Biografia - Festival Terras Sem Sombra

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Biografia - Festival Terras Sem Sombra
XVIII-21/Le Baroque Nomade
Há mais de duas décadas que, pela sua abordagem pioneira, tem vindo
a destacar-se no panorama musical do Barroco. Com o propósito de
revelar partituras votadas ao esquecimento, Jean-Christophe Frisch criou,
em 1995, XVIII-21/Musique des Lumières, mais tarde Le Baroque Nomade,
um nome cheio de significado e que convida a conhecer o extenso período
que medeia entre o século XVIII e a actualidade.
Este ensemble recria laços culturais e históricos entre o repertório europeu
e as tradições musicais de outros tempos (China, Índia, Etiópia, Turquia,
América Latina), na senda dos globetrotters musicais que viajavam pelo
mundo, numa época em que tais viagens davam origem ao cruzamento
de culturas e civilizações.
Um concerto realizado em Cabul, com músicos afegãos, logo após o
levantamento da interdição da música pelos talibãs, permanecerá uma
recordação inesquecível. A colaboração duradoura com artistas chineses
trem permitido que culturas diferentes se observem e compreendam
antes de tentarem experiências comuns.
Já actuou em mais de 35 países e publicou cerca de 20 CD, muito
valorizados pela crítica.
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Cyrille Gerstenhaber
Soprano
Após ter estudado Literatura e Música, consagrou-se à interpretação
de um repertório ecléctico, que se estende da Idade Média até à
actualidade.
Do Orfeo de Monteverdi ao Orfeo de Milhaud, canta Rameau, Handel,
Scarlatti, Mozart, Puccini, Prokofiev, criações contemporâneas e oratórias
(Mozart, Pergolesi, Vivaldi…). O seu repertório abarca óperas, concertos
e recitais, sob a direcção prestigiada de Brüggen, Malgoire, Florio, Curtis
e Frisch, entre outros.
Amiúde convidada a actuar na Bibliothèque nationale de France, de
Paris, especializou-se em recitais que têm como foco a estilística da
chanson française (Kosma, Poulenc).
Tem cantado em toda a França, em algumas das principais salas da
Europa e dos Estados Unidos da América, rece bendo entusiásticos
aplausos do público e da crítica.
Gravou mais de duas dezenas de discos, com realce para Même dans le
Sommeil, cantatas para soprono solo de Domenico Scarlatti (Prémio
Melhor Gravação Barroca de 2002 em Espanha) e Les Leçons de Ténèbres,
de François Couperin (um dos Records of the Year 2003 do Sunday Times).
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Sarah Breton
Meio-soprano
Após uma sólida formação na École Maîtrisienne de la Perverie, em
Nantes, obteve um primeiro prémio de órgão no Conservatoire Francis
Poulenc, de Tours. Completou a formação no Conservatoire National
Supérieur de Musique et de Danse, de Paris. Obteve vários prémios
nacionais e internacionais, mormente em Mâcon, Béziers, Toulouse e
Clermont-Ferrand.
Apaixonada pela música de câmara, colabora regularmente com Solistes
de Lyon, Les Arts Florissants, Ensemble Pierre Robert, Les Musiciens du
Louvre, Stradivaria, Folies Françaises, Arsys Bourgogne, Macadam
Ensemble, Ensemble Jacques Moderne e Les Éléments.
Consagra especial atenção à oratória, tendo sido solista em várias
orquestras.
No âmbito operático, tem interpretado diversos papeís. Participou na
estreia internacional de Terre et Cendres, de Jérôme Combier (Lyon).
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Vincent Lièvre-Picard
Tenor
Estudou nos conservatórios de Tours e de Paris e, posteriormente, no
Conservatoire National Supérieur desta capital, sendo aluno de Noémi
Rime, Howard Crook, Ana Maria Miranda, Anne-Marie Rodde, Udo
Reinemann, François-Nicolas Geslot e Alain Buet.
Cantou em 2012 o seu primeiro Tamino, em Die Zauberflöte (Toulon).
Um amplo repertório de oratória permite-lhe valorizar, especialmente,
os Evangelistas das Paixões de Bach, as obras do repertório barroco
francês e as oratórias de Mozart, Haydn, Berlioz, Dvořák, Rachmaninoff
e Britten.
Tem trabalhado com Benjamin Alard, Jean-Marc Andrieu, Christophe
Coin, Michel Corboz, Jean-Christophe Frisch, Sébastien d’Hérin, Jean-Claude Malgoire e Guy van Waas, e, em recitais, com Aline Zylberajch
e Emmanuel Olivier, com o qual gravou recentemente obras de Lou
Koster.
Possui vasta discografia, que lhe granjeou importantes distinções
(Diapason d’Or, Choc do Monde de la Musique, Prix Massenet para a
melhor integral de ópera francesa, disco do mês da revista Goldberg,
etc.).
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Emmanuel Vistorky
Barítono
Começou os estudos de canto, aos 15 anos, no Conservatoire Gautierd’Épinal, em Épinal. Após ter obtido o primeiro prémio, integrou a
Maîtrise de Notre-Dame de Paris e especializou-se na interpretação de
repertórios de música antiga. Concluiu a formação em Canto Lírico no
Conservatoire National Supérieur de Musique et de Danse, de Paris, sob
a orientação de Fosako Kondo.
Colabora com ensembles consagrados à música medieval, entre eles o
agrupamento de Gilles Binchois, Alla Francesca e Diabolus in Musica.
No âmbito do repertório barroco, tem trabalhado com Concert Spirituel
em inúmeras produções dramáticas, com Akademia e com Doulce
Mémoire, Jacques Moderne e La Fenice, em iniciativas focadas, respectivamente, nos universos musicais germânico e inglês.
Interpreta regularmente papéis de basso buffo em óperas italianas,
com Poème Harmonique (The Baroque Carnaval), assim como Ebro em
La Morte d’Orfeo, de Landi, e Orfeo, na ópera homónima de Monteverdi.
Da sua discografia, salientam-se as gravações de Arias à la bastarda, de
Negri, com o ensemble Faenza, e de obras da escola de Notre Dame
School, com o ensemble Diabolus in Musica.
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Mathieu Dupouy
Órgão e piano
Estudou no Conservatoire National Supérieur de Paris, sob a orientação
de Christophe Rousset, sendo distinguido com os primeiros prémios de
cravo e baixo contínuo. Aperfeiçoou em seguida os conhecimentos com
Pierre Hantaï, Olivier Baumont e Christophe Coin. Em paralelo, estudou
piano com Patrick Cohen e órgão com Georges Guillard no Conservatoire
Supérieur de Paris.
Actualmente, dedica-se ao clavicórdio, ao piano e ao cravo. O seu
repertório estende-se à música contemporânea, abrangendo obras de
François-Bernard Mâche, Bruno Mantovani, Ivan Fedele, Brice Pauset e
Richard Dubugnon, entre outros. Já interpretou, em diversas ocasiões,
Citations, de Henri Dutilleux, na presença do autor.
Colabora habitualmente com orquestras e ensembles de referência, com
destaque para XVIII-21, Elyma, Les Musiciens du Louvre, Les Talens
Lyriques, Les Paladins, Le Concert d’Astrée, Opéra de Paris e Opéra
d’Amsterdam.
Publicou vários discos. Inspirado pela tradição dos intérpretes gravados
desde o início do século XX, tem vindo a investigar os testemunhos vivos
de uma autenticidade musical.
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Jean-Christophe Frisch
Flautas, serpentão e direcção musical
Flautista reconhecido desde o início da carreira – dos estudos de Biologia
guardou a precisão e o rigor –, a sua versão integral das Sonatas para
Flauta, de Vivaldi (Universal), permanece uma referência. Consagrouse em seguida à direcção. Uma visão inovadora da música levou-o a criar
Le Baroque Nomade como espaço de expe-rimentação de concepções
artísticas muito próprias, abrindo um novo caminho para a leitura do
repertório barroco internacional.
Nas suas interpretações, sobressaem o sentido do contraste dos tempos,
o equilíbrio do grave e do agudo na orquestração e a criatividade
expressiva das frases. A pesquisa que leva a cabo é orientada por uma
atitude que põe em causa o que está adquirido, apoia-se nas descobertas
da mais avançada musicologia, na autenticidade dos músicos e na relação
pessoal com a orquestra, baseada na confiança, na serenidade e na
diferença.
Conhecido dentro do meio artístico como o “Indiana Jones da música
barroca”, tem dirigido em locais tão pres tigiados como a Cité de la
Musique (Paris), Philarmonie (Colónia), os festivais do Southbank Center
Festival (Londres), de Jerusalém, de Utreque, de Granada, os teatros de
ópera de Roma, de Damasco ou de Veneza…
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