from abro.org.br - Associação Brasileira de Radiologia

Transcrição

from abro.org.br - Associação Brasileira de Radiologia
1
2
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
EDITORIAL
Revista ABRO: informação e atualização
A Revista da ABRO tem como alvo principal o nosso
associado. Assim, instituiu-se a sessão Atualização, em que
renomados professores da Radiologia Odontológica
Brasileira, gentilmente atendendo nosso convite, estão
contribuindo para que os profissionais clínicos tenham
acesso mais fácil a temas atuais de Radiologia. Contamos
com a valiosa contribuição do Prof. Dr. Israel Chilvarquer no
número anterior, que comentou sobre o tema Tomografia
Computadorizada de Feixe Cônico. Neste número, o Prof. Dr.
Paulo Sérgio Flores Campos, nos presenteia com um
brilhante artigo sobre Articulação Temporomandibular, que
devido à complexidade do tema será dividido em duas partes.
Também divulgamos os resumos dos trabalhos
apresentados durante a XV Jornada, realizada no Rio de
Janeiro. À frente de mais uma edição da Revista da ABRO,
temos que agradecer aos profissionais que compreenderam
a importância de publicarem suas pesquisas e casos clínicos
na nossa revista; aos nossos consultores científicos que
prontamente tem nos atendido; e aos nossos patrocinadores
por, juntamente com a Associação Brasileira de Radiologia
Odontológica, proporcionarem mais uma fonte de informação
aos nossos associados.
Profa. Dra. Solange Maria de Almeida
Editora
EXPEDIENTE
Revista da ABRO – órgão de divulgação científica da Associação
Brasileira de Radiologia Odontológica (www.abro.org.br), que
tem como objetivo a publicação de artigos de pesquisa básica e
aplicada, artigos de atualização e casos clínicos no campo da
Radiologia Odontológica. Distribuída gratuitamente aos associados,
faculdades de Odontologia e associações cadastradas na ABRO. O
título abreviado do periódico é Rev ABRO.
Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Presidente
Dr. Manoel Perboyre Gomes Castelo
Vice-Presidente
Dra. Marta Suzana Holanda de Sá
1º Tesoureiro
Dr. Perboyre Gomes Castelo Júnior
2º Tesoureiro
Dr. José Osmar Vasconcelos Filho
1º Secretário
Dra. Sandra Régia Albuquerque Ximenes
2º Secretário
Dr. Lúcio Mitsuo Kurita
Conselho fiscal
Titulares
Dr. Frab Norberto Bóscolo
Dr. João Batista Sobrinho do Nascimento Neto
Dr. José Ribamar de Azevedo
Suplentes
Dr. Mike Bueno
Dra. Luciane Farias de Araújo
Dr. Paulo Sérgio Flores Campos
Corpo Editorial
Editor responsável
Solange Maria de Almeida - FOP/UNICAMP
[email protected]
Editores Associados
Frab Norberto Bóscolo – FOP/UNICAMP
Francisco Haiter Neto – FOP/UNICAMP
Paulo Sérgio Flores Campos – FO/UFBA
Consultores Científicos
Benjamin Martinez Rondanelli – Universidad Mayor (Chile)
Claúdio Costa – FO/USP
Elismauro Francisco de Mendonça – FO/UFGO
Emiko Saito Arita – FO/USP
Fabrício Mesquita Tuji – FO/UFPA
Fernando Henrique Westphalen – PUC/PR
Flávio Ricardo Manzi – PUC/MG
Gulnara Scaf – FOA/UNESP
Israel Chilvarquer – FO/USP
Isabel Regina Fischer Rubira Bullen – FOB/USP
Jane Luiza Freire Matos – FO/UFBA
João Batista Sobrinho do Nascimento Neto – FOP/PE
Júlio César de Melo Castilho – FOSJC/UNESP
Karina Lopes Devito – FO/UFJF
Marcelo de Gusmão Paraíso Cavalcante – FO/USP
Márcia Rejane Brucker – FOP/PE
Márcio Correa – FO/UFSC
Maria Luiza dos Anjos Pontual – FO/UFPA
Maria Eli Leonelli de Moraes – FOSJC/UNESP
Marlene Fenyo Pereira – FO/USP
Melissa Feres Damian – FO/UFPEL
Monica Costa Armond – UNINCOR/MG
Murilo José Nunes de Abreu Junior – FO/UFSC
Nilson Pena Segundo Neto - FO/UFBA
Plauto Christopher Aranha Watanabe – FORP/USP
Rejane Faria Ribeiro Rotta – FO/UFGO
Rívea Inês Ferreira – UNICID/SP
Sérgio L. P. de Castro Lopes – FO/UFPEL
Vânia Regina Camargo Fontanella – ULBRA-FO/UFRS
Jornalista Responsável
Fabiana Maria Groppo (MTB: 31.280)
Editoração
Miriam Miranda
Impressão
Gráfica Riopedrense
Tiragem
1.000 exemplares
Os conceitos e opiniões contidos neste veículo são de
responsabilidade exclusiva do(s) autor(es), não expressando, a priori,
os interesses da ABRO. É proibida a reprodução total ou parcial do
conteúdo sem a devida autorização.
Contato: [email protected]
3
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
SUMÁRIO
4
05
ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR - ANATOMIA E DIAGNÓSTICO POR IMAGEM (PARTE I)
Temporomandibular Joint: Anatomy and Imaging Diagnosis (Part I)
Paulo Sérgio Flores CAMPOS, José Aderval ARAGÃO, Francisco Prado REIS.
11
AVALIAÇÃO DA DENSIDADE ÓSSEA RADIOGRÁFICA DE RATOS SUBMETIDOS À CASTRAÇÃO
UTILIZANDO IMAGENS DIGITAIS
Evaluation of the radiographic bone density of rats submitted to the castration using digital images
Mari Eli Leonelli de MORAES, Paula Cristina SERI, Carola Gómez ÁGREDA, Luiz Cesar de MORAES,
Edmundo MEDICI FILHO, Julio Cezar de Melo CASTILHO.
17
OSTEOPETROSE: COMPLICAÇÕES ORAIS E ASPECTOS RADIOGRÁFICOS DE INTERESSE EM
ODONTOLOGIA
Osteopetrosis: oral complications and radiographic aspects of interest to Dentistry
Viviane BURGOS, Frederico Sampaio NEVES, Ieda CRUSOÉ – REBELLO, Paulo Sérgio Flores
CAMPOS.
21
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES INCIDÊNCIAS DA TÉCNICA DA BISSETRIZ NA DISTORÇÃO DA IMAGEM
RADIOGRÁFICA PERIAPICAL
Evaluation of different incidence in the bisecting angle technique in the periapical radiographic
distortion
Ellen Gaby NEVES, Maria de Paula CALDAS, Danna Mota MOREIRA, Juliana Dias DUTRA, Frab
Norberto BÓSCOLO.
25
AVALIAÇÃO DA CORTICAL ÓSSEA DO FÊMUR DE RATAS MEDICADAS COM CORTICÓIDE E
BIFOSFONATO
Assessment of the femoral cortical in female rats medicated with corticosteroid and biphosphonate
Celia Regina Winck MAHL, Kilian CHRISTMANN, Vania Regina Camargo FONTANELLA.
29
ESTUDO COMPARATIVO DA DISTORÇÃO VERTICAL ENTRE RADIOGRAFIAS DE DIAGNÓSTICO,
ODONTOMETRIA E OBTURAÇÃO FINAL EM DENTES TRATADOS ENDODONTICAMENTE
A comparative study among the diagnosis of periapical radiography, odontometry and final obturation
with teeth in endodontic treatment
Marina Sant’Ana GAZOLLA, Mônica Costa ARMOND, Virginia Kelma dos Santos SILVA, Rodrigo
GENEROSO.
34
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS RADIOGRAFIAS CEFALOMÉTRICAS LATERAIS DE UM SERVIÇO DE
RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA
Evaluation of lateral cephalometric radiograph quality performed in a radiological dental office
Daniela Pita de MELO, Flávia Maria de Moraes RAMOS, Andréa dos Anjos PONTUAL, Luciana
AGUIAR, Paulo Sérgio Flores CAMPOS.
38
PREVALÊNCIA DE ANOMALIAS DENTÁRIAS EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRATAMENTO
ODONTOLÓGICO
Prevalence of development dental anomalies in patients undergoing dental treatment
Betania Fachetti RIBEIRO, Déborah Paraíso Pitta IGLESIAS, Cristina Ruan Ferreira de ARAÚJO,
Alexandre Pinto MAIA, Ana Miryam Costa de MEDEIROS.
42
CLINIC AND RADIOGRAPHIC FINDINGS OF AN UNUSUAL TEETH ROOT THICKNESS: CASE REPORT
Achados clínicos e radiográficos de espessamento incomum em raízes dentais: Relato de caso
Virgílio Moreira RORIZ, Jerry BORGES, Raphael Navarro AQUILINO, Nayene Leocádia Manzutti EID.
45
XV JORNADA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA - RESUMOS DE
TRABALHOS - APRESENTAÇÃO ORAL
51
XV JORNADA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA - RESUMOS DE
TRABALHOS - PAINÉIS
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
ATUALIZAÇÃO
ARTICULAÇÃO TEMPOR
OMANDIBULAR - ANA
TOMIA E
TEMPOROMANDIBULAR
ANAT
DIA
GNÓSTICO POR IMA
GEM (P
ARTE I)
DIAGNÓSTICO
IMAGEM
(PARTE
Temporomandibular Joint: Anatomy and Imaging Diagnosis (Part I)
Paulo Sérgio Flores CAMPOS1, José Aderval ARAGÃO2, Francisco Prado REIS3
1
Professor Associado de Radiologia da FO-UFBA, Professor Participante do Programa de Pós-Graduação em Radiologia da
FOP-UNICAMP, Livre-Docente em Radiologia pela FO-USP
2
Mestre em Morfologia, Professor de Anatomia Humana da Universidade Tiradentes, Professor de Anatomia Humana,
Departamento de Morfologia da Universidade Federal de Sergipe
3
Doutor em Morfologia, Professor Titular de Neuroanatomia da Universidade Tiradentes.
RESUMO
Discorremos, nesta primeira parte do nosso trabalho, sobre o desenvolvimento, a anatomia e os aspectos funcionais da
articulação temporomandibular.
PALAVRAS-CHAVE:
Anatomia; Articulação temporomandibular; Disco da articulação temporomandibular.
INTRODUÇÃO
Embora seja um centro de ossificação endocondral e tenha
origem no primeiro arco branquial (arco faríngeo ou
mandibular), o côndilo (cabeça da mandibula) não se
desenvolve a partitr da extremidade cranial da cartilagem de
Meckel, e sim de um blastema lateral a esta. Em verdade,
forma-se primeiro o blastema que dará origem ao componente
temporal (que se ossifica primeiro), para em seguida ocorrer
a diferenciação das células que darão origem ao côndilo vindo este a ossificar-se subsequentemente. Surge então o
espaço articular inferior, para depois surgir o espaço articular
superior. Entre os espaços articulares diferencia-se o
blastema que dará origem ao músculo pterigóideo lateral. O
desenvolvimento estrutural e funcional dos componentes
ósseos articulares (côndilo mandibular e componente
articular temporal - fossa mandibular e eminência articular)
determinarão, então, a diferenciação deste segmento de
tecido muscular em disco articular.
A articulação temporomandibular (ATM) é uma articulação
sinovial de difícil enquadramento, sendo, ante a forma das
suas superfícies articulares e complexidade dos seus
movimentos biaxiais, melhor considerada como gínglimoartrodial ou, o que vem a ser o mesmo, gínglimo-deslizante.
Gínglimo devido à rotação do côndilo contra fossa mandibular,
num primeiro momento, e deslizante devido à translação
condilar ao longo da sinuosa superfície articular do temporal,
num segundo momento da abertura de boca. Em verdade, a
ATM é, dentre as articulações do corpo humano, uma das que
apresentam o mais amplo movimento de deslizamento.
A ATM é também peculiar por ser uma das poucas
articulações sinoviais cujas superfícies ósseas articulares
são cobertas por tecido fibroso, e não cartilaginoso. Ademais,
a ATM é a nossa única articulação sinovial bilateral que
trabalha como apenas uma unidade funcional.
Rev ABRO. 2008; 9(2): 5-10
COMPONENTES ÓSSEOS ARTICULARES
De formato elipsóide, o côndilo mandibular exibe dimensão
látero-lateral de 2cm, em média, enquanto a sua dimensão
ântero-posterior média é de 1cm. Numa vista axial, o côndilo
mostra polos não-alinhados, ou seja, o seu eixo maior não é
perpendicular ao plano sagital mediano, isto porque o polo
lateral posiciona-se mais anteriormente que o polo medial.
Deste modo, o prolongamento do eixo maior do côndilo forma,
in vivo, com o plano coronal um ângulo de aproximadamente
20o, denominado ângulo horizontal do côndilo. Numa vista
coronal, o côndilo pode apresentar, em ordem decrescente
de frequência, formato convexo, plano, angulado ou
arredondado, sendo este mais frequente em crianças.
O componente articular temporal faz parte da porção
escamosa do osso temporal. A fossa mandibular apresenta
profundidade média de 7mm, tomando-se como referência o
vértice da eminência articular. De lateral a medial e de posterior
para anterior, limitando posteriormente a fossa mandibular,
encontramos a fissura petro-timpânica. Atrás da fissura petrotimpânica temos a parede anterior da porção timpânica do
osso temporal, e limitando medialmente a fossa mandibular
encontramos a espinha do osso esfenóide. A vertente anterior
da fossa mandibular corresponde à vertente posterior da
eminência articular que, a partir do seu vértice, apresentanos a sua vertente anterior. Lateralmente à eminência articular
encontramos a raiz do processo zigomático do osso temporal
que, com o processo temporal do osso zigomático, vem a
constituir o arco zigomático.
TECIDOS MOLES INTRA-ARTICULARES
A cobertura de tecido mole das superfícies ósseas
articulares, além de fibrosa, não mostra espessura uniforme,
quer para o côndilo, quer para o componente temporal.
Caracteristicamente, o tecido mole de cobertura articular
5
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
apresenta-se mais espesso nas áreas sujeitas a maior carga
funcional, a saber: vertentes ântero-superior do côndilo e
póstero-inferior da eminência articular (fig. 1).
da banda posterior do disco alinha-se ou posiciona-se
ligeiramente anterior ao vértice do côndilo, com a zona
intermediária interposta aos contornos anterior do côndilo e
póstero-inferior da eminência articular (fig. 3). Numa vista
coronal, boca fechada, o disco assenta-se entre os polos
condilares (fig. 4).
Fig. 1. Áreas de maior espessura da cobertura de tecido mole
articular.
Interposto às superfícies ósseas articulares temos o disco
articular, estrutura fibrosa, não-inervada e não-vascularizada,
que, numa vista sagital, exibe uma banda posterior espessa,
uma zona intermediária fina e uma banda anterior também
espessa, sendo a banda posterior mais espessa que a anterior
(fig. 2). Em boca fechada e ainda numa vista sagital, a margem
Fig. 3. Vista sagital da relação entre disco e componentes
ósseos, em boca fechada, com os componentes articulares
justarrelacionados, à direita, e ligeiramente dissociados, à
esquerda.
Fig. 4. Vista coronal da relação entre disco e componentes
ósseos, em boca fechada.
Fig. 2. Configuração do disco aricular, com as bandas
espessas e a zona fina intermediária.
6
O disco divide a cavidade articular em dois espaços
absolutamente isolados entre si: espaço articular superior e
Rev ABRO. 2008; 9(2): 5-10
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
espaço articular inferior. O espaço articular superior, mais
amplo, estende-se deste a vertente anterior da eminência
articular até a fissura petro-timpânica, enquanto o espaço
articular inferior distribui-se em torno do côndilo (fig. 5). Ambos
os espaços apresentam um recesso anterior e outro posterior.
Fig. 6. Fixações anterior e posterior do disco articular. Notar o
detalhe dos vasos que caracterizam o triângulo vascular.
Fig. 5. Vista sagital dos espaços articulares: espaço articular
superior (EAS), disco (D), espaço articular inferior (EAI) e
côndilo (C).
Fixando o disco à capsula e aos componentes ósseos,
temos os ligamentos discais, que preservam a relação
anátomo-funcional entre os componentes articulares. Os
ligamentos lateral e medial (ligamentos colaterais) fixam o
disco, simultaneamente, aos correspondentes polos
condilares e à cápsula articular. O ligamento anterior do
disco prende a sua banda anterior unicamente à cápsula. O
ligamento posterior do disco liga, através da sua lâmina
inferior, a banda discal posterior ao contorno posterior do
côndilo, ao passo que a lâmina superior do ligamento prende
a mesma banda posterior ao componente temporal, no ponto
em que também se insere a cápsula articular, ou seja, na
margem anterior da sutura petro-timpânica. Entre as lâminas
ligamentares encontramos uma profusa trama vascular
(triângulo vascular), gordura e fibras nervosas, que, em
conjunto, caracterizam o que chamamos de coxim retrodiscal
(fig. 6). A lâmina superior do ligamento posterior, ao contrário
dos outros ligamentos discais constituídos de fibras
colágenas, é composta de fibras elásticas, o que lhe permite
exercer a função de leva-e-traz, conduzindo o deslizamento
do disco entre os componentes ósseos articulares quando
do movimento de abertura e fechamento de boca. Ao conjunto
lâmina superior-coxim retrodiscal-lâmina inferior do
ligamento posterior do disco dá-se o nome de zona
bilaminar.
Rev ABRO. 2008; 9(2): 5-10
CÁPSULA ARTICULAR
A cápsula apresenta duas camadas: uma externa (estrato
fibroso) e outra interna (estrato sinovial). O estrato fibroso é
constituído de tecido conjuntivo, e portanto resistente à
distensão. Para permitir os complexos movimentos condilares,
a metade supra-discal da cápsula é composta de fibras
colágenas e elásticas, sobretudo anterior e posteriormente,
enquanto a metade infra-discal é composta unicamente de
fibras colágenas.
O estrato sinovial, que pode ainda ser subdividido em
camada celular íntima e camada vascular sub-íntima, tem a
função de produzir o líquido sinovial, um composto de proteinaácido hialurônico e poucos glicosaminoglicanos responsável
pela lubrificação das superfícies articulares e, aparentemente,
responsável também por nutrir as estruturas não-irrigadas da
articulação e remover produtos de degradação do metabolismo
do ambiente articular.
No temporal, a cápsula insere-se ao longo da margem
anterior da sutura petro-timpânica, atrás, na vertente anterior
da eminência articular, à frente, na base da espinha do osso
esfenóide, medialmente, e no tubérculo articular e processo
zigomático do temporal, lateralmente. A inserção caudal da
cápsula ocorre no colo do processo condilar, posterior, lateral
e medialmente (sendo a inserção medial mais alta que a
lateral), e no contorno da superfície articular, anteriormente.
Deste modo, a cápsula articular exibe a forma de cone invertido.
Em íntima relação com a superfície externa e lateral da
cápsula, temos o ligamento temporomandibular ou ligamento
lateral, que apresenta dois feixes. O mais superficial fixa-se à
face lateral da eminência articular e à face lateral do colo do
processo condilar, direciona-se de anterior para posterior (de
cima para baixo) e limita sobretudo o deslocamento inferior do
7
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
côndilo. O mais profundo fixa-se à face lateral da eminência
articular e ao polo lateral côndilo, tem a mesma orientação (de
anterior para posterior e de cima para baixo), embora mais
horizontal, e limita principalmente o deslocamento posterior
do côndilo. Assim, o ligamento temporomandibular afigura-se
um reforço estrutural, prevenindo a exagerada distensão e
conseqüente rompimento da cápsula articular.
LIGAMENTOS ACESSÓRIOS DA ATM
Não diretamente relacionados às estruturas articulares,
mas limitando e estabilizando os movimentos mandibulares,
temos o ligamento esfeno-mandibular, da espinha do osso
esfenóide, superiormente, à língula e entorno do forame
mandibular, inferiormente; e o ligamento estilo-mandibular, do
processo estilóide do osso temporal, superiormente, à
margem posterior do ramo ascendente, na altura do ângulo
da mandíbula, inferiormente.
MÚSCULOS MASTIGATÓRIOS
Os músculos considerados estritamente mastigatórios são
o temporal, o masseter, o pterigóideo medial e o pterigóideo
lateral, muito embora os músculos pós-cervicais, infra-hióideos
e supra-hióideos, sobretudo estes, estejam envolvidos na
mastigação.
O músculo temporal, com suas fibras de distinta orientação
(verticais e algo horizontais), tem origem na superfície lateral
da crânio, superiormente, e insere-se, inferiormente, no
processo coronóide da mandíbula. As fibras verticais do
temporal trabalham no movimento de fechamento de boca
(elevação da mandíbula), enquanto as fibras horizontais são
ativas no movimento de retrusão e ipsilateralidade mandibular.
O músculo masseter é composto por um feixe superficial e
um feixe profundo. O feixe superficial origina-se no processo
zigomático da maxila e na borda inferior dos 2/3 anteriores do
arco zigomático, e dirige-se para inferior e para posterior, para
inserir-se na face lateral e mais inferior do ramo ascendente e
no ângulo da mandíbula. O feixe profundo, de orientação mais
vertical e ligeiramente ínfero-anterior, tem origem na face medial
e na borda inferior do terço posterior do arco zigomático, e inserese na face lateral e num segmento mais superior do ramo
ascendente da mandíbula. Ambos os feixes do masseter atuam
no movimento de elevação da mandíbula (fechamento de boca).
O músculo pterogóideo medial origina-se na superfície
medial da lâmina lateral do processo pterigóide do osso
esfenóide e, dirigindo-se para inferior e para posterior, inserese na tuberosidade pterigóidea do ramo ascendente,
medialmente. Assim como o masseter, o pterigoideo medial
trabalha no movimento de fechamento de boca.
Um segundo feixe do pterigóideo medial, menor, superficial
e de pouca importância funcional, tem origem na tuberosidade
da maxila e no processo piramidal do osso palatino, para
inserir-se no mesmo ponto do feixe profundo e maior.
O músculo pterigóideo lateral apresenta um feixe superior
e outro inferior. O feixe superior, menos volumoso, origina-se
8
na crista infra-temporal da asa maior do osso esfenóide,
mostra direção inferior, posterior e lateral, e tem-se que a
maioria de suas fibras insere-se na fóvea pterigóidea, com
uma pequena parte inserindo-se na porção ântero-lateral do
disco, através da cápsula articular. Em um nosso trabalho de
dissecação, entretanto, temos percebido uma substancial
inserção de fibras do feixe superior na superfície anterior da
cápsula articular. Admite-se que este feixe atue no movimento
de elevação da mandíbula.
O feixe inferior origina-se na superfície lateral da lâmina
lateral do processo pterigóide do osso esfenóide tem direção
superior, posterior e lateral, e inserir-se na fóvea pterigóidea,
imediatamente abaixo da inserção condilar anterior da cápsula
articular. A ação do feixe inferior determina a protrusão da
mandíbula e, ao contrário do feixe superior, a abertura de boca
(depressão da mandíbula), contribuindo de maneira principal
para este movimento os músculos supra-hióideos. O feixe
inferior também determina a contralateralidade, ou seja,
movimenta a mandíbula para o lado oposto, quando acionado.
INERVAÇÃO DA ATM
O ramo mandibular do nervo trigêmeo (V par craniano) é o
responsável pela inervação sensorial da ATM, enquanto a
inervação dos músculos mastigatórios é proporcionada pela
raiz motora do mesmo par craniano. Do ramo mandibular tem
origem o nervo aurículo-temporal, que inerva a maior parte da
articulação, e os nervos massetérico e temporal profundo
posterior, que inervam áreas menores da ATM.
Quatro são os tipos de terminações nervosas encontradas
na ATM: corpúsculos de Ruffini (tipo I), corpúsculos de VaterPacini (tipo II), órgãos tendinosos de Golgi (tipo III) e terminações
nervosas livres (tipo IV). Os corpúsculos de Ruffini e de VaterPacini são encapsulados e encontrados na cápsula articular;
os órgãos tendinosos de Golgi, também encapsulados, são
encontrados no ligamento lateral da articulação; e as
terminações nervosas livres, não-encapsuladas, são as mais
abundantes e de mais ampla distribuição.
Os corpúsculos de Ruffini, encontrados nas camadas mais
superficiais da cápsula, são propioceptores responsáveis pela
percepção da posição da mandíbula, estática e
dinamicamente, e sinalizam mudanças na pressão intraarticular.
Localizados nas camadas mais internas da cápsula, os
corpúsculos de Vater-Pacini são mecanorreceptores de baixo
limiar que indicam a aceleração e desaceleração dos
movimentos mandibulares.
Os órgãos tendinosos de Golgi, de distribuição esparsa
nas camadas superficiais do ligamento lateral, são também
mecanorreceptores, ativados quando a mandíbula alcança a
maior amplitude dos seus movimentos.
As terminações nervosas livres, sempre as mais
abundantes e amplamente distribuídas em qualquer
articulação, são nociceptores e, portanto, responsáveis pela
percepção da dor.
Rev ABRO. 2008; 9(2): 5-10
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
A
C
B
Fig.7. Inserção ântero-superior da cápsula articular de três ATMs distintas.
VASCULARIZAÇÃO DA ATM
A circulação arterial da ATM fica a cargo da artéria temporal
superficial, das artérias auricular profunda e timpânica
anterior (ramos da artéria maxilar), e da artéria faríngea
ascendente, todas ramificações da artéria carótida externa.
A drenagem venosa se dá através das veias temporal
superficial e maxilar, aquela juntando-se a esta para formar
a veia retromandibular.
ASPECTOS FUNCIONAIS DA ATM
A inserção capsular mais próxima do vértice da eminência
articular, fato para alguns, justifica a admissão da abertura
máxima de boca quando o vértice do côndilo opõe-se ao vértice
da eminência, o disco interposto a ambos. Por outro lado, a
inserção capsular alta na vertente anterior da eminência
articular, fato para outros tantos, justifica a movimentação do
côndilo para além do vértice da eminência, com a vertente
posterior do côndilo contra a vertente anterior da eminência, o
disco interposto a ambas.
Parece, de fato, razoável admitir que a inserção anterior e
superior da cápsula defina o limite de excursão anterior do
côndilo. Desta forma, a amplitude maior ou menor do
movimento de translação ficaria condicionada à real inserção
ântero-superior da cápsula articular.
Temos percebido, em peças de dissecação, que a inserção
da cápsula ocorre num ponto alto da vertente anterior (fig. 7), e
por isto acreditamos que, no movimento de abertura máxima
de boca, o côndilo ultrapassa ligeiramente o vértice da
eminência articular. Ademais, devemos admitir que, numa
relação vértice a vértice, o côndilo e a eminência apresentam
um simples ponto de contato, o que não nos parece uma
relação de estável para manter a abertura de boca. Ao contrário,
quando o côndilo ultrapassa a eminência, o contorno posterior
do côndilo relaciona-se com a vertente anterior da eminência,
estabelecendo-se assim uma superfície de contato entre
ambos e, portanto, uma relação estável para manutenção da
abertura máxima de boca (fig. 8).
Rev ABRO. 2008; 9(2): 5-10
Fig. 8. Relação côndilo/eminência: vértice a vértice (instável) e
superfície a superfície (estável).
9
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
ABSTRACT
We describe, in this first part of the paper, the
temporomandibular joint development, anatomy, and
functional features.
KEYWORDS: Anatomy; Temporomandibular joint; Temporomandibular joint disc.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
Avery JK. Oral development and histology. 3rd. ed. New York:
Thieme, 2001.
Figún ME, Garino RR. Anatomia odontológica funcional e
aplicada. Porto Alegre: Artmed, 2003.
Heffez LB, Mafee MF, Rosenberg H. Imaging atlas of the
temporomandibular joint. Philadelphia: Williams & Wilkins, 1995.
Isberg A. Temporomandibular joint dysfunction: A practitioner’s
guide. Oxford: Isis Medical Media, 2001.
Johansson A-S, Isberg A. The anterosuperior insertion of the
temporomandibular joint capsule and condylar mobility in joints
with and without internal derangement. J Oral Maxillofac Surg
1991; 49:1142-1148.
Katzberg RW, Westesson P-L. Diagnosis of the
temporomandibular joint. Philadelphia: Saunders, 1994.
McMinn RMH, Hutchings RT, Logan BM. Atlas colorido de anatomia
da cabeça e do pescoço. São Paulo: Artes Médicas, 1994.
Meti M. Position of mandibular condyle at maximal mouth opening
in symptom free subjects. Indian J Dent Res 2002; 13(3-4):135141.
Muto T, Kohara M, Kanazawa M, Kawakami J. The position of
the mandibular condyle at maximal mouth opening in normal
subjects. J Oral Maxillofac Surg 1994; 52(12):1269-1272.
Norton NS. Netter’s head and neck anatomy for destistry.
Philadelphia: Saundres, 2007.
Palacios E, Valvassori GE, Shannon M, Reed CF. Magnetic
Resonance of the temporomandibular joint: clinical
considerations radiography, management. Stuttgart: Thieme,
1990.
Spalteholz W. Atlas de anatomia humana. São Paulo: Roca, 1988.
Ten Cate AR. Oral histology: development, structure, and
function. 5th ed. St. Louis: Mosby, 1998.
Zarb GA, Carlsson GE, Sessle BJ, Mohl ND. Disfunções da
articulação temporomandibular e dos músculos da mastigação.
2. ed. São Paulo: Santos, 2000.
Correspondência para:
Prof. Dr. Paulo Sérgio Flores Campos
Endereço: Rua Guadalajara - 841/201
Ondina - CEP: 40.140-460
Salvador-BA
10
Rev ABRO. 2008; 9(2): 5-10
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
AVALIAÇÃO D
A DENSID
ADE ÓSSEA RADIOGRÁFIC
A DE
DA
DENSIDADE
RADIOGRÁFICA
RA
TOS SUBMETIDOS À C
ASTRAÇÃO UTILIZANDO
RAT
CASTRAÇÃO
IMA
GENS DIGIT
AIS
IMAGENS
DIGITAIS
Evaluation of the radiographic bone density of rats submitted to the castration using
digital images
Mari Eli Leonelli de MORAES1, Paula Cristina SERI2, Carola Gómez ÁGREDA3, Luiz Cesar de MORAES4, Edmundo
MEDICI FILHO4, Julio Cezar de Melo CASTILHO1
1
Professor(a) Adjunto(a) - Departamento de Diagnóstico e Cirurgia - FOSJC/UNESP
Graduanda e estagiária – Departamento de Diagnóstico e Cirurgia - FOSJC/UNESP
3
Mestranda – Programa em Biopatologia Bucal, Área Radiologia Odontológica - FOSJC/UNESP
4
Professor Titular - Departamento de Diagnóstico e Cirurgia - FOSJC/UNESP
2
RESUMO
A proposta nesta pesquisa foi estudar a densidade óssea em ratos submetidos à castração por meio da imagem digital.
Foram utilizados 22 ratos adultos jovens divididos em grupos controle e experimental. O grupo controle foi constituído de dez
animais, sendo cinco machos e cinco fêmeas. Os demais foram utilizados para o grupo experimental, constituindo seis
machos e seis fêmeas submetidos à castração. Todos os animais tiveram suas tíbias esquerdas radiografadas nos períodos
inicial, trinta e sessenta dias do início da pesquisa. Foi utilizado o sistema digital direto RVG Trophy acoplado ao aparelho
digital Gendex 765 DC, em que a aquisição da imagem foi realizada com 0,032 s de tempo de exposição, distância focal de 40
cm, 65 kVp, 7 mA, com feixe central de raios X incidindo perpendicularmente ao sensor do sistema digital. Posteriormente, as
imagens foram analisadas quanto à densidade óptica no programa Adobe Photoshop, mediante a ferramenta histograma em
duas regiões selecionadas, correspondente à região de metáfise e diáfise. Os valores obtidos foram submetidos ao teste de
análise de variância ANOVA em que foi verificado não existir diferenças estatisticamente significantes entre os grupos avaliados.
Concluiu-se que pela metodologia empregada, o sistema de radiografia digital não detectou alterações ósseas perceptíveis
nas duas regiões analisadas para ratos com supressão hormonal por meio da castração.
PALAVRAS-CHAVE:
Densidade óssea; Radiografia digital; Ratos; Castração.
INTRODUÇÃO
O estudo das alterações ósseas é uma vertente de grande
importância na área da saúde como a Medicina e a
Odontologia. Isto se baseia no forte impacto das doenças
que provocam alterações da fisiologia do tecido ósseo e dos
riscos que as mesmas representam à saúde da população.
Neste contexto, está englobada a osteoporose, considerada
a mais comum das doenças ósseas, que é caracterizada
pela redução da massa e deterioração da microarquitetura
óssea 1,2 .
A perda óssea pode ser basicamente resumida como a
ocorrência do predomínio da reabsorção sobre a neoformação
osteóide3,4. Esta perda pode ser conseqüência natural do
envelhecimento, tanto em homens como em mulheres 5.
Sendo assim, medidas preventivas e de tratamento são
necessários e estão sendo constantemente estudadas e
aprimoradas, tais como a realização de reposição hormonal
Rev ABRO. 2008; 9(2): 11-16
para mulheres na pré e pós-menopausa, exposição solar,
ingestão de alimentos ricos em vitamina D e exercícios
regulares, além da utilização de medicamentos como
estrógenos sintéticos, raloxifeno, alendronato e risedronato6,7.
Desta maneira, faz-se necessária a utilização de métodos
para diagnóstico de doenças ósseas como a osteoporose.
Estão relacionados os exames de densitometria por dupla
emissão de raios X, o ultrassom, a tomografia óssea
quantitativa, ressonância magnética quantitativa, sendo o
primeiro, um dos mais utilizados na mensuração da
densidade mineral óssea8. No entanto, apesar dos métodos
citados serem de eficácia comprovada na quantificação da
DMO (Densidade Mineral Óssea), para o profissional cirurgiãodentista, é de grande valia contribuir com a possibilidade de
evidenciação de alterações ósseas por meio de um sistema
eminentemente de uso odontológico, associando ao fato do
constante aprimoramento e desenvolvimento tecnológico dos
11
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
sistemas digitais, desde seu surgimento da década de 70
até a atualidade.
Os sistemas digitais podem ser classificados em direto,
semi-direto e indireto. Este último refere-se à aquisição da
imagem na tela do computador mediante a digitalização de
radiografias por “scanner” ou ainda por captação de câmeras
fotográficas. Com relação ao sistema de radiografia digital
direto, ele possui como componentes básicos um sensor
intra-oral de plástico podendo ser rígido ou não, com
dimensões normalmente aproximadas a de um filme
radiográfico periapical convencional. Neste sensor, o feixe de
raios X incide e ocorre a transformação da energia ionizante
em energia elétrica que será transmitida até o conversor
análogo-digital, responsável pela transformação dos sinais
elétricos em sinais digitais. Posteriormente, estes sinais
serão estabilizados, potencializados e direcionados a um
programa específico para a tela do computador9,10,11. É no
estágio da conversão digital que as informações contidas
nos sinais serão decompostas em pixels, menor unidade
formadora da imagem. Cada pixel da imagem representa
um valor de cinza, que corresponde a um nível de
escurecimento ou claridade da área. Os tons de cinza do
sistema digital direto alcançam 256 tons de cinza, numa
escala que se inicia do 0 (preto) ao 255 (branco)12, porém, na
atualidade existem sistemas digitais diretos que podem
alcançar até 216 tons de cinza13. Mediante estes tons de cinza,
pode-se realizar a análise da densidade óptica utilizando
ferramentas que o próprio sistema digital oferece ou ainda
utilizando outros programas de edição de imagem, como o
Adobe Photoshop14.
A densidade óptica pode oferecer valores que permitem
a interpretação da variação dos tons de cinza, como no
trabalho de Moraes et al.15 (2005). Os autores objetivaram
avaliar influência do estresse na reparação óssea em tíbias
de ratos por meio da avaliação da densidade óptica em
radiografias digitais diretas. Para isso utilizaram vinte ratos,
em que foi realizado um defeito ósseo com broca esférica
carbide e radiografados pelo sistema digital direto Visualix
Gx-S HDI nos tempos 7, 14 e 21 dias pós-operatórios. Foi
realizada a avaliação da densidade óptica utilizando a
ferramenta histograma do próprio sistema digital referido.
Os resultados foram submetidos à análise de variância e
teste Tukey ao nível de 5% de significância. Com isso,
concluíram que não houve diferenças estatisticamente
significantes entre os grupos. Apesar disso, observaram que
as médias de densidade óptica do grupo de ratos
estressados foi sempre menor que a do grupo controle,
denotando a influência do estresse no processo de
reparação óssea.
Diante das considerações expostas, justifica-se o presente
estudo, a possibilidade de observar sinais de alterações
ósseas decorrentes da supressão hormonal induzida pela
castração, mediante a análise da densidade óptica
radiográfica, em imagens de tíbias de ratos captadas por um
sistema digital direto.
12
MATERIAL E MÉTODOS
Esta pesquisa foi realizada de acordo com os Princípios
Éticos para a Experimentação Animal, adotado pelo Colégio
Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA), aprovada pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia
de São José dos Campos - Unesp, sob o protocolo nº 032/
2005-PA/CEP.
Grupos Estudados
Foram utilizados 22 ratos adultos jovens, sendo 11 machos
e 11 fêmeas (Rattus novergicus, variação albinus, Wistar) com
três meses de vida e peso aproximado de
350 g, os quais foram fornecidos pelo Biotério da
Faculdade de Odontologia de São José dos Campos -Unesp
e mantidos em gaiolas em temperatura ambiente,
alimentados com ração e água ad libitum. Tais animais foram
divididos em grupo experimental e grupo controle. O grupo
controle foi constituído de cinco machos e cinco fêmeas. Os
demais foram utilizados no grupo experimental, que foram
constituídos de seis fêmeas e seis machos submetidos à
cirurgia de castração.
Procedimento Cirúrgico
Para a anestesia geral do grupo experimental foi utilizada
a associação de 1,0 mL de cloridrato de tiazina (AnasedanVetbrands), substância sedativa analgésica, além de relaxante
muscular para 0,5 mL de ketamina (Dopalen-Vetbrands), por
via intramuscular. Para as fêmeas, foi realizada a tricotomia e
antissepsia com álcool iodado e, logo abaixo da costela, foi
feita uma incisão de 1 cm na pele e seqüencialmente na
camada muscular, possibilitando a visualização do ovário.
Com o auxílio de uma pinça clínica, o ovário foi tracionado
para fora da cavidade abdominal e, após amarria da
vasculatura local, foi realizada a excisão. Em seguida, a
camada muscular e a pele foram suturadas, sendo este
processo realizado bilateralmente. Para os machos, o
procedimento consistiu em desinfecção das bolsas escrotais
com álcool iodado. Foi realizada uma incisão longitudinal ao
longo da linha média, expondo um dos testículos. Em
seguida, foi feita a interrupção do fluxo sanguíneo por amarria
do pedículo vascular, para que este pudesse ser seccionado.
O mesmo procedimento foi repetido do lado oposto e a ferida
foi suturada com fio de sutura de algodão.
Obtenção das Imagens
Todos os animais foram radiografados nos períodos inicial
(antes do procedimento cirúrgico), trinta e sessenta dias do
início do experimento. Para tanto, foi utilizado o sistema
Radiovisiography, RVG, (Trophy, vicennes, França) com o
auxílio do software Trophy Windows versão 5.00. Este sistema
utiliza um sensor intrabucal CCD (Charge Coupled Device)
com dimensões de 22,2 mm de largura por 33 mm de
comprimento e área ativa de 17 mm de largura por 26 mm de
comprimento, acoplado a um computador Pentium III 128 Mb
memória RAM (Random Acces Memory), disco rígido de 40
Rev ABRO. 2008; 9(2): 11-16
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Gb. O aparelho de raios X utilizado para aquisição das
radiografias foi o 765 DC (Gendex Dental Systems, Dentsply
International, IL, USA), operando com 65 kVp, corrente de 7
mA, área focal efetiva de 6 cm, distância foco-sensor de 40
cm e 0,032 s de tempo de exposição, com o feixe central de
raios X incidindo perpendicularmente ao sensor. Para
proceder as incidências radiográficas, os animais estavam
devidamente anestesiados na dosagem já descrita
anteriormente e apoiados sobre uma tábua de madeira que
possuía um espaço específico para a colocação do sensor
do sistema digital. Os ratos foram acomodados em decúbito
ventral, de forma que as tíbias do lado esquerdo ocupassem
toda a extensão do sensor, mantendo assim, um mesmo
padrão de posicionamento para a aquisição da imagem
radiográfica digital.
As imagens foram capturadas e armazenadas no formato
TIFF (Tagged Image File Format). Posteriormente, para análise
da densidade óptica radiográfica, foi utilizado o programa de
edição de imagens Adobe Photoshop 7.0 (Adobe systems
incorporated, 345 Park Avenue, San Jose, California 95110,
USA). Em cada imagem da tíbia dos animais foi selecionada
uma área pré-determinada e padronizada de tamanho fixo de
20 x 20 pixels, a qual foi posicionada em campo da região
central, sem abranger as corticais laterais, na transição entre
a porção condilar e diáfise, denominada de metáfise e a outra
área correspondeu à diáfise da peça em questão. Desta forma
foi utilizada a ferramenta histograma, a qual forneceu a média da
densidade óptica em pixels, da região selecionada (Figura 1).
Fig. 1 – Imagem da tíbia no programa Adobe Photoshop,
mostrando a área da diáfise selecionada para mensuração
e o gráfico em histograma fornecendo a média da densidade
óptica radiográfica da região analisada.
Os dados obtidos por meio da análise da densidade óptica
foram submetidos à análise estatística descritiva seguida da
Análise de Variância (ANOVA), com nível de significância de 5%
mediante a utilização do programa Excel 2003 para Windows.
RESULTADOS
Os dados foram analisados quanto às variáveis de sexo
(macho e fêmea), ao tratamento (grupo controle e grupo
Rev ABRO. 2008; 9(2): 11-16
experimental), períodos de observação experimental (zero,
trinta e sessenta dias) e áreas ósseas delimitadas de análise
(metáfise e diáfise).
Os dados referentes à estatística foram submetidos à
análise de variância (ANOVA) com intervalo de confiança de
95%. O objetivo deste teste consistiu em verificar se as
diferenças observadas entre as médias das amostras foram
estatisticamente significantes, sem, entretanto, especificar
quais grupos que podiam diferir estatisticamente.
Nas tabelas 1 e 2 podemos observar as médias, erros
das médias em todas as variáveis analisadas na presente
pesquisa em machos e fêmeas, respectivamente. A
representação das letras (Vieira 13 , 2002) evidencia uma
homogeneidade em todos os grupos avaliados no trabalho,
já que pelo teste ANOVA (5%) não houve diferenças
estatisticamente significantes.
DISCUSSÃO
A necessidade de constantes pesquisas para o estudo de
alterações ósseas, como a osteoporose, insere a importância
do mecanismo a que esta enfermidade está envolvida. O seu
desenvolvimento se relaciona a uma combinação multifatorial,
sendo descrita por autores como Manolagas & Jilka17 (1995),
Compston1 (2001). Pode-se constatar, de forma geral, que
esta anormalidade óssea está intimamente relacionada com
a diminuição ou mesmo eliminação da produção hormonal,
tanto em homens quanto em mulheres. Tal fato pode ser
explicado devido aos hormônios sexuais atuarem na
modulação de mecanismos de regeneração e remodelação
óssea, influindo diretamente na atividade osteoclástica e
osteoblástica.
Apesar da literatura1,18 apontar a necessidade de outras
pesquisas que expliquem o mecanismo fisiopatológico da
osteoporose, acredita-se que este processo esteja
relacionado à interação entre uma molécula ligante e seu
receptor, como por exemplo, a atuação de receptores
estrogênicos em osteoblastos. Uma das formas de estudar
tais alterações é mediante a utilização de modelos de animais
de experimentação, incluindo, principalmente, o amplo uso
de ratos. Para tanto, os animais devem ser privados da
produção hormonal mediante o procedimento cirúrgico de
ovariectomia ou orquiectomia, tal como realizado nesta
pesquisa.
O uso de modelos de experimentação animal também é
eficaz na avaliação de testes farmacológicos para o
tratamento deste processo patológico, como evidenciado no
trabalho de Pytlik et al.19 (2004), que teve como objetivo a
avaliação do fármaco doxiciclina, já que este poderia ter
influência na inibição da reabsorção e intensificação na
formação óssea, nas propriedades mecânicas de ossos de
ratos ovariectomizados e induzidos à osteopenia. Mosekilde20
(1995) enfatizou as vantagens da utilização de ratos em
pesquisas, já que estes apresentam características similares
à perda óssea em humanos, além da facilidade de um estudo
com condições padronizadas, propiciando um tempo
13
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Tabela 1 – Médias e erros das médias dos valores das densidades ópticas do grupo controle e experimental, nos
três períodos de observação de machos, na metáfise e na diáfise.
Grupos
Dias
Metáfise
Controle
Orquidectomizados
Média
191,8
Erro
Média
2,3
196
Aa
0
190,9
30
3,1
186,9
60
Controle
Erro
Média
3,5
186
Aa
181,2
Aa
1,9
5,8
179,6
Erro
Média
2,7
189,7
Aa
179,6
Aa
Aa
Diáfise
Orquidectomizados
3
4,9
179,8
2,3
Aa
186,3
Aa
Aa
Erro
7
Aa
2,1
184,7
Aa
3,4
Aa
Médias seguidas de letras distintas (maiúsculas na vertical e minúsculas na horizontal) diferem entre si. (Vieira13, em
2002)
Tabela 2 – Médias e erros das médias dos valores das densidades ópticas do grupo controle e experimental, nos
três períodos de observação de fêmeas, na metáfise e na diáfise.
Grupos
Dias
Metáfise
Controle
Ovariectomizados
Média
Erro
Média
Erro
Controle
Média
Erro
184,2
174,3
2,5
193
30
2,3
181,8
2,7
174,7
173,4
179,5
3,6
174,5
177,6
4,3
Aa
3,1
Aa
2,8
Aa
Aa
2,6
Aa
2,2
Aa
Aa
4,2
Aa
4,9
Aa
Aa
189,4
60
178,5
Aa
0
Diáfise
Ovariectomizados
Média
Erro
175,9
2,5
Aa
Médias seguidas de letras distintas (maiúsculas na vertical e minúsculas na horizontal) diferentes entre si. (Vieira13, em
2002)
relativamente menor para a pesquisa e obtenção de
resultados.
O modelo experimental de castração que leva a supressão
hormonal, acarretando na condição osteopênica, é
amplamente consagrado na literatura e foi utilizado por
diversos autores, tais como Akyama et al.21-22, Tanaka et al.23,
Yang et al. 24-25, entre outros. Como demonstrado por tais
autores, a ocorrência da diminuição da massa óssea pode
ser evidenciada já no período de 30 dias decorrido o
procedimento de ovariectomia ou orquiectomia. Deve-se
enfatizar que tais autores utilizaram animais adultos jovens,
assim como na presente pesquisa, uma vez que a resposta
diante a tal procedimento cirúrgico acontece mais
14
rapidamente pelo intenso metabolismo do animal. Levandose este fato em consideração, Tanaka et al. 23 ainda
ressaltaram que é possível verificar a perda óssea em animais
com seis meses de vida, mesmo decorrido um ano ao
procedimento de orquiectomia ou ovariectomia. Nesta
pesquisa, foi utilizado o sistema Trophy, uma vez que este
oferece capacidade de auxílio ao diagnóstico com imagens
radiográficas que podem ser observadas em monitor de alta
resolução com boa qualidade. Os sistemas digitais oferecem
definição e balanço entre contraste e brilho equilibrados em
todas as imagens observadas, ou seja, permite a
manipulação com o intuito da melhoria da análise e
observação do objeto de estudo. Esta vantagem proveniente
Rev ABRO. 2008; 9(2): 11-16
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
deste sistema e associado a fatores como a velocidade em
que as imagens são adquiridas, a redução da dose de
radiação ionizante ao paciente, a ausência de processamento
efetuado na câmara escura, propiciam a preservação do meio
ambiente e, ainda, o benefício de arquivamento da imagem
digital na memória do computador sem perda da qualidade26.
O arquivamento desta imagem permite a transferência para
programas de fácil acesso e de domínio público, como é o
caso do Adobe Photoshop aplicado neste trabalho. A utilização
deste programa tornou possível avaliar numericamente a
densidade óptica do tecido ósseo, possibilitando uma melhor
interpretação da imagem. No presente trabalho, para efetuar
uma análise da densidade óptica mais fidedigna, procurou-se
seguir uma padronização, eliminando variáveis que pudessem
influenciar os resultados, descritos na metodologia.
Em relação aos resultados deste trabalho, ao se aplicar o
teste ANOVA (5%) ficou evidenciado que não houve diferença
estatística entre os grupos avaliados levando em
consideração todas as variáveis. Tais valores podem ser
observados nas tabelas 1 e 2. Esses resultados permitiram
aferir que, pela metodologia empregada, não foi possível
observar diferenças no processo de perda de massa óssea
em ratos machos e fêmeas. Deve-se levar em conta que,
apesar dessa forma de diagnóstico ser utilizada em
pesquisas, neste trabalho não foi encontrada alteração nos
tons de cinza que permitissem constatação da diminuição
da DMO. Podemos concluir que isso pode ter ocorrido devido
à supressão hormonal utilizada nesta pesquisa ter sido pelo
período de dois meses, fato que, de acordo com autores já
citados, já seria possível tal evidenciação.
Poucos trabalhos analisaram osso íntegro. Neste contexto,
podemos destacar a pesquisa de Silva et al.27 (2007), que
verificaram o efeito do alcoolismo crônico sobre a densidade
óssea por meio da avaliação da densidade óptica radiográfica
em ratos e no qual foi utilizado um sistema digital como
ferramenta de avaliação. O parâmetro ósseo de análise foi o
fêmur, por ser um osso longo e amplamente acometido pela
osteoporose. Os autores escolheram duas áreas
padronizadas deste osso. A região da porção média de
tamanho (60 x 20 pixels) e a região condilar (20 x 20 pixels).
Tendo a especificação como base, no presente trabalho
também foram selecionadas duas áreas padronizadas de
mesmo tamanho, abrangendo 20 x 20 pixels, dispostos na
região do terço médio da tíbia, correspondente à diáfise, sem
o envolvimento das corticais laterais, e na região de transição
entre a porção condilar (epífise) e a diáfise, denominado de
metáfise. Assim, como no presente trabalho, os autores
referidos não encontraram diferenças estatisticamente
significantes nos resultados das variáveis estudadas.
Estes fatos não invalidam a utilização do sistema digital
para o estudo de alterações ósseas, uma vez que nos
inserem mais indagações sobre o tempo de supressão
necessária para a evidenciação radiográfica por meio da
imagem digital. Dessa forma, salienta-se a necessidade de
outras pesquisas que acrescentem e corroborem com dados
Rev ABRO. 2008; 9(2): 11-16
mais elucidativos, além de enfatizar novas formas de
complementação mediante outros exames que possibilitem
maior integração dos dados em pesquisa.
CONCLUSÃO
Baseado nas condições experimentais da presente
pesquisa e a partir dos resultados obtidos foi possível concluir
que:
a) não houve diferença estatisticamente significante nos
valores de densidade óptica radiográfica do osso avaliado
(tíbia) no grupo experimental, nos períodos avaliados e nas
regiões delimitadas;
b) o sistema digital Trophy não foi eficaz em indicar
diminuição de densidade óssea em ratos castrados nos
períodos de análise propostos nesta pesquisa.
ABSTRACT
The purpose of this research was to accomplish the study
of the bone density in rats submitted to the castration. It was
used 22 young adults rats divided in group control and
experimental. The control group constituted of 10 animals,
being 5 males and 5 females. The others were used for the
experimental group, constituting 6 males and 6 females
submitted to the castration. All the animals had their left
shinbones x-rayed in the periods initial, thirty and sixty days of
the beginning of the research. For this, the direct digital system
RVG Trophy was used coupled to the digital apparel Gendex
765 DC, in that the acquisition of the image was accomplished
with 0,032s of time of exposition, focal distance of 40cm, 65kVp,
7mA, with central beam of X-rays happening perpendicularly
to the sensor of the digital system. Later, the images were
analyzed as for the optical density in the program Adobe
Photoshop, by the tool histogram in two selected areas,
corresponding the metaphysis area and diaphysis. The
obtained values were submitted to the test of variance analysis
ANOVA in that it was verified differences statistically significant
not to exist among the appraised groups. It was ended that in
the used methodology, the system of digital x-ray didn’t detect
perceptible bone alterations in the two areas analyzed for mice
with hormonal suppression through the castration.
KEYWORDS: Bone density;
enhancement; Rats; Castration.
Radiographic
image
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.
2.
3.
4.
JE Compston. Sex steroids and bone. Physiol Rev. 2001 Jan.;
81(1): 419-47.
LCP Mello, LB Gomide. Respostas físicas, químicas e
biomecânicas do osso de ratas ovariectomizadas submetidas a
diversas ingestões de flúor suplementar. Rev Nutr. 2005; 18(5):
593-600.
K Akesson. New approaches to pharmacological treatment of
osteoporosis. Bull World Health Organ. 2003; 81(9): 657-664.
HS Lanzillotti, RS Lanzillotti, APR Trotte, AS Dias, B Bornand,
EAMM Costa. Osteoporose em mulheres na pós-menopausa,
cálcio dietético e outros fatores de risco. Rev Nutr. 2003;
16(2):181-93.
15
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
16
FS Kaplan. Prevenção e tratamento da osteoporose. Clinical
Symposia. 2003; 47(1) : 3-38.
C Christodoulou, C Cooper. What is osteoporosis? Postgrad Med
J. 2003; 79: 133-8.
VL Szejnfeld. Osteoporose. Rev Bras Med. 2004; 61(7): 417-28.
M Jergas, HK Genant. Current methods and recent advances in
the diagnosis of osteoporosis. Athr Rheum.1993; 36(12): 164962.
NO Bueno, SR Dotto, R Ferreira, BL Silveira, G Dotto, L Casa
Grande et al. Radiologia odontológica e a imagem digital. JAO.
1999; 3(15): 28-33.
Van der Stelt PF. Principles of digital imaging.Dent Clin North Am.
2000 44(2):237-48.
Sanderink GC, Miles DA. Intraoral detectors. CCD, CMOS, TFT,
and other devices. Dent Clin North Am. 2000 Apr;44(2):249-55.
F Haiter Neto, AM Oliveira, FM Tuji, NA Rocha. Estágio atual da
radiografia digital. Rev ABRO 2000; 1(3): 1-6.
Wenzel A, Haiter-Neto F, Gotfredsen E. Influence of spatial
resolution and bit depth on detection of small caries lesions with
digital receptors.Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod.
2007 Mar;103(3):418-22.
O Tavano, M.S.G Dezoti, L.C.V Iwaki. Comparação entre a
densidade óptica obtida pelo método convencional e densidade
radiográfica obtida pelo programa Adobe photoshop 5.0 em filmes
radiográficos Kodak TMS-1. Rev ABRO, 2000; 1(2): 7-14.
MEL Moraes, MG Soares,WM Takeshita, LC Moraes, E Médici
Filho, JCM Castilho. Estudo radiográfico da reparação óssea em
tíbias de ratos estressados: densidade óptica por meio de
radiografia digital. Rev Odonto Ciência- Fac Odonto/PUCRS. 2005;
20(49): 257-61.
S Vieira. Introdução à Bioestatística. Rio de Janeiro: Ed. Campus;
2002; 203 p.
SC Manolagas, RL Jilka. Mechanisms of diseases: bone marrow.
citokynes, and bone remodeling-emerging insights into the
pathophysiology of osteoporosis. N Engl J Med. 1995; 332(5):
305-11.
W Most, VD Wee-Pals, A Ederveen, S Papapoulos, C Löwik.
Ovariectomy and orchidectomy induce a transient increase in
the osteoclastogenic potential of bone marrow cells in the mouse.
Bone. 1997; 20(1): 27-30.
Pytlik M, Folwarczna J, Janiec W. Effects of doxycycline on
mechanical properties of bones in rats with ovariectomy-induced
osteopenia. Calcif Tissue Int. 2004, 75: 225-230.
L Mosekilde. Assessing bone quality: Animal models in preclinical
osteoporosis research. Bone. 1995; 17(4): 343-52.
Akiyama Y, Hara K, Kobayashi M, Tomiuga T. Nakamura T. Inhibitory
effect of vitamin K2 (menatetrenone) on bone resorption in
ovariectomized rats: a histomorphometric and dual energy x-ray
absorptiometric study. Jpn J Pharmacol. 1999, 80: 67-74.
Akiyama Y, Hara K, Ohkawa I, Tajima T. Effects of menatetrenone
on bone loss induced by ovariectomy in rats. Jpn J Pharmacol.
1993, 62(2): 145-53.
M Tanaka, E Toyooka, S Kohno, H Ozawa, E Sadakazu. Longterm changes in trabecular structure of aged rat alveolar bone
after ovariectomy. Oral Maxillofac Radiol. 2003; 95(4): 495-502.
Yang J, Farnell D, Devlin H, Horner K, Graham J. The effect of
ovariectomy on mandibular cortical thickness in the rat. J Dent.
2005 Feb; 33(2): 123-9.
Yang J, Pham SM, Crabbe DL. Effects of oestrogen deficiency on
rat mandibular and tibial microarchiteture. Dentomaxillofac Radiol.
2003, 32: 247-51.
NF Clasen, AE Aun. Radiografia digital direta: análise dos
principias sistemas e recursos. Rev Odontol UNICID. 1998; 10(2):
109-20.
ARS Silva, ACP Ribeiro, LMP Salzedas, AMP Soubhia, MLMM
Sundefeld. Análise da densidade óssea radiográfica de ratos
submetidos ao alcoolismo crônico utilizando imagem digital. Rev
Odonto Ciência - Fac Odonto/PUCRS. 2007; 22(55): 77-81.
Correspondência para:
Mari Eli Leonelli de Moraes
Faculdade de Odontologia de São José dos Campos –
UNESP
Disciplina de Radiologia
Av. Eng. Francisco José Longo, 777 - Jardim São Dimas
Cep 12245-000 - São José dos Campos – SP
Tel: (12) 3947-9055 - e-mail: [email protected]
Rev ABRO. 2008; 9(2): 11-16
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
OSTEOPETROSE: COMPLICAÇÕES ORAIS E ASPECTOS
RADIOGRÁFICOS DE INTERESSE EM ODONTOLOGIA
Osteopetrosis: oral complications and radiographic aspects of interest to Dentistry
Viviane BURGOS1, Frederico Sampaio NEVES2, Ieda CRUSOÉ – REBELLO3, Paulo Sérgio Flores CAMPOS4
1
Mestranda em Odontologia, Faculdade de Odontologia da UFBA
Aluno de Iniciação Científica, FAPESB – CNPq, Faculdade de Odontologia da UFBA
3
Professora Adjunta de Radiologia da Faculdade de Odontologia da UFBA
4
Professor Associado de Radiologia da Faculdade de Odontologia da UFBA
2
RESUMO
A Osteopetrose compreende um grupo heterogêneo de desordens ósseas hereditárias, caracterizada por um aumento
acentuado na densidade óssea, resultante de falhas na função dos osteoclastos e conseqüente defeito na reabsorção e
remodelação óssea. Esta doença implica em algumas complicações orais, tais como atraso na erupção dentária, ausências
dentárias, dentes malformados, hipoplasia de esmalte, distúrbios na dentinogênese, propensão à cárie, defeitos na membrana
periodontal, protrusão mandibular e presença de odontomas. O cirurgião-dentista desempenha papel fundamental no tratamento
das complicações orais de indivíduos portadores de osteopetrose. O propósito desse artigo é relatar um caso de osteopetrose
e discutir as complicações orais e aspectos radiográficos decorrentes dessa patologia.
PALAVRAS-CHAVE:
Osteopetrose; Remodelação óssea; Radiografia panorâmica; Manifestações bucais
INTRODUÇÃO
A Osteopetrose compreende um grupo heterogêneo de
desordens ósseas hereditárias, caracterizada por um
aumento acentuado na densidade óssea, resultante de falhas
na função dos osteoclastos e conseqüente defeito na
reabsorção e remodelação óssea 1,2. Radiograficamente,
observa-se um aumento generalizado na densidade óssea
da coluna vertebral e do crânio, além de defeitos na
remodelação dos ossos longos. A característica de “osso
dentro do osso” pode ser observada nas vértebras3.
As diferentes subformas são classificadas com base na
hereditariedade, idade de início, severidade e características
clínicas secundárias 4 . Três formas principais têm sido
descritas: a osteopetrose infantil maligna autossômica
recessiva, a osteopetrose autossômica dominante benigna
e a osteopetrose intermediária autossômica recessiva. A
osteopetrose infantil ou maligna é uma forma rara, porém,
severa. Esta condição é mais comumente diagnosticada logo
após o nascimento ou no primeiro ano de vida, com sintomas
de remodelação óssea anormal, hematopoiese deficiente,
anemia severa, retardo no crescimento e compressão de
nervos cranianos, condição esta que resulta em cegueira,
surdez e danos neurológicos, provocando redução do tempo
de vida do indivíduo4,5. A osteopetrose autossômica dominante
ou osteopetrose benigna do adulto apresenta sintomas de
menor severidade e um bom prognóstico. Pacientes são
freqüentemente assintomáticos e o diagnóstico é realizado
por meio de exame radiográfico de rotina 4 . A forma
Rev ABRO. 2008; 9(2): 17-20
intermediária é caracterizada por uma menor osteoesclerose
e uma maior expectativa de vida que na osteopetrose infantil.
Clinicamente, osteomielite, anormalidades dentais e baixa
estatura são características importantes deste tipo, porém,
anemia média a moderada e prognatismo mandibular
também podem estar presentes em um número significativo
de pacientes4.
A osteopetrose implica em algumas complicações orais,
tais como atraso na erupção dentária, ausências dentárias,
dentes malformados, hipoplasia de esmalte, distúrbios na
dentinogênese, propensão à cárie, defeitos na membrana
periodontal, protrusão mandibular e presença de odontomas6.
RELATO DE CASO
Paciente do sexo masculino, 6 anos de idade, apresentouse para avaliação clínica e radiográfica na Faculdade de
Odontologia da UFBA, devido a atrasos na erupção dentária.
O paciente apresentava história de internação por bronquite
e pneumonia. Aos sete meses de vida, durante uma das
internações, foi realizada uma radiografia PA de tórax (Figura
1) para avaliação do quadro clínico de pneumonia. A partir
deste exame radiográfico, pode-se observar incomum
esclerose das placas vertebrais terminais e, em correlação
com outros achados clínicos como o aumento da
circunferência do crânio, foi estabelecido o diagnóstico de
osteopetrose. Segundo relato, o paciente apresentava
quadros freqüentes de gripe. Não há história de fraturas
prévias ou antecedentes familiares.
17
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Ao exame radiográfico panorâmico (Figura 3), observou-se
um aumento difuso da densidade óssea em maxila e
mandíbula. Os dentes permanentes encontravam-se inclusos
e em formação, com aparente malformação coronária do
primeiro molar inferior esquerdo e do segundo pré-molar
inferior direito. Através da radiografia periapical de incisivos
superiores (Figura 4), obtida antes da esfoliação do incisivo
central superior esquerdo, pode-se perceber com maior
detalhamento a perda do padrão normal do trabeculado ósseo.
A radiografia lateral de crânio (Figura 5) evidenciou esclerose
difusa nos ossos cranianos, sobretudo na base do crânio.
Fig. 1. Radiografia PA de tórax, demonstrando esclerose das
placas vertebrais terminais.
Ao exame físico extrabucal, observou-se assimetria facial,
macrocefalia, hipertelorismo e fronte proeminente (Figura 2).
Durante exame intrabucal, verificou-se alteração no padrão
de erupção dentária, com rizólise precoce de dentes decíduos
e ausência de dentes permanentes irrompidos. Estavam
presentes na cavidade oral apenas os dentes primeiros
molares decíduos superiores, incisivos laterais superiores,
incisivo central superior direito e primeiro molar decíduo
inferior esquerdo. Todos os dentes apresentavam lesões
cariosas, com exceção dos incisivos laterais superiores
decíduos. Observou-se ainda eritema no rebordo alveolar em
região correspondente à região de molar inferior direito.
Fig. 3 - Radiografia panorâmica, mostrando um aumento difuso
da densidade óssea em maxila e mandíbula, com perda do
padrão normal do trabeculado e diminuição dos espaços
medulares. Dentes permanentes inclusos e em formação.
Unidades dentárias 36 e 45 apresentam aparente
malformação coronária.
Fig.2 - Ao exame extrabucal, observa-se assimetria facial,
macrocefalia, hipertelorismo e fronte proeminente.
Fig. 4 - Radiografia periapical de incisivos superiores. Notase a perda do padrão normal do trabeculado ósseo.
18
Rev ABRO. 2008; 9(2): 17-20
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Fig. 5 - Radiografia lateral de crânio, evidenciando esclerose
difusa nos ossos cranianos, sobretudo na base do crânio.
Os exames laboratoriais revelaram níveis normais de
cálcio, fósforo e fosfatase alcalina, valores do hematócrito,
hemoglobina e hemácias abaixo do normal, além da
presença de número aumentado de leucócitos.
DISCUSSÃO
A osteopetrose é uma doença rara caracterizada por
esclerose óssea difusa, causada por uma diminuição da
reabsorção óssea relacionada a uma falha na função dos
osteoclastos. Pode resultar em sérias complicações orais,
como atraso na erupção dentária, ausências dentárias, dentes
malformados, propensão à cárie e osteomielite2,6,7.
Bjorvatn et al.8 (1979) apresentaram as manifestações
orais de quatro indivíduos portadores da forma maligna da
osteopetrose. Em todos os casos, foi possível observar
ausência de unidades permanentes, esfoliação precoce de
unidades decíduas, alterações morfológicas nos dentes
posteriores, alterações periodontais e rápida progressão
de cárie.
Filho et al.9 (2005) relataram dois casos de osteopetrose
com envolvimento dos maxilares. Os exames radiográficos
apresentavam esclerose óssea com obliteração dos espaços
medulares e adelgaçamento de corticais, assim como
múltiplos dentes ausentes e não irrompidos. Estes
indivíduos pertenciam à mesma família, demonstrando o
caráter hereditário da doença.
Luzzi et al.6 (2006) descreveram as características clínicas
e os aspectos dentais de dois indivíduos com osteopetrose
infantil maligna. Foi verificado que a osteopetrose acarreta
em problemas orais, tais como atraso na erupção dentária,
ausências dentárias, hipoplasia de esmalte, distúrbios na
dentinogênese, hipomineralização de esmalte e dentina,
protrusão mandibular e presença de odontomas.
No caso relatado neste artigo, a radiografia panorâmica
mostrou um aumento difuso da densidade óssea em maxila
Rev ABRO. 2008; 9(2): 17-20
e mandíbula, com perda do padrão normal do trabeculado e
diminuição dos espaços medulares, dificultando a
visualização das unidades dentárias inclusas, sobretudo na
maxila. Os dentes permanentes encontravam-se inclusos e
em formação, com presença de alterações morfológicas na
coroa do segundo pré-molar inferior direito e primeiro molar
inferior esquerdo, porém, sem defeitos estruturais. Os
achados radiográficos são compatíveis com os relatos da
literatura6,8,9,10.
Além disso, foi observado um atraso na erupção dentária,
visto que o paciente, aos 6 anos de idade, ainda não
apresentava nenhuma unidade permanente irrompida na
cavidade oral. O atraso na erupção dentária é uma das
principais complicações orais da osteopetrose. A erupção
dentária depende da presença dos osteoclastos para criar
um trajeto de erupção através do osso alveolar. Em doenças
com função reduzida dos osteoclastos, como a osteopetrose,
a erupção dentária é afetada11.
Alguns autores6,8,12 afirmam que há maior susceptibilidade
à cárie em portadores de osteopetrose devido a alterações
estruturais em esmalte e dentina. Neville et al.12 (2002) atribuem
isto a uma menor proporção cálcio-fósforo, tanto no esmalte
quanto na dentina, o que leva a uma diminuição na formação
de cristais de hidroxiapatita. Exame microrradiográfico de
dentes provenientes de indivíduos acometidos pela
osteopetrose demonstra a presença de esmalte hipoplásico
e dentina irregular e hipomineralizada8. Neste caso, lesões
cariosas foram observadas em quase todas as unidades
decíduas presentes, o que poderia confirmar uma maior
propensão à cárie em indivíduos com osteopetrose. Porém,
esses achados devem ser interpretados de maneira criteriosa,
uma vez que a cárie é uma doença multifatorial, e a educação
em saúde bucal, a dieta e o acesso ao tratamento odontológico
devem também ser considerados.
Em maxila e mandíbula, a osteopetrose é complicada
freqüentemente pela osteomielite, que tende a ser refratária
em alguns casos7,13. Isso pode ser explicado pelo fato de que
a perda do padrão do trabeculado e a diminuição ou obliteração
dos espaços medulares resultam em diminuição no fluxo
sanguíneo, levando a uma maior susceptibilidade a infecções.
Desta forma, o tratamento odontológico de indivíduos
portadores de osteopetrose deve ser realizado com cautela,
sobretudo se extrações dentárias forem necessárias. No
presente caso, não foi observada presença de osteomielite.
No presente caso, os níveis séricos de cálcio, fosfato e
fosfatase alcalina encontravam-se dentro dos limites da
normalidade, enquanto os níveis de hematócrito, hemoglobina
e hemácias mostraram-se abaixo do normal, revelando
anemia. Estes achados corroboram aqueles descritos na
literatura 9,13. A reabsorção óssea anormal resulta em um
padrão ósseo estrutural alterado, com espaços medulares
obliterados, levando a uma deficiência no tecido
hematopoiético e conseqüente anemia10.
Os achados radiográficos e o progresso clínico da
19
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
osteopetrose, neste caso, permitem classificá-la no tipo
intermediário, apesar de ter sido diagnosticada no primeiro
ano de vida. Entretanto, apenas a avaliação genética pode
confirmar o tipo a qual pertence.
O cirurgião-dentista desempenha papel fundamental no
tratamento das complicações orais de indivíduos portadores
de osteopetrose. A radiografia panorâmica mostrou-se uma
ferramenta de grande auxílio no diagnóstico e avaliação das
alterações bucais decorrentes da osteopetrose, devendo ser
incluída no protocolo de avaliação radiográfica de indivíduos
com osteopetrose, por se tratar de um exame de fácil acesso
e baixo custo.
interpretation. 5th edition. Elsevier Inc., 2007.
11. Helfrich, MH. Osteoclast diseases and dental abnormalities. Arch
Oral Biol. 2005;50: 115—122.
12. Neville BW, Damm DD, Allen CM, and Bouquot JE. Oral and
maxillofacial pathology. 2nd edition. Saunders, 2002.
13. Satomura K, Kon M, Tokuyama R, Tomonari M, Takechi M, Yuasa
T, Tatehara S, Nagayama M. Osteopetrosis complicated by
osteomyelitis of the mandible: a case report including
characterization of the osteopetrotic bone. Int J Oral Maxillofac
Surg. 2007;36:86-93.
ABSTRACT
Osteopetrosis is a heterogeneous group of hereditary bone
disorders characterized by a increase in bone density, resulting
in failure of osteoclastic function with subsequent defective
bone resorption and remodeling. It may result in such serious
oral complications as delayed tooth eruption, absence of some
teeth, malformed teeth, enamel hypoplasia, disturbed
dentinogenesis, propensity for tooth decay, defects of the
periodontal membrane, mandibular protrusion and the
presence of odontomas. Dentist plays an important role in the
treatment of oral complications of osteopetrosis. The aim of
this article is to report a case and to discuss its oral
complications and radiographic aspects.
KEYWORDS: Osteopetrosis; Bone remodeling; Panoramic
radiography; Oral manifestations.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.
Costelloe CM, Eftekhari F, Petropoulos D. Radiography of
successful bone marrow transplantation for osteopetrosis.
Skeletal Radiol. 2007; 36:34–37.
2. Lam DK, Sándor GKB, Holmes HI, Carmichael RP, Clokie CML.
Marble bone disease: a review of osteopetrosis and its oral
health implications for dentists. JCDA. 2007;73(9):839-843.
3. Van Hul W, Vanhoenacker F, Balemans W, Janssens K, De
Schepper AM. Molecular and radiological diagnosis of sclerosing
bone dysplasias. Eur J Radiol. 2001;40:198–207.
4. Balemans W, Van Wesenbeeck L, Van Hul W. A clinical and
molecular overview of the human osteopetroses. Calcif Tissue
Int. 2005;77:263–274.
5. Del Fattore A, Peruzzi B, Rucci N, Recchia I, Cappariello A,
Longo M, et al. Clinical, genetic, and cellular analysis of 49
osteopetrotic patients: implications for diagnosis and treatment.
J Med Genet. 2006;43:315–325.
6. Luzzi V, Consoli G, Daryanani V, Santoro G, Sfasciotti GL,
Polimeni A. Malignant infantile osteopetrosis: dental effects in
paediatric patients. Case reports. Eur J Paediatr Dent.
2006;7(1):39-44.
7. Bakeman RJ, Abdelsayed RA, Sutley SH, Newhouse RF.
Osteopetrosis: a review of the literature and report of a case
complicated by osteomyelitis of the mandible. J Oral Maxillofac
Surg. 1998;56:1209-1213.
8. Bjorvatn K, Gilhuus-Moe O, Aarskog D. Oral aspects of
osteopetrosis. Scand. J. Dent. Res. 1979;87:245-252.
9. Filho AM, Castro Domingos A, Freitas DQ, Whaites EJ.
Osteopetrosis – a review and report of two cases. Oral
Diseases. 2005;11:46–49.
10. White SC, Pharoah MJ. Oral radiology: principles and
20
Correspondência para:
Viviane Burgos
Rua Ferreira Santos, 209/1303 – Federação
CEP 40230-040 -Salvador, BA
Telefone: (71) 3247-6662
Email: [email protected]
Rev ABRO. 2008; 9(2): 17-20
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES INCIDÊNCIAS D
A TÉCNIC
A
DA
TÉCNICA
DA BISSETRIZ NA DIST
ORÇÃO D
A IMA
GEM
DISTORÇÃO
DA
IMAGEM
RADIOGRÁFICA PERIAPICAL
Evaluation of different incidence in the bisecting angle technique in the periapical
radiographic distortion
Ellen Gaby NEVES1, Maria de Paula CALDAS1, Danna Mota MOREIRA2, Juliana Dias DUTRA3, Frab Norberto BÓSCOLO4
1
Doutoranda – Programa de Pós-Graduação em Radiologia Odontológica da FOP/UNICAMP
Doutoranda – Programa de Pós-Graduação em Clínicas Odontológicas/Endodontia da FOP/UNICAMP
3
Aluna de Iniciação Científica – PIBIC/CNPq - FOP/UNICAMP
4
Professor Titular – Disciplina de Radiologia da FOP/UNICAMP
2
RESUMO
Para que ocorra o mínimo de distorção na imagem radiográfica obtida pela técnica da bissetriz, é necessária uma execução
perfeita da mesma. O objetivo nesta pesquisa foi avaliar a distorção da imagem radiográfica do dente, estando o feixe central
de raios X posicionado em duas diferentes áreas de incidência, podendo ser avaliado qual das duas incidências reproduz
melhor o tamanho original do dente. Para isto, foram utilizados oito dentes de phantom, nos quais um fio metálico de 10mm
de comprimento foi adaptado às regiões apicais. Foram realizadas duas incidências, uma direcionando o feixe central de
raios X ao terço médio da bissetriz do ângulo formado pelo longo eixo do dente e o filme e outra direcionando o feixe central de
raios X ao terço apical do dente. As imagens radiográficas dos fios metálicos foram mensuradas por um radiologista e esses
valores foram submetidos à análise estatística. Foi possível observar coeficiente de correlação intraclasse igual a 0,94,
indicando não haver diferença estatística entre as medidas em nenhum dos dentes radiografados. De acordo com os resultados
obtidos, foi possível concluir que a técnica da bissetriz pode ser realizada direcionando-se o feixe central de raios X tanto ao
terço médio da bissetriz do ângulo formado pelo longo eixo do dente e o filme, quanto ao terço apical do dente, sem haver
distorção de imagem.
PALAVRAS-CHAVE:
Radiografia dentária; Imagem por raios X; Ápice dentário
INTRODUÇÃO
O exame radiográfico em Odontologia tornou-se rotineiro,
constituindo-se em um notável recurso complementar de
exame para se obter um diagnóstico e orientar um tratamento.¹
Para que se obtenham bons resultados radiográficos das
estruturas bucais, o cirurgião-dentista pode lançar mão das
técnicas radiográficas intrabucais: periapical da bissetriz e do
paralelismo, que registram as imagens dos limites, posições
e contornos mesiodistais dos dentes e tecidos adjacentes.²
É importante exemplificar que determinadas condições
patológicas que afetam os tecidos duros dos dentes¹, a
avaliação do sucesso de um tratamento endodôntico e a
determinação ideal do comprimento de trabalho3,4 só podem
ser realizadas com o auxílio do exame radiográfico. A técnica
da bissetriz foi a primeira técnica radiográfica utilizada pelos
cirurgiões-dentistas5, enquanto a técnica do paralelismo foi
muito difundida apenas nos últimos vinte anos.6 A técnica da
bissetriz se baseia na regra convencional do triângulo
Rev ABRO. 2008; 9(2): 21-24
isométrico, empregada por Cieszynski, que diz que dois
triângulos são iguais se tiverem dois ângulos iguais e um
lado em comum, sendo isso importante para determinar a
angulação vertical correta do localizador cilíndrico.² Assim,
define-se que uma radiografia só será considerada perfeita
quando as imagens nela contidas se apresentarem sem
distorção, com contraste e uma densidade média, condições
conseguidas apenas com o emprego correto da técnica.
A distorção é uma característica inerente da técnica
radiográfica periapical da bissetriz. Isto ocorre devido às
diferentes distâncias da fonte de radiação ao filme, da
variabilidade na posição do filme e da não perpendicularidade
da incidência do feixe central de radiação na bissetriz do ângulo
formado pelo longo eixo do dente e do filme 7.
A técnica da bissetriz pode ser realizada com o uso de
posicionadores específicos, diminuindo assim a variabilidade
da distância da fonte de raios X ao filme, ou com o auxílio do
próprio paciente, no que diz respeito ao posicionamento do
21
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
filme no interior da boca e é de grande importância que ela
seja padronizada, pois a imagem radiográfica dos dentes deve
resultar de uma correta técnica e que traga a maior fidelidade
possível em todos os itens da qualidade, para que os
resultados sejam significantes 8. Isto porque o valor da
radiografia dental depende da qualidade e acurácia da
imagem7 e um dos maiores problemas quanto à escolha para
realização dessa técnica é a distorção da imagem do objeto
radiografado, principalmente na região apical do dente, já que
esta fica mais afastada do filme do que a região coronal. Para
que este problema seja minimizado, é de fundamental
importância a correta determinação da área de incidência do
feixe central de raios X na face do paciente, incidindo
perpendicularmente na bissetriz do ângulo formado pelo filme
e longo eixo do dente, porém fica a pergunta, onde? Na região
apical, na região média da raiz ou poderia ser na região
cervical?
Para Freitas et al. 9 (2000) e Whaites10 (2003), o feixe central
de raios X é orientado para a região apical dos dentes. Já para
Langland e Langlais2 (2002), o feixe de raios X é orientado no
sentido do centro da área a ser radiografada, com o objetivo de
abranger totalmente o filme, com o feixe central.
Segundo Forsberg e Halse 6 (1997), mesmo quando a
técnica da bissetriz é corretamente realizada, sempre se
observa um grau de ampliação na imagem radiográfica das
estruturas apicais, fato este verificado nas pesquisas de Ferreira
et al.1 (1990) e Williams et al.4 (2006). Porém, nenhum estudo
avaliou ainda a comparação do posicionamento do cilindro
orientador da incidência do feixe de raios X, se na região apical
ou na região do terço médio do dente, para a verificação de
uma possível distorção da imagem do terço apical do dente.
Assim, o objetivo nesta pesquisa foi avaliar a distorção da
imagem radiográfica do terço apical do dente, quando a
incidência do feixe central de raios X é posicionada em direção
ao terço médio da bissetriz do ângulo formado pelo filme e
longo eixo do dente e quando direcionada ao ápice dental.
MATERIAL E MÉTODOS
Após aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa da
Faculdade de Odontologia de Piracicaba/UNICAMP, com
protocolo de aprovação número 082/2007, foram utilizados oito
dentes de um phantom, sendo um de cada grupo dental (um
incisivo, um canino, um pré-molar e um molar), em cada arcada
(superior e inferior). Nos dentes selecionados, foram
introduzidos fios metálicos de diâmetro igual a 0,12mm, com
comprimento de 10mm, estando este fio na região apical do
canal radicular de cada dente.
Foram determinados os pontos em que o feixe central de
raios X deveria incidir, ou seja, os pontos correspondentes ao
ápice e ao meio da bissetriz do ângulo formado pelo filme e
longo eixo do dente e do filme. Para esta padronização, foram
fixadas esferas metálicas na face do phantom, com posterior
realização de radiografias para comprovar a coincidência das
regiões desejadas com o posicionamento das esferas (Figura
1). Após comprovação destes pontos, foram realizadas
22
marcações com caneta do tipo hidrocor, nos locais que as
esferas ocupavam, sendo estas removidas do phantom. Com
as regiões estabelecidas para a incidência do feixe central de
radiação, os dentes foram radiografados pela técnica periapical
da bissetriz.
Fig. 1 - Radiografia periapical com imagem da esfera metálica
no ápice do dente.
Primeiramente, foi selecionado um posicionador específico
para a técnica da bissetriz, sendo este modificado para esta
pesquisa com a remoção do anel localizador. Em seguida,
foram adaptados os filmes ao posicionador e realizadas duas
radiografias de cada dente previamente preparados, uma com
o feixe central de raios X direcionado para o terço médio da
bissetriz do ângulo formado pelo filme e longo eixo do dente e
outra com o feixe central de raios X direcionado para o ápice.
Deve-se salientar que a angulação vertical do cilindro orientador
do aparelho de raios X foi a mesma para as duas incidências,
de acordo com angulações pré-estabelecidas de cada dente
a ser radiografado (Figura 2).
Fig. 2 - Cilindro do aparelho de raios X posicionado para as
incidências radiográficas
Rev ABRO. 2008; 9(2): 21-24
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
As radiografias foram realizadas com a utilização do
aparelho de raios X GE1000® (General Electric Co., Milwaukee,
WI, EUA) em regime constante de 70 kVp e 10mA, com filtração
total de 2,5mm de alumínio e tempo de exposição de 0,2
segundo. Foram utilizados filmes radiográficos Insight®
(Eastman, Kodak, Rochester, EUA) tamanho 2, os quais foram
processados na processadora automática GPX® (Dentsply
International/Gendex, EUA).
As análises radiográficas foram feitas por um radiologista,
que utilizou negatoscópio, máscaras ao redor das radiografias,
lupa com aumento de 6x e luz ambiente diminuída. O
radiologista, por sua vez, realizou a mensuração das imagens
dos fios metálicos localizadas no ápice dos dentes com o
auxílio de um paquímetro digital caliper (nsk 1/128, stainless,
Hardened, Kyogo, Japão), para a verificação se houve distorção
significante do tamanho do dente com essas duas incidências
radiográficas e se houve, qual das duas reproduz melhor o
tamanho original do dente (Figura 3).
Tabela 1 - Valores em milímetros do comprimento do fio
ortodôntico nas radiografias periapicais, quando o feixe central
de raios X incide no terço apical e no terço médio dos dentes.
Dente
21
23
15
16
31
43
45
47
Terço apical
10.0
9.5
10.0
10.8
11.0
10.7
11.0
10.5
Terço médio
10.5
9.5
10.0
10.5
11.0
10.5
11.0
10.2
De acordo com a análise estatística, foi observado que o
coeficiente de correlação intraclasse apresentou valor igual a
0,94, indicando que não houve diferença estatisticamente
significante entre os resultados obtidos (Tabela 2).
Tabela 2 - Medidas dos fios ortodônticos (média e desvio
padrão).
Área de incidência
Terço Apical
Terço Médio
Coeficiente de correlação
intraclasse (IC 95%)
Fig. 3 – Radiografia periapical do dente 47 com fio ortodôntico
de 10mm de comprimento no interior do canal radicular.
Foi utilizada análise de correlação intraclasse para a
avaliação estatística.
Obs: Se mensurarmos o comprimento da bissetriz do
ângulo formado entre o longo eixo do dente e o filme, da face
oclusal/incisal ao ápice, iremos notar que o terço médio da
bissetriz coincide aproximadamente à metade da distância
entre a região cervical e o ápice do dente, razão pela qual
nomeamos terço médio da bissetriz.
RESULTADOS
Como resultado, podemos observar que após a aferição
das imagens dos objetos conhecidos (fios ortodônticos com
10mm de comprimento) e comparando esses resultados, entre
as imagens radiográficas obtidas, nas duas condições
estudadas, o comprimento da imagem do fio ortodôntico que
se encontrava no interior do canal radicular, na região do ápice
do dente, apresentou valores iguais ou aproximados a 10,5
mm em todos os dentes (Tabela 1).
Rev ABRO. 2008; 9(2): 21-24
Média
10,44
10,40
Desvio padrão
0,55
0,50
0,94 (0,68 -0,99)
DISCUSSÃO
O valor da radiografia periapical na Odontologia depende
da qualidade da imagem. Radiografias utilizadas para
mensurações de dentes necessitam de uma melhor acurácia
do que as realizadas para outros fins diagnósticos. A
determinação do comprimento dentário é muito importante
nos casos de extração, procedimentos de localização,
tratamentos endodônticos e periodontais.11
Wuehrmann e Manson-Hing12 salientaram que a qualidade
da imagem radiográfica para fins de diagnóstico é afetada
pela densidade, contraste, detalhe e pela distorção, após
alguns anos Saito et al.8, reafirmaram as conclusões destes
autores, em que a técnica radiográfica deve ser bem executada
para garantir uma imagem radiográfica com a maior fidelidade
possível, para obter significância nos resultados interpretativos
e comparativos da imagem. Segundo Ferreira et al.1, sempre
ocorre um grau de aumento na imagem radiográfica quando
se utilizam as técnicas periapicais, da bissetriz e do
paralelismo. Porém, quando bem realizada a técnica, estas
distorções podem ser minimizadas, devendo então ser
respeitadas as angulações, tempo de exposição e técnica de
processamento das radiografias. 1,2,5,7 Este fato pode ser
observado nesta pesquisa, cujos resultados apresentaram
valores próximos ou iguais a 10,5 mm, ou seja, com ampliações
das imagens mínimas quando comparadas com o valor real
do objeto conhecido, introduzido no canal radicular, na região
do ápice da raiz dental.
23
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Estudos sobre comprimento do dente, assim como
comprimento de trabalho do canal radicular, mostraram que a
técnica do paralelismo é preferível.13 Apesar desta afirmação,
optou-se, neste trabalho, por utilizar a técnica da bissetriz, por
ser uma técnica de fácil execução, menor custo, sem
necessidade do uso de posicionadores. Porém, para alguns
autores, a técnica da bissetriz apresenta como desvantagem
a distorção da imagem. Seria interessante lembrar que o
posicionador de eleição para a técnica do paralelismo é o
produzido pela RINN, por sua precisão. Este é importado e
nem sempre encontrado no mercado nacional, além de
apresentar um custo bem maior.
Para Freitas et al.9 e Whaites10, na técnica da bissetriz, o
feixe central de raios X deve ser orientado para a região apical
dos dentes. No entanto, para Langland e Langlais2, e MansonHing et al.5, o feixe de raios X deve ser orientado no sentido do
centro da área a ser radiografada. No presente trabalho, apesar
dos valores do comprimento dos fios ortodônticos
apresentarem diferença entre as duas incidências propostas,
o que leva a uma distorção, não foi observada diferença
estatística significante.
De acordo com os resultados obtidos, foi possível concluir
que a técnica da bissetriz não apresenta diferença de distorção
da imagem da raiz do dente, quando utilizadas incidências em
que o feixe central de radiação é posicionado perpendicular ao
terço médio da bissetriz do ângulo formado pelo longo eixo do
dente e o filme e na região apical do dente. Portanto, a técnica
da bissetriz pode ser realizada direcionando-se o feixe central
de raios X tanto para o terço médio quanto para o ápice do
dente, sem que a distorção seja significante. Esse resultado
torna-se interessante em tratamentos de canais radiculares,
principalmente na determinação do comprimento radicular e
na avaliação da obturação do canal.
ABSTRACT
In order to get the minimum distortion in the radiographic
image obtained by bisecting angle technique, it is necessary a
perfect execution of it. The objective in this research was to
evaluate the distortion of the radiographic image of the tooth
when the X-ray beam is positioned in two different incidence
areas and also to assess which incidence better reproduces
the original size of the tooth. Eight teeth in a phantom model
were used, which had a 10mm-length metallic wire attached to
their apical regions. Two incidences were achieved. In the first
incidence the X-ray beam was directed toward the medium
third of the bisecting angle formed by the long axis of the tooth
and the film and the second toward the apical third of the tooth.
The radiographic images of the metallic wire were measured
by a radiologist and the values were submitted to statistical
analysis. It was possible to observe that the intraclass
correlation coefficient was 0.94, indicating no statistical
difference between the values measured. It was possible to
conclude that the bisecting angle technique can be done with
the X-ray beam directed toward the medium third of the bisecting
angle formed by the long axis of the tooth and the film and
toward the apical third of the tooth, without image distortion.
24
KEYWORDS: Dental radiography; X-Rays; Tooth apex
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
Ferreira ET, Matson E, Oliveira JX, Freitas A. Contribuição para
o estudo de áreas do processo de cáries, através de cortes
axio-mésio-distais e de radiografias interproximais e periapicais
nas técnicas do paralelismo e da bissetriz. Rev Odontol Univ
São Paulo. 1990; 4(3): 223-27.
Langlais RP, Langland OE, Nortjé CJ. Diagnostic Imaging of the
Jaws. Baltmore: Williams & Wilkins, 1995.
Fava LR, Dummer RM. Periapical radiographic techniques during
endodontic diagnosis and treatment. Int Endon J. 1997; 30(4):
250-61.
Williams CB, Joyce AP, Roberts S. A comparison between in
vivo radiographic working length determination and measurement
after extraction. J Endod. 2006; 32(7): 624-27.
Manson-Hing LR. What this angle: a study of the angle bisected
in intraoral radiography. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1980;
49(1): 86-9.
Forsberg J, Halse A. Periapical radiolucencies as evaluated by
bisecting-angle and paralleling radiographic techniques. Int
Endod J. 1997;30 (2): 115-23.
Biggerstaff RH, Phillips JR. A quantitative comparison of paralleling
long-cone and bisection-of-angle periapical radiography. Oral
Surg Oral Med oral Pathol. 1976; 62(5) 673-77.
Saito T, Saito E, Fenyo M, Freitas A. Contribuição para o estudo
da adaptação das peças protéticas, através do exame
radiográfico. Rev Fac Odontol S Paulo. 1980; 18(2) : 75-93.
Freitas A, Rosa JE, Souza IF. Radiologia odontológica. (6th ed).
São Paulo: Artes Médicas, 2000.
Whaites E. Princípios de radiologia odontológica. (3rd ed). Porto
Alegre: Artmed, 2003.
Bhakdinaronk A, Manson-Hing LR. Effect of radiographic
technique upon prediction of tooth length in intraoral radiography.
Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1981; 51(1):100-7.
Wuehrmann AH, Manson-Hing LR. Dental Radiology. (3rd ed). St
Louis: Mosby, 1975.
Van De Voorde HE, Bjorndahl AM. Estimating endodontic “working
length” with paralleling radiographs. Oral Surg Oral Med Oral
Pathol. 1969; 27(1) : 106-110.
Correspondência para
Ellen Gaby Neves
Faculdade de Odontologia de Piracicaba
Avenida Limeira 901 – Bairro Areião
Telefone: (19) 2106-5327
E-mail: [email protected]
Rev ABRO. 2008; 9(2): 21-24
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
AVALIAÇÃO D
A CORTIC
AL ÓSSEA DO FÊMUR DE RA
TAS
DA
CORTICAL
RAT
MEDIC
AD
AS COM CORTICÓIDE E BIF
ONA
TO
MEDICAD
ADAS
BIFOSF
OSFONA
ONAT
OSF
Assessment of the femoral cortical in female rats medicated with corticosteroid and
biphosphonate
Celia Regina Winck MAHL1, Kilian CHRISTMANN2, Vania Regina Camargo FONTANELLA3
1
Professora de Radiologia Odontológica e Imaginologia da Universidade Luterana do Brasil, Canoas
Estudante do Curso de Odontologia da Universidade Luterana do Brasil, Canoas
3
Professora de Radiologia Odontológica e Imaginologia da Universidade Luterana do Brasil, Canoas
2
RESUMO
O objetivo nesta pesquisa foi comparar a espessura e a densidade da cortical óssea em imagens de tomografia
computadorizada do fêmur de ratas submetidas à administração de glicocorticóide, seguida ou não de bifosfonato. Foram
utilizadas 36 fêmeas jovens de Rattus Norvegicus da linhagem Wistar, divididas em três grupos com doze animais: 1 –
controle, 2 – glicocorticóide e 3 – bifosfonato. Os animais foram tratados por doze semanas, sendo o grupo 1 três vezes por
semana com injeções subcutâneas (2 ml/kg) de solução salina. Os grupos 2 e 3 receberam acetato de metilprednisolona (1
mg/kg) em suspensão e diluído em solução salina, sendo que o grupo 3 recebeu tratamento adicional com risedronato (3mg/
kg) diluído em água destilada em volume de 5 ml/kg por doze semanas, seis vezes por semana, por via oral. Os animais foram
mortos e, então, tiveram dissecado o fêmur esquerdo, do qual foram obtidas imagens por tomografia computadorizada. Um
observador selecionou um corte axial central, que foi ampliado em 3,8 vezes e submetido a filtro de nitidez. Desta imagem
foram obtidas medidas da espessura e densidade da cortical. A ANOVA, complementada pelo teste de Tukey, evidenciou que
não existe diferença significativa entre os grupos para a medida de espessura da cortical (p=0,897). O valor médio de densidade
foi significativamente maior no grupo risedronato (p=0,007). Em comparação ao grupo controle, a tomografia computadorizada
foi capaz de expressar alterações da densidade do osso cortical do fêmur de ratas medicadas com risedronato e não permitiu
a verificação de alterações associadas ao uso de corticóide.
PALAVRAS-CHAVE:
Osteoporose; Rato; Tomografia computadorizada.
INTRODUÇÃO
A osteoporose é uma doença sistêmica progressiva
caracterizada por diminuição da massa óssea que resulta
em deterioração da microarquitetura do osso, ocasionando
fragilidade e, conseqüentemente, aumentando o risco de
fraturas. Embora as seqüelas da osteoporose possam ser
vistas por todo o esqueleto, há três sítios comuns de fratura:
vértebras, antebraço e quadril1.
O aumento de risco da osteoporose e, conseqüentemente,
da incidência de fraturas pode ser associado ao tratamento
com glicocorticóides, quando empregado em altas doses e
por tempo prolongado 2-6. No tratamento de osteoporose
induzida por glicocorticóides, o padrão ouro no tratamento
farmacológico é o bifosfonato7-9. Deste grupo de fármacos, o
alendronato e o risedronato reduzem tanto a perda óssea
como o risco de fraturas causadas pela terapia com
corticóides10,11.
Reduzir o risco de fraturas não vertebrais é o objetivo crítico
do tratamento da osteoporose, pois estas têm grande impacto
Rev ABRO. 2008; 9(2): 25-28
na saúde e na qualidade de vida 12. Vários modelos de
mensuração de massa e da densidade óssea vêm sendo
propostos, assim como meios de se avaliar a quantidade e a
qualidade do tecido ósseo. Dentre estes se destacam a
microdensitometria, a subtração digital, as tomografias linear
e a computadorizada. A análise da textura óssea em filmes
radiográficos, tomografia computadorizada e ressonância
nuclear magnética são métodos promissores para verificar
alterações da arquitetura óssea13.
Desta forma, o presente estudo tem por objetivo comparar
a densidade (expressa por Unidades Hounsfield - UH) e a
espessura do osso cortical em imagens de tomografia
computadorizada do fêmur de ratas medicadas com
glicocorticóide e bifosfonato a um grupo controle.
MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética em
Pesquisa da Faculdade de Odontologia da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, protocolo n° 42/06, seguindo
25
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
todas as recomendações vigentes relativas a pesquisas com
animais.
Foram utilizadas 36 fêmeas de Rattus Norvegicus da
linhagem Wistar com 13 semanas de idade e peso entre 150
e 200 g, provenientes do Biotério da Universidade Luterana do
Brasil. As ratas foram identificadas por grupo com cores
distintas na cauda e mantidas em gaiolas específicas, em
grupos de cinco por gaiola, em ambiente com temperatura
controlada de 23 ± 30 C e umidade relativa do ar de 55 ± 15%,
com ciclo claro e escuro de 12 h. Foram alimentadas com
ração padrão de laboratório e água ad libitum.
As ratas foram divididas em três grupos: 1 – controle (n=12),
2 – glicocorticóide (n=12) e 3 – corticóide + bifosfonato (n=12).
Os animais dos três grupos foram tratados por doze semanas,
sendo o grupo 1 três vezes por semana com injeções
subcutâneas (2 ml/kg) de solução salina. Os grupos 2 e 3
receberam injeções subcutâneas de acetato de
metilprednisolona (1 mg/kg) em suspensão e diluído em
solução salina. O grupo 3 recebeu tratamento adicional com
risedronato (3mg/kg) diluído em água destilada em volume de
5 ml/kg por mais doze semanas, seis vezes por semana, por
via oral.
Os animais dos grupos 1 e 2 foram mortos após 12 semanas
e os do grupo 3 ao final das 24 semanas de tratamento.
Subseqüente à morte dos animais, o fêmur esquerdo foi
dissecado e as peças anatômicas foram acondicionadas
individualmente em potes plásticos identificados, contendo
solução de formalina neutra tamponada a 10%.
O fêmur de cada animal foi submetido à tomografia
computadorizada com um tomógrafo modelo M-EG (Phillips,
Amsterdã, Holanda), operando no modo helicoidal, com
espessura de 2 mm e incremento de 1 mm, resultando em
cerca de 20 imagens axiais, as quais foram armazenadas no
programa eFilm v. 2.1 (Merge Healthcare, Milwaukee, WI, EUA).
Um corte central de cada fêmur foi selecionado para posterior
análise (Figura 1).
Esta imagem foi submetida à ampliação de 3,8 vezes (Figura
2A) e então foi aplicado filtro de nitidez com amplitude de 9x9
pixels, repetido seqüencialmente três vezes (Figura 2B).
Fig. 2. Imagem do corte axial selecionado ampliado 3,8 vezes
(A) e então submetida ao filtro de nitidez (B).
Um observador experiente e cego quanto aos grupos a que
pertenciam às imagens obteve a espessura da cortical óssea,
expressa em décimos de milímetros, por meio de régua
eletrônica (Figura 3A). A densidade mineral óssea média,
expressa em UH, foi obtida de uma área oval traçada de forma
padronizada na cortical de cada um dos quatro quadrantes da
imagem (Figura 3B).
Fig. 3. Exemplo de obtenção da espessura da cortical (A) e da
sua densidade (B).
Fig. 1. Captura de tela do programa eFilm. A seta branca
representa a altura do corte axial selecionado.
26
Os dados obtidos foram armazenados em planilha e
posteriormente processados e analisados por meio do
software estatístico SPSS versão 10.0. Para a verificação da
normalidade dos dados foi utilizado o teste não-paramétrico
Kolmogorov-Smirnov. Para os dados deste estudo todas as
medidas tiveram esta condição garantida. Por este motivo, os
testes aplicados foram paramétricos, com exceção do estudo
do erro, em que foi aplicado o teste de Friedman, por se tratar
de dados pareados.
Com o objetivo de comparar os grupos entre si foi utilizada
a Análise de Variância (ANOVA), complementada pelo teste de
comparações múltiplas de Tukey.
Rev ABRO. 2008; 9(2): 25-28
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Tabela 1 - Comparação entre os grupos quanto às variáveis analisadas: espessura e densidade da cortical.
Grupo
Espessura da Cortical (mm-1)
Glicocorticóide
Controle
Risedronato
Densidade média da área (UH)
Corticóide
Controle
Risedronato
N° casos
Média
Desvio-padrão
p
11
11
11
10,03
10,11
10,24
0,66
1,64
0,60
0,897
11
11
11
1593,70 A
1610,21 A
1756,36 B
175,47
69,63
99,28
0,007
* Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si.
RESULTADOS
Houve perda de material durante o processamento
histológico de uma amostra de cada grupo, ficando estes
compostos por 11 animais.
Os resultados do teste de Friedman não evidenciaram
diferenças significativas entre as medidas realizadas por
quadrante em relação às variáveis analisadas (espessura da
cortical p=0,067; UH área p=0,080). Assim, para a comparação
entre os grupos (Tabela 1) foi empregada a média destas
medidas.
A menor espessura de cortical foi observada no grupo 2
(glicocorticóide), seguida pelos grupos 1 (controle) e 3
(risedronato), contudo Análise de Variância não identificou
diferença significativa entre os mesmos (p=0,897).
Quanto às medidas de densidade do osso cortical, o mesmo
teste estatístico evidenciou diferenças significativas entre os
grupos. De acordo com o teste Tuckey, o grupo 3 (risedronato)
apresentou média significativamente maior que os grupos 1
(controle) e 2 (glicocorticóide), os quais não diferiram
significativamente entre si.
DISCUSSÃO
A tomografia computadorizada tem sido utilizada em
pesquisa para diagnóstico da osteoporose em pequenos
animais, analisando a densidade óssea do osso trabecular14,15.
Entretanto, outros estudos referem o uso da microtomografia
computadorizada para avaliação da morfologia do osso e
massa óssea, principalmente pelo fato de que quando
ampliadas estas imagens permanecem com alta definição,
ao contrário da tomografia computadorizada, que implica na
utilização de filtros de nitidez quando as imagens são
ampliadas16-19, recurso de pós-processamento de imagem que
foi necessário no presente estudo.
Porém, poucos são os estudos que avaliam a cortical óssea
na osteoporose, talvez por ser o osso trabecular mais
acometido que o cortical20. Além disso, o osso trabecular possui
remodelação
superfície/volume
mais
acentuada,
apresentando mais locais de remodelação por unidade de
volume do que o osso cortical21.
No presente estudo foi medida a densidade óssea cortical
do fêmur, tendo sido encontradas diferenças no grupo tratado
Rev ABRO. 2008; 9(2): 25-28
com risedronato. Estes resultados estão de acordo com Reddy
et al.22 (2005), que verificaram a aplicabilidade da tomografia
computadorizada espiral para avaliar a cortical óssea em ratas.
As análises do presente estudo foram realizadas por um
único observador experiente, cego quanto ao grupo a que
pertenciam as imagens, estando de acordo com o
recomendado por Grier et al.23 (1996), os quais concluíram que
para o sucesso de medidas de densidade mineral óssea em
pequenos animais é fundamental a habilidade do operador
em utilizar marcas anatômicas para o posicionamento e
definição da mesma região de interesse na imagem.
Os mesmos animais deste estudo foram anteriormente
avaliados histomorfometricamente e por meio de subtração
de radiografias obtidas in vivo, com comprovação da perda
óssea decorrente da administração de glicocorticóide e de
sua recuperação pelo risedronato24. A ausência de diferenças
significativas na espessura do osso cortical entre os grupos
corticóide e controle pode encontrar justificativa no fato de que
os espécimes permaneceram por 8 meses em solução
fixadora. De acordo com Fonseca25 (2007), o processo de
conservação de espécimes anatômicos em solução aquosa
de formalina a 10%, independentemente de tamponamento,
altera significativamente e de forma progressiva a densidade
radiográfica do tecido ósseo. Assim, presume-se que possa
também alterar a espessura da cortical, o que pode ter gerado
um viés importante neste estudo.
CONCLUSÃO
No presente estudo, cortes axiais de tomografia
computadorizada foram capazes de expressar alterações da
densidade do osso cortical do fêmur de ratas medicadas com
corticóide associado a risedronato, mas não permitiram a
verificação de alterações associadas ao uso de corticóide
isoladamente.
ABSTRACT
Aim: to compare the thickness and density of cortical bone in
images of computed tomography from rats’ femur submitted to
administration of glucocorticoid, followed or not by
administration of biphosphonate.
Material and Methods: 36 Rattus Norvegicus (Wistar) young
27
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
females were allocated to three groups, each with twelve
animals: 1 – control, 2 – glucocorticoid and 3 – risedronate. The
animals were treated for twelve weeks. Group 1 received
subcutaneous injections (2 ml/ kg) of saline solution three times
a week. Group 2 received methylprednisolone acetate (1 mg/
kg) in suspension and dissolved in saline solution. Group 3
received additional treatment with risedronate sodium (3mg/
kg) dissolved in distilled water in volume of 5 ml/ kg for a further
12 weeks, six times per week. The animals were killed, their left
femur were dissected and scanned with computed tomography.
An observer selected an axial central image, which was zoomed
3.8 times and submitted to a sharpen filter. This image was
measured for bone cortical thickness and density.
Results: ANOVA complemented by Tukey test do not showed
significant difference of cortical thickness among groups
(p=0.897). Risedronate group presented significantly higher
cortical density (p=0.007).
Conclusion: compared to control group, computed
tomography was able to express cortical bone density changes
in the femur of rats treated with risedronate. In the other hand, it
not expressed changes related to glucocorticoid administration.
KEYWORDS: Osteoporosis; Rat; Computed tomography.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
28
Consensus Development Conference. Diagnosis, prophylaxis
and treatment of osteoporosis. Am. J. Med. 1993; 94 :646-50.
Canalis E. Mechanisms of glucocorticoid action in bone. Curr.
Osteoporos. Rep. 2005; 3 :98-102.
Boling EP. Secondary osteoporosis: underlying disease and the
risk for glucocorticoid-induced osteoporosis. Clin. Ther. 2004;
26 :14.
Cooper MS. Sensitivity of bone to glucocorticoids. Clin. Sci.
2004; 107 :111–123.
Mazziotti G, Angeli A, Bilezikian JP, Canalis E, Giustina A.
Glucocorticoid-induced osteoporosis: an update. Trends
Endocrinol. Metab. 2006; 17 :144-149.
Jutea S, Orbai P, Ghervan C, Duncea I, Gozariu L. Glucocorticoids
increase inflamation-mediated osteopenia in rat. Acta Endocrinol.
2006; 2 :11-18.
Takahashi K, Fukushima S, Nozaki K, Kokubo S, Teramura K,
Miyata K. Effect of incadronate on corticosteroid-induced
osteopenia in rats. Yakugaku. Zasshi. 2004; 124 :627-630.
Iwamoto J, Seki A, Takeda T, Sato Y, Yamada H, Shen CL, et al.
Preventive effects of risedronate and calcitriol on cancellous
osteopenia in rats treated with high-dose glucocorticoid. Exp.
Anim. 2006; 55 :349-355.
Downey PA, Siegel M I. Bone biology and the clinical implications
for osteoporosis. physical therapy. Phys Ther 2006;86(1):77–91.
Wezeman FH, Emanuele MA, Moskal SF, Steiner J, Lapaglia N.
Alendronate administration and skeletal response during chronic
alcohol intake in the adolescent male rats. J. Bone Mineral Res.
2000; 15 :2033-2041.
Garton M J. Treatment of osteoporosis with bisphosphonates.
CPD Rheumatology 2001;2(3):64-70.
Nevitt MC, Johnell O, Black DM, Ensrud K, Genant HK, Cummings
SR. Bone mineral density predicts nonspine fractures in very
elderly women. Study of Osteoporotic Fractures Research
Group. Osteoporos. Int. 1994; 4 :325-331.
Lerouxel E, Libouban H, Moreau MF, Baslé MF, Audran M,
Chappard D. Mandibular bone loss an animal model of male
osteoporosis (orchidectomized rat): a radiographic and
densitometric study. Osteoporos. Int. 2004; 15 :814-819.
14. Bousson V, Le Bras A, Roqueplan F, Kang Y, Mitton D, Kolta S,
Bergot C, Skalli W, Vicaut E, Kalender W, Engelke K, Laredo JD.
Volumetric quantitative computed tomography of the proximal
femur: relationships linking geometric and densitometric variables
to bone strength. Role for compact bone. Osteoporos. Int. 2006;
17 :855-864.
15. Nazarian A, Cory E, Müller R, Snyder BD. Shortcomings of DXA
to assess changes in bone tissue density and microstructure
induced by metabolic bone diseases in rat models. Osteoporos.
Int. 2008 [Epub ahead of print] DOI 10.1007/s00198-008-06320.
16. Cho MH, Chun IK, Lee SC, Cho MH, Lee SY. Trabecular thickness
measurement in cancellous bones: postmortem rat studies with
the zoom-in micro-tomography technique. Physiol. Meas. 2005;
26 :667-676.
17. Bagi CM, Hanson N, Andresen C, Pero R, Lariviere R, Turner
CH, Laib A. The use of micro-CT to evaluate cortical bone
geometry and strength in nude rats: correlation with mechanical
testing, pQCT and DXA. Bone 2006; 38 :136-144.
18. Jiang SD, Shen C, Jiang LS, Dai LY. Differences of bone mass
and bone structure in osteopenic rat models caused by spinal
cord injury and ovariectomy. Osteoporos. Int. 2007; 18 :743750.
19. Lublinsky S, Ozcivici E, Judex S. An automated algorithm to
detect the trabecular-cortical bone interface in micro-computed
tomographic images. Calcif. Tissue Int. 2007; 81 :285-293.
20. Kanis JA, Johnell O, Oden A, de Laet C, Jonsson B, Dawson A.
Ten years risk of osteoporotic fracture and the effect of risk
factors on screening strategies. Bone 2001; 30 :251-258.
21. Mundy GR, Chen D, Oyajobi BO. Bone remodeling. Primer on the
metabolic bone diseases and disorders of mineral metabolism
(5th ed). London: Lippincott Williams & Wilkins, 2003.
22. Reddy Nagareddy P, Lakshmana M. Assessment of experimental
osteoporosis using CT-scanning, quantitative X-ray analysis
and impact test in calcium deficient ovariectomized rats. J.
Pharmacol. Toxicol. Methods 2005; 52 :350-355.
23. Grier SJ, Turner AS, Alvis MR. The use of dual-energy x-ray
absorptiometry in animals. Invest. Radiol. 1996; 31 :50-62.
24. Mahl CRW. Desenvolvimento de uma metodologia para avaliação
longitudinal da densidade óptica mandibular em ratos [tese].
Porto Alegre: FO/UFRGS; 2007.
25. Fonseca AAR. Avaliação do efeito da formalina na
descalcificação de espécimes anatômicos, por meio da
densidade radiográfica e concentração de cálcio [tese]. Porto
Alegre: FO/PUCRS; 2007.
Correspondência para:
Vania Regina Camargo Fontanella
Rua Cel. Paulino Teixeira, 169/403
90420-160 - Porto Alegre/RS
[email protected]
Rev ABRO. 2008; 9(2): 25-28
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
ESTUDO COMP
ARA
TIV
O D
A DIST
ORÇÃO VERTIC
AL
COMPARA
ARATIV
TIVO
DA
DISTORÇÃO
VERTICAL
ENTRE RADIOGRAFIAS DE DIA
GNÓSTICO,
DIAGNÓSTICO,
ODONTOMETRIA E OBTURAÇÃO FINAL EM DENTES
TRA
TADOS ENDODONTIC
AMENTE*
TRAT
ENDODONTICAMENTE*
A comparative study among the diagnosis of periapical radiography, odontometry and final
obturation with teeth in endodontic treatment*
Marina Sant’Ana GAZOLLA1, Mônica Costa ARMOND2, Virginia Kelma dos Santos SILVA3, Rodrigo GENEROSO4.
1
Professora Assistente de Endodontia da Faculdade de Odontologia de Três Corações/UNINCOR
Professora Assistente de Radiologia da Faculdade de Odontologia de Três Corações/UNINCOR
3
Mestranda em Clínica Odontológica – UNINCOR
4
Professor do Curso de Pós-Graduação da Universidade Vale do Rio Verde de Três Corações/UNINCOR
2
* Dissertação de Mestrado.
RESUMO
Dentre os principais erros cometidos durante os tratamentos endodônticos, pode-se citar a distorção das radiografias, em
função da presença do grampo, arco e do lençol de borracha que fazem o isolamento absoluto do campo operatório. Este
estudo ocupa-se em analisar a eficiência da técnica radiográfica da bissetriz para a realização de radiografias nas fases do
tratamento endodôntico e averiguar se houve distorção nas imagens mensuradas. Foram inspecionadas 900 radiografias
periapicais de arquivo do Curso de Especialização em Endodontia da UNINCOR, Três Corações/MG, sendo 300 radiografias
de diagnóstico, 300 de odontometria e 300 de obturações finais de tratamentos endodônticos concluídos em dentes
unirradiculares, que foram realizadas pela técnica da bissetriz. Em cada tratamento concluído foi mensurado o comprimento
aparente do dente com o auxílio de uma régua plástica milimetrada. Os valores medidos nas radiografias de diagnóstico,
odontometria e final de cada dente foram mensurados em milímetros, para serem comparados entre si a fim de avaliar se
houve ou não distorção entre os mesmos. Baseando-se nos resultados encontrados, as conclusões foram: não houve
diferença estatisticamente significante entre o comprimento das medidas das radiografias periapicais de diagnóstico,
odontometria e final em dentes unirradiculares; o método radiográfico da bissetriz mostrou-se eficiente, pois com o mesmo
foram confeccionadas radiografias de qualidade, sendo que a distorção radiográfica encontrada foi irrelevante.
PALAVRAS-CHAVE:
Odontometria; Distorção; Bissetriz.
INTRODUÇÃO
Os profissionais da área de Odontologia, em geral,
apresentam dificuldades técnicas para a realização de
radiografias periapicais durante os tratamentos endodônticos,
em função da presença do grampo, arco e lençol de borracha
que compõem o isolamento absoluto do campo operatório.
Dentre os principais erros encontrados está a distorção que
as imagens radiográficas apresentam, fato este que
desencadeia alterações significativas no resultado final dos
tratamentos, principalmente em erros na mensuração do
comprimento de trabalho durante a odontometria.
A técnica radiográfica intrabucal periapical do paralelismo
preconiza uma distância foco/filme de 40 cm, acompanhada
do uso do posicionador para filmes periapicais para ser
realizada, ou seja, o filme e o dente a ser radiografado devem
estar posicionados paralelamente entre si, enquanto o feixe
Rev ABRO. 2008; 9(2): 29-33
de raios X deve incidir perpendicularmente em ambos. Uma
grande vantagem dessa técnica é a padronização das
imagens radiográficas.
Já pela técnica da bissetriz, a distância foco/filme utilizada
para realizar a radiografia é de 20 cm, devendo-se respeitar
as angulações vertical, horizontal, posição do filme,
inclinações dentárias e áreas de incidência para cada região
a ser radiografada. Não utiliza posicionador e o feixe de raios
X deve incidir perpendicularmente à bissetriz do ângulo
formado entre o filme e o dente. É a técnica periapical mais
complexa de se executar.
É importante ressaltar que a padronização técnica das
radiografias periapicais deve ser imperativa nos
procedimentos para a endodontia, a fim de que o tratamento
final não resulte em sub ou sobre instrumentação, que levaria
o paciente a ser submetido a um retratamento endodôntico
29
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
ou até a uma cirurgia parendodôntica. Os objetivos do estudo
foram analisar se a técnica radiográfica da bissetriz seria
eficiente para a realização de radiografias nas fases do
tratamento endodôntico e averiguar se houve distorção nas
imagens mensuradas.
REVISÃO DE LITERATURA
Eaton1 (1966) comprovou três métodos para obtenção de
radiografias odontológicas: técnicas da bissetriz com cone curto
e com cone longo, e técnica do paralelismo com cone longo.
Concluiu que a técnica do paralelismo com o cone longo é a
que produz menor distorção na imagem, e que para se utilizar a
técnica da bissetriz seria necessário posicionar a angulação
vertical e horizontal do goniômetro do aparelho de raios X.
Langland & Sippy2 (1966) determinaram a distorção ocorrida
nas imagens radiográficas de dentes anteriores produzidas
pela técnica intra-oral do paralelismo (com uso do
posicionador). Foram mensuradas 154 radiografias
periapicais de dentes anteriores que seriam extraídos e as
medidas radiográficas foram comparadas às medidas reais.
Concluíram que a distorção radiográfica pela técnica do
paralelismo poderia ser minimizada consideravelmente
apenas com o uso do posicionador.
Do Vale et al.3 (1972) verificaram as influências das técnicas
radiográficas da bissetriz e do cone longo na odontometria.
Selecionaram 50 dentes encaminhados para exodontia, os
quais foram radiografados durante a odontometria por ambas
as técnicas. As medidas foram feitas com um compasso de
pontas metálicas, obtendo-se uma distância entre as pontas
do mesmo e, então, medida com paquímetro. Concluíram
que a técnica do cone longo apresentou menor distorção em
relação à técnica do cone curto.
Fitzgerald4 (1947) ressaltou que se a imagem radiográfica
estivesse distorcida e sem nitidez o exame estaria
comprometido, pois poderia omitir a presença de lesões e de
estruturas anatômicas. Concluiu que a radiografia deve seguir
os padrões técnicos, inclusive atenção especial à angulação
vertical correta dos raios X, na colocação do filme na cavidade
bucal do paciente e na distância foco-filme utilizada.
Aun & Bernabé5 (1978) adaptaram um dispositivo para
realização de radiografias com a técnica do cone longo. Foram
selecionados cinco pacientes que foram radiografados usando
a técnica do cone longo, comparativamente à do cone curto.
Concluíram que com o dispositivo os resultados foram mais
favoráveis quando comparado ao da técnica do cone curto.
Lobato et al.6 (1986) utilizaram 28 dentes montados em
articulador com o objetivo de avaliar, através dos exames
radiográfico e visual, um novo método de odontometria. Os dentes
foram radiografados pela técnica do cone longo onde tomou-se
a medida de cada dente com a realização da odontometria. Em
seguida, mais uma vez foram radiografados para que fosse
observada a distância entre a ponta da lima introduzida no
interior do canal. Concluíram que a técnica do paralelismo
constituiu método apreciável para este procedimento.
Forsberg7 (1987) comparou radiografias periapicais de 433
30
dentes unirradiculares in vitro, feitas pelas técnicas do
paralelismo e da bissetriz. Foi analisada na radiografia a
distância do ápice radiográfico até o cursor da lima que estava
inserida no interior do canal. A técnica do paralelismo mostrou
uma distorção radiográfica menor em comparação à da bissetriz.
Forsberg & Norway8 (1987) compararam as técnicas do
paralelismo e da bissetriz para obter o comprimento de 90
dentes unirradiculares extraídos. Foram realizadas as
radiografias e as medidas foram comparadas entre si.
Concluíram que a técnica da bissetriz produziu menor precisão
nos resultados que a do paralelismo.
Aun & Gavini9 (1988) avaliaram a distorção radiográfica
em ápices radiculares íntegros e reabsorvidos quando das
manobras de odontometria. Observaram como as variações
anatômicas do ápice poderiam induzir a falsas interpretações.
Concluíram que os valores obtidos pela imagem radiográfica
da ponta do instrumento ao vértice anatômico são maiores
do que a medida anatômica e podem induzir clinicamente ao
transpasse do forame apical.
Cox et al.10 (1991) avaliaram a precisão de um grupo de
nove examinadores sem auxílio de artifícios, para mensuração
do comprimento de canais radiculares. Limas de calibres 10
e 15 foram inseridas em vários comprimentos diferentes no
interior dos canais radiculares de pré-molares e molares
superiores e inferiores de cadáveres humanos. Para tanto foi
interpretada uma única radiografia para cada dente. Com base
nos resultados, os autores concluíram que as radiografias
são importantes na determinação do comprimento dos
dentes, mas outros fatores, como a sensação tátil de cada
operador, sua experiência e conhecimento influenciariam na
interpretação dessas radiografias. Enfatizaram ainda que
pode haver distorção nessas radiografias conforme a técnica
utilizada por cada operador em seu dia-a-dia clínico.
Stein & Corcoran11 (1992) relataram que a obtenção do
comprimento de trabalho durante o tratamento endodôntico
seria uma das fases mais importantes do mesmo. O estudo
foi realizado “in vitro” com o objetivo de determinar se
radiografias seriam um método preciso na confirmação do
comprimento do dente comparativamente a um localizador
eletrônico apical, durante a odontometria. Foram selecionados
87 dentes vitais e 24 dentes não-vitais, indicados para a
exodontia. As limas foram inseridas com o comprimento em
questão no interior do canal e fixadas a eles antes que a
extração fosse realizada. Após as exodontias, os dentes foram
seccionados para observação da posição das pontas das
limas em relação ao vértice radiográfico. Concluiu-se que
houve uma discrepância encontrada no estudo, com alto
índice de distorção durante a realização da radiografia.
Araújo & Gomes 12 (1999) avaliaram as distorções
radiográficas para a determinação do comprimento de
trabalho utilizando a técnica do paralelismo. Foram usados
30 dentes unirradiculares humanos extraídos. Concluíram
que não houve diferenças estatísticas significantes entre a
curvatura das raízes e a posição dos instrumentos nos canais
radiculares.
Rev ABRO. 2008; 9(2): 29-33
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Ogata et al. 13 (2005) compararam a eficácia de três
condições de interpretação radiográfica em odontometria e
avaliaram a concordância intra-observador. As três condições
experimentais de interpretação radiográfica foram:
negatoscópio sem máscara e sem magnificação (Visual); 2)
negatoscópio com lente de aumento de 2,5 X e com máscara
(Magnificação) e 3) bloqueador de luz e lente de aumento de
1,75 X (Bloqueador). Concluíram que parece não haver
qualquer vantagem em realizar medidas da distância entre o
ápice radicular e o extremo da lima endodôntica em dentes
incisivos superiores utilizando máscara ou magnificação da
imagem.
Jameel & Zakaria14 (2006) compararam a exatidão das
técnicas radiográficas da bissetriz e do paralelismo na
determinação do comprimento do canal na terapia
endodôntica. Para a realização do estudo, foram usados 33
canais radiculares de dentes molares. Uma lima tipo K foi
introduzida no canal até que sua ponta ficasse um milímetro
mais curto do que o ápice. Cada dente foi radiografado pelas
técnicas citadas. Os dados foram coletados e revelaram que
existiam diferenças nas medidas pela técnica do paralelismo
e a técnica da bissetriz, quando estes dois resultados
compararam com o meio das medidas reais. Concluiu-se
que é preferível usar a técnica do paralelismo durante o
tratamento endodôntico, onde tem um resultado mais exato.
Medeiros et al. 15 (2007) identificaram e avaliaram as
dificuldades encontradas por 50 alunos durante a manobra
de odontometria nas atividades laboratoriais da Disciplina
de Endodontia da Universidade de Taubaté, realizadas em
dentes humanos extraídos e montados em manequim.
Verificaram que houve alto índice de dificuldade em
encontrar as angulações horizontais e verticais durante a
técnica da bissetriz.
MATERIAL E MÉTODO
Foram utilizadas 900 radiografias periapicais do arquivo
do Curso de Especialização em Endodontia da UNINCOR,
no período de 1993 a 2002, assim divididas: 300 radiografias
de diagnóstico, 300 de odontometria e 300 finais de
tratamentos endodônticos concluídos em dentes
unirradiculares (Figura 1). A técnica radiográfica utilizada foi a
da bissetriz.
A faixa etária dos pacientes variou dos 15 aos 60 anos
para ambos os sexos. Em cada radiografia foi mensurado o
comprimento aparente do dente com auxílio de uma régua
plástica milimetrada e lupa, utilizando-se um negatoscópio
com máscara negra delimitadora e diminuição da luz
ambiente para melhor visualização dos ápices radiculares.
Na metodologia do estudo foi escolhida a régua plástica para
realizar as mensurações porque, baseado no trabalho de
Raldi et al.16 (1999), que compararam o paquímetro, a régua
plástica e a régua metálica para medição de radiografias, os
melhores resultados foram encontrados com o mesmo
instrumento utilizado neste estudo. Os valores foram
mensurados, em milímetros, nas radiografias de diagnóstico,
Rev ABRO. 2008; 9(2): 29-33
odontometria e final de cada dente e analisadas por um único
observador, para serem comparados a fim de avaliar se houve
ou não distorção entre as mesmas. Só foram inspecionadas
radiografias que apresentaram parâmetros ideais de
qualidade, ou seja, contraste e densidade médios, máximo
de detalhe e mínimo de distorção.
Com o objetivo de comparar as medidas de diagnóstico,
odontometria e final em dentes unirradiculares na variação
do comprimento em milímetros, retirando a influência do
tamanho do dente, foi utilizada uma Análise de Variância
baseada em um planejamento em bloco com 1 fator, ou seja,
os números dos dentes correspondem ao bloco de forma a
retirar a variação causada pela diferença encontrada entre o
tamanho dos dentes. O intuito desta análise é comparar três
ou mais grupos independentes (radiografias à diagnóstico,
odontometria e final) em relação à média de uma variável de
interesse (comprimento do dente). O planejamento em bloco
foi necessário, pois, os tamanhos e os tipos de dentes são
diferentes, portanto, poderia haver uma influência do tamanho
dos mesmos na medida do comprimento. Com isso, o bloco foi
utilizado de maneira a retirar o efeito dos diferentes tamanhos
dos dentes no resultado do comprimento de cada dente.
Todos os resultados foram considerados significativos ao
nível de significância de 5% (p < 0,05) tendo, portanto, 95% e
confiança de que os resultados estejam corretos.
Fig.1- Radiografias de diagnóstico, odontometria e final,
respectivamente.
Fig. 2 - Negatoscópio, máscara negra delimitadora, lupa e
régua plástica milimetrada
31
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
RESULTADOS
A Tabela 1 mostra uma descrição das medidas do
comprimento dos dentes para cada um dos três tipos de
radiografias mensuradas. A letra “n” significa o número de
dentes. Observa-se que a menor medida encontrada foi de
10 mm e a maior medida foi 39 mm. Para os três tipos de
radiografias a média dos comprimentos foi de 23 mm. Todas
as medidas descritivas encontram-se em milímetros.
TABELA 1 - Medidas descritivas do comprimento dos dentes
em relação aos 3 tipos de radiografias estudadas.
Tipos de
radiografias n
Diagnóstico
Odontometria
Final
300
300
300
Medidas descritivas (mm)
Mínimo
11
10
11
Máximo
39
35
39
Mediana
22
23
39
Média
23
23
23
d.p.
0,5
0,4
0,5
A Tabela 2 mostra que não existe diferença (p > 0,05)
estatisticamente significativa entre os três tipos de radiografias
no que se refere ao tamanho do dente. Portanto, os três tipos
de radiografias apresentam resultados semelhantes para
as medidas do comprimento dos dentes.
TABELA 2 - Resultados da Análise de Variância baseada num
planejamento em bloco quanto à medida do comprimento do
dente (mm) no que se refere aos 3 tipos de radiografias
estudados
Fonte de variação
Tipo de radiografia
Número do dente (bloco)
Erro
Total
g.l.
2
299
598
900
SQ
0,001
1,557
0,299
49,738
QM
0,0003
0,0052
0,0050
F
p
0,582 0,559
10,420
Legenda: SQ Soma dos quadrados; g.l. graus de liberdade; QM
Quadrados médios; F Estatística do teste; p probabilidade de
significância da estatística.
DISCUSSÃO
Vários autores 1,3,5,7,8,16 compararam as técnicas
radiográficas intrabucais periapicais da bissetriz e do
paralelismo, chegando a diferentes resultados. A maior parte
deles comprovou que a técnica do cone longo (paralelismo)
se mostrou superior à do cone curto, em relação ao fator
distorção radiográfica. Em contraposição, nenhum autor
pesquisado encontrou resultados que mostravam que a
técnica da bissetriz seria superior à técnica do paralelismo
na obtenção de radiografias periapicais. Alguns trabalhos
mostraram pesquisas realizadas apenas com a técnica do
paralelismo, com algumas variantes dentro do método. Como
exemplo, Larheim & Eggen17 (1979) propuseram in vitro a
técnica estandardizada do paralelismo acoplando tela
milimetrada ao filme periapical, o que trouxe resultados
também precisos e com menor índice de distorção.
Comparando a imagem radiográfica obtida pela técnica
do paralelismo com a medida real do dente após extração,
autores6,12 puderam perceber que a distorção encontrada
32
quando da comparação das medidas não era
estatisticamente significante.
Langland & Sippy 2 (1966) e Aun & Bernabé 5 (1978)
ressaltaram que o mérito da técnica do paralelismo se dá
pelo uso correto do posicionador que se aplica na técnica, e
encontraram uma menor distorção vertical.
Aun & Gavini9 (1988) concordaram com Langland & Sippy2
(1966) e Aun & Bernabé5 (1978), dizendo que a distorção
radiográfica poderia ser minimizada pelo uso do posicionador
durante a tomada radiográfica.
As radiografias mensuradas neste trabalho foram obtidas
pela técnica da bissetriz, que é a técnica radiográfica de
escolha do Curso de Odontologia de Três Corações- MGUNINCOR. Com base nos resultados do mesmo, que
mostrou não haver diferença estatisticamente significante na
mensuração do comprimento dos dentes nas radiografias
de diagnóstico, odontometria e final, ou seja, que a distorção
apresentada por elas seria irrelevante, pode-se enfatizar que
a escolha da técnica da bissetriz seria positiva, discordando
dos autores que defenderam a técnica radiográfica do
paralelismo.
Concorda-se com Cox et al.10 (1991) e Fitzgerald4 (1947)
que o valor do exame radiográfico depende da qualidade da
imagem radiográfica final, e também, Stein & Corcoran 11
(1992) que mostraram que as limitações na interpretação
visual de radiografias sem qualidade deveriam ser
consideradas, a fim de não prejudicar o resultado final do
tratamento endodôntico.
Ressalta-se que a técnica de odontometria utilizada pelos
alunos da UNINCOR durante os tratamentos endodônticos,
cujas radiografias foram empregadas neste trabalho, é a
técnica de INGLE.
Salienta-se que apesar de alguns autores 1,3,5,7,8,15
afirmarem que a técnica do paralelismo é superior à técnica
da bissetriz, esta pesquisa mostrou que a última, quando
bem executada, é tão eficaz quanto à primeira.
CONCLUSÃO
• Não houve diferença estatisticamente significante entre
o comprimento das medidas das radiografias periapicais de
diagnóstico, odontometria e obturação final em dentes
unirradiculares.
• Nesta pesquisa a técnica pela bissetriz mostrou-se
eficiente na realização de radiografias durante as fases do
tratamento endodôntico, sendo a distorção radiográfica
encontrada irrelevante.
ABSTRACT
Among the main consigned mistakes during the endodontic
treatments, one can mention the distortion in the radiographies
through the presence of the clinch, arch and rubber sheet that
they make absolute isolation of the operatorio field. This study
deals with an analysis for seeing if the bisector radiographic
technique would be efficient for the accomplishment of x-rays
in the endodontic treatment phases and investigate if it was a
Rev ABRO. 2008; 9(2): 29-33
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
distortion in the images measured. 900 periapical
radiographies were inspected from the archives of the
Endodontics Specialization course at UninCor, Três Corações,
MG, being 300 diagnosis radiographies, 300 of odontometry
and final obturation, and 300 of endodontic treatments
finished with uniradicular teeth that they had been carried
through by the technique of the bissetriz. In each concluded
treatment it was measured the apparent length of the tooth
with the helps of a plastic rule divided into millimeter. The
measured values in the diagnosis radiographies, odontometry
and final of each tooth were in millimeters and analyzed by a
single observer, in order to be compared between themselves
to evaluate if there was or not a distortion. With a base in the
found results, the conclusions were: there was no statiscally
significant difference between the measures length of the
periapical diagnosis radiographies, odontometry and final with
uniradicular teeth; the bisector radiographic method itself
revealed efficient in quality radiographies, to be found the
radiographic distortion was irrelevant.
15.
16.
17.
Medeiros JMF, Habitante SM, Zöllner NA, Carvalho PL, Pinto
CA, Lage-Marques JL. Análise das dificuldades dos alunos
de graduação durante as manobras de odontometria.Rev.
ABENO. 2007; 1:38-46.
Raldi DP et al. Precisão de instrumentos para aferição do
comprimento de trabalho em endodontia. Odont. USF.1999;
17:17-23.
Larheim TH, Eggen S. Determination of tooth length with a
standardized paralleling technique and calibrated radiographic
measuring film. Oral Surg, Oral Med, Oral Pathol. 1979; 38:347-8.
KEYWORDS: Odontometry; Distortion; Bisector
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
Eaton HM. Three common methods of periapical radiography.
J. Canad. Dent. Ass. 1966; 32:341-5.
Langland OE; Sippy FH. A study of radiographic longitudinal
distortion of anterior teeth using the paralleling technique. Oral
Surg. Oral Med. Oral Pathol.1966; 22:737-749.
Do Vale IF et al. A técnica radiográfica periapical do cone
longo comparada a do cone curto na determinação do
comprimento dos dentes para fins endodônticos. Estomat.
Cult. 1972; 6:53-58.
Fitzgerald, GM. Dental roentgenography. II Vertical angulation,
film placement and increased objet-film distance. J. Amer. Dent.
Ass. 1947; 34:160-70.
Aun, CE, Bernabé PFE. Adaptação da técnica do paralelismo
para tomadas radiográficas durante o tratamento endodôntico.
Rev. Ass. Paul. Cirurg. Dent.1978; 32:118-27.
Lobato AMN. Pesce HF, Paiva JG. Avaliação através de exames
radiográfico e visual de um novo método de odontometria.
Rev. Paul. Odont. 1986; 8: 2-14.
Fosberg, JA. A comparison of the paralleling and bisectingangle radiographic techniques in endodontics. Int. Endod. J.
1987; 20:177-182.
Forsberg J, Norway B. Radiographic reproduction of
endodontic “working length” comparing the paralleling and the
bisecting-angle techniques. Oral Surg, Oral Med, Oral Pathol;
1987; 64:353-60.
Aun CE, Gavini G. Avaliação da distorção radiográfica em
ápices radiculares íntegros e reabsorvidos quando das
manobras de odontometria: estudo in vitro. Rev. Paul. Odont.
1988; 10: 42-4.
Cox, VS et al. Radiographic interpretation of endodontic file
length. Oral Surg. 1991;72: 340-4.
Stein TJ, Corcoran JF. Radiographic working length revisited.
Oral Surg, Oral Med, Oral Pathol.1992; 74: 796-800.
Araújo EF, Gomes APM. Avaliação das distorções radiográficas
na determinação do comprimento de trabalho em endodontia.
Rev. Odontol. UNICID1999; 11: 95-104.
Ogata M, Loffredo LCM, Kuga MC, Scaf G. Efficacy of three
conditions of radiographic interpretation for assessment root
canal length. J Appl Oral Sci. 2005; 13: 83-6.
Jameel NG, Zakaria NA. Radiological accuracy in the
interpretation of apical fitness in endodontics. Al–Rafidain Dent
J. 2006; 6:151-54.
Rev ABRO. 2008; 9(2): 29-33
Correspondência para:
Marina Sant’Ana Gazolla
Rua Alferes Joaquim Antônio, 157 – Vila Pinto – Varginha-MG.
Cep: 37010.60
Tel:(35) 3221.4144
email: [email protected]
33
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
AVALIAÇÃO D
A QU
ALID
ADE D
AS RADIOGRAFIAS
DA
QUALID
ALIDADE
DAS
CEF
AL
OMÉTRIC
AS LA
TERAIS DE UM SER
VIÇO DE
CEFAL
ALOMÉTRIC
OMÉTRICAS
LATERAIS
SERVIÇO
RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA
Evaluation of lateral cephalometric radiograph quality performed in a radiological
dental office
Daniela Pita de MELO1, Flávia Maria de Moraes RAMOS1, Andréa dos Anjos PONTUAL2, Luciana AGUIAR3, Paulo
Sérgio Flores CAMPOS4
1
Aluna do Doutorado em Radiologia Odontológica FOP-UNICAMP
Professora de Radiologia da Faculdade de Odontologia de Pernambuco
3
Aluna do Mestrado em Radiologia Odontológica FOP-UNICAMP
4
Professor Livre-Docente da disciplina de Radiologia Odontológica da FO-UFBA
2
RESUMO
Neste trabalho, o objetivo foi avaliar a qualidade das radiografias laterais cefalométricas realizadas por alunos ingressos no
mestrado e na especialização em Radiologia Odontológica da Faculdade de Odontologia de Piracicaba. Foram avaliadas
radiografias cefalométricas laterais realizadas no período de um ano, entre outubro de 2003 e agosto de 2004. Mil e vinte
radiografias foram avaliadas para 14 categorias de erros. Cento e cinqüenta e seis radiografias não atingiram o padrão de
qualidade, apresentando no mínimo um erro principal. Foram adquiridas 864 radiografias com padrão de qualidade adequado.
As radiografias que não atingiram o padrão de qualidade (156) foram avaliadas por dois examinadores, que classificaram e
catalogaram os erros de acordo com o erro determinante da repetição. A superexposição do paciente correspondeu a 24,36%
das falhas, sendo o erro mais freqüente. A ausência de máxima intercuspidação foi o segundo erro mais freqüente (17,31%).
Concluiu-se que a maior prevalência de repetições foi causada pela inexperiência do operador.
PALAVRAS-CHAVE:
Radiografia; Cefalometria; Controle de qualidade.
INTRODUÇÃO
A radiografia cefalométrica lateral é, a rigor, a radiografia
extrabucal de perfil feita com maior distância foco-objeto (1,524
m) do que as demais radiografias extrabucais em norma
lateral (1,0 m). Este método permite a padronização das
projeções radiográficas devido à utilização de um cefalostato
ajustável que faz parte do aparelho. A padronização da posição
do paciente garante a obtenção de radiografias cefalométricas
laterais reprodutíveis, permitindo a mensuração e posterior
comparação das estruturas bucais e craniofaciais em tempos
diferentes.
A radiografia cefalométrica lateral deve apresentar níveis
adequados de detalhe, definição, densidade e contraste para
a correta avaliação das estruturas anatômicas e possíveis
processos patológicos durante a interpretação dessas
imagens. Na obtenção da radiografia cefalométrica lateral, o
operador deve estar atento ao correto posicionamento do
paciente no cefalostato, posicionando-o com a coluna ereta,
pescoço estendido, plano de Frankfort paralelo ao plano
horizontal, plano sagital mediano perpendicular ao plano
horizontal, paciente em oclusão, lábios fechados e nãotensionados. A visualização de estruturas anatômicas na
imagem está diretamente relacionada ao alinhamento do
paciente.
34
O exame radiográfico é utilizado em larga escala na
Odontologia como importante auxiliar no diagnóstico,
constituindo método fundamental para o planejamento do
tratamento de diversas patologias da região da cabeça e
pescoço1. Atualmente, a radiografia cefalométrica lateral
representa um dos exames radiográficos mais solicitados
pelo cirurgião-dentista para tratamentos ortodônticos e
ortopédicos2. Através da visualização, em norma lateral, de
inúmeras estruturas anatômicas na imagem final da
radiografia cefalométrica, pontos de referência são
determinados, o que leva a medidas angulares e lineares
utilizadas na avaliação dos padrões de crescimento.
A falta de atenção em qualquer uma das etapas para
obtenção da radiografia cefalométrica pode comprometer o
resultado final das imagens para interpretação radiográfica,
levando a repetição da técnica e exposição desnecessária
do paciente 3. Radiografias fora do padrão de qualidade
comprometem a realização das mensurações lineares e
angulares, prejudicando a realização do traçado
cefalométrico, indispensável à correta avaliação do
crescimento facial. A minimização dos erros torna possível a
visualização de pequenas mudanças alcançadas com o
tratamento ortodôntico2.
Este trabalho tem por objetivo avaliar os erros em
Rev ABRO. 2008; 9(2): 34-37
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
radiografias cefalométricas laterais realizadas por alunos de
mestrado e ingressos na especialização em Radiologia
Odontológica da Faculdade de Odontologia de PiracicabaUNICAMP.
MATERIAL E MÉTODOS
No período de um ano, foram avaliadas radiografias
cefalométricas laterais da Clínica de Radiologia da Faculdade
de Odontologia de Piracicaba-UNICAMP. Estas radiografias
foram realizadas no aparelho de telerradiografia Tele Funk
x15 (Tele Funk Indústria e Comércio de Equipamentos de RX
LTDA, Brasil) e processadas na processadora automática
Macrotec MX-2 (Macrotec, Belo Horizonte). Neste período, foi
registrada a quantidade de radiografias realizadas dentro do
padrão de qualidade (864) dos pacientes atendidos na
clínica. As radiografias incorretas (156) foram avaliadas, para
a indicação do erro responsável pela repetição, por dois
examinadores especialistas em Radiologia Odontológica,
com cinco anos de experiência clínica, utilizando um
negatoscópio E.M.B. (Eletro Médica Brasileira São Paulo).
Previamente, os dois examinadores classificaram um grupo
de radiografias que não faziam parte da amostra para
assegurar a consistência da avaliação. As radiografias foram
avaliadas em ambiente sem iluminação artificial ou natural
e, após a classificação dos erros, em caso de discordância
entre os avaliadores, foi realizada uma nova avaliação para a
determinação da principal causa de repetição. Nessas
avaliações os erros foram classificados de acordo com o
Quadro 1.
Quadro 1 - Classificação dos erros a serem analisados nas
radiografias cefalométricas
CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS
ERROS DE POSICIONAMENTO DO PACIENTE
· Cabeça posicionada para cima
· Cabeça posicionada para baixo
· Ausência de máxima intercuspidação
· Lábios e queixo contraídos
· Olivas não coincidentes
MOVIMENTAÇÃO DO PACIENTE
APARELHO
· Mau funcionamento
ERROS RELACIONADOS AOS FATORES DE EXPOSIÇÃO
· Subexposição
· Superexposição
ERROS TÉCNICOS
· Excesso de perfil mole
· Ausência de perfil mole
· Pouco perfil mole
· Corte no perfil mole
· Mau posicionamento do colimador/diafragma
Rev ABRO. 2008; 9(2): 34-37
RESULTADOS
Das 1.020 radiografias realizadas, 864 (84,71%)
apresentaram os padrões de qualidade, sendo, portanto,
consideradas tecnicamente corretas, enquanto 156 (15,29%)
necessitaram de repetição. Dentre as 156 radiografias que
não apresentaram qualidade de imagem satisfatória para
diagnóstico, os erros relacionados aos fatores de exposição
foram os mais encontrados (37,82%). Observa-se na Tabela 1
que os erros de superexposição representaram 64,41%,
enquanto os erros de subexposição corresponderam a 35,59%.
O segundo maior grupo de erros relacionou-se ao
posicionamento incorreto do paciente (36,54%). Em relação a
este grupo, a ausência de máxima intercuspidação foi o erro
mais freqüente (47,37%), seguido do erro relacionado com o
posicionamento da cabeça inclinada para baixo (29,81%) e da
cabeça inclinada para cima (19,30%), como pode ser
observado na Tabela 2.
A distribuição dos erros técnicos está exposta na Tabela 3,
sendo os mais freqüentes: excesso de perfil mole (27,28%),
ausência de perfil mole (24,24%) e pouco perfil mole (21,21%).
Os erros relacionados ao mau funcionamento do aparelho
corresponderam a 0,64% do total de erros. Os erros de
movimentação do paciente representaram apenas 3,85% do total.
Na Tabela 4 pode-se observar a distribuição de todos os
erros, sem discriminação de grupos. Dentre todos os erros,
o mais freqüente foi a superexposição (24,36%), seguido da
ausência de máxima intercuspidação (17,31%).
Tabela 1 - Distribuição das porcentagens do grupo de erros
relacionados aos fatores de exposição.
ERROS RELACIONADOS AOS FATORES
DE EXPOSIÇÃO (37,82%)
Superexposição
Subexposição
Total
N
38
21
59
%
64,41
35,59
100
Tabela 2 - Distribuição das porcentagens do grupo de erros
relacionados ao posicionamento
ERROS DE POSICIONAMENTO (36,54%)
Cabeça inclinada para cima
Cabeça inclinada para baixo
Lábios/queixo contraídos
Olivas não coincidentes
Ausência de máxima intercuspidação
Total
N
11
17
1
1
27
57
%
19,30
29,81
1,75
1,75
47,37
100
Tabela 3 - Distribuição das porcentagens do grupo de erros
técnicos.
ERROS TÉCNICOS (21,15%)
Excesso de perfil mole
Ausência de perfil mole
Pouco perfil mole
Corte no perfil mole
Posicionamento do Colimador/Diafragma
Total
N
9
8
7
4
5
33
%
27,28
24,24
21,21
12,12
15,15
100
35
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Tabela 4 - Distribuição dos erros responsáveis pela repetição
das radiografias.
ERROS
Cabeça inclinada para cima
Cabeça inclinada para baixo
Excesso de perfil mole
Ausência de perfil mole
Pouco perfil mole
Ausência de máxima intercuspidação
Movimentação do paciente
Diafragma/Colimador mal posicionado
Corte no perfil mole
Subexposição
Superexposição
Olivas não coincidentes
Lábios/Queixo contraídos
Mau funcionamento do aparelho
Total de erros
N
11
17
9
8
7
27
6
5
4
21
38
1
1
1
156
%
7,05
10,90
5,77
5,13
4,49
17,31
3,85
3,20
2,56
13,21
24,36
0,64
0,64
0,64
100
DISCUSSÃO
O estudo das radiografias cefalométricas laterais de
pacientes permite que os cirurgiões-dentistas, especialmente
os ortodontistas, possam avaliar o crescimento facial e
diagnosticar anormalidades, assim, planejando corretamente
o tratamento a ser realizado. A qualidade da imagem
radiográfica é fundamental para o correto diagnóstico e esta
deve ser adquirida com a menor exposição possível do
paciente à radiação ionizante. Desta forma, é preciso evitar
ao máximo os erros radiográficos, a fim de realizar o menor
número de exposições possível e obter radiografias que
permitam o diagnóstico preciso.
Os ortodontistas geralmente utilizam a radiografia
cefalométrica lateral para o planejamento e acompanhamento
do tratamento de seus pacientes. A qualidade dessas
imagens é de fundamental importância, principalmente pelo
fato dessa radiografia ser repetida durante o tratamento
desses pacientes, para comparação de evetuais
transformações. Erros relacionados à aquisição da
radiografia, traçado, identificação de pontos cefalométricos,
e medidas já foram investigados de forma a minimizá-los4,5,6.
Os erros de traçado, marcação de pontos e mensurações
cefalométricas muitas vezes ocorrem em conseqüência da
aquisição de imagens radiográficas inadequadas, tendo em
vista que esta é a primeira etapa na obtenção de uma análise
cefalométrica.
Como mencionado anteriormente, uma importante fonte
de erros na marcação de pontos cefalométricos é a qualidade
da radiografia7. Em nosso estudo, foi observado que o maior
número de erros estava relacionado à superexposição
(24,36%). A superexposição está relacionada aos fatores de
exposição radiográfica, e este grupo de erros correspondeu
a 37,82% das falhas encontradas. Uma radiografia com
densidade elevada, assim como uma densidade muito baixa,
mascara pontos cefalométricos localizados em estruturas
anatômicas mais delicadas, o que pode levar a um traçado
36
incorreto. Com o avanço tecnológico dos sistemas digitais e
digitalização das imagens, os softwares utilizados durante o
processo de aquisição de imagens digitais permitem que a
densidade da imagem seja manipulada.
Geelen et al. 8 (1998) afirmaram que a qualidade da
imagem é determinada durante a exposição e processamento
do filme e que pouco pode ser feito para melhora-lá após a
sua aquisição. Se um filme radiográfico é escaneado e
transferido para o formato digital, a qualidade radiográfica
original é um dos critérios mais importantes para a validação
dos resultados7. Relatos de imagens inadequadas ou inúteis
são crescentes, o que aumenta o número de exposições
desnecessárias. Essas exposições representam um risco
adicional ao paciente, quer pelo excessivo número de
radiografias repetidas, quer pela utilização de radiografias
inadequadas levando a diagnósticos e tratamentos imprecisos.
Quanto maior a distância foco-objeto na radiografia
cefalométrica lateral, menor a magnificação da imagem.
Porém, na prática, a distância mais viável é a de 1,524 m, e
tabelas de compensação foram publicadas para a realização
de medidas lineares 9. As dificuldades apresentadas pela
radiografia cefalométrica lateral são: magnificação geométrica
e distorção, erros de mensuração e erros de
reposicionamento (repetição)9.
A cefalometria manual vem sendo continuamente
substituída pela cefalometria computadorizada. Esta técnica
consome mais tempo de trabalho e, ainda, há risco de erro
no momento da transferência das medidas para o
computador7. Bruntz et al.10 (2006) observaram que quando o
filme radiográfico é convertido ao formato digital a imagem
sofre distorção: 0,5% de ampliação no sentido vertical e
redução horizontal de 0,3%, o que aumenta ainda mais a já
existente distorção da imagem por limitações do método
radiográfico.
A cefalometria computadorizada é o método mais prático
de obtenção do traçado cefalométrico, além de permitir que a
imagem seja manipulada. Entretanto, nem todos os erros
radiográficos poderão ser amenizados através das
ferramentas encontradas em programas de cefalometria. Os
erros de posicionamento, que corresponderam a 36,54 %
dos erros neste estudo, devem ser evitados, pois levam a
repetição da radiografia. Dos erros relacionados ao
posicionamento do paciente, a ausência de máxima
intercuspidação foi o mais freqüente (47,37%). O paciente
deve ser informado de forma clara sobre a necessidade da
permanência em máxima intercuspidação. O operador deve
verificar a mordida do paciente antes de realizar a aquisição
da imagem. A cabeça inclinada para baixo foi o segundo erro
de posicionamento mais freqüente (29,81%). Isto talvez se
deva à tendência dos pacientes inclinarem a cabeça para
baixo, como posição natural da cabeça11. É importante que o
operador, ao posicionar o paciente no cefalostato, verifique
se o plano de Frankfort está paralelo ao plano horizontal e fixe
bem o posicionador do násio para evitar que o paciente incline
a cabeça para baixo ou para cima.
Rev ABRO. 2008; 9(2): 34-37
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Os erros relacionados à técnica formaram o terceiro grupo
de erros mais comuns (21,15%), sendo o excesso de perfil
mole o mais freqüente destes, seguido da ausência de tecido
mole (24,24%) e perfil mole insuficiente (21,21%). A aquisição
radiográfica tem várias características que podem levar a
perda da precisão da imagem, principalmente no que diz
respeito a diferentes radiodensidades dos tecidos duros e
moles. Benson & Richmond12 (1997) demonstraram em seu
estudo que a radiografia cefalométrica lateral é a técnica mais
confiável e reprodutível para a mensuração do perfil mole.
Este é importante na mensuração de pontos cefalométricos
e o máximo de nitidez da linha do perfil mole é um dos
principais objetivos durante a aquisição da radiografia
cefalométrica. O operador deve posicionar corretamente o
filtro para perfil mole e escolher corretamente os fatores de
exposição, para obter uma imagem adequada para a
avaliação do perfil mole.
CONCLUSÃO
Diante do exposto, concluímos que:
• Os erros relacionados à escolha dos fatores de exposição
são os mais comuns, quando da obtenção de radiografias
cefalométricas laterais;
• Dentre os erros encontrados, a superexposição foi o mais
freqüente;
• A maioria dos erros está sob o controle dos operadores
e poderiam ser evitados.
Eur J of Orthod 2001; 23(5): 569-578.
Langland OE, Sippy FH. Anatomic structures as visualized on
the orthopantomogram. Oral Surg Oral Med Oral Pathol 1968;
26:475-484.
4. Chen YJ, Chen SK, Chang HF, Chen KC. Comparison of landmark
identification in traditional versus computer-aided digital
cephalometry. Angle Orthod 2000; 70:387-392.
5. Chen YJ, Chen SK, Yao JC, Chang HF. The effect of differences
in landmark identification on the cephalometric measurements
in traditional versus digitized cephalometry. Angle Orthod 2004;
74:155-161.
6. Turner PJ, Weerakone S. An evaluation of the reproducibility of
landmark identification using scanned cephalometric images. J
of Orthod 2001; 28:221-229.
7. Sayinsu K, Isik F, Trakyali G, Arun T. An evaluation of the errors
in cephalometric measurements on scanned cephalometric
images and conventional tracings. Eur J of Orthod 2007; 29:105108.
8. Geelen W, Wenzel A, Gotfretsen E, Kruger M, Hansson LG.
Reproducibility of cephalometric landmarks on conventional film,
hardcopy, and monitor-displayed images obtained by the storage
phosphor technique. Eur J of Orthod 1998; 20:331-340.
9. Rousset MM, Simonek F, Dubus JP. A method for correction of
radiographic errors in serial three-dimensional cephalometry.
Dentomaxillofac Radiol 2003; 32:50-59.
10. Bruntz LQ, Palomo JM, Baden S, Hans MG. A comparison of
scanned lateral cephalograms with corresponding original
radiographs. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2006; 130(3):340348.
11. Lundström A, Lundström F. The Frankfort horizontal as a basis
for cephalometric analysis. Am J Orthod Dentofacial Orthop
1995; 107(5):537-540.
12. Benson PE, Richmond S. A critical appraisal of measurements
of the soft tissue outline using photographs and videos. Eur J
of Orthod 1997; 19:397-409.
3.
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate the quality of the
lateral cephalometric radiographs taken by graduate students
who started at the Radiology Department of Piracicaba Dental
School. The radiographs taken during the period of one ear,
from October 2003 to August 2004 were evaluated. A thousand
and twenty radiographs were evaluated based on 14
categories of common errors. A hundred and fifty six
radiographs were considered without quality, presenting at
least one main error. Eight hundred and sixty four radiographs
were acquired with a satisfactory quality pattern. The
radiographs that needed to be repeated (156) were evaluated
by two examiners that classified and filed the errors presented
by the main error that leaded to the repetition.The
superexposition of the patient corresponded to 24,36% of the
errors and was the most frequent error found in this study. The
absence of maximum occlusion was second most common
error (17,31%). It was concluded that the higher prevalence of
repetitions was due to the inexperience of the operator.
KEYWORDS: Radiography; Cephalometry; Quality control.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.
2.
Yacovenko, A. Análise dos problemas mais freqüentes na
radiografia na prática odontológica. Revista da ABRO 2001;
2(1):29-39.
Kamoen, A, Dermaut L, Verbeeck, R. The clinical significance of
error measurement in the interpretation of treatment results.
Rev ABRO. 2008; 9(2): 34-37
Correspondência para:
Daniela Pita de Melo
Av. Limeira, 901, Areião
Cx Postal 52, Piracicaba-SP.
e-mail: [email protected]
Tel. (19) 3412-53-27
37
PREV
ALÊNCIA DE ANOMALIAS DENTÁRIAS EM
PREVALÊNCIA
PACIENTES SUBMETIDOS A TRA
TAMENT
O
TRAT
AMENTO
ODONTOLÓGICO
Prevalence of development dental anomalies in patients undergoing dental treatment
Betania Fachetti RIBEIRO1, Déborah Paraíso Pitta IGLESIAS2, Cristina Ruan Ferreira de ARAÚJO3, Alexandre Pinto
MAIA4, Ana Miryam Costa de MEDEIROS5
1
Doutoranda em Estomatologia pela UFPB, mestre em Patologia Oral pela UFRN
Professora substituta de Imunologia da UFRN, Doutoranda em Patologia Oral pela UFRN
3
Doutoranda em Patologia Oral pela UFRN e mestre em Diagnóstico Bucal pela UFPB
4
Doutorando em Patologia Oral pela UFRN e mestre em Periodontia pela UFRN
5
Professora Doutora da Disciplina de Diagnóstico Oral da UFRN
2
RESUMO
O objetivo neste estudo foi determinar a prevalência de anomalias dentárias em radiografias panorâmicas. Foi realizada uma
pesquisa descritiva constituída pela observação, análise e registro das anomalias dentárias de desenvolvimento em radiografias
panorâmicas obtidas por indicação clínica para tratamento odontológico, considerando as anomalias de número, tamanho e
forma. A amostra consistiu de 308 radiografias panorâmicas realizadas durante o período de um ano em uma clínica odontológica
privada da cidade de Natal/RN. Foram coletados dados referentes ao sexo, idade do paciente, tipo de anomalia e sua
localização anatômica. Das 308 imagens radiográficas panorâmicas analisadas, os dados coletados indicaram a dilaceração
como a anomalia de maior prevalência (n=75, 66,37%), seguida pela microdontia (n=13, 11,5%) e anodontia (n=9, 7,96%).
Quanto à relação entre a presença de anomalias e o sexo, o teste estatístico não-paramétrico Qui-Quadrado aplicado demonstrou
que não houve diferença estatisticamente significante. A dilaceração radicular foi a anomalia de desenvolvimento de maior
prevalência. A maioria das anomalias foi observada na região de molares inferiores e não houve diferença estatisticamente
significativa quanto à presença das anomalias verificadas e o sexo dos pacientes.
PALAVRAS-CHAVE:
Radiografia panorâmica; Anomalias dento-faciais; Prevalência; Diagnóstico por imagem.
INTRODUÇÃO
A odontogênese é um processo embriológico complexo,
caracterizado por uma série de interações célula-célula e célulamatriz, que culminam com a diferenciação do órgão dental1,2.
Os eventos biológicos iniciais têm início em torno da sexta
semana de desenvolvimento intra-uterino e muitos dos
complexos mecanismos necessários à progressão normal
da odontogênese ainda não são totalmente conhecidos3,4.
As anomalias do desenvolvimento dentário são resultantes
de desvios do processo normal de crescimento,
desenvolvimento e/ou diferenciação celular durante a
odontogênese. Ocorrem devido a fatores genéticos, como
manifestações de distúrbios sistêmicos, ou sofrem influência
de fatores ambientais que podem causar transtornos durante o
desenvolvimento, mesmo após o nascimento5,6. Manifestamse clinicamente como alterações da morfologia e estrutura
histológica, podendo acarretar em perda da função e apresentam
freqüência variável de acordo com a população estudada7.
38
As anomalias de desenvolvimento são classificadas em
relação ao número, tamanho, forma e estrutura dos dentes.
As alterações em relação ao número (anodontia e dente
supranumerário) são comuns e podem estar associadas à
genética do paciente. Considerando a ausência de dentes,
outros fatores como trauma, radiação, distúrbios endócrinos
e medicamentos quimioterápicos, entre outros, podem estar
associados a essa condição. A origem das anomalias
dentárias de tamanho (microdontia e macrodontia) está
relacionada principalmente com o fator hereditário, porém,
fatores genéticos e ambientais podem afetar o tamanho dos
dentes durante o desenvolvimento. Quanto à forma dos
dentes, esta pode sofrer alteração durante o desenvolvimento
dos mesmos, originando fusão, geminação ou
concrescências dos elementos dentários. As alterações nas
estruturas dentárias estão relacionadas com fatores
hereditários7,8.
Muitas anomalias de desenvolvimento dentário podem
Rev ABRO. 2008; 9(2): 38-41
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
ser diagnosticadas apenas com a avaliação clínica, porém,
há casos não detectados clinicamente que apenas são
visualizados através do exame radiográfico9,10. A radiografia
panorâmica permite uma avaliação de todas as estruturas
ósseas e dentárias da maxila e mandíbula, proporcionando
subsídios adequados para a maioria dos procedimentos de
cirurgia bucal, avaliação do progresso em tratamentos
ortodônticos, informações sobre o crescimento e o
desenvolvimento de crianças, bem como, nos levantamentos
de saúde bucal de uma dada população11. Para o estudo dos
distúrbios que ocorrem durante a odontogênese, o exame
panorâmico é importante ainda para avaliar a extensão da
anomalia e a possível associação com outras patologias.
Dessa forma, o exame clínico associado ao radiográfico
permite o diagnóstico preciso de anomalia dentária9,10.
Diante do exposto, este estudo tem por objetivo determinar
a prevalência de anomalias dentárias (número, forma e
tamanho), avaliando radiografias panorâmicas de pacientes
que foram realizadas por indicação clínica para planejamento
do tratamento odontológico.
MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo consistiu de uma pesquisa descritiva
retrospectiva, constituída pela observação, análise e registro
das anomalias dentárias de desenvolvimento em radiografias
panorâmicas, considerando as anomalias de número,
tamanho e forma. A amostra totalizou 308 radiografias
panorâmicas realizadas em uma clínica odontológica privada
da cidade de Natal/RN no período de um ano, que se
encontravam arquivadas junto aos prontuários dos pacientes
e necessariamente apresentavam padrões de qualidade
aceitáveis para diagnóstico, considerando grau máximo de
detalhe e médio de densidade e contraste.
Foram coletados os dados referentes ao sexo e à idade
do paciente. Após realização da análise radiográfica em
negatoscópio com máscara negra em uma sala escura, três
examinadores coletaram os dados referentes ao tipo de
anomalia presente em cada caso avaliado e sua localização
anatômica.
Realizou-se uma análise descritiva dos dados. Para
verificar se havia associação entre as variáveis “sexo” e
“anomalias dentárias”, os dados coletados foram submetidos
ao teste não-paramétrico do Qui-Quadrado com nível de
significância de 5%, utilizando o Software GraphPad InStat.
RESULTADOS
Das 308 radiografias panorâmicas analisadas, 81
(26,30%) apresentaram um ou mais tipo de anomalia, sendo
observado um total de 113 anomalias dentárias.
Dos 81 pacientes que apresentavam anomalia(s), 37
(45,68%) eram do sexo masculino e 44 (54,32%) do sexo
feminino. A idade média dos pacientes com anomalias foi de
35,5 anos, sendo a idade mínima de 8 e a máxima de 64 anos.
As 113 anomalias dentárias diagnosticadas estavam
agrupadas em sete tipos, sendo as mais prevalentes a
Rev ABRO. 2008; 9(2): 38-41
dilaceração (n=75, 66,37%), seguida pela microdontia (n=13,
11,5%) e anodontia (n=9, 7,96%). A tabela 01 mostra os tipos
de anomalias diagnosticadas, bem como seu número e
percentual dentro da amostra.
Quando considerada a localização das anomalias,
observa-se que a região de molares inferiores foi a que
apresentou maior prevalência de casos (n=58, 51,3%), sendo
que a região de terceiros molares contribuiu com 40 (35,4%)
casos, seguida da região de molares superiores (n=22,
19,5%) e da região de pré-molares (n=15, 13,3%).
A distribuição das anomalias entre os pacientes do sexo
feminino e masculino de uma maneira geral não mostrou
diferenças quanto à prevalência (Tabela 02). O teste QuiQuadrado não mostrou associação entre estas variáveis
(p=0,88).
DISCUSSÃO
A formação e o desenvolvimento do órgão dentário
respeitam um padrão histológico definido, obedecendo as
etapas de iniciação, histodiferenciação, morfodiferenciação,
aposição, calcificação e erupção. Cada um destes estágios
da organogênese é sensível a induções de agentes
modificadores, que alteram a fisiologia e a morfologia dos
tecidos. Estas alterações podem surgir por causas múltiplas,
locais ou gerais, às vezes indeterminadas. Cerca de 10%
das malformações congênitas são de caráter hereditário,
outros 10% são ambientais e 80% são de etiologia
desconhecida 12.
Em decorrência da presença destas anomalias, o paciente
pode apresentar alteração no padrão de oclusão e,
conseqüentemente, uma função mastigatória anormal,
desequilíbrio no crescimento das arcadas dentárias,
migrações dentárias não desejáveis, apinhamentos
dentários, retenção de dentes decíduos, problemas
periodontais e até mesmo complicações no tratamento
ortodôntico6,13.
Entretanto, estas alterações podem passar despercebidas
tanto para o paciente como para o cirurgião-dentista até o
momento do exame radiográfico. Dessa forma, a radiografia,
em especial a panorâmica, constitui um exame complementar
de grande significado clínico na detecção desses distúrbios
do desenvolvimento9.
A radiografia panorâmica permite uma visualização global
dos dentes dos maxilares, bem como seus constituintes
ósseos. É um exame rápido, de fácil execução e baixo custo,
que permite detectar a presença de patologias nos maxilares,
dentes inclusos, traumas e anomalias dentárias, assim como
a avaliação da dentição. Por isso é um dos exames
radiográficos mais solicitados pelos dentistas7,13,14.
A análise das radiografias panorâmicas para identificação
de anomalias dentárias do desenvolvimento permitiu
identificar a presença de um ou mais tipo de anomalia em
35,5% dos pacientes, com uma média de 1,4 anomalias por
paciente. Tais resultados foram inferiores aos descritos por
Souza et al.15 (2002) e Scarpim et al.10 (2006) que verificaram
39
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
prevalência de anomalias dentárias em 74% das 496
radiografias analisadas em crianças de 2 a 11 anos e 57,8%
dos 766 pacientes ortodônticos com idade entre 4 a 30 anos,
respectivamente. Em pacientes mais jovens, com idade entre
4 e 12 anos, Coutinho et al. 16 (1998) e Faria 17 (2003)
observaram uma prevalência ainda menor (11,4%) do que a
relatada no presente estudo.
A comparação entre os dados de prevalência das
anomalias dentárias muitas vezes fica prejudicada, pois as
anomalias incluídas para análise e a faixa etária analisada
diferem entre os estudos.
A dilaceração foi a anomalia de forma mais prevalente no
presente estudo, correspondendo a 66% das anomalias
diagnosticadas. Scarpim et al.10 (2006) incluíram as anomalias
de posição na análise radiográfica e identificaram que a
presença de dentes não irrompidos foi a anomalia mais comum
(n=265, 18,7%), seguida das anomalias de número: anodontia
(n=47, 3,32%) e dentes supranumerários (n=7, 0,49%).
Já Souza et al.15 (2002) avaliaram as mesmas anomalias
que o presente estudo, além das anomalias de posição e
estrutura. Os autores encontraram alta prevalência das
anomalias de posição (n=305, 83,1%) e número (n=66, 17,9%),
sendo a giroversão a anomalia de posição mais encontrada.
Faria17 (2003) verificou que a anodontia foi a anomalia de
maior prevalência (5,4%) no seu estudo, no qual pesquisou
anomalia de número, tamanho e forma, além da presença
de dentes impactados. Das 500 radiografias analisadas de
crianças de 5 a 12 anos de idade, 118 (16%) apresentaram
anomalias dentárias.
De forma semelhante Cecchi et al. 13 (2004) também
detectaram a anodontia como anomalia dentária mais
prevalente. Os autores avaliaram 995 radiografias
panorâmicas, realizadas para documentação ortodôntica, de
pacientes com idade entre 8 a 20 anos. Identificaram a
microdontia em 7,54% dos casos, valores percentuais mais
elevados do que os encontrados no presente estudo (4,22%).
A macrodontia foi identificada em apenas 0,7% dos casos,
não sendo esta anomalia identificada no presente estudo,
possivelmente pela sua raridade. No estudo de Cecchi et
al.13 (2004) a anodontia ocorreu em uma proporção maior
(20%) do que a constatada no presente estudo (2,92%). A
prevalência dos supranumerários relatada pelos autores foi
3,52%, enquanto a constatada neste estudo foi de
aproximadamente 2%.
Girondi et al.18 (2006) encontraram, por meio da análise de
533 radiografias de pacientes de 12 a 25 anos de idade,
maior prevalência de dentes não irrompidos, com 31,52%,
seguido da anodontia (6,57%), microdontia (2,81%),
taurodontia e dentes supranumerários (1,5%), macrodontia
(0,75%) e transposição (0,38%).
De uma maneira geral as anomalias verificadas no
presente estudo concentraram-se na região posterior dos
maxilares, em especial na região de terceiros molares.
Resultados semelhantes foram obtidos por Girondi et al.18
(2006) ao analisarem anomalias como macrodontia,
40
anodontia, supranumerários e dentes não irrompidos. Para
dentes com microdontia, o incisivo lateral foi o elemento
dentário mais comumente afetado. Para anomalias como
taurodontia e raízes fusionadas, estes autores observaram
maior envolvimento do segundo molar.
Coutinho et al. 16 (1998) analisaram 324 pacientes e
descreveram que a anomalia de número foi a mais
encontrada (6,5%), sendo a maioria dos casos localizada na
região ântero-superior (46%). Quando consideramos apenas
a localização das anomalias de número, a concentração dos
casos nesta região coincide com resultados ora relatados,
apesar de não ser esta a anomalia mais prevalente da
amostra. Coutinho et al.16 (1998) observaram ainda algumas
complicações comumente presentes e constataram que a
impactação (41%), perda de espaço (36%), giroversão (18%)
e desvio do trajeto eruptivo (5%) foram as mais freqüentes. A
importância da avaliação radiográfica desses casos revelou
a importância em complementar o exame clínico,
assegurando um diagnóstico acurado e fornecendo base
para um melhor planejamento e tratamento mais adequado.
Corroborando os nossos resultados, os autores
anteriormente citados também não verificaram predileção
quanto ao sexo dos pacientes em relação às anomalias
estudadas. Enquanto Souza et al.15 (2002) verificaram maior
prevalência das anomalias de posição no sexo feminino.
CONCLUSÃO
A dilaceração radicular foi a anomalia de desenvolvimento
de maior prevalência. A maioria das anomalias foi observada
na região de molares inferiores e não houve diferença
estatisticamente significativa quanto à presença das
anomalias verificadas e o sexo dos pacientes.
ABSTRACT
Aim: to determine the prevalence of dental anomalies in
panoramic radiographies.
Material and Methods: this research was a descriptive study
by observation, analysis and registration of development dental
anomalies in panoramic radiographies obtained to dental
treatment, considering the anomalies of number, size and
shape. The sample consisted of 308 panoramic radiographies
during the period of 1 year in a private dental clinic in Natal/
RN. Data were collected regarding sex, age, type of anomaly
and its anatomical site.
Results: Of the 308 panoramic analyzed, the more prevalent
anomaly was the dilaceration (n = 75, 66.37%), followed by
microdontia (n = 13, 11.5%) and anodontia (n = 9.7, 96%). The
statistical analysis using chi square test showed no correlation
between the sex of the patient and the presence of
abnormalities (p = 0.88).
Conclusions: root dilaceration was the anomaly with higher
prevalence. The majority of the anomalies were observed in
the region of lower molars and no statistically significant
difference was found as to the presence of anomalies and the
sex of the patients.
Rev ABRO. 2008; 9(2): 38-41
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
KEYWORDS: Radiography panoramic; Maxillofacial
abnormalities; Prevalence; Diagnostic imaging.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
Arana VE. Odontogênese. Revista da APCD. 1997; 51(4): 35-39.
Hu B, Nadiri A, Bopp-Kuchler S, Perrin-Schmitt F, Wang S, Lesot H.
Dental epithelial histo-morfogenesis in the mouse: positional
information versus cell history. Arch. Oral Biol. 2005; 50:131-136.
Hikake T, Mori T, Iseki K, Hagino S, Zhang Y, Takagi H et al..
Comparison of expression patters between CRE family
transcription factor OASIS and proteoglycan core protein genes
during murine tooth development. Anat Embryol. 2003; 206(5):
373-380.
Silva ER, Pereira M, Faggione Junior GG. Anomalias dentárias –
Agenesias e supranumerários – Revisão Bibliográfica. Biosci
J. Uberlândia. 2005; 21(2): 105-113.
Stafne E, Gibilisco J. Anomalias. In: Diagnóstico radiológico en
odontología. Buenos Aires: Ed. Médica Panamericana, 1978,
pp.28-53.
Altug-Atac A, Erdem D. Prevalence and distribution of dental
anomalies in orthodontic patients. Am J Orthod Dentofacial
Orthop. 2007; 131: 510-514.
Freitas A, Rosa JE, Souza IF. Radiologia Odontológica (5nd ed)
São Paulo: Editora Artes Médicas, 2000.
Neville BW, Damm DD, Allen CM, Bouquot JE. Patologia Oral &
Maxilofacial (2nd ed). Rio de Janeiro: Editora Guanabara
Koogan, 2004.
Silva DN, Cancino CMH, Batista OS, Robinson WM. Prevalência
de hipodontia na faixa etária de 6 a 16 anos: um estudo
radiográfico. R Ci Méd Biol. 2004; 3: 69-75.
Scarpim MFPA, Nunes VS, Cerci BB, Azevedo LR, Tolazzi AL,
Grécio AMT, et al. Prevalência de anomalias dentária em pacientes
avaliados para tratamento ortodôntico: estudo retrospectivo. Clin
Pesq Odontol. 2006; 2: 203-212.
Vicci JG, Capelozza ALA. Incidência de lesões dentárias e
ósseas evidenciadas através de radiografia panorâmica.
UNIMEP. 2002; 14(2): 43-46.
Bonecker MJS, Ferreira SLM, Birman EG. Prevalência de
anomalias dentárias em crianças de 0 a 36 meses de idade.
Jornal Brasileiro de Odontopediatria e Odontologia do Bebê 2002;
5(27):101-102.
Cecchi P, Marchiori E, Sampaio RK. Prevalência de anomalias
dentárias de desenvolvimento através de radiografias
panorâmicas para documentação ortodôntica de pacientes na
faixa etária de 8 a 20 anos na cidade do Rio de Janeiro. Revista
da ABRO. 2004; 5: 28-33.
White SC, Pharoah MJ. Oral Radiology – Principles and
Interpretation (4ª nd). Missouri: Mosby, 2000.
Souza ROA, Pessoa CN, Nóbrega CBC, Mendes ACR, Valença
AMG. Prevalência de anomalias dentárias em crianças: estudo
radiográfico. Rev. Bras. Cienc. Saúde. 2002; 6:33-42.
Coutinho TCL, Tostes MA, Santos MEO, Bastos VAS. Anomalias
dentárias em crianças: um estudo radiográfico. Rev Odontol
Univ São Paulo. 1998; 12(1): 51-55.
Faria PJV. Prevalência de anomalias dentárias observadas em
crianças de 5 a 12 anos de idade no município de Belém - um
estudo radiográfico. [Disseratação]. São Paulo: USP; 2003.
Girondi JR, Fenyo-Pereira M, Campos PSF, Panella J. Estudo da
prevalência das anomalias dentárias de desenvolvimento em
dada população, com o uso de radiografias panorâmicas. Rev
Odontol Univ São Paulo. 2006; 18(1): 15-21.
Rev ABRO. 2008; 9(2): 38-41
Correspondência para:
Betania Fachetti Ribeiro
Av. Gov. Silvio Pedrosa, n.150, Edifício Oásis, apto. 301
Areia Preta, Natal/RN
CEP: 59014100
Fone/fax: (84) 32022389
e-mail: [email protected]
41
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
CLINIC AND RADIOGRAPHIC FINDINGS OF AN UNUSUAL
TEETH ROOT THICKNESS: CASE REPORT
Achados clínicos e radiográficos de espessamento incomum em raízes dentais: Relato de
caso
Virgílio Moreira RORIZ, DDS1; Jerry BORGES2; Raphael Navarro AQUILINO, MS3; Nayene Leocádia Manzutti EID, MS3
1
Dental School - Gurupi Regional University – Unirg – Brazil - Department of Periodontology and Clinic
School of Medicine of Ribeirão Preto, University of Sao Paulo, Department of Cellular and Molecular Biology, Ribeirão Preto
3
Dental School - Gurupi Regional University – Unirg – Brazil - Department of Oral Radiology and Clinic
2
ABSTRACT
Objective: To describe an unusual case of teeth root thickness of an adult patient.
Study Design: After general clinic evaluation of a 36-years-old white man at dental service, the patient was submitted to a specific
periodontal analysis with a millimeter probe. Afterwards, a complete periapical radiographic exam was performed to evaluate
teeth roots and alveolar bone.
Results: The analysis revealed a root thickness, resembling a collar, predominantly on maxillary and mandibular posterior teeth
and canines. The clinical findings concerning color and texture, in addition to the radiographic characteristics showed that this
collar was similar to enamel and its occurrence was frequently associated with gingival recession.
Conclusion: Through clinic and radiographic findings could be speculated that this root thickness may be an unusual ectopic
enamel deposition.
KEY WORDS:
Dental enamel; Enamel pearls; Dental radiograph; Periodontal disease.
INTRODUCTION
The enamel is generally restricted to the anatomic crowns
of the human teeth, although may be ectopically observed on
the root, either as enamel pearls or as cervical enamel
projection.1,2 Enamel pearls have a distinct predilection for the
furcation area of molar teeth and for the concavities or furrows
within the root structure, however, they have been less
commonly found on the cervical and apical portions of the
root.3 They are most frequently encountered on the mesial or
distal surfaces of the maxillary second and third molars, less
frequently on the buccal and lingual surfaces of mandibular
molars, and rarely on the roots of incisors or bicuspids
teeth.1,4,5
Enamel pearls have received different names as enamel
nodules, enamel globules, enamel exostoses, enamelomas,
and others. Among several populations, the prevalence of
macroscopically detectable enamel pearls in molars ranges
from 0% to 23.3%, whereas the prevalence of long cervical
enamel projection ranges from 0.9% to 53.9%.1,2 According to
literature, , three types may be described3, structurally: true
enamel pearls, which consists entirely of enamel; enameldentin pearls, which contains enamel and a core of tubular
dentin; enamel-dentin-pulp pearls, which contain a pulp horn.
Enamel pearls may occur in different forms: spheroid, conical,
oval, cylindrical, irregular;6 and their sizes may range from
42
0.3mm to 4mm and, quantitatively, it usually occurs one pearl
by tooth, but this number may vary.1 Although there are several
theories trying to explain the etiology, the exact causes of these
abnormalities are still unknown. Clinically, it must be noted
that enamel pearls and cervical enamel projection are
anatomic factors that allow the retention of plaque. Due to
enamel covering, the pearl would preclude a connective tissue
attachment; probably, a hemidesmosomal attachment that
exists in the region of the pearl, which seems less resistant to
break down by bacterial plaque.7 Its inaccessibility to cleaning
and its proximity to the furcation can predispose the region to
further progression of periodontal disease.8
Therefore, the aim of this paper is to present an unusual
case of a thickness tissue localized on several teeth roots of
an adult patient. Clinic and radiographic characteristics of its
occurrence suggest an ectopic enamel deposition.
REPORT OF CASE
A 36-years-old white male arrived at dental service in the
clinic of Periodontology of the Faculty of Dentistry in Ribeirão
Preto, University of São Paulo-Brazil, complaining about great
retention of mineralized biofilm on the buccal surface of 1st
and 2nd upper molars and over lingual surface of lower
incisors. After anamnesis, it was observed that patient had
good general health, without any systemic disease. A specific
Rev ABRO. 2008; 9(2): 42-44
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
periodontal exam was performed using a millimeter probe,
when it was noted that he presented a discrete gingivitis and
no periodontal pocket larger than three millimeters, except for
some gingival recessions on posterior teeth. Further, he still
presented some restoration. During clinic evaluation, a small
collar exposition on the buccal and lingual surfaces
accompanied by gingival recession could be seen (fig. 1).
After clinical evaluation the patient was submitted to
complete periapical radiographic exam. After the interpretation
of the images, an increase of volume like a “collar” form in
radicular portion of some teeth was observed. These collars
Fig. 2: Periapical Radiography of 33. Note a structure with
enamel radiopacity on the mesial root side.
Fig. 1: Palatine gingival recession of an upper premolar and
root deposition of ectopic enamel.
were identified radiographically as a welldefinied radiopacity
comparable in radiodensity to the enamel. In the 33 dental
element an increase of volume in the mean root portion with
collar form was observed, and in the mesial side a radiopacity
suggesting enamel structure was observed (fig. 2). In addition,
the lamina dura and the periodontal ligament space of it were
preserved. The presence of the collar on the upper and lower
canines, premolars and molars in the right and left sides was
observed (fig. 3a, 3b, 3c). The patient related surgical extration
of the 28 and 46 dental elements and agenesia of 18, 38 and
48. On the upper and lower central, and lateral incisives this
alteration had not been observed.
DISCUSSION
As fars as the localization of the collars is concerned, it
seems relevant that a common occurrence was that in the
posterior teeth the collar is located in the cervical root portion
above supra-osseous and in the canines is located in the
middle root portion. One can suspect that the collar formation
on teeth roots occurred between sixth and eighth years of the
patient’s life, due to the proximity of the collar to the crown on
premolars and molars, and next to the apical root portion on
Rev ABRO. 2008; 9(2): 42-44
Fig. 3a, 3b, 3c: The lamina dura and space of periodontal
ligament preserved in the region of the collar on the upper
and lower teeth.
canines coinciding with the stage of root formation of these
teeth. In spite of this important observation, the patient didn’t
relate any important fact that could have interfered on root
formation or contributed to the occurrence of this abnormality,
such as a possible high fever between six and eight years old.
Since enamel pearls contribute to periodontal disease
43
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
progression and to osseous defects conduction8,9,10,11,12, it can
be speculated that this uncommon collar over teeth roots is
constituted by enamel. Since the union between connective
tissue with the enamel surface is possibly weak, through
hemidesmosoms7 that would conduct to a fragile tissue union
which would favor bacterial progression, contributing to bone
loss. This would result in exposition of the areas of radicular
thickness with formation of the frequent gingival recessions as
observed in this patient. Radiographic and clinical
characteristics, such as radiopacity and gingival recessions,
could suggest that these collars may be an uncommon ectopic
enamel deposition. However, a histological analysis to
corroborate that suspicion is necessary. In this case, it was not
decided to histological diagnose because of no indication of
tooth extraction. It was difficult to discuss our findings because
we could not find studies in the literature with similar case report.
CONCLUSION
Through clinic and radiographic findings it could be
speculated that this root thickness may be an ectopic unusual
enamel deposition, and the precocious radiographic diagnosis
ally to the knowledge of the clinical implications of ectopic
enamel formation is of utmost importance for the clinical
activities, over all the periodontal, a time that before a patient
with good oral hygiene, presenting gingival recessions,
gingivitis or even located periodontal illness, the surgeondentist will be able to establish an associative relation with
such finds and to lead a more precise and efficient therapy.
Acknowledgments: Our special thanks to Cleyde Vanessa
Vega Helena and Carla Moreto Santos for their contribution to
this paper.
RESUMO
Objetivo: Apresentar um caso incomum de dentes com
espessamento radicular de um paciente adulto.
Desenho do estudo: Depois de uma avaliação clínica geral
de um homem branco, com 36 anos de idade que procurou o
serviço odontológico, o paciente foi submetido a uma análise
específica periodontal com uma sonda milímetrada. Em
seguida, foi realizado um exame radiográfico periapical
completo para avaliar raízes dos dentes e osso alveolar.
Resultados: A análise clínica revelou espessuras
radiculares semelhantes a um “colar”, predominantemente
nos dentes posteriores e caninos da maxila e mandíbula. Os
achados clínicos exibiram cor,textura, bem como as
características radiográficas mostraram que este “colar” era
semelhante ao esmalte e sua ocorrência foi freqüentemente
associada à recessão gengival. Conclusão: Através dos
achados clínicos e radiográficos poderia ser especulado que
este espessamento radicular pode ser uma deposição
ectópica incomum de esmalte.
PALAVRAS-CHAVE: Esmalte dental; Pérolas de esmalte;
Radiografia dentária; Doença periodontal.
44
REFERENCES
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
Yacovenko, A. Análise dos problemas mais freqüentes na
radiografia na prática odontológica. Revista da ABRO 2001;
2(1):29-39.
Kamoen, A, Dermaut L, Verbeeck, R. The clinical significance
of error measurement in the interpretation of treatment results.
Eur J of Orthod 2001; 23(5): 569-578.
Langland OE, Sippy FH. Anatomic structures as visualized on
the orthopantomogram. Oral Surg Oral Med Oral Pathol 1968;
26:475-484.
Chen YJ, Chen SK, Chang HF, Chen KC. Comparison of
landmark identification in traditional versus computer-aided
digital cephalometry. Angle Orthod 2000; 70:387-392.
Chen YJ, Chen SK, Yao JC, Chang HF. The effect of differences
in landmark identification on the cephalometric measurements
in traditional versus digitized cephalometry. Angle Orthod 2004;
74:155-161.
Turner PJ, Weerakone S. An evaluation of the reproducibility
of landmark identification using scanned cephalometric images.
J of Orthod 2001; 28:221-229.
Sayinsu K, Isik F, Trakyali G, Arun T. An evaluation of the
errors in cephalometric measurements on scanned
cephalometric images and conventional tracings. Eur J of
Orthod 2007; 29:105-108.
Geelen W, Wenzel A, Gotfretsen E, Kruger M, Hansson LG.
Reproducibility of cephalometric landmarks on conventional film,
hardcopy, and monitor-displayed images obtained by the storage
phosphor technique. Eur J of Orthod 1998; 20:331-340.
Rousset MM, Simonek F, Dubus JP. A method for correction of
radiographic errors in serial three-dimensional cephalometry.
Dentomaxillofac Radiol 2003; 32:50-59.
Bruntz LQ, Palomo JM, Baden S, Hans MG. A comparison of
scanned lateral cephalograms with corresponding original
radiographs. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2006;
130(3):340-348.
Lundström A, Lundström F. The Frankfort horizontal as a basis
for cephalometric analysis. Am J Orthod Dentofacial Orthop
1995; 107(5):537-540.
Benson PE, Richmond S. A critical appraisal of measurements
of the soft tissue outline using photographs and videos. Eur J
of Orthod 1997; 19:397-409.
Correspondência para:
Nayene Leocádia Manzutti Eid
Av. Beira Rio, 565 - Centro
CEP: 77413-820 - Gurupi/ TO
Telefone/fax: (63) 3312 0175
e-mail: [email protected]
Rev ABRO. 2008; 9(2): 42-44
XV JORNAD
A D
A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
JORNADA
DA
RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA
13 A 15 DE NOVEMBRO DE 2008
WINDSOR BARRA HOTEL
RIO DE JANEIRO – RJ
RESUMOS DE TRABALHOS
- APRESENT
AÇÃO ORAL APRESENTAÇÃO
45
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
APRESENTAÇÃO ORAL
TL001 - AVALIAÇÃO DAS ASSIMETRIAS NA RADIOGRAFIA
FRONTAL (PA).
ROBERTO HIROSHI MATSUI; LUIZ CESAR DE MORAES; MARI
ELI LEONELLI DE MORAES; EDMUNDO MEDICI FILHO.
UNESP-FOSJC, SAO JOSE DOS CAMPOS, SP, BRASIL.
A radiografia em norma frontal faz parte da documentação
ortodôntica assim como a telerradiografia lateral para fins de
análises cefalométricas. Para análise da radiografia frontal
são determinados pontos cefalométricos para fazer um
traçado e a interpretação. A análise pode ser comparativa entre
radiografias em t1 e t2 ou na mesma radiografia, na radiografia
inicial são comparadas distâncias entre os fatores do lado
direito e esquerdo, no sentido transversal e vertical. O objetivo
foi demonstrar as assimetrias entre o lado direito e esquerdo
nas radiografias PA convencional e Frontal 3D, nos plano
transversal e vertical, importante para o tratamento
odontológico. Na ortodontia essas assimetrias são passiveis
de correção quando desejadas, em alguns casos as
assimetrias faciais leves são vistas como diferencial para uma
beleza, esta assimetria deve ser conservada desde que não
haja comprometimento funcional.
A análise facial é fundamental para tratamento que envolve
estética, já que o padrão estético é relativo, depende de
combinações harmoniosas entre órgãos faciais. Nas análises
cefalométricas os valores de referências, distorções na
aquisição e preservação das imagens, são eventos discutíveis
na interpretação, as imagens volumétricas dão maiores
recursos minimizando possíveis desfechos negativos.
Concluímos que a importância da avaliação da vista frontal
mesmo nas radiografias volumétricas.
TL002 - AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DA MANIPULAÇÃO DE
BRILHO E CONTRASTE DE IMAGENS RADIOGRÁFICAS
OCLUSAIS DIGITALIZADAS SUB E SUPEREXPOSTAS.
MILTON GONÇALVES SOARES; MARI ELI LEONELLI DE
MORAES; LUIZ CESAR DE MORAES; CAROLINA BACCI
COSTA; AFONSO CELSO DE SOUZA DE ASSIS.
UNESP-FOSJC, SAO JOSE DOS CAMPOS, SP, BRASIL.
O objetivo do presente estudo foi verificar a possibilidade
de manipular o brilho e contraste de imagens radiográficas
digitalizadas sub e super-expostas e fazer com que as
mesmas apresentem boa qualidade para interpretação e
auxiliar na elaboração dos diagnósticos. Foram feitas 13
radiografias intrabucais oclusais totais da maxila em um
crânio seco, submetido a 13 diferentes tempos de
exposição. As radiografias foram digitalizadas e
posteriormente manipuladas em programa de edição de
imagens. Foram realizadas 143 avaliações por
especialistas em radiologia odontológica que classificaram
as imagens em adequadas ou não para interpretação. Os
resultados mostraram que as imagens sub-expostas
quando manipuladas foram consideradas adequadas para
interpretação, o que não ocorreu com as imagens superexpostas. Sendo assim, concluiu-se que é possível
manipular imagens radiográficas digitalizadas com 75%
de redução do tempo de exposição ideal e fazer com que
as mesmas apresentem qualidade adequada para
interpretação e que as imagens super-expostas a partir de
57,50% acima do tempo de exposição padrão ficaram
46
inadequadas para interpretação e não são adequadas para
auxiliar na elaboração do diagnóstico.
TL003 - AVALIAÇÃO DE LESÕES MANDIBULARES
UTILIZANDO DIFERENTES PROTOCOLOS EM TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA.
ANDREIA PERRELLA 1; MARCELO AUGUSTO OLIVEIRA
SALES2; MARCELO GUSMÃO PARAÍSO CAVALCANTI3.
1,3.UNIVERSIDADE DE SÂO PAULO, SÂO PAULO, SP,
BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA, JOÃO
PESSOA, PB, BRASIL.
O objetivo deste trabalho foi demonstrar a validade da
tomografia computadorizada (TC) para análise de lesões
simuladas em mandíbula em uma estação de trabalho
independente, assim como a comparação entre diferentes
protocolos de pós-processamento. Para isto, foram realizadas
perfurações na cortical vestibular ou lingual do corpo de 15
mandíbulas maceradas, atingindo ou não a medular,
utilizando caneta de alta rotação e broca diamantada esférica.
Os espécimes foram submetidos à TC multislice 16 canais,
e posteriormente reconstruções multiplanares (RMP), em
terceira dimensão (3D) e reconstruções parassagitais foram
geradas em uma estação de trabalho independente por meio
de programas de visualização volumétrica. As imagens foram
interpretadas por 2 examinadores nos seguintes protocolos:
axial, RMP/axial, 3D, associação axial/RMP/3D e parassagital.
Analisou-se o número de lojas e invasão medular. A análise
estatística foi executada utilizando o teste de validade. Os
valores de sensibilidade e especificidade foram expressivos
para todos os protocolos (superiores a 82%). A associação
axial/RMP/3D apresentou a maior sensibilidade (96%) e
especificidade (98%) na análise do número de lojas e
sensibilidade de 87% e especificidade de 100% para invasão
medular. Os valores menores foram encontrados no protocolo
parassagital (82% de sensibilidade e 98% de especificidade)
no acesso do número de lojas. Entretanto, este protocolo
apresentou os melhores valores para invasão medular com
sensibilidade e especificidade de 94% e 100%
respectivamente. A TC apresentou alto índice de acurácia para
a interpretação de lesões mandibulares. A associação de
imagens axiais/RMP/3D e as imagens parassagitais foram
consideradas um importante adjunto na análise destas lesões.
TL004 - TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO
– PROPRIEDADES E APLICAÇÕES EM CASOS CLÍNICOS.
SAULO LEONARDO SOUSA MELO1; MÁRCIO CORRÊA2; IÊDA
MARGARIDA CRUSOÉ ROCHA REBELLO 3 ; LETÍCIA
RUHLAND CORRÊA4; MURILLO ABREU JUNIOR5.
1,2,4,5.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA,
FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE FEDERAL
DA BAHIA, SALVADOR, BA, BRASIL.
Este trabalho tem por objetivo fazer uma revisão da literatura
abordando as principais propriedades da tomografia
computadorizada de feixe cônico (TCFC), demonstrando suas
aplicações clínicas mais comuns a partir de casos clínicos. A
TCFC fornece imagens com resolução submilimétrica de alta
qualidade diagnóstica, com a utilização de baixas doses de
radiação, equipamentos de menor custo e com maior
flexibilidade de configuração. Por outro lado, apresenta
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
algumas desvantagens, como a radiação secundária, artefato
em halo, resolução espacial deficiente e a não visualização
de tecidos moles. Essas características permitem sua
aplicação em diversas situações clínicas, todavia os
potenciais benefícios ao paciente devem ser balanceados
com o risco de exposição à radiação ionizante, ficando a TCFC
reservada para uso em casos selecionados. Ela é confiável
para ser aplicada às mais diferentes situações clínicas onde
a mensuração linear entre sítios anatômicos for necessária,
como em implantodontia e ortodontia, já que as mensurações
feitas são similares, embora um pouco menores, às medidas
reais. Outro benefício é a visualização inter-arcos
demonstrando a intercuspidação dentária ou a relação de
sítios edêntulos com os dentes antagonistas, auxiliando
cirurgiões e protesistas no estabelecimento da angulação
ideal do implante e na indicação de expansões ósseas ou
levantamento de seio maxilar. Além disso, em casos
específicos, onde não há evidências de patologias na
radiografia periapical mesmo com testes clínicos indicando
sua presença, ou quando for planejada cirurgia
paraendodôntica em dentes multirradiculares, a avaliação
com TCFC deve ser considerada.
TL005 - IMPLANTANDO UMA CLÍNICA DE RADIOLOGIA
ODONTOLÓGICA TOTALMENTE DIGITAL: DESAFIOS,
VANTAGENS E RESULTADOS ESPERADOS.
NIELSEN SANTOS PEREIRA; LUIZ GASPAR F DOS SANTOS.
PACS QUALITY, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.
Acompanhando a tendência de um mundo cada vez mais
digital, a odontologia segue os passos iniciados pela
medicina há alguns anos rumo ao conceito: Filmless
Radiology.
Mostraremos os desafios enfrentados com a implantação
deste conceito em uma clínica de radiologia odontológica.
Detalharemos as diversas etapas deste projeto, assim como,
o processo completo, da marcação de consulta a liberação
do resultado dos exames em um ambiente completamente
digital. Faremos um breve apanhado dos resultados
esperados e das vantagens deste conceito frente ao sistema
tradicional; filmes/químicos.
Discutiremos a necessidade de um PACS (Picture Archiving
and Communications System) e um RIS (Radiology
Information System) integrados, para uma maior agilidade e
confiabilidade, tanto no gerenciamento, quanto no
arquivamento das informações dos pacientes, sejam as
imagens (utilizando o protocolo DICOM) e/ou as informações
texto (utilizando o padrão HL7).
TL006 - LOCALIZAÇÃO DE ELEMENTOS RETIDOS COM A
UTILIZAÇÃO DE CORTES TOMOGRÁFICOS TRANSVERSAIS
PANORÂMICOS.
NIELSEN SANTOS PEREIRA.
INSTITUTO DE RADIOLOGIA ORAL, RIO DE JANEIRO, RJ,
BRASIL.
Este trabalho tem por objetivo relatar a experiência clínica na
localização de elementos retidos, sejam estes, definitivos e/
ou supra-numerários, com a utilização de exames
radiográficos panorâmicos e cortes tomográficos transversais
panorâmicos; foram examinados aproximadamente 150
pacientes de ambos os sexos e todas as idades; a seleção
ocorreu durante a confecção de laudos radiográficos diários
e com a concordância tanto do paciente quanto do dentista
que encaminhou o exame; a finalidade principal do trabalho
é mostrar aos dentistas/radiologistas as vantagens técnicas
e científicas deste exame frente à localização pela técnica de
Clarck, mostrar uma das indicações deste tipo de exame,
ainda muito pouco conhecido e utilizado pela classe
odontológica e principalmente apresentar a qualidade deste
exame, muitíssimo pouco explorado pelas clínicas de
radiologia, mesmo que disponham de equipamento
panorâmico capacitado a realizá-lo.
TL007 - DIFERENCIAÇÃO RADIOGRÁFICA ENTRE
GRANULOMA E CISTO PERIAPICAL.
FÁBIO OLIVEIRA CARDOSO; CLÁUDIA ASSUNÇÃO E ALVES;
BRUNO CESAR LADEIRA VIDIGAL; MARTINHO CAMPOLINA
REBELLO HORTA; FLAVIO RICARDO MANZI.
PUC-MG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.
A causa mais comum das alterações na região periapical é a
infecção da polpa dentária, sendo o granuloma e o cisto
radicular as conseqüências mais comuns. Essas duas
entidades patológicas de origem crônica apresentam
imagens radiográficas semelhantes, dificultando o
diagnóstico. A radiografia, juntamente com o exame clínico,
pode elucidar o diagnóstico, uma vez que o prognóstico
dessas lesões é diferente e conhecendo o seu diagnóstico
facilitaria estabelecer uma conduta clínica mais apropriada. A
realização deste trabalho teve como objetivo avaliar as
diferenças radiográficas do granuloma e cisto periapical,
estabelecendo a diferenciação dos mesmos por meio de
avaliação da densidade radiográfica no intuito de facilitar o
diagnóstico entre estas duas semelhantes lesões. Para este
estudo, foram selecionados 40 pacientes da Clínica de
Cirurgia da Faculdade de Odontologia (FOPUC – Minas), que
apresentaram indicação de extração de dentes com lesão
periapical. Após processadas, as radiografias foram
analisadas por um radiologista com experiência em
radiodiagnóstico, onde o mesmo classificou a lesão em
granuloma ou cisto. As imagens foram também submetidas
à análise histograma para obtenção das densidades
radiográficas de cada lesão. Após as extrações dos dentes,
foi realizado análise histopatológica para o diagnóstico
definitivo de cada lesão para comparar com os achados
radiográficos (p<0,05).
Com base nos resultados pode-se concluir que o diagnóstico
radiográfico subjetivo não é preciso, enquanto avaliação do
histograma se mostrou efetivo para diferenciação de lesões
periapicais radiolúcidas circunscrita (granuloma e cisto
periapical).
TL008 - AVALIAÇÃO DA CONFIABILIDADE DAS
RADIOGRAFIAS CONVENCIONAL E DIGITAL FÓSFORO
ATIVADO NA ODONTOMETRIA.
CLÁUDIA ASSUNÇÃO E ALVES; FÁBIO OLIVEIRA CARDOSO;
AMARO ILIDIO VESPASIANO SILVA; VIVIAN CAMPOS
GROHMANN; FLAVIO RICARDO MANZI.
PUC-MG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.
A radiografia é um recurso fundamental em todas as etapas
do tratamento endodôntico. Com o avanço tecnológico, os
sistemas de radiografia digital surgiram como alternativa
satisfatória. Apesar de apresentarem diversas vantagens em
relação ao método convencional, ainda existe dúvida se a
47
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
qualidade das imagens seria semelhante ou melhor à do
filme tradicional. A realização deste trabalho teve como objetivo
comparar o comprimento de limas K #06 e #15, inseridas em
canais de incisivos e caninos humanos extraídos, obtido por
meio de radiografias convencionais e digitais pelo sistema
fósforo ativado, com as medidas reais do comprimento de
trabalho (CT). Para isso foram utilizados 47 dentes anteriores
(incisivos e caninos), que foram mensurados por meio de
um paquímetro digital, e obteve-se o CT. Após o preparo de
acesso, essas medidas do CT foram transferidas para limas
K #06 e #15 e estas foram posicionadas no canal radicular
dos elementos dentários. Os dentes foram radiografados
utilizando filmes convencionais e sensores digitais fósforo
ativado e procedeu-se, por meio dessas imagens, a
mensuração do comprimento das limas. Os testes ANOVA e
Dunnet demonstraram que existiu diferença estatisticamente
significante entre os valores do CT e a mensuração
radiográfica das limas K #06, nas radiografias convencionais
e digitais sem utilização de ferramentas do software. O
mesmo não ocorreu quando se comparou o CT e o
comprimento desses instrumentos endodônticos nas
imagens digitais modificadas pelo software Kodak Dental
Imaging 6.6. Com a lima mais calibrosa (#15) não houve
diferença estatisticamente significante entre todos os
métodos radiográficos e as medidas reais do CT. Conclui-se
que a radiografia digital utilizando os recursos de modificação
de imagem foi mais precisa na mensuração de limas K #06,
demonstrando que a utilização da radiologia digital aumenta
a acurácia do observador, e a fidelidade entre a imagem e o
objeto radiografado. Métodos radiográficos convencional,
digital e digital modificada pelo software não diferiram
significativamente na mensuração do comprimento de limas
K #15 em relação ao CT.
TL009 - AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA E TOMOGRÁFICA (CBCT)
DE UM CASO DE HIPOFOSFATEMIA VITAMINA-D RESISTENTE.
ANNE CAROLINE OENNING; MARIA INÊS MEURER; LILIANE
JANETE GRANDO; FRANCIELE LOCATELLI; FILIPE MODOLO
SIQUEIRA.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA,
FLORIANOPOLIS, SC, BRASIL.
Doença de Rickets vitamina-D resistente e Osteomalácia
Hipofosfatêmica são hipofosfatemias com manifestação na
infância ou adolescência, e referidas na idade adulta como
Osteomalácias. Representam alterações no metabolismo
vitamina-D/fósforo/cálcio por redução na reabsorção renal e
intestinal de fosfato, causando hipomineralização da matriz
óssea. Na maioria dos casos há deformidade nos membros
(pernas curvadas) e baixa estatura. O caso apresentado referese a paciente do gênero masculino, 23 anos, leucoderma,
encaminhado a um Ambulatório de Estomatologia pelo
cirurgião-dentista para avaliação de fístulas associadas a
múltiplos dentes com necrose pulpar em dentes
aparentemente hígidos. O dentista referiu menor resistência
dos tecidos dentais e presença de tecido pulpar ressecado
nas aberturas endodônticas. Tomografia panorâmica e
radiografias periapicais evidenciaram: múltiplas lesões
radiolúcidas periapicais de limites imprecisos; cavidades
pulpares amplas; esmalte e dentina com menor grau de
densidade radiográfica aparente, com exceção da porção
dentinária adjacente à cavidade pulpar; falta de delimitação
cortical nos seios maxilares; aparente traço de fratura em
48
colo da cabeça da mandíbula à esquerda. Imagens de CBCT
evidenciaram, ainda: trabeculado ósseo esparso; padrão
agressivo de disseminação da infecção pelos espaços
medulares; fratura radicular no dente 31. O levantamento da
ficha médica do paciente mostrou ser o mesmo portador de
doença renal crônica e Osteomalácia Hipofosfatêmica sem
tratamento em curso. O paciente foi encaminhado para
avaliação endocrinológica. Os tratamentos endodônticos
encontram-se em andamento (prognóstico sombrio).
Destaca-se a importância do cirurgião-dentista na profilaxia
de focos sépticos e possíveis disseminações bacterianas
que comprometam a saúde geral do paciente.
TL010 - PATOLOGIAS PRESENTES EM RADIOGRAFIAS
PANORÂMICAS DE PACIENTES EDÊNTULOS.
MATEUS ERICSON FLORES; ANDREA DOLESKI PRETTO;
JOÃO GERALDO MARTINS DE SOUZA; GISELE ROVANI;
CRISTIAN SBARDELOTTO.
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO, PASSO FUNDO, RS,
BRASIL.
A radiografia panorâmica permite a visualização dos
elementos dentários e estruturas relacionadas de côndilo à
côndilo em um único filme. A radiografia panorâmica é um
importante exame radiográfico utilizado para diagnóstico e
planejamento terapêutico de doenças que acometem a
estrutura dentária e os ossos da face. Através deste exame é
possível avaliar reabsorções ósseas e radiculares, cistos,
tumores,
fraturas,
distúrbios
na
articulação
temporomandibular (ATM) com uma baixa dose de radiação
e com uma técnica simples de baixo custo e com imagem de
boa qualidade. Sua aplicação em pacientes edêntulos
consiste em visualizar alterações ou patologias que
acometam a estrutura óssea e tecidos moles, possibilitando
também a investigação de patologias assintomáticas que
serão descobertas através deste exame, como, imagens de
reabsorção do rebordo alveolar, raízes residuais, dentes
inclusos, imagens radiolúcidas e radiopacas, possibilitando
ao profissional interceptar precocemente estas alterações,
determinando assim um bom prognóstico para o paciente. O
propósito desta pesquisa foi avaliar a presença de alterações
ou patologias em radiografias de pacientes edêntulos. Foram
avaliadas 73 radiografias do setor de triagem da FO-UPF, do
período de 2007 a 2008. Quinze radiografias (20,5%)
apresentaram alterações. Foram encontradas 18 alterações,
sendo mais freqüente a presença de raízes residuais (44%).
A localização inferior (72,2%) e posterior (61,1%) foi a mais
encontrada. Para todo paciente edêntulo deve-se ter em mente
que a falta de seus dentes não o exime de patologias, sendo
que em 20,5% dos pacientes desta pesquisa, houve a
presença de alterações, sendo mais freqüentes raízes e
cistos residuais.
TL011 - AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA E ENDOCÓSPICA DAS
MODIFICAÇÕES FARÍNGEAS NO TRATAMENTO CIRÚRGICO DA
APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO.
PAULO RENATO DIAS SILVA; LIGIA PAULA TAROSSO DIAS;
CARINA DOMANESCHI; ROBERTO HEITZMAN RODRIGUES
PINTO; SILVIO ANTONIO BERTACHI UVO.
FO-USP, SAO PAULO, SP, BRASIL.
O objetivo deste estudo foi avaliar o aumento da capacidade
respiratória obtida no tratamento da apnéia obstrutiva do sono,
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
através do avanço mandibular por cirurgia ortognática, por
medidas cefalométricas em telerradiografias laterais e
endoscopias. O paciente estudado também era portador de
retrognatismo mandibular esquelético e de ma-oclusão
padrão Classe II. O material e método usado no trabalho é
composto dos estudos realizados pela endoscopia faríngea
e telerradiografias laterias pré e pós cirurgia, onde foram
realizadas mensurações, com a finalidade de registrar o
aumento do espaço aéreo.Os resultados obtidos com a
cirurgia ortognática mensurados através da telerradiografia
foram o aumentos de espaço na região da nasofaringe e na
região da orofaringe.Na endoscopia não é possível fazer
mensurações, porém as imagens também mostraram a
desobstrução faríngea.O ganho de espaço aéreo permitiu
concluir que o tratamento realizado correspondeu plenamente
às expectativas, sendo recomendado para apnéia obstrutiva
do sono.
alterações no complexo dentomaxilofacial. Ha necessidade,
portanto, que os Cirurgiôes-Dentistas e Radiologistas
estejam aptos a utilizar esta tecnologia com critérios que
possam realmente colaborar para o diagnóstico de patologias
ósseas Através deste tema livre, propomo-nos a apresentar
uma série de casos de patologia óssea, nos quais, a
utilização desta tecnologia proporcionou inúmeras vantagens
em relação aos métodos convencionais de imagens.
TL012 - TC-3D NA DETECÇÃO DE MINERALIZAÇÕES
CUTÂNEAS DA FACE.
KAREN BORGES WALTRICK; MURILLO ABREU JUNIOR;
MÁRCIO CORRÊA.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA,
FLORIANOPOLIS, SC, BRASIL
O controle do processo de reparo ou progressão de lesões
periapicais pós-tratamento endodôntico é monitorado pelo
exame radiográfico convencional ou digital. Nesta pesquisa
foi utilizada a subtração digital radiográfica (SDR), que utiliza
a subtração de imagens longitudinalmente, na qual a
mudança no osso alveolar é visualizada contra um plano de
fundo (background) cinza homogêneo. Os objetivos desse
estudo foram: (1) avaliar o processo de reparo de lesões
periapicais pós-tratamento endodôntico por meio de SDR;
(2) quantificar por meio de ponto/pixel (picture element), área
(histograma) e medida linear (perfil linha) na área da lesão, o
ganho ou perda de densidade mineral por meio da média
dos valores dos pixels; (3) comparar as informações
diagnósticas, sugestivas do processo de reparo, obtidas por
meio da avaliação subjetiva da SDR com a avaliação
radiográfica convencional e imagem digitalizada; e (4) avaliar
a contribuição da SDR na identificação precoce do reparo de
lesões periapicais pós-tratamento endodôntico. A amostra
constituiu-se de doze indivíduos totalizando dezessete lesões
periapicais. As radiografias foram digitalizadas e submetidas
à SDR . As imagens subtraídas tiveram os valores
deÒutilizando o programa DSR . Tanto asÒpixel determinados
utilizando o programa Image Tool radiografias convencionais
quanto as imagens digitalizadas e subtraídas foram avaliadas
qualitativamente. Os resultados evidenciaram ganho de
4,46±5,77; 129,41±5,17; 130,27±dp de 133,49±densidade
mineral com média para as ferramentas ponto/pixel;
histograma e perfil linha respectivamente. Na avaliação do
ganho numérico o Coeficiente de Correlação de Pearson (r)
mostrou valores de: média dos pontos/ histograma = 0,746;
média dos pontos/ perfil linha = 0,724 e histograma/ perfil
linha = 0,860. Quando os valores numéricos foram 4,01;±dp
de 0,67±transformados em ganho percentual foram obtidas
média 3,36 para as ferramentas ponto/pixel; histograma
e±4,33; 1,16±1,21 perfil linha respectivamente. Na avaliação
do ganho percentual o Coeficiente de Correlação de
Spearman (rs) mostrou valores de: média dos pontos/
histograma = 0,697; média dos pontos/ perfil linha = 0,646 e
histograma/ perfil linha = 0,844. Na análise qualitativa, a
freqüência de acertos na ordenação da seqüência correta do
processo de reparo usando radiografia convencional, imagem
digitalizada e SDR foi de 37,3%; 31,4% e 31,4%
respectivamente. Concluiu-se, portanto, que: (1) o processo
de reparo de lesões periapicais pós-tratamento endodôntico
pode ser avaliado quantitativamente por meio de análise
A tomografia computadorizada (TC) tem sido cada vez mais
utilizada na Odontologia. A TC fornece uma quantidade de
informações sobre o paciente infinitamente superior àquela
fornecida pelas modalidades radiográficas convencionais.
Neste sentido, a interpretação das imagens obtidas requer
uma alta capacidade diagnóstica, exigindo grande preparação
por parte do Radiologista para reconhecer a normalidade e
as alterações encontradas. Dentre as diversas alterações
que podem ser observadas nos exames de TC da região
buco-maxilo-facial encontram-se as mineralizações em
tecidos moles. Tais mineralizações mostram-se bastante
freqüentes e tem como ocorrências mais comuns a acne
mineralizada (calcificações distróficas em lesões de acne) e
os osteomas miliares múltiplos (ossificações heterotópicas),
ambas podendo ser decorrentes de uma história clínica
pregressa de acne vulgar crônica. Tanto a acne mineralizada
quanto os osteomas miliares múltiplos da face podem ser
observados nos cortes axiais como pequenas estruturas
(milímétricas) arredondadas hiperdensas localizadas na
derme e/ou tecido subcutâneo e sendo confirmadas nas
reconstruções volumétricas tridimensionais. O objetivo deste
trabalho é demonstrar, através da apresentação de diferentes
casos clínicos, a manifestação destas mineralizações
cutâneas em imagens de TC-3D. Tal condição pode constituirse em um desafio para o diagnóstico, sendo de fundamental
importância que o Radiologista saiba detectar a expressão
de tais alterações.
TL013 - A CONTRIBUIÇÃO DA TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA FEIXE CÔNICO NO DIAGNÓSTICO DE
PATOLOGIA ÓSSEA.
ELISMAURO FRANCISCO MENDONÇA.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, GOIÂNIA, GO,
BRASIL.
Atualmente a Tomografia Computadorizada Feixe Cônico
(TCFC) tem sido apresentada como um grande recurso para
área de diagnóstico em especial para o diagnóstico de
TL014 - AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE REPARO DE LESÕES
PERIAPICAIS PÓS-TRATAMENTO ENDODÔNTICO POR MEIO
DE SUBTRAÇÃO DIGITAL RADIOGRÁFICA.
ELISMAURO FRANCISCO MENDONÇA; JANAINA BEMFICA;
CLAUDIO RODRIGUES LELES.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, GOIÂNIA, GO,
BRASIL.
49
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
longitudinal com SDR (2) qualquer uma das três ferramentas
pode ser utilizada para quantificar o reparo, considerando
que existe correlação entre o tempo de reparo e o aumento
do valor de pixel; (3) a avaliação comparativa entre os métodos
subjetivos, usando radiografia convencional, imagem
digitalizada e a SDR, mostrou que todos foram capazes de
evidenciar o processo de reparo de lesões periapicais desde
a primeira radiografia (15 dias), não havendo diferença entre
eles e (4) a avaliação quantitativa por meio de SDR conseguiu
evidenciar o início do reparo com 15 dias após o início do
tratamento endodôntico, embora esse reparo fosse realmente
efetivo a partir de 105 dias após o início do tratamento
endodôntico.
TL015 - OSTEOQUIMIONECROSE ASSOCIADA AO USO DE
BIFOSFONATO: RELATO DE CASO CLÍNICO.
ALEXANDRE SIMÕES NOGUEIRA; ERNEST CAVALCANTE
POUCHAIN.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA - SOBRAL, CE,
BRASIL.
Recentemente foi identificada uma nova complicação oral
relacionada ao tratamento de diversos tipos de cânceres, a
osteoquimionecrose associada ao uso de bifosfonatos. Os
bifosfonatos são análogos sintéticos do pirofosfato
inorgânico, o qual tem grande afinidade pelo cálcio, sendo
fortes inibidores da atividade osteoclástica. Os bifosfonatos
acumulam-se por longos períodos de tempo na matriz óssea
mineralizada. A remodelação e a deposição óssea ficam
comprometidas em pacientes uqe fazem uso de bifosfonatos.
Pela sua ação antiangiogênica tem sido utilizados largamente
no tratamento do câncer, osteoporose, hipercalcemia na
doença de Paget e de patologias ósseas de uma forma geral,
diminindo reabsorções ósseas e riscos de metástases
ósseas, especialmente em cânceres de pulmão, mama e
próstata. Em conseqüência ao uso dos bifosfonatos, de forma
oral ou endovenosa, tem se observado o aparecimento de
exposições ósseas intra-orais, à semelhança dos processos
de osteorradionecrose, tendo como particularidade comum
o uso dos bifosfonatos, sendo carcaterizado tal quadro como
osteoquimionecrose. Não necessariamente o quadro é
precedido de manipulação odontológica, podendo aparecer
espontaneamente, de maneira assintomática ou sintomática,
associado ou não à infecção secundária e inflamação dos
tecidos moles em volta da área necrótica. Neste trabalho será
relatado um caso clínico de osteoquimionecrose, com ênfase
aos aspectos de diagnóstico clínico e imaginológico. Paciente
EJBS, masculino, 65 anos de idade, portador de câncer de
próstata. O paciente foi encaminhado para avaliação
odontológica por seu oncologista devido à exposição óssea
na região mandibular. O paciente era portador de câncer de
próstata, associado à metástases ósseas. Foi utilizado um
tipo de bifosfonato, o ácido zoledrômico, como forma de
controle das mestástases. Apresentava-se sintomático. Na
região de corpo mandibular direito observava-se ao exame
físico intra-oral, extensa área de exposição óssea, com
drenagem de secreção purulenta e inflamação gengival em
volta da área exposta. O paciente já portava exames por
imagens, incluindo radiografia panorâmica, tomografia
compitadorizada, incluindo reconstrução em 3D, além de
cintilografia. O laudo tomográfico acusou áreas mal definidas
de radiotransparência e radiopacidade, extendendo-se da
50
região de canino a terceiro molar, compatível com necrose
óssea. O exame de cintilografia foi obtido após injeção de
Tecnécio 99, mostrando moderada hipercaptação focal na
região mandibular e intensa hipercaptação na região
sacroilíaca (metástases). Diante do quadro apresentado foi
realizado o diagnóstico de osteoquimionecrose associada
ao uso de bifosfonato. Tratamento clínico foi realizado e o
paciente encontra-se em controle. Não há descrito na
literatura um protocolo padrão de tratamento, que inclui desde
controle local (curetagem, irrigação com soluções
antimicrobianas, etc), antibioticiterapia até ressecção radical
da área afetada.
XV JORNAD
A D
A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
JORNADA
DA
RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA
13 A 15 DE NOVEMBRO DE 2008
WINDSOR BARRA HOTEL
RIO DE JANEIRO – RJ
RESUMOS DE TRABALHOS
- P
AINÉIS PAINÉIS
51
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
PAINÉIS
PC001 - TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA VOLUMÉTRICA
(CONE BEAM) UMA NOVA VISÃO PARA O DIAGNÓSTICO DE
CANINOS RETIDOS: CASO CLÍNICO.
FERNANDA TRAUTMANN; PAULA DE MOURA; CIDNEY
HIROAKI CATO; SABRINA DOS REIS ZINSLY; MARI ELI
LEONELLI DE MORAES.
UNESP, SÃO JOSE DOS CAMPOS, SP, BRASIL.
O objetivo deste trabalho é demonstrar a importância de
exame complementar para o diagnóstico de casos de canino
superior retido. Agregando a tomografia volumétrica (cone
beam) às já tradicionais radiografias panorâmicas, oclusais
e periapicais. Os caninos superiores cumprem papel chave
para a função do sistema estomatognático, além de contribuir
para a estética do arco dentário. É definido como canino retido
aquele que após a época normal de erupção, não se encontra
no arco dentário, e não apresenta mais potencial de irrupção,
pois sua raiz está totalmente formada; ou quando o dente
homólogo está irrompido a pelo menos seis meses. A
etiologia é multifatorial, a prevalência varia de 1 a 2% da
população, em 75 a 95% dos casos ocorre unilateralmente,
manifestam-se duas a três vezes mais freqüente no gênero
feminino e está por palatino em 60 a 80% dos casos. O caso
clínico apresentado é de um paciente do gênero masculino,
etnia branca, 16 anos, foi indicado a fazer exame tomográfico
por feixe cônico (TCFC) pelo Ortodontista a fim de confirmar
diagnóstico de anquilose do dente 23 anteriormente
submetido a tracionamento sem sucesso. Foram feitas
reconstruções multiplanares em vista panorâmica, axial,
transversais e tridimensional e em subtração óssea em várias
normas. Descartando a anquilose e verificando a presença
de cisto dentígero por palatal se estendendo desde elemento
22 até final do elemento 25.
Conclui-se que a solicitação da TCFC como instrumento para
diagnóstico se faz necessária para a precisão do diagnóstico
e planejamento de tratamentos dos caninos retidos.
PC002 - ASPECTOS CLÍNICOS E TOMOGRÁFICOS DE MIOSITE
OSSIFICANTE TRAUMÁTICA COM A UTILIZAÇÃO DO
TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO VOLUMÉTRICO “CONE
BEAM” I-CAT .
FERNANDA TRAUTMANN; AFONSO CELSO DE SOUZA DE
ASSIS; JULIO CÉZAR DE MELO CASTILHO; PAULA DE
MOURA; SABRINA DOS REIS ZINSLY.
UNESP, SÃO JOSE DOS CAMPOS, SP, BRASIL.
A miosite ossificante é uma doença rara, a qual desenvolve
calcificação localizada em músculos ou tecidos moles e está
dividida em progressiva e traumática. No caso da miosite
ossificante traumática, procedimentos cirúrgicos envolvendo
músculos, processos inflamatórios ou injeções anestésicas
repetidas podem ser possíveis origens da lesão. È de difícil
diagnóstico e tem maior predileção por adultos jovens. A
miosite ossificante traumática pode ocorrer nos músculos
mastigatórios incluindo temporal, pterigóideo medial e lateral
e masseter. Os principais sintomas são: limitação de abertura
bucal, limitação de movimentos excursivos da mandíbula,
dor e dificuldade de mastigação. Radiograficamente
apresenta faixa radiolúcida entre a área de ossificação e o
osso adjacente e o osso heterotópico aparece acompanhando
52
as fibras do músculo. A periferia normalmente é mais radiopaca
que a estrutura interna, com o passar do tempo, devido à
maturação óssea, a imagem radiográfica aparece mais bem
definida. Diagnóstico diferencial: osteosarcoma, ossificação do
ligamento estilohioideo e calcificações de tecido mole. Indivíduo
gênero masculino, etnia branca, 40 anos foi indicado pelo
cirurgião Buco-maxilo para o exame tomográfico a fim de avaliar
causa da redução de abertura bucal após endodontia de molar
inferior direito submetido a bloqueio anestésico troncular. Foram
realizadas reconstruções de imagens: Panorâmica, laterais,
axiais e reconstruções tridimensionais avaliando extensão
superior, lateral, comprimento e continuidade da massa
hiperdensa com o ramo mandibular. O objetivo deste trabalho é
enfatizar a importância da TCFC como instrumento diagnóstico.
Com a TCFC houve elucidação para o caso clínico com
diagnóstico preciso para dimensionar e planejar com segurança
o procedimento cirúrgico.
PC003 - TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA VOLUMÉTRICA
CONE BEAM COMO EXAME PARA DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
DE AMELOBLASTOMA: CASO CLÍNICO.
PAULA DE MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; CIDNEY
HIROAKI CATO; JULIO CÉZAR DE MELO CASTILHO;
CYBELLE MORI HIRAOKA.
UNESP, SÃO JOSE DOS CAMPOS, SP, BRASIL.
A tomografia de feixe cônico nos oferece uma imagem
craniana com alta precisão geométrica em todos os planos
espaciais assim como reconstrução tridimensional com alta
resolução. Com o objetivo de enfatizar a importância da
Tomografia Volumétrica como instrumento para diagnóstico
e planejamento na cirurgia buco-maxilo facial apresentamos
um caso encaminhado pelo cirurgião buco-maxilo facial, para
um exame tomográfico a fim de confirmar diagnóstico de
ameloblastoma em uma paciente leucoderma, do gênero
feminino, na faixa etária de 32 anos. O ameloblastoma é uma
neoplasia odontogênica benigna, invasiva com recidiva
freqüente. Aparece normalmente entre a quarta e quinta década
de vida, com predileção pelo gênero masculino e pela etnia
negra. Mais de 80% dos casos ocorrem na região posterior de
mandíbula. Clinicamente apresenta-se como uma tumefação
assintomática de crescimento lento. Ele se apresenta, nas
radiografias convencionais, como lesões expansivas uni ou
multiloculadas com padrão de “bolhas de sabão” ou “favos de
mel” de acordo com o tamanho apresentado. Já na Tomografia
Computadorizada aparece como lesão delimitada, cística com
áreas hipodensas, sendo melhor visualizada a destruição
cortical. Nas reconstruções multiplanares, foram avaliadas
extensão e largura tendo renderização da imagem volumétrica
com visualização detalhada do interior dos espaços
multiloculados. Podemos também visualizar reconstruções
panorâmicas em filtro Sharpen Mild, projeção de intensidade
máxima, vista axial e reconstruções tridimensionais em várias
vistas e segmentos. Com as imagens, o cirurgião conseguiu
um diagnóstico preciso para dimensionar e planejar com
segurança o procedimento cirúrgico.
PC004
A
UTILIZAÇÃO
DO
TOMOGRAFO
COMPUTADORIZADO CONE BEAM ICAT NA AVALIAÇÃO DE
CASO CLINICO DE CERATOCISTO.
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
PAULA DE MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; LISSA DUARTE
ARRAIS; SABRINA DOS REIS ZINSLY; JULIO CÉZAR DE MELO
CASTILHO.
UNESP, SÃO JOSE DOS CAMPOS, SP, BRASIL.
O objetivo deste trabalho é enfatizar a importância da tomografia
Volumétrica como instrumento para diagnóstico. O exame
tomográfico de rotina foi solicitado pelo cirurgião dentista para
avaliar a causa da inclinação do dente 45 com dor local em
indivíduo gênero masculino, leucoderma, na faixa etária de 25
anos. Foram realizadas reconstruções de imagens:
panorâmica, transversais , axiais e tridimensionais onde foram
avaliadas extensão superior, lateral, comprimento e ruptura de
cortical vestibular e lingual na imagem volumétrica em varias
vistas compatível a Ceratocisto. O Ceratocisto Odontogênico
ou Tumor Odontogênico Queratocistico é um cisto
odontogênico não inflamatório, com características peculiares.
Corresponde de 8 a10% de todos os cistos odontogênicos. É
mais freqüente na região posterior de mandíbula, no gênero
masculino e na faixa etária de 20 a 30 anos. Não tem predileção
por etnia e tem alto potencial recidivante. Os achados clínicos
mais comuns são: tumefação, drenagem intrabucal, dor e
desconforto. Radiograficamente apresenta-se como lesão
radiolúcida uni ou multiloculada. Expansão e perfuração cortical
estão presentes em 25% dos casos. A Tomografia
Computadorizada mostra a extensão cística e fornece detalhes
da expansão óssea e comprometimento da cortical, melhor
definindo as lojas e septos da lesão. Diagnóstico diferencial é
feito com cisto dentígero, residual e ameloblastoma.
Com a tomografia Volumétrica por Feixe Cônico houve
elucidação para o caso clínico com diagnóstico preciso para
dimensionar e planejar com segurança o procedimento
cirúrgico.
PC005 - ESTUDO TOMOGRÁFICO DE PERFURAÇÃO DENTARIA
COM A UTILIZAÇÃO DO TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO
VOLUMÉTRICO “CONE BEAM” I-CAT (TCFC).
SABRINA DOS REIS ZINSLY; PAULA DE MOURA; FERNANDA
TRAUTMANN; JULIO CÉZAR DE MELO CASTILHO; LUIZ
CESAR DE MORAES.
UNESP, SÃO JOSE DOS CAMPOS, SP, BRASIL.
Perfurações radiculares são lesões artificiais e consistem
na comunicação do sistema de canais com os tecidos de
suporte do elemento dental, podendo ser resultantes de
reabsorções, cáries ou iatrogenias. Os sinais e sintomas
são: sensibilidade do paciente à introdução do instrumento,
sangramento na área e sensibilidade á mastigação.
Radiograficamente apresenta-se como área radiolúcida
difusa adjacente ao local da perfuração. Paciente gênero
feminino, leucoderma, na faixa etária de 39 anos, foi indicado
a fazer exame tomográfico por feixe Cônico pelo Endodontista
a fim de confirmar diagnóstico de lesão periapical do dente
24 com sintomatologia dolorosa anteriormente submetido a
tratamento protético com núcleo e coroa. Foram feitas
reconstruções multiplanares em vista lateral da raiz palatal,
região de furca e raiz vestibular, panorâmica parcial da região,
axial, transversais e tridimensionais em subtração óssea em
vistas axial e lateral. Descartando comprometimento
endodôntico e detectando um caso de perfuração entre as
raízes dente 24. O objetivo deste trabalho é enfatizar a
importância da TCFC como instrumento para diagnóstico.
Com a TCFC houve uma precisão de diagnóstico para o
melhor planejamento da remoção do dente e execução do
implante, uma vez que as mensurações são disponibilizadas
em tamanho real 1:1.
PC006 - DISTORÇÕES DE IMAGENS E A REALIDADE DAS
INTERPRETAÇÕES.
ROBERTO HIROSHI MATSUI; JULIO CÉZAR DE MELO
CASTILHO; LUIZ CESAR DE MORAES; MARI ELI LEONELLI
DE MORAES; EDMUNDO MEDICI FILHO.
UNESP, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL.
Com o avanço tecnológico as imagens se aproximam da
realidade e aumentam a possibilidade de se trabalhar com
os efeitos e caracteres. Os princípios de captação e
armazenamento devem ser mantidos para não caracterizar a
infidelidade e distorção. A proposta deste trabalho é de
evidenciar algumas distorções que são encontradas nas
fotografias digitais e radiografias que são usadas
rotineiramente por ortodontistas durante o diagnóstico. Com
os programas de computadores que facilitam o trabalho, veio
os problemas de distorções de imagens, quanto à alteração
do tamanho, cor textura etc. A incorporação da distorção pode
ocorrer desde o instante da captação das imagens até o
armazenamento final. As distorções podem ocorrer num
simples processo de (scannear) uma imagem radiográfica
ou um elemento tridimensional. No caso de modelo de estudo,
é copiada sua projeção, já no caso das radiografias os riscos
ficam por conta da calibração dos equipamentos. Distorção
de Imagens denominada (Mapeamento) é um exemplo que
consiste no processo de aplicação de transformações
geométricas, produzindo assim uma nova imagem. “Holes\”
(buracos) são transformações de imagem original em
imagem distorcida em escala maior, ou seja, quando aumenta
a figura geométrica (Mapeamento direto). Os vieses das
análises cefalométricas em radiografias são minimizadas
com a presença de fatores angulares. A importância dos
conhecimentos técnicos das normas dos fabricantes dos
equipamentos, das imagens digitais ou radiografias
convencionais, a padronização, conhecimento do grau de
magnificação e fator de correção podem diminuir a chance
de distorção e aumentar a confiabilidade.
PC007 - CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS CRÂNIO
FACIAIS DA SÍNDROME DE CROUZON (DISOSTOSE CRÂNIO
FACIAL).
CYBELLE MORI HIRAOKA; SABRINA DOS REIS ZINSLY; PAULA
DE MOURA; MARI ELI LEONELLI DE MORAES; LUIZ CESAR
DE MORAES.
UNESP, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL.
A Disostose Crânio Facial é uma condição autossômica
dominante herdada, que ocorre devido a uma alteração no
gene FGFR 2 (IgIII) . É uma anomalia rara, acometendo cerca
de 14 indivíduos por milhão de nascimento, representando
um total de 4.5% de todas as crânio sinostoses. É
caracterizada por crânio sinostose prematura associada a
anomalias dento faciais como exoftalmia, hipertelorismo,
deficiência auditiva e visual. Radiograficamente através de
radiografia oclusal pode-se observar o fechamento da sutura
palatina já presente na criança com tenra idade, na
telerradiografia lateral observa-se acentuada falta de
desenvolvimento do terço médio causando uma pseudo
classe III devido ao desenvolvimento normal da mandíbula,
53
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
ausência de cavidades pneumáticas e obstrução de vias
aéreas superiores, além de alterações na sequência de
erupção e impacção dentária, necessitando o mais cedo
possível de intervenção ortodôntica e ortopédica facial além
de cirurgias ortognáticas. O tratamento consiste em um
reestabelecimento da função e da estética dependendo de
uma equipe multidisciplinar. Do ponto de vista odontológico
o paciente com crânio sinostose apresenta amiúde um
desafio para o profissional e o tratamento precoce justificase em razão da pouca possibilidade de expansão maxilomandibular em pacientes com idade mais avançada,
deixando o cirurgião dentista limitado em termos de
tratamento.
PC008 - LINFONODO CALCIFICADO: UMA NOVA VISÃO DE
DIAGNÓSTICO COM A UTILIZAÇÃO DO TOMÓGRAFO
COMPUTADORIZADO VOLUMETRICO CONE BEAM I-CAT.
JULIO CÉZAR DE MELO CASTILHO; PAULA DE MOURA;
FERNANDA TRAUTMANN; LISSA DUARTE ARRAIS;
EDMUNDO MEDICI FILHO.
UNESP, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL.
Linfonodo Calcificado apresenta-se como uma calcificação
distrófica com história de inflamações crônicas repetidas
devido a várias doenças, freqüentemente por desordens
granulomatosas. Dentre as possíveis causas estão
tuberculose, vacina BCG, linfoma previamente tratado com
radioterapia, infecções fungicas e metástases de neoplasias
calcificantes. Geralmente são assintomáticos e são
encontrados acidentalmente em radiografias panorâmicas.
Os linfonodos mais freqüentemente envolvidos são os
submandibulares e cervicais (superficial e profundo). A
localização mais comum é a região submandibular na borda
inferior da mandíbula próximo ao ângulo ou entre borda
posterior do ramo e espinha cervical. Pode afetar um ou uma
série de nódulos. A imagem radiográfica é bem definida,
usualmente irregular podendo ter aparência lobulada similar
a couve flor, o que pode ajudar no diagnostico diferencial. O
grau de radiopacidade pode variar parecendo várias esferas
ou massa irregular. Diagnostico diferencial: sialolitiase
submandibular, linfoma. Indivíduo gênero masculino, etnia
branca, 40 anos foi indicado pelo endodontista, para um
exame tomográfico de rotina a fim de confirmar diagnóstico
de presença de canal acessório. Nas reconstruções
multiplanares: axial, lateral e tridimensionais foram
encontradas calcificações nodulares na região posterior de
ângulo mandibular esquerdo próximo a região de osso hióide,
foram avaliadas extensão e largura tendo renderização da
imagem volumétrica com visualização detalhada da
calcificação em diferentes planos. O objetivo deste trabalho e
enfatizar a importância da tomografia computadorizada
volumetrica como instrumento para diagnóstico. Com as
imagens, como foi um achado tomográfico, o cirurgião dentista
pôde encaminhar o indivíduo para elucidar diagnóstico
diferencial de linfoma e calcificações de acantonamento de
artéria carótida.
PC009 - AVALIAÇÃO DA DENSIDADE ÓPTICA DE RESINAS
COMPOSTAS DE USO DIRETO E INDIRETO POR MEIO DE UM
SISTEMA DE RADIOGRAFIA DIGITAL.
CAROLINA BACCI COSTA; JULIO CÉZAR DE MELO
CASTILHO; EDMUNDO MEDICI FILHO; MARI ELI LEONELLI
DE MORAES; LUIZ CESAR DE MORAES.
54
UNESP, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL.
O objetivo neste trabalho foi avaliar a densidade óptica de
diferentes resinas compostas de uso direto e de uso indireto,
por meio de um sistema de radiografia digital direto (Visualix®,
Dentsply- Gendex). Foram utilizadas quatro marcas
comerciais de resinas compostas de uso direto (4 Seasons,
Esthet-X, Filtek Supreme XT e Vênus) e cinco de uso indireto
(SR Adoro, Resilab, Sinfony, Signum e Solidex). As amostras,
5 de cada grupo, foram confeccionadas a partir de uma matriz
metálica, com 8 mm de diâmetro e 2 mm de espessura e
radiografadas num aparelho periapical 65 kVp e 7 mA
(Dentsply- Gendex 765 DC®) a uma distância de 40 cm, com
tempo de exposição padronizado em 0,02s. As imagens foram
armazenadas em formato TIFF. Os níveis médios de cinza
em pixels de cada amostra foram medidos em 5 áreas
distintas de tamanho fixo( 50 X 50 pixels), com o auxílio do
programa de computador Adobe® Photoshop® 7.0. Os
valores em pixels foram submetidos à Analise de Variância
de 1 fator e ao Teste de Tukey, ambos com á=0,05. As médias
dos grupos testados foram em ordem decrescente: Esthet-X
(215,3), Vênus (211,2), 4 Seasons(194,2), Filtek Supreme XT
(172,2), Resilab (165,4), Sinfony (74,0), Solidex (38,9), SR
Adoro (27,9) e Signum (27,0). As resinas compostas de uso
direto Esthet X e Vênus apresentaram os maiores valores de
densidade óptica e os menores valores de densidade óptica
foram encontrados nas resinas indiretas SR Adoro e Signum.
PC010 - DETECÇÃO DE LESÕES ÓSSES INCIPIENTES POR
SUBTRAÇÃO RADIOGRÁFICA.
SERGIO AUGUSTO QUEVEDO MIGUENS JR. 1; ELAINE
BAUER VEECK2; VANIA REGINA CAMARGO FONTANELLA1;
NILZA PEREIRA DA COSTA4.
1.ULBRA - CANOAS, RS, BRASIL; 2,4.PUCRS, PORTO
ALEGRE, RS, BRASIL.
Quando métodos computadorizados são utilizados,
radiografias padronizadas podem permitir medidas de
mudanças ósseas muito pequenas. Desta maneira, estudos,
in vivo e in vitro, têm sido conduzidos no intuito de estabelecer
a precisão diagnóstica da subtração radiográfica digital (SRD)
para a detecção de alterações ósseas. O objetivo deste
estudo, in vitro, foi determinar a capacidade diagnóstica da
técnica de SRD em radiografias panorâmicas digitais e
digitalizadas com imagens de defeitos ósseos periapicais
incipientes. Em 77 sítios apicais de mandíbulas humanas
secas foram criados defeitos ósseos pela aplicação de ácido
perclórico a 70%, nos tempos 2, 4 e 6 horas. As radiografias
convencionais e digitais foram obtidas duas vezes no tempo
zero, com intenção de avaliar a reprodutibilidade da técnica,
e, seqüencialmente, antes de cada aplicação do ácido. As
radiografias convencionais foram digitalizadas com os
mesmos atributos que as digitais: 150 dpi, 8 bits e
armazenadas em formato TIFF sem compressão. O programa
Adobe Photoshop® v. 7.0.1 foi utilizado para a SRD das
imagens, na seguinte seqüência: T0x0 repetido; T0xT2; T0xT4
e T0xT6. A variável analisada foi a diferença entre a intensidade
de pixel das áreas controle e teste. Observou-se por meio da
ANOVA, não haver diferença entre os tempos tanto na área
teste (F= 0,44; p=0,726) quanto na área controle (F= 1,20;
p=0,310). Comparando os tempos experimentais, o tempo 6
apresentou maior média de expressão de perda mineral, os
tempos 2 e 4 não diferiram entre si, porém foram
significativamente maiores que o tempo 0, tanto nas imagens
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
digitalizadas (F= 45,01; p<0,001) quanto nas digitais (F= 30,80;
p<0,001). A provável justificativa para estes resultados foi a
delimitação da área teste que respeitou o contorno do
periápice, assumindo uma forma circular, diferente de outros
estudos que a demarcação se dá na forma de um quadrado,
podendo incluir áreas sem desmineralização, resultando em
um desvio padrão alto como foi encontrado no estudo de
CUNHA (2005) que mostrou pouca ou nenhuma significância
entre o tempo zero e os tempos mais curtos da aplicação da
solução ácida. A SRD permite detectar defeitos incipientes
periapicais tanto em imagens panorâmicas digitais quanto
digitalizadas, desde que respeitada a padronização
geométrica.
PC011 - COMPARAÇÃO ENTRE RADIOGRAFIAS
PANORÂMICAS DIGITAIS E DIGITALIZADAS NA DETECÇÃO
POR SUTRAÇÃO RADIOGRÁFICA DE LESÕES PERIAPICAIS
SIMULADAS.
SERGIO AUGUSTO QUEVEDO MIGUENS JR.1; VANIA REGINA
CAMARGO FONTANELLA1; ELAINE BAUER VEECK3; NILZA
PEREIRA DA COSTA4.
1.ULBRA - CANOAS, RS, BRASIL; 3,4.PUCRS, PORTO
ALEGRE, RS, BRASIL.
A subtração radiográfica digital (SRD) é uma ferramenta que
apresenta mais de 95% de acurácia na detecção de perdas
ósseas. Estudos têm sido conduzidos in vivo e in vitro no
intuito de estabelecer a precisão diagnóstica da SRD para a
detecção de alterações ósseas. A maior parte desses estudos
é realizada com radiografias digitais, sendo poucos os relatos
da utilização da SRD com imagens digitalizadas e com
radiografias extra-bucais. Desta maneira, buscou-se
comparar, in vitro, a sensibilidade, especificidade e acurácia
diagnóstica da SRD em imagens panorâmicas digitais e
digitalizadas na detecção de lesões periapicais incipientes.
Foram criados defeitos ósseos apicais em mandíbulas
humanas secas mediante a aplicação de ácido perclórico a
70% (tempos 2, 4 e 6 horas). As radiografias convencionais e
digitais foram obtidas duas vezes no tempo zero, que avaliou
a reprodutibilidade da técnica, e, seqüencialmente, antes de
cada aplicação do ácido. Para a SRD utilizou-se o Adobe
Photoshop subtraindo as imagens do tempo zero com as
demais: T0 repetido; T2; T4 e T6. As SRDs foram avaliadas
por um observador experiente, cego quanto ao tipo de imagem
e grupo, que atribuiu escores 0 (ausência) ou 1 (presença)
de perda mineral. Os resultados foram avaliados por ANOVA,
complementada pelo Teste de Comparações Múltiplas de
Dunnett T3, á=5%. O Kappa foi de 0,640 (digitais) e 0,574
(digitalizadas). No tempo 0 houve 100% de concordância intraexaminador. A sensibilidade de ambas as modalidades foi
estatisticamente diferente em relação aos tempos
experimentais. O tempo 6 apresentou maior valor: 1,000
(digitais) e 0,961 (digitalizadas). A especificidade foi de 0,896
(digitalizadas) e 0,844 (digitais). A acurácia no tempo 6, tanto
na modalidade digitalizada (0,929) como na digital (0,922),
foi superior aos outros tempos. Estes resultados corroboram
com os de outros autores que, comparando a SRD qualitativa
a outros métodos observaram que a mesma aumenta a
capacidade de diagnóstico em pequenos defeitos ósseos
(PARSELL et al., 1998; BITTAR-CORTEZ et al., 2006). Uma
possível explicação para os resultados obtidos está na
capacidade da SRD de eliminar o ruído estrutural, permitindo
a visualização de pequenas alterações, as quais não são
detectadas pelo olho humano nas imagens radiográficas
convencionais. Assim concluíu-se que a SRD de radiografias
panorâmicas digitalizadas e digitais permite diagnosticar
lesões periapicais incipientes simuladas, com valores de
sensibilidade e especificidade satisfatórios.
PC012 - [25] CISTO DENTÍGERO: RELATO DE CASO.
AYALLA LIMA SILVA1; ANA CATARINA RODRIGUES DA SILVA2;
DAISY COSTA MIRANDA QUAGLIATTO3; JAMILE RODRIGUES
PEREIRA4.
1,2,4.CESMAC, MACEIÓ, AL, BRASIL; 3.SLMANDIC,
CAMPINAS, SP, BRASIL.
Os cistos dentígeros constituem o segundo grupo mais
freqüente dos cistos odontogênicos do complexo maxilofacial.
Resultantes de uma alteração degenerativa do epitélio
reduzido do órgão do esmalte, desenvolvem-se associado à
coroa de um dente retido ou impactado, caracterizando-se
por acúmulo de fluído entre a coroa dentária e o epitélio
reduzido do órgão do esmalte. As localizações mais
freqüentes desta alteração são as regiões dos terceiros
molares inferiores e caninos superiores, justificado em parte,
por estes serem os dentes que mais comumente se
apresentam inclusos, seguidos pelos pré-molares inferiores
e terceiros molares superiores. Essas lesões tipicamente
não apresentam sintomatologia e, em geral são detectadas
através de exames radiográficos de rotina, mesmo tratandose de lesões com capacidade expansiva. Paciente JLS, sexo
feminino, com 24 anos de idade ,apresentava o elemento 18
não irrompido que, radiograficamente, expandiu-se para o
interior do seio maxilar direito, próximo a assoalho de órbita.
Foram realizados exames radiográficos específicos para o
seio maxilar e tomografia computadorizada, como meio
auxiliar de diagnóstico provável sugerindo ser um cisto
dentígero.
PC013 - ODONTOMA COMPOSTO: RELATO DE CASO.
AYALLA LIMA SILVA1; ANA CATARINA RODRIGUES DA SILVA2;
DAISY COSTA MIRANDA QUAGLIATTO3; JAMILE RODRIGUES
PEREIRA4.
1,2,4.CESMAC, MACEIÓ, AL, BRASIL; 3.SLMANDIC,
CAMPINAS, SP, BRASIL.
O odontoma composto é uma malformação que surge de
uma proliferação exorbitante da lâmina dentária na qual os
tecidos dentais estão representados em um padrão
ordenado, formando estruturas semelhantes a pequenos
dentes. São hamartomas de ocorrência freqüente no
complexo maxilo-mandibular, onde há uma completa
diferenciação das células lesionais, com estágio de formação
de esmalte, dentina e polpa. Embora a etiologia não seja
totalmente esclarecida, são considerados fatores
predisponentes para o surgimento da lesão, traumas,
infecções e mutações genéticas. Freqüentemente, um dente
retido encontra-se associado com o odontoma, e este evita a
erupção do dente. O odontoma apresenta crescimento lento,
sendo assintomático. Geralmente são pequenos, mas
podem eventualmente ultrapassar o tamanho de um dente,
ocasionando uma tumefação alveolar com conseqüente
assimetria facial. O diagnóstico é feito de forma casual, em
exames radiográficos de rotina, ou naqueles exames
indicados para pesquisar ausência de irrompimento dental
ou de anomalias de posição dos dentes na arcada. Os
55
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
aspectos radiográficos são característicos, variando de
acordo com o tipo, sendo que o composto apresenta-se com
um número variável de estruturas semelhantes a dentes,
delimitadas por uma linha radiolúcida. Paciente do sexo
masculino, 31 anos de idade, residente em Maceió-AL,
compareceu a clínica CIROM – Centro de Radiodiagnóstico
de Maceió, para exames pré-tratamento ortodôntico, onde ao
exame radiográfico observou-se um número variável de
pequenas estruturas radiopacas semelhantes a dentes
envolvidos por uma linha radiolúcida na região mediana
superior, com conseqüente impacção do elemento 11. Tendo
Odontoma Composto como diagnóstico provável.
PC014 - RADIOGRAFIA DIGITAL E TCFC PARA O DIAGNÓSTICO
DE DEFEITOS ÓSSEOS PERIODONTAIS.
ADINILTON FERRAZ CAMPOS JUNIOR; JORGE FUMIO
KANAJI; CÉSAR ÂNGELO LASCALA.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SAO PAULO, SP, BRASIL.
Introdução – A abordagem do estudo dos recursos
imaginológicos aplicados à análise óssea diz respeito ao
estudo topográfico do periodonto e suas alterações. Objetivo
– Analisar por meio de dois sistemas de imagens digitais: a
radiografia digital direta e a tomografia computadorizada por
feixe cônico, comparando a eficácia de cada aparelho na
análise das corticais do tecido periodontal. Métodos – Cinco
espécimes de mandíbulas foram incluídos em nosso estudo,
com 6 tipos de defeitos ósseos distribuídos no septo
interdentário e na porção radicular do dente. Radiografias
periapicais foram realizadas, com o sensor sensor Dixi®2, e
exames tomográficos, com o aparelho Newtom 3G. A pesquisa
contemplou a análise das corticais ósseas avaliadas por três
observadores. Teste estatístico de McNemar foi empregado
para análise inter e intra-observadores. Resultados –
Resultados não concordantes foram relacionados à
sobreposição de estruturas anatômicas em sua maior parte
pela radiografia digital. Os resultados de acerto da tomografia
computadorizada: para análise da cortical vestibular do septo
interdentário foi de 84%; para a cortical lingual de 92%; para
a cortical proximal de 80%; e para cortical radicular de 80%,
contra 60%, 64%, 80% e 46% respectivamente da radiografia
digital. Não foram encontradas diferenças entre a 1ª e a 2ª
análises na avaliação intra-observadores, contudo houve
variação inter-observadores. Conclusões – A tomografia
computadorizada por feixe cônico mostrou-se como potencial
recurso de imagem para análise das corticais ósseas do
tecido periodontal. Entretanto, os resultados também
apontaram que ambos os métodos são observadordependentes, havendo necessidade de profissionais
habilitados para utilização desses recursos recentes de
imagem.
PC015 - PAPEL DA RECONSTRUÇÃO TRIDIMENSIONAL EM
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA POR FEIXE CÔNICO NOS
TRAUMAS MANDIBULARES.
CLAUDIA R. GOMES ALVES1; SIMONE R. GOMES MARSAIOLI2;
CIBELLE GIL3; JEFFERSON XAVIER DE OLIVEIRA4; MARCELO
EDUARDO PEREIRA DUTRA5.
1,2.DIAGNOSTICOS ORAL, CAMPINAS, SP, BRASIL;
3,4,5.FO-USP, SAO PAULO, SP, BRASIL.
A tomografia computadorizada por feixe cônico (TCFC), vem
sendo amplamente utilizada na Odontologia por diversas
56
especialidades. Especialmente na traumatologia a TCFC com
suas reconstruções multiplanares e em terceira dimensão
(3D) proporciona melhor avaliação da extensão e localização
dos traços de fratura, além de deslocamentos de fragmentos.
No entanto, importante ressaltar, que a reconstrução em 3D
possui papel coadjuvante às imagens em 2D, permitindo
planejamento cirúrgico por prototipagem e simulação virtual
e evolução do tratamento. Os autores mostram a importância
do método supra citado por meio de um caso de paciente do
genêro masculino, leudoderma, 27 anos , vítima de agressão,
que provocou fraturas múltiplas na mandíbula. Os cortes
axiais e as reconstruções multiplanares foram
cuidadosamente avaliados em busca da correta abrangência
dos traços de fratura, sendo complementados pelas
reconstruções em 3D, o que auxiliou sobremaneira o cirurgião
bucomaxilofacial no melhor planejamento e proservação.
PC016 - DIAGNÓSTICO DE OSTEOSSARCOMA DE MAXILA
COM USO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA: RELATO
DE CASO.
CIBELLE GIL1; LUCIANA MARIA PAES DA SILVA RAMOS
FERNANDES 2 ; KARINA CECILIA PANELLI SANTOS 3 ;
MARCELO MARCUCCI4; JEFFERSON XAVIER DE OLIVEIRA5.
1,2,3,5.FO-USP, SAO PAULO, SP, BRASIL; 4.UNIFESP, SÃO
PAULO, SP, BRASIL.
Osteossarcoma dos maxilares é um tumor maligno no qual
há produção de osteóide, afetando o tecido mesenquimal e a
formação óssea. De acordo com a literatura, é uma doença
rara, que afeta mais freqüentemente a mandíbula, com
predileção pelo sexo feminino e que ocorre na faixa etária de
30 a 40 anos. Os sinais e sintomas mais comuns são dor,
tumefação da região envolvida, mobilidade e deslocamento
dos elementos dentários, obstrução nasal e parestesia. O
diagnóstico da doença e determinação de sua extensão
baseado em radiografias convencionais apenas, é limitado,
demandando avaliação por tomografia computadorizada (TC)
e exame histopatológico. A TC é fundamental para avaliar o
grau de erosão óssea ou de ossificação neoplásica, verificar
a relação com estruturas adjacentes e determinar o plano de
tratamento. O presente trabalho tem como objetivo reportar o
caso de uma paciente branca de 34 anos de idade, que
apresentava massa tumoral na região maxilar esquerda e
inchaço localizado, que foi submetida a exame de tomografia
computadorizada e análise histopatológica.
PC017 - AVALIAÇÃO CLÍNICA E POR TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA DE UM CASO DE CARCINOMA
ODONTOGÊNICO DE CÉLULAS FANTASMAS.
CIBELLE GIL1; KARINA CECILIA PANELLI SANTOS2; LUCIANA
MARIA PAES DA SILVA RAMOS FERNANDES3; MARCELO
MARCUCCI4; JEFFERSON XAVIER DE OLIVEIRA5.
1,2,3,5.FO-USP, SAO PAULO, SP, BRASIL; 4.UNIFESP, SÃO
PAULO, SP, BRASIL.
Os autores apresentam características do Carcinoma
Odontogênico de Células Fantasmas baseadas, na
classificação da Organização Mundial de Saúde de 2005. São
apontadas as características clínicas, considerando o seu
comportamento e a concepção apontada na classificação
supracitada. A descrição clínica e imaginológica de um caso
de paciente masculino, 39 anos com acometimento na maxila
é apresentada. Discute-se a relevância da utilização dos
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
métodos de imagem e a sua importância no estadiamento,
planejamento e elaboração de diagnóstico.
PC018 - O USO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE
BEAM NA AVALIAÇÃO DA PROXIMIDADE DOS TERCEIROS
MOLARES COM ESTRUTURAS ANATÔMICAS.
MARCELA GRIJÓ DE OLIVEIRA; LUIZ FERNADO DELUIZ.
UNESA, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.
A Tomografia Computadorizada é uma técnica radiográfica
que vem sendo desenvolvida ha alguns anos e que vem se
demonstrando extremamene útil no planejamento e
diagnóstico do cirurgião dentista na avaliação da proximidade
dos terceiros molares com estruturas anatômicas.
Atualmente, a Tomografia Computadorizada Cone Beam
(TCCB), permite uma perfeita visualização em múltiplas
projeções, possibilitando através de \”cortes\” (axiais,
coronais, sagitais) observar a correta relação dos terceiros
molares com o canal mandibular e o seio maxilar, os quais
são elementos de maior índice de retenção. Esse exame
passa a ser um instrumento imprescindível para um correto
diagnóstico e para um planejamento adequado e evitando
complicações durante e após o procedimento cirúrgico.
PC019 - PLANEJAMENTO CIRÚRGICO PARA
AMELOBLASTOMA USANDO UM BIOMODELO 3D POR
SINTERIZAÇÃO SELETIVA A LASER.
DANIEL MARTINEZ SAEZ; EDUARDO KAZUO SANNOMIYA.
UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO, SÃO
BERNARDO DO CAMPO, SP, BRASIL.
Ameloblastoma é uma lesão odontogênica infiltrativa,
agressiva, localizada, benigna, de crescimento lento e
expansão indolor. O tratamento do Ameloblastoma
compreende desde a curetagem até a ressecção em bloco,
tendo a margem de segurança importante contribuição na
redução de recidiva da lesão. Progressos na tecnologia de
scanners de tomografia computadorizada e imagens 3D
possibilitaram o desenvolvimento de sistemas de
prototipagem, que permitem a construção de precisos
biomodelos 3D, que auxiliam no planejamento e simulação
das etapas cirúrgicas de tumores maxilofaciais, como
presente em diversos estudos [Stoker NG, Mankovich NJ,
Valentino D (1992); Kragskov J et al. (1996); Rasse M at al.
(1998); Petzold R, Zeilhofer HF, Kallender WA (1999); Webb
PA (2000); Sanghera B et al. (2001); Sannomiya EK et al.
(2006)]. O objetivo deste trabalho foi relatar um caso clínico,
em que um tipo folicular de ameloblastoma mandibular,
confirmado por exame histopatológico, foi removido
cirurgicamente. Os cirurgiões utilizaram-se de biomodelos
3D a partir de cortes tomográficos computadorizados e obtidos
por sinterização seletiva a laser, os quais serviram como guias
cirúrgicos nas etapas de osteotomia e de enxerto ósseo.
Posteriormente ao processo cirúrgico, a paciente foi
submetida a tratamento fisioterapêutico. Sendo assim, os
autores demonstraram a possibilidade de uso de biomodelo
3D como recurso de orientação aos cirurgiões, nos
momentos de planejamento e execução de procedimentos
cirúrgicos.
PC020 - CISTO ÓSSEO DE STAFNE: A IMPORTÂNCIA DA
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA.
EDUARDO MURAD VILLORIA; JULIANA DA SILVA NOIA; KYRIA
SPYRO SPYRIDES.
UNIVERSIDADE GAMA FILHO, RIO DE JANEIRO, RJ,
BRASIL.
O cisto ósseo de Stafne trata-se de uma concavidade focal do
osso cortical na superfície lingual da mandíbula, em região
de glândula submandibular e abaixo do canal mandibular.
Estas “lesões” são defeitos de desenvolvimento contendo
uma porção da glândula submandibular. Defeitos ósseos
semelhantes também podem ser encontrados, com menor
freqüência, na região mais anterior da mandíbula e são
relacionados à glândula sublingual ou tecido anormal da
glândula salivar. Este defeito ósseo apresenta-se como uma
área radiolúcida, bem circunscrita e com presença, ou não,
de halo esclerótico. Essas características radiográficas
também são visualizadas no cisto periapical e residual, e
para chegarmos a um diagnóstico mais seguro será de boa
conduta a utilização da tomografia computadorizada cone
beam. A tomografia computadorizada nos permite avaliar a
terceira dimensão, possibilitando analisar a profundidade da
“lesão” em questão. Este procedimento nao invalida as
tomadas radiográficas convencionais, como por exemplo, a
radiografia oclusal, porém cortes tomográficos (axiais e
transversais oblíquos) permitem visualizar a abertura da
concavidade na superfície lingual e isso já exclui a maioria
dos diagnósticos diferenciais.
PC021 - INFLUÊNCIA DO TAMANHO DO VOXEL NA
CAPACIDADE DIAGNÓSTICA DO MÉTODO TOMOGRÁFICO
COMPUTADORIZADO CONE BEAM NA AVALIAÇÃO DE
REABSORÇÃO DENTÁRIA EXTERNA “IN VITRO”.
MARIANA BOESSIO VIZZOTO; HELOISA EMILIA DIAS DA
SILVEIRA; GABRIELA SALATINO LIEDKE; HERALDO LUIS
DIAS DA SILVEIRA; RENI RAYMUNDO DALLA-BONA.
UFRGS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL.
Reabsorção radicular externa (RRE) é um processo
multifatorial de perda irreversível de estrutura dentária, sendo
o diagnóstico precoce e a correta identificação da localização
e extensão fundamentais para o estabelecimento da
abordagem terapêutica e sucesso no tratamento. A tomografia
computadorizada (TC) tem se mostrado importante
ferramenta na prática odontológica, sendo que, para o
diagnóstico de RRE simuladas, apresenta alta sensibildade
e especificidade. Este estudo avaliou a capacidade
diagnóstica da tomografia computadorizada cone beam
(TCCB) em diferentes resoluções de voxel na detecção de
RRE. Reabsorções de diferentes tamanhos e localizações
foram simuladas em 59 dentes humanos unirradiculares.
Conforme protocolo estabelecido na literatura, cavidades com
0,6; 1,2 e 1,8 mm de diâmetro e 0,3; 0,6 e 0,9 mm de
profundidade (pequenas, médias e grandes) foram
confeccionadas aleatoriamente nos terços cervical, médio e
apical na face vestibular das raízes. As imagens adquiridas
no tomógrafo iCAT, seguindo três protocolos, variando as
resoluções de voxel (0,4, 0,3 e 0,2mm), foram analisadas por
examinador calibrado e cegado através do software i-CATView.
O teste qui-quadrado não demonstrou associação entre as
variáveis: resolução de voxel, plano de corte, tamanho da
cavidade e terço radicular, assim como os valores de
sensibilidade e especificidade foram semelhantes.
Entretanto, a likelihood ratio apresentou valores de 6,4 para
voxel de 0,4mm, 16 para 0,3mm e 12 para 0,2mm. Conclui57
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
se que a TCCB representa um método seguro na investigação
de RRE, sendo a resolução de voxel 0,3mm a melhor
indicação, pois associa ótimo desempenho diagnóstico com
menor exposição do paciente à radiação X.
PC022 - COMPARAÇÃO DOS PLANOS DE CORTES
TOMOGRÁFICOS NO DIAGNÓSTICO DE REABSORÇÃO
DENTÁRIA EXTERNA “IN VITRO”.
GABRIELA SALATINO LIEDKE; MARIANA BOESSIO VIZZOTO;
HERALDO LUIS DIAS DA SILVEIRA; RENI RAYMUNDO DALLABONA; HELOISA EMILIA DIAS DA SILVEIRA.
UFRGS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL.
As radiografias convencionais oferecem limitações para o
diagnóstico de reabsorções radiculares externas (RRE)
devido à sobreposição de estruturas. Por outro lado, a
tomografia computadorizada (TC) é um exame que permite
obter imagens sem este inconveniente e, para cortes axiais,
apresenta boa sensibilidade e especificidade no diagnóstico
de RRE simuladas. Este estudo objetivou avaliar a acuidade
dos cortes coronais e sagitais na detecção destas
simulações. Reabsorções de diferentes tamanhos e
localizações foram simuladas na superfície radicular
vestibular de 59 dentes humanos unirradiculares. Conforme
protocolo estabelecido na literatura, cavidades com 0,6; 1,2 e
1,8 mm de diâmetro e 0,3; 0,6 e 0,9 mm de profundidade
(pequenas, médias e grandes respectivamente) foram
confeccionadas nos terços cervical, médio e apical na face
vestibular das raízes, de forma aleatória. Imagens coronais e
sagitais, reconstruídas dos cortes axiais da TC, foram
analisadas por um examinador calibrado e cegado. Ao todo,
177 terços radiculares foram examinados em cada plano,
sendo que 131 apresentavam cavidades. Nos cortes coronais
120 (91,60%) foram identificadas e nos sagitais 127 (96,94%).
As cavidades pequenas localizadas no terço apical foram
identificadas no plano coronal em 57,14% dos casos e no
sagital em 85,71%. Os resultados mostraram superioridade
do plano sagital no diagnóstico de cavidades pequenas
localizadas no terço apical da raiz em relação ao plano coronal
e, segundo dados divulgados na literatura, também ao plano
axial. Pode-se concluir que, quando for solicitada CT para
diagnóstico de RRE vestibular ou palatina, a reconstrução no
plano sagital é a melhor opção para investigação.
PC023 - PANORAMA DO USO DA CEFALOMETRIA POR
ORTODONTISTAS NO SUL DO BRASIL.
HERALDO LUIS DIAS DA SILVEIRA; GABRIELA SALATINO
LIEDKE; HELOISA EMILIA DIAS DA SILVEIRA; MARIANA
BOESSIO VIZZOTO; RENI RAYMUNDO DALLA-BONA.
UFRGS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL.
A análise cefalométrica é um dos exames complementares
utilizados para o diagnóstico e planejamento de tratamentos
ortodônticos e cirúrgicos ortognáticos. No Brasil, as Clínicas
de Radiologia são as responsáveis pela realização deste
exame e estudos demonstraram a falta de reprodutibilidade
das medidas cefalométricas realizadas por diferentes clinicas
na cidade de Porto Alegre. Com o objetivo de avaliar o uso da
cefalometria, foram enviados questionários estruturados,
baseados na escala Likert, a todos os especialistas em
Ortodontia e Ortopedia Facial do estado do Rio Grande do
Sul. Os resultados mostraram que a maioria dos profissionais
(96,4%) solicita o exame para as Clínicas de Radiologia ao
58
início de todos os tratamentos ortodônticos e apenas a
metade (50,4%) solicita-o ao final. Somente 19,2% dos
ortodontistas conferem os cefalogramas recebidos. A análise
cefalométrica mais utilizada é Padrão USP (45,1%) e a maioria
dos profissionais (88,3%) valoriza mais o perfil do paciente
no estabelecimento do plano de tratamento. A partir dos
resultados, conclui-se que a maioria dos especialistas em
Ortodontia e Ortopedia Facial no Estado do Rio Grande do
Sul solicita a análise cefalométrica computadorizada Padrão
USP ao início de todos os tratamentos ortodônticos, considera
o perfil do paciente determinante para a escolha da conduta
a ser seguida e não questiona os cefalogramas realizados
pelas Clínicas de Radiologia.
PC024 - UM NOVO MÉTODO PARA EXTRAÇÃO DE
INFORMAÇÃO EM RADIOGRAFIA ODONTOLÓGICA.
ADRIANA GOMES DA COSTA1; GILSON GIRALDI2; JOÃO
FREDERICO TROTT FILHO 3; LUIZ ANTÔNIO PEREIRA
NEVES4; ÉRIKA CALVANO KUCHLER5.
1,5.UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 2.LNCC,
PETRÓPOLIS, RJ, BRASIL; 3,4.UDESC, FLORIANÓPOLIS,
SC, BRASIL.
O uso de processamento de imagens digitais vem sendo
empregado para maior fidelidade na interpretação de
radiografias odontológicas. Algoritmos para extração
automática de estruturas e análise vêm sendo desenvolvidos.
Na área de extração de objetos de interesse em raio-x
odontológico, são utilizados algoritmos baseados em
morfologia matemática, contornos ativos, técnicas de
limiarização, e análise de forma. Foram utilizadas 150
radiografias panorâmicas do Departamento de
Odontopediatria da UFRJ. 1º Aquisição da Imagem: o 1º molar
permanente inferior é selecionado e um limiar para a
intensidade de imagem é obtido. Métodos em morfologia
matemática são aplicados no processamento posterior. 2º
Obtenção dos dados: o limite do dente é identificado e é
computado o eixo principal (r) do mesmo. 3º Análise
Biométrica dos Dados: os limites da coroa e da raiz são
determinados através do algoritmo que mede as distâncias:
da linha r ao ponto mais alto da furca (CB) e da furca ao ponto
mais baixo do ápice radicular (R), retornando o quociente CB/
R. O uso do algoritmo é promissor, concordando com as
análises clinicas. Contudo, o método é muito sensível ao
limiar do 1º passo. Discussão: O 1º passo é o mais critico.
Porém, os resultados obtidos mostram que a técnica é
promissora. O método combina conceitos matemáticos e
métodos computacionais para computar automaticamente a
proporção coroa/raiz. Resultados preliminares mostram que
é eficaz e facilmente aplicável.
PC025 - SARCOMA DE EWING EM MANDÍBULA: RELATO DE
CASO.
GABRIELA DAL BÓ HEINZEN.
UFSC, FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL.
Originalmente descrito por James Ewing em 1921, o sarcoma
de Ewing representa 7% dos tumores ósseos malignos
primários e é o segundo tumor ósseo primário mais comum
da infância. O sarcoma de Ewing é encontrado mais
comumente em ossos longos . O envolvimento dos óssos
gnáticos é um evento incomum, cerca de 1 a 7% dos casos,
onde normalmente envolve o ramo da mandíbula. Sua origem
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
definidas nas imagens convencionais.
é incerta, muitos acreditam ser derivado de células
neuroectodérmicas. Dor, aumento de volume, febre,
leucocitose e uma taxa de sedimentação de eritrócitos podem
estar presentes e levar a um diagnóstico errôneo de
osteomielite. Parestesia e mobilidade dental também são
achados comuns nos maxilares. Predominantemente o
sarcoma de Ewing afeta homens brancos. Radiograficamente
há uma destruição irregular de osso. Expansão ou destruição
das corticais podem ou não estar presentes. A reação
perióstica em \”bulbo de cebola\” , comumente observada no
sarcoma de Ewing dos ossos longos, raramente é vista em
lesões dos ossos gnáticos. Histologicamente é uma neoplasia
óssea indiferenciada de pequenas células redondas. Paciente
I.C.G, 10 anos, leucoderma, sexo masculino (Fig.1 e 2)
apresentou-se com um aumento de volume em mandíbula ,
lado esquerdo, com evolução de 2 meses. Foram solicitados
radiografias panorâmica (Fig.3), PA de face (Fig.4) e
posteriormente tomografia computadorizada (Fig. 5 e 6) com
contraste. Tais exames demonstraram lesão lítica, multilocular,
expansiva, com rompimento da cortical óssea vestibular e
lingual, envolvendo o corpo e ramo da mandíbula com extensão
para tecidos moles adjacentes. Continuada a investigação, foi
realizada a biópsia da lesão que na microscopia (Fig.7)
demonstrou neoplasia maligna de pequenas células redondas
e o estudo imuno-histoquímico (Fig.8) confirmou o diagnóstico
de Sarcoma de Ewing.
PC026 - UTILIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
PARA AUXÍLIO NO DIAGNÓSTICO DE UM ODONTOMA –
RELATO DE CASO.
CIBELLE GIL; LUCIANA MARIA PAES DA SILVA RAMOS
FERNANDES; KARINA CECILIA PANELLI SANTOS;
JEFFERSON XAVIER DE OLIVEIRA; EVANGELO TADEU
TERRA FERREIRA.
FO- USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.
Odontomas são considerados como anomalias de
desenvolvimento (hamartomas) e tumores odontogênicos
(classificação da Organização Mundial de Saúde, 2005). São
classificados em compostos e complexos, geralmente
diagnosticados durante as duas primeiras décadas de vida.
São assintomáticos, não havendo predileção por etnia ou
gênero, sendo detectados em exames radiográficos de rotina.
O tratamento consiste em excisão total da lesão com excelente
prognóstico. Paciente gênero feminino, leucoderma, 5 anos
de idade foi encaminhada ao centro de radiologia para
realização de documentação ortodôntica. A radiografia
panorâmica e a telerradiografia em norma lateral revelaram
uma massa radiopaca junto ao incisivo central superior
direito.
Tomadas
radiográficas
complementares
convencionais foram realizadas (incidências periapical ,
oclusal e método de localização de Clark), tendo como
hipótese diagnóstica odontoma complexo. A paciente foi então
submetida a tomografia computadorizada para melhor
avaliação da massa calcificada e relação com as estruturas
anatômicas vizinhas e dentes em formação. Foram realizados
cortes transversais e sagitais, quando então pôde-se observar
com clareza que a massa hiperdensa referia-se a um
odontoma composto e não complexo conforme sugeria as
tomadas radiográficas convencionais, o que também
confirmou-se no exame anátomo-patológico. Os achados da
tomografia computadorizada foram importantes, pois
elucidaram estruturas que não se apresentavam bem
PC027 - IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DE TODO VOLUME
ADQUIRIDO
POR
MEIO
DA
TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA POR FEIXE CÔNICO.
SIMONE R. GOMES MARSAIOLI1; CLAUDIA R. GOMES ALVES2;
CIBELLE GIL3; JEFFERSON XAVIER DE OLIVEIRA4; MARCELO
EDUARDO PEREIRA DUTRA5.
1,2.DIAGNOSTICOS ORAL, CAMPINAS, SP, BRASIL;
3,4,5.FO-USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.
A tomografia computadorizada por feixe cônico (TCFC) tem
sido bastante utilizada nas áreas de traumatologia,
implantodontia, patologia, ortodontia e cirurgia. No entanto,
inúmeras vezes o paciente encaminhado para realização do
exame para determinada especialidade pode apresentar
achados de relevância variável, que pode solicitar o
envolvimento de outras condutas. Os autores ilustram a
importância da avaliação de todo volume adquirido por meio
da TCFC, com o relato clínico de um paciente, gênero
feminino, leucoderma, 45 anos, encaminhado ao centro de
diagnóstico para realização de TCFC com finalidade de
avaliação de estrutura óssea na região de dente 22 para
colocação de implante. O estudo dos cortes contidos no
volume revelou severo comprometimento da cavidade sinusal
maxilar do lado esquerdo, a qual apresentava massa de
densidade heterogênea e contornos definidos em seu interior,
estendendo-se em direção a fossa nasal ipsilateral
evidenciada nos cortes axiais, coronais e sagitais, além de
área hiperdensa, localizada na cortical interna do osso
zigomático esquerdo, com acréscimo de volume do mesmo,
vista nos cortes axiais e coronais. A avaliação das corticais
sinusais sugere perda de continuidade das corticais anterior,
medial e lateral esquerda. Assim, confirma-se a importância
da avaliação de todos os cortes do volume primário obtido
por meio de TCFC, exemplificada por este relato de caso, no
qual a paciente encaminhada para realização de TCFC com
fins implantodônticos, não possuía qualquer sinal ou sintoma
que revelasse qualquer alteração no antro maxilar.
PC028 - ANÁLISE VIA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE
FEIXE CÔNICO DA VARIAÇÃO DA DENSIDADE NAS SUTURAS
PALATINA MEDIANA E ZIGOMÁTICO-MAXILAR EM
DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS.
GIOVANNI CERRONE JUNIOR; MARCELO TARCÍSIO
MARTINS; MARCOS VINICIUS QUEIROZ DE PAULA.
UFJF, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL.
Têm sido reportadas adversidades em se produzir a
disjunção ortodôntica da maxila em adultos.Acredita-se que
após o término do crescimento puberal há o fechamento da
Sutura Palatina Mediana (SPM) e a disjunção conservadora
passa a ser altamente mal sucedida; contudo, estudos
utilizando Tomografia Computadorizada sugerem a
inexistência de obliteração total da SPM ao longo da vida e
afirmam que a variação da densidade na região da mesma
pode ser um fator limitante para a aplicação da disjunção
não cirúrgica em adultos. Ademais, a disjunção da maxila
está relacionada indiretamente a outras suturas,
principalmente a Sutura Zigomático-Maxilar (SZM).
Com intuito de verificar o índice de densidade presente na
SPM e SZM de 30 indivíduos com diferentes idades, exames
obtidos por feixe cônico (i-CAT® Cone Beam 3-D Imaging
System, Hatfield, PA) foram divididos em seis grupos etários
59
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
(10 a 20; 21 a 30; 31 a 40; 41 a 50; 51 a 60; e, mais de 61
anos). O Programa Xoram-CAT (Imaging Sciences
International Inc., Hatfield, PA) mensurou a densidade em
Unidades Hounsfield. Os dados obtidos foram confrontados
com os valores em UH encontrados na região da fossa canina
(Ouro), área de baixa densidade. 100% dos indivíduos
mostraram em ambas suturas valores médios ainda
menores do que aqueles da fossa canina, a diferença foi
estatisticamente significante (p<0,05). Os dados obtidos são
corroborados pela literatura recente. Há indício de que as
duas suturas estudadas não estão totalmente soldadas nas
diferentes faixas etárias.
PC029 - TÉCNICA COMBINADA DE IMAGINOLOGIA PARA
PLANEJAMENTO E MONITORAÇÃO DO TRATAMENTO
ORTODÔNTICO UTILIZANDO MINI-IMPLANTES COMO
ANCORAGEM.
GIOVANNI CERRONE JUNIOR; MARCOS VINICIUS QUEIROZ
DE PAULA.
UFJF, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL.
O sucesso do uso de mini-implantes em Ortodontia como
unidades de ancoragem é altamente dependente da escolha
do sítio e precisão da inserção dos mesmos.
A Imaginologia tem papel fundamental no planejamento da
utilização e inserção destes dispositivos. A Tomografia
Computadorizada (TC) tem sido utilizada na determinação
da Densidade Mineral Óssea (DMO) em regiões de interesse
para a inserção de implantes nos ossos maxilares. Realizouse 15 TC\’s Multi-Slice para avaliação da DMO de 30 regiões
que receberiam mini-implantes, entre os segundos prémolares e primeiros molares superiores, do lado direito e
esquerdo de 15 indivíduos. Guias cirúrgicos calibrados por
radiografia periapical foram confeccionados e avaliados.
Traçados cefalométricos em radiografias oblíquas (45º) foram
usados para monitorar a estabilidade dos mini-implantes
durante 90 dias de tracionamento dos caninos superiores. A
média dos valores obtidos para a DMO encontrou-se próxima
do valor máximo de uma escala considerada normal para
esta região da maxila, podendo assim ser considerada essa
uma área segura em termos de qualidade óssea. O índice
de sucesso foi de 100% (sendo considerado insucesso perda
do mini-implante) e verificou-se estabilidade radiográfica em
todos dispositivos. A combinação das técnicas mostrou-se
pertinente frente às principais adversidades encontradas na
literatura para a avaliação da qualidade óssea em sítios
específicos da maxila e forneceu auxílio na determinação do
local e inserção dos mini-implantes. Observou-se completo
sucesso no uso de ancoragem ortodôntica em mini-implantes
nos 30 sítios maxilares quando a técnica combinada de
Imaginologia apresentada foi empregada.
PC030 - UTILIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
CONE BEAM NO PLANEJAMENTO CIRÚRGICO PARA
REMOÇÃO DE CORPO ESTRANHO NO SEIO MAXILAR.
MARIA AUGUSTA PORTELLA GUEDES VISCONTI; RAFAEL DE
OLIVEIRA CORRÊA; KARINA LOPES DEVITO.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA, JUIZ DE
FORA, MG, BRASIL.
Acidentes durante cirurgias podem incluir fraturas dentais,
fraturas ósseas, lesões a feixes vásculo-nervosos, infecções,
invasão de cavidades maxilares como fossa nasal e seio
60
maxilar. Neste trabalho é relatado um caso de um dente
acidentalmente deslocado para o seio maxilar, incluindo, para
o planejamento do tratamento, imagens de radiografia
panorâmica e tomografia computadorizada cone beam. O
paciente R.A.B., 36 anos, procurou a Faculdade de
Odontologia de UFJF relatando história de dor na região do
dente 16 e histórico prévio de tentativa mal sucedida de extração
do mesmo. Ao exame clínico observou-se a presença de fístula
buco-sinusal. O paciente foi encaminhado à clínica de
Radiologia para a obtenção de radiografia panorâmica. A
interpretação desta imagem não deixava clara a localização e
a forma do corpo estranho em questão, principalmente em
função da sobreposição de imagens anatômicas como o palato
e o processo zigomático da maxila. Desta forma, para um
adequado planejamento do tratamento, foi solicitado exame
de tomografia computadorizada cone beam, obtendo-se cortes
transversais oblíquos da região do dente 16, além de vistas
axiais, sagitais, coronais e imagens reconstruídas em 3D. Pela
interpretação destas novas imagens pode-se avaliar
precisamente a localização do dente em questão, sua forma e
a relação com outras estruturas anatômicas, permitindo a
remoção cirúrgica segura e bem sucedida do elemento dental.
Pode-se concluir que a utilização da tomografia
computadorizada cone beam é muito bem indicada para casos
de planejamento cirúrgico de corpos estranhos no interior do
seio maxilar, além de ser um exame de fácil e rápida execução.
PC031 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS NEOPLASIAS DE
CABEÇA E PESCOÇO DO INSTITUTO ONCOLÓGICO E
HOSPITAL NOVE DE JULHO DE JUIZ DE FORA.
MARIA AUGUSTA PORTELLA GUEDES VISCONTI; RAFAEL DE
OLIVEIRA CORRÊA; KARINA LOPES DEVITO.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA, JUIZ DE
FORA, MG, BRASIL.
Este estudo avaliou o perfil epidemiológico dos pacientes
com neoplasia de cabeça e pescoço da cidade de Juiz de
Fora. Foram analisados prontuários (fichas clínicas e exames
por imagem) do Instituto Oncológico e Hospital Nove de Julho
da cidade de Juiz de Fora (MG), entre os anos de 2000 a
2007, observando-se principalmente a prevalência, tipo
histológico e localização das lesões. Setenta e três (61,35%)
prontuários pertenciam a pacientes do sexo masculino e 46
(38,65%) do sexo feminino. A faixa etária variou de 23 a 90
anos, com uma média de 56,5 anos. A principal localização
foi a língua (25,20%) seguida da glândula parótida (22,76%).
Histologicamente, o carcinoma epidermóide, prevaleceu com
68,90% dentre todos os casos diagnosticados.
Considerando-se apenas os tumores localizados em
glândulas salivares, o tipo histológico mais comum foi o
adenoma pleomórfico (31,70%). Considerando-se os
tumores que tinham envolvimento ósseo, destacaram-se os
localizados no palato, representando 7,31% de todos os
casos. Hábitos de tabagismo e etilismo foram relatados em
poucos prontuários, não sendo relevante para estabelecer
correlação como fatores etiológicos. Os resultados
mostraram que o perfil epidemiológico do câncer bucal para
a cidade de Juiz de Fora é semelhante ao de outras
localidades relatadas na literatura. Concluiu-se que ações
para prevenção, diagnóstico precoce e controle da doença
precisam ser otimizados e que o cirurgião-dentista tem um
papel fundamental para a redução dos índices de câncer
bucal e das taxas de morbi-mortalidade.
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
PC032 - UTILIZAÇÃO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO
AUXÍLIO AO DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO DE CÁRIE
PROXIMAL.
MARIA AUGUSTA PORTELLA GUEDES VISCONTI; RAFAEL DE
OLIVEIRA CORRÊA; KARINA LOPES DEVITO.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA, JUIZ DE
FORA, MG, BRASIL.
Modelos matemáticos e de inteligência artificial têm sido
utilizados para auxiliar no diagnóstico de várias patologias,
resultando em um menor número de taxas falso-positivas e
negativas. Neste estudo, utilizou-se uma rede neural multicamadas do tipo Perceptron como auxiliar do diagnóstico
radiográfico de cáries dentárias, comparando-se a acurácia
das respostas com e sem a sua aplicação. Cento e sessenta
imagens radiográficas das faces proximais de 80 dentes
humanos extraídos foram avaliadas quanto à presença de
cáries por 25 examinadores, que utilizaram uma escala de
cinco escores. Após os exames radiográficos, que foram
usados para alimentar a rede neural , os dentes foram
seccionados e avaliados em microscópio óptico (padrão
ouro). Este padrão ouro serviu para ensinar a rede neural a
diagnosticar cárie com base no exame radiográfico. Com o
objetivo de estimar a capacidade de generalização da rede,
ou seja, seu desempenho em relação a novos casos, os
dados foram divididos em três subgrupos: para treinamento,
teste e validação cruzada. A área sob a curva ROC foi utilizada
para comparar a eficácia do diagnóstico de cárie proximal
com e sem o auxílio da rede neural. A área relativa ao
diagnóstico radiográfico sem a modelagem pela rede neural
foi de 0,6323 e com a utilização da rede foi de 0,8844,
indicando um significativo aumento no diagnóstico. A utilização
da rede neural artificial melhorou a performance do
diagnóstico radiográfico da cárie dentária proximal.
PC033 - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE ÓSSEA MANDIBULAR
EM MULHERES VENEZUELANAS ACIMA DE 50 ANOS ATRAVÉS
DE RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS.
JHON JACKSON LUNA; FERNANDA CECÍLIO DIAS; SOLANGE
APARECIDA CALDEIRA MONTEIRO; PLAUTO CRISTOPHER
ARANHA WATANABE.
FORP-USP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.
Mulheres acima dos 50 anos fazem exames radiográficos
rotineiros na clínica odontológica. Através da radiografia
panorâmica é possível identificar a qualidade óssea
mandibular, por meio de medidas da espessura cortical
mandibular (ECM). Há correlação entre ECM e risco de fraturas
em outros sítios. Assim, pode-se obter um diagnóstico
precoce de osteopenia/osteoporose, evitando-se
complicações como perda dental reabsorção acentuada dos
rebordos alveolares e até fraturas.
O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade óssea
mandibular de uma amostra de mulheres venezuelanas,
através de medidas da espessura cortical mandibular em
radiografias panorâmicas. Foram digitalizadas 52 radiografias
panorâmicas de mulheres acima de 50 anos do arquivo da
clínica de radiologia Serodontes de Puerto La Cruz - Venezuela.
Nas radiografias foram realizadas medidas da espessura
cortical mandibular na região do ângulo e forame mentual de
ambos os lados. As medidas abaixo de 3mm (na região do
forame) e abaixo de 1mm (na região do ângulo) foram
consideradas como sinais de risco para osteopenia/
osteoporose. Do total de mulheres avaliadas (52), 14 (26,92%)
apresentaram cortical diminuída na região do forame mentual,
e 13 (25%) na região do ângulo mandibular em ambos os
lados. Houve maior prevalência de cortical diminuída no lado
direito, sendo 82,69% contra 76,92% do lado esquerdo. A
prevalência de cortical diminuída tanto na região do ângulo
quanto do forame, em ambos os lados, foi de 7,69%. Cerca
de 1/4 das mulheres estudadas evidenciaram sinais de
osteopenia/osteoporose mandibular, e devem ter pelo menos
um outro sítio afetado, como quadril, coluna ou fêmur.
PC034 - PRESENÇA DE PROCESSO ESTILÓIDE ALONGADO
E CALCIFICAÇÃO VASCULAR EM RADIOGRAFIAS
PANORÂMICAS E SUA RELAÇÃO COM A OSTEOPOROSE EM
DIFERENTES SÍTIOS.
FERNANDA CECÍLIO DIAS; JHON JACKSON LUNA; SOLANGE
APARECIDA CALDEIRA MONTEIRO; PLAUTO CRISTOPHER
ARANHA WATANABE.
FORP-USP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.
A osteoporose é uma doença caracterizada pela diminuição
progressiva da massa óssea, com modificações na
arquitetura trabecular, produzindo um aumento dos níveis de
cálcio no sangue. Desta maneira, pode-se levar à calcificação
de outras estruturas e placas ateromatosas nas paredes dos
vasos. O objetivo deste estudo foi investigar a presença de
processo estilóide alongado e calcificação vascular através
de radiografias panorâmicas correlacionando esses achados
com o diagnóstico para risco de osteoporose na coluna,
quadril e antebraço. A amostra constituiu-se de 100
radiografias panorâmicas de pacientes do sexo feminino, entre
30 a 84 anos, e seus respectivos laudos diagnósticos de
Densidade Mineral Óssea (DMO) obtidos através do DEXA,
todos do arquivo de documentação do NACEDO (serviço de
radiodiagnóstico) da FORP-USP. Nas radiografias foram
medidas as imagens dos processos estilóides e avaliado a
presença de calcificação vascular na região da bifurcação da
carótida.
Dos 100 pacientes avaliados, 73% apresentaram processo
estilóide alongado, ou seja, com comprimento superior a
30mm, em pelo menos um dos lados, sendo que houve maior
prevalência na faixa etária entre 50-60 anos de idade. Destes
pacientes, 41 (56,16%) possuíam sinais de osteopenia/
osteoporose em mais de um sítio e 9 (12,33%) apresentaram
imagem sugestiva de calcificação vascular na carótida. Do
total de pacientes com osteopenia/osteoporose (52), 4 (7,69%)
apresentaram imagem sugestiva de ateroma, sendo que
houve maior prevalência de osteopenia/osteoporose entre
40-70 anos. Há correlação positiva entre a calcificação do
processo estilóide e a osteoporose sistêmica, sendo também
significante a presença de ateromas nesses pacientes.
PC035 - MÚLTIPLOS FLÉBOLITOS ASSOCIADOS A
HEMANGIOMA INTRAORAL.
ANA MIRYAM COSTA MEDEIROS; MARIANNE DE
VASCONCELOS CARVALHO; LÉLIA MARIA GUEDES
QUEIROZ; POLLIANNA MUNIZ ALVES; MARCELL COSTA DE
MEDEIROS.
UFRN, NATAL, RN, BRASIL.
Paciente, sexo feminino, 14 anos, procurou o serviço de
Estomatologia com queixa de pequenos nódulos,
61
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
assintomáticos, na hemiface esquerda há 7 anos. Ao exame
extraoral evidenciou-se nódulos de consistência dura, que
variavam de 0,5 a 1 cm. Ao exame intraoral, em região de
sulco vestibular superior e retromolar esquerda, foi observado
lesão vascular de superfície lobulada, consistência amolecida
e coloração arroxeada, compatível com o diagnóstico clínico
de hemangioma. Na radiografia panorâmica, várias áreas
radiopacas concêntricas sobrepunham-se ao ramo e ângulo
mandibular esquerdo. Foram solicitados exames específicos
com suspeita de calcificações de linfonodos por tuberculose,
mas a hipótese foi descartada. As calcificações foram então
compatíveis com diagnóstico de fleblólitos e hemangioma. A
paciente foi esclarecida, e optou-se por acompanhamento,
uma vez que não havia sintomatologia dolorosa. Distúrbios
hemodinâmicos relacionados aos hemangiomas vasculares
podem vir acompanhados por formação de depósitos de
cálcio (flebólitos), os quais estão normalmente relacionados
com dilatações venosas e distúrbios hemodinâmicos que
levam formação de um processo trombótico através de um
mecanismo desconhecido, levando a alterações nas relações
cálcio-fósforo originando este tipo de calcificação. Alguns
autores levantam a teoria do “trombo que calcifica” o que
explicaria os aspectos encontrados clinicamente nos
flebólitos. Geralmente é apenas um achado radiológico, não
causando qualquer sintomatologia. Caracterizam-se por
imagens circulares concêntricas que aparecem em qualquer
parte do corpo, porém são infreqüentes na região da cabeça
e do pescoço, ocorrendo preferencialmente na pélvis,
provavelmente relacionados com os plexos venosos desta
região. Poucos trabalhos têm sido relatados, uma vez que
raramente causam sintomatologia.
PC036 - AVALIAÇÃO DA COMPRESSÃO DA IMAGEM DE
TELERRADIOGRAFIA
LATERAL
DIGITAL
NA
REPRODUTIBILIDADE DA MARCAÇÃO DE PONTOS
CEFALOMÉTRICOS.
DANIEL MARTINEZ SAEZ 1 ; MARCELO GONÇALVES 2;
EDUARDO KAZUO SANNOMIYA3.
1,3.UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO, SÃO
BERNARDO DO CAMPO, SP, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE
ESTADUAL PAULISTA JULIO DE MESQUITA FILHO,
ARARAQUARA, SP, BRASIL.
A imagem digital no Formato DICOM requer grande espaço
para armazenamento, dificultando o arquivamento e
transmissão da imagem por internet, sendo necessária,
muitas vezes, a compressão das imagens por meio de
formatos de arquivo como o JPEG. Desta forma, alguns
estudos [FORSYTH (1996); GEELEN (1998); HAGEMANN
(2000); CHEN (2004)] procuraram avaliar o grau de
reprodutibilidade de pontos cefalométricos entre radiografias
convencionais e digitais. O presente estudo teve por objetivo
avaliar a influência da compressão JPEG, nos Fatores de
Qualidade 100, 80 e 60 na reprodutibilidade da marcação de
pontos cefalométricos em norma lateral comparadas com o
Formato DICOM. A amostra consistiu de 120 imagens digitais
de telerradiografias em norma lateral a partir de 30
radiografias digitais no Formato DICOM, obtidas de 30
indivíduos, e posteriormente, convertidas para o Formato
JPEG, nos Fatores de Qualidade 100, 80 e 60. Após cegamento
e randomização da amostra, três ortodontistas calibrados
marcaram a localização de 12 pontos cefalométricos em cada
imagem utilizando o sistema de coordenadas X e Y. Os
62
resultados mostraram que as marcações dos pontos
cefalométricos, nos diferentes formatos de arquivo utilizados,
foram reprodutíveis, exceto para o ponto Órbita na coordenada
X. Este resultado mostrou-se concordante com o trabalho de
TRPKOVA et al. (1997), em que o ponto Or apresentou pouca
confiabilidade para medidas horizontais. Em conclusão, as
imagens digitais nas compressões JPEG estudadas
comparadas às de Formato DICOM não apresentaram
alterações na reprodutibilidade da marcação dos 12 pontos
cefalométricos utilizados, exceto para o ponto Or no eixo X.
PC037 - ASPECTO NÃO USUAL DE UM ODONTOMA
COMPLEXO.
CLÁUDIA ASSUNÇÃO E ALVES; FÁBIO OLIVEIRA CARDOSO;
PETRE REHER -; FLAVIO RICARDO MANZI.
PUC-MG, BH, MG, BRASIL.
Os odontomas são subdivididos em composto, formados
por muitas estruturas pequenas semelhantes a dente, e
complexo que consiste em uma massa aglomerada de
esmalte e dentina, que não lembra a morfologia de dentes.
Os odontomas são mais freqüentemente encontrados na 1ª
e 2ª década de vida, sendo a maxila o osso mais afetado e o
odontoma complexo é geralmente observado na região dos
molares em ambos os maxilares. Os odontomas são
assintomáticos e descobertos por exames radiográficos de
rotina. Radiograficamente o odontoma complexo apresentase com radiodensidade de estrutura dentinária, envolvida por
uma estreita margem radiotransparente. Será relatado um
caso clínico, onde o paciente A.M.S., de 41 anos de idade,
sexo masculino, compareceu a clínica de cirurgia
bucomaxilofacial da PUC-MG, com queixa álgica no dente 17.
Ao exame clínico, observou-se esse elemento dentário
associado a uma massa de consistência firme. Foi solicitado
radiografias periapical e panorâmica, onde constatou uma
imagem radiopaca, bem delimitada, circundada por um halo
radiolúcido, em contato com a raiz do dente 17. Foi planejada
a remoção da lesão, mas durante o ato cirúrgico, foi verificado
a união da mesma com o dente 17, e com a autorização do
paciente, a lesão foi removida juntamente com o elemento
dentário. Ao exame macroscópico da peça cirúrgica, observouse que o dente 18 estava totalmente envolvido pela lesão. O
material removido foi encaminhado para exame anátomopatológico, que obteve como resultado odontoma complexo.
O paciente foi encaminhado para a clínica de prótese da PUCMG para reabilitação oral.
PC038 - ASPECTOS DIFERENCIAIS ENTRE FIBROMA
OSSIFICANTE E DISPLASIA FIBROSA EM TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA.
ANDREIA PERRELLA 1; MARCELO AUGUSTO OLIVEIRA
SALES 2; MARCO ANTONIO PORTELA ALBUQUERQUE3;
MARCELO GUSMÃO PARAÍSO CAVALCANTI4.
1,3,4.UNIVERSIDADE DE SAO PAULO, SÃO PAULO, SP,
BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA, JOÃO
PESSOA, SP, BRASIL.
As lesões fibro-ósseas caracterizam-se pela substituição de
tecido ósseo normal por uma matriz de tecido conjuntivo, com
grau variável de mineralização. As características clinicas e
histopatológicas costumam ser semelhantes, o que dificulta
o diagnóstico diferencial. Embora estes processos sejam
agrupados como lesões fibro-ósseas benignas, um
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
diagnostico mais especifico é frequentemente importante,
visto que o tratamento destas doenças varia de nenhum tipo
de terapia a até mesmo remoção completa da lesão. Assim é
sempre necessária uma boa correlação entre história,
achados clínicos, radiográficos e histológicos. Em caso de
dúvida na elaboração do diagnóstico, o uso da tomografia
computadorizada (TC) pode fornecer informações
significantes para o diagnóstico final. A presença de áreas
heterogêneas com hiper e hipodensidades dispersas no
interior da lesão, associada à expansão e rompimento de
corticais são fortes características dos fibromas ossificantes,
que também apresentam grande quantidade de vasos
sanguíneos, o que torna o realce tecidual mais intenso não
só no interior da lesão, mas também em sua periferia,
resultando em um padrão de atenuação característico quando
comparado com os tecidos adjacentes. A displasia fibrosa
apresenta imagens hiperdensas homogêneas causando
expansão óssea sem formação de reação periosteal e
raramente perfurando a cortical. Em casos de exames de TC
com contraste, o estroma fibroso pode apresentar realce
considerável. No presente trabalho, foram comparados
diferentes aspectos da displasia fibrosa e do fibroma
ossificante no exame de TC que se mostraram específicos e
fundamentais no comportamento das duas patologias, sendo
este exame um importante adjunto no diagnóstico diferencial
das lesões fibro-ósseas.
PC039 - FIBROMA OSSIFICANTE: DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO.
FÁBIO OLIVEIRA CARDOSO1; CLÁUDIA ASSUNÇÃO E ALVES2;
DANIEL TRIVELATO DA SILVEIRA 3; MARIA TERCILIA
ZUCCHERTTE4; FLAVIO RICARDO MANZI5.
1,2,3,5.PUC-MG, BH, MG, BRASIL; 4.FHEMIG, BH, MG, BRASIL.
O fibroma ossificante é uma lesão óssea benigna, constituído
por tecido fibroso que contém uma mistura variável de
trabeculado ósseo, esférulas semelhantes a cemento ou
ambos. Há uma predileção pelo sexo feminino entre a 3ª e 4ª
década de vida. A mandíbula é o osso mais acometido.
Radiograficamente, em geral, a lesão é unilocular e bem
delimitada. Dependendo da quantidade de material calcificado
produzido pelo tumor, pode se apresentar completamente
radiotransparente ou com um grau variável de radiopacidade.
O trabalho relata um caso clínico do paciente J.F.G., sexo
masculino, 29 anos de idade, que foi atendido no pronto socorro
do Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, após sofrer um
acidente automobilístico. Durante o exame clínico da equipe
de cirurgia bucomaxilofacial, constatou um aumento de volume
em região de mandíbula dirteita e suspeita de fratura no terço
médio da face. Assim, foi solicitado uma tomografia
computadorizada onde se observou fratura do complexo
zigomático esquerdo, sem deslocamento, optando por
tratamento conservador. Na mandíbula, notou-se uma imagem
radiopaca, bem delimitada. O paciente foi encaminhado para
o Hospital Maria Amélia Lins, onde foi solicitado uma radiografia
panorâmica, PA de face e telerradiografia para melhor
documentação do caso. Foi realizada uma biópsia incisional
que teve como resultado lesão óssea benigna, sugestiva de
fibroma ossificante. Assim, foi realizada cirurgia para remoção
completa da lesão e fixação com uma placa de reconstrução.
O novo exame anátomo-patológico confirmou o diagnóstico. O
paciente se encontra em acompanhamento pós-operatório de
6 meses sem sinais de recidiva.
PC040 - ANTRÓLITO: RELATO DE CASO.
FÁBIO OLIVEIRA CARDOSO; CLÁUDIA ASSUNÇÃO E ALVES;
DANIEL TRIVELATO DA SILVEIRA; PETRE REHER -; FLAVIO
RICARDO MANZI.
PUC-MG, BH, MG, BRASIL.
Antrólitos são corpos calcificados formados após deposição
completa ou parcial de sais de cálcio em um núcleo de corpo
estranho localizado no interior do seio maxilar por um longo
período de tempo. Possuem origem endógena ou exógena,
de consistência, formas e tamanhos variáveis. Na maioria
das vezes são assintomáticos, descobertos por radiografias
de rotina, podendo se tornar sintomático quando atingem
tamanhos maiores. Para sua exata localização e avaliação
do grau de mineralização, pelo menos duas diferentes
radiografias da lesão ou tomografia computadorizada (TC)
devem ser solicitadas. Nesse trabalho, será relatado o caso
da paciente A.M.C., sexo feminino, 47 anos de idade, que
procurou a clínica de cirurgia bucomaxilofacial da PUC-MG
para reabilitação oral através de implantes. Ao exame clínico,
observou-se ausência dos dentes posteriores da maxila. Na
radiografia panorâmica foi observado pequena proeminência
óssea na região edêntula e velamento do seio maxilar direito.
Foi solicitada uma TC para melhor avaliação da área, onde
constatou a presença de várias imagens hiperdensas no seio
maxilar direito. Foi realizada uma biópsia incisional, no qual
o material foi encaminhado para avaliação anátomopatológica que teve como resultado antrólito. A paciente foi
encaminhada para o otorrinolaringologista para tratamento
definitivo.
PC041 - ASPECTOS CLÍNICOS E HISTOLÓGICOS DAS
PÉROLAS DE ESMALTE E SEU DIAGNÓSTICO ATRAVÉS DA
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA.
MICHELLE LOURENÇO DOS SANTOS; LEONARDO DE MELO
VEIGA.
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ, RIO DE JANEIRO, RJ,
BRASIL.
Este trabalho visa mostrar de maneira clara e objetiva, um
caso clínico de um paciente que apresenta Pérola de Esmalte
(Enameloma), tendo como objetivo revisar o que são Pérolas
de Esmalte (Enameloma), e quais são os seus aspectos
clínicos e histológicos. Além de mostrar a importância do
diagnóstico dessa anomalia dentária, dando ênfase a
Tomografia Computadorizada.
PC042 - AVALIAÇÃO DA EXATIDÃO E REPRODUTIBILIDADE
DE TEMPO EM EQUIPAMENTOS DE RADIOLOGIA INTRA-ORAL
DO AMBULATÓRIO DE RADIOLOGIA DA UFSC.
GONÇALO JUNIOR PEREIRA MARTINS1; MATHEUS BRUM
MARQUES BIANCHI SAVI2; MÁRCIO CORRÊA3.
1,3.UFSC, FLORIANOPOLIS, SC, BRASIL; 2.CEFET,
FLORIANOPOLIS, SC, BRASIL.
A ANVISA estabelece que aparelhos de Raios-X devam garantir
imagens com qualidade. O objetivo deste trabalho é verificar
se os equipamentos de Raios-x do ambulatório de Radiologia
da Faculdade de Odontologia da UFSC estão conforme a
legislação. Segundo VIM (2007), Exatidão é o grau de
concordância entre o resultado da medição com o tempo
selecionado; e Reprodutibilidade é o grau de concordância
entre os resultados das medições, em diferentes tempos.
63
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
ANVISA, em 1998 relaciona os testes no item 5.14 da Portaria
453 e, em 2005, diz que, com um instrumento de medida
uma incerteza máxima de 2%, os parâmetros devem ser d”
10%, porem para BUSHONG (2001) até 5%. Para os testes
são necessários: Leitor de multiparâmetros (Fluke
Biomedical Victoreen 4000M+); definir 5 valores de tempo;
posicionar o medidor e realizar 4 exposições para cada tempo.
Foram avaliados 8 equipamentos e, com os dados, calculouse a Reprodutibilidade e Exatidão do Tempo.
Nos teste realizados 2 aparelhos estão fora dos padrões
para a Exatidão e outros 2 para a Reprodutibilidade. Os
problemas de reprodutibilidade foram considerados
significativos, pois os 2 aparelhos apresentaram, em média,
18,40% e 21,99% de discrepância.. Com relação à Exatidão,
as variações ocorridas implicam que, com o tempo
selecionado, a oscilação é tal que duas técnicas radiográficas,
que necessitem tempos diferentes, possam ser executadas
com o mesmo tempo selecionado.
A análise do testes demonstrou que as condições técnicas
dos aparelhos, no geral, estão satisfatórias. Porem ressaltase a importância da manutenção periódica para conservação
da qualidade da imagem.
oferecidos pela prototipagem biomédica, que consiste em
construir um modelo físico preciso e detalhado de uma
estrutura
baseado
num
modelo
tridimensional
computadorizado da mesma, gerado a partir de dados obtidos
em tomografias e ressonâncias magnéticas. Esse recurso
possibilita um diagnóstico exato, clara visualização da
situação clínica e a habilidade de manipulação de todos os
componentes do esqueleto facial, em conjunto, ou isolados,
nas três dimensões, sendo de grande valia, portanto, como
um método auxiliar ao cirurgião no planejamento (e
simulação) de intervenções cirúrgicas. Além disso, apresenta
a biomodelagem como um novo paradigma para o diagnóstico
e planejamento cirúrgico pois permite que o cirurgião tenha
em suas mãos a cópia perfeita da estrutura interna que irá
operar. Uma série de vantagens são atribuídas a tal técnica,
dentre elas: possibilidade de modelar com antecedência uma
prótese personalizada, de planejar e simular cirurgias e de
identificar as particularidades da estrutura de seu interesse.
Em suma, tal técnica fornece informação tátil e visual para o
diagnóstico, permitindo que o tempo e os custos da operação
sejam reduzidos minimizando o desconforto e acelerando a
recuperação do paciente.
PC043 - DISPLASIA FIBROSA POLIOSTÓTICA: AVALIAÇÃO
POR MEIO DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE
BEAM.
ALAN LATINI MAIOLI; FABIO RIBEIRO GUEDES; MARCIA DE
MELLO PROVENZANO; MARIA JULIANA NETTO VILELA;
AURELINO MACHADO LIMA GUEDES.
UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.
PC045 - PROTOTIPAGEM A SERVIÇO DA ODONTOLOGIA.
PABLO LOURENÇO FERNANDES; ALAN LATINI MAIOLI; SONIA
GROISMAN -; ANTONIO RICARDO OLIVAL; MARIA JULIANA
NETTO VILELA.
UFRJ, RJ, RJ, BRASIL.
A displasia fibrosa e uma condição do desenvolvimento, onde
o osso normal é substituído por uma proliferação excessiva
de tecido conjuntivo fibroso entremeado com trabéculas
ósseas irregulares. O objetivo deste painel é apresentar um
caso de displasia fibrosa poliostótica na região maxilo-facial
de um paciente do sexo masculino, leucoderma, 25 anos,
que foi diagnosticado por meio de tomografia
computadorizada cone beam, após discreto aumento e
volume indolor do lado esquerdo da face. Com o exame de
tomografia computadorizada cone beam, foi obtido
reconstruções axiais, coronais, sagitais e tridimensionais,
onde se pode observar um evidente aumento de volume ósseo
proveniente uma massa radiopaca com aspecto de vidro
despolido que acomete a região da maxila e osso zigomático
esquerdo, causando redução do volume do seio maxilar
esquerdo. Nenhum tratamento foi realizado, uma vez que foi
adotado por parte do profissional o acompanhamento da
evolução da lesão. Diante deste caso, foi possível concluir
que os exames de tomografia computadorizada cone beam
são fundamentais para uma análise detalhada de lesões do
complexo maxilo-facial, aumentado consideravelmente a
capacidade de diagnóstico em relação aos métodos
radiográficos convencionais.
PC044 - O USO DA PROTOTIPAGEM BIOMÉDICA PARA A
RECONSTRUÇÃO FACIAL.
RACHEL ALBUQUERQUE ROCHA; SONIA GROISMAN -; ALAN
LATINI MAIOLI; FLAVIA LAKSCHEVITZ; PABLO LOURENÇO
FERNANDES.
UFRJ, RJ, RJ, BRASIL.
Esse trabalho tem como objetivo discutir os benefícios
64
Nos últimos cinco anos surgiu uma nova família de máquinas
de prototipagem altamente inovadoras que permitem, com
tecnologias e materiais diferentes, obter um protótipo de um
modelo ou de um molde, de maneira precisa e rápida.
Atualmente o avanço da tecnologia faz de um modelo sólido,
gerado através de uma tomografia computadorizada, um
modelo anatômico criado em estrutura 3D. Tudo a partir de
imagens de tomografias computadorizadas que fornecem
informações táteis e visuais para o diagnóstico. Na
odontologia, esse modelo em tamanho real da estrutura
óssea da face torna mais fácil para o cirurgião perceber sua
real complexidade. O material pode ser usado para planejar
e ensaiar a cirurgia, até antes da colocação da prótese. O
resultado final do protótipo materializado, através de um
software que, com as informações da tomografia
computadorizada, criam peças físicas – bio modelos – com
uma espécie de resina de acabamento preciso de qualquer
forma, dimensão final e com complexidade em detalhes.O
objetivo da pesquisa é construir objetos tridimensionais a
partir da sinterização por laser de materiais particulados
(qualquer material em forma de pó) camada por camada. A
prototipagem rápida é uma tecnologia que possibilita produzir
protótipos e moldes a partir de fontes de dados gerados por
sistemas CAD (Autocad), reduzindo-se assim o elevado custo
de fabricação de protótipos e viabilizando a construção de
uma única parte exclusiva. O processo é feito a partir da
agregação e do ligamento de materiais líquidos, em pó ou
em formato de folhas de papel, agrupados seqüencialmente
camada por camada de modo que se construa o objeto de
interesse
PC046 - TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA EM
ODONTOLOGIA – LEVANTAMENTO ESTATÍSTICO DOS
EXAMES REALIZADOS NO (HUCFF-RJ) EM 2006-07.
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
PABLO LOURENÇO FERNANDES; SONIA GROISMAN -;
MARCIA DE MELLO PROVENZANO; RACHEL
ALBUQUERQUE ROCHA; ALAN LATINI MAIOLI.
UFRJ, RJ, RJ, BRASIL.
Os autores visam demonstrar, por meio de levantamento
estatístico, a distribuição entre as especialidades
odontológicas
que
requisitaram
a
Tomografia
Computadorizada Fan-Beam (TC), ao serviço de Radiologia
Médica do (HUCCF-UFRJ) realizadas durante o curso de
especialização em Radiologia e Imaginologia Dento-MaxiloFacial na Universidade Federal do Rio de Janeiro nos anos
de 2006 e 2007, que por sua vez, tinha um parceria com este
Hospital, estabelecendo um programa de atendimento
voltado a pacientes provenientes da rede SUS,
exclusivamente aos sábados. Tais pacientes, devidamente
cadastrados no serviço público federal, nos foram
encaminhados pelas clínicas da faculdade de odontologia,
com finalidades distintas. Foram realizadas 123 TC de março
de 2006 a julho de 2007. As imagens e demais informações
foram arquivadas em CD e catalogadas de modo a formar
nosso banco de dados.
De acordo com este levantamento a especialidade
odontológica que mais requisitou este exame foi a
Implantodontia com 45,52% do total dos pedidos. A CTBMF
teve 22,76 %, seguida da Estomatologia com 21,13 % e da
Ortodontia com 10,59 %.
Este trabalho visa também apresentar algumas indicações e
aplicabilidades clínicas desse método avançado de
Radiodiagnóstico em odontologia.
PC047 - COMPARAÇÃO ENTRE TC FAN BEAM E TC CONE
BEAM NA AVALIAÇÃO DE EXTENSAS PATOLOGIAS.
FLAVIA LAKSCHEVITZ1; DANIELA AMORIM MARCO PERES2;
ALAN LATINI MAIOLI3; MARIA JULIANA NETTO VILELA4; CESAR
WERNECK NOCE5.
1.UFRJRJ, RJ, RJ, BRASIL; 2,3,4.UFRJ, RJ, RJ, BRASIL.
A tomografia computadorizada é uma técnica radiográfica que
realiza cortes seccionais de uma região anatômica desejada
associada a sistemas de computação. Sua aplicabilidade em
odontologia se amplia cada vez mais, obtendo-se resultados
excelentes no estudo de patologias do complexo maxilo-facial,
por exemplo. A aquisição dessas imagens se dá atualmente,
através de duas técnicas: TC médica Fan Beam (multislice) e
TC odontológica Cone Beam. Na primeira técnica mencionada,
tem-se um feixe de raios X em leque que permite a obtenção
de fatias únicas. Pela aquisição ser feita corte a corte, a
quantidade de radiação utilizada é maior. Contudo, obtém-se
uma imagem com boa diferenciação de tecidos duros e moles.
Na segunda técnica mencionada a aquisição se dá por volume
e os cortes seccionais são feitos posteriormente. Esta
característica lhe fornece como vantagem uma redução da
dose, rápida aquisição e menos artefatos produzidos. Porém,
tem-se imagens com pouca ênfase em tecido mole e, portanto,
com qualidade de imagem inferior. Esse painel objetiva fazer
uma comparação entre a TC Fan Beam e TC Cone Beam na
avaliação de extensas áreas patológicas, enfatizando suas
aplicabilidades (com potenciais diferentes).
PC048 - IMPORTANTE VARIAÇÃO ANATÔMICA
DIAGNOSTICADA EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
POR FEIXE CÔNICO.
FLÁVIA NOEMY GASPARINI KIATAKE FONTÃO1; LUCIANA REIS
AZEVEDO ALANIS2; MARIELA SIQUEIRA GIÃO DEZOTTI3;
CAMILA ESTARÓPOLI RAMOS ZEULI4.
1.ILAPEO, CURITIBA, PR, BRASIL; 2.PUCPR, CURITIBA, PR,
BRASIL; 3.FOB-USP, BAURU, SP, BRASIL; 4.UNIGRAN,
DOURADOS, MS, BRASIL.
Introdução: O canal retromolar é uma variação anatômica rara
derivada do canal da mandíbula que se exterioriza na fossa
retromolar através do forame retromolar. Seu conteúdo
promove suprimento vásculo-nervoso para terceiro molar e
mucosa da fossa retromolar. Revisão da literatura: Há relatos
da sua presença e implicações clínicas em trabalhos
anatômicos, clínicos e radiográficos. A prevalência do forame
retromolar varia de 20 a 25% em mandíbulas secas e a
prevalência do canal retromolar varia de 7 a 18% em
radiografias panorâmicas. com a evolução dos métodos de
diagnóstico por imagem, especialmente da tomografia
computadorizada por feixe cônico (TCFC), a imagem do canal
retromolar tem sido projetada com frequência e trazido alguns
desafios de diagnóstico. Comentários: O objetivo do trabalho
é relatar a presença bilateral de canal retromolar em TCFC
de paciente de 30 anos de idade. Além disso, pretende-se
discutir os possíveis insucessos anestésicos e complicações
cirúrgicas decorrentes da presença do canal retromolar.
Paciente do gênero masculino foi submetido à TCFC após
colocação de 9 implantes em maxila, pela técnica de cirurgia
guiada NEOGUIDE. Os implantes foram do tipo Titamax cone
morse, da marca NEODENT. As imagens tomográficas foram
obtidas com o tomógrafo Galileos (SIRONA). Foi possível
mensurar o trajeto do canal retromolar e o diâmetro do forame
retromolar por meio da análise interativa dos cortes axiais e
sagitais. Houve diferenças morfológicas entre as estruturas
contralaterais. Na avaliação da radiografia panorâmica, não
foram observadas imagens características do canal
retromolar.
PC049 - DISPLASIA ÓSSEA FLORIDA.
SONIA GROISMAN -; PABLO LOURENÇO FERNANDES;
ANTONIO RICARDO OLIVAL; MARCIA DE MELLO
PROVENZANO; JULIANA CARDOSOS BORGES.
UFRJ, RJ, RJ, BRASIL.
A displasia cemento-óssea florida tem sido descrita como
uma condição que afeta tipicamente os maxilares de
mulheres negras de meia idade. Essa patologia é geralmente
assintomática e radiograficamente possui visibilidade de uma
massa radiopaca difusa, geralmente bilateral. Quando
infectada, apresenta sintomatologia dolorosa e exudato
purulento, necessitando de cobertura antibiótica e de cirurgia.
Os autores apresentam um caso de displasia cementoóssea, com múltiplas massas escleróticas com bordas
radiolúcidas na mandíbula identificadas radiograficamente.
Os achados histopatológicos revelaram formação de massas
escleróticas densas calcificadas semelhantes ao cemento.
Todos os aspectos clínicos, radiográficos, bioquímicos e
histológicos foram sugestivos do diagnóstico de displasia
cemento-óssea florida.
PC050 - EXAMES DE DIAGNÓSTCIOPOR IMAGENS COMO
AUXILIARES NA IMPLANTODONTIA.
FLAVIA LAKSCHEVITZ; ALAN LATINI MAIOLI; RACHEL
ALBUQUERQUE ROCHA; CESAR WERNECK NOCE.
UFRJ, RJ, RJ, BRASIL.
65
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Atualmente, os implantes dentários tornaram-se mais
acessível a população e com isso as cirurgias de implante é
uma rotina em muitos consultórios odontológicos. Mas para
o correto planejamento cirúrgico e análise da posição das
estruturas anatômicas nobres, se faz necessário a utilização
de meios de diagnóstico por imagem como as radiografias
Panorâmica e periapical, a tomografia computadorizada, a
tomografia volumétrica, entre outros. Este trabalho tem como
objetivo verificar, quais as técnicas de diagnóstico por imagem
que são mais indicadas para o correto planejamento das
cirurgias de implante.
PC051 - LESÕES MAXILOFACIAIS POR MEIO DE
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA NO HOSPITAL
CLEMENTINO FRAGA FILHO - HUCFF – RJ”.
RACHEL ALBUQUERQUE ROCHA; DANIELA AMORIM MARCO
PERES; JULIANA CARDOSOS BORGES; FLAVIA
LAKSCHEVITZ.
UFRJ, RJ, RJ, JAPãO.
O surgimento da Tomografia Computadorizada, na década
de 70, significou uma verdadeira revolução no campo do
diagnóstico, tornando-o muito mais rápido e confiável. A TC
utiliza um aparelho de raios X que gira em torno do paciente,
fazendo radiografias transversais de seu corpo. Estas
radiografias são então convertidas por um computador nos
chamados cortes tomográficos. Isto quer dizer que a TC
constrói imagens internas das estruturas do corpo e dos
órgãos através de cortes transversais, de uma série de seções
fatiadas que são posteriormente montadas pelo computador
para formar um quadro completo. Portanto, com a TC, o interior
do corpo humano pode ser retratado com precisão e confiança
para ser depois examinado, permitindo avaliar a relação entre
as lesões e as estruturas anatômicas de maneira eficaz.
Por isso, tal método atua como um exame complementar
de valor inestimável, o que o faz ser largamente utilizado
para o diagnóstico de patologias maxilofaciais no Hospital
Clementino Fraga Filho. Esse trabalho objetiva demonstrar
através de casos de lesões do complexo maxilofacial
diagnosticados no Hospital Clementino Fraga Filho
(HUCFF - RJ), a utilidade e eficiência da tomografia
computadorizada.
PC052 - TECNOLOGIA DIGITAL NO DIAGNÓSTICO POR
IMAGEM – TC CONE BEAM APLICAÇÕES E VANTAGENS EM
ODONTOLOGIA.
PABLO LOURENÇO FERNANDES; MARCIA DE MELLO
PROVENZANO; SONIA GROISMAN -; ANTONIO RICARDO
OLIVAL; MARIA JULIANA NETTO VILELA.
UFRJ, RJ, RJ, BRASIL.
É sabido que poucos Cirurgiões-dentistas têmconhecimento
sobre esse assunto, por isso procuramos colher o máximo
de informações relacionadas a tomografia computadorizada
de feixe cônico e condensá-las de forma que os profissionais
possam ter informações básicas. Apresentamos algumas
indicações, vantagens, desvantagens. Diante das
informações colhidas na literatura, concluímos que o sistema
de tomografia computadorizada volumétrica de feixe cônico
(ConeBeam) apresenta mais vantagens do que os outros
sistemas e, apesar do alto custo dos aparelhos, a tendência
é que o sistema Cone Beam seja cada vez mais solicitado
para exames na Odontologia.
66
O objetivo neste trabalho é fornecer informações aos
Cirurgiões-dentistas
sobre a tomografi computadorizada cone beam, sua evolução
e características desse sistema de obtenção de imagens
para odontologia.
PC053 - PATOLOGIAS DE GLÂNDUILAS SALIVARES: QUAIS
EXAMES POR IMAGENS DEVEM SER SOLICITADOS.
DANIELA AMORIM MARCO PERES; FLAVIA LAKSCHEVITZ;
JULIANA CARDOSOS BORGES; MARIA JULIANA NETTO
VILELA.
UFRJ, RJ, RJ, BRASIL.
As patologias das glândulas salivares representam uma área
importante no campo da patologia oral e maxillofacial. O
objetivo do diagnóstico por imagem para as patologias das
glândulas salivares é oferecer informações adicionais que
possa influenciar positivamente o profissional quanto ao
diagnóstico e planejamento do tratamento destas patologias.
Atualmente dispomos de diversas modalidades de exames
por imagens tias como as técnicas radiográficas intra-orais,
extra-orais, sialografias, ulta-sonografia e tomografias
computadorizadas entre outros. O objetivo deste trabalho é
demonstrar por imagens de casos clínicos do HUCFF e do
setor privado quais imagens possuem melhores indicações
para as principais patologias relacionadas as glândulas
salivares.
PC054 - ASPECTO RADIOGRÁFICO DE ‘RAIOS DE SOL’ EM
UM CASO DE ‘LESÃO REATIVA’.
SAULO LEONARDO SOUSA MELO; MÁRCIO CORRÊA;
LETÍCIA RUHLAND CORRÊA; MURILLO ABREU JUNIOR.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA,
FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL.
Os osteossarcomas dos maxilares têm características
clinicas e biológicas diferentes daqueles em ossos longos.
Eles ocorrerem em paciente de mais idade, apresentando
dor, aumento de volume, parestesia e prognostico mais
favorável. A maioria dos osteossarcomas apresenta um
componente ósseo intramedular característico, sendo
raramente periférico (justacortical). Existem dois tipos de
osteossarcoma justacortical, periosteal e parosteal, ambos
de malignidade relativamente baixa, provavelmente originado
do periósteo e inicialmente envolvendo osso cortical e tecido
conjuntivo adjacente. O objetivo deste trabalho é apresentar
um caso clínico com achado tomográfico característico de
osteossarcoma em um exame para planejamento de
implantes. O paciente apresentava-se com discreto aumento
de volume na região vestibular da unidade 2.4, sem dor ou
parestesia. Na tomografia computadorizada de feixe cônico
observou-se uma área osteogênica larga, difusa e mal
definida, com aspecto de ‘raios de sol’ na cortical vestibular e
sem envolvimento de outros ossos craniofaciais. A hipótese
diagnóstica foi de osteossarcoma justacortical.
Subseqüentemente foi realizada biopsia incisional da área.
No exame histopatológico observou-se osso trabecular com
componentes irregulares e imaturos, com espaços
medulares preenchidos por células benignas em atividade e
tecido conjuntivo fibroso. Células em mitose ou com
pleomorfismo não foram observadas. Estes achados foram
considerados conclusivos com ‘lesão reativa’. Dado o
diagnóstico, procedeu-se a ressecção do bloco ósseo com
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
pequena margem de segurança. Todavia deve ser feito
acompanhamento do caso, visto que já foi relatado na
literatura casos de osteossarcoma justacortical com
diagnóstico histopatológico inicial de lesão reativa, sendo
somente revelada sua malignidade após recidiva da lesão.
PC055 - DIAGNÓSTICO POR IMAGENS DOS TUMORES DE
GLÂNDULAS SALIVARES.
MARIA JULIANA NETTO VILELA; ALAN LATINI MAIOLI; MARCIA
DE MELLO PROVENZANO; FABIO RIBEIRO GUEDES; PABLO
LOURENÇO FERNANDES.
UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.
Estudos mostram que 95% dos nódulos nas glândulas
salivares maiores são de origem tumoral. Tumores das
glândulas salivares acometem mais freqüentemente a
glândula parótida. Os tumores benignos mais comuns das
glândulas salivares são o adenoma pleomórfico e o tumor
de Warthin. Aproximadamente 25% dos tumores da parótida,
50% dos tumores da submandibular, 81% dos tumores das
salivares menores são malignos. O tumor maligno mais
comum da glândula parótida é o carcinoma mucoepidermóide.
O carcinoma adenóide cístico é o tumor maligno mais
freqüente da glândula submandibular e das glândulas
salivares menores. O diagnóstico por imagem das alterações
das glândulas salivares maiores permite diferenciar um
processo inflamatório de uma doença neoplásica, distinguir
doença difusa de doença supurativa focal, identificar e
localizar sialolitos e demonstrar a morfologia do ducto. Além
disso, é possível determinar a localização anatômica de um
tumor e sua relação com as estruturas adjacentes, diferenciar
a doença benigna da maligna, e auxiliar o cirurgião-dentista
na escolha do melhor sítio para ser realizada uma biópsia,
quando necessário.
Dentre os métodos de diagnóstico por imagem das glândulas
salivares, os exames de sialografia, ultra-sonografia,
sialotomografia e ressonância magnética são os mais
indicados. Esse painel tem como objetivo ilustrar casos de
sialotumores identificados por diferentes métodos de
diagnóstico por imagem.
PC056 - ANATOMIA SECCIONAL EM TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA.
MARIA JULIANA NETTO VILELA; ALAN LATINI MAIOLI; MARCIA
DE MELLO PROVENZANO; FABIO RIBEIRO GUEDES; PABLO
LOURENÇO FERNANDES.
UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.
A tomografia computadorizada tem sido utilizada desde 1972
como método de diagnóstico por imagem na área da saúde.
Desde então vários adventos tecnológicos surgiram, inclusive
a técnica de tomografia computadorizada cone beam. Esta
última apresenta grande utilidade para a área de radiologia
odontológica, pois permite um excelente contraste das
estruturas dento-alveolares com redução da dose de radiação
para o paciente. A vantagem da utilização das técnicas
tomográficas é bastante válida, uma vez que permite a
reconstrução de imagens em diversos planos sem nova
aquisição, inclusive reconstrução em terceira dimensão. Além
disso, fornece detalhada visualização das estruturas
anatômicas e permite a realização de mensurações. A
tomografia computadorizada vem sendo utilizada para
diversos fins na Odontologia, como por exemplo, a
identificação topográfica de dentes impactados, cistos e
processos inflamatórios e tumorais, a investigação das
estruturas ósseas da articulação têmporo-mandibular, assim
como um método auxiliar no planejamento da Implantologia
e o acompanhamento pré e pós-cirúrgico. Entretanto, a base
para interpretação de uma técnica radiográfia é o
conhecimento da anatomia radiográfica. Como se trata de
um método de exame por imagem mais recente que a
radiologia convencional, os radiologistas têm dúvidas
freqüentes quanto à anatomia ilustrada nesse tipo de exame.
Esse painel tem como objetivo realizar uma revisão sobre a
aparência da anatomia radiográfica normal vista em
tomografia computadorizada por meio de imagens
apresentadas nos planos axiais, coronais e obliquo-sagitais.
PC057 - DIAGNÓSTICO DE CALCIFICAÇÃO DE GLÂNDULA
SUBMANDIBULAR COM A UTILIZAÇÃO DO TOMÓGRAFO
COMPUTADORIZADO VOLUMÉTRICO CONE BEAM I-CAT.
PAULA DE MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; EDMUNDO
MEDICI FILHO; JULIO CÉZAR DE MELO CASTILHO; LISSA
DUARTE ARRAIS.
UNESP, SJC, SP, BRASIL.
Os sialolitos são estruturas calcificadas que se desenvolvem
no interior do sistema ductal salivar. Sua causa é
desconhecida, mas sua formação pode ser provocada por
sialodenite crônica e obstrução parcial. As calcificações são
mais freqüentemente encontradas nas glândulas
submandibulares, podendo ocorrer também nas glândulas
sublingual e parótida. O trajeto longo, tortuoso e ascendente
do ducto submandibular e a secreção mucóide mais espessa
dessa glândula podem ser os responsáveis por sua maior
tendência para a formação do cálculo salivar. São mais
comuns em jovens e adultos de meia idade. Pacientes com
calcificação geralmente são assintomáticos e podem
apresentar história de dor e/ou desconforto. Esse desconforto
acontece normalmente quando a glândula é estimulada. No
diagnóstico por imagem podem apresentar radiopacidade
homogenia ou vários pontos de calcificação. Indivíduo gênero
masculino, leucoderma, faixa etária 32 anos, foi indicado pelo
patologista com a finalidade de investigar a região
submandibular do lado direito, que apresentava aumento de
volume há mais de dois anos e relato de dor ocasional. Nas
reconstruções multiplanares: transversais, axial, lateral,
frontal e tridimensionais foi encontrada calcificação uniforme
na região de glândula submandibular. O objetivo deste
trabalho é enfatizar a importância da tomografia
computadorizada volumétrica como instrumento para
diagnóstico investigativo. Foram feitas reconstruções lateral,
axial em projeção de intensidade máxima, transversais e
reconstruções tridimensionais em varias vistas. Com as
imagens, o patologista pôde elucidar o diagnóstico de
calcificação de glândula submandibular com detalhamento
em mensurações nos cortes transversais e orientação
espacial nas reconstruções tridimensionais.
PC058 - ESTUDO DA OCORRÊNCIA DE ANOMALIAS
DENTÁRIAS POR MEIO DO EXAME RADIOGRÁFICO
PANORÂMICO.
LISSA DUARTE ARRAIS; LUCIO MITSUO KURITA.
UNIFOR, FORTALEZA, CE, BRASIL.
Qualquer alteração em uma das fases de formação das
67
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
estruturas corporais levará a formação de estruturas
diferentes das normais, denominadas de anomalias
dentárias. A maioria das anomalias tem origem hereditária.
Aquelas de origem congênitas adquiridas são provenientes
de infecções, traumatismo, variações nutricionais e de
temperatura, além de intoxicações. O exame radiográfico é
bastante viável para identificação da presença de anomalias
do desenvolvimento dental, possibilitando um diagnóstico
precoce do problema. Na maioria das vezes, a radiografia
panorâmica é a técnica de escolha, uma vez que em uma
única tomada é possível uma visualização completa dos
maxilares, exige menor tempo para ser produzida, é mais
aceita pelos pacientes infantis, mais econômica e reduz a
exposição do paciente à radiação. O objetivo deste estudo foi
identificar a prevalência de anomalias dentárias através do
exame radiográfico panorâmico, identificando: anomalia mais
freqüente, sexo mais acometido, lado, maxilar e localização
dentária preferencial de cada anomalia. Foi realizado um
levantamento epidemiológico utilizando radiografias
panorâmicas de pacientes normossistêmicos da faixa etária
de 06 a 15 anos e 11 meses. As anomalias foram classificadas
quanto ao número, tamanho e forma. Como resultado,
observou-se uma prevalência de 14,2% de anomalias
dentárias: agenesia 5,3%; supranumerários 3,23%;
microdontia 1,7%; macrodontia 0,07%; raiz supranumerária
2,8%; cúspide supranumerária 0,6%; pérola de esmalte
0,15%; taurodontia 0,2% e dens in dente 0,15%. Nenhum
caso de concrescência, geminação e fusão foram
diagnosticados. Concluiu-se que a prevalência de anomalias
de desenvolvimento dentário pode ser diagnosticada
precocemente através do uso de radiografias panorâmicas,
confirmando a importância de tal exame.
PC059 - SIALOTOMOGRAFIA: REVISÃO DE LITERATURA E
RELATO DE CASO CLÍNICO.
DANIELA AMORIM MARCO PERES; CESAR WERNECK NOCE;
MARCIA DE MELLO PROVENZANO; PABLO LOURENÇO
FERNANDES.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RIO DE
JANEIRO, RJ, BRASIL.
A sialotomografia é um excelente método para observação e
estudo de tumores das glândulas salivares. O objetivo deste
estudo é revisar a literatura sobre sialotomografia, descrever
seu protocolo de aquisição através do relato de um caso
clínico e discutir suas vantagens e contra-indicações.
Paciente do gênero masculino, 33 anos, com aumento de
volume indolor, bem definido, em região de glândula parótida
esquerda. A associação do uso de meio de contraste à técnica
tomográfica permitiu uma avaliação mais precisa dos limites
da lesão. Entretanto, a administração de meios de contraste
deve ser cautelosa devido às possíveis reações adversas.
PC060 - CONTROLE DE INFECÇÃO NA CLÍNICA RADIOLÓGICA
- MÉTODOS CONVENCIONAIS.
DANIELA AMORIM MARCO PERES; JULIANE OTONI DOS REIS
FERREIRA; ANE POLY DA ROCHA; PATRICIA RODRIGUES
SOBRAL.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, RIO DE
JANEIRO, RJ, BRASIL.
A prática na clínica radiológica oral expõe diariamente
profissionais e corpo técnico ao contato com fluidos corpóreos
68
como saliva e sangue nas quais estão presentes uma
diversidade de microorganismos como vírus, bactérias e
fungos. A preocupação com o controle de infecção deve ser
constante, uma vez que a contaminação cruzada entre
profissionais e pacientes, assim como entre um paciente e
outro, pode ocorrer. Diante disso, esse trabalho tem como
objetivo exemplificar meios para tal controle, uma vez que se
constata um relativo grau de desinformação dos profissionais
quanto à biossegurança necessária nesta especialidade
odontológica. O presente estudo irá explorar amplamente os
mecanismos de transmissão microbiana por secreções
bucais e exsudatos, além dos principais métodos para
desinfecção e esterilização do ambiente e instrumentos
rotineiros utilizados em Radiologia Convencial (radiografias
intra-orais e extra-orais). Sabe-se que durante o atendimento
todo paciente deve ser considerado como sendo
potencialmente infectado, assim este trabalho também irá
abordar os tipos de barreiras de proteção para o atendente,
paciente, local de trabalho e instrumentos de uso. Ao final, o
profissional de odontologia será capaz de compreender a
importância da biossegurança para a quebra do ciclo de
infecção e conseqüente eliminação da contaminção cruzada.
PC061 - CONTROLE DE INFECÇÃO NA CLÍNICA RADIOLÓGICA
ORAL - MÉTODOS AVANÇADOS DE DIAGNÓSTICO POR
IMAGEM.
DANIELA AMORIM MARCO PERES; JULIANE OTONI DOS REIS
FERREIRA; ANE POLY DA ROCHA; PATRICIA RODRIGUES
SOBRAL.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, RIO DE
JANEIRO, RJ, BRASIL.
A prática na clínica radiológica oral expõe diariamente
profissionais e corpo técnico ao contato com fluidos corpóreos
como saliva e sangue nas quais estão presentes uma
diversidade de microorganismos como vírus, bactérias e
fungos. A preocupação com o controle de infecção deve ser
constante, uma vez que a contaminação cruzada entre
profissionais e pacientes, assim como entre um paciente e
outro, pode ocorrer. Diante disso, esse trabalho tem como
objetivo exemplificar meios para tal controle, uma vez que se
constata um relativo grau de desinformação dos profissionais
quanto à biossegurança necessária nesta especialidade
odontológica. O presente estudo irá explorar amplamente os
mecanismos de transmissão microbiana por secreções
bucais e exsudatos, além dos principais métodos para
desinfecção e esterilização do ambiente e instrumentos
rotineiros utilizados em métodos avançados de diagnóstico
por imagem (Tomografia Computadorizada e Ressonância
Magnética). Sabe-se que durante o atendimento todo paciente
deve ser considerado como sendo potencialmente infectado,
assim este trabalho também irá abordar os tipos de barreiras
de proteção para o atendente, paciente, local de trabalho e
instrumentos de uso. Ao final, o profissional de
odontologia será capaz de compreender a importância da
biossegurança para a quebra do ciclo de infecção e
conseqüente eliminação da contaminção cruzada.
PC062 - OSTEOMIELITE EM MANDÍBULA APÓS INSTALAÇÃO
DE IMPLANTE DENTÁRIO.
JORGE FUMIO KANAJI; ADINILTON FERRAZ CAMPOS
JUNIOR; EMIKO SAITO ARITA.
USP-SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
O uso de implantes dentários de titânio mostrou-se de grande
êxito nas substituições de dentes ausentes. As falhas têm
sido associadas a fatores como fumo, qualidade óssea
inadequada, problemas sistêmicos, quimioterapia, trauma
cirúrgico, contaminação bacteriana do implante durante a
inserção e sobrecarga no implante durante o período de
cicatrização. O uso cada vez maior dos implantes dentários
fizeram aumentar a casuística de complicações como a não
osseointegração, peri-implantite e em casos mais severos a
osteonecrose e osteomielite. Revisão de literatura. A
osteomielite é uma complicação a ser considerada no
planejamento da instalação dos implantes, relatados em
literatura mostram que a resistência de microorganismos
aos antibióticos pode ser o fator causal, principalmente em
pacientes que adquiriram resistência a antibióticos por
contato anterior (Pigrau e colaboradores 2008). O’Sullivan e
colaboradores (2006) relataram caso de osteomielite que
evoluiu de um quadro de peri-implantite crônica que foi tratada
com irrigação local com clorexidina, antibióticoterapia e
cirurgia para redução de bolsa, sendo que a conseqüência
foi fratura patológica da mandíbula.
O tratamento da osteomielite nos maxilares é complexo, já
que geralmente estão relacionadas a cepas bacterianas
resistentes a antibióticos convencionais (Pigrau et al 2008). A
paciente AMGG, de sexo feminino, 43 anos de idade recebeu
implante dentário na região do elemento 46, e após 7 dias da
cirurgia apresentava coleção purulenta na região operada. A
conduta adotada foi de prorrogação e mudança do antibiótico,
porém, com 15 dias a mesma apresentava seqüestro ósseo
da tábua vestibular e persistência de coleção purulenta já
com sinais radiográficos característicos de osteomielite
aguda. Mostraremos as características radiográficas do caso
descrito anteriormente por meio de radiografias
comvencionais e tomografia computadorizada.
PC063 - EXAMES DE IMAGEM EM PACIENTES COM TRAUMA
DE FACE.
JULIANA CARDOSOS BORGES; RACHEL ALBUQUERQUE
ROCHA; MARCIA DE MELLO PROVENZANO; DANIELAAMORIM
MARCO PERES.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ,
BRASIL.
Os exames de diagnóstico por imagem, atualmente são de
suma importância na odontologia. Na buco-maxilofacial, eles
assumem um papel fundamental nos casos de trauma de
face, em que através de exames de imagens se observa a
existência de fraturas, comprometimento de estruturas
anatômicas importantes e auxilia a conduzir o melhor
tratamento do paciente consequentemente a um prognóstico
mais favorável. O objetivo deste trabalho é enumerar os
exames de imagem mais usados na buco-maxilofacial, suas
indicações, vantagens e desvantagens de suas utilizações
nos pacientes com fratura de face.
PC064 - ASPECTO DAS PRINCIPAIS PATOLOGIAS DAS
GLÂNDULAS SALIVARES MAIORES VISTO POR MEIO DE
SIALOGRAFIA.
FLAVIA LAKSCHEVITZ; DANIELA AMORIM MARCO PERES;
SONIA GROISMAN -; RACHEL ALBUQUERQUE ROCHA;
MARIA JULIANA NETTO VILELA.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ,
BRASIL.
As patologias das glândulas salivares compreendem uma
região importante no campo da patologia oral e maxilofacial.
O objetivo do diagnóstico por imagens para as patologias
das glândulas salivares é fornecer informações adicionais
que possam influenciar positivamente o profissional quanto
ao diagnóstico e planejamento clínico-cirúrgico destas
patologias. Atualmente dispomos de diversas modalidades
de métodos de diagnóstico por imagens tais como técnicas
radiográficas intraorais e extraorais, sialografias, tomografia
computadorizada (CT), ressonância magnética (MR),
fluoroscopia entre outras para avaliar as lesões glandulares.
O objetivo deste trabalho é descrever os achados radiográficos
observados nos exames radiográficos convencionais e na
tomografia computadorizada das principais patologias
relacionadas às glândulas salivares maiores. Conclui-se que
a sialografia convencional e a sialotomografia, os quais
utilizam a injeção de um meio de contraste para avaliação da
morfologia glandular e ductal são métodos eficazes para
auxiliar no diagnóstico e no planejamento do tratamento das
enfermidades que acomete as glândulas salivares maiores.
PC065 - OSTEOARTRITE NA ARTICULAÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR.
FÁBIO OLIVEIRA CARDOSO; CLÁUDIA ASSUNÇÃO E ALVES;
AMARO ILIDIO VESPASIANO SILVA; RAQUEL BROCCO
MIRANDA SALIM; FLAVIO RICARDO MANZI.
PUC-MG, BH, MG, BRASIL.
A Osteoartrite, antes conhecida como osteoartrose ou
simplesmente artrose, é uma doença muito freqüente que
acomete uma ou mais articulações. É uma doença causada
pela destruição da cartilagem que recobre os ossos nas
articulações. É mais comum em mulheres, acima de 65 anos.
Pode acometer qualquer articulação, sendo mais freqüente
nas mãos e nos joelhos. É uma doença de etiologia
desconhecida, pode surgir sem causa aparente, sendo
considerada idiopática, ou por um fator que favoreça seu
aparecimento, como trauma ou uso repetitivo no trabalho ou
lazer. Como sintomatologia a mais comum na osteoartrite é a
dor, podendo ser leve ou intensa. A sensação de rigidez, edema
e limitações funcionais também são características dessa
doença. O tratamento padrão dessa doença é bem diferenciado
e complexo por apresentarem várias causas diferentes. Mas é
bastante eficaz no controle dos sintomas permitindo assim
que a pessoa mantenha suas atividades diárias. O objetivo
deste trabalho é relatar um caso clínico de um paciente
acometido de osteoartrite por provável origem traumática.
PC066 - CONCRESCÊNCIA: RELATO DE CASO.
CLÁUDIA ASSUNÇÃO E ALVES; FÁBIO OLIVEIRA CARDOSO;
JEAN JOSEPH SADDI; FLAVIO RICARDO MANZI.
PUC-MG, BH, MG, BRASIL.
A concrescência ocorre quando raízes de 2 ou mais
elementos dentários apresentam-se unidas pelo cemento,
podendo envolver dentes decíduos ou permanentes. Acomete
mais os molares superiores que podem estar erupcionados
completamente,
sem
predileção
por
sexo.
Radiograficamente, o diagnóstico não é conclusivo, uma vez
que a imagem é bidimensional, ou seja, não se sabe se há
realmente a fusão de duas raízes pelo cemento ou apenas a
ocorrência de sobreposição de imagens. Na tentativa de
concluir o diagnóstico, são realizadas projeções adicionais,
69
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
em ângulos diferentes, entretanto, é difícil determinar com
total segurança a existência desta condição. O objetio deste
trabalho é apresentar o caso clínico do paciente A. F. S., sexo
masculino, 36 anos de idade, que estava em tratamento
odontológico com indicação de exodontia do dente 27 para
posterior reabilitação com implante. Durante o ato cirúrgico,
observou-se dificuldade na luxação do dente, suspeitando
de alguma anormalidade. Assim, suspendeu-se a cirurgia e foi
solicitada uma tomografia computadorizada (TC) da região, onde
foi constatado que o dente 27 apresenta 4 raízes distintas, com
as raízes distais do dente 26 totalmente unidas as raízes mesiais
do dente 27, caracterizando um caso de concrescência. Foi
realizada a odontossecção do dente 27, removendo a coroa e
as raízes distais e sepultando as raízes mesiais já tratadas
endodonticamente. O paciente foi encaminhado ao protesista
para reabilitação da região, através de ponte fixa, e encontra-se
sob acompanhamento radiográfico de 1 ano.
PC067- AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE UM PROGRAMA
DE COMPUTADOR DESENVOLVIDO PARA AVALIAÇÃO DOS
NÍVEIS DE CINZA EM RADIOGRAFIAS.
NITIÉLI MARTA CUNHA; CELIA REGINA WINCK MAHL; VANIA
REGINA CAMARGO FONTANELLA.
ULBRA, CANOAS, RS, BRASIL.
apresentando forma distinta, é considerado corpo estranho.
Em sua maioria, são assintomáticos, porém, alguns podem
apresentar sintomatologia de acordo com sua localização.
Geralmente, são observados em radiografia panorâmica, e
para o correto diagnóstico e adequada localização deve-se
utilizar outras técnicas radiográficas específicas para cada
região. O paciente H.E.M., 28 anos de idade, sexo masculino,
procurou o consultório odontológico para exodontia dos
terceiros molares. Durante a anestesia do nervo alveolar
inferior esquerdo a agulha anestésica fraturou, o dente 38 foi
removido e, a partir de então, um acompanhamento
radiográfico está sendo realizado. Comparando as
radiografias panorâmicas obtidas, em intervalos de um mês,
observa-se que o objeto metálico está se movimentando.
Não há queixa de sintomatologia na região. Para correta
localização desse corpo estranho foram realizadas radiografias
panorâmica, telerradiografia, PA de crânio e tomografia
computadorizada multislice com 64 detectores (TC). Foi
constatado que a agulha fraturada se encontra parte no
músculo pterigóideo medial e parte no espaço parafaríngeo.
Verificou-se, ainda, perda dos planos gordurosos anatômicos,
além de formação de tecido granulomatoso. O paciente foi
encaminhado para um cirurgião de cabeça e pescoço para
possível remoção desse objeto.
Programas de computador constituem uma ferramenta
importante para observar a ocorrência de mudanças sutis na
densidade óssea. O objetivo deste estudo foi avaliar as
medidas de densidade óptica da mandíbula e fêmur de ratas,
comparando uma ferramenta desenvolvida pela equipe a um
programa já testado. Foram utilizadas 36 fêmeas de Rattus
Norvegicus (Wistar), divididas em três grupos com doze
animais. O grupo 1 (controle) recebeu injeções subcutâneas
de solução salina, os grupos 2 e 3 receberam acetato de
metilprednisolona, sendo que o grupo 3 recebeu
adicionalmente risedronato. Os animais foram mortos e as
peças ósseas dissecadas e radiografadas. As imagens
digitalizadas foram importadas para os programas SoftPAI e
Image-J. Um observador previamente treinado, cego para o
grupo a que pertencia a imagem, obteve a média de
densidade óptica em uma área padronizada, utilizando
ambos os programas. O teste t-student para dados pareados
evidenciou que não existe diferença significativa entre os dois
programas (t:0,388; =5%), evidenciouap:0,700). A ANOVA,
complementada pelo Teste de Tukey ( que o programa SoftPAI
identificou na mandíbula médias significativamente menores
no grupo 2 (110,94±19,85), diferindo do 1 (130,39 ±12,31) e
do 3 (139,79±10,64), os quais não diferiram entre si. No fêmur
foram evidenciadas médias significativamente menores no
grupo 2 (101,64±6,31), seguido pelo grupo 1 (126,08±15,49)
e pelo grupo 3 (152,08±16,19). Conclui-se que o programa
desenvolvido detecta alterações da densidade óssea em
radiografias de mandíbula e fêmur e que os valores não
diferem entre os programas testados.
PC069 - O PAPEL DA TC NO DIAGNÓSTICO DE LESÕES
TUMORAIS COM METÁSTASES NA REGIÃO MAXILO-FACIAL.
SERGIO LINS DE AZEVEDO VAZ; IZABELA PACHECO
HERINGER; MARCELO GUSMÃO PARAÍSO CAVALCANTI.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.
PC068 - ACOMPANHAMENTO RADIOGRÁFICO E
TOMOGRÁFICO DE AGULHA FRATURADA NO RAMO DA
MANDÍBULA.
CLÁUDIA ASSUNÇÃO E ALVES; FÁBIO OLIVEIRA CARDOSO;
DANIELA TERESA PINTO DA CUNHA WERNECK; FLAVIO
RICARDO MANZI.
PUC-MG, BH, MG, BRASIL.
Qualquer elemento diferente de estrutura dentária e óssea,
PC070 - AVALIAÇÃO POR MEIO DE TCCB E RM DE UMA LESÃO
COM CARACTERÍSTICAS DE MALIGNIDADE: RELATO DE
CASO.
FABIO RIBEIRO GUEDES1; MARCELO DANIEL BRITO FARIA2;
AURELINO MACHADO LIMA GUEDES3.
1,2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ,
BRASIL; 3.INIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO, RJ, BRASIL.
70
De acordo com as evidências científicas disponíveis, a
ocorrência de metástases tumorais na região maxilo-facial é
relativamente rara. Entretanto, quando ocorrem atingem
principalmente o tecido ósseo, com predileção pela
mandíbula em região de molares, pré-molares, ramo
ascendente ou ângulo. A tomografia computadorizada (TC) é
uma modalidade de imagem eficiente na avaliação destes
tumores com envolvimento ósseo, fornecendo informações
precisas quanto à extensão, contorno e relações da lesão
com estruturas anatômicas. Este trabalho tem como objetivo
demonstrar a utilização da tomografia computadorizada em
pacientes com metástase maxilo-facial com origem de três
tipos de tumores malignos: de mama, de próstata e de
pulmão. Nestes casos, os sintomas e sinais clínicos
apresentados incluíam assimetria facial, inchaço, paralisia
ou parestesia na região envolvida. As imagens adquiridas na
TC permitiram observar envolvimento de tecido muscular
adjacente, otimizando a detecção de infiltração da lesão
metastática aos tecidos moles, como também permitiu
evidenciar a invasão óssea correspondente. Assim, foi
possível concluir que a TC pode ser de grande utilidade para
o diagnóstico e planejamento terapêutico de tumores com
metátases na região maxilo-facial.
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
As lesões malignas se caracterizam por apresentar bordas
irregulares e limites pouco definidos, devido ao seu rápido
crescimento, a perda óssea ao nível das raízes dentárias
dão uma aparência de “dentes flutuantes”, é raro se observar
reabsorção radicular, e em alguns casos pode se observar
perfuração de corticais ósseas e fraturas patológicas. O
objetivo desta trabalho é apresentar o caso de um paciente
que relatar história prévia de tumor na região da parótida
esquerda, removido em 2005, e encaminhado para avaliação
radiológica periódica. Os exames dos anos anteriores não
apresentavam nenhum sinal radiográfico de alteração, porém
no exame realizado em 2008, foi possível observa ao exame
panorâmico uma área de rarefação óssea irregular sem
limites definidos na região próxima ao ângulo mandibular
esquerdo. Ao exame de TC cone beam (TCCB) pode-se
observar perfuração das tabuas ósseas vestibular e lingual
sem aumento de volume no local, e nos exames por
ressonância magnética (RM), uma imagem de hipersinal em
T2 invadindo tecidos moles por vestibular e lingual na região
correspondente à imagem inicial. Desta forma pôde-se
concluir que baseado nos aspectos imaginológicos utilizados
(panorâmica, TCCB e RM), a hipótese diagnóstica foi
compatível com a de uma lesão maligna.
PC071 - REINCLUSÃO DENTÁRIA DE MOLARES
PERMANENTES: RELATO DE DOIS CASOS RAROS.
FABIO RIBEIRO GUEDES 1; AURELINO MACHADO LIMA
GUEDES2; MURILLO GUARACY PAIVA3; ANTONIO REGO DE
ALMEIDA4.
1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ,
BRASIL; 2,3.UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO, RJ, BRASIL; 4. RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.
A reinclusão dentária é uma condição extremamente rara
(Pindborg, 1970), onde um dente sem nenhuma razão começa
a perder o contato gradualmente com seu antagonista, podendo
ficar, mais ou menos reincluído nos tecidos orais. Este trabalho
tem o objetivo de apresentar dois casos de reinclusão dentária
de molares permanentes em indivíduos da mesma família,
irmãos do sexo feminino e masculino, sendo realizada a
documentação por meio de imagens de radiografias
panorâmicas em épocas diferentes e exame de tomografia
computadorizada cone beam, este último confirmando a
integridade das estruturas de suporte dentário e ausência de
qualquer patologia, e juntamente com a anamnese a exclusão
da possibilidade de anquilose dentária de ambos os casos.
De acordo com a literatura consultada, a reinclusão dentária é
uma condição clara de origem genética, causada por genes
autossômicos dominantes, vindo de encontro aos casos
apresentados destes dois irmãos.
diagnóstico precoce. Este trabalho apresenta seis casos de
pacientes periodontais cujas radiografias foram avaliadas
por meio da subtração radiográfica.
A subtração radiográfica foi empregada pela primeira vez na
odontologia para estudar a vascularização da mandíbula. Hoje
se aplica às diversas especialidades. Em periodontia é
utilizada para avaliar a eficácia da terapia periodontal. O
método de avaliação por subtração digital é superior aos
métodos radiográficos convencionais para detectar pequenos
defeitos periodontais e mudanças ósseas. A literatura aponta
que a sensibilidade do método é de 91,3% e a especificidade
é maior que 95%. Seis pacientes foram tratados com
raspagens sub-gengivais e gel de clorexidine. Radiografias
periapicais foram realizadas antes do tratamento e 10 meses
após. Os pares de radiografias foram alinhados e subtraídos.
Pôde-se constatar claramente o ganho mineral no local tratado
e em um caso constatou-se que não houve alteração. Esta
técnica é indicada tanto na prática clínica quanto em
pesquisas, para monitoramento dos pacientes periodontais
e avaliação do efeito de tratamentos.
PC073 - “COMPARAÇÃO ENTRE TC FAN BEAM E TC CONE
BEAM NA AVALIAÇÃO DE EXTENSAS PATOLOGIAS”.
RACHEL ALBUQUERQUE ROCHA.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ,
BRASIL.
A tomografia computadorizada é uma técnica radiográfica que
realiza cortes seccionais de uma região anatômica desejada
associada a sistemas de computação. Sua aplicabilidade
em odontologia se amplia cada vez mais, obtendo-se
resultados excelentes no estudo de patologias do complexo
maxilo-facial, por exemplo. A aquisição dessas imagens se
dá atualmente, através de duas técnicas: TC médica Fan
Beam (multislice) e TC odontológica Cone Beam. Na primeira
técnica mencionada, tem-se um feixe de raios X em leque
que permite a obtenção de fatias únicas. Pela aquisição ser
feita corte a corte, a quantidade de radiação utilizada é maior.
Contudo, obtém-se uma imagem com boa diferenciação de
tecidos duros e moles. Na segunda técnica mencionada a
aquisição se dá por volume e os cortes seccionais são feitos
posteriormente. Esta característica lhe fornece como
vantagem uma redução da dose, rápida aquisição e menos
artefatos produzidos. Porém, tem-se imagens com pouca
ênfase em tecido mole e, portanto, com qualidade de imagem
inferior. Esse painel objetiva fazer uma comparação entre a
TC Fan Beam e TC Cone Beam na avaliação de extensas
áreas patológicas, enfatizando suas aplicabilidades (com
potenciais diferentes).
PC072 - SUBTRAÇÃO RADIOGRÁFICA DIGITAL NA
PERIODONTIA: RELATO DE CASOS.
ANA P. DA ROSA SILVA; VANIA REGINA CAMARGO
FONTANELLA; CASSIANO KUCHENBECKER ROSING.
ULBRA, CANOAS, RS, BRASIL.
PC074 - TRATAMENTO DE IMAGENS RADIOGRÁFICAS
DIGITALIZADAS PARA AUXÍLIO DIAGNÓSTICO E
ARQUIVAMENTO ODONTOLÓGICO.
MARCELO TARCÍSIO MARTINS; MARCOS VINICIUS QUEIROZ
DE PAULA.
UFJF, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL.
Com a técnica da subtração radiográfica digital eliminam-se
características comuns a duas radiografias, obtidas em
tempos distintos, evidenciando a área de mudança (clara,
quando ganho mineral ou escura, perda mineral) contra um
fundo neutro (cinza). Assim, sutis alterações no conteúdo
mineral dos tecidos podem ser aferidas, permitindo
Evitar a repetição de radiografias é uma forma de diminuir a
dose de radiação no indivíduo. O objetivo é avaliar o
desempenho do software free Picasa II (Google Co, EUA) na
correção de radiográficas digitalizadas indiretamente.
Programas de edição de imagens podem corrigir certos erros
radiográficos – contraste, brilho, nitidez, melhorando a
71
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
imagem e diminuindo a necessidade de repetição do exame.
Foram confeccionadas sete radiografias. A primeira foi
realizada em condições ideais de tempo de exposição e
processamento sendo considerada a padrão “Ouro”, na
segunda foi sobreposta uma escala de densidade (ED) e as
demais
foram
realizadas
apresentando
falhas
(superexposição, subexposição, subfixação, sub-revelação
e super-revelação). Todas foram digitalizadas por uma
câmera fotográfica e descarregadas em um computador. Por
meio de manipulações do software, procurou-se corrigi-las
para melhor visualizar os acidentes anatômicos. Quinze
acadêmicos e quinze profissionais foram convidados a avalialas confrontando o antes e o depois das correções com o
padrão “Ouro” e a imagem “ED”. As Médias das avaliações
dos acadêmicos e profissionais, quanto ao padrão “Ouro” e a
“ED”, antes e depois, foram iguais (p<0,05). Formou-se então
um grupo homogêneo de avaliadores (n=30). Conforme as
avaliações realizadas o software apresentou melhor
desempenho na correção das imagens superexposta e
subfixada (p<0,05), já nas imagens sub-exposta, sub-revelada
e super-revelada, o programa não foi eficaz (p<0,05). O
resultado indica que o software Picasa II pode ser utilizado na
correção de imagens periapicais superexpostas e subfixadas.
PC075 - O USO DA TC- CONE BEAM NA IDENTIFICAÇÃO DE
GEMINAÇÃO DE MOLAR.
SIMONE PEREIRA OLIVEIRA; LUIZ FERNADO DELUIZ.
UNESA, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.
O presente trabalho tem o objetivo de demonstrar um relato
de caso onde a utilização da TC - cone beam foi de
fundamental importância para diagnóstico de geminação em
molar, uma vez que o exame clinico e as radiografias
convencionais, não foram conclusivas.
PC076 - DISPLASIA ÓSSEA FLORIDA – RELATO DE UM CASO.
SAULO LEONARDO SOUSA MELO 1; ANNE CAROLINE
OENNING2; MARIA DE FÁTIMA BATISTA DE MELO3; ANA FÁTIMA
SILVA DE ALMEIDA4; MÁRCIO CORRÊA5.
1,2,5.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA,
FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL; 3,4.UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL.
A displasia óssea florida é uma lesão fibro-óssea benigna
dos maxilares, sem etiologia definida, prevalente em
mulheres melanodermas, em meia idade, sendo a mandíbula
o osso mais afetado. O termo foi utilizado pela primeira vez
por Melrose, Abrams e Mills, em 1976, para descrever uma
condição que se apresentava por massas exuberantes de
material semelhante a cemento e/ou osso que
radiograficamente apresentam-se de forma irregular e difusa,
sem qualquer anormalidade em outras partes do esqueleto.
Comporta-se, geralmente, como um processo assintomático,
sendo descoberto em exames radiográficos de rotina. Os
casos sintomáticos são atribuídos à osteomielite secundária.
Seu diagnóstico é estabelecido através de apurada
anamnese, aliada a exames de imagem e histopatológico.
Este trabalho tem por objetivo relatar um caso de displasia
óssea florida mandibular infectada secundariamente,
expondo os recursos diagnósticos utilizados, as condutas
adotadas e seu prognóstico, além de realizar revisão da
literatura abrangendo os aspectos clínicos, radiográficos e
histológicos desta patologia. Trata-se de uma paciente
72
melanoderma, meia idade e edentula. Na radiografia
panorâmica observaram-se múltiplas massas escleróticas,
dispersas bilateralmente em mandíbula, com áreas
radiolúcidas indicativas de lise óssea. Os cortes da tomografia
computadorizada médica possibilitaram a visualização da
expansão óssea mandibular e sua relação com as estruturas
vizinhas. O exame histopatológico confirmou a hipótese
diagnóstica de displasia óssea florida infectada
secundariamente. Como tratamento, estabeleceu-se o
controle do processo infeccioso e alívio da sintomatologia
dolorosa, com remoção das fístulas extra-bucais e
fragmentos de tecido ósseo seqüestrado, e posterior
mandibulectomia marginal da área displásica, com
proservação de 36 meses.
PC077 - DOSIMETRIA CLÍNICA EM EXAME PERIAPICAL
UTILIZANDO DIFERENTES COLIMADORES.
JULIANA ANDRÉA CORRÊA TRAVESSAS1; RENATA LICKS2;
VANIA REGINA CAMARGO FONTANELLA3.
1.UFRGS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2,3.UFRGS/ULBRA,
PORTO ALEGRE, RS, BRASIL.
Exames radiográficos para fins de saúde constituem a
principal fonte de exposição da população à radiação
ionizante artificial, devendo empregar a dose mínima
necessária para que se obtenha imagem de qualidade.
Colimadores retangulares têm sido propostos em
substituição aos circulares para reduzir a exposição de órgãos
críticos. Este estudo teve por objetivo verificar se existe
diferença na dose de radiação nas regiões de cristalino e
tireóide, durante a realização de um exame periapical
completo, em função da forma e do tamanho do colimador
utilizado. Trinta pacientes foram aleatoriamente distribuídos
em três grupos: 1 – colimador circular convencional com 60
mm de diâmetro; 2 – colimador retangular com 24 x 32 mm2
e 3 – colimador retangular com 30 x 40 mm2. As condições
de exame foram padronizadas para os três grupos. A dose foi
obtida por meio de dosímetros termoluminescentes de
LiF:Mg.Cu.P (TLD-100H) que permaneceram, durante a
execução do exame, posicionados sobre os olhos direito e
esquerdo e sobre a região da tireóide, abaixo do protetor
plumbífero. Os resultados foram submetidos aos testes nãoparamétricos de Kruskal-Wallis e Friedman, complementados
por seus testes de comparações múltiplas, ao nível de
significância de 5%. No grupo 2 houve redução significativa
na dose de radiação absorvida na região dos olhos em
relação aos grupos 1 e 3. Os grupos 2 e 3 apresentaram
redução significativa na dose absorvida na tireóide em relação
ao grupo 1. O uso de colimadores retangulares pode ser
recomendado como medida de radioproteção.
PC078
- A
UTILIZAÇÃO
DA
TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA CONE BEAM PARA LOCALIZAÇÃO DE
HIPERDONTIA. – RELATO DE CASO.
JOÃO GERALDO MARTINS DE SOUZA1; ANDREA DOLESKI
PRETTO2; MATEUS ERICSON FLORES3; KELLY CRISTINE
KNACK4; EMIKO SAITO ARITA5.
1,2,3,4.FOUPF, PASSO FUNDO, RS, BRASIL; 5.FOUSP, SÃO
PAULO, SP, BRASIL.
A tomografia computadorizada constitui um recurso
complementar de diagnóstico bastante utilizado na clínica
odontológica. Sua indicação atualmente engloba todas as
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
especialidades da odontologia, destacando estruturas pouco
visíveis pelo método radiográfico convencional. A reconstrução
tridimensional da CT Cone Beam de estruturas anatômicas
possibilita ao cirurgião dentista melhor estudo do caso clínico
e aumenta a segurança na elaboração do diagnóstico e do
plano de tratamento.
A manifestação de dentes supranumerários é uma anomalia
causada por uma super atividade da lâmina dentária
(GUEDES-PINTO 1997), e são mais comuns na dentição
permanente tendo maior incidência no sexo masculino. A
prevalência de dentes supranumerários em caucasianos está
entre 1% e 3%, com uma taxa levemente aumentada para os
asiáticos. A hiperdontia unitária está entre 76% a 86%, a com
dois dentes entre 12% a 23% e três ou mais é observado em
menos de 1% dos casos (NEVILLE et al. 2004). O presente
trabalho tem por objetivo apresentar o caso clínico de um
paciente do sexo masculino de 16 anos de idade, que
compareceu em um serviço de radiologia para uma
radiografia Panorâmica de rotina e foram observados oito
elementos dentários supranumerários nos dois arcos
dentários. A localização destes elementos dentários foi feita
pela da CT Cone Beam e reconstrução volumétrica pelo
Tomógrafo Odontológico ICAT.
PC079 - A UTILIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM PARA AVALIAÇÃO DE UM OSTEOMA
NO RAMO ASCENDENTE DA MANDÍBULA. - RELATO DE CASO.
JOÃO GERALDO MARTINS DE SOUZA1; ANDREA DOLESKI
PRETTO2; MATEUS ERICSON FLORES3; FERNANDA MISSIO
CAMARGO4; EMIKO SAITO ARITA5.
1,2,3,4.FOUPF, PASSO FUNDO, RS, BRASIL; 5.FOUSP, SÃO
PAULO, SP, BRASIL.
A CT volumétrica Cone beam atualmente engloba todas as
especialidades da odontologia, destacando estruturas pouco
visíveis pelo método radiográfico convencional. A reconstrução
tridimensional de estruturas anatômicas possibilita ao cirurgião
dentista melhor estudo do caso clínico e aumenta a segurança
na elaboração do diagnóstico e do plano de tratamento.
Osteomas são tumores ósseos benignos de crescimento lento
compostos de osso compacto maduro ou de osso medular.
Geralmente são restritos ao esqueleto craniofacial. Cuja
etiologia é ainda controversa, há alguma dúvida se são
neoplasmas verdadeiros (NEVILLE et al .2004). Consiste em
uma massa óssea dura à palpação, assintomática,
circunscrita e que geralmente produz assimetrias quando
atinge grandes proporções (GONDO et al. 2008). O presente
trabalho tem por objetivo apresentar o caso clínico de um
paciente do sexo feminino que apresenta uma exostose
localizada no ramo ascendente próximo a cabeça de mandíbula
do lado direito com sintomatologia dolorosa ao fechar a boca
e apresentando leve assimetria facial na região. A lesão é
mostrada pela Tomografia Computadorizada Cone Beam e
reconstrução volumétrica pelo Tomógrafo Odontológico ICAT.
PC080 - DENSIDADE ÓSSEA ALVEOLAR EM MULHERES COM
PERIODONTITE NA PRÉ E PÓS-MENOPAUSA.
EMIKO SAITO ARITA 1; PLAUTO CRISTOPHER ARANHA
WATANABE2; SOLANGE APARECIDA CALDEIRA MONTEIRO3;
JORGE FUMIO KANAJI4; ERIKA MITI YASUI5.
1,4,5.FOUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2,3.FORP, RIBEIRÃO
PRETO, SP, BRASIL.
A osteoporose é uma doença esquelética sistêmica
progressiva, caracterizada pela diminuição da massa óssea
e deteriorização da microarquitetura do tecido ósseo. Devido
ao conseqüente aumento da fragilidade óssea, fraturas
podem ocorrer principalmente na coluna vertebral, colo do
fêmur e porção distal ao antebraço. Na maioria das mulheres,
a massa óssea alcança seu pico na terceira década de vida
e diminui a partir de então.
Os fatores de risco para osteoporose são idade, gênero, baixa
densidade óssea, menopausa precoce, esqueleto corporal
fino e pequeno, etnia, falta de ingestão de cálcio, fumo álcool
e ou cafeína, hereditariedade e medicações como os
esteróides; e para periodontite são idade, fumo ,álcool,
influencia de doenças como diabete, medicações que podem
interferir no processo de reparação tecidual e ou na resposta
imune e história de perda óssea. Sendo assim, as
periodontites e a osteoporose têm muitos fatores de risco
em comum. A detecção de baixa densidade mineral óssea
em mulheres pós-menopausa é uma importante estratégia
para reduzir a incidência de fraturas osteoporóticas. O fato
das radiografias dentais serem regularmente realizadas em
grande parte da população adulta, faz dela um potencial
marcador de saúde esqueletal. O objetivo deste estudo foi
comparar a densidade óssea alveolar em mulheres
caucasianas com periodontite crônica na pré e pósmenopausa em 40 mulheres: 20 na pré-menopausa e 20 na
pós-menopausa. Foram utilizadas películas para radiografia
periapical convencional ajustadas com escalímetro de
alumínio. Para comparar a densidade óptica do septo
interdental entre os primeiros e segundos pré-molares;
segundos pré-molares e primeiros molares; primeiros e
segundos molares inferiores, foi utilizado o software AleqAl®. O índice de placa, o sangramento profundidade de
sondagem (OS); NMG e NCI foram medidos nos dentes de
Ramfjord. Não foram observadas diferenças estatisticamente
significantes entredensidades em mulheres com periodontite
na pré (4,79±1,79 mmAl,P>0,05) e na pósmenopausa(4,83±1,98 mmAl,P>0,05).
PC081 - ASPECTO RADIOGRÁFICO DOS LINFONODOS
CERVICAIS CALCIFICADOS.
EMIKO SAITO ARITA1; PLAUTO CRISTOPHER ARANHA
WATANABE2; JORGE FUMIO KANAJI3; SOLANGE APARECIDA
CALDEIRA MONTEIRO4; ERIKA MITI YASUI5.
1,3,5.FOUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2,4.FORP, RIBEIRÃO
PRETO, SP, BRASIL.
A avaliação dos linfonodos cervicais é bastante complexa, na
medida em que observamos uma imagem radiográfica como
a panorâmica ou outra imagem convencional, uma vez que
diferentes estruturas podem apresentar nas mesmas ou
regiões muito próximas com aspectos radiográficos muito
semelhantes. Estas estruturas podem se apresentar como
processos benignos – reacionais infecciosos específicos e
inespecíficos; também como doenças neoplásicas – as
linfoproliferativas e metastáticas.
Os linfonodos ou gânglios linfáticos são pequenas estruturas
ovais ou riniformes, e geralmente medem de 0,1 a 2,5 cm de
comprimento. São esquematicamente divididos em córtex,,
situado na região periférica e medula na região central. Os
linfonodos cervicais são numerosos, superficiais e, por isso,
muitas vezes, palpáveis, sendo geralmente descobertos como
“nódulo palpável”. As microcalcificações são sinais de alerta
ao radiologista; podem representar metástases de carcinoma
papilífero ou medular da tireóide. Também podem ser
73
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
observadas em outros tipos de metástases, como nos
carcinomas espinocelulares. As calcificações maiores
podem estar presentes no comprometimento tuberculoso.
Elas também podem surgir após radioterapia ou
quimioterapia na região cortical dos linfonodos. Os autores
apresentam um caso clínico de calcificação bilateral da
cadeia ganglionar cervical que apresenta uma forma bastante
característica.
PC082
- A
IMPORTÂNCIA
DA
TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZA CONE BEAM PARA A INSTALAÇÃO DE
IMPLANTES NA REGIÃO DA MANDÍBULA.
DIOGO SCHONWANDT ARAÚJO; PEDRO BERNARDES;
FABIO RICARDO BARROS; MARCELA MAGALHÃES RAMOS
DE SOUSA.
DATA X, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.
O Presente estudo tem como objetivo relatar a importância
da solicitação da Tomografia Computadoriza Cone Beam
para a instalação de implante na região do elemento 46.
Paciente C.S.D, 57 anos compareceu ao consultório
particular do profissional G.V. E portando radiografia
panorâmica. Ao exame clínico e radiográfico o paciente
possuia altura suficiente para a instalação de implantes
com altura de até 12 mm.
O profissional ciente da importância do exame complementar
de Tomografia Computadoriza Cone Beam, realizou a
solicitação da mesma.
Ao exame tomográfico foi constatada uma depressão óssea,
onde seria contra indicada a instalação de implantes de 12
mm. A altura real para a instalação do implante seria de 8 mm
sob o risco de transfixão para a região de tecido mole.
Concluimos que a solicitação da Tomografia Computadorizada
Cone Beam torna-se uma ferramenta indispensável para a
conclusão de um correto diagnóstico, diminuindo assim os
riscos de interferências trans-operatórias.
PC083 - APLICAÇÕES DIAGNÓSTICAS DA CINTILOGRAFIA NA
ODONTOLOGIA.
JOYCE CARVALHO CAMPBELL; EMIKO SAITO ARITA; ERIKA
MITI YASUI; JORGE FUMIO KANAJI.
USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.
A Medicina Nuclear utiliza elementos radioativos in vivo como
auxiliar de diagnóstico e com finalidade terapêutica. Os
radiofármacos mais empregados são as emissoras de
radiação gama originária no próprio núcleo atômico; são o
tecnécio 99m para cintilografia óssea, Iodo-131 para tireóide
e corpo inteiro e Gálio-67 para cintilografia óssea, para
processos inflamatórios e tumorais. A distribuição e grau de
concentração dos radiofármacos após a administração
geralmente endovenosa nos diversos órgãos são avaliadas
por meio de imagens cintilográficas e refletem não só a
morfologia como tamém as funções biológicas. A cintilografia
tem capacidade de detectar variações de até 5% no
metabolismo ósseo sendo indicada também para
estadiamento e avaliação de recidiva local de tumores ósseos
primários, como método auxiliar na caracterização de tumores
benignos e localização de lesões poliostóticas em patologias
não tumorais.
Os autores avaliam as características radiográficas e
cintilográficas apresentando um caso clínico de carcinoma
na região do palato maxilar.
74
PC084 - ESTUDO RADIOGRÁFICO DA DISTÂNCIA DOS ÁPICES
DOS MOLARES INFERIORES EM RELAÇÃO AO TETO DO
CANAL MANDIBULAR.
JOYCE CARVALHO CAMPBELL; EMIKO SAITO ARITA; ERIKA
MITI YASUI; JORGE FUMIO KANAJI.
USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.
Considerando um risco elevado de injúria do nervo alveolar
inferior (NAI) durante os procedimentos de exodontia, o nosso
estudo teve como finalidade verificar a incidência e o grau de
envolvimento dos molares inferiores em relação ao nervo
alveolar inferior, para que possa elucidar e alertar os cirurgiões
dentistas sobre as possíveis causas dessa injúria acidental
baseado em fatores anatômicos e suas variações (tanto dos
terceiros molares quanto do canal mandibular) e nos
procedimentos cirúrgicos, relacionando-os com os tipos de
lesões possíveis. O objetivo deste trabalho foi analisar a
distância dos ápices dos molares inferiores em relação ao
teto do canal mandibular. Concomitantemente analisou-se a
posição destes dentes em relação ao dente mesial adjacente
ou com maior proximidade mesial. As distancias e o
posicionamento foram obtidos através da projeção de
radiografias panorâmicas em papel vegetal. Foram utilizadas
300 radiografias panorâmicas sendo 141 do sexo masculino
e 159 do sexo feminino. Os resultados e análise estatística
demonstraram valores significativos de terceiros molares
próximos ao teto do canal mandibular aumentando, assim, o
risco de injúrias do nervo alveolar inferior.
PC085 - RELAÇÃO ATÍPICA DA RAIZ PALATINA DO 3° MOLAR
SUPERIOR: IMAGENS TOMOGRÁFICAS.
DANIELA PITA MELO1; IÊDA MARGARIDA CRUSOÉ ROCHA
REBELLO2; SOLANGE MARIA ALMEIDA3; FRAB NORBERTO
BÓSCOLO4; PAULO FLORES CAMPOS5.
1,3,4,5.UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2.UFBA,
SALVADOR, BA, BRASIL.
As cirurgias para remoção de terceiro molar são comuns, por
motivos terapêuticos ou profiláticos. O posicionamento dos
terceiros molares é de grande relevância para o planejamento
de uma cirurgia de remoção dos mesmos. Muitos trabalhos
avaliam a posição do terceiro molar inferior em relação ao
canal mandibular, mas poucos estudos abordam a relação
do terceiro molar superior com o seio maxilar. Relatamos o
posicionamento atípico da raiz palatina do terceiro molar
superior, o que levou à perfuração do seio maxilar. Paciente
do sexo feminino, 31 anos, foi encaminhada a clínica de
radiologia para realização de tomografia computadorizada
da maxila, após uma cirurgia mal sucedida para a remoção
do 3° molar superior direito. A paciente queixava-se de dor e
desconforto na região. Após a aquisição dos cortes
tomográficos, observamos a perfuração do seio maxilar direito
e restos radiculares correspondente ao terceiro molar
envolvendo as raízes do segundo molar. Caso fosse
detectada tal relação previamente, talvez o tratamento cirúrgico
não resultasse na perfuração do seio maxilar.
PC086 - RELATO DE CASO DE CÔNDILO BÍFIDO VERDADEIRO
– IMAGENS DE RM.
DANIELA PITA MELO; SOLANGE MARIA ALMEIDA; FRAB
NORBERTO BÓSCOLO; PAULO FLORES CAMPOS.
UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL.
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
O côndilo bífido é descrito como uma condição rara e de
etiologia desconhecida. Recentemente, no intuito de evitar
ambigüidade na terminologia, foi sugerido que o termo
côndilo bífido deve ser aplicado somente aos casos de
côndilos múltiplos no plano sagital - dois ou mais côndilos
no sentido antero-posterior. Relataremos um caso de côndilo
bífido antero-posterior diagnosticado em um exame de
ressonância magnética de ATM. Paciente de 39 anos, sexo
feminino, queixando-se de dificuldade em abrir a boca.
Questionada, a paciente não referiu sintomatologia dolorosa,
crepitação ou estalidos articulares. Ao exame físico,
observamos limitação de abertura de boca, com deflexão
da mandíbula para o lado esquerdo, sem correção da
trajetória ao final do movimento. Como amplitude de abertura,
registramos 3,5cm medidos na linha média. As imagens de
ressonância magnética mostraram, para o lado esquerdo e
em boca fechada, côndilo bífido (uma cabeça anterior e outra
posterior) e dupla cavidade articular. O disco articular
apresentou-se corretamente interposto à cabeça anterior
do côndilo e à fossa anticular correspondente. Em boca
aberta, percebemos mínima movimentação do côndilo,
justificada pela configuração anômala dos componentes
ósseos articulares.
PC087 - REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE A IDENTIFICAÇÃO
DE ATEROMAS EM ARTÉRIAS CARÓTIDAS OBSERVADAS EM
RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS ASSOCIADAS A FATORES DE
RISCO.
MATEUS ERICSON FLORES; ANDREA DOLESKI PRETTO;
JOÃO GERALDO MARTINS DE SOUZA; GISELE ROVANI;
FERNANDA BEDIN.
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO, PASSO FUNDO, RS,
BRASIL.
A radiografia panorâmica tem sido avaliada nas últimas
décadas, como uma possível ferramenta na identificação de
ateromas calcificados em artéria carótida. Pesquisas foram
feitas com grupos com e sem histórico de lesões e alterações
sistêmicas. Questiona-se o papel do Cirurgião-Dentista na
identificação destes potenciais pacientes, bem como a
qualidade deste exame para diagnóstico sugestivo desta
patologia. Neste estudo foram utilizados artigos publicados
nos últimos 25 anos sobre identificação de ateromas em
artérias carótidas em radiografias panorâmicas, avaliando
se esta radiografia pode contribuir no diagnóstico precoce de
ateromas e se a presença de fatores risco aumenta a sua
incidência. No site http://www.pubmed.gov lançou-se as
palavras-chaves “panoramic radiography; atheroma; CVA;
stroke”. Os critérios de inclusão foram: estudos em
populações com amostragem de conveniência ou não; com
e sem fatores de risco associados; utilização da radiografia
panorâmica; e publicação na língua inglesa. Tabulou-se
dados apresentados nestes artigos, relacionados a fatores
de risco e a partir disso obtido um novo texto. A média de
pacientes com calcificações em pesquisas com amostragem
com fatores de risco foi de 7%, sendo superior ao grupo de
pesquisas com amostragem sem fatores de risco (3%).
Isoladamente todos os fatores de risco foram superiores no
grupo específico. A radiografia panorâmica não deve ser um
método de primeira escolha para o diagnóstico inicial de
ateroma em artéria carótida, pois em algumas radiografias
não foram apresentadas lesões, onde outros métodos a
comprovaram. A radiografia panorâmica pode ser considerada
um método auxiliar colaborando no diagnóstico dos ateromas
em pacientes assintomáticos.
PC088 - LINFOMA PLASMABLÁSTICO EM CAVIDADE BUCAL:
SINAL INICIAL DE INFECÇÃO POR HIV.
FLÁVIA MORAES RAMOS PEREZ1; FÁBIO ABREU ALVES2;
JOSÉ DIVALDO PRADO3; DANYEL ELIAS CRUZ PEREZ4.
1.FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABAUNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2,3,4.HOSPITAL AC
CAMARGO, SAO PAULO, SP, BRASIL.
Linfoma plasmablástico é uma neoplasia maligna agressiva
que ocorre mais freqüentemente na cavidade oral de pacientes
infectados pelo HIV. O diagnóstico da lesão pode ser o primeiro
sinal de infecção por HIV. O objetivo deste estudo é descrever
um caso raro de linfoma plasmablástico como primeiro sinal
de infecção por HIV. Paciente do gênero masculino, 42 anos
de idade, compareceu ao Departamento de Estomatologia,
Hospital A. C. Camargo, São Paulo, queixando de aumento de
volume gengival com 2 meses de evolução. Ao exame intrabucal foi observada lesão exofítica, superfície irregular, invasiva
e avermelhada, localizada em gengiva maxilar direita, a qual
se estendia do dente 13 ao 17, medindo cerca de 5 cm de
extensão. Tomografia computadorizada revelou lesão com
densidade de partes moles, infiltrativa, que causava destruição
de tecido ósseo adjacente. Linfoma e sarcoma foram as
principais hipóteses de diagnóstico. Sob anestesia local, foi
realizada biópsia incisional. Microscopicamente, foram
observadas células atípicas e pleomórficas, com morfologia
plasmablástica. Análise imunoistoquímica mostrou células
tumorais positivas para CD138 e CD30 e negativas para CD20
e CD79, sendo estabelecido o diagnóstico final de linfoma
plasmablástico. Como existe associação deste tumor com
infecção por HIV, o paciente realizou testes sorológicos, os
quais foram positivos para infecção por HIV. O paciente foi
submetido à quimioterapia, apresentando remissão completa
da lesão. Simultaneamente ao tratamento oncológico, o
paciente iniciou o tratamento antiretroviral. Após 15 meses de
seguimento, o paciente permanece livre da doença. Embora
raro, o linfoma plasmablástico pode ser primeiro sinal da
infecção por HIV.
PC089 - CISTO ÓSSEO ANEURISMÁTICO EM MANDÍBULA:
RELATO DE CASO CLÍNICO.
FLÁVIA MORAES RAMOS PEREZ1; ANDRÉ CAROLI ROCHA2;
FÁBIO ABREU ALVES3; DANYEL ELIAS CRUZ PEREZ4.
1.FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABAUNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2,3,4.HOSPITAL AC
CAMARGO, SAO PAULO, SP, BRASIL.
O cisto ósseo aneurismático (COA) é uma lesão intra-óssea
não neoplásica, de etiologia desconhecida. Apresenta-se
como lesão expansiva, mais comumente localizada nas
diáfises dos ossos longos e coluna vertebral. A ocorrência de
COA nos ossos da face é rara. O objetivo deste trabalho é
descrever um caso de COA localizado na mandíbula. Paciente
ELS, gênero feminino, 15 anos de idade, procurou
atendimento no Departamento de Estomatologia, Hospital A.
C. Camargo, São Paulo, queixando-se de tumefação facial
dolorosa com 8 meses de evolução. Exame extra-bucal
revelou assimetria facial devido a aumento de volume
localizado na face do lado direito, o qual estava recoberto por
pele de coloração normal, apresentando consistência firme,
75
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
doloroso à palpação e medindo cerca de 6 cm. Ao exame
intra-bucal foi observado abaulamento em ramo ascendente
da mandíbula. Radiografia panorâmica mostrou lesão
osteolítica, expansiva e multilocular envolvendo todo o ramo
mandibular direito. Tomografia computadorizada de face
revelou lesão expansiva com septações em ângulo
mandibular, que provocava rompimento das corticais ósseas
vestibular e lingual. Ameloblastoma e COA foram as hipóteses
de diagnóstico. Sob anestesia local, foi realizada biópsia
incisional. Análise microscópica revelou a presença de várias
cavidades preenchidas por sangue, as quais eram formadas
por células fusiformes entremeadas por células gigantes
multinucleadas, confirmando diagnóstico de COA. Sob
anestesia geral, paciente foi submetida à curetagem vigorosa
de toda lesão. Atualmente paciente está sob
acompanhamento clínico e radiográfico e não apresenta
sinais de recidiva após 30 meses de tratamento.
PC090
- ASPECTOS
IMAGINOLÓGICOS
E
HISTOPATOLÓGICOS DE UMA LESÃO FIBRO-ÓSSEA
BENIGNA: RELATO DE CASO CLÍNICO.
FLÁVIA MORAES RAMOS PEREZ1; JOSÉ DIVALDO PRADO2;
SOLANGE MARIA ALMEIDA3; FRAB NORBERTO BÓSCOLO4;
DANYEL ELIAS CRUZ PEREZ5.
1,3,4.FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABAUNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2,5.HOSPITAL AC
CAMARGO, SAO PAULO, SP, BRASIL.
As lesões fibro-ósseas benignas constituem um grupo de
patologias de natureza reativa, displásica ou neoplásica, as
quais usualmente se apresentam radiograficamente como
lesões mistas. O diagnóstico definitivo é estabelecido pela
correlação das características clínicas, imaginológicas e
histopatológicas. O objetivo deste estudo é relatar um caso
de lesão fibro-óssea benigna sugestiva de fibroma ossificante
central (FOC), enfatizando suas características
imaginológicas e histopatológicas. Paciente do gênero
masculino, 17 anos de idade, procurou atendimento em uma
Clínica Odontológica particular devido a lesão mandibular
diagnosticada em exame radiográfico de rotina. Ao exame
clínico extra-bucal, observou-se discreto aumento de volume
no lado direito da face, indolor e duro à palpação. O exame
clínico intra-bucal não revelou nenhuma alteração
significativa. O exame radiográfico revelou lesão radiolúcida
no ramo direito da mandíbula, unilocular, bem delimitada,
medindo cerca de 6 cm. A lesão causava adelgaçamento da
cortical posterior do ramo. A tomografia computadorizada
revelou lesão com densidade de partes moles, contendo
numerosas estruturas com densidade de tecido duro e
provocava abaulamento das corticais vestibular e lingual. A
principal hipótese de diagnóstico foi de lesão fibro-óssea
benigna, principalmente o FOC. Sob anestesia local, foi
realizada biópsia incisional. Histologicamente foi observado
tecido conjuntivo celularizado com numerosas estruturas
calcificadas, sem atipias ou pleomorfismo celular, sugestivo
de uma lesão fibro-óssea benigna. As características clínicas,
imaginológicas e histopatológicas são compatíveis com o
diagnóstico de FOC. A terapia proposta foi a excisão cirúrgica
da lesão, porém o paciente recusou o tratamento. Atualmente,
o seguimento do paciente foi perdido. Em resumo, o FOC
pode atingir grandes dimensões sem apresentar sintomas.
Exames radiográficos de rotina são importantes, pois podem
revelar lesões ósseas assintomáticas.
76
PC091 - AJUSTES DE IMAGENS POR MEIO DA UTILIZAÇÃO
DO SOFTWARE ADOBE PHOTOSHOP CS3 EM RADIOGRAFIAS
PANORÂMICAS DIGITAIS.
SÉRGIO SOARES BATISTA; ORIVALDO TAVANO.
CPO SÃO LEOPOLDO MANDIC, CAMPINAS, SP, BRASIL.
A evolução da informática e a propagação do seu uso, tem
tornado possível cada vez mais a utilização dessa tecnologia
na Odontologia, o que vem motivando a substituição das
documentações escritas e imagens dos pacientes em
arquivos digitais. O estudo das imagens digitais das
radiografias, através da utlização de softwares, pode fornecer
recursos de otimização da imagem não disponíveis nos
métodos convencionais, resultando numa melhora da
visualização dos detalhes anatômicos e patológicos das
imagens analisadas.
PC092 - AVALIAÇÃO DA CORTICAL ÓSSEA DO FÊMUR DE
RATAS MEDICADAS COM CORTICÓIDE E BIFOSFONATO.
KILIAN CHRISTMANN; CELIA REGINA WINCK MAHL; VANIA
REGINA CAMARGO FONTANELLA.
ULBRA, CANOAS, RS, BRASIL.
A osteoporose é uma doença sistêmica progressiva
caracterizada por diminuição da massa óssea. O aumento
de risco à osteoporose tem sido associado ao tratamento
com glicocorticóides. No tratamento de osteoporose induzida
por glicocorticóides, o padrão ouro no tratamento
farmacológico é o bifosfonato. Este estudo objetivou comparar
a espessura e a densidade da cortical óssea em imagens
de tomografia computadorizada do fêmur de ratas submetidas
à administração de glicocorticóide, seguida ou não de
bifosfonato. Foram utilizadas 36 fêmeas jovens de Rattus
Norvegicus da linhagem Wistar, divididas em três grupos com
doze animais: (1) controle, (2) glicocorticóide e (3) bifosfonato.
Os animais foram tratados por doze semanas. O grupo 1
recebeu injeções subcutâneas de solução salina, o 2 recebeu
acetato de metilprednisolona (1 mg/kg) e o grupo 3 recebeu
tratamento adicional com risedronato (3mg/kg). Os animais
foram mortos e o fêmur esquerdo dissecado, do qual foram
obtidas imagens por tomografia computadorizada. Um
observador selecionou um corte axial central, que foi ampliado
3,8 vezes e submetido a filtro de nitidez. Desta imagem foram
obtidas medidas da espessura e densidade da cortical. A
ANOVA evidenciou que não existe diferença significativa entre
os grupos para a medida de espessura da cortical (p=0,897).
A medida de densidade foi significativamente maior no grupo
risedronato (p=0,007). Conclui-se que a tomografia
computadorizada foi capaz de expressar alterações da
densidade do osso cortical do fêmur de ratas medicadas
com risedronato e não permitiu a verificação de alterações
associadas ao uso de corticóide
PC093 - INFLUENCIA DA REGIÃO RADIOGRAFADA E DA FASE
DO TRATAMENTO ENDODONTICO NA QUALIDADE DE
RADIOGRAFIAS PERIAPICAIS.
MARCIO ANTONIO BORGES 1; KALIANNA PEREIRA DE
FRANÇA2; ANDRÉA DOS ANJOS PONTUAL3; DANIELLE
BRUNO LAGO4; MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL5.
1,3.UFPE, RECIFE, PE, BRASIL; 2,5.UFPB, RECIFE, PE,
BRASIL; 4.FOC ACSSES, CARUARU, PE, BRASIL.
A presença de isolamento absoluto e a necessidade de maior
brevidade de obtenção de radiografias durante a terapia
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
endodôntica podem influenciar na qualidade das mesmas.
Desta forma, foi objetivo neste trabalho, verificar a existência
de influência da região radiografada e da fase de tratamento
endodôntico na qualidade de radiografias periapicais. Foram
avaliadas por um especialista em Radiologia Odontológica,
427 radiografias arquivadas de pacientes atendidos pelos
alunos durante os semestres 2006.2 e 2007.1, da Clinica de
Endodontia da UFPB. Para estudar o efeito da fase de
tratamento e da região sobre a ocorrência de erros de técnica
nas radiografias, foi utilizado o teste qui”quadrado com nível
de significância de 0,05. Das 427 radiografias, 349 (81,73%)
apresentaram falhas decorrentes de erros cometidos durante
a sua obtenção. Não houve diferença significativa entre as
proporções de radiografias com erros de técnica, de acordo
com as fases do tratamento endodôntico (p=0.188). Houve
diferença significativa nas proporções entre a presença de
erros de acordo com as regiões radiografadas (p<0,05),
apresentado menor percentual a região de incisivos inferiores
(30,77%) e maior percentual a região de caninos superiores
(100%). Concluiu-se que as regiões radiografadas
influenciam na obtenção de radiografias de qualidade,
enquanto que as fases de tratamento endodôntico não
influenciam. As dificuldades impostas pelo isolamento
absoluto podem ser superadas quando respeitados os
requisitos técnicos para obtenção de uma radiografia de
qualidade.
PC094 - TC NO DIAGNÓSTICO DE ESPESSAMENTO DA
MUCOSA SINUSAL DE ORIGEM ODONTOGÊNICA.
KAREN BORGES WALTRICK; MURILLO ABREU JUNIOR;
MÁRCIO CORRÊA.
UFSC, FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL.
A tomografia computadorizada (TC) teve seu uso difundido
no planejamento pré-cirúrgico em Implantodontia pela
possibilidade de fornecer imagens dos maxilares em
secções, sem a superposição de estruturas indesejáveis. A
análise dos possíveis locais para a colocação dos implantes
engloba tanto a quantidade de osso disponível no rebordo
alveolar (altura e espessura) quanto a anatomia da região
de interesse e sua relação com estruturas anatômicas
nobres. Na maxila, o seio maxilar pode ser considerado como
a estrutura anatômica mais importante, e sua relação com o
rebordo alveolar deve ser adequadamente avaliada. De
acordo com os relatos da literatura, a TC fornece grande
detalhamento anatômico do seio maxilar e apresenta alta
sensibilidade na detecção de anormalidades presentes,
sendo o espessamento da mucosa a alteração mais
encontrada. O espessamento mucoso sinusal é considerado
positivo quando o tecido mole se apresenta com 4 mm ou
mais de espessura, e muito freqüentemente está associado
a afecções odontogênicas, surgindo secundariamente a partir
da presença de lesões periapicais e/ou doença periodontal
em dentes posteriores. O presente trabalho objetiva
demonstrar, através de diferentes casos clínicos, a presença
do espessamento da mucosa do seio maxilar associado à
periapicopatias e periodontopatias em imagens de TC. Neste
contexto, é imprescindível que o Radiologista saiba
reconhecer a presença de espessamento e relacionar as
prováveis causas, alertando o profissional clínico, por
exemplo, sobre a presença de infecções odontogênicas
próximas, adjacentes às áreas edêntulas, futuros sítios de
implante.
PC095 - ESTUDO DA PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÕES
ÓSSEAS NA ATM EM UMA AMOSTRA POPULACIONAL DE
RECIFE-PE.
MARCO ANTÔNIO GOMES FRAZÃO1; JOYCE SOARES LEITÃO
FREIRE2; JOANNA MARTINS NOVAIS BARBOSA3; ANDRÉA
DOS ANJOS PONTUAL4; MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL5.
1,4.UFPE, RECIFE, PE, BRASIL; 2,5.UFPB, JOÃO PESSOA,
PE, BULGáRIA; 3.FOR, RECIFE, PE, BRASIL.
Foi objetivo neste trabalho, avaliar a prevalência das
alterações ósseas da articulação temporomandibular (ATM),
por meio da tomografia de feixe cônico, numa amostra
populacional de Recife-PE. Foram examinadas imagens
tomográficas de feixe cônico de ATMs de pacientes que foram
atendidos num período de um ano, em um serviço privado de
Radiologia Odontológica da cidade de Recife-PE. As imagens
foram avaliadas utilizando o programa do tomógrafo de feixe
cônico iCAT®, num computador com monitor de 21", por um
radiologista. Do total de 319 pacientes, 227 (71,16%)
apresentavam alterações ósseas, sendo que 187 (74,8%)
dos pacientes do sexo feminino e, 40 (57,97%) dos pacientes
do sexo masculino, apresentavam alterações ósseas em,
pelo menos, uma das ATMs, perfazendo 382 (59,9%) ATMs
com alterações. Com exceção da oitava década de vida, a
prevalência das alterações degenerativas nas ATMs aumentou
com a idade, sendo mais prevalente na sétima década, com
94% dos pacientes desta faixa etária. As alterações
encontradas foram facetamento (68%), osteofito (25%),
esclerose óssea subcondral (5%), erosão (1%) e pseudocisto
(1%). Osteofito e facetamento (29%) e, facetamento e
esclerose (3%), foram as associações mais encontradas.
Pôde-se concluir que: a prevalência de pacientes, que
apresentam alterações ósseas degenerativas nas ATMs é
alta; o sexo feminino apresenta maior prevalência para
alterações ósseas degenerativas da ATM e, com exceção da
oitava década de vida, a prevalência das alterações
degenerativas aumenta com a idade, sendo mais prevalente
na sétima década.
PC096 - QUALIDADE DA IMAGEM RADIOGRAFICA NA CLÍNICA
DE ENDODONTIA DA UFPB.
MARCO ANTÔNIO GOMES FRAZÃO1; KALIANNA PEREIRA DE
FRANÇA2; JOANNA MARTINS NOVAIS BARBOSA3; SOLANGE
MARIA ALMEIDA4; MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL5.
1.UFPE, RECIFE, PE, BRASIL; 2,5.UFPB, JOÃO PESSOA, PB,
BRASIL; 3.FOR, RECIFE, PE, BRASIL; 4.FOP UNICAMP,
PIRACICABA, SP, BRASIL.
Teve-se como objetivo, avaliar a qualidade da imagem de
radiografias periapicais arquivadas de pacientes atendidos
pelos alunos durante os semestres de 2006.1 e 2006.2, na
Clinica de Endodontia da UFPB. Sob condições ideais de
iluminação, 427 radiografias periapicais foram avaliadas em
um negatoscópio com máscara, por um especialista em
Radiologia Odontológica. Do total de 427 radiografias, 349
(81,73%) apresentaram falhas, sendo que 16,9%
apresentaram falhas de técnica, 30,6% possuíam falhas
decorrentes de erros de processamento, 3,7%
demonstraram falhas de fase indefinida e 48,7% das
radiografias apresentaram falhas de mais de uma fase de
obtenção. Houve um total de 651 falhas, sendo 34,2% de
técnica, 53,9% de processamento e 11,8% indefinidos. As
falhas de técnicas mais freqüentes foram distorção por
77
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
angulação vertical insuficiente (35,4%), enquadramento por
posicionamento incorreto do filme (19,7%) e posicionamento
incorreto do picote (19,7%). Manchas marrons (49,9%) e
radiografias arrahadas (25%) foram as falhas de
processamento mais freqüentes, sendo a imagem clara
(95%) mais freqüente para a fase indefinida. Concluiu-se que:
falhas radiográficas são passíveis de acontecer durante o
tratamento endodôntico, o que causa obtenção de imagens
com qualidade inadequada, sendo de valor diagnostico e
legal questionável; o processamento realizado na clínica de
graduação de Endodontia deve ser mais criterioso, utilizando
o método temperatura/tempo; há necessidade de ser revista
a metodologia de ensino nas Disciplinas de Endodontia e
Radiologia Odontológica.
PC097 - DISPLASIA FIBROSA CRANIOFACIAL: RELATO DE
CASO CLÍNICO.
FERNANDO BEZERRA ROMUALDO SILVA; VALÉRIA CATARINA
SENA GABRIEL; RODRIGO MOREIRA BRINGEL COSTA;
ARMANDO COSTA FERREIRA.
UFPA, BELÉM, PA, BRASIL.
A Displasia Fibrosa Craniofacial trata-se de uma lesão fibroóssea resultante da extensão de uma Displasia Fibrosa –
Monostótica – de maxila para ossos adjacentes a ela, como
zigoma, esfenóide e/ou occipital. Apresentando-se como um
crescimento anormal unilateral de maxila, devido à produção
excessiva de tecido fibroso local. Esta patologia acomete
majoritariamente pessoas das duas primeiras décadas (020), sem predileção por sexo. A Displasia Fibrosa é uma lesão
de crescimento hamartomatoso não-neoplásico (REGEZZI,
2000). Trata-se, segundo Neville (2004), de uma condição
esporádica resultante de uma mutação pós-zigótica do gene
GNAS 1. Clinicamente, mostra-se como uma tumefação
indolor do osso afetado, de crescimento lento, podendo
produzir considerável deformação. Embora acometa pessoas
de 0-20 anos, Pinsolle (1998), revisando 25 pacientes, obteve
uma média de idade de 23 anos. Sua apresentação clássica
tem sido descrita como radiopaca com numerosas trabéculas
ósseas, conferindo-lhe um aspecto de “vidro-fosco”; o
processo parece misturar-se com o osso normal
circunvizinho, sem evidência de definição. Seu tratamento
baseia-se em cirúrgica cosmética de contorno, embora
alguns autores recomendem excisão cirúrgica radical. Neste
trabalho, será feita a exposição do caso clínico de uma
paciente de 11 anos, com esta patologia mais complexa
(Craniofacial). Tal lesão apresentou crescimento rápido e
certa parestesia, sendo confundida clinicamente com outras
lesões. Seu diagnóstico foi feito através de radiografias,
tomografias computadorizadas e reconstrução em 3D.
PC098 - AUXÍLIO DA TOMOGRAFIA DE FEIXE CÔNICO EM UM
CASO DE TUMOR ODONTOGÊNICO CERATOCÍSTICO.
MARCO ANTÔNIO GOMES FRAZÃO1; ANDRÉA DOS ANJOS
PONTUAL2; JOANNA MARTINS NOVAIS BARBOSA3; FRAB
NORBERTO BÓSCOLO 4; MARIA LUIZA DOS ANJOS
PONTUAL5.
1,2.UFPE, RECIFE, PE, BRASIL; 3.FOR, RECIFE, PE, BRASIL;
4.FOP UNICAMP, RECIFE, SP, BRASIL; 5.UFPB, RECIFE, PB,
BRASIL.
O tumor odontogênico ceratocístico (TOC) é uma lesão de
provável origem dos remanescentes celulares da lâmina
78
dentária, de natureza agressiva e com altas taxas de recorrência.
Esta lesão foi descrita primeiramente como cisto primordial e
em 1950 foi substituído pelo termo ceratocisto odontogênico,
entretanto, devido às suas características e ao seu potencial de
crescimento é atualmente classificada como um tumor benigno
denominado TOC (OMS, 2005). Geralmente, é assintomático e
muitas vezes descoberto em exame radiográfico de rotina. Este
trabalho tem como objetivo demonstrar a utilização e importância
da tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) em um
caso de TOC. Paciente do sexo feminino, 12 anos, leucoderma
foi encaminhada para realização de TCFC da mandíbula por
apresentar significante aumento de volume na região geniana
esquerda. Na TCFC, observou-se ausência do terceiro molar
inferior esquerdo e lesão osteolítica multilocular no ramo
mandibular esquerdo com extensão ao dente 37, expansão,
adelgaçamento e áreas de destruição das corticais vestibular e
lingual. Mediante a ausência dentária, o diagnóstico
imaginológico inicial foi de TOC, confirmado através do exame
histopatológico. Após 06 meses de tratamento, na TCFC,
observaram-se sinais de osteogênese com redução da luz da
lesão e integridade cortical e, posteriormente, em nova tomografia
com 01 ano, regressão da lesão. Conclui-se que a TCFC auxilia
no diagnóstico, plano de tratamento e proservação do TOC.
PC99 - AVALIAÇÃO DAS SINUSOPATIAS INFLAMATORIAS E
VARIANTES ANATOMICAS DOS SEIOS DA FACE POR
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA.
VANIO SANTOS COSTA1; AUREA VALERIA DE MELO FRANCO2;
LUIZ ROBERTO MALHAES JUNIOR3.
1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS, MACEIÓ, AL,
BRASIL; 2.CESMAC, MACEIÓ, AL, BRASIL; 3.SAO
LEOPOLDO M, CAMPINAS, SP, BRASIL.
A sinusopatia inflamatória é uma das patologias crônicas
dos seios da face que mais acomete a população mundial,
sua etiopatogenia está associada à inflamação das
membranas da mucosa paranasal, resultante de processos
infecciosos, trauma ou reação alérgica. A presença de
alterações anatômicas no complexo ostiomeatal, que pode
dificultar a ventilação e a drenagem das cavidades
paranasais, também já foi relacionada à patogênese desta
entidade. O objetivo desta pesquisa foi fazer um estudo
retrospectivo da prevalência das variações anatômicas nos
seios da face através de tomografia computadorizada, em
indivíduos com e sem sinusopatia inflamatória crônica.
Foram utilizados 500 exames dos seios da face, onde se
avaliou a presença ou ausência de sinusopatia, fazendo
uma correlação com as principais variantes anatômicas dos
seios da face: desvio de septo, concha bolhosa, célula Haller,
pneumatização do processo uncinado e corneto
paradoxal.Os dados coletados foram submetidos a analise
estatística através do teste Qui-quadrado e Odds Ratio. Os
resultados demonstraram que não houve associação
estatisticamente significante (p=0,78) entre a presença de
variação anatômica e a presença de sinusopatia. Entretanto,
esta diferença pode ser observada quando se analisou
separadamente a presença de sinusopatia com desvio de
septo (p<0,01) e a presença de sinusopatia com concha
bolhosa (p=0,01). Conclui-se que a simples identificação
da variação anatômica não determina risco para o
desenvolvimento da sinusopatia, no entanto, indivíduos com
desvio de septo e concha bolhosa têm maior probabilidade
de desenvolver esta doença.
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
PC100 - AMELOBLASTOMA UNICÍSTICO: RELATO DE CASO
CLÍNICO.
VALÉRIA CATARINA SENA GABRIEL; RODRIGO MOREIRA
BRINGEL COSTA; FERNANDO BEZERRA ROMUALDO SILVA;
ARMANDO COSTA FERREIRA.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL.
O ameloblastoma consiste na patologia mais comum entre
os tumores odontogênicos epiteliais, sendo o de maior
significado clínico. Sua origem está relacionada a
remanescentes do epitélio odongênico. Ocorre em três
situações clínico-radigráficas: multicístico, unicístico e
periférico (Neville, 2004). Neste trabalho será feita a
exposição de um caso clínico de paciente do sexo feminino,
3ª década de vida, que apresentou lesão de ameloblastoma
unicístico, confirmada após exames radiográficos e
histopatológico. A paciente foi submetida a radiografias,
tomografias computadorizadas e reconstrução em 3D,
seguido de descompressão da lesão e acompanhamento
radiográfico desde então. Segundo Neville (2004), o
ameloblastoma unicístico corresponde a cerca de 10% a
15% dos casos de ameloblastoma intra-ósseos. Pode se
originar de novo (como uma neoplasia) ou ser resultante da
transformação neoplásica do epitélio de um cisto nãoneoplásico. Ocorre entre a segunda e terceira décadas
(média de 23 anos), freqüentemente em região posterior de
mandíbula. Radiograficamente pode apresentar-se como
uma área radiotransparente circundando um terceiro molar
incluso (semelhante ao cisto dentígero) ou como áreas
radiotransparentes bem definidas, podendo possuir margens
festonadas. Seu tratamento é controvertido, variando de
ressecção local preventiva à enucleação com rigoroso
acompanhamento radiográfico (Neville, 2004). A paciente
apresentou tumefação e expansão assintomática das
corticais, significativa reabsorção do hemi-arco um e
divergência radicular dos elementos 12 e 13. Trata-se de um
caso incomum, devido a sua localização (maxila) e extensão
(parede lateral da cavidade nasal ao assoalho de órbita)
sendo, portanto, de grande relevância à comunidade científica.
PC101 - OSTEOPETROSE: RELATO DE CASO CLÍNICO.
RODRIGO MOREIRA BRINGEL COSTA; FERNANDO
BEZERRA ROMUALDO SILVA; VALÉRIA CATARINA SENA
GABRIEL; ARMANDO COSTA FERREIRA.
UFPA, BELÉM, PA, BRASIL.
A osteopetrose é um grupo de doenças esqueléticas,
caracterizada pelo aumento anormal da densidade óssea.
Trata-se de uma condição hereditária rara. Tem envolvimento
direto com a odontologia, além de sugestivo aspecto
radiográfico. Neste trabalho será feita a exposição do caso
clínico de uma paciente (atualmente com 27 anos) cuja
doença fora diagnosticada aos 5 anos, e acompanhado por
meio de radiografias e tomografias computadorizadas desde
então. Constatou-se também osteomielite, com posterior
mandibulectomia bilateral. a osteopetrose pode ter origem
autossômica recessiva (infantil) ou dominante (adulta).
Consiste em uma má remodelação óssea com
espessamento cortical e esclerose medular, devido a uma
deficiência na função dos osteoclastos. A infantil subdividese em maligna, intermediária e transitória. A maligna, mais
agressiva, está geralmente associada à falência da medula
óssea, granulocitopenia, fraturas freqüentes e compressões
nervosas (Neville, 2004). As outras duas são muito menos
danosas. A forma adulta (a mais branda) tem
aproximadamente 40% dos casos assintomáticos. Sob
aspecto odontológico, os casos estão muitas vezes
relacionados à erupção retardada, esfoliação prematura e
hipoplasia de esmalte (Regezi, 2000). Radiograficamente
apresenta-se como uma ou várias radiopacidades difusas,
que podem dificultar a visualização das raízes dos dentes ou
a diferenciação das porções medulares e corticais. A
osteopetrose possui sintomatologia e prognóstico variados,
dependendo do subtipo, sendo imprescindível um diagnóstico
rápido e preciso. Seqüelas são freqüentes (como a
mandibulectomia da paciente). Portanto, este trabalho visa o
acréscimo de conhecimento sobre esta patologia, devido a
sua importância e raridade, para comunidade científica.
PC102 - COMPARAÇÃO ENTRE TOMÓGRAFOS MULTISLICE
E CONE BEAM.
ROBERTO HEITZMANN RODRIGUES PINTO 1; PAULO
RENATO DIAS SILVA2.
1.FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS, SÃO PAULO,
SP, BRASIL; 2.USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.
Os métodos de diagnóstico por imagem têm mostrado
importância crescente na Odontologia. A evolução tecnológica
passou dos exames radiográficos convencionais intra e
extrabucais às tomografias, dentre outros exames
imaginológicos, em um curto espaço de tempo. Tomografia
é um termo genérico utilizado para designar uma imagem de
uma secção do corpo humano, tornando-se um importante
recurso para a observação tridimensional das estruturas
anatômicas e de processos patológicos. A tomografia
computadorizada consiste na análise dos dados e na
transformação dos mesmos em uma escala de tons cinza, após
a passagem dos raios X por uma determinada estrutura
biológica. Atualmente encontramos no mercado os tipos:
multslice, helicoidal, linear e cone beam. Neste trabalho foram
abordadas as vantagens e as diferenças entre a tomografia
multslice e cone beam. O multslice é bastante utilizado na área
médica e odontológica, diferentes autores têm relatado sua
grande acurácia e alta reprodutibilidade na avaliação de áreas
edêntulas para colocação de implantes dentários e avaliação
de áreas patológicas, entretanto, o cone beam foi desenvolvido
com o objetivo de proporcionar uma imagem volumétrica
semelhante ao dos tomógrafos médicos, porém com as
vantagens de utilizar uma dose menor de radiação, de
proporcionar uma excelente imagem em termos técnicos e com
mínima distorção, menor custo, de fácil manuseio, menores
dimensões e tempo reduzido para obtenção dos exames.
PC103 - CORRELAÇÃO ENTRE CALCIFICAÇÃO DOS
TERCEIROS MOLARES E IDADE CRONOLÓGICA NUMA
AMOSTRA POPULACIONAL DE JOÃO PESSOA-PB.
MARCIO ANTONIO BORGES 1; KALIANNA PEREIRA DE
FRANÇA2; RICARDO VILLAR BELTRÃO3; REJANE TARGINO
BELTRÃO4; MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL5.
1.UFPE, RECIFE, PE, BRASIL; 2,4,5.UFPB, JOÃO PESSOA,
PB, BRASIL; 3.UFBE, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL.
Foi objetivo neste trabalho, correlacionar a idade cronológica
e mineralização dentes terceiros molares em uma amostra
populacional de João Pessoa-PB. Foram utilizadas 173
radiografias panorâmicas, de pacientes com 5 anos e meio
79
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
a 21 anos de idade, obtidas num período de seis meses, em
serviço privado de Radiologia Odontológica. Todas as imagens
foram salvas em formato TIFF e avaliadas por um examinador
utilizando o programa Visualizador de Imagem e Fax do
Windows, em um monitor com 17´. Para a análise da relação
entre idade, estágio de calcificação proposto por Demirjian,
sexo e dente, ajustou-se um modelo de regressão linear
múltipla, considerando a idade como variável resposta. Para
comparação das médias da idade, segundo o estágio de
calcificação, realizou-se o teste F. Em todos os testes, foi
utilizado o intervalo de confiança de 0,05. Tanto o sexo quanto
o estágio de calcificação estiveram significativamente
correlacionados com as idades dos pacientes. Não houve
diferenças significativas na mineralização dos dentes terceiros
molares entre os sexos. Entre dois estágios consecutivos, o
aumento médio da idade variou 16 meses. Concluiu-se que:
há semelhança do desenvolvimento entre os dentes terceiros
molares e em ambos os sexos; o desenvolvimento dos dentes
terceiros molares do lado direito e esquerdo é semelhante na
maioria dos estágios; é possível estimar a idade dos pacientes
com idades de 5 anos e meio a 21 anos, de acordo com os
estágios de calcificação dos dentes terceiros molares, é
importante estudar a idade média para os graus de calcificação
dos dentes terceiros molares nas diversas regiões do Brasil,
sendo a calcificação dos terceiros molares uma ferramenta
auxiliar no estudo da idade cronológica.
PC104 - A IMPORTÂNCIA DA RADIOGRAFIA PANORÂMICA
COMO DOCUMENTO INDISPENSÁVEL A QUALQUER
PACIENTE.
ERNESTO DE FARIA DOMINGUES; DANIELLE BRUNO LAGO;
EDSÂNIO DEYVERSON DOS SANTOS; MARCIO ANTONIO
BORGES.
ASCES, CARUARU, PE, BRASIL.
A radiografia panorâmica é um importante exame radiográfico
utilizado para o diagnóstico e planejamento terapêutico das
doenças dos dentes e dos ossos da face. Atualmente, a
maioria dos dentistas solicita esse exame no início e no
controle dos tratamentos odontológicos. O que é radiografia
panorâmica e quais são as suas vantagens? O exame
ortopantomográfico, mais conhecido como radiografia
panorâmica, é um exame útil e bastante prático para
complementar o exame clínico no diagnóstico das doenças
dos dentes (cáries ou doenças endodônticas) e dos ossos
da face. Através desse exame, o dentista pode visualizar todos
os dentes de uma só vez, inclusive os que ainda não estão
erupcionados. Cáries, fraturas dentais, infecções ou outras
doenças dos ossos que sustentam os dentes podem ser
visualizadas e, muitas vezes, diagnosticadas. Além do
diagnóstico das lesões dentais, quais as outras indicações
das radiografias panorâmicas? Praticamente no diagnóstico
de todas as lesões dos ossos da maxila e mandíbula. Através
desse exame, pesquisam-se reabsorções ósseas e
radiculares, cistos, tumores, inflamações, fraturas pósacidentes, distúrbios da articulação temporomandibular (que
causam dor na região de ouvido, face, pescoço e cabeça) e
sinusite. É comum solicitá-lo também como exame préoperatório em cirurgias dos dentes e ossos.
PC105 - RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA E SUA
RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL.
ERNESTO DE FARIA DOMINGUES; DANIELLE BRUNO LAGO;
80
EDSÂNIO DEYVERSON DOS SANTOS; MARCIO ANTONIO
BORGES.
ASCES, CARUARU, PE, BRASIL.
A Radiologia Odontológica é a especialidade da Odontologia
que, com a utilização dos Raios-X ou equipamentos que
emitem outros tipos de radiações, adquiridas através de
filmes radiográficos ou sensores, procura fornecer uma
imagem “interna” das estruturas anatômicas do campo bucomaxilo-facial e de outras relacionadas à Odontologia, bem
como sua interpretação com o fito de auxiliar em diagnóstico.
Para o funcionamento dos serviços especializados nesta área
é necessária a aplicação da Portaria 453, Ministério da Saúde
- Secretaria de Vigilância Sanitária de 01 de junho de 1998,
que regulamenta entre outros aspectos as responsabilidades
básicas dos serviços, entre as quais se destacam: a)
responsável técnico pela segurança e proteção dos
pacientes, da equipe e do público em geral, assegurando
que nenhum paciente seja submetido a uma exposição sem
que seja solicitada por um médico ou cirurgião-dentista,
assim como zelar por medidas necessárias para restringir
as exposições ocupacionais e exposições do público a valores
tão baixos quanto razoavelmente exeqüíveis; b) promover o
monitoramento individual e o controle de saúde do pessoal,
ocupacionalmente exposto; c) monitoração de área,
periodicamente, e manutenção dos assentamentos dos
dados obtidos, incluindo informações sobre ações corretivas;
d) implementação de um programa de garantia da qualidade
dos serviços, dentre outras obrigações. No presente estudo
os autores se propõem, através de uma análise documental,
analisar os aspectos éticos e legais relacionados à prática
da radiologia odontológica enfocando as diretrizes da
legislação específica relacionando-a aos processos que
podem ocorrer nas esferas civil, penal e administrativa.
PC106 - TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE
CÔNICO: MÉTODO REVOLUCIONÁRIO NA ODONTOLOGIA.
EDSÂNIO DEYVERSON DOS SANTOS; DANIELLE BRUNO
LAGO; ERNESTO DE FARIA DOMINGUES; MARCIO ANTONIO
BORGES.
ASCES, CARUARU, PE, BRASIL.
A Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico é uma técnica
revolucionária de obtenção de imagem que utiliza um feixe
cônico de radiação dando uma única volta em torno do
paciente. Essa nova tecnologia comandada apenas pelo
Cirurgião Dentista traz um avanço na Radiologia
Odontológica, por permitir a visualização de estruturas de
dimensões reduzidas com um mínimo de exposição à
radiação para o paciente. Este trabalho demonstra as
inúmeras indicações para seu uso onde nos exames
radiográficos convencionais nada era evidenciado,
demonstrando assim sua importância no diagnóstico clínico
das patologias que acometem toda região buco-maxilo-facial.
PC107 - USO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE
FEIXE CÔNICO NAS FRATURAS FACIAIS.
MARCIO ANTONIO BORGES; DANIELLE BRUNO LAGO;
ERNESTO DE FARIA DOMINGUES; EDSÂNIO DEYVERSON
DOS SANTOS.
ASCES, CARUARU, PE, BRASIL.
A face é uma região proeminente do corpo humano sujeita a
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
injúrias de intensidade leve à grave, possuindo, em alguns
casos, lesões associadas às outras partes do corpo. Assim,
as fraturas que acometem a face possuem certas
peculiaridades em relação ao seu diagnóstico e planejamento
cirúrgico. A Tomografia Computadorizada apresenta imagens
mais acuradas sem sobreposições, com maior detalhes das
estruturas e menor risco de manipulação do politraumatizado.
O presente trabalho tem como objetivo confirmar a eficácia
da Tomografia Computadorizada (TC) como exame auxiliar
no diagnóstico e no planejamento cirúrgicos das fraturas
faciais, por meio da revista da literatura.
PC108
- A
UTILIZAÇÃO
DA
TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA (TC) DE FACE NO CENTRO
UNIVERSITÁRIO DE CONTROLE DO CÂNCER NO HUPE-UERJ.
GUSTAVO RAMOS SUASSUNA; MARIA EDWIRGENS
FERREIRA; ILANA FERREIRA DE OLIVEIRA; BARBARA
NOBREGA DE ANDRADE.
UERJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.
O trabalho tem por objetivo mostrar a aplicabilidade da TC
em casos clínicos de lesões de face. Os pacientes foram
atendidos em ambiente ambulatorial no Centro de Controle
do Câncer sediado no Hospital Universitário Pedro Ernesto
(UERJ). Após terem sido devidamente registrados na
Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial, foram
encaminhados para o setor de Tomografia Computadorizada
para realização de exames com protocolos específicos para
Odontologia a fim de se obter uma melhor documentação e
previsibilidade cirúrgica. O aparelho utilizado foi o TC da GE
Sytec High Speed Helicoidal com o protocolo de cortes de 1
mm de espessura, intervalo entre os cortes de 1 mm e
posterior reconstrução multiplanar em 3D com janela para
tecido ósseo e tecido mole e FOV de 16.0 cm. Conclui-se
que com o uso da TC, os casos clínicos de lesões de face
obtiveram melhores resultados quanto ao diagnóstico e
planejamento cirúrgico. Além disso, houve uma diminuição
dos riscos operatórios e do tempo de centro cirúrgico, com
maior índice de sucesso.
PC109 - CONTROLE DE BIOSSEGURANÇA DA DISCIPLINA
DE RADIOLOGIA ORAL DA FO-UERJ.
ILANA FERREIRA DE OLIVEIRA; BARBARA NOBREGA DE
ANDRADE; GUSTAVO RAMOS SUASSUNA; MARIA
EDWIRGENS FERREIRA.
UERJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.
O presente trabalho tem por objetivo mostrar o controle das
normas de biossegurança na disciplina de Radiologia Oral
da Faculdade de Odontologia - UERJ e do setor de Tomografia
Computadorizada no Centro de Controle do Câncer –
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO. Em
Radiologia Oral existem vetores semi-críticos e não-críticos
que devem passar pelo controle de segurança com o uso de
barreiras protetoras e soluções químicas para sua
degermação, assim como a utilização de EPI’s pelo
profissional, reduzem o risco de infecção cruzada. Em TC
para Odontologia também existem vetores críticos, como a
necessidade do uso de contraste iodado em alguns
pacientes. Para a realização de tal procedimento, devemos
aplicar as normas de biossegurança (uso de EPI e material
estéril). Com o intuito de complementação do tema,
abordaremos as normas de radioproteção segundo a
resolução 453 do Instituto de Radioproteção e Dosimetria
IRD para controle de Qualidade em Radiologia Odontológica.
PC110 - AVALIAÇÃO DO COEFICIENTE DE ATENUAÇÃO DE
MELOBLASTOMAS E TUMORES ODONTOGÊNICOS
QUERATOCÍSTICOS EM IMAGENS AXIAIS POR TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA.
SAULO LEONARDO SOUSA MELO1; MÁRCIO CORRÊA2;
CHRISTIANO OLIVEIRA DOS SANTOS3; IÊDA MARGARIDA
CRUSOÉ ROCHA REBELLO4; MARIANNA GOMES GUANAES
TORRES5.
1,2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA,
FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL; 3,4,5.UNIVERSIDADE
FEDERAL DA BAHIA, SALVADOR, BA, BRASIL.
Ameloblastomas (AM) e tumores odontogênicos
queratocísticos (TOQ) apresentam características clínicas e
radiográficas variadas, são geralmente agressivos e
apresentam tendência à recorrência. A tomografia
computadorizada (TC) representa uma ferramenta diagnóstica
importante, capaz de eliminar a sobreposição de imagem e
permitir uma análise detalhada de lesões e estruturas
anatômicas adjacentes. Os valores de coeficiente de atenuação
(UH) representam de forma numérica diferentes densidades
teciduais, sendo uma importante vantagem da TC. O objetivo
deste estudo foi avaliar o padrão de UH de ameloblastomas
sólidos (AS), ameloblastomas unicísticos (AU), tumores
odontogênicos queratocísticos solitários (QS) e múltiplos
sindrômicos (QM), a partir de cortes tomográficos axiais.
Regiões de interesse (ROI) foram delimitadas. Para cada ROI
foram obtidos valores de coeficiente de atenuação (UHROI),
desvio-padrão (DPROI) e heterogeneidade (HTGROI), que
foram comparados entre os grupos e entre os cortes centrais
e periféricos. Foram obtidas como médias de UHROI:
AS=35,9±12,6; AU=31,0±6,0; QS=28,4±10,5 e QM=30,5±20,6.
QS e QM tiveram as menores médias de UHROI e as maiores
médias de HTGROI. Os AS e AU não tiveram diferença
significativa em UHROI. Contudo, o AS demonstrou maiores
valores de HTGROI. Os AS apresentaram um padrão diferente
quando os cortes centrais foram comparados com os
periféricos. Os valores de UHROI foram maiores, enquanto
que HTGROI foram menores entre os cortes centrais dos AS.
Os TOQ apresentaram os menores valores de UHROI e
maiores valores de HTGROI, quando comparados com os AM.
Os AS apresentaram a maior heterogeneidade (HTGROI), e
seus cortes centrais apresentaram UHROI menores e HTGROI
maiores quando comparados aos periféricos.
PC111 - CISTO ODONTOGÊNICO CALCIFICANTE ASSOCIADO
COM ODONTOMA COMPOSTO.
ELITA CAROLINE OLIVEIRA SANTOS; TESSA DE LUCENA
BOTELHO; INARA CARNEIRO COSTA REGE.
UNIP, GOIÂNIA, GO, BRASIL.
O cisto odontogênico calcificante é uma neoplasia cística
benigna de origem odontogênica, que englobam 2% das
lesões, que foi primeiramente descrita como uma entidade
distinta por Gorling et al, em 1962, e recentemente foi
denominada como tumor odontogênico cístico calcificante
pela Organização Mundial de Saúde, em 2005, como resultado
de seu comportamento neoplásico. O tumor odontogênico
cístico calcificante pode ocorrer em associação com outros
tumores odontogênicos, dentre estes o mais comum é o
81
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
odontoma, responsável por 24% dos casos. Os autores
relatam um caso de uma tomagrafia computadorizada cone
beam usada como método auxiliar no diagnóstico de um
tumor odontogênico cístico calcificante, incompletamente
diagnosticado através exame rotineiro de radiografia
convencional em que houve sobreposição das lesões,
associado com odontoma composto. O processo de
diagnóstico do tumor odontogênico cístico calcificante
juntamente o odontoma composto foi possível somente pela
tomografia computadorizada cone beam. Localizados na
maxila anterior em uma paciente do sexo feminino de 25
anos de idade, sem sintomatologia dolorosa, mucosa com
aspectos normais, observando –se apenas um inchaço na
região de incisivos centrais.O trabalho abordada aspectos
clínicos, radiográficos e o tratamento cirúrgico, possibilitado
pela visualização das avançadas técnicas de imagem
tridimensional, que permitiram constatar e melhor tratamento
desta significante lesão mista intraóssea na maxila.
Tomografias computadorizadas cone beam são de extrema
utilidade no diagnóstico de lesões.
PC112 - CONTROLE DE INFECÇÃO EM RADIOLOGIA
ODONTOLÓGICA: VALIDAÇÃO DE UM PROTOCOLO.
ELITA CAROLINE OLIVEIRA SANTOS; TESSA DE LUCENA
BOTELHO; INARA CARNEIRO COSTA REGE.
UNIP, GOIÂNIA, GO, BRASIL.
Vários métodos têm sido descritos para impedir a penetração
de microorganismos na rotina radiológica incluindo
principalmente o uso de soluções para desinfecção e o uso
de barreiras protetoras descartáveis, porém diversos fatores
influenciam na eficácia destes métodos dentre eles o tempo
de desinfecção, o recobrimento e desinfecção apenas da
película radiográfica, mantendo o problema no uso de
soluções na desinfecção dos posicionadores. O presente
trabalho sugere um novo protocolo de controle de infecção
cruzada durante o atendimento em radiologia odontológica,
usando barreiras plásticas para filmes e posicionadores
simultaneamente, associada à fricção em álcool 70% da
película radiográfica. Com uma amostra de 15 pacientes
divididos em 3 grupos sendo o grupo I utilizando-se o
protocolo sugerido com utilização de invólucros plásticos
descartáveis recobrindo filme/posicionador juntamente,
seguido de desinfecção do filme por fricção com álcool 70%,
o grupo II utilizando o protocolo sem a fricção com álcool 70%
e o grupo III como controle sem barreiras plásticas nem
desinfecção. Foram avaliadas 30 superfícies (15 filmes e 15
posicionadores) por teste microbiológico em meio de cultura,
por 48 horas à 37°. Na análise microbiológica observou
bactérias gram positivas referente ao grupo controle. O
protocolo sugerido é de fácil execução, acessível e seguro
validado através da avaliação microbiológica das superfícies
envolvidas. O protocolo sugerido mostrou-se eficaz na
proteção da contaminação cruzada em radiologia, não
havendo contaminação das superfícies avaliadas.
PC113 - COMPARAÇÃO DE DOIS MÉTODOS DE
LOCALIZAÇÃO RADIOGRÁFICA:RADIOGRAFIA OCLUSAL
ORTOGONAL E TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE
BEAM.
PEDRO BERNARDES; DANIEL FELIX.
UNIVERSIDADE GAMA FILHO, RIO DE JANEIRO, RJ,
BRASIL.
82
As técnicas radiográficas convencionais têm como objetivo
auxiliar no diagnóstico e planejamento cirúrgico, porém em
alguns casos, não permitem um planejamento preciso. O
presente estudo comparou duas técnicas de localização, a
radiografia oclusal ortogonal e a tomografia computadorizada
cone beam para o planejamento de uma cirurgia de canino
incluso associado a um odontoma composto. O objetivo do
presente estudo é demonstrar os novos recursos
radiográficos para a localização de elementos inclusos.
PC114 - VARIAÇÃO ANATÔMICA OU CÔNDILO BÍFIDO?
MATHEUS LIMA DE OLIVEIRA; DANIELA BRAIT SILVA LADEIRA;
SOLANGE MARIA ALMEIDA; FRAB NORBERTO BÓSCOLO;
FRANCISCO HAITER NETO.
FOP - UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL.
O côndilo bífido é uma anomalia rara e, geralmente, por não
apresentar sintomatologia clínica, é um achado radiográfico
acidental. Caracteriza-se pela duplicação do côndilo
mandibular, apresentando-se em sua maioria, com uma
cabeça mesial e uma lateral, separadas por um sulco ânteroposterior. Porém, pode aparecer com uma cabeça anterior e
uma posterior. A maior freqüência é de côndilo bífido unilateral,
porém em algumas ocasiões os dois lados podem ser
afetados. Esse tipo de anomalia tem etiologia e patogenia
pouco conhecidas, mas sabe-se que alguns fatores podem
levar a essa má formação como traumas, fraturas condilares,
uso de drogas teratogênicas, herança genética, infecções,
exposição às radiações ionizantes, dentre outras.
Radiograficamente, o côndilo bífido apresenta a aparência
bilobulada em sua cabeça, sendo necessário o uso de várias
técnicas radiográficas em diferentes incidências, para
confirmação do diagnóstico. O uso de tomografia
computadorizada fan beam, tomografia de cone beam ou
volumétrica e exame por ressonância magnética têm
facilitado muito a conclusão dos casos. No presente trabalho,
será relatado o caso de uma paciente do sexo feminino, 45
anos, que relatou dor à máxima abertura bucal, com desvio e
estalido. Serão apresentadas as radiografias panorâmica e
transcraniana, onde foi observada a presença de uma
imagem bilobular no côndilo do lado direito; na tomografia
linear e tomografia volumétrica, essa imagem não foi tão
característica, sugerindo também uma variação anatômica.
O objetivo desta apresentação é mostrar a importância da
realização de vários métodos de diagnóstico por imagem
quando a anomalia não é muito característica.
PC115 - UTILIZAÇÃO DA FERRAMENTA INVERT DO
SOFTWARE E-FILM, PARA AVALIAÇÃO DA POSIÇÃO DO
DISCO ARTICULAR.
MATHEUS LIMA DE OLIVEIRA; DANIELLE FROTA DE
ALBUQUERQUE; FRAB NORBERTO BÓSCOLO; FRANCISCO
HAITER NETO; SOLANGE MARIA ALMEIDA.
FOP - UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL.
A Articulação Temporomandibular (ATM) constitui um complexo
sistema de estruturas intimamente associadas que,
juntamente com outros componentes, compõem o sistema
estomatognático. O estudo por imagem do movimento
mandibular relacionado à anatomia da fossa, eminência
articular e disco articular foi possível apenas através dos
recursos fornecidos pelos exames de ressonância magnética
e seus softwares correspondentes. No software e-film, a
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
ferramenta “inverting” permite que os pixels de baixo valor
(escuros) tornem-se de alto valor (claros). No entanto, não se
sabe se essa função traz benefícios de diagnóstico para o
profissional. Então, neste trabalho avaliou-se a aplicabilidade
da ferramenta “invert” do software eFilm Workstation. Sobre
30 imagens de ressonância magnética do disco articular foi
confeccionada uma grade milimetrada. Cinco examinadores
desenharam em folha de papel quadriculada a imagem do
disco observada com e sem o uso da ferramenta “invert”
sendo a imagem do disco quantificada pela quantidade de
quadrados preenchidos. Os resultados foram submetidos à
análise estatística. Valores dos coeficientes de correlação
intra-classe apresentaram r>0,05 o que não demonstrou
diferença estatisticamente significante entre os grupos.
PC116 - TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DO
AMELOBLASTOMA DE CÉLULAS GRANULARES: RELATO DE
UM CASO.
MATHEUS LIMA DE OLIVEIRA; LUIS ANTONIO NOGUEIRA DOS
SANTOS; SOLANGE MARIA ALMEIDA; FRAB NORBERTO
BÓSCOLO; FRANCISCO HAITER NETO.
FOP - UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL.
Ameloblastomas são neoplasias odontogênicas benignas
de origem epitelial, não mineralizadas, relativamente
incomuns e que apresentam um comportamento localmente
agressivo. Acometem predominantemente a mandíbula e
podem atingir proporções variadas, de acordo com o tempo
de evolução. Radiologicamente, comportam-se como lesões
císticas uniloculadas ou multiloculadas. Os achados clínicos
e radiográficos auxiliam no diagnóstico diferencial, embora a
avaliação histológica seja necessária para a caracterização
das lesões. Paciente do sexo feminino, 40 anos, foi
encaminhada ao centro de imagens para avaliação de
tumefação na face lado direito. Ao exame radiográfico
panorâmico inicial observou-se extensa rarefação óssea do
dente 31 ao dente 48 com limite inferior na base da mandíbula,
presença de septos ósseos e pequenas áreas
multiloculadas. Ausência dos dentes compreendidos entre
os elementos 44 e 47 e reabsorção radicular externa dos
dentes 31 ao 43. O trajeto do canal mandibular apresentavase descontínuo. A paciente foi submetida à biópsia incisional
e o diagnóstico foi de ameloblastoma de células granulares.
Foi solicitada tomografia computadorizada helicoidal (TC)
para planejamento cirúrgico e avaliação do envolvimento de
tecidos moles. Foram realizados cortes tomográficos axiais
com 1 mm de espessura e 0,5mm de intervalo de
reconstrução, com matriz de 512 x 512, 120Kv e 100mA, com
contraste endovenoso e, em seguida, estudos multiplanares
e reconstruções tridimensionais. Nas reconstruções
multiplanares, observou-se lesão destrutiva provocando
hiperosteose na base da mandíbula com áreas hipodensas
multiloculares e destruição das corticais vestibular e lingual.
Na região de mento havia expansão e perfuração da cortical
vestibular não sendo constatado o envolvimento de tecidos
moles. Os cortes coronais revelaram que a lesão estendiase até a raiz distal do dente 48 junto à cortical lingual. A TC
combinada com a computação gráfica permitiu uma precisa
avaliação das estruturas afetadas, possibilitando uma melhor
interpretação e planejamento cirúrgico.
PC117 - AVALIAÇÃO DO MÉTODO DE CELL BLOCK COMO
EXAME COMPLEMENTAR NO DIAGNÓSTICO DAS LESÕES
CÍSTICAS E TUMORAIS DOS MAXILARES.
ANNE CAROLINE OENNING; MARIA INÊS MEURER; LILIANE
JANETE GRANDO; ELENA RIET CORREA RIVERO; GRASIELI
DE OLIVEIRA RAMOS.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA,
FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL.
Cistos e Tumores Maxilares são lesões comuns na clínica
odontológica. Embora tenham características clínicas e
radiográficas peculiares, o diagnóstico diferencial entre os
diversos tipos de cistos odontogênicos/não odontogênicos,
pseudocistos e tumores odontogênicos, representa um desafio
profissional, sendo o diagnóstico definitivo destas patologias
fundamental para o estabelecimento do prognóstico e
tratamento. A técnica de cell block consiste na análise
citopatológica de material proveniente de efusões e líquidos,
sendo muito usada na Patologia Médica. O objetivo desta
pesquisa foi avaliar o uso do cell block na análise do material
coletado de lesões com diagnóstico clínico/radiográfico de
cistos ou tumores benignos dos maxilares. Uma amostra de
20 pacientes dos ambulatórios de Cirurgia/Traumatologia
Bucomaxilofacial e de Estomatologia do Hospital Universitário/
UFSC, que apresentavam cistos ou tumores benignos dos
maxilares foi submetida à punção aspirativa. As lesões foram
posteriormente biopsiadas e submetidas a exame
histopatológico. As análises através da técnica do cell block
apontaram presença predominante de hemácias, algumas
células inflamatórias e poucas células epiteliais em 14 casos
e presença de paraceratina em 6 casos. As análises
histopatológicas associadas aos dados clínicos permitiram o
diagnóstico de 4 cistos residuais, 6 cistos radiculares, 1 cisto
dentígero, 1 cisto nasopalatino e 6 tumores odontogênicos
ceratocísticos. A técnica do cell block mostrou ser uma técnica
barata, rápida e de simples execução. Preparações celulares
emblocadas pela técnica de cell block, a partir de punção
aspirativa, foram úteis no estabelecimento do diagnóstico
diferencial entre o Tumor Odontogênico Ceratocístico e outros
cistos e tumores dos maxilares, auxiliando no planejamento
terapêutico dessas lesões.
PC118 - USO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE
BEAM NA LOCALIZAÇÃO DE LESÕES PERIAPICAIS
INFLAMATÓRIAS – RELATO DE UM CASO.
MARIA PAULA GASPARINI MACHADO; LUIZ FERNANDO
DELUIZ.
UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ, RIO DE JANEIRO, RJ,
BRASIL.
A radiografia desempenha um papel preponderante na
investigação das regiões do periápice dentário e todo tecido
ósseo que o circunda, detectando as lesões que ali possam
se localizar, principalmente quando estas estão isentas de
sintomatologia clínica. É portanto um meio de diagnóstico
imprescindível pois, através dela além de visualizarmos as
lesões existentes, podem-se determinar suas relações,
tamanho e possíveis origens. Dentre os exames disponíveis
destaca-se a utilização da Tomografia Computadorizada Cone
Beam (TCCB), pois esta possui importante papel no
diagnóstico e planejamento terapêutico das lesões
inflamatórias que acometem a região maxilo- facial. A
Tomografia Computadorizada Cone Beam (TCCB) possibilita
o estudo em múltiplas projeções, favorecendo a visualização
83
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
da lesão em cortes axiais, coronais, sagitais e transaxiais,
facilitando a sua localização, seu diagnóstico, e a sua relação
com outras estruturas anatômicas. Paciente GCS, sexo
masculino, 32 anos, leucoderma, assintomático apresentouse á Clínica da Universidade Estácio de Sá para tratamento
odontológico. Foi solicitada uma radiografia panorâmica para
planejamento e confecção do plano de tratamento. Observouse após exame extensa área radiolúcida associada ao
elemento 12. Devido a sobreposição de estruturas e a
dificuldade de localizar a lesão em todas as suas extensões,
foi solicitado um exame tomográfico (TCCB). O estudo
tomográfico evidenciou através dos seus múltiplos cortes a
exata dimensão da lesão e que a mesma possuía uma
fenestração pela tábua vestibular e palatina.
84
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
NORMAS P
ARA PUBLIC
AÇÃO
PARA
PUBLICAÇÃO
OBJETIVO DA REVISTA
A Revista da Associação Brasileira de Radiologia
Odontológica é uma publicação semestral e tem como
objetivo registrar a produção científica na área da Radiologia
Odontológica, fomentando o estudo e proporcionando a
atualização dos profissionais da especialidade. A produção
científica baseia-se em trabalhos completos relevantes e
inéditos sobre temas atuais ou emergentes no campo da
Radiologia Odontológica, constituindo-se de artigos, os quais
deverão ser originais de experimentação clínica e aplicada,
tendo estes prioridade em publicação; relatos de casos
clínicos; revisões literárias; atualizações (a convite do editor);
relato técnico; e cartas ao editor.
Trabalhos com objetivo meramente comercial não serão
aceitos, bem como aqueles que já foram publicados
anteriormente ou que estão sendo considerados para publicação
em outro periódico, quer seja no formato impresso ou eletrônico.
As normas para publicação que se seguem foram
baseadas no formato proposto pelo Comitê Internacional de
Editores de Jornais Médicos (International Committee of
Medical Journal Editors - ICMJE) e pode ser visto no site:
www.icmje.org.
INFORMAÇÕES GERAIS
- DA AUTORIA
O conceito de autoria está baseado na contribuição
substancial de cada uma das pessoas listadas como
autores, no que se refere, sobretudo, à concepção do projeto
de pesquisa, à análise e interpretação dos dados, à redação
e à revisão crítica. Cada publicação pode incluir no máximo
5 autores, com exceção da publicação tipo atualização, na
qual serão permitidos 2 autores. Trabalhos com número
excedente de autores devem ser acompanhados por
declaração certificando explicitamente a contribuição de
cada um dos autores. Não se justifica a inclusão de nome
de autores cuja contribuição não se enquadre nos critérios
acima, podendo, neste caso, figurar na seção
“Agradecimentos”. Deve ser indicado o nome de um dos
autores (autor correspondente), que será o autor responsável
pela correspondência com a Revista, e seu respectivo
endereço, incluindo telefone, fax e endereço eletrônico,
devendo mantê-lo atualizado.
- DO TEXTO
Serão considerados trabalhos redigidos em português ou
inglês, no formato eletrônico em documento tipo Microsoft
Word, utilizando espaçamento de 1,5cm; papel ISO A4
(212x297mm); margens laterais de 2,5cm; fonte Times New
Roman, tamanho 12. O número de páginas depende do tipo
de publicação.
- DA FORMA DE SUBMISSÃO
Os trabalhos deverão ser enviados diretamente ao Editor,
Profa. Dra. Solange Maria de Almeida, via eletrônica, para o
endereço: [email protected]. O texto e as figuras do artigo
deverão ser enviados em documentos distintos, como anexos.
No corpo do e-mail deverá constar apenas uma solicitação
para a apreciação do artigo intitulado [Título do artigo], para
possível publicação na revista da ABRO. Após o recebimento,
o trabalho receberá um número de identificação que deverá
ser usado em qualquer comunicação com a revista.
- DA DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Os autores, no ato da submissão do artigo, deverão enviar
via postal, a Declaração de Responsabilidade e a
Transferência dos Direitos Autorais do artigo para a Revista
da ABRO, aos cuidados da Profa. Dra. Solange Maria de
Almeida, para o seguinte endereço: Faculdade de Odontologia
de Piracicaba/UNICAMP, Área de Radiologia Odontológica,
Av. Limeira, 901, Bairro Areião. Caixa Postal 52, CEP: 13.414–
901. Piracicaba, SP-Brasil. Estes documentos deverão ser
assinados por todos os autores do artigo. A falta de assinatura
de um ou de todos os autores será interpretada como
desinteresse ou desaprovação à publicação do trabalho,
determinando assim a exclusão automática do autor ou do
artigo pelo Editor. Nesta correspondência deverão constar os
dados do artigo, endereço do autor correspondente, incluindo
e-mail e número do telefone.
MODELO DE DECLARAÇÕES
(1) Declaração de Responsabilidade
Nós, autores do artigo intitulado [título do artigo], o qual
submetemos à apreciação da Revista da ABRO para nela
ser publicado, declaramos que:
- Participamos suficientemente da pesquisa e/ou da
confecção do artigo para tornar pública nossa
responsabilidade pelo seu conteúdo.
- O trabalho é original, não contendo dados falsificados,
plagiados ou fraudulentos e que nem este trabalho, em parte
ou na íntegra, nem outro trabalho com conteúdo
substancialmente similar, foi publicado ou está sendo
considerado para publicação em outra revista, quer seja no
formato impresso ou no eletrônico, até que uma decisão final
seja emitida por esta revista.
- Se solicitado, forneceremos ou cooperaremos totalmente
na obtenção e fornecimento de dados sobre os quais o
trabalho está baseado, para exame dos editores.
________________
____________
__________
Nome do autor
Assinatura
Data
(2) Transferência de Direitos Autorais
Nós, autores correspondentes do artigo intitulado [título
85
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
do artigo], que foi submetido à apreciação da Revista da ABRO
para nela ser publicado, declaramos que em caso de
aceitação do artigo, concordamos que os direitos autorais a
ele referentes se tornarão propriedade exclusiva desta revista,
vedado qualquer produção, total ou parcial, em qualquer outra
parte ou meio de divulgação, impressa ou eletrônica, sem
que a prévia e necessária autorização seja solicitada e, se
obtida, faremos constar o competente agradecimento à
Revista da ABRO e os créditos correspondentes.
________________
____________
__________
Nome do autor
Assinatura
Data
ESTRUTURA GERAL DA PUBLICAÇÃO
1. Página de identificação: constando, o título do trabalho
em português e em inglês (84 caracteres incluindo espaço);
nome completo dos autores com a principal titulação e
afiliação; endereço para correspondência incluindo número
de telefone, fax e endereço eletrônico do autor correspondente
para o qual serão encaminhadas as futuras correspondências.
2. Página de Rosto: constando apenas o título do trabalho
em português e em inglês.
3. Resumo: deverá ser estruturado contendo: objetivos,
material e métodos, resultados e conclusão. Não deve exceder
250 palavras. Abaixo do resumo, especificar até 4 descritores
que definam o assunto. Os descritores deverão ser baseados
no DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) publicado pela
Bireme que é uma tradução do MeSH (Medical Subject
Headings) da National Library of Medicine e disponível no
endereço eletrônico: http://decs.bvs.br.
4. Abstract: tradução para o inglês do resumo incluindo 4
Keywords.
5. Introdução: exposição geral do tema, contendo, de modo
sucinto, a Revisão da Literatura e os objetivos.
6. Material e Métodos: descrição do material utilizado e da
metodologia aplicada. Devem-se usar as unidades do
Sistema Internacional, citando detalhes sobre equipamentos
e softwares (nome, modelo, fabricante, país). Indicar o número
do protocolo do Comitê de Ética em Pesquisa, quando
pertinente.
7. Resultados: reportados de forma direta, na mesma
ordem em que o experimento foi descrito em material e
métodos, lançando mão, sempre que possível, de tabelas e
gráficos que facilitem a compreensão. Não discutir essa
seção.
8. Discussão: devem ser comentados os resultados, sua
relação com a literatura científica existente e sua importância
para a Radiologia Odontológica.
9. Conclusão: pode ser incluída no ultimo parágrafo da
discussão ou formar um tópico à parte.
10. Agradecimento: deve ser breve e incluir, caso exista, o
suporte financeiro da pesquisa.
11. Referências Bibliográficas: em número máximo de
30. No texto devem aparecer em ordem numérica de citação,
em números sobrescritos colocados após o ponto final da
86
frase, começando do número 1. A exatidão das referências
bibliográficas e a correta citação no texto são de
responsabilidade dos autores. Forma de citação dos autores
no texto:
a) apenas numericamente: “... essa entidade patológica
desenvolve-se durante a puberdade e raramente inicia-se
após a segunda década de vida.2,3”
b) alfanumericamente:
- 1 autor: Santos12 (1986)
- 2 autores: Santos e Carvalho14 (1987)
- 3 ou mais autores: Santos et al.16 (1989)
No final do texto as referências devem ser listadas em
ordem de citação, digitadas em espaço duplo e identificadas
com números arábicos. A apresentação deverá basear-se no
formato Vancouver, conforme exemplos a seguir. Os títulos
de periódicos deverão ser abreviados de acordo com o estilo
apresentado pela List of Journal Indexed in Index Medicus,
da National Library of Medicine (para títulos estrangeiros) e
de acordo com a Bireme (para títulos nacionais). Para todas
as referências, quando houver até seis autores, todos devem
ser citados. Acima de seis autores, devem-se citar os seis
primeiros, seguidos da expressão et al.
EXEMPLO DE REFERÊNCIAS
1. Artigo em periódico:
Vascocelos-Filho JO, Manzi FR, Freitas DQ, Bóscolo FN,
Almeida SM. Evaluation of temporomandibular joint in stressfree patients. Dentomaxillofac. Radiol. 2007; 36: 336-340.
2. Citação de livro:
Isberg A. Temporomandibular Joint Dysfunction – A
Practitioner´s Guide (2nd ed). London: Taylor & Francis Group,
2003.
3. Capítulo de livro:
Langlais, RP; Langland OE; Nortjé, CJ. Multilocular
Radiolucencies. In: Diagnostic Imaging of the Jaws. Malvern,
PA: Williams & Wilkins, 1995, pp 327–384.
4. Monografias, dissertações, e teses:
Pontual, AA. Estudo Comparativo de Três Sistemas Digitais
sem Cabo no Diagnóstico de Cáries Proximais. [tese].
Piracicaba: UNICAMP/FOP; 2007.
12. Tabelas: Digitar cada tabela em folha separada, com
espaço 1,5cm. A numeração deve ser seqüencial, em
algarismos arábicos, na ordem em que foram citadas no
texto. Todas as tabelas deverão ter título e cabeçalho para
cada coluna. No rodapé devem constar legendas para
abreviaturas e testes estatísticos, quando utilizados.
13. Figuras: devem apresentar, em média, o tamanho de
84mm x 175mm, não devendo ultrapassar essas medidas.
Pequenas variações para menos são aceitáveis. Os arquivos
de imagens devem ser em formato TIFF ou JPEG, sendo o
formato TIFF preferível para exames de imagens. Arquivos
em formato JPEG devem ser salvos em qualidade máxima
(ex. “10” ou “12”). As figuras devem apresentar no mínimo
300 dpi de resolução. Cada figura deve ser salva em um
arquivo separado e nomeado como “Figura 1”, “Figura 2”, etc.
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Digitar as legendas para as ilustrações em páginas
separadas, usando espaço 1,5cm. Cada legenda deve ser
numerada em algarismos arábicos, correspondendo a cada
ilustração e na ordem que foram citadas no texto. O número
de figuras, incluindo fotografias, tabelas, esquemas e gráficos
não deve exceder 10, em qualquer tipo de produção, estando
esse limite dentro do número de páginas de cada tipo de
artigo. As imagens devem ser enviadas em formato preto e
branco. Caso haja preferência dos autores para a publicação
de imagens coloridas, os custos desta reprodução serão
cobrados dos autores, a depender do número e tamanho
das imagens.
Tipos de PUBLICAÇÕES
1. ARTIGO ORIGINAL: Contribuição destinada a divulgar
resultados de pesquisa original inédita devendo ser objetivo,
máximo de 18 páginas, visando elucidar as questões que
pretendeu responder. É recomendado incluir apenas os
dados imprescindíveis, evitando-se tabelas muito longas,
com dados dispersos e de valor não representativo. Quanto
às figuras, não serão aceitas aquelas que repetem dados de
tabelas. As referências bibliográficas devem ser estritamente
pertinentes e relevantes à problemática abordada, evitandose a inclusão de número excessivo de referências numa
mesma citação e dando preferência as mais atuais.
Estrutura: 1. Página de identificação, 2. Página de Rosto, 3.
Resumo, 4. Abstract, 5. Introdução, 6. Material e Métodos, 7.
Resultados, 8. Discussão, 9. Conclusão, 10. Agradecimento
(se houver), 11. Referências Bibliográficas, 12. Tabelas, 13.
Figuras.
2. RELATO DE CASO CLÍNICO: Contribuição destinada a
divulgar caso clínico, correlacionando-o com a literatura
existente. Máximo de 08 páginas. Deve conter dados clínicos,
radiográficos e histopatológicos relevantes para confirmação
do diagnóstico. Estrutura: 1. Página de identificação, 2. Página
de Rosto, 3. Resumo, 4. Abstract, 5. Introdução, 6. Descrição
do caso, 7. Discussão, 8. Agradecimento (se houver), 9.
Referências Bibliográficas.
3. ATUALIZAÇÃO (A CONVITE DO EDITOR): Discussão e
revisão temática da literatura focando a atualização sobre o
tema abordado. Máximo de 18 páginas. Estrutura: 1. Página
de identificação, 2. Resumo, 3. Abstract, 4. Introdução, 5.
Discussão, 6. Conclusão, 7. Agradecimentos (se houver), 8.
Referências Bibliográficas, 9. Tabelas, 10. Figuras.
4. REVISÃO LITERÁRIA: Contribuição destinada à
avaliação crítica e sistematizada da literatura sobre
determinado assunto devendo conter conclusões. Máximo
de 15 páginas. Estrutura: 1. Página de identificação, 2.
Página de Rosto, 3. Resumo, 4. Abstract, 5. Introdução, 6.
Discussão, 7. Agradecimento (se houver), 9. Referências
Bibliográficas.
5. RELATO TÉCNICO: Contribuição destinada a descrever
uma técnica radiográfica, um software ou outro procedimento
técnico de interesse para o clínico ou pesquisador. Máximo
de 04 páginas. Estrutura: 1. Página de identificação, 2. Página
de Rosto, 3. Resumo, 4. Abstract, 5. Introdução, 6. Discussão,
7. Referências Bibliográficas, 8. Tabelas e 9. Figuras.
6. CARTA AO EDITOR: Visa discutir artigos recentes
publicados na Revista; sugestões e críticas. Máximo de 01
página. Estrutura: 1. Página de identificação, 2. Texto.
Etapas PARa Avaliação doS TRABALHOS
Todos os trabalhos serão apreciados inicialmente pelo
Corpo Editorial quanto à adequação do conteúdo ao perfil da
revista. Após aprovação inicial, os trabalhos serão
encaminhados para análise e avaliação, realizadas por 03
Consultores Científicos, sendo o anonimato dos autores
garantido em todo o processo de julgamento, o qual se
constitui das seguintes categorias:
• Aceito;
• Aceito, após pequena alteração;
• Aceito, após grande alteração;
• Rejeitado.
Para que o trabalho seja aceito ou rejeitado, deve prevalecer
o julgamento de dois dos três consultores. Os trabalhos
rejeitados serão devolvidos, acompanhados de carta
justificativa. Os trabalhos aceitos serão enviados aos autores,
juntamente com os comentários e sugestões dos Consultores
Científicos, para as adequações, quando necessárias. Após
re-enviado à revista com as adequações e/ou comentários
sobre a aceitação ou não aceitação das sugestões dos
Consultores, o trabalho será novamente encaminhado a estes
e somente após a aprovação final pelos Consultores, os
artigos serão considerados aceitos para publicação, sendo
então submetidos à revisão do português e formatação final.
A versão final será enviada para o autor correspondente que
retornará o trabalho após consideração das alterações
sugeridas pelo corretor de português. Antes da impressão
final, os autores receberão cópia do trabalho em formato PDF
para aprovação, tendo no máximo sete dias para retornar o
trabalho. Caso contrário, o Corpo Editorial aprovará
automaticamente este como a versão final sem possibilidade
de alterações posteriores. Após a publicação da Revista o
autor correspondente receberá um e-mail contendo o arquivo
final do trabalho em formato PDF para fins de duplicação e
uso pessoal.
LISTA DE CHECAGEM
•
Página de identificação: título do trabalho, em português
e inglês (84 caracteres), nome completo e principal
titulação dos autores e endereço para correspondência
do autor correspondente.
87
•
•
•
•
•
•
•
•
Página de rosto: título do trabalho (português/inglês).
Resumo/Abstract (250 palavras).
Formatação: espaçamento 1,5cm, papel A4, fonte Times
New Roman, tamanho 12, margens laterais de 2,5cm e
páginas numeradas em algarismos arábicos.
Número de páginas do trabalho (que dependerá do tipo
de trabalho submetido).
Figuras, não incluídas no texto: resolução: 300 dpi,
tamanho: 84mm x 175mm, formato: TIFF ou JPEG e legenda
(“Figura 1”, “Figura 2”) das imagens.
Incluir: agência financiadora, número do processo, e
número do comitê de ética, caso os possua.
Referências bibliográficas: normalizadas segundo estilo
Vancouver, aparecendo no manuscrito em ordem
numérica de citação, em números sobrescritos após o
ponto final da frase.
Declarações de Responsabilidade e Termo de Transferência de Direitos autorais.
Responsabilidade pelo conteúdo
Os conceitos e as informações emitidos nos trabalhos
publicados na Revista da ABRO são de responsabilidade
exclusiva dos autores, não refletindo obrigatoriamente a
opinião do Corpo Editorial.
88
89
90
91
92