Caderno de Resumos - Simpósio de Entomologia
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Caderno de Resumos - Simpósio de Entomologia
Caderno de Resumos Viçosa - 12 a 16 de Agosto de 2013 Caderno de Resumos do IV Simpósio de Entomologia Edição LATEX: Vinı́cius Barros Rodrigues Fotos de capa: Yeisson Gutiérrez López Realização Programa de Pós-Graduação em Entomologia Departamento de Entomologia Universidade Federal de Viçosa http://www.simposioentomologia.ufv.br http://www.pos.entomologia.ufv.br Comissão Organizadora Presidente Eraldo Rodrigues de Lima Vice-Presidente Simon Luke Elliot Coordenadora Talitta Guimarães Simões Comissão Cientifica/Divulgação Camila Moreira Mateus Ramos Andrade Tiago Georg Pikart Comissão de Secretaria Bruno Gusmão Vieira Cleber Macedo de Oliveira Daniele de F. Alves Venâncio Maira Coelho de Moura Moraes Talitta Guimarães Simões Verônica Saraiva Fialho Vinı́cius Barros Rodrigues Vivian Sandoval Comissão Social Gláucia Cordeiro Pollyanna Pereira Santos Marilza da Silva Costa Natállia Maria de Freitas Vicente Comissão de Tesouraria Marcus Vinı́cius Alfenas Duarte Michela Costa Batista Matos Thiago Gechel Kloss Comissão de Infraestrutura Aline Garcia Fábio de Assis Pinto Maria Luiza Fernandes Milaine Fernandes dos Santos Silma Leite Rocha Yeisson Gutiérrez López Comissão de Apoio Cassiano Rosa Paulo Fellipe Cristaldo Programação Mini-cursos Polinização de plantas cultivadas: MSc. Paula Netto A polinização é fundamental para perpetuação das espécies vegetais, essencial para a reprodução cruzada das plantas e manutenção da variabilidade genética. De acordo com (Costanza et al., 1997), o serviço da polinização prestado ao ecossistema, em benefı́cio ao homem, representa 200 bilhões de dólares por ano. A polinização biótica é de extrema importância para a reprodução sexuada de mais de 90% das espécies de Angiospermas, estimadas em cerca de 250.000 espécies (Kearns et al, 1998). Dentre as espécies vegetais cultivadas no mundo, estima-se que aproximadamente 73% dessas sejam polinizadas por alguma espécie de abelha, 19% por moscas, 6,5% por morcegos, 5% por vespas, 5% por besouros, 4% por pássaros e 4% por borboletas e mariposas (FAO, 2004). A polinização abiótica (vento e água) também se faz necessária para a agricultura (McGregor, 1976). Vários grupos de insetos são conhecidos como agentes polinizadores, no entanto, as abelhas se destacam por serem, provavelmente, os mais importantes agentes polinizadores de diversas culturas (Corbet et al., 1991; Shipp et al., 1994; Heard, 1999) e ecossistemas (Bawa, 1990; Neff & Simpson, Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 3 1993). Aproximadamente 30% da alimentação humana derivam de plantas que dependem em algum grau da polinizaçãorealizadas por abelhas (McGregor, 1976). A perda de polinizadores poderia afetar a produção agrı́cola em nı́veis nacionais e internacionais (O’Toole, 1993). Diante da preocupação com a crise dos polinizadores e seus efeitos pra a produção agrı́cola mundial vem sendo desenvolvido alguns trabalho sobre o papel dos polinizadores em culturas em todo o mundo (Freitas, 1995; Freitas, 1998; Freitas & Paxton, 1998; Fávero & Couto, 2000; Kevan & Phillips, 2001; Malerbo-Souza et al., 2003; Ricketts et al., 2004) Aspectos gerais sobre a evolução de resistẽncia de lepdópteros a plantas transgênicas e estudos visando seu manejo no campo: MSc. Fernanda Freitas Sousa, MSc. Katherine Girón Pérez, MSc. Nilson Rodrigues Silva, MSc. Oscar Santos Amaya A resistência de insetos a plantas transgênicas constitui um problema sério que pode inviabilizar a utilização deste método no controle de pragas em nı́vel mundial. De um total de 160 milhões de hectares plantados no mundo em 2011, no Brasil foram plantados 30,3 milhões de hectares (ha) com plantas transgênicas,com tendência de aumento dessa área, sendo a maior parte dessa área cultivada com algodão, milho e soja, expressando pró-toxinas oriundas da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt). Isto configura-se em um cenário de alta pressão de seleção para resistência em populações dos insetos alvo; e deve ser adotado um plano de manejo adequado da resistência para evitar a perda de viabilidade dessa tecnologia. Assim, devem ser realizados estudos que gerem conhecimentos que auxiliam no desenvolvimento e aprimoramento das tecnologias que envolvem o uso de toxinas Bt e em sua durabilidade, os riscos a e otimização do uso dessa ferramenta em campo. O mini-curso visa fornecer conceitos e ferramentas básicas que auxiliem na condução de estudos e obtenção de informações importantes perante a adoção e uso da tecnologia, mudança ou alternância de estratégias de manejo, para prolongar a durabilidade e eficácia da tecnologia. Cupins: introdução a ecologia e taxonomia: Msc. Costa, Msc. Vinicius Barros Rodrigues Diogo Os cupins são insetos sociais da ordem Isoptera, com cerca de 3.000 espécies descritas. A colônia de cupins é formada por indivı́duos que exercem funções especializadas, como: busca de alimento, reprodução e defesa do ninho. Esses insetos possuem um papel ecológico primordial, uma vez que ocupam a posição de consumidores primários ou decompositores no ecossistemas naturais, atuando na reciclagem de nutrientes. Algumas espécies de cupins possuem relevante interesse econômico, já Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 4 que podem causar danos, tanto em áreas agrı́colas quanto em áreas urbanas, por se alimentarem da madeira utilizada nas construções. Apesar de sua importância, pouco se conhece a respeito da biologia da maioria das espécies e vários gêneros possuem uma taxonomia confusa, demandando trabalhos de taxonomia. Práticas forenses com vestı́gios entomológicos: Msc. Verônica Saraiva Fialho A Entomologia Forense trata da utilização de insetos como evidências em casos judiciais. Divide-se em três áreas principais: Entomologia Médico-Legal, ligada à morte (de humanos e outros animais); Entomologia Urbana, relacionada à prejuı́zos causados por insetos ao patrimônio privado; e Entomologia de Produtos Armazenados, que diz respeito às infestações em alimentos e outros produtos armazenados. Assim, o objetivo deste mini-curso é introduzir os interessados ao universo da Entomologia Forense, com foco no cotidiano prático de um entomólogo forense. Para isso, atividades em campo (coleta de insetos em cadáveres) e laboratório (identificação de insetos) serão desenvolvidas para estimativas de Intervalo Pós-Morte e de contaminação de alimentos por insetos. A parte teórica abordará o estado da arte da Entomologia Forense e servirá para ilustrar as possibilidades e demais aplicações dos vestı́gios entomológicos. Sistema glandular em insetos sociais: comunicação quı́mica e bioprospecção a partir dos compostos quı́micos do veneno: Drª. Luiza Carla Barbosa Martins, Msc. Pollyanna Pereira Santos Os insetos sociais são caracterizados como organismos que apresentam as seguintes caracterı́sticas comportamentais: indivı́duos da mesma espécie que cooperam com o cuidado da cria; as fêmeas estéreis trabalham para uma fêmea reprodutiva; e sobreposição de, no mı́nimo, duas gerações em estágios de vida capazes de contribuir com a divisão de trabalho na colônia (Wilson, 1971; Hölldobler & Wilson, 1990). Dentre os insetos, aqueles definidos como verdadeiramente sociais incluem espécies de abelhas, vespas, formigas e cupins (Wilson, 1971). Uma das caracterı́sticas comuns aos insetos sociais é a presença de uma grande diversidade de glândulas exócrinas distribuı́das por todo o corpo. O conhecimento morfofisiológico e quı́mico das glândulas exócrinas nos insetos sociais faz-se importante, uma vez que essas glândulas desenvolvem múltiplas funções biológicas essenciais à perpetuação do individuo e da colônia, como alimentação, reprodução, comunicação quı́mica e defesa. Adicionalmente a importância biológica do sistema glandular dos inse- Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 5 tos sociais, as secreções produzidas por essas glândulas, em especial a glândula de veneno, vem tendo uma atenção especial no cenário atual. Assim como o veneno de outras espécies de invertebrados e de vertebrados, os venenos dos himenópteros representam uma fonte rica e inexplorada de compostos bioativos de importância farmacológica. O desenvolvimento de novas técnicas como a espectrometria de massas e a bioinformática representaram avanços importantes na elucidação da caracterização estrutural e funcional, e no estudo do mecanismo de ação dos compostos do veneno. Apesar dos poucos trabalhos desenvolvidos com o veneno dos Hymenoptera, toxinas com elevada atividade microbiana, inseticida, anti-inflamatória e antiangiogênica, vem sendo identificadas no veneno desse grupo animal, apontando esses organismos como importantes objetos de estudos na procura de novas drogas de uso comercial que auxiliem no diagnóstico, tratamento e cura de algumas doenças. Aspectos biológicos e ecológicos de insetos predadores e parasitoides: MSc. Júlio César Melo Poderoso, MSc. Daniele de Fátima Venâncio, MSc. Rafael Coelho Ribeiro, MSc. Francisco Andrés Rodriguez Dimaté Os produtos quı́micos sintéticos são tóxicos para as pragas, mas também conferem risco ao homem, animais domésticos e silvestres, podendo deixar resı́duos nos alimentos, na água ou no solo. Para evitar esses problemas, foi criada uma estratégia que integrasse diferentes métodos de controle, o Manejo Integrado de pragas (MIP). Uma das táticas mais eficientes no Manejo Integrado de Pragas é o Controle Biológico que, em sua essência, pode ser considerado como o uso de organismos vivos para manter a população de determinada praga em equilı́brio no agrossistema, de modo a não ocasionar danos ambientais e econômicos. Entre os organismos utilizados no controle biológico, os inimigos naturais entomófagos (predadores e parasitóides) e entomopatógenos (bactérias, fungos, nematóides, vı́rus, etc.), são importantes agentes em diversos programas de controle de insetos-praga. Nesse minicurso abordaremos os temas: Importância do controle biológico no manejo integrado de pragas (MIP); tipos de controle biológico; diferenças entre predador, parasita, parasitóide; principais grupos de insetos predadores e parasitóides; métodos de criação e avaliação da qualidade dos inimigos naturais em laboratório e campo; iremos expor as pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Controle Biológico de Insetos (LCBI – UFV). Principais ácaros de importância econômica e seus inimigos naturais no Brasil: Msc. Fredy Alexander Rodriguez Cruz, Msc. Cleide Dias, Marcus Vinicius Duarte Alfenas Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 6 Os ácaros são organismos usualmente pequenos e habitam uma ampla gama de ambientes. Representam o segundo maior grupo de artrópodes depois dos insetos e podem ocorrer no solo, em ambientes aquáticos, como parasitas de vertebrados e outros artrópodes, assim como em plantas cultivadas ou espontâneas (fitófagos). Embora existam um número significativo de espécies fitófagas, são poucas as consideradas como pragas de importância econômica no contexto da agricultura. Seu ataque acontece geralmente em folhas e frutos de seus hospedeiros. Ao danificar as folhas, reduzem a área fotossinteticamente ativa e tem a capacidade de ser vetores de doenças. O principal método de controle dos ácaros fitófagos no mundo é o quı́mico. No entanto, seu inadequado uso pode levar a problemas de contaminação ambiental, intoxicação aos produtores e surgimento de populações resistentes. Uma alternativa é o controle biológico, os principais inimigos naturais dos fitófagos são ácaros predadores, eles pertencem a varias famı́lias, podendo possuir hábito de vida e alimentar diversificado. O mini-curso visa fornecem informações sobre aspectos morfológicos e biológicos de ácaros-praga e seus inimigos naturais no Brasil. Biologia e taxonomia de formigas neotropicais: Msc. Gabriela Procópio Camacho, Dra. Vivian Sandoval, Msc. Laila Fieto Ribeiro, Ana Carolina Maradini Este minicurso tem como objetivo apresentar aos alunos uma breve introdução à Mirmecologia, ou seja, ao estudo das formigas. Iremos abordar também a importância das formigas, suas caracterı́sticas biológicas, morfológicas e ecológicas. Além disso, serão apresentados os principais e mais eficientes métodos de coleta da fauna de formigas e a forma adequada de processamento do material. Por fim, será feita uma introdução à taxonomia de formigas, com o objetivo de possibilitar aos alunos a autonomia de identificação das subfamı́lias e dos principais gêneros de formigas neotropicais. Microsoft Excel para iniciantes: Ricardo Siqueira da Silva, Tarcı́sio Visintin da Silva Galdino Desenvolvimento dos conhecimentos básicos do uso de Planilhas eletrônicas, focando organização de dados cientı́ficos para análises estatı́sticas, permitindo realização de tarefas elementares de cálculos e tabelas dinâmicas. Citogenética convencional e molecular aplicada aos estudos e insetos: Dra. Denilce M. Lopes, Msc. Rı́udo Paiva Ferreira, Msc. Samira Ravaiano O mini-curso abordará as bases teóricas das principais técnicas de citogenética clássica e molecular usadas no estudos de insetos e como a Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 7 citogenética pode contribuir para estudos do genoma e evolução nesses organismos. Introdução à fotografia macro: Yeisson Gutiérrez López As fotografias são ferramentas visuais muito importantes no campo das ciências, permitindo documentar, no nosso caso, processos interessantes nos insetos. Sua importância na entomologia vê-se refletida principalmente nas áreas da sistemática, morfologia e taxonomia clássica; ainda assim também pode ser vista desde uma perspectiva artı́stica ou simplesmente pode ser um passatempo ou uma opção de atividade ao ar livre. O objetivo deste mini-curso é fornecer conhecimentos básicos para o manuseio de câmeras fotográficas digitais, passar instruções sobre como escolher o melhor equipamento e abordar conceitos aplicáveis a câmeras análogas, digitais, microscópios e estereomicroscópios. Ao final teremos uma parte prática de fotografia em mini-estudos e sessão de discussão de fotografias dos participantes. Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 8 Realização Apoio Apresentações orais Machos com face atraente: Sinal sexualmente selecionado em uma vespa social André R. de Souza (1); Fábio S. Nascimento (2); José Lino-Neto (3) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Biologia, Universidade de São Paulo; (3) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] Sinais sexualmente selecionados são comuns em diversos taxa, mas pouco conhecidos em insetos sociais. Vespas do gênero Polistes são bons modelos para o estudo da seleção sexual. Tipicamente, machos defendem territórios (leques), onde competem por cópulas com fêmeas monogâmicas que armazenam os espermatozoides e os utilizam progressivamente, fertilizando os ovos durante os vários meses de vida. A coloração dos machos de Polistes simillimus é muito variada. Nós demonstramos que a proporção de pigmento preto na face funciona como sinal durante a seleção intersexual. Quando dois machos são apresentados à uma fêmea em uma arena, aquele escolhido pela fêmea como parceiro sexual tem maior proporção de pigmentação preta (Wilcoxon: p bilateral=0,0488; n=10) que o macho não escolhido. Além disso, quando machos são experimentalmente manipulados com tinta para um aparentar maior e o outro menor proporção de pigmentação preta, aquele que aparenta maior é preferido como parceiro sexual (Teste dos sinais: p unilateral=0,0333; n=11). Assim, a quantidade de pigmentação preta na face dos machos funciona como sinal durante a escolha de parceiros sexuais pelas fêmeas de Polistes simillimus. Em outra espécie distantemente relacionada, Polistes dominulus, a irregularidade na forma de manchas abdominais amarelas funciona como sinal na seleção sexual. Os sinais nas duas espécies são conspı́cuos, contı́nuos e variáveis, mas diferem quanto à coloração (amarelo vs. preto), localização (abdômen vs. cabeça) e a caracterı́stica analisada pela fêmea (irregularidade vs. proporção). Sinais independentemente evoluı́dos frequentemente tem diferentes propriedades, podendo estar correlacionados com algo útil para o receptor. Futuros estudos sobre como fêmeas se beneficiam ao prestar atenção nos diferentes sinais sexuais em machos de Polistes serão interessantes para entender quais fatores seletivos promoveram a evolução de ornamentos em insetos sociais. Palavras-chave: ornamento, escolha da fêmea, inseto social Apoio: CNPq (proc. 143246/2011-9 para André R. De Souza) Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 10 Comunidades de besouros de importância forense em Barbacena, Minas Gerais Felipe L. T. Gomes (1); Ana Carolina dos P. Sacramento (1); Fernando W.T. Leivas (2); Ana Paula Baumgratz (3); Letı́cia Vieira (4) (1) Universidade Federal de São João del-Rei; (2) Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná; (3) Instituto Federal do Sudeste de Minas, Campus Barbacena; (4) Departamento de Ciências Naturais, Universidade Federal de São João del-Rei E-mail: [email protected] Coleoptera é a ordem mais utilizada como modelo em entomologia forense, pois estes insetos compreendem a principal evidência entomológica na determinação do Intervalo Pós Morte. Estudos demonstram que a composição de espécies e a sucessão no cadáver variam em relação à região geográfica e a estação climática. Os objetivos foram: 1) descrever e identificar a coleopterofauna associada aos cadáveres e; 2) conhecer o padrão de sucessão e determinar o gradiente de substituição de espécies. Para a coleta de dados foram utilizados, em cada estação do ano, dois corpos de Sus scrofa colocados em uma gaiola e, para cada porco, foram utilizados três métodos de coleta: pitfalls, coleta manual e nas bandejas sob os porcos. Foram aferidas as temperaturas retal, ambiente e umidade relativa do ar. Foram coletados 4914 indivı́duos de 153 espécies distribuı́das em 22 famı́lias, sendo 10 famı́lias de importância forense com 4661 representantes distribuı́dos nas famı́lias Carabidae (6 spp.) com 60 espécimes, Cleridae (2 spp.) com 7 espécimes, Dermestidae (1 sp.) com 7 espécimes, Histeridae (6 spp.) com 1573 espécimes, Nitidulidae (6 spp.) com 130 espécimes, Scarabaeidae (34 spp.) com 202 espécimes, Silphidae (1 sp.) com 1135 espécimes, Staphylinidae (32 spp.) com 1529 espécimes, Tenebrionidae (1 sp.) com 8 espécimes, Trogidae (2 spp.) com 10 espécimes. O total de espécies de interesse forense perfazem 94,85% da coleta. A ordenação das coletas na bandeja e nos porcos não formaram grupos distintos, indicando que essas metodologias podem ser complementares na coleta de espécies de coleópteros de importância forense, ao passo que as amostras com pitfall formaram um grupo à parte. Existe uma resposta da comunidade às mudanças nas estações do ano, sendo que a composição de espécies no verão e primavera tende a ser próxima, indicando um padrão conhecido na zona tropical onde os artrópodes possuem sua atividade de vida. Palavras-chave: Coleoptera, entomologia forense, sucessão ecológica Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 11 Limão galego infectado por fitoplasma aumenta o crescimento populacional do inseto vetor Diaphorina citri Gabriel A. Vieira (1); Renan B. Queiroz (1); Fábio N. da Silva (2); Felipe V. Prado (3); Simon L. Elliot (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Fitopatologia, Universidade Federal de Viçosa; (3) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] O psilı́deo dos citros, Diaphorina citri, é capaz de adquirir a bactéria Candidatus Phytoplasma aurantifolia, colonizadora de floema em limão galego (Citrus aurantifolia). O objetivo deste trabalho foi comparar o crescimento populacional do inseto criado em plantas de limão galego com e sem fitoplasma via construção de tabela de vida. Os insetos foram criados em mudas livres de patógenos no interior de gaiolas. Já os pés de C. aurantifolia utilizados no experimento foram adquiridos em viveiro na cidade de Dona Euzébia, Minas Gerais, e alocados em casa de vegetação, onde o experimento foi conduzido. Após extração de DNA total e posterior dupla PCR, as plantas foram divididas em dois tratamentos: com e sem fitoplasma, cada um com 10 repetições. Em cada planta foi colocado um saco de organza com cinco casais do psı́lideo para oviposição. Após 24 horas, os sacos foram removidos e os ovos em cada planta foram contados. Ao atingirem a fase adulta, os adultos foram coletados e sexados, sendo então colocados em outro ramo da mesma planta para oviposição. A partir da 2ª geração, sobrevivência e desenvolvimento foram avaliados diariamente e as exúvias foram utilizadas como parâmetro para mudança de ı́nstar. As avaliações foram realizadas até a morte da última fêmea (aproximadamente 100 dias). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, feita com base nos parâmetros obtidos pela tabela de vida. A taxa intrı́nseca de crescimento dos insetos criados em plantas com fitoplasma (0,075) foi maior (F1,14 = 26,37, p<0,001) quando comparada a taxa dos insetos criados em plantas saudáveis (0,04). Analogamente, a taxa reprodutiva lı́quida também foi maior (F1,14 = 42,87, p<0,001) nos insetos em plantas infectadas (27) do que nos insetos em plantas sadias (7). Portanto, podemos afirmar que o controle do fitoplasma é necessário para conter o aumento populacional de D. citri, vetor do greening, importante doença cı́trica da atualidade. Palavras-chave: psilı́deo, fitoplasma, limão galego Apoio: CNPq, Fundação Vale Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 12 Atividade inseticida de Annona coriacea sobre larvas de Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) Alice F. Camargos (1); Marilza S. Costa (1); José E. Serrão (1); Francyne S. Correia (2); Evandro L. Dall’Oglio (2) (1) Laboratório de Biologia Celular e Estrutural, Universidade Federal de Viçosa; (2) Laboratório de Pesquisa em Quı́mica de Produtos Naturais, Universidade Federal de Mato Grosso E-mail: [email protected] É crescente a busca por substâncias vegetais bioativas para o controle de insetos. Dentre as plantas, extratos de Annonaceae destacam-se por terem em sua composição as acetogeninas, com alta atividade biocida, podendo ser uma alternativa no controle de vetores de doenças, como o Aedes aegypti. Portanto, este estudo verificou a atividade larvicida dos extratos hexânico e metanólico de Annona coriacea sobre larvas de A. aegypti. Os extratos metanólico e hexânico de sementes de A. coriacea foram testados nas concentrações de 100, 80, 50, 20 e 10 ppm e como controle foi utilizado DMSO ou Tween 20 a 2%. Os bioensaios foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições, contendo 25 mL de cada concentração e 20 larvas de 3° estádio, por réplica, sendo avaliada a quantidade de larvas mortas após 24 horas de exposição. Os dados foram submetidos à ANOVA e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. O extrato hexânico provocou 100% de mortalidade larval nas concentrações acima de 20 ppm, enquanto que em 10 ppm a mortalidade foi de 51, 25% contra 0% no tratamento controle. Com o extrato metanólico a mortalidade foi de 97, 92, 87, 83 e 72% em 100, 80, 50, 20 e 10 ppm, respectivamente. A concentração de 100 ppm diferiu estatisticamente das concentrações de 80 e 50 ppm que foram semelhantes a concentração de 20 ppm, sendo a menor mortalidade observada a 10 ppm. Extratos de A. coriacea apresentam ação larvicida com os dois solventes testados, no entanto, apesar do extrato hexânico obter maiores taxas de mortalidade (> 20 pmm), o extrato metanólico em menor concentração (10 ppm) obteve letalidade mais significativa (72%) que o hexânico (51%). Palavras-chave: Larvicida, acetogenina, Annonaceae Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 13 Avaliação da taxa de encapsulação de operárias de formigascortadeiras submetidas à dieta a base de Neem Karina D. Amaral (1); Vanessa E. Seide (1); Terezinha M. C. Della Lucia (1) (1) Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa Email: karina [email protected] A existência de um sistema de defesa altamente complexo nas formigascortadeiras tem dificultado o desenvolvimento de estratégias mais elaboradas para o controle desses insetos-praga. Dentre as substâncias quı́micas que afetam negativamente o sistema imune de insetos, conhecem-se, por exemplo, os efeitos imunossupressores da actinomicina D, da ciclohexamidae da azadiractina. Este trabalho objetivou avaliar a resposta imune de operárias de Atta sexdensrubropilosa ao imunossupressor azadiractina,presente na folha de Neem,Azadirachta indica. O parâmetro utilizado para medir a imunocompetência foi a taxa de encapsulação de um antı́geno padronizado, um microfilamento de náilon. Foram utilizados três formigueiros de Atta sexdensrubropilosaque receberam durante um mês apenas folhas de Neem como substrato para seu fungo simbionte. Outros três, que foram utilizados como controle, receberam folhas de Acalyphawilkesiana. Vinte e cinco formigas foram selecionadas semanalmente, de cada um dos seis formigueiros, nas quais os microfilamentos de 0,12 mm de diâmetro e 1,0 mm de comprimento foram introduzidos no tórax, entre o segundo e terceiro pares de pernas. Após a introdução dos antı́genos, as operárias foram colocadas individualmente em tubos de ensaio e, posteriormente,incubadas em B.O.D. a 25ºC por 24 horas. Em seguida, os microfilamentos foram retirados da hemocele, e montados com resina em lâminas de microscópio. As fotomicrografias foram analisadas no programa Image J, adotando-se que quanto mais escura a imagem maior a taxa de encapsulação do microfilamento. Após uma semana de tratamento, as colônias que receberam folhas de Neem apresentaram maior taxa de encapsulação em relação às colônias não tratadas, condição que se manteve ao final de três semanas de tratamento. Dessa forma, verificou-se que o imunossupressor azadiractina aumentou a taxa de encapsulação nas operárias, significando que o sistema imune foi afetado adversamente. Palavras-chave: imunocompetência, azadiractina, formigas-cortadeiras Apoio: CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 14 Variação geográfica na morfologia da genitália masculina de Belostoma grupo bifoveolatum (Heteroptera: Belostomatidae) Fabiano Stefanello (1); José R. I. Ribeiro (1) (1) Laboratório de Estudos em Biodiversidade do Pampa, Universidade Federal do Pampa, Campus São Gabriel E-mail: [email protected] A genitália masculina é um dos traços mais divergentes em animais, muitas vezes o mecanismo que direciona tal variação não é claro. As variações morfológicas observadas nessa estrutura podem ser resultantes de seleção sexual contı́nua após a cópula ou produto de outros mecanismos, como por exemplo, um reforço de isolamento pré-zigótico ou pleiotrópico. A fim de testar essas previsões investigou-se a variação clinal no tamanho do corpo, forma e tamanho dos braços dorsais e divertı́culo ventral do falossoma, bem como o tamanho das válvulas genitais das fêmeas. Para tanto, foram examinados 130 machos e 90 fêmeas de três espécies do gênero Belostoma, grupo bifoveolatum, de 52 populações distintas ocorrentes desde o sul da Argentina, incluindo parte do Brasil, até a Bolı́via e Peru. O tamanho do corpo e as válvulas genitais foram medidos através de métodos tradicionais de morfometria. Para quantificar a variação na forma e no tamanho dos braços dorsais e do divertı́culo ventral do falossoma, técnicas robustas de Morfometria Geométrica usando análises de contorno foram implementadas no programa estatı́stico R 2.15.3. A detecção de clinas lineares ou curvilineares deu-se a partir de Análises de Tendência de Superfı́cie e, o melhor modelo de variação foi escolhido via critério de informação Akaike. Clinas lineares foram encontradas para os escores de tamanho do corpo e das válvulas genitais, assim como para o centroide das partes amostradas do falossoma. Para a forma, a variação clinal encontrada foi curvilinear. A forte correlação na clina, entre o tamanho do corpo dos machos e o tamanho do falossoma, r < 0,90 com p < 0,01, evidencia a possı́vel evolução da genitália masculina através de mecanismos pleiotrópicos. Entretanto, para a forma tanto dos braços dorsais como do divertı́culo ventral a correlação significativa com o tamanho das válvulas genitais das fêmeas, r = 0,38 e r = -0,46, respectivamente, sugere algum tipo de seleção sexual direcionada pelas fêmeas. Palavras-chave: morfometria, variação morfológica, seleção sexual Apoio: PBDA, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 15 Toxicidade de novas amidas sintéticas à Rhyzopertha dominica Mirian F. Pimentel (1); Elba N. C. Pereira (2); Elson S. Alvarenga (2); Joel M. Oliveira (1); Suélen K. Sartori (2) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Quı́mica, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] A busca por novos compostos com ação inseticida para o controle de insetos praga, utilizando modelos naturais, é uma necessidade crescente em todo o mundo. Um modelo promissor são as amidas encontradas nas plantas da famı́lia Piperaceae. A toxicidade de extratos de pimenta do reino a alguns coleópteras da famı́lia Bruchidaea e Curculionidae deve-se a amidas como a piperina. O coleóptera Rhyzopertha dominica é uma das principais pragas da cultura do trigo. Larvas e adultos alimentam-se dos grãos causando enormes perdas. Portanto, este trabalho teve como objetivo avaliar a atividade inseticida de 17 novas amidas sintéticas a R. dominica. O experimento foi desenvolvido no laboratório de Manejo Integrado de Pragas da Universidade Federal de Viçosa. Nos bioensaios, foram utilizados insetos adultos provindos de criações em laboratório. Os tratamentos foram 17 novas amidas nomeadas por 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 14, 15, 16, 20, 21 e 22, piperina e a testemunha. O delineamento foi inteiramente casualizado com 4 repetições. Cada repetição foi constituı́da por 10 insetos acondicionados em um pote plástico (250 ml). Cada inseto recebeu 0,5 µl da substância via aplicação tópica, sendo que a testemunha recebeu apenas o solvente. Avaliou-se a mortalidade 48 e 168 horas após a aplicação. Os dados de mortalidade foram submetidos à ANOVA e as médias agrupadas pelo teste Scott-Knott com p<0.05. As novas amidas apresentaram efeito inseticida sobre R. Dominica. Entretanto, a mortalidade causada após 48 horas foi baixa para todas as substâncias. Após 168 horas as amidas tenderam a apresentar um maior efeito inseticida sobre R. Dominica. Neste tempo a substância 21 foi a que causou a maior mortalidade (80%), os demais análogos e a piperina causaram baixa mortalidade. Deste modo, a amida 21 apresenta potencial para uso no controle de R. Dominica. Palavras-chave: Análogos de piperina, besourinho dos cereais, toxicidade Apoio: CAPEs, CNPq, FAPEMIG, PIBEX Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 16 Abelhas polinizadoras como ferramenta para a educação ambiental em comunidades rurais Marcelita F. Marques (1); Ulli B. Oliveira (1); Vivian de F. Manhães (1); Anna P. Hautequestt (1); Maria Cristina Gaglianone (1) (1) Laboratório de Ciências Ambientais, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro E-mail: marcelita [email protected] A fragmentação dos ecossistemas naturais em consequência de atividades humanas é considerada uma das principais ameaças à diversidade biológica e aos serviços ecológicos como a polinização, realizada principalmente pelas abelhas. Nesse contexto, a conscientização da comunidade para a importância da diversidade e do papel dos polinizadores torna-se base para as boas práticas de sustentabilidade nos diversos ecossistemas florestais e agrı́colas. Esse trabalho teve como objetivo aplicar um questionário aos alunos do Ensino Fundamental de uma escola rural em São José de Ubá – RJ, antes e depois de diversas atividades práticas relacionadas ao tema da polinização para compreender o conhecimento atual e o adquirido pelos alunos. Além disso, com base nas dificuldades e lacunas de informações observadas no questionário propõe-se a elaboração de atividades lúdicas como forma de apoio para as aulas dos professores. Por meio da análise dos questionários, verificou-se que inicialmente 7% dos alunos afirmaram saber o conceito e importância da polinização realizada pelas abelhas e 19% relataram conhecer a existência das abelhas sem ferrão. Após as atividades práticas, esse percentual aumentou para 61% e 84%, respectivamente. Como propostas para as atividades práticas foram realizadas dinâmicas para a confecção de ponteiras para lápis, máscaras decorativas e dobraduras em formatos de abelha, além de jogos da memória, dominó, quebra-cabeça e jogos de tabuleiro, com base nos temas polinização e conservação da biodiversidade. O uso dessas atividades lúdicas com finalidade de associar o tema abordado com a criatividade e o trabalho manual, visando à divulgação e à construção de materiais que apoiem os professores em aulas práticas, pode auxiliar na conscientização ambiental e na busca de boas práticas para a conservação da biodiversidade. Palavras-chave: polinização, biodiversidade, sustentabilidade Apoio: FAPERJ, MCT-CNPq-CTAgro, FAO-GEF-FUNBIO, RioRuralGEF Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 17 Influência de inibidores de proteases sintéticos na expressão gênica de enzimas digestivas de Anticarsia gemmatalis Francelina A. D. Rocha (1); Franciny M. Pilon (1); Camila R. Silva (1); Joel A. Oliveira (2); Maria Goreti A. Oliveira (1) (1) Departamento de Bioquı́mica e Biologia Molecular, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Quı́mica, Universidade Federal de Viçosa Email: [email protected] A lagarta-da-soja Anticarsia gemmatalis é considerada uma das principais pragas da cultura da soja. Insetos-pragas utilizam estratégias de controle baseadas no uso de inibidores de proteases. Tais estratégias têm sido estudadas e o conhecimento dessas enzimas digestivas tem-se mostrado fundamental. O objetivo do trabalho é avaliar a expressão gênica de serinoproteases de A. gemmatalis quando submetidas a dieta contendo inibidores sintéticos de serino-proteases. Intestinos médios das lagartas de quinto instar foram coletados com 6, 12, 24 e 48h após serem alimentadas com dieta contendo inibidores de serino-proteases. Foram realizados a extração de RNA, sı́ntese de cDNA, amplificação utilizando primers degenerados para serino-proteases; seqüenciamento e análise da expressão gênica das sequências obtidas por RT-PCR. Foram isolados três genes distintos de serino-proteases do genoma de A. gemmatalis denominados de Agem 1, Agem 2 e Agem 3, indicando que os genes estão organizados em famı́lia multigênica. Verificou que a expressão do gene Agem 2 se sobressaiu em relação ao gene Agem 1 e Agem 3, evidenciando que esse deve ser expresso em maior quantidade no trato intestinal do inseto. Os genes descritos expressaram tripsinas sensı́veis e/ou insensı́veis ao inibidor sintético Benzamidina, onde verificou um aumento na sua expressão durante o tratamento com o inibidor em relação ao controle. O inibidor sintético Berenil foi potencialmente eficiente na supressão dos genes de tripsinas isolados evidenciando que o sı́tio de ativação secundário S2’ de tripsinas, estando livre da interação com inibidores, é extremamente importantes na adaptação do inseto aos inibidores de proteases. A expressão diferencial de proteases digestivas de insetos é de grande importância para elucidar o mecanismo adaptativo de pragas agrı́colas aos inibidores de proteases. Palavras-chave: Anticarsia gemmatalis, inibidor de protease, serinoproteases Apoio: CPNq, CAPES, FAPEMIG, INCT-IPP Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 18 Apresentações de painéis Sumário 1 Entomologia Agrı́cola e Florestal 32 1.1 Monitoramento da traça-das-crucı́feras no agreste sergipano . 32 1.2 Padrão de distribuição espacial da Tuta absoluta nos diferentes estágios fenológicos do tomateiro . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Avaliação da atividade inseticida de óleo essencial de Melaleuca alternifolia em Sitophilus zeamais . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Identificação de insetos-praga e inimigos naturais associados à cultura do limão Tahiti no municı́pio de Vassouras-RJ . . . . 35 Efeito comportamental de inseticidas neurotóxicos a Orius tristicolor, predador de Tuta absoluta . . . . . . . . . . . . . . 36 Atividade deterrente de óleos essenciais em imaturos de Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera: Noctuidae) . . . . . . . . . . 37 1.7 Novos hı́bridos de tomateiro resistentes a Tuta absoluta . . . 38 1.8 Aspectos biológicos do parasitoide de pupas Trichospilus diatraeae (Hymenoptera: Eulophidae) sob o efeito de óleos essenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Atividade inseticida do óleo essencial de Rosmarinus officinalis sobre Dichelops melacanthus . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 1.3 1.4 1.5 1.6 1.9 1.10 Tricomas de tomateiro afetando a população de mosca minadora 41 1.11 Biodiversidade de vespas sociais (Hymenoptera: Vespidae) associadas à cultura da uva Niagra em Inconfidentes - MG . . 42 1.12 Potencial de extrato da raiz de Jatropha curcas, sobre o manejo daPlanococcus citri . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 1.13 Aspectos biológicos dos potenciais agentes selecionados para o controle biológico de Pereskia aculeata . . . . . . . . . . . . 44 1.14 Avaliação de consumo e durabilidade de iscas granuladas, com e sem embalagens, para o controle de formigas cortadeiras . . 45 1.15 Efeitos das condições de campo sobre Podisus nigrispinus no estado de Sergipe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 1.16 Redução da dose comercial de inseticidas inibidores da sı́ntese de quitina em combinação com óleo de P. aduncum . . . . . . 47 Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 19 1.17 Primeiro registro da ocorrência de Adetus analis associado à planta invasora Pereskia aculeata . . . . . . . . . . . . . . . . 48 1.18 Primeiro registro da microcigarrinha-do-sombreiro (Eupharelus clitoriae, Hemiptera: Psyllidae), no Piauı́ . . . . . . . . . 49 1.19 Misturas de óleos essenciais de Piper hispidinervum e Piper aduncum no controle de Spodoptera frugiperda . . . . . . . . 50 1.20 Manejo de Planococcus citri com extratos da casca do caule de Jatropha curcas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 1.21 Eficiência do óleo de nim no manejo do ácaro branco e rajado em cultivo de mamoeiro orgânico . . . . . . . . . . . . . . . . 52 1.22 Resistência de clones de café conilon a Leucoptera coffeella . . 53 1.23 Abelhas polinizadoras de Solanum lycopersicum (Solanaceae) em áreas de cultivo no noroeste do estado do Rio de Janeiro . 54 1.24 Avaliação da atividade inseticida de óleo essencial de citronela em Sitophilus zeamais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 1.25 Interação entre óleo de mamona e óleo de pinhão manso no controle do pulgão-das-brássicas . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 1.26 Manejo de ácaro rajado com torta de pinhão manso . . . . . 57 1.27 Bioatividade de produtos naturais sobre Cryptolestes ferrugineus 58 1.28 Ação indireta da torta de pinhão manso no controle do àcaro rajado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 1.29 Fatores de mortalidade de Myzus persicae . . . . . . . . . . . 60 1.30 Disseminação de Ceratocystis fimbriata através da serragem eliminada por coleobrocas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 1.31 Amostragem de Acromyrmex spp. (Hymenoptera: Formicidae) como subsı́dio na diminuição do uso de iscas formicidas . . . 62 1.32 Ocorrência de Psilı́deo-de-Concha em eucalipto no Estado de Sergipe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 1.33 Infestação de insetos-praga do feijão armazenado, Phaseolus vulgaris e Vigna unguiculata, na Cidade de Porto Velho-RO . 64 1.34 Seletividade de inseticidas ao percevejo predador Amphiareus constrictus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 1.35 Efeito inseticida de extratos vegetais liofilizados sobre o pulgãoverde Myzus persicae em couve . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 1.36 Consumo alimentar de larvas de Diatraea saccharalis como indicativo da resistência varietal em cana . . . . . . . . . . . 67 Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 20 1.37 Caracterização da suscetibilidade de Spodoptera frugiperda a diferentes inseticidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 1.38 Efeito ovicida de inseticidas sintéticos em Neoleocinodes elegantalis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 1.39 Estudo preliminar da atividade fumegante de óleo essencial comercial de Cymbopogon citratus no controle de Sitophilus zeamais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 1.40 Efeito da mistura de inseticida e fungicida no controle de Chrysodeixis includens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 1.41 Linha básica de suscetibilidade de Spodoptera frugiperda à proteı́na Cry1F de Bacillus thuringiensis . . . . . . . . . . . . 72 1.42 Ganho de seleção na tolerância à toxina Cry1F de Bacillus thuringiensis em uma linhagem da lagarta do cartucho . . . . 73 1.43 Seletividade do óleo essencial de Piper aduncum (Piperaceae) sobre parasitoides de ovos do percevejo marrom da soja . . . 74 1.44 Análise da espécie predominante de formiga cortadeira em plantio de Pinus taeda no planalto sul catarinense . . . . . . 75 1.45 Extrato aquoso de crambe no controle Frankliniella schultzei 76 1.46 Patogenicidade de Bt em Oligonychus ilicis . . . . . . . . . . 77 1.47 Desenvolvimento e sobrevivência do besouro Tribolium castaneum em diferentes farinhas provenientes de semente de trigo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 1.48 Bioatividade de caldas alternativas sobre o pulgão-verde Myzus persicae em brássicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 1.49 Avaliação da relação entre nı́veis de infestação por broca-dacana e injúria em plantas de dois genótipos de cana-de-açúcar 80 1.50 Uso de inseticidas botânicos no controle de Ascia monuste orseis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 1.51 Redução da dose comercial carbaril sinergizado com óleo pimenta-de-macaco para controle de Cerotoma tingomarianus no feijoeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 1.52 Redução da dose de fosforados com Piper aduncum no controle de Spodoptera frugiperda em plantas de milho . . . . . . . . 83 1.53 Manejo do pulgão da couve com óleo de pinhão manso armazenado em vidro âmbar e embalagem polietileno . . . . . . 84 Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 21 1.54 Análise da resistência em genótipos do amendoinzeiro Arachis hypogaea rasteiro ao tripes do prateamento Enneothrips flavens 85 1.55 Respostas locomotoras e toxicidade do inseticida imidaclopride em Euschistus heros (Heteroptera: Pentatomidae) . . . . . . 86 1.56 Eficiência de combate de formigas cortadeiras em eucaliptais 87 1.57 Extrato aquoso de samambaia sobre Frankliniella schultzei . 88 1.58 Entomofauna associada à cultura do quiabeiro Abelmoschus esculentus (L.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89 1.59 Flutuação populacional da entomofauna associada à planta invasora Pereskia aculeata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 1.60 Levantamento da entomofauna associada aos acessos de Varronia curassivica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 1.61 Avaliação da atividade inseticida de óleo essencial de citronela em Sitophilus zeamais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 1.62 Avaliação da atividade inseticida de óleo essencial de citronela em Zabrotes subfasciatus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 1.63 Potencial de Beauveria bassiana para o controle de larvas de Leucothyreus femoratus (Coleoptera: Scarabaeidae) . . . . . . 94 1.64 Controle de Acromyrmex spp. em povoamentos de Pinus taeda, com o inseticida sistêmico imidacloprid . . . . . . . . . 95 1.65 Diversidade hospedeira e proteção contra atividade inseticida de óleo essencial de cravo em Acanthoscelides obtectus . . . . 96 1.66 Ricinoleato de sódio no controle de Frankliniella schultzei . . 97 1.67 Susceptibilidade de clones de cana-de-açúcar sob diferentes nı́veis de infestação artificial pela broca-da-cana . . . . . . . . 98 1.68 Mudanças morfológicas no intestino médio de Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera: Noctuidae) após a exposição de produtos comerciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99 1.69 Presença de Thaumastocoris peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae) em plantações de eucaliptos no Estado de Sergipe100 1.70 Toxicidade de inseticidas biorracionais a inimigos naturais da traça do tomateiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 1.71 Primeiro registro de danos causados por mirı́deos (Heteroptera: Miridae) em pastagens do Espı́rito Santo . . . . . . . . . . . . 102 1.72 Controle populacional de Hypothenemus hampei por fungos entomopatogênicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103 Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 22 1.73 Preferências polı́nicas de abelhas africanizadas na região da Mata Atlântica e Baixo São Francisco Sergipano . . . . . . . 104 1.74 Dinâmica interna em colônias de Apis mellifera: tipo de investimento após alimentação suplementar . . . . . . . . . . 105 1.75 Efeito do tegumento de Phaseolus vulgaris sobre o desenvolvimento embrionário e larval de Callosobruchus maculatus . . . 106 1.76 Interações intra e interespecı́fica no desenvolvimento e reprodução de percevejos predadores (Heteroptera: Pentatomidae)107 1.77 Predação e consumo alimentar nas interações intra e interespecı́fica de adultos de Heteroptera: Pentatomidae . . . . . . 108 1.78 Efeito fumigante do óleo essencial de Ocimum basilicum sobre populações de Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae) 109 1.79 Toxicidade de indoxacarbe em populações brasileiras de Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae) . . . . . . . . . . 110 1.80 Manejo alternativo de Tuta absoluta (Lepidoptera: Gelechiidae) com extrato aquoso de pimenta roxa . . . . . . . . . . . 111 1.81 Suscetibilidade de clones hı́bridos de eucalipto a Thaumastocoris peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae) . . . . . . . 112 1.82 Simulação de danos da broca dos ponteiros em diferentes estádios de crescimento da soja . . . . . . . . . . . . . . . . . 113 1.83 Sintomatologia ocasionada por Thaumastocoris peregrinus em clones hı́bridos de Eucalyptus . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 1.84 Sementes como fonte de compostos quı́micos com potencial para o controle do besouro Tribolium castaneum . . . . . . . 115 1.85 Nı́vel de dano econômico para insetos desfolhadores em feijãocaupi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116 1.86 Potencial de predação de percevejos predadores à Diaphania hyalinata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 1.87 Diferentes fontes de alimentação na criação do percevejo marrom em laboratório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118 1.88 Morfometria de trofócitos e aspectos reprodutivos de Acanthoscelides obtectus mantidos em duas cultivares de feijão . . 119 1.89 Neonicotinoide afeta parâmetros biológicos de Podisus nigrispinus (Heteroptera: Pentatomidae) . . . . . . . . . . . . . . . . 120 1.90 Impacto do Metarhizium anisopliae sobre parâmetros biológicos de Palmistichus elaeisis (Hymenoptera: Eulophidae) . . . . . 121 Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 23 1.91 Efeito de extratos vegetais na longevidade de saúva limão adicionados em dieta artificial . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122 1.92 Criação de Thaumastocoris peregrinus em clones hı́bridos de eucalipto em laboratório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123 1.93 Ocorrência de predadores em lagarta desfolhadora Nystalea nyseus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 1.94 Levantamento preliminar de besouros coprófagos em mata nativa na região de Pato Branco – PR . . . . . . . . . . . . . 125 1.95 Atividade ovicida de Piper aduncum sobre Plutella xylostella (Lepidoptera: Plutellidae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126 1.96 Registro Oncideres ulcerosa (Insecta: Cerambycidae) em Maclura tinctoria (Moraceae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127 1.97 Óleo de mamona da variedade Paraguaçú no controle de Myzus persicae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128 1.98 Composição bioquı́mica de ovos de Callosobruchus maculatus (Coleoptera: Chrysomelidae) sobre sementes hospedeiras e não hospedeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129 1.99 Mudanças no comportamento de oviposição de Diatraea saccharalis em duas variedades de cana-de-açúcar . . . . . . . . 130 1.100Ação indireta da interação entre óleo de mamona e óleo de pinhão manso no controle do pulgão-das-brássicas . . . . . . . 131 1.101Levantamento de pragas e desenvolvimento de girassol ornamental em diferentes adubações . . . . . . . . . . . . . . . . . 132 2 Entomologia Médica e Veterinária 133 2.1 Aspectos fı́sicos e quı́micos da água de criadouros de Aedes (Stegomyia) aegypti em ambiente urbano . . . . . . . . . . . . 133 2.2 Ocorrência de dı́pteros vetores de Leishmaniose no Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Bambuı́ . . . . . . . . . . 134 2.3 Diversidade de malófagos em Gallus gallus na região serrana do Estado do Rio de Janeiro, Brasil . . . . . . . . . . . . . . 135 2.4 Aedes albopictus e Aedes aegypti em área de mata urbana de Minas Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136 3 Entomologia Molecular e Genética 3.1 137 Purificação parcial de cisteı́no-proteases do intestino médio de Anticarsia gemmatalis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137 Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 24 3.2 Variação cariotı́pica de duas populações de Polistes ferreri (Vespidae, Polistinae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138 3.3 Caracterização citogenética de Tetragona dorsalis (Hymenoptera: Apidae: Meliponini) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139 3.4 Análise citogenética de uma população de Camponotus atriceps 140 3.5 Estudos citogenéticos de Frieseomelitta doederleini (Hymenoptera: Apidae) de Urbano Santos - Maranhão . . . . . . . . . . . . . 141 3.6 Transmissão horizontal de Wolbachia entre espécies de Sitophilus (Coleoptera: Curculionidae) . . . . . . . . . . . . . . . 142 3.7 Detecção molecular de sequência telomérica (TCAGG)n em três espécies de abelhas da tribo Meliponini . . . . . . . . . . 143 3.8 Análise de populações polimórficas de Melipona quinquefasciata (Hymenoptera: Apidae) quanto à presença de cromossomos B . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144 3.9 Caracterização citogenética de Cyphomyrmex olitor (Formicidae: Myrmicinae: Attini) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145 3.10 Citogenética da abelha sem ferrão Melipona puncticolis (Hymenoptera: Meliponini) coletada em Altamira, Pará . . . . . 146 4 Entomologia Ecológica 147 4.1 Inventário das espécies de abelhas Euglossina através do uso de iscas odorı́feras na Mata do Ginásio São José, em Ubá-MG 147 4.2 Floresta tropical seca: os efeitos sob assimetria flutuante de uma espécie do gênero Uroxys (Coleoptera: Scarabaeinae) . . 148 4.3 Diversidade de vespas sociais no Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Bambuı́, Minas Gerais, Brasil . . . . . . . . 149 4.4 Levantamento de Abelhas da subtribo Euglossina no bairro ligação (campus da UEMG) Ubá- MG . . . . . . . . . . . . . 150 4.5 Diversidade de Enicospilus (Hymenoptera: Ichneumonidae: Ophioninae) no Refugio de Vida Silvestre ”Bosques Nublados de Udima”, Cajamarca, Peru . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151 4.6 A abundância de vespas parasitoides em áreas de campos é influenciada pela proximidade de plantações de soja? . . . . . 152 4.7 Diversidade de himenópteros aculeados em fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual . . . . . . . . . . . . . . . . 153 4.8 Estudos taxonômicos de tripes (Thysanoptera, Terebrantia) associados às plantas ornamentais . . . . . . . . . . . . . . . . 154 Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 25 4.9 Metodologia de criação de Tenebrio molitor em dieta artificial 155 4.10 Ocupação de ninhos-armadilha por Trypoxylon aurifrons em fitofisionomias savânicas e florestais do Bioma Cerrado . . . . 156 4.11 Influência da sazonalidade na distribuição de vespas sociais do Parque Estadual do Ibitipoca/MG . . . . . . . . . . . . . 157 4.12 Diversidade e frequência de Mantodea na Caatinga em Bom Jesus-PI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158 4.13 Fatores determinantes da abundância e riqueza de flores visitadas por formigas em campos do sul do Brasil . . . . . . . . 159 4.14 Distribuição de besouros herbı́voros no dossel florestal em resposta à perturbação e a presença de formigas dominantes . 160 4.15 Desenvolvimento de Merosargus gracilis em Heliconia: influência da qualidade e quantidade dos substratos . . . . . . . 161 4.16 Mosquitos em fitotelmata da Área de Recursos Ambientais “El Zaimán” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162 4.17 Diversidade da grilofauna em um fragmento de Floresta Pluvial Atlântica no Estado do Rio de Janeiro . . . . . . . . . . . . . 163 4.18 Estruturas vegetativas utilizadas pelas formigas como trajetos de acesso ao alimento numa floresta nublada de Costa Rica . 164 4.19 Entomofauna associada à serrapilheira recente em área de Caatinga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165 4.20 Levantamento preliminar da diversidade de Scarabaeinae (Coleoptera: Scarabaeidae) na Estação Ecológica de Cuniã, Rondônia, Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166 4.21 Estados imaturos de culicı́deos presentes na zona de afetação da Represa Yacyretá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167 4.22 Ninhos de abelhas carpinteiras e visitantes florais do maracujáamarelo, em Sooretama, Espı́rito Santo: dados iniciais . . . . 168 4.23 Ocorrência de grupos tróficos da coleopterofauna em fragmento de Floresta Pluvial Atlântica no Estado do Rio de Janeiro . . 169 4.24 Levantamento de ninhos de Meliponina (Hymenoptera: Apidae) na Mata do Ginásio São José em Ubá/ MG, Brasil . . . 170 4.25 Comportamento de Omaspides pallidipennis (Coleoptera: Chrysomelidae: Cassidinae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171 4.26 Presença de Acanthoscelides obtectus aumenta as capacidades competitivas de Zabrotes subfasciatus em grãos de feijão . . . 172 Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 26 4.27 Aspectos reprodutivos de Cladomorphus phyllinus (Phasmatodea, Phasmatidae) criados em laboratório . . . . . . . . . . 173 4.28 Comportamento de abelhas na flor do maracujá amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa) e os reflexos na polinização . . . . 174 4.29 Riqueza de espécies de Arsenurinae (Lepidoptera: Saturniidae) em área de vegetação de Mata Atlântica no Espı́rito Santo . . 175 4.30 Riqueza de espécies de Sphingidae (Lepidoptera) em área de vegetação natural de Mata Atlântica no Espı́rito Santo . . . . 176 4.31 Comunidade de Scarabaeinae (Coleoptera: Scarabaeidae) copronecrófagos da Serra de São José- MG . . . . . . . . . . . . . . 177 4.32 Riqueza de formigas em áreas ciliares do Rio Itapecerica, em Divinópolis – MG após nove anos de reflorestamento . . . . . 178 4.33 Perda de diversidade de insetos da ordem Coleoptera e Hemiptera é maior em bordas antropizadas e ausente em bordas naturais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179 4.34 Ectoparasitas de Phyllostomus hastatus da região central de Minas Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180 4.35 Comportamento dos insetos visitantes florais da goiabeira (Psidium guajava, Myrtaceae) e os reflexos na polinização . . 181 4.36 Caracterização de criadeiras na Área de Recursos Ambientais “El Zaimán” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 182 4.37 Escarabeı́neos (Coleoptera: Scarabaeidae: Scarabaeinae) bioindicadores da Serra de São José – MG . . . . . . . . . . . . . . . 183 4.38 Levantamento preliminar da entomofauna forense de Lavras em dois fragmentos florestais . . . . . . . . . . . . . . . . . . 184 4.39 Diversidade de abelhas Euglossina em 5 fragmentos diferentes de Floresta Estacional Semidecidual . . . . . . . . . . . . . . 185 4.40 O show de luzes do neotrópico: comportamento sincrônico do vaga-lume de Mata Atlântica Bicellonycha sp8 . . . . . . . . 186 4.41 O aumento da biomassa do recurso proporciona maiores consumidores de sementes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 187 4.42 Interação formiga-diásporos: efeito negativo da manipulação de sementes por Acromyrmex subterraneus na germinação de Mabea fistulifera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188 4.43 Impactos do nim sobre o tempo de desenvolvimento larval de abelhas sem ferrão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189 Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 27 4.44 Efeitos de impactos antrópicos na estrutura da comunidade de coleópteros na Serra de Ouro Branco, Ouro Branco, Minas Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190 4.45 A fragmentação de áreas de campo no sul do Brasil interfere na abundância de Apis mellifera e em suas preferências florais?191 4.46 Condições de referência para a bacia hidrográfica do Rio Grande com base na fauna de macroinvertebrados bentônicos 193 4.47 Biodiversidade de térmitas em fragmentos florestais . . . . . . 194 4.48 Composição de visitantes e horários de visitação em flores de Dombeya wallichii (Malvaceae) . . . . . . . . . . . . . . . . . 195 4.49 Galhas entomógenas e insetos associados em duas fitofisionomias da Reserva Biológica Unilavras/Boqueirão após queimadas sucessivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196 4.50 Diversidade de abelhas sem ferrão na região do Alto São Francisco, Minas Gerais, Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . 197 4.51 Inimigos naturais de Omaspides pallidipennis (Coleoptera: Chrysomelidae: Cassidinae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198 4.52 Volume de alimento ingerido influencia a determinação de castas em Partamona helleri (Hymenoptera, Apidae) . . . . . 199 4.53 Aplicação de Avaliação Ecológica Rápida (AER) de Euglossina para conservação da Mata de Aluvião, Linhares, Espı́rito Santo200 4.54 Diversidade de entomofauna em uma área de Caatinga no municı́pio de Bom Jesus-PI, Brasil . . . . . . . . . . . . . . . 201 4.55 Os grilos de serrapilheira preferem ovipor em lugares muito úmidos? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202 4.56 Levantamento de abelhas solitárias com uso de ninhos-armadilha no Parque Estadual do Biribiri, Minas Gerais . . . . . . . . . 203 4.57 Perfil da entomofauna associada a frutos e sementes de Fabaceae (Magnoliophyta), numa área de Cerrado do sudoeste mineiro 204 4.58 Risco de predação de grilos de serrapilheira em relação ao tempo de regeneração florestal . . . . . . . . . . . . . . . . . 205 4.59 Composição da fauna de abelhas Euglossina na Mata do Ginásio São José (Mata Estacional Semidecidual) em Ubá – MG, Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 206 5 Entomologia Urbana Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 207 28 5.1 Comportamento de nidificação de Camponotus sericeiventris: novo sı́tio de ocupação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207 5.2 Staphylinidae (Coleoptera) com potencial forense no municı́pio de Palotina, Paraná . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 208 5.3 Levantamento de ninhos da fauna de Meliponina (Hymenoptera: Apidae) na área urbana no municı́pio de Guiricema- MG . . . 209 5.4 Criação de ninhos deXylocopa frontalis (Apidae, Xylocopini) em um abrigo de abelhas mantido em área urbana . . . . . . 210 5.5 Levantamento de ninhos da fauna de Meliponini na área urbana do municı́pio de Visconde do Rio Branco- MG . . . . . 211 6 Ensino e Etnoentomologia 212 6.1 Simulação de um estudo de comunidade como abordagem prática para o ensino de Entomologia . . . . . . . . . . . . . . 212 6.2 Polinização por insetos e a manutenção dos recursos naturais uma proposta de material didático . . . . . . . . . . . . . . . 213 6.3 A importância do borboletário para formação de uma consciência ecológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 214 7 Semioquı́micos e Comportamento 215 7.1 Competição larval em Zabrotes subfasciatus (Coleoptera: Chrysomelidae): efeitos na razão sexual . . . . . . . . . . . . . . . 215 7.2 Comportamento de Polybia platycephala (Hymenoptera: Vespidae) durante ataque de Labidus praedator (Hymenoptera: Formicidae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 216 7.3 Estimativa da resistência, do tipo antibiose, para controle do curuquerê por genótipos de couve-flor . . . . . . . . . . . . . 217 7.4 Aspectos do comportamento alimentar de Harmonia axyridis (Coleoptera: Coccinelidae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 218 7.5 Memórias robustas para reconhecimento individual em rainhas de formiga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219 7.6 Desempenho reprodutivo de Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae) tratados com o antibiótico ciprofluxacino . . . 220 7.7 Comportamento sexual de Diaphorina citri (Hemiptera: Liviidae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221 7.8 Resposta olfatória de Cotesia flavipes a genótipos rústicos e melhorados de cana-de-açúcar . . . . . . . . . . . . . . . . . . 222 Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 29 7.9 Comportamento defensivo em Apis mellifera africanizada: padrão comportamental e influência de estı́mulos visuais . . . 223 7.10 Hábitos de nidificação de vespas sociais em fragmento urbano na Zona da Mata Mineira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 224 8 Sistemática, Morfologia e Biogeografia 225 8.1 Morfologia do aparelho reprodutor feminino de Deltochilum furcatum (Coleoptera: Scarabaeidae) . . . . . . . . . . . . . . 225 8.2 Schizopteridae (Hemiptera: Heteroptera: Dipsocoromorpha) do Parque Estadual Mata São Francisco, Paraná, Brasil . . . 226 8.3 Aspectos morfológicos testicular e dos espermatozoides de Dysdercus maurus (Heteroptera: Pyrrhocoridae) . . . . . . . 227 8.4 Atualização de formicı́deos (Insecta: Hymenoptera) da Área de Recursos Ambientais El Zaimán, Misiones Argentina . . . 228 8.5 Chave pictórica de identificação de gêneros de Staphylinidae com potencial forense em Palotina, Paraná . . . . . . . . . . 229 8.6 Descrição dos estágios imaturos de Aspisoma sticticum (Coleoptera: Lampyridae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 230 8.7 Dimorfismo em espermatozoides de Euschitus heros (Heteroptera: Pentatomidae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231 8.8 Caracterização morfológica do sistema reprodutor masculino da praga de milho Dichelops melacanthus (Heteroptera: Pentatomidae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 232 8.9 Morfologia do sistema reprodutor masculino de Arvelius albopunctatus (Heteroptera: Pentatomidae) . . . . . . . . . . . 233 8.10 Nova espécie de Horismenus (Hymenoptera: Eulophidae) do Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 234 8.11 Sexando larvas de vespas sociais . . . . . . . . . . . . . . . . 235 8.12 Anatomia e histologia do sistema reprodutor masculino de Zelus longipes (Heteroptera: Reduviidae) . . . . . . . . . . . 236 8.13 Coleção de Lepidoptera no Museu de Ciências Naturais PUCMinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 237 8.14 Coleoptera de Jalisco, México: primeira abordagem . . . . . . 238 8.15 Desenvolvimento ovariano e postura de ovos em operárias de Frieseomelitta varia (Hymenoptera, Apidae, Meliponini) . . . 239 Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 30 8.16 Gêneros de Gryllotalpidae (Orthoptera: Ensifera) em plantios de fumo na região do Recôncavo do Estado da Bahia . . . . . 240 8.17 Coleção de macroinvertebrados bentônicos do Museu de Ciências Naturais PUC-Minas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241 8.18 Histologia da espermateca de Bothynus medon (Coleoptera, Scarabaeidae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 242 8.19 Nova espécie de Hydrometra (Hemiptera: Heteroptera: Gerromorpha: Hydrometridae) do Nordeste do Brasil . . . . . . . . 243 8.20 Análise morfológica do aparelho reprodutor feminino de culicı́deos que apresentam diferentes comportamentos de oviposição . . 244 8.21 Inseticida derivado do nim não altera produção de espermatozoides em machos jovens de Melipona quadrifasciata . . . . . 245 8.22 Três novas espécies de Baetodes (Ephemeroptera: Baetidae) para a Colômbia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 246 8.23 Morfometria dos espermatozoides em Tenebrionidae (Insecta: Coleoptera) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 247 8.24 Estrutura do aparelho reprodutor de machos de Deltochilum furcatum (Coleoptera: Scarabaeidae: Scarabaeinae) . . . . . . 248 8.25 Novos registros do gênero Collaria Provancher, 1872 (Hemiptera: Heteroptera: Miridae) no Brasil . . . . . . . . . . . . . 249 8.26 Nova espécie de Ochterus (Hemiptera: Heteroptera: Nepomorpha: Ochteridae) do Estado do Piauı́, Brasil . . . . . . . 250 8.27 Caracterização morfológica e biológica de Rachiplusia nu (Lepidoptera: Noctuidae) em condições controladas e plantas hospedeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 251 8.28 Lista preliminar dos Odonata ocorrentes no Parque Natural Municipal do Açude da Concórdia, Valença, Rio de Janeiro, Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 252 8.29 Caracterização morfológica dos espermatozóides de Dalbulus maidis (Auchenorrhyncha: Cicadellidae) . . . . . . . . . . . . 253 8.30 Uma nova espécie de Dicranocentrus (Collembola: Entomobryidae: Orchesellinae) do sudeste do Brasil . . . . . . . . . . 254 8.31 Ultraestrutura das glândulas acessórias do trato reprodutivo dos machos do predador Podisus nigrispinus (Heteroptera: Pentatomidae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 255 8.32 Contribuições da morfologia interna para a taxonomia do gênero Dichelops (Heteroptera: Pentatomidae) . . . . . . . . 256 Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 31 8.33 Desenvolvimento ovariano em operárias de Plebeia lucii (Hymenoptera, Apidae) em colônias com e sem rainha . . . . . . 257 Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 32 1 1.1 Entomologia Agrı́cola e Florestal Monitoramento da traça-das-crucı́feras no agreste sergipano Jéssica V. Fernandes (1); Jobson M. R. S. de L. Peixoto (2); Gláucia B. Gonçalves (2); Maria E. Correia-Oliveira (1); Genésio T. Ribeiro (1) (1) Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Sergipe; (2) Departamento de Engenharia Agronômica, Universidade do Federal de Sergipe E-mail: [email protected] Plutella xylostella (Lepidoptera: Plutellidae), é considerada a principal praga de brássicas, destacando-se pela alta taxa de alimentação durante o perı́odo larval, causando grandes prejuı́zos à cultura. Com o objetivo de avaliar a eficiência do uso de feromônio sexual de P. xylostella no seu monitoramento em cultivo de couve, Brassica oleracea L., nas condições climáticas de Itabaiana/SE, foi conduzido experimento de campo em uma propriedade rural do municı́pio. O delineamento utilizado foi em blocos casualizados, composto por quatro tratamentos (armadilhas Delta com feromônio sexual instaladas a 0,6 m, 0,9 m e 1,2 m de altura e armadilha Delta sem feromônio sexual instalada a 0,9 m de altura como testemunha), quatro blocos e vinte repetições (número de avaliações semanais) submetidos à análise de variância. As avaliações semanais ocorreram nos perı́odos de novembro/2010 a abril/2011 (estação seca) e maio/2011 a outubro/2011 (estação chuvosa). Paralelamente, foi realizado, na estação seca, o registro da altura das plantas e, na estação chuvosa, a coleta ativa de indivı́duos da espécie-praga em estágio imaturo de desenvolvimento. O uso das iscas aumentou o número de capturas nas armadilhas (p≤0,01). A altura de instalação mais eficiente na captura de adultos foi 60 cm (p≤0,01), não havendo correlação entre as médias de altura das plantas hospedeiras e capturas de adultos nas armadilhas. Durante o perı́odo de avaliação do experimento, P. xylostella foi encontrada em todos os meses, de novembro/2010 a outubro/2011, tendo dois picos de ocorrência, de março a junho e em outubro. Ocorreu correlação entre o número de adultos capturados nas armadilhas com o número de lagartas (p≤0,01) e pupas (p≤0,05) nas plantas. Cada dois adultos capturados em armadilhas correspondeu a uma lagarta nas plantas de couve manteiga no campo, sendo possı́vel calcular os ı́ndices de infestação da praga nesse cultivo com a utilização dessas armadilhas. Palavras-chave: Plutella xylostella, feromônio sexual, pragas agrı́colas Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 33 1.2 Padrão de distribuição espacial da Tuta absoluta nos diferentes estágios fenológicos do tomateiro Júlio C. Martins (1); Marcelo C. Picanço (2); Alfredo H. R. Gonring (3); Mateus Chediak (2); Raul N. C. Guedes (2) (1) Instituto Federal Baiano, Campus Teixeira de Freitas; (2) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (3) Du Pont do Brasil S.A., Setor de Pesquisa e Desenvolvimento Email: [email protected] A distribuição espacial dos insetos é decorrente da interação entre os indivı́duos com o ambiente. O conhecimento do padrão da distribuição espacial de uma praga possibilita o planejamento de táticas de controle, geração de planos de amostragens eficientes e pode auxiliar na previsão de seus danos. Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae) constitui a praga mais importante do tomateiro em muitas regiões do mundo. Apesar da importância desta praga até o momento não se conhece o padrão de distribuição espacial de T. absoluta nas lavouras. Assim, o presente trabalho teve por objetivo determinar a distribuição espacial de T. absoluta. Foram avaliadas as densidades de ovos de T. absoluta em 22 lavouras comerciais de tomate nos estágios: vegetativo, inicio e final do reprodutivo. Dos 66 modelos de semivariogramas testados, 19 foram selecionados. Entre os modelos selecionados 18 foram anisotrópicos. Nos três estágios fenológicos do tomateiro, a densidade de ovos se concentrou nas bordas dos cultivos. Foi verificado que T. absoluta realiza maior dispersão dos ovos ao longo das fileiras do que entre estas. Palavras-chave: Traça do tomateiro, geoestatı́stica, semivariograma Apoio: CNPq, FAPEMIG, CAPES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 34 1.3 Avaliação da atividade inseticida de óleo essencial de Melaleuca alternifolia em Sitophilus zeamais Priscila Stinguel (1); Vinicius R. Ferreira (1); Wilson R. Valbon (1); Hugo B. Zago (1); Dirceu Pratissoli (1) (1) Departamento de Produção Vegetal, Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espı́rito Santo E-mail: pri [email protected] O controle de insetos-praga em grãos armazenados, geralmente é realizado com o uso de inseticidas sintéticos. Dentre outras técnicas de controle, o uso de óleos essenciais de plantas tem sido uma alternativa promissora para o controle de insetos-praga em diversos ecossistemas agrı́colas. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade inseticida por fumigação do óleo essencial de citronela, Melaleuca alternifolia em Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae). Os ensaios foram realizados em sala climatizada a temperatura de 25 ± 1 ºC, umidade relativa de 70 ± 10% e fase de luz de 12 h. Dez adultos (idade 0-24 horas) de S. zeamais foram acondicionados em recipientes cilı́ndrico de vidro (1,4 L), fechados com 4 camadas de filme PVC, contendo no interior uma fita de papel filtro (2x5 cm) embebido com a dose do óleo essencial supracitado, situada na região superior do recipiente e envolto por tecido filó (40 mesh) evitando o contato direto com os insetos. A quantidade de óleo utilizada foi aplicada com pipeta automática correspondendo às concentrações 7,14; 14,28; 21,42; 28,57 e 35,71 µL L-1 de ar, mais controle (0 µL L-1 de ar). Para cada dose do óleo e testemunha foram realizadas quatro repetições ao logo do tempo. Após 72 horas de exposição aos óleos foi contabilizado o número de insetos mortos. Para confirmar a mortalidade foi avaliado o tigmotropismo (resposta a um estı́mulo mecânico) causado pelo toque de um pincel fino. Todas as concentrações avaliadas apresentaram 0% de mortalidade. O óleo essencial de M. alternifolia não apresenta atividade inseticida por fumigação em S. zeamais. Palavras-chave: grãos armazenados, bioinseticida, controle alternativo Apoio: FAPES, CNPq, CAPES, FINEP, NUDEMAFI Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 35 1.4 Identificação de insetos-praga e inimigos naturais associados à cultura do limão Tahiti no municı́pio de VassourasRJ Armando S. Vargas (1); Marcelo N. Duarte (2); Marcelo R. G. Santos (3); Lucas C. Moura (3); Paulo C. R. Cassino (3) (1) Bolsista de Iniciação Cientı́fica FAPERJ/Universidade Severino Sombra; (2) Programa de Mestrado em Ciências Ambientais, Universidade Severino Sombra; (3) Centro de Ciências Tecnológicas, Exatas e da Natureza, Universidade Severino Sombra; E-mail: [email protected] As pragas da lima ácida Tahiti Citrus latifolia representam perigo para a manutenção sustentável da cultura. O controle dessas pragas tem sido feito pela aplicação de produtos quı́micos, na maioria das vezes em épocas, quantidades e princı́pios ativos inadequados. O monitoramento das pragas permite estabelecer os nı́veis para as tomadas de decisão compatı́veis com o controle e a identificação dos inimigos naturais, e este trabalho se propôs a utilizar este método na produção lima ácida em fase de implantação na Unidade Experimental da Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ. O estudo foi conduzido entre Maio de 2012 e Maio de 2013, com monitoramento quinzenal. A metodologia consiste na divisão da planta em quadrantes, sendo vistoriadas 10 folhas por quadrante, de forma aleatória. Em cada coleta, são escolhidas aleatoriamente 6 plantas dentre as 40 do pomar, com intervalos de 7 plantas entre cada uma delas. Foram identificados Coccus viridis, Toxoptera citricida, Phyllocnistis citrella, Saissetia coffeae e Aphis spiraecola como insetos-praga e Pseudodorus clavatus e Cycloneda sanguinea as espécies predadoras. A dentre as espécies pragas, P. citrella foi a mais abundante (43,35%), seguida por T. citricida (35,19%), e dentre as espécies predadoras, C. sanguinea foi a mais abundante (75%) seguido por P. clavatus (25%). A pequena população de indivı́duos predadores, bem como a ausência de outros predadores naturais pode estar associada à baixa quantidade de insetos fitófagos alvo da predação natural. Este método se mostrou eficiente na determinação das espécies-chave para o monitoramento e manejo, bem como para melhorar a eficiência da produção. Palavras-chave: citrus, monitoramento, inseto Apoio: PIBIC/CNPq, FAPERJ Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 36 1.5 Efeito comportamental de inseticidas neurotóxicos a Orius tristicolor, predador de Tuta absoluta Júlia N. D. Campos (1); Renata R. Pereira (1); Marcelo C. Picanço (1); Thiago L. Costa (1); Elenir A. Queiroz (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] O Orius tristicolor é um importante predador de ovos e lagartas de primeiro instar de T. absoluta, praga chave do tomateiro. Pouco se sabe sobre a biologia e comportamento destes predadores. O objetivo deste trabalho foi avaliar alterações nas atividades locomotoras de O. tristicolor (Hemiptera: Anthocoridae), aos inseticidas: indoxacarbe, metamidofós, fentoato e espinosade. Foram realizados bioensaios com arenas total e parcialmente tratadas com os inseticidas. As arenas foram confeccionadas em placas de Petri, com discos de papel-filtro tratados com 1 mL da solução e o controle com 1 mL de água. O primeiro ensaio foi constituı́do por uma arena impregnada com resı́duo seco de cada inseticida e outra com água. Foi avaliado: a distância percorrida, o tempo em movimento e a velocidade média de caminhamento. No segundo ensaio a arena foi confeccionada com metade da área tratada e metade não tratada e avaliou-se a proporção do tempo de permanência do indivı́duo em cada uma das metades. As arenas foram monitoradas por uma câmera de vı́deo acoplada a um computador, por 10 minutos. O delineamento foi inteiramente casualizado com 20 repetições. Para a arena totalmente tratada foi realizada análise de variância multivariada e para a parcialmente tratada foi realizado teste t Student pareado. Em arenas totalmente tratadas, o predador apresentou maior atividade de locomoção no controle e menor nos tratamentos com os inseticidas espinosade, metamidofós e fentoato. Em arenas parcialmente tratadas, o predador permaneceu por menos tempo na metade tratada com o indoxacarbe do que nas metades não tratadas. O comportamento de evitar os pesticidas é uma caracterı́stica desejável dos inimigos naturais em programas de Manejo Integrado de Pragas, por reduzir a exposição e aumentar a sobrevivência em campo. O predador apresentou alta irritação pela metade tratada com o inseticida indoxacarbe, o que pode implicar em uma mudança de comportamento do predador no campo. Palavras-chave: bioensaios, percevejo, traça do tomateiro Apoio: CNPq, CAPES, Fapemig Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 37 1.6 Atividade deterrente de óleos essenciais em imaturos de Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera: Noctuidae) Mı́rian M. dos Santos (1); Ana F. F. Gomes (2); Germano L. Vinha (1); Rafael C. Ribeiro (3); Jose C. Zanuncio (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa; (3) Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] Devido ao crescente problema da resistência, impactos negativos sobre organismos não-alvo e resı́duo em alimentos, associados ao uso constante de inseticidas sintéticos, se tornou necessário o desenvolvimento de inseticidas botânicos ecologicamente seguros. O objetivo da presente pesquisa foi avaliar o potencial de proteção de concentrações subletais de óleos essenciais de diversas plantas, óleo emulsionavel de nim (Azamax ®) e piretróide (Keshet 25 EC ®) sobre a escolha de alimentação de imaturos de Anticarsia gemmatalis H. (Lepidoptera: Noctuidae) em laboratório. Os bioensaios foram conduzidos com discos foliareas de soja (10,25 cm2 ) tratados ou não, inseridos numa arena de placa Petri (12 x 1,5 cm), com e sem chance de escolha, após 24 horas de exposição foi calculado o ı́ndice de deterrência alimentar (IDA). Óleo essencial de canela apresentou maiores taxas de deterrência alimentar (IDA) para imaturos de A. gemmatalis, seguidas por taxas moderadas de deterrência pelo óleo essencial de pimenta-negra e o óleo emulsionavel de nim. Os óleos essenciais de cravo e andiroba proporcionaram variações no comportamento alimentar da lagarta-da-soja, com efeitos de preferência e deterrência de alimentar moderada em testes sem e com escolha, respectivamente. O produto quı́mico sintético (deltametrina) mostrou baixas taxas de deterrência alimentar (IDA < 10). No entanto, os óleos essências de canela, pimenta-negra e o produto de nim demostram potencial para serem empregados em programas de Manejo Integrado de Pragas. Palavras-chave: controle alternativo, lagarta-da-soja, ı́ndice de deterrência alimentar, Manejo Integrado de Pragas Apoio: CAPES, CNPQ Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 38 1.7 Novos hı́bridos de tomateiro resistentes a Tuta absoluta Paulo R. Silva (1); Maria E. de S. Fernandes (1); Derly J. H. da Silva (2); Marcelo C. Picanço (3); Flavio L. Fernandes (1) (1) Departamento de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Viçosa – Campus Rio Paranaı́ba; (2) Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa; (3) Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] A traça do tomateiro Tuta absoluta foi constatada pela primeira vez no Brasil em 1980 estando hoje dentre as principais pragas da tomaticultura nacional. O principal método de controle de T. absoluta é realizado por meio de inseticidas. Alternativas ao controle quı́mico têm sido utilizadas. Dentre elas, tem-se o melhoramento com a busca por cultivares resistentes, que é considerado ideal por reduzir as aplicações inseticidas, constituindo uma tática efetiva, econômica e sustentável. Os Bancos de Germoplasma são fundamentais para o desenvolvimento da pesquisa, na medida em que, com a caracterização de genótipos de interesse, contribuem para a obtenção de cultivares resistentes. Assim o objetivo desde trabalho foi inferir sobre a capacidade combinatória de subamostras de tomateiro do Banco de Germoplasma de Hortaliças da Universidade Federal de Viçosa, quanto à resistência a T. absoluta. Os experimentos foram conduzidos na Universidade Federal de Viçosa-Campus de Rio Paranaı́ba, MG, em condições de campo e casa-de-vegetação. Onze acessos de tomateiro foram cruzados em um esquema de dialelo parcial. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 31 tratamentos e três repetições. Cada parcela experimental foi constituı́da por vaso plástico contendo uma planta de tomate com quatro folhas totalmente expandidas distribuı́das de forma equidistantes no solo da casa-de-vegetação. Para instalação do experimento foram liberados na parte central da casa-de-vegetação cerca de 400 adultos de T. absoluta. As caracterı́sticas avaliadas foram os números de ovos/face adaxial, ovos/face abaxial e calculou-se o total de ovos/folha, realizou-se ainda a contagem do número de tricomas glandulares e não glandulares na face abaxial e adaxial da folha, estes conferem proteção ao tomateiro contra ataque de insetos. Concluiu-se que os hı́bridos selecionados como hı́bridos resistentes foram BGH 2119 x LA 716, BH 2119 x PI 127826, BGH 2214 x PI 127826, BGH 985 x LA 716 e St Cl x BGH 674. Palavras-chave: traça-do-tomateiro, Solanum lycopersicum, antixenose Apoio: FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 39 1.8 Aspectos biológicos do parasitoide de pupas Trichospilus diatraeae (Hymenoptera: Eulophidae) sob o efeito de óleos essenciais Germano L. Vinha (1); Ana Flávia F. Gomes (2); Ernesto T. Silva (1); Rafael C. Ribeiro (3); José C. Zanuncio (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa; (3) Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] Inseticidas de fontes naturais, assim como agentes de controle biológico, estão sendo cada vez mais utilizados em substituição aos inseticidas sintéticos no controle de insetos-praga. O presente trabalho visa investigar a compatibilidade do uso de óleos essenciais de cinco plantas com o parasitoide de pupas Trichospilus diatraeae Cherian e Margabandhu (Hymenoptera: Eulophidae) para o controle de lepidópteros-praga. A pesquisa foi realizada no Laboratório de Controle Biológico de Insetos (LCBI) do Instituto de Biotecnologia Aplicada à Agropecuária (BIOAGRO) da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Pupas de Spodoptera frugiperda (J.E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) com até 48 horas foram imersas por 5 segundos em caldas de doses subletais (CL25) dos óleos essenciais de andiroba (Carapa guianensis), cravo (Sygygium aromaticum), orégano (Origanum vulgare), pimenta-negra (Piper nigrum), mostarda (Brassica juncea), canela (Cinnamomum zeylanicum), (Citrus sinensis) e em etanol (controle), doze pupas de S. frugiperda (repetições) foram analisadas por tratamento (óleos essenciais). Seis fêmeas de T. diatraeae foram expostas por 48 horas com as pupas de S. frugiperda, previamente, imersas em 5 mL dos tratamentos ou do controle (etanol). O parasitismo de fêmeas de T. diatraeae não foi afetado pelos óleos essenciais. Entretanto, os óleos essencias de orégano, canela e mostarda reduziram a emergência e a quantidade da progênie de T. diatraeae de acordo com teste de SNK (p ≤0,05) em relação àquelas pupas tratadas com óleo essenciais de andiroba, laranja, pimenta-negra e etanol (controle). Estes resultados indicam que o óleo de andiroba, laranja e pimenta-negra podem ser utilizados no controle alternativo para o Manejo Integrado de Praga com populações de T. diatraeae. Palavras-chave: Controle alternativo, inimigos naturais, óleos essenciais Apoio: Fapemig, CNPq, CAPES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 40 1.9 Atividade inseticida do óleo essencial de Rosmarinus officinalis sobre Dichelops melacanthus Mércia C. de Araújo (1) (1) Pontifı́cia Universidade Católica de Minas Gerais O uso frequente de inseticidas na agricultura tem estimulado buscas por alternativas menos agressivas ao meio ambiente e a saúde humana e animal. O presente trabalho objetivou avaliar em condições laboratoriais a atividade inseticida e repelente do óleo essencial de alecrim, Rosmarinus officinalis L., sobre adultos de Dichelops melacanthus (Dallas, 1851). Foram testadas três concentrações (0, 30 e 50%) utilizando como solvente óleo mineral 100% e a mesma substância como controle. No tratamento tópico (T1 ), aplicou-se no dorso de cada inseto 2 µL da solução. Avaliou-se por 72h, a cada 24h os insetos mortos foram quantificados. Para avaliação do efeito de contato (T2 ), 1ml da solução foi distribuı́do sobre papel-filtro em placas de Petri com tampa e em cada placa colocou-se cinco insetos. Os insetos mortos foram quantificados após 24h. Para avaliação da repelência (T3 ), utilizou-se um esquema formado por quatro vasilhas plásticas com tampa ligadas simetricamente a uma vasilha central por tubos de plástico. Colocou-se vagens frescas (15g) impregnadas com a solução 30% em uma das vasilhas. Em outra, oposta a essa, procedeu-se da mesma forma com a solução 50%. Nas outras duas vasilhas colocou-se apenas vagens frescas (15g), sendo este o controle. No recipiente central foram liberados 15 insetos. Avaliou-se após 24h, contando o número de insetos por recipiente e a partir dos dados observados, realizou-se o cálculo do Índice de Preferência. De acordo com os resultados, em T1 , observou-se que as concentrações 30% e 50%, nos intervalos de 24, 48 e 72h, resultaram em mortalidade inferior a 50%, demonstrando rápida degradação, sendo então consideradas inativas via contato dorsal. Em T2 , houve mortalidade de 100% para ambas as concentrações, no intervalo de 24h, demonstrando a capacidade inseticida via contato ventral. Em T3 , o cálculo do Índice de Preferência apontou a concentração 30% como neutra (-0,20) e a concentração 50% como repelente (-1,00). Palavra-chave: óleos essências, inseticida botânico, Dichelops melacanthus Apoio: FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 41 1.10 Tricomas de tomateiro afetando a população de mosca minadora Jéssica E. R. Gorri (1); Maria E. S. Fernandes (1); Derly J. H. Silva (2); Marcelo C. Picanço (3); Flávio L. Fernandes (1) (1) Instituto de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa; (3) Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] A baixa densidade de tricomas em folhas de tomateiro pode ser de extrema importância para que seja menos visitada por Liriomyza trifolii. Quando a população das larvas dessa praga é alta, há redução significativa da área fotossintética, causando murcha e queda prematura das folhas. O objetivo deste trabalho foi estudar a densidade de tricomas associados à resistência por antixenose de 42 subamostras de tomateiro do Banco de Germoplasma de Hortaliças da Universidade Federal de Viçosa (BGH-UFV) à L. trifolii. Foram estudadas 42 subamostras de tomateiro do BGH-UFV, além da cultivar Santa Clara que foi utilizada como padrão de suscetibilidade a insetos minadores, com três repetições. Foram avaliados os números de folı́olos minados/planta, minas/planta e densidade de tricomas nas folhas. Detectaram-se diferenças entre os acessos nas variáveis avaliadas que foram submetidos aos testes de Cochran e de Lilliefors para verificação se os dados obedeciam às pressuposições de homogeneidade de variância e normalidade dos erros. Posteriormente, estes dados foram submetidos à análise de variância e suas médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott a p¡0,05. O mecanismo de resistência associado dessas subamostras foi a antixenose. Além disso, a baixa densidade de tricomas presentes nos acessos avaliados podem ser as possı́veis causas da resistência à praga, pois resultou em menor quantidade de minas por plantas devido a não formação de microclima favorável ao desenvolvimento das larvas. Palavras-chave: mosca minadora, tricomas, antixenose Apoio: FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 42 1.11 Biodiversidade de vespas sociais (Hymenoptera: Vespidae) associadas à cultura da uva Niagra em Inconfidentes - MG Paloma P. Bonfitto (1); Rafaela Costa (1); Suelen S. Nunes (1); Rafael T. Serone (1); Marcos M. de Souza (1) (1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do sul de Minas, Campus Inconfidentes E-mail: paloma [email protected] O Estado de Minas Gerais é um dos seis maiores estados produtores de uva do Brasil, ocupando aproximadamente uma área de 83.700 hectares, com produção anual variando entre 1.300 e 1.400 toneladas. Com relação à produtividade efetiva dessas espécies frutı́feras, os insetos são essenciais na polinização, porém podem constituir importantes pragas, gerando prejuı́zo econômico ao paı́s. Existem diferentes métodos de controle de praga, dentre eles o biológico, que consiste na utilização de inimigos naturais como predadores, parasitoides e patógenos. As vespas sociais são insetos popularmente conhecidos como marimbondos, e pertencem à ordem Hymenoptera, famı́lia Vespidae, e são valiosos no controle biológico e na manutenção das cadeias tróficas, seja em agrossistemas ou em ambientes naturais, agindo como predadores de diversos insetos fitófagos em várias culturas de interesse econômico. O presente trabalho teve como objetivo monitorar a biodiversidade de vespas sociais associadas à cultura da uva. O estudo foi realizado em uma área de 1760m2 cultivados com videiras localizados na fazenda experimental e no laboratório de zoologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do sul de Minas Gerais – Campus Inconfidentes, no perı́odo de dezembro de 2012 e abril de 2013, com o uso de armadilhas atrativas, utilizando como isca goiaba, sardinha e maracujá. No total, foram coletadas 13 espécies. A armadilha com maior desempenho em número de espécies e indivı́duos foi a que continha isca de goiaba, com 13 espécies obtendo ao final 104 indivı́duos coletados, seguida da armadilha de maracujá com 10 espécies, totalizando 83 indivı́duos e da armadilha de sardinha com seis espécies e 47 indivı́duos. A espécie de maior incidência foi a Agelaia pallipes (Olivier, 1791) com 127 indivı́duos. Palavras-chave: armadilhas, Agelaia pallipes, monitorar Apoio: IFSuldeminas Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 43 1.12 Potencial de extrato da raiz de Jatropha curcas, sobre o manejo daPlanococcus citri Gabriel Passos (1); Anderson M. Holtz (1); Hagabo H. Paulo (1); Luziani R. Bestete (2); Dirceu Pratissoli (2) (1) Instituto Federal do Espı́rito Santo, Campus Itapina; (2) Departamento de Produção Vegetal – NUDEMAFI, Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espı́rito Santo E-mail: [email protected] A cochonilha da roseta, Planococcus citri, acarreta grandes prejuı́zos devido à sucção contı́nua de seiva e introdução de toxinas no sistema vascular das plantas, além da transmissão de viroses e engruvinhamento das folhas em que se alojam, prejudicando o desenvolvimento da cultura do café. Dentre os métodos utilizados para controle de P. citri na agricultura, o quı́mico é o mais usual. Desta forma, com o objetivo de reduzir e/ou substituir os agrotóxicos sintéticos por produtos ecologicamente corretos, esse trabalho visou avaliar extratos aquosos da raiz de Jatropha curcas quanto a sua atividade inseticida sobre P. citri. As concentrações utilizadas no experimento foram 0,0; 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5 e 3,0% (v/v). No teste de ação direta foram inoculados 10 indivı́duos, sendo posteriormente utilizado torre de Potter com pressão exercida de 15lb/pol2 e volume de 6ml de solução por repetição. Na aplicação indireta, os discos de folha de café foram imersos durante 5 segundos nas diferentes concentrações inoculando, posteriormente, as cochonilhas. Foram realizadas 6 repetições por concentração. As avaliações foram feitas 24, 48 e 72 horas após as aplicações. O uso do extrato não apresentou interação significativa entre os fatores forma de aplicação e concentração do extrato da raiz de pinhão-manso. Em todas as concentrações testadas, o tratamento de aplicação direta foi igual a aplicação indireta, ocasionando mesmas mortalidades de P. citri, com média de 50,9 e 56,2% cochonilhas mortas, respectivamente. Isto indica a inexistência de um efeito dose-resposta do extrato. Ou seja, tanto para a forma de aplicação direta, como para a aplicação indireta, as concentrações avaliadas ocasionaram mortalidades estatisticamente iguais. Assim, a concentração de 0,5% é a indicada para o controle. Com os resultados obtidos observa-se que o extrato da raiz de J. curcas deve ser melhor estudado antes de seu uso efetivo. Palavras-chave: cochonilha da roseta, pinhão-manso, controle alternativo Apoio: IFES, CNPq, UFES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 44 1.13 Aspectos biológicos dos potenciais agentes selecionados para o controle biológico de Pereskia aculeata Adam H. M. Gonçalves (1); Sandra C. de Cristo (1); Liliam C. Beal (1); Paula A. da Costa (1); Marcelo D. Vitorino (1) (1) Laboratório de Monitoramento e Proteção Florestal – LaMPF, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Regional de Blumenau E-mail: adam [email protected] Coleoptera constitui-se na maior ordem de insetos, com cerca de 40% das espécies conhecidas de Hexapoda. Desta ordem dois potenciais agentes de controle para a espécie exótica invasora na África do Sul Pereskia aculeata foram selecionados, Adetus analis (Cerambycidae) e um besouro não identificado da famı́lia Curculionidae, subfamı́lia Cryptorhynchinae. Para estudo dos aspectos biológicos de ambos, foram coletados em campo posturas, larvas e adultos. As larvas coletadas foram criadas em laboratório, para a obtenção de dados morfométricos através da medição de ovos e cápsula cefálica, além da determinação da duração de cada ı́nstar. Para obtenção de adultos, machos e fêmeas foram colocados para acasalar em gaiola entomológica com uma planta de P. aculeata por cerca de 10 dias. No caso da espécie A. analis os ovos possuem coloração esbranquiçada e forma cilı́ndrica, as larvas também possuem coloração esbranquiçada, caracterı́sticas da famı́lia. Foi encontrado um endoparasitóide do gênero Horismenus se desenvolvendo na larva, sendo este uma nova espécie do gênero. Quanto ao indivı́duo da famı́lia Curculionidae, os ovos e as larvas possuem coloração esbranquiçada, cápsula cefálica marrom clara quando neonata, passando a castanho escura. O Curculionidae apresentou cinco instares de desenvolvimento sendo possı́vel o acompanhamento da duração apenas do segundo ao quinto. A duração média para esta espécie foi de 12,5; 12,3; 17,3 e 20,3 dias para o 2º, 3º, 4º e 5º ı́nstares respectivamente, perfazendo mais de 63 dias em fase larval. Palavras-chave: controle biológico, P. aculeata, aspectos biológicos Apoio: Universidade de Rhodes (África do Sul), FURB Universidade Regional de Blumenau Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 45 1.14 Avaliação de consumo e durabilidade de iscas granuladas, com e sem embalagens, para o controle de formigas cortadeiras Raı́za S. B. Voltan (1); Mahayana Z. Ferronato (2); David A. Buratto (2); Nilton J. Sousa (3); Marcelo D. de Souza (2) (1) Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal do Paraná; (2) Programa de Pós Graduação em Engenharia Florestal, Universidade Federal do Paraná; (3) Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal do Paraná Email: [email protected] As formigas cortadeiras são os principais insetos-praga dos cultivos florestais, devido aos danos frequentes e a presença constante de formigueiros em todas as fases do desenvolvimento da floresta. O principal método de controle deste inseto é com uso de iscas granuladas, da qual a distribuição dessas ocorre de forma sistemática com o uso de micro-porta-iscas (mipis) ou à granel (sem embalagem). Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o percentual de degradação (resistência à umidade) e o consumo destas iscas testadas em área de pré-plantio de eucaliptos no municı́pio de Telêmaco Borba/PR, região centro-paranaense. Foram avaliados no mês de Abril (outono), dois talhões reformados de eucaliptos e destinados à implantação desta mesma cultura. A determinação do número de amostras e dos pontos de distribuição das mesmas, foram feitas com base na dosagem operacional de 2kg/ha de iscas, sendo distribuı́das em da seguinte maneira: Tratamento 1 – um micro-porta-iscas com embalagem plástica impermeável, sendo utilizados 16 parcelas de 500m2 com 16 mipis cada (5,607g/mipi), totalizando 256 e Tratamento 2: distribuição à granel seguindo as mesmas proporções (5,122g/dosagem). Foram avaliados as 10 coletas, sendo avaliado as amostras que estavam: consumidas, não consumida, parcialmente consumida e danificada pela chuva, da qual foram avaliadas por meio de analise visual. Após as dez coletas, os resultados percentuais para o tratamento 1 foram: consumidas 9,7%, não consumidas 0%, parcialmente consumidas 0% e degradadas pela chuva 100% e o tratamento 2 obteve 20,6% consumida, 58,7% não consumida, 16,68% consumida parcialmente e 18,5% danificada pela chuva. Estas proporções variaram devido à intensidade de chuva ser de 50,75 mm durante as coletas, elevando assim, o grau de degradação de umidade para as iscas à granel por não possuı́rem embalagens. Portanto, conclui-se que as utilizações de iscas embaladas possuem maior durabilidade e maior consumo em relação às formigas cortadeiras, garantindo maior controle as formigas cortadeiras. Palavras-chave: eucalipto, formigas cortadeiras, micro-porta-isca Apoio: Klabin S. A, CAPES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 46 1.15 Efeitos das condições de campo sobre Podisus nigrispinus no estado de Sergipe Raul C. G. Ferreira (1); Genésio T. Ribeiro (1); Maria E. Correia-Oliveira (1); José de O. Dantas (2); Gabriela S. Rolim (1) (1) Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Sergipe; (2) Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Sergipe E-mail: [email protected] O uso do percevejo predador Podisus nigrispinus como forma de combate às pragas agrı́colas e florestais tem perspectivas promissoras devido à forma de predação observadas neste pentatomı́deo. Entretanto, como esse inseto não está adaptado às condições climáticas do Nordeste, sua utilização no controle biológico ainda é deficiente. Este trabalho teve como objetivo avaliar a viabilidade do predador P. nigrispinus em condições de campo no estado de Sergipe. Os ensaios foram conduzidos no Departamento de Ciências Florestais/UFS, onde ovos e ninfas oriundas da criação de P. nigrispinus do Laboratório de Pragas Agrı́colas e Florestais/UFS, que encontravam-se a temperatura de 25±2°C, 60±10% de umidade e fotofase de 12h foram transferidas para galhos de goiabeiras (/textilPsidium guajava, Myrtaceae) envolvidos por tecido voil. Para as ninfas foram colocadas pupas de Tenebrio molitor como alimento. O delineamento foi composto por 10 indivı́duos/repetição em campo, e uma testemunha com 30 indivı́duos em laboratório, para ovos e ninfas de 1° a 5° ı́nstar. Foram avaliados o tempo de eclosão dos ovos e a duração dos instares até a fase adulta. Nas ninfas de todos os estágios foram avaliados o tempo de desenvolvimento e o ı́ndice de sobrevivência de cada ı́nstar. O experimento foi feito utilizando delineamento inteiramente casualizado. Os resultados foram submetidos à análise de variância. Em campo, a viabilidade dos ovos foi de 50%, e o tempo médio de duração dos ı́nstares foi entre dois e quatro dias para os cinco instares. Nas testemunhas, a viabilidade dos ovos foi de 56,67%, e a duração de cada instar foi entre três e 4,33 dias. Para ninfas, o tempo de desenvolvimento em campo foi de três dias para ninfas de 1° instar, e 4,0; 6,95; 4,2 e 4,75 dias para 2°, 3°, 4° e 5° instar respectivamente. Conclui-se que as ninfas de P. nigrispinus a partir do 2° instar, apresentam uma melhor adaptação as condições de campo. Palavras-chave: predação, controle biológico, pentatomı́deo Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 47 1.16 Redução da dose comercial de inseticidas inibidores da sı́ntese de quitina em combinação com óleo de P. aduncum Maria S. de F. Silva (1); Murilo Fazolin (1); Joelma L. V. Estrela; (1) Luiara P. Gomes; (1) Iriana M. Silva (1) Lab. de Entomologia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Acre E-mail: samylla [email protected] O controle de Spodoptera frugiperda tem sido realizado, preferencialmente, por agrotóxicos. O uso indiscriminado de inseticida leva a seleção de indivı́duos resistentes na população. A utilização de sinérgicos é uma das formas de manejar a resistência minimizando a quantidade de inseticida quı́mico. A Piper aduncum L. Possui compostos que atuam nas funções do citocromo P-450, podendo alterar o processo de desintoxicação dos insetos. O objetivo do trabalho foi quantificar a redução da dose comercial de inseticidas inibidores de sı́ntese de quitina quando combinados com o óleo essencial. Os experimentos foram conduzidos em ambiente telado com cobertura de vidro. O delineamento experimental foi casualizado com dez repetições de oito tratamentos: 1- Inseticida na dose comercial (DC); 2- Meia dose comercial (1/2 DC); 3- Um quarto da dose comercial (1/4 DC); 4- 1/2 DC + 1/2 concentração letal de óleo de P.aduncum (PA.1/2 CL50 ); 5- 1/2 DC + 1/4 da concentração letal de P. aduncum (PA.1/4 CL50 ); 6- 1/4 DC + 1/2(PA.1/2 CL50 ); 7- 1/4 DC + 1/4PA CL50 e 8- Testemunha: pulverizada com água. As avaliações foram realizadas 24, 72, 144 e 216 horas após a montagem do experimento, determinando-se o número de lagartas mortas em cada tratamento e atribuindo-se notas de 0 a 5, relativas aos danos causados às plantas de milho onde 0 nenhum dano e 5 cartucho destruı́do. O óleo essencial de P. aduncum em combinações sinérgicas com o inseticida a base de Lufenurom e Treflubenzuron possibilitou redução da dose comercial dos inseticidas em ate 75%, mantendo a eficácia no controle de lagartas de S. frugiperda. Já com o inseticida a base de Triflumurom não foi observada possibilidade de reduzir a dose comercial. Todos os resultados toxicológicos indicam que o óleo de P. aduncum pode reduzir em no mı́nimo 1/2 da dose comercial, somente em dois dos três inseticidas avaliados, apresentando-se como uma opção ao butóxido de piperonila. Palavras-chave: monooxigenase P450, pimenta de macaco, sinergista botânico Apoio: CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 48 1.17 Primeiro registro da ocorrência de Adetus analis associado à planta invasora Pereskia aculeata Sandra C. de Cristo (1, 2); Liliam C. Beal (1); Adam H. M. Gonçalves (1); Michel D. Pereira (1); Marcelo D. Vitorino (1, 2) (1) Laboratório de Monitoramento e Proteção Florestal, Departamento de Engenharia Florestal; (2) Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Regional de Blumenau E-mail: [email protected] A cactácea Pereskia aculeata Miller ocorre naturalmente na América do Sul, sendo que no Brasil sua distribuição ocorre entre a Bahia e o Rio Grande do Sul. Essa espécie foi introduzida na África do Sul por volta de 1696 sendo utilizada como planta ornamental e em 1979 foi considerada uma espécie invasora. Em 1983 tornou-se grande ameça para a agricultura e também para a biodiversidade nativa daquele paı́s. Pereskia aculeatainvade áreas pertubadas antropicamente, além de ecossitemas naturais, onde já há indicios de perda de biodiversidade. A melhor maneira de controlar esta espécie invasora seria através do controle biológico utilizando insetos que acompanharam o processo de evolução desta planta em sua área de origem. O objetivo deste estudo é selecionar potencias agentes para o controle da invasora. Estudos sobre a entomofauna relacionada à P. aculeata estão sendo realizados no litoral norte de Santa Catarina.. Foram selecionados oito pontos de coletas distribuı́dos nas cidades de Barra Velha, Penha, Piçarras, Itajaı́ e Balneário Camboriú, no intuito de selecionar potenciais agentes para o controle biológico desta planta. Dentre algumas das espécies associadas à P. aculeata com potencial como inimigo natural foi encontrada a espécie Adetus analis (Haldeman) (Coleoptera: Cerambycidae). Além do primeiro relato de A. analis em uma cactácea, foi também encontrada uma nova espécie de parasitoide associada a este cerambicı́deo. Exemplares do parasitoide Horismenus spp. (Hymenoptera: Eulophidae: Entedoninae) foram enviados a identificação no Instituto Biológico de Campinas. Palavras-chave: Controle Biológico Clássico, Cactaceae, Cerambycidae Apoio: Universidade de Rhodes (África do Sul), FURB Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 49 1.18 Primeiro registro da microcigarrinha-do-sombreiro (Eupharelus clitoriae, Hemiptera: Psyllidae), no Piauı́ Nathan C. Fonsêca (1); Rodolfo M. de Sousa (1); Jaqueline Z. de Moura (1); Higor do N. Lucena (1) (1) Universidade Federal do Piauı́ E-mail: [email protected] Em meados de 1999, no Rio de Janeiro, registrou-se pela primeira vez o ataque de microcigarrinha (Eupharelus clitoriae (Burckhardt & Guajará, 2000) em árvores de Clitoria fairchildiana Howard (Fabaceae), uma espécie nativa conhecida como Sombreiro, muito utilizada em arborização urbana em diversas cidades. Este inseto é monomórfico, ovı́paro e se reproduz sexuadamente. As ninfas colonizam preferencialmente a face inferior das folhas, fazendo as posturas ao longo das nervuras. Após a eclosão começam a produzir uma massa cerosa de cor branca, sob a qual permanecem protegidos, sugando a seiva das folhas, o que leva ao amarelecimento e posterior queda prematura das folhas do sombreiro. Na Região Nordeste, a presença da microcigarrinha-do-sombreiro já havia sido registrada nos estados da Bahia e de Pernambuco. Este trabalho tem como objetivo aumentar os registro de ocorrência de E. clitoriae na Região Nordeste e analisar as diferenças no nı́vel de infestação desse psilı́deo nas árvores de C. fairchildiana para cada cidade avaliada. Para isso foram analisadas 15 árvores nos limites dos municı́pios de Bom Jesus e Currais entre os meses de abril e maio de 2013, onde a presença do psilı́deo foi constatada em 100% das plantas. No municı́pio de Currais-PI foram analisadas 6 árvores, onde por possuir uma maior distância entre as árvores, e uma menor quantidade da espécie de sombreiro, constatou-se uma diminuição no nı́vel de infestação. Já na cidade de Bom Jesus foram verificadas 9 árvores e em todas houve um aumento significante no nı́vel de infestação e consequentemente uma maior percentagem de amarelecimento e posterior queda prematura das folhas das árvores. Palavras-chave: Psilı́deo, Sombreiro, Piauı́ Apoio: Universidade Federal do Piauı́- UFPI Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 50 1.19 Misturas de óleos essenciais de Piper hispidinervum e Piper aduncum no controle de Spodoptera frugiperda Joelma L. V. Estrela (1); Murilo Fazolin (1); Iriana M. da Silva (1); Maria S. de F. Silva (1); Luiara P. Gomes (1) (1) Embrapa Acre E-mail: [email protected] Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) é uma das mais importantes pragas polı́fagas do Brasil, destacando-se como a mais destrutiva na cultura de milho. O controle quı́mico é o mais utilizado. Vem se verificando uma crescente procura por defensivos alternativos destacando-se entre eles os óleos essenciais que apresentam potencial para o controle desta praga. No entanto é desconhecida a sinergia da mistura entre eles. Os óleos de Piper hispidinervum e Piper aduncum foram obtidos pela técnica “arraste a vapor d’água”, e apresentam como constituintes quı́micos mais comuns as amidas, em especial a isobutilamida, piperidina e pirrolidina. O objetivo do trabalho foi avaliar a mortalidade de lagartas de terceiro instar da praga, por meio das combinações de sub-doses entre os óleos e o butóxido de piperonila por contato em superfı́cie contaminada (papel-filtro). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com sete tratamentos. As combinações avaliadas foram as seguintes: ½ DL50 de P. aduncum v/v; ½ DL50 P. hispidinervum; butóxido de piperonila; ½ DL50 de P. aduncum + DL50 ½ de P. hispinervum; ½ DL50 de P. hispidinervum + butóxido; ½ DL50 de P. aduncum + butóxido; acetona (testemunha). Cada bioensaio foi repetido três vezes. Após a Anova as médias foram submetidas ao teste de Scott & Knott. Todos os bioensaios foram realizados no Laboratório de Entomologia e mantidos em câmaras de crescimento tipo BOD, à temperatura de 26± 2ºC, umidade relativa de 70 ± 5% e fotofase de 12h. Os valores de mortalidade foram obtidos após 24 horas. A combinação do ½ DL50 de P. aduncum + DL50 ½ de P. hispinervum apresentou o maior valor de mortalidade (62,25%) diferindo significativamente das demais combinações. Esses resultados indicam significativa toxicidade para S. frugiperda podendo viabilizar seu emprego no controle dessa importante praga. Palavras-chave: óleos, sinergismo, toxicidade Apoio: CNPq, Embrapa Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 51 1.20 Manejo de Planococcus citri com extratos da casca do caule de Jatropha curcas Thais Coffler (1); Anderson M. Holtz (1); Johnatan J. P. Marchiori (1); Luziani R. Bestete (2); Dirceu Pratissoli (2) (1) Instituto Federal do Espı́rito Santo – Campus Itapina; (2) Departamento de Produção Vegetal – NUDEMAFI, Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espı́rito Santo E-mail: [email protected] A cochonilha da roseta, Planococcus citri, tem aumentado sua importância pelos prejuı́zos diretos à produtividade do cafeeiro. Dentre os métodos utilizados para controle de cochonilhas na agricultura, o método quı́mico é o mais usual e de eficiência relativa. Desta forma, com o objetivo de reduzir e/ou substituir os agrotóxicos sintéticos por produtos ecologicamente corretos, esse trabalho visou avaliar extratos aquosos da casca do caule de Jatropha curcas, quanto a sua atividade inseticida sobre P. citri. As concentrações utilizadas no experimento foram 0,0; 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5 e 3,0% (v/v). Foram realizados testes de aplicação direta e indireta. No teste de ação direta foi inoculado 10 cochonilhas e em seguida pulverizadas com o auxilio da torre de Potter, com pressão exercida de 15lb/pol2 e volume de 6ml de solução por repetição. Na aplicação indireta, os discos de folha de café foram imersos durante 5 segundos nas diferentes concentrações, sendo, posteriormente, inoculadas as cochonilhas. Foram realizadas 6 repetições por concentração. No decorrer dos experimentos foram realizadas avaliações 24, 48 e 72 horas após as aplicações. O extrato não apresentou diferença significativa entre as formas de aplicação direta e indireta nas concentrações de 1,0 e 3,0%, com média de mortalidade de 67,2 e 68,8% respectivamente. Nas concentrações de 1,5 e 2,0%, quando aplicado de forma direta, o extrato causou mortalidades de 89,7 e 85,8%, sendo superior a aplicação indireta nas mesmas concentrações. Contudo, nas concentrações de 0,5 e 2,5%, a aplicação indireta do extrato de casca do caule de pinhão-manso propiciou maiores mortalidades de P. citri quando comparado a aplicação direta. Através dos resultados obtidos observa-se que o extrato da casca do caule de J. curcas pode ser utilizado no controle de P. citri. Palavras-chave: cochonilha da roseta, pinhão-manso, controle alternativo Apoio: FAPES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 52 1.21 Eficiência do óleo de nim no manejo do ácaro branco e rajado em cultivo de mamoeiro orgânico Amanda S. Rocha (1); Marlúcia P. dos Santos (1); Marcelo M. Rabelo (1); Lize de Moraes (1); Joyce Gomes (1) (1) Universidade Estadual de Montes Claros E-mail: [email protected] No Brasil, a cultura do mamoeiro pode ser seriamente afetada pelo desenvolvimento de ácaros fitófagos, como o ácaro branco Polyphagotarsonemus latus (Banks) e o ácaro rajado Tetranychus urticae. Os produtos derivados da planta de nim Azadirachta indica destacam-se pela sua eficiência no controle de artrópodes-praga e baixa toxicidade aos inimigos naturais e ao homem. Buscou-se testar a eficiência do óleo de nim no controle de ácaro branco e ácaro rajado na cultura do mamoeiro. Foram realizadas três aplicações semanais com o óleo a 10% de concentração, em uma área de mamão orgânico, cultivar Formosa Tainung 01. Avaliaram-se 15 plantas em toda a área, onde apenas uma folha do ápice e uma folha da base eram analisadas em cada planta sendo quantificado o número total de ácaros. A primeira avaliação foi realizada antes do inicio das aplicações do extrato de nim, para verificar a população inicial de ácaros, a partir de então, as avaliações foram realizadas 5 dias após cada aplicação. Na primeira avaliação encontrou-se 53 T. urticae e 11 do gênero P. latus nas 15 plantas amostradas caracterizando a população inicial. Após as aplicações do óleo de nim a população de ácaros rajados caiu em 81,2%, enquanto que o ácaro branco reduziu em 90,9%. A redução no número de ácaros brancos e rajados ao longo das aplicações do nim pode ser atribuı́da a ação do principal metabólito secundário da planta, a azadiractina, que se destaca pela elevada ação inseticida e acaricida de diferentes modos. Apesar de sua semelhança com o hormônio da ecdise, não causa sua morte imediatamente, dado o seu efeito fisiológico, mas reduz o consumo de alimento, retarda o desenvolvimento, repele os adultos e reduz a postura nas áreas tratadas. Portanto o óleo de nim é eficiente no controle de ácaro branco e ácaro rajado. Palavras-chave: nim, ácaro, mamão Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 53 1.22 Resistência de clones de café conilon a Leucoptera coffeella João R. S. Soares (1); Izailda B. dos Santos (1); Renata R. Pereira (1); Elenir A. Queiroz (1); Lucas de P. Arcanjo (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa Email: [email protected] O bicho mineiro (Leucoptera coffeella) é uma praga disseminada por todas as regiões do mundo. As lagartas dessa praga consomem o mesofilo foliar, provocando queda prematura da folha. Essa praga ataca o café conilon (Coffeea canephora), a segunda espécie de café mais cultivada no mundo. A principal forma de controle desta praga é aplicação de defensivos quı́micos. No entanto este método pode ser prejudicial ao ambiente e ao homem. Devido a estes problemas, tem-se buscado plantas resistentes para o controle do bicho mineiro. Uma forma de resistência de plantas a insetos pragas é através da antibiose. As plantas que expressam essa resistência podem causar mortalidade ou afetar o desenvolvimento da praga. Diante disso, o objetivo foi avaliar se clones de café conilon apresentam resistência por antibiose ao bicho mineiro. O trabalho foi conduzido no Laboratório de Manejo Integrado de Pragas da UFV. O experimento consistiu em cinco repetições. Cada repetição foi constituı́da por três genótipos de conilon (9V, 6V e 7V) e para o controle utilizou-se o café arábica (Coffea arabica), por ser uma variedade suscetı́vel. Os insetos utilizados foram provenientes da criação do laboratório. Em cada planta, foi selecionado um ramo com três folhas. Este ramo foi revestido com um saco de organza contendo 50 adultos de bicho mineiro. Após 24 horas foram retirados os sacos dos ramos. Em seguida foi realizada diariamente a contagem das larvas, anotando o estádio e a sobrevivência. Os dados obtidos foram submetidos à ANOVA e as médias comparadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Observou-se que as larvas de 3º e 4º ı́nstar tiveram maior mortalidade nos genótipos 9V e 6V quando comparados com o controle. Houve média de sobrevivência de 45; 26; e 75% larvas de 3º ı́nstar e 18; 3; e 64% larvas de 4º ı́nstar nos genótipos 9V, 6V e no controle respectivamente. Portanto os clones 9V e 6V de C. canephora são resistentes por antibiose à L. coffella. Palavras-chave: Coffeea canephora, antibiose, bicho mineiro Apoio: Consórcio Pesquisa Café - Embrapa Café, CNPq, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 54 1.23 Abelhas polinizadoras de Solanum lycopersicum (Solanaceae) em áreas de cultivo no noroeste do estado do Rio de Janeiro Mariana S. Deprá (1); Maria C. Gaglianone (1) (1) Laboratório de Ciências Ambientais, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro Email: [email protected] A presença dos polinizadores em áreas de cultivos agrı́colas pode proporcionar maior produtividade de espécies vegetais de grande interesse econômico, como por exemplo, o tomate. As flores do tomateiro (Solanum lycopersicum L., Solanaceae) são hermafroditas e suas anteras apresentam grãos de pólen pequenos e secos, que são liberados através de poros apicais, sendo que esta morfologia permite a coleta de pólen por vibração, exercida por abelhas que vibram. O objetivo desse trabalho foi identificar os visitantes florais do tomateiro em plantações no municı́pio de São José de Ubá, noroeste do estado do Rio de Janeiro, e verificar a importância dos polinizadores para a produção dos frutos dessa espécie. Foram estudados 36 plantios de tomate nos anos de 2010 e 2011. As coletas dos visitantes florais foram realizadas com rede entomológica, das 8 às 14 horas em três sessões de 15 minutos a cada hora, ao longo de transectos acompanhando as fileiras dos plantios. Para verificar a frutificação a partir da polinização natural foram marcadas 800 flores e deixadas abertas à visitação. Para verificar a formação de frutos a partir da autopolinização espontânea, 800 flores em pré-antese foram marcadas e ensacadas. Foram amostradas 1729 abelhas de 41 espécies, pertencentes às famı́lias Apidae, Halictidae e Andrenidae. Destas, 39 espécies foram consideradas potenciais polinizadores por apresentarem capacidade de vibrar. Os principais polinizadores foram Bombus morio e espécies do gênero Exomalopsis. O horário de maior frequência de visitas dos polinizadores foi de 10 às 13 horas. A porcentagem de frutificação foi significativamente maior para a polinização natural (97,5%) em relação à autopolinização espontânea (90,2%). Houve correlação positiva (R= 0,57; p= 0,02) entre a porcentagem de frutificação e taxa de visitação, avaliadas em cada área estudada. Estes resultados indicam a importância das abelhas no aumento da produção de tomates na região. Palavras-chave: tomateiro, frutificação, buzz pollination Apoio: FAPERJ, MCT-CNPq-CTAgro, FAO/GEF/FUNBIO, Rio RuralGEF, LCA/UENF Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 55 1.24 Avaliação da atividade inseticida de óleo essencial de citronela em Sitophilus zeamais Wilson R. Valbon (1); Priscila Stinguel (1); Tamara V. D. Almeida (1); Hugo B. Zago (1); Dirceu Pratissoli (1) (1) Departamento de Produção Vegetal, Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espı́rito Santo E-mail: [email protected] O caruncho-do-milho, Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae), é uma das principais pragas do milho no armazenamento, causando principalmente redução do peso e diminuição da qualidade nutricional do grão. O controle torna-se um problema, pois o uso de inseticida pode inviabilizar o consumo do grão devido sua toxicidade. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade inseticida por fumigação do óleo essencial de citronela, Cymbopogon winterianus em S. zeamais. A extração do óleo essencial de C. winterianus foi realizada por vapor com Clevenger. Os ensaios foram realizados em sala climatizada a temperatura de 25 ± 1 ºC, umidade relativa de 70 ± 10% e fase de luz de 12 h. Dez adultos (idade 0-24 horas) de S. zeamais foram acondicionados em recipientes cilı́ndrico de vidro (1,4 L), fechados com 4 camadas de filme PVC, contendo no interior uma fita de papel filtro (2x5 cm) embebido com a dose do óleo essencial supracitado, situada na região superior do recipiente e envolto por tecido filó (40 mesh) evitando o contato direto com os insetos. O óleo foi aplicado com auxı́lio de pipeta automática, correspondendo às concentrações 10; 20; 30; 40; 50; 70; 140 µL L-1 de ar, mais controle (0 µL L-1 de ar) . Para cada dose do óleo e testemunha foram realizadas quatro repetições ao logo do tempo. Após 72 horas de exposição aos óleos foi contabilizado o número de insetos mortos. Para confirmar a mortalidade foi avaliado o tigmotropismo causado pelo toque de um pincel fino. Todas as concentrações avaliadas apresentaram 0% de mortalidade. O óleo essencial de C. winterianus não apresenta atividade inseticida por fumigação em S. zeamais. Palavras-chave: Curculionidae, óleo essencial, fumigação Apoio: FAPES, CNPq, CAPES, FINEP, NUDEMAFI Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 56 1.25 Interação entre óleo de mamona e óleo de pinhão manso no controle do pulgão-das-brássicas Jéssica M. C. Botti (1); Anderson M. Holtz (1); Gabriel Passos (1); Luziani R. Bestete (2); Dirceu Pratissoli (2) (1) Instituto Federal do Espı́rito Santo, Campus Itapina; (2) Departamento de Produção Vegetal – NUDEMAFI E-mail: [email protected] O pulgão-da-couve, Myzus persicae, acarreta grandes prejuı́zos à cultura da couve, devido, principalmente, à transmissão de viroses e engruvinhamento das folhas. Dentre os métodos utilizados para controle desta praga, o quı́mico é o mais usual. Com o objetivo de reduzir e/ou substituir os agrotóxicos sintéticos por produtos ecologicamente corretos, esse projeto visou estudar a potencialidade e eficácia do uso da interação dos óleos extraı́dos das espécies Ricinus communis (mamona) e Jatropha curcas (pinhão manso) quanto à sua atividade inseticida sobre o pulgão. Foram utilizados discos de folhas de couve (4 cm de diâmetro) contendo 10 pulgões. Estes discos foram pulverizados com auxilio de torre de Potter, cuja pressão exercida foi de 15 Lb/pol2 e volume aplicado foi de 6 ml de solução por repetição. Para a diluição e aplicação dos óleos foi utilizada água destilada com espalhante adesivo Tweenr 80 (0,05%). A concentração total utilizada em cada tratamento foi de 3% e foram realizadas 10 repetições por tratamento. As relações de interações dos tratamentos foram 0-100; 10-90; 20-80; 30-70; 40-60; 50-50; 60-40; 70-30; 80-20; 90-10; 100-0 de óleo de pinhão manso e óleo de mamona respectivamente. Sendo a avaliação da mortalidade realizada 24, 48 e 72 horas após a aplicação. Os dados de mortalidade total foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Scott-Knott ao nı́vel de 5% de probabilidade. A mortalidade do pulgão diferiu estatisticamente entre as proporções avaliadas. A mortalidade foi superior a 65,6%, nas proporções de 20-80, 60-40, 70-30, 80-20 e 90-10 de pinhão-manso e mamona, sendo que a máxima mortalidade foi de 77,0% na proporção de 60-40. A proporção de 30-70 foi responsável por menor porcentagem de pulgões mortos (29%). Através dos resultados obtidos observa-se que a interação do óleo pinhão manso e óleo mamona pode ser usado no controle de M. persicae. Palavras-chave: Jatropha curcas, Ricinus communis, Myzus persicae Apoio: IFES, UFES, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 57 1.26 Manejo de ácaro rajado com torta de pinhão manso Hágabo H. Paulo (1); Anderson M. Holtz (1); Mayara L. Franzin (1); Luziani R. Bestete (2); Dirceu Pratissoli (2) (1) Instituto Federal do Espı́rito Santo – Campus Itapina; (2) Departamento de Produção Vegetal, Universidade Federal do Espı́rito Santo E-mail: [email protected] O ácaro rajado é uma das principais pragas da cultura do mamão. Este ácaro é encontrado em regiões de clima quente e úmido do mundo e em todo o território nacional. Entre os métodos utilizados para o controle na agricultura, o quı́mico é o mais usual. Porém, o uso intensivo destes, principalmente os nãos registrado para determinada praga, pode provocar o ressurgimento da praga alvo, bem como o aparecimento de novas pragas. Com o objetivo de reduzir e/ou substituir os agrotóxicos sintéticos por produtos ecologicamente corretos, estudou-se o potencial do uso da torta de Jatropha curcas, quanto à sua atividade acaricida sobre Tetranychus urticae na cultura do mamão. As concentrações da torta utilizadas no experimento foram 0,0; 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5 e 3,0% (v/v). Disco de folha de “feijão de porco” com 4 cm de diâmetro contendo 10 fêmeas de T. urticae foram pulverizadas em torre de Potter, cuja pressão exercida foi de 15lb/pol2 , e volume de 6ml de solução por repetição. Foram realizadas 10 repetições por tratamento, avaliando-se os parâmetros de mortalidade em função do tempo pós-pulverização (24, 48 e 72 horas). A mortalidade do ácaro rajado variou em função das concentrações da torta de pinhão manso (P = 0,004), assumindo um efeito quadrático, com uma curva crescente a partir da concentração 2%. A maior eficiência da torta de pinhão manso foi verificada na concentração de 3,0%, a qual ocasionou 78,6% de mortalidade, seguido pelas concentrações de 2,5 e 2,0%, com 68,6 e 61,8 respectivamente. Em concentrações menores, a mortalidade foi abaixo de 60%. A torta de pinhão manso exerceu efeito de contato sobre T. urticae. A utilização da torta de pinhão manso mostrou-se eficiente no manejo do ácaro rajado possibilitando ao agricultor utilizar a mesma no controle da praga. Palavras-chave: controle alternativo; acaricida; Jatropha curcas Apoio: CNPq, IFES, UFES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 58 1.27 Bioatividade de produtos naturais sobre Cryptolestes ferrugineus Marcela C. Guimarães (1); Shaiene C. Moreno (1); Rick M. da Silva (1); Pedro Henrique C. Miranda (1); Bárbara L. M. Pinheiro (1) (1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro E-mail: [email protected] As pragas de grãos armazenados são responsáveis pela perda de qualidade do grão e de subprodutos. Os besouros da espécie Cryptolestes ferrugineus são muito comuns, causando sérios danos em cereais e subprodutos armazenados. O objetivo deste trabalho foi estudar a atividade inseticida de extratos e caldas naturais sobre adultos de C. ferrugineus. Avaliaram-se extratos liofilizados de alho e pimenta malagueta a 8%, além da calda sulfocálcica (1%) e do Agrobio (2%), produzidos pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro. Os bioensaios foram realizados com adultos de C. ferrugineus obtidos em criações do Laboratório do Núcleo de Agroecologia do Campus Nilo Peçanha do IFRJ. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com cinco repetições. Cada parcela experimental foi constituı́da de placa de Petri contendo 10 insetos. Os tratamentos foram os extratos e caldas e a testemunha. Os insetos foram tratados topicamente uma solução dos extratos e caldas diluı́dos em água usando-se uma microseringa Hamilton de 10 µL. Foi aplicado 0,5 µL de solução/ inseto. Na testemunha os insetos foram tratados topicamente com igual volume de água. A avaliação da mortalidade foi feita 24, 48 e 72 horas após o tratamento. Os dados de mortalidade dos insetos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de significância. De acordo com os resultados, os produtos testados apresentaram baixa toxicidade para C. ferrugineus. Todos os produtos causaram mortalidade inferior a 40% no tempo de 72 horas após a aplicação dos tratamentos. Portanto, os extratos e caldas estudados não apresentam ação inseticida sobre C. ferrugineus. Palavras-chave: grãos armazenados, atividade inseticida, Coleoptera Apoio: CNPq, FAPERJ, PESAGRO Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 59 1.28 Ação indireta da torta de pinhão manso no controle do àcaro rajado Mayara L. Franzin (1); Anderson M. Holtz (1); Vanessa. V. S. Frohelich (1); Luziani R. Bestete (2); Dirceu Pratissoli (2) (1) Instituto Federal do Espı́rito Santo – Campus Itapina; (2) Departamento de Produção Vegetal, Universidade Federal do Espı́rito Santo E-mail: [email protected] O ácaro rajado é uma das principais pragas da cultura do mamão. Dentre os métodos utilizados para o seu controle, o quı́mico é o mais usual. Porém, os graves problemas relacionados ao seu uso, já amplamente conhecidos, têm incentivado o desenvolvimento de métodos alternativos de controle. Sendo assim, este trabalho teve por objetivo estudar o potencial da aplicação indireta da torta de Jatropha curcas, quanto à sua atividade acaricida sobre Tetranychus urticae. As concentrações da torta utilizadas no experimento foram 0,0; 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5 e 3,0% (v/v). Disco de folha de “feijão de porco” com 4 cm de diâmetro foram imersos durante 5 segundos nos diferentes tratamentos e depois inoculou as fêmeas de T. urticae por disco. Foram realizadas 10 repetições por tratamento, avaliando-se os parâmetros de mortalidade em função do tempo pós-pulverização (24, 48 e 72 horas). A mortalidade de T. urticae aumentou em razão das concentrações da torta de pinhão manso, quando esta foi pulverizada sobre o alimento (P= 0,0006). As concentrações de 3,0% e 2,5% ocasionaram as maiores taxas de mortalidade em T. urticae, com 32% e 27% respectivamente. Em menores concentrações a mortalidade foi inferior a 16%. Apesar de efeitos não expressivos na mortalidade, a torta de pinhão manso atuou de forma negativa para T. urticae quando pulverizada sobre o alimento, principalmente em concentrações mais elevadas. Em sistemas de Manejo Integrado de Pragas, este extrato poderia ser uma alternativa simples, a ser utilizado associado a outros métodos de controle, visando maximizar a eficiência de manejo. A utilização da torta de pinhão manso mostrou-se eficiente no manejo do ácaro rajado possibilitando ao agricultor utilizar a mesma no controle da praga. Palavras-chave: controle alternativo, ácaro rajado, pinhão manso Apoio: CNPq, IFES, UFES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 60 1.29 Fatores de mortalidade de Myzus persicae Tamı́ris A. de Araújo (1); Elisângela G. F. de Morais (1); Marcelo C. Picanço (1); Thiago L. Costa (1); Elenir A. Queiroz (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] O pulgão Myzus persicae (Hemiptera: Aphididae) é uma espécie polı́faga que ataca diversas plantas cultivadas e não cultivadas. O conhecimento da contribuição dos efeitos climáticos e dos inimigos naturais sobre o controle natural da população deste fitófago é de grande valia no contexto do MIP. Assim, o objetivo deste trabalho foi verificar a mortalidade de M. persicae nos diferentes estádios de desenvolvimento e identificar quais são os fatores para sua mortalidade. O estudo foi desenvolvido em lavouras de repolho Brassica oleracea var. capitata do Hı́brido “Sekai F1” localizadas na Área Experimental da UFV durante as diferentes estações do ano. O experimento foi conduzido em DIC com 10 parcelas. Cada parcela foi constituı́da de duas plantas de repolho na fase de pré-formação das cabeças. Foram transferidas para as plantas 30 a 40 fêmeas ápteras adultas de M. persicae provenientes da criação do Laboratório de MIP-UFV. Após 24 horas, as fêmeas eram retiradas e cerca de 100 ninfas de 1° ı́nstar colocadas por elas foram deixadas na planta. A mortalidade em cada estádio de desenvolvimento e a identificação dos fatores de mortalidade foram monitoradas diariamente no campo, desde o estabelecimento da coorte até os adultos entrarem na fase reprodutiva. Foram confeccionadas tabelas de vida na qual foram extraı́dos os resultados obtidos. O estádio de desenvolvimento que ocorreu a maior mortalidade foi o 5º ı́nstar ninfal (46,08±9,80). A contribuição da mortalidade ocasionada pelos diferentes fatores foi na seguinte ordem: predação (43,06±0,23); distúrbios fisiológicos (33,35±1,00); chuva (14,00±0,13); parasitismo (3,10±0,05) e fungos entomopagênicos (0,31±0,01). Diante disso, compreender os fatores que afetam a dinâmica populacional dos insetos é fundamental para o desenvolvimento de sistemas eficientes de manejo destes organismos em cultivos agrı́colas. Palavras chaves: pulgão-verde, fatores abióticos, controle biológico natural Apoio: CAPES, FAPEMIG, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 61 1.30 Disseminação de Ceratocystis fimbriata através da serragem eliminada por coleobrocas Elenir A. Queiroz (1); Rogério M. Pereira (2); Marcelo C. Picanço (1); Tarcı́sio V. S. Galdino (3); Obiratânea S. Queiroz (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2), Departamento de Entomologia e Acarologia, Universidade de São Paulo; (3) Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] O fungo Ceratocystis fimbriata é o agente causal da seca da mangueira (Mangifera indica L.), uma importante doença que causa a morte das plantas. Pouco se conhece sobre a disseminação dessa doença. Sabe-se que há uma grande colonização das plantas doentes por besouros da famı́lia Curculionidae que liberam serragem pelos orifı́cios que fazem no tronco e nos galhos. Assim este trabalho teve por objetivo determinar se estas espécies de insetos podem disseminar a doença pela serragem. Foram realizadas coletas nos municı́pios de Itaperuna e Itaocara no Estado do Rio de Janeiro. Cada unidade experimental foi constituı́da por uma planta de mangueira com sintomas da doença. No tronco da planta foi coletada serragem e pedaços do tecido vegetal das espécies Hypocryphalus mangiferae e Xyleborus affinis que são as mais abundantes em plantas com sintomas da doença. Foram avaliadas 50 mangueiras. As amostras de serragem das coleobrocas foram acondicionadas em tubo Eppendorf de 2 mL. No mesmo local foi retirada uma seção do lenho. Cada amostra foi acondicionada em sacola de papel e transportada para laboratório. Para os isolamentos foram utilizadas iscas de cenoura. Foi adicionado entre os discos de cenoura as serragens das coleobrocas ou o tecido vegetal, foi feito um controle com discos de cenoura onde não houve adição de nenhum material. Os discos foram acondicionados em placas de Petri onde foram mantidas por 10 dias em câmara de germinação a 25°C e fotoperı́odo de 12 horas. Após esse perı́odo, foi avaliada a esporulação do fungo em cada disco. O fungo C. fimbriata foi isolado em 7% das amostras com a serragem produzida pelas coleobrocas e em 100% das amostras com tecido vegetal. Já no controle o fungo não foi encontrado. Através do resultado obtido nesse estudo podemos concluir que as coleobrocas podem disseminar a doença através da serragem que liberam. Palavras-chave: mangueira, Hypocryphalus mangiferae, Xyleborus affinis Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG, VALE Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 62 1.31 Amostragem de Acromyrmex spp. (Hymenoptera: Formicidae) como subsı́dio na diminuição do uso de iscas formicidas Marcelo D. Vitorino (1); Taise C. P. Arenhardt (1); Liliam C. Beal (1); Adam H. M. Gonçalves (1); Paula A. da Costa (1) (1) Laboratório de Monitoramento e Proteção Florestal – LAMPF, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Regional de Blumenau E-mail: [email protected] As formigas cortadeiras, representam um dos maiores problemas relacionados a pragas em reflorestamentos de Pinus spp. pois limitam o desenvolvimento adequado das mudas. A maioria das empresas do setor florestal brasileiro não adotam sistemas de amostragem de formigas cortadeiras aplicando quantidades padronizadas de isca formicida antes do plantio. O FSC têm cobrado das empresas por ele certificadas, até o ano de 2015, a redução do uso dos princı́pios ativos fipronil e sulfluramida no controle de formigas cortadeiras. Este trabalho teve como objetivo reduzir a quantidade de isca formicida através da amostragem de formigueiros como subsı́dio para a determinação da infestação e quantidade de formicida a ser aplicado. O levantamento foi feito em áreas da empresa Celulose Irani S. A, compreendendo 184,06 hectares distribuı́dos em 14 talhões onde 2% da área de cada talhão foi amostrada. O inventário foi realizado através de transectos de 50 m x 10 m (500 m2 ) e parcelas de 50 m x 20 m (1.000 m2 ). Cada colônia de formiga encontrada teve sua área determinada (m2 ) e as coordenadas geográficas coletadas, além da identificação da espécie. Foram encontradas 4 espécies pertencentes ao gênero Acromyrmex spp. (Hymenoptera: Formicidae). Os levantamentos possibilitaram uma redução média de 94,14% na quantidade de isca aplicada para o controle de formiga cortadeira. O levantamento de sobrevivência, demonstrou uma taxa de ataque de mudas entre 1,11% e 4,03%. Palavras-chave: controle sustentável, formiga cortadeira, reflorestamentos Apoio: Celulose Irani S. A. e FAPESC Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 63 1.32 Ocorrência de Psilı́deo-de-Concha em eucalipto no Estado de Sergipe Glaziely S. de Oliveira (1); Jessica dos S. Sá (1); Gabriela da S. Rolim (1); José de O. Dantas (2); Genésio T. Ribeiro (1) (1) Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Sergipe; (2) Instituto Federal de Sergipe, Campus de São Cristóvão E-mail:[email protected] Glycaspis brimblecombei Moore, 1964 é um inseto de origem Australiana, da ordem Hemiptera e famı́lia Aphalaridae, que usa como hospedeiro espécies de Eucalyptus, sendo conhecida vulgarmente como psilı́deo-de-concha. Em condições de campo o seu ciclo de vida dura de 26 a 57 dias e apresentam cinco ı́nstares, podendo o adulto atingir 5mm de comprimento. Tem preferência por brotações e folhas novas. Foi observado no Brasil em junho de 2003 em plantações de eucalipto no Estado de São Paulo. No perı́odo de janeiro à maio de 2013, foram vistoriadas plantações de eucalipto em diversas localidades litorâneas do estado de Sergipe para avaliar a presença de possı́veis pragas. Estas quando encontradas coletou-se exemplares das diferentes fases presentes que foram conduzidos ao laboratório de Pragas Agrı́cola e Florestal da Universidade Federal de Sergipe, para identificação e iniciar uma criação em laboratório. Dentre os insetos coletou-se ninfas, adultos e folhas com a presença da concha em sua superfı́cie, identificados como G. brimblecombei. Nas plantações de eucalipto monitoradas foram observados redução, enrolamento, deformação do limbo foliar e indução do aparecimento de fumagina, sintomas citados como clássicos dos danos dessa praga. Notouse que entre o perı́odo chuvoso de abril à maio houve redução da população e no perı́odo seco de janeiro à março aumento. Esta é a primeira ocorrência do psilı́deo-de-concha no Estado de Sergipe em plantações de eucalipto. Palavras-chave: eucaliptocultura, monitoramento de praga, Glycaspis brimblecombei Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 64 1.33 Infestação de insetos-praga do feijão armazenado, Phaseolus vulgaris e Vigna unguiculata, na Cidade de Porto Velho-RO Thiarles T. Silva (1); Fábio M. da Costa (1) (1) Coordenação de Agronomia, Faculdades Integradas Aparı́cio CarvalhoFIMCA E-mail: [email protected] O feijão tem papel fundamental na alimentação dos brasileiros e de muitas regiões do mundo. Os carunchos,Callosobruchus maculatus e Acanthoscelides obtecus (Coleoptera: Curculionidae: Bruchinae) são espécies cosmopolitas, considerados como os principais insetos-praga do feijão armazenado, cujos danos podem chegar até 100%. Devido a capacidade de infestação cruzada, esses carunchos podem afetar o feijão maduro tanto no campo quanto no armazenamento dos grãos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a infestação de insetos-pragas do feijão armazenado em supermercados e feiras livres da cidade de Porto Velho, Rondônia. As coletas foram realizadas em seis supermercados e duas feiras livres. As amostras de cada ponto foram fracionadas em três sub-amostras de iguais quantidades para facilitar a observação da infestação dos grãos, foram contadas as quantidades dos grãos de cada uma delas e registrados o número de grãos ı́ntegros e sadios. Semanalmente foram realizadas leituras de grãos carunchados das amostras obtidas para se obter o percentual de infestação. Os dados foram submetidos à análise de variância para aferir o nı́vel de infestação entre os pontos coletados. Para o feijão Phaseolus vulgaris só foi encontrada A. obtecus, cujas taxas de infestação média não diferiram estatisticamente entre os pontos, variando de 0,00 a 0,02%. Em feijão Vigna unguiculata a espécie predominante foi C. maculatus, no qual detectou-se diferenças de infestação significativas, conforme seguem os pontos mais crı́ticos: 20% para o ponto 7; 0,5% no ponto 1; e 0,26% no ponto 5. Os pontos 7 e 5 são representados por supermercados de médio porte, já o ponto 1 trata-se de uma feira livre, nos quais detectou-se precárias condições de armazenamento dos grãos. Com base nas informações levantadas no decorrer deste trabalho será elaborado um manual com recomendações aos comerciantes e consumidores locais sobre as formas adequadas de armazenamento de grãos. Palavras-chave: feijão, carunchos, infestação Apoio: FIMCA, CIFICE Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 65 1.34 Seletividade de inseticidas ao percevejo predador Amphiareus constrictus Thiago L. Costa (1); Marcelo C. Picanço (1); Paulo A. Santana Júnior (1); Julia N. D. Campos (1); Lucas P. Arcanjo (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] O controle quı́mico é a prática mais utilizada na agricultura. Entretanto, se utilizado de maneira indevida, põe em risco a saúde e a vida humana, além de causar danos ao ecossistema, sobretudo nos inimigos naturais. A traça-do-tomateiro Tuta absoluta é uma importante praga do tomate no Brasil. Esta praga pode ocorrer em qualquer fase do desenvolvimento do tomateiro, o que torna frequente o uso de inseticidas. Os inseticidas utilizados podem ser prejudiciais ao Amphiareus constrictus, um importante predador da praga. Assim, o uso de inseticidas seletivos constitui-se em uma importante ferramenta para o manejo integrado de pragas. Desta forma, este trabalho teve por objetivo avaliar a seletividade dos inseticidas Abamectina, Clorantraniliprole e Clorfenapir, utilizados no controle da traça-do-tomateiro T. absoluta, ao predador A. constrictus. Esta pesquisa foi conduzida no laboratório de Manejo Integrado de Pragas, da Universidade Federal de Viçosa. Foi utilizada a concentração letal de 80% (CL80 ) para T. absoluta. A CL80 foi escolhida por ser a concentração discriminatória de seletividade dos inseticidas. O bioensaio foi composto de quatro tratamentos, sendo três inseticidas e um controle, com seis repetições. Para cada repetição, foram colocados dez adultos de A. constrictus em uma placa de petri contendo um folı́olo de tomate tratado, além de água e alimento. Após 48 horas avaliou-se o número de insetos mortos. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade. O inseticida Clorfenapir não foi seletivo, pois causou mortalidade superior a 80%. Os inseticidas Abamectina e Clorantraniliprole foram seletivos, causando médias de mortalidade de 13% e 7,3%, respectivamente. Assim, Abamectina e Clorantraniliprole devem ser usados para o controle da T. absoluta, visto que são seletivos em favor do predador A. constrictus. Palavras-chave: controle quı́mico, Tuta absoluta, inimigo natural Apoio: CAPES, FAPEMIG, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 66 1.35 Efeito inseticida de extratos vegetais liofilizados sobre o pulgão-verde Myzus persicae em couve Shaiene C. Moreno (1); Alessandra de C. Silva (2); Luiz A. de Aguiar (3); Bárbara C. do Carmo (1); Carolina de P. R. dos Santos (1) (1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro; (2) Embrapa Agrobiologia; (3) Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro E-mail: [email protected] Os pulgões estão entre os principais grupos de pragas agrı́colas. Os danos causados por esses insetos são sucção de seiva, introdução de toxinas e transmissão de viroses. O pulgão-verde Myzus persicae é uma espécie polı́faga altamente eficiente como vetor de vı́rus. O objetivo do trabalho foi avaliar a atividade inseticida de extratos de plantas sobre M. persicae em couve. Avaliaram-se extratos liofilizados de alho, pimenta malagueta, fumo e citronela produzidos pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro. Os pulgões utilizados nos experimentos foram obtidos de criação mantida no Laboratório do Núcleo de Agroecologia do IFRJ. O experimento foi instalado em delineamento inteiramente casualizado com cinco repetições. Os tratamentos consistiram dos diferentes extratos vegetais e a testemunha, onde se utilizou apenas água. Os tratamentos foram pulverizados na superfı́cie de folhas de couve contendo quinze ninfas cada. Essas folhas foram posteriormente acondicionadas no interior de gaiolas de madeira fechadas com organza. Os insetos vivos e mortos foram contados 24, 48 e 72 horas após aplicação dos tratamentos. Os dados experimentais foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott a p < 0,05. Os extratos de fumo e de pimenta malagueta foram os mais eficazes no controle do pulgão M. persicae, causando mortalidade superior a 80%. Os extratos de alho e citronela não apresentaram eficiência satisfatória, causando mortalidade inferior a 50%. De acordo com os resultados observados, podemos concluir que os extratos de fumo e pimenta malagueta se apresentam como uma alternativa no controle de M. persicae na cultura da couve. Apesar de serem naturais e apresentar alta eficiência, é importante lembrar que esses produtos são altamente tóxicos para humanos e todos os cuidados devem ser observados na ocasião da aplicação dos mesmos. Palavras-chave: afı́deos, inseticidas botânicos, hortaliças Apoio: CNPq, FAPERJ Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 67 1.36 Consumo alimentar de larvas de Diatraea saccharalis como indicativo da resistência varietal em cana Katherine G. Pérez (1); Anderson. L. Oliveira (1); Clébson Tavares (1); André. F. Teixeira (1); Raul Narciso C. Guedes (1) (1) Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Entomologia E-mail: [email protected] A resistência varietal em plantas envolve mecanismos de defesa que podem ser identificados e mensurados diretamente na planta ou no organismo que a ataca. O consumo alimentar é um indicador que auxilia na detecção da resistência por antibiose ou antixenose. No caso de Diatraea saccharalis (Lepidoptera: Crambidae), a observação da existência de tais mecanismos através do consumo alimentar e do número de insetos se alimentando é difı́cil devido ao desenvolvimento larval ocorrer no interior dos colmos da cana-de-açúcar comprometendo a estimativa do consumo. A hipótese estabelecida foi que o menor consumo de alimento está associado a altos nı́veis de resistência nas plantas, o que foi viabilizado mediante uso de digitalização radiográfica. O objetivo do trabalho foi testar duas variedades de cana (RB1115 e RB5486) e por meio do tecido interno consumido, detectar caracterı́sticas de suscetibilidade ou resistência nas plantas. Quarenta plantas de duas variedades de cana com cinco folhas expandidas foram infestadas com duas densidades de larvas neonatas (5 e 10 larvas/planta) e mantidas em sala climatizada (26°C, fotoperiodo 14:10) durante sete dias. Dois dias após a infestação iniciou-se o registro do consumo alimentar dos colmos (três leituras) fotografando as plantas individualmente em aparelho de Raio-X (26Kv) digital (Faxitron) e mensurando as áreas consumidas no programa Image Pro-Plus. O delineamento foi inteiramente casualizado, os dados foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste t (p< 0,05). Os resultados indicaram que houve diferenças no consumo alimentar entre variedades (F1 =4.88; P=0,033) independentemente da densidade larval (P=0,94), indicando a existência de interferência varietal no comportamento alimentar. Conclui-se que a variedade RB5486 é mais resistente ao ataque do inseto do que a RB1115 e que a metodologia de inspeção e avaliação por Raio-X é promissora na rápida detecção da resistência para broqueadores. Palavras-chave: resistência varietal, broca-da-cana, Raio-X Apoio: CAPES, FUNARBE, UFV Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 68 1.37 Caracterização da suscetibilidade de Spodoptera frugiperda a diferentes inseticidas Daniel M. C. da Costa (1); Nilson R. Silva (1); Hugo M. Monteiro (1); Clebson de S. Tavares (1); Afonso F. Canuto (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa/ Laboratório de Resistência de Plantas a Insetos E-mail: [email protected] A lagarta Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) é uma das principais pragas do milho. Seu dano é devido a raspagem de folhas e do broqueamento da gema apical e das espigas. O uso de produtos quı́micos é o principal método de controle desta praga. Entretanto, o uso exagerado desses produtos tem favorecido a seleção de populações resistentes. O desenvolvimento de estudos que visem detectar e monitorar populações de S. frugiperda resistentes a inseticidas, possibilita minimizar os impactos sociais e ecológicos através do manejo correto destas populações de praga. Assim, neste trabalho objetivou-se avaliar a susceptibilidade da população de S. frugiperda de Morrinhos-GO a quatro diferentes grupos de inseticidas. Os bioensaios foram realizados em delineamento experimental inteiramente casualizado composto por quatro tratamentos e seis repetições. Os tratamentos foram compostos pelos inseticidas deltametrina (piretróide), clorfenapir (análogo de pirazol), espinosade (espinosinas) e malationa (organofosforado), foi adotado as doses comerciais dos produtos. Cada parcela experimental foi constituı́da de um pote plástico transparente de 250 mL contendo pedaços de folha de milho tratadas com um dos inseticidas e dez lagartas de 2º ı́nstar de S. frugiperda. Após a confecção dos bioensaios, os potes foram mantidos sob temperatura de 26±2°C, umidade relativa de 75±5%, e fotofase de 12h. A avaliação da mortalidade foi realizada 48h após a montagem do experimento. A mortalidade observada para os inseticidas espinosade, clorfenapir e etofemproxi foi de 100, 93, 98 e 79%, respectivamente. Dentre os inseticidas testados, apenas o inseticida malationa apresentou menor eficiência de controle sobre a população de Morrinhos-GO. Portanto, foi verificado que grande parte dos inseticidas testados apresenta alta eficiência de controle sobre a população de S. frugiperda usada nos bioensaios. E que uso de inseticidas a base de malationa deve ser evitado no controle desta população. Palavras-chave: Spodoptera frugiperda, resistência, inseticidas Apoio: CNPq, CAPES, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 69 1.38 Efeito ovicida de inseticidas sintéticos em Neoleocinodes elegantalis Lucas P. Arcanjo (1); Marcelo C. Picanço (1); João R. Silva (1); Dalton F. Gomes (1); Ricardo S. Silva(1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] Neoleocinodes elegantalis, conhecida como broca pequena do tomateiro, é uma praga importante de solanáceas e é considerada praga chave do tomate. Os prejuı́zos causados por esta praga são altos e o seu controle é difı́cil, pois a lagarta perfura o fruto rapidamente após a eclosão dos ovos. Diante deste problema, o objetivo do trabalho foi identificar inseticidas que possuem efeito nos ovos da praga. Este trabalho foi realizado no laboratório de Manejo Integrado de Pragas na UFV. Os inseticidas testados foram: Belt, Lannate, Match, Premio, todos na dose recomendada do produto, e o controle (água e espalhante). Foram utilizados insetos obtidos em criações no laboratório. Primeiramente, frutos artificiais foram envolvidos com um plástico filme e colocados dentro de gaiolas que continham adultos de N. elegantalis para ovipositarem. Após 24 horas, esses frutos artificiais foram retirados. Após dois dias, o plástico filme foi retirado do fruto e aberto sobre uma placa de petri para facilitar a contagem dos ovos. Os ovos foram individualizados e colocados em placa de Petri recobertas com papel filtro. Sobre este papel foram colocados 10 ovos. Após essa montagem a placa com os ovos receberam os tratamentos. Esses ovos foram pulverizados com o auxilio de uma torre de Potter. Foram realizadas seis repetições. Após cinco dias, realizou-se a contagem dos ovos eclodidos com um auxilio de uma lupa. Verificou-se que o inseticida Lannate provocou a menor eclosão de ovos (19% de eclosão), também foi verificado a morte de lagartas dentro do ovo e também a eclosão incompleta das lagartas. Já nos demais inseticidas foi verificado eclosão superior a 78%. Conclui-se que o inseticida Lannate possuı́ efeito sobre os ovos de N. elegantalis. Palavras-chave: ovos, broca pequena do tomateiro, lannate Apoio: CAPES, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 70 1.39 Estudo preliminar da atividade fumegante de óleo essencial comercial de Cymbopogon citratus no controle de Sitophilus zeamais Priscila Stinguel (1); Wilson V. Rodrigues (1); Vitor Zuim (2); Hugo Zago (1); Dirceu Pratissoli (1) (1) Departamento de Produção Vegetal, Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espı́rito Santo; (2) Departamento de Agronomia/Entomologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco Email: pri [email protected] O controle de insetos-praga em grãos armazenados, geralmente é realizado com o uso de inseticidas sintéticos. Dentre outras técnicas de controle, o uso de óleos essenciais extraı́dos de plantas tem sido uma alternativa promissora para o controle de insetos-praga em diversos ecossistemas agrı́colas, inclusive no tratamento pós-colheita, podendo assim reduzir o uso de inseticidas sistêmicos. Desse modo, o objetivo desse trabalho foi determinar a composição quı́mica de óleo essencial extraı́do de Cymbopogon citratus e avaliar à atividade inseticida em Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae). Para a realização dos experimentos, procedeu-se a compra do óleo essencial de capim-limão. As concentrações usadas foram de 7,14; 14,28; 21,42; 28,57 e 35,71 µL L−1 . Analisando a composição quı́mica de C. citratus, comprovou-se que o neral é o composto majoritário deste óleo. Contudo, os resultados em relação ao controle de S. zeamais com o respectivo óleo essencial não foi significativo através do teste de fumigação, ou seja, não apresentou atividade inseticida. Conclui-se que o uso desse óleo, nas concentrações e formas de aplicação estudadas, não se mostrou viável para controle de S. zeamais. Palavras-chave: grãos armazenados, insetos-praga, bioinseticida Apoio: FAPES, CNPq, CAPES, FINEP, NUDEMAFI Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 71 1.40 Efeito da mistura de inseticida e fungicida no controle de Chrysodeixis includens Afonso F. Canuto (1); Hugo M. Monteiro (1); Clebson de S. Tavares (1); Daniel M. C. da Costa (1); Eliseu J. G. Pereira (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] A lagarta falsa-medideira Chrysodeixis includens e a ferrugem asiática Phakopsora pachyrhizi causam grandes perdas à cultura da soja. No controle desses organismos, são realizadas aplicações simultâneas de inseticidas e fungicidas. No entanto, o efeito das interações que podem ocorrer mediante a aplicação simultânea desses produtos é desconhecido. Assim, neste trabalho objetivou-se verificar a eficiência de controle de C. includens por um dos principais inseticidas utilizado no controle dessa praga, quando esse é aplicado com fungicida. Para isso, foram utilizado o inseticida Flubendiamida (Diamida do ácido ftálico) e o fungicida a base de Pyraclostrobin + epoxiconazole. Os bioensaios foram realizados em DIC, com três tratamentos e seis repetições. Os tratamentos foram a Flubendiamida, Pyraclostrobin + epoxiconazole e a mistura de Flubendiamida com Pyraclostrobin + epoxiconazole, em todos os tratamentos foram utilizadas as doses comerciais recomendadas para ambos. As parcelas experimentais constituı́ram de um pote plástico transparente de 250 mL, contendo uma folha de soja, previamente tratada com calda inseticida, fungicida ou mistura de inseticida mais fungicida, em seguida foram colocadas dez lagartas de segundo ı́nstar de C. includens por pote. Os potes foram mantidos sob condições controladas (26±2°C, umidade relativa de 75±5% e fotofase de 12h). A mortalidade das larvas foi avaliada 48h após a montagem do experimento. Para análise dos dados foi usado teste LSD a 5% de probabilidade. A mortalidade observada para Flubendiamida, Pyraclostrobin + epoxiconazole e Flubendiamida + Pyraclostrobin + epoxiconazole foi de 100, 85 e 100%, respectivamente. Portanto, todos os tratamentos causaram elevada mortalidade de C. includens, o uso associado de Flubendiamida com o fungicida Pyraclostrobin + epoxiconazole não diminuiu a eficiência desse inseticida, além disso, o fungicida Pyraclostrobin + epoxiconazole causou alta mortalidade de C. includens. Palavras-chave: lagarta falsa-medideira, inseticida, fungicida Apoio: CNPq, CAPES, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 72 1.41 Linha básica de suscetibilidade de Spodoptera frugiperda à proteı́na Cry1F de Bacillus thuringiensis Clebson S. Tavares (1); Oscar S. Amaya (1); Hugo M. Monteiro (1); Afonso F. Canuto (1); Eliseu J. G. Pereira (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] O milho geneticamente modificado que expressa a toxina Cry1F de Bacillus thuringiensis (Bt) foi aprovado no ano 2009 para comercialização no Brasil, visando um melhor controle da lagarta do cartucho, Spodoptera frugiperda, considerada a sua principal praga chave. A evolução da resistência em populações de pragas-alvo controladas pelas culturas Bt é uma grande ameaça ao uso sustentável dessa tecnologia. O passo inicial no Programa de Manejo da Resistência de Insetos (MRI) inclui o estabelecimento de uma linha base de suscetibilidade das populações através da sua zona de influência. Nesse sentido, objetivou-se nesse trabalho estabelecer a linha base de susceptibilidade à toxina Cry1F em populações de S. frugiperdade diferentes localidades geográficas. Para tanto, foram coletados insetos em dois estados do Brasil, Viçosa (MG) e Teresina (PI). Como população susceptı́vel foi utilizada uma linhagem mantida sem exposição a inseticidas por mais de dez anos no laboratório de Ecotoxicologia e Manejo de Insetos da Embrapa – Centro Nacional de Pesquisa em Milho e Sorgo (CNPMS). As larvas foram expostas a sete concentrações da toxina Cry1F purificada mais o controle (aplicação unicamente do diluente) utilizando dieta artificial tratada superficialmente. Cada concentração foi repetida duas vezes em duas datas diferentes. Sete dias depois foram avaliadas a inibição do crescimento e a mortalidade. Os resultados indicam que existe variação na CL50 das populações, sendo a população de Viçosa duas e quatro vezes menos susceptı́vel que as populações de Teresina e a linhagem susceptı́vel respectivamente. Na inibição de crescimento foram observados padrões similares. As diferenças de suscetibilidade observadas refletem a variação natural da suscetibilidade à toxina Cry1F, que pode ter sido influenciada pela exposição prévia das populações ao milho transgênico nessas localidades. Contudo, não foi observado alto nı́vel de resistência à toxina Cry1F nas populações. Palavras-chave: lagarta do cartucho, MRI, plantas transgênicas Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 73 1.42 Ganho de seleção na tolerância à toxina Cry1F de Bacillus thuringiensis em uma linhagem da lagarta do cartucho Hugo M. Monteiro (1); Clébson S. Tavares (1); Daniel M. C. Costa (1); Afonso F. Canuto (1); Eliseu J. G. Pereira (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa Email: [email protected] A lagarta do cartucho Spodoptera frugiperda é a principal praga do milho no Brasil e uma das estratégias utilizadas para seu controle tem sido a adoção de cultivares de milho transgênico que expressam toxinas da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt). O estudo da genética da resistência (herança, custo e estimativas de frequência de alelos de resistência em populações de campo) é importante para delinear estratégias de manejo para retardar a aparição da resistência dos insetos. Para realização desses estudos, é necessário contar com populações resistentes, as quais podem ser selecionadas em laboratório. Nesse sentido, objetivou-se nesse trabalho obter uma linhagem resistente de S. frugiperda à toxina Cry1F, a fim de fornecer populações que permitam o estudo da resistência em laboratório e campo. A população de estudo foi obtida de cruzamentos recı́procos com insetos coletados de Cascavel (Paraná), Sorriso (Mato Grosso), Morrinhos (Goiás) e Brası́lia (Distrito Federal). O experimento foi realizado no Laboratório de Resistência de Plantas a Insetos da Universidade Federal de Viçosa. O processo de seleção para resistência foi realizado mediante exposição crônica de lagartas neonatas (<24h de idade) a folhas de milho Bt do evento TC1507 (hı́brido 30F35H da Pioneer Sementes, Brasil), que expressa à forma ativa da toxina Cry1F e o seu isogênico não-Bt (P30F35) que foi utilizada como testemunha. As variáveis avaliadas foram: mortalidade e biomassa aos três e sete dias, peso das pupas e tempo de desenvolvimento de neonata até pupa. O estudo foi realizado em condições controladas de laboratório. Após sete gerações de seleção, a população selecionada teve suas médias de mortalidade e biomassa aos três e sete dias, peso das pupas e tempo de desenvolvimento de neonata até pupa, semelhante a insetos controle mantidos sem pressão de seleção, demonstrando seu significativo nı́vel de resistência a Cry1F, o que demonstra o sucesso na seleção. Palavras-chave: milho transgênico, Spodoptera frugiperda, resistência Apoio: CNPq, CAPES, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 74 1.43 Seletividade do óleo essencial de Piper aduncum (Piperaceae) sobre parasitoides de ovos do percevejo marrom da soja Leonardo M. Turchen (1); Ludmila P. Piton (1); Vanessa Golin (2); Mônica J. B. Pereira (1); Alessandra R. Butnariu (1) (1) Departamento de Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus Universitário de Tangará da Serra; (2) Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná E-mail: [email protected] Esta pesquisa teve por objetivo avaliar a seletividade do óleo essencial (OE) de Piper aduncum (Piperaceae) sobre os parasitoides de ovos Telenomus podisi e Trissolcus urichi (Hymenoptera: Platygastridae), inimigos naturais de Euschistus heros (Heteroptera: Pentatomidae), principal praga da soja no Brasil. Foram conduzidos dois bioensaios, (1) com T. podisi e (2) com T. urichi, utilizando as concentrações 0,5; 1,0; 2,0 e 4,0% do OE, e como controles água e acetona. Para montagem dos bioensaios ovos de E. heroscom até 24 horas de idade foram imersos durante 5 segundos nos tratamentos e após ofertados à fêmeas dos parasitoides. Foram realizadas cinco repetições com dez ovos cada, para todos os tratamentos. Avaliou-se o número de ovos parasitados e a emergência dos parasitoides nos tratamentos. Os dados foram submetidos à análise de variância de Kruskal-Wallis. Verificou-se que o óleo de P. aduncum não interferiu no parasitismo (H=6,614; df=5 e p=0,2509) e na emergência (H=8,8424; df=5 e p=0,1155) de T. urichi. O mesmo foi observado para T. podisi em relação ao parasitismo (H=3,3041; df=5 e p=0,6532), e emergência (H=8,2739; df=5 e p=0,1418). Estes resultados indicam que o óleo essencial não foi deterrente à oviposição e não interferiu no desenvolvimento dos parasitoides, em nenhuma das concentrações testadas, portanto o óleo de P. aduncum pode ser considerado seletivo aos parasitoides de ovos que atuam no controle natural do percevejo marrom da soja. Palavras-chave: microhimenóptero, controle biológico, fitoinseticida Apoio: UNEMAT, CNPq, FAPEMAT Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 75 1.44 Análise da espécie predominante de formiga cortadeira em plantio de Pinus taeda no planalto sul catarinense Rafaela A. Francisco (1); David A. Buratto (2); Emily F. Strujak (1); Nilton J. Sousa (1); Mahayana Z. Ferronato (2) (1) Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal do Paraná; (2) Programa de Pós-Graduação em engenharia Florestal, Universidade Federal do Paraná E-mail: [email protected] Entre as pragas florestais, destacam-se as formigas cortadeiras que causam grandes prejuı́zos aos povoamentos de Pinus, especificamente sobre os povoamentos desse gênero, pouco se conhece sobre a distribuição, e o comportamento das espécies de formigas cortadeiras associadas a esta cultura. Em consequência disso, as técnicas de controle realizados nesta região são baseados em parâmetros adaptados de espécies de outras regiões do paı́s, fato que muitas vezes leva a excessos nas doses de iscas e baixa eficiência no controle. Assim, a identificação das espécies predominantes e densidade de formigueiros é uma necessidade. Neste sentido, varias iniciativas estão sendo realizadas. Entre estas as deste trabalho, que foi executado no Planalto Sul Catarinense, na Fazenda Dois Irmãos, situada no municı́pio de São Cristóvão do Sul-SC. Para tanto, foi realizado um censo em uma área de reforma de plantio de Pinus taeda L., com área total de 25 ha e área efetiva para o trabalho de 15 ha. As avaliações foram realizadas durante o mês de março de 2011. A área de estudo foi percorrida, seguindo as linhas de plantio do povoamento anterior, onde foram contados e anotados todos os formigueiros visı́veis. Foram encontrados 17 formigueiros na área de estudo, representando 1,13 formigueiros por hectare. De cada formigueiro localizado, foram coletados 10 indivı́duos que foram acondicionados em frascos contendo álcool 70%. Todo material coletado foi montado e etiquetado. Após a montagem os exemplares foram enviados a USP/Pirassununga - SP, aos cuidados do Dr. Pedro Pacheco dos Santos Lima, que procedeu a identificação do material. Durante os levantamentos realizados foi encontrada apenas a espécie Acromyrmex crassispinus (Forel, 1909), popularmente conhecida como Quenquém-de-cisco e Quenquém. Esses resultados indicam que a identificação da espécie predominante de formigas cortadeira serve de subsidio para se realizar o controle formicida de modo mais eficaz. Palavras-chave: quenquém, formigueiros, Pinus Apoio: UFPR, CAPES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 76 1.45 Extrato aquoso de crambe no controle Frankliniella schultzei Wilker P. Lima (1); Wilson R. Valbon (1); Vando M. Rondelli (2); Hugo J. G. dos Santos Junior (1); Dirceu Pratissoli (1) (1) Departamento de Produção Vegetal, Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espı́rito Santo; (2) Departamento de Agronomia/Entomologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco Email: [email protected] O tomateiro Lycopersicon esculentum, está sujeita a ocorrência de inúmeros problemas fitossanitários que podem interferir e limitar a produção, destacandose os insetos-praga. Sendo o tripes, Frankliniella schultzei (Thysanoptera: Thripidae), um importante vetor de viroses. Assim, pesquisas que visem alternativas de controle são necessárias para implementar o manejo fitossanitário de F. schultzei. Dessa forma, foi avaliado o efeito inseticida do extrato aquoso de C. abyssinica sobre F. Schutzei, visando assim a sua adoção no manejo fitossanitário de insetos-praga na tomaticultura. Para a elaboração do extrato, as sementes foram esmagadas e adicionou água deionizada, em seguida deixado em repouso por 4 (quatro) dias. O extrato aquoso foi preparado na concentração de 20% (m/v), diluı́do em água deionizada para obter as demais concentrações. Posteriormente, realizou-se a filtragem e diluição para as respectivas concentrações analisadas. Na testemunha foi usada água deionizada. Ambos os lados das folhas cotiledonares de feijão de porco, Canavalia ensiformis, contendo10 ninfas de segundo ı́nstar foram pulverizadas com cada um dos tratamentos em placas de Petri (repetições) com o auxı́lio de torre de Potter. As folhas pulverizadas foram trocadas no segundo dia da avaliação. A avaliação foi feita até o quinto dia. Empregou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado. A mortalidade corrigida foi calculada em relação à testemunha. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste F, a 5% de probabilidade. O extrato de C. abyssinica teve efeito inseticida em F. schutzei, apresentando mortalidade corrigida de aproximadamente 50%. Palavras-chave: MIP, extratos vegetais, inseto-vetor Apoio: FAPES, CNPq, CAPES, FINEP Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 77 1.46 Patogenicidade de Bt em Oligonychus ilicis Kharen P. de O. S. Salomão (1); José R. de Carvalho (1); Ramon S. Minas (1); Dirceu Pratissoli (1) (1) Departamento de Produção Vegetal, Universidade Federal do Espı́rito Santo E-mail: [email protected] O ácaro vermelho do cafeeiro, Oligonychus ilicis (McGregor) (Acari: Tetranychidae) vive na parte superior das folhas, se alimentando das folhas do cafeeiro, furando as células e sugando seu conteúdo. Assim, a folha perde seu brilho e apresenta um aspecto bronzeado, ocasionando a redução na capacidade fotossintética da planta. A praga pode provocar a desfolha do cafeeiro e o retardamento no desenvolvimento de plantas jovens, tendo um grande poder de disseminação, necessitando de controle no inı́cio da infestação. O controle quı́mico da praga pode ser feito com acaricidas, porém seu uso indiscriminado acarreta problemas de contaminação do meio ambiente, do homem e dos animais e o surgimento de populações resistentes. As bactérias da famı́lia Bacillaceae, destacam-se dentro do grupo dos patógenos apresentando vantagem por não apresentar toxidez às plantas e inocuidade aos mamı́feros e vertebrados, sendo a espécie Bacillus thuringiensis Berliner (Bt) a mais utilizada. Foram testados 5 isolados de Bt (BtS646, Bt941D, Bt1012, Bt1077C e Bt810B) pertencentes ao banco de entomopatógenos do NUDEMAFI. Foram feitas suspensões de B. thuringiensis, contendo 3 x 108 esporos viáveis/mL. Discos de folhas de Café Conilon de 4,5 cm de diâmetro foram imersos durante 5 segundos nas suspensões e a testemunha foi imersa em água destilada esterelizada. Após esta etapa foram transferidas 10 fêmeas adultas de O. ilicis por disco. As avaliações foram feitas no terceiro e quinto dia após a transferência das fêmeas. Os bioensaios foram conduzidos em câmara climatizada a temperatura de 26 ± 1 ºC, 70 ± 10% UR e fotofase de 12 h. Dentre os isolados testados o isolado BtS646 foi o que mais se destacou apresentando mortalidade corrigida superior a 60%. Novos testes com componentes adjuvantes podem ser realizados visando obter melhores taxas de mortalidade. Palavra-chave: Oligonychus ilicis, controle biológico, ácaro-vermelho Apoio: NUDEMAFI, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 78 1.47 Desenvolvimento e sobrevivência do besouro Tribolium castaneum em diferentes farinhas provenientes de semente de trigo Janaina Macedo (1); Arianne Fabres (1); Gustavo L. de Rezende (1); Antônia E. A. Oliveira (1) (1) Laboratório de Quı́mica e Função de Proteı́nas e Peptı́deos – LQFPP - Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro E-mail: [email protected] O Tribolium castaneum é um inseto que ataca produtos como farinhas, grãos quebrados e outros. O controle deste inseto é realizado pela utilização de inseticidas o que tem provocado o aparecimento de populações resistentes. Desta forma, meios alternativos de controle são necessários para evitar danos à saúde e ao meio ambiente. Uma linha de investigação que tem recebido atenção nas últimas décadas é o estudo de sementes como fonte de compostos quı́micos com potencial para o controle de insetos. Dentro deste contexto o objetivo desse projeto é investigar o comportamento do besouro T. castaneum em diferentes farinhas provenientes de semente de trigo, a fim de encontrar alguma fonte de compostos tóxicos a esse inseto. Adultos de T. castaneum foram utilizados para a obtenção de ovos. Os ovos foram colocados nas diferentes farinhas na proporção de 1g para 10 ovos e mantidos em estufa a 30 °C e 70% de umidade. Foi utilizado como fonte alimentar para os besouros do T. castaneum farinhas de trigo de diferentes marcas, chamadas de farinhas 1, 2, 3 e 4. As larvas foram fotografadas, contadas e medidas 11 e 17 dias após a eclosão. As larvas foram medidas através do programa ImageJ. Através do qual, observamos aumento no tamanho das larvas de 11 para 17 dias após a eclosão, nas farinhas 1, 2, 3 e 4, nas respectivas percentagens, 47,4%, 39,3%, 44% e 36,7%. Os resultados obtidos também mostraram a sobrevivência larval para as farinhas 1, 2, 3 e 4, de respectivamente, 84,5%, 74%, 50% e 62,5%. Observamos também que a percentagem de pupas formadas em relação ao número de ovos para as farinhas 1, 2, 3 e 4, foi de respectivamente, 63%, 60%, 54,5% e 6%. Esses resultados preliminares mostram que mesmo dentro do grupo dos alimentos preferenciais desse inseto, que são as farinhas de trigo, existe um padrão de desenvolvimento variável, indicando que diferenças na composição alimentar interferem seriamente no desenvolvimento do T. castaneum. Palavras-chave: Tribolium castaneum, trigo, desenvolvimento larval Apoio: CAPES, CNPq, FAPERJ Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 79 1.48 Bioatividade de caldas alternativas sobre o pulgão-verde Myzus persicae em brássicas Rick M. da Silva (1); Shaiene C. Moreno (1); Alessandra de C. Silva (2); Emerson J. M. Fonseca (1); Maria do C. de A. Fernandes (3) (1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro; (2) Embrapa Agrobiologia; (3) Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro E-mail: [email protected] A demanda por novos produtos para o manejo de pragas é crescente. Os riscos ambientais do uso indiscriminado de pesticidas sintéticos para controle de pragas agrı́colas são evidentes e vêm sendo amplamente discutidos. Consequentemente, os pesticidas naturais são considerados alternativas promissoras. Nos últimos anos, diversos produtos naturais, como caldas, biofertilizantes e extratos botânicos têm sido indicados para o controle de pragas sem terem sua atividade inseticida comprovada. Esse trabalho teve como objetivo avaliar a atividade inseticida de caldas alternativas sobre o pulgão-verde Myzus persicae em couve. Foram avaliados o biofertilizante Agrobio e as caldas sulfocálcica e bordalesa produzidos pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro. Os bioensaios foram realizados com ninfas de M. persicae obtidas em criações massais do Laboratório do Núcleo de Agroecologia do IFRJ. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com cinco repetições. Os tratamentos consistiram das diferentes caldas e da testemunha, onde se utilizou apenas água. Cada unidade experimental foi constituı́da de uma folha de couve com quinze insetos. Os tratamentos foram pulverizados na superfı́cie das folhas de couve infestadas. Os insetos vivos e mortos foram contados 24, 48 e 72 horas após aplicação dos tratamentos. Os dados experimentais foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott a p < 0,05. As caldas sulfocálcica e bordalesa foram as mais eficazes no controle do pulgão M. persicae, causando mortalidade superior a 90%. O biofertilizante Agrobio não apresentou eficiência satisfatória, causando mortalidade inferior a 50%. Os resultados do presente trabalho evidenciam a ação inseticida das caldas sulfocálcica e bordalesa contra M. persicae em condições de laboratório, sugerindo seu potencial no controle deste inseto-praga em condições de campo. Palavras-chave: afı́deos, biofertilizantes, hortaliças Apoio: CNPq, FAPERJ Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 80 1.49 Avaliação da relação entre nı́veis de infestação por brocada-cana e injúria em plantas de dois genótipos de canade-açúcar Adriano C. Tomaz (1); Alan E. Coutinho (2); Hugo M. Monteiro (2); Eliseu J. G. Pereira (2); Márcio H. P. Barbosa (1); (1) Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] A broca-da-cana (Diatraea saccharalis) é o principal inseto-praga da cultura da cana-de-açúcar no Brasil. O estudo da relação entre densidade da praga e nı́vel de injúria nas plantas pode auxiliar na determinação de nı́vel de dano econômico. Assim, o objetivo deste trabalho foi definir a relação entre nı́veis de infestação com lagartas e nı́veis de injúria nas plantas para uma variedade susceptı́vel e uma variedade resistente. Para isso, avaliaramse as variedades SP803280 (resistente) e SP891115 (susceptı́vel). As duas variedades foram infestadas com cinco densidades de lagartas em casa de vegetação na Universidade Federal de Viçosa. Foi utilizado o delineamento em blocos casualizados com três repetições. Os nı́veis do fator estudado foram: 0, 5, 10, 20 e 30 lagartas por planta, sendo a variável resposta o comprimento total de galeria por colmo (cm). As unidades amostrais foram constituı́das de um vaso contendo uma planta de cana-de-açúcar com sete meses de idade. Cada planta foi infestada com lagartas de 15 dias de idade obtidas de criação em dieta artificial. Quinze dias após a infestação, as plantas foram cortadas, abertas longitudinalmente e foi medido o comprimento total de galerias por colmo. Os dados observados em cada variedade foram submetidos à análise de regressão linear sendo a variável independente (x) o nı́vel de infestação e a variável resposta (y) o comprimento total de galerias por colmo (cm). Para a variedade SP803280 obteve-se a equação de reta y=1,339*x +3,693 (r2 = 0,95) e para a variedade SP891115 obteve-se a equação y= 1,879*x+10,251 (r2 = 0,86). Para as duas variedades houve aumento linear no nı́vel de injúria com o aumento no nı́vel de infestação no intervalo estudado. Sendo assim podemos concluir que tanto para uma variedade susceptı́vel quanto para uma resistente, o aumento no nı́vel de infestação por lagartas causa aumento linear no nı́vel de injúria nas plantas no intervalo estudado. Palavras-chave: Manejo Integrado de Pragas, nı́vel de dano econômico, nı́veis de injúria em plantas de variedade susceptı́vel e resistente Apoio: Capes, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 81 1.50 Uso de inseticidas botânicos no controle de Ascia monuste orseis Izailda B. Santos (1); Elba N. C. Pereira (2); Elson S. Alvarenga (2); Suélen K. Sartori (2); Elenir P. Queiroz (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Quı́mica, Universidade Federal de Viçosa Email: izailda [email protected] Um dos entraves para aumento da produção das culturas é o ataque de pragas. Para o controle destes insetos, os inseticidas sintéticos são amplamente utilizados. Entretanto, o uso contı́nuo e errôneo de inseticidas pode levar a seleção de populações de pragas resistentes, diminuindo a eficácia de controle. Por isso, é evidente a necessidade de estudos de novas moléculas inseticidas. Um modelo que pode ser usado para a sı́ntese de novas moléculas são as amidas encontradas em plantas da famı́lia Piperaceae, sobretudo a piperina, encontrada em maior concentração. Uma praga chave, de extrema importância por causar grandes prejuı́zos na cultura da couve é Ascia monuste orseis. Esta praga causa desfolha consumindo grande área foliar. Diante disso, o objetivo deste estudo foi avaliar a atividade inseticida da piperina e de seus análogos a A. monuste orseis. Os insetos foram obtidos de criação no laboratório de Manejo integrado de pragas da UFV. Os análogos da Piperina foram sintetizados no Departamento de Quı́mica-UFV e codificados com a numeração 1, 2, 3, 5, 7, 10, 11, 12, 14, 15, 16, 17, 19, 20, 21 e 22. O bioensaio foi realizado com aplicação tópica destes análogos em larvas do 2° ı́nstar, utilizando 10 mg de composto por grama do inseto e controle com acetona. Foram feitas 3 repetições de cada tratamento, contenho 10 lagartas em cada repetição. As avaliações de mortalidade ocorreram 48 após a montagem. Os dados foram submetidos à ANOVA e as médias agrupadas pelo teste ScottKnott à p<0,05. Observou-se que os análogos 5 e 12 causaram mortalidade média de 81% e 84% respectivamente. O análogo 1 causou mortalidade de 63%, não diferindo da piperina, 64%, e o análogo 16 causou mortalidade de 34%. Os demais análogos causaram baixa mortalidade, não diferindo do controle. Visto que os análogos 5 e 12 causaram mortalidade acima de 80%, mais estudos sobre as caracterı́sticas fı́sico-quı́micos e toxicológica destes análogos são promissoras. Palavras-chave: couve, amidas, curuquerê da couve Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 82 1.51 Redução da dose comercial carbaril sinergizado com óleo pimenta-de-macaco para controle de Cerotoma tingomarianus no feijoeiro Luiara P. Gomes (1); Murilo Fazolin (1); Iriana M. da Silva (1); Joelma L. V. Estrela (1); Maria S. de F. Silva (1) (1) Lab. de Entomologia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Acre E-mail: [email protected] Na região amazônica, a espécie Cerotoma tingomarianus é considerada a principal praga do feijoeiro, por provocar desfolhamento nas plantas e reduzir sua capacidade fotossintética. Dos produtos quı́micos registrados para o controle desses crisomelı́deos está o carbaril, que possui ação de contato e ingestão. Porém a contı́nua utilização deste praguicida pode causar a perda de eficácia do produto mediante a seleção de populações resistentes. A ação de sinergistas como o óleo essencial de Piper aduncum (PA) pode minimizar a quantidade do inseticida necessária para o controle da praga. O objetivo do trabalho foi quantificar a redução da dose comercial do carbaril para o controle de C. tingomarianus. Os ensaios foram conduzidos em ambiente telado, utilizando gaiolas metálicas revestidas com tela de nylon que protegeram vasos contendo uma planta de feijão. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em quatro repetições de dez tratamentos: 1- Inseticida na dose comercial (DC); 2- meia dose comercial do inseticida ( DC); 3- um quarto da dose comercial do inseticida ( 14 DC); 4- DC + PA; 5- DC + 14 PA; 6- DC + BUT; 7- 14 DC + PA; 8- 14 DC + 14 PA; 9- 14 DC + BUT; 10- Testemunha. Infestou-se em cada repetição cinco insetos adultos. Foi avaliado o consumo foliar e a mortalidade dos insetos durante cinco dias. Os resultados foram submetidos à ANOVA e comparação por teste de médias Scott e Knott. Não houve diferença significativa entre os tratamentos quanto ao consumo foliar que diferiram apenas da testemunha. Quanto à mortalidade, a combinação de 14 da DL50 do óleo essencial com da dose comercial do carbaril foi significativamente superior à respectiva dose sem o sinérgico e comparável à dose comercial do inseticida aplicado isoladamente. Pelos resultados apresentados, infere-se que o óleo de P. aduncum poderá ser uma alternativa para a redução da dose comercial de carbaril para o controle de C. tingomarianus. Palavras-chave: pimenta-de macaco, Piper aduncum, carbamato Apoio: Embrapa - Acre, Uninorte Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 83 1.52 Redução da dose de fosforados com Piper aduncum no controle de Spodoptera frugiperda em plantas de milho Iriana M. da Silva (1); Joelma L. V. Estrela (1); Luiara P. Gomes (1); Maria S. de F. Silva (1); Murilo Fazolin (1) (1) Lab. de Entomologia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Acre E-mail: ana [email protected] Fosforados são comumente utilizados no controle de Spodoptera frugiperda, eles atuam na inibição da acetilcolinesterase. Utilizar sinérgicos é uma forma de minimizar a quantidade de inseticida quı́mico. A Piper aduncum possui compostos que atuam nas funções do citocromo P-450 dos insetos, tendo a possibilidade de atuar também em esterases. O objetivo do trabalho foi quantificar a redução da dose comercial de fosforados, para o controle S. frugiperda, quando combinados com P. aduncum. Os experimentos foram realizados em ambiente telado, utilizando-se delineamento inteiramente casualizado com dez repetições de oito tratamentos: 1- Inseticida na dose comercial (DC); 2Inseticida meia dose comercial (1/2 DC); 3- Inseticida um quarto da dose comercial (1/4 DC); 4- Inseticida 1/2 DC + meia concentração letal de óleo de P. aduncum (PA. CL50 ) ; 5- Inseticida 1/2 DC + um quarto da concentração letal de óleo de P. aduncum (PA. 14 CL50 ); 6- Inseticida DC + PA. CL50 ; 7- Inseticida 14 DC + PA. 14 CL50 e 8- Testemunha: Pulverização com água. Os inseticidas comerciais utilizados foram: profenofós, parathion metı́lico e clorpirifós. As avaliações toxicológicas do óleo essencial de P. aduncum foram realizadas em laboratório determinando-se a CL50 que definiu as doses sinérgicas utilizadas nas combinações com os inseticidas como metade e a quarta parte desta concentração letal. As avaliações foram realizadas 24, 72, 144 e 216 horas após a montagem do experimento, determinando-se o número de lagartas mortas em cada tratamento e atribuindo notas de 0 a 5, relativas aos danos causados às plantas de milho. Os inseticidas Parathion Metı́lico e Clorpirifós tiveram as doses comerciais reduzidas em até 75% quando combinados com o óleo de P. aduncum. Portanto, o óleo de P. aduncumapresenta-se como uma opção à redução de doses comerciais dos inseticidas Parathion Metı́lico e Clorpirifós. Palavras-chave: pimenta-de-macaco, citocromo P-450, esterases Apoio: CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 84 1.53 Manejo do pulgão da couve com óleo de pinhão manso armazenado em vidro âmbar e embalagem polietileno Johnatan J. P. Marchiori (1); Anderson M. Holtz (1); Jéssica M. C. Botti (1); Luziani R. Bestete (2); Dirceu Pratissoli (2) (1) Instituto Federal do Espı́rito Santo – Campus Itapina; (2) Departamento de Produção Vegetal – NUDEMAFI, Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espı́rito Santo E-mail: [email protected] Myzus persicae é considerada praga-chave da cultura da couve, causando prejuı́zos devido à introdução de toxinas e transmissão de viroses. Dentre os métodos utilizados para o seu controle, o quı́mico é o mais usual. Porém, o uso intensivo destes produtos tem provocado problemas sócio-ambientais, como a contaminação da água quando usado de forma incorreta. Sendo assim, o referido trabalho visou estudar o potencial de uso do óleo de pinhão manso, quanto ao tempo de armazenamento em vidro âmbar e embalagem de polietileno (embalagem de iogurte) e sua atividade inseticida sobre M. persicae. As concentrações do óleo utilizadas no experimento foram de 0,0; 0,5; 1,0; 2,0% (v/v). O tempo de armazenamento avaliado foi de 120 dias após a sua extração. Discos de folhas de couve 4cm de diâmetro foram imergidas por 5 segundos nas concentrações (previamente determinadas) do óleo de pinhão manso proveniente dos dois tipos de embalagens. Estes discos foram acondicionados em placa de petri (10,0 x 1,2 cm) e após 45 minutos foram transferidos 10 pulgões para cada disco. Foram utilizadas 10 repetições por tratamento, avaliando-se a mortalidade em função do tempo pós-imersão (24, 48 e 72 horas). A mortalidade de M. persicae variou em função do tipo de recipiente utilizado para armazenar o óleo de pinhão manso, e concentração do mesmo, ocorrendo uma interação significativa entre esses fatores. Quando o óleo foi armazenado em recipiente âmbar, maior mortalidade foi verificada na concentração de 2% (95,3%). Nas concentrações inferiores, a mortalidade não atingiu 72%. Já para o óleo de pinhão manso armazenado em recipiente de iogurte, mesma mortalidade foi verificada nas concentrações de 0,5 e 1,0, com média de 32,2% dos pulgões mortos. A concentração de 2,0% do recipiente de iogurte diferiu estatisticamente das demais, sendo a mais eficiente, ocasionando 98,9% de mortalidade, demonstrando potencialidade no controle de M. persicae. Palavras-chave: Myzus persicae, embalagens, Jatropha curcas Apoio: CNPq, IFES, UFES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 85 1.54 Análise da resistência em genótipos do amendoinzeiro Arachis hypogaea rasteiro ao tripes do prateamento Enneothrips flavens Willian B. de Carvalho (1); Alexandre C. Perozini (1); Giliesio Ap. Fontana (1); Renato Nery (1); Jeferson A. Damasceno (1); (1) Departamento de Entomologia, Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia, Campus São Vicente – MT E-mail: willian [email protected] Esta pesquisa foi conduzida na área experimental do curso de Agronomia do IFMT, Campus São Vicente, e teve por objetivo analisar o comportamento de genótipos (IAC-tupã; IAC-tatu-st; Tição; Tatui; e Oirã) de amendoinzeiro, de hábitos de crescimento ereto ao tripes do prateamento Enneothrips flavens Moulton e mecanismos de resistência. Foi utilizado o modelo estatı́stico em blocos casualizados com 4 repetições. Cada parcela experimental foi constituı́da de 4 linhas com 5m de comprimento. No desenvolvimento da cultura, foram amostrados adultos e ninfas de E. flavens mediante coletas, ao acaso, de folı́olos fechados ou semi-abertos com o total de 10 folı́olos na área útil experimental e, posteriormente, realizadas as contagens dos insetos. Avaliações de sintomas de danos causados pelo tripes do prateamento, em nı́vel de campo, foram realizadas com base em escala de notas que variaram de 1 a 9, como do limbo com sintoma de ataque. Foram avaliadas a área foliar, altura das plantas e componentes de rendimento de produção. Os estudos do tripes do prateamento E. flavens na cultura do amendoim foi desenvolvido simultaneamente, em um único experimento instalado sob condições de campo. A maior população de E. flavens ocorre dos 30 aos 72 dias após a emergência das plantas. Os genótipos Tição, Tatuı́ e IAC-Tatu-ST são menos infestados por E. flavens e Tatuı́ apresenta menor sintomas de danos causados por esta praga. Os genótipos IAC -Tupã e Tatuı́ apresentam as maiores produções e rendimentos mesmo com altas infestações de E. flavens. Conclui-se que para essa região de São Vicente - MT as cultivares analisadas apresentaram grandes quantidades de E. flavens e que mesmo assim obteve alta produtividade de grãos, sendo assim a praga analisada não proporcionou perdas significativas na produção. Palavras-chave: genótipos, amendoinzeiro, tripes Apoio: PROIC/ CNPQ Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 86 1.55 Respostas locomotoras e toxicidade do inseticida imidaclopride em Euschistus heros (Heteroptera: Pentatomidae) Daniela de C. Guedes (1); Natalie N. S. Miranda (1); Filipe I. de Almeida (1); Marcos V. Mendes (1); Eugenio E. Oliveira (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa Contato: [email protected] No Brasil, o percevejo-marrom da soja, Euschistus heros (F.), tem causado elevadas perdas de produção na cultura da soja. O controle dessa praga é feito pela aplicação de inseticidas neonicotinóides (geralmente em misturas). Entretanto, ainda são poucos os estudos que avaliaram os efeitos toxicológicos e os distúrbios comportamentais causados por neonicotinóides às fases imaturas destes insetos. Desta forma, este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar o comportamento de caminhamento de indivı́duos de 4° instar de E. heros expostos á áreas tratadas com o inseticida neonicotinóide imidaclopride, bem como os nı́veis de toxicidade de imidaclopride em ninfas de 3° e 4° instar destes insetos. Nos estudos de comportamento locomotor, ninfas de 4° instar foram expostas às áreas (papel de filtro) tratadas com imidaclopride na concentração de 5,8 µg/cm2 (equivalente à dosagem recomendada para aplicação a campo). Bioensaios de concentração-resposta foram realizados para ninfas de 3° e 4° instar. Nestes experimentos, grupos de ninfas foram isolados e expostos à superfı́cie tratada com inseticida em diferentes concentrações (0,58; 2,9; 5,8; 11,6; 17,4 e 58 µg/cm2 ). O tratamento controle se constituı́a de papel filtro tratado apenas com água destilada. Apesar de ninfas de 4° instar expostas a imidaclopride na dosagem de 5,8 µg/cm2 permanecerem paradas por um tempo significativamente superior (P ¡ 0,05. t-test) aos de indivı́duos expostos a superfı́cies tratadas com água, a maior taxa de mortalidade alcançada neste instar foi de 44% e somente em uma concentração de 58 µg/cm2 - equivalente a 10 vezes à dosagem recomendada para aplicação a campo. Ninfas de 3° instar mostraram-se mais sensı́veis (CL50 de 39,7 µg/cm2 ) à ação de imidaclopride. Portanto, a aplicação isolada de imidaclopride pode não propiciar nı́veis de controle adequado, sendo mais recomendada a sua aplicação somente em misturas com outros inseticidas. Palavras-chave: neonicotinóides, locomoção, toxicologia de inseticidas Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG, FUNARBE Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 87 1.56 Eficiência de combate de formigas cortadeiras em eucaliptais Nathália L. Mendes (1); Iris C. Magistrali (1); Leopoldo B. Lemes (2) (1) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; (2) Departamento de Defesa Fitossanitária, Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de Santa Maria E-mail: nathalia [email protected] No Brasil, existe uma extensa área cultivada com espécies do gênero Eucalyptus. Entre os problemas silviculturais desses plantios se destacam as formigas cortadeiras, principalmente dos gêneros Atta (saúvas) e Acromyrmex (quenquéns), que alcançaram o nı́vel de principal praga pela magnitude dos prejuı́zos que causam aos plantios florestais. Na atualidade, existem diferentes métodos de combate de formigas cortadeiras. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho foi avaliar a eficiência de uma isca formicida à base de sulfluramida (0,3%) aplicada com auxı́lio de microporta-iscas e de forma sistemática no combate de formigas cortadeiras. O experimento foi conduzido no municı́pio de Palmas, Paraná em áreas pertencentes a uma empresa reflorestadora. Foram selecionadas três áreas de implantação de Eucalyptus saligna de 10 ha cada. Em cada área foram marcadas dez parcelas de 300m2 (10x30m), que receberam os seguintes tratamentos: T1 = aplicação sistemática a granel de isca à base de sulfluramida (0,3%) em microportaiscas (saquinhos de polietileno), na dosagem de 10g a cada 9m2 (3x3); T2= aplicação sistemática a granel de isca à base de sulfluramida (0,3%) na dosagem de 10g a cada 9m2 (3x3) e T3= testemunha (sem aplicação). A isca a granel foi aplicada com dosador aplicador costal conforme a metodologia de distribuição empregada pela empresa reflorestadora. Após 30 dias, os ninhos de formigas do gênero Acromyrmex sp. foram escavados para avaliar a mortalidade dos formigueiros. Os dados foram submetidos ao teste de Scott Knott, a 1% de significância. Como resultados houve maior eficiência na aplicação a granel de isca formicidas (58,6%) de controle nos ninhos em comparação com a aplicação em microporta-iscas (39,2%) e a testemunha (2,2%). Apesar da utilização do microporta-iscas ser comprovadamente eficiente, principalmente em formigas do gênero Acromyrmex, os resultados sugerem que a utilização de iscas a granel é mais eficiente na região de estudo. Palavras-chave: isca, combate, entomologia florestal Apoio: CAPES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 88 1.57 Extrato aquoso de samambaia sobre Frankliniella schultzei Hı́gor de S. Rodrigues (1); Wilson R. Valbon (1); Wilker P. Lima (1); Vando M. Rondelli (2); Dirceu Pratissoli (1) (1) Departamento de Produção Vegetal, Universidade Federal do Espı́rito Santo; (2) Departamento de Agronomia/Entomologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco E-mail: [email protected] O tripes Frankliniella schultzei (Trybom, 1920) (Thysanoptera: Thripidae) é um importante causador de danos na agricultura, o qual vive em colônias nas folhas causando estrias esbranquiçadas e transmitindo virose em algumas culturas de grande importância econômica. O extrato aquoso de samambaia, Pteridium aquilinum, apresenta atividade inseticida. Assim, o objetivo foi avaliar o efeito inseticida do extrato aquoso de samambaia sobre F. schultzei. Os insetos foram obtidos em plantios de feijão-de-porco, Canavalia ensiformis, e mantidos em câmara climatizada a 25±1o C, umidade relativa de 70±10% e fotofase de 12h, sobre folhas cotiledonares de feijão-deporco. Folhas de samambaia foram levadas à estufa de circulação de ar a 40o C por 72h, moı́das em moinho de facas e fervida em panela de alumı́nio tampada, de acordo com o processo de infusão, na proporção de um grama de planta seca em 10 mL de água destilada, onde permaneceram em repouso por 24h. Após esse perı́odo a mistura foi filtrada, obtendo-se o extrato aquoso da planta. O extrato foi aplicado nas concentrações de 1,0; 2,5; 5,0; 7,5 e 10%. Na testemunha foi utilizada água destilada. Cada tratamento foi composto por cinco repetições, sendo que cada repetição continha dez ninfas de 24-48h de idade. Os extratos foram pulverizados utilizando uma torre de Potter com pressão de 15 lb/pol2 . A avaliação da mortalidade foi feita até o quinto dia após o ensaio. O extrato aquoso de samambaia, nas concentrações avaliadas não apresentou atividade inseticida ao tripes estudado. Sendo assim, o uso desse extrato nas concentrações de 1,0 a 10% não pode ser implementado em um programa de manejo de F. schultzei. Palavras-chave: Pteridium aquilinum, controle alternativo, tripes Apoio: CAPES, FAPES, CNPq, FINEP, NUDEMAFI Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 89 1.58 Entomofauna associada à cultura do quiabeiro Abelmoschus esculentus (L.) Glaúcia B. Gonçalves (1); Adelson S. Lima (1); Gabriela S. Rolim (2); Maria E. Correia-Oliveira (2); Genésio T. Ribeiro (2) (1) Departamento de Engenharia Agronômica, Universidade Federal de Sergipe; (2) Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Sergipe E-mail: [email protected] Sergipe é o terceiro estado produtor de quiabo Abelmoschus esculentus (L.) Moench do paı́s, tendo o municı́pio de Itabaiana uma destacada produção da hortaliça. Entretanto, a expansão das áreas de cultivo ocorre junto com o uso excessivo de agroquı́micos para combate aos insetos praga da cultura. O conhecimento da entomofauna relacionada ao quiabo na região é fundamental para a elaboração de estratégias adequadas de manejo de pragas. Com o objetivo de realizar tal levantamento, este trabalho foi conduzido em duas áreas produtoras do municı́pio Itabaiana, representativas das condições de manejo local: área “1” – com uso de tratos culturais regulares e controle quı́mico de pragas; área “2” – com uso apenas de capina no primeiro mês de cultivo. Em cada área foram demarcados dois transectos de 25m2, nos quais foram realizadas oito coletas ativas semanais de insetos. Os exemplares foram transportados para o Laboratório de Pragas Agrı́colas e Florestais da Universidade Federal de Sergipe, onde foram identificados utilizando chaves taxonômicas. Os dados foram analisados através dos ı́ndices faunı́sticos: Frequência, Abundância, Constância e Dominância. Na área “1” foram coletados um total de 321 insetos distribuı́dos em seis ordens, enquanto que na área “2”, 2289 insetos de cinco ordens. Das doze espécies praga identificadas as que apresentaram frequências expressivas foram: larva minadora Liriomyza sp. (Diptera: Agromyzidae) (área “1”- 24,30% e área “2”- 32,29%), cigarrinha verde Empoasca kraemeri (Hemiptera: Cicadelidae) (8,73% e 13,80%) e pulgão Aphis gossypii Glover, 1877 (Hemiptera: Aphididae) (9,97% e 11,80%). Entre as seis espécies de inimigos naturais identificadas, somente Psyllobora confluens (Coleoptera: Coccinellidae) (9,66% e 22,15%) obteve frequência expressiva. Observou-se que a abundância e a diversidade de insetos praga e inimigos naturais estão relacionadas com o tipo de manejo empregado na área. Palavras-chave: levantamento de insetos, ı́ndices faunı́sticos, quiabo Apoio: Instituto GBarbosa Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 90 1.59 Flutuação populacional da entomofauna associada à planta invasora Pereskia aculeata Michel D. Pereira (1); Sandra C. de Cristo (1, 2); Taise C. P. Arenhardt (1); Patricia Prade (1, 2); Marcelo D. Vitorino (1, 2) (1) Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Regional de Blumenau; (2) Laboratório de Monitoramento de Proteção Florestal – LAMPF, Departamento de Engenharia Florestal Email: [email protected] As plantas indesejáveis, como qualquer outra planta, são consumidas por herbı́voros. Os insetos têm sido protagonistas de programas de controle biológico clássico, tanto de plantas exóticas invasoras aquáticas como terrestres. Pereskia aculeata (Cactaceae) foi introduzida na África do Sul e é considerada causadora de danos ambientais no paı́s. Estudos sobre a flutuação popupacional da entomofauna associada a esta planta estão sendo realizados no litoral norte de Santa Catarina em 08 pontos de coletas. As coletas para obtenção dos dados referentes a entomofauna e da flutuação populacional de potenciais agentes de controle oriundos desta entomofauna ocorrem mensalmente, sendo visitados todos os pontos de coletas. Ao todo foram coletados 389 indivı́duos, pertencentes a cinco diferentes espécies que nidificam em P. aculeata nos oito pontos de coletas. Um total de 130 indivı́duos pertencem à famı́lia Curculionidae, 68 são da espécie Adetus analis(Cerambycidae), 166 pertencem à famı́lia Scolytidae, 11 são da espécie Maracayia chlorisalis (Crambidae), 14 indivı́duos pertencentes ao gênero Porphyrosela spp. (Gracillariidae). No total, as espécies da famı́lia Scolytidae obtiveram a maior freqüência em todos os pontos de coleta, com 42,7%, a famı́lia também obteve a maior constância com 63,9%. Em seguida temos a famı́lia Curculionidae, com 33,4% de freqüência e 59% de constância. Para todos os pontos de coleta as duas famı́lias foram as únicas que foram constantes no levantamento. Já a espécieA. analis obteve 17,5% de freqüência e 37,7% de constância, sendo considerada espécie acessória. A espécie M. chlorisalis e o gênero Porphirosela spp., foram consideradas acidentais com 8,20% de constância. Palavras-chave: controle biológico, parasitoides Apoio: Universidade de Rhodes (África do Sul), FURB Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 91 1.60 Levantamento da entomofauna associada aos acessos de Varronia curassivica Vitor B. Pinto (1); Aretusa D. R. Mendes (1); Rizia R. Santos (1); Ernane R. Martins (1); Germano L. D. Leite (1) (1) Instituto de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Minas Gerais E-mail: [email protected] A erva-baleeira Varronia curassavica é um subarbusto nativo na região Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha e apresenta o α-humuleno como princı́pio ativo de ação anti-inflamatória. O medicamento Acheflanr foi o primeiro fitoterápico produzido no Brasil, tendo o óleo essencial da espécie como ingrediente ativo. Este trabalho teve como objetivo realizar o levantamento da entomofauna associada aos acessos de V. curassavica coletados nos municı́pios de Grão Mogol/MG, Juramento/MG, Itacambira/MG, Serro/MG, São Francisco/MG, Cristália/MG, Sete Lagoas/MG e Taquaraçu de Minas/MG. As observações e coletas dos insetos foram realizadas com periodicidade quinzenal, nos perı́odos de 16 de março de 2012 a 14 de setembro 2012, no intervalo das 9h às 12h. Nas avaliações foram observados os insetos pousados e, ou, se alimentando dos troncos, ramos, folhas e inflorescência dos indivı́duos, sendo que os insetos adultos foram coletados. O processo de identificação seguiu os critérios taxonômicos e por comparação com coleções entomológicas do Insetário George Washington Gomes de Moraes do Instituto de Ciências Agrárias/UFMG. Os insetos coletados foram identificados em nı́vel de ordem, famı́lia e espécie, essa última identificação foi feita quando possı́vel. As espécies da ordem Coleoptera encontradas foram Cycloneda sanguinea, Diabrotica speciosa, Cerotoma sp., Chalcolepidius sp., Lagria villosa, Euphorbia sp., Systena sp., da ordem Diptera membros da famı́lia Syrphidae, ordem Hemiptera indivı́duos da famı́lia Lygaeidae, além das espécies Dictyla monotropidia e Poekilloptera sp., ordem Hymenoptera membros da famı́lia Vespidae e as espécies Atta sp., Crematogaster sp. e Trigona sp., na ordem Mantodea foi encontrada a espécie Stagmatoptera sp., ordem Neuroptera, Chrysoperla sp. e na ordem Thysanoptera, Frankliniella spp. Palavras-chave: plantas medicinais, erva-baleeira, fitoterápico Apoio: CNPq, CAPES, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 92 1.61 Avaliação da atividade inseticida de óleo essencial de citronela em Sitophilus zeamais Wilson R. Valbon (1); Priscila Stinguel (1); Tamara V. D. Almeida (1); Hugo B. Zago (1); Dirceu Pratissoli (1) (1) Departamento de Produção Vegetal, Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espı́rito Santo E-mail: [email protected] O caruncho-do-milho, Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae), é uma das principais pragas do milho no armazenamento, causando principalmente redução do peso e diminuição da qualidade nutricional do grão. O controle torna-se um problema, pois o uso de inseticida pode inviabilizar o consumo do grão devido sua toxicidade. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade inseticida por fumigação do óleo essencial de citronela, Cymbopogon winterianus em S. zeamais. A extração do óleo essencial de C. winterianus foi realizada por vapor com Clevenger. Os ensaios foram realizados em sala climatizada a temperatura de 25 ± 1 ºC, umidade relativa de 70 ± 10% e fase de luz de 12 h. Dez adultos (idade 0-24 horas) de S. zeamais foram acondicionados em recipientes cilı́ndrico de vidro (1,4 L), fechados com 4 camadas de filme PVC, contendo no interior uma fita de papel filtro (2x5 cm) embebido com a dose do óleo essencial supracitado, situada na região superior do recipiente e envolto por tecido filó (40 mesh) evitando o contato direto com os insetos. O óleo foi aplicado com auxı́lio de pipeta automática, correspondendo às concentrações 10; 20; 30; 40; 50; 70; 140 µL L-1 de ar, mais controle (0 µL L-1 de ar) . Para cada dose do óleo e testemunha foram realizadas quatro repetições ao logo do tempo. Após 72 horas de exposição aos óleos foi contabilizado o número de insetos mortos. Para confirmar a mortalidade foi avaliado o tigmotropismo causado pelo toque de um pincel fino. Todas as concentrações avaliadas apresentaram 0% de mortalidade. O óleo essencial de C. winterianus não apresenta atividade inseticida por fumigação em S. zeamais. Palavras-chave: Curculionidae, óleo essencial, fumigação Apoio: FAPES, CNPq, CAPES, FINEP, NUDEMAFI Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 93 1.62 Avaliação da atividade inseticida de óleo essencial de citronela em Zabrotes subfasciatus Wilson R. Valbon (1); Priscila Stinguel (1); Vitor Zuim (2); Hugo B. Zago (1); Dirceu Pratissoli (1) (1) Departamento de Produção Vegetal, Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espı́rito Santo; (2) Departamento de Agronomia/Entomologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco E-mail: [email protected] O uso de inseticidas sintéticos no controle de pragas de grãos-armazenados e a busca por alimentos de qualidade é uma preocupação atual. Estudos relacionados a novas técnicas de controle de pragas têm sido desenvolvidos, como o uso de extratos de plantas têm demonstrado resultados promissores no manejo integrado de pragas. Assim, o objetivo dessa pesquisa foi avaliar a atividade inseticida por fumigação do óleo essencial de citronela, Cymbopogon winterianus em Zabrotes subfasciatus (Coleoptera: Bruchidae). A extração do óleo essencial de C. winterianus foi realizada por vapor com Clevenger. Os ensaios foram realizados em sala climatizada a temperatura de 25 ± 1 ºC, umidade relativa de 70 ± 10% e fase de luz de 12 h. Dez adultos (idade 0-24 horas) de Z. subfasciatus foram acondicionados em recipientes cilı́ndrico de vidro (1,4 L), fechados com 4 camadas de filme PVC, contendo no interior uma fita de papel filtro (2x5 cm) embebido com a dose do óleo essencial supracitado, situada na região superior do recipiente e envolto por tecido filó (40 mesh) evitando o contato direto com os insetos. A quantidade de óleo utilizada foi aplicada com pipeta automática correspondendo às concentrações 10; 20; 30; 40; 50; 70; 140 µL L-1 de ar, mais testemunha. Para cada dose do óleo e testemunha foram realizadas quatro repetições ao logo do tempo. Após 72 horas de exposição aos óleos foi contabilizado o número de insetos mortos. Para confirmar a mortalidade foi avaliado o tigmotropismo causado pelo toque de um pincel fino. Todas as concentrações avaliadas apresentaram 0% de mortalidade. O óleo essencial de C. winterianus não apresenta atividade inseticida por fumigação em Z. subfasciatus. Palavras-chave: Bruchidae, óleo essencial, fumigação Apoio: FAPES, CNPq, CAPES, FINEP, NUDEMAFI Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 94 1.63 Potencial de Beauveria bassiana para o controle de larvas de Leucothyreus femoratus (Coleoptera: Scarabaeidae) Francisco A. R. Dimaté (1); Adriana C. Barbosa (2); Júlio C. M. Poderoso (1); Rafael C. Ribeiro (2); Jose C. Zanuncio (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa Email: [email protected] Leucothyreus femoratus é um besouro desfolhador do dendezeiro, encontrado principalmente atacando culturas jovens (0 e 6 anos de idade) causando desfolhação no dendezeiro. Para o experimento foram utilizados quatro isolados de Beauveria bassiana B002, B017, B025, B032 provenientes do Banco de Fungos entomopatogênicos de Cenipalma (BEC) Barrancabermeja, Colômbia. Larvas de 2° instar de L. femoratus foram coletadas no campo e deixadas em potes plásticos com solo estéril com plântulas de milho para se alimentar, a humidade do solo foi mantida pela aplicação direta de água. Para o processo de inoculação, as larvas foram desinfestadas com hipoclorito de sódio a 0,5% durante 3 segundos, lavadas com água destilada, posteriormente foram preparadas a diluição de 108 conı́dios mL-1. As larvas foram mergulhadas na solução durante 4 segundos, a testemunha foi tratada com água destilada esterilizada contendo espalhante adesivo Tween 80r a 0,1%. A cada 4 dias até 24 dias foram feitas avalições, registrando a sintomatologia e o porcentagem de mortalidade. Os resultados demonstram que os isolados B017, B025 foram mais patogênicos para as lagartas de L. femoratus ocasionando mortalidades de 76,3 e 72,5% das larvas. Pode se concluir que os isolados de Beauveria bassiana B017, B025 selecionados para o bioensaio mostram perspectivas promissoras para pesquisas em campo. Palavras-chave: Entomopatogênicos, controle biológico, Elaeis guineensis Apoio: FEDEPALMA, CAPES, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 95 1.64 Controle de Acromyrmex spp. em povoamentos de Pinus taeda, com o inseticida sistêmico imidacloprid Taise C. P. Arenhardt (1); Liliam C. Beal (1); Adam H. M. Gonçalves (1); Paula A. da Costa (1); Marcelo D. Vitorino (1; 2) (1) Laboratório de Monitoramento e Proteção Florestal – LaMPF, Departamento de Engenharia Florestal; (2) Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Regional de Blumenau E-mail: [email protected] As formigas cortadeiras destacam-se como as principais pragas nas plantações de Pinus spp., tornando o seu controle fundamental em reflorestamentos, uma vez que constituem fator limitante ao seu desenvolvimento, causando perdas como a morte das mudas e a redução do crescimento das árvores. Inseticidas comerciais são os mais utilizados e os mais eficientes para o controle desta praga. A redução do impacto ambiental e questões econômicas têm levado empresas do setor florestal a buscarem alternativas para melhorar as técnicas de controle quı́mico e reduzir os efeitos dos inseticidas no ambiente. Este trabalho teve o objetivo de avaliar a utilização do ingrediente ativo (i.a.) imidacloprid, aplicado em diferentes dosagens, por meio de gel condicionador de solo, em mudas de Pinus taeda recém-plantadas. O experimento foi instalado em uma das áreas da Empresa Celulose Irani S. A. no municı́pio de Vargem Bonita/SC, com delineamento experimental em blocos ao acaso com 5 tratamentos e 8 repetições. Os tratamentos foram: I – 50mL de gel na concentração 0,2g de i.a.; II – 100mL de gel na concentração 0,2g de i.a.; III – 50mL de gel na concentração 0,4g de i.a.; IV – 100mL de gel na concentração 0,4g de i.a. e V – testemunha (sem aplicação do gel). As avaliações foram realizadas aos 25, 56 e 81 dias após a instalação do experimento. A análise estatı́stica mostrou não haver diferença significativa entre os tratamentos. A intensidade de dano ao final das avaliações resultou em 4,06%, valor promissor para o controle de quenquém (Acromyrmex spp.) com a metodologia proposta. A presença da APP próximo à área do experimento influenciou no ataque de formigas nas margens do experimento. Recomenda-se a utilização da maior quantidade de solução (100mL) com a menor concentração de i.a. (0,2g), uma vez que a menor quantidade de gel (50mL) não foi suficiente para a proteção das mudas. Palavras-chave: formiga cortadeira, neonicotinoide Apoio: Celulose Irani S.A., FAPESC Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 96 1.65 Diversidade hospedeira e proteção contra atividade inseticida de óleo essencial de cravo em Acanthoscelides obtectus Luı́s V. Jumbo (1); Eugenio E. Oliveira (1); Lêda Rita D’Antonino Faroni (2); Marco Aurélio G. Pimentel (3), Gutierrez N. Silva (2) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Engenharia Agrı́cola, UFV; (3) Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo (EMBRAPA/CNPMS), Sete Lagoas-MG E-mail: [email protected] O uso indiscriminado de inseticidas sintéticos tem favorecido a seleção de bruquı́neos Acanthoscelides obtectus (Say) tolerantes a ação destes compostos, aumentando a necessidade de desenvolvimento de métodos alternativos para o controle destas pragas. Além disto, como A. obtectus coloniza diferentes variedades de feijão, é possı́vel que indivı́duos que se desenvolveram em diferentes hospedeiros apresentem respostas reprodutivo-fisiológicas diferenciadas, tornando a adoção de medidas de controle uma tarefa ainda mais complexa. Portanto, este trabalho foi realizado com o objetivo de averiguar a capacidade de proteção contra a ação inseticida do óleo essencial de cravo bem como o sucesso reprodutivo de A. obtectus em massas de grãos de diferentes variedades de feijão (“vermelho” ou “rainha”). A toxicidade do óleo de cravo foi avaliada através de estimativas das concentrações letais para bruquı́neos adultos e provenientes de grãos da variedade “rainha”. Grupos de 25 insetos foram expostos por 24h à superfı́cie tratada com diferentes dosagens do óleo essencial de cravo. O óleo essencial de cravo mostrou-se tóxico a A. obtectus, apresentando DL50 de 0,51 µL/cm2. Insetos que se desenvolveram na variedade “vermelho” foram três vezes mais tolerantes (P<0,05; t-test) a DL50 do óleo de cravo do que insetos que se desenvolveram no feijão “rainha”. Isto demonstra que o hospedeiro influencia na proteção contra a ação de xenobióticos em A. obtectus. Em contrapartida, 50 casais de A. obtectus foram colocados para colonizar massas de grãos de ambas as variedades de feijão e o número total de indivı́duos gerados (após 42 dias) foi significantemente menor (P<0.05, t-test) na massa de grãos da variedade “vermelho” (valores de ri – “vermelho” = 0,054 ± 0,002; “rainha” = 0,063 ± 0,002) indicando que possı́veis investimentos em proteção contra xenobióticos pode influenciar no sucesso reprodutivo destes organismos. Palavras-chave: bruquı́neos, óleos essenciais, desempenho reprodutivo Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG, SENESCYT (Equatorian Governement) Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 97 1.66 Ricinoleato de sódio no controle de Frankliniella schultzei Lorena C. Machado (1); Vando M. Rondelli (2); Wilker P. Lima (1); Vagner T. de Queiroz (3); Dirceu Pratissoli (1) (1) Departamento de Produção Vegetal, Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espı́rito Santo; (2) Departamento de Agronomia/Entomologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco; (3) Departamento de Quı́mica e Fı́sica, Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espı́rito Santo E-mail: [email protected] O tripes, Frankliniella schultzei (Thysanoptera: Thripidae), ataca uma ampla variedade de plantas cultivadas, como tomate, algodão, soja, pepino, além de frutı́feras e plantas daninhas. Dentre as formas de controle propostas pelo MIP destacam-se as plantas com propriedades inseticidas. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito inseticida do ricinoleato de sódio sobre F. schultzei. O ricinoleato de sódio foi obtido em uma loja de produtos quı́micos. Foi preparado na concentração de 5% (m/v), diluı́do em água destilada. Na testemunha foi usada água destilada. Ambos os lados de folhas cotiledonares de feijão-de-porco, Canavalia ensiformis, contendo 10 ninfas de segundo ı́nstar foram pulverizadas com cada um dos tratamentos em placas de Petri (repetições) com o auxı́lio de uma torre de Potter com pressão de 15 lbf/pol2 . As folhas pulverizadas foram trocadas no segundo dia da avaliação e novamente quando necessário. A avaliação foi feita até o quinto dia. Empregou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado com 10 repetições contendo 10 ninfas em cada repetição. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste F, a 5% de probabilidade. No tratamento com ricinoleato de sódio foi observada mortalidade de F. schultzei em 28%. A mortalidade observada na testemunha foi de 8%. Foi verificada diferença estatı́stica entre estes valores de mortalidade. Desta forma, o ricinoleato de sódio na concentração de 5% tem efeito inseticida sobre ninfas de F. schultzei. Palavras-chave: tripes, Ricinus communis, atividade inseticida Apoio: CNPq, CAPES, FINEP, FAPES, NUDEMAFI Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 98 1.67 Susceptibilidade de clones de cana-de-açúcar sob diferentes nı́veis de infestação artificial pela broca-da-cana Adriano C. Tomaz (1); Alan E. Coutinho (2); André F. Teixeira (2); Márcio H. P. Barbosa (1); Eliseu J. G. Pereira (2) (1) Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] A broca-da-cana Diatraea saccharalis é o principal inseto-praga da cultura da cana-de-açúcar no Brasil. O uso de variedades com maior nı́vel de resistência a esta praga pode ser uma alternativa no manejo integrado da broca na cultura. Sendo assim, o objetivo neste trabalho foi estudar a diferença genotı́pica entre clones de cana-de-açúcar em relação à susceptibilidade ao ataque da broca-da-cana sob diferentes nı́veis de infestação. Para isso, avaliaram-se seis variedades submetidas a infestações com quatro densidades de lagartas em casa de vegetação na Universidade Federal de Viçosa. Foi utilizado o esquema fatorial 4 x 6, no delineamento em blocos casualizados com três repetições. Os fatores estudados foram os nı́veis de infestação: 5, 10, 20 e 30 lagartas por planta e os genótipos: SP803280, SP813250, RB928064, RB835486, RB867515 e SP891115. As unidades amostrais foram constituı́das de um vaso contendo uma planta de cana-de-açúcar com sete meses de idade. Para infestação, foram utilizadas lagartas de 15 dias de idade obtidas de criação em dieta artificial. Quinze dias após a infestação, as plantas foram cortadas, abertas longitudinalmente e foi medido o comprimento total de galerias por colmo. Os dados foram submetidos à análise de variância, sendo utilizado o teste Fisher (p < 0,05) para comparação de médias. Não houve interação entre os fatores densidade de lagartas e variedades, sendo assim o número de lagartas usado entre os nı́veis estudados não interfere na diferenciação dos genótipos. Quanto ao comprimento de galeria da broca, encontramos diferenças significativas entre as variedades. As variedades RB867515 e SP891115 apresentaram maiores comprimentos, e SP803280 apresentou o menor comprimento de galerias, enquanto as outras variedades ficaram em nı́veis intermediários. Podemos concluir que as variedades RB867515 e SP891115 são as mais susceptı́veis e a variedade SP803280 a mais resistente em relação ao ataque da broca-da-cana. Palavras-chaves: Diatraea saccharalis, variedades resistentes, melhoramento genético Apoio: CAPES, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 99 1.68 Mudanças morfológicas no intestino médio de Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera: Noctuidae) após a exposição de produtos comerciais Ana Flávia F. Gomes (1); Rafael C. Ribeiro (2); Germano L. Vinha (3); José E. Serrão (1); José C. Zanuncio (3) (1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa; (3) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] O uso de produtos quı́micos sintéticos para o controle de insetos-praga levanta várias preocupações relacionadas ao meio ambiente e à saúde humana. Uma alternativa é a utilização de produtos naturais de boa eficácia, sem efeitos negativos sobre agentes de controle biológico. Com a presente pesquisa objetivamos analisar o efeito de produtos comerciais de forma direta sobre a histologia do intestino médio de imaturos de Anticarsia gemmatalis Hueber (Lepidoptera: Noctuidae). A pesquisa foi realizada no Laboratório de Ultra-Estrutura Celular do Departamento de Biologia Animal e no Laboratório de Controle Biológico de Insetos (LCBI) do Instituto de Biotecnologia Aplicada à Agropecuária (BIOAGRO). Cem lagartas de terceiro estadio de A. gemmatalis foram alimentados com discos foliares de soja Glycine max contaminados com as concentrações letais (CL90) (obtido em ensaios preliminares) do produto comercial natural base de nim (Azamaxr) e do sintético de deltametrina (Keshet 25 EC circledR) e etanol ( controle). Após 48 horas de alimentação os sobreviventes foram crio-anestesiados, dissecados e o intestino médio desses foi analisado e fotografado. Lagartas tratadas com o produto quı́mico sintético de deltametrina não apresentaram modificações no mesêntero, semelhantes as observadas no controle. Porém, aqueles indivı́duos tratados com o óleo emulsionável de nim apresentaram modificações deletérias nas bordas estriadas, alongamento de células colunares e caliciformes, vacuolização do citoplasma e projeções epiteliais e celulares no lúmen. Esses resultados demonstram que o produto comercial de nim (Azamaxr), pode ser efetivo para o controle de A. gemmatalis por promover alterações morfológicas no mesêntero. Palavras-chave: lagarta-da-soja, predador, intestino médio Apoio: Fapemig, CNPq, CAPES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 100 1.69 Presença de Thaumastocoris peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae) em plantações de eucaliptos no Estado de Sergipe Jessica dos S. Sá (1); Genésio T. Ribeiro (1); Maria E. Correia-Oliveira (1); Marcelo da C. Mendonça (2); Gabriela da S. Rolim (1) (1) Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Sergipe; (2) ITP – Instituto de Tecnologia e Pesquisa – UNIT E-mail: joinha [email protected] A ordem Hemiptera é bastante diversificada, apresentando diferenças consideráveis na forma do corpo, asas, antenas, ciclo de vida e hábitos alimentares. Este trabalho objetivou relatar o registro de pragas recentes em plantações de eucalipto em Sergipe, sendo realizadas vistorias em plantios de Eucalyptus sp. no Campus Rural e Campus da Universidade Federal de Sergipe, no munı́cipio de São Cristóvão, no perı́odo de janeiro a maio de 2013. As inspeções nas plantas foram realizadas semanalmente, quando eram encontrados insetos, independente do estágio de desenvolvimento, estes eram coletados e levados para o Laboratório de Pragas Agrı́colas e Florestais da UFS, para triagem e identificação por meio de chave taxonômica. Um dos insetos pragas encontrados foi o Thaumastocoris peregrinus, conhecido vulgarmente por percevejo bronzeado. Este inseto é de origem australiana, tendo sido relatada sua primeira ocorrência no Brasil em 2008, no municı́pio de São Francisco de Assis, interior do estado do Rio Grande do Sul. Os percevejos coletados exibiam corpo achatado de coloração marrom clara na fase adulta, as ninfas possuı́am coloração castanho-clara, com a presença de mancha escura na região dorsal do abdome, e os ovos encontrados possuı́am coloração preta e estavam depositados agrupados na folha. Os eucaliptos onde foram encontrados os T. peregrinus apresentavam sintomas da ação causada pela presença do mesmo, como o aspecto de bronzeamento nas copas das árvores e desfolha. Esse é o primeiro registro de T. peregrinus atacando eucalipto em Sergipe. A importância do registro desse inseto em demais estados brasileiros, mostra a dispersão dessa praga, que está ocorrendo juntamente com o aumento das plantações de eucalipto e aparentemente está se adaptando bem as diversidades climáticas do paı́s. Palavras-chave: percevejo-bronzeado, Eucalyptus sp, praga florestal Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 101 1.70 Toxicidade de inseticidas biorracionais a inimigos naturais da traça do tomateiro Guilherme Braoios (1); Daiane Celestino (1); Lessando Gontijo (1); Raul Guedes (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] A traça do tomateiro Tuta absoluta (Lepidoptera: Gelechiidae) é considerada uma praga chave nessa cultura. A dependência do controle quı́mico como forma única de combate a essa praga é econômicamente inviável e ecologicamente incorreta. Sendo assim, a procura por inseticidas biorracionais tem sido o alvo de recentes pesquisas. Inseticidas bioracionais apresentam maior especificidade à praga, mas são relativamente inócuos aos organismos não alvos, sendo dessa forma, mais compatı́veis com programas de controle biológico. Porém, a maioria dos trabalhos até o momento tem investigado com maior frequência o efeito letal em espécies pragas, enquanto os efeitos letais desses inseticidas sobre inimigos naturais têm sido negligenciados. Além disso, muitos desses trabalhos têm focado somente sobre o estádio adulto de inimigos naturais. Alguns dos inimigos naturais mais comuns da traça do tomateiro são os percevejos predadores Amphiareus constrictus e Blaptostethus pallescens (Heteroptera: Anthocoridae). Estes inimigos naturais predam principalmente ovos e larvas jovens de T. absoluta, e sua preservação pode contribuir para o controle desta praga de forma mais sustentável. Neste trabalho nós investigamos o efeito subletal de dois inseticidas bioracionais, azadiractina e clorantraniliprole, sobre o estádio ninfal dos percevejos predadores. Os resultados mostram que o inseticida azadiractina aumenta significativamente a mortalidade das ninfas tanto para A. constrictus como para B. pallescens, enquanto que clorantraniliprole não apresenta tal efeito. Mortalidade causada por azadiractina sobre ambas espécies ocorreu entre um e dez dias após o tratamento. Em resumo, o trabalho mostra que doses subletais do inseticida azadiractina podem causar a mortalidade de ninfas de percevejos predadores e que testes de efeito não alvo deveriam compreender perı́odos superiores a 24-48h horas (mais comum). Palavras-chave: Inseticidas biorracionais, Amphiareus constrictus, Blaptostethus pallescens Apoio: CAPES (Programa Ciência sem Fronteiras) Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 102 1.71 Primeiro registro de danos causados por mirı́deos (Heteroptera: Miridae) em pastagens do Espı́rito Santo Lı́via A. Coelho (1); Maurı́cio J. Fornazier (2); David dos S. Martins (3); José S. Zanuncio Júnior (2); Paulo S. F. Ferreira (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Centro Regional de Desenvolvimento Rural Centro Serrano, Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural; (3) Departamento de Operações Técnicas, Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural E-mail: [email protected] O estado do Espı́rito Santo possui uma grande variedade de habitats, propiciando recursos para várias atividades produtivas, tanto ligadas a terra quanto ao mar. O agronegócio revela-se o segmento mais importante para a maioria dos municı́pios capixabas e a pecuária bovina é a segunda atividade agrı́cola, estando distribuı́da por todo o estado, com rebanhos para produção de leite e carne. Dentre os principais fatores que afetam a produtividade das pastagens no estado, estão os percevejos fitófagos. Este trabalho tem o objetivo de registrar a primeira ocorrência do percevejo Collaria oleosa (Distant, 1883) (Heteroptera: Miridae) em pastagens no estado do Espı́rito Santo. O dano tı́pico causado por esta espécie consiste na formação de estrias brancas na folha, devido à perda de pigmentação; isto porque o inseto insere o estilete na epiderme, através dos estômatos, para sugar o conteúdo celular. Desta forma a fotossı́ntese é comprometida e há redução de biomassa. Foram registrados focos de aumento populacional e sinais evidentes de danos em pastagens de três municı́pios capixabas. O primeiro registro ocorreu em Afonso Cláudio (Córrego da Floresta, dezembro de 2011) em capim mombaça (Panicum maximum). No ano seguinte os focos ocorreram em Afonso Cláudio (Rio do Peixe) em capim pernambuco (Paspalum mandiocanum) e Brachiaria ruziziensis; Barra de São Francisco (capim mombaça); Pinheiros (capim mulato: hı́brido de Brachiaria ruziziensis x Brachiaria brizantha) e Afonso Cláudio em capim mombaça. Devido ao aparente avanço dos focos de aumento populacional deste inseto em pastagens no estado, e à importância que a pecuária possui para o agronegócio capixaba é necessária a tomada de medidas de monitoramento e investigação de métodos de controle para que, se necessário, práticas corretas de manejo sejam empregadas, proporcionando um seguro sistema de produção de alimentos. Palavras-chave: pastagens, Collaria oleosa, percevejos fitófagos Apoio: CNPq, FAPES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 103 1.72 Controle populacional de Hypothenemus hampei por fungos entomopatogênicos Joel M. de Oliveira (1); Matheus Chediak (1); Tarcisio V. Galdino (1); Marcelo C. Picanço (1); Thiago L. Costa (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] A broca do café, Hypothenemus hampei (Coleoptera: Curculionidae: Scolytinae) é uma praga do cafeeiro de grande importância econômica. Entre os fatores de mortalidade das pragas estão os fungos entomopatogênicos. O objetivo deste trabalho foi determinar a mortalidade de H. hampei causada por fungos. Os dados foram coletados em seis lavouras de Coffea arabica das variedades Catuaı́ amarelo e Catuaı́ vermelho, nas cidades de Viçosa e Paula Candido, MG durante dois anos. Coletaram-se quinzenalmente em cada lavoura 100 frutos de café broqueados distribuı́dos entre vinte plantas. Os frutos foram levados ao Laboratório de Manejo Integrado de Pragas da Universidade Federal de Viçosa. Cinquenta frutos foram acondicionados em potes de acrı́lico de 10 mL onde foram avaliados semanalmente. O restante dos frutos foi avaliado no mesmo dia da coleta. Estes frutos foram cortados em frações finas sob microscópio estereoscópico. Durante a abertura dos frutos contou-se o número de ovos, larvas, pupas e adultos da broca do café vivos e mortos. Para a avaliação da mortalidade ocorrida por fungos entomopatogênicos verificou-se o crescimento micelial sobre e dentro do corpo dos insetos. Indivı́duos encontrados mortos com crescimento micelial branco foram considerados mortos por Beauveria bassiana. Indivı́duos encontrados mortos com crescimento micelial verde acinzentado foram considerados mortos por Metarhizium anisopliae. Fungos entomopatogênicos causaram mortalidade em pupas e adultos. Na fase de pupa a mortalidade marginal ocasionada por B. bassiana foi de 0,04%. Na fase adulta as causas de mortalidade foram os fungos M. anisopliae (MM = 0,07%) e B. bassiana (MM = 7,99%). Todas se correlacionaram com a mortalidade total dos estádios. A infecção fúngica ocorreu apenas em pupas e adultos, sendo mais importante no estádio adulto, onde se encontraram as duas espécies de fungos. Palavras-chave: praga, cafeeiro, broca do café Apoio: CNPq, CAPES, FAPEMIG, Embrapa Café Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 104 1.73 Preferências polı́nicas de abelhas africanizadas na região da Mata Atlântica e Baixo São Francisco Sergipano Maria E. Correia-Oliveira (1); Genésio T. Ribeiro (1); Gabriela S. Rolim (1); José W. S. Oliveira (2); Jodnes S. Vieira (2) (1) Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Sergipe; (2) Departamento de Zootecnia, Universidade do Federal de Sergipe E-mail: [email protected] As abelhas africanizadas apresentam intensa atividade de forrageamento na coleta polı́nica. Estas coletas ocorrem de forma dinâmica, propiciando as abelhas maior diversidade de conteúdo proteico. O objetivo deste trabalho foi avaliar as preferências de fontes proteicas em apiários na Mata Atlântica e Baixo São Francisco Sergipano, utilizando coletores de pólen por cinco horas, em três colônias em maio de 2013 nos municı́pios sergipanos de São Cristóvão e Neópolis. Os pólens coletados foram transportados para o Laboratório de Pragas Agrı́colas e Florestais/UFS, submetidos à técnica de acetólise, confeccionadas lâminas com gelatina glicerinada, e realizada a avaliação quantitativa (contagem de 900 grãos de pólen por amostra em três repetições), e qualitativa (identificação dos gênero/espécie), além de classificação de acordo com a frequência nas lâminas como, dominante (acima de 46%), acessório (entre 16 e 45%), e ocasional (até 15%). As colônias apresentaram similaridades entre os pólens, em Neópolis nas colônias um (C1), dois (C2) e três (C3) os grãos de Mimosa caesalpinifolia foram dominantes (89, 80 e 95%), no entanto C1 apresentou maior diversidade de gêneros/espécies (Cocus nuscifera, Anthurium, Vernonia, Croton, M. pigra, Tipo Fabaceae e Borreria), que C2 (Cocus nuscifera, Croton, M. pigra, Eucaliptus e Borreria) e C3 (Cocus nuscifera, Anthurium e Cecropia). Em São Cristóvão os pólens coletados foram similares em quantidade e tipos nas três colônias, sendo Croton o pólen dominante (50%), Eucalyptus acessório (30%) e M. caesalpinifolia, Tipo Fabaceae, Morus, Asteraceae e Anacardiaceae como pólen ocasional. Apesar de alguns enxames apresentarem maior diversidade polı́nica, o forrageamento é direcionado a fontes especı́ficas, garantindo às operárias menor gasto energético. Palavras-chave: palinologia, Apis mellifera, apicultura Apoio: CAPES, FAPITEC Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 105 1.74 Dinâmica interna em colônias de Apis mellifera: tipo de investimento após alimentação suplementar Santos H. B. Dias (1); Weyder C. Santana (1) (1) Setor de Apicultura, Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] A apicultura no Brasil avançou muito no manejo e consequentemente na produtividade apı́cola a partir da africanização das abelhas Apis mellifera. O conhecimento gerado sobre a biologia destas abelhas levou ao aprimoramento de técnicas de criação, sendo muito utilizada pelos apicultores a alimentação suplementar ou “artificial” na manutenção dos enxames. Objetivou-se avaliar o tipo de investimento que A. mellifera faz da alimentação suplementar na colônia. Foram utilizados 5 colônias de A. mellifera africanizadas mantidas em núcleos de 5-6 quadros; estes receberam 500ml/dia de uma solução de 50% de concentração de mel (1:1 de água destilada e mel), em alimentador interno tipo Boardman, durante sete dias. As colônias foram pesadas, os quadros das colônias foram mapeados a partir de fotografias e com o auxilio do programa Image-Pro Plusr as áreas de cria nova, cria velha e alimentos foram mensuradas antes e ao final do perı́odo experimental. Os dados foram analisados pelo teste estatı́stico t-student com nı́vel de significância de 5% (α=0,05). O teste mostrou que não houve diferença estatı́stica entre as médias das áreas de cria nova (P=0,233), cria velha (P=0,793), alimento (P=0,121) e peso (P=0,152) das colônias. Acreditamos que não houve diferenças entre as colônias após receberem a alimentação suplementar foram devidas ao curto intervalo de tempo avaliado (7 dias), o qual não foi suficiente para completar o ciclo de desenvolvimento dos imaturos. Verificou-se também grandes diferenças nos valores entre as colônias (alto erro padrão), o qual está relacionado ao baixo número de repetições (n-=5). Assim para entender melhor a dinâmica interna relacionada a alimentação externa em abelhas faz-se necessário considerar as variações genéticas entre as colônias de abelhas. Palavras-chave: Apis mellifera, alimentação suplementar, alimentador Boardman Apoio: FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 106 1.75 Efeito do tegumento de Phaseolus vulgaris sobre o desenvolvimento embrionário e larval de Callosobruchus maculatus Leonardo F. R. de Sá (1); Kayan E. V. Baptista (1); Gustavo L. Rezende (1); Antonia E. A. Oliveira (1) (1) Laboratório de Quı́mica e Função de Proteı́nas e Peptı́deos, Centro de Biociências e Biotecnologia, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro E-mail: [email protected] O tegumento de sementes é a primeira barreira de proteção contra a infestação de bruquı́deos. Embora esse tecido de sementes não hospedeiras frequentemente interfira na oviposição, eclosão e sobrevivência larval do inseto Callosobruchus maculatus, os aspectos morfológicos e bioquı́micos desse processo ainda são desconhecidos. Esse trabalho tem como objetivo avaliar a interferência do tegumento de Phaseolus vulgaris (cultivar vermelho) sobre a oviposição, eclosão, sobrevivência e o desenvolvimento embrionário e larval do inseto C. maculatus, comparando com seu desenvolvimento em sementes hospedeiras de Vigna unguiculata (cultivar fradinho). O desenvolvimento embrionário foi avaliado por microscopia de fluorescência pela marcação com DAPI. Sementes artificiais com tegumentos naturais e artificiais (contendo diferentes concentrações de uma farinha de tegumentos de V.unguiculata e P. vulgaris marcadas com FITC) foram utilizadas para demostrar a interferência dos tegumentos no desenvolvimento pós-embrionário do inseto. Não foi observada nenhuma alteração no desenvolvimento embrionário em ovos de C. maculatus que se desenvolveram sobre os tegumentos de V. unguiculata ou P. vulgaris. Por outro lado, o tegumento natural de P. vulgaris reduziu a oviposição de fêmeas de C. maculatus, aumentando o tempo de penetração das larvas e comprometendo o peso corporal e a sobrevivência larval. Também foram reduzidas as atividades de proteases cisteı́nicas, α-amilases e α-glicosidases em larvas que atravessaram o tegumento de P. vulgaris. Um efeito dose-dependente foi observado em larvas que atravessaram um tegumento artificial de P. vulgaris. Em intestinos e de larvas (15 e 20 dias após a oviposição) que atravessaram o tegumento artificial de /textiP. vulgaris foi detectada uma forte fluorescência (referente ao FITC ligado aos tegumentos) e uma fraca fluorescência nas fezes, indicando que proteı́nas desses tegumentos ficam retidas nos intestinos. Palavras-chave: tegumento de sementes, Callosobruchus maculatus, embriogênese - Apoio: CNPq, FAPERJ, UENF Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 107 1.76 Interações intra e interespecı́fica no desenvolvimento e reprodução de percevejos predadores (Heteroptera: Pentatomidae) Gabriel de C. Jacques (1); Evérton B. da Silva (1); Luiz E. Neto (1); Vinı́cius G. Silva (1); Heslander J. Coelho (1) (1) Departamento de Ciências Agrárias, Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Bambuı́ E-mail: [email protected] Podisus nigrispinus (Dallas) e Supputius cincticeps (Stål) (Heteroptera: Pentatomidae) são predadores generalistas e consomem alta variedade de presas, não sendo restritos ao nı́vel trófico inferior, pois podem se alimentar uns dos outros, na “predação intraguilda” e no canibalismo. O experimento foi realizado com ninfas de segundo estádio desses predadores e pupas de Tenebrio molitor Linnaeus (Coleoptera: Tenebrionidae) em delineamento fatorial em blocos casualizados com dois fatores em esquema 3 x 2 e quinze repetições. Um fator foi espécie e o número de ninfas: T1– quatorze ninfas de Podisus nigrispinus; T2- quatorze ninfas de Supputius cincticeps; T3– sete ninfas de cada espécie. O outro fator foi a dieta oferecida: D1– pupas de T. molitor ad libitum; D2– pupas de T. molitor oferecidas a cada quatro dias. Casais foram formados no dia da emergência dos mesmos e mantidos nos mesmos tratamentos. Foram avaliados sobrevivência, duração dos estádios, peso, razão sexual e longevidade dos adultos; número, viabilidade e perı́odo de incubação dos ovos; total de posturas, taxa de oviposição e de eclosão de ninfas por fêmea desses predadores. Além disso, toda predação intraguilda e canibalismo observados foram registrados. Interações intra e interespecı́ficas não afetaram o desenvolvimento e a reprodução de P. nigrispinus com alimentação ad libitium, mas com quatro dias ocorreram canibalismo e predação intraguilda. Interações interespecı́ficas afetaram S. cincticeps com alimentação ad libitum e a cada quatro dias, com desenvolvimento beneficiado, mas com reprodução prejudicada. A população de S. cincticeps deve-se manter em baixa densidade em contato com P. nigrispinus. O canibalismo e predação intraguilda ocorreram com alimentação a cada quatro dias e ajudaram na sobrevivência de parte das ninfas até a localização da presa principal. Palavras-chave: Canibalismo, predação intraguilda, reprodução Apoio: Instituto Federal de Minas Gerais – IFMG, Campus Bambuı́ Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 108 1.77 Predação e consumo alimentar nas interações intra e interespecı́fica de adultos de Heteroptera: Pentatomidae Guilherme A. F. Silva (1); Luiz E. Neto (1); Evérton B. da Silva (1); Heslander J. Coelho (1); Gabriel de C. Jacques (1) (1) Departamento de Ciências Agrárias, Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Bambuı́ E-mail: gui [email protected] Podisus nigrispinus (Dallas) e Supputius cincticeps (Stål) (Heteroptera: Pentatomidae) são predadores generalistas que consomem e compartilham uma alta variedade de presas. A identificação dos mecanismos que promovem interações entre inimigos naturais, sinérgicas ou antagônicas, é vital para se compreender o controle de pragas com mais de um inimigo natural. Dois desses mecanismos são a taxa de predação e o consumo alimentar por predador. O experimento foi realizado com fêmeas adultas dos percevejos e pupas de Tenebrio molitor Linnaeus (Coleoptera: Tenebrionidae) oferecidas aos predadores a cada 24 horas durante nove dias e em delineamento fatorial em blocos casualizados com dois fatores em esquema 5 x 2 e quinze repetições. Um fator foi espécie e quantidade de fêmeas de percevejos: T1– 1 P. nigrispinus; T2– 2 P. nigrispinus; T3– 1 S. cincticeps; T4– 2 S. cincticeps; T5– 1 P. nigrispinuse 1 S. cincticeps. O outro fator foi o tipo de alimento: D1- sem alimentação; D2- uma pupa de textitT. molitor por predador. A taxa de predação, o consumo alimentar, a ocorrência de predação intraguilda e o canibalismo e seus efeitos na longevidade dos predadores foram avaliados. Interações intra e interespecı́ficas não afetaram P. nigrispinus com alta densidade de presa. Na ausência de alimentação, essa espécie é pouco afetada por essas interações devido à baixa ocorrência de canibalismo, porém pode ser predada por S. cincticeps. S. cincticeps, com alta densidade de presa, também, não foi afetado pelas interações intra e interespecı́ficas. Na ausência de alimento, esse predador é beneficiado, pois é pouco predado por P. nigrispinus e possui alta ocorrência de canibalismo e predação intraguilda, o que aumenta sua longevidade. A taxa de predação entre esses predadores apresentou sinergismo em alta densidade de presa, sendo benéfico ao controle biológico. Palavras-chave: Canibalismo, consumo alimentar, predação intraguilda Apoio: Instituto Federal de Minas Gerais – IFMG, Campus Bambuı́ Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 109 1.78 Efeito fumigante do óleo essencial de Ocimum basilicum sobre populações de Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae) Alice M. N. de Araújo (1); José V. Oliveira (1); Lêda R. A. Faroni (2); Paula G. Viol (3); Rita C. P. de Freitas (2) (1) Departamento de Agronomia-Entomologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco; (2) Departamento de Engenharia Agrı́cola e Ambiental, UFV; (3) Departamento de Agronomia, UFV E-mail: [email protected] O gorgulho, Sitophilus zeamais Mots. (Coleoptera: Curculionidae), é praga primária interna de grande expressão econômica do milho e outros cereais. Compostos bioativos obtidos de plantas como alternativa de controle para estes insetos têm sido testada. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a toxicidade do óleo de Ocimum basilicum sobre populações de S. zeamais. Inicialmente, foram realizados testes preliminares para estabelecer para cada população, concentrações para os bioensaios definitivos. Esses foram realizados em frascos de vidro de 0,8L de capacidade. As concentrações do óleo variaram de 15 a 34,5µl para Machado-MG, de 12 a 30,7µl para Paracatu-MG, de 8 a 29µl para Piracicaba-SP, de 10 a 35µl para Recife-PE e de 15 a 30,7µl para Tunapólis-SC. O óleo foi aplicado com uma pipeta automática em papéis de filtro, dentro de sacos feitos com organza, presos à tampa do frasco. Após os insetos serem liberados os frascos de vidro foram fechados por uma tampa metálica e vedados com borracha de silicone, durante o perı́odo de 48 h de exposição. Para cada concentração foram utilizadas quatro repetições, cada uma com 20 insetos adultos não sexados com idade entre 0 e 15 dias. A testemunha foi feita de modo semelhante, porém sem a exposição dos insetos ao óleo. Após o perı́odo de exposição, contabilizou-se o número de insetos mortos. A determinação das CL50s foi efetuada através do programa SAS. A razão de toxicidade foi obtida através do quociente entre a CL50 do óleo essencial que apresentou menor toxicidade e as demais. De acordo com as CL50, a população de Piracicaba foi a mais susceptı́vel com CL50 de 17,2µl/L de ar, seguida por Recife, Paracatu, Tunapólis e Machado, com concentrações de 22; 23,6; 25,4; 26,6µl/L de ar, respectivamente. As razões de toxicidade foram 1,54; 1,2; 1,12 e 1,04 para Piracicaba, Recife, Paracatu e Tunapólis, respectivamente, em relação à população de Machado. Palavras-chave: Concentrações letais, gorgulho-do-milho, óleo de manjericão - Apoio: CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 110 1.79 Toxicidade de indoxacarbe em populações brasileiras de Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae) Fernanda M. Cortes (1); Milaine F. Santos (1); Edmar Tuelher (1); Eugenio E. Oliveira (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa (UFV) E-mail: [email protected] Dentre as pragas de cereais armazenados, o caruncho-do-milho Sitophilus zeamais está entre as pragas que causam os maiores danos em unidades brasileiras de armazenamento. Inseticidas piretróides são comumente utilizados para o controle desta praga. No entanto, a evolução da resistência a esses compostos tem sido apontada como a principal razão para a ocorrência de falhas de controle. Oxadiazinas (indoxacarbe) são moléculas que tem se mostrado eficientes no controle de coleópteros com elevados nı́veis de resistência a piretróides, mas que ainda não possuem registro para o controle de pragas com estas caracterı́sticas no Brasil. Desta forma, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a toxicidade do inseticida indoxacarbe em populações brasileiras de S. zeamais. Bioensaios do tipo dose-resposta foram realizados em seis populações S. zeamais (onde duas delas são conhecidamente resistentes a piretróides). Nestes estudos, foram utilizadas pelo menos 7 dosagens para cada combinação de inseticida por população, sendo que para cada dosagem de inseticida foram realizadas 5 repetições. Cada repetição constituı́a-se de 20 insetos expostos ao inseticida em uma massa de 20 g de grãos confinada em frascos de 20 mL. O perı́odo de exposição foi de 24 horas. Os dados de mortalidade foram submetidos à análise de probit para determinação das DL50. Indoxacarbe apresentou nı́vel similar de ação entre todas as populações, inexistindo diferenças significativas em termos de DL50 (P > 0,05; t-test). As DL50 de indoxacarbe foram (em µg Kg-1): 0,30 (0,20-0,42); 0,26 (0,19-0,35); 0,50 (0,34-0,64); 0,38 (0,30-0,46); 0,39 (0,31-0,49) e 0,42 (0,31-0,56) para as populações de Dourados; Gurupi; Jacarezinho, Juiz de Fora; Sete Lagoas; e Xapuri respectivamente. Portanto, indoxacarbe mostrou-se eficiente no controle de indivı́duos de todas as populações, inclusive as resistentes a piretróides. Palavras-chave: grãos armazenados, inseticidas neurotóxicos, insetospraga Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 111 1.80 Manejo alternativo de Tuta absoluta (Lepidoptera: Gelechiidae) com extrato aquoso de pimenta roxa Ingrid S. Kaiser (1); Lorena C. Machado (1); Luziani R. Bestete (2); Débora L. Fornazier (1); Dirceu Pratissoli (1) (1) Departamento de Produção Vegetal, Universidade Federal do Espı́rito Santo; (2) Departamento de Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco E-mail: ingrid [email protected] A traça-do-tomateiro, Tuta absoluta (Meyrick, 1917) (Lepidoptera: Gelechiidae), se destaca como uma importante praga para a tomaticultura. Essa se alimenta em todas as partes da planta (exceto as raı́zes) e em qualquer fase de desenvolvimento, provocando perdas consideráveis. Algumas plantas do gênero Capsicum apresentam ação inseticida contra diferentes insetos-pragas, podendo ser uma alternativa no manejo de T. absoluta. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a toxicidade do extrato aquoso de pimenta roxa (Capsicum chinense Jacq.) para lagartas de T. absoluta. Foram utilizados frutos maduros de pimenta-roxa, sendo estes secos em estufa a 40 ºC por 72h, e posteriormente moı́dos em moinho de facas. O extrato aquoso foi preparado a 10% (m/v), sendo diluı́do e utilizado nas concentrações de 0,5; 1,0; 2,5; 5,0; 7,5; e 10%. Como testemunha foi utilizada água destilada. Para avaliar o efeito tóxico, folı́olos de tomate foram pulverizados em torre de Potter com 6 mL de cada uma das concentrações, e logo após, lagartas de 2° instar de T. absoluta foram colocadas sobre estes. Os tratamentos foram conduzidos em DIC com 3 repetições contendo dez lagartas cada. O experimento foi mantido à 27 ± 1 ºC, UR de 70% e fotofase de 14 horas, e a avaliação de mortalidade realizada após 72 horas. Não foi verificada diferença estatı́stica entre os tratamentos, sendo observada mortalidade entre 10% a 25%. O extrato de pimenta roxa não apresenta efeito tóxico sobre lagartas de T. absoluta, ocasionando mortalidade similar à testemunha. Palavras-chave: Extrato vegetal, traça-do-tomateiro, planta inseticida. Apoio: CNPq, FAPES, FINEP Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 112 1.81 Suscetibilidade de clones hı́bridos de eucalipto a Thaumastocoris peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae) Marcele S. Ferreira (1); Leonardo R. Barbosa (2); Sebastião L. A. Júnior (1); Janaı́na F. Gonçalves (1); Marcelo L. de Laia (1) (1) Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri; (2) Laboratório de Entomologia Florestal, Embrapa Florestas E-mail: marcele [email protected] O percevejo bronzeado (Thaumastocoris peregrinus) é um inseto praga originário da Austrália, cuja presença no Brasil foi relatada, pela primeira vez, em 2008. O T. peregrinus se alastrou rapidamente pelos plantios de Eucalyptus, tornando-se uma séria ameaça ao gênero e levando à necessidade do desenvolvimento de métodos que reduzam a disseminação do inseto. A identificação de materiais suscetı́veis e resistentes ao ataque do percevejo é necessária a estudos que visam o controle do mesmo. Nesse contexto, objetivou-se identificar genótipos de eucalipto resistentes e suscetı́veis ao ataque do percevejo bronzeado. Dessa forma, 27 clones hı́bridos de Eucalyptus, fornecidos pela empresa GERDAU S.A. foram cultivados em sacos plásticos e mantidos no Centro Integrado de Propagação de Espécies Florestais, pertencente ao Departamento de Engenharia Florestal da UFVJM. Três mudas de cada um dos clones foram transferidas para uma casa de vegetação e distribuı́das aleatoriamente. Foram colocadas duas gaiolas em cada muda e 10 ninfas de ı́nstares iniciais por gaiola. As gaiolas foram confeccionadas em material plástico transparente fechado nas extremidades com uma espuma, com um furo na lateral recoberto com voil. O desenvolvimento das ninfas foi acompanhado até o aparecimento do indivı́duo adulto, fato que foi verificado em apenas dois clones. Em um dos clones o perı́odo ninfal durou 24 dias e no outro clone o perı́odo ninfal do inseto durou 28 dias. Nos demais clones não foram observadas ninfas em estágio avançado de desenvolvimento ou indivı́duos adultos. Foi constatada a suscetibilidade dos dois clones ao ataque do T. peregrinus, uma vez que o inseto foi capaz de completar seu ciclo de desenvolvimento nas mudas. É possı́vel que os demais clones possuam algum grau de resistência ao inseto. Palavras-chave: Percevejo bronzeado, interação patógeno-planta, ciclo biológico Apoio: Fapemig, Capes, CNPq, Gerdau S.A Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 113 1.82 Simulação de danos da broca dos ponteiros em diferentes estádios de crescimento da soja Edson R. Silveira (1); Kamila K. Kovali (1); Deiverson Agostini (1); Heloı́sa P. Machado (1); Rejane Fuhr (1) (1) Departamento de Ciências Agrárias, Universidade Tecnológica Federal do Paraná E-mail: [email protected] A soja está entre as culturas que mais se desenvolveram nas últimas décadas, e devido à grande importância econômica adquirida pela cultura, torna-se necessário um melhor estudo sobre o ataque de insetos que podem provocar redução na produtividade, por sua atuação direta na área fotossintética. Entre estes insetos está à broca-das-axilas ou broca-dos-ponteiros, Epinotia aporema, citada como praga secundária, devido seu ataque ser muito inconstante de ano para ano e seu controle ser recomendado quando houver de 25% a 30% dos ponteiros atacados. Visando obter mais informações sobre danos causados por estes insetos, realizou-se experimento em São Jorge D’oeste - Paraná, o delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com parcelas subdivididas com quatro repetições onde o fator 1 correspondeu ao dano 0%, 33%, 67% e 100% de retirada dos ponteiros e o fator 2 aos estádios de desenvolvimento vegetativo em V2, V4 e V6 sobre a cultivar de soja FTS Campo Mourão. Os parâmetros avaliados foram altura de inserção da primeira vagem, número de hastes laterais, número de vagens na haste central e em hastes laterais, produtividade em hastes laterais e em haste central, e produtividade total. Não houve interação entre época e danos sobre as avaliações. Os danos simulados do ataque de Epinotia aporema na soja pode até apresentar benefı́cios quanto à produtividade quando ocorre em estádio inicial de desenvolvimento (V2), porém não é significativo, já nos estádios seguintes não há nem prejuı́zo nem benefı́cios. Sendo assim, conclui-se que os danos simulados em diferentes graus e estádios não geraram perdas da produtividade da soja podendo inferir pela redução do numero de aplicações ou até ainda que não se faz necessária a aplicação de inseticidas para o controle dessa espécie, desencadeando economia ao agricultor e a redução dos tratamentos com agroquı́micos na cultura da soja. Palavras-chave: broca-das-axilas, avaliação de danos, manejo Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 114 1.83 Sintomatologia ocasionada por Thaumastocoris peregrinus em clones hı́bridos de Eucalyptus Marcele S. Ferreira (1); Viviane F. dos Anjos (1); Francisco S. Gomes (2); Janaı́na F. Gonçalves (1); Marcelo L. de Laia (1) (1) Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri; (2) Gerdau Florestal S/A, Três Marias, MG, Brasil E-mail: marcele [email protected] Thaumastocoris peregrinus, popularmente conhecido como percevejo bronzeado, é uma praga exótica originária da Austrália que ataca diversas espécies do gênero Eucalyptus. Até o momento, estudos foram feitos a fim de se obter informações quanto à biologia da praga e quanto aos sintomas que causa nos indivı́duos atacados em condições de campo. Tais informações são relevantes na definição de estratégias de controle e monitoramento do inseto. À vista disso, objetivou-se analisar os sintomas ocasionados por T. peregrinus em cinco clones hı́bridos de Eucalyptus. Os clones foram fornecidos pela empresa GERDAU S.A., cultivados em sacos plásticos e mantidos no Centro Integrado de Propagação de Espécies Florestais do Departamento de Engenharia Florestal da UFVJM. Cada um dos clones, escolhidos por meio de observações quanto à suscetibilidade ao ataque do percevejo, teve de seis a 12 mudas transferidas para uma sala artificialmente climatizada (23ºC±2; 70%±10 UR; 12hL/12hE). Os insetos foram coletados de árvores de Eucalyptus infestadas, localizadas nos arredores do Campus JK da UFVJM, e transferidos para as mudas. Poucas horas após a transferência, foi possı́vel observar o prateamento foliar em um dos clones. Por volta de 15 dias, foi possı́vel a visualização de sintomas mais avançados, como o bronzeamento das folhas. Após esse perı́odo, todos os clones apresentaram sintomas tı́picos do ataque do percevejo. Por fim, constatou-se que a sintomatologia ocasionada por T. peregrinus em condições controladas é semelhante ao já relatado em estudos prévios, variando quanto à intensidade conforme a suscetibilidade do material genético. Palavras-chave: Eucalipto, percevejo bronzeado, interação patógenohospedeiro Apoio: Fapemig, Capes, CNPq, Gerdau S.A Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 115 1.84 Sementes como fonte de compostos quı́micos com potencial para o controle do besouro Tribolium castaneum Arianne Fabres (1); Janaina S. Macedo (1); Gustavo L. Rezende (1); Antônia E. A. Oliveira (1) (1) Laboratório de Quı́mica e Função de Proteı́nas e Peptı́deos, Centro de Biociências e Biotecnologia, Universidade Estadual do Norte Fluminense E-mail: [email protected] Tribolium castaneum é um inseto praga de grãos estocados que causa grandes perdas econômicas. O controle deste inseto é realizado através da utilização de inseticidas o que tem provocado o aparecimento de diversas populações resistentes, além de problemas de saúde e meio ambiente. Estes problemas estimulam o estudo de métodos alternativos para o controle deste inseto. O objetivo desse trabalho é investigar o desenvolvimento larval de T. castaneum em diferentes dietas compostas por farinhas obtidas de cotilédones de Glycine max, Vigna unguiculata, Phaseolus vulgaris e dois cultivares de trigo. Para cada tratamento foram realizados 3 experimentos independentes, sendo que cada um continha 200 larvas. Nossos resultados demonstram que diferentes dietas interferem diferentemente no desenvolvimento do inseto. Observamos uma redução no tamanho larval de mais de 60% em larvas 17 dias após a eclosão (DAE) alimentadas com G. max e V. unguiculata quando comparado com larvas alimentadas com trigo. Um atraso na formação de pupas também foi observado. A mortalidade das larvas alimentadas com as diferentes farinhas não apresentou diferença significativa, exceto para larvas alimentadas com 100% de P. vulgaris que tiveram mortalidade de 100%. Observamos variação na quantidade de açúcar total e triglicerı́deos em larvas alimentadas com as diferentes dietas, enquanto a concentração de proteı́na permaneceu constante. Houve um aumento na atividade de a-amilase em larvas 15 DAE alimentadas com V. unguiculata. Larvas alimentadas com G. max apresentaram redução na atividade de proteases cisteı́nicas em todo o desenvolvimento larval e redução na atividade de proteases serı́nicas 9, 11 e 13 DAE. As proteı́nas de farinhas de G. max, V. unguiculata e P. vulgaris foram capazes de reduzir a atividade de proteases cisteı́nicas do conteúdo intestinal de larvas provavelmente pela presença de inibidores na farinha. O entendimento das necessidades nutricionais assim como a fisiologia deste inseto quando submetido a diferentes dietas pode fornecer ferramentas para novos métodos de seu controle. Palavras-chave: Tribolium castaneum, trigo, leguminosas Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 116 1.85 Nı́vel de dano econômico para insetos desfolhadores em feijão-caupi Jaqueline Z. de Moura (1); Sinevaldo G. de Moura (2); Luis E. de M. Pádua (3); Paulo R. R. e Silva (3); Shara G. D. Noleto (1) (1) Departamento de Engenharias/CPCE, Universidade Federal do Piauı́; (2) Departamento de Zootecnia/CPCE, Universidade Federal do Piauı́; (3) Departamento de Fitotecnia/CCA, Universidade Federal do Piauı́ E-mail: [email protected] O feijão-caupi Vigna unguiculata (L.) Walp. é atacado por diversos insetos que se destacam pelo número de espécies e pelos prejuı́zos que causam. A compreensão da relação entre a infestação de pragas e o rendimento da cultura é uma condição para embasar o programa de manejo integrado. Pesquisas de desfolha artificial são favoráveis para simular danos às plantas, como os ocasionados por insetos desfolhadores. Trabalhos de pesquisa de desfolhamento artificial em feijão-caupi ainda são insuficientes, por isso, o presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de se determinar o nı́vel de dano econômico para insetos desfolhadores em feijão-caupi, na cultivar BR 17-Gurguéia. Os experimentos foram conduzidos no campo agrı́cola do Departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Piauı́. As desfolhas foram de 0; 25; 50; 75 e 100%, realizadas aos 25 e 40 dias após a semeadura. Avaliando-se a produtividade de grãos em função da desfolha, pela análise de regressão, conclui-se que: o nı́vel de controle para insetos desfolhadores na fase vegetativa é de 60% de desfolha, enquanto que na fase reprodutiva o desfolhamento pode chegar apenas a 47%. Palavras-chave: Vigna unguiculata, nı́vel de desfolha, entomologia econômica Apoio: Capes/CNPQ Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 117 1.86 Potencial de predação de percevejos predadores à Diaphania hyalinata Obiratanea S. Queiroz (1); Rodrigo S. Ramos (2); Thadeu C. de Souza (1); Thiago Moreira (1); Marcelo C. Picanço (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: obiratania [email protected] Diaphania hyalinata é uma importante praga das cucurbitáceas. Alguns fatores podem auxiliar no controle da população desta praga, como a ocorrência de inimigos naturais que ajudam a controlar as populações de pragas mediante o consumo de ovos e larvas. Os percevejos da famı́lia Antochoridae possuem potencial para predação à D. hyalinata, porém são pouco estudados. Assim neste trabalho objetivou-se avaliar o potencial de predação de percevejos predadores à D. hyalinata. O trabalho foi realizado no Laboratório de Manejo Integrado de Pragas/UFV. Foram utilizadas três espécies de percevejos predadores sendo Blaptostethus pallencens, Amphireus constrictus e Orius tristicolor. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com três tratamentos mais a testemunha com 25 repetições. Cada repetição foi composta de uma placa de Petri contendo 10 lagartas de 1° instar de D. hyalinata e um percevejo. Já as testemunhas das parcelas foram constituı́das somente com as lagartas. Para a alimentação das lagartas foram usadas folhas de chuchu. Após 24 horas foi avaliado o número de insetos consumidos para cada espécie de percevejo. Os dados foram submetidos a ANOVA e ao teste Duncan a 5% de probabilidade. Não houve diferença significativa entre os percevejos B. pallencens e A. constrictus quanto ao consumo de presas, com média de consumo de três lagartas. Porém o O. tristicolor teve um consumo menor, cerca de uma lagarta. Isso provavelmente ocorreu devido ao tamanho dos insetos. As espécies B. pallencens e A. constrictus por serem de maior tamanho conseguem consumir maior número de presas. Já o O. tristicolor por ser entre as três a espécie de menor tamanho consome uma menor quantidade de presas. Portanto o B pallencens e A. constrictus apresentam maior potencial de predação de lagartas da broca das cucurbitáceas. Palavras-chave: inimigos naturais, predação, broca das cucurbitáceas Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 118 1.87 Diferentes fontes de alimentação na criação do percevejo marrom em laboratório Rejane Fuhr (1); Edson R. Silveira (1); Kamila K. Kovali (1); Heloı́sa P. Machado (1); Jorge Jamhour (1) (1) Departamento de Agronomia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná E-mail: rejane [email protected] O percevejo marrom Euchistos heros (Fabricius) é considerado uma praga de grande importância para a cultura da soja, pois ele se alimenta diretamente do grão comprometendo o rendimento, causando também retenção foliar (soja louca) e transmissão de doenças. Sua abundância é em regiões mais quentes do Brasil, ocorrendo em alguns casos na região extremo Sul. Várias espécies de inimigos naturais são encontradas em lavouras, reduzindo assim a população de percevejos. Neste trabalho teve-se por objetivo avaliar as diferentes fontes de alimentação para o percevejo marrom, visando à criação do parasitoide Trissolcus basalis (Wollaston). Para execução do experimento foram usadas as fontes de alimento: vagens de feijão, amendoim, grãos de soja, frutos do ligustro Ligustrum lucidum W. T. Aiton e o consórcio dentre elas. Os percevejos, em número de dez casais, foram colocados separadamente em gaiolas de criação sob luminosidade controlada, e com os diferentes tratamentos de fonte de alimento. A avaliação foi conduzida diariamente, observando a mortalidade e a postura de ovos em cada gaiola. Após quatro semanas de acompanhamento constatamos que todos os percevejos da gaiola contendo somente amendoim ou grãos de soja morreram e não tiveram nenhuma postura de ovos. Entretanto as demais gaiolas obtiveram um pequeno número de postura e baixa mortalidade. Concluiu-se que a alimentação mais adequada para criação do percevejo marrom em laboratório pode ser com vagens de feijão, o ligustro e o consórcio de vagens de feijão, amendoim, grãos de soja, ligustro, obtendo um número de postura relativo e uma pequena mortalidade. Palavras-chave: inseto praga, criação em laboratório, ligustro Apoio: UTFPR- Universidade Tecnológica Federal do Paraná Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 119 1.88 Morfometria de trofócitos e aspectos reprodutivos de Acanthoscelides obtectus mantidos em duas cultivares de feijão Marilza S. Costa (1); Milaine F. Santos (1); Luı́s V. Jumbo (1); Eugenio E. Oliveira (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa (UFV) E-mail: [email protected] As respostas fisiológicas e reprodutivas de Acanthoscelides obtectus (Say) em relação aos diferentes tipos de feijão em regiões neotropicais não tem recebido a devida atenção, apesar do impacto que estas informações podem ter na adoção de estratégias de controle desta praga. Desta forma, neste estudo foram avaliadas caracterı́sticas reprodutivas (oviposição) e padrões citomorfológicos de células trofocı́ticas de A. obtectus mantidos em grãos de feijão da variedade “vermelho” e da variedade “rainha”. Padrões citomorfológicos de células trofocı́ticas são utilizados como indicativos da quantidade de substâncias energéticas (e. g., lipı́deos, carboidratos) armazenadas no corpo gorduroso dos insetos. Cinco casais adultos de A. obtectus (com idade de até três dias) e provenientes de cada variedade de feijão foram submetidos a cortes histológicos e a técnicas de coloração (HE e PAS) e 10 células adiposas de cada indivı́duo tiveram suas áreas calculadas (em µm2). Experimentos de oviposição foram realizados utilizando 10 casais adultos (com menos de 8h de idade) em 100 g de grãos para cada variedade de feijão. Três repetições foram utilizados neste experimento e uma contagem do número total de ovos foi feita após três dias de colonização. Análises morfométricas de corpos gordurosos de machos e fêmeas de A. obtectus demonstraram que fêmeas provenientes de grãos de feijão da variedade “rainha” apresentavam menores áreas de células trofocı́ticas (P<0.05, t-test). Por sua vez, colonização de massas de grãos-de-feijão da variedade “rainha” resultou numa maior quantidade de ovos depositados (P<0.05, t-test), indicando que boa parte das reservas armazenadas no corpo gordurosos foi utilizada para suprir demandas fisiológicas da reprodução. A possı́vel influência do hospedeiro (variedade de feijão) em outros processos fisiológicos (tolerância térmica, proteção contra xenobióticos e patógenos) será investigada em estudos futuros. Palavras-chave: bruquı́neo, corpo gorduroso, reservas energéticas Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 120 1.89 Neonicotinoide afeta parâmetros biológicos de Podisus nigrispinus (Heteroptera: Pentatomidae) Lorene C. Reis (1); Lucas F. Rocha (1); Júlio César M. Poderoso (1); Rafael C. Ribeiro (2); José C. Zanuncio (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] A seletividade é um dos principais requisitos nos programas de manejo integrado de pragas (MIP). O inseticida deve ser eficaz contra insetos-praga, mas relativamente seguro para inimigos naturais. Podisus nigrispinus (Heteroptera: Pentatomidae) é um percevejo predador comumente encontrado no Brasil como um agente de controle biológico de lagartas desfolhadoras. Os neonicotinóides afetam os receptores de acetilcolina em insetos levando à paralisia e a falha do sistema nervoso central. O objetivo foi avaliar o impacto do neonicotinoı́de (Thiametoxam 250 WG) sobre parâmetros biológicos do predador P. nigrispinus. Ninfas de terceiro instar foram colocadas em placas contendo discos de papel filtro com 1mL das concentrações do inseticida nas concentrações 500ppm; 50ppm; 5ppm; 0,5ppm; 0,05ppm e Controle (água). Os parâmetros avaliados foram sobrevivência, duração ninfal, longevidade e peso de machos e fêmeas. A sobrevivência de ninfas de quarto e quinto instar foram semelhantes entre tratamentos. A duração do quarto e quinto instar foi menor para os percevejos submetidos a maior concentração. A longevidade de adultos de P. nigrispinus tratados com as concentrações de 500 e 50ppm foi menor, comparadas com o controle. A maior concentração do inseticida afetou a longevidade e o peso das fêmeas do predador. Fêmeas apresentaram maior longevidade que os machos de P. Nigrispinus expostas ao inseticida. Podisus nigrispinusexpostos ao Thiametoxam tem os parâmetros biológicos afetados negativamente. Palavras-chave: seletividade, percevejo predador, Asopinae Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 121 1.90 Impacto do Metarhizium anisopliae sobre parâmetros biológicos de Palmistichus elaeisis (Hymenoptera: Eulophidae) Lucas F. Rocha (1); Lorene C. Reis (1); Júlio César M. Poderoso (1); Francisco Andres R. Dimate (1); José C. Zanuncio (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] O sucesso de programas de controle biológico com parasitoides depende de pesquisas sobre o impacto de entomopatógenos em insetos não alvo por isso, observamos o impacto do fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae sobre o desenvolvimento da prole do parasitoide Palmistichus elaeisis. Sessenta tubos de vidro, cada um com seis fêmeas recém-emergidas de P. elaeisis e uma pupa de Tenebrio molitor com, até, 72 horas de idade mergulhadas soluções (106 , 107 e 108 conı́dios viáveis mL−1 ) e a testemunha (água + Tweenr 80 a 0,01%). Fêmeas acasaladas foram colocadas nos tubos com os diferentes tratamentos. O delineamento foi inteiramente casualizado, com 24 repetições, sendo cada tubo de vidro uma repetição. O ciclo de vida (ovo-adulto) de P. elaeisis não foi afetado pelas diferentes concentrações do fungo M. anisopliae, no entanto a razão sexual foi afetada na concentração de 108 . O número de indivı́duos de P. elaeisis emergidos de pupas tratadas com o fungo M. anisopliae foi menor comparado ao controle. O menor número de indivı́duos foi observado em pupas submetidas na concentração de 108 (59,0±9,7) enquanto o controle apresentou 88,79 ± 5,04 indivı́duos. O parasitismo assim como a emergência de parasitoides foi afetado em pupas tratadas com M. anisopliae. O parasitismo e emergência de parasitoides foi significativamente menor em pupas expostas a concentração 108 (33,3%) enquanto que no controle foi obtido 100% de parasitismo e emergência. Palavras-chave: Entomopatógeno, parasitoide, Eulophidae Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 122 1.91 Efeito de extratos vegetais na longevidade de saúva limão adicionados em dieta artificial Randy Marcolino (1); Marcelo D. de Souza (1); Nilton J. Sousa (1); Otávio Peres Filho (2); Valdiclei C. Jorge (2) (1) Departamento Ciências Florestais, Universidade Federal do Paraná; (2) Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Mato Grosso E-mail: [email protected] As relações tróficas entre as formigas cortadeiras são complexas e a herbivoria que exercem sobre as espécies vegetais, dificultam estudos sobre o desenvolvimento e longevidade desses insetos, uma vez que essas formigas podem se alimentar de diversos tipos de plantas e os vegetais influenciam diretamente na longevidade. Nesse contexto, o estudo teve como objetivo analisar os efeitos de diferentes extratos vegetais adicionados em dietas artificiais e fornecidas a operárias de Atta sexdens rubropilosa. O experimento foi realizado no laboratório de Proteção Florestal, da UFMT, onde foram coletados operárias de A. sexdens rubropilosa e colocas em placas de Petri, dez formigas/placa, sendo mantidas em sala climatizada na temperatura de 24 ± 1o C. Para cada tratamento foram utilizadas seis placas forradas com papel filtro, sendo mantidas com dietas artificiais + água. As dietas foram preparadas com a adição dos extratos na formulação 50 g de glicose, 10 g de peptona bacteriológica, 1 g de extrato de levedura e 15 g de ágar para 1000 ml de água destilada. Foram montados cinco tratamentos, duas dietas contendo extratos de Cedrela fissilis e Physocalymma scaberrimum (aricá) e três controles. Os controles consistiram em: fornecimento dietas sem extrato + água; fornecimento de apenas água; sem fornecimento de dieta e água. Diariamente foi observada a quantidade de formigas mortas nas placas e renovadas as dietas. As formigas mantidas com ausência de dieta e água sobrevivem por no máximo 8 dias (M100 ) e em apenas cinco dias metade das formigas já estavam mortas (M50 ). Quando foi fornecido apenas água não houve aumento significativo na longevidade. Na situação controle dieta + água, teve menor mortalidade, sendo significativamente igual aos dias de sobrevivência das dietas com extrato de cedro. A dieta contendo extrato de aricá apresentou maior mortalidade significativa, em que ao decorrer de sete dias metade dos indivı́duos morreram e com 12 dias houve mortalidade total. Palavras-chave: Atta sexdens, sobrevivência, metabólitos secundários Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 123 1.92 Criação de Thaumastocoris peregrinus em clones hı́bridos de eucalipto em laboratório Marcele S. Ferreira (1); Inaê M. A. Silva (1); Reynaldo C. Santana (1); Janaı́na F. Gonçalves (1); Marcelo L. de Laia (1) (1) Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri E-mail: marcele [email protected] O gênero Eucalyptus engloba centenas de espécies conhecidas e possui grande área plantada no Brasil, fato que leva à uma preocupação quanto a ocorrência de pragas e doenças. O T. peregrinus, já detectado no paı́s, é uma ameaça crescente aos plantios do gênero. O estabelecimento efetivo de sistemas de criação do inseto propicia a realização de estudos ao longo de todo o ano. Dada essa importância, objetivou-se a criação do percevejo bronzeado em clones de eucalipto, em laboratório. Os clones foram fornecidos pela empresa GERDAU S.A. e cultivados no viveiro da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Após uma análise inicial, cinco clones suscetı́veis ao ataque do inseto foram selecionados. Realizaram-se dois procedimentos: a) dois percevejos adultos foram mantidos em tubos de material plástico transparente contendo um disco foliar dos clones suscetı́veis, estes foram vedados com espuma para aeração; b) em béqueres de 250 ml, contendo uma lâmina de água, um disco de espuma e duas folhas de um dos cinco clones pré-selecionados foram mantidos de 4 a 5 indivı́duos adultos, os recipientes foram vedados com voil. Os procedimentos foram conduzidos em BOD, com temperatura controlada (25o C) e fotoperı́odo de 12hL/12hE. Foram observados sintomas devido à alimentação dos insetos em ambos os procedimentos, tendo ocorrido alta mortalidade dos indivı́duos. Não houve a ocorrência de posturas no primeiro procedimento. No segundo método foram observadas poucas posturas, as ninfas eclodiram após seis dias. Não foi possı́vel a manutenção das ninfas recém-eclodidas em laboratório até o momento da emergência do indivı́duo adulto. Nenhum dos dois métodos testados se mostrou eficiente no estabelecimento da criação de T. peregrinus em laboratório. Palavras-chave: Ciclo de vida, percevejo, sintomas Apoio: Fapemig, Capes, CNPq, Gerdau S.A Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 124 1.93 Ocorrência de predadores em lagarta desfolhadora Nystalea nyseus Iris C. Magistrali (1); Ervandil C. Costa (2); Leopoldo B. Lemes (2); Leonardo M. Machado (2) (1) Instituto de Florestas, Departamento de Ciências Ambientais. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; (2) Departamento de Defesa Fitossanitária. Centro de Ciências Rurais. Universidade Federal de Santa Maria E-mail: [email protected] Nos últimos anos tem crescido o interesse sobre a utilização percevejos da famı́lia Pentatomidae como agentes de controle biológico de insetospragas. Dessa forma, a correta identificação das espécies que podem ser utilizadas é de extrema importância. Portanto, o objetivo deste trabalho foi identificar a ocorrência de percevejos predadores de lagartas de Nystalea nyseus em plantios de eucaliptos. Durante os meses de abril e maio de 2011, foram realizados levantamentos em um plantio de Eucalyptus saligna, com 77 hectares, no municı́pio de São Sepé, Rio Grande do Sul (30o 1 2’ 97” S e 53o 35’ 63” W), a fim de verificar a ocorrência de percevejos em atividade de predação sobre lagartas de N. nyseus. Os percevejos coletados foram identificados pela Dr.a Jocelia Grazia da UFRGS. Visando confirmar a real condição de predador os percevejos foram individualizados em potes de plásticos (20x10cm), forrados com papel filtro, sendo oferecidas lagartas de N. nyseus para cada espécie de predador. Os indivı́duos permaneceram em sala de criação durante cinco dias. As observações realizadas a campo e, posteriormente, em laboratório confirmaram o ataque e consumo de lagartas de Nystalea nyseus por representantes da sub-famı́lia Asopinae, das seguintes espécies predadoras: Podisus nigrispinus (Dallas, 1851), Brontocoris tabidus (Signoret, 1863) e Alcaeorrhynchus grandis (Dallas, 1851). Até o momento, não há registro no Brasil das espécies B. tabidus e A. grandis em associação com lagartas de Nystalea nyseus, sendo, portanto, a primeira constatação dessa natureza. A espécie P. nigrispinus têm seu primeiro registro em lagartas de N. nyseus para o Estado do Rio Grande do Sul. A presença dos predadores relatados no presente trabalho é uma alternativa no Manejo Integrado de Pragas e revela o potencial de uso desses inimigos naturais em surtos de Nystalea nyseus. Palavras-chave: inimigo natural, entomologia florestal, percevejo Apoio: CAPES, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 125 1.94 Levantamento preliminar de besouros coprófagos em mata nativa na região de Pato Branco – PR Jorge Jamhour (1); Heloı́sa P. Machado (1); Edson R. Silveira (1); Rejane Fuhr (1); Kamila Kovali (1) (1) Departamento de Agronomia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná E-mail: [email protected] Os besouros coprófagos são importantes componentes da macrofauna de solo, onde, no sistema de integração lavoura-pecuária, atuam na incorporação e decomposição da matéria orgânica e auxiliam no controle biológico de insetos prejudiciais como larvas de moscas hematófagas e parasitas gastrointestinais que afetam os animais. O levantamento do número de espécies do besouro rola-bosta em mata nativa é fundamental para se definir o grau de degradação dos sistemas agro-pastoris. Neste trabalho teve-se como objetivo realizar um levantamento preliminar do número de espécies de besouros coprófagos em mata nativa na região de Pato Branco/PR, para, em outros trabalhos, poder efetuar a devida comparação entre os ambientes de pastagem e mata nativa. Este trabalho foi executado usando quatro armadilhas de solo em um perı́odo de 32 dias entre os meses de abril e maio, em uma área de mata nativa, no perı́odo de entressafra de lavoura e pastagem, visando verificar a presença e atividade dos insetos rola-bosta, em relação ao número de espécies, em uma área de mata marginal às áreas onde está consolidado o sistema de integração lavoura-pecuária. Os exemplares coletados nas armadilhas foram, após uma limpeza inicial, depositados em frascos devidamente identificados segundo data e posição da armadilha no transecto. Os insetos foram então triados, montados e secos, em seguida receberam uma etiqueta de coleta e uma segunda etiqueta, com o número do exemplar, foi adicionada em sequência, conforme data e armadilha em que foi coletado. Posteriormente esses insetos foram enviados para um especialista para a correta identificação das espécies. Foram constatados a presença de 16 diferentes espécies de besouros rola-bosta e um ı́ndice de diversidade Alfa= 2.3283. Palavras-chaves: macrofauna, rola-bosta, coprofagia Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 126 1.95 Atividade ovicida de Piper aduncum sobre Plutella xylostella (Lepidoptera: Plutellidae) Weverson J. Lima (1); Jamile F. S. Cossolin (2); Mônica J. B. Pereira (1) (1) Departamento de Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso; (2) Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Estrutural, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] Dentre os insetos-pragas que atacam a cultura das brássicas (crucı́feras), a lagarta Plutella xylostella conhecida como traça-das-crucı́feras é a principal praga que causa grandes danos a cultura. Diante desta problemática, a presente pesquisa teve por objetivo avaliar a bioatividade do extrato de Piper aduncum (Piperaceae) sobre ovos de Plutella xylostella.O bioensaio foi conduzido no Laboratório de Entomologia, na Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), campus de Tangará da Serra – MT. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com seis tratamentos e cinco repetições, com 60 ovos/repetição. As concentrações testadas foram de 0,5; 1,0; 2,0; 4,0 e 8,0%, como controle utilizou-se acetona. Para montagem do bioensaio, foram utilizadas folhas de couve Brassica oleracea var. acephala, e os ovos provenientes da criação em laboratório. As folhas foram imersas nas concentrações de cada tratamento e secas ao ar por aproximadamente 1 hora. Em seguida as folhas tratadas foram colocadas em potes plásticos de 500 ml contendo papel filtro, cobertos com tecido fino do tipo voil. Após 48 horas, foram avaliados o número de lagartas vivas nos tratamentos e a viabilidade dos ovos. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. O extrato de P. aduncum apresentou atividade ovicida sobre P. xylostella, pois, todos os tratamentos diferiram estatisticamente do controle. Nas concentrações de 4,0 e 8,0% a inviabilidade foi de 100% dos ovos após 48h. Nas demais concentrações a inviabilidade diminui de acordo com a concentração testada, sendo, 2,0% (93,0), 1,0% (53,3) e 0,5% (47,0). Os resultados mostram que o extrato de P. aduncum apresenta atividade ovicida. Desta forma, é necessário o desenvolvimento de novas pesquisas, visando o isolamento e identificação dos compostos ativos presentes no extrato de P. aduncum. Palavras-chave: traça-das-crucı́feras, brássicas, extratos vegetais Apoio: PROBIC Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 127 1.96 Registro Oncideres ulcerosa (Insecta: Cerambycidae) em Maclura tinctoria (Moraceae) Gláucia Cordeiro (1); Isaac R. Jorge (2); Paulo S. F. Ferreira (1); Norivaldo dos Anjos (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] Os serradores são considerados pragas por causarem danos econômicos ao utilizarem plantas de interesse agrı́cola, florestal ou ornamental. Oncideres ulcerosa possui distribuição do Espı́rito Santo ao Rio Grande do Sul e já foi registrado em diversos hospedeiros. Entretanto, não existe registro deste serrador em Maclura tinctoria (Tajuba). Em relação aos insetos daninhos a essa essência florestal citam-se espécies de Heteroptera e Diptera, sendo O. dejeanii o único representante da ordem Coleoptera. Este trabalho teve como objetivo ampliar a lista de hospedeiros utilizados por O. ulcerosa. Em maio/2012 foi observada a presença de O. ulcerosa em Tajuba, numa área de regeneração natural, Cajuri-MG. Foram coletados galhos roletados e procederam-se estudos morfométricos. Estes galhos foram armazenados em baldes, molhados periodicamente e mantidos em condições controladas (21,8±1,1o C; 73±2,7% UR e 12 horas de fotofase) até a emergência dos adultos. Foram coletados 38 galhos. O diâmetro e comprimento médio dos galhos roletados foi de 1,51±0,03cm (1,18-1,88cm) e 1,38±0,05m (0,712,15m), respectivamente. Nos galhos observamos a presença de anelamentos, sendo na forma de anel ou espiral, localizados próximo ao roletamento e/ou das alimentações. Esta injúria é comum nos hospedeiros de O. ulcerosa. Emergiram 24 besouros (11 machos e 13 fêmeas) entre outubro/2012 e março/2013, sendo dezembro o mês de maior emergência (n=8). Este é o primeiro relato da ocorrência de O. ulcerosa danificando árvores de Tajuba no Brasil. Palavras-chave: tajuba, serrador, injúrias Apoio: CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 128 1.97 Óleo de mamona da variedade Paraguaçú no controle de Myzus persicae Amanda C. Túler (1); Vando M. Rondelli (2); Hı́gor S. Rodrigues (1); Wilker P. Lima (1); Dirceu Pratissoli (1) (1) Departamento de Produção Vegetal, Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espı́rito Santo; (2) Departamento de Agronomia/Entomologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco E-mail: [email protected] O pulgão-verde, Myzus persicae (Hemiptera: Aphididae), é um inseto fitófago sugador de seiva, de polifagia pronunciada e ocasiona injúrias em diversas culturas de importância econômica. Entre as medidas de controle mais utilizadas, destaca-se o método quı́mico com produtos sintético, o que torna necessária a busca por métodos de controle que visam boas práticas agrı́colas para manter a sustentabilidade em sistemas de cultivo. O uso de extratos vegetais com potencial inseticida tem sido uma alternativa. Assim, o objetivo foi avaliar a atividade inseticida do óleo de mamona da variedade Paraguaçú sobre M. persicae. Para isso, sementes de mamona da variedade Paraguaçú foram submetidas à extração do óleo, por prensagem a frio e filtragem com filtro de tela fina. O óleo foi preparado na concentração de 5% (m/v), diluı́do em água destilada e solubilizado em acetona a 2% mais Tweenr 80 a 0,01%. Na testemunha foi usada acetona a 2% mais Tweenr 80 a 0,01% em água destilada. Ambos os lados dos discos foliares de couve-manteiga, Brassica oleracea variedade acephala, de 4,5 cm de diâmetro, contendo 10 ninfas de 24-48h, foram pulverizados com cada um dos tratamentos em placas de Petri (repetições) com o auxı́lio de uma torre de Potter com pressão de 15 lb pol−2 . Os discos foliares pulverizados foram trocados no segundo dia da avaliação e novamente quando necessário. A avaliação foi feita até o quinto dia. Empregou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado com 10 repetições contendo 10 ninfas em cada repetição. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste F, a 5% de probabilidade. Foi verificada diferença estatı́stica entre os valores de mortalidade de M. persicae nos tratamentos com óleo de mamona e na testemunha. O óleo de mamona causou mortalidade de M. persicae em 98,9%, sendo que na testemunha foi observada mortalidade de 6,9%. Com isso, o óleo de mamona da variedade Paraguaçu na concentração de 5% apresenta atividade inseticida sobre ninfas de M. persicae. Palavras-chave: Pulgão-verde, Ricinus communis, controle alternativo Apoio: CNPq, CAPES, FINEP, FAPES, NUDEMAFI Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 129 1.98 Composição bioquı́mica de ovos de Callosobruchus maculatus (Coleoptera: Chrysomelidae) sobre sementes hospedeiras e não hospedeiras Kayan E. V. Baptista (1); Leonardo F. R. de Sá (1); Arianne Fabres (1); Antonia E. A. Oliveira (1) (1) Laboratório de Quı́mica e Função de Proteı́nas e Peptı́deos, Centro de Biociências e Biotecnologia, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro E-mail: [email protected] A penetração do tegumento das sementes por bruquı́deos pode representar um estresse e muitas vezes esse tecido pode agir como uma barreira tóxica devido a presença de compostos quı́micos tóxicos. Este trabalho tem como objetivo avaliar a composição bioquı́mica e a degradação de reservas em ovos de Callosobruchus maculatus, durante o processo embrionário. Sementes hospedeiras Vigna unguiculata e não-hospedeiras Canavalia ensiformes foram infestadas com fêmeas por um perı́odo de 4 horas à 28o C. A cada intervalo de 24 horas ovos postos sobre os tegumentos foram retirados e submetidos a analises. O desenvolvimento embrionário foi avaliado através de coloração com DAPI. O perfil proteico dos ovos foi visualizado através de eletroforese em gel de poliacrilamida 10%. Dosagens de triglicerı́deos foram realizadas em ovos até 96 h após a oviposição. Nossos resultados mostraram que o desenvolvimento embrionário sobre o tegumento de V. unguiculata ocorreu de maneira similar a previamente descrita pelo nosso grupo. O perfil protéico dos ovos mostrou a presença de duas bandas majoritárias próximas a 160 e 40 KDa em ovos de 24, 48 e 72 h. Essas bandas aparentemente diminuı́ram de intensidade em 96 h onde novas bandas de massas moleculares inferiores foram visualizadas. As dosagens de triglicerı́deos revelaram uma concentração maior nos ovo de 24 h, diminuindo no tempo posterior. Esses resultados indicam uma possı́vel mobilização de proteı́nas e gorduras durante a embriogênese desse inseto. O conhecimento dos eventos bioquı́micos durante o desenvolvimento embrionário pode fornecer novas ferramentas para a descoberta de alvos que possibilitem o bloqueio do desenvolvimento embrionário e conseqüentemente a entrada das larvas na semente. Palavras-chave: Callosobruchus maculatus, tegumento de sementes, embriogênese Apoio: FAPERJ, CNPq, UENF Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 130 1.99 Mudanças no comportamento de oviposição de Diatraea saccharalis em duas variedades de cana-de-açúcar André F. Teixeira (1); Katherine G. Pérez (1); Anderson L. Oliveira (1); Eliseu J. G. Pereira (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] Os padrões de comportamento reprodutivo e de oviposição dos insetos fitófagos podem variar dependendo das caracterı́sticas fı́sicas e quı́micas das plantas e das condições ambientais. Tais mudanças ajudam na identificação de genótipos suscetı́veis ou resistentes como tática de manejo das populações de insetos em campo. Em arroz, hospedeiro alternativo da broca-da-cana Diatraea saccharalis(Lepidoptera: Crambidae), tem se observado mudanças no comportamento de oviposição das fêmeas em diferentes cultivares. Esperase que no hospedeiro principal, a cana-de-açúcar, variedades com diferentes nı́veis de resistência gerem mudanças no comportamento dos adultos. O objetivo foi observar se ocorrem mudanças na emergência e na oviposição da broca da cana em duas variedades de cana, uma suscetı́vel (RB1115) e outra resistente (RB5486). Para tal, em casa de vegetação, três casais em estádio de pupa foram colocados em gaiolas plásticas, cada uma contendo uma planta de cana com cinco folhas expandidas. Ao todo, foram usadas 15 plantas por variedade, sendo o delineamento experimental inteiramente casualisado. Os parâmetros avaliados foram a distância das posturas a partir do ponto de inserção das folhas, a folha e a face preferencial para oviposição. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste t (p<0,05). A distância das posturas em relação à bainha variou entre folhas; as fêmeas ovipositaram preferencialmente nas folhas do terço superior (F4 = 6.58; p< 0,0001) e principalmente naquelas mais novas (F4 = 4.20; p= 0,026) em ambas as variedades. Nas plantas suscetı́veis, a preferência de oviposição foi pela face adaxial e nas plantas resistentes pela face abaxial (F1 = 12.66; p= 0,0008). Conclui-se que o terço superior das folhas mais novas são os locais preferidos de oviposição independentemente da variedade e que na face da folha parece haver algum fator que afeta o comportamento de oviposição das fêmeas. Palavras-chave: resistência varietal, broca-da-cana, preferência de oviposição, Saccharumspp. Apoio: CAPES, DuPont Young Professor Grant, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 131 1.100 Ação indireta da interação entre óleo de mamona e óleo de pinhão manso no controle do pulgão-das-brássicas Vanessa V. S. Frohelich (1); Anderson M. Holtz (1); Thais Coffler (1); Vando M. Rondelli (2); Dirceu Pratissoli (2) (1) Instituto Federal do Espı́rito Santo – Campus Itapina; (2) Departamento de Produção Vegetal, Universidade Federal do Espı́rito Santo E-mail: [email protected] O pulgão-da-couve, Myzus persicae, é praga chave da cultura da couve causando grandes prejuı́zos devido à sucção contı́nua de seiva e introdução de toxinas no sistema vascular das plantas, além da transmissão de viroses e engruvinhamento das folhas em que se alojam, prejudicando o desenvolvimento da planta. Dentre os métodos utilizados para controle desta praga, o quı́mico é o mais usual. Com o objetivo de reduzir e/ou substituir os agrotóxicos sintéticos por produtos ecologicamente corretos, esse projeto visou estudar a potencialidade e eficácia do uso indireto da interação dos óleos extraı́dos das espécies Ricinus communis (mamona) e Jatropha curcas (pinhão manso) quanto à sua atividade inseticida sobre o pulgão. Foram utilizados discos de folhas de couve (4cm de diâmetro) contendo 10 pulgões. Estes discos foram imersos durante 5 segundos na solução. A concentração utilizada em cada tratamento foi de 3% e foram realizadas 10 repetições por tratamento. As relações de interações dos tratamentos foram 0-100; 10-90; 20-80; 30-70; 40-60; 50-50; 60-40; 70-30; 80-20; 90-10; 100-0 de óleo de pinhão manso e óleo de mamona respectivamente. Sendo a avaliação da mortalidade realizada 24, 48 e 72 horas após a aplicação. A mortalidade de M. persicae diferiu estatisticamente entre as proporções avaliadas (F10,99 = 37,91; P < 0,0001). Maiores mortalidades foram observadas nas proporções 80-20 e 90-10 (70 e 84,2% respectivamente), seguido da proporção 100-0 com 54,3%. Nas proporções 20-80 e 30-70, foi observada mortalidade acima de 12%. Contudo, nas demais proporções, a mortalidade foi significativamente menor, não atingindo 9%. Desta forma, concluiu-se que a ação indireta da interação dos óleos extraı́dos das espécies R. communis (mamona) e J. curcas (pinhão manso) pode ser eficaz no manejo de M. persicae. Palavras-chave: Jatropha curcas, Ricinus communis, Myzus persicae Apoio: IFES, UFES, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 132 1.101 Levantamento de pragas e desenvolvimento de girassol ornamental em diferentes adubações Verônica A. Ladeira (1); Lı́via M. Carvalho (2); Júnia R. M. Figueiredo (1); Daiany O. Fuzzato (1); Simone N. Reis (2) (1) Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal de São João del Rei; (2) Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais E-mail: veronica [email protected] O uso do girassol como planta ornamental é recente no Brasil, porém vem aumentando a cada ano devido às suas várias possibilidades econômicas. Frente a esse retorno financeiro rápido, muitos agricultores utilizam defensivos quı́micos para controlar o ataque de pragas e doenças em sua produção. Entretanto, tais produtos causam sérios impactos ao ambiente, riscos à saúde humana, além de poder causar problemas de resistência. O trabalho teve como objetivo avaliar a ocorrência de pragas e o desenvolvimento de girassol ornamental cultivado com diferentes adubos orgânicos e minerais. O experimento foi conduzido no perı́odo de maio a outubro de 2012, na EPAMIG, em São João Del Rei-MG. O delineamento experimental foi em blocos casualizados e os tratamentos utilizados foram: T1- 100% de adubação quı́mica, T2- 50% de adubação quı́mica, T3- 50% de adubação quı́mica + 50% de adubação orgânica (Tinocão), T4- 100% de adubação orgânica (Tinocão), T5- 50% de adubação quı́mica + 50% de adubação orgânica (esterco bovino), T6- 100% de adubação orgânica (esterco bovino), em quatro repetições. Semanalmente foram realizadas amostragens dos artrópodes fitófagos em três folhas por planta e 10 plantas por repetição. As avaliações do desenvolvimento das plantas foram altura, números de folhas e diâmetro do caule. Foi possı́vel observar que o manejo do solo influenciou diretamente a ocorrência de pragas e o desenvolvimento do girassol. Os principais artrópodes fitófagos encontrados foram pulgões, moscas brancas e cigarrinhas. O pulgão apresentou maior ocorrência (0,42 ± 0,06 pulgões/planta) no tratamento 1, ou seja, quando foi utilizada 100% da adubação quı́mica, comparado aos demais tratamentos. O girassol apresentou melhor desenvolvimento no tratamento 6 (100% de adubação orgânica/esterco bovino), comparado aos demais tratamentos. Esses resultados poderão auxiliar no manejo correto da adubação do girassol ornamental visando à obtenção de flores de qualidade. Palavras-chave: manejo de pragas, floricultura, manejo do solo Apoio: EPAMIG, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 133 2 2.1 Entomologia Médica e Veterinária Aspectos fı́sicos e quı́micos da água de criadouros de Aedes (Stegomyia) aegypti em ambiente urbano Marylene de Brito-Arduino (1); Gabriela de O. de Ávila (2) (1) Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Superintendência de Controle de Endemias; (2) Programa de Aprimoramento Profissional/FUNDAPSUCEN E-mail: [email protected] A espécie Aedes (Stegomyia) aegypti é originária do Continente Africano, e hoje, alcança extensa distribuição nos cinco continentes, principalmente no ambiente urbano. Esta espécie teve participação em quase todas as epidemias registradas no mundo, com os quatro sorotipos da dengue. Este estudo buscou avaliar os vários microhabitats utilizados por esta espécie no ambiente urbano e levantar informações com vistas a contribuir para o aprimoramento das ações de controle da dengue. Foram feitas coletas no municı́pio de São Sebastião, litoral do estado de São Paulo por 14 meses. Os parâmetros mensurados foram: volume, oxigênio dissolvido (OD), pH, salinidade, condutividade elétrica e temperatura da água dos criadouros com A. aegypti. Foi observada alta variabilidade para todos os parâmetros mensurados. Sugerindo adaptação desta espécie, tanto no macro quanto no microhabitat em ambiente urbano. Evidenciando que o criadouro de A. aegypti não é mais o clássico “recipiente com água limpa”. Em razão de ter sido encontrada criando-se em água com resı́duo de óleo, ferrugem, tinta, grande concentração de matéria orgânica e salinidade. O que foi confirmada pela ampla variação dos parâmetros mensurados. Conclui-se que a água contendo estes resı́duos não foi fator limitante para o desenvolvimento desta espécie. Palavras-chave: adaptação, criadouro, controle da dengue Apoio: FAPESP, SUCEN Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 134 2.2 Ocorrência de dı́pteros vetores de Leishmaniose no Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Bambuı́ Luiz E. Neto (1); Vinı́cius G. Silva (1); Éverton B. da Silva (1); Guilherme A. F. Silva (1); Gabriel de C. Jacques (1) (1) Departamento de Ciências Agrárias, Instituto Federal de Minas Gerais, Campus Bambuı́ E-mail: [email protected] A leishmaniose é uma doença crônica, de manifestação cutânea ou visceral, causada por protozoários flagelados do gênero Leishmania. Na região de Bambuı́ (MG), o relato de ocorrência da doença em canı́deos e humanos mobiliza a atenção polı́tica a fim de prevenir e conter a doença na região. Para o estudo dessa enfermidade deve-se verificar o ambiente para identificar a presença dos vetores, além de investigar a aptidão de determinadas áreas como habitat dos vetores da doença. Este trabalho tem por objetivo de relatar a ocorrência de dı́pteros da Famı́lia Psychodidae, transmissores do protozoário causador da leishmaniose, no Campus de Bambuı́ do Instituto Federal de Minas Gerais em diferentes épocas do ano. As áreas com perfil semelhante ao adequado para o desenvolvimento das larvas e abrigo dos adultos do mosquito-palha foram estabelecidas para montagem das armadilhas e para a coleta ativa. Foram realizadas coletas ativas nos pontos estabelecidos e montagem de armadilha luminosa adaptada do tipo Malaise. Foram coletados vinte espécimes de mosquito-palha, Lutzomyia longipalpis, sendo que o maior número desses insetos coletados ocorreu em épocas de maior temperatura média e umidade relativa do ar. Além disso, as áreas em que um maior número de insetos foi capturado têm como caracterı́stica comum a presença de locais sombreados, solo coberto com matéria orgânica e proximidade a locais com água. Estas caracterı́sticas podem estar influenciando a permanência desses insetos na área, já que estes têm preferência para reprodução e manutenção em locais com essas caracterı́sticas. O número de mosquitospalha encontrados no desenvolvimento do trabalho indica que há necessidade de adoção de medidas de controle deste, principalmente, no verão, onde se tem uma maior temperatura e também uma maior umidade relativa do ar, e em áreas próximas a matas e regiões úmidas, que favoreceram a manutenção desses indivı́duos. Palavras-chave: Diptera, Leishmaniose, mosquito-palha Apoio: Instituto Federal de Minas Gerais – IFMG, Campus Bambuı́ Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 135 2.3 Diversidade de malófagos em Gallus gallus na região serrana do Estado do Rio de Janeiro, Brasil Emı́lia C. Nunes (1); Daniel L. Navarro (1); Liliane Durães (1); Erik Daemon (2) (1) Comportamento e Biologia Animal, Universidade Federal de Juiz de Fora; (2) Departamento de Zoologia, Universidade Federal de Juiz de Fora Email: [email protected] Perdas econômicas causadas por piolhos na avicultura tem reflexo na produtividade de carne, reduzindo o peso corpóreo, e redução da postura, devido aos distúrbios nervosos, comportamentais e fisiológicos causados às aves infestadas. Com o objetivo de conhecer a fauna de piolhos de galinhas, Gallus gallus, na região serrana do Estado do Rio de Janeiro foram examinados 50 aves (machos e fêmeas) de diferentes colorações e tamanhos em quatro propriedades particulares, duas localizadas no municı́pio de Petrópolis e duas delas em São José do Vale do Rio Preto. As aves foram inspecionadas individualmente, retirando-se os ectoparasitos manualmente e acondicionadoos em recipiente contendo etanol 70°GL para posterior identificação em chaves próprias. Os piolhos foram separados de acordo com sı́tio de localização, assim delimitados: cabeça, pescoço, asas, região dorsal, região ventral e perna. Foram encontradas quatro espécies: Lipeurus caponis, Menopon gallinae, Goniodes gigas e textitMenopon stramineus. Das 50 aves analisadas, 100% apresentaram poliparasitismo totalizando 1.079 espécimes, sendo M. gallinae e L. caponis as mais prevalentes em ambos os locais de coletas. De acordo com resultados obtidos através do teste do qui-quadrado observou-se preferência pelo parasitismo de L. caponisna região da cabeça e pescoço, local pouco infestado pelas demais espécies. G. gigas apresentou preferência pelo parasitismo na região das asas e M. stramineus apresentou preferência pela região das pernas. Fica evidenciada a alta prevalência de malófagos nas aves analisadas, bem como o elevado grau de poliparasitismo. Palavras-chave: piolho, avicultura, poliparasitismo Apoio: Capes, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 136 2.4 Aedes albopictus e Aedes aegypti em área de mata urbana de Minas Gerais Tatiana F.A. Mingote (1); Mariele P. Ribeiro (1); Flávia N. Vieira (2); Iara A. Borges (3); Álvaro E. Eiras (1) (1) Departamento de Parasitologia, Universidade Federal de Minas Gerais; (2) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Minas Gerais; (3) Departamento de Microbiologia, Universidade Federal de Minas Gerais E-mail: [email protected] Aedes albopictus e A. aegypti são espécies invasoras e vetoras de arbovı́rus. O seu encontro em ambientes silvestres, rurais e urbanos com possı́vel transição entre estes habitats permite a proximidade com os seres humanos. A estimativa de fêmeas de mosquitos que ovipositaram indica a realização de repasto sanguı́nea, o que auxilia na detecção de mudanças na idade da população e estabelece sua significância epidemiológica. O trabalho teve como objetivo monitorar as populações de A. albopictus e A. aegypti em diferentes ecótopos de mata urbana e avaliar a paridade das fêmeas de ambas as espécies. Coletas de mosquitos foram realizadas em mata urbana de Cerrado e Mata Atlântica em Sabará/MG. Foram delimitadas três trilhas, uma na área de Cerrado e duas na área de Mata Atlântica. Em cada uma foram instaladas três armadilhas BG-Sentinelr, sendo outras seis instaladas ao redor da edificação principal. As coletas foram realizadas ao longo de uma semana, uma vez ao mês. Entre abril/2011 e maio/2012 foram capturados 476 mosquitos. Destes, 413 foram A. albopictus (87%) e 63 A. aegypti (13%). Ambas as espécies foram encontradas em todos os locais de coleta. A maior média de coleta para A. albopictus foi observada na área de Mata Atlântica, diferindo do Cerrado e da área edificada (Kruskal-Wallis, p<0.05). Nesta área foi encontrada a maior média de captura para A. aegypti, porém não houve diferença significativa dentre as demais áreas (p=0.238). Observouse a presença de A. albopictus em todos os meses de coleta enquanto A. aegypti não foi coletada apenas em julho/2011. Para ambas as espécies foi observada uma maior porcentagem de fêmeas que já ovipositaram. As espécies demonstraram capacidade de transitar entre os diferentes habitats, o que aumenta o risco de transmissão de patógenos veiculados por elas, risco este aumentado também pela presença de população mais velha em campo. Palavras-chave: área urbana, culicı́deos, remanescente de mata Apoio: CAPES, FAPEMIG, IM Izabela Hendrix, INCT-Dengue, PronexDengue Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 137 3 3.1 Entomologia Molecular e Genética Purificação parcial de cisteı́no-proteases do intestino médio de Anticarsia gemmatalis Rafael A. Barros (1); Eduardo G. Mendonça (1); Carolina R. Silva (1); Joel A. Oliveira (2); Maria Goreti A. Oliveira (1) (1) Departamento de Bioquı́mica e Biologia Molecular, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Quı́mica, Universidade Federal de Viçosa Enzimas digestivas, presentes no intestino dos insetos, têm sido uma das alternativas no controle de pragas agrı́colas sem o uso de agrotóxicos. A inibição enzimática por bioinseticidas pode levar a uma redução da proteólise dentro do intestino, resultando numa carência de aminoácidos livres. Neste contexto o objetivo desse trabalho foi realizar a purificação parcial e a caracterização de cisteı́no-proteases do intestino médio de Anticarsia gemmatalis, uma das maiores pragas da cultura da soja no Brasil. O extrato enzimático do intestino médio foi submetido à precipitação diferencial com 30 – 60% de (NH4)2SO4 e logo após à cromatografia de afinidade em coluna de aprotininaagarose. As proteı́nas não ligadas à coluna, que apresentaram atividade proteolı́tica, foram reunidas num pool enzimático e caracterizadas utilizandose o substrato sintético L-BApNA. A melhor atividade foi observada em pH 8,0 e na temperatura de 55-60°C. O KM app obtido foi de 0,74 mM e a Vmax app foi de 0,8 µM.min-1. A análise do efeito de ı́ons Ca2+ mostrou que as cisteı́no-proteases parcialmente purificadas são cálcio-dependentes e apresentam melhor atividade em 30 mM de CaCl2. Nos ensaios de inibição foram testados: um inibidor de metalo-proteases (EDTA), um inibidor de aspartil-proteases (Pepstatina A) e dois inibidores de serino-proteases (Aprotinina e TLCK). O único resultado significativo foi para o EDTA. A atividade foi diminuı́da com o aumento da concentração de EDTA, comprovando o fato da dependência de ı́ons Ca2+. Portanto, esses resultados nos ajudam a conhecer o sistema de proteases envolvidas no mecanismo de interação inseto-planta, sob o ponto de vista da relação estrutura-função. Palavras-chave: Anticarsia gemmatalis, interação inseto-planta, cisteı́noproteases Apoio: CPNq, CAPES, FAPEMIG, INCT-IPP Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 138 3.2 Variação cariotı́pica de duas populações de Polistes ferreri (Vespidae, Polistinae) Jaqueline Celante (1); Henrique B. Silva (2); Aline E. Arquilar (1); Yasmini B. Eggert (1); Milton Rönnau (1) (1) Laboratório de Histopatologia, Universidade Federal do Paraná- setor Palotina; (2) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa Email: [email protected] Espécies com ampla distribuição podem apresentar flexibilidade para adaptação a diferentes ambientes ao longo de sua área de distribuição. Assim, estudos populacionais podem ser um caminho para entender sua origem e história evolutiva. O objetivo deste trabalho foi caracterizar e comparar o cariótipo de duas populações da vespa social Polistes ferreri. Os ninhos foram coletado em Juiz de Fora, Minas Gerais (pfMG) e Palotina no Paraná (pfPR). Para a confecção das lâminas, foi usado o gânglio cerebral de larvas e prépupas. Estas foram coradas com Giemsa e tratadas com as técnicas de banda C e fluorocromos (DAPI e CMA3) para descrever os cariótipos. O número diplóide variou entre as duas populações sendo 2n=26 para pfPR e 2n=28 para pfMG. Em pfPR, um par de cromossomos foi marcado pela banda C na região centromérica e os demais na região pericentromérica e no braço menor dos cromossomos. Em pfMG foram marcados um dos braços na maioria dos cromossomos e a região pericentromérica de um par cromossômico. O fluorocromo CMA3 marcou 10 pares de cromossomos em pfPR enquanto pfMG apresentou apenas três pares marcados. As regiões DAPI+ foram correspondentes com as porções de heterocromatina para ambas as espécies, indicando uma riqueza de bases A:T nesses locais. Pelos resultados obtidos as duas populações apresentaram variações tanto relacionadas com o número quanto outras caracterı́sticas do cariótipo. Estas variações podem refletir adaptações visto que as condições climáticas e ambientais de cada região são muitos diferentes. Outra possibilidade é que essas populações estejam bem estruturadas sendo que o fluxo gênico entre elas seja restrito ou que elas estejam em processo de especiação. O polimorfismo observado nesse trabalho indica que essa espécie deve ser estudada com mais detalhes a fim de compreender melhor sua estrutura filogeográfica ou se essas populações correspondem a um complexo de espécies crı́pticas. Palavras-chave: vespas sociais, polimorfismo, citogenética clássica Apoio: CAPES, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 139 3.3 Caracterização citogenética de Tetragona dorsalis (Hymenoptera: Apidae: Meliponini) Monique P. de Oliveira (1); Rı́udo de P. Ferreira (1); Francisco P. M. Oliveira (2); Denilce M. Lopes (1) (1) Departamento de Biologia Geral, UFV; (2) Universidade Federal do Pará, Campus Altamira E-mail: [email protected] As abelhas sem ferrão possuem distribuição geográfica em regiões de clima tropical e subtropical, sendo consideradas espécies-chave em diferentes ecossistemas mediante sua atividade polinizadora. Dentre as 13 espécies descritas do gênero Tetragona, quatro já foram descritas citogeneticamente. Dentre elas a espécie Tetragona dorsalis (Smith, 1854), já analisada anteriormente, havia apresentado um número cromossômico diferente de outras espécies do gênero. Tal fato considerado é incomum, levando em consideração que o número de cromossomos tende a ser constante neste grupo (2n=34). Neste trabalho foi analisada outra colônia da espécie T. dorsalis, coletada na cidade de Altamira,estado do Pará, Brasil. As lâminas foram submetidas às técnicas de coloração com Giemsa, Banda C e Banda Ag-NOR. Foi observado um número cromossômico 2n=34 e duas marcações no núcleo pela técnica de Ag-NOR, sendo que anteriormente o numero de cromossomos observados era n=18. Essa variação pode ser atribuı́da à técnica de esmagamento utilizada na descrição cromossômica anterior, a qual é considerada menos eficaz que a metodologia utilizada nesse trabalho. Mediante os resultados, o número de cromossomos observados foi o mesmo encontrado para outras Tetragonas, demonstrando que esse número geralmente é bem conservado dentro do gênero. Pela técnica de Banda C observou-se uma predominância de cromossomos do tipo pseudo-acrocêntricos. Estes são caracterizados por apresentar um braço eucromático e um heterocromático. O grande número de cromossomos pseudo-acrocêntricos pode ser considerado uma evidência de fissões cromossômicas, que são eventos comuns explicados pela Teoria da Interação Mı́nima (TIM). Segundo essa teoria haveria uma tendência à fissão dos cromossomos durante a evolução de modo a reduzir seu tamanho e desta forma evitar que ocorram trocas e inversões entre cromossomos não homólogos. Posteriormente para recuperar a estabilidade telomérica ocorreria uma adição de heterocromatina resultando em um braço eucromático e outro heterocromático. Logo, as caracterı́sticas encontradas em T. dorsalis indicam que a TIM também pode ser aplicada nessas abelhas para explicar a evolução de seu cariótipo. Palavras-chave: Hymenoptera, citogenética, pseudo-acrocêntrico - Apoio: CNPq, FAPEMIG, FAPESPA Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 140 3.4 Análise citogenética de uma população de Camponotus atriceps Danúbia R. Alves (1); Hilton J. A. C. de Aguiar (1); Eduarda R. de Oliveira (1); Luı́sa A. C. Barros (1); Sı́lvia G. Pompolo (1) (1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] A espécie Camponotus atriceps possui uma ampla distribuição no continente americano, da região sul dos EUA até a Argentina. Essa espécie apresenta uma intensa atividade sinantrópica, causando transtornos ao nidificar em ambientes residenciais, e gerando possı́veis prejuı́zos econômicos por representarem pragas hospitalares. É possı́vel que C. atriceps seja na verdade um complexo de espécies relacionadas, apresentando um alto grau de polimorfismo, além de similaridades morfológicas com outras espécies de Camponotus. Nesse contexto, as informações citogenéticas são úteis por representarem métodos confiáveis de comparação intra e inter-especı́ficos, podendo auxiliar na compreensão das relações filogenéticas entre os possı́veis grupos existentes dentro de C. atriceps. O trabalho teve como objetivo caracterizar citogeneticamente uma população de C. atriceps proveniente da cidade de Viçosa (MG), avaliando a morfologia, o padrão da heterocromatina e as regiões ricas em bases AT/CG dos cromossomos. Dessa forma os cromossomos metafásicos foram submetidos à coloração convencional, bandeamento C e tratamento com os fluorocromos (DAPI/CMA3 ). O cariótipo apresentou 2n=40 cromossomos (26st+14t). O bandeamento C mostrou que não há no cariótipo um padrão de distribuição de heterocromatina, ela está presente em pequenos blocos nas regiões teloméricas e pericentroméricas dos braços curtos e longos e nas regiões intersticiais dos braços longos dos cromossomos. Os fluorocromos revelaram uma região rica em pares GC no braço curto de um par de cromossomos subtelocêntricos, que em himenópteros normalmente é relacionada à Região Organizadora de Nucléolos (NOR). Embora os dados obtidos sejam restritos a uma população, torna-se necessário estudos posteriores, no entanto as informações apresentadas podem contribuir para um melhor entendimento da espécie Camponotus atriceps. Palavras-chave: formiga, citogenética, bandeamento cromossômico Apoio: FAPEMIG, CAPES, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 141 3.5 Estudos citogenéticos de Frieseomelitta doederleini (Hymenoptera: Apidae) de Urbano Santos - Maranhão Arthur M. Elizeu (1); Alexandra Avelar (1); Mara G. Tavares (1) (1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] A espécieFrieseomelitta doederleini destaca-se por possuir grande importância econômica na região nordeste do Brasil e também nos estados de Minas Gerais e Mato Grosso, devido a sua atividade polinizadora. Estudos citogenéticos são relevantes, pois podem fornecer dados sobre o complemento cromossômico, e assim auxiliar na realização de estudos evolutivos e taxonômicos. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo, analisar o número cromossômico, as regiões heterocromáticas e as regiões organizadoras do nucléolo (NORs) de indivı́duos de três colônias de F. doederleini, coletadas em Urbano Santos - MA. Foram analisados dez indivı́duos por colônia e, trinta metáfases por lâmina. Essas foram obtidas a partir de células de gânglio cerebral de larvas submetidas à solução de colchicina 0,005%. Para análise morfológica dos cromossomos realizou coloração com Giemsa 3%. A técnica de Banda C utilizando o método BSG (Hidróxido de Bário/Solução Salina/Giemsa) foi realizada para evidenciar a presença de heterocromatina. A impregnação por AgNO3 foi utilizada para evidenciar as NORs, enquanto a coloração com fluorocromos (DA/CMA3 /DAPI) foi utilizada para evidenciar as regiões ricas em CG e AT. Todas as colônias estudadas apresentaram indivı́duos com 2n=30 cromossomos (2k= 4M+22AM +4A) em fêmeas e n=15 em machos. O bandeamento C mostrou marcação positiva no braço curto dos cromossomos pseudoacrocêntricos e acrocêntricos, enquanto nos metacêntricos, marcação centromérica. A coloração com fluorocromo CMA3 bem como a impregnação por AgNO3 apresentou marcações positivas em vários cromossomos, sendo mais evidente em um par. O fluorocromo DAPI mostrou, em alguns cromossomos, marcações mais fortes perto do centrômero. Portanto, os dados contidos nesse trabalho mostram marcadores cromossômicos que podem ajudar a compreender melhor a caracterização genética dessa espécie e, consequentemente, auxiliar em estudos evolutivos e filogenéticos desse grupo de abelhas. Palavras-chave: abelha sem ferrão, citogenética, filogenia Apoio: FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 142 3.6 Transmissão horizontal de Wolbachia entre espécies de Sitophilus (Coleoptera: Curculionidae) Laura M. Pantoja (1); Gislaine A. Carvalho (2); Alberto S. Correa (1); Luiz O. de Oliveira (2); Raul N. C. Guedes (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Bioquı́mica e Biologia Molecular, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] Wolbachia (alfa-Proteobacteria; Rickettsiaceae) são bactérias de ocorrência exclusivamente intracelular, as quais infectam um número considerável de invertebrados incluindo ácaros, crustáceos, nematoides e especialmente insetos. Esses endossimbiontes têm despertado grande interesse, devido a sua habilidade de modificar o comportamento reprodutivo dos hospedeiros através de uma variedade de mecanismos tais como incompatibilidade citoplasmática (IC), feminilização de machos, partenogênese. Sua principal forma de dispersão é através da transferência vertical e materna, mas em alguns casos, essa transmissão pode se dar horizontalmente. Importantes questões sobre a biologia do endossimbionte e dos mecanismos de interação possuem implicações de grande interesse na dinâmica das populações hospedeiras. Neste trabalho, uma população de Sitophilus zeamais proveniente do México e que possui dupla infecção por Wolbachia foi analisada. Para se investigar a transferência horizontal dos endossimbiontes, foi extraı́do DNAs e posteriormente foram feitas reações de polimerase em cadeia, utilizando primers para o gene 16S, especı́fico para Wolbachia, gerando um fragmento de 589 pb. Os produtos de PCR foram tratados com a enzima exosap e o sequenciamento dos fragmentos amplificados foi realizado pela empresa MACROGEN COREA©. Confirmada a dupla infecção, os produtos de PCR foram clonados utilizando células ultracompetentes num vetor pGEMr-T Easy (Promega) e os clones positivos foram caracterizados por reações de PCR e purificados com o Kit Wizardr Plus Minipreps (Promega). As sequências obtidas foram importadas para o aplicativo Sequencherr, onde foram editadas e analisadas. Todos os indivı́duos estudados apresentavam duas estirpes de Wolbachia, sendo uma comumente encontrada em espécies de S. zeamais e a outra encontrada em Sitophilus oryzae (Linnaeus, 1763), confirmando assim a transferência horizontal do endossimbionte. Palavras-chave: caruncho, endossimbionte, transferência horizontal Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 143 3.7 Detecção molecular de sequência telomérica (TCAGG)n em três espécies de abelhas da tribo Meliponini Alexsandra M. Correia (1); Elisa da S. Barreto (1); Denilce M. Lopes (1) (1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] As abelhas possuem grande importância por serem as principais polinizadoras de angiospermas e, além disso, por serem produtoras de itens comerciais. As abelhas da tribo Meliponini são popularmente conhecidas como “abelhas indı́genas sem ferrão” e exibem ampla distribuição, sendo encontradas em várias regiões. As porções finais dos cromossomos de eucariotos e da molécula de DNA de alguns procariotos são conhecidas como telômero. A esta região, são atribuı́das várias funções, como: proteção contra recombinação inter cromossômica; atuação na organização do DNA durante a interfase em alguns organismos; colaboram com o emparelhamento dos cromossomos durante a meiose, dentre outras. A sequência nucleotı́dica encontrada na região telomérica é bastante simples e é formada por pequenos monômeros repetidos em tandem, além disso, as unidades são bastante conservadas, mesmo entre diferentes taxa. Estudos iniciais sobre a composição nucleotı́dica dos telômeros de artrópodes evidenciaram um motivo (TTAGG)n em representantes de diversas ordens de insetos. O presente trabalho teve como objetivo detectar sequência telomérica (TCAGG)n em três espécies de abelhas sem ferrão: Tetragonisca angustula, Melipona rufiventris e Partamona helleri, a partir da utilização de técnicas moleculares. Para detectar a região telomérica (TCAGG)n foi realizada a extração do DNA total de operárias das espécies P. Helleri, M. rufiventris e T. angustula. Posteriormente, foi feita a amplificação do DNA através da técnica de PCR utilizando primers especı́ficos. Os produtos da amplificação foram separados por eletroforese em gel de agarose a 1,2% e a análise do gel foi feita a partir da presença e ausência do marcador nos indivı́duos. As três espécies obtiveram marcação positiva, com isso, podemos inferir que a região telomérica destes indivı́duos é composta pela sequência (TCAGG)n. Palavras-chave: telômero, marcador molecular, Meliponini Apoio: CNPq, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 144 3.8 Análise de populações polimórficas de Melipona quinquefasciata (Hymenoptera: Apidae) quanto à presença de cromossomos B Alexandra Avelar (1); Mara G. Tavares (1); Arthur M. Elizeu (1) (1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] Os cromossomos B ou supranumerários, são verificados nos mais diversos grupos de animais e plantas. No gênero Melipona, foi descrito em apenas duas espécies. Melipona quinquefasciata é uma delas e se destaca por apresentar variação no número cromossômico padrão e discrepância entre o conteúdo de DNA e heterocromatina esperados para o gênero. Assim, o objetivo deste trabalho foi caracterizar e comparar o cariótipo de duas populações de M. quinquefasciata, a fim de verificar se estas diferenças ocorrem devido à presença de cromossomos B. As populações analisadas foram coletadas em Bicas (Zona da Mata Mineira) e no Parque Nacional do Peruaçu, em Januária (norte de Minas Gerais). As metáfases foram obtidas do gânglio cerebral de larvas pós-defecantes e as lâminas foram submetidas à coloração com Giemsa, tripla coloração com fluorocromos (CMA3/DA/DAPI), impregnação com Ag-NOR e bandeamento C. O número cromossômico encontrado em fêmeas da espécie variou de 2n=19 a 22, devido à presença de 1 a 4 cromossomos B. Na população do Parque do Peruaçu todos os indivı́duos apresentaram 2 cromossomos B, enquanto na de Bicas, verificou-se indivı́duos com 2, 3 e 4. A heterocromatina, evidenciada pela técnica de banda C, estava localizada apenas na região pericentromérica do par 1, apresentando heteromorfismo de tamanho. Esta região também apresentou marcação positiva para o fluorocromo CMA3 e para a impregnação com prata, o que indica que ela é rica em pares CG e, possivelmente, corresponde à Região Organizadora de Nucléolos (NOR). Os cromossomos B, por sua vez, foram totalmente heterocromáticos e ricos em pares de bases AT (DAPI+). As análises realizadas confirmaram que as variações encontradas no número cromossômico de M. quinquefasciata ocorrem devido à presença de cromossomos B, os quais são sempre totalmente heterocromáticos, justificando, portanto, o fato desta espécie apresentar baixo conteúdo de heterocromatina, porém, alto conteúdo de DNA. Palavras-chave: Melipona quinquefasciata, cromossomos B, heterocromatina Apoio: FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 145 3.9 Caracterização citogenética de Cyphomyrmex olitor (Formicidae: Myrmicinae: Attini) Gisele A. Teixeira (1); Luı́sa A. C. Barros (1); Hilton J. A. C de Aguiar (1); Sı́lvia G. Pompolo (1) (1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] As formigas do gênero Cyphomyrmex são classificadas em dois grupos: Rimosus e Strigatus. Apenas três espécies do grupo Rimosus têm informações sobre o número e morfologia dos cromossomos: Cyphomyrmex costatus (2n=20) e Cyphomyrmex rimosus (2n=32) do Panamá e Cyphomyrmex cornutus (2n=22) da Guiana Francesa. Sabe-se que Cyphomyrmex costatus possui blocos de heterocromatina centromérica em todos os cromossomos. Esse trabalho objetivou o estudo citogenético, através número, morfologia e padrão dos fluorocromos CMA3/DAPI dos cromossomos de um formigueiro de Cyphomyrmex olitor (grupo Strigatus) de Viçosa-MG. O número cromossômico observado para Cyphomyrmex olitor foi 2n=20 (8m+6sm+6st). Embora tenham o mesmo número cromossômico, Cyphomyrmex olitor e Cyphomyrmex costatus apresentam nı́tidas diferenças na morfologia dos cromossomos uma vez que a primeira espécie possui apenas cromossomos metacêntricos e a segunda, cromossomos submetacêntricos e subtelocêntricos. Já em Cyphomyrmex cornutus observa-se um padrão de morfologia cromossômica semelhante em relação ao da Cyphomyrmex olitor, diferindo no menor par de cromossomos que tem o braço curto maior. A variação observada no número cromossômico entre as espécies sugere uma origem antiga para o gênero. O fluorocromo CMA3 mostrou bandas ricas em pares GC na região centromérica da maioria dos cromossomos. Marcações ricas em pares AT não foram encontradas. Há pouca informação envolvendo bandeamento cromossômico em espécies de Attini e os resultados deste trabalho representam os primeiros dados citogenéticos das Cyphomyrmex incluı́das no grupo Strigatus. O estudo da localização e composição da heterocromatina em outras espécies de Cyphomyrmex é muito promissor por representarem marcadores cromossômicos, úteis para a melhor compreensão da evolução cromossômica desta espécie enriquecendo assim o entendimento do gênero. Palavras-chave: Attini, citogenética, fluorocromos Apoio: FAPEMIG, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 146 3.10 Citogenética da abelha sem ferrão Melipona puncticolis (Hymenoptera: Meliponini) coletada em Altamira, Pará Henrique B. da Silva (1); Riudo de P. Ferreira (1); Francisco P. M. Oliveira (2); Denilce M. Lopes (1) (1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa; (2) Universidade Federal do Pará, Campus Altamira. E-mail: [email protected] As abelhas desempenham um papel importante na manutenção da biodiversidade e caracterizam-se como um dos principais grupos de polinizadores em diversos ecossistemas. No entanto, devido a ações antrópicas, populações de diversas espécies vêm sendo drasticamente reduzidas, como ocorrerá em uma área de floresta amazônica no Pará para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Dessa forma, colônias de várias espécies estão sendo remanejadas para outros locais na tentativa de minimizar o efeito da destruição causada por esse processo. Dentre os estudos realizados estão os citogenéticos, que contribuem para o entendimento da diversidade cromossômica bem como processos evolutivos nos diferentes grupos. Nesse contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar aspectos citogenéticos da abelha sem ferrão Melipona puncticolis, coletada na região de Altamira (PA). Análises por meio de coloração convencional e banda C foram realizadas e permitiram identificar caracteres da organização cromossômica. Pela análise das metáfases o número diploide foi 2n=18. Por meio da banda C foi possı́vel visualizar marcações na região pericentromérica de alguns pares. O mesmo número cromossômico já havia sido observado em outras espécies do gênero Melipona, confirmando a constância do número cromossômico. Quanto à heterocromatina essa espécie pode ser classificada dentro do grupo de espécies com baixo conteúdo heterocromático. Esse fato corrobora com a classificação de M. puncticolis juntamente com M. bicolor e M. marginata no subgênero Eomelipona. Estas também são espécies de baixo conteúdo heterocromático, o que indica que caracterı́sticas citogenéticas podem fornecer informações e serem utilizadas para auxiliar no entendimento de outros aspectos como filogenéticos e evolutivos. Palavras- chave: Apidae, Meliponini, Pará Apoio: CNPq, FAPEMIG, FAPESPA Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 147 4 4.1 Entomologia Ecológica Inventário das espécies de abelhas Euglossina através do uso de iscas odorı́feras na Mata do Ginásio São José, em Ubá-MG Ságora A. Pereira (1); Rafaela D. Marques (1); Georgina M. de FariaMucci (1); Érica B. Pacheco (1); Gustavo J. Araújo (2) (1) Universidade do Estado de Minas Gerais; (2) Universidade Federal de Ouro Preto E-mail: [email protected] As abelhas da subtribo Euglossina (Hymenoptera: Apidae) são popularmente conhecidas como “abelhas das orquı́deas” e distribuem-se exclusivamente na região neotropical. O objetivo desse trabalho é inventariar a fauna das abelhas Euglossina através do uso de iscas odorı́feras, verificando qual isca é a mais atrativa para essas abelhas, bem como a riqueza de espécies e a atividade dessas abelhas. Para atrair os machos de Euglossina foram utilizadas como iscas-odorı́feras: Cineol, Eugenol, Vanilina e Salicilato de Metila. Estas foram dispostas em armadilhas próprias para coleta dessas abelhas, confeccionadas de garrafas PET. As abelhas foram amostradas a cada intervalo de 30 dias, no perı́odo de 12 meses, das 09h00min às 15h00min horas. Na área de estudo foram demarcadas cinco trilhas e nestas foram colocadas quatro armadilhas com cada tipo de isca-odorı́fera. No total, foram amostradas 311 abelhas da subtribo Euglossina, pertencentes a três gêneros e 10 espécies. A espécie mais abundante foi Eulaema nigrita (157) seguida por Euglossa cordata (48), Euglossa securigera (48), Eulaema cingulata (36), Euglossa fimbriata (6), Euglossa truncata (6), Exaerete smaragdina (6), Euglossa pleosticta (2), Euglossa sp. 1 (1) e Euglossa sp. 2 (1). A essência mais atrativa foi Cineol (151), seguida por Eugenol (80), Vanilina (72) e Salicilato de Metila (8). Em relação à riqueza de espécies atraı́das por essência, Cineol atraiu um maior número de espécies (8), seguida de Eugenol (7), Vanilina (3) e Salicilato de Metila (2). Os dados desse trabalho contribuirão para o desenvolvimento de programas de reabilitação de áreas, como recomposição da fauna de polinizadores, que são extremamente importantes na preservação e conservação da biodiversidade. Palavras-chave: Euglossina, iscas-odorı́feras, Mata do Ginásio São José Apoio: FAPEMIG (Projeto Endogovernamental – DEG 39/11) Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 148 4.2 Floresta tropical seca: os efeitos sob assimetria flutuante de uma espécie do gênero Uroxys (Coleoptera: Scarabaeinae) Ruthelly V. S. Rocha (1); Bráulio F. S. Bento (1); Lucas S. Cordeiro (1); Ronaldo R. Júnior (1) (1) Laboratório de Ecologia Comportamental e Computacional – LECC, Departamento de Biologia Geral, Universidade Estadual de Montes Claros E-mail: [email protected] A terceira maior formação vegetal dos trópicos em área é representada por florestas secas. A definição de florestas tropicais secas é relativamente ampla e, refere-se a vegetações tipicamente decı́duas, com temperatura anual média ≥ 25 °C, com pelo menos três ou mais meses secos. Normalmente constituem um mosaico de formações vegetais em diferentes estágios sucessionais. Os besouros da subfamı́lia Scarabaeinae, conhecidos popularmente como “rolabostas”, são uns dos grupos pertencentes à biodiversidade desta formação vegetal sendo considerados um excelente taxa para estudos de biodiversidade e conservação. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da sucessão ecológica entre os estágios: Inicial, Intermediário e Tardio sobre a assimetria flutuante de espécies de Uroxys aff. bahianos (Scarabaeinae). Foram utilizados 735 indivı́duos Scarabaeinae da espécie Uroxys aff. bahianos (Inicial: 113, Intermediário: 405 e Tardio: 217) coletados na Reserva Biológica do Jaı́ba em um fragmento de Mata Seca, cada indivı́duo foi fotografado duas vezes, e em seguida, várias caracterı́sticas foram medidas: (i) comprimento do élitro esquerdo; (ii) comprimento do élitro direito; (iii) largura do élitro esquerdo e (iv) largura do élitro direito. Para analisar o efeito dos estágios sucessionais na assimetria flutuante esta foi calculada fazendo a medida da direita – medida da esquerda de cada indivı́duo. Após isto foi realizada uma análise de deviance com modelos lineares generalizados no sistema estatı́stico R. Os resultados não apresentaram diferença significativa da assimetria flutuante dos indivı́duos entre todos os estágios (p = 0,2384), deste modo, podemos concluir que a assimetria flutuante de Uroxys aff. bahianos dos estágios: Inicial, Intermediário e Tardio da Floresta tropical Seca foram semelhantes. No entanto em todos os estágios houve um certo grau de assimetria que pode indicar que tal ambiente é estressante para estes organismos. Palavras-chaves: assimetria, Scarabaeinae, mata seca Apoio: CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 149 4.3 Diversidade de vespas sociais no Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Bambuı́, Minas Gerais, Brasil Heslander J. Coelho (1); Guilherme A. F. Silva (1); Luiz E. Neto (1); Marcos M. de Souza (2); Gabriel de C. Jacques (1) (1) Departamento de Ciências Agrárias, Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Bambuı́; (2) Departamento de Ciências Agrárias, Instituto Federal do Sul de Minas – Campus Inconfidentes E-mail: [email protected] O levantamento e identificação de gêneros e espécies de animais e plantas são importantes para se conhecer os recursos naturais disponı́veis em determinda área, além de contribuir para o estudo das caracterı́sticas ecológicas de um ecossistema. A diversidade de espécies de vespas sociais no estado de Minas Gerais é pouco conhecida, principalmente em ambientes antropofizados. O objetivo deste trabalho foi obter dados preliminares sobre a diversidade de vespas sociais no Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Bambuı́, Minas Gerais, Brasil. As coletas foram realizadas entre junho de 2012 à junho de 2013 através de armadilhas atrativas e coleta direta. Quinhetas e doze vespas sociais de 30 espécies e 9 gêneros foram coletadas. A alta riqueza de espécies é explicada pelo ambiente diversificado da área estudada, pois subtratos heterogêneos podem favorecer a coexistência de um maior número de espécies devido à maior oferta de microhabitats, maior proteção contra predadores e maior disponibilidade e diversidade de recursos alimentares e de substratos para nidi[U+FB01]cação. Além disso, o uso combinado desses métodos de coleta fornece uma maior diversidade do número de vespas capturadas. Palavras-chave: vespas, biodiversidade, coleta Apoio: Instituto Federal de Minas Gerais – IFMG, Campus Bambuı́ Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 150 4.4 Levantamento de Abelhas da subtribo Euglossina no bairro ligação (campus da UEMG) Ubá- MG Karoline F. Iasbik (1); Georgina M. Faria- Mucci (1); Ronaldo V. Silva (2) (1) Universidade do Estado de Minas Gerais E-mail: [email protected] As abelhas da subtribo Euglossina Latreille, estão distribuı́das na região neotropical ocorrendo do norte da Argentina ao sul dos Estados Unidos, sendo amplamente diversificadas nas florestas úmidas. A presente pesquisa tem como objetivo estudar a composição da fauna de abelhas Euglossina no bairro Ligação verificando a abundância, a riqueza e a diversidade de espécies. O trabalho foi realizado no perı́odo de agosto-2012 a maio-2013, a área de estudo (local onde será construı́do o Campus da UEMG) é antropizada, com 38 ha (composta de uma área plantada com pinus e eucalipto, mata nativa e pastagem). As abelhas foram coletadas por meio de iscas aromáticas (Vanilina, Cineol, Eugenol e Salicilato de Metila) dispostas em armadilhas próprias para coleta, confeccionada de garrafas PET. As amostragens ocorreram em quatro trilhas de sessenta metros, onde cada vinte metros uma armadilha foi colocada com cada tipo de isca. A cada duas horas as abelhas eram coletadas das armadilhas, colocadas em câmaras mortı́feras com acetato de etila e levadas para o laboratório, onde eram montadas em alfinetes entomológicos etiquetadas com todos os dados pertinentes e acondicionadas em caixas apropriadas. No total foram amostrados 46 indivı́duos pertencentes a cinco espécies, sendo a mais abundante Eulaema nigrita com 21 indivı́duos amostrados, seguida por Euglossa cordata com 10, Euglossa segurigera com 9, Eulaema cingulata com 5 e Exaerete smaragdina com 1 individuo. A isca Eugenol que obteve um melhor resultado, atraindo 20 indivı́duos e 4 espécies. O número de indivı́duos e de espécies amostradas neste trabalho foi menor comparado com outros ecossistemas. Inclusive deve-se destacar que E. nigrita tem ampla distribuição geográfica e é bem adaptada à ambientes secos e alterados, caracterı́sticas notadas na área de estudo. Palavras-chave: Euglossina, diversidade, iscas odorı́feras Apoio: CNPq, Fapemig, Projeto Endogovernamental – DEG 39/11 Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 151 4.5 Diversidade de Enicospilus (Hymenoptera: Ichneumonidae: Ophioninae) no Refugio de Vida Silvestre ”Bosques Nublados de Udima”, Cajamarca, Peru Evelyn Y. Sánchez Sandoval (1); Mabel Alvarado Gutierrez (1) (1) Departamento de Entomologia, Museo de Historia Natural, Universidad Nacional Mayor de San Marcos E-mail: [email protected] As vespas parasitoides da famı́lia Ichneumonidae conformam um dos grupos mais diversos do planeta, são abundantes em quase todos os ambientes terrestres e constituem, possivelmente, a famı́lia mais diversa do reino animal. A subfamı́lia Ophioninae é um grupo distintivo de Ichneumonidae devido a seu grande tamanho, aparência esbelta, venacão caracterı́stica das asas e hábitos noturnos. São conhecidas 1025 espécies descritas de Ophioninae no mundo, distribuı́das em 33 gêneros. Enicospilus é o gênero com maior riqueza de espécies da subfamı́lia Ophioninae que se distribui em quase todas as regiões do mundo; é um dos gêneros com maior importância no controle biológico, pois algumas espécies são particularmente abundantes nos ecossistemas agrı́colas. Têm-se reportado 679 espécies no mundo; 135 espécies na região Neotropical e 26 espécies no Peru. O objetivo deste trabalho foi determinar a composição de espécies e distribuição altitudinal da comunidade de vespas Enicospilus no Refugio de Vida Silvestre “ Bosques Nublados de Udima”. Neste estudo foram analisados os espécimes depositados na coleção do Departamento de Entomologia do Museo de Historia Natural da Universidad Nacional Mayor de San Marcos. As amostras foram coletadas em abril e outubro de 2009 e em maio de 2010. Um total de 333 espécimes pertencentes a este gênero (272 fêmeas e 61 machos) foram identificados, utilizando-se critérios taxonômicos. Estes espécimes foram encontrados só nas altitudes de 1195 m, 1615 m, 2150 m e 2841 m. Não se encontrando nas altitudes maiores de 3000 m. Na altitude de 2150 m se obteve o maior valor de riqueza de espécies; Enicospilus flavoscutellatus foi a espécie dominante em toda a comunidade (N=281). Registraram-se nove espécies e três morfoespécies adicionais. Quatro espécies foram encontradas pela primeira vez no Peru: Enicospilus cubensis, Enicospilus guatemalensis, Enicospilus cressoni e Enicospilus mexicanus. Palavras-chave: Enicospilus, diversidade, espécies Apoio: Conservation International-APECO Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 152 4.6 A abundância de vespas parasitoides em áreas de campos é influenciada pela proximidade de plantações de soja? Priscila Padilha (1); Bethânia. O. Azambuja (1); Valério D. Pillar (1); Gisele S. da Silva (2) (1) Departamento de Ecologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul; (2) Departamento de Fitossanidade, Universidade Federal do Rio Grande do Sul E-mail: [email protected] Os remanescentes de campos nativos da região do Planalto Médio do Rio Grande do Sul estão próximos a lavouras de soja. A implantação de extensas áreas de monocultura tende a aumentar a abundância de insetos praga que se beneficiam dessa cultura, porém inimigos naturais como parasitoides também podem ser influenciados. Dentre os himenópteros parasitoides, a famı́lia Braconidae merece destaque pela sua preferência em parasitar a lagarta da soja. Neste estudo, relacionamos a abundância de vespas parasitoides e, em especial, Braconidae, em pontos de coleta em áreas campestres no Rio Grande do Sul, a diferentes distâncias de lavoura de soja. A coleta foi realizada com rede de varredura em nove fragmentos. Essas áreas foram amostradas em três distanciamentos da lavoura de soja (perto, médio e longe), com cercade 58m, 172m e 448m, respectivamente. Em cada área, a rede foi passada 120 vezes, divididas em quatro transecções paralelas com 30 golpes em cada. Entre as vespas/abelhas, 98% eram parasitoides e destes, 11% da famı́lia Braconidae. A análise de variância (ANOVA) mostrou que a abundância total de parasitoides não diferiu significativamente entre as distâncias (p=0,318), indicando que a lavoura de soja não interferiu na quantidade de parasitoides. Já os braconı́deos foram mais abundantes nas áreas perto da lavoura (p=0,068). Os resultados encontrados mostram que a abundância total de parasitoides está igualmente distribuı́da na região, não sendo influenciada por diferentes distâncias das lavouras de soja. Já a abundância de Braconidae, foi possivelmente influenciada pela proximidade da lavoura devido à maior abundância de lagartas nas áreas de plantio de soja. De modo geral, todos os himenópteros parasitoides atuam no controle biológico de diferentes fitófagos e, portanto, sua presença em campos nativos demonstra a importância destas áreas como fonte de inimigos naturais de insetos pragas. Palavras-chave: Hymenoptera, controle biológico, campo nativo Apoio: CNPq, FAPERGS Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 153 4.7 Diversidade de himenópteros aculeados em fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual Nathiele T. O. Artmann (1); Priscila S. Oliveira (1); Rodrigo B. Gonçalves (1) (1) Laboratório de Hymenoptera, Setor Palotina, Universidade Federal do Paraná E-mail: [email protected] Este trabalho foi idealizado com o objetivo de comparar a diversidade de famı́lias de Aculeata, em cinco fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual, capturadas com pratos-armadilhas nas cores azul e amarelo, sendo dispostos uma vez a cada mês durante o dia todo. Os pratos apresentavam cores vivas e uma lâmina de água com algumas gotas de detergente a fim de romper a tensão superficial. As vespas são atraı́das pela coloração do prato e ficam aprisionadas ao entrar em contato como o filme d‘água. Este estudo foi conduzido na Fazenda Assú, uma propriedade privada à 20km de Palotina, no oeste paranaense. Foram escolhidos cinco fragmentos florestais circundados por áreas de agricultura, sendo que um deles é uma RPPN (Área 1), com um perı́metro de 11,08 km. As outras áreas com 3,13 km (área 6), 3,48km (área 7), 1,62km (área 8) e 0,709 km (área 9). A quantidade de pratos dispostos foi proporcional ao tamanho de cada área de amostragem e foram colocados a uma distância de 5 a 10m, sendo: área 1 com 110 pratos, área 7 com 34, área 6 com 32, área 8 com 16 e área 9 com 8. As amostragens iniciaram-se em agosto de 2012, totalizando, até agora, 10 coletas. O número total de indivı́duos coletados foi de 593, sendo: 312 na área 1, 113 na área 6, 89 na área 7, 32 na área 8 e 39 na área 9, distribuı́dos em nove famı́lias sendo que Crabronidae apresentou o maior número de indivı́duos (358), seguido por Pompilidae (155), Vespidae (34), Formicidae (18) Mutillidae (13), Chrysididae (5), Tiphiidae (5), Sphecidae (4), Scoliidae (1). A riqueza de famı́lias entre as áreas foi proporcional ao seu tamanho, maiores áreas (1,6,7) apresentaram maior riqueza. Mas o número de indivı́duos coletados por prato foi maior na menor área. Isso pode ser explicado pelo aumento da dominância de uma famı́lia em uma pequena área. Palavras-chave: Apocrita, fragmentaçäo, pratos-armadilha Apoio: PRAE-UFPR, Rufford Small Grants Foundation Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 154 4.8 Estudos taxonômicos de tripes (Thysanoptera, Terebrantia) associados às plantas ornamentais Patricia Pereira (1); Alan M. Oliveira (1); Elisa A. Miyasato (1) (1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sudeste de Minas Gerais, Campus Barbacena E-mail: [email protected] Os tripes são pequenos insetos pertencentes à ordem Thysanoptera com ampla distribuição geográfica, tendo cerca de 522 espécies conhecidas no Brasil. Esses insetos apresentam importância agrı́cola, atuando como polinizadores, predadores de outros artrópodes, causando danos pela sucção do tecido vegetal ou transmissão de bactérias, fungos e vı́rus patogênicos. A fauna de Thysanoptera do Brasil é pouco conhecida, o que se faz necessária novas pesquisas. A correta identificação de um organismo é o alicerce dos demais estudos, pois permite a junção de todas as informações de uma determinada espécie. Este trabalho tem como principal objetivo a coleta e posterior identificação dos tripes pertencentes à subordem Terebrantia associados às plantas ornamentais. O trabalho foi realizado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de MG, Campus Barbacena, no perı́odo de agosto de 2012 a junho de 2013. As coletas dos insetos foram feitas através de guarda chuva entomológico, sendo posteriormente armazenados em álcool 70%. Para montagem dos insetos, os adultos foram descoloridos em solução aquosa de NaOH, lavados em água destilada, desidratados em série alcoólicos e montados em lâmina com bálsamo do Canadá. A identificação foi feita sob o microcópio utilizando a chave de identificação. Foram encontradas espécies de tripes em 19 espécies de plantas pertencentes à famı́lia: Rosaceae, Fabaceae, Asteraceae, Agavaceae, Malvaceae, Amaryllidaceae, Bignoniaceae e Apocynaceae. O único gênero de tripes encontrado foi Frankiniella sendo as espécies: Frankiniella condei e Frankiniella insularis. A presença de imaturos foi constatada em rosas (Rosaceae) e no picão-amarelo (Asteraceae), sendo assim classificadas como plantas hospedeiras. Palavras-chave: taxonomia, Thysanoptera, plantas ornamentais Apoio: IF Sudeste MG, Campus Barbacena Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 155 4.9 Metodologia de criação de Tenebrio molitor em dieta artificial Iago S. de Paula (1); Niedja G. G. Gonçalves (1); João P. Maciel Neto (1); Jefferson F. de M. Fortes (1); Carlos R. F. Bernardinho (1) (1) Departamento de Fitotecnia/Fitossanidade, Universidade Federal do Ceará E- mail: [email protected] A entomofagia pode ser uma opção de alimento para o homem e outros animais. O consumo de insetos, segundo o Relatório ONU/FAO (maio/2013) registra algumas espécies degustadas no Brasil, indicando a formiga içá como um alimento relativamente comum no interior de Minas Gerais e do Nordeste. Outro inseto, é o besouro Pachymerus nucleorum, a “larva do coquinho” na zona rural, que é utilizada em treinos de sobrevivência na selva. O Tenebrio molitor destaca-se sobretudo pela grande concentração de proteı́nas em seu estágio larval, quando ingere farinhas, fubás, farelos, rações, macarrão, grãos quebrados etc.. A dieta artificial é uma forma alternativa de criação de insetos. Assim, objetivou-se desenvolver uma técnica de criação de Tenebrio molitor, em laboratório, capaz de produzir larvas comparáveis às encontradas na natureza, permitindo a produção contı́nua para estudos básicos e aplicados desse inseto na alimentação, inclusive, humana. Para a colônia inicial desse inseto utilizou-se 30 adultos que infestavam rações no setor de Zootecnia da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza. Como a dieta se compõe de materiais secos, e o habitat é escuro, os adultos foram colocados em recipientes (50x50 cm) tampados, de modo a admitir a aeração e impedir a entrada de organismos indesejáveis (aranhas e parasitas). Eles foram acondicionados em temperaturas entre 260 C e 320 C, contendo substrato formado por leite em pó, serragem, feijão triturado e farelo de trigo. Após estabelecer a colônia, 16 insetos adultos, sexados e separados, foram mantidos em recipientes para a reprodução. Após a infestação, notou-se a presença de ovos com o auxı́lio de uma lupa estereoscópica. De acordo com os resultados obtidos (contagem dos ovos e, depois, dos adultos) concluiu-se que o método usado permite a criação satisfatória de Tenebrio molitor, possibilitando pesquisas futuras e, também, uma forma de se produzir proteı́na animal que poderá complementar a alimentação humana. Palavras-chave: entomofagia, agronomia, alimentação Apoio: Projeto Cores-da- natureza Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 156 4.10 Ocupação de ninhos-armadilha por Trypoxylon aurifrons em fitofisionomias savânicas e florestais do Bioma Cerrado Otávio Armondes (1); Sharita Miranda (1); Laı́ce S. Rabelo (1); Solange C. Augusto (1) (1) Insituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia E-mail: [email protected] O gênero Trypoxylon se caracteriza por vespas de comportamento solitário. A fêmea constrói seu ninho utilizando cavidades pré-existentes no ambiente. Paredes de barro separam as células de cria, que são aprovisionadas com aranhas paralisadas para alimentação das larvas. Trypoxylon aurifrons ocorre em todo o Brasil, sendo abundante em levantamentos no Cerrado mineiro. Considerando que estas vespas predam aranhas de diversas espécies, elas podem ser importantes na estruturação da comunidade deste grupo de artrópodos. O estudo teve como objetivos comparar o número de ninhos construı́dos e razão sexual de T. aurifrons em duas fitofisionomias do Cerrado: duas áreas de cerrado sentido restrito - CSR (Estação Ecológica do Panga e Fazenda Experimental Água Limpa) e duas áreas de floresta estacional semidecidual - FES (Fazenda Experimental do Glória e Fazenda Furnas), no perı́odo de outubro de 2009 a setembro de 2010. Em cada área foi montado um abrigo de abelhas contendo 414 ninhos-armadilha (NA). Estes NA consistiram em 212 gomos de bambu (com comprimentos variáveis e diâmetros entre 0,4-2,3cm) e 200 tubos de cartolina preta (0,6 e 0,8 cm de diâmetro e 5,8 e 10,5 cm de comprimento), inseridos em duas placas de madeira, medindo 28x25x4cm. Mensalmente, os ninhos fechados foram levados ao laboratório para aguardar a emergência dos adultos. Foram coletados 86 ninhos (FES: n = 50 e CSR: n = 36), dos quais emergiram 272 indivı́duos (FES: machos = 61; fêmeas = 79; CSR: machos = 51; fêmeas = 76). Não houve diferença significativa na razão sexual dos indivı́duos (X2 = 10,467; GL = 7; P = 0,16) nem na média dos diâmetros dos ninhos utilizados (t = -1,374; GL = 84; P = 0,173) entre as duas fitofisionomias. A ocupação dos ninhos-armadilha e razão sexual é influenciada pela disponibilidade de alimento para as larvas. Sendo T. aurifrons uma espécie de ampla distribuição, o comportamento generalista do gênero pode explicar as semelhanças entre os parâmetros analisados. Palavras-chave: Hymenoptera, cerrado, ninhos-armadilha Apoio: FAPEMIG, CAPES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 157 4.11 Influência da sazonalidade na distribuição de vespas sociais do Parque Estadual do Ibitipoca/MG Mateus A. Clemente (1); Fábio Prezoto (1); Bruno C. Barbosa (1); Kleber Del-Claro (2); Karine M.Vieira (1) (1) Departamento de Zoologia, Universidade Federal de Juiz de Fora; (2) Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia E-mail: [email protected] As vespas sociais são representadas no Brasil pelos Polistinae e se destacam por causar grandes impactos nos ecossistemas, uma vez que são importantes predadoras e coletoras de néctar. Este trabalho teve como objetivo estudar a estrutura e composição da taxocenose de vespas sociais durante os perı́odos quente/úmido e frio/seco em três fitofisionomias (Mata Ciliar, Campo Rupestre e Mata Atlântica) do Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais. Foram realizadas 12 coletas no perı́odo de novembro de 2007 a outubro de 2008. Usou-se três metodologias de coleta: busca ativa; busca pontual onde eram vistoriadas plantas em floração com vespas visitantes e armadilhas atrativas com suco de maracujá ou caldo de sardinha. A Mata Ciliar apresentou uma alta abundância de vespas sociais com mais de 100 indivı́duos capturados em fevereiro (perı́odo quente/úmido), sendo que nos demais meses, o número total de indivı́duos capturados não ultrapassou 70. No Campo Rupestre e na Mata Atlântica, a abundância durante as 12 coletas não ultrapassou 17 indivı́duos/mês. As maiores riquezas foram observadas nos meses de novembro (n=13) e janeiro (n=12) na Mata Ciliar, e dezembro e outubro na Mata Atlântica com seis espécies coletadas. No Campo Rupestre durante as 12 amostragens não ultrapassou o registro de 4 espécies/mês coletadas. Não houve correlação significativa das variáveis temperatura e pluviosidade com a abundância e riqueza de vespas sociais para os 12 meses de coleta para as três áreas. No perı́odo quente e úmido, foi coletado um maior número de espécies de vespas sociais em relação ao perı́odo frio e seco. Essas caracterı́sticas favoráveis propiciam um crescimento da biomassa vegetal, o que significa que as vespas sociais possuem mais lugares para nidificar e uma maior oferta de recursos alimentares, como o néctar de flores e pelos herbı́voros, principalmente lagartas, que constituem as principais presas capturadas por vespas sociais. Palavras-chave: nidificação, predadoras, clima Apoio: CAPES, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 158 4.12 Diversidade e frequência de Mantodea na Caatinga em Bom Jesus-PI Maria Dariana A. Conceição (1); Rodrigo F. da Silva (1); Ioleide B. Ribeiro (1); Luiz P. de L. Simão (1); Jaqueline Z. de Moura (1) (1) Departamento de Engenharias, Universidade Federal do Piauı́ - Campus Professora Cinobelina Elvas E-mail: dara [email protected] O Brasil possui ampla biodiversidade em sua fauna e flora, com abundante variedade de espécies endêmicas disseminadas nos seus distintos domı́nios. A Caatinga, o único ecossistema exclusivamente brasileiro, ocupa lugar de destaque na região Nordeste chegando a 60% da área total. Alguns levantamentos sobre a fauna e flora têm sido realizados neste bioma, porém muitos têm ignorado os insetos, que pode ser considerado o grupo que mais contribui para os processos essenciais dos ecossistemas. Este trabalho teve como objetivo avaliar a população de Mantodea em uma área de Caatinga no municı́pio de Bom Jesus, no sul do estado do Piauı́, Brasil. O monitoramento foi realizado mensalmente no perı́odo de maio 2009, a maio de 2010, utilizando armadilha do tipo Malaise. A diversidade das espécies foi estimada utilizando-se os Índices de Diversidade de Shannon-Wiener (H’) e Simpson (Ds). Foram coletados 151 exemplares pertencentes a 4 (quatro) espécies: Mantoida sp. foi a mais representativa em relação à frequência com 68,21%, seguida por Diabantia perpava, Chaeteessa valida e Mussoniella sp. com 9,27%, 6,62% e 3,31%, respectivamente; outras espécies dessa ordem representaram 12,58% da frequência. Do total de espécies amostradas 20,00% foram categorizadas como constantes, 60,00% como acessórias e 20,00% como acidentais A análise faunı́stica dos grupos de insetos coletados neste estudo foi efetuada demonstrando um Índice de Diversidade no valor de H’ = 0,45 para Shannon-Wiener e Ds = 0,48 para Simpson. Desse modo, conclui-se que tais resultados nos permitem observar o equilı́brio natural dessa ordem dentro do bioma Caatinga, visto que a população de Mantódea diminui com a queda no número de presas, permitindo que a população de outras espécies se recupere e volte a crescer; a espécie Mantoida sp. apresenta a maior frequência entre os espécimes coletados e caracteriza-se como eudominante. Palavras-chave: insetos, Malaise, Mantodea Apoio: CAPES, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 159 4.13 Fatores determinantes da abundância e riqueza de flores visitadas por formigas em campos do sul do Brasil Juliana R. Lima (1); Bethânia O. Azambuja (1); Luciana R. Podgaiski (2); Valério P. Pillar (1) (1) Ecologia Quantitativa, Universidade Federal do Rio Grande do Sul; (2) Ecologia de Interações, Universidade Federal do Rio Grande do Sul E-mail: [email protected] Os ecossistemas campestres do sul do Brasil apresentam grande diversidade florı́stica, e é esperado que essa diversidade se reflita nas interações com visitantes florais. Por outro lado, a crescente perda de habitat campestre devido à conversão para uso agrı́cola, assim como o manejo exercido nessas áreas podem influenciar a diversidade de plantas e seus visitantes florais. Neste trabalho, buscamos entender os efeitos de variáveis ambientais, de manejo e de paisagem sobre a abundância e riqueza de flores visitadas por formigas. Em 27 fragmentos de campos cerca do municı́pio de Júlio de Castilhos, no Planalto Médio do Rio Grande do Sul, amostramos todas as espécies de plantas floridas presentes e coletamos todas as formigas vistas em contato com as flores com um aspirador entomológico durante 30 minutos para cada espécie de plantas. A amostragem foi realizada um dia no verão e outro na primavera para cada área e as abundâncias somadas dentro da área. Utilizando o programa R, fizemos uma regressão múltipla passo- a-passo relacionando o número de plantas visitadas por formigas, assim como a riqueza de plantas visitadas, com as variáveis de altura da vegetação, riqueza de flores, estratificação da vegetação, grau de intensificação do manejo, riqueza total de plantas, além das variáveis de fragmentação: porcentagem das áreas de campo em um raio de 8 e 2 km, forma e área do fragmento. O número de plantas visitadas por formigas foi influenciado pela riqueza de flores (R2 =0,151, p=0,045) enquanto a riqueza de plantas visitadas por formigas foi correlacionada com a altura da vegetação, riqueza de flores e área do fragmento campestre (R2 =0,301, p=0,037). Este estudo demonstra preliminarmente que a fragmentação e principalmente variáveis ambientais locais podem ser importantes para determinar a abundância e riqueza de flores visitadas por formigas em ambientess campestres. Como perspectivas, estamos investigando como isso se reflete na composição e diversidade de espécies. Palavras-chave: riqueza de plantas, formigas, campos, Hymenoptera, manejo Apoio: FAPERGS Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 160 4.14 Distribuição de besouros herbı́voros no dossel florestal em resposta à perturbação e a presença de formigas dominantes Carlos A. Corrêa (1); Giselle M. Lourenço (2); Renata B. F. Campos (1, 2); Sérvio P. Ribeiro (1, 2) (1) Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente/ICEB, Universidade Federal de Ouro Preto; (2) Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais, Universidade Federal de Ouro Preto E-mail: carlos cb [email protected] O dossel das florestas tropicais é um dos habitats mais diversos da Terra e está entre os menos estudados. O conhecimento da distribuição dos besouros no dossel é escasso, sendo os efeitos da perturbação e da abundância de formigas dominantes ainda menos conhecidos. O objetivo deste trabalho foi investigar os padrões de distribuição dos besouros herbı́voros no dossel florestal em resposta à perturbação antrópica e à abundância de formigas dominantes. O estudo foi realizado no Parque Estadual do Itacolomi, entre Ouro Preto e Mariana (MG), durante duas estações chuvosas (2007, 2011) e duas estações secas (2011, 2012), em três áreas com diferentes nı́veis de impacto (intenso, moderado e leve). Em cada área foram amostrados oito segmentos de dossel (4 a 7 árvores contı́nuas), utilizando o método de batimento com o guarda chuva entomológico para coletar os besouros e as formigas. Para testar a hipótese de que a riqueza e abundância dos besouros variam em resposta à perturbação antrópica, ao mosaico e à abundância de formigas dominantes, foram realizadas para a escala do segmento do dossel análises de covariância (ANCOVA) bifatoriais com medidas repetidas, e para a escala da copa da árvore análises com o uso de modelos lineares generalizados (GLM). Os resultados indicam um padrão distinto para as duas escalas. Na escala dossel, a riqueza e a abundância dos besouros não responderam a diferença de perturbação entre as áreas (ANOVA riq. F2,95 =0,90, p=0,41; abun. F2,95 =0,55, p=0,58) nem à presença de formigas dominantes (ANOVA riq. F2,47 =3,27, p=0,23; abun. F2,47 =2,68, p=0,27). Mas, na escala da copa das árvores os besouros foram mais abundantes na área menos perturbada e nas copas com menor abundância de formigas (X25,126 12,78, p=0,02). O estudo demonstra que a distribuição dos besouros herbı́voros nas copas das árvores pode ser influenciada pelo estado de perturbação da área e pela presença de formigas dominantes, e evidencia a importância das análises em diferentes escalas. Palavras-chave: Coleoptera, interação inseto-planta, Parque Estadual do Itacolomi Apoio: CAPES/PROF, CNPq, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 161 4.15 Desenvolvimento de Merosargus gracilis em Heliconia: influência da qualidade e quantidade dos substratos Grazieli de F. Dueli (1); Julio Cesar R. Fontenelle (2) (1) Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente. Universidade Federal de Ouro Preto; (2) Laboratório de Pesquisas Ambientais, Instituto Federal de Minas Gerais – Ouro Preto E-mail: [email protected] Larvas de Merosargus (Diptera: Stratiomyidae) têm grande importância na ciclagem de nutrientes. Elas alimentam-se de matéria orgânica morta, sendo as plantas do gênero Heliconia (Heliconiaceae) recursos bastante utilizados. O desenvolvimento dos insetos pode ser influenciado por agregação de larvas, presença de aleloquı́micos e defesas fı́sicas nas plantas, temperatura e umidade ambiental. Para avaliar o desenvolvimento de M. gracilis, usou-se como isca pseudocaules de Heliconia (H. espiscopalis, H. spathocircinata e Heliconia x mantenensis) em tamanhos diferentes (5, 10 e 20 cm de comprimento). O estudo foi realizado no Parque Estadual do Rio Doce, MG, entre novembro de 2010 e novembro de 2011. Os dados foram analisados usando Ancova e Anova three way. Emergiram 91 moscas em Heliconia x mantenensis, 18 em H. episcopalis e 13 em H. spathocircinata. Pseudocaules de 20cm tiveram mais emergências (N=74), seguidos pelos de 10 cm (N=33) e 5 cm (N=14). Houve efeito significativo da espécie de planta (F=4,65; p=0,012) e do tamanho do pseudocaule (F=9,17; p<0,001) no número de emergências. A interação entre planta e tamanho do pseudocaule também foi significativa (F=4,47; p=0,003), com mais emergências em Heliconia x mantenensis e em pseudocaules de 20cm. Para tempo de desenvolvimento, ocorreu diferença significativa entre os sexos (F=7,12; p=0,008). Machos desenvolveram-se em menor tempo em pseudocaules de 10 cm e fêmeas nos de 5 e 20cm. Houve influência da planta no tempo de desenvolvimento (F=6,11; p<0,0028) e no tamanho das moscas (F=7,08; p=0,0014). Estas desenvolveram em menor tempo e maior tamanho em H. spathocircinata. Nesta planta ocorreram menos emergências, mas, ela mostrou-se mais adequada ao desenvolvimento das moscas. O fator competição deve ser considerado, pois, o baixo número de emergências destes substratos podem ter minimizado a competição larval, favorecendo o desenvolvimento das mesmas. Merosargus gracilis maiores apresentaram menor tempo de desenvolvimento e vice-versa. Sabe-se que em condições desfavoráveis, os insetos podem apresentar maior número de instares, acarretando em maior tempo de desenvolvimento. Palavras-chave: Merosargus gracilis, tempo de desenvolvimento, tamanho do corpo Apoio: PELD/CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 162 4.16 Mosquitos em fitotelmata da Área de Recursos Ambientais “El Zaimán” Camila G. Rippel (1,2); Yamila N. Fagundi Zalazar (1,2); Mahia M. Ayala (2); Leonardo H. Walantus (2) (1) Faculdade de Ciências Exatas, Quı́micas e Naturais – Universidade Nacional de Misiones; (2) Centro de Pesquisas Entomológicas - Parque Tecnológico Misiones E-mail: [email protected] O seguinte trabalho foi realizado dentro da Área de Recursos Ambientais (ARA) “El Zaimán”, localizado na Cidade de Posadas, Misiones. Nesta área podem-se encontrar um grande número de bromélias (Bromeliaceae) que servem para o desenvolvimento de diversas comunidades de organismos, entre eles os mosquitos, que são insetos dı́pteros, pertencentes à famı́lia Culicidae. Alguns dos mosquitos presentes em nossa região são transmissores de agentes causadores de doenças humanas. Dentro das atividades para conhecer a biodiversidade de culicı́deos na ARA, o objetivo deste trabalho é levantar as espécies de mosquitos que se desenvolvem nas bromélias e caracterizar estas criadeiras. Foram realizadas amostragens durante os meses de setembro de 2012 e março de 2013. As bromélias analisadas encontram-se distribuı́das sobre as margens do arroio Zaimán dentro da área do Parque Tecnológico Misiones. Para a caracterização das criadeiras, foram levantados parâmetros fı́sico-quı́micos como pH, condutividade, temperatura e oxigênio dissolvido, assim como também a vegetação e entomofauna associada. Durante o perı́odo de estudo foram capturadas e identificadas 87 larvas pertencentes a 6 espécies do gênero Culex. Os dados obtidos são importantes já que fornecem informações sobre a ecologia dos culicı́deos na ARA. Os estudos publicados sobre fitotelmata em nossa região são poucos e é necessário continuar as pesquisas para contribuir no seu conhecimento. Apesar de que atualmente não registaram-se casos de doenças transmitidas por estas espécies de culicı́deos, estes mosquitos constituem um perigo potencial na área. Palavras-chave: mosquitos, criadeiras, fitotelmata Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 163 4.17 Diversidade da grilofauna em um fragmento de Floresta Pluvial Atlântica no Estado do Rio de Janeiro Matheus P. Mendes (1); Marcelo N. Duarte (2); Armando S. Vargas (3); Lucas C. Moura (4); Paulo C. R. Cassino (4) (1) Bolsista de Iniciação Cientı́fica CNPq/PIBIC/Universidade Severino Sombra; (2) Programa de Mestrado em Ciências Ambientais, Universidade Severino Sombra; (3) Bolsista de Iniciação Cientı́fica FAPERJ/Universidade Severino Sombra; (4) Centro de Ciências Tecnológicas, Exatas e da Natureza, Universidade Severino Sombra E-mail: [email protected] Os ortopteróides são um componente comum da entomofauna terrestre, e os grilos são um componente importante da macrofauna de serapilheira florestal, tendo limites de tolerância restrita a certas condições ambientais. A fim de conhecer a diversidade da grilofauna, é necessário realizar o levantamento dos espécimes bioindicadores que habitam o local, sendo o objetivo deste trabalho estudar a famı́lia Gryllidae (Insecta: Orthoptera) como bioindicador em um fragmento de floresta pluvial atlântica secundária, no Instituto Zoobotânico de Morro Azul, no municı́pio de Engenheiro Paulo de Frontin-RJ. Foram feitas duas coletas, compreendendo verão e outono. Dentro da mata, foram estabelecidos oito pontos de coleta, levando em consideração a composição vegetal, nı́vel de serapilheira e luminosidade. Utilizou-se armadilhas de queda, contendo 150 mL de solução (95% de água, 3% de formol e 2% de detergente). Os grilos coletados foram identificados em nı́vel de gênero. Foram coletados 161 grilos, dos quais 48 no verão e 113 no outono, distribuı́dos em cinco gêneros, sendo Anurogryllus spp. o mais abundante, com 27,33% do total, seguido por Megalogryllus (16,15%), Hygronemobius spp. (13,66%), Nemobius spp. (4,35%) e Odontogryllus spp. (1,24%). A maior abundância e diversidade ocorreram nos pontos com maior nı́vel de serapilheira e menor incidência de luz, indicando sua afinidade por estes locais, e no outono, que com decaimento das folhas, serve de abrigo e alimento. Os gêneros Anurogryllus spp. e Nemobius spp. são comumente encontrados em locais descampados, o que explica sua dominância nos pontos mais degradados. Os resultados mostram que os grilos podem ser bons bioindicadores, pois respondem às modificações no ambiente. Contudo, ainda é preciso intensificar os estudos sobre este grupo, pois são pouco conhecidos nos trópicos, buscando assim uma melhor compreensão da sua taxonomia e ecologia. Palavras-chave: Insecta, Gryllidae, bioindicador Apoio: PIBIC/CNPq, FAPERJ, Instituto Zoobotânico de Morro Azul Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 164 4.18 Estruturas vegetativas utilizadas pelas formigas como trajetos de acesso ao alimento numa floresta nublada de Costa Rica Manuel A. Solı́s (1, 3); Susana Rivera (1, 2); Gabriela Chavarrı́a (2) (1) Unidade de Artrópodes, Instituto Nacional de Biodiversidade, Costa Rica; (2) Departamento de Biologia, Universidade Latina de Costa Rica; (3) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] As formigas são um componente importante das florestas tropicais e geram um rol vital na estrutura das interações bióticas. As lianas tem um crescimento abundante e diverso, pela sua distribuição vertical fazem parte importante das interações na maioria das árvores. Por sua vez as formigas representam a maior parte da abundância e biomassa dos artrópodes associados às árvores tropicais. As formigas podem mudar as estratégias na procura do alimento devido a complexidade do hábitat, assim no caso do solo este pode apresentar obstáculos que podem prolongar a rota e reduzir a velocidade. Nas florestas de terras baixas as formigas quando forrageiam utilizam galhos caı́dos que atravessam o solo do bosque. Mas como a ecologia das formigas muda de uma zona de vida a outra, propõe-se determinar as preferências das vias e rotas de acesso ao recurso alimentı́cio no forrageio por parte das formigas numa floresta nublada. Foram escolhidas lianas de distintas espessuras e texturas alem de folhas e galhos caı́dos onde foram colocadas iscas de atum com mel. Foram identificadas 36 espécies de formigas e houve diferenças na preferência de uso das lianas, sendo as de superfı́cie lisa as mais visitadas pelas formigas (X2 =19,27 g.l=2, p<0,05), assim como na parte superior que na base da árvore (X2 =34,34, g.l=2, p<0,05). A composição de espécies também foi distinta entre árvores e o solo, havendo maior visitação de espécies no solo (X2 =59,09, g.l=1, p<0,05). O uso destas estruturas vegetativas pelas formigas para atingir o alimento gera vantagens no forrageamento como um possı́vel menor gasto de energia e um acesso mais rápido. Palavras-chave: Formicidae, forrageamento, energia Apoio: OEA, CAPES, Hotel Villa Blanca Cloud Forrest, INBio, Universidade Latina Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 165 4.19 Entomofauna associada à serrapilheira recente em área de Caatinga Gabriela S. Rolim (1); Genésio T. Ribeiro (1); Glaziely S. Oliveira (1); Maria E. Correia-Oliveira (1); Francineide B. Gonçalves (1) (1) Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Sergipe E-mail: gabi [email protected] Os insetos são um grupo evolutivamente bem sucedido. Eles possuem diversas funções importantes para os ecossistemas, pois estão envolvidos com a decomposição de matéria orgânica, ciclagem de nutrientes, polinização, dispersão de sementes, entre outras. O trabalho objetivou realizar levantamento da entomofauna presente em serrapilheira recém-caı́da, avaliando a diversidade de insetos em remanescente de Caatinga no municı́pio de Porto da Folha, Sergipe. As avaliações mensais ocorreram entre março de 2011 a junho de 2012. Os coletores suspensos para serrapilheira foram distribuı́dos em uma área de 49,8ha permanecendo a 50cm do solo por 30 dias. Todo material coletado foi quantificado, e os insetos foram colocados em álcool 70% e encaminhados ao Laboratório de Pragas Agrı́colas e Florestais/UFS para identificação em nı́vel de famı́lia, por meio de chave taxonômica. Os dados foram analisados através dos ı́ndices faunı́sticos: Frequência, Abundância, Constância e Dominância. Foram encontrados 226 insetos distribuı́dos em oito ordens e 23 famı́lias. Destes, 61,06% pertencia a ordem Coleoptera, 24,78% a Hymenoptera, 4,42% a Orthoptera, 3,98% a Dermaptera, 3,09% a Blattodea, 1,33% a Hemiptera, 0,88% a Diptera e 0,44% a Lepidoptera. Coleoptera apresentou maior número de indivı́duos coletados e estes pertenciam às famı́lias Chrysomelidae (49,27%), Bruchidae (15,94%) e Curculionidae (7,97%). A maior incidência de coleopteras pode ter ocorrido devido aos seus hábitos alimentares, uma vez que a serrapilheira é composta por folhas, galhos, parte reprodutiva e detritos, favorecendo a sua prevalência nesse ambiente, sendo a maior incidência dos coleopteros nos meses de julho a setembro de 2011, que coincidiu com o perı́odo de maior deposição de biomassa na área. As demais ordens foram pouco frequentes e não dominantes, sendo consideradas espécies acidentais ou acessórias. Conclui-se que a abundância e a riqueza de insetos na serrapilheira podem estar relacionadas com a produção de biomassa. Palavras-chave: levantamento entomofaunı́stico, biomassa, semi-árido Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 166 4.20 Levantamento preliminar da diversidade de Scarabaeinae (Coleoptera: Scarabaeidae) na Estação Ecológica de Cuniã, Rondônia, Brasil Camila M. Lemke (1); Débora C. Castro (1); Aline A. Souza (1); Carolina M. Brum (1); Maria Aurea P. A. Silveira (1) (1) Departamento de Biologia, Laboratório de Biologia e Diversidade de Insetos, Universidade Federal de Rondônia E-mail: [email protected] A subfamilia Scarabaeinae (Coleoptera: Scarabaeidae) é popularmente conhecida como Rola-Bosta. Estes indivı́duos desempenham importante papel ecológico, devido ao seu hábito alimentar coprófago, em função de serem decompositores, inimigos naturais de pragas coprobiontes e bioindicadores. Tendo em vista que os levantamentos são a melhor forma de contribuir com conhecimentos sobre a fauna, pois geram informações estatı́sticas e taxonômicas importantes para caracterizar a biodiversidade de determinada área, preferencialmente em parques e unidades de conservação, esta pesquisa objetivou conhecer as espécies da subfamı́lia Scarabaeinae, ocorrentes na Estação Ecológica de Cuniã (8° 4’ 11.82” S 63° 28’ 34.64” W), no municı́pio de Porto Velho, Rondônia. Utilizou-se armadilhas pitfall iscadas com banana, frango e massa fecal fresca de humanos, monitoradas em intervalos de 48 horas. O perı́odo de coleta foi de 04 de dezembro de 2011 a 20 de outubro de 2012 na grade padrão PPBio de 25km2 em uma área de terra firme com floresta do tipo ombrófila aberta. Foram encontrados até o momento 2204 indivı́duos pertencentes a 51 espécies e 11 gêneros, destes apresentaram maior riqueza Canthon (Canthon proseni 14,3%; Canthon fulgidus 4,5%), Dichotomius (Dichotomius aff. lucasi 10,2%; Dichotomius aff. batesi 4%; Dichotomius podalirius 4%), Eurysternus (Eurysternus cayennensis 10%; Eurysternus hypocrita 7%), Deltochilum (Deltochilum sp1 5,7%; Deltochilum orbiculare 5%; Deltochilum orbignyi 4%), Coprophanaeus (Coprophanaeus telamon 6%). Em novas campanhas e com o uso de maior quantidade de armadilhas é provável que novas espécies sejam adicionadas. O presente estudo contribuiu para conhecimento da composição, abundância e diversidade de Scarabaeinae na Esec Cuniã. Palavras-chave: Canthon proseni, Dichotomius aff. lucasi, bioindicadores Apoio: PPBio, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 167 4.21 Estados imaturos de culicı́deos presentes na zona de afetação da Represa Yacyretá Mahia M. Ayala (1, 2); Leonardo H. Walantus (2); Valeria L. Le Gall (1, 2); Gustavo C. Rossi (3); Gustavo Spinelli (3) (1) Faculdade de Ciências Exatas, Quı́micas e Naturais - Universidade Nacional de Misiones; (2) Centro de Pesquisas Entomológicas. Parque Tecnológico Misiones; (3) CEPAVE, CCT CONICET e Departamento Cientı́fico de Entomologia da Faculdade de Ciências Naturais e Museu - Universidade Nacional de La Plata E-mail: [email protected] Desde 1993, o convênio chamado “Vigilância epidemiológica. Seguimento de criadeiras de mosquitos de interesse sanitário”, entre a Entidade Binacional Yacyretá e a Faculdade de Ciências Exatas, Quı́micas e Naturais (Universidade Nacional de Misiones), tem a finalidade de avançar no conhecimento dos ambientes onde são criados os mosquitos, bem como a avaliação de potenciais criadeiras das espécies de interesse sanitário. Esses trabalhos são feitos na zona de afetação da Represa Yacyretá sobre a beira do Rio Paraná das localidades de Posadas, Garupá e Candelaria. Os objetivos do trabalho foram: identificar as espécies de culicı́deos presentes na zona de afetação da Represa e realizar as caracterizações de possı́veis criadeiras de mosquitos, e desse jeito acrescentar ao estudo das zonas que se apresentam como hábitats favoráveis para o desenvolvimento destes dı́pteros, sugerindo que sejam úteis às obras de tratamento costeiro para diminuir as potenciais criadeiras de culicı́deos de importância sanitária, tendo um efeito direto na qualidade de vida das pessoas. Neste trabalho apresentamos os resultados das capturas de estados imaturos no perı́odo entre 2009 e 2012. A metodologia utilizada foi a busca de larvas em zonas predeterminadas consideradas como potenciais criadeiras e a caracterização dessas áreas foi feita em função dos fatores ambientais medidos, espécies vegetais e a entomofauna relacionada. Foram identificadas 22 espécies correspondentes a 8 gêneros. A maior diversidade especı́fica foi observada nos gêneros Anopheles e Culex com 8 e 6 espécies respectivamente, os quais apresentam grande interesse na área da saúde pelas doenças que eles transmitem. De acordo aos resultados encontrados, nas áreas com obras de tratamento costeiro, confirma-se a diminuição de zonas com hábitats ideais para o desenvolvimento das criadeiras de larvas de culicı́deos e, portanto de culicı́deos adultos. Palavras-chave: mosquitos, criadeiras, represa Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 168 4.22 Ninhos de abelhas carpinteiras e visitantes florais do maracujá-amarelo, em Sooretama, Espı́rito Santo: dados iniciais Schayanne L. Santos (1); Fernanda C. Maciel (1); Emanuelle de F. França (1); Karina S. Furieri (1); Alex Fabian R. Teixeira (2) (1) Faculdade Pitágoras de Linhares; (2) Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER) E-mail: [email protected] A produção de frutos do maracujá depende da polinização cruzada, realizada, principalmente, pelas Xylocopa. Mesmo em lavouras nas quais há emprego de polinização manual, a presença dessas abelhas aumenta a produtividade. O estudo dos ninhos naturais de Xylocopa e dos visitantes florais é fundamental na elaboração de planos de manejo com uso desses polinizadores. Pretende-se caracterizar os ninhos de Xylocopa residentes em um fragmento de mata próximo à lavoura de maracujá; identificar e analisar a abundância relativa dos visitantes florais. O estudo foi realizado no Distrito de Juncado, Sooretama, ES. A coleta iniciou-se às 11h30min (pré-antese floral) e terminou às 16h30min, sendo utilizado o método de varredura com redes entomológicas. Foram encontrados nove ninhos, todos em galhos secos. Caracterı́sticas dos ninhos: antigos; média da circunferência da entrada de 21cm (±8,34); média da altura em relação ao solo de 2,37m (±1,23m); duas galerias e média de quatro células. Apoidea foram os visitantes mais abundantes nas flores do maracujá (86,57%), seguidos por Diptera (5,97%), Vespoidea (2,99%), Lepidoptera (2,99%) e Neuroptera (1,49%). Foram coletadas seis espécies de abelhas, sendo as de hábito eussocial mais abundantes Apis mellifera (72%) e Trigona cf. spinipes (20%). As demais, consideradas solitárias, com tamanho suficiente para realizar a polinização, Xylocopa frontalis, Eulaema cingulata, Centris sp. e Epicharis sp. representaram apenas 2% cada. Os dados não são conclusivos, uma vez que o estudo encontra-se em andamento. Contudo, apesar da proximidade da lavoura com um fragmento de mata que disponibiliza recursos florais e locais de nidificação para a guilda das abelhas polinizadoras efetivas do maracujá, foi encontrado menor abundância para esse grupo. Isso pode estar relacionado ao uso de agrotóxicos, tendo em vista que a lavoura é conduzida de forma convencional. Palavras-chave: polinização, mangangás, agrotóxicos Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 169 4.23 Ocorrência de grupos tróficos da coleopterofauna em fragmento de Floresta Pluvial Atlântica no Estado do Rio de Janeiro Matheus P. Mendes (1); Marcelo N. Duarte (2); William C. Rodrigues (3) (1) Bolsista de Iniciação Cientı́fica PIBIC/CNPQ, Universidade Severino Sombra; (2) Programa de Mestrado em Ciências Ambientais, Universidade Severino Sombra; (3) Diretoria Geral, Methodos Consultoria Agronômica e Ambiental. E-mail: [email protected] O presente trabalho teve como objetivo o levantamento da Coleopterafauna presente no Instituto Zoobotânico de Morro Azul, um fragmento de floresta atlântica no municı́pio de Engenheiro Paulo de Frontin-RJ. A ordem Coleoptera é um dos grupos de insetos com maior número de indivı́duos no mundo, havendo diferentes denominações de agrupamentos de espécies, dentre eles, os grupos tróficos, sendo uma importante ferramenta no biomonitoramento do ambiente. Dentro da mata, foram estabelecidos oito pontos de coleta levando em consideração o estágio sucessional e composição florı́stica. Foram utilizadas armadilhas de queda para captura dos insetos, com 150 mL de solução (95% de água, 3% de formol e 2% de detergente), os insetos capturados foram identificados em nı́vel de famı́lia. Foram capturados 1.812 besouros, distribuidos em 11 famı́lias, sendo os mais abundantes Silphidae (39,62%) e Staphylinidae (32,78%). Estas duas famı́lias são consideradas saprófagas, e são importantes agentes ecológicos na fragmentação da matéria orgânica, tendo preferência por locais mais estruturados. Já Scarabaeidae (2,32%) em geral é considerado coprófago, decompondo fezes de animais, e, juntamente com Silphidae e Staphylinidae, são bons indicadores em estudos de fragmentação florestal. Os besouros da familia Anobiidae (20,14%), Curculionidae (1,55%) e Bruchidae (0,72%) são fitófagos, estando inclusive associados a danos a grãos e cereais na agricultura. A Scolytidae (1,66%) estão incluı́dos no grupo dos micófagos. Os besouros da famı́lia Carabidae (0,88%) são predadores e ótimos indicadores de áreas conservadas. A ocorrência de certos grupos nas áreas mais conservadas, mostrou que podem ser bioindicadores e são um importante mecânismo para estudos de biodiverdade, pois fornece resultados claros e rápidos do estado de conservação da área monitorada. Palavras-chave: biodiversidade, bioindicadores, Coleoptera Apoio: Methodos Consultoria Agronômica e Ambiental, Instituto Zoobotânico de Morro Azul Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 170 4.24 Levantamento de ninhos de Meliponina (Hymenoptera: Apidae) na Mata do Ginásio São José em Ubá/ MG, Brasil Érica B. Pacheco (1); Rafaela D. Marques (1); Georgina M. de FariaMucci(1) (1) Universidade do Estado de Minas Gerais Email: [email protected] As abelhas da subtribo Meliponina ocorrem nas regiões tropicais e subtropicais do mundo, com grande diversidade nas florestas tropicais. Em geral, os meliponı́deos fazem seus ninhos em cavidades pré-existentes e utilizam uma variedade de substratos: ocos e galhos de árvores, cavidades no solo, ninhos de outros insetos ou aves, tocas abandonadas, entre outros. Os objetivos desse trabalho foram verificar a riqueza de espécie dessas abelhas e os substratos utilizados para nidificação. A área de estudo esta localizada em Ubá/MG e está inserido no bioma Mata Atlântica. A Mata do Ginásio São José localiza-se na área urbano e possui uma área de 45 ha. Para verificar a presença de ninhos foram feitas caminhadas dentro e na borda da mata observando as árvores vivas e mortas (no perı́odo de agosto-2011 a julho-2012), cupinzeiros, mourões de cerca, e cavidades no solo onde poderia haver ninhos. Os ninhos encontrados foram georreferenciados, fotografados dados foram anotados, como a espécie de planta onde o ninho foi encontrado, o diâmetro e altura da arvore, altura da entrada do ninho e detalhes da estrutura da boca do ninho. Foram coletados dez indivı́duos diretamente na entrada do ninho, com auxilio de uma rede entomológica. Essas abelhas foram montadas em alfinetes entomológicos, etiquetadas, identificadas e estão depositadas na Coleção Camargo, Faculdade de Filosofia e Letras de Ribeirão Preto-USP. No total, foram encontrados 41 ninhos de cinco espécies de Meliponina: Tetragonisca angustula (Latreille, 1811), Plebeia droryana (Friese, 1900), Tetragona sp. gr. Clavipes (Fabricius, 1804) , Trigona spinipes (Fabricius, 1793) e Friesella schrottkyi (Friese, 1900. A espécie que apresentou maior abundância de ninhos foi T. angustula. Na Mata do Ginásio São José a maioria dos ninhos foi encontrado em Anadenanthera colubrina (Fabaceae). Palavras-chave: Meliponina, substratos de nidificação, Mata Atlântica Apoio: CNPq, FAPEMIG:Projeto Endogovernamental – DEG 39/11 Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 171 4.25 Comportamento de Omaspides pallidipennis (Coleoptera: Chrysomelidae: Cassidinae) Fernando A. Frieiro-Costa (1); Paula A. A. Gomes (2); Fábio Prezoto (2) (1) Núcleo de Pesquisa em Ciências Biológicas - Centro Universitário de Lavras; (2) Programa de Pós-graduação em Ecologia, Universidade Federal de Juiz de Fora E-mail: [email protected] Cassidinae é uma subfamı́lia muito pouco conhecida, seja em relação ao comportamento das espécies, ou seja, comportamento dos inimigos naturais. Notável caracterı́stica apresentada por algumas espécies é a Subsocialidade. Poucos dados quantitativos são encontrados sobre a sobrevivência da prole quando a fêmea não está presente. Além da subsocialidade observam-se comportamentos defensivos, como cicloalexia e auto-hemorragia. Tentando comprovar a eficiência do cuidado maternal e outros comportamentos de defesa, realizou-se a presente pesquisa na Floresta Nacional de Passa Quatro, MG/BR, entre outubro de 2010 e abril de 2011. As fêmeas que tomavam conta das proles foram marcadas e observadas diariamente, em horários alternados. Fêmeas foram removidas para verificar a eficiência do cuidado maternal. Acompanhamos, diariamente, 170 proles. As fêmeas realizaram cuidado parental e estiveram junto à prole durante todos os estágios imaturos. Cuidado maternal pode ser explicado pelo maior investimento da fêmea. Processo auto-hemorrágico ocorreu durante o manuseio dos adultos. O processo tem função deterrente, expondo o atacante a substâncias tóxicas. Detectando presença de inimigos as fêmeas: erguiam suas pernas, agitandose em movimentos laterais; iam de encontro ao atacante ou utilizavam os élitros como escudo tentando desalojar o oponente. Exceto pela primeira unidade comportamental, não observada na defesa de pupas, as demais aconteceram em todos os estágios de desenvolvimento. Estas atividades, provavelmente, visam alarmar e/ou defender a prole, ou ainda alertar o atacante de sua disposição em enfrentá-lo. Cicloalexia é, frequentemente, associada ao cuidado maternal. As larvas, exceto quando se alimentavam, permaneciam sempre em cicloalexia, movimentando as furcas com o anexo exúvio-fecal quando molestadas. Conjuntos manipulados experimentalmente (n = 15 desovas) foram predados. Os resultados mostraram que cuidado maternal nessa espécie é muito eficaz na sobrevivência, principalmente, do estágio de ovo. Palavras-chave: auto-hemorragia, cicloalexia, subsocialidade Apoio: CNPQ Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 172 4.26 Presença de Acanthoscelides obtectus aumenta as capacidades competitivas de Zabrotes subfasciatus em grãos de feijão Alice S. Rodrigues (1); Eugênio E. de Oliveira (1); Karina V. Mallqui (1,2) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Faculdade de Ciências Agrárias, Universidad Nacional de Ancash Santiago Antunez de Mayolo E-mail: [email protected] Os bruquı́neos Acanthoscelides obtectus e Zabrotes subfasciatussão capazes de explorar nichos altamente similares (e.g. grãos de feijão no perı́odo de armazenamento) em regiões neotropicais. Registros de coexistências destas espécies em unidades brasileiras de armazenamento são frequentes e, apesar de serem importantes pragas em massas de grãos de feijão, pouco se é conhecido sobre as habilidades competitivas de cada espécie quando se encontram em condições de competição direta. O objetivo desse trabalho foi avaliar o desenvolvido de ensaios de competição direta seguindo delineamento experimento do tipo fatorial bivariado, onde uma espécie teve o número inicial de insetos fixados em 50, enquanto se variava a quantidade inicial de insetos (de 0 a 50) da outra espécie. Assim, a espécie que tinha variada sua quantidade inicial de insetos começava o experimento com as proporções iniciais de 0; 0,17; 0,29; 0,38 e 0,50. Massas de grão de feijão de 100g foram infestadas por insetos adultos (e não sexados) por um periodo de 42 dias (tempo de uma geração). Ao final deste perı́odo realizou se a contagem do número total de insetos adultos vivos e se calculou a taxa de crescimento (ri) para cada espécie. Os resultados obtidos foram submetidos a analise de covariância, onde a proporção inicial de insetos foi utilizada como variável independente. Nas condições de competição direta usadas no presente estudo, as capacidades competitivas de Z. subfasciatus foram favorecidas pela presença de seu competidor heteroespecı́fico A. obtectus enquanto que as capacidades competitivas de A. obtectus não foram alteradas pela presença de Z. subfasciatus. Portanto, a inexistência de interações negativas entre as espécies pode estar facilitando a coexistência de ambas as espécies no mesmo nicho (massas de grãos de feijão), sendo que Z. subfasciatus pode até se beneficiar da presença de seu competidor. Palavras-chave: competição interespecı́fica, bruquı́neos, carunchos-dofeijão Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG, LASPAU Foundation e Programa Fincyt (Governo Peruano) Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 173 4.27 Aspectos reprodutivos de Cladomorphus phyllinus (Phasmatodea, Phasmatidae) criados em laboratório Victor D. Pinto (1); Paula C. Zama (1, 2); Fernando A. da Silva (1) (1) Instituto Superior de Ciências da Saúde; (2) Departamento de Zoologia, Universidade Federal de Minas Gerais E-mail: [email protected] A Ordem Phasmatodea é formada por insetos herbı́voros e lentos conhecidos como bichos-pau. É um grupo pouco estudado, pois seus representantes são insetos sedentários, com baixas densidades populacionais e sem interesses médicos ou econômicos. O objetivo do presente trabalho foi conhecer parte da biologia reprodutiva de Cladomorphus phyllinus em condições laboratoriais restritas. O trabalho foi realizado de setembro de 2011 a dezembro de 2012 no laboratório de Zoologia do INCISA, BH-MG, que caracteriza-se por ambiente sem janelas, com temperaturas entre 250 -280 e pouca circulação de ar. Três casais de C. phyllinus foram separados e acompanhados durante o trabalho. Os viveiros passaram por inspeção diária para retirada dos ovos. Após o perı́odo de oviposição, os seguintes dados foram analisados: o número de ovos por fêmea, o número de ovos por dia, o tempo médio de eclosão dos ovos, a taxa de eclosão e o tamanho médio dos filhotes. Um total de 420 ovos foi colocado, sendo 66 pela fêmea 1, 169 pela fêmea 2 e 185 pela fêmea 3. A média de ovos postos por dia variou entre 3,25-3,47. Com base no número de ovos que eclodiram, foi calculada a taxa de natalidade, sendo de 0%; 31,36% e 4,32% para cada fêmea respectivamente. O tempo médio para eclosão dos filhotes foi de 176 dias. O tamanho médio dos filhotes após a eclosão foi de 1,95 cm. Dos filhotes eclodidos apenas duas fêmeas atingiram idade adulta. A reprodução por partenogênese foi observada, já que as fêmeas realizaram posturas de ovos sem contato prévio com machos. Desta forma, conclui-se que apesar das limitações, C. phyllinus apresenta sucesso reprodutivo em condições laboratoriais. Contudo, mais estudos deverão ser realizados a fim de determinar quais são as condições ideais para maior desempenho reprodutivo da espécie. Palavras-chave: Bicho-pau, Hexapoda, reprodução Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 174 4.28 Comportamento de abelhas na flor do maracujá amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa) e os reflexos na polinização Brayan R. de Oliveira (1); Jacimar B. Boti (2); Milson L. de Oliveira (3); Hediberto N. Matiello (4) (1) Biólogo, MSc. Ecologia, Santa Teresa/ES; (2) Biólogo, MSc. Entomologia, Colatina/ES; (3) Professor, DSc. Solos e Nutrição de Plantas, Instituto Federal do Espı́rito Santo Campus Santa Teresa/ES; (4) Instituto Federal do Espı́rito Santo Campus Santa Teresa/ES E-mail: [email protected] Espécies de maracujá são comuns em regiões tropicais, incluindo o Brasil que é o maior produtor e consumidor da fruta. No Estado do Espı́rito Santo, principalmente no Municı́pio de Santa Teresa, a espécie mais cultivada é o maracujá amarelo. Trata-se de uma espécie dependente da polinização cruzada, realizada por certas abelhas que têm a capacidade de transferir o pólen das anteras para o estigma floral, realizando a fecundação. Alguns autores admitem que certas abelhas atuam como agentes polinizadores do maracujá amarelo, outros, no entanto, ressaltam que o tamanho do agente polinizador é fator primordial, devido a posição do estigma floral. Assim, a pesquisa teve por objetivo identificar as abelhas visitantes florais, verificar seu comportamento na flor e os reflexos na polinização do maracujá amarelo. O estudo foi realizado em um pomar do Ifes campus Santa Teresa/ES (19º56’S e 40º37’W). Os visitantes foram observados com auxı́lio de binóculo e coletados com rede entomológica para identificação, sendo separados em nı́vel de famı́lia sob estereomicroscópio e depois comparados com material de coleções para determinação das espécies. Durante um mês de observações (março, 2013), no perı́odo de intensa florada, coletaram-se 36 abelhas visitantes florais, destacando-se três espécies de abelhas Anthophoridae Xylocopa frontalis, X. muscaria e X. nigrocinata como potenciais polinizadores. No entanto, nas observações in loco, a eficiente polinizadora pelo seu comportamento de tocar os estigmas florais com o dorso do tórax repleto de pólen foi X. frontalis. As demais abelhas não são potenciais polinizadores, dado ao seu pequeno porte não conseguem tocar o estigma, em decorrência da grande distância entre os órgãos reprodutivos da flor. Foi observada ainda a competição entre a abelha Apis mellifera e as do gênero Xylocopa, salientando que A. mellifera chega primeiro, logo após a abertura da flor e coleta grande parte do pólen. Palavras-chave: maracujá, abelhas, polinização Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 175 4.29 Riqueza de espécies de Arsenurinae (Lepidoptera: Saturniidae) em área de vegetação de Mata Atlântica no Espı́rito Santo Andrielle de Castro (1); Luciano S. F. Ferreira (2); Hemerson P. dos S. de Oliveira (1); David dos S. Martins (3); Paulo S. F. Ferreira (4) E-mail: drika [email protected] (1) CRDR Centro Norte, Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural; (2) Campus Rio Paranaı́ba, Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa; (3) Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural; (4) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa Saturniidae é uma famı́lia de mariposas mundialmente conhecida pela multiplicidade de formas e cores de suas espécies. Embora tenha havido contribuições ao conhecimento dessa famı́lia na Região Neotropical muitos ecossistemas brasileiros como a Mata Atlântica no Espı́rito Santo, ainda carecem de estudos. Este estudo apresenta a riqueza da subfamı́lia Arsenurinae com informações sazonais das espécies, como parte dos resultados de um projeto sobre a biodiversidade da entomofauna na Reserva Natural Vale (RNV), fragmento de vegetação natural de Mata Atlântica, localizado entre os municı́pios de Linhares e Jaguaré, no norte do Espı́rito Santo. Sua área compreende 21.787 ha, com altitude variando entre 28 a 65 m, tendo como principal formação vegetal a Floresta Ombrófila Densa de terras baixas e clima do tipo tropical quente com verão chuvoso e inverno seco. As coletas ocorreram no perı́odo de 1987 a 1993, com armadilhas luminosas UV instaladas a 3 m do solo em áreas de mata primária e secundária. As armadilhas permaneceram acesas, simultaneamente, uma vez a cada 10 dias, no perı́odo das 18 às 07 horas. Cerca de cinco exemplares das espécies capturadas foram montados, etiquetados e preservados na coleção entomológica da RNV. Os espécimes excedentes foram conservados em mantas entomológicas armazenadas em recipientes lacrados contendo naftalina e paraformaldeido para futuros estudos. Os dados climáticos, no perı́odo, foram obtidos na estação meteorológica da RNV. Foram coletadas 10 espécies de Arsenurinae. A ocorrência das espécies se apresentou em todos os meses do ano com tendência maior no perı́odo quente e chuvoso (outubro-novembro) e menor nos meses mais frios e secos (julho-agosto). A espécie Titaea tamerlan (Maassen) foi a mais frequente, ocorrendo em todo o perı́odo anual, seguida por Parademonia pluto (Westwood) com 9 meses. A espécie T. tamerlan foi a mais abundante seguida por P. pluto e Rhescyntis pseudomartii Lemaire. Palavras-chave: Biodiversidade, Mata Atlântica, Saturniidae Apoio: CEPEB/RNV, Projeto Biomas/Mata Atlântica, CNPq, Fapes Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 176 4.30 Riqueza de espécies de Sphingidae (Lepidoptera) em área de vegetação natural de Mata Atlântica no Espı́rito Santo Andrielle de Castro (1); Luciano S. F. Ferreira (2); Hemerson P. dos S. de Oliveira (1); Paulo S. F. Ferreira (3); David dos S. Martins (4) (1) CRDR Centro Norte, Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural; (2) Campus Rio Paranaı́ba, Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa; (3) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (4) Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural E-mail: drika [email protected] A Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos em diversidade e produtividade do planeta, mas também um dos mais ameaçados. Para conservar a biodiversidade de um bioma, há que se conhecer as espécies que aı́ se encontram, como estão distribuı́das e em que área e habitat vivem. A Reserva Natural Vale (RNV), fragmento da Mata Atlântica, localizada entre os municı́pios de Linhares e Jaguaré, no norte do Espı́rito Santo, abriga uma grande riqueza de espécies da flora e da fauna neotropical, incluindo diversos grupos de insetos. Este estudo teve como objetivo inventariar as espécies de Sphingidae (Lepidoptera) na RNV e as suas sazonalidades durante o ano. As coletas ocorreram no perı́odo de 1987 a 1993, com armadilhas luminosas UV instaladas a 3m do solo em áreas de mata primária e secundária. As armadilhas permaneceram acesas, simultaneamente, uma vez a cada 10 dias, no perı́odo das 18 às 07 horas. Cerca de cinco exemplares representantes das espécies capturadas foram montados, etiquetadas e preservados na coleção entomológica da RNV. Os espécimes excedentes foram conservados em mantas entomológicas armazenadas em recipientes (lata metálica de 20 litros) lacrados contendo naftalina e paraformaldeido para futuros estudos. Foram coletadas 49 espécies de Sphingidae distribuı́das em 24 gêneros, destacando-se, com maiores números Manduca (6 espécies), Xylophanes (5) e Erinnyis (4). A espécie de maior frequência anual foi Erinnyis ello ello (Linnaeus) (8 meses) seguida por Adhemarius palmeri (Boisduval), Perigonia lusca lusca (Fabricius), Protambulyx strigilis (Linnaeus) e Xylophanes tersa tersa (Linnaeus), com 7 meses cada. Observou-se uma tendência no aumento do número de espécies a partir de janeiro até julho com uma queda significativa em agosto, tornando a crescer a partir de setembro e atingindo o maior número em outubro. Os meses de maior ocorrência de espécies foram outubro (20), julho (18) e novembro (15). Palavras-chave: Biodiversidade, Mata Atlântica, Sphingidae Apoio: CEPEB/RNV, Projeto Biomas/Mata Atlântica, CNPq, Fapes Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 177 4.31 Comunidade de Scarabaeinae (Coleoptera: Scarabaeidae) copro-necrófagos da Serra de São José- MG Victor S. Totino (1); Nayara L. Reis (1); Priscila K. S. Nascimento (1); Fernando A. B. Silva (2); Letı́cia Vieira (3) (1) Universidade Federal de São João del-Rei; (2) Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará; (3) Departamento de Ciências Naturais, Universidade Federal de São João del-Rei E-mail: [email protected] Os besouros da subfamı́lia Scarabaeinae (Coleoptera: Scarabaeidae) são considerados bioindicadores importantes ao fornecer informações úteis acerca do estado de conservação de remanescentes de florestas tropicais. O objetivo deste trabalho foi descrever parâmetros da comunidade de escarabeı́neos na Serra de São José em quatro diferentes fitofisionomias (floresta estacional semidecidual, cerrado, campo rupestre e pastagem). Para captura dos besouros foram utilizados “pitfall traps” contendo um dos três tipos de iscas (fezes humanas homogeneizadas com fezes de porco, baço apodrecido ou fezes de boi), durante o perı́odo chuvoso de 2012 (janeiro a março). Os parâmetros analisados foram: a riqueza estimada baseada no número de indivı́duos amostrados x riqueza observada (Sobs MaoTau) e a resposta da comunidade aos fatores fitofisionomia e tipo de isca (PERMANOVA). Foram coletados 2460 indivı́duos, distribuı́dos em 79 espécies e 7 tribos, Canthonini (15 espécies), Ateuchini (6 espécies), Coprini (31 espécies), Deltochilini (7 espécies), Oniticelini (4 espécies), Onthophagini (5 espécies) e Phanaeini (11 espécies). Foram registradas espécies exclusivas em quase todas as fitofisionomias, exceto nos campos rupestres. Algumas espécies foram registradas apenas em um tipo de isca. A fitofisionomia de floresta apresentou o maior número de espécies (55 spp). A comunidade de Scarabaeinae demonstrou estar estruturada de acordo com os tipos de fitofisionomia (p=0.02) e iscas (p=0.03). Dessa forma, a utilização dos três tipos de iscas se faz necessária para uma amostragem efetiva da comunidade. Os fragmentos de cerrado apresentam uma composição de espécies comuns entre os campos rupestres, pastagem e florestas semideciduais, enquanto as áreas de pastagem se diferenciam mais em composição quando comparados às outras três fitofisionomias. Dentre as fitofisionomias amostradas, os fragmentos de floresta semidecidual mantém uma maior diversidade regional de Scarabaeinae na Serra de São José. Palavras-chave: APA Serra de São José, Floresta Estacional Semidecidual, rola-bosta Apoio: IEF, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 178 4.32 Riqueza de formigas em áreas ciliares do Rio Itapecerica, em Divinópolis – MG após nove anos de reflorestamento Kátya D. Freitas (1); Renata B. F. Campos (2); Alysson R. Fonseca (1) (1) Instituto Superior de Educação de Divinópolis-ISED; (2) Departamento de Biodiversidade Evolução e Meio Ambiente, Universidade Federal de Ouro Preto E-mail: [email protected] Neste trabalho, foi avaliado o processo de recuperação de áreas ciliares, por meio da riqueza da comunidade de formigas às margens do rio Itapecerica, no perı́metro urbano de Divinópolis MG. Foram analisadas quatro áreas reflorestadas, duas áreas remanescentes secundárias e uma área sem histórico de remoção da vegetação original (referência). Em cada área foram realizadas três campanhas de amostragem, sendo a primeira em 2003 imediatamente antes do reflorestamento, a segunda em 2004 e a terceira em 2012. Em cada transecto, perpendicular ao rio, foram dispostas quatro armadilhas do tipo pitfall, equidistantes 15m, sendo os mesmos separados uns dos outros por cerca de 100m. Foram analisados dois parâmetros de riqueza como resposta, sendo: (1) o total de espécies coletado por área e (2) a média da riqueza nas armadilhas de cada área. O número de pontos instalados por área, cujo número era proporcional ao tamanho da mesma e o tratamento (reflorestado, remanescente e referência) foram utilizados como variáveis explicativas. A riqueza total em cada área variou entre seis e 41espécies, mas não foi explicada pelo tratamento, tempo ou tamanho, que foi inferido pelo número de pontos de amostragem, corroborando a ideia de que a riqueza de formigas não foi um indicador adequado de recuperação, evidenciando a necessidade de estudos sobre a composição de espécies. Entretanto, o tamanho da área afetou a média de espécies em cada área, sendo que fragmentos maiores apresentaram menor riqueza média. Estes resultados constituem uma importante evidência acerca da estruturação de comunidades de formigas em matas ciliares, uma vez que sugerem a existência de um grupo restrito de espécies, que se repete ao longo de áreas maiores. Este padrão pode ser gerado por dominância daquelas espécies que conseguem superar a perturbação ocasionada pelas cheias anuais, além daquelas decorrentes da urbanização. Palavras-chave: Mata Ciliar, bioindicação, mirmecofauna Apoio: Fapemig, CAPES, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 179 4.33 Perda de diversidade de insetos da ordem Coleoptera e Hemiptera é maior em bordas antropizadas e ausente em bordas naturais Raquel L. Carvalho (1); Diego V. A. Silva (1); Thiago Polizei (3); Roberth Fagundes (1, 2); Sérvio P. Ribeiro (1) (1) Departamento de Biodiversidade, Universidade Federal de Ouro Preto; (2) Departamento de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia; (3) Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual Paulista ”Julia de Mesquita Filho” E-mail: [email protected] As caracterı́sticas dos limites de um ambiente (floresta, savana, etc.) dependem das condições desse ambiente e do ambiente adjacente. Conhecido como Efeito de Borda, isso pode ter reflexos direto na diversidade desse habitat. Neste estudo foi avaliado o Efeito de Borda através do contraste entre as faunas de insetos das ordens Coleoptera e Hemiptera presentes em áreas de borda contrapostas com o interior de Mata Atlântica, no PERD Parque Estadual do Rio Doce. As amostragens foram realizadas em fevereiro e setembro de 2011 (estações seca e chuvosa) em quatro áreas diferentes do PERD: borda com pasto, borda com estrada, borda natural de ecótone com um lago e interior de mata secundária tardia. Utilizou-se da técnica de batimento em ramos e folhas com auxı́lio do guarda chuva entomológico, aplicada a 15 árvores por área de duas espécies (Byrsonima sericea e Mabea fistulifera). Na estação chuvosa foram coletados 291 indivı́duos adultos de insetos, divididos em 26 famı́lias pertencentes a 73 morfoespécies. Na estação seca foram coletados 226 indivı́duos adultos de insetos, divididos em 22 famı́lias e 59 morfoespécies. Tanto para riqueza (ANOVA F(2,117)=10.816; p<0,0001), quanto para abundância (ANOVA F(2,117)=13.505, p<0,0001), foram observados valores maiores para os ambientes o interior da mata (2,93 ± 0,37) e a borda natural (3,08 ± 0,30) do ecótone comparados com as bordas com estrada (1,24 ± 0,16) e borda com pastagem (1,85 ± e 0,24), independente da estação e da espécie de planta. Além disso, entre o interior e a borda natural a diversidade foi semelhante sugerindo que o efeito de borda é mais dependente das caracterı́sticas do ambiente adjacente e do modo que a borda foi criada. Palavras-chave: Mabea fistulifera, Byrsonima sericea, insetos, dossel Apoio: CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 180 4.34 Ectoparasitas de Phyllostomus hastatus da região central de Minas Gerais Carla E. F. A. Dias (1); Silvana de Melo (1); Gisele M. L. Del Giúdice (1) (1) Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] Phyllostomidae é a famı́lia de Chiroptera brasileira mais diversa, caracterizada por um apêndice nasal em forma de folha ovalada ou lanceliforme, que auxilia na ecolocalização. Dentre estes destaca-se o gênero Phyllostomus. Phyllostomus hastatus é uma espécie de ampla distribuição geográfica, encontrada nas Américas Central e do Sul. O objetivo do presente trabalho é relatar a presença de ectoparasitas da famı́lia Streblidae em P. hastatus. No Brasil, essa espécie de morcego já foi registrada em 20 estados, está entre uma das maiores espécies de morcegos da América e é a maior do gênero, possuindo comprimento cabeça-corpo entre 94 e 124 centı́metros. Os morcegos foram coletados na Gruta Guanabara no municı́pio de Cordisburgo, na região central de Minas Gerais. Em todos os 4 espécimes coletados foram encontrados ectoparasitas, a maioria deles estavam localizados na parte interior das pernas e fixos ao uropatágio. Os ectoparasitas são dı́pteros da famı́lia Streblidae, que é composta por moscas hematófagas e ectoparasitas exclusivas de morcegos. As espécies tendem a ser especı́ficas de um hospedeiro, com uma espécie de mosca geralmente parasitando uma espécie hospedeira ou poucas espécies hospedeiras intimamente relacionadas. É uma famı́lia cosmopolita, porém existem relatadas na literatura algumas espécies endêmicas do cerrado. A relação parasita hospedeiro é alvo de muitos estudos, contudo ainda não existem dados de quão prejudiciais estas moscas podem ser para os morcegos e qual seu impacto em uma colônia. Palavras-chave: hastatus, parasita, morcego Apoio: CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 181 4.35 Comportamento dos insetos visitantes florais da goiabeira (Psidium guajava, Myrtaceae) e os reflexos na polinização Jacimar B. Boti (1); Brayan R. de Oliveira (2); Milson L. Oliveira (3) Fernando Z. Madalon (3); Rafael C. Santana(3) (1) Biólogo, MSc. Entomologia, Colatina/ES; (2) Biólogo, MSc. Ecologia, Santa Teresa/ES; (3) Instituto Federal do Espı́rito Santo, Campus Santa Teresa E-mail: [email protected] A goiabeira é uma espécie frutı́fera nativa das regiões tropicais americanas, desde o México até o sul do Brasil. Sua flor é hermafrodita, rica em pólen, com frutificação por autopolinização; porém, requer polinização cruzada para melhor desenvolvimento de seus frutos. Poucos trabalhos têm abordado o estudo de insetos visitantes florais, bem como, seus polinizadores especı́ficos. O presente estudo teve por objetivo verificar o comportamento dos insetos visitantes florais, mencionando o tempo (médio) de visitas nas flores de P. guajava e qualificando-os como visitantes e potenciais polinizadores. O estudo foi conduzido durante o mês de março de 2013 em um pomar com 150 goiabeiras, localizado no campus do Ifes, Santa Teresa-ES (19º 56’S e 40º 37’W). O pomar foi irrigado para produção de flores. Os insetos foram monitorados nas flores com auxı́lio de um binóculo e foram analisados seus comportamentos em relação ao toque no estigma floral e, sendo verificado o material coletado, foi registrado o tempo de visita de cada inseto na flor com um cronômetro. Os visitantes foram coletados com redes entomológicas e, posteriormente, separados em famı́lias e espécies sob estereomicroscópio. Parte do material coletado foi conduzido ao Museu Regional de Entomologia da UFV para análise. Foram coletados 62 indivı́duos, a maioria abelhas, principalmente no perı́odo matutino, destacando-se Apis mellifera como o principal polinizador, sendo o primeiro inseto a chegar na flor por volta das 6:00h, forçando a abertura dos botões florais e permanecendo cerca de 10s na flor. Outras abelhas de maior porte, por tocarem várias vezes no estigma foram, também, consideradas potenciais polinizadores de P. guajava. Entretanto, Trigona spinipes, foi a abelha mais abundante em indivı́duos e juntamente com vespas e moscas não apresentaram comportamento polinizador, o que está de acordo com diversos autores, em relação ao tamanho das abelhas e seu comportamento na flor. Palavras-chave: goiabeira, polinização, abelhas Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 182 4.36 Caracterização de criadeiras na Área de Recursos Ambientais “El Zaimán” Yamila N. Fagundi Zalazar (1,2); Camila G. Rippel (1,2); Mahia M. Ayala (2); Valeria L. Le Gall (2); Leonardo H. Walantus (2) (1) Faculdade de Ciências Exatas, Quı́micas e Naturais – Universidade Nacional de Misiones; (2) Centro de Pesquisas Entomológicas - Parque Tecnológico Misiones E-mail: [email protected] O presente trabalho foi realizado na Área de Recursos Ambientais (ARA) “El Zaimán”, no marco de um convênio entre a Entidade Binacional Yacyretá e o Parque Tecnológico Misiones, através do Centro de Pesquisas Entomológicas. Os mosquitos (Culicidae) são insetos com importância sanitária devido a sua capacidade de transmitir doenças às populações humanas e animais. Dentro das atividades para conhecer a biodiversidade de culicı́deos, o objetivo deste trabalho é identificar as espécies de mosquitos e caracterizar as potenciais criadeiras na ARA. Para conseguir isso amostragens foram realizadas durante os meses de abril de 2012 e março de 2013. A captura de estados imaturos realizou-se com conchas e bandejas brancas. Em cada lugar analisado foram medidas a temperatura, umidade, pH, oxigênio dissolvido e outros parâmetros que junto com à vegetação e entomofauna associada permitiram a caracterização das criadeiras. As espécies capturadas e identificadas foram Anopheles albitarsis, Anopheles strodei, Anopheles argyritarsis, Anopheles rondoni, Anopheles galvaoi, Anopheles triannulatus, Anopheles evansae, Anopheles sp., Culex quinquefasciatus, Culex tatoi, Culex coronator, Culex microculex, Culex soperi, Culex maxi, Culex glyptosalpinx, Lutzia bigoti, Aedomyia squamipennis, Psorophora ferox, Uranotaenia sp., e Stegomyia sp. Comparando as criadeiras naturais e artificiais pode-se observar que a maior diversidade de culicı́deos ocorreu nas primeiras, com 13 espécies no total, e a média dos parâmetros registrados foram: temperatura da água 18,8°C, pH 7,25, oxigênio dissolvido 4,65 ppm e condutividade elétrica 360,85 µS. É importante continuar com as observações de culicı́deos na área para contribuir ao conhecimento da ecologia e dinâmica destes mosquitos. Palavras-chave: culicı́deos, reserva, criadeiras Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 183 4.37 Escarabeı́neos (Coleoptera: Scarabaeidae: Scarabaeinae) bioindicadores da Serra de São José – MG Nayara L. Reis (1); Priscila K. S. Nascimento (1); Victor S. Totino (1); Fernando A. B. Silva (2); Letı́cia Vieira (3) (1) Graduandos em Ciências Biológicas, Universidade Federal de São João Del-Rei; (2) Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará; (3) Departamento de Ciências Naturais, Universidade Federal de São João Del-Rei E-mail: nayarinha [email protected] Os bioindicadores ecológicos são identificados por estabelecer uma relação forte com alguma caracterı́stica de seu habitat. Dentre os insetos, os besouros escarabeı́neos têm sido recomendados como bioindicadores de qualidade ambiental por apresentarem facilidade de amostragem, taxonomia bem definida, respostas rápidas às perturbações do meio, ampla distribuição e diversidade elevada. O objetivo deste estudo foi designar espécies de escarabeı́neos bioindicadoras para as quatro principais fitofisionomias da Serra de São José - MG: Floresta Estacional Semidecidual, Cerrado arbustivo, Campo Rupestre e Pastagem. Os besouros foram coletados com armadilhas do tipo pitfall traps, durante o verão de 2012. Para identificar espécies bioindicadoras em cada fitofisionomia foi utilizado o Indicator Species (IndVal). Ao todo foram registradas 79 espécies de escarabeı́neos, sendo 39 consideradas indicadoras de alguma das fitofisionomias analisadas. Das 55 espécies registradas em fragmentos florestais, 26 foram consideradas indicadoras dessa fitofisionomia, dentre elas Onthophagus sp.3 apresentou o maior valor de indicação (VI), seguida por Deltochilum brasiliense e Deltochilum fucatum. Os fragmentos de cerrado apresentaram seis espécies bioindicadoras, sendo Canthon histrio a espécie com maior VI. As áreas de campo rupestre apresentaram duas espécies bioindicadoras, sendo Canthon aff. janthinus com o maior VI e as áreas de pastagem cinco, dentre elas Canthon chalybaeus. Os besouros escarabeı́neos são, assim como em outros estudos, considerados bons indicadores ecológicos. Os fragmentos florestais da Serra de São José apresentam o maior número de espécies com alta fidelidade e frequência ao habitat, sendo 47% das espécies registradas consideradas boas indicadoras. Portanto, conservar os fragmentos florestais da Serra de São José é importante para que a comunidade de escarabeı́neos tenha suas estrutura e funções mantidas. Palavras-chaves: indicadores ambientais, Floresta Estacional Semidecidual, rola-bosta Apoio: IEF, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 184 4.38 Levantamento preliminar da entomofauna forense de Lavras em dois fragmentos florestais Carolina A. Munaier (1); Lucas D. B. Faria (1) (1) Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras – UFLA E-mail: carolina [email protected] As moscas varejeiras (Diptera: Calliphoridae) são as mais abundantes frente a outros grupos taxonômicos de importância forense, principalmente nos estágios iniciais da decomposição. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento preliminar da entomofauna forense e da abundância de Calliphoridae em iscas em decomposição em dois ambientes florestais (floresta homogênea de Pinus spp. e floresta heterogênea) inseridos no campus da Universidade Federal de Lavras, MG. Para isso, em cada fitofisionomia, foram colocadas dez armadilhas distantes 10 m entre si, durante os meses de Janeiro a Maio de 2013. As iscas foram deixadas em campo por 48h; no primeiro momento, as armadilhas eram posicionadas já com a isca. Posteriormente, os indivı́duos foram coletados e a isca trocada. Em seguida, novos indivı́duos foram coletados e as armadilhas retiradas. Cada armadilha era composta por duas garrafas pets de 2 L, com fundo removido para que uma garrafa se encaixasse sobre a outra, permitindo a entrada de insetos pelo fundo da garrafa inferior. A garrafa superior foi mantida transparente e a inferior, sem tampa, foi totalmente pintada de preto e foi adicionado um anzol na parte superior com uma isca de fı́gado bovino. A coleta de dados foi realizada durante uma semana de cada mês. Foram coletados 1108 indivı́duos pertencentes às ordens Diptera (917), Hymenoptera (134), Lepidoptera (36), Neuroptera (12), Coleoptera (4), Blattodea (4) e Thysanoptera (1). Dentre os dı́pteros foram coletados 41 indivı́duos da famı́lia Calliphoridae distribuı́dos em quatro espécies. A espécie mais abundante foi Chrysomya albiceps (31), seguida das espécies Hemilucilia segmentaria (5), Chrysomya megacephala (4) e Calliphora vicina (1). Não houve diferença na abundância (p=0,668, F= 0,191) e na riqueza (p=0,777, F= 0,083) de califorı́deos entre os fragmentos homogêneo e heterogêneo, sugerindo que para estas espécies a heterogeneidade do ambiente não possui influência. Palavras-chaves Entomologia Forense, Dipteras, Calliphoridae Apoio: FAPEMIG; CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 185 4.39 Diversidade de abelhas Euglossina em 5 fragmentos diferentes de Floresta Estacional Semidecidual Priscila O. Soares (1); R. B. Gonçalves (1) (1) Laboratório de Hymenoptera, Setor Palotina, Universidade Federal do Paraná E-mail: [email protected] O objetivo deste trabalho foi comparar a captura de abelhas Euglossina em cinco fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual, utilizando garrafasarmadilha, compostas por garrafas pet (500mL) com duas aberturas laterais e cotonetes embebidos em cineol para atração das abelhas. Este estudo foi conduzido na Fazenda Assú, uma propriedade privada à 20km de Palotina, no oeste paranaense. Foram escolhidos cinco fragmentos florestais circundados por agricultura, sendo um deles uma RPPN (área 1), com um perı́metro de 11,08 km. As outras áreas possuem 3,13km (área 6), 3,48km (área 7), 1,62km (área 8) e 0,709km (área 9). As amostragens começaram em agosto de 2012, totalizando, até agora, 10 coletas. Em cada coleta foram instaladas 40 garrafas, distribuı́das em função do tamanho das áreas, sendo 22 garrafas na área 1, seis na área 6, sete na área 7, três na área 8 e duas na área 9. Em dez amostragens, 366 indivı́duos foram coletados, sendo Euglossa o gênero mais amostrado com 262 espécimes. A espécie mais abundante foi Euglossa fimbriata (144), seguida de Eulaema nigrita (49), Euglossa cordata (39), Eufriesea violacea (34), Euglossa annectans (19) e Euglossa pleosticta (3). Na área 1 foram encontrados em média 0,94 indivı́duo por armadilha e o total de 6 espécies, na área 6, 0,76 indivı́duo e 6 espécies, na área 7, 0,95 indivı́duo e 5 espécies, na área 8, 0,86 indivı́duo e 5 espécies e na área 9 em média 0,95 indivı́duo e o total de 4 espécies. As armadilhas amostraram cerca de um indivı́duo por garrafa, com exceção das áreas 6 e 8 (tamanhos intermediários) que amostraram menos. Quanto ao número de espécies em cada área, este ficou entre quatro e seis espécies, sendo que a área de menor perı́metro amostrou o menor número que as demais. Desta maneira percebe-se que, com o maior perı́metro da área, parece haver uma leve tendência ao aumento do número de espécies, mas uma estabilização da taxa de captura de indivı́duos. Palavras-chave: diversidade, Euglossini, fragmentação Apoio: PRAE-UFPR, Rufford Small Grants Foundation Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 186 4.40 O show de luzes do neotrópico: comportamento sincrônico do vaga-lume de Mata Atlântica Bicellonycha sp8 Pedro R. Busana (1); Raphael Machado Santos (1); Vadim R. Viviani (1) (1) Universidade Federal de São Carlos, Campus Sorocaba, Rodovia João Leme dos Santos, km 110, Bairro do Itinga, SP-264, Laboratório de Bioquı́mica e Biotecnologia de Sistemas Bioluminescentes E-mail: [email protected] Das mais de 2.000 espécies de vaga-lumes descritas, menos de 1% apresentam comportamento sincrônico. O termo “show de luzes” refere-se a este comportamento visto em algumas espécies norte-americanas que sincronizam seu brilho quando reunidas em grupos compostos principalmente por machos que buscam, através da sincronia, atrair uma minoria de fêmeas. O fenômeno foi primeiro estudado em vaga-lumes do sudeste asiático e da melanésia, sendo depois descrito em espécies neárticas. Na região oriental, os vaga-lumes sincrônicos Luciola e Pteroptyx coordenam seus flashes para acenderem e apagarem simultaneamente enquanto fixos na vegetação. Já vaga-lumes norte-americanos Photinus e Photuris realizam sincronismo intermitente, intercalando seu brilho em pleno voo e criando um efeito em onda. O Brasil apresenta o caso inédito da espécie de Mata Atlântica Bicellonycha sp8, estudada afundo somente neste trabalho. Seu comportamento foi observado no Parque Estadual Intervales ( região sul do Estado de São Paulo) e em criações em cativeiro. As análises e coletas noturnas foram feitas de primavera a verão durante dois anos. Foram aferidos principalmente os horários de inı́cio e término da atividade dos insetos e os requisitos ambientais que favorecem ou interferem em seu sincronismo (temperatura, umidade, luminosidade, chuva, vento, etc), delimitando as principais áreas onde o fenômeno ocorre. As condições do campo foram recriadas em cativeiro com o intuito de reproduzir o sincronismo em ambiente controlado. Os resultados das atividades mostram que há muitas caracterı́sticas comportamentais análogas às espécies orientais e neárticas, sendo que o comportamento dos machos se mostrou mais fixo do que aéreo; todavia, o ambiente de Mata Atlântica selecionou traços comportamentais únicos para a espécie, tal como sua distribuição ascendente nas bordas da mata e a capacidade de realizar tanto sincronismo contı́nuo quanto intermitente durante vários ciclos por noite. Palavras-chaves: vaga-lumes, sincronismo, região neotropical Apoio: FAPESP, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 187 4.41 O aumento da biomassa do recurso proporciona maiores consumidores de sementes Jéssica A. Silva (1); Juliana Tuller (1); Lucas D. B. Faria (1) (1) Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras E-mail: [email protected] A biomassa é a melhor forma para medir a energia transferida de um nı́vel trófico para outro. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi verificar a biomassa dos insetos em resposta à biomassa das sementes atacadas. Entre os meses de junho e agosto de 2012, foram realizadas três coletas de 25 frutos de Senegalia tenuifolia, em sete subáreas localizadas entre os municı́pios de Lavras e Luminárias, MG, totalizando 75 frutos por subárea e 525 frutos ao final do estudo. Em laboratório, cada fruto foi armazenado individualmente em tubos de PVC vedados por organza até que os insetos associados a eles emergissem. Dentre os predadores de sementes encontrados, todos os indivı́duos das espécies Merobruchus terani (101 indivı́duos) e Stator maculatopygus (Chrysomelidae, Bruchinae) (3 indivı́duos) foram secados em estufa a 40ºC por 48 h e em seguida pesados individualmente em balança de precisão. Este mesmo procedimento foi feito com as sementes sadias. Em seguida, foi mensurada a área das sementes e utilizando a equação da reta oriunda da relação entre área e biomassa das sementes sadias, foi possı́vel estimar o valor real de sua biomassa, anteriormente a elas serem atacadas, a partir da área das mesmas. Posteriormente os dados foram analisados através de Modelos Lineares Generalizados (GLM). Foi observado que o aumento da biomassa das sementes leva ao aumento da biomassa dos coleópteros (F=19.464; P<0.001). Portanto, os resultados mostram que um acréscimo no recurso (biomassa das sementes) permite que organismos de um nı́vel trófico superior aumente também a sua biomassa, o que sugere ainda um possı́vel aumento no fitness desses consumidores de sementes. Palavras-chave: predação de sementes; Senegalia tenuifolia; Bruchinae Apoio: UFLA, FAPEMIG, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 188 4.42 Interação formiga-diásporos: efeito negativo da manipulação de sementes por Acromyrmex subterraneus na germinação de Mabea fistulifera Tiago V. Fernandes (1); Ricardo I. de Campos (1) (1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa E-mail : [email protected] Na literatura podemos encontrar trabalhos que apontam uma maior taxa de germinação de sementes de Mabea fistulifera que foram manipuladas por Acromyrmex subterraneus quando comparadas à sementes não manipuladas. Assim este trabalho tem como objetivo testar as seguintes hipóteses: i) a manipulação de sementes de M. fistulifera por A. subterraneus causa um efeito positivo na germinação dessas sementes; ii) esse possı́vel aumento na taxa de germinação se deve a escarificação da semente e/ou a retirada do elaiossoma. Para o experimento foram utilizados 10 ninhos maduros de A. subterraneus. Inicialmente durante 10 dias, cada um desses recebeu 40 sementes de M. fistulifera a cada 48 h. As sementes que foram manipuladas pelas formigas eram recolhidas e separadas em dois grupos: sementes sem elaiossoma e não escarificadas e sementes sem elaiossoma e escarificadas. Foram preparados ainda outros quatro grupos a partir de sementes não manipuladas por formigas: controle com sementes intactas; sementes com a retirada manual do elaissoma, sementes escarificadas manualmente e sementes escarificadas manualmente e com a retirada manual do elaiossoma, totalizando seis tratamentos (200 sementes cada). As sementes foram divididas em 300 placas de Petri com papel filtro umedecido, com 4 sementes em cada placa. O número de sementes germinadas foi avaliado todos os dias perfazendo um total de 31 dias. Ao contrário do esperado as sementes do grupo controle obtiveram uma maior velocidade e taxa final de germinação do que dos outros tratamentos analisados. Além disso, não houve diferença entre os cinco outros tratamentos em relação a velocidade e taxa final de germinação. Assim conclui-se que ao contrário do esperado A. subterraneus parece diminuir a germinação de sementes de M. fistulifera ao manipula-las. Além disso, tanto a retirada do elaiossoma quanto a escarificação das sementes parecem ser mecanismos responsáveis por esse efeito com magnitudes semelhantes. Palavras-chave: Mirmecocoria, Canudo de pito, dispersão Apoio: CNPq, FAPEMG, Universidade Federal de Viçosa Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 189 4.43 Impactos do nim sobre o tempo de desenvolvimento larval de abelhas sem ferrão Franciele M. Cruz (1); Micaele F. Araujo (1); Rodrigo C. Bernades (1); Maria A. P. Lima (1) (1) Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] Com o objetivo de investigar a hipótese de que a mortalidade das larvas de abelhas sem ferrão aumenta em virtude da ingestão de alimento larval contaminado com nim (Azadirachta indica) ou altera o tempo de desenvolvimento larval, foram conduzidos bioensaios com a abelha Melipona quadrifasciata. Foram coletados, nos ninhos da espécie, ovos de abelha e alimento larval. Os ovos foram transferidos para células artificiais de cria e mantidos sobre o alimento. Após a eclosão, as larvas ingeriram o alimento ao longo do desenvolvimento. As larvas foram tratadas com diferentes dietas: tratamento controle (alimento puro) ou alimento contaminado com nim em diferentes concentrações (4,2ng, 8,4ng, 42,0ng, e 840,0ng de azadiractina/abelha), que correspondem respectivamente às diluições de 5, 100, 500 e 1000 vezes em relação à dose de campo recomendada (250ml de Azamax/100L de água). As células de cria foram mantidas em frascos dessecadores acondicionados em BOD, em temperatura de 28ºC, umidade de 98% e 24 horas de escotofase. Diariamente era feita a avaliação dessas larvas com o intuito de observar a sobrevivência e o desenvolvimento, até chegarem à fase de pupa. Cada tratamento continha 24 ovos individualizados nas células de cria. Ao final do experimento, foi observado que não houve efeito significativo da ingestão de nim sobre a sobrevivência larval (X2 = 4,14, g.l. = 4, P = 0,387), mas o tempo de desenvolvimento larval foi alterado em virtude do tratamento com o nim (F4,7 = 163,37, P < 0,001). A ingestão da maior concentração de azadiractina (840 ng/abelha) retardou o desenvolvimento larval em relação ao controle (q = 525,1; g.l. = 4,75; p<0,001). Palavras-chave: Azadiractina, ecotoxicologia, meliponı́neos Apoio: PROBIC/FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 190 4.44 Efeitos de impactos antrópicos na estrutura da comunidade de coleópteros na Serra de Ouro Branco, Ouro Branco, Minas Gerais Saulo R. L. Costa (1); Yasmine A. Itabaiana(1) (1) Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Laboratório de Biodiversidade, Universidade Federal de Ouro Preto Email: [email protected] Scarabaeinae (Scarabaeidae, Coleoptera) são coleópteros detritı́voros e desempenham assim uma importante função na dinâmica de diferentes tipos de ecossistemas, prestando vários serviços ambientais como a ciclagem de nutrientes, dispersão de sementes e ainda servem como presas para outros animais de nı́veis tróficos superiores. O presente estudo visa efetuar um inventário das espécies de Scarabaeinae na Serra de Ouro Branco, além de estabelecer relações entre os padrões de abundância, distribuição e riqueza com as diferentes áreas e fragmentos em estudo. O estudo foi desenvolvido em três fragmentos localizados na borda entre a estrada e a mata, outro entre a borda da mata e monocultivo de milho e um no interior de cada fragmento de mata. Em cada unidade amostral foram instalados três transectos e em cada um foram instalados três conjuntos de pitfalls em forma de Y, interligados por uma lona de plástico, contendo cada um quatro baldes de 60 litros. Cada balde ficou distanciado cinco metros do balde central e cada Y distanciado 50 metros um do outro. A cada mês, durante 11 meses, as armadilhas foram abertas por cinco dias consecutivos, sendo que os invertebrados foram coletados somente no último dia da campanha. Os indivı́duos capturados foram triados e conservados em álcool a 70% no laboratório de Biodiversidade da UFOP. Os indivı́duos foram identificados até o nı́vel taxonômico possı́vel. A ordem Coleoptera, apresentou significativa abundância, sendo encontrada em sua maior parte no perı́odo chuvoso. A subfamı́lia Scarabainae, apresentou uma representatividade significativa entre oscoleópteras, representando 29,78% dos indivı́duos encontrados, apresentando uma alta riqueza com 28 espécies, distribuı́das em 6 tribos. Também houve diferenças na abundância entre os fragmentos, onde a área do interior da mata apresentou maior abundância do que as demais, mostrando que as áreas que apresentam menores perturbações antrópicas, possuem comunidades mais sólidas e diversificadas. Palavras-chave: coleópteros, fragmento, antrópico Apoio: CNPq, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 191 4.45 A fragmentação de áreas de campo no sul do Brasil interfere na abundância de Apis mellifera e em suas preferências florais? Bethania O. Azambuja (1); Priscila Padilha (2); Rosana Halinski (3); Betina Blochtein (4); Valerio D. Pillar (5) (1) Laboratório de Ecologia Quantitativa, Universidade Federal do Rio Grande do Sul; (2) Universidade Federal do Rio Grande do Sul; (3) Laboratório de Entomologia, Pontifı́cia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; (4) Departamento Biodiversidade e Ecologia, Pontifı́cia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; (5) Departamento de Ecologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul E-mail: [email protected] Apis mellifera Linnaeus é uma espécie introduzida no Brasil e alvo de estudos sobre sua competição com espécies nativas e efeitos nas comunidades de abelhas locais. É generalista e pode visitar flores em ambientes florestais e campestres. Este estudo buscou (1) responder se a fragmentação de habitats campestres favorece a ocorrência de A. mellifera e (2) identificar as espécies de flores visitadas por A. mellifera em áreas de campo nativo em uma região predominantemente agrı́cola. Insetos visitantes florais foram coletados em 27 áreas de campo nativo na região do Planalto Médio do Estado do Rio Grande do Sul (28 47’S 54 26’W e 29 28’S 53 14’W). A amostragem foi feita no verão e primavera de 2011/2012, em plantas entomófilas, durante 30 minutos/espécie/área. A proporção de A. mellifera sobre o total de abelhas visitantes florais foi 22,9%, mas variou de 0% a 100% entre áreas. Avaliamos a relação desta proporção com a fragmentação, cujas métricas foram: porcentagem de campo em raios de 2 e 8 km a partir do ponto amostrado, distância até a lavoura, tamanho e forma do fragmento. Realizamos regressão múltipla passo-a-passo com essas variáveis. Os resultados não foram significativos (R2 =0,024; p=0,435) para nenhuma variável, mostrando que a proporção de A. mellifera sobre outras abelhas não é afetada pela fragmentação. Os indivı́duos de A. mellifera foram coletados em 12 espécies de plantas, entretanto a média de espécies visitadas por área foi de 1,35 (sd=0,79) e o máximo de 4. Eryngium horridum destacou-se pela atratividade, revelada pelo registro de 58% dos indivı́duos coletados. As lavouras de soja em floração, próximas às áreas de estudo, por oferecerem abundantes recursos alimentares, podem justificar a baixa abundância de abelhas em algumas áreas estudadas. O efeito do recrutamento para fontes alimentares mais atrativas, caracterı́stico do comportamento social nesta espécie, pode ter sido determinante para ambos os resultados encontrados. Palavras-chave: Pampa, fragmentação, abelhas sociais Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 192 Apoio: FAPERGS Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 193 4.46 Condições de referência para a bacia hidrográfica do Rio Grande com base na fauna de macroinvertebrados bentônicos Jahn P. S. Andrade (1); Nathalia Melgaço (1); Diogo França (1) (1) Museu de Ciências Naturais, Pontifı́cia Universidade Católica de Minas Gerais E-mail: [email protected] Nas últimas décadas, os ecossistemas aquáticos vêm sendo negativamente alterados em decorrência de diversos impactos ambientais causados pelo aumento desordenado das atividades antrópicas. Como consequência, temse observado uma redução acentuada da biodiversidade aquática e uma queda expressiva na qualidade da água. Atualmente, a Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) realiza o monitoramento ambiental das Usinas Hidrelétricas (UHE) de Volta Grande, Jaguara e Igarapava, bacia hidrográfica do Rio Grande, utilizando macroinvertebrados bentônicos. O presente trabalho objetivou estabelecer condições de referência, com base na fauna destes organismos, como forma de aprimorar o monitoramento ambiental realizado na região. Dessa forma, foi realizado levantamento de dados secundários sobre macroinvertebrados bentônicos de ocorrência na bacia hidrográfica do Rio Grande através de consultas aos relatórios de monitoramento de qualidade das águas disponibilizados pela Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) e pesquisa bibliográfica aos Periódicos Capes, Scielo e Google Acadêmico. Os dados obtidos foram organizados através da confecção de planilhas e gráficos no software Microsoft Excelr e analisados estatisticamente no software EstimateS Win8.20, através da construção de curvas de acumulação de espécies (Sobs Mao Tau) e utilização do estimador de riqueza ICE Mean. Até o momento, foi registrada uma riqueza observada de 81 táxons, sendo 50 registrados somente nos relatórios, 31 exclusivos da pesquisa bibliográfica e 12 compartilhados entre os relatórios de monitoramento e a pesquisa bibliográfica. A riqueza estimada para região foi de 115 táxons, sendo que, a riqueza observada (81) representa 70,43% da riqueza estimada, onde a curva de acumulação de espécies possui inclinação significativa, o que significa potencial de surgimento de novos táxons com o prosseguimento deste trabalho. Palavra-chave: insetos aquático, monitoramento ambiental, limnologia Apoio: FIP, PUC Minas, CEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 194 4.47 Biodiversidade de térmitas em fragmentos florestais Carlos H. da S. Silveira (1); Renan, B. Jordaim (1); Hugo J. G. dos Santos Junior (2) (1) Graduando em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Espı́rito Santo; (2) Professor do Departamento de Produção Vegetal, Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espı́rito Santo E-mail: [email protected] Estudar a biodiversidade sempre foi de extrema importância, apesar disso, nos últimos anos peloo crescente interesse pelas questões ambientais, se tornou primordial conhecer a diversidade nos mais diversos ecossistemas. Dentre os seres vivos que compõem o ecossistema florestal, a entomofauna termı́tica é essencial para o funcionamento deste e outros habitats, isso devido aos inúmeros serviços ecológicos prestados. Contudo, apesar de tais benefı́cios, também é responsável por problemas fitossanitários em ecossistemas agroflorestais. Dessa forma, estudos que visem aprimorar os conhecimentos da dinâmica populacional desses insetos e consequentemente um melhor entendimento das interações envolvidas no ambiente são necessários. A partir desse contexto, foram avaliados diferentes ecossistemas florestais, dentre os quais: sistema agroflorestal, plantio de seringueira, plantio de eucalipto e um trecho de floresta nativa, considerando apenas uma coleta em cada, a fim de realizar levantamentos da biodiversidade termı́tica em cada ecossistema, através de coleta ativa. Os resultados comprovam que o gênero Nasutitermes é o mais abundante. Contudo, outros gêneros foram identificados destacando-se: Cornitermes, Heterotermes, Diversitermes, Armitermes, Coptotermes, além das operárias dos gêneros Anoplotermes, Aparatermes e Ruptitermes, sendo que as operárias de Aparatermes e Anoplotermes, em alguns casos, foram amostradas formando ninhos sem soldados. Palavras-chave: biodiversidade, termı́tica, plantios florestais Apoio: NUDEMAFI, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 195 4.48 Composição de visitantes e horários de visitação em flores de Dombeya wallichii (Malvaceae) Tatiane T. Maciel (1,2); Bruno C. Barbosa (1); Newton J.J. Silva (1); Mariana P. Frias (1); Fabio Prezoto (1) (1) Laboratório de Ecologia Comportamental (LABEC), Departamento de Zoologia, Universidade Federal de Juiz de Fora; (2) Curso de Ciências Biológicas, Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora E-mail: [email protected] Os insetos integram a guilda de visitantes florais e muitos mantêm relações ecológicas com estas plantas, tais relações podem sofrer interferências caso haja mudanças na disponibilidade de recursos por plantas exóticas. Dombeya wallichii conhecida popularmente como “Astrapeia” é originária de Madagascar e foi introduzida no Brasil para ser usada em ornamentação de Jardins e para fins apı́colas, sendo difundida pela vegetação nativa ao longo do tempo. Suas flores são grandes, aromáticas, aveludadas, cordiformes e com pecı́olo longo, fornecendo quantidades moderadas de substâncias como néctar. O objetivo deste estudo foi identificar os insetos visitantes assim como seus horários de visitação em flores de D. wallichii, na zona rural de Juiz de Fora, MG. Foram utilizados 16 arranjos florais de cinco plantas, observadas das 8h/17h por oito dias não consecutivos, totalizando 72 horas. Foram coletados 974 insetos, distribuı́dos em 20 espécies de quatro ordens. A ordem Hymenoptera foi a mais diversa ( n=13) e abundante (n=957), destacando-se as espécies: Trigona spinipes (49%), Agelaia vicina (21%) e Apis mellifera (19%). A maior abundância de visitantes foi observada entre 09:30/10:30 (19%, n=186), e a maior riqueza especifica entre 10:30/11:00 (n=11). Houve correlação significativa entre a abundância de insetos visitantes e os fatores abióticos como umidade relativa do ar (rs=0,65; p<0,05), velocidade do vento (rs=0,59; p≤0,05) e luminosidade (rs=0,55; p<0,05). O padrão das visitações, intenso durante a manhã, pode fazer referência à maior disponibilidade de substâncias atrativas existentes nas estruturas florais neste perı́odo, que declina no decorrer do dia. Com estas informações, concluı́-se que as florações de D. wallichii, atraem principalmente insetos pertencentes à ordem Hymenoptera, guilda de polinizadores de variadas plantas nativas, podendo assim, influir a longo prazo, nas redes ecológicas desses ambientes atrapalhando a polinização dessas plantas nativas. Palavras-chave: visitantes florais, Hymenoptera, planta exótica Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 196 4.49 Galhas entomógenas e insetos associados em duas fitofisionomias da Reserva Biológica Unilavras/Boqueirão após queimadas sucessivas Fernanda A. Faria (1); Kira Malves (1); Fernando A. Frieiro-Costa (1) (1) Núcleo de Pesquisa em Ciências Biológicas, Centro Universitário de Lavras E-mail: [email protected] Galhas ou cecı́dias são tecidos tumorais causados nos vegetais por ação de diversos organismos sendo os insetos os principais indutores. Os insetos galhadores são capazes de suplantar as defesas da sua planta hospedeira estimulando a proliferação e diferenciação do tecido meristemático. O presente estudo teve como objetivo inventariar as plantas onde houve ocorrência de galhas após queimadas sucessivas. Objetivou-se, ainda, caracterizar morfologicamente as cecı́dias e relacionar outros insetos associados. A pesquisa foi desenvolvida entre o perı́odo de Junho de 2012 a Maio de 2013. Foram marcadas 100 plantas encontradas com galhas (78 no Cerrado “stricto sensu”, 22 na Mata Ciliar). No Cerrado “stricto sensu” foram observadas cecı́dias em 10 famı́lias, sendo Asteraceae a mais atacada. Na Mata Ciliar, entre as cinco famı́lias vegetais que apresentavam tumores, Myrtaceae foi a que mostrou maior número de representantes. Em ambos os ambientes as cecı́dias observadas foram envolvidas com armadilhas confeccionadas em tecido tipo “voil” para se obter os insetos associados. Comparando os resultados com pesquisa realizada nos mesmos locais, anteriormente às queimadas, verificouse menor número de espécies afetadas em ambas fitofisionomias. Nas espécies da famı́lia Asteraceae foi encontrada maior diversidade de insetos associados. Dı́pteros da famı́lia Cecidomyiidae foram os insetos mais abundantes seguido por diversas espécies de microhimenópteros, embora não tenha sido possı́vel saber se eram galhadores ou inimigos naturais dos mesmos. Foram encontrados 6 diferentes morfotipos de galhas, sendo globuloso o mais frequente. A análise dos resultados mostrou que há grande influência das queimadas sucessivas na riqueza de espécies hospedeiras e de insetos associados às galhas. Palavras-chave: galha, cerrado, queimadas Apoio: CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 197 4.50 Diversidade de abelhas sem ferrão na região do Alto São Francisco, Minas Gerais, Brasil Éverton B. da Silva (1); Heslander J. Coelho (1); Guilherme A. F. Silva (1); Vinı́cius G. Silva (1); Gabriel de C. Jacques (1) (1) Departamento de Ciências Agrárias, Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Bambuı́ E-mail: [email protected] As abelhas constituem um grupo de insetos de essencial importância no Cerrado, pois desempenham papéis ecológicos fundamentais como polinizadores naturais. Pouco se sabe sobre a diversidade das abelhas sem ferrão em áreas do Alto São Francisco. Este estudo teve como objetivo analisar os hábitos de nidificação, a riqueza e a abundância de abelhas sem ferrão em uma área de transição Mata Atlântica/Cerrado: Fazenda Capão Grande (Bambuı́-MG, 20°02.340’S e 046°02.167’W) e beira de estradas que dão acesso as fazendas ao entorno de Bambuı́. Os locais de nidificação de abelhas sem ferrão foram vistoriados, fotografados e medidos em relação à altura. Foram encontrados 27 ninhos, sendo 20 em troncos de árvores vivas, 3 em cupinzeiros, 2 em pedreira, 1 em edificações e 1 sobre o solo. Também, foram realizadas capturas com puçá para registro de espécies que não foram encontrados os ninhos, sendo encontradas 6 morfoespécies pertencentes a tribo Trigonini e 4 da tribo Meliponini. Nas áreas estudadas constatou-se que a maioria dos ninhos se encontrava em cavidades pré-existentes em árvores vivas, reforçando a necessidade de se manter os ambientes protegidos do desmatamento para a manutenção das espécies de abelhas sem ferrão em áreas naturais, oferecendo-lhes locais para a nidificação. Dessa maneira, esse estudo contribui para o conhecimento das espécies de abelhas sem ferrão existentes na região, servindo de suporte para futuros trabalhos visando à conservação de áreas naturais e de seus polinizadores. Palavras-chave: abelhas, nidificação, conservação Apoio: Instituto Federal de Minas Gerais – IFMG, Campus Bambuı́ Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 198 4.51 Inimigos naturais de Omaspides pallidipennis (Coleoptera: Chrysomelidae: Cassidinae) Paula A. A. Gomes (1); Fábio Prezoto (1); Fernando A. Frieiro-Costa (2) (1) Programa de Pós-graduação em Ecologia, Universidade Federal de Juiz de Fora; (2) Núcleo de Pesquisa em Ciências Biológicas - Centro Universitário de Lavras E-mail: [email protected] Cassidinae é a segunda maior subfamı́lia de Chrysomelidae, mas pouco se conhece sobre a biologia de seus representantes. Há várias espécies de inimigos naturais que, também, têm passado despercebidos. O objetivo da pesquisa foi descrever a atuação dos inimigos naturais de Omaspides pallidipennis verificar a relação entre eles e os visitantes dos nectários extraflorais da hospedeira. O estudo ocorreu na Floresta Nacional de Passa Quatro, Minas Gerais entre outubro de 2010 e abril de 2011. De outubro a janeiro (primeiro ciclo) foram observadas 35 proles, em 40% (n=14) delas pelo menos um representante atingiu o estágio adulto; 60% (n=21) foram totalmente predadas e/ou parasitoidadas. Durante os meses de fevereiro a abril (segundo ciclo) 72,8% (n=81) das proles foram atacadas. Em ambos os ciclos o maior porcentual de ataque ocorreu no estágio de ovo. Neste estágio foram encontrados o micro himenóptero Emersonella pubipennis, um hemı́ptero do gênero Stiretrus e as formigas dos gêneros Crematogaster, Pseudomyrmex,Pheidole e Solenopsis e a espécie Tapinoma melanocephalum – encontradas, também, nos NEFs. Larvas do cassidı́neo sofreram ataques por espécies de Tachinidae (Diptera), Chalcididae (Hymenoptera), Coccinelidae (Coleoptera) e formigas dos gêneros Pseudomyrmex, Crematogaster e Solenopsis. Pupas foram predadas por Conoderus sp. (Coleoptera), Crematogaster sp. (Formicidae) e parasitoidadas por espécies não identificadas de calcidı́deos e micro lepidópteros. O parasitoidismo por micro lepidópteros é ocorrência rara apenas 3 proles foram parasitoidadas. Adultos foram predados por espécie não identificada de Hemiptera. A presente pesquisa mostra a importância dos estudos de história natural para melhor compreensão das interações entre as espécies. Palavras-chave: Cassidinae, inimigos naturais, nectário extrafloral Apoio: CAPES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 199 4.52 Volume de alimento ingerido influencia a determinação de castas em Partamona helleri (Hymenoptera, Apidae) Rodrigo C. Bernardes (1); Micaele F. Araujo (1); Franciele M. da Cruz (1); Maria Augusta P. Lima (1) (1) Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] Com o propósito de estudar o processo de determinação de castas em Partamona helleri, importantes polinizadores, realizamos testes onde fornecemos diferentes quantidades de alimento às abelhas durante o desenvolvimento larval. Para isso, conduzimos bioensaios nos quais ovos e alimento larval foram coletados nos ninhos da espécie. Foram realizados 4 tratamentos com as seguintes quantidades de alimento: 32, 55, 65 e 75µl. Em cada tratamento foram utilizados seis ovos de P. helleri tratados com os volumes de alimento descritos. As células artificiais foram mantidas em placas de polipropileno, identificadas e fechadas com opérculos de cera natural. As placas foram acondicionadas em condições de temperatura, umidade e luminosidade semelhantes às naturais. Após emergência das abelhas adultas, a massa de todas as abelhas foi avaliada em balança analı́tica. O diagnóstico das castas, realizados nos adultos, foi baseado em caracterı́sticas morfológicas que discriminam bem rainhas de operárias. Nos tratamentos com 32 e 55µl de alimento, obteve-se 100% de operárias. Quando as larvas receberam 65µl de alimento, a frequência foi de 50% de rainhas e 50% de operárias. O aumento na frequência de rainhas atingiu 100% no tratamento com 75µl. Ocorreu aumento da massa corporal das abelhas em virtude da ingestão de maiores volumes de alimento durante o desenvolvimento larval. As rainhas, que ingeriram 75 µl de alimento, apresentaram maior massa corporal em relação às operárias, que ingeriram 32 µl (t = 22,19; g.l. = 1,4; P < 0,0001). Palavras-chave: Desenvolvimento larval, meliponı́neos, produção de castas Apoio: FUNARBIC/FUNARBE Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 200 4.53 Aplicação de Avaliação Ecológica Rápida (AER) de Euglossina para conservação da Mata de Aluvião, Linhares, Espı́rito Santo Paula D. G. Garcia (1); Thainara D. Viçosi (2); Karina S. Furieri (3); Alex Fabian R. Teixeira (1) (1) Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER - CRDR Centro Norte); Espaço Infantil Estação Criança (2); (3) Instituto de Pesquisas da Mata Atlântica (IPEMA) Email: [email protected] O presente estudo teve como objetivo verificar a diversidade de Euglossina a partir da estimativa de riqueza, para avaliar a necessidade de criação de Unidade(s) de Conservação (UC). O estudo foi realizado em Linhares, ES, em áreas de formações de tabuleiro costeiro de florestas ombrófilas densas (19º 24’31,6”S, 39º 51’17,1” W) e em área de crescimento secundário em intenso estado de regeneração (19º 25’ 42,33”S, 40º03’50,63”W). Para atrair e amostrar machos de Euglossina foram utilizados chumaços de algodão com essência de eucaliptol, colocados no interior de 16 armadilhas confeccionadas com garrafas pet incolor, com um cone verde fixado na lateral e penduradas a 1,5 m do chão, a 5m uma da outra. Os exemplares coletados foram alfinetados, secos em estufa e identificados. A estimativa de riqueza foi obtida através do estimador não-paramétrico Jackknife de 1ªordem. Foram capturados 46 indivı́duos em 48 horas de amostragem, pelo método de Avaliação Ecológica Rápida (AER), pertencentes a três gêneros e seis espécies, sendo duas espécies de cada gênero Eulaema, Euglossa, Exaerete. A espécie mais abundante foi Eulaema negrita (48%), seguida de Euglossa cordata (37%) e Euglossa imperialis (9%). As demais, Eulaema cingulata, Exaerete dentata, Exaerete smaragdina representaram apenas 2% cada. Estimou-se a ocorrência de 8,91±3,3, ou seja, provavelmente ocorre de seis a 13 espécies dessas abelhas. O padrão da estimativa de riqueza indicou que é necessário maior esforço de coleta na Foz do Rio Doce. Estudos realizados no Brasil, num perı́odo mı́nimo de 12 meses, com mais de um tipo de essência, obtiveram a riqueza similar ou igual ao presente trabalho. A Foz do Rio Doce é classificada como área com alta prioridade para conservação, sendo cogitada a transformação em uma UC. A diversidade de Euglossina e os resultados obtidos, a partir do AER, nesse estudo, reforçam a importância da criação dessa UC. Palavras-chave: Abelhas das orquı́deas, Unidade de Conservação, diversidade Apoio: FUNAPE, IPEMA Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 201 4.54 Diversidade de entomofauna em uma área de Caatinga no municı́pio de Bom Jesus-PI, Brasil Shara G. D. Noleto (1); Jaqueline Z. de Moura (1); Ioleide B. Ribeiro (1); Wédison C. Brito (1); Alan A. Sousa (1) (1) Departamento de Engenharias, Campus Professora Cinobelina Elvas, Universidade Federal do Piauı́ E-mail: [email protected] O Bioma Caatinga recobre a maior parte da área com clima semiárido da região Nordeste do Brasil. Inúmeros levantamentos têm sido realizados neste e nos demais biomas presentes no paı́s, contudo, muitos têm ignorado o grupo que pode ser de grande contribuição para os processos essenciais dos ecossistemas, os insetos. Diante do exposto e das poucas informações existentes sobre os insetos no municı́pio de Bom Jesus-PI e, considerando a importância ecológica deste grupo, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a diversidade de entomofauna em uma área de Caatinga no municı́pio de Bom Jesus, no sul do estado do Piauı́, Brasil. O monitoramento foi realizado semanalmente no perı́odo de maio 2009 a Junho de 2011, em área de Caatinga no municı́pio de Bom Jesus-PI, utilizando armadilha Malaise. Foram amostrados 25.280 espécimes pertencentes a 15 ordens da classe Insecta. As ordens mais representativas foram: Diptera, Hymenoptera, Trichoptera, Coleoptera e Lepidoptera, como dominantes: Coleoptera e Lepidoptera. A análise faunı́stica dos grupos de insetos coletados neste estudo foi efetuada demonstrando um Índice de Diversidade no valor de H’ = 1,52 para Shannon-Wiener e Ds = 0,94 para Simpson. De modo geral pode-se observar que a entomofauna da região de Caatinga estudada apresentou uma baixa diversidade de ordens. Palavras-chaves: dominância, insetos, malaise Apoio: Capes/CNPQ Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 202 4.55 Os grilos de serrapilheira preferem ovipor em lugares muito úmidos? Pedro R. L. Souza (1); Geanne C. R. Rodrigues (1); Carlos F. Sperber (1); Neucir Szinwelski (1) (1) Laboratório de Orthoptera, Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] Segundo a definição Hutchinsoniana, o nicho de uma espécie é determinado pela interação de tolerâncias e requerimentos que definem as condições e os recursos necessários para um organismo sobreviver e se reproduzir. A seleção natural, por sua vez, favorecerá os indivı́duos mais aptos, aumentando a frequência de determinada caracterı́stica com o passar do tempo. Em nosso trabalho avaliamos, no campo e laboratório, a umidade selecionada para oviposição por grilos de serrapilheira de interior de Floresta Atlântica. Distribuı́mos aleatoriamente no campo 300 bandejas com algodão embebido em água em 10 nı́veis: 0 a 198 gramas(g) de água de 22 em 22 g, rendendo 30 réplicas/nı́vel. Para o experimento em laboratório foram capturadas 30 fêmeas partenogenéticas de Ectecous que foram colocadas em 30 bandejas perfazendo o mesmo experimento realizado em campo, com a umidade variando de 0 a 9.54 g de água, de 1.06 em 1.06 g, rendendo 30 réplicas. A maior umidade (campo e laboratório) foi calculada para conter água sobrenadante. O experimento de campo e laboratório durou 96 horas. Para testar a umidade preferencial de oviposição, ajustamos Modelos Lineares Generalizados, com distribuição de erros binomiais e posteriormente ANOVA com erros normais. Nos experimentos de campo e de laboratório, as fêmeas apresentaram maior oviposição em altas umidades. A teoria de nicho poderia explicar satisfatoriamente os resultados encontrados, uma vez que a umidade selecionada pode representar o conjunto de tolerâncias e requerimentos necessários para a reprodução. A umidade é essencial para o desenvolvimento dos grilos, especialmente após a eclosão. Portanto, pode ser que algumas fêmeas prefiram ovipor em altas umidades, porque ambientes com elevada umidade proporcionam condições ideais para o desenvolvimento das ninfas mesmo com variações ambientais atı́picas. Com os resultados conclui-se que os grilos de serapilheiras preferem ovipor em locais com alta umidade. Palavras-chaves: Nicho, seleção natural, oviposição Apoio: FAPEMIG, CNPq, CAPES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 203 4.56 Levantamento de abelhas solitárias com uso de ninhosarmadilha no Parque Estadual do Biribiri, Minas Gerais Priscila de C. S. Araújo (1); Anete P. Lourenço (1) (1) Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri Email: [email protected] A distribuição de abelhas solitárias está relacionada a fatores bióticos e abióticos ligados a altitude, além da existência de locais adequados para nidificação nos ecossistemas. Essas abelhas nidificam em cavidades préexistentes, o que facilita seu estudo ao se utilizar ninhos-armadilha. O objetivo do estudo foi analisar as populações de abelhas solitárias coletadas por ninhos-armadilha em duas áreas de diferentes altitudes (área 1: 1178 m e área 2: 678 m) de campo rupestre no Parque Estadual do Biribiri-MG. Para isto, em cada área foram colocados 129 ninhos-armadilha de cartolina e 200 ninhos de bambu com diâmetros e comprimentos variados. Eles foram instalados em Novembro de 2012, e as coletas mensais foram feitas em Dezembro de 2012 a Maio de 2013. Os ninhos coletados foram levados para o laboratório para desenvolvimento dos imaturos. Após emergência, os indivı́duos adultos foram alfinetados e identificados. Até o momento, foram coletados 87 ninhos ocupados por abelhas, e destes, 34 emergiram abelhas pertencentes a 5 espécies e 36 continuam em desenvolvimento. Na área 1 foram coletados 55 ninhos, sendo 23 ninhos com abelhas emergidas pertencentes a 5 espécies: Centris sp.1, n=8; Centris sp.2, n=8; Tetrapedia sp., n=5; Euglossa sp., n=1 e Epanthidium tigrinum, n=1. Na área 2 foram coletados 32 ninhos, sendo 11 com abelhas emergidas pertencentes a 3 espécies: Centris sp.1, n=2; Centris sp.2, n=5 e Tetrapedia sp., n=4. Durante os meses de coleta a temperatura foi mais alta na área 2 do que na área 1, mas a umidade não variou. É possı́vel observar que há uma maior riqueza e abundância de ninhos-armadilha fundados na área 1, que pode estar relacionada com a temperatura, a vegetação do local e/ou fatores antrópicos como a proximidade da estação de coleta da área 2 a uma rodovia. Palavras-chave: abelhas solitárias, ninho-armadilha e altitude Apoio: Instituto Estadual de Florestas Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 204 4.57 Perfil da entomofauna associada a frutos e sementes de Fabaceae (Magnoliophyta), numa área de Cerrado do sudoeste mineiro Tiago M. Silva (1); Sônia L. Modesto Zampieron (1) (1) Departamento de Ciências Biológicas e da Saúde, Faculdades Integradas do Sudoeste Mineiro FESP/UEMG E-mail: [email protected] O Cerrado, segundo maior bioma do Brasil, é constantemente modificado pelo avanço da agricultura e pecuária, afetando a biodiversidade local. Diante disto se torna necessário o estudo de interações ecológicas existentes, envolvendo insetos e plantas. O estudo foi realizado em um fragmento de Cerrado, no entorno do Parque Nacional Serra da Canastra, localizado na porção sudoeste do estado de Minas Gerais, entre os municı́pios de São Roque de Minas, Delfinópolis e Sacramento (20º00’-20º30’ S; 46º15’-47º00’ W), apresentando área de 71.525 há. Foram feitas cinco coletas de frutos de espécies leguminosas (Fabaceae) encontrados aleatoriamente dentro da área, entre maio e outubro de 2012, bem como ramos com folhas e flores para a identificação das plantas, utilizando-se tesoura de poda e podão de haste longa. Todo o material foi conduzido ao laboratório de Botânica e Entomologia da FESP/UEMG, onde foram identificados, e os frutos acondicionados em frascos vedados com tecido de voil para contenção dos insetos emergentes e livre entrada de ar. Tais frascos foram diariamente inspecionados, sendo os insetos emergentes transportados para novos recipientes devidamente etiquetados contendo álcool a 70%. Todos os himenópteros foram identificados pelo menos em nı́vel de famı́lia, de acordo com chave de identificação especializada. Foram identificados 45 representantes de 6 familias de Hymenoptera; alguns representantes da ordens Diptera (28), Coleoptera (71), Lepidoptera (24), Hemiptera (4) e Blattodea (2). Dentre as representantes da famı́lia Fabaceae, foram identificadas pelo menos 8 espécies, destancando-se a espécie Senna sp., quanto ao número de indivı́duos da Ordem Coleoptera associado aos três exemplares encontrados. O estudo revelou importantes interações ecológicas da famı́lia Fabaceae com a fauna associada, confirmando a importância de se aprofundar no estudo destas relações, principalmente dentro do Cerrado, um bioma negligenciado, porém de extrema importância. Palavras-chave: leguminosas, himenopterofauna, hospedeiros Apoio: UEMG, HYMPAR/Sudeste Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 205 4.58 Risco de predação de grilos de serrapilheira em relação ao tempo de regeneração florestal Geanne C. R. Rodrigues (1); Pedro R. L. Souza (1); Carlos F. Sperber (1); Neucir Szinwelski (1) (1) Laboratório de Orthoptera, Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] A regeneração florestal altera a estrutura do ambiente e as interações entre os organismos. O Risco de predação é a probabilidade de morte devido à predação. Muitos organismos mudam o seu comportamento, fisiologia, morfologia e alimentação quando estão expostos ao risco de predação. Os predadores adaptam a essas mudanças, tornando-se mais aptos e eficazes na captura de suas pressas. Nesse trabalho avaliamos o risco de predação de grilos de serrapilheira em relação ao tempo de regeneração florestal. Nossa hipótese é que áreas regeneradas apresentam menor risco de predação, ou seja, áreas regeneradas apresentam maior tempo de ataque. Para testar nossa hipótese, realizamos um experimento manipulativo em 7 áreas com diferentes tempos de regeneração, a saber: 0, 6, 15, 35, 70, 130 e 300 anos. Em cada área foram oferecidas 30 iscas de 3 gramas de sardinha enlatada e foi anotado o tempo de chegada do primeiro predador (Formiga) na isca. Nosso tempo máximo de observação foi de 5 minutos. Para testar estatisticamente nossa hipótese, ajustamos modelos lineares generalizados com distribuição Weibull. Nossos resultados mostraram que o risco de predação diminui à medida que aumenta o tempo de regeneração, ou seja, o tempo de ataque aumenta com o tempo de regeneração. Atacar rapidamente uma presa em uma área em inı́cio de regeneração é fundamental para a sobrevivência do predador. Áreas em inı́cio de regeneração, em geral, possuem baixa riqueza e densidade de organismos. Os indivı́duos que vivem nesses locais são especializados e hábeis em se esconder de predadores. Portanto, o predador que rapidamente capturar uma presa e subjugá-la, terá maior chance de sobrevivência, visto que a disponibilidade de presas é limitada nesses ambientes. À medida que avança o tempo de regeneração florestal, ocorre o aumento da riqueza e densidade de organismos. A implicação direta é que se o predador não capturar a presa rapidamente ele, provavelmente, terá outra chance de capturar outros indivı́duos. Palavras-chaves: Predação, ataque, regeneração Apoio: Fapemig, CNPq, CAPES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 206 4.59 Composição da fauna de abelhas Euglossina na Mata do Ginásio São José (Mata Estacional Semidecidual) em Ubá – MG, Brasil Rafaela D. Marques (1); Ságora A. Pereira (1); Georgina M. Faria Mucci (1); Érica B. Pacheco (1); Gustavo J. Araújo (2) (1) Universidade do Estado de Minas Gerais- Campus Ubá; (2) Universidade Federal de Ouro Preto E-mail: [email protected] As abelhas da subtribo Euglossina estão amplamente distribuı́das na região neotropical, com maior diversidade nas florestas úmidas. O objetivo desse trabalho foi inventariar e estudar a composição da fauna de abelhas Euglossina na Mata do Ginásio São José, em Ubá. Na área de estudos foram demarcadas 5 trilhas , cada uma com 60 metros de comprimento.Em cada trilha em um intervalo de 20 metros as armadilhas foram penduradas nas ramagens das árvores e os machos de Euglossina foram atraı́dos pelas iscasodorı́feras: Cineol, Eugenol, Vanilina e Salicilato de Metila. As coletas foram realizadas mensalmente, no perı́odo de abril de 2012 a março de 2013, das 9 às 15h. A cada duas horas as abelhas foram coletadas das armadilhas, mortas em câmaras mortı́feras e depois transferidas para frascos coletores etiquetados com os seguintes dados: dia da coleta, horário, isca-odorı́fera e trilha. No total, foram amostrados 311 machos de abelhas da subtribo Euglossina, pertencentes a três gêneros e 10 espécies. A espécie mais abundante foi Eulaema nigrita Lepeletier, 1841 (50,48%) seguida por Euglossa cordata (Linnaeus, 1758) (15,43%), Euglossa securigera Dressler, 1982 (15,43%), Eulaema cingulata (Fabricius, 1804) (11,61%), Euglossa fimbriata Rebêlo & Moure, 1996 (1,92 %), Euglossa truncata Rebêlo & Moure, 1996 (1,92%), Exaerete smaragdina (Guérin, 1844) (1,92%), Euglossa pleosticta Dressler, 1982 (0,64%), Euglossa sp 1 (0,32%) e Euglossa sp 2 (0,32%). Com relação à composição da fauna, de um modo geral, as espécies amostradas nesse estudo ocorrem em diferentes ecossistemas, apresentando ampla distribuição geográfica. Palavras-chave: Euglossina, diversidade, Mata Atlântica Apoio: FAPEMIG (Bolsa e Projeto Endogovernamental – DEG 39/11) Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 207 5 5.1 Entomologia Urbana Comportamento de nidificação de Camponotus sericeiventris: novo sı́tio de ocupação Elisa F. Fernandes (1); Mariana M. Castro (1); Bruno C. Barbosa (1); Viviane Z. Rodrigues (1); Fabio Prezoto (1) (1) Laboratório de Ecologia Comportamental (LABEC), Universidade Federal de Juiz de Fora, 36036-900, Juiz de Fora, MG, Brasil E-mail: [email protected] A formiga Camponotus sericeiventris forma colônias bastante populosas e possui hábito de nidificação arborı́cola, em árvores de grande porte vivas ou mortas, preferencialmente em madeira morta ou de constituição macia, a qual facilita a construção e manutenção do ninho. Esta espécie vem sendo relatada em ambientes urbanos, com formação de grandes colônias ativas e bem-sucedidas. Assim, este trabalho teve como objetivo descrever o comportamento atı́pico de nidificação de C. sericeiventris em ambiente urbano. As observações foram realizadas em uma colônia de C. sericeiventris em junho de 2012 e junho de 2013 em uma área urbana situada no campus da Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais. A colônia se encontrava na borda de um fragmento de mata, localizada em uma área subterrânea, abaixo de placas de cimento com aproximadamente 2m x 5m de dimensão. Com auxı́lio de uma ferramenta para remoção das placas de cimento, foi encontrado um orifı́cio ativo de entrada/saı́da dos indivı́duos. O ninho estava instalado entre as raı́zes de uma árvore próxima, logo abaixo das placas de cimento, e a terra do local foi removida ativamente pelas operárias, resultando em uma cavidade compactada. Ali foram encontrados indivı́duos imaturos (ovos, larvas e pupas) e adultos, inclusive alados, o que comprova que a colônia já estava bem estabelecida no local. Do primeiro registro (em 2012) para o segundo (em 2013), houve mudança de local da prole, com deslocamento para uma área mais protegida, mas a atividade dos indivı́duos adultos permaneceu também no antigo local. O presente relato atesta a capacidade adaptativa da espécie quanto ao processo de alteração do habitat, ao procurar por novos locais de nidificação e assim suprir as necessidades da colônia. Essa flexibilidade comportamental parece favorecer o estabelecimento dessas colônias em ambientes urbanos. Palavras-chave: área urbana, ecologia comportamental, Formicidae Apoio: CAPES, FAPEMIG, UFJF Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 208 5.2 Staphylinidae (Coleoptera) com potencial forense no municı́pio de Palotina, Paraná Sidnei B. da Silva (1); Edilson Caron (1) (1) Laboratório Integrado de Pesquisas em Biodiversidade, Universidade Federal do Paraná, campus Palotina (UFPR) E-mail: [email protected] A entomologia forense estuda os insetos associados a diversos procedimentos legais, entre eles, os relacionados à investigação de crimes contra pessoas vı́timas de morte violenta. Dentre os insetos que habitam cadáver, destacam-se principalmente os da ordem Diptera e Coleoptera. Staphylinidae (Coleoptera) está entre os principais grupos de besouros que habitam cadáver. Portanto, o presente trabalho teve por objetivo inventariar os principais grupos de Staphylinidae de interesse forense no municı́pio de Palotina, Paraná. O experimento foi realizado de 2011 a 2012, no qual em cada estação do ano, uma carcaça de porco doméstico, de aproximadamente 12 kg, foi deixada em uma mata anexa ao setor Palotina, UFPR. As coletas seguiram pro três vias: Shannon modificada, pitfall e coleta manual. No total foram coletados 507 indivı́duos em 23 espécies de 6 subfamı́lias. Entretanto somente 7 espécies de 2 subfamı́lias (Staphylininae, 4 espécies, e Aleocharinae, 3) foram considerados de importância forense devido a abundância, ou seja, cada espécie representando pelo menos 5% de todo o material coletado. A abundância total destas 7 espécies foi de 88%. Dentre essa espécies, Belonuchus sp. (27%) foi à espécie mais abundante, ocorrendo em todas as estações do ano e em todas as fases de decomposição. Xenopygus sp. (13%) foi encontrado principalmente nas estações mais quentes, enquanto Oligotergus sp. (12%) foi encontrado no inverno, e Philonthus sp1 (10,5%) não ocorreu na primavera. Para os Aleocharinae, Atheta sp. (23%) tem destaque, pois 90% dos indı́viduos ocorreram na fase coliquativa. Já Aleochara, gênero com espécies exclusivamente ectoprasitóides de pupário de Diptera, foi representado por duas espécies: A. pseudochrysorrhoa (9%) e A. bonariensis (5%). Com relação à metodologia de coleta, 5 das 7 espécies foram mais abundante na coleta manual do que nos dois outros métodos. Palavras-chave: carcaça, entomologia forense, sucessão Apoio: CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 209 5.3 Levantamento de ninhos da fauna de Meliponina (Hymenoptera: Apidae) na área urbana no municı́pio de Guiricema- MG Lorena M. da Silva (1); Érica B. Pacheco (1); Ságora A. Pereira (1); Georgina M. de Faria-Mucci (1) (1) Universidade do Estado de Minas Gerais Email: [email protected] As abelhas da subtribo Meliponina, mais conhecidas como abelhas indı́genas sem ferrão, são de grande importância para a manutenção da biodiversidade e para agricultura, pois estas polinizam de 40 a 90% da flora. O Brasil é rico em espécies de Meliponina, entretanto as abelhas brasileiras sem ferrão estão desaparecendo, muito rapidamente, devido a inúmeros fatores como: desmatamento, queimadas, o uso de inseticidas, entre outros. Esse trabalho tem como objetivos fazer o inventário da fauna de Meliponina urbana de Guiricema, através de levantamento de ninhos, verificando os diferentes tipos de substratos utilizados para nidificação, caracterizar e discutir a composição dessa fauna. As construções e árvores dos bairros centrais e parte da periferia são vistoriadas para verificar a ocorrência de ninhos de meliponı́deos. No perı́odo de março a maio de 2013 foram encontrados 9 ninhos, sendo 5 ninhos de Trigona spinipes, 3 de Tetragonisca angustula e apenas 1 de Friesella schrottkyi, nos seguintes bairros: Centro, Taboa, Morro do Cemitério, Morro do Ginásio e Taquaruçu. Estes ninhos encontrados foram mapeados através de GPS, fotografados e alguns indivı́duos são coletados e mortos em câmaras mortı́feras com acetato de etila, depois levadas para o laboratório, montadas em alfinetes entomológicos, etiquetados com todos os dados pertinentes, e então acondicionadas em caixas apropriadas. De um modo geral as espécies encontradas são as mais comuns encontradas em diferentes áreas urbanas, principalmente T. angustula que uma espécie bem resistente às influências antrópicas, construindo seus ninhos em diferentes substratos entre eles: caixa de correio, árvores, mourão de cerca e parede. Sendo que a maioria foi encontrada em árvores. T. spinipes foi a espécie mais abundante, isso pode estar associado a sua capacidade de se adaptar a regiões antropizadas. Palavras-chave: substrato de nidificação, diversidade, Meliponina Apoio: FAPEMIG (bolsa e Projeto Endogovernamental – DEG 39/11) Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 210 5.4 Criação de ninhos deXylocopa frontalis (Apidae, Xylocopini) em um abrigo de abelhas mantido em área urbana Arthur C. Oliveira (1); Camila N. Junqueira (1); Laı́ce S. Rabelo (1); Solange C. Augusto (1) (1) Laboratório de Ecologia e Comportamento de Abelhas, Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia E-mail:[email protected] Xylocopa frontalisdestaca-se por ser o principal polinizador natural do maracujá-amarelo. Essa espécie constrói seus ninhos em madeira morta e de textura macia e pode ocupar cavidades preexistentes. Tais hábitos de nidificação possibilitam a atração destas abelhas por meio de ninhosarmadilha (NA). Sendo assim, esse estudo tem como objetivos verificar a preferência das abelhas por diferentes tipos de NA e avaliar o incremento de ninhos em um abrigo de abelhas mantido em área urbana. O presente estudo ocorreu no Campus Umuarama da Universidade Federal de Uberlândia, localizado na cidade de Uberlândia-MG, entre outubro/2012 e maio/2013. Neste local havia um abrigo de abelhas, contendo inicialmente nove ninhos de X. frontalis se desenvolvendo em gomos de bambo (ninhos iniciais=NI). Cada NI continha inicialmenteuma fêmeae de 0 a 4 células. Adicionalmente foram disponibilizados mais três tipos de NA:10 gomos de bambu (GB), 10 vigotas de Sphatodea(VS) e 10 placas retangulares (44,0x14, 5x3,0cm) de madeira balsa (NB) para a atração de fêmeas fundadoras. Estes substratos foram mantidos na mesma quantidade ao longo do experimento. Vinte e nove NA foram ocupados por fêmeas e todos eram do tipo GB. Em apenas 13 NA as fêmeas permaneceram e produziram células de cria e nos demais houve dispersão. Sete fêmeas que ocuparam os NA e produziram células de cria, eram provenientes dos NI (=FNI) e sete emergiram de ninhos presentes na área de entorno do abrigo (=FEA). Não houve diferença significativa em relação ao número de células produzidas pelas FNI e FAE (X2 =2,63;gl=1; 0,10<p<0,25). A utilização exclusiva de GB como substratos por estas fêmeas de Xylocopa evidencia que os GB são ótimos NA para experimento de atração e criação de Xylocopa em áreas pré-estabelecidas, pois além de mais atrativos são facilmente manejáveis. As FNI e FEA contribuı́ram igualmente para o incremento de ninhos e de células no abrigo de abelhas. Palavras-chave: polinizador, ninhos-armadilha, nidificação Apoio: FAPEMIG, CNP, CAPES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 211 5.5 Levantamento de ninhos da fauna de Meliponini na área urbana do municı́pio de Visconde do Rio Branco- MG Ana Elisa G.Tavares (1); Georgina M. de Faria-Mucci (1); Ságora A. Pereira (1); Érica B. Pacheco (1) (1) Universidade do Estado de Minas Gerais - Campus Ubá E-mail: ana elisa [email protected] As abelhas da subtribo Meliponini (Hymenoptera, Apidae) são eussociais e possuem o ferrão atrofiado, sendo, por esta caracterı́stica, conhecidas como abelhas indı́genas sem ferrão. São encontradas em todo o Brasil e desempenham papel ecológico importante nos ecossistemas, são os principais agentes polinizadores. A presente pesquisa tem por objetivo verificar a ocorrência de ninhos de espécies de Meliponini na área urbana de Visconde do Rio Branco-MG, bem como os tipos de substratos de nidificação utilizados por cada espécie. Foram realizadas entrevistas com os moradores na tentativa de encontrar ninhos através do conhecimento dos mesmos e, posteriormente, construções de alvenaria, padrões de energia, mourões de cerca e árvores foram vistoriadas. A pesquisa foi realizada no perı́odo de março a maio de 2013 entre 9:00hs ás 15:00 h, em cinco bairros do Municı́pio: Barreiro, Beira Rio, Coronel Joaquim Lopes, Centro e Jardim Alice. Os ninhos encontrados foram georreferenciados, fotografados e também foram anotados os seguintes dados: substrato utilizado, altura do ninho, forma da entrada e presença de abelhas na mesma. Verificou-se a presença de treze ninhos, sendo quatro de Trigona spinipes (Fabricius, 1793) e nove de Tetragonisca angustula (Latreille, 1811). Estes ninhos foram encontrados em diferentes substratos, quatro em árvores, quatro em parede de alvenaria e cinco em postes de energia. De Tetragonisca angustula dos nove ninhos encontrados, cinco estavam em postes, um em árvore e três em paredes de alvenaria. Essa espécie é bem adaptada aos ambientes urbanos, fato que foi verificado por vários autores em diferentes municı́pios. Palavras-chave: Substrato de nidificação, Meliponini, diversidade Apoio: FAPEMIG (Bolsa e Projeto Endogovernamental – DEG 39/11) Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 212 6 6.1 Ensino e Etnoentomologia Simulação de um estudo de comunidade como abordagem prática para o ensino de Entomologia Júlio V. Rabelo (1); Verônica A. Ladeira (1); Kênia Santos (1); Letı́cia Vieira (2); André F. S. F. Rodrigues (2) (1) Graduandos em Ciências Biológicas, Universidade Federal de São João del-Rei; (2) Dep. de Ciências Naturais, Universidade Federal de São João del-Rei E-mail: [email protected] O ensino de Ciências pode ser promovido por meio da observação de fenômenos. Para tanto, é necessário valorizar a abordagem prática, conduzindo a problematização do assunto pelos alunos e para que os mesmos possam se apropriar do conteúdo, procedimentos e atitudes cientı́ficas. No presente relato, durante a disciplina Entomologia, foi adotado um método onde, ao longo do processo de aprendizagem de conceitos teóricos, os alunos elaboraram e executaram um projeto de pesquisa que investigou a eficiência de diferentes armadilhas para amostragem de artrópodes para um estudo de comunidade. O objetivo foi desenvolver habilidades processuais ligadas ao método cientı́fico através da redação e execução de projeto de pesquisa. Os artrópodes foram coletados por pitfall trap, funil de Berlese, coleta manual em transecto linear, guarda chuva entomológico, rede entomológica e isca atrativa com sardinha e mel. Para verificar a similaridade dos métodos de captura foram utilizados dados de ocorrência para cada amostra pela análise de agrupamento, observando-se a distinção de grupos representando as diferentes técnicas de coleta. Considerando a interpretação dos resultados de acordo com a hipótese como um aspecto importante na construção do conhecimento, os alunos formularam hipóteses que poderiam explicar os resultados obtidos e nas discussões utilizaram embasamentos obtidos ao longo da disciplina Entomologia e de outras disciplinas já cursadas. Com essa abordagem prática, os alunos desenvolveram habilidades técnicas relacionadas à captura, triagem e identificação das ordens encontradas, bem como análise de dados e redação de um trabalho cientı́fico. Portanto, o método de ensino adotado na disciplina contribuiu de forma favorável para a aprendizagem de conceitos de Entomologia e Ecologia pelos alunos, fato constatado ao longo da disciplina durante a execução do projeto e principalmente nas análises e discussão dos resultados bem como na redação do manuscrito em forma de um artigo. - Palavras-chave: habilidades processuais; experimentação; ensino Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 213 6.2 Polinização por insetos e a manutenção dos recursos naturais uma proposta de material didático Raissa G. W. Mendonça (1); Bruna S. de Souza (1); Adriana H. Pereira (1); Ricardo C. de Meireles (1) (1) Departamento de Ciências Biologias, Pontifı́cia Universidade Católica de Minas Gerais E-mail: [email protected] Este kit de apoio paradidático foi criado com o objetivo de auxiliar os professores. O material conta com exercı́cios educativos a serem realizados pelos alunos do ensino médio a fim de fixar o conteúdo, além de jogos e textos auxiliares. O presente trabalho teve como propósito a criação de uma revista didática e um folder, buscando diferentes estratégias de ensino, para auxiliar na conscientização e aprendizagem sobre a importância da polinização e como o homem pode interferir nesse fenômeno essencial para a manutenção da biodiversidade que é imprescindı́vel para o desenvolvimento de muitas espécies. Nessa obra pode-se estudar as plantas, remetendo a sua morfologia e seus mecanismos de atração é também os agentes polinizadores abordando principalmente os insetos é a sua morfologia, destacando suas adaptações morfológicas para auxiliar na polinização. Além de falar da interação entre flores e insetos. No material está explicitada a dependência nutricional da humanidade, pois, somos dependentes dos polinizadores para mais de um terço das frutas e vegetais que comemos. Focando principalmente nas abelhas, em um contexto geral, que são elementos de extrema importância para a manutenção da vida no planeta, não apenas como produtoras de mel, o própolis, a geléia real e a cera, mas, sobretudo pela importância que as abelhas têm como agentes polinizadores. O trabalho remete também às causas do desaparecimento dos agentes polinizadores, muitas vezes relacionadas com ações do homem, sendo as abelhas uma das mais afetadas. Algumas dessas ações não são notadas como prejudiciais ao meio ambiente, como a construção de muitas lanchonetes, que além de gerar muito lixo, faz com que as abelhas sejam atraı́das pela facilidade de encontrar xarope de refrigerantes nos restaurantes e lanchonetes, com isso muitas flores deixam de ser polinizadas. Palavras-chave: polinização, insetos, preservação Apoio: CAPES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 214 6.3 A importância do borboletário para formação de uma consciência ecológica Carlos R. F. Bernardino (1); Niedja G. G. Gonçalves (2); João P. Maciel Neto (3); Iago S. De Paula (1); Nathaniel C. Rocha (1) (1) Bolsista Departamento de Fitotecnia/Fitossanidade, Universidade Federal do Ceará; (2) Departamento de Fitotecnia/Fitossanidade, Universidade Federal do Ceará; (3) Mestrando no Departamento de Engenharia Agrı́cola/DENA, Universidade Federal do Ceará E-mail: [email protected] O Borboletário/UFC, em Fortaleza, é uma ferramenta de ensino, pesquisa e extensão objetivando teorias-práticas em Entomologia-Ecologia, investigando interações dentro do meio ambiente através de estudos sobre a diversidade biológica, cujo foco principal é a preservação dos ecossistemas e, assim, ampliar a consciência ecológica das pessoas, que visitam o local. As ações levam o indivı́duo a relacionar o ciclo de vida das borboletas à preservação do ambiente, e de atentá-lo para a importância desses insetos na natureza. Procura-se atender as diversas indagações/curiosidades sobre os componentes do espaço ecológico: borboletário, suscitadas pela população estudantil em diferentes nı́veis ou quaisquer entes da sociedade. Com palestras/oficinas, consegue-se alcançar crianças, adolescentes e adultos (200 pessoas/mês) onde 09 alunos/UFC, de diferentes cursos, contando com mı́nima infraestrutura, realizam um bom trabalho enfatizando o papel das borboletas na cadeia alimentar, como bioindicadores da qualidade do ambiente, seres polinizadores e sensı́veis às mudanças negativas em qualquer dos fatores ambientais dos quais dependam. Enfim, registramos nas feiras culturais e encontros universitários inúmeros trabalhos cujo tema é o meio em que vivemos. Palavras-chave: meio ambiente, ecossistema, borboletário Apoio: Projeto Cores da Natureza, Pró-reitoria de Extensão e Centro de Ciências Agrárias/UFC Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 215 7 7.1 Semioquı́micos e Comportamento Competição larval em Zabrotes subfasciatus (Coleoptera: Chrysomelidae): efeitos na razão sexual Linamara S. Moreira (1); Sharrine O. D. Oliveira (1); Alice S. Rodrigues (1); Juliana L. Vieira (1); Raul N. C. Guedes (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] A competição por recursos limitados tem sido amplamente reconhecida como um importante processo, responsável tanto pela seleção natural quanto pela regulação do tamanho populacional. Competição por exploração ocorre quando um animal se propõe a utilizar um recurso comum sem perceber a presença de outro, caracterizando-se como uma ação independente de todos os animais envolvidos. O caruncho do feijão, Zabrotes subfasciatus, apresenta esse comportamento. Porém, conhecidos efeitos podem ser observados quando da ocorrência desse comportamento, como alteração da massa corporal e redução da fecundidade devido à redução de alimento disponı́vel ou mesmo de um possı́vel comportamento de interferência. Outro parâmetro a ser avaliado refere-se à razão sexual dos indivı́duos submetidos à crescente presença de larvas. Assim, grãos com densidade de 1 a 12 larvas foram selecionados e armazenados separadamente em sala climatizada (26 ± 2 ºC, UR= 56% e fotoperı́odo de 12 horas). O número de repetições foi inversamente proporcional à densidade larval, que vão desde 1 a 30 repetições, devido à dificuldade em obter elevadas densidades de ovos por grão. Após a emergência, os indivı́duos foram sexados. Os dados foram avaliados através de análises de regressão quadrática em função da densidade de larvas por grão, pelo programa SAS (SAS Institute, 2008). Os resultados indicam que a proporção de fêmeas não é dependente da densidade larval (P>0,05). Resultados semelhantes foram observados em Callosobruchus maculatus, que apresentou uma pequena variação na proporção de fêmeas em estudo de competição larval, porém, esta não foi influenciada pela densidade de larvas no mesmo grão. Palavras-chave: comportamento, competição intraespecı́fica, razão sexual Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 216 7.2 Comportamento de Polybia platycephala (Hymenoptera: Vespidae) durante ataque de Labidus praedator (Hymenoptera: Formicidae) Bruno C. Barbosa (1); Antônio M. O. Toledo (2); Tatiane T. Maciel (2); Fabio Prezoto (1) (1) Programa de Pós-Graduação em Comportamento e Biologia Animal, Universidade Federal de Juiz de Fora; (2) Departamento de Ciências Biológicas, Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora E-mail: [email protected] Os ninhos envelopados de vespas sociais funcionam como fortalezas para inimigos naturais de suas colônias. Polybia platycephala é uma vespa social enxameante que apresenta preferência em nidificar na porção abaxial de folhas largas e de plantas perenes com altura média de 140 cm em relação ao solo. A formiga Labidus praedator é uma predadora generalista de topo que vive em colônias compostas por milhões de indivı́duos e tem um importante papel de estruturação na comunidade de invertebrados, abrangendo grandes áreas devido ao seu hábito nômade. O objetivo deste trabalho foi retratar o comportamento de P. platycephala durante ataque de formigas-de-correição L. praedator em sua colônia. A observação foi realizada no mês de dezembro de 2012 em uma área remanescente de Mata Atlântica, no municı́pio de Juiz de Fora, MG, Sudeste do Brasil (21°43’55”S - 43°22’16”O). A colônia se encontrava a 130 cm de altura do solo, na parte abaxial da folha de Monstera deliciosa. O ninho possuı́a formato cônico, com 15cm x 9cm de dimensão. As vespas que estavam no ninho, ao detectarem a presença das formigas, assumiram postura defensiva caracterizada pelo par de asas semiaberto. Em função do aumento no número de formigas, ocorreu abandono de vespas nos ninhos avaliados. As formigas apresentaram dois tipos de comportamentos, postura defensiva pelas formigas soldados e de forrageio pelas formigas operárias, que retornavam do ninho das vespas carregando ovos, larvas, pupas e recursos armazenados. As vespas adultas só foram atacadas quando retornavam do forrageio ao ninho, sem perceber o ataque. O forrageio das formigas durou cerca de 27 min e durante o ataque as vespas se agruparam em outra folha, não havendo reocupação do ninho. Concluı́mos que existe uma ineficiência de defesa de vespas P. platycephala quando estas são atacadas por um grande número de formigas L. praedator. Palavras-chaves: defesa, forrageio, ninhos Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 217 7.3 Estimativa da resistência, do tipo antibiose, para controle do curuquerê por genótipos de couve-flor Vitória E. da S. Alves (1); Eunice C. Schlick-Souza (2); Edson L. L. Baldin (2); Genivaldo D. Souza-Schlick (3); Maria de Lourdes N. M. Araujo (4) (1) Faculdade de Tecnologia e Ciências; (2) Departamento de Proteção de Plantas, Universidade Estadual Paulista; (3) Departamento de Agricultura, Universidade Estadual Paulista; (4) Escola Estadual Prof. José Pedretti Neto E-mail: [email protected] A couve-de-folha, Brassica oleracea (L.) var. acephala é atacada por diversas pragas, e o curuquerê, Ascia monuste orseis (Godart) (Lepidoptera: Pieridae) vem causando intensas desfolhas às plantas. Considerando-se a importância deste inseto para a cultura da couve-de-folha e também os efeitos indesejáveis decorrentes de aplicações de inseticidas para seu controle, o trabalho objetivou avaliar a resistência, do tipo antibiose, de genótipos de couve-de-folha frente A. monuste orseis sob condições de laboratório. Para a instalação dos bioensaios, foi mantida uma criação de A. monuste orseis em casa-de-vegetação. Foram avaliados 29 genótipos de couve-de-folha: Manteiga de Ribeirão Pires I-2620, Manteiga I-1811, Roxa I-919, Manteiga de São Roque I-1812, Gigante I-915, Manteiga I-916, Crespa I-918, Manteiga de Ribeirão Pires I-2446, Crespa de Capão Bonito, Manteiga de Tupi, Couve de Leguminosas, Manteiga de Jundiaı́, Manteiga de Mococa, Manteiga São José, Verde-escura, Pires 1 de Campinas, Pires 2 de Campinas, Japonesa, Hortolândia, Orelha de Elefante, Vale das Garças, Comum, Introduções do municı́pio de Arthur Nogueira: variedades Y; W; Z e comerciais: Cabocla; Couve de folhas Manteiga 900 Legı́tima Pé Alto, Couve de folhas Manteiga Tronchuda Portuguesa; Couve Manteiga da Geórgia. A antibiose foi observada confinando-se formas jovens do inseto nos diferentes genótipos e avaliando-se os parâmetros biológicos: duração dos ı́nstares larvais; duração total da fase jovem; duração da fase pupal e ciclo de ovo a adulto. Nas avaliações de biologia, Introduções do municı́pio de Arthur Nogueira: variedade Z, Cabocla, Japonesa e Manteiga de Mococa prolongaram a fase larval do inseto. Os genótipos Japonesa e Introduções do municı́pio de Arthur Nogueira: variedade Z aumentaram o perı́odo de desenvolvimento do inseto; sendo que o genótipo Japonesa também prolongou o perı́odo pupal, indicando a expressão de antibiose à A. monuste orseis. Palavras-chave: resistência de pragas, curuquerê-da-couve, brassicaceae Apoio: CAPES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 218 7.4 Aspectos do comportamento alimentar de Harmonia axyridis (Coleoptera: Coccinelidae) Aline C. C. Francêz (1); Morgana M. F. Porto (1); Antonio Chamuene (1); Rebeca L. Marcellos (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa Email: [email protected] Harmonia axyridis é considerada um predador voraz e eficaz, principalmente de pulgões, e por esta razão tem sido utilizada como agente de controle biológico em várias culturas por todo o mundo. Os pulgões Myzus persicae e Brevicoryne brassicae são considerados pragas importantes da couve e outras Brassicáceas. Assim esse trabalho teve como objetivos avaliar os aspectos comportamentais alimentares de H. axyridis alimentada com as duas espécies de pulgões e verificar a preferência alimentar entre essas presas. As duas espécies de presas foram oferecidas para machos adultos de H. axyridis, simultaneamente e os comportamentos delineados nas observações preliminares para o etograma comportamental foram registrados por 30 minutos. O predador apresentou a preferência alimentar por M. persicae (85%) o que pode ser devido às estratégias de defesa quı́mica contra predadores apresentadas por B. brassicae (35%). Essas defesas também explicam os comportamentos de “liberação da presa” (20%) e “rastro de excreção” (21%), apresentados pelo predador depois de manipular essa presa, além da frequência de “manipulação”, que foi muito maior em B. brassicae (55%) do que em M. persicae (14%). Todos os pulgões não são igualmente adequados como alimento para joaninhas. No entanto, é mais provável que isso seja resultado dos metabólitos secundários das plantas hospedeiras dos pulgões, do que de diferentes balanços de nutrientes. Palavras-chave: predador, preferência de presa, comportamento alimentar Apoio: CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 219 7.5 Memórias robustas para reconhecimento individual em rainhas de formiga Altamiro Pontes (1); André R. de Souza (1); Luiza C. B. Martins (1); José E. Serrão (2); José Lino-Neto (2) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] O reconhecimento individual (RI) ocorre entre fêmeas de alguns insetos sociais que fundam colônias cooperativamente e estabelecem uma hierarquia de dominância. O RI evita custos com repetidas interações agressivas entre parceiros cuja relação de dominância já foi estabelecida, portanto, indivı́duos são menos agressivos quando familiares. Este é o caso da formiga Pachycondyla inversa. Rainhas memorizam a assinatura quı́mica única de um coespecı́fico mesmo após 24 h de separação e interação com outro coespecı́fico, suportando a ocorrência de RI em associações cooperativas com até três fêmeas. A memoria de rainhas está sujeita à interferência retroativa, isto é, a degradação de memórias prévias pela aquisição de novas memórias. Isto porque interações repetidas entre rainhas cooperativas são comuns no espaço reduzido do ninho. Associações cooperativas de P. inversa podem conter até seis fêmeas. Nesse caso, o RI só é eficiente se as memórias de parceiros sociais são suficientemente robustas à interferência. Ao quantificar o nı́vel de agressão entre rainhas familiares e não familiares, nós mostramos que as memórias de identidade de parceiros sociais são retidas após dois dias de interações simultâneas com outros cinco coespecı́ficos (teste de Friedmann: X2 =8,78; n=6, p=0,02; df=3). Assim, as memórias da identidade de parceiros sociais em P. inversa são robustas à interferência retroativa. Nossos resultados suportam a ocorrência de RI nas maiores associações cooperativas de P. inversa. Similarmente, fêmeas cooperativas da vespa social Polistes fuscatus são capazes de recordar a identidade visual de parceiros sociais após uma semana de separação e interação simultânea com dez outros coespecı́ficos. A evolução convergente da memória robusta para sinais quı́micos e visuais sugere que esta é uma propriedade essencial para a ocorrência do RI, dada a complexidade do ambiente social que fêmeas cooperativas de insetos sociais estão inseridas. Palavras-chave: agressão social, interferência retroativa, Pachycondyla inversa Apoio: FAPEMIG, CNPq (proc. 143246/2011-9), SECTI/FAPESBCNPq (PNX0011/2009) Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 220 7.6 Desempenho reprodutivo de Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae) tratados com o antibiótico ciprofluxacino Juliana L. Vieira (1); Gislaine A. Carvalho (2); Alberto S. Correa (1); Luiz O. de Oliveira (2); Raul N. C. Guedes (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Bioquı́mica e Biologia Molecular E-mail: [email protected] O coleóptero-praga Sitophilus zeamais possui dois simbiontes conhecidos Wolbachia e SPZE (Simbionte Primário de Sitophilus zeamais). Estes coexistem com o genoma da célula hospedeira eucariótica, intervindo tanto na fisiologia como na manipulação da reprodução do hospedeiro. O presente estudo tem como objetivo verificar se há diferenças na reprodução de Sitophilus zeamais Motschulsky, 1855 quando tratados com antibiótico ciprofluxacino. Para a administração do antibiótico ciprofluxacino (25 mg/mL), foram utilizados inicialmente 15 casais de uma população de laboratório. Os insetos com um dia de idade foram colocados em dissecador com sı́lica, umidade relativa em torno de 0 %, provocando assim, um estresse hı́drico. Decorridas 24 h nessas condições, os insetos foram transferidos para placas de petri, individualizados e exposto a 5 µL de antibiótico por 40 minutos. Decorrido esse tempo, os insetos foram colocados em milho por 24 h. Esse processo foi repetido por 10 dias. Após esse perı́odo, os casais foram colocados em milho, deixando-os acasalar por 30 dias, sendo então removidos. Após a eclosão da progênie F1, trezentos gramas de milho inteiro foram colocados em frascos de 1 L juntamente com vinte adultos sexados de S. zeamais (10 fêmeas e 10 machos). Após 30 dias os insetos foram removidos e o número de indivı́duos emergido foi monitorado por 60 dias. Quatro repetições foram utilizados. Os dados foram submetidos ao teste de t onde foi observado uma queda marginal (t6 =2,435; p= 0,0508) no número final de indivı́duos em relação aqueles não tratados com antibióticos. Nos resultados apesar de não significativos aumentam o suspeita de estes simbiontes estarem diretamente relacionados ao desempenho reprodutivo destes insetos e o tratamento continuo deste antibiótico durante gerações consecutivas podem comprovar nossa hipótese. Palavras-chave: caruncho do milho, endossimbionte, taxa de desenvolvimento Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 221 7.7 Comportamento sexual de Diaphorina citri (Hemiptera: Liviidae) Carolina H. Landi (1); André Signoretti (2) (1) Centro Universitário de Araraquara, UNIARA; (2) Fundo de Defesa da Citricultura, Fundecitrus E-mail: [email protected] O ‘Huanglongbing’ (HLB) é considerado a doença mais severa dos citros atualmente, causada por um complexo de bactérias do gênero Candidatus. No Brasil, são transmitidas através do vetor Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera: Liviidae). O controle desta praga nos pomares de citros vem sendo realizado por meio de aplicações repetidas de defensivos quı́micos, independente da constatação ou não do inseto na área. Isso ocorre porque os métodos atuais de monitoramento do psilı́deo não são eficientes. Neste sentido, a utilização de compostos atraentes em armadilhas permitiria a redução no número de aplicações de inseticidas e preservação dos inimigos naturais da praga. Assim, este trabalho avaliou o efeito de voláteis liberados por fêmeas do psilı́deo sobre o comportamento de seus coespecı́ficos por meio de duas diferentes metodologias com auxı́lio de olfatômetro ‘Y’. Os tratamentos utilizados nos bioensaios com psilı́deos foram: i) voláteis de fêmeas vivas de D. citri, com idade entre 3 a 10 dias após emergência e ii) controle (ar limpo). Na primeira, adultos machos e fêmeas foram liberados individualmente no equipamento e, na segunda, os insetos foram liberados em grupos de 10 (machos ou fêmeas). Os resultados obtidos apontam para uma atração apenas dos machos aos voláteis liberados pelas fêmeas, sugerindo a existência de um feromônio sexual produzido pelas mesmas. Adicionalmente, os resultados indicam que apenas a primeira metodologia foi adequada para estudo do comportamento destes insetos frente a estes estı́mulos. Desta forma, é possı́vel que haja uma interferência entre os indivı́duos liberados em grupos sobre suas respostas comportamentais frente aos mesmos estı́mulos olfativos, o que não ocorre quando a avaliação é individual. Estes resultados representam novas perspectivas para os trabalhos que visam o aperfeiçoamento dos sistemas de monitoramento atuais desta praga e podem direcionar os futuros trabalhos comportamentais com o psilı́deo. Palavras-chave: Diaphorina citri, huanglongbing, atrativos sexuais Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 222 7.8 Resposta olfatória de Cotesia flavipes a genótipos rústicos e melhorados de cana-de-açúcar Débora M. F. Mendonça (1); Aline C. C. Francêz (1); Luisa F. P. Grisales (1); Claryssa O. Motta (1); Eraldo Lima (1) (1) Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Entomologia, Laboratório de Semioquı́micos e Comportamento de Insetos E-mail: [email protected] O parasitoide Cotesia flavipes (Cam) (Hymenoptera: Braconidae), reconhece seu hospedeiro através dos voláteis emitidos pela planta, após a herbivoria por Diatraea saccharalis (Fabr) (Lepidoptera: Crambidae), principal praga da cana de açúcar. Avaliou-se a preferência de C. flavipes por voláteis de plantas rústicas ou melhoradas de cana em um olfatômetro de tubo-Y. Foram testados três genótipos: dois “rústicos” (White pararia e Archi) e um geneticamente modificado (RB867515), utilizando-se voláteis de plantas ilesas e infestadas por D. saccharalis. Os resultados mostraram uma maior preferência do parasitoide por plantas infestadas do que por plantas ilesas. No entanto, quando o parasitoide foi exposto a White pararia e a RB867515, houve preferência pelo genótipo melhorado. Já em relação a RB867515, o genótipo Archi atraiu significativamente mais insetos. Assim, C. flavipes mostrou preferência por plantas infestadas por D. saccharalis no experimento conduzido em olfatômetro de tubo Y. Os resultados demonstram que C. flavipes é capaz de discriminar entre diferentes genótipos de cana em laboratório, bem como se a planta sofreu herbivoria, o que pode ter implicações na utilização desse parasitoide em programas de controle biológico. Palavras-chave: voláteis, parasitoide, herbı́voro Apoio: Fapemig, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 223 7.9 Comportamento defensivo em Apis mellifera africanizada: padrão comportamental e influência de estı́mulos visuais Fábio de A. Pinto (1); Paula Netto (1); Kleber de S. Pereira (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] A apicultura brasileira tem como caracterı́stica a utilização de abelhas africanizadas, uma linhagem polihı́brida conhecida pela alta tolerância de patógenos e parasitas, mediante fatores como alto comportamento higiênico e defensivo. Embora fatores abióticos possam interferir nos padrões comportamentais da colônia, a alta variabilidade genética encontrada nessa linhagem pode proporcionar variações acentuadas envolvendo o comportamento defensivo. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o repertório do Comportamento Defensivo (C.D.) em colônias de Apis mellifera africanizada na região de Viçosa, Minas Gerais, evidenciando a importância dos estı́mulos visuais dentre outros fatores na defesa da colônia. A capacidade defensiva foi medida de acordo com o método de Stort (1974) com adaptações. Houve diferenças significativas na velocidade e intensidade dos ataques dentre as colônias (p<0,05%), ressaltando a grande plasticidade no comportamento de abelhas africanizadas, contudo fatores como variação de temperatura e umidade ao longo do dia não afetaram os padrões de defesa da colônia. Nesse estudo foi observado que as pistas visuais (cores escuras e movimento) induziram as primeiras respostas de ataque, no entanto após a primeira ferroada o sinal quı́mico (feromônio de ataque) atua como marcador, acentuando o padrão defensivo. A técnica para avaliação do comportamento defensivo proporciona informações relevantes à seleção de colônias de manejo mais fácil, entretanto aspectos como produtividade e tolerância a parasitas também devem ser considerados para o desenvolvimento da atividade apı́cola racional. Palavras-chave: Apidae, Varroa destructor, africanização Apoio: CNPq, CAPES, Apiário UFV Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 224 7.10 Hábitos de nidificação de vespas sociais em fragmento urbano na Zona da Mata Mineira Bruno C. Barbosa (1); Mariana P. Frias (1); Helba H. S. Prezoto (1, 2); Fabio Prezoto (1) (1) Laboratório de Ecologia Comportamental (LABEC), Programa de Pós-Graduação em Comportamento e Biologia Animal, Universidade Federal de Juiz de Fora; (2) Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora E-mail: [email protected] A degradação de ambientes naturais resulta na perda da diversidade biológica, incluindo espécies ainda desconhecidas para a ciência. Vespas sociais interagem com seu ambiente onde residem, na procura por recursos e locais para construir suas colônias. O objetivo deste trabalho foi identificar os substratos de nidificação selecionados por vespas sociais em um fragmento urbano inserido em uma área de Mata Atlântica em Juiz de Fora, MG, Brasil (21° 43’ 28” S - 43°16’ 47” O). Durante abril/2011 a março/2013 foram vistoriadas as construções humanas presentes na área, registrando-se as colônias de vespas sociais que utilizavam o ambiente antropizado como substratos de fundação. Foram encontrados 163 ninhos de vespas sociais, de 12 espécies divididas em seis gêneros: Mischocyttarus (n=110), Polistes (n=38), Polybia (n=10), Agelaia (n=3), Apoica (n=1), Parachartergus (n=1). Foram identificados quatro tipos de substratos utilizados pelas vespas: madeira (n=90), Telha (n=27), cimento (n=32), metal (n=7), outros ninhos (n=5), vidro (n=1) e tijolo (n=1). As espécies Mischocyttarus atramentarius (n=53), Polistes versicolor (n=37) e Mischocyttarus cassununga (n=33) foram as mais freqüentes durante o trabalho. Estudos sobre a preferência de substratos registram a preferência de vespas sociais por metal e alvenaria, contudo nesse estudo observou-se que o substrato madeira (55%) foi a principal escolha das vespas, que sugere que as vespas sociais desta área ainda estão passando pelo processo de sinantropismo, ou seja, ainda preferindo nidificar em substratos de fibras vegetais. Palavras-chave: comportamento animal, Hymenoptera, substratos Apoio: CAPES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 225 8 8.1 Sistemática, Morfologia e Biogeografia Morfologia do aparelho reprodutor feminino de Deltochilum furcatum (Coleoptera: Scarabaeidae) Manuel A. Ix-Balam (1); Pedro G. Lemes (1); José E. Serrão (2); José C. Zanuncio (1); Maria G. de A. Oliveira (3) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa; (3) Departamento de Bioquı́mica e Biologia Molecular, UFV E-mail: [email protected] Deltochilum furcatum é uma espécie comum na Mata Atlântica, na região sudeste do Brasil, com ocorrência na primavera e verão. Tem hábito necrófago noturno, mas pode alterar seu perı́odo de atividade, dependendo do habitat e da disponibilidade de alimento, aproveitando outros recursos como excrementos. O conhecimento atual sobre essa espécie, em muitos aspectos, é limitado. O objetivo deste trabalho foi analisar a morfologia do aparelho reprodutor em fêmeas de D. furcatum, coletadas em um fragmento de Mata Atlântica, em Viçosa, Minas Gerais. Deltochilum furcatum apresentou apenas um ovário com um ovarı́olo delimitado por uma membrana vitelina e células foliculares. O germário não pode ser distinguido do vitelário e ocupou todo o ovarı́olo, exceto uma pequena área pré-folicular composta por células foliculares alongadas transversalmente; o oviduto apresentou a parede formada por uma camada única de células. Associada ao ovário estava uma espermateca delimitada por uma camada única de células cúbicas, contendo uma glândula espermatecal. Apenas uma das fêmeas apresentou um ovócito em fase de formação no vitelário. A presença de um ovarı́olo pequeno sem vitelário aparente somado a ausência do espermatóforo na vagina e de espermatozoides na espermateca, indica que essas fêmeas eram adultas sexualmente imaturas em perı́odo de alimentação e maturação das gônodas. A redução do sistema reprodutor para um só ovário e ovarı́olo em fêmeas de D. furcatum é uma condição comum em Scarabaeinae, onde já foi descrita a atrofia completa do ovário e oviduto direito e de cinco ovarı́olos do ovário esquerdo. Este fenômeno é atribuı́do à baixa fecundidade e ao comportamento de nidificação bastante elaborado e complexo presente nessas espécies (rolagem e enterro de alimento efêmero para se alimentar e/ou nidificação, cuidado parental), o qual possui um alto gasto energético. Apesar disso, esse mecanismo é recompensado por uma alta sobrevivência da prole. Palavras-chave: Scarabaeinae, ovarı́olo, nidificação Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 226 8.2 Schizopteridae (Hemiptera: Heteroptera: Dipsocoromorpha) do Parque Estadual Mata São Francisco, Paraná, Brasil Irina T. Morales-C (1); Nikolas G. Cipola (2) (1) Departamento de Entomologia, Museu Regional de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Laboratório de Sistemática e Ecologia de Invertebrados do Solo, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA E-mail: [email protected] Schizopteridae é a famı́lia mais diversa dentre os heterópteros dipsocoromorfos, contendo 235 espécies agrupadas em 48 gêneros, entretanto estima-se que possa haver cerca de 1.200 espécies no mundo. Contudo a fauna de Schizopteridae é totalmente inexplorada na região neotropical, existindo apenas 11 espécies registradas no Brasil, O objetivo do trabalho foi ampliar a distribuição de Schizopteridae no Brasil. O estudo foi realizado no Parque Estadual Mata São Francisco, que se localiza em um fragmento de floresta estacional semidecidual, no norte do estado do Paraná. As amostragens foram através da coleta de 1m2 de serrapilheira para extração e de armadilhas pitfall. Foram coletados 101 espécimes de esquizopterı́deos, distribuı́dos em cinco espécies e três gêneros: Schizoptera (Schizoptera) sp.1 (n=41), Schizoptera (Lophopleurum) sp.1 (n=30), Schizoptera (Cantharocoris) sp.1 (n=4), Ptenidiophyes mirabilis (n=23), Glyptocombus saltador (n=3). As espécies S. (S.) apicalis e S. (C.) scymnus foram registradas para o estado de Pernambuco, S. (S.) flavipes para o Rio de Janeiro e S. (L.) reitteri para Santa Catarina, portanto os três subgêneros são novos registros no Paraná. G. saltator é registrada pela primeira vez no Brasil e trata-se de uma espécie de ampla distribuição, pois foi registrada desde Estados Unidos até a América do Sul. P. mirabilis é um novo registro para o estado, pois o único registro da espécie no Brasil foi ao municı́pio de Blumenau, Santa Catarina. Estes novos registros para o Paraná apenas reforça a necessidade de estudos taxonômicos e de distribuição com Schizopteridae, especialmente no Brasil. Palavras-chave: fauna edáfica, distribuição neotropical, novos registros Apoio: CAPES/CNPq, IEL Nacional, Brasil Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 227 8.3 Aspectos morfológicos testicular e dos espermatozoides de Dysdercus maurus (Heteroptera: Pyrrhocoridae) Aline B. Reis (1); Marcelo Barcellos (1); José Lino-Neto (1) (1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] Os Pyrrhocoridae são percevejos fitófagos, com algumas espécies causando danos significativos em várias culturas agrı́colas. Eles possuem corpo alongado com pigmentação marcante amarela, vermelha, preta e branca. Em insetos, os espermatozoides apresentam morfologia espécie-especı́fica, entretanto podem variar bastante até mesmo entre espécies filogeneticamente próximas. Assim, o estudo da morfologia dessas células, bem como do sistema reprodutor, tem contribuı́do para a sistemática de vários grupos, assim como para o entendimento da biologia reprodutiva. Por isso, testı́culos de cinco adultos maduros do percevejo Dysdercus maurus foram preparados de acordo com a técnica histológica de rotina. Para as medidas, usando o programa imagem ImagePro-Plus, os espermatozoides foram corados com Giemsa e os núcleos com DAPI. Em D. maurus os testı́culos apresentam cápsula de coloração vermelha intensa, com seis folı́culos fusiformes cada. Estes folı́culos são preenchidos por cistos contendo até 256 espermatozoides por unidade, indicando que cada espermatogônia passa por seis ciclos mitóticos. Os espermatozoides, de um único tipo, mediram aproximadamente 900 µm, dos quais 37 µm correspondem ao núcleo. Com este comprimento, estes espermatozoides são os mais longos já descritos para Heteroptera. Ainda, nesta subordem é comum a produção de mais de um tipo de espermatozoides pelo mesmo indivı́duo, assim a produção de um único tipo nesta espécie pode representar uma caracterı́stica derivada. Palavras-chave: Hemiptera, fitófagos, testı́culo Apoio: CNPq, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 228 8.4 Atualização de formicı́deos (Insecta: Hymenoptera) da Área de Recursos Ambientais El Zaimán, Misiones Argentina Gerardo N. Bernal (1, 2); Liliana A. Sadaniowski (1, 2); Mauro Ramı́rez (1, 2); Marcelo Gamarra (1, 2); Leonardo H. Walantus (1) (1) Centro de Investigaciones Entomológicas, Parque Tecnológico Misiones; (2) Facultad de Ciencias Exactas, Quı́micas y Naturales, Universidad Nacional de Misiones E-mail: [email protected] As formigas são artrópodes dominantes nos ecossistemas tropicais e sua ampla distribuição no mundo nos diversos habitats as torna um forte indicador de diversidade biológica. Elas desempenham um importante papel na estrutura das comunidades, na ciclagem de nutrientes do solo, na dispersão de sementes, e na fauna. Pela sua alta abundância e diversidade elas possuem uma alta importância em todos os nı́veis tróficos. Nos ecossistemas controlados são pragas e agentes controladores de pragas. Por tudo aquilo, é de maior importância conheçer cuais formigas estão presentes na área, asim como tambem sua distribucão. O objetivo do presente trabalho foi atualizar a lista de gêneros de formigas na área do El Zaimán, entre 2011 e 2013. Seis pontos de coleta foram estabelecidos aleatoriamente num raio de 40 metros entre cada um. O 90% das formigas foram coletadas de modo direto, e somente 10% foram coletadas com armadilhas de queda. Os exemplares coletados foram fixados com álcool 70%. No laboratório do Centro de Investigaciones Entomológicas foram definidos os nı́veis taxonômicos das amostras até o gênero, aplicando as chaves taxonômicas de Kusnezov (1978), Palacio e Fernandes (2003) e Jaffe e col. (2004). Durante o perı́odo de estudo foram coletas e identificadas um total de 16 gêneros, distribuı́das em 6 subfamı́lias: Acromyrmex, Atta, Cephalotes, Crematogaster, Pheidole, Solenopsis (Myrmicinae); Dorymyrmex (Dolichoderinae); Dinoponera, Pachycondila, Hypoponera, Odontomachus (Ponerinae); Nylanderia, Camponotus, Brachymyrmex (Formicinae); Pseudomyrmex (Pseodomyrmicinae) e Labidus (Ecitoninae). Estes dados ampliam a informação de gêneros de formigas publicados em trabalhos prévios apresentados no VII Congresso Argentino de Entomologia (Abril de 2012). Palavras-chave: Formicidae, gêneros, coleta Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 229 8.5 Chave pictórica de identificação de gêneros de Staphylinidae com potencial forense em Palotina, Paraná Renato J. Simioni (1); Edilson Caron (1) (1) Laboratório Integrado de Pesquisas em Biodiversidade, Universidade Federal do Paraná, campus Palotina E-mail: [email protected] Staphylinidae é a mais diversa famı́lia dentro de Coleoptera com cerca de 57.000 espécies descritas. São facilmente reconhecı́veis devido à presença de élitros curtos e truncados, deixando descoberto parte de seu abdômen flexı́vel. A maioria das espécies são predadoras generalistas, sendo encontradas em diversos tipos de habitats, inclusive em matéria orgânica animal em decomposição. A entomologia forense é uma ciência aplicada ao estudo dos insetos em procedimentos legais, e, um dos aspectos fundamentais para um resultado preciso é a identificação correta dos indivı́duos coletados nas cenas de crime. Para isso, é comum o uso de chaves dicotômicas descritivas ou pictóricas. A chave pictórica tem como finalidade facilitar o processo de identificação através da disponibilidade de ilustrações pontuais. O objetivo deste projeto foi elaborar uma chave pictórica de Staphylinidae com potencial forense no municı́pio de Palotina-PR. Ilustrações da morfologia externa foram confeccionadas em lupa Nikon SMZ1000 com câmara clara e captura de imagem acoplada. A chave foi elaborada em 6 passos dicotômicos utilizando caracteres da cabeça, pronoto e coloração de sete espécies com potencial forense. Os gêneros utilizados foram Xenopygus que possui hipomero pronotal com processo pós-coxal, Aleochara com padrão de coloração variando de inteiramente castanho claro a preto com máculas amareladas no pronoto, élitros ou ápice do abdômen, Xanthopygus que possui pronoto com microestrutura constituı́da por linhas onduladas, Philonthus com macrocerda do pronoto próximo a linha lateral, menos que 3 vezes o diâmetro da pontuação, Belonuchus com macrocerda do pronoto afastada da linha lateral, mais que 3 vezes o diâmetro da pontuação, Atheta pronoto sem impressões longitudinais em cada lado da linha média e Oligotergus que possui antenômeros VII-X alargados e cônicos. Palavras-chave: taxonomia, Coleoptera, morfologia Apoio: CNPq, Tesouro nacional Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 230 8.6 Descrição dos estágios imaturos de Aspisoma sticticum (Coleoptera: Lampyridae) Eduardo J. L. Matos (1); Luiz F. L. Silveira (2); José R. M. Mermudes (3) (1) Laboratório de Entomologia, Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro; (2) Laboratório de Entomologia, Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro; (3) Laboratório de Entomologia, Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro E-mail: [email protected] Lampyridae possui sete subfamı́lias, com cerca de 100 gêneros e 2000 espécies. O Brasil possui 31 gêneros e 350 espécies. Aspisoma Laporte, 1833 (Lampyrinae: Cratomorphini) ocorre no México, América Central e do Sul, possui 79 espécies, das quais 31 são encontradas no Brasil, mas apenas quatro espécies deste gênero têm larvas descritas. Acrescentamos a descrição da pupa e do último ı́nstar da larva de Aspisoma sticticum Gemminger, 1870 coletada na Reserva Ecológica de Guapiaçu (Cachoeiras de Macacu, RJ) e no campus Ilha do Fundão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. As larvas foram coletadas à noite através de busca ativa e foram facilmente encontradas sobre a vegetação marginal de áreas alagadas devido a sua bioluminescência. Em laboratório, foram acondicionadas em potes plásticos e alimentadas com caramujos até atingirem a fase pupal. Esta larva difere das outras descritas por apresentar: mandı́bula com fileira de cerdas presente até a altura do retináculo, abertura do canal da mandı́bula localizada dorsalmente na face interna abrangendo a metade apical da mandı́bula; palpo labial com dois segmentos, primeiro segmento quatro vezes mais longo que o segundo, bem esclerosado, afilado e com um sulco na face interna, segundo segmento membranoso e cônico. Corpo amarelado-alaranjado, par de máculas parassagitais nos tergitos do tórax com variação no tamanho; pronoto com um ou dois pares, sendo o primeiro na margem anterior. Extremidades laterais dos tergitos abdominais podem apresentar coloração rosa. Diagnose da pupa: adéctica, exarata, achatada dorsoventralmente; cabeça encoberta pelo pronoto, mesonoto com projeção distal proeminente; primeiro ao quinto tergito abdominal com projeção espiniforme nos ângulos posteriores, sexto e sétimo tergito abdominal com projeções em forma de gancho, oitavo tergito abdominal com projeção em forma de gancho maior que as anteriores; metanoto com linha ecdisial visı́vel. Palavras-chave: vaga-lume, biodiversidade, neotropical Apoio: FAPERJ Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 231 8.7 Dimorfismo em espermatozoides de Euschitus heros (Heteroptera: Pentatomidae) Jamile F. S. Cossolin (1); Marcelo S. Barcellos (1); Aline B. Reis (1); Mônica J. B. Pereira (2); José Lino-Neto (1) (1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso E-mail: [email protected] O percevejo marrom da soja Euschistus heros é a maior praga desta cultura no Brasil. Considerando sua importância econômica, o estudo morfológico dos espermatozoides da espécie contribui para o conhecimento de sua biologia reprodutiva e levanta informações que podem ser utilizadas na inferência filogenética do grupo. Portanto, este estudo teve como objetivo descrever a morfologia dos espermatozoides de E. heros. Para isso, espermatozoides da vesı́cula seminal de cinco percevejos foram espalhados sobre lâminas histológicas, corados por HE, fotografados em microscópio de luz com câmera acoplada e medidos com auxı́lio do programa Image Pro-plus. Como resultado, observamos que E. heros apresenta dois tipos de espermatozoide, sendo o maior medindo aproximadamente 900µm de comprimento total, deste 175 µm correspondem ao núcleo. Já o espermatozoide menor apresenta cerca de 200 µm de comprimento total, sendo que 31µm correspondem ao núcleo. O dimorfismo em espermatozoides é relatado em diferentes Hemı́pteros, como outros Pentatomidae, Largidae e Cicadidae, sendo possivelmente, uma caracterı́stica comum dentro da ordem Hemiptera. Em E. heros observamos que o espermatozoide grande é cerca de 4,5 vezes maior que o pequeno, e que até o momento, essa diferença acentuada ocorre apenas nessa espécie. Palavras-chave: Hemiptera, espermatozoide, filogenia de insetos Apoio: CAPES, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 232 8.8 Caracterização morfológica do sistema reprodutor masculino da praga de milho Dichelops melacanthus (Heteroptera: Pentatomidae) Luciano S. F. Ferreira (1); Igor L. A. Munhoz (1); Bárbara M. Cunha (1); Ézio M. Silva (2); Vinı́cius A. Araújo (1) (1) Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, UFV, Campus de Rio Paranaı́ba; (2) Instituto de Ciências Agrárias, UFV, Campus de Rio Paranaı́ba E-mail: [email protected] A espécie Dichelops melacanthus é uma importante praga da cultura do milho no Alto Paranaı́ba, causando danos econômicos por alimentar sugando sementes e atacando plantas durante o perı́odo reprodutivo. Visando fornecer caracteres que possam elucidar as estratégias reprodutivas desta espécie, neste trabalho, descrevemos a morfologia do sistema reprodutor masculino. Machos adultos foram coletados em área de cultura de milho na cidade de Rio Paranaı́ba, MG. Os sistemas reprodutores de 15 machos adultos foram processados para técnica de microscopia de luz. O trato reprodutor compreende um par de testı́culos, cada um com seis folı́culos, ductos deferentes, glândulas acessórias e um ducto ejaculatório. Os folı́culos apresentaram cistos em diferentes fases espermatogenéticas, mostrando produção contı́nua de espermatozoides. Os espermatozoides saem em feixes dos folı́culos testiculares, desembocam nos ductos eferentes e, em seguida, estes se fundem formando os ductos deferentes. Uma cápsula conjuntiva de cor vermelha recobre os testı́culos e os ductos deferentes até a junção com as glândulas acessórias. Os ductos possuem epitélio cúbico com núcleos basais e uma fina camada muscular externa. O lúmen dos ductos deferentes estava repleto de espermatozoides, evidenciando sua função armazenadora dos gametas. Foram evidenciados dois tipos de glândulas acessórias, uma de epitélio cubóide e núcleos medianos e outra com epitélio prismático, embora ambos os tipos de glândulas mostraram secreção homogênea e PAS positiva. Na porção inicial do ducto ejaculatório desembocam o par de ductos deferentes e as secreções oriundas das glândulas acessórias. Nesta espécie foram observados aproximadamente 510 espermatozoides por cisto, evidenciando 9 ciclos mitóticos durante a espermatogênese. Os caracteres morfológicos descritos, aliados aos dados comportamentais da espécie, podem contribuir para o controle populacional desta praga e para estudos que envolvem a sistemática dos Pentatomidae. Palavras-chave: Heteroptera, morfologia reprodutiva, espermatozoides Apoio: FAPEMIG, UFV Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 233 8.9 Morfologia do sistema reprodutor masculino de Arvelius albopunctatus (Heteroptera: Pentatomidae) Igor L. A. Munhoz (1); Bárbara M. Cunha (1); Luciano S. F. Ferreira (1); Ézio M. Silva (2); Vinı́cius A. Araújo (1) (1) Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa, Campus de Rio Paranaı́ba; (2) Instituto de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Viçosa, Campus de Rio Paranaı́ba E-mail: [email protected] A superfamı́lia Pentatomoidea apresenta cerca de 5.720 espécies descritas, dividas em 14 famı́lias. Na famı́lia Pentatomidae a maioria dos representantes são fitófagos, sendo que a espécie Arvelius albopunctatus é uma importante praga de espécies de Solanaceae. Neste trabalho foi descrita a morfologia do sistema reprodutor masculino de A. albopunctatus visando contribuir para o conhecimento da sua morfologia reprodutiva. Para tanto, machos adultos foram coletados em áreas agrı́colas, no perı́odo entre safras, sob as flores de Nicandra physaloides, no municı́pio de Rio Paranaı́ba, MG. Quinze indivı́duos foram dissecados e os sistemas reprodutores preparados para as técnicas rotineiras de microscopia de luz. O trato reprodutor compreende um par de testı́culos, com cinco folı́culos cada, ductos deferentes, glândulas acessórias e um ducto ejaculatório. Os folı́culos testiculares em machos jovens apresentam cistos em diferentes fases da espermatogênese. Os testı́culos e os ductos deferentes são cobertos por uma cápsula conjuntiva com pigmentos avermelhados. Os folı́culos desembocam nos ductos eferentes e estes se fundem formando o ducto deferente. O epitélio dos ductos deferentes é cubóide com núcleos medianos, o lúmen é repleto de espermatozoides e uma fina camada muscular recobre o epitélio. As glândulas acessórias apresentam dois tipos principais, sendo um par com epitélio cubóide e núcleos basais e outra com vários pares e epitélio prismático com núcleos apicais. Ambos os tipos de glândulas mostraram secreção homogênea e PAS positiva, evidenciando sua natureza protéica. O ducto ejaculatório recebe a secreção das glândulas e dos ductos deferentes e apresentam uma cutı́cula de origem ectodérmica cobrindo o seu epitélio. As secreções das glândulas podem estar envolvidas em estratégias reprodutivas do macho. Os caracteres morfológicos reprodutivos descritos podem contribuir em estudos que visem o controle da explosão populacional destes insetos praga. Palavras-chave: sistema reprodutor, morfologia, Pentatomidae Apoio: FAPEMIG, UFV Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 234 8.10 Nova espécie de Horismenus (Hymenoptera: Eulophidae) do Brasil Tiago G. Pikart (1); Valmir A. Costa (2); Christer Hansson (3); José C. Zanuncio (1); José E. Serrão (4) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Instituto Biológico; (3) Museu de Zoologia, Universidade de Lund; (4) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] Eulophidae (Hymenoptera) é uma das maiores famı́lias dentre os Chalcidoidea e seus representantes estão entre os mais coletados desta superfamı́lia em todas as regiões biogeográficas. Horismenus Walker é um dos maiores gêneros de Eulophidae e, com exceção de H. absonus Narendran & Girish Kumar (Índia) e H. specularis (Erdös) (Europa), apresenta distribuição exclusiva nas áreas tropicais das Américas. Até o momento, 400 espécies foram descritas, mas apesar do número relativamente alto de espécies conhecidas, menos de 10% ocorrem no Brasil. O objetivo deste trabalho foi descrever uma espécie de Horismenus a partir de 56 fêmeas e 17 machos coletados em Patos, Paraı́ba. O material examinado encontra-se depositado na Coleção de Insetos Entomófagos “Oscar Monte” do Instituto Biológico, em Campinas, São Paulo. A espécie nova caracteriza-se por apresentar comprimento do corpo de 1,5 (macho) a 2,0 mm (fêmea); escapo antenal marrom claro; pedicelo e flagelo marrom escuro com brilho metálico; fronte verde-dourado; vértice, mesoescuto, escutelo, propódeo e coxas azul metálico; fêmures marrom escuro; tı́bias e tarsos branco-amarelados, com último segmento tarsal marrom; pecı́olo roxo escuro; gaster com áreas lisas azul metálico e áreas reticuladas roxo escuro. Áreas entre os escrobos antenais e logo acima da sutura frontal lisas e brilhantes; demais áreas da fronte reticuladas; escrobos antenais unindo-se abaixo da sutura frontal; vértice reticulado, com sulco mediano na parte posterior. Mesoescuto reticulado, com notáulices distintas; escutelo liso e brilhante, com sulco mediano; propódeo com sulcos submedianos reticulados, carena mediana lisa e com formato triangular, e três setas na região do calo. Gáster 1,7x maior que o mesossoma; primeiro tergito gastral com faixa reticulada na parte posterior. Machos diferem das fêmeas por possuı́rem escapo anternal marrom escuro com brilho metálico e dilatado medianamente, e fronte azul metálico. Palavras-chave: Entedoninae, Região Neotropical, biodiversidade Apoio: CAPES, CNPq, INCT dos Hymenoptera Parasitoides da Região Sudeste Brasileira Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 235 8.11 Sexando larvas de vespas sociais André R. de Souza (1); Rı́udo de P. Ferreira (2); Fábio Prezoto (3); Fernando B. Noll (4); José Lino-Neto (2) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa; (3) Departamento de Zoologia, Universidade Federal de Juiz de Fora; (4) Departamento de Zoologia e Botânica, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho E-mail: [email protected] A determinação do sexo em larvas em Hymenoptera tem sido realizada por técnicas genéticas baseadas na homozigozidade de múltiplos loci. Fêmeas são diploides e machos haplóides, sendo respectivamente heterozigotas e homozigotos em loci altamente polimórficos. Tais métodos são caros, laboriosos e dependem dos machos serem haploides, como normalmente são. Assim, é interessante o implemento de ferramentas alternativas. Nós testamos se a estrutura dos gonóporos e a morfologia das gônadas podem ser utilizadas para sexar larvas das vespas sociais preservadas em álcool: Agelaia lobipleura, Agelaia sp., Polybia emacita, Mischocyttarus bertonii, Polistes versicolor, Polybia platycephala e Polybia micans. Os gonóporos se localizam na superfı́cie abdominal ventral das larvas. Em larvas fêmea, eles são um par de pequenos cı́rculos no 8o segmento e um disco não pareado com dois cı́rculos dentro no 9o segmento. Já nas larvas macho são apenas um disco não pareado no 9o segmento. As gônadas estão ao redor da superfı́cie intestinal, envolvidas por uma cápsula que tem, apenas nas fêmeas, forma de gota. Nas quatros últimas espécies listadas as gônadas não foram dissecadas devido a má preservação das larvas. Entretanto, nas três primeiras houve 100% de concordância nos dois métodos de sexagem (gonóporos e gônadas), realizados independentemente por duas pessoas. Assim, a estrutura dos gonóporos e a morfologia das gônadas podem ser usadas para sexar larvas de vespas sociais. Devido ao mecanismo complementar de determinação do sexo em Hymenoptera podem ocorrer machos diploides morfologicamente parecidos com os haploides que seriam classificados como fêmeas por métodos exclusivamente genéticos. Além da sexagem convencional, a estrutura dos gonóporos e a morfologia das gônadas podem potencialmente ser associadas à métodos genéticos, a fim de encontrar machos diplóides em vespas sociais. Palavras-chave: gônada, gonóporo, Vespidae Apoio: CNPq (proc. 143246/2011-9 para André R. De Souza) Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 236 8.12 Anatomia e histologia do sistema reprodutor masculino de Zelus longipes (Heteroptera: Reduviidae) Bruno. L. C. Bertholino (1); Ézio M. Silva (2); Vinı́cius A. Araújo (1) (1) Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa, Campus de Rio Paranaı́ba; (2) Instituto de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Viçosa, Campus de Rio Paranaı́ba E-mail: [email protected] A famı́lia Reduviidae é uma das maiores dentre os Heteroptera com cerca de 6.250 espécies e 25 subfamı́lias. A espécie Zelus longipes tem distruibuiçao em todo o continente americano, são predadores generalista de importantes pragas agrı́colas, como a lagarta do cartucho Spodoptera frugiperda a principal praga na cultura do milho. Neste trabalho a morfologia dos espermatozoides e do sistema reprodutor masculino foi descrita para Z. longipes, objetivando caracteres que possibilitem inferências na filogenia do grupo e em questões comportamentais associadas à presença de polimorfismo. A espécie foi coletada em áreas de agroecossistemas, cultura do milho, Rio Paranaı́ba, MG. Utilizou-se microscopia de luz e morfometria dos espermatozoides. O sistema reprodutor é composto por dois testı́culos, cada um com três folı́culos preenchidos por cistos em diferentes fases da espermatogênese. De cada folı́culo parte um ducto eferente e, em seguida se fundem formando o ducto deferente. Após o processo espermatogênico, os espermatozoides saem dos testı́culos e ficam armazenados nas vesı́culas seminais. O epitélio dos ductos deferentes e das vesı́culas seminais é cubóide com núcleos esféricos e basais e envoltos por uma fina camada muscular. Na região posterior, os ductos deferentes recebem as secreções das glândulas acessórias que são bastante desenvolvidas e, em seguida, desembocam no ducto ejaculatório. Possui um par de glândulas com formato ovalado e bem maior do que os vários pares menores e esféricos. As glândulas acessórias possuem diferentes tipos de epitélio, prismático e cubóide, os quais produzem respectivamente, secreções granulares e de aspecto homogêneo. Algumas glândulas possuem secreção do tipo apócrina. Neste trabalho novos caracteres foram descritos para a famı́lia como os três folı́culos testiculares e os diferentes tipos de glândula e suas secreções. Palavras-chave: morfologia reprodutiva, espermatozoides, testı́culos Apoio: FAPEMIG, UFV Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 237 8.13 Coleção de Lepidoptera no Museu de Ciências Naturais PUC-Minas Isabella M. Saraiva (1); Nathalia P. R. Melgaço (1); Ana Beatriz Borges (1); Henrique Paprocki (1) (1) Museu de Ciências Naturais, Pontifı́cia Universidade Católica de Minas Gerais E-mail: [email protected] Criado em 1983, o Museu de Ciências Naturais PUC Minas é composto por laboratórios destinados à pesquisa zoológica. O laboratório de invertebrados criado em 2009, contém em seu acervo entomológico 6.000 espécimes da ordem Lepidoptera. Sendo a segunda ordem mais diversa da classe Insecta, há aproximadamente no Brasil, 25.000 mariposas e 3.300 borboletas, constituindo 61% das espécies neotropicais já descritas. O acervo possui uma riqueza de 5.520 espécies, sendo, 16 espécies pertencentes à famı́lia Lycaenidae, 207 espécies da famı́lia Nymphalidae, 18 espécies da famı́lia Papilionidae, 38 espécies da famı́lia Pieridae, 5 espécies da famı́lia Riodinidae e 44 espécies pertencentes à famı́lia Hesperiidae. Os indivı́duos recebidos foram identificados, tombados e depositados na coleção. O acervo registra a diversidade e composição biológica de diversos locais, podendo ser uma ferramenta para a gestão da conservação da biodiversidade. Esta coleção também fornece um banco de dados sobre a distribuição destas espécies, sobre o endemismo e o estado de conservação das lepidopteras. As coleções biológicas correspondem ao conhecimento morfológico, ecológico e evolutivo da biodiversidade desse grupo. Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivo levantar, atualizar e divulgar a coleção de Lepidoptera do Laboratório de Invertebrados do Museu de Ciências Naturais PUC Minas. O estabelecimento e manutenção de coleções como esta, são importantes ferramentas de estudo do grupo, sendo necessários maiores investimentos na complementação do acervo e acesso ao acervo através da Internet. Palavras-chave: Lepidoptera, borboletas, coleção entomológica Apoio: Museu de Ciências Naturais PUC-Minas Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 238 8.14 Coleoptera de Jalisco, México: primeira abordagem José L. Navarrete-Heredia (1); Ana L. González-Hernández (1); Georgina A. Quiroz-Rocha (1); Manuel A. Ix-Balam (2) (1) Entomologı́a, Departamento de Botánica y Zoologı́a, Universidad de Guadalajara; (2) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] A ordem Coleoptera é o grupo de insetos com o maior número de espécies no mundo. Atualmente, mais de 384.000 espécies são conhecidas. No México não há nenhum número aproximado atualizado de espécies registradas no paı́s, mas se tem conhecimento de que ocorrem, pelo menos, representantes de 114 famı́lias. Neste contexto, e a fim de conhecer a diversidade de Coleoptera de Jalisco, México, esse trabalho apresenta informações para 29 famı́lias encontradas no estado. A lista de espécies registradas para o estado de Jalisco foi gerada a partir de informações contidas na Colección Entomológica del Centro de Estudios en Zoologia, Universidad de Guadalajara, México, além da compilação de publicações em revistas especializadas nacionais e estrangeiras. Também foi realizada uma pesquisa no Zoological Record. Com base na lista resultante com 29 famı́lias (Buprestidae, Cantharidae, Cerambycidae, Cleridae, Chrysomelidae, Ciidae, Curculionidae, Dytiscidae, Elmidae, Endomychidae, Geotrupidae, Gyrinidae, Hybosoridae, Hydraenidae, Lampyridae, Leiodidae, Lepiceridae, Lycidae, Noteridae, Passalidae, Phengodidae, Rhipiphoridae, Scarabaeidae, Silphidae, Staphylinidae, Telegeusidae, Tenebrionidae, Trogidae e Zopheridae) atualmente existem 1.509 espécies registradas, sendo Scarabaeidae (316), Cerambycidae (286) e Curculionidae (192) as que apresentaram a maior diversidade. Por outro lado, as famı́lias Ciidae, Phengodidae, Rhipiphoridae, Telegeusidae e Zopheridae são representadas por apenas uma espécie. Embora este número represente apenas cerca de cinco por cento das espécies estimadas para o México (cerca de 30.000), esse número pode aumentar significativamente se forem incluı́das famı́lias cuja diversidade é grande no México, como Carabidae. Palavras-chave: Diversidade, Coleoptera, Jalisco Apoio: Universidad de Guadalajara Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 239 8.15 Desenvolvimento ovariano e postura de ovos em operárias de Frieseomelitta varia (Hymenoptera, Apidae, Meliponini) Jaqueline A. Pereira (1); Talitta G. Simões (2); Lucio A. de O. Campos (1) (1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa; (2) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] As operárias em abelhas eussociais constituem a casta responsável pelos trabalhos de defesa, construção e alimentação das colônias, podendo em alguns casos fazer postura de ovos não fecundados que podem dar origem a machos ou servir de alimento para a rainha. No entanto, na espécie de abelha sem ferrão Frieseomelitta varia já foi observada a ausência de postura de ovos por operárias e estudos apontaram a degeneração completa dos ovários das operárias no estágio de pupa. Em um estudo acerca da produção de rainhas em colônias sem rainha fisogástrica (colônias órfãs) dessa espécie em Viçosa-MG observamos a postura de ovos pelas operárias, desta forma o objetivo do presente trabalho foi analisar os ovários de operárias provenientes de colônias órfãs de F. varia, comparando-os com os ovários de operárias provenientes de colônias com rainha fisogástrica (colônias normais) desta espécie, a fim de obter mais informações acerca desse achado inédito. Foram coletadas quinze operárias alimentadoras de cria de colônias normais e quinze órfãs e estas foram dissecadas tendo seus ovários retirados, fixados, incluı́dos em resina e cortados em micrótomo. Os cortes foram montados em lâminas, corados com Hematoxilina e Eosina e fotografados em microscópio óptico. Observamos que ovários de operárias provenientes de colônias órfãs são mais desenvolvidos que ovários de operárias provenientes de colônias normais, no que diz respeito ao tamanho total (comprimento e largura), desenvolvimento dos ovarı́olos e presença de ovócitos. Os dados demonstram que ovários de operárias de F. varia de algumas colônias podem se desenvolver e estas operárias podem realizar postura de ovos, diferentemente do descrito até o momento, além disso podemos afirmar que o desenvolvimento do ovário das operárias está relacionado a ausência de uma rainha fisogástrica na colônia. Palavras-chave: abelha sem ferrão, desenvolvimento ovariano, operária Apoio: CAPES, CNPq, Fapemig Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 240 8.16 Gêneros de Gryllotalpidae (Orthoptera: Ensifera) em plantios de fumo na região do Recôncavo do Estado da Bahia Kleber de S. Pereira (1); Oton M. Marques (2) (1) Programa de Pós Graduação em Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia E-mail: [email protected] Espécies de Gryllotalpidae são popularmente conhecidas como ”paquinhas”, ”cachorrinhos d’água”, ”frades”, ”macacos”e ”grilos toupeira”. Estes insetos vivem no solo, alimentando-se de raı́zes e tubérculos e durante a noite, saem à superfı́cie para atacar as partes das plantas ao nı́vel do solo sendo nocivas a diversos vegetais de importância econômica, inclusive plantas novas de fumo (Nicotiana tabacum L.). Esta pesquisa teve como objetivo identificar as subfamı́lias e gêneros de Gryllotalpidae que ocorrem em plantios de fumo na Região do Recôncavo do Estado da Bahia, Brasil. As coletas dos insetos foram realizadas quinzenalmente com 10 armadilhas de solo tipo “pitfall” dispostas em um transecto de 100 m e posicionadas a 10 m de distância entre si. Foi realizado um total de 14 coletas onde, as armadilhas permaneceram em campo por 48 horas consecutivas em cada amostragem entre dezembro de 2011 a junho de 2012. Após a captura, os insetos foram transferidos para recipientes contendo álcool 70% e transportados para o Laboratório de Entomologia do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, onde foram triados, montados em alfinetagem simples, secados, etiquetados, identificados e depositados no laboratório de Entomologia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Foram analisados 191 exemplares pertencentes à subfamı́lias Gryllotalpinae e Scapteriscinae. Scapteriscinae representada pelo gênero Scapteriscus Scudder, 1868 apresentou maior abundância de insetos com 184 exemplares. A subfamı́lia Gryllotalpinae foi representada pelo gênero Neocurtilla Kirby, 1906 com sete exemplares. Palavras-chave: Neocurtilla, Scapteriscus, Nicotiana tabacum Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 241 8.17 Coleção de macroinvertebrados bentônicos do Museu de Ciências Naturais PUC-Minas Nathalia Melgaço (1); Isabela M. Saraiva (1); Ana Beatriz Borges (1); Henrique Paprocki (1) (1) Museu de Ciências Naturais, Pontifı́cia Universidade Católica de Minas Gerais E-mail: [email protected] Situado no Museu de Ciências Naturais PUC-Minas, o Laboratório de Invertebrados foi criado em 2009, com o objetivo de depositar os indivı́duos da classe insecta coletados em estudos ecológicos e trabalhos de consultoria ambiental. A coleção entomológica contém 23.079 espécimes de macroinvertebrados bentônicos, sendo distribuı́dos nas ordens Coleoptera, Diptera, Ephemeroptera, Plecoptera, Hemiptera, Odonata, Trichoptera e Megaloptera. A ordem mais abundante são os dı́pteros com 12.000 indivı́duos, constituindo 52% dos espécimes coletados. A ordem Coleoptera possui 572 indivı́duos, a ordem Ephemeroptera com 8.000 indivı́duos, a ordem Plecoptera com 780 indivı́duos, a ordem Odonata com 257 indivı́duos, a ordem Megaloptera com 20 indivı́duos, a ordem Hemiptera com 150 indivı́duos, e por fim a ordem Trichoptera com 1.300 indivı́duos. O acervo registra a diversidade e composição biológica de ambientes lóticos e lênticos, podendo ser uma ferramenta para a percepção de mudanças ambientais prejudiciais, por serem espécies bioindicadoras de qualidade de água. As coleções biológicas correspondem ao conhecimento morfológico, ecológico e evolutivo da biodiversidade desses grupos. Com isso, este trabalho tem o objetivo de levantar, atualizar e divulgar a coleção de macroinvertebrados bentônicos do Laboratório de Invertebrados do Museu de Ciências Naturais PUC Minas. Palavras-chave: insetos aquáticos, coleção entomológica, invertebrados bentônicos Apoio: Museu de Ciências Naturais PUC-Minas Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 242 8.18 Histologia da espermateca de Bothynus medon (Coleoptera, Scarabaeidae) André H. Oliveira (1); Edmilson A. Souza (1); José E. Serrão (2) (1) Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa – Campus Rio Paranaı́ba; (2) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa – Campus Viçosa E-mail: [email protected] A manutenção da viabilidade dos espermatozoides a partir da cópula até a fecundação do ovócito nos insetos é função da espermateca, órgão de origem ectodérmica que, geralmente, é constituı́do por um bulbo associado a um ducto muscular e glândulas da espermateca. Entretanto, diferenças na constituição e na morfologia das espermatecas tem contribuı́do com estudos taxonômicos. Por isso, este trabalho tem como objetivo descrever a histologia da espermateca de Bothynus medon. Para realizar a análise histológica, fêmeas adultas de B. medon foram coletadas no municı́pio de Rio Paranaı́ba, Minas Gerais, Brasil. As espermatecas foram dissecadas, fixadas, desidratadas e incluı́das em historesina. O material foi seccionado, corado com Azul de Toluidina e, posteriormente, as lâminas foram observadas ao microscópio de luz e fotografadas. A espermateca de B. medon é constituı́da de duas regiões alongadas com estrutura histológica semelhante, contendo várias camadas de células envolvendo um receptáculo. A organização da espermateca de B. medon difere das espermatecas de outros insetos em relação à presença das glândulas espermatecais. As glândulas não estão presentes como órgãos individualizados, mas como células que fazem parte do revestimento do receptáculo. Estas células são volumosas com núcleos grandes com cromatina descondensada, caracterı́sticas estas de células com alta atividade metabólica. Além disso, estas células apresentam canalı́culos intracelulares que as conectam ao receptáculo da espermateca, indicando que estas células são secretoras e que sua secreção é transportada para o lúmen. Palavras-chave: morfologia, canalı́culos intracelulares, células secretoras Apoio: FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 243 8.19 Nova espécie de Hydrometra (Hemiptera: Heteroptera: Gerromorpha: Hydrometridae) do Nordeste do Brasil Felipe F. F. Moreira (1); Isabelle da R. S. Cordeiro (1) (1) Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomı́neos, Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz E-mail: [email protected] Hydrometridae compreende um grupo de insetos semiaquáticos que podem ser facilmente identificados por apresentarem cabeça e corpo extremamente delgados e apêndices filiformes. A famı́lia é mais diversa nos trópicos, e representada apenas pelo gênero Hydrometra em outras regiões. Os representantes deste gênero podem ser coletados em vegetação marginal de corpos d’água dulcı́colas lênticos ou lóticos, andando na superfı́cie da água ou em plantas aquáticas. Na região neotropical, ocorrem 37 espécies, sendo 11 registradas para o Brasil, cuja região nordeste ainda carece de muitos estudos acerca da fauna de heterópteros aquáticos e semiaquáticos. Baseado em material coletado no litoral do estado da Bahia e depositado na Coleção Entomológica Professor José Alfredo Pinheiro Dutra do Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, uma nova espécie do gênero foi descoberta. A nova espécie pode ser distinguida das demais espécies neotropicais do gênero pelas caracterı́sticas a seguir: corpo relativamente curto, proporção da região anteocular/pós-ocular da cabeça claramente abaixo de 2.5, dorso da cabeça com porções anterior e posterior claras, clı́peo em forma de cone, pronoto amarelo, lados do tórax com distinta faixa prateada longitudinal, acetábulos sem perfurações, abdome do macho sem projeções ventrais ou escovas de cerdas e segmento genital I do macho terminando em projeção aguda. Morfologicamente a espécie é similar a H. argentina devido ao corpo curto, clı́peo mais longo que largo e ápice do primeiro segmento genital nitidamente projetado, contudo os representantes da nova espécie têm cabeça, antenas e pernas mais longas, carecem de perfurações nos acetábulos e de projeções ventrais no macho. A nova espécie assemelha-se ainda a H. placita, pela ausência de perfurações no acetábulo, e comprimento do corpo similar. No entanto, os comprimentos das pernas e da cabeça e as proporções entre os antenômeros são diferentes. Palavras-chaves: Heteroptera, região Neotropical, taxonomia Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 244 8.20 Análise morfológica do aparelho reprodutor feminino de culicı́deos que apresentam diferentes comportamentos de oviposição Tales V. Pascini (1); Maria L. Fernandes (1); Samira V. Ravaiano (1); Eraldo Lima (1) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] O aparelho reprodutor feminino dos insetos é de fundamental importância para o processo de produção, maturação e desenvolvimento dos ovócitos, além de estar relacionado como o processo de alocação de espermatozoides até o momento da fertilização. A organização e manutenção de suas estruturas são fatores essenciais para a produção de descendentes viáveis. O processo de escolha de um ambiente favorável, bem como a presença de diferentes padrões de oviposição está diretamente relacionado com suas caracterı́sticas morfológicas. Fêmeas de Aedes agypti ovipositam nas proximidades de locais úmidos propı́cios para o desenvolvimento de suas larvas, já os ovos de Culex mollis são depositados sobre a água, agrupados em forma de jangada, contrastando a oviposição de Toxorhynchites theobaldi que ocorre de maneira individual sobre a lâmina d’água. Nesse trabalho foi analisado a estrutura do aparelho reprodutor feminino desses três culicı́deos o A. aegypti, o C. mollis e o textitT. theobaldi, que apresentam comportamento de oviposição distintos. As amostras foram incluı́das em historresina e cortadas a 5µm. Logo após, as lâminas foram coradas com hematoxilina e eosina, analisadas e fotografadas sob microscópio óptico. O comprimento do canal vaginal, a organização dos ovários, bem como o número das espermatecas analisadas foi bastante distinto entre os grupos avaliados. Ressaltamos nesse trabalho, como as caracterı́sticas morfológicas das principais estruturas do aparelho reprodutor feminino refletem no comportamento de oviposição desses insetos. Palavras-chave: reprodução, aparelho reprodutor feminino, ultraestrutura Apoio: CAPES, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 245 8.21 Inseticida derivado do nim não altera produção de espermatozoides em machos jovens de Melipona quadrifasciata Micaele F. Araujo (1); Franciele M. da Cruz (1); Rodrigo C. Bernardes (1); Maria A. P. Lima (1) (1) Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa Email: [email protected] Neste trabalho, testamos a hipótese de que a ingestão de um inseticida derivado do nim prejudica o desenvolvimento do sistema reprodutor masculino de machos de abelhas indı́genas sem ferrão (Hymenoptera: Apidae: Meliponini). Para isso, comparamos a morfologia testicular de machos de Melipona quadrifasciata tratados ou não tratados com o inseticida. Favos contendo cria em fase de ovo foram coletados em colônias da espécie e ovos foram transferidos para células de cria artificiais contendo alimento larval puro obtido nas próprias colônias. As células de cria foram mantidas em frascos dessecadores e acondicionadas em BOD, com temperatura e umidade controladas de acordo com a necessidade da espécie. Dessa forma, todos os indivı́duos utilizados nos ensaios toxicológicos receberam, ao longo do desenvolvimento, a mesma quantidade de alimento e se desenvolveram sob as mesmas condições ambientais. Machos que emergiram das células artificiais foram posteriormente submetidos, durante 8 dias, à ingestão de alimento contendo água e sacarose (tratamento controle) ou à ingestão do mesmo alimento contaminado com o inseticida (dose crônica). Os machos foram dissecados para remoção do aparelho reprodutor, que foi submetido a técnicas histológicas. As lâminas dos testı́culos, analisadas em microscopia de luz, indicaram que, aos 8 dias de idade, machos de M. quadrifasciata são sexualmente imaturos, pois não apresentaram sinais de degeneração testicular e ainda não ocorreu migração dos espermatozoides para as vesı́culas seminais. Além disso, observamos que, nessa idade, não há diferença entre a morfologia testicular de machos tratados e não tratados. Ambos apresentaram espermatozoides no interior dos cistos testiculares. Apesar desses resultados negativos, a influência da ingestão de nim sobre machos sexualmente maduros deve ser testada futuramente para descartar a hipótese de que o nim prejudica o desenvolvimento do sistema reprodutor masculino de meliponı́neos. Palavras-chave: Azadiractina, ecotoxicologia, polinizadores Apoio: CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 246 8.22 Três novas espécies de Baetodes (Ephemeroptera: Baetidae) para a Colômbia Luis G. Salinas Jimenez (1,2); Frederico F. Salles (1) (1) Laboratório de Sistemática e Ecologia de Insetos, Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas, Universidade Federal do Espirito Santo; (2) Programa de Pós-graduação em Biodiversidade Tropical, Universidade Federal do Espirito Santo E-mail: [email protected] Baetodes foi originalmente descrito por Needham & Murphy no ano de 1924 para a América do Sul baseado em ninfas do Brasil. Este gênero foi estabelecido baseado em: (1) brânquias nos segmentos abdominais 1–5; (2) filamento medial reduzido; (3) margem externa do fêmur com uma fileira de cerdas finas intercaladas com cerdas clavadas; (4) coxas com uma crista dorsal bem desenvolvida; (5) labro ventralmente com uma fileira sublateral de cerdas longas, plumosas e basalmente bı́fidas. Baetodes é um dos generos mais diversos de Baetidae, com 49 espécies distribuı́das desde o Arizona (Estados Unidos) até a Argentina. Na Colômbia estão registradas sete espécies, distribuı́das em sete departamentos. O objetivo deste estudo é descrever três novas espécies baseadas em ninfas da Colômbia. As descrições foram feitas com ajuda do programa DELTA (DEscription Language for TAxonomy). O material examinado está depositado nos laboratórios de coleções biológicas da Universidad de Caldas (Colômbia) e na Coleção Zoológica Norte Capixaba, da Universidade Federal do Espirito Santo (Brasil). Os principais caracteres diagnósticos são: Baetodes sp. n. 1 : a) glossa com duas cerdas pectinadas finas subiguais; b) margem anterior molar convexa; c) pronoto e mesonoto sem tubérculos; d) metanoto com tubérculo menor aos tubérculos abdominais. Baetodes sp. n. 2 : a) glossa com uma cerda pectinada fina longa; b) margem anterior molar convexa; c) pronoto com um tubérculo pronunciado, mesonoto sem tubérculos; d) tubérculo do metanoto maior que tubérculos abdominais. Baetodes sp. n. 3 : a) glossa com três cerdas pectinadas de diferentes tamanhos; b) margem anterior da mola reta; c) pronoto e mesonoto com um par de tubérculos; d) metanoto com tubérculo semelhante aos abdominais. As novas espécies de Baetodes são reportadas para a região andina nos departamentos de Caldas, Huila e Valle del Cauca. Palavras-chave: insetos aquáticos, região andina, taxonomia Apoio: PEC- PG, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 247 8.23 Morfometria dos espermatozoides em Tenebrionidae (Insecta: Coleoptera) Glenda Dias (1); José Lino-Neto (1) (1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] Em insetos, considerando os diversos tipos celulares, o espermatozoide é, de longe, o mais diversificado. O comprimento dessas células varia de 1,7 µm, como no térmita Reticulitermes lucifugus, a 58.000 µm, em Drosophila bifurca. A partir da análise de uma única célula espermática é possı́vel determinar famı́lia, gênero e espécie do macho, no qual essa célula foi produzida. Neste trabalho, descrevemos a morfometria dos espermatozoides em cinco espécies de Tenebrionidae. Espermatozoides retirados das vesı́culas seminais de Lagria villosa, Palembus dermestoides, Tenebrio molitor, Tribolium castaneum, e Zophobas confusa foram espalhados sobre lâminas histológicas e fotografados em um microscópio Olympus BX-60 com câmara digital acoplada. Para medir os núcleos, algumas lâminas foram coradas com DAPI. Todas as medidas foram feitas usando o programa Image-Pro Plus. Dentre as espécies analisadas, Te. molitor apresentou os mais longos espermatozoides, medindo 310 µm e o núcleo 20 µm. Em contraste, os espermatozoides de L. villosa, com 70 µm total e 8 µm de núcleo, são os menores observado até o momento para a famı́lia. Já em Tr. castaneum, P. dermestoides e Z. confusa os espermatozoide apresentaram tamanhos muito próximas sendo 90 µm, 100 µm e 107 µm respectivamente e os núcleos 10 µm nas duas primeiras espécies e 17 µm em Z. confusa. Com base nesses valores, podemos observar que o espermatozoide, pelo menos nos indivı́duos aqui estudados, é espécieespecı́fico. Palavras-chave: besouro, morfologia, célula espermática Apoio: CAPES, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 248 8.24 Estrutura do aparelho reprodutor de machos de Deltochilum furcatum (Coleoptera: Scarabaeidae: Scarabaeinae) Pedro G. Lemes (1); Manuel Ix-Balam (2); José E. Serrão (3); José C. Zanuncio (1); Maria G. de A. Oliveira (3) (1) Laboratório de Controle Biológico de Insetos, Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Laboratório de Enzimologia e Bioquı́mica de Proteı́na e Peptı́deos, Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (3) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] Scarabaeinae (Coleoptera) inclui espécies adaptadas para consumir fezes de mamı́feros, aproveitar recursos como carcaças e frutos em decomposição, atuar na decomposição de matéria orgânica e ciclagem de nutrientes e dispersar sementes. Esses insetos apresentam comportamento reprodutivo singular e a morfologia e histologia do aparelho reprodutor de espécies desse grupo é pouca estudada. O objetivo desse trabalho foi descrever a morfologia do aparelho reprodutor masculino de Deltochilum furcatum (Coleoptera: Scarabaeinae). Machos adultos dessa espécie foram coletados com armadilhas tipo “pitfall” em fragmento de Mata Atlântica em Viçosa, Minas Gerais em fevereiro de 2013. Esses insetos foram dissecados em solução fisiológica sob lupa e o sistema reprodutor masculino submetido à técnica histológica de rotina. O aparelho reprodutor de machos dessa espécie foi constituı́do por um par de testı́culos, cada um contendo seis folı́culos alongados. Cada folı́culo apresenta seu vaso eferente, os quais se dirigem ao vaso deferente que se diferencia em uma vesı́cula seminal. Os vasos deferentes de cada lado terminam no ducto ejaculatório, e esse por sua vez no edeago. Um par de glândulas acessórias foi observado, com abertura no ducto ejaculatório. Numerosos cistos de espermatócitos em maturação com a presença de espermátides e espermatozoides em processo de diferenciação e maturação foram observados próximos a zona periférica dos folı́culos. As glândulas acessórias apresentam uma parede epitelial constituı́da por células globulares com núcleos grandes e citoplasma com granulação fina. Aparelho reprodutor masculino com seis folı́culos já foi relatado em outros Scarabaeinae. Deltochilum furcatum apresenta folı́culos alongados, indicando seu grau evolutivo na subfamı́lia Scarabaeinae e as observações feitas mostram que essa espécie pertence ao grupo mais ancestral dessa subfamilia. Palavras-chave: aparelho reprodutor, histologia, rola-bosta Apoio: CAPES, CNPQ, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 249 8.25 Novos registros do gênero Collaria Provancher, 1872 (Hemiptera: Heteroptera: Miridae) no Brasil Irina T. Morales-C (1); Mayra C. Vélez-R (1); Lı́via A. Coelho (1); Paulo S. F. Ferreira (1) (1) Departamento de Entomologia, Museu Regional de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] O gênero Collaria Provancher, 1872 pertence à tribo Stenodemini; se sabe que o gênero tem grande importância econômica, pois tem reporte de algumas espécies que praticam fitofagia em gramı́neas, aveia, arroz, milho e trigo. Mudanças no trato agrı́cola, ampliação de áreas de cultivo e câmbios climáticos tem resultado o surgimento de novas espécies praga e novos registros na distribuição geográfica das espécies. Desta maneira surgem as necessidades de ampliar o conhecimento sob a distribuição das espécies do gênero Collaria no Brasil. A partir da revisão de coleções entomológicas no pais (Museu Regional de Entomologia, Universidade Federal de ViçosaUFVB; Coleção Entomologica Pe. Jesus Santiago Moure, Departamento Zoologia Universidade Federal de Paraná-DZUP, Museu Ciencias Naturais Fundação Zoobotanica Rio Grande do Sul-MCZN) e no exterior (American Museum of Natural History-AMHN), se amplia a distribuição para as espécies Collaria capixaba Carvalho & Fontes, 1981; Collaria guaraniana Carvalho & Fontes, 1981 e Collaria oleosa (Distant, 1883). Registra-se por primeira vez para Brasil a espécie Collaria boliviana Carvalho, 1990 a qual estava previamente registrada para Bolı́via e Colômbia. Finalmente os mapas de distribuição atualizados das espécies são oferecidos. Palavras-chave: percevejos, pastagem, distribuição neotropical Apoio: CAPES/CNPq, IEL Nacional, Brasil Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 250 8.26 Nova espécie de Ochterus (Hemiptera: Heteroptera: Nepomorpha: Ochteridae) do Estado do Piauı́, Brasil Isabelle da R. S. Cordeiro (1); Felipe F. F. Moreira (1) (1) Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomı́neos, Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz E-mail: [email protected] A famı́lia Ochteridae se divide em três gêneros: Megochterus, restrito ao oriente, Ochterus, cosmopolita e Ocyochterus, da América do Sul. O gênero Ochterus é representado na região neotropical por 16 espécies, 12 das quais tem registro na América do Sul. As espécies deste gênero tem coloração marrom ou preta e possuem uma aparência uniforme, sendo necessária a remoção da genitália do macho para análise e posterior identificação especı́fica. Os representantes do gênero são encontrados em ambientes lênticos e lóticos, em margens úmidas, lamacentas ou arenosas, preferindo lugares com pouca vegetação e bem luminosos. São de difı́cil captura, pois ao se sentirem perturbados saltam ou dão voos rápidos, e devido a isto são pouco representados em coleções. Com base em um macho e uma fêmea coletados no Parque Nacional de Sete Cidades, Piauı́, Brasil, foi descoberta uma espécie nova deste gênero, que se caracteriza por apresentar o comprimento do corpo de 4,0 mm (macho) a 6,0 mm (fêmea) ; fronte preta brilhante; um par de manchas cinza arredondadas na linha mediana do pronoto; embólio com quatro manchas cinzas laterais e uma mancha cinza subcircular no cório (em par na fêmea); genitália masculina assimétrica, com processo do pigóforo alongado e de ápice agudo; e parâmero com corpo sinuoso e ápice em forma de gancho obtuso. Dentre outras caracterı́sticas, difere-se de O. perboci por não apresentar projeções agudas no ângulo anterior do pronoto; de O. parvus pelo dorso escuro, comprimento do corpo muito superior a 3,3mm, e parâmero direito sem projeções pré-apicais. Difere-se, ainda, de O. americanus, pois seu parâmero direito não se expande muito além do ápice da cápsula genital e seu comprimento é inferior a 6,5 mm; de O. aeneifrons por apresentar escutelo preto sem manchas cinza-azuladas; e, por fim, de O. tenebrosus por apresentar manchas cinzas fortes ao longo do dorso. Palavras-chave: Parque Nacional Sete Cidades, Região Nordeste, taxonomia Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 251 8.27 Caracterização morfológica e biológica de Rachiplusia nu (Lepidoptera: Noctuidae) em condições controladas e plantas hospedeiras Priscila M. C. da Luz (1); Wilson S. de Azevedo-Filho (2); Neiva M. de Barros (1); Alexandre Specht (3) (1) Lab. de Controle Biológico, Instituto de Biotecnologia, Universidade de Caxias do Sul; (2) Lab. de Entomologia, Campus Região dos Vinhedos, Universidade de Caxias do Sul; (3) Laboratório de Entomologia, Embrapa Cerrados E-mail: [email protected] Noctuidae representa a maior famı́lia de macrolepidópteros no Brasil, incluindo grande parte das lagartas de importância econômica. Entre estes noctuı́deos, encontra-se a subfamı́lia Plusiinae, um grupo monofilético com larvas conhecidas como “falsas-medideiras”. A espécie Rachiplusia nu (Guenée, 1852) apresenta hábito polı́fago, sendo uma das principais desfolhadoras no sul do Brasil e em outros paı́ses. Este estudo teve como objetivo obter e avaliar dados biológicos, morfológicos e fornecer uma listagem atualizada das plantas hospedeiras de R. nu. Os insetos foram coletados na localidade de Tuiuty (29º05’002”S e 51º31’448”W), Bento Gonçalves, RS com o auxı́lio de armadilha luminosa. As lagartas foram alimentadas com dieta artificial e os adultos de R. nu com solução de mel a 10%. A criação foi conduzida sob as condições controladas 25 ± 1ºC, 70 ± 10% UR e fotofase de 14 horas no laboratório de Controle de Pragas da Universidade de Caxias do Sul, RS. Para caracterização morfológica foram preservados exemplares de cada fase de desenvolvimento em álcool 70%. Verificou-se que as larvas passaram por cinco instares. Os valores médios das larguras das cápsulas cefálicas em mm foram: 0,393 ± 0,070; 0,853 ± 0,140; 1,266 ± 0,129; 1,766 ± 0,081; 2,946 ±0,155. Foram constatadas com a quetotaxia da larva, a presença da cerda L3 nos segmentos torácicos T1,T2,T3, sendo a partir de T2 a cerda L3 horizontal a L1, nos segmentos abdominais A1-A4, SD1 está presente acima da SD2, vertical a D2, apenas em A10 as cerdas L1,L2,L3, não foram encontradas, em todos os segmentos são presentes as cerdas D1,D2,SD1,V1. Foram encontradas 26 plantas hospedeiras para R. nu pertencentes à 11 famı́lias botânicas, incluindo espécies cultivadas destacam-se: algodão, batata, feijão, girassol, soja e tabaco. Os diferentes resultados descritos para R. nu podem ser melhor esclarecidos em novos estudos que vinculem diferenças genéticas intra e inter-populações. Palavras-chave: morfologia, biologia, Plusiinae - Apoio: UCS, CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 252 8.28 Lista preliminar dos Odonata ocorrentes no Parque Natural Municipal do Açude da Concórdia, Valença, Rio de Janeiro, Brasil Marcus V. O. De Almeida (1); Luiz G. V. Salgado (2) (1) Departamento de Entomologia, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro; (2) Escola de Ciências da Saúde, Universidade do Grande Rio E-mail: [email protected] Pertencentes à ordem Odonata, as libélulas, ou até mesmo lava-bundas, são um dos grupos de insetos mais conhecidos. As formas imaturas estão adaptadas a ambientes dulçaquı́colas e os adultos, por sua vez, são terrestres, com asas e olhos bem desenvolvidos. Ambas as fases são predadoras, sendo as presas na fase adulta interceptadas durante o vôo. Nos últimos anos, estudos sobre a composição e diversidade de libélulas no Brasil têm aumentado, no entanto diversas lacunas necessitam ser preenchidas. Desse modo, o objetivo deste trabalho é fornecer uma lista preliminar de libélulas do Parque Natural Municipal do Açude da Concórdia, municı́pio de Valença, Estado do Rio de Janeiro. Situado à uma altitude de 765 metros, o parque é caracterizado por ser uma área com remanescente de Mata Atlântica nativa. As coletas foram realizadas entre os dias 1 e 3 de fevereiro de 2013, das 9:00h às 15:00h, em diferentes pontos, incluindo a Trilha Cova da Onça e Mirante. Os espécimes foram coletados com auxı́lio de rede entomológica aérea. Foram capturados 39 exemplares adultos, distribuı́dos em quatro famı́lias, 12 gêneros e 13 espécies, como segue: Acanthagrion lancea, Oxyagrion microstigma, Telebasis corallina, Telebasis filiola, Coryphaeschna perrensi, Aphylla theodorina, Gomphoides infumata, Dythemis nigra, Idiataphe longipes, Micrathyria artemis, Oligoclada abbreviata, Planiplax phoenicura, Tramea binotata. O material encontra-se depositado na Coleção Entomológica do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Rio do Janeiro. Os adultos de Libellulidae e Coenagrionidae foram os mais abundantes e apresentaram maior riqueza, com seis gêneros e seis espécies e três gêneros e quatro espécies, respectivamente. Baseado no número de espécies capturadas no curto perı́odo de tempo, presumimos que o parque seja importante para a conservação da biodiversidade desses insetos. Palavras-chaves: levantamento, lavadeira, Anisoptera Apoio: CNPq Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 253 8.29 Caracterização morfológica dos espermatozóides de Dalbulus maidis (Auchenorrhyncha: Cicadellidae) Marcelo S. Barcellos (1); Jamile F. S. Cossolin (1); Felipe V. Prado (2); José Lino-Neto (1) (1) Programa Pós-Graduação em Biologia Celular e Estrutural, Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa. (2) Programa Pós-Graduação em Ecologia, Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] A cigarrinha-do-milho, Dalbulus maidis, tem grande importância econômica, pois ao sugar seiva das folhas dessa cultura para se alimentar ela pode transmitir bactérias e vı́rus que causam severas doenças nessa planta. Os adultos de D. maidis são de coloração amarelo-palha e o comprimento de seus corpos varia de 3.0 a 4.4 mm, sendo as fêmeas comumente maiores do que os machos. Outra diferença entre os sexos é que as fêmeas apresentam na porção terminal do abdome um ovipositor em forma de sabre, enquanto que nos machos a porção terminal do abdome é mais obtusa. Considerando sua importância econômica, o estudo morfológico de seus espermatozoides poderá contribuir para um maior conhecimento de sua biologia reprodutiva e levantar informações que poderão ser utilizadas na inferência filogenética do grupo. Dessa forma, esse estudo teve como objetivo descrever a morfologia dos espermatozoides de D. maidis. Para isso, espermatozoides retirados da vesı́cula seminal foram espalhados sobre lâminas histológicas, corados com hematoxilina e eosina, fotografados em microscópio de luz com câmera digital acoplada e medidos com o auxı́lio do programa ImagePro-Plus. Como resultado, observamos que os espermatozoides estão organizados em feixes, mantidos pela região acrossomal inserida em uma substância corada por eosina. O comprimento total dos espermatozoides é de aproximadamente 130 µm, com núcleo medindo cerca de 20 µm. Na porção terminal da cauda, observa-se uma região com cerca de 10 µm de comprimento em que o flagelo se abre em três filamentos. Considerando os Hemiptera já analisados, a organização dos espermatozoides em feixe na vesı́cula seminal pode ser uma caracterı́stica exclusiva para os Auchenorrhyncha, pois tem sido descrito em outras espécies dessa subordem, mas não na subordem Heteroptera. O tamanho do espermatozoide estudado está dentro da média dos encontrados no grupo, sendo entre 56 a 233 µm. Palavras-chave: Hemiptera, cigarrinho-do-milho, biologia reprodutiva Apoio: CAPES, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 254 8.30 Uma nova espécie de Dicranocentrus (Collembola: Entomobryidae: Orchesellinae) do sudeste do Brasil Thiago Xisto (1); Maria C. de Mendonça (1) (1) Laboratório de Collembola, Departamento de Entomologia, Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro E-mail: [email protected] O gênero Dicranocentrus Schött, 1893, pertencente à subfamı́lia Orchesellinae (Entomobryidae), abriga até o momento cerca de 60 espécies procedentes principalmente das regiões tropicais e subtropicais. No Brasil o seu conhecimento é ainda incipiente incluindo apenas uma descrição de espécie representada por D. heloisae Arlé & Mendonça, 1982 encontrada na Floresta da Tijuca (Rio de Janeiro) e o registro de outras três, D. silvestrii Absolon, 1903, D. bicolor Handschin, 1924 e D. termitophilus Handschin, 1924. Este gênero é caracterizado por apresentar espécies de médio e grande porte, coloração diversificada, cabeça com 8 + 8 olhos, antenas com 6 segmentos sendo os 2 últimos anelados e sem escamas, cerdas pré labrais não bifurcadas e corpo coberto por escamas bem desenvolvidas, arredondadas ou truncadas. Com o objetivo de ampliar o conhecimento taxonômico e faunı́stico de Dicranocentrus na região sudeste, foi estudado o material colembológico procedente da Serra do Gandarela que se situa no quadrilátero ferrı́fero e que se estende por 7.200 km2 no estado de Minas Gerais. O solo desta região é basicamente formado por canga e a vegetação compreende Campos Rupestres, Campos de Altitude e Floresta Estacional Semidecidual. O exame deste material revelou espécimes de Dicranocentrus próximos de D. spinosus Prabhoo, 1971 procedente do sul da Índia e de D. platensis (Izarra, 1972) ocorrente na região de La Plata (Argentina). O novo táxon se aproxima da primeira quanto à disposição das macroquetas da parte dorsal da cabeça e da segunda pela estrutura da unha e número e disposição de espinhos na parte interna da dens. No entanto, o estudo detalhado da morfologia externa dos espécimes aqui estudados mostrou diferença que se referem à coloração, número e disposição das macroquetas dos tergitos torácicos II e III e abdominais I, III e IV. Palavras-chave: taxonomia, biodiversidade, collembola Apoio: CAPES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 255 8.31 Ultraestrutura das glândulas acessórias do trato reprodutivo dos machos do predador Podisus nigrispinus (Heteroptera: Pentatomidae) Maria do Carmo Q. Fialho (1); José C. Zanuncio (2); José E. Serrão (3) (1) Departamento de Morfologia, Universidade Federal do Amazonas; (2) Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa; (3) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] As glândulas acessórias do trato reprodutor masculino produzem secreções essenciais para a transferência do esperma para a fêmea. Este trabalho descreve a ultraestrutura das glândulas acessórias do predador Podisus nigrispinus. Cinco machos de P. nigrispinus foram dissecados três dias após a emergência e as glândulas acessórias foram processadas para análise de microscopia eletrônica de varredura e transmissão. Machos de P. nigrispinus possuem três tipos de glândulas acessórias em seu aparelho reprodutor: uma glândula maior (anterior) e uma mediana (posterior), com simetria bilateral, e várias outras menores tubulares formando um grupo assimétrico. As três glândulas apresentaram citoplasma repleto de reticulo endoplasmático rugoso, vesı́culas de secreção e projeções da membrana plasmática apical, porém as glândulas tubulares apresentaram projeções mais longas e irregulares. A glândula anterior é constituı́da por células prismáticas com núcleo bem desenvolvido na região basal da célula contendo cromatina descondensada. Tanto as glândulas anterior e posterior apresentaram extensas invaginações da membrana plasmática basal associadas a mitocôndrias. As glândulas tubulares apresentaram inclusões lipı́dicas no citoplasma. Cristais de proteı́na foram visualizados em grande quantidade nas células das glândulas anterior e tubular. As três glândulas acessórias apresentaram padrão caracterı́stico de células com alta sı́ntese de proteı́nas, mas a presença dos cristais nas glândulas anterior e tubular sugere uma atividade ainda maior, e estoque dessas substâncias. A presença de invaginações da membrana plasmática basal nas glândulas anterior e posterior sugere o transporte de materiais da hemolinfa para a célula. As glândulas acessórias apresentaram padrão proteico alto sugerindo função na secreção de proteı́nas que podem afetar a biologia reprodutiva da fêmea. Palavras-chave: reprodução, predador, glândula acessória Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 256 8.32 Contribuições da morfologia interna para a taxonomia do gênero Dichelops (Heteroptera: Pentatomidae) Bárbara M. Cunha (1); Igor L. A. Munhoz (1); Luciano S. F. Ferreira (1); Ézio M. Silva (2); Vinı́cius A. Araújo (1) (1) Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa, Campus de Rio Paranaı́ba; (2) Instituto de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Viçosa, Campus de Rio Paranaı́ba E-mail: [email protected] A famı́lia Pentatomidae abrange uma grande riqueza de espécies, sendo a maioria encontrada nas regiões tropicais. Esses percevejos apresentam grande importância econômica, pois diversas espécies são pragas em culturas agrı́colas. Neste trabalho, descrevemos a morfologia do sistema reprodutor masculino em 15 indivı́duos da espécie Dichelops sp., com o objetivo de fornecer caracteres que possam contribuir para o conhecimento da biologia reprodutiva e para taxonomia desse gênero. Os indivı́duos foram coletados em cultura de milho, na cidade de Rio Paranaı́ba, MG. Os sistemas reprodutores foram processados para microscopia de luz. O sistema reprodutor de Dichelops sp. é constituı́do por dois testı́culos, cada um com quatro folı́culos, ductos deferentes, pares de glândulas acessórias e um ducto ejaculatório. Cada testı́culo possui quatro folı́culos, diferente de Dichelops melacanthusque possuem seis folı́culos testiculares. Os cistos nos folı́culos encontram-se em diferentes fases da espermatogênese, o que mostra a produção contı́nua de espermatozoides, comum entre os Heteroptera. Em cada cisto foram observados, em média 500 espermatozoides, o que evidencia nove ciclos mitóticos, como encontrado em D. melacanthus. As caracterı́sticas histológicas do trato reprodutor mostram semelhanças com outros Heteroptera já descritos. As glândulas acessórias apresentam dois tipos de secreção diferentes, homogênea e granulosa, as quais foram PAS positivas, indicando natureza protéica. Na espécie analisada neste trabalho, observou-se polimorfismo de espermatozoides (tipo maior 280 µm e o menor 170 µm). Análises morfométricas dos espermatozoides têm sido usadas para auxiliar em trabalhos taxonômicos. A análise dos caracteres morfológicos do sistema reprodutor aliada ao estudo taxonômico da morfologia externa poderão contribuir para a identificação da espécie em questão ou para a possı́vel descrição de uma nova espécie de Pentatomidae. Palavras-chave: sistema reprodutor, morfologia, Pentatomidae Apoio: FAPEMIG, UFV Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 257 8.33 Desenvolvimento ovariano em operárias de Plebeia lucii (Hymenoptera, Apidae) em colônias com e sem rainha Maira C. de M. Moraes (1); Denise de C. Godoy (2); José E. Serrão (3) (1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Programa de Biologia Celular e Estrutural, Universidade Federal de Viçosa; (3) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa E-mail: [email protected] As abelhas sem ferrão (Meliponini), são altamente eussociais, com duas castas femininas bem definidas, ou seja, um indivı́duo fértil que realiza o trabalho reprodutivo (a rainha) e outros estéreis ou parcialmente estéreis (as operárias). Diferenças nos órgãos internos podem ocorrer, como o acentuado dimorfismo entre ovários de rainhas e operárias. Em Apis mellifera, o desenvolvimento ovariano de operárias é controlado principalmente por feromônios produzidos pela rainha. Nos Meliponini, a dominância da rainha sobre as operárias não é tão evidente, e uma caracterı́stica peculiar nas colônias dos Meliponini é a capacidade de postura pelas operárias, mesmo na presença de rainha fisogástrica. O objetivo do trabalho foi acompanhar o desenvolvimento ovariano das operárias de Plebeia lucii em colônias com e sem rainha, para verificar se as operárias respondem a condição de orfandade, resultando no desenvolvimento ovariano e comparar o aparelho reprodutor de rainha fisogástrica e rainha virgem. Operárias com 3 e 9 dias de idade, rainha fisogástrica e rainha virgem recém emergida duas colônias distintas foram analisadas. Os indivı́duos tiveram seus abdomens retirados, preparados e realizados os cortes histológicos. Diferenças no tamanho dos ovócitos e no comprimento dos ovarı́olos ocorreram entre rainha, rainha virgem e operárias. Foi observado muitos ovócitos em desenvolvimento na rainha fisogástrica e na rainha virgem estes ovócitos eram poucos, mais diferentes em número e tamanho se comparados com o das operárias. Sinais de degeneração de ovócitos foram observados em operárias de 3 dias de idade de colônias com rainha, o que não ocorreu em operárias de colônias órfãs. Um maior grau de desenvolvimento dos ovócitos foi observado em operárias com 9 dias de idade de colônia órfã em comparação com as operárias de colônia com rainha. Esses dados são preliminares, porém há evidência que, a presença da rainha inibe o desenvolvimento ovariano em operárias. Palavras-chave: desenvolvimento ovariano, colônia órfã, Plebeia lucii Apoio: CAPES Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 258