O QREN 2007-2013 e os Processos Territoriais de

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O QREN 2007-2013 e os Processos Territoriais de
CEFAGE-UE Working Paper
2008/12
O QREN 2007-2013 e os Processos Territoriais de Inovação e de
Fomento de Competitividade
Paulo Neto
Universidade de Évora, Departamento de Economia e CEFAGE-UE (Centro de Estudos e
Formação Avançada em Gestão e Economia)
CEFAGE-UE, Universidade de Évora, Largo dos Colegiais 2, 7000-803 Évora - Portugal
Tel.: (+351) 266 740 869, E-mail: [email protected], Web page: http://www.cefage.uevora.pt
O QREN 2007-2013 e os Processos Territoriais de Inovação e
de Fomento de Competitividade
Paulo Neto1
(Universidade de Évora, Departamento de Economia e CEFAGE – Centro de Estudos e Formação
Avançada em Gestão e Economia, Largo dos Colegiais, 2, 7000-803 Évora, Portugal, Telef. +351
266740892, Fax: +351 266740807, [email protected]
RESUMO
Um dos aspectos mais marcante da realidade económica e social actual de cada território, e
mais determinante para o seu desenvolvimento económico, é o modo de organização
territorial dos processos produtivos que lhe é característico, bem como, a natureza das
estratégias empresariais que nele estão habitualmente em funcionamento. Neste working
paper serão analisados detalhadamente os casos particulares do Quadro de Referência
Estratégico Nacional (QREN) 2007-2013 de Portugal e o Programa de Pólos de
Competitividade em França, iniciado no final de 2004, precisamente enquanto instrumento de
ordenamento territorial da actividade económica e de fomento de processos territoriais de
inovação e de competitividade.
Palavras-chave: Estratégias de eficiência colectiva, desenvolvimento regional, pólos de
competitividade.
ABSTRACT
One of the most important aspects of a territory’s current economic and social reality, and a
vital determinant of its potential economic development, is the nature of territorial
organization of its productive processes’, as well as the characteristics and sophistication of
the implemented entrepreneurial strategies.
This working paper analyses the particular cases of the Portuguese National Strategic
Reference Framework (NSRF) 2007-2013 and the programme “competitive clusters in
France”, initiated in 2004, as an industrial and territorial public strategy for the promotion of
territorial processes of innovation and competitiveness.
Key-words: Collective efficiency strategies, regional development, clusters, territorial
competitiveness.
JEL Codes: R580 , R380, R120
1
Professor Auxiliar com Agregação, coordenador do Grupo Disciplinar de Economia Regional no Departamento
de Economia da Universidade de Évora e da Área de Consultoria e Estudos do CEFAGE..
1
Introdução
Na perspectiva do território a competitividade resulta da simbiose entre as dinâmicas das
empresas locais e as dinâmicas de criação e/ou reprodução de factores territorializados de
competitividade. Ou seja, a competitividade territorial é função dos atributos, ou potencial
competitivo, inerentes às empresas localizadas no território, mas é igualmente função das
vantagens comparativas da economia local, que juntamente com os atributos das empresas
formam o que podemos designar por atributos estáticos do território (Lopes, 2001: 155).
Território competitivo é aquele que, mediante combinações pertinentes de recursos, incluindo
o conhecimento e a organização, adquire um estatuto de inimitabilidade face a outros
territórios durante um período suficientemente longo para sustentar uma estratégia de
desenvolvimento (Figueiredo, 2002: 487).
Nas estratégias e nas formas industriais contemporâneas combina-se um modelo económico
“espacialmente intensivo” – ou seja, centrado nas condições locais dos mercados de
trabalho, da iniciativa, da capacidade profissional, da especialização – com um modelo
“espacialmente extensivo”, em que a região se torna espaço dominado, integrado numa
dinâmica que a engloba, ultrapassando-a, e que resulta da acção de agentes dotados de
mobilidade que, de maneira exterior às regiões, assumem uma função principal de
modelação das economias (Reis, 1992: 62).
Um dos aspectos mais marcante da realidade económica e social actual de cada território, e
mais determinante para o seu desenvolvimento económico, é o modo de organização
territorial dos processos produtivos que lhe é característico, bem como, a natureza das
estratégias empresariais que nele estão habitualmente em funcionamento. Para as empresas
em geral e para as empresas multinacionais em particular surge assim como que um mercado
de territórios que se esforçam por se equipar de infra-estruturas, de acordo com um suposto
modelo dominante que faz emergir uma oferta concorrencial de localizações substitutas.
Parece ser incontornável a necessidade por parte dos territórios locais e regionais de participar
nesta competição alargada pela atractividade de empresas e de populações. Em virtude deste
potencial de deslocalização das empresas, as autoridades político-administrativas locais e
regionais ficam sujeitas a ter que lidar com um processo de concorrência territorial que se
traduz na tentativa de reprodução em cada um dos territórios de um conjunto de
2
equipamentos, infra-estruturas e condições de acolhimento baseada em critérios de
atractividade supostamente universais (Zimmermann, 1998).
Neste working paper serão analisados detalhadamente os casos particulares do Quadro de
Referência Estratégico Nacional (QREN) 2007-2013 português e do Programa de Pólos de
Competitividade em França, iniciado no final de 2004, precisamente enquanto instrumentos
de ordenamento territorial da actividade económica e de fomento de processos territoriais de
inovação e de competitividade.
1. Os pólos de competitividade e os seus fundamentos teóricos de suporte
A recente abordagem dos pólos de competitividade é naturalmente tributária de muitas outras
abordagens que a antecederam. Nomeadamente os Distritos Industriais de Marshall
(1919,1920), Bagnasco (1977), Becattini (1989), dos Pólos de Crescimento de Perroux
(1955), os Sistemas Territoriais de Produção de Brun (1985) e de Crevoisier e Maillat (1989),
os Sistemas Industriais Localizados de Colletis, Courlet e Pecquer (1990), as Áreas-Sistema
de Garofoli (1994), os Distritos Tecnológicos de Antonelli (1986), os Clusters de Markusen
(1996) e Gordon e Maccann (2000), dos Meios Inovadores de Aydalot (1986) e de Maillat,
Crevoisier e Lecoq (1991), de Perrin (1989) e de Ratti, Bramanti e Gordon (1997), os
Sistemas Regionais de Inovação de Störh (1986), Planque (1991), Lundvall (1992), Cooke
(1995), Storper e Scott (1995), Asheim (1996), Asheim e Isaken (1997), Morgan (1997) e as
Learning Regions de Florida (1995) entre outros.
Recent theories of regional growth and local development emphasise the roles of
agglomeration and knowledge as the main determinants of growth, whereas the theories of
the networks of cities remark that growth is a process not within cities but also between cities
(Boix e Trullén, 2007: 551).
Marshall (1920) analisa as relações existentes entre capital, conhecimento, organização e
crescimento. Para este autor, o conhecimento é o mais poderoso motor da produção e o modo
de organização e de relacionamento entre as empresas contribui para o desenvolvimento do
conhecimento. A noção de distrito industrial de Marshall assenta na ideia de que a
concentração industrial e a especialização sectorial de um determinado território induz a
concentração de mão de obra qualificada e promove a circulação de informação e de
3
conhecimento entre empresas criando uma atmosfera propícia ao desenvolvimento
empresarial.
O Distrito Industrial é uma entidade sócio-territorial caracterizada pela presença activa, numa
área territorial circunscrita, natural e historicamente determinada, de uma comunidade de
pessoas e de uma população de empresas industriais (Beccattini, 1989). Weber (1929)
introduz o conceito de factores de aglomeração para identificar elementos que determinam a
localização da actividade económica. Ohlin (1933) identifica o que designa de ‘economias de
concentração’ e que divide em três categorias: i) Economias de concentração da industria em
geral; ii) Economias externas de concentração de uma indústria particular; iii) Economias
internas de uma unidade de produção.
A teoria dos Pólos de Crescimento de Perroux (1955) apoiava-se fundamentalmente nos
conceitos de indústrias motoras e industrias-chave.
As primeiras são normalmente indústrias modernas, dinâmicas, de crescimento rápido, com
grande capacidade de difusão da inovação que lhes dá capacidade de dispersão e com elevado
grau de interdependência sectorial que favorece a criação de economias externas. As segundas
são, de entre as industrias motoras, as que têm capacidade para induzir num complexo de
industrias em que se enquadrem (no extremo, a economia nacional) um crescimento da
produção global bastante superior ao da própria produção (Perroux, 1955).
A teoria dos Pólos de Crescimento de Perroux partia do princípio de que os efeitos de
dispersão que irradiam dos pontos espacialmente localizados (empresa ou grupos de
empresas, aglomerações populacionais, etc) transmitem impulsos de crescimento a outros
pontos – efeitos de dispersão – que podiam ultrapassar os efeitos de polarização, isto é, a
reabsorção dos efeitos de dispersão pelo próprio ponto
Gordon e Maccann (2000) apresentam uma tipologia de clusters definida com base em três
categorias distintas: i) O modelo do complexo industrial; ii) O modelo de pura aglomeração;
iii) O modelo da rede social. Maillat (1998) distingue os clusters industriais que se organizam
essencialmente com base em relações de base funcional (sobretudo relacionamentos de
natureza comercial) de outros clusters em que o seu modelo de implementação assenta
sobretudo numa lógica de millieu (partilha de conhecimento e de ideias).
It is not simply the concentration of skilled labour, suppliers and information that distinguish
a region. A variety of regional institutions…provide technical, financial, and networking
services which the region’s enterprises often cannot afford individually (Saxenian, 1994: 96).
O Meio Inovador é um conjunto socio-territorial reticularmente integrado de recursos
materiais e imateriais dominado por uma cultura historicamente sedimentada, vector de saber
4
e de saber-fazer, que repousa sobre um sistema relacional do tipo cooperação-concorrência
dos actores locais (Lecoq, 1991).
Um Meio Inovador é constituído pelos seguintes elementos (Maillat, Quévit e Senn, 1993): i )
Uma envolvente espacial, sem fronteiras físicas pré-determinadas, enquadrada por uma certa
homogeneidade de comportamento dos seus actores sociais e uma mesma cultura técnica; ii)
Um conjunto de actores (empresas, instituições, universidades) dotados de autonomia
decisicional e fortemente ancorados na economia local; iii) Formas desenvolvidas e
sofisticadas de organização no território do sector público e da sociedade civil; iv) Forte
capital relacional que assegura formas de regulação dos comportamentos dos agentes e
promove o desenvolvimento de dinâmicas locais de valorização dos recursos existentes no
território; v) Uma lógica de aprendizagem que assegura a capacitação dos agentes e o
ajustamento dos seus comportamentos à envolvente, nomeadamente, no que diz respeito à
evolução dos mercados e da tecnologia.
As Learning Regions são territórios que funcionam como repositórios de conhecimentos e de
ideias e que proporcionam ambiente e infra-estruturas facilitadoras de circulação de fluxos de
conhecimento, ideias e práticas de aprendizagem (Florida, 1995).
Audretsch, Keilbach e Lehmann (2006) defendem que a high regional R&D activity increases
regional opportunities to star-up new regional-based business. Audretsch e Keilbach (2004)
apresentam a noção de ‘regional entrepreneurship capital’ , isto é, a capacidade de uma
região para gerar comportamentos empreendedores que se materializam na criação de novas
empresas.
Para Hoover (1937), Romer (1986), Lucas (1988), Jaffe, Trajtemberg e Henderson (1993) e
Jones (1998) o conhecimento é o principal determinante para o crescimento económico e o
consideram que os investimentos realizados no sentido de gerar conhecimento criam
automaticamente knowledge spillovers que têm consequências em termos de mercado.
Knowledge is predominantly sector-specific but its effects on growth is enhanced by local
competition rather than market power as firms need to be innovative in order to survive
(Porter, 1990).
Knowledge spill over entrepreneurship will tend to be spatially located within close
geographical proximity to the source of knowledge actually producing that knowledge
(Audretsch, Keilbach e Lehmann, 2006: 355).
The theory of endogenous growth and the geography and growth synthesis both consider that
local growth and spatial concentration of economic activities emanate from localised
knowledge spillovers (Martin e Ottavianno, 1999).
5
Relevant regions present both an ‘attractivity’ potential and a ‘diffuse capacity’ (Acs,
Anselin e Varga, 2002).
O conceito de Pólo de Competitividade é um conceito substancialmente diferente do conceito
de Pólo de Crescimento de Perroux (1955) ou do conceito de pólo tecnológico. Em grande
medida, este conceito é um conceito de fusão entre muitas das abordagens anteriormente
referidas e que nelas se inspira.
O Pólo de Competitividade define-se como sendo a combinação, num determinado espaço
geográfico, de empresas, de centros de formação e de unidades de investigação públicas e
privadas, empenhadas numa parceria destinada a criar sinergias em torno de projectos
comuns inovadores2.
No caso da teoria dos Pólos de Crescimento de Perroux, os pólos são entendidos como uma
aglomeração geográfica de empresas industriais motoras e de empresas dependentes,
fornecedoras ou clientes das industrias motoras e que em termos de escolha de localização são
por elas eram atraídas e que, em resultado da aglomeração geográfica, tem benefícios em
termos de custos de transporte e de economias de escala.
No caso do Pólos de Competitividade as unidades motoras são produtoras de conhecimento,
e os fluxos entre unidades motoras e dependentes, que irrigam o pólo não são fluxos de
mercadorias, mas sim fluxos de informação. Da presença de várias valências científicas e
tecnológicas no pólo, esperar-se-ia um efeito de fertilização cruzada de conhecimentos e de
formação de ideias para a valorização económica dos projectos científicos e de
desenvolvimento tecnológico, para o qual contribuiria a proximidade geográfica absoluta
enquanto elemento facilitador dos contactos pessoais e do estabelecimento de relações de
confiança (Figueiredo, Chorincas e Martins, 2005: 166).
The geographical selection process leading to a hierarchical structure of the location of
innovative activities goes together with an increasing role of ‘unintended’ spatial knowledge
spillovers that, from excellence centres, extended their positive effects to other agents (firms,
universities, research centres) located on the neighbourhood areas (Maggioni, Nosvelli e
Uberti, 2007).
2. As políticas públicas de fomento de contextos territoriais de inovação e
competitividade
2
Ver site oficial do Programa de Pólos de Competitividade em França: http://www.competitivite.gouv.fr
6
O eixo central das políticas regionais e urbanas que classicamente estava centrado no
objectivo de equidade (coesão) territorial, em que as políticas do ordenamento do território
eram entendidas sobretudo como políticas de redistribuição, vai se deslocando
progressivamente para o objectivo da eficiência do sistema económico, surgindo o território
como um dos suportes essenciais da promoção dessa eficiência (DPP, 2006: 14).
Knowledge-based strategies stand out as a key element of new regional policy, and they
exemplify the move towards building on existing, endogenous assets. National and regional
governments are re-orienting their policies to emphasise the role and interaction among
economic actors (OECD, 2005: 9).
A aposta crescente nestes aspectos por parte das políticas públicas de promoção da actividade
económica, e de valorização de contextos territoriais específicos, resulta do reconhecimento
de que o modo como o conhecimento é gerado e gerido e como é assegurada a sua circulação,
e disseminação, constitui um factor determinante para o nível de produtividade e de eficiência
colectiva de qualquer contexto territorial.
There is an increasing realisation amongst economists that the spatial distribution of
economic activity is important for understanding economic growth, leading to a growing
interest in the economic imperfect competition, related in turn to increasing returns,
agglomeration economies and endogenous growth theory involving knowledge effects
(Engelstoft, Jense-Butler, Smith e Winther, 2006: 73).
Assim, as políticas públicas dirigidas à criação de processos territoriais de inovação e de
reforço da competitividade, e consequentemente de desenvolvimento económico e de fomento
empresarial, assentam cada vez mais em modelos de intervenção que têm por base uma
actuação articulada, num determinado contexto territorial, assente em intervenções em cinco
grandes domínios estratégicos:
1) Investimentos fortes em projectos de infra-estruturas com relevância económica
directa, nomadamente o desenvolvimento de parques de ciência, tecnopolos ou outros
espaços com vocação industrial, enquanto contextos territoriais propícios para o
desenvolvimento de processos territoriais de cooperação e de inter-actuação nas
dimensões
público-privado,
privado-privado
e
público-público
e
para
o
desenvolvimento e transferência de tecnologia;
2) Iniciativas de suporte ao desenvolvimento de agrupamentos localizados de empresas
nomeadamente
através
da
implementação
de
medidas
que
favoreçam
o
desenvolvimento, nesse contexto territorial, de acções ou iniciativas de aumento da
7
eficiência colectiva e de incentivo ao desenvolvimento de iniciativas colectivas que
envolvam os agentes públicos e privados mais relevantes aí localizados;
3) Acções de incentivo ao reforço da ligação investigação-indústria, através da
articulação entre ‘produtores’ e ‘consumidores’ de conhecimento e tecnologia, por
forma a criar um contexto territorial favorável aos processos de transferência e de
implementação de tecnologia e conhecimento;
4) Acções e regulamentação de incentivo ao desenvolvimento e sofisticação de
procedimentos e modelos de governance tendo em vista a criação de um contexto
territorial favorável à iniciativa empresarial e ao desenvolvimento da actividade
económica, ao reforço da eficiência colectiva do território e ao aumento da
competitividade local e regional;
5) Acções de fomento da capacidade de relacionamento de cada território e dos
respectivos agentes a diferentes escalas de forma a poder incluídos nos circuitos interterritoriais transnacionais de comercialização e de distribuição e de transferência
tecnológica.
Por outro lado, the common denominator in current thinking about territorial policy –
including in relation to knowledge and innovation – s an emphasis on exploiting placespecific externalities and unused potential. Policy instruments now tend to focus providing
collective goods that improve what ihas been termed the ‘enabling environment’ on the
quality of place – the attractiveness and functioning of the region as a whole (OECD, 2005:
10).
Precisamente neste sentido, e com estas preocupações, o Quadro de Referência Estratégico
Nacional (QREN) 2007-2013, para Portugal, e mais precisamente o seu Programa
Operacional Temático Factores de Competitividade (POFC) prevê, entre outros aspectos,
enquanto grandes temas de intervenção, o suporte ao desenvolvimento de acções colectivas de
apoio ao desenvolvimento económico e, também, a promoção de acções visando a eficiência
colectiva. Umas e outras com a preocupação de articulação das intervenções a promover
sempre numa perspectiva sectorial e territorial.
Enquanto instrumento de política pública, o Programa Operacional Temático Factores de
Competitividade 2007-2013 está desenhado de forma a assegurar a concretização de
intervenções com esta dupla dimensão (sectorial e regional) facto que é assegurado
inclusivamente na forma como foram definidos os potenciais beneficiários desses apoios,
nomeadamente: i) Empresas de qualquer natureza e sob qualquer forma jurídica; ii)
8
Associações empresariais e entidades de dinamização territorial; iii) Entidades do Sistema
Científico e Tecnológico; iv) Entidades privadas sem fins lucrativos que tenham como objecto
principal a gestão e dinamização dos Pólos, Clusters ou Programas de valorização económica;
v) Entidades públicas e sector empresarial local;
Desta forma, o POFC 2007-2013 procura criar um enquadramento de política pública
favorável à criação de parcerias para a concretização de iniciativas neste domínio que
envolvam em simultâneo as empresas, o sector público e o sistema científico e tecnológico
(laboratórios, universidades, centros de investigação).
Esta preocupação está também presente nos três grandes Sistemas de Incentivos (SI I&DT Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico nas Empresas; SI
Inovação - Sistema de Incentivos à Inovação; SI Qualificação PME - Sistema de Incentivos à
Qualificação e Internacionalização de PME)
3
em que assenta o Programa Operacional
Temático Factores de Competitividade (POFC) e os próprios Eixos 1 (“Competitividade,
Inovação e Conhecimento”) dos Programas Operacionais Regionais de cada região do
continente de Portugal classificada como região convergência.
3. O Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) 2007-2013 e as
políticas públicas de reforço da eficiência colectiva
As Estratégias de Eficiência Colectiva constituem um objectivo no quadro da Agenda da
Competitividade, sendo operacionalizado através do accionamento dos diversos instrumentos
disponíveis no Programa Operacional Factores de Competitividade e Programas
Operacionais Regionais (nomeadamente, Sistemas de Incentivos e Acções Colectivas). 4
O apoio às Estratégias de Eficiência Colectiva, que está previsto no QREN 2007-2013,
reflecte bem a importância que, para os próximos anos em Portugal, é atribuída à proximidade
e às economias de aglomeração aos níveis nacional, sectorial, regional, local ou urbano5.
3
Ver o site oficial dos Sistemas de Incentivos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) 20072013 em http://www.incentivos.qren.pt .
4
http://www.pofc.qren.pt.
5
São abrangidos pelo Regulamento Específico “Estratégias de Eficiência Colectiva” os programas e projectos
que concretizem estratégias de desenvolvimento ou de requalificação centradas em lógicas de eficiência
colectiva, e devidamente reconhecidas, coordenados ou dinamizados por entidades privadas sem fins lucrativos,
por empresas ou por entidades do Sistema Científico e Tecnológico, individualmente ou em cooperação.
9
Entende-se por Estratégias de Eficiência Colectiva, as estratégias que visem a inovação,
qualificação ou modernização de um agregado de empresas situadas num determinado
criação/ reforço das economias de território ou num determinado Pólo, Cluster, rede
colaborativa ou fileira de actividades inter-relacionadas, estimulando, sempre que pertinente,
a cooperação e o funcionamento em rede entre as empresas e entre estas e os centros de
conhecimento e de formação.
No âmbito do QREN 2007-2013 o apoio às Estratégias de Eficiência Colectiva parece assim
resultar de uma preocupação de tornar possível a concretização dos objectivos seguintes:
1)
A promoção do desenvolvimento a nível nacional ou territorial de pólos de
competitividade e tecnologia (apoio ao investimento empresarial localizado/ inserido em
estratégias de desenvolvimento ou de afirmação internacional de áreas de actividades
económicas com potencialidades de crescimento);
2)
O desenvolvimento de outras lógicas sectoriais ou de actividades relacionadas e
organizadas em clusters ou redes (outras estratégias que permitam potenciar economias de
aglomeração);
3)
A criação de dinâmicas regionais geradoras de novos pólos de desenvolvimento,
nomeadamente em torno de projectos âncora ou de requalificação/ reestruturação de
actividades económicas existentes;
4)
A dinamização da renovação económica urbana através da re-localização/ reordenamento
de actividades económicas e revitalização da actividade económica em centros urbanos.
Relativamente a estas Estratégias de Eficiência Colectiva, são susceptíveis de serem apoiadas
as seguintes tipologias de intervenção:
1) Os Pólos de Competitividade e Tecnologia
No âmbito da tipologia de intervenção - Pólos de Competitividade e Tecnologia –poderão ser
apoiadas a criação e o desenvolvimento de
parcerias de vocação internacional entre
empresas ou grupo de empresas com estabelecimentos de ensino e formação, entidades do
SCT, entidades do sistema financeiro, outros pólos ou cluster a nível nacional e internacional
ou com outros agentes relevantes, destinadas à criação de massa crítica e redes de
conhecimento globais em domínios tecnológicos transversais, sectoriais, ou de produto,
vocacionados para o desenvolvimento de projectos inovadores com forte visibilidade
10
internacional, em domínios de crescimento rápido e com forte geração de valor
acrescentado, visando a melhoria da competitividade e a atractividade de Portugal no
Mundo.6
Os Pólos de Competitividade e Tecnologia que vierem a ser apoiados, e as entidades que
neles estiverem envolvidas, deverão assegurar que irão ter principais prioridades estratégicas
de intervenção as seguintes:
a) Tornar o Pólo uma referência internacional na descoberta e desenvolvimento de novos
produtos e processos;
b) Acelerar o processo de desenvolvimento económico das áreas de intervenção do Pólo,
tornando-o uma referência na criação de valor acrescentado, desenvolvimento de
actividades de I&D e potencial exportador;
c) Reforçar e desenvolver um ambiente favorável à criação e desenvolvimento de novas
empresas de base tecnológica, assim como o emprego científico e altamente
qualificado, no seio do Pólo;
d) Dinamizar as parcerias e as interacções entre entidades públicas e privadas.
Os Pólos podem assumir uma orientação mais tecnológica, centrada na forte relevância das
actividades de I&D de ponta e nas intensas interacções entre entidades de investigação e
empresas; ou assumir uma orientação mais industrial, assente numa concentração de empresas
que valorizam actividades de I&DT mais aplicada e projectos orientados para o mercado
imediato, muito centrado no seu potencial de crescimento.
2) Os Clusters ou Redes de Empresas
No âmbito da tipologia de intervenção a - Clusters ou Redes de Empresas – poderão ser
apoiadas a criação e o desenvolvimento parcerias de vocação essencialmente nacional entre
empresas ou grupo de empresas com estabelecimentos de ensino e formação, entidades do
Sistema Científico e Tecnológico, entidades do sistema financeiro, autarquias, associações de
municípios ou outros agentes relevantes, destinadas a incentivar a actividade inovadora e a
criação de valor, centrada numa partilha de visão estratégica, por área económica, por
6
http://www.pofc.qren.pt .
11
produto ou territorial, e orientada para o desenvolvimento de projectos e de interacções
intensivas, partilha de infraestruturas, transferência de tecnologia e intercâmbio de novos
conhecimentos e experiências.7
Os Clusters ou Redes de Empresas devem resultar do potencial endógeno existente, e das
forças e oportunidades decorrentes das dinâmicas de cooperação existentes e a reforçar ou
criar, devendo a massa crítica alcançada reflectir uma especialização supra-territorial e em
domínios de inovação que constituam um verdadeiro reforço da posição competitiva de
Portugal na União Europeia.
.
c) Redes para a Competitividade e a Inovação e Parcerias para a
Regeneração Urbana
O apoio previsto para as Redes para a Competitividade e a Inovação e Parcerias para a
Regeneração Urbana procurará promover a acções e programas integrados promovidos por
um conjunto de instituições em parceria (nomeadamente, empresas, associações, instituições
de ensino e de I&D, agências de desenvolvimento regional e associações de desenvolvimento
local, municípios, serviços da Administração Central), visando a melhoria da
competitividade territorial através da geração endógena de actividades inovadoras criadoras
de base económica e de aumento da atractividade territorial (geração de novas actividades
com forte incorporação de conhecimento, geração de novos pólos de desenvolvimento,
densificação do tecido empresarial, requalificação/ reestruturação de actividades
económicas, renovação urbana).8
Os apoios previstos para as Redes para a Competitividade e a Inovação e Parcerias para a
Regeneração Urbana destinam-se a suportar a concretização das seguintes tipologias de
intervenção:
a) Apoio à criação/ expansão de Pólos e Clusters;
b) Apoio directo aos projectos de investimento das empresas localizadas em Pólos/
clusters acreditados ou em áreas de intervenção de Planos Estratégicos de
Desenvolvimento seleccionados, no quadro das prioridades definidas em matéria de
Estratégias de Eficiência Colectiva, de acordo com as condições específicas
7
http://www.pofc.qren.pt .
8
http://www.pofc.qren.pt .
12
estabelecidas nos Sistemas de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento
Tecnológico nas Empresas, à Inovação e à Qualificação e Internacionalização de
PME;
c) Apoio indirecto e estruturante em resposta a falhas de mercado e de coordenação, no
quadro das prioridades definidas em matéria de Estratégias de Eficiência Colectiva,
nas condições estabelecidas no Regulamento de Acções Colectivas.
Para além das Estratégias de Eficiência Colectiva já analisadas, o Programa Operacional
Temático Factores de Competitividade apoia também, com a mesma natureza de
preocupações, outro tipo de acções que designa de Acções Colectivas.
As Acções Colectivas são um instrumento de apoio indirecto às empresas, materializando
intervenções de carácter estruturante e sustentado, envolvendo entidades públicas e privadas
em torno de acções orientadas para o interesse geral através da disponibilização de bens
tendencialmente públicos, visando a promoção de factores de competitividade de finalidade
colectiva. Actuando numa lógica de bem público, intervindo, portanto, sobre a capacidade de
antecipação das empresas e na criação de condições favoráveis ao seu desenvolvimento
económico e tecnológico, não envolve ajudas directas às empresas.9
Este tipo de instrumento de política pública tem como objectivo estimular o surgimento de
projectos que sejam desenvolvidos com base em relações contratuais que se estabelecem entre
um conjunto de actores públicos e privados ligados por um conjunto de objectivos comuns.
Isto significa que o financiamento público passa a estar ligado a intervenções específicas e a
um conjunto de outputs ou objectivos bem definidos.10
Este tipo de instrumento tende a favorecer a emergência de redes participadas por agentes
públicos e privados11, num determinado contexto territorial, que adquirem progressivamente a
capacidade institucional e a experiência para organizar e coordenar intervenções públicas que
exigem um elevado grau de integração de intervenientes e de acções.
Os objectivos inerentes às acções e programas de Acções Colectivas, nomeadamente a
redução de falhas de mercado e de governação, estão em forte articulação com as prioridades
estabelecidas para a Agenda da Competitividade prevista no QREN 2007-2013,
nomeadamente:
9
http://www.pofc.qren.pt .
http://www.pofc.qren.pt .
11
Podem ser beneficiários de acções e programas de Acções Colectivas as seguintes entidades: i) Entidades
públicas e sector empresarial local; ii) Entidades privadas sem fins lucrativos (Associações Empresariais e
Entidades do Sistema Científico e Tecnológico), nomeadamente as referentes ao empreendedorismo feminino.
10
13
a) Qualificar o tecido produtivo, por via do up grading do perfil de especialização e dos
modelos empresariais;
b) Aumentar os processos de internacionalização e promover um melhor conhecimento
dos mercados (eficácia);
c) Incentivar o espírito empresarial e a dinâmica empreendedora, especialmente a mais
qualificada;
d) Promover a utilização de fontes alternativas de financiamento, nomeadamente o
capital de risco e as garantias;
e) Diminuir os custos de contexto do tecido empresarial;
f) Promover uma economia baseada no conhecimento e na inovação.
As Acções Colectivas, numa lógica de obtenção de ganhos sociais e externalidades positivas,
procurarão actuar de forma integrada a três níveis:
a) Divulgação de conhecimentos – promovendo a difusão de conhecimentos de carácter
geral, reduzindo o défice existente entre o desenvolvimento tecnológico e organizativo
e de gestão nas empresas, potenciando o espírito empresarial e uma melhor articulação
entre “universidades”, “infraestruturas de suporte às empresas” e “PME”;
b) Redução da informação imperfeita – potenciando o acesso à informação e ao
conhecimento de mercados por parte das PME;
c) Coordenação e rede – estimulando a cooperação e fomentando o funcionamento em
rede a nível empresarial.
Relativamente às Acções Colectivas que são susceptíveis de serem apoiadas deverão estar
enquadrada numa das seguintes tipologias de intervenção:
a) Difusão da inovação e tecnologia (incluindo, acompanhamento das transformações
económicas, inteligência económica, vigilância tecnológica);
b) Cooperação empresarial;
c) Empreendedorismo qualificado e de base tecnológica (espírito empresarial,
ferramentas e competências necessárias à criação de empresa);
d) Desenvolvimento sustentável (ambiente, energia, qualidade, segurança);
14
e) Promoção externa da imagem do país e internacionalização, tendo como alvo novos
mercados ou mercados emergentes;
f) Valorização dos recursos humanos (adaptação de qualificações e desenvolvimento de
competências);
g) Mecanismos complementares de financiamento e estímulo do acesso de PME ao
financiamento.
Face aos objectivos gerais prosseguidos por este tipo de acções, os projectos devem envolver
obrigatoriamente uma divulgação alargada das suas conclusões e efeitos mais relevantes com
vista a estimular a procura e suscitar, por efeito de arrastamento, o desenvolvimento de acções
de natureza semelhante.
O facto de as políticas públicas de reforço da eficiência colectiva previstas no QREN 20072013, e que acabámos de analisar, estarem neste momento a iniciar os respectivos processos
de elaboração de candidaturas, justifica que se analise detalhadamente um instrumento de
política pública que procura intervir com o mesmo tipo de preocupações e que já está há
algum tempo em implementação. Optámos assim por analisar o modelo francês de criação e
desenvolvimento de Pólos de Competitividade quem vem sendo desenvolvido em França
desde 2005.
4. A rede francesa de Pólos de Competitividade
Na sequência do Programa de Apoio aos Sistemas Produtivos Locais, implementado em
França entre 1997 e 2001, em 2005 foi criada, neste mesmo país, uma política pública para a
promoção e desenvolvimento de Pólos de Competitividade. Uma política que introduz uma
nova complexidade e sofisticação em termos de política pública em modelos anteriores
seguidos por outros países: as redes de competência alemãs e os distritos tecnológicos
italianos.
O Pólo de Competitividade define-se como sendo a combinação, num determinado espaço
geográfico, de empresas, de centros de formação e de unidades de investigação públicas e
15
privadas, empenhadas numa parceria destinada a criar sinergias em torno de projectos
comuns inovadores12.
Os elementos base da política pública francesa de criação e desenvolvimento dos Pólos de
Competitividade são as seguintes13:
a) A obrigatoriedade de articulação do sua decisão de implementação com as estratégias
sectoriais e territoriais que foram definidas para uma das regiões ou contextos
territoriais em que se integram.
b) Os participantes no Pólo de Competitividade;
c) As prioridades orientadoras das actividades e iniciativas dos actores principais do Pólo
de Competitividade;
d) A natureza do Pólo de Competitividade;
e) Os níveis de relevância dos Pólos de Competitividade em função da respectiva
visibilidade internacional;
f) Os princípios constituintes do perímetro do Pólo de Competitividade;
g) Os mecanismos de incentivo previstos, ao nível do Estado, para os Pólos de
Competitividade;
h) Os mecanismos de incentivo previstos, ao nível das Autarquias, dos Fundos
Comunitários e das Agências e Organismos franceses14 para os Pólos de
Competitividade.
i) Os mecanismos de incentivo ao nível de parcerias financeiras reforçadas para os Pólos
de Competitividade
O facto de um dos elementos base da política pública francesa para os Pólos de
Competitividade ser a exigência de o modelo de desenvolvimento e de objectivos, de cada um
dos Pólos de Competitividade em França, ser obrigatoriamente definido de acordo com as
ambições e opções estratégicas sectoriais e territoriais que foram definidas para uma das
regiões ou contextos territoriais em que se integram, constitui efectivamente um aspecto de
extrema relevância. Na medida em que, naturalmente, assegura, desde o início do processo de
12
13
Ver site oficial do Programa de Pólos de Competitividade em França: http://www.competitivite.gouv.fr
http://www.competitivite.gouv.fr
14
Nomeadamente da Agence Nationale de la Recherche (ANR), da Agence de l’Innovation Industrielle (AII) e
da Casse des Dépôts et Consignations (CDC) entre outras.
16
concepção e implementação do Pólo, uma estreita e obrigatória articulação entre as dimensões
sectorial e territorial que lhe estão implícitas.
Relativamente à estrutura e à natureza dos participantes no modelo de governação de cada
Pólo de Competitividade em França estão identificados os seguintes15:
a) O Estado, ao qual cabe apenas o papel de actor político (configuração, lançamento e
acompanhamento do Programa e facilitador a nível institucional para os actores
principais);
b) Os actores principais (empresas, unidades de I&D e centros de formação), que
constituem os elementos que configuram o pólo (produção, investigação e inovação e
formação) e, que, em parceria são responsáveis pela sua implementação;
c) Os parceiros maiores (as colectividades territoriais e as instituições financeiras
parceiras).
Em termos da estrutura e natureza dos participantes em cada Pólo de Competitividade é
particularmente interessante, enquanto desenho de política pública, o facto de se optado por
incluir como parceiro o Estado simultaneamente na sua dimensão nacional na sua dimensão
regional. Esta opção confere ao modelo de implementação do Pólo, e à forma como é
pilotado, uma dupla articulação e ancoragem às estratégias económicas e territoriais nacionais
e também regionais.
De realçar também o facto de, na estrutura de participantes de cada Pólo, se envolver como
“actores principais” as empresas e também as unidades pertencentes ao sistema científico e
tecnológico. Incluindo também aqui, não apenas a valência investigação e transferência
tecnológica mas também, a formação.
Outro aspecto absolutamente relevante, ainda quanto à estrutura de participantes, é o facto
também de, desde o início do processo de construção e implementação do Pólo se optar por
envolver directamente, como “parceiro maior” as instituições financeiras o que naturalmente
muito contribui para a consolidação e sofisticação da estrutura de governação do Pólo.
No que respeita às prioridades orientadoras das actividades e iniciativas dos actores principais
do Pólo de Competitividade16 são identificadas as seguintes:
15
16
http://www.competitivite.gouv.fr
http://www.competitivite.gouv.fr
17
a) O estabelecimento de parcerias com elementos exteriores ao Pólo mas com ele
relacionados (Estado, colectividades territoriais e financiadores);
b) A definição e concretização de projectos comuns concretos indutores de produções de
forte valor acrescentado e de emprego qualificado e muito qualificado;
c) A necessidade de assegurar visibilidade internacional, devem por isso dispor de massa
crítica industrial e tecnológica suficiente para, a prazo, se poderem posicionar nos
primeiros lugares mundiais das actividades com forte potencial de crescimento.
Um aspecto muito importante quanto às prioridades orientadoras das actividades e iniciativas
a desenvolver no âmbito do Pólo que foram estabelecidas no caso francês é o facto de, pela
sua natureza, assegurarem uma estreita articulação entre a política industrial francesa e a
política de desenvolvimento regional e de ordenamento do território. A própria política
pública de criação dos Pólos de Competitividade, em virtude da forma como está concebida,
fomenta assim a concretização de estratégias territoriais de crescimento e emprego articulando
prioridades nacionais e regionais e prioridades territoriais e empresariais.
Desta forma, foi assim possível associar, à construção e à governação de cada Pólo, as
principais empresas francesas, muitas delas multinacionais, tornando assim possível assegurar
que este instrumento de política pública possa contribuir para, por um lado, re-organizar o
modelo de territorialização dos sectores económicos em França e, por outro, reforçar os níveis
de solidariedade territorial das empresas mais relevantes.
No que concerne à natureza do Pólo de Competitividade este pode assumir uma de duas
dominantes17 :
a) Dominante tecnológica, quando os Pólos se caracterizam pela importância das
actividades de investigação e pelas interacções entre os centros de I&D e as empresas,
num determinado domínio tecnológico, sendo as actividades de investigação e as
aplicações industriais que determinam a sua lógica;
b) Dominante industrial (em sentido lato, envolvendo todos os tipos de actividades
produtivas) no caso de os Pólos se caracterizarem pela concentração de empresas
desenvolvendo actividades de I&D mais aplicadas e próximas do mercado, cujo
potencial de crescimento determina a lógica de desenvolvimento do Pólo.
17
http://www.competitivite.gouv.fr
18
Em relação aos níveis de relevância dos pólos de competitividade em função da respectiva
visibilidade internacional são previstos três níveis hierárquicos18:
a) Pólos mundiais se lideram os sectores em termos mundiais;
b) Pólos de vocação mundial por se considerar que são Pólos que podem vir a ser pólos
mundiais;
c) Pólos nacionais se a sua visibilidade e desenvolvimento previsível futuro é sobretudo
nacional.
É assim de realçar também, relativamente à política francesa de Pólos de Competitividade, o
facto de se ter optado, em termos da escala mínima a considerar para o processo de
implementação do Pólo, pelo nível nacional. Esta opção visa assim, por um lado, assegurar
um nível de selectividade elevado no que diz respeito ao critério de implementação desta
política pública, e, por outro, remeter para outro tipo de instrumentos de política pública o
apoio a pólos de competitividade ditos regionais.
No que diz respeito aos princípios constituintes do perímetro do Pólo de Competitividade são
considerados os seguintes elementos:19
a) Os Portadores do Projecto – Agentes directamente envolvidos nos projectos concretos
de cooperação a desenvolver, sejam empresas, instituições de I&D ou centros de
formação;
b) A Governança do Pólo – A governança do Pólo deve ser desempenhada pelo conjunto
das estruturas, formais ou informais, que permitem assegurar a coerência e a qualidade
da parceria. Pólo pode constituir-se como uma instituição com individualidade jurídica
(ex: Associação, Associação de Interesse Económico, Associação de Interesse
Científico);
c) A Dimensão Temática – O Pólo deve ser organizado e desenvolvido em torno de um
determinado mercado ou sector e de um determinado domínio científico;
d) Os Participantes – Incluindo as diferentes soluções de cooperação inter-regionais e
internacionais previstas bem como as engenharias financeiras a realizar (a sua
geografia);
18
19
http://www.competitivite.gouv.fr
http://www.competitivite.gouv.fr
19
e) O Perímetro geográfico – Para a definição do perímetro geográfico do Pólo devem ser
consideradas as localizações dos actores principais) que podem localizar dentro dos
limites de uma da região ou localizarem-se em mais do que uma região) e ainda o
zonamento de I&D (delimitado em função da localização dos recursos humanos e
materiais de I&D do pólo, os quais devem assegurar uma massa crítica adequada à
massa global do pólo e geograficamente aglomerada tendo em conta o interesse da
proximidade geográfica entre os investigadores20.
A opção adoptada para a definição do perímetro geográfico de cada Pólo é também ela muito
interessante e parece encerrar em si um grande potencial de eficácia. Relativamente a esta
questão importa destacar os seguintes aspectos:
1) O facto de em termos de modelo de governação do Pólo, e naturalmente também de
governança, ser considerado obrigatório constituir uma entidade com personalidade jurídica
composta pelos diferentes “parceiros maiores” e “actores principais”. O que, desde logo,
confere personalidade jurídica e continuidade e estabilidade à parceria criada para o efeito;
2) A opção por ser possível incluir e considerar, no que respeita ao perímetro do Pólo,
entidades ou empresas que não se localizam na região onde geograficamente é localizado o
Pólo. Este aspecto permite associar ao desempenho e ao desenvolvimento do Pólo e das suas
actividades, empresas do mesmo sector de actividade ou afins que se localizam noutras
regiões francesas, ganhando-se assim, em termos de política pública, e através desta aposta
em rentabilizar articulações funcionais e não exclusivamente de contiguidade geográfica,
enormes possibilidades para a consolidação de sectores económicos e para o desenvolvimento
de efeitos de fileira transregionais.
Relativamente aos mecanismos de incentivo ao nível do Estado para os Pólos de
Competitividade e que constituem um dos factores muito importantes de suporte a esta
política pública estão previstos os seguintes:
20
As instituições localizadas no perímetro ou zonamento de I&D do pólo podem beneficiar de apoios fiscais e
sociais que só a título muito excepcional são atribuídos a empresas participantes em projectos de I&D mas que
se localizam fora da zona de I&D.
20
a) Isenções fiscais (100% de IRC nos primeiros três anos e 50% nos dois anos seguintes)
e redução de contribuições sociais (50% para as PME e 25% para as grandes
empresas) durante um máximo de 6 anos;
b) Apoios ministeriais da industria, investigação e ordenamento (no mínimo para um
período de 3 anos):
Relativamente aos mecanismos de incentivo ao nível das Autarquias, Fundos Comunitários e
das Agências e Organismos franceses para os Pólos de Competitividade estão previstos os
seguintes:
a) Financiamentos complementares;
b) Medidas de acompanhamento e de animação;
c) Apoio à valorização dos recursos humanos (comparticipação de 70% nas acções
de formação e apoio à elaboração de estudos prospectivos;
d) Apoio aos agrupamentos de empregadores (50% dos custos de arranque).
e) Subvenções (no âmbito dos contratos Plano Estado-Região)
Em relação aos Mecanismos de Incentivo ao nível de Parcerias Financeiras Reforçadas para
os Pólos de Competitividade está assegurada a inclusão preferencial, em termos de apoio ao
financiamento, dos Pólos dentro de outros Programas, e respectivas dotações financeiras, com
relevância directa, nomeadamente o Apoio às PME Inovação, o Programa de Mutação Urbana
e Territorial (habitação para investigadores e outros trabalhadores e instalaçõres para
empresas) e os Subsídios reembolsáveis.
Desde a última fase de apreciação de candidaturas a Pólo de Competitividade que decorreu
em França em 5 de Julho de 2007 existem, neste momento, 71 Pólos de Competitividade
certificados.
Assim, o conjunto de Pólos de Competitividade em França, as suas características, o contexto
territorial em que funcionam e a natureza da respectiva visibilidade e relevância é apresentado
nos quadro nº1 que se segue.
21
Quadro nº 1 – Enquadramento Territorial dos Pólos de Competitividade Franceses e
Natureza da Respectiva Visibilidade e Relevância (2007)
Região
Pólo de
Competitividade
Relevância do Pólo
Aerospace Valley
Aquitaine, Midi-Pyrénés
Pólo de Competitividade de Nível
Mundial
Finance Innovation
Île-de-France
Pólo de Competitividade de Nível
Mundial
Cap
Digital
Region
Île-de-France
Pólo
de
Competitividade
Vocação Mundial
Nord-Pas-de-Calais
Pólo de Competitividade Nacional
Rhône-Alpes
Bretagne, Pays-de-la- Loire,
Poitou-Charentes
Pólo de Competitividade Nacional
Atlantic Biothérapies
Pays-de-la-Loire
Pólo de Competitividade Nacional
Câncer-Bio-Santé
Rhône-Alpes, Limousin
Centre,,
Limousin,
Pyrénés
Filiére
Aquatiques
Paris
Produits
ARVE Industries
Automobili haut
Gamme
de
Céramique
AXELERA Environment
Chimie
de
Pólo de Competitividade Nacional
Pólo de Competitividade Nacional
MidiPólo de Competitividade Nacional
Rhône-Alpes
Pólo
de
Competitividade
Vocação Mundial
ELOPSYS
Lymousin, Midi-Pyrénées
Pólo de Competitividade Nacional
EMC2
Pays de La Loire
Pólo de Competitividade Nacional
CAPENERGIES
Energies
non
Génératrices de Gaz
à Effet Serre
de
Pólo de Competitividade Nacional
Provence-Alpes- Côte d’Azur
COSMETIC VALLEY
Centre ; Haute-Normandie
Pólo de Competitividade Nacional
TENERRDIS
Rhône-Alpes
Pólo de Competitividade Nacional
DERBI
Energies
RenouvelablesBâtiment
Languedoc-Roussillon
Pôle Enfant
Pays de la Loire
Pólo de Competitividade Nacional
Filière Equine
Normandie
Pólo de Competitividade Nacional
Génie Civil Ouest
Pays-de-la-Loire
Pólo de Competitividade Nacional
Gestion des Risques
et Vulnerabilité du
Territoire
Alpes-Côte-d’Azur
Pólo de Competitividade Nacional
I-Trans
Nord-Pas-de-Calais
Pólo
de
Competitividade
Vocação Mundial
de
IMAGINOVE - Image,
Île-de-France
Pólo
de
Pólo de Competitividade Nacional
de
Competitividade
22
multimédia
numérique
et
vie
Image et Réseaux
Bretagne
Pólo
de
Competitividade
Vocação Mundial
Nord-Pas-de-Calais
Pólo de Competitividade Nacional
Champagne-Ardenne,
Picardie
Pólo
de
Competitividade
Vocação Mundial
MAUD – Materiaux à
usage Domestique
Nor-Pas-de-Calais
Pólo de Competitividade Nacional
CEREALES VALLEY Innovation dans les
Cereales
Auvergne
Pólo de Competitividade Nacional
MOV’EO
Haute-Normandie ,
Île-deFrance, Basse-Normandie
Pólo
de
Competitividade
Vocação Mundial
de
Innovations
Thérapeutioques
Alsace
Pólo
de
Competitividade
Vocação Mundial
de
Logistique
Normandie
Haute-Normandie
Pólo de Competitividade Nacional
Industrie
Commerce
du
Industrie et
ressources
agro-
Seine-
de
de
Pólo de Competitividade Nacional
Lyon Urban Truck et
Bus vision 2015
Rhône-Alpes
Lyonbiopôle
Rhône-Alpes
Pólo de Competitividade de Nível
Mundial
Medicen Paris Region
Île-de-France
Pólo de Competitividade de Nível
Mundial
Põle de Mer PACA
Provence-Alpes-Cote d’Azur
Pólo
de
Competitividade
Vocação Mundial
de
Bretagne
Pólo
de
Competitividade
Vocação Mundial
de
Microtechniques
Franche- Conté
Pólo de Competitividade Nacional
MINALOGIC
Rhône-Alpes
Pólo de Competitividade de Nível
Mundial
ELASTOPÔLE
Centre, Auvergne, Pays-dela-Loire, Île-de-France
Pólo de Competitividade Nacional
MIPI
Lorraine
Pólo de Competitividade Nacional
Poitou-Charentes
Pólo de Competitividade Nacional
Nord-Pas-de-Calais
Pólo de Competitividade Nacional
PASS
Parfums,
Arômes, Senteurs
PACA21, Rhône-Alpes
Pólo de Competitividade Nacional
OPTITEC
Provences-Alpes- Cote-d’Azur
Pólo de Competitividade Nacional
Pôle MER Bretagne Mer,
Securité
et
Sûreté, Development
Durable
MTA - Mobilité
Transport
Nutrition
Longévité
21
Vocação Mundial
et
Santé
PACA – Provence-Alpes-Cote d’Azur.
23
PEGASE
PACA
Pólo de Competitividade Nacional
ORPHEME
PACA, Languedoc Roussillon
Pólo de Competitividade Nacional
Aquitaine
Pólo de Competitividade Nacional
Rhône-Alpes, Franche-Comté
Pólo de Competitividade Nacional
Bourgogne
Pólo de Competitividade Nacional
Prod’ Innov
Aquitaine
Pólo de Competitividade Nacional
Route des Lasers
Aquitaine
Pólo de Competitividade Nacional
S2E2 - Science et
Technique
de
l’Energie Électrique
Centre
Industrie
Maritime
et
Pin
Plastipolis
Pôle
Nucléaire
Bourgogne
de
Pólo de Competitividade Nacional
SEC
Soluctions
Communicantes
Sécurisées
Provences-Alpes-Cote d’Azur
Pólo de Competitividade de Nível
Mundial
Q@Li - MEDiterranée
Languedoc-Roussillion
Pólo de Competitividade Nacional
QUALITROPIC
Île de la Reunion
Pólo de Competitividade Nacional
SPORALTEC
Provence-Alpes-Côte d’Azur
Pólo de Competitividade Nacional
System@TIC
Ile de France
Pólo de Competitividade de Nível
Mundial
TECHTERA
Rhône-Alpes
Pólo de Competitividade Nacional
TES - Transactions
Électroniques
Sécurisées
Basse-Normandie
Pólo de Competitividade Nacional
Languedoc-Roussillon,
Rhône-Alpes,
ProvenceAples- Cote d’Azur
Pólo de Competitividade Nacional
TRIMATEC
Pôle
Européen
d’Innovation fruits et
Légume
PACA,
Rhône-Alpes,
Languedoc-Roussillion
Pólo de Competitividade Nacional
UP - TEX
Nord-Pas-de-Calais
Pólo de Competitividade Nacional
VALORIAL
Bretagne, Pays de la Loire
Pólo de Competitividade Nacional
VÉGÉPOLIS
Pays de la Loire
Pólo
de
Competitividade
Vocação Mundial
Véhicule du Futur
Alsace, Franche-Comté
Pólo de Competitividade Nacional
VIAMECA
Auvergne,
Centre,
Languedoc-Roussillon,
Limousin,
Midi-Pyrénées,
Rhône-Alpes
Pólo de Competitividade Nacional
de
24
INNOVIANDES
Viandes et Produit
Carnés
Ville
et
Durables
Mobilité
Auvergne,
Bretagne,
Limousin, Rhônes-Alpes
Pólo de Competitividade Nacional
Île de France
Pólo de Competitividade Nacional
VIAGORA
Bourgogne
Fonte : http://www.competitivite.gouv.fr
Pólo de Competitividade Nacional
Conclusões
No momento em que em Portugal se está a iniciar o processo de implementação das políticas
públicas previstas no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) 20072013 que procuram apoiar processos territoriais e sectoriais de reforço da competitividade e
da inovação, através de iniciativas de promoção da eficiência colectiva, a experiência francesa
neste domínio, as suas características e potencialidades, poderá efectivamente constituir um
modelo de referência e uma importante fonte para aprendizagem em termos de boas práticas a
adoptar.
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