Julho - Setembro

Transcrição

Julho - Setembro
INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO AGRÁRIA DE MOÇAMBIQUE
Ministério da Agricultura
Edição Trimestral
Nota de abertura
Caros leitores do Boletim do IIAM,
Estamos na 9ª edição de mais uma
reportagem trimestral de nossas actividades,
na qual, de edição em edição, procuramos
espelhar cada vez mais o que se desenvolve
no IIAM a nível central e descentralizado.
Deste modo, abrimos com o 1º Curso
de Produção de Materiais de Extensão e
Comunicação Agrária
hospedado pelo
IIAM, que teve a honra de ser oficialmente
aberto por S. Excia o Ministro da Agricultura,
Soares Nhaca. De seguida, destacamos o
esforço empreendido pelo IIAM visando
minimizar a tendente escassez da batata
africana no nosso país.
Entretanto, como a ciência “não se fecha
e copas”, saiba aqui da visita do Vice Ministro da Agricultura e Desenvolvimento
Rural do Vietname ao IIAM. E, tomando
o maneio e gestão de informação como
impulsionador
do
desenvolvimento
científico, o IIAM junta-se à SADC de
modo a propiciar sua efectividade. Mas
como um dos mecanismos de partilha de
conhecimento é por via do treinamento,
o IIAM capacitou técnicos do INAS em
matéria de gestão de ciclos de projectos
sociais.
Enaltecendo a nossa forma intrínseca de
estar institucionalmente, que seguramente
é a investigação, convidámo-lo a conhecer
os efeitos de diferentes substratos e do
fertilizante NPK 12:24:12 na aclimatização
ex vitro de plântulas de mandioca (Manihot
esculenta Crantz) propagadas in vitro.
A propósito, tome nota ainda nesta edição
que cientistas desenvolvem uma forma
eficaz de controlo biológico de fungos que
produzem elementos tóxicos que afectam
alguns produtos agrícolas e periga a saúde
humana na Africa Sub-Sahariana.
Fechamos a presente edição com uma
singela homenagem aos reformados
do mundo inteiro, particularmente os
da DFDTT. “Que o merecido recesso
laboral seja rico e frutuoso em todos os
quadrantes que norteiam suas necessidades
quotidianas”.
Mesmo para terminar, queremos agradecer a
companhia incondicional do estimado leitor
no decurso de todas edições do Boletim do
IIAM. Abraços calorosos e até breve.
A Editora:
Paula Pimentel / DFDTT
Julho - Setembro de 2008
Nº 9
Em Maputo
IIAM acolhe o 1º Curso de Produção de
Materiais de Extensão e Comunicação Agrária
para os PALOPs
Parte dos participantes ao curso.
O
Instituto
de
Investigação
Agrária
de
Moçambique
(IIAM), do Ministério da Agricultura
(MINAG), albergou o 1º Curso
Internacional de Produção de
Materiais de Extensão e Comunicação
Agrária para os Países Africanos
de Língua Oficial Portuguesa
(PALOP), financiado pelo Technical
Centre for Agricultural and Rural
Cooperation (CTA), uma organização
internacional cujo objectivo é
melhorar a disponibilidade e o acesso
à informação sobre temas prioritários,
tecnologias e inovações nas áreas
de agricultura e desenvolvimento
rural, nos países da África, Caraíbas
e Pacífico (ACP). O CTA promove
ainda a capacitação institucional das
organizações que trabalham nessas
áreas. O curso decorreu entre os dias
22 de Setembro a 03 de Outubro, no
recinto do IIAM, em Maputo, e nele
participaram mais de 20 técnicos das
áreas de agricultura e extensão rural
de Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau,
São Tomé e Príncipe e Moçambique.
“Os técnicos sairão daqui com
conhecimentos
suficientes
para
treinarem outros investigadores e
produtores de seus países de origem
A actividade dos formandos terá
acompanhamento anual porque os
conhecimentos adquiridos deverão ser
multiplicados”, disse Paula Pimentel,
Directora Técnica de Formação,
Documentação e Transferência de
Tecnologias do IIAM.
Boletim do IIAM
DESTAQUES
O curso foi oficialmente aberto por
sua Excia. o Ministro da Agricultura
de Moçambique, Soares Nhaca e tinha
como objectivo melhorar a capacidade
dos técnicos de investigação e
extensão agrária dos PALOP na
produção de materiais de extensão e
transferência de tecnologias, criando
meios de comunicação e informação
efectivos e adequados aos produtores
destes Países.
Ministro da Agricultura, Soares Nhaca,
discursando no acto de abertura do curso.
O desenvolvimento da Agricultura
através da adopção de tecnologias
melhoradas constitui uma das
prioridades dos Governos Africanos
na prossecução dos Objectivos de
Desenvolvimento do Milénio.
Moçambique, através da revolução
Verde definiu que a inovação
tecnológica na produção agrária,
é um dos principais factores de
desenvolvimento e do aumento da
produtividade no sector. O combate à
pobreza absoluta e a criação sustentável
de riqueza promove não só uma maior
produtividade agrária, mas também
uma maior diversidade e qualidade dos
seus produtos, por forma a introduzilos nos mercados nacionais, regionais
e mesmo internacionais. Esta acção
pressupõe o acesso por parte dos
produtores agrários a informação
técnica actualizada, rigorosa, a qual
deverá ser preparada por forma a
torná-la atractiva, acessível e de fácil
compreensão a diferentes grupos de
produtores e extensionistas.
Deste modo, a organização do
presente curso, serviu para fortalecer
as capacidades existentes das
Instituições públicas e privadas
responsáveis pelas acções de geração,
transferência e divulgação de
tecnologias, informação e partilha de
conhecimento nas áreas de agricultura
e desenvolvimento rural.
“Ao aplicar as experiências e
habilidades que serão proporcionadas
no curso, os investigadores e
extensionistas estarão a contribuir
para o bem estar das populações rurais,
segurança alimentar e nutricional e
para a redução da pobreza”, referiu
Soares Nhaca em seu discurso de
abertura. (�Sostino Mocumbe / DDIC
/ DFDTT)
Espécie em Extinção
IIAM Aposta na Macropropagação da População de Batata Africana
O Instituto de Investigação Agrária
de Moçambique (IIAM) lança-se
num processo de testagem, selecção e
adopção de métodos de multiplicação
rápida da batata africana (Hypoxis
hemerocalidea), com vista a contrariar
o tendente declínio do potencial desta
espécie que resulta da sua crescente
demanda nos últimos tempos, em
consequência de ter sido associada ao
uso no tratamento de HIV/SIDA.
A partir do momento que vários
estudos científicos pelo mundo fora
revelaram que a batata africana tem
uma forte capacidade de reconstituição
imunológica no organismo humano,
particularmente no concernente a
revitalização e incremento das células
CD4, a demanda por este tubérculo
cresceu radicalmente.
A batata africana propaga-se por
semente ou vegetativamente a partir
do tubérculo, contudo, a semente
possui um poder germinativo muito
pobre, sendo a sua dormência difícil
de quebrar e a propagação através
do tubérculo geralmente produz uma
única planta.
Em 2001, no IIAM realizou-se um
estudo preliminar onde foi analisada
a germinação deste tubérculo após a
exposição a altas temperaturas e fumo
de fogo das gramíneas, e ainda, após a
sua divisão em 2, 4 e 8 partes.
Neste estudo, (co-encetado por dr.
Sofrimento Matsinhe e dra. Marta
Manjate) os tubérculos germinaram
independentemente do tipo de divisão,
todavia nos propágulos da zona apical
germinaram por 15 dias, enquanto
que nos da zona basal só iniciaram a
sua germinação por volta de 3 meses.
Observou-se ainda, que as sementes
tratadas (altas temperaturas e fumo)
brotaram após 4-6 meses enquanto as
não tratadas, não germinaram.
Em 2002 iniciou um programa
multi-sectorial (MINAG, MISAU e
MIC) financiado pela UNIDO/UNDP,
no qual o MINAG, representado pelo
IIAM tinha a missão de estudar a
propagação in vitro.
A luz deste programa, o cientista
francês Dr. Rajbir Sagwan (Especialista
em Cultura de Tecido) escalou o
IIAM para avaliar as potencialidades
deste instituto para a efectivação dos
objectivos ora traçados.
De regresso, este cientista levou
para Universidade de Picardie-Jules
Verne, no Laboratoire Androgenese
et
Biotechnologie
(Laboratório
Androgenese e Biotecnologia), na
França, amostras de batata africana,
onde realizou um estudo para o
estabelecimento
dum
protocolo
eficiente de regeneração in vitro de
batata africana através do tubérculo.
DESTAQUES
Em finais de 2005, Dr. Sagwan
procedeu a transferência do protocolo
para Moçambique, através duma
capacitação técnica de 15 dias,
realizada no IIAM, no Laboratório
de Biotecnologia e que envolveu 14
técnicos do IIAM, UEM e MISAU.
Em 2007, a luz do projecto
APOMORINGA, financiado pela
Visão Mundial, o IIAM estabeleceu
um estudo da propagação vegetativa
da batata africana em que se avaliou
a germinação de tubérculos da
batata africana submetidos a vários
tratamentos.
Os
tratamentos
consistiram
basicamente
de
variação
da
temperatura, do tipo de substrato,
Boletim do IIAM
da exposição ao fumo em diferentes
tempos e, do tipo de divisão do
tubérculo.
Resultaram destas acções, cerca
de 3.600 plantas, as quais foram por
duas ocasiões, levadas para o distrito
de Chonguene para distribuição pelas
comunidades e reintrodução no habitat
natural. (Sostino Mocumbe / DDIC /
DFDTT)
IIAM Recebe a Visita do Vice-Ministro da Agricultura do Vietname
O
Instituto
de
Investigação
Agrária
de
Moçambique
(IIAM) recebeu Sua Excia. Diep Kinh
Tan, Vice – Ministro da Agricultura e
Desenvolvimento Rural (MADR) do
Vietname, na sua Sede em Maputo, no
quadro de sua visita à Moçambique
de 14 a 20 de Agosto do presente
ano. Com uma delegação de cerca de
13 técnicos e especialistas agrários,
operando nas áreas de ordenamento
e desenho agrícolas, ordenamento
hidráulico, aquacultura, e, sobretudo,
na borracha, a visita do ViceMinistro vietnamita ao IIAM, em
particular, antevia reforçar linhas de
cooperação.
Deste modo, a visita realizou-se
no quadro de implementação do
acordo de cooperação assinado, a 16
de Janeiro de 2007, no domínio da
ciência, tecnologia e economia na
área de agricultura e Memorando de
Colaboração de 19 de Outubro de
2007 e do domínio de pescas, entre
os governos da República Socialista
de Vietname e da República de
Moçambique,
rubricados
pelo
Ministério da Agricultura e de
Desenvolvimento Rural do Vietname
e os Ministérios de Agricultura
e das Pescas de Moçambique,
respectivamente.
“Estamos interessados em obter uma
cooperação com o IIAM, visto que,
esta lida com investigação agrária e tal
pode permitir uma maior flexibilidade
para a efectivação do nosso plano
de acção conjuntamente elaborado
e aprovado por nós em parceria
com o Ministério da Agricultura
(MINAG)” rematou o Vice–Ministro
da Agricultura do Vietname.
A cooperação entre os governos
da República de Moçambique e a
República Socialista do Vietname
na área da agricultura, enquadrados
no espírito do acordo de cooperação
Económica, Cultural, Científica e
Tecnológica, foi rubricada aos 14 de
Novembro de 2003, em Maputo.
Refira-se que as partes se
comprometeram a desenvolver uma
cooperação técnica, particularmente,
nas áreas de investigação agrária;
produção agrícola; gestão de água
para irrigação; produção pecuária
e
piscicultura;
agro-industrial;
mecanização agrícola e tecnologia
sobre pós-colheita; florestas e
reflorestamento,
incluindo
o
processamento da madeira e de
produtos não madeireiros; importação
e exportação de madeira e de produtos
madeireiros; e serviços de protecção
ambiental da floresta relacionados com
o Mecanismos de Desenvolvimento
Limpo.
Director Geral do IIAM conduzido a visita.
O IIAM mostrou vontade acrescida
em cooperar com Vietname, sobretudo
no capítulo do compromisso de enviar
técnicos para àquele país asiático para
serem formados e receber peritos e
técnicos vietnamitas, para trabalhar
no âmbito da transferência de
tecnologias, com vista ao incremento
da produção e produtividade nas áreas
de agricultura, pecuária, florestas
e implementação do modelo de
produção “arroz – peixe – pato”.
No final da visita do Vice – Ministro
da República Socialista do Vietname
a Moçambique, adoptou-se como
modelos de cooperação entre os dois
Governos: a colaboração mútua, onde
a parte vietnamita envia especialistas,
técnicos
e
agricultores
para
assistência técnica a Moçambique
no domínio da agricultura e pescas e
a parte moçambicana vai suportar os
devidos honorários; e a colaboração
trilateral onde as partes procuram
conjuntamente patrocínios de terceiros
para financiar e executar projectos.
(Sostino Mocumbe / DDIC / DFDTT)
Momento em que o Ministro Vietnamita
visitava o Laboratório de Biotecnologia.
3
Boletim do IIAM
DESTAQUES
SADC Debate Maneio e Gestão de Informação sobre Agricultura e
Desenvolvimento
extrema relevância para a prossecução
dos termos de referência dos técnicos
acima referenciados visto que este
não foge ao característico do dia-a-dia
laboral dos mesmos.
Deste modo, refira-se que o
seminário teve como pano de fundo
a necessidade de providenciar aos
participantes, um treinamento no uso
das ferramentas para o maneio e gestão
de informação sobre Agricultura e
Desenvolvimento (AR&D) bem como
a estratégia de maneio da comunicação
(CKMS) usados no projecto ICART
– Tecnologia de informação sobre a
Agricultura e Pesquisa.
Participantes ao seminário do ICART.
Teve lugar em Gaberone, Botswana,
de 24 a 26 de Setembro de 2008, um
seminário relativo ao desenvolvimento
de um sistema integrado de gestão
de informação agrária ao nível da
Comunidade de Desenvolvimento da
Africa Austral (SADC). O encontro
que aglutinou técnicos dos países
membros da SADC, insere-se nos
objectivos principais do Projecto
ICART (Informação, Comunicação,
Agricultura, Pesquisa e Treinamento)
que é estabelecer e manter um sistema
de informação e ao mesmo tempo
capacitar um grupo de especialistas
de informação na região de modo
a promover e melhorar a troca de
informação relevante sobre a Pesquisa
Agrária e Desenvolvimento, ligar e
harmonizar com outras iniciativas subregionais de sistemas de informação
e produzir informação útil para
desenvolvimento agrário.
“O domínio no uso das ferramentas
do TIC (Tecnologia de formação e
comunicação) é fundamental para
comunicação e troca de informação
dai a necessidade pelo projecto de
capacitar um grupo de especialistas
4
que irão assegurar a implementação
nos países da região”, afirmou Dr.
Clesensio Tizikara, Coordenador de
Projecto ICART na abertura.
Clesensio Tizikara, Coordenador de Projecto
ICART no acto de abertura.
Representando
Moçambique,
participaram no seminário os técnicos
do Instituto de Investigação Agrária
de Moçambique (IIAM) Sostino
Júnior da Direcção de Formação,
Documentação
e
Transferência
de Tecnologias (DFDTT) e Jorge
Francisco da Direcção de Agronomia
e Recursos Naturais (DARN),
o Técnico de Comunicação e
Marketing e o Especialista em GIS,
respectivamente. De notar que o
objectivo central do encontro era de
Para o efeito, o seminário
caracterizou-se por discussões em
sessões plenárias, trabalhos em grupos
para aprofundar alguns assuntos
e exercícios práticos baseados em
inserção de informação no portal
AIMS ([email protected]).
Assim sendo, os participantes foram
capazes de identificar os parceiros do
CKMS no AR&D, na medida em que,
como continuação de seminário havido
anteriormente (em Joanesburgo de
25-27/06/08), um grupo de parceiros
foi categorizado de modo a permitir
que fossem identificadas as suas
necessidades, tipos de informação,
formas de comunicação, etc., sua
organização e enquadramento no
contexto de “Networking”.
Constituiu ainda matéria do
seminário do ICART, a análise de
parceiros CKMS e AR&D, onde
após uma categorização criteriosa
(dos parceiros), os participantes
identificaram
seu
estado
do
conhecimento em AR&D, suas
atitudes para com AR&D e seu
estado actual de prática em relação ao
AR&D.
DESTAQUES
Participantes moçambicanos.
Que
se refira ainda que os
participantes buscaram determinar
neste seminário, a matéria ideal a
comunicar com os diferentes parceiros
onde para cada categoria foi possível
identificar
matérias/assuntos
a
comunicar para cada parceiro (O que
comunicar, identificar as diferentes
necessidades em informação), para que
uso o parceiro necessita de informação
a comunicar (o Porquê?), media e/
ou canal de informação a ser usado
na comunicação com os diferentes
parceiros (Como comunicar) e quem
deve comunicar.
No final, com uma sensação de missão
cumprida por parte dos participantes,
foi identificado e estabelecido o
grupo ICT (composto pelo grupo dos
Boletim do IIAM
participantes deste seminário) que
irá implementar o projecto a partir
dos seus países; foi estabelecido o
plano estratégico para o projecto
ICART regional; foram categorizados
os parceiros envolvidos no sistema
CKMS; foi criada a matriz de analise
das necessidades de informação dos
diferentes parceiros; foi estabelecido
o plano de acção estratégico do
ICART regional e nacional; e foi
executado o treinamento em uso das
Ferramentas do ICT no portal AIMS.
(Sostino Mocumbe/DFDTT/DDIC e
Jorge Francisco/DARN/GIS)
IIAM Capacita o INAS em Matérias de Gestão de Ciclo de Projectos
Sociais
A
Direcção
de
Formação,
Documentação e Transferência de
Tecnologias (DFDTT) do Instituto de
Investigação Agrária de Moçambique
(IIAM) realizou no período de 30 de
Julho a 19 de Agosto de 2008 o curso
sobre Gestão do Ciclo de Projectos
Sociais para os técnicos do Instituto
Nacional de Acção Social (INAS) e
suas delegações da cidade de Maputo
e Matola.
A capacitação que teve lugar nas
instalações da DFDTT, emerge na
sequência dum concurso público
promovido pelo INAS. Com esta
formação pretendia-se que os
participantes fossem capazes de
identificar
projectos/programas
relevantes para a redução da pobreza
em conformidade com o contexto
local e as políticas do sector; usar as
técnicas adequadas para identificação
de projectos /programas sociais,
seleccionar os beneficiários dos seus
programas; fazer análise, planeamento
e gestão das intervenções; determinar
os princípios básicos da monitoria
e avaliação do impacto e como usálos na gestão de projectos; escrever
e apresentar uma proposta de um
projecto social; e facilitar processos
participativos de elaboração de
projectos.
O Curso de Gestão de Ciclo de
Projectos Sociais teve um enfoque
fundamentalmente prático através
da simulação do diagnostico,
planeamento e implementação do
projecto, recorrendo a palestras
participativas e trabalhos em grupos
que culminaram com apresentações e
debates em plenário.
“Este curso é essencialmente
interactivo, portanto, a metodologia
usada é participativa, onde não
existe um formador como tal,
mas um facilitador que mostra os
passos que devem ser tomados em
consideração com vista a elaboração
do projecto”, esclareceu Eng. Alcino
das Felicidades, Coordenador da
Formação do IIAM.
Com a presença da Sra. Directora
da DFDTT Dra. Paula Pimentel, a
abertura formal do curso foi feita pela
Sra. Directora Nacional do INAS,
Dra. Lúcia Bernardete Mairosse,
tendo salientando o seguinte: “Já
têm um certo conhecimento sobre
desenho de projectos, no entanto, é
necessário fazer uma consolidação
e uniformização das técnicas usadas
pelos técnicos dentro da instituição.
Pretendemos que depois da formação
os participantes sejam capazes de
começar a fazer formações para os
colegas das Delegações do INAS nas
províncias”.
Com cerca de 18 participantes o curso
tangeu temas como: identificação
dos projectos, formulação de
projectos, apreciação de projectos,
implementação de projecto e
comunicação, monitoria e avaliação
de projectos, técnicas de facilitação em
programas participativos e formulação
de projectos pelos participantes.
Na visão dos participantes “o
programa do curso esteve de acordo
com a área de actuação do INAS e
os conhecimentos e as habilidades
adquiridos vão ajudar os participantes
a melhorar a elaboração de projectos
sociais”. (Sostino Mocumbe/DFDTT/
DDIC, Alcino das Felicidades/
DFDTT/DF)
Publicidade
5
Boletim do IIAM
INVESTIGAÇÃO
Avaliação dos efeitos de diferentes substratos e do fertilizante NPK
12:24:12 na aclimatização ex vitro de plântulas de mandioca (Manihot
esculenta Crantz) propagadas in vitro.
S. Matsimbe (IIAM); O. Quilambo (UEM); A. Zacarias (IIAM); C. Martins (IIAM); A. Sitoe (IIAM) & C. Do Vale (IIAM).
Materiais & Métodos
Campo com plantas propagadas in vitro apos a aclimatização ex vitro.
Introdução
A cultura de tecidos é um método
efectivo de eliminação de viroses
e multiplicação rápida de material
são (Jorge et al., 2000). Todavia,
a disseminação de plantas de
mandioca propagadas in vitro tem
sido difícil devido as baixas taxas
de sobrevivência que se verificam
durante a transferência das plantas
para as condições ex vitro (Jorge et al.,
2001). Esta transferência, denominada
aclimatização, é uma passagem crítica
e representa, em muitos casos, factor
limitante para a propagação in vitro
da mandioca.
marcada influência no enraizamento
adventício e sobre a qualidade das
raízes formadas (Hoffmann et al.,
2001). O NPK, por promover o vigor e
o desenvolvimento radicular da planta
(Segovia et al., 2002), também pode
ter papel importante para o rápido
estabelecimento das plântulas durante
esta fase.
O objectivo deste trabalho foi de
avaliar os efeitos de 3 diferentes
substratos e do NPK durante a
aclimatização ex vitro de plântulas de
mandioca propagadas in vitro.
A aclimatização ex vitro é definida
como uma adaptação das plântulas
transferidas das condições in vitro
para o ambiente natural, geralmente
uma estufa ou campo.
Um dos factores chave da
aclimatização é o substrato, uma vez
que constitui um factor externo de
6
Plântulas de mandioca in vitro selecionadas
para a aclimatização ex vitro na estufa.
O ensaio foi montado nas estufas do
IIAM entre Fevereiro a Abril de 2006.
Plantas de mandioca propagadas in
vitro no Laboratório de Biotecnologia
e seleccionadas de acordo com
altura (5 a 7 cm); número de folhas
e desenvolvimento radicular foram
transferidas para a estufa onde, foram
retiradas dos tubos de ensaio, lavadas
com água corrente para remoção
do meio de cultura aderido as raízes
(Roca et al., 1984) e transplantadas
em bandejas (44*30*7 cm) contendo
substratos, previamente preparados,
mantidas em condições com altos
níveis de humidade relativa (IITA,
2002) [reduzida gradualmente a partir
dos 8 até aos 16 DAT (dias após o
transplante)] providenciada pelas
câmaras de humidade na estufa.
Estabelecimento das camaras de humidade
na estufa.
O
delineamento
experimental
utilizado foi o completamente
casualizado com 6 tratamentos
por variedade (Chinhembue e
6 Meses), com 30 plantas por
tratamento. Três diferentes substratos
foram
considerados:
Hygromix+Vermiculita (HV) (3:1 v/v), Solo
arenoso+Estrume bovino (SE) (3:1
v/v) e Vermiculita+Estrume bovino
(VE) (3:1 v/v) nos quais foram
adicionados (T4, T5 e T6) ou não (T1,
T2 e T3) 2g/L do NPK 12:24:12. Aos
INVESTIGAÇÃO
52 DAT foram avaliadas as taxas de
sobrevivência e de crescimento (AF
= área foliar; CR = comprimento da
raiz; PMFPA = peso da matéria fresca
da parte aérea; PMFPR = peso da
matéria fresca da parte radicular e NF
= número de folhas e NR = número
de raízes).
Avaliação da sobrevivência foi feita
por análise numérica enquanto os
dados relativos ao crescimento (CR,
NF e NR) foram submetidos a análise
de variância complementada pela
comparação das médias através do
teste de Tukey (HSD) com intervalo
de confiança de 5% (Flower & Cohen,
1996).
Bandejas contendo plântulas após a remoção
das câmaras de humidade.
Resultados & Discussões
Os resultados obtidos mostraram
que, independemente da variedade e
da dose do NPK aplicada, o HV (T2
e T5) foi o substrato que proporcioniu
maior índice sobrevivência (> 70%)
contrastando com os outros dois
substratos [SE (T1 e T4) e VE (T3
e T6)] nos quais o índice foi baixo
(<35%). O sucesso do HV pode estar
relacionado com a sua composição
química que é equilíbrada além da sua
uniformidade física, diferentemente
do que ocorre com os outros
substratos. Este substrato caracterízase pela baixa densidade; adequada
porosidade, drenagem e aeração; boa
economia hidrica e nutritiva. Estas
características, segundo Maciel et
al. (2002) determinam a adaptação
das plantas as condições ex vitro. O
NPK promoveu maior sobrevivência
das plantas no entanto, apenas
proporcionou maior diferênça entre
os tratamentos no substrato SE, onde
a presença do NPK (T4) superou o
tratamento sem NPK (T1), isto pode
ser justificado pela acção positiva do
NPK no promoção e desenvolvimento
radicular das plantas (Segovia et
al., 2002) atendendo que as raízes
formadas em meio de cultura in vitro
são de baixa qualidade constituindo
uma das causas da baixa sobrevivência
(Hoffmann et al., 2001).
A avaliação do crescimento mostrou
significância dos efeitos dos substratos
no NF, NR e CR. Estes resultados
coincidem com as conclusões de
Hartmann et al. (1990) que referem
que os principais efeitos dos substratos
manifestam se sobre as raízes, podendo
acarretar algumas influências sobre o
crescimento da parte aérea. De facto
durante o processo da aclimatização,
houve um incremento no NF e NR em
plantas dos substratos HV e SE. O CR
apenas foi significativo na variedade
6 Meses, onde os substratos HV e SE
superaram o VE.
Transplante das plantulas nas bandejas
contendo substrato.
Boletim do IIAM
Conclusões
Nas condições deste trabalho concluise: i) o substrato HV promoveu maior
índice de sobrevivência e crescimento
das plântulas, sendo o mais adequado
para a aclimatização ex vitro,
enquanto o VE foi o menos eficiente;
ii) a aplicação do NPK produziu maior
diferença entre os tratamentos em
termos de sobrevivência no substrato
SE e iii) a expressão significava do
crescimento das plantas verificou-se
no NF, NR e CR, onde os substratos
HV e SE registaram os melhores
resultados.
Recomendações
Diante do constatado, recomenda-se
que sejam feitos outros experimentos
desta natureza, de forma: 1) a avaliar o
efeito dos outros factores relacionados
com a aclimatização ex vitro 2)
formular substratos preparados a base
de materiais disponíveis localmente
e de baixo custo (por exemplo:
serradura; fibras da casca do coco,
etc) por forma a reduzir-se os custos
desta metodologia.
dr. Sofrimento Matsimbe, em plena actividade.
7
Boletim do IIAM
REPORTAGEM
EZC Acolhe mais um Dia de Campo
o de gado de leite e, mais tarde o
Banco de Germoplasma. Seguiu-se
a demonstração de um ensaio que
compreendeu a mistura de bagaço de
copra, ureia e sal. Rumou-se ao ovil e,
por fim, visitou-se o campo de capim
elefante.
Com a presença de representantes
das Associações dos Criadores, Chefes
Tradicionais, Serviço Distrital de
Actividades Económicas, ONG’s, do
Governo (na pessoa do administrador
do distrito), o evento, tornou-se
num processo de aprendizagem
consubstanciado em mini-palestras de
local em local por onde os participantes
eram condicionados a visitar.
O Chefe da Estação Zootécnica de Chobela e a Directora Técnica da DCA saudando os presentes
ao dia de campo.
A Direcção de Ciências Animais
(DCA) do Instituto de Investigação
Agrária de Moçambique (IIAM)
realizou mais um dia de campo. O
evento que teve lugar a 06 de Agosto do
ano em curso, na Estação Zootécnica
de Chobela (EZC), no distrito de
Magude, província de Maputo,
aglutinou quadros do Instituto de
Investigação Agrária de Moçambique
a vários níveis, representantes das
associações dos criadores de gado
locais, representantes das autoridades
tradicionais, regulado e órgãos de
comunicação a fim de testemunhar as
actividades em curso naquela estação
científica.
“Pretendemos com este dia de
campo partilhar com colegas e
parceiros um pouco das actividades
desenvolvidas na EZC e que por via
disso possamos receber contributos
visando a melhora-las de modo a bem
servir o nosso público-alvo”, afirmou
Dra. Rosa Costa, Directora Técnica
da DCA na abertura do evento.
Dra. Rosa Costa, Directora Técnica da DCA
em seu discurso de abertura.
O chefe da estação Zootécnica de Chobela
intervindo perante os presentes ao dia de
campo.
es aos
8
A visita que abarcou todos os pontos
que caracterizam as actividades da
EZC, teve o seu início no viveiro
de espécies forrageiras, passou pelo
sector de gado de corte, depois,
Na visita ao viveiro de espécies
forrageiras, foi notório o entusiasmo
dos participantes, na medida em que,
vinham convivendo com maior parte
delas sem, no entanto, reconhecerlhes suas potencialidades nutritivas
para os animais.
“Temos visto estas plantas crescendo
em nossos campos, sobretudo, nas
baixas da nossa zona”, exclamou um
criador não conseguindo conter o
entusiasmo.
Os especialistas do IIAM afectos
a EZC, tomaram o momento como
oportunidade única para debruçarse acerca da conservação de
cilagem, evidenciando-a como uma
tecnologia alternativa a ser adoptada
pelos criadores, para ultrapassar o
constrangimento do baixo peso de
seus animais na época fresca.
No decurso da visita, os criadores
manifestaram vontade de beneficiar
das tecnologias apresentadas, dentre
as quais, a inseminação artificial, visto
que, garante com que as fêmeas de
seu rebanho, reproduzam sem serem
cobridas por um macho, merecendo,
deste modo, a oportunidade de tal,
ocorrer por via da inseminação do
sémen duma espécie de alta patente
num número e momento controlados.
REPORTAGEM
Na multiplicação de espécies
forrageiras, alguns dos visitantes
ficaram com vontade de adquirilas para posterior multiplicação
em seus próprios espaços e, em
resposta, a EZC comprometeu-se a
fornecer sementes de capim elefante,
tendo deixado claro que as que se
apresentam já em planta ser-lhe-ão
vendidas a preço simbólico de modo
a garantir a ininterrupta reprodução e
conservação das mesmas.
A efectivação deste ponto em
particular está associada as acções que
se antevêem, sendo que, parafraseando
o discurso de fecho do evento
avançado pelo Dr. Zacariais Massango
(Chefe da EZC), “avisinham-se
Boletim do IIAM
acções com destaque para o projecto
das galinhas e a moringa que ainda
no decurso do mês de Agosto se
pretende com ele atingir 84 famílias
visadas em que metade se supõe que
irão tratar de galinhas para a produção
de ovos, enquanto a outra metade será
para a produção de carne”. (Sostino
Mocumbe / DDIC / DFDTT)
EAU Beneficia de Reabilitação no seu Sistema de Rega
Este fenómeno propiciou uma
paragem sistemática de muitos ensaios
que a Estação vinha desenvolvendo.
“A pouco mais de 4 anos que não
nos aproveitamos integralmente do
verdadeiro potencial do nosso sistema
de rega, isto é, usamos apenas 20%
dos 100 ha disponíveis no nosso
terreno, facto que propiciou que
alguns dos ensaios fossem realizados
condicionalmente, assim sendo, a
compra de duas bombas e a reabilitação
parcial do canal é, sem dúvida, uma
mais valia para a EAU”, afirmou Eng.
Celestino Simpho, Chefe da EAU.
As duas bombas terão a capacidade para 700 metros cúbicos de água por hora, prevendo atingir
cerca de 100 hectares de terras disponíveis.
A Estação Agrária de Umbelúzi
(EAU) do Instituto de Investigação
Agrária de Moçambique (IIAM) vive
desde primeira semana de Agosto
do ano em curso, um processo de
reabilitação do sistema de regadio
no seu recinto, no distrito de Boane.
Com fundos do Banco Mundial
(BM) orçado em cerca de 50 mil
dólares, o Grupo Consultivo para
Pesquisa Agrária Internacional (sua
denominação em Inglês CGIAR)
lidera a iniciativa encetada no âmbito
da “Reunião Geral Anual” a ter lugar
em Maputo no mês de Dezembro de
2008.
“Porque grande parte de nossas
actividades encontram-se no norte
do país e não achando necessário
deslocar convidados em tamanhas
distâncias,
programamos
que
durante a Reunião Geral Anual do
CGIAR haja um dia de campo na
Estação Agrária de Umbelúzi onde
em coordenação com os programas
nacionais do IIAM, o grupo antevê
algumas sessões de demonstração de
parte de suas actividades em curso
em Moçambique”, informou Sicco
Kolijn o coordenador do processo de
reabilitação do regadio.
Para o efeito, o Secretariado do
CGIAR, ainda por volta de finais de
Abril e princípios de Maio do corrente
ano, num dos encontros de preparação
da sua Reunião Geral Anual, decidiram
apoiar a EAU, intermediando o
financiamento e acompanhamento do
processo de reabilitação do regadio.
Refira-se que desde 2004, as duas
bombas que vinham alimentando
o sistema de rega na EAU foram
forçadas a parar de funcionar devido
a uma avaria diagnosticada no seu
sistema operativo.
Deste modo, a reabilitação abrangeu
a compra e montagem de duas novas
bombas de fabrico Japonês que
funcionam a energia à empresa sulafricana sedeada em Nelspruit, na
República Sul Africana (RSA).
A fase subsequente corresponde
à reabilitação de canais do sistema
de rega que conduzem a água aos
campos de ensaio da EAU, visto que,
já denunciava algumas características
de avançado estado de degradação.
Sendo as bombas, de grande
capacidade, irão, sem dúvida,
contribuir para dinamizar o exercício
científico traduzido em ensaios que
consiste na justificação primária da
existência da EAU.
“As duas bombas juntas têm uma
capacidade de 700 metros cúbicos
por hora, prevendo atingir cerca de
100 hectares de terras disponíveis
na EAU”, enalteceu Sicco Kolijn.
(Sostino Mocumbe / DDIC / DFDTT)
9
Boletim do IIAM
DIVULGAÇÃO
Cientistas Preocupados com Maneio de Contaminações por
Aflatoxinas
de gestão e controle; uma análise
sobre o desenvolvimento da aflatoxina
durante o movimento na cadeia
de valores desde o campo ate ao
consumidor para melhor identificação
dos pontos críticos de controle; um
desenvolvimento de tecnologias
práticas de controle biológico
para reduzir a vulnerabilidade das
plantações à contaminação por
aflatoxinas; uma criação dum sistema
prático de maneio e monitoria de
aflatoxinas que sirva para determinado
ecossistema com as tecnologias
existentes; e um desenvolvimento
dum plano de intervenção para
milho e amendoim e apoiar na sua
implementação.
Milho infectado pela Aflatoxina.
Cientistas desenvolveram uma forma
eficaz de controlo biológico de fungos
que produzem elementos tóxicos que
afectam alguns produtos agrícolas e
coloca em sérios riscos a saúde dos
humanos na Africa Sub-Sahariana.
quer nos campos de ensaio, ainda no
ambiente controlado, como gestadores
de elementos não-tóxicos (atóxicos)
capazes de reduzir radicalmente a
aflatoxina no milho a partir do controle
biológico.
O
estudo
co-executado
por
pesquisadores
do
Instituto
Internacional para a Agricultura
Tropical (IITA), na Nigéria, do
Departamento Norte Americano para
Agricultura, e de três universidades,
nigeriana, alemã e norte americana,
Universidade de Ibadan, Universidade
de Bonn e Universidade de Arizona,
respectivamente, conseguiu reunir
2,127 amostras de Aspergillus, dos
quais 1,000 foram reconhecidas como
não tóxicas. No entanto, 8 espécies
promissoras de Aspergillus flavus,
responderam
positivamente
aos
sucessivos testes quer no laboratório
Refira-se que, no transacto ano de
2007, cientistas avançaram com um
teste da eficácia do novo mecanismo,
a grande escala ao nível da Nigéria
10
No mês de Junho do ano em curso,
pesquisadores do IITA avançaram
com uma proposta de maneio de
contaminações por aflatoxinas no
milho e no amendoim nas maiores
zonas de produção de Moçambique. O
documento prevê uma caracterização
da distribuição geográfica de
aflatoxinas nas maiores zonas de
produção de milho e amendoim no
intuito de definir a melhor estratégia
As espécies que produzem a
aflatoxina de Aspergillus flavus
de acordo com o IITA são o fungo
que provoca contaminações em
aflatoxina que impede o crescimento
e desenvolvimento de milhões de
crianças em Africa.
A contaminação da Aflatoxina é
largamente abrangente no panorama
agrícola em Africa, resultando em
milhões de pessoas expostas ao
crónico envenenamento químico nas
dietas prevalescentes. O tão propalado
“Fungo Queniano Assassino”, um
familiar distante do fungo em causa,
foi responsável por cerca de 125
mortes no decurso do ano 2004 no
Quénia. Exposição prolongada, ainda
que de doses menores de aflatoxina
pode resultar em cancro de fígado e
suspensão do sistema imunológico,
a qual coloca as pessoas mais
vulneráveis as doenças.
IITA esclareceu que uma equipa de
DIVULGAÇÃO
Boletim do IIAM
sinergicamente com hepatite B, vírus
causador de carcinoma hepatocelular.
Este é o câncer mais comum na Africa
Sub-Sahariana atingindo 10% da
população masculina adulta em partes
da Africa Ocidental. Muitos casos de
aflatoxicose aguda são conhecidos.
A aflatoxina tem sido ligada ao câncer e tem sido associada a crescente taxa de mortalidade
infantil.
cientistas liderada pelo Dr. Ranajit
Bandyopadhyay,
Patologista
de
plantas da instituição, usou uma
espécie atóxica altamente competitiva
de Aspergillus para eliminar seus
parentes altamente tóxicos, fazendo,
deste modo, reduzir as aflatoxinas.
“A espécie atóxica foi capaz de
reduzir a contaminação em aflatoxina
cerca de 99,8% nos campos de ensaio”,
disse Ranajit. Assim sendo, a espécie
atóxica mais eficaz pode fazer frente
a espécie tóxica em grãos até cerca de
99% depois de espalhado no campo.
O próximo passo é o de testar a
eficácia de bio-controlo depois de
espalhadas as espécies múltiplas em
larga escala nos campos de ensaio
em vários locais da Nigéria. “O
projecto de bio-controlo está na sua
fase mais avançada onde precisamos
de finalmente provar que a espécie
atóxica pode reduzir radicalmente as
contaminações de aflatoxina numa
situação real de produção agrária”,
disse Ranajit.
A espécie atóxica segura foi
identificada depois de rigorosamente
testadas centenas de espécies
colectadas do milho bolorento
armazenado pelos produtores na
Nigéria. “Neste caso, o uso de
espécies atóxicas indígenas, e não
importadas, é crucial para garantir que
espécies libertadas sejam adequadas
a condições locais e resistentes ao
ecossistema local”, Dr. Peter Cotty do
Departamento Norte Americano de
Serviços de Pesquisa Agrária. Refirase que a pesquisa foi fundada pelo
governo Alemão (BMZ/GTZ).
A contaminação do milho, o maior
cereal na dieta africana, pela aflatoxina
é crónica e difundida transformando-a
no maior factor de risco na saúde e bem
estar, particularmente nas crianças. Em
Benin e Togo, os níveis de aflatoxina
no milho atinge em média 5 vezes o
limite seguro de 20 partes por bilião
em mais de 30% de armazenistas
de grão. Como resultados, pessoas
têm sido expostas a altos níveis de
aflatoxina e as consequências têm
sido amplamente ignoradas.
Recentemente, estes causaram a
morte de cerca de 125 quenianos
em 2004 com réplicas em 2005,
2006 e 2007. Os efeitos crónicos da
aflatoxina são abrangentes e perigosos,
sobretudo, para as crianças. Cerca de
50% em 4.5.milhões de mortes na
Africa Sub-Sahariana em crianças com
idades inferior a 5 anos foi associada
a baixa nutrição e constrangimentos
no crescimento. Importa referir que a
Aflatoxina também estanca a reacção
imunológica, incrementando, deste
modo, a susceptibilidade a doenças
(Ex.: HIV e Malária), e possivelmente,
compromete a eficácia das vacinas.
A toxicidade extremamente alta da
aflatoxina nos humanos e animais
quando localizada na comida e
alimentar-se tem conduzido a controles
regulares. De até certo ponto, produtos
alimentares africanos falham penetrar
grande parte dos mercados porque os
países importadores estabeleceram
padrões de altos níveis de qualidade,
particularmente, o milho e o
amendoim. Este fenómeno gera uma
perda substancial nos rendimentos ao
nível da comercialização agrícola com
efeitos nefastos, sobretudo, no bem
estar das populações rurais africanas,
uma vez que, na sua maioria, de
tal dependem. (Sostino Mocumbe/
DFDTT/DDIC)
A aflatoxina tem sido ligada ao câncer
e tem sido associada a crescente taxa
de mortalidade infantil em conexão
com o kwashiorkor. A aflatoxina age
11
Boletim do IIAM
ÚLTIMAS
DFDTT Presta Homenagem a Funcionários Reformados
dúvida a prevalecente entre os
colegas que ao beneficiar da palavra,
tomaram-na como oportunidade para
tecer algumas palavras de apreço aos
homenageados.
A homenagem conheceu sua
apoteose quando das mãos da Dra.
Paula Pimentel (DT da DFDTT), numa
acção motivada pela necessidade de
manter o IIAM em suas mais nobres
recordações, os visados receberam
presentes pelos anos de serviço
prestados na Direcção.
Os homenageados ladeados pelo Director Geral do IIAM e pela Directora Técnica da DFDTT.
A
Direcção
de
Formação,
Documentação e Transferência de
Tecnologias (DFDTT) do Instituto de
Investigação Agrária de Moçambique
(IIAM), conheceu um momento
especial no dia 12 de Setembro do
ano em curso, ao prestar homenagem
a três colegas que com perspicácia
e exemplaridade completaram o
período regulamentar de sua missão
laboral, instituído pelo Estatuto
Geral dos Funcionários do Estado,
nomeadamente, Ernesto Domingos
Chale, Bande Ofisso Chirindza e
Jeremias Bila. O evento que teve
lugar nas instalações do IIAM e,
foi presidido pelo Dr. Calisto Bias,
Director Geral, coadjuvado pela Dra.
Paula Pimentel, Directora Técnica da
DFDTT.
“Agradecemos o tempo que ficaram
connosco, esperamos que continuem
com saúde, tomem a reforma para
merecidamente repousar, mas, não
se esqueçam de nos visitar assim que
tiverem algum vagar e, louvamos a
iniciativa da DFDTT por este evento”,
afirmou Dr. Calisto Bias, Director
Geral do IIAM.
Quadros vinculados a DFDTT
testemunharam o evento que,
certamente, ficará indelevelmente
marcado
na
mente
dos
homenageados.
Ernesto Domingos Chale e Jeremias
Bila que trabalharam como Chefe
Administrativo e Agente de Serviço,
respectivamente e, Bande Ofisso
Chirindza que beneficiou de rescisão
de contrato por idade, não foram
capazes de esconder o entusiasmo
diante da vénia prestada pelos colegas
que nos mais diferenciados momentos,
conjuntamente foram desempenhado
a sua tarefa.
“Foi gratificante e enriquecedor
trabalhar convosco e seguramente
sentiremos vossa falta” foi sem
Um dos homenageados recebendo uma prenda
das mãos da Directora Técnica da DFDTT.
Os homenageados foram unânimes
ao afirmar que “faltam palavras
para classificar tamanha satisfação
e gratidão pela iniciativa da DFDTT
e que os jovens recém ingressados
no aparelho do Estado, sejam fortes
e perseverantes profissionalmente,
sobretudo, no que tange ao HIV/
SIDA
que tem ceifado muitas
vidas de funcionários desde que foi
diagnosticado em Moçambique”.
(Sostino Mocumbe / DDIC / DFDTT)
Director: Doutor Calisto Bias. Editora: Paula Pimentel (DFDTT). Coordenação de Produção: Américo Humulane. Revisão: Roseiro M. Moreira.
Redacção e Colaboração nesta Edição: Paula Pimentel, Américo Humulane, Marta Francisco, Sostino Mocumbe e Sofrimento Matsimbe.
Maquetização: Manuel Cossa. Fotografia: Arquivo de colaboradores. Impressão: Reprografia do IIAM. Tiragem: 500 exemplares. Sede: Av. das FPLM, 2698.
Internet: http//www.iiam.gov.mz. Email: [email protected]. Telefone: 21 460219. Fax: 21 460220.
Propriedade: Instituto de Investigação Agrária de Moçambique. Distribuição Gratuíta: DISP.REG/GABINFO-DEC/2006.
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