do Anais do evento - XI Jornada de Estomatologia

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do Anais do evento - XI Jornada de Estomatologia
CASO Nº 01
SÍNDROME DA ARDÊNCIA BUCAL
Luciana Graça Maciel de Oliveira*
Roberta karine de Freitas*
Ana Maria Rebouças Rodrigues
Tânia Mara Pimenta Amaral
Disciplina de Semiologia e Radiologia da Universidade Vale do Rio Verde –
UNINCOR- Campus Betim
Paciente G.C.R, feminina, 66 anos, solteira, foi encaminhada a Clínica de Semiologia e
Radiologia da Universidade Vale do Rio Verde-UNINCOR- Campus Betim, pois a
paciente queixava de ardência e queimação na língua, na mucosa jugal e também de
disgeusia. A paciente relatou que há 2 anos procurou um clínico geral, e depois um
gastroenterologista, porém sem resolução do problema. Relatou também que
freqüentemente acorda a noite devido à intensa sensação da “boca queimando” e
completamente seca. Ingere pouquíssima água e que alguns alimentos como leite e
batata doce desencadeiam a sensação de queimação. A paciente faz uso de
medicamentos anti-hipertensivo, vasodilatores coronarianos e anti-dislipidêmicos e
usava prótese total bem adaptada. No exame clínico intrabucal, observou-se língua
saburrosa classificação grau 3. Na sialometria obteve-se, saliva de coloração turva,
viscosa, ph 6,0 e valores de 0,1 ml/min e 0,4 ml/min de saliva, correspondendo a
sialometria em repouso e estimulada respectivamente, indicando baixo fluxo salivar.
Como tratamento foi prescrito uma cápsula/dia de zinco mais complexo de vitamina B
(Centrum) para correção da disgeusia, ingestão de 2,5 L de água diários e raspagem da
língua 3 vezes/dia. Para o restabelecimento dos padrões salivares realizou-se 08 sessões
de TENS (Estimulação Elétrica Transcutânea) de 30 min cada nas glândulas salivares
maiores com uma freqüência de pulso de 50Hz e duração do pulso de 250 micro/seg. E
também, sialogogo mecânico, hiperbolóide, que a paciente mastigou e chupou 4
vezes/dia por 10 min após as refeições. Após 4 meses de tratamento uma nova
sialometria revelou saliva serosa e valores dentro da normalidade: 0,5ml/min (em
repouso) e 2,0 ml/min (estimulada). A paciente revelou sentir a boca mais úmida, gosto
dos alimentos, redução da queimação, e desde novembro de 2006, teve apenas 1
episódio leve de ardência. A paciente permanece em acompanhamento e bastante
satisfeita com os resultados.
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CASO Nº 02
CERATOCISTO ODONTOGÊNICO (TUMOR ODONTOGÊNICO
QUERATOCÍSTICO)
Joanna Farias Cunha*
Raphael Dutra Batista Dall’ Acqua*
Martinho Campolina Rebello Horta
Luciano Marques da Silva
Wagner Henriques Castro
Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia da Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal de Minas Gerais.
Paciente F.K.N.S., 23 anos, gênero feminino, leucoderma, procurou em março de 2007,
um cirurgião bucomaxilofacial com a queixa principal de semi-inclusão dental. A
anamnese da paciente não revelou informações dígnas de nota. Aos exames físicos extra
e intrabucal nenhuma alteração foi observada. Através da análise da radiografia
periapical realizada, observou-se o dente 48 semi-incluso e na face distal, uma área
radiolúcida, bem delimitada, associada ao dente. Com as hipóteses diagnósticas de cisto
paradentário, cisto dentígero, cistos inflamatórios e ceratocisto, o dente 48 e a lesão
associada foram removidos sob anestesia local. A lesão associada apresentava cápsula
fina e conteúdo pastoso de coloração branca , sugestivo de ceratina. O material obtido
foi encaminhado ao Laboratório de Patologia Bucal e o exame histopatológico
confirmou o diagnóstico de ceratocisto odontogênico. Inicialmente, a paciente será
agendada para nova avaliação semestral. Neste caso demonstramos que o ceratocisto
odontogênico pode apresentar aspectos clínicos e radiográficos semelhantes ao cisto
paradentário inflamatório.
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CASO Nº 03
DIAGNÓSTICO PRECOCE DE DISPLASIA CEMENTO-ÓSSEA
FLORIDA POR MEIO DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
E CINTILOGRAFIA ÓSSEA
Bruno Augusto Benevenuto de Andrade*
Eduardo Carvalho de Miranda
Ivana Sena
Luciana Cardoso Fonseca
Helenice de Andrade Marigo
Faculdade de Odontologia da PUC Minas - ECOAR
Paciente DCD, 26 anos, sexo feminino, melanoderma compareceu a Clinica de
Estomatologia da FOPUC Minas queixando-se de um crescimento ósseo na região
vestibular dos dentes inferiores do lado direito. Segundo a paciente, a lesão apareceu há
aproximadamente 2 anos, não apresentando sintomatologia dolorosa. A história médica
pregressa não foi contribuitiva. À ectoscopia, não foi observada nenhuma alteração
significativa. À oroscopia, observou-se a presença de uma discreta tumefação na
mandíbula, lado direito, região dos dentes 41 a 44, de consistência firme a palpação. A
imagem radiográfica convencional demonstrou uma lesão radiolúcida com focos
radiopacos no seu interior, de limites imprecisos, sugerindo uma lesão fibro-óssea
benigna. Para melhor visualização dos limites e extensão da lesão, solicitou-se uma
tomografia computadorizada, onde observou-se outras áreas de acometimento pela lesão
tanto em maxila quanto em mandíbula, que não foram identificadas no exame
convencional. Realizou-se avaliação do metabolismo ósseo, nas áreas acometidas, por
meio de cintilografia óssea. O diagnóstico sugerido foi de displasia cemento-óssea
florida. A paciente encontra-se em acompanhamento.
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CASO Nº 04
FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO: RELATO DE CASO
Thiago Lisboa Ferreira*
Thiago Leal Silva
Rommel Parenti Cabral
Luciano Mendes Sales
Marcelo Drummond Naves
Hospital Municipal Odilon Behrens – Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
Curso de Especialização em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais - FOUFMG.
O Fibroma Ossificante Periférico é uma lesão benigna e o pico de incidência está na
segunda e na terceira décadas de vida. È mais comum em mulheres, em região anterior
de maxila. As queixas são raras a não ser que a lesão comprometa função, estética, ou
esteja ulcerada. Apesar de se tratar de uma lesão benigna, a taxa de recorrência pode
chegar a 20%. O paciente HBO, sexo masculino, 26 anos, leucoderma, compareceu ao
Serviço de CTBMF do HMOB com queixa de crescimento na gengiva com 2 meses de
evolução. O paciente, com queixa estética sem queixa álgica e apresentando higiene
bucal satisfatória, alegou ter sido submetido à profilaxia profissional havia quatro
semanas, esperando redução da lesão, o que não ocorreu. Ao exame apresentou
crescimento nodular, bem delimitado, solitário, de coloração rósea, superfície ulcerada,
medindo aproximadamente 05 X 04 X 02 mm, a partir da papila entre os elemento
dentários 32 e 33. No exame radiográfico nenhum material radiopaco foi identificado.
De posse da suspeita diagnóstica de lesão proliferativa gengival, o paciente foi
submetido à biópsia excisional e o material, foi encaminhado para exame
histopatológico no laboratório de patologia bucomaxilofacial da FOUFMG. Os cortes
histopatológicos mostram lesão nodular revestida por epitélio estratificado pavimentoso
paraqueratinizado, exibindo ulceração coberta por exudato fibrinopurulento. Na lâmina
própria observa-se tecido conjuntivo fibroso celularizado com vasos e coleções de
células inflamatórias mononucleares, além de proliferação de células mesenquimais
ovóides e fusiformes, permeadas por depósitos de osteóide. O diagnóstico definitivo foi
de Fibromas ossificante periférico. Após 30 dias de pós-operatório, o paciente
apresentava cicatrização com bom aspecto e os tecidos gengivais em bom
posicionamento sendo que, o tratamento cirúrgico com incisão abrangendo até
periósteo, não resultou em defeito estético importante. Devido à taxa de reincidência
desta entidade, o paciente se encontra em controle clínico ambulatorial no serviço.
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CASO Nº 05
SÍNDROME GOLDENHAR / DISPLASIA ÓCULO-AURÍCULOVERTEBRAL RELATO DE CASO CLÍNICO
Kelly Martins de Oliveira
Adriana Boeri Tamburini
Hercílio Martelli Junior
Amanda Beatriz D. A. Freitas
Roseli Teixeira Miranda
Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS (Campus Alfenas/MG) –
Faculdade de Odontologia - Centro Pró-Sorriso (Centrinho)
.
Paciente de 8 anos, gênero masculino, leucoderma, procedente de Sabará-MG,
compareceu ao centro pró-sorriso da UNIFENAS para tratamento odontológico.O
paciente é portador da síndrome de Goldenhar, diagnosticada desde o nascimento.Uma
peculiaridade deste caso é a criança apresentar as anormalidades mais acentuadas
unilateral( lado esquerdo) como: fissura obliqua de lábio, demóides epibulbar, apêndice
auricular e a anomalias vertebrais.A Síndrome de Goldenhar é rara, e os sinais e
sintomas são evidenciados desde o nascimento, e estes podem variar de pessoa para
pessoa, em função da severidade do caso. Trata-se de uma displasia óculo-aurículovertebral, e pertence a um grupo de alterações conhecidas como crânio faciais.
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CASO Nº 06
PARACOCCIDIOIDOMICOSE - RELATO DE CASO CLÍNICO
Patrícia Ferreira Russo*
Sebastião Armond
Franca Arenare Jeunon
Martinho Campolina Rebello Horta
Carlos Roberto Martins
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Paciente M.R.F., sexo masculino, feoderma, 54 anos, compareceu à clínica de
Estomatologia da Puc Minas queixando-se de ardor na boca. Na anamnese, o paciente
relatou que, há três meses, surgiram feridas em sua boca acompanhadas de incômodo ao
utilizar a prótese. Relatou também a presença de dor nas costas e perda de peso. O
paciente informou que havia sido internado recentemente devido a uma alteração
pulmonar, diagnosticada na época como pneumonia. No exame físico intra-bucal foram
observadas úlceras eritematosas de fundo granulomatoso em palato, gengiva e rebordo
alveolar. Diante da hipótese de diagnóstico clínico de paracoccidioidomicose, realizouse biópsia incisional e o material foi encaminhado para exame anatomopatológico. Os
cortes histológicos mostraram fragmento de mucosa revestido por epitélio estratificado
pavimentoso paraqueratinizado exibindo hiperplasia pseudo-epiteliomatosa e
microabscessos. Na lâmina própria observou-se inflamação crônica granulomatosa
associada a leveduras de Paracoccidioides brasiliensis, confirmando o diagnóstico de
paracoccidiodomicose. Uma radiografia de tórax, solicitada no dia da realização da
biópsia, demonstrou a presença de imagem radiográfica compatível com
paracoccidioidomicose pulmonar. O paciente foi encaminhado para tratamento médico e
iniciou o tratamento com cetoconazol, na dosagem de 400 mg/dia. Após quatro meses, o
paciente foi reavaliado e observou-se melhora acentuada do quadro clínico. A
medicação foi mantida, reduzindo-se a dosagem para 200 mg/dia e o paciente encontrase em acompanhamento periódico.
1. ALMEIDA, O. P.; JORGE JUNIOR, J.; SCULLY, C. Paracoccidioidomycosis
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CASO Nº 07
FIBROLIPOMA ASSOCIADO A UM CISTO DE RETENÇÃO
DE MUCO
Maiolino Thomaz Fonseca Oliveira
Luiz Ernani Barros Torres*
Cássio Roberto Rocha dos Santos
Ana Terezinha Marques Mesquita
João Luiz de Miranda
O fibrolipoma é descrito como uma das variantes microscópicas mais comuns do
lipoma, caracterizado por um componente fibroso entremeado com lóbulos de células
adiposas. O lipoma é um tumor benigno de tecido adiposo que representa o neoplasma
mesenquimal mais comum, entretanto é menos freqüente na boca e na região
maxilofacial. As características clínicas são descritas como massas nodulares, moles,
superfície plana, sésseis ou pediculadas e assintomáticas. O tratamento é a excisão
cirúrgica conservadora e as recidivas são raras. O cisto de retenção de muco é uma
cavidade revestida por epitélio que se origina dos tecidos da glândula salivar. Alguns
casos podem representar uma dilatação ductal decorrente de uma obstrução ductal. O
tratamento é a excisão cirúrgica conservadora. Paciente M.F.C, melanoderma, 34 anos,
compareceu a clínica de estomatologia da UFVJM queixando-se de um abaulamento no
“céu da boca”. Ao exame clínico foi observada elevação do tecido mole que reveste o
palato, de consistência borrachoide, firme e indolor. O paciente relatou que o
crescimento da lesão foi lento. Uma punção aspirativa foi feita e o resultado foi
negativo. A excisão cirúrgica foi conseguida sob anestesia local. A peça operatória foi
encaminhada para o serviço de patologia da UFVJM. As características microscópicas
revelaram uma neoplasia benigna de origem mesenquimal cujas células proliferam
formando aglomerados septados por densos feixes de tecido conjuntivo. As células
neoplásicas apresentavm morfologia compatível com adipócitos e não demonstravam
atipia. Também foi observado abundante parênquima glandular salivar exibindo atrofia
acinar, ectasia ductal e cavidade cística revestida por epitélio cúbico simples, contendo
material eosinofílico em seu interior. Estes achados permitiram o diagnóstico de
fibrolipoma associado a um cisto de retenção de muco. O paciente encontra-se em
proservação e não apresenta sinais de recidiva, o que sugere a eficácia do tratamento.
1. Catanzarro Guimarães, S. A. Patologia básica da cavidade bucal. Rio de Janeiro:
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2. Ibrahim, D. et al. Lipoma bilateral: Relato de Caso. Rev. Min. Estomatologia.
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4. Tommasi, A. F. Diagnóstico em patologia oral. Pancast Editora Com. E Repres.
LTDA, 1989.
CASO Nº 08
ACTINOMICOSE CERVICOFACIAL
Fernanda Mombrini Pigatti*
Natália Rafaela de Assis Costa
Amanda Latércia Tranches Dias
Alessandro Antônio Costa Pereira
João Adolfo Costa Hanemann
Disciplina de Estomatologia. Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG).
Paciente J.A.N., gênero masculino, 62 anos, melanoderma, aposentado, procedente de
Alfenas–MG, compareceu à Clínica de Estomatologia da UNIFAL-MG queixando-se
de “inchaço na boca que não pode comer”. Durante anamnese, o paciente relatou que,
há 2 meses, após ter se submetido a extração de quatro dentes do hemiarco superior
direito, notou o aparecimento de uma tumefação no local da cirurgia acompanhada de
febre por dois dias. Negou outras alterações sistêmicas significativas. No Exame Físico
Extrabucal, observou-se assimetria facial do lado direito do terço médio da face, sendo
consistente à palpação e com sensibilidade ao toque na região anterior, bem como
edema palpebral acentuado. A pele apresentava-se com um pequeno ponto de flutuação
e com eritema sem drenagem. À Oroscopia, pode-se notar trismo acentuado e pequeno
aumento volumétrico na região de fundo de vestíbulo na região de molares superiores
do lado direito, onde a mucosa encontrava-se com coloração normal e indolor à
palpação. Na radiografia panorâmica não foram observadas alterações significativas.
Sugeriu-se como hipóteses diagnósticas Abscesso Subperiosteal ou Actinomicose
Cervicofacial. Realizou-se, então, drenagem para coleta de material, observando-se um
aspecto granular, sendo este enviado para exame bacteriológico e a prescrição de
Penicilina G Benzatina associada com Despacilina. Após quatro dias, o paciente
retornou à Clínica de Estomatologia com diminuição da sintomatologia, embora
apresentando extensa ulceração do lado direito da face. O diagnóstico microbiológico
foi de Actinomicose Cervicofacial. O paciente foi então encaminhado ao serviço de
infectologia do Hospital Universitário Alzira Velano, onde se iniciou o tratamento com
Amoxicilina 500mg. Após seis meses do início do tratamento, o paciente retornou
apresentando cicatrização total da área envolvida pela lesão e ainda está em tratamento
médico.
1. PULVERER, G.; GEROWITT, S.; SCHAAL, K. P. Human cervicofacial
actinomycoses: microbiological data for 1997 cases. Clinical Infectious
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2. STEWART, A. E.; PALMA, J. R.; AMSBERRY, J. K. Cervicofacial
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3. SUDHAKAR, S. S.; ROSS, J. J. Short term treatment of actinomycosis: two
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4. TEIXIDOR, M. C. et al. La punción aspiración con aguja fina (PAAF) en el
diagnóstico de actinomicosis cervicofacial. Estudio 15 casos. Med. Oral Patol.
Oral Cir. Bucal, v.9, n.5, p.464-470, Nov.-Dec. 2004.
CASO Nº 09
REAÇÃO LIQUENÓIDE EM BOCA
Ana Cristina de Almeida*
Antonio Francisco Durighetto Junior
Jonas Dantas Batista
Odorico Coelho da Costa Neto
Sergio Vitorino Cardoso
Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia
Resumo: paciente JMH, 59 anos, leucoderma, masculino, encaminhado ao serviço de
estomatologia para avaliação de lesões bucais presentes há algumas semanas e
resistentes ao uso de antibiótico e antifíúngicos. A história médica contava hipertensão e
diabete melito controladas por vários medicamentos em uso por mais de meses sem
qualquer alteração importante. Contou ainda que as lesões da boca apareceram há
aproximadamente 45 dias de forma abrupta e generalizada com certa piora neste último
mês. No exame físico extra bucal não havia sinal importante relacionada a queixa
principal e o da boca, presença dentes com restaurações metálicas fixas, ausência de
alteração gengival e as mucosas com lesões brancas e úlceradas. Na região jugal as
lesões eram formadas por estrias e placas brancas acentuadas e úlceras recobertas por
pseudo membrana amarelo-acinzentado. O mesmo quadro se repetia na língua com uma
diferença, as úlceras eram maiores e a áreas brancas menores. O assoalho e o palato
duro apresentavam alterações discretas e pouco representativas. O quadro clínico
apresentado sugeriu diagnóstico de líquen plano erosivo ou bolhoso. Para diagnóstico
foi ralizada biópsia incisional na região onde a mucosa se apresentava mais integra e
com lesão branca. Em função do desespero do paciente, foi iniciada a corticoterapia,
juntamente com o clínico responsável pelo paciente e depois de esclarecido os riscos e
complicações da hipertensão e da diabete.. Uma semana após, o resultado da biópsia
sugeriu ser compatível com penfigóide. Tendo em vista o resultado negativo para de
líquen plano e a melhora do paciente solicitamos sua presenca para nova biósia. Nesta
segunda visita a maioria das úlceras haviam diminuido ou desaparecido e as lesões
brancas estavam menos exuberantes, mas, ainda em grande quantidade. O quadro
clínico de líquen ficou mais ressaltado. Nesta visita, por solicitação, o paciente trouxe
uma lista de medicamentos de uso rotineiro. Ao final, relatou ter esquecido de relatar o
uso de AAS, prescrito pelo cardiologista para prevenção de possivel acidente
circulatório obstrutivo, e que as lesões da boca apareceram quase que de forma
simultânea ao inicio do seu uso. Foi orientado a consultar seu cardiologista para
possivel suspensão do medicamento em questão e a retirada gradativa do cortecóide.
Depois de 30 dias paciente entrou em contato contando não mais apresentar as
alterações pois havia suspendido o uso do AAS. Diagnóstico reação liquenóide ao AAS
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CASO Nº 10
CARCINOMA ADENÓIDE CÍSTICO EM GLÂNDULA SALIVAR
MENOR
Sibele Nascimento de Aquino *
Maria Inês Ferreira *
Paulo Rogério Ferreti Bonan
Alfredo Maurício Batista de Paula
André Luiz Sena Guimarães
UNIMONTES (Universidade Estadual de Montes Claros), Curso de Odontologia, Subárea de Diagnóstico Oral. Montes Claros, MG
O carcinoma adenóide cístico é um tumor maligno oriundo de tecido glandular, sendo
um dos mais prevalentes nas glândulas salivares, incluindo menores. Paciente J.P.M,
gênero masculino, 44 anos, feoderma, procedente de Januária- MG procurou o serviço
de Estomatologia da UNIMONTES para avaliação de lesão no palato que apareceu a
seis meses apresentando crescimento contínuo apresentava sintomatologia dolorosa de
intensidade leve. Ao exame físico extrabucal observou-se uma assimetria facial com um
aumento de volume do lado direito. O exame intrabucal revelou a presença de uma
tumefação de consistência borrachóide acometendo grande parte do lado esquerdo do
palato. O RX oclusal não apresentou alterações dignas de nota. Foi realizada uma
biópsia incisional e os cortes histológicos apresentavam na submucosa ilhotas e cordões
de células malignas de epitélio glandular demonstrando espaços císticos em seus
interiores contendo material amorfo e basofílico, conferindo um padrão cribiforme a
lesão. Com base nestes dados fechou-se o diagnóstico em Carcinoma adenóide cístico.
O paciente foi encaminhado para o serviço de cirurgia cabeça e pescoço.
1. BRADLEY, P.J. Adenoid cystic carcinoma of the head and neck: a review. Curr
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CASO Nº 11
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE CARTILAGEM TRITÍCEA
COM DOENÇA ATEROESCLERÓTICA – ATEROMA
Amaro Ilídio Vespasiano Silva *
Wanessa Lopes de Oliveira
Juliana Fernanda Torres Álvares
Flávio Ricardo Manzi
Carlos Roberto Martins
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
A radiografia panorâmica continua sendo o exame mais solicitado pelo cirurgião
dentista. Embora, mesmo nos aparelhos mais modernos, seja um método radiográfico
que tem como desvantagem à ampliação de imagem, tem-se como ponto positivo o fato
de que a imagem reproduzida corresponde a uma grande área, abrangendo os maxilares
e estruturas circunvizinhas, como a articulação temporomandibulares, as fossas nasais e
órbita. Com certa freqüência, o Radiologista pode observar a presença de imagens
radiopacas localizadas em áreas de tecido mole. Dentre tantas estruturas anatômicas e
entidades patológica que fornecem tais imagens, a imagem de um ateroma, calcificação
na artéria carótida, e das cartilagens tritíceas, localizadas nos ligamentos tireohioideos,
fornecem imagens na radiografia panorâmica muito semelhante quanto ao tamanho, à
forma, à radiopacidade e, principalmente, à localização, região do pescoço no espaço
intervertebral C3 e C4. Com base na literatura e ocorrência de casos nas Clínicas de
Radiologia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP e Faculdade de
Odontologia da PUC-Minas, o objetivo deste trabalho é elucidar os profissionais no
procedimento de diagnóstico dessas condições, pois se houver um diagnóstico incorreto,
não será possível de identificar um paciente de risco em desenvolver um acidente
vascular cerebral.
1. CarterLC, Discrimination between calcified triticeous cartilage and calcified
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CASO Nº 12
ODONTOMA COMPLEXO
Lucas de Aguiar Greco*
Juliano Cardoso de Oliveira
Mário Lúcio Otoni Gonçalves
Eduardo Morato de Oliveira
Prof. Marcelo Drummond Naves
Hospital Municipal Odilon Behrens _ Ptrfeitura Municipal de Belo Horizonte
Curso de especialização CTBMF FO-UFMG
Paciente R.A.P na quarta década de vida, leucoderma procurou o serviço de
estomatologia do Hospital Odilon Behrens, apresentando uma lesão radiopaca bem
definida circundada por um alo radiolúcido na região de pré-molares inferiores próxima
ao nervo mentual, identificada através de raio x de rotina. Tratava-se de uma lesão
assintomática com tempo de evolução indeterminado.
Como diagnóstico diferencial para o odontoma complexo foi sugerido a displasia
cemento-óssea periapical e osteoma .
O tratamento proposto foi uma biópsia excisional sem margem de segurança e
posterior análise histopatológica, onde foi confirmada a presença de grande
quantidade de dentina tubular calcificada que circundava cavidades onde
encontra-se esmalte maduro antes da descalcificação, encontrar pequenas
ilhas de células epiteliais fantasmas e verificou-se também uma camada de
cemento na periferia da massa compatível com odontoma complexo. Após seis
meses de acompanhamento a lesão não apresentou recidivas, confirmando o
bom prognóstico para o paciente desta lesão e a cirurgia não deixou seqüelas
no nervo mentual.
1. NEVILLE, Brad W. et al.Patologia Oral e Maxilo Facial./ 4.ed .Rio de
Janeiro:Editora Guanabara Koogan S.A,1995.cap.15, p.518-520.
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CASO Nº 13
CISTO NASOLABIAL: RELATO DE CASO CLÍNICO
Maria Inês Ferreira *
Paulo Rogério Ferreti Bonan
Luís Antônio Nogueira dos Santos
Alfredo Maurício Batista de Paula
Sabina Pena Borges
UNIMONTES (Universidade Estadual de Montes Claros), Curso de Odontologia, Subárea de Diagnóstico Oral. Montes Claros, MG
O cisto nasolabial é um raro cisto de desenvolvimento que ocorre no lábio
superior lateralmente á linha média. Apresenta-se como uma tumefação causando uma
elevação da asa do nariz. Sua patogênese é incerta, embora existam duas teorias
principais. Uma considera o cisto nasolabial um cisto “fissural”, originado de
remanescentes epiteliais retidos ao longo da linha de fusão dos processos nasal lateral,
nasal mediano e maxilar. A segunda teoria sugere que estes cistos se desenvolvem pela
deposição de epitélio do ducto nasolacrimal devido a sua localização e histologia
semelhantes. Paciente Z. L. S., 23 anos, gênero feminino, natural de Itacarambi,
compareceu à clínica de Estomatologia da UNIMONTES para avaliação de inchaço no
rosto há aproximadamente 2 (dois) anos. A paciente relatou que inicialmente procurou
atendimento médico e foi realizada uma tomografia. Encaminhada a um cirurgião
dentista com o diagnóstico de cisto periapical. foi feita uma drenagem da lesão. Na
clínica de Estomatologia, ao exame radiográfico oclusal observou-se desvio de septo
nasal à esquerda. O exame ectoscópico evidenciou aumento de volume supra labial com
elevação da narina direita. Na avaliação oroscópica, observou-se aumento volumétrico
em fundo de sulco na região anterior superior. Com diagnóstico presuntivo de Cisto
Nasolabial foi realizada a punção aspirativa e exérese da lesão. A punção aspirativa
revelou líquido amarelo citrino e secreção purulenta. O laudo anatomopatológico
evidenciou um cisto nasolabial. A paciente está sendo proservada por 1 ano sem
evidência de recidiva.
1. IIDA, S., AIKAWA, T., KISHINO, M., SAKAI, T., NAKANO, Y., OKURA,
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CASO Nº 14
LEUCOPLASIA VERRUCOSA PROLIFERATIVA/CARCINOMA
VERRUCOSO EM REBORDO ALVEOLAR
Pollyana de Oliveira Silva*
Marcelo Caetano Parreira da Silva
Rafaela Guidi
Inês Laluci Durighetto
Sérgio Sargenti Neto
Curso de Odontologia do Centro Universitário do Triângulo. Uberlândia-MG
Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia
RESUMO: Paciente E.B.C., 70 anos de idade, gênero feminino, leucoderma foi
encaminhada à Clínica de Estomatologia da UNTRI com queixa de ferida na boca que
já havia sido medicada por alguns profissionais da área da saúde e que vinha
aumentando de forma lenta e progressiva e neste útimo mês houve aumento mais
rápido. O exame mostra paciente com certa dificuldade em se movimentar e hipertensão
controlada fazendo uso de inibidor de enzima de conversão. A face mostra algumas
máculas mais escuras compatíveis com o envelhecimento e a boca apresentava mucosas
úmidas e brilhantes, ausências dentárias, usava prótese total superior e inferior que foi
abandonada em função da ferida no rebordo alveolar. A queixa da paciente era
representada por lesão ulcerada, verruciforme localizada sobre o rebordo alveolar
anterior direito e se estendia para o fórnix vestibular e um pouco para a mucosa palatina.
Em princípio não apresentava delimitação precisa pois era margiada por mucosa com
algumas placas e máculas brancas. A hipótese de diagnóstico foi de leucoplasia
verruosa proliferativa ou carcinoma verrucoso em rebordo alveolar e sendo assim antes
de realizar biópsia incisional foram realizadas tomadas radiográficas intrabucais não
sendo possível perceber envolvimento ósseo. A biópsia incisional e o posterior exame
da peça confirmaram o diagnóstico carcinoma verrucoso. Sendo assim, antes de
encaminhar a paciente para o serviço de cirurgia oncológica, foi realizada moldagem do
rebordo alveolar superior e confecionada uma placa em acrílico para proteger a ferida
cirúrgica. Segundo o relato do cirurgião, houve necessidade de remoção de parte do
rebordo em função de pequena infiltração óssea o que frustrou nossas esperanças em
melhorar as condições da paciente no período pós-cirúrgico na tentativa de reabilitá-la
com uma nova prótese total pois inicialmente sua vontade era de voltar a comer e sorrir
novamente.
1. BSOUL, S.A.; HUBER, M.A.; TEREZHALMY, G.T. Squamous cell carcinoma
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CASO Nº 15
FIBROMA CEMENTOOSSIFICANTE PERIFÉRICO
Rodolfo Ribeiro de Jesus*
Luciano José Pereira
Márcio Américo Dias
Viator Ferreira Reis Filho
Patrícia Peres Iucif Pereira
Serviço de Estomatologia – UNINCOR – Três Corações
Paciente SAC, gênero feminino, 32 anos de idade, negra, procedente de Três Corações,
procurou o Serviço de Estomatologia da UNINCOR com queixa de lesão na gengiva.
Durante a anamnese não se constatou nenhuma alteração sistêmica. O exame físico
extrabucal não mostrou anormalidades, não havendo linfonodos palpáveis. Ao exame
físico intrabucal observaram-se condições dentárias precárias com os dentes 35, 36 e 37
destruídos por cárie e recobertos parcialmente pela lesão com evolução de 6 meses (sic).
Notou-se crescimento gengival pediculado, de cor avermelhada, de superfície irregular e
lobulada, sangrante ao toque, de consistência fibrosa e de aproximadamente 3 cm. Não
foram notadas alterações no exame radiográfico. As hipóteses diagnósticas foram de
granuloma piogênico e hiperplasia fibrosa inflamatória. Realizou-se a remoção
completa da lesão e a peça cirúrgica foi encaminhada para exame anatomopatológico. A
microscopia mostrou epitélio pavimentoso estratificado e hiperplásico e na lâmina
própria notou-se tecido conjuntivo fibroso denso com infiltrado inflamatório
mononuclear, proliferação celular fusiforme e formação de estruturas basófilas, de
tamanhos variados, ora globulares, ora trabeculares. O laudo foi de fibroma
cementoossificante periférico. A paciente encontra-se em acompanhamento sem
recidiva da lesão.
1. EVERSOLE, L. R.; LEIDER, A. S.; NELSON, K.; Ossifying fibroma: a
clinicopathologic study of the 64 cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol.
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CASO Nº 16
AMELOBLASTOMA PERIFÉRICO
Carlos Inácio Andrade*
Joyce Lopes*
Carolina Cavalieri Gomes
João Batista de Freitas
Ricardo Santiago Gomez
Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia da Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal de Minas Gerais.
Paciente T.B.S. 79 anos, melanoderma, sexo feminino, procurou a clínica de Semiologia
da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais, no primeiro
semestre de 2006, com a queixa de um crescimento gengival na região do rebordo
alveolar superior posterior direito, com tempo de evolução indeterminado. Na anamnese
não foram encontradas alterações dignas de nota. Ao exame intra-oral não foram
observadas alterações das estruturas da cavidade bucal e nenhum fator local que
justificasse o crescimento gengival. A paciente era edêntula e não fazia uso de prótese.
No exame radiográfico foi observada a presença de reabsorção óssea discreta em “forma
de taça”. Foi realizada uma biópsia excisional da lesão sob anestesia local, tendo como
hipóteses diagnósticas lesão proliferativa não neoplásica ou neoplasia odontogênica
periférica. O fragmento foi enviado ao Laboratório de Patologia Bucal da UFMG para
exame histopatológico. Com base nos dados clínicos, radiográficos e histológicos o
diagnóstico foi de ameloblastoma periférico.
1. LÓPEZ, J. P.; BERMEJO, F. A. Peripheral Ameloblastoma of the Gingiva: The
Importance of Diagnosis. J Clin Periodontol., vol 32, n 1 ,12-5, 2005.
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ameloblastoma: a clinical and histologic study of 11 cases. J Oral Maxillofac
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CASO Nº 17
MIXOMA ODONTOGÊNICO
Mayra Brena Monti*
Márcio Américo Dias
Paulo Roberto Dominguete
Adair Ribeiro
Patrícia Peres Iucif Pereira
Serviço de Estomatologia da UNINCOR – Três Corações
Paciente LCR, gênero feminino, 13 anos de idade apresentou lesão radiotransparente na
região posterior de mandíbula. Profissional CD encaminhou peça cirúrgica para exame
anatomopatológico de lesão com hipóteses diagnósticas de cisto dentígero e fibroma
ossificante. O exame microscópico revelou massa tecidual constituída por numerosas
células fusiformes e poliédricas dispersas em estroma mixóide com discretas fibrilas
colágenas. O diagnóstico foi de mixoma. Solicitou-se ao CD o envio das imagens
radiográficas e o acompanhamento da paciente. Radiograficamente observa-se lesão
localizada no ângulo da mandíbula em contato com o 38, sendo radiotransparente
unilocular, de limites precisos e bordas nítidas com a coroa do dente 38 na porção
inferior e posterior. O CD informou que a lesão era assintomática e foi descoberta em
exame radiográfico de rotina para planejamento ortodôntico, mostrando superfície lisa e
coloração mais pálida na região do 38 e que foi removida por enucleação. A cirurgia foi
com anestesia local a nível ambulatorial, a incisão foi em região retromolar lado
esquerdo e por enucleação com sutura de pontos isolados, houve preservação das
corticais em todas as paredes. A paciente encontra em proservação e não há sinais de
recidiva.
1. KESZLER, A; DOMINGUEZ, FV; GIANNUNZIO, G. Myxoma in childhood. J
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2. LI, T; SUN, LS; LUO, HY Odontogenic Myxoma. A clinicopathologic study of
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3. MOSHIRI, S. et al Odontogenic myxoma: histochemical and ultrastructural
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5. NEVILLE, B.D.; DAMM, D.D.; ALLEN, C.M.; BOUQUOT, J.E. Patologia oral
& maxilofacial. Ed Guanabara-Koogan, RJ, 2004
CASO Nº 18
TUMOR MARROM DO HIPERPARATIREOIDISMO
Bianca De Santi Bonatti*
Jonas Dantas Batista
Antônio Francisco Durighetto Júnior
Adriano Mota Loyola
Odorico Coelho da Costa Neto
Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia
Resumo: paciente, C.M.F.Q, 70 anos, gênero feminino, feoderma, compareceu a
Unidade de Diagnóstico Estomatológico da Faculdade de Odontologia da UFU,
encaminhada pela disciplina de prótese por apresentar um “caroço na boca” indolor e de
crescimento lento notado há alguns meses, impedindo a confecção da mesma. Na
história médica a paciente relatou fazer uso de medicação: minoxidil, captopril,
propanolol e AAS, realizado transplante dos dois rins em 1996, perdendo os mesmos
em 2004, por ter pressão arterial muito elevada e hoje faz hemodiálise três vezes por
semana. O exame clínico extrabucal não mostrou sinais dignos de nota. No exame
clínico intrabucal a paciente apresentava edentulismo, mucosas lisas, brilhantes e
úmidas e na região de queixa, sobre o rebordo alveolar inferior direita, na região de
prémolares, apresentava aumento volumétrico de aproximadamente 3 cm no seu longo
eixo, consistência dura e recoberto por mucosa de coloração normal. O exame
radiográfico mostrou lesão radiolúcida de forma ovalada com limites mal definidos que
se projetava do corpo da mandíbula. Os achados clínicos e radiográficos associados à
história médica da paciente levaram a suspeita de tumor marrom da
hiperparatireoidismo. Foi realizada então, biópsia incisional que teve como resultado
lesão central de células gigantes. De posse desse diagnóstico foi pedido dosagem de
paratormônio que se apresentou muito elevado, fechando o diagnóstico em tumor
marrom do hiperparatireoidismo. A paciente foi encaminhada ao Serviço de Cirurgia de
Cabeça e Pescoço do HC da UFU e está aguardando a cirurgia para a remoção da
paratireóide.
Referências:
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Maxillomandibular brown tumor--a rare complication of chronic renal failure.Pediatric
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Tertiary renal hyperparathyroidism: parathyroidectomy and Vitamin D
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The hydrocortisone test in primary and tertiary hyperparathyroidism. Lancet. 1968 Sep
21;2(7569):662-4
CASO Nº 19
CARCINOMA INDIFERENCIADO DE SEIO MAXILAR
Renan Passos Cordeiro*
Ernesto Rabello Dendena
Noé Vital Ribeiro Júnior
Alessandro Antônio Costa Pereira
João Adolfo Costa Hanemann
Disciplina de Estomatologia. Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG).
Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Hospital Bom Pastor. Varginha-MG.
Paciente S.O.G., 55 anos, gênero masculino, feoderma, procedente de Juruaia-MG,
compareceu a um consultório particular em Alfenas, encaminhado pelo dentista de sua
cidade, com a queixa de "dentadura mal adaptada". Durante a anamnese, o paciente
relatou que há dois meses surgiu uma tumefação localizada no palato duro que estava
dificultando a adaptação da Prótese Total Superior. Ao exame físico extrabucal, não
foram notadas alterações significativas. À oroscopia, observou-se uma tumefação
difusa, apresentando áreas de ulceração, envolvendo grande extensão do palato duro até
a região posterior do palato mole. O exame radiográfico revelou um comprometimento
do seio maxilar direito e os cortes tomográficos demonstraram com precisão a real
extensão da lesão. As hipóteses diagnósticas foram de Carcinoma Espinocelular ou
Neoplasia Maligna de Glândula Salivar. Realizou-se uma punção aspirativa sendo esta
negativa para conteúdo líquido e, em seguida, uma biópsia incisional. O diagnóstico
histopatológico foi de Carcinoma Espinocelular. O paciente foi, então, encaminhado
para tratamento no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Bom Pastor de
Varginha-MG, onde submeteu-se a uma maxilectomia total ampliada e 30 sessões de
radioterapia pós-operatória. O diagnóstico microscópico da peça cirúrgica foi de
Carcinoma IndiferenciadoApós o tratamento radioterápico, o paciente retornou para
confecção de uma prótese total obturadora. Seis meses depois, o paciente desenvolveu
uma recidiva local submetendo-se a uma nova sessão de radioterapia e, até o presente,
encontra-se sem sinais clínicos de recidiva local ou sistêmica.
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CASO Nº 20
LIPOMA INTRAMUSCULAR
Frederico Esteves de Oliveira*
Patrícia Carlos Caldeira *
Ricardo Alves de Mesquita
Maria Cássia Ferreira Aguair
Leandro Napier de Souza
Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia da Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal de Minas Gerais.
Paciente E. O. F., feoderma, sexo feminino, compareceu à Clínica de Patologia e
Semiologia da FO/UFMG relatando aumento de volume na região mentual há 6 meses.
Ao exame extra-bucal observou-se aumento de volume na região do mento, bem
delimitado e aparentemente restrito ao tecido mole. À palpação intrabucal foi notada a
presença de aumento de volume de tecidos moles na região anterior de mandíbula, bem
delimitada e de consistência firme, provocando apagamento do sulco vestibular inferior.
Na radiografia panorâmica não foram observadas alterações dignas de notas. A
ultrassonografia da região mentoniana detectou a presença de uma lesão nodular sólida,
hiper-ecogênica, medindo 19,6 x 18,6 mm e que ao exame de Dopler apresentou pobre
vascularização. Diante da hipótese diagnóstica de Lipoma foi realizada uma biopsia
excisional através de acesso intra-bucal, sob anestesia local. O material foi fixado em
formol a 10% e enviado para exame anatomo-patológico. Os cortes histológicos corados
por HE revelaram proliferação de adipócitos maduros permeados por tecido conjuntivo
fibroso celularizado e vascularizado. Feixes de fibras musculares e vasos sanguíneos
completavam o quadro. Com base na anamnese e nos exames complementares fechouse o diagnóstico de lipoma intramuscular. A paciente retornou para controle clínico
com retorno da normalidade na região e ausência de sinais de recidiva da lesão.
1. EPIVATIANOS A, MARKOPOULOS AK, PAPANAYOTOU P. Benign
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4. FURLONG M A, FANBURG-SMITH J C, CHILDERS E L. Lipoma of the oral
and Maxillofacial region: Site and subclassifications of 125 cases. Oral Surg
Oral Med Oral Pathol Oral Rad Endod; v.98, p.441-50, 2004.
5. ZHONG L P, ZHAO S F, CHENG G F, PING F Y. Ultrasonographic
appearance of lipoma in the oral and maxillofacial region. Oral Surg Oral Med
Oral Pathol Oral Radiol Endod; v.98, p.738-40, 2004.
CASO Nº 21
ADENOCARCINOMA MUCINOSO PRIMÁRIO DE CABEÇA E PESCOÇO
Thiago Fonseca Silva *
Mário Melo Rodrigues Filho
Luís Antônio Nogueira dos Santos
Sergio Vitorino Cardoso
Alfredo Mauricio Batista de-Paula.
Disciplina de Estomatologia. Faculdade de Odontologia da Unimontes. Montes Claros –
MG.
Paciente MMAM, 64 anos de idade, sexo masculino, feoderma, procedente de São
Romão – MG, compareceu à clínica de Estomatologia da Unimontes com a queixa de:
“caroço na boca e no pescoço”. A historia de evolução da lesão era de aproximadamente
quatro meses (SIC). O exame físico exta-bucal revelou aumento volumétrico unilateral
na região de corpo e ramo de mandíbula esquerda. Havia presença de um grande
linfonodo palpável na região cervical, de consistência endurecida, assintomático e de
pequena mobilidade. À inspeção intra-bucal, visualizou-se uma expansão vestibular
abrangendo a área de molares, mucosa jugal e de trígono retromolar, do lado esquerdo,
coberta por uma mucosa de coloração e textura normais. A lesão apresentava
consistência firme, sem sinais de crepitação e de dor à palpação. A história médica
pregressa não foi colaboradora. As tomadas radiográficas periapical e panorâmica
evidenciaram a presença de uma extensa área radiolúcida unilocular, de contornos mal
definidos, tipicamente apresentando bordas em “ruído de traça”. A punção aspirativa da
área afetada foi negativa para a identificação de conteúdo líquido intralesional. As
principais hipóteses de diagnósticos sugeridas nesse momento foram: Ameloblastoma
sólido e neoplasias mesenquimais malignas. O paciente foi submetido ao procedimento
de biópsia incisional. O material coletado foi enviado para exame anátomo-patológico
cujas análises revelaram a presença de cordões estreitos e pequenos ninhos compostos
por células epiteliais glandulares, de núcleos hipercromáticos e pleomórficas. Células de
citoplasma claro, semelhantes às células caliciformes, podiam ser ocasionalmente
notadas. Notou-se presença expressiva de lagos de material amorfo, de aspecto
mucóide. Não foram notadas áreas de necrose. Os achados microscópicos encontrados
revelaram o diagnostico de Adenocarcinoma mucinoso. O paciente foi encaminhado
para o serviço de Oncologia para a investigação de provável tumor maligno primário em
outros locais anatômicos, não sendo, porém, detectado quaisquer anormalidades. O
paciente foi submetido a tratamento cirúrgico e quimioterápico. Após um período de
acompanhamento de oito meses, não há sinais de recidiva da lesão.
1. ANDREWS,T.M., GLUCKMAN, J.L., WEISS, M.A. Primary mucinous
adenocarcinoma of the eyelid. Head Neck 14:303-7, 1992
2. KITAMURA, K., ASAI, M., KUBO, T., HARII, K., HASEGAWA, A.
Mucinous carcinoma of the external auditory canal: case report. Head Neck.
12:417-20, 1990.
CASO N° 22
CARCINOMA EM BOCA
Gustavo David Rabello*
Rafaela Guidi
Antônio Francisco Durighetto Jr
Adriano Motta Loyola
Marcus Alves Da Rocha
Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia
Paciente J.C.F. 58 anos, masculino, leucoderma, compareceu à Unidade de
Estomatologia da UFU com queixa de “afta na boca” de 2 meses de evolução. O
paciente revelou ser tabagista e negou comorbidades. O exame clínico extrabucal não
mostrou alterações importantes. Na avaliação intrabucal notou-se periodontite
generalizada e, em gengiva lingual dos pré-molares inferiores do lado direito, úlcera de
aproximadamente 0,5cm de diâmetro, de bordos eritematosos, consistência firme,
sensível à palpação, sem história de trauma local. A hipótese de diagnóstico foi de
carcinoma levando à realização de citologia esfoliativa, cujo resultado foi de células de
descamação normais. O paciente foi encaminhado para tratamento periodontal. No
retorno, devido à persistência da úlcera e aumento da sensibilidade local optou-se por
biópsia incisional e o resultado histopatológico foi compatível com tecido gengival
normal. Após 1 mês de acompanhamento, repetiu-se a citologia esfoliativa que mostrou
reação inflamatória aguda e células de descamação normais. O tratamento periodontal
foi complementado. O paciente retornou após 3 meses quando, ao exame, notou-se que
a úlcera havia cicatrizado dando lugar a nódulo eritematoso de consistência firme,
móvel, de aproximadamente 1cm de diâmetro, doloroso ao toque. Realizou-se
antibioticoterapia para descartar infecção de origem periodontal. O tratamento não
levou à melhora e o paciente evoluiu com dor local importante causando disfagia e
aumento do tamanho da nodulação, agora medindo cerca de 2 cm, com aspecto
granulomatoso. Realizou-se uma segunda biópsia incisional que revelou Inflamação
crônica do tipo granulomatosa, podendo sugerir granulomatose orofacial a esclarecer.
Foram solicitados exames hematológicos incluindo sorologias para HIV, toxoplasmose
e sífilis com resultados negativos. O paciente referiu piora da dor apesar de medicação
analgésica e antiinflamatória e, portanto foi realizada nova citologia esfoliativa cujos
achados foram compatíveis com Carcinoma. Diante desse diagnóstico realizou-se nova
biópsia incisional. O exame histopatológico e estudo imunohistoquímico mostraram
Carcinoma Epidermóide pouco diferenciado. O paciente foi encaminhado ao Setor de
Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital de Clínicas da UFU e foi submetido à
ressecção da lesão com mandibulectomia marginal e esvaziamento cervical
supraomohióideo.
1. WEBER AL, ROMO L, HASHMI S. Malignant tumors of the oral cavity and
oropharynx: clinical, pathologic, and radiologic evaluation. Review.
Neuroimaging Clin N Am. 2003 Aug;13(3):443-64.
2. KOWALSKI L.P.; FRANCO E.L.; TORLONI H. et al. Lateness of diagnosis of
oral and oropharyngeal carcinoma: factors related to the tumor, the pacient and
health professionals. Oral Oncol. 1994, 30B: 167-73.
3. HELLER AN. Squamous cell carcinoma of the gingiva. A review.N Y State
Dent J. 1994 Mar;60(3):31-3.
CASO Nº 23
TUMOR DE CÉLULA GRANULAR - RELATO DE CASO CLÍNICO
Leonardo da Silva Luz*
Alessandro Antônio da Costa Pereira
Amanda Beatriz D. A. Freitas
Letízia Monteiro de Barros
Roseli Teixeira Miranda
Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS (Campus Alfenas /MG) –
Faculdade de Odontologia – Clinica de Diagnóstico Bucal
Paciente do gênero feminino, 46 anos, melanoderma, procedente de Alfenas - MG, foi
encaminhada à clínica de diagnóstico bucal da UNIFENAS, queixando de “ferida na
língua”, encontrada por uma dentista há 3 meses, sem sintomatologia dolorosa,. Na
anamnese a paciente relata estar em tratamento pra anemia, fazendo uso de
polivitamínico com sulfato ferroso e ser tabagista há mais ou menos trinta anos. No
exame oroscopia, pode ser observado uma lesão nodular de superfície lisa e
esbranquiçada de mais ou menos 7mm de diâmetro. Foram pedidos exames préoperatórios: hemograma, coagulograma e glicemia em jejum e estes mostraram sem
alterações. Realizou-se uma biópsia excisional, e os achados microscópicos foram de
um epitélio pavimentoso estratificado, paraceratinizado e hiperplásico e junto a este
epitélio foram observados células de núcleo picnótico e citoplasma grande, com
acúmulo de grânulos eosinófilos. Estes achados clínicos e histológicos fecharam o
diagnóstico de tumor de célula granulares, que é um neoplasia de tecido mole benigno e
incomum, e mostra uma curta predileção pela cavidade bucal.
1. NAGARA,J.B.; RHUJANGA-RAO,B.R. Granular cell tumours of the tongue in
6 year-old girl-a case. Med Oral Patol Oral Cir Bucal;11(2):E162-4, 2006.
2. GIULIANI M; LAJOLOC; PAGNONI M. BOARI A. DANONI G.F. Granular
cell tumours of the tongue. A case report and review off literature. Minerver
Stomatol; 53(7-8): 465-9, 2004.
3. WILLIANS H.K.; WILLIAN D.M.. Oral Granular cell tumours: a histological
and immunocytochemical study. T. Oral Pathol Med; 26(4): 164-9, 1997, Apr.
4. GARDNER E.S.; GOLDBERG CH. Granular cell tumor treated with mohs
micrographic surgery: report of a case and review of the literature Dermatol
Surg; 27(8): 772-4,2001.
5. NEVILLE WB; DAMM DD; ALLEN CM; BOUQUOT JE. Patologia Oral
Maxilofacial, Ed. Guanabara Koogan S.A; Rio de Janeiro, 2004.
CASO Nº 24
GENGIVITE DESCAMATIVA: DESAFIO EM DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO
Sibele Nascimento de Aquino*
Paulo Rogério Ferreti Bonan
Luís Antônio Nogueira dos Santos
Hercílio Martelli Júnior
Sabina Pena Borges
UNIMONTES (Universidade Estadual de Montes Claros), Curso de Odontologia, Subárea de Diagnóstico Oral. Montes Claros, MG
Gengivite descamativa é um termo clínico que se refere a uma síndrome com
alterações gengivais e sintomatologia associados, caracterizada por lesões eritematosas,
erosivas, vesiculo bolhosas e/ou descamativas da gengiva livre e inserida. Sua etiologia
pode estar associada a doença auto-imunes. Paciente E. A. G. P. D., 25 anos, gênero
feminino, natural de Capitão Enéas, procurou a clínica de Estomatologia da
UNIMONTES com a queixa de dor e sangramento gengival há aproximadamente 1(um)
ano de evolução. As histórias médica, familial e exame clínico extrabucal não foram
contribuitórios. O exame ectoscópico apresentou quadro de normalidade. Ao exame
oroscópico observou-se gengiva vestibular eritematosa em região anterior de maxila e
mandíbula com aspecto brilhante e sangrante. Os diagnósticos presuntivos foram de
Líquen Plano, Penfigóide e Gengivite Plasmocitária. Foram realizados exames
hematológicos, coagulograma, velocidade de hemossedimentação de hemácias, FAN e
de fator reumatóide, os quais não revelaram alterações. Biópsia incisional foi realizada
na região e o diagnóstico microscópico foi compatível com líquen plano. Foram
confeccionadas moldeiras de silicone e orientada a aplicação de gel de Clobetasol
0,05% que apresentou eficácia inicial, porém sem remissão completa da sintomatologia.
Foi prescrita betametasona injetável e atualmente a paciente se encontra medicada com
esteróides sistêmicos de uso oral.
1. OJHA, J., BHATTACHARYYA, I., STEWART, C., KATZ, J. Cicatricial
pemphigoid with severe gingival and laryngeal involvement in an 18-year-old
female. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. Mar 20; [Epub
ahead of print], 2007
2. GUIGLIA, R., DI LIBERTO, C., PIZZO, G., PICONE, L., LO MUZIO, L.,
GALLO, P.D., CAMPISI, G., D'ANGELO, M. A combined treatment regimen
for desquamative gingivitis in patients with oral lichen planus. J Oral Pathol
Med. Feb;36:110-6, 2007.
3. CORROCHER, G., DI LORENZO, G., MANSUETO, P., MARTINELLI, N.,
ESPOSITO-PELLITTERI, M., GELIO, S., LOMBARDO, G., PACOR, M.L.
Comparison of topical tacrolimus 0.1 % in pectin ointment with clobetasol 0.5%
ointment in adults with moderate to severe desquamative gingivitis: A 4-week,
randomized, double-blind clinical trial. Clin Ther. 28:1296-302, 2006.
4. CAMACHO-ALONSO, F., LOPEZ-JORNET, P., BERMEJO-FENOLL, A..
Gingival involvement of oral lichen planus. J Periodontol.78:640-4, 2007.
5. MIGNOGNA MD, LO RUSSO L, FEDELE S. Gingival involvement of oral
lichen planus in a series of 700 patients.. J Clin Periodontol. 32:1029-33, 2005.
CASO Nº25
ADENOMA PLEOMÓRFICO
Tiago Rodrigues Aguiar
Viator Ferreira Reis Filho
Natanael Átilas Aleva
Paulo Roberto Dominguete
Alessandro Antonio Costa Pereira
Serviço de Estomatologia – UNINCOR – Três Corações
Paciente NMNC, gênero feminino, 43 anos de idade, branca, procedente da cidade de
Carmo de Minas, MG, procurou o Serviço de Estomatologia da UNINCOR com queixa
de aumento volumétrico no palato. A história médica não revelou alterações. O exame
físico extrabucal não mostrou anormalidades ou linfonodos palpáveis e o exame físico
intrabucal mostrou lesão única e nodular no palato duro, lado esquerdo, próximo à face
palatina dos dentes 27 e 28. A lesão mostrou-se firme a palpação e com superfície
recoberta por mucosa normal e transparecendo a vascularizacão, sem áreas ulceradas ou
mudanças de cor, sendo assintomática e com duração de 8 meses. O exame radiográfico
não mostrou envolvimento ósseo. Com a hipótese de lesão glandular benigna realizouse biopsia incisional e o exame microscópico revelou tecido conjuntivo fibroso
contendo proliferação de células epiteliais dispostas em lençóis, cordões e ilhotas e
formando estruturas ductais, notando-se também tecido mixóide e glândulas salivares
menores e o laudo microscópico foi de adenoma pleomórfico. A paciente submeteu-se a
nova cirurgia para remoção completa da lesão, e o diagnóstico de adenoma pleomórfico
foi confirmado. A paciente não retornou para controle agendado e não foi possível
contactá-la. No quinto ano após a remoção da lesão, a paciente procurou novamente o
Serviço de Estomatologia da UNINCOR com relato de reaparecimento da lesão. Ao
exame físico, esta apresentava as mesmas características da lesão removida
anteriormente, porém estendendo-se para o palato mole. A paciente foi submetida à
biopsia parcial e o laudo anatomopatológico foi de adenoma pleomófico. Foi realizada a
cirurgia para remoção completa da lesão em nível hospitalar e o laudo microscópico
confirmou adenoma pleomórfico. A paciente encontra-se em acompanhamento há
aproximadamente seis meses, sem sinais de recorrência da lesão.
1. MUTHUSAMI, JC; JESUDASON, MR; JESUDASON, SRB; SUBASHINI, J;
Ramakrishna, B. Histologically benign pleomorphic adenoma of parotid with
subcutaneous metastases Otolaryngo Head Neck Surg 133(6):985-986, 2005
2. NEVILLE, B.D.; DAMM, D.D.; ALLEN, C.M.; BOUQUOT, J.E. Patologia oral
& maxilofacial. Ed Guanabara-Koogan, RJ, 2004
3. SAID, S; CAMPANA, J. Myoepithelial carcinoma ex adenoma pleomorphic of
salivary gland: a problematic diagnosis. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
radiol Endod 99:196-201, 2005
4. SAPP, J.P.; EVERSOLE, L.R.; WYSOCKI, G.P. Contemporary oral and
maxilofacial pathology. Saint Louis: Mosby, 1997. 433p.SEIFERT, G. WHO
Histological typing of salivary gland tumours. 2a ed. Springer-Verlag, 1997.
CASO Nº 26
AMELOBLASTOMA PERIFÉRICO COM DUAS RECIDIVAS
Eliene Magda de Assis*
Felipe Esteves Milício de Souza
Rosana Maria Leal
Sylvie Brener
Lucas Alves Bonisson
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Paciente DRA, sexo masculino, leucoderma, 79 anos de idade, usuário de prótese total
removível, procurou a clínica de Estomatologia da FOPUC Minas com uma lesão
nodular, bem circunscrita, medindo 1,5 x 2 cm de diâmetro, consistência firme,
superfície lisa e coloração semelhante a mucosa normal em rebordo alveolar mandibular
direito, com sintomatologia dolorosa à mastigação. Durante a anamnese o paciente
relatou a presença de uma lesão semelhante no mesmo local, removida cirurgicamente
há 9 anos atrás. O diagnóstico clínico foi de hiperplasia fibrosa focal, justificando uma
biopsia excisional conservadora. O quadro histológico foi de um ameloblastoma
periférico. O paciente retornou 15 dias após com um discreto aumento de volume no
local sugerindo um traumatismo causado pela PTR. Nove meses após ele voltou e
constatou-se uma recidiva da lesão com as mesmas características descritas no primeiro
exame. Radiografias periapical e oclusal da região foram realizadas. Na periapical
observou-se uma ligeira erosão do osso alveolar superficial. Uma nova cirurgia foi
realizada com margem de segurança de 0,5 cm, além de remoção do periósteo e uma
apara óssea discreta na região subjacente à lesão. Um alívio na prótese também foi feito,
a fim de diminuir o trauma na região. Dois controles foram realizados, com 2 e 16
meses após a cirurgia, sem nenhuma evidência clínica de recidiva da lesão.
1. Yamanishi T, Ando S, Aikawa T, Kishino M, Nakano Y, Sasai K, Isomura
Tanaka E, Tsuji T, Koizumi H, Iida S, Kogo M. A case of extragingival
peripheral ameloblastoma in the buccal mucosa. J Oral Pathol Med. v.36, n.3,
p.184-6, Mar, 2007.
2. Hayes MI, Prince SE. Peripheral ameloblastoma: a case report. Dent Update. v.
33, n.10, p.624-5, Dec, 2006.
3. Sachs, AS. Surgical excision with peripheral ostectomy: A definitive, yet
conservative, approach to the surgical management of ameloblastoma. J Oral
Maxillofac Surg. v.64, n.3, p.476-83, Mar, 2006.
4. LeCorn DW, Bhattacharyya I, Vertucci FJ. Peripheral ameloblastoma: a case
report and review of the literature. J Endod. v.32, n.2, p.152-4, Feb, 2006.
CASO Nº 27
PARACOCCIDIOIDOMICOSE – RELATO DE CASO CLÍNICO
Juliano Kyt Moreira*
Luiza Patrícia Fagorolli de Carvalho
Adriano Macedo de Oliveira
Letízia Monteiro de Barros
Roseli Teixeira Miranda
Hospital Universitário Alzira Vellano (UNIFENAS - Setor De Infectologia) e
Faculdade de Odontologia (UNIFENAS - Campus Alfenas/MG) - Clínica de
Diagnóstico Bucal
A paracoccidioidomicose é uma infecção endêmica causada pelo fungo
Paracoccidioides brasiliensis que envolve primariamente os pulmões, podendo estenderse para outros sítios, principalmente para a mucosa bucal. O caso clínico aqui
apresentado é de um paciente do gênero masculino, leucoderma, procedente
Muzambinho - MG, que foi encaminhado pelo Cirurgião-Dentista de sua cidade para
biópsia de lesão de boca, com evolução de + 5 meses. Na anamnese o paciente relatou
dor e ardência nas feridas da boca e por esta causa havia emagrecido 5Kg. Tabagista (
+ 10 cigarros por dia) e que parou de beber há 8 anos. No exame de ectoscopia
observou-se enfartamento dos linfonodos submandibulares e no exame de oroscopia
poderam ser notadas lesões ulceradas de fundo moriforme e pontos hemorrágicos, nas
regiões de palato rebordo alveolar e mucosa jugal. Foi feito biópsia incisional na região
de rebordo alveolar, e o paciente foi emcaminhado para o setor de infectologia do
Hospital Alzira Vellano, onde foi solicitado exames de sorologia e radiografia de tórax.
Todos os exames foram positivos para paracoccidioidomicose e o paciente se encontra
em tratamento com itraconazol, no ambulatório de infectologia do referido hospital.
1. ALMEIDA,O.P.;SCULLY,C.;BOZZO,L.Oral
manifestations
of
Paracoccidioidomycosis (South American blastomycosis). Oral Surg. Oral Med.
Oral Patrol.,72:330-45, 1991.
2. BARROS, R.M.G.; KATAYAMA,C.H.; BARROS, E.G. Paracoccidioidomicose
crônica em criança: revisão da literatura e relato de um caso clínico raro /
Chronic Paracoccidioidomycosis en children: literature review and case report.
JBP rev. Ibero-am. odontopediatr. odontol. bebê;7(37):251-256,.2004..
3. MARINHO, S.A.; PEREIRA, A.A.C. Paracoccidioidomicose em mulher.Rev.
Assoc. Paul. Cir. Dent;58(3):185-187,2004.
4. MARTINS,G.B.; SALUM, F.G.; FIGUEIREDO, M.A.Z.; CHERUBINI, K.
Paracoccidioidomicose bucal: relato de três casos. Rev. Bras. Patol. oral;2(3):2228, 2003.
5. NEVILLE WB; DAMM DD; ALLEN CM; BOUQUOT JE. Patologia Oral
Maxilofacial, Ed. Guanabara Koogan S.A; Rio de Janeiro, 2004.
CASO Nº 28
TRATAMENTO DE SEQÜELA DE FISSURA LÁBIO-PALATINA.
RELATO DE UM CASO E DISCUSSÃO DE UMA POSSÍVEL
SÍNDROME .
Christian Barros Ferreira*
Márcia Regina de Q. T. Rela B. Ferreira
Antônio Marcos Souza Nicollielo
Serviço de Diagnóstico, Cirurgia e Reabilitação Bucomaxilofacial Sociedade Caritativa
Sagrado Coração de Jesus – Hospital Cônego Monte Raso – Baependi/MG
Resumo:Paciente F.I.P., 45 anos, leucoderma, gênero feminino, compareceu para
consulta em janeiro de 2003 com queixa de deformidade facial congênita. Na anamnese
relatou fissura lábio-palatina completa, ausência congênita do tendão do polegar da mão
e rim do lado direito, além de ânus imperfurado, tratado logo ao nascimento. Aos 2 anos
de idade se submeteu à correção cirúrgica da fissura labial. Relatava dificuldade no
convívio social pela deformidade facial, queixando-se de fonação e mastigação
deficientes. Ao exame físico extra-oral se notava assimetria facial por uma combinação
de retrusão maxilar e prognatismo mandibular, asa nasal direita deformada, desvio de
septo nasal e cicatriz em lábio superior direito, que provocava seu encurtamento e
exposição dentária. Na inspeção intra-oral havia alguns dentes com comprometimento
periodontal severo, fissura alveolar e palatina completa direita de grande dimensão e
relação maxilomandibular insatisfatória. Após avaliação clínica, radiográfica e de
modelos foi planejada a correção da deformidade maxilofacial em quatro tempos: 1.
Exodontias dos elementos restantes em abril de 2003; 2. Recuo mandibular através de
osteotomias verticais dos ramos mandibulares em julho de 2003; 3. Compensação da
retrusão maxilar através de prótese total maxilar obturadora em dezembro de 2003,
possibilitando, juntamente com uma prótese total inferior, melhora da mastigação,
fonação, estética e boa relação maxilo-mandibular; 4. Revisão da cicatriz em lábio
superior em abril de 2004. A paciente se apresenta em acompanhamento, apresentando
fonação, mastigação e estética facial satisfatórias, com conseqüente melhoria nas suas
relações sociais. Os autores discutem o caso para que estomatologistas, patologistas e
demais participantes da XIV JOME possam contribuir para o diagnóstico de uma
possível síndrome.
1. PUHÓ, Erzsébet H.; SZUNYOGH, Melinda; MÉTNEKI, Júlia; CZEIZEL,
Andrew E. Drug Treatment During Pregnancy and Isolated Orofacial Clefts in
Hungary. The Cleft Palate-Craniofacial Journal, v. 44, n. 2, p. 194–202, 2007.
2. LIAO, Yu-Fang; COLE, Timothy J.; MARS, Michael. Hard Palate Repair
Timing and Facial Growth in Unilateral Cleft Lip and Palate: A Longitudinal
Study. The Cleft Palate-Craniofacial Journal, v. 43, n. 5, p. 547–556, 2006.
3. PROFFIT, Willian R.; WHITE JR., Raymond P.; SARVER, David M.
Tratamento Contemporâneo de Deformidades Dentofaciais. 1 ed. São Paulo:
Artmed, 2005. 784p.
4. PETERSON, Larry J.; ELLIS III, Edward; HUPP, James R.; TUCKER, Myron
R. Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea. 2 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1996. 702 p.
CASO Nº 29
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DAS FISSURAS LÁBIOPALATAIS, NÃO SINDRÔMICAS, EM CRIANÇAS, NO SUL DO
ESTADO DE MINAS GERAIS, BRASIL.
Letícia Camões Vieito Padilha Porto*
Amanda Beatrzi Dahdah Aniceto de Freitas
Roseli Teixeira Miranda
Letízia Monteiro de Barros
Hercílio Martelli-Júnior
Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS (Campus Alfenas) – Faculdade de
Odontologia - Centro Pró-Sorriso (Centrinho)
Fissuras orofaciais constituem uma das alterações congênitas mais comuns. Dentre estas
deformidades crânio-faciais, destacam-se as fissuras faciais e orais, particularmente as
fissuras de lábio e/ou palato (FLP). As FLP apresentam importantes alterações
funcionais e estéticas. Clinicamente, as FLP são observadas pela falta de fusão do lábio
e/ou palato e surgem na vida pré-natal. A ocorrência de FLP varia entre as populações e
sua etiologia é multifatorial. O objetivo deste estudo foi avaliar, em função da escassez
de dados epidemiológicos em populações brasileiras, a incidência de FLP, não
sindrômicas, em crianças tratadas no Centro Pró-Sorriso – “Centrinho”, da Unifenas,
entre os anos de 2000 a 2005. Foram avaliados 126 pacientes, sendo 75 (59,52%) do
gênero masculino e 51 (40,47%) feminino (M/F 1:1.47). Dessa população, 85,72% dos
pacientes eram leucoderma e 14,28% feoderma. Com relação à distribuição anatômica
das fissuras, observou-se que 39,68% foram labio-palatais, seguida de 38,09% e 22,23%
de fissuras labiais e palatais isoladas, respectivamente. Dentre as FLP, a mais comum
foi a variante completa unilateral. Entre as FL isoladas, às mais comum foram as
fissuras unilaterais e incompletas, representando 62,5% deste grupo. Além disso, as FL
isoladas, unilaterais foram 7 vezes mais freqüentes que as bilaterais, enquanto as
incompletas de lábio foram 2,2 vezes mais freqüentes que as fissuras completas.
Também verificou-se que aproximadamente 86% destes pacientes portadores de fissuras
foram encaminhados para o Serviço, antes do primeiro ano de vida. Assim, esse estudo
mostrou que as FLP completas e unilaterais foram as mais encontradas nessa população
do sul do estado de Minas Gerais. Os pacientes e seus familiares continuam assistidos
pelo Centrinho e recebendo atendimento multiprofissional.
1. Derijcke, A.; Eerens, A.; Carels, C. The birth prevalence of oral clefts: a review.
Br J Oral Maxillofac Surg, v. 34, p. 488-94,1996.
2. Freitas, J. A. S.; Dalben, G. S.; Júnior, M. S.; Freitas, P. Z. Current data on the
characterization of oral clefts in Brazil. Braz Oral Res, v. 18, p. 128-33, 2004.
3. Martelli-Júnior, H. Orsi Júnior, J. M.; Freitas, A.B.A.; Chaves, M. R.; Bonan, P.
R. F.; Freitas, J. A. S. Epidemiologia, em recém nascidos, das fissuras labiais e
palatais em Alfenas, Minas Gerais, de 1986 a 1998. Rev Fac Odontol Univ São
Paulo, v.13, p. 31-5, 2006.
4. Wantia, N.; Rettinger, G. The current understanding of cleft lip malformations.
Facial Plast Surg, v.18, p. 147-53, 2002.
CASO Nº 30
ESTUDO MULTIDISCIPLINAR DA TOXICOMANIA: RELATO DE
UMA EXPERIÊNCIA
Ana Carolina Santiago DE CASTRO*
Carlos Henrique Abreu DE OLIVEIRA
Sarah Gomes NOGUEIRA
Wânier Aparecida RIBEIRO
Diele Carine Barreto ARANTES
Centro Universitário Newton Paiva
O Centro Universitário Newton Paiva respondendo a demandas sociais de prevenção e
tratamento ao uso de drogas, realiza atendimentos terapêuticos de toxicômanos na forma
multi e interdisciplinar. A Clínica de Atendimento Multidisciplinar à Prevenção e ao
Tratamento da Toxicomania – CAMT envolve profissionais das seguintes áreas de
conhecimento – Psicologia, Pedagogia, Psiquiatria, Farmácia, Nutrição, Direito e
Odontologia. A odontologia busca promover uma educação em saúde salientando a
importância do sistema estomatognático, os danos nele provocados pelo uso de drogas,
como previni-los e diagnosticá-los. Maior ênfase é dada aos danos advindos do
consumo abusivo de tabaco e álcool, principais agentes etiológicos do câncer intrabucal.
Utilizamos como ferramentas atividades educativas do auto-exame bucal, enfocando a
sua importância no diagnóstico precoce do câncer e outras doenças bucais. Subsidiamos
as demais áreas de conhecimento, orientando quanto aos reflexos bucais de transtornos
biopsicosociais. Esse estudo destaca o perfil demográfico de 29 clientes em atendimento
na CAMT no período de fevereiro a dezembro de 2006, os dados epidemiológicos das
alterações de mucosa bucal, bem como os aspectos psiquiátricos, farmacológicos e
nutricionais dos pacientes desta clínica. A população estudada era composta
predominantemente por jovens do gênero masculino, dependentes principalmente do
tabaco e álcool. Apresentaram alteração de mucosa bucal 34% dos pacientes, sendo a
gengiva e a mucosa alveolar os locais que apresentaram mais alterações. As alterações
mais frequentes foram melanose do fumante e candidose orofaríngea. A maioria da
população apresentava transtornos mentais e de comportamento, utilizavam
antidepressivos e, aproximadamente, 40% dos pacientes tinham sobrepeso e eram
desnutridos. Através dessa experiência, podemos afirmar que a multidisciplinariedade
vem possibilitando o desenvolvimento de resultados mais efetivos e esclarecedores
diante da toxicomania, e a odontologia integraliza nessa perspectiva buscando conhecer
e atuar cada vez mais na prevenção do uso abusivo de drogas e suas consequências.
1. WALSH, M.M.; ELLISON, J.A. Treatment of tobacco use and dependence: the
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CASO Nº 31
DOENÇA BOLHOSA SUBEPITELIAL IMUNO-MEDIADA
TRATADA COM TACROLIMUS
Leandro Fagundes Fonseca*
Luciene Proveti Costa*
Ana Maria Rebouças Rodrigues
Sebastião Armond
Tânia Mara Pimenta Amaral
Universidade Vale do Rio Verde-UNINCOR.
Curso de Odontologia, Disciplina de Semiologia e Radiologia. Campus Betim.
Paciente BLS, 12 anos, sexo feminino, melanoderma, atleta, compareceu à clínica de
Semiologia e Radiologia da Faculdade de Odontologia da Unincor-Campus Betim com
queixa de dor e sangramento na gengiva durante a alimentação e escovação dos dentes.
O exame da boca mostrou lesões ulceradas exuberantes cobertas por membrana
fibrinopurulenta na mucosa gengival vestibular superior e inferior, hiperplasia papilar
inflamatória, sangramento espontâneo e odor fétido. A história médica pregressa não
mostrou dados dignos de nota. Durante o manejo da paciente observou-se o sinal de
Nikolsky negativo. A paciente foi medicada com amoxilina 500mg para tratamento de
infecção secundária existente. Retornou após sete dias com o desaparecimento do odor
fétido. Nesta consulta foi possível formular as hipóteses diagnósticas de gengivite
plamocitária, doenças do sangue com manifestação bucal, doença da IgA linear e
penfigóide. Solicitou-se o hemograma da paciente, exame médico, um diário alimentar
e foram suspensos o uso de goma de mascar, refrigerantes e guloseimas
industrializadas. A avaliação médica e o hemograma foram normais. Foi realizada uma
biópsia incisional próxima a lesão ulcerada e o diagnóstico anatomopatológico foi de
doença bolhosa imuno-mediada. A paciente foi encaminhada ao dermatologista que,
juntamente, com o dentista prescreveram o uso tópico de tacrolimus pomada nas lesões
ulceradas duas vezes ao dia após a escovação. Aos 15 dias a paciente teve uma melhora
significativa e com 30 dias houve remissão satisfatória das lesões, podendo neste
momento submeter-se a raspagem e polimento coronário e outros procedimentos
odontológicos. A paciente tem monitoramento médico-odontológico.
1. Bagan J, MuzioLL, Scully C. Mucous Membrane Pemphigoid. Oral Diseases
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CASO Nº 32
OSTEOPATIA ESTRIATA COM ESCLEROSE CRANIANA
Silvia Ferreira de Sousa*
Daniela Cotta Ribeiro
Vagner Rodrigues Santos
Ricardo Santiago Gomez
Paôlla Freitas Perdigão
PMMG (Polícia Militar de Minas Gerais), Centro Odontológico, Serviço de
Estomatologia, Belo Horizonte, MG
UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Faculdade de Odontologia,
Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia, Belo Horizonte, MG
Paciente M.F.F., 40 anos de idade, sexo feminino, leucoderma, foi encaminhada a
Clínica de Estomatologia do Centro Odontológico da PMMG, em abril de 2006, com
queixa de ausência de alguns dentes. Na história médica a paciente relatou ser
hipertensa, ter perda da audição, oftalmoplegia, lupus eritematoso sistêmico, amenorréia
precoce, história de úvula bífida e fenda palatina, ambas corrigidas durante a infância. A
paciente fazia controle médico trimestral e apresentava os índices bioquímicos de
metabolismo ósseo e mineral normais. Durante o exame clínico extra-oral foi observado
hipertelorismo, nariz achatado, hipoplasia do terço médio da face e as orelhas eram
pequenas e baixas. Ao exame intra-oral notou-se palato arqueado, fístula unilateral da
fenda palatina, e ausência de alguns dentes. A radiografia panorâmica mostrou aumento
da densidade óssea da maxila e mandíbula, alguns dentes impactados, microdontia e
lesões radiograficamente sugestivas de lesão fibro-óssea benigna. A radiografia anteroposterior da face apresentava deslocamento do seio frontal, estreitamento do seio
maxilar e da cavidade nasal com aumento das coanas, alargamento dos ossos da face,
estrias no osso frontal e fenda no palato duro. A avaliação cefalométrica sugeriu uma
classe III esquelética. Com base nos achados clínicos e história da paciente o
diagnóstico foi de Osteopatia Estriata com Esclerose Craniana. A paciente foi
encaminhada para o serviço de genética clínica do Hospital das Clínicas da UFMG onde
o diagnóstico foi confirmado. A osteopatia estriata é uma displasia óssea rara
caracterizada por estrias ósseas associada à esclerose craniana, sendo 2,5 vezes mais
comum em mulheres do que em homens, sugerindo uma herança ligada ao X.
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CASO Nº 33
HAMARTOMA LEIOMIOMATOSO
Flaviana Soares Rocha*
Antônio Francisco Durighetto Jr.
Jonas Dantas Batista
Paulo Rogério de Faria
Adriano Mota Loyolla
Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia
Hamartoma pode ser definido como malformação focal benigna que se
assemelha a uma neoplasia, composto de uma mistura desordenada de tecidos maduros
que normalmente acontece na parte afetada, mas com predominância de um tipo
particular de tecido para esta área. Pode ser visto na cavidade bucal como lesão isolada
em pacientes saudáveis ou associado às alterações congênitas de desenvolvimento.
Hamartoma leiomiomatoso é um tipo de hamartoma, muito raro na cavidade oral.
Paciente, M.L.O.S., 61 anos, gênero feminino, feoderma, foi encaminhada a Unidade de
Diagnóstico Estomatológico da Universidade Federal de Uberlândia devido à presença
de uma lesão na região posterior do dorso lingual. A paciente relatava possuir a
alteração desde o nascimento, apresentando crescimento lento que cessou após a
puberdade. A lesão ficava normalmente voltada para orofaringe sem nenhum incômodo
para a paciente. A paciente somente procurou auxílio médico devido a uma infecção de
garganta que resultou em um aumento considerável da lesão, dificultando a fala,
deglutição e respiração. Na história médica da paciente e no exame clínico extrabucal
não havia nada digno de nota. No exame clínico intrabucal observou-se crescimento
alongado, pediculado, de aproximadamente 5 centímetros de comprimento com
coloração semelhante à mucosa, superfície lisa e bilobulada presente na região posterior
do dorso de língua. Sob anestesia local foi realizada sua remoção que se apresentou
pouco hemorrágica durante o trans-operatório e foi realizada sutura com fio catgut 4-0.
O resultado da biópsia foi de hamartoma leiomiomatoso. A paciente continua em
proservação sem sinais de recidiva após 4 meses da realização da cirurgia.
1. NEVILLE, B.W; DAMM, ºD.; ALLEN, C.M.; et al. Patologia oral e
maxilofacial . Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 1998.
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CASO Nº 34
DISOSTOSE CRANIOFACIAL (SÍNDROME DE CROUZON)
– RELATO DE CASO CLÍNICO
Igor George Silveira *
Anamaria de Lima Laranjeira
Mario Melo Rodrigues Filho
Sabina Pego Borges
Hercílio Martelli Júnior
Curso de Odontologia – Área de Diagnóstico Bucal – Universidade Estadual de Montes
Claros – Unimontes.
Síndrome de Crouzon (SC) é uma condição genética, autossômica dominante, com
penetrância completa e expressividade variável. A ocorrência é cerca de 1:25.000 casos
entre nascidos vivos, sendo que 35% dos novos casos são de ocorrência espontânea.
Clinicamente, a SC é caracterizada por alterações cranianas e oftálmicas, além de
hipoplasia da maxila e possibilidade de deficiência mental. Paciente DPL, gênero
masculino, feoderma, 8 anos, natural de Brasília de Minas, norte de Minas Gerais,
Brasil, apresentou-se a Clínica de Estomatologia, acompanhada pela mãe, que relatou
como queixa principal “problemas na boca”. A mãe relatou não haver história de
cosangüinidade na família e ter mais três filhos, sem alterações perceptíveis. Relatou
que o pré-natal foi normal e o parto sem intercorrências. À anamnese, a criança
aparentou não possuir alterações mentais. Ao exame extra-bucal, verficou-se alterações
cranianas, oftálmicas, maxila hipoplásica e alteração nasal (“nariz em bico de
papagaio”). Ao exame intra-bucal, observou-se alterações na língua e nos dentes. A
partir dos aspectos clínicos, o diagnóstico foi de síndrome de Crouzon. Orientação
genética foi realizada aos pais e o paciente encontra-se em tratamento multidisciplinar.
1. ARAÚJO JR, E.; ANTÔNOIO FOLHO, H.; PIRES, C. R.; ZANFORIN FILHO,
S.; NARDOZZA, L.M. M.; MORON, A. F. Diagnóstico pré e pós-natal de
craniossinstose: ensaio iconográfico. Rev. Imagem. 28: 19-23, 2006.
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CASO Nº 35
TUMOR ODONTOGÊNICO CERATOCÍSTICO EM CRIANÇA
Marcella Rezende Serpa*
Márcio Bruno Amaral
Belini Freire Maia
Hermínia Marques Capistrano
Helenice de Andrade Marigo
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Paciente PHS, 11 anos, sexo masculino, leucoderma procurou a Clínica de
Estomatologia da FOPUC Minas queixando-se de aumento no lado esquerdo da face.
Segundo o paciente, a tumefação surgiu há aproximadamente 3 meses, com dor apenas
à palpação. A história médica pregressa não foi contribuitiva. Ao exame físico extraoral, observou-se aumento de volume na região do terço médio da face. Ao exame físico
intra-bucal, observou-se tumefação em fundo de saco vestíbulo, envolvendo a área dos
dentes 21 a 26. Foram realizadas radiografias panorâmica e periapicais, que mostraram
a presença de área radiolúcida unilocular, bem delimitada, que elevava o assoalho do
seio maxilar esquerdo. Os testes de vitalidade pulpar foram positivos para os dentes
envolvidos. O paciente foi encaminhado para a realização de uma biópsia na clínica de
cirurgia da faculdade, onde, no momento cirúrgico, foi realizada punção aspiratória que
foi positiva para líquido cístico. Optou-se- pela biópsia excisional. O diagnóstico
histopatológico foi de tumor odontogênico ceratocístico. O paciente encontra-se em
acompanhamento.
1. BLANAS, N. et al. Systematic review of the treatment and prognosis of the
odontogenic kerotocyst. Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology Oral
Radiology and Endodontics, v.90, n.5, p.553-558, Nov. 2000.
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4. SHEAR, M. Cistos da região bucomaxilofacial. Diagnóstico e tratamento.
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CASO Nº 36
TRATAMENTO COMBINADO DE CISTOS RADICULARES
Maiolino Thomaz Fonseca Oliveira*
Cássio Roberto Rocha dos Santos
Luiz Ernani Barros Torres
Gustavo Amaral Guimarães
João Luiz de Miranda
Os restos epiteliais situadas na região periapical podem ser estimulados pelo processo
inflamatório conseqüente da necrose pulpar, estimulando desta maneira a formação de
cistos apicais. O tratamento mais comum é o endodôntico conservador, porém a excisão
cirúrgica é indicada para lesões refratárias ao tratamento endodôntico convencional. No
relato de caso clínico, a paciente A.M.S, 24 anos, melanoderma, compareceu ao Curso
de Odontologia da UFVJM queixando-se de um abaulamento na região anterior da
maxila. A paciente relatou história de trauma nesta região. Ao exame extrabucal
observou-se assimetria facial bilateral, com elevação do lábio superior. Intrabucalmente
havia abaulamento da mucosa vestibular, consistente e indolor. Os testes de
sensibilidade pulpar foram negativos para os dentes 11 e 21. Ao exame radiográfico
observou-se duas áreas radiolúcidas extensas relacionados aos incisivos superiores.
Planejou-se, inicialmente, o tratamento endodôntico com medicação intracanal à base de
hidróxido de cálcio. Mediante punção aspirativa, colheu-se 15 ml de líquido viscoso.
Nas sessões seguintes persistiu a drenagem no dente 21, enquanto no dente 11, cessou
por volta do sexto mês, persistindo o abaulamento vestibular e ausência de formação
óssea periapical. Perante o quadro clínico, planejou-se a intervenção cirúrgica
periapical. Preliminarmente, fez-se a obturação convencional do dente 11. Dada a
persistente drenagem intracanal no dente 21, planejou-se a enucleação das lesões
periapicais, com obturação simultânea do dente 21. Após excisão cirúrgica, as lesões
foram enviadas para análise histopatológica. O diagnóstico histopatológico foi de cisto
radicular. A paciente encontra-se em proservação. A biópsia e enucelação cirúrgica das
patologias periapicais de origem odontogênica representa uma satisfatória modalidade
de tratamento.
1. Consolaro A, Ribeiro FC. Periapicopatias: Etiopatogenia e interrelações dos
aspectos clínicos, radiográficos e microscópicos e suas imlpicações terapêuticas.
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Guanabara Koogan, 2004.
CASO Nº 37
LÍQUEN PLANO EM CRIANÇA
Adriana Machado Saraiva*
Hermínia Marques Capristano
Paulo Eduardo Alencar Souza
Franca Arenare Jeunon
Luis Cláudio Pires Duarte
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
A paciente LLTS, 08 anos de idade, feoderma, sexo feminino, apresentou-se à clínica de
Estomatologia da PUC Minas com queixa de alteração e ardência na gengiva. Relatou
início à 1 ano e melhora após uso de água oxigenada. Na história médica, havia relatado
Tetralogia de Fallot, sendo submetida a cirurgia cardíaca e transfusão sanguínea. A
paciente estava sob controle médico e não fazia uso de medicação. Ao exame extra-oral
não foi detectada alteração. Intra-oral, notou-se áreas eritematosas do tipo atrófica e
erosiva em toda a região de gengiva inserida do rebordo alveolar superior e inferior. Na
mucosa jugal, próximo à linha de oclusão, apresentava áreas com placa branca não
destacável e estrias brancas semelhantes às de Wickham. Havia sintomatologia dolorosa
durante escovação e alimentação. Foi pedido risco cirúrgico da paciente. Optou-se por
fazer biópsia incisional de uma das áreas afetadas. No exame histopatológico foi
encontrado fragmentos de mucosa revestido por epitélio pavimentoso estratificado
paraceratinizado, exibindo áreas de hiperplasia em dente de serra e áreas de
degeneração da camada basal. Na lâmina própria observa-se tecido conjuntivo fibroso
com infiltrado inflamatório mononuclear disposto em faixa sub-epitelial. O diagnóstico
foi de líquen plano. Para alívio da sintomatologia indicou-se o uso de Tacrolimo 0,03%,
durante 30 dias, apenas na região de mucosa jugal. A paciente teve melhora
significativa da sintomatologia e do aspecto clínico das lesões. Em dezembro de 2006 a
paciente interrompeu o uso da medicação, apresentanto sintomas dolorosos e
surgimento de novas lesões atróficas e erosivas, em abril de 2007.
1. Patel S, Yeoman CM, Murphy R. Oral lichen planus in childhood: a report of
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CASO Nº 38
LINFOMA DE BURKITT- RELATO DE CASO
Beatriz Medina Coeli Barbosa
Christiano Marinho Correia
Orlando Augusto Silva Neto
Paulo Roberto Henrique
Rosana de Oliveira Gontijo*
Universidade de Uberaba
Paciente, L.C.C, gênero masculino, 13 anos, leucoderma, procurou a clínica de
Estomatologia da UNIUBE acompanhado pela mãe. A queixa principal relatada pela
mãe foi de que “os dentes de seu filho encontravam-se amolecidos”. Relatou ainda que
seu filho submeteu-se a exodontia do dente 26 e abertura e esvaziamento do dente 46. A
mãe apresentou também, o resultado de um hemograma que não mostrava alterações
significantes. O paciente estava febril e bastante debilitado. No exame extra-bucal,
foram detectados linfonodos submandibulares palpáveis. No exame intra-bucal
observou-se lesão expansiva nos rebordos alveolares superiores e inferiores. A palpação
da região não acusou dor, porém os tecidos palpados estavam pouco consistentes. Todos
os dentes se apresentavam com mobilidade exagerada e responderam positivamente ao
teste de vitalidade. Na radiografia panorâmica notou-se a desaparecimento da linha dura
nos alvéolos dentais e áreas de destruição do osso, com margens irregulares e mal
definidas, mostrando aspecto radiográfico de “dentes flutuando”. As hipóteses de
diagnóstico foram de histiocitose de células de Langerhans, tumor marron, leucemia e
linfoma. O paciente foi submetido à biópsia incisional e o material obtido encaminhado
ao laboratório de patologia. O laudo foi de Linfoma de Burkitt. O resultado chegou após
alguns dias. Infelizmente, nesse intervalo, o quadro clínico se agravou, o paciente foi
internado, indo a óbito logo em seguida, um dia após o diagnóstico definitivo. Da
consulta inicial até a morte do paciente passaram-se 13 dias.
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CASO Nº 39
CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS INICIAL (T1):
RELATO DE CASO
Lílian Souto*
Victor Comini Mol
Hercílio Martelli Júnior
Francis Balduíno Guimarães Santos
Paulo Rogério Ferreti Bonan
Faculdades Unidas do Norte de Minas, FUNORTE, Montes Claros, MG
Carcinomas de células escamosas são neoplasias malignas de incidência significativa de
alta morbidade e com elevada taxa de mortalidade. Contudo o prognóstico se associa,
entre outras variáveis com o tamanho da lesão. O objetivo deste trabalho é apresentar
um caso clínico de carcinoma de células escamosas inicial (T1) em rebordo alveolar
inferior. Paciente A.L.C, 44 anos, faioderma, gênero masculino, foi encaminhado à
clínica de Diagnóstico Bucal das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE,
devido a lesão branco-avermelhada em rebordo alveolar inferior. Na anamnese, o
paciente relatou ser tabagista e etilista crônico. Ao exame ectoscópico não havia
alterações. Durante o exame oroscópico, observou-se uma lesão em rebordo alveolar
inferior de coloração branco-avermelhada, medindo aproximadamente 1cm no seu
maior diâmetro, indolor, com aproximadamente 3 meses de evolução. Com o
diagnóstico presuntivo de carcinoma de células escamosas, foi realizada a biópsia
incisional. A análise histopatológica evidenciou um tecido epitelial pavimentoso
estratificado paraceratizado com atipia evidente emitindo ilhas neoplásicas para o tecido
conjuntivo com pleomorfismo celular, relação núcleo/citoplasma aumentada e
hipercromasia, também observados no epitélio alterado. Observam-se áreas
disceratóticas, na intimidade da lesão. O paciente foi encaminhado ao Cirurgião de
Cabeça e Pescoço e foi submetido a tratamento cirúrgico. A peça cirúrgica também
evidenciou carcinoma de células escamosas. O paciente atualmente está sob
proservação (6 meses) sem evidência de recidiva.
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CASO Nº 40
LIPOMA
Kelly Oliva Jorge*
Ludmila Brito Melo Rocha*
Jeane de Fátima Correia-Silva
Ricardo Santiago Gomez
Wagner Henriques de Castro
Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia da Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal de Minas Gerais
Paciente M.V.P., 23 anos, sexo masculino, leucoderma, procurou a Clínica de
Semiologia da Universidade Federal de Minas Gerais, queixando-se de um aumento de
volume na região submandibular esquerda, assintomático, com evolução de
aproximadamente 1 ano. O paciente relatou não possuir qualquer comprometimento
sistêmico. Ao exame físico observou-se uma massa tumoral, compressível à palpação,
recoberta por pele de coloração normal. O exame intrabucal não revelou alterações
dentárias ou periodontais que pudessem estar associadas ao desenvolvimento da lesão.
A punção aspirativa da alteração foi negativa para conteúdo líquido. Diante das
hipóteses diagnósticas de neoplasias de glândula salivar, lipoma, neoplasias
mesenquimais, cisto epidermóide, cisto linfoepitelial, sialoadenite e processo infeccioso
de origem cutânea, solicitou-se um exame de ultra-sonografia. As imagens revelaram
uma alteração no subcutâneo profundo na região submandibular esquerda, medindo 5,1
x 1,5 x 2,7 cm nos eixos longitudinal ântero-posterior e látero-lateral, respectivamente,
que comprimia inferiormente a glândula submandibular. Optou-se por uma biópsia
excisional da lesão, sob anestesia geral. O material foi enviado ao laboratório de
Patologia Bucal da FO-UFMG para exame histopatológico. O diagnóstico
histopatológico foi de lipoma. Após 12 meses da cirurgia, não existem sinais de recidiva
da lesão.
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CASO Nº41
A IMPORTÂNCIA DO EXAME HISTOPATOLÓGICO DE ROTINA
DOS FOLÍCULOS PERICORONÁRIOS NO DIAGNÓSTICO
PRECOCE DE LESÕES ODONTOGÊNICAS
Augusto César Sette-Dias*
Evandro Neves Abdo
Marcelo Drummond Naves
Priscila Eufrásio Costa
Ricardo Santiago Gomez
Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial do Hospital Municipal Odilon
Behrens FOUFMG- Belo Horizonte
A paciente ALC, 19 anos, sexo feminino compareceu ao Serviço de Cirurgia e
Traumatologia Buco-Maxilo-Facial do Hospital Municipal Odilon Behrens, para
remoção dos 3o molares inclusos por indicação ortodôntica. A paciente não relatou
queixas associadas ao motivo da consulta. Na anamnese não foram constatadas
alterações sistêmicas que justificassem protocolo especial de atendimento. Ao exame
objetivo notou-se a ausência dos 3o molares, sem alterações clínicas locais.
Radiograficamente observou-se inclusão total mista dos 3o molares, que apresentavam
áreas radiolúcidas pericoronárias, uniloculares, bem delimitadas, com inserção no limite
amelo-cementário, sugerindo folículo pericoronário. A paciente foi submetida à
remoção dos terceiro molares e os folículos encaminhados ao exame histopatológicos de
rotina. Durante a cirurgia observou-se a presença de líquido de cor amarelada nos
folículos dos dentes 38 e 48. O diagnóstico histopatológico do folículo relacionado ao
dente 48 foi de cisto dentígero. Por outro lado, o laudo histopatológico do material
coletado associado ao dente 38 foi de ameloblastoma unicístico. Os folículos dos dentes
18 e 28 não apresentaram alterações histológicas. O paciente encontra-se em controle
pós-operatório há 4 anos sem evidência de recidiva das lesões. O caso apresentado
mostra a dificuldade do diagnóstico precoce de alterações foliculares com base no
aspecto radiográfico e a importância do exame histopatológico como uma rotina no
tratamento de dentes inclusos.
1. Al-Khateeb TH, Bataieb AB. Pathology associated with impacted mandibular
third molars in group of Jordanians. J Oral maxillofac Surg. v. 64, n. 11, p.1598602, Nov. 2006.
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CASO Nº 42
CISTO PERIODONTAL LATERAL – RELATO DE CASO
CLINICO
Rodrigo Campos Rodrigues Trindade*
Átila Nunes Calumby
Alessandro Antônio da Costa Pereira
Luís Henrique Nassar Naback
Roseli Teixeira Miranda
Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS (Campus Alfenas /MG) –
Faculdade de Odontologia – Clinica de Diagnóstico Bucal
Paciente de 46 anos, gênero masculino, faioderma, procedência de Varginha-MG, sem
relato de alterações sistêmicas, compareceu à clínica integrada da UNIFENAS
queixando-se de dor na região de 43 e 44. Foi observado na oroscopia, uma pequena
elevação, em rebordo alveolar nessa região . O exame radiográfico revelou uma lesão
radiolúcida em forma de gota, circunscrita por um halo radiopaco, localizada entre as
raízes dos dentes 43 e 44, medindo cerca de 0,7 cm de diâmetro. Os dentes adjacentes à
lesão responderam positivamente ao teste de vitalidade pulpar. A punção aspirativa foi
positiva para liquido cístico. Frente a estes achados, o diagnóstico presuntivo foi de
cisto odontogênico periodontal lateral. Foi então realizada a enucleação total da lesão, e
enviada para exame histopatológico. Após curetagem, a cavidade óssea foi preenchida
com osso bovino liofilizado. Os cortes microscópicos, corados em HE, revelaram uma
cavidade virtual revestida por epitélio, pavimentoso, estratificado, fino, uniforme, plano
e com discretas áreas de queratinização. As células eram cubóides e várias delas
apresentaram-se com citoplasma claro, havendo áreas com hiperplasia celular
formando placas. Subjacente, na cápsula, foi observado tecido conjuntivo fibroso denso,
celularizado, com vasos sangüíneos dilatados e leucócitos. O diagnóstico clínico e
histopatológico foi de cisto periodontal lateral.
1. ALTINI, M.; SHEAR M. The lateral periodontal cyst: an update. J. Oral. Pathol.
Méd., Copenhagen,21(6)245-250,1992.
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CASO Nº 43
AMELOBLASTOMA EM CRIANÇA
Adriana Machado Saraiva*
Luciana Cardoso Fonseca
Carlos Roberto Martins
Hermínia Marques Capistrano
Ícaro Buchholz
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O paciente GHTD, 09 anos de idade, sexo masculino, leucoderma foi encaminhado para
a clínica de Estomatologia da FOPUC Minas,com queixa de aumento de volume na
região de molares inferiores do lado esquerdo. Durante a anamnese o paciente relatou
história de trauma na região, com posterior aumento de volume da face. Após o trauma,
o paciente fez uso de antinflamatório, que causou diminuição da tumefação. No exame
extra-oral, notou-se assimetria facial do lado esquerdo; no intra-oral foi observado
aumento de volume discreto na região de fundo de vestíbulo, com crepitação e sem
alteração de cor. Foram realizadas radiografias oclusal, panorâmica e AP. Nas
radiografias observou-se área radiolúcida no ângulo e ramo da mandíbula, estendendose de distal de primeiro molar permanente ao ramo ascendente de mandíbula. A lesão
era bem delimitada e englobava os germes dos dentes 37 e 38. A punção aspiratória foi
positiva, sendo encontrado líquido de coloração avermelhada. As hipóteses diagnósticas
foram: ameloblastoma unicístico, lesão central de células gigantes e cisto traumático.
Foi realizada biópsia incisional da área. O exame histopatológico mostrou fragmentos
de lesão constituída por proliferação de células semelhantes aos ameloblastos com
tecido do retículo estrelado do órgão do esmalte no centro, em disposição plexiforme e
tecido conjuntivo fibroso celularizado com infiltrado inflamatório. O diagnóstico foi de
ameloblastoma plexiforme. O paciente foi encaminhado para o Hospital da Baleia onde
realizou-se a enucleação completa da lesão e curetagem da região afetada.
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CASO Nº 44
LÍQUEN PLANO PIGMENTADO
Pollyany Policarpo de Almeida*
Roberta Pereira Eller*
Leandro Napier de Souza
Maria Auxiliadora Vieira do Carmo
Diele Carine Barreto Arantes
Centro Universitário Newton Paiva e Universidade Federal de Minas Gerais
Paciente LCK, sexo feminino, 81 anos de idade, leucoderma, apresentou-se à Clínica de
Odontologia do Centro Universitário Newton Paiva encaminhada pelo Centro
Odontológico da Prefeitura de Belo Horizonte, devido a presença de uma lesão
pigmentada na cavidade bucal. Na anamnese a paciente relatou ser ansiosa, estressada,
possuir gastrite, labirintite e hipertensão, controlados por medicamentos (Atenolol,
Natrilix, Dormonid e Tebonin). Ao exame objetivo geral foram observados valores
elevados de pressão arterial, sendo a paciente encaminhada ao cardiologista para
avaliação e controle da hipertensão, nas primeiras sessões. Ao exame objetivo intrabucal foram observados pigmentos melânicos, variando de castanho ao negro,
bilateralmente na mucosa jugal, mucosa alveolar e língua. A lesão pigmentada na
mucosa jugal era mal delimitada e associada com áreas esbranquiçadas. Diante das
hipóteses diagnósticas de melanose associada a doenças endócrinas ou líquen plano
pigmentado, a paciente foi encaminhada primeiramente para o endocrinologista. Após a
avaliação endocrinológica e laboratorial apresentando-se dentro dos padrões de
normalidade, a paciente foi submetida à biópsia incisional na mucosa jugal, sob
anestesia local, e o fragmento foi encaminhado para análise histopatológica. O
diagnóstico conclusivo foi de líquen plano pigmentado. A paciente estava em
tratamento odontológico, mas sofreu recentemente um aciente vascular cerebral e
encontra-se hospitalizada com hemiplegia.
1. GAETA, G.M.; SATRIANO, R.A.; BARONI, A. Oral pigmented lesion. Clinics
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bucais de líquen plano do laboratório de patologia bucal da faculdade de
Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais. Arquivos em
Odontologia Belo Horizonte. v.37, n.2, p.163-174, 2001.
CASO Nº 45
ADENOMA PLEOMORFO DE LÁBIO - RELATO DE CASO
Paulo Roberto Henrique
Adília Rua Michelete
Ana Paula Aguiar*
Beatriz Medina Coeli Barbosa
Christiano Marinho Correia
Paciente J.B.A, sexo masculino, leucoderma, 45 anos, procurou a Clínica da FUNEPU,
na cidade de Uberaba para a realização de tratamento odontológico. Durante o exame
físico extra-bucal foi observado aumento volumétrico na região do lábio superior. O
exame intra-bucal mostrou tumefação na mucosa labial do lado direito próximo a linha
mediana. A lesão apresentava-se levemente amarelada, assintomática, consistente,
móvel, endofítica e bem delimitada, medindo aproximadamente 2 cm em seu maior
diâmetro. As hipóteses de diagnóstico para o caso, foram de adenoma pleomórfico,
lipoma e mucocele. A conduta foi realização de biópsia excisional. Durante o
procedimento cirúrgico observou-se que a massa tumoral se destacou com facilidade e
apresentava-se de cor bem amarela. O material obtido foi encaminhado para o serviço
de patologia da UFTM e o resultado do exame histopatológico foi de adenoma
pleomórfico, confirmando o diagnóstico clínico. Posteriormente, o tratamento
odontológico foi realizado.
1. DONGRE, A. KHOPKAR, V. Asytomatic nodule on lip. Indian J. Dermatol
venereal leprolol. 2006, nov-dec; 72(6): 470
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2005 jul; 34(5): 528-32
CASO Nº 46
CAVIDADE ÓSSEA IDIOPÁTICA: RELATO DE UM CASO
Leandro Salomão Alvarenga
Antônio Francisco Durighetto Júnior
Jonas Dantas Batista
Marcelo Dias Moreira de Assis Costa
Mirna Scalon Cordeiro
Curso de Odontologia do Centro Universitário do Triângulo. Uberlândia-MG.
Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia.
Paciente S.M.G., 32 anos de idade, gênero feminino, leucoderma, foi encaminhada pelo
seu ortodontista à Clínica de Estomatologia da UNITRI para diagnóstico, avaliação e
conduta frente a uma alteração radiolúcida observada em radiografia panorâmica de
rotina. A história médica não revelou informações relevantes e não foi possível
estabelecer qualquer relação causa/efeito com a queixa principal. O exame da face não
identificou qualquer alteração importante e o da boca mostrou mucosas lisas, brilhantes,
úmidas, algumas restaurações e aparelho ortodôntico. Na região de queixa, pré-molares
e molares inferiores direitos, observou-se discreto aumento volumétrico em função de
provável distensão das corticais. Região recoberta por mucosa normal e sem sinais
flogísticos. A radiografia trazida pela paciente revelou imagem radiolúcida ovalada com
limites bem definidos permeada por linha radiopaca, sugerindo septos, estendendo
desde a face distal da raiz do dente 44 até a face mesial do dente 47 e inferiormente até
o canal mandibular. Foram realizadas tomadas radiográficas periapicais e oclusal que
mostraram ausência de afastamento e reabsorção radicular e discreta expansão das
corticais vestibular e lingual. Os dentes envolvidos responderam de forma positiva ao
teste de vitalidade. Em função do observado foram levantadas as hipóteses de
diagnóstico de queratocisto odontogênico ou cavidade óssea idiopática. Na seqüência,
punção aspirativa retirou líquido sanguinolento com bolhas de ar que favoreceu o
diagnóstico de cavidade óssea idiopática. A exploração cirúrgica na região mostrou uma
coloração azulada do osso vestibular, possível adelgaçamento da cortical naquela
região. Parte da cortical foi removida e encaminhada para análise histopatológica e com
uma cureta cirúrgica, constatou-se a ausência de material no interior da loja. No mesmo
ato cirúrgico, realizou-se curetagem para promover preenchimento da cavidade com
sangue a título de tratamento. O acompanhamento radiográfico da paciente demonstra o
preenchimento gradual da lesão.
1. COLEMAN, G.C; NELSON, J.F. Princípios de Diagnóstico Bucal. Rio de
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3. MARCUCCI, G. Estomatologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
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5. REGEZI, J. A.; SCIUBBA, J. J. Patologia Bucal : Correlações
Clínicopatológicas. 3ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
CASO Nº 47
CASO INCOMUM DE TUMOR ODONTOGÊNICO:
FIBROMA AMELOBLÁSTICO/AMELOBLASTOMA
Edgard Carvalho Silva
Ibajay Brito de Oliveira
Sebastião Hélio Pereira Godinho
Claudia Maria Carvalho Della Croce*
Maria Olympia Alvarenga Silva*
Universidade Vale do Rio Verde, Curso de Odontologia, Campus-Mário Penna.
Paciente de 76 anos, leucoderma, sexo feminino, gozando de boa saúde, tem a seguinte
história clínica: em setembro de 1989 foi diagnosticado mediante biópsia inciosional um
fibroma ameloblástico na região de dos dentes 33 e 34. Exame nº 5414/89, do
Laboratório Roberto Alvarenga. Diante do resultado informamos à paciente que estaria
indicado tratamento cirúrgico com possível perda dos dentes 33 e 34 e remotamente
parestesia labial temporária. A paciente preferiu acompanhar clinicamente o seu caso, o
que foi feito por quase 18 anos. Durante este período a paciente não apresentou sinais e
sintomas clínicos, não obstante, pequenas alterações das imagens radiográficas foram
observadas, como algumas lacunas na região periapical dos incisivos à semelhança de
displasia cementária. Em março deste ano a paciente retornou ao consultório
apresentado pequena tumefação na região periapical dos dentes 42 e 43, inclusive
acusando sensibilidade à pressão digital nesta região. Submetida a exames radiográficos
(periapicais , panorâmica e TC), observamos imagem de apreciável lacuna óssea
correspondente aquela tumefação e algumas pequenas lacunas contíguas aos ápices dos
demais incisivos. Propusemos uma exploração cirúrgica na área dessas alterações, com
vista a biopsia incisional ou excisional da lesão, o que equivaleria a enucleação da lesão
principal. Foi realizado esse procedimento. O estudo histopatológico de nº P0849/07 do
Laboratório de Anatomia Patológica do Hospital Luxemburgo foi de “achados
compatíveis com ameloblastoma”. Parte do material foi encaminhado ao Laboratório de
Anatomia Patológica da Faculdade de Odontologia da UFMG e o laudo de nº 22837
trouxe o diagnóstico de ameloblastoma.
1. NEVILLE, B.W; DAMM, D.D; CARL, M; ALLEN, C.M; BOUQUOT, J.E.
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2. PINDBORG, J.J. Atlas of Diseases of The Jaws. Philadelfia, Saunders
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3. REGEZI, J,A.; SCIUBA, J.J. Patologia Bucal: Correlações Clínico-Patológicas.
Rio de janeiro, Guanabara Koogan, 2000.
CASO Nº 48
PSEUDOHIPOFOSFATASIA: RELATO DE CASO
Aana Lúcia Melo Igdal *
Alzira L. P. H. Roelens
Vinicius Magalhães Carvalho
Ricardo Santiago Gomez
Paôlla Freitas Perdigão
PMMG (Polícia Militar de Minas Gerais), Centro Odontológico, Serviço de
Estomatologia, Belo Horizonte, MG
UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Faculdade de Odontologia,
Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia, Belo Horizonte, MG
Paciente I.D.T., 29 anos de idade, sexo masculino, feoderma, procurou a Clínica de
Estomatologia do Centro Odontológico da PMMG, em fevereiro de 2006, com queixa
de mobilidade dentária. Na anamnese, o paciente relatou início da alteração há
aproximadamente nove anos, época na qual ele foi submetido a tratamento periodontal.
O paciente relatou ter boa saúde e não ter feito nenhum tratamento médico nos últimos
anos. Ao exame intra-bucal observou-se doença periodontal agressiva generalizada. As
radiografias periapicais e panorâmica mostraram perda óssea generalizada do osso
alveolar. Devido ao quadro clínico e radiográfico do paciente, foi levantada a hipótese
diagnóstica de periodontite associada à doença sistêmica. Requisitou-se exames
laboratoriais para verificação do metabolismo ósseo e mineral. O nível sérico de
piridoxal fosfato e níveis urinários de fosfoetanolamina e pirofosfato inorgânico
estavam aumentados, enquanto os demais exames apresentaram-se dentro do padrão de
normalidade. Mediante as características clínicas, radiográficas e os achados
laboratoriais, o diagnóstico foi de pseudohipofosfatasia. O paciente foi encaminhado
para a clínica médica da PMMG e o diagnóstico foi confirmado.
A pseudohipofosfatasia é um subtipo raro de hipofosfatasia, que parece estar
relacionada a mutações no gene TNSALP. Essas mutações não interferem na expressão
da enzima, mas produzem um transcrito aberrante não funcional.
1. Mornet E. Hypophosphatasia: the mutations in the tissue-nonspecific alkaline
phosphatase gene. Hum Mut. 2000; 15: 309-315.
2. Fedde KN, Cole DE, Whyte MP. Pseudohypophosphatasia: aberrant localization and substrate
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CASO Nº 49
MIXOMA ODONTOGÊNICO EM MAXILA
Belini Freire Maia
Helenice de Andrade Marig
João Batista de Freitas
Luciana Cardoso Fonseca
Marcio Bruno Amaral*
Faculdade de Odontologia da PUC MINAS
Serviço de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial do Hospital da Baleia – CENTRARE
Paciente R.F.G., 47 anos, sexo masculino, melanoderma, compareceu a clinica de
estomatologia da Faculdade de Odontologia da PUC Minas em julho de 2006 com
queixa principal de “caroço no rosto” e mudança na posição dos dentes. Ao exame
físico extra-bucal observou-se aumento de volume em maxila à direita causando ligeira
assimetria facial. Ao exame físico intra-bucal observou-se aumento de volume causando
desaparecimento do fórnice superior direito, de consistência firme a palpação, recoberto
por mucosa normal. Foram solicitados exames radiográficos (periapical e panorâmico)
onde notou-se uma lesão destrutiva em maxila direita apresentando área radiolúcida
multilocular com lojas bem definidas e reabsorção radicular do segundo pré-molar com
deslocamento radicular. Foram solicitados também exames tomográficos que
demonstraram extensa lesão hipodensa causando reabsorção das corticais com
preenchimento de todo seio maxilar direito. Baseado nos achados clínicos, radiográficos
e tomográficos estabeleceu-se as hipóteses diagnósticas de ameloblastoma, lesão central
de células gigantes e mixoma odontogênico. O paciente foi então encaminhado para a
clinica de cirurgia buco-maxilo-facial da faculdade de odontologia da PUC Minas, onde
foi realizado uma biópsia incisional, e o material foi enviado para o laboratório de
Patologia Bucal da Faculdade de Odontologia da PUC Minas para exame anátomopatológico, onde estabeleceu-se o diagnóstico de mixoma odontogênico. O paciente foi
então encaminhado ao serviço de cirurgia buco-maxilo-facial do hospital da Baleia para
ressecção do tumor. Foi realizado hemi-maxilectomia direita através do acesso de
Weber – Fergusson – Difenbarc. O contorno facial foi estabelecido através de uma tela
em titânio sistema 2.0 mm. A peça cirúrgica foi enviada para exame anátomopatológico que confirmou o diagnóstico de mixoma odontogênico. O paciente encontrase em acompanhamento há seis meses sem sinais de recidiva.
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CASO Nº 50
LESÃO CENTRAL DE CÉLULAS GIGANTES – RELATO DE
CASO CLÍNICO
Saulo Camargo Silva Salum*
Wilson da Silveira Oliveira
Simone Bruzadelli Ribeiro Franco de Carvalho
Leandro Carnevalli Franco de Carvalho
Roseli Teixeira Miranda
Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS (Campus Alfenas /MG) –
Faculdade de Odontologia – Clinica de Diagnóstico Bucal
Paciente do gênero feminino, 37 anos, sem de alterações sistêmicas, procedente de
Carmo do Rio Claro – MG, compareceu à clinica odontológica da UNIFENAS,
encaminhada pela ABO-Alfenas/MG, com o diagnostico histológico de Lesão central de
células gigantes O paciente relata aumento progressivo no lado direito da maxila, há 9
meses aproximadamente e sem sintomatologia dolorosa. Ao exame clínico a face
apresentava tumefação dura à palpação com desaparecimento do sulco naso-labial
direito. Ao exame de oroscopia foi observada uma tumefação do rebordo alveolar e do
palato direito, recobertos por mucosa de coloração normal. Foram feitas 12 aplicações
de corticoterapia intralesional, e posteriormente, curetagem por acesso por vestibular,
com exodontia dos dentes 12 e 13, que foram acometidos pela lesão e apresentavam
sintomatologia dolorosa. O resultado histopatológico do material curetado foi o mesmo
do diagnóstico inicial. Após 8 meses foi feita uma segunda curetagem, com
remodelação óssea vestibular, e o resultado histopatológico desta foi compatível com
fibrose-intraóssea (zona cicatricial) pós-operatória. A paciente está em proservação já a
um ano sem recidiva.
1. FRANCO, R.L.; TAVARES, M.G.; BEZERRIL, D.D.L.; LACERDA, S.A.;
XAVIER, S.P. Granuloma de células gigantes central: revisão de literatura /
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2. MARTINS, W.D.;RIBAS, M.O.; WESTHPHALEN, F.H.; LIMA, A.A.S.;
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granuloma of the jaws: a case report. Rev. bras. odontol;57(3):148-50, 2000
4. RUSE-LÖSLER B; DIALLO R; GAERTNER C; MISCHKE KL; JOOS U;
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and histopathologic study of 26 cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
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5. GOLDMAN KE; MARSHALL MK; ALESSANDRINI E; BERNSTEIN ML.
Intralesional corticosteroid injection for central giant cell granuloma: a case
report and review of the literature. Turk J Pediatr;47(1):75-81, 2005.
CASO Nº 51
NOMA-“CANCRUM ORIS” – RELATO DE CASO
Christiano Marinho Correia
Beatriz Medina Coeli Barbosa
Liana Bonfim Misson*
Marco Antônio Maluf Cury
Paulo Roberto Henrique
Universidade de Uberaba
Paciente M.E.C, sexo feminino, feoderma, 36 anos procurou a Clínica de Estomatologia
da Universidade de Uberaba, tendo como queixa principal “um buraco que tinha
aparecido no rosto”. Conforme seu relato, a lesão tinha surgido há três meses, após
inflamação gengival aguda generalizada. A lesão iniciou a partir de uma mancha
vermelha na bochecha, que posteriormente evoluiu para uma úlcera. O exame físico
geral mostrou uma paciente debilitada, um pouco confusa e aparentemente desnutrida.
No exame físico extra-bucal verificou-se uma extensa lesão de bordos avermelhados,
profunda, situada na face do lado direito, medindo aproximadamente 3 cm em seu maior
diâmetro. A lesão se comunicava com o meio interno. Pela abertura da ferida, podia se
visualizar que a gengiva e mucosa alveolar correspondente às faces vestibulares dos
dentes molares encontravam-se ausentes, apresentando consequentemente, exposição do
osso alveolar. O exame intra-bucal foi prejudicado, visto que a paciente apresentava
dificuldade para abrir a boca devido a perda de estrutura muscular. Foi realizado exame
radiográfico panorâmico que mostrou imagem da região acometida com áreas
radioluscentes no corpo da mandíbula, região de fóvea mandibular. O diagnóstico
clínico foi de Noma, sendo realizado raspado da região e biópsia incisional. Todo
material obtido foi enviado para exame microbiólogico e histopatógico. Ambos os
resultados foram não conclusivos. Assim, diante das evidências clínicas, a hipótese
diagnóstica foi confirmada. Posteriormente, a paciente foi encaminhada para cirurgia
onde foi realizada a remoção dos dentes envolvidos e cirurgia plástica reconstrutiva.
1. AULUCK, A; PAI, K. M. Noma: Life cycle a devasting sore- case report and
literature Review- J. Can. Dent ass. 2005 nov; 71(10): 757
2. BUCHANAN, J.A et al. Necrotizing stomatitis in the developed world. Clinic.
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4. MOYNIHAN, P.J The role of diet and nutrition in the etiology and prevention of
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CASO Nº 52
LESÃO FIBRO-ÓSSEA EM MANDÍBULA
Anna Paula Gonçalves Costa*
Marcus Alves de Figueiredo Sousa
Jonas Dantas Batista
Antônio Francisco Durighetto Júnior
Adriano Mota Loyola
Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia.
Paciente, M.C.G 57 anos, gênero feminino, leucoderma, compareceu a Unidade de
Diagnóstico Estomatológico da Faculdade de Odontologia da UFU, com queixa de um
“inchaço no queixo”, observado há aproximadamente 1 semana. A história médica da
paciente não relatou qualquer alteração relacionada a queixa. Ao exame clínico
extrabucal era possivel verificar aumento da região de sínfise mandibular. O exame
clínico intrabucal mostrou ausências dentárias, mucosas lisas, brilhantes e úmidas e não
região de queixa havia um aumento volumétrico sobre o rebordo alveolar anterior
direito, de aproximadamte 2 cm, expansão para as regiões vastibular e lingual,
consistência dura e mostrando sinais de reação inflamatória com presença de fístula e
discreta drenagem de pús. No exame radiográfico observou-se uma formação de
radiopacidade mista de forma irregular, alongada, delimitada por linha radiolúcida,
expansão as corticais no sentido vestíbulo-lingual. Os achados clínicos e radiográficos
levaram a hipótese diagnóstica de lesão fibro-óssea ou cementoblastoma. A paciente foi
medicada para tratamento da infecção e foi realizada bióspia incisional, que revelou
tecido muito compacto, resistente ao corte, por hora lembrando tecido odontogênico. O
diagnóstico histopatológico foi de tecido cementóide compacto. A paciente foi então
encaminhada ao Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da HC da UFU onde realizouse a exérese da lesão e a peça cirúrgica teve diagnóstico sugestivo de lesão fibro-óssea
benigna em estágio avançado.Atualmente a paciente se encontra em proservação.
1. SLOOTWEG PJ, MULLER H. Differential diagnosis of fibro-osseous jaw
lesions. A histological investigation on 30 cases. J Craniomaxillofac Surg. 1990
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2. TOYOSAWA S, YUKI M, KISHINO M, OGAWA Y, UEDA T, MURAKAMI
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characterization. Mod Pathol. 2007 Mar;20(3):389-96.
3. NEVILLE, B.W; DAMM, ºD.; ALLEN, C.M.; et al. Patologia oral e
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4. REGEZI, J. A., SCIUBBA, J. J. Patologia Bucal : Correlações ClínicoPatológicas . Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
CASO Nº 53
CISTO DO DUCTO NASOPALATINO
Rodrigo Eustáquio Lopes
Eduardo Morato.de Oliveira
Eduardo Pereira Guimarães*
Mario Lúcio Otoni Gonçalves
Marcelo Drummond Naves
Hospital Municipal Odilon Behrens – Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
Curso de Especialização em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais - FOUFMG.
O cisto do ducto nasopalatino é a variedade mais comum de cisto maxilar de
desenvolvimento ou fissural. Resulta da degeneração cística de restos epiteliais do ducto
nasopalatino no interior do canal incisivo. Os sintomas e sinais mais comuns incluem
tumefação na região anterior do palato, drenagem, dor e diastema entre os incisivos
centrais. A cavidade cística evidencia uma imagem radiolúcida em forma de pêra
invertida, ovalada ou em coração. Os dentes envolvidos não sofrem reabsorção. O caso
clínico aborda a paciente N. T. S., 53anos, feoderma, procedente de Belo Horizonte,
onde procurou atendimento odontológico no Serviço de Cirurgia e Traumatologia
Bucomaxilofaciais do HMOB em outubro de 2006 por motivo estético (fechar diastema
anterior superior). Como exame complementar realizou-se radiografia periapical dos
dentes 21 e 11, na qual observou-se uma imagem radiolúcida em forma de pêra
invertida entre os incisivos centrais. Os dentes apresentavam-se sem mobilidade e
hígidos. Mucosas íntegras (tanto vestibular quanto palatina) e sem aumento de volume.
Feito um novo exame radiográfico para localização (princípio de paralaxe) onde o laudo
mostrou lesão pelo palato. Como tratamento foi proposto a enucleação cirúrgica da
lesão, o fechamento do diastema e o controle radiográfico pós-operatório. Após
enucleação o material foi fixado em formol e encaminhado ao laboratório de Patologia
Bucomaxilofacial da FOUFMG. O laudo histopatológico confirmou a hipótese
diagnóstica de cisto do ducto nasopalatino.
1- CARVALHO, P.S. P. de; SANCHES, M. G. Cisto do canal nasopalatino. Rev.
Assoc. Paul. De Cir. Dent. 54 (2): 126-128. março-abril, 2000.
2- GARCIA JÙNIOR, I.R.; PONZONI, D. Tratamento Cirúrgico de cisto do canal
nasopalatino. BCL; 7(26); 63-66, abril-jun. 2000.
3- NEVILLE, B.W. Patologia Oral e Maxilofacial. Guanabara Koogan, Rio de
Janeiro, 1998, 705p.
4- PETERSON, L.J. Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea. Guanabara
Koogan, Rio de Janeiro, 3ª edição, 2000, 772p.
5- SANTOS, C.R.R. Cisto do ducto nasopalatino e ducto nasopalatino patente.
Bauru; s.n.; 1999. 156p.
CASO Nº 54
HAMARTOMA LEIOMIOMATOSO
Fernanda Oliveira Ferreira*
Lívia Fulgêncio Bonfim*
Geane Moreira
Mariela Gontijo Dutra de Moura
Tarcília Aparecida da Siva
Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia, Faculdade de Odontologia,
Universidade Federal de Minas Gerais
Hamartomas são malformações benignas caracterizadas pela mistura anormal de tecidos
próprios do sítio envolvido. Nos hamartomas existe um aumento da proliferação de um
tipo de tecidual, contudo sem tendência ao crescimento progressivo. Hamartomas
afetam frequentemente o intestino, pulmões, pâncreas e região maxilofacial.
Hamartomas bucais são comumente de origem vascular, apresentando-se como lesões
nodulares presentes ao nascimento e em geral localizados na porção média maxilar
como papila incisiva, palato e língua. O presente trabalho descreve um caso de
hamartoma leiomiomatoso em uma recém-nascida com seis meses de vida que
acompanhada de sua mãe compareceu à clinica de Semiologia e Patologia da
Universidade Federal de Minas Gerais. A lesão era assintomática e estava presente
desde o nascimento apresentando desde então crescimento lento. Ao exame físico
observou-se bom desenvolvimento geral da criança. O exame intrabucal revelou a
presença de um pólipo, de coloração semelhante à mucosa bucal, consistência fibrosa,
superfície lisa, medindo 3x5x2 mm e localizado na linha média do processo alveolar da
pré-maxila. As hipóteses de diagnóstico foram hamartoma, pólipo fibroso, e tumor de
células granulares. Realizou-se biópsia excisional e após o exame histopatológico e
imunoistoquímico, o diagnóstico foi de hamartoma leiomiomatoso. A paciente não
apresentou recorrência da lesão e o caso encontra-se em proservação por sete meses.
1. Willis RA. The borderland of embryology and pathology. 2th ed. London:
Butterworths, 1962;351-392.
2. Takato T, Fukuda O, Ohhara Y, Yanai A, Hirabayashi S, Nakatsuka T.
Hamartoma of the tongue: two case reports. Plast Reconstr Surg 1985;75:258262.
3. Owen G, Berry J, Bicknell P. Hamartoma of the tongue. J Laryngol Otol
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4. Takimoto T, Yoshizaki T, Umeda R. Hamartoma of the tongue. Int J Pediatr
Otorhinolaryngol 1989;18:157-161.
5. Hanna R, Argenyi ZB, Benda JA. Hamartoma of the tongue in na infant with a
primary diagnosis of ectrodactyly-ectodermal dysplasia-cleft lip and palate
syndrome. J Cutan Pathol 1994;21:173-178.
CASO Nº 55
ALTERAÇÕES E LESÕES BUCAIS ENCONTRADAS NAS
JORNADAS MINEIRAS DE ESTOMATOLOGIA - JOME - ENTRE
OS ANOS DE 1995 A 2006
Bárbara Melo Franco*
Paulo Rogério Ferreti Bonan
Claudiojanes Reis
Daniella Reis Barbosa
Hercílio Martelli Júnior
Curso de Odontologia – Área de Diagnóstico Bucal – Universidade Estadual de Montes
Claros – Unimontes.
Curso de Odontologia das Faculdades Unidas do Norte de Minas – Funorte.
A Jornada Mineira de Estomatologia (JOME) é um evento científico promovido
anualmente pela Sociedade Mineira de Estomatologia, desde o ano de 1995 e se
caracteriza pela apresentação oral de expressiva amostragem de casos clínicos de
alterações e lesões bucais. O objetivo deste estudo foi avaliar as principais alterações e
lesões bucais encontradas entre os anos de 1995 e 2006, caracterizando os grupos mais
encontrados de lesões, assim como os principais aspectos epidemiológicos associados às
mesmas. Realizou-se estudo retrospectivo, documental, a partir dos doze anais dos
eventos realizados entre os anos citados. Dos 729 resumos analisados e considerados,
746 lesões foram descritas. A faixa etária média de acometimento dos pacientes foi de
32,7 anos (±20,77). Desse montante, 311 (41,7%), casos clínicos foram observados no
gênero masculino e 382 (51,2%), no feminino, sendo que 53 (7,1%) não possuíam tal
informação. Com relação à cor da pele, 299 (40,1%), lesões ocorreram em indivíduos
leucodermas, 180 (24,1%) feodermas, 161 (21,6%) melanodermas e 106 (14,2%) sem
referência. Sobre a distribuição referente aos grupos de lesões, observou-se que as
lesões ósseas (13,8%), neoplasias malignas (13%), tumores odontogênicos (9,9%) e
não-odontogênicos (9,1%), foram as mais comuns. Considerando as lesões de forma
isolada, o carcinoma de células escamosas, ameloblastoma e fibroma ossificante
periférico foram os mais freqüentes. Observou-se que a ocorrência das lesões não se
deveu somente a sua raridade, mas também a distribuição regional das mesmas.
1. NEVILLE B.W., DAMM D., ALLEN C.M., BOUQUOT J.E. Patologia oral e
Maxilofacial. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2004.
2. DURAZZO M.D., DE ARAÚJO C.E., BRANDÃO NETO J.S. et al. Clinical
and epidemiological features of oral cancer in a medical school teaching hospital
from 1994 to 2002: increasing incidence in women, predominance of advanced
local disease, and low incidence of neck metastases. Clinics. 60:293-8, 2005.
3. GERVASIO, O.L., DUTRA, R.A., TARTAGLIA, S.M., VASCONCELLOS,
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retrospective study of 740 cases in a Brazilian population. Braz Dent J. 12:5761, 2001.
4. FERNANDES, A.M., DUARTE, E.C., PIMENTA, F.J., SOUZA, L.N. et al.
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5. LOYOLA, A.M., DE ARAÚJO, V.C., DE SOUSA, S.O., DE ARAÚJO, N.S.
Minor salivary gland tumours. A retrospective study of 164 cases in a Brazilian
population. Eur J Cancer B Oral Oncol. 31B: 197-201, 1995.
CASO Nº 56
SCHWANOMA (NEURILEMOMA) DE LÍNGUA
Virginia Kelma dos Santos Silva*
Luciano José Pereira
Márcio Américo Dias
Patrícia Peres Iucif Pereira
Alessandro Antônio Costa Pereira
Serviço de Estomatologia – UNINCOR – Três Corações
Paciente, WLS, 14 anos, feoderma, gênero masculino, morador da zona rural de
Lambari, compareceu à clinica de Estomatologia da Unincor, encaminhado do posto de
saúde do seu município, queixando-se de um discreto incômodo durante a deglutição
proveniente de uma massa tumoral em sua língua. Relatou que notou seu aparecimento
há aproximadamente seis meses. Ao exame físico observamos lesão tumoral em dorso e
margem lateral direita na porção mais posterior da língua, coloração vermelha,
consistência firme, formato oval, superfície irregular, indolor, medindo, 3x2cm
aproximadamente. Foi realizada biópsia excisional e enucleação total da lesão. Em
análise microscópica os cortes corados em HE revelaram fragmento de mucosa bucal
constituída por epitélio estratificado paraqueratinizado. Subjacente, na lâmina própria,
notou-se tecido conjuntivo fibroso denso e área central ricamente celularizada (Antoni
A) com células fusiformes dispostas em feixes entrelaçados ora dispostas em paliçada,
notando-se algumas áreas eosinófilas acelulares (Antoni B) dispersas juntos às células
em proliferação. O diagnóstico conclusivo foi de neurilemoma. O paciente se encontra
em proservação e não houve recidiva. Os schwanomas também denominados
neurilemomas são tumores beningnos de crescimento lento e encapsulados originários
da bainha de schwan de nervos periféricos motores, sensitivos ou autônomos. Sua
etiologia é desconhecida, não apresenta predileção por gênero, e o pico de incidência
está entre a terceira e sexta década de vida. De todas as regiões da cabeça e pescoço, a
boca raramente é afetada, contribuindo com apenas 1% dos casos, sendo a língua a área
mais prevalente.
1. HASHIBA Y, NOZAKI S, YOSHIZAWA K, NOGUCHI N, NAKAGAWA K,
YAMAMOTO E. Recurrent multinodular neurilemmoma of the female upper
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2. HWANG K, KIM SG, AHN SI, LEE SI. Neurilemmoma of the tongue. J
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3. ANIL HT, GOWDA BV, LAKSHMI S, NIVEDITHA SR. Schwannoma of the
palatine tonsil. J Laryngol Otol. 2005 Jul;119(7):570-2.
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excision of a large schwannoma in the base of the tongue. Eur Arch
Otorhinolaryngol. 2000;257(5):283-6.
CASO Nº 57
AMELOBLASTOMA UNICÍSTICO: RELATO DE CASO CLÍNICO
Eduardo Costa Batista*
Rodrigo Carvalho Pinto Coelho
Rommel Parenti Cabral
Marcelo Drummond Naves
Bruno da Silva Vieira
Hospital Municipal Odilon Behrens – Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
Curso de Especialização em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da
FOUFMG
O ameloblastoma é uma neoplasia localizada agressiva de epitélio odontogênico que
possui um amplo espectro de padrões histológicos lembrando o início da odontogênese.
Com crescimento lento, agressividade local e potencialmente causadora de amplas
deformidades faciais, pode surgir de qualquer fonte de epitélio odontogênico que
remanesça junto aos tecidos mole alveolar e ósseo. Possui uma alta taxa de recorrência,
diretamente relacionada ao manejo da lesão, porém as metástases são raras. Ocorre em
três situações clinicorradiográficas distintas: sólido, unicístico e periférico. A variante
unicística apresenta características semelhantes a um cisto não neoplásico, ocorre em
pacientes mais jovens, freqüentemente em mandíbula e associada a um terceiro molar
incluso. O tratamento, em geral, consiste de uma intervenção menos agressiva em
relação ao tipo sólido, recebendo abordagem semelhante a dos cistos odontogênicos.
Este trabalho relata um caso de ameloblastoma unicístico tratado através de
descompressão cística, com posterior enucleação. A paciente M.L.G.S., 27 anos, gênero
feminino, feoderma, foi encaminhada ao serviço de Cirurgia e Traumatologia BucoMaxilo-Facial do Hospital Municipal Odilon Behrens queixando-se de tumefação em
terço inferior de face, à esquerda. Ao exame clínico, foi detectada lesão expansiva em
corpo e ramo mandibular, à esquerda. Ao exame imaginológico, apresentava-se ampla,
unilocular, envolvendo o dente 38. Foi submetida, então, a uma biópsia incisional, que
revelou cisto de natureza odontogênica. Perdeu-se o contato com a paciente, e a mesma
só retornou ao serviço sete meses depois, com suspeita de gestação, confirmada em
seguida. Foi realizado procedimento de descompressão cística e nova biópsia incisional,
que definiu o diagnóstico de ameloblastoma unicístico. Durante a gestação e período de
lactação, seguiu-se um controle clínico, com irrigações intralesionais que resultaram em
diminuição parcial de volume, e subseqüentemente foi realizada curetagem da
neoplasia. A paciente encontra-se em controle pós-operatório há 6 meses, sem sinais de
recidiva.
1. SAPP, J.P. EVERSOLE, L.R. WYSOCKY, G.P. Contemporary Oral and
Maxillofacial Pathology. Mosby, 1997. C. 5, p. 128-133.
2. WALDRON, C.A. Cistos e Tumores Odontogênicos. In: NEVILLE, B.W.
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Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1998. Cap. 15, pág. 499-507.
3. SHAFER, W.G. HINE, M.K. LEVY, B.M. Tratado de Patologia Bucal. 4 ed.
Rio de Janeiro, Guanabara-Koogan, 1987. Cap. 4, pág.255-264.
4. REGEZI, J.A. SCIUBBA, J.J. Patologia Bucal – Correlações Clinicopatológicas.
Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1991. Cap. 11, pág. 248-258.
CASO Nº 58
PARACOCCIDIOIDOMICOSE
Clenivaldo Alves Caixeta*
Fernanda Mombrini Pigatti
Tânia Regina Grão Velloso
Alessandro Antônio Costa Pereira
João Adolfo Costa Hanemann
Disciplina de Estomatologia. Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG).
Paciente S.P., gênero masculino, 40 anos, feoderma, pedreiro, procedente de AlfenasMG, compareceu à Clínica Integrada da UNIFAL-MG queixando-se de “sangramento
na gengiva e queimação no céu da boca” sendo então encaminhado à Clínica de
Estomatologia para avaliação e tratamento. Durante a anamnese, o paciente relatou que,
há aproximadamente um ano, os dentes do hemiarco superior esquerdo apresentaram
mobilidade acentuada e esfoliação espontânea, acompanhada de sangramento gengival.
Relatou também a presença de um quadro de rouquidão, já tendo se consultado com um
médico cirurgião de cabeça e pescoço que sugeriu um diagnóstico clínico de CEC de
corda vocal. Negou outras alterações sistêmicas significativas. No Exame Físico
Extrabucal, não foram observadas alterações. À Oroscopia, notou-se a presença de uma
úlcera superficial, apresentando leito leucoplásico contendo pontos purpúreos, de
aspecto granuloso, localizada no rebordo alveolar superior esquerdo, estendendo-se para
fundo de vestíbulo e envolvendo a gengiva inserida do dente 27, que apresentava grande
quantidade de cálculo supragengival e mobilidade acentuada. Na radiografia
panorâmica, observou-se apenas uma perda óssea acentuada na região. Sugeriu-se como
diagnóstico clínico Paracoccidioidomicose. Foi solicitado um exame sorológico para a
pesquisa de anticorpos anti-Paracoccidioides brasiliensis e realizada uma biopsia
incisional. O diagnóstico microscópico foi de Paracoccidioidomicose e o exame
sorológico revelou uma titulação de 1:2. Radiografias de tórax demonstraram a presença
de velamento pulmonar parcial sugestivo de DPOC, conforme laudo radiográfico
médico. O paciente foi então encaminhado para o Ambulatório de Infectologia do
HUAV onde se iniciou o tratamento com Itraconazol. Após oito meses do início do
tratamento, o paciente retornou apresentando cicatrização completa das lesões e
continua ainda em tratamento médico.
1. ALMEIDA, O.P.; JORGE JR., J.; SCULLY, C.; BOZZO, L. Oral manifestations
of paracoccidioidomycosis (South American blastomycosis). Oral Surg Oral
Med Oral Pathol, v.72, n.4, p 430-435, Oct. 1991.
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3. BICALHO, R.N.; ESPÍRITO SANTO, M.F.; AGUIAR, M.C.F.; SANTOS, V.R.
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4. SPOSTO, M.R.; MENDES-GIANNINI, M.J.; MORAES, R.A.; BRANCO, F.C.;
SCULLY, C. Paracoccidioidomycosis manifesting as oral lesions: clinical,
cytological and serological investigation. J Oral Pathol Med, v.23, n.2, p.85-87,
Feb. 1994.
CASO Nº 59
FIBRO-ODONTOMA AMELOBLÁSTICO: RELATO DE CASO
CLÍNICO E DO MANEJO CIRÚRGICO
Luciana Yamamoto de Almeida*
Alfredo Maurício Batista de Paula
Marcelo Cavalcanti Gonçalves
André Luiz Sena Guimarães
Paulo Rogério Ferreti Bonan
UNIMONTES (Universidade Estadual de Montes Claros), Curso de Odontologia, Subárea de Diagnóstico Oral. Montes Claros, MG
O Fibro-odontoma ameloblástico é considerado um tumor odontogênico misto
reportado preferencialmente em pacientes jovens. Acomete pacientes jovens sendo
mais freqüente na região posterior de mandíbula. O paciente DOR, 11 anos, masculino,
feoderma compareceu a Clínica de Estomatologia da UNIMONTES se queixando de
“queixo torto” que surgiu após uma queda há 5 anos e que edemaciou e passou a doer
há 1 semana (SIC). Na anamnese, nada digno de nota foi observado. O exame
ectoscópico evidenciou aumento volumétrico unilateral mandibular direito. O exame
oroscópico evidenciou uma tumefação com expansão da cortical óssea vestibular no
lado direito da mandíbula envolvendo incisivos até a região molar. Foi realizada uma
tomada radiográfica panorâmica que evidenciou uma lesão radiograficamente mista,
bem delimitada por um halo radiopaco, estendendo-se até a superfície basilar da
mandíbula e envolvendo dentes permanentes impactados. Considerando a
possibilidade de ser uma lesão tumoral odontogênica, foi realizada a biópsia incisional
que revelou microscopicamente a presença de um tecido mesenquimal que
rememorava a papila dentária com epitélio odontogênico proliferativo arranjado em
cordões ou ilhas. O tratamento cirúrgico conservador foi realizado e o diagnóstico
definitivo foi de fibro-odontoma ameloblástico, apresentando abundante material
dentinóide. O paciente está sendo proservado por 1 ano sem evidência de recidiva.
1. OGHLI, A.A., SCUTO, I., ZIEGLER, C., FLECHTENMACHER, C.,
HOFELE, C. A large ameloblastic fibro-odontoma of the right mandible. Med
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2. SIVAPATHASUNDHARAM, B., MANIKANDHAN, R., SIVAKUMAR, G.,
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4. FRIEDRICH, R.E., SIEGERT, J., DONATH, K., JAKEL, K.T. Recurrent
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5. AL-SEBAEI, M.O., GAGARI, E. Ameloblastic fibro-odontoma. J Mass Dent
Soc.50:52-3, 2001.
CASO Nº 60
AUMENTO GENGIVAL MEDICAMENTOSO ASSOCIADO A
NIFEDIPINA EM PACIENTE HIPERTENSO DESCOMPENSADO
Thiago César Lima*
Victor Comini Mol
Luís Antônio Nogueira dos Santos
Hercílio Martelli Júnior
Paulo Rogério Ferreti Bonan
Faculdades Unidas do Norte de Minas, FUNORTE, Montes Claros, Minas Gerais
Nifedipina é uma droga antianginal que atua como bloqueador de um canal de cálcio,
usada no manejo e controle da hipertensão arterial. Um efeito colateral importante do
uso da nifedipina é o aumento gengival medicamentoso que recobre parcialmente e
totalmente as coroas dentárias. Paciente masculino, 46 anos, leucoderma, procurou a
clínica de Diagnóstico Bucal da FUNORTE devido a aumento gengival que atrapalhava
a estética, com três meses de duração. Na anamnese, o paciente realatou seis meses de
uso da nifedipina (20mg- três vezes ao dia) para controle da hipertensão arterial. Na
história médica, foram relatados episódios de desmaio. O uso de outras drogas foi
negado. No momento da consulta odontológica a pressão arterial foi de 140X100
mmHg. O paciente referiu descontrole da pressão arterial desde o uso da nifedipina. O
exame ectoscópico revelou normalidade. Na oroscopia, aumento gengival com tecido de
aspecto sadio recobrindo parcialmente a coroa de dentes anteriores maxilares e
mandibulares. Cálculo e placa bacteriana estavam associadas mas não explicavam o
aumento gengival. Após a consulta inicial, o paciente foi encaminhado ao cardiologista
que trocou a medicação anti-hipertensiva (Hidroclorotiazida 25mg e Captopril 25 mg).
O paciente foi submetido a gengivectomia e gengivoplastia e remoção de cálculo e
placa. A histopatologia evidenciou tecido conjuntivo denso não modelado, infiltrado
inflamatório crônico e pregas epiteliais. O paciente retornou com a gengiva em bom
estado, pressão arterial controlada, sem evidências de recidiva após 3 meses.
1. Shouda J, Nakamoto H, Sugahara S, Okada H, Suzuki H. Incidence of gingival
hyperplasia caused by calcium antagonists in continuous ambulatory peritoneal
dialysis patients. Adv Perit Dial. 1999;15:153-5.
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community-based study. J Periodontol. 1999 ;70:63-7.
CASO Nº 61
TUMOR ODONTOGÊNICO EPITELIAL CALCIFICANTE EM
MANDÍBULA.
Vanessa de Almeida Carvalho*
Antonio Francisco Durighetto Junior
Rafaela Guidi
Marcus Alves da Rocha
Cláudia Jordão Silva
Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia.
Paciente M.A.D.C, 39 anos, leucoderma, gênero feminino apresentou queixa de caroço
na boca. A historia médica relata quadro de depressão controlada com medicamento. A
história da doença atual conta que o crescimento teve início há aproximadamente 2 anos
de forma lenta, gradativa, assintomática mas, que já havia provocado a perda de alguns
dentes, retirados com a promessa de cura do processo. O exame intrabucal revelou
paciente desdentada parcial, mucosas com aspecto de normalidade e na região da queixa
havia um crescimento no rebordo alveolar do lado direito próximo a linha média com
aproximadamente 4 cm de diâmetro, consistência dura, revestida por mucosa de
coloração normal, distensão das corticais vestibular e lingual e com o segundo prémolar
praticamente mergulhado no seu interior. Foram realizadas tomadas radiográficas
periapicais, oclusal e panorâmica que revelaram área radiolúcida multiloculada, dividida
por trabéculas finas mais proeminentes na periferia oferecendo aspecto chanfrado nas
suas paredes e o prémolar mergulhado no interior do tumor não apresentava sinais de
reabsorção radicular. Apesar do crescimento lento a hipótese de diagnóstico recaiu em
lesão central de células gigantes ou de qualquer outro tumor de origem odontogênica.
Sendo assim foi realizada biópsia incisional que possibilitou a retirada de tecido mole
de aspecto borrachóide, de cor branco acinzentada e sem um evento hemorrágico
importante. A análise do fragmento descreveu a presença um estroma fibroso permeado
por células epiteliais, em lençol, com limites pouco nítidos, citoplasma claro, algumas
ilhas isoladas de células apresentavam citoplasma eosinofílico e moderado
pleomorfismo. Mostrou ainda material eosinofílico, amorfo, homogêneo, positivo para
vermelho congo, birrefringência, calcificações basófilas arredondadas (anéis de
liesegang). Tumor Odontogênico epitelial calcificante com predominância de células
claras. A paciente foi encaminhada ao serviço de cirurgia buço maxilar para tratamento
cirúrgico do tumor.
1. Bridle C, Visram K, Piper K, Ali N. - Maxillary calcifying epithelial
odontogenic (Pindborg) tumor presenting with abnormal eye signs: case report
and literature review.Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2006
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2. Germanier Y, Bornstein MM, Stauffer E, Buser D. - Calcifying epithelial
odontogenic (pindborg) tumor of the mandible with clear cell component treated
by conservative surgery: report of a case.J Oral Maxillofac Surg. 2005
Sep;63(9):1377-8
3. Calcifying epithelial odontogenic (pindborg) tumor: a series of 4 distinctive
cases and a review of the literature.J Oral Maxillofac Surg. 2005
Sep;63(9):1361-8.
4. Patino B, Fernandez-Alba J, Garcia-Rozado A, Martin R, Lopez-Cedrun JL,
Sanroman B -
CASO Nº 62
TRATAMENTO DE MIÍASE EM CAVIDADE BUCAL COM USO
DE IVERMECTINA ASSOCIADO AO DEBRIDAMENTO
CIRÚRGICO.
Thiago Leal Silva*
Eduardo Costa Batista
Luciano Mendes Sales
Rodrigo Carvalho Pinto Coelho
Marcelo Drummond Naves
Hospital Municipal Odilon Behrens – Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
Curso de Especialização em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais - FOUFMG.
Miíase é a invasão de larvas em tecidos vivos. Pode apresentar localização nasal,
auricular, ocular, esofagiana, bucal, intestinal ou cutânea. Os pacientes acometidos por
esta doença apresentam fatores predisponentes como: higiene oral deficiente, falta de
fechamento adequado dos lábios, desnutrição, respiração bucal, etilísmo, halitose,
hemiplegias e/ou tetraplegias. A ivermectina é um derivado semi-sintético da família
dos macrolídeos, trata-se de um anti-helmíntico sistêmico, introduzido em 1980 como
uma droga antiparasitária de amplo espectro. O medicamento apresenta uma absorção
rápida, com elevada concentração sangüínea em pouco tempo. É efetiva contra a
maioria dos parasitas intestinais, a maioria dos artrópodes e alguns nematódeos.
Inicialmente seu uso era exclusivamente veterinário. É utilizada em seres humanos
desde 1987, inicialmente para o tratamento da oncocerquiase. O tratamento para miíase
no Hospital Municipal Odilon Behrens visa à eliminação das larvas por completo,
evitando que ocorra uma nova proliferação da mesma na região afetada. O tratamento
consiste em utilização de ivermectina por via oral em dose única de 150-200µa por kg
de peso, e remoção cirúrgica das larvas 24 horas após a administração do medicamento
realizando-se um bom debridamento do local. Pode ser associado o uso de éter no ato
cirúrgico, colocando uma gaze umidecida na região afetada, para auxiliar na remoção
das larvas. O éter atuará inibindo a oxigenação das larvas fazendo com que elas saiam
dos tecidos para respirar, facilitando a sua remoção. A associação da ivermectina com a
remoção cirúrgica das larvas e utilização do éter nos casos onde há uma maior
quantidade de larvas, tem mostrado bom resultado, evitando que se faça varias
intervenções cirúrgicas para o tratamento da miíase.
1. REY, L. Dípteros braquíceros: moscas e motucas. In: Rey L. Parasitologia, 3a
ed. Guanabara e Koogan. p.721-734, 2001.
2. FIGUEIREDO, MC et al. Miíase Oral-Relato de Um Caso Clínico. JBP, vol 3 nº
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3. NASCIMENTO, EMF et al. Míiases Humanas por Cochiliomya hominivoax em
Hospitais Públicos na Cidade do Recife,Pernanbuco, Brasil. Entomol. Vect. Vol
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Report.Braz. Dental Journal, vol 15 nº 1, 2004.
5. GOMEZ, RS et al.Oral Myisis by Screwworm Cochlioyia hominivorax. British
Journal of Oral and Maxilofacial Surgery, 2003;41; pag 115-116.
CASO Nº 63
ODONTOHIPOFOSFATASIA
Thaís de Lima Coutinho*
José Flávio Batista Gabrich Giovannini
Maria Cássia Ferreira de Aguiar
Vanessa Frazão Cury Gonçalvez
Diele Carine Barreto Arantes
Centro Universitário Newton Paiva e Universidade Federal de Minas Gerais
Paciente G.V.R.C., três anos de idade, sexo feminino, apresentou-se à clínica do Centro
Universitário Newton Paiva, acompanhada da mãe que relatava a perda precoce dos
dentes da filha e a hipótese diagnóstica de síndrome de Papillon Lefréve, sugerida por
um dentista. A mãe relatou que a perda dos dentes foi sem sangramento e dor. Na
história familiar foi relatado um aborto espontâneo por malformação pulmonar fetal. Ao
exame intrabucal observou-se ausência dos dentes 71 e 81. A paciente não apresentava
doença periodontal e cárie. Ao exame radiográfico observou-se presença de todos os
dentes permanentes em formação e apenas ausência dos dentes 71 e 81. Níveis séricos
de cálcio, fósforo e fosfatase alcalina foram solicitados para a paciente e para os pais. A
mãe e a criança apresentaram níveis baixos de fosfatase alcalina. A paciente foi
encaminhada para avaliação pediátrica onde foi observado desenvolvimento físico e
mental normais, sem alterações ósseas. Análises do dente 81 em microscopia óptica e
eletrônica de varredura foram realizadas. Baseados nos achados clínicos, microscópicos
e laboratoriais, concluiu-se que a paciente apresentava odontohipofosfatasia. A paciente
está em manutenção na clínica odontológica.
A hipofosfatasia é uma doença hereditária, de expressão variável, autossômica
dominante ou recessiva, caracterizada pela reduzida mineralização óssea e dentária
decorrente da deficiência na atividade da fosfatase alcalina sérica e tecidual. Quatro
formas distintas são reconhecidas, dependendo da gravidade e da idade do aparecimento
dos sintomas: perinatal, lactente, infância e adulto. A odontohipofosfatasia é
caracterizada pela exfoliação prematura dos dentes decíduos com raízes intactas na
ausência de cárie, inflamação gengival, periodontites e trauma. A perda dentária precoce
se deve à malformação do cemento, comprometendo a sustentação do dente no alvéolo.
1. HERASSE, M.; SPENTCHIAN, M.; TAILLANDIER, A.; KEPPLERNOREUIL, K.; FLIORITO, A.N.; BERGOFFEN, J.; WALLERSTEIN, R.;
MUTI, C.; SIMON-BOUY, B.; MORNET, E. Molecular study of three cases of
odontohypophosphatasia resulting from heterozygosity for mutations in the
tissue non-specific alkaline phosphatase gene. J Med Genet. v.40, n.8, p.605-9,
2003.
2. HU, J.C.; PLAETKE, R.; MORNET, E.; ZHANG, C.; SUN, X.; THOMAS,
H.F.; SIMMER, J.P. Characterization of a family with dominant
hypophosphatasia. Eur J Oral Sci. v.108, n.3, p.189-94, 2000.
3. NEVILLE, B.W; DAMM, D.D; ALLEN, C.M; BOUQUOT,J.E. Patologia Oral
e Maxilofacial, 2ª Ed., Cap. 17, p. 701-703, 2004.
4. TAILLANDIER, A.; SALLINEN, S.L.; BRUN-HEATH, I.; DE
MAZANCOURT, P.; SERRE, J.L.; MORNET, E. hypophosphatasia due to a de
novo missense mutation in the tissue-nonspecific alkaline phosphatase gene. J
Clin Endocrinol Metab. v.90, n.4, p.2436-9. Epub 2005.
CASO Nº 64
CISTO FOLICULAR INFLAMATÓRIO
Natália Rafaela de Assis Costa*
Renan Passos Cordeiro
Clenivaldo Alves Caixeta
Alessandro Antônio Costa Pereira
João Adolfo Costa Hanemann
Disciplina de Estomatologia. Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG).
Paciente P.I.R.S., 6 anos, gênero masculino, leucoderma, procedente de Maria da FéMG, foi encaminhado à Clínica de Estomatologia da Unifal-MG por um cirurgiãodentista de sua cidade, para avaliação e tratamento de lesão bucal. Durante a anamnese,
a mãe do paciente relatou que notou um aumento volumétrico no terço inferior de face,
lado direito, há aproximadamente 45 dias. No início apresentava sinais de inflamação,
como ardor e rubor, e apresentava consistência endurecida. Procurou então um CD que
solicitou radiografias PA e lateral de crânio sendo então evidenciada uma lesão
radiolúcida em corpo de mandíbula. No Exame Físico Extrabucal, notou-se uma
discreta assimetria facial provocada por uma tumefação no lado direito do terço inferior
da face sem sinais flogísticos. Os linfonodos submandibulares do lado direito
apresentavam-se doloridos à palpação. À oroscopia, o paciente apresentava uma
tumefação difusa no fundo de vestíbulo, na região de molares inferiores do lado direito,
causando apagamento do fundo de vestíbulo. O dente 84 apresentava extensa lesão
cariosa e o 85 ausente e a mucosa que recobria a lesão apresentava-se normocorada e
íntegra. Após exame radiográfico periapical, oclusal e panorâmico, observou-se uma
área radiolúcida, unilocular, associada ao germe do dente 45 deslocando os germes do
44 e 43 para mesial. A lesão se estendia da face mesial do 46 até a mesial do 84,
atingindo a porção basilar da mandíbula além de expansão acentuada da cortical
vestibular. Sugeriu-se como hipóteses diagnósticas Cisto Folicular Inflamatório ou
Queratocisto Odontogênico. Realizou-se então a exodontia do dente 84 e colocação de
um dreno. O material coletado do fundo do alvéolo foi enviado para análise
anatomopatológica e o diagnóstico microscópico foi de Cisto Folicular Inflamatório.
Após 18 meses do tratamento, nota-se cicatrização completa da região operada e
neoformação óssea.
1. BENN, A.; ALTINI, M. Dentigerous cysts of inflammatory origin. A
clinicopathologic study. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod,
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1999.
3. SILVA, T. A.; DOMINGUES DE SÁ, A. C.; ZARDO, M.; CONSOLARO, A.;
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treated primary molar: A case report. ASDC Journal of Dentistry for Children,
v.69, n.3, p.271-4, Sep/Dec. 2002.
CASO Nº 65
ESTOMATITE AFTOSA RECORRENTE RELACIONADA À
MÁ ABSORÇÃO DE VITAMINA B12
Adriana Spinola Ribeiro*
Bruna Gonçalves Garcia
Soraya de Mattos Camargo Grossmann
Ricardo Alves Mesquita
Tarcília Aparecida Silva
Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia da Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal de Minas Gerais.
Paciente N.A.S., 71 anos, gênero feminino, compareceu à clínica de Semiologia da FOUFMG, com queixa de ardência na língua. À anamnese a paciente relatou fazer uso de
Omeprazol. Ao exame clínico extrabucal não foram observadas alterações dignas de
nota. Ao exame objetivo intra-bucal verificou-se lesões ulceradas, com halo eritematoso
perilesional, recobertas por pseudomembrana, sintomáticas, localizadas na língua e na
mucosa jugal. Também observou-se despapilação da língua. A hipótese diagnóstica foi
estomatite aftosa recorrente. Exames laboratoriais foram solicitados: hemograma, ácido
fólico, ferro, ferritina, vitaminas B2, B6 e B12. A dosagem sérica de vitamina B12
apresentou-se baixa. A paciente foi encaminhada para avaliação gastrointestinal. A
endoscopia não demonstrou anormalidades macroscópias. A biópsia de mucosa gástrica
mostrou atrofia do corpo gástrico com evidência de metaplasia intestinal. Testes para
anticorpos contra o fator intrínseco foram negativos. O diagnóstico final foi de
estomatite aftosa recorrente relacionada à má absorção de vitamina B12. Estabeleceu-se
o tratamento com vitamina B12 intramuscular. A paciente retornou após 12 meses e não
apresenta sinais clínicos das lesões.
1. Weusten BLAM, Van de Wiel A. Aphthous ulcers and vitamin B12 deficiency.
Neth J Med 1998;53:172-175.
2. Rugge M, Genta RM. Staging and grading of chronic gastritis. Hum Pathol
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3. Piskin S, Sayan C, Durukan N, Senol M. Serum iron, ferritin. Folic acid, and
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4. Scully C, Gorsky M, Lozada-Nur F. The diagnosis and management of recurrent
aphthous stomatitis: a consensus approach. J Am Dent Assoc 2003;134(2):200207.
5. Natah SS, Konttinen YT, Enattah NS, Ashammakhi N, Sharkey KA, HayrineImmonen R. Recurrent aphthous ulcers today: a review of the growing
knowledge. J Oral Maaxillofac Surg 2004;33:221-234.
CASO Nº 66
ACROCEFALOSSINDACTILIA (SÍNDROME DE APERT) –
RELATO DE CASO CLÍNICO
Rodrigo Dias Pereira*
Paulo Rogério Ferreti Bonan
Alfredo Maurício Batista de Paula
Luis Antônio Nogueira dos Santos
Hercílio Martelli Júnior
Curso de Odontologia – Área de Diagnóstico Bucal – Universidade Estadual de Montes
Claros – Unimontes.
Síndrome de Apert (SA) é uma condição genética, rara, autossômica dominante, com
ocorrência de aproximadamente 1:160.000-200.000 casos entre nascidos vivos. Sua
etiologia está relacionada a mutações envolvendo os fatores de crescimento
fibroblásticos. Clinicamente, a SA caracteriza-se principalmente por deformidades no
crânio, face, mãos e pés. O crânio apresenta fusão prematura, sendo afetado durante o
desenvolvimento normal. Paciente JCFS, gênero feminino, feoderma, 5 anos, natural de
Januária, norte de Minas Gerais, Brasil, apresentou-se a Clínica de Estomatologia,
acompanhada pelo pai. O mesmo relatou ser divorciado e tendo apenas esta única filha.
Não relatou possuir cosangüinidade com a mãe da garota. Relatou que o pré-natal foi
normal e o parto sem intercorrências. À anamnese, a criança aparentou não possuir
alterações mentais. Ao exame extra-bucal, verficou-se que a paciente apresentava
proeminência frontal, hipoplasia de maxila, alteração nasal e alterações nos membros
superiores e dedos dos pés. Ao exame intra-bucal, observou-se alterações no palato e na
dentição. A partir dos aspectos clínicos o diagnóstico foi de síndrome de Apert, sem
história de casos familiares paternos e maternos. A paciente encontra-se em tratamento
odontológico e médico.
1. FERREIRA, C.A.; ALEIXO, R.B. SÍNDROME DE APERT. Relato de Caso
Clínico. Rev. CROMG,7(3):173-156,2001.
2. JONES, K.L. Padrões Reconhecíveis de Malformações Congênitas, 5ª ed., São
Paulo, Ed. Manole Ltda, 1998.
3. NEVILLE, B.W. DANN,D,D. ALLEN, C. M., BOUQUOT, J. E. Patologia Oral
& Maxilofacial. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004..
4. RENIER, D.; AMAUD, E.; CINALLI, G.; SEBAG, G.; ZERAH, M.;
MARCHAC, D. Prognosis for mental function in Apert’s syndrome. J.
Neurosurg. 85:66-72, 1996.
5. SMITH, D.W. Síndromes de Malformações Congênitas, 3ª ed, São Paulo, Ed.
Manole, 1989
CASO Nº 67
SIALOLITÍASE EM PARÓTIDA
Andrea Lopes de Siqueira
Jonas Dantas Batista
Inês Laluci Durighetto
Rafaela Guidi
Marcelo Dias Moreira de Assis Costa
Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia.
Paciente A.F, 52 anos, gênero masculino, melanoderma, foi encaminhado a Unidade de
Diagnóstico Estomatológico da FOUFU com queixa de “inchaço no rosto”. A história
médica não revelou informações que pudessem estar relacionadas com a queixa.
Durante a anamnese o paciente relatou que o aumento se intensificava durante a
alimentação. O exame clínico extrabucal mostrou aumento volumétrico em região
parotídea direita de consistência elástica e dolorosa à palpação. No exame clinico
intrabucal observou-se um aumento volumétrico eritematoso na saída do ducto da
parótida que vertia pus. Na palpação foram observados nódulos duros sugestivos de
mineralização no interior do ducto. Foram realizadas tomadas radiográficas da área que
revelaram a presença de duas imagens radiopacas esféricas. Os achados clínicos e
radiográficos sugeriram sialoadenite associada à sialolitíase. O paciente foi medicado
com antibiótico, analgésico e instituída fisioterapia com compressa morna e estimulação
de salivação com acido cítrico. O paciente retornou após 1 semana com regressão do
quadro infeccioso, porém sem expulsar nenhum sialolito. Foi então realizada a remoção
cirúrgica de uma das pedras. O paciente abandonou o tratamento e retornou após 1 com
novo quadro infeccioso da parótida.
NEVILLE, B.W; DAMM, ºD.; ALLEN, C.M.; et al. Patologia oral e
maxilofacial . Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 1998.
2. REGEZI, J. A., SCIUBBA, J. J. Patologia Bucal : Correlações ClínicoPatológicas . Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
3. ANDRETTA, M., TREGNAGHI, A., PROSENIKLIEV, V., STAFFIERI, A.
Current opinions in sialolithiasis diagnosis and treatment. Acta Otorhinolaryngol
Ital. 25(3), 145-9, Jun. 2005.
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4. TORRES-LAGARES, D., BARRANCO-PIEDRA, S., SERRERA-FIGALLO,
M. A., HITA-IGLESIAS, P., MARTINEZ-SAHUQUILLO-MARQUEZ, A.,
GUTIERREZ-PEREZ, J. L., Parotid sialolithiasis in Stensen's duct. Med Oral
Patol Oral Cir Bucal.11(1), Jan. 2006.
CASO Nº 68
ADENOMA PLEOMÓRFICO
Marcel Leonardo Torres Costa*
Marina Guimarães Fraga*
Guilherme Machado Xavier
Ricardo Santiago Gomez
Wagner Henriques Castro
Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia da Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal de Minas Gerais.
Paciente M.S.C., 48 anos, melanoderma, sexo feminino, procedente de Santa Luzia, foi
encaminhada ao serviço de Semiologia da FO-UFMG para avaliação de uma massa
tumoral assintomática na mucosa jugal esquerda, sendo o tempo de evolução
indeterminado. Durante a anamnese a paciente relatou ser hipertensa e, atualmente,
controlada com medicamentos. Ao exame clínico extrabucal detectou-se edema na face
do lado esquerdo. O exame clínico intrabucal revelou uma lesão extensa na mucosa
jugal esquerda, endurecida à palpação e com mucosa de revestimento apresentando
aspecto de normalidade. Como conduta imediata, realizou-se uma punção aspirativa da
lesão, a qual não revelou conteúdo líquido. Foi solicitada um ultra-sonografia, que
revelou a imagem de um nódulo hipoecogênico na região mediana da hemi-face
esquerda, acima do ramo mandibular, distante aproximadamente 06 mm da pele, com
limites definidos e dimensões aproximadas de 29 x 21 x 26 mm. Baseado nas
características clínicas observadas e nos exames realizados, foram formuladas as
seguintes hipóteses para o diagnóstico da lesão: neoplasia de glândula salivar,
neurofibroma e lipoma. Com as hipóteses de diagnóstico formuladas, foi realizada uma
biópsia incisional da lesão e o material coletado encaminhado para análise
histopatológica. O diagnóstico histopatológico foi de adenoma pleomórfico. Com o
diagnóstico definitivo, foi realizada a ressecção total da lesão através de dissecação
romba sob anestesia geral.
1. DORAIRAJAN, N.; PERIYASAMY S.; MUTHAYYA P.; MANIKANDAN R.;
SRINIVASAN, T.; SIDDHARTH, D. Salivary gland tumors: a 10-year
retrospective study of survival in relation to size, histopathological examination
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2. ETHUNANDAN, M.; WITTON, R.; HOFFMAN, G.; SPEDDING, A.;
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clinicopathologic study and implications for management. Int J Oral Maxillofac
Surg., v.35, n.7, p. 608-12, 2006.
3. ISAZA, M.; IKEZOE, J.; MORIMOTO, S.; TAKASHIMA, S.; KADOWAKI,
K.; TAKEUCHI, N.; SANO, M.; NAKAO, K.; KOZUKA, T. Computed
tomography and ultrasonography in parotid tumors. Acta Radiol., v.30, n.1,
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4. VIGUER, J.M.; JIMENEZ-HEFFERNAN, J.A.; VICANDI, B.; LOPEZFERRER P.; NAVARRO, M. Cytologic diagnostic accuracy in pleomorphic
adenoma of the salivary glands during 2 periods. A comparative analysis. Acta
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5. WASYLIK, K.; KIM, J.C.; AMEDEE, R.G. Pleomorphic adenoma. J La State
Med Soc.., v.153, n.1, p.12-6, 2001.
CASO Nº 69
NEURILEMOMA BINODULAR EM LÍNGUA: RELATO DE CASO
Juliana Monteiro da Silva*
Victor Comini Mól
Oslei Paes de Almeida
Luís Antônio Nogueira dos Santos
Paulo Rogério Ferreti Bonan
Faculdades Unidas do Norte de Minas, FUNORTE, Montes Claros, MG; Universidade
Estadual de Campinas, UNICAMP.
Neurilemoma é uma neoplasia neural benigna originada das células de Schwann, sendo
relativamente incomum. Apresenta-se como um tumor encapsulado, de crescimento
lento, que se origina caracteristicamente em associação com um tronco nervoso. A
massa é usualmente assintomática, embora, em algumas situações, possam ocorrer
sensibilidade ou dor. A língua é a localização mais comum para os neurilemomas orais,
embora o tumor possa ocorrer em qualquer lugar da boca. O objetivo deste trabalho é
apresentar um caso clínico de neurilemoma binodular em língua. Paciente feminina, 46
anos de idade, leucoderma, compareceu a clínica de Diagnóstico da FUNORTE, sendo
encaminhada devido a lesão binodular, indolor, séssil, recoberta por mucosa normal, na
transição do dorso para borda lateral de língua, com aproximadamente 2 meses de
evolução. Na anamnese a paciente referiu apresentar depressão clínica. Na ectoscopia,
nada digno de nota foi observado. Na oroscopia, observaram-se dois nódulos de
coloração rósea, indolores, de consistência firme, superfícies regulares e assintomáticos.
Com o diagnóstico presuntivo de tumoração mesenquimal benigna, foi realizada uma
biópsia excisional. Durante a excisão, observou-se um material de coloração brancoamarelada. O exame microscópico revelou um tumor mesenquimal parcialmente
encapsulado, muito celularizado, formado por células fusiformes arranjadas em padrões
Antoni A e Antoni B com corpos de Verocay. Como comprovação diagnóstica foram
realizadas as colorações de Tricrômico de Gomori e S-100, ambas evidenciando
positivamente as células tumorais. A paciente encontra-se em acompanhamento por 6
meses sem evidência de recidiva.
1. Baranovic M, Macan D, Begovic EA, Luksic I, Brajdic D, Manojlovic S.
Schwannoma with secondary erosion of mandible: case report with a review of
the literature. Dentomaxillofac Radiol. 2006 Nov;35(6):456-60.
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3. Guneri EA, Akoglu E, Sutay S, Ceryan K, Sagol O, Pabuccuoglu U. Plexiform
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4. Ying YL, Zimmer LA, Myers EN. Base of tongue schwannoma: a case report.
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5. Vafiadis M, Fiska A, Panopoulou M, Assimakopoulos D. A clinical case report
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CASO Nº 70
CISTO ODONTOGÊNICO CALCIFICANTE PERIFÉRICO
(TUMOR ODONTOGÊNICO CALCIFICANTE CÍSTICO
PERIFÉRICO)
Renata Gonçalves de Resende*
João Artur Ricieri Brito*
Leandro Napier de Souza
Maria Auxiliadora Vieira do Carmo
José Eustáquio Costa
Departamento de Cirurgia e Patologia Oral, Faculdade de Odontologia da Universidade
Federal de Minas Gerais.
Paciente D.O. S., 11 anos, sexo feminino, foi encaminhada à Clínica de Semiologia da
FO/UFMG com queixa de aumento de volume na região de pré-molares superiores
esquerdo há cerca de 6 meses. Durante a anamnese e exame extrabucal não foram
observadas alterações dignas de nota. Ao exame intrabucal observou-se aumento de
volume de coloração semelhante à mucosa, na região vestibular correspondente aos
dentes 24 e 25. As radiografias panorâmica e periapical revelaram discreta alteração do
trabeculado ósseo e foco de calcificação na lesão. Diante da hipótese diagnóstica de
Cisto Odontogênico Calcificante Periférico, foi realizada biopsia excisional. O laudo
histopatológico confirmou a suspeita clínica inicial e a paciente está sob controle
ambulatorial há quatro meses e não apresenta sinais de recidiva da lesão.
1. REYES D, VILLANUEVA J, ESPINOSA S, CORNEJO M. Odontogenic
calcificant cystic tumor: a report of two clinical cases. Med Oral Patol Oral Cir
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2. DEBONI MC, NACLÉRIO-HOMEM MG, PINTO JUNIOR DS, TRAINA AA,
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4. ORSINI G, FIORONI M, RUBINI C, PIATTELLI A: Peripheral calcifying
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5. REICHART PA, PHILIPSEN HP, SCIUBBA, JJ. The new classification of
Head and Neck Tumours (WHO) — any changes? Oral Oncology (42) 757-58,
2006.
CASO Nº 71
CISTO DO DUCTO NASOPALATINO: RELATO DE CASO
CLÍNICO
Maiolino Thomaz Fonseca Oliveira*
Luiz Ernani Barros Torres
Gustavo Amaral Guimarães
Cássio Roberto Rocha dos Santos
João Luiz de Miranda
O cisto do ducto nasopalatino é o cisto não odontogênico mais comum e ocorre em
cerca de 1% da população. O trauma e a infecção do ducto têm sido citados como
fatores etiológicos. Equívocos terapêuticos são comuns, sendo necessário exame clínico
e biopsia para o diagnóstico. O presente caso refere-se a um paciente que compareceu
ao Curso de Odontologia da UFVJM, queixando-se de um abaulamento na região
anterior da maxila. Relatou que há 1 ano foi submetido a tratamento endodôntico dos
dentes 11 e 21. Ao exame clínico verificou-se, intrabucalmente, abaulamento na região
da pré-maxila. Ao exame imaginológico (radiografia oclusal e tomografia
computadorizada) notou-se extensa radiolucidez periapical envolvendo a região
periapical dos incisivos superiores. Dada a deficiente obturação dos canais radiculares,
planejou-se, inicialmente, o retratamento endodôntico dos dentes 11 e 21. Após dois
meses com medicação intracanal com hidróxido de cálcio, não sendo observado
melhora clínica, especulou-se tratar-se de uma lesão periapical de origem nãoendodôntica. O procedimento cirúrgico inicial constou de marsupializacão e
encaminhamento da amostra tecidual para avaliação histopatológica. O laudo
histológico foi de cisto do ducto nasopalatino, revelando a existência de lesão cística
revestida internamente por tecido pavimentoso estratificado não ceratinizado, atrófico
em sua maior extensão. A cápsula conjuntiva constituída por tecido conjuntivo fibroso
denso, exibindo moderado infiltrado inflamatório mononuclear, com a presença de
glândulas secretoras mucosas, abundantes vasos sanguíneos e tratos nervosos.
Transcorridos 12 meses, procedeu-se a enucleação da lesão. Em seis meses de
proservação, observou-se resolução do abaulamento anterior e radiograficamente,
progressiva formação óssea maxilar. Por conseguinte, uma vez estabelecido o correto
diagnóstico, a marsupialização com ulterior enucleação da lesão representa uma segura
modalidade de tratamento para o cisto do ducto nasopalatino.
1. Shear, M. Cistos da Região Bucomaxilofacial. 2. São Paulo: Santos, 1999.
2. Neville, B. W. et al. Patologia oral e maxilofacial. 2. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2004.
3. Meyer, A. W. Median anterior maxillary cists. J. Amer. Dent. Assoc.: v. 18, n.10,
p. 1851-77, Oct. 1931.
4. Goodman, M. Nasopalatine duct cysts. Radiology, v. 26, n.2, p. 151-7, 1936.
CASO Nº 72
TERAPIA PROTÉTICA PARA REGRESSÃO DE HIPERPLASIA
TRAUMÁTICA
Queuver Aparício Carvalho
Lara Maria Alencar Ramos
Vanderlei Luiz Gomes
Jonas Dantas Batista
Andrea Gomes de Oliveira
Paciente J. C. R., gênero feminino, 66 anos, leucoderma, compareceu a Faculdade de
Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia queixando de um aumento na
gengiva havia três meses. A paciente relatava fazer uso de prótese há 30 anos
interruptamente. A história médica pregressa não foi contribuitória. No exame clínico
intrabucal foi observado um lesão séssil bilobulada com aproximadamente 3 cm de
diâmetro de coloração eritematosa localizada no fundo de vestíbulo da região anterior
de mandíbula, com lobulação em direção a bochecha , assintomática, e associado ao uso
de prótese total inferior. Verificou-se ainda a presença de placas esbranquiçadas no
dorso lingual e lesões eritematosas na região de comissura labial. Os achados clínicos
levaram a hipótese de hiperplasia inflamatória, candidose e queilite angular. A paciente
foi submetida ao protocolo de adequação do meio bucal, remoção dos estímulos
traumáticos e reembasamento da prótese inferior utilizando COE-SOFT ®(material
resiliente condicionador de tecido). Este material foi colocado em região vestibular da
prótese e em sua área de base para obter uma ação de afastamento da lesão e melhor
adaptação protética. Após a redução do nódulo séssil foram confeccionadas novas
próteses e realizada a remoção cirúrgica da lesão. A análise histopatológica da peça
confirmou a hipótese de hiperplasia fibrosa inflamatória. O tratamento protético
realizado possibilitou a regressão do processo inflamatório e a diminuição do tecido
fibrótico da lesão, possibilitando um procedimento cirúrgico mais conservador.
1. BIRMAN, E.G. et al. Patologia gengival - Hiperplasia fibrosa inflamatória
localizada. ARS CVRANDI em Odontologia, maio-junho, p. 77-84, 1981.
2. COELHO, C. M. P.; ZUCOLOTO, S. Hiperplasia fibro-epitelial inflamatória da
cavidade oral. Rev. Assoc Paul Cir Dent, São Paulo, v. 52, n. 5, p. 383-387,
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3. KENG, S.B.; LOH, H.S. Clinical presentation of denture hyperplasia of oral
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4. MILLER, E.L. Clinical management of denture-induced inflammations. J.
Prosthet Dent. v.38, n.4, p.362-365, 1977.
5. NEVILLE, B. W. et al. Patologia oral e maxilofacial. 2. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2004.

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