides jovianus (Stoll, [1782]) 0 3 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 3 Pythonides sp.1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 Urbanus dorantes (Stoll, 1790) 0 6 0 2 0 1 0 1 0 1 0 1 0 0 0 0 6 Urbanus doryssus (Swainson, 1831) 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Urbanus pronus Evans, 1952 0 5 0 0 0 0 0 1 1 2 0 0 0 0 1 0 5 Urbanus proteus (Linnaeus, 1758) 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Urbanus sp.1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Urbanus sp.2 0 4 0 0 0 0 1 1 0 2 0 0 0 0 0 0 4 Urbanus teleus (Hübner, 1821) 0 3 1 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 3 Hemiargus hanno (Stoll, [1790]) 0 24 0 1 0 0 1 3 0 1 0 0 0 3 1 14 24 Leptotes cassius (Cramer, 1775) 0 15 0 0 0 1 0 2 0 0 0 0 0 0 0 12 15 Allosmaitia strophius (Godart, [1824]) 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2 Arawacus ellida (Hewitson, 1867) 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Arawacus separata (Lathy, 1926) 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo V Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Subfamília Espécie Pontos Armadilha Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Arcas imperialis (Cramer, [1775]) 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 Calycopis caulonia (Hewitson, 1877) 0 3 0 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 3 Erora sp.1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Janthecla flosculus (Druce, 1907) 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Ocaria ocrisia (Hewtson, 1868) 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Oenomaus atesa (Hewitson, 1867) 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 Olynthus sp.1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Ostrinotes empusa (Hewitson, 1867) 0 3 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 3 Parrhasius polibetes (Stoll, 1781) 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Rekoa palegon (Cramer, [1780]) 0 2 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2 Theritas hemon (Cramer, 1775) 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 Theritas lisus (Stoll, 1790) 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Ziegleria hesperitis (Butler & Druce, 1872) 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Ziegleria sp.1 0 2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 2 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo V Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Subfamília Nymphalida Biblidinae e Espécie Pontos Armadilha Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Biblis hyperia (Cramer, 1779) 6 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 7 0 0 0 0 7 Callicore sorana (Godart, [1824]) 0 3 0 0 0 0 0 0 0 2 0 1 0 0 0 0 3 Catonephele acontius (Linnaeus, 1771) 20 0 5 0 2 0 0 0 0 2 0 4 1 0 0 6 20 Catonephele numilia (Cramer, [1775]) 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 2 Dynamine agacles (Dalman, 1823) 0 8 0 1 0 2 0 0 1 2 0 0 0 1 0 1 8 Dynamine athemon (Linnaeus, 1758) 0 12 3 1 1 2 0 2 0 0 1 0 1 1 0 0 12 Dynamine postverta (Cramer, 1780) 1 10 1 0 1 0 0 0 3 2 0 0 1 3 0 0 11 Dynamine tithia (Hübner, 1823) 0 5 0 3 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 5 Ectima thecla (Fabricius, 1796) 0 7 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 4 0 1 1 7 Eunica cuvierii (Godart, 1819) 0 3 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 3 Eunica maja (Fabricius, 1775) 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 Eunica sydonia (Godart, [1824]) 0 3 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 3 Hamadryas amphinome (Linnaeus, 1767) 7 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0 0 3 0 1 0 7 Hamadryas epinome (C. & R. Felder, 1867) 16 1 0 2 1 1 0 0 2 4 1 4 0 0 1 1 17 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo V Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Subfamília Charaxinae Espécie Pontos Armadilha Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Hamadryas februa (Hübner, [1823]) 15 12 0 4 0 0 0 2 1 11 0 2 7 0 0 0 27 Hamadryas feronia (Linneaus, 1758) 15 8 0 0 0 0 0 0 0 12 1 5 3 0 2 0 23 Mestra dorcas (Fabricius, 1775) 0 3 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 3 Myscelia orsis (Drury, 1782) 86 16 14 2 8 5 4 4 8 7 4 17 17 5 5 2 102 Nica flavilla (Godart, [1824]) 2 3 0 0 0 0 2 0 0 0 2 1 0 0 0 0 5 Temenis laothoe (Cramer, [1777]) 4 2 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 2 1 0 6 Archaeoprepona amphimachus (Fabricius, 1775) 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 2 Archaeoprepona demophon (Linnaeus, 1758) 38 4 2 1 1 2 1 4 2 5 6 2 4 6 2 4 42 Archaeoprepona demophoon (Hübner, [1814]) 2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 2 Fountainea ryphea (Cramer, [1775]) 5 0 2 0 0 0 0 2 0 0 0 0 1 0 0 0 5 Hypna clytemnestra (Cramer, [1777]) 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Memphis moruus (Fabricius, 1775) 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 1 0 2 5 Prepona laertes (Hübner, [1811]) 4 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2 0 1 0 4 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo V Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Subfamília Danainae Espécie Pontos Armadilha Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Siderone galanthis (Cramer, [1775]) 2 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 2 Zaretis isidora (Cramer, [1779]) 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Danaus gilippus (Cramer, [1775]) 0 3 0 0 0 0 0 1 0 2 0 0 0 0 0 0 3 Lycorea cleobaea (Hübner, 1816) 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 Actinote canutia (Hopffer, 1874) 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Actinote pellenea Hübner, [1821] 0 4 0 0 0 1 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 Actinote thalia (Linnaeus, 1758) 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 Dione juno (Cramer, [1779]) 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Dryas iulia (Fabricius, 1775) 0 10 0 0 2 0 0 0 0 1 2 0 1 0 0 4 10 Eueides pavana Ménétriés, 1857 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Euptoieta hegesia (Cramer, [1779]) 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Heliconius besckei Ménétriés, 1857 0 7 1 0 0 3 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 7 Heliconius erato (Linnaeus, 1764) 0 58 6 1 9 3 1 10 4 1 4 0 10 8 1 0 58 Heliconiinae Actinote bonita Penz, 1996 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo V Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Subfamília Armadilha Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Heliconius ethilla Godart, 1819 0 10 3 1 0 1 0 0 1 0 1 0 1 1 1 0 10 Heliconius sara (Fabricius, 1793) 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 3 Aeria olena Weymer, 1875 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 Hypoleria lavinia (Hewitson, [1855]) 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 Hypothyris ninonia (Hübner, [1806]) 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Ithomia agnosia Hewitson, [1855] 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 Mechanitis lysimnia (Fabricius, 1793) 0 5 1 0 0 0 1 0 0 3 0 0 0 0 0 0 5 Mechanitis polymnia (Linnaeus, 1758) 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 Oleria aquata (Weymer, 1875) 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Limenitidina Adelpha cytherea (Linnaeus, 1758) e Adelpha plesaure Hübner, 1823 0 4 0 0 0 0 0 0 0 2 1 0 0 1 0 0 4 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 Nymphalina e Anartia amathea (Linnaeus, 1758) 0 4 0 0 1 0 1 0 0 0 2 0 0 0 0 0 4 Anartia jatrophae (Linnaeus, 1763) 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Colobura dirce (Linnaeus, 1758) 2 2 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 1 0 0 1 4 Ithomiinae Espécie Pontos Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo V Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Subfamília Satyrinae Espécie Pontos Armadilha Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Eresia lansdorfi (Godart, 1819) 0 4 0 1 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 1 4 Historis acheronta (Fabricius, 1775) 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Junonia evarete (Cramer, [1779]) 0 5 0 0 0 0 0 3 0 0 0 2 0 0 0 0 5 Siproeta stelenes (Linnaeus, 1758) 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 2 Tegosa claudina (Eschscholtz, 1821) 2 51 3 0 1 1 1 9 0 0 2 0 0 2 1 33 53 Vanessa braziliensis (Moore, 1883) 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Caligo arisbe Hübner, [1822] 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Caligo illioneus (Cramer, [1775]) 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 Catoblepia berecynthia (Cramer, [1777]) 2 2 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 1 4 Eryphanis automedon (Cramer, 1775) 7 2 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 2 2 1 9 Eryphanis reevesii (Doubleday, [1849]) 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 Forsterinaria quantius (Godart, [1824]) 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Godartiana byses (Godart, [1824]) 2 1 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 3 Magneuptychia sp.1 2 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 2 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo V Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Subfamília Espécie Pontos Armadilha Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Morpho anaxibia (Esper, 1801) 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 Morpho helenor (Cramer, 1776) 6 19 7 2 0 0 0 0 8 1 2 0 1 0 1 3 25 Morpho menelaus (Linnaeus, 1758) 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Opsiphanes quiteria (Stoll, 1780) 2 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2 Pareuptychia ocirrhoe (Fabricius, 1776) 7 43 0 0 4 6 1 4 7 2 9 0 11 6 0 0 50 Pareuptychia summandosa (Gosse, 1880) 4 2 0 0 1 0 0 1 0 0 1 0 1 2 0 0 6 Paryphthimoides [1824]) 35 47 2 0 1 0 11 8 8 11 4 12 0 2 0 23 82 Paryphthimoides poltys (Prittwitz, 1865) 53 149 11 1 7 0 19 7 22 4 22 46 10 2 8 43 202 Paryphthimoides sp.1 2 28 0 2 0 15 1 5 0 3 0 0 1 3 0 0 30 Paryphthimoides sp.2 1 3 0 0 0 1 0 0 0 2 0 0 0 1 0 0 4 Paryphthimoides sp.3 0 14 1 1 0 6 2 3 0 0 0 0 0 0 1 0 14 Paryphthimoides undulata (Butler, 1867) 33 27 0 2 2 5 6 8 1 8 12 5 2 7 2 0 60 Pharneuptychia innocentia (C. & R. Felder, 1867) 1 5 0 0 0 0 3 2 0 1 0 0 0 0 0 0 6 phronius (Godart, Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo V Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Subfamília Espécie Pontos Armadilha Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Pharneuptychia phares (Godart, [1824]) 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 Pierella nereis (Drury, 1782) 0 2 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 2 Pseudodebis euptychidia (Butler, 1868) 13 1 0 0 0 0 0 0 0 0 4 4 1 4 0 1 14 Splendeuptychia doxes (Godart, [1824]) 3 3 0 0 1 3 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 6 Splendeuptychia sp.1 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 3 Taygetis acuta Weymer, 1910 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 2 Taygetis laches (Fabricius, 1793) 7 1 0 0 0 0 0 0 2 4 1 0 0 0 1 0 8 Taygetis mermeria (Cramer, [1776]) 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 2 3 Taygetis virgilia (Cramer, 1776) 5 1 0 0 0 0 1 0 0 0 4 0 1 0 0 0 6 Yphthimoides affinis (Butler, 1867) 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 Yphthimoides manasses (C. & R. Felder, 1867) 9 11 0 2 2 5 1 1 1 1 0 0 2 2 3 0 20 Yphthimoides ochracea (Butler, 1867) 20 3 2 0 0 5 0 0 5 0 0 0 4 0 6 1 23 Yphthimoides renata (Stoll, 1780) 4 2 0 1 0 2 0 0 1 0 0 0 0 2 0 0 6 Yphthimoides sp.1 5 2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 3 0 7 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo V Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Papilionida e Pieridae Subfamília Espécie Armadilha Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Yphthimoides yphthima (C. & R. Felder, [1867]) 1 2 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 3 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2 Heraclides thoas (Linnaeus, 1771) 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Protesilaus glaucolaus (Bates, 1864) 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 Aphrissa statira (Cramer, 1777) 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Eurema albula (Cramer, 1776) 0 12 0 1 0 0 1 1 2 1 0 0 0 0 0 6 12 Eurema elathea (Cramer, 1777) 0 8 1 0 0 4 0 1 1 0 0 0 0 1 0 0 8 Eurema phiale (Cramer, 1775) 0 5 0 0 0 0 1 2 0 2 0 0 0 0 0 0 5 Leucidia elvina (Godart, [1819]) 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Phoebis philea (Linnaeus, 1763) 0 3 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2 3 Phoebis sennae (Linnaeus, 1758) 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2 13 1 0 0 1 2 1 0 3 1 0 0 1 3 0 13 3 0 0 0 1 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 3 Papilioninae Battus polydamas (Linnaeus, 1758) Coliadinae Pontos Pyrisitia nise (Cramer, 1775) 0 Pierinae Ascia monuste (Linnaeus, 1764) 0 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo V Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Riodinidae Subfamília Euselasiinae Riodininae Espécie Pontos Armadilha Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total Melete lycimnia (Cramer, [1777]) 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Euselasia mys (Herrich-Schäffer, [1853]) 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Euselasia thucydides (Fabricius, 1793) 0 3 1 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 Baeotis hisbon (Cramer, 1775) 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 Baeotis johannae Sharpe, 1890 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Calephelis inca McAlpine, 1971 0 9 0 0 0 0 1 7 0 0 0 0 0 1 0 0 9 Calephelis laverna (Godman & Salvin, [1886]) 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Emesis russula Stichel, 1910 0 3 0 1 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 3 Lasaia agesilas (Latreille, 1809) 0 3 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 3 Lemonias zygia Hübner, [1807] 0 4 0 0 0 2 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 4 Leucochimona icare (Hübner, [1819]) 0 6 0 0 0 0 0 0 0 4 1 0 0 0 0 1 6 Lyropteryx terpsichore Westwood, 1851 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 Metacharis ptolomaeus (Fabricius, 1793) 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Metacharis sp.1 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo V Morro do Pilar Minerais S.A. Método Família Subfamília Espécie Pontos Armadilha Puçá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 473 961 86 4 7 4 9 10 3 10 5 15 13 10 0 94 9 3 12 5 97 94 65 17 7 1434 Riodina lycisca (Hewitson, [1853]) Total Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo V Morro do Pilar Minerais S.A. Anexo VI Lista de espécies de borboletas indicadoras de ambientes (não necessariamente bem preservados) registradas durante a realização do presente diagnóstico ambiental e ambientes nos quais são encontradas, segundo Brown Jr. (1992) e Raimundo et al. (2003) Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo VI Morro do Pilar Minerais S.A. Famíli a Subfa mília Espécie Tipo de ambiente indicadora Hespe riidae Hesper iinae Synapte silius Florestas. Pyrgina e Astraptes fulgerator Comum em floresta perturbada e áreas abertas. Autochton neis Comum em ambientes ribeirinhos e superúmidos. Heliopetes alana Indicadoras de áreas abertas, rios e brejos de capim. Heliopetes arsalte Comum em ambientes abertos. Pyrgus oileus Comum em ambientes abertos e perturbados. Pyrgus orcus Comum em ambientes abertos e perturbados. Urbanus dorantes Comum em floresta perturbada e áreas abertas. Urbanus proteus Ambientes ruderais. Lycae nidae Polyom Hemiargus matina hanno e Theclin ae Nymp halida e Comum em campos. Leptotes cassius Comum em matas e campos. Parrhasius polibetes Migratória. Rekoa palegon Hábitats abertos. Biblidin Biblis hyperia ae Catonephele acontius Indicadoras de capoeira e de floresta secundária. Floresta virgem. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo VI Morro do Pilar Minerais S.A. Famíli a Subfa mília Espécie Tipo de ambiente indicadora Catonephele numilia Floresta úmida ou sazonal. Dynamine agacles Indicadoras de áreas abertas, rios e brejos de capim. Dynamine athemon Indicadoras de áreas abertas, rios, brejos de capim e floresta úmida. Dynamine tithia Florestas e beira de riachos. Eunica maja Migratória, florestas perturbadas e ribeirinhas. Hamadryas epinome Diversos hábitats. Hamadryas februa Comum em muitos ambientes perturbados. Mestra dorcas Hábitats abertos e ruderais. Myscelia orsis Floresta úmida em clareiras. Nica flavilla Comum em florestas sazonais. Temenis laothoe Indicadoras de capoeira e de floresta secundária. Charaxi Archaeoprepo nae na amphimachus Comum em florestas tropicais ou mesófilas (estacional semidecidual). Archaeoprepo na demophon Comum em florestas tropicais e mesófilas (estacional semidecidual). Memphis moruus Ocorre em vários ambientes. Prepona laertes Ocorre em muitos habitats. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo VI Morro do Pilar Minerais S.A. Famíli a Subfa mília Espécie Tipo de ambiente indicadora Zaretis isidora Ocorre em vários ambientes. Danain ae Lycorea cleobaea Floresta perturbadas, ocorre em vários ambientes. Helico niinae Actinote canutia Ocorre em clareiras de floresta. Actinote pellenea Indicadoras de áreas abertas, rios e brejos de capim. Dione juno Indicadoras de áreas abertas, rios e brejos de capim. Dryas iulia Comum em perturbadas. Heliconius beskei Florestas de perturbadas ou não. Heliconius erato Florestas abertas e perturbadas, clareiras em floresta densa. Heliconius ethila Florestas perturbadas. Hypothyris ninonia Floresta virgem. Mechanitis lysimnia Ocorre em vários ambientes. Ithomii nae Limenit Adelpha idinae plesaure Nymph alinae varias habitats, mas prefere florestas Floresta perturbada. Anartia amathea Indicadoras de áreas abertas, rios e brejos de capim; Brejos, valas, margens de rios e lagos, e outros lugares úmidos e perturbados. Anartia jatrophae Indicadoras de áreas abertas, rios e brejos de capim. Colobura dirce Presente em diversos tipos de hábitats inclusive os Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo VI Morro do Pilar Minerais S.A. Famíli a Subfa mília Espécie Tipo de ambiente indicadora antrópicos. Satyrin ae Historis acheronta Indicadoras de capoeira e de floresta secundária. Junonia evarete Hábitats abertos e ensolarados; Indicadoras de áreas abertas, rios e brejos de capim. Siproeta stelenes Floresta perturbada. Tegosa claudina Indicadoras de capoeira e de floresta secundária. Vanessa braziliensis Hábitats abertos e ensolarados. Caligo illioneus Comum em ambientes antrópicos. Catoblepia berecynthia Palmeiras e palheirais. Pareuptychia ocirrhoe Indicadoras de capoeira e de floresta secundária. Paryphthimoid es phronius Comum em ambiente abertos. Paryphthimoid es poltys Comum em ambientes secundários com ocorrência de gramíneas. Pharneuptychi a innocentia Comum em ambiente abertos. Pseudodebis euptychidia Palmeiras e palheirais. Splendeuptych ia doxes Floresta úmida com bambus. Taygetis laches Comum em ambientes secundários. Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo VI Morro do Pilar Minerais S.A. Famíli a Papili onida e Pierid ae Riodi nidae Subfa mília Espécie Tipo de ambiente indicadora Yphthimoides ochracea Campos úmidos e brejos de altitude. Battus polydamas Comum em ambiente abertos e perturbados. Heraclides thoas Ambientes perturbados. Protesilaus glaucolaus Indicadoras de áreas abertas, rios e brejos de capim. Aphrissa statira Migratória; Beira de rio. Eurema albula Indicadoras de capoeira e de floresta secundária; Florestas úmidas perturbadas até campos abertos. Eurema elathea Comum em ambientes secundários. Leucidia elvina Habita o sub-bosque de florestas úmidas. Phoebis philea Migratória. Phoebis sennae Indicadoras de áreas abertas, rios e brejos de capim. Pyrisitia nise Encontrada em ambientes ruderais. Pierina e Ascia monuste Migratória, habita áreas abertas. Riodini nae Lasaia agesilas Diversos hábitats. Papilio ninae Coliadi nae Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo VI Morro do Pilar Minerais S.A. Anexo VII Lista de espécies de borboletas indicadoras de ambientes Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo VII Morro do Pilar Minerais S.A. Lista de espécies de aves registradas em Morro do Pilar, registradas durante a realização do diagnóstico ambiental para o empreendimento Morro do Pilar Minerais, Morro do Pilar, MG (etapas de período chuvoso e de seca). As espécies que não constam registros para nenhuma área específica foram registradas fora das estações amostrais, portanto classificadas como ad libitum Espécie Nome comum Categoria Categoria Categoria Etapa de de de Status ameaça ameaça ameaça I II IUCN Brasil MG Área 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 TINAMIFORMES Tinamidae Crypturellusobsoletus inhambuguaçu x x x x Crypturellusparvirostris inhambu-chororó x x x x Crypturellustataupa inhambu-chintã x Rhynchotusrufescens perdiz x Nothura maculosa codorna-amarela x x x x x x x x x GALLIFORMES Cracidae Penelope obscura jacuaçu Ma x CICONIIFORMES Ardeidae Butoridesstriata socozinho x Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo VII x x x x Morro do Pilar Minerais S.A. Bubulcusibis garça-vaqueira x Ardea alba garça-branca-grande x Syrigmasibilatrix maria-faceira x Egrettathula garça-branca-pequena x Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha x Cathartesburrovianus urubu-de-cabeça-amarela x Coragypsatratus urubu-de-cabeça-preta x Sarcoramphus papa urubu-rei CATHARTIFORMES Cathartidae DD x x x x x x x x x x x x x x x x FALCONIFORMES Accipitridae Ictiniaplumbea sovi x Accipitersuperciliosus gavião-miudinho x Accipiter bicolor gavião-bombachinha-grande x Heterospiziasmeridionalis gavião-caboclo x Rupornismagnirostris gavião-carijó x Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo VII x x x x x x x x x x x x x x x x x x Morro do Pilar Minerais S.A. Buteoalbicaudatus gavião-de-rabo-branco Spizaetus tyrannus gavião-pega-macaco x EP x x x x x Falconidae Caracaraplancus caracará x x x Milvagochimachima carrapateiro x x x Herpetotherescachinnans acauã x x x Falcosparverius quiriquiri x Falcorufigularis cauré x Aramidescajanea saracura-três-potes x Aramides saracura saracura-do-mato Pardirallusnigricans saracura-sanã x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x GRUIFORMES Rallidae Ma x x x x Cariamidae Cariamacristata seriema x CHARADRIIFORMES Charadriidae Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo VII x x x x x x x x x x x Morro do Pilar Minerais S.A. Vanelluschilensis quero-quero x x x x x Columbina talpacoti rolinha-roxa x x Columbina squammata fogo-apagou x x x Patagioenaspicazuro pombão x x x Patagioenasplumbea pomba-amargosa x x x Leptotilaverreauxi juriti-pupu x x Leptotilarufaxilla juriti-gemedeira x x Geotrygonmontana pariri x x x x COLUMBIFORMES Columbidae x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x PSITTACIFORMES Psittacidae Primoliusmaracana maracanã-do-buriti Ma QA x Diopsittacanobilis maracanã-pequena x x Aratingaleucophthalma periquitão-maracanã x x Aratingaauricapillus jandaia-de-testa-vermelha Aratingaaurea periquito-rei QA Documento no. Data: 27/3/2012 Anexo VII x x x x x EIA-MOPI-004-03/12-v1 x x x x x x x x x x x x x x x Morro do Pilar Minerais S.A. Forpusxanthopterygius tuim x Brotogerischiriri periquito-de-encontro-amarelo Pionusmaximiliani maitaca-verde Amazona vinacea papagaio-de-peito-roxo Ce Ma x x x x x x x x x x x x EP Vu Vu x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x CUCULIFORMES Cuculidae Piayacayana alma-de-gato x x Crotophagaani anu-preto x x Guiraguira anu-branco x Tapera naevia saci x coruja-da-igreja x Megascopscholiba corujinha-do-mato x Pulsatrixkoeniswaldiana murucututu-de-barriga-amarela Strixvirgata coruja-do-mato x x x x x x x x STRIGIFORMES Tytonidae Tyto alba Strigidae Ma x x Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo VII x x Morro do Pilar Minerais S.A. Glaucidiumbrasilianum caburé x mãe-da-lua x Nyctidromusalbicollis bacurau x x Hydropsalistorquata bacurau-tesoura x x Cypseloidesfumigatus taperuçu-preto x Streptoprocnezonaris taperuçu-de-coleira-branca x Streptoprocnebiscutata taperuçu-de-coleira-falha x Phaethornisruber rabo-branco-rubro x x Phaethornispretrei rabo-branco-acanelado x x Eupetomenamacroura beija-flor-tesoura x x x Florisuga fusca beija-flor-preto x x CAPRIMULGIFORMES Nyctibiidae Nyctibiusgriseus Caprimulgidae x x x x x x x x APODIFORMES Apodidae x x x x Trochilidae Ma Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo VII x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Morro do Pilar Minerais S.A. Colibri serrirostris beija-flor-de-orelha-violeta x x Chlorostilbonlucidus besourinho-de-bico-vemelho Thaluraniaglaucopis beija-flor-de-fronte-violeta Amaziliafimbriata beija-flor-de-garganta-verde x Amazilialactea beija-flor-de-peito-azul x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Ma x x x x x x x x x x x TROGONIFORMES Trogonidae Trogonsurrucura surucuá-variado Ma x x CORACIIFORMES Alcedinidae Chloroceryle amazona martim-pescador-verde x Momotidae Baryphthengusruficapillus juruva-verde Ma Jacamaralcyontridactyla cuitelão Ma Galbularuficauda ariramba-de-cauda-ruiva x x GALBULIFORMES Galbulidae Vu x x Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo VII x x x x x x x x x Morro do Pilar Minerais S.A. Bucconidae Malacoptilastriata barbudo-rajado x Nonnularubecula macuru x x x x x PICIFORMES Ramphastidae Ramphastos toco tucanuçu x Pteroglossusaracari araçari-de-bico-branco x x Picumnuscirratus pica-pau-anão-barrado x x Melanerpescandidus birro, pica-pau-branco x x Veniliornispasserinus picapauzinho-anão x x Colaptescampestris pica-pau-do-campo x x Dryocopuslineatus pica-pau-de-banda-branca x x x x x x x Picidae Ce x x x x x x x x x x x x x x PASSERIFORMES Thamnophilidae Mackenziaenaleachii borralhara-assobiadora Ma Mackenziaena severa borralhara Ma Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 x x x Anexo VII x x x x x x Morro do Pilar Minerais S.A. Taraba major choró-boi x Sakesphoruscristatus choca-do-nordeste Thamnophiluscaerulescens choca-da-mata Dysithamnusmentalis choquinha-lisa Herpsilochmusatricapillus chorozinho-de-chapéu-preto Herpsilochmusrufimarginatus chorozinho-de-asa-vermelha Formicivora serrana x x x x x x x x x Ma x x x formigueiro-da-serra Ma x x x Drymophilaferruginea trovoada Ma x x Drymophilaochropyga choquinha-de-dorso-vermelho Ma x x x Pyriglenaleucoptera papa-taoca-do-sul Ma x x x Myrmecizaloricata formigueiro-assobiador Ma x x chupa-dente Ma x x x tovaca-cantadora Ma x x x arapaçu-liso Ma x x QA x x x x x x x x x x x x x Ma x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Conopophagidae Conopophagalineata x x x x Formicariidae Chamaezameruloides x x x x x Dendrocolaptidae Dendrocinclaturdina Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo VII x x x x Morro do Pilar Minerais S.A. Sittasomusgriseicapillus arapaçu-verde x x Xiphocolaptesalbicollis arapaçu-de-garganta-branca x Xiphorhynchusfuscus arapaçu-rajado Ma x x Lepidocolaptesangustirostris arapaçu-de-cerrado Ce x x Lepidocolaptessquamatus arapaçu-escamado Ma x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Furnariidae Furnariusfigulus casaca-de-couro-da-lama x Furnariusrufus joão-de-barro x Synallaxisruficapilla pichororé Ma Synallaxiscinerascens pi-puí Ma Synallaxisfrontalis x x x x x x petrim x x x x x x Synallaxisalbescens uí-pi x Synallaxisspixi joão-teneném x x x x x x Cranioleucapallida arredio-pálido Phacellodomusrufifrons joão-de-pau Phacellodomusruber graveteiro Anumbiusannumbi cochicho Ma Ce x x Documento no. Data: 27/3/2012 x x Anexo VII x x x x x x x x x x x x x x x x x x EIA-MOPI-004-03/12-v1 x x x x x x x x x x x Morro do Pilar Minerais S.A. Automolusleucophthalmus barranqueiro-de-olho-branco Lochmiasnematura joão-porca Xenopsrutilans bico-virado-carijó Ma x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Tyrannidae Mionectesrufiventris abre-asa-de-cabeça-cinza Leptopogonamaurocephalus Ma x x x x x cabeçudo x x x x x Corythopisdelalandi estalador x x x x Hemitriccusdiops olho-falso Ma x Hemitriccusnidipendulus tachuri-campainha Ma x x Myiornisauricularis miudinho Ma x x x x Poecilotriccusplumbeiceps tororó Ma x x x x Todirostrumpoliocephalum teque-teque Ma x x Phyllomyiasfasciatus piolhinho x x Myiopagiscaniceps guaracava-cinzenta x x Elaeniaflavogaster guaracava-de-barriga-amarela x x Elaeniamesoleuca tuque Elaeniacristata guaracava-de-topete-uniforme Ma Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo VII x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Morro do Pilar Minerais S.A. Elaeniachiriquensis chibum x Elaenia obscura tucão Camptostomaobsoletum risadinha Serpophagasubcristata alegrinho Phaeomyiasmurina bagageiro Capsiempisflaveola marianinha-amarela x Phylloscartesventralis borboletinha-do-mato x Tolmomyiassulphurescens bico-chato-de-orelha-preta Tolmomyiasflaviventris bico-chato-amarelo Platyrinchusmystaceus patinho x x Myiophobusfasciatus filipe x x Myiobiusatricaudus assadinho-de-cauda-preta x x Hirundineaferruginea gibão-de-couro Lathrotriccuseuleri enferrujado Contopuscinereus papa-moscas-cinzento Knipoleguslophotes maria-preta-de-penacho x x Xolmiscinereus primavera x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Documento no. Data: 27/3/2012 Anexo VII x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x EIA-MOPI-004-03/12-v1 x x x Ma x x x x x Morro do Pilar Minerais S.A. Gubernetesyetapa tesoura-do-brejo Ce x Fluvicolanengeta lavadeira-mascarada x x Coloniacolonus viuvinha x x Machetornis rixosa suiriri-cavaleiro x x Legatusleucophaius bem-te-vi-pirata x Myiozetetescayanensis bentevizinho-de-asa-ferrugínea Myiozetetessimilis bentevizinho-de-penacho-vermelho x x Pitangussulphuratus bem-te-vi x x Myiodynastesmaculatus bem-te-vi-rajado x Megarynchuspitangua neinei x Empidonomusvarius peitica x x Tyrannus albogularis suiriri-de-garganta-branca x x Tyrannus melancholicus suiriri x Tyrannus savana tesourinha x Sirystessibilator gritador Myiarchusswainsoni irré x Myiarchusferox maria-cavaleira x x x x x x x x x x x x x Ce x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo VII x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Morro do Pilar Minerais S.A. Myiarchustyrannulus maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado x x x x x x x Cotingidae Pyroderusscutatus pavó Ma QA x Neopelmapallescens fruxu-do-cerradão Ce x x Ilicuramilitaris tangarazinho Ma x x Manacusmanacus rendeira x x x Chiroxiphiacaudata tangará Ma x x Schiffornisvirescens flautim Ma x x Pachyramphusviridis caneleiro-verde Pachyramphuscastaneus caneleiro Pachyramphuspolychopterus caneleiro-preto x Cyclarhisgujanensis pitiguari x Vireoolivaceus juruviara x Hylophilusamaurocephalus vite-vite-de-olho-cinza x Pipridae x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Tityridae x x x x x x x x x x Vireonidae Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo VII x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Morro do Pilar Minerais S.A. Corvidae Cyanocoraxcristatellus gralha-do-campo Ce x x Hirundinidae Pygochelidoncyanoleuca andorinha-pequena-de-casa x x x Stelgidopteryxruficollis andorinha-serradora x x Progne tapera andorinha-do-campo x Prognechalybea andorinha-doméstica-grande x Troglodytesmusculus corruíra x x Pheugopediusgenibarbis garrinchão-pai-avô x x Catharusfuscescens sabiá-norte-americano x Turdusrufiventris sabiá-laranjeira x x Turdusleucomelas sabiá-barranco x x Turdusamaurochalinus sabiá-poca x x x Turdussubalaris sabiá-ferreiro x x x Turdusalbicollis sabiá-coleira x x x x x x x x x x x x Troglodytidae x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Polioptilidae Ma x Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo VII x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Morro do Pilar Minerais S.A. Mimidae Mimussaturninus sabiá-do-campo x x cambacica x x Schistochlamysruficapillus bico-de-veludo x Cissopisleverianus tietinga x Compsothraupisloricata carretão Nemosiapileata saíra-de-chapéu-preto x x Trichothraupismelanops tiê-de-topete x x Piranga flava sanhaçu-de-fogo x Habiarubica tiê-do-mato-grosso x Tachyphonuscoronatus tiê-preto Thraupissayaca sanhaçu-cinzento Thraupisornata sanhaçu-de-encontro-amarelo Thraupispalmarum sanhaçu-do-coqueiro Tangara cyanoventris saíra-douradinha x x Coerebidae Coerebaflaveola x x x x x x x x x x x x Thraupidae Ce Ma Data: 27/3/2012 x x x x Anexo VII x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Ma Documento no. x x Ma EIA-MOPI-004-03/12-v1 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Morro do Pilar Minerais S.A. Tangara cayana saíra-amarela x x Tersinaviridis saí-andorinha x x Dacniscayana saí-azul x x Hemithraupisruficapilla saíra-ferrugem x x Conirostrumspeciosum figuinha-de-rabo-castanho Ma x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Emberizidae Zonotrichiacapensis tico-tico x x x x x Ammodramushumeralis tico-tico-do-campo x Sicalisflaveola canário-da-terra-verdadeiro x Emberizoidesherbicola canário-do-campo x Volatiniajacarina tiziu x Sporophilanigricollis baiano x Sporophilacaerulescens coleirinho x Arremonflavirostris tico-tico-de-bico-amarelo x Coryphospinguspileatus tico-tico-rei-cinza x x x x x x x x x x x trinca-ferro-verdadeiro x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Cardinalidae Saltatorsimilis Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo VII x x Morro do Pilar Minerais S.A. Cyanoloxiabrissonii azulão x x Basileuterusculicivorus pula-pula x x Basileuterushypoleucus pula-pula-de-barriga-branca x x Basileuterusflaveolus canário-do-mato x x Basileuterusleucoblepharus pula-pula-assobiador Parulidae Ce Ma x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Icteridae Psarocoliusdecumanus japu x x Cacicushaemorrhous guaxe x x Gnorimopsarchopi graúna x x Chrysomusruficapillus garibaldi x Pseudoleistesguirahuro chopim-do-brejo x Molothrusoryzivorus iraúna-grande x Molothrusbonariensis vira-bosta x x Euphoniachlorotica fim-fim x x Euphoniapectoralis ferro-velho x x x x x x x x x x x x x x x x x x Fringillidae Ma Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 x Anexo VII x x x x x x x x x x x x x x Morro do Pilar Minerais S.A. Passeridae Passerdomesticus pardal x Documento no. Data: EIA-MOPI-004-03/12-v1 27/3/2012 Anexo VII