DELSI SODER NYLAND - NEAD

Transcrição

DELSI SODER NYLAND - NEAD
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG
PÓS – GRADUAÇÃO (LATO SENSU) EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
DELSI SODER NYLAND
MÍDIA INFORMÁTICA: um olhar sobre a própria prática de alfabetizadora
SÃO MIGUEL DO OESTE, 2012
DELSI SODER NYLAND
MÍDIA INFORMÁTICA: um olhar sobre a própria prática de alfabetizadora
Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação (lato
sensu) Mídias na Educação, da Universidade Federal do
Rio Grande, como
requisito para a obtenção do
Título
de Especialista em Mídias na Educação.
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Jesus da Silva Machado
Co-orientador: Profa. Esp. Daiane Pereira de Souza
SÃO MIGUEL DO OESTE, 2012
DELSI SODER NYLAND
MÍDIA INFORMÁTICA: um olhar sobre a própria prática de alfabetizadora
Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação (lato
sensu) Mídias na Educação, da Universidade Federal do
Rio Grande,
como requisito para a obtenção do
Título de Especialista em Mídias na Educação.
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Jesus da Silva Machado
Co-orientador: Profa. Esp. Daiane Pereira de Souza
Rio Grande, RS
/
/2012. Nota:
Prof. Dr. Alexandre da Silva Machado
Orientador
Profa. Esp. Daiane Pereira de Souza
Co-orientadora
Coordenação da Pós-Graduação
SÃO MIGUEL DO OESTE, 2012
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a Universidade Federal do Rio Grande – FURG, que
tem nos proporcionado o Curso de Mídias na Educação através do Pólo de São
Miguel do Oeste, e a toda a equipe que faz parte do EAD. A Deus, o grande autor da
vida, pelo Dom de viver e me tornar parte do grande grupo de pessoas que
acreditam na educação.
Aos professores(as) e orientadores que sempre estiveram à disposição para
ajudar no processo de construção do conhecimento.
Em especial a minha família que sempre me apoiou nos momentos de
dificuldades e torceram para que eu pudesse concluir com êxito esta jornada.
Ao meu esposo e amigo Rubi Nyland, aos meus filhos Jean Carlos Nyland,
Teylor Luiz Nyland, noras e neto Jean Vitor Nyland.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a DEUS, ao meu esposo Rubi Nyland, aos meus
filhos Jean Carlos e Teylor Luis Nyland, aos alunos da 3ª série em período integral,
aos pais dos alunos e direção da escola, que me ajudaram e apoiaram nos
momentos mais difíceis. Minha família responsável pelo incentivo, oferecendo-me
condições para cursar essa especialização em Mídias na Educação.
Em especial à orientadora, Profª. Daiane Pereira de Souza, que orientou
todo esse trabalho de pesquisa e a Tutora Adriana Guimarães. Aos nossos
professores e tutores, pelos subsídios e dedicação, e aos colegas, em especial as
colegas Rosangêla Capeletto Foresti e Marici Mieht Da Rosa pela caminhada
conjunta e momentos de aprendizagem solidária e compartilhada.
Abrir a escola para o mundo é uma das condições para sua
sobrevivência com dignidade, nessa travessia de milênio. O
novo espaço escolar é o planeta porque a Terra tornou-se
nosso endereço, para todos. O avanço tecnológico ampliou o
espaço escolar. O novo paradigma educativo funda-se na
condição planetária da existência humana.
(GADOTTI, 2000, p. 18).
RESUMO
O trabalho desenvolvido na Escola de Educação Básica Professor Manuel de Freitas
Trancoso, no Município de Iraceminha, SC, teve por objetivo incentivar o aluno a fazer uso
da mídia informática no processo educativo e uma avaliação da prática pedagógica até
então desenvolvida, sendo que a informática ocupa cada vez mais espaço no cenário
educacional e social. Nesse sentido inserir as tecnologias no contexto da sala de aula
passou a ser uma necessidade para que o aluno se sinta incluído no universo tecnológico
que o cerca. Passar por essa transição requer do professor mudanças dos paradigmas
tradicionais para novos desafios com o uso das tecnologias na prática docente e que exige
conhecimento e reflexões para que o aluno seja colocado diante do computador com
objetivos claros, para a realização das tarefas em um período estipulado, para que assim
não se perca no emaranhado mundo de curiosidades e informações que essa tecnologia
oferece. Saber manusear e conhecer suas especificidades de uso facilita o processo de
construção do conhecimento. Precisamos repensar a nossa prática e construir novas formas
de ação que proporcionem ao educando estímulo para aprender. O computador usado como
recurso de aprendizagem irá enriquecer as aulas e modificar a forma de aprender através de
metodologias que favorecem a construção do processo educativo. Os conteúdos e trabalhos
apresentados de forma mais dinâmica e atraente potencializam maior relevância e eficácia
na aprendizagem. A mídia informática: um olhar sobre a própria prática de alfabetizadora
proporcionou novos caminhos de aprendizagem e despertou maior interesse aos educandos
a usar a criatividade para a aquisição do conhecimento.
Palavras-chave:
conhecimento.
mídia
informática,
prática
pedagógica,
aprendizagem
e
SUMÁRIO
RESUMO..................................................................................................................... 7
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10
2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 15
2.1 Objetivo Geral: ................................................................................................... 15
2.2 Objetivos Específicos: ...................................................................................... 15
3. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................... 15
3.1 Mídias na Educação .......................................................................................... 16
3.2 Informática e Internet ........................................................................................ 20
3.3 Prática Pedagógica Docente ............................................................................ 23
4. METODOLOGIA ................................................................................................... 28
4.1 Tipo de estudo ................................................................................................... 29
4.2 Local de estudo ................................................................................................. 29
4.3 Sujeitos envolvidos ........................................................................................... 30
4.4 Desenvolvimento da Prática............................................................................. 30
4.5 Coleta de dados ................................................................................................. 34
4.6 Análise dos dados ............................................................................................. 34
4.7 Aspectos éticos ................................................................................................. 35
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 36
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 41
ANEXOS ................................................................................................................... 43
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Alunos trabalhando com o software BrOffice.OrgCalc.............................31
Figura 2: Alunos trabalhando com o software HotPotatoes (módulo JClose)..........32
Figura 3: Alunos trabalhando com o software HotPotatoes (módulo JCross).........32
Figura 4: Alunos trabalhando com WebQuest.........................................................33
Figura 5: Alunos trabalhando com o blog da escola................................................33
Figura 6: Alunos trabalhando com o software BrOffice.org.Writer...........................34
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1. INTRODUÇÃO
Ao longo da minha experiência pedagógica com o uso da mídia informática
de aproximadamente dez anos, e através dos conhecimentos adquiridos durante o
curso de Especialização em Mídias na Educação, constatei que não podemos mais
ficar alheios ao uso dessa tecnologia no processo educativo, por perceber que o uso
da mesma é extrema relevância no processo de ensinar e aprender, além de
proporcionar maior interatividade e prazer em aprender, as aulas se tornam mais
produtivas e menos cansativas, tanto para os alunos como para os professores.
Na escola em que trabalho, a minha prática se dá com o uso da Mídia
Informática onde os alunos desenvolvem todas as atividades propostas com o uso
do computador. As crianças estudam em tempo integral e seguimos um
planejamento mensal com todos os professores que trabalham no projeto para
assim encaminhar e definir os conteúdos e atividades a serem trabalhadas.
De acordo com os (PCNs, 1998, p. 155) “a discussão sobre a incorporação
das novas tecnologias na prática de sala de aula é muitas vezes, acompanhada pela
crença de que elas podem substituir os professores em muitas circunstâncias”. Com
referência ao exposto observa-se que no mundo tecnológico toda e qualquer
tecnologia precisa da interferência do homem para funcionar e realizar tarefas.
Nesse sentido, as tecnologias não darão conta de substituir o homem e tão pouco o
professor no processo educativo, mas sim, continuarão sendo excelentes recursos
para inovar e aprimorar o trabalho humano, além de oferecer diferentes formas e
condições para desenvolver a aprendizagem.
Neste contexto o professor será mais importante do que nunca, pois é ele
quem planeja, organiza e desenvolve situações de ensino a partir do conhecimento
que possui, continuando a aprender e a ensinar através da palavra, do gesto, da
emoção, da afetividade, dos textos lidos e escritos sobre os conteúdos organizados
e planejados.
Diante disso, o aluno quando inserido nesse mundo tecnológico com
motivação e entusiasmo, aprende a usá-las como recursos que o apoiam no
processo de reflexão e de construção do conhecimento. Professor e aluno passam a
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perceber que a tecnologia por si só não ensina, mas a forma como a utilizamos para
ensinar e aprender é que fazem toda a diferença na busca por resultados positivos
no processo de desenvolvimento em que a criança se encontra.
O professor é o grande responsável pela transformação do espaço
educativo onde a criança esta inserida. É ele quem busca novas estratégias para
promover a aprendizagem de forma que o aluno possa produzir e aprender inserido
em um contexto mais atraente e dinâmico.
O homem com suas múltiplas inteligências e exigências não conseguiu
ainda inventar uma máquina que por si só realize tarefas sem a interferência
humana. Portanto, não somos e nem iremos ser substituídos por máquinas mórbidas
inventadas pelo homem. De acordo com a realidade tecnológica existente na
sociedade e nas escolas, todos os profissionais envolvidos deveriam de acordo com
a interação e os conteúdos curriculares planejados, fazer uso da Mídia Informática
para enriquecer suas aulas e torná-las mais significativas e atrativas aos alunos.
Percebe-se que existe certa restrição relacionada ao uso da mídia
informática no processo educativo em função da falta de segurança relacionada ao
domínio necessário do professor com relação às atividades, e a devida interação
entre a máquina e o aluno. Esse processo de quebra de paradigma e superação de
barreiras deverá ser gradativamente alcançado através de capacitações constantes
do grupo docente.
Estudos apontam que o uso do computador na prática pedagógica não deve
estar restrito a um único professor, que carrega consigo a responsabilidade de levar
os alunos até o laboratório de Informática para desenvolverem atividades e
pesquisas. Porém na escola em que trabalho ainda sou considerada a professora
responsável pelas aulas de informática nas turmas das Séries Iniciais que fazem
parte do Projeto Integral.
Devido ao entendimento de que possuo maior habilidade e domínio com a
máquina e por utilizar praticamente todos os softwares existentes para realização
das atividades, além da Internet em sites educativos, pesquisas e vídeos educativos.
Os softwares fazem parte do pacote Linux Educacional 3.0. Na Internet indico aos
alunos sites de pesquisa vinculados aos conteúdos, para que assim não se percam
no emaranhado de informações disponíveis e para que possam explorar ao máximo
esse recurso enriquecedor de conhecimentos.
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Saber trabalhar com sites de busca ou ferramentas de pesquisa é um
exercício que requer muita habilidade. Encontrar algo importante na internet, que
satisfaça as reais necessidades de quem procura, e achar o melhor, é uma arte, e
essa arte precisa ser aprendida.
Usar a informática na educação se torna cada vez mais necessário diante do
mundo tecnológico em que vivemos. A escola precisa acompanhar e oportunizar aos
seus discentes condições e espaços para lidar com essas tecnologias, a fim de
viabilizar aos educandos diferentes habilidades e que despertem maior interesse na
produção do conhecimento.
A mediação do professor é papel fundamental para que não haja dispersão
do objetivo que se deseja atingir, pois com a amplitude da navegação, é possível
que o aluno se perca e fuja do que deseja realmente alcançar, cabendo ao professor
orientar e indicar caminhos para a aprendizagem do aluno.
A inserção da mídia informática na educação por si só, já remete os alunos a
um clima de motivação, mas é preciso direcionar adequadamente tais manifestações
dos alunos, é necessário levar em consideração o contexto da atividade do aluno ao
projetar o uso do computador na sala de aula, para que assim haja aprendizagem.
Diante disso percebe-se que a utilização de recursos áudio visuais, integrado a
imagens, texto e sons nas resoluções de exercícios, a aprendizagem pelos alunos é
bem maior.
As nossas práticas pedagógicas só serão modificadas se introduzirmos o
computador de maneira eficaz como recurso de aprendizagem. Os planejamentos,
diálogos, pesquisas e a cooperação em grupo assumem importantes dimensões na
educação. Nesse contexto é necessário que a escola através de seus gestores ofereça
condições para o uso das mídias e tecnologias, estimulando e incentivando seus
professores para inseri-las na sua prática e oferecendo condições para que as mesmas
sejam integradas nas mais variadas disciplinas curriculares e nos planejamentos coletivos.
Observam-se crescentes avanços tecnológicos e a modernização em todos
os âmbitos da ciência, dessa forma a Informática não pode ficar distante do
processo ensinar e aprender. Para tanto, a sociedade requer e exige dos
educadores a formação de indivíduos preparados e competentes. Essa competência
está intimamente relacionada ao domínio adequado da tecnologia. Para tanto é
preciso que a conheçamos bem, como também utilizemos-a de forma adequada
para que hajam contribuições significativas no processo de ensinar e aprender.
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Nesse contexto, precisamos desenvolver a nossa prática pedagógica tendo
a Mídia Informática como recurso pedagógico para desenvolver conteúdos
educativos com significados que despertem interesse e prazer ao educando e a
aquisição do conhecimento.
Em um processo educativo onde se percebe que a criança desenvolve com
alegria e prazer o que lhe é proposto, a demonstração é evidente de que haverá
resultados positivos. Proporcionar ao educando oportunidades e um emaranhado de
elementos pedagógicos significa criar condições favoráveis em um ambiente de
integração entre educando, educador e tecnologias.
Quando o educador consegue construir através do seu conhecimento e
planejamento, entrando no mundo em que a criança esta inserida, teremos com
certeza a formação integral daquilo que a criança necessita para encarar os desafios
da vida.
Outro ponto que considero relevante é a minha experiência ligada ao ensino
com o uso da Mídia Informática de aproximadamente dez anos em Escolas da Rede
Pública Estadual com turmas do ensino Fundamental. Esse período tem me
proporcionado momentos de avaliação sobre a importância que essa tecnologia tem
no processo de ensinar e aprender.
A minha primeira experiência com o uso de tecnologias foi no dia sete de
abril de 1995, quando na oportunidade iniciei ministrando cursos de Datilografia. Em
1999, superando a fase da máquina de escrever iniciei ministrando cursos de
Informática. No ano de 2001, fui chamada para trabalhar em escola Pública Estadual
com alunos do Ensino Fundamental em projeto de Informática feito pela escola no
contra turno. Paralelamente a este trabalho iniciei a minha formação pedagógica
pela Universidade Estadual de Santa Catarina, UDESC.
Dando continuidade a trajetória estudantil ingressei na Especialização em
Educação Infantil, Séries Iniciais e Gestão Escolar pela Faculdade de Administração,
Ciências, Educação e Letras AUPEX de Santa Catarina. Essa formação possibilitoume experiência profissional para atuar como professora que deixou de ensinar
apenas a operar softwares para também ensinar a fazer uso dessa ferramenta para
ensinar o aluno a descobrir novos conceitos de aprendizagem que a Especialização
em Mídias na Educação tem me proporcionado.
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O curso de Mídias, no entanto, trouxe novos conceitos de aprendizagem
com o uso das tecnologias, em especial a Mídia Informática através da inserção de
novos softwares educativos na prática pedagógica que ajudam a dar segurança
quanto ao adequado uso e sua inserção no planejamento e na prática dos
conteúdos curriculares.
Procuro inserir a Mídia Informática na minha prática pedagógica de forma
planejada e coerente com a da minha formação em pedagogia e de acordo com o
projeto político pedagógico da escola, como um recurso de aprendizagem
significativo para a construção do conhecimento.
A criança já nasce em meio ao mundo tecnológico e no qual ela se
desenvolve. Enquanto que a maioria dos Educadores ainda necessita se adaptar as
novas tecnologias para que possam oferecer condições de acesso aos seus alunos,
a fim de viabilizar uma formação crítica e voltada ao mundo que os cerca.
Repensar a nossa prática e se inserir no mundo tecnológico, significa se
inteirar ao mundo em que vivemos e no mundo onde nossas crianças nascem e
convivem, o enfoque central desse trabalho é a MÍDIA INFORMÁTICA: um olhar
sobre a própria prática de alfabetizadora, que tem por objetivo o uso adequado e
significativo no processo de ensinar e aprender para a aquisição do conhecimento e
condizentes a realidade do aluno.
Nessa perspectiva a mídia informática oferece um emaranhado mundo de
recursos audiovisuais que possibilitam diferentes formas de aprendizagem e que
facilitam a compreensão dos objetivos imprimidos.
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2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral:
Investigar de que forma a mídia informática contribui no processo de
Alfabetização Escolar.
2.2 Objetivos Específicos:
- Investigar os avanços da minha prática pedagógica com o uso da mídia
informática no processo de ensino;
- Desenvolver novas metodologias e novas habilidades de ensino com o
uso da mídia informática no processo de aprendizagem;
- Perceber a importância que a mídia informática exerce dentro das
diferentes áreas de conhecimento;
- Observar os avanços da criança em um novo ambiente de
aprendizagem e de socialização do saber com o uso da mídia informática.
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3. REFERENCIAL TEÓRICO
Os diferentes meios de comunicação inventados pelo homem são resultado
do progresso que vem se acumulando ao longo da história da humanidade e que
contribuem significativamente na evolução da sociedade, através da ciência
tecnológica a sociedade insere novos mecanismos de trabalho que propiciam maior
interatividade, rapidez, comodidade, conforto e bem estar.
As mudanças científicas contribuíram com a evolução rápida e com a
mudança cultural decorrente, que exige dos sistemas de ensino juntamente com os
professores e alunos a superação de novos desafios para se adaptarem a essa nova
postura e superar paradigmas do modelo tradicional.
É necessário promover profundas reflexões que constantemente convirjam
para ações que procuram inserir a escola a esse mundo das mídias. Compete a toda
a comunidade escolar buscar alternativas que possibilitam a inserção na prática de
todas as mídias em um contexto curricular.
Sabemos que não existem receitas prontas, mas os esforços, as
capacitações deverão superar os obstáculos e proporcionar alternativas que melhor
se adaptam a realidade do mundo que envolve os alunos.
3.1 Mídias na Educação
As mídias produzem e representam o conjunto de diferentes linguagens de
comunicação e de informação, e podem ser caracterizadas como: auditiva, visual,
audiovisual, multimídia e hipertextual, utilizam diversos signos e códigos
organizados, que dão sentido e viabilizam novas formas de conhecimento e de
aprendizagem.
De acordo com o conteúdo da disciplina multimídia educativa – ferramentas
de autoria a mídia pode ser conceituada como “um termo utilizado em comunicação
e pode apresentar vários significados”, tais como: meios de comunicação, veículos
de comunicação, comunicação em massa, área da publicidade responsável pela
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veiculação de anúncios ou suporte de armazenamento de informações. (BRASIL,
2012)
Para conhecer e compreender essas diferentes linguagens das mídias
precisamos decifrar as suas mensagens e identificar seus valores culturais e morais,
para assim introduzi-las como uma nova oportunidade de aprendizagem que
permitem as crianças a compreensão e criticidade sobre o que é veiculado.
As modernas tecnologias de informação como o computador exigem cada
vez mais seres sociais preparados e capazes de se comunicar. Mas para tanto
precisamos nos inserir no mundo interativo dessa tecnologia para dialogar e atingir o
pleno desenvolvimento da cidadania, voltada para a democracia amparada em
valores como o respeito, tolerância, cooperação e solidariedade.
Adquirir conhecimentos prévios sobre a linguagem técnica da informática
são recursos importantes para que as crianças possam atingir contextualização e
interação com as tecnologias. Esses prepostos são importantes para a alfabetização
desejada, proporcionando as crianças diversas informações para que o uso das
tecnologias lhes ofereça prazer em usá-las para a produção do conhecimento.
A escrita transformou profundamente o processo educativo. E a
incorporação da escrita como forma de produção e de conservação do
conhecimento trouxe uma dupla diferença: era preciso ensinar o
conhecimento que se tornava cada vez mais amplo e complexo, mas para
isso era preciso primeiro ensinar a própria técnica da escrita. (Franco, 1999,
p.1).
Franco (1999) compreende que para haver conhecimento é necessário o
domínio prévio da escrita. O mesmo conceito pode ser atribuído diante da inserção
da mídia informática, quando a criança necessita compreender de que forma poderá
manusear os componentes que compõem essa tecnologia, para poder através
desse domínio incorporar em sua prática o uso adequado desse recurso.
Quando o professor propõe situações de aprendizagem com o uso da Mídia
Informática, é fundamental que se conheça o software que se vá utilizar para assim
problematizar os conteúdos curriculares e identificar as diferentes possibilidades
para se desenvolver os trabalhos pedagógicos.
A utilização de softwares educativos por si só não garantem a aprendizagem
de conteúdos escolares, precisamos instigar nossas crianças para a curiosidade e o
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desejo de aprender, lançando novos desafios e relações de aprendizagens que
gerem o conhecimento, criando novas potencialidades e desafios.
Kenski (2001) orienta para uma aprendizagem mais significativa e ligada a
realidade do educando, onde o aluno possa se sentir inserido e motivado a participar
da produção do conhecimento que se dá através dos conteúdos curriculares e da
realidade em que o educando está inserido, para assim contempla-los no processo
educativo. A mídia informática permite sair do mundo tradicional de aprendizagem
para um novo mundo em transformação tecnológica, aproxima-se de novas
possibilidades e de novos anseios com uma relação mais próxima e dinâmica para a
compreensão dos conteúdos e da realidade que nos cerca.
Vivemos em um mundo tecnológico e não podemos conceber a Informática
como apenas ferramenta e ignorar suas potencialidades no processo educativo. E
nem tão pouco limitar a ensinar os conteúdos escolares de forma desconexa com a
vida cotidiana dos sujeitos. Precisamos acompanhar a evolução e buscar constante
formação continuada, assim teremos segurança diante do que queremos ensinar,
precisamos saber operar as tecnologias para a resolução de problemas, tomar
iniciativas, comunicar-se melhor, analisar, construir, representar, verificar, dialogar,
criticar, divulgar, produzir conhecimentos e promover a cidadania.
Os profissionais da educação não podem
ficar alheios às novas
tecnologias, principalmente a computacional, pois ela faz parte das
transformações que ocorrem muito rapidamente no mundo inteiro. Cabe a
unidade escolar promover a inserção desta tecnologia, orientando os
alunos(as) a buscar o conhecimento de modo que lhe seja útil a sua vida
pessoal, profissional e social, intensificando o trabalho educativo. O
principal objetivo da educação é criar homens que sejam capazes de fazer
coisas novas, e não de simplesmente respeitar o que as outras gerações já
fizeram – homens que sejam criadores e inventores. O segundo objetivo da
educação é formar mentes que tenham capacidade de criticar e de
verificação e que não aceitem tudo o que lhes é oferecido. (PIAGET, 1969,
p. 182).
De acordo com Piaget (1969), importância do uso adequado da Informática
no contexto escolar e os benefícios no processo de ensinar e aprender das nossas
crianças se dá através de propostas e planejamentos que visem mudanças
significados no contexto escolar. Inseri-lo como um novo recurso de aprendizagem
implica em uma prática de ensino inovadora.
A incorporação dessa mídia no processo ensino aprendizagem para a
construção do conhecimento impõe novas formas de ensinar e aprender por meio de
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softwares educativos que visam promover o desenvolvimento intelectual do aluno.
Alunos manifestam seus sentimentos de forma produtiva em ambientes de
aprendizagem informatizada, interagindo com os colegas e professores, superando
em parte suas dificuldades de relacionamento e aprendizagem.
As crianças nascem em uma cultura em que se clica, e o dever dos
professores é inserir-se no universo de seus alunos. Se a escola ministra
um ensino que aparentemente não é mais útil para uso externo, corre um
risco de desqualificação. Então, como vocês querem que as crianças
tenham confiança nela? (PERRENOUD, 2000, p. 125).
Philippe Perrenoud (2000), afirma que diante do mundo tecnológico a escola
deve se inserir no contexto de um currículo planejado para o uso das mídias e evitar
assim que se crie um mundo pedagógico sem sintonia com a realidade onde a
criança está inserida. Precisamos estar em constante busca de aprendizado,
capacidade reflexiva, criticidade condizentes com a realidade do educando.
A Mídia Informática possibilita ao educador e ao educando um leque de
informações precisas relacionados aos conteúdos, apresentado de forma diferente a
dos apresentados nos livros didáticos. Existe uma dinâmica associada ao som e
imagem que despertam no aluno novos mecanismos de aprendizagem e que fazem
surgir novas formas de pensar e de produzir o conhecimento, além de permitir a
interação e troca de informações de modo que cada um possa atrair com
produtividade o conhecimento em favor do seu desenvolvimento intelectual, social e
profissional.
O aluno de fato revela o quanto se motiva e se interessa ao desenvolver
atividades através de aulas com o implemento das tecnologias. A forma tradicional
de ensinar com o livro didático esta sendo superada através da inserção das Mídias.
Esta observação fica clara e evidente desde que conteúdos planejados e
trabalhados durante as aulas sejam interessantes e significativos para a vida do
aluno. Não basta nós educadores apenas monitorar, e sim intermediar, o que exige
acima de tudo preparação e conhecimento.
Dessa forma torna-se extremamente necessário o uso adequado e a
produção do conhecimento tecnológico como forma de adequar ao mundo
das crianças, já das Séries Iniciais, esses recursos que posteriormente
facilitam a aprendizagem e a leitura dos desafios que esperam essas
crianças. (FREIRE, Revista Mundo Jovem, 1998).
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Neste contexto de acordo com Paulo Freire (1998), é indispensável que o
educador seja um mediador com capacitação constante, para poder adequar o uso
das mídias de forma coerente ao currículo e ao planejamento das atividades
propostas. Se bem utilizadas, ela só tem a somar no processo de aprendizagem e o
professor passa a ter a função de coordenador, aponta caminhos, esclarece dúvidas
e medeia nas dificuldades dos alunos.
Adaptar a informática ao currículo escolar é proporcionar ao aluno a
utilização do mesmo como instrumento de apoio ás disciplinas e consequentemente
oportunizar a eles preparação para inserir-se em uma sociedade informatizada e
mais igualitária.
A educação não se reduz à técnica, mas não se faz educação sem ela,
utilizar computadores na educação, em lugar de reduzir, pode expandir a
capacidade crítica e criativa de nossos meninos e meninas. Depende de
quem o usa, a favor de que e de quem, e para quê. O homem concreto
deve se instrumentalizar com os recursos da ciência e da tecnologia para
melhor lutar pela causa de sua humanização e de sua libertação. (FREIRE,
1979, p. 22).
Segundo destaca Freire (1979), o mundo virtual não pode ser diferente do
mundo real dentro das escolas. As mídias são um verdadeiro pólo magnético, que
possibilita motivação e estimulo para enriquecer a produção do conhecimento.
Constantemente estamos aprendendo a ensinar e a aprender, integrando-nos as
novas tecnologias para que num futuro bem próximo tenhamos cidadãos mais
ativos, produtivos, participativos e prontos para ajudar a melhorar o mundo.
As modernas tecnologias de informação como o computador exigem cada
vez mais seres sociais preparados e capazes de se comunicar. Mas para tanto
precisamos nos inserir no mundo interativo dessa tecnologia para dialogar e atingir o
pleno desenvolvimento da cidadania, voltada para a democracia amparada em
valores como o respeito, tolerância, cooperação e solidariedade.
3.2 Informática e Internet
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A mídia internet é uma rica ferramenta de pesquisa e contribui nas mais
diversas disciplinas, considerando-a a maior biblioteca virtual já vista no mundo, com
infinitas quantidades de informações e de recursos de aprendizagens. Para Moran
(1997), os alunos aprendem a utilizar facilmente a Internet, nesse sentido, deve-se
evitar que tenham o acesso sem orientação adequada, para que ao acessar
conheçam os riscos disponíveis e evitem divulgar dados pessoais e o acesso a
informações inadequadas.
Moran (1997, p. 143-156), enfatiza também as disposições positivas no uso
da internet na educação que visa o
Aumento da motivação dos alunos pelas aulas; contribuição ao
desenvolvimento da intuição, flexibilidade mental, adaptação a ritmos
diferentes; desenvolvimento de novas formas de comunicação; aumento do
interesse pelo estudo de línguas; ampliação das conexões linguísticas,
geográficas e interpessoais; crescimento de interações onde os contatos
virtuais se transformam em presenciais, quando é possível.
Diante disso, percebe-se que a internet oferece benefícios positivos para o
educando, além do rico acesso a diferentes culturas, textos, sons, imagens e vídeos,
melhora a capacidade de compreender e avaliar as informações e manter-se
informado. Permite o acesso a comunidades e Web Sites de escolas, jogos
educativos, diversas áreas de contato como redes sociais virtuais, chats, fóruns,
correio eletrônico, blogs e comércio fácil através de páginas da Web, além de
habilidades educacionais úteis para trabalhos futuros e experiências educativas
gratificantes que aumentam o desempenho escolar da criança.
Sendo assim, a internet coloca novos desafios para os professores porque,
ao contrário da televisão e rádio a Internet é interativa e a criança pode interagir com
outra pessoa on-line a partir de sua casa, escola ou biblioteca. Permite a qualquer
usuário, em qualquer lugar, postar qualquer informação, incluindo os materiais que
são imprecisos, enganosas e inadequadas para crianças. Não prevê qualquer
restrição à publicidade.
Moran (1997), também alerta sobre o comodismo professor e aluno, das
situações de risco, da falta de planejamento, da desconexão com o contexto
pedagógico e das dificuldades em associar os conteúdos curriculares com o mundo
virtual:
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professores e alunos se relacionam com a Internet, como se relacionam
com todas as outras tecnologias. Se são curiosos, descobrem inúmeras
novidades nelas como em outras mídias. Se são acomodados, só falam dos
problemas, da lentidão, das dificuldades de conexão, do lixo inútil, de que
nada muda. (MORAN 1997, p. 143-156).
No entanto, esse novo meio de comunicação também apresenta situações
de risco. Para ajudar a manter a segurança online dos alunos, precisamos listar os
benefícios positivos, bem como os possíveis riscos. Diante disso é necessário que o
corpo docente conheça sobre a internet e acompanhe as atividades propostas aos
alunos que serão desenvolvidas no laboratório de Informática.
Nesse sentido também é importante que se defina regras com uma linha
educacional de compreensão sobre os infinitos limites disponíveis na internet para a
pesquisa de conteúdos adequados as crianças, estabelecendo limites de uso.
No mundo virtual encontramos pessoas que usam a internet para promover
situações não apropriadas aos internautas. Como sites cheios de material
pornográfico, informações sobre drogas, criminosos que usam a internet para
encontrar suas vítimas, conteúdos ilegais, pornografia infantil, racismo, difamação,
publicidade sobre drogas ilegais, ameaças, violência, informação sobre seitas,
distúrbios alimentares e falsas informações, entre tantos outros malefícios
disponíveis.
Para amenizar e obter um controle de acesso adequado existem softwares
que bloqueiam esses dados e que podem ser instalados no computador para evitar
o acesso a informações indesejadas. Mesmo com orientação a imaturidade e a
curiosidade das crianças podem gerar graves situações de riscos, por isso é
necessário que se tenha presente constantemente a conscientização para que os
conteúdos propostos na Rede sejam sempre acessados de forma que possam
contribuir para enriquecer a aprendizagem. A orientação proposta para o uso
educativo da Internet deve ser parte do planejamento e da mediação do Professor.
É importante que se trabalhe a partir de uma orientação planejada para que
não ocorra download de fotografias de fontes desconhecidas, pois podem ser
imagens pornográficas ou ofensivas, não revelar a ninguém informações pessoais,
(incluindo idade, sexo, telefone, endereço, escola que freqüentam), ou informações
a cerca da família, não preencher formulários de perfil online de caráter pessoal.
Diante das situações de risco descritas não podemos deixar de incorporar
na nossa prática pedagógica esse recurso de pesquisa e aprendizagem, visto que o
22
mesmo anda em consonância com o mundo das tecnologias. Sabendo dos riscos
que esse meio proporciona quando do seu uso inadequado é imprescindível que a
escola se mobilize em torno de planejamentos que proporcionam condições
adequadas de uso, como aponta Fróes (2008 p. 29):
Mobilizar o corpo docente da escola a se preparar para o uso do Laboratório
de Informática na sua prática diária de ensino-aprendizagem. Não se trata,
portanto, de fazer do professor um especialista em Informática, mas de criar
condições para que se aproprie dentro do processo de construção de sua
competência, da utilização gradativa dos referidos recursos informatizados:
somente tal apropriação da utilização da tecnologia pelos educadores
poderá gerar novas possibilidades de sua utilização educacional.
Fróes (2008) destaca a importância de o professor ter uma infraestrutura
material e humana muito boa com relação ao uso da Internet na educação, para
assim puder inserir na sua prática pedagógica atividades significativas e com muito
mais interatividade entre os vários elementos disponíveis como a introdução de
multimídia1 com animação integrada ao áudio e texto.
A mídia internet é um mecanismo muito rico de informação e comunicação,
possibilita novas formas de codificação, construção, armazenamento e transmissão
de conhecimentos, oferece novas possibilidades de ensino através da interação,
socialização dos conteúdos e da redescoberta de novos conceitos de aprendizagem
que conseqüentemente possibilitam ao aluno diferentes formas de aprender e
interiorizar o conhecimento.
3.3 Prática Pedagógica Docente
Na era da informação e comunicação em massa, à escola tem grande
função, o professor além de mediador, deve também ser um colaborador na
aprendizagem do aluno, por isso é necessário que ele seja uma pessoa bem
informada, disposta a mudanças para contribuir com processo de aprendizagem. É
preciso que se lance novos desafios e se provoque reflexões críticas a respeito do
1
Multimídia: conjunto de texto, som, imagem, animação e vídeo que permitem uma interação
máquina/homem. (COMENIUS. João Amos. Didática Magna. São Paulo: Organizações Simões,
1954, p.97).
23
assunto em estudo.
Trabalhar com as novas tecnologias em sala de aula requer alguns
conhecimentos técnicos de uso para manuseá-los e inseri-los no processo educativo
de maneira crítica e criativa para a produção e obtenção de conhecimento.
Precisamos estar atentos e saber como manipular e operar esses recursos
existentes, além de conhecer o processo de produção pelo aluno, só teremos uma
compreensão crítica a partir do momento que estudarmos e experimentarmos essa
tecnologia em nosso cotidiano.
A escola ao possibilitar o uso das novas tecnologias em sala de aula, está
colocando o educando em contato com o mundo, além de incentivá-lo a ter atitudes
que visam à aprendizagem e o desenvolvimento humano, e se propõe a quebrar
paradigmas, principalmente na relação do mundo docente com o mundo discente,
nada neste contexto deve ser estático e sim dinâmico acompanhado sempre as
inovações que despertam no mundo da ciência.
A cada dia somos desafiados a buscar novas práticas pedagógicas em
decorrência do mundo globalizado e em constante transformação. Diante disso se
percebe que o computador está presente no processo educativo dos alunos, quer a
escola o utilize na sua prática docente ou não.
Segundo afirmam os autores Lucena e Funks (2000, p. 20):
A tecnologia educativa não pode estar desligada da teoria de educação que
envolve várias ciências. A tecnologia, como prática usada no ensino, é fruto
de uma proposta político-pedagógica respaldado por conceitos que são o
lastro dessa proposta. Ou seja, tanto faz o quadro de giz ou a Web, a
tecnologia usada há de ser referendada para poder fazer sentido. A técnica,
por si só, não forma nem o professor nem o aluno.
Os autores destacam a importância de saber introduzir e utilizar esse
recurso pedagógico e possibilitar novas formas de produção de conhecimento, onde
o professor assume o papel de mediador desse processo. Nesse sentido é
necessário que ofertemos um ensino voltado ao mundo real em que nossas crianças
vivem e em busca de uma formação de cidadãos conscientes, críticos, autônomos,
com capacidade de criticar, decidir e agir em favor de uma sociedade cada vez
melhor.
Quando a criança é envolvida no contexto social e escolar, estará mais
motivada e aberta a participar das decisões relacionadas à sua escola, da sua vida e
24
conseqüentemente terá maior aprendizado. Nesse sentido é de fundamental
importância à participação da comunidade escolar na elaboração do Projeto Político
Pedagógico da escola, para juntos debater e decidir as ações em benefício da
comunidade escolar e do aluno, e assim estar familiarizado com a real situação do
contexto pedagógico e administrativo da escola.
Se analisarmos a realidade da nossa escola que conta com grande
quantidade de tecnologias e mídias, não podemos deixar de inseri-las no contexto
pedagógico.
Precisamos
aprender
a
conhecer
as
variadas
linguagens,
especificidades e formas de operação, para que não se tornem meras máquinas
ignoradas por formadores de opiniões que não buscam saber manuseá-las.
Nesse sentido, é necessário que a escola através de seus gestores ofereça
condições para o uso das mídias e tecnologias, estimulando e incentivando seus
professores para inseri-las na sua prática, oferecendo espaços de uso e condições
na busca de aperfeiçoamento para assim integrá-las adequadamente nas mais
diferentes disciplinas curriculares e nos planejamentos coletivos.
Percebe-se, no entanto, que a geração docente demonstra dificuldade,
resistências e que em decorrência a isso levam a inserção do uso das tecnologias
de forma desvirtuada e desconexa com o currículo proposto nas diversas disciplinas.
Preparar o aluno para o contato com as máquinas é um fator importante. Isso,
porém só é possível se o próprio professor mediador tenha condições, preparo e
conhecimento para essa prática.
As superações diante das dificuldades dependem de cada um, ao
decidirmos pelos nossos desejos e ansiedades temos objetivos e metas a serem
traçadas. O prazer em aprender, coisas novas superam em parte essas dificuldades,
e nos proporcionam maior segurança no ofício que temos para desempenhar, que é
o compromisso de ensinar e ao mesmo tempo de aprender constantemente, se
inteirar com o novo, se envolver com a realidade dos nossos alunos é missão do
educador dinâmico e responsável.
De acordo com o que escreve Borba e Penteado (2001, p. 31):
O acesso à informática deve ser visto como um direito e, portanto, nas
escolas públicas e particulares o estudante deve poder usufruir de uma
educação que no momento atual inclua, no mínimo, uma „alfabetização
tecnológica‟. Tal alfabetização deve ser vista não como um curso de
Informática, mas, sim, como um aprender a ler essa nova mídia. Assim, o
computador deve estar inserido em atividades essenciais, tais como
25
aprender a ler, escrever, compreender textos, entender gráficos, contar,
desenvolver noções espaciais etc. E, nesse sentido, a Informática na escola
passa a ser parte da resposta a questões ligadas à cidadania.
Segundo o que descreve o autor, vivemos na era digital e a escola deve se
inserir nesse processo. Levar em conta a história da alfabetização que teve início
com a oralidade e depois com o surgimento da escrita e atualmente já existe a
distribuição de livros em formato eletrônico. Acompanhar essa evolução é se
envolver e acompanhar as transformações que vem ocorrendo na educação.
Atualmente vivemos na era em que as nossas crianças aprendem desde
muito cedo a manusear as teclas e as ferramentas disponíveis no computador, se
deparam com os mais variados textos, imagens, músicas, vídeos, filmes, desenhos,
slides, fotos, jogos e outras animações que lhes possibilitam diferentes leituras e
letramentos que despertam o processo de alfabetização, facilitando o percurso no
processo escolar.
O acesso ao computador é cada vez mais crescente pelas nossas crianças,
adolescentes e jovens, porém existe um desafio para inserir no contexto pedagógico
e no âmbito curricular das atividades planejadas em cada disciplina. Compete à
escola inserir alternativas para transformar esse conhecimento técnico do educando
em conhecimento cientificamente elaborado.
Quando passamos a identificar, interpretar e analisar as características e
significações da mídia na vida de nossas crianças, no contexto escolar e como o
professor, em sua ação pedagógica, poderá ir além do uso do giz e do quadro
negro, da aula expositiva e do uso do livro didático, promovendo novos processos de
aprendizagem e a criança passa a perceber que a escola oferece um ensino a partir
do que a sociedade oferece no seu contexto de trabalho e desenvolvimento humano
e social, a aprendizagem também passa a ser mais significativa e a criança
consegue com maior facilidade associar a sua vivência com a dos conteúdos
escolares.
Tenho observado na minha prática pedagógica a cada ano, quando do
ingresso de novos alunos vindos de outras unidades escolares e que não tiveram a
oportunidade do acesso a Informática em suas unidades de estudo, o quão
necessitam da mediação do professor para a realização de uma tarefa. A começar
pelo manuseio do mouse e teclado. A maioria das nossas crianças com computador
26
em casa utiliza-o somente para jogos e comunicação (MSN, Email e Orkut) e não
para a realização e produção de atividades.
Ensiná-los a operar um software adequadamente para poder organizar de
maneira eficaz uma atividade, exige antes de tudo paciência para que possam
compreender a importância de saber trabalhar com essa tecnologia que em
consequência gera a aprendizagem com o desenvolvimento dos conteúdos
propostos.
Ouço no ambiente escolar depoimento de professores que levam seus
alunos no laboratório de informática advindos de outras escolas em que verificam
uma disparidade com relação ao uso do computador. Alegam não haver rendimento
quando a criança não sabe manusear a máquina para fazer uma simples tarefa de
pesquisa e tão pouco uma atividade mais complexa.
É de responsabilidade de o professor ensinar os fundamentos que norteiam
em conhecimentos indispensáveis para de forma gradativa poder ser assimilados
pelos alunos. Não se pode ensinar o que não se sabe e nesse sentido o professor
tem a missão pedagógica de buscar as estratégias que permitem ao aluno obter
suportes para desenvolver a aprendizagem.
Percebe-se que no universo das políticas públicas em relação à educação,
muitas unidades escolares ainda estão alheias a planejamentos que integrem o uso
das tecnologias. Os professores demonstram dificuldade por serem de uma geração
em que as tecnologias eram secundárias. Inserem geralmente de forma
fragmentada o uso das mídias no contexto curricular.
O autor Marçal Flores destaca que
A informática deve habilitar e dar oportunidade ao aluno de adquirir novos
conhecimentos, facilitar o processo ensino/aprendizagem, enfim ser um
complemento de conteúdos curriculares visando o desenvolvimento integral
do indivíduo. (FLORES, 1996, p.18).
Segundo o que escreve o autor a informática é um recurso que se bem
planejado levará o aluno a uma motivação e facilita a produção do conhecimento e
torna as aulas mais prazerosas. Todas as instituições de ensino, públicas e
privadas, devem incluir no mínimo uma alfabetização tecnológica que permite
preparar os alunos para uma educação cidadã.
27
A informática nas escolas deve ser vista como um recurso de inclusão tanto
para o professor como para o aluno, construindo novos espaços, superar demandas
e diversidades. Como a rapidez da produção de conhecimento no mundo impõe
novas demandas, é necessário criar imaginar e inovar para que o desenvolvimento
tecnológico se torne realidade no contexto escolar.
Vivemos em meio à era de modernização tecnológica e os computadores
passam a ser recursos de aprendizagem indispensáveis no processo do
desenvolvimento científico. E nesse sentido propiciar ao aluno o acesso a essa
tecnologia é possibilitar lhe novas descobertas e contribuições em prol de um mundo
melhor.
28
4. METODOLOGIA
4.1 Tipo de estudo
A metodologia empreendida foi de caráter exploratório com abordagem
qualitativa, que de acordo com o livro Etnografia da Prática Escolar de Marli Eliza
Dalmazo Afonso de André (1995 p. 30), destaca que a
“pesquisa etnográfica busca a formulação de hipóteses, conceitos,
abstrações, teorias e não sua testagem. Para isso faz uso de um plano de
trabalho aberto e flexível, em que os focos da investigação vão sendo
constantemente revistos, as técnicas de coleta reavaliadas, os instrumentos
reformulados e os fundamentos teóricos, repensados”.
André (1995) aponta que a pesquisa qualitativa identifica constantes
mudanças e vislumbra novos conceitos e relações sobre o entendimento da
realidade que nos cerca. A dinâmica do percurso é flexível e se adapta a novos
fundamentos e reformulações para que os resultados sejam cada vez mais positivos.
Diante disso houve uma compreensão mais clara sobre o objetivo do
trabalho proposto para melhor identificar as dificuldades e contribuições que essa
Mídia exerce no processo de educação escolar, bem como sobre a importância de
se realizar uma análise da prática através de conversações, observações, registros
descritivos, vídeos, registros com fotos e entrevistas.
4.2 Local de estudo
A Escola de Educação Básica Professor Manuel de Freitas Trancoso no
Município de Iraceminha, Estado de Santa Catarina, onde apliquei o meu Projeto de
Pesquisa conta com os seguintes Recursos Físicos: 12 (doze) salas de aula,
secretaria, sala para os professores, cozinha, banheiro masculino e feminino,
gabinete de direção, sala de orientação, sala de artes, laboratório de informática,
laboratório de química, sala do SAED, auditório para reuniões e área coberta.
O espaço físico da escola também possui uma biblioteca, mas com o acervo
29
bibliográfico muito reduzido com livros de pesquisa, dois retroprojetores, cinco
vídeos, quatro TVs, dois computadores disponíveis para os professores e Kit TV
Escola para gravação dos conteúdos em fitas e posterior aproveitamento em sala.
Anexo à escola tem um ginásio de esportes e um campo gramado para a
prática de Educação Física, além de um grande pátio onde as crianças brincam nos
intervalos e onde são desenvolvidas as aulas semanais do horário da brincadeira
com as turmas em período Integral.
4.3 Sujeitos envolvidos
A prática pedagógica desenvolvida na escola contou com a participação de
24 alunos da turma do 3º ano em tempo Integral, entre a faixa etária de 8 a 9 anos
de idade e que apresentaram características de classe média e baixa, e sua maioria
residente no interior do município.
4.4 Desenvolvimento da Prática
O presente trabalho teve início no dia onze de Junho de dois mil e onze.
Inicialmente foi feita a apresentação do tema aos alunos e encaminhada autorização
para a Direção da escola e aos pais dos alunos que consentiram o desenvolvimento
do projeto de pesquisa.
Diante do proposto, observou-se que não manifestaram estranheza, e sim
interesse e satisfação, acredito ser isso resultado de uma prática decorrente de três
anos com a mesma turma, tendo sempre a mídia informática presente no decorrer
da prática, além de ensinar e aprender a operar adequadamente os softwares
sugeridos.
Segundo Lévy (1998, p.29):
as crianças aprenderão a ler e escrever com máquinas editoras de texto.
Saberão servir-se dos computadores como ferramentas para produzir sons
e imagens. Gerirão seus recursos audiovisuais com o computador, pilotarão
robôs... (...) O uso dos computadores no ensino prepara mesmo para uma
nova cultura informatizada.
30
O autor ressalta que a criança desde muito cedo já tem acesso às
tecnologias, e logo manifesta interesse e curiosidade, permitindo-lhes novas
descobertas e em consequência aptidões como o da leitura e escrita.
Sendo assim a criança precisa ser orientada para essa nova cultura digital
em que está inserida, para que assim ela possa fazer uso do computador para
avançar nesse universo da cultura digitalizada de forma produtiva e segura,
garantindo-lhes uma formação com senso crítico conhecedor de situações
problemas e formador de opiniões.
Num 2º momento efetuou-se uma conversação da prática pedagógica até
então inserida, onde fiz várias observações e registros descritivos relacionados à
minha prática em sala de aula com o uso do computador. Analisando os pontos
positivos e pontos a serem melhorados no decorrer do trabalho.
No
3º
momento
foram
desenvolvidas
atividades
no
software
BrOffice.orgCalc, onde se verificou uma interação e socialização bastante animadora
por parte dos educandos durante o desenvolvimento das atividades propostas, a
exemplo da tabuada no Software BrOffice.OrgCalc e posterior a isso a resolução de
problemas matemáticos por eles elaborados e resolvidos no mesmo software. Na
Figura 1 temos os alunos trabalhando com este software:
Figura 1 – Alunos do 3º ano trabalhando com o software BrOffice.OrgCalc
A turma apresenta alguns alunos com dificuldades de aprendizagem e que
requerem maior atenção para poderem desenvolver as atividades propostas. Nesse
sentido observou-se uma grande interação e ajuda mútua entre os colegas, para que
todos pudessem dentro do prazo realizar o trabalho proposto, ou quando solicitados
31
pela professora para ajudar os colegas que apresentavam dificuldades, para que
dentro de suas limitações de aprendizagem também pudessem realizar as
atividades propostas mediados do colega e ou pelo professor.
No 4º momento desenvolvemos atividades no Software Hot Potatoes,
Módulo JClose, exercícios de preencher as lacunas, sobre os órgãos dos sentidos
humano. Estas atividades são demonstradas na Figura 2:
Figura 2 – Alunos do 3º ano trabalhando com o software HotPotatoes, módulo JClose
No 5º momento houve o estudo sobre noções de softwares e hardwares no
software Hot Potatoes, Módulo JCross, exercícios em forma de palavras cruzadas.
Esta atividade prática é demonstrada na figura 3:
Figura 3 – Alunos do 3º ano trabalhando com o software HotPotatoes, módulo JCross
No 6º momento foram realizados atividades e jogos educativos no site
www.atividadeseducativas.com.br. Também foi realizada com a turma a atividade
32
recomendada
na
minha
“WebQuest”
no
site
http://www.anossaescola.com/cr/webquest_id.asp?questID=2431 sobre o lixo com o
Tema: “Nem todo o lixo é lixo”.
Figura 4 – Alunos do 3º ano trabalhando na minha WebQuest
No 7º momento foi acessado o blog da escola através do endereço
eletrônico http://eebpmft.blogspot.com.br/, bem como o Blog da professora no
endereço http://delsinyland.blogspot.com.br/, onde tiveram a oportunidade de
visualizar todo o conteúdo postado e fazer comentários a respeito das atividades.
Figura 5 – Alunos do 3º ano trabalhando no blog escolar
Também foi realizado em dupla um texto descritivo avaliativo referente às
aulas até então desenvolvidas, e a organização dos registros e dos resultados
obtidos com a turma.
33
Figura 6 – Alunos do 3º ano trabalhando no software BrOffice.org.Writer
Diante dos relatos da prática e das atividades desenvolvidas com a mídia
informática nas aulas trabalhadas com a turma durante a semana, procurava sempre
que possível estar em sintonia com a professora titular da turma para dialogar e
juntas fazermos os ajustes necessários dos planejamentos e analisar os conteúdos,
observar os avanços e rendimentos que a turma vinha apresentando.
4.5 Coleta de dados
Efetuou-se uma conversação da prática pedagógica até então desenvolvida,
onde fiz várias observações e registros descritivos relacionados à minha prática em
sala de aula com o uso do computador. Analisando os pontos positivos e pontos a
serem melhorados no decorrer do trabalho.
4.6 Análise dos dados
A metodologia empreendida para a análise dos dados foi de caráter
exploratório com abordagem qualitativa, permitindo uma compreensão mais clara
dos objetivos propostos.
34
4.7 Aspectos éticos
Foram observados e envolveram o consentimento da direção da escola e
dos pais dos alunos que permitiram, durante o desenvolvimento do trabalho, a
divulgação de fotos, vídeos com áudio e entrevistas para amostragem da prática
desenvolvida.
35
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Inserindo-se na prática pedagógica formas diferentes e inovadoras de
aprendizagem a exemplo da mídia informática, o aluno revela maior interesse e
motivação para avançar na produção do conhecimento.
Os autores Lucena e Funks (2000), destacam a importância de buscar
novos caminhos e diferentes formas de ensinar aprender, para que as escolas
possam juntamente com todos os seus segmentos envolvidos, estabelecer uma
sincronia que possa surtir em resultados positivos na construção do conhecimento, e
este ter um suporte na Informática
que possui uma ação positiva no
desenvolvimento da criança, fazendo do aprendizado uma experiência mais
cooperativa.
A informática é assim um aliado importante para abrir caminhos de
fortalecimento e desejos de aprender com plenitude diante de tantos desafios que
enfrentamos no mundo atual. Após essa analise, pode-se dizer que a informática
educativa só será bem sucedida se encontrar no ambiente de utilização, uma grande
cooperação e interatividade entre os profissionais ligados a educação, trabalhando
por um objetivo comum para alcançar o objetivo principal da utilização da Mídia
Informática para a melhoria do processo de ensinar e aprender.
A experiência no decorrer das ações desenvolvidas me oportunizou
momentos significativos através da prática inserida, onde pude identificar e analisar
as características e influências que a mídia informática exerce no processo
educativo das nossas crianças. Além disso, percebi as significativas contribuições
que o curso de mídias me proporcionou, com novas formas de trabalho, alimentando
assim ainda mais o prazer de poder trabalhar integrando esse recurso na prática do
dia-a-dia.
Durante toda a minha prática pedagógica, faço uso da mídia informática na
sala de aula. Inicialmente usava o computador mais para ensinar aos alunos os
fundamentos básicos de informática, como fazer uso dos softwares e conhecer as
ferramentas que compõem essa máquina, além dos comandos e aplicativos
existentes.
36
Borba e Penteado (2001) evidenciam que a informática deve no mínimo
estar inserida nas atividades escolares essenciais de leitura e escrita, de acordo
com o autor e com o passar dos anos percebi que poderia estar aprimorando essa
minha prática, envolvendo conteúdos curriculares a exemplo de atividades com
produções textuais, pesquisas, cálculos matemáticos, jornais, livrinhos, leituras,
resumos, imagens, interpretações e outros mecanismos de aprendizagens
educativas.
Diante disso, sempre que surgem oportunidades, participo dos cursos de
aperfeiçoamento, especialmente os ligados a inclusão digital nas escolas para
aperfeiçoar o meu conhecimento e melhorar a minha prática pedagógica.
Mesmo assim, ao longo da minha caminhada constatei a falta de uma
formação mais específica na área de tecnologias, especialmente a de Informática.
Foi quando nos bastidores da escola ouviu-se falar no curso de Especialização em
Mídias na Educação, sendo o que almejava realizar, busquei informações para
poder realizar a matrícula e freqüentar o curso.
No ano de 2010, com o início das aulas e no decorrer do curso de mídias,
percebi que muito ainda poderia se melhorar na prática com o uso da mídia
informática no processo ensinar e aprender. Incrementei novas metodologias de
trabalho com o uso de diferentes softwares verificados no decorrer do curso e
diferentes sites de acesso a atividades educativas, bem como softwares específicos
que permitem o professor a organizar suas atividades relacionadas aos conteúdos
que somam para o desempenho do aluno e permitem uma aprendizagem
diferenciada com objetivos mais claros que envolvem animações de texto, som e
imagem.
Hoje me sinto mais preparada e segura para ministrar as minhas aulas com
o uso da mídia informática. Também tenho maior facilidade para planejar e me
organizar nas atividades em função dos subsídios de aprendizagem oferecidos ao
longo do curso de mídias.
Essa preparação contribuiu significativamente para uma formação discente
mais próxima da realidade que cerca os alunos, além de oportunizar-lhes diferentes
formas de interação e mediação, preparando-os a superar barreiras e obstáculos
nas mais diferentes situações no mundo em que estão inseridos.
37
Durante o desenvolvimento das atividades os alunos apresentaram interesse
e satisfação pelo que faziam, inteirando-se nas atividades propostas com dedicação
e curiosidade, além de interagir com os colegas e a aprender a lidar com diferentes
softwares e diferentes fórmulas para a resolução das atividades.
Observou-se também que os alunos por maior que sejam as dificuldades
encontradas para lidar com os comandos e ferramentas disponíveis, aumenta ainda
mais o interesse em descobrir os mecanismos e caminhos necessários para a
realização das atividades. É nesse momento de concentração e de interação com os
colegas e a máquina, que o professor percebe que o aluno está descobrindo a
melhor forma de aprender e consequentemente de lidar com essa tecnologia.
A mediação do professor é importante para apontar caminhos e não para
indicar o melhor caminho. Há de se considerar as individualidades e aptidões, razão
pela qual não existe receita definida para imprimir a apropriação do conhecimento.
Sendo assim, a prática pedagógica é um desafio para o professor e para o
aluno, e deve fazer parte do currículo da escola, para assim atender as
necessidades e valorizar uma formação com competências e habilidades que os
ajudem a interagir na sociedade como agentes reflexivos, críticos e ativos frente aos
desafios que a sociedade requer e impõe no seu cotidiano.
38
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A mídia informática no espaço escolar e sua inserção na prática pedagógica
possibilitam ao educando novos caminhos para assimilar diferentes conceitos,
vencer obstáculos e despertou interesse para novas situações de aprendizagem.
Neste sentido observou-se que o professor deve ser o grande estimulador
do processo para que a aprendizagem seja significativa para o aluno e esteja em
consonância com o mundo que os cerca. Verificou-se ao longo do trabalho que o
uso da Mídia Informática produz efeitos positivos na aprendizagem e proporciona ao
aluno, diferentes meios de acesso aos conteúdos propostos e consequentemente
maior estímulo e interesse em realizar as atividades com diferentes formas de
aprender e de socializar o conhecimento.
Também é importante frisar que a informática na prática pedagógica se
insere com resultados positivos quando o professor passar a dar valor a sua
importância na vida pessoal, social e educativa. A inovação tecnológica deve fazer
parte do nosso cotidiano sendo que a cada dia vem nos surpreendendo com novos
mecanismos e novas fórmulas que surpreendem e facilitam a vida.
Desde quando faço uso da Informática na minha vida pessoal e profissional,
tenho percebido o quanto esse recurso tecnológico tem auxiliado para a melhoria da
leitura, escrita, pesquisa e produção. Nesse sentido o computador é um recurso de
aprendizagem com grandes potencialidades que podem permitir ao usuário uma
revisão gramatical eficiente, além de promover interpretações e significados que
melhoram a escrita, organização e resolução de problemas. A universalização das
Mídias no contexto escolar é acima de tudo uma necessidade que permite aproximar
o mundo pedagógico escolar com o mundo real da criança.
Oportunizar-me uma avaliação a partir da minha prática pedagógica através
dos conteúdos obtidos durante o curso de mídias, remeteu-me a uma análise e
reflexão critica sobre o uso da mídia informática no processo educativo. Passei a
planejar os conteúdos para serem desenvolvidos nos mais diferentes softwares onde
os educandos pudessem através das suas habilidades e criatividade descobrir
39
novos conceitos e desejos de aprender, além de viabilizar pesquisas na internet que
pudessem contribuir para enriquecer os conhecimentos.
As diferentes estratégias de trabalho apresentadas com a inserção do
computador e dos softwares disponíveis possibilitaram novas metodologias de
trabalho, que permitiram uma aproximação maior para a realização das atividades
propostas. A exemplo do software HotPotatoes e WebQuest, onde foram realizadas
várias atividades que proporcionaram aos alunos interesse e motivação.
Planejar os conteúdos didáticos com o auxílio de diferentes softwares
possibilita fomentar a relação produzida entre o educando e a tecnologia com a
mediação do professor. O universo de informações da internet também permite que
o aluno busque fundamentos sobre seus conceitos que são parte do planejamento
curricular.
Todas as atividades desenvolvidas durante o processo de aplicação do
trabalho foram relevantes, sendo que o aluno participou de todo o processo com
entusiasmo, o que lhes permitiu avançar nos conteúdos e na aquisição do
conhecimento, interagindo com os colegas e descobrindo outros mecanismos na
resolução das atividades propostas. Nesse sentido pode-se afirmar que a
informática representa uma nova possibilidade para se lidar com o trabalho
educativo.
40
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