- RGV - Recursos Genéticos Vegetais
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.ya UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS GENÉTICOS VEGETAIS DANILO MARCELO SANTOS PEREIRA CULTIVO IN VITRO E ANÁLISE QUALITATIVA DA FISALINA D EM PHYSALIS ANGULATA L. Feira de Santana - BA 2011 DANILO MARCELO SANTOS PEREIRA CULTIVO IN VITRO E ANÁLISE QUALITATIVA DA FISALINA D EM PHYSALIS ANGULATA L. Feira de Santana - BA 2011 DANILO MARCELO SANTOS PEREIRA CULTIVO IN VITRO E ANÁLISE QUALITATIVA DA FISALINA D EM PHYSALIS ANGULATA L. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais, da Universidade Estadual de Feira de Santana como requisito para o título de Mestre em Recursos Genéticos Vegetais. Orientador: Prof. Dr. Lenaldo Muniz de Oliveira Co-orientadora: Dra. Angélica Maria Lucchese Feira de Santana - BA 2011 Ficha Catalográfica – Biblioteca Central Julieta Carteado P49c Pereira, Danilo Marcelo Santos Cultivo in vitro e análise qualitativa da Fisalina D em Physalis angulata L. / Danilo Marcelo Santos Pereira. – Feira de Santana, 2011. 94 f.:il. Orientador: Lenaldo Muniz de Oliveira Co-orientadora: Angélica Maria Lucchese Dissertação (Mestrado em Recursos Genéticos Universidade Estadual de Feira de Santana, 2011. Vegetais) 1.Micropropagação vegetal 2.Germinação in vitro 3.Calogênese 4. Vitaesteróides I.Oliveira, Lenaldo Muniz de. II. Lucchese, Maria Angélica. III.Universidade Estadual de Feira de Santana. IV.Título. CDU: 634.7 BANCA EXAMINADORA __________________________________________ Profa. Dra. Moema Cortizo Bellintani (UFBA) __________________________________________ Profa. Dra. Sheila Vitória Resende (UEFS) __________________________________________ Profº Drº Lenaldo Muniz de Oliveira Orientador e Presidente da Banca Feira de Santana - BA 2011 DEDICO Aos meus pais: Alziraldo Gama Pereira e Maria Helena Santos Pereira, que sempre me apoiaram, confiando e me dando forças para conquistar mais essa vitória. AGRADECIMENTOS DEUS! Sem ELE nada disso seria possível; Aos meus pais Alziraldo e Maria Helena e aos meus irmãos pelo incentivo e apoio nesse período. À CAPES pela bolsa concedida durante o tempo de realização deste trabalho; Ao Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais da Universidade Estadual de Feira de Santana pelo suporte no desenvolvimento deste trabalho; Ao Professor Dr. Lenaldo Muniz de Oliveira, pela paciência, pelos conhecimentos transmitidos e principalmente pela orientação; À Professora Dra Angélica Maria Lucchese pelo apoio na co-orientação; À estudante de iniciação científica Virgínia Nunes pelo companheirismo e ajuda nos trabalhos; Aos colegas do Horto Florestal e do Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais. 6 RESUMO O camapú (Physalis angulata L.) pertence à família Solanaceae sendo reconhecido por sua importância medicinal, em virtude da produção de vitaesteróides com propriedades medicinais (fisalinas). A cultura de tecidos tem sido considerada uma ferramenta promissora para multiplicação de espécies medicinais, contribuindo para obtenção de um maior teor de compostos bioativos presentes nessas plantas. Esse trabalho teve como objetivo desenvolver protocolos para estabelecimento de Physalis angulata em ambiente in vitro avaliando-se o efeito de diferentes tipos de meios de cultura e reguladores de crescimento na organogênese, enraizamento e calogênese, analisando qualitativamente a presença de fisalina D nas folhas, raízes e calos obtidos. Para germinação in vitro foram utilizadas sementes coletadas de plantas cultivadas no Horto Florestal da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). As plantas obtidas foram utilizadas para estabelecimento in vitro das culturas primárias em meio MS, MS/2 e WPM. Após o estabelecimento, segmentos nodais foram transferidos para meio Wood Plant Medium (WPM), identificado como melhor meio de cultura para Physalis angulata, suplementado com diferentes concentrações de citocininas e auxinas. As plantas provenientes do experimento anterior foram enraizadas em meio WPM com diferentes concentrações de AIB e posteriormente aclimatizadas em casa de vegetação. Foi avaliado também o efeito de diferentes concentrações de reguladores vegetais sobre a calogênese em explantes foliares e internodais. Avaliou-se a presença da fisalina D nas diferentes partes das plantas e nos calos obtidos. Foi verificado que a espécie Physalis angulata apresenta fácil germinabilidade nos diferentes meios de cultura testados, além de que o uso de “pulsos” de BAP favorece maior número de brotações na multiplicação in vitro. Essa espécie possui grande facilidade para enraizamento in vitro, mesmo na ausência de reguladores vegetais. É possível obtenção de calos friáveis em Physalis angulata. Foi constatada a presença da fisalina D no material in vitro cultivado. Os resultados obtidos servirão de referência para protocolos de multiplicação dessa espécie, dando suporte a trabalhos de melhoramento voltados para obtenção de plantas com maior teor de fisalinas e possibilitarão futuras abordagens biotecnológicas para produção in vitro desses compostos. Palavras-chaves: Micropropagação; Reguladores de crescimento; Calogênese; Vitaesteróides 7 ABSTRACT The camapu "(Physalis angulata L.) belongs to the Solanaceae family is recognized for its medicinal importance, due to the production of vitaesteróides with antineoplastic action (physalins). Tissue culture has been considered a promising tool for propagation of medicinal species, contributing to obtaining a higher content of bioactive compounds in these plants. This study aimed to develop protocols for the establishment of Physalis angulata environment in vitro by evaluating the effect of different types of culture media and growth regulators on organogenesis, rooting and callus formation, qualitatively assessing the presence of physalins D in leaves, roots and callus. For germination in vitro were used seeds collected from plants cultivated in Horto, Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). The plants obtained were used for in vitro establishment of primary cultures on MS medium MS/2 and WPM. Once established, the nodal segments were transferred to medium Wood Plant Medium (WPM), identified as the best culture medium for Physalis angulata, supplemented with different concentrations of auxins and cytokinins. Plants from the previous experiment were rooted on WPM medium with different concentrations of IBA and subsequently acclimatized in a greenhouse. We evaluated the effect of different concentrations of plant growth regulators on callus induction from leaf explants and internode. We evaluated the presence of physalins D in different plant parts and callus. It was found that the species Physalis angulata features easy germination in different media tested, and that the use of "pulses" of BAP encourages more shoots in vitro multiplication. This species has great ease of rooting, even in the absence of growth regulators. Is possible obtain friable callus of Physalis angulata. Was confirmed the presence of physalins in vitro cultivated material. The results will provide reference for protocols multiplication of this species, supporting the improvement works aimed at obtaining plants with increased content and allow physalins future biotechnological approaches for production of these compounds in vitro. Keywords: Micropropagation; growth regulators, callus; vitaesteróides 8 SUMÁRIO AGRADECIMENTO 6 INTRODUÇÃO GERAL 7 CAPÍTULO 1 - Germinação, Estabelecimento e Crescimento Inicial in vitro de Physalis angulata L. RESUMO 11 ABSTRACT 12 INTRODUÇÃO 13 MATERIAL E MÉTODOS 15 RESULTADOS E DISCUSSÃO 18 CONCLUSÕES 27 REFERÊNCIAS 27 CAPÍTULO 2 - Multiplicação in vitro, Enraizamento e Aclimatização de Physalis angulata L. RESUMO 33 ABSTRACT 34 INTRODUÇÃO 35 MATERIAL E MÉTODOS 37 RESULTADOS E DISCUSSÃO 39 CONCLUSÕES 51 REFERÊNCIAS 52 CAPÍTULO 3 – Calogênese e Caracterização Morfológica, Bioquímica e Fitoquímica de Calos de Physalis angulata L. RESUMO 61 ABSTRACT 62 INTRODUÇÃO 63 MATERIAL E MÉTODOS 64 RESULTADOS E DISCUSSÃO 66 CONCLUSÕES 74 REFERÊNCIAS 74 CONSIDERAÇÕES FINAIS 77 ANEXOS 78 9 INTRODUÇÃO GERAL As plantas pertencentes à família Solanaceae tem sido cultivadas pelo homem a milhares de anos, tendo como membro mais conhecido o tomate (Solanum lycopersicum L.), utilizado principalmente como tempero na cozinha mundial. Além disso, esta família possui muitas outras plantas utilizadas pelo homem, como a batata (Solanum tuberosum L.), as pimentas e pimentões (Capsicum spp.), a berinjela (Solanum melongena L.) o jiló (Solanum gilo Raddi), e o fumo (Nicotiana tabacum L.) (Souza; Lorenzzi, 2008). O gênero Physalis, que também integra essa família, é reconhecido pela presença de metabólitos poli-oxigenados ou vitaesteróides em seus tecidos, e inclui uma ampla variedade de espécies que são econômica e farmacologicamente importantes (Tomassini et al., 2000). As espécies desse gênero são reconhecidas por sua grande importância etnofarmacológica, sendo empregadas para diversas finalidades, como antiinflamatório, antimicrobiano, antiviral, imunomoduladora, hipotensora, tuberculostática e antimalárica (Almeida, 1993). A espécie Physalis angulata L. é largamente empregada na medicina popular de vários países, especialmente os da América do Sul. Nativa de quase todo o Brasil cresce espontaneamente formando pequenas populações (Figura 1), recebendo várias denominações populares a depender da região: camapú, joá-de-capote, saco-de-bode, bucho-de-rã e matafome (Moschetto, 2005). Figura 1. Distribuição geográfica no Brasil de Physalis angulata (Magalhães, 2005) 10 Trata-se de uma planta anual, herbácea, ereta, que mede até um metro de altura e se reproduz através de sementes (Vasconcellos, 1998). Possui um ciclo relativamente curto, produzindo frutos do tipo baga 90 dias após a semeadura os quais possuem cálice concrescente (Figura 2) (Freitas, 2004). Pertence á tribo Solaneae, subtribo Physalinae, caracterizando-se pela presença de cálice com segmentos não auriculados, filetes não geniculados na base, anteras dorsifixas, basifixas ou dorsibasifixas e gineceu bicarpelar (Silva & Agra, 2005). Figura 2. Detalhes das folhas, flores e frutos de Physalis angulata L. (Minghua, 2009) Physalis angulata L. é considerada uma planta daninha, capaz de infestar lavouras agrícolas, pomares e terrenos baldios. Suas sementes apresentam alta porcentagem de germinação e seus espécimes habitam preferencialmente solos semi-úmidos e sombreados. Seus frutos de sabor doce ou insípido são comestíveis, sendo apreciados tanto pelo homem, especialmente aqueles que habitam as zonas rurais, como por animais em geral (Braga, 1976; Lorenzi, 2002). Essa espécie também é alvo de diversos estudos químicos e farmacológicos, sendo largamente empregada na medicina popular de vários países. O principal grupo de esteróides encontrados nessa espécie são as fisalinas (Figura 3), apresentando diversas propriedades farmacológicas, como atividade antiparasítica, antiviral e antineoplásica (Tomassini et al., 2000). 11 Figura 3. Estrutura molecular das fisalinas A, B, C, D e E (Tomassini et al., 2000). Quimicamente as fisalinas são denominadas de lactonas sesquiterpênicas esteroidais e são caracterizadas como moléculas de estrutura bastante complexa, pois, além da lactona, apresentam outra γ lactona fundida ao anel D (Tomassini et al., 2000). Recentemente, pesquisadores da Bahia e do Rio de Janeiro descobriram pelo menos três grupos de fisalinas que ajudam a regular o sistema de defesa do organismo e são até 30 vezes mais potentes que alguns dos medicamentos mais usados para aliviar inflamações (FAPESP, 2003). O grande potencial fitofarmacológico das fisalinas para o desenvolvimento de novas drogas bioativas também tem sido demonstrado em vários bioensaios envolvendo microorganismos (Lopes et al., 2006) e camundongos (Soares et al., 2002). A atividade antitumoral das fisalinas tem sido motivo de várias especulações e pesquisas. Taylor (2006) demonstrou forte atividade citotóxica in vitro e in vivo (camundongos) das fisalinas contra inúmeros tipos de células cancerígenas, incluindo câncer de pulmão, cólon, nasofaringe, fígado, cérvix, melanoma e cerebral. A atividade antineoplásica de fisalina F foi evidenciada e comprovada em ensaios in vitro com cinco linhagens de células cancerígenas humanas: HA 22 T (hepatoma); HeLa (cervix uterina); KB (nasofaringe); Colo-205 (colon) e Calu-1 (pulmão), os melhores resultados foram aqueles obtidos com as cepas HeLa e HA 22 T67 (Soares et al., 2002). 12 De acordo com Tomassini et al. (2000), os vitaesteróides apresentam um esqueleto intacto ou modificado do ergostano. Estes derivados do ergostano são constituintes polioxigenados presentes, preponderantemente nas espécies de Solanaceae. Magalhães (2005) cita que esses compostos apresentam grande diversidade estrutural, sendo subdivididos, segundo Tomassini et al. (2000), em seis grupos principais: vitanolídos, vitafisalinas, fisalinas, acnistinas, ixocarpalactonas e perulactonas. Por serem metabólitos secundários, as fisalinas são pouco abundantes, representando menos de 1% do carbono total das plantas. Os metabólitos secundários exercem nas planta diversos papeis significativos, como adaptação ao ambiente podendo atuar como antibióticos, antifúngicos e antivirais para proteger as plantas dos patógenos ou apresentando atividades antigerminativas ou tóxicas para outras plantas, como as fitoalexinas (Fumagali et al.; 2008). Considerando a grande demanda por esses metabólitos, a produção pelas plantas nem sempre é satisfatória. Além disso, esses compostos freqüentemente estão restritos a uma espécie ou gênero e muitas vezes podem ser ativados somente durante uma determinada fase do crescimento ou um estádio do desenvolvimento vegetal, ou ainda em estações específicas do ano, sob condições de estresse ou de disponibilidade de nutrientes (Lourenço, 2003). Apesar do grande investimento financeiro de muitas empresas na prospecção de novos produtos naturais, poucos estudos têm sido desenvolvidos buscando-se formas sustentáveis de exploração desses recursos. Problemas de vários níveis têm limitado uma exploração racional desses bioprodutos, como: a grande dificuldade para identificação botânica e a grande variabilidade genética presente em muitas espécies, com alterações quantitativas e qualitativas nos metabólitos secundários produzidos, além do fato de algumas espécies sintetizarem metabólitos secundários em concentrações muito baixas o que exige processos de extração dispendiosos (Pereira, 2002). Por essas razões, nos últimos anos esforços têm sido feitos para seleção de variedades mais produtivas, desenvolvimento de metodologia para multiplicação de plantas melhoradas por vias vegetativas, assegurando a preservação do genoma selecionado e desenvolvimento de metodologias para exploração de metabólitos secundários via cultura de tecidos ou de células (Verpoorte & Memelink, 2002). Neste contexto, a biotecnologia, mas precisamente as técnicas de cultura de tecidos vegetais têm sido consideradas ferramentas promissoras, tanto para propagação em larga escala de variedades melhoradas quanto para produção de compostos bioativos com alto valor agregado, via cultivo de células ou tecidos, possibilitando uma exploração controlada e independente das variações ambientais. 13 Desse modo, a cultura de tecidos vegetais, através da micropropagação, permite a multiplicação rápida de genótipos selecionados com maior produtividade, uniformidade e desempenho no campo, constituindo uma alternativa para a propagação de mudas sadias, em tempo e espaço físico reduzido, com alta fidelidade genética (George, 2008). A micropropagação, uma das diversas técnicas de cultura de tecidos vegetais pode ser divida em dois grupos: organogênese e embriogênese somática (Pasqual et al., 1997). A organogênese é definida como a formação de estruturas a partir de tecidos e/ou células, podendo ocorrer por duas vias: via direta, através da regeneração de plantas provenientes de tecidos meristemáticos, sem passar pela fase de calo, apresentando alta fidelidade genética; e, por via indireta, quando o processo de regeneração é precedido pela formação de calo (Grattapaglia & Machado, 1998). Assim, a micropropagação surge como ferramenta de grande importância em trabalhos com as mais variadas espécies, como o protocolo apresentado por Bertoni et al. (2006), intitulado micropropagação de Calendula officinalis L., que enfatiza a possibilidade para a propagação em larga escala, usando material clonal dessa espécie num prazo máximo de seis meses, representando uma alternativa viável de produção de matéria prima de qualidade para a indústria de fitoterápico e cosméticos. França et al. (1995) também desenvolveram a micropropagação a partir de segmentos nodais de Eclipta alba estabelecendo um protocolo eficiente para produção em larga escala dessa espécie que possui atividade anti-hepatotóxica. A mesma metodologia de propagação in vitro foi desenvolvida com o Stryphnoclendron polyphythum (barbatimão), cuja atividade cicatrizante é atribuída aos taninos presentes na casca da árvore (França et al., 1995). Além da micropropagação, a cultura de calos e suspensões celulares tem sido uma excelente alternativa para exploração de metabólitos secundários, sobretudo para metabólitos de alto valor agregado. Muitos trabalhos têm demonstrado a possibilidade da exploração desses compostos, principalmente utilizando cultivo de calos em meio líquido, servindo como ponto de partida para obtenção de suspensões celulares (Parr, 1998). Estudos comparativos da produção de metabólitos secundários na cultura de células e na planta in natura de Gomphrena globosa mostraram que os calos foram capazes de produzir principalmente a alantoína e o flavonóide glicosilato, além da presença de várias substâncias que não foram verificadas nos extratos da planta in natura (André et al., 2003). Basicamente três caminhos têm sido utilizados para exploração de metabólitos secundários de plantas via cultivo in vitro: cultura de calos, cultura de células em suspensão, cultura de tecidos diferenciados (Parr, 1998). A cultura de calos utiliza tecido não organizado, 14 formado por células que se multiplicam desordenadamente. Nesses tipos de cultura, diferentes tipos de calos podem ser produzidos, sendo que os mesmos podem diferir entre si pelas características morfológicas, potencial para produção de metabólitos e para regeneração de plantas. Muitos trabalhos têm demonstrado a possibilidade de exploração de metabólitos secundários a partir de cultura de calos, entretanto, estas têm sido utilizadas, rotineiramente, como ponto de partida para obtenção de populações de células competentes para o cultivo em meio líquido (Parr, 1998). A cultura de células ou suspensão celular fundamenta-se na proliferação de células em meio líquido, sob condição de agitação contínua, para evitar possíveis gradientes nutricionais e gasosos no meio de cultura (Barrueto Cid, 1998). Além de ser uma técnica eficiente de multiplicação rápida, a suspensão celular tem uma grande aplicação para os estudos de bioquímica, genética, citologia, fisiologia vegetal e fitopatologia (Souza, 2007). Este tipo de cultivo tem sido empregado na produção de alguns metabólitos secundários em escala comercial pela utilização de biorreatores, equipamentos para cultivo de células sob imersão temporária ou permanente. O cultivo é realizado utilizando-se meio de cultura líquido, permitindo a renovação do ar durante este processo, bem como o monitoramento de alguns parâmetros essenciais ao crescimento do propágulo, tais como pH, oxigênio dissolvido, temperatura e concentração de íons (França, 2001). O objetivo deste trabalho é estabelecer em ambiente in vitro plantas de Physalis angulata, estudar o efeito de reguladores de crescimento sobre a multiplicação, enraizamento e calogênese in vitro e avaliar qualitativamente a produção de fisalina D nas folhas, caules, raízes e calos obtidos, buscando-se estratégias para a sua exploração de forma economicamente viável. REFERÊNCIAS ALMEIDA, E. R. de. Plantas Medicinais Brasileiras: conhecimentos populares e científicos. São Paulo: Hemus Editora. 1993. ANDRE, A. C. G. M et al. Estudo comparativo da produção de metabólitos secundários em cultura de células e na planta in natura de Gomphrena globosa (Amaranthaceae). Revista bras. farmacogn. 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Universitária, 44031-460, Feira de Santana-BA, Brasil - [email protected]; 2Engenheiro agrônomo – Dr. Professor Adjunto, DCBIO, Universidade Estadual de Feira de Santana, Av. Universitária, 44031-460, Feira de Santana-BA, Brasil - [email protected]; 3Graduanda - Universidade Estadual de Feira de Santana, Av. Universitária, 44031-460, Feira de Santana-BA, Brasil - [email protected]; 4Engenheiro agrônomo – Dr. Professor Titular, DCBIO, Universidade Estadual de Feira de Santana, Av. Universitária, 44031-460, Feira de Santana-BA, Brasil [email protected]; 1 Artigo a ser submetido à Revista Ciência Rural 19 RESUMO (Germinação e crescimento inicial in vitro de Physalis angulata L.) - Physalis angulata L. pertence à família Solanaceae e tem ocupado posição de destaque sob o ponto de vista fitoquímico e farmacológico, em função de sua riqueza de compostos químicos presente nas folhas e frutos. O objetivo desse estudo foi estabelecer a espécie Physalis angulata L. in vitro, bem como identificar o melhor tipo de meio de cultura para a germinação e crescimento inicial de plântulas in vitro dessa espécie. As sementes de Physalis angulata foram extraídas de frutos maduros e colocadas para secar em temperatura ambiente. Em câmara de fluxo laminar foram desinfestadas com imersão em álcool a 70% por 30 segundos, seguido de imersão em solução de hipoclorito de sódio - NaOCl (2,5% de cloro ativo) por 3 minutos e lavadas 4 vezes com água destilada autoclavada. Após a desinfestação, as sementes foram inoculadas em meio de cultura WPM, MS e MS½, solidificado com 0,7% de agar e suplementado com 3% de sacarose. O pH do meio foi corrigido para 5,7 ± 0,1 utilizando-se KOH ou HCl 0,1N, antes da autoclavagem. Após inoculação, os tubos foram mantidos em sala de crescimento a temperatura de 25ºC, fotoperíodo de 16 horas e radiação fotossintética ativa de 60µmol m-2 s-1, por um período de 45 dias. No dia seguinte à inoculação deu-se início a avaliação diária do experimento durante um período de 15 dias, avaliando-se a porcentagem de germinação, tempo médio de germinação e o índice de velocidade de germinação. Após a avaliação dos parâmetros da germinação das sementes, um novo experimento foi conduzido para avaliação do efeito do tipo de meio de cultura sobre o crescimento inicial dessa espécie. A germinação iniciou-se quatro dias após a inoculação in vitro não sendo detectadas diferenças estatísticas entre os resultados obtidos nos diferentes tipos de meio de cultura para a maioria dos parâmetros avaliados. No entanto, verificou-se que o meio de cultura WPM permite um melhor desenvolvimento inicial das plântulas, devendo ser utilizado nas demais etapas do cultivo in vitro dessa espécie. Termos para indexação: meio de cultura, parâmetros de germinação, solanaceae. 20 ABSTRACT (Germination and early growth in vitro of Physalis angulata L.) - Physalis angulata L. belongs to the family Solanaceae and has occupied a prominent position in the view of phytochemical and pharmacological, due to its wealth of chemical compounds present in leaves and fruits. The aim of this study was to establish the species Physalis angulata L. in vitro, and identify the best type of culture medium for germination and early growth of seedlings of this species in vitro. The seeds of Physalis angulata were extracted from ripe fruit and put to dry at room temperature. In laminar flow were disinfected by immersion in 70% alcohol for 30 seconds followed by immersion in a solution of sodium hypochlorite NaOCl (2.5% active chlorine) for 3 minutes and washed 4 times with sterile distilled water. After sterilization, seeds were inoculated in WPM, MS and ½ MS, solidified with 0.7% agar and supplemented with 3% sucrose. The pH was adjusted to 5.7 ± 0.1 using KOH or 0.1 N HCl before autoclaving. After inoculation, the tubes were kept in growth room at 25 ° C, 16 hours photoperiod and photosynthetic active radiation of 60μmol m-2 s-1, for a period of 45 days. The day after the inoculation was started daily assessment of the experiment over a period of 15 days, to evaluate the germination percentage, mean germination time and rate of germination. After assessing the parameters of seed germination, an experiment was conducted to evaluate the effect of type of culture medium on initial growth of this species. Germination began four days after inoculation in vitro was not detected statistical differences between the results obtained from different types of culture medium for most parameters. However, it was found that the WPM allows a better initial seedling growth, and should be used in other stages of in vitro cultivation of this species. Index terms: culture medium, germination parameters, solanaceae. 21 INTRODUÇÃO Physalis angulata L. pertence à família Solanaceae e tem ocupado posição de destaque sob o ponto de vista farmacológico, em função de sua riqueza química, constituindo, atualmente, uma das espécies mais promissoras para a indústria farmacêutica. Seu grande potencial decorre da presença em suas folhas e frutos de compostos chamados fisalinas, que em virtude de sua semelhança química com os glicocorticóides, demonstra diversas atividades, como imunomoduladora, antimicrobiana, antitumoral, moluscicida, dentre outras (Lopes et al., 2006). Quimicamente as fisalinas são denominadas de lactonas sesquiterpênicas esteroidais e são caracterizadas como moléculas de estrutura bastante complexa (Tomassini et al., 2000). Pesquisas realizadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Rio de Janeiro e em Salvador, têm demonstrado o grande potencial das fisalinas para produção de antiiflamatórios, com ação até 30 vezes mais potente que os antiinflamatórios hoje conhecidos (Tomassini et al., 2000). Apesar do grande potencial para utilização na indústria farmacêutica ainda persistem dificuldades para produção comercial dessas substâncias, principalmente devido ao seu baixo teor nas folhas e frutos. Trabalhos têm sido desenvolvidos buscando-se a seleção de espécies e variedades dentro do gênero Physalis que apresentem maior teor de fisalinas e de frutos com melhores caracteres agronômicos, como a pesquisa desenvolvida por Souza et al. (2009) objetivando a seleção massal de plantas com maior produtividade de frutos. Além do aspecto produtividade, Lagos (2006) reporta que espécies desse gênero apresentam polinização mista, com polinização cruzada acima de 50,0%, conduzindo a uma elevada taxa de variação entre as progênies. De acordo com Pereira et al. (2000), os caracteres agronômicos de interesse em plantas podem variar entre espécies e cultivares bem como em função da interação entre fatores genéticos e ambientais. Neste contexto, as técnicas de cultura de tecidos, mais precisamente a micropropagação, têm sido consideradas ferramentas promissoras, tanto para a propagação em larga escala de variedades melhoradas quanto para produção de compostos bioativos com alto valor agregado. Um exemplo importante desse tipo de estudo foi o conduzido com Catharanthus roseus, cujos alcalóides indólicos vimblastina e vincristina são compostos importantes no tratamento de câncer e a ajmaliana que é utilizada no tratamento de doenças relacionadas ao sistema circulatório (Dicosmo & Misawa, 1995). As duas primeiras substâncias são encontradas na planta em baixas concentrações (0,0005%). A micropropagação e a produção de células em suspensão e em larga escala tem sido apontada 22 como solução viável para contornar o problema de baixa produtividade de vimblastina, assim como de outras substâncias de interesse farmacológico (Dicosmo & Misawa, 1995). Diversos trabalhos têm demonstrado que a cultura de tecidos e de células pode ser utilizada para a produção de compostos de interesse, como o desenvolvido por Zhang et al. (2002) que constataram que a produção de antocianinas em suspensões celulares de Vittis vinífera foi aumentada cerca de 8,3 vezes quando as culturas foram estimuladas pela adição de ácido jasmônico e irradiadas com luz contínua. Dong & Zhong (2001) verificaram que o acúmulo de um taxano (taxuyunnanine C) em suspensões celulares de Taxus chinensis foi aumentado após estimulação com metil jasmonato (MJ) ou dihidrometil jasmonato (HMJ) principalmente quando associados à sacarose. Na micropropagação de uma espécie a primeira etapa é o estabelecimento in vitro, que se inicia com a seleção dos explantes mais adequados e termina com a obtenção de uma cultura livre de contaminantes e suficientemente adaptada às condições in vitro, de modo que apresente reação à aplicação de fitorreguladores na fase seguinte de multiplicação (Grattapaglia e Machado, 1998). Nessa etapa são utilizados como fonte de explantes ramos sadios de matrizes mantidas no campo ou plântulas provenientes de sementes germinadas in vitro. Segundo Martins et al. (1998) a utilização de plântulas oriundas de sementes normalmente traz como vantagem um maior controle sobre a assepsia do explante, em comparação a explantes obtidos de plantas cultivadas em condições de casa de vegetação ou de campo. O tipo de explante deve ser escolhido de acordo com a sua capacidade para se adequar às condições in vitro, sendo mais recomendados os que contenham maior proporção de tecido meristemático, por apresentarem maior capacidade de expressar a totipotência (Kielse et al., 2009). As diferentes etapas da micropropagação requerem diferentes condições nutricionais e um adequado balanço hormonal. Os meios de cultura se baseiam nas exigências nutricionais das plantas, sendo adequados às necessidades de cada espécie e etapas in vitro (Santos-Serejo et al., 2006). Meios de cultura não-adequados podem causar sintomas de deficiência mineral e até a morte dos propágulos (Monteiro et al., 2000). Existe uma grande variedade de meios de cultura adaptados para diversas espécies, diferindo, sobretudo, na constituição e concentração de nutrientes (Mantovani e Franco, 1998). Os meios comumente usados são o MS (Murashige e Skoog, 1962) e o WPM (Woody Plant Medium) (Lloyd & McCown, 1981). Na tentativa de otimizar o crescimento in vitro dos tecidos vegetais, diversos estudos propõem a redução ou incremento de alguns macro e/ou micronutrientes que compõem esses meios de cultura, suprindo melhor as exigências nutricionais de cada espécie, à exemplo dos 23 meios modificados para amoreira-preta (Rubus sp.) e videira (Vitis sp.) (Villa et al., 2008, 2009). Rodrigues et al., (2003) também testaram diferentes concentrações e diferentes meio de cultura (MS, MS¾, SH e Villegas) para estabelecimento in vitro do gênero Prunus, sendo o meio MS¾ o que promoveu a maior porcentagem de estabelecimento dos explantes das espécies desse gênero. Assim, o objetivo desse trabalho foi estabelecer a espécie Physalis angulata L. in vitro, identificando o melhor tipo de meio de cultura para a germinação e crescimento inicial de plântulas in vitro dessa espécie. MATERIAL E MÉTODOS As sementes foram coletadas de frutos maduros, colhidos de plantas cultivadas na Unidade Experimental Horto Florestal da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Estas foram lavadas e colocadas para secar sobre papel toalha à temperatura ambiente. Para desinfestação, as sementes foram lavadas em água corrente, seguindo da imersão em álcool a 70% por 30 segundos e em solução de hipoclorito de sódio (NaOCl a 2,5% de cloro ativo) por 3 minutos e, finalmente, lavadas por quatro vezes com água destilada autoclavada, segundo a metodologia descrita por Vasconcellos et al. (2003) (Figura 1). Durante a desinfestação todas as etapas foram desenvolvidas em câmara de fluxo laminar. 24 Sementes de Physalis angulata Desinfestação Álcool 70% (30seg) NaOCl a 2,5% de cloro ativo (3 min) Meio de cultura 3% de sacarose; 0,7% de ágar WPM (Lloyd e McCown, 1981) MS (Murashige e Skoog, 1962) MS½ (Murashige e Skoog, 1962) Figura 1. Esquema de desinfestação e inoculação das sementes de Physalis angulata. Após a desinfestação, as sementes foram inoculadas em meio de cultura solidificado com 0,7% de ágar e suplementado com 3% de sacarose, tendo o pH do meio corrigido para 5,7 ± 0,1 (utilizando-se KOH ou HCl 0,1N), antes da autoclavagem. Avaliou-se o efeito de três tipos de meio de cultura: WPM (Lloyd e McCown, 1981), MS (Murashige e Skoog, 1962) e MS½ (MS com metade da concentração de sais). As sementes foram inoculadas em tubos de ensaios (12x100 mm), contendo 10 mL de meio de cultura. Os tubos foram mantidos em sala de crescimento a temperatura de 25 ± 3ºC, fotoperíodo de 16 horas e radiação fotossintética ativa de 60µmol m-2 s-1, por um período de 45 dias. No dia seguinte à inoculação deu-se início a avaliação diária dos parâmetros da germinação durante um período de 15 dias, avaliando-se a porcentagem de germinação, tempo médio de germinação e o índice de velocidade de germinação, a partir das sementes inoculadas em cada tratamento. O experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições por tratamento, sendo cada repetição constituída por 25 sementes. Determinou-se a porcentagem de germinação pela fórmula proposta nas Regras para Análise de Sementes (Brasil, 1992): 25 onde: G = porcentagem de germinação. NG = número de sementes germinadas. NT = número de sementes colocadas para germinar. O tempo médio de germinação foi obtido através de contagens diárias das sementes germinadas até o décimo quinto dia após a semeadura e calculado através da fórmula abaixo, proposta por Labouriau (1983), sendo os resultados expressos em dias. onde: t = tempo médio de germinação (dias/semente); ni = número de sementes germinadas num intervalo de tempo; n = número total de sementes germinadas; ti = dias de germinação. O índice de velocidade de germinação foi calculado pelo somatório do número de sementes germinadas a cada dia, dividido pelo número de dias decorridos entre a semeadura e a germinação, de acordo com a fórmula de Maguire (1962). ivG = (G1/N1) + (G2/N2) + (G3/N3) + ... + (Gn/Nn) onde: ivG = índice de velocidade de germinação, G1, G2, G3,..., Gn = número de plântulas computadas na primeira, segunda, terceira e última contagem; N1, N2, N3, ..., Nn = número de dias da semeadura à primeira, segunda, terceira e última contagem. Após a avaliação dos parâmetros da germinação das sementes, um novo experimento foi conduzido para avaliação do efeito do tipo de meio de cultura sobre o crescimento inicial dessa espécie. As sementes foram desinfestadas utilizando-se a mesma metodologia descrita para o primeiro experimento. Estas foram inoculadas em diferentes meios de cultura (WPM, MS e MS½), solidificados com 0,7% de ágar e suplementados com 3% de sacarose, com o pH do meio corrigido para 5,7 ± 0,1 antes da autoclavagem. As sementes foram inoculadas em tubos de ensaios (12x100 mm), contendo 15 mL de meio de 26 cultura. Os tubos foram mantidos em sala de crescimento a temperatura de 25 ± 3ºC, fotoperíodo de 16 horas e radiação fotossintética ativa de 60µmol m-2 s-1, por um período de 45 dias. Após 15, 30 e 45 dias de cultivo in vitro quantificou-se o número médio de raízes (NR), número médio de folhas por planta (NF), comprimento da parte aérea (CPA), comprimento da raiz (CR), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca foliar (MSF) e massa seca da raiz (MSR) da plantas obtidas. O experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições por tratamento, sendo cada repetição constituída de 25 tubos com uma planta por tubo. Foram avaliadas quatro plantas por repetição em cada período e em cada tratamento. Os resultados do experimento foi submetido à análise de variância utilizando o software SISVAR (Ferreira, 2003), comparando-se as médias a 5% de probabilidade usando o teste de Tukey para os parâmetros de germinação e Scott-Knott para os parâmetros de crescimento inicial. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos durante o estabelecimento in vitro de Physalis angulata L., demonstraram eficiência do protocolo de desinfestação das sementes, não sendo verificada contaminação em nenhuma das unidades experimentais. De modo semelhante não se verificou oxidação dos meios de cultura, que se manteve translúcido em todos os tratamentos (Figura 2). A C B D Figura 2. Estágios da germinação in vitro de sementes de Physalis angulata L. inoculadas em meio de cultura WPM: (A) 1 dia após inoculação; (B) 4 dias após inoculação; (C) 6 dias após inoculação; (D) 8 dias após inoculação. 27 A germinação iniciou quatro dias após a inoculação não sendo detectadas diferenças estatísticas entre os resultados obtidos nos diferentes tipos de meio de cultura para a porcentagem de germinação (Figura 3), o tempo médio de germinação (Figura 4) e o índice de velocidade de germinação (Figura 5). Contudo, os maiores valores absolutos para porcentagem de germinação e tempo médio de germinação foram obtidos em meio WPM (89,0% e 3,75 dias, respectivamente). Para o índice de velocidade de germinação, diferentemente dos resultados obtidos para porcentagem e tempo médio de germinação, os maiores valores absolutos foram obtidos nas sementes inoculadas em meio MS1/2 (Figura 5) (Anexo 1). Germinação (%) 100 a a a 80 60 40 20 0 MS MS/2 WPM Meio de cultura Figura 3. Porcentagem de germinação das sementes de Physalis angulata L. inoculadas em diferentes meios de cultura. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si Tempo Médio de Germinação (dias) significativamente em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste de Tukey. 4,0 a a 3,0 a 2,0 1,0 0,0 MS MS/2 WPM Meio de cultura 28 Figura 4. Tempo médio de germinação das sementes de Physalis angulata L. inoculadas em diferentes meios de cultura. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si significativamente em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste de Tukey. a 8 a IVG 7,5 7 a 6,5 MS MS/2 WPM Meio de cultura Figura 5. Índice de velocidade de germinação das sementes de Physalis angulata L. inoculadas em diferentes meios de cultura. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si significativamente em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste de Tukey. Os resultados de porcentagem de germinação, tempo médio de germinação e índice de velocidade de germinação de plântulas demonstraram a facilidade de germinação dessa espécie em condições in vitro, independentemente do tipo de meio da cultura. Resultados semelhantes aos obtidos nesse trabalho foram verificados por Stein et al. (2007), que constataram maior taxa de germinação em sementes de Inga vera willd inoculadas em meio WPM, quando comparado aos meios MS e MS1/2. De modo semelhante, Rosal et al. (2004), em experimento com sementes de candeia, obtiveram maior valor para porcentagem de germinação para as sementes inoculadas em meio WPM. Já Skrebsky et al. (2004) em trabalho desenvolvido com Ginseng brasileiro e Nery et al. (2008) trabalhando com Tabebuia serratifolia, não observaram diferenças significantes para taxa de germinação testando diferentes meios de cultura. Nogueira et al. (2004), avaliando a germinação in vitro de murici-pequeno (Byrsonima intermedia A. Juss.), verificaram que os meios MS e WPM1/2 foram mais eficientes, induzindo maior índice de velocidade de germinação em sementes dessa espécie. 29 A composição do meio de cultura, em relação aos macro e micro elementos e dos elementos orgânicos, apresenta grande importância e, sendo assim, ao iniciar um processo biotecnológico com células vegetais, deve-se, em primeira instância, estabelecer a formulação adequada do meio que será utilizado (Drapeau et al., 1986). O meio de cultura WPM apresenta 25% das concentrações de íons nitrato e amônia do meio MS, que por sua vez destaca-se como sendo mais utilizado para cultura de tecidos vegetais (Misawa, 1994). A adequada embebição das sementes vai depender da concentração de sais ou outros compostos osmoticamente ativos no meio de germinação e do potencial osmótico das sementes. Conseqüentemente, a concentração de sais no meio de cultura poderá viabilizar ou inviabilizar a ocorrência da germinação. Tendo em vista que as sementes de Physalis angulata tiveram alto percentual germinativo nos diferentes meios de cultura testados pode-se constatar a facilidade germinativa in vitro dessa planta. Resultados esses que se assemelham aos obtidos em condições ex vitro por Souza et al. (2009) que verificaram uma taxa de germinabilidade de 87% para as sementes de Physalis angulata. A análise do crescimento aos 15 dias de cultivo in vitro demonstrou que os diferentes tipos de meio de cultura testados não promoveram resultados estatisticamente diferentes (Anexo 2) para o número de raízes, massa seca de folhas e massa seca de raízes por planta (Tabela 1). Para o número de folhas por planta e comprimento da raiz obteve-se um maior valor para as plantas cultivadas em meio WPM, diferindo estatisticamente dos resultados obtidos nos demais tipos de meio de cultura, que promoveram resultados semelhantes entre si (Tabela 1). Já para o comprimento da parte aérea e massa seca da parte aérea os maiores valores foram obtidos em plantas cultivadas em meio WPM e MS1/2. (Tabela 1). 30 Tabela 1. Número médio de raízes (NR), número médio de folhas (NF), comprimento da parte aérea (CPA), comprimento da raiz (CR), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca foliar (MSF) e massa seca da raiz (MSR) de plantas de Physalis angulata L. após 15 dias de cultivo in vitro em diferentes tipos de meio de cultura. Feira de Santana, BA, 2011. Meio de NR NF CPA (cm) CR (cm) MSPA (g) MSF (g) MSR (g) MS 9,12a 4,31b 3,82b 6,83b 0,0016b 0,0049a 0,0019a MS1/2 11,25a 4,37b 6,56a 6,25b 0,0040a 0,0086a 0,0011a WPM 12,12a 5,00a 6,88a 7,48a 0,0047a 0,0066a 0,0020a CV (%) 33,15 12,73 13,10 13,09 20,41 24,18 29,58 cultura Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si significativamente em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste Scott Knott. Aos 30 dias de cultivo a análise de crescimento demonstrou que para o número de raiz e número de folha por planta, os maiores valores foram obtidos para as plantas cultivadas em meio MS1/2 (Tabela 2), sendo detectadas diferenças estatísticas entre os resultados obtidos neste tratamento e os demais testados (Anexo 3). De modo semelhante, para o comprimento da parte aérea e massa seca da parte aérea, obteve-se maiores valores nas plantas cultivadas em meio MS1/2 (Tabela 2). Ressalta-se que a análise feita com estas mesmas variáveis, com exceção do número de folhas, no período de 15 dias, demonstrou que os resultados obtidos nos meios WPM e MS1/2 não diferiam estatisticamente entre si, demonstrando que o meio MS1/2 passou a permitir um melhor crescimento das plantas com o avanço da idade, o que culmina com maior demanda por nutrientes para a alocação da biomassa. Já para comprimento de raiz, o maior valor foi encontrado nas plantas cultivadas em meio MS. 31 Tabela 2. Número médio de raízes (NR), número médio de folhas (NF), comprimento da parte aérea (CPA), comprimento da raiz (CR), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca foliar (MSF) e massa seca da raiz (MSR) de plantas de Physalis angulata L. após 30 dias de cultivo in vitro em diferentes tipos de meio de cultura. Feira de Santana, BA, 2011. Meio de cultura MS NR NF CPA (cm) CR (cm) MSPA (g) MSF (g) MSR (g) 7,69b 4,94b 5,00c 11,0a 0,003c 0,008b 0,002a 12,3a 7,36a 12,4a 7,15b 0,016a 0,016a 0,002a 7,69b 4,88b 6,85b 7,94b 0,005b 0,005b 0,001a 33,88 21,53 15,88 22,50 18,54 14,92 31,29 MS/2 WPM CV (%) Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si significativamente em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste Scott Knott. A análise de crescimento realizada aos 45 dias de cultivo demonstrou que para o número de raízes e massa seca da parte aérea, as maiores taxas de crescimento foram obtidas em meio de cultura WPM e MS1/2 (Tabela 3). Enquanto que os resultados para a massa seca de folhas e de raízes foram semelhantes estatisticamente nas plantas cultivadas nos três meios de cultura. Já para o número de folhas por planta e comprimento da parte aérea o melhor valor foi obtido em plantas cultivadas em meio WPM. (Anexo 3). 32 Tabela 3. Número médio de raízes (NR), número médio de folhas (NF), comprimento da parte aérea (CPA), comprimento da raiz (CR), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca foliar (MSF) e massa seca da raiz (MSR) de plantas de Physalis angulata L. após 45 dias de cultivo in vitro em diferentes tipos de meio de cultura. Feira de Santana, BA, 2011. Meio de cultura MS NR NF CPA (cm) CR (cm) MSPA (g) MSF (g) MSR (g) 6,44b 7,63b 5,35c 11,7a 0,007b 0,014a 0,002a 10,1a 7,49b 12,3b 8,57b 0,020a 0,016a 0,001a 11,6a 9,06a 13,9a 13,1a 0,027a 0,018a 0,004a 30,40 18,91 19,82 39,69 42,12 14,58 74,81 MS/2 WPM CV (%) Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si significativamente em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste Scott Knott. Lédo et al. (2007), em trabalho desenvolvido com mangabeira (Hancornia speciosa), também verificaram um maior comprimento da raiz em plantas cultivadas em meio MS1/2. Já Leitzke et al. (2009) e Fick (2007), trabalhando com amoreira-preta (Rubus fruticosus) e louro-pardo (Cordia trichotoma), respectivamente, encontraram maior número de raízes por planta e maior comprimento das raízes em plantas cultivadas em meio WPM. Diferentemente dos resultados obtidos com Physalis angulata, Tonietto et al. (2008) obtiveram maior massa seca da parte aérea em plantas de menta (Menta piperita) cultivadas em meio MS completo. Da mesma forma, Bellintani et al. (2007) verificaram maior massa seca em Orthophytum mucugense cultivadas em meios MS e MS1/2. Já em relação à massa seca de raízes, Tonietto et al. (2008) e Bellintani et al. (2007) obtiveram maior valor em plantas cultivadas em meio MS, entretanto, utilizaram meio de cultura suplementado com 6-benzilaminopurina (BAP). Contrariamente, Bertolucci et al. (2000), em trabalho desenvolvido com marmelinho (Tounefortia paniculata) verificaram que as plantas mantidas em meio WPM apresentaram maior valor de massa seca das raízes, enquanto que Tamaki et al. (2007), em trabalho desenvolvido com Ananas comosus, obtiveram valores equivalentes para a massa seca das raízes para as plantas cultivadas em meio MS e MS1/2. Em relação à massa seca total, Castro et al. (2007) verificaram que maiores acúmulos de matéria fresca e seca em Stryphnodendron adstringens (Mart.), foram observadas em 33 plântulas cultivadas em meios MS e WPM, sendo estes 25% superiores em relação àqueles observados para plântulas cultivadas em meios com a metade da concentração dos sais. Esses resultados contraditórios reforçam a idéia de que as respostas de crescimento em função da concentração de sais no meio de cultura são altamente relacionadas às exigências nutricionais, típicas de cada espécie. A análise de crescimento ao longo dos 45 dias demonstrou que para o cultivo in vitro de plantas de Physalis angulata as maiores taxas de crescimento podem ser obtidas com a utilização do meio de cultura WPM e MS/2 (Figura 6), sobretudo em relação ao comprimento da parte aérea e acúmulo de massa seca na parte aérea. O comprimento da parte aérea e a massa seca da parte aérea são parâmetros importantes para o cultivo in vitro, pois permitem a obtenção de maior número de explantes para a próxima etapa de micropropagação e, conseqüentemente, maior taxa de multiplicação. 34 Número de folhas por planta.. Número de raizes por planta.. 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 15 30 10 8 6 4 2 0 45 15 30 Tempo de cultivo in vitro (dias) MS/2 WPM MS Comprimento da raíz (cm).. Comprimento da parte aérea (cm ) MS 16 14 12 10 8 6 4 2 30 10 8 6 4 2 0 15 45 30 45 Tempo de cultivo in vitro (dias) MS W PM Massa seca da parte aérea (g).. M S/2 WPM 12 Tempo de cultivoin vitro (dias ) MS MS/2 14 0 15 45 Tempo de cultivoin vitro (dias) MS/2 WPM 0,03 0,025 0,02 0,015 0,01 0,005 0 15 30 45 Tempo de cultivo in vitro (dias) MS MS/2 WPM Figura 6. Médias do número de raiz por planta, número de folha por planta, comprimento da parte aérea, comprimento da raiz e massa seca da parte aérea de Physalis angulata L. aos 15, 30 e 45 dias de crescimento em diferentes tipos de meios de cultura. Esse resultado corrobora com os obtidos por Fick et al., (2007) em trabalho com estabelecimento e crescimento in vitro de plântulas de louro-pardo (Cordia trichotoma), para os quais o meio WPM proporcionou maior crescimento das plântulas e uma resposta mais rápida dos explantes em relação à emissão de folhas e raízes. Já Unemoto et al., (2007) em trabalho de propagação in vitro de orquídeas brasileiras em meio simplificado, constataram que os melhores meios de cultura para estabelecimento da espécie Laelia lundii foram o MS e MS modificado com metade dos macronutrientes. 35 A escolha do melhor meio de cultura é essencial no processo de micropropagação visto que além de fornecer os nutrientes necessários, possibilita um melhor crescimento das plantas in vitro (Thorpe et al., 1991; Caldas et al., 1998). CONCLUSÕES A partir dos resultados obtidos nesse trabalho pode-se concluir que os tipos de meio de cultura testados não afetam de modo diferenciado os parâmetros da germinação da espécie Physalis angulata L. no ambiente in vitro e que o meio de cultura WPM e MS1/2 permite um melhor desenvolvimento inicial das plântulas, devendo ser utilizado nas demais etapas da micropropagação dessa espécie. REFERÊNCIAS BELLINTANI. C. M.; LIMA. C. C.; BRITO. L. A.; SANTANA. F. R. J.; DORNELLES. C. L. A. 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Universitária, 44031-460, Feira de Santana-BA, Brasil - [email protected]; 2Engenheiro agrônomo – Dr. Professor Adjunto, DCBIO, Universidade Estadual de Feira de Santana, Av. Universitária, 44031-460, Feira de Santana-BA, Brasil - [email protected]; 3Graduanda - Universidade Estadual de Feira de Santana, Av. Universitária, 44031-460, Feira de Santana-BA, Brasil - [email protected]; 4Engenheiro agrônomo – Dr. Professor Titular, DCBIO, Universidade Estadual de Feira de Santana, Av. Universitária, 44031-460, Feira de Santana-BA, Brasil [email protected]; 2 Artigo a ser submetido à Revista Ciência Rural 41 RESUMO (Multiplicação in vitro, enraizamento e aclimatização de Physalis angulata L.) - A espécie Physalis angulata L. possui em seus caules, folhas e frutos diversas substâncias de valor farmacológico e medicinal, como flavonóides, esteróides e vitaesteróides, sendo as fisalinas o composto de maior interesse atual. O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito da citocinina 6benzilaminopurina (BAP) utilizada isoladamente ou em combinação com ácido naftalenoacético (ANA) na multiplicação in vitro da espécie Physalis angulata por via direta e posterior enraizamento e aclimatização das mudas obtidas. Em todos os experimentos foram utilizados segmentos nodais inoculados em meio de cultura WPM solidificado com 0,7% de ágar e suplementado com 3% de sacarose. Avaliou-se o efeito isolado e associado de diferentes concentrações de BAP (0,0; 1,33; 2,66; 3,99μM) e ANA (0,0; 0,53; 1,07; 1,61μM) sobre a indução e crescimento das brotações de Physalis angulata. Avaliou-se ainda o efeito de “pulsos” de BAP nas concentrações (0,0; 1,33; 2,66; 3,99μM), por oito dias, seguido do cultivo em meio desprovido de reguladores de crescimento. As plantas obtidas do melhor tratamento de multiplicação in vitro foram transferidas para meio com diferentes concentrações do ácido indolbutírico (AIB) (0,0; 4,92; 9,84; 14,76; 19,68μM), avaliando-se o efeito no enraizamento das mesmas. As plantas obtidas foram submetidas à aclimatização em casa de vegetação. A concentração de 1,33μM de BAP promoveu a formação do maior número de brotos, embora estes tenham sido pouco alongados. A associação de ANA com BAP não promoveu respostas satisfatórias à multiplicação in vitro dessa espécie. O uso de “pulsos” com 2,66μM de BAP possibilitou um aumento significativo no número de brotações por explante, número de folhas por brotação e comprimento dos brotos em P. angulata, mostrando ser um procedimento eficaz para multiplicação in vitro dessa espécie. A concentração de 14,76μM de AIB promoveu o maior comprimento da raiz principal, possibilitando 100% de sobrevivência das plantas durante a aclimatização. Termos para indexação: Reguladores de crescimento, micropropagação, “pulsos” de BAP. 42 ABSTRACT (In vitro multiplication, rooting and acclimatization of Physalis angulata L.) - The species Physalis angulata L. has on their stems, leaves and fruits of various substances of pharmacological and medical purposes, such as flavonoids, steroids and vitaesteróides, and the physalins the compound of greatest current concern. The aim of this study was to evaluate the effect of cytokinin 6-benzylaminopurine (BAP) used alone or in combination with naphthaleneacetic acid (NAA) in vitro multiplication of the species Physalis angulata and later by direct rooting and acclimatization of seedlings. In all experiments, nodal segments were inoculated in WPM solidified with 0.7% agar and supplemented with 3% sucrose. We evaluated the isolated and combined effect of different concentrations of BAP (0.0, 1.33, 2.66, 3.99 mM) and NAA (0.0, 0.53, 1.07 and 1.61 mM) on induction and growth of shoots of Physalis angulata. We also evaluated the effect of "pulses" of BAP concentrations (0.0, 1.33, 2.66, 3.99 mM), for eight days, followed by culture in an environment devoid of growth regulators. The plants obtained the best treatment for multiplication in vitro were transferred to a medium with different concentrations of butyric acid (IBA) (0.0, 4.92, 9.84, 14.76, 19.68 mM), evaluating the effect rooting them. The plants obtained were subjected to acclimatization in the greenhouse. The concentration of 1.33 mM BAP promoted the formation of more shoots, although they were slightly elongated. The association of NAA with BAP did not provide satisfactory answers to the in vitro multiplication of this species. The use of "pulses" with 2.66 mM BAP allowed a significant increase in the number of shoots per explant, number of leaves per shoot and shoot length of P. angulata, proving to be an effective procedure for in vitro multiplication of this species. The concentration of 14.76 mM IBA promoted the greater length of main root, allowing 100% survival of plants during acclimatization. Index terms: growth regulators, micropropagation, "pulses" of BAP. 43 INTRODUÇÃO A espécie Physalis angulata L. vem sendo alvo de grande interesse devido à presença, em suas folhas, frutos e raízes, de substâncias de valor farmacológico, como flavonóides e esteróides (Chaves et al., 2005; Silva & Agra, 2005; Tomassini et al., 2000). Além disso, um grupo de metabólitos secundários majoritários, caracterizados como vitaesteróides, tem sido encontrado em raízes e folhas da P. angulata, sendo denominadas de fisalinas (Soares et al., 2003). Quimicamente as fisalinas são denominadas de lactonas sesquiterpênicas esteroidais e são caracterizadas como moléculas de estruturas bastante complexas, pois, além da lactona, apresentam outra γ lactona fundida ao anel D (Tomassini et al., 2000). Esses compostos apresentam importante atividade antineoplásica, com forte efeito citotóxico in vitro e in vivo contra inúmeros tipos de células cancerígenas de humanos e animais, incluindo câncer de pulmão, do cólon, da nasofaringe, do fígado, da cérvix, de pele e cerebral (Taylor, 2006). Mesmo apresentando grande potencial fitoquímico, poucos são os estudos voltados para exploração sustentável dessa planta. Um dos fatores que tem dificultado a exploração econômica das fisalinas é o seu baixo teor nos tecidos, aliado à grande variabilidade nas populações em termos de concentração dos compostos bioativos. Souza et al. (2010) verificaram grande variabilidade genética para as características do fruto nas progênies de Physalis angulata. Sendo assim, métodos de propagação vegetativa devem ser buscados, de modo a garantir a rápida multiplicação de variedades selecionadas, dando suporte a trabalhos de melhoramento voltados para obtenção de plantas com maior teor de fisalinas. A cultura de células e tecidos vegetais tem criado uma nova possibilidade para propagação de plantas, propiciando a multiplicação sistematizada de plantas elites pelo processo de micropropagação. A micropropagação tem sido utilizada para multiplicar centenas de espécies medicinais. Rotineiramente vem sendo usada para a multiplicação de genótipos selecionados ou para substituição acessos que tenham adquirido caracteres indesejáveis, como baixa produtividade e susceptibilidade a doenças (Pereira, 2002). Um fator importante para multiplicação in vitro é a utilização de substâncias reguladoras de crescimento, visto que estas suprem prováveis deficiências das quantidades de fitormônios nos explantes da planta matriz, induzindo os processos de desdiferenciação e rediferenciação, com conseqüente formação de tecidos e órgãos (Termignoni, 2005). Os reguladores vegetais destacam-se como os principais controladores da morfogênese in vitro 44 (Taiz & Zeiger, 2009). A identificação de um correto balanço hormonal é de grande relevância para o desenvolvimento de um protocolo de micropropagação, de modo a se conseguir uma taxa de multiplicação adequada. Na fase de multiplicação in vitro o objetivo principal é produzir o maior número possível de plantas, no menor espaço de tempo, embora alguns aspectos importantes, como qualidade e homogeneidade das partes aéreas produzidas, devem ser considerados. Dentre os pontos importantes na multiplicação in vitro destacam-se aqueles referentes às concentrações de citocininas e o tipo de meio usado. A citocinina é indispensável nesta fase para a quebra da dominância apical e indução da proliferação de gemas axilares (Chaves et al., 2005). Porém, o uso em excesso deste regulador é tóxico e caracteriza-se principalmente pela redução do alongamento das brotações, redução do tamanho das folhas, encurtamento dos entrenós, engrossamento exagerado dos caules e vitrificação generalizada, ocasionando sérios problemas na fase de enraizamento (Bassan & Bobrowski, 2003). Na fase de enraizamento in vitro a indução de raízes se dá por meio do uso de auxinas, responsáveis por estimular a divisão celular e reduzir a dominância apical. Entretanto, estas são essenciais para indução de raízes mas não requeridas para o crescimento das mesmas, sendo que a presença contínua pode inibir o crescimento da raiz (Singh et al., 2008). Para Borchetia et al. (2009), a padronização do meio de cultura com uso de reguladores de crescimento correto é fundamental para otimizar o crescimento e a resposta dos explantes, sendo que o padrão de desenvolvimento dos explantes é grandemente influenciado pela concentração e balanço entre as substâncias acrescentadas ao meio de cultura. A aclimatização é considerada a fase final da micropropagação, sendo uma fase crítica devido às mudanças súbitas das condições ambientais, passando da condição in vitro para ex vitro. Nessa fase as plântulas passam de um ambiente onde há baixa umidade para outro que promove maior transpiração, o que pode ocasionar estresse hídrico, além da passagem de um estado heterotrófico para autotrófico (Malosso et al., 2008). A diminuição de perdas durante a fase de aclimatização e a obtenção de mudas com maior qualidade fisiológica pode ser possível através do desenvolvimento de um sistema de enraizamento mais eficiente (Damiani et al., 2009). Pré-tratamentos para promover a fotossíntese, estimular o funcionamento de estômatos e reduzir a umidade relativa durante o cultivo, podem determinar a sobrevivência de um maior número de plantas durante o transplante. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito dos reguladores de crescimento na multiplicação e enraizamento in vitro de P. angulata e posterior aclimatização das mudas obtidas. 45 MATERIAL E MÉTODO Para a multiplicação in vitro de Physalis angulata L. foram utilizados como explantes segmentos nodais com aproximadamente 1,0cm de comprimento (Figura 1B) provenientes de plantas germinadas in vitro, com 20 dias de idade (Figura 1A). Os explantes foram extraídos em câmara de fluxo laminar e inoculados imediatamente em tubos de ensaio contendo 15 mL de meio de cultura Wood Plant Medium (WPM), definido por Lloyd & McCown (1980), suplementados com 3% de sacarose e solidificados com 0,7% de ágar. O pH do meio foi corrigido para 5,7 ± 0,1 (utilizando-se KOH ou HCl 0,1N), antes da autoclavagem. A B Figura 1. Plântula de Physalis angulata L. germinada in vitro em meio WPM, com 20 dias de idade (A) e segmento nodal utilizado como explante na etapa de multiplicação in vitro (B). Feira de Santana, BA, 2011. Avaliou-se o efeito da adição de diferentes concentrações da citocinina 6benzilaminopurina (BAP) (0,0; 1,33; 2,66; 3,99μM), com base nas concentrações utilizadas por Chaves et al. (2005) para a multiplicação in vitro de Physalis peruviana. Cada tratamento constou de quatro repetições com vinte e cinco tubos por parcela, em delineamento estatístico inteiramente casualizado. Após 30 dias de inoculação avaliou-se o número de brotações por 46 explante (NB), comprimento médio das brotações (CR) e o número de folhas por brotação (NF). Em virtude dos resultados obtidos com a utilização de BAP, onde não se obteve uma elevada taxa de multiplicação, bem como um alongamento ideal para os brotos, um novo experimento foi conduzido, avaliando-se o efeito combinado da citocinina BAP com a auxina ácido naftalenoacético (ANA). No segundo experimento também utilizou segmentos nodais como fonte de explante, o mesmo tipo de meio de cultura e as mesmas condições de cultivo utilizadas no primeiro experimento. Avaliou-se o efeito de diferentes concentrações de BAP (0,0; 0,444; 0,888; 1,332μM) associado a diferentes concentrações de ANA (0,0; 0,537; 1,074; 1,611μM), em todas as combinações possíveis. Cada tratamento constou de quatro repetições com vinte e cinco tubos por parcela, em delineamento estatístico inteiramente casualizado, totalizando 16 tratamentos. Após 30 dias de inoculação avaliou-se o número de brotações por explante, comprimento médio das brotações e o número de folhas por brotação. Em virtude do alongamento reduzido das brotações obtidos no segundo experimento, um terceiro experimento foi conduzido, visando à obtenção de plantas aptas para a fase de enraizamento in vitro dessa espécie. Neste experimento utilizou-se o mesmo tipo de explante e de meio de cultura, bem como as mesmas condições de cultivo dos experimentos anteriores. Avaliou-se o efeito indutivo de diferentes concentrações de BAP (0,0; 1,33; 2,66; 3,99μM) por um período de oito dias de cultivo (“Pulsos” de BAP), quando os explantes foram transferidos para um novo meio de cultura isento de reguladores de crescimento. Em cada tratamento foram utilizadas quatro repetições, com vinte e cinco tubos por parcela, em delineamento estatístico inteiramente casualizado. Após 22 dias de cultivo nesse novo meio de cultura foi avaliado o número de brotações por explante, o comprimento médio das brotações e o número de folhas por brotação. As plantas obtidas do melhor tratamento do terceiro experimento de multiplicação in vitro foram transferidas para meio de enraizamento, onde foi testado o meio de cultura WPM, suplementado com 3% de sacarose e 0,7% de ágar, com o pH ajustado em 5,7 ± 0,1 antes da autoclavagem. Foi avaliado o efeito de diferentes concentrações do ácido indolbutírico (AIB) (0, 4,92; 9,84; 14,76; 19,68μM). Os brotos foram mantidos em sala de crescimento a temperatura de 25°C ± 2°C, sob radiação fotossintética ativa de 30µmol-2 s-1m-2 e fotoperíodo de 16 horas. Trinta dias após a inoculação foram avaliados o número de raízes e o comprimento médio das raízes. Plantas obtidas do melhor tratamento de enraizamento foram submetidas ao processo de aclimatização, removendo os resíduos de meio de cultura com lavagens sucessivas em 47 água corrente e posterior plantio em copos plásticos, com capacidade para 300 mL, contendo terra vegetal. As plantas foram cobertas com uma garrafa tipo pet com tampa para a manutenção da umidade relativa no microambiente e mantida em casa de vegetação a 70% de luminosidade durante a aclimatização. Durante esse período, a tampa da garrafa pet foi desenroscada no 7º dia, visando a redução da umidade relativa e retirada totalmente no 16º dia. A garrafa foi retirada no 30º dia (Figura 2). Após esse período foi avaliado o percentual de sobrevivência das mudas. A B C D Figura 2. Esquema da aclimatização das plantas enraizadas in vitro. (A) 1º dia na casa de vegetação – garrafa pet tampada; (B) 7º dia – garrafa pet desenroscada; (C) 16º dia – tampa retirada; (D) 30º dia – garrafa pet retirada. Os dados obtidos das variáveis analisadas, nos diferentes experimentos, foram submetidos à análise de variância (ANAVA) testando-se as médias pelo teste de Tukey ou Scott Knott em nível de 5% de significância para os fatores qualitativos e análise de regressão polinomial para os fatores quantitativos, utilizando o software SISVAR (Ferreira, 2003). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos nesse trabalho indicaram efeitos significativos das diferentes concentrações de BAP sobre o percentual de explantes responsivos, número de folhas por planta e comprimento da parte aérea de Physalis angulata L (Anexo 5). A menor concentração de BAP (1,33μM)), possibilitou a maior taxa de indução de brotos adventícios (2,84 brotos por explante) em relação ao tratamento controle e às demais doses testados (2,66 e 3,99μM) (Tabela 1). Resultados semelhantes aos obtidos nesse trabalho foram verificados por Chaves et al. (2005), que obtiveram aumento do número médio de brotações em explantes de Physalis peruviana na concentração de 1,33μM de BAP. Rodrigues et al. (1999) afirmam que meios 48 contendo formulações básicas diluídas têm possibilitado melhores resultados para multiplicação das mais diversas espécies. Segundo Preece (1995), a diminuição da concentração dos reguladores de crescimento nos meios de cultura é uma tendência mundial, e muitas pesquisas estão sendo realizadas com esta finalidade. Entretanto, a concentração recomendada varia consideravelmente entre os diferentes laboratórios que trabalham com micropropagação. Liu et al. (1988), trabalhando com cultivar de abacaxi Red Spanish, observaram que a maior proliferação de brotos ocorreu em meio MS líquido suplementado com 0,3 mg L-1 de BAP, enquanto Marciani-Bendezú et al. (1990) e Kiss et al. (1995) obtiveram as maiores taxas de multiplicação de brotos de abacaxizeiro quando utilizaram respectivamente 4,5 e 5 mg L-1 do referido fitorregulador. Segundo Macêdo et al. (2003) essas discrepâncias de resultados se devem provavelmente a diferenças varietais, bem como a diferentes protocolos utilizados. Tabela 1. Média do número de brotos por planta, número de folhas por planta e comprimento da parte aérea (CPA) de Physalis angulata L. induzidos a partir de segmentos nodais, em meio WPM na presença de diferentes concentrações de 6-benzilaminopurina (BAP). Feira de Santana, BA, 2011. Concentrações de BAP (μM) 0 1,33 2,66 3,99 CV (%) Característica de crescimento das plantas Número de brotos Número de folhas CPA por planta por planta (cm) 0,88b* 8,46b 12,12a 2,84a 10,66a 2,18b vitrificação vitrificação vitrificação vitrificação vitrificação vitrificação 13,81 6,86 4,57 *Médias seguidas de diferentes letras nas colunas diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. Nos tratamentos com as maiores concentrações de BAP (2,66 e 3,99 μM) verificou-se intensa vitrificação em 100% das plantas, que se apresentaram muito pequenas, agrupadas e hiperhidratadas. Segundo Aldoli et al. (2007), a vitrificação é uma reação de hipersensibilidade às condições de estresse do meio de cultura, interferindo na fotossíntese, respiração e transpiração das plantas. Para esses autores as plantas vitrificadas são caracterizadas por apresentarem baixos níveis de lignina e celulose, baixa resistência da 49 parede celular, redução da dominância apical, hipertrofia celular, folhas e caules intumescidos e quebradiços e caules mais curtos. Para Ziv (1991) altos níveis de BAP levam a desordens anatômicas, morfológicas e fisiológicas nos tecidos de plantas cultivadas in vitro. Entretanto, o mecanismo de ação da citocinina no processo da vitrificação é pouco compreendido (Bornman & Vogelmann, 1984; Kataeva et al., 1991; Williams & Taji, 1991), podendo ser causado por um ambiente com alto potencial hídrico e/ou uma atmosfera de elevada umidade relativa no interior dos frascos. Autores, como Gaspar et al. (1984), citam ainda a possibilidade dos reguladores provocarem um estresse com o posterior desencadeamento da síntese de etileno. Este último seria o responsável pelas alterações observadas na morfogênese anormal ao nível de parede celular. Schuch & Peters (2002) em trabalho com regeneração de brotações de macieira (Malus domestica, Borkh.), utilizando thidiazuron (TDZ) em maiores concentrações também observaram vitrificação. Cuzzuol et al. (1995) também verificaram em trabalho com cravo (Dianthus caryophyllus L.) in vitro que o aumento da concentração de BAP ocasionou maior vitrificação dos explantes. Para o número de folhas por brotação, a concentração de 1,33μM de BAP também promoveu melhor resultado, induzindo maior média de folhas por planta (10,66) em relação ao tratamento controle (8,46) e aos tratamentos com 2,66μM e 3,99μM de BAP, os quais vitrificaram (Tabela 1). Resultados semelhantes foram verificados no trabalho com amoreira– preta, onde Villa et al. (2005) obtiveram maior número de folhas com a menor concentração de BAP. Santana et al. (2006) também verificaram decréscimo do numero médio de folhas na maior concentração de BAP trabalhando com Ocimum basilicum, do mesmo modo que Nachtigal et al. (1995) estudando a espécie Actinidia deliciosa. Já Machado et al. (2006) trabalhando com porta enxerto de videira obtiveram maior número de folhas por brotação no tratamento controle quando comparado aos tratamentos utilizando BAP. Para o comprimento da parte aérea o tratamento controle induziu a maior média (12,12cm), mostrando que a presença de BAP tem grande influência sobre a redução do tamanho das brotações (Tabela 1). Manfio et al. (2006) analisando o efeito de BAP e ácido indolbutírico (AIB) na propagação in vitro de baunilha (Vanilla planifolia) também observaram que na ausência da citocinina BAP essa espécie apresentou maior média de alongamento dos brotos, e que quanto maior foi à concentração de BAP utilizada, menor foi o comprimento das brotações. Segundo Santana et al. (2006), a redução do tamanho das brotações na presença de BAP no meio é considerada comum, uma vez que as citocininas induzem brotações pela divisão celular, aumentando o número de células e reduzindo o 50 tamanho destas. Esses autores avaliando o efeito do BAP na micropropagação de manjerição (Ocimum basilicum) também obtiveram brotações mais alongadas na ausência de BAP. Na análise dos dados obtidos no experimento com a utilização de BAP e ANA para a multiplicação in vitro de Physalis angulata, constatou-se através da análise de variância efeitos significativos dos tratamentos em todos os parâmetros avaliados (Anexo 6). Para a variável número de brotos por planta obteve-se a maior média (2,20) com a utilização da concentração 1,33μM de BAP sem a utilização de ANA, não sendo detectada diferenças estatísticas entre esse tratamento e os que se utilizou essa mesma concentração de BAP associada a 0,53 e 1,07μM de ANA (Tabela 2). Para o número de folhas a concentração 1,33μM de BAP sem adição de ANA também determinou a maior média (10,74) não diferindo estatisticamente do tratamento controle e do tratamento onde foi usado 0,44μM de BAP isoladamente. Para variável comprimento da parte aérea, verificou-se que o tratamento controle promoveu a maior média (12,22cm), tendo diferença significativa sobre os demais tratamentos (Tabela 2). Oliveira et al. (2001) trabalhando com multiplicação in vitro de bilimbi (Averrhoa bilimbi) verificaram que a maior média de brotos por planta ocorreu nos tratamentos na presença de BAP e ausência de ANA. Pinto et al. (1994), trabalhando com Kielmeyera coriacea (Spruce) Mart., também obtiveram a maior taxa de multiplicação com as concentrações de 0,5 e 1,0 mg L-1 de BAP isoladamente. Arello & Pinto (1993), estudando esta mesma espécie, verificaram que na concentração de 0,1 mg L -1 de BAP o número de brotações produzidas tende a aumentar à medida que as concentrações de auxina decrescem, e chegam a atingir valores máximos quando ANA está ausente no meio, o que demonstra o papel essencial das citocininas na indução de brotações nessas espécies. Um maior número de folhas por planta também foi verificado por Beduhn et al. (2004) trabalhando com Mentha pulegium, em que a presença de 2,0 mg L-1 de BAP na ausência de ANA promoveu a formação de 13,12 pares de folha por planta. Nascimento et al. (2008) também obtiveram melhores resultados com uso de 1,0 mg L-1 de BAP na indução de brotações em Eugenia pyriformis produzindo, em média, 13,5 folhas por brotação. Os resultados obtidos nesse trabalho para o comprimento da parte aérea demonstra que o uso do BAP mesmo na presença de ANA reduz consideravelmente o comprimento das brotações (Tabela 2). Resultados semelhantes foram encontrados em outras espécies por autores como Beduhn et al. (2004) trabalhando com Mentha pulegium, Chee & Poll (1989) e Mhatre et al. (2000) com Vitis vinifera. 51 Tabela 2 – Média do número de brotos por planta (NB), número de folhas por planta (NF) e comprimento da parte aérea (CPA) de Physalis angulata L. induzidos a partir de segmentos nodais cultivados em meio WPM na presença de diferentes concentrações de 6benzilaminopurina (BAP) e ácido naftalenoacetico (ANA). Feira de Santana, BA, 2011. BAP (μM) ANA (μM) 0,0 0,44 NB 0,88 1,33 0,0 1,04cA* 1,18cA 1,78bA 2,20aA 0,53 1,26bA 1,16bA 1,24bB 2,02aA 1,07 1,06bA 1,1bA 1,0bB 1,84aA 1,61 1,32aA 1,0aA 1,5aA 1,16aB CV (%) 22,70 NF 0,0 9,7aA 9,8aC 8,0bA 10,74aA 0,53 5,02bC 7,6aB 8,56aA 7,82aB 1,07 4,82bC 6,0aB 3,86bB 6,06aB 1,61 7,22aB 6,24aB 5,22aB 6,52aB CV (%) 18,72 CPA (cm) 0,0 12,22Aa 1,8cA 1,42cA 2,24bA 0,53 0,72bB 2,18aA 1,82aA 2,24aA 1,07 0,66bB 1,62aA 1,62aA 1,5aB 1,61 1,0bB 1,56aA 1,6aA 1,92aA CV (%) 17,42 *Médias seguidas de mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade de erro. Nesse trabalho foi observado que a utilização de ANA isoladamente ou em interação com BAP, sobretudo na concentração de 0,888μM do BAP induziu uma elevada taxa de formação de calos nos explantes (Figura 3). Esses resultados são compatíveis com os obtidos 52 por Silveira et al. (2001) que observaram que o uso dessa auxina em concentração de 0,5µM foi determinante para a maior indução de calos em explantes de macieira (Malus sp.), o que, para esses autores, se traduz em efeito indesejável, quando o objetivo é a multiplicação de clones. Entretanto, apesar da formação de calos ampliar a possibilidade de variação somaclonal nas plantas obtidas, sua formação tem sido considerada como uma fase para a indução de raízes, podendo favorecer o enraizamento dos brotos e até mesmo eliminar essa Percentagem de explantes com calos fase do protocolo de micropropagação. 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 0,444 0,888 1,332 BAP (μM) 0 0,537 1,074 1,611 Figura 3. Percentagem de explantes com calos em Physalis angulata L. aos 30 dias de cultivo em meio de cultura WPM suplementado com 0,0; 0,44; 0,88; 1,33μM de 6-benzilaminopurina (BAP) associado a 0,0; 0,53; 1,07 e 1,61μM de ácido naftalenoacetico (ANA). A análise de regressão dos valores obtidos demonstrou significância para todos os tratamentos testados. A análise indicou um comportamento linear crescente para o número de brotações por explante quando se utiliza meio de cultura suplementado com 1,33μM de BAP na ausência de ANA (Figura 4A), evidenciando que a utilização de concentrações um pouco maiores maiores de BAP isolado poderão induzir um maior número de brotos por explante, aumentando assim a taxa de multiplicação in vitro dessa espécie (Figura 4A). Alta relação citocinina/auxina tem sido usada para a proliferação de brotos de algumas espécies com resultados satisfatórios, como é o caso do pau-santo (Kielmeyera coriacea) (Martius) estudado por Arello & Pinto (1993), na qual a concentração de 5,0 mg L-1 de BAP associado com 0,1 mg L-1 de ANA promoveu a formação de maior número de brotos a partir de segmentos nodais. Para esses autores o efeito benéfico do BAP na multiplicação de 53 brotações relaciona-se com a influência deste regulador de crescimento na divisão celular e na Número de brotos por planta.. liberação das gemas auxiliares inibidas pela dominância apical. 2,5 2 -ANA(0,00μM) y = 0.9189x + 0.9380 R2 = 95,41% 1,5 ▪ANA(0,537μM) y = 1.115x2-0.954x+1.286 R2= 97,22% 1 ♦ANA(1,074μM) y = 1.014x2-0.846x+1.114 R2= 87,57% ●ANA (1,611μM) y = -3.160x3+6.290x2-2.890x+1.320 R2 = 100% 0,5 0 0 0,44 0,88 1,33 BAP (μM) Número de folhas por planta.. 0 0,53 1,07 12 10 8 6 4 2 0 0 0,44 0,88 1,33 Comprimento da parte aérea (cm) 0,53 ♦ANA(0,00μM) y = 12,262x3 - 21.152x2 + 7.199x + 9.700 R2 = 100% ▪ANA(0,537μM) y = -4.210x2 + 7.716x + 5.016 R2 = 100% xANA(1,074μM) y= 14.585x3 - 27.848x2 + 12.147x + 4.820 R2 = 100% ●ANA (1,611μM) y = ns B BAP (μM) 0 A 1,61 1,07 1,61 14 12 10 8 6 4 2 0 ●ANA(0,00μM) y =14.254x2-25.815x+11.778 R2 = 95,20% ▪ANA(0,537μM) y = -1.318x2-2.702x + 0.850 R2= 77,32% xANA(1,074μM) y = -1.369x2-2.391x + 0.702 R2= 94,53% ♦ANA (1,611μM) y = 0.630x + 1.100 R2 = 89,42% 0 0,44 0,88 1,33 BAP (μM) 0 0,53 1,07 C 1,61 54 Figura 4. Número de brotos por planta (A), número de folhas por planta (B) e comprimento da parte aérea (C) de Physalis angulata L. induzidos a partir de segmentos nodais cultivados em meio de cultura WPM suplementado com diferentes concentrações 6-benzilaminopurina (BAP) e ácido naftalenoacetico (ANA). Para o número de folhas por planta, o modelo matemático mais representativo foi o polinomial (Figura 4B). Para os tratamentos sem a adição de ANA, onde se obteve as melhores médias para esse parâmetro, a análise indicou uma equação de 3º grau, na qual se verifica os maiores valores em baixas concentrações de BAP ou em concentrações acima de 1,33μM desse regulador. Para o comprimento da parte aérea, a análise de regressão indicou a equação quadrática como a mais representativa para os tratamentos sem a adição de ANA, com um coeficiente de determinação de 95,2%, onde o maior comprimento foi obtido sem a adição de BAP (Figura 4C). Os resultados obtidos no terceiro experimento de multiplicação in vitro de Physalis angulata demonstrou um aumento significativo no número de brotações por planta, número de folhas por planta e comprimento dos brotos quando comparadas aos experimentos anteriores (Figura 5), sendo os melhores resultados obtidos com pulsos de 2,66μM de BAP, que promoveu uma média de 6,05 brotos por plnata e 23,57 folhas por planta. De modo semelhante aos resultados obtidos nos experimentos anteriores, o tratamento controle induziu o maior comprimento da parte aérea (13,50cm), contudo, as demais concentrações de BAP testadas, com essa metodologia, promoveram um alongamento maior dos brotos em relação aos resultados obtidos nos experimentos anteriores A B C D Figura 5. Aspecto das brotações provenientes de segmentos nodais de Physalis angulata L., após 30 dias de cultivo em meio WPM, após serem submetidos a pulso de oito dias com 6benzilaminopurina (BAP) nas concentrações de 0,0 (A); 1,33 (B); 2,66 (C); 3,99 (D) μM. 55 Flores et al. (2009) trabalhando com Pfaffia glomerata verificaram que o subcultivo do material em meio isento de citocininas favoreceu o crescimento das plantas, mesmo observando que o comprimento da maioria dos brotos foi inferior ao registrado no material cultivado na ausência de citocinina. Flores et al. (2007) trabalhando com Pfaffia tuberosa concluíram que o cultivo de segmentos nodais dessa espécie em meio suplementado com 1 µM de TDZ seguido do subcultivo dos brotos em meio MS isento de reguladores vegetais é uma metodologia viável para a micropropagação. Segundo Radmann et al. (2009), o tempo de permanência dos explantes no meio de indução de brotações é fator importante para o crescimento das mesmas, visto que o tamanho das brotações oriundas da fase de multiplicação é fator determinante para a etapa de enraizamento. A análise de regressão dos dados obtidos no 3º experimento indicou o modelo quadrático como o mais representativo para todas as variáveis analisadas. Observou-se maior número de brotações com aumento nas concentrações de BAP, sendo que, pela estimativa da equação de regressão, a resposta foi positiva até 2,26μM, induzindo uma média de 4,72 brotos por planta (Figura 6A). A partir dessa concentração, houve decréscimo na resposta para esta variável. Para número médio de folhas a equação obtida indicou que a indução máxima se deu na presença de 2,20μM de BAP com media de 19,84 folhas por planta, tendendo a decréscimo em concentrações maiores (Figura 6B). Para variável comprimento da parte aérea a equação indicou que a maior média (13,50cm) é obtida sem a adição de BAP (Figura 6C). 56 A Figura 6. Número de brotos por planta (A), número de folhas por planta (B) e comprimento da parte aérea (C) de plantas de Physalis angulata L. com 30 dias de cultivo em meio de cultura WPM, a partir de segmentos nodais submetidos a pulsos com diferentes concentrações de 6-benzilaminopurina (BAP) durante oito dias. 57 O uso de “pulso” de reguladores de crescimento na cultura de tecidos é pouco relatado, principalmente quando o explante não se trata de órgãos embriogênicos, tendo maior uso na indução de rizogênese (Flygh, 1993; Kovac, 1993; Shekhawat et al., 1993; Deora; Shekhawat, 1995; Das Prakash, Sarin, 1999; Purohit; Singhvi, 1998). Budimir e Stokjicic (2004) trabalhando com Pinus heldreichii utilizaram hipocótilos e cotilédones como explantes, tendo como tratamento doses crescentes de BAP (0,0; 1,0; 2,5; 5,0; 10,0; 50,0 e 100,0 mg L-1) fornecidas como “pulso” durante 1 hora. Após duas semanas de cultivo em meio sem reguladores de crescimento já era notável o desenvolvimento das gemas nos tratamentos onde BAP se fazia presente, principalmente na concentração de 50,0 mg L-1. Das Prakash & Sarin, (1999) fizeram o uso de “pulsos” (1 mg L-1 de BAP) durante dias alternados, verificando uma multiplicação de 8 brotos por plântula de Litchi chinesis Sonn. em 7 semanas de cultivo. Mathur e Nadgauda, (1999) utilizando a concentração de 400 mg L-1 de BAP durante 30 minutos conseguiram uma capacidade de indução de embriões de Pinus wallichiana, 3,78 por explante em comparação ao controle. Para Drake et al. (1997) o método de “pulso” (100 mg L-1 de BAP por 2 horas) na multiplicação vegetativa de Picea sitchensis foi mais eficaz que o uso de reguladores de crescimento no meio de cultura durante todo o período do cultivo in vitro. No enraizamento in vitro de P. angulata foi verificado que a auxina utilizada (AIB) promoveu resultados satisfatórios visto que 100% dos brotos enraizaram. A análise de variância comprovou efeito significativo para o número de raízes por broto e comprimento da maior raiz. Para a variável número de raízes por brotação os resultados obtidos demonstraram a efetividade da auxina AIB na indução da rizogênese, entretanto, não foram detectadas 58 diferenças estatísticas entre os resultados obtidos com as diferentes concentrações desse regulador. Contudo, foi observado que a adição de AIB no meio de cultura não foi essencial ao enraizamento, demonstrando a facilidade da espécie P. angulata nessa etapa do processo de micropropagação. Em culturas de Pistacia vera (Tilkat et al., 2009), Quercus semecarpifolia (Tamta et al., 2008), Alibertia edulis (Silva et al., 2008) e Asparagus racemosus (Bopana; Saxena, 2008) mantidas em meio de cultura sem regulador vegetal, os níveis endógenos de auxinas não foram suficientes para promover a rizogênese. Segundo Souza e Pereira (2007), o processo de iniciação da formação de raízes adventícias é regulado pela relação quantitativa entre os níveis de auxina e citocinina na planta, sendo esses teores endógenos variantes para cada genótipo. Verificou-se nesse experimento que os níveis de AIB adicionados ao meio de cultura tiveram influência significativa sobre o comprimento da maior raiz nas brotações. A maior média (12,87cm) foi obtida na presença de 14,76μM de AIB, diferindo estatisticamente dos resultados obtidos nos outros tratamentos. Os menores comprimentos de raízes foram verificados nas plantas mantidas em meio de cultura sem a adição de AIB e com a menor concentração testada (4,92 μM). Para o número de raízes por brotação a análise de regressão indicou um comportamento quadrático em função das concentrações de AIB utilizadas. O valor estimado máximo do número de raízes (5,87) tende a ocorrer quando se adiciona 14,54μM de AIB ao meio de cultura (Figura 7A). Concentrações do regulador superior a esta tendem a desfavorecer a quantidade de raízes em P. angulata. Esses resultados são semelhantes aos encontrados por Iapichino e Airò (2008), em Metrosideros excelsa, e por Du e Pijut (2008), em Fraxinus pennsylvanica, em que constataram uma média de 2,8 raízes/broto quando inoculados em meio de cultura contendo cerca de 1,0 mg L -1 de AIB. Já para framboeseira ‘Batum’ uma média de 1,82 raízes/broto foi reportada por Leitzke, Damiani e Schuch (2009), quando o explante foi inoculado em meio WPM independente da concentração de AIB utilizada. Com relação ao comprimento da maior raiz, a análise de regressão também indicou um comportamento quadrático em função das concentrações de AIB utilizadas. O maior valor estimado foi de 10,97cm, quando o meio de cultura foi suplementado com 16,73μM de AIB (Figura 7 B). 59 Figura 7. Número de raízes por brotação e comprimento da maior raiz de Physalis angulata L. inoculados em meio de cultura WPM suplementado com diferentes concentrações de ácido 60 indolbutírico (AIB), aos 30 dias de cultivo. (A) número de raízes por brotação e (B) comprimento da maior raiz. O resultado encontrado para a espécie em estudo foi bastante superior ao reportado por Damiani e Schuch (2009), no qual as raízes de Vaccinium spp. não ultrapassaram 1,0 cm de comprimento em meio de cultura WPM suplementado com 1,84 mg L-1 de AIB. Em framboeseira ‘Batum’ e amoreira-preta ‘Xavante’, as raízes não atingiram 1,0 cm de comprimento independente da concentração de AIB acrescida ao meio de cultura WPM (Leitzke, Damiani, Schuch, 2009). Ao passo que as raízes de Fraxinus pennsylvanica (Du; Pijut, 2008) e de Searsia dentata (Prakash; Staden, 2008) atingiram 3,0 e 3,5 cm de comprimento, respectivamente, em meio de cultura suplementado com 1,0 e 2,0 mg L-1 de AIB. Durante a aclimatização, verificou-se 100% de sobrevivência das plantas, o que demonstra a plasticidade fenotípica dessa espécie, suportando bem a transição do ambiente in vitro para o ex vitro. Contrariamente, Hoffmann et al. (2001) verificaram que em macieira a sobrevivência das plantas entre 7 e 21 dias da aclimatização caiu para 85%, em virtude do estresse sofrido na transferência das plantas do do ambiente in vitro para a casa de vegetação. Segundo Ziv e Chen (2008), a baixa taxa de sobrevivência de algumas espécies, durante a aclimatização, deve-se a deficiente vascularização dos tecidos localizados entre a parte aérea e a radicular das plantas regeneradas in vitro. Os resultados obtidos nesse trabalho sugerem a boa formação do sistema vascular da espécie P. angulata após todas as etapas de micropropagação, bem como do aparato estomático e fotossintético, o que possibilitou uma elevada taxa de sobrevivência. CONCLUSÕES A concentração de 1,33μM de BAP possibilita a formação de maior número de brotos em Physalis angulata, embora estes sejam pouco alongados. Concentrações maiores que 2,66μM de BAP tendem a causar vitrificação nas brotações. A associação de ANA com BAP não possibilita respostas satisfatórias à multiplicação in vitro dessa espécie, havendo formação de calos na maioria dos tratamentos onde ANA estava presente. O uso de “pulso” com 2,66μM de BAP por oito dias é um procedimento eficaz para multiplicação in vitro de Physalis angulata. O AIB é eficiente no aumento do número de raízes por brotação dessa espécie sendo que a concentração de 14,76μM possibilita o maior comprimento nas raízes. As plantas obtidas in vitro são facilmente aclimatizadas. 61 REFERÊNCIAS ALDOLI, M; DEHGHANI, L.; MOIENI, A.; PAK, R. Effects of cultivar and agar concentration on in vitro shoot organogenesis and hyperhydrycity in sunflower, J. Bot, v. 39 n. 1, p. 31-35, 2007. ARELLO, E. F.; PINTO. J. E. B. P. Propagação in vitro de Kielmeyera coriacea: efeito de diversas concentrações combinadas de benzilaminopurina e ácido naftalenoacético na multiplicação de brotos. Pesquisa Agropecuária Brasileira. Brasília. 28(1): 25-31. 1993. 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Universitária, 44031460, Feira de Santana-BA, Brasil - [email protected]; 4Engenheiro agrônomo – Dr. Professor Titular, DCBIO, Universidade Estadual de Feira de Santana, Av. Universitária, 44031-460, Feira de SantanaBA, Brasil - [email protected]; 5Graduanda - Universidade Estadual de Feira de Santana, Av. Universitária, 44031-460, Feira de Santana-BA, Brasil - [email protected]; 3 Artigo a ser submetido à Revista Sitientibus 69 RESUMO (Calogênese e caracterização morfológica, bioquímica e fitoquímica de calos de Physalis angulata L.) - O cultivo in vitro tem sido amplamente utilizado para a micropropagação de plantas e, mais recentemente, como alternativa para a produção de substâncias bioativas de interesse industrial. O cultivo de células em meio líquido tem sido a forma mais recomendada para produção de substâncias de interesse, sendo o cultivo de calos o ponto de partida para obtenção das culturas. O presente estudo teve por objetivo induzir a formação de calos friáveis de Physalis angulata L., por ser esse o tipo ideal para início de cultivos celulares em meio líquido. Em todos os experimentos foi utilizado meio de cultura MS solidificado com 0,7% de ágar, suplementado com 3% de sacarose e mantidos no escuro após inoculação. No primeiro experimento foram usados segmentos foliares inoculados em meio com todas as combinações possíveis de 2,4-diclorofenoxiacético (2,4D) (0,0; 9,0; 22,0; 36,0µM) e 6benzilaminopurina (BAP) (0,0; 9,0; 18,0; 36,0µM), procedendo-se a caracterização morfológica, bioquímica e fitoquímica dos calos obtidos. No segundo experimento foram utilizados segmentos internodais, avaliando-se isoladamente o efeito de diferentes concentrações de picloram (0,0; 5,0; 10,0; 15,0; 20,0μM) e ácido naftalenoacético (ANA) (0,00; 8,05; 16,11; 24,16; 32,22μM). Todos os calos obtidos no primeiro experimento foram compactos, contudo, nos tratamentos com balanço favorável a auxina 2,4D verificou-se a formação de massa celular com aparência friável apenas na periferia destes calos. Verificouse 100% de indução de calos nas maiores concentrações testadas de ANA, com maior porcentagem de calos friáveis no tratamento com 32,22μM. Picloram não foi eficiente na indução de calos friáveis. Os calos com textura compacta apresentaram maior teor de proteínas totais e menor de açúcares solúveis totais. Verificou-se a presença de fisalina D em calos e em folhas e raízes de plantas cultivadas in vitro. Termos para indexação: Reguladores de crescimento, meio de cultura, cultivo de células. 70 ABSTRACT (Callus formation and morphological, biochemical and phytochemical callus cultures of Physalis angulata L.) - The in vitro has been widely used for plant micropropagation, and more recently as an alternative for the production of bioactive substances of industrial interest. The cultivation of cells in liquid medium has been the most recommended way to produce substances of interest, and culture of callus the starting point for obtaining the cultures. This study aimed to induce the formation of friable callus Physalis angulata L., because this is the ideal type for initiation of cell cultures in liquid medium. In all experiments we used MS medium solidified with 0.7% agar supplemented with 3% sucrose and kept in the dark after inoculation. In the first experiment were used leaf segments were inoculated with all possible combinations of 2,4-dichlorophenoxyacetic acid (2,4 D) (0.0, 9.0, 22.0, 36.0 mM) and 6-benzylaminopurine (BAP) (0.0, 9.0, 18.0, 36.0 mM), proceeding to morphological, biochemical and phytochemical of callus. In the second experiment internodal segments, to evaluate separately the effect of different concentrations of picloram (0.0, 5.0, 10.0, 15.0, 20.0 mM) and naphthaleneacetic acid (NAA) (0.00 , 8.05, 16.11, 24.16, 32.22 mM). All callus was compact in the first experiment, however, the treatments with the auxin balance in favor 2.4 D verified the formation of cell mass that looks just crispy on the periphery of these calluses. There was 100% of induction at higher concentrations of NAA, higher percentage of friable callus in the treatment with 32.22 mM. Picloram was not effective in induction of friable callus. The calli with compact texture had higher protein content and lower soluble sugar content. There was the presence of physalin D in callus and leaves and roots of plants cultivated in vitro. Index terms: Growth regulators, culture media, cell culture. 71 INTRODUÇÃO Plantas pertencentes à família Solanaceae tem sido cultivada pelo homem a milhares de anos, tendo como membros mais conhecidos o tomate (Solanum lycopersicum L.), a batata (Solanum tuberosum L.), as pimentas (Capsicum spp.), a berinjela (Solanum melongena L.), o jiló (Solanum gilo Raddi) e o fumo (Nicotiana tabacum L.) (Souza e Lorenzzi, 2008). Mais recentemente, o gênero Physalis vem sendo alvo de grande interesse, tanto para consumo dos seus frutos in natura quanto para produção de substâncias de valor farmacológico, como flavonóides e esteróides (Tomassini et al., 2000; Chaves et al., 2005; Silva e Agra, 2005). No início dos anos 70 foram identificadas e caracterizadas, nesse grupo de plantas, moléculas denominadas fisalinas, em referência ao nome científico da planta. Quimicamente as fisalinas são denominadas de lactonas sesquiterpênicas esteroidais e são caracterizadas como moléculas de estrutura complexas (Tomassini et al., 2000). Pesquisas realizadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Rio de Janeiro e em Salvador, têm demonstrado o grande potencial das fisalinas para produção de antiiflamatórios, com ação até 30 vezes mais potentes que os antiinflamatórios hoje conhecidos. A elevada ação deve-se ao fato das fisalinas apresentarem estrutura molecular bastante semelhante à dos glicocorticóides, hormônios produzidos pelo organismo que regulam a atividade do sistema imune e servem de base para a produção industrial da dexametasona e hidrocortisona. Apesar do elevado potencial para composição de medicamentos, ainda persistem dificuldades para produção comercial dessas substâncias, principalmente devido ao baixo teor de fisalinas nas folhas e frutos. Nesse contexto, as técnicas de cultura de tecidos vegetais, têm sido consideradas ferramentas promissoras, tanto para propagação em larga escala de variedades melhoradas para produção de fisalinas quanto para produção desses metabólitos 72 via cultivo de células em condições controladas, abrindo novas perspectivas para exploração sustentável desses recursos genéticos vegetais. O cultivo de células em meio líquido ou suspensão celular é o método mais recomendado para produção de substâncias in vitro, pois permite uma elevada taxa de multiplicação celular associada à possibilidade de automação, com a utilização de biorreatores (Figueiredo et al., 2007). Entretanto, para obtenção de suspensões celulares a indução de calos friáveis representa o ponto de partida, pois suas células são facilmente dispersas em meio líquido e apresentam maior taxa de divisão celular. A caracterização morfológica e bioquímica dos calos pode evidenciar as mudanças que ocorrem nas diferentes fases da calogênese, fornecendo dados importantes relacionados ao processo morfogenético in vitro de tecidos vegetais. Além disso, pode auxiliar na identificação de fatores que desencadeiam mudanças fisiológicas nos explantes, como a aquisição da friabilidade ou desenvolvimento de embriões somáticos. A caracterização fitoquímica, por sua vez, pode indicar a possibilidade ou não da exploração de substâncias de interesse em células e tecidos cultivados in vitro. Assim, o objetivo deste trabalho foi induzir calos friáveis de Physalis angulata, caracterizando-os quanto aos aspectos morfológicos, bioquímicos e fitoquímicos, visando posterior estabelecimento de suspensões celulares dessa espécie. MATERIAL E MÉTODO Para a indução de calos foram utilizados como explantes segmentos foliares, com aproximadamente 0,5 cm2, provenientes de plântulas de Physalis angulata L. estabelecidas in vitro a partir de sementes. Os explantes foram inoculados em tubos de ensaio contendo 15 mL de meio de cultura MS (Murashige & Skoog, 1962), suplementado com 3% de sacarose, 2,4diclorofenoxiacético (2,4D) e 6-benzilaminopurina (BAP), nas concentrações de 0,0; 9,0; 22,0; 36,0µM e 0,0; 9,0; 18,0; 36,0µM, respectivamente, em todas as combinações possíveis. Cada tratamento constou de quatro repetições com cinco tubos por parcela, em delineamento estatístico inteiramente casualizado. O meio de cultura foi solidificado com 0,7% de ágar e o pH do meio foi corrigido para 5,7 ± 0,1 antes da autoclavagem. Após inoculação os tubos foram mantidos no escuro em sala de crescimento à temperatura de 25 ± 3ºC por um período de 45 dias. Decorrido esse tempo, os calos obtidos foram avaliados quanto à morfologia externa, a textura e a coloração. Tipos morfologicamente distintos de calos, provenientes dos diferentes tratamentos, foram utilizados para a quantificação dos teores de proteínas totais (PT), aminoácidos livres (AL), açúcares solúveis totais (AST) e açúcares redutores (AR). Os tipos morfológicos 73 analisados foram: compacto e marrom, compacto e verde e friável na periferia com coloração branca. Para quantificação bioquímica os extratos foram obtidos conforme metodologia descrita por Nogueira et al. (2007). Três gramas de cada tipo de calo foram homogeneizados em graal, adicionando-se 12 mL de água destilada, sendo, em seguida, transferidos para tubos de centrífuga. As amostras permaneceram a 40°C em banho-maria por 30 minutos e foram centrifugadas a 4800g por 10 minutos a 25°C. O sobrenadante foi recolhido e armazenado sob refrigeração para posterior análise. A quantificação dos AST foi realizada por refratometria; dos AR pelo método do DNS (Miller, 1959), utilizando glicose como padrão; da PT e dos AL pelo método de Lowry (Lowry et al., 1951), utilizando-se soro de albumina bovina (BSA) como padrão. Para obtenção dos aminoácidos totais livres foi realizada a precipitação das proteínas com o reagente de Folin-Ciocalteau, deixando-se apenas os aminoácidos livres em solução. Em virtude dos resultados obtidos no experimento com 2,4D e BAP, onde não se foi observado calos totalmente friáveis, novos experimentos foram conduzidos, avaliando-se o efeito isolado das auxinas picloram e ácido naftalenoacético (ANA), utilizando-se segmentos internodais com aproximadamente 0,5cm como explantes e as mesmas condições de cultivo utilizadas no experimento anterior. Foram testadas diferentes concentrações de picloram (0,0; 5,0; 10,0; 15,0; 20,0μM) e de ANA (0,0; 8,05; 16,11; 24,16; 32,22μM). As concentrações utilizadas foram baseadas no trabalho de Pereira et al. (2006), que verificaram a formação de calos friáveis em discos caulinares de Physalis sp. Cada tratamento constou de cinco repetições com quatro tubos por parcela, em delineamento estatístico inteiramente casualizado. Decorridos 45 dias avaliou-se a taxa de calogênese, a morfologia externa, a textura e a coloração dos calos obtidos. Os dados obtidos em todos os experimentos foram submetidos à análise de variância (ANAVA) testando-se as médias pelo teste de Tukey a 5% de significância para os fatores qualitativos e regressão polinomial para os fatores quantitativos, utilizando o software SISVAR (Ferreira, 2003). Para avaliar a ocorrência de fisalinas nos calos friáveis obtidos procedeu-se a cromatografia em camada delgada. Para efeito de controle, verificou-se também a ocorrência de fisalinas em extrato obtido da parte aérea de plantas cultivadas em condições ex vitro (casa de vegetação), da parte aérea de plantas estabelecidas in vitro na ausência de reguladores de crescimento, da parte aérea de plantas mantidas in vitro na presença de reguladores de crescimento e da raiz de plantas mantidas in vitro na presença de reguladores de crescimento. 74 As amostras utilizadas para a análise cromatográfica foram submetidas à metodologia descrita por Soares et al. (2003), sendo secas em estufa a 40ºC até peso constante, utilizandose 10g por amostra. As amostras foram trituradas em liquidificador industrial para aumentar a superfície de contato com o solvente e posteriormente foram preparados extratos pelo processo de maceração em metanol, com auxílio de ultrasson, onde o solvente foi removido posteriormente por destilação à pressão reduzida utilizando um rotaevaporador. O extrato bruto obtido foi mantido em dissecador até peso constante, sendo, em seguida, diluído em 10mL de metanol e depois acrescido 20mL de solução de acetato de chumbo (2,5g em 20mL de água destilada) em agitação por 2 horas para redução da quantidade de taninos. Em seguida o extrato foi filtrado e particionado em funil de separação e extraído três vezes com 20mL de clorofórmio totalizando 60mL. Posteriormente a solução foi seca em sulfato de magnésio anidro e o filtrado foi concentrado ate secura e peso constante determinando a seguir o perfil cromatográfico por camada delgada. Para obtenção do perfil cromatográfico foi utilizado 50 mg do extrato dissolvido em 10 mL de metanol, que foram aplicados como auxilio de pipetador em placa cromatográfica com base de alumínio revestida com sílica gel ativadas em estufa a 100ºC por uma hora. Após a eluição em cuba cromatográfica de vidro com diferentes sistemas de solventes, foi escolhido diclorometano e acetona (8:2) como o mais adequado para os extratos obtidos. Para determinação dos grupos de compostos presentes na amostra, a cromatoplaca eluida foi revelada com Reagente de Anisaldeído-Ácido Sulfúrico (AS), utilizando-se pulverizador de vidro contendo cerca de 10mL da solução, acoplado a um compressor para aspersão de volume suficiente para borrifamento da placa, em seguida, a placa foi aquecida a 100ºC por 10min em estufa de renovação e circulação de ar. RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise de variância revelou significância estatística para a interação dupla BAP x 2,4D para todas as variáveis analisadas (Anexo 8). As maiores taxas de indução de calos em segmentos foliares de Physalis angulata foram verificadas na concentração de 36µM de 2,4D independentemente da concentração de BAP utilizada. Nos tratamentos sem adição da citocinina BAP e da auxina 2,4D ou em baixas concentrações desses reguladores não foi observada a indução de calos em segmentos foliares dessa espécie. Apesar das melhores taxas de calogênese terem sido verificadas na concentração de 36µM de 2,4D a análise de regressão não identificou uma equação significativa para o efeito das doses de BAP dentro dessa concentração de 2,4D. Por outro lado, a análise de regressão 75 indicou efeito quadrático para concentrações de BAP nas demais concentrações de 2,4D. O ponto máximo de indução, segundo as equações obtidas, ocorreu quando o meio de cultura foi suplementado com 18µM de BAP associado a 22,61µM de 2,4D (Figura 1). Em relação à morfologia dos calos, verificou-se que a utilização de BAP em concentrações acima de 9µM associado ou não à auxina 2,4D induziu a formação de calos compactos com coloração variando entre as cores branca, verde e marrom. Apenas nos tratamentos nos quais se utilizou 36µM de 2,4D na ausência de BAP ou 9µM de BAP associado a 22µM de 2,4D foram verificadas porcentagens acima de 50% de calos com textura friável, embora esta característica tenha sido observada apenas na periferia dos Porcentagem de indução de calos mesmos (Tabela 1). 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 -10,0 0 9 18 36 BAP (µM) 0 9 22 36 ♦2,4D (0,00μM) y = 0.00224x2-0.03798x+0.0436 R2 = 98,79% ▪2,4D (9,00μM) y = -0.003143x2+0.1705x-0.3490 R2 = 65,52% ●2,4D (22,00μM) y = -0.0052x2+0.2385x+0.1854 R2 = 89,38% ■2,4D (36,00μM) y = ns Figura 1. Porcentagem de calos formados em Physalis angulata L., em meio com diferentes concentrações de ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D) associado a diferentes níveis de 6benzilaminopurina (BAP). O início da formação dos calos ocorreu aos oito dias após a inoculação, independentemente da concentração utilizada dos reguladores de crescimento. Verificou-se inicialmente o aumento de tamanho e alargamento dos tecidos, seguido da proliferação de tecidos do calo. Esse comportamento foi observado por Shrivastava et al. (2006), estudando a espécie Cássia senna L. Para Silveira et al. (2004), esse intumescimento e aumento do tamanho dos explantes possivelmente se devem à presença de reguladores de crescimento, que estimulam a divisão e o alongamento da célula. Segundo Costa et al. (2010) a adição de 76 reguladores de crescimento ao meio de cultura e um balanço adequado entre estes são importantes para desencadear processos organogenéticos em diversas espécies, como evidenciado em P. angulata. Pal et al. (2006), estudando a organogênese a partir de fragmentos de hipocótilo e cotilédones de Curcubita pepo L. verificaram que calos friáveis e nodulares com aspecto branco e leitoso apresentaram potencial organogênico, enquanto que calos de aparência esponjosa ou muito compacta e de cor marrom não apresentavam essa capacidade. Tabela 1 – Porcentagem do aspecto e coloração de calos de Physalis angulata L. induzidos a partir de segmentos foliares na presença de diferentes concentrações de 6-benzilaminopurina (BAP) e ácido 2,4 diclorofenoxiacético (2,4-D). Feira de Santana-BA, 2011. Concentrações (μM) BAP 2,4D 0,0 0,0 0,0 9,0 0,0 22,0 0,0 36,0 9,0 0,0 9,0 9,0 9,0 22,0 9,0 36,0 18,0 0,0 18,0 9,0 18,0 22,0 18,0 36,0 36,0 0,0 36,0 9,0 36,0 22,0 36,0 36,0 Característica dos calos Textura do calo (%) Cor (%) compacto ---------20 ------30 60 ---60 55 70 100 60 65 80 friável ---------80 ------70 40 ---40 45 30 ---40 35 20 branco ---------55 ------70 70 ---40 ------40 30 25 15 marrom ---------30 ------30 30 ------55 65 ---30 25 60 verde ---------15 ---------------60 45 35 60 40 50 25 Os resultados observados nesse trabalho corroboram com os obtidos por Hall & Zeroni (1980), que também verificaram que altas concentrações de 2,4D em relação à BAP favorecem a friabilidade de calos. Nogueira et al. (2007) estudando a calogênese em explantes foliares de murici-pequeno (Birsonimia intermedia Juss.) verificaram que a área coberta por calos foi significativamente maior quando os explantes foram inoculados na presença das 77 citocininas thidiazuron (TDZ) ou BAP associado a 2,4D, evidenciando que a presença desta auxina é importante no processo de calogênese. Tao et al. (2002) também observaram alta porcentagem de calos em segmentos foliares da espécie Citrus grandi com a utilização de altas concentrações de 2,4D, entretanto, os calos apresentaram consistência friável. Já Techato & Rungnoi (2000), induziram a embriogênese somática em segmentos foliares de Azadirachta excelsa Jack, utilizando diferentes fontes de auxinas associadas ao BAP, obtendo maior proliferação de calos com alta taxa de embriões somáticos quando o BAP foi combinado com a auxina 2,4D. Segundo Pescador et al. (2000), a friabilidade do calo é favorecida por uma alta relação auxina/citocinina, bem como pela adição de componentes orgânicos ao meio nutritivo. Para esses autores à indução de calos friáveis é indispensável para a obtenção de suspensões celulares, pois estes apresentam células arredondadas e com características mais meristemáticas, que se dispersam facilmente em meio líquido. A análise bioquímica dos calos revelou que o teor de PT, AL, AST e AR variou significativamente nos diferentes tipos morfológicos de calos obtidos nesse trabalho. Os calos com textura compacta apresentaram maior teor de PT que os calos com textura mais friável, indicando ser esse um parâmetro importante, para a obtenção de calos com características ideais para o estabelecimento de culturas celulares em meio líquido. Já em relação aos AL a situação foi inversa, onde os calos compactos apresentaram menor teor que os calos mais próximos da friabilidade (Tabela 2). Os resultados obtidos na análise bioquímica sugerem maior utilização de aminoácidos livres para a síntese de proteínas em calos com textura compacta ou um aumento no catabolismo de proteínas à medida que o calo adquire maior friabilidade. Para Santiago (2003), o teor de proteínas em calos estar relacionado à maior absorção do nitrogênio fornecido pelos sais de amônio e de nitrato presentes no meio de cultura, influenciado pela presença de citocininas, o que pode justificar a maior proporção de calos com textura compacta, obtidos nesse trabalho, em meio de cultura suplementado com BAP em concentrações superiores a 18,0μM. Um dos principais nutrientes com o qual as citocininas interagem é o nitrogênio, existindo várias evidências de que esse regulador vegetal ativa a enzima nitrato redutase (Samuelson e Larsson, 1993), enzima chave na absorção de nitrogênio. Os calos com textura compacta apresentaram menor teor de AST e maior teor de AR em relação aos calos com aparência mais friável (Tabela 2). Esses resultados sugerem um maior consumo de AST para síntese de compostos complexos que direcionam a morfogênese 78 dos calos mais compactos ou uma menor absorção da sacarose presente no meio de cultura por esse tipo de calo. Para Serra et al. (2000) a reduzida atividade metabólica dos calos compactos reflete na baixa taxa de absorção de sacarose do meio de cultura. Os resultados indicam que a manipulação do teor de açúcares solúveis e de aminoácidos livres no meio de cultura poderá ser utilizada para indução de calos friáveis, aptos para o estabelecimento de culturas de células em meio líquido. Tabela 2 - Teores de proteína total (PT), aminoácidos livres (AL), açúcares solúveis totais (AST) e açúcares redutores (AR) obtidos em calos morfologicamente distintos de Physalis angulata L., cultivados em meio MS. Feira de Santana-BA, 2011. Tipo de calo PT mg g MF-1 AL mg g MF-1 AST mg g MF-1 AR mg g MF-1 Compacto e marrom 2,996a* 0,837b 3,3b 5,189a Compacto e verde 1,11b 0,782c 2,5c 4,254b Friável e branco 0,803c 1,441a 5,0a 4,107c *Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. A suplementação do meio de cultura com picloram mostrou efeito significativo para todas a variáveis analisadas (Anexo 9), induzindo a formação de calos em todas as concentrações utilizadas, sendo que os calos obtidos apresentaram-se indiferenciados e com coloração heterogênia, variando entre as cores marrom e amarela. No entanto, não foi verificada em qualquer tratamento a indução de calos friáveis, o que difere dos resultados obtidos por Pereira et al. (2006), que induziram a formação desse tipo de calo em segmentos caulinares de Physalis sp. utilizando essa mesma fonte de auxina e nas mesmas concentrações testadas nesse trabalho. A análise de regressão para o efeito do picloram sobre a formação de calos indicou o modelo quadrático como o mais representativo (Figura 2). Após derivação da equação obtida pode-se verificar que aumento na concentração de picloram até 14,82μM promoveram aumento crescente na porcentagem de formação de calos, sendo a maior porcentagem de 79 formação de calos obtida nessa concentração, equivalente a 95%. Os resultados observados nesse trabalho são corroborados pelos obtidos por Flores et al. (1998) com duas cultivares de morangueiro (Fragaria e Ananassa), onde observaram a formação de calos em todos os tratamentos suplementados com picloram, sendo a maior intensidade de calogênese obtida com 10,5μM dessa auxina. Segundo Hagen et al. (1990) o picloram é eficiente na indução de calos de várias espécies, entretanto, no presente trabalho o sucesso na calogênese não foi Porcentagem de indução de calos acompanhado da textura friável, necessária para o estabelecimento de suspensões celulares. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 2 2 y = -0.0154x +0.4565x+0.3485 R = 82,16% 0 5 10 15 20 Picloram (μM) Figura 2. Porcentagem de calos formados em segmentos internodais de Physalis angulata L. em meio de cultura MS suplementado com diferentes concentrações de picloram. Diferentemente dos resultados obtidos com picloram, não se verificou a indução de calos em baixas concentrações de ANA, entretanto, verificou-se que a adição dessa auxina nas concentrações de 16,11, 24,16 e 32,22μM possibilitou 100% de formação de calos (Anexo 10). Em todos os tratamentos que proporcionaram a calogênese, observou-se a formação de calos com coloração heterogênea, variando entre o branco e marrom, verificando-se uma relação direta entre a coloração dos calos e a textura, onde os calos com coloração branca apresentaram maior tendência à textura friável, enquanto que os calos com coloração marrom apresentaram-se com textura compacta. A coloração dos calos tem sido utilizada como indicativo da capacidade embriogênica, sendo que as porções translúcido-brancas ou 80 amareladas dos calos apresentam maior friabilidade e potencial para a formação de embriões somáticos (Ipekci e Gozukirmizi, 2005; Arunyanart e Chaitrayagun, 2005). A análise de regressão dos resultados obtidos com a utilização de ANA demonstrou que o modelo linear crescente é o que mais se ajusta aos resultados obtidos para a taxa de indução de calos friáveis, demonstrando, dessa forma, que o emprego de concentrações mais elevadas dessa auxina poderá otimizar a indução desse tipo de calo (Figura 3). Porcentagem de calos friáveis 60 50 2 y = 0,0648x - 0,1601 R = 89,65% 40 30 20 10 0 -10 0 8,06 16,11 24,17 32,22 ANA (μM) Figura 3. Porcentagem de calos friáveis formados a partir de segmentos internodais de Physalis angulata L., em meio de cultura MS suplementado com diferentes concentrações de ácido naftalenoacético (ANA). Flores et al. (2006) demonstraram que não houve formação de calos em segmentos nodais de Pfaffia tuberosa quando foram cultivados em meio MS sem a suplementação de ANA. Flores e Nicoloso (2007) também encontraram resultados semelhantes em Pfaffia tuberosa (Spreng.) Hicken, verificando um incremento na área dos explantes coberta por calos com o aumento da concentração de ANA no meio de cultura. Brown & Charwood (1990) relatam que, de modo geral, o aumento da concentração dessa auxina promove um incremento na formação de calos friáveis, enquanto que concentrações mais reduzidas promovem um aumento na freqüência de calos compactos. No entanto, além do tipo e concentração de auxina, a consistência dos calos também é influenciada por outros fatores, como a concentração de citocinina, tipo de explante e, sobretudo, pelo genótipo (Remotti & Löffler, 1995). A análise fitoquímica revelou a presença de fisalinas na parte aérea das plantas cultivadas em condições ex vitro, das plantas estabelecidas in vitro, das plantas cultivadas na 81 ausência de e na presença de reguladores de crescimento (BAP e AIB), nas raízes de plantas cultivadas in vitro na presença de reguladores (BAP e AIB) e nos calos friáveis analisados, tendo como padrão para comparação a fisalina D (Figura 4). A B C D E F Figura 4. Perfil cromatográfico dos extratos de Physalis angulata L. obtidos da parte aérea de plantas cultivadas em condições ex vitro (casa de vegetação) (A); da parte aérea de plantas estabelecidas in vitro na ausência de reguladores de crescimento (B); da parte aérea de plantas mantidas in vitro na presença de reguladores de crescimento (C); da raiz de plantas mantidas in vitro na presença de reguladores de crescimento (D) e de calos fráveis induzidos com ANA partir de segmentos nodais (E). A coluna F demonstra o perfil cromatográfico da fisalina “D” usada como controle. Os perfis cromatográficos obtidos nas diversas amostras são muito semelhantes ao obtido na amostra proveniente de plantas cultivadas em condições ex vitro (controle), o que demonstra a possibilidade de exploração dessse tipo de fisalina em plantas ou suspensões celulares cultivadas em biorreatores. Flores et al. (2009) também constataram que os perfis cromatográficos de amostras provenientes de plantas cultivadas in vitro e ex vitro de Pfaffia glomerata (Spreng.) Pedersen foram similares, não apresentando diferenças marcantes em relação ao teor de β-ecdisona. Várias pesquisas têm mostrado que as condições impostas durante o cultivo in vitro podem influenciar na biossíntese e/ou acúmulo de diferentes metabólitos, inclusive de ecdisteróides (Tomás et al., 1993). No trabalho com Matricaria 82 recutita, Tavano et al. (2009) verificaram que plantas cultivadas in vitro, de modo geral, apresentaram maior conteúdo de fenóis em comparação com as plantas cultivadas no campo. Resultados semelhantes foram encontrados por Arikat et al. (2004) que compararam o rendimento de óleo essencial de plantas in vivo e in vitro de Salvia fruticosa, observando que as plântulas in vitro apresentaram maior rendimento em relação às plantas in vivo. Já Guedes et al. (2003), pesquisando óleo essencial de plantas in vivo e in vitro de Hypericum androsaemum L., mostraram que o conteúdo de óleo essencial obtido a partir de brotos cultivados in vitro foi seis vezes menor quando comparado com plantas cultivadas in vivo, sendo que os autores atribuíram este resultado ao fato da imaturidade dos brotos cultivados in vitro. Assim há a necessidade de maior estudo dos constituintes químicos presentes em plântulas in vitro nas diferentes espécies medicinais, sobretudo em Physalis angulata abrindo espaço a análises quantitativas das fisalinas presentes nos materiais in vitro, principalmente nos calos friáveis obtidos, visando assim conseguir maior teor desse composto que servirá de ponto de partida para futuras abordagens biotecnológicas como suspensões celulares e uso de biorreatores. CONCLUSÕES É possível a indução de calos a partir de segmentos foliares de Physalis angulata L. com a utilização de 2,4D associada ao BAP ou a partir de segmentos internodais com a utilização de picloram ou ANA; Um balanço hormonal favorável à auxina 2,4-D em relação ao BAP ou altas concentrações de ANA são necessárias para a indução de calos friáveis nessa espécie; O picloram não foi eficiente na indução de calos friáveis de Physalis angulata L. Calos com maior friabilidade apresentam maior teor de aminoácidos livres e de açúcares solúveis totais. Calos, folhas e raízes de Physalis angulata L. cultivados in vitro produzem fisalina D. REFERÊNCIAS ARIKAT, N. A.; JAWAD, F. M.; KARAM, N. S.; SHIBLI, R. A. Micropropagation and accumulation of essential oils in wild sage (Salvia fruticosa Mill.) Scientia Horticulturae. v. 100, p. 193-202, 2004. ARUNYANART, S.; CHAITRAYAGUN, M. Induction of somatic embryogenesis in lotus (Nelumbo nucifera Geartn.). Scientia Horticulturae, v.105, n.3, p.411-420, 2005. 83 BROWN, J. T.; CHARLWOOD, B. V. Organogenesis in callus culture. In: POLLARD, J.W.; WALKER, J.M. (Eds.). Plant cell and tissue culture, New Jersey: Humana Press, 1990. Cap.7, p.65-70. COSTA, G. M.; NEPOMUCENO, C. F.; SANTANA, J. R. F. Propagação in vitro de Erythrina velutina. Ciência Rural, Santa Maria, v.40, n.5, p.1090-1096, mai, 2010. CHAVES, A. C.; SCHUCH, M. W.; ERIG, A. C. 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ANEXOS 87 ANEXO Análise de variância para variáveis de germinação de Physalis angulata -------------------------------------------------------------------------------Variável analisada: Germinação Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------MEIO_DE_CU 2 178.666667 89.333333 1.583 0.2576 erro 9 508.000000 56.444444 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 11 686.666667 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 8.98 Média geral: 83.6666667 Número de observações: 12 -------------------------------------------------------------------------------- Variável analisada: Tempo Médio Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------MEIO_DE_CU 2 1.166667 0.583333 3.500 0.0751 erro 9 1.500000 0.166667 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 11 2.666667 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 12.25 Média geral: 3.3333333 Número de observações: 12 -------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------Variável analisada: Velocidade Média Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------- 88 TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------MEIO_DE_CU 2 0.015350 0.007675 9.763 0.0056 erro 9 0.007075 0.000786 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 11 0.022425 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 8.56 Média geral: 0.3275000 Número de observações: 12 -------------------------------------------------------------------------------- Variável analisada: Velocidade de Germinação Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------MEIO_DE_CU 2 2.000000 1.000000 1.000 0.4053 erro 9 9.000000 1.000000 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 11 11.000000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 13.33 Média geral: 7.5000000 Número de observações: 12 -------------------------------------------------------------------------------- ANEXO 2 Análise de variância para crescimento inicial 15 dias de Physalis angulata -------------------------------------------------------------------------------Variável analisada: Número de Raízes Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------Meio de cultura 2 76.166667 38.083333 2.952 0.0624 erro 45 580.500000 12.900000 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 47 656.666667 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 33.15 Média geral: 10.8333333 Número de observações: 48 -------------------------------------------------------------------------------- Variável analisada: Número de Folhas 89 Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------Meio de cultura 2 4.625000 2.312500 6.852 0.0025 erro 45 15.187500 0.337500 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 47 19.812500 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 12.73 Média geral: 4.5625000 Número de observações: 48 -------------------------------------------------------------------------------- Variável analisada: Comprimento Parte Aérea Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------Meio de cultura 2 90.487917 45.243958 79.565 0.0000 erro 45 25.588750 0.568639 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 47 116.076667 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 13.10 Média geral: 5.7583333 Número de observações: 48 -------------------------------------------------------------------------------- Variável analisada: Comprimento da Raiz Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------Meio de cultura 2 12.140417 6.070208 7.546 0.0015 erro 45 36.198750 0.804417 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 47 48.339167 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 13.09 Média geral: 6.8541667 Número de observações: 48 -------------------------------------------------------------------------------- Variável analisada: Massa Seca Parte Aérea Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------- 90 TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------Meio de cultura 2 0.000021 0.000011 21.238 0.0004 erro 9 0.000005 5.00555556E-0007 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 11 0.000026 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 20.41 Média geral: 0.0034667 Número de observações: 12 -------------------------------------------------------------------------------- Variável analisada: Massa Seca Folhas Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------Meio de cultura 2 0.000027 0.000014 5.072 0.0335 erro 9 0.000024 0.000003 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 11 0.000051 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 24.18 Média geral: 0.0067583 Número de observações: 12 -------------------------------------------------------------------------------- TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------Meio de cultura 2 0.000002 9.30000000E-0007 3.091 0.1013 erro 8 0.000002 3.00909091E-0007 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 10 0.000004 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 29.58 Média geral: 0.0018545 Número de observações: 11 -------------------------------------------------------------------------------- ANEXO 3 Análise de variância para crescimento inicial 30 dias de Physalis angulata Variável analisada: Número de Raízes Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA 91 -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------Meio de cultura 2 222.041667 111.020833 11.410 0.0001 erro 45 437.875000 9.730556 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 47 659.916667 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 33.88 Média geral: 9.2083333 Número de observações: 48 -------------------------------------------------------------------------------- Variável analisada: Número de Folhas Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------Meio de cultura 2 65.041667 32.520833 21.384 0.0000 erro 45 68.437500 1.520833 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 47 133.479167 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 21.53 Média geral: 5.7291667 Número de observações: 48 -------------------------------------------------------------------------------- Variável analisada: Comprimento Parte Aérea Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------Meio de cultura 2 480.650417 240.325208 145.359 0.0000 erro 45 74.399375 1.653319 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 47 555.049792 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 15.88 Média geral: 8.0979167 Número de observações: 48 -------------------------------------------------------------------------------- Variável analisada: Comprimento da Raiz Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc 92 -------------------------------------------------------------------------------Meio de cultura 2 130.852917 65.426458 17.113 0.0000 erro 45 172.043750 3.823194 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 47 302.896667 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 22.50 Média geral: 8.6916667 Número de observações: 48 -------------------------------------------------------------------------------- Variável analisada: Massa Seca Parte Aérea Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------Meio de cultura 2 0.000406 0.000203 95.421 0.0000 erro 9 0.000019 0.000002 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 11 0.000425 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 18.54 Média geral: 0.0078667 Número de observações: 12 -------------------------------------------------------------------------------- Variável analisada: Massa Seca Folhas Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------Meio de cultura 2 0.000253 0.000126 60.057 0.0000 erro 9 0.000019 0.000002 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 11 0.000272 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 14.92 Média geral: 0.0097250 Número de observações: 12 -------------------------------------------------------------------------------- Variável analisada: Massa Seca Raiz Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------Meio de cultura 2 0.000002 0.000001 3.177 0.0965 erro 8 0.000003 3.63768939E-0007 93 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 10 0.000005 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 31.29 Média geral: 0.0019273 Número de observações: 11 -------------------------------------------------------------------------------- ANEXO 4 Análise de variância para crescimento inicial 45 dias de Physalis angulata Variável analisada: Número de Raízes Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------Meio de cultura 2 223.625000 111.812500 13.762 0.0000 erro 45 365.625000 8.125000 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 47 589.250000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 30.40 Média geral: 9.3750000 Número de observações: 48 -------------------------------------------------------------------------------- Variável analisada: Número de Folhas Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------Meio de cultura 2 24.237917 12.118958 5.214 0.0092 erro 45 104.596875 2.324375 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 47 128.834792 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 18.91 Média geral: 8.0604167 Número de observações: 48 -------------------------------------------------------------------------------- Variável analisada: Comprimento Parte Aérea Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA 94 -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------Meio de cultura 2 653.970417 326.985208 75.623 0.0000 erro 45 194.574375 4.323875 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 47 848.544792 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 19.82 Média geral: 10.4895833 Número de observações: 48 --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Variável analisada: Comprimento da Raiz Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------Meio de cultura 2 172.661667 86.330833 4.436 0.0174 erro 45 875.718125 19.460403 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 47 1048.379792 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 39.69 Média geral: 11.1145833 Número de observações: 48 -------------------------------------------------------------------------------- Variável analisada: Massa Seca Parte Aérea Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------Meio de cultura 2 0.000778 0.000389 6.752 0.0162 erro 9 0.000519 0.000058 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 11 0.001297 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 42.12 Média geral: 0.0180250 Número de observações: 12 -------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------Variável analisada: Massa Seca Folhas Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc 95 -------------------------------------------------------------------------------Meio de cultura 2 0.000034 0.000017 3.227 0.0878 erro 9 0.000047 0.000005 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 11 0.000081 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 14.58 Média geral: 0.0157417 Número de observações: 12 -------------------------------------------------------------------------------- Variável analisada: Massa Seca Raiz Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------Meio de cultura 2 0.000018 0.000009 2.249 0.1679 erro 8 0.000031 0.000004 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 10 0.000049 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 74.81 Média geral: 0.0026455 Número de observações: 11 -------------------------------------------------------------------------------- Anexo 5: Análise de variância para multiplicação in vitro de Physalis angulata com diferentes concentrações de BAP. Variável analisada: Número de Brotos Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------BAP 1 9.604000 9.604000 145.625 0.0000 erro 8 0.527600 0.065950 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 9 10.131600 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 13.81 Média geral: 1.8600000 Número de observações: 10 -------------------------------------------------------------------------------Variável analisada: Número de Folhas Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc 96 -------------------------------------------------------------------------------BAP 1 12.122010 12.122010 28.125 0.0007 erro 8 3.448040 0.431005 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 9 15.570050 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 6.86 Média geral: 9.5650000 Número de observações: 10 Variável analisada: Comprimento Parte Aérea Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------BAP 1 247.009000 247.009000 2308.495 0.0000 erro 8 0.856000 0.107000 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 9 247.865000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 4.57 Média geral: 7.1500000 Número de observações: 10 -------------------------------------------------------------------------------- Anexo 6: Análise de variância para multiplicação in vitro de Physalis angulata com diferentes concentrações da interação de BAP x ANA. Variável analisada: Número de Brotos Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------BAP 3 5.937375 1.979125 20.576 0.0000 ANA 3 1.297375 0.432458 4.496 0.0063 BAP*ANA 9 3.888125 0.432014 4.491 0.0001 erro 64 6.156000 0.096188 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 79 17.278875 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 22.70 Média geral: 1.3662500 Número de observações: 80 -------------------------------------------------------------------------------- Análise do desdobramento de BAP dentro de cada nível de: ANA -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc 97 -------------------------------------------------------------------------------BAP /1 3 4.362000 1.454000 15.116 0.0000 BAP /2 3 2.428000 0.809333 8.414 0.0001 BAP /3 3 2.346000 0.782000 8.130 0.0001 BAP /4 3 0.689500 0.229833 2.389 0.0762 Resíduo 64 6.156000 0.096188 Análise do desdobramento de ANA dentro de cada nível de: BAP -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------ANA /1 3 0.298000 0.099333 1.033 0.3827 ANA /2 3 0.098000 0.032667 0.340 0.7963 ANA /3 3 1.692000 0.564000 5.864 0.0013 ANA /4 3 3.097500 1.032500 10.734 0.0000 Resíduo 64 6.156000 0.096188 -------------------------------------------------------------------------------Variável analisada: Número de Folhas Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------BAP 3 24.135375 8.045125 4.590 0.0057 ANA 3 207.571375 69.190458 39.478 0.0000 BAP*ANA 9 57.980125 6.442236 3.676 0.0009 erro 64 112.168000 1.752625 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 79 401.854875 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 18.72 Média geral: 7.0737500 Número de observações: 80 -------------------------------------------------------------------------------Análise do desdobramento de BAP dentro de cada nível de: ANA -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------BAP /1 3 19.516000 6.505333 3.712 0.0156 BAP /2 3 35.682000 11.894000 6.786 0.0005 BAP /3 3 16.593500 5.531167 3.156 0.0303 BAP /4 3 10.324000 3.441333 1.964 0.1273 Resíduo 64 112.168000 1.752625 -------------------------------------------------------------------------------Análise do desdobramento de ANA dentro de cada nível de: BAP -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------- 98 FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------ANA /1 3 78.134000 26.044667 14.860 0.0000 ANA /2 3 45.526000 15.175333 8.659 0.0001 ANA /3 3 75.346000 25.115333 14.330 0.0000 ANA /4 3 66.545500 22.181833 12.656 0.0000 Resíduo 64 112.168000 1.752625 -------------------------------------------------------------------------------Variável analisada: Comprimento Parte Aérea Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------BAP 3 53.004500 17.668167 114.311 0.0000 ANA 3 126.233500 42.077833 272.238 0.0000 BAP*ANA 9 367.145500 40.793944 263.932 0.0000 erro 64 9.892000 0.154563 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 79 556.275500 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 17.42 Média geral: 2.2575000 Número de observações: 80 -------------------------------------------------------------------------------Análise do desdobramento de BAP dentro de cada nível de: ANA -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------BAP /1 3 407.284000 135.761333 878.359 0.0000 BAP /2 3 7.452000 2.484000 16.071 0.0000 BAP /3 3 3.222000 1.074000 6.949 0.0004 BAP /4 3 2.192000 0.730667 4.727 0.0048 Resíduo 64 9.892000 0.154563 -------------------------------------------------------------------------------Análise do desdobramento de ANA dentro de cada nível de: BAP -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------ANA /1 3 489.962000 163.320667 1056.664 0.0000 ANA /2 3 1.170000 0.390000 2.523 0.0648 ANA /3 3 0.401500 0.133833 0.866 0.4621 ANA /4 3 1.845500 0.615167 3.980 0.0114 Resíduo 64 9.892000 0.154563 -------------------------------------------------------------------------------- 99 Anexo 7: Análise de variância para multiplicação in vitro de Physalis angulata com diferentes concentrações de pulsos de BAP. Variável analisada: Número de Brotos Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------BAP 3 59.847500 19.949167 185.574 0.0000 erro 12 1.290000 0.107500 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 15 61.137500 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 11.55 Média geral: 2.8375000 Número de observações: 16 -------------------------------------------------------------------------------- Variável analisada: Número de Folhas Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------BAP 3 467.061875 155.687292 32.546 0.0000 erro 12 57.402500 4.783542 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 15 524.464375 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 15.00 Média geral: 14.5812500 Número de observações: 16 -------------------------------------------------------------------------------- Variável analisada: Comprimento Parte Aérea Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------BAP 3 319.185000 106.395000 103.927 0.0000 erro 12 12.285000 1.023750 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 15 331.470000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 17.52 Média geral: 5.7750000 Número de observações: 16 -------------------------------------------------------------------------------- 100 ANEXO 8 Análise de variância para calogênese de Physalis angulata com diferentes concentrações da interação de BAP x 2,4D. Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------BAP 3 20.237500 6.745833 31.745 0.0000 2,4D 3 90.637500 30.212500 142.176 0.0000 BAP*2,4D 9 30.912500 3.434722 16.163 0.0000 erro 64 13.600000 0.212500 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 79 155.387500 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 29.04 Média geral: 1.5875000 Número de observações: 80 -------------------------------------------------------------------------------Análise do desdobramento de BAP dentro de cada nível de: 2,4D -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------BAP /1 3 9.600000 3.200000 15.059 0.0000 BAP /2 3 21.600000 7.200000 33.882 0.0000 BAP /3 3 19.800000 6.600000 31.059 0.0000 BAP Resíduo /4 3 64 0.150000 13.600000 0.050000 0.212500 0.235 0.8713 -------------------------------------------------------------------------------- Análise do desdobramento de 2,4D dentro de cada nível de: BAP -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------2,4D /1 3 43.350000 14.450000 68.000 0.0000 2,4D /2 3 40.800000 13.600000 64.000 0.0000 2,4D /3 3 28.800000 9.600000 45.176 0.0000 2,4D /4 3 8.600000 2.866667 13.490 0.0000 Resíduo 64 13.600000 0.212500 -------------------------------------------------------------------------------- ANEXO 9 101 Análise de variância para calogênese de Physalis angulata com diferentes concentrações de Picloram. Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------PICLORAM 4 46.000000 11.500000 38.333 0.0000 erro 20 6.000000 0.300000 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 24 52.000000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 21.07 Média geral: 2.6000000 Número de observações: 25 -------------------------------------------------------------------------------- ANEXO 10 Análise de variância para calogênese de Physalis angulata com diferentes concentrações de ANA. Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y ) -------------------------------------------------------------------------------TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------ANA 4 96.000000 24.000000 1.0E+0009 0.0000 erro 20 0.000000000E+0000 0.00000000E+0000 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 24 96.000000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 0.00 Média geral: 2.4000000 Número de observações: 25 -------------------------------------------------------------------------------- 102