Hoje na Segunda Guerra Mundial Batalha de Berlim

Transcrição

Hoje na Segunda Guerra Mundial
Batalha de Berlim
16 de Abril – 2 de Maio de 1945
Marcelo Ribeiro Costa Rios
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Nota Importante
O texto que se segue expressa a opinião pessoal do autor e é baseado em fatos históricos
bem documentados e referenciados.
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que a fonte seja citada.
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2 de Maio de 2015
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17 de Abril de 1945
Neste dia (na madrugada entre os dias 16 e 17) começava a Batalha de Berlim.
Durante a noite os 3 principais exércitos soviéticos (1º Frente Bielorussa, 2ª Frente
Bielorussa e 1ª Frente Ucraniana) iniciaram o avanço contra as últimas linhas defensivas
alemãs.
Figura 1 General Theodor Busse, em pé, o último à direita, numa conferência com Hitler em Março de 1945 para a
coordenação das operações do Grupo de Exércitos Vístula e para a defesa de Berlim.
No segundo dia de batalha a 1ª Frente Bielorussa, comandada pelo Marechal Georgi
Zhukov, continuava a tentar ultrapassar os "Portões de Berlim", como era chamada a
impressionante estrutura defensiva montada pelos alemães na região de Seelow Height,
uma elevação natural de terreno que permitia uma visão ampla e desimpedida do vale por
onde as formações soviéticas teriam que obrigatoriamente passar para chegar a Berlim.
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Figura 2 Marechal Georgy Zhukov, ao centro. À esquerda o General Eisenhower.
Zhukov contava com mais de 1 milhão de soldados que enfrentavam cerca de 110 mil
alemães pertencentes ao 9º Exército Alemão (parte do Grupo de Exércitos Vístula),
comandados pelo General Theodor Busse.
Foi a primeira grande confrontação entre tropas soviéticas e alemãs na Batalha de Berlim
e só terminaria no dia 19 de Abril de 1945.
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18 de Abril de 1945
Neste dia a Batalha de Berlim entrava no seu terceiro dia.
As tropas soviéticas pertencentes à 1º Frente Bielorussa, sob o comando do Marechal
Georgy Zhukov, ainda lutavam nas colinas de Seelow, a última linha de defesa da cidade
de Berlim.
Numa luta desesperada, cerca de 100 mil soldados alemães enfrentavam mais de 1
milhão de soldados soviéticos ansiosos por invadirem a capital do III Reich. A luta pelas
colinas de Seelow, que os estrategistas soviéticos previram que duraria 1 dia, já durava 3
dias e só terminaria no dia seguinte, 19 de Abril de 1945, resultando em dezenas de
milhares de mortos e feridos.
Figura 3 Mapa mostrando o avanço soviético entre os dias 18 e 25 de Abril.
A sul da cidade a 1ª Frente Ucraniana, comandada pelo Marechal Ivan Konev, obtinha
resultados melhores pois enfrentava tropas alemãs mais dispersas e menos equipadas,
alcançando rapidamente o rio Spree. O seu objetivo era cercar a cidade pelo sul e pelo
oeste.
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Figura 4 Civil das Volkssturm nas proximidades de Berlim com um Panzerschreck.
A norte a 2ª Frente Bielorussa, comandada pelo Marechal Konstantin Rokossovsky,
rompia a linha defensiva do Oder entre Schwedt e Stettin, ameaçando cercar a cidade pelo
norte.
No Führerbunker, construído debaixo da Chancelaria em Berlim, Hitler perdia-se em
devaneios e em discursos fantasiosos. Imaginava um poderoso exército alemão que, num
ataque relâmpago a partir do norte, cortaria o avanço soviético e salvaria a capital.
Figura 5 Katyusha soviético montado num caminhão norte-americano Studebaker, fornecido no âmbito da lei "LendLease".
5
E a arma do dia é...
Arma anti-tanque alemã Panzerfaust (Trad., "Punho Blindado").
Tratava-se de uma arma barata, leve, fácil de ser produzida, transportada e utilizada no
campo de batalha. A arma vinha pré-carregada com uma ogiva anti-tanque altamente
explosiva. Era uma arma de tiro único, ou seja, depois de disparada o tubo era descartado.
Figura 6 Civis alemães das Volkssturms com Panzerfausts ao ombro. Foram amplamente utilizados na defesa da
capital alemã durante a Batalha de Berlim.
O desenvolvimento da Panzerfaust começou em 1942 e foi baseado na Fauspatrone. A
primeira versão chamava-se Panzerfaust 30, pesava cerca de 5 quilos e media pouco mais
de 1 metro. Ao longo do tubo havia uma mira e um gatilho para disparar o projétil.
A ogiva pesava pouco menos de 3 quilos e continha 800 gramas de uma mistura
altamente explosiva de TNT e outros compostos químicos, com uma capacidade de
penetração superior aos 200 mm, suficiente para destruir todos os blindados existentes na
época.
Era uma arma mortal quando utilizada corretamente, mas tinha um raio de alcance muito
limitado que variava entre os 30 metros (Panzerfaust 30) e os 150 metros (Panzerfaust
150), o que significava que o soldado tinha que esperar até o último momento para poder
dispará-la.
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Figura 7 Soldados finlandeses. Um deles está prestes a disparar o seu Panzerfaust.
Foi amplamente utilizada em todas as frentes de batalha e teve um papel de destaque na
Batalha de Berlim, sendo responsável pela destruição de inúmeros blindados aliados.
Figura 8 Soldados alemães, cada um deles com um Panzerfaust ao ombro.
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19 de Abril de 1945
Neste dia a Batalha de Berlim entrava no seu quarto dia e as tropas soviéticas finalmente
conseguiam ultrapassar as colinas de Seelow, ficando com o caminho livre para
avançarem para o coração da capital do III Reich.
Após 4 dias de duros combates a 1ª Frente Bielorrusa, comandada pelo Marechal Georgy
Zhukov, ultrapassava as impressionantes defesas construídas no alto das colinas de
Seelow. Milhares de soldados alemães perderam a vida na defesa dessas posições,
conscientes de que se tratava da última defesa da cidade.
Figura 9 Artilharia soviética nas proximidades de Berlim.
Mais de 16 mil alemães e 5 mil soviéticos morreram nesta batalha e mais de 700 tanques
russos foram destruídos, mas a partir deste dia, entre as formações do Marechal Zhukov e
Berlim haviam apenas pequenos bolsões de resistência. As portas da capital alemã tinham
sido finalmente abertas.
No sul a 1ª Frente Ucraniana avançava praticamente livre de resistência em campo aberto.
O 9º Exército alemão, praticamente a última formação militar alemã com alguma
capacidade de combate, era cercada neste dia.
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Figura 10 Soldados soviéticos carregando um Katyusha nas proximidades de Berlim.
Nesta data a cidade de Berlim ainda não estava completamente cercada e as tropas
soviéticas ainda combatiam fora dos seus subúrbios.
Figura 11 Civil das Volkssturm recebendo instrução de uso de uma Panzerfaust.
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20 de Abril de 1945
Neste dia a Batalha de Berlim entrava no seu quinto dia.
Numa clara provocação pessoal, baterias de artilharia soviética abriram fogo contra o
centro da capital alemã às primeiras horas da manhã, justamente no dia em que Hitler
completava 56 anos. A intensa barragem de artilharia continuaria de forma ininterrupta até
a rendição da cidade.
Figura 12 Mapa mostrando o avanço dos exércitos soviéticos entre os dias 16 e 25 de Abril de 1945.
Depois de no dia anterior ter ultrapassado a última linha defensiva alemã nas colinas de
Seelow, a 1ª Frente Bielorussa, comandada pelo Marechal Georgy Zukhov, avançava
rapidamente em direção à cidade, mas ainda combatia fora dos seus subúrbios.
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Figura 13 Aviação soviética sobrevoando a cidade de Berlim.
À norte, a 2ª Frente Bielorussa, comandada pelo Marechal Konstantin Rokossovsky,
atacava o Grupo de Exércitos Vístula. O seu objetivo era manter essas divisões sobre
intensa pressão e evitar que ameaçassem o flanco norte dos exércitos de Zukhov.
À sul, a 1ª Frente Ucraniana, comandada pelo Marechal Ivan Konev, continuava o seu
impressionante avanço e, após conquistar Luckenwalde e Mittenwalde, iniciava uma curva
em direção ao norte com o objetivo de cercar a cidade de Berlim em conjunto com as
tropas de Zukhov.
Figura 14 Tropas alemãs durante a Batalha de Berlim.
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21 de Abril de 1945
Neste dia a Batalha de Berlim entrava no seu sexto dia.
As primeiras tropas do Marechal Zhukov entravam neste dia nos subúrbios mais afastados
de Berlim, marcando o início da segunda fase da Batalha de Berlim, caracterizada por
combates de proximidade (muitas vezes corpo-a-corpo) em ambiente urbano.
Figura 15 Soldados russos, alguns mortos, outros feridos e outros apenas descansando, durante a Batalha de Berlim.
A defesa da cidade estava a cargo do General de Artilharia Helmuth Weidling, que contava
apenas com algumas divisões da Wehrmacht e das Waffen-SS muito enfraquecidas pelos
recentes combates. No total dispunha de cerca de 45 mil soldados.
Para além dos soldados regulares haviam também policiais, rapazes da Juventude
Hitlerista e civis das Volkssturm, num total aproximado de 40 mil "combatentes".
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Figura 16 Fotografia tirada em Berlim logo após o fim da batalha.
Weidling dividiu a cidade em 8 setores designados de "A" à "H", cada um deles
comandado por um coronel ou general, mas muitos deles não tinham experiência de
combate.
Figura 17 Soldados russos combatento nos arredores de Berlim.
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Figura 18 General de Artilharia Helmuth Otto Ludwig Weidling.
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Lança foguetes Katyusha.
Uma das mais icônicas armas utilizadas na Segunda Guerra Mundial. Temida pelos
alemães, teve um efeito devastador na moral das tropas que combatiam na frente leste.
Começou a ser produzida em larga escala pela União Soviética logo após o início da
invasão alemã, no verão de 1941. Desconhece-se o número exato de baterias fabricadas,
mas seguramente devem-se contar na ordem das várias centenas.
Figura 19 Soldados russos recarregando um lança foguetes Katyusha.
Era uma arma simples, constituída por trilhos onde eram montados foguetes autopropulsados, sendo o primeiro sistema deste tipo fabricado pela União Soviética.
Era muito pouco precisa, mas era capaz de descarregar uma quantidade incrível de
explosivos numa área relativamente pequena, portanto, muito indicada para bombardeios
de saturação.
Uma pequena formação de apenas quatro Katyushas modelo BM-13 era capaz de
bombardear uma área de 0,5 km2 com quase 5 toneladas de bombas altamente
explosivas. Um efeito devastador!
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Figura 20 Soldados russos recarregando um lança foguetes Katyusha.
A disposição dos trilhos onde os foguetes eram fixados lembrava um órgão de igreja, e o
som que os foguetes produziam quando eram lançados reforçaram essa ideia, motivo pelo
qual a arma era conhecida pelos alemães como "Stalinorgel" (Órgãos de Stalin).
O nome Katyusha deriva de uma música russa muito popular durante a guerra e pelo fato
da arma ter sido oficialmente apresentada aos militares soviéticos apenas pelo nome de
código "K".
Figura 21 Lança foguetes Katyusha disparando a sua carga mortal em algum lugar da frente leste.
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22 de Abril de 1945
Neste dia a Batalha de Berlim entrava no seu sétimo dia.
A 1ª Frente Bielorussa, a principal força de ataque contra a capital alemã, sob o comando
do Marechal Georgy Zhukov, entrava nos subúrbios de Berlim pelo norte e pelo leste.
Neste dia Hitler era informado no bunker que o ataque ordenado no dia anterior ao
General Felix Steiner não tinha sido executado.
Figura 22 Albert Speer, amigo e confidente de Hitler.
Ao General Steiner tinha sido dado o comando do Destacamento de Exército Steiner, uma
unidade militar criada apenas no papel por um Hitler já completamente alheio à realidade.
Teoricamente tratava-se de um grande exército composto por várias divisões, mas na
realidade não passava de um aglomerado de batalhões muito enfraquecidos pelos
recentes combates.
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Figura 23 General das Waffen-SS Felix Steiner.
No dia 21 de Abril de 1945 Hitler ordenara a este "exército" que avançasse para sul e, num
amplo movimento de pinça, cercasse a poderosa 1ª Frente Bielorussa que estava
atacando Berlim. Por motivos óbvios, a ordem não pôde ser executada.
Hitler ficou muito enfurecido pela notícia e, ao receber a informação de que blindados
russos começavam a entrar na cidade, afirmou que o fim estava próximo e que a guerra
estava perdida.
Figura 24 Soldados russos pelas ruas de Berlim.
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No final deste dia Hitler encontrava-se pela última vez com Albert Speer, Arquiteto do 3º
Reich, Ministro do Armamento e, de acordo com algumas fontes, uma das poucas pessoas
que ele considerava realmente como um amigo e confidente.
Figura 25 Crianças da Juventude Hitlerista que combateram na Batalha de Berlim.
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23 de Abril de 1945
Neste dia a Batalha de Berlim entrava no seu oitavo dia.
As poderosas 1ª Frente Bielorussa (Georgy Zukhov) e 1ª Frente Ucraniana (Ivan Konev)
aproximavam-se rapidamente e o cerco completo da cidade estava prestes a consolidarse.
Figura 26 Cena de batalha nas ruas de Berlim.
Neste dia a ligação entre Berlim e o 9º Exército Alemão era definitivamente cortada e no
Führerbunker o General Helmuth Weidling assumia oficialmente o posto de comandante
da Área de Defesa de Berlim.
Figura 27 Blindado destruído e soldados alemães mortos durante a Batalha de Berlim.
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Logo pela manhã forças soviéticas do 5º Exército de Choque, comandadas pelo General
Berzarin, e do 1ª Guardas do Exército Blindado, comandadas pelo General Katukov,
continuavam o assalto aos subúrbios de Berlim pelo sudeste, após destruírem um contraataque liderado pelas últimas forças do LVI Corpo Panzer.
Figura 28 Soldados russos combatendo em Berlim.
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24 de Abril de 1945
Neste dia a Batalha de Berlim entrava no seu nono dia e a Batalha "dentro" de Berlim
começava.
A Batalha "de" Berlim consistiu no avanço de 3 grandes exércitos soviéticos (1ª e 2ª Frente
Bielorussa e 1ª Frente Ucraniana) com o objetivo não apenas de tomar a capital alemã,
mas também de conquistar todo o território à leste do Rio Elba.
Figura 29 Soldados russos passam a correr pelo corpo de um soldado alemão durante a Batalha de Berlim.
Já a Batalha "dentro" de Berlim, como o nome indica, consistiu na fase em que as tropas
soviéticas entraram efetivamente dentro da cidade, prevalecendo os combates de
proximidade em ambiente urbano, muitas vezes envolvendo lutas corpo-a-corpo,
armadilhas e emboscadas.
E neste dia elementos da 1ª Frente Bielorussa, sob o comando do Marechal Georgy
Zhukov, e da 1ª Frente Ucraniana, sob o comando do Marechal Ivan Konev, completavam
finalmente o cerco de Berlim, isolando completamente a cidade do resto do mundo.
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Figura 30 Berlinenses famintos atacando a carcaça de um cavalo morto nas ruas da cidade.
Todas as tropas no perímetro urbano de Berlim receberam ordens de recuar para novas
linhas defensivas, ao mesmo tempo que a Batalha de Bautzen se desenrolava ao sul da
capital. Sob o comando dos generais Schorner, Schmalz e Bronikowski, a ofensiva alemã
tinha por objetivo aliviar a pressão exercida sobre Berlim pela 1ª Frente Ucraniana. A
ofensiva foi um fracasso, mas serviu para retardar por alguns dias o avanço daquele
exército.
Figura 31 Tanques russos nas ruas de Berlim.
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Figura 32 Tanques russos nas ruas de Berlim.
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24 de Abril de 1945
Neste dia o General das SS Wilhelm Mohnke recebia ordens de defender o distrito
governamental da cidade de Berlim, o que incluía a Chancelaria e o Führerbunker.
Mohnke conseguiu organizar uma defesa precária com apenas 2.000 soldados, muitos
deles recrutados à pressa pelas ruas da cidade.
Figura 33 General das SS Wilhelm Mohnke
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24 de Abril de 1945
Neste dia chegavam para reforçar as defesas de Berlim os últimos voluntários franceses
ainda vivos pertencentes à 33rd Waffen Grenadier Division, mais conhecidos como SS
Charlemagne.
Figura 34 Símbolo da 33rd Waffen Grenadier Division SS Charlemagne.
Sob o comando do SS Brigadeführer Gustav Krukenberg, os voluntários franceses (cerca
de 300) foram absorvidos pelo que restava da 11ª SS "Nordland", que recentemente tinha
perdido os seus batalhões de voluntários dinamarqueses e noruegueses.
Figura 35 Voluntário francês das Waffen SS.
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No fim da Batalha de Berlim restavam cerca de 30 voluntários franceses vivos.
Figura 36 Brigadeführer Gustav Krukenberg.
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O tanque médio soviético T-34.
Considerado por muitos como o mais inovador, eficiente e influente blindado da Segunda
Guerra Mundial.
Quando surgiu nos campos de batalha, em 1941, deixou os alemães completamente
surpreendidos e estarrecidos. A sua blindagem inclinada e o seu canhão de 76.2mm de
alta velocidade faziam dele uma arma estupenda.
Figura 37 Soldados soviéticos em cima de um T-34 na China, 1945.
Nas palavras do General de Blindados von Kleist, era "o melhor blindado do mundo",
opinião partilhada por Heinz Guderian ao afirmar que o T-34 era "amplamente superior" a
qualquer veículo blindado alemão em 1941.
Graças à sua blindagem inclinada e ao seu design único, os disparos das armas antitanque alemãs simplesmente ricocheteavam e só com tiros a muita curta distância é que
era possível fazê-lo parar.
Tinha uma relação peso x potência muito boa e lagartas mais largas, o que contribuía para
uma excelente velocidade e manobrabilidade no campo de batalha.
A partir de 1942, com novas armas anti-tanque alemãs chegando à frente de combate,
surge o T-34-85, mais pesado, com uma arma maior e com uma blindagem muito mais
resistente.
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Figura 38 Imagem mostrando como era a disposição interna dos equipamentos e compartimentos de um T-34.
Era relativamente fácil de ser construído, o que contribuiu para o fato de ser o blindado
mais fabricado em toda a Segunda Guerra Mundial (65 mil unidades entregues entre 1941
e 1945, sendo 35 mil modelo T-34 e 30 mil modelo T-34-85).
Era terrivelmente desconfortável para a sua tripulação e os primeiros modelos vinham com
frequentes defeitos ou falhas de construção. De modo geral, a qualidade da sua
construção deixava muito a desejar, principalmente se o compararmos à qualidade dos
blindados alemães.
Após a guerra foi utilizado por muitos países e ainda hoje encontra-se ativo em alguns
exércitos (a Coreia do Norte utiliza-os para fins de treinamento e alguns países africanos,
como Angola e Moçambique, mantém alguns batalhões de T-34 na reserva operacional).
Figura 39 Coluna formada por blindados T-34.
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25 de Abril de 1945
Neste dia a Batalha de Berlim entrava no seu décimo dia.
A 1ª Frente Bielorussa, vindo pelo norte sob o comando do Marechal Georgy Zhukov, e a
1ª Frente Ucraniana, vindo pelo sul sob o comando do Marechal Vasily Chuikov,
consolidavam o cerco definitivo da cidade de Berlim, ao mesmo tempo que repeliam uma
tentativa desesperada de quebrá-lo por parte do III SS Corpo Panzer.
Figura 40 Cenas de combate nas ruas de Berlim.
Os recém-chegados voluntários franceses da SS Charlemagne, pertencentes à divisão SS
Nordland sob o comando do SS Brigadenführer Gustav Krukenberg, colocavam explosivos
e procediam à demolição do grande edifício da Loja Karstadt, antes da guerra considerada
a maior, mais luxuosa e mais moderna loja de departamentos da Europa. Temiam que, se
o edifício fosse capturado pelos soviéticos, pudessem utilizá-lo como posto avançado para
snipers e fogo de artilharia.
O 5º Exército de Choque do General Berzarin consolidava uma cabeça de ponte no lado
interno do Canal Teltow e da circular S-Bahn, um conjunto de estradas e avenidas que
circundavam o centro de Berlim. Ao mesmo tempo, o 1º Exército de Guardas Blindados,
do General Katukov, alcançava o aeroporto de Tempelhof.
Na cidade sitiada o caos era completo e a maior parte dos subordinados de Hitler
dedicavam-se agora à encontrar formas de sobreviver.
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Figura 41 Loja de departamentos Karstadt.
Figura 42 Loja de departamentos Karstadt após a guerra.
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26 de Abril de 1945
Neste dia a Batalha de Berlim entrava no seu décimo primeiro dia.
As forças soviéticas convergiam com toda a força em direção ao centro da cidade e a
defesa da capital tornava-se cada vez mais desesperada.
Alguns dias antes o General Walther Wenck, comandante do 12º Exército Alemão
combatendo os americanos na Frente Oeste, recebia ordens de Hitler para dar meia volta
e atacar o avanço soviético que ameaçava cercar a cidade.
Figura 43 Soldado soviético espreitando cautelosamente por sobre uma ponte no rio Spree. Ao seu lado um colega
morto.
Neste dia ele chegava finalmente à capital e, nas proximidades de Potsdam, atacava
unidades da 1ª Frente Ucraniana que, apanhadas completamente desprevenidas,
recuavam em meio ao caos. O seu objetivo era abrir um corredor para possibilitar a fuga
de civis e militares da cidade sitiada.
Figura 44 Walter Wenck, General do 12º Exército Alemão.
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Neste dia a piloto de testes alemã Hanna Reitsch conseguia de forma espetacular aterrisar
o seu pequeno Fieseler Fi 156 Storch numa pista improvisada no parque Tiergarten,
trazendo consigo o General Robert Ritter von Greim que neste dia assumiria o posto de
Comandante da Luftwaffe após Hitler ter demitido Hermann Göring (evento destacado
ontem aqui na página).
Figura 45 Hanna Reitsch.
Também neste dia Hanna Reitsch tentava convencer Magda Goebbles a retirar os seus 6
filhos da capital sitiada, mas ela recusou. Alguns dias mais tarde, após o suicídio de Hitler,
ela mataria os seus filhos antes de se matar ao lado do seu marido, Joseph Goebbles.
Figura 46 General Robert Ritter von Greim, nomeado por Hitler sucessor de Hermann Göring como comandante da
Luftwaffe.
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Figura 47 Soldados soviéticos pelas ruas de Berlim.
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27 de Abril de 1945
Neste dia a Batalha de Berlim entrava no seu décimo segundo dia.
O ataque do 12º Exército do General Wenck, que no dia anterior apanhara a 1ª Frente
Ucraniana de surpresa nos arredores de Potsdam, era contra-atacado e obrigado a recuar.
O seu objetivo de abrir uma brecha no cerco da capital falhava completamente.
Figura 48 Soldados soviéticos entrando numa estação de metrô em Berlim.
2.000 mulheres alemãs eram obrigadas a retirar os destroços espalhados pelo aeroporto
de Tempelhof, recém conquistado pelos soviéticos, com o objetivo de deixá-lo operacional
para as forças de ocupação.
O avanço imparável dos soviéticos levou a que em todas as frentes os soldados alemães
fossem obrigados a recuar, prendendo-os numa bolsa de resistência de apenas 25
quilômetros de largura.
Figura 49 Artilharia soviética nos arredores de Berlim.
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Uma curiosidade: neste dia os voluntários franceses das SS pertencentes à divisão SS
Nordland defendiam uma praça em Berlim cujo nome era uma homenagem à Batalha de
Waterloo, batalha na qual as forças francesas de Napoleão foram definitivamente
derrotadas em 1815.
Figura 50 "Soldado" (apenas uma criança) recebendo uma medalha durante a Batalha de Berlim.
Figura 51 Soldados soviéticos avançando pelas ruas de Berlim.
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28 de Abril de 1945
Neste dia a Batalha de Berlim entrava no seu décimo terceiro dia.
No seu bunker, Hitler aguardava ansioso por notícias sobre o avanço das forças do
General Wenck (evento destacado ontem aqui na página) que, apesar de algum sucesso
inicial na região de Potsdam, acabou por ser obrigado a recuar devido aos intensos contraataques soviéticos. Nesta noite, para desespero de Hitler, o relatório do General Wenck
indicava que o seu 12º Exército não tinha capacidade operacional para realizar qualquer
tipo de ataque em direção à Berlim.
Figura 52 Mapa mostrando o estado do avanço soviético no interior da cidade de Berlim entre os dias 26 e 28 de
Abril de 1945.
Neste mesmo dia cerca de 25 mil soldados alemães, pertencentes ao 9º Exército,
alcançavam as forças do 12º Exército do General Wenck naquela que ficou conhecida
como a Batalha de Halbe. A força original do 12º Exército era de cerca de 200 mil
soldados, dos quais 150 mil foram capturados e mais de 30 mil foram mortos.
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Figura 53 Soldados combatendo em meio aos destroços durante a Batalha de Berlim.
Neste dia algumas unidades do exército soviético combatiam a menos de 2 km da
Chancelaria e do bunker de Hitler. O objetivo de Stalin era ver a bandeira vermelha
hasteada no topo da Chancelaria no dia 1 de Maio (Dia Internacional do Trabalhador).
Figura 54 Confusão de destroços, armas e blindados destruídos na Batalha de Berlim.
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29 de Abril de 1945
Neste dia Adolf Hitler e Eva Braun casavam-se no Führerbunker.
Com a cidade de Berlim completamente cercada e com tropas soviéticas a apenas 1
quilômetro da Chancelaria, Hitler e a sua amante de longa data, Eva Braun, casavam-se
numa pequena cerimônia civil pouco depois da meia-noite do dia 29 de Abril de 1945.
Figura 55 Registro civil de casamento. Reparem como Eva Braun começa a assinar o seu sobrenome de solteiro
"Braun", em seguida risca o "B" e escreve Hitler.
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Figura 56 Eva Braun e Adolf Hitler.
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29 de Abril de 1945
Neste dia a Batalha de Berlim entrava no seu décimo quarto dia.
As primeiras tropas soviéticas cruzavam a ponte Moltke sobre o rio Spree e entravam no
distrito governamental da capital alemã, a menos de 1 quilômetro da Chancelaria e do
Führerbunker.
Figura 57 Mapa mostrando o avanço soviéico pela ponte Moltke e a entrada das primeiras forças no distrito
governamental da capital.
O primeiro edifício a ser capturado foi o quartel general da Gestapo, mas um forte contraataque de algumas unidades das Waffen-SS obrigou os soviéticos a recuarem.
E neste dia, pouco antes de se casar com Eva Braun, Adolf Hitler assinava o seu
testamento político e a sua "última vontade", um documento curto no qual ele reconhecia o
seu casamento com Eva Braun e o seu desejo de ser cremado após cometer o suicídio.
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Figura 58 Soldado soviético passando pelo corpo de um soldado alemão morto nos combates em Berlim.
No seu testamento político Hitler nomeava o Almirante Karl Dönitz como Presidente do
Reich e Joseph Goebbels como Chanceler.
Fora de Berlim, soldados alemães combatendo os soviéticos na frente leste tentavam
desesperadamente alcançar a frente oeste. O objetivo era evitar a todo custo serem
capturados pelos soviéticos.
Figura 59 Artilharia soviética nas ruas de Berlim.
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29 de Abril de 1945
Neste dia (provavelmente) foram tiradas as 2 últimas fotografias de Adolf Hitler com vida.
Com algumas unidades do Exército Vermelho combatendo a menos de 1 quilômetro do
Führerbunker, neste dia Hitler era fotografado durante uma rápida inspeção aos danos
causados na Chancelaria pelos recentes ataques.
Nas fotografias ele aparece ao lado de Julius Schaub, o seu secretário particular.
Figura 60 Adolf Hitler com Julius Schaub, inspecionando os danos causados na Chancelaria.
Figura 61 Adolf Hitler com Julius Schaub, inspecionando os danos causados na Chancelaria.
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30 de Abril de 1945
Neste dia Adolf Hitler e a sua mulher Eva Hitler (nome de solteira, Eva Braun) suicidavamse no Führerbunker, por volta das 15h30 (hora local).
Com o Exército Vermelho combatendo a menos de 500 metros do bunker, na manhã do
dia 30 de Abril Hitler teve uma rápida reunião com o General Helmuth Weidling,
comandante da Área Defensiva de Berlim, na qual foi informado que os soldados
combatendo na capital ficariam sem munições dentro de poucas horas.
Weidling solicitou mais uma vez à Hitler permissão para concentrarem os esforços com o
objetivo de quebrarem o cerco, permitindo assim a fuga de alguns civis e soldados, mas
Hitler não respondeu. De acordo com o testemunho de Weidling, nesta manhã Hitler
parecia "hipnotizado".
Às 13h00 Weidling recebia uma ordem direta de Hitler autorizando-o a tentar quebrar o
cerco, mas já era tarde demais. Logo depois Hitler, junto com as suas duas secretárias e a
sua cozinheira pessoal, almoçaram. Em seguida, na companhia da sua mulher Eva Hitler
(Braun), despediram-se dos ocupantes do Führerbunker, incluindo Bormann, Joseph
Goebbles e a sua família, as secretárias e diversos oficiais militares.
Figura 62 Adolf Hitler e Eva Hitler (Braun)
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Às 14h30 entravam ambos nas acomodações privadas de Hitler e, de acordo com várias
testemunhas, às 15h30 ouvia-se um disparo vindo do interior. Alguns minutos depois,
Heinz Linge e Martinn Bormann entravam no quarto e constatavam a morte de Hitler e da
sua mulher.
De acordo com o testemunho do SS-Sturmbannführer Otto Günsche, ajudante de Hitler e a
terceira pessoa a entrar no quarto:
"Hitler estava sentado numa poltrona, a cabeça estava caído sobre a mesa à sua frente e
saía sangue da sua têmpora direita. A sua pistola, uma Walther PPK 7.65, estava caída
aos seus pés. O corpo de Eva não apresentava danos físicos, mas o seu rosto tinha claros
sinais de morte por envenenamento."
Minutos depois os corpos foram levados para fora do Führerbunker e depositados no
interior de uma cratera. Gasolina foi derramada por cima dos corpos e, após algumas
tentativas falhadas de atear fogo, por volta das 16h00 ambos os corpos começavam a
arder.
Às 18h30 os corpos, apenas parcialmente carbonizados, foram cobertos com terra.
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30 de Abril de 1945
Neste dia a Batalha de Berlim entrava no seu décimo quinto dia.
Às 6h da manhã a 150ª Divisão de Rifles iniciava o ataque final ao Reichstag através da
praça Königsplatz.
Os combates que se seguiram foram duros e sangrentos. Nos dias anteriores os alemães
cavaram uma intrincada rede de trincheiras à volta do edifício e enterrado milhares de
minas anti-pessoais.
Figura 63 Reencenação do hasteamento da bandeira soviética no alto do Reichstag. A primeira bandeira soviética
deve ter sido hasteada na noite entre os dias 30 de Abril e 1 de Maio, durante os combates pelo controle do edifício.
A primeira onda de assalto soviética foi completamente dizimada, mas após a construção
de uma ponte sobre o rio Spree os soviéticos conseguiram trazer blindados e peças
pesadas de artilharia para dentro do Distrito Governamental.
Figura 64 Bandeira soviética hasteada no Hotel Adlon, em Berlim. Ao fundo vê-se os Portões de Brandemburgo.
46
Por volta das 10h00 da manhã os soldados da 150ª Divisão de Rifles tinham percorrido
mais ou menos metade do caminho em direção ao Reichstag, mas intenso fogo de
artilharia da Torre Flak do Zoológico de Berlim impediu novos avanços.
Nas horas seguintes os soviéticos direcionaram o fogo de quase 100 peças de artilharia
para o Reichstag e o seu complexo de trincheiras, ao mesmo tempo que a 171ª Dvisão de
Rifles, no flanco esquerda da 150ª, continuava capturando os demais edifícios
governamentais e diplomáticos da região.
Figura 65 Torre Flak no Zoológico de Berlim.
Às 18h, enquanto Weidling finalizava os planos para tentar quebrar o cerco da cidade, 3
regimentos da 150ª Divisão, cobertos por uma pesada barragem de artilharia e por
blindados, assaltavam o Reichstag, cujas portas e janelas tinham sido totalmente vedadas
com tijolos e pedras.
O interior do edifício era guardado por cerca de 1.000 defensores, uma mistura de
marinheiros da Kriegsmarine, soldados das SS e membros da Juventude Hitlerista que, do
alto das escadarias, disparavam sobre os soldados soviéticos que entravam no edifício,
transformando o seu hall de entrada num verdadeiro mar de sangue e corpos.
Apesar das muitas baixas, os soviéticos conseguiram passar pelo hall de entrada e
começaram a subir os pisos do Reichstag, combatendo por cada sala e cômodo do
enorme edifício.
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Figura 66 O Reichstag durante os combates.
Não há números oficiais, mas acredita-se que cerca de 3.000 soldados soviéticos
morreram nas 4 ou 5 horas que durou o assalto final ao Reichstag.
Os combates no interior do edifício duraram toda a noite e só nas primeiras horas do dia 1
de Maio é que os combates terminaram, com os últimos soldados alemães fugindo pelas
traseiras.
A propaganda soviética afirma que a bandeira vermelha foi hasteada no alto do Reichstag
às 22h50, mas muito provavelmente tal evento só deve ter ocorrido na manhã do dia 1 de
Maio.
Figura 67 O Reichstag após os combates.
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1 de Maio de 1945
Neste dia Joseph Goebbels, então o novo Chanceler da Alemanha após o suicídio de
Hitler, e a sua esposa Magda Goebbels, assassinavam os seus seis filhos e se suicidavam
nos jardins da Chancelaria.
Por volta das 20 horas deste dia Goebbels, com a ajuda do dentista das SS Helmut Kunz,
administrava uma dose elevada de morfina aos seus 6 filhos.
Figura 68 Joseph Goebbels
Minutos depois, após confirmarem que todos estavam dormindo, Magda Goebbels e
Stumpfegger, o médico pessoal de Hitler, partiam ampolas de cianeto na boca de cada
uma das crianças, matando-as instantaneamente.
Logo depois ambos subiram para os jardins da Chancelaria, mordiam cápsulas de cianeto
e disparavam um contra o outro ao mesmo tempo.
Os corpos foram molhados com gasolina e queimados, mas devido à escassez de
combustível ficaram apenas parcialmente chamuscados, facilitando a sua posterior
identificação.
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Figura 69 Magda Goebbels
Magda Goebbels era uma nazista fanática e as suas cartas, algumas escritas há mais de 1
mês, indicavam que ela já tinha planos de assassinar os seus filhos há muito tempo.
Em homenagem a Hitler as crianças receberam nomes que começavam pela letra "H":
Helga, Hilde, Helmut, Holde, Hedda e Heide.
Figura 70 A família Goebbels em 1942. À excepção do filho mais velho, em pé atrás da foto, todas as crianças foram
assassinadas no bunker no dia 1 de Maio de 1945.
50
1 de Maio de 1945
Neste dia a Batalha de Berlim entrava no seu décimo sexto dia.
Às primeiras horas da manhã Joseph Goebbels, então o novo Chanceler da Alemanha,
ordenou ao General Hans Krebs e ao Coronel Theodor von Dufving que, sobre a proteção
de uma bandeira branca, entregassem ao General Vasily Chuikov, Comandante do 8º
Exército de Guardas responsável pelo assalto ao centro da capital, uma carta com os
termos de rendição da cidade de Berlim.
Figura 71 O Reichstag parcialmente destruído após a Batalha de Berlim.
A comitiva chegou ao quartel general soviético por volta das 4 horas da manhã e apanhou
Chuikov de surpresa. Krebs, que falava russo, informou os soviéticos da morte de Hitler.
Chuikov, que não sabia que havia um bunker debaixo da Chancelaria, não deu o braço a
torcer e mentiu, dizendo calmamente que já tinha informações sobre o suicídio.
Figura 72 Wilhelm Mohnke.
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Os termos de rendição da carta sugeria o estabelecimento de um novo governo nacionalsocialista na Alemanha com o objetivo de, em conjunto com a União Soviética, expulsar os
aliados da Europa Ocidental.
A proposta foi rejeitada. A União Soviética não aceitaria nada a não ser uma rendição
incondicional da Alemanha.
Por toda a parte a resistência alemã organizada tinha terminado e apenas algumas
unidades das SS mais fanáticas continuavam lutando.
Figura 73 General Helmuth Weidling.
Às primeiras horas da manhã deste dia a guarnição da Torre Flak do Zoológico de Berlim,
uma estrutura tão forte que resistia facilmente aos disparos diretos de morteiros de
200mm, rendia-se.
O General Helmuth Weidling, comandante da Área Defensiva de Berlim, tinha dado ordens
para que os sobreviventes no bunker de Hitler tentassem fugir do cerco da capital a partir
das 21h, mas houve um atraso e as tentativas começaram apenas às 23h.
O primeiro grupo foi liderado pelo General Wilhelm Mohnke, comandante do Distrito
Governamental de Berlim e incluía Martin Bormann, Werner Naumann e o pessoal
administrativo do bunker (secretárias, operadores de rádio, médicos, enfermeiros, etc.). O
grupo acabou por se dividir e Bormann, na companhia do médico Stumpfegger, foram
mortos logo após cruzarem o rio Spree.
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Figura 74 General Vasily Chuikov.
Burgdorf, que desempenhou um papel central na morte de Erwin Rommel, suicidava-se no
bunker ao lado de Krebs.
Apenas um número muito reduzido de sobreviventes conseguiu chegar à frente oeste e
render-se aos aliados ocidentais.
Figura 75 General Hans Krebs.
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Figura 76 Guarnição da Torre Flak no Zoológico de Berlim.
Figura 77 Prisioneiros de guerra alemães após a queda da capital alemã.
Figura 78 Civis berlinenses limpando os escombros após a queda da capital alemã.
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2 de Maio de 1945
Neste dia a Batalha de Berlim entrava no seu décimo sétimo (e último!) dia.
Às primeiras horas da manhã soldados soviéticos assaltavam a Chancelaria, o símbolo
máximo do poder nazista e em cujos jardins encontrava-se o bunker de Hitler.
De acordo com a propaganda soviética, a batalha na Chancelaria foi tão brutal como a
batalha no Reichstag, mas muito provavelmente deve tratar-se de um exagero
propagandístico pois haviam muito menos soldados defendendo a Chancelaria já que a
maior parte tinha escapado durante a noite.
Figura 79 Soldados soviéticos comemorando a capitulação da cidade de Berlim no dia 2 de Maio de 1945.
À 1h da manhã os soviéticos apanharam uma mensagem de rádio do LVI Corpo Alemão
requisitando um cessar fogo e um encontro na ponte Potsdamer. Neste encontro o
General Weidling rendia-se aos soviéticos por volta das 6h da manhã.
Na conversa que se seguiu, Chuikov perguntou pelo General Krebs, com quem tinha
conversado no dia anterior (evento destacado ontem aqui na página), ao que o General
Weidling respondeu que provavelmente tinha se suicidado no bunker.
Em seguida, o General Weidling colocou por escrito a sua ordem de rendição e, às 15h em
ponto, terminava a Batalha de Berlim.
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Figura 80 General Helmuth Weidling logo após a sua rendição no dia 2 de Maio de 1945.
No total, se considerarmos as batalhas envolvendo as 3 grandes frentes de avanço russo
(1ª e 2ª Frente Bielorussas e 1ª Frente Ucraniana), cerca de 100 mil soldados soviéticos e
quase 500 mil soldados alemães perderam a vida nos 17 dias em que durou o assalto final
à capital alemã.
Figura 81 General Helmuth Weidling logo após a sua rendição no dia 2 de Maio de 1945.
Apesar de alguns combates esporádicos ao longo da cidade, no fim do dia 2 de Maio de
1945 as armas finalmente silenciavam-se na cidade de Berlim.
Na Áustria e no norte da Itália, 1 milhão de soldados alemães rendiam-se ao Marechal de
Campo britânico Harold Alexander, pondo fim à guerra nesta parte do continente europeu.
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Figura 82 Soldados alemães rendendo-se na cidade de Berlim em 2 de Maio de 1945.
Figura 83 Discurso comemorando a capitulação da cidade de Berlim no dia 2 de Maio de 1945.
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Referências
Sites
http://militaryhistory.about.com/od/worldwarii/p/World-War-Ii-Battle-Of-Berlin.htm
http://www.historylearningsite.co.uk/battle_for_berlin.htm
http://www.eyewitnesstohistory.com/berlin.htm
http://www.historyofwar.org/articles/battles_berlin.html
http://www.slowtravelberlin.com/the-battle-of-berlin-a-timeline/
http://www.bbc.co.uk/history/worldwars/wwtwo/berlin_01.shtml
http://www.ducksters.com/history/world_war_ii/battle_of_berlin.php
http://www.secondworldwarhistory.com/fall-of-berlin.asp
http://elinorflorence.com/blog/berlin-battle
Livros
A Segunda Guerra Mundial, Antony Beevor
O Livro de Hitler, Henrik Eberle e Mathias Uhl
A Última Batalha, Cornelius Ryan
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Hoje na Segunda Guerra Mundial Batalha de Berlim

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