Grameen e Reebok num negócio social com sapatos
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Grameen e Reebok num negócio social com sapatos
5mm Apoio Institucional Patrocínio Redução máxima Número 7 Outubro de 2010 Martin Loeffler, gestor de projecto do Grameen Creative Lab, no bangladesh ão Vertical Centrada Grameen e Reebok num negócio social sapatos ma dimensão que com não implique a perda total ou parcial da sua identificação visual. Í N D I C E Entrevista Grameen Creative Lab ........................ pag. 1 logótipo versão Vertical Centrada é de 5 mm para o símbolo, sendo os restantes elementos reduzidos proporcionalmente. Notícias ........................... pág. 3 e 4 Opinião ................................... pág.5 Programas, Prémios e Incentivos .......................... pág.5 Caso e Mini-caso . ............... pág.6 Agenda . ................................. pág.6 O grupo Grameen foi fundado por Muhammad Yunus, prémio Nobel da Paz 2006. Além de ter sido pioneiro no micro-crédito, Yunus e o grupo Grameen desdobram-se hoje em múltiplas iniciativas e empresas, muitas criadas em parceria com o mundo empresarial sob a forma de negócio social. O Grameen Creative Lab é disso um exemplo, um negócio social que resulta de uma joint-venture entre o Centro do Yunus no Bangladesh e o circ responsibility (Cultural Industries Research Centre responsibility) fundado por Hans Reitz na Alemanha. Martin Loeffler é gestor de projecto no Grameen Creative Lab e esteve em Lisboa no GreenFestival no passado dia 17 a convite da Sair da Casca. A Vida Económica/ Impulso Positivo conversou com Loeffler no final. Vida Económica / Impulso Positivo (VE/IP): Como passou de um encontro com Muhammad Yunus para o Grameen Creative Lab? Martin Loeffler (ML): Directamente. Assisti a uma conferência do Professor Yunus, falei com Hans Reitz, o co-fundador do Grameen Creative Lab, que me disse que queria criar um Grameen Creative Lab na Califórnia. Disse-lhe que eu gostaria de Martin Loeffler, Gestor de projecto do Grameen Creative Lab o fazer. E ele sugeriu que passássemos um dia num workshop num dos Laboratórios de Negócio Social (Social Business Labs), como agora eu organizo, em que explicamos o conceito de “negócio social” e em que desenvolvemos com a liderança das empresas uma ideia de negócio social que depois podem implementar. Partimos de uma questão social e procuramos uma forma de resolver essa questão e de a transformar num negócio. Claro que não teremos um negócio pronto a montar de imediato, ao fim de um dia, mas teremos o que chamamos de um vírus YY. “YY” de “Yunus and You” (Yunus e tu). Que significa que os participantes são capazes de usar as lentes da “maximização de impacto social” e tirar as lentes da “maximização do lucro”. VE/IP: Gostaria que falasse do projecto com a Reebok. ML: O projecto da Reebok é um caso muito mediático. Recentemente falei com a pessoa responsável pelo Centro do Yunus que me disse que a maioria das questões que nos colocam sobre o conceito de negócio social vêm associadas ao caso Reebok. Talvez porque as pessoas se identifiquem com o produto – sapatos. OPINIÃO Raquel Franco Gestores na 10ª Conferência BCSD Portugal Opinião CASOS IP Escolinha de Rugby da Galiza Conheça um caso de Integração na sociedade de crianças e adolescentes em risco de exclusão através do Rugby. (continua na página seguinte) www.impulsopositivo.com Caso Página 2 Outubro de 2010 Grameen e Reebok num negócio social com sapatos (cont.) VE/IP: Gostaria que falasse do projecto com a Reebok. (cont.) ML: […] Começámos este projecto com a questão dos ancilostomídeos – as “hookworms”. São parasitas que entram pelo pé e que chegam à circulação sanguínea atingindo os pulmões; com a tosse acabam por ser engolidos, passando para o estômago e acabando nos intestinos. Aí o que fazem é absorver o sangue, multiplicando-se e eliminado os glóbulos vermelhos, que transportam o oxigénio. Se os apanhamos enquanto criança, o desenvolvimento da capacidade cognitiva e do próprio corpo fica comprometido significativamente. É também uma das causas de mortalidade feminina quando as mulheres dão à luz. Estima-se que cerca de 700 milhões de pessoas no mundo tenham esta doença, 10% da população mundial. É portanto uma questão social relevante por onde começar. VE/IP: Como se lembraram desta questão? ML: É um pouco como o ovo e a galinha. Quando o Yunus encontra por acaso um CEO como Herbert Hainer (Adidas) falam sobre problemas e conceitos. Quando começamos a trabalhar este conceito de um sapato, além da questão do parasita, Hans Reitz, que tinha andado pela Índia descalço durante 3 anos, apercebeu-se que quando não tens sapatos, não tens direitos, não tens dignidade, e não podes entrar em muitos sítios, restaurantes, esquadras de polícia, etc. Portanto, eram duas as questões sociais – por um lado, a questão de dar dignidade às pessoas, dandolhes acesso a sapatos, por outro prevenir a doença. VE/IP: E assim nasceu o sapato que nos mostrou na conferência. ML: Sim, foi um sapato produzido para evitar a penetração do parasita, com bordas subidas, uns simples chinelos não são suficientes porque os parasitas podem entrar pelos lados para os dedos. Médicos especialistas, quando viram o design do sapato, asseguraram-nos que era possível reduzir significativamente o risco de contrair a doença. Fizemos um teste-piloto, lançámos o sapato e vendemos 5.000 pares. No meu regresso, vamos compilar o que aprendemos e os resultados para os apresentar à Adidas, com uma série de sugestões de estratégia sobre como implementar o projecto. VE/IP: Normalmente o Grameen Creative Lab acompanha o projecto até ao fim? ML: Somos uma empresa de consultoria. A empresa pode avançar sozinha ou pode contratar-nos como forma de acederem ao mercado no Bangladesh, como coordenadores ou gestores de projecto. Se estamos, garantimos que o negócio é um “negócio social”. Porque não é fácil desligar de uma forma de fazer negócio, com o objectivo de maximizar o lucro, para outra diferente em que o lucro, a existir, não é distribuído. É como deixar de fumar. O Professor Yunus diz que não podemos oferecer um dividendo pequeno, só porque poderia atrair mais fundos. Tem que ser dividendo zero. Porquê? Porque se queremos deixar de fumar não podemos fumar um cigarro ou dois por dia, temos que deixar por completo. O percurso de Martin Loeffler “Eu era uma pessoa das empresas. Estudei gestão na Alemanha, gestão internacional em França, e depois trabalhei durante 6 anos numa empresa de consultoria de gestão de topo, em programas de reestruturação, programas de estratégia, nalguns casos passando pela eliminação de empregos, etc. Depois decidi mudar-me para os EUA e consegui uma posição de Direcção Financeira na Allianz. Era responsável pela área de Performance Management e Business Intelligence. Performance Management significa que medimos o desempenho das pessoas, e ao dar-lhes determinados indicadoreschave de performance vamos conduzindo o seu comportamento numa determinada direcção. Por exemplo, se as medimos pela satisfação dos consumidores, as pessoas vão ser simpáticas para os consumidores. Isto está tudo certo. Mas nós realmente fazíamos rankings das pessoas e afixávamos esses resultados todos os meses. A negatitividade que resultou de todo esse processo foi bastante intensa, e ao fim de 5 anos deixei de me sentir motivado pelo mundo empresarial, e saí da empresa. Tinha 35 anos e resolvi parar por um tempo para decidir o que fazer com a minha vida. Tirei um ano, viajei, fiz kite-surfing, estive em diferentes comunidades espirituais, e quando as pessoas me perguntavam sobre o meu emprego, eu não sentia orgulho em falar dele. Diziam-me que era por causa de pessoas como eu que existiam sindicatos. Comecei a pensar que poderia ensinar inglês no Zimbabué, mas dadas as minhas competências, e o tipo de valor que eu poderia gerar numa empresa, isso não fazia sentido.” VE/IP PERGUNTOU A MARTIN LOEFFLER Podemos trazer o conceito de “negócio social” para a Europa? Temos Wiesbaden como uma “Social Business City” (Cidade de negócios sociais). Tentamos trabalhar com algumas cidades e regiões de forma a desenvolver negócios sociais e a criar valor social nessas regiões. Primeiro para provar que pode funcionar também na Europa. Além disso, porquê trabalhar no Bangladesh se existem tantas questões sociais a resolver à nossa porta? Queremos mostrar, inclusive às pessoas em torno da nossa empresa, à nossa família, que também podemos ter impacto em casa. Criamos Fundos de Investimento Social, em que grandes empresas são investidores privados que para ele canalizam dinheiro, e as pessoas que querem criar um negócio social acedem ao capital para arrancar. Este é um projecto que está a arrancar também em Wiesbaden. ais m saiba Página 3 Outubro de 2010 Centro de Investigação Champalimaud inaugurado O centro de investigação da Fundação Champalimaud, dedicado ao cancro e às neurociências, foi inaugurado no passado dia 5 deste mês, em Lisboa, e contou com a presença do Presidente da República, Cavaco Silva, e do Primeiro Ministro, José Sócrates. O centro dispõe de tecnologias modernas para investigação biomédica e estará aberto para investigadores nacionais e internacionais, que desenvolvam projectos nas áreas das neurociências e da oncologia. Prevê-se ainda que sejam atendidos cerca de 300 doentes por dia, aliandose a investigação com a actividade clínica, que inclui prevenção, diagnóstico e tratamento dos pacientes. Para melhorar o serviço, o centro Champalimaud conta em 2014 ou 2015 integrar também uma área de internamento. Em Janeiro próximo receberá o programa de neurociências, e em Abril do mesmo ano entrará em funcionamento a área clínica e de investigação do cancro. O centro estará também aberto ao público para que seja apreciado por todos o espaço com jardins panorâmicos e o anfiteatro ao ar livre para a realização de espectáculos musicais, sessões científicas ou artísticas. Coimbra promove Marcha Branca contra a pobreza Legião da Boa Vontade realiza IX Congresso Internacional da Educação A LBV (Legião da Boa Vontade) realiza o seu IX Congresso Internacional da Educação, que integra o programa de acção 2010, de âmbito Internacional da LBV. Este congresso decorre nos dias 19 e 20 de Novembro de 2010, na cidade do Porto, e tem como tema principal o “Um Olhar além do Intelecto”, com dois painéis de palestrantes e dois segmentos, a Pedagogia do Afecto, direccionada à criança até aos dez anos e a Pedagogia do Cidadão Ecuménico, vocacionada para o adolescente e para o adulto. Para este congresso também estão programados workshops e todos os Educadores, Pais, Encarregados de Educação, Estudantes e Profissionais poderão participar e debater a problemática do relacionamento interpessoal, intergeracional nas Escolas, nas Famílias e na Comunidade, sobre uma Nova Perspectiva. No dia 19 de Novembro, o congresso terá início no Hotel VilaGalé Porto, com a apresentação dos participantes e entrega de credenciais, pelas 9 horas, e no dia 20 de Novembro, os workshops terão lugar nas instalações do Centro Social da Legião da Boa Vontade. Veja mais aqui CTT e Chapitô homenageiam o Circo A cidade de Coimbra acolhe a Marcha Branca contra a pobreza, dia 17 de Outubro, dia Internacional para Erradicação da Pobreza. Esta marcha, está integrada no projecto “Coimbra Unida Contra a Pobreza”, que decorre entre os dias 11 e 18 de Outubro, juntamente com um conjunto de iniciativas, que visam informar e sensibilizar a sociedade civil sobre os “Oito Objectivos do Desenvolvimento do Milénio”, essencialmente o objectivo número um, erradicar a pobreza extrema e a fome. Nesta marcha será entregue às autoridades públicas locais um Manifesto Anti-Pobreza, para promover junto destas um compromisso de luta contra a pobreza, documento que, em simultâneo, inscreverá a cidade de Coimbra como a primeira do mundo a integrar a “Rede Internacional de Cidades Justas” criada pela Organização das Nações Unidas. Este Projecto é promovido por um conjunto de associações do concelho, a Atlas, a Associação de Cooperação para o Desenvolvimento, a Saúde em Português e a Secção de Defesa dos Direitos Humanos da Associação Académica de Coimbra, às quais se associam mais 33 instituições. NTE E M I R E EXP AGORA Os CTT (Correios de Portugal) e o Chapitô (Colectividade Cultural e Recreativa de Santa Catarina) lançaram uma série filatélica, que homenageia o circo e assinala o 30º aniversário desta entidade, liderada por Teresa Ricou, sua presidente e mentora. A série inclui um conjunto de quatro selos e um bloco com um selo duplo, acompanhados de uma pagela de divulgação assinada por Teresa Ricou, além de um subscrito e carimbo do primeiro dia. Os selos e restantes materiais contam com ilustrações do artista plástico Jorge Martins, que mostra nos seus desenhos alguns dos “números” que ilustram o circo, como o contorcionismo, equilibrismo, palhaços, entre outros. Os selos serão distribuídos a nível nacional e internacional com uma tiragem de duzentos e cinquenta mil exemplares. BD JURÍDICA base de dados on-line Interligação entre Legislação, Jurisprudência, artigos de Análise e Minutas Actualizada e tratada diariamente por uma equipa de juristas qualificados Página 4 Outubro de 2010 Brisa renova presença no índice FTSE4Good A Brisa – Auto-estradas de Portugal, volta a marcar presença no FTSE4Good, um índice internacional que reconhece a prestação das empresas na área de responsabilidade social e o qual integra desde Setembro de 2005. Esta recondução surge na sequência da avaliação semestral feita no âmbito deste índice, o qual a Brisa foi a primeira empresa português a integrar. A par do Dow Jones Sustainability Index, este índice é uma das mais importantes referências na área de sustentabilidade empresarial no que respeita as empresas cotadas socialmente responsáveis. O índice cobre diferentes países, bolsas e sectores, sendo elaborado pela Ethical Investment Research and Information Service (EIRIS), uma empresa de research independente. Desde 2002 que a Brisa se submete, regularmente, ao escrutínio independente das empresas especializadas em research de sustentabilidade, como o Sustainable Asset Management Group (para o Dow Jones Sustainability Index STOXX), o EIRIS – Ethical Investment Research Service (para o FTSE4Good, entre outros), o SiRi ou a VIGEO. “O desempenho da Brisa no domínio da sustentabilidade tem sido sistematicamente reconhecido desde 2002, quando foi a primeira empresa portuguesa a integrar o índice Dow Jones Sustainability Index STOXX.”, refere a empresa em comunicado. EDP e Sair da Casca premeiam escolas em nome da sustentabilidade A EDP e a Sair da Casca reuniram recentemente cerca de 500 jovens do ensino secundário, no Pavilhão Atlântico em torno do tema da sustentabilidade, num evento que assinalou o final do primeiro ano do projecto Twist - a tua energia faz a diferença. O projecto, que foi apresentado às escolas no arranque do ano lectivo 2009-2010, aborda a eficiência energética e alterações climáticas, tendo como destinatários os alunos de secundário. Cerca de 200 escolas responderam ao desafio e, com uma equipa de 4 alunos e um professor (os “twisters”), aceitaram envolver-se activamente na promoção da mudança de hábitos e comportamentos relacionados com eficiência energética e alterações climáticas, quer nas próprias escolas quer na comunidade em geral. No total, estiveram directamente envolvidos 723 jovens que, com a ajuda dos professores e de 6 monitores, e através de inúmeras iniciativas, terão «chegado» a mais de 136.000 outros alunos. Aos participantes foram disponibilizadas diversas ferramentas através de um site criado para o efeito (www.twist.edp. pt), um local onde, para além de informação útil sobre eficiência energética e alterações climáticas, notícias, quizzes e passatempos, os twisters puderam organizar-se com a ajuda de ferramentas de trabalho em grupo. Foi ainda criado um blogue do projecto (http://twisters.blogs.sapo.pt/), centro de partilha de acções ao longo do ano, através de vídeos, fotografias, testemunhos, entre outros. De acordo com os promotores da iniciativa, «o balanço deste primeiro ano é muito positivo e serve para mostrar como os jovens do ensino secundário estão conscientes dos enormes desafios que a sua geração enfrenta, e prontos para assumir a responsabilidade de “fazer a diferença” e “mudar o mundo”». Às três escolas vencedoras foi atribuído um prémio total de 100.000€ destinados à implementação de medidas de eficiência energética nas respectivas escolas. As escolas vencedoras foram: Escola Secundária com 3º ciclo Alcaides de Faria /Barcelos (1ºlugar); Escola Secundária da Boa Nova – Leça da Palmeira/ Porto (2º lugar) e a Escola Secundária da Lourinhã – Lourinhã/Lisboa (3º lugar). Este programa foi financiado pela ERSE no âmbito do PPEC – Plano de Promoção da Eficiência no Consumo. Medida financiada no âmbito do Plano de Promoção da Eficiência no Consumo, aprovado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos Sonae reduz consumo relativo de água e produção de resíduos O Grupo Sonae conseguiu reduzir o consumo de água durante o ano passado, em resultado das medidas de eco-eficiência adoptadas nas diversas áreas de negócio. Em termos globais, o consumo de água por volume de negócios diminuiu 1,6% em 2009, face a 2008, para os 402 m³ por milhão de euros. Além disso, reduziu ainda a produção de resíduos em 3,2% para as 19 toneladas por milhão de euro (em 2009 e face a 2008). No retalho alimentar, a redução no consumo absoluto de água atingiu 13,8% em 2009 no universo de lojas comparável, registando-se um consumo total de água potável de 797.011 m³. Entre as medidas aplicadas ao longo do ano e que permitiram atingir estes resultados, destaque para a instalação de contadores parciais em várias áreas permitindo um maior controlo, bem como a instalação de fluxómetros em todas as torneiras, redutores de caudal em vários pontos e ponteiras em todas as mangueiras. Já na Sonae Sierra foi possível evitar custos no valor de cerca de 376.500 euros e poupar 151 milhões de litros de água em 2009, em resultado de um conjunto de medidas aplicadas ao longo dos últimos sete anos. O consumo de águas pluviais e reutilizadas quase duplicou, passando de 3,6% para 5,8% do total. Na Sonaecom, cresceu o consumo de água reutilizada (a empresa utiliza água que provém da rede de abastecimento público e água da chuva reutilizada), atingindo os 2,8% (0,8% em 2008), tendo sido utilizada, por exemplo, na rega de edifícios e estando também prevista a sua utilização no combate a incêndios. A Sonae tem um compromisso público de diminuição da Pegada Ecológica, tendo colocado em marcha um plano de iniciativas de eco-eficiência para 2010 e para os anos seguintes. Este plano inclui a realização de acções para reduzir o consumo potencial de água nas lojas, escritórios e operações, bem o aproveitamento de águas pluviais e residuais. As áreas de negócio da Sonae têm também prevista a realização de acções de sensibilização junto dos seus clientes e fornecedores, desde particulares a empresas, de forma a reduzir ainda mais a Pegada Ecológica. Página 5 Outubro de 2010 Porquê Kakuma? Porquê o Quénia? Porque não? Já passava das 15 horas no passado dia 17. A plateia repleta de gente das empresas. No palco, nas confortáveis cadeiras dispostas em semi-círculo informal, pessoas conhecidas do mundo empresarial e não só: Sérgio Figueiredo da Fundação EDP, Vasco Mello da Brisa, Pires de Lima da Unicer, Pedro Queirós Pereira da Portucel, Luís Reis do grupo SONAE. Um friso de pessoas que sabem de gestão de empresas. E que foram desafiados a falar de sustentabilidade. O clima foi de transparência desde o início. Alguns dos oradores admitiram que essa não era a sua área de especialidade, mas tinhamse preparado para falar do tema. Como bons empresários e bons gestores de empresas e de uma fundação. As apresentações sucederam-se. Sérgio Figueiredo tinha muito para dizer porque através da Fundação EDP, e directamente, a empresa EDP tem levado a cabo uma série de iniciativas que encaixam na definição de responsabilidade social, quer na área ambiental, quer na área social. Inevitavelmente Kakuma foi um projecto referido e inevitavelmente também foi tema de desafio. Porquê Kakuma? Porquê o Quénia? Não há problemas suficientes em Portugal e oportunidades q.b. de projectos sociais no nosso país? A questão obviamente que já tinha sido ponderada, e Sérgio Figueiredo depressa explicou que, sendo a EDP uma empresa internacional e estando presente em muitos países, é muito importante criar projectos que contribuam para a identificação global dos colaboradores com a empresa. Kakuma é realmente conhecido de todos, Kakuma ganhou projecção mundial, Kakuma é o projecto da EDP. Kakuma é o emblema de muitos colaboradores da EDP que se sentem bem em pertencer a uma empresa que apoia um projecto como Kakuma. Kakuma que na língua local – o suailli – significa “terra de ninguém”. Terra de ninguém para mais de 75.000 pessoas. Por quem a EDP faz alguma coisa. Luís Reis seguiu-se. No grupo SONAE estas questões da sustentabilidade são já preocupação antiga de que se recorda existirem ainda antes de entrar no grupo há vários Gestores na 10ª conferência BCSD Portugal anos. Hoje, mais de 300 instituições de solidariedade social são apoiadas pelo grupo SONAE, com um valor que ascende aos 11 milhões de euros. Além disso, teve grande destaque o programa de educação para um consumo responsável já levado a cabo há vários anos pelo grupo. Pedro Queirós Pereira foi o que mais vincou o facto de não ser especialista. Mas supreendeu com o que revelou sobre o trabalho da Portucel / Soporcel. Obviamente a parte ambiental mereceu atenção destacada desta empresa, sendo a aposta em floresta certificada uma realidade com muitos hectares já. A dada altura esclarece, dando seguimento a uma história de Luís Reis, que o papel reciclcado, apesar de ser moda, é uma opção muito pouco ecológica em comparação com o papel branco normal que o grupo Sonae prefere usar, conscientemente, não embarcando em modas. Vasco Mello destacou o papel da Brisa com já muitos créditos ao nível internacional em termos do trabalho em prol da sustentabilidade. No meio destes testemunhos encaixou um bem diferente – o de Pires de Lima. Para a Unicer, antes de mais, a responsabilidade está perante os accionistas e os colaboradores. A responsabilidade primeira para a Unicer é garantir rentabilidade e emprego. Os despedimentos e rescisões de cerca de 1000 colaboradores num passado próximo foram um investimento que a Unicer teve que fazer na manutenção da rentabilidade da empresa. Porque o mercado é duro. E ser empresário em Portugal é difícil. Luís Reis juntou-se ao coro e sublinhou que o Estado não ajuda, e que a SONAE entrega 11% do IVA dos portugueses aos cofres do Estado, tendo por isso uma noção bem real do que o Estado sorve. Depois da primeira ronda, Sérgio Figueiredo retomou e não deixou passar a deixa em branco. Então a responsabilidade das empresas é pelos accionistas e pelos colaboradores? Há quanto tempo o discurso de responsabilidade social não é este, terá pensado. Mas Pires de Lima insistia, investimos na selecção de Rugby porque acreditamos que isso nos vai trazer retorno em vendas. Porque a nossa responsabilidade é manter a empresa rentável e os empregos aos trabalhadores. Num cenário de crise, deixa-nos uma imagem de responsabilidade. Mas fica também a dúvida – não é possível ir mais longe? Pires de Lima sabe que sim, e vai. A Unicer apoia uma série de iniciativas, por exemplo de índole cultural. Mas neste espaço fez questão de deixar outra mensagem. Sérgio Figueiredo, por ventura numa empresa com mercado menos difícil, teria talvez gostado que a conversa tivesse seguido outros rumos, de investimento social, com impacto social, com retorno social para muitos. Pires de Lima puxou-nos os pés para a terra. Mas não disse tudo. Porque também investe em projectos da sociedade. Só não quis dizer que sim. Raquel Campos Franco Programa «Europa para os Cidadãos», Acção 2, Medidas 1 e 2 — 2011 Convite da Comissão Europeia Propostas - EACEA/21/10 à apresentação de Apoio estrutural a organizações de investigação e grupos de reflexão sobre as políticas públicas europeias e a organizações da sociedade civil a nível europeu O Programa visa contribuir para os objectivos de dar aos cidadãos a oportunidade de interagirem e participarem na construção de uma Europa cada vez mais próxima, democrática e virada para o mundo, unida e enriquecida pela sua diversidade cultural, aprofundando assim a cidadania da União Europeia; de forjar um sentido de identidade europeia, baseado em valores, na história e cultura comuns; de promover a adesão dos cidadãos à União; de incrementar a compreensão mútua entre os cidadãos europeus, respeitando e promovendo a diversidade cultural e linguística e contribuindo, simultaneamente, para o diálogo intercultural. Os objectivos específicos convite são o de fomentar acções, debates e reflexões matéria Ver maisem aqui. de cidadania europeia e democracia, partilha de valores, história e cultura comuns graças às actividades e à cooperação dos «laboratórios de ideias» (grupos de reflexão) e a organizações da sociedade civil a nível europeu; de incentivar a interacção entre os cidadãos e as organizações da sociedade civil, contribuindo para o diálogo intercultural e dando protagonismo tanto à diversidade como à unidade da Europa. Programa Página 6 A Outubro de 2010 G E N D A SAP BUSINESS FORUM 2010 debate sustentabilidade e transparência empresarial DIA 21 DE OUTUBRO DE 2010, CENTRO DE CONGRESSOS DO ESTORIL Entre os keynote speakers, destacam-se Al Gore, ex vice-presidente dos Estados Unidos e Prémio Nobel da Paz. Ver mais CICLO DE 4 ENCONTROS TEMÁTICOS Pobreza é ficar Indiferente! Juntos por uma Sociedade para Todos AUDITÓRIO DO INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL, R. CASTILHO, N.º 5 – R/C, LISBOA. Encontro 3 — Contra as Barreiras da Diferença Dia 21 de Outubro de 2010, 16h00 Jerónimo de Sousa, Director do Centro de Reabilitação Profissional de Gaia (CRPG). Mário Pereira, Presidente da Federação Portuguesa de Centros de Formação Profissional e Emprego de Pessoas com Deficiência (FORMEM). Encontro 4 — A Minha Casa é a Rua Dia 18 de Novembro de 2010, 16h00 Daniel Horta, Presidente da Associação Sem-Abrigo (ASA/Porto). Teresa Duarte, Coordenadora do Projecto Housing First da Associação para o Estudo e Integração Psicossocial (AEIPS). 4º Forum da Responsabilidade Social das Organizações e Sustentabilidade DIA 21 DE OUTUBRO DE 2010 Organização: AIP Local: Centro de Congressos de Lisboa PISTA MÁGICA ENSINA A SER VOLUNTÁRIO EM PROJECTO SOCIAL INOVADOR A Pista Mágica, lançada em 2008, é a primeira Escola de Voluntariado em Portugal, tratando-se de um «projecto inovador na área social e com elevadíssimo potencial», refere Sónia Fernandes, fundadora e presidente da entidade. A escola de voluntariado pretende ajudar a construir competências para o exercício do voluntariado como forma de combate às desigualdades sociais, resultando num efectivo instrumento da acção humanitária e na assumpção do voluntariado como forma de estar na vida, até porque, segundo a fundadora, «a boa-vontade não basta, é necessário agir com qualidade e competência». O seu objectivo é capacitar os agentes da solidariedade em Portugal e países em vias de desenvolvimento, especificamente na área do voluntariado, além de prestar consultoria a instituições. Para além da realização de acções de formação, a Pista Mágica promove palestras (para instituições de ensino, organizações da sociedade civil e empresas com serviço gratuito), actividades de voluntariado e cooperação (planeamento de projecto de cooperação em Angola). Algumas das áreas de intervenção da Pista Mágica também reforçam a sociedade civil, através do apoio a associações congéneres e associações de base nos países em vias de desenvolvimento. Tendo como guia a Declaração Universal dos Direitos do Homem, esta escola é reconhecida como ONGD (Organização Não Governamental para o Desenvolvimento) pelo IPAD (Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento) e o Ministério dos Negócios Estrangeiros. Pista Mágica é mini-caso IP. Veja em www.impulsopositivo.com CASO A Escolinha de Rugby da Galiza é uma iniciativa social que nasceu no dia 30 de Setembro de 2006 dentro do projecto desportivo do ATL da Galiza e da Santa Casa de Misericórdia de Cascais (SCMC). Foi a primeira Escolinha de Rugby em Portugal a usar os treinos, disciplina e valores do Rugby junto de crianças e jovens de um dos bairros mais pobres e problemáticos do país: Fim do Mundo no Estoril. O interesse dos jovens do ATL da Galiza pelo Rugby foi quase automática após um primeiro contacto “na brincadeira” com alguns jogadores da modalidade. A ideia ganhou força, mas a SCMC não tinha condições financeiras para apoiar o projecto. Foi com um grupo de voluntários, incluindo um coordenador desportivo, a vontade das crianças e um campo de cimento, o único disponível, que começaram a treinar. A Escolinha nasceu com a missão de integrar as crianças e adolescentes em risco de exclusão na comunidade alargada, a nível desportivo, educacional, saúde e desenvolvimento cívico, através do treino, jogos e assimilação de valores do Rugby. Estes são os seus objectivos concretos: • Promover através do Rugby a apreensão e interiorização de valores como o espírito de grupo, a entreajuda e solidariedade e a aceitação da diferença - todos são necessários independen- • • temente das suas características físicas, culturais ou temperamentais. Promover a partilha, vivência e a transmissão de valores morais, éticos, sociais, que ajudem a um crescimento equilibrado e também permitam o desenvolvimento do sentido de responsabilidade e do respeito pelo outro e pela vida humana. Envolver e mobilizar as famílias, as escolas e outros parceiros num projecto global de educação e desenvolvimento harmonioso da criança ou jovem. Ver mais Continua aqui FICHA TÉCNICA www.impulsopositivo.com Coordenadora: Raquel Campos Franco Colaboradores: Rita Ribeiro e Elisabete Mendes Paginação: Tiago Dias Newsletter mensal do projecto Impulso Positivo – Vida Económica Propriedade de Imoedições. Lda (Grupo Editorial Vida Económica) R. Gonçalo Cristóvão, 14 – 6º • 4000-263 Porto • NIPC: 507037219