Vislumbres do Passado: Minha Experiência com Terapia de Vidas

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Vislumbres do Passado: Minha Experiência com Terapia de Vidas
Vislumbres do Passado​
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Ebrael Shaddai
Vislumbres do Passado
Minha experiência com
Terapia de Vidas Passadas
Ebrael Shaddai Contato: ​
[email protected]
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Vislumbres do Passado​
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Ebrael Shaddai
2012
PREFÁCIO
Sempre estive ligado a atividades e estudos sobre ocultismo.
É próprio daqueles que partilham dos mesmos ideais
espiritualistas a crença na reencarnação. Ao menos, a maioria
deles é simpático a essa crença. Não vou entrar em méritos que
ponham em evidência as contendas entre os reencarnacionistas e
os adeptos de religiões fundamentalistas. Acredito que, se até
entre os reencarnacionistas há dissensões gritantes, não há a
menor necessidade de ficarmos batendo martelo dentro de nossa
própria casa. Somente a Luz deve ser nossa direção, e somente no
Criador da Luz devemos nos regozijar, não em mero orgulho
mundano.
Mesmo que o Catolicismo toque forte meu Coração, ainda
que em Igrejas romanas minha chama mística brilhe, por Cristo e
em Cristo, não posso renegar a Luz que me chega à Intuição acerca
de crenças repudiadas pela Igreja. Essa Luz pode ser filtrada por
meu Ego e ser por mim distorcida. Mas, a despeito disso, essa
mesma Intuição me faz ir em busca de respostas pelas quais
minha alma (e as almas de todos os seres humanos, em ​
dores de
parto​
) reclama e que a Tradição da Igreja não nos provê.
No dia em que nos deixarmos guiar pela Luz de Deus, no
solene dia em que o ​
adorarmos em Espírito e Verdade 1​
, então não
conheceremos em parte apenas, como agora, mas conheceremos
1
Ref.: Ev. de João cap. 4, vv. 23 e 24.
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Ebrael Shaddai
totalmente2 ​
. Ainda somos crianças espirituais, filhos caçulas de
um Pai (e Mãe) que não cessa de nos doar Amor, pois é próprio de
quem gera de si mesmo dar amor naturalmente.
Precisamos corrigir nosso desejo. Quando nosso desejo for
simplesmente de ser equivalente Àquele que nos dá Supremo
Prazer, então amaremos a todos indistintamente, pois não
pensaremos em nada mais a não ser fazer aquilo que somente Ele
nos ensina: DOAR. É dando que se recebe, é desejando sua Luz,
aceitando seu banquete, que o agradaremos e lhe daremos Prazer.
Esse documento consiste nos relatos descritivos das cenas
que visualizei no consultório de uma terapeuta e hipnóloga, que
trabalha com Regressão a Vidas Passadas. Seguindo aos relatos,
teço minhas conclusões e minha análise subjetiva dos aspectos e
lições que aquelas cenas me conferiram.
Essa é minha primeira experiência com Terapia de
Regressão a Vidas Passadas, o que me impede de avaliar o trabalho
da terapeuta sob o crivo profissional. Poderei, no entanto, analisar
os resultados, confrontando-os com minhas expectativas prévias,
acrescidas de minhas ansiedades.
Pretendo fazer outras experiências com hipnoterapia, de
forma a auxiliar minha autoanálise e programação mental,
visando meu equilíbrio físico e emocional. Quem sabe, possa
aprofundar o estudo de minhas outras Vidas Passadas com sessões
de Regressão por Hipnose, com outra terapeuta, acareando os
resultados. Isso deve me inspirar mais segurança e intuições mais
objetivas (paradoxal isso, hein).
Espero que gostem! Podem comentar, se quiserem. Basta
selecionar um texto com o ​
mouse e, clicando no botão direito do
2
Ref.: 1 Coríntios, cap. 13, vv. 9-12.
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Ebrael Shaddai
mesmo, escolher “Comentário”.Desejo-vos, a todos quantos aqui
estiverem, a Paz do Cristo!
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Ebrael Shaddai
SUMÁRIO:
1. Relatos
Preparação
Cena 1
Cena 2
Cena 3
Cena 4
Cena 5
Cena 6
2. Análise e Acareação
O Internato
O Cavalo
A tentação do Poder
O Amor: salvação dos covardes
A refração da Luz
Fim da jornada
3. Noções Gerais:
Terapias de Vidas Passadas#
Descrição
Histórico
A T.V.P. no Brasil
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Vislumbres do Passado​
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Ebrael Shaddai
1. Relatos
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Ebrael Shaddai
Preparação
Na primeira consulta, a terapeuta me inquiriu sobre minha
vida: hábitos, estado de saúde física, medos e acontecimentos
principais dos últimos anos. Claro, procurou saber qual a natureza
do meu interesse em fazer terapia com regressão. Resumiu-se a
isso: foi mais uma pré-consulta do que uma consulta. Ela colheu
informações sobre as quais poderia propor o melhor método de
abordagem e saber que comandos dar na hora de preparar, nas
próximas sessões, o clima para as visualizações.
Na segunda e terceira consultas, foram feitos exercícios de
relaxamento e desbloqueio de lembranças marcantes e
traumáticas para que pudesse me lembrar mais facilmente delas
durante a semana, fazendo assim a reflexão sobre elas, suas
causas e efeitos sobre minha vida presente. Também me fora dito
que serviria para que eu não confundisse essas lembranças atuais
(dessa encarnação) com as cenas que, porventura, viesse a ver na
quarta sessão, a partir da qual, seriam tratados problemas
decorrentes desses eventos passados.
Esses exercícios de relaxamento consistiam em manter
atenção total sobre as mínimas partes de meu corpo, sentindo-as
e distendendo-as até que eu me sentisse inteiramente relaxado.
Em seguida, eu mentalizava frases positivas ditadas pela
terapeuta, durante as quais eu me concentraria, de olhos
fechados, num objeto (também chamado de ​
totem​
) que eu
seguraria até o fim de cada sessão. Depois de rememorar fatos e
causas dessa vida que foram deixados de lado, sem porém
perderem seus efeitos, estaria pronto para superar mais um de
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Ebrael Shaddai
meus limites. Os medos nos impedem de sermos iluminados, sendo
o pior deles o medo da morte iminente.
Cena 1
Desço por uma escada escura, ao comando da terapeuta,
contei 33 degraus deliberadamente. Ao fim da descida, me vi num
hall ​
escuro, diante do qual continuei seguindo por um corredor
escuro também, sombrio. Clima úmido, ar pesado. Pegajoso era o
aspecto do lugar. As paredes eram de pedras cúbicas brutas, não
trabalhadas, sobrepostas umas às outras, com pouca argamassa,
mas não aparente.
Sentia frio nas pernas, literalmente. Não exatamente frio,
mas o impacto da umidade do ambiente. Haviam grossas barras de
ferro preto servindo de grades nas aberturas quadradas das
paredes dos corredores, à altura média. Ao final do primeiro
corredor, que era curto, seguia um outro corredor à esquerda. O
lado direito daqueles corredores parecia conter uma série de
quartos, mas à moda de manicômio (hospício), sem grades. Se
havia pessoas ali, viveriam cerceadas apenas pelas grades e
trancas das aberturas para o exterior daqueles corredores (portas
e janelas).
A época remetia a algum hospício religioso ou de caridade (se
é que se possa chamar aquilo de caridade). O ar era impregnado
pelos miasmas próprios dos distúrbios mentais e/ou emocionais
manifestados pelos habitantes daquele lugar. Me parecia já
abandonado, sem muitas almas penadas, isso se lá ainda haviam
almas penadas. A aparência me lembra Espanha, Portugal ou
Itália, mas não tão antiga como a italiana, pois as linhas da
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Ebrael Shaddai
construção eram retas, o que condiz mais com o espanhol (sem
arabescos) ou português.
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Ebrael Shaddai
Cena 2
Eu, a cavalo, galopando por curvas em terreno desértico,
com algumas poucas moitas. Parecia estar fugindo, olhando
constantemente para trás. Aquele ambiente desértico se
assemelha bastante com os desertos do ​
Velho Oeste
norte-americano. A época me parece ser no século XIX.
Soldados me aguardam em emboscada, assustam meu
cavalo, e eu caio em terra, sendo capturado por eles.
Rapidamente, me dão com a coronha de espingardas nas costas,
chutes na barriga. Eu, caído, sou jogado num canto de uma pedra,
cuja sombra me cobria do sol. Estava recostado, quando vejo (com
os próprios olhos, em primeira pessoa) minha cabeça virar à
esquerda. Pouco sangue nos meus olhos, que estavam fixos na
lateral da pedra onde me recostei. Foi um tiro na cabeça, por uma
espingarda.
Cena 3
Eu, diante de uma escrivaninha, escrevendo à pena num
livro, apoiado num suporte próprio para esse fim, feito de madeira
escura, aparentemente trabalhada. Meia-luz, sendo de velas. Meus
braços cobertos por túnica escura (marrom, provavelmente).
Parecia ser eu um religioso letrado, erudito. Escrevia em meio a
alguma tensão, comoção ou aflição. Era algo que poucos poderiam
ler (acho que poucos sabiam mesmo ler). Parecia ser um lugar de
melhor condição, mesmo para um convento da época. Pelo estilo
do livro e móveis, situaria a cena entre os séculos XV e XIX. Europa
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Ebrael Shaddai
ou América Latina, meu palpite.
Cena 4
Uma mulher amarrada pelas mãos, no chão, à traseira de
um cavalo predominantemente de cor clara (branco com algumas
pequenas manchas). Alguém incita o cavalo, e ele dispara com a
mulher amarrada, sendo arrastada e, dessa forma, enviada ao
seu suplício solitário. Deserto tipico dos EUA, situaria a cena,
também, no século XIX.
Eu assistia, ou preso ou escondido, à cena, a uns 10 metros
da mulher. Me senti impotente, numa aflição descomunal, dando,
enfim, adeus a ela, a qual sabia que não veria viva novamente.
Alguém tinha traído alguma promessa a alguém poderoso, mas
bem que poderia ser por vingança, ódio ou inveja. Mas,
definitivamente, ou eu ou ela tínhamos afrontado a alguém muito
poderoso.
Cena 5
Estou voando por sobre montanhas com picos gelados,
agudos, com alguma neve, em meio à luz de uma tarde de outono
ou inverno seco. É como se eu fosse um pássaro, como minha alma
estivesse indo para algum local familiar. De repente, decido planar
sobre uma região de terra, nos altos de uma montanha. Logo, vejo
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Ebrael Shaddai
que não desço, mas sim que sou puxado.
Num lapso de tempo, em continuação, me vejo sob a água do
que deduzo ser um tanque coletivo de pedra (a piscina de
antigamente, usada, talvez, para batismos coletivos ou
purificações). Totalmente sob a água, há mais ou menos dois
palmos abaixo da superfície, com a cabeça recostada numa das
laterais de pedra do tanque, olho pra cima e vejo a água calma
acima de mim, com raios de sol a focar, dançando dentro da água,
a se refletirem no fundo do tanque.
Eu tinha acabado de engolir a última golfada de água, com
os olhos abertos a olhar pra cima. Ninguém parecia estar por
perto, o que me leva a crer que ninguém me afogou. Acredito que
possam ter amarrado meus pés e mãos, com o pescoço atado a
uma pedra pra que o corpo não voltasse à tona e, assim, lançado
ao tanque pra morrer. A água se acalmava depois do movimento
causado por meu corpo e a pedra. Estava frio, definitivamente.
Mas por que me mataram?
Cena 6
Esta cena é a continuação da Cena 5, como forma de voltar a
“fita” e tentar saber por qual motivo me assassinaram. No terreno
onde estava o tanque, mais acima, havia uma igreja deveras
pequena. Seu estilo é bem protocristão: pedra bruta, marrom, cor
da terra da montanha em ambiente semidesértico. Parece ser
Turquia, Síria ou Palestina nos primeiros séculos do Cristianismo.
Lá dentro, homens debatiam. Discussões de cunho religioso.
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Vislumbres do Passado​
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Ebrael Shaddai
Devo estar entre os que são acusados de heresia. Não sei se meus
agressores consistem de cristãos divergentes ou outros
perseguidores (judeus, romanos, etc.). Algo me dizia que eram
cristãos ofendidos por algo que declarei ou vinha declarando há
tempos. Meu assassinato, com certeza, foi por “ira fanática”.
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Ebrael Shaddai
2. Análise e Acareação
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Ebrael Shaddai
O Internato
Se fizermos uma acareação entre as cenas, de cara veremos
algumas características em comum. A segregação do personagem
(eu mesmo) por ser diferente, o que para o meio ambiente pode
significar ser indesejável e, por vezes, detestável.
Saber demais. Pagar o preço por saber demais. Fazer mal
uso do conhecimento. Ilusão, fundamentada no conhecimento sem
sabedoria. Achar um tesouro de diamantes e usá-lo pra preencher
buracos nas paredes. Vaidade extrema por um conhecimento que
pretende-se ter sido adquirido por si mesmo, sem considerar que a
Luz nos vem do entorno, e não de si mesmo. A Luz é doada pelo
Criador, entra em nossa intuição no tempo certo. A percepção
errônea acerca de como usá-la gera soberba e atiça a vaidade,
bem como dá nascimento ao câncer do fanatismo empedernido e
delirante.
Por fim, o desconforto de se sentir apartado do mundo é
sintoma do erro em nos considerarmos melhores que os outros,
abominando a condição humana em si. Não chegamos a agradar a
Deus (por nossa devida correção na conexão com nosso próximo ━
desejo de doar), deixamos de sermos humanos (por abominar
aqueles que parecem diferentes do Ideal). Por fim, nem humanos
nem divinos, mas demônios. Passamos a odiar o que Deus nos dá
por meio das provas e lições (por causa dos sofrimentos e
conflitos) e a quem somos, enquanto humanos (pois sabemos que
somente nós podemos perceber nossas provas e sofrê-las
conscientemente).
É quando nos tornamos conscientes de nosso poder que
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Vislumbres do Passado​
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Ebrael Shaddai
corremos o risco da maior queda. Quanto maior o vôo, maior o
tombo. Fui, então, o Ícaro que pretendia voar até o Sol com asas de
cera. As asas derreteram e eu...caí bruscamente!
Poderia especular que aquele internato talvez fosse um
hospício, uma prisão ou um mosteiro. Poderia eu estar ali
cuidando de doentes mentais (execrados pela sociedade),
cumprindo pena, sendo castigado por alguma bravata ou afronta
minha a alguém ou a um grupo poderoso. Poderia eu, por fim,
estar sendo cuidado por pessoas piedosas ou apodrecendo dentro
do refúgio covarde, revestido de uma segurança indigna, sob as
saias da meretriz Igreja, vivendo o pesadelo de saber distinguir o
desejo carnal sem poder vivê-lo, tendo sede eterna daquilo de que
eu fugia.
Minhas mortes, creio eu, se deram devido mais às escolhas
motivadas por minha vaidade, teimosia e obstinação, pra não falar
da imprudência própria dos seres demasiado impulsivos, do que
propriamente pela santidade de uma missão. Poderia ter assumido
a missão do amor fraternal ao invés de bradar no peito o famoso
“eu sei, vocês não!”. Quatro verbos descrevem (e são como lema)
toda a sabedoria mágica pagã, da qual o Cristianismo pouco
aprendeu: SABER, OUSAR, FAZER E CALAR. Não havia em mim o
ardor de conhecer para doar, de saber para honrar a Fonte da
Sabedoria; em mim, apenas, a obstinação de manter a posição
assumida, o orgulho de provar minha tese, de redimir aqueles que,
na verdade, me redimiam. A pessoa a se redimir era eu, e eu, cego
pelo orgulho, pensava guiar a cegos. Guiava a mim mesmo e
arrastava outros comigo.
Jesus nos dizia que deveríamos colocar a lâmpada acesa no
meio da sala, para que iluminasse a todos3​
. Mas, quem alimentaria
3
Ref.: Ev. de Lucas, cap. 8, vers. 16 ━ ​
“​
Ninguém acende uma lâmpada para cobri­la com uma vasilha ou colocá­la debaixo da cama; ao contrário, coloca­a no candeeiro, a fim de que todos os que entram, vejam a luz..”
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Vislumbres do Passado​
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Ebrael Shaddai
a chama? Nós mesmos, ou o Dono da Casa? O que fazemos é
colocar a lâmpada onde bem entendemos, onde achamos melhor.
Contamos aos outros como a Luz da lâmpada se fez quando mal
sabemos como o nosso Coração continua a bater sem nossos
comandos conscientes. Assim, a Luz também brilha sem que a
comandemos, ela se faz a Si Mesma, à revelia de nossas tolas
ordens. Afinal, ​
“o Vento 4 sopra onde quer. Você o escuta, mas não
pode dizer de onde vem nem para onde vai”​
.5
A estadia naquele tipo de internato (prisão, hospício ou
mosteiro) era o resultado natural do conflito que ocorre quando
nossa vontade se choca contra o objetivo verdadeiro da Luz que nos
atinge. Sucede a cegueira e seu desconforto. Podem acontecer
duas coisas: ou despertamos e admitimos nossos erros, bebendo do
cálice amargo do remorso, até que sosseguemos o Coração para
nos reerguermos, ou deixamos que nosso orgulho recuse a
acareação com nossos atos e caiamos de vez no esquecimento de
nós mesmos, nos entregando ao ódio, recusando este remédio
amargo (porém, eficiente) que a Providência nos provê para que
voltemos a tocar nossas referências de valor.
Costuma haver duas fases até que a pessoa ​
caia em si
quando está em um “internato”:
●
O Limbo 6 ━ anestesiados pela dor do impacto (da
mudança de estado), pela derrota e queda, podemos
apenas constatar que nossa Liberdade nos fora tirada,
temporariamente. Isso nos sacode por dentro. Total
alienação e afastamento é o que ocorre à nossa mente
A palavra para ​
Vento​
, em hebraico, é equivalente a ​
Espírito​
, e se transcreve ​
Ruach ​
(lê-se:
Rúarh).
4
5
Ref.: Ev. de João, cap. 3, vers. 8.
6
Vide: ​
http://www.dicionarioinformal.com.br/significado/limbo/470/
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Vislumbres do Passado​
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Ebrael Shaddai
●
pra que ela seja protegida do impacto da “queda”. Não
temos real noção, nesse estado, do que nos aconteceu.
O Despertar ━ ​
Começamos a despertar para a nova
realidade. Essa realidade pode ser temporária, um
estágio intermediário, ou perene. Passamos a nos dar
conta que algo mudou, as pessoas e coisas mudaram ao
nosso redor... Não, o que mudou foi nosso interior.
Tornamo-nos conscientes disso no exato momento em
que terminamos nossa autoanálise no “internato”. Essa
reclusão (que pode ser física, emocional ou espiritual) é
apenas um teste à minha Fé ou resultado do mal que fiz
às pessoas? Agi motivado por minha vaidade, orgulho e
ambições ou isso tudo é apenas resultado do desconforto
que meus atos causaram às pessoas, que se sentiram
agredidas?
O Cavalo
Simbolicamente, a fuga a cavalo representa o ímpeto de sair
da ​
Matrix​
, o impulso de usar os próprios desejos como forma de
redenção, de tranquilizar a Consciência, tentando convencê-la que
fazer a própria Vontade equivale a cumprir o Destino a que
estamos predestinados a escrever. Quase sempre nos damos conta
de que o cavalo não nos leva ao lugar pretendido, ou devido,
quando nos desconjuntamos com o cavalo e caímos. Caímos ao
chão, devido à velocidade excessiva, à Inconsciência que nos faz
perder a guia do cavalo dos desejos e à ansiedade que nos assalta
depois que percebemos que já não estamos indo aonde
pretendíamos, mas fugindo dos efeitos da viagem tresloucada em
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Vislumbres do Passado​
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Ebrael Shaddai
busca de descanso para a alma.
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Vislumbres do Passado​
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Ebrael Shaddai
Fui traído por meu cavalo, meu instinto me fez errar o
caminho pelo qual devia fugir aos meus perseguidores, e fui
entregue a eles pelo Destino, paguei por minha covardia por não
defender a mulher que seria (ou foi) condenada à morte na cena 47
, recebendo a devida resposta por meu egoísmo, rebeldia e medo.
Os executores dos juízos contaram com a leniência de meu
protetor espiritual, representante da Divina Misericórdia em
minha Vida, que nada poderia fazer para me salvar, diante da
extensão de minhas dívidas para com a mesma Vida e Deus, nem
impedir que a Justiça fosse feita. Fui entregue aos meus algozes
para ser executado, olhando nos olhos da Morte.
Devemos tomar muito cuidado ao tentarmos alçar a
bandeira do que chamamos Liberdade com braços estendidos.
Eliphas Levi dizia, em um de seus livros, que ​
a Liberdade é a
Guardiã do Dever, pois assim, cumprindo-o, pode reinvindicar seu
Direito.8 Nosso impulsos só nos levam à Liberdade quando nos
livram das prisões das circunstâncias em prol do cumprimento dos
deveres da Vida. Somente o Amor a Deus e ao próximo nos liberta,
essa é a única verdade redentora. O Amor não visa os próprios
interesses; logo, sendo nossos próprios interesses arraigados aos
nossos desejos egoístas, devemos prestar atenção aonde nosso
cavalo nos leva.
Queiramos que nossos cavalos não nos levem à perdição e
morte, preservando a dignidade do próximo, cumprindo nossos
deveres assumidos e desejando sempre doar, ao invés de receber!
Teremos mais ao doar, pois ━ como São Francisco de Assis nos
Esta é a mulher citada na ​
cena 4​
, na seção “Relatos”. Naturalmente, esta cena deveria vir após
a cena 4, já que eu teria sido “executado” momentos após aquela mulher. Acredito que seja
apenas um assincronia de reconhecimento ou visualização. Essa coerência cronológica, no caso de
visões de vidas passadas, entendo não ser essencial para a compreensão da natureza das mesmas.
7
8
Cit. Eliphas Levi ​
in ​
“A Chave dos Grande Mistérios”. Ref.: ​
http://goo.gl/BUchK
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Vislumbres do Passado​
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Ebrael Shaddai
exorta ━ ​
é dando que se recebe.
A tentação do Poder
A pedagogia do Desejo é simples: a quem mais é dado, mas
desse será cobrado. Quem mais doa, mais recebe. A tentação do
Poder se manifesta quando, ao receber algo excepcional, em
termos de fortuna, inspiração ou conhecimento, padecemos com o
impulso de restringir a ação da Providência, guardando para nós
mesmos o privilégio de tal dádiva.
Quando nos encontramos agraciados com uma missão,
sempre devemos pensar que o que recebemos não deve ser retido
como nosso, bem como o bom ou mal sucesso da mesma. Se
recebermos o dom do conhecimento e entendimento das coisas
naturais, devemos espalhá-lo segundo o objetivo do Amor:
promover a Vida e a edificação de nossos semelhantes. Mas,
devemos oferecer a ação de salvação pelo conhecimento da
Verdade (a porção que nos cabe por misericórdia) somente a Deus e
sua Vontade, não a nós e segundo nossas tolas acepções acerca da
mesma Verdade.
Na cena 3, observa-se isso, de forma bem clara, em minhas
reações. Ali, sente-se um remorso extremo por ter
desencaminhado tantas pessoas. Não acredito que ali eu estivesse
indicando que o que eu ensinava às pessoas era errado, mas sim o
fim desse ensinamento. O que eu trouxe foi a divisão e o
rompimento entre as pessoas e os pecadores, não delas com o
pecado. Não pregava a indulgência delas, senão com elas mesmas,
rotulando as outras pessoas que se arrependiam por seus pecados
como fracas e submissas.
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Vislumbres do Passado​
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Ebrael Shaddai
Levei as pessoas de um extremo a outro. De uma realidade
servil e obscura, num cenário religioso falso, supersticioso e
tirânico, as conduzi para uma libertinagem sem rumo certo, a um
vale-tudo inconsciente, presa de seu próprio descontrole, sob a
falsa alcunha de Liberdade. Eu era, literalmente, um cego guiando
outros cegos. Naquele momento, constatava minha cegueira com
todas as conclusões do que me sobreviria: a condenação de minha
própria Consciência. Não estava encarnando o “sepulcro caiado”,
típica de clérigos com ​
síndrome de donos da Verdade 9 ​
, mas estava
levando minha alma cega e indignada a subverter outros sedentos
pela Verdade. Não estava chegando à Verdade, nem tampouco
ajudando as pessoas a despertarem o Amor de Deus em si mesmos.
E como sabia disso? Eu estava sendo guiado pelo desejo de derribar
meus oponentes, não pelo Amor aos adversários que, embora nessa
condição imposta pela Luz (a condição de serem meus adversários
como prova), eram o penhor de minha redenção pelo Amor e
doação.
Infelizmente, esse Amor não floresceu em mim. Caí nas
mãos dos que executariam os juízos divinos, juízos esses que
recaem sobre todos aqueles que recebem o Amor em suas mãos e
não o fazem frutificar nem o transformam em fonte de salvção,
que desperdiçam a Luz que nos chega pela Intuição com intentos
que entronizam suas vaidades e orgulho, e não a Caridade e o
serviço aos nossos semelhantes. Grande chance eu perdi, grande
chance que alguém, que eu fui no passado, desperdiçou!
Um religioso, um pensador e pretenso filósofo, que se
arrogava intérprete das tradições antigas dos Grandes Mestres:
era assim que me via, era essa figura que temiam e que
procuravam transviar, fossem adversários visíveis ou Inimigos
9
A Verdade liberta, mas não põe cabresto nem constituiu procuradores, senão o próprio Cristo,
Luz da Verdade.
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Vislumbres do Passado​
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Ebrael Shaddai
invisíveis. Um pensamento, uma meta e uma trajetória tortuosa,
embora trilhada com a coragem dos loucos. Uma filosofia e uma
interpretação da Tradição ocultista temerária e ousada, muito à
frente de seu tempo, e muitas almas perderam-se por tudo isso.
O Amor: salvação dos covardes
Um homem encurralado pelos cobradores de suas faltas. Eu
era, ali, na cena 4, um homem acossado pelos excessos praticados
por seus dons. Rompimentos e quebras de padrões sempre foram a
tônica dessa alma que vos fala. O rompimento deveria ser do
egoísmo que nos põe fora do alcance da Razão. Crer em algo sem
nem mesmo consultar a Razão não redunda em Fé cega, em crença
capenga? Era isso que eu sempre tentei dissolver, já que a
teimosia reina em mim, só que sempre do lado oposto à corrente.
Ora, ser teimoso contra a teimosia e intolerante com a
intolerância, não seriam contradições ​
in re ? Não seria fortalecer
o inimigo lutar contra ele com as armas do próprio? Libertar uma
mente, subjugando-a a um novo senhor, tão tirânico quanto o
anterior, não é ser um príncipe usurpador da coroa infame? Eu
acreditava que, libertando as mentes de déspotas idólatras,
poderia me sentir liberto através do vôo daqueles que aprendessem
a voar po si mesmos. Vã ilusão: não aprendemos a voar, nem
temos qualquer peso. Como dizia Einstein, é o espaço à nossa volta
que nos empurra ao movimento, bem como é a Luz que nos
compra​
, e não nós que a conquistamos. Se a Luz não entra pela via
correta (a Intuição), ela nos sacode diante de furacões de
acontecimentos diante de nossos cinco sentidos. A Luz nos permeia
a todos, desde o ínfimo átomo até o coração dos buracos negros,
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Vislumbres do Passado​
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Ebrael Shaddai
das mais simples almas até aquelas viciadas na recepção da Luz
em forma de sensações.
Aquela mulher doou-se a mim em amizade corajosa, não
renunciando nem confessando segredos. Não se retratou diante de
um malvado senhor que se sentira afrontado por mim e por ela.
Nossa união, no entanto, não sei precisar se era de irmãos,
amigos, amantes ou cônjuges. Mas, nossa coragem enfureceu
muita gente, e a Luz da Verdade perturbou aqueles que viviam nas
Trevas. Não renunciamos às nossas convicções nem atitude.
Ainda assim, algo naquele cenário me fazia sentir um
covarde. Talvez, eu me achasse fraco demais para assistir ao
ultraje do corpo de quem amava. Ou, então, sentia uma certa
inveja por ela demonstrar tamanha dignidade diante de seu
Destino trágico. Afinal, quem sabe se eu me manteria corajoso na
Fé e no Amor ou só cuspiria no rosto de meus algozes por puro
orgulho e arrogância?
Afinal, o senhor, que fora nosso algoz, seria mesmo nosso
inimigo, um de nossos pais, alguém poderoso que fora desafiado?
Quem saberá quem ele era ou que tipo de relação tinha conosco (eu
e a mulher)? Perguntas que não consigo, ainda, responder.
Num último momento, no derradeiro momento daquela
minha existência, a demonstração de coragem daquela mulher,
diante do que seria apenas a morte de seu corpo físico, me abriu os
olhos. De que vale a Vida se não cumprirmos nossa issão por Amor
aos irmão? De que adiantaria por termo a uma Vida, ardendo em
arrogância e ira desmedida? Depois dela, nada me restara, senão
me entregar. Se fugi, foi pra sobreviver e aproveitar a última
chance de me redimir diante daqueles a quem iludi, a quem fiz
seguir a mim por altivez e orgulho, não por Amor à Luz. Mas,
então, a ordem de execução do Destino já estava dada em relação a
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Ebrael Shaddai
mim!10
A coragem dela em entregar-se por seus valores, lealdade e
Amor me redimiu. Perdi o medo de amar, de morrer e,
principalmente, de viver plenamente o Destino, de cumprir as
promessas feitas à Luz.
A refração da Luz
Sabemos que o buraco negro é o objeto cósmico mais denso
que existe no Universo físico. Ele absorve tudo à sua volta,
inclusive a Luz. Numa sede inextinguível, ele bebe de toda a Vida
ao seu redor e, ao invés de tornar-se radiante, ele é negro, pois
não reflete nem compartilha nada, retendo tudo para si.
Assim estamos nós nessa era de Khali Yuga, assim é a
natureza das Trevas. Não há Vida nas Trevas, pois os que são das
Trevas se negam a dar, a compartilhar, a oferecer quaisquer coisa
ou admitir qualquer realidade ou desejo fora de seus domínios. A
adoração a si mesmo significa deixar-se esmagar pelo espaço em
volta, é tornar-se uma esfera superdensa de egoísmo e negrura. E
qual o jeito de fugir à ​
Matrix (leia-se: prisão dos sentidos), que nos
comprime em nós mesmos, tais quais buracos negros humanos?
Sou novamente atraído ao meu Destino nas ​
cenas 5 e ​
6​
.
Pregar o Evangelho de Luz era a minha meta, mas desmistificando
crenças supersticiosas, erros crassos, oportunismos escusos.
Talvez, meu assassinato ali tenha sido mero detalhe, apenas a
reação das Trevas a uma pregação sincera e devotada. Quem sabe
eu tenha mesmo me redimido de faltas anteriores, e não me
10
Refiro-me, então, aos eventos que se seguem na ​
cena 2​
.
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Ebrael Shaddai
deixado cair em tentações da vaidade pura e simples. Ou então,
estava testemunhando dignamente a Luz.
Mas, o que mais me aparece à mente ali é uma tal ansiedade
de talvez não confiar que a Luz fosse capaz de corrigir as conexões
entre as pessoas, naquele determinado tempo. As pessoas ali não
poderiam receber a Luz que diziam aceitar e confessar. Não é
assim, querer e receber. A Luz nos vem por graça do Eterno, por
isso chamamos a Intuição de Luz circundante, pois não nasce em
nós mesmos, mas vem do entorno. Não é algo que se conquiste pela
Vontade, que é egoísta desde o princípio. É o trabalho de negação
de sua própria Vontade em função de querer o bem dos outros, e
pelos outros, que nos faz semelhantes à Luz, que é pura doação. Só
me salvo se o outro se salva, sou feliz apenas se o outro for feliz, e
isso sem o concurso da mentira, que é o princípio do mal. Somente
a mentira já é suficiente para configurar o vício de receber pra si
somente, e nos fazer compactuar com o Demônio e seu reino de
Trevas.
Recebemos a Luz, e não acostumados a ela, a rejeitamos. É
assim, também, que age o Demônio. A Luz requer mudança de
posição, exige mudança nos polos do desejo, e isso quase ninguém
aceita. E se aceita, não consegue êxito completo. Os sentidos
governam nossos conceitos e percepções, determinam nossas
crenças, prevêem nossas reações e executam julgamentos
parciais. Desejar a Luz é querer o que o Eterno quer. Querer o que
desejamos é refratar a Luz. Julgar é limitar a Luz. Limitar a Luz é
apagar Deus de nossa memória.
Ali estou eu, afogado em ilusões de uma piscina de bolinhas,
de belos raios do Sol da tarde a colorir o fim da Vida, num batismo
de Luz refletida em meu ímpeto borbulhante.
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Ebrael Shaddai
Fim da jornada
As cenas são bem claras e coerentes, a despeito do medo que
tinha antes da sessão de Regressão, de que talvez não viessem a
fazer sentido. Tive medo, inclusive, de enfrentar cenas de minha
própria morte, achando que fosse vir a ter sensações corporais
realmente “vivas”. Tive essas sensações, mas como que
adormecidas, anestesiadas, em que minha ansiedade era
compulsoriamente limitada pelas visões e seus detalhes.
As lições também não deixam dúvidas do que devo aprender,
e assim continuo a ser testado nas mesmas provas. Neste exato
momento, em que termino a primeira edição deste documento,
psoso dizer que parte destas provas, em batalhas que já duravam
alguns anos, está sendo bem assimilada. Venço a cada dia que me
deixo envolver pela mensagem evangélica de confiança na Luz do
Espírito Santo a me guiar. Transcendo mais e mais as Trevas
espessas que me cercam sempre que me cerco dos ensinamentos
do Mestre dos Mestres, Jesus, o Cristo.
O desejo de receber prazer é uma sede inextinguível e
insaciável. Jesus, ensinando-nos a amar o próximo e a buscar o
Espírito de forma autêntica, nos provou a validade do que disse à
samaritana, diante de um poço:
Mas, aquele que beber da água que eu lhe der ​
[a forma
coreeta de amar e doar] ​
nunca mais terá sede, porque a água que
eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida
11
eterna.”​
11
Ev. João 4: 14.
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Ebrael Shaddai
3. Noções Gerais:
Terapias de Vidas
Passadas
12
​s conteúdos desta seção foram emprestados do artigo sobre “Terapia de Vidas Passdas” (sic) do
O
site ​
Wikpedia (em português). Fonte:​
http://pt.wikipedia.org/wiki/Terapia_de_vidas_passadas ​
12
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Vislumbres do Passado​
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Ebrael Shaddai
Descrição
Supostamente, é uma terapia que utiliza das vivências
retrocognitivas ou revivências de vidas anteriores para finalidades
terapêuticas. Noutras palavras, é o uso do fenômeno
parapsicológico
chamado
retrocognição
para
finalidades
terapêuticas e evolutivas. Neste caso, o paciente adentra num
profundo estado de consciência e revive campos de seu passado
antigo (vidas passadas) e tem a oportunidade de usar de tais
experiências em prol de sua auto-superação, evolução e resolução
de problemas isolados, como medos, depressão, etc.
Histórico
O nome Terapia de Vidas Passadas (Past Life Therapy) foi
cunhado pelo Doutor em Psicologia Morris Netherton, em 1967,
quando desenvolveu um método próprio de hipnose, que designou
como Hipnose Ativa. O fundamento dessa abordagem extrai da
hipnose regressiva o seu fundamento: em estado alterado de
consciência, o cliente regressaria a um passado além do limiar da
vida atual, onde se encontra um reservatório mnemônico (ou de
memórias) cuja instância é o que o pesquisador Hemandra
Banerjee denominou de "memória extra-cerebral". Segundo a
hipótese da Terapia de Vidas Passadas, ao atingir o núcleo do
trauma, seu inconsciente libera o material psíquico retido através
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Ebrael Shaddai
do que Freud chamou de "catarse". Com a catarse, a energia
psíquica é liberada e o sujeito sentiria um alívio significativo em
seus sintomas. Esse alívio psíquico seria a causa das curas físicas
e psicológicas registradas pelos terapeutas de regressão. Além de
Morris Netherton, são considerados os precursores dessa corrente
terapêutica Hans Tendam, Roger Woolger e Edith Fiore. Até hoje,
esses autores são considerados referências na área e leitura
obrigatória nos cursos de formação.
A terapia pode ser feita pela ajuda da hipnose, mas alguns
ensinamentos não necessitam deste método. A hipnose possibilita
ao experienciador adentrar em estados mais profundos de
consciência ou o transe regressivo propriamente dito, onde
desencadeia o fenômeno da retrogocnição ou lembrança de vidas
passadas. Outros métodos podem ser usados, como por exemplo, a
autopesquisa contínua de alguma dificuldade pessoal. O
autopesquisador
adentra
profundamente
dentro
de si,
pesquisando-se até que em dado momento regride sozinho, lembra
de ​
flash ou de situação continua em sonhos PES (percepção
extrassensorial). Se lembrando de experiências no passado ou
traumas, uma pessoa pode identificar a origem de seu problema e
curá-lo. Um dos mais famosos escritores americanos sobre o
assunto é ​
Brian L. Weiss​
, graduado pela ​
Columbia University e
Yale Medical School e titular da cadeira de psiquiatria no ​
Mount
Sinai Medical Center de Miami, com várias obras traduzidas para o
português.
A T.V.P. no Brasil
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Vislumbres do Passado​
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Ebrael Shaddai
No Brasil existem diversas linhas terapêuticas de TVP, cada
qual possuindo suas particularidades e diferenças. Em ultima
análise, as semelhanças entre elas são muito mais consideráveis
que as diferenças. As divergências se situam num plano mais
teórico e no foco que cada terapeuta concentra a sua atenção. As
escolas mais sérias, como ensinadas pelo INTVP (Instituto Nacional
para Terapias de Vidas Passadas), fundado por Maria Júlia e ​
Ney
Prieto Peres​
, não se utilizam do aspecto espiritual e o relegam a
segundo plano, preferindo focar em aspectos psicológicos próprios
da consciência objetiva atual e do "significado" que a pessoa dá a
experiência de vidas passadas.
Outras abordagens, por outro lado, procura colocar a TVP
num nível mais ​
kármica e levando em consideração a missão de
vida do atendido. Esta é considerada por alguns como a abordagem
mais espiritual da Terapia de Vidas Passadas no Brasil, pois
supostamente lida com a questão das "presenças" (espíritos
obsessores para o Espiritismo), do mentor (seria uma alma de
maior adiantamento espiritual que vem auxiliar nas regressões),
da proposta encarnatória (nossa missão na vida), do pós-morte (a
vida após a morte), vidas futuras, guias espirituais, dentre outros.
Bibliografia recomendada
● The Search for Bridey Murphy​
- relata a investigação
detalhada sobre uma experiência de lembrança de uma
suposta vida passada.
● Cura Profunda​
(Hans Tendam).
● As Várias Vidas da Alma​
(Roger Woolger).
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Vislumbres do Passado​
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Ebrael Shaddai
● Vidas Passadas, Sonhos Presentes​
(Denise Linn).
● A Regressão a Vidas Passadas como Método de Cura
(Thorwald Dethlefsen).
● Guia Prático de Regressão a Vidas Passadas​
(Florence Wagner
McClain).
● Nascer, Morrer, Renascer​
(Célia Resende).
● Introdução à Terapia de Vidas Passadas​
(José Antônio de
Souza).
● Egos de Vidas Passadas: o domínio das emoções através da
Terapia de Vidas Passadas
(Helga Krelling & Ariane Krelling).
● A Terapia da Reencarnação: as possibilidades oferecidas pela
regressão a vidas passadas
(Harald Wiesendanger).
● Novos Métodos de Regressão a Vidas Passadas ​
(Trutz Hardo).
● Investigando Vidas Passadas ​
(Raymond A. Moody).
● Vidas Passadas, Curas Futuras ​
(Sylvia Browne e Lindsay
Harrison).
● Recordando Vidas Passadas​
(Dra. Helen Wambach).
● Vidas Passadas? Respostas que você gostaria de ter …
(Solange Cigagna).
Conteúdos relacionados
● Conscienciologia​
;
● Hipnose​
;
● Hipnose ericksoniana​
;
● Projeciologia​
;
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● Retrocognição​
.
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