livro de resumos

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LIVRO DE RESUMOS
27 de Fevereiro a 1º de Março de 2013
Campus Darcy Ribeiro
Universidade de Brasília
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
IV Congresso Latino-Americano
de Formação de Professores
de Línguas (CLAFPL)
Universidade de Brasília
27 de Fevereiro a 1º de Março de 2013
Livro de Resumos
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Realização
Instituto de Letras da Universidade de Brasília
Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada
Programa de Pós-Graduação em Linguística
Reitor
Prof. Dr. Ivan Marques Toledo Camargo
Vice-reitora
Profa. Dra. Sonia Báo
Decanato de Administração
Prof. Dr. Luís Afonso Bermúdez
Decanato de Assuntos Comunitários
Profa. Dra. Denise Bomtempo
Decanato de Ensino de Graduação
Prof. Dr. Mauro Luiz Rabelo
Decanato de Extensão
Prof . Dr . Thérèse Hofmann Gatti Rodrigues da Costa
a
a
Decanatod e Pesquisa e Pós-Graduação
Prof. Dr. Jaime Martins de Santana
Decanato de Gestão de Pessoas
Profa. Dra. Gardênia da Silva Abbád
Decanato de Planejamento e Orçamento
Prof. Dr. Carlos Alberto Müller Lima Torres
Diretora do Instituto de Letras
Profa. Dra. Maria Luísa Ortiz
Vice- diretor do Instituto de Letras
Prof. Dr. Enrique Huelva Unternbäumen
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada
Profa. Dra. Maria da Glória Magalhães dos Reis
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Linguística
Prof. Dr. Dioney Moreira Gomes
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
ORGANIZAÇÃO
Comissão Científica Latino-Americana
Amparo Clavijo Olarte (Colombia)
Ana Longhini (Argentina)
Anne-Marie Mejia (Colombia)
Aparecida De Jesus Ferreira
Carla Lynn Reichmann
Deise Prina Dutra
Fernanda Liberali
Glória Gil
Inês Kayon De Miller
Maria Antonieta Alba Celani
Maria Cecilia Camargo Magalhaes
Maria Helena Vieira Abrahão
Melba Cardenas (Colombia)
Miguel Farias (Chile)
Nora Basurto ( México)
Paula Tatianne Carréra Szundy
Rebeca Tapia (México)
Rosinda De Castro Guerra Ramos
Solange Teresinha Ricardo De Castro
Tania Regina De Souza Romero
Telma Nunes Gimenez
Comissão Organizadora Nacional
Maria Cristina Faria Dalacorte (Presidenta)
Ana Maria Ferreira Barcelos
Carla Lynn Reichmann
Glória Gil
Inês Kayon de Miller
Kleber Aparecido da Silva
Maria Antonieta Alba Celani
Maria Helena Vieira Abrahão
Tania Regina de Souza Romero
Comissão Organizadora Local
Kleber Aparecido da Silva (Presidente)
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Ana Adelina Lôpo Ramos
Cesário Alvim Pereira Filho
Cibele Brandão de Oliveira
Dioney Moreira Gomes
Karina Mendes Nunes Viana
Mara Lúcia Mourão Silva
Márcia Pereira de Almeida Mendes
Maria del Carmen de la Torre Aranda
Maria Luisa Ortiz Alvarez
Mariana R. Mastrella-de-Andrade
Michelle Machado de Oliveira Vilarino
Ormezinda Maria Ribeiro
Rachel do Valle Dettoni
Roberta Gomes Ferreira
Ulisdete Rodrigues de Souza Rodrigues
Vanessa Borges de Almeida
Comissão do Caderno de Resumos
Márcia Pereira de Almeida Mendes
Mariana R. Mastrella-de-Andrade
Sabrina Lima de Souza Cerqueira
Vanessa Borges de Almeida
Secretaria
Monitores
Arte e Diagramação
Sabrina Lima de Souza Cerqueira
Vanessa Borges de Almeida
Fotografia de: René Gottlieb Strehler
Editoração
Sabrina Lima de Souza Cerqueira
Vanessa Borges de Almeida
Com a colaboração de:
Mara Lúcia Mourão Silva
Márcia Pereira de Almeida Mendes
Isadora da Silva Bernardes
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
REALIZAÇÃO E APOIO
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
ÍNDICE GERAL
Prefácio .................................................................................................................................................. 11
Apresentação ......................................................................................................................................... 11
Programação .......................................................................................................................................... 15
Conferências Plenárias........................................................................................................................... 17
Conferência de Abertura ......................................................................................................................... 17
Painel Latino-Americano ......................................................................................................................... 17
Conferência de Encerramento ................................................................................................................ 22
Pôsteres ................................................................................................................................................. 23
Comunicações Individuais ...................................................................................................................... 51
Sessões Coordenadas ......................................................................................................................... 175
Simpósios ............................................................................................................................................. 313
Índice remissivo por nome do autor ...................................................................................................... 358
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
PREFÁCIO
Estimados/as Colegas,
É uma grande alegria dar as boas vindas a todas e todos ao IV Congresso Latino-Americano de
Formação de Professores de Línguas, em nome do Grupo de Trabalho Formação de Educadores na
Linguística Aplicada, vinculado à Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e
Linguística (ANPOLL).
Em sua quarta edição, este encontro bienal já se constituiu como um importante evento no
calendário de professores-pesquisadores no cone sul das Américas, atraindo, desde sua primeira
edição em 2006, centenas de nós para um profícuo diálogo informado. Sublinhando a relevância do
constante intercâmbio de saberes, o CLAFPL exprime da maneira abrangente o propósito do GT que
o organiza, que é proporcionar oportunidade real de interação colaborativa para e com pessoas
engajadas que incessantemente questionam, problematizam, refletem e apresentam inovações nesta
antiga e sempre instigante área profissional e científica.
Especialmente neste evento temos um importante feito a celebrar: passamos de sub-GT à condição
de GT, um reconhecimento da ANPOLL às realizações e produções acadêmico-profissionais dos
integrantes do Grupo. A conquista espelha nossa disposição e empenho para nos comprometermos
com maiores desafios.
Celebrando, portanto, nosso novo “status”, lançamos uma proposta que envolve parcerias
interinstitucionais e focaliza diferentes abordagens do uso da língua em contextos de formação inicial
e continuada. Propomo-nos, portanto, a fortalecer redes colaborativas de pesquisadores em LA,
incentivando estudos situados em práticas de formação, letramento e identidade profissional
docente, discutindo temas relativos à responsabilidade social, ética e cidadania.
Em consonância ao tema do evento - Fortalecendo Redes Colaborativas de Pesquisas em
Linguística Aplicada e Formação de Professores de Línguas -, ao mesmo tempo em que os
recebemos para o IV CLAFPL, convidamos vocês também a se envolverem ainda mais nessa rede
colaborativa de investigação desde já, aproveitando este Congresso para estabelecer mais contatos
dentro do Brasil e com nossos ilustres vizinhos latino-americanos, (in)formando-se, discutindo,
compartilhando, identificando oportunidades para a realização de projetos conjuntos, difundindo
saberes do ser e constituir-se professorde línguas.
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Nossos agradecimentos a todas e todos os participantes das Comissões Local e Nacional que,
apesar das conhecidas dificuldades conjunturais, conseguiram realizar este fundamental foro de
discussão. E nosso especial agradecimento a todas e todos os Congressistas, que trazem seus
trabalhos, seus questionamentos, suas sugestões, suas curiosidades e sobretudo seu interesse para
alimentar nosso desenvolvimento comum.
Ótimo CLAFPL, férteis interações, entusiasmantes reflexões!
Tania Romero
Coordenadora do GT em exercício (2011-2012)
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
APRESENTAÇÃO
Os resumos dos trabalhos apresentados no IV Congresso Latino-Americano de Formação de
Professores de Línguas (CLAFPL), promovido bienalmente pelo Grupo de Trabalho “Formação de
Educadores na Linguística Aplicada”, vinculado à Associação Nacional de Pós-Graduação e
Pesquisa em Letras e Linguística (ANPOLL), encontram-se reunidos neste caderno. O evento,
sediado no Departamento de Linguística, Português e Letras Clássicas (LIP) / Programa de PósGraduação em Linguística (PPGL) e em Linguística Aplicada (PPGLA) da Universidade de Brasília
(UnB) acontece no período de 27 de fevereiro a 01 de março de 2013. O CLAFPL tem como públicoalvo principalmente a comunidade acadêmica latino-americana, e agrega pesquisadores docentes e
discentes ligados a Programas de Pós-Graduação em Linguística Aplicada (LA) e áreas afins, e
profissionais ligados à formação de professores e ao ensino e aprendizagem de línguas também de
outras partes do mundo.
O CLAFPL vem de encontro das demandas da área de formação de professores na LA e de áreas
afins promovendo a discussão acadêmica dos desafios e problemas enfrentados pelos
pesquisadores e docentes envolvidos com formação de professores de línguas, estruturando-se,
desta forma, em decorrência das necessidades do GT “Formação de Educadores na Linguística
Aplicada” vinculado à ANPOLL. O evento oferece espaço para o debate e a discussão de temas
relevantes que visam aprimorar o sistema educacional envolvendo investigadores latino-americanos
e pesquisadores de outras partes do mundo.
O evento é constituído por conferências, mesas-redondas, simpósios, sessões de comunicações
coordenadas, comunicações individuais e sessões interativas de pôsteres, que contam com nomes
representativos da área de formação de professores do Brasil e do exterior. As propostas de trabalho
recebidas foram selecionadas pela Comissão Científica do IV CLAFPL, tendo sido escolhidos
prioritariamente temas de relevância para a Linguística Aplicada.
Os resumos dos trabalhos apresentados neste livro retratam as tendências, preocupações e
reflexões dos pesquisadores e professores que atuam na área de formação de professores de
línguas e convergem para a busca da compreensão do processo de formação do docente de línguas
e de modos para aprimorá-lo. Dentre as temáticas discutidas, encontram-se a construção de
identidades, as políticas linguísticas, as novas tecnologias de informação e comunicação e a
educação à distância, ou as parcerias universidade-escolas, dentre outras, são aqui discutidas.
Todos estes trabalhos refletem a seriedade e o interesse dos pesquisadores envolvidos em
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
aprofundar as discussões de temas relevantes e intrigantes da área de formação de professores de
línguas com vistas a uma maior compreensão e desenvolvimento das pesquisas na área.
Maria Cristina Faria Dalacorte Ferreira
Presidenta da Comissão Nacional do IV CLAFPL
Kleber Aparecido da Silva
Presidente da Comissão Organizadora Local do IV CLAFPL
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
PROGRAMAÇÃO GERAL
Quarta-feira
27.02
8:00 – 9:00
8h – 9h
Credenciamento
9:00 – 10:00
9h – 10:30
Abertura oficial e
conferência de abertura
Quinta-feira
28.02
Sexta-feira
01.03
Mesa-redonda 1
Mesa-redonda 3
10:00 – 10:30
10:30 – 11:00 Intervalo
para café
Intervalo para café
Intervalo para café
10:30 – 12:30
11:00-12:30
Simpósios
10:30-12:30
Simpósios
10:30-12:30
Comunicações
coordenadas
e individuais
12:30 – 14:00
Intervalo para almoço
Intervalo para almoço
Intervalo para almoço
14:00 – 16:00
Comunicações
coordenadas
e individuais
Comunicações
coordenadas
e individuais
Comunicações
coordenadas
e individuais
16:00 – 16:30
Intervalo para café
Intervalo para café
Intervalo para café
16:30 – 18:00
Painel LatinoAmericano
Mesa-redonda 2
16:30-18:30
18:00 – 19:00
Lançamento de Livros
e Coquetel
19h00 às 20:00
19:00
Sessão Interativa de
pôsteres
Apresentação
artístico-cultural
Comunicações
coordenadas
e Individuais
Conferência de
Encerramento
Hilário Bohn (UCPEL)
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
CONFERÊNCIAS PLENÁRIAS
CONFERÊNCIA DE ABERTURA
Have we been displaced? Or have we given up? The weakened role of teachers and teacher educators
in the design and implementation of English language education policies
Adriana Maria Gonzalez Moncada (Universidad de Antioquia)
The growth of English language teaching and learning has become an international phenomenon. It is has been
an important component of national agendas that seek competitiveness and productivity in the labor market.
This expansion is usually materialized in language education policies that shape classroom practices,
assessment models, teacher education and teachers’ professional development programs. A close look at the
implementation of language education policies for English in Latin America, reveals an increasing number of
initiatives where the private sector has taken control of teaching English and providing professional
development alternatives for EFL teachers. In this presentation, I will analyze critically how teachers and
teacher educator have experienced a serious loss of opportunities to participate and make decisions about
these policies. I will explore our situation as a consequence of being displaced by powerful non academic
organizations or as our own inability to negotiate our participation and take a more active role in education.
Some examples of educational initiatives will be discussed. As a conclusion, I propose that teachers and
teacher educators take a more critical stand and become involved directly, as we are informed citizens and
critical intellectuals, in the design and implementation of language education policies.
PAINEL LATINO-AMERICANO
O papel das pesquisas sobre formação de professores de línguas:
perspectivas latino-americanas
Allen Quesada (Universidad de Costa Rica, Costa Rica)
Beatriz Gabiani (Universidad de la República/Uruguai)
Deise Prina Dutra (Universidade Federal de Minas Gerais / Brasil)
Mediadora: Gloria Gil (Universidade Federal de Santa Catarina -UFSC/Brasil)
Dentre os objetivos mais importantes do Congresso Latinoamericano de Formação de Professores de Línguas
– CLAFPL- desde sua primeira edição, podemos destacar os seguintes: 1) incentivar o estudo e a pesquisa,
promovendo o debate na área de formação de professores de línguas entre pesquisadores docentes e
discentes e professores das universidades latino-americanas; e 2) propiciar a divulgação de conhecimentos
para a melhoria da área de formação de professores no Brasil e nos demais países da América Latina. Com
base nesses objetivos, convidamos os representantes de quatro países latino-americanos (Brasil, Costa Rica,
México e Uruguai) para relatar e problematizar sobre qual o papel das pesquisas sobre formação de
professores de línguas nos seus países.
Seguindo o formato do primeiro painel, realizado em 2006, as seguintes perguntas nortearão os
relatórios críticos dos pesquisadores convidados:
- Quais instituições se dedicam a pesquisar a formação de professores de línguas?Que tipos de
pesquisas são realizadas (quantitativas/qualitativas)?Quais os assuntos mais pesquisados
- Como essas pesquisas são divulgadas e ou veiculadas?
- Qual o impacto das pesquisas nas políticas públicas?
- Existe apoio governamental para realização de pesquisas?
- Existem pesquisas sendo realizadas por professores das escolas regulares?
- Como tem sido as relações entre pesquisas, universidades/centros de pesquisa e as escolas
regulares?
- Existem redes de pesquisadores? Se sim, como elas são, se não, porque não acontece?
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
- Existe algum projeto de pesquisa(s) em rede? Se sim, pode descrever?
- O que seria importante realizar para a construção de uma rede latino-americana de pesquisa sobre
formação de professores de línguas?
MESA REDONDA 1: POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS
Dermeval da Hora (UFPB)
Gretel Eres Fernández (USP)
Pedro M. Garcez (UFRGS)
Mediadora: Telma Gimenez (UEL)
Formação continuada para professores de língua portuguesa em João Pessoa:
uma experiência que deu certo
Dermeval da Hora (UFPB/CNPq)
Por mais de cinco anos, a Secretaria de Educação e Cultura do Município de João Pessoa tem investido na
formação continuada dos professores de Língua Portuguesa da Educação Básica do primeiro ao nono ano.
Utilizando seus recursos financeiros, a Secretaria tem investido na concessão de bolsas para 200 alunos do
Curso de Letras da UFPB, promovendo o acompanhamento do trabalho dos docentes pelos discentes.
Inúmeras tarefas têm sido desenvolvidas, e o resultado tem-se mostrado bastante frutífero. Semanalmente, os
alunos, juntamente com professores experientes ligados à Universidade Federal da Paraíba, se reúnem para
planejar as atividades que serão desenvolvidas nas escolas da rede municipal. Os conteúdos trabalhados são
os definidos pela escola, mas com o olhar do aluno do curso de Letras, tais conteúdos acabam assumindo uma
nova roupagem. A proposta dessa participação é apresentar, em linhas gerais, como o trabalho se desenvolve
e como os resultados obtidos justificam a proposta. Serão apresentados os resultados relativos à evolução dos
alunos após a implementação do projeto de acompanhamento.
Da formação inicial à formação continuada: uma política eficaz, uma solução ou um arremedo?
Gretel Eres Fernández (USP)
Como bem se sabe, a formação de docentes de línguas estrangeiras deve considerar o domínio do conteúdo
linguístico (a LE em questão) e do seu ensino ou, no dizer de Almeida (2005, p.3), “discutir os pressupostos da
formação do professor é discutir como assegurar um domínio adequado da ciência, da técnica e da arte da
profissão docente, ou seja, é tratar da competência profissional”. A atual LDB-EN, em seu artigo 62, § 1º,
estabelece que “A União, o Distrito Federal, os estados e os municípios, em regime de colaboração, deverão
promover a formação inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais de magistério.” Se pensarmos na
oferta de cursos presenciais e à distância, não há dúvida que o cumprimento da letra da lei é uma realidade.
Contudo, o que a meu ver merece uma discussão minuciosa é o papel que tais cursos exercem e o seu
verdadeiro caráter: podemos dizer que eles integram uma política eficaz de formação de docentes? Estamos
frente a iniciativas que objetivam, em sua essência, solucionar problemas enfrentados pelos professores em
sua prática pedagógica? Ou tudo isso não passaria de um arremedo de formação na medida em que nem
ataca frontalmente as dificuldades do cotidiano escolar, nem eleva substancialmente a qualidade da formação
dos professores?. Apesar de terem natureza e características diferentes, ambas as “modalidades de formação
têm o mesmo objetivo, que é propiciar preparo ao professor para atuar bem, de maneira criativa, assegurando
aprendizagem de qualidade aos alunos” (GUIMARÃES, 2005, p. 3) e, nesse sentido, estão interligadas.
Portanto, torna-se imprescindível analisar a validade e qualidade da atual formação de professores de línguas
estrangeiras na perspectiva de uma política que considere as contribuições efetivas que tanto a formação
inicial e a continuada oferecem para o desenvolvimento da competência profissional.
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Integrando formadores de professores da educação linguística e além: o caso do Programa das Letras
e dos números para professores de países africanos de língua oficial portuguesa
Pedro M. Garcez (UFRGS/CNPq)
Examinando o caso de um programa de formação de professores com o qual tenho estado envolvido desde
2009, destaco a importância de redes colaborativas em Linguística Aplicada e formação de professores,
sobretudo no que diz respeito à colaboração entre formadores que de outro modo estariam restritos a
segmentos especializados no ensino de Língua Portuguesa, ou de Literatura, ou de línguas adicionais
específicas. O Programa das Letras e dos Números (PLLN), iniciativa apoiada por diferentes agências
governamentais brasileiras para a formação presencial de professores da rede pública de ensino básico em
países africanos de língua oficial portuguesa, particularmente Cabo Verde e Guiné-Bissau, reúne formadores
brasileiros em educação linguística e matemática, acadêmicos universitários e docentes do ensino fundamental
e médio em diferentes redes de ensino. Ao direcionar-se a um professorado da educação básica que tem no
português a única língua escrita e oficial, sem ser essa a língua corrente ou preferencial das comunidades que
atendem, o PLLN demanda formadores com experiência nos diversos quadrantes de formação em educação
linguística. Nessa configuração, fica patente, por exemplo, que qualificar o português que é objeto ou meio de
ensino como “língua materna” ou “língua estrangeira” é tecnicamente impreciso e politicamente inadequado,
percepção que descortina reflexões inusitadas para quem se vê como profissional do ensino de língua materna
ou de língua estrangeira. Com base na experiência de interlocução entre os atores nas formações do PLLN, e
ainda mais entre os formadores em educação linguística e educação matemática, discuto possibilidades e
desafios que podem ser contemplados para a concepção de políticas mais amplas de formação de professores
de línguas em ações assim integradas.
MESA REDONDA 2: FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PEDAGOGIA CRÍTICA
Walkyria Monte-Mor (USP)
Fernanda Coelho Liberali (PUC-SP)
Rosane Rocha Pessoa (UFG)
Mediadora: Tânia Romero (UFLA)
Formação de professores e educação crítica: a construção de sentidos como agência
Walkyria Monte Mór (Universidade de São Paulo)
A apresentação pretende debater as tensões – e ao mesmo tempo, as possibilidades de expansão
interpretativa – entre o que se entende por ‘controle de sentidos’ e as propostas para o desenvolvimento de
construção de sentidos como forma de agência. As teorias dos letramentos críticos reconhecem as mudanças
em linguagem e comunicação, colocando em discussão: 1) as tensões e o controle social das interpretações;
2) o conceito de construção de sentidos (meaning making) e sua atualidade na visão de leitura como prática
social, com base nos estudos de Lemke (2004); Kress (2000, 2010) e Gee (2003, 2010). Para tal, reporta-se
aos estudos sobre multimodalidade, segundo os quais a linguagem se constrói por novos modos e
modalidades, havendo também novas formas de interação. Esta é uma percepção que conduz às revisões nas
noções sobre ‘compreensão’ e ‘interpretação’ em suas interfaces com o conceito de ‘construção de sentidos’
nos estudos de linguagem como prática social (KRESS, 2005; GEE 1997, 2004; FREEBODY & LUKE, 1997).
Levando-se em conta o fato de que as sociedades atuais demandam expandir as suas funções educacionais
tradicionais voltadas à qualificação e à socialização, a habilidade de construção de sentidos revela ter um
potencial de desenvolvimento de agência, possibilitando o trabalho de ‘subjetificação’ (subjectification),
conforme defendido por Biesta (2009), uma função educacional que muito bem atende às necessidades da
formação da sociedade contemporânea. A proposta, portanto, preocupa-se com a formação docente e
discente, voltando-se para práticas sociais e culturais ativas/críticas (LANKSHEAR & KNOBLE, 2003; COPE &
KALANTZIS, 2000, 2004; GIROUX, 2005; MENEZES DE SOUZA, 2006, 2010; MONTE MÓR, 2006, 2009,
2010).
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Gestão crítico colaborativa
Fernanda Coelho Liberali (PUC-SP)
Esta apresentação tem como objetivo discutir a formação de educadores a partir da compreensão da gestão
escolar como uma cadeia de atividades envolvendo diretores, coordenadores, funcionários, professores e
alunos. No cenário brasileiro, o conceito de gestão educacional tem sido importado dos contextos empresariais,
que muitas vezes não leva em consideração aspectos importantes do contexto escolar. Esta apresentação
discute uma abordagem para a gestão escolar a partir de uma tradição de Vygotskiana (1934) que implica que
a produção de significados e motivos compartilhados é aspecto essencial para o desenvolvimento de uma
possibilidade crítico-colaborativa para transformar a escola. Nesses termos, o conceito de gestão precisa ser
pensado em função do reconhecimento da importância da participação consciente e esclarecida das pessoas
nas decisões sobre a orientação e planejamento de seu trabalho, o que implica o fortalecimento do coletivo.
Envolve um caráter de participação responsável de todos nas decisões necessárias e na sua realização,
mediante um compromisso coletivo com resultados educacionais cada vez mais efetivos e relevantes (LUCK,
2009). Assim, torna-se essencial entender as transformações sociais atuais, em uma perspectiva na qual,
dialeticamente, seja possível estabelecer um elo entre estrutura social e individual (ENGESTRÖM, 1999),
dando consideração às ações praticadas pelo indivíduo e sua relação com o todo que se pretende transformar.
Além disso, é preciso levar em conta que a gestão é uma atividade dirigida (CLOT, 1999; COLE e
ENGESTROM, 1993; LAVE e WNEGER, 1991) que não se estrutura como uma corrida em direção a uma meta
conhecida de antemão. Ao contrário, tem um caráter desenvolvimentista que implica considerar o
desenvolvimento do trabalho, sua história e empecilhos a ele. Gerir tem um valor crítico-colaborativo, em que
os sujeitos envolvidos estão em processos constantes de aprendizagem e desenvolvimento individual e
coletivo. Mais ainda, é condição essencial que essa gestão seja compreendida no âmbito de Redes de
Atividades em cadeia intencional (LIBERALI, 2011), o que envolve ações para diagnóstico, planejamento,
desenvolvimento, acompanhamento e avaliação de projetos comuns. Para que esses projetos possam ser
realizados, considerando o caráter mutável das condições de trabalho, a criatividade e a intencionalidade
atuam como modo de agir essencial de todos os envolvidos. Ademais, a argumentação se torna a base para a
gestão, pois permite que o resultado seja construído a partir de objeto idealizado comum, reconstruído ao longo
do processo de trabalho conjunto por meio da produção compartilhada de novos significados. Essa perspectiva
crítico-colaborativa de gestão será exemplificada a partir de discussão sobre o Projeto Gestão em Cadeias
Criativas, desenvolvido na Secretaria Municipal de Educação de São Paula para o desenvolvimento amplo de
todos os níveis de educadores da escola (formadores de educadores, diretores, coordenadores, professores e
alunos) com foco em diferentes dimensões da gestão que articuladas transformem a comunidade de modo
mais amplo.
Conhecer como reconhecer: estudos na formação crítica de professoras/es de língua estrangeira
Rosane Rocha Pessoa (UFG)
Em que mundo vivemos? É esse o mundo em que queremos viver? Alguns minutos de reflexão sobre as
iniquidades do mundo hoje são suficientes para que nos interroguemos criticamente sobre a natureza e a
qualidade moral da nossa sociedade, interrogações essas que estiveram sempre na base da teoria crítica
moderna (Boaventura de Souza Santos, 1999). No entanto, o que prevaleceu na modernidade foi o
conhecimento totalizante da ordem da regulação social em detrimento da ordem da emancipação social.
Assim, a posição de Santos (1999) é a de que, pelo fato de serem múltiplas as faces da dominação e da
opressão no atual mundo multicultural, outro tipo de conhecimento se faz necessário, o conhecimentoemancipação, que, segundo o autor, consiste em reconhecer, em tirar o outro da condição de objeto e elevá-lo
à condição de sujeito, ou seja, um conhecimento que funcione como princípio de solidariedade. Pautadas/os
nesse tipo de conhecimento, vimos tentando desenvolver o nosso trabalho na formação de professoras/es e no
ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras na Universidade Federal de Goiás, por acreditar que tanto
professoras/es e alunas/os precisam ser reconhecidas/os como sujeitos que produzem conhecimento e o
façam de forma prudente. Nesta comunicação, discuto estudos de graduação e de pós-graduação que se
inserem na perspectiva crítica de linguística aplicada, focalizando as possibilidades e os desafios encontrados.
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
MESA REDONDA 3: PROJETOS E PARCERIAS EM ESCOLAS PÚBLICAS
Rosinda de Castro Guerra Ramos (PUC-SP)
Maria do Socorro Oliveira (UFRN)
Walkyria Magno-e-Silva(UFPA)
Mediadora: Maria Helena Vieira Abrahão (UNESP – São José do Rio Preto)
Um projeto que deu certo: Reflexão sobre a ação
Rosinda de Castro Guerra Ramos (PUC-SP)
É fato notório que a formação de professores é uma área que necessita especial atenção no contexto de
educação do país, tendo em vista que as políticas educacionais não têm dado o devido valor à aprendizagem
de línguas. Além disso, o surgimento de instituições nem sempre qualificadas para a formação adequada de
docentes para a formação de professores de línguas estrangeiras, não tem contribuído para a constituição de
docentes preparados para enfrentar os desafios da educação e, principalmente, da educação na escola
pública. Se essa situação é crítica no que diz respeito ao ensino de línguas estrangeiras, torna-se crucial, em
relação ao ensino da língua inglesa, tendo em vista a posição que essa língua ocupa no cenário mundial, nos
dias atuais. Este trabalho objetiva mostrar o curso de especialização Práticas reflexivas e ensino-aprendizagem
de Inglês na escola pública, uma parceria Associação Cultura Inglesa São Paulo e PUCSP/Programa de
Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem (LAEL), que em um esforço
conjunto promoveram um programa cujo objetivo geral é o aprimoramento profissional de professores da rede
pública estadual. Serão trazidos para a apresentação: um breve histórico do projeto e seu desenvolvimento;
dados referentes à constituição do curso; exemplos de formação docente e sua construção desencadeada a
partir de leituras e discussões de pressupostos teórico-práticos embasados em exercícios de reflexão críticocolaborativos realizados durante o curso; e, reflexões sobre suas ações, desenvolvimentos e desdobramentos.
Letramentos e políticas públicas: escola, família, comunidade
Maria do Socorro Oliveira (UFRN)
A consideração de que o letramento está na vida social, e não, especificamente, na escola, tem levado muitos
pesquisadores a explorar as práticas de leitura e escrita fora do contexto escolar, na intenção de compreender
não só o modo como essas práticas são instituídas mas também a forma como elas interferem no desempenho
dos alunos, manifestando-se como pontos de continuidade ou de ruptura no processo de ensinoaprendizagem. Os estudos de letramento que exploram a articulação entre ‘escola, família e comunidade’ estão
exatamente nessa direção. Buscam alternativas que tentem explicar os ‘gaps’, as dissonâncias e
predisposições que afetam os baixos desempenhos de leitura e escrita, evidenciados em diversos indicadores
de avaliação educativa (INAF, IDEB), e que apontam para a necessidade de políticas públicas voltadas para a
questão do letramento. Este estudo, que se insere no Projeto ‘Letramentos e políticas públicas: escola vs
mundo contemporâneo’, tem como objetivo discutir a importância da articulação escola x família x comunidade
no letramento cívico e as implicações dessa relação no desenvolvimento social e econômico de comunidades
urbanas. O estudo fundamenta-se nas contribuições teóricas de Bourdieu (1975; 2003), principalmente nas
noções de habitus, campo e capital cultural; nos estudos de letramento situado, interessados na articulação
local x global (BARTON ET AL., 1998; 2000; STRET, 1993) e na perspectiva ecológica/social, discutida por
Brofenbrenner (1996), segundo a qual a escola faz parte de um espaço ecológico (rede de estruturas
encaixadas). Metodologicamente, o trabalho é de natureza exploratória, servindo-se também de instrumentos
etnográficos. Os dados para análise foram gerados em escolas públicas da cidade do Natal-RN. A análise
discute ações de natureza cooperativa realizadas por meio de projetos de letramento, aqui sugeridos como
uma alternativa pedagógica eficaz para o desenvolvimento de políticas de letramento, neste caso, com foco na
rede escola x família x comunidade.
Palavras-chave: Letramentos. Políticas públicas. Projetos de letramento. Escola. Família. Comunidade.
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
O LABENALE enquanto eixo estruturante entre o desejável e o possível
Walkyria Magno-e-Silva (UFPA)
Entre as parcerias que sonhamos como as mais produtivas e aquilo que vemos na realidade de certos
contextos, tem-se algumas experiências de sucesso conjugando universidade e escolas públicas. Na UFPA, há
o Laboratório de Ensino e Aprendizagem de Línguas Estrangeiras (LABENALE) que coordena as atividades de
ensino e de extensão da Faculdade de Letras Estrangeiras Modernas (FALEM). A estruturação desse
laboratório e os resultados até aqui alcançados serão mostrados, com ênfase em alguns projetos bem
sucedidos. Além do que já existe, pretende-se explorar algumas possibilidades de ação ainda em fase de
idealização, mas que tem grandes possibilidades de se consubstanciarem em atividades produtivas tanto para
os docentes em formação quanto para seus alunos.
CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO
Professor: uma identidade não herdada
Hilário I. Bohn (UCPEL)
Os seres humanos são sujeitos históricos, vinculados bio e culturalmente aos seus ancestrais através da
filogenia. Por outro lado, cada indivíduo no momento em que nasce responsabiliza-se ontogeneticamente por
sua história. Pode-se, portanto, afirmar que as trajetórias das pessoas são singulares, movimentam-se e
constituem-se no social, mas tecem suas identidades no caminho da irrepetibilidade. Por isso, quando se
discute a identidade de professor e de maneira particular de professor de línguas, entra-se numa complexidade
em que os traços históricos mantêm certa coerência, mas as transformações e os contextos da vivência
sempre sinalizam para a diferença. É nesta instabilidade constitutiva que procuro discutir neste texto a(s)
identidade(s) de professor, designando-lhe um repertório de competências, habilidades e de saberes próprios
de um intelectual (seja orgânico ou histórico) que atua nos diversos cenários do processo educativo. Desta
maneira questiono que aprender é dizer, que aprender é escutar e de que o saber está incorporado nos
manuais pedagógicos.
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
PÔSTERES
O USO DE VÍDEOS COMO AUXILIO NA EDUCAÇÃO BILÍNGUE
Aliciane Alves da Silva (Universidade Federal do Piauí)
A importância do domínio de línguas estrangeiras vem crescendo aceleradamente, tanto que, quando possível,
crianças com idade inferior a dois anos de idade começam a vida escolar em dois idiomas (Português e Inglês),
ou seja, têm uma Educação Bilíngue, processo que segundo Grosjean (1998), não se limita apenas à aquisição
de mais uma língua com domínio e estrutura iguais aos da Língua materna; Segundo ele, bilíngue não é aquele
que possui competência semelhante e perfeita nas línguas, mas sim quem utiliza constantemente duas (ou
mais) línguas (ou dialetos) com diferentes pessoas em diversas situações do cotidiano e de acordo com seu
propósito. Neste modelo de Educação, a necessidade por materiais que ofereçam amostras autênticas de
língua estrangeira leva o professor a buscar diversos recursos para facilitar a aprendizagem, dentre eles
materiais audiovisuais. Com base nisso, o objetivo do seguinte trabalho é apresentar um relato de experiência
de uso de vídeos e outros recursos audiovisuais como material didático auxiliar na Educação Bilingue em uma
escola no estado do Piauí cujas línguas adotadas são simultaneamente inglês e português. A experiência
mostra que vídeos em língua inglesa são uma importante ferramenta para a Educação formal em duas línguas,
um vez que aumentam o contato linguístico dos alunos com a língua estrangeira.
Palavras-chave: Educação Bilíngue. Aprendizagem. Vídeos. Recursos audiovisuais.
PROMOVENDO PRÁTICAS INTERACIONAIS DE QUALIDADE NA SALA DE AULA DE LÍNGUAS
Ana Luiza Pires de Freitas (UFCSPA)
A análise dos micro-momentos de interação em sala de aula à luz da Análise da Conversa Etnometodológica
(Sacks, 1992) permite ao analista um entendimento detalhado dos mecanismos de interação que organizam o
que ocorre no contexto estudado. O objetivo deste estudo é explorar os procedimentos através dos quais os
interlocutores se lançam na empreitada de aprender uma SL e uma LA em dois contextos interacionais
distintos, e analisar de que maneiras os interlocutores emprestam suas vivências pessoais às tarefas de que
participam e, ao fazê-lo, criam uma nova dimensão para a empreitada de aprender. Para esse fim,
contrastamos dados originários de três estudos distintos (Mondada e Doehler, 2004; Freitas, 2006; Salimen,
2006), explorando instâncias de reformulação, reconfiguração e retomada de tarefas desenvolvidas nas duas
salas de aula enfocadas, nomeadamente, uma sala de aula de curso livre de inglês como língua adicional no
Brasil (Freitas, 2006 e Salimen, 2006) e uma sala de aula de Francês como segunda língua para alunos
imigrantes na Suiça (Mondada e Doehler, 2004). As análises dos micromomentos de interação evidenciam que
os modos de inserção das ações dos professores têm influências significativas na interação dos alunos,
forjando a realização das tarefas de modos diferentes dos inicialmente divisados. Percebe-se que cada um
dos grupos em questão enriquece os recursos de participação que, por sua vez, contribuem para o
engajamento pleno dos interlocutores nas respectivas comunidades de aprendizagem.
O objetivo desta comunicação é, portanto; estranhar micro-momentos de fala interacional (Sacks, 1984) de
sala da aula e trazê-los à luz analítica, a fim de promover reflexão acerca do que pode se entendido como
práticas de qualidade pela perspectiva de formadores de educadores linguísticos.
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA ESPANHOLA:
RELAÇÃO ENTRE O ENSINO DA LÍNGUA E A DIVERSIDADE SOCIOCULTURAL
Andreia Sebastiana de Rezende (Universidade Federal de Alfenas - Minas Gerais)
O ensino de espanhol está consolidando-se no Brasil após a aprovação da lei 11.161, de 2005, que determina
a oferta da língua espanhola para o ensino médio, obrigatoriamente, desde 2010. Observando que, até o
momento, em Minas Gerais a oferta do espanhol nas escolas ainda está em processo de implantação, o grupo
de bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID Letras/ Espanhol da UNIFALMG desenvolveu um estudo do capítulo das OCNEM (Orientações Curriculares para o Ensino Médio) que
apresenta orientações para o ensino de espanhol no Brasil para observar os “rumos que esse ensino deve
seguir” (OCNEM, 2006, p.127). Neste estudo observou-se que um dos caminhos sinalizados nas OCNEM para
contribuir com a formação integral do aluno seria trabalhar o ensino da heterogeneidade da cultura espanhola
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
como forma de ajudar o aprendiz a reconhecer-se como sujeito, tomar consciência de sua identidade, por meio
do contato com a diversidade sociocultural do espanhol. A partir deste estudo surgiu a proposta de fazer uma
pesquisa bibliográfica para analisar como acontece a formação de professores de espanhol no Brasil a fim de
observar como é trabalhada, nesta formação, a relação entre o ensino de língua espanhola e a sua diversidade
sociocultural. Este trabalho pretende, portanto, reunir informações a respeito da formação de professores de
língua espanhola no Brasil, visto que esta informação está disponível de maneira fragmentada em diferentes
tipos de referenciais bibliográficos e analisar, sempre que possível, a forma como a língua espanhola e sua
diversidade sociocultural são abordadas na formação docente.
Palavras-chave: Formação de professores, ensino de ELE, diversidade sociocultural
PRÁTICAS DE ESCRITA EM AMBIENTES ESCOLARES
Angela de Fátima Scremin (Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG)
Apresenta-se, neste trabalho, um recorte de uma pesquisa maior, em andamento, referente ao modo de se
trabalhar com a modalidade escrita em sala de aula. Nesse sentido, os objetivos consistem em apresentar o
modo como a escrita vem sendo trabalhada em quatro escolas estaduais no município de Ponta Grossa-Pr, em
particular, com os sétimos, oitavos e nonos anos das últimas séries do ensino fundamental. A metodologia
utilizada nesta pesquisa consiste numa abordagem de pesquisa qualitativa, de base etnográfica e de pesquisaação. O embasamento teórico consiste nos seguintes autores: Coracini (2003); Gnerre (1985); Olson (1997);
Picard (2008), entre outros. A construção da hipótese concentra-se no modo como os professores de língua
portuguesa realizam o trabalho com a habilidade escrita, bem como, suas crenças em torno desta modalidade
de ensino. Além disso, considera-se os envolvidos nesta pesquisa como seres heterogêneos, estando ambos
envolvidos num processo de reconstrução identitária a partir das inúmeras vozes que os rodeiam. Diante disso,
os resultados concentram-se em dialogar a escrita pelo viés da prática social livre das crenças atribuídas a esta
modalidade de ensino, além de evidenciar o fato de que a construção de identidade se desenvolve nos
indivíduos na e pela língua como uma atividade em constante evolução. Por fim, torna-se importante considerar
o sujeito como parte integrante do processo da aprendizagem, a fim de valorizar o seu conhecimento de mundo
e, agregar a este uma aproximação entre o conhecimento científico e o ambiente escolar, sempre em busca de
melhorias, de acordo com as necessidades contemporâneas e as práticas sociais atuais.
Palavras-chave: escrita; crenças; prática social
POLÍTICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS: A
PERSPECTIVA GLOBAL E AS INFLUÊNCIAS NA LÍNGUA LOCAL
Bárbara Terezinha Nascimento Cunha
Eduardo de Sousa Nunes,
Isabela Cristina Barros Cardoso
Isabella Siqueira Toguchi
Ivan Carlos Cruz
(Universidade de Brasília)
Passados cinquenta e dois anos da inauguração da capital do país, Brasília deixou de ser apenas uma cidade
de migração interna e ganhou olhares internacionais. Fruto do processo de construção das pessoas que vieram
para o interior da região central do Brasil, os Candangos, como eram chamados, ajudaram a concretizar o
sonho de Juscelino Kubitscheck na idealização da cidade. A capital brasileira acolheu diversas culturas e
sotaques; o “falar” brasiliense foi construído tanto pela miscigenação entre o “falar” de diversas regiões
brasileiras, quanto pelas influências de comunidades estrangeiras, e até hoje é uma cidade com um grande
crescimento populacional. Entre os fatores que explicam esse fenômeno estão: a alta qualidade de vida e as
possibilidades de trabalho oferecidas, além de fatores socioculturais. Esses quesitos reforçam a necessidade
de se ensinar Português Segunda língua para estrangeiros por diversos motivos, entre eles diplomáticos, de
ensino e de comunicação espontânea com outras pessoas. A aprendizagem tanto do Português quanto de
qualquer outra Língua Estrangeira deveria ter como finalidade a formação de cidadãos críticos e o
desenvolvimento de uma consciência intercultural, mas a realidade da capital é a falta de uma política de
inserção do ensino de Português Língua Estrangeira. Este trabalho, portanto, tem como objetivo analisar as
atuais políticas de ensino de português como Segunda Língua/Língua Adicional no DF. Baseado em pesquisas
qualitativas e quantitativas (dados parciais, obtidos até abril/2012), na coleta de dados na Universidade de
Brasília, nos documentos formulados pelo Ministério da Educação, investigamos também as potencialidades e
as debilidades na (trans)formação dos futuros professores de português, além da visão do Português no
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
cenário internacional e o mercado de trabalho. Diante da atual situação, que medidas são necessárias para
que o Distrito Federal seja incluído nas novas fronteiras de ensino do Português Segunda Língua e se torne um
modelo para o país, e até mesmo para o mundo? Uma resposta é necessária, pois mesmo sendo a única
cidade de representação diplomática dos países dos cinco continentes, Brasília ainda engatinha em uma
política do Português Segunda Língua.
Palavras-chave: Português. Brasília. Língua. Linguística. Políticas. Inserção. Segunda Língua
UTILIZAÇÃO DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA NO ENSINO DE INGLÊS NUMA ABORDAGEM
REFLEXIVA:PRINCIPAIS CONSIDERAÇÕES
Cataline Holanda Leão Otilio (Aluna especial de Mestrado em Lingüística Aplicada UFAL)
Sérgio Ifa (Doutor em Linguística Aplicada e estudos da linguagem PUC-SP)
Esta comunicação tem como objetivo geral apresentar e analisar a utilização de uma sequência didática em
colaboração com os alunos do 9º ano de língua inglesa de uma escola pública de ensino fundamental em um
município do estado de Alagoas. Como objetivo específico utilizar uma sequencia didática através de uma
música. Para fundamentar esse trabalho, buscamos apoio em estudos sobre sequências didáticas para o
ensino de línguas (Cristovão, 2009; Petreche, 2008), em pesquisas sobre como produzir materiais para o
ensino de línguas (Leffa, 2003), e na abordagem reflexiva (Schön, 1983, 1987; Gimenez, 1999; Zeichner e
Liston 1986). Nesse momento nos colocamos como professores-pesquisadores que estamos produzindo
sequências didáticas no contexto de ensino em que atuamos a escola pública. Este trabalho tem se mostrado
também, uma forma de agirmos em benefício de nosso próprio desenvolvimento, conforme teoria de Schön
através da reflexão-ação. Elencamos, para este estudo, como recorte, um dos primeiros temas trabalhados
neste primeiro semestre de 2012: música Black or White (Michael Jackson). Foi aplicado o método da pesquisa
qualitativa, os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram: o plano de aula, os registros anedóticos,
os comentários dos alunos sobre essas aulas. Para isso foi realizada uma pesquisa-ação com alunos do 9º ano
de inglês utilizando uma sequência didática que pudesse fazer com que os discentes refletissem sobre
questões como o racismo, desenvolvendo o senso crítico através da biografia do cantor e da letra da música.
Os resultados preliminares nos mostraram a possibilidade de se utilizar a sequência didática, os alunos se
envolveram em realizar as atividades, participaram, demonstraram entusiasmo pois tratava-se de uma música,
fato que despertou o interesse, refletiram sobre as questões do racismo, entenderam a importância de respeitar
os outros, independente da cor, raça, etnia, não importa se é preto ou branco. Podemos concluir que foi
possível utilizar a sequencia didática, despertar e desenvolver o senso crítico do aluno.
Palavras-chave: Sequência didática, Ensino de Inglês, Abordagem Reflexiva
O LÚDICO NO ENSINO DE FRANCÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA: A MÚSICA
COMO FERRAMENTA AUXILIAR NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DO ALUNO
Christian Silva de Avila (Universidade Federal do Rio Grande – FURG)
TPACK: UM MODELO PARA A INTEGRAÇÃO DA TECNOLOGIA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE
LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
Claudia Beatriz Monte Jorge Martins (Universidade Tecnológica Federal do Paraná)
Com a crescente possibilidade do acesso de professores e alunos às Tecnologias da Informação e
Comunicação (TICs), em ambiente escolar e fora dele, o conhecimento tecnológico é atualmente um aspecto
importante dos saberes docentes. Contudo, integrar a tecnologia na sala de aula é um problema complexo que
envolve a interação de múltiplos fatores em diferentes contextos. Isso requer que novas maneiras de confrontar
esse problema sejam desenvolvidas. A efetiva integração das TICs no currículo implica em mudanças na
atitude dos professores em relação a elas e na capacitação adequada para o seu uso. Essa capacitação é
prejudicada principalmente pela ausência de um referencial teórico que fundamente a formação de professores
e auxilie os formadores a terem indicativos da eficácia do modelo adotado.Nesta comunicação iremos
apresentar o modelo de integração de saberes TPACK (Technological Pedagogical Content Knowledge)
desenvolvido por Mishra e Koehler com o objetivo de fundamentar um modelo de formação de professores que
promova a utilização das TICs no ensino. O TPACK procura capturar algumas das qualidades essenciais do
conhecimento do professor que são necessárias para que a tecnologia seja integrada de forma efetiva no
currículo. Ao mesmo tempo o modelo foca na natureza complexa e multifacetada desse conhecimento.
Palavras-chave: TPACK, saberes docentes, formação de professores
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
A TRANSFORMAÇÃO PROFISSIONAL-IDENTITÁRIA DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA
EM UM CONTEXTO DE FORMAÇÃO COLABORATIVA
Claudia Christian Silva Valk (UEL)
Marta Gresechen Paiter(UEL)
Luzia de Souza(UEL)
Estudos revelam que a identidade é construída e constituída socio-historicamente e está em constante
reconstrução. Assim, entendemos que a ponte criada entre a teoria e a prática, que é proporcionda pelo ensino
colaborativo (ROTH e TOBIN, 2002), auxilia na construção de possibilidades de aprendizagem do alunoprofessor e, sobretudo, constribui grandemente para sua formação identitária. Igualmente, compartilhamos da
noção de que a formação profissional-identitária constitue-se pelas e nas práticas sociais. Dessa forma, o
objetivo deste trabalho é investigar a transformação profissional-identitária de um grupo de professores de
língua inglesa, inseridos em um contexto de formação colaborativa. O grupo pesquisado é composto por
professores de língua inglesa em seus diversos níveis de formação, a saber, uma professora-formadora, uma
professora-colaboradora e três professores-novatos. Para tanto, utilizaremos transcrições de áudio e vídeo de
uma “conversa reflexiva” sobre um momento em que a professora-formadora denominou ‘conflito’. A partir dos
dados, fizemos análises de conteúdo das vozes dos professores participantes deste contexto de formação
colaborativa, na tentativa de identificar os diferentes papéis exercidos por cada um dos participantes. O aporte
teórico do presente estudo situa-se no campo da identidade profissional de professores (HALL, 2006;
BAUMAN, 2005; BEIJAAR; MEIJER; VERLOOP, 2011), bem como na área de formação colaborativa sob a
perspectiva sócio-histórico-cultural (PHELAN at al, 1996; ROTH at al, 1999; JOHN-STEINER, 2000; MATEUS,
2009). Por meio da análise feita pudemos perceber que o momento de reflexão sobre o conflito contribuiu para
o desenvolvimento de aprendizagem dos participantes desse grupo de ensino colaborativo que foi oportunizado
pela professora formadora aos envolvidos, na relação eu-outro, já que foi um espaço de reflexão e constituição
identitária do outro e de si próprio.
Palavras-chave: Conflitos. Transformação profissional-identitária. Formação colaborativa
OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA
EM MATO GROSSO
Cláudia Lúcia Landgraf -Valerio (CAPES/PROPGLP-PUCSP/IFMT/Campus de Sorriso)
Esta pesquisa pretende discutir os desafios da formação continuada de professores de Língua Portuguesa em
Mato Grosso e destacar a importância dos momentos formativos para reflexão e transformação das práticas
pedagógicas da sala de aula. Os procedimentos metodológicos são de cunho qualitativo com uma pesquisa de
procedências bibliográficas, seguida de uma entrevista com os professores da rede estadual sobre a proposta
de formação continuada do Estado implementada pelo CEFAPRO ao atender in locus às necessidades
formativas dos educadores. Para apreciação dos dados coletados partimos da análise do discurso crítica
(ADC) com a aplicação do Modelo Tridimensional - dimensão textual, dimensão prática discursiva e dimensão
prática social - proposto por Fairclough (2001) e das premissas de Nóvoa (2007) sobre o processo identitário
na formação de professores definido, pelo autor, como a contínua construção de maneiras de ser e estar na
profissão. Verificamos, até o presente momento da pesquisa, que as propostas de formação continuada
desenvolvida pela SEDUCMT através do CEFAPRO têm contribuído para formação dos professores de Língua
Portuguesa da rede estadual de Mato Grosso.
Palavras-chave: Formação Continuada, Língua Portuguesa, Processos Identitários.
CULT: CONTEXTUALIZANDO UNIVERSOS PELA LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS
Claudia Teixeira de Paula e Silva (Universidade de Brasíla)
Partindo do pressuposto de que a escrita não se limita à sala de aula, consideramos que a oralidade é parte
inerente à linguagem humana, assim como as ricas experiências extraclasses levadas e vivenciadas pelos
alunos, que devem ser valorizadas, contextualizadas e divulgadas na sociedade. Consideramos também que a
produção de texto é o momento de máxima expressão do conhecimento do educando, não só em Língua
Portuguesa, mas também sobre suas crenças e experiências acerca de diversos assuntos. Diante dessas
considerações, surgiu o subprojeto "CULT” ,que visa desenvolver no aluno o prazer da leitura e o hábito da
produção de textos mediante a contextualização de universos e leituras de mundo, é desenvolvido em formato
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
de “Oficinas de Aprendizagem” divididas em três momentos: Motivação, levamos vídeos, documentários, textos
jornalísticos, literários ligados ao conteúdo ministrado na estruturação; Estruturação, ministramos o conteúdo
de literatura , falando de um autor, e o conteúdo de gramática dentro dos textos desse mesmo autor;
Contextualização, trabalhamos com os Objetos de Avaliação do PAS. O Projeto propõe aos alunos uma
redação mensal. O texto é construído numa orientação de multissistemas, envolvendo aspectos linguísticos e
não linguísticos , tornando-o multimodal (MARCUSCHI,A,2011). Tomamos como base teórica: TACCAA, 2004;
DAVIS, 1989; KHOURP, 1989; MIRANDA, 1985 apud ABREU, 2006; OLIVEIRA, 1997; VYGOSTSKY, 1993
apud 2006. Contribuibuímos para que o aluno tenha uma formação que lhe permita ir além da média; Nossos
resultados foram positivos, muitos alunos do projeto obtiveram notas altas em avaliações para inserção no
ensino superior brasileiro; nossa expectativa é que esse número aumente e que o projeto ganhe visibilidade .
“A palavra que eu digo sai do mundo que estou lendo, mas a palavra que sai do mundo que eu estou lendo vai
além dele” (FREIRE,P, 1981). É ensinar e aprender!
A FORMAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS DO DISCENTE ATRAVÉS DE UMA CULTURA DE PAZ
SUSTENTAVELMENTE ÉTICA
Cristina Dias de Souza Figueira (Universidade Salgado de Oliveira)
A educação brasileira passa por uma grande transformação neste início de século com grandes desafios e
resgates de cidadania e valores humanos. De acordo com a LDB 9.394/96, a instituição de ensino superior
deve exercer um papel humanizador e socializador, além de desenvolver habilidades e competências que
possibilitem a construção do conhecimento e dos valores éticos necessários à conquista da cidadania plena.
Considerando esse cenário, esta comunicação tem como objetivo apresentar os resultados de um projeto
transdisciplinar, intitulado Shakespeare no Cerrado Construindo a Paz Sustentável, desenvolvido com os
discentes do quinto período do Curso de Letras da Universidade Salgado de Oliveira. O presente estudo tem
como postulados teóricos as contribuições de Almeida Filho (2009), Anastasiou (2004), Mansetto (1994), Gil
(2005), Vasconcelos (1996) Delors (1999), Nicolescu (1999), Boal (1999), Diniz (1996), Enst-Slavit (1998),
Wilhelm (1988), Carvalho (2003), Rondon e os pilares da UNESCO. Os instrumentos de pesquisa foram
entrevistas e questionários aplicados aos discentes. Este projeto permitiu ao aluno que a condução do seu
processo de formação fosse empreendedora de forma responsável, disciplinada e autônoma. Apontam-se,
ainda, que esta atividade promoveu em cada educando o desenvolvimento das competências interpessoal,
intrapessoal, relacional, cognitiva e produtiva, e também das competências básicas para a atuação profissional
do professor de línguas como a implícita, a linguístico-comunicativa, a teórica, a aplicada e a profissional.
Conclui-se, portanto, que é importante que os professores na educação superior trabalhe com contextos
múltiplos e diferenciados, colocando os alunos na condição de sujeitos da ação educativa. Para que isso
ocorra, essa educação deverá impulsionar ações que despertem a unicidade do ser humano, resgatando os
valores humanos que preservam e contribuem na geração da vida planetária pacífica sustentável e ética.
Palavras-chave: competências, cultura de paz, ética
O ENSINO DE MARCADORES DISCURSIVOS AFETIVOS NAS LÍNGUAS ALEMÃ E PORTUGUESA
Daniela de Souza Garcia (Universidade de São Paulo)
Este trabalho tem como objetivo principal analisar contrastivamente as ocorrências de marcadores discursivos
(MDs) afetivos presentes em português brasileiro e alemão, na língua escrita, em obras de literatura
infantojuvenil. Pretende-se também verificar a importância da aprendizagem de MDs em alemão como língua
estrangeira. Foram utilizadas teorias gerais sobre os MDs, como Castilho (2002), e sobre as Partikeln, como
Simões (1997) e Helbig & Buscha (2005), e pôde-se delimitar as características gerais inerentes aos MDs.
Considerarmos que os MDs são mecanismos utilizados no enunciado que estabelecem relações entre os
interlocutores e denota o posicionamento do falante. Após a revisão da leitura, foram coletadas todas as
ocorrências dos MDs afetivos presentes em sessenta obras da literatura infantojuvenil alemã e brasileira. A
classificação dos MDs afetivos e as especificidades de suas funções foi feita a partir da teoria proposta por
Castilho (2002), que os divide entre subjetivos e intersubjetivos. Com a análise do corpus, obtivemos no total
83 ocorrências, sendo 59 em alemão e 24 em português brasileiro. Dentre os MDs afetivos mais utilizados em
alemão, encontramos: leider, schrecklich e hoffentlich. Em português o mais utilizado foi infelizmente. Os MDs
afetivos denotam a postura emotiva de um interlocutor diante do enunciado proposto. A disparidade entre o
número de ocorrências demonstra que em alemão existe a categoria de MDs afetivos, isso retoma ao período
de gramaticalização dos MDs, que em alemão é muito anterior. A categorização dos MDs em geral não é
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
eficiente para todas as línguas. A partir disso, vemos que o ensino dos MDs geralmente é deixado de lado em
cursos de língua estrangeira, o que pode acarretar em uma deficiência futura do aprendiz.
Palavras-chave: língua alemã; marcadores discursivos; linguística contrastiva
A PRÁTICA DE ENSINO DE LÍNGUAS PARA ALUNOS DEFICIENTES
Danuse Pereira Vieira (Colégio Estadual Prefeito Mendes de Moraes e Escola Municipal Rodrigo Otávio)
Este trabalho foi desenvolvido no primeiro semestre letivo de 2010, sob a orientação da Profª. Drª Dilma Maria
de Mello, com o objetivo principal de analisar e descrever as práticas de ensino dos professores de Língua
Inglesa em salas com alunos portadores de algum grau de deficiência visual. A metodologia utilizada para a
sua realização foi um questionário aplicado a uma professora de Ensino Fundamental da rede pública de
ensino em comparação com os autores Dorziat (2004); e Francelim e Motti (2001). As respostas dadas pela
professora apontavam para um processo de inclusão dos alunos portadores de alguma deficiência auditiva,
enquanto os textos encontrados indicavam o contrário. Sendo assim, a conclusão à qual pude chegar após
criteriosa análise do material documentado foi, no mínimo, divergente. Os dados que foram obtidos através do
questionário aplicado à professora de Ensino Fundamental apontam para uma completa inclusão dos alunos
com deficiência visual nas aulas de língua estrangeira. Segundo ela, as práticas adotadas aumentam tanto as
relações interpessoais entre colegas e professor quanto à possibilidade de aprendizagem dos deficientes, sem
comprometer o andamento do resto da sala, porém os dados retirados dos textos indicam o contrário. Segundo
eles, as práticas adotadas pelos professores são cada vez mais segregacionistas. A inserção dos alunos
portadores de deficiência visual no ensino regular só aumenta a exclusão desses alunos.
Palavras-chave: prática de ensino, deficientes visuais, inclusão
ENSINO DE LÍNGUA INGLESA E LETRAMENTO CRÍTICO
NO PROJETO CASAS DE CULTURA NO CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
Érika Fernanda de Vasconcelos Lima(UFAL)
Nesta apresentação tenho em vista como objetivo descrever, analisar e também refletir sobre as minhas
primeiras aproximações como aluna-professora no diálogo entre Letramento Crítico e o Ensino de Língua
Inglesa com base em aulas ministradas por mim. Mais especificamente, esse diálogo acontece em uma turma
de básico um do Projeto de Extensão Casas de Cultura no Campus (FALE/PROEX/PROEST/UFAL) da
Universidade Federal de Alagoas no. O foco para esta apresentação se concentra em analisar as aulas cujo
objetivo foi ler, ouvir e discutir sobre situações e experiências de ciúmes em excesso – quando esse
sentimento passa a ser apenas prejudicial? –, suas causas e conseqüências a partir da análise do vídeo clipe
da música Wake Up Call da banda norte-americana Maroon5 e relatos de indivíduos que já passaram por
experiências ruins envolvendo os ciúmes. Foram utilizados, para a coleta de dados, os instrumentos que se
seguem: o plano de aula, o diário reflexivo feito, por mim, a partir das aulas e os comentários dos alunos sobre
as aulas em questão.
Palavras-chave: Ensino de inglês;Letramento crítico; Projeto Casas de Cultura no Campus, reflexão.
O USO DE VÍDEOS COMO AUXILIO NA EDUCAÇÃO BILÍNGUE
Fátima Maria Ribeiro de Carvalho(Universidade Federal do Piauí)
A importância do domínio de línguas estrangeiras vem crescendo aceleradamente, tanto que, quando possível,
crianças com idade inferior a dois anos de idade começam a vida escolar em dois idiomas (Português e Inglês),
ou seja, têm uma Educação Bilíngue, processo que segundo Grosjean (1998), não se limita apenas à aquisição
de mais uma língua com domínio e estrutura iguais aos da Língua materna; Segundo ele, bilíngue não é aquele
que possui competência semelhante e perfeita nas línguas, mas sim quem utiliza constantemente duas (ou
mais) línguas (ou dialetos) com diferentes pessoas em diversas situações do cotidiano e de acordo com seu
propósito. Neste modelo de Educação, a necessidade por materiais que ofereçam amostras autênticas de
língua estrangeira leva o professor a buscar diversos recursos para facilitar a aprendizagem, dentre eles
materiais audiovisuais. Com base nisso, o objetivo do seguinte trabalho é apresentar um relato de experiência
de uso de vídeos e outros recursos audiovisuais como material didático auxiliar na Educação Bilingue em uma
escola no estado do Piauí cujas línguas adotadas são simultaneamente inglês e português. A experiência
mostra que vídeos em língua inglesa são uma importante ferramenta para a Educação formal em duas línguas,
um vez que aumentam o contato linguístico dos alunos com a língua estrangeira.
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Palavras-chave: Educação Bilíngue. Aprendizagem. Vídeos. Recursos audiovisuais
A AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA E SUAS PRÁTICAS DE LINGUAGEM
NA PERCEPÇÃO DO PROFESSOR EM FORMAÇÃO
Fernanda de Oliveira Fernandes (Universidade Federal do Tocantins)
Neste trabalho, voltado para o ensino e as práticas de linguagens presentes em sala de aula, nos propomos a
investigar a percepção que o professor em formação, aqui podendo ser denominado de aluno-mestre, tem em
relação à aula de Língua Portuguesa (LP) e as práticas abordadas pelo professor em atuação. A investigação
foi fomentada a partir da escrita dos relatórios do Estágio Curricular Obrigatório, de uma licenciatura em Letras,
produzida pelos próprios alunos-mestre, que tem por objetivo registrar as considerações feitas por esses
alunos dos eventos que ocorrem em sala de aula e como o professor em atuação os conduzia. Considerando
que o processo de ensino/aprendizagem se dá a partir destas principais práticas de linguagens: oralidade,
escrita e produção textual. Tendo como discurso as práticas de linguagem abordadas em sala de aula, como
referencial teórico, tomamos como suporte a teoria da linguagem desenvolvida por Bakhtin (1986) e trabalhos
publicados por Rojo (2000).
Feita por meio de leituras dos relatórios de estágio supervisionado, a análise nos possibilitou compreender
como o aluno-mestre avalia a forma com que aula de LP é desenvolvida através da utilização dessas práticas
de linguagem para o processo de ensino/aprendizagem e como esse futuro professor reconhece a importância
das mesmas para tal processo. Contudo, acreditamos que acima de tudo a escrita de relatórios de estágio
supervisionado permite ao aluno-mestre refletir nas suas futuras práticas de ensino, quando esse estiver em
sala de aula, com a função de “ser professor”.
Palavras-chave: Língua Portuguesa. Ensino. Práticas de Linguagem
LETRAMENTO DOCENTE E SUAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS UM ESTUDO DE CASO EM DUAS ESCOLAS DA REDE ESTADUAL DE PERNAMBUCO
Fernandda Pinheiro de Souza e Silva (Universidade Católica de Pernambuco)
Anela-se nesta pesquisa,através de um estudo de caso, verificar se as práticas de uso da leitura e escrita de
professores de Língua Portuguesa e Inglesa da Rede Estadual de Pernambuco- fora e dentro do contexto
escolar -interrelacionam-se com suas práticas pedagógicas .O letramento-segundo Soares(2003),
Massagão(2005) e Simmons(92) -vai além da escolaridade;O domínio das habilidades de uso da língua em
diversas situações reais de práticas linguísticas é requisito para a construção do cidadão ,e quanto ao
professor ,seu letramento repercute na sala de aula?Não se deseja na pesquisa medir graus de letramento por
acreditar que não há ainda um caminho preciso que permita distinguir pessoas com níveis de letramento
variados,contudo descrever suas práticas de uso pode desvelar aspectos etnográficos interessantes.O corpus
da pesquisa é constituído um questionário sociocultural no qual dez professores responderam questões
objetivas e subjetivas.As objetivas estão relacionadas a autoavaliação que fazem de seus letramentos, e as
questões subjetivas dizem respeito às práticas de leitura, produção de texto e análise linguística que realizam
na sala .Posterior a coleta desses dados ,correlacionaremos suas práticas reais de uso da língua com o seu
fazer didático- tendo como foco para análise didática a concepção que possuem de língua .Para a
fundamentação teórica do fazer didático-metodológico tomamos a concepção de língua de Marcuschi
(2008)que a vê como atividade interacional;Geraldi(2003) também é basilar na pesquisa, pois descreve e
analisa como poucos a artificialidade que é instaurada na sala de aula quanto ao trabalho com os textos .
MARCADORES CONVERSACIONAIS:
ELEMENTOS ÚTEIS AO ENSINO DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA
Francisco Leilson da Silva (IFRN)
A pesquisa em questão tem como cerne a utilização da teoria da Análise da Conversação (AC) em aulas de
Espanhol como Língua Estrangeira. Assim, aborda um dos três níveis da conversação, segundo Hilgert
(1989),o nível médio, sendo analisados os marcadores conversacionais. O corpus analisado foi construído a
partir de uma avaliação oral de Língua Espanhola no curso Técnico Integrado de Turismo do Instituto Federal
do Rio Grande do Norte (IFRN). Nessa perspectiva, o estudo trata do uso da conversação na aula de espanhol,
indicando as funções que os marcadores conversacionais exercem durante a organização do discurso oral do
aluno, ou seja, responder ao professor e interagir com outros alunos através da oralidade. Dessa forma, os
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
marcadores conversacionais que ocorreram no processo da organização da fala no corpus em análise, tais
como: hesitação, participação ou busca de apoio, elementos que poderiam não ser levado em consideração,
ganham papel de fundamental importância para entender e acompanhar o processo de aprendizagem, por
conseguinte, o ensino do E/LE. Recorremos a Marcuschi (1997, 2002), Pereira (2008) e Koch (2006) para
fundamentar a importância da AC nesse processo de ensino de língua estrangeira. Com a análise dos dados,
percebeu-se a importância do conhecimento da referida teoria para aperfeiçoar o E/LE, logo o professor deve
ter a capacidade de ouvir, interpretar e utilizar-se do aparato teórico da AC para aproximar o aluno de situações
reais de uso da língua espanhola.
Palavras-chave: Espanhol, Análise da Conversação, Discurso, Marcadores, Ensino-Aprendizagem
O USO DO LÚDICO NO ENSINO DE FRANCÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA
Gabriele Costa Pereira (UFRN)
Alessandra Bastos da Silva Padilha (UFRN)
Anderson Pires de Souza (UFRN)
Christian Silva de Avila (UFRN)
Atuamos como bolsistas no subprojeto de francês do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
da Universidade Federal do Rio Grande (PIBID/FURG), e pretendemos, neste pôster, apresentar algumas de
nossas ações. Estamos desenvolvendo, desde julho de 2011, data do início do programa, a criação de um
acervo de jogos pedagógicos, cujo objetivo é auxiliar no processo de ensino-aprendizagem de Francês Língua
Estrangeira nas duas escolas parceiras do programa, de Ensino Fundamental e de Ensino Médio. Acreditamos
que jogar é fundamental para o desenvolvimento integral da criança – cognitivo, afetivo e psicomotor –, e que o
uso de materiais lúdicos desenvolve o gosto e o prazer pelo aprender. No caso específico das línguas
estrangeiras, e do francês em particular, a aprendizagem de uma nova língua permite, ainda, que o aluno entre
em contato com outras culturas, perceba semelhanças e diferenças com relação ao seu próprio universo e,
assim, desenvolva-se como pessoa, como cidadão brasileiro. Nosso trabalho está fundamentado na
Abordagem Acional proposta pelo Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (CONSEIL DE
L’EUROPE, 2000), o qual considera o aprendente como um ator social. Também procuramos levar em
consideração a motivação do aluno, elemento essencial para o processo de ensino-aprendizagem (VANTHIER,
2009), sobretudo quando a disciplina é ofertada como atividade extracurricular nas escolas parceiras. Apesar
do pouco tempo de atuação do projeto nas escolas, já podemos perceber que, ao trabalhar com jogos, o aluno
participa das atividades de forma mais efetiva. Cada vez mais, ele quer mostrar o que aprendeu. Ele ainda
acaba por instigar os colegas, que também passam a se interessar mais e prestar mais atenção. Com isso, o
aluno participa da construção do seu saber, tornando-se mais autônomo no processo de aprendizagem.
Palavras-chave: Ensino; Francês Língua Estrangeira; Jogos Pedagógicos
A ESCRITA DE SI NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL DO DOCENTE DE LÍNGUAS
Geraldo Generoso Ferreira (Escola Estadual Emílio Jardim)
Muito se tem estudado sobre os aspectos da escrita de si na contemporaneidade, trabalhos variados, sob
diferentes enfoques, buscam suscitar questões relativas à visão do sujeito de si como processo de
(re)construção e reflexão do seu agir profissional. Neste sentido, observar tais processos implica voltar-se à
subjetividade como um labirinto a ser (per) corrido ao longo da história social de cada sujeito. Entretanto, o
mapeamento deste trajeto é necessariamente de ordem dialética, filosófica e psicológica uma vez que tal
exercício exige um deslocamento da posição identitária em busca do resgate da memória sobre, ações, fatos e
acontecimentos que constituem o sujeito que por esses fala. Assim, ao falar de si o sujeito não apenas relata
os fatos por ele vivenciados, mas, sobretudo, os fatos caracterizam o sujeito enquanto falante. A escrita de
memoriais, neste sentido, principalmente na academia, tem sido um dos instrumentos de coleta de dados em
pesquisas que buscam analisar a construção da identidade profissional de docentes em diferentes níveis de
atuação, problematizando e refletindo, sobre o seu agir neste lugar social. O presente trabalho tem como
objetivo analisar memoriais de alunos de um curso de mestrado em Linguística Aplicada, observando como tais
discentes foram construindo sua relação profissional-identitária com o campo das ciências da linguagem até a
culminância dessa etapa de formação. Como fundamentação teórica, utilizamos autores da análise do discurso
de linha francesa, sobretudo os que abordam temas como a escrita de si, memória e identidade. Os resultados
mostram como o processo de subjetivação dos profissionais de línguas é importante para a compreensão da
formação da identidade profissional, bem como na construção de deslocamentos entre o ensinar e o aprender
línguas.
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Palavras-chave: Escrita de si, Identidade profissional, Memória.
O Cinema como Insumo no Ensino e aprendizagem de LE-Inglês
PROJETO DE EXTENSÃO: O CINEMA COMO INSUMO NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE LE-INGLÊS
Gervásio Martins Bandeira (UnB)
Apresentaremos os resultados parciais do projeto de extensão que está sendo realizado entre a Universidade
Católica de Brasília em 2012, em parceria com 2 Escolas Públicas da Secretaria de Educação do Distrito
Federal. O projeto consiste em apresentar o uso de filmes como insumo no ensino e aprendizagem de LE
contextualizados. Os alunos das escolas participantes são estimulados a desenvolver autonomia, bem como
habilidades de compreensão da língua inglesa. Há duas alunas bolsistas do curso de Letras da UCB que,
assistidas por suas professoras, atuam como mediadoras, auxiliando os professores em serviço, começam
também a desenvolver habilidades necessárias para sua futura prática e têm o inestimável contato com a
realidade das salas de aula de LE. Para gerar a aquisição, a língua deve ser apresentada como gênero,
construída na interação social (PAIVA, 2006). O recurso a filmes apresentar o viés crítico e pode ensejar a
mudança de uma abordagem estruturalista para uma abordagem mais adequada às necessidades e
possibilidades do contexto escolar específico (vide KUMARAVADIVELU 1994; LARSEN-FREEMAN, 2003;
BROWN, 2002). Com isso, chega-se mais próximo do objetivo do ensino de línguas, o qual seja, capacitar o
aprendiz a enfrentar e interpretar o discurso, tendo o mesmo como o ponto de referência para as tarefas em
sala de aula (WIDDOWSON, 1991). Rodas de cinema quinzenais nas escolas, com permanente coleta de
dados e elaboração de relatórios por parte das professoras. Em seguida, os dados são analisados e há uma
avaliação do que foi alcançado junto aos dois diferentes grupos de participantes, verifica-se o que deve ser
mantido ou modificado. Como o projeto está em fase inicial de desenvolvimento, ainda não há resultados
concretos, porém observações e coleta de dados estão sendo realizadas e até a data de realização do
CLAFPL acreditamos que teremos dados concretos a serem apresentados. Como conclusão do projeto será
produzido um artigo científico.
INTERCULTURALIDADE E ASPECTOS CULTURAIS NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA
Guilherme Jotto Kawachi (Universidade Estadual de Campinas)
Nos últimos anos, o ensino-aprendizagem de português língua estrangeira (PLE) tem sido foco de muitos
estudos, o que pode ser justificado por diversos fatores: financeiros/políticos, considerando-se a ascensão
econômica do Brasil e sua atuação no Mercosul; a entrada de empresas estrangeiras no país (SANTOS, 2004),
além de eventos que têm atraído atenção para o Brasil, como a escolha do país para sede da Copa do Mundo
de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Nesse cenário, a necessidade de contato entre brasileiros e estrangeiros,
com diferentes finalidades (estudos, trabalho, lazer), tem colocado em evidência a relevância do ensino e
aprendizado desse idioma. Considerando, portanto, o crescente interesse pela área de PLE, enfocamos, neste
trabalho, a formação de professores dessa língua. Nosso objetivo é apresentar algumas reflexões acerca das
habilidades, competências e compreensões que professores de PLE atribuem a questões (inter)culturais no
ensino-aprendizagem de línguas. A apresentação de aspectos culturais em aulas de língua estrangeira é
geralmente marcada por estereótipos culturais (BARDIN, 1977; ZARATE, 1986; MOTTA-ROTH, 2003;
BARBOSA, 2009; KAWACHI, 2011), e fragmentação entre língua, linguagem e cultura (KRAMSCH, 1998).
Normalmente, privilegia-se curiosidades ou "adendos" culturais (ALMEIDA FILHO, 2002). Parece-nos
necessário, portanto, que questões culturais (re)veladas no discurso de professores de PLE sejam investigadas
e problematizadas frente a essas dificuldades. Este trabalho é de cunho etnográfico, pois inseridos no contexto
de ensino de PLE, buscamos investigar a competência profissional e intercultural do professor em formação.
Os dados, gerados por meio de observações de aulas em contexto acadêmico-universitário, são analisados
com base no paradigma interpretativista de pesquisa. Outros instrumentos utilizados são notas de campo e
questionário reflexivo. Ainda em fase de levantamento do estado da questão e registro de dados,
apresentaremos resultados parciais e os analisaremos à luz dos pilares teóricos que sustentam nossas
argumentações: teorias de ensino-aprendizagem de línguas, interculturalidade e PLE.
Palavras-chave: português língua estrangeira; interculturalidade; formação de professores.
DIVERSIDADE CULTURAL NA SALA DE AULA: UM OLHAR PARA O ESTRANGEIRO
Gyzely Suely Lima (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro)
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Com esse trabalho temos o objetivo de apresentar os resultados preliminares da pesquisa sobre diversidade
cultural. O estudo tem sido fomentado pela Bolsa de Iniciação Científica Júnior (BIC-Jr)- CNPq. Pretendemos
analisar as possibilidades de debate sobre a temática da pesquisa a partir dos estudos de como a questão da
diversidade é trabalhada em escolas canadenses. Por meio de questionários de pesquisa quantitativa e
qualitativa, fizemos o levantamento de como a mesma temática está presente no currículo de algumas escolas
da cidade de Ituiutaba e como alguns professores de língua desenvolvem ações afirmativas de cidadania, ética
e inclusão social em sala de aula. Com o apoio da secretaria de educação, proporcionamos uma roda de
conversa com alguns professores sobre o assunto para troca de experiências e sugestões de atividades e
projetos que viabilizam e consolidam a ética e cidadania durante a prática pedagógica.
Palavras-chave: Diversidade cultural; Sala de Aula; Canadá-Brasil
O USO DE TEXTOS COMO SUPORTE PARA O DESENVOLVIMENTO DA COMPREENSÃO
E EXPRESSÃO ESCRITAS NO ENSINO DE FRANCÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA
Helena Mendonça
Rafael Troina
Jennifer Blaas
(Universidade Federal do Rio Grande)
O presente trabalho apresenta uma amostra das atividades que os acadêmicos do curso de Letras – Francês
da Universidade Federal de Rio Grande/FURG estão desenvolvendo no Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência – PIBID, iniciado em julho de 2011. Os integrantes desse trabalho, bolsistas PIBID,
pretendem relatar as atividades elaboradas a fim de complementar as aulas de francês criadas pelo subprojeto
em duas escolas do município, de ensino fundamental e de ensino médio, e ministradas pelas professoras
supervisoras do programa. Pretende-se, igualmente, exemplificar tais ações através das intervenções didáticopedagógicas realizadas em sala de aula. Entre as atividades que os bolsistas desenvolvem – como a
Elaboração de Jogos Pedagógicos, a Compreensão da língua francesa através de músicas e de filmes –
destaca-se aqui O uso de textos como suporte para o desenvolvimento da compreensão e expressão escritas
no ensino de Francês Língua Estrangeira (FLE). O trabalho está fundamentado na abordagem acional proposta
pelo Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas, o qual considera o aprendente como um ator
social (CONSEIL D’EUROPE, 2000). Reconhece-se, igualmente, que aprender uma Língua Estrangeira (LE)
exige esforço e interesse e, por essa razão, a motivação dos alunos sempre deve ser levada em conta
(VANTHIER, 2009). O fato de o trabalho estar centrado nas competências de compreensão e expressão
escritas não implica desconsiderar as competências ligadas à oralidade. A separação, aqui, é unicamente
didática (CUQ; GRUCA, 2002). O PIBID – Francês aposta, assim, em aulas de FLE mais dinâmicas e
interessantes, fazendo com que o aluno se sinta atraído pela língua. Busca-se, sempre, elaborar atividades
significativas para a aprendizagem do aluno, levando-se em conta as suas competências linguísticas, além do
seu conhecimento textual e de mundo. Sendo assim, esse trabalho além de auxiliar o conhecimento de
diferentes gêneros e tipologias textuais do aluno, nos faz refletir enquanto futuros professores.
Palavras-chave: PIBID; Francês Língua Estrangeira; Compreensão e Expressão Escritas.
A CONTRIBUIÇÃO DO CENEX-FALE DA UFMG NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE FRANCÊS
Ignês de Freitas Lara
Laís Zampol Dell Antonia
Luana Marinho Duarte
(Universidade Federal de Minas Gerais)
A Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais possui um Centro de Extensão (Cenex) que
oferece cursos de língua estrangeira abertos ao público em geral. O Cenex é um espaço também para a
formação de professores, visto que os docentes são todos estagiários ligados à UFMG. Este trabalho tem o
objetivo de analisar o papel do Centro de Extensão na experiência prática de professores em graduação e
recém-formados. Por meio de situações de ensino e aprendizagem [CUQ,Jean Pierre e GRUCA, Isabelle
(2003)] é possível refletir sobre a importância de um programa como esse na construção de conhecimentos
didáticos de professores em início de formação. Pretendemos, portanto, analisar práticas significativas para os
docentes da área do francês. Esse trabalho avalia e discute as experiências desses estagiários vividas no
curso de línguas em questão; desde práticas experimentais em sala de aula até aquelas já conhecidas e
consagradas. Assim inclui-se as metodologias Nouveau Taxi nos primeiros níveis e Champion nos níveis
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
seguintes, intercalando atividades como músicas, filmes e outras artes para divulgar a cultura francófona. A
partir de uma reflexão sobre essas aulas de francês é possível obter um resultado mais qualitativo e
abrangente na formação de novos professores, sendo de grande valia a contribuição do Cenex nos níveis
pessoal e profissional.
IMAGENS DE PROFESSOR DE LÍNGUA NO DISCURSO DE AGENTES E FORMADORES DA SEDUC E DE
BOLSISTAS CAPES/FULBRIGHT
Janete Silva dos Santos (Universidade Federal do Tocantins)
Atuamos e pesquisamos em um estado brasileiro que vive uma fase em que se busca a construção de um
perfil identitário que o distinga na região. Evidentemente que nesse contexto destaca-se a configuração
identitária educacional, focando-se, no debate, identidades profissionais. Assim, objetivando analisar
identidades de professor de língua materna e estrangeira (construídas a partir do discurso de agentes e de
formadores da secretaria estadual de educação, de um dos estados da região Norte, bem como do discurso de
bolsistas do convênio CAPES/FULBRIGHT, firmado por nossa universidade), a presente investigação tomou,
como dados de análise, recortes de entrevistas (em áudio) semiesruturadas, concedidas pelos bolsistas e por
agentes da secretaria e por formadores de professor do ensino básico, que atuam em cursos e encontros da
FC no estado onde a pesquisa ocorreu. Outrossim, analisamos perfis de professores de língua tangidos por
documentos oficiais como os PNC, através das referências feitas em relação às competências atribuídas aos
docentes. Os pressupostos teórico-metodológicos são balizados primordialmente pela Análise do Discurso
francesa na linha de Pêcheux. Dada a complexidade da questão abordada, a investigação se deu também por
parâmetros da Linguística Aplicada, que é transdisciplinar, razão pela qual alguns estudos antropológicos e
sociológicos sobre identidades foram trazidos para a problematização do tema. A análise aponta que ser
professor de língua pode ter o sentido de aderir a uma imagem que escapa ao âmbito da competência do
sujeito: é sempre social, sempre apontando para o que é historicamente compartilhado pelos sujeitos, numa
dada localidade, o que não escapa à ideia de que os sujeitos se signifiquem como particulares, dado o modo
como sentem a realidade.
Palavras-chave: discurso e identidade; formação docente; professores de língua
A DESCRIÇÃO DO HUMOR E DE ETHOS EM CRÔNICAS DE STANISLAW PONTE PRETA: ESTRATÉGIA
RELEVANTE NO INCENTIVO À LEITURA
João Paulo Feliciano Magalhães (Universidade Cruzeiro do Sul)
Este trabalho consiste em uma análise de como a construção do ethos de personagens e alguns mecanismos
linguísticos possibilitam a constituição do humor, bem como podem ser usados no desenvolvimento da leitura,
em crônicas de Stanislaw Ponte Preta. Essas crônicas estão presentes na trilogia publicada pelo autor, na
década de 1960: “Tia Zulmira e eu”, “Primo Altamirando e elas” e “Rosamundo e os outros”. Os estudos do
humor na linguagem têm despertado interesses desde a Grécia Antiga, com as reflexões de Aristóteles, até os
dias atuais, com os estudos de piadas promovidos por Possenti, por exemplo. Observando essa ampla
reflexão, optamos por basear nossa análise nas definições e categorizações do humor proposta pelo filósofo
Bergson. Já no que se refere ethos, pautamo-nos nas observações de Maingueneau, que afirma que é
possível verificar que a movimentação subjetiva no discurso nos permite estabelecer imagens (ethos). Assim,
tornam-se relevantes na construção de sentido, em especial, do humor, nesse ou naquele texto literário.
Também, por meio de elementos linguísticos, podemos observar efeitos discursivos, tais como a
intertextualidade e a ironia, ambas comuns no contexto da crônica. Considerando essas proposições e, em
consonância com os estudos de memória e discurso em textos literários, pretendemos mostrar, nas crônicas de
Ponte Preta, como esses elementos linguísticos, o ethos e o humor se caracterizam a partir da materialiade
linguística apresentada pelo autor, e como a exposição dos mesmos podem servir de motivadores à leitura na
sala de aula.
Palavras-chave: ethos; humor; discurso; textos literários, leitura
O ENSINO DE ILE MEDIADO PELAS NTICS: O CONTEXTO DA FLORESTA
José Mauro Souza Uchôa (Universidade Federal do Acre)
Nesse estudo, apresento o contexto de ensino de ILE da região do Alto Juruá, situada na floresta Amazônica,
no estado do Acre, para o qual pesquiso estratégias de ensino de compreensão e produção oral em língua
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
inglesa (NUNAN, 1999; RICHARDSON, 2008) para os graduandos do curso de Letras/Inglês da Universidade
Federal do Acre, Campus Floresta, apropriada ao contexto local (HOLLIDAY, 1994) e em consonância como as
necessidades dos graduandos (RICHARD e WATERS, 1987) e as demandas de fluência oral (PAIVA, 2006).
Este estudo é parte da tese de doutorado que se propõe a entender quais são os saberes necessários para
didatização (ZABALA, 1998; DOLZ e SCHNEUWLY, 2004) de uma prática discursiva oriunda das NTICs
denominada de podcast educacional (STANLEY, 2006 e 2006, CARVALHO, 2008) e caracterizada como
gênero do discurso das ambiências digitais (UCHOA, 2010, 2011). Esta pesquisa compreende a linguagem
como prática social (HALLIDAY, 1979) e faz uso das noções de contexto de cultura e de contexto de situação
da Linguística Sistêmico-funcional (HALLIDAY e HASAN, 1989; HALLIDAY e MATHIESSEN, 2004)
contemplando o conceito de gênero e de registro, com suas variáveis de campo, relações e modo (EGGINS,
2004, MARTIN e ROSE, 2008). Ela se inscreve como alternativa ao paradigma didático-metodológico imposto
pelo imperialismo cultural (PHILLIPSON, 1992, 2010; TOMLINSON, 2008; SAID, 1994) tão difundido pelo
mercado editorial nacional e internacional e concebe o ensino de ILE (ELLIS, 1995, 1997) como sendo uma
atividade social mediada pela linguagem (BERNSTEIN, 2000 e 2003), e construída na interação com o outro
(VYGOTSKY, 1993, 1994).
Palavras-chave: Ensino de ILE; contexto; podcast
PESQUISA-AÇÃO: CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO DE ALUNOS- PROFESSORES DE INGLÊS
Josimayre Novelli Coradim (Fecilcam/Unespar)
A presente comunicação tem por objetivo apresentar parte de uma pesquisa de doutorado com alunosprofessores de Língua Inglesa durante o estágio supervisionado do curso de Letras Português/Inglês de uma
instituição pública do norte do Paraná. Ao se configurar uma pesquisa-ação, de base interpretativista e
etnográfica, pretendo analisar a construção de conhecimento desses alunos-professores no contexto em
questão, olhando-se para o processo de como eles elaboram seus planos de aula, colocam-nos em prática,
avaliam suas próprias práticas e refletem sobre esse processo durante a realização do estágio. Para guiar essa
análise, proponho as seguintes perguntas: 1) Que conhecimentos os alunos produzem por meio da pesquisaação?; 2) Quais são os recursos que dão suporte a construção desse conhecimento?; 3) Como o aluno se
posiciona em relação ao conhecimento produzido pela pesquisa-ação?. Como pressupostos teóricos, adoto a
pesquisa-ação e a cognição situada. Quanto ao corpus de análise dessa comunicação, apresentarei uma
análise inicial dos grupos de reuniões realizadas antes e após a orientação para a elaboração dos planos de
aulas, dos encontros, também em grupos, realizados antes e após a aplicação dos planos, bem como as
observações-participantes da pesquisadora e as anotações feitas pelos alunos-professores após cada aula
ministrada. Como resultados, espero que a análise realizada nessa pesquisa possa contribuir para que o
processo de formação de alunos-professores seja visto e compreendido como momento de produção, análise,
avaliação e reflexão de suas práticas, amenizando as lacunas existentes na formação de professores.
Palavras-chave: Pesquisa-ação; Cognição situada; Formação de professores.
EXPERIMENTAÇÃO EM TICS: REFLEXÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA ORALIDADE NO ENSINO
DE L.E EM DIMENSÃO VIRTUAL DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Karina Fernandes dos Santos (Universidade de Brasília)
No contexto em que a comunicação torna-se cada vez mais dinâmica, no âmbito do ensino de línguas, a
compreensão do conceito de competência comunicativa destaca-se, pois, a língua não é mais considerada
como um conjunto de códigos combinados, mas, como construção de enunciados aplicáveis em determinadas
situações e contextos. A presente pesquisa de mestrado, denominada “Experimentação em TICs: Reflexões
sobre o desenvolvimento da oralidade no ensino de L.E em dimensão virtual de ensino-aprendizagem”, pautase no desenvolvimento de processos pedagógicos para construção de um ambiente virtual de aprendizagem,
no intuito de motivar, desenvolver e aprimorar a oralidade em língua estrangeira. A pesquisa, realizada pela
metodologia da pesquisa-ação, considera seus participantes como agentes ativos no processo de construção
do ambiente virtual de aprendizagem. Esse, por sua vez, caracteriza-se como ambiente colaborativo ao
interconectar o ambiente virtual ao ambiente presencial de ensino, ampliando assim o espaço para a
aprendizagem. A fundamentação teórica dessa pesquisa organiza-se em uma literatura que contempla autores
da Lingüística Aplicada como José Almeida Filho, Maria Luiza Ortiz, Vera Lucia Teixeira da Silva, bem como
autores da área de tecnologia e ensino de línguas estrangeira como, Vera Menezes de Oliveira e Paiva, Vilson
J. Leffa, José Manuel Moram, Romero Tori, entre outros. Por meio da elaboração e reflexões sobre atividades
orais realizáveis em contexto virtual e aplicáveis nessa dimensão construída, objetiva-se tecer uma discussão
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
metodológica sobre o uso de ferramentas virtuais e elaboração de sequências pedagógicas que trabalhem a
oralidade sob a ótica da língua como prática social e da oralidade cujo desenvolvimento se dá, forma
potencializada quando é trabalhada de modo processual. Assim, as discussões metodológicas, incitadas pelas
observações dessa pesquisa, concernentes à ambientes virtuais de aprendizagem e atividades pedagógicas
para o desenvolvimento oralidade, aliam-se ao intuito do uso da tecnologia para o aprimoramento do ensino e
da aprendizagem.
Palavras- chave: Oralidade, ensino de línguas estrangeiras, tecnologia
CURSO DE PORTUGUÊS PARA FALANTES DE OUTRAS LÍNGUAS: I
MPLICAÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS
Autor/Orientador:Karin Adriane Henschel Pobbe Ramos (Docente FCL/Assis/UNESP)
Coautor/Relator: Amable Daiane Custódio Ribeiro (Graduação FCL/Assis/UNESP)
Coautor: Elizabeth Madureira Toledo (Graduação FCL/Assis/UNESP)
Oferecer cursos de idiomas como projetos de extensão já é comum em várias universidades. Essa
preocupação é resultante da importância que se atribui atualmente ao domínio de uma língua estrangeira. No
projeto em questão a língua ensinada como estrangeira é o português, que tem ganhado lugar destaque no
cenário internacional, principalmente devido à estabilidade econômica que o Brasil tem demonstrado diante das
crises mundiais. Trata-se de um curso de Português para Falantes de Outras Línguas (PFOL) ministrado no
Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores da Faculdade de Ciências e Letras de Assis – UNESP,
um projeto de extensão financiado pela PROEX/UNESP. O curso é coordenado e supervisionado por uma
docente da Instituição e as aulas são ministradas por alunos do curso de Letras da unidade. Os beneficiários
são estrangeiros que residem em Assis e região, provenientes de intercâmbios acadêmicos e culturais.
Entretanto, vários fatores, de ordem interna ou externa, estão correlacionados com o desempenho tanto dos
alunos quanto dos professores do curso, influenciando diretamente os resultados. O presente estudo tem como
objetivo discutir as experiências de alunos do curso e professores-estagiários em formação, envolvidos no
projeto, a fim de avaliar, a partir dessas reflexões, as implicações didático-pedagógicas que estão refletidas no
processo de ensino-aprendizagem. Para tanto, foram gravados depoimentos de alunos e professores do curso
de PFOL, durante o primeiro semestre de 2012. Os dados coletados foram discutidos nas reuniões
pedagógicas, que ocorrem quinzenalmente, entre o corpo docente e a supervisora do projeto. A discussão foi
fundamentada em uma perspectiva da Análise Crítica do Discurso, que considera as dimensões textuais,
discursivas e sociais para o uso da linguagem, com vistas à transformação da sociedade. Os resultados
mostraram que essas dimensões, refletidas nos depoimentos, têm implicações diretas na pedagogia que
adotam os professores do cursinho e no desempenho dos alunos.
Palavras-chave: Português para Falantes de Outras Línguas. Centro de Línguas. Análise Crítica do Discurso.
CONSTRUINDO CIDADANIA POR MEIO DA LÍNGUA
E DIMINUINDO A DISTÂNCIA ENTRE TEORIA E PRÁTICA
Kyria Finardi (UFES)
O objetivo deste trabalho é apresentar uma ação para diminuir a lacuna entre a teoria (nas universidades) e a
prática (nas escolas). Um projeto de extensão cujo objetivo é aproximar professores da educação básica a
professores universitários será descrito. O projeto foi motivado pela observação de que os professores da
educação básica da região metropolitana de Vitória-ES hesitavam em abrir suas salas de aula para os
estagiários de letras. Quando questionados sobre a razão da recusa, os professores da educação básica
alegaram que as universidades só se aproximavam das escolas para usar seus espaços para o estágio
obrigatório, raramente oferecendo um retorno para a escola. A fim de dar um retorno a esses professores e
abrir um canal de diálogo entre universidades e escolas, um curso de extensão intitulado CONSTRUINDO
CIDADANIA POR MEIO DA LÍNGUA foi oferecido pela Universidade Federal do Espírito Santo. O curso contou
com a participação de 40 professores de língua da educação básica da região metropolitana de Vitória e
discutiu temas como: autonomia, pensamento crítico, metodologias de ensino de língua, interdisciplinaridade,
ensino de conteúdos diversos através da língua, línguas minoritárias, tradução, gêneros do discurso, literatura
na educação, tecnologia na educação e formação de cidadão. O objetivo do curso descrito foi pensar em
formas de educar cidadãos por meio da língua e do multiletramento crítico. O curso terminou com a reflexão
dos participantes num fórum com a apresentação dos respectivos projetos de ensino baseados em conteúdos
discutidos no curso. A análise da reflexão feita pelos participantes do curso sugere que houve aproximação
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
entre escolas e universidade e que ações como a descrita neste trabalho podem beneficiar a educação em
geral e a educação de línguas especificamente.
Palavras-chave: teoria e prática; universidade e escolas; cidadania
CONSTRUÇÕES IDENTITÁRIAS DE ESTUDANTE DE LETRAS
EM PROJETO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA
Lays Guedes Pereira de Medeiros
Maria da Conceição Aparecida Pereira Zolnier
(Universidade Federal de Viçosa)
O objetivo deste poster é apresentar um trabalho desenvolvido por uma estudante de Letras, inserida em um
projeto de educação continuada para professores de Inglês (PECPLI). Nessa apresentação serão discutidos
dados relativos à participação da primeira autora nesse projeto e a forma como as experiências ali vivenciadas
influenciam suas construções identitárias como professora em pré-serviço. O estudo se apoia nas contribuições
de autores nas áreas de (a) formação reflexiva de professores (Barcelos & Coelho, 2010; Celani, 2001;
Gimenez, 2003; Magalhães, 2004 e Mateus, 2002); (b) formação de professores em pré-serviço (Pellim, 2010 e
Rodrigues, 2010) e (c) identidade de professores e estudantes (Moita Lopes, 2003a e 2003b; Silva, 2000;
Telles, 2004). Como metodologia de pesquisa foi adotada uma abordagem qualitativa, de base etnográfica,
para análise e apresentação dos resultados. Os dados coletados por meio de anotações de campo revelam
que, mesmo sem ter experiências de ensino, o contato com professores já experientes pode contribuir para a
construção de identidades de uma profissional mais reflexiva. Isso devido ao fato de a estudante poder, desde
cedo, se questionar sobre a forma como agiria se tivesse que enfrentar problemas similares aos apresentados
pelos professores. Ao participar das discussões sobre as crenças dos professores, a estudante tem
oportunidades de questionar as próprias e ressignificá-las. Ao construir diferentes visões sobre o que seja ser
professor, a estudante pode se preparar melhor no curso de Letras, buscando uma formação mais real e
autônoma. Um dos resultados mais relevantes é o fato de a participante começar a se ver como professora e
desejar a prática de sala de aula, de forma a associá-la com a teoria adquirida no curso.
Palavras-chave: educação continuada; experiências de aprendizagem e ensino de língua inglesa; identidades
de professoras
O “NOVO” NO ENEM: UM ESTUDO CONTRASTIVO DE QUESTÕES DE LÍNGUA PORTUGUESA
Lívia Letícia Zanier Gomes (UFU / IFTM)
Este estudo justifica-se como parte de uma pesquisa de mestrado em que buscamos observar a presença ou
ausência de efeito retroativo no processo de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa (doravante LP) em
três escolas de Ensino Médio de Uberaba-MG. Entendemos que, para um exame ser capaz de provocar efeitos
como esse, ele deve, minimamente, possuir qualidades técnicas e pedagógicas. Destarte, nosso objetivo é o
de estudar questões de LP de alguns exames anteriores à chamada “reformulação” do Exame e contrastá-las
às questões de Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias, mas mais especificamente as relacionadas à LP,
propostas a partir de 2009. Esse contraste busca responder às nossas seguintes perguntas de pesquisa: As
questões passaram por mudanças que justificam o uso do adjetivo “novo” nas provas realizadas a partir de
2009? Em caso afirmativo, que mudanças foram essas? As questões anteriores à reformulação privilegiavam
que tipo de conhecimento (portanto, de aprendizagem) da LP? E as atuais (pós-reformulação)? Dando suporte
teórico à análise formal das questões de múltipla escolha estão os trabalhos de Vianna (1982) e Medeiros
(1975). Ainda será necessária a leitura dos Relatórios Pedagógicos realizados pelo Inep e disponibilizados no
site do MEC (os relatórios disponíveis referem-se aos exames de 2001 a 2007), bem como o estudo da Matriz
de Referência para o Enem 2009.
Palavras-chave: Novo Enem; Língua Portuguesa; Questões de Múltipla Escolha.
MORFOSSINTAXE APINAYÉ
Loureane Rocha de Souza (Fundação Universidade Federal do Tocantins)
Na perspectiva da Educação Escolar Indígena, a interdisciplinaridade não tem a pretensão de criar novas
disciplinas ou saberes, mas de utilizar os conhecimentos de várias disciplinas ou de diferentes culturas
(interculturalidade), para contribuir com as práticas pedagógicas. Devemos levar em consideração os aspectos
gramaticais Apinayé, reconhecendo língua e cultura, indígena, incentivando a valorização, na manutenção da
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
língua na escola como forma de fortalecimento das políticas lingüísticas desses povos. A pesquisa está sendo
realizada através de estudos bibliográficos e, para isso, foram selecionadas duas gramáticas com datas de
publicação diferentes para estudo e análise. Ademais, a pesquisa está totalmente voltada para os Aspectos
Morfossintáticos da Língua Apinayé. A investigação objetiva, ainda, contribuir para desenvolver práticas
pedagógicas mais eficazes no contexto das escolas indígenas. Tendo como meta a organização de um
material didático mais eficiente, permitindo aos Apinayé uma maior discussão sobre os usos e funções da
língua escrita nas escolas de suas aldeias. Para tanto, com o objetivo de analisar os aspectos morfossintáticos
da língua Apinayé, pensando nas características próprias dessa língua. Partindo dessa premissa, os
professores indígenas Apinayé poderão usufruir de um material pedagógico, que leva em consideração os
aspectos morfossintáticos de sua língua materna, como forma, uso dos aspectos gramaticais Apinayé, uma vez
que os materiais didáticos utilizados nas escolas desse povo, leva em consideração apenas os conhecimentos
e saberes da sociedade não-indígena. Dessa forma nosso trabalho terá uma contribuição significativa para as
escolas desse povo.
Palavras-chave: língua Apinayé, Morfossintaxe, educação escolar indígena
CURSOS DE INCLUSÃO LINGUÍSTICA COMO CAMPO
PARA A FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR DE INGLÊS
Marcele Garbin Dagios (Instituto Federal do Paraná)
Como forma de oportunizar espaços de formação de professores de inglês, este trabalho apresenta a
experiência feita no curso de Letras do IFPR câmpus Palmas que, por meio de um projeto de extensão para
inclusão linguística e do trabalho de bolsistas do curso de Letras, ofertou aulas de inglês gratuitas para a
comunidade. O objetivo desse trabalho era propiciar um espaço para os acadêmicos bolsistas aplicarem
os conhecimentos adquiridos nas disciplinas de língua inglesa do currículo do Curso de Letras, por
meio de discussões sobre o trabalho do professor na escola, as concepções de língua/cultura e as relações
interculturais em sala de aula. Também se esperava propiciar experiências pedagógicas práticas aos seus
estudos curriculares, relacionando-os ao futuro mercado de trabalho destes estudantes, sob a
supervisão e acompanhamento dos docentes do IFPR. Para o desenvolvimento do trabalho foram
utilizadas as teorias sociológicas de linguagem e a visão de língua como discurso, baseadas nas ideias de
BAKHTIN (1993) e VOLOCHINOV (2004). Os conceitos de cultura e o processo de alteridade apresentados por
EAGLETON (2005) e TODOROV (1991) também norteiam o trabalho, juntamente com o conceito de
interculturalidade no ensino de línguas, por JANZEN (2005). O projeto teve a participação efetiva dos
acadêmicos bolsistas, que participaram no processo de pesquisa, organização, elaboração de material
didático e aplicação dos conteúdos em sala de aula. Esse envolvimento ativo dos acadêmicos bol sistas
se apresentou como uma importante oportunidade para a melhoria do processo ensino -aprendizagem,
da formação inicial do professor de inglês e da interação entre docentes, discentes e a comunidade
interna e externa. Assim, o curso de Letras do IFPR câmpus Palmas e seus acadêmicos puderam ser
um polo irradiador de informações e foram também capazes de contribuir para a melhoria da formação
inicial e do desenvolvimento acadêmico e profissional do futuro professor de inglês.
Palavras-chave: Projetos de extensão; formação inicial; ensino de língua inglesa
AS SUTILEZAS DA LÍNGUA: COMO OS FUTUROS PROFESSORES DE E/LE PERCEBEM
OS ELEMENTOS PRAGMÁTICO-DISCURSIVOS EM ORAÇÕES CONDICIONAIS EM ESPANHOL
Maria de Los Angeles de Castro Ballesteros (Universidade Federal de Alfenas-MG)
Os aspectos pragmático-discursivos que subjazem às estruturas gramaticais constituem um problema a ser
enfrentado no processo de ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras, devido às diferentes formas como
diferentes línguas codificam o conhecimento de mundo do falante em suas construções linguísticas. A partir
dessa problemática, este trabalho propõe evidenciar de que maneira licenciandos de um curso de
Letras/Espanhol percebem os elementos pragmático-discursivos presentes nas orações condicionais em
espanhol e como se utilizam deles para expressar suas intenções de comunicação. Apesar da mesma origem,
o latim, o espanhol e o português apresentam um universo cultural distinto e distante que não pode ser
apreendido quando o processo de aprendizagem está focalizado nas estruturas gramaticais e morfossintáticas.
Trata-se de marcas culturais, reflexo do modo de ser, pensar e agir de um falante estrangeiro que,
normalmente, ficam sob o texto e fora do currículo e das gramáticas. Assim, esta pesquisa pretende, por meio
de um estudo contrastivo das orações condicionais, em espanhol e português, relacionar e categorizar as
diferenças entre as estruturas morfossintáticas e possibilidades modo-temporais que agregam informações
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
pragmáticas ao discurso, nas duas línguas. Com o apoio de questionários e testes elaborados de forma a
possibilitar o estudo do processamento e do processo de produção, nos termos de Vygotsky (1987), de
“rascunho mental” e apreensão do “subtexto” presente nos enunciados apresentados, observar a percepção
que os licenciandos têm acerca das estruturas em questão. Dessa forma, busca-se identificar estratégias
discursivas intencionais em contraste com as efetivamente utilizadas para a construção de sentidos na língua
espanhola. Espera-se com esse trabalho, reconhecer as dificuldades de apreensão das estruturas condicionais
pelos sujeitos da pesquisa, uma vez que a partir de sua percepção será possível verificar até que ponto eles
conseguem compreender as semelhanças e diferenças dessas estruturas, no que se refere a aspectos
pragmático-discursivos, nas duas línguas.
Palavras-chave: E/LE – Pragmática –Orações condicionais
IDENTIDADE E REPRESENTAÇÃO DOCENTE EM HISTÓRIAS DE VIDA DE PROFESSORES DE INGLÊS
Maria Elaine Mendes (Universidade Federal do Tocantins)
Este estudo se justifica pela necessidade de pesquisas voltadas para a área de formação de professores de
Língua Estrangeira, especialmente com relação à formação da identidade e representação social. Vários
autores apontam para a importância dos estudos da identidade e representação docente (Stuart Hall, Serge
Moscovici, Tomaz Tadeu da Silva), assim como o crescente uso do método história oral tem levado
professores a lançar um olhar mais detido sobre seu passado, em busca da reflexão sobre as experiências que
marcaram a prática pedagógica do professor de Língua Inglesa no âmbito profissional e pessoal, como
pontuam alguns autores (António Nóvoa, Elizeu Clementino de Souza, Moita Lopes). Objetiva-se com este
estudo investigar a representação docente e formação de professores de Língua Inglesa no sul do Tocantins,
assim como analisar a relação identidade e prática profissional. Qual a imagem dos professores de Língua
Inglesa a respeito de sua categoria? Qual o perfil de um bom professor de Língua Estrangeira na visão dos
professores? Como a trajetória de vida e formação pode desempenhar um papel ativo na construção da
identidade profissional do professor de Língua Estrangeira? A geração dos dados dar-se-á durante o período
de agosto a dezembro de 2012 e terá como participantes 5 professores com formação em Letras que atuam na
área de Língua Inglesa em escolas públicas e 5 professores de cursos de inglês. Serão focados os sujeitos e
sua trajetória de vida como família, lazer, local de trabalho e os valores que os levaram a tomar certas decisões
no decorrer de sua vida profissional. Esta pesquisa é de natureza qualitativa e tomará como referência tanto a
pessoa do professor quanto sua profissão com suas práticas proferidas e relatadas em seus discursos.
Palavras-chave: identidade; representação docente; língua inglesa.
AS PRÁTICAS DE LETRAMENTOS EM LÍNGUA INGLESA NO AMBIENTE SOLAR
Meire Celedônio (UFC)
Dieb-Souza, Eryck (UFC)
Os estudos acerca da contribuição das tecnologias de comunicação e informações (TIC) confirmam a
necessária ampliação de acesso dos indivíduos às inovadoras formas de comunicar-se, fato observado no que
se refere ao ensino e ao perfil dos indivíduos pertencentes às instituições de ensino a distancia (EaD). O
presente artigo objetiva investigar como no ambiente virtual de aprendizagem Solar, criado pela UFC Virtual
com parceria com a UAB se relaciona com os letramentos digitais voltados para o ensino e aprendizagem da
língua inglesa. Para tanto, fundamentamos nossas reflexões nos estudos de letramentos digitais na plataforma
de EaD com base nas teorias de LEMKE (2010), que segundo ele cada letramento subjaz que conheçamos o
contexto de produção de práticas sociais específicas. Corroborando com esse sentido ROJO (2009) nos diz
que através da tecnologia, os vários sujeitos de uma determinada cultura interagem de maneira coordenada.
Os ambientes virtuais não apagam manifestações culturais, mas as englobam. Para dar conta dessa proposta,
analisamos o ambiente virtual Solar e o seu uso por dois meses para identificarmos os tipos de letramento
existentes no local. Em um segundo momento, estudamos detalhadamente cada categoria encontrada e
entrevistamos 15 alunos e 15 tutores que utilizaram o ambiente para fins de ensino e de aprendizagem, para
com isso obtermos respostas mais úteis da sua utilização para a construção do letramento. Da análise dos
dados emergiram nove categorias, que na plataforma são chamadas de ferramentas de ensino-aprendizagem:
fórum, chat, portfólio individual, portfólio em grupo, portfólio do professor, aula (conteúdo), webconferência,
mensagem e material de apoio, onde nesses referidos podemos encontrar locais que servem de uso para o
desenvolvimento dos letramentos na plataforma. Os resultados alcançados evidenciaram que na plataforma
virtual de avaliação, conhecida como Solar tantos os alunos como os tutores possuem um grau de intimidade
com as ferramentas do ambiente construindo os múltiplos letramentos em língua inglesa.
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Palavras-chave: EaD, Letramentos digital, Ensino-aprendizagem de língua inglesa.
PRACTICUM AND THE CURRICULUM: A COMPARATIVE STUDY
Miquéias Rodrigues (Universidad Católica del Maule)
Undergraduate programs of teacher education in second language have the challenge of having to cope with
several aspects of this education, such as knowledge about the foreign language, theoretical knowledge about
teaching, and the practice activity. And the balance regarding the amount of each of them that should be taught
in a limited number of hours of the course is an even more challenging task. Having this in mind, the objective of
this study is to shine some light into this discussion of the subjects that a curriculum for second language
teacher education should cover. This investigation provides a comparison between two undergraduate English
as second language teaching course curricula: one Brazilian, from Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC), and the other Chilean, from Universidad Católica del Maule (UCM). One of the main differences in this
comparison is that the former has a curriculum with two semesters dedicated to the practicum, while the latter
has six. Additionally, concerning the development of knowledge about the English language, UFSC provides
substantially more hours in its curriculum than UCM. With reference to courses covering specifically theoretical
knowledge about teaching, UCM seems to hold a privileged position, since its students major in English and in
Pedagogy simultaneously. The conclusion is that both curricula have advantages and disadvantages. UCM
seems to value the practicum over knowledge about language, and UFSC, despite providing just two semesters
of practicum, appears to overcome this issue by exposing students to a significant amount of hours of practical
activities distributed in the courses of the curriculum.
Palavras-chave: Curriculum, Practicum, Foreign Language
ASPECTOS POLÍTICOS QUE ENVOLVEM A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DE LÍNGUAS
ESTRANGEIRAS PRÉ E EM-SERVIÇO
Mônica Ines de Castro Netto (Universidade Federal de Uberlândia)
O professor de línguas estrangeiras, de acordo com Leffa (2001) é um profissional em formação contínua, que
precisa se atualizar permanentemente, não só para acompanhar um mundo em constante mudança, mas
também para ser capaz de provocar mudanças. Isso nos evidencia que a formação de professores técnicos,
atraídos por práticas pedagógicas conteudistas, e carentes de conhecimentos da própria língua que ensinam,
não é mais suficiente. Há uma busca pela formação de professores reflexivos em contrapartida à formação de
transmissores de conhecimento fazendo-se necessário a reformulação das políticas públicas, visando o
atendimento das reais necessidades dos alunos e a obtenção de uma melhor qualidade do ensino. Segundo
Pavan e Silva (2010), a experiência dos profissionais da educação é refletida em suas práticas pedagógicas, o
que influencia tanto a atuação profissional como as demais atitudes concernentes a suas posições enquanto
sujeitos do processo de ensino-aprendizagem. Para os autores, esses sujeitos transportam para a prática
educacional a experiência universitária adquirida enquanto professores pré-serviço, além de também se
transformarem pela experiência adquirida enquanto professores em-serviço. O objetivo deste trabalho é
vislumbrar, pelo viés da discursividade, a formação política desse educador que convive com diversos
contextos de ensino, repletos de características diversificadas podendo adotar uma postura de fazer/realizar
que poderá levá-lo a promover mudanças, transpor limites, possibilitar trocas que poderão (re)produzir ações
no âmbito social. Para alcançar tal intento, nos apoiamos na Linguística Aplicada que, por meio de várias
pesquisas relacionadas ao processo de ensino-aprendizagem de línguas, tem um amplo diálogo com diversas
áreas do conhecimento, sendo vista como “articuladora de múltiplos domínios do saber, em diálogo constante
com vários campos que têm preocupação com a linguagem” (CELANI, 2000, P. p 20), e na Análise do
Discurso, que tem como característica abarcar conceitos múltiplos e variados, multiplicidade de pensamentos e
possibilidade de imbricamento com investigações variadas.
Palavras-chave: Formação Política; Língua Estrangeira; Discursividade
O PROFESSOR E SUAS MOTIVAÇÕES NA BUSCA DA FORMAÇÃO CONTINUADA
Naiara Silva Paula (Universidade Federal de Viçosa)
Compreendemos que uma boa educação é a ponte para o desenvolvimento do país e para a construção do
individuo com pensamento crítico. Dessa forma o professor carrega uma grande responsabilidade, uma vez
que, sua postura dentro da sala de aula pode influenciar na vida de seus alunos, além de ser responsável pela
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
formação do mesmo no ambiente escolar, e também como cidadão. Portanto investir no processo de formação
deste profissional é básico para que a educação disponível à sociedade seja satisfatória. Sabemos que o
processo de formação de professores é uma ação contínua, na maioria das vezes, tendo seu início no
momento em que o sujeito ingressa no curso de graduação. E a formação continuada é vista como, artifício
para que o professor se mantenha atual, como parte integrante da sua formação, além de ser uma forma de
superar as dificuldades enfrentadas no decorrer da sua prática. O objetivo dessa pesquisa foi identificar as
razões que impulsionam uma professora de Língua Inglesa da rede pública a fazer parte de um projeto de
formação continuada. Pesquisas a respeito da crença de professores (BARCELOS, 2006; COELHO, 2006;
FERREIRA, 2011), discussões em torno da formação inicial e continuada do professor de línguas (LEFFA,
2011; BARCELOS, 2011; SCHMITZ, 2011; MICCOLI, 2011) e a respeito do ensino de línguas em escolas
públicas (LEFFA,2011; COELHO,2005) serviram de base para as discussões propostas. Para o
desenvolvimento da pesquisa foi feito um estudo de caso a partir da aplicação de questionário, entrevista e
observação de aulas da professora participante, com o intuito de conhecer a sua formação, sua prática e suas
crenças. Através da análise dos dados obtidos espero verificar o que de fato leva uma professora a dar
continuidade a sua formação e até que ponto suas crenças e a formação inicial que ela teve influenciam em
sua decisão.
Palavras-chave: Formação Continuada, Crenças, Escola Pública
ESTRUTURA DE PARTICIPAÇÃO EM UM GRUPO EM ATIVIDADE DE ESCRITA COLABORATIVA
Nathalie Letouzé Moreira (Unicamp)
O presente estudo é um recorte de uma pesquisa-ação mais ampla que envolveu a participação de sete
adolescentes e uma professora de língua portuguesa, a pesquisadora, em 13 aulas de um minicurso oferecido
pela escola cujo propósito era a escrita colaborativa de um livro de ficção. Cada estudante era responsável
pela escrita de uma parte do texto, escolhida por eles mesmos, e os encontros eram voltados para a decisão,
em grupo, do cerne da narrativa e dos rumos dessa narrativa e para a leitura e apreciação pelos demais dos
textos escritos pelos estudantes. O objetivo da comunicação é descrever a evolução da estrutura de
participação dos alunos pela análise das mudanças de footing em dois encontros do grupo, verificando se os
dois integrantes recém chegados ao grupo conseguiram ter sua participação igualmente aceita pelo grupo em
relação aos estudantes que já se conheciam de uma disciplina anterior. O estudo se baseia nas contribuições
da sociolinguística interacional e os dados foram registrados em vídeo e áudio e submetidos a uma análise
multimodal interpretativa das interações entre alunos e entre professora e alunos. Conforme se pretende
mostrar, a análise comparativa mostra que os integrantes mais antigos mantiveram maior domínio de sua
participação nas discussões em relação aos recém-chegados e que o estudante com dificuldades de fala, um
dos recém chegados, teve maior dificuldade em ratificar a sua participação no grupo. Desse modo, concluiu-se
que os integrantes recém chegados ao grupo não conseguiram ter o mesmo status de participação que os
estudantes que já se conheciam.
Palavras-chave: estrutura de participação, escrita colaborativa, interação em sala de aula
CURADORIA DIGITAL: AS POTENCIALIDADES DE UM NOVO CONCEITO PARA A FORMAÇÃO DE
PROFESSORES E PARA A SUA ATUAÇÃO EM SALA DE AULA
Nayara Natalia de Barros (Universidade Estadual de Campinas)
Considerando o panorama dos novos letramentos exigidos pela contemporaneidade e os novos objetos que
têm surgido como resultado do desenvolvimento de certas práticas letradas dentro e também fora da internet, é
preciso mobilizar os professores a fim de que desenvolvam a capacidade de motivar os seus alunos a
conhecer e operacionalizar tais objetos. Nesse contexto, uma nova capacidade a ser adquirida surge: a
curadoria digital. É preciso propiciar aos alunos a aptidão para identificar, selecionar e organizar informação
dentro da web de forma individual, mas também de forma colaborativa. A partir desse contexto, e inserido no
campo da Lingüística Aplicada, este trabalho pretende analisar a plataforma Storify, uma plataforma aberta na
web que permite construir histórias por meio do recolhimento (automático) de informações de diferentes mídias
sociais como o Twitter, Facebook, Flickr Photos ou Youtube e averiguar as potencialidades desse modelo para
a formação e atuação de professores em sala de aula. Por meio de uma revisão bibliográfica que contempla as
discussões atuais sobre os novos letramentos, e de um levantamento teórico sobre as discussões acerca da
curadoria digital, irão se averiguar as potencialidades da plataforma para a construção de textos jornalísticos
multimodais produzidos pelos alunos. Dessa forma, esperamos que o trabalho possa fomentar discussões com
os participantes da apresentação sobre as potencialidades do conceito de curadoria e da própria ferramenta
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Storify na formação de professores de línguas e, em um segundo plano, provocar a reflexão desses docentes
sobre o desenvolvimento de práticas que contemplem objetos semelhantes e que propiciem a capacidade dos
alunos de se tornarem mais do que usuários da internet e de suas ferramentas, mas também produtores de
conhecimento dentro e fora da sala de aula, por meio do aproveitamento de objetos com os quais já tenham
certo grau de familiaridade.
Palavras-chave: curadoria digital, novos letramentos, formação/atuação de professores.
REPRESENTAÇÕES SOBRE LÍNGUA DE PROFESSORES EM UM CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA
Natália Costa Leite (UFMG)
A Análise do Discurso Francesa (ADF) atravessada pela psicanálise ancora o presente trabalho por possibilitar
o imbricamento das noções de sujeito, língua e história. Essas dobraduras conformam um espaço indefinido e
instável onde cada constituição é inevitavelmente alterada a partir do movimento de cada uma delas. Tal
perspectiva permite, portanto considerarmos a linguagem enquanto campo da incompletude, do não todo. A
linguagem é uma construção que ao mesmo tempo que sustenta a rede, comporta o furo. Este trabalho busca
considerar a ordem do imaginário que emerge nos processos de ensino/aprendizagem, e que configuram o
modo de ser professor (ANDRADE, 2008). Proponho neste trabalho problematizar o conceito de língua e seus
possíveis desdobramentos no ensino de línguas estrangeiras. A análise do corpus se deu no sentido de se
investigar quais são as representações sobre a língua e o trabalho didático com essa língua (neste caso a
língua inglesa) por professores do projeto de Educação de Jovens e Adultos (EJA). O exercício de análise
apresentado é um recorte de análises realizadas no ano de 2011 e 2012 com três professores de EJA
participantes de um projeto de formação continuada. Esses professores atuam nas redes federal, estadual e
municipal de ensino no município de Belo Horizonte/MG. O corpus foi formado a partir de entrevistas semiestruturadas, posteriormente transcritas e analisadas. Utilizei como categoria de análise os conceitos de
interpretação em AD, as ressonâncias discursivas e as formas mostradas de heterogeneidade. Os
acontecimentos discursivos sinalizaram para um entendimento de como se configura o imaginário dos
professores através da localização de construções linguísticas (uso de discurso indireto, aspas, glosas). Os
professores pesquisados percebem a língua enquanto sistema fechado e seu ensino a partir da
sistematizações de sua estrutura. Tal concepção desconsidera a língua enquanto espaço de alteridade e
(re)elaboração , além da manifestação de embates ideológicos.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, língua, representação
O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DO ALEMÃO COMO SEGUNDA LÍNGUA ESTRANGEIRA: UM ESTUDO DE
CASO
Nathaly Amanda Soares Silva (Departamento de Letras Modernas – FFLCH - Universidade de São Paulo)
Este trabalho de Iniciação Científica visou analisar, através de um estudo de caso com alunos da rede pública
de ensino, de qual forma o conhecimento prévio da língua inglesa influencia na aprendizagem do alemão como
segunda língua estrangeira. O estudo procurou identificar maneiras de facilitar a aquisição do idioma, usando
as prováveis associações e transferências de vocabulário e estruturas feitas pelos alunos como maneira de
auxílio. Foi implantado um curso introdutório de língua alemã na Escola Estadual Francisco Emygdio Pereira
Neto, em São Bernardo do Campo. Ele foi oferecido aos alunos de sétimas e oitavas séries. O material didático
usado incluiu o livro Planet, filmes alemães e músicas com versões em alemão e inglês. Tais atividades
procuraram trabalhar a relação estabelecida pelos alunos entre as duas línguas: associação de palavras,
estruturas e a pronúncia. Procurou-se observar se o prévio conhecimento da língua inglesa atuou como
problema no processo de aprendizagem - através de observações feitas em sala de aula, das produções
textuais e orais dos alunos -, além de quais estratégias foram usadas para compensar a falta de conhecimento
na língua alemã. Foram usadas teorias de aquisição de linguagem que abordam questões da Interlíngua (Larry
Selinker, 1972) e do multilinguismo (Teoria Cognitiva de Reação em Cadeia na Aprendizagem de Línguas
Estrangeiras (ou CCR – Cognitive Chain Reaction), apresentada por Márcia Helena Boëchat Fernandes, 1995).
Notou-se forte tendência em transferir a pronuncia inglesa para a alemã, além da aquisição de vocabulário
ocorrer, em sua maioria, com associações entre os idiomas. A influência interlinguística também se mostrou
presente.
Palavras-chave: Multilinguismo, Ensino, Aprendizagem
REPRESENTAÇÕES SOBRE CULTURA NAS AULAS DE INGLÊS
DE ALUNOS DA GRADUAÇÃO EM LETRAS INGLÊS DA UFSC
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Renata Gomes Luis (UFSC)
Gloria Gil (UFSC)
Diversos pesquisadores em diferentes áreas (Byram, 1989; Hall, 1997; Kramsch, 1998) já enfatizaram a
relação intrínseca existente entre língua e cultura. Neste aspecto, a principal discussão no campo da linguística
aplicada parece ser a identificação de como esses conceitos – língua e cultura – deveriam estar conectados na
sala de aula de língua (Kramsch, 1998; Risager, 2006). Dessa forma, este estudo tenta entender a relação
entre língua e cultura na sala de aula de língua estrangeira (LE) através das representações sobre cultura e
aprendizado de cultura nas aulas de inglês de alunos da graduação em Letras Inglês da Universidade Federal
de Santa Catarina (UFSC). A coleta de dados consistiu-se de um questionário aberto, entrevistas semiestruturadas e troca de emails entre os participantes e a pesquisadora. Uma análise temática dos dados
demonstrou que os participantes representavam cultura principalmente de duas formas – como conhecimento e
capital valorizado ou como práticas que identificam pessoas como membros de determinados grupos. Da
mesma forma, eles consideravam aprendizado de cultura como aprendizado sobre conteúdos dos países
falantes de inglês ou como aprendizado em relação ao uso da língua de forma apropriada, dependendo do
contexto. O papel da cultura da sala de aula de LE foi percebido pelos alunos tanto como conteúdo da aula, por
vezes dissociado da língua ou como pragmática de se aprender uma língua que reflete visões de mundo
específicas, onde língua e cultura foram conectadas intrinsicamente. As implicações pedagógicas deste estudo
se referem à importância da construção de sentidos de cultura na sala de aula que permitam aos alunos
perceberem a natureza fluída e mutável da mesma, como também à conscientização dos estudantes sobre a
construção social dos sentidos e da linguagem, para que eles possam perceber, dessa forma, a relação
intrínseca entre língua e cultura.
Palavras-chave: representações, cultura, aulas de inglês
FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LINGUA INGLESA EM CURSO SUPERIOR DE HOTELARIA
Renata Mendes Simoes (PUC-SP)
Este estudo de caso procurou investigar a realidade docente em cursos superiores de hotelaria de São Paulo.
A questão de pesquisa foi: Como se caracteriza o ensino de inglês para alunos de hotelaria sob a ótica de seus
professores? Para a concretização do estudo foram escolhidas duas instituições de ensino superior de São
Paulo, consideradas pelo mercado de trabalho as principais formadoras de profissionais da área. O objetivo
deste trabalho foi analisar práticas pedagógicas de professoras de inglês em cursos superiores de hotelaria,
através da caracterização de estratégias de ensino construídas por essas professoras. Analisou-se como elas
relatam ter aprendido a ensinar inglês para esse tipo específico de profissional, e como estabelecem relações
entre conhecimentos específicos e conhecimentos pedagógicos. Dentre os teóricos que embasaram esta
pesquisa temos Perrenoud (2002), Schön (2000), Masetto (2003) e Mizukami (2002). Os dados foram
coletados por meio de entrevistas com professoras de inglês. Para a análise e interpretação dos relatos das
professoras foram considerados três eixos principais: (a) formação acadêmica, (b) atuação profissional, e (c)
aprendizagem dos alunos. Tais relatos indicam como essas professoras da língua inglesa em cursos
superiores de hotelaria verbalizam a construção de suas práticas pedagógicas. Os resultados evidenciaram
que as professoras, apesar de idade e tempo de experiência diferentes, possuem alguns referenciais
compartilhados; e estes influenciam suas práticas. Todas acreditam que a experiência facilita a prática
pedagógica. Indicam que constroem, ao longo de seu percurso profissional, conhecimentos sobre como
ensinar a língua inglesa para profissionais com perfis específicos. Os resultados apontam para a importância
de aprendizagem entre os pares, troca de experiências, análises das dificuldades e de formas de
enfrentamento das mesmas. Indicam um ponto crucial na formação do formador: a necessidade de
investimento institucional na formação dos mesmos, e de espaços dedicados à discussão e ao estudo da
docência do ensino superior em suas diferentes áreas.
Palavras-chave: ensino de línguas, formação de professor, hotelaria
DEMANDAS ATUAIS PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA
PARA O TRABALHO COM A LEITURA LITERÁRIA NOS ANOS FINAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Rodrigo Alves dos Santos (Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – CEFET-MG)
Quais são as demandas que os novos contextos mercadológicos/sociais e os diferentes perfis discentes que
entram na escola de nível médio têm gerado para a atuação do professor de língua portuguesa nos anos finais
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
da educação básica, quando da abordagem do texto literário? Que necessidades de mudança essas
demandas impõem à formação inicial e contínua dos professores de língua portuguesa? É nesse contexto que
são aproximados e discutidos textos oficiais e acadêmicos como os veiculados em Brasil (1999, 2001, 2006);
Soares (in.: MARTINS, BRANDÃO, MACHADO, 1999), Paulino (1998, 1999), Paulino e Cosson (2004), Cosson
(2007); Mello (1998, 1999), Cardoso Bernardes (2005a, 2005b). Neste sentido, em um primeiro caso, dá-se
visibilidade à análise dos Parâmetros Curriculares do Ensino Médio – Componente Curricular Língua
Portuguesa (1999), aos PCN+ (2001) e às Orientações Curriculares para o Ensino Médio (2006). Já em um
segundo, discutem-se relevantes conceitos que constituem, hoje, suportes teóricos imprescindíveis ao
professor de língua portuguesa em exercício: letramentos literário e digital, formação de leitores críticos de
textos literários, jovem empreendedor... através de uma aproximação de autores brasileiros e portugueses que
vêm se detendo sobre a questão da leitura e da formação de leitores nos anos finais da educação básica. Ao
final da reflexão aqui empreendida, são delineados perfis de professores em exercício e de egressos dos
cursos de formação de professores de língua portuguesa para o trabalho com a leitura literária demandados
pelos novos contextos delineados nesse século XXI. Também são sugeridas pequenas (e possíveis) mudanças
no modo como vem sendo conduzida a formação de professores de língua portuguesa no Brasil, de modo a
adequá-las às exigências atuais para o formador de leitores jovens.
Palavras-chave: formação de professores, literaturas de língua portuguesa, ensino médio.
CRENÇAS SOBRE O BOM PROFESSOR DE LE: UM ESTUDO A PARTIR DAS METÁFORAS
NO DISCURSO DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO
Rosemeire Parada Granada Milhomens da Costa (Universidade Federal do Tocantins)
O presente projeto que traz como tema crenças e o perfil ideal do professor de LE tem como objetivo analisar
o sentido metafórico que aparece na fala dos professores em pré-serviço concernentes às suas crenças acerca
do bom professor de LE a fim de entender quais crenças permeiam essa formação e qual o perfil ideal de um
professor de LE delineado por estes indivíduos. Nesse contexto as crenças serão abordadas assumindo o
conceito de Barcelos (2006) o qual define que as crenças além de conceitos cognitivos, são também
construções sociais, e serão analisadas por meio das metáforas na fala desses professores em pré-serviço
uma vez que as metáforas dão conta de “verbalizar o que é desconhecido e difícil de descrever em outros
termos” Reilly (1997 apud OXFORD ET AL., 1998: 3) e ainda porque a metáfora é, não somente uma questão
de linguagem, mas de pensamento e razão Lakoff ( 1993; 2002). Desse modo na busca em atender aos
objetivos traçados para esta investigação, ainda em andamento, procurou-se um trabalho do tipo exploratório,
dentro de um enfoque de investigação qualitativa e vem sendo conduzido no curso de Letras do Centro
Universitário Unirg situado na cidade de Gurupi-TO, tendo como colaboradores um grupo de alunos
matriculados na disciplina de Prática de Ensino I. Os dados tem sido gerados a partir de questionários que
descrevem o perfil sócio-cultural desses colaboradores bem como suas experiências com a LE, prévias ao
curso de Letras, e seguidos de observações de aulas teóricas de Prática de Ensino nas quais são discutidos
temas relevantes sobre a formação do professor pré-serviço e suas crenças acerca do bom professor de LE.
Palavras-chave: crenças, o bom professor de LE, metáforas
A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA DA ESCOLA PÚBLICA:
UMA EXPERIÊNCIA NO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DA CAPES
COM O INSTITUTO DE EDUCAÇÃO (IOE) DA UNIVERSIDADE DE LONDRES
Sabrina Hax Duro Rosa (IFRS - Câmpus Rio Grande)
Wellington Sales da Rocha (Fundaçao Educacional de Além Paraíba)
Kelly Cristina Oliveira da Silva
Karoline Lobo de Almeida Baracho (Escola de Lajes - Município de Piraí – RJ)
Jéssica Rezende Diniz Brandão (Escola Municipal Alvaro Lopes)
Especialistas e profissionais da área de educação são unânimes em afirmar que o processo de decadência da
educação pública no Brasil vem da metade do séc. XX, num período que começou nos anos 50 e teve o ápice
nos anos 70 (RIBEIRO, M.L.S, 1982; PALMA FILHO, J.C., 1998; SILVA, J. C., 2007). Em vista de um ensino
público precário como um todo – com falta de estrutura física, de materiais básicos, de livros, de professores
etc. – o ensino de LI também sofreu em termos de qualidade, o que não poderia ser diferente já que está
inserido nesse sistema educacional público que depende, principalmente, da boa vontade dos nossos
governantes para mudar esse quadro. Com este trabalho, pretendemos trazer à luz uma iniciativa da CAPES
em prol de uma qualificação de professores de Língua Inglesa (LI) que veio para mudar, mesmo que de forma
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
sutil, essa situação em várias partes do País, pois 13 Estados foram contemplados. Muitas vezes, é a crença
dos próprios professores de LI que leva adiante a cultura de que não se aprende inglês na escola; eles têm em
seu discurso as famosas frases: “Eles [estudantes] não aprendem português quanto mais inglês” (MOITA
LOPES, 1996, p. 63) e “[...] ensinar inglês em escolas públicas não funciona” (LIMA, 2011, p.14). Por meio de
relatos da experiência, pretendemos socializar as práticas desenvolvidas no Curso de Capacitação para
Professores de Inglês das Escolas Públicas e motivar outros profissionais para buscarem sua formação
continuada, atuando na promoção desse processo de mudança.
Palavras-chave: Professor de LI; formação continuada, CAPES/IOE
LÍNGUAS, SOCIOLINGUÍSTICA E FORMAÇÃO DE TRADUTORES
Sandra María Pérez López (Universidade de Brasília)
Os fantasmas que assombram o mundo da tradução representam espaços de tensão e desconforto em que
com frequência se fez residir a impossibilidade da tradução. Dentro deste mundo de fantasmas, são
apresentados nesta comunicação indicativos da forma um tanto anódina como as línguas são tratadas nos
estudos da tradução e na formação de tradutores. Para isso, recorre-se a concepções sociolinguisticas que,
sobre as línguas de trabalho dos tradutores, se inferem em três olhares diversos da Competência Tradutória
(CT): um mais socioconstrutivista (HURTADO ALBIR, 1999), outro mais cognitivo (GONÇALVES, 2006 apud
CINTRÃO, 2006) e um terceiro, mais holístico (ROBINSON, 2002 [1997]). Todos três aparecem referidos como
“mais” por não se considerarem excludentes entre si. Embora seja reconhecida sua instabilidade interna, seu
caráter “imaginado” quase equivalente ao das relações de parentesco ou às idéias religiosas (SCHWARCZ in
ANDERSON, 2008 [1983, 1991]:12), nos três casos as línguas tendem a ser totemizadas, reificadas,
especialmente quando colocadas uma frente a outra na tradução. As línguas são vistas, nos três olhares da
CT, como objetos terminados, estáticos e apreensíveis em sua totalidade. Considerações sobre diferenças
quanto à situação de padronização são relevadas, esquecendo que as comunidades não se “imaginam” todas
da mesma forma; “o que as distingue é o ‘estilo’ como são imaginadas e os recursos de que lançam mão”
nesse processo (SCHWARCZ in ANDERSON, 2008 [1983, 1991]:12). Assim, uma vez colocadas concepções
sociolinguísticas presentes nas três abordagens delimitadas da CT, é apontada a necessidade de um
embasamento local da formação, que não afeta unicamente os aprendizes de tradutores enquanto indivíduos,
nem sua CT enquanto abstração, mas também a competência dos formadores de tradutores, resumida com
frequência a mais algumas obviedades que também precisam ser repensadas.
Palavras-chave: línguas, formação de tradutores, Sociolinguística
REPRESENTAÇÕES DE PROFESSORES SOBRE A LÍNGUA INGLESA EM SANTARÉM, PARÁ
Silvia Cristina Barros de Souza (UFSC)
A língua nunca é neutra, pois está diretamente ligada a movimentos de caráter social, econômico e cultural
(Carboni & Maestri (2003). Nos dias de hoje, a Língua Inglesa, por ser a língua da globalização, da
comunicação internacional, dos negócios e da tecnologia, assumiu o status de “língua franca” e “Língua
Internacional” e com essa expansão, questões sobre como ensiná-la surgiram ao longo dos anos, sendo uma
das maiores preocupações a fluência e formação adequada dos professores e a reflexão que eles mesmos
fazem sobre suas práticas docentes, seus valores, representações, crenças e o processo contínuo de
formação de suas identidades profissionais. Esse trabalho tem como objetivo discutir as possíveis
representações de um grupo de professores de Inglês como língua estrangeira de Santarém, Pará com relação
ao ensino e aprendizagem da língua inglesa e com relação a eles mesmos enquanto falantes e suas possíveis
relações com as práticas dentro de sala de aula. A noção de representação usada neste estudo é baseada nas
idéias de Celani e Magalhães (2002), que procura “contemplar os contextos social, histórico e cultural dos
quais as representações emergem, sem negligenciar questões políticas, ideológicas e teóricas”. Uma vez que
as percepções que os professores têm da língua em geral podem influenciar diretamente suas práticas
pedagógicas, neste estudo as experiências educacionais, profissionais e pessoais dos participantes foram
consideradas relevantes na construção dessas representações.
Palavras-chave: representações, língua inglesa, identidade profissional
O ENSINO CRÍTICO NA SALA DE AULA DE LÍNGUAS COM MÚSICA
Simone Lima Gomes (Universidade de Brasília)
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
O ensino crítico contemporâneo abarca uma variedade de tendências, tais como educação crítica, pedagogia
crítica, letramento crítico, linguística aplicada crítica, dentre outros. Um dos objetivos das Orientações
Curriculares do Ensino Médio (BRASIL, 2006) é que o educando utilize a língua que está aprendendo em
situações significativas e relevantes. E assim aprimorar a percepção dos alunos como agentes de nossa
sociedade e cidadãos do mundo, desde que os mesmos sejam estimulados a analisar e criticar reflexivamente.
Partindo dessa compreensão e da necessidade de se pensar no ensino de língua contemplando a perspectiva
crítica com Cox & Assis-Peterson (2001), Rajagopalan (2006), Moita Lopes (2006), Paulo Freire (1982) e
Pennycook (1994; 2001), vislumbro um processo de aprendizagem que atenda às necessidades formativas de
um cidadão crítico, para a vivência de uma cidadania crítica local e global. Nesse sentido, este estudo investiga
quais os aspectos imbricados no fazer pedagógico crítico de línguas e como o uso de canções tem o potencial
de proporcionar a aprendizagem de línguas numa perspectiva crítica. A presente pesquisa se caracteriza como
de reflexão, natureza qualitativa e caráter interpretativista. O dados foram coletados por meio de observações
de aulas, notas de campo, momento de reflexão, entrevistas semiestruturadas, planejamentos de aulas e as
aulas implementadas. Os resultados revelam a existência de três aspectos envolvidos no desenvolvimento do
trabalho crítico, sendo eles: as crenças, as questões relativas ao fazer pedagógico e as relações de poder. E é
por meio de técnicas, estratégias e recursos que o uso de canções pode contemplar e oportunizar uma
cidadania crítica. Portanto, se faz necessário considerar o contexto, a realidade dos participantes envolvidos,
as estratégias e os recursos existentes, entre outros.
Palavras-chave: Ensino crítico de línguas; Canções
SENTIDOS DE LETRAMENTOS EM BIOGRAFIAS DE LEITORES: COGNIÇÃO E DISCURSO EM
COMPOSIÇÕES IDENTITÁRIAS
Simone Reis (Universidade Estadual de Londrina)
Rafael Leonardo da Silva (UEL-G)
A pesquisa sobre aprender a ensinar leitura em língua estrangeira nos informa sobre influências
(des)favoráveis à formação de leitores, à (inter)relação de aspectos biográficos, cognições e ação pedagógica
(REIS, 2005). Dentre influências redutoras sobre o professor-aprendiz figura a própria instituição educacional:
na educação básica, a escola. Efeitos dos cursos de preparação formal para professores sobre sua prática têm
sido estudados com foco analítico exclusivo ou compartilhado entre biografia, educação formal, cognições e
ações. Também têm sido particularmente estudados cognições e discursos de professores de inglês em
formação inicial diante de objetivos de aprendizagem e justificativas pedagógicas institucionalmente dados.
Sabe-se, assim, que alunos professores verbalizam acatamento de idealizações instituídas no campo de seu
trabalho, ao mesmo tempo em que as avaliam como de difícil operacionalização, em geral por supressões com
respeito a preparo formal e ou pelas condições estruturais do local de trabalho (CAMARGO, 2011; CAMPOS;
MANTOVANI, 2011; REIS, 2011a-d). A presente comunicação faz parte de uma pesquisa atualmente em
desenvolvimento na Universidade Estadual de Londrina, tendo como contexto de coleta de dados uma
disciplina integrante da segunda série do curso de Letras Estrangeiras Modernas (inglês), intitulada Leitura em
Língua Inglesa – Aspectos teóricos (REIS, 2012). Os dados, coletados por meio de produção textual individual,
em língua inglesa, solicitada como tarefa, enfocam aspectos biográficos pessoais de cada discente, contadas
por eles com respeito a como se tornaram os leitores que são. Tendo como unidades de análise, por um lado,
cognição (BORG, 2003) e, por outro, discurso (FAIRCLOUGH, 1989/2001; 1992; 2003), examinam-se atores,
processos, objetivos, circunstâncias e escopos, especificamente quando os discentes contam sobre sua
relação com a leitura, seus objetos e objetivos de leitura, (des)prazeres, (des)motivações, e então nos
permitem interpretar, sob epistemologia construcionista social (SCHWANDT, 2003), fragmentos de seus
mundos vividos, de seus mundos mentais, de suas leituras do mundo social; em suma, nos permitem ler
sentidos de letramento (STREET, 1995; LANKSHEAR; 1993; MCLAREN, 1992; KRESS, 2003; 2010;
CORADIM, 2008; REIS, 2010) em suas biografias de leitores, como partes integrantes de suas identidades
profissionais (BEIJAARD et al, 2010) em construção.
A PRÁTICA CRÍTICO-REFLEXIVA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS
Solanielly da Cruz Aguiar (Universidade Federal de Campina Grande)
O papel do pesquisador é encontrar esses caminhos e decifrá-los, no intuito de conhecer melhor o seu objeto e
tornar a pesquisa um ato constante de transformação. Com isso, as pesquisas relacionadas à formação de
professores vêm ganhando uma nova dimensão, e com isso novas perspectivas e olhares. Ao longo das duas
últimas décadas, o cenário de pesquisa direcionava seu foco principalmente para a instituição formadora, que
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
acreditava que apenas a formação em Letras era suficiente, no entanto, a quebra de paradigmas que ocorreu
na área educacional obrigou a universidade a reconhecer o seu papel e a redefinir o seu papel na sociedade. .
Quando falamos sobre a prática crítico-reflexiva, em um primeiro momento surge a pergunta: há diferença
entre refletir e pensar? Ao fazermos essa pergunta, à dúvida é colocada em questão, e em seguida vem o
interesse para tentar responde-la. Pensando nisso, podemos aferir que a prática crítico-reflexiva poderá auxiliar
o professor em sala de aula, fazendo com que o mesmo conduza o processo de ensino-aprendizagem de
forma dinâmica e construtiva. A prática reflexiva refletirá diretamente na formação de professores, e tem o
intuito de auxiliá-lo a refletir sobre a sua ação, para que posteriormente ele produza uma nova ação obtendo
um resultado construtivo. Como aporte teórico, utilizamos os pressupostos de Kuhn (2009), para entendermos
as mudanças de paradigmas, Zeichner (1993) e Schön (2000) ao que tange a prática crítico-reflexiva e Freire
(1970) para mostrarmos um panorama sobre as correntes educacionais. Para tanto, utilizamos o relatório de
estágio supervisionado que foi o objeto resultante das aulas de Prática de Ensino de Língua Inglesa I a fim de
coletarmos os dados que compõe a pesquisa. Logo, podemos dizer que a prática crítico-reflexiva é um
caminho que deve ser seguido por aqueles que fazem parte do processo de ensino aprendizagem.
Palavras-chave: Formação de professores; Prática crítico-reflexiva; Ensino de Línguas
PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA E AS TICs
Tayane Kizze dos Santos Pereira (Universidade Federal de Sergipe)
Diante do processo globalizante que aproxima os povos através das novas tecnologias, a educação precisa se
reinventar, acompanhando as mudanças. Hoje em dia é preciso que as pessoas tenham acesso às
informações e conhecimento acerca das novas tecnologias para ter um bom desempenho, tanto no mercado
de trabalho quanto na sociedade. No entanto, muitos ainda não conseguem transitar em tais meios eletrônicos,
ou por não deter o conhecimento técnico ou por não saber tirar o melhor proveito do que eles oferecem. As
escolas, como parte de uma sociedade globalizada e responsável pela formação de cidadãos, devem preparar
os aprendizes para viver nesses novos contextos digitais. Como bem proposto pelas Orientações Curriculares
para o Ensino Médio (OCEM): “O projeto de letramento pode coadunar-se com a proposta de inclusão digital e
social e atender a um propósito educacional, pois possibilita o desenvolvimento do senso de cidadania”
(BRASIL, 2006, p. 98). Este trabalho – tomando como base pesquisa feita com docentes da rede pública de
Sergipe - tem, portanto, por objetivo, mostrar como professores de inglês têm utilizado as tecnologias da
informação e comunicação (TIC) ao ensinar. Para tanto, foram observadas aulas e feitas entrevistas com os
mesmos, através das quais foi possível perceber que as tecnologias muitas vezes são utilizadas apenas com
objetivos técnicos e mecânicos, deixando de lado a preocupação com a formação de consciências críticas e o
senso de cidadania proposto pelas OCEM. Tais observações confirmam que ainda há muito que ser mudado
não só na prática dos professores, como também na formação deles, nas políticas educacionais e na estrutura
física dos ambientes escolares.
Palavras-chave: Inglês; Professores; Novas Tecnologias
O AUTOESTUDO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UM OLHAR REFLEXIVO SOBRE A PRÁTICA
Thalita Cunha de Rezende (Universidade Federal de Viçosa)
De acordo com Samaras e Freese (2009), o autoestudo é uma área recente de pesquisa, sobretudo na
formação de professores. Contudo, é um campo promissor que está crescendo rapidamente por ser uma forma
eficaz de se pesquisar e refletir sobre a prática profissional e, dessa forma, transformar professores em
pesquisadores críticos de suas práticas. Segundo essas autoras, a pesquisa sobre prática reflexiva influenciou
fortemente o autoestudo. Para Libâneo (2002), a reflexão deve ser uma prática constante no processo de
formação dos professores, uma vez que, como apontam Richards e Lockhart (1996), é a base para o
crescimento profissional. Reconhecendo o importante papel do autoestudo para o desenvolvimento
profissional, lanço um olhar retrospectivo e crítico sobre os resultados de uma pesquisa que desenvolvi ao final
do curso de Letras da Universidade Federal de Viçosa sobre crenças e emoções de alunos sobre a produção
oral em língua inglesa. O objetivo do presente estudo foi refletir sobre as consequências e contribuições dos
resultados dessa pesquisa em minha prática e desenvolvimento profissional. Esta foi uma pesquisa qualitativa
e teve como instrumento de coleta de dados a narrativa (BARCELOS,2006). Para a sua elaboração, foram
consideradas minhas impressões sobre as crenças e emoções dos alunos, suas consequências para minha
prática e meu papel no ensino da produção oral. Uma vez que o autoestudo é uma pesquisa introspectiva que
envolve a colaboração, a narrativa foi analisada por um “amigo crítico” (SAMARAS e FREESE, 2009) e em
seguida houve uma discussão e compartilhamento de ideias e experiências que validaram este estudo. Os
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
resultados mostram a eficácia do autoestudo para o crescimento profissional, visto que a prática profissional
pôde ser analisada e reconsiderada, pois foram verificadas atitudes que se revelaram incoerentes com as
crenças e emoções dos alunos, sendo, até mesmo inibidoras do desenvolvimento da oralidade dos
participantes.
A IDENTIDADE DO PROFESSOR EM PRÉ-SERVIÇO DE LÍNGUA INGLESA
E A INCLUSÃO DO ALUNO SURDO NO CONTEXTO REGULAR
Vanessa Oliveira Silva (Universidade Estadual de Montes Claros)
O propósito deste estudo é problematizar a construção identitária do professor de Língua Inglesa em préserviço acerca do aluno surdo, analisando suas representações sobre a inclusão do surdo em escolas
regulares e as possíveis representações acerca do ensino de Língua Inglesa para com este alunado. O objeto
de pesquisa foi o discurso do professor em formação do 7° período do curso de Letras/ Inglês de uma
Universidade do Norte de Minas, para o tratamento dos dados utilizou-se da análise do discurso que nos
possibilitou atribuir significado aos discursos dos acadêmicos considerando as suas condições sócio-históricas.
Através da abordagem qualitativa foi-nos possível discutir resultados relacionados aos comportamentos,
sentimentos, posicionamentos do ser humano. Flagramos, nas análises, a representação da descrença do
ensino eficaz proposto pela educação inclusiva ao aluno surdo. Podemos perceber também, a representação
da impossibilidade de ensinar a Língua Inglesa para o aluno surdo, uma vez que, os acadêmicos dizem ser
despreparados para atuarem na escola inclusiva. Por fim, os acadêmicos que já presenciaram esta prática,
revelam sentimentos de frustrações, mal-estar por não alcançarem à imagem do professor ideal em sala de
aula. Portanto, o resultado trará benefícios a toda comunidade surda e também ao ensino oferecido nos cursos
superiores em licenciatura, haja vista que compreender a identidade do professor em formação é importante
para as famílias que agregam seus filhos surdos em escolas regulares acreditando na formação inclusiva deste
profissional. No que diz respeito ao ensino, promover uma reflexão sobre a formação inicial dos professores de
Língua Inglesa acerca do contexto inclusivo.
Palavras-chave: Formação. Identidade. Surdos.
POLÍTICAS DE (TRANS)FORMAÇÕES DAS PRÁTICAS DE PROFESSORES
DE PORTUGUÊS COMO SEGUNDA LÍNGUA
Victor Araujo
Tatiany Carvalho
Bruna Chacon
Amanda Roch
Daniella Soares
(Universidade de Brasília)
O ensino de português como segunda língua está crescendo muito nos últimos anos, porém, é necessária uma
mudança nas políticas nacionais para que haja uma excelente (trans)formação de professores. O cenário
universitário atual, não permite uma formação ampla e abrangente, focando na habilidade do professor em lidar
com diferentes culturas em um contexto sócio-cultural totalmente diferente do que estão acostumadas, e muito
menos permitindo uma formação específica para o Ensino de Português Segunda Língua. O referido trabalho
se respaldará nos seguintes estudos empíricos desenvolvidos no âmbito da Linguística Aplicada, embasados
pelas políticas de ensino formuladas pelo Ministério da Educação, para ressaltar a importância da formação
transdisciplinar do profissional de Letras, principalmente se este for lidar muito mais com aspectos culturais do
que estruturais dentro da língua, como é o caso do ensino de Português como Segunda Língua dentro e fora
do Brasil. A metodologia foi embasada em pesquisa e coleta de dados, tanto quantitativos quanto qualitativos,
dentro da Universidade de Brasília. O foco foram os alunos do curso de Licenciatura em Letras – Português do
Brasil como Segunda Língua. Tal curso tem como objetivo o ensino de português para Estrangeiros, Surdos e
Indígenas e, apesar de trabalhar com uma formação contrastiva a respeito do ensino de Português como L1 e
L2, o curso apresenta certa dificuldade na formação de profissionais que estejam aptos a realizar tais tarefas,
de maneira dinâmica e abrangente. Sendo assim, investigamos os pontos fracos e fortes do currículo, além de
analisar o cenário (inter)nacional, e as demandas do mercado de trabalho, propondo assim inserções, retiradas
e modificações de disciplinas, resultando em uma proposta de reforma curricular para o curso. Vale ressaltar
que uma análise minuciosa do Projeto Político Pedagógico do curso foi realizada, e constatou-se a
necessidade de inclusão de disciplinas que ajudem na formação de um profissional que trabalhe não apenas o
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Português como L2, mas também com as demais categorias de Línguas Adicionais (Herança, Estrangeira,
etc.).
AVALIAÇÃO EM IMAGENS: COMO O ESTUDANTE DE ENSINO MÉDIO PENSA
E CONSTRÓI SEU PROCESSO AVALIATIVO DE LÍNGUA INGLESA
Vitória Maria Avelino da Silva Paiva (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)
Este trabalho apresenta uma investigação a respeito das práticas avaliativas de língua inglesa de uma
professora de ensino médio, através dos instrumentos avaliativos utilizados antes e depois das sugestões
feitas pelos estudantes e aceitas pela educadora e seus efeitos no processo de ensino- aprendizagem de
inglês desses estudantes. Trata-se de uma pesquisa ação desenvolvida no ensino médio, etapa final da
educação básica que ainda encontra-se com sua identidade em construção, sendo portanto, um contexto novo
de pesquisas na área. Ao trabalharmos com a opinião dos discentes a respeito das avaliações a que são
submetidos, fizemos uso de imagens produzidas por eles, assim identificando as representações que atribuem
às avaliações de inglês. A contribuição da nossa pesquisa dá-se pelo fato de que a mesma trata o estudante
como o verdadeiro agente construtor da sua avaliação, não apenas como um participante passivo, que apenas
executa a avaliação escolhida pelo seu professor, características da avaliação tradicionalmente unilateral que
desenvolvemos em nossas instituições de ensino, onde só o professor rotula, caracteriza e determina o grau de
aprendizagem do educando, deixando-o isento da responsabilidade pelos resultados que obtém. Buscamos,
nesta pesquisa, a (re)construção do processo avaliativo de língua inglesa através da participação estudantil, na
consolidação do que entendemos ser uma avaliação qualitativa, onde professores e estudantes são agentes
ativos e iguais no desenvolvimento desse processo dinâmico.
Palavras-chave: Avaliação qualitativa, imagens, participação estudantil.
LETRAMENTO E FORMAÇÃO CONTINUADA: IMPLICAÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA
DO PROFESSOR E PARA O ENSINO DE LÍNGUA MATERNA NO ENSINO FUNDAMENTAL
Wellington Barbosa Silva
(Instituto Federal de Alagoas IFAL/ Universidade Federal de Alagoas UFAL)
Entender as práticas discursivas que emergem tanto no contexto da sala de aula quanto nos espaços de
formação continuada, como práticas de letramento, significa compreender esses diferentes locais como
responsáveis pela construção social dos significados produzidos no ambiente escolar. Além disso, é preciso
que se reconheça que os discursos produzidos nesses espaços são determinantes à constituição da identidade
do professor e passam a desvelar as diferentes posições ideológicas que esses sujeitos assumem nos mais
variados contextos socioculturais. Nesse movimento de produção e reprodução de discursos, a presença e o
uso de textos orais e escritos nos possibilitam refletir sobre as mais distintas práticas escolares de produção e
disseminação de conhecimentos e entender sua relevância para se pensar a formação inicial e continuada dos
profissionais da educação, assim como a organização curricular da escola. Desse modo, o presente trabalho
buscou discutir a importância dos Cursos de Formação Continuada na constituição identitária de duas
professoras de Língua Portuguesa da rede pública do município de Arapiraca-AL e, a partir dessas discussões,
tentar entender de que forma os discursos sociais a que as professores são submetidos e os conhecimentos
adquiridos nessas formações podem ressignificar a prática diária desses profissionais em sala de aula. A
metodologia utilizada neste trabalho foi a da pesquisa qualitativa de cunho etnográfico e apresentou-se ainda
com uma abordagem multidisciplinar amparada nas possibilidades de se trabalhar dentro da pesquisa
interpretativa. O referencial teórico adotado articulou conceitos da teoria discursivo-enunciativa e dos novos
estudos sobre letramento e formação profissional e identitária dos professores.
Palavras-chave: letramento; identidade; formação continuada
REFLEXÕES SOBRE O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM DE LEITURA
EM AULAS DE LÍNGUA INGLESA EM ESCOLAS PÚBLICAS DE TERESINA:
É POSSÍVEL FORMAR LEITORES OU CONTINUAMOS NA GRAMMAR-TRANSLATION?
Yolanda Franco Pacheco Sampaio (Universidade Federal do Piauí)
O presente trabalho trata de dados obtidos em um Projeto de Iniciação Científica realizado na UFPI,
relacionado à formação contínua dos professores de língua inglesa, visando conhecer mais sobre o ensino
desta língua estrangeira nas escolas públicas de Teresina (PI), com ênfase na prática de leitura. Para
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Aebersold e Field (1997), a leitura acontece quando o leitor e o texto interagem. A leitura em uma segunda
língua é influenciada por vários fatores, como: o desenvolvimento cognitivo do leitor, a competência na língua
materna, a proficiência na segunda língua e orientação cultural. Em nosso projeto, objetivamos, além de
conhecer mais sobre a situação investigada, auxiliar professores e estudantes a desenvolver estratégias e
habilidades a serem utilizadas durante o processo de leitura, em um processo ensino-aprendizagem voltado
para as necessidades do aluno. Durante o desenvolvimento do trabalho, foram feitas visitas e observações
durante aulas de inglês em escolas públicas no nível fundamental e médio, enfatizando a metodologia de
leitura, incentivando também o uso de materiais autênticos por parte do professor. A partir da coleta de dados,
foram feitas análises das reflexões produzidas pelos estudantes e professores de inglês concernentes às
atividades realizadas e sua relevância no processo ensino-aprendizagem. Fundamentamos esta pesquisa nas
concepções de leitura de Aebersold e Field (1997), Solé (1998), Christine Nuttall (1982) e Leffa (1996).
Esperamos que esta pesquisa contribua para continuarmos questionando, investigando e incentivando o
desenvolvimento e aperfeiçoamento do ensino-aprendizagem de leitura nas aulas de língua inglesa em nossas
escolas públicas.
Palavras-chave: Leitura em aulas de línguas estrangeiras, Processo ensino-aprendizagem de línguas; Escolas
públicas
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS
AS POLITICAS PUBLICAS PARA O ENSINO DE INGLÊS: BRINCANDO DE FAZ DE CONTA
Adelaide Oliveira (UNEB/UFBA)
A frase “não se aprende inglês na escola” tornou-se um bordão, repetido por professores e alunos de inglês.
Enquanto os professores culpam o Estado e os alunos pelo seu fracasso profissional, os alunos culpam os
professores e a escola pelo não aprendizado da língua (LEFFA, 2011). Cabe perguntar, então, qual o papel do
professor do curso de Letras? Onde o ensinar a ensinar não está dando certo? Como os pilares para a
educação estabelecidos no Relatório da UNESCO para o século XXI (DELORS, 1996) podem guiar novos
currículos para resolver a situação do ensino de inglês nas escolas públicas? Na busca por respostas,
examinaram-se os documentos públicos para o ensino de línguas estrangeiras, as leis que determinaram as
reformas dos currículos dos cursos de Letras, o Relatório da UNESCO e o currículo do curso de Letras de uma
universidade pública. A análise revelou, entre outras coisas, que (a) os PCNs para o ensino fundamental
admitem que o ensino de inglês está deslocado da escola; (b) as condições em sala de aula na maioria das
escolas brasileiras inviabilizam o ensino das quatro habilidades; (c) que a legislação do curso de Letras não
deixa claro que nível de proficiência linguística é necessário para a formação do professor de inglês.
Palavras-chave: Politicas públicas. Ensino de Língua Inglesa. Leis.
STIS: SEMINÁRIOS INTERDISCIPLINARES NA WEB
Adelma L. O. S. Araújo
Elizabeth Guzzo de Almeida
Ana Cristina Fricke Matte
(UFMG)
A internet tem sido cada vez mais utilizada para diversas atividades didáticas, mas o único espaço de fato
explorado pela academia científica foi o da publicação de periódicos. O STIS – Seminários Teóricos
Interdisciplinares do SEMIOTEC – é uma atividade pioneira nesse sentido, promovida por um grupo que, desde
2007, promove eventos totalmente online, dentre outras atividades. O grupo Texto Livre, originalmente definido
como grupo de apoio à documentação em software livre, em 2010 foi registrado no Diretório de Grupos do
CNPq, e está sediado no Laboratório de Semiótica e Tecnologia, da Faculdade de Letras da UFMG. O Texto
Livre identifica-se como um projeto polvo por abrigar vários subprojetos integradores de tecnologias livres ao
ensino na graduação, na pesquisa e na formação de professores. Dentre os projetos desenvolvidos no Texto
Livre, destacamos a revista científica Texto Livre, o Português Livre, o Español Libre, o congresso internacional
EVIDOSOL/CILTEC-online e o seminário STIS, dentre outros. O STIS, locado em http://stis.lingtec.org, é um
seminário mensal, on-line, síncrono e realizado por meio de chat escrito. Seu principal objetivo é discorrer
sobre tópicos teóricos específicos e fomentar a discussão transdisciplinar, forte característica do grupo, entre
alunos, professores e pesquisadores de diversas áreas, divulgando pesquisas realizadas no país e além
fronteiras. Neste trabalho, apresentamos o STIS, sua metodologia de trabalho, as metas já alcançadas e as
metas ainda por alcançar. Snyder (2004, 2009, 2010), Buzato (2006), Coscarelli (2006), Moran et al (2010),
Araújo (2011), dentre outros, compõem a base teórica que fundamentará nossa exposição. É do STIS como
palco do conhecimento aberto e como parte do processo de formação de professores e pesquisadores,
especialmente em ambiente digital, que trata o presente trabalho.
Palavras-chave: tecnologia, digital, ensino, formação, professores, pesquisadores.
ESCOLA ESTADUAL INDÍGENA AMURE OMPAN RAKTERÏ DE EDUCAÇÃO BÁSICA CENTRAL IKPENG
E FORMAÇÃO CONTINUADA NA ÁREA DE CIÊNCIA DA NATUREZA, MATEMÁTICA
E SUAS TECNOLOGIAS: POSSIBILIDADES E LIMITES
Adenilse Silva de Jesus (SEDUC/CEFAPRO)
Este texto objetivo socializar os resultados prévios da formação continuada realizada na Escola Estadual
Indígena Amure Ompan Rakterï de educação básica de Central Ikpeng na Área de Ciência da Natureza,
Matemática e suas Tecnologias, de acordo com os parâmetros adotados pela Secretaria de Educação
(SEDUC) do Estado de Mato Grosso, visando a implantação e implementação do Projeto Sala de Educador na
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instituição. A fim de realizar esta pesquisa buscamos aporte teórico no Projeto Político Pedagógico da EE
Indígena, 2010; no Referencial Curricular Nacional para as escolas indígenas, 1998; nas Orientações
Curriculares para a Educação Básica do Estado de Mato Grosso, 2010; no Almanaque Socioambiental, 2011 e
em Chassot, 1995. Adotamos a metodologia do Estudo de Caso, utilizando observação, análise de documentos
e questionários. Trabalhamos com os profissionais da unidade escolar provendo suporte teórico/metodológico
para atuarem junto aos alunos de acordo o contexto da comunidade indígena do Povo Ikepeng. Percebemos
dificuldades manifestas quanto à linguagem e à utilização de conceitos matemáticos. Em contrapartida pôde-se
perceber domínio acentuado da ecologia existente em seu meio ambiente, da fauna e da flora, dos tempos de
plantio e colheita essenciais aos povos indígenas, bem como a passagem da cultura do povo de uma geração
a outra, perpetuando, dessa forma, os costumes e a tradição do povo ikpeng.
O MULTILETRAMENTO COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA NA PRODUÇÃO TEXTUAL:
ESTRATÉGIAS E DESAFIOS
Adilsomar de Oliveira Leite(UNEB)
Este artigo descreve aspectos do projeto “A Construção do Conhecimento na Produção Textual”, desenvolvido
com alunos do ensino médio de uma escola pública do estado da Bahia, no sentido de imergi-los na cultura do
multiletramento. Baseando-se em teóricos como Kepes (1995), Krees e Van Leeuwen (1996) e Soares (2010),
a proposta está subdivida em três etapas, a saber: apresentação de textos com abordagens variadas,
exposição de falas sobre o comportamento dos educandos diante da internet e apresentação e explanação de
imagens trabalhadas ao longo do curso. O objetivo dessa forma de trabalho é observar o desenvolvimento das
construções dos textos dos educandos, bem como evidenciar as suas reflexões feitas após a leitura das
imagens. Trata-se de um projeto ainda em curso, cujos resultados estão sendo aferidos, devido à mobilidade
dos sujeitos participantes, em que há constante entrada e saída de alunos por ocasião do fim do ano letivo,
contudo, os resultados demonstra haver dificuldades dos alunos quanto ao inter-relacionamento entre texto
iconográfico (imagens) e sua produção textual, apontando para a necessidade de maior atenção e
direcionamento docente quanto às pesquisas feitas através de mídias digitais.
Palavras-chave: Multiletramento. Produção textual. Internet.
A AVALIAÇÃO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UM ESTUDO DA CO-AVALIÇÃO
Adriana Célia Alves ( UFU/ Ileel)
No âmbito da Linguística Aplicada, vemos muitas pesquisas e a constante busca de diferentes metodologias de
ensino. Da mesma forma, temos também a necessidade de pesquisar e buscar diferentes maneiras de
compreender o processo avaliativo. Percebe-se, ao analisar temas de pesquisa da Linguística Aplicada, que
este assunto ainda é pouco discutido, merecendo, contudo, atenção no atual cenário. Deste modo, este estudo
visa a refletir sobre e problematizar o papel da avaliação. Partindo de uma concepção de avaliação formativa,
que visa ao processo de aprendizagem e não ao produto final (nota), estudaremos a avaliação dos pares ou
co-avaliação: trata-se de um tipo de avaliação formativa por meio da qual os alunos atribuem notas aos
colegas. Investigamos, assim, as representações dos discentes sobre esse tipo de atividade e seus possíveis
efeitos no processo de ensino-aprendizagem. Para isso, desenvolvemos uma pesquisa qualitativa de cunho
etnográfico, nos campos do ensino médio e do ensino superior, por meio da qual, procuramos responder às
seguintes perguntas: Quais as representações dos alunos frente a essa atividade? Qual o papel do professor
nessa atividade avaliativa? Qual a melhor forma de desenvolver a avaliação dos pares? Apoiada em alguns
estudiosos (FELICE, 2006; VIEIRA, 1993; HADJI, 2001; HOFFMANN, 2001; PERRENOUD, 1999) sobre o
assunto, discutimos uma proposta formativa da co-avaliação, com o intuito de desenvolver a autonomia e ainda
desmistificar algumas concepções que desviam a co-avaliação do seu ato formador, tornando-a excludente.
Palavras chave: avaliação, co-avaliação, ensino-aprendizagem
A DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: TRAJETÓRIAS FORMATIVAS DE PROFESSORES DE
CURSOS DE LICENCIATURA EM LÍNGUA INGLESA
Adriana Claudia Martins Fighera (Universidade Federal de Santa Maria)
Este trabalho insere-se na Linha de Pesquisa Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional do Programa
de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria/RS. Nesta investigação buscamos
compreender como a docência é construída pelo docente formador de professores de Língua Inglesa. Para
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tanto, ao conhecermos a trajetória formativa desses professores, identificamos qual a compreensão que esses
docentes têm de seu papel como formadores de professores de Língua Inglesa, reconhecendo as concepções
teórico-práticas relativas a essa docência, explicitadas em suas narrativas. Este estudo direciona-se aos
princípios da pesquisa qualitativa a partir da abordagem sociocultural, em que as narrativas dos professores
participantes constituem-se em categorias exploradas e trabalhadas a fim de alcançar o objetivo da pesquisa.
Os processos implicados nas relações interpessoais e intrapessoais mobilizam os professores formadores a
organizarem o seu espaço formativo. Os docentes ainda são influenciados pelo espaço sociocultural onde
estão inseridos (VYGOTSKI; LÚRIA; LEONTIEV, 2006; ZABALZA, 2004; BAKHTIN, 2010). Os resultados
preliminares permitem-nos dizer que os docentes formadores se reconhecem como sujeitos capazes de
experienciar a construção da profissão e de questionar a própria formação. Entendemos que este trabalho
contribui para o campo da formação de professores à medida que auxilia na produção de um conhecimento
especializado sobre formação de professores do Ensino Superior. Assim, para que possamos melhorar a
formação inicial de professores de Língua Inglesa, precisamos promover a construção de saberes e de atitudes
durante o processo educativo, em um lugar onde todos estejam comprometidos, inclusive os formadores
desses professores.
Palavras-chave: Formação docente. Ensino Superior. Língua Inglesa.
TEXTO, CONTEXTO E PRÁTICA PEDAGÓGICA: RELAÇÕES IMPLICACIONAIS
Adriana Kuerten Dellagnelo (LLE-PPGI/UFSC)
Maria Ester Moritz (LLE-PPGI/UFSC)
Estudos socioculturais concebem a existência de uma relação implicacional entre a linguagem e seu contexto
de uso e a representação do pensamento, tanto quanto tomam a materialidade textual como atividade
socialmente situada (Johnson & Golombek, 2011; Johnson, 2009; Lantolf & Thorne, 2006). Decorre dessa
relação o entendimento de que o texto constitui somente a parte visível de um processo complexo de produção
e de compreensão, que é interativo por natureza, e que ocorre em uma situação concreta, em uma sociedade e
em uma cultura, sendo, portanto, mediado por esses fatores. Desse modo, texto e contexto não podem ser
tomados de forma dissociada. O presente estudo tematiza essas relações que se estabelecem entre texto e
contexto, focalizando configurações linguísticas historicamente cristalizadas de um gênero textual específico, o
plano de aula, em sobreposição a intencionalidades e concepções do autor do próprio plano de aula. Assim,
confrontamos planos de aula produzidos por futuros professores de Inglês como língua estrangeira por ocasião
de sua participação na disciplina de Prática de Ensino e confrontamos com seus próprios comportamentos
didático-metodológicos e linguísticos ao longo do período de execução dessas aulas de modo a verificar em
que medida a prática pedagógica que se efetiva em situações reais de ensino-aprendizagem reflete os planos
e/ou as concepções teórico-didático-metodológicas que os futuros professores alegam ter. Os resultados
parecem sinalizar que marcas desse gênero tanto podem suscitar uma textualização prototípica quanto podem
neutralizar posturas e intencionalidades dos participantes por ocasião do ato de dar aulas. Dentre as
implicações pedagógicas que se eliciam a partir desses resultados, apontamos para o cuidado e para a
necessidade de mudança quanto à prototipia linguística que caracteriza o gênero plano de aula.
Palavras-chave: texto, plano de aula, contexto, prática pedagógica.
REFLEXÕES SOBRE AS PRÁTICAS COMUNICATIVAS E A (RE) CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES
PROFISSIONAIS EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO DE INGLÊS
Adriana Lúcia de Escobar Chaves de Barros (UEMS Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul)
Esta pesquisa tem como objetivo investigar as práticas comunicativas e a (re) construção de identidades
profissionais no processo de implementação do Plano Pedagógico, em uma instituição de ensino de inglês.
Baseio-me na observação das vozes dos participantes desse processo comunicativo-organizacional, as quais
enunciam profundas transformações naquele ambiente de ensino, causadas pelos efeitos da
contemporaneidade, cujos impactos vêm-se refletindo em vários aspectos das práticas sociais e exigindo a (re)
configuração das identidades dos seus profissionais. Inserida no contexto competitivo contemporâneo, a
instituição em estudo vem buscando meios para adaptar-se a um novo mercado, através da oferta de serviços
de alta qualidade, com vistas à maior produtividade. As transformações causadas têm alterado os padrões
sociais de interação nesse contexto de trabalho, estabelecendo novas metas educacionais descritas nos
Planos Pedagógicos e exigindo dos professores o desempenho de múltiplos papéis identitários com
características mercantilizadas. Isso gera ressentimento por parte dos professores, que sentem sua função de
educador desvalorizada. Nesse contexto de conflito de valores, surge a necessidade de um olhar exploratório,
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investigativo e reflexivo, a fim de se entender o que está acontecendo, enquanto está acontecendo, para
melhorar a qualidade de vida dos profissionais e alunos. Para tal, com o apoio de conceitos de
contemporaneidade, problematizo o mundo do trabalho e as organizações destacando as instituições de ensino
de inglês. Construo um arcabouço teórico com as noções sócio-construtivistas de identidade; e a atuação da
Linguística Aplicada nos contextos profissionais, com base na Sociolinguística Interaciona, apresentando os
estudos de alguns principais sociolinguistas, tais como: Gumperz, Bateson e Goffman e nos conceitos
bakhtinianos de linguagem.
Palavras-Chave Contemporaneidade; Identidade Profissional; Perspectiva Bakhtiniana; Sociolinguística
Interacional
LETRAMENTO E INCLUSÃO SOCIAL: A METÁFORA GRAMATICAL NA ESCRITA DO ENSINO MÉDIO
Adriana Nogueira Accioly Nóbrega (PUC-Rio)
Esta pesquisa, que se insere na área de Linguística Aplicada (Moita Lopes, 2006), toma como base a teoria
sistêmico-funcional (Halliday, 1994) para a discussão da questão do letramento no Ensino Médio, tendo com
foco a análise da produção textual de alunos de escolas públicas do Estado do Rio de Janeiro. Tomando por
base a visão de letramento como conjunto de práticas voltadas ao uso, função e impacto social da escrita
(Soares, 1998; Di Nucci, 2002), proponho, neste estudo, a investigação da possível relação entre o domínio da
escrita e inclusão social. Estando vinculado ao projeto de pesquisa “Escrita e inclusão social: análise de corpus
e a metáfora gramatical no Ensino Médio” (FAPERJ Nº26/2008) do Programa de Pós-Graduação da PUC-Rio, o
presente trabalho analisa o uso de um recurso fundamental para a elaboração de textos produzidos em
contextos pedagógicos - a metáfora gramatical - que implica, dentre outros aspectos, a transformação de ideias
mais concretas em mais abstratas, através do uso de nominalizações em lugar de processos verbais (Halliday,
1994; Heyvaert, 2003). Assim sendo, são objetivos desta pesquisa: 1) identificar e verificar a incidência da
metáfora gramatical em textos argumentativos; 2) analisar com que frequência os processos verbais e as
nominalizações são usados; 3) observar o desempenho do aluno no que diz respeito ao emprego dessa forma
de expressão. A metodologia utilizada insere-se em um paradigma qualitativo e interpretativo de pesquisa e
conta com ferramentas computacionais para análise da produção textual do grupo investigado. Resultados
parciais revelam o pouco uso de metáforas gramaticais, o que pode justificar a possível não inclusão do aluno
no universo da escrita, dificultando seu acesso como cidadão a diferentes práticas sociais, bem como indicam
a relevância de um estudo desta natureza para formação de professores dessa área.
LETRAMENTO VISUAL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA:
CONTRIBUIÇÕES E DESAFIOS POSSÍVEIS
Adriana Rodrigues de Abreu (PUC - Rio)
A sociedade moderna, caracterizada pelo efeito da globalização e das novas tecnologias digitais, tem
experimentado uma nova forma de conceber a leitura de textos. Viver em sociedade equivale a dar conta das
diferentes formas de linguagem que perpassam o meio social. Sendo assim, é necessário que o aluno
desenvolva uma aprendizagem multimodal, isto é, que ele seja capaz de aprender a ler palavras e imagens ao
mesmo tempo. Portanto, o presente estudo surge com os seguintes objetivos: 1- analisar como as imagens,
mais especificamente as histórias em quadrinhos, estão sendo trabalhadas por dois livros didáticos de língua
portuguesa; 2- investigar como se dá o processo de construção do letramento visual nos livros analisados; 3discutir a relevância da formação docente para o tratamento das imagens em sala de aula e,
consequentemente, para a construção do letramento visual; 4- trazer contribuições para a formação continuada
do professor. Serão examinados os enunciados dos exercícios propostos com o intuito de observar quais
elementos dos quadrinhos estão relacionados com a atividade e quais aspectos visuais precisam ser
compreendidos pelos alunos para poderem realizar o exercício. Para tal, este trabalho contará com estudos
sobre multimodalidade desenvolvidos por Kress e van Leuween (1996/2006), que entendem os textos
multimodais como sendo aqueles cujos significados são realizados através de mais de um código semiótico.
Além de pesquisas acerca do letramento visual (Dionísio, 2005 e Braga, 2004), que abordam a importância do
visual em sala de aula. Os resultados mostram que o espaço dedicado a linguagem não verbal reduz-se a
apresentação e exploração de aspectos gramaticais, não havendo um trabalho crítico de leitura e compreensão
das imagens. Desse modo, o visual ainda precisa ser encarado de forma mais consciente e o professor,
principalmente o de língua portuguesa, pode contribuir desenvolvendo estratégias diferenciadas para o
tratamento das imagens, apesar dos desafios.
Palavras-chave: letramento visual, multimodalidade e formação docente.
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AGÊNCIA E PODER: O DISCURSO DE UMA IDENTIDADE
Alcione Gonçalves Campos (PG-UEL-CAPES)
Uma das atividades acadêmicas do estágio supervisionado do curso de Letras Estrangeiras Modernas - Inglês
da Universidade Estadual de Londrina tem como objetivo possibilitar que o aluno-professor desenvolva uma
pesquisa ação durante o período de estágio no quarto (e último) ano do curso e elabore um relato de pesquisa,
o qual é, naquele contexto, denominado paper. Em minha pesquisa de mestrado, em andamento, tenho como
objetivo principal investigar a constituição da identidade profissional de uma aluna-professora, sob a ótica da
análise crítica do discurso (ACD), frente a essa atividade investigativa e como a prática social de produção de
conhecimento durante a formação inicial é representada por essa aluna-professora em discurso a respeito
dessa prática. A definição de identidade que adoto é aquela constituída na e pela linguagem, embasada em
uma perspectiva não essencialista, construcionista da identidade, que enfatiza o aspecto relacional, ou seja, a
construção da identidade em relação ao contexto social, histórico e cultural, e que é complexa, contraditória e
mutável. Os dados foram coletados por meio de entrevista semi-estruturada com a participante da pesquisa
durante processo de elaboração do paper. O objetivo desta comunicação é apresentar os resultados
preliminares da análise dos dados, embasada em
aspectos linguístico-discursivos, com foco em
representações e identificações enquanto indicadores de constituição identitária. Os resultados apontam para a
representação do paper como objeto de aprendizagem e instrumento de expansão de conhecimento de alta
demanda e natureza compulsória, ao qual a aluna-professora se dirige consciente de interesses e agendas em
contexto formado por atores sociais, aspectos organizacionais e discursos correntes. Concluo que o discurso
de identidade da AP é marcado por agência individual e poder contextual, prevalecendo o último.
Palavras-chave: Identidade; Atividade Investigativa; Formação de Professores.
A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LE: A PRÁTICA DOCENTE EM GRUPOS INTERGERACIONAIS,
DOS ESTEREÓTIPOS EM RELAÇÃO À VELHICE À AUTOCRÍTICA
Alessandra Harumi Bonito Fukumoto (Mestre /USP- Professora da Extensão da UFOP)
Este trabalho coloca em pauta a importância da preparação dos professores de língua estrangeira (LE) para
lidarem com públicos cada vez mais etariamente heterogêneos nos cursos livres de LE. Partimos de pesquisa
realizada com professores de LE de um curso de Extensão no qual 25% do público faz parte da chamada
terceira idade. Essa pesquisa, que integra mestrado defendido em 2011, aponta que os professores não se
sentem preparados para lidar com a heterogeneidade etária nas salas de aula de LE. Neste contexto, tomando
por base as entrevistas realizadas, procuramos discutir a formação dos professores partindo de dois aspectos.
O primeiro liga-se à noção de que a referência em aquisição/aprendizagem (a/a) de LE é o processo de a/a da
LM, tido como ideal. Desta perspectiva, qualquer aprendiz que não for muito jovem figura em posição de
“desvantagem”. Para alguns, seguindo essa linha, seria quase impossível a a/a de uma LE na fase adulta e na
velhice. O segundo aspecto trata dos ambientes intergeracionais, que muitas salas de aula de cursos livres de
LE proporcionam, como capazes de estimular o respeito ao outro; levar à quebra de estereótipos e
preconceitos em relação aos idosos e ao próprio processo de envelhecimento; auxiliar na reinclusão social dos
idosos; e promover a revisão das noções associadas ao ensino de LE para o público idoso. A formação de
professores para que isso ocorra deve levar ao autoquestionamento sobre posições assumidas na prática
docente e à consciência de quais estereótipos e preconceitos se fazem presentes diante desse público. Os
resultados da pesquisa feita com os professores permitem abordar as implicações do despreparo em lidar com
grupos etariamente heterogêneos, as vantagens de um ambiente intergeracional e a importância da autocrítica
do professor e de seu reposicionamento.
Palavras-chave: língua estrangeira, intergeracional, terceira idade
COGNIÇÕES DE PROFESSORES DE ILE SOBRE VOCABULÁRIO
Alessandra Sartori Nogueira (UNICAMP)
Linda Gentry El-Dash(Unicamp)
Este estudo investiga as percepções de professores de inglês como língua estrangeira (ILE) concernentes ao
ensino/aprendizado, mais especificamente ao processo de aquisição de vocabulário. O estudo das cognições
de professores se justifica pela importância de se compreender o que orienta as decisões desses profissionais
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na prática de ensino. Ademais, é amplamente aceito que a reflexão sobre seu próprio conhecimento –
característica dos estudos sobre cognição – auxilia na escolha de estratégias que consideram mais eficientes.
O foco está, portanto, no processo do fenômeno, diferentemente de muitos trabalhos sobre aquisição de
vocabulário, cujo foco está no produto, i.e., análise dos resultados dos diferentes métodos e estratégias.
Encontramos na Metodologia Q a ferramenta diferencial para esta investigação, pois permite entender e
comparar os pontos de vista dos participantes. A metodologia consiste nos seguintes passos: (1) levantamento
do universo de ideias, que são opiniões diversas sobre o assunto em questão; (2) seleção de algumas
assertivas que abrangem a diversidade dessas ideias; (3) apresentação das assertivas aos participantes, que
as distribuem num tabuleiro de acordo com seu grau de concordância ou discordância (-5 a +5). Nesta etapa,
os participantes foram 29 professores do ensino médio e superior, rede pública e privada; (4) análise estatística
fatorial, que agrupa esses 29 participantes de acordo com os pontos de vista que compartilham em relação ao
vocabulário, revelando os perfis existentes; (5) interpretação dos perfis revelados e, por fim, descrição e análise
qualitativa dos perfis. O estudo revelou quatro perfis distintos: os mais formais, os mais descontraídos, os que
não dão muita importância à gramática no processo em questão e os que valorizam a exatidão no uso das
palavras. Implicações para o ensino/aprendizado de vocabulário serão consideradas, apostando na influência
das percepções dos professores em sua prática pedagógica.
Palavras-chave: Metodologia Q; vocabulário; Inglês Língua Estrangeira
A IDENTIDADE DISCURSIVA DO PROFESSOR NAS TIRINHAS DE CALVIN E HAROLDO
EM E FOI ASSIM QUE TUDO COMEÇOU
Alex Caldas Simões (UFV)
As recentes pesquisas na área da linguagem tem indicado que novas identidades sociais tem se formando.
Esse novo cenário estrutural tem levado a formação de um sujeito diferente, fragmentado composto por várias
identidades discursivas, algumas delas contraditórias ou não resolvidas (HALL, 2004). Estas identidades,
portanto, não são fixas ou permanentes e alteram-se de acordo com os diferentes momentos histórico-sociais
vividos por cada indivíduo ou sociedade. Diante dessa constatação que novas identidades o professor de
línguas tem construído nesse novo contexto? Que implicações essas identidades divulgadas pela mídia
provocam no ensino e na área de formação de professores como um todo? Tendo em vista essas questões de
pesquisa, procuraremos em nossa exposição identificar a identidade discursiva do professor nas tirinhas de
Calvin e Haroldo, contidas no livro E foi assim que tudo começou. A fim de depreender essa identidade,
utilizaremos o conceito de ethos e cena enunciativa (MAINGUENEAU, 2005, 2008; AMOSSY, 2005), uma vez
que por meio desse referencial teórico-metodológico é possível construir as imagens de si formadas pelo
discurso. De nossa análise constatamos que o professor nas tirinhas de Calvin e Haroldo se apresenta
discursivamente com um ethos de rigor, velhice, monotonia, inabilidade com tecnologias e de isolamento ou
distância do aluno. Essa identidade discursiva, portanto, não corresponde a identidade atual dos professores.
Esse imaginário retrata características do professor do século passado (CASTRO, 2007). Compreendemos que
perpetuar tais identidades na mídia em nada colabora para construção de identidades profissionais engajadas
com a atual realidade educativa e cultural. Nesse sentido, surge que para o campo de formação de professores
a necessidade de refletir criticamente sobre a divulgação e cristalização dessas identidades, pois é a partir
dessa iniciativa que os professores podem construir e/ou fortalecer suas identidades profissionais, ou seja,
aquelas preparadas para o enfrentamento de conflitos educacionais específicos.
Palavras-chave: Formação de Professores. Identidade. Tirinhas.
O LETRAMENTO DIGITAL DO PROFESSOR E O ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA
PARA ALUNOS SURDOS, À LUZ DA TEORIA DA ATIVIDADE
Alexandra Aparecida de Oliveira (UFLA)
Patricia Vasconcelos Almeida(UFLA)
O presente trabalho se propõe a refletir sobre a inserção da tecnologia como fonte de material didático no que
perpassa o ensino-aprendizagem de língua inglesa, tendo como embasamento a Teoria da Atividade
(Engeström, 1999). Tem-se, portanto, como objetivo geral analisar como o uso das ferramentas tecnológicas
modifica a práxis do professor de Língua Inglesa em contexto de ensino-aprendizagem para surdos em sala de
aula mista, tendo em vista o seu letramento digital. Como objetivos específicos analisar as contradições que
ocorrem nos elementos do sistema de atividade com a mudança do artefato didático, para o qual adotamos
como suporte teórico o princípio da contradição, proposto por Engestöm (1999), e, ainda, analisar a influência
que o intérprete de libras exerce no processo de ensino-aprendizagem de Língua Inglesa para alunos surdos,
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tendo como base o sistema de atividade. A análise dos dados provenientes de uma abordagem qualitativa,
tratando-se de um estudo de caso, a qual se utilizou questionário, gravação em áudio e vídeo e
observação/registo das aulas de inglês mostrou que o professor desenvolveu práticas diferentes de acordo
com o artefato utilizado; ou seja, o seu letramento digital reflete na sua práxis. Além disso, podemos afirmar
que o intérprete de libras tem papel primordial no processo de ensino-aprendizagem para o surdo, sendo que
sua proficiência em língua inglesa insere-se com tamanha relevância e o situa como co-docente dos alunos
surdos e que o papel do mesmo se altera de acordo com o artefato utilizado. Quanto às contradições
encontradas nos sistemas de atividade, podemos afirmar que elas acontecem em seus quatro níveis assim
como proposto por Engeström (1999) e se configuram de acordo com a mudança do artefato de ensino.
Conclui-se, portanto, que a alteração do artefato didático pode causar tensões no sistema e alterar os
elementos que o constitui.
Palavras-chave: tecnologia; práxis docente; língua estrangeira.
CONCURSO “ESTUDANTE FAZ ARTE: É FENAMILHO”:
CONSIDERAÇÕES SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA
Alexandre Pereira Magalhães (Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM)
Criado em 2006, o concurso “Estudante faz Arte: é Fenamilho” propõe publicação anual de um livro a partir de
textos de autoria dos estudantes do ensino básico da cidade de Patos de Minas, interior de Minas Gerais. Com
caráter trans(inter)disciplinar (Bunzen, 2006; Neves, 2003), o projeto busca envolver esses estudantes com a
história e com a cultura do município, propiciando a produção de textos em diferentes gêneros, modalidades e
códigos (Marcuschi, 2003). Desde o início do projeto, os professores de Língua Portuguesa têm representado
papel significativo, uma vez ser sua disciplina a que focaliza a produção textual e suas nuanças. Contudo,
observou-se que tais professores pareciam não conseguir orientar seus alunos para uma produção mais
sustentada: grande parte dos textos recebidos apresentavam distorções e superficialidade. Em face disso, foi
proposto, em 2012, um curso de aperfeiçoamento, em linguagem acessível e menos técnica, para os
professores inscritos no projeto, visando aprimorar seu conhecimento de gêneros textuais (Marcuschi, 2003),
de avaliação (Perrenoud, 1999) e de procedimentos para o encaminhamento da produção textual em aula. Esta
comunicação, por sua vez, mostra que o curso oferecido influenciou positivamente o trabalho dos professores
de Língua Portuguesa quanto ao ensino da produção textual para o livro de 2012. Foram-lhes oferecidas bases
teóricas e práticas para o trabalho com textos em sala de aula, repercutindo na segurança ao orientar seus
alunos na produção dos textos e na motivação ao perceberem melhorias significativas da produção dos alunos
nos trabalhos submetidos ao concurso em 2012. Os dados foram coletados por meio de questionários e
entrevistas com dez professores de Língua Portuguesa cujos alunos foram selecionados para a última
publicação. A comunicação mostra, enfim, que cursos de aperfeiçoamento, com linguagem mais próxima à
prática do professor de língua, podem contribuir consideravelmente para a melhoria da produção textual de
seus alunos.
Palavras-chave: Formação de professores de Língua Portuguesa; produção de texto; avaliação
PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA EM FORMAÇÃO INICIAL:
UM ESTUDO SOBRE FATORES QUE INFLUENCIAM NESSA PRÁTICA
Alidiane Mirian Oliveira Universidade Federal de Uberlândia
A motivação do professor é um assunto que merece destaque, visto que o professor precisa estar motivado
para ensinar com entusiasmo e competência. A partir dessa premissa, realizamos a pesquisa A motivação dos
professores de Inglês em formação inicial em sua prática docente. Buscamos analisar as preocupações dos
professores de Língua Inglesa em formação inicial no decorrer do desenvolvimento dos estágios de docência
da disciplina “Prática de Ensino de Língua Inglesa I”, e de que forma essas preocupações podem afetar a
motivação e o desempenho desses professores antes e durante a prática de ensino. Com intuito de abordar
essas e outras questões que dizem respeito ao processo de formação de professores de Língua Estrangeira,
buscamos um diálogo com autores que pesquisaram esse universo e desenvolveram estratégias para
identificação de fatores que interferem na motivação de professores em formação inicial. Dentre os autores
selecionados, citamos: Kyriacou e Stephens (1999) e Sinclair e Barnes (1983). A pesquisa foi realizada com 10
professores em formação inicial do 8º período do Curso de Graduação em Letras da Universidade Federal de
Uberlândia. A coleta de dados se deu por meio de uma entrevista semi-estruturada realizada com os
professores, análise dos diários reflexivos elaborados pelos professores e aplicação de um questionário,
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
composto por perguntas abertas. Ao analisar a motivação do professor de Língua Estrangeira, é importante
perceber e distinguir as influências negativas das positivas, quais são os fatores motivadores e/ou
desmotivadores, e de que forma a motivação do professor pode influenciar na motivação do aluno. Dessa
forma, com a pesquisa, percebemos que as preocupações sentidas pelos professores podem contribuir para o
aumento da ansiedade dos mesmos, mas não necessariamente os desmotivam a ensinar.
Palavras-chave: Motivação. – Professores em formação. – Prática docente.
NOVAS PERSPECTIVAS NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NO BRASIL:
A SITUAÇÃO PLURILÍNGUE DOS SURDOS
Aline Nunes de Sousa (Universidade Federal de Santa Catarina)
A oficialização da língua de sinais brasileira (Libras) em 2002 instaurou uma nova realidade para os
professores de línguas do Brasil. Além do ensino de Libras em si, é preciso pensar no ensino de português e
línguas estrangeiras para os surdos usuários de Libras. O objetivo geral deste trabalho é refletir sobre as
implicações de um contexto plurilíngue de ensino de inglês para surdos brasileiros. As perguntas norteadoras
deste trabalho são: (a) qual o papel da Libras no desenvolvimento da escrita de surdos em inglês?; (b) qual o
papel do português nesse contexto?; (c) qual o papel do inglês no desenvolvimento da escrita desses sujeitos
em português? Pensando nos questionamentos (a) e (b), no mestrado, ministramos um curso de inglês de
120h/a, em Libras. Essa pesquisa se caracterizou como um estudo de caso do tipo pesquisação. Participaram
nove surdos com nível de ensino médio. Os instrumentos de coleta utilizados foram questionários, entrevista,
atividades de produção textual e notas de campo. A análise dos dados indicou que a LIBRAS foi usada pelos
sujeitos como língua de conforto nas interações em sala de aula e, nas produções escritas em inglês, como
fonte de “transferência interlinguística” (Faerch e Kasper, 1983). O português, por sua vez, foi usado nas
interações em sala como uma língua de apoio e, nas produções escritas em inglês, como fonte de
"transferência linguística", “alternância de línguas” e “criação de palavras” (Faerch e Kasper, op. cit.). Agora,
em nossa pesquisa de doutorado, estamos ministrando um novo curso de inglês, com vinte sujeitos surdos
estudantes do ensino superior. Provocados pela hipótese da interdependência linguística de Cummins (2008),
é de nosso interesse investigar, dessa vez, como os surdos desenvolvem não só a escrita em inglês, mas
também em português, a partir desse ambiente plurilíngue de ensino de inglês.
Palavras-chave: ensino de inglês, plurilinguismo, surdos.
MATRIZ CURRICULAR DE CURSO DE LETRAS DA PLATAFORMA FREIRE: BREVES REFLEXÕES
Aline Ribeiro Pessôa (UFBA)
O estudo aqui discutido é o recorte de uma pesquisa mais ampla, ainda em desenvolvimento, que investiga a
formação crítico-reflexiva de professores de inglês em Cursos de Letras do Plano Nacional de Formação dos
Professores da Educação Básica - Plataforma Freire, criado pelo governo federal em 2009 para oferecer
cursos gratuitos de licenciatura a professores sem habilitação adequada, que atuam em escolas públicas
(Brasil, 2009). Esses cursos, desenvolvidos em quase todos os estados da Federação, não podem ser
negligenciados como campo de pesquisa porque estão certificando professores tanto de língua materna quanto
de língua estrangeira. Entretanto, um levantamento preliminar revelou que até o presente momento nenhum
estudo sobre este tipo específico de formação foi realizado por pesquisadores da Linguística Aplicada. O
objetivo desta etapa inicial da pesquisa é investigar como as competências que se esperam de professores de
inglês (Almeida Filho, 2004; Basso, 2001; Brasil, 2001) são contempladas em dois cursos de Letras da
Plataforma Freire. Para atingir o objetivo proposto, este estudo de natureza qualitativa analisou narrativas de
três professores-formadores e princípios da Análise de Conteúdo (Bardin, 1977; Moraes, 1994) para extrair
conteúdos implícitos e explícitos das matrizes curriculares. Os resultados demonstram que um curso de Letras
em caráter emergencial, apesar de meritório, não é suficiente para preencher as lacunas de formação dos
professores-estudantes.
Palavras-chave: Plataforma Freire; formação de professores de inglês: matriz curricular
SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE SALA MUTISSERIADA: ALGUMAS QUESTÕES
Aluizio Lendl Bezerra
Luiz Carlos S. Bezerra
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Este trabalho justifica-se pela escassez de estudos que abordem a formação de professores de sala
multisseriada, tendo em vista a especificidade da ação pedagógica. A sala multisseriada é compreendida como
espaço escolar constituído por educando de diferentes níveis de escolaridades, de faixas etárias e sexos. Esta
constitui-se uma sala heterogênea, por excelência. Pretende-se, neste trabalho, refletir acerca da formação
inicial de professores de sala multisseriada especialmente, no que concernem as propostas sugeridas para o
trabalho com o ensino de linguagem. Os dados foram coletados a partir de entrevistas semi-estruturadas com
08 professores da rede pública de ensino municipal no interior do Estado do Ceará, bem como de observação
de encontros de formação docente. Os dados foram analisados a partir dos referenciais teóricos de Morin
(2009, 2011), no que concerne a fundamentação na área da educação e, nos referenciais de Bakthin (1992) e
demais pesquisadores (BRAIT, 2009, 2010; MARCUSCHI, 2008; ROJO, 2007, 2009) referente à concepção de
linguagem como ação e interação que se desenvolvem em um contexto sócio-cultural. Os resultados da
pesquisa apontam fragilidades teóricas que induzem impasses na sala de aula. Isto é, nessas formações
abordam apenas questões normativas e administrativas. Desse modo, os formadores deixam de trabalhar
concepções teóricas aliadas as práticas que possam subsidiar a proposta pedagógica e, assim, contribuir para
a formação do cidadão-leitor e escritor crítico e consciente de seu papel social. Os sujeitos da pesquisa
informam que as formações não contribuem para a prática pedagógica, pois lidam com realidades bem
diferentes. A pesquisa aponta a necessidade de desenvolver propostas de letramentos múltiplos nas salas
multisseriadas. Diante da heterogeneidade da sala multisseriada, urge desenvolver uma formação docente
compatível com as necessidades de professores e educandos, tendo em vista atender as especificidades de
aprendizagem. As fragilidades teóricas e metodológicas apresentam-se como negligência, por parte do órgão
competente pela formação. As salas multisseriadas cumprem o seu papel quando há uma formação e apoio
pedagógico capaz de oferecer subsídios aos professores para desenvolver uma prática pedagógica condizente
com a formação crítica e reflexiva.
Palavras-chave: sala multisseriada; formação de professores; práticas de letramentos; linguagem e ensino.
IDENTIDADES E REPRESETAÇÕES DE DOCENTES DE LÍNGUA FRANCESA :
OS EFEITOS DA GLOBALIZAÇÃO
Ana Cláudia Barbosa Giraud (Universidade Federal do Ceará)
O estatuto da língua francesa como língua estrangeira tem sofrido mudanças significativas ao longo do século
XX. Nesse sentido, faz-se necessário uma reflexão acerca da perda de prestígio da língua francesa no cenário
pós-moderno global e suas influências sobre as identidades de professores/professoras de Francês Língua
Estrangeira (FLE). Esse estudo tem como objetivo maior a análise do discurso de docentes de língua francesa
de duas instituições de Ensino Superior, a partir dos aportes teórico-metodológicos da Análise de Discurso
Crítica (ADC). O quadro de referência é composto, sobretudo, pelos estudos de Fairclough (2001, 2003, 2010),
Chouliaraki & Fairclough (1999), Rajagopalan (2003, 2004, 2008) e Moita Lopes (2006, 2008), em uma
perspectiva de apreensão transdisciplinar das práticas discursivas, cuja premissa é que a linguagem é uma
prática social. Assim, as estruturas linguísticas se configuram como modos de ação sobre as pessoas e sobre
o mundo, e o discurso constitui um espaço de luta hegemônica, de modo que o texto traz marcas dessa luta
pela hegemonia dos sentidos. A metodologia utilizada nesse estudo constitui um diálogo entre a ADC e a
pesquisa qualitativa (FLICK, 2009; ANGROSINO, 2009). Os dados coletados e gerados – entrevistas
individuais e grupo focal – são examinados em seus aspectos linguísticos e ideológicos focalizando, sobretudo,
questões ligadas às identidades dos/das docentes e às suas representações sobre a língua e a cultura
francesa. Os resultados preliminares apontam, dentre outros, para uma identidade de resistência (CASTELLS,
1999) dos/das docentes, bem como para o caráter afetivo da relação que esses/essas profissionais mantém
com a língua e com a cultura francesa.
Palavras-chave : Análise de Discurso Crítica; Identidade; Globalização.
AMPLIANDO OS HORIZONTES DE APRENDIZES DE INGLÊS DA ESCOLA PÚBLICA: A INICIAÇÃO
CIENTÍFICA E DOCENTE NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUAS
Ana Claudia Peters Salgado
Alexandre Diniz da Costa
Bárbara Andrade de Sousa
Bernardino Guedes Neto
Camilla Figueiredo Barbosa
Juliana Benevides Dornas
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Lívia Nascimento Arcanjo
Mariana Schuchter Soares
Marina Silva Maximiano
Roberta Mandarano
Esse trabalho está escrito por muitas mãos. São os primeiros resultados de uma parceria universidade-escola
pública estabelecida em uma cidade de Minas Gerais. Com os objetivos de i) aprender sobre novas e atuais
abordagens de educação bilíngue, ii) estender essas abordagens a crianças de famílias economicamente
menos favorecidas, iii) oferecer a essas crianças da escola pública um ensino de línguas de qualidade, iv)
inserir os professores de línguas estrangeiras em formação na realidade da escola pública e v) integrar
universidade e escola, visando à atualização de ambas em termos de teorias e práticas de ensino, estamos há
três anos aprendendo e pesquisando como acontece o ensino de inglês para crianças numa instituição
particular de ensino bilíngue a fim de levar esse mesmo ensino de qualidade para a escola pública da cidade
que acolhe a ambas instituições. Assim, através das observações participantes nessa instituição particular,
aprendemos sobre a abordagem CLIL-Content and Language Integrated Learning que, como explica Mehisto et
al. (2008, p.9), é “uma abordagem educacional com duplo foco, na qual uma língua adicional é usada para
aprender e ensinar ambos conteúdo e língua”. No segundo momento, com o financiamento da FAPEMIG para
a Iniciação Científica (PIBIC), partimos para uma pesquisa-ação em uma escola pública onde aplicamos os
conceitos metodológicos aprendidos em uma turma piloto e, com base em estudos sociolinguísticos sobre
bilinguismo e bilingualidade (SALGADO & DIAS, 2010), sobre educação bilíngue (GARCIA, 2009; DE
HOUWER, 2009 e BAKER, 2007) e sobre abordagens psicolinguísticas do bilinguismo (KROLL & DE GROOT,
2005), desenvolvemos um estudo sobre ensino e aprendizagem/aquisição de línguas. Com os resultados
animadores que tivemos em tão pouco tempo, podemos ampliar o atendimento a toda a escola através do
PIBID/CAPES, atualizando os professores da escola e qualificando os futuros professores, hoje alunos do
Curso de Letras e pesquisadores e sua prática profissional.
(RE) DEFININDO O PERFIL DO PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA DA ESCOLA PÚBLICA:
UM ESTUDO DE CASO
Ana Lucia Fonseca Ducatti (Unesp)
Nesta comunicação, as reflexões sobre o perfil de uma professora de língua inglesa da escola pública são
orientadas por uma das perguntas de investigação de um estudo de caso: De que maneira as crenças dessa
docente e de seus alunos, envolvidos em contexto de escola pública, contribuem para a caracterização do uso
da língua inglesa em sala de aula e para a (re) definição do seu perfil?
Objetivando ampliar o escopo de um trabalho que investiga a caracterização da utilização da língua inglesa (LI)
na interação verbal em sala de aula e a faixa de proficiência oral (PO) de uma professora de LI da escola
pública considera-se igualmente primordial a contribuição de suas crenças sobre o uso do inglês nesse
contexto específico visando a redefinir o seu perfil, pois as mesmas se constituem na ferramenta principal para
a compreensão da relação do discurso do professor e sua prática (BARCELOS, 2004). Os instrumentos e
procedimentos utilizados foram: anotações de campo, entrevistas, questionários, conversas informais,
inventário de crenças, gravações em áudio e em vídeo, aplicação do Teste de Proficiência em Língua Inglesa
(TEPOLI), sessões de história de vida e de visionamento. Os resultados mostram que a professora respaldada
por suas crenças que se originam de sua experiência como aprendiz de LI, e, uma vez enquadrando-se no
nível D do TEPOLI, produz pouco insumo oral, insuficiente para a aquisição da língua estrangeira em sala de
aula, constatação que não contribui, consequentemente, para o desenvolvimento da PO de seus alunos.
Embora se reconheça tratar-se de uma tarefa árdua devido a visão de linguagem e de ensino e aprendizagem
de LI dessa professora voltada para a forma gramatical, o uso do paradigma comunicativo poderia proporcionar
mais envolvimento e interesse da maioria dos alunos na aprendizagem de uma nova língua.
Palavras-chave: (re)definição de perfil; professor de língua inglesa; escola pública.
INFERÊNCIAS SOBRE A CONSTITUIÇÃO IDENTITÁRIA DE PROFESSORES DE INGLÊS
COMO LE EM SERVIÇO A PARTIR DE SUAS CRENÇAS
Ana Paula de Araujo Cunha
(Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense/IFSul)
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Esta pesquisa, situada teoricamente na interface entre as áreas de Linguística Aplicada e Educação, traduz-se
em uma investigação qualitativo-interpretativista cujo escopo abarca questões pertinentes às temáticas
crenças, identidade e formação docente. Mais especificamente, tem-se como objetivo identificar as crenças de
um universo amostral de professores de inglês como Língua Estrangeira (LE) de escolas públicas de um
município do interior da metade sul do Rio Grande do Sul acerca do significado de ser professor, seu perfil e
formação, em termos ideacionais e reais, bem como suas concepções sobre o processo de ensino e
aprendizagem de línguas em contexto escolar, tendo como pressuposição o atrelamento de tais crenças à
constituição identitária profissional. Os dados coletados mediante a aplicação de entrevistas semiestruturadas
gravadas em áudio e transcritas, e a partir dos quais emergiram as categorias de análise desta pesquisa, têm
sido analisados à luz de teoria veiculada, principalmente, nos estudos sobre crenças e aquisição de LE
desenvolvidos por Barcelos (2004), Barcelos e Vieira-Abrahão (2006) e Kalaja & Barcelos (2003). Também se
configuraram como suporte teórico estudos que abordam o tema identidade na contemporaneidade, dos quais
se sublinham Bauman (2005), Hall (2000) e Giddens (2002). Até o momento, foram apontados pelos sujeitos
informantes alguns traços comuns considerados indispensáveis à práxis docente, tais como proficiência
linguística, vocação e motivação pelo ensinar, apesar das adversidades que se apresentam no cotidiano
escolar. Ademais, os dados corroboram a ideia de que as crenças são capazes de influenciar a prática
pedagógica do professor, sendo construídas e, por vezes, desconstruídas no decorrer de sua trajetória
formativa acadêmica e profissional.
RELATOS DE UM PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA
DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA DA REDE PÚBLICA
Ana Paula de Lima (Universidade Federal de São Carlos)
Esta apresentação tem como objetivo apresentar alguns dados relativos ao Programa Gestão da
Aprendizagem Escolar (GESTAR II), que oferece formação continuada, na modalidade semipresencial, na área
de Língua Portuguesa e Matemática aos professores do Ensino Fundamental II da rede pública. Desenvolvido
pelo Ministério da Educação (MEC), este ano o programa está sendo realizado na Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Campus de Rio Claro, contando com 120 horas presenciais e 180 horas de
atividades a distância para cada área temática. Na área de Língua Portuguesa, há 17 professores tutores, de
diversas regiões do Estado de São Paulo, participando do programa. Durante a formação, são discutidas
questões prático-teóricas que são, posteriormente, trabalhadas pelos tutores com os professores cursistas de
suas cidades. Dentre os vários aspectos estudados, destacamos o trabalho sobre questões sociolinguísticas
(POSSENTI, 2000; BERTONI-RICARDO, 2004), letramentos (MARCUSCHI, 2001; ROJO, 2009) e gêneros
textuais (MARCUSCHI, 2001; KOCH; ELIAS, 2011; ANTUNES, 2009). Os cursistas são responsáveis por
desenvolver as atividades propostas com seus alunos e relatar ao professor tutor os resultados obtidos. O
programa ainda esta em andamento, sendo assim, vamos nos limitar a contextualização do programa e
apresentar algumas das atividades propostas aos tutores sobre variantes linguísticas, bem como
planejamentos por eles elaborados.
Palavras-chave: formação continuada – língua portuguesa – variantes linguísticas
CONTRIBUIÇÕES DO PIBID NA FORMAÇÃO DO ALUNO DE PEDAGOGIA:
UMA EXPERIÊNCIA COM A ENGENHARIA DIDÁTICA NO ENSINO DE LÍNGUA MATERNA
Ana Sílvia Moço Aparício
Maria de Fátima Ramos de Andrade
(Universidade Municipal de São Caetano do Sul)
Neste trabalho, apresentamos resultados parciais de uma investigação sobre as contribuições do Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) para a formação de alunos de Pedagogia participantes
do projeto PIBID/USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), iniciado no segundo semestre de
2011. Esse projeto, em andamento, tem como eixo principal a realização de ações/intervenções, orientadas
pela metodologia da “Engenharia Didática” (Artigue, 2006), que prevê quatro fases essenciais para a realização
de um projeto de intervenção didática: análise preliminar, elaboração de um sequência didática e análise a
priori, desenvolvimento da sequência didática e uma análise a posteriori, seguida de uma possível validação da
sequência didática. O projeto PIBID/USCS/Pedagogia prevê a realização dessas etapas focalizando o ensino
da Língua Portuguesa, seguindo a abordagem do trabalho com gêneros textuais na perspectiva do grupo de
Genebra (Scheuwly & Dolz, 2004).
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Inseridos nesse processo, os alunos bolsistas são orientados a produzir registros e relatos reflexivos sobre as
práticas observadas e/ou realizadas nas classes em que atuam junto ao professor regente. São essas
produções escritas os dados de análise deste trabalho. A metodologia utilizada para esta pesquisa é de base
qualitativo-interpretativista, orientada pelos princípios da pesquisa-ação. Os resultados iniciais apontam que o
fato de o licenciando participar do cotidiano da escola, interagindo com o professor regente e os alunos, é fator
determinante para a construção de seu fazer docente, aliando teoria e prática. Além disso, destaca-se o papel
importante das reflexões realizadas nos encontros de formação dos bolsistas na Universidade, sob a
orientação dos professores coordenadores. A oportunidade que os bolsistas têm nesse espaço de interação e
discussão contribui para a transformação de suas crenças, hábitos, atitudes, habilidades, o que certamente os
torna melhor preparados para a docência e para lidar com as diferentes situações de ensino e aprendizagem
na comunidade escolar.
Palavras-chave: PIBID; Engenharia Didática; Formação de professores.
O LIVRO E A ESCOLA PÚBLICA NOTURNA (RJ): LETRAMENTO E CONTEXTO SOCIAL
Anderson Ribeiro (UERJ / UNISUAM)
Desde que iniciei a pós-graduação em 2004 (UERJ), debruço-me sobre a política de formação de leitores,
partindo da língua como elemento mediador. Para suprir as lacunas de analfabetismo funcional apresentadas
pela escola básica, desenvolvo atualmente, com um grupo de professores, o projeto Orientação de
letramento(s) e construção de percursos de leitura de jovens e adultos nos Ensinos Fundamental e Médio: o
protagonismo do sujeito-leitor na constituição dos sentidos, sob a coordenação da Profª. Drª. Maria da Graça
Cassano e a chancela CAPES. O objetivo é apresentar condições pedagógicas para que os participantes se
tornem, com a orientação do professor-pesquisador, agentes letradores, ou seja, um multiplicador da leitura
literária não só no ambiente escolar mas também em outros espaços sociais por onde transita. Na presente
comunicação, dentro de uma perspectiva etnográfica (ANDRÉ, 2008), pretendo, a partir do que se esboçou,
apresentar as primeiras experiências registradas a respeito dos percursos de leitura realizados por meus
alunos no Colégio Estadual Maria de Lourdes de Oliveira Lavôr – Tia Lavôr, na Ilha do Governador (RJ), onde
atuo diretamente com o projeto. Dessa maneira, poderei encontrar e repensar o meu papel e o meu fazer diário
que deve acampar o trinômio ação → reflexão → ação. Como destaca Cassano (2011), tais ações podem
representar “uma dinâmica de trabalho que leve em conta a construção de sítios de significância” por parte dos
alunos, “tornando possíveis gestos de interpretação com base em sua historicidade” (Idem). Quanto à base
teórica, sirvo-me de um amplo aparato que trata de leitura (RIBEIRO, 2011), construção de sentido (KOCH,
2003), interação (BAKHTIN, 2003; 2004), dialogismo (BAKHTIN, 2008) e letramento (COSSON, 2006;
KLEIMAN, 1995).
Palavras-chave: letramento; prática de ensino; formação de leitores.
AVALIAÇÃO ESCOLAR, LEITURA E LITERATURA
André Luís Batista Martins (Universidade Federal de Uberlândia)
Neste artigo, abordo elementos do processo de avaliação escolar a partir do contexto específico da formação
de leitores, focando a leitura literária. Trago a perspectiva diagnóstica e dialógica da avaliação, fundamentada
em Luckesi (2004) que entende a avaliação como um processo de subsidiar a construção do melhor resultado
possível e não apenas aprovar ou reprovar. Discuto a ideia da necessidade de uma abrangência maior do
processo avaliativo. Do mesmo modo, os professores teriam a avaliação como parte do dia a dia de suas
aulas. Parto do pressuposto de que a ação avaliativa deve constituir-se em um reflexo do trabalho em termos
produtivos. Para que, assim, alunos possam ser avaliados a partir da construção de um processo
qualitativo/quantitativo de exposição e envolvimento com os conteúdos formais, principalmente no que diz
respeito à leitura reflexiva. A avaliação não deve se pautar apenas pelo aspecto quantitativo de questões que
esperam do aluno o julgamento certo ou errado, reguladas por parâmetros de apreciação exclusivos do
professor. No meu entendimento, o processo avaliativo deve valorizar os diferentes olhares que o aluno possui
sobre o objeto estudado. Principalmente, quando se trata de leitura. De tal modo, entendo que tratar as
habilidades de leitura implica promover ações pedagógicas que encaminhem o aluno para uma relação de
identificação e pertencimento com o próprio ato de ler e com a obra literária. E, concluo que devemos sustentar
o papel, eminentemente, político da avaliação como forma de julgar a qualidade do ensino oferecido, bem
como apontar as responsabilidades adequadamente.
Palavras-chave: Avaliação escolar. Leitura. Literatura
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
O TEXTO FÍLMICO NAS PRÁTICAS DE LETRAMENTO EM LE:
INTEGRAR, FORMAR E (DES) CONSTRUIR
Andréa Conceição Braga Antunes
Kelly Pereira de Carvalho
Luciana Maria da Silva Figueiredo
(Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio – FIOCRUZ)
O objetivo do nosso trabalho é apresentar atividades de letramento em Língua Estrangeira (Inglês/ Espanhol)
baseadas em textos fílmicos, com a finalidade de contribuir para a prática docente no Ensino Médio, sobretudo
no contexto escolar público. Entendemos que autilização de filmes em sala de aula pode ser uma forte aliada
numa proposta de educação lingüística que aponte para a desestabilização de crenças e valores cristalizados
(FABRÍCIO, 2008). Quando os sujeitos do processo de ensino-aprendizagem, ou seja, professores e alunos
analisam a estética, imagens, temas e diálogos de um filme, suas percepções acerca do contexto sóciohistórico em que língua e linguagem estão inseridas podem ganhar novas perspectivas (THIEL &THIEL, 2009).
Além disso, a opção pelo referido gênero, assim como por um determinado filme que tematize questões
referentes às línguas estrangeiras em questão, não só mobiliza nosso conhecimento de mundo, mas também
potencializa a ampliação de repertório de sentidos, bem como de nossa reflexão crítica. Maria cheia de graça,
enquanto texto fílmico, foi selecionado como o elemento gerador para incitar a discussão entre os alunos e as
professoras das respectivas disciplinas, uma vez que contempla uma temática que integra tanto a língua
espanhola quanto a língua inglesa. Sendo assim, os alunos foram orientados a assistirem ao filme na sua
íntegra e, posteriormente, motivados a refletirem sobre questões previamente elaboradas pelas professoras,
com o objetivo de dimensionar o campo de argumentação dos alunos no momento do debate. Dentre outras
coisas, podemos ratificar a relevância do uso do texto fílmico na formação crítica dos sujeitos envolvidos nas
práticas de letramento em LE.
SISTEMAS ADAPTATIVOS COMPLEXOS NA APRENDIZAGEM DE ESPANHOL EM TELETANDEM
Andressa Carvalho Silva Oyama (PPGEL - UNESP S. J. RIo Preto)
Segundo a teoria dos sistemas complexos, os processos de aprendizagem envolvem, simultaneamente, tanto a
perspectiva individual (uma vez que cada aprendiz tem sua história de vida, sua cognição, sua afetividade, seu
físico etc.) quanto a social, dado que, ao participar de um evento de aprendizagem em um grupo, cada sistema
individual não pode ser analisado separadamente de sua interação com outras partes do sistema: ao mesmo
tempo em que modifica, sofre modificação, em uma constante dinamicidade. Por isso que se faz necessário
observar o indivíduo em si mesmo e também em sua relação com o outro e com o contexto no qual vive, de
modo a vislumbrar o comportamento dos sistemas complexos presentes. Este trabalho analisa, mediante a
perspectiva dos sistemas complexos, como se dá a aprendizagem de espanhol como língua estrangeira em
Teletandem por dois estudantes brasileiros do curso de Letras - pares português-espanhol. Nesse contexto,
por meio de encontros virtuais periódicos nos quais somente uma língua é usada para a comunicação (em
tese), ocorre o intercâmbio linguístico entre falantes de diferentes línguas. Por se tratar de uma pesquisa
qualitativa - com triangulação de dados - de base etnográfica, foi realizada a coleta e análise de interações em
áudio e em chat, de diários de interação, de sessões de mediação, de entrevista e de e-mails trocados entre os
pares. Até o presente, foi possível verificar que os atratores durante o processo de interação – estados de
‘convergência’ do sistema – ocorrem devido a diversos fatores, os quais podem ser considerados, muitas
vezes, como subsistemas derivados do sistema complexo maior, Teletandem.
Palavras-chave: Teletandem – língua espanhola - complexidade
ENSINO DA LEITURA DO NÃO-DITO, COMO PARTE DA EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA DO PROFESSOR
Angela Maria Torres Santos
Algumas atividades de leitura, sugeridas em livros didáticos e desenvolvidas pelos professores, favorecem a
concepção de ler como mecânica decodificação, não permitindo que o aluno acione outras capacidades para
interagir com o texto. Pouca importância é dada às informações inferenciais e as atividades propostas não
exploram essa competência. Diante disso, este trabalho propôs questões diferenciadas de interpretação de
leitura, em grupos discentes distintos, com o objetivo de avaliar a importância da interferência do professor na
formação da competência leitora. Fundamentando-se em teóricos como Dell’Isola, Marcuschi, Antunes e
Soares, dentre outros, valoriza-se o ato de ler além do dito. Para isso, no grupo 1, foi utilizada a proposta do
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
texto “A morte da tartaruga”, de Millôr Fernandes (ALP – Análise, Linguagem e Pensamento, FTD,v. 5, 1998).
Viu-se que a exploração do texto aplicada ao grupo 1 é lacunar, ficando os alunos limitados à simples
compreensão textual, sem exploração da implicitude da linguagem. No 2, trabalhou-se o mesmo texto,
apresentando-se questões objetivas e inferenciais, evidenciando-se que essa prática pedagógica possibilita os
leitores a perceberem as múltiplas compreensões do texto, influenciadas pelo conhecimentos de outros
contextos socioculturais. Conclui-se serem necessários professores detentores de uma educação linguística
que os habilitem a exercerem práticas pedagógicas reflexivas, entendendo o ler e o compreender textos como
processos ativos, inovadores e de reconstrução, propiciando aos alunos perceberem como e por que suas
leituras são determinadas por seus conhecimentos prévios, por suas histórias de vida e por processos
inferenciais. É preciso cuidado com o processo de desenvolvimento de estratégias de leitura e compreensão
textual, propondo-se atividades significativas de leitura, compreensão e interpretação crítica. Faz-se necessário
repensar as práticas pedagógicas de leitura, advindo daí desenvolvimento nas competências linguísticas dos
alunos, tornando-os leitores proficientes.
Palavras-chave: Ensino. Leitura. Inferência.
ESTUDO DESCRITIVO SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA
NA FRONTEIRA TABATINGA (BRASIL)-LETÍCIA (COLÔMBIA).
Antônia Marinês Goes Alves (IFAM - Campus Tabatinga)
Este trabalho busca mostrar o cenário do ensino de língua espanhola (L.E) e, por conseguinte da atuação
docente na fronteira Tabatinga (Brasil)-Letícia (Colômbia). Embora a (L.E) faça parte do cotidiano da população
destas cidades, observa-se uma distorção no papel da disciplina e do professor de L.E. A Lei 11.161/2005, que
sinaliza a obrigatoriedade do ensino de língua estrangeira no Brasil. O estudo esteve direcionado a
profissionais que atuam na disciplina de L.E, formados em Letras língua espanhola ou em outras áreas.
Aplicaram-se questionários acerca da formação e descrição do cotidiano de sala de aula, acerca da postura do
aluno frente ao ensino, além do uso de ferramentas e estratégias motivacionais voltadas para o ensino de L.E.
O referencial teórico tem os autores Bakhtin, Escandell, Duranti, Appel y Muysken, Bagno, entre outros, que
contribuíram de forma relevante para esse estudo. Foi possível perceber o alto número de profissionais que
atuam na disciplina apenas por afinidade ou por falta de opção, além da necessidade de conhecimento de
alternativas metodológicas e conceituais que direcionem o processo de ensino-aprendizagem. Observa-se
assim que é necessário repensar o ensino de L.E. na fronteira Tabatinga-Letícia. Torna-se impossível pensar o
ensino fora de uma perspectiva que englobe a vivência e a cultura da L.E. E sob esse aspecto a metodologia
enunciativa discursiva se mostra como a mais propícia devido à sua abrangência e alcance.
Palavras-chave: Ensino; língua espanhola; fronteira Tabatinga-Letícia.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: UMA PERSPECTIVA COMPARATIVA ENTRE OS DIZERES DOS PCNS
E AS CONCEPÇÕES DOS FUTUROS PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA
Ariana de Carvalho (UFV)
Maíra Ferreira Sant'Ana(UFV)
O presente trabalho tem como objetivo demonstrar a concepção que futuros professores de Língua Portuguesa
de uma Universidade Pública do interior de Minas Gerais têm do fenômeno da variação linguística em
comparação com os apontamentos sobre variação trazidos pelos PCNs de Língua Portuguesa. Para isto, foi
realizada uma pesquisa com vinte alunos do curso de Letras do oitavo período da mesma universidade por
meio de um questionário aberto composto por seis perguntas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais de
Língua Portuguesa (PCNs) correspondem a um documento oficial relevante e socialmente legitimado quanto
ao objetivo de orientar os professores para sua prática. Segundo esse documento, a finalidade da educação
escolar deve ser formar cidadãos críticos, para tanto, preconiza um ensino voltado para a valorização do
patrimônio social brasileiro. Ademais, desenvolve uma orientação direcionada para o fenômeno da variação
linguística, pois considera que o estudo desse fenômeno é essencial para formação da consciência linguística
e desenvolvimento da competência discursiva do estudante, já que este se encontra em um meio social
marcado pela diversidade. Concepção semelhante defende Marcos Bagno, segundo o qual deve ser objetivo
da aula de português fazer com que os alunos alcancem o processo de reflexão linguística, cabendo ao
professor mostrar a eles os valores sociais conferidos por cada variedade. Em consonância a tais explanações,
Adail Sobral afirma que menosprezar o ensino das variedades linguísticas em sala de aula é um ato
empobrecedor da língua e demonstra um desconhecimento da realidade da mesma, o que pode acarretar o
desenvolvimento de um ensino pouco significativo. Os resultados sugerem que há uma certa incompatibilidade
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
entre o depoimento dos professores em formação e o que se encontra nos PCNs, o que demonstra que,
apesar de conhecerem a teoria destes documentos, estes professores não aplicam este conhecimento em
suas práticas.
Palavras-chave: variação linguística, futuros professores, PCNs de Língua Portuguesa
A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E O PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
DA LÍNGUA PORTUGUESA NO CONTEXTO DAS ESCOLAS DO CAMPO
Arlete Tavares Buchardt (SEDUC/CEFAPRO)
Este trabalho tem por objetivo socializar os resultados do acompanhamento à formação continuada realizada
no Estado de Mato Grosso na perspectiva do “Projeto Sala de Educador” às Escolas do Campo do CEFAPRO
(Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica) de Sinop. A Secretaria de Estado
de Educação de Mato Grosso orienta a utilização de uma matriz curricular para as Escolas do Campo centrada
nas Ciências Agrárias e projetos interdisciplinares que considere o contexto da Escola do Campo e a
identidade da comunidade escolar campesina.
Sendo que o currículo da Escola do Campo é
predominantemente urbano objetivamos trabalhar ações norteadas pelo contexto campesino provendo suporte
teórico e metodológico para possíveis alterações curriculares na Área de Linguagem, especialmente na
disciplina de Língua Portuguesa. Trabalhamos com os gêneros textuais memórias e poesias objetivando
resgatar a identidade do camponês. Adotamos a metodologia do Estudo de Caso com entrevistas
semiestruturadas, análise de documentos e observações de campo, pautando-nos sobre o aporte teórico dos
profissionais que discutem a formação continuada e formação do professor de Linguagem (Imbernón, 2010;
Magalhães e Fidalgo, 2011), bem como dos estudiosos da Educação do Campo (Molina 2006; Reck 2007;
Souza 2006; Therrien e Damasceno 1993; Arroyo, Caldart e Molina 2008) e dos linguístas que tratam dos
gêneros textuais e da linguagem em uso (Bakhtin, 2010; Marcuschi, 2008; Moita Lopes, 2006). Constatamos
que as inovações e contextualizações foram significativas, gerando produções textuais que apresentam e
ressaltam a realidade do entorno da comunidade escolar campesina e que os professores, a partir dessa
formação e dessas orientações, perceberam novas possibilidades curriculares contextualizadas para o
desenvolvimento das atividades de Língua portuguesa nas Escolas do Campo.
Palavras-chave: Formação continuada; Escolas do Campo; Gêneros textuais.
EXPERIÊNCIAS DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO: O PAPEL DO CELIN
NA CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA DE UMA PROFESSORA
Bárbara Cotta Padula (Universidade Federal de Viçosa)
Sabe-se que para se tornar um professor de idiomas competente, linguística e pedagogicamente, requer-se
uma boa formação. Vários pesquisadores (VIEIRA-ABRAHÃO, 2002; CRISTOVÃO, 2002; MICCOLI, 2011;
CASTRO, 2009; GIMENEZ ET AL., 2002; CELANI, 2002) apontam para a necessidade de se estudar afundo
este tema a fim de auxiliar os profissionais empenhados na formação de novos professores e ajudar, também,
os próprios estudantes que se interessam pelo assunto. Assim, este trabalho tem o objetivo de identificar como
a experiência de acompanhamento em um centro de extensão em Língua Inglesa (LI), em uma universidade
federal, auxilia na formação de uma professora em pré-serviço, observando a construção de sua identidade
como profissional durante aquela experiência. Segundo Miccoli (2010) através da investigação de experiências
pode-se compreender partes importantes do processo de ensino e aprendizagem, pois esta traz à tona
relações e acontecimentos vivenciados ao longo das interações entre professor e estudante. Parmar (1990)
entende que as identidades não são fixas, mas diferenciadas e podem ser reposicionadas constantemente.
Nesta pesquisa, para a coleta de dados, primeiramente foi solicitada uma narrativa na qual a participante teve a
oportunidade de fazer uma reflexão sobre o início de sua prática docente naquele centro de extensão,
considerando, também, suas experiências anteriores. Durante o desenvolvimento da pesquisa reuniões
quinzenais foram gravadas e, posteriormente, transcritas, nas quais foram discutidos assuntos relacionados à
atuação daquela professora. Além disso, observações e filmagens de aulas foram feitas. Ao final do primeiro
semestre letivo, foi solicitada outra narrativa na qual a professora em formação relatou como essa experiência
contribuiu para sua formação identitária. Neste trabalho, serão apresentados os resultados da análise dos
dados e a contribuição verificada do acompanhamento pedagógico na formação dessa professora e na
construção de sua identidade.
AFINAL, COMO FOI A AULA, PROFESSORA? ALGUNS MODELOS DE FEEDBACK
DURANTE O PROCESSO DE SUPERVISÃO DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO
65
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Barbra Sabota (CEPAE-UFG)
Este trabalho é um recorte de um estudo bibliográfico sobre a interação na formação universitária do professor
de línguas estrangeiras, desenvolvido em nossa instituição. A pergunta do início do título se interpõe com muita
frequência no cenário de formação de professores de LE. É comum que estagiários busquem na fala do
professor-supervisor um relato que valide sua prática ou alguma consideração sobre o que ainda falta
aprimorar para que ele termine seu estágio. Mas como podemos, como professores formadores, agir neste
momento tão importante de modo a contribuir para a construção de uma identidade profissional autônoma
deste futuro professor? Nosso objetivo/foco central aqui é, portanto, no feedback que ocorre após as
observações de aula na escola-campo e, em decorrência disso, a) no evento de observação de aulas, que
pode ser um momento de geração de estresse e comprometimento das relações interpessoais (RICHARDS,
1998), que pretendemos discutir e b) na observação e moderação da linguagem utilizada durante as
discussões, quando apresentamos e analisamos alguns modelos de críticas observadas comumente nestes
momentos, classificando-as em: colaborativa, construtiva e desconstrutiva. Para tal caracterização, foram
observados critérios linguísticos e paralinguísticos. Considerando que o momento de feedback pode favorecer
o aprimoramento de conhecimentos específicos (como melhorar a acuidade gramatical ou fluência em uma
língua, por exemplo), propiciar a reflexão e o desenvolvimento da criticidade sobre a sua atuação como
docentes (MAGALHÃES, 1996; LIBERALI, 1996; SABOTA, 2005; BORELLI, 2006) e, ainda, atuar como
suporte no modo como o estagiário começa a definir sua identidade profissional (MARSHALL, 2008), este
estudo se pauta pela possibilidade de que a interação colaborativa pode acontecer na formação universitária
de professores de línguas e favorecer tal autonomia, contribuindo, assim, para a constituição da identidade do
futuro professor de línguas.
Palavras-chave: identidade profissional; autonomia; interação colaborativa.
TO BE OR NOT TO BE AN ENGLISH TEACHER: REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DA IDENTIDADE
DE PROFESSOR DE LÍNGUAS DE ALUNOS DE UM CURSO DE LETRAS INGLÊS
Beatriz Gama Rodrigues (Universidade Federal do Piauí)
Esta comunicação tem por objetivo refletir sobre o dilema de ser ou não um “profissional do ensino de línguas”
(Celani, 2003) e a difícil construção da identidade profissional de alunos do curso de Letras Inglês da
Universidade Federal do Piauí após cursarem a disciplina Linguística Aplicada, investigando o impacto (se
existente) das discussões e leituras realizadas durante as aulas na graduação e em outros momentos
importantes de sua formação como aprendentes e futuros professores de língua inglesa. Vários autores, tais
como Rajagopalan (2001), Almeida Filho (1992), Paiva (1997), Gimenez (2005), Rodrigues (2007) e Barcelos
(1999), vêm investigando a formação de professores de língua inglesa no país. Esses e outros pesquisadores
têm refletido sobre a importância de repensarmos o papel dos cursos de formação de professores de línguas
no processo ensino-aprendizagem de línguas, considerando, inclusive, a identidade deste profissional e sua
participação e impacto no desenvolvimento e aprendizagem dos alunos de várias instituições, principalmente
de escolas públicas brasileiras. As reflexões analisadas foram produzidas ao final da disciplina Linguística
Aplicada, em uma entrevista semiestruturada e após a realização de uma pesquisa de campo sobre questões
relacionadas ao ensino-aprendizagem de língua inglesa em escolas de Teresina e região. Esperamos que este
trabalho suscite mais discussões, pesquisas e reflexões sobre a questão da identidade profissional do
professor de línguas, com o intuito de contribuir para o processo ensino-aprendizagem de línguas e de
formação de professores crítico-reflexivos.
Palavras-chave: Identidade profissional. Formação de professores crítico-reflexivos. Ensino-aprendizagem de
línguas.
O SUJEITO ENTRE-LÍNGUAS EM CONTEXTOS DE IMIGRAÇÃO. E AS POLÍTICAS LINGUÍSTICAS?
Beatriz Maria Eckert-Hoff (USP)
Com o objetivo de problematizar as políticas linguísticas para o ensino de línguas em contextos de imigração,
esta comunicação objetiva trabalhar questões de memória e de identidade na relação sujeito X línguas, em
contextos de imigração alemã, no sul do Brasil. Partindo do pressuposto: via Coracini (2007), de que o
encontro e o desencontro com a língua nunca é ou passa incólume; via Celada (2005), de que a língua outra
entra em relações de captura, de resistência, de confronto com a malha da subjetividade, “como um feixe
instável de traços, que decanta de processos de identificação” (p. 47); via Robin (1993), de que a língua não é
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
pura reprodução, nem pura descoberta de alhures, é sempre um jogo de similitudes e de afastamentos,
problematizamos a relação do sujeito com as línguas, no caso, a língua nacional e a língua de imigração, como
formas de produzir reflexões a partir do vivido, do experimentado pelo sujeito entre-línguas, em contextos de
imigração. Com base nos pressupostos da Análise de Discurso, em aliança com fios da Psicanálise,
compreendemos o sujeito cindido e clivado e a linguagem como o lugar do equívoco. O corpus é constituído a
partir de dois relatos: um, de entrevistas semidirigidas com descendentes de imigrantes, coletadas no sul do
Brasil; outro, de cartas escritas por imigrantes alemães e seus descendentes, datadas a partir da segunda
década do século XIX até a primeira metade do século XX, coletadas em arquivos públicos e privados, na
Alemanha. Os primeiros gestos de interpretação nos mostram que é nas travessias dos sujeitos, das línguas,
das culturas, das nações, que se mostram errâncias e inscrições de do sujeito na(s) e da(s) línguas(s), ao
longo da história de imigração. Queremos, com este estudo, provocar deslocamentos no campo da Linguística
Aplicada e da Análise do Discurso, no que tange às políticas linguísticas, que permitam olhar para os espaços
em que a língua não é (aparentemente) “controlada”, mas age em contextos específicos, para promover formas
de inclusão no/pelo simbólico que não suponham o silenciamento na(s), da(s) e pela(s) língua(s).
Palavras-chave: sujeito, línguas, imigração
A ABORDAGEM INTERCULTURAL PARA O ENSINO DE INGLÊS NO ENSINO MÉDIO
Breno Dias Oliveira (Mestrando/UFAL)
As discussões acerca do que é cultura têm sido travadas há muito tempo e em diversas áreas do
conhecimento humano, inclusive no campo de ensino e aprendizagem de inglês como língua estrangeira (LE).
Muito se fala da importância das questões culturais para o ensino de LE e dos desafios não de ensinar língua e
cultura, mas língua como cultura (KATRA, 2008), em que os aspectos culturais não devem constituir um
“currículo turístico” (SANTOMÉ, 1995), pois não interferem na formação crítica e distorcem a autenticidade de
práticas sociais. Apesar de o inglês estar sendo difundido e ensinado em todos os lugares do mundo, as
questões culturais, intrínsecas à língua, não parecem receber o mesmo tratamento nas salas de aula. O
pensamento tradicional do ensino enfatiza muito mais - senão exclusivamente - os aspectos estritamente
linguístico-estruturais do que culturais. Diante disso, é importante compreender que alternativas e contribuições
uma abordagem intercultural para o ensino de inglês pode oferecer para o desenvolvimento da consciência
cultural crítica por meio de oportunidades de construção de atitudes (relativização de si e valorização do outro),
conhecimento (de si e do outro), habilidades (de descobrir, interagir, interpretar e relacionar aspectos entre
duas ou mais culturas) permeados por uma educação política (BYRAM, 1997). Em busca dessa compreensão,
realizou-se uma pesquisa qualitativa, de base metodológica narrativa e reflexiva, em que se interpretaram
aulas, questionários e entrevistas com estudantes de ensino médio envolvidos no processo de ensino e
aprendizagem. A pesquisa revelou que, apesar de limitações e restrições, (a) o processo de conscientização foi
desencadeado, (b) a experiência vivida permitiu o desenvolvimento parcial da consciência cultural crítica dos
participantes e (c) a necessidade de desenvolver uma pedagogia que contemple as relações interculturais de
forma sistemática e consciente.
Palavras-chave: Cultura. Ensino de Língua Inglesa. Abordagem Intercultural. Consciência Cultural Crítica.
PROFESSORES PRÉ-SERVIÇO DE INGLÊS: SUAS CRENÇAS, IDENTIDADES, MOTIVAÇÕES
E EXPERIÊNCIAS EM RELAÇÃO À INFLUÊNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Bruna Martins de Oliveira (Universidade Federal de Viçosa)
Este trabalho apresenta resultados parciais de uma pesquisa longitudinal que investiga identidade, motivação,
crenças e experiências de uma turma do curso de Letras durante o sexto e o sétimo períodos de sua
graduação. O objetivo geral foi investigar se e como o estágio supervisionado influencia os tipos de crenças
que alunos de Letras (professores pré-serviço), em seu sexto e sétimo períodos do curso, possuem a respeito
do processo de ensino e aprendizagem de inglês, bem como a relação dessas crenças com suas experiências
de aprendizagem e ensino de línguas, motivação para ensinar e construção de suas identidades de
professores de línguas. O referencial teórico utilizou-se de estudos de crenças (ARAÚJO, 2006; BASSO, 2006;
BARCELOS, 2004, 2004b, 2007; MORAES, 2006; PASCHOAL, 2009; SILVA, 2006; identidades (BOHN, 2005;
DÔRNYEI, 2005; MOITA LOPES, 2007; PIMENTA, 2004; TELLES, 2004, 2009), motivação (DORNYEI, 2005;
MARQUES & KAWACHI, 2010; SUSLU, 2006; JESUS e SANTOS, 2004;) e experiências (MICCOLI, 2007;
ARAGÃO 2008). Esta é uma pesquisa qualitativa, de cunho exploratório e descritivo, realizada com alunos de
Letras ingressantes de 2009 (durante os 6º e 7º períodos do curso, 2011-2 e 2012-1). A metodologia consistiu
de um grupo focal, um questionário semi-aberto, uma narrativa e uma entrevista. Os resultados apontam que o
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
engajamento dos alunos de Letras em experiências de ensino desde o início do curso pode contribuir para uma
identificação maior com a profissão, embora outros fatores como experiências e professores anteriores podem
influenciar essa complexa relação. Uma das conclusões deste estudo é que essa experiência é fundamental
para a identidade desses futuros professores. Apesar disso, muitos apresentam a construção de uma
identidade fragmentada em relação a ser professor. De um modo geral, eles não se identificam com a
profissão, apresentando o não desejo inicial de ser professor basicamente devido à incerteza em relação ao
futuro e a falta de recompensas materiais na carreira. Os resultados fornecem subsídios para os cursos de
formação de professores de línguas ao procurar compreender como os alunos de Letras (professores em
formação) se mostram motivados ou não para serem professores, quais crenças possuem e quais experiências
e identidades profissionais constroem durante sua trajetória no curso de Letras.
Palavras-chave: Identidade; crenças; estágio supervisionado.
CRENÇAS E IDEOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES DE PROFESSORES E CRIANÇAS POR
MEIO DO ENSINO DE LE
Camila Andrade (PG/UnB)
Marcelo Santos (PG/UnB)
Norma Hamilton (PG/UnB)
Nos últimos anos, o ensino de línguas estrangeiras para crianças (LEC) tem assumido uma posição de
destaque não somente para os progenitores que almejam ver seus filhos proficientes no idioma (SANTOS,
2005; ORTIZ, 1994), mas, também, para pesquisadores da Linguística Aplicada (ROCHA, TONELLI e SILVA,
2010) – e aqui se situa o presente estudo – na tentativa de prover teorias referentes a LEC que maximizem as
chances de obtenção de êxito nessa área. Assim, orientados por uma concepção de língua(gem) como prática
social, dialógica e, também, cultural (BAKHTIN, 1999; KRAMSCH, 1998 ), entendemos que a própria
língua(gem) carrega em si crenças (BARCELOS, 2000) e ideologias (FAIRCLOUGH, 2001; PHILLIPSON,
1992), que influirão na (trans)formação da identidade (HALL, 2000; WOODWARD, 2000) de professores e
alunos (crianças). Para ilustrar o que dissemos, aplicamos questionários a professores de LE que, após
analisados sob a perspectiva interpretativista e teórica da análise do discurso crítica, nos levaram à conclusão
de que o discurso docente está entrecortado por crenças que dizem respeito à idade apropriada para se
aprender uma LE, por exemplo, e por ideologias, entre as quais se destaca a posição imperialista da língua
estrangeira, em nosso caso, o inglês. Tais crenças e ideologias (re) moldam a identidade de professores e, por
extensão, de seus alunos, conforme os discursos analisados sobre a visão de ensino-aprendizagem que eles
têm. Assim sendo, é crucial a compreensão de que os discursos na sala de aula são permeados por crenças e
ideologias para que o professor, uma vez consciente disso, se posicione criticamente diante delas e venha a
ser um formador de cidadãos críticos. Por fim, propomos o uso da pedagogia crítica/radical (SILVA, 2000;
GIROUX, 1987) para a conscientização do professor sobre a questão em foco e seu posicionamento crítico.
Palavras-chave: Identidades, Crenças, Ideologias.
PROFICIÊNCIA ORAL DE (FUTUROS) PROFESSORES DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA: UMA
ANÁLISE DA QUALIDADE LEXICAL NAS VERSÕES PRESENCIAL E ELETRÔNICA DO TESTE ORAL DO
EPPLE
Camila Stéphanie Colombo (PPGLE-UNESP/São José do Rio Preto)
Exames de proficiência são, como o próprio nome indica, instrumentos de avaliação das competências
apresentadas por um candidato em determinada língua-alvo de modo a determinar seu nível de proficiência no
idioma. Para que um teste de proficiência seja considerado confiável, segundo Consolo (2008), sua elaboração
deve atender a três conceitos básicos – o da validade, o da confiabilidade e o da praticidade –, de modo que
seu construto e suas tarefas sejam compatíveis. A pesquisa aqui desenvolvida, de um modo geral, analisa o
léxico oral produzido por alunos-formandos submetidos ao exame EPPLE (Exame de Proficiência para
Professores de Línguas Estrangeiras) nos anos de 2009 (versão eletrônica) e de 2010 (versão presencial e
eletrônica), investigando, por meio do programa RANGE, a qualidade lexical encontrada em cada aplicação do
teste oral do EPPLE e comparando os resultados de ambas as versões do exame realizado no ano de 2010.
Diante dos dados analisados, foi possível levantar um questionamento acerca da necessidade de a linguagem
de um professor apresentar (ou não) alta complexidade; verificar que, no contexto analisado, o exame EPPLE,
tanto em sua versão presencial quanto em sua versão eletrônica, apresentou-se como um instrumento de
avaliação confiável para medir a proficiência oral de (futuros-) professores de língua inglesa; e, por fim, refletir
acerca do papel destinado à interação na versão eletrônica, uma vez que, em tal versão, o aluno deixa de
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
interagir com outro candidato ou com o examinador, o que leva ao questionamento da presença de tal
elemento comunicativo na referida situação de teste e, em caso afirmativo, do tipo de interação ocorrido nesse
contexto – visto que, em termos avaliativos, ambos os contextos mostraram-se equivalentemente confiáveis.
Palavras-chave: léxico, avaliação, meio eletrônico.
MULTILETRAMENTOS NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA:
(RE) CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES ÉTICAS E EMANCIPAÇÃO SOCIAL.
Carla Cristina Braga dos Santos (Universidade de Brasília)
As identidades são construções sociais e, nesse sentido, somos construídos nos encontros interacionais,
como a sala de aula. Desse modo, identidades são constantemente construídas, remodeladas e transformadas
a partir dos sentidos que damos às nossas experiências (cf. Mastrella-de-Andrade, 2012). Ao atribuir sentidos
às relações sociais e às práticas imbricadas nelas, construímos características do eu pessoal e
consequentemente do eu social. Todavia, há uma grande problemática envolvida: do mesmo modo que as
relações sociais constroem o eu, esse processo é limitado socialmente. Essa limitação ocorre, pois as práticas
sociais do letramento, aqui entendido como práticas socioculturais associadas à leitura e a escrita em
diferentes contextos (KLEIMAN 1995), estão relacionadas a estruturas de poder da sociedade. Desse modo, se
faz necessário possuir níveis de letramentos desejáveis para ler as situações do cotidiano, refletir e se
apropriar dos conhecimentos e informações disponíveis para que através da leitura do mundo materializada na
escrita, a identidade e a emancipação sociocultural se construam. Nesse contexto, a aula de língua materna é
um espaço privilegiado para os múltiplos letramentos necessários para a emancipação e a agência social e,
para tanto, o professor deve ser um agente de consciência linguística (FAIRCLOUGH, 1992), uma vez que a
linguagem constrói significados contextualizados para agir na vida social, e, além disso, ser um intelectual,
como postula GIROUX, 1997. Dentro dessa perspectiva, esta pesquisa de mestrado, ainda em andamento,
busca gerar dados, por meio de análises documentais (redações de alunos do final do ensino fundamental II) e
entrevistas com alunos e professores, numa fase posterior. As análises terão como o foco o trinômio
multiletramentos-identidade-poder e os resultados serão norteadores para mudanças na metodologia de ensino
de língua portuguesa (enfatizando a produção de textos), na elaboração de materiais didáticos e na formação
inicial e contínua de professores de línguas.
RESSIGNIFICANDO O ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO DE LÍNGUA INGLESA
ATRAVÉS DE PRÁTICAS COLABORATIVAS.
Carla Renata Natalli Machado (Instituto Federal Espírito Santo IFES)
Neste artigo apresentamos a parceria colaborativa informal iniciada em 2007 entre o Ifes e a UFES, seus
objetivos, perspectivas, pontos positivos e negativos, segundo a percepção das professoras de ambas as
instituições. Mostraremos ainda como esta parceria tem colaborado para a formação crítico reflexiva dos
sujeitos envolvidos, segundo Liberali (2008) e para a construção de um currículo centrado nas necessidades
dos alunos dos cursos de ensino médio integrados aos cursos técnicos do Ifes. Para a construção desse
currículo são utilizados os pressupostos do ESP (Inglês para Fins Específicos) defendidos por Hutchinson e
Waters (2005) e a construção do currículo apresentado por Nunan (1992) e Richards (2009). Este trabalho se
caracteriza como um estudo de caso de caráter qualitativo. Foram utilizados questionários e entrevistas semiestruturadas com as 04 professoras participantes do projeto de parceria. Os resultados indicam que a parceria
colaborativa mantida entre as duas instituições tem sido essencial para a construção de um currículo centrado
nas necessidades de cada grupo, proporcionando uma ressignificação da disciplina estágio supervisionado,
bem como uma maior integração entre a academia e a escola. Concluímos que o modelo de parceria aqui
apresentado colabora para a formação inicial e continuada de professores reflexivos e possibilita o pensar de
novas concepções de ensino e de propostas curriculares voltadas para as reais necessidades dos alunos.
Palavras-chave: parceria colaborativa; currículo; professor reflexivo
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E IDENTIDADE CULTURAL
Carine Kelly da Costa (bolsista IC)
Angela Derlise Stübe (orientadora)
(Universidade Federal da Fronteira Sul - Chapecó/SC/Brasil)
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Esta pesquisa busca apresentar relevância para as reflexões acerca do processo ensino/aprendizagem e para
a formação de professores, e possibilitar, ainda, a interlocução entre pesquisadores da Instituição de Ensino
Superior (IES), as escolas e os profissionais da educação no ensino básico. Este estudo visa a analisar
representações de língua(s) que emergem em narrativas de professores da rede pública de ensino na região
de abrangência da UFFS – Chapecó/SC, para, então, discutir consequências à formação dos sujeitos. Para
isso, trabalhamos com narrativas de professores, coletadas por meio de entrevistas gravadas em áudio, que
lhes possibilitam narrar suas experiências com língua(s), a fim de, a partir dessa discursividade, podermos
depreender possíveis representações de língua(s) calcadas no imaginário sócio-histórico. Para apreender e
interpretar o imaginário sobre língua, os discursos sobre as políticas linguísticas - tais como documentos
oficiais e textos que circulam na mídia regional e estadual - mostram-se relevantes e são objeto de descrição e
análise. Do ponto de vista teórico, situamo-nos na interface da análise do discurso com teorias que abordam o
sujeito em sua constituição linguística, histórica e social. Em decorrência disso, buscamos uma concepção de
sujeito que contemple a heterogeneidade e a contradição que lhe é inerente, como também as determinações
histórico-sociais – permeadas pelo desejo e pelo inconsciente – que lhe são próprias. Nas análises dos
corpora, inquieta-nos a recorrência de uma visão de língua materna e de identidade sustentada por referenciais
logocêntricos, com pouca inserção em práticas e concepções alicerçadas em um processo sócio-histórico e
ideológico. (Apoio: Edital MCT/CNPq 14/2010 – Universal, processo número 470175/2010-9)
Palavras-chave: Formação de professores, identidade, sujeito, língua
CRENÇAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS: RESSIGNIFICAÇÃO OU MUDANÇA?
Carlos A. G. Pavan (Secretaria Municipal de Educação - Barretos/SP)
Os estudos sobre crenças na Linguística Aplicada têm aumentado significativamente nos últimos anos.
Muitos pesquisadores já evidenciaram a importância do estudo das crenças nos processos de ensino e
aprendizagem de línguas (BARCELOS, 2006, 2004, 2000; VELOSO, 2007; SILVA, 2010; CONCEIÇÃO, 2011;
dentre outros), bem como na formação de professores de línguas (BARCELOS, 2010; SILVA, 2005; VIEIRAABRAHÃO, 2004, 2002; dentre outros). Muitos estudos, no entanto, deixaram de identificar as crenças
apenas e passaram a investigar sua interface com outros construtos, tais como a experiência (MICCOLI,
2010), cognições e emoções (BARCELOS, 2010; ARAGÃO, 2010), identidade (MASTRELLA-DE-ANDRADE,
2011), autonomia (NICOLAIDES, 2010), dentre outros. Outra questão que tem norteado tais pesquisas é a
maneira como tais crenças se comportam no decorrer desses processos. Recorte de uma pesquisa
longitudinal de base etnográfica com pesquisador participante (SANDÍN ESTEBAN, 2010; LÜDKE & ANDRÉ,
1996), no decorrer da qual todo um processo de (trans)formação inicial de professores de línguas foi
observado, este estudo almeja (re)discutir e (re) definir alguns aspectos acerca deste tema tão relevante e
apresentar seus resultados. Os resultados sugerem que as crenças podem ser modificadas, mesmo que em
pequenas proporções, embora a maneira como esse fenômeno se apresenta deve ser observado de
maneira cuidadosa.
Palavras-chave: crenças, resignificação, mudanças.
A CONSTRUÇÃO DE UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA
PARA PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA DE UMA REDE PÚBLICA DE ENSINO NO ESTADO DO ES
Christine Sant’Anna de Almeida(PUC-SP)
A presente comunicação apresentará o caminho percorrido até o momento por uma pesquisadora
que tem como objetivo elaborar uma proposta de educação continuada para um grupo de
professores de língua inglesa no estado do ES. Tal proposta ancora-se teoricamente em dois pilares –
a formação continuada para professores de inglês (CELANI, 2010; MATEUS, 2002; HARMER, 2010) e a
prescrição para formação desses professores no Brasil. O primeiro pilar contempla as noções de
relevância da língua inglesa no mundo global, do professor reflexivo (BROWN, 2000; PAIVA, 2003;
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
RICHARDS & LOCKHART, 1996;), e da teoria de currículos (SACRISTÁN, 2000; APPLE, 2006). E o
segundo pilar se apoia em estudiosos da questão e na legislação vigente, e na perspectiva global-local
(CANAGARAJAH, 2005; BRYDON, MONTE MOR & SOUZA, 2010). Ao desenvolver um trabalho de
pesquisa com o profissional local, preocupando-se com o “seu” fazer, e identificar quais suas
carências e, desafios, há uma base sólida para a proposição de um plano de educação continuada
consistente a ser desenvolvido com esses profissionais, baseado em suas reais necessidades. Este
trabalho é um Estudo de Caso (NUNAN, 1992; JOHNSON, 1992) composto por três fases, que são
marcadas por instrumentos de coleta de dados delas característicos. A primeira fase, levantamento
de dados e análise de necessidades, tem o questionário (FOWLER, 1990) GILLHAM, 2000) como seu
instrumento principal. A segunda fase é caracterizada pelas entrevistas com professores e gestores
da Formação Continuada da rede de ensino em questão, e a terceira fase, redação da Proposta de
Educação Continuada, contará com anotações de campo durante os encontros para redação e
avaliação da Proposta. A trajetória já percorrida, os instrumentos de coleta de dados já
desenvolvidos, os dados já colhidos e os desafios que estão na iminência de surgir serão os aspectos
a serem expostos e discutidos durante a apresentação.
Palavras-chave: formação de professores; educação continuada; professores de inglês da rede
pública.
A TRANSFORMAÇÃO PROFISSIONAL-IDENTITÁRIA DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA
EM UM CONTEXTO DE FORMAÇÃO COLABORATIVA
Claudia Christian Silva Valk (Universidade Estadual de Londrina)
Estudos revelam que a identidade é construída e constituída sociohistoricamente e está em constante
reconstrução. Assim, entendemos que a ponte criada entre a teoria e a prática, que é proporcionda pelo ensino
colaborativo (ROTH e TOBIN, 2002), auxilia na construção de possibilidades de aprendizagem do alunoprofessor e, sobretudo, constribui grandemente para sua formação identitária. Igualmente, compartilhamos da
noção de que a formação profissional-identitária constitue-se pelas e nas práticas sociais. Dessa forma, o
objetivo deste trabalho é investigar a transformação profissional-identitária de um grupo de professores de
língua inglesa, inseridos em um contexto de formação colaborativa. O grupo pesquisado é composto por
professores de língua inglesa em seus diversos níveis de formação, a saber, uma professora-formadora, uma
professora-colaboradora e três professores novatos. Para tanto, utilizaremos transcrições de áudio e vídeo de
uma “conversa reflexiva” sobre um momento em que a professora-formadora denominou ‘conflito’. A partir dos
dados, fizemos análises de conteúdo das vozes dos professores participantes deste contexto de formação
colaborativa, na tentativa de identificar os diferentes papéis exercidos por cada um dos participantes. O aporte
teórico do presente estudo situa-se no campo da identidade profissional de professores (HALL, 2006;
BAUMAN, 2005; BEIJAAR; MEIJER; VERLOOP, 2011), bem como na área de formação colaborativa sob a
perspectiva sócio-histórico-cultural (PHELAN at al, 1996; ROTH at al, 1999; JOHN-STEINER, 2000; MATEUS,
2009). Por meio da análise feita pudemos perceber que o momento de reflexão sobre o conflito contribuiu para
o desenvolvimento de aprendizagem dos participantes desse grupo de ensino colaborativo que foi oportunizado
pela professora formadora aos envolvidos, na relação eu-outro, já que foi um espaço de reflexão e constituição
identitária do outro e de si próprio.
Palavras-chave: Conflitos. Transformação profissional-identitária. Formação colaborativa.
BASES DE CONHECIMENTO NO CURSO DE LETRAS:
UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A IDENTIDADE DO PROFESSOR EGRESSO DE LÍNGUA INGLESA
Celia Carrião (Universidade Estadual de Londrina-UEL)
Este trabalho tem como objetivo apresentar estudos da pesquisa de mestrado em andamento, que versa sobre
a identidade do professor egresso de língua inglesa e as bases de conhecimento adquiridas e idealizadas que
julga necessário para sua atuação profissional. A partir de subsídios da Análise Crítica do Discurso, focamos a
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
análise no modo como os participantes percebem suas bases de conhecimento e se constituem como
professores de língua inglesa. Para isto, utilizamo-nos de um questionário semiestruturado, contendo quadros
informativos, mapeamento e cinco perguntas abertas, tendo como participantes professores egressos do Curso
de Letras de uma instituição do interior do Paraná. As justificativas para o presente estudo têm origem na
constatação de que as pesquisas que tratam da identidade do professor elencam frequentemente dificuldades
do meio em que esse profissional atua, como formação inicial deficitária, professor que não acredita em seu
próprio trabalho e desvalorização da disciplina, que parecem ser unânimes em muitos contextos escolares.
Assim, para explorar o modo como a identidade do professor de língua inglesa vem sendo construída, mantida
ou modificada no meio em que atua, apoiamos nossa pesquisa nos pressupostos teóricos subjacentes à
análise realizada, retomando as definições tanto de identidade (FAIRCLOUGH, 2003a; HALL, 2009;
BAULMAN, 2005), das bases de conhecimento do professor (SHULMAN, 1986) e os procedimentos de análise
textual, postulados primordialmente pela Análise Crítica do Discurso (FAIRCLOUGH, 2003a; 1995; 1992). Os
resultados iniciais apontam para uma representação negativa e um descontentamento quanto a sua formação
inicial, sobretudo pela ineficácia no ensino da língua em que atuariam como professores, bem como o desejo
de alcançar a mais elevada competência linguística conforme descrita por padrões oficiais estrangeiros.
PALAVRAS-CHAVE: Identidade. Bases de Conhecimento. Análise Crítica do Discurso.
A PERCEPÇÃO DOCENTE SOBRE O INGLÊS COMO LÍNGUA FRANCA
Claudia Christian Silva Valk(UEL)
Francine Poliseli Percinoto Corrêa(UEL)
No cenário em que vivemos, a língua inglesa deixa de ser um privilégio para poucos e passa a ser de uso
primordial, especialmente, no mundo acadêmico e dos negócios. Contudo, nos deparamos com tantos
ingleses, que mal podemos diferenciá-los, quanto mais entendê-los. Além disto, o falante nativo já não é mais o
nosso modelo a ser seguido. Mas como professores de inglês têm visto esta questão? Nesse sentido,
realizamos um levantamento bibliográfico (PHILLIPSON 1992; PENNYCOOK 1994; CAMERON, 2002), pois,
sentimos a necessidade de entendermos um pouco mais sobre esse novo status da língua inglesa. Para tanto,
apresentamos, a seguir, algumas dessas variedades de inglês, bem como suas implicações para o ensino.
Trazemos, também, os resultados de uma pesquisa realizada com professores de inglês de oito cidades do
norte do Paraná. A finalidade do questionário foi diagnosticar se os professores de inglês têm consciência das
transformações que o idioma vem sofrendo e se essas transformações da língua afetam sua prática em sala de
aula. Por meio dos dados coletados no que concerne à variedade do inglês ensinada e suas justificativas foi
possível detectar, que os professores, de forma geral, consideram o assunto do inglês como língua franca algo
ainda muito abstrato e complexo. Consequentemente, o posicionamento com relação ao assunto em pauta
demonstra inconsistência por parte dos professores participantes em diversos momentos. No entanto, foi
possível detectar que há propensão do ensino do inglês padrão, preferencialmente o americano seguido do
britânico, embora, de forma geral, os docentes revelem uma flexibilidade no que concerne ao ensino da língua
falada.
Palavras-chave: Ensino de inglês. Diferentes ingleses. Língua Franca.
NARRATIVAS DE ALUNOS DE LETRAS/INGLÊS SOBRE SUAS APRENDIZAGENS
Cleiton Constantino Oliveira (UERN)
Considerando pesquisas recentes que se preocupam com o estudo do indivíduo, este estudo apresenta um
recorte de uma investigação biográfica realizada com oito alunos universitários de Inglês do estado do Rio
Grande do Norte/Brasil. O estudo objetiva capturar as especificidades e complexidades nos processos
desenvolvimentais de dois grupos de alunos de Inglês como língua estrangeira: quatro alunos de graduação e
quatro de especialização. Assim, a pesquisa tem o intuito de compreender (a) como esses alunos concebem
suas próprias aprendizagens de Inglês e (b) como eles veem a si próprios enquanto alunos de Inglês. Os dois
grupos de alunos verbalizaram, por meio de entrevistas semi-estruturadas, suas experiências passadas com a
aprendizagem de Inglês em diferentes contextos. A biografia dos alunos foi organizada em histórias de
aprendizagem e analisadas sob uma abordagem narrativa. Essas biografias revelaram que as abordagens de
aprendizagem adotadas pelos alunos são particularmente influenciadas pelo impacto dos diferentes contextos
de aprendizagem sob os quais eles estiveram expostos durante o processo educacional. Os resultados da
pesquisa indicam que os dois grupos de abordagens parecem estar altamente vinculados ao (a) professortransmissor e (b) orientação para cursos de Inglês no grupo da graduação; e (c) auto-esforço e (d) passividade
72
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
no grupo da especialização. Os resultados também sugerem que essas abordagens são flexíveis, fluidas e
sujeitas a mudanças constantes, e que, portanto, são capazes de se entrelaçarem uma com as outras.
Palavras-chave: Abordagem, narrativa, identidade.
PRÁTICA REFLEXIVA NO CAMPO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO: EXPECTATIVAS, CRENÇAS E
VIVÊNCIAS DE ALUNOS-PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA NA ESCOLA DE APLICAÇÃO DA UFPA
Cleuma de Almeida Matos do Nascimento (Escola de Aplicação da UFPA)
A prática reflexiva tem sido frequentemente apontada como eficaz na compreensão do contexto escolar
(JORGE, 2001; VIEIRA-ABRAHÃO, 1996; JOHNSON, 1994; SCHÖN, 1983, 1987) uma vez que oportuniza o
professor a conscientizar-se de suas crenças e expectativas, bem como a reconstrução de suas abordagens de
ensinar. Na perspectiva do Estágio Supervisionado, essa prática, quando efetivada, é orientada pelo professor
da disciplina da graduação, sem nenhuma participação do professor orientador no campo de estágio. A Escola
de Aplicação da Universidade Federal do Pará (EAUFPA) funciona como campo de estágio para os cursos de
graduação e, em especial, as licenciaturas, e o professor da EAUFPA é responsável por orientar o estágio
curricular supervisionado, levando o estagiário a desenvolver habilidades e competências básicas assim como
atitudes condizentes com o seu futuro exercício profissional. Neste contexto, este estudo tem como objetivo
principal descrever a experiência de sucesso da professora-orientadora da referida escola pública ao assumir o
compromisso de não apenas unir os conhecimentos científicos acadêmicos com o exercício das competências
profissionais, mas principalmente permitir aos professores-estagiários seu relacionamento concreto com o
mundo de trabalho através da prática reflexiva envolvendo planejamento de atividades, análise crítica de
situações específicas das turmas por eles acompanhadas e sugerir novas abordagens e metodologias que
melhor se adequem às diversas especificidades por eles observadas. Os dados foram coletados através de
questionário aberto, narrativas, diário e notas de campo. Os resultados apontam que as crenças e expectativas
dos professores-estagiários podem ser resignificadas através das vivências no campo de estágio. A análise
dos dados é de cunho interpretativo a fim de alcançar um nível detalhado de compreensão das crenças,
vivências e expectativas dos participantes da pesquisa no contexto apresentado.
Palavras-chave: Prática reflexiva, crenças, estágio supervisionado.
AUTONOMIA E CRIATIVIDADE NA FALA - UM PROCESSO INTERATIVO
Christiane Jaroski Barbosa
(Faculdade Cenecista de Osório- FACOS/CNEC- Osório-RS)
A língua falada, com suas variações e marcas de identidade, não tem sido alvo de estudo nas aulas de Língua
Portuguesa tanto no Ensino Fundamental como no Ensino Médio. No entanto, percebe-se que ainda, em
muitos contextos escolares, a relevância dos estudos é atribuída para a língua escrita. Pensando nessa
questão de interatividade discursiva que professores e acadêmicos que participam do PIBID, do curso de
Letras/CNEC no Litoral Norte - RS, no sub-projeto A Língua falada como objeto de estudo em cursos de
formação de professores vêm desenvolvendo estudos sobre oralidade, desde setembro de 2011. Os bolsistas
atuam em quatro escolas da rede municipal, ministrando oficinas de teatro, produções de diferentes gêneros
textuais, declamações, músicas, construção de programas de televisão, além de resgatar diferentes aspectos
da cultura local. Dessa forma, todos são desafiados a desenvolverem habilidades e construírem competências
para interagirem oralmente em situações diversas, incluindo as situações de escolaridade. No decorrer das
oficinas, é realizada a avaliação do processo, ou seja, os próprios participantes se autoavaliam, analisando em
que momentos houve progresso no desempenho oral e, em que momentos, poderia haver melhoras. Percebese, então, sinal de autonomia, resgate da autoestima, criatividade no desempenho das atividades e a
iniciativa/decisão/espontaneidade para falar em público. No Grupo de Estudo entre acadêmicos e professores é
analisado o domínio discursivo escolar, apoiado em teorias e pesquisas de BAKHTIN/VOLOCHINOV
(1992/outros), BRONCKART, J-P.(2005, 2008); SCHNEUWLY, B (2003), DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. (2004),
MARCUSCHI (2008, 2010), VAN DIJK, A.T (2010), GERALDI (2010, 2011).
Palavras-chave: autonomia, criatividade, iniciativa
O TRABALHO COM GÊNEROS A PARTIR DE SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS:
POTENCIALIDADES DE UMA METODOLOGIA
Cristiane Nordi (Universidade Federal de São Carlos)
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Este trabalho tem o objetivo de apresentar uma proposta de intervenção na realidade escolar, especificamente
no sexto ano do Ensino Fundamental, por observar nesse nível alto contingente de alunos egressos da quarta
série (quinto ano) com enormes dificuldades para dar continuidade ao trabalho de proficiência lingüística.O
referencial teórico está pautado nos estudos do interacionismo social (BAKTHIN, 1992, 1997; VYGOTSKY,
1988) e especificamente nos estudos advindos do interacionismo sócio-discursivo, em sua vertente mais
didática sobre a utilização dos gêneros discursivos em sala de aula (Dolz, Noverraz e Schnewly ,2004). A fim
de desenvolver um trabalho que integrasse as práticas lingüísticas, que favorecesse o uso situado da língua e
que contribuísse com o desenvolvimento efetivo dos alunos, optei pelo desenvolvimento de uma seqüência
didática (SD), instrumento bastante utilizado nas escolas francófonas e ainda recente no Brasil. Os resultados
demonstraram que a SD foi, sem dúvida, um instrumento que promoveu o desenvolvimento da escrita dos
alunos, além de colaborar com a vivência de um ensino de língua contextualizado e situado nas necessidades
reais dos aprendizes. Também fez refletir a importância de se começar o aprendizado dos gêneros do
agrupamento do argumentar desde cedo, para que as crianças possam desenvolver todas as complexas
habilidades relativas a este gênero discursivo, e, assim, garantir um aprendizado que busque a consistente
inserção dos alunos nas práticas das atividades comunicativas. Por fim, a elaboração do modelo didático e da
própria SD fez com que me apropriasse de teorias importantes para a minha formação e de alguns
instrumentos que agora posso utilizar com outros gêneros textuais, o que me fez perceber que só mudamos a
prática quando entendemos e nos apropriamos de teorias adequadas à natureza da linguagem.
Palavras-chave: Interacionismo sócio-discursivo. Gêneros textuais. Seqüência didática.
AUTOBIOGRAFIAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA:
UMA ANÁLISE DE TRANSITIVIDADE
Cristiane Rosa Lopes (Universidade Estadual de Goiás)
Como orientadora de estágio supervisionado de língua inglesa numa universidade pública no estado de Goiás,
tenho constatado que muitos/as alunos/as-professores/as têm dificuldade no desenvolvimento de reflexões
críticas durante atividades propostas por esse componente curricular. Falta-lhes uma compreensão mais ampla
de conceitos teóricos que fundamentam o processo de ensino-aprendizagem de uma LE. Segundo Vieira
Abrahão (2004), muitos/as alunos/as interpretam esses conceitos à luz de crenças sobre o ensinoaprendizagem de LE, algumas vezes equivocadas, que trouxeram para a licenciatura em Letras. Essas
crenças operam como filtros de insumo, que influenciam a construção da prática docente. Neste contexto, este
trabalho teve por objetivo analisar o uso da transitividade de narrativas autobiográficas como uma estratégia
para ajudar os/as alunos/as-professores/as na identificação de suas próprias crenças. Para o embasamento,
são utilizados os seguintes suportes teóricos: pesquisa narrativa no ensino-aprendizagem e na formação do/a
professor/a de LE (PAIVA, 2007; BARCELOS e PAIVA, 2008; ROMERO, 2010; SILVA, 2010 etc); crenças
sobre aprendizagem de línguas de alunos/as e professores/as de LE (BARCELOS, 2004; 2006; VIEIRA
ABRAHÃO, 2006 etc); o sistema de transitividade da Linguística Sistêmico-Funcional (HALLIDAY, 1994;
EGGINS, 2004; HALLIDAY e MATTHIESSEN, 2004 etc). É um relato de uma experiência, que foi realizada
com 17 alunos/as-professores/as, que consistiu na análise linguística de suas próprias autobiografias, e
também de atividades e discussões realizadas nas aulas de orientação para o estágio de língua inglesa. A
análise da transitividade possibilitou o mapeamento do modo como os/as alunos/as-professores/as
representaram discursivamente suas experiências de aprendizagem de LE. Ou seja, quais foram os/as
participantes e os papéis atribuídos a eles/elas, quais processos foram escolhidos para representar os
acontecimentos da sala de aula de LE e quais circunstâncias foram vinculadas a esses processos. Os
resultados indicam que a análise da transitividade de autobiografias pode ajudar alunos/as-professores/as na
identificação de suas próprias crenças, o que favorece o desenvolvimento de reflexões críticas.
Palavras-chave: transitividade; autobiografias; crenças
REFLEXÕES SOBRE APRENDER INGLÊS À DISTÂNCIA: CRENÇAS DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO
Cristiane Manzan Perine
Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Neste trabalho discutimos as crenças e expectativas de professores em formação sobre a aprendizagem de
inglês à distância, o papel do aluno nesse contexto e suas crenças a respeito do uso do computador na
aprendizagem de línguas. Segundo Richards e Lockhart (1996), as crenças de professores e alunos são
suposições sobre como aprender melhor a língua e abordagens e atividades que eles acreditam ser
necessárias para melhor aprendê-la. Essas ideias ou suposições são formadas a partir das experiências de
74
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
cada indivíduo e tendem a influenciar no seu comportamento e no desenvolvimento de sua aprendizagem
(BARCELOS, 2006). Para Vieira-Abrahão (2004), ao adentrar num programa de formação o professor traz
consigo valores, crenças, pressupostos, experiências e conhecimentos, que sem dúvida, merecem ser
considerados. Vale salientar que o contexto, nesta investigação, é de suma importância, visto que engendra
diversas especificidades se comparado com o contexto presencial de ensino. Os dados foram obtidos por meio
da análise de um questionário e diários reflexivos de alunos do curso de Letras, inscritos na disciplina Inglês
Instrumental à Distância (INGREDE) em uma universidade pública de Minas Gerais. Os resultados
apresentados dizem respeito a um recorte de uma pesquisa de mestrado, de cunho qualitativo, em fase inicial,
que objetiva investigar a relação entre crenças e motivação de aprendizes no meio virtual. Esperamos assim
problematizar as crenças de professores de língua em formação e sua preparação para o meio virtual.
Pretendemos ainda lançar um olhar crítico sobre a oferta de disciplinas na modalidade à distância no curso de
Letras da referida instituição e em outras universidades brasileiras.
Palavras-chave: professores em formação – inglês à distância - crenças
A APROPRIAÇÃO DO CONCEITO DE LETRAMENTOS
POR PROFESSORES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO
Cristiane Ovidio Pinhel Aguilera
Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas - UNESP - São José Do Rio Preto
A partir de 2008, a Secretaria da Educação (SEE) do Estado de São Paulo apresentou à rede oficial de ensino
uma Proposta Curricular para o ensino de língua estrangeira (LE). O documento básico oferecido a professores
contém orientações sobre o processo educacional com vistas a competências necessárias no “enfrentamento
dos desafios sociais, culturais e profissionais do mundo contemporâneo” (SÃO PAULO, 2008). Essas
orientações apontam para a importância da LE para a formação humana e cidadã do aluno por meio da
promoção dos letramentos. O objetivo deste trabalho é, portanto, refletir como se dá a apropriação deste
conceito pelo documento e, consequentemente, por professores de língua inglesa participantes de um curso de
capacitação docente. Para tanto, propõe-se uma reflexão sobre a noção de letramentos múltiplos com base em
Street (1984; 2003) que defende a heterogeneidade das práticas sociais de leitura, escrita e de uso da
língua/linguagem e com base nas discussões de Rojo (2009) que ressalta que as práticas sociais promovidas
pela escola precisam incluir os letramentos multissemióticos, já que, segundo Moita-Lopes e Rojo (2004), para
agir na vida contemporânea, os alunos precisam participar de letramentos que os tornem cidadãos críticos e
protagonistas, “interlocutores [...] situados no mundo social com seus valores, projetos políticos, histórias e
desejos” na construção de significados. A coleta de dados se deu por meio de questionários e a análise aponta
que conceitos como linguagem e letramentos múltiplos precisam ser consolidados para que a implementação
da proposta seja efetiva na promoção desses letramentos. Assim, para que a proposta seja “mais do que uma
nova declaração de intenções”, e cumpra “seu dever de garantir a todos uma base comum de conhecimentos e
competências” (SÃO PAULO, op.cit.), é preciso levar professores a uma reflexão consistente destes princípios
teóricos.
Palavras-chave: Proposta Curricular. Escola Pública. Língua Estrangeira. Letramentos Múltiplos.
TRABALHAR COM TEXTOS ACADÊMICOS- UMA ANÁLISE DOS PROCESSOS
NA PRODUÇÃO DE TCCS EM CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
Daniela de Oliveira Matos (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo)
Muitos estudos apontam para a dificuldade de alunos de graduação em escrever de forma acadêmica,
especificamente, nas produções de TCCs (Trabalhos de Conclusão de Curso).Diante disso, propôs-se uma
pesquisa, em uma Faculdade de Administração, cujos alunos têm dificuldade em atender às normas de uma
linguagem apropriada a esse gênero acadêmico. Nesse quadro, analisaram-se TCCs, com especial atenção
aos processos utilizados em cada seção desse trabalho, a fim de que fosse possível criar subsídios para o
processo de ensino desse gênero. Assim, nesta comunicação, temos por objetivo apresentar resultados dessas
análises, na identificação dos processos mais utilizados, com a consequente aplicação no ensino. Para tanto,
ancoramo-nos na Linguística Sistêmico-Funcional (LSF) de Halliday (1994) e Halliday & Matthiessen (2004)
que concebe a Língua como produto de um contexto sócio-cultural, tendo como cerne a língua em uso. Nessa
teoria, a Metafunção Ideacional possibilita a compreensão da representação de experiências do mundo externo
e interno. A realização dessas representações ocorre gramaticalmente pelo Sistema de Transitividade.
Mediante essa concepção teórica, o recorte, nesta pesquisa, é sobre os elementos de Transitividade
(Processos e Participantes) utilizados nas seções dos TCCs. Para as análises, utilizou-se o programa
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
computacional WordSmith Tools (Scott,2008) com as ferramentas Concordanciador e Lista de Palavras no
levantamento dos processos mais freqüentes nos textos. Os resultados apontam para alta frequência de
processos relacionais e materiais o que levou à necessidade do ensino de nominalização.
(N)OS NÓS DO EU DOS PROFESSORES DE LEI DOS INSTITUTOS FEDERAIS:
IDENTIDADES EM (NARR)AÇÃO
Daniella de Souza Bezerra (USP)
Sob a égide dos pressupostos da psicologia histórico-cultural (REGO,1995), este trabalho, o qual constitui um
recorte de minha pesquisa de doutorado, emana esforços para compreender a constituição da identidade
profissional do professor de Língua Estrangeira-Inglês (LEI) enquanto docente de Ensino Básico, Técnico e
Tecnológico (EBTT) dos Institutos Federais (IFs), em especial, objetiva-se indiciar a identidade flagrada, por
meio de narrativas autobiográficas (DELORY-MOMBERGER,2008) de sete professores de seis diferentes
estados brasileiros, na forma de Educação Profissional de Nível Médio Integrado (EPNMI). A opção
metodológica pela narrativa autobiográfica se justifica por ela ser um conjunto de significados construídos
culturalmente pelo sujeito, o qual trás as marcas dos traços históricos e culturais internalizados pela pessoa
humana de determinada época e sociedade (BRUNER,1997). Nessa linha,nas suas narrativas escritas,em
2010, os participantes deste estudo, foram motivados a circunscreverem como ensinam na EPNMI e por qual
razão (ALMEIDA FILHO, 1997). Os resultados evidenciaram que o perfil dos professores participantes se
organiza,majoritariamente, em torno da forma identitária dominante,qual seja, a de professores (de LEI) e não
como professores de LEI do EBTT, nem tampouco, da EPNMI. Contudo,a partir dessa forma de identificação,
eles já constroem e desenvolvem <identidades para si> que estão ora de acordo ora não, com a precedente.
No pouco tempo de docência em cursos da EPNMI, eles já se apropriam, reinterpretam, mestiçam, recriam
pessoal e coletivamente suas abordagens de ensino-aprendizagem que se itineram entre um viés instrumental,
comunicativo, tradicional ou uma por uma integração entre (alguns) (d)eles. Dadas as características
definidoras de uma identidade (MELLUCI,2004), a saber, (1) continuidade do sujeito, independentemente das
variações no tempo e das adaptações ao ambiente; (2) delimitação desse sujeito em relação aos outros; (3) e
capacidade de reconhecer e ser reconhecido, não podemos falar ainda que os professores de LEI dos IFs
possuem identidade profissional própria.
Palavras-chave: Identidade, Professor de Língua Estrangeira-Inglês, Institutos Federais.
A INFLUÊNCIA DA MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA EM CHATS PEDAGÓGICOS PLURILÍNGUES
Débora Secolim Coser (UNICAMP)
O trabalho objetiva mostrar resultados de uma pesquisa de iniciação científica que investigou os efeitos da
participação de professores-moderadores na mediação digital sobre uma nova modalidade de ensino
aprendizagem de línguas fundamentada no conceito de intercompreensão entre falantes de línguas próximas
nos chats plurilíngues da plataforma Galanet . Além disso, busca incitar discussões e sugestões para a atual
expansão da pesquisa em nível de mestrado. Em relação ao tipo desta mediação pedagógica que estrutura as
atividades educacionais na plataforma, destaca-se o fato de que existe uma tensão entre o objetivo
pedagógico maior do projeto, ou seja, promover a capacidade de intercompreensão, e os objetiv os pessoais
dos usuários, que muitas vezes procuram na plataforma uma maneira de aprender a usar as outras línguas ali
presentes. Há, portanto, uma grande influência da formação pessoal e profissional dos professores de língua
ao defender ou refutar esses distintos interesses em embate na plataforma. Fundamentados nos conceitos
bakhtinianos de dialogismo, (inter)compreensão e gêneros discursivos, nos de Susan Herring acerca do
problema em análise de discursos em Comunicação Mediada por Computador (CMC) e nos de Pierre
Dillenbourg e Daniel Schneider sobre aprendizagem colaborativa em ambientes online, prentende-se expandir
essa pesquisa, agora em nível de mestrado, aprofundando a investigação da mediação pedagógica em
plataformas de ensino/aprendizagem de língua, bem como discutir a utilidade da participação dos professores
durante sua formação profissional neste tipo de ambientes digitais , já que as especificidades da atuação dos
professores nessa forma de aprendizagem plurilíngüe pode facilitar ou restringir a intercompreensão no diálogo
intercultural.
Palavras-chave: mediação pedagógica, intercompreensão plurilíngüe; colaboração;
CONSTRUÇÃO DAS IDENTIDADES E FORMAÇÃO DE PROFESSORES
EM UM CURSO DE EXTENSÃO EM LÍNGUA INGLESA
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Debora Soares Pessoa (Universidade Federal de Viçosa)
Entender o uso da língua como prática social nos leva a pensar esta como uma forma de ação situada
historicamente, sendo também constituída pela identidade, crenças e relações sociais. Os discursos, sendo
produzidos pelos indivíduos que possuem crenças e ideologias heterogêneas, refletem, de modo explícito ou
implícito, tais marcas em situações sócio-históricas, como a sala de aula. Identidade é um conceito importante
ao falarmos sobre a aprendizagem e o ensino de línguas na medida em que a identidade está intrinsecamente
atrelada ao discurso e à língua. Há uma amarração entre a construção da identidade do professor e suas
escolhas pedagógicas em sala de aula, o modo como ensina determinado tópico, por que a escolha de certos
métodos em detrimento a outros. Faz-se importante o desenvolvimento de estudos que busquem compreender
como tal processo ocorre, como este influencia na formação de futuros professores. O método escolhido para
efetuar tal análise foi a narrativa pessoal, uma vez que a utilizamos para falar de nós mesmos, para contar
histórias, para dizer o que e como estamos nos sentindo (MOITA LOPES, 2002). Há poucas pesquisas sobre a
construção da identidade de professores, no âmbito social, e sua influência no processo de ensino e
aprendizagem de línguas. No entanto, a literatura que trata este assunto sugere que a construção da
identidade do professor é influenciada por alguns fatores, dentre elas experiências individuais, o curso de
treinamento de professores e situações sociais nas quais o professor está inserido. Este artigo tem como
objetivo principal o estudo da construção das identidades de uma graduanda do curso de licenciatura em
Letras (Português-Inglês) por meio de suas experiências como aprendiz da Língua Inglesa e como tutora de
um curso de extensão de Língua Inglesa na Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, Brasil.
Palavras-chaves: narrativa pessoal; identidade; experiências
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS: OS SABERES DOCENTES
E OS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO
Dedilene Alves de Jesus
Ana Paula Carneiro Rola
(Universidade Severino Sombra)
A pesquisa apresentada teve como objeto de estudo os trabalhos de conclusão de curso (TCC) dos alunos de
Letras, nas habilitações Português/Literatura, Português/Inglês e Português/Espanhol, de uma instituição
privada da região centro-sul fluminense. Os objetivos foram os seguintes: a) verificar o percentual de TCC com
objeto de estudo focado em questões pedagógicas; b) relacionar tal percentual à matriz curricular oferecida
pelo curso, buscando respaldar maior ou menor interesse na área; c) discutir a inserção de disciplinas
pedagógicas nos cursos de licenciatura em Letras, na perspectiva crítico-reflexiva sobre a formação de
professores. Como embasamento teórico, utilizamos os seguintes autores: Tardif (2002), Pimenta (1997),
Shulman (2005) e Libâneo (2010), que tratam sobre saberes docentes específicos ao exercício profissional de
professores. A análise do conteúdo de 317 trabalhos de conclusão de curso, produzidos no período de 2001 a
2011, permitiu identificar um percentual baixo no que diz respeito aos temas voltados para o ensino de línguas;
também se percebeu uma valorização dos conteúdos específicos da área de Letras, em detrimento dos
conteúdos de caráter pedagógico. Ao relacionar-se tal percentual à matriz curricular, foi percebida essa mesma
valorização na oferta de disciplinas do curso. Tal resultado faz-nos pensar que a questão do pedagógico nos
cursos de licenciatura em Letras ainda precisar ter, em seu currículo, um alcance contínuo, permanente e
transdisciplinar.
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE INGLÊS DA REDE PÚBLICA E ENSINO DE PRONÚNCIA
Denise Cristina Kluge (Universidade Federal do Paraná-UFPR)
De maneira geral, o ensino de pronúncia do inglês nas escolas brasileiras tem sido negligenciado (MOREIRA,
2001; WATKINS, BRAWERMAN-ALBINI & BERTOCHI, 2010), e esta questão pode estar relacionada com o
fato de que muitos professores não gostam e/ou não abordam o assunto por não terem tido a formação
necessária (KOERICH, 2002; DELATORRE, 2007, DELATORRE & RUHMKE-RAMOS, 2010). De acordo com
KOERICH, 2002, a maioria dos professores de inglês brasileiros não recebeu treinamento em Fonética e
Fonologia nas últimas décadas. Baseado nessas afirmações, o objetivo deste estudo é investigar e discutir
algumas questões como: a formação dos professores brasileiros de inglês em relação à pronúncia, à fonética e
à fonologia; a importância do ensino da pronúncia na sala de aula para os professores; a forma como os
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
professores ensinam/praticam pronúncia na sala de aula e como se sentem em relação a esse ensino; e a
importância que o conhecimento teórico de fonologia do inglês tem para os professores. Para acessar tais
questões, um questionário com perguntas abertas foi respondido por 40 professores brasileiros de inglês da
rede pública do Paraná. De forma geral, a análise das respostas revelou que a grande maioria dos professores
deste estudo afirma não ter cursado matéria específica de pronúncia da língua inglesa na graduação e que o
ensino de pronúncia que teve durante sua formação foi deficiente. Eles parecem ter consciência da importância
do ensino da pronúncia e tentam ensiná-la em suas aulas, normalmente a partir de atividades de leitura e
repetição. Entretanto, muitos se sentem receosos de praticar a pronúncia por considerarem que possuem
conhecimento insuficiente sobre o assunto.
Palavras-chave: formação de professores de inglês, ensino de inglês, ensino de pronúncia
A CIBERARQUITETURA DA SALA DE AULA
E SUAS IMPLICAÇÕES NO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM.”
Denise de Mesquita Corrêa (UFSC/SENAI-SC)
Em nossa sociedade contemporânea, onde as questões relativas ao tempo e ao espaço estão a todo o
momento sendo rearticuladas devido às inovações tecnológicas, faz-se necessário lançar um olhar mais
acurado sobre as possibilidades de ensino considerando as novas concepções de salas de aula. Entende-se
aqui uma proposta de ciberarquitetura cujas dimensões espacial e temporal evocam uma reconfiguração tanto
no papel do professor quanto do aluno, considerando que recai sobre ambos uma participação mais ativa
dentro do processo ensino/aprendizagem. Esse histórico da ciberarquitetura está intimamente ligado ao
trabalho do filósofo Pierre Lévy (Cibercultura, 1999, p: 127) que salienta em seu livro Cibercultura três
princípios fundamentais: a interconexão, as comunidades virtuais e a inteligência coletiva. Dentro desse
contexto, Lévy aborda, entre outras questões, a interação entre cibercultura e educação ressaltando a
necessidade premente de acesso às ferramentas tecnológicas por parte das instituições de ensino no processo
educativo. Este estudo visa avaliar a ciberarquitetura das salas virtuais e suas implicações no processo
ensino/aprendizagem a partir de duas perspectivas distintas: a visão do professor e do aluno em cursos a
distância. Dentro desse contexto surgem duas ponderações: 1) o trabalho do professor está em consonância
com as tecnologias digitais disponíveis? 2) os alunos estão cientes de toda a dinâmica envolvida em cursos a
distância? Vale ressaltar que os resultados indicam um bom desempenho dentro do ambiente virtual na medida
em que o professor esteja alinhado com uma linguagem apropriada para cursos em EAD e os alunos estejam
cientes das complexidades das tarefas. Ao final, consolida-se a ideia de que a despeito dos diversos
dispositivos tecnológicos, a “ferramenta” mais importante dentro desse contexto ainda é o professor na medida
em que ele arquiteta o trabalho da disciplina norteando a forma como o conhecimento chega até o aluno.
Palavras-chave: EAD, ciberarquitetura, cibercultura.
O PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA: HÁ INTERFERÊNCIAS NA SUA IDENTIDADE
QUANDO AS ESTAGIÁRIAS ESTÃO EM SALA?
Denize Dinamarque da Silva (UFV)
Muitos estudos têm discutido a questão da identidade do professor em serviço. Paiva (1997) discute os vários
aspectos que interferem na formação da identidade do profissional docente desde as lacunas dos cursos
superiores até o descaso e alienação de uma parte da sociedade em relação à língua estrangeira. Lawn (2001)
por sua vez discorre sobre a importância de se compreender a identidade dos professores para que possamos
entender como ela interfere no sistema educativo como um todo. Fernandes e Borges (2010) sugerem que um
grupo de Educação Continuada também busca refletir sobre as questões identitárias e sobre as práticas
adotadas pelos professores em sala, uma vez que estas são afetadas por aquelas. Sendo assim, o presente
trabalho se configura como um estudo de caso e objetiva investigar os fatores que influenciam a identidade da
professora do ensino público regular no momento em que as estagiárias do PIBID estão presentes. Para tanto,
utilizamos uma entrevista gravada em áudio e uma sequência de imagens que, segundo Aragão (2008),
contribuem para que haja reflexão sobre a identidade atual que essa professora assume, a fim de que
reflitamos melhor enquanto futuros professores sobre nossas práticas adotadas em sala de aula.
Palavras-chaves: Identidade, prática docente, professor em serviço.
O VOO DA ASA BRANCA: UMA REFLEXÃO SOBRE A LINGUÍSTICA
E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Dioney Moreira Gomes (Universidade de Brasília)
A presença da Linguística nos currículos de Letras é um fato tão importante quanto a presença da Literatura e
da Produção/Recepção de Textos. O encontro com essa área do conhecimento é mais uma novidade que o
futuro professor de português terá durante o seu percurso acadêmico e, talvez, seja a mais contundente e
inesperada. Boa parte daqueles que ingressam em um curso superior de Letras espera encontrar o caminho
mágico para entender as regras da gramática e se tornar um mago das nomenclaturas viciadas e
inexpressivas. Mas o sonho de se tornar um professor Pasquale ou uma professora Dad começa a
desaparecer quando entra em sala o professor de Introdução à Linguística. Este traz consigo um conhecimento
diferente daquele expresso pelos professores citados, um conhecimento científico. A minha meta principal aqui
é demonstrar como uma educação linguística é fundamental para a formação de um professor de línguas. A
literatura básica das reflexões aqui feitas tem como base a LDB, os PCN de LP e uma perspectiva linguísticoeducacional presente em obras de Stella Bortoni-Ricardo, Marcos Bagno, Magda Soares, José Fiorin, Antônio
Marcuschi e dezenas de outros com os quais comungo minhas próprias crenças educacionais e linguísticas.
Minha fala partirá da fala de uma autoridade muito maior do que eu: Luiz Gongaza, o Gonzagão. Tomarei sua
mais célebre obra, Asa Branca, como ponto de partida para traçar uma leitura linguística. Os resultados e a
conclusão são a demonstração de que os princípios básicos de uma linguística elementar – calcada na
fonologia, morfologia, sintaxe, semântica e pragmática – podem, e devem, ser associados a uma linguística do
texto, do gênero, do discurso, na formação de um professor de língua.
Palavras-chave: educação, linguística, professor/a
POR QUE PROFESSORES DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS TÊM RECEIO DE TRABALHAR
COM OS TEXTOS LITERÁRIOS EM AULA DE LÍNGUAS?
Divaneide Cruz Rocha Luna (UFCG)
Josilene Pinheiro Mariz (UFCG)
Trabalhar com o texto literário (TL) em aula de línguas estrangeiras (LE) é desafiador. Mesmo conhecendo a
sua importância e riqueza de valor, muitos professores não se sentem seguros para realizar esse
procedimento. Por que, então, professores de línguas estrangeiras, de um modo geral, não se sentem seguros
para abordar o TL em aula de LE? Especialistas como Besse e Bourgain (1982), Séoud (1997), Albert e
Souchon (2000), Pinheiro-Mariz (2007), dentre outros, destacam a importância de se trabalhar com o texto
literário desde o período da formação inicial de professores de francês como língua estrangeira (FLE). Partindo
da perspectiva de que se um especialista que se propõe a ensinar língua e não consegue “abarcar” a literatura,
e vice-versa, é por intolerância ou incapacidade (JAKOBSON, 1969). Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é
refletir sobre a abordagem do TL em aula de FLE, bem como discutir sobre os elementos da obra literária que
podem se configurar como instrumentos de resistência entre professores. Investigamos ainda em cinco livros
didáticos de FLE, utilizados em cursos de formação de novos professores de francês, a presença de TL na sua
amplitude de materialização da língua e fonte de múltiplas atividades. Nossa pesquisa é de cunho bibliográfico
documental, na qual analisamos os pontos de vista de especialistas em didática dessa língua, considerando
que eles apontam para o trabalho com o TL, por uma terceira via, que nem o banaliza, nem o sacraliza. Nesse
sentido, há uma confluência para a não dissociação entre a língua e a literatura, além de promover o
aperfeiçoamento das competências linguísticas na esfera do FLE.
Palavras chave: Texto literário; Formação de professores; Ensino de Línguas estrangeiras.
A IDENTIDADE DO PROFESSOR DE LÍNGUA ESPANHOLA DO NORDESTE DO BRASIL:
COMO SOMOS, CROMOSSOMOS
Dorilma Neves Galdino Alves (UFRPE)
Segundo Rajagopalan (2003) a língua e a cultura estrangeiras sempre foram apresentadas como superiores à
materna e que ao estudar uma língua estrangeira (LE) busca-se um melhor nível de vida e se alcança um
status superior. Esta pesquisa parte de uma dúvida sobre a carreira de professor de espanhol: o que despertou
o interesse pela língua espanhola (LE)? Quem é o professor de espanhol que atua no Nordeste do Brasil? Qual
seu objetivo ao estudar o espanhol como LE? A Lei 11.161 interferiu na decisão de tornar-se professor de
espanhol? É um acadêmico em constante formação ou mero ministrador de aulas? Traçando, assim, o seu
perfil, sua identidade profissional e cultural. O termo cromossomos revela nosso objetivo: identificar o DNA
desse professor desvendando o mistério de sua identidade, traçando um perfil desse profissional, não como
indivíduo, mas como conjunto. Para atingir o objetivo, criou-se uma página no Facebook– Profesores de
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Español del Nordeste de Brasil, na tentativa de agrupá-los e identificá-los, independentemente do fato de terem
ou não formação em Letras ou do nível de ensino em que atuam. Contando com aproximadamente setecentos
sujeitos, o trabalho se estruturará em etapas que vão desde a reunião e identificação deles, recolhimento dos
dados em questionários fechados e formação do corpus através da metodologia de relatos, seguidos de
análise dos relatos e dados, levando em consideração a sua noção de pertencimento ao Nordeste. Para tanto
faremos uso de referencial teórico sobre identidade, identidade cultural e profissional e de professor de língua
estrangeira e representações de professores de LE e redefinição de identidades, utilizando Rajagopalan (2002,
2003), Moita Lopes (2002) e Grigoletto (2003); de Hall (2006) aspectos da identidade cultural do professor de
LE como pertencimento ao NE, impregnando dos genes dos nordestinos. Pesquisa em andamento.
Palavras-chave: Identidade. Professor no Nordeste. Língua Espanhola.
MIXAGEM DE PRÁTICAS DE ESCRITA NA ESCOLA
Edilaine Buin-Barbosa (USP/FAPESP)
Algumas ocorrências da escrita de alunos de turmas de 7º ano do Ensino Fundamental, de uma escola
particular de Campinas-SP, chamam a atenção para a heterogeneidade constitutiva da escrita, para o
hibridismo de origem, inerente a toda a escrita (CORRÊA, 2004, 2001; SIGNORINI, 2001). Partindo de uma
análise qualitativa dos dados, percebe-se que o efeito de incoerência perceptível aos professores parece ter
origem no grau de heterogeneidade dos elementos mixados (STREET, 1994). A conjunção de formas
provenientes de diferentes gêneros textuais, ao invés de ser entendida como “erro” ou “transposição imperfeita
de um determinado modelo”, é reveladora de um conflito entre os conhecimentos que os alunos já trazem,
aqueles relacionados à escrita no mundo digital, e os conhecimentos valorizados culturalmente, referentes à
construção de uma carta pessoal/narrativa epistolar. As discussões apresentadas consideram o fato de as
diretrizes curriculares nacionais orientarem que o gênero deva ser o eixo do trabalho em Língua Portuguesa, a
fim de que os textos produzidos/ensinados na escola tenham função social e sejam importantes na vida futura
dos alunos. Mas sem a criação de uma situação da qual o gênero textual emerge, voltar o trabalho em sala de
aula para os gêneros e não mais para tipos de textos (SCHNEUWLY, B. & J. DOLZ, 2004), pode significar
apenas uma troca de nomenclatura. Muitos gêneros não surgem naturalmente na escola e precisam ser
aprendidos. Nesses casos, a ficcionalização pode ser uma aliada do processo de ensino-aprendizagem. A
mixagem de diferentes práticas de letramento, que propiciam aos professores o efeito de incoerência textual,
vem possivelmente do fato de os alunos terem se projetado na situação proposta pelo exercício de escrita, ao
invés de se distanciarem e simularem uma situação diferente de suas práticas cotidianas de letramento.
Palavras-chaves: letramento, aquisição da escrita, escrita digital, gêneros textuais.
O PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DE UMA PROFESSORA DE INGLÊS EM UM PROJETO
COLABORATIVO DE ENSINO COM NARRATIVAS NO ENSINO FUNDAMENTAL
Eliana Pinto
Este trabalho analisa o processo de transformação de uma professora de inglês em um projeto colaborativo de
ensino a partir de narrativas em uma escola de Ensino Fundamental da rede municipal de uma cidade do Vale
do Paraíba, no estado São Paulo. O conceito de colaboração envolve a participação em um processo de
discussão no qual todos os participantes têm voz para externar posições, questionar, pedir clarificações, enfim,
se envolver ativamente no planejamento, na avaliação e no replanejamento das aulas. Nesse processo, as
produções (escritas, neste caso) constituem objeto de reflexão e análise pela professora, que os avalia à luz
das oportunidades de aprendizagem construídas para os alunos em sala de aula. Participaram do projeto
crianças entre 9 e 11 anos, que escreveram suas próprias versões de Os Três Porquinhos, em dois momentos
distintos: uma primeira versão em português e uma segunda versão em português e inglês. Essas produções,
bem como a narrativa (em inglês) utilizada nas aulas, foram analisadas pelos preceitos da Gramática
Sistêmico-Funcional, como discutidos por Christie (2005) e Gouveia (2008 e 2009), em discussões com a
coordenadora do projeto. Da mesma forma, nessas discussões, foram discutidas e analisadas as aulas
ministradas, com base nas observações da professora e no exame dos planos de aula e procedimentos e
recursos de ensino utilizados. Os resultados da análise dessas discussões revelaram primordialmente o papel
desempenhado pela tomada de consciência (Vygotsky 1934/2001) da professora sobre sua abordagem de
ensino, na transformação de suas ações e escolhas instrucionais posteriores. Por exemplo, um importante
aspecto observado pela professora, foram os efeitos de sua abordagem da história, ao contá-la para as
crianças. Essa abordagem envolveu, principalmente, enfatizar, com clareza, a organização do texto – sua
progressão temática: Once upon a time...; The first pig...; etc.
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Palavras-chave: Processo de Ensino; Gramática Sistêmico-Funcional; Histórias infantis.
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO BILÍNGUE (PORTUGUÊS/INGLÊS):
A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUAS (L1 E LE)
PARA ATUAR NO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL I DE UMA ESCOLA BILÍNGUE
Elisa Sobé Neves (UnB)
Este trabalho pretende discutir sobre o processo de alfabetização e letramento (KLEINMMAN, 1995; FREIRE,
1999; TEBEROSKY & FERREIRO, 1999; SOARES, 2001; BORTONI-RICARDO, 2004; 2010; ROJO, 2009;
FERREIRO, 2010), na língua materna e estrangeira que acontece simultaneamente no contexto da escola
bilíngue (português/inglês) investigada. Esse processo é complexo, dinâmico, apresenta características
próprias e exige do professor de línguas (L1 e LE) competências e conhecimentos específicos na área de
Linguística Aplicada e Educação para que possa atuar neste contexto de forma satisfatória. Além disso,
analisar-se-á a formação inicial e continuada (ALMEIDA FILHO, 1999; NUNAN, 1999; LEFFA, 2001; BROWN,
2003; GIL & VIEIRA-ABRAHÃO, 2008; SILVA, 2010) dos participantes, com o foco voltado para as
competências (PERRENOUD, 2000; ALMEIDA FILHO, 1993; 2008) necessárias para ensinar língua materna e
língua estrangeira no contexto transcultural e plurilíngue. Para tanto, percebeu-se também a importância da
competência intercultural (HALL, 2005; BRUNER, 1986; BYRAM, 1999) visto que o ensino e a aprendizagem
de uma língua estão diretamente relacionados aos aspectos culturais (KRAMSCH, 1995, 1998). A pesquisa
está inserida no paradigma qualitativo (FLICK, 2009; LARSEN-FREMAN & LONG, 1997; MOURA FILHO,
2000), de base etnográfica (ERICKSON, 1986; FETTERMAN, 1998) e segue uma perspectiva êmica. Os
participantes da pesquisa foram quatro professoras, duas de português e duas de inglês, que lecionam no 2º
Ano do Ensino Fundamental I numa escola bilíngue situada na capital federal. Os dados foram coletados por
meio de narrativas, entrevistas, questionários e observações do contexto, os quais foram triangulados e
analisados de acordo com a perspectiva interpretativista (Johnstone, 2000). O estudo concluiu que os
professores de línguas para atuar no contexto bilíngue precisam investir muito em formação continuada, bem
como ter experiência consolidada em alfabetização e letramento bilíngue. Não basta apenas ser alfabetizador,
é preciso também conhecer sobre os aspectos transculturais, plurilíngues e os transletramentos envolvidos no
processo.
TIA OU PROFESSORA? O RESGATE DE SENTIDOS E SIGNIFICADOS DESSAS PALAVRAS NAS
REPRESENTAÇÕES INFANTIS
Elisabeth Ramos da Silva (Universidade de Taubaté)
Maria José Milharezi Abud (Universidade de Taubaté)
A presente pesquisa teve por objetivo investigar como um grupo de 22 professores da rede pública chamavam
os docentes quando crianças. Partimos dos estudos de Vygotsky acerca dos dois componentes que integram o
significado da palavra: o "significado" propriamente dito, relativo ao sistema de relações objetivas que se forma
no processo cultural de desenvolvimento da palavra, e o "sentido", que se refere ao significado que cada
pessoa atribui à palavra, de acordo com as suas características pessoais, experiências e visão de mundo. É
justamente no sentido da palavra que estão as experiências afetivas filtradas pelo sujeito, sendo tal processo
denominado pelo autor de perezhivanie. Para alcançarmos tais informações, solicitamos que os sujeitos
respondessem por escrito as seguintes questões: Você chamava sua mestra de "tia ou professora" quando era
criança? Por quê? Adotamos como procedimento metodológico as técnicas de análise de conteúdo de Bardin,
mediante as quais se pretende encontrar, nas respostas dos sujeitos, indicadores quantitativos e qualitativos
que possibilitem inferências acerca das condições de produção quanto ao emitente e ao contexto da
mensagem. Verificamos que, dos 22 sujeitos, 11 deles disseram que chamavam suas professoras de "tia". Os
demais, 11 professores, responderam que chamavam as suas mestras de "professora". Tendo em vista o que
as respostas evidenciavam como razões pelas quais os sujeitos da pesquisa justificavam a forma de
tratamento empregada, "tia ou professora" quando eram crianças, interpretamos de que maneira tais
denominações foram adquiridas e quais são os sentimentos que, por ventura, guardam alguma relação de
sentido com essas formas de chamar ou de se dirigir à professora.
Palavras-chave: relações entre cognição e afetividade; significado e sentido da palavra.
A FORMAÇÃO DO FUTURO PROFESSOR DE LÍNGUA ESPANHOLA
EM RELAÇÃO ÀS POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DE APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS NA UFSM
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Emanuele Bitencourt Neves Camani
Sabe-se que a comunicação e o uso da língua é fundamental na formação do professor de língua estrangeira.
Uma das possibilidades para otimizar essa prática é um estágio por meio de um programa de mobilidade. Este
texto objetiva apresentar algumas reflexões sobre a contribuição dos programas de mobilidade acadêmica para
a formação de professores de língua espanhola no curso de graduação em Letras da Universidade Federal de
Santa Maria – (UFSM). No âmbito dos estudos das políticas linguísticas, o ensino de uma língua estrangeira
pode ser definida como uma política explícita, no momento em que “um programa de difusão se materializaria
por ações que introduzissem, consolidassem e ampliassem sistematicamente o ensino de línguas e das
culturas a elas vinculadas” (ALMEIDA FILHO, 1993, p.11). Assim, destaca-se o programa de intercâmbio da
AUGM (Associação de Universidades do Grupo Montevidéu) que promove a interação entre os estudantes e
professores das universidades associadas da AUGM. Por meio desse programa, a formação de professores é
mobilizada em áreas identificadas com a língua estrangeira desse profissional desenvolvendo a mobilidade
educacional e acadêmica através da integração entre universidades do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai.
Ressalta-se a validade da aplicação da Política Linguística segundo os paradigmas teóricos de Calvet (2007)
em relação ao pluralismo e ao multilinguismo para a formação de professores. Desse modo, é possível
estabelecer de redes de pesquisa e comunicação. Esta pesquisa, em desenvolvimento, busca refletir sobre a
prática e a formação do professor de língua estrangeira que participaram do programa de mobilidade da AUGM
a fim de estabelecer como se constitui a formação do profissional de línguas para o ensino de língua
estrangeira a partir das competências e habilidades.
LINGUAGEM DIALÓGICA NA EAD: UM ESTUDO DE CASO EM UM CURSO DE FORMAÇÃO DE
PROFESSORES.
Emmanuela Vitorino Carvalho de Souza Blumer
PatríciaVasconcelos Almeida
(Universidade Federal de Lavras)
Conforme Bakhtin (2010) a linguagem caracteriza-se como o fenômeno social da interação verbal e essa
interação deve acontecer no contexto educacional, mais especificamente por meio dos diálogos. Com o
desenvolvimento tecnológico, o espaço escola diversificou-se e concebemos o ensino em ambientes
presenciais e também virtuais, como no caso da Educação a Distância a qual, no Brasil, vem ganhando
espaço, inclusive nas instituições federais de Ensino Superior e principalmente nos cursos de formação de
professores. Por isso, o objetivo deste trabalho é investigar como a relação dialógica no ambiente de interação
digital reflete na formação do professor para a práxis. Falar em práxis remete-nos a Schön (2007) que propõe
uma formação profissional com base na reflexão da própria ação. Para tanto, realizamos um estudo de caso,
cujo objeto se caracterizou pelos diálogos realizados entre tutor – aluno em uma disciplina do curso de
licenciatura em Letras/Inglês oferecido a distância por uma Universidade Federal. A Linguística Sistêmicofuncional proposta por HALLIDAY(1985) foi utilizada na análise dos diálogos. Como resultados parciais,
verificou-se que a relação dialógica estabelecida nos ambientes de interação digital pouco propiciou para um
processo de reflexão na ação. Raros foram os momentos que permitiram a postura reflexiva tanto do tutor
quanto do aluno o que permitiu que se inferisse a falta, também na formação do tutor, de princípios para
nortear sua prática pedagógica. Por tudo isso, os resultados parciais nos levam a concluir que é de suma
importância que a mediação pedagógica realizada nos ambientes virtuais de aprendizagem se faça por meio
de uma linguagem que promova uma postura reflexiva para (re)ver as práticas pedagógicas tanto de tutores
quanto dos professores em formação.
Palavras-chave: Linguagem dialógica, mediação pedagógica, práxis.
SALA DE AULA PRESENCIAL PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS COMO
LÍNGUA ESTRANGEIRA NO MUNDO VIRTUAL VIA PLATAFORMA ADSUM
Ericah Flávia (UnB)
Juliana Nery (UnB)
Roale Romel (UnB)
De acordo com: Renae Pallof e Keith Pratt em seu livro: “O aluno virtual:um guia para trabalhar com estudantes
on-line” um estudo feito em 2002 pela National Center for Education Stastics 57% dos jovens de 19 a 23 anos
ingressaram em algum curso na modalidade de EaD e tendo conhecimento deste interesse, é que se
apresenta a Plataforma Tecnológica ADSUM para a formação de professores de Português como língua
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
estrangeira, que oferece diferentes possibilidades de comunicação e colaboração via web. Uma vez que para
Pierre Lévy, em “Cibercultura”, as pessoas que se comunicam virtualmente, aprendem e produzem
conhecimentos de maneira colaborativa. Isso impede que o aprendiz se mova de forma passiva pelo programa
e por isso, esse software possui as interatividades: refletida e a contextual não-imersiva, caracterizada por
Roderick Sims. Podem ser usados também, muitos recursos de colaboração como Power Point, Exibição de
Vídeos, entre outros. Assim, Thierry Lancien em “Le multimídia Clé International” cita justamente esse caráter
multicanal que o ADSUM oferece. Dentro de todas essas possibilidades,é que José Armando Valente no livro
“Educação a distância” fala do “estar junto virtual” em que a construção do conhecimento se dá pelas duas
relações dialógicas entre professor/aluno e aluno/aluno. Na primeira virtualmente depois da reflexão do
professor ele reporta suas ideias dentro da plataforma e aluno descreve as indagações e assim se constroem o
conhecimento a relação aluno/aluno é que depois de tanto um quanto outro refletirem a indagação do professor
em conjunto os dois criam um plano de ação no espaço virtual da plataforma. Adsum possui permite que
educadores dispersos no mundo, se aproximem virtualmente, eliminando distâncias.
Palavras-chave: Ensino a distância; professores; tecnologia.
A MULTIMODALIDADE E O LETRAMENTO CRÍTICO NO ENSINO DE INGLÊS:
O QUE HÁ PARA AS CRIANÇAS?
Érika Amâncio Caetano Soares
Gasperim Ramalho De Souza
(Universidade Federal de Minas Gerais - FALE/UFMG)
As mudanças advindas das novas tecnologias e da globalização, como pontuam Anstey e Bull (2006), tiveram
impacto considerável em diversas áreas, inclusive na educação. Ainda segundo os referidos autores, as formas
como as pessoas praticam o letramento estão mudando, e como consequência desse fato, práticas
pedagógicas têm sido revisitadas, no intuito de oferecer aos alunos um aprendizado relevante e condizente
com sua realidade. Este trabalho pretende promover uma visão geral da forma como a multimodalidade e o
letramento crítico são apresentados às crianças no ensino de língua inglesa. Uma coleção de livros didáticos
voltada para as séries iniciais do ensino fundamental será analisada dentro das perspectivas multimodal e
crítica. Como aporte teórico subjacente a essa análise, partimos de uma “abordagem multimodal” de
aprendizagem que focaliza as diversas formas de construção de significado através de modos semióticos
variados (Jewitt e Kress, 2003). No que tange ao letramento crítico, entendemos que ele é ideologicamente
situado e permeado por inúmeros valores que enaltecem a consciência política e a transformação social
(Freebody e Luke, 1990; Freire e Macedo, 1987). Sendo assim, através da análise da coleção didática
anteriormente mencionada, procura-se responder, dentre outras, às seguintes perguntas: 1. Existem, na
coleção analisada, atividades que apresentam a presença da multimodalidade? Se houver, como essa
multimodalidade é apresentada? 2. Existem oportunidades para o desenvolvimento do letramento crítico dos
alunos? Nesse caso, que oportunidades seriam essas? Baseados nos resultados das análises, buscamos
apresentar algumas reflexões sobre a necessidade de se formar professores que priorizem a aplicação e
extensão da aprendizagem multimodal e crítica às práticas sociais dos alunos nas séries iniciais do ensino
fundamental; em outras palavras, educadores que possam contribuir para a preparação desses alunos visando
a desenvolver sua capacidade crítica e a habilitá-los para interagir com a multimodalidade, principalmente
mediada pelo uso de livros didáticos.
Palavras-chave: Multimodalidade – Letramento Crítico – Inglês para crianças
SUJEITO-OUVINTE E SUJEITO-FALANTE DA LÍNGUA ESTRANGEIRA:
O LUGAR DO (DES)CONFORTO E DA (IN)QUIETAÇÃO
Ester Dias de Barros dos Santos (UFF)
O presente trabalho consiste em tecer reflexões sobre o que pode significar para o sujeito-aluno se colocar na
posição de sujeito falante e/ou de sujeito ouvinte da língua estrangeira. No que tange ao campo teórico, foram
mobilizadas a teoria da Análise do Discurso de orientação pecheutiana e a Psicanálise, como teoria da
compreensão do sujeito do inconsciente. Para efeito, foram utilizados como objeto de análise registros escritos
dos discursos de alunos ingressantes e concluintes do curso de Licenciatura em Letras, a fim de verificar se a
suposta inquietação e desconforto se fazem presentes quando o aluno assume a posição de sujeito falante
e/ou ouvinte de “outra” língua. Para efeito, utilizo como corpus anotações que foram realizadas a partir de
observações de aulas de Língua Espanhola em uma Instituição Federal de Ensino Superior localizada no
município de Bagé/RS, cidade em que a zona urbana está há 60 km do Uruguai e a zona rural localiza-se na
83
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
linha de fronteira. O objetivo das observações consistia em registrar os discursos dos sujeitos-alunos
ingressante e concluintes do curso de Licenciatura em Letras com habilitação em Língua Espanhola quando
assumiam a posição de sujeito-falante e/ou ouvinte da língua estrangeira. Nessa perspectiva, foi possível
perceber no decorrer das análises que o desconforto e a inquietação se fazem presente tanto no grupo dos
alunos ingressantes quanto no grupo dos alunos concluintes do curso de licenciatura em Letras
A ESCRITA AUTO REFLEXIVA: MEMORIAIS DE FORMAÇÃO DOCENTE
Ester Maria de Figueiredo Souza (UESB)
A comunicação aborda o processo de construção da identidade profissional de licenciandos de Letras que
participam do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID, do projeto institucional
Microrrede de ensino e formação, do subprojeto Releituras do Trabalho docente: saberes e fazeres com a
linguagem no ensino fundamental. O subprojeto orienta-se pela formação do profissional de Letras, a partir do
domínio conceitual da linguagem como trabalho e processo de interação verbal, adotando o uso e aplicação de
gêneros discursivos nos processos de investigação da cultura escolar, do planejamento de ensino e da
reelaboração de materiais didáticos. Suporta-se na pesquisa etnográfica, orientando-se pelas dimensões de a)
diagnóstico das condições de ensino; b) ambiente educativo; c) formação e condições de trabalho dos
profissionais da escola; d) planejamento do ensino e avaliação e) prática pedagógica. O estudo dessas
dimensões foi sistematizado por relatos no formato gênero discursivo memorial de formação docente, em que
os licenciandos, bolsistas do PIBID, expuseram suas implicações, questionamentos e possibilidades de
apropriação conceituais sobre o objeto de pesquisa formação docente. Esses representam subsídios para a
construção da identidade docente, sendo reintroduzidos nos encontros de formação como material de leitura e
reavaliação de horizontes de formação. Participam do estudo 15 bolsistas dos terceiros ao sétimo semestre.
Foram produzidos relatos individuas de práticas docentes de ensino de língua portuguesa e essas ilustram os
memoriais dos licenciados, quando da exposição de métodos de ensino. Os resultados revelam que os
espaços discursivos da escrita e de socialização dos memoriais são recriação da memória de aula, enquanto
estudantes, e perspectivam cenários para a ação docente, quando professores, focalizando a
profissionalização. Para tanto, extraem-se depoimentos e excertos que corroboram para essa constatação, na
perspectiva de que essas relações venham a contribuir para a pesquisa e as práticas de formação docente.
Palavras chaves: Ensino. Formação docente. Linguagem.
O AGIR DOCENTE EM SALA DE AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA
EM SITUAÇÃO DE FORMAÇÃO INICIAL
Eulalia Vera Lúcia Fraga Leurquin (Universidade Federal do Ceará)
O momento da formação inicial do professor é muito importante e bastante complexo porque o professor em
formação precisa acionar seu repertório (CICUREL, 2011) para melhor articular teoria e prática; para assumir,
na maioria das vezes pela primeira vez, a sala de aula; e para gerenciar os conflitos de muitas ordens. É
também complexo porque esse profissional em formação precisa representar seu agir em um relatório entregue
ao seu professor. É justamente nesse contexto que me situo para, através deste trabalho, refletir sobre a
formação inicial do professor de língua portuguesa. Neste trabalho, apresento resultados de uma pesquisa em
andamento na Universidade Federal do Ceará. A pesquisa acontece no âmbito das disciplinas Estágio de
ensino de Leitura e Estágio de ensino de língua portuguesa. Durante o desenvolvimento da investigação, foram
analisados duzentos relatórios e observadas aulas de regência durante dois anos letivos. Pontuo cenas do agir
do professor em sala de aula, por mim observadas, e também cenas descritas nos relatórios a mim entregues
ao final das referidas disciplinas. Nosso objetivo é, justamente, analisar os posicionamentos dos professores
diante das cenas descritas, considerando que eles são profissionais em formação e não leigos e por assumir
tal papel na sociedade possuem conhecimento empíricos e teóricos que lhes dão condições de perceber e
analisar a situação do ensino e aprendizagem de maneira diferenciada. Para a análise dos dados, ancoro-me
nos estudos de Francine Cicurel (2011) sobre os tipos de repertório do professor mobilizados em sala de aula e
também nos estudos de Bronckar (1999, 2008) sobre os mecanismos enunciativos e sobre o agir no discurso.
Palavras-chave: formação de professores, Interacionismo sociodiscursivo, Estágio de português língua materna
O DISCURSO DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA
SOBRE O SEU AGIR EM SITUAÇÃO DE FORMAÇÃO: O REPERTÓRIO E AS FIGURAS DE AÇÃO
Eulalia Vera Lúcia Fraga Leurquin (Universidade Federal do Ceará)
84
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Analisar o discurso do professor possibilita-nos avançar nas questões relacionadas à formação do professor
porque nos dá acesso a informações sobre atitudes, decisões tomadas em sala de aula. Isso nos coloca diante
de possibilidades de entender situações não observáveis. Nesse trabalho apresento resultados de uma
pesquisa em andamento sobre a formação do professor de português língua estrangeira. Em particular,
focalizo o agir de três professores, dois experientes e um debutante no ensino e aprendizagem de português
língua estrangeira. Todos atuam no Curso de Português Língua Estrangeira: língua e cultura brasileiras, nos
níveis I, II e III, ofertado pelo Departamento de Letras Vernáculas. O Curso reúne sessenta alunos estrangeiros
de diferentes países e diversos cursos da Universidade Federal do Ceará, que vieram por intermédio da
mobilidade acadêmica. No âmbito da formação de professores, esse trabalho mobiliza três alunos da
graduação e três da pós-graduação. Os alunos da graduação fazem as gravações das aulas, participam das
reuniões de preparação do material e também das sessões de autoconfrontação. Os alunos da pós-graduação
dão as aulas, preparam o material didático comigo e são alvo das sessões de autoconfrontação. Analiso o
discurso dos alunos-professores quando eles, em situação de autoconfrontação, falam sobre seu agir em
determinadas situações de sala de aula. Para isso, ancoro-me nas figuras de ação interna (BULEA, 2010,
PEIXOTO e LEURQUIN, 2011) e relaciono-as ao repertório (CICUREL, 2011) do aluno-professor mobilizado
em sala de aula para entender determinadas atitudes docentes e seus posteriores desdobramentos para a
formação do professor de protuguês língua estrangeira.
UMA INTERFACE ENTRE DESIGN E PEDAGOGIA NA CRIAÇÃO DE MATERIAIS EDUCACIONAIS
DIGITAIS VOLTADOS PARA O ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
Evania Alves Netto (Casa Thomas Jefferson)
O uso crescente de ferramentas de tecnologia e da internet em salas de aulas presenciais e em cursos
totalmente mediados por computador requer que o professor tenha em sua formação não somente
conhecimentos pedagógicos, mas também conhecimentos de design de materiais, que possam auxiliá-lo na
seleção e/ou na criação de materiais educacionais digitais que atendam as necessidades do novo aprendiz da
geração digital (Behar; Torrezan, 2009). Norton (2006) ressalta que o design pedagógico traduz os objetivos do
projeto, direciona as escolhas das ferramentas de tecnologia e das mídias a serem utilizadas e define a
maneira como o conteúdo será desenvolvido, beneficiando, assim, o aprendizado. Menezes (2010) também
salienta que o design de um curso é o que determina se este enfatiza a transmissão ou o armazenamento de
informação ou privilegia a construção do conhecimento por meio de experiências colaborativas. O objetivo
desta apresentação é demonstrar como quatro materiais educacionais digitais, usados em diferentes níveis de
um curso de inglês presencial e em um curso de inglês ministrado na modalidade a distância, refletem as
concepções pedagógicas de diferentes abordagens do ensino de línguas, e, ainda, incorporam alguns
elementos técnicos e gráficos do design pedagógico, sugerido por Behar; Torrezan (2009). Para isso, foi
conduzida uma análise qualitativa dos referidos materiais com o objetivo de verificar se eles possuem um
equilíbrio entre os fatores técnicos, gráficos e pedagógicos. Os resultados deste estudo indicam que a partir de
conhecimentos do design pedagógico abordado é possível construir materiais educacionais digitais que
integram esses três fatores, atendendo, assim, o perfil do aprendiz do século 21.
Palavras chaves: design pedagógico; materiais educacionais digitais; formação digital do professor.
PIBID LETRAS E SUAS ESFERAS DE ATUAÇÃO: INTEGRAÇÃO ESCOLA-UNIVERSIDADE,
INICIAÇÃO À DOCÊNCIA E FORMAÇÃO CONTINUADA
Fabiana Giovani
Isaphi Marlene Jardim Alvarez
(Universidade Federal do Pampa)
A presente comunicação ter por objetivo refletir sobre a experiência advinda do Programa de iniciação à
docência (PIBID), na área de Letras da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA). O subprojeto em
questão - com início em 2009 - teve sua prorrogação até 2013, tempo em que continua a contribuir para o
principal desafio não só do Rio Grande do Sul, mas de todo o Brasil, que é melhorar a qualidade da educação
dos alunos da educação básica. O trabalho desenvolvido está pautado nos estudos bakhtinanos,
principalmente, no que se refere à dialogia e nos estudos referentes à formação do professor. A metodologia se
volta para três esferas de atuação: i) integração escola-universidade; ii) iniciação à docência; e iii) formação
continuada.
Os resultados parciais evidenciam que a integração escola-universidade tem, de fato,
proporcionado a construção da pesquisa colaborativa oriunda da interlocução entre os alunos em formação
85
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
inicial, os professores em formação continuada e os próprios formadores de professores do curso de Letras.
Quanto à segunda esfera, podemos apontar o satisfatório resultado que tem sido alcançado no que diz respeito
a ‘iniciação à docência’. Os alunos universitários estão tendo a oportunidade de, a partir das demandas
oriundas das escolas, desenvolver objetos de aprendizagem e materiais didáticos voltados ao desenvolvimento
da educação linguística dos alunos da educação básica, de forma articulada às concepções contemporâneas
das pesquisas da área de Linguística Aplicada de cunho transdisciplinar. Por fim, a questão da formação
continuada também tem apresentado resultados importantes e que podem ser ampliados. Nos encontros
realizados, propõe-se junto aos professores, um espaço de estudo e discussão sobre as questões específicas
da área, bem como a proposição de soluções inovadoras, enfocando o letramento acadêmico e digital dos
docentes da educação básica, para que possam, ao longo do projeto, multiplicar ações junto aos alunos da
educação básica.
AS REPRESENTAÇÕES LINGUAGEIRAS DO AGIR PROFISSIONAL
DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA
Fábio Delano Vidal Carneiro (Faculdade 7 de Setembro)
O agir profissional é representado a partir de interpretações temático-discursivas apreensíveis a partir dos
textos/discursos produzidos pelos próprios profissionais acerca da sua atividade. BRONCKART (2004)
apresenta essas diferentes interpretações como estratégias de reorganização das autorepresentações
profissionais, cuja atualização constante serve de “motor de desenvolvimento” dos indivíduos em situação de
trabalho. BULEA (2007, 2010) apresenta cinco modalidades de Figuras de Ação identificáveis a partir de
entrevistas realizadas anterior e posteriormente a um agir referente específico. Em nosso estudo, utilizamos
entrevistas anteriores e posteriores a aulas de língua portuguesa para alunos do 5º ano do Ensino
Fundamental. A partir do corpus coletado, analisamos o discurso dos professores ao descrever o seu próprio
agir, utilizando uma metodologia de análise descendente, partindo dos tipos de discurso e chegando às
estratégias enunciativas, em particular à análise das vozes e das modalizações presentes nos textos orais
analisados. Como resultado, percebermos a bifurcação da rede de interpretações gerada pelos professores,
ora referindo-se ao seu próprio agir, ora referindo-se ao agir dos alunos, gerando uma dupla ancoragem tanto
do ponto de vista ontológico (a ação é realizada pelo professor, mas sempre com uma expectativa sobre o agir
do aluno), quanto gnosiológico (a interpretação do agir referente dá-se através de figuras de ação internas e
externas). Esse desdobramento confere às interações que acontecem na sala de aula um estatuto
diferenciado, em relação a outras situações do agir profissional. O agir profissional do professor é um agir
sobre a ação de outro, cuja principal característica é a de desdobrar a sua ação em uma série de microatividades cuja matriz de referência sociosubjetiva é a da negociação sobre o agir dos alunos. O professor
avalia seu agir a partir da eficácia ou não da sua ação sobre o agir dos alunos, tece, portanto, uma rede de
significações complexas, multimodais e discursivamente pluri-ancoradas.
Palavras-chave: Figuras de Ação, representações, agir profissional
(RE)PENSANDO A FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA
Fabrícia Cavichioli Braida (Instituto Federal Farroupinha - IFF)
Ana Lúcia Cheloti Prochnow (UFSM)
Maria Tereza Nunes Marquesan (UFSM)
Este trabalho tem por finalidade analisar a formação oferecida ao acadêmico do Curso de Letras da
Universidade Federal de Santa Maria. Tal proposta decorre de pesquisas, dentre as quais citamos Leite (2008),
que revelam que a formação inicial do professor se apresenta de forma insuficiente e “aligeirada”, mostrandose incapaz de suprir os desafios da formação docente diante do contexto de ensino que exige dos profissionais
uma série de capacidades e habilidades que não estavam presentes nos cursos de formação. Isso quer dizer
que os professores não estão recebendo preparo inicial que lhes dê condições para enfrentar as situações do
cotidiano escolar, sobretudo no ambiente restrito de sala de aula. Neste artigo, nossas considerações
direcionam-se, em especial, à grande massa de professores e/ou futuros licenciados de Língua Portuguesa.
Para tanto, buscamos respaldo teórico no Projeto Político-Pedagógico do Curso de Letras da instituição
supracitada bem como nos aportes teóricos de autores que discutem a tendência atual do papel do professor
de línguas como LEITE (2008), GUEDES (2006), LIBERALI(2010), dentre outros. Assim, este artigo apresenta
as características necessárias à formação inicial e destaca as limitações e deficiências de formação que
dificultam o exercício da profissão do professor de Língua Portuguesa dentro do sistema escolar.
Palavras-chave: Saber docente; Formação inicial; Professor de Língua Portuguesa.
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
AS NOVAS TEORIAS DE LETRAMENTO E A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES:
REPRESENTAÇÕES ANALÓGICAS E DIGITAIS
Fabrício Tetsuya Parreira Ono (USP – PG)
As mudanças tecnológicas das últimas décadas transformaram a maneira em que nos comunicamos e nos
relacionamos, não apenas um salto tecnológico, mas alteram o modo como criamos o sentido de uma
mensagem e os meios e recursos utilizados, além de exigirem mudanças significativas no cenário educacional.
Diante disso, surgem algumas inquietações acerca do ensino e aprendizagem de língua inglesa e a partir delas
este estudo visa promover questionamento/reflexão sobre a forma com que professores de língua inglesa
ressignificam os valores das novas teorias de letramento (SNYDER, KRESS, 2000), multiletramentos (COPE E
KALANTZIS, 2000) e ensino crítico (LANKASHEAR e KNOBEL, 1997; MONTE MOR, 2009 E MENEZES DE
SOUZA E MONTE MOR, 2006) na (re)construção de suas identidades e integram tais transformações sociais,
cognitivas e tecnológicas a sua práxis, uma vez que as tecnologias servem para ampliar o que já existe ou criar
novas possibilidades (WARSCHAUER, 2002). Ainda, considerando que os multiletramentos enfatizam as
variações de uso da linguagem em contextos sociais e culturais distintos e na comunicação multimodal,
especialmente no que se refere ao uso novas mídias inseridas no nosso cotidiano (COPE e KALANTZIS,
2000), ressignificando a educação diante das mudanças socioculturais, cognitivas e tecnológicas. Além disso,
de acordo com Kress e van Leuween (1996, p.183), letramento novo e multimodal reconhecem a multiplicidade
de significados que combinam vários modos (visual, textual, auditivo, movimento, etc.) como também os seus
contextos sociais. Este estudo tem como contexto um curso de pós-graduação latu senso em Estudos
Avançados de Língua Inglesa e analisa um vídeo criado pelos participantes no qual eles discutem e
reinterpretam as teorias dos novos letramentos, indicando um processo reflexivo na (re)construção de suas
perspectivas teóricas e que poderão refletir em suas práticas de sala de aula.
REPRESENTAÇÕES DOS PROFESSORES DE INGLÊS PARA CRIANÇAS
E A FORMAÇÃO CONTINUADA EM SERVIÇO
Fábio Luiz Villani
(Faculdade Campo Limpo Paulista – FACCAMP e Secretaria Municipal de Ensino de São Paulo)
Em 2012, face à implantação do Programa Língua Inglesa no Ciclo I nas escolas vinculadas à Secretaria
Municipal de Educação de São Paulo (SMESP), houve a necessidade da realização de estudos acerca da
identificação de quem são os professores da Rede e quais as necessidades dos mesmos para a efetiva
implantação do programa citado. Para a apresentação e discussão dos resultados obtidos nas coletas de
informações preliminares realizadas entre os professores percebeu-se a grande necessidade de
aperfeiçoamento linguístico dos mesmos pelas representações que os mesmos possuem acerca da “língua que
uso – e que me falta - como instrumento de trabalho”. Para situar essa discussão, serão apresentadas as
declarações dos professores e as análises preliminares acerca das possíveis ações no sentido, não só da
melhoria das questões linguísticas dos mesmos mas, também, um estudo no sentido de redirecionarmos as
visões dos professores acerca das questões da falta de proficiência que, muitas vezes, causa entraves na
realização de um trabalho significativo com os alunos. Para embasamento teórico das questões apresentadas
e que serão discutidas com os participantes utilizaremos como base científica os estudos de KALAJA (2003),
BARCELOS & VIEIRA-ABRAHÃO (2006), CELANI (2006), GARBUIO (2006), GRIGOLETTO (2005),
KINCHELOE (1997), LIBERALI (1999) e WRIGHT (2006).
Palavras-chave: Proficiência linguística, Representações, Formação Continuada em serviço, Elaboração de
diários reflexivos, Ensino de Línguas para Crianças
O CONHECIMENTO-BASE DE UMA PROFESSORA DE INGÊS EM UMA COMUNIDADE DE BAIXA RENDA
Fatima Aparecida Cezarim dos Santos (Unesp-Ibilce-SJR.Preto)
Esta comunicação objetiva a apresentação de dados de uma pesquisa de enfoque etnográfico, de orientação
sócio-histórica (Freitas, 2002), em sua fase inicial, que busca identificar os elementos que constituem a
formação de conhecimento-base de uma professora de inglês da rede municipal, em uma cidade do Estado de
São Paulo, cuja população é de baixa renda, inscrevendo-se no cenário de um Brasil globalizado. O referencial
teórico constará de discussões acerca das concepções de conhecimento-base de professores de línguas
(Freeman e Johnson, 1998; Kennedy, 1999), numa perspectiva sócio-histórica na formação de professores de
inglês (Johnson, 2009; Burns e Richards, 2009; Johnson e Golombeck, 2011), considerando-se a reflexão
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
crítica no desenvolvimento profissional do professor (Pimenta e Ghedin, 2002; Zeichner e Liston, 1996) e a
prática pós-método (Kumaradivelu, 2001,2003), em contexto de ensino de língua inglesa em um mundo
globalizado (Canagarajah, 1999; Moita Lopes, 2008). Os instrumentos de geração dados são observação em
sala de aula, entrevista, diário de campo, narrativa, gravação de aulas.
Palavras-chave: conhecimento-base, língua inglesa, formação de professores de línguas.
CONTRIBUIÇÕES DA FERRAMENTA WIKI PARA O ENSINO DE PRODUÇÃO ESCRITA EM LÍNGUA
INGLESA
Franciclé Fortaleza Bento (EEFM Anísio Teixeira)
O professor, no contexto da educação atual, busca nas ferramentas da Internet elementos que possam
contribuir para a sua formação. Dentre as ferramentas existentes destacam-se aquelas que viabilizam a
aprendizagem colaborativa, como a wiki (CUNNINGHAM, 2008; LIMA, 2008), que possui um potencial
inovador, permitindo a criação e edição de páginas em ambiente virtual. O objetivo deste trabalho é descrever
os passos para a criação de um ambiente wiki para a produção textual em língua inglesa e destacar o potencial
pedagógico desta ferramenta para o trabalho do professor. Nesse sentido, noções de retextualização (DELL’
ISOLA, 2007), de escrita nas abordagens como processo (FLOWER e HAYES 1980 apud KATO, 1987;
SERAFINI, 1995; MATSUDA, 2003; VIEIRA, 2005), por imitação (SERAFINI, 1985; VIEIRA, 2005) e escrita
colaborativa (LANDOW, 2006; WARD, 2006) foram visitadas, assim como contribuições para a produção e a
avaliação de um projeto wiki (ARAUJO JR, 2008; WEST & WEST, 2009). As atividades de produção escrita
propostas no ambiente foram fruto de retextualizações de gêneros textuais (anúncio publicitário e resenha de
filme) presentes em livro didático, o que lhes conferiu um caráter hipermodal. O resultado foi a criação de um
ambiente virtual voltado para a produção escrita em língua inglesa. Com isso, a ferramenta em questão:
permite que o professor se configure como produtor de mídia, elaborando seu próprio material didático;
possibilita a criação de um cenário para a realização de projetos; como também auxilia o professor no
acompanhamento do desenvolvimento da escrita de seus alunos, uma vez que o processo de construção das
páginas fica salvo, permitindo a comparação de versões, a percepção de problemas e a criação de
intervenções para saná-los ou minimizá-los.
Palavras-chave: Wiki. Gêneros Textuais. Produção Escrita.
FATORES AFETIVOS E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA:
FOCO NA ESCRITA E NA CORREÇÃO DE ERROS
Francisco José Quaresma de Figueiredo (UFG)
Este estudo tem por objetivo promover algumas reflexões sobre a forma como os fatores afetivos podem
influenciar a aprendizagem de uma língua estrangeira (LE), ou de uma segunda língua (L2), especialmente no
campo da produção textual e da correção. Como bem observa Cheng (2002), escrever é uma atividade
emocional e cognitiva; ou seja, nós pensamos e sentimos enquanto escrevemos. Dessa forma, serão
apresentados os fatores afetivos que podem influenciar os processos da escrita e da correção de erros, bem
como percepções de aprendizes sobre esses processos, para que professores, alunos e demais pessoas
envolvidas no ensino e aprendizagem de línguas possam refletir sobre como tornar tais processos mais
humanizados.
NARRATIVAS SOBRE A PESQUISA EM/SOBRE A SALA DE AULA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
Fernanda Landucci Ortale Universidade de São Paulo
Na área de educação de professores de línguas, há um consenso sobre a importância de estimular uma
perspectiva reflexiva sobre a sala de aula, que forneça aos professores os meios de um pensamento autônomo
e facilite as dinâmicas de formação continuada (NÓVOA, 1997; SCHÖN, 2000; RICHARDS, 2002; VIEIRA
ABRAHÃO, 2006). Da mesma forma, a pesquisa acadêmica ligada aos processos de aquisição de linguagem
desenvolvida nas últimas décadas (ELLIS 2003,2008; DÖRNYE 2005; GASS e SELINKER, 2008) tem
mostrado como é importante relacionar achados das pesquisas de campo à reflexão sobre os processos de
ensinar e aprender línguas. Nessa perspectiva, ter a sala de aula como contexto para coleta de registros tornase de suma importância para a pesquisa aplicada na área de ensino/aquisição de línguas estrangeiras e
também para pesquisas que procuram compreender como tais fenômenos podem contribuir para a formação
do professor de línguas. Mas como se dá o trabalho de entrada em campo? Quais os cuidados que os
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
pesquisadores devem ter em relação a aspectos burocráticos, políticos, operacionais e éticos? O objetivo deste
trabalho é, portanto, contribuir para a reflexão sobre as principais dificuldades encontradas por pesquisadores
em diferentes fases da investigação aplicada: a elaboração do desenho da pesquisa em sala de aula, a coleta,
a transcrição, a análise e, enfim, a publicação dos dados. Para tanto, serão apresentadas as conclusões de um
breve estudo que teve como objetivo identificar, por meio de narrativas orais, as dificuldades que estudantes de
Mestrado e Doutorado de uma Universidade Pública do Estado de São Paulo encontraram ao longo de suas
trajetórias como pesquisadores.
A SÍNDROME DO PATINHO FEIO: A RELAÇÃO ENTRE O SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO
E A APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS
Fernanda Santana Godoy (Universidade Federal de Viçosa)
Os estudos sobre a aprendizagem colaborativa já alertavam sobre os benefício de um grupo coeso para a
aprendizagem de inglês como língua estrangeira (FIGUEIREDO, 2004; FIGUEIREDO, 2005; FIGUEIREDO,
2006; JACOBS, 2006; CÂNDIDO JÚNIOR; 2006; SILVA, 2010). Dentre os benefícios, destaco a diminuição da
ansiedade e timidez, fazendo com que o aluno se arrisque mais e tenha menos medo de errar. Em se tratando
da aprendizagem de uma língua estrangeira, um bom relacionamento entre os colegas de classe influencia no
aprendiz principalmente a habilidade comunicativa usando a língua alvo. Baseada num estudo de Murphey,
Prober e Gonzales (2010), este trabalho terá como objetivo analisar como era o sentimento de pertencimento
de duas professoras em serviço durante a graduação e como isso influenciou na aprendizagem de inglês e na
formação de suas identidades como professoras e em suas práticas atuai. Baseados em estudos da psicologia
social, Murphey, Prober e Gonzales (2010) afirmam que a sensação de pertencimento emocional a um
determinado grupo precede a aprendizagem. Projetando esta idéia pra sala de aula, isso quer dizer que o
aluno se sentir acolhido pelo resto da turma é importante no seu processo de aprendizagem. Estudos mostram
que, quando rejeitados, eles tendem a usar a agressividade como um mecanismo de autodefesa, ou, como em
muitos casos, adotar um comportamento antissocial de isolamento. Os autores também ressaltam o papel do
professor no diagnóstico e amenização da exclusão. Para esta análise, lançarei mão de dois métodos de coleta
de dados qualitativos, a narrativa e a entrevista semi-estruturada. A análise dos mesmos ainda será feita, o que
me impede traçar conclusões no presente estágio do estudo.
Palavras-chave: Aprendizagem de inglês; noção de pertencimento; emoções
CONSIDERAÇÕES ACERCA DO AGIR DOCENTE NUMA PERSPECTIVA SOCIOINTERACIONISTA
Fernando Antonio Fragoso dos Santos (UFPB)
O presente trabalho acadêmico se insere no contexto de pesquisas em Lingüística Aplicada com foco nas
representações do agir docente em situação de trabalho. A pesquisa em questão contempla o ensino de língua
inglesa amparado pelo Método Áudiolingual (AL). O referido método, ao mesmo tempo em que pode delimitar o
trabalho do professor, também pode fazê-lo(a) repensar sua prática dando margem a posicionamentos e
mudanças. A perspectiva teórica abordada é a dos estudos realizados no âmbito do Interacionismo
SócioDiscursivo (ISD) desenvolvido por Bronckart (1997) e demais colaboradores e pesquisadores. O foco de
análise volta-se à identificação da relação entre linguagem e trabalho educacional em textos produzidos sobre
o trabalho e em situação de trabalho e, diante disso, o objetivo principal é o de verificar como tais textos
refletem as possíveis representações, interpretações e avaliações sociais da atividade docente. Foi utilizado,
como procedimento analítico, numa perspectiva qualitativa, elementos linguístico-estruturais com base nas
categorias de uma Semântica do Agir propostas por Bronckart e Machado (2004) e Bulea (2010). Em um
primeiro instante, foram identificadas as categorias mencionadas em um documento prescritivo diretamente
implicado no trabalho de ensino e anterior a este, considerando-se, também, os papéis atribuídos aos
professores. Posteriormente, observaram-se as ações mobilizadas pelos professores em suas entrevistas e os
papéis que eles mesmos se atribuem. Conclui-se que a prática de sala de aula é fator importante para
retomadas de posicionamento. As vozes dos professores indicam uma atitude avaliativa frente ao que
determina a prescrição. As capacidades guiadas, cerne do texto prescritivo analisado, não impedem ações
concretas dos professores na busca de sua identidade pessoal e profissional.
Palavras-chave – TRABALHO DOCENTE; ISD; AUDIOLINGUAL
CRENÇAS, EXPERIÊNCIAS E EMOÇÕES EM NARRATIVAS DE ESTUDANTES DE LÍNGUA INGLESA
EM UM CURSO DE LETRAS
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Flávia Marina Moreira Ferreira (Universidade Federal de Viçosa)
Este trabalho visa apresentar os resultados de uma pesquisa de iniciação científica, cujo foco foi a investigação
das crenças, experiências e emoções de estudantes do curso de Letras, do sétimo período, de uma
universidade federal localizada na Zona da Mata Mineira, em relação às suas futuras escolhas profissionais.
Vários pesquisadores (PAIVA, 1997; BASSO, 2001; BARCELOS, 2004; SILVA, 2004; ARAGÃO, 2007) tem
apontado a necessidade dos cursos de Letras investirem na competência linguística dos seus estudantes e
promoverem um estudo reflexivo com os mesmos (ZEICHENER, 2008). Esses estudos revelam que os
estudantes se sentem inseguros em relação a sua competência linguística e pedagógica durante a disciplina de
prática de ensino, que na maioria das vezes é seu primeiro contato com a sala de aula. Observa-se, também,
que se os estudantes mantiverem essa insegurança até o final do curso, sua futura carreira profissional pode
estar comprometida antes mesmo de ter sido iniciada. Através da análise de narrativas, da aplicação de
questionários semi-aberto e entrevistas gravadas, realizamos o levantamento das crenças e emoções, bem
como categorizamos as experiências desses estudantes afim de verificarmos a influência dos fatores
relacionados à competência linguística (por exemplo, as experiências com a língua inglesa anteriores à
graduação) em suas futuras escolhas profissionais. Neste trabalho apontaremos os resultados desta pesquisa
e suas implicações para a formação inicial.
Palavras-chave: crenças; experiências; emoções.
SESSÃO DE FEEDBACK: UMA JORNADA TRANSFORMADORA
NA PROFISSÃO DE PROFESSORAS DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA
Flaviane Montes Miranda Lemes(UFG)
Esta comunicação é resultado de um trabalho de pesquisa desenvolvida como avaliação final do Curso de
Especialização em Linguística Aplicada: Ensino–Aprendizagem de Ensino de Línguas Estrangeiras, oferecido
pela Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás em parceria ao CEPAE (Colégio de Aplicação), no
ano de 2011. A monografia foi gerada por dados coletados junto a um grupo de professoras de inglês para
crianças numa escola de ensino privada em Goiânia. Os objetivos da pesquisa foram comprovar a importância
das sessões de feedback em sessões denominadas reflexivas como trabalho colaborativo das professoras
participantes; verificar como aquelas professoras viam e sentiam sua participação naquelas sessões; e verificar
como se deu o desenvolvimento profissional pelo qual passou a própria pesquisadora. É um estudo de caso,
dentro do paradigma qualitativo de pesquisa, pois se limita a apenas um grupo de duas professoras que atuam
em um número de salas de aula, que são especificamente da Educação Infantil dentro de um universo escolar
maior. Teoria sobre o conceito de reflexão, reflexão colaborativa e os papéis de cada participante do processo,
tanto das professoras/participantes quanto da coordenadora/pesquisadora, abarcaram o referencial teórico da
pesquisa. A principal consideração feita ao final da pesquisa é que não há poder maior para o/a professor/a
que o desejo de mudança. O desejo de mudança é o que move todos os profissionais que querem traçar rotas
de sucesso em sua jornada reflexiva para uma prática profissional efetiva.
A INSTITUIÇÃO ESCOLAR NA ANÁLISE DO AGIR DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO INICIAL
Francieli Freudenberger Martiny (UFPB; PROLING/UFPB
Betânia Passos Medrado (PROLING /UFPB)
A permanência e a atuação em escolas da rede básica de ensino, sob forma de estágios supervisionados,
fazem parte do processo formativo inicial de professores. Durante esse período, através da interação com
colegas mais experientes, as representações que esses professores têm sobre trabalho são (re)construídas.
As peculiaridades dessa vivência provocam a explicitação das representações que esses professores têm
sobre esse gênero profissional (CLOT e FAÏTA 2000; CLOT, 2006), uma vez que eles estão engajados em
compreender seus subentendidos a fim de se inserir nesse coletivo de trabalho. Nessa linha de raciocínio, a
presente pesquisa procurou identificar em que medida o contexto escolar atua como fonte do agir de
professores em formação inicial. Ou seja, objetivou-se perceber que vozes permeiam a análise que eles fazem
de seu trabalho durante o estágio supervisionado e, mais especificamente, que espaço ocupa a voz da
instituição escolar nessa compreensão. Para tanto, foram utilizados os aportes teórico-metodológicos
propostos pelo Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 1999, 2006, 2008; BRONCKART e MACHADO,
2009) e pela Clínica da Atividade (CLOT, op.cit). Do primeiro foi adotado o quadro epistemológico que
fundamenta a análise de textos, com ênfase na noção de vozes. Do segundo foi utilizado, além da
compreensão de trabalho, o mecanismo de geração de dados denominado autoconfrontação. No contexto
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
desta pesquisa, esse procedimento foi utilizado com dois professores em formação inicial, concluintes do Curso
de Letras – habilitação em Língua Inglesa, que tiveram uma aula gravada em vídeo e, posteriormente,
assistiram a essas imagens, analisando seu agir. Os resultados parciais da análise desses textos contribuem
para a compreensão do papel que o contexto escolar ocupa na (re)formulação das representações sobre o
trabalho docente durante os processos formativos iniciais. Eles apontam para as possibilidades de integração
entre universidade e escola, à medida que as especificidades e as demandas dessa última são tematizadas
durante o período de estágio supervisionado.
Palavras-chave: formação de professores de língua inglesa; agir docente; vozes.
REFLEXÃO CRÍTICA EM ESCOLAS DE IDIOMAS: O QUE É POSSÍVEL?
Francisco Carlos Fogaça (UFPR)
Este artigo tem por objetivo apresentar um recorte em uma pesquisa de mestrado realizada entre 2003 e 2005,
tendo como sujeitos dois orientadores pedagógicos (OP’s) de dois institutos de idiomas (que fazem parte de
uma rede de escolas franqueadas) em duas cidades do interior do estado de São Paulo. Os dados foram
gerados em trocas de mensagens eletrônicas entre os pesquisadores e os sujeitos da pesquisa. O foco da
análise recaiu sobre a interação entre os pesquisadores e os OP’s, num processo que teve como referência as
ações da reflexão crítica propostas por Smyth (1992), com base em Paulo Freire (descrever, informar,
confrontar e reconstruir). A pesquisa procurou investigar: a) que mudanças puderam ser observadas (ou não)
na condução de sessões de feedback? b) qual a percepção dos OP’s sobre o processo reflexivo deflagrado? A
noção de reflexão que embasou a pesquisa teve como referências, sobretudo, Schön (1983, 1992, 2000), e
Rodgers (2002), com base em Dewey além de diversos autores que adotam a noção de reflexão crítica
(KINCHELOE, 2004; BROOKFIELD, 1995; SMYTH, 1992 e 2004). A pesquisa se valeu ainda das ideias de
Gebhard (1994), para modelos de supervisão pedagógica, e Gimenez (1999; 2002), Liberali (1999; 2000;
2004), entre outros. A análise dos dados mostrou que um dos orientadores, que exercia também a função de
diretor da escola, tendeu a ser mais receptiva à abordagem reflexiva que a do outro, contratado para a função.
Isso nos permite lançar a hipótese de que as pressões que um OP de uma escola de idiomas sofre por
resultados que se traduzam em lucros para o negócio sejam grandes, e de que um processo reflexivo de
supervisão pedagógica precise ser percebido pela direção da escola através dos benefícios que tais práticas
possam trazer ao negócio.
Palavras-chave: reflexão crítica, formação continuada, escolas de idiomas, supervisão pedagógica
LETRAMENTO DIGITAL: CONSIDERAÇÕES SOBRE O AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM SOLAR
NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA
Germana da Cruz Pereira (Universidade Federal do Ceará)
Com o presente artigo objetivamos discorrer e refletir sobre o potencial didático do ambiente virtual de
aprendizagem para a aquisição do espanhol como língua estrangeira por alunos da educação superior,
relatando o trabalho desenvolvido no curso Letras Espanhol (noturno) da Universidade Federal do Ceará –
utilizando o espaço virtual SOLAR - como apoio para a realização de atividades e como espaço para a prática
da língua meta, assim como para debate de questões relacionadas à formação de professores. Para tanto,
analisamos à luz dos estudos críticos do discurso trechos de fóruns e chats realizados com a turma sobre
temas gramaticais, socioculturais e referentes à docência a fim de observar a relevância da utilização do
mencionado espaço virtual para o meio acadêmico, o aprendizado de línguas e formação de futuros docentes,
assim como tomamos por base teórica os estudos sobre ambientes virtuais de aprendizagem e letramento
digital de Coscarelli (1998), Leite (2008), Cestreros (2008) e Soares (1998), e da análise crítica do discurso de
Van Dijk (2008). Ao final das análises percebemos como esse sistema pode ser uma importante ferramenta
para facilitar o aprendizado da língua e cultura espanholas, visto que proporciona a interação dos alunos e o
uso da língua em situações reais de comunicação. Além disso, essa prática de letramento digital possibilita
avanços no que concerne ao uso e conhecimento cultural da língua estudada por parte dos aprendizes iniciais
e uma reflexão sobre a formação docente, bem como a contribuição de um ambiente virtual de aprendizagem
nesse processo.
FORMAÇÃO DO PROFESSOR DAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL PARA O TRABALHO
COM A LÍNGUA MATERNA: UMA DISCUSSÃO SOBRE ESSE PROCESSO EM UM CONTEXTO DE
ESTÁGIO REMUNERADO
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Giovana Azzi de Camargo (USF/ UNICAMP)
O curso de Pedagogia forma o professor que atuará nas primeiras séries do Ensino Fundamental que dentre
outras áreas, trabalhará com a Língua Portuguesa. Os alunos, desse curso, se deparam com duas ou três
disciplinas em sua formação sobre o componente curricular que tem maior carga horária no Ensino
Fundamental e permeia outros componentes: Língua Portuguesa. O presente trabalho pretende discutir
questões referentes ao ensino de língua materna no percurso de formação desses profissionais. Nesse
sentido, a pesquisa em andamento, busca conhecer em um contexto de estágio remunerado, sob a supervisão
do professor da sala de aula, como os alunos relacionam a discussão teórica e o planejamento de ações
didáticas? Assim, nos perguntamos como os conhecimentos adquiridos ou não no processo de formação
contribuem para a atuação em sala de aula. O referencial teórico é amparado pela contribuição de Bakhtin
sobre a concepção de língua e o conceito gênero do discurso, de Geraldi e Possenti sobre o ensino da língua.
Tardif e Lessard sobre os saberes do trabalho docente, Kleiman sobre a formação de professores. A
metodologia de pesquisa escolhida é a pesquisa qualitativa, por meio de entrevistas semi-estruturadas com os
alunos de um curso de Pedagogia, participantes do PIBID. Os dados analisados referem-se as primeiras
entrevistas.
Palavras-chave: Formação de Professores – Ensino da Língua Portuguesa – Texto
INTEGRANDO ATIVIDADES MEDIADAS PELO COMPUTADOR NO PROCESSO DE ENSINOAPRENDIZAGEM DE NOVO VOCABULÁRIO EM INGLÊS
Gisele Luz Cardoso (IF-SC/GASPAR)
Esta comunicação oral apresentará um estudo que teve como objetivo investigar o impacto do ensino e
aprendizagem mediados pelo computador (CALL) na aquisição de novo vocabulário em Inglês para fins
específicos (ESP) e analisar as reações dos alunos de ESP com relação ao uso de atividades mediadas pelo
computador. O estudo foi realizado no IF-SC/Gaspar. Os participantes foram 24 alunos adultos de um curso
técnico em Informática. Os dados foram analisados qualitativa e quantitativamente. Para a análise qualitativa,
os dados foram coletados através de questionários on-line, entrevistas orais, e postagens em fóruns no
MOODLE. Com relação à análise quantitativa, os resultados do pré-teste impresso, dos pós-testes impressos e
dos pós-testes realizados através da plataforma MOODLE, foram analisados estatisticamente através do
SPSS. Os resultados da análise qualitativa mostram que os efeitos de CALL são positivos. Os estudantes
relataram ter aproveitado a oportunidade de realizarem as atividades preparadas pelo professor na plataforma
MOODLE e de ter acesso imediato a dicionários on-line e sites de busca, onde eles podiam facilmente ver
imagens e definições relacionadas com o novo vocabulário que eles estavam aprendendo. Os resultados da
análise quantitativa revelam que houve uma quantidade significativa de aquisição de vocabulário, como
mostrado pelos resultados do pós-testes em comparação com o pré-teste e, ainda, houve desenvolvimento da
competência digital dos aprendizes. Concluiu-se, com este estudo, que a incorporação de CALL no processo
de ensino de novo vocabulário promove: o desenvolvimento de habilidades orais, escritas e da competência
digital dos aprendizes, assim como o aumento do engajamento deles nas tarefas solicitadas e, naturalmente, a
aprendizagem e retenção de novos vocábulos em L2. Os resultados deste estudo corroboram o que Celani
(2008) argumenta: cursos de ESP não precisam estar ligados ao ensino da leitura somente. Eles podem ser
concebidos de uma maneira que outras habilidades possam ser desenvolvidas.
Palavras-chave: vocabulário - CALL – competência digital
A CONSCIÊNCIA DO PROFESSOR DE LE:
UMA QUESTÃO PARA A TRÍADE PROFESSOR-ALUNO-CONTEÚDO
Giovana Marinho Ferreira (Universidade de Brasília)
Nívia Maria A. Costa (Universidade de Brasília)
Neste trabalho, investigamos a existência da tomada de consciência do professor sobre o papel da atenção na
sua prática de ensino e sua implicação na tomada de consciência de seus alunos no processo de
aprendizagem. Pesquisadores sugerem que o aprendizado de uma língua estrangeira (LE) ocorra a partir do
contexto consciente propiciado pelo professor ou pelo tipo de instrução (Ellis, 1999, 2001; Lightbown e Spada,
2000, dentre outros), ou ainda, pela atenção espontânea do aprendiz a aspectos formais da LE (Schmidt,
1990). Rosa e Leow (2004) sugerem que o desempenho linguístico está relacionado às percepções
conscientes dos aprendizes para a própria língua. Assim, as ações em sala de aula deveriam ocorrer através
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
da gramática reflexiva, pois o aluno é capaz de ir além do conhecimento que o seu professor trabalha (Ellis,
1997). Com base nesta premissa, alisamos, qualitativamente, um questionário aplicado a 15 professores de LE
a fim de identificarmos as concepções dos sujeitos com relação à reflexão metalinguística. Os participantes
desta pesquisa foram 15 professores, que são alunos nos programas de pós-graduação em Linguística e
Linguística Aplicada de uma universidade pública. Através da análise dos questionários, podemos averiguar
que os resultados apontaram a uma necessidade de desenvolver um conjunto de ações e que estas propiciem
a tomada de consciência do professor mais efetiva para a sua prática pedagógica em aulas de LE. Por fim, os
resultados mostraram que a reflexão dos professores sobre a importância desta consciência no processo
ensino/aprendizagem demonstrou como é possível auxiliar os alunos a se tornarem aprendizes perceptivoreflexivos, capazes de ter consciência de sua própria aprendizagem.
Palavras-chave: Tomada de consciência; gramática reflexiva; processo ensino/aprendizagem de LE.
A DIDÁTICA DE USO DO TEXTO LITERÁRIO NO ENSINO DE FRANCÊS/ LÍNGUA ESTRANGEIRA: UMA
EXPERIÊNCIA DE PRÁTICAS DE LEITURAS LITERÁRIAS COM PROFESSORES EM FORMAÇÃO NA
UECE.
Gisleuda de Araújo Gabriel (UECE)
Cleudene de Oliveira Aragão (UECE)
Embora o texto literário tenha desempenhado as mais variadas funções no ensino de línguas, visto que
contribuiu para formação moral e ampliação de conhecimentos sobre valores culturais de diversificados povos,
em nenhum momento apresentou-se como instrumento eficaz, adequado à capacidade do aluno, mas como
um simples transmissor de conteúdo em detrimento da linguagem literária. Segundo Mendoza (2007) “A
formulação de objetivos de aprendizagem comunicativa (...) levou os textos literários para um espaço impreciso
e inesperado no currículo. Desse modo, ao mesmo tempo que se marginalizaram as produções literárias, foilhes dado um espaço indeterminado e sem função específica entre as atividades de sala de aula projetadas no
âmbito linguístico-comunicativo.” E, mesmo conscientes da importância do TL como um valioso instrumento
formador e multiplicador de diversificados saberes (linguísticos, culturais, discursivos, sociais, entre outros),
temos nos confrontado com inúmeras dificuldades sobre como se trabalhar o texto literário em sala de aula.
Portanto, esta pesquisa será realizada no âmbito da Universidade Estadual do Ceará – UECE, com
professores em formação no curso de licenciatura em Letras Francês/LE. Temos por objetivo comprovar a
eficácia do uso do texto literário a partir de práticas de leituras literárias no ensino do FLE. Utilizaremos como
suporte teórico os estudos de WIDDOWSON (1991), ALMEIDA FILHO (2005), MENDOZA (2003, 2004, 2007),
BARCELOS (2010, 2006), VIEIRA-ABRAHÃO (2008), SILVA (2010), COSSON (2011), KLEIMAN (2008),
ROJO (2009), MARCUSCHI (2011), SCHENEUWLY, B. & DOLZ (2004), dentre outros. Nota-se a necessidade
de desenvolver em contextos de formação de professores, as competências indispensáveis à utilização do
texto literário em práticas leitoras, no intuito de estimular “negociações que conduzem à ultrapassagem das
impressões iniciais individuais e configuram o coletivo da comunidade de leitores” (COSSON, 2011), e formar,
em nossas Universidades profissionais capacitados e aptos a utilizar o texto literário como recurso didático em
suas práticas de ensino.
Palavras-chave: Texto literário. Leituras Literárias. Formação de professores de FLE.
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E EDUCAÇÃO BILÍNGUE PARA SURDOS:
UMA ANÁLISE DO PERFIL E DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS
Giselli Mara da Silva (UFMG -Faculdade de Letras)
Josiane Marques da Costa (EE Educ. Esp. Francisco Sales/CAS-BH)
Nesta apresentação, analisam-se as políticas voltadas para a formação de professores de português como
segunda língua (PL2) para surdos e o perfil desses professores. Desde a aprovação da Lei da Libras, vêm-se
implementando políticas linguísticas voltadas aos usuários da Libras, dentre as quais encontram-se aquelas
destinadas à implementação da Educação Bilíngue, proposta na qual se reconhece que a primeira língua dos
surdos brasileiros é a Libras e que esses têm direito de terem acesso ao ensino de PL2 (FERREIRA-BRITO,
1993). No entanto, o acesso desse grupo ao ensino de português ainda enfrenta inúmeros desafios, que se
tornam mais complexos no processo de inclusão educacional (SILVA, 2008). Nesse contexto, discutem-se
algumas questões: qual o perfil dos professores de PL2 para surdos; que tipo de formação tem sido oferecida a
esses profissionais?; que competências esse trabalho exige desses professores? Para refletir sobre essas
questões, recorreu-se a estudos que abordam: (i) as políticas linguísticas na área (QUADROS, 2006; SILVA,
2008); (ii) o ensino de PL2 e de PL2 para surdos e a formação de professores (QUADROS, 1997;
SVARTHOLM, 1999; GRANNIER, 2001; SALLES et al., 2004; SILVA, 2005; entre outros). Adotou-se como
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
metodologia a análise de conteúdo de leis e textos normativos da rede estadual de ensino de Minas Gerais e
da rede municipal de Betim e a realização de questionários e entrevistas com professores que atuam nessas
redes. A análise dos dados evidenciou que, apesar dos documentos oficiais reconhecerem a educação bilíngue
para surdos, a formação dos professores de PL2 ainda enfrenta vários desafios no que diz respeito: (i) à
formação para o uso da Libras como língua de instrução; (ii) à formação para o ensino de português como L2
para surdos.
Palavras-chave: formação de professor; educação bilíngue; ensino de português para surdos
PRÁTICA EXTENSIONISTA E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR: UM AUTOESTUDO ACERCA DAS
CONTRIBUIÇÕES DESSA PARCERIA
Glauber Heitor Sampaio (UFV)
Mateus et al (2002) afirmam a existência considerável de trabalhos que abordam a influência da prática de
ensino na formação inicial. Contudo, baseados no nosso levantamento bibliográfico, não encontramos
pesquisas substanciais que abordassem os estágios de ensino não obrigatórios. Dessa forma, o objetivo de
nossa proposta para esta comunicação se pauta na discussão das experiências – e consequentemente das
emoções, motivação e formação de identidade profissional – garantidas por estágios não obrigatórios em um
curso de extensão que se caracteriza por apresentar características distintas às atividades desenvolvidas
geralmente no último ano da graduação, direcionadas à observação supervisionada. Deste modo, trazemos as
nossas vozes e reflexões enquanto egressos do curso de Letras e atuantes nesse curso de extensão por mais
de quatro anos. Este é um autoestudo, de perspectiva metodológica autobiográfica (BULLOUGH e PINNEGAR,
2001), que busca retratar, através da análise de narrativas escritas, uma visão em profundidade das nossas
vivências e experiências de formação e prática de ensino. Para a elaboração da narrativa, foi considerada
como tema central a história de formação acadêmica, com ênfase na experiência obtida tanto com o currículo
do curso, quanto com atividades externas, de cunho extensionista. Para a análise, seguimos os procedimentos
de (a) redução dos dados em frases curtas, ideias-chave e conceitos, focalizando as palavras usadas pelo
participante (CRESWELL, 1998; PATTON, 1990) e (b) codificação dos dados através da classificação das
unidades significantes (LINCOLN e GUBA, 1985). Salientamos que cada um dos pesquisadores analisou a
narrativa um do outro como um amigo crítico (SAMARAS e FREESE, 2009). Os resultados mostraram que a
prática no curso de extensão foi um dos componentes fundamentais para o desenvolvimento profissional dos
professores, o que nos permite sugerir que oportunidades sejam criadas para que atividades docentes como
estas possam ser desenvolvidas ao longo da formação inicial e previamente aos estágios curriculares.
Palavras-chave: estágio de ensino; formação de professores; prática extensionista.
A FORMAÇÃO (INICIAL E CONTÍNUA) DOS PROFESSORES DE ESPANHOL NO DF
E A (INTER)AÇÃO ENTRE UNIVERSIDADE-ESCOLA: O REAL, O IDEAL E O URGENTE.
Gleiton Malta Magalhães (Universidade de Brasília)
O contexto da comunicação aqui proposta abrange a formação inicial e contínua do professor de espanhol no
Distrito Federal e sua atuação no ensino básico na capital do país, representada aqui pelas escolas da
Secretaria de Educação do Distrito Federal. A pesquisa faz parte de um projeto de extensão do Departamento
de Línguas Estrangeiras e Tradução da UnB, intitulado “Gestão escolar/educacional e ensino de línguas: uma
forma contemporânea de se (re)pensar educação” realizado em 2010 e 2011 em parceria com oo Centro
Interescolares de Línguas de DF e com a Associação de Professores de Esapnhol do DF. Objetiva ilustrar
como se dá o contato da universidade com o ensino básico durante a formação inicial e contínua do professor
de Espanhol (E/LE). Fundamenta-se nas teorias de ensino, aprendizagem e aquisição de línguas (BROWN,
1994; ELLIS, 1998), nas competências do professor de Língua estrangeira (LE) (ALMEIDA FILHO, 2005;
LOBATO, J. S. & GARGALLO. I. S., 2004) e nas teorias sobre as políticas públicas para educação
(DOURADO, 2007; VIEIRA, 2009). Os resultados apontaram para uma ausência de interação real entre a
Universidade e as escolas; para a falta de tratamento equânime entre os professores de E/LE na rede pública
de ensino do DF que atuam nos CILs e nas escolas regulares. Concluiu-se a que Universidade tem se omitido
no que diz respeito à formação real dos futuros professores de E/LE e que o(s) modelo(s) de estágio
supervisionado implantado(s) não contempla(m) a realidade da maioria dos docentes que atuam na rede de
ensino do DF.
Palavras- chave: Formação inicial e contínua, E/LE, interação universidade-escola
IDENTIDADES EM CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
DE LÍNGUA PORTUGUESA COMO LÍNGUA MATERNA: LETRAMENTOS E DISCURSOS
Guilherme Veiga Rios
(Pesquisador-colaborador Pleno - NELiS/CEAM/UnB / Docente-colaborador PPGL/UnB)
Sabe-se que a difusão de novos conhecimentos linguísticos para os profissionais que atuam no ensino língua e
linguagens ocorre em descompasso com a produção desse conhecimento (Signorini, 2007; Magalhães, 2009).
Um modo de diminuir essa lacuna entre teoria e prática na escola é a implementação de cursos de extensão,
que façam interagir o pesquisador universitário e o(a) professor da educação básica, transformando o ensino
também em pesquisa, em uma prática de rotina do(a) professor(a), onde este(a) possa atuar de maneira mais
reflexiva dentro de sua disciplina escolar. Especificamente, nosso objetivo centra-se na introdução dos
conhecimentos da Análise de Discurso Crítica (Fairclough, 1992) e dos Novos Estudos do Letramento (Street,
1984) para professores(as) que atuam nos níveis de ensino da Educação Básica. Em um curso de extensão
universitário para professores(as) da educação básica, administramos questionários sobre os conceitos de
linguagem, texto, fala, escrita e leitura que estes(as) trazem de sua formação inicial e de sua prática
pedagógica, bem como sobre suas representações acerca do ensino de língua portuguesa. Buscamos, assim,
correlacionar à formação docente construções identitárias docentes. As respostas às questões foram
analisadas utilizando-se algumas categorias da Análise de Discurso Crítica, como vocabulário (Fairclough,
1992), análise semântica de orações (Fairclough, 1992) e relações textuais de equivalência e diferença
(Chouliaraki e Fairclough, 1999; Fairclough, 2003). As representações das professoras sobre linguagem, texto,
fala, escrita e leitura, sobre língua portuguesa e seu ensino demonstram sua diversidade de formação, sendo
proporcionalmente discrepantes as professoras que atuam nas séries/anos iniciais em relação às outras
séries/anos e ao ensino médio. Como conclusão geral, propomos que a identidade docente deve ser
considerada em uma agregação que envolve não só a reflexão que o professor faz de si, mas também as
concepções que traz de sua formação – inicial e continuada – além das práticas cotidianas na sala de aula.
LÍNGUA FRANCESA PARA OBJETIVO UNIVERSITÁRIO (FOU):
DIRETRIZES PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES QUE ATUAM EM CONTEXTOS ESPECÍFICOS
Heloisa Albuquerque Costa (USP)
Guiomar Marins de Oliveira (USP)
Os acordos internacionais entre universidades francesas e brasileiras aumentaram consideravelmente nos
últimos anos. Este aumento está relacionado à definição de uma política de internacionalização das
universidades brasileiras buscando favorecer a mobilidade de alunos de graduação e pós-graduação por meio
de programas de estudos universitários na França. Estudos e pesquisas realizados em universidades
francesas demonstram este aumento (Mangiante e Parpette, 2011) e trazem como preocupação a necessidade
de formar os alunos em língua francesa para que possam adaptar-se ao meio universitário e realizar
satisfatoriamente os trabalhos acadêmicos orais e escritos solicitados. O conhecimento de nível intermediário
(ou mesmo avançado) de francês obtido nas escolas de línguas mostra-se insuficiente para o bom
desempenho do aluno em seus trabalhos acadêmicos. Quais são as especificidades discursivas exigidas no
meio universitário francês? Quais competências orais e escritas devem ser desenvolvidas para que o aluno
compreenda e faça anotações em uma aula expositiva, saiba apresentar um seminário na língua estrangeira,
apresente um trabalho escrito? A resposta a estas questões tem exigido uma reformulação da concepção de
cursos de francês e, em consequência, a explicitação de eixos que orientem a formação de professores que
venham a ministrar cursos na área do Francês para Objetivo Universitário (FOU). Nosso objetivo nesta
comunicação é apresentar os dados obtidos a partir dos módulos FOU desenvolvidos na Universidade de São
Paulo e discutir as diretrizes de formação de professores de francês para o ensino de línguas para contextos
específicos (Mangiante e Parpette, 2004 e Carras, Tolas, 2007), em particular em FOU, ressaltando as
mudanças no perfil do professor que atua nesse contexto.
Palavras-chave : formação de professores, contexto universitário, internacionalização
LA EVOLUCIÓN DE LAS CREENCIAS DE PRINCIPIANTES BRASILEÑOS ADULTOS SOBRE EL PAPEL
DE LA EXPRESIÓN ESCRITA EN EL APRENDIZAJE DEL ESPAÑOLCOMO LENGUA EXTRANJERA
Idelso Espinosa Taset (ICESP/PROMOVE)
Este estudio buscaba observar, describir y analizar la evolución de las creencias de catorce estudiantes
brasileños de Español como Lengua Extranjera (E/LE) sobre el papel de la escritura en el aprendizaje de ese
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
idioma durante el primer semestre del curso en una escuela de lenguas (EL) y la posible relación entre ese
cambio y el contexto de aprendizaje (la práctica docente, el material didáctico y la orientación pedagógica
institucional). Esta investigación abordó las creencias desde una perspectiva filosófica (Dewey, 1933) y otra
psicosocial (Rokeach, 1968; Fishbein Ajzen, 1975; Ajzen, 1991; Ajzen y Fishbein, 2000) y se apoyó en las
investigaciones más recientes sobre cambio de creencias de enseñanza y aprendizaje de lenguas y acerca de
la escritura en lengua extranjera. Los datos se recogieron mediante dos cuestionarios híbridos y dos entrevistas
al inicio y al final del semestre, tres redacciones, la observación de clases, notas de campo y una sesión de
reflexión. El análisis de los datos corroboró que (i) los alumnos llevan al aula un caudal de creencias que de
algún modo influyen en sus actitudes y acciones a lo largo del proceso de enseñanza/aprendizaje; (ii) esas
creencias se forman a partir de las más variadas experiencias de aprendizaje y (iii) c) su cambio o evolución se
produce de forma gradual bajo el influjo de nuevas experiencias y de reflexión. Los resultados mostraron que
los sistemas de creencias de todos los participantes sobre el papel de la EE se habían modificado en alguna
medida presumiblemente bajo la influencia del nuevo contexto de aprendizaje.
Palabras claves: creencias, aprendizaje, escritura, lengua extranjera.
PRÁTICAS SUBVERSIVAS: AGÊNCIA, RESISTÊNCIA E ACOMODAÇÃO
DENTRO E FORA DA AULA DE INGLÊS
Igor Gadioli Cavalcante (UFSC)
As práticas e os papéis identitários escolares tradicionais (CAZDEN, 2001) são rígidos, com pouco escopo para
performances identitárias alternativas: nesse modelo de escola é fácil diferenciar as condutas “boas” e “más”
de alunos. Na realidade pós-moderna, alunos constroem identidades híbridas e complexas que extrapolam
essas diretrizes, ressignificando práticas escolares. Eles constroem identidades alternativas por meio da
agência (FREIRE, 1970) de suas performatividades (BUTLER, 1990), subvertendo e resistindo a práticas via
linguagem (CANAGARAJAH, 1997; GARCEZ, 2012; PENNYCOOK, 2010). Essa resistência se manifesta de
forma evidente ou secreta, em Casas Seguras, para evitar sanções de figuras de poder (CANAGARAJAH,
1997) e podem ocorrer por modalidades diversas, dentre elas a reapropriação de discursos e símbolos
culturais (RABY, 2005) dominantes, imperialistas e/ou transnacionais. Apresento neste trabalho uma pesquisa
de mestrado homônima, de caráter etnográfico, que vem a contribuir com trabalhos anteriores (CLEMENTE &
HIGGINS, 2008; LONGARAY, 2005; 2009; RAMPTON, 2006), em que investiguei como alunos resistiam e/ou
se acomodavam a práticas em inglês dentro e fora de sala de aula, bem como as implicações identitárias
dessas práticas (não) subversivas. Conduzi a pesquisa com três turmas de ensino médio de uma escola
pública de Florianópolis/SC durante um ano (201–2012), gerando dados em observações de aula, notas de
campo, entrevistas semiestruturadas gravadas em áudio e corpus da internet. Demonstro como alunos
modificavam suas experiências em (aulas de) inglês, dentro e fora da escola, para adequá-las a suas
expectativas e necessidades; aponto prejuízos de acomodações quase irrefletidas dos alunos ao discurso e
práticas escolares; discuto, por fim, a necessidade de um olhar culturalmente sensível para manifestações
subversivas, problematizando-as e empoderando alunos e professores, não mais relegando a resistência à
marginalidade ou periferia, mas integrando-a legitimamente à prática escolar.
Práticas subversivas; línguas adicionais; pós-colonialidade.
POSTURA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA
ANTE AS VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS
Irenilda Francisca de Oliveira e Silva (Universidade Federal de Pernambuco)
A variação linguística é uma realidade da qual a escola não se pode esquivar, visto que, com a facilitação ao
acesso escolar, a realidade discente, no tocante à linguagem, apresenta-se diferenciada. Algumas instituições
de ensino ainda perpetuam práticas pedagógicas que sedimentam a propagação de uma modalidade de língua
única, atrelada às prescrições normativas da gramática, esquecendo que o uso da língua, por vezes, as
contradiz. Este trabalho buscou desenvolver uma abordagem didática que enfocasse a evolução dos
fenômenos transformacionais e sucessivos da língua, considerando esse conhecimento importante para o
docente de Língua Portuguesa se posicionar, cientificamente, sobre as variações linguísticas, no tocante a
aspectos como a flexão lexical, as diferenças fonético-fonológicas e morfossintáticas. Como embasamento
teórico, buscaram-se as ideias de Câmara Júnior e Coutinho, sobre a evolução histórica da língua. Também
foram significativas as considerações tecidas por Bagno, Antunes, Castilho, Bechara, Geraldi e Moura Neves,
dentre outros, sobre a relação língua e usuário, linguagem e ensino. Para concreção deste trabalho, foram
feitos estudos comparativos entre textos de Língua Portuguesa de épocas distintas e diferentes gêneros,
destacando aspectos lexicais, com diferenciações fonográficas e semânticas, com reflexo na sintaxe, que
comprovam a evolução natural de toda língua viva. Essa prática docente propiciou aos discentes momentos de
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
reflexão sobre aspectos históricos que explicam determinados fenômenos linguísticos hodiernos, rotulados
como “erros”, e viabilizou um entendimento sobre a variação, como fenômeno comum a toda língua em uso.
Foi gerado maior respeito às diferenças linguísticas, passando a ser valorizada uma postura de maior
cientificidade a respeito das formas variantes. Pelo positivo resultado da proposta desenvolvida, vê-se que os
educadores, comprometidos com a proficiência linguística dos seus alunos, devem buscar estratégias
cientificamente fundamentadas, visando aprofundar sua educação linguística.
Palavras-chaves: Língua Portuguesa. Ensino. Variação Linguística
DIÁLOGOS ENTRE CONTEXTOS PRESENCIAL E VIRTUAL
DE ENSINO/APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS PRÓXIMAS
Isabela Abê de Jesus (Ibilce/Unesp - Câmpus de São José do Rio Preto)
Esta apresentação tem como focoo recorte de uma pesquisa de Iniciação Científica (PIBIC-Reitoria/CNPq)
desenvolvida no ano de 2010, na qual foram estudadas as possíveis contribuições mútuas entre um ambiente
virtual de ensino/aprendizagem de línguas e um contexto presencial de sala de aula de língua espanhola. O
ambiente virtual a que nos referimos é o teletandem, modalidade de ensino/aprendizagem mediada pelo
computador, na qual pares de falantes nativos atuam, ora como tutor de sua língua materna, ora como
aprendiz da língua de seu parceiro, numa comunicação em tempo real, por meio de aplicativos de mensageria
instantânea (TELLES, 2006). O contexto presencial de ensino de espanhol é uma sala de aula de um centro de
estudos de línguas, projeto dirigido a alunos da rede pública de ensino do estado de São Paulo, em que a
pesquisadora desenvolveu estágio curricular de regência de aulas. A pesquisa desenvolvida caracteriza-se
como qualitativa de tipo etnográfico (ANDRÉ, 2000; RICHARDS, 2003), cuja metodologia seguiu uma
perspectiva interpretativista de análise do corpus, no intuito de se realizar um trabalho de triangulação de
dados (BURNS, 1999). O corpus analisado neste recorte compõe-se de questionários respondidos pelos
alunos sobre aprendizagem de línguas mediada pelo computador e da gravação em áudio/vídeo de uma aula,
na qual os alunos do centro de línguas entraram em contato com falantes nativos de espanhol, por meio do
teletandem. Os resultados revelam que há possibilidades de contribuição de um contexto para o outro, no
sentido de que a pesquisadora busca desenvolver estratégias em um contexto que a auxiliam em sua atuação
no outro. Verificou-se, também, que há possibilidade de diálogo entre o contexto virtual e o presencial, de modo
que tanto alunos quanto professor possam tirar proveito da aprendizagem mediada pelo computador, em sala
de aula.
Palavras-chave: formação inicial; ensino/aprendizagem de línguas próximas; contextos presencial e virtual.
FORMANDO PROFESSORES PARA O ENSINO DE PRODUÇÃO TEXTUAL COMO UM PROCESSO
Isabela de Freitas Villas Boas (Casa Thomas Jefferson)
O ensino de produção textual com foco no processo é amplamente preconizado pelos acadêmicos da área,
nacional e internacionalmente (BOSCOLO, 2008; CALKINS, 1994; CASANAVE, 2004; GERALDI, 1991, 1997;
FERRIS & HEDGCOCK, 2005;GRABE & KAPLAN, 1996; KROLL, 1991; NATION, 2009). Entre as
características principais dessa abordagem ressaltam-se o enfoque em diversos gêneros textuais (DOLZ, &
SCHNEUWLY, 2004), a análise das características textuais de modelos no mesmo gênero da proposta de
redação (GRABE, 2001), a geração e o planejamento de ideias (CAMPBELL, 1998), a revisão por pares e
reescrita (FERRIS, 2002) e a avaliação dos textos por meio de descritores de desempenho. No entanto, em
sua pesquisa de doutorado intitulada A Contribuição do Processo de Ensino-Aprendizagem de Produção
Textual em Língua Inglesa Para o Letramento do Aluno, esta pesquisadora constatou que ainda há fortes
traços do ensino de produção textual com foco no produto no ensino regular e nos cursos de Letras
frequentados pelos professores pesquisados, resultando na replicação desse modelo em seu próprio ensino.
Por outro lado, experiências de ensino de produção textual com foco no processo têm se mostrado frutíferas no
Brasil (GARCEZ, 1998; FIGUEIREDO,2001 ). Esta comunicação visa: a) apresentar os resultados da pesquisa
supramencionada – um estudo de caso que mostra os efeitos positivos da abordagem processual no ensino de
produção textual em inglês para adolescentes e a possível transferência das estratégias desenvolvidas para a
produção textual em língua materna; b) apresentar uma proposta de ensino de produção textual significativo,
com foco no processo e utilizando novas tecnologias (BLOCH, 2008), para atuais e/ou futuros professores de
inglês, de forma que sua aprendizagem com base na experiência (Experiential Learning) os leve a uma práxis
mais condizente com princípios sócio interacionais de ensino-aprendizagem com foco no aprendiz, bem como
com a abordagem comunicativa para o ensino de línguas (ALMEIDA FILHO, 2007).
Palavras-chave: ensino de produção textual; formação de professores; processo da escrita
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
A VISÃO DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO SOBRE O USO DE TECNOLOGIAS
Janara Barbosa Baptista(Unesp)
Com o intuito de incorporar na sala de aula e na prática pedagógica as invenções que podem aperfeiçoar a
mediação entre o aluno e a língua, a área de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras busca se adaptar
às mudanças ocasionadas pelas tecnologias. Contudo, embora a tecnologia ocupe um espaço tão importante
hoje na educação, muitos professores em formação e em serviço não estão preparados para utilizá-la. Por
essa razão, faz-se necessário investigar como professores podem ter uma formação que seja coerente com o
momento sócio-histórico atual a fim de lidar com esse aspecto tão significativo na realidade da educação.
Nesse sentido, esta comunicação objetiva apresentar a visão de professores em formação sobre o uso de
tecnologias para o ensino de inglês, obtida através de um questionário semiaberto, utilizado como um dos
instrumentos de pesquisa de um trabalho de Doutorado que investiga como ocorre a formação de professores
em relação ao uso de novas tecnologias durante o estágio de regência. Para o desenvolvimento desse
trabalho, são abordados conceitos relacionados a letramento digital [Tfouni (1988), Kleiman (1995, 2003, 2005,
2006), Soares (1988, 2000, 2002, 2004), Roxane Rojo (1988, 2001, 2006), Buzato (2006, 2009)], formação de
professores [Perrenoud (2000), Buzato (2001), Freire (2009), Almeida Filho (2009), Paiva (2010)], assim como
aspectos da perspectiva sociocultural (Vygotsky, 1978). A análise realizada até o momento permitiu observar,
dentre outros aspectos, que os professores em formação investigados apresentam dificuldades em relacionar
as tecnologias às experiências de aprendizagem de inglês na universidade. Justifica-se, assim, a necessidade
de propiciar o contato com aspectos teóricos e práticos já na graduação que poderão contribuir para que o
professor aprenda a analisar, de forma autônoma e reflexiva, o uso de tecnologia na sala de aula.
Palavras-chave: Formação de professores, letramento digital, ensino de língua estrangeira
UM PROJETO DE EXTENSÃO E EXPRESSÃO: SEM MEDO DE FALAR
Janaína Aguiar Mendes Galvão (UFTM)
O objetivo do presente trabalho é apresentar o projeto de extensão universitária “Sem medo de falar espanhol”,
desenvolvido pelo Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Letras da Universidade Federal do
Triângulo Mineiro (UFTM), que tem por objetivo oferecer uma oportunidade aos alunos da Universidade de
desenvolverem a expressão oral em língua espanhola. Destina-se a alunos que já possuam um conhecimento
básico de espanhol e, principalmente, aos alunos do curso de Letras com habilitação em Português/Espanhol.
Configura-se como um estímulo à interação, em âmbitos extra-curricular e interdisciplinar, que permite que
alunos de diferentes cursos desenvolvam seu discurso, compartilhando informações e expressando opiniões e
sentimentos (Gómez, 2004). Tomaremos o conceito de competência comunicativa (HYMES, 1995) e também
as noções de competência de fala, competência discursiva e níveis de competência (CHARAUDEAU, 2004). O
projeto acontece há aproximadamente um ano, através de encontros semanais de 1h40 de duração, liderados
por alunas bolsistas, com orientação de uma professora do curso. Foi estabelecido um tema de interesse para
discussão do grupo. Nesse semestre, escolheu-se o tema “mulher” que foi abordado em suas relações com a
história, o trabalho, a família, a política, o amor, a maternidade, etc. Buscou-se a integração das quatro
habilidades em Língua Estrangeira e a exploração de diversos gêneros textuais, com foco nos gêneros orais,
justificado pelo objetivo principal de fomentar a expressão oral. Estamos observando um desenvolvimento
satisfatório na atuação dos alunos em língua espanhola e acreditamos que a relação estabelecida no grupo foi
o fator determinante que assegurou uma comunicação autêntica, que marcou, sobretudo, o uso do espanhol
para ampliar a interação entre os graduandos.
Palavras-chave: Língua Espanhola – Competência comunicativa – Expressão oral
SABERES E HABILIDADES ESPERADOS
DE UM PROFESSOR DE LÍNGUA ADICIONAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Janaína da Silva Forte (UFRGS)
Helena Vitalina Selbach (UFRGS)
Simone Sarmento (UFRGS)
Com o aumento do número de instituições de ensino que oferecem aulas de língua inglesa para jovens
aprendizes, se faz necessário discutir a formação desses professores. Rocha (2006, 2010), Santos (2005,
2010, 2011), Santos e Benedetti (2009), Tonelli e Cristovão (2010) elucidam as habilidades e saberes
esperados à atuação desses profissionais ao lidar com crianças em início de escolarização, bem como a (falta
98
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
de) formação oferecida pelos cursos de Letras. Desta forma, o objetivo desta comunicação é apresentar os
resultados de uma pesquisa que visou verificar quais saberes e habilidades são considerados necessários do
ponto de vista de professores, coordenadores de escolas e pais de alunos da educação infantil em diferentes
instituições de ensino em Porto Alegre. Os dados da investigação foram gerados através de entrevistas
semiestruturadas em sete instituições de ensino na cidade de Porto Alegre no ano de 2010: duas escolas de
educação infantil, duas escolas de educação básica e três escolas de idiomas. Pode-se concluir que é
esperado dos professores de língua adicional para alunos da educação infantil que tenham habilidades
específicas para o trato com os jovens alunos de dois a cinco anos, bem como que possuam saberes
concernentes não só relacionados à língua que estão se propondo a ensinar, mas também a conhecimentos
específicos do desenvolvimento infantil. Desta forma, torna-se importante proporcionar formação inicial e
continuada específica para esses professores de forma a suprir as expectativas com relação a sua atuação
profissional e, consequentemente, com relação à aprendizagem dos jovens alunos.
Palavras-chave: ensino de língua inglesa; educação infantil; formação de professores.
RECURSOS DIDÁTICOS E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Janayna Bertollo Cozer Casotti (Universidade Federal do Espírito Santo)
Durante muito tempo, ensinar Língua Portuguesa se restringia a dar uma aula em que o professor, numa
sequência metódica, expunha um determinado conteúdo, orientava algumas atividades, corrigia essas tarefas
e, depois, aplicava uma avaliação para verificar a aprendizagem dos alunos. Essa metodologia foi, de fato,
disciplinando professor e aluno, ao longo do tempo. No entanto, hoje, no ensino de língua, não podemos
negligenciar os inúmeros recursos que podem auxiliar tanto o professor, na dinamização de sua prática
pedagógica, quanto o educando em sua relação com o conhecimento. Segundo Rangel (2005), o
conhecimento construído pelas ciências da aprendizagem sobre “o que é aprender” nos leva a questionar as
concepções e práticas estabelecidas. É nesse sentido que nos propomos, nesta comunicação, a apresentar o
caminho que temos feito na coordenação do projeto de extensão “Recursos didáticos e suas contribuições para
o ensino de gramática”, na Universidade Federal do Espírito Santo. Para tanto, partiremos das discussões
empreendidas nas reuniões do projeto para chegar à apresentação do material didático produzido (jogos, por
exemplo), para o ensino de gramática, priorizando o texto como unidade de ensino, de acordo com o que
postulam os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998). Esse trabalho tem-nos permitido, portanto, verificar
quão necessária é a reflexão fundamentada na concepção de linguagem que o professor de Língua
Portuguesa assume em suas aulas, uma vez constatado que o docente capaz de compreender a linguagem
como interação procurará fazer um trabalho para além do livro didático, uma vez que entende o uso de
recursos didáticos variados como parte de uma prática pedagógica diferenciada, em que os educandos
participam do processo de aprendizagem.
Palavras-chave: Ensino de Língua Portuguesa. Recursos didáticos. Interação verbal.
FORMAÇÃO DOCENTE: UM CONTEXTO DE REFLEXÕES CRÍTICAS
Jane Beatriz Vilarinho Pereira (IFB)
Pensar sobre ensino-aprendizagem é sempre um desafio, pois nessa reflexão estamos analisando, na
verdade, o papel de todos os agentes envolvidos no contexto educacional, ou seja, o papel dos alunos, dos
professores, dos coordenadores, da escola e da sociedade. E, como destaca Freire (2007, p. 14, grifos no
original), “formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de destrezas”. Ensinar
consiste, assim, em um grande desafio para todos os seus agentes, pois exige pesquisa, ética, reflexão crítica
sobre a prática e o entendimento de que a educação é ideológica (FREIRE, 2007). Assim, tendo em vista a
proposta dos estudos críticos na formação docente e seus desafios, neste trabalho apresentaremos algumas
reflexões realizadas por três professoras de língua inglesa acerca de elementos pertinentes ao contexto de
ensino-aprendizagem, tais como: a sala de aula, a pesquisa, o professor, etc., e destacaremos o papel dessa
reflexão na formação docente. As reflexões e dados que serão apresentados foram coletados em uma
pesquisa colaborativa (MAGALHÃES, 2002) que investigou o uso da reflexão crítica (SMYTH, 1991) como
instrumento para a formação e para a reconstrução da ação docente. No período de coleta de dados dessa
pesquisa, todas as professoras participantes lecionavam em um centro de idiomas, situado em um bairro de
classe média, da cidade de Goiânia.
BAKHTIN E AUTHIER-REVUZ: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES CRÍTICOS
99
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Jaqueline Lima Fontes (Universidade Federal de Sergipe)
O presente estudo tem por objetivo apresentar uma perspectiva de trabalho voltada à formação de professores
leitores, a partir das noções de dialogismo e heterogeneidade, respectivamente apresentados por Mikhail
Bakhtin (1981) e Authier-Revuz (1990), que tratam da questão do “outro” na constituição do discurso. Como a
língua por si só é heterogênea, todo enunciado, conforme Bakhtin, é dialógico e se constitui a partir do
enunciado de outro, estabelecendo, assim, uma constante interação. O leitor proficiente seria aquele capaz de
captar o caráter dialógico dos discursos, tanto através de uma leitura como de uma escritura responsivo-ativa.
O dialogismo dos discursos permite-nos observar a natureza interacional do indivíduo em suas relações sócioculturais e históricas, que levam o sujeito a manifestar-se e a amparar-se no discurso do outro para dar sentido
a seu dizer. O conceito de heterogeneidade enunciativa surge posteriormente com Authier-Revuz, que postula
que os discursos são sempre atravessados por outros, permitindo emergir as marcas de suas presenças, e o
descentramento do sujeito. Nesta perspectiva, refletiremos sobre o modo de participação do professor de
línguas no ensino da leitura e da produção textual, buscando através dessas teorias, demarcar as relações
dialógicas estabelecidas entre as vozes que compõem o discurso produzido em sala de aula. A partir disso,
apontamos para um modelo de ensino de língua ancorado nas teorias do discurso, a fim de despertar, também,
a criticidade nos alunos.
Palavras-chave: Dialogismo. Heterogeneidade. Discurso.
UMA ANÁLISE DO PERFIL DO PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA DAS ESCOLAS PÚBLICAS
DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DE ARAPIRACA-AL
Jean Marcelo Barbosa de Oliveira (IFAL/UNEAL)
Neste trabalho abordamos a língua inglesa como disciplina, seu ensino, formação de professores de inglês.
Trata-se de um estudo qualitativo, de caráter investigativo, que visa identificar o perfil de professores de
escolas públicas de Educação Básica de um município do interior do estado de Alagoas, para tentar
compreender a atual situação do ensino de inglês nesta cidade, conhecer a sua formação, que opiniões eles
têm sobre os cursos de Letras que os formaram, quais atitudes eles tomam para melhorar sua prática docente.
A pesquisa foi desenvolvida através da aplicação de questionário semiestruturado e de um inventário de
crenças, no período de abril a julho de 2010, e envolveu 40 (quarenta) professores, de 30 (trinta) escolas com
idades entre 18 (dezoito) e 50 (cinqüenta) anos. Os dados coletados revelam, dentre outras coisas, que os
docentes pesquisados são graduados, 50% são especialistas em docência do ensino superior e 01 (um) é
mestre; 65% revelaram que a sua formação pedagógica foi insatisfatória, requerendo a procura por escolas de
idiomas para melhoria de proficiência na língua; 58% não participa de congressos ou seminários na área. O
referencial teórico apoiou-se em estudos da área de ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras, que tiveram
como foco de investigação a contribuição da língua estrangeira para a formação do indivíduo (Rajagopalan,
2005; Nicholls, 2001; Schultz, 2005; Leffa, 1999), e em pesquisas sobre formação de professores (Almeida
Filho, 2000; Paiva, 1997; Vieira-Abrahão, 1992; Moita Lopes, 1991; Gimenez, 2005). Verificamos que os
professores apesar de não se sentirem bem preparados pelos seus cursos de graduação, buscaram formação
continuada para dar sequência aos seus estudos e com isto melhorar sua atuação profissional. O questionário
aplicado atendeu a nossa expectativa, pois conseguimos ter um panorama da situação educacional sobre o
ensino de língua inglesa no município.
Palavras-chave: Língua inglesa; Formação de Professores; Escola Pública.
O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: A LINGUAGEM COMO DISCURSO E OS MULTILETRAMENTOS
Jeane Antonio Pedrozo (Universidade de Brasília)
Na sociedade contemporânea, em que as relações sociais e as identidades são constituídas em práticas
sociais mediadas pela linguagem escrita e visual, a leitura e a escrita constroem a identidade do ‘eu’ e do
‘outro’(Muniz da Silva, 2007). Nesse sentido, sendo a sala de aula de língua portuguesa um espaço privilegiado
para o ensino da leitura e escrita, é fundamental que esse ensino leve em consideração as práticas de
letramentos, entendidas como os modos como são (re)construídos os significados dos textos escritos em
contextos culturais e sociais (Street, 2000; Barton e Hamilton, 1998). A metodologia baseia-se em coleta de
registros por meio de observação de aulas e entrevista semiestruturada com professores de Brasília vinculados
ao PIBID sobre o ensino da escrita e o desenvolvimento de uma consciência linguística que permita entender a
100
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
linguagem como prática social, levando-se em consideração o conceito de multiletramentos, no sentido de
recobrir os usos e práticas sociais de linguagem que envolvem a escrita de uma ou de outra maneira, sejam
eles valorizados ou não valorizados (ROJO, 2009).
Esta pesquisa, recorte de meu trabalho de mestrado ainda em andamento, tem como objetivo investigar o
discurso dos professores sobre as práticas de letramento, focando, especialmente, nas marcas de identidade
que estão imbricadas nos discursos docentes. Além disso, investigarei em que medida esses discursos
contribuirão para a formação de futuros professores de língua materna e ainda de que forma o ensino da
escrita possibilita aos estudantes a apropriação dos gêneros para a construção do conhecimento e para
interagirem em diversos domínios sociais. Nesse sentido, busco refletir sobre o ensino de língua portuguesa,
mapeando a identidade docente, gerando dados para nortear a formação de futuros professores e propondo
uma educação linguística efetiva, agente de multiletramentos.
OS DESAFIOS DE NAVEGAR: A COLABORAÇÃO COMO BÚSSOLA
DA FORMAÇÃO CONTÍNUA DE PROFESSORES DE INGLÊS MEDIANTE AS NOVAS TIC
Jesiel Soares Silva (Universidade Federal de Minas Gerais )
Este trabalho analisa uma pesquisa colaborativa de mestrado desenvolvida por mim em parceria com um grupo
de cinco professoras da rede pública estadual e municipal de Goiânia, Goiás. Por intermédio de encontros
presenciais e virtuais apresentamos, discutimos e aplicamos algumas ferramentas da Internet no ensino de
inglês. O propósito maior foi averiguar de que forma a colaboração pode contribuir para uma prática docente
menos individual no Ensino de Língua Mediado por Computador (ELMC), e como a reflexão e a ação podem
ser alternativas na formação das professoras. As mudanças no cenário docente decorridas das novas
alternativas tecnológicas exigem que repensemos nossa atuação de modo a contemplar tais avanços. Para
tratarmos da formação de professores como profissionais reflexivos, fizemos uma discussão sobre as teorias
de Schön (1983, 1992) e os desdobramentos de sua teoria em Zeichner (2003), Zeichner e Liston (1996) e
Pérez Gómez (1992). Como parte dos construtos sobre a concepção de professor como profissional reflexivo,
discutimos a questão da autonomia do professor dentro do processo de interação com seus pares
(CONTRERAS, 2002; FREIRE, 1996 e GIROUX, 1997). O presente estudo de cunho qualitativo constitui-se em
uma pesquisa colaborativa na busca de alternativas de atuação docente (LASSONDE e ISRAEL, 2008;
HORIKAWA, 2008; HARRY, 2007). Os resultados apontam a colaboração como fator decisivo na formação
reflexiva das professoras de inglês que fazem uso do computador, pois compartilhando os avanços, angústias,
entraves do trabalho entre si, elas se sentiram mais seguras e confiantes para prosseguir. Os resultados
também mostram que a ação e a reflexão sobre a prática foram fundamentais para a construção de uma
docência menos individual. Além disso, os resultados mostram a importância da relação entre a universidade e
a escola pública na busca de alternativas para a melhoria dos processos educacionais.
Palavras-chave: Formação reflexiva de professores de línguas; Ensino de Línguas Mediado por Computador;
Colaboração.
O ACADÊMICO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS E SUAS REPRESENTAÇÕES
ACERCA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Jéssica Lidiane Andrade Freitas (UNIMONTES)
Este estudo em linguística aplicada em interface com a análise do discurso investiga as representações de
acadêmicos do curso de línguas estrangeiras (inglês e espanhol) de uma universidade do norte de Minas
Gerais acerca da educação inclusiva. As representações são determinantes para a constituição das práticas
pedagógicas desses professores em formação. Nesse sentido, como objetivo principal, pretende-se
compreender quais imagens o acadêmico em pré-serviço de cursos de línguas estrangeiras possui a respeito
da educação inclusiva, bem como a sua imagem acerca da formação para atuação nesse contexto
educacional. Para o desenvolvimento deste trabalho utilizou-se como base teórica: Mantoan (2003, 2006);
Woodward (2000); Fernandes (2008); Orlandi (2001) entre outros e para a formação do corpus deste estudo,
foram aplicados questionários com questões discursivas aos graduandos em pré-serviço dos cursos de Letras
Espanhol e Letras Inglês. O objeto de estudo desta pesquisa compõe-se dos discursos desses professores em
formação, os quais foram analisados a partir de uma interpretação discursiva. Nas análises foram flagradas
representações que indicam que a formação de professores inclusivos não decorre dos cursos de graduação,
mas da autonomia do acadêmico e da sua prática em sala de aula. Notamos que a representação de Educação
Inclusiva, pelos acadêmicos, se resume na inserção de alunos no ensino regular. Percebemos ainda, a imagem
de um graduando que não se autoriza lecionar em salas de aula inclusivas por não estar capacitado para
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
proporcionar a todos os alunos o ensino de outro idioma. A realização deste estudo possibilitará aos
licenciandos em línguas estrangeiras uma reflexão sobre a educação inclusiva e sobre a importância da sua
formação para atuar nesse contexto educacional.
Palavras-chave: Ensino de língua estrangeira. Educação Inclusiva. Análise do Discurso. Representações.
PROCESSOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM COLABORATIVOS
E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA
Jéssica Ramos de Oliveira (Universidade do Estado da Bahia)
O presente trabalho é parte de um projeto de pesquisa de Iniciação Científica e tem como objetivo apresentar
um levantamento bibliográfico, por meio de ferramentas eletrônicas, de estudos que abordam os processos de
ensino/aprendizagem colaborativos na formação de professores de língua inglesa tanto no contexto nacional
quanto internacional, contribuindo assim para um registro de trabalhos voltados para o ensino colaborativo e a
formação de professores de língua inglesa. Como metodologia de análise, fizemos uma busca eletrônica no
Portal da Capes e no Google Scholar concentrando nossa pesquisa nas publicações realizadas no período de
2008 a 2011, utilizando como critério de busca a presença dos termos: ensino colaborativo, formação de
professores e língua inglesa. Na sequência criamos uma tabela com dados como autor/título/ano, objetivo do
trabalho, fundamentação teórica, definição de ensino colaborativo e resultados, para melhor visualizar o
panorama geral. Foi encontrado um número substancial de trabalhos que atendiam aos critérios de busca
estabelecidos, o que ratifica a importância deste referencial teórico para a formação de professores de Língua
Inglesa. As análises preliminares demonstram que na atualidade muitos pesquisadores tem se fundamentado
nos pressupostos de Vygotsky (1984/2003), cujo postulado apresenta a aprendizagem como fruto da interação
social entre o indivíduo e o meio, de maneira que o ensino colaborativo tem oportunizado práticas de ensino
aprendizagem dialéticas, nas quais quem ensina aprende e quem aprende ensina, acenando para uma nova
perspectiva na formação de professores.
Palavras chave: Ensino Colaborativo; Formação de Professores; Língua Inglesa.
UM OLHAR PARA OS PROCESSOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM COLABORATIVOS
NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA
Jéssica Ramos de Oliveira1
BrunaNogueira Salomão Cunha1
Luciana Cristina da Costa Audi2
(Universidade do Estado da Bahia – UNEB)
O presente trabalho é parte de um projeto de pesquisa de Iniciação Científica e tem como objetivo apresentar
um levantamento bibliográfico, por meio de ferramentas eletrônicas, de estudos que abordam os processos de
ensino/aprendizagem colaborativos na formação de professores de língua inglesa tanto no contexto nacional
quanto internacional, contribuindo assim para um registro de trabalhos voltados para o ensino colaborativo e a
formação de professores de língua inglesa. Como metodologia de análise, fizemos uma busca eletrônica no
Portal da Capes e no Google Scholar concentrando nossa pesquisa nas publicações realizadas no período de
2008 a 2011, utilizando como critério de busca a presença dos termos: ensino colaborativo, formação de
professores e língua inglesa. Na sequência criamos uma tabela com dados como autor/título/ano, objetivo do
trabalho, fundamentação teórica, definição de ensino colaborativo e resultados, para melhor visualizar o
panorama geral. Foi encontrado um número substancial de trabalhos que atendiam aos critérios de busca
estabelecidos, o que ratifica a importância deste referencial teórico para a formação de professores de Língua
Inglesa. As análises preliminares demonstram que na atualidade muitos pesquisadores tem se fundamentado
nos pressupostos de Vygotsky, cujo postulado apresenta a aprendizagem como fruto da interação social entre
o indivíduo e o meio, de maneira que o ensino colaborativo tem oportunizado práticas de ensino-aprendizagem
dialéticas, nas quais quem ensina aprende e quem aprende ensina, acenando para uma nova perspectiva na
formação de professores.
Palavras chave: Ensino Colaborativo; Formação de Professores; Língua Inglesa.
A HETEROGENEIDADE LINGUÍSTICO-CULTURAL DOS ALUNOS:
UM DESAFIO PARA OS PROFESSORES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
José Carlos Chaves da Cunha (Universidade Federal do Pará)
102
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Em nosso país, o ensino de Língua Estrangeira (LE) tem sido quase sempre realizado em turmas homogêneas
do ponto de vista da língua-cultura materna dos alunos. Nos últimos anos, no entanto, principalmente com a
multiplicação das turmas de Português para estrangeiros, do Oiapoque ao Chuí, tem aumentado
substancialmente o número de turmas heterogêneas do ponto de vista da LM dos alunos sem que se tenha
refletido o suficiente sobre essa realidade complexa e preparado os professores para enfrentá-la. Na pesquisa
– Práticas de ensino, metalinguagem e uso de material didático nas aulas de língua estrangeira em turmas
heterogêneas do ponto de vista linguístico e cultural – que começamos a desenvolver este ano, visamos
analisar as práticas de ensino-aprendizagem de LE com esse tipo de público. Nosso trabalho está assentado
em uma concepção pragmática do funcionamento linguístico (SPERBER e WILSON; MOESCHLER e
REBOUL), em uma concepção cognitiva da metalinguagem (GOMBERT) e em uma concepção acional das
práticas de sala de aula (CONSELHO DA EUROPA, COSTE, BÉACCO, PUREN). Procuramos, em um primeiro
momento, estudar o modo como os professores de LE têm lidado com a heterogeneidade linguístico-cultural
em sala de aula. Para isso, observamos e analisamos aulas de Português e Francês destinadas a públicos de
línguas-culturas diferentes (em Belém, no Oiapoque e em Saint-Georges na Guiana Francesa) e entrevistamos
tanto professores quanto alunos para identificar em que medida este contexto heterogêneo tem favorecido ou
dificultado o ensino-aprendizagem de PLE. Nesta comunicação apresentamos os primeiros resultados dessa
pesquisa.
Palavras-chave: heterogeneidade linguístico-cultural, práticas de ensino, formação de professores.
LOS CURRÍCULOS DE LAS LICENCIATURAS MEXICANAS
EN ENSEÑANZA DE LAS LENGUAS EXTRANJERAS
José Luis Ramírez Romero
Fátima Encinas
Gicela Cuatlapantzi
(Universidad de Sonora)
En la actualidad existen en México aproximadamente 100 programas de licenciatura o maestría orientados a la
formación de futuros profesores de lenguas extranjeras (Cfr. ANUIES, 2006, 2007). Sin embargo, existe poca
bibliografía especializada sobre estudios donde se hayan analizado de manera sistemática los currículos
utilizados en tales procesos formativos, entre los cuales destacan los de De la Lama, 1987; Encinas y
Busseniers, 2003; y Encinas, Busseniers y Ramírez, 2007. El objetivo de la ponencia es presentar el diseño
metodológico y los resultados centrales de un estudio que pretendió analizar los planes de estudios de
licenciatura relacionados con la enseñanza de las lenguas extranjeras de diversas instituciones de educación
superior mexicanas. La estrategia metodológica utilizada se basó en los planteamientos de diversos autores del
campo del currículo como Díaz Barriga (1984), White (1997), y Casarini (1997). A partir de las propuestas
teóricas de los autores anteriores, se decidió revisar los siguientes aspectos: orientación de los planes y la
relación teoría-práctica; elementos que contienen; fundamentación en que se sustentan; tipo de orientación y
de profesionista que se quiere formar; contenidos y enfoques metodológicos privilegiados; tipo de diseño
curricular utilizado; perfil de ingreso deseado; y modalidad y vigencia de los planes, entre otros. Entre los
resultados centrales destacan los siguientes: se detectó una gran diversidad de nombres y orientaciones; si
bien la mayoría de los planes se orientan a formar docentes, algunos combinan la docencia con otras opciones;
la gran mayoría se enfoca en la formación de profesores de inglés y emplean diseños centrados en materias
aunque empiezan a emerger otras opciones; la modalidad más utilizada es la presencial; y la mayoría de los
planes de estudios se reporta en proceso de revisión o reestructuración.
Palabras clave: currículo, licenciaturas, lenguas extranjeras
O ENSINO DE ILE MEDIADO PELAS NTICS: O CONTEXTO DA FLORESTA
José Mauro Souza Uchôa (Universidade Federal do Acre)
Nesse estudo, apresento o contexto de ensino de ILE da região do Alto Juruá, situada na floresta Amazônica,
no estado do Acre, para o qual pesquiso estratégias de ensino de compreensão e produção oral em língua
inglesa (NUNAN, 1999; RICHARDSON, 2008) para os graduandos do curso de Letras/Inglês da Universidade
Federal do Acre, Campus Floresta, apropriada ao contexto local (HOLLIDAY, 1994) e em consonância como as
necessidades dos graduandos (RICHARD e WATERS, 1987) e as demandas de fluência oral (PAIVA, 2006).
Este estudo é parte da tese de doutorado que se propõe a entender quais são os saberes necessários para
didatização (ZABALA, 1998; DOLZ e SCHNEUWLY, 2004) de uma prática discursiva oriunda das NTICs
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
denominada de podcast educacional (STANLEY, 2006 e 2006, CARVALHO, 2008) e caracterizada como
gênero do discurso das ambiências digitais (UCHOA, 2010, 2011). Esta pesquisa compreende a linguagem
como prática social (HALLIDAY, 1979) e faz uso das noções de contexto de cultura e de contexto de situação
da Linguística Sistêmico-funcional (HALLIDAY e HASAN, 1989; HALLIDAY e MATHIESSEN, 2004)
contemplando o conceito de gênero e de registro, com suas variáveis de campo, relações e modo (EGGINS,
2004, MARTIN e ROSE, 2008). Ela se inscreve como alternativa ao paradigma didático-metodológico imposto
pelo imperialismo cultural (PHILLIPSON, 1992, 2010; TOMLINSON, 2008; SAID, 1994) tão difundido pelo
mercado editorial nacional e internacional e concebe o ensino de ILE (ELLIS, 1995, 1997) como sendo uma
atividade social mediada pela linguagem (BERNSTEIN, 2000 e 2003), e construída na interação com o outro
(VYGOTSKY, 1993, 1994).
Palavras-chaves: Ensino de ILE; contexto; podcast
PESQUISA-AÇÃO: CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO DE ALUNOS- PROFESSORES DE INGLÊS
Josimayre Novelli Coradim - PG(UEL)/UNESPAR-FECILCAM/FA
A presente comunicação tem por objetivo apresentar parte de uma pesquisa de doutorado com alunosprofessores de Língua Inglesa durante o estágio supervisionado do curso de Letras Português/Inglês de uma
instituição pública do norte do Paraná. Ao se configurar uma pesquisa-ação, de base interpretativista e
etnográfica, pretendo analisar a construção de conhecimento desses alunos-professores no contexto em
questão, olhando-se para o processo de como eles elaboram seus planos de aula, colocam-nos em prática,
avaliam suas próprias práticas e refletem sobre esse processo durante a realização do estágio. Para guiar essa
análise, proponho as seguintes perguntas: 1) Que conhecimentos os alunos produzem por meio da pesquisaação?; 2) Quais são os recursos que dão suporte a construção desse conhecimento?; 3) Como o aluno se
posiciona em relação ao conhecimento produzido pela pesquisa-ação?. Como pressupostos teóricos, adoto a
pesquisa-ação e a cognição situada. Quanto ao corpus de análise dessa comunicação, apresentarei uma
análise inicial dos grupos de reuniões realizadas antes e após a orientação para a elaboração dos planos de
aulas, dos encontros, também em grupos, realizados antes e após a aplicação dos planos, bem como as
observações-participantes da pesquisadora e as anotações feitas pelos alunos-professores após cada aula
ministrada. Como resultados, espero que a análise realizada nessa pesquisa possa contribuir para que o
processo de formação de alunos-professores seja visto e compreendido como momento de produção, análise,
avaliação e reflexão de suas práticas, amenizando as lacunas existentes na formação de professores.
Palavras-chave: Pesquisa-ação; Cognição situada; Formação de professores.
O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA E ARGUMENTAÇÃO ATRAVÉS DA CRIAÇÃO DE DOCUMENTÁRIOS
Julia Maria Raposo Gonçalves de Melo Larré (Letras UFPE/ DO Letras PPGL UFPE)
O presente trabalho consiste em exibir ao público as análises e os resultados de uma experiência didática no
aprendizado de língua inglesa instrumental na turma do primeiro período de Jornalismo de uma universidade
federal relacionada à produção de documentários semi-espontâneos na referida língua. O projeto 'Making a
Documentary', elaborado especificamente para o referido curso, tem como principais funções: trabalho prático
com língua inglesa em ambiente universitário; conscientização e prática efetiva da argumentação para o
aprendizado de língua inglesa; elaboração de documentários diversos na referida língua; problematização e
encontro de soluções para os problemas enfrentados pela sociedade como um todo a partir da discussão e
produção dos documentários. A comunicação oral a ser apresentada resulta, portanto, de um trabalho inserido
no âmbito da Pesquisa Crítico-Colaborativa (Fuga & Magalhães, 2010) e demonstraremos análises de caráter
parcial sobre a organização argumentativa (Leitão, 2011; Damianovic, 2011) de dois dos filmes produzidos
pelos discentes do curso supracitado. No contexto do ensino-aprendizagem de língua estrangeira, a
investigação sobre a argumentação torna-se fundamental, pois, além de estar trabalhando as competências
linguísticas e discursivas, o indivíduo passa a utilizar a língua-alvo para efetivar ações transformadoras e
relevantes, passando a compreender que possui, verdadeiramente, um papel social como ser humano e como
falante de uma língua estrangeira em sua área de atuação (Larré, 2012). Isso significa que é na própria
linguagem e no uso que os indivíduos fazem dela que estes conseguem definir suas próprias ações e,
consequentemente, definir seu próprio papel no mundo social.
Palavras-chave: Argumentação, Língua Inglesa, Documentários
PROFESSOR DE INGLÊS E LIVRO DIDÁTICO: DISCURSO E MEMÓRIAS
EM CONSTITUIÇÕES IDENTITÁRIAS
Juliana Orsini da Silva (UEL)
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
A presente comunicação tem como objetivo apresentar resultados preliminares de uma tese de doutoramento
que visa o estudo de identidades de professores de língua inglesa em sua relação com o livro didático. A base
teórica que orienta essa pesquisa é a Análise do Discurso de linha francesa. Por identidade, entendemos-a não
como algo fixo, imutável, que já nasce com o sujeito, mas como algo que está em constante transformação,
que se constrói pelos gestos, pelas palavras e pelo olhar do outro. Nesse sentido, acreditamos que a
identidade do professor também se constrói na voz das instituições que se expressam nos discursos político
pedagógicos, nos documentos oficiais e, consequentemente, na relação com o livro didático. Dessa forma,
nosso intuito é apresentar a análise de sequências discursivas provenientes de uma das questões do
questionário que compõe a coleta dos dados. Tal instrumento foi aplicado, no ano de 2011, a sete professores
de língua inglesa de escolas públicas do noroeste do Paraná. Procuramos identificar quais são as memórias
dos professores relativas ao livro didático, bem como os discursos que são produzidos e como esses
constituem suas identidades. De acordo com os dados, percebemos que as memórias acerca do livro didático
estão dentro de um contexto histórico e institucional, que, por meio dos discursos, perpetuam-se nas práticas
discursivas escolares.
Palavras-chave: Professor de língua inglesa. Identidades. Discurso.
FORMAÇÃO EM LÍNGUAS ESTRANGEIRAS PARA FINS ACADÊMICOS:
UMA EXPERIÊNCIA COM PROFESSORES EM FORMAÇÃO NA PRÁTICA DE ENSINO EM INGLÊS
Juliana Zeggio Martinez (UFPR e PG-USP)
Este projeto se insere nas ações da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, e sua idealização surgiu da
constatação de que alunos com fragilidade socioeconômica têm dificuldade de aprofundar seus estudos em
línguas estrangeiras durante a graduação, não só pelos preços cobrados pelas escolas e centros de línguas,
mas também pelo perfil dos cursos oferecidos por estas instituições, normalmente muito inespecíficos quanto
aos seus objetivos. Assim, os cursos de formação em línguas estrangeiras para fins acadêmicos (alemão,
francês, inglês e espanhol) possuem como objetivos principais: 1) oportunizar a formação linguística para
estudantes de graduação com fragilidade socioeconômica que estejam projetando uma futura participação em
cursos de pós-graduação e/ou programas de mobilidade estudantil e outras ações em que o domínio de uma
língua estrangeira é pré-requisito ou condição para sua participação; e, 2) aprimorar a formação docente no
Curso de Letras, oferecendo um espaço alternativo de vivência/experiência em sala de aula, que privilegia o
trabalho em equipe e o aprofundamento em questões teórico-metodológicas, numa perspectiva
sociointeracionista e intercultural. Para tanto, os cursos possuem um programa específico que, assim como o
material didático, é elaborado e discutido pelo coordenador com sua equipe. Os quatro módulos, de 44
horas/aula, são ministrados por bolsistas e por alunos das disciplinas de Metodologia e Prática de Ensino. O
fato de produzirem todo o material didático, com documentos autênticos, de diferentes gêneros textuais,
constituindo unidades ou sequências didáticas, permite a estes professores em formação exercer a docência
em condições capazes de promover inovações metodológicas e reflexão sobre a prática docente. O trabalho
apresentado aqui aborda aspectos da formação docente na prática de ensino em inglês e a dimensão da
pesquisa na formação do professos de línguas estrangeiras.
A RELEVÂNCIA DA PARCERIA UNIVERSIDADE-ESCOLA PARA FORMAÇÃO
DO PROFESSOR DE LÍNGUAS
Júlio Ferreira Neto (G-UFPA)
Márcia Cristina Greco Ohuschi (UFPA)
A Faculdade de Letras da UFPA - Campus Universitário de Castanhal – tem desenvolvido, desde 2010,
projetos de pesquisa e de extensão que visam estabelecer uma parceria entre Universidade-Escola, buscando,
sobretudo, a formação do professor de Língua Portuguesa. A partir desta temática, este trabalho, vinculado ao
Projeto de Pesquisa “Diagnóstico do trabalho com os gêneros discursivos na escola” (processo 022581/2010),
tem como objetivo geral suscitar reflexões acerca da importância desta parceria para o desenvolvimento da
formação continuada de professores de Língua Portuguesa, uma vez que o desenvolvimento da competência
do profissional é um dos requisitos para a melhoria da qualidade de ensino. Como objetivos específicos,
propomo-nos a: a) diagnosticar os resultados da parceria na constituição de saberes sobre as concepções de
linguagem e as práticas linguísticas; b) diagnosticar os resultados da parceria na constituição de saberes sobre
o trabalho com os gêneros discursivos. Desse modo, à luz da Linguística Aplicada, com base nos pressupostos
teóricos de Bakhtin/Volochinov (1992), Bakhtin (2003), Vygotsky (1988) e Tardif (2000), elaboramos um
questionário para aplicarmos a dez professores que participaram do Projeto de Extensão “O ensino e a
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
aprendizagem da Língua Portuguesa e a formação do professor” (UFPA), desenvolvido, na referida Faculdade,
em 2011, e analisamos os saberes constituídos por meio da participação no projeto. Os resultados parciais,
obtidos até este momento, demonstram que a maioria dos docentes não tinha conhecimento satisfatório sobre
as concepções de linguagem, leitura, escrita e gramática, bem como do trabalho sistematizado com os gêneros
discursivos, declarando, nos questionários, que alteraram sua visão sobre tais aspectos após as oficinas
oferecidas pelo projeto. Assim, concluímos que a parceria Universidade-Escola é essencial para o
desenvolvimento dos saberes docentes, a partir dos quais poderão ser desenvolvidas práticas educativas mais
satisfatórias no ensino e aprendizagem da Língua Portuguesa. Palavras-chave: parceria Universidade-Escola;
formação do professor; saberes constituídos.
A EPISTEMOLOGIA GERATIVA E O ENSINO DE LÍNGUA
Junia Lorenna da Silva (UnB/Sec.Educ. GDF)
Este trabalho visa estabelecer uma aproximação entre pressupostos oriundos da Teoria Gerativista, de Noam
Chomsky (1957), e conceitos a ela correlatos, e o ensino de língua portuguesa. Essa corrente teórica tem feito
muitos avanços na área da pesquisa formal ao tentar explicar como ocorre a relação entre língua e mente, mas
ainda não se observam muitas utilizações dos pressupostos de tal área no desenvolvimento de pesquisa
relacionadas ao ensino. Dessa forma, pretende-se estabelecer correlações entre os conceitos Aquisição de
linguagem, Gramática Universal (GU), Input, Argumento da Pobreza de Estímulo e Período Crítico às questões
relacionadas ao ensino, bem como pesquisar de que forma tais pressupostos podem contribuir para a
formação de profissionais de ensino de língua. A metodologia constará de uma análise teórica da
epistemologia gerativa com foco principal na obra Regras e representações, de Noam Chomsky (1981), e na
elaboração de questionamentos que evidenciem de que forma tais pressupostos teóricos podem contribuir com
questionamentos relacionados ao ensino de língua portuguesa. Esta investigação tentará responder às
seguintes perguntas: a) De que forma a teoria gerativa pode auxiliar os professores? b) As hipóteses da teoria,
relacionadas aos conceitos de Aquisição de linguagem, Gramática Universal (GU), Input, Argumento da
Pobreza de Estímulo e Período Crítico respondem a que tipo de perguntas relacionadas ao ensino de língua?
c) Qual a relevância de se adotar o pressuposto da aquisição de língua por meio de uma Gramática Universal
(GU) para os professores? d) A aquisição da escrita se trata de aquisição de segunda língua ou não? e) Qual a
importância do input e do output para a aquisição e para a aprendizagem?
Palavras-chave: ensino; gerativismo; input
LETRAMENTO DIGITAL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA
ESTRANGEIRA PARA O MEIO VIRTUAL
Karina Mendes Nunes Viana (UnB)
Pessoas de diversas partes do mundo estão se empenhando em ensinar/ aprender Português Brasileiro como
Língua Estrangeira — PLE. Em decorrência desse crescente interesse do mundo pela língua portuguesa, há
professores das mais variadas nacionalidades ensinando Português por meio de plataformas virtuais. Esse
interesse do mundo pela nossa língua, não se deve apenas à ascendente representatividade do idioma para a
comunicação global, envolve, também, atrativos econômicos, políticos, sociais e culturais. Assim, é muito
pertinente refletirmos sobre abordagens de formação de professores norteadas pelas novas configurações de
usos da linguagem, ensejadas pelos ambientes virtuais. A partir desse contexto, este trabalho tem por
objetivos selecionar dentre os estudos produzidos no Brasil, os que se propõem a construir pontes entre
Letramento Digital e formação de professores de línguas, discutir o conceito de Português como Língua
Estrangeira e refletir sobre algumas contribuições desses construtos para a formação do professor de PLE para
o meio virtual. Para isso, procederemos à revisão bibliográfica nacional e internacional. Em seguida,
analisaremos as relações entre os conceitos de PLE e Letramento Digital e os saberes específicos dos
professores de línguas para o meio virtual. Para isso, contaremos com os estudos realizados, dentre outros,
por pesquisadores como (BASSO, 2001; GARCEZ e SCHLATER, 2011; KLEIMAN, 2006; SOARES, 2002).
Com este estudo oportunizaremos reflexões sobre possíveis novas ações voltadas à formação do professor de
PLE para o meio virtual.
Palavras-chave: letramento digital; formação de professores; Português como Língua Estrangeira; meio virtual.
A TÊNUE (E PERIGOSA) FRONTEIRA ENTRE O ENSINO TRANSCULTURAL
E O DALTONISMO CULTURAL
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Karine Dourado Silva (Universidade de Brasília)
Aliado ao fato de que ensinar-aprender é ter acesso a um universo de possibilidades, que permite o
desenvolvimento constante de personalidade criativa e de ações (trans)formadoras, o caráter essencialmente
transcultural das sociedades contemporâneas exige do processo de ensino-aprendizagem de línguas a adoção
da perspectiva do transculturalismo crítico. O atendimento a essa necessidade evita que seja construída uma
política da diferença que entra em conflito com a construção de projetos comuns. É sugerida, portanto, a
promoção de diálogos cujas dificuldades não acabem por exterminá-lo, tampouco sejam ignoradas.
Reconhecer a diferença cultural na sociedade e na escola traz como primeira implicação, para a prática
pedagógica, o abandono de uma perspectiva monocultural, da postura que Stoer e Cortesão (1999)
denominam de daltonismo cultural. Observando-se a tênue fronteira entre o ensino transcultural, apontado por
muitos estudiosos como ideal, e o ensino a partir do daltonismo cultural, perspectiva condenada nos estudos
relacionados ao ensino de línguas, o Projeto de Incentivo às Práticas de Leitura e Escrita (Projeto IPÊ) propõese o desafio de valorizar igualmente as diferenças. O processo de ensino-aprendizagem de línguas deve
promover diálogo e trocas culturais sem, no entanto, fazer com que essas trocas anulem umas às outras, ou
seja, deve reconhecer os pilares comuns a todas as culturas e os pilares pelos quais se comunicam, mas
também valorizar suas particularidades.
Palavras-chave: Daltonismo. Cultural. Transculturalismo.
DA TEORIA À PRÁTICA: AVALIANDO AS CONTRIBUIÇÕES DO PIBID
À FORMAÇÃO DE NOVOS PROFESSORES DE ESPANHOL
Katia Aparecida da Silva Oliveira (UNIFAL-MG)
A formação de professores no Brasil vem ocupando, há algum tempo, um importante espaço nos debates
sobre a educação no país. Alguns desses debates tratam da atual falta de interesse dos jovens pela carreira
docente e das consequências desse desinteresse para a nossa realidade educacional. Diante desse
panorama, algumas medidas foram tomadas pelo Governo Federal, por meio de suas agências de fomento,
como forma de valorizar a carreira docente e incentivar a formação de professores. Especialmente para este
caso, foi criado o PIBID – Programa Institucional de Bolsas Iniciação à Docência, que tem por objetivo
aproximar os alunos de cursos de licenciatura da realidade escolar, motivando-os e preparando-os para a
docência a partir do contato com docentes em serviço e com a comunidade escolar, contando com o apoio da
universidade. Tratando especificamente do caso de formação de futuros professores de espanhol na UNIFALMG, o PIBID tem contribuído de forma significativa para a formação de licenciandos que, participando do
programa, começam a refletir sobre sua prática, desenvolvem a habilidade de pesquisar temas relacionados ao
espanhol e ao seu ensino, ou mesmo, a aspectos que se refiram à sua própria formação. Nesse sentido, este
trabalho pretende relatar algumas ações do PIBID e, a partir do método de análise de conteúdo, analisar seus
objetivos e resultados para depois contrastá-los às avaliações dessas ações, feitas pelos licenciandos, em
seus relatórios. Pretende-se assim, avaliar como as ações do programa podem impactar o perfil dos
professores de espanhol que formamos, demonstrando que o contato com a dimensão prática na formação de
professores tem um efeito positivo nesse processo, como dizem Malglaive (1997) e Imbernón (2002), pois leva
os futuros docentes, por um lado, a reconhecerem a prática do que teorizam, enquanto alunos, como parte de
uma realidade e, por outro, a desenvolverem a sua identidade enquanto docentes.
Palavras-Chave: PIBID; Formação de professores; Espanhol
(RE)-PENSANDO MULTILINGUISMO NO ENSINO DE LÍNGUAS ADICIONAIS
Katia Vieira Morais (Universidade Federal do Pampa)
Docentes das áreas de linguística, retórica e literatura em língua inglesa, espanhola e portuguesa repensam
multilinguismo através de proposta de curso de línguas adicionais. Este grupo de docentes reinventa seus
conceitos de linguagem e currículo contestando percepções de monolinguismo. Assim, os docentes reavaliam
conceitos de linguagem através da criação de grade curricular e da escritura colaborativa do projeto
pedagógico do curso. A grade curricular e o projeto pedagógico são um reflexo do processo de repensar
multilinguismo e translinguismo como demonstram as entrevistas dos professores já que mudanças
substanciais no entendimento sobre linguagem e currículo ocorreram no processo de criação da proposta.
Objetiva-se apresentar este estudo qualitativo para arguir que é também no trabalho coletivo e colaborativo de
docentes em questões administrativas que há criação de conhecimento acadêmico. Este estudo é permeado
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
pelo entendimento do modelo translingual de Horner, NeCamp e Donahue que prevem que é possível
multilinguismo em contextos percebidos como monolíngues se o trabalho acadêmico perpassar áreas de
estudo, culturas e línguas. (HORNER, NeCAMP e DONAHUE, “Toward a Multilingual Composition
Scholarship”, 2011). Estes autores promovem uma mudança de paradigma em como docentes podem ensinar,
pesquisar e escrever. Neste estudo qualitativo, apresenta-se resultados parciais das análises de entrevistas
com docentes, do processo de criação de grades curriculares e do projeto pedagógico do curso. Houve
mudança significativa de entendimento de linguagem e currículo num período de um ano de trabalho por parte
dos docentes das áreas acima mencionadas, sendo este um resultado propulsionado pelo método de trabalho
coletivo e colaborativo. Translinguismo e multilinguismo podem e devem ser fomentados não somente nas
salas de aula e projetos de pesquisa e extensão, mas também nos currículos dos cursos de Letras.
PRÁTICAS EM CONSTANTE FORMU(L)AÇÃO:
ESCRITA, LEITURA, DESENVOLVIMENTO DO VOCABULÁRIO
Kely Cristina Silva
(Escola Estadual Deniz Vale, Escola Municipal Matha Drummond Fonseca, Fale – UFMG)
O TRATAMENTO DA VARIEDADE LINGUÍSTICA: ATIVIDADES PRÁTICAS
PARA O TRABALHO DO PROFESSOR EM SALA DE AULA DE ESPANHOL/LE
Kelly Cristiane Henschel Pobbe de Carvalho (UNESP Assis)
Jéssyca Camargo da Cruz (IC-FAPESP/UNESP Assis)
O ensino do espanhol como língua estrangeira vive um momento significativo em sua história, em nosso país.
Além de questões geográficas de proximidade entre o Brasil e os países hispânicos, questões políticas têm nos
unido aos nossos vizinhos. O ponto de partida foi o Tratado do Mercosul (em 1991) e atingiu seu apogeu com a
Lei n° 11.161/2005, que torna obrigatória a oferta do ensino do espanhol no Ensino Médio das escolas
brasileiras. Por conseguinte, essa ascensão tem despertado nos linguistas a necessidade de reflexão sobre
essa língua tão rica e heterogênea, bem como sobre seu ensino, no Brasil. Em 2006, foi publicado, nas
Orientações Curriculares para o Ensino Médio (BRASIL, 2006), um capítulo dedicado à língua espanhola, com
o intuito de nortear o seu ensino, em nosso contexto. De acordo com as autoras, esse documento deve ser
visto como um “gesto político”, “um gesto de política linguística que exige uma reflexão sobre o lugar que essa
língua pode e deve ocupar no processo educativo”. Tendo em vista tal contexto, o objetivo deste trabalho é
propor e compartilhar algumas atividades didáticas para a aula de espanhol que tratam das variedades
linguísticas, com a intenção de promover sua compreensão, não apenas como repertório de particularidades,
mas como parte integrante de usos linguísticos, definidos histórica y socialmente, de maneira a evitar visões
preconceituosas a respeito da língua e suas culturas. Essas atividades constituem encaminhamentos
decorrentes da experiência que iniciamos no Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores, projeto de
extensão desenvolvido pelos Departamentos de Educação e de Letras Modernas da FCL – UNESP/Assis. Tais
atividades estão em processo de elaboração e aplicação e integram também os resultados previstos para o
projeto de Iniciação Científica (FAPESP): Variedade linguística no ensino de espanhol a brasileiros: formas
pronominais de tratamento, ainda em fase de desenvolvimento.
Palavras-chave: ensino do espanhol; variedade linguística, atividades didáticas
AN INVESTIGATION OF THE METACOGNITIVE STRATEGIES
USED IN HYPERTEXTUAL READING IN THE ENGLISH LANGUAGE
Keyla Maria Frota Lemos (Universidade do Estado do Rio Grande do Norte)
The hypertext is increasingly becoming a source of information for the distance learning student as well as
students in face to face classes. Keeping this in mind, the present study aimed at analyzing hypertextual
reading of English texts regarding the use of metacognitive strategies. It also intended to observe reader’s
behavior face to the hypertextual resources, such as links and research tools. This qualitative research did not
intend to build generalizations, but to explore and describe an event, as we believe in the contributions that
findings made here can bring to future research. The theoretical background of this research include, among
others, the works of Goodman (1987), Smith (1971), Leffa (1996), Rumelhart (1980), Carrell (2004), Coscarelli
(2005), Xavier (2005), Lobo-Sousa (2009), Lévy (1993), Lapuente (2006) and Sabadini (2007). In order to
identify the strategies used by the subjects, the instruments for data collection were the verbal protocols, that is,
we recorded the verbalizations made by the subjects regarding their thoughts during reading, and the images of
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
the computer screen, so we could notice the strategies used to surf on the internet and how they interacted with
the hypertext and its resources. The results of the data analysis showed that the subjects were able to use a
variety of strategies, monitoring and evaluating not only their reading comprehension, but also the reading
material regarding its content and organization. However, we could also perceive that readers underuse the
hypertext and the resources it offers. Results also point that subjects are more likely to use the resources
intrinsic to the hypertext, as links and research tools, in websites they are already familiar with, such as the
Wikipedia. We believe that this work contributed to research already done in order to achieve a greater
understanding of what hypertextual reading is.
Key-words: Reading. Strategies. Hypertext.
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE FRANCÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA:
MOBILIZAÇÃO DE CAPACIDADES DE LINGUAGEM EM ATIVIDADES DE TRADUÇÃO
Larissa Maria Ferreira da Silva Rodrigues(UFC)
Eulália Vera Lúcia Fraga Leurquin(UFC
Este resumo contempla parte de uma pesquisa desenvolvida no Mestrado em Linguística Aplicada na
Universidade Federal do Ceará. Partimos do pressuposto de que alunos, no contexto de formação inicial de
professores de LE, podem mobilizar capacidades de linguagem (capacidade de ação, capacidade discursiva e
capacidade linguístico-discursiva) para realizar suas ações dentro da prática linguageira em que estão
inseridos (SCHNEUWLY E DOLZ, 2004). Investigamos, então, essas capacidades mobilizadas em atividades
de tradução de diálogos, retirados de cenas de filmes franceses, na formação de professores, restringindo-nos
ao ensino de francês, língua estrangeira (FLE), no curso de Letras/Francês da UFC. Este trabalho está
ancorado nos pressupostos teóricos do Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 2009 [1999]), na
concepção de Capacidades de Linguagem (DOLZ, PASQUIER e BRONCKART, 1993) e nas abordagens
textuais e discursivas em tradução (TRAVAGLIA, 2003 e ADAM, 2010). Para analisar os dados utilizamos a
técnica da autoconfrontação simples (FAÏTA e VIEIRA, 2003) que compreende a produção por cada indivíduo,
pesquisado, de textos-discursos após a atividade realizada. Os resultados prévios indicam que alunos de FLE,
ao executarem atividades de tradução, principalmente, de diálogos, desenvolvem capacidades linguageiras
que perfazem a sua educação linguística no idioma estrangeiro. Além disso, as capacidades permitem
conceber a atividade de traduzir sob a perspectiva do ISD, o qual visa demonstrar que as práticas linguageiras
(ou os textos-discursos) são os principais instrumentos do desenvolvimento humano. Desta forma, a tradução
se configura como um importante elemento na sala de aula e na formação inicial de professores de francês
língua estrangeira.
Palavras-chave: Capacidades de linguagem, Formação de professores de FLE, Tradução.
IDENTIDADE EM FORMAÇÃO E DISCURSO NUMA PERSPECTIVA HÍBRIDA
Laura Janaina Dias Amato (UNILA)
O professor de língua estrangeira está sempre circulando entre dois espaços: o da língua e cultura materna e o
da língua e cultura estrangeira. Partindo da premissa que esses espaços não são fixos e localizados, mas
fluídos e permeados por narrativas, a comunicação presente abordará alguns caminhos pelos quais
professores de língua estrangeira, no caso, a língua alemã, constroem parte da sua identificação com a cultura
de língua estrangeira. Os professores em questão atuavam em um Centro de Línguas e Interculturalidade
(CELIN) de Universidade Federal do Paraná (UFPR), sendo que alguns já eram formados e outros ainda em
formação.A partir de conversas realizadas, as narrativas foram analisadas a partir de um viés da teoria póscolonial, abordando aspectos como “terceiro espaço” e hibridismo (Bhabha, 2008). Tendo em vista que as
narrativas são historicamente localizadas e permeadas por outras metanarrativas, o deslocamento identitário
dos docentes mostra-se flexível, mas ao mesmo tempo os professores têm a necessidade de se localizarem
em um discurso. Veremos que a tentativa de uma construção híbrida (Bhabha, 2008) de noção de identidade
não é tão fácil e simples como os próprios professores que circulam entre os espaços gostariam que fossem e
as narrativas mostram as angústias e desejos, assim como os deslocamentos e a tentativa de ser híbrido.
DA QUEIXA À HONRA DE SER EDUCADOR: POR UMA ÉTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Lauro Take Tomo Veloso (Faculdade Anhanguera de São José dos Campos)
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Em uma instituição de ensino superior, acadêmicos de pedagogia queixavam-se a cerca da indisciplina
percebida durante estágio curricular obrigatório, assim constitui-se o problema motivador desta pesquisa.
Levantou-se como hipótese o fato de que os formandos enunciavam um interdiscurso, isto é, um discurso
sócio-histórico que permeia a mídia em seus vários suportes e a sociedade de que o professor tem sido
expropriado do poder disciplinador de que foi tradicionalmente investido; e por razões inerentes a constituição
da subjetividade de alguns sujeitos, deslocavam-se da queixa à honra e responsabilização. Objetiva-se,
rastrear, na materialidade linguística do discurso produzido por futuros professores, indícios do descentramento
da identidade, expropriação do poder disciplinador e assunção da honra e responsabilização. Fundamenta-se
nos pressupostos da Análise do Discurso de perspectiva francesa e de autores que com ela dialogam,
sobretudo Lacan. O corpus de pesquisa foi constituído de vinte questionários que contemplam a percepção de
indisciplina pelo futuro professor e descrições, na forma de um diário, de como lidaram com as situações de
indisciplina ao longo de um mês. Resultados da análise revelaram que um formando professor, partindo do
inicio da coleta dos registros, apresentava uma identidade pessoal abalada, ou descentrada, típica da pósmodernidade, nomeada por Hall (2005) como perda de um ‘sentido estável de si’. Os registros por escrito
posteriormente coletados, apontaram para subjetivações que revelaram a assunção da vergonha, da honra e
da responsabilização, portanto denotam que o aluno-professor deslocava-se da posição de sujeito do primum
vivere, daquele que vive para salvar a própria pele ou experimenta a indiferença, para assunção do desejo.
Esse deslocamento lhe possibilitou customizar-se na singularidade do seu desejo; operando sobre o mundo,
interpelou a realidade de maneira a considerar o novo, o imprevisto, o injustificável, o inesperado, o inusitado.
Portanto, por consequência da atividade da escrita, a análise do corpus permitiu a percepção de um
questionamento sobre si; em razão de sua economia, a escrita pareceu ter o potencial para deslocar o futuro
professor da queixa à honra e responsabilização.
Palavras chave: Honra; Responsabilização; Análise do discurso; Pós-modernidade.
FORMACIÓN DE LA IDENTIDAD PROFESIONAL DEL DOCENTE DE LENGUA ESPAÑOLA:
PRACTICAS / ‘ESTÁGIO’ CURRICULAR SUPERVISADO
Leonor Nora Fabian Bráñez (UFRR)
La temática de la Identidad Profesional Docente es bastante discutida en el campo de la Lingüística Aplicada.
Esta investigación se desarrolló en un Curso de Licenciatura en Letras Portugués- Español de la enseñanza
pública en la ciudad de Boa Vista-RR. Objetivo general: Comprender y analizar la constitución de la identidad
profesional del futuro Docente de Lengua Española (LE) en el contexto de las Disciplinas de Prácticas /
‘Estágio’ Curricular Supervisado. Componente curricular cuyas disciplinas se constituyen en pilares de la
formación profesional del futuro docente de LE. Puesto que son espacios de articulación de la “teoría con la
práctica”. Situaciones vividas in locus dentro del contexto escolar, en la realidad del campo de trabajo del futuro
docente. Tuvo como Objetivo específico: Propiciar el desarrollo de la acción - reflexión-crítica del futuro docente
de LE sobre su propia acción en la praxis. Se considera la Formación Inicial dos aspectos fundamentales:
Aspecto lingüístico, la competencia comunicativa y el aspecto didáctico. Surge la pregunta ¿Cómo se
constituye la identidad? Existen múltiples investigaciones entre algunas se citan: Moita Lopes (1995b), Signorini
(1996), Serrani(2006), Hall(2003). Esta pesquisa se Fundamentó en la Teoria del Desenvolvimiento humano
TSHC de Vygotsky (2011), la Dialogia de Bakhtin (2003), ‘Estágio’ y Docencia de Pimenta, Lima (2011).
Metodología Cualitativa: se consideraron cuestionarios, entrevistas, grabaciones, otros. Conclusiones: Las
prácticas se constituyeron en espacios de significación social de la profesión que escogieron, la identidad
profesional se construye y es una marca peculiar del futuro docente. La identidad del practicante futuro docente
se construye dentro del grupo social, no individualmente.
Palabras clave: Identidad profesional, Formación Inicial docente, Prácticas/‘Estágio’.
A FORMAÇÃO CRÍTICA DOS ALUNOS ATRAVÉS DE ATIVIDADES DE PRODUÇÃO ORAL
EM UMA SALA DE AULA DE LÍNGUA INGLESA
Lianna Maria Tavares de Lacerda (UFAL)
O Projeto de Extensão Casas de Cultura no Campus é um projeto promovido pela Faculdade de Letras da
Universidade Federal de Alagoas juntamente com as pró-reitorias estudantil e de extensão, e que oferece
cursos de idiomas gratuitos aos graduandos de baixa renda da referida universidade. O projeto também
promove a experiência de ser professor aos alunos da FALE/UFAL, que participam desse programa como
instrutores. Além da formação de professores, as aulas dentro do Projeto trabalham a formação crítica dos
alunos baseada no letramento crítico. Dessa forma, essa apresentação objetiva analisar algumas das minhas
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
aulas em uma turma de nível pré-intermediário, enfatizando o desenvolvimento da formação crítica através de
atividades de produção oral. Essas atividades tem como foco a melhoria da fluência oral dos alunos enquanto
promove a reflexão acerca de tópicos diversos. Para tal finalidade, serão utilizadas as definições e conceitos
que envolvem ensino de produção oral conforme discutidos por Ur (1996) e Scrivener (1994), e os conceitos de
letramento crítico tratados por Brydon (2010) e Cervetti, Pardales e Damico (2001). Também serão trabalhados
os conceitos de motivação e de motivação para aprendizagem de língua estrangeira de Dornyei (1998) e
Morgan (1996). Trata-se de uma pesquisa-ação em que foram utilizados diários de aula, gravações em vídeo e
áudio e comentários dos próprios alunos. Os resultados dessa pesquisa apontam que é possível trabalhar
esses dois aspectos, habilidade oral e formação crítica, de forma simultânea. Finalmente, minha apresentação
reforça a importância de desenvolver a formação crítica dos alunos paralelamente ao desenvolvimento das
habilidades linguísticas, a fim de torná-los cidadãos mais críticos e reflexivos.
Palavras-chave: letramento crítico; língua inglesa, habilidade oral
ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NA MODALIDADE A DISTÂNCIA:
ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO DE TUTORES EM FÓRUNS EDUCACIONAIS DE LÍNGUA INGLESA
Lorena Lima Barbosa(UFC)
Vládia Maria Cabral Borges(UFC)
A educação a distância tornou-se mais interativa e dinâmica com o advento e popularização da internet.
Ferramentas que aproximam os usuários foram transpostas para os cursos on-line visando promover uma
maior interação entre os alunos. Entre as ferramentas, podemos citar o fórum. Contudo, tem-se verificado
lamentos de tutores em relação à baixa participação dos alunos em fóruns. Essas reclamações nos levaram a
refletir se a origem do problema (a baixa participação dos alunos no fórum) está de fato no aluno, ou se o
problema origina-se no tutor. Partindo da reflexão surgida, esta pesquisa objetiva analisar a participação de
tutores em fóruns educacionais de língua inglesa, verificando se sua participação afeta a dos alunos e que
tipos de comentários do tutor motivam a participação dos alunos. A análise pautou-se nos conceitos de
mediação pedagógica em EaD, de fórum online e de aprendizagem colaborativa. O contexto de realização da
pesquisa foi a disciplina Língua Inglesa III B – Compreensão e Produção Escrita, ministrada na Licenciatura
Semipresencial de Letras (Inglês) da UFC/UAB. A coleta dos dados se processou em três fóruns de três
tutores, totalizando nove fóruns analisados. Esta pesquisa classifica-se como qualitativa, porém para facilitar a
análise alguns procedimentos quantitativos foram utilizados. Os resultados apontam que a participação do tutor
no fórum afeta a participação do aluno. No entanto, mais importante do que a frequência de participação é a
qualidade dessa participação. Não basta apenas entrar no fórum para elogiar o aluno, é preciso fornecer
comentários que visem o prolongamento do debate e o desenvolvimento do pensamento crítico do aluno. Além
disso, o tutor precisa estabelecer relações entre os comentários dos alunos, visando promover a interação
entre os alunos e não apenas entre o tutor e alunos.
Palavras-chave: Fórum. Ensino a distância. Mediação pedagógica.
LOS PROFESORES-TUTORES EN LA PRÁCTICA DOCENTE ENTRE SOMBRAS Y DESTELLOS
Ligia Cortés Cárdenas( Universidad Nacional de Colombia)
La segunda presentación tiene como punto de partida y anclaje la investigación mencionada en el estudio
anterior. Fue en realidad llevando a cabo esta investigación que emergió la inquietud que se plantea en esta
presentación y que explora otra de las múltiples identidades del docente de lenguas extranjeras cual es la de
tutor. Figura que aunque conocida y explorada como forma de enseñanza a lo largo de la historia (Menchen,
F., 1999) no deja de transformarse según las tendencias pedagógicas y didácticas. Esto se nota en especial en
el practicum porque es allí donde la tutoría como recurso encaminado a “orientar el proceso formativo del
tutorando”, adquiriría su máximo valor y, diríamos nosotras, tomaría su más amplia gama de matices. No será
novedoso,
quizás, afirmar que sin tutoría la práctica está altamente comprometida: sin tutoría no hay
Practicum (Martinez Figueira F. y Raposo Rivas M., 2011). Sin embargo, dentro del proceso dialógico,
continuo, reflexivo, cooperativo y dinámico (categorías que recubren algunas de características de la tutoría en
la práctica docente, según nuestro estudio), la figura del tutor es de lo más ambiguo y complejo. Se declina en
rasgos que tocan muchos tipos de tutoría y que hacen presentir que la figura del tutor contiene rasgos del tutor
académico pero también del tutor disciplinario, del tutor apoyo, del tutor guía etc. (Ver para los tipos de tutorías
a Beltrán Casanova J., y Suárez Domínguez J., 2003) De allí que es difícil de asumir y la llevan a
i
contradictorias profundas de tipo: “fais ce que je dis et ne fais pas ce que je fais*”. La ponencia en cuestión
mostrará estas observaciones a partir de las preguntas que para el particular se realizaron mediante un
111
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
cuestionario aplicado electrónicamente a los profesores y estudiantes del programa
dirigidas al mismo público.
X y unas encuestas
LETRAMENTO DIGITAL E FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES:
CONTEXTOS, PRÁTICAS E ACERVOS
Louize Lidiane Lima de Moura (PPgEL/UFRN-CAPES)
Maria do Socorro Oliveira (DLET/PPgEL/UFRN)
No Brasil, a maioria das políticas públicas educacionais que envolvem o uso de recursos tecnológicos se
concentra na aquisição de hardwares e softwares. Todavia, os professores da rede básica ainda não estão
devidamente instrumentalizados para lidar com tais artefatos em de sala de aula, em razão da ausência de
iniciativas formativas (BUZATO, 2001; MERCADO, 1999; SILVA, 2008). O corpo discente, constituído por
crianças e jovens, com faixa etária entre 10 e 24 anos, por sua vez, utiliza de forma expressiva o computador e
a internet, representando cerca de 60% dos internautas brasileiros (IBGE, 2010). Em razão dessa
problemática, objetivamos (i) investigar as práticas de letramento digital, efetivadas por 30 professores em
formação continuada, colaboradores da pesquisa; (ii) verificar a que acervos de gêneros digitais eles tem
acesso; e (iii) observar em que contextos de atividade estão inseridas essas práticas. Ancoramo-nos
teoricamente nos estudos do letramento (KLEIMAN, 1995; KLEIMAN; OLIVEIRA, 2008); na concepção de
letramento digital (LANKSHEAR; KNOBEL, 2008); e no modelo conceitual de Gibson (2001), o qual se baseia
em três estágios - infusão, integração e transformação - para demonstrar que os professores ainda não
atingiram a condição necessária de aprendizagem para utilização das Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC). Situada no campo da Linguística Aplicada, a metodologia adotada é de cunho tanto
qualitativo, devido à natureza etnográfica da pesquisa, quanto quantitativo, haja vista a utilização de dados
estatísticos para melhor visualização da análise do corpus, composto por questionários, autorretratos e tópicos
em fóruns de discussão. Nossas análises preliminares apontam para o fato de que os professores efetivam
práticas de letramento digital em variados contextos e possuem acesso a uma gama considerável de gêneros
digitais. Essa efetivação não se dá, contudo, no âmbito profissional, espaço que deveria ser amplamente
contemplado, se considerarmos as exigências do ofício docente na cibercultura.
Palavras-chave: Letramento do professor. Letramento digital. Cibercultura.
A FORMAÇÃO INICIAL DO ALUNO DE LETRAS: CONCEPÇÕES E EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
OBSERVADAS NO PROCESSO DE LEITURA EM CONTEXTO ACADÊMICO
Lucia Rottava (UFRGS)
O processo de construção de sentidos em leitura tem sido pouco investigado em contexto acadêmico de língua
materna e com menor freqüência focalizando a relação desse processo com a formação do futuro professor.
Tem sido recorrente a crença de que alunos que ingressam na graduação em letras apresentam poucas
dificuldades em leitura se comparado a estudos que investigam a produção textual neste contexto. Tendo como
aporte teórico a concepção dialógica de linguagem (BAKHTIN, 1986 e 2000) e a concepção de leitura como
prática social (HOOD, SOLOMON BURNS, 2002; GRABE e STOLLER, 2002), esta comunicação analisar a
concepção de leitura que orienta a tarefa de construir sentidos por alunos iniciantes do curso de Letras, e
investigar como as experiências anteriores em leitura interferem na compreensão desses alunos no processo
de ler. Os dados resultam da tarefa de protocolo verbal interativo em leitura (ERICSSON e SIMON, 1987;
NARDI, 1999) com sujeitos do primeiro semestre do curso de Letras de uma universidade pública. Os
resultados indicam aspectos que poderiam contribuir para uma reflexão relativa à formação de futuros
professores.
Palavras-chave: dialógia, prática social em leitura, formação de professores.
COMO AS RECLAMAÇÕES SÃO RESPONDIDAS E PERCEBIDAS PELOS PARES E FORMADORES
EM UM CONTEXTO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA DE INGLÊS
Luciana Aguiar de Oliveira UFMG
Na presente comunicação serão apresentados resultados de uma pesquisa desenvolvida no contexto de um
projeto de extensão promovido por uma instituição federal de ensino superior. O projeto, voltado para
professores de Inglês de escolas públicas, visa promover o desenvolvimento linguístico e metodológico de seus
participantes baseando-se em princípios colaborativos-reflexivos (Dewey 1910; Magalhães 2002, 2004). A
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
pesquisa tem por objetivos específicos analisar como pares e formadores respondem às reclamações que lhes
são dirigidas pelos professores-alunos e qual a percepção que formadores e professores-alunos têm das
reclamações no contexto do projeto. O estudo das reclamações nesse contexto se justifica pela ocorrência
frequente desse tipo de interação durante diferentes atividades do projeto. A pesquisa gera suas reflexões a
partir de dados coletados em duas aulas de metodologia e de quatro encontros de um grupo de pesquisa-ação.
Para a análise da percepção das reclamações pelos professores-alunos e formadores, a pesquisa utiliza dados
coletados em entrevistas semi-estruturadas feitas com três representantes dos professores-alunos e duas
representantes da equipe de formadores. Os resultados apontam para uma clara diferença entre as respostas
dadas por formadores e as respostas dadas pelos pares. Em relação à percepção das reclamações por parte
dos os professores-alunos e formadores, os dados demonstram que as reclamações são percebidas como
tendo, simultaneamente, um valor positivo e negativo. Espera-se que um melhor entendimento das
reclamações no contexto do projeto proporcione, não somente uma forma de compreender melhor seus
participantes, mas também uma possibilidade de melhor entendimento entre professores-alunos e formadores
envolvidos em projetos de educação continuada.
Palavras-chave: Reclamações. Formação de professores. Inglês
CERTIFICADO DE PROFICIÊNCIA EM LÍNGUA PORTUGUESA PARA ESTRANGEIROS: VOZES QUE
ECOAM EM SEU CONSTRUTO
Luciana Aparecida Silva de Azeredo
(Faculdade de Roseira e Faculdade de Pindamonhangaba)
O tema proficiência tem sido bastante discutido em estudos na área de Linguística Aplicada, em função do
“poder” que os exames internacionais exercem na sociedade, servindo como instrumento que atesta um
“saber” legitimado sobre o conhecimento do examinado e, consequentemente, como mecanismo de inclusão e
exclusão na sociedade “globalizada”. Esta pesquisa objetiva refletir sobre alguns aspectos e características que
constituem o Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (CELPE-BRAS) à luz da
perspectiva discursiva, na interface com conceitos foucaultianos. Como material de pesquisa, analisamos o
Manual do Candidato para tal prova e também as grades de correção. A análise empreendida no corpus
aponta para um entre-lugar no construto do exame que, embora de natureza comunicativa/discursiva, ainda
ecoa vozes advindas da concepção estruturalista de ensino e aprendizagem de língua, tanto na importância
dada à gramática e ao léxico, como pela presença, ainda que implícita, de pares dicotômicos (adequado X
inadequado). Concluímos que, embora seja uma proposta de exame de proficiência inovadora com alguns
deslocamentos em relação às propostas avaliativas mais tradicionais, ainda apresenta resquícios de uma
prática mais estruturalista de avaliar, o que não poderia deixar de ser, pois não temos, enquanto sujeitos de
linguagem, meios de silenciar nossa memória discursiva evocada nas práticas discursivas. Cabe ressaltar que
a relação poder-saber no/pelo CELPE-BRAS incide nas práticas discursivo-pedagógicas e possibilita
posicionamentos contraditórios dos professores e de suas práticas em relação ao exame abordado, como
observado em outros estudos.
Palavras-chave: CELPE-BRAS, relação poder-saber, entre-lugar
COMUNIDADE DE PRÁTICA DE FORMADORAS DE PROFESSORES DE INGLÊS:
ACOLHIMENTO E EMOÇÕES NO PROCESSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA DAS PARTICIPANTES
Luciana Cabrini Simões Calvo
Maria Adelaide de Freitas
Jussara Olivo Rosa Perin
Recentemente, na área de formação dos profissionais de língua estrangeira, além das questões sobre
cognição, têm-se retomado a discussão sobre a afetividade, mais precisamente sobre o papel das emoções na
formação dos alunos-professores e do respectivo formador, vinculando-as às crenças, reflexões e à construção
de uma identidade profissional (BARCELOS; COELHO, 2010). Argumenta-se que as emoções são concebidas
como disposições corporais dinâmicas (MATURAMA, 2005), as quais, em consonância com o ser biológico,
coordenam as ações dos sujeitos e definem os sistemas e o meio nos quais eles existem, de forma que elas
sempre se encontram subjacentes a todo sistema racional. Constituem, portanto, estados que compreendem
sentimentos, mudanças fisiológicas, comportamento expressivo e inclinações para agir (FRIJDA; MANSTEAD;
BEM, 2000). Contrapondo-as às crenças, entende-se que se essas orientam as ações, as emoções
conseguem iniciá-las. Salienta-se, então, o papel do pertencimento aos grupos dos quais os sujeitos participam
como elemento propulsor da participação, elemento esse que, associado ao acolhimento, é visto como
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
primordial, já que se pressupõe que a participação precede a aprendizagem. Como lócus alternativo para o
desenvolvimento profissional, comunidades de prática (CPs) são precursoras de uma cultura de
apoio/acolhimento e confiança, o que constitui um de seus atributos (HARA, 2009). Por conta de tal atributo, o
propósito aqui é apresentar como as emoções das participantes de uma CP de formadores de professores de
inglês se manifestam em suas interações durante as diversas atividades de seus encontros de formação
continuada. Como os dados ainda se encontram em processo de análise, vislumbra-se que os resultados
provavelmente apontarão (i) os tipos de emoção que serão detectados, (ii) como as participantes da CP os
demonstram, (iii) como falam sobre eles e (iv) como reconhecem sua relevância para a participação na CP de
que fazem parte. Acredita-se que a relevância do papel das emoções será, assim, confirmada.
Palavras-chave: Comunidades de Prática. Formação continuada. Emoções.
A FORMAÇÃO INTERCULTURAL DOS PROFESSORES DE E/LE
NA UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
Luciana Vieira Mariano (Universidade do Estado da Bahia)
As atuais abordagens relacionadas ao ensino/aprendizagem de Espanhol como Língua Estrangeira (E/LE)
indicam que os currículos dos cursos de Letras com habilitação em Língua Espanhola devem contemplar
questões relacionadas às culturas dos povos de Língua Alvo (LA) e proporcionar aos seus estudantes uma
formação intercultural. Destas considerações nasce a pergunta de partida deste estudo: Os professores de
E/LE em formação da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) estão sendo preparados para trabalhar com
temas relacionados aos povos de LA e para construir um diálogo intercultural em suas aulas? Os objetivos
desta pesquisa foram investigar os conhecimentos interculturais destes professores acerca dos povos de
língua-alvo e registrar a recepção crítica destes futuros professores em referência às representações das
identidades latino-americanas. Para tanto foi realizado um Grupo Focal que teve como população amostra dez
estudantes do curso de Língua Espanhola e Literaturas da UNEB. Para a análise dos dados foi adotado o
método quanti-qualitativo e a análise de conteúdo. O resultado desta investigação, que se fundamentou em
Morin (2007), Mota (2004), Canclini (2007), Paraquett (2006), Mendes (2008) e nos documentos que norteiam
a educação em nosso país, demonstrou que os referidos professores mantêm uma postura etnocêntrica frente
a maior parte das culturas hispânicas e não se sentem preparados para promover a consciência intercultural de
seus alunos.
Palavras-chave: Ensino/aprendizagem de E/LE. Interculturalidade. Formação de professores.
EU? PROFESSOR DE INGLÊS? A IDENTIDADE NO DISCURSO DE PROFESSORES DE INGLÊS
EM FORMAÇÃO DA REDE PÚBLICA DE ENSINO
Luciane Cristina Eneas Lira (Universidade de Brasília)
Este trabalho pretende analisar as identidades no discurso de professores de inglês da rede pública de ensino
do interior do Piauí, participantes de Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica –
PARFOR. Foram analisadas narrativas de alunos-professores que, em grande parte, enfrentam a realidade de
ensino de língua estrangeira, sem qualquer tipo de formação ou conhecimento do idioma. A pesquisa apoiouse no aparato teórico-metodológico da Análise de Discurso Crítica (ADC), com as contribuições de Chouliaraki
e Fairclough (1999) e Fairclough (2001 e 2003). Resultados apontam a frustração que os professores de inglês
em formação sentem diante do contexto de ensino sem formação docente. A análise das narrativas demonstra
que os alunos-professores se sentem inferiorizados em relação aos demais professores e diante de seus
alunos, por não possuírem o domínio desejado do idioma que ensinam. Algumas crenças em relação ao
conhecimento e ao ensino da língua inglesa são reveladas em um discurso que reproduz e dissemina velhas
ideologias. Enquanto professores em formação, os profissionais reconhecem que possuem uma oportunidade
ímpar de aquisição de conhecimento e restabelecimento de sua autoestima diante de seus pares e de seu
alunado. Ao terem a oportunidade de realizar sua primeira graduação, a frustração dá lugar à sensação de
sonho realizado, e consequentemente de sucesso.
Palavras-chaves: Identidade; Análise de Discurso Crítica; Ensino de Língua Inglesa.
O PROCESSO DE FORMAÇÃO E DE CRISE DE IDENTIDADE PROFISSIONAL DO PROFESSOR
Luciane Guimarães de Paula (UFG)
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
O presente trabalho tem como objetivo fazer uma discussão teórica a respeito do conceito de identidade
profissional do professor tomando como aporte teórico as produções científicas de autores como Moita Lopes
(1996), Woodward (2000), Hall (2000, 2006), Silva (2000), Gomes (2008) dentre outros, bem como abordar
algumas questões relacionadas à imagem e sentimento de realização deste profissional em relação à sua
profissão. Dentre as questões abordadas, está a discussão sobre o conceito da formação da identidade do
indivíduo como um construto que está em processo de constante transformação e algumas considerações a
respeito das causas do que se convencionou denominar a “crise da identidade do professor” (GOMES, 2008).
Este estudo trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica de um projeto de pesquisa em andamento, em uma
Universidade Federal. Dentre os resultados evidenciados durante o levantamento bibliográfico evidenciam-se
dois dados interessantes, a saber: a) a constante tranformação identitária do professor o que caracteriza a
visão não-essencialista deste profissional/indivíduo e b) um processo de ruptura ou crise de identidade devido
a uma série de fatores como excesso de trabalho, falta de reconhecimento profissional e financeiro que
contribuem para quadros clínicos preocupantes como evidenciam os altos índices de afastamento médico
dentre os profissionais do ensino (DE PAULA, 2011).
Palavras-chave: Professor; Identidade Profissional; Crise Identitária.
LETRAMENTO NO PROCESSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA:
UM NOVO OLHAR SOBRE O ENSINO-APRENDIZAGEM DO EDUCADOR DO III CICLO
Lucineide da Silva (Universidade Federal de Sergipe)
O foco desta comunicação é descrever e refletir sobre a proposta do Projeto (Re) significando as práticas
pedagógicas em Língua Portuguesa através da formação continuada que foi pensada a partir da avaliação do
Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – GESTAR II, uma parceria MEC/SEDUC, desencadeado pelo
CEFAPRO - Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica no ano letivo 2010
abrangendo os quinze municípios do polo de Sinop/MT. A pesquisa destinou-se aos educadores que trabalham
com o terceiro ciclo (7º, 8º e 9º anos) do ensino fundamental e objetivou criar possibilidades de ações docentes
significativas que visem o desenvolvimento do educando da leitura e da escrita na perspectiva do letramento,
considerando-a como práticas sociais, base para todo ensino por meio de textos. A base teórica que subsidiou
a proposta foram estudos de Schön (1992), Nóvoa (1993) na formação continuada; Bakthin (1996) aborda a
concepção de linguagem, Freire (1996), Zabala (1998), Solé (1992) e Kleiman (1995) tratam dos
procedimentos necessários ao letramento. A metodologia da pesquisa é qualitativa e os instrumentos utilizados
para a coleta de dados foram a observação participante, a avaliação formativa e registros em diário de campo.
Ficou em evidência, ao final da pesquisa, que o educador de Língua Portuguesa do III ciclo, em geral, tem
trabalhado a leitura do texto de maneira superficial e fragmentada, desconsiderando a relação existente entre
as características do texto e o conhecimento prévio do leitor. As produções realizadas pelos alunos apresentam
que eles possuem grandes dificuldades na escrita. É possível encontrar narrações que não contam histórias,
cartas que não parecem cartas, textos expositivos que não expõem ideias, textos argumentativos que não
defendem nenhum ponto de vista, além da enorme dificuldade de identificação de um texto a partir de sua
estrutura.
Palavras-Chave: Linguagem; Letramento; Formação Continuada em serviço.
O BILÍNGUE PROFESSOR DE INGLÊS: AS IDENTIDADES QUE O (TRANS)FORMAM
Luiza Machado da Silva (Universidade Católica de Pelotas)
Este trabalho pretende desvendar os deslocamentos que sofre um professor de língua estrangeira inglês, que
sai de uma situação bilíngue (fronteira Brasil-Uruguai) para estudar uma língua estrangeira, distinta daquelas
que fala, na universidade até o momento em que se forma e ingressa no mestrado em Linguística. Ademais de
mostrar os deslocamentos identitários que ocorrem ao longo da formação profissional de um professor de
línguas, pretende-se analisar como o contato com uma língua estrangeira constitui a identidade do professor e
verificar quais as representações que um professor de inglês, falante nativo de português e espanhol, faz de si
como falante de línguas e como educador lingüístico. Esta pesquisa baseiase em teóricos dos Estudos
Culturais como Zygmunt Bauman, Stuart Hall, Tomás Tadeu da Silva, entre outros, e nas concepções de
linguagem de Mikhail Bakhtin. Este estudo é de caráter qualitativo cujo corpus de análise conta com dois textos
escritos pelo sujeito da pesquisa, na época em que estava na graduação, e uma entrevista dirigida, no
momento em que ele já cursa o Mestrado em Letras. Sabe-se que ocorre uma série de mudanças nas
identidades de um aprendiz de língua estrangeira, o resultado aqui obtido visa a mostrar essas transformações
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
e conclui que tais mudanças são deveras significativas e constitutivas no processo de formação docente e no
reflexo em sua vida como professor de língua estrangeira.
Palavras-chave: língua estrangeira, professor, identidade.
O GÊNERO PROPAGANDA DE ROTEIRO TURÍSTICO NO PIBID:
IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE UM NOVO PERFIL DE PROFESSORES
Maíra Ferreira Sant'Ana (UFV)
Josiane Costa Leite (UFV)
Este trabalho foi desenvolvido no 8° ano do Ensino Fundamental, em uma sala de aula de Língua Inglesa
composta por trinta alunos de treze a quatorze anos, em um Colégio Público de Viçosa-MG, como parte do
projeto pibid/ingles 2010. Neste, trabalhamos com o gênero propaganda de roteiro turístico. Os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs) afirmam que o ensino de línguas através de gêneros é relevante porque expõe
os alunos a situações concretas, as quais estão presentes nos contextos comunicativos. Além disso, os PCNs
ressaltam que os professores devem fazer uso em sala de aula de gêneros que os alunos têm mais contato.
Polato e Menegueço (2008) revelam que devido à globalização, os alunos têm acesso a vários gêneros,
surgindo a necessidade do professor adaptar as aulas a esta interatividade, de forma que os estudantes se
interessem mais pela matéria e sintam vontade de aprendê-la. O gênero propaganda de roteiro turístico foi
escolhido por estar presente no dia a dia e ser de fácil reconhecimento pelos alunos. A metodologia de ensino
está de acordo com a teoria proposta pelos PCNs e com a Metodologia da Mediação Dialética proposta por
Arnoni (2003), na qual realiza-se a conversão do saber científico em conteúdo de ensino. Nosso objetivo é
apresentar como foi trabalhado este gênero em sala de aula e refletir à respeito da mudança do perfil do
professor após o trabalho com gênero. Os resultados sugerem que os alunos demonstraram-se motivados,
compreenderam o gênero propaganda de roteiro turístico, assim como conceito de gênero, e perceberam que o
gênero faz parte da vida deles, reconhecendo sua utilidade. A professora supervisora pôde repensar sua
prática pedagógica a partir do ensino de gêneros, percebendo como é motivador, assim como construtivo para
os alunos, trabalhar nesta perspectiva. As bolsistas (alunas-professoras) puderam vivenciar na prática o ensino
de gêneros.
Palavras-chave: gênero, propaganda de roteiro turístico, PCNs.
FORMAÇÃO DE PROFESSORES SENSÍVEIS À PERSPECTIVA DA INCLUSÃO SOCIAL
POR MEIO DA PRODUÇÃO DE FILMES DE CURTAMETRAGEM
Mara Cleusa Peixoto Assis-Rister (UFT – Araguaína)
No Estado do Tocantins, a cultura do povo é eminentemente marcada pela influência de sua constituição
populacional majoritária. Festejos religiosos, competições e danças folclóricas, são o registro cultural das
tradições dos mais de 25 remanescentes de quilombos, bem como dos cerca de sete povos indígenas
residentes naquele Estado. Com apenas 24 anos de existência, o Tocantins atrai cidadãos do Norte, Nordeste
e Sul do Brasil, em busca de melhorias profissionais. Com esses migrantes vem a sua carga cultural. Isso
implica uma variedade imensa na maneira como as manifestações tradicionais são exteriorizadas atualmente.
Cotidianamente são produzidos eventos culturalmente importantes que identificam e consagram historicamente
a estrutura social, econômica e afetiva da realidade local. Esses eventos, se vistos como veículos qualificados
de propagação da cultura produzida nos espaços públicos e privados, podem ser utilizados como ferramenta
pedagógica para o incentivo à formação de professores. Nessa perspectiva, este projeto incentiva a produção
de filmes de curta-metragem realizados por graduandos de licenciatura. Os cenários são as ruas, escolas,
asilos, hospitais, feiras, domicílios de trabalho e em vivências em grupos sociais em ações historicamente
legadas à opacidade, negligenciados por investigações científicas. A produção de curtas, tanto no Ensino
Básico como em cursos de Graduação, inscreveo como instrumento de registro, validação e valorização da
cultura popular. Essas produções poderão tornar-se elemento importante para a inclusão social das pessoas
em seu meio e nos diversos lócus de ação. As produções, em temas apresentados com humor, drama, terror,
ou um documentário, dentre outros, podem contribuir para suscitar discussões, clarificar, difundir, desmistificar
e validar a comunicação e as práticas sociais adotadas pelo cidadão comum. A conclusão mostra que o
projeto, além da formação da cidadania e compromisso ético com as classes trabalhadoras, propiciou
importante contribuição para com o ensino da Língua Portuguesa, pela riqueza de interações propiciadas aos
alunos.
Palavras-chave: Educação, Diversidade, Formação de Professores, Inclusão Social,Produção de CurtaMetragem.
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
GÊNERO RELATO: DO PESSOAL AO SOCIAL
Marcelo Gonçalves Maciel
O presente trabalho faz parte do Subprojeto PIBID/LETRAS/UFRGS, desenvolvido no 1º bimestre de 2012,
com duas turmas do 9° ano do Ensino Fundamental, em escola pública de Porto Alegre. Nossos objetivos são
ampliar a competência da leitura e da produção textual, a partir do trabalho com os gêneros letra de música e
relato pessoal; construir metodologias de ensino de língua materna que visem à autonomia e à reflexão
linguística. As letras das músicas selecionadas, a partir de conversas prévias, contemplaram o interesse dos
educandos em relação à temática, e configuraram-se em relatos pessoais, utilizados para ilustrar e apoiar a
elaboração de nossa proposta: produção de um relato pessoal, a ser publicado no final do semestre.
Utilizamos, como balizamento para nossas atividades, os pressupostos teóricos dos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN, 1998) e dos Referenciais Curriculares do Rio Grande do Sul (RCRS, 2009). Desses textos,
destacamos a necessidade de refletir a respeito dos recursos linguísticos necessários para a construção do
sentido no gênero relato pessoal. Nossa metodologia consistiu inicialmente na leitura e audição das
letras/músicas, buscando exemplificar a composição do gênero relato pessoal. A seguir, passamos a outras
formas de relato pessoal, um literário (um poema-prosa de Pablo Neruda) e outro extraído de um blog pessoal
(confessional). Nesse trabalho, destacamos como bastante positivo o envolvimento dos alunos com a
proposta, bem como também acreditamos ter sido muito importante o contato com o gênero destacado.
Embora já tivessem conhecimento dele, nossos educandos puderam constatar a sua forma de organização
material e também compreender as relações que permitem a vinculação com formas de expressão pessoais –
subjetividade, inseridas em contextos sociais mais amplos.Palavras-chave: Ensino – Língua Materna – Relato
NGB, A MATERIALIZAÇÃO DE UMA POLÍTICA LINGUÍSTICA: GRAMÁTICA, FORMAÇÃO E PRÁTICA
DOCENTE
Márcia Ione Surdi (UNOCHAPECÓ)
Considerando a profusão de gramáticas que surgiram por volta de 1900, no Brasil, e a diversidade de nomes
dados aos mesmos termos constitutivos das gramáticas, foi necessário entrar em cena o Estado, com a
proposta de elaboração de uma política linguística que é materializada discursivamente na Nomenclatura
Gramatical Brasileira (NGB). Assim, este texto objetiva apresentar como, historicamente, a gramática funciona
para a consolidação de uma política linguística desenvolvida no Brasil, além de ser uma ferramenta política que
funciona na duplicidade do movimento de apagamento da diversidade étnico-linguageira e a institucionalização
de uma língua-nação una e forte, afetando também a formação de professores de línguas e suas ações
pedagógicas. Para tanto, tomamos como pressuposto teórico-metodológico a Análise de Discurso, de vertente
francesa, posta em relação com algumas noções próprias aos estudos desenvolvidos sob a égide da História
das Ideias Linguísticas, considerando Auroux (1992), Orlandi (2002), Guimarães (1996), Altman (2004),
Bisinoto (2009) e Angelo (2005). Para desenvolver nosso gesto de interpretação, selecionamos sequências
discursivas retiradas de edições da Gramatica Normativa da Língua Portuguesa, de Carlos Henrique da Rocha
Lima, por se tratar de uma obra marcada por uma relação muito particular com um dos acontecimentos
institucionais decisivos da ação normativa do Estado sobre a língua do Brasil, e atrelado a isso, emergem
questões referentes à formação de professores e suas ações pedagógicas. Como ponto de chegada, inferimos
que o meio de institucionalização de uma política linguística materializada na NGB provoca um efeito de
resistência do sujeito-gramático, pois o mesmo mantém sua doutrina no discurso gramatical, resistindo ao que
determina o Estado; mas, ao mesmo tempo, reproduz a norma, o que está estipulado como Língua Portuguesa
Padrão, afetando tanto o processo de formação quanto a prática docente.
Palavras-chave: Nomenclatura Gramatical Brasileira; gramática; formação docente
EXPECTATIVAS EM DESENCONTRO: A COMPETÊNCIA LEITORA
DE ALUNOS INGRESSANTES E O PERFIL DO EGRESSO DOS CURSOS DE LETRAS
Marcia Lisbôa Costa de Oliveira(Universidade Estácio de Sá)
Este trabalho toma por base os resultados de uma pesquisa de campo sobre a competência leitora de
ingressantes no curso de Letras de uma instituição privada de ensino superior. Contrastaremos os resultados
obtidos na pesquisa com o perfil do curso e de seu egresso, tais como definidos nas diretrizes curriculares
nacionais. A formação inicial de professores de Língua e Literatura implica o desenvolvimento de um vasto
117
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
repertório teórico que deve ser articulado à prática na formação profissional dos licenciandos. O desafio dessa
formação inicial, que se desenvolve em um curto espaço de tempo, torna-se muito mais complexo ao
considerarmos que a competência leitora apresentada pelos ingressantes está, muitas vezes, aquém da
necessária à compreensão do conjunto de textos que compõem a bibliografia do curso. Comparar os
resultados da pesquisa de campo realizada com o perfil do egresso previsto nas Diretrizes Curriculares para os
cursos de Letras. O trabalho empregou pesquisa bibliográfica associada à coleta de dados por meio da
aplicação de um Teste de Competência Leitora. Consoante o marco teórico definido para a pesquisa,
abordamos a leitura como uma competência complexa que exige a mobilização de diferentes capacidades. A
análise dos resultados revelou que as principais dificuldades dos estudantes se encontram nas áreas de
semântica léxica, estrutura sintática, coesão textual e hierarquia do texto, todas fundamentais para a
compreensão de textos. Considerando-se o perfil do egresso dos cursos de Letras definido nas diretrizes
curriculares nacionais, faz-se necessário refletir sobre estratégias pedagógicas que estimulem o
aprimoramento da competência leitora dos alunos iniciantes, de modo a garantir-lhes não só a possibilidade de
permanecer no curso com aproveitamento, mas também uma formação profissional de qualidade.
Palavras-chave: Competência leitora; Letras; diretrizes curriculares
PRÁTICAS DE FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE INGLÊS:
REFLETINDO SOBRE A AUTOAVALIAÇÃO
Marcus de Souza Araújo (UFPA)
As pesquisas sobre formação inicial e continuada de educadores têm merecido discussões teóricametodológicas como base de um processo de reflexão crítica no campo da Linguística Aplicada. Entende-se
reflexão como força potencializadora que direciona o educador a indagar, analisar, buscar respostas para suas
perguntas, a tomar decisões sobre escolhas que precisam ser feitas e que tenham como base seu próprio agir
pedagógico e teorias consistentes, buscando a transformação para o seu fazer (RAMOS, 2010). Nessa
perspectiva, a presente comunicação tem por objetivo apresentar reflexões sobre o papel da autoavaliação
como instrumento intrínseco no processo de ensino e aprendizagem de inglês. A pesquisa foi realizada com
um grupo de vinte e seis alunos-calouros do curso de Letras (Habilitação Plena em Língua Inglesa) no primeiro
semestre de 2012 na disciplina “Língua Inglesa I” da UFPA. O instrumento para coleta dos dados constitui-se
de fichas de autoavaliação elaboradas pelo professor-pesquisador da disciplina e através de diários de
investigação. O estudo se desenvolve por meio de referenciais teóricos da perspectiva reflexiva na formação
de professores de línguas (CELANI, 2004; LIBERALI, 2010; RAMOS, 2010; entre outros), acerca das
contribuições da autoavaliação no ensino de línguas (BROWN, 2004) e dos diários como instrumento de
investigação do pensamento do professor (ZABALZA, 1994). A pesquisa encontra-se em andamento e os
resultados preliminares sugerem que os alunos estão mais conscientes sobre sua aprendizagem, mais
motivados em aprender a língua e a buscar por conta própria seu conhecimento, ou seja, observamos que
esse grupo de alunos está mais responsável por sua aprendizagem. Assim, as autoavaliações apontam para o
estímulo da autonomia na aprendizagem de inglês pelos alunos da pesquisa. Espera-se, dessa forma, com
esse estudo, contribuir para a conscientização e utilização da autoavaliação na formação inicial de educadores
de língua inglesa para o campo da Linguística Aplicada.
Palavras-chave: formação de educador; autoavaliação; inglês.
PRÁTICAS COLABORATIVAS NA ESCOLA:
COACHING E MENTORING NA (TRANS) FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUAS
Margarete de Oliveira Santos Nogueira
O presente estudo tem o objetivo de investigar a prática de duas ações colaborativas, o coaching e o
mentoring, em um curso de língua inglesa e a contribuição dessas práticas na formação e no desenvolvimento
profissional do professor de língua estrangeira. Com professores noviços ou recém-contratados, essas
abordagens são formas de acolhê-los, pois envolve a relação de um profissional mais experiente que
compartilha seu conhecimento e suas habilidades. Esta pesquisa apoia-se teoricamente em autores (BAILEY,
CURTIS E NUNAN, 2001; BARKLEY, 2005; KNIGHT, 2007, 2009, 2011; PORTNER, 2008) que discorrem
sobre o coaching e o mentoring no âmbito da educação e do ensino e aprendizagem de línguas e sua relação
com a formação continuada do professor. Este estudo configura-se como uma pesquisa de natureza qualitativa
(DENZIN e LINCOLN, 2006) com fundamentos metodológicos do estudo de caso descritivo-interpretativista
(STAKE, 1994; DUFF, 2008). As participantes do estudo são uma coach/mentora e uma professora recémcontratada por uma escola de ingles. Os resultados apontam que as práticas investigadas promovem uma
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
cultura de colaboração no contexto escolar conduzindo os nela envolvidos à reflexão sobre os seus fazeres e
também ao debate e à discussão do que é interessante e significativo para a comunidade escolar. Verificou-se
também a necessidade de sedimentar e aprofundar tais práticas para que assim alcancem todo o seu
potencial.
Palavras-chave: formação do professor, coaching e mentoring, ensino de línguas.
A PESQUISA NO ÂMBITO DA ESCOLA PÚBLICA – RESULTADOS DA PARCERIA
UNIVERSIDADE E ESCOLA NO ENSINO/APRE NDIZAGEM DE INGLÊS
Maria Amélia Sousa Lima Silva (UESB)
Diógenes Cândido de Lima (orientador) (UESB)
Pensar a prática pedagógica, do ponto de vista de quem aprende, exige que antes lembremos que o aprendiz é
um ser criador ativo, que desenvolve ele mesmo suas estratégias de aprendizagem em ritmo e tempo próprios.
Como afirma Moita Lopes (1996), ao refletir sobre as informações passadas pelos alunos através da
observação atenta do ambiente de sala de aula, o professor de língua estrangeira contribui para o engajamento
deles na construção de suas identidades sociais. Assim, surgiu esta pesquisa, pensada nos encontros com
professores dos ensinos fundamental e médio, num projeto de extensão para a formação continuada de
professores de Inglês, desenvolvido pela parceria universidade e secretaria municipal de educação. Apresentar
e analisar os pontos de vista de alunos, em relação à forma como eles percebem o ensino/aprendizagem de
Inglês são objetivos da pesquisa, que toma por base as questões de cunho teórico-metodológicas refletidas em
autores como Moita Lopes (1996), Almeida Filho (1998), Rajagopalan (2003), Paiva (2001), Jorge (2000) e
Lima (2004; 2009; 2010 e 2011). O universo de análise foi composto por noventa (90) alunos da rede pública
estadual, distribuídos entre quatro escolas de uma cidade do interior da Bahia. Na coleta de dados foram
utilizados questionário e entrevistas, com alunos de idades, turnos e séries variadas, nos ensinos fundamental
e médio. Os resultados parciais revelam maturidade dos alunos ao falarem de suas impressões sobre os
processos de ensino e aprendizagem de Inglês na escola. A conclusão aponta para o reconhecimento da
necessidade de ações conjuntas entre universidade e escola; dos benefícios desta parceria na prática
pedagógica e formação teórico-crítica do professor-pesquisador, que vê no aluno um importante aliado na
construção desses processos.
Palavras-chave: Universidade – Escola – Parceria
CRIANÇAS ESTRANGEIRAS NO BRASIL: O PAPEL DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE PLE
NA MEDIAÇÃO DE INTERAÇÕES CULTURAIS
Maria Antonia Germano dos Santos Maia (UnB)
O ensino de português como língua estrangeira (doravante PLE) para crianças alfabetizadas desperta o
interesse de muitos profissionais na atualidade. Alguns estudos empíricos desenvolvidos no bojeto da
Linguística Aplicada brasileira (Rocha & Silva, 2011; Rocha, Tonelli & Silva, 2010; Rocha, 2010, 2006; Santos,
2010, 2005; Ramos, 2007) trouxeram significativas contribuições teóricas, práticas e/ou metodológicas para
que o professor de língua estrangeira para crianças possa desenvolver um olhar mais cuidadoso para esse tipo
de ensino. O fato de expor uma criança ao aprendizado de uma segunda língua requer muito profissionalismo
de quem vai ensinar. Dos diversos contextos de ensino de PLE, um dos mais intrigantes é o dos filhos de
militares estrangeiros que são transferidos para o Brasil e que vivenciam situações bilíngues e/ou multilíngues,
pois tendem a ser envolvidos no processo de aprendizagem do PLE. Essa situação levanta alguns
questionamentos de como o professor-reflexivo pode amenizar o impacto de ensino-aprendizagem e como
expor uma criança no contexto de aprender o português como segunda língua (PL2) sem que a traumatize ou a
subestime. Santos & Alvarez (2010) apontam que para esse tipo de situação de ensino o professor pode
estimular a reflexão a respeito dos "conteúdos culturais", favorecer a autonomia do aprendiz, possibilitando o
desenvolvimento de uma competência intercultural (Mendes, 2011, 2007). O professor-profissional e reflexivo,
ao apontar a cultura alvo para a criança, poderá, segundo Vygotsky (1978), inseri-la no contexto sociocultural.
Sendo assim, a referida comunicação objetiva discutir e refletir como o professor-profissional e reflexivo
examina sua prática, reconhece os valores agregados ao ensino de PLE para criança, considerando os
contextos culturais e institucionais nos quais se dá sua prática.
Palavras-chave: Professor- profissional e reflexivo; Ensino de PLE para crianças, papel do professor; interação
cultural.
CARACTERÍSTICAS ACADÉMICAS QUE DEBE TENER UN PROFESOR TUTOR EN UN PROGRAMA
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
DE FORMACIÓN DE LENGUAS EXTRANJERAS: MIRADA DESDE UNA UNIVERSIDAD PÚBLICA EN XX
María Claudia Del Socorro Nieto Cruz (Universidad Nacional de Colombia)
Dentro de la política de bienestar para el desarrollo de la autonomía, el plan global de desarrollo de la
Universidad XX ha contemplado la inclusión del sistema de consejerías y tutorías como una forma de lucha
contra la deserción y la mortandad académica (Acuerdo No. 006 de 2010). El problema radica en la
implementación administrativa y la ejecución por parte de los docentes en las diferentes unidades académico
administrativas. Vista esta tutoría como un acompañamiento administrativo, nace la necesidad de buscar
estrategias para aterrizar la política institucional en una tutoría académica. Teniendo en cuenta la definición de
tutoría académica como una forma de asesoramiento tendiente a "reforzar el aprendizaje en las aulas de clase
y mejorar los logros académicos de los estudiantes" (Gordon, 2009) y la figura del tutor como la persona
encargada de orientar, guiar y aconsejar a los alumnos pertenecientes a un curso, la presente ponencia
pretende dar a conocer la opinión de docentes y estudiantes sobre las características que un tutor académico
debería poseer para desempeñarse con éxito en un programa de formación de docentes en lenguas extrajeras.
La presentación incluirá los referentes teóricos, las preguntas, los objetivos de investigación, el diseño
metodológico con los instrumentos de recolección de datos, los resultados y las conclusiones del presente
estudio. Los resultados indican la necesidad de que el docente tutor sea una persona que conozca el programa
curricular, que tenga competencia en la lengua extranjera, competencias para la valoración y la evaluación pero
resaltan ante todo las competencias de relaciones interpersonales. En conclusión, el docente tutor tiene que
llenar una serie de requisitos académicos pero definitivamente sobresalen las competencias interpersonales.
LA “DESCOLONIZACIÓN” DEL CURRICULUM, LOS MANUALES PARA LA ENSEÑANZA/APRENDIZAJE
DE LENGUAS EXTRANJERAS Y EL ROL DEL DOCENTE.
María de las Mercedes Pagano Fernández
(Profesorado Superior de Lenguas Vivas de Salta. Universidad Católica de Salta)
Toda reforma educativa plantea un proceso de innovación que debería mejorar lo que se venía realizando en el
campo de la educación. La innovación educativa es el “intento deliberado y sistemático de cambiar las escuelas
mediante la introducción de nuevas ideas y técnicas” (HOUSE, 1979, pág 1). Este cambio se lleva a cabo a
través de la introducción de un curriculum que exprese esas nuevas ideas y técnicas, de nuevos materiales y
criterios para enseñar. Partiendo de la hipótesis de que en general el curriculum pareciera responder
principalmente a intereses políticos y económicos en este trabajo me propongo reflexionar acerca de:
las perspectivas en la manera de entender la innovación educativa;
el curriculo como territorio cuestionado y de lucha por hegemonía;
la necesidad de adaptar y de adoptar materiales didácticos acordes al contexto de enseñanza y en vistas
a despertar el espíritu crítico de los futuros profesores de lenguas extranjeras.
No he encontrado antecedentes de este tipo de análisis de libros de enseñanza/aprendizaje de lenguas
extranjeras desde el enfoque en que he encarado la investigación. Luego de haber investigado el discurso de
un manual de francés para el turismo, llegué a la conclusión de que este tipo de material pedagógico refleja
una concepción materialista, de marketing, de la actividad turística. De allí que el rol del docente de lengua
extranjera sea el de-construir para luego re-construir esa representación social, a la vez que despierte el
espíritu crítico en los futuros profesores de lengua extranjera.
Palabras claves: Curriculum. Formación intercultural. Rol docente
AS SUTILEZAS DA LÍNGUA: COMO OS FUTUROS PROFESSORES DE E/LE PERCEBEM OS
ELEMENTOS PRAGMÁTICO-DISCURSIVOS EM ORAÇÕES CONDICIONAIS EM ESPANHOL
Maria de Los Angeles de Castro Ballesteros(UNIFAL-MG)
Os aspectos pragmático-discursivos que subjazem às estruturas gramaticais constituem um problema a ser
enfrentado no processo de ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras, devido às diferentes formas como
diferentes línguas codificam o conhecimento de mundo do falante em suas construções linguísticas. A partir
dessa problemática, este trabalho propõe evidenciar de que maneira licenciandos de um curso de
Letras/Espanhol percebem os elementos pragmático-discursivos presentes nas orações condicionais em
espanhol e como se utilizam deles para expressar suas intenções de comunicação. Apesar da mesma origem,
o latim, o espanhol e o português apresentam um universo cultural distinto e distante que não pode ser
apreendido quando o processo de aprendizagem está focalizado nas estruturas gramaticais e morfossintáticas.
120
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Trata-se de marcas culturais, reflexo do modo de ser, pensar e agir de um falante estrangeiro que,
normalmente, ficam sob o texto e fora do currículo e das gramáticas. Assim, esta pesquisa pretende, por meio
de um estudo contrastivo das orações condicionais, em espanhol e português, relacionar e categorizar as
diferenças entre as estruturas morfossintáticas e possibilidades modo-temporais que agregam informações
pragmáticas ao discurso, nas duas línguas. Com o apoio de questionários e testes elaborados de forma a
possibilitar o estudo do processamento e do processo de produção, nos termos de Vygotsky (1987), de
“rascunho mental” e apreensão do “subtexto” presente nos enunciados apresentados, observar a percepção
que os licenciandos têm acerca das estruturas em questão. Dessa forma, busca-se identificar estratégias
discursivas intencionais em contraste com as efetivamente utilizadas para a construção de sentidos na língua
espanhola. Espera-se com esse trabalho, reconhecer as dificuldades de apreensão das estruturas condicionais
pelos sujeitos da pesquisa, uma vez que a partir de sua percepção será possível verificar até que ponto eles
conseguem compreender as semelhanças e diferenças dessas estruturas, no que se refere a aspectos
pragmático-discursivos, nas duas línguas.
Palavras-chave: E/LE – Pragmática –Orações condicionais
INTERAÇÃO ORAL ONLINE NA AULA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA E ESTRATÉGIAS DE MEDIAÇÃO
Maria del Carmen de la Torre Aranda (UnB/IL/LET)
A interação por meio da língua falada constitui um espaço privilegiado de compartilhamento de experiências de
vida entre as pessoas, de sua compreensão dos fatos, de construção de conhecimentos e de formas de
trabalho em conjunto. Para o/a estudante de uma língua estrangeira, a interação oral – desde a simples
conversação cotidiana à argumentação elaborada – é, além disso, a maneira mais imediata e gratificante de
entrar em contato com a língua e a cultura do falante nativo. Mas como trazer para a aula de línguas uma
interação oral real que permita aos estudantes exprimir plenamente suas ideias, construir textos conjuntamente
e, ao mesmo tempo, regular suas habilidades textuais-discursivas na língua de aprendizagem? Esse foi o
objetivo do Projeto Cefradis (Cours pilote de français avancé à distance, 2010), curso a distância e online
oferecido a estudantes do 3º ano de Letras da Universidade de São Paulo como parte de pesquisa de
doutoramento realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, Literários e Tradutológicos
em Francês da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas dessa universidade. Baseado nas
perspectivas teóricas sociointeracionistas e da Análise da Conversação, e apoiado na metodologia da
pesquisa-ação, o projeto Cefradis organizou a prática da produção oral em torno de três eixos: produção de
textos orais individuais, interação oral online aos pares, e feedback proposto aos estudantes. Os discursos
destes ao final do projeto destacaram o efeito da postura da mediação humana nas interações online e nos
feedback para uma tomada de consciência sobre o modo como se expressam na língua de aprendizagem. É
das estratégias de mediação do professor de língua estrangeira nas aprendizagens instrumentadas que tratará
esta comunicação.
Palavras-chave: interação verbal oral, mediação humana, feedback.
ENSINO DE INGLÊS NO ENSINO FUNDAMENTAL 1 EM ESCOLAS PÚBLICAS: REPRESENTAÇÃO
DA PRÁTICA PEDAGÓGICA E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
Maria Eugenia Batista (SME-SP)
Este trabalho tem como objetivo apresentar a representação da prática pedagógica presente no discurso de
cinco professoras de inglês que atuam no Ensino Fundamental 1da rede pública de um município da Grande
São Paulo e discutir as implicações socioeducacionais dessa representação para a formação de professores. O
estudo da representação contida no discurso das professoras encontra-se embasado na Linguística SistêmicoFuncional (HALLIDAY, 1994 & HALLIDAY & MATHIESSEN, 2004) e na Análise Crítica do Discurso (VAN
LEEUWEN, 2008) no que diz respeito à representação e legitimação de ações sociais. Os tópicos que
emergem do discurso e constituem a representação, assim como suas implicações, são discutidos à luz da
teoria de Bernstein (1990) a respeito das Práticas Pedagógicas, da Abordagem Sociointeracionista de Vygostky
(1978) e da Pedagogia Pós-Método e os parâmetros de Particularidade, Praticidade e Possibilidade propostos
por Kumaravadivelu (2003). Foram coletadas cinco entrevistas, gravadas em áudio e transcritas para análise. A
Linguística Sistêmico-Funcional também integra o aporte metodológico juntamente com a ferramenta
computacional WordSmith Tools (SCOTT, 2010). Os resultados indicam uma Prática Pedagógica em direção à
transmissão cujos procedimentos e conteúdos não apontam práticas que possam levar os aprendizes a
desenvolver competências. A Formação Inicial também se encontra representada no discurso das professoras
e é deslegitimada no que tange a relação entre teoria e prática para o ensino-aprendizagem de inglês no
121
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Ensino Fundamental 1. Portanto, conclui-se que a representação da prática pedagógica sinaliza a necessidade
de se promover transformação na formação inicial de professores de inglês bem como formação continuada
para aqueles que atuam nesse ciclo escolar de modo à empoderá-los por meio de uma prática informada que
possa criar melhores condições para o real desenvolvimento dos aprendizes.
Palavras-chave: ensino de inglês, prática pedagógica, representação
EXPLORING FEEDBACK IN TEACHER SUPERVISION: A STUDY OF COOPERATING TEACHERS’ POSTOBSERVATION CONFERENCES IN AN ARGENTINEAN TEFL UNDERGRADUATE PROGRAM
María Gimena (Facultad de Lenguas, Universidad Nacional de Córdoba)
A major component in pre-service teacher training is the support offered to the student- teachers by cooperating
teachers or by mentors in the learning-to-teach process through constructive feedback. The communication of
formative feedback is of paramount importance to aid trainees in improving their teaching practices and
enhance teacher professional development. This paper seeks to examine which dimensions of the Practicum
(i.e. lesson planning, classroom management, L2 use, among others) cooperating teachers focus on when
providing feedback in the post-observation conferences to fourth-year student-teachers of the Teaching English
as a Foreign Language (TEFL) Program at the Faculty of Languages, National University of Córdoba,
Argentina. Zeichner and Liston (1985) found that post-observation conferences were concerned with goals,
curriculum materials, pupils, the lesson and the context. Drawing on Arthur, Davison and Moss’s (1997)
framework for the study of the content of mentor – student-teachers conversations, Tang (2002) reported that
the focus of the conference was on immediate classroom practice rather than on broader educational issues.
On a study on difficult topics dealt with between supervisors and student-teachers, Lopez-Real, Stimpson and
Bunton (2001) identified personal topics such as attitude, commitment, enthusiasm and presence as frequent in
their conversations. Tang and Chow (2007) analyzed feedback items for three key domains: teaching and
learning, involvement in education community and professional attributes and found issues regarding teaching
and learning to be core contents in teacher supervision. A total of 7 feedback sessions were recorded and
transcribed for coding, and were then qualitatively analyzed through a content analysis approach for emerging
trends. The findings describe the patterns of similarities and differences of the cooperating teachers’ feedback
content as well as its adequacy in relation to the program aims and objectives. The implications for program
development and evaluation are discussed.
NOVOS TALENTOS. SABERES TRADICIONAIS E A CONCEPÇÃO DE CIÊNCIA E PESQUISA
NA ROTINA ESCOLAR EM ALDEIAS PARESI DE TANGARÁ DA SERRA-MT
Maria Helena Rodrigues Paes (CAPES/NEED/UNEMAT)
Tânia Vassélli Damasceno (CAPES/NEED/SEMEC-Tangará da Serra)
O trabalho apresenta resultado parcial de atividade de extensão do Projeto NOVOS TALENTOS, do Campus
de Tangará da Serra da UNEMAT – Universidade do Estado de Mato Grosso, em parceria com a Secretaria
Municipal de Educação e Cultura. Trata-se, especificamente, do sub-projeto “Língua Materna: limites e
possibilidades da pesquisa científica”, que conta com financiamento da CAPES e tem por objetivo discutir
questões sobre Ciência e pesquisa já na educação básica buscando a construção da curiosidade científica e
construir os passos iniciais da pesquisa fora dos limites das universidades, cujas ações são empreendidas
junto a escolas indígenas do município de Tangará da Serra-MT. A área indígena Paresi do município conta
com 15 escolas, ofertando desde a educação infantil até o Ensino Médio. Ao se tratar de Ciência é preciso
considerar que na cosmologia Paresi não há nada que não se explique pelos mitos, assim, necessário apontar
a questão do hibridismo cultural, quando se toma os Estudos Culturais como ferramenta para análise e
compreensão das atividades e processos no decorrer do Projeto, o qual se caracteriza por reuniões com as
comunidades das aldeias e cursos de formação em ciência e pesquisa, dirigidos a professores e alunos. Os
cursos buscam o desenvolvimento do olhar, da curiosidade e do estranhamento, em especial, aos fenômenos
da língua materna e da comunicação. Para tal, são imprescindíveis as contribuições teóricas de autores como
Néstor Garcia Canclini, Stuart Hall, Alfredo Veiga Neto, Marisa Vorraber Costa, Jorge Larossa, entre outros.
Considerando-se que as comunidades Paresi vivem em vigorosa relação com a sociedade ocidental e que os
Paresi manifestam ultimamente sobre a necessidade de pesquisas realizadas por eles mesmos, o que aqui se
apresenta torna-se de vital importância para o estabelecimento de relações mais autônomas e produtivas para
aquelas comunidades.
Palavras-chave: Cultura, Escola, Ciência.
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS:
DISCURSOS, PROPOSTAS E PRÁTICAS
Maria Iderlandia Ferreira Lima (UFC)
Este trabalho de pesquisa é resultado de reflexões acerca da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A primeira
reflexão corresponde ao processo de ensino-aprendizagem da linguagem, especificamente na produção de
gêneros textuais que retratem o funcionamento linguístico-discursivo em contextos reais de uso e produção da
língua, dessa forma, contribuindo para a formação do cidadão-leitor e escritor. A segunda diz respeito aos
impactos e conseqüências da formação docente nas práticas pedagógicas da EJA. Desse modo, diante das
especificidades da EJA, questionamos se as formações contribuem para a efetivação de práticas de
letramentos múltiplos. Assim, pretendemos, neste trabalho, refletir sobre a formação de professores da EJA e
de suas implicações na prática pedagógica. A pesquisa foi desenvolvida em um município do interior do Estado
do Ceará. Para tanto, os dados foram coletados a partir de três procedimentos: a) observação dos encontros
de formação docente; b) observação de práticas pedagógicas desenvolvidas pelos professores participantes da
formação; c) análise do material didático fornecido aos professores. Os dados foram analisados à luz dos
referenciais teóricos de Morin (2009, 2011); Bakthin (1992); Brait (2009, 2010); Rojo (2007, 2009). Os
resultados apontam que a formação docente de professores da EJA não é suficiente para atender as
especificidades dos educando, tendo em vista que apresentam lacunas em relação às concepções teóricas e
propostas metodológicas em relação ao ensino de linguagem. Os resultados evidenciam ainda que o material
analisado apresenta fragmentação de conteúdos e imprecisões teóricas, e, por conseguinte, implica na
efetivação de práticas escolares. A pesquisa revela que não há critérios estabelecidos, como por exemplo,
formação superior no curso de licenciatura, para assumir uma sala de aula e desenvolve a prática docente.
Esse resultado revela negligência por parte do órgão público responsável com relação a educação e,
principalmente, aos alunos da EJA. Consequentemente, os professores apresentam dificuldades em
desenvolver uma prática pedagógica condizente com a formação cidadã.
Palavras-chave: Educação de jovens e adultos; formação de professores; práticas de múltiletramentos.
PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA: INTERFACES ENTRE AMBIENTE ESCOLAR E CIBERESPAÇO
Maria Iraides da Silva Barreto (Universidade do Estado da Bahia)
O ciberespaço vem dominando as formas de comunicação e interação entre as pessoas. Isso tem
ressignificado as práticas de leitura e de escrita das pessoas que circulam nesse ambiente. A escola insiste em
afirmar que os adolescentes não leem e nem escrevem, o ciberespaço nos prova que não. As redes sociais e
os bolgs revelam que o ambiente midiático é espaço profícuo para eles se expressarem diante de diferentes
textos. Esses neoleitores assumem um grau sofisticado de letramento no ciberespaço, em contrapartida,
apresentam aversão às práticas que circulam na escola. Nesse sentido, realizamos um ateliê de leitura
fundamentado no conceito bakhtiniano de linguagem como atividade dialógica e o conceito de letramento,
realizado pelos alunos do 2ª série do Ensino Médio do Colégio Seu Amado, situado no sertão baiano. Este
trabalho tem como objetivo relatar as atividades desenvolvidas durante a leitura do romance de Jorge Amado,
Tenda dos Milagres. Buscando uma interface entre o ambiente- midiático vivido pelos adolescentes e as
práticas de letramento ainda presentes na escola, o ateliê proporcionou a leitura do romance e a produção de
um blog. Ao final do trabalho, foi possível perceber um encontro coletivo e colaborativa entre o leitor com o
texto, em um processo mediado pelos colegas, pelas redes sociais, pelo autor, pelo professor, por outros
textos, pela relação entre a vida do autor e suas obras, ou seja, a “bio/grafia” (MAINGUENEAU, 2001) e a
validade do dialogismo e da heterogeneidade (BAKHTIN, 2003) oportunizada por diferentes gêneros como
aspectos fundamentais para ampliação do letramento escolar.
Palavras-chave: Letramento; Formação de leitor; Ambiente midiático
O DISCURSO SOBRE A AVALIAÇÃO E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DOCENTE
Maria Valdênia Falcão do Nascimento (UFC)
O estudo e a problematização em torno das identidades e do seu processo de formação têm despertado forte
interesse por parte dos estudiosos que se dedicam a pesquisas no âmbito da formação para o magistério, uma
vez que essas condicionam as práticas profissionais e a natureza das relações que caracterizam o grupo de
professores. Com o pressuposto de que o indivíduo projeta sua identidade no objeto que representa
(Moscovici, 1976), interessa-nos investigar como a identidade docente é representada por professores de ELE,
123
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
particularmente no discurso sobre a avaliação, uma vez que nesse as condutas, os posicionamentos e as
atitudes preconizadas podem ser tomados como vetores da construção identitária do ser professor. Importanos, ainda, refletir sobre as implicações da representação construída na formação do professor de língua,
tendo em vista a configuração do trabalho docente. Como fundamentação teórica enfocamos: o conceito de
representação social (Moscovici, 1976, 2009; Jodelet, 2001); o conceito de identidade (Moita Lopes, 2002;
Rajagopalan, 1998; Signorini, 2002) e o papel do professor como avaliador (Almeida Filho, 1993; Bordón, 2004;
Pastor Cesteros, 2003, entre outros). Para levar a cabo o proposto, realizamos entrevistas semiestruturadas
com professores que atuam no Curso de Letras/Espanhol da Universidade Federal do Ceará, com o fim de
acessarmos a representação construída pelos sujeitos sobre o papel do professor enquanto avaliador. As
entrevistas evidenciaram que os sujeitos se percebem como os únicos responsáveis pelo processo de
avaliação, cabendo-lhe tomar decisões sobre a produção dos instrumentos de avaliação, sobre como e quando
avaliar. Consideramos que tal compreensão demonstra aspectos importantes que caracterizam a construção
da identidade docente.
Palavras-chave: representação; identidade; espanhol.
CRENÇAS DE ALUNOS-PROFESSORES DE LETRAS/LÍNGUA INGLESA
SOBRE A UTILIZAÇÃO DOS GÊNEROS TEXTUAIS NA SALA DE AULA
Maria Zenaide Valdivino da Silva
Antonia Dilamar Araújo (Universidade Estadual do Ceará – UECE)
O estudo das crenças é recente no Brasil e são muitas as perspectivas de investigação nesse campo. As
pesquisas têm enfatizado aspectos mais específicos do ensino-aprendizagem de línguas, como neste trabalho,
em que objetivamos descrever, analisar e discutir as crenças de alunos-professores de Letras acerca da
utilização dos gêneros textuais no ensino de língua inglesa. Dessa forma, este estudo é norteado pelas
temáticas de Crenças e de Gêneros Textuais. Para tratar de crenças, tomamos por base os estudos de
Barcelos (2010, 2008, 2006, 2003), Silva (2010, 2007) Freudenberger e Rottava (2004), Kudiess (2004),
Pajares (1992), dentre outros. Para tratar de gêneros textuais, nos reportamos a Bakhtin (2000), Bazerman
(2005, 2006), Dolz e Schnewuly (2004), Miller (1984), Swales (1990). Trata-se de uma pesquisa descritiva e
interpretativista, cujos dados são analisados quali-quantitativamente. Como instrumentos de pesquisa, foram
utilizados um questionário, com perguntas abertas e fechadas, uma entrevista e um inventário. O contexto da
pesquisa é a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, com alunos informantes do sexto e do
oitavo períodos do curso Letras/Língua Inglesa, totalizando quinze participantes. Os resultados revelam que os
alunos-professores têm tido conhecimento de algumas teorias que conceituam gênero numa perspectiva
funcional, social e interacional, no entanto, apresentam lacunas como, por exemplo, a ênfase dada aos
gêneros escritos em detrimento aos orais, dificuldade em entender texto numa perspectiva ampla, dificuldade
de pensar em uma prática de sala de aula que siga as perspectivas mais recentes de gêneros. Os resultados
mostram crenças que já diferem de algumas concepções tradicionais, mas também revelam aspectos que
precisam ser melhor enfatizados. Portanto, algumas crenças desses professores em formação, não levam em
conta aspectos que, a nosso ver, são cruciais para o ensino a partir dos gêneros textuais.
Palavras-Chave: Crenças. Gêneros textuais. Alunos-professores.
PORTIFÓLIO E PRODUÇÃO DE TEXTO: ORGANIZAR E AVALIAR
Mariana Batista do Nascimento
Neste trabalho, visa-se promover uma reflexão sobre o ato de avaliar na escola e propõe-se o uso de portfólio
como instrumento de avaliação e organização no processo de ensino da escrita: a produção de textos, bem
como formas de avaliar produções de textos em língua portuguesa. Ainda hoje, no ambiente escolar, a
avaliação deixa de ser aplicada formativamente e valorizam-se resultados sem repensar os processos; na
produção de textos, nem sempre a avaliação/correção do texto do aluno feita pelo professor serve como meio
de reflexão sobre o desenvolvimento da habilidade de produção do aluno. Entende-se que, depois de
produzido e corrigido o texto, é necessário que o aluno repense e reflita sobre sua própria escrita. Ler o que
escreveu, ser capaz de avaliar o seu próprio texto e de compreender as correções feitas pelo professor são
ações importantes no processo de aprendizagem. Assim, uma forma de promover o êxito do trabalho nesta
disciplina e propiciar a reflexão sobre ele é organizar um portfólio de aprendizagem em que professores e
alunos possam dialogar sobre o processo de ensino-aprendizagem. O que deve compor o portfólio e a
dinâmica de avaliação deste deve ser discutida em grupo. Textos motivadores, pesquisas sobre temas,
linguagem, gêneros e tipos textuais, além das produções dos alunos, podem ser elementos do portfólio de
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
cada aluno. Entre os autores que fundamentam teoricamente este trabalho estão: Albertino (2010) e Boas
(2007) para discutir do conceito de portfólio; Hadji (2001), Freitas (2003), Alvarez Mendez (2002) e
Vasconcelos (2002) nos estudos sobre avaliação; Therezo (2008), Bahktin (2001) e Marcushi (2008) para
embasamento sobre produção textual, gênero e discurso.
Palavras-chave: portfólio, avaliação, produção de texto.
CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA DA REDE PÚBLICA
DE ENSINO NO MATO GROSSO: O (DES) USO DO LIVRO DIDÁTICO
Marli Cichelero (SEDUC/CEFAPRO)
Esta comunicação visa apresentar resultados de dois fóruns de discussão que teve como tópico “Livro Didático
na escola pública”, sendo o primeiro um resultado de pequenos grupos de discussão e socializados em
plenária no XIV Encontro de Professores de Inglês (2011) promovido pela APLIEMT e o segundo fórum foi
desenvolvido no curso Telespyres, sendo uma das atividades proposta no ambiente virtual e-ProInfo pelo
CEFAPRO/Sinop. A ideia inicial destes fóruns de discussão dos professores de escolas públicas foi criar um
espaço para ouvir as inquietações dos professores, das vivências e experiências relacionadas ao (des) uso do
livro didático na sala de aula e consistiu em várias perguntas para que os professores pudessem opinar e
dialogar com seus pares, cujas bases teóricas encontram-se dispostas nos documentos oficiais nacionais
(Brasil, 1998) e também nas Orientações Curriculares para a Educação Básica de Mato Grosso (OCMT, 2011).
Os documentos oficiais apresentam as concepções da natureza da linguagem como prática social e como a
aprendizagem é concebida como processo sociointeracional com base em Vygotsky (2003). As OCMT retratam
o uso do livro didático como material organizador que oferece suporte, sendo um recurso auxiliar do professor
tendo em vista a reorganização do ensino. Diante dos dados coletados observou-se que para muitos
professores o LD não contempla tudo, que serve como apoio para o professor e foi possível visualizar que o
tão esperado material de inglês na escola está causando angústias e inquietações. Algumas concepções de
professores foram identificadas, tais como: o livro didático se consolida como um material didático, serve de
apoio para realizar atividades e muitos professores acreditam que o professor bem preparado e com
experiências não precisa de material para guiar seu trabalho. Estas concepções subsidiarão possíveis
intervenções e inferências junto aos professores com o objetivo de contribuir para a formação profissional
docente.
Palavras-chave: língua inglesa; livro didático; rede pública de ensino; fórum.
FORMANDO PROFESSORES DE LÍNGUAS ADICIONAIS SOB A ÓTICA DA INVESTIGAÇÃO
Marimar da Silva (UFSC)
Vera Lucia Bazzo (UFSC)
A área de estudos sobre a formação de professores, por conseguinte também os de línguas adicionais propõe
a formação do professor reflexivo e crítico. A implantação do currículo do Curso de Licenciatura em
Letras/Inglês/EaD/UFSC desafiou-nos a pensar em como seria um projeto de formação inicial que
contemplasse não apenas uma formação reflexiva e crítica, mas também o desenvolvimento contínuo do
profissional egresso deste curso. Nesse sentido, esta comunicação tem por objetivo apresentar um modelo de
formação inicial que visa à formação do professor como pesquisador. O modelo apoia-se no modelo de
formação reflexiva de Wallace (1991), no conceito de educação problematizadora e de reflexão sobre a ação
de Freire (1970) e Schön (1983), nas ações reflexivas e críticas propostas por Smyth (1992) e, mais
recentemente, nas ideias de Nóvoa (2009) sobre a necessidade de passar a formação de professores para
dentro da profissão. O foco deste estudo é investigar se o modelo idealizado desenvolve o olhar investigativo
crítico do futuro professor. Relatos de observação e projetos de pesquisa que emergiram desses relatos foram
coletados e analisados a partir de uma perspectiva qualitativa interpretativa. A análise revelou que o modelo
abre a possibilidade de formação de um professor pesquisador, mas expos a complexidade da rede de
relações que o próprio modelo demanda. Os resultados sugerem um alargamento do diálogo entre as
disciplinas do contexto estudado, assim como uma discussão sobre a carga horária das últimas fases do
currículo do curso.
Palavras-chave: Formação de professores de línguas adicionais. Pesquisa no contexto de ensino superior.
Reflexão sobre a experiência docente
A CONSTITUIÇÃO DA IDENTIDADE DE PROFESSORES-ALUNOS DE INGLÊS DA EDUCAÇÃO BÁSICA:
UM ESTUDO NO PARFOR/AMAZONAS
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Marta de Faria e Cunha Monteiro (UFAM)
Este trabalho, recorte de uma pesquisa de doutorado em andamento, tem como contexto um dos cursos de
segunda Licenciatura em Língua/Literatura Estrangeira – Inglês do Plano Nacional de Formação dos
Professores da Educação Básica – PARFOR, oferecidos pelo Governo Federal para proporcionar formação
aos professores da rede pública de ensino segundo a Lei de Diretrizes e Bases – LDB nº 9.394/96. Os
participantes são professores-alunos de inglês de uma cidade do interior do Amazonas e os objetivos do
trabalho são discutir sua constituição identitária, porque são professores, como se veem como tal, que
professores de inglês gostariam de ser e o seu papel na sociedade. O aporte teórico é baseado em Celani
(2010), El Kadri (2010), Fernandes (2006), Hall (1997), Liberali (2010), Marques (2007), Moita Lopes (2002),
Paiva (1997), Romero (2011), Scaramucci (2000), Souza (2006) entre outros. A metodologia é ancorada no
paradigma da pesquisa qualitativa com base em Denzin e Lincoln (2006), Erickson (1986) e a pesquisa vem
sendo realizada por meio da pesquisa-ação (Andaloussi, 2004). A geração de dados contou com dois
questionários: o primeiro elaborado para se levantar o perfil dos participantes e o segundo para se investigar os
aspectos identitários, foco do trabalho. Os dados gerados foram analisados à luz da perspectiva sócio-histórica
cultural das representações (Celani e Magalhães, 2002) e alguns dos resultados revelaram que muitos dos
participantes se tornaram professores por necessidade, gostam de ser professor, preocupam-se em alcançar a
proficiência na língua e concebem para si um papel que vai além do ensinar-aprender a língua. Nas
considerações finais são expostas algumas reflexões acerca da formação do professor da educação básica, o
processo da constituição de sua identidade e suas implicações no que se refere ensinar-aprender inglês no
interior do Amazonas, um contexto particularmente repleto de privações (Rojo, 2006).
Palavras-chave: formação de professores de inglês; educação básica; identidade.
A ROUPA QUE USAMOS TENDE A ESTEREOTIPAR A PESSOA QUE SOMOS:
UMA ANÁLISE DAS CRENÇAS DE PROFESSORES SOBRE A VESTIMENTA NO AMBIENTE ESCOLAR
Marta Deysiane Alves Faria
Renan Araújo Gomes
(UFV)
Para Gratão e Silva (2006), estudar crenças de professores contribui para a compreensão dos discursos que
circundam a profissão do professor, tanto na esfera acadêmica, como fora dela. Portanto, analisar quais as
crenças dos professores sobre o vestuário no exercício profissional torna-se relevante, pois tais crenças podem
influenciar na sua própria construção identitária profissional, assim como indicar parâmetros culturais em que a
imagem do professor está vinculada, como atravessamentos identitários associados à construção dos gêneros
masculino e feminino. Partimos da concepção de vestuário enquanto um elemento cultural e instrumento para
construção e negociação de identidades (LURIE, 1997; CASTILHO, 2004; CRANE, 2006), e de crenças como
formas de percepção do mundo, fundamentadas nas experiências vividas por uma pessoa, ou grupo social, e
circunstanciadas pelo contexto sócio-histórico (BARCELOS, 2000; 2004). A partir disso, este estudo objetivou
verificar quais as crenças de professores em formação pré e em serviço sobre a vestimenta no ambiente
escolar. Para realizar esta pesquisa, utilizamos um questionário aberto, que foi respondido por quatro
participantes: dois participantes do sexo feminino, uma professora já em exercício e outra em formação préserviço, e dois participantes do sexo masculino, um professor já em exercício e outro igualmente em formação
pré-serviço. Para a análise, recorremos à perspectiva de interpretação indutiva (RABINOVICH; KACEN, 2010),
para categorização dos dados. Os resultados revelaram que as crenças dos professores estão atreladas aos
discursos advindos da sociedade dos séculos XVIII e XIX, e também ao discurso do corpo velado, mostrando o
caráter sócio-histórico dessas práticas. Assim, sugerimos a realização de mais pesquisas sobre vestimenta em
ambientes escolares, relacionando a questões identitárias referentes ao campo profissional, desde ao período
de formação, até o exercício da docência.
Palavras-chave: crenças, vestuário, formação de professores
ESTÁGIO SUPERVISIONADO COMO CONTEXTO DE INVESTIGAÇÃO: CONTRIBUIÇÕES
PARA A FORMAÇÃO REFLEXIVA DO FUTURO PROFESSOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
Marta Lúcia Cabrera Kfouri Kaneoya (UNESP)
Este trabalho apresenta algumas considerações sobre a trajetória reflexiva de uma licenciada em Letras, a
partir de investigação por ela realizada, na modalidade de Iniciação Científica (PIBIC-Reitoria-UNESP/CNPq),
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
sobre o ensino/aprendizagem de línguas tipologicamente próximas – português e espanhol – tendo em vista
sua formação inicial docente em línguas (ALMEIDA FILHO, 2001, 2004; 2007; CUNHA, 2007; KFOURIKANEOYA, 2008). No estudo, discutem-se as possíveis relações entre as línguas estudadas, em dois
contextos distintamente configurados: a sala de aula presencial da rede estadual paulista, no qual a licencianda
desenvolve estágio curricular supervisionado (regência de aulas); o ambiente virtual teletandem (TELLES,
2006), em que pratica interações linguístico-culturais com um parceiro mexicano, ensinando/aprendendo a
língua um do outro. A partir de uma abordagem etnográfica e da perspectiva interpretativista de análise
(ANDRÉ, 2000; RICHARDS, 2003; BURNS, 1999), os dados são gerados a partir de instrumentos como:
gravação em áudio/vídeo de uma aula na qual os alunos interagem, em teletandem, com falantes nativos de
espanhol; diários da pesquisadora; e questionários respondidos pelos alunos a respeito de suas expectativas
sobre aprendizagem de línguas mediada pelo computador. Dentre as reflexões construídas pela pesquisadora,
evidenciam-se as relacionadas à viabilidade da contribuição de um contexto com o outro, a partir da concepção
renovada dos espaços de aprendizagem de línguas; da transformação de suas expectativas e crenças quanto
a ensinar/aprender línguas próximas como estrangeiras; da autonomia para buscar estratégias em um contexto
que beneficiem o ensino de LE no outro; dos benefícios da interação em teletandem para a aula presencial,
ampliando-se conhecimentos linguístico-comunicativos e culturais dos participantes. Por fim, este trabalho
pode confirmar a importância de parcerias universidade-escola e do diálogo ensino-pesquisa, colaborando na
caracterização do perfil de um licenciando reflexivo, crítico e consciente de seu papel como futuro professor de
línguas, em tempos marcados pelas inovações tecnológicas.
Palavras-chave: formação inicial reflexiva; estágio supervisionado; ensino/aprendizagem de línguas em
contextos presencial e virtual.
LINGUÍSTICA E ENSINO:
O DISCURSO DE ENTREMEIO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA
Mary Neiva Surdi da Luz (UFFS)
O presente analisa como e quais os saberes da ciência linguística funcionam na constituição de um curso de
licenciatura em Letras. Ancoramo-nos na perspectiva teórico-metodológica da Análise de Discurso de linha
francesa (AD) em diálogo com a História das Idéias Linguísticas (HIL) e nosso percurso de análise se fez a
partir de um arquivo documental-institucional em que tomamos como corpus de análise o discurso sobre o
curso de licenciatura plena em Letras da Unochapecó-SC. Por meio da análise dos materiais de arquivo,
pontuamos que: a fundação do ensino superior no oeste catarinense é marcada pelo processo de interiorização
das fundações de ensino e nessa constituição há ressonâncias e deslocamentos dos modelos de ensino
superior que se constituíram na história da educação brasileira; o curso de Letras tem sua constituição
marcada pela necessidade de atender à legislação, e também às necessidades da comunidade regional em
relação à qualificação de profissionais para a área educacional; o quadro de professores é marcado por uma
formação docente interiorizada; as matrizes curriculares sofreram consecutivas alterações marcadas por
necessidades de ordem mercadológica e de ordem legal; em relação aos ementários das disciplinas,
chegamos à constituição das seguintes categorias de análise: (pro)fusão de saberes; (con)fusão entre saberes;
identificação/confronto de saberes e pedagogização de saberes. Entendemos que essas categorias marcam as
relações se saberes que se fazem, no nível de constituição, pelo funcionamento do interdiscurso ao se operar
sobre o que já foi dito, sobre o repetível. Observamos o funcionamento intradiscursivo que é do nível da
formulação em que se realiza o trabalho de articular os sentidos dispersos no interdiscurso. O funcionamento
dessas relações marca a constituição de um lugar de entremeio na relação Linguística e ensino e que está
marcada na articulação intradiscursiva e só é possível porque funciona no nível interdiscursivo.
Palavras-chave: Análise de Discurso; Disciplina de Linguística, Formação de Professores de Língua
Portuguesa.
ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA EM ESTUDO – A VISÃO DOS PROFESSORES EM FORMAÇÃO
Mary Stela Surdi (UFFS)
Este estudo analisa algumas falas de estudantes dos cursos de Licenciatura em Letras e Licenciatura em
Pedagogia da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Chapecó, SC, coletadas no decorrer das
atividades do grupo de estudo “Ensino e aprendizagem de língua e literatura”, realizado pelo Programa de
Educação Tutorial Assessoria Linguística e Literária da UFFS, durante os meses de abril a junho de 2012.
Nessas falas estão presentes informações acerca da visão discente sobre a aula de língua portuguesa e sobre
conceitos relacionados à linguagem e ao seu ensino. Ao mesmo tempo em que se identificam explicitamente
127
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
as marcas da mudança e a preocupação com quem são os alunos que estão nas salas de aula, ainda
descobre-se, mesmo que nas entrelinhas, práticas viciadas e rançosas, que supervalorizam determinados
aspectos da língua em detrimento de outros, que incutem falsos valores de verdades e apregoam preconceitos,
já tão ultrapassados. Ao analisar as falas observam-se dois discursos: o conservador e o inovador. O primeiro
usa de respostas que falam que se “deve ensinar” a gramática para ler e escrever corretamente. O discurso
inovador revela que o ensino da língua portuguesa não pode se pautar somente no ensino gramatical e, sim,
em um ensino crítico, utilizando textos que interessam os alunos, debatendo os temas para que este
compreenda e não apenas decodifique. Assim, nesse embate entre o novo e o arcaico, verifica-se que está nas
mãos dos professores a decisão, mas o acerto não depende exclusivamente de sua vontade, uma vez que sua
atuação estará fortemente marcada por elementos que fundamentam sua formação profissional e aí entra a
Universidade. Cabe a ela garantir na formação dos docentes condições mínimas para que suas escolhas sejam
providas de discernimento e clareza teórica
Palavras-chave: ensino; língua, discursos.
CAN SILENT FILMS HELP ENGLISH LANGUAGE LEARNERS IMPROVE THEIR SPEAKING SKILLS?
Mateus da Rosa Pereira (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia)
Cinema is one of the most powerful English Language Teaching resources. It provides learners with language in
context and instills motivation among students. The type of interaction between viewers and films, based on
identification and projection, enables learners to grasp the meaning of words, phrases and structures in a much
deeper and long-lasting way (Araujo & Voss, 2009). However, one notices a lack of variety in the activities
proposed by English Language Teachers, as most professionals insist on merely playing a film followed by a
couple of general comprehension questions. Even more alarming is a general tendency to consider cinema as a
way to escape from pedagogical objectives, as many activities involving films lack sound teaching objectives
and a clear methodology. Within this context, this paper outlines a set of activities developed within an ELT
program at a federal university aiming to address such issues. As part of an ongoing research project, this is the
first outcome aiming to present and debate a number of interlinked activities using films as a springboard for
promoting reading, writing, listening, and even speaking skills. The paper provides background information on
the history of cinema, based on Sigfried Kracauer (2004) and Tom Gunning (1990), and describes the
objectives of the activities, as well as some of their theoretical foundations, the activities themselves, and the
results achieved based on the goals set. The results suggest that there is much more teachers can do with
films, even silent ones, as long as they count on clearly defined goals and methodologies. The conclusion is that
ELT can benefit from using cinema in general, and silent films specifically, thus generating engagement among
students and producing positive learning results.
Key-words: English Language Teaching; Silent Films; Cinema.
SUBPROJETO PIBID NO CODAP/UFS: UMA ALTERNATIVA PARA OTIMIZAR O ENSINO DO FRANCÊS
Mateus Vilanova Ribeiro (UFS)
O estudo desenvolvido apresenta resultados parciais de um subprojeto de iniciação à docência
PIBID/2011/CAPES/UFS, na área de Letras: francês, sendo uma oportunidade para aprimorar a formação de
graduandos da Universidade Federal de Sergipe. O subprojeto está sendo realizado em todas as séries do
ensino fundamental do Colégio de Aplicação/CODAP/UFS, onde vivenciamos a prática do ensino do francês.
Temos como objetivos aprender e aplicar novas práticas e procedimentos, visando à motivação dos discentes
para que alcancem um aprendizado efetivo da língua estrangeira, analisar e entender as razões pelas quais a
aprendizagem de uma LE no ensino público é tão deficiente, bem como levantar ideias e sugestões para esse
quadro. Organizamos reuniões onde discutíamos obras de Claude Germain, Christian Puren, Jean-Claude
Beacco, entre outras obras como os PCNs de Língua Estrangeira e O CECR, que nos deram o aporte teórico
necessário. Utilizamos como ferramentas as inúmeras observações das aulas de francês da professora regente
no referido colégio e apontamos características que poderiam ser modificadas rumo ao melhor aproveitamento
da turma. Pesquisamos táticas e materiais didáticos apropriados às faixas-etárias do público estudantil e
trabalhamos bastante a ‘motivação’, com a criação de um clube de estudos de língua e cultura francófonas.
Diante das novas práticas que o subprojeto propôs à professora regente e das interferências do clube de
francês, os alunos, que eram apáticos e desinteressados pela língua, passaram a valorizar mais os estudos e
demonstraram maior aproveitamento na disciplina. Concluímos que uma reflexão coletiva sobre práticas
docentes é extremamente necessária diante dos desafios do ser professor de línguas e que essa reflexão
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
poderá produzir uma nova orientação metodológica ao ensino de línguas para diferentes públicos e situaçõesproblema.
Palavras-chave: PIBID; língua estrangeira; reflexão.
THROUGH THE LOOKING GLASS: NOVICE TEACHER IDENTITY FORMATION
Meghan Cavanaugh (The Pennsylvania State University)
This study focuses on the formation of a novice teacher’s professional identity as she engages in online
exchanges by creating an online blog during her initial 20-week teaching experience. These blog exchanges
created a virtual space where she was able to make tacit thoughts, beliefs, fears, and hopes explicit, to create
cohesion out of what was experienced during her teacher. She was able to self-asses different situations he
encountered in the classroom and determine how her roles formed. Her blog entries also showed evidence of
outside influences, i.e.; teacher training courses, daily preparations, and outside guidance on professional
identity formation. She expressed concerns about her lack of knowledge with classroom management. One
blog entry contained a cartoon showing an unruly classroom with a novice teacher speaking to another teacher
stating: “This was not taught in my education classes.” Similar blog entries suggested she entered teacher with
little experience and/or expertise managing classroom language learning. Many of the exchanges indicated her
realization that much of what she was learning cannot be taught in teacher education programs but must be
experience first-hand through actually teaching. The findings suggest that engagement in the dialogic blogs
enabled her to reflect on the roles she took on as she encountered different culture and educational situations.
The findings of this study suggest that in order to prepare novice teachers for the “real world” of teaching, they
much be given opportunities for classroom teaching while under the supervision of a mentor. This will allow
them to form a better understanding of the roles English language teachers must assume in an increasingly
globalized world. Overall, this study demonstrates the meditational role online blogging can play in assisting
novice teachers as they lessen the gap between learning about teaching in education programs and learning to
teacher through hands-on experience.
YOU GOT PUBLISHED IN AN ELT JOURNAL… WHAT WAS YOUR EXPERIENCE AS AN AUTHOR LIKE?
Melba Libia Cárdenas Beltrán (Universidad Nacional de Colombia – Bogotá)
In the past few years, there has been an increase in the publication of ELT journals. This is closely related to the
growing interest of practitioners and research communities as well as of institutional policies that demand
visibility of the work done by their staff through publications in highly ranked journals. Nonetheless, a common
concern remains: publications are often associated with core communities and countries, which makes it difficult
to recognise or include voices from the periphery (Rainey, 2005; Pageau, 2010; Johnson & Golombek, 2011). In
this presentation I wish to share the results of a survey answered by some authors who published their articles
in an ELT journal edited in a Colombian public university. I will start by presenting the origins, mission and
evolution of the journal. Then, I will summarise the results of the survey. They deal with the reasons the authors
had to submit their articles to the journal, the experiences lived along the process of publication (submission,
evaluation, adjustments), and what the publication of the articles in the journal has meant to them. The findings
of the survey and the experiences as editor of the journal show that despite the difficulties faced due to stratified
and standardized policies that we have been required to follow, there are achievements and lessons learned.
Finally, we will pinpoint the challenges ahead in our attempt to maintain an initiative that seeks to empower
teachers to make their work more visible through publishing (Noffke y Somekh, 2009; Zeichner, 2010).
Key words: Publishing teachers’ works
PRÁTICAS DE LEITURA EM SALA DE AULA: O PAPEL DAS CRENÇAS DE PROFESSORES E ALUNOS
Michele Duarte de Almeida
Alessandra Baldo
(Universidade Federal de Pelotas)
A didática do professor é influenciada, em grande medida, pelo conjunto de experiências e convicções que
possui sobre o processo de ensino-aprendizagem, ainda que isso aconteça inconscientemente (ALMEIDA
FILHO, 1993). Levando isso em consideração, realizamos um estudo com o objetivo de avaliar o papel
exercido pelas crenças pessoais de professores, como também pelas crenças de alunos, em atividades de
leitura desenvolvidas nas aulas de língua materna (L1) e de língua estrangeira (L2) em uma turma de ensino
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
médio de uma escola pública do estado do Rio Grande do Sul durante o segundo bimestre de 2010.
Observações de aulas e aplicações de questionários semi-estruturados para os participantes voluntários
constituíram a base metodológica do trabalho. A partir da análise dos dados, encontramos dois resultados
principais: com relação aos educadores, foi possível verificar que o trabalho desenvolvido estava baseado
primeiramente nas suas crenças pessoais, e não no conhecimento teórico; com relação aos educandos,
identificamos que eles compartilhavam das mesmas crenças dos professores quanto ao modo de desenvolver
atividades de leitura, na medida em que aceitavam o modelo de trabalho oferecido como o mais produtivo
possível. Os resultados são avaliados a partir da noção de crenças como instrumentos que podem promover
ou dificultar o ensino-aprendizagem de línguas (BARCELOS, 2006, 2009).
Palavras-chave: práticas de leitura; crenças de alunos e professores; ensino-aprendizagem de L1 e L2.
COMPREENSÃO ORAL EM LÍNGUA INGLESA:
RELAÇÕES ENTRE A PRÁTICA E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
Mirelly Karolinny de Melo Meireles (Posle/ UFCG/ Reuni)
A compreensão oral (CO) é um processo complexo e ativo, em que o aprendiz diferencia sons, entende
vocabulário e estruturas gramaticais, interpreta entonação, e por fim, retém os itens citados e os interpreta,
além de levar em consideração o amplo contexto sócio-cultural (VANDERGRIFT, 1999). Assim, o aprendiz
precisa coordenar todas essas ações, envolvendo assim, uma grande atividade mental. A CO ganhou mais
espaço no ensino de língua inglesa (L2), porém sua prática de ensino revela todo um caráter tradicional, visto
que os professores estão interessados se está certo ou errado o que foi ouvido; e não na CO em si, ou seja,
eles se focam no produto e não no processo (FIELD, 1998). A CO em L2 representa um desafio a um número
significativo de professores, visto que estes muitas vezes consideram difícil trabalhá-la (CONSOLO, 2000).
Desse modo, os objetivos do presente trabalho são: i) Identificar se o foco de ensino da CO por um professor,
de um curso de formação de professores de L2, é o produto ou o processo; e ii) verificar se a formação deste
influencia na maneira como ele trabalha a CO em suas aulas. A presente pesquisa caracteriza-se como sendo
interpretativista, de base etnográfica. Esta foi realizada em um curso de Letras/ habilitação Língua Inglesa, no
município de Campina Grande/PB. Os dados foram coletados através de observações das aulas e gravações
em áudio durante um semestre, no ano de 2011. Ao final do semestre, foi realizada uma entrevista com o
professor. Através da análise dos dados, verificamos que o foco de ensino da CO pelo docente é o processo.
Também constatamos através da entrevista, que a formação do referido professor não influencia sua prática.
Concluímos que, apesar das lacunas existentes na formação de tal professor, ele se foca no processo ao
abordar a CO.
Palavras-chave: Compreensão Oral; Formação do Professor; Foco no produto e no processo
LETRAMENTO: A LEITURA DA LINGUAGEM VERBO-VISUAL COMO SUBSÍDIO AO ENSINO DE LÍNGUA
Miriam Bauab Puzzo (Universidade de Taubaté)
Os gêneros discursivos muitas vezes são tratados de modo muito superficial em sala de aula. Sendo assim, a
proposta desta sessão coordenada é propor a leitura da linguagem verbo-visual de gêneros discursivos da
mídia impressa com o intuito de promover a leitura crítico-reflexiva. Serve de apoio teórico a teoria dialógica da
linguagem na perspectiva de Bakhtin (2003) e do Círculo,tomando como categorias de análise os conceitos de
enunciado concreto, leitor presumido, contexto sócio-histórico e tom valorativo. Também servem de apoio
autores que tratam da linguagem visual (DONDIS, 2003) e da linguagem fotográfica (KOSSOY, 2002). Para
cumprir tal proposta a comunicação intitulada “A importância da linguagem verbo-visual em aulas de leitura”
discute a questão dos gêneros discursivos nas diversas linguagens da mídia impressa como subsídio às
atividades de leitura, toma como referência os princípios teóricos e as categorias de análise de Bakhtin e do
Círculo. Como aplicação prática a comunicação “Análise de capas de revista como subsídio ao ensino de
língua materna” objetiva investigar mecanismos e estratégias linguístico-discursivas e visuais das capas das
revistas IstoÉ de 11 de maio de 2011 e Época Edição Especial de 09 de maio de 2011 e suas respectivas
reportagens que tratam da morte de Osama Bin Laden. Num outro enfoque, a comunicação “A charge e os
sentidos implícitos no discurso midiático”, trata da charge veiculada na Folha de S. Paulo de 11 de agosto de
2010. Para concluir observa-se que as relações entre imagens visuais e linguagem escrita possibilitam a leitura
mais completa e suscitam questões que conduzem à reflexão. Espera-se com essas análises contribuir para a
leitura crítica de enunciados midiáticos.
Palavras-chave: letramento; leitura; linguagem verbo-visual; gêneros discursivos.
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
ENTREMEIOS COMO PARTE DO LETRAMENTO DO PROFESSOR DE LÍNGUAS
Míriam Martinez Guerra (UFT)
O presente trabalho traz dados de uma pesquisa, em andamento, em nível de mestrado, financiada pela
CAPES, vinculada ao Programa de Pós-graduação em Letras, Mestrado em Ensino de Língua e Literatura
(PGL/MELL), na Universidade Federal do Tocantins (UFT), campus de Araguaína e ao grupo de pesquisa
Práticas de Linguagens em Estágios Supervisionados (PLES). Visamos focalizar formas de atuação de atores
humanos e não-humanos presentes nas práticas de duas docentes, professoras colaboradoras da pesquisa.
Nossa base teórica-metodológica volta-se aos novos estudos sobre Letramento, no viés da Linguística
Aplicada e da Educação, articulando com estudos sobre a transdisciplinaridade. Esta pesquisa, de abordagem
qualitativa, do tipo estudo de caso, tem como corpus seis relatórios de estágio supervisionado produzidos pelas
professoras colaboradoras na época da Licenciatura em Letras, na UFT, e diários de campo referentes a um
semestre de observações e registros das práticas escolares de linguagens desenvolvidas nas salas de aula
das referidas professoras; uma volta-se à língua materna e a outra à língua estrangeira, ambas são efetivas da
rede pública estadual de ensino. A partir da análise referentes a dois momentos da vida profissional das
professoras, notamos marcas de diversos atores humanos e não-humanos, registradas tanto nos relatórios de
estágio produzidos pelas professoras durante os estágios quanto nas observações realizadas em seus locais
de trabalho, que interferem no desenvolvimento de suas práticas docentes voltadas ao ensino de línguas.
Esses atores, por nós denominados de entremeios, necessitam ser visibilizados como partes de um todo
representado pelo letramento docente, uma vez que podem ser maneiras emponderadoras de conceber os
saberes e fazeres docente e algo relevante a ser refletido pelos professores em fase inicial de formação e
construção de seus letramentos na docência.
Palavras-chave: Formação inicial de professores; Letramentos; Estágio supervisionado em Letras.
CONSTRUINDO ENTENDIMENTOS SOBRE A FORMAÇÃO DOCENTE
A PARTIR DE REUNIÕES DE ORIENTAÇÃO DE ESTÁGIO: UM CAMINHO EXPLORATÓRIO
Mônica de Medeiros Villela (CApUERJ/ PUC-Rio)
Este trabalho consiste em um recorte de uma tese de doutoramento cujo objetivo foi a a busca de maiores
entendimentos a respeito da formação inicial de professores de língua inglesa em uma universidade pública do
Rio de Janeiro, através da Prática Exploratória (ALLWRIGHT, 2003; ALLWRIGHT & HANKS, 2009
ALLWRIGHT & MILLER, 1998; MORAES BEZERRA & MILLER, 2006). Além da Prática Exploratória, a
investigação foi baseada em construtos da sociolinguística Interacional, a saber: o contexto situacional: a
inferência conversacional & as pistas de contextualização (GUMPERZ, 2002) e a argumentatividade discursiva
(SCHIFFRIN, 1987). Apoiou-se também no conceito de construção identitária através do discurso (HALL,2004;
BAUMAN, 2005; ZIMMERMAN, 1998) e nas noções de “alinhamento” (GOFFMAN,[1974] 2002) e “face Social”
(GOFFMAN, 1980; 1985. Segundo a perspectiva da Prática Exploratória, é possível buscar entendimentos a
respeito do nosso contexto profissional sem mudançasradicais em nossa prática diária. Para isso, analisei o
discurso coconstruído por mim – professora regente de turma e de Prática de Ensino, orientadora,
pesquisadora e autora da tese – e duas licenciandas de Língua Inglesa, em uma reunião de orientação de
estágio. A partir dessa análise, surgiram porquês, ou puzzles, relacionados à sala de aula, à prática no estágio
supervisionado e à formação docente em geral. Posteriormente, em Sessões de Visionamento com Potencial
Exploratório (SEVIPE), deu-se o compartilhamento desses puzzles com as outras duas participantes da
pesquisa. Esse estudo colocou em seu centro a reflexão profissional conjunta, uma vez que tanto a reunião de
estágio supervisionado investigada, quanto as sessões de visionamento ofereceram ricas oportunidades para
aprofundarmos entendimentos a respeito da prática e da formação docente em geral. Sendo assim,
compreendo que essa tese é uma contribuição para a minha própria prática profissional e para a área de
formação inicial de professores
A COMPETÊNCIA FÔNICA E SUA PERCEPÇÃO INTERCULTURAL
NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LE
Monique Leite Araújo (UnB)
Atualmente, há várias discussões sobre o aperfeiçoamento do ensino de línguas estrangeiras através do
enfoque comunicativo. Sabemos que este é caracterizado por um conjunto de saberes, conhecimentos,
experiências mobilizadas com discernimento pelo indivíduo num determinado contexto discursivo e ao qual
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
denominamos competência comunicativa. No entanto, faz-se necessário entender que para mobilizar esses
saberes a competência fônica assume um papel primordial dentro da competência comunicativa.
Cantero (2002) afirma que ao falarmos estruturamos o discurso seguindo uma hierarquia fônica. Por isso os
fenômenos entonativos (sotaque, ritmo e entonação) cumprem um papel determinante no processo de
aquisição de uma competência, tanto na produção fônica como na percepção da língua oral. E essa percepção
oral depende diretamente de fatores interculturais presentes nos fenômenos entonativos.Logo, o ensino da
pronúncia de uma língua e seus elementos gramaticais não se bastam por si só.
Neste artigo, apresentaremos a relevância da competência fônica e sua percepção intercultural na formação
dos professores de Línguas Estrangeiras. Temos por objetivo demonstrar que a entonação contribui de forma
decisiva para o processamento de uma mensagem, conforme diz Cortés Moreno (2002), e que é fundamental
considerá-la no ensino de línguas.
Palavras-chave: Competência Comunicativa, Competência Discursiva, Competência Fônica, Interculturalidade,
Ensino de Línguas.
O IMPACTO DA DISCIPLINA “APRENDER A APRENDER LÍNGUAS ESTRANGEIRAS” NA FORMAÇÃO
DO PROFESSOR: AS ESTRATÉGIAS METACOGNITIVAS EM ANÁLISE
Myriam Crestian Chaves da Cunha (Universidade Federal do Pará)
Walkyria Magno e Silva (Universidade Federal do Pará)
A disciplina “Aprender a Aprender Línguas Estrangeiras” foi incluída há três anos no Projeto Pedagógico do
Curso de Letras Estrangeiras Modernas da nossa IES e vem sendo ministrada no semestre de ingresso no
Curso, com o objetivo de contribuir para a formação do falante da língua, ajudando os aprendentes a
desenvolverem novas estratégias de aprendizagem e a se tornarem mais autônomos. Essa experiência vem
permitindo aos docentes da disciplina investigar diversos aspectos da formação, por meio de uma pesquisaação. Um dos objetivos de pesquisa definidos mais recentemente foi o de avaliar o impacto da disciplina, no
que diz respeito às estratégias metacognitivas dos professores em formação (isto é, as estratégias que
implicam uma reflexão sobre o processo de aprendizagem e controle das atividades de aprendizagem –
OXFORD, 1990; CYR, 1998), não só no momento em que os alunos cursam a disciplina, mas ao longo dos
semestres subsequentes. A pesquisa valeu-se da grande quantidade de dados gerados mediante os
instrumentos de trabalho próprios da disciplina, bem como os obtidos com a aplicação de um questionário aos
estudantes que já passaram pela disciplina. Os resultados preliminares indicam que os processos de
regulação, principalmente de autorregulação (ALLAL, 2007), são particularmente favorecidos. Também são
identificados obstáculos que surgem no desenvolvimento das atividades didático-pedagógicas, o que demanda
uma reorientação a ser dada à disciplina na continuação de experiência. Conclui-se mostrando que o esforço
exigido dos professores em formação, no sentido de objetivarem sua aprendizagem, tanto do ponto de vista de
sua organização, quanto do ponto de vista dos conteúdos da aprendizagem, repercute no desenvolvimento de
competências em três planos complementares: na formação do falante da língua, na do professor da língua e
na do pesquisador na área do ensino/aprendizagem de línguas.
Palavras-chave: Aprender a Aprender – Estratégias metacognitivas – Regulação da aprendizagem
DISCURSOS E MARCAS TERRITORIAIS NA CONSTITUIÇÃO DO IDIOMA
E DA IDENTIDADE DO PROFESSOR DE PORTUGUÊS (BRASILEIRO)
Nádia Dolores Fernandes Biavati (Universidade Vale do Rio Doce)
Este texto tem como objetivo discutir as tensões que envolvem a territorialização do Português brasileiro e
seus reflexos na constituição da identidade do professor de Português Brasileiro. Metodologia: A partir de
estudo interdisciplinar e bibliográfico, com conceitos da Geografia Crítica, como território e territorialidade,
articula-se a compreensão de identidades fragmentadas e a relação entre Linguística Aplicada e orientações
estatais para o ensino. Revisão de Leitura: A historicidade que envolve a implantação do Português no espaço
Brasileiro, bem como as tensões que vislumbraram as políticas Linguísticas sobre o idioma se dão desde o
início da colonização. Desse modo, a articulação espaço-tempo tornou-se imensamente importante para se
compreender que o idioma Português no espaço brasileiro passou por ressignificações (ORLANDI, 2002) e não
houve simplesmente o transporte de idioma como queria a coroa portuguesa, antes da independência do
território. Resultados: Observando os discursos educacionais e o modo como os professores manifestam o
ser e o fazer sobre a profissão, aparecem as tensões: a ideia de que o ensino do lado de cá do Atlântico deve
obedecer às orientações de um padrão culto de origem lusitana e a ideia de que a articulação espaço e tempo
provocam um olhar diferente ao idioma que se reinventa aqui. Conclusão: É importante a compreender que as
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
relações territoriais que envolvem o ensino da língua portuguesa brasileira são marcadas por orientações que
levam em conta tanto as regularidades linguísticas quanto os regramentos sobre a norma padrão, afetando de
modo significativo, o modo de ver e de ser professor de Língua materna, provocando tensões e fragmentações
nas identidades envolvidas no ensinar.
EL PARALENGUAJE: UN APORTE A LA ENSEÑANZA DE ELE.
Nancy Gómez Torres (Universidad Pontificia Bolivariana Seccional Montería)
La investigación se centra en un factor muy relacionado con la lengua y la cultura: la importancia de lo no
verbal, específicamente el paralenguaje en la interacción comunicativa y la inclusión de tareas funcionales, que
contribuyan a que los estudiantes de español como lengua extranjera sean conscientes de la relevancia de
esta clase de comunicación en el aprendizaje de la lengua meta. Para el desarrollo del trabajo se consideró
como objetivo general determinar el grado de influencia del lenguaje no verbal ( paralenguaje) en la
enseñanza- aprendizaje del español como lengua extranjera, para ello se trabajó con estudiantes
norteamericanos que estaban matriculados en los cursos de verano de una universidad colombiana. Para ello,
se aplicó el método descriptivo a través de las siguientes etapas: recolección de información, análisis de
datos, resultados y conclusiones, siguiendo una metodología a partir de observaciones sobre una serie de
prácticas de aula de español como segunda lengua, entrevistas y trabajos de campo. Como fundamento
teórico se tomaron los aportes de autores como Poyatos, Cestero, Arzamendi, quienes coinciden en
reconocer la gran importancia del manejo del código paralingüístico en el aprendizaje y enseñanza de una
lengua extranjera. En cuanto a los resultados se notó que los estudiantes en la medida que interactuaban con
el profesor y con estudiantes cordobeses fueron incorporando en sus interacciones comunicativas diferentes
tipos de paralenguaje de acuerdo con las situaciones presentadas. Para concluir se puede afirmar que La
Comunicación no verbal de una lengua extranjera no debe enseñarse de una manera aislada, sino de forma
integrada y contextualizada, así que en la programación de un curso de ELE se requiere que se propicie el
aprendizaje de las formas no verbales junto con las verbales propios del español y ofreciendo posibilidades de
interacción en contextos reales y situaciones de la vida cotidiana.
Palavras-chave: Paralenguaje, ELE, Comunicación no verbal.
PROJETO FLELIMM: ELABORAÇÃO DE SEQUÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA O ENSINO DO FRANCÊS
LÍNGUA ESTRANGEIRA COM O USO DE TECNOLOGIAS
Nathalie Lacelle
Cristina Casadei Pietraróia
Heloisa Albuquerque-Costa
(USP)
O projeto FLELIMM (Enseigner le FLE avec les nouvelles technologies pour favoriser la littératie médiatique
multimodale - Québec, UQAM, UQTR, Brasil, USP) foi elaborado para responder a uma demanda concreta de
formação de professores de francês do Estado de São Paulo no que se refere à elaboração de material
didático com o uso de tecnologias, em particular, no que se refere ao desenvolvimento do conceito de
letramento midiático multimodal. O uso de tecnologias no ensino/aprendizagem de línguas é uma das diretrizes
dos documentos oficiais brasileiros (Albuquerque-Costa, 2009). No entanto, no âmbito do ensino do Francês
como Língua Estrangeira (FLE), observamos uma ausência de formação contínua, tecnológica e metodológica,
para capacitar os professores ao uso adequado das tecnologias aplicadas ao ensino. Como utilizar um recurso
disponível na internet ou um aplicativo de um I-pad na sala de aula? Quais competências o professor deve
desenvolver para elaborar sequências didáticas que levem em consideração o uso de Tecnologias da
Informação e da Comunicação para a Ensino (TICE) ? Como elaborar um scénario pédagogique (Mangenot e
Louveau, 2006) que integre documentos impressos, de áudio, de vídeo e aplicativos disponíveis em I-pads?
Essas são algumas das questões que orientam o projeto FLELIMM cujo objetivo geral é desenvolver
competências multimodais nos professores visando o uso de diferentes recursos tecnológicos para a
elaboração de sequências pedagógicas adequadas a diferentes contextos de ensino/aprendizagem do
francês. Segundo Livingstone (2004) e Hobbs e Frost (2003) o letramento midiático é a capacidade de
compreender, analisar, avaliar e, posteriormente criar documentos multimodais, para diversos contextos de
ensino/aprendizagem por meio da utilização de recursos midiáticos (imagem, textos/audio e iPad,smartphones
e computadores). Nesta comunicação, apresentaremos num primeiro momento os fundamentos teóricos que
orientam o projeto e a formação de professores em didática do ensino do francês no que se refere ao conceito
de letramento multimodal. Num segundo momento, apresentaremos as sequências pedagógicas elaboradas
133
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
para contextos de ensino fundamental público e privado e para alunos de francês da Universidade de São
Paulo e os resultados obtidos durante as fases de elaboração, com os professores de francês e de aplicação
das sequências pedagógicas, com professores e alunos. A partir da análise e dos resultados obtidos
apontaremos as diretrizes que podem vir a orientar a formação de professores em didática do ensino do FLE
com o uso de tecnologias.
O ENSINO DE INGLÊS NA ESCOLA PÚBLICA E A ANOMIA: UM ESTADO DE EXCEÇÃO DE (d)DIREITO
Neiva Cristina da Silva Rego Ravagnoli (PUC-SP)
Nas representações da realidade que o indivíduo proclama está impressa sua identidade. Existe um
relacionamento entre as representações e a identidade que imbricados afloram em manifestações individuais
de posicionamento do indivíduo perante a realidade que vive. Esse posicionamento/resposta individual que
nasce da confluência entre representações e identidade, denomino aqui, anomia. Patologia social que surge
quando as normas sociais são obscuras ou inexistentes, resultando no enfraquecimento da coesão das
representações coletivas, a anomia (DURKHEIM, 1982) leva os indivíduos em conflito e moralmente isolados a
formas de adaptação e condicionamento que manifestam seus estados de descontentamento e frustração. As
transformações socio-políticas e econômicas ocorridas no Brasil nas últimas décadas, não se implementaram
segundo estratégias uniformes e pré-estabelecidas, resultando numa instabilidade que, a partir de fatores como
o descrédito nacional resultante do enfraquecimento contínuo dos valores morais tais como a impunidade e a
diminuição da eficácia das normas éticas e sociais, favoreceu a manifestação da anomia. Na Educação, eese
estado resulta da incapacidade da estrutura social em disponibilizar meios institucionais para que os fins
culturais sejam atingidos proporcionalmente por todos os membros da sociedade. Representações como “nao
se aprende inglês na escola publica”; “o ingês é a língua do poder” ou “superior” favorecem os estados de “nãopertencimento”, inferioridade ou conformismo que caracterizam a anomia, influenciando o ensinoaprendizagem de inglês pela (re)produção de suas convicções. Assim, numa metodologia qualitativainterpretativista (MOITA LOPES, 1994) busco identificar a anomia nas representações dos professores e
alunos de inglês da escola pública e sua influência/consequências no ensino-aprendizagem. Ancorada em
estudos sobre identidade (Hall, 1992), representações (Moscovici, 1961; Jodelet, 1989); formação social
brasileira (BASTOS, 1986) e expansão do inglês (CELANI, 1996; PENNYCOOK, 1998; PHILLIPSON, 1992;
MOITA LOPES, 1996; RAJAGOPALAN, 2003) aponto os espaços que favoreceram a manifestação da anomia
no Brasil – um estado de exceção de (d)Direito. (AGAMBEN, 2000).
A LINGUAGEM E A CONSTITUIÇÃO DA SUBJETIVIDADE DO PROFESSOR DE LÍNGUAS
Newton Freire Murce Filho (UFG)
Este trabalho é efeito de uma recente experiência como professor em um curso de Especialização em
Linguística Aplicada, de uma universidade federal. No curso ministrei a disciplina “Linguagem e Subjetividade”,
cujo objetivo principal consiste em oferecer ao estudante-professor uma introdução aos estudos da linguagem
em sua referência à constituição do sujeito, à luz de uma perspectiva psicanalítica. O conteúdo estudado girou
em torno de leituras e discussões referentes aos seguintes temas: linguagem, corpo, constituição do sujeito; o
processo ensino/aprendizagem, linguagem, subjetividade; língua materna/língua estrangeira; linguagem, arte,
constituição do sujeito. Ao final do curso, lendo as avaliações dos estudantes-professores a respeito da
disciplina e do professor, fiquei surpreso, preocupado e decepcionado com determinadas tomadas de posições
que alguns estudantes tomavam diante de questões que, a meu ver, são fundamentais para a constituição das
subjetividades de professores de línguas. Dentre elas, destaco principalmente o problema da dicotomia teoria e
prática e da supervalorização desta em detrimento da outra, e também o problema da não consideração da
importância da linguagem na constituição do sujeito, especialmente do sujeito que estuda ou que ensina
línguas. São, pois, essas questões destacadas o que venho propor para discussão neste Congresso de
formação de professores de línguas, considerando que são urgentes para pensar no papel destes como
formadores de alunos. A metodologia da apresentação segue os procedimentos de uma pesquisa bibliográfica,
com um breve relato de trabalhos já publicados que dão suporte à discussão que será realizada, tais como, por
exemplo, Revuz (1998), Lemos (2007), Freire & Murce (2009). Dentre os resultados esperados, que são
também algumas conclusões, pretendese chegar a entender um pouco melhor o “problema” do lugar dos
estudos da linguagem que levam em conta a psicanálise na universidade, na formação de professores e o
certo mal-estar que esse problema pode provocar.
Palavras-chave: professor, linguagem, subjetividade
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
NÍVEL DE LETRAMENTO DO PROFESSOR DE INGLÊS:
IMPLICAÇÕES PARA A TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA DOS PCNs
Nibbya Karlla Pereira de Albuquerque (Graduanda/UNEAL/Campus I)
Patrícia Carla da Silva (Graduanda/UNEAL/Campus I)
José Sérgio Farias Sobral (Graduando/UNEAL/Campus I)
Este trabalho faz parte de um projeto de pesquisa desenvolvido pelo NEPLAELI (Núcleo de Estudos e
Pesquisas em Linguística Aplicada e Ensino de Língua Inglesa – UNEAL-Arapiraca) e busca confrontar a
formação de professores de língua inglesa com as atuais demandas da sala de aula de línguas e com a Teoria
dos Novos Letramentos e dos conceitos a ela associados, a saber: letramento crítico, letramento digital,
multiletramentos e multimodalidade, presentes nas Orientações Curriculares para o Ensino Médio – OCEM
(BRASIL, 2006). Partimos de duas perguntas de pesquisa: 1) Quais as implicações dos conceitos de
letramento, multiletramento e letramento crítico para a formação de professores de inglês? 2) Qual a distância
entre o nível de letramento real do professor de inglês e o nível de letramento idealizado nos PCNs (1998)?
Nosso principal objetivo é investigar se o nível de letramento do professor de inglês do ensino fundamental da
rede pública municipal de Arapiraca-AL lhe permite a compreensão do capítulo referente às línguas
estrangeiras. Trata-se de um estudo qualitativo, de base etnográfica e de natureza investigativa, desenvolvido
através de pesquisa de campo, com aplicação de questionários semiestruturados, bem como da aplicação de
avaliação de leitura em língua inglesa a 18 (dezoito) professores de inglês da rede pública municipal de
Arapiraca/AL. Os questionários e avaliações foram aplicados no mês de abril/2012 e os resultados serviram de
base para a implementação de seminários e oficinas que estão sendo ofertadas entre os meses de maio a
agosto/2012. Espera-se que o debate e a reflexão sobre abordagens atuais para o ensino de línguas
estrangeiras possam contribuir para a formação continuada dos professores pesquisados. Esta pesquisa foi
fundamentada em autores, como: Almeida Filho (1993; 1999; 2004); Kleiman (1995); Rojo (1998; 2000; 2002);
Cavalcanti; Signorini (1998); Gil; Gimenez (2005); Lankshear; Knobel (2003); Vieira-Abrahão (2008), entre
outros.
Palavras-chave: Teoria dos Novos Letramentos; Formação de Professores de Inglês; Concepções e Práticas
de Linguagem e Ensino.
EFEITOS DAS POLÍTICAS LINGUÍSTICAS BRASILEIRAS SOBRE AS LÍNGUAS INDÍGENAS:
O CASO DA LÍNGUA TERENA
Onilda Sanches Nincao (Universidade Federal De Mato Grosso Do Sul)
As políticas linguísticas contrárias ao uso das línguas indígenas no Brasil resultaram em um cenário
diversificado de usos, perdas, deslocamentos e resistências. No sentido contrário do Decreto de Marquês de
Pombal de 1758 que proibiu o uso da língua geral no Brasil, a Constituição de 1988 garante o uso das línguas
indígenas no processo escolar. Porém tal garantia legal não as trouxe de volta para o cenário linguístico
brasileiro. É preciso um grande trabalho junto aos povos indígenas tanto para a planificação de status como de
corpus. Uma das principais questões relaciona-se ao fato de que as políticas pró-línguas indígenas ainda são
feitas por agentes, sejam pessoas ou instituições, externos às comunidades indígenas. Nesse sentido, Maher
(2010) aponta para a necessidade de que as políticas linguísticas devem partir dos interessados. Da mesma
forma Mamani (2004), Sichra (2005) refletem sobre a prática e teoria de planificação linguística tendo em vista
o controle cultural das minorias étnicas nesse processo. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo relatar
como professores Terena revelaram durante uma oficina de produção de textos uma política linguística própria
no que se relaciona ao letramento em sua língua materna. A metodologia constou de uma produção de textos
em língua Terena realizada com 16 professores indígenas das Aldeias Passarinho e Cachoeirinha, no
município de Miranda, localizado no pantanal do Estado do Mato Grosso do Sul. Os resultados mostraram a
emergência de uma política linguística própria em que não se admite o letramento monolíngue em língua
Terena, mas um biletramento, ou seja, em língua Terena e língua portuguesa, contrário ao que a pesquisadora
esperava: escrever textos em língua indígena.
A EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA DO PROFESSOR DE INGLÊS: CONTRIBUIÇÕES SISTÊMICO-FUNCIONAIS
Orlando Vian Jr. (UFRN)
Estudos recentes no campo de formação de professores, tais como Gimenez e Monteiro (2010), Silva (2010),
Barcelos (2011), dentre outros, sinalizam para práticas que tomam a reflexão, a colaboração, a pesquisa e a
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
multiplicação como tônica de novas e futuras ações no campo. Inserido nessa realidade, este trabalho tem por
objetivo discutir a relevância da educação linguística do profissional de língua inglesa e o papel dessa
educação no embasamento de sua prática, assim como a relevância de uma teoria de linguagem, no caso a
sistêmico-funcional de Halliday (1978, 1985, 1994), para a compreensão da materialidade linguística na
construção de suas representações sobre si mesmos, sobre suas identidades profissionais e sobre sua própria
educação linguística e seu conhecimento sobre a língua(gem). Para atingir tal objetivo, utilizamos como corpus
de pesquisa textos de diários reflexivos produzidos em dois contextos distintos: na formação inicial, a partir de
uma disciplina de gramática da língua inglesa no segundo ano de um curso de graduação em Letras/Inglês, e
na formação continuada, em uma disciplina da mesma natureza para professores em serviço em um curso de
especialização em ensino-aprendizagem de inglês como língua estrangeira. Tais textos funcionam como fonte
para a discussão de questões relativas às realizações léxico-gramaticais nos textos, especificamente em
relação à sua transitividade (Halliday, 1994; Eggins, 1994; Thompson, 1996) e como os processos utilizados
por professores em sua produção textual revelam aspectos relacionados às suas representações. Os
resultados das análises com base na gramática sistêmico-funcional fornecem elementos relevantes para a
compreensão dos discursos de professores e podem contribuir para elaboração de futuras ações que possam
fomentar cursos de formação inicial e continuada no contexto em que ambos os cursos são desenvolvidos.
Palvras-chave: formação inicial e continuada, reflexão, gramática sistêmico-funcional
ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA VIA INTERNET
COM OS RECURSOS DO AMBIENTE VIRTUAL DE ENSINO E APRENDIZAGEM - “APRENDER”
Pamela Aparecida Melo (UFLA)
Patricia Vasconcelos Almeida(UFLA)
Estratégias de aprendizagem são segundo Paiva (1996), recursos dos quais os alunos fazem uso no momento
da aprendizagem de uma língua estrangeira para solucionar problemas que surgem durante a aprendizagem,
como por exemplo, quando o aluno deseja aumentar o seu vocabulário, melhorar sua pronúncia, ou ainda
dominar uma estrutura gramatical, dentre outros. Durante o aprendizado presencial de uma Língua Estrangeira,
espera-se que os alunos desenvolvam estratégias para que melhorem seu desempenho no curso e não seria
estranho esperar que isto também aconteça em um ambiente virtual. Este trabalho tem como objetivo observar
e identificar quais as estratégias de aprendizagem que os alunos de língua inglesa, do primeiro período do
curso de letras de uma universidade federal, utilizam no momento em que estão participando das aulas em que
a língua alvo é ensinada tendo o computador e a Internet, mais especificamente o Ambiente Virtual de
Aprendizagem (AVA) como meio de aprendizagem. Analisando as atividades direcionadas a esses alunos no
AVA procuramos quantificá-las e para tal foram feitos questionários a serem respondidos online. No primeiro os
alunos respondessem de forma aberta questões sobre o uso de estratégias, e o segundo onde eles deveriam
indicar se utilizavam ou não as estratégias sugeridas. Com destaque, pôde-se observar que os estudantes,
perante alguma limitação, se sentem mais a vontade em tirar suas dúvidas com os colegas, além de
consultarem a internet por meio de sites de busca e, também, consultam o material de aula presencial com
frequência. Uma estratégia que os estudantes indicaram utilizar e que, segundo eles, os ajudaram a aprender
melhor o idioma é através de filmes, músicas e jogos.
Palavras chave: estratégias de aprendizagem, língua inglesa, formação de professor
NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO PROCESSO DE FORMAÇÃO
DO PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA A LUZ DA TEORIA DA ATIVIDADE
Patricia Vasconcelos Almeida (UFLA)
Durante décadas o ensino de línguas estrangeiras vem sofrendo modificações devido aos estudos teóricos
realizados nesta área, em prol de uma melhoria tanto no aprendizado, quanto no ensino. A grande novidade
desta época consiste em usar as novas tecnologias da informação e comunicação para ensinar e aprender
uma língua estrangeira. Alguns mitos, como “o computador substituir o professor”, “o ensino por meio do
computador ser o melhor de todos até hoje”, já foram quebrados. Neste momento, é preciso desenvolver nos
professores e alunos, o letramento digital, apropriado para utilizar o computador e todos os seus recursos
pedagógicos, como ferramentas que auxiliam e facilitam o processo de ensino e aprendizagem. No caso das
línguas estrangeiras, pesquisadores como Warschauer e Healey (1998) e Nardi (1996) vem desenvolvendo
estudos que investigam a inserção dos computadores e da Internet no processo de ensino e aprendizagem de
línguas estrangeiras, com resultados bastante promissores. Nosso trabalho aqui é um recorte de uma tese de
doutorado e tem como objetivo demonstrar algumas possibilidades de utilização do computador e da Internet,
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
dentro e/ou fora da sala de aula tradicional, como recurso de material didático (apoio) e/ou ferramenta ou fonte
de ensino (meio) tendo como base teórica o princípio da contradição encontrado na Teoria da Atividade
Engeström (1987) que nos permite entender as alterações no sistema de atividade a partir dos diferentes
artefatos utilizados pelos sujeitos. Tendo como contexto de pesquisa o curso de letras de uma universidade
federal cursando a disciplina de metodologia de ensino de língua estrangeira, os dados foram coletados por
meio de observações das aulas de metodologia. A análise dos dados proveniente de uma abordagem
metodológica exploratória mostrou que na tentativa de se criar tarefas pedagógicas, utilizando diferentes
artefatos de ensino, o professor pré-serviço desenvolveu práticas diferentes de acordo com o artefato utilizado.
Palavra chave: tecnologias digitais/ formação de professores/teoria da atividade
A OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA PROMOVE A EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA NA ESCOLA?
Paula Barreto Silva(UESB)
Ester Maria de Figueiredo Souza (orientadora) (UESB)
Autores como Bagno e Rangel (2005) e Vasconcelos (2009) defendem que há necessidade da educação
linguística na escola brasileira. Faz-se necessário, portanto, promover reflexões sobre ações e medidas
públicas de ensino de língua portuguesa em desenvolvimento no país, no sentido de se observar se essas, ao
menos, objetivam atender às demandas sociais por uma educação linguística. A educação linguística acontece
durante toda a vida, e isso não é diferente para o professor de português, que precisa se atualizar
constantemente, para ter acesso ao conhecimento científico sobre linguagem e compreender as dimensões
políticas do uso da língua. Para ilustrar essas constatações, seleciona-se a Olimpíada de Língua Portuguesa
Escrevendo o Futuro, programa promovido nacionalmente pelo Ministério da Educação desde 2008, e
atualmente na sua terceira edição, para analisá-la sob a vertente de uma ação demandadora de educação
linguística. Com o tema “O lugar onde vivo”, o programa propõe aos alunos o resgate das histórias de sua
comunidade para, a partir delas, exercitar a escrita de produção de textos. A implementação da Olimpíada
requer a formação continuada dos professores da educação básica que dela participa. A análise dessa
iniciativa revela que a proposta didática da Olimpíada seleciona os gêneros do discurso como objeto de ensinoaprendizagem e, embasada numa concepção interacionista da linguagem (GERALDI, 1984), assume que as
diversas esferas da atividade humana estão necessariamente relacionadas a determinados usos da linguagem
(BAKHTIN, 1997). Constata-se que a Olimpíada busca atender à demanda por educação linguística de sujeitos
escolares e se consolida, sobretudo, por mobilizar esses sujeitos para a apropriação do conhecimento sobre a
língua (TRAVAGLIA, 1998), nas dimensões de competência linguistica, discursiva e política.Palavras-chave:
educação linguística; formação de professores; ensino-aprendizagem de língua portuguesa.
A RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE INGLÊS
Paulo Roberto Boa Sorte Silva (PUC-SP)
Os conhecimentos acerca das abordagens, métodos e técnicas de ensino de inglês, formulados e difundidos
por especialistas são tidos, por muitos professores em formação inicial e continuada, como distantes da
realidade ou impossíveis de serem aplicados. Para melhor compreender esse problema e repensar as
questões que envolvem a profissionalização de professores de inglês, faz-se necessário lançar um olhar sobre
três ideias: teoria, saberes e prática. Esta pesquisa, em andamento, colabora com a compreensão dos motivos
pelos quais os professores de inglês ainda têm dificuldade em associar os conteúdos dos cursos de formação
aos acontecimentos que se dão em seus contextos de ensino. O objetivo é investigar como professores de
inglês em formação inicial e formação continuada entendem a relação teoria e prática, a partir dos sentidos e
significados, na perspectiva vygotskyana, conferidos a esses termos. Os pressupostos teóricos que
fundamentam esta pesquisa são: Thomas (1997), Rajagopalan (1984; 1998), Vygotsky (2001), Tardif (2002),
Canagarajah (2005), Charlot (2005), Kumaravadivelu (2006) e Pennycook (2010). Trata-se de uma pesquisa
qualitativa, caracterizada como estudo de caso, de cunho analítico-interpretativo. Os dados são coletados por
meio de observação e gravação em áudio das aulas dos professores participantes atuando nas escolas
regulares, notas de campo, diários reflexivos dos alunos-professores e do pesquisador e entrevistas. Para o
desenvolvimento da análise, adota-se uma perspectiva dialógico-enunciativa, discutida por Brait (2006). Os
resultados mostram a visão dos professores de inglês em formação acerca dos termos teoria e prática e a
possível relação existente entre eles.
Palavras-chave: teoria; prática; formação do professor de inglês.
PARTICIPAÇÃO POLÍTICA NA INTERNET:
137
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
UMA QUESTÃO DE LETRAMENTO ESCOLAR NA CONTEMPORANEIDADE
Petrilson Alan Pinheiro (UNICAMP)
O objeto deste trabalho é mostrar como o portal da Câmara dos Deputados Federais, um ambiente da internet,
em princípio, institucionalmente fechado e controlado, possibilita a criação de espaços de movimentos políticos
por parte dos usuários do portal, que interagem entre si por escrito através de ferramentas digitais como fóruns
de discussão, bate-papos e wikis. Para entender esses movimentos políticos na internet, faço uso dos
conceitos teóricos propostos por Rancière (2001; 2007) de “partilha do sensível” (partage du sensible) e
dissenso (disssensus), que, assim como estabelecem uma relação hierárquica entre aqueles que possuem
visibilidade e os que não possuem, dentro de um processo institucionalmente ordenador que aloca indivíduos
em lugares particulares, sustentam também o potencial para a sua própria dissolução. Em outras palavras, se a
linha que estrutura a dinâmica de uma partilha do sensível é o ponto de contato entre o compartilhamento e a
divisão, então há sempre a possibilidade de participação política por parte daqueles não institucionalmente
autorizados. Situado no campo da Linguística Aplicada, este trabalho se constitui através de uma pesquisa de
cunho empírico, em que foram selecionados e analisados alguns fóruns de discussão no portal da Câmara dos
deputados sobre projetos de lei que contemplam a temática “política sobre as drogas”. Pensando, portanto, em
termos de letramento no contexto escolar, pode-se a priori dizer que as práticas interacionais realizadas por
meio dos fóruns tanto apontam lugares institucionais hierarquizados, marcados pela diferenciação entre as
vozes dos deputados e dos demais participantes, como também provocam dissensos em meio a uma
multiplicidade de vozes, que abrem a possibilidade para aqueles considerados como (não) participantes não
legítimos na comunidade política dominante, como alunos e professores, de um espaço público de discussão e
participação política via produção escrita.
Palavras-chave: internet, política, letramentos.
O AGIR DOCENTE NO TRABALHO DE PLANEJAMENTO
E ELABORAÇÃO DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA (SD)
Priscila A. da Fonseca Lanferdini (Colégio Est. Vereador Heitor Rocha Kramer - EFM)
Vera Lúcia Lopes Cristovão (UEL)
O trabalho de planejamento, muitas vezes, parece não ser reconhecido como parte do trabalho docente. A
desvalorização constatada e a busca por alternativas para a melhoria do ensino de Língua Inglesa (LI) e para
formação docente, motivou-nos a desenvolver uma pesquisa de mestrado que teve como objetivo central
investigar o trabalho de três professoras de línguas durante o planejamento e a elaboração coletiva de uma
sequência didática (SD). Nossa pesquisa embasa-se na corrente teórica-metodológica do interacionismo
sociodiscursivo (ISD) (BRONCKART, 2008, 2006, 1999; SCHNEUWLY; DOLZ, 2004) e em estudos voltados ao
entendimento da docência como trabalho, desenvolvidos a partir das contribuições da ergonomia da atividade
(AMIGUES, 2004; SAUJAT; 2004) e da clínica da atividade (CLOT, 2006; FAITA, 2004). Os dados de nosso
trabalho foram gerados em seis encontros de um curso de extensão voltado à formação continuada das
professoras participantes. Os encontros do curso foram gravados, transcritos e analisados com base no
modelo de análise de textos de Bronckart (1999); Bronckart e Machado (2004); Machado e Bronckart (2009).
Os resultados da analise nos levaram a identificar nove modos de agir verbalizado pelas professoras, sendo
cinco deles de origem coletiva e quatro de origem individual, e ainda, nos possibilitaram indicar aspectos
importantes do trabalho de planejamento, como: o planejamento docente é referenciado pelo agir de outros
envolvidos em seu ambiente de trabalho; planejar se constitui como um meio importante de formação; o
trabalho de planejamento requer habilidades físicas e cognitivas dos docentes, entre outros. As reflexões
realizadas nos possibilitaram compreender o trabalho de planejamento como um trabalho complexo e
fundamental para a prática e formação do professor e, ainda, nos permitiram discutir o estatuto do agir
“planejar” na carga horária de trabalho docente.
Palavras-chave: Planejamento docente. Trabalho/agir do professor. Elaboração de SD.
FROM PRACTICE TO THEORY: CONSTRUCTING A TASK - TEST
Priscila Fabiane Farias (UFSC)
Within the area of Second Language Acquisition (SLA), the Task Based Approach (TBA) proposes a
communicative teaching through the use of tasks (Skehan, 2003). At the same time, researchers in the area of
SLA agree that the approach used by the teacher in class should be similar to the way the students are going to
138
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
be tested. Bearing this in mind, this study focuses on the reflective practice of an English teacher in a TBA class
at the Extra Curricular Course, at Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, who observed her students’
needs and learning context to develop a Task-Test, that is, a written test which contains elements of a task
according to Ellis’ (2003) criteria. In this SLA context, teachers are expected to assess students by using, at
least, one written test. However, during the classes, the teacher observed the need for a communicative
assessment since that was the main scopus in which the classroom activities were based on. Therefore, the test
was developed as an attempt to combine the topics which were being studied by the students in their book
lessons to the TBA approach main aspects, which was being used by teacher during the classes. Later on,
students answered a questionnaire about their perspective on the Task-Test which was then used for research
purposes in the teachers’ TCC. Taking into account the aforementioned, this study reports the actions
undertaken by this teacher in the attempt to construct the Task-Test and also how this pedagogical action
turned out to be the focus of her TCC. All in all, this study also shows the possibility of theorizing upon teacher’s
pedagogical practice.
Key-words: Task Based Approach, Task-Test, Reflective Practice
O PROFESSOR, A PESQUISA LINGÜÍSTICA E SUA APLICAÇÃO AO ENSINO DE LÍNGUAS: O EXEMPLO
DA RELAÇÃO ENTRE OS CONSTITUINTES PROSÓDICOS E O ENSINO DO USO DA VÍRGULA
Priscilla da Silva Santos (UnB /UniCEUB)
Daniele Marcelle Grannier ( UnB)
Neste trabalho propomo-nos a demonstrar que o conhecimento dos resultados das pesquisas linguísticas e de
sua aplicação ao ensino de línguas são fundamentais na formação do professor. Para isso, utilizaremos os
resultados de um estudo fonológico dos constituintes prosódicos da fala em língua portuguesa aplicados ao
ensino da pontuação e, em especial, ao uso da vírgula em textos escritos em português. Baseamos-nos no
pressuposto de que a transposição da prosódia interfere na produção textual dos alunos de língua portuguesa,
de nível superior, sobretudo na pontuação, que foi identificada como um dos principais geradores de problemas
na construção de sentidos em nível oracional na redação desses alunos. É comum os alunos utilizarem a
vírgula entre os constituintes sintáticos Sujeito/Verbo e Verbo/Objeto que, segundo as regras ortográficas, não
devem ser separados, acarretando problemas coesivos em suas produções textuais. Nossa análise evidencia
que isso se deve à transposição das pausas da fala como vírgulas no texto escrito, sem levar em conta quando
há ou não correspondência entre os constituintes prosódicos e os sintáticos. Considerando esses
pressupostos, propomos uma metodologia de ensino da língua portuguesa que se baseia na leitura de textos
autênticos e, em determinados momentos, enfoca a questão da pontuação, desenvolvendo atividades
indutivas, conduzindo o aprendiz à produção de textos. Na análise fonológica dos constituintes prosódicos da
fala, contemplamos o quadro teórico da Fonologia Prosódica de Nespor e Vogel (1986) e na aplicação ao
ensino trazemos para o ensino da língua materna as diretrizes da abordagem interacional de Ellis (1999) e do
recurso ao foco na forma (Long, 1988, entre outros), utilizadas no ensino de segundas línguas. A associação
de atividades indutivas ao recurso do foco na forma no ensino de línguas segue Grannier (2006). Utilizando
uma amostra de material instrucional para um público alvo universitário, examinaremos como o professor
formado para ser um especialista em língua portuguesa, capaz de lidar com a aplicação dos resultados de
pesquisas lingüísticas, está preparado para conduzir atividades de natureza reflexiva que levem seus alunos a
produzir textos com segurança.
REFLEXÕES DE UMA EQUIPE PEDAGÓGICA: NOVOS FAZERES NA EAD
Rafael Matielo
Este trabalho visa relatar as reflexões de uma equipe pedagógica (uma professora e dois professores-tutores)
em relação ao processo de tomada de decisão ao construir tarefas de produção e compreensão oral. O curso
em questão consistia em um curso de inglês como língua estrangeira para propósitos específicos na
modalidade a distância, oferecido para a Secretaria de Portos do Governo Federal. As reuniões didáticopedagógicas aconteciam semanalmente a distância por meio de sessões de Skype e trocas de e-mails. Os
processos de decisão envolviam (i) a formatação e estruturação do curso (1 módulo de ambientação, 3
módulos temáticos e 1 módulo de revisão), (ii) a escolha das temáticas e estruturas gramaticais e lexicais a
serem trabalhadas, (iii) a elaboração de tarefas com foco na forma (Long, 1991) e (iv) a implementação das
tarefas (atividades obrigatórias e complementares no AVEA, videoconferências semanais e chats semanais via
Skype), priorizando momentos de planejamento pré-tarefa (Foster & Skehan, 1996) e repetição (Bygate, 2001;
D’Ely, 2006). Através das sessões de skype e e-mails trocados é possível perceber que todo o processo de
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
tomada de decisão é pontuado pela colaboração e participação mútua entre professor e professores-tutores, o
que denota uma descentralização de poder, enfatizando o papel do professor coletivo na EAD (Belloni, 2006).
Além disso, vale ressaltar a importância de a equipe comungar de uma mesma visão de ensinar e aprender, o
que parece ter tido um impacto positivo tanto no planejamento das atividades quanto na implementação delas.
Palavras-chave: Ensino a distancia; tomada de decisão; colaboração
MULTILETRAMENTOS E PRÁTICAS LETRADAS:
INFLUÊNCIAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ESPANHOL
Raimundo Nonato Moura Furtado
(Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia)
As concepções de letramento conforme os Novos Estudos do Letramento orientam a investigação das diversas
práticas letradas e sua influência na formação docente, universo deste trabalho. Seu objetivo principal é
analisar que práticas letradas (dominantes e vernaculares) um grupo de professores em formação, aprendizes
de Espanhol como Língua Estrangeira - E/LE, tiveram contato ao longo de suas vidas e as possíveis
implicações desse fenômeno para a aquisição dos múltiplos letramentos com ênfase no digital e no crítico.
Trata-se de uma pesquisa explicativa de caráter diagnóstico (GIL, 2002) situada no paradigma qualitativointerpretativista (BORTONI-RICARDO, 2008). A amostra foi construída por duas fontes: dois questionários e a
análise das atividades de um ambiente virtual de aprendizagem (SOLAR). Os resultados mostram a ocorrência
de práticas letradas heterogêneas vinculadas às diferentes agências de letramento às quais estes participantes
estiveram e estão relacionados com predominância de práticas vernaculares. A pesquisa também aponta para
a predominância de práticas letradas vernaculares que aparecem ao longo de toda a trajetória dos
participantes e que, em geral, não são valorizadas pela escola. Conclui-se que muitas questões sociais estão
diretamente relacionadas à inclusão ou exclusão dos participantes em determinadas práticas letradas e que
estas influenciam diretamente no momento atual da formação de sua formação.
Palavras-chave: letramento(s), práticas letradas e formação de professores.
LETRAMENTO CRÍTICO E ESCRITA EM LÍNGUA INGLESA EM AULAS DE NÍVEL BÁSICO
DO PROJETO CASAS DE CULTURA NO CAMPUS
Raphaela Priscylla Barros Silva Universidade Federal de Alagoas
O Projeto de Extensão Casas de Cultura no Campus da Universidade Federal de Alagoas tem por objetivo
inserir seus alunos do curso de Letras na prática docente e permitir que alunos de outras graduações tenham
acesso ao ensino-aprendizagem de língua inglesa. O objetivo como professores do projeto é formar cidadãos
críticos por meio do trabalho com a língua inglesa. Observando tanto o interesse quanto a dificuldade dos meus
alunos em relação à produção escrita, decidi investigar por meio de uma pesquisa-ação (Thiollent, 1982) o
desenvolvimento da produção escrita em língua inglesa. Nesta comunicação pretendo, portanto, compartilhar e
discutir os resultados deste estudo. As teorias que norteiam a pesquisa são de Cervetti et. al. (2001), Mattos &
Valério (2010) e Brydon (2010), que tratam de questões como leitura crítica, diversidade e as teorias dos novos
letramentos no mundo global. Para conduzir o trabalho em relação à escrita, a abordagem escolhida foi o
process writing (SEOW, 2002; HARMER, 2007). Os instrumentos que utilizei para a coleta de dados foram os
diários de aula escritos pela professora-pesquisadora, as produções escritas, os questionários e comentários
dos alunos. As aulas foram preparadas e ministradas de maneira a promover o pensamento crítico por meio de
debates e discussões. O resultado mostra que o trabalho realizado permitiu aos alunos utilizarem estratégias
de ensino-aprendizagem satisfatoriamente e se sentissem mais confiantes para expressar suas opiniões na
escrita. Sendo assim, apesar de o nível dos alunos ser elementar e eles ainda produzirem textos com falhas
gramaticais, é possível que eles argumentem utilizando a língua alvo.
Palavras-chave: letramento crítico, ensino-aprendizagem de língua inglesa, process writing
IDENTIDADES: IMAGENS PROJETADAS DE PROFESSORAS EM FORMAÇÃO INICIAL
Raquel Gamero (UEL)
A formação de professores de Língua Inglesa em nível inicial tem sido alvo de pesquisas e publicações nas
últimas décadas e os estudos de identidades de professor tem sido um rico campo de investigação tanto na
formação inicial quanto continuada. Convergente com esses focos de pesquisa, nesta comunicação objetivo
responder se o perfil identitário de professor-pesquisador é desenhado pelas participantes como imagem de si
140
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
para o outro por meio das representações construídas ao longo da pesquisa. Com este questionamento discuto
o perfil identitário desenhado pelas participantes como imagem de si para o outro. Para tratar do conceito de
linguagem opto pelo construto teórico-metodológico do Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 1999;
2006; 2008) e para tratar dos conceitos de identidade adoto autores que consideram o indivíduo como um ser
socialmente constituído (MOITA LOPES, 1996; BEIJAARD, et al., 2004; BUCHOLTZ; HALL, 2005). Os corpora
desta pesquisa são compostos por quatro conjuntos de dados, formados por textos escritos (atividades de
análise e interpretação da linguagem utilizada em sala de aula de língua inglesa e relatos autobiográficos) e
orais (grupo focal). O procedimento de análise aplicado no tratamento dos dados partiu de uma leitura
cautelosa em busca do conteúdo temático referente a, p imagens de professor e em seguida, analisados
linguisticamente pelo referencial do ISD. Os resultados revelam a contradição como parte integrante da
identidade fragmentada, desencadeada pelas mudanças características de seu momento sócio-histórico e, por
mudanças sociais, estruturais e institucionais. Percebo que as imagens projetadas remetem a um agir docente
genérico e a não filiação ao grupo profissional. Portanto, compreendo que essas imagens constituem as
representações que as AP têm sobre a profissão e já sofrem influências do discurso social recorrente (e
negativo), advindo de outras esferas sociais.
Palavras-chave: educação inicial professores, identidade profissional, imagens.
TEACHER IDENTITY AS PEDAGOGY” IN THE INTERNET ERA:
REFLECTIONS ON LANGUAGE TEACHING, DISCOURSE, IDENTITY, AND TEACHER EDUCATION
Regina Celia Halu (Universidade Federal do Paraná)
My aim in this paper is to establish a dialogue with Morgan’s (2004) discussion of how a teacher’s identity can
be performed through discourse, being taken as a strategic pedagogical ‘resource’ in ‘the contingent and
relational processes’ in which teachers and students engage in their ESL classes. Bringing the discussion to the
context of initial language teacher education in a Brazilian public university, I use post-structural notions of
discourse, identity and performativity as a basis to consider the space offered by virtual social networks for
identity performances which may involve teacher(s) and students. Being actually the unfolding of my doctoral
research on the different concepts of language teacher education, I reflect on the ethical impact of these
performances on our English teaching/learning practices. I try to explore the possibility of moments of nonviolence in the relationality with the other, moments in which students and teacher(s) learn from each other
(TODD, 2003) in this specific Brazilian context of English learning and teacher education. Like Morgan, I bring
examples of my own teaching/learning practice to discuss if and how teacher(s) and students may really build a
“safe space” in the classroom (ANDREOTTI, 2005; JORDÃO, 2007), where they are able to engage in
conversations in which one is open to learn from other, listening to the other and reading the other as texts that
are continually performed in ways that challenge group assumptions around language, education, gender, and
power relations.
O INTÉRPRETE DE LÍNGUA DE SINAIS NOS DOCUMENTOS OFICIAIS: IMAGEM E IDENTIDADE
Rejane Cristina de Carvalho Brito (Universidade Estadual De Montes Claros)
O foco da nossa pesquisa é o intérprete de língua de sinais (ILS) que está inserido no cenário do ensino de
línguas na escola regular. O objetivo deste estudo é analisar, pela via discursiva, documentos oficiais e textos
que orientam a profissão do ILS na educação dos surdos brasileiros para, através das representações acerca
do intérprete, problematizar a formação e a atuação do profissional. Para a análise discursiva nos baseamos
nos estudos discursivos foucaultianos e também contamos com algumas noções da psicanálise freudolacaniana. A profissão do ILS foi recentemente regulamentada no Brasil, mas a função do intérprete na
educação dos surdos não é algo recente. Há registros da atuação de intérpretes desde que a língua de sinais
iniciou o seu processo de reconhecimento em diversas partes do mundo, mas antes do reconhecimento,
parentes e amigos de surdos já usavam os sinais domésticos (familiares) para ajudar na interação do surdo na
sociedade. Neste estudo, a relação entre os discursos e a memória/história permite ver a identidade do
intérprete de língua de sinais como não acabada, deslocada e (trans)formada na várias práticas de
subjetivação , nos significados sócio-histórico-culturais materializados nos dizeres sobre o que é ser intérprete,
o que é interpretar, nos discursos inclusivos, educacionais e sociais que norteiam e documentam a profissão.
Em todo o país, é crescente o número de cursos da língua de sinais brasileira (Libras) e há um considerável
aumento na procura de cursos formadores de intérpretes. Essa ascensão da profissão pode ser justificada pela
obrigatoriedade da presença do intérprete em todos os contextos educacionais em que houver estudantes
surdos, o que aumenta a demanda pelo profissional. Sendo assim, justificamos a necessidade de problematizar
141
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
os textos que orientam e documentam a profissão do intérprete de língua de sinais no Brasil abordando a
construção de sua identidade.
Palavras-chave: Intérprete, discurso, identidade
APRENDER A ENSINAR INGLÊS EM ESCOLAS PÚBLICAS DO INTERIOR:
O ACONSELHAMENTO LINGUAGEIRO COMO FORMA DE INTERVENÇÃO E FORMAÇÃO DOCENTE
Rejane Santos Nonato (UFPA)
Orientadora: Walkyria A. G. Passos Magno E Silva (UFPA)
Ensinar Língua Estrangeira (LE) em escolas públicas do interior é uma tarefa muito difícil, uma vez que as
condições de trabalho ofertadas são extremamente precárias: escolas sucateadas, turmas superlotadas, falta
de material didático de recursos tecnológicos, tempo reduzido etc. Por outro lado, segundo Paiva (1997), o
ideal seria que o professor de LE tivesse bom domínio do idioma, sólida formação pedagógica com
aprofundamento em linguística aplicada, além é claro de uma aguçada consciência política. Mas não é isso
que se vê, principalmente nas escolas públicas. O que existe é uma dicotomia entre escolas públicas e cursos
de idiomas. Nesses últimos, os profissionais mais proficientes seguem o caminho dos cursos livres, restando à
escola pública os menos qualificados. Dessa forma, entendendo a necessidade de qualificação profissional dos
professores de LE e as remotas condições de oferta de formação continuada para professores de LE de
escolas públicas de cidades do interior, é que pensamos uma forma de intervenção e formação que visa
conhecer melhor esse profissional tantas vezes desvalorizado e incentivá-lo a buscar sua autonomização e
consequentemente a melhoria de sua prática docente. Para tanto, nos utilizaremos do aconselhamento
linguageiro que é um novo campo de pesquisa, mas que pode exercer grande influência no processo de
ensino-aprendizagem, apoiando as ações desenvolvidas em sala de aula (GARDNER; MILLER, 1999;
MOZZON-McPHERSON, 2007; RILEY, 1997; VIEIRA, 2007). A metodologia de pesquisa adotada enquadra-se
no método de pesquisa qualitativa. A sequência de procedimentos apóia-se no projeto coordenado por
MAGNO E SILVA que está sendo desenvolvido na UFPA, no qual primeiramente, analisa-se a experiência
pessoal de aprendizagem de LE do aconselhado e identifica-se uma área de preocupação pessoal; em
seguida, planeja-se pró-ativamente, visando a área de preocupação pessoal; o terceiro passo é exercer uma
intervenção monitorada, agindo e refletindo, coletando e analisando informações por meio de observação,
notas de campo, narrativas, checklists de avaliação, questionários etc.; por fim, como última etapa, dá-se a
avaliação e o replanejamento, levantando os pontos positivos e negativos da intervenção, planejando uma
nova intervenção para o mesmo problema ou, se ele estiver resolvido, procura-se identificar um novo problema
e recomeçar o ciclo.
PALAVRAS-CHAVE: aconselhamento linguageiro, autonomia, escolas públicas, ensino de LE.
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS, EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO I, II E III CLAFPL
Renata Costa de Sá Bonotto (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Essa comunicação apresenta uma reflexão sobre as relações entre formação de professores de línguas,
Educação a Distância (EAD) e Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). A partir dos materiais do I, II
e III Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas (CLAFPL) que abordam essas
temáticas, realiza-se um levantamento e sistematização dessas produções por temas e sub-temas buscando
apontar as inter-relações entre EAD, TICs e formação de professores de línguas. Seis temas emergem da
análise do I CLAFPL: aspectos da organização e implantação de projetos e cursos de formação inicial e
continuada a distância; aspectos da condução; aprendizagem de línguas com suporte das TICs na formação
inicial; desenvolvimento de professores através das TICs; formação de professores para atuar em contextos
mediados pelas TICs; e TICs enquanto ferramentas de suporte à pesquisa sobre formação de professores de
línguas. Os resultados das análises dos materiais do II e III CLAFPL estão em fase de elaboração. Os
resultados até aqui salientam a integração dessas temáticas com outras já estabelecidas no âmbito da
Lingüística Aplicada, como a reflexão, a construção da identidade através de narrativas e gêneros textuais bem
como do letramento crítico. Dado que a EAD na formação inicial e continuada e a inserção das TICs no
contexto escolar constituem políticas públicas visando à melhoria da qualidade do sistema de ensino brasileiro,
destaca-se a necessidade de pesquisas que busquem um conhecimento maior sobre como os projetos de
formação via EAD têm se organizado e desenvolvido, bem como, as decorrências dessa formação no entorno
escolar, na aprendizagem de línguas e nas práticas pedagógicas. Ainda, a sistematização de conhecimentos
142
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
através de revisões e elaboração de estados da arte torna-se importante para criar uma massa crítica de
informações relevantes que possam ser usadas para revisar e informar essas políticas.
Palavras-chave: Formação de Professores de línguas. Educação a Distância. Tecnologias de Comunicação e
Informação.
REPRESENTAÇÕES SOBRE CULTURA NAS AULAS DE INGLÊS
DE ALUNOS DA GRADUAÇÃO EM LETRAS INGLÊS DA UFSC
Renata Gomes Luis (UFSC)
Diversos pesquisadores em diferentes áreas (Byram, 1989; Hall, 1997; Kramsch, 1998) já enfatizaram a
relação intrínseca existente entre língua e cultura. Neste aspecto, a principal discussão no campo da linguística
aplicada parece ser a identificação de como esses conceitos – língua e cultura – deveriam estar conectados na
sala de aula de língua (Kramsch, 1998; Risager, 2006). Dessa forma, este estudo tenta entender a relação
entre língua e cultura na sala de aula de língua estrangeira (LE) através das representações sobre cultura e
aprendizado de cultura nas aulas de inglês de alunos da graduação em Letras Inglês da Universidade Federal
de Santa Catarina (UFSC). A coleta de dados consistiu-se de um questionário aberto, entrevistas semiestruturadas e troca de emails entre os participantes e a pesquisadora. Uma análise temática dos dados
demonstrou que os participantes representavam cultura principalmente de duas formas – como produtos ou
práticas. Da mesma forma, eles consideravam aprendizado de cultura como aprendizado sobre conteúdos dos
países falantes de inglês ou como aprendizado em relação à como usar funções pragmáticas da língua de
forma apropriada, dependendo do contexto. A relação entre língua e cultura foi mais facilmente percebida
quando cultura era vista como práticas e o aprendizado de cultura como aprendizado das formas de usar a
língua em diversos contextos. Talvez o primeiro passo em direção à construção de um ambiente de
aprendizagem de inglês como língua estrangeira no qual todas as culturas são discutidas e valorizadas, não
apenas as culturas nacionais dos países da língua-alvo ou a cultura nacional dos alunos (Risager, 2006) é
começar a olhar culturas como práticas que, acima de tudo, podem sempre estar em processo de mudança.
Palavras-chave: representações, cultura, aulas de inglês.
DISCIPLINAS DE LÍNGUA, LITERATURA E FORMAÇÃO DOCENTE: UMA INTEGRAÇÃO POSSÍVEL
Renata Philippov (Universidade Federal de São Paulo)
A educação básica tem sido há bastante tempo criticada por se manter isolada da realidade fora de seus
muros, com conteúdo que não reflete as reais necessidades do mundo fora da sala de aula. Tal fenômeno,
conhecido como encapsulação escolar (Engeström, 1991), coíbe qualquer tentativa de se trabalhar de forma
integrada e colaborativa, buscando aliar os conteúdos curriculares ao mundo real, causando no aluno
sensação de desinteresse e alienação e, portanto, impedindo uma aprendizagem efetiva. Apesar de algumas
iniciativas visando romper tal encapsulação, o caminho ainda é longo e não se restringe à educação básica.
Cursos superiores em Letras no Brasil há muito contemplam aulas de língua e literatura estrangeiras e
formação docente de forma igualmente fragmentada, com disciplinas sem integração nem interdisciplinaridade,
assim encapsulando a aprendizagem. Alunos não conseguem perceber ligação entre os conteúdos das
disciplinas pensadas de forma estanque e sem continuidade ou planejamento conjunto dentro da grade
curricular. O isolamento dentro da grade reflete também ruptura com relação à realidade fora da escola. Se
algumas instituições de ensino superior contemplam a aprendizagem de língua estrangeira através das teorias
dos gêneros, visando trabalhar com contextos de uso da língua, mesmo assim o trabalho interdisciplinar tende
a não ocorrer. Perde-se, portanto, uma rica oportunidade de se fazer uma gestão curricular integrada em
disciplinas de língua, literatura e formação docente. Os egressos de cursos de Letras acabam perpetuando a
encapsulação em sala de aula por mero desconhecimento da riqueza que tal integração pode trazer. Esta
comunicação tem por objetivo relatar uma experiência de integração entre língua, literatura e formação docente
dentro de uma disciplina de um curso de Letras – Inglês em uma universidade pública no estado de São Paulo,
sob as perspectivas da Teoria da atividade sócio-histórico-cultural (Liberali, 2009) e da Aprendizagem
colaborativa (Magalhães e Fidalgo, 2011).
ENTRE O INSTRUTOR DE LÍNGUAS E O EDUCADOR LINGUÍSTICO:
CRENÇAS DE LICENCIANDOS NA FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR DE INGLÊS
Ricardo Luiz Teixeira de Almeida (Universidade Federal Fluminense)
143
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Esta pesquisa qualitativa em andamento parte de uma reflexão sobre as crenças de alunos e professores
quanto à inadequação da escola regular como locus de ensino eficaz de língua inglesa (crença que se
estabelece pela oposição entre escolas regulares e cursos livres), para, então, traçar o perfil de um grupo de
licenciandos em língua inglesa numa universidade pública no Rio de Janeiro, enfocando suas trajetórias e
crenças como (futuros) professores de inglês. Acreditamos, como Pedro Garcez, que o papel do professor de
inglês nos cursos livres não é o mesmo que o daqueles que atuam nas escolas regulares, já que nos cursos
sua função primordial é a de instrutor, enquanto nas escolas, seu papel deveria ser o de educador linguístico
(ASSIS-PETERSON, 2003). Considerando a hipótese de que a maioria dos licenciandos de inglês frequenta ou
frequentou algum curso de inglês durante muitos anos, é de se esperar que crenças próprias desse contexto
embasem boa parte de sua visão quanto ao que significa ensinar inglês no Brasil. O que buscamos, portanto,
ao analisar os dados gerados pela aplicação de questionário aberto, é delinear esse perfil e sugerir algumas de
suas implicações para o trabalho do formador de professores de inglês, especialmente, daquele comprometido
com a formação de educadores linguísticos e com o contexto das escolas regulares. Esperamos, ainda,
através do diálogo com pesquisas de cunho semelhante em outras universidades do país, contribuir com
nossos resultados, necessariamente parciais e não generalizáveis, para uma melhor compreensão das crenças
e do perfil daqueles que buscam, nas grandes metrópoles brasileiras, os cursos de licenciatura em língua
inglesa.
Palavras-chave: Crenças em Ensino-Aprendizagem, Ensino de Inglês como Língua Estrangeira, Formação de
Professores.
UMA ANALÍSE DA CULTURA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE E/LE NA MODALIDADE EAD.
Ricardo Paulo Costa Dos Anjos
(Universidade Do Estado Da Bahia)
Na atualidade é indispensável que o professor de Língua Estrangeira (LE) conheça e faça conhecer a
diversidade cultural dos povos de Língua Alvo (LA) em suas aulas. Esta observação e o aumento da oferta de
cursos de formação de professores de Espanhol como Língua Estrangeira (E/LE) na modalidade Educação a
Distância (EAD) me levou à seguinte pergunta de partida: Que espaço é destinado à cultura na formação de
professores de Espanhol na modalidade EAD? O objetivo geral desta pesquisa foi observar qual espaço é
destinado às culturas dos povos de LA nesses cursos. Para tanto se fez necessário realizar uma pesquisa
bibliográfica, selecionar a população amostra e realizar a analise dos currículos. Esta investigação
fundamentou-se em Almeida Filho (1999), Paraquet (2009), Giolo (2009) e Mota (2004). Após a seleção da
população amostra – o curso de Letras Português/Espanhol e respectivas literaturas da Universidade do
Tocantins e o curso de Letras Português/Espanhol da Universidade Metodista – foi realizada uma análise
quanti-qualitativa da grade curricular dos cursos. O resultado deste estudo demonstrou que a cultura não
possui um espaço privilegiado na formação dos professores de E/LE dessas universidades.
Palavras-chave: Cultura. Formação. Educação à distância. Currículo.
OS/AS DOCENTES POR ELES/AS MESMOS/AS: DISCURSOS E REPRESENTAÇÕES
Risalva Bernardino Neves (Universidade de Brasília)
O presente trabalho é parte dos resultados iniciais de minha pesquisa de mestrado “Representações de
docentes da educação básica da escola pública em documentos legais e em matérias jornalísticas: uma
questão discursiva”, em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação da Universidade de Brasília. O
corpus principal da pesquisa é predominantemente documental, composto pela Lei Lei Nº 11.738, de 16 de
julho de 2008 e por reportagens coletadas no jornal Correio Braziliense no período de março a maio de 2012 e
textos coletados no site do Sindicato de Professores, divulgados no mesmo período, mas também se apoia em
um corpus ampliado de entrevistas com professores/as que atuam na educação básica em uma escola pública
no Plano Piloto do Distrito Federal. O objetivo geral é investigar aspectos identitários e ideológicos no discurso
dos/das docentes e sobre os/as docentes da educação básica da escola pública no Distrito Federal a respeito
das investidas governamentais de “valorização da educação e do/a profissional de educação”. Em documentos,
analiso a Lei Nº 11.738, de 16 de julho de 2008, que instituiu o piso salarial profissional nacional para os
profissionais do magistério público da educação básica, e reportagens do jornal Correio Braziliense sobre a
greve dos/as profissionais de educação deste ano. Na parte etnográfica, que é o foco desta comunicação,
investigo como esses profissionais se representam, com que “vozes” seus discursos se alinham e se há
indícios de representações criativas ou disciplinadoras em seus discursos no que diz respeito às “políticas de
valorização da educação”. Para isso, lanço mão de entrevistas semiestruturadas com docentes de uma escola
pública do DF, entendendo que o discurso é uma forma de ação, de interação, de representação e de
144
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
identificação nas práticas sociais, portanto uma prática que se relaciona com questões de identidade e poder. A
análise das entrevistas é feita à luz do arcabouço teórico-metodológico da Análise de Discurso Crítica (ADC)
(Chouliaraki & Fairclough, 1999; Fairclough, 2003; Resende & Ramalho, 2006; Ramalho & Resende, 2011), de
vertente britânica e latino-americana. Tal abordagem baseia-se em uma concepção de linguagem como parte
irredutível da vida social, concebendo, assim, que linguagem e sociedade estão interconectadas
dialeticamente. Uma análise preliminar/parcial das entrevistas aponta para representações mais criativas do
que disciplinadoras nos discursos das docentes em relação aos discursos veiculados pela mídia.
Palavras-chave: ADC; representações; professores/as.
O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA COMPETÊNCIA LINGÜÍSTICA EM INGLÊS
COMO SISTEMA COMPLEXO
Rita de Cássia Augusto (UFMG)
Nesta comunicação, apresento parte de uma pesquisa de doutorado que teve como objetivo investigar o
desenvolvimento da competência linguística de um professor de inglês participante de um curso de formação
continuada. Neste trabalho, discuto e analiso a influência do contexto no processo de desenvolvimento da
competência linguística desse professor. Tradicionalmente, a área da Linguística Aplicada que trata de ensino
e aprendizagem de língua adicional tem adotado uma perspectiva de causa e efeito para explicar como se dá a
aprendizagem/aquisição dessa língua. Nos últimos anos, diversos estudiosos (LARSEN-FREEMAN, 1997;
PAIVA, 2011) têm defendido a ideia de que o processo de aprendizagem de uma língua adicional seja visto
como um sistema complexo. Um sistema complexo é formado de outros subsistemas que se conectam em
forma de rede. Esses subsistemas agem e interagem modificando o comportamento do sistema como um todo.
Assim sendo, o estudo do comportamento de um sistema complexo demanda ver o contexto como sendo um
dos seus subsistemas. Este estudo se constitui como um estudo de caso e se insere no paradigma da
pesquisa narrativa. Os dados foram coletados através de narrativas, entrevistas e questionários. A análise do
processo de desenvolvimento da competência linguística do participante da pesquisa, enquanto sistema
complexo, evidencia que os fatores contextuais tornaram-se parâmetros de controle que alteraram a trajetória
feita por esse sistema. Portanto, nesse caso, o contexto não foi apenas um pano de fundo para os
acontecimentos, mas sim parte de um todo que modifica e é modificado por esse todo através de um processo
que é dinâmico e não linear.
ELABORAÇÃO E USO DE SITUAÇÕES-PROBLEMA PARA A FORMAÇÃO DOCENTE INICIAL
DE LÍNGUA INGLESA: PROPOSTAS DE PROFESSORES EM UMA COMUNIDADE DE PRÁTICA
Rita Cássia Conejo (UEM)
Aline Cantarotti (UEM)
A universidade constitui um lócus privilegiado para a formação docente. Porém, de acordo com Perrenoud
(2002), o simples fato de se ter acesso a ela não garante uma formação de qualidade, já que é preciso saber
como tal formação é concebida e realizada. Isto implica considerar ações realizadas, decisões tomadas e
práticas desenvolvidas nesse processo. Como integrantes de uma Comunidade de Prática (CP), formada por
professores de inglês da Universidade Estadual de Maringá (Grupo de Estudos “Formação continuada de
professores de língua inglesa”- UEM), enfocamos aqui a elaboração e a relevância do uso de situaçõesproblema em salas de aula de formação docente inicial de profissionais do ensino de inglês, que atuarão
futuramente em contextos variados tais como escolas de educação básica ou de idiomas, entre outros. Ao
estudarmos o Parecer CNE/CP 009/2001 que institui as diretrizes curriculares nacionais para a formação de
professores da educação básica, em nível superior, curso de licenciatura e graduação plena, bem como
referencial bibliográfico a respeito do desenvolvimento de competências, e do uso de situações-problema no
ensino superior, vistas como uma das estratégias didáticas privilegiadas, percebemos a relevância do
aprofundamento das discussões sobre tais temáticas. Esta comunicação, no entanto, se ocupará apenas das
situações-problema, as quais são entendidas como uma das possíveis pontes para a transposição didática dos
diversos níveis de conhecimento, visando à prática docente. Seu objetivo é, portanto, apresentar e discutir a
situação-problema concreta proposta por uma das formadoras do grupo a fim de exemplificar de que forma o
trabalho com esse recurso pode ser desenvolvido. Os resultados enfocarão a reação das formadoras
participantes diante da descrição da referida situação-problema e da sugestão de seu uso futuro. Conclui-se
pela validade do uso de situações-problema para a inclusão do componente prático em quaisquer disciplinas
dos cursos de formação docente inicial.
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Palavras-chave: Formação docente inicial. Situações-problema. Língua inglesa
GUAMÁ BILINGÜE: PROYECTO DE EXTENSIÓN PARA ALUMNOS EN SITUACIÓN DE RIESGO SOCIAL
Rita de Cássia Paiva (UFPA)
La UFPA –Universidad Federal de Pará– es la más grande institución de enseñanza en la pan amazonia. Para
atender las demandas de subsidios para proyectos extensionistas, lanzó en 2009, a través de la Pro-Rectoría
de Enseñanza y Graduación (PROEG), el PAPIM –Programa de Apoyo a Proyectos de Intervenciones
Metodológicas– buscando incentivar y apoyar el desarrollo de actividades y experimentos que acrescente
métodos y técnicas innovadoras y eficaces en el proceso de enseñanza y aprendizaje. Este programa
selecciona en todos los 11 campus de la UFPA los proyectos que puedan alcanzar mayor interacción entre
enseñanza y soporte social pues la Universidad se apoya en el trípode enseñanza, pesquisa y extensión en el
ámbito académico. A partir de ahí, fue desarrollado el proyecto Guamá Bilingüe; dos años más tarde incluido
como proyecto de extensión de la FALEM –Faculdade de Letras Estrangeiras Modernas– de aquella
universidad. El proyecto Guamá Bilingüe es una propuesta educacional centrada en una metodología
diferenciada específicamente diseñada para alumnos de enseñanza media entre 15 a 18 años en riesgo social
de escuelas públicas del barrio Guamá, Belém/PA. El desarrollo del material, con textos alternando temas
culturales y sociales –que afectan directamente la vida de jóvenes en barrios periféricos– se hizo posible
usando estrategias de la lingüística cognitiva así como el uso de analogías para comprensión del nuevo código
lingüístico que se está sobreponiendo al suyo propio. Esto porque ambos idiomas, según investigación de
Almeida Neto1 que afirma que “entre las lenguas románicas, el portugués y el español son las que mantienen
mayor afinidad entre si” se construyen en una base del 85% de semejanza. También fueron utilizados los
principios de modelado mental de Lawson & Lawson así como las teorías del aprendizaje significativo de David
Ausubel.
Palabras-clave: Guamá Bilingüe, proyecto de extensión, aprendizaje significativo.
O AGIR DOCENTE NA INICIAÇÃO CIENTÍFICA NO IFG:
INDÍCIOS DE IDENTIDADES EM (TRANS)FORMAÇÃO
Rita Rodrigues de Souza (Instituto Federal de Goiás)
O trabalho de investigar o agir docente na Iniciação Científica-Jr (IC-Jr), no Instituto Federal de Goiás (IFG)
Câmpus Jataí, consiste na reflexão dos “fazeres” e “dizeres” que envolvem essa prática. O estudo parte da
caracterização da perspectiva institucional presente nos documentos oficiais e inclui o compromisso didáticopedagógico do docente materializado nas atividades desenvolvidas e atestadas por ele. Trata-se do relato de
um Projeto de Pesquisa de Iniciação Científica cujo objetivo principal se configura na compreensão do papel
docente no âmbito da IC-Jr. A coleta de dados se deu a partir da participação de cinco
professoras/orientadoras e análise dos gêneros textuais relacionados ao trabalho de orientação (Edital e
Relatório de Pesquisa) na concepção de Bronckart (1999). Este trabalho se configura como uma pesquisa
quantitativo-qualitativa com fundamentação metodológica do estudo de caso e na pesquisa documental,
conforme Gressler (2003) e Severino (2007). Para a coleta de dados foram utilizados: aplicação de
questionário, entrevista, formulário de coleta de dados da Plataforma Lattes e revisão da literatura. A
fundamentação teórico-metodológica, sob a qual se realizaram as discussões dos dados, se assenta nos
estudos da linguagem com foco na abordagem sociointeracionista, com fundamentação em Bronckart (1999,
2006, 2008), Bronckart e Machado (2004) e na perspectiva sociocultural de Vigotsky (2007). Os resultados
parciais desse estudo possibilitaram a ressignificação de conhecimentos relativos ao desempenho docente no
desafio de orientar jovens na pesquisa científica. Contribui, possivelmente, para uma área que merece o olhar
investigativo de todas as áreas de conhecimento, inclusive da Linguística Aplicada: a metodologia do trabalho
científico para estudantes de nível médio. E, sobretudo, releva identidades em (trans)formação de professores
(HYPOLITO, A. M. et al, 2003), que atuam na tríade ensino, pesquisa e extensão no contexto particular do
IFG/Câmpus Jataí.
Palavras-chave: Docente, Identidade, Iniciação Científica-Jr
A RELAÇÃO AFETIVA CONSTRUÍDA EM UM GRUPO DE MESTRANDOS
INSERIDOS EM UM CONTEXTO DE ENSINO A DISTÂNCIA
Roberta Carvalho Cruvinel (Universidade Federal de Goiás)
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Neste trabalho, apresento alguns dados alcançados em minha pesquisa de mestrado e que é uma amostra da
relação afetiva construída em um grupo de mestrandos em Linguística Aplicada, inseridos em um contexto de
ensino a distância. A pesquisa se desenvolveu em uma turma de treze mestrandos de uma universidade
pública do centro-oeste. Tais dados só agora foram trabalhados de maneira aprofundada, uma vez que não
constituíam o objetivo principal da minha pesquisa de mestrado, mas que se revelaram como importantes
dados a serem analisados, a fim de perceber como a relação afetiva construída neste grupo facilitou a
interação dos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem e, desta forma, desencadeou a formação de
novas atitudes. O embasamento teórico se firmou, especialmente, nos trabalhos de Aragão (2005, 2008),
Maturana (1991, 1998) e Vygotsky (1961, 1996), entre outros pesquisadores. Trata-se de um estudo de caso
de natureza qualitaitvo-interpretativista. Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram observação dos
fóruns, questionário e entrevista de grupo. Os resultados sugerem que as relações afetivas foram se
construindo ao longo do curso a partir das falas postadas nos fóruns; que os desafios impostos pelo uso do
ambiente online utilizado para a realização do curso não serviram como obstáculo para o bom andamento das
discussões e interações desencadeadas nos fóruns e, que a experiência atual vivenciada pelos participantes
deste grupo, influenciou mais no estabelecimento das relações afetivas construídas no grupo, do que as
anteriores, bem como as experiências prévias negativas do que as positivas. Concluindo, o estudo oferece
contribuições para a ampliação de pesquisas relacionadas ao contexto virtual de ensino e aprendizagem,
especialmente na pós-graduação e para programas de pós-graduação que oferecem aulas a distância e que
necessitam considerar as particularidades inerentes a esse contexto.
Palavras-chave: relação afetiva, interações, ensino a distância, formação de novas atitudes
A pesquisa-ação na formação continuada de professores de Língua Inglesa: tecendo novas práticas de
ensino sob o olhar da abordagem crítico-reflexiva
Rodolfo Rodrigues Pereira dos Santos (UFAL)
O ensino de língua Inglesa no contexto escolar tem motivado cada vez mais o desenvolvimento de pesquisas
na área da Linguística Aplicada com o objetivo de redefinir algumas práticas e criar novas metodologias de
ensino que possam tornar a aprendizagem deste idioma significativo para o aluno. No âmbito destas
pesquisas, a pesquisa-ação tem se demonstrado uma das correntes metodológicas fundamentais ao
desenvolvimento de novas práticas de ensino. Tudo isto porque ao se trabalhar com a pesquisa-ação na
formação continuada do professor, é possível perceber as problemáticas que dificultam o ensinoaprendizagem da língua Inglesa e desenvolver, a partir destas problemáticas, ações que possam intervir na
prática de ensino dos professores. Em relação ao desenvolvimento destas ações, adotamos a abordagem
crítico-reflexiva, pois acreditamos que ao refletir sobre sua prática de maneira crítica, o professor torna-se
capaz de criar novas situações de ensino. Portanto, este trabalho é parte da proposta de um projeto de
mestrado com foco na formação continuada de professores de língua Inglesa, que objetiva refletir sobre a
pesquisa-ação na formação continuada do professor da escola pública e o uso da abordagem crítico-reflexiva
como referencial teórico que possibilita ao professor reflexões sobre sua prática para o desenvolvimento de
novas propostas de ensino. Nossa investigação e ações estão pautadas em correntes teóricas então
desenvolvidas sobre processos de formação de professores, FREITAS (2002); CELANI (2001); abordagem
crítico-reflexiva, LEFFA (2001); PAIVA (2005); SILVA & ARAÚJO (2005); CORACINI (2003), na teoria da
atividade de LEONTIEV (2001) e outros.
Palavras chaves: formação de professores, abordagem crítico-reflexiva, teoria da atividade.
CRENÇAS E SENTIMENTOS DE TUTORES DE LETRAS/EAD SOBRE SUA PRÁTICA
Rodrigo Camargo Aragão (UESC/IAT)
No âmbito do projeto FORTE – Formação, Reflexão e Tecnologias na Ensino de Línguas, esta comunicação
apresenta resultados parciais de uma pesquisa realizada com tutores de um curso de Letras a distância.
Buscou-se com este estudo, investigar como o tutor do curso de Letras representa sua prática pedagógica e
como ele concebe esta prática em contraste com sua atividade docente na educação básica. A partir da
pesquisa narrativa (Clandinin e Connely, 2000), da pesquisa sobre crenças (Barcelos, 2006; Aragão, 2011), de
imagens que representam sua prática pedagógica (Aragão, 2008), foram analisados documentos de pesquisa
que retratam a trajetória pessoal e profissional de oito tutores, bem como a maneira como estes representam
sua prática no contexto do uso intensificado das novas tecnologias da informação e comunicação. Durante a
investigação, buscou-se responder perguntas como: O que significa ser tutor? Como você se sente durante as
atividades de tutoria? Como você compara sua atividade de tutor da atividade de professor do ensino médio?
147
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Qual sua relação com as novas tecnologias na tutoria e na escola? Questões sobre as crenças e os
sentimentos desta nova figura da educação superior são comparadas com outros momentos do ensino de
línguas em que a identidade da profissão se via em processo de construção (Leffa, 1999, 2000).
IMPLEMENTAÇÃO DO QUADRO DIGITAL INTERATIVO: UMA EXPERIÊNCIA NO ENSINO DE FRANCÊS
COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA.
Rosana de Araújo Correia
Tatiana Nardy Pimentel (UnB)
O quadro digital interativo (QDI), amplamente utilizado em países desenvolvidos, aparece como uma
ferramenta mediadora de práticas pedagógicas inovadoras que motivam tanto os aprendentes quanto os
professores. É considerado, por estudiosos dessa ferramenta, como um ambiente de aprendizagem multimídia
dinâmico e interativo (Gallego et al, 2009). Este trabalho tem por objetivo apresentar o relato de uma
experiência de implantação de quadros digitais interativos (QDI) em um curso livre de idiomas, cujo projetopiloto é uma das vertentes de um projeto institucional de implementação de ferramentas multimídia iniciado em
janeiro de 2010. No intuito de permitir uma aproximação mais fácil do QDI, foi formado um grupo de trabalho
para refletir sobre os limites e potencialidades dessa ferramenta e conceber atividades pedagógicas mediadas
por esse recurso. Os demais professores da instituição receberam formação para a utilização do QDI e das
atividades produzidas pelo grupo de trabalho. Ao final daquele ano de experiência, os limites do QDI
mostraram-se ligados não somente ao conhecimento técnico do recurso, mas também à utilização de
estratégias de ensino que permitam seu uso de maneira interativa e inovadora. Essa noção de interatividade é
construída a partir das contribuições de Mikhail Bakhtin ([1929] 2009), de Mangenot (2001), e de Correia Dias e
Chaves Filho (2003) dentro de uma abordagem do ensino de línguas centrada na ação. Além disso, os
resultados desse estudo preliminar apontam que o engajamento do conjunto de professores e o sucesso desse
tipo de projeto dependem dos processos formativos técnico-pedagógicos, assim como de mecanismos
facilitadores do acesso a essa tecnologia institucionalmente viabilizados.
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS NA EDUCAÇÃO INDÍGENA: O PAPEL DA ESCOLA YVY PORÃ
Rosana Hass Kondo (Universidade Estadual De Ponta Grossa – UEPG)
Considerando que “[a] intervenção humana na língua ou nas situações linguísticas não é novidade: sempre
houve indivíduos tentando legislar, ditar o uso correto ou intervir na forma da língua” (CALVET, 2007, p.11),
pretendemos por meio deste trabalho investigar a relação que se estabelece entre crenças e atitudes
linguísticas em relação à língua Guarani e portuguesa e a (re)construção da identidade dos Guarani da Aldeia
do Pinhalzinho – Tomazina, Paraná e a relevância do estabelecimento de políticas linguísticas que envolvam
toda comunidade indígena para a realização de uma educação de fato específica, que atenda as necessidades
e desejos desta comunidade. Para tanto, nos apoiamos teoricamente nos estudos de Cavalcanti (1999), Maher
(2007, 2010, 2011), para discutir políticas linguísticas e formação de professores em contextos linguisticamente
complexos. Utilizamos também a Constituição Federal (1988), LDB (1996), RCNEI (1998), para verificar o que
estes documentos apregoam sobre a Educação (escolar) indígena. Em termos metodológicos, salientamos que
este é recorte de uma pesquisa maior, em andamento, que se utiliza da pesquisa qualitativa de caráter
etnográfico cujo objetivo é compreender o processo de construção da identidade dos Guarani da Aldeia do
Pinhalzinho, Tomazina - PR, comunidade que foi praticamente suplantada pela cultura dominante, por meio da
investigação da(s) língua(s) utilizada(s) na comunidade. Junto com as teorias subjacentes serão apresentados
análises, parciais, de entrevistas e observações já realizadas na aldeia citada com o intuito de explicitar o modo
como vem sendo construída a Educação destinada para essa comunidade. Até o momento, percebemos que a
inadequação de políticas linguísticas e de direcionamento das ações educativas tem contribuído para falta de
resultados mais significativos.
Palavras-chave: políticas línguísticas; formação de professores indígenas; educação (escolar) indígena
CONSCIENTIZAÇÃO POLÍTICA E INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO
Rosane de Souza Rangel (CEFET)
Katia Celeste Dias Henriques (CEFET/RJ)
O presente trabalho visa apresentar o projeto desenvolvido para a disciplina de Práticas de Letramento e
Educação, do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Ensino de Línguas Estrangeiras, realizado no Centro
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ). Seu objetivo é propiciar ao aluno a
inicialização de um processo de autoconhecimento político e conscientização de suas atitudes, relacionando o
tema a sua inserção no mercado de trabalho, bem como a mudança de pensamento e atitudes com relação a
sua atuação política na sociedade, mais especificamente, em sua cidade. O projeto será desenvolvido na turma
o
2004, do 2 ano do ensino médio do CIEP Brizolão 415 Miguel de Cervantes, instituição localizada no
município de Itaboraí-RJ. Sua elaboração teve como base documental as recomendações do Currículo Mínimo
de Língua Estrangeira da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro - SEEDUC (documento oficial
norteador da elaboração do planejamento anual de aulas dos professores da Rede Estadual de Ensino). A
intenção do trabalho é despertar no aluno um novo olhar sobre a sociedade em que está inserido a fim de que,
tendo consciência e refletindo sobre suas atitudes e as possibilidades de mudança, possa sentir-se capaz de
pensar diferente e, consequentemente, agir diferente, produzindo resultados importantes para seu
desenvolvimento, não só como aluno, mas, principalmente, como cidadão e futuro profissional. Fundamentam
este estudo a perspectiva dialógica e pós-estruturalista de linguagem e o ensino de línguas estrangeiras a
partir das teorias de letramento crítico.
OS SABERES DO PROFESSOR: LETRAMENTO ESCOLAR
E PRÁTICAS DE REFACÇÃO DE TEXTOS NA SALA DE AULA
Rosangela Alves de Oliveira Santos (PGCEL/UESB)
Ester Maria de Figueiredo Souza (orientadora) (UESB)
Nesta comunicação tematiza-se a docência focalizando práticas de letramento no ensino fundamental e as
relações discursivas que os professores estabelecem e indiciam sobre o objeto do discurso docência (Coelho &
Souza, 2012) no âmbito de formação continuada e intervenções pedagógicas referentes à pesquisa em
desenvolvimento. A pesquisa integra estudos do grupo de pesquisa Linguagem e Educação – GPLED do
Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. O trabalho instanciase na abordagem dialógica da linguagem com problematizações relativas às proposições teóricometodológicas de elaboração e aplicação de usos de diversos gêneros textuais Bronckart (1999, 2006, 2008)
para a realização atividade da escrita e refacção textual, o que se faz para refletir sobre a linguagem como
trabalho e a linguagem sobre o trabalho (Bronckart & Machado, 2004). Os dados organizados em episódios de
aula são gravados e transcritos e expõem uma análise discursiva que contemple o estabelecimento das
relações entre linguagem, educação e currículo chegando a problematizações sobre o letramento escolar e o
letramento do professor (Kleiman e Matencio, 2005). Dados gerados pelos episódios, bem como em relatórios
de encontros formativos e observação de aulas, acenam para a importância da superação dos paradigmas
tecnicistas e das abordagens instrumentais do trabalho com a escrita na escola e indicam a necessidade de
desenvolvimento da autonomia docente e do diálogo profícuo entre teoria e prática. O estudo sustenta-se
teórica e metodologicamente na abordagem sociointeracionista da linguagem e do trabalho docente, revelando
o componente da pesquisa e suas interfaces com a profissionalização de professores licenciados.
Palavras-chave: formação do professor; linguagem escrita; letramento
A TEORIA E A PRÁTICA NA FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
Rosangela Sanches da Silveira Gileno (UNESP)
A presente comunicação tem por objetivo a reflexão sobre as articulações e desarticulações entre teoria e
prática na formação inicial dos futuros professores de língua estrangeira de um curso de Letras de uma
instituição pública de ensino superior do Estado de São Paulo, bem como identificar as suas implicações para o
desenho e execução de projetos de estágio nas disciplinas de Prática de Ensino de Língua Estrangeira e
Estágio Supervisionado de Prática de Ensino de Língua Estrangeira. Pensando a formação do professor dentro
do paradigma do profissional reflexivo e com base nos trabalhos já realizados, dentro da área da Linguística
Aplicada, sobre a “relação entre teoria e prática” na formação inicial ou continuada de professores de língua
inglesa e língua espanhola como segunda língua ou língua estrangeira, fundamentou-se teoricamente a
pesquisa “As (des) articulações entre teoria e prática na formação inicial do professor de Língua Estrangeira”. E
na tentativa de responder em que medida os conhecimentos adquiridos nos cursos de formação inicial
embasam os projetos de estágio dos licenciandos, e materializam-se nas práticas de sala de aula durante o
estágio supervisionado, foram analisados projetos e relatos presentes nos referidos projetos, assim como
relatos presentes nos diários reflexivos e nos relatórios de estágio. Verificou-se nestes trabalhos a forte
influência das experiências de aprender e ensinar nas escolhas não só dos temas e dos conteúdos dos
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
projetos de estágio como também dos materiais e dos procedimentos metodológicos. Também se observou
que quando colocados em prática, os projetos revelam abordagens de ensino ecléticas, passando pelas
abordagens mais tradicionais, estruturalistas até as comunicativas. Assim concluiu-se que é de extrema
importância criar espaços de reflexão-crítica sobre questões teóricas e práticas durante toda a formação inicial
para que o professor de Língua Estrangeira em pré-serviço consiga ensinar a língua-alvo de maneira coesa,
coerente e eficiente.
Palavras-chave: Formação de professores. Língua Estrangeira. Teoria e Prática.
PRÁTICAS DE ELABORAÇÃO DE UNIDADES DIDÁTICAS NAS LINGUAS ESTRANGEIRAS
Rosemary Hohlenwerger Schettini (ULS – PUC LAEL)
Mona Mohamad Hawi (FFLCH- USP)
O objetivo desta apresentação é discutir práticas de planejamento e implementacão de unidades didáticas de
Inglês na perspectiva da Teoria da Atividade Sócio- Histórico- Cultural(Leontiev, 1959/1998, 1978; Vygotsky,
1930/1998 e Engeström, 1999), considerando que o planejamento dessas unidades se dá em forma de Cadeia
Criativa de Atividade (Liberali 2010). Ao entender Atividade de Planejamento e implementação como
instrumento possibilitador de reconstrução de significados, pela cadeia criativa, busca-se também o
entendimento de uma concepção mais crítica de material didático e não como material que ora é visto como
livro didático, ora como material escolar, ou ainda como metodologia de ensino (Damianovic, 2007). É nesse
sentido, portanto, que a Teoria da Atividade é também, considerada nessa apresentação, uma teoria
metodológica, pois contribui para a para a descrição e análise dos c omponentes da Atividade, na discussão
sobre a língua estrangeira vista como instrumento e objeto (Hozmann, 2002). A análise linguística é realizada
com base em Bronckart, 1999 que concebe a linguagem como uma atividade de interação orientada para uma
finalidade específica, que leva em conta a esfera de produção, esfera de circulação e esfera de recepção para
a análise e a interpretação dos discursos implícitos nas unidades didáticas. A opção de usar esse arcabouço
teórico-metodológico permite elaborar e analisar as unidades didáticas de forma crítico-reflexiva, auxiliando os
professores à obtenção de um melhor desempenho em sua prática de sala de aula, principalmente quando se
fala de ensino de línguas para fins específicos.
Palavras-chaves: Atividade, Unidade didática, Práticas de planejamento
OFICINAS DE LÍNGUA INGLESA PARA CRIANÇAS EM TRATAMENTO DE CÂNCER,
NA AMO, RIO GRANDE DO SUL
Rosi Ana Grégis (Universidade Feevale)
Os projetos de extensão na área de Letras, da Universidade Feevale, localizada na cidade de Novo Hamburgo
- RS, buscam a aplicação das políticas e dos princípios extensionistas, a partir de projetos continuados,
vinculados a programas específicos, diretamente relacionados ao ensino e à pesquisa, propiciando aos
acadêmicos a possibilidade de atuarem em ambientes de ensino-aprendizagem variados, em projetos sociais
ou não, mas que necessariamente sejam complementares à sua formação acadêmica e ao desenvolvimento
da região. Esta comunicação tem o objetivo de mostrar um pouco do trabalho realizado na Associação
Assistência ao Menor em Oncologia (AMO – www.amocrianca.com.br), por acadêmicos do Curso de Letras da
Feevale, em 2012. Essa associação oferece atendimento gratuito e multidisciplinar às crianças portadoras de
câncer e também a seus familiares. Várias oficinas são realizadas na instituição e, dentre elas, há uma oficina
de língua inglesa para crianças, a partir dos 10 anos de idade. Discussões sobre como ensinar língua
estrangeira de maneira mais criativa vêm sendo o foco de muitos estudos sobre Aprendizagem de Língua
Estrangeira (ALE). Autores com Martinez (2009) e Marques (2011) concordam que não existe mais a
possibilidade de o ensino de inglês estar limitado a atividades de gramática e interpretação de textos. É preciso
que os estudantes de Letras tenham essa prerrogativa como algo necessário em seu ofício de professores de
língua. O objetivo da oficina de inglês na AMO é fazer com que as crianças possam recuperar um pouco de
sua autoestima, através de atividades lúdicas que são realizadas com o auxílio de filmes, contação de estórias,
música, jogos e brincadeiras. Embora este projeto esteja em andamento, já percebemos que as crianças se
sentem mais alegres e dispostas antes e depois das aulas. Além disso, sem dúvida alguma, aprendem inglês
de forma prazerosa e produtiva.
Palavras-chave: atividades de extensão; aprendizagem de língua inglesa.
INTERAÇÃO EM SALA DE AULA: A SOBREPOSIÇÃO DE VOZES NA CONVERSA
150
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Rosimi Maria da Silva Universidade Federal de Viçosa
Considerar que o ser humano se organiza em sociedade através da linguagem nos leva a observar os
diferentes contextos em que o homem estabelece suas relações sejam elas profissionais ou não (CARDOSO,
2003). Dessa forma, a instituição escolar e os indivíduos ligados a ela são fontes relevantes na busca de
parâmetros que fundamentem as pesquisas dentro do campo da Linguística Aplicada (ALKMIN, 2001). Este
estudo tem como objetivo central descrever, interpretar e analisar como os participantes de uma aula de
contação de histórias de uma escola pública municipal de Minas Gerais, localizada na zona urbana, interagem.
A atividade pedagógica de contar e recontar histórias (WELLS, 1991) é descrita como um evento no qual
atores sociais utilizam estratégias linguístico-discursivas para evidenciarem suas identidades e papéis
(GOFFMAN, 1998). Este trabalho, dentro do quadro social descrito, procura evidenciar esses recursos. Para
isso gravamos uma aula (O balãozinho teimoso) em áudio e vídeo, fizemos a transcrição, contando com a
análise da conversa etnometodológica (COULON, 1998) como ferramenta analítica. A análise evidencia a
assimetria entre a fala dos alunos e da professora e ainda nos permite verificar as falas sobrepostas de alunos
durante as práticas linguageiras em sala de aula em contraste com as falas sobrepostas em interações na vida
cotidiana.
Palavras chave: interação – análise da conversa – institucional – sala de aula
VIDEO-NARRATIVAS E REFLEXÃO COMPARTILHADA:
UM ENFOQUE SOBRE A DIMENSÃO ESTÉTICA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Rozana Aparecida Lopes Messias (UNESP/Assis)
Este trabalho faz parte de um rol de atividades desenvolvidas no contexto de um Centro de Línguas e
Desenvolvimento de Professores, um projeto de extensão, de uma universidade pública do Estado de São
Paulo, vinculado a dois departamentos (Educação e Letras Modernas). Nesse espaço, alunos do curso de
Letras ministram aulas de línguas estrangeiras, voluntariamente, à comunidade interna e externa ao campus.
Nossa investigação fundamenta-se em teorias sobre reflexão e reflexão compartilhada e encontra-se
metodologicamente orientado pela Pesquisa Narrativa e pela Pesquisa Educacional com Base nas Artes. Em
ambas, os participantes relatam eventos e, ao mesmo tempo, constroem e representam sentidos, de modo
estético, sobre suas experiências de aprendizagem. Os depoimentos dos alunos-professores envolvidos no
processo observado foram coletados em vídeo, como parte de uma atividade de encerramento semestral das
atividades pedagógicas. Os resultados da pesquisa se coalescem em uma bricollage estética de histórias em
vídeo, narradas por alunos de Letras (língua estrangeira), realizando seus estágios supervisionados em um
Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores. Os resultados da Análise Hermenêutica dos dados
também revelam processos de construção e de articulação do conhecimento pessoal e prático dos futuros
professores, além de evidenciar as características do Centro como contexto articulador de aprendizagem e de
conhecimentos pedagógicos para o professor de Prática de Ensino de Línguas Estrangeiras.
Palavras-chave: estágio supervisionado, formação de professores, Pesquisa Educacional com Base nas Artes.
LA DIDÁCTICA NO PARAMETRAL:
HACIA UN NUEVO PARADIGMA EN LA FORMACIÓN DE DOCENTES DE INGLÉS
Ruth Marcela Del Campo Machado (Universidad Nacional de Colombia)
Esta ponencia presentará los resultados de mi tesis doctoral cuyo fin fundamental fue el de analizar y evaluar
el papel que tiene el libro de texto en la formación inicial del docente de inglés (Richards, 2001) en el contexto
Colombiano, el cual se basa en una concepción tradicional que se apoya en los principios de la didáctica
parametral en donde el rol del libro de texto es fundamental como guía para la enseñanza de una lengua
extranjera. Se presentaran igualmente los principios de la didáctica no parametral con miras hacia la
construcción de un nuevo paradigma en la formación de los docentes de lengua extranjera en Colombia.
Dicha didáctica construye o recrea formas de enseñar y aprender el inglés como lengua extranjera, al igual que
desarrolla aspectos de importancia como la autonomía, la creatividad, y la construcción de conocimiento,
entendido éste como una construcción de sentidos y significados, entre otros (Quintar, 2002).
Igualmente se presentaran las conclusiones de este estudio que giraron en torno a cinco categorías, así:
correspondencia de los libros de texto con las necesidades básicas de formación lingüística de los futuros
profesores de lengua extranjera; valoración de los materiales de apoyo que proveen los libros de texto, su
calidad y utilidad; abordaje y desarrollo de las habilidades de escucha, escritura, habla (habla y diálogo) y
lectura, y su influencia en el desarrollo de las destrezas comunicativas; utilización del libro de texto en la
151
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
enseñanza del inglés por parte de los profesores universitarios; y los libros de texto como elementos
motivadores en el aprendizaje del inglés.
Finalmente se mostraran dos propuestas alternativas y/o complementarias al uso de los libros de texto desde la
didáctica no parametral.
CRENÇAS DOS PROFESSORES-ESTAGIÁRIOS DOS CURSOS LIVRES DE LÍNGUAS DA UFPA
SOBRE O ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA
Samilla Socorro dos Praseres Lira (UFPA)
As crenças sobre o ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira exercem grande influência na aquisição
de novos conhecimentos por parte dos alunos e principalmente nas atitudes dos professores em sala de aula.
Este presente trabalho apresenta resultados preliminares de uma pesquisa desenvolvida nos Cursos Livres de
línguas na Universidade Federal do Pará. Participaram da pesquisa os professores-estagiários ainda em
formação na graduação no curso de letras língua inglesa. O objetivo da pesquisa foi descrever e interpretar as
possíveis crenças sobre o ensino e aprendizagem de línguas que esses professores acreditam. Segundo
Barcellos: “as crenças (...) nascem de nossas experiências e problemas, de nossa interação com o contexto e
da nossa capacidade de refletir e pensar sobre o que nos cerca” (BARCELLOS, 2004, p. 132), o que nos faz
entender que as crenças estão presentes no cotidiano do professor de línguas. A pesquisa adotou a método
qualitativo e buscou coletar as crenças dos professores-estagiários que já estavam no segundo ano de atuação
nos Cursos Livres, através de narrativas pessoais escritas e questionários (Escala Likert). Após esta primeira
fase, extraímos as crenças dos participantes e realizamos uma análise segundo o modelo de classificação e
organização de tipos de análise de narrativas sugeridos por Lieblich (LIEBLICH et al., 1998, p.12-14). Nossos
resultados são preliminares, pois a pesquisa ainda está em andamento, contudo verificamos que as crenças
dos professores-estagiários influenciam nas práticas docentes revelando problemáticas adquiridas ao decorrer
do curso de graduação e a influencia das crenças dos professores para o aluno.
Palavras-chave: Crenças, ensino-aprendizagem de línguas e professores.
FORMAÇÃO DOCENTE PARA O ENSINO DE LÍNGUAS PARA CRIANÇAS:
PARÂMETROS CURRICULARES
Sandra Jardim de Menezes Ferreira (UEG)
As línguas estrangeiras (inglês/espanhol) vêm sendo ensinadas para crianças diante de um desafio, com a
análise de um currículo de Letras e um currículo de Pedagogia veremos que nenhum desses cursos tem
disciplinas voltadas para o preparo de docentes que ensinem língua estrangeira para crianças (LEC). A
necessidade de uma formação inicial adequada e específica para docentes que trabalham com LEC, cresce à
medida que aumenta a oferta de ensino dessa língua tanto em escolas privadas como escolas públicas.
Porém, sabemos que existem lacunas a serem preenchidas a respeito do assunto e questões a serem
discutidas como, por exemplo, a formação dos docentes que trabalham com crianças. Na graduação parece
não existir ainda a preocupação em formar professores capacitados em ensinar língua estrangeira para
crianças, e isso pressupõe um novo desafio, a uma nova demanda para o currículo da Licenciatura em Letras
ou Pedagogia. A importância de se discutir e repensar a formação de professores pode ter como consequência
à responsabilidade com a qual o profissional leva sua carreira. Averiguar se os currículos de Letras e
Pedagogia propõem uma formação necessária ao docente para atuação no ensino de línguas estrangeiras
para crianças. Problematizar a questão de se iniciar a aprendizagem de língua estrangeira na infância. Todavia,
para que haja qualidade no ensino superior, é preciso buscar (des)envolver o discurso com a prática e tornar
real e possível uma formação inicial que prepare o profissional da educação para ensinar LE para crianças,
como afirma Gimenez (2005). Conclui-se que o ensino superior tem o compromisso social em formar
professores críticos-reflexivos capazes de unir teoria e prática no exercício da sua docência, e em se tratando
de ensino para crianças, repensar e despertar o interesse da universidade em se adaptar com o mercado de
trabalho.
Palavras-chave: FORMAÇÃO INICIAL; ENSINO DE LÍNGUAS PARA CRIANÇAS; CURRÍCULO.
O TRABALHO DOCENTE: O REALIZADO E A DISTÂNCIA DO PRESCRITO
Sandra Memari Trava (USF)
Luzia Bueno ( USF)
152
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Este artigo visa discutir sobre o trabalho docente frente as práticas de leituras adotadas por uma professora do
ensino fundamental , ciclo I, da Rede Estadual de ensino. Os dados para análise fazem parte de uma pesquisa
maior de Doutorado em Educação. Acreditamos na necessidade se observar o professor no seu contexto real
de trabalho, pois como todo trabalhador, o professor também tem seu trabalho marcado por um conjunto de
prescrições estabelecidas pelos documentos como: Leis de Diretrizes e Bases, Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs), Propostas Pedagógicas, Projetos, cursos de formação continuada como: letra e vida, Ler
escrever, livro didático, etc.. Mas entre o trabalho realizado pelo professor e as prescrições existe uma
distância, conforme Amigues e outros pesquisadores das Ciências do trabalho, como Ergonomia e Clínica da
Atividade, já que existe um processo de reconceptualização dessas no coletivo do trabalho, isto é, a
“organização do trabalho efetuado pelos professores é, assim, uma resposta às prescrições” (MACHADO,
2004). Tomaremos também como referencial teórico a perspectiva sócio-histórica que busca superar o
reducionismo das concepções empiristas e idealista, Freitas (2002). No que tange à leitura, estudos de autores
como KLeiman (2000), Geraldi (2006), Dionísio (2011). Com relação ao trabalho docente nos pautamos nos
autores Tardif e Lessard (2011). No baseamos também em alguns estudos sobre a ergonomia e clínica da
Atividade em autores como: Yves Clot (2010), Faïta, Machado (2004).
Palavras chave: trabalho docente, formação de professores, práticas de leitura
AMURE OMPAN RAKTERÏ – EE INDÍGENA DE EDUCAÇÃO BÁSICA CENTRAL IKPENG:
FORMAÇÃO CONTINUADA EM ALFABETIZAÇÃO E LINGUAGEM NO POSTO PAVURU.
Sandra Regina Braz Ayres (SEDUC/CEFAPRO)
Arlete Tavares Buchardt(SEDUC/CEFAPRO
Kátia de Oliveira Carvalho SEDUC/CEFAPRO
Este texto tem por objetivo socializar os resultados prévios da formação continuada na perspectiva do Projeto
Sala de Educador, realizada no Posto Pavuru com os profissionais da educação da AMURE OMPAN RAKTERÏ
- EE Indígena de Educação Básica Central Ikpeng na área de Alfabetização e Linguagem, especificamente em
Língua Portuguesa, priorizando o trabalho com os gêneros textuais lendas e fábulas em Língua Portuguesa e
listas na alfabetização, sendo a mesma tratada do ponto de vista do letramento. A fim de alcançar esses
objetivos buscamos aporte teórico em Ferreiro e Teberosky, 1999; Soares, 2004; Solé, 1998; Marcuschi ,2008;
Bakhtin, 2010; Siqueira, 2010 e Moita Lopes, 2006; no Projeto Político Pedagógico da EE Indígena, 2010; no
Referencial Curricular Nacional para as escolas indígenas, 1998; nas Orientações Curriculares para a
Educação Básica do Estado de Mato Grosso, 2010 e no Almanaque Socioambiental, 2011. Adotamos a
metodologia do Estudo de Caso e fizemos uso da observação, análise de documentos e questionário no
processo de coleta de dados. Os professores manifestaram dificuldades em planejar e trabalhar na perspectiva
do letramento bilíngue, centrado na realidade da comunidade indígena, assim como dificuldades em trabalhar
com os gêneros textuais listas, fábulas e lendas. O trabalho teórico/metodológico possibilitou contextualizar o
processo de alfabetização e letramento, mediante a epistemologia sócio-interacionista e de acordo com os
parâmetros adotados atualmente pelas linhas educacionais da alfabetização e do letramento. Oportunizou
ainda a construção e aprofundamento de conhecimentos sobre os gêneros textuais listas, lendas e fábulas.
ESTUDO DOS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PROPOSTOS PELO PNLD PARA AS ATIVIDADES
DE LEITURA DOS LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO MÉDIO
Sebastião Carlúcio Alves Filho (Universidade Federal de Uberlândia)
O professor é, sem dúvida alguma, o grande responsável pela formação do aluno em sala de aula, mas o
material didático que é utilizado por esse aluno exerce forte influência sobre o processo de
ensino/aprendizagem. Pensando nisso, fiz uma investigação acerca do que propõem as rubricas de avaliação
do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) presentes na seção que trata de leitura e interpretação de
textos escritos. As rubricas escolhidas para análise são as que servem de parâmetro para a avaliação dos
materiais didáticos distribuídos pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), às escolas
de Ensino Médio. Com isso, busquei conhecer quais as concepções de linguagem, avaliação e leitura estão
presentes no processo de avaliação dos livros. Isto porque, considera-se que as concepções adotadas neste
processo influenciam diretamente no material que chega às escolas. Como fundamentação teórica para a
análise dos dados, servi-me de alguns estudos acerca das concepções de linguagem, avaliação e leitura.
Recorremos a autores como Hadji (2001), Luckesi (2002), Rojo (2006), Kleiman (2006), entre outros. No
desenvolvimento da pesquisa, foram utilizadas as perspectivas metodológicas da Linguística Aplicada para se
fazer um estudo de caso de base interpretativista. Ao final deste trabalho, foi possível conhecer quais as
153
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
concepções de linguagem, avaliação e leitura estão presentes no processo de avaliação de materiais didáticos
feito pelo MEC.
POLÍTICAS DE INCENTIVO À EDUCAÇÃO DE ALUNOS SURDOS NO ENSINO REGULAR
Sebastião Luiz Gonçalves (Prefeitura Municipal de Uberaba)
A grande preocupação com relação à educação inclusiva, creio, seja a falsa sensação de que estão todos
incluídos, quando na realidade, apenas compartilham o mesmo espaço. Na educação de surdos há esta
preocupação, principalmente, por causa da sua condição linguística e cultural tão peculiar. De acordo com
Sader (2010. p. 15 e 16), se no pré-capitalismo a desigualdade era explicita e assumida, no capitalismo a
sociedade mais desigual de toda a história é aquela que aceita que todos são iguais diante da lei. Neste ponto
que focamos, em pensar que o professor precisaria conhecer ao menos um pouco sobre a cultura surda, sobre
a língua de sinais, já que é o mesmo que avalia o aluno e que domina a didática de ensinar seu conteúdo,
quem tem que conhecer métodos de esclarecer as dúvidas. Além de que, é necessário o convívio e a interação
professor-aluno e que a presença do intérprete se justifica apenas quando o professor fala com todos os
alunos. A LIBRAS não é apenas um mero recurso para uma pessoa deficiente, é o reconhecimento de que as
pessoas podem ser diferentes, a surdez não pode ser encarada como um problema durante uma vida inteira.
É fundamental que todos na escola consigam se comunicar com o aluno surdo, que compartilhem vivências
próprias da escolarização. A inclusão escolar e social acontece quando o aluno não é mais um estranho dentro
da escola, quando as pessoas podem estabelecer uma comunicação mínima, de maneira independente. Este
trabalho se refere à necessidade de que o professor se relacione bem com o aluno surdo, que existam políticas
públicas capazes de nutrir os docentes para vivenciarem de maneira satisfatória a diversidade em sala de aula,
utilizando recursos que verdadeiramente favoreçam e fortaleçam a educação, onde todos têm direito de serem
diferentes.
Palavras-chave: Inclusão, formação docente, alunos surdos.
A INFLUÊNCIA DA ESCRITA VIRTUAL EM TEXTOS ESCOLARES:
IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Sebastião Silva Soares (Faculdades Santo Agostinho)
É perceptível que a internet tem proporcionado novas oportunidades de leitura e de escrita a seus usuários
Chartier (2001), liberando as pessoas a reinventar o uso da linguagem falada e escrita no ambiente virtual
Marcuschi (2004), que vão além das reduções de palavras, consolidam um estilo informal e efetivo da
comunicação on-line. Paralelamente, existe uma crescente preocupação entre pais e professores sobre a
influência da escrita virtual produzida pelos adolescentes no ensino/aprendizagem da “norma culta” da língua.
Em torno desse contexto, realizamos a presente pesquisa situada no campo de estudos sobre os Letramentos
e Formação de Professores de Línguas, e que teve por objetivo analisar se a escrita virtual das salas de batepapo (Orkut, MSN Messenger, Chats) estaria prejudicando a escrita escolar dos alunos do 7º Ano do ensino
fundamental de uma escola particular na cidade de Montes Claros/MG. Para concretização do estudo,
realizamos uma investigação qualitativa e quantitativa, alicerçada na revisão da literatura e na pesquisa de
campo, sendo utilizados questionários e análises das produções escritas dos alunos. A fundamentação teórica
englobou os estudos de Castellis (2006), Lévy (1999), que discutem as novas tecnologias na sociedade; Moran
(2008), Litwin (2000), Belloni (1999) que abordam o uso das novas tecnologias na educação e seus impactos; e
de Bakhtin (2000), Geraldi (1985), Marcuschi (2004), Soares (2005), Xavier (2008), Chartier (2001), Coscarelli
(2005) que analisam o contexto de produção e recepção da ação comunicativa. Os resultados nos permitiram
perceber que o número de textos que apresentaram os elementos característicos do discurso eletrônico foi
pequeno. Os dados da pesquisa apontam para a necessidade de (re)pensar a prática dos gêneros
textuais/discursivos, particularmente, os que emergem em domínios virtuais, na formação de leitores e
escritores.
Palavras-chave: Internet, escrita, gêneros textuais
A (RE)CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE INGLÊS
Selma Maria Abdalla Dias Barbosa (UFT)
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Esta comunicação se propõe a mostrar os resultados parciais de uma pesquisa de doutoramento de base
etnográfica e longitudinal, a qual traz como tema: A Formação Pré-Serviço de Professores de Inglês como
Espaço para a (Re)construção de Identidades. A pesquisa tem como objetivo investigar e analisar o processo
de (re)construção das identidades culturais, profissionais e sociais de alunos do curso de Letras de uma
Universidade Federal do extremo norte do Tocantins. A investigação é realizada por meio da análise qualitativa
dos relatos reflexivos realizados pelos professores em formação inicial ao longo de quatro semestres da
disciplina de estágio supervisionado de ensino de língua estrangeira (Inglês), como também de relatos e
interações postados numa Comunidade de Prática-CdP (WENGER, 1998; CLARKE, 2008) e de sessões
temáticas realizadas durante o processo de investigação. O gênero narrativo denominado relato-reflexivo, são
estórias de vida e experiências desses alunos-professores com a regência, que em momentos pontuais são
dialogadas com o leitor-pesquisador. No intuito de mapear a (re)construção das identidades profissionais,
sociais e culturais, nos propusemos a analisar, concomitantemente, os aspectos cognitivos (BORG, 2006;
ZEICHNER, 2005; ZEMBYLAS, 2005) como, por exemplo, crenças e emoções (VIEIRA ABRAHÃO,1992, 1996,
2004, 2006; BARCELOS, 2007, 2010; ARAGÃO, 2005; COELHO, 2010) que subjazem o processo de formação
de professores de língua estrangeira. Os resultados parciais da análise mostram uma interligação dos fatores
sócio-cognitivos de (re)construção identitária recorrentes tanto no contexto virtual como presencial. Por outro
lado, nas narrativas podemos visualizar sincronicamente o complexo processo de (re)construção e o fluxo
dessas identidades. Enfatizamos que o termo identidade (MOITA LOPES,2003, 2006, 2010) proposto neste
estudo assume uma natureza multifacetada, provisória, fragmentada e mestiça, o qual será analisado dentro
dos construtos vigentes da Linguística Aplicada.
Palavras-chave: identidade(s); formação inicial; comunidade de prática
COMPREENDENDO O FENÔMENO DA ESCRITA COLABORATIVA ONLINE
Sérgio Gartner (LAEL/ PUCSP)
Nesta comunicação vimos apresentar uma experiência pedagógica desenvolvida numa sala de aula virtual de
inglês como L2 que teve como intuito desenvolver a escrita através da colaboração entre pares e pequenos
grupos entre adolescentes. As tecnologias da informação e comunicação (TIC) criaram novos espaços para a
construção do conhecimento. O ciberespaço rompeu a idéia de tempo próprio para aprendizagem. O espaço
para a aprendizagem está mais flexível ao tempo, aberto a múltiplas possibilidades e altamente interativo.
Nesta perspectiva abordaremos a web social ou Web 2.0 que abrange uma crescente coleção de novas
ferramentas disponíveis na Internet onde o usuário pode criar uma rede social (social networking), utilizar
ferramentas de escrita colaborativa, ferramentas de comunicação como o Google Docs. Pretendeu-se entender
e interpretar as experiências vividas durante a execução da tarefa e suas percepções a respeito do projeto de
escrita colaborativa. A um nível mais específico e teórico, buscou-se fazer uma reflexão dialogando com os
princípios do paradigma da complexidade, baseado em Morin (1999, 2003, 2004, e 2007) e Moraes (2008).
Percebe-se que a produção da escrita colaborativa dos alunos é imbuída de aspectos de dinamicidade,
sensibilidade ao feedback, interatividade e dinamismo comuns às propriedades dos sistemas complexos.
Assim, pensamos que tal projeto em contextos de ensino-aprendizagem de línguas vai ao encontro dos
princípios que compõem esse paradigma emergente, ou seja, o princípio dialógico, hologramático e o da
recursividade. Adotou-se ainda a abordagem Hermenêutico–Fenomenológica segundo Freire (1998, 2010)
para descrevermos o fenômeno sob investigação.
Palavras-chave: Escrita online, Web 2.0, Teoria da Complexidade
EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS EM ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE LÍNGUA INGLESA:
UMA FORMAÇÃO POSSÍVEL?
Sérgio Ifa (UFAL)
Nesta comunicação, objetivo descrever e interpretar experiências educativas vividas por mim, professorpesquisador-formador, e pelos/as alunos/as na disciplina Estágio Supervisionado de Língua Inglesa. Busco, a
partir do relatório individual de estágio redigido por cada aluno/a, analisar as etapas da formação de
professores pelas quais eles/as passaram: primeiramente, contactaram uma escola da rede pública para (1)
examinar e entender o contexto social, histórico e econômico e (2) para identificar as percepções dos alunos
sobre necessidades e preferências em relação ao ensino-aprendizagem da língua inglesa. Em seguida, de
posse dessas informações, os alunos/as elaboraram planos de aulas específicos ao contexto. As próximas
experiências registraram como ministraram as aulas. Como última experiência do Estágio, socializaram com os
colegas de turma as reflexões, as lições aprendidas e as reinterpretações sobre o processo pelo qual
155
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
passaram no estágio. Os resultados apontam para uma mudança de postura: do desinteresse pelo que
acontece na escola pública para a postura pró-ativa de buscar soluções para a realidade analisada. Percebo
ainda uma compreensão macro do papel político do professor, da escola e do estagiário. Entendo a formação
de professores como um diálogo entre: a Lingüística Aplicada Crítica (Pennycook, 2001), a teoria do ensino
reflexivo (Schön, 1983,1987; Zeichner, 1993; Zeicher & Liston, 1996; Gómez, 1997) e a perspectiva crítica de
formação de professores (Freire, 1970; Kincheloe, 1993; Pimenta, 1999; e Celani, 2001).
Palavras-chave: Estágio Supervisionado de Inglês; relatório de estágio; formação de professores
EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS E INVESTIMENTO EM FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE INGLÊS:
PROJETO DE EXTENSÃO CASAS DE CULTURA NO CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE
ALAGOAS
Sérgio Ifa (UFAL)
O objetivo desta comunicação é descrever e interpretar experiências educativas (Dewey, 1938) da formação de
professores que proporciono aos alunos licenciandos de Língua Inglesa da Faculdade de Letras que participam
como professores no Projeto de Extensão Casas de Cultura no Campus por mim coordenado. O Projeto, em
parceria entre a Faculdade de Letras, a Pró-reitoria de Extensão e a Pró-reitoria Estudantil, visa oferecer
cursos de línguas para a comunidade estudantil carente da Universidade Federal de Alagoas. Com o objetivo
de oferecer uma formação de professores crítica e reflexiva, os aportes teóricos que utilizo são principalmente
da Lingüística Aplicada Crítica (Pennycook, 2001); da teoria do ensino reflexivo (Schön, 1983,1987; Zeichner,
1993; Zeicher & Liston, 1996; Gómez, 1997) e da perspectiva crítica de formação de professores (Freire, 1970;
Kincheloe, 1993; Pimenta, 1999; e Celani, 2001). Os dados, para esta comunicação, foram coletados no
primeiro semestre de 2012 durante: (1) os encontros semanais que os alunos-professores e eu tivemos para
elaborar e preparar aulas bem como para entender e refletir criticamente sobre esse processo de formação, (2)
as aulas que os alunos-professores ministraram ariticulando o ensino-aprendizagem do inglês com as teorias
dos Multiletramentos e dos Novos Letramentos (Cope & Kalantzis, 2000; Lankshear & Knobel 2003, 2008),
entre outros. Ao conceber a formação do professor como um continuum, apresento, também, como
resultado,nesta comunicação, dados que revelam e exemplificam as diferentes posições dos alunosprofessores nesse continuum bem como o investimento (Norton, 1995) que fazem em sua formação.
Palavras-chave: formação de professores de inglês; novos letramentos; projeto de extensão
INTERCULTURALIDADE, DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS E FORMAÇÃO:
UMA EXPERIÊNCIA COM ASSISTENTES DE ENSINO AMERICANAS EM MUNICÍPIOS DO PARÁ
Silvia Helena Benchimol Barros (UFPA)
Edwiges Conceição de Souza Fernandes (UEPA)
A experiência tema desta comunicação é decorrente de uma parceria entre a Comissão Fulbright Brasil, a
CAPES e duas Universidades Públicas do estado do Pará: Universidade do Estado do Pará – UEPA, e
Universidade Federal do Pará - UFPA, respectivamente em seus campi localizados nos municípios de Belém e
Bragança, no desenvolvimento do programa English Teaching Assistantship (ETA) patrocinado e gerenciado
pelo Bureau of Educational and Cultural Affairs (ECA) do Departamento de Estado Americano, no intuito de
promover entendimento e crescimento mútuos dos agentes participantes e a valorização da interculturalidade,
além de robustecer o pressuposto de que “ensinar não é transferir, é construir conhecimento junto com o outro”
(FREIRE, 1996, P.25). Aos objetivos gerais do programa, entre os quais destacamos “contribuir para a
elevação da qualidade dos cursos de licenciatura em Letras, Língua Inglesa, na perspectiva de valorizar a
formação e a relevância social dos profissionais do magistério da educação básica”, somaram-se as demandas
locais por desenvolvimento das competências comunicativas, autonomização da aprendizagem e ensino
colaborativo (FREEMAN, 1992; LITTLE, 1990; JOHNSON E JOHNSON, 1986). O trabalho com as ETAs,
durante o período de nove meses, contempla um espectro diversificado de atividades contextualizadas e
vinculadas aos projetos institucionais, com foco prioritário no desenvolvimento de habilidades de compreensão
e produção oral, nas modalidades oficina e ensino em equipe. Os resultados obtidos através de relatos dos
docentes, discentes, coordenadores ETAs e técnicos envolvidos no programa revelam crescimento qualitativo
da comunidade acadêmica como um todo e evolução da competência comunicativa dos segmentos discente e
docente.
Palavras–chave: Interculturalidade. Ensino colaborativo. Competência Comunicativa.
A FORMAÇÃO CONTÍNUA E ARTICULADA
À PRÁTICA DOS FUTUROS PROFESSORES DE LÍNGUA ESPANHOLA
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Silvia Regina Delong (Universidade Estadual do Paraná, FAFIUV –União Da Vitória)
O projeto de pesquisa “A formação contínua e articulada à prática dos futuros professores de língua espanhola”
está baseado em um estudo bibliográfico cujo objetivo é, primeiramente, fazer um breve histórico das principais
teorias de aprendizagem. A partir daí, serão analisadas algumas propostas anteriores sobre a formação de
professores de língua estrangeira (LE), mais especificamente da língua espanhola, dentro da escola pública.
Será questionada a importância de constar da formação do professor de LE os estudos sobre o
ensino/aprendizagem baseados no socioconstrutivismo de Vygotsky, enfatizando a construção do
conhecimento entre professor/aluno e aluno/aluno; a visão sociointeracional de Bakhtin através da experiência
discursiva de cada pessoa, bem como ressaltar a importância de formar futuros professores-leitores,
trabalhando os diversos gêneros discursivos para que eles possam ensinar aos seus alunos a compreenderem
textos variados e autênticos da língua espanhola. Deste modo, estarão contribuindo para a inclusão social do
aluno, pois é a partir do conhecimento da cultura do outro, neste caso, da cultura dos falantes de língua
espanhola que ele próprio (aluno) percebe a sua identidade como agente social.
Palavras-chave: Formação de professores, Língua espanhola, Gêneros discursivos, Inclusão social.
A PRÁTICA DA LEITURA NO CURSO DE FORMAÇÃO DOCENTE E SUA CONTRIBUIÇÃO
PARA O(S) LETRAMENTO(S) DO FUTURO PROFESSOR E DO SEU ALUNO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Sílvio Ribeiro da Silva (UFG /Campus Jataí)
Neste trabalho, apresento os resultados de um estudo, ancorado nos pressupostos da Linguística Aplicada de
base interpretativista, que objetivou conhecer as concepções e práticas de leitura e de ensino de leitura dos
professores de Didática e Prática de Ensino/Estágio dos cursos de licenciatura de uma unidade de federal de
formação docente no interior do país, enfocando sua prática no que se refere à leitura proposta aos
licenciandos nos semestres finais, no intuito de identificar que contribuições ela indica trazer aos futuros
professores para que eles, no exercício da profissão, possam instrumentalizar os alunos da Educação Básica
para que os mesmos adquiram capacidades letradas para ler com proficiência qualquer texto. Algumas das
perguntas motivadoras foram: que ideia sobre a leitura tem os docentes de Didática e Prática de
Ensino/Estágio dos cursos de licenciatura em análise? Será que exercem uma prática multi, trans e
interdisciplinar no exercício da leitura, buscando desenvolver o(s) letramento(s) de seus alunos, futuros
professores? Para a geração dos dados, apliquei um questionário, cujas perguntas giraram em torno da
formação acadêmica dos docentes formadores, sua noção de leitura e as implicações desta no fazer
pedagógico de cada um. Apareceram, também, perguntas que objetivaram saber a opinião dos professores
acerca de sua contribuição direta, ou não, para que seu aluno, futuro professor, saiba encaminhar o
desenvolvimento do(s) letramento(s) de seus alunos, favorecendo-lhes a prática de uma leitura produtiva.
Também procedi à análise dos Projetos Pedagógicos de cada curso (PPC), buscando identificar o que cada
professor aborda com seus licenciados e que se refere ao desenvolvimento de habilidades de leitura e
letramento(s). Os resultados mostram ser necessário promover uma discussão sobre a própria ação do
docente formador, objetivando colaborar de forma mais rápida e eficiente com as transformações sociais que
todos nós pretendemos, buscando um re-orientar as ações didáticas (ROJO, 2001).
Palavras-chave: Leitura, Letramento(s), Formação de professores
PROJETO DE EXTENSÃO E NOVOS LETRAMENTOS :
O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA COMO UM FIO CONDUTOR DE CRITICIDADE
Simon de Sena Marques (Universidade Federal de Alagoas)
A apresentação desta comunicação tem como objetivo mostrar a preparação, o desenvolvimento e os
resultados de uma atividade de leitura em língua inglesa baseada nas teorias dos Novos Letramentos (Cope e
Kalantzis, 2000; Lankshear e Knobel 2003) realizada com alunos do Projeto de Extensão Casas de Cultura no
Campus, da Universidade Federal de Alagoas. Ao trazer para a sala de aula, temas de interesse coletivo
registrados em textos escritos em língua inglesa, para proporcionar espaços de discussões, acredito que, como
professor e mediador da construção do conhecimento, posso contribuir para o desenvolvimento do pensamento
crítico dos meus alunos de básico 1 de língua inglesa. O foco da apresentação são as aulas cujo tema foi a
adoção de filhos por casais não heterossexuais. A análise foi feita a partir dos dados coletados pelos seguintes
instrumentos: o plano de aula, os diários reflexivos e os comentários dos alunos. Também serão expostos e
dicutidos no decorrer a comunicação alguns dos principais pressupostos teóricos dos Novos Letramentos,
157
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
assim como sua importância no processo de ensino-aprendizagem. As primeiras análises revelam que há
alunos universitários que apresentam visões contraditórias sobre o tema em questão e que serão detalhadas
na apresentação.
Palavras-chave: Ensino de inglês; novos letramentos; Projeto Casas de Cultura no Campus
OS MULTILETRAMENTOS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES DE PORTUGUÊS
LÍNGUA ESTRANGEIRA: A IMPORTÂNCIA DOS GÊNEROS TEXTUAIS DIGITAIS
Simone Garofalo ,
Mônica Carvalho Brum
Monique Longordo
(Universidade Federal de Minas Gerais)
O desenvolvimento econômico e social do Brasil propicia uma maior procura de estrangeiros pelo país em
busca de trabalho e estudo. Além disso, vários convênios foram firmados como utros países para a oferta de
cursos de graduação e pós-graduação para os estrangeiros. Paralelamente, com o advento da globalização
surgem novas tecnologias que dinamizam as relações entre os interlocutores na rede mundial de
computadores. Tais relações propiciam o acesso dos alunos estrangeiros aos materiais autênticos, produzidos
em contexto de uso do português. Para que tais materiais sejam utilizados de forma significativa pelos alunos,
é necessário que esses tenham habilidades para o trabalho com os novos gêneros textuais e as novas formas
de comunicação e acesso aos materiais na era digital. É necessário, portanto, que o professor, sob a
perspectiva dos Multiletramentos, desenvolva um trabalho para estimular os diversos letramentos que são
necessários para uma melhor e mais rápida aprendizagem de língua. O trabalho pretende verificar como é
realizada a abordagem dos
Multiletramentos por parte dos professores do Programa Estudantes-Convênio
Graduação (PEC-G), a partir do uso dos gêneros textuais digitais. O aporte teórico deste trabalho está baseado
no conceito de Multiletramentos (ROWSELL & WALSH, 2011; ANSTEY & BULL, 2006; COPE & KALANTZIS,
1996) e a concepção interacional da linguagem conforme propõem Bakhtin (2003). O método de pesquisa
escolhido é o estudo de caso. Verificamos junto aos professores de PLE do curso PEC-G da UFMG o uso de
gêneros textuais digitais, a fim de verificar como os Mutliletramentos são aplicados na práxis desses
professores. Observamos a importância do uso de gêneros digitais, tendo em vista o acesso por parte dos
alunos a materiais autênticos produzidos em Língua Portuguesa e obtenção do Certificado de Proficiência em
Língua Portuguesa - Brasil (CELPE-BRAS) que vem cobrando, nos últimos anos, a produção de gêneros
textuais digitais.
Palavras-chave: Multiletramentos. Gêneros textuais digitais. Ensino de Português com Língua Estrangeira.
A RECONFIGURAÇÃO DO PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO PELOS ATORES SOCIAIS
Simone Sarmento
Larissa goulart da Silva
(Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
O presente trabalho apresenta resultados parciais da pesquisa “O Programa Nacional do Livro Didático no
Cotidiano Escolar na Educação Linguística” desenvolvido no Departamento de Línguas Modernas do Instituto
de Letras da UFRGS. Essa pesquisa visa descrever o processo de adoção e implementação dos livros
didáticos (LD) aprovados pelo PNLD/2011 de Língua Estrangeira nas escolas públicas de Porto Alegre e como
os atores sociais, neste caso, professores, supervisores, bibliotecários, entre outros, reconfiguram a política
educacional em seus cenários. O objetivo desse projeto vai além de uma perspectiva que identifica as
possíveis dificuldades encontradas pelos professores e depois de uma forma hierárquica e descendente,
aponta caminhos para que essas dificuldades possam ser resolvidas. Consoante a projetos em Linguística
Aplicada comprometidos com o empoderamento da escola, propomos um trabalho de co-autoria e colaboração
com os educadores participantes da pesquisa. Dessa forma, pesquisa propõe-se a disseminar práticas de
sucesso de uso do LD encontradas pelas pesquisadoras. A coleta de dados se deu por meio de questionários e
entrevistas realizadas com os professores das escolas públicas municipais de Porto Alegre e por observações
das aulas de uma professora de Inglês. A partir dessa observação surgiram as perguntas de pesquisa que
serão respondidas nessa apresentação: Quais as principais dificuldades encontradas pelos professores com
relação ao LD? O que os professores estão fazendo para contornar essas dificuldades e usar o LD em sala de
aula? Verificamos que apesar das dificuldades encontradas pelos professores. Estes criaram novas formas de
por em prática o PNLD que não estavam previstas.
Palavras – Chave: Programa Nacional do Livro Didático, Livro Didático, Língua Estrangeira.
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
EM UM CURSO DE GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA: ESPECIFICIDADES, DESAFIOS, DESLOCAMENTOS
Simone Tiemi Hashiguti (UFU)
O presente trabalho apresenta resultados da análise de respostas a questionários aplicados a alunos e tutores
de um curso de graduação em Letras a distância acerca dos processos de ensino-aprendizagem nessa
modalidade. O curso, em andamento desde 2011, licencia professores de inglês e literaturas de língua inglesa
e ocorre na plataforma virtual de aprendizagem MOODLE. O questionário tem perguntas abertas e os
participantes foram convidados. A pesquisa visa analisar: a) as representações imaginárias sobre língua
inglesa e seus processos de aprendizagem, b) a interação com os materiais pedagógicos produzidos para o
curso e c) as singularidades dos processos de aprendizagem de línguas estrangeiras em ambientes virtuais. O
objetivo geral é compreender as especificidades desses processos nessa modalidade. A pesquisa filia-se a
uma tradição discursiva de análise (com referência a autores como M. Pêcheux e M. Foucault, no
entrelaçamento de seus conceitos) em seus diálogos com estudos em Linguística Aplicada ao ensino de
línguas estrangeiras (A. Pennycook) e teorias sobre pós-colonialismo (G. C. Spivak). Pela perspectiva
discursiva, considera-se que o discurso tem materialidade linguística e histórica e funciona como unidade de
análise na qual é possível apreender as relações de memória que permitem a retomada (repetição do já-dito) e,
ao mesmo tempo, o acontecimento do novo. Pelo mesmo viés, toma-se o aluno e o tutor como sujeitos
constituídos por e na linguagem, visíveis, na análise dos dados, como posições históricas. Considera-se a
modalidade a distância e o meio virtual como condições de produção cujas especificidades se referem ao
desenvolvimento das tecnologias e às práticas de linguagem que nelas se constituem e são por elas
determinadas. Indica-se que, apesar de os processos ocorrerem num formato novo aos participantes, as
práticas de linguagem tendem a repetir formatos presenciais. Todavia, é possível também reconhecer o
despontar de deslocamentos de posição e renovações nessas práticas.
VIVÊNCIAS E PERCEPÇÕES DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO
EM CONTEXTO DE BLENDED LEARNING
Sílvia Becher (UFRJ/PUC-Rio)
Beatriz de Souza Andrade Maciel (UFRJ)
Este trabalho apresenta as percepções de alunos de graduação, professores em formação, em uma
experiência de integração entre componentes presencial e online (blended learning), proposta para criar
vivências que influenciassem práticas e saberes docentes futuros. Tal perspectiva apoia-se na percepção de
que a experiência de aprendiz do professor pode exercer influência sobre crenças que orientam sua prática
docente (GARBUIO, 2006) e que o uso das tecnologias da informação e da comunicação pressupõe a
resignificação do ensino (CARVALHO, 2005), já que a repetição de práticas tradicionais resulta na
subutilização dos recursos atualmente disponíveis (VARELLA et al, 2002). O entendimento do processo de
ensino-aprendizagem enquanto imprevisível, complexo, múltiplo e contínuo (MICOLLI, 2010; SINGH, 2003)
aponta para a necessidade de práticas menos centradas no professor e no espaço/tempo da sala de aula.
Deste modo, a escolha de integração entre aula presencial e a distância através da inserção de um ambiente
virtual de aprendizagem (AVA) se insere como uma possibilidade de flexibilização de tempo e espaço, bem
como de viabilização de práticas colaborativas para construção da aprendizagem (PAIVA, 2001). Através de
uma investigação exploratória, interpretativista, no contexto de uma disciplina de embasamento teórico-prático
sobre metodologias de ensino para alunos de Português/Inglês em uma universidade federal, foram gerados
dados por meio de entrevistas, questionários semi-estruturados e avaliações de curso. Os resultados apontam
para percepções divergentes quanto aos processos de interação possibilitados. Sem negar um estranhamento
inicial dos alunos, gerado pela inserção de tecnologias ainda não naturalizadas no ensino (PAIVA, no prelo), e
algumas dificuldades de conciliação do tempo entre ambiente virtual e presencial, foram percebidos momentos
de entusiasmo diante dos recursos multimodais. Além de contribuições para os alunos e outros participantes da
comunidade de aprendizagem em questão, pretende-se que estes dados possam ampliar o conhecimento
pedagógico no uso de blended learning na formação de professores.
Palavras-chave: blended learning, AVAs, formação docente
REPRESENTAÇÕES DE PROFESSORES SOBRE A LÍNGUA INGLESA EM SANTARÉM, PARÁ
Silvia Cristina Barros de Souza (Universidade Federal de Santa Catarina)
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
A língua nunca é neutra, pois está diretamente ligada a movimentos de caráter social, econômico e cultural
(Carboni & Maestri (2003). Nos dias de hoje, a Língua Inglesa, por ser a língua da globalização, da
comunicação internacional, dos negócios e da tecnologia assumiu o status de “língua franca” e “Língua
Internacional” e com essa expansão, questões sobre como ensiná-la surgiram ao longo dos anos, sendo uma
das maiores preocupações a fluência e formação adequada dos professores e a reflexão que eles mesmos
fazem sobre suas práticas docentes, seus valores, representações, crenças e o processo contínuo de
formação de suas identidades profissionais. Esse trabalho tem como objetivo discutir as possíveis
representações de um grupo de professores de Inglês como língua estrangeira de Santarém, Pará com relação
ao ensino e aprendizagem da língua inglesa e com relação a eles mesmos enquanto falantes e suas possíveis
relações com as práticas dentro de sala de aula. A noção de representação usada neste estudo é baseada nas
idéias de Celani e Magalhães (2002), que procura “contemplar os contextos social, histórico e cultural dos
quais as representações emergem, sem negligenciar questões políticas, ideológicas e teóricas”. Uma vez que
as percepções que os professores têm da língua em geral podem influenciar diretamente suas práticas
pedagógicas, neste estudo as experiências educacionais, profissionais e pessoais dos participantes foram
consideradas relevantes na construção dessas representações.
Palavras chave: representações, língua inglesa, identidade profissional.
NUEVAS NECESIDADES FORMATIVAS
PARA EL MAESTRO DE INGLÉS EN EDUCACIÓN BÁSICA EN MÉXICO
Sofia Cota G,
Nora Pamplón I.
José Luis Ramirez R
(Universidad De Sonora)
En las últimas décadas se ha dado una tendencia en muchos países del mundo de implementar programas de
enseñanza del inglés como lengua extranjera a nivel de educación primaria (Cameron, 2003; Moon & Nikolov,
2000; Pinter, 2006). Esto ha sido en parte debido a que organismos internacionales como la UNESCO (2003),
la Unión Europea (2004) y la OCDE (2008) han impulsado políticas lingüísticas sobre la enseñanza de las
lenguas extranjeras a edad temprana. En México se han realizado diversos esfuerzos en diferentes estados del
país para ofrecer programas de inglés en la educación primaria, y a partir del 2009 se implementó un Programa
Nacional de Inglés en Educación Básica. Con el objetivo de identificar y analizar los principales problemas
relacionados con la enseñanza del inglés en este contexto, en el 2010 se inició un proyecto de investigación de
corte cualitativo a nivel nacional donde participan investigadores de diversas universidades del país. Para el
levantamiento se llevaron a cabo entrevistas con los directores, profesores de inglés, alumnos y padres de
familia, así como observaciones en las aulas de inglés y una revisión documental. En esta ponencia se
presentaran una serie de hallazgos relacionados con la formación de los profesores de inglés, identificándose
diferentes perfiles y necesidades formativas, así como el uso de variadas metodologías y prácticas docentes.
Así mismo, se presenta la visión del docente ante su trabajo y contexto, las diferentes limitaciones en su
quehacer diario, y el papel que juegan en la enseñanza del inglés como lengua extranjera. Este trabajo
concluye con la latente necesidad de formar profesores de inglés calificados que puedan aplicar metodologías
de enseñanza de inglés enfocadas a niños que respondan más a las características específicas del contexto
educativo y sociocultural de la educación básica en nuestro país.
Palabras clave: formación, políticas, enseñanza
LA FRASEOLOGÍA Y LA FORMACIÓN LINGÜÍSTICA DEL DOCENTE DE ESPAÑOL
COMO LENGUA EXTRANJERA: ENTRE EL IMAGINARIO Y LA REALIDAD TEÓRICO-PRÁCTICA
Solange Ivone Santana (Universidade de São Paulo)
En los estudios acerca de la didáctica de las unidades fraseológicas, los investigadores y profesores se dividen:
algunos defienden su enseñanza desde los niveles iniciales de adquisición de español como lengua extranjera
(Penadés Martínez, 1999; Fernández et alii, 2005), otros, su enseñanza solo a partir de la exposición a más de
100h/clase, debido a las peculiaridades morfosintácticas, históricas y pragmáticas de tales unidades
(Santamaría, 1998, apud Gurillo, 1999; Forment Fernández, 2004). Este panorama discordante nos llevó a
reflexionar sobre dos aspectos, el primero relativo a por qué ocuparse didácticamente sobre tal contenido y el
segundo relacionado con la formación del profesor. Nuestra investigación sobre el primer aspecto nos lleva a
creer que la presente preocupación por su enseñanza tiene que ver con el estudio de Matsunobu (1981, apud
160
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Larsen- Freeman y Long, 1994: 147-148), que le concede al aprendiz estatus de hablante nativo al que emplea
expresiones idiomáticas. En cuanto a la formación lingüística que recibe el profesor respecto a esas unidades
complejas, se recogieron datos de los planes de curso de la carrera de Letras/Español de cuatro universidades
brasileñas, para que se pudiera discutir la relevancia de tal contenido en su formación y qué es necesario para
que las enseñe consciente y didácticamente. Los resultados nos muestran que el contenido unidades
fraseológicas no aparece, aunque se valora, en general, la enseñanza de aspectos culturales relativos a la
lengua española. Se puede deducir que se creó un imaginario sobre la enseñanza de las expresiones
idiomáticas sin que hubiera la preocupación por la real formación lingüística teórico-práctica del futuro docente,
lo que nos lleva a reflexionar sobre la necesidad de una posible sistematización del contenido (Fernández,
2004 y Fernández et alii, 2005), incluso en una disciplina específica, que parece estar ausente en los currículos
de la carrera de Letras/Español en Brasil.
Palabras claves: imaginario de la enseñanza de EI's; formación del docente de español/LE; didáctica de las
EI's.
PRINCÍPIOS, CRENÇAS, PRÁTICAS E AUTONOMIA NA SALA DE AULA
Sueid Fauaze Moreira (UESB)
De acordo com a literatura (PENNYCOOK, 1997), alcançar autonomia é um objetivo desejável e
inquestionável. Nenhum educador deveria se opor a propiciar aos alunos o apoio e os subsídios necessários
para que estes se tornem aprendizes autônomos, uma vez que junto a essa ideia estão os conceitos de
democracia na sala de aula e pedagogia centrada no aprendiz. Explicitamente descritos na Lei de Diretrizes e
Bases - LBD e nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, encontram-se princípios que preconizam a
questão da importância do desenvolvimento da autonomia. Partindo do pressuposto de que seria através das
crenças de professores que se pode introduzir e/ou implementar uma pedagogia da autonomia, este trabalho
objetiva verificar até que ponto professores agem de acordo com essas orientações do Ministério da Educação
de Cultura - MEC, buscando proporcionar atividades que ajudem a desenvolver a autonomia dos seus alunos.
A metodologia utilizada é de natureza qualitativa, uma vez que procura entender e interpretar fenômenos
sociais inseridos em um contexto, bem como saber como os atores sociais envolvidos em um determinado
processo o percebem (BORTONI-RICARDO, 2008). Para a geração dos dados, foram aplicados questionários
a dez professores de uma universidade estadual no estado da Bahia, visando a elencar as crenças que estes
professores detêm a respeito da temática autonomia, bem como se eles encorajam atitudes autônomas AOS
seus alunos.
Palavras-chave: Autonomia, Aprendiz, Professor de Licenciatura, LDB/PCNs
LETRAMENTO CRÍTICO NO ENSINO DE INGLÊS NA ESCOLA PÚBLICA:
TRANSPONDO OS MUROS DA ESCOLA
Suely Ana Ribeiro (UFG)
Muitos professores de inglês têm mostrado preocupação com a articulação de suas práticas pedagógicas com
questões mais amplas da sociedade – classe, raça, gênero – e têm buscado fazer de suas aulas um espaço
onde o uso da língua seja compreendido como parte de um processo de conscientização de que nossas
experiências são historicamente construídas e perpassadas por relações de poder. Neste estudo, busco
discutir como o ensino de inglês ancorado numa perspectiva de letramento crítico desenvolvido em uma escola
pública de Goiânia tem repercutido na vida dos alunos. Para tanto, busco suporte na Pedagogia Crítica
(FREIRE, 2005, GIROUX, 1997), que concebe o ensino como atividade essencialmente política comprometida
com a construção de um diálogo crítico e afirmativo e com práticas sociais voltadas para o bem estar comum.
O estudo também se fundamenta na Linguística Aplicada Crítica (MOITA LOPES, 2006; PENNYCOOK, 1998,
2006; RAJAGOPALAN, 2006), que preconiza uma ação docente anti-hegemônica, além de estar atenta para o
caráter político das práticas de linguagem. Ainda, os estudos de Letramento Crítico (SHOR & FREIRE, 1987;
SHOR, 1999), que primam pelo desenvolvimento da habilidade de compreender os usos da língua de forma
ativa e reflexiva para entender melhor as relações de poder, desigualdade e injustiça nas relações humanas,
dão suporte a essa pesquisa. Os dados deste estudo qualitativo-interpretativo (DENZIN & LINCOLN, 2003),
coletados por meio de entrevistas, questionários e entrevista com alunos, pais e a professora, evidenciam uma
percepção mais aguçada dos alunos sobre seus atos e conceitos, além de mudanças de comportamentos que
podem ser relacionadas às reflexões realizadas em sala. Revelam, ainda, que a problematização de questões
da vida em sociedade pode não apenas ser via de desenvolvimento da língua como também transpor o espaço
escolar e tornar-se um aporte social capaz de contribuir para o fortalecimento e emancipação dos sujeitos.
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Palavras-chave: letramento crítico; reflexão; emancipação.
REPRESENTAÇÃO DA PRÁTICA DOCENTE DE PROFESSORES DE INGLÊS:
UMA ANÁLISE BASEADA NA LINGUÍSTICA SISTÊMICO-FUNCIONAL
Suzana de Carvalho Barroso Azevedo (CEFET/RJ e PUC-Rio)
A imagem do professor de inglês como língua estrangeira é construída pelos discursos sobre esse profissional
que circulam em todas as esferas da vida social. Muitas vezes, tal imagem corresponde a estereótipos
naturalizados socialmente que podem não dar conta das especificidades e subjetividades do que significa ser
professor. A fim de entender quais representações são feitas sobre esses profissionais, acredito que o ponto de
partida seja o discurso do próprio professor. Sendo assim, o objetivo dessa pesquisa é observar como o
professor de inglês como língua estrangeira representa sua profissão e a si mesmo através do discurso. Para
tanto, analiso textos produzidos por vinte professores de inglês baseada na teoria da Linguística SistêmicoFuncional, que vê a linguagem como um sistema potencial de significados orientado para o uso onde usuários
fazem escolhas de acordo com seus propósitos e contexto comunicativo (HALLIDAY, 1994). Auxiliada pelo uso
de ferramentas computacionais como o Wordsmith tools (SCOTT, 1999) e baseada nos princípios da
Linguística de Corpus, focalizo, nos dados gerados, em quais Processos (verbos) são utilizados pelos
professores participantes para caracterizar sua profissão e a si mesmos. A análise dos dados aponta, entre
outras coisas, para uma tendência dos professores participantes de representarem sua profissão de forma
mais material do que mental.
Palavras-chave: professor de inglês, representação, linguística sistêmico-funcional
EDUCAÇÃO BÁSICA E A PESQUISA CIENTÍFICA. PROFESSORES E ALUNOS
COMO NOVOS TALENTOS DA PESQUISA EM LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO
Tânia Vassélli Damasceno (CAPES/NEED/SEMEC-Tangará da Serra)
Elaine Cristina da Silva (CAPES/NEED/UEMAT)
O Projeto NOVOS TALENTOS, do Campus da UNEMAT de Tangará da Serra-MT em parceria com a
Secretaria Municipal de Educação e Cultura, executa o projeto de extensão denominado “Língua Materna:
limites e possibilidades da pesquisa científica”, com financiamento da CAPES e tem por objetivo discutir
questões sobre Ciência e pesquisa já na educação básica buscando a construção da curiosidade científica e
construir os passos iniciais da pesquisa fora dos limites das universidades. Tais ações são empreendidas junto
a professores e alunos das escolas públicas de Tangará da Serra-MT. O projeto se desenvolve a partir de
cursos com características de capacitação de alunos do Ensino Médio e professores interessados no tema, em
cujos cursos são abordados temas como Metodologia Científica e posiciona a questão da Língua e da
comunicação como motes de pesquisa, já que, numa primeira observação, em geral professores e alunos
ainda concebem a Ciência e a Pesquisa nos moldes cunhados pela Modernidade, ou seja, com parâmetros
rigorosos e privilégio de cientistas e da academia. Neste sentido, toma-se os referenciais teóricos dos Estudos
Culturais como ferramenta para análise e compreensão das atividades e processos no decorrer do Projeto, o
qual se caracteriza por cursos que buscam o desenvolvimento do olhar, da curiosidade e do estranhamento,
em especial, aos fenômenos da língua materna e da comunicação. Desta forma, conta com as contribuições
teóricas de autores como Alfredo Veiga Neto, Marisa Vorraber Costa, Jorge Larossa, Boaventura de Souza
Santos, Pedro Garcez, entre outros. Em contexto atual há um claro esforço do poder público em promover a
pesquisa em seus mais amplos limites e este projeto só vem a contribuir com este entendimento uma vez que
compartilha a compreensão de que ciência e pesquisa se faz em todos os espaços e por quem investir na
postura da curiosidade científica.
Palavras-chave: Escola, Pesquisa, Ciência.
TECNOLOGIAS DIGITAIS E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA:
UM OLHAR NA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Thaís Fernandes de Amorim (SEDUC/FIBRA)
Sabe-se que as tecnologias digitais são gêneros de ensino em potencial, sobretudo para alunos portadores de
surdez que são aprendentes muito visuais e as utilizam com muita frequência. Neste sentido, discorrer-se-á
sobre o uso dessas tecnologias e do processo de formação do professor de língua inglesa, apontado que não
basta apenas saber fazer uso dos recursos tecnológicos, mas adaptá-los ao objetivo da aula e ao público-alvo;
162
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
discutir-se-á, ainda que brevemente, sobre educação bilíngue Português/ Libras, Português/ Inglês e Libras/
Inglês por entendermos que ela melhor fundamenta os procedimentos metodológicos do professor em
formação. Parte deste trabalho foi resultado das reflexões do ensino com alunos surdos do 6º ao 9º ano do
Ensino Fundamental no Ensino Regular da rede pública de Belém e objetivou colocar aos alunos do curso de
Letras habilitações português-inglês da disciplina Prática de Estudos Intermediários de Língua Inglesa,
situações reais de aprendizagem, posto que a Educação Inclusiva vem ganhando espaço cada vez maior em
nossa sociedade e os futuros professores precisam estar preparados para esta demanda. À luz de alguns
estudiosos tais como Cavalcanti (1998), Marcuschi (2004), Freeman (1998) dentre outros, trabalhamos com o
uso de vídeos do youtube, da plataforma moodle, mensagens de texto do tipo e-mail e SMS devido a grande
utilização e aceitação dessas ferramentas pelos alunos surdos. Tais atividades mostraram-se significativas nas
discussões com os licenciandos, pois eles puderam refletir suas próprias práticas, uma vez que alguns já são
professores de línguas.
Palavras-chave: Tecnologias Digitais. Língua Inglesa. Educação Especial
FORMAÇÃO CONTINUADA E GRUPOS DE ESTUDOS:
UMA POSSIBILIDADE PARA PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA?
Thaisa de Andrade Jamoussi (UEPG)
Esta comunicação tem por objetivo compartilhar reflexões sobre a formação continuada sob a forma de um
grupo de estudos para professores de língua inglesa da rede pública estadual. O grupo de estudos que teve
sua última edição em 2010 foi desenvolvido na forma de um projeto de extensão em uma universidade
estadual do sul do país. O grupo de estudos possibilitou o desenvolvimento de uma pesquisa com o objetivo de
compreender a organização, a dinâmica e o funcionamento do grupo de estudos, bem como conhecer a
percepção dos professores sobre as contribuições dessa forma de formação continuada a partir da avaliação
das atividades desenvolvidas, das leituras e discussões realizadas. O grupo de estudos foi estabelecido com
base nos estudos desenvolvidos por Hammerman (1997), Jones (1997), Arbaugh (2000), Gitlin (2000), Britt,
Irwin e Ritchie (2001), Nieto e Yearwood (2002), e Unda (2002) que demonstraram que grupos de estudo
podem ser formas adequadas para o desenvolvimento profissional de professores. A coleta de dados incluiu
um questionário inicial, os registros das reuniões e uma entrevista final. A análise parcial dos dados da
pesquisa inclui: a compreensão da dinâmica orgânica do grupo de estudo, os diferentes papéis que os
professores assumem bem como o papel do facilitador externo. Ao contrário do que afirmam alguns estudos, o
grupo de estudos não pôde ser definido como um espaço livre de julgamento, uma vez que as relações de
poder/saber entre os membros do grupo foram observados ao longo do trabalho com o grupo de professores. A
pesquisa também sugere que grupos de estudo são adequados para professores com um determinado perfil
podendo atender apenas determinadas necessidades.
Palavras-chave: professores de língua inglesa, formação continuada, grupos de estudos.
FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA:
PRIMEIRAS REFLEXÕES SOBRE O PIBID
Thaisa de Andrade Jamoussi (UEPG)
O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) visa o incentivo a formação de professores
para atuarem na Educação Básica e a valorização do magistério nas escolas públicas. O presente trabalho
apresenta algumas das ações desenvolvidas no primeiro semestre de atividades do subprojeto da área de
Inglês do PIBID da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) bem como as contribuições, experiências
e reflexões que tal subprojeto tem proporcionado aos envolvidos. O subprojeto de Inglês da UEPG é
desenvolvido em parceria com o Colégio Estadual Professor Júlio Teodorico e conta com a participação de 2
professoras de inglês que atuam como supervisoras do projeto, 12 acadêmicos bolsistas e uma professora
coordenadora. Além dos objetivos gerais do PIBID, o subprojeto pretende atingir os seguintes objetivos:
conhecer os conceitos de língua, linguagem, sujeito, ensino/aprendizagem que suporta a prática de
professores de língua inglesa; analisar criticamente objetivos, teorias, abordagens, técnicas e materiais
referentes ao ensino/aprendizagem da língua inglesa e propiciar observações colaborativas/participativas na
escola pública com a finalidade de propiciar a articulação entre as discussões realizadas no grupo de estudos.
Para atingir os objetivos o subprojeto adota uma metodologia qualitativa que inclui a investigação do contexto
escolar, entrevistas com as professoras supervisoras e com os alunos das turmas atendidas pelo subprojeto,
observações participativas, elaboração e implementação de unidades didáticas, oficinas bem como a análise e
reflexão dos dados obtidos tendo como suporte teorias colaborativas de formação de professores. A análise
163
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
parcial de alguns dos dados coletados indica que a formação de professores por meio da colaboração e de
parceiras entre a formação inicial e continuada de professores tem um grande potencial que deve ser
explorado.
Palavras-chave: Língua Inglesa, Escola Pública, PIBID.
O ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM LÍNGUA INGLESA:
INSTRUMENTO DE REFLEXÃO E COLABORAÇÃO
Thaisa de Andrade Jamoussi (UEPG)
Alessandra da Silva Quadors Zamboni (Faculdade de Filosofia e Letras de Paranaguá – FAFIPAR)
O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir sobre experiências de aprendizagem e reflexão que os futuros
professores de língua inglesa desenvolvem durante o estágio curricular supervisionado em duas instituições
formadoras de professores em diferentes regiões paranaenses. Concebendo as atividades de orientação,
planejamento e supervisão de estágio como uma parceria colaborativa entre a universidade e a escola pública,
apresentaremos também algumas contribuições que os estágios proporcionam para os professores que
recebem estagiários em suas salas de aula. As escolas da rede pública estadual, além de serem um dos
principais campos para os estágios caracterizam-se como riquíssimo campo de pesquisa, análise e reflexão
sobre a formação inicial e continuada de professores de língua inglesa. É nesse contexto de aprendizado e
pesquisa que buscamos articular as experiências vivenciadas nos Ensinos Fundamental e Médio pelos alunos
das disciplinas de Estágio Curricular Supervisionado em Língua Inglesa com as demais disciplinas dos cursos
de Letras das instituições estudadas. Por meio desse intercâmbio reflexivo, pesquisamos subsídios que
possibilitem desenvolver parcerias que impactem diretamente não só na formação inicial e continuada, mas
também na qualidade do ensino-aprendizagem de língua inglesa nas escolas de Educação Básica.
Palavras-chave: língua inglesa; formação inicial estágio curricular supervisionado.
O AUTOESTUDO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UM OLHAR REFLEXIVO SOBRE A PRÁTICA
Thalita Cunha de Rezende (UFV)
De acordo com Samaras e Freese (2009), o autoestudo é uma área recente de pesquisa, sobretudo na
formação de professores. Contudo, é um campo promissor que está crescendo rapidamente por ser uma forma
eficaz de se pesquisar e refletir sobre a prática profissional e, dessa forma, transformar professores em
pesquisadores críticos de suas práticas. Segundo essas autoras, a pesquisa sobre prática reflexiva influenciou
fortemente o autoestudo. Para Libâneo (2002), a reflexão deve ser uma prática constante no processo de
formação dos professores, uma vez que, como apontam Richards e Lockhart (1996), é a base para o
crescimento profissional. Reconhecendo o importante papel do autoestudo para o desenvolvimento
profissional, lanço um olhar retrospectivo e crítico sobre os resultados de uma pesquisa que desenvolvi ao final
do curso de Letras da Universidade Federal de Viçosa sobre crenças e emoções de alunos sobre a produção
oral em língua inglesa. O objetivo do presente estudo foi refletir sobre as consequências e contribuições dos
resultados dessa pesquisa em minha prática e desenvolvimento profissional. Esta foi uma pesquisa qualitativa
e teve como instrumento de coleta de dados a narrativa (BARCELOS,2006). Para a sua elaboração, foram
consideradas minhas impressões sobre as crenças e emoções dos alunos, suas consequências para minha
prática e meu papel no ensino da produção oral. Uma vez que o autoestudo é uma pesquisa introspectiva que
envolve a colaboração, a narrativa foi analisada por um “amigo crítico” (SAMARAS e FREESE, 2009) e em
seguida houve uma discussão e compartilhamento de ideias e experiências que validaram este estudo. Os
resultados mostram a eficácia do autoestudo para o crescimento profissional, visto que a prática profissional
pôde ser analisada e reconsiderada, pois foram verificadas atitudes que se revelaram incoerentes com as
crenças e emoções dos alunos, sendo, até mesmo inibidoras do desenvolvimento da oralidade dos
participantes.
Palavras-chave: autoestudo; reflexão; formação de professores.
A RELEVÂNCIA DA GESTÃO DEMOCRÁTICA
PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA
VIVENCIADA EM UMA ESCOLA PÚBLICA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE
Tânia Beatriz Trindade Natel (Universidade do Vale do Rio dos Sinos)
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Partindo das considerações de Silva (1997), que ressalta o fato de a qualidade de vida estar diretamente
relacionada com o bom ambiente de trabalho - fazendo o que se gosta, enfrentando questões sérias e lutando
por direitos e deveres -, assumimos a postura de que a gestão democrática envolve uma série de fatores. Entre
esses fatores, destacamos a consulta a toda a comunidade escolar (professores, funcionários, pais e alunos)
para tomar as decisões internas; a abertura de espaços na escola para a participação da comunidade; e a
promoção da flexibilização do currículo. Este trabalho tem a finalidade de relatar boas práticas em termos de
gestão pública comprometida com a formação continuada de professores, em uma escola pública municipal de
Porto Alegre. Cabe ressaltar que sempre valorizamos a formação docente, porque pensamos que qualquer
mudança no ensino passa pela formação de professores e, por isso, se quisermos professores que valorizem
um ensino de qualidade, temos de investir fortemente em sua formação continuada. Para concretizar esse
propósito, na instituição em que somos gestora, a equipe diretiva, em determinados momentos, assume as
turmas dos professores a fim de que eles possam sair da escola para participar de cursos de qualificação.
Também instigamos os profissionais a participarem das discussões relacionadas ao seu trabalho e a sua
carreira profissional. Isso implica levar em conta as sugestões, a colaboração e a participação dos professores
nas tomadas de decisão sobre as questões referentes à escola. Destaca-se, por fim, que, para fazer uma
gestão democrática de qualidade, é preciso que os diretores desenvolvam algumas competências, tais como
saber ouvir e levar em consideração ideias, opiniões e posicionamentos divergentes. Além disso, fazer
parcerias com outras instituições é fundamental, para objetivar melhorias na área pedagógica e no aspecto
físico da escola. Dessa forma, toda a comunidade escolar ganha quando a gestão é democrática, embora esse
tipo de gestão dê mais trabalho.
Palavras-chave: Gestão democrática; formação continuada de professores, escola pública.
AS COMPETÊNCIAS DO PROFESSOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA:
PANORAMA DAS PESQUISAS NO BRASIL
Tânia de Souza Lima
Liz Sandra Souza e Souza
(Universidade de Brasilia/ Instituto Federal da Bahia)
No âmbito da Linguística Aplicada no Brasil, alguns pesquisadores têm evidenciado diversas discussões no
que se refere à formação do professor de línguas estrangeiras, tais como (ALMEIDA FILHO, 1993, 2005,2006);
(BASSO, 2008), (ALVARENGA, 1999) de forma que estes estudos seguem motivando o diálogo com
perspectivas teóricas impulsionadas pelas demandas contemporâneas. Dentre elas, podemos destacar, por
exemplo, as questões que envolvem o currículo dos cursos de Letras, crenças e experiências de professores
formadores e em formação inicial, a construção de identidades, e o desenvolvimento das competências do
profissional de LE, entre outros temas. Neste contexto, pretendemos enfatizar a produção científica relacionada
ao construto das competências do professor de LE. Portanto, trata-se este trabalho de uma pesquisa
documental que tem como objetivo analisar o desenvolvimento de pesquisas sobre as competências do
professor de línguas estrangeiras a partir das dissertações produzidas dentro de programas de pós-graduação
em Linguística Aplicada de universidades brasileiras, compreendendo o período de 2000 a 2012, no sentido de
observar os diferentes focos das investigações. Desta forma, esperamos identificar os trabalhos sobre as
competências específicas do professor de LE, bem como compreender a evolução do quadro conceitual deste
construto dentro da Linguística Aplicada a fim de contribuir para o aperfeiçoamento da formação docente
oferecendo subsidios para se (re)pensar questões relacionadas à formação desse profissional.
Palavras-chave: professores de língua inglesa, formação continuada, grupos de estudos.
O CONTEXTO DE PRODUÇÃO DE UM DIÁRIO REFLEXIVO:
O (NÃO) DITO NAS PRÁTICAS LETRADAS DE UMA ESTAGIÁRIA DE LETRAS
Tatiana Fernandes Sant´Ana (Universidade Estadual da Paraíba)
Ancorados na Linguística Aplicada, não é difícil nos deparar com uma diversidade de pesquisas que abordam
sobre os letramentos escolar, acadêmico e profissional (MATENCIO, 2006; BAZARIM, 2009; TINOCO, 2009,
dentre outros), que focalizam a reflexão do docente ao estimular reais práticas letradas em seus alunos e nele
mesmo. Pensando nisso, nosso estudo tem um interesse particular pelas práticas letradas
acadêmicas/profissionais, centradas no contexto de produção de um diário reflexivo de uma aluna que cursou a
disciplina Estágio Supervisionado IV, no semestre de 2011.2, no curso de Letras/UEPB/Campus VI. Após
ministrar sua primeira aula em uma turma de 2º ano, no Ensino Médio, a estagiária refletiu por escrito sobre
suas escolhas, acontecimentos e sentimentos. Para tanto, delimitamos como objetivo de pesquisa analisar o
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
contexto de produção do mundo sócio-subjetivo (BRONCKART, 1999) em que o referido gênero foi produzido,
o que, consequentemente, nos permitirá identificar as práticas letradas (KLEIMAN, 2001; MATENCIO, 2006)
reveladas por esta estagiária no momento da produção diarista. Os resultados apontam para o fato de que o
sujeito, ao refletir sobre sua atuação, revela diferentes posições sociais, escreve pensando em mais de um
leitor específico e, ao mesmo tempo que privilegia lugares sociais, revela seus objetivos de comunicação em
ações situadas letradas. Após a análise, algumas constatações são pertinentes: do ponto de vista do
letramento profissional, percebemos um sujeito disposto a questionar, a discordar, a revelar suas insatisfações
e seus medos. Porém, do ponto de vista letramento acadêmico, encontramos um sujeito ainda pouco
proficiente no que se refere à escrita. Não sabemos se isso justifica a insegurança no momento de ministrar a
aula ou mesmo o fato de ter não ter havido reescrita, contudo, não podemos esquecer que ele consegue ser
bastante autônomo no que diz respeito à descrição, à reflexão e ao relato das ações.
Palavras-chave: Práticas letradas. Contexto de produção. Diário reflexivo.
OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS
E A FORMAÇÃO SOCIOLINGUÍSTICA DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA
Tatiane Malheiros Alves (Universidade do Sudoeste da Bahia)
Por questões sócio-histórico-ideológicas, a gramática prescritiva norteou o ensino de Língua Portuguesa e a
formação dos docentes de língua materna durante muitos anos. São recentes as discussões que contemplam a
heterogeneidade intrínseca e complexa da sociedade brasileira e, como reflexo, as políticas públicas
educacionais que evidenciam as marcas linguísticas realizadas na interação verbal e justificadas pelas crenças
e valores dos seus falantes, bem como pela sua relação com o meio ambiente. Para respaldar teoricamente
esse estudo, utilizou-se de Rojo (2000), Pimenta (1999), Bagno (2008), Bortoni-Ricardo (2008), Cunha (1985),
Marcucshi (2010). Nesse contexto, Os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) surgem como uma
ferramenta politicoeducacional que auxilia e orienta as práticas pedagógicas. Dessa forma, objetiva-se com
essa pesquisa analisar: qual a contribuição dos PCNs para a formação sociolinguística – inicial e continuada –
do professor de língua materna? Para tanto, os Parâmetros - delimitados na área de Linguagens, Códigos e
suas Tecnologias, dentro da proposta para o Ensino Médio - foi o objeto teórico essencial dessa pesquisa, que
percorre o papel que este documento desempenha e a formação (sócio)linguística do professor de língua
materna diante dos preceitos pedagógicos propostos. Apesar de direcionar para um respeito e preservação das
diferentes manifestações de linguagem, verifica-se que os PCNs deixam lacunas que não atendem à
heterogeneidade sociocultural presente no contexto educacional, o que incita a uma desvinculação entre os
conteúdos e a realidade escolar. Assim, os documentos oficiais não devem ser vistos como um modelo único e
que tem como um fim em si mesmo, tornando-se um entrave à adequação das diferentes realidades. A
formação sociolinguística do professor deve ser repensada além desses preceitos normativos, para que possa
ser refletida e traduzida efetivamente na prática cotidiana em sala de aula.
Palavras-chave: Formação docente, Sociolinguística e PCNs
PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA E AS TICs
Tayane Kizze dos Santos Pereira (Universidade Federal de Sergipe)
Diante do processo globalizante que aproxima os povos através das novas tecnologias, a educação precisa se
reinventar, acompanhando as mudanças. Hoje em dia é preciso que as pessoas tenham acesso às
informações e conhecimento acerca das novas tecnologias para ter um bom desempenho, tanto no mercado
de trabalho quanto na sociedade. No entanto, muitos ainda não conseguem transitar em tais meios eletrônicos,
ou por não deter o conhecimento técnico ou por não saber tirar o melhor proveito do que eles oferecem. As
escolas, como parte de uma sociedade globalizada e responsável pela formação de cidadãos, devem preparar
os aprendizes para viver nesses novos contextos digitais. Como bem proposto pelas Orientações Curriculares
para o Ensino Médio (OCEM): “O projeto de letramento pode coadunar-se com a proposta de inclusão digital e
social e atender a um propósito educacional, pois possibilita o desenvolvimento do senso de cidadania”
(BRASIL, 2006, p. 98). Este trabalho – tomando como base pesquisa feita com docentes da rede pública de
Sergipe - tem, portanto, por objetivo, mostrar como professores de inglês têm utilizado as tecnologias da
informação e comunicação (TIC) ao ensinar. Para tanto, foram observadas aulas e feitas entrevistas com os
mesmos, através das quais foi possível perceber que as tecnologias muitas vezes são utilizadas apenas com
objetivos técnicos e mecânicos, deixando de lado a preocupação com a formação de consciências críticas e o
senso de cidadania proposto pelas OCEM. Tais observações confirmam que ainda há muito que ser mudado
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
não só na prática dos professores, como também na formação deles, nas políticas educacionais e na estrutura
física dos ambientes escolares.
Palavras-chave: Inglês; Professores; Novas Tecnologias
IDENTIFICAÇÃO E TRAJETÓRIAS EM UMA COMUNIDADE DE PRÁTICA EDUCACIONAL
Telma Nunes Gimenez(UEL)
O interesse despertado pelo conceito de comunidades de prática (Wenger, 1998) no meio educacional revela
que este tem um potencial para gerar compreensões sobre como profissionais atuantes e novatos aprendem e
desenvolvem suas práticas profissionais. Na esteira das teorias socioculturais, a aprendizagem tem sido
compreendida como um fenômeno social, no qual têm um importante papel as trajetórias que os indivíduos
traçam no interior de comunidades às quais pertencem ou querem pertencer. Essas trajetórias estão atreladas
a processos de identificação (senso de pertencimento) possibilitados pela negociação de sentidos, construção
de repertório compartilhado e engajamento em empreendimento comum. Este estudo tem como foco as
transcrições de audiogravações de reuniões geradas em um projeto de extensão universitária que reúne
professores universitários, estudantes de graduação em Letras-Inglês, mestrandos, professores da rede
pública de ensino e coordenadores pedagógicos das instâncias municipal e estadual. As reuniões quinzenais
do projeto incluem discussões sobre o ensino de língua inglesa na rede pública de ensino, configurando-se
como um grupo de estudos que tem por meta a elaboração de um guia curricular coletivamente produzido. O
estudo busca analisar o estilo dos interlocutores (Fairclough, 2003; Ramalho, Resende, 2011), com vistas a
compreender aspectos de sua identificação como membros de uma comunidade de prática. Análises
preliminares indicam que os participantes empreendem trajetórias de marginalidade, periferia e centralidade,
alternando-se nesses movimentos em função dos temas e das percepções sobre o direito à fala.
FORMAÇÃO CONTINUADA E GRUPOS DE ESTUDOS:
UMA POSSIBILIDADE PARA PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA?
Thaisa de Andrade Jamoussi (Universidade Estadual de Ponta Grossa)
Esta comunicação tem por objetivo compartilhar reflexões sobre a formação continuada sob a forma de um
grupo de estudos para professores de língua inglesa da rede pública estadual. O grupo de estudos que teve
sua última edição em 2010 foi desenvolvido na forma de um projeto de extensão em uma universidade
estadual do sul do país. O grupo de estudos possibilitou o desenvolvimento de uma pesquisa com o objetivo de
compreender a organização, a dinâmica e o funcionamento do grupo de estudos, bem como conhecer a
percepção dos professores sobre as contribuições dessa forma de formação continuada a partir da avaliação
das atividades desenvolvidas, das leituras e discussões realizadas. O grupo de estudos foi estabelecido com
base nos estudos desenvolvidos por Hammerman (1997), Jones (1997), Arbaugh (2000), Gitlin (2000), Britt,
Irwin e Ritchie (2001), Nieto e Yearwood (2002), e Unda (2002) que demonstraram que grupos de estudo
podem ser formas adequadas para o desenvolvimento profissional de professores. A coleta de dados incluiu
um questionário inicial, os registros das reuniões e uma entrevista final. A análise parcial dos dados da
pesquisa inclui: a compreensão da dinâmica orgânica do grupo de estudo, os diferentes papéis que os
professores assumem bem como o papel do facilitador externo. Ao contrário do que afirmam alguns estudos, o
grupo de estudos não pôde ser definido como um espaço livre de julgamento, uma vez que as relações de
poder/saber entre os membros do grupo foram observados ao longo do trabalho com o grupo de professores. A
pesquisa também sugere que grupos de estudo são adequados para professores com um determinado perfil
podendo atender apenas determinadas necessidades.
ANÁLISE DE ERROS NA PRODUÇÃO ESCRITA DO GÊNERO RELATÓRIO EM LÍNGUA ESPANHOLA
Triciane Rabelo dos Santos (Universidade Federal do Ceará)
Considerando as dificuldades na produção escrita em língua estrangeira, bem como a produção de gêneros
textuais/ discursivos em espanhol/LE, esse estudo busca investigar os erros linguísticos na produção escrita do
gênero relatório de professores em formação, tendo em vista parâmetros linguísticos-discursivos. Ademais
analisar a frequência e a tipologia mais recorrente desses erros e quais suas possíveis implicações para a
textualização na língua estrangeira. Como um estudo sistemático dos erros precisa ser realizado, optamos por
desenvolver investigações que visam compreender tais problemas à luz da Linguística Contrastiva, centrandonos no modelo da Análise de Erros, além de recorrermos às teorias discursivas e textuais. Nesta pesquisa, em
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
andamento, trabalharemos com a produção escrita dos relatórios de estágio de nove professores em formação
final de um Curso de Licenciatura em Letras/Espanhol de uma universidade pública, onde os erros serão
analisados a partir do plano da observação, da descrição e da explicação (Corder, 1967), salientamos que os
erros cometidos na produção escrita do gênero relatório podem estar relacionados à natureza linguística e a
especificidade genérica. Observamos ainda que grande parte dos professores de línguas inicia, de modo geral,
sua aprendizagem da língua estrangeira, no caso o espanhol, na própria Licenciatura e deve concluir como
ensinante. Ou seja, é preciso investigar o processo de formação dos professores e, em especial, como ele
produz seus textos (orais e escritos) nesse contexto.
Palavras-chave: Análise de erros; Espanhol; Gênero relatório.
PERCEPÇÕES POSITIVAS SOBRE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM LÍNGUA INGLESA
Valeria Septimio Alvs Fadini (IFES e UFES)
De acordo com o Projeto Político Pedagógico da licenciatura em Língua e Literatura Inglesa da Universidade
Federal do Espírito Santo (UFES), o Estágio Supervisionado (ES) constitui-se numa situação real de vivência
do futuro professor no contexto em que a prática escolar se realiza. Dessa forma, foi criada a parceria
institucional com o IFES, para a realização do ES no ensino médio (ES-EM), com os objetivos de incentivar
práticas colaborativas entre os envolvidos nesse processo, bem como promover a articulação da teoria com a
prática na formação do professor pesquisador. Nessa perspectiva, o ES realizado no IFES é desenvolvido com
base na reflexão teórico-prática, observação, co-participação e regência. Este estudo teve como base a
formação crítico reflexiva do professor (PIMENTA, 2003; CONTRERAS, 2003; LIBERALI, 2008), com o objetivo
de descrever os relatos dos alunos de um curso de licenciatura em Língua Inglesa sobre o estágio
supervisionado e identificar a contribuição dessa experiência para a formação do profissional docente. Trata-se
de um estudo exploratório de caráter qualitativo, com a análise documental dos relatórios de estágio
desenvolvidos por 19 alunos, ao longo da disciplina de ES-EM. Os resultados indicam que o trabalho
colaborativo foi essencial para o bom desempenho dos estagiários durante a regência e que a formação inicial
guiada pelo método investigativo promove habilidades e postura de pesquisador nos futuros professores.
Concluímos que as experiências reflexivas e investigativas desenvolvidas durante o período do ES contribuem
significativamente para essa formação, incentivando, de forma ímpar, um comprometimento maior com a
realidade educacional na qual o aluno está inserido.
Palavras-chave: Estágio Supervisionado. Formação Inicial. Relatórios de estágio.
FORMAÇÃO CONTINUADA COOPERATIVA EM AMBIENTE DIGITAL DE APRENDIZAGEM
Vanessa de Oliveira Dagostim Pires (UNISINOS)
O presente trabalho foca a questão do letramento digital de professores da Educação Básica. O projeto “Por
uma formação continuada cooperativa para o desenvolvimento do processo educativo de leitura e produção
textual escrita no Ensino Fundamental”, desenvolvido junto ao PPG em Linguística Aplicada da Unisinos, com
apoio do Programa Observatório da Educação da CAPES, tem parte de suas atividades desenvolvidas em
ambiente virtual, em vários módulos consecutivos, ao longo de 3 anos, que fazem parte do curso “Gêneros
textuais e práticas sociais: construindo projetos didáticos de gêneros”. Tais módulos são intercalados por
reuniões presenciais. O projeto objetiva promover a interação entre o letramento acadêmico dos formadores
com a prática social dos professores de língua materna e de seus alunos, na rede de um município localizado
no Vale do Rio dos Sinos (RS), desenvolvendo propostas didáticopedagógicas que possibilitem formar um
novo educador capaz de estar à frente dos desafios educacionais do terceiro milênio. Dessa forma, pretendese, em um movimento cooperativo, ajudar a alavancar o desempenho dos alunos no tocante à leitura e escrita
como práticas sociais. Para fins desta apresentação, destacou-se o módulo em que os professores
desenvolvem projetos didáticos de gênero (KERSH e GUIMARÃES, 2011) com o domínio do argumentar. As
interações ocorridas no ambiente digital de aprendizagem foram analisadas a partir de Ventromille-Castro
(2007) e Polonia (2004). Já é possível concluir que o ambiente digital de aprendizagem tem sido um ótimo
aliado para a formação continuada de professores de Língua Portuguesa, visto que promove a interação entre
os pares e entre o docente e a academia. Além disso, o docente desenvolve seu letramento digital, o que se
reflete em sua prática pedagógica através do uso mais frequente e reflexivo de tecnologias em sala de aula.
Palavras-chave: letramento digital; EAD; formação continuada.
A IDENTIDADE DO PROFESSOR EM PRÉ-SERVIÇO DE LÍNGUA INGLESA
E A INCLUSÃO DO ALUNO SURDO NO CONTEXTO REGULAR
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Vanessa Oliveira Silva (Universidade Estadual de Montes Claros)
O propósito deste estudo é problematizar a construção identitária do professor de Língua Inglesa em préserviço acerca do aluno surdo, analisando suas representações sobre a inclusão do surdo em escolas
regulares e as possíveis representações acerca do ensino de Língua Inglesa para com este alunado. O objeto
de pesquisa foi o discurso do professor em formação do 7° período do curso de Letras/ Inglês de uma
Universidade do Norte de Minas, para o tratamento dos dados utilizou-se da análise do discurso que nos
possibilitou atribuir significado aos discursos dos acadêmicos considerando as suas condições sócio-históricas.
Através da abordagem qualitativa foi-nos possível discutir resultados relacionados aos comportamentos,
sentimentos, posicionamentos do ser humano. Flagramos, nas análises, a representação da descrença do
ensino eficaz proposto pela educação inclusiva ao aluno surdo. Podemos perceber também, a representação
da impossibilidade de ensinar a Língua Inglesa para o aluno surdo, uma vez que, os acadêmicos dizem ser
despreparados para atuarem na escola inclusiva. Por fim, os acadêmicos que já presenciaram esta prática,
revelam sentimentos de frustrações, mal-estar por não alcançarem à imagem do professor ideal em sala de
aula. Portanto, o resultado trará benefícios a toda comunidade surda e também ao ensino oferecido nos cursos
superiores em licenciatura, haja vista que compreender a identidade do professor em formação é importante
para as famílias que agregam seus filhos surdos em escolas regulares acreditando na formação inclusiva deste
profissional. No que diz respeito ao ensino, promover uma reflexão sobre a formação inicial dos professores de
Língua Inglesa acerca do contexto inclusivo.
Palavras-chave: Formação. Identidade. Surdos.
O PROFESSOR DE LÍNGUA E O JORNAL ESCOLAR:
APLICAÇÃO, DIFICULDADES E POSSÍVEIS SOLUÇÕES.
Vanessa Wendhausen Lima (UNISUL/UFSC)
Este trabalho está ancorado numa pesquisa de doutorado que utiliza o jornal escolar como instrumento de
ensino de gêneros na educação básica. A parte prática da pesquisa vem apresentando dificuldades que,
talvez, sejam resultado da idealização do processo de ensino e aprendizagem, uma vez que pressupor
resultados pode levar à impressão de obstáculos adicionais e, às vezes, ao insucesso do projeto. Diante disso,
o objetivo deste trabalho é proporcionar formação ao professor de língua materna que utilize o jornal escolar
em suas aulas, na tentativa de minimizar o nível de idealização e de prepará-lo para o surgimento inesperado
de obstáculos. Fundamentada em Freire (1967), para quem a educação deve ser uma prática de liberdade; e
nos Estudos do Letramento (BARTON, HAMILTON, 1998; STREET, 2003; ROJO, 2009) como forma de
valorizar as práticas sociais discentes, valendo-se delas na produção do jornal; essa pesquisa pretende
incentivar os alunos a pensar criticamente sobre sua própria realidade. Configura-se como pesquisa-ação
(RAUEN, 2002) e seus resultados ainda são preliminares, visto que sua aplicação está em andamento. Porém,
já é possível refletir sobre suas dificuldades práticas e, sobretudo, como estas podem colaborar com outros
projetos. De modo geral, é uma forma de auxiliar o professor a tomar tais dificuldades como fases essenciais à
prática da educação crítica; além de apresentar possibilidades de incentivo e valorização dos letramentos
locais em sala de aula. Como esse estágio tem apresentado a necessidade de uma formação docente
adequada às práticas de letramento, este trabalho apresenta uma utilização de jornal escolar que permite o
ingresso e a valorização das práticas sociais em sala de aula e, incentiva a divisão de responsabilidades no
processo educativo, colocando o aluno no centro de sua própria aprendizagem.
PALAVRAS-CHAVE: formação docente; letramento; jornal escolar.
DIRETRIZES PEDAGÓGICAS DO BLOCO INICIAL DE ALFABETIZAÇÃO: UMA ANÁLISE DOS EIXOS
LETRAMENTO E FORMAÇÃO CONTINUADA NUMA PERSPECTIVA CRÍTICA
Vangela do Carmo Oliveira Vasconcelos(UnB)
Com a promulgação da Lei nº 3.483, de 25 de novembro de 2004, o Distrito Federal estabeleceu a implantação
do Ensino Fundamental de nove anos na rede pública de ensino do Distrito Federal, antecipando-se ao
restante do país. Em 2009, o Ensino Fundamental de 9 anos estava implantado nas 14 Coordenações
Regionais de Ensino do Distrito Federal. Em 2010, a Secretaria de Educação elaborou a Proposta Pedagógica
do Bloco Inicial de Alfabetização (BIA) e em 2012 a Proposta Pedagógica foi reeditada como Diretrizes
Pedagógicas do Bloco Inicial de Alfabetização. Este documento é norteador das ações pedagógicas no que diz
respeito a reorganização e a articulação dos tempos e espaços de aprendizagens, a identificação dos saberes,
o planejamento e a avaliação no espaço escolar. Neste trabalho, investigamos por meio de uma análise
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
documental crítica, como as diretrizes orientam a prática pedagógica em relação aos eixos ‘letramento e
formação continuada’ e em que medida as orientações didáticas favorecem (ou não) a formação continuada
do professor de língua materna e suas práticas de letramento. Os aportes sobre os quais ancoramos as
discussões e análises apresentam a perspectiva teórico-metodológica da Análise de Discurso Crítica
CHOULIARAKI & FAIRCLOUGH, 1999; FAIRCLOUGH, 2003; RESENDE & RAMALHO, 2006; RAMALHO &
RESENDE, 2011) em interlocução com a Teoria Social do Letramento (BARTON & HAMILTON, 1998;
BARTON, 1994; STREET, 1984;1995). As análises evidenciam a importância das reflexões acerca de
documentos oficiais que a princípio, norteiam a prática pedagógica do professor de língua materna.
Palavras-chave: letramento; formação continuada
PRÁTICA DE LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO BÁSICA ATRAVÉS DA CRIAÇÃO DE CLUBES DE LEITURA
Vilma Nunes da Silva Fonseca (Universidade Federal do Tocantins)
Esta comunicação apresenta resultados parciais e discussões do Projeto de Extensão A leitura na escola: do
leitor guia ao leitor autônomo, submetido ao EDITAL UFT/PROEX 001/2011 (SIGProj
63506.362.58783.21042011). Esta atividade extensionista foi projetada visando incentivar a formação de
leitores através da criação de Clubes de Leitura em escolas da rede estadual de ensino na cidade de
Araguaína, sob a mediação de alunos do Curso de Letras – Universidade Federal do Tocantins – Campus de
Araguaína, durante a realização do Estágio Curricular Obrigatório. Parte-se do pressuposto de que ler é uma
atividade extremamente complexa e exige do sujeito/leitor competência comunicativa e a ativação dos
conhecimentos: sistêmico da língua (conhecimento linguístico), enciclopédico (de mundo) e interacional
(KOCH, 2006). Comunga-se com a ideia de que a leitura se estabelece na relação autor-texto-leitor, onde o
sentido não está apenas no texto ou na decodificação do pensamento do autor, mas na interação textosujeitos, agentes sociais e interlocutores ativos no processo de construção de significados. O percurso teórico
aponta, inicialmente, o estudo dos gêneros textuais/discursivos na observância da produção científica
relacionada à temática, nos trabalhos já publicados em Bakhtin (2003) e Marcuschi (2008). Para a execução do
projeto, os acadêmicos selecionaram, dentre as instituições de ensino conveniadas com a UFT, quatro escolas,
sendo duas de EF e duas de EM, para atuação. Através da criação de Clubes de Leitura nas escolas, assim
proposta de trabalho mencionada, tornou-se possível perceber nos discentes uma mudança de comportamento
diante das atividades de leitura, como também, no desenvolvimento da habilidade de escrita. Os acadêmicos
do Curso de Letras, comprometidos com essa ação interventiva, puderam auxiliar o professor de LP, na
promoção do ensino e aprendizagem da produção e compreensão leitora dos alunos da Educação Básica.
Palavras-chave: Letramento – Ensino de Leitura – Clube de Leitura
APRENDENDO A ENSINAR COM FILMES:
O CINEMA COMO RECURSO DIDÁTICO PARA UMA ABORDAGEM INTERCULTURAL
Viviane C. Garcia de Stefani (doutoranda PPGL/UFSCar)
No âmbito educacional, estamos vivendo em uma era em que a escola já não é considerada o principal local
onde ocorre a aprendizagem (GEE, 2004) – fato que leva professores e pesquisadores a refletir sobre novas
maneiras de construir e lidar com o conhecimento. É preciso que o ambiente da sala de aula traduza as
transformações da sociedade, de forma que possa configurar-se, efetivamente, como comunidade de prática,
lugar de construção do saber. O papel que a escola deve assumir, juntamente com o professor, é o de
promover oportunidades para a construção de novos saberes, para o conhecimento e aproximação de culturas.
Ao refletirmos sobre procedimentos que viabilizem a implementação de um ensino significativo de língua
estrangeira, de acordo com as novas exigências da sociedade moderna, de forma que promova oportunidades
para a construção do conhecimento por meio da interação e que, ao mesmo tempo, possa contemplar a
abordagem de múltiplas variedades linguísticas e culturais da língua-alvo, parece-nos oportuna a inserção do
cinema como recurso didático para este fim. Percebemos que há vontade por parte dos professores em utilizar
o cinema, porém, seu uso é limitado devido à falta de informações sobre como desenvolver atividades a partir
de filmes (CIPOLINI, 2008). Considerando essa lacuna, a proposta de nossa investigação, caracterizada como
interpretativista, de base etnográfica (MOITA LOPES, 1994), é contribuir para a integração do cinema à prática
pedagógica de professores de língua estrangeira, de forma que este recurso possa favorecer a sensibilização
para aspectos (inter)culturais no processo de ensino-aprendizagem do idioma, além de criar condições para o
desenvolvimento de (inter)ações comunicativas.
Palavras-chave: cultura, cinema, formação de professores.
170
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
REFLEXÕES SOBRE O TRABALHO DO PROFESSOR
NOS CENTROS DE ESTUDOS DE LÍNGUAS (CELS) DO ESTADO DE SÃO PAULO
Vitória Garcia Rocha(USP)
Muitas pesquisas retratam sob vários aspectos, a profissão docente nas escolas públicas brasileiras, porém
pouco se discute sobre o professor de línguas estrangeiras dos Centros de Estudos de Línguas (CELS). O CEL
é um projeto da Secretaria da Educação do Governo do Estado de São Paulo, que oferece aos alunos da rede
estadual, cursos gratuitos de línguas estrangeiras, como espanhol, inglês, alemão, italiano, francês e japonês.
Este artigo tem como objetivo trazer informações e reflexões sobre esse docente, levando em consideração o
seu ambiente de trabalho, a forma de contratação e de avaliação para a permanência no cargo, o seu papel
como professor de línguas no ensino público e os desafios que precisam ser enfrentados. Esses aspectos
foram desenvolvidos baseados em autores como Santos (2011), Callegari (2008), Almeida Filho (2006) e
Oliveira (2003) e através da análise de resoluções e outros documentos da Secretaria da Educação. A
presente pesquisa identificou, entre outras questões, que seria importante a criação de concursos para a
contratação de novos professores para os CELS e para efetivar os que já trabalham neste projeto. Além disso,
para aprimorar as competências do docente e para a manutenção da qualidade de ensino nos CELS, seria
interessante aumentar o oferecimento de cursos de atualização da língua estrangeira e de formação
continuada.
Palavras-chave: professor; ensino de línguas; CELS.
COLABORAÇÃO E FORMAÇÃO CRÍTICA
DE PROFESSORES/AS DE LÍNGUA ESTRANGEIRA/INGLÊS: UMA EXPERIÊNCIA COM O PIBID
Viviane Pires Viana Silvestre (Universidade Estadual de Goiás)
Nesta comunicação, apresentarei um recorte de uma experiência de parceria entre universidade e escola
pública que está sendo vivenciada (2012-2013) por meio de um subprojeto Letras/Inglês do Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) de uma universidade pública do interior do Estado de
Goiás. Neste trabalho, procuro elucidar as percepções de seis bolsistas de iniciação à docência, de uma
professora supervisora (docente de LE/inglês da escola pública) e de uma coordenadora de área (docente da
universidade) acerca do trabalho colaborativo de formação, bem como busco compreender a possibilidade da
formação crítica dos/as envolvidos/as. A agenda de pesquisa que fundamenta este estudo se assemelha às
propostas de Mateus (2009) e Moita Lopes (2006) nos seguintes pontos: compromisso ético de cuidado com o
outro e sensibilidade para com os sujeitos de pesquisa. Nesse sentido, buscamos a colaboração genuína entre
os/as envolvidos/as, de forma que a pesquisa se desse com o outro, ao invés de sobre ou para o outro, o que é
peculiar em estudos na área de formação crítica de professores/as de línguas (PESSOA, 2009). Os dados
utilizados neste recorte são oriundos de dois principais instrumentos: sessões reflexivas e relatórios parciais.
Os resultados sugerem a relevância do processo colaborativo na formação profissional dos/as envolvidos/as e
dão indícios de que a experiência tem contribuído para a formação crítica dos/as docentes. No entanto, indicam
também algumas limitações e dificuldades enfrentadas durante o processo. Concluímos, com este trabalho,
que a experiência com o Pibid tem o potencial de possibilitar a colaboração e a formação crítica de
professores/as de LE/inglês, tanto em formação universitária como continuada, assim como dos/as
professores/as destes professores/as.
Palavras-chave: Parceria universidade-escola; Pibid; colaboração docente; formação crítica de professores/as
de línguas
CONTRIBUIÇÕES DOS ESTUDOS SOBRE NOVOS LETRAMENTOS PARA A FORMAÇÃO
DE PROFESSORES DE LÍNGUAS: REFLEXÕES A PARTIR DE EXPERIÊNCIAS
DE ENSINO E APRENDIZADO DE INGLÊS EM UM CURSO DE LETRAS
William Mineo Tagata (Universidade Federal de Uberlândia)
Neste trabalho pretendo refletir sobre algumas das contribuições que os teóricos ligados aos estudos de Novos
Letramentos (COPE & KALANTZIS, 2000; GEE, 2004; KNOBEL & LANKSHEAR, 2006; STREET, 2005;)
podem oferecer para a formação de professores de línguas estrangeiras. Tais reflexões se baseiam em minha
experiência como professor de inglês em um curso de graduação em Letras, e estão inseridas em meu projeto
de pesquisa, de orientação etnográfica (HEATH & STREET, 2008), em que investigo a relevância dos estudos
de novos letramentos e de letramento crítico para o planejamento e execução de ações pedagógicas e de
171
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
planos de ensino, e para a elaboração de teorias de aprendizado de modo geral. Entre as questões levantadas
por esses teóricos dos Novos Letramentos, que considero de extrema importância para os programas de
formação de professores, destaco as noções de multimodalidade (KRESS, 2009), colaboração (KNOBEL &
LANKSHEAR, 2006), pluralismo cívico (COPE & KALANTZIS, 2000), e aprendizagem situada (GEE, 2004).
Concluo apontando como essas noções podem ajudar o professor de línguas a refletir criticamente sobre seu
papel no processo instrucional e sobre a função da escola em um mundo marcado por rápidas e sucessivas
mudanças desencadeadas por novas tecnologias de informação e de comunicação; um mundo onde a
incerteza, a indeterminação e a fragmentação do conhecimento nos obriga a repensar a relação entre
professores e alunos, e a imaginar um currículo pautado pelo estudo crítico e interdisciplinar das linguagens, e
pelo respeito à diferença (SNYDER, 2002).
Palavras-chave: letramento crítico; multimodalidade; aprendizagem situada.
O ESTÁGIO SUPERVISIONADO COMO ELEMENTO CONSTITUTIVO
DE UMA IDENTIDADE REFLEXIVA DO PROFESOR DE LÍNGUAS
William Teixeira Alves (Universidade Severino Sombra)
É de suma relevância promover uma discussão acerca do Estágio Supervisionado como um ambiente que
possibilite ao aluno-professor uma reflexividade sobre a sua prática aliada aos conhecimentos apreendidos ao
longo de sua formação no curso de Licenciatura em Letras, o que contribuirá consistentemente à construção de
sua identidade profissional e construção de saberes necessários à prática docente. Diante dessa realidade
cabe-nos questionar de que forma o Estágio Supervisionado pode favorecer uma reflexão crítica sobre a
formação do futuro professor de línguas? É, pois, o estágio um espaço de construção de identidade docente
profissional? O Estágio Supervisionado constitui-se em um local de produção de saberes práticos para
ensinar? A fim de buscar respostas para tais questionamentos, adotamos a perspectiva crítico-reflexiva sobre
formação de professores, por considerarmos que sobre esta formação há necessidade de discutir dimensões
político-educacionais tanto a partir da análise das legislações, como de uma concepção que considera os
professores sujeitos de sua formação. Tomamos como base as teorias de Pimenta (2009); Freire (1996),
Schon (1992); Tardiff (2002); Alarcão (2002); Nóvoa (1992) dentre outros. Assim, compreendendo que se trata
de um momento de uma articulação entre a teoria e a prática, o estágio deixa de ser um espaço meramente
burocrático e passa a contribuir para a constituição de uma identidade reflexiva do professor de línguas.
Palavras-chave: identidade docente, formação de professores, Estágio Supervisionado,
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS
Yana Liss Soares Gomes (UFMG)
Estamos vivendo um momento pós-moderno marcado por mudanças sociais, culturais, históricas e políticas,
sobretudo, decorrentes do desenvolvimento tecnológico e do mundo cada vez mais globalizado. Essas
transformações têm provocado uma releitura acerca das formas de produzir conhecimento e de pensar as
políticas linguísticas que norteiam o processo de formação de professor de línguas. Nesse cenário, a temática
da variação/diversidade linguística tem se constituído uma questão bastante discutida no âmbito educacional.
Contudo, no espaço escolar brasileiro ela tem sido por muitas vezes ignorada, especialmente por professores
de língua materna. Diante dessas constatações, sentimo-nos motivados a investigar o processo de formação
docente de línguas (materna e estrangeira). O objetivo deste estudo é analisar as crenças de alunos/formandos
acerca do fenômeno da variação linguística na interface de dois cursos de formação de professores
(Letras/Português e Letras/Espanhol) da Universidade Estadual do Piauí-UESPI. A pesquisa etnográfica dá-se
na perspectiva da Complexidade e, em virtude da abrangência do estudo perfilhamos a construção de um
arcabouço teórico interdisciplinar entre as Teorias do Caos, Teoria da Complexidade e a Sociolinguística. A
respeito do processo de formação de professores, algumas considerações parciais podem ser feitas: os
formandos de Letras Português e Espanhol parecem não terem se apropriados adequadamente dos
conhecimentos a respeito da variação/diversidade linguística; 2) os futuros docentes de língua materna e
estrangeira não estão preparados para trabalhar em sala de aula com todo um conjunto de teorias e práticas
que valorizam a heterogeneidade linguística. Essas constatações sugerem a existência de falhas no processo
de formação docente de língua e apontam um descompasso entre as políticas linguísticas e o conhecimento
teórico produzido na academia nos cursos de Letras.
Palavras-chave: Variação Linguística. Formação de professor. Complexidade.
A RECEPTIVIDADE DA LINGUAGEM DIGITAL NO AMBIENTE ESCOLAR
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Zuleica Aparecida Cabral(UEPG)
Diante das necessidades impostas pela sociedade digital, faz-se necessário que professores insiram o
computador e a internet em suas práticas de sala de aula, transformando-a de maneira a contribuir com essa
inserção de modo produtivo e eficiente. Tendo em vista essa questão, a presente investigação, parte de um
trabalho maior em andamento, e busca compreender melhor as (re)configurações tecnológicas na escola.
Assim sendo, objetiva-se, neste trabalho, apresentar parte da análise que apresenta a receptividade da
proposta da pesquisa realizada nos dois primeiros meses de 2012, em duas escolas no interior do Paraná,
sendo uma pública e a outra particular. As visitas às escolas visavam expor as etapas da investigação que se
dividem em três momentos: apresentação da pesquisa e entrevista com todo o corpo docente das escolas, a
inserção de linguagem digital em sala de aula e para finalizar, um grupo de discussão unindo os docentes de
ambas as escolas. A metodologia utilizada baseou-se em pesquisa qualitativa, de base etnográfica sob a ótica
da pesquisa-ação baseada em BARBIER (2007) THILLENT (2007) e FLICK (2010) e abalizada em aportes
teóricos baseados tais como XAVIER (2002, 2008), FREITAS (2010) e BRAGA (2005). Os resultados mostram
a necessidade de aproximação dos docentes à linguagem digital, bem como a compreensão desse universo
tecnológico dispondo-se a trabalhar com essas novas tecnologias na sua prática docente. Conclui-se assim
que é importante o professor conhecer, saber usar e aliar as tecnologias digitais às suas aulas, pois além de se
mostrar inteirado do universo digital, ele passa a ter um aliado rico de informações que é a internet.
Palavras-chave: prática docente, letramento digital, tecnologia digital
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
SESSÕES COORDENADAS
FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES POR MEIO DE ATIVIDADE COLABORATIVA:
AMPLIANDO E FORTALECENDO CONHECIMENTOS
Coordenador: Adriana de Carvalho Kuerten Dellagnelo (UFSC)
A partir de uma perspectiva sociocultural vygotskyana (Vygotsky, 1987; Lantolf & Thorne, 2006), que concebe a
aprendizagem e o desenvolvimento como fenômenos processuais, conflitantes, não-lineares e mediados,
entendemos que a formação continuada do professor de línguas é condição sine qua non para o seu
crescimento profissional. De concepção análoga à teoria sociocultural, a aprendizagem colaborativa na área de
formação docente em L2 faculta a seus participantes desenvolvimento cognitivo e profissional correlato às suas
necessidades e interesses específicos na medida em que requer que professores discutam entre si aspectos
relativos ao ensino e aprendizagem de línguas que emergem de suas próprias experiências de sala de aula
(Poehner, 2011). Essa perspectiva sobre aprender a ensinar Inglês move a presente pesquisa, que, em
parceria entre Universidade e escola, descreve o desenvolvimento de uma professora de Inglês ao longo de 12
aulas ministradas para o 8º ano do ensino fundamental em uma escola pública federal sul-brasileira. Tal
desenvolvimento é traçado por meio de atividade colaborativa de mediação com pares de igual, menor e maior
experiência a partir de questões levantadas pela própria professora. A presente pesquisa, de orientação
microgenética, congrega três estudos e organiza-se com vistas a responder às seguintes questões: Quais
aspectos são recorrentes nas mediações professora-colaboradoras e a partir de que situações se erigem?
Como se configura o suporte das colaboradoras na atividade de mediação? Em que medida é possível
depreendermos ressignificação da prática pedagógica pelo professor participante? Os resultados apontam que
a busca por colaboração se dá a partir das ansiedades e frustrações do professor, por vezes advindas de
concepções e procedimentos consagrados no ideário escolar, e que a atividade de mediação constitui
estratégia potencialmente capaz de eliciar ressignificação da prática pedagógica por parte da professora
participante, impactando positivamente na docência da profissional.
Palavras-chave: formação continuada, aprendizagem colaborativa, ressignificação da prática pedagógica.
Aprendizagem colaborativa: da mediação à ressignificação da prática docente
Adriana de Carvalho Kuerten
Dellagnelo (UFSC)
Partindo da premissa advinda da teoria sociocultural (Vygotsky, 1987; Lantolf & Thorne, 2006) de que a
aprendizagem é um processo situado, contínuo e não linear que se aperfeiçoa e se refina à medida que evolui,
focalizamos, neste estudo, a relação entre formação docente continuada e aprendizagem colaborativa, esta
última, nesse caso, concebida como atividade de mediação entre colegas professores (Poehner, 2011). Nesse
contexto de aprendizagem, professores compartilham seus dilemas com seus colegas de profissão, trazendo
situações específicas de suas salas de aula para serem (re)pensadas e discutidas com o grupo (Johnson &
Golombek, 2011). Seguindo esse raciocínio, acompanhamos um grupo de 5 professoras de Inglês como língua
estrangeira durante um mês, em que uma das professoras ministra 12 aulas em uma turma de 8ª série em uma
escola pública federal sul-brasileira, e relata suas aulas, seus sucessos e insucessos, anseios e inquietações
em um blog com acesso a quatro colegas, duas das quais também observadoras da sua prática. A partir dessa
exposição, eliciam-se, entre as 5 participantes, debates em torno das representações da professora
“investigada”. É com base nessas atividades de mediação que buscamos responder até que ponto a atividade
colaborativa é potencialmente capaz de relativizar dilemas, problemas e/ou (res)significar a prática pedagógica
da professora participante. Os resultados sinalizam a atividade colaborativa na formação docente como
estratégia legítima de ressignificação da prática pedagógica e de refinamento acerca da concepção do que
implica ser professor de Inglês em uma escola regular de ensino fundamental, em especial quando a mediação
proporcionada é atinente às necessidades e interesses específicos dos participantes, característica da
presente pesquisa. Depreende-se dos resultados a implicação de que a dobradinha formação docente e
aprendizagem colaborativa oferece potencial para o enfrentamento dos desafios da área, na medida em que
faculta um (re)direcionamento para a reflexão e a aprendizagem.
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Palavras-chave: mediação, trabalho colaborativo, ressignificação da prática pedagógica.
Formação docente continuada: contribuições do processo de mediação
Márcia de S.Thiago Rosa (UFSC)
Raquel Cristina Mendes de Carvalho (UFSC)
Reconhecendo a complexidade do desenvolvimento cognitivo, constata-se que a aprendizagem não é um
processo independente ou automático, mas demanda participação prolongada e continuada em situações
reais, específicas e significativas, relacionadas ao objeto de aprendizagem tanto quanto orientadas por um
objetivo. Em meio a esse processo, está a mediação - a interposição de um elemento entre o sujeito e o objeto
de seu conhecimento (Kohl de Oliveira, 2001), um dos pontos centrais da teoria sociocultural (Vygotsky, 1987;
Lantolf & Thorne, 2006), que concebe a relação homem-mundo como indireta, e, portanto, mediada. Dada a
importância da mediação no processo de aprendizagem, este estudo busca identificar como se configura o
suporte das colaboradoras na atividade de mediação, ao traçar o desenvolvimento de uma professora de Inglês
a partir das atividades de mediação que se estabelecem entre ela e 4 colegas de profissão por ocasião de um
blog em que a referida professora relata 12 aulas suas. Dentre as colegas pesquisadoras participantes deste
estudo, duas observaram as aulas da professora e tomaram notas de campo. A interação entre as 5, portanto,
provem não somente das represetações da professora “investigada”, como também das notas de campo das
pesquisadoras observadoras. Os resultados apontam que a mediação das participantes observadoras tende a
ser mais específica do que a das não observadoras. Em ambos os casos, no entanto, a mediação pode ser
direta, quando as participantes oferecem respostas e/ou sugestões de mudanças à professora “investigada”, ou
indireta, quando elas parafraseiam as verbalizações da professora “investigada” ou as expandem com
perguntas ou perspectivas distintas da apontada nos relatos. Esses resultados revelam que o processo de
mediação, ao mesmo tempo que proporciona redirecionamento da reflexão da professora investigada sobre
sua prática pedagógica, contribui para a reflexão das próprias pesquisadoras sobre a prática docente.
Palavras-chaves: mediação, aprendizagem colaborativa, docência.
Prática docente e cognição do professor: o papel da reflexão e da mediação
Kátia Eliane Muck (UFSC)
Nadia Karina Ruhmke Ramos (UFSC)
A cognição de professores tem sido constante na pauta de formadores de professores, que, desde os anos 80,
vêm se dedicando a entender o que professores de línguas pensam, sabem, acreditam e fazem (Borg, 2003,
2006). Neste trabalho, ancorado na Teoria Sociocultural (Vygotsky, 1987; Lantolf & Thorne, 2006) como
arcabouço potencialmente capaz de contribuir para a área, na medida em que pesquisas recentes apontam a
premência do contexto para a compreensão de como se aprende a ensinar (Borg, 2006), o que implica a
concepção de que tal aprendizagem se dá em atividades específicas e situadas nas quais participantes se
engajam, premissa básica da teoria vygotskyana. Nessa perspectiva, este estudo busca identificar os temas
mais recorrentes que se estabelecem em um processo de mediação entre 5 colegas professoras de Inglês que
evolve da prática de uma delas, na medida em que esta recorre às outras quatro, ao longo de 12 aulas, por
meio da produção de relatos crítico-reflexivos postados em um blog. Duas dessas colegas atuam, também,
como observadoras, adicionando ao blog suas notas de campo. A mediação que ali se institui permite-nos
traçar também o processo cognitivo da professora cuja prática é verbalizada e discutida. Dentre os temas mais
recorrentes nessas atividades de mediação estão aspectos relacionados à interação da professora com os
alunos na manutenção da disciplina durante a aula e na orientação para a realização das atividades; à
abordagem dos conteúdos de forma a facilitar (ou não) a aprendizagem; ao engajamento dos alunos na
realização das atividades. Os resultados apontam, ainda, que as reflexões da professora e as atividades de
mediação promoveram o seu desenvolvimento cognitivo, favorecendo mudanças na relação professora-alunos
em sala de aula de forma a promover um ambiente mais propício para a aprendizagem de língua estrangeira.
Palavras-chaves: cognição, mediação, reflexão.
ENSINAR E APRENDER LÍNGUAS: IDENTIDADE, SUBJETIVIDADE
E POLÍTICAS DE APROPRIAÇÃO EM PERSPECTIVA
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Coordenador:. Alice Cunha de Freitas (UFU)
Ensinar e aprender línguas, prática comum e necessária no mundo hoje, tem se constituído cada vez mais
como objeto de investigação a partir da ótica e sob a influência de diferentes áreas de estudo. Isto se deve em
função do reconhecimento de que o envolvimento com novas línguas não se restringe apenas a questões
cognitivas de aquisição, mas em grande medida a questões sociais e políticas que englobam identidades e
subjetividades de quem ensina e também de quem aprende. Questões identitárias e de subjetividade têm se
tornado, de acordo com Norton (2002), relevantes para o ensino/aprendizagem de línguas na medida em que
elas se relacionam com o constante movimento de tornar-se: identificar-se e ser identificado está ligado a
assumir posições/ser posicionado, ver-se e ser visto, o que traz implicações e consequências relacionadas com
acessos ou embargos às práticas e vivências que supostamente contribuem para o sucesso da aprendizagem.
Neste sentido, esta sessão de comunicações coordenadas reúne trabalhos que integram o grupo de estudos
"Ensino/Aprendizagem de Línguas: Afetividade, Discurso, Identidade e Sociedade" e tem o objetivo de
apresentar trabalhos de pesquisa que têm enfocado questões identitárias e de subjetividade de professores e
aprendizes de língua estrangeira a partir de perspectivas discursivas, pragmáticas, dialógicas e de apropriação
da língua.
Ensino de línguas e políticas de apropriação: questões pragmáticas
Alice Cunha de Freitas (UFU)
Este trabalho tem o objetivo de contribuir para a reflexão sobre identidade e o ensino de línguas, sob a
perspectiva da Pragmática. Neste sentido, buscarei mostrar uma das possíveis formas de se abordar esta
importante relação, para a elaboração/adoção de políticas linguísticas, voltadas também para a formação de
futuros professores de línguas. Essa perspectiva firma-se principalmente numa visão de língua(gem) como
ação e leva em conta seu caráter performativo e sua relação com a questão da(s) política(s) de representação
e suas consequências no contexto de ensino de línguas. Trago para a discussão aqui proposta também a
noção de língua, tal como nos é apresentada por John Joseph (2006), para quem língua é política. Em seguida,
relaciono essas noções ao contexto de formação de professores de línguas e ao plano pedagógico atualmente
recentemente implantado no contexto investigado. Os dados foram coletados por meio de questionários e
entrevistas com professores e alunos de um curso de Letras de uma universidade federal de Minas Gerais. A
análise, de uma maneira geral, aponta para uma urgente necessidade de se problematizar as próprias bases
de formação de professores de línguas, especialmente no que se refere aos conceitos aqui abordados, de tal
forma que seja possível propor políticas linguísticas (tais como políticas de apropriação de línguas) que
atendam às novas configurações do mundo contemporâneo, em tempos de globalização.
O corpo e a voz na construção de identidades em língua estrangeira
Maria da Glória Magalhães dos Reis (UnB)
A presente comunicação tem o objetivo de apresentar resultados de trabalhos realizados pelo “Grupo de
Estudos de Didática de Língua Estrangeira” em conjunto com o Grupo de Estudos "Ensino/Aprendizagem de
Línguas: Afetividade, Discurso, Identidade e Sociedade". Os trabalhos são realizados nas línguas espanhola,
francesa, inglesa e japonesa. As pesquisas tomam como base teórica os jogos dramáticos e teatrais
desenvolvidos por Maria Lúcia Pupo (2005),Viola Spolin (1999, 2000), Peter Brook (1977) e Augusto Boal
(1987) e colocam em cena peças de teatro e contos oralizados. Os estudos baseiam-se nas perspectivas
sociointeracionista de Vygotsky (2007, 2008) e discursiva de Bakhtin (2009, 2011). No âmbito do ensino de
línguas estrangeiras esta concepção leva a reflexões sobre quais experiências o professor pode proporcionar
aos aprendizes para levá-los a interagir com o seu contexto sociocultural, transformando-o e sendo
transformados em uma interação dialética com o seu meio cultural. Fundamentando-se igualmente nos
conceitos de ritmo e oralidade de Henri Meschonnic (1982) e subjetividade, desejo e prazer da interação de
Gisele Pierra (1998, 2001, 2006) e Patrick Anderson (1999), o presente trabalho apresenta caminhos possíveis
para o desenvolvimento da produção oral em língua estrangeira, tendo em conta que o trabalho com o corpo e
com a voz propicia atenção às questões de identidade presentes no processo de ensino/aprendizagem,
considerando que as línguas são a “expressão das identidades de quem delas se apropria” (RAJAGOPALAN,
2003, p. 69; MASTRELLA, 2007).
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Ensino/aprendizagem de inglês no curso de Letras: prática de construção de identidades
Mariana R. Mastrella-de-Andrade (UnB)
Este trabalho faz parte de um projeto maior, intitulado “Quem pode ensinar, quem pode aprender? A
construção de identidades em contextos de ensino/aprendizagem de língua estrangeira”, e busca discutir a
maneira como o processo de ensino/aprendizagem de língua inglesa no curso de Letras se constitui como
prática identitária, dando lugar à materialização de acessos e/ou embargos ao direito à fala e à própria
aprendizagem. Para isso, são consideradas como suporte teórico principal três proposições: 1) língua é o lugar
onde formas possíveis e reais de organização e suas prováveis consequências políticas e sociais são definidas
e contestadas, sendo também o lugar onde nossa subjetividade é construída (Weedon, 1987); 2) língua é lugar
de luta política, isto é, envolve relações de poder, o qual é aqui entendido como relação e não como força
pertencente a alguém e que, portanto, não se possui, mas se exerce, está em tudo e em todo o tempo
(Foucault, 1979); 3) que o sujeito que se relaciona com a LE tem nessa língua suas identidades construídas, já
que identidades são entendidas como plurais, fluidas, feitas na e por meio da linguagem (Norton, 2002;
Mastrella, 2007). Tendo em vista essa perspectiva teórica, este trabalho apresenta, a partir de um estudo
qualitativo com diários, dados de duas pesquisas realizadas em cursos de Letras de instituições públicas de
ensino superior – uma com uma professora formadora e outra com um aluno em formação. Os resultados
sugerem indícios de que as práticas de ensino/aprendizagem constroem identidades a partir dos discursos
sobre a língua e sobre a superioridade dos falantes nativos, construindo, consequentemente, identidades
também de raça e de classe. Ao mesmo tempo, os dados também deixam entrever indícios de resistência e da
busca pelo direito à fala, permitindo reflexões sobre a formação de professores e o ensino/aprendizagem de
línguas estrangeiras.
PESQUISA-AÇÃO COLABORATIVA: ESTREITANDO AS RELAÇÕES UNIVERSIDADE-ESCOLA
Coordenador: Andréa Machado de Almeida Mattos (FALE/UFMG)
A UFMG vai à Sala de Aula de Inglês: primeiros resultados e impressões
Andréa Machado de Almeida Mattos (FALE/UFMG)
Ana Larissa Adorno Marciotto Oliveira (FALE/UFMG)
Tendo em vista o entendimento de que é necessário, cada vez mais, estreitar a colaboração entre universidade
e educação básica, o Projeto de Extensão UFMG vai à sala de aula de inglês visa a uma aproximação entre os
saberes produzidos na universidade e os saberes produzidos na escola básica, por professores e alunos. O
Projeto fundamenta-se, assim, na noção de que é imperativo vincular a produção científica à sua função social
(SOUZA SANTOS, 1987), conectando-a, sempre, às demandas sócio-políticas contemporâneas. Partindo,
também, do entendimento de que aprender uma língua estrangeira (neste caso, o inglês) é uma forma de
inclusão social, historicamente negada à maioria, o Projeto busca criar espaços de interação escolauniversidade para que seja possível agir colaborativamente, objetivando ensinar a língua inglesa de modo
localmente situado e criticamente balizado (OLIVEIRA E DUTRA 2008; JESUS; MELLO & DUTRA 2007). O
Projeto vem sendo desenvolvido colaborativamente com dois professores da rede pública de Minas Gerais, na
Região Metropolitana de Belo Horizonte, desde 2011. Este trabalho tem por objetivo apresentar os desafios
encontrados e os resultados obtidos no desenvolvimento do Projeto UFMG vai à sala de aula de inglês, agora
já em seu segundo ano de realização. Através de uma pesquisa-ação colaborativa, os professores da rede
pública, as pesquisadoras da FALE/UFMG, e os alunos de graduação ligados ao projeto desenvolveram
atividades tendo por objetivo o ensino de inglês através das teorias dos Novos Letramentos e Letramento
Crítico. Essas atividades serão apresentadas e discutidas à luz dessas teorias, assim como as percepções dos
alunos a elas expostos e dos participantes do projeto.
Palavras-chave: Ensino de Inglês como LE, relação universidade-escola, Novos Letramentos e Letramento
Crítico
Projetos de pesquisa-ação universidade-escola: buscando caminhos
Ariana Alves de Siqueira (CEI/UFMG)
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Graciane Gonçalves Cordeiro (CEI/UFMG)
Demétrius Faria dos Santos (CEI/UFMG)
Elisa Maria Campos Cordeiro (CEI/UFMG)
Heloísa Scofield Oliveira (CEI/UFMG)
Andréa Machado de Almeida Mattos (FALE/UFMG)
Este trabalho tem por objetivo apresentar os resultados de dois projetos de pesquisa-ação colaborativa
envolvendo professores de escolas públicas de Minas Gerais e professores de inglês participantes de um curso
de pós-graduação/especialização em ensino de língua inglesa. Uma das disciplinas do curso, Pesquisa em
Sala de Aula, abriu a oportunidade de os professores participantes desenvolverem projetos de pesquisa-ação
colaborativa (SAGOR, 1992). O curso teve por objetivo focalizar os princípios da pesquisa qualitativa para
professores de línguas. Idealizado como introdução aos paradigmas de pesquisa e à pesquisa em sala de aula,
o curso teve como foco o desenvolvimento da pesquisa-ação colaborativa em contextos de ensino de inglês.
Organizados em dois sub-grupos, os participantes do curso e os professores das escolas públicas
desenvolveram colaborativamente um conjunto de atividades a serem usados nas escolas públicas parceiras.
Um dos grupos teve por objetivo investigar o impacto da participação das famílias na vida escolar no que
concerne principalmente à aprendizagem de inglês e elaborou atividades que visam a aumentar a participação
da família na escola, tendo como objetivo final o aumento da motivação dos alunos para aprender inglês. O
outro grupo teve por objetivo desenvolver o ensino reflexivo através de atividades focadas na abilidade de
produção escrita. Neste trabalho, serão apresentados e discutidos os resultados finais do desenvolvimento
desses dois projetos colaborativos.
Palavras-chave: Ensino de Inglês como LE, relação universidade-escola, pesquisa-ação colaborativa
Alternativas de formação profissional: a universidade na escola
Adriane Teresinha Sartori (FALE/UFMG)
Visando a contribuir para a melhoria da qualidade de ensino da educação básica e da educação superior e
buscando colocar em prática uma experiência de estreitamento das relações entre universidade e escola,
através de uma atividade integradora de ensino-pesquisa-extensão, este trabalho visa a discutir os avanços e
os desafios do Projeto “Professor universitário e de educação básica, aluno de graduação e de escola: um
encontro necessário” em andamento na UFMG desde 2011. Ancorado nos pressupostos metodológicos da
pesquisa-ação colaborativa, na perspectiva transdisciplinar da Linguística Aplicada (ROJO, 2007) e nos
estudos de Novos Letramentos, este projeto fundamenta-se na ideia de encontros periódicos, em uma escola
pública de Belo Horizonte, entre um professor universitário, um docente de língua portuguesa de ensino médio,
estudantes de graduação em Letras e alunos de ensino médio, estes últimos representados por seus textos e
trabalhos realizados em sala de aula. Nesses encontros, esse material é analisado, visando diagnosticar as
dificuldades dos estudantes e, coletivamente, com base em estudos enunciativos sobre os processos de leitura
e escrita, alternativas de ação pedagógica são construídas, de forma a resolver (ao menos amenizar) as
dificuldades encontradas. Os resultados do trabalho realizado até agora apontam ganhos significativos a todos
os participantes. Alternativas de formação profissional, portanto, podem ser viabilizadas pela aproximação
universidade - escola, beneficiando a todos, especialmente aos alunos de graduação, que precisam estar em
contato com seu (futuro) ambiente de trabalho muito antes do estágio curricular obrigatório e, estando em
escola em situação desafiadora, obrigam-se a construir soluções para problemas reais de leitura e escrita
desde o início do curso de licenciatura.
Palavras-chave: pesquisa-ação colaborativa; ensino de língua portuguesa; formação profissional
FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA: DISCIPLINAS E
PRÁTICAS DE ENSINO
Coordenador: Andressa Cristina Coutinho Barboza
Frente às recentes deliberações legais (LDB 9394/06 e Resoluções CNE/2002) a universidade tem assumido o
papel de principal instância de formação de professores para a Educação Básica nos cursos de licenciatura.
Diante disso, esta sessão coordenada tem a proposta de discutir as propostas de formação de professores
para o ensino da Língua Portuguesa na universidade e, mais especificamente, na Universidade Federal de
Ouro Preto (UFOP). Para tanto, são apresentados dados parciais do projeto de pesquisa “Formação de
179
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
professores para o ensino da Língua Portuguesa: disciplinas e práticas de ensino”, desenvolvido por
pesquisadores desta IFES. A primeira comunicação faz uma análise da organização curricular desta
licenciatura, considerando-se: as disciplinas específicas oferecidas, o perfil formativo e profissional dos
professores destas disciplinas e as práticas de ensino veiculadas em aulas que abordam a Metodologia do
Ensino da Língua Portuguesa (MELP) no curso de Letras. A segunda comunicação discute as práticas de
ensino da disciplina Língua Portuguesa: Estágio Supervisionado, com o objetivo de compreender como as
atividades desta disciplina procuram ser articuladas de modo a estabelecer um projeto coeso de formação de
professores de Língua Portuguesa. A terceira e última comunicação analisa as contribuições formativas de uma
das práticas de ensino da disciplina Língua Portuguesa: Estágio Supervisionado, a Aula Simulada,
desenvolvida na oficina extensão Tópicos do ENEM durante o primeiro semestre de 2012. Espera-se que os
dados discutidos nesta sessão coordenada possam contribuir com outras investigações que tomam a formação
de professores para o ensino da língua portuguesa como objeto de pesquisa.
Palavras-chave: Formação de Professores; Estágio de Licenciatura; Ensino de Língua Portuguesa.
Análise curricular da Licenciatura em Língua Portuguesa da UFOP
Janaína Mayra Nascimento (IC/PIP-UFOP)
Andressa Cristina Coutinho Barboza (DELET-UFOP)
A LDB 9394/96 responsabiliza a universidade pela formação dos futuros professores de Educação Básica.
Após quinze anos desta deliberação e no esteio de pesquisas anteriores, que tomam a formação do professor
de Língua Portuguesa na universidade como objeto de pesquisa (BARZOTTO, SOUSA et al, 2008; RIOLFI,
EUFRÁSIO et al, 2009), esta investigação propõe o estudo de caso da formação de professores na licenciatura
em Língua Portuguesa da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Em um primeiro momento, buscou-se
analisar a organização curricular desta licenciatura, a partir da identificação das disciplinas oferecidos pelo
curso. Nesta etapa, procurou-se perceber quais disciplinas seriam responsáveis pela formação específica dos
professores de Língua Portuguesa e discriminar suas diferentes designações (NASCIMENTO e BARBOZA,
2011). Diante das várias nomenclaturas utilizadas para disciplinas voltadas à Metodologia da Língua
Portuguesa (MELP), lançaram-se duas hipóteses: 1) a diversidade de designações pode expressar uma
especificidade, ou seja, as diferentes disciplinas responsáveis pela MELP formam um projeto coerente e
articulado de formação de professores; 2) a diversidade de nomenclaturas expressa generalidade e as
diferentes disciplinas responsáveis pela MELP repetem-se ou dispersam-se no currículo da licenciatura em
Língua Portuguesa da UFOP. Para a discussão dessas hipóteses, são feitas considerações a partir da análise
conjugada de três dados: a) as ementas das disciplinas de MELP; b) o perfil formativo e profissional dos
professores responsáveis por estas disciplinas no curso de Letras; c) a análise de registros de aulas de MELP
ministradas no segundo semestre de 2011. Até o momento, acredita-se que essa aparente dispersão não
impossibilita a preparação necessária dos futuros professores de Língua Portuguesa formados por esta IFES,
mas demanda uma articulação cuidadosa deste projeto formativo.
Palavras-chave: Formação de professores; Currículo; Ensino de Língua Portuguesa.
Formação de professores para o ensino da língua portuguesa no estágio supervisionado da UFOP
Mara Júnia de Assis (Monitora PROGRAD-UFOP)
Giseli Ferreira Barros (DELET-UFOP)
Andressa Cristina Coutinho Barboza (DELET-UFOP)
O estágio é uma disciplina que propõe a reflexão da prática pedagógica, tendo em vista a formação do futuro
professor. De acordo com Pimenta e Lima (2006; 2011), o estágio deve oportunizar uma aproximação do aluno
a sua realidade profissional e o conhecimento e a interpretação da realidade educativa deve ser o ponto de
partida para a formação do futuro professor. Neste sentido, o estagiário deve “desenvolver atividades que
possibilitem o conhecimento, a análise, a reflexão do trabalho docente, das ações docentes, nas instituições,
de modo a compreendê-las em sua historicidade, identificar seus resultados, os impasses que apresenta, a
dificuldades.” (PIMENTA e LIMA, 2006, p. 20). Diante do exposto, este trabalho tem a proposta de analisar as
diferentes atividades realizadas pela disciplina Língua Portuguesa: Estágio Supervisionado, oferecida no curso
de Letras da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Parte-se da hipótese de que as atividades de
estágio são organizadas no constante trabalho ressignificação formativa, planejamento de ações, análise de
situações e avaliação formativa (BARBOZA, 2012). Serão analisadas as atividades de: orientação individual;
180
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
orientação coletiva; uso da sala virtual; aula simulada; elaboração de planos, análises e relatório; atuação em
campo de estágio; participação dos alunos em eventos formativos promovidos pela disciplina. Este estudo dá a
ver como as diferentes atividades desenvolvidas pela disciplina Língua Portuguesa: Estágio Supervisionado
denotam um design instrucional (FILATRO e PICONEZ, 2004) coerente com o projeto formativo para os alunos
desta habilitação, que tem procurado preparar os futuros professores para os desafios da docência.
Palavras-chave: Estágio de Licenciatura; Design instrucional; Formação de professores.
Aulas simuladas de estágio em oficina de extensão
Elisa Pires Leão (Monitora PROEX-UFOP)
Thuany Faria Corrêa (Monitora PROEX-UFOP)
Andressa Cristina Coutinho Barboza (DELET-UFOP)
A definição da universidade como lugar de formação de professores para a Educação Básica (LDB 9394/96) foi
seguida pela instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais para formação de professores de Educação
Básica nos cursos de licenciatura (BRASIL, 2002). Essas definições legais reafirmam a importância de
preverem-se momentos de formação teórica e prática nos cursos de licenciatura. Diante do exposto e no intuito
de compreender como tem se dado a formação do professor de língua portuguesa na universidade, este
estudo procura analisar as práticas pedagógicas das disciplinas de estágio de licenciatura ministradas na
Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Mais especificamente, será analisada a proposta da atividade
Aula Simulada, desenvolvida no primeiro semestre de 2012 nas disciplinas do curso de Letras Língua
Portuguesa: Estágio Supervisionado de Ensino Médio 1 e 2. Esta prática pedagógica foi selecionada em razão
de ela apresentar um diferencial: as Aulas Simuladas foram preparadas pelos estagiários e aplicadas a uma
turma de alunos de Ensino Médio que participava da oficina de extensão Tópicos do ENEM, realizada na
UFOP. Essa oficina faz parte do subprojeto “Formação de Professores: disciplinas e práticas de ensino”,
financiado pelo Programa Novos Talentos CAPES em parceria com o Programa de Extensão UFOP com a
Escola. Além de atender as demandas da comunidade local, percebeu-se que a oficina serviu de laboratório de
práticas de ensino para os estagiários de licenciatura em Língua Portuguesa. Ao final, a oficina produziu
diversos materiais e indicadores que ainda podem ser explorados nas próprias aulas presenciais de estágio
supervisionado. Dentre esses materiais, serão apresentadas as estratégias de ensino e as avaliações das
Aulas Simuladas que abordaram questões do Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM).
Palavras-chave: Estágio de licenciatura; Aula Simulada; Oficina de Extensão.
TEXTO LITERÁRIO E ENSINO DE LÍNGUAS:
TRANSCULTURALIDADE, CRENÇAS, FORMAÇÃO DE PROFESSORES E CURRÍCULO
Coordenador: Andressa Luna Saboia (IFRN / UECE)
A transculturalidade a partir do uso de textos literários no ensino de língua espanhola: crenças de
professores formadores e em formação do curso de Letras Espanhol da UERN (CAMEAM)
Andressa Luna Saboia (UECE)
Nosso estudo, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da UECE, trata-se de uma
pesquisa de mestrado na qual objetivamos identificar crenças de professores formadores e em formação do
curso de Letras Espanhol da UERN (CAMEAM) sobre o uso do texto literário (TL) e a transculturalidade no
ensino desse idioma, além de analisar se a Matriz Curricular do curso e os programas de suas disciplinas de
língua e literatura contemplam tais assuntos. Como base teórica para o uso do TL no ensino de espanhol,
valemo-nos dos estudiosos: Mendoza (2002, 2004, 2007), Widdowson (1984), Santos (2007, 2008), Aragão
(2006), dentre outros. Sobre a transculturalidade: Sánchez (2009), Cox e Assis-Peterson (2007), Miquel (2008),
Soler-Espiauba (2006), Motta-Roth (2003) etc. E acerca das crenças na formação de professores: Almeida
Filho (2007), Silva (2007), Alvarez (2007), Barcelos (2004, 2007, 2010), Moita Lopes (1996) etc. Os sujeitos da
pesquisa responderam a questionário e entrevista com o intuito de identificar suas crenças e triangular esses
dados com os revelados pelos protocolos de análise da Matriz Curricular e dos programas de disciplinas.
Diante dos resultados, nosso estudo revelou que a Matriz Curricular do curso não apresenta nenhuma
disciplina que trate especificamente do TL como recurso didático e da transculturalidade; e que mesmo as
181
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
disciplinas de língua e literatura não apresentam em seus programas, de modo geral, preocupação com esses
aspectos. Além disso, importantes crenças foram reveladas tanto pelos professores formadores quanto pelos
professores em formação, as quais nos permitiram perceber que há uma grande lacuna na formação de
professores de espanhol daquele contexto, haja vista a falta de espaço para o TL enquanto recurso para o
ensino, inclusive no que tange à transculturalidade. Desse modo, lançamos algumas propostas que vislumbram
a modificação dessas crenças, perpassando por mudanças na própria estrutura do curso e de suas disciplinas.
Palavras-chave: Texto literário. Transculturalidade. Crenças/formação de professores de espanhol.
O lugar do texto literário nos programas de disciplinas de Metodologia do Espanhol da UERN e as
crenças dos professores
Regiane Santos Cabral de Paiva (UERN)
Observando por meio de outras pesquisas a ausência do texto literário nas aulas de espanhol do ensino médio,
decidimos investigar de que modo os Programas das Disciplinas (PGDs) de Metodologia I e II do Espanhol da
UERN contemplam esse texto no seu plano de ação. Em virtude da análise dos PGDs e do estudo sobre
saberes e competências docente, nos orientamos em Haydt (2006), Libâneo (2008), Paulo Freire (1998), Tardif
(2008) e Pimenta (2002); para tratar do papel do TL nos dedicamos aos estudos de Tenorio & Reyzábal (1992),
Mendoza Fillola (2002, 2004, 2007) e Albadalejo (2007); sobre crenças e ensino de línguas: Barcelos (2001,
2004, 2006, 2007), Barcelos e Kalaja (2003), Silva (2010). O contexto escolhido para a nossa investigação foi a
UERN, tendo como corpus os programas das referidas disciplinas e, a fim de verificar como se materializava
esses PGDs, também adotamos como segundo corpus entrevistas semiestruturadas com os três professores
que as ministraram. Finalmente, percebemos que os resultados da nossa análise apontaram que os PGDs de
Metodologia de Língua Espanhola I e II da UERN não oportunizam o TL como conteúdo a ser explorado numa
disciplina de formação em língua estrangeira; que apesar de os professores destas disciplinas assumirem a
crença de que este texto contribui para a aquisição dos aspectos culturais e para o desenvolvimento das
habilidades, não contemplam este tema nas aulas de metodologia porque os objetivos do programa não
direcionam para este fim. Dessa maneira, entendemos que se no ensino superior não há espaço para essas
discussões, supostamente o aluno (futuro professor) não terá o manejo necessário para lidar com esse tipo de
texto em aulas de língua espanhola.
Palavras-chave: Texto literário. Formação de professores. Crenças.
Desenvolvimento de saberes e competências de professores em formação em relação ao uso de textos
literários como recurso para o ensino: do projeto pedagógico ao estágio
Isabela David de Lima Damasceno (UECE)
A presente pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Universidade
Estadual do Ceará e encontra-se em andamento. Sua temática está relacionada à formação inicial de
professores e o uso de textos literários no ensino de inglês como língua estrangeira (ILE). O objetivo principal é
conhecer os saberes e as competências desenvolvidas ao longo do curso de graduação em Letras/Inglês da
Universidade Federal do Ceará no que diz respeito à capacitação dos alunos em formação para a utilização do
texto literário no ensino. Para isso, foram realizadas análises de documentos que orientam essa formação e
serão conduzidas observação de aulas. Para a realização do estudo nos apoiamos nas idéias de Tardif (2000;
2002), que trata dos saberes profissionais dos professores, Mendoza (2002; 2004; 2007), que lança um modelo
de tratamento didático do texto literário e Giroux (1988), no que diz respeito ao currículo, entre outros. Na
primeira fase da pesquisa, foram analisados o Projeto Político Pedagógico do curso de Letras Português/Inglês
Diurno da Universidade Federal do Ceará, as ementas e programas de disciplinas do curso. Em seguida, os
demais dados serão coletados a partir de observações de aulas e de aplicação de questionários a professores
e alunos das disciplinas que serão observadas. Os resultados das análises documentais apontam que a
literatura, no contexto pesquisado, recebe um tratamento tradicional, distante de ser trabalhada como um
recurso didático no ensino de ILE. Com esse estudo esperamos traçar um perfil de uma realidade específica da
formação de professores de inglês em relação ao uso de textos literários no ensino para que, diante do
encontrado, lancemos novos olhares e novas propostas que possam contribuir com uma etapa tão importante
do desenvolvimento profissional: a formação inicial.
Palavras-chave: Texto literário, Formação de professores, Currículo.
182
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
A CONSTRUÇÃO E A RECONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA:
PROFESSORES EM FORMAÇÃO INICIAL E PROFESSORES EM SERVIÇO
Coordenadora: Anelise Fonseca Dutra (UFOP)
Este trabalho aborda duas pesquisas envolvendo a construção e a reconstrução das identidades de
professores de Língua Inglesa. A primeira foi realizada com alunos do Curso de Letras da Universidade Federal
de Ouro Preto que escolheram a licenciatura em Língua Inglesa como primeira habilitação. Os resultados
oferecem a oportunidade de delinear um retrato da construção da identidade desses futuros professores ao
longo do curso de graduação, do primeiro aos últimos períodos. A primeira parte dessa pesquisa mostra a
motivação inicial dos alunos para optar pela licenciatura em língua inglesa. A segunda parte mostra os
impactos do curso (quarto, quinto e sétimo períodos) na formação dos futuros professores. Os resultados da
pesquisa corroboram as ideias de autores como Gimenez (2010) e Ialago & Duran (2008), que apontam para a
necessidade de uma reconfiguração da formação de professores no âmbito das licenciaturas. A segunda
pesquisa apresenta a reconstrução da identidade de professoras do ensino superior que tiveram de se adaptar
à decisão de eliminação da disciplina de Língua Inglesa dos currículos de diferentes cursos de bacharelado. O
estudo se ancora teoricamente nas ideias de Meurer (2000), Moita Lopes (2002) e Fino e Souza (2003).
A identidade do futuro professor de língua inglesa: perfil dos alunos da UFOP
Silvia Penna (UFOP)
O ensino de língua Inglesa tem sido tema de discussões acadêmicas e políticas devido não só às dificuldades
na obtenção de resultados positivos concretos, mas, principalmente, devido às especificidades que cercam o
profissional de Língua Inglesa. Muitos buscam e discutem a melhoria na qualidade do ensino de língua
estrangeira e apontam várias direções. Alguns apostam nos métodos, outros em mais recursos, outros ainda
se concentram na figura do profissional de Língua Inglesa. Dentre estes, estão Gimenez (2010) e Ialago &
Duran (2008), que afirmam ser necessário discutir sobre a necessidade de uma reconfiguração da formação de
professores no âmbito das licenciaturas. Corroborando essa ideia, com o intuito de desenvolver um estudo que
visa a detectar as questões geradas ainda na formação desses profissionais, iniciou-se na Universidade
Federal de Ouro Preto uma pesquisa cujo objetivo é analisar a perspectiva desse futuro professor no decorrer
de sua formação. Assim, alunos do curso de Letras, do 1º, 4º, 5º e 7º períodos foram submetidos a um
questionário que buscava delinear os seus perfis como futuros profissionais de língua inglesa. Dentre os
resultados, verificou-se que mais de 60% dos alunos neste estudo afirmam que a escolha de sua profissão se
deve principalmente à influência de seus professores e à sua experiência positiva no contato com a língua
inglesa. Por meio da observação de um panorama mais amplo que parte da reflexão sobre a experiência
desses alunos como aprendizes de uma língua estrangeira, passa pelo seu contato com disciplinas específicas
da área de licenciatura, e chega à prática docente por meio dos estágios, acredita-se ser possível delinear um
retrato mais claro desses futuros profissionais e talvez um caminho para se começar a reconfiguração do curso
de formação de professores.
Palavras-chave: formação inicial; construção de identidade.
A identidade do futuro professor de língua inglesa: perfil dos alunos da UFOP
Anelise Fonseca Dutra (UFOP)
Ao longo dos últimos anos foram feitas diversas pesquisas com o intuito de descrever o perfil dos professores
que lecionam língua inglesa em escolas brasileiras. O despreparo e a desmotivação foram os fatores
apontados em duas dessas pesquisas (as de Paiva (1997) e Schutz (2003), respectivamente), como os
principais responsáveis pelo fato de esses professores ministrarem, muitas vezes, aulas bem abaixo de um
nível considerado satisfatório por eles mesmos e por seus alunos. Para dar continuidade a essas pesquisas e
na tentativa de investigar se o perfil de futuros professores de língua inglesa formados pela Universidade
Federal de Ouro Preto (UFOP) se assemelha ao que vem sendo apontado na literatura, e como isso poderá
afetar a prática desses professores, foi feita uma pesquisa com alunos ingressantes no curso de Letras (1º
período), alunos já na metade do curso (4º e 5º períodos) e alunos na etapa final de sua formação inicial (7º
período). As perguntas que guiaram esta pesquisa foram: Qual é a identidade do professor de língua inglesa
183
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
em formação inicial? Quais são as mudanças sofridas por esses futuros professores ao longo da sua formação
acadêmica / profissional? Além dos autores citados, este trabalho contou com o suporte teórico de Ialago e
Duran (2008), Moita Lopes (2002) e Rajagopalan (1998) entre outros. Os resultados mostram que metade dos
futuros professores não começou o curso de Letras com o intuito de ser professor de Língua Inglesa. Outro
aspecto importante é que 71% dos entrevistados têm orgulho da decisão de se tornarem professores de Inglês,
enquanto 29% não se sentem confortáveis com essa possibilidade. Outros resultados apontam as dificuldades
enfrentadas, principalmente nos estágios, e destacam a importância do curso na formação de professores bem
preparados para o exercício da profissão.
Palavras-chave: formação inicial; identidade do professor de Língua Inglesa.
A reconstrução da identidade de professoras de línguas
Helivane de Azevedo Evangelista (Centro Universitário UNA)
Apesar da reconhecida importância do domínio da Língua Inglesa tanto no mundo acadêmico quanto no mundo
dos negócios, disciplinas como Inglês, Inglês para Negócios e Inglês Instrumental têm sido eliminadas dos
currículos de diferentes cursos de bacharelado: Administração de Empresas; Comércio Exterior; Gestão
Hoteleira, Turismo e Lazer; e Sistemas de Informação, para citar apenas alguns exemplos. Essa mudança
curricular tem um impacto na identidade de professores de inglês, uma vez que hoje, no Brasil, as
oportunidades de atuação profissional desses professores no ensino superior se restringem basicamente ao
curso de Letras, seja na modalidade licenciatura, seja na modalidade bacharelado. Este estudo ancora-se
teoricamente nas ideias de Meurer (2000), Moita Lopes (2002) e Fino e Souza (2003) sobre questões
identitárias e faz uso da pesquisa narrativa para investigar as implicações da retirada das disciplinas dos
currículos na reconstrução das identidades de três professoras de língua inglesa de uma instituição de ensino
superior localizada em Belo Horizonte - MG. Duas dessas professoras permaneceram na instituição, porém
passaram a lecionar apenas língua portuguesa. Uma delas, posteriormente, passou em um concurso público
de uma universidade federal e voltou a ser professora de inglês. A terceira professora, por sua vez, foi
desligada da instituição. Os dados coletados foram distribuídos em cinco categorias de análise: (1)
representações de si como professora de inglês; (2) representações de si como professora de português; (3)
representações de si voltando a ser professora de inglês; (4) representações da empregabilidade; e (5)
representações da perspectiva de não empregabilidade. Os resultados revelam que a crise identitária das
participantes deve-se sobretudo à impossibilidade de permanecerem no ensino superior como professoras de
línguas, não importa se de língua inglesa ou de língua portuguesa.
Palavras-chave: identidade do professor de línguas, pesquisa narrativa, representações.
A FORMAÇÃO DOCENTE EM FOCO: MÚLTIPLOS OLHARES SOBRE A PRÁTICA DE ENSINO E OS
ESTÁGIOS ORIENTADOS
Coordenador: Angela Marina Ferreira (UERJ)
A proposta dos professores reunidos nesta mesa, docentes de universidades públicas, colégios de aplicação e
centros tecnológicos, se direciona à promoção de reflexões sobre as trocas efetuadas entre as instituições de
ensino superior (IES) e instituições que propiciam campos de estágio aos licenciandos dos cursos de
Português-Espanhol de universidades públicas do estado do Rio de Janeiro. Sob esta perspectiva, as
temáticas apresentadas se desenvolvem em torno de núcleos que remetem a discussões que abrangem (1) o
papel e a pouca visibilidade do trabalho do professor supervisor de campo de estágio;(2) o desenvolvimento
dos estágios como espaço de trocas e reflexão entre a IES, a escola de campo e a construção de identidade
profissional do licenciando, refletida nas propostas de trabalho para as apresentações em sala de aula; (3) o
trabalho do professor de estágio e o quão diversa deve ser a preparação do futuro professor;
Formação do docente de E/LE: o trabalho do professor supervisor de campo de estágio
Maria Cristina Giorgi (UERJ)
Rosane Manfrinato (UERJ)
Nosso trabalho tem como foco o estágio supervisionado obrigatório, etapa constitutiva da formação profissional
184
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
do professor de E/LE e laço entre formação acadêmica e prática profissional. Observando que dentre os muitos
estudos nesse âmbito, todavia grande parte prioriza a dificuldade de articulação entre teoria e prática, temos
como objetivo propor discussão sobre a relevância do papel do professor supervisor de campo de estágio na
formação docente. Pouco se tem explorado os saberes e atribuições que constituem o trabalho desse
professor, que é, a nosso ver, mais do que o regente de disciplina, do que “o professor da escola”; é um
profissional que compartilha com o professor da licenciatura, “o professor da universidade”, a orientação dos
estagiários em vários níveis, contribuindo, assim, para a construção de conhecimento teórico-prático
necessário ao metier do professor. O enfoque teórico centra-se em um possível diálogo entre estudos do
trabalho (Schwartz, 1997, Amigues 2004, e a Análise do discurso de orientação enunciativa (Maingueneau,
2005), além de propostas de Foucault relativas a poder e saber (1987, 1996). Desse modo, por meio de uma
perspectiva discursiva, pretendemos dar visibilidade à importância do papel do professor de campo na
formação do futuro docente de E/LE, que por estar em situação real de trabalho, pode e deve oferecer
contribuições valiosas para o entendimento da atividade como debate de normas, em que o trabalhador, a
partir de suas experiências, valores e contatos com o coletivo, institui sua própria maneira de realizar a sua
prática, nesse caso, docente.
Palavras-chave: formação docente; orientador de campo; língua estrangeira
Pontes/diálogos entre universidades e instituições de ensino: estágios supervisionados em língua
estrangeira
Ana Elizabeth Dreon (UERJ)
Marina Vallim (UERJ)
O Conselho Nacional de Educação (CNE) estabeleceu, em 2002, através da Resolução CNE/CP 2, de 19 de
fevereiro, modificações quanto à carga horária dos cursos de Formação de Professores da Educação Básica,
em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, o que determinou o aumento de disciplinas
relacionadas às licenciaturas nas Instituições de Ensino Superior (IES). Essa Resolução foi regulamentada pela
Deliberação UERJ 21/2005 que, por sua vez, estabeleceu a instalação de necessárias relações entre as IES e
os estabelecimentos de ensino campos de estágio. Nesse movimento, as IES passaram a dispor de um espaço
de observação e participação, entre outros, no ensino básico das esferas municipal, estadual e federal, de
acordo com os níveis contemplados por essas e oferecidos aos habitantes do Rio de Janeiro. Em decorrência,
o espaço novo propicia a nossos licenciandos de graduação do curso de Português-Espanhol a oportunidade
de vivenciar outras experiências, fora dos muros da universidade. A atuação nesses outros campos estabelece
trocas que envolvem os futuros professores, licenciandos da IES, os docentes dos estabelecimentos públicos,
orientadores do estágio de campo, e os professores orientadores de estágio da IES. O grupo constituído
planeja estratégias de atuação implementadas e reavaliadas em fluxo contínuo, destinadas às práticas
docentes. Instaura-se um cenário de reflexão sobre o fazer pedagógico, tomando LIMA e AROEIRA (2011) e
FREIRE (1997), visando a que os alunos da graduação em língua espanhola estabeleçam parâmetros críticos
e construam sua própria identidade profissional, que se materializará em seu trabalho como professores.
Nesse sentido, a proposta se destina a apresentar como se organiza e é posto em prática um trabalho
integrado e integrador entre IES e escolas conveniadas, com base em espaços efetivamente reflexivos sobre a
atuação docente dos licenciandos.
Palavras-chave: estágios orientados; língua estrangeira; instituições públicas
A diversidade na elaboração de materiais didáticos: uma forma de avaliação de estagiários
Angela Marina Ferreira (UERJ)
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em 2006 passou por modificações curriculares, que
imprimiram novas disciplinas voltadas para diferentes tipos de estágios aos futuros professores de espanhol.
Dentre essas disciplinas, duas de estágio básico de espanhol (I e II) e uma teórica de Produção de Material
Didático ficaram a cargo do Instituto de Aplicação (CAp/UERJ). Uma vez que a carga de estágio foi ampliada,
buscamos no CAp focar o nosso trabalho na produção de material didático diversificado, já que boa parte das
discussões teóricas era motivo de debates em disciplinas anteriores. Essa escolha se deveu ao fato de
percebermos que, apesar do extenso currículo e do bom nível de discussão teórica, a maioria dos alunos
demonstrava despreparo quanto à elaboração de material didático, principalmente no que dizia respeito à
preparação de aulas que pudessem vir a fugir de um esquema por eles considerado padrão. Através da
185
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
elaboração de material didático diferenciado, levantamento das dificuldades encontradas e reelaboração desse
material preparado pelos alunos a partir das considerações feitas pelo professor orientador, foi possível
verificar um melhoria no padrão de qualidade desse material que visaria o respeito à liberdade, o apreço à
tolerância, o pluralismo de ideias em busca de um mundo mais equânime - em que as diferenças venham a
somar. Tomamos como base para nosso trabalho BRASIL (1988 e 1996), GIOVANNINI, Arno et alii (1996),
KATUTA (2003), KOCH (2010), OLIVERAS (2000), SCHNEIDER (2003) e SEVERINO (2000).
Palavras-chave: produção de material didático; prática de Ensino; estágio
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS EM INSTITUIÇÕES TECNOLÓGICAS
Coordenador: Antonio Ferreira da Silva Júnior (CEFET/RJ, PUCSP)
A proposta desta sessão coordenada sobre o tema “Formação de professores de línguas em Instituições
Tecnológicas” tem como objetivo, primeiro, reunir trabalhos de professores/pesquisadores sobre a formação
inicial e/ou continuada de professores em Instituições Tecnológicas, espaços historicamente de excelência
dentro do campo dos saberes exatos e industriais. Segundo, provocar uma reflexão sobre o papel do professor
formador frente ao desafio de atuação nesse contexto, onde há a necessidade constante do diálogo entre
saberes, da discussão de novas formas de letramento, da flexibilidade curricular e da convivência entre
diferentes níveis de ensino. Os professores envolvidos nesta mesa compartilham de uma abordagem
discursiva-dialógica da linguagem e defendem a necessidade de uma formação baseada em atividades de
cunho reflexivo (CELANI, 2001). Portanto, as bases teóricas que fundamentam os trabalhos dos pesquisadores
envolvidos são o interacionismo sócio-discursivo, as concepções de trabalho docente propostas pelas Ciências
do Trabalho, o diálogo entre os saberes docentes e as teorias sobre o professor reflexivo. A presente sessão
coordenada espera contribuir no debate em relação ao tema da formação (inicial e continuada) de professores
de línguas (materna e estrangeira) em Instituições Tecnológicas (temática ainda pouco explorada por
pesquisadores da Linguística Aplicada e/ou Educação), a docência experimental e a inserção do licenciando
em projetos de cunho teórico-prático, tendo em vista as principais mudanças da educação brasileira desde o
século XX.
A formação de professores de espanhol no Instituto Federal do Rio Grande do Norte: reflexões sobre a
prática docente
Antonio Ferreira da Silva Júnior (CEFET/RJ, PUCSP)
Nesta apresentação, trazemos para discussão os resultados parciais de nossa pesquisa de Pós-Doutoramento
em Linguística Aplicada, cujo objetivo central está em estudar a inserção do curso de Licenciatura em Espanhol
no contexto de dois Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia e das concepções de ensino de
língua espanhola de professores formadores por meio da análise de relatos decorrentes de entrevistas
estruturadas (GIL, 1999; TELLES, 2002), tendo em vista o conceito de abordagem reflexiva (CELANI, 2001;
GIMENEZ, 2004). Para esta comunicação, resolvemos fazer um recorte em nosso corpus de análise,
direcionando nosso olhar para o estudo crítico do projeto político pedagógico do Curso de Licenciatura em
Língua Espanhola do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), pioneiro na oferta de cursos de Letras
no cenário da Rede, e no relato de um dos professores formadores. A partir dos estudos da linguagem como
prática social (BAHKTIN, 2003), esperamos, neste trabalho, destacar o conceito de língua e de aprendizagem
que sustenta o projeto pedagógico do referido curso e confrontá-lo com as reflexões do professor informante
sobre sua atuação e prática docente. Esperamos com este estudo divulgar a formação inicial de professores de
espanhol nos Institutos Federais, em particular o caso do IFRN, e mostrar a configuração desses novos
espaços de formação docente. Para alcançar tais objetivos, recorremos, principalmente, aos estudos teóricos
de PARAQUETT (2008), PAIVA (2005), DAHER (2006), DAHER e SANT’ANNA (2010) e CELANI (2001).
A construção do conhecimento interdisciplinar na formação de educadores do ensino tecnológico
Claudia Maria Vasconcelos Lopes (CEFET/RJ, PUCSP)
A presente comunicação tem como objetivo principal historicizar, fundamentar, justificar e problematizar a
questão dialógica das disciplinas, ou seja, a proposta interdisciplinar a partir de uma perspectiva pós-moderna
186
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
(Hall, 2000). Em um segundo momento a mesma, visa apresentar o caminho que está sendo percorrido por
uma profissional de ensino de língua estrangeira, detalhando as suas opções pedagógicas, que procuram
contemplar a interdisciplinaridade, dentro de uma realidade disciplinar. A sala de aula de língua estrangeira foi
o cenário inicial onde as pontes foram construídas com outras áreas do saber, e novas práticas foram
inauguradas e que vem se fortalecendo com a criação de um grupo de estudo intitulado GTin. Este GT é
formado por docentes do seu contexto de pesquisa e se afilia ao projeto pedagógico institucional do CEFET/RJ
que visa discutir, refletir, estimular e vivenciar práticas pedagógicas dialógicas no viés Vygotskiano. Porém,
durante os encontros do mencionado GT observou-se a necessidade de um aprofundamento teórico, mas
amplo que contemplasse a interdisciplinaridade, para que em um segundo a perspectiva interdisciplinar fizesse
mais sentido para os docentes envolvidos no processo de aprendizagem. Desta forma, esta comunicação seria
mais um passo para que novas discussões sejam inauguradas e que as práticas interdisciplinares tenham base
mais sólidas refletindo no fazer pedagógico. Como fio condutor, a comunicação visa historicizar a questão da
formação disciplinar, problematizando-a e a levando a reflexão a partir do momento contemporâneo. Para isto,
alguns autores como Foucault, Zygmund Bauman, Hall e Ivani Fazenda serão abordados. Além da teoria
apresentada no primeiro momento, alguns projetos implementados e outros que ainda estão sendo
desenvolvidos no contexto de pesquisa que contemplam a perspectiva interdisciplinar serão
apresentados. Todos com o objetivo de dar um caráter interdisciplina a educação tecnológica e ampliar as
discussões nas diversas áreas do saber que permeiam o contexto de pesquisa.
Concurso público para professor de língua espanhola dos institutos federais
Antonio Ferreira da Silva Júnior (CEFET/RJ, PUCSP)
Nos últimos anos, em consequência da lei 11.161/2005, que dispõe sobre a oferta obrigatória da língua
espanhola, temos acompanhado a abertura de vagas de concurso público para professores de espanhol nas
escolas que compõem a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. Porém, nem sempre, o edital e
a prova de seleção condizem com os documentos normativos norteadores da atuação do professor da
Educação Básica brasileira. A evolução metodológica do ensino de línguas implica também um repensar dos
concursos públicos de seleção docente ao magistério, independente do âmbito, seja estadual, municipal ou
federal. No entanto, nem sempre o programa do concurso e a prova de seleção (objetiva ou discursiva) ao
cargo de professor de línguas estrangeiras, em nosso caso o de espanhol, correspondem às discussões mais
recentes da área do ponto de vista linguístico e/ou pedagógico. Muitos concursos ainda se limitam a restringir a
avaliação docente a uma mera prova escrita cujos conhecimentos gramaticais da língua estrangeira ocupam o
centro das atenções. Esses exames acabam por definir o perfil do professor de língua estrangeira da escola
pública brasileira. Não queremos dizer que não seja necessário conhecer a gramática de uma língua para ser
professor da mesma, mas acreditamos que exigir somente esse conhecimento não possibilita que o professor/
candidato demonstre conhecimento de outras competências tão importantes para uma prática docente
reflexiva. A partir disso, pretendemos neste estudo, apresentar uma reflexão a partir do gênero prova de
seleção escrita para o cargo efetivo de professor de espanhol dos Institutos Federais, em particular do Estado
do Rio de Janeiro (seleções de 2009 e 2011). Esperamos problematizar a discrepância entre a teoria e a
prática e a atuação docente em diferentes níveis de ensino. Como forma de alcançar nossos objetivos,
recorremos aos estudos teóricos de Daher (2006) e Paraquett (2009).
CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES E DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES NA FORMAÇÃO DE
PROFESSORES: ESTABELECENDO RELAÇÕES E ENCARANDO DESAFIOS NA PRÁTICA DOCENTE
Coordenador: Ariovaldo Lopes Pereira (UEG)
Esta sessão coordenada apresenta três trabalhos que abordam diferentes aspectos do processo de formação
de professores, tendo como foco a construção de identidades, seu vínculo com o desenvolvimento de
habilidades e a relação entre alunos-professores em formação e os professores-formadores. Os proponentes
são membros do grupo de pesquisa denominado ELEL – Estudos Linguísticos e Ensino de Línguas,
cadastrado no CNPQ, atuando na linha de pesquisa Processos de Ensino e Aprendizagem de Línguas. O
primeiro trabalho é um relato das ações desenvolvidas no âmbito da nova proposta de formação universitária
de professores de línguas estrangeiras da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás. O estudo
enfoca a construção de identidades dos acadêmicos como professores e como pesquisadores de sua prática.
A segunda comunicação refere-se a um estudo desenvolvido no CEPAE da Universidade Federal de Goiás, o
qual investiga a contribuição de professores-orientadores de estágio na construção de identidades de futuros
187
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
professores de línguas, indagando como os professores formadores podem contribuir para a construção de
identidades autônomas. Partindo da análise crítica de uma unidade de livro didático destinado ao ensino de
português como língua adicional, o terceiro trabalho discute a importância de se preparar os futuros
professores de línguas para lidar criticamente com materiais didáticos. O pressuposto que fundamenta esse
trabalho é de que o desenvolvimento de habilidades de produção, análise e avaliação desses instrumentos
pedagógicos deve ser parte essencial da formação da identidade profissional dos trabalhadores da educação
linguística.
Futuros professores de LEs integrando novas identidades: o desafio das novas diretrizes para a
formação do professor da educação básica
Eliane Carolina de Oliveira (UFG)
Autores como Nóvoa (1995), Pimenta (2002) e Pimenta e Anastasiou (2002) afirmam que a identidade não é
um dado imutável nem externo, nem tampouco um produto pronto e acabado que possa ser adquirido, mas um
processo de construção contínuo que se dá nas dimensões sociais, históricas e culturais. Isso significa que, por
influência das circunstâncias existentes num dado momento histórico e social e das necessidades postas pela
sociedade, algumas profissões surgem e se transformam; outras praticamente deixam de existir. Nóvoa (1995)
afirma que é mais adequado falar em processo identitário, uma vez que “a construção de identidades passa
sempre por um processo complexo graças ao qual cada um se apropria do sentido da sua história pessoal e
profissional. É um processo que necessita de tempo. Um tempo para refazer identidades, para acomodar
inovações, para assimilar mudanças.” (NÓVOA, ibid, p. 16, grifo do autor). Partindo do pressuposto que a
identidade de professor é uma síntese constituída pela soma das várias relações estabelecidas pela pessoa do
professor e pelo profissional professor ao longo da sua vida, sendo, dessa forma, um processo em constante
mutação, pretendo apresentar nesta comunicação algumas ações implementadas no novo projeto de formação
universitária de professores de línguas estrangeiras da Faculdade de Letras da UFG e seus respectivos
resultados. A questão da mudança de identidades dos discentes é enfocada, uma vez que eles estão
adicionando às suas identidades de alunos a identidade de professor e de pesquisador da sua própria prática.
Será dada ênfase ao aspecto da formação do futuro professor para a utilização das novas TICs (Tecnologias
de Informação e Comunicação) (BRASIL, 2002; PAIVA, 2001; RAMOS; FREIRE, 2000).
Palavras-chave: identidade docente; formação de professores de línguas estrangeiras; TICs.
Afinal, como foi a aula, professora? Alguns modelos de feedback durante o processo de supervisão de
professores em formação
Barbra do Rosário Sabota Silva (UFG/UEG)
Este trabalho é um recorte de um estudo bibliográfico sobre a interação na formação universitária do professor
de línguas estrangeiras, desenvolvido em nossa instituição. A pergunta do início do título se interpõe com muita
frequência no cenário de formação de professores de LE. É comum que estagiários busquem na fala do
professor-supervisor um relato que valide sua prática ou alguma consideração sobre o que ainda falta
aprimorar para que ele termine seu estágio. Mas como podemos, como professores formadores, agir neste
momento tão importante de modo a contribuir para a construção de uma identidade profissional autônoma
deste futuro professor? Nosso objetivo/foco central aqui é, portanto, no feedback que ocorre após as
observações de aula na escola-campo e, em decorrência disso, a) no evento de observação de aulas, que
pode ser um momento de geração de estresse e comprometimento das relações interpessoais (RICHARDS,
1998), que pretendemos discutir e b) na observação e moderação da linguagem utilizada durante as
discussões, quando apresentamos e analisamos alguns modelos de críticas observadas comumente nestes
momentos, classificando-as em: colaborativa, construtiva e desconstrutiva. Para tal caracterização, foram
observados critérios linguísticos e paralinguísticos. Considerando que o momento de feedback pode favorecer
o aprimoramento de conhecimentos específicos (como melhorar a acuidade gramatical ou fluência em uma
língua, por exemplo), propiciar a reflexão e o desenvolvimento da criticidade sobre a sua atuação como
docentes (MAGALHÃES, 1996; LIBERALI, 1996; SABOTA, 2005; BORELLI, 2006) e, ainda, atuar como
suporte no modo como o estagiário começa a definir sua identidade profissional (MARSHALL, 2008), este
estudo se pauta pela possibilidade de que a interação colaborativa pode acontecer na formação universitária
de professores de línguas e favorecer tal autonomia, contribuindo, assim, para a constituição da identidade do
futuro professor de línguas.
188
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Palavras-chave: identidade profissional; autonomia; interação colaborativa.
Capacidade de lidar criticamente com materiais didáticos: traço essencial da identidade de professores
de línguas
Ariovaldo Lopes Pereira (UEG)
Liliana Gottheim (CEL - UNICAMP)
São muitos os desafios que se apresentam no processo de formação de professores e, posteriormente, na sua
prática docente do dia a dia. Os cursos de formação de professores têm a função social de contribuir efetiva e
eficazmente com o processo de construção de identidades profissionais dos sujeitos que os buscam. Assim, os
programas de formação inicial e continuada assumem a difícil tarefa de dar respostas à sociedade que anseia
por profissionais da educação conscientes de seu papel social e comprometidos com a transformação dessa
sociedade. Nesse sentido, esta comunicação propõe uma discussão acerca da importância de se preparar
professores de línguas para lidar criticamente com materiais didáticos. No processo de constituição da
identidade desses profissionais esse traço referente à habilidade de produzir, analisar e avaliar, de forma
crítica, materiais didáticos para o ensino de língua é de fundamental importância, uma vez que o professor faz
uso constante desse tipo de ferramenta em sua prática docente. Assim, com base na análise de uma unidade
de ensino-aprendizagem de um material didático de Português para Falantes de Espanhol em nível avançado
(Almeida e Barbosa, 2010) e tendo como referência estudos sobre critérios norteadores de processos de
elaboração e avaliação de material didático (Dias, 2009; Almeida Filho, no prelo; Tomlinson, 2003; 1998),
pretendemos discutir a aplicação de princípios teóricos de abordagem comunicativa intercultural (Hall, 2002;
Kramsh, 1998; Byram, 1997) à produção da unidade analisada. Para tanto, apresentamos uma leitura de como
percebemos influências teóricas ditadas por abordagem contemporânea na construção dessa unidade de
ensino, de forma a suscitar reflexões quanto à importância do professor como agente facilitador no
desenvolvimento de competências comunicativas pelos alunos, através do uso de materiais didáticos.
Palavras-chave: identidades profissionais; habilidades docentes; análise crítica de materiais didáticos.
ESTÁGIO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: TENDÊNCIAS E POSSIBILIDADES PARA O ENSINO DA
ESCRITA, DA LEITURA E DA ANÁLISE LINGUÍSTICA
Coordenador: Áurea Suley Zavam (UFC)
Esta sessão coordenada tem por objetivo mostrar resultados de pesquisas realizadas com alunos de
graduação em Letras, especificamente, nas disciplinas de Estágio em Língua Portuguesa. As pesquisas têm
como objetivo investigar quais as concepções de escrita e de leitor de estagiários e professores de Língua
Portuguesa de escolas da educação básica, bem como o de discutir o ensino de análise linguística nessas
instituições de ensino, para que se possa traçar um panorama sobre como são as práticas pedagógicas mais
recorrentes desse ensino, como tais práticas poderiam ser e qual a compreensão do papel da gramática na
formação do professor de Língua Portuguesa. Para a realização deste trabalho baseamo-nos na teoria
sociointeracionista de Vygotsky (1998) e de Bakhtin (1979), a qual nos permitiu considerar o valor interativo e
dialógico da linguagem, em Calkins (1989), Rocha (1993), Soares (1997) e Colello (1997, 2007) que nos
mostram algumas reflexões sobre a escrita na escola; em Fulgêncio e Liberato (1992), Kleiman (1992), Bakhtin
(1997), Cardoso e Teberosky (2000), Pietri (2007), nas reflexões sobre a formação do leitor, e nos estudos
funcionalistas de Neves (1997; 2003), que focalizam a relação entre ensino de gramática e uso efetivo da
língua; bem como nas propostas de Bortoni-Ricardo (2004; 2005), que possibilitam considerar as teorias da
variação linguística no espaço da sala de aula. Os resultados das pesquisas nos mostraram alguns
desencontros, entre os estagiários e os professores, em relação ao ensino da compreensão, da produção de
textos e da análise linguística. Essa constatação nos permitiu chegar à conclusão de que ainda há muito por
se fazer em relação às concepções de escrita, leitor e gramática que norteia o agir do professor.
Ensino de análise linguística: o que a prática docente tem a nos dizer
Áurea Suley Zavam (UFC)
Com o aporte da perspectiva sociointeracionista-discursiva dos estudos da linguagem e das contribuições,
189
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
principalmente, da Linguística Aplicada e da Sociolinguística, este trabalho se propõe a discutir o ensino de
análise linguística, visando alcançar três objetivos: i) traçar um panorama sobre como são as práticas
pedagógicas mais recorrentes desse ensino; ii) revelar como tais práticas poderiam ser; iii) refletir sobre a
compreensão do papel da gramática na formação do professor de língua portuguesa. Para tanto, baseamo-nos
na concepção de linguagem como processo de interação, que se ancora fundamentalmente nos postulados de
Bakhtin (1992; 2003); nos estudos funcionalistas de Neves (1997; 2003), que focalizam a relação entre ensino
de gramática e uso efetivo da língua; nas propostas de Bortoni-Ricardo (2004; 2005), que possibilitam
considerar as teorias da variação linguística no espaço da sala de aula. Aliadas a esses pressupostos, foram
consideradas, ainda, as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), particularmente no que
tange ao ensino de análise linguística. A pesquisa foi desenvolvida com 20 alunos da disciplina Estágio em
Ensino de Análise Linguística e 20 professores da rede pública de Fortaleza-Ceará e passou por três etapas.
Na primeira, foram observadas 04 aulas de cada professor participante; na segunda, foi aplicado a esses
professores um questionário, composto por questões fechadas e abertas; e por último foi analisado o material
didático que serviu de suporte às aulas observadas. Os resultados revelaram que, a despeito de vários
professores reconhecerem o fenômeno da variação linguística e as contribuições da Linguística Aplicada, a
prática da análise linguística em sala de aula ainda se pauta pelos ditames da gramática prescritiva assim
como pelas noções de certo e errado no uso da língua. Essa constatação permitiu chegar à conclusão de que
ainda há muito por se fazer em relação à concepção de gramática que norteia o agir do professor.
Palavras-chave: Ensino de análise linguística. Concepção de gramática. Formação de professor.
Concepções de escrita na sala de aula: o que pensam o professor e o estagiário?
Monica de Souza Serafim (UFC)
Dentre as várias funções delegadas à escola na formação do cidadão, a função de formar escritores exerce um
dos papéis mais importantes, pois a escrita fornece ao aluno as condições para alcançar vários objetivos do
ensino. Desse modo, uma questão fundamental é a maneira como o estagiário e o professor de Língua
Portuguesa concebem a escrita, já que a forma como esta é pensada orienta como será o trabalho escolar com
esta modalidade de língua. Assim, pretendemos neste trabalho investigar quais as concepções de escrita dos
estagiários do Curso de Letras e dos professores de Língua Portuguesa que lecionam em salas de aula do
Ensino Fundamental, e quais as implicações disso para o ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa. Para a
realização deste trabalho baseamo-nos na teoria sociointeracionista de Vygotsky (1998) e de Bakhtin (1979), a
qual nos permitiu considerar o valor interativo e dialógico da linguagem, e em Calkins (1989), Rocha (1993),
Soares (1997) e Colello (1997, 2007) que nos mostram algumas reflexões sobre a escrita na escola. Para
empreendermos este trabalho, realizamos uma entrevista do tipo estruturada com 25 estagiários de uma
universidade pública, cujo local de prática de estágio em Ensino de Língua Portuguesa ocorreu em escolas
públicas de Fortaleza-CE e com 25 professores responsáveis por tais salas de aula. Os dados coletados nesta
pesquisa mostraram que dentre as concepções de escrita estruturalista e sociointeracionsta, a concepção de
escrita predominante entre aqueles foi a sociointeracionista e entre os professores foi a estruturalista, fato que
nos mostra que poucos foram os professores que conceberam a escrita como uma atividade de interação. Isso
nos permitiu concluir que é cada vez mais urgente a necessidade de implantar uma política de formação
contínua do professor e de incentivo à escrita aos alunos, para que ambos percebam a escrita como um
processo interativo.
Palavras-chave: Práticas de escrita. Concepção de escrita. Formação de professor.
Que leitor formar na escola? Um ponto de partida para as aulas de leitura
Ana Célia Clementino Moura (UFC)
Muitos alunos apenas decifram os signos linguísticos sem conseguirem compreender o que de fato expressam,
com que motivações foram produzidos, a que público se destinam, ou seja, são meros decifradores de palavras
escritas que apenas conseguem ler pequenos textos e, à medida que se deparam com textos que apresentam
alguma complexidade, as dificuldades de compreensão, interpretação e aplicação os sufocam. Acreditamos
que, se os estudantes, desde cedo, forem estimulados a ler nos lugares sociais por que transitam, o hábito e o
gosto pela leitura podem ser desenvolvidos, e lhes servirão de excelente ferramenta não apenas para
assimilação e compreensão de todas as disciplinas, mas para a sua atuação no mundo. Concebemos que, na
escola, só poderão surgir leitores proficientes se lá existirem profissionais preocupados com a formação de
190
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
bons alunos-leitores. Por sua vez, a formação do profissional do ensino da leitura vai requerer que ele tenha
claramente estabelecido o perfil de leitor proficiente o qual, indiscutivelmente, deverá convergir para os
propósitos que considera indispensáveis nas aulas de leitura. É objetivo deste trabalho verificar, na fala dos
formandos de Letras, os caminhos que se cruzam entre: i) o que consideram ser um leitor proficiente; ii) quais
devem ser os principais propósitos dos professores nas aulas de leitura, para que sejam formados leitores
proficientes. Participaram desse trabalho trinta e seis formandos do curso de Letras da Universidade Federal
do Ceará a quem solicitamos: a) descrever um leitor proficiente; e b) apresentar os propósitos que deve ter um
professor em aulas de leitura. Do discurso dos participantes, com base em Fulgêncio e Liberato (1992),
Kleiman (1992), Bakhtin (1997), Cardoso e Teberosky (2000), Pietri (2007), dentre outros, inferimos que nossos
alunos caracterizaram bem o leitor proficiente e que alguns demonstram saber, teoricamente, como proceder
para formar bons leitores.
Palavras-chave: Leitor proficiente. Formação de professor. Aula de leitura.
LICENCIATURA EM LETRAS INGLÊS EM CAMPI DE INTERIORIZAÇÃO DA UFPA: ASPECTOS QUE
PODEM IMPLICAR NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Coordenador: Cíntia Silva de Moura (UFPA)
Esta proposta de comunicações coordenadas se justifica pela necessidade de se discutir aspectos de ensino e
de aprendizagem de língua estrangeira, no âmbito dos cursos de Licenciatura em Letras Inglês ofertados nos
campi de interiorização da Universidade Federal do Pará (UFPA), em sua maioria cursos novos. Apesar de
estarem vinculados a mesma instituição, esses cursos constituem espaços de ensino/aprendizagem de língua
estrangeira com particularidades que merecem ser exploradas e problematizadas, por meio de atividades de
pesquisa, ensino e extensão. Portanto, os trabalhos aqui apresentados têm como objetivo colocar em foco
questões relativas à formação do professor de língua inglesa, como por exemplo: a) a identificação e a análise
de traços de motivação e autonomia na produção escrita na língua alvo e as possíveis causas que levam à
falta de motivação e interesse nessa habilidade linguareira; b) o uso das tecnologias de informação e
comunicação (TICs) como meio para se explorar e problematizar a interculturalidade no ensino/aprendizagem
de língua estrangeira; e c) a identificação de crenças sobre ensinar/aprender a ser professor de inglês como
língua estrangeira e a análise das implicações de tais crenças na formação docente. Os trabalhos aqui
propostos dão uma pequena, mas relevante, amostra do rico espaço de pesquisa que os cursos de
Licenciatura em Letras Inglês dos campi de interiorização da UFPA vêm constituindo e que apenas começam a
ser explorados.
Palavras-chave: formação de professores; licenciatura em Letras Inglês; ensino/aprendizagem de línguas.
O uso das TICs na formação do professor de inglês:
uma proposta de ensino intercultural em Marabá/PA
Jairo de Araujo Souza (UFPA/Marabá)
Cíntia Silva de Moura (UFPA)
Nosso trabalho busca desenvolver projeto de ensino/aprendizagem de língua estrangeira (LE) com enfoque
intercultural no âmbito do curso de Letras Inglês da Universidade Federal do Pará (UFPA)/Marabá; tendo como
principais preocupações: a) a formação do professor de língua inglesa em sintonia com as possibilidades de
articulação da prática docente ao uso das TICs (PAIVA, 2010); b) o uso das TICs com o objetivo de diminuir a
lacuna existente entre a cultura escolar e o mundo ao seu redor (CHAMBERS; BAX, 2006); c) o ensino de
língua inglesa com enfoque nas dimensões interculturais inerentes ao processo de aprendizagem de línguas
(STARKEY; GRIBKOVA e BYRAM, 2001; GIMENEZ, 2007; KRAMSCH, 2009). Nosso trabalho se desenvolve
como parte das atividades de Estágio Supervisionado, tendo sido iniciado no primeiro semestre de 2012.
Primeiramente, realizaram-se sessões de leitura teórica e discussão sobre os dois principais temas do projeto
(uso das TICs e ensino intercultural) e tarefas para a familiarização dos graduandos com as TICs, como
embasamento para a elaboração de atividades didáticas e sua experimentação na escola durante o período de
estágio propriamente dito, o que está previsto para o segundo semestre de 2012, como o segundo momento do
projeto. O desenvolvimento do trabalho já nos permite inferir que os dois temas geram grande interesse e
motivação nos professores em formação, ao mesmo tempo em que estes revelam pouco conhecimento e uso
das TICs e concepções que territorializam cultura e relações interculturais. Esses primeiros dados apontam
para algumas dificuldades e desafios a serem enfrentados pelo professor formador no âmbito da universidade
191
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
e pelo professor em formação no âmbito da escola.
Palavras-chave: tecnologias de informação e comunicação; ensino intercultural; formação de professores de
língua estrangeira.
Fatores que (des)motivam a aprendizagem da produção escrita: uma experiência no campus de
Altamira/PA
Gizelia Maria Freitas (UFPA)
O presente trabalho tem por objetivo apresentar os resultados de um projeto desenvolvido com alunos de
Licenciatura em Letras Inglês apresenta uma pesquisa cujo objetivo consiste em detectar e analisar traços de
motivação e autonomia para escrever em LE, além de identificar as causas que levam os alunos de um curso
de graduação à falta de motivação e interesse na escrita em língua estrangeira. Para tanto, foi realizada uma
pesquisa qualitativa, do tipo estudo de caso, tendo como instrumentos de coleta de dados questionários e a
produção textual dos alunos, em forma de narrativa de aprendizagem. Com os instrumentos procuramos: a)
conhecer os motivos dos alunos para estudar e escrever na língua-alvo (inglês); b) verificar o grau de
autonomia dos aprendentes envolvidos. A fundamentação teórica deste estudo sobre autonomia e motivação
inclui as contribuições de Benson (2001), Scharle e Szabó (2000), Dörnyei (2001), Dörnyei e Ottó (1998) e
Ushioda (1996). Os resultados desta pesquisa proporcionam, aos professores, uma reflexão sobre as
abordagens metodológicas utilizadas em seu trabalho, assim como uma análise sobre a realidade do
ensino/aprendizagem da modalidade escrita, oferecendo reflexões para o professor, de modo a minimizar,
assim, os problemas que vêm dificultando sua atuação em sala de aula. Também possibilita ao professor
refletir melhor sobre seu papel como coordenador e motivador da aprendizagem no ambiente escolar, para que
esta ocorra num clima de participação e harmonia.
Palavras-chave: autonomia; motivação; escrita.
O professor que a universidade quer formar e o professor que quero ser: crenças sobre o processo de
formação em um curso de Letras Inglês em Marabá/PA
Luciana Kinoshita da Silva (UFPA)
Este estudo foi desenvolvido em uma universidade pública federal do interior do Pará e apresenta resultados
iniciais de um projeto de pesquisa intitulado Ensinar/Aprender a ser professor de ILE: (mudanças de) crenças
de professores e alunos sobre o processo. Coletamos dados a partir de narrativas multimodais de
aprendizagem de alunos do primeiro ao terceiro ano do curso de Licenciatura em Letras Inglês da instituição
com o propósito de identificar as crenças dos sujeitos sobre ensinar/aprender a ser professor de inglês como
língua estrangeira para então investigar as implicações de tais crenças em seu processo de formação
acadêmica. Os dados produzidos foram analisados com base em Barcelos (2006, 2007 e 2011), Barcelos e
Coelho (2010), Simão, Caetano e Flores (2005), Barcelos, Kalaja e Paiva (2008), Bortoni-Ricardo (2008), e
Paiva e Nascimento (2011). Resultados preliminares indicam que, independentemente do ano que o aluno
esteja cursando, existem ainda várias convergências e divergências em relação à(s) concepção(ões) dos
sujeitos a respeito de como a sua própria formação de professor de língua estrangeira deve acontecer dentro
da universidade. Concluímos que as diferentes abordagens de aprender/ensinar língua (materna ou
estrangeira) com as quais os participantes tiveram contato ao longo de toda a sua vida escolar fizeram com
que eles criassem expectativas negativas e positivas em relação à universidade e ao seu processo de
formação acadêmica, o que, consequentemente, pode vir a influenciar na sua futura atuação como professor.
Palavras-chave: narrativa multimodal de aprendizagem; crenças; formação de professores.
COLABORAÇÃO E APRENDIZAGENS: UMA EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO COLABORATIVA DE
PROFESSORES DE INGLÊS NO ESPAÇO PIBID
Coordenador: Claudia Christian Silva VALK (PG-UEL)
Representações dos papeis de professores-supervisores do PIBID
192
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Lilian Kemmer Chimentão (PIBID-UEL)
Adriana Grade Fiori-Souza (PIBID-UEL)
Tem se tornado cada vez maior o número de programas que visam ao aprimoramento da formação de
professores, seja inicial ou continuada. Programas como PIBID, PARFOR, PDE, PRODOCÊNCIA, entre outros,
são indicadores de políticas públicas que caminham nesta direção. Frente a esse cenário e em razão de nossa
atuação como formadoras no programa PIBID-UEL/2011, sentimos a necessidade de compreender como os
professores da educação básica na rede pública de ensino estão percebendo sua própria atuação nesse
contexto, uma vez que um dos objetivos do PIBID é justamente “incentivar escolas públicas de Educação
Básica, mobilizando seus professores como co-formadores dos futuros docentes e tornando-as protagonistas
nos processos de formação inicial para o magistério” (CAPES, PIBID/2011, Portaria 260, p.03). A busca por tal
compreensão apoia-se em estudos sobre identidades de professores (REIS, VAN VEEN, GIMENEZ, 2011;
HALL, 2006; BOHN, 2005) em sua relação com as tomadas de decisões, ações e sentimentos expressos por
esses profissionais. Para tanto, foi solicitado a dois professores-supervisores, vinculados a escolas estaduais
da rede pública e integrantes do subprojeto de Letras-inglês/UEL, que redigissem um relato individual da
experiência vivenciada até o momento, salientando os papeis ou atribuições assumidos por eles ao longo do
trabalho desenvolvido. Vale ressaltar que as considerações feitas nos relatos foram aprofundadas em uma
sessão de grupo focal com os dois professores, a qual foi gravada e transcrita. A análise crítica dos dados
parece indicar uma relação hierárquica da universidade com a escola, na qual o professor formador ainda é
visto como o detentor do conhecimento, e discentes e professores-supervisores como os receptores desse
conhecimento.
Palavras-chave: formação de professores, representações, identidades
Representações de conflito nas falas de professores em um contexto de ensino colaborativo
Claudia Christian Silva VALK (PG-UEL)
Conflitos geralmente são vistos como negativos, e são frequentemente evitados. Contudo, em contextos de
ensino colaborativo, o conflito precisa ser encarado com uma oportunidade de crescimento e desenvolvimento
(Donner et. al., 2008). Em seu livro Creative Collaboration, Jonh-Steiner (2000), pesquisadora no campo da
psicologia sócio-histórico-cultural, discute o conflito como crucial para práticas bem sucedidas de ensino
colaborativo. A partir da perspectiva teórica que entende o desenvolvimento como possibilitado nas e pelas
práticas sociais, em dadas culturas e tempos (Vygotsky, 1978) e apoiado nos estudos sobre colaboração
(Donner et. al., 2008; Phelan et. al., 1996; Roth et. al., 1999; John-Steiner, 2000; Mateus, 2009; 2011;
Magalhães e Liberali, 2009), este trabalho visa analisar e discutir representações de conflito em um grupo de
professores de inglês envolvidos em prática de ensino colaborativo em um curso de licenciatura. O que nos
interessa é compreender de que maneira os conflitos, inerentes ao trabalho colaborativo, inibem ou possibilitam
a transformação da práxis, conforme os professores envolvidos. Os dados foram coletados por meio de
gravação em áudio de uma aula de metodologia de ensino, cuja temática era a discussão sobre um episódio
acontecido no contexto da escola pública, na qual o grupo realizava ensino colaborativo como parte de seu
estágio curricular. A análise indica que, quando o conflito é representado como negativo, há uma tendência ao
silêncio e à subordinação e que, quando o conflito é representado como positivo, há uma tendência ao
protagonismo. Assim, espera-se que este trabalho possa contribuir para a compreensão, e consequentemente,
para a realização de experiências que permitam a consolidação de práticas dessa natureza.
Palavras-chave: TASHC. Formação colaborativa. Conflitos.
Uma análise sócio-histórica de processos de sentidos no espaço PIBID-UEL/Inglês de formação de
professores
Marta Gresechen Paiter Luzia de Souza (PG-UEL)
Com este trabalho objetivo investigar uma experiência de Formação Inicial e Contínua de Professores de Inglês
realizada no/pelo “Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência” – PIBID na Universidade Estadual
de Londrina (UEL). É relevante mencionar que este estudo consiste em um recorte de uma pesquisa de
mestrado que está em processo de desenvolvimento. Assim, neste trabalho, focalizo alguns dos aspectos
analisados no estudo como um todo. Considero o modelo de Formação Colaborativa proposto no subprojeto de
193
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Letras Estrangeiras Modernas/Inglês para analisar aspectos sócio-discursivos que potencializam/inibem
possibilidades de aprendizagem(s) dos professores envolvidos. É importante dizer que esta pesquisa parte dos
seguintes pressupostos: a palavra como indicador de transformação social (Bakhtin/Voloshinov, 2006) e os
espaços engendrados pela iniciativa PIBID como criadores de possibilidades de aprendizagens, as quais
podem vir a ser instrumento de um agir transformador-revolucionário do indivíduo e/ou coletivo em suas futuras
comunidades de atuação. A metodologia analítica, ou seja, o(s) processo(s) de reflexões conceituais acerca
das unidades de significado para a formação de categorias de análise, está alicerçada nos estudos da Análise
de Discurso Crítica (ADC) (FAIRCLOUGH, 1992/2001; HALLIDAY, 1994). Os pressupostos teórico-filosóficometodológico norteadores deste estudo baseiam-se na Teoria Sócio-Histórico-Cultural (TASCH) (Vygotsky,
1934; 1989) e em uma perspectiva dialógica de linguagem, fundamentada nos estudos bakhtinianos (Bakhtin,
1997; 2006). Os dados que possibilitam esta análise foram coletados por meio de gravações de áudio dos
grupos de estudo, dos quais participaram uma professora-pesquisadora (PP), uma professora-formadoracoordenadora (PFC), uma professora-colaboradora (PC) e nove professores-novatos (PNs). As reflexões deste
estudo pretendem levar contribuições a outras propostas de formação inicial e contínua de professores para
(re)pensar a (re)criação de possibilidades de produção conjunta de conhecimento.
Palavras-chave: Formação colaborativa de professores; Análise sócio-histórica; Processos de sentidos.
PRIMEIROS PASSOS E REFLEXÕES DA PARCERIA UNIFESP E ESCOLAS PÚBLICAS DE GUARULHOS
A sessão coordenada tem como propósito apresentar reflexões e inquietações iniciais da implantação do
Projeto Pedagógico Institucional da Licenciatura em Letras da Universidade Federal de São Paulo. Optamos
por priorizar a pareceria universidade-escola, deste modo nossas ações buscam materializar o objetivo de
estabelecer uma parceria colaborativa e uma relação horizontal com os atores envolvidos neste processo. As
comunicações apresentadas nesta sessão problematizam os caminhos e ações deste início de jornada.
A parceria universidade-escola na formação docente: tensões e negociações
Simone Nacaguma (UNIFESP)
Considerando que “a dificuldade em se introduzir mudanças efetivas na escola deve-se a um modelo
hierárquico de treinamento de professores em ação com ênfase na transmissão do conhecimento, em que a
teoria e a prática do professor são dissociados” (MAGALHÃES, 2006), o Projeto Pedagógico Institucional da
Licenciatura em Letras da Universidade Federal de São Paulo busca, através da implementação do estágio
supervisionado, contribuir para a mudança desse quadro. Esse Projeto tem como pressuposto o
estabelecimento de uma parceria colaborativa entre Escolas públicas de educação básica de Guarulhos e a
Unifesp, porque acredita que a excelência na formação do licenciando pauta-se, necessariamente, na
afirmação desta parceria, visto que é por meio dessa interação entre todos os atores envolvidos é que se
constrói a formação docente. “O conceito de colaboração, envolvido em uma proposta de construção crítica do
conhecimento, não significa simetria de conhecimento e/ou semelhança de idéias, sentidos, representações e
valores”, mas implica, na verdade, “conflitos, tensões e questionamentos [...] que propiciem aos interagentes
possibilidades de distanciamento, reflexão e consequente auto-compreensão dos discursos da sala de aula e
de sua relação com aqueles valorizados” (FIDALGO, 2006). Isso porque a formação docente, não exclusiva do
licenciando, traduz-se em um processo de aprendizagem-ensino-aprendizagem ad infinitum em que nenhum
dos atores (supervisores do estágio, orientadores nas escolas, toda comunidade escolar etc.) sai “ileso” dessa
experiência. A negociação constante é inerente à formação docente, à docência e à pesquisa. Nesse sentido, o
objetivo desta comunicação consiste em apresentar algumas reflexões, ainda iniciais, sobre o momento,
também inicial, do estágio supervisionado da primeira turma de Licenciatura em Letras da Unifesp, sob
perspectiva das parcerias estabelecidas entre a Unifesp e algumas escolas públicas de Guarulhos, uma vez
que é nessa “construção conjunta que a comunidade educacional se tornará agente das transformações que,
tradicionalmente, vêm sendo pregadas, mas não, necessariamente, efetivadas.” (MAGALHÃES, 2006)
Palavras-Chave: Universidade-Escola; estágio; teoria-prática.
Os minicursos na parceria escola-universidade: relato de uma experiência
Daniela Akie Hirakawa (USP - UNIFESP)
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Entre as várias ações que buscam consolidar a parceria firmada com escolas da educação básica de
Guarulhos para a realização dos estágios supervisionados dos licenciandos de Letras da Universidade Federal
de São Paulo (UNIFESP), podemos citar o oferecimento de oficinas pedagógicas e cursos de formação
continuada aos alunos estagiários e aos professores da rede pública. É nesse âmbito que no primeiro semestre
de 2012 foram organizados três minicursos, com duração de quatro horas, ministrados por docentes da
UNIFESP e de outras instituições. Nesta comunicação relataremos a experiência de um desses minicursos,
com o objetivo de avaliar de forma crítico-reflexiva essa prática e (re)pensar o planejamento de ações futuras.
Como base para nossa análise, utilizaremos as pesquisas que investigam o trabalho docente e a formação de
professores (Bueno, 2007; Lousada, 2006; Magalhães, 2006; Cristóvão, 2004; Gimenez, Arruda & Luvuzari,
2004; Castellotti & De Carlo, 1995). Os resultados a serem apresentados serão obtidos através de um
questionário de avaliação do minicurso, dos relatórios de estágios dos alunos da UNIFESP e de entrevistas
com professores-orientadores das escolas conveniadas. Duas questões orientarão a nossa investigação: (i)
em que medida o formato adotado deste gênero (a oficina) favoreceu ou não uma atitude reflexiva sobre o agir
docente? (ii) de que forma os conteúdos apresentados contribuíram para o desenvolvimento da prática dos
(futuros) professores? Esperamos assim colaborar com as pesquisas no campo de formação de professores de
línguas, principalmente no que se refere às modalidades de formação.
Palavras-Chave: oficinas pedagógicas – formação de professores – parceria escola-universidade
Estereotipia e instrumentalismo: representações sobre ensino de línguas estrangeiras na escola
pública
Ivan Martin (UNIFESP)
Neide Elias (UNIFESP)
A despeito do intenso debate sobre o lugar e o papel das línguas estrangeiras no ensino regular, observa-se a
prevalência da ideia de que o ensino e a aprendizagem de uma língua estrangeira respondem
fundamentalmente a necessidades instrumentais e, quando há alguma referência a aspectos culturais, esta se
assenta, principalmente, em estereótipos. A partir da análise de alguns anúncios publicitários produzidos em
uma atividade proposta aos estudantes do curso de Letras da UNIFESP, no âmbito da disciplina Práticas de
Formação Docente, buscaremos observar de que modo as representações das línguas estrangeiras (espanhol,
francês e inglês) geram um discurso que reafirma lugares comuns e, ao mesmo tempo, atribui valor econômico
e social a elas. De que maneira, estes estudantes, futuros professores, se apropriam, compartilham, elaboram
o que é aprender línguas estrangeiras no ensino regular? Que representações têm sobre as línguas
estrangeiras? Como as heranças de sua experiência escolar pregressa impactam na sua visão de língua e
cultura estrangeiras? Estas são algumas das questões que pretendemos problematizar, com o objetivo de
contribuir com as reflexões que temos promovido na nossa instituição sobre a parceria escola pública e
universidade. Para fundamentar nossas análises tomaremos como referencial teórico o conceito de
representação social postulado por Moscovici (1978) e Jodelet (1989).
Palavras-Chave: estereótipos – representações - língua estrangeira
A PRÁTICA DOCENTE REFLEXIVA NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
Coordenador: Dario Pagel (UFS)
Do discurso à prática docente no ensino de língua estrangeira
Renilson Oliveira (UFS)
A presente comunicação permitirá a divulgação de alguns dados interessantes obtidos em nossa pesquisa de
doutorado. A temática da tese versou sobre a prática reflexiva no ensino de línguas estrangeiras, com foco nas
aulas de espanhol, francês e inglês, ministradas em escolas públicas de Sergipe. Nosso objetivo maior é refletir
sobre o resultado detectado entre aquilo que é dito e acreditado pelos professores de LEs em relação à
promoção do processo didático-pedagógico e o que realmente acontece durante as suas aulas. Para tanto, foi
preciso estabelecer um estudo diacrônico das metodologias havidas no ensino das línguas supramencionadas
em contexto nacional e local, buscando um referencial teórico em Claude Germain, Edvige Costanzo, Sabina
Kundman, Christian Puren, dentre outros. Em relação à teoria da formação docente reflexiva, necessária à
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
análise feita junto aos docentes observados, nosso trabalho trilhou o caminho teórico de Donald Schön, José
Contreras, Selma Pimenta, Maurice Tardif, dentre outros. As aulas das três línguas enfocadas foram
observadas e filmadas, mas com a intenção de promover um trabalho com o professor e não sobre ele,
caracterizando, assim, um processo de reflexão crítica dos professores sobre suas próprias aulas. Dessa
forma, a Pesquisa-ação crítico colaborativa foi a metodologia adotada para a obtenção dos dados. Estudos
sobre a formação de professores e sua prática sempre apresentar-se-ão incompletos, pois dependem muito da
realidade focalizada e do olhar do pesquisador sobre a problematização do tema. Entretanto, os resultados a
serem revelados na apresentação se pautaram nas respostas dadas ao objetivo da pesquisa. Nossa pesquisa
possibilitou a constatação da tendência de formação atual que poderá aperfeiçoar a prática docente. Porém,
não se trata de prescrever o que se deve fazer em seu trabalho didático-pedagógico, mas descobrir estratégias
para assegurar a prática reflexiva entre os professores de línguas.
Palavras-chave: prática, docente, francês
A dicotomia teoria/prática na formação de formadores de Francês Língua Estrangeira
Christianne Rochebois (UFV)
É o meio-ambiente como um todo – família, escola, bairro, mídias – que assegura a apropriação dos valores
comuns a uma comunidade no tempo e no espaço. Nesse conjunto, a formação de professores é uma carta «
coringa » para identificar e buscar soluções aos problemas sociais que surgem num cotidiano cada vez mais
denso e onde ela – a formação – é fator principal nas consequências efetivas na área (geográfica ou
profissional) à qual ela é destinada. A formação do futuro professor de FLE, no nosso caso específico, o
bolsista-estagiário do Curso de Extensão em Língua Francesa (CELIF) da UFV nos permite avaliar a
insuficiência de uma formação inicial e dinamizar essa formação inicial em um fluxo contínuo. Nós, enquanto
formadores de futuros formadores, entendemos que quando se trata de « formação contínua », um
planejamento a longo prazo deve ser efetuado, visando uma melhoria também contínua na qualidade de ensino
da língua/cultura estrangeira. A qualidade dos formadores que trabalham então a formação contínua deve, por
todas essas razões, ser específica e em constante desenvolvimento. Eles devem demonstrar, através de suas
práticas e escuta, que eles compreendem e participam das exigências dos professores em formação.
Baseamos-nos em trabalhos de Courtillon (2004), Porcher (1995 e 2004) e Tagliante (2006) sobre a graduação
das formações dos futuros professores, objetivando demonstrar que elas devem permitir aos estagiários de
FLE desmistificar o discurso abstrato dos teóricos, diminuindo a distância entre a teoria e a prática, para
elaborar atividades contextualizadas, não se restringindo a « receitas » já pré-determinadas.
Palavras-chave: formação inicial e continuada de professores; ensino da língua francesa.
(Re)colocar as línguas estrangeiras no sistema educacional
Dário Pagel (UFS)
A presente comunicação visa continuar o debate sobre a presença de várias línguas estrangeiras no sistema
educacional brasileiro, tendo em vista que, para a didática brasileira atual, o estudo sobre o ensino
diversificado de línguas, ou seja, o ensino plurilíngue ocupa até agora um lugar muito modesto entre as
pesquisas realizadas. Nosso objetivo maior, nesta apresentação, é refletir sobre uma questão mais ampla, ou
seja: tería o professor a certeza de que, no meio escolar e fora dele, se tem uma concepção de língua
estrangeira que justifique a prioridade que os especialistas pretendem lhe atribuir? As abordagens
comunicativa e pós-comunicativa pretendem que a aprendizagem de uma língua tem sempre uma ou várias
finalidades. Observa-se com frequência a definição redutora e utilitária de língua como sendo instrumento de
comunicação. Porém, na formação de nossos professores, seria pertinente instruí-los sobre a questão se os
alunos das escolas têm algo a comunicar ou se pretendem fazer uso da comunicação oral ou escrita. Estariam
as resistências, os freios e os bloqueios que enfrenta o ensino diversificado de línguas estrangeiras nas
escolas brasileiras, ligados à política educacional? Sabe-se que hoje, uma política linguística não é apenas
constituída pelo ensino de línguas (Porcher & Faro-Hanoun, 2000; Castelotti & Moore, 2001). A análise de
diferentes situações de ensino, a partir de experiências vividas ou estudadas, permite afirmar o quanto é
importante oferecer aos alunos do ensino fundamental e médio da escola de hoje uma política plurilíngue,
multicultural e interdisciplinar (Goulier, 2006), todavia oferecendo reais condições à estrutura educacional e, em
especial, aos professores, para a aplicação da referida política, assegurando dessa forma a inserção dos
alunos brasileiros no mundo globalizado de hoje.
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Palavras-chave : política de línguas estrangeiras; formação de professores
FORMAÇÃO EM LÍNGUAS ESTRANGEIRAS PARA FINS ACADÊMICOS
Coordenador: Deise Cristina de Lima Picanço (UFPR)
Este projeto se insere nas ações da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e sua idealização surgiu da
constatação de que alunos com fragilidade socioeconômica têm dificuldade de aprofundar seus estudos em
línguas estrangeiras durante a graduação, não só pelos preços cobrados pelas escolas e centros de línguas,
mas também pelo perfil dos cursos oferecidos por estas instituições, normalmente muito inespecíficos quanto
aos seus objetivos. Assim, os cursos de formação em línguas estrangeiras para fins acadêmicos (alemão,
francês, inglês e espanhol) possuem como objetivos principais: 1) oportunizar a formação linguística para
estudantes de graduação com fragilidade socioeconômica que estejam projetando uma futura participação em
cursos de pós-graduação e/ou programas de mobilidade estudantil e outras ações em que o domínio de uma
língua estrangeira é pré-requisito ou condição para sua participação; e, 2) aprimorar a formação docente no
Curso de Letras, oferecendo um espaço alternativo de vivência/experiência em sala de aula, que privilegia o
trabalho em equipe e o aprofundamento em questões teórico-metodológicas, numa perspectiva
sociointeracionista e intercultural. Para tanto, os cursos possuem um programa específico que, assim como o
material didático, é elaborado e discutido pelo coordenador com sua equipe. Os quatro módulos, de 44
horas/aula, são ministrados por bolsistas e por alunos das disciplinas de Metodologia e Prática de Ensino. O
fato de produzirem todo o material didático, com documentos autênticos, de diferentes gêneros textuais,
constituindo unidades ou sequencias didáticas, permite a estes professores em formação exercer a docência
em condições capazes de promover inovações metodológicas e reflexão sobre a prática docente. Os trabalhos
apresentados aqui abordam diferentes aspectos da formação docente no âmbito do projeto, como o trabalho
com gêneros e material autêntico, aspectos da interculturalidade no ensino de línguas e a dimensão da
pesquisa na formação do professor de línguas.
Palavras-chave: ensino de línguas para universitários; espaços formativos e inovação metodológica; formação
de professores e reflexão sobre a prática docente
ESTÁGIO SUPERVISIONADO E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Coordenador: Deise Nanci de Castro Mesquita (CEPAE/UFG)
Comumente, as leis e diretrizes que regem o estágio supervisionado das licenciaturas evidenciam a relevância
deste componente curricular do ensino superior para a formação profissional e vivência teórica do licenciando,
mas fazem pouca referência aos benefícios que sua presença deve promover para a vida cotidiana da escola
campo. Também, embora mencionem o respeito e a parceira que devem nortear a relação entre as
universidades e as instituições de educação básica, o que se constata muitas vezes é que à escola campo
cabe apenas o papel de receptora, mas não de promotora e veiculadora de um tipo de conhecimento
específico, o escolar. Às vezes, parece passar ao largo a compreensão da escola de ensino básico como um
lócus de produção e veiculação de conhecimentos teórico-científicos, que contribuem para o aperfeiçoamento
técnico, cultural, científico e pedagógico do licenciando, e não meramente como um espaço para se reconhecer
e experimentar a “difícil” realidade escolar. Com o intuito de problematizar estas questões, esta comunicação
coordenada pretende apresentar e discutir algumas experiências de participação corresponsável desenvolvidas
durante o estágio supervisionado de alunos de Letras, em salas de aula de língua portuguesa, tomando como
exemplos algumas atividades de leitura literária e de estudos linguísticos previstos nos planos de curso dos
ensinos fundamental e médio do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação, a unidade de educação
básica da Universidade Federal de Goiás (CEPAE/UFG). A primeira comunicação, intitulada “A Literatura no
Programa de Português: desafio ao estagiário de Letras”, aponta tanto a ampliação da compreensão leitora do
texto dramático shakespeariano pelos adolescentes, quanto a percepção, pelos estagiários, de que a leitura
literária nas aulas de língua materna pode ser uma prática profícua, especialmente quando faz sentido para os
sujeitos envolvidos no processo; a segunda, “Poesia na Sala de Aula: desafios e possibilidades na formação de
professor e do aluno”, apresenta algumas experiências que colocam o professor em formação (o estagiário) e o
aluno leitor em um papel ativo no usufruto do poema em todas as suas potencialidades; e a terceira, “Estágio
de Língua Portuguesa e Ensino de Gramática na Escolarização Básica”, discute a forma como alguns textos
dos gêneros narrativos conto e crônica são explorados em seu sentido estético, de fruição, tendo como recurso
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
também a análise dos elementos linguísticos (morfossintáticos, semânticos e fonológicos) que os organizam.
Palavras-chave: estágio supervisionado, ensino de português e educação básica.
A literatura no programa de português: desafio ao estagiário de Letras
Maria de Fátima Cruvinel (CEPAE/UFG)
É indiscutível a importância da leitura no processo de inserção do indivíduo numa sociedade de cultura letrada,
daí, no âmbito das práticas pedagógicas de ensino básico, a ênfase dos programas curriculares de Língua
Portuguesa na atividade leitora. Contudo, não obstante os esforços institucionais para a democratização do ato
de ler, as práticas escolares são determinadas, sobretudo, pela compreensão que o professor tem da leitura. O
presente trabalho propõe-se a refletir sobre a prática escolar de leitura, especialmente do gênero literário,
abordada na interface com a formação do futuro professor de língua materna na educação básica. Para
sustentar essa reflexão, toma-se um projeto de orientação do estágio curricular do curso de Letras
desenvolvido no Cepae/UFG, campo de estágio por excelência dos cursos de graduação desta instituição
superior de ensino. Orientado pela concepção de leitura como processo de construção de sentidos, e neste
como fator constitutivo do letramento do sujeito escolar, o referido projeto de estágio foi idealizado e executado
com a pretensão de reafirmar a função estética e humanizadora do letramento literário no âmbito da
escolarização básica, precisamente numa turma de 8º ano do Cepae. A proposta pedagógica desenvolvida por
estagiários abordou o diálogo entre o cânone – representado na obra literária Romeu e Julieta, de
Shakespeare – e diferentes gêneros (HQ, mangá) e linguagem (filmes), que retomam a peça, numa ação cujos
resultados apontaram tanto a ampliação da compreensão leitora do texto dramático shakespeariano pelos
adolescentes, quanto a percepção, pelos estagiários, de que a leitura literária nas aulas de língua materna
pode ser uma prática profícua, especialmente quando faz sentido para os sujeitos envolvidos no processo.
Palavras-chave: estágio, educação básica e letramento literário.
Poesia na sala de aula: desafios e possibilidades na formação de professor e do aluno
Célia Sebastiana da Silva (CEPAE/UFG)
A literatura é, conforme afirma Candido, um “instrumento poderoso de instrução e de educação”. É com o seu
ensino que se busca cumprir o inciso III da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no que se refere
ao aprimoramento do educando como pessoa humana, sua formação ética e o desenvolvimento da autonomia
intelectual e do pensamento crítico. Isso ratifica a importância da leitura do texto literário nas aulas de Língua
Portuguesa. Ocorre que, nem sempre, o modo como se trabalha a literatura nas escolas cumpre o papel básico
de formar leitores competentes de textos literários, bem como de consolidar a prática da leitura. Relativamente
ao texto poético, em específico, tal dificuldade é mais significativa e preocupante. O presente trabalho pretende
problematizar o papel da poesia na formação do leitor literário sob três perspectivas: a do professor como leitor
e mediador da leitura do texto poético, observando em que medida uma precariedade na formação do
professor como leitor especializado do texto poético interfere na mediação do trabalho com poesia na sala de
aula; a do aluno na recepção do texto poético, avaliando como a poesia pode ativar a autonomia do aluno leitor
e estimulá-lo para o exercício crítico, criativo e expressivo da linguagem e a do texto poético em si como objeto
estético capaz não só de despertar a sensibilidade do aluno leitor, mas também de potencializar-lhe o
letramento literário. Para tal, serão apresentadas também algumas experiências com leitura de poesia na sala
de aula que colocam o professor em formação (o estagiário) e o aluno leitor em um papel ativo no usufruto do
poema em todas as suas potencialidades.
Palavras-chave: poesia, ensino e letramento literário.
Estágio de língua portuguesa e ensino de gramática na escolarização básica
Deise Nanci de Castro Mesquita (CEPAE/UFG)
O aprendizado de uma língua pela via do ensino formal de sua gramática tem sido objeto de estudo de
linguistas e professores que viveram até mesmo em épocas anteriores à do pai da linguística moderna,
Ferdinand de Saussure (*1913). Porém, no Brasil, somente nas quatro ou cinco últimas décadas sua limitação
à explicação sobre categorias gramaticais e funções sintáticas vem sendo sistematicamente questionada e
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
investigada, motivada principalmente pela aparente dificuldade que algumas pessoas (inclusive as
consideradas letradas) demonstram para ler, entender, interpretar e escrever textos. Desde então, os estudos
que eram basicamente pautados em um projeto formalista multifacetado e plural sustentado no tripé Saussure,
Bloomfield e Chomsky vêm sendo paulatinamente substituídos pelo que se pode designar, segundo Marcuschi
(2008, p. 39), “a guinada pragmática, motivada em parte pela filosofia analítica da linguagem impulsionada
tanto por Wittgenstein (1889-1951) como por Austin”. Assim, originaram-se as diferentes vertentes da
linguística de texto e dos diversos funcionalismos que, de forma geral, baseiam-se nos princípios de que a
linguagem tem funções que são externas ao sistema como tal; e que as funções externas influenciam a
organização interna do sistema linguístico (MARCUSCHI, 2008). E são estas concepções que norteiam o
ensino de português na educação básica do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação da
Universidade Federal de Goiás (CEPAE/UFG), quando adota obras literárias clássicas e modernas como
exemplares de gêneros discursivos que estruturam o discurso e suscitam a fruição estética dos leitores; e
desenvolve o seu estudo linguístico sem restringi-lo à exploração de normas gramaticais, mas priorizando a
investigação de sua arquitetura, de suas construções que dão sustentação à estrutura dos textos, identificando,
assim, o serviço que cada elemento gramatical presta ao gênero literário. Para exemplificar esta compreensão,
nesta comunicação serão apresentadas e analisadas algumas atividades de leitura e escrita de contos e
crônicas elaboradas pelos estagiários de Letras durante as reuniões semanais de estudo e planejamento
orientados pelo professor de português da escola campo, com o objetivo de desenvolver o letramento literário
de alunos dos 6os anos do ensino fundamental.
Palavras-chave: gramática discursiva, escolarização básica e estágio supervisionado.
DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL: EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA E METODOLÓGICA EM UM PROJETO
DE EXTENSÃO
Coordenador: Deise Prina Dutra (UFMG)
A sessão coordenada propõe trabalhos ligados a um mesmo programa/projeto de extensão, destacando como
ações que envolvem a reflexão colaborativa podem ter um papel determinante na vida profissional de
professores de inglês. O primeiro resumo apresenta a educação linguística (uso da língua para reflexão, bem
como a conscientização sobre o uso da língua) como elemento que empodera os professores participantes. A
segunda proposta apresenta reflexões de duas professoras da rede pública que, a partir de sua experiência
com a integração de habilidades durante sua participação no projeto de extensão, puderam se sentir seguras
para, hoje, atuarem como multiplicadoras na Secretaria de Educação de seu estado. O terceiro trabalho traz a
experiência de duas professoras que, além de terem participado do referido programa/projeto de extensão
foram selecionadas a participar de um programa de capacitação da CAPES no exterior. A coincidência de
objetivos de ambas as iniciativas lhes conferiu melhor preparação linguística, metodológica e reflexiva.
A conscientização linguística do professor
Deise Prina Dutra (UFMG)
Heliana Mello (UFMG)
Luciana Oliveira (UFMG)
Apresentamos nesta pesquisa resultados de um projeto de extensão de uma instituição de ensino superior que
tem promovido tanto a educação linguística quanto metodológica de seus participantes, com base em
princípios colaborativo-reflexivos (Dewey 1910; Magalhães 2022, 2004) a fim de empoderá-los (Freire, 1996)
como usuários, analistas e professores de língua (Wright e Bolitho, 1993). Nosso objetivo específico é
apresentar ações do projeto que destacam a) a linguagem como via de conscientização da prática e b) o uso
da língua abrindo caminhos para além do conhecimento SOBRE a língua para promover uma real
conscientização da linguagem (Andrews 2007) pelo professor. As práticas propostas no projeto se ancoram em
pesquisas que demonstram que colaboração e desenvolvimento reflexivo através da linguagem (Liberali e
Magalhães 2009 e Oliveira e Dutra 2008) podem contribuir na renovação das práticas dos professores. A
pesquisa apresentada consta de dados coletados em três diferentes momentos no projeto de extensão com
professores de inglês que atuam na rede pública de ensino. Primeiramente, apresentamos dados coletados em
encontros de um grupo de pesquisa-ação e em entrevistas com três professoras. Segundo, dados de uma
apresentação oral e um trabalho escrito frutos do trabalho anual colaborativo de cinco professores. Terceiro,
dados coletados através da plataforma TelEduc com 25 participantes sobre atividades para investigação sobre
199
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
a língua inglesa em uso. Os resultados apontam que a) o ambiente reflexivo-colaborativo é visto pelos
professores como de grande valia, b) há uma grande preocupação dos participantes em abordar questões
estruturais do inglês e isso é reavaliado; c) o trabalho colaborativo permite o desenvolvimento de habilidades
lingüísticas dos próprios professores. Concluímos que o desenvolvimento do inglês dos professores os
empodera tanto quanto saber usar a linguagem para analisar e refletir sobre sua prática e saber novos
métodos e técnicas pedagógicas.
Palavras-chave: Concientização linguística, professor, inglês, empoderamento
De alunas de um projeto de extensão a multiplicadoras: como é possível integrar habilidades na escola
pública
Thatiane Rosa de Oliveira Braz (Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais)
Selma Aparecida Miranda Alves (Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais)
Esse trabalho tem o objetivo de refletir como o conhecimento adquirido no módulo de Habilidades Integradas
em um projeto de formação continuada de professores de inglês da rede pública de uma universidade tem
influenciado a prática de duas professoras as quais têm atuado como Analistas Educacionais em um Programa
de Intervenção Pedagógica (PIP) dos anos finais do Ensino Fundamental da Secretaria Estadual de Ensino de
seu estado. O referido programa (PIP) tem a finalidade de implementar o CBC (Conteúdo Básico Comum) de
todas disciplinas. Como Analistas de Ensino, as professoras capacitam outros professores, contribuindo com a
sua formação continuada e agindo como multiplicadoras do que aprenderam no projeto de formação citado.
Neste trabalho as professoras, primeiramente, refletem sobre o projeto de formação (leitura e discussão crítica
de textos teóricos atrelados à preparação e à implementação de atividades em sala de aula e módulo
linguístico para seu aprimoramento da língua inglesa). Segundo, apresentam suas ações como Analistas
Educacionais que envolveram atividades com integração de habilidades e enfatizaram a língua inglesa em uso.
Terceiro, analisam as avaliações escritas pelos professores participantes do PIP. Quarto, refletem sobre como
experiências de sucesso, como a integração de habilidades, podem ser resignificadas por outros professores.
Os resultados apontam que a experiência no projeto de extensão lhes conferiu embasamento teórico e
segurança sobre como agir em sala de aula e como avaliar as consequências de certas implementações. As
avaliações escritas pelos participantes do PIP revelam que, em sua maioria, os professores saíram satisfeitos e
receptivos quanto ao rompimento de paradigmas de um ensino fragmentado das habilidades. Novas práticas
podem ser incorporadas por professores quando a capacitação tem componentes teórico-reflexivocolaborativos e valoriza o desenvolvimento profissional do professor de língua, inclusive o seu conhecimento
da língua inglesa em uso.
Palavras-chaves: inglês, integração de habilidades, multiplicadoras
Repensando a prática e o próprio aprendizado de língua inglesa: Experiências em programas de
capacitação no Brasil e no exterior
Marilane de Abreu Lima Miranda (E. E. Professor Cândido Gomes)
Lucienne de Castro Silva (Escola Estadual São Sebastião)
Muitos professores de língua inglesa não dominam satisfatoriamente a língua que ensinam, tornando o ensino
dessa língua não satisfatório em escolas regulares. Este trabalho relata as experiências de duas professoras
de inglês que buscaram formação em um programa de extensão de uma universidade pública e foram
selecionadas, posteriormente, a participar de programas da CAPES de capacitação no exterior. Os objetivos de
ambos os programas coincidem, tanto na importância dadas ao aprimoramento dos conhecimentos linguístico
e acadêmico-metodológicos, quanto na valorização do professor da escola pública. Com base nas atividades
dos programas: a) aulas de língua, b) reflexões metodológicas, c) atividades que promoviam a reflexãocolaborativa, as professoras apresentam seus resultados. A nova perspectiva da língua trouxe a realidade tanto
para seu próprio aprendizado de inglês quanto para seus alunos, tornado-as mais seguras para ministrarem
inglês. As duas professoras relatam que passaram a questionar suas atuações em sala de aula como
professoras e a recorrer às teorias para embasar a prática. Nesse sentido, a prática passou a incorporar a
análise de problemas e busca de soluções para uma ação renovada, quando necessário. Ambos os programas
incentivaram ações colaborativas entre seus participantes, esse exercício trouxe benefícios, a princípio não
esperados, tais como o conhecimento sobre a realidade do ensino de inglês em outras regiões do Brasil
quando da participação das atividades no exterior e a segurança para trabalhar com grupos de professores de
200
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
outras disciplinas ao retornar à escola de origem. As professoras concluem que adquiriram conhecimentos
linguísticos, culturais e metodológicos que as enriqueceram pessoal e profissionalmente.
Palavras-chave: programas de capacitação, inglês, reflexão
EXPERIÊNCIAS COM PROGRAMAS DE FORMAÇÃO CONTINUADA
DE PROFESSORES DA REDE PÚBLICA
Coordenador: Denise Maria Margonari (UNESP)
Nesta Sessão de Comunicação Coordenada serão apresentados relatos de trabalhos de formação continuada
desenvolvidos com professores de língua portuguesa da rede pública de ensino, visando proporcionar
reflexões acerca da importância desses programas. Na primeira comunicação, apresentaremos um panorama
da área com o objetivo de analisar os programas de formação de professores de língua materna em serviço,
enfatizando a necessidade do desenvolvimento de pesquisas acerca desta temática para que estes
profissionais passem por processos de atualização constantes. Em seguida, serão reladas experiências
relacionadas ao Programa de Formação Continuada Teia do Saber Ações Descentralizadas, que apontam para
a necessidade de desenvolvimento de ações que promovam o contato contínuo entre os diferentes níveis de
ensino, propiciando um momento em que professores Universitários, do Ensino Fundamental e Médio possam
trocar experiências para benefício de todos. Para finalizar, discorreremos acerca do Programa Gestão da
Aprendizagem Escolar (GESTAR II), projeto que se encontra ainda em desenvolvimento, mas que permite
reflexões importantes acerca do perfil dos professores e suas expectativas ao participarem de cursos de
formação. Entendemos que os programas de formação continuada devem ser planejados levando em
consideração as experiências dos participantes, suas necessidades e expectativas, bem como envolver
discussões de questões teórico-práticas que ajudem os professores a desenvolverem atividades mais
significativas que colaborem para o desenvolvimento da competência comunicativa dos alunos.
Palavras-chave: formação continuada; língua portuguesa; rede pública de ensino
Formação continuada de professores de língua portuguesa:
relacionando formação inicial e prática profissional
Denise Maria Margonari
Em levantamento realizado na área de Educação durante a década de noventa acerca da pesquisa sobre a
formação de professores no Brasil, André (2000) constatou que nos trabalhos sobre as Licenciaturas, a maior
parte enfatiza o estudo das disciplinas pedagógicas e específicas e o currículo de cada curso. Enquanto a
atuação do professor também é razoavelmente estudada, na formação continuada, observa-se que a maioria
dos estudos se concentra em propostas governamentais ou da Secretaria de Educação, em programas e
cursos de diferentes instituições, em processos de formação em serviço e na prática pedagógica. Assim como
na formação inicial, as pesquisas também se relacionam a aspectos específicos, como uma disciplina, um
curso ou uma proposta de formação e as principais questões levantadas nesses trabalhos coincidem com
aquelas da formação inicial: o currículo, a estrutura ou o funcionamento do curso. Mais uma vez, temos um
quadro fragmentado e parcial da formação docente. Nesse sentido, o objetivo desta proposta é trazer reflexões
sobre a formação de professores de língua materna em serviço, enfatizando a necessidade do
desenvolvimento de pesquisas acerca desta temática, especialmente no que diz respeito à articulação entre a
formação inicial e a prática em serviço, com vistas a ampliar a visão sobre a Licenciatura em Letras.
Palavras-chave: formação de professores, Língua Portuguesa, professores pré-serviço e em serviço.
Formação continuada de professores: um processo educativo
Maria Elisabete Burque (Faculdades Claretianas)
O trabalho a ser apresentado tem como objetivo relatar as experiências vivenciadas e resultados obtidos como
professora e coordenadora do curso de Letras das Faculdades Integradas Claretianas – Rio Claro no Programa
de Formação Continuada Teia do Saber Ações Descentralizadas - promovido pelo Governo do Estado de São
Paulo, através de sua Secretaria de Educação, Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas e Diretorias
de Ensino. Durante quatro anos, foram idealizadas e realizadas atividades pertinentes a esse programa com
201
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
duração de 120 (cento e vinte) horas. A estrutura curricular dos módulos foi construída a partir de temas
ligados ao ensino de Língua Portuguesa, indicados pela Secretaria de Educação e que visavam a formação de
docentes do Ensino Fundamental I e II a qual, acreditamos, deva ser contínua e progressiva, o que se
apresenta como uma iniciativa extremamente válida e profícua no sentido de contribuir efetivamente para a
melhoria da qualidade do ensino básico. O projeto desenvolveu uma metodologia de trabalho variada com
aulas expositivas, dinâmicas de Grupo, debates, atividades de reflexão e uso da linguagem a partir do contato
com diferentes tipos de textos (filmes, textos literários, músicas, pinturas, peças publicitárias etc.) e oficinas. A
intenção era promover um ambiente de reflexão mesclado a atividades práticas, que possibilitem ao professor
condições satisfatórias para ampliação de seus conhecimentos bem como uma avaliação sobre sua conduta,
com vistas à melhoria e ao aperfeiçoamento de suas atividades docentes. A experiência proporcionada pelo
trabalho no programa Teia do Saber durante estes anos corroborou muitas das nossas expectativas,
reforçando a necessidade de desenvolvimento de ações que promovam o contato contínuo entre os diferentes
níveis de ensino, para benefício de todos.
Palavras- chave: formação continuada – língua portuguesa – Teia do Saber
Relatos de um programa de formação continuada de professores de língua portuguesa da rede pública
Ana Paula de Lima
Esta apresentação tem como objetivo apresentar alguns dados relativos ao Programa Gestão da
Aprendizagem Escolar (GESTAR II), que oferece formação continuada, na modalidade semipresencial, na área
de Língua Portuguesa e Matemática aos professores do Ensino Fundamental II da rede pública. Desenvolvido
pelo Ministério da Educação (MEC), este ano o programa está sendo realizado na Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Campus de Rio Claro, contando com 120 horas presenciais e 180 horas de
atividades a distância para cada área temática. Na área de Língua Portuguesa, há 17 professores tutores, de
diversas regiões do Estado de São Paulo, participando do programa. Durante a formação, são discutidas
questões prático-teóricas que são, posteriormente, trabalhadas pelos tutores com os professores cursistas de
suas cidades. Dentre os vários aspectos estudados, destacamos o trabalho sobre questões sociolinguísticas
(POSSENTI, 2000; BERTONI-RICARDO, 2004), letramentos (MARCUSCHI, 2001; ROJO, 2009) e gêneros
textuais (MARCUSCHI, 2001; KOCH; ELIAS, 2011; ANTUNES, 2009). Os cursistas são responsáveis por
desenvolver as atividades propostas com seus alunos e relatar ao professor tutor os resultados obtidos. O
programa ainda esta em andamento, sendo assim, vamos nos limitar a contextualização do programa e
apresentar algumas das atividades propostas aos tutores sobre variantes linguísticas, bem como
planejamentos por eles elaborados.
Palavras-chave: formação continuada – língua portuguesa – variantes linguísticas
PIBID FRANCÊS/FURG: REFLEXÕES E AÇÕES PARA A REINSERÇÃO DO ENSINO DE FRANCÊS
LÍNGUA ESTRANGEIRA (FLE) NA EDUCAÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DO RIO GRANDE
Coordenador: Eliane Misiak (FURG)
Pretendemos, através desta mesa coordenada, apresentar algumas ações do Subprojeto de Francês,
integrante do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID, desenvolvido na Universidade
Federal do Rio Grande desde julho de 2011. O grupo é formado por uma coordenadora, duas professoras
supervisoras e doze graduandos bolsistas, acadêmicos do curso de Letras Português-Francês. Neste
momento, o subprojeto atua em duas escolas públicas, uma de ensino fundamental e uma de ensino médio. O
subprojeto, atendendo aos objetivos gerais do projeto institucional PIBID/FURG, pretende favorecer processos
de formação inicial e continuada de professores de língua francesa através da integração entre a educação
superior e a educação básica, de modo a promover uma formação docente sólida e compromissada com a
qualidade da escola pública. Especificamente, o projeto pretende contribuir para reinserção da língua francesa
nas escolas de ensino básico do município do Rio Grande. Neste contexto, a primeira comunicação – PIBID
FRANCÊS/FURG: pensando o ensino de francês no município de Rio Grande –, pretende apresentar o
subprojeto, seus objetivos, metas e resultados parciais. As duas outras comunicações – Reinserção do
Francês Língua Estrangeira (FLE) na rede pública estadual e A experiência do PIBID no ensino de Francês
Língua Estrangeira – pretendem apresentar as experiências que estão sendo desenvolvidas em cada uma das
escolas parceiras no intuito de recuperar ou criar espaços para o ensino do francês nas escolas das redes
municipal e estadual do Rio Grande.
202
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Palavras-chave: PIBID; Formação Inicial e Continuada; Francês Língua Estrangeira (FLE).
PIBID Francês/FURG: pensando o ensino de francês no município do Rio Grande
Eliane Misiak (FURG)
Pretende-se, através desta comunicação, apresentar o Subprojeto de Francês, vinculado ao Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande desde
julho de 2011. Neste momento, o subprojeto atua em duas escolas públicas, de ensino fundamental e de
ensino médio, e conta com a participação de duas professoras supervisoras, além de doze acadêmicos do
curso de Letras Português-Francês. O subprojeto, atendendo aos objetivos do projeto institucional
PIBID/FURG, pretende favorecer processos de formação inicial e continuada de professores de francês,
através da integração entre a educação superior e a educação básica, de modo a promover uma formação
docente sólida e compromissada com a qualidade da escola pública. Especificamente, o projeto pretende
contribuir para reinserção do francês nas escolas de ensino básico do município do Rio Grande. Para este fim,
e com base na Perspectiva Acional proposta pelo Quadro Europeu Comum de Referência (CONSEIL
D’EUROPE, 2000), que defende a promoção de metodologias que reforcem a independência do pensamento,
do julgamento e da ação combinada com a responsabilidade e o saber-fazer social, tem-se refletido sobre o
papel do ensino das línguas estrangeiras na educação de base e a necessidade da criar uma política
linguística (CALVET, 2007) fundamentada numa perspectiva plurilíngue e intercultural. Além das reflexões
teóricas e do desenvolvimento de práticas pedagógicas que compreendem o aprendente como um ator social,
está-se fazendo uma pesquisa sobre a presença e a exclusão do francês do currículo das escolas públicas,
municipais e estaduais, do Rio Grande. Espera-se que essas ações, somadas, contribuam para a reformulação
da oferta das línguas estrangeiras, mais especificamente do francês, no município, oportunizando aos alunos
do ensino básico o acesso à aprendizagem de outras línguas e, também, criando ofertas de trabalho para os
egressos das licenciaturas de língua estrangeira e de francês em particular.
Palavras-chave: PIBID; Política Linguística; Francês Língua Estrangeira.
Reinserção do Francês Língua Estrangeira (FLE) na rede pública estadual
Rosana Saggioni Moraes (FURG)
Esta comunicação apresentará como está sendo aplicado o Subprojeto PIBID-Francês no Colégio Estadual
Lemos Júnior na tentativa de reinserir o francês como disciplina optativa ou como componente da grade
curricular e, através dele, mostrar às instâncias estadual e municipal, a importância da sua oferta, bem como
de outras línguas estrangeiras, às comunidades assistidas pela educação pública. Extinto desde 2007 da grade
curricular, o ensino do Francês retorna a essa escola por meio de ações didático-pedagógicas exercidas por
professora nomeada para o exercício dessa disciplina e orientadas pela coordenação do Subprojeto PIBIDFrancês. Conjuntamente, atuam seis bolsistas responsáveis pela pesquisa de materiais diversos que
complementam as atividades propostas pelo método aplicado. Apoiamo-nos para a execução deste trabalho
nas orientações descritas no Quadro Europeu Comum de Referências (CONSEIL D’EUROPE, 2000), que
considera o aprendente como um ator social, e nas teorias apresentadas e discutidas nas rodas de formação
que acontecem semanalmente desde o início do Subprojeto, em julho de 2011. Além de discussões feitas a
partir da leitura dos Parâmetros Curriculares Nacionais, contribuíram para as nossas reflexões sobre a prática
pedagógica os autores J.-P. Cuq, Isabelle Gruca e Hélène Vanthier. O método selecionado, as leituras e
discussões dos referenciais teóricos e as reuniões realizadas com o objetivo de partilhar experiências têm-se
mostrado ferramentas fundamentais para os resultados do Subprojeto, que na primeira edição atendeu 25
alunos e, atualmente, atende um público de mais de 30 estudantes em dois módulos de ensino. Percebeu-se,
portanto, que a prática que inscreve o trabalho docente na diversidade e faz da escola um espaço onde as
diferenças podem ser reveladas e respeitadas, valorizando a reflexão sobre o plurilinguismo, é fundamental
para que o ensino de FLE seja reinserido nas redes de educação pública.
Palavras-chave: PIBID; Reinserção do FLE; Ator Social.
A experiência do PIBID no ensino de Francês Língua Estrangeira
Vanessa Pintanel Dantas da Silva (FURG)
203
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
O presente trabalho se propõe a mostrar brevemente a experiência que vem sendo realizada na E.M.E.F.
Cidade do Rio Grande, através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, Subprojeto de
Francês, com o ensino de francês língua estrangeira (FLE). O projeto iniciou em julho de 2011 em duas
escolas da rede pública do município de Rio Grande e, diferentemente dos demais subprojetos, o de francês
não possui turmas regulares para o desenvolvimento das ações, visto que o ensino de FLE não consta da
grade curricular das escolas das redes municipal e estadual. O planejamento, realizado juntamente com a
coordenadora do projeto, as professoras supervisoras e os bolsistas, tem por objetivo fazer com que o aluno
conheça a si mesmo, o outro e o mundo ao seu redor através da língua francesa. A proposta, fundamentada no
Quadro Europeu Comum de Referência (CONSEIL D’EUROPE, 2000), parte da Perspectiva Acional, para a
qual o aluno não é um mero aprendente de situações preestabelecidas, mas sim um ator social capaz de
interagir em diferentes contextos, pensar e refletir sobre a aprendizagem de uma língua e cultura estrangeiras
para, assim, poder valorizar e construir sua própria identidade. O trabalho desenvolvido no subprojeto de
Francês resgata o ensino da língua em instituições públicas no município de Rio Grande. Além disso, a
participação direta dos bolsistas em todas as etapas do processo – pesquisa, planejamento, observação, bem
como a produção de material didático, tem um papel fundamental na sua formação inicial. Para as professoras
supervisoras, a participação neste projeto proporciona uma reflexão sobre a sua própria prática, o que contribui
para a formação continuada, na medida em que se percebe a necessidade de buscar e discutir novos saberes
e práticas.
Palavras-chave: PIBID; FLE; formação inicial e continuada.
FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE ESPANHOL: EXPERIÊNCIAS DE UM CURSO
SEMIPRESENCIAL
Coordenador: Elzimar Goettenauer Marins Costa (UFMG)
E a gramática? O projeto FOCOELE como um instrumento de desenvolvimento de reflexões sobre o
ensino do sistema formal da língua a partir do contexto
Renata de Aquino Barão (UFMG)
O uso do Diário Reflexivo no Projeto FOCOELE
Thayane Silva Campos (UFMG)
Reflexões sobre como o projeto FOCOELE pode contribuir para a formação continuada de professores
de espanhol no que se refere à abordagem da gramática
Patrícia Silva de Moura (UFMG)
Sabe-se que a formação de um professor é um processo continuo, pois a fluência e os conhecimentos
gramaticais não são suficientes para responder às perguntas: “Como desenvolver o senso de cidadania em
aula de Línguas Estrangeiras? Como trazer para Línguas Estrangeiras questões que podem desenvolver esse
senso de cidadania?” (OCEM, p. 91), “nesse processo de recontextualização, o que fazer com a gramática?”
(OCEM, p. 110). Por isso muitos professores de E/LE buscam a formação continuada como auxílio para
desempenhar seu papel no ensino do espanhol no contexto da escola. Considerando-se esta realidade, criouse em 2010 o Projeto de Extensão FOCOELE (Projeto de Formação Continuada de Professores de Língua
Espanhola) da FALE/UFMG. Trata-se de um curso semipresencial que objetiva ser um espaço de reflexão e
aperfeiçoamento linguístico e metodológico para o professor do ensino básico. Em 2012, o projeto teve como
propósito trabalhar a questão do ensino da gramática em contexto, contribuindo assim para a reflexão sobre as
perguntas citadas acima. Nesta comunicação serão apresentados os resultados de uma análise feita ao longo
do curso, com os seguintes objetivos: identificar a concepção de ensino/aprendizagem de língua estrangeira e
as dificuldades reveladas pelos professores nas tarefas iniciais de sondagem, partindo da hipótese de que
ainda prevalece a concepção de que aprender uma língua é memorizar estruturas gramaticais
descontextualizadas e de que nem sempre o professor tem o domínio necessário para ensinar determinados
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
temas; uma vez confirmada essa hipótese, verificar se, depois das leituras e discussões realizadas durante o
curso, há alterações significativas na forma como os professores concebem a abordagem da gramática nas
aulas de espanhol, por meio das unidades didáticas que re (elaboram).
Palavras-chave: Formação continuada; Material didático; Gramática
O PIBID E A FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA: DIÁLOGOS PROFÍCUOS
ENTRE TEORIA E PRÁTICA, ENTRE ESTÁGIO E DOCÊNCIA
Coordenador:Elzira Yoko Uyeno (UNITAU/SP)
Os trabalhos que congregam a sessão de comunicação coordenada em proposição compartilham, a partir de
diferentes perspectivas teóricas, a preocupação com a relação estabelecida entre a teoria e a prática no ensino
de língua materna e com a identidade do professor de línguas. Mais precisamente, focalizam os processos de
construção identitária do professor de língua materna dos níveis fundamental e médio a partir de sua inserção
no universo escolar, locus de sua atuação, propiciados tradicionalmente pelos estágios supervisionados e, de
forma inovadora, por programas de incentivo de iniciação à docência como o Programa Institucional de Bolsa
de Iniciação à Docência – PIBID. As pesquisas analisam como a relação estabelecida entre a teoria e a prática
mobilizada por esses programas se realizam e quais são os efeitos dessa relação na identidade do professor
de língua materna.
Formação inicial do professor de línguas em diálogo com a escola pública: pesquisa sobre a
construção identitária
Vera Lúcia Batalha de Siqueira Renda (UNITAU/SP)
A especificidade que se pretende apresentar nesta comunicação é a possibilidade de formação profissional
inicial de professores de línguas em parceria com a escola pública de modo ampliado, ou seja, realizando-se
nela uma pesquisa sobre a construção identitária dos alunos. Dessa forma, o objetivo da presente
comunicação é apresentar dados e análises das falas dos alunos, coletadas em momentos diferentes, sobre
sua prática. A pesquisa de cunho qualitativo desenvolvida paralelamente às atividades PIBID se assenta em
fundamentação teórica multidisciplinar, de interface sócio-histórica. Nela, vinte alunos, bolsistas do programa,
responderam a um questionário de dez questões sobre diferentes aspectos vivenciados nas quatro escolas
públicas em que atuavam. Foram considerados o conhecimento do contexto sócio-cultural da escola, a
inserção dos bolsistas nas unidades escolares, a avaliação diagnóstica assistida pelas professoras
supervisoras das escolas, bem como as formas de diálogo e interação na relação com os pares. Nas
respostas, podemos perceber facetas da sua construção identitária: graduandos/bolsistas vão tecendo(se) e
(re)elaborando(se) ao longo das atividades e vivências compartilhadas no processo. Pudemos perceber, pela
análise dos dados, que a formação identitária dos bolsistas, jovens futuros professores, ocorre mediante as
interações vivenciadas entre os próprios alunos, as supervisoras, os alunos das escolas integrantes do
programa e as intervenções da coordenadora – papel da universidade no processo de formação profissional do
aluno. Resultados parciais da análise validam não só o programa como um todo, mas apontam para a
formação do aluno crítico, criativo que estabelece pontes entre os conteúdos aprendidos; revelam-nos também
alunos abertos para acolher as diversas realidades dos seus futuros alunos.
Palavras-chave: formação inicial; identidade; formação de professores
Discussões, estágio e formação do professor de línguas
Eveline Mattos Tápias-Oliveira (UNITAU/SP)
Maria do Carmo Souza de Almeida (UNITAU/SP)
O objetivo desta comunicação é apresentar uma experiência efetuada nas disciplinas Didática Específica I e
Estágio Supervisionado ministradas nos últimos anos do curso de Letras de uma universidade do interior
paulista. O enfoque adotado foi de cunho vygotskyano e bakhtiniano. Foi proposta aos alunos uma prática
interativa e dialógica com as teorias fundantes do trabalho pedagógico, com leitura e com produção de textos,
as quais estavam em discussão na sala de aula. Os alunos, de posse dos conteúdos, iam ao estágio
procurando observar a realidade frente os textos estudados. Resultados apontam para uma forma inovadora de
205
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
observação das aulas pelos alunos, o que propiciou a eles um espaço de reflexão individualizada que transitou
entre a sala de aula na universidade, continuou no estágio e voltou à sala de aula para socialização das
observações e realimentação crítica das teorias estudadas. Nesse cenário, questionou-se a teoria, a prática e a
extensão da validade de ambas frente às realidades concretas vivenciadas no estágio, o qual passou, então,
por um processo de ressignificação: não mais um estágio para observações assistemáticas, mas sim um
estágio em que a atenção era orientada a um objetivo pré-estabelecido em função do que foi estudado. Ao
mesmo tempo, os alunos entenderam que a teoria na prática pode ser aplicada de formas diferentes,
dependendo dos alunos, do professor, da escola, da disciplina... Os relatórios finais comprovam que a
experiência teve impacto positivo na formação desses jovens professores de línguas, que passaram a ser mais
críticos não só para com sua formação e suas observações do entorno, mas também mais maleáveis e
acolhedores de diferenças. Essa nova perspectiva agregou um significado inovador às aulas de Prática de
Ensino e Didática Específica e, como efeito inesperado, também ajudou na (re)construção das professoras
formadoras.
Palavras-chave: formação inicial; estágio; identidade
PIBID e a formação inicial e continuada de professores de Língua Portuguesa: parrhesia, ethos e tekhné
Elzira Yoko Uyeno (UNITAU/SP)
Do temor da inexperiência pelo licenciando em línguas, por um lado, e da preocupação da ineficácia da
experiência acumulada pelo professor formado de línguas, por outro, constituiu-se o problema da pesquisa a se
relatar. Mais precisamente, o temor do desconhecimento de como aplicar todo o conhecimento adquirido pelo
licenciando em línguas, por um lado, e da ansiedade em conseguir a adesão dos alunos às atividades de
ensino do professor de línguas experiente constituiu o problema. A hipótese para essas preocupações foi:
licenciandos e formados têm uma visão teleológica, isto é, de um lugar aonde se chegar, da docência, quando
se trata de um processo e, como tal, contínuo. Analisar o discurso de licenciandos e de formados em Letras e
nele encontrar essa visão teleológica e analisar suas subjetivações em suas atividades como participantes do
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID constituíram os objetivos, fundamentando-se
na Análise do Discurso de linha francesa e na psicanálise lacaniana. Resultados da pesquisa revelaram que as
funções atribuídas aos licenciandos e aos professores supervisores das unidades escolares pelo PIBID têm o
potencial de produzir um efeito parrésico postulado por Foucault: exigindo daqueles encontrar a palavra precisa
que promova a melhoria do aluno do nível de ensino fundamental sob sua responsabilidade e, destes, a
palavra que promova a melhoria daquele, o PIBID se realiza como processo de formação inicial e continuada,
atenuando suas visões teleológicas da formação do professor de línguas. Para além da parrhesía que
comporta, à análise de Foucault (2004), de um lado, o procedimento moral ou o ethos e, de outro, o
procedimento técnico ou a tekhné do mestre em relação a seu discípulo que se fizeram perceber e revelaramse responsáveis pela construção da identidade do professor de língua materna, os resultados revelaram
aspectos relativos a identificações de ordem psicanalítica.
Palavras-chave: formação continuada; identidade; psicanálise
SESSÃO COORDENADA
Coordenador: Fábio Luiz Villani (Secretaria Municipal de Educação de São Paulo)
Ensino de inglês para crianças e formação de professores:
resultados preliminares de parceria entre universidade e sistema municipal de educação
Lívia de Araújo Donnini Rodrigues
Em 2012, face à implantação do Programa Língua Inglesa no Ciclo I nas escolas vinculadas à Secretaria
Municipal de Educação de São Paulo (SMESP), estabeleceu-se a parceria entre a SMESP e a Fundação de
Apoio à Faculdade de Educação da USP (FAFE) para oferta de Formação Continuada dos professores de
língua inglesa da rede municipal e acompanhamento das ações de implantação do Programa. Para a
apresentação e discussão dos resultados obtidos nessa parceria SMESP/FAFE, parte-se da compreensão de
que o Programa Língua Inglesa no Ciclo I representa a introdução de uma inovação curricular, e que uma
inovação não necessariamente implica em mudança direta das práticas escolares (MARKEE, 1997). Para
206
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
situar essa discussão, serão também apresentados os objetivos e o desenho curricular da Formação
Continuada, incluindo aspectos relacionados à modalidade de formação adotada (RODRIGUES, 2005), a
relação entre conhecimento linguístico e pedagógico (FREEMAN, 2012), e a organização e sequenciamento
das etapas de formação e acompanhamento. Além disso, temas como a interação entre L1 e L2 no ensino para
crianças e a relação entre os índices de proficiência almejados e a antecipação-quantidade-qualidade da
exposição à L2 serão problematizados tendo como referência os resultados parciais do projeto ELLiE [Early
Language Learning in Europe] (LOPRIORI, 2009; MIHALJEVIĆ DJIGUNOVIDĆ, 2012) e os resultados
preliminares do Programa Língua Inglesa no Ciclo I a fim de contribuir para implantação ou revisão de políticas
linguísticas voltadas para a Educação Básica no país.
Palavras-chave: Formação Continuada, Parceria Universidade-Rede, Ensino de Línguas para Crianças
Multiletramentos em aulas de LI no Ensino Fundamental I:
resultados de um trabalho colaborativo entre a universidade e a rede pública
Renata Quirino de Sousa
Janice Gonçalves
O ensino de língua inglesa nas séries iniciais do ensino fundamental – 1º ao 5º ano – foi implementado em
2012 nas escolas municipais da cidade de São Paulo e, com o intuito de facilitar tal implementação, a
Secretaria Municipal de Educação (SME) propôs um trabalho de formação e de colaboração entre a
Universidade de São Paulo (USP) e professores que passaram a atuar neste ensino, cujo foco está na
oralidade, uma vez que é por meio da língua falada que primeiro se constroem maneiras de ser e estar no
mundo (BAKHTIN / VOLOSHINOV (1981 [1929]). A proposta dessa implementação, intermediada pelo trabalho
colaborativo entre professoras-formadoras contratadas pela FAFE (USP) e professores da rede, é de
proporcionar aos aprendizes vivências na língua inglesa por meio de imagens, sons e gestos, presentes em
histórias e músicas infantis, em vídeos e brincadeiras, trazendo para dentro do contexto da aula as
multimodalidades (LANKSHEAR, SNYDER e GREEN, 2000; KRESS, 2003; GEE, 2006). Entre as questões
que emergem dessa colaboração, está o papel da língua materna e da língua alvo, já que os alunos, nesse
momento, encontram-se em fase de construção da linguagem escrita em língua materna (SOARES, 2004).
Outra questão preponderante é o quanto, sob o impacto das novas tecnologias e da grande diversidade cultural
e linguística provocada por tempos de globalização, as necessidades desses estudantes com relação aos seus
processos de letramento – ou seja, de construção dos usos sociais das linguagens oral e escrita – têm mudado
fortemente o foco dos objetivos pedagógicos no ensino de línguas. Por meio de dados coletados durante o
trabalho colaborativo, pretende-se abordar estas e outras questões que se mostrem pertinentes durante o
processo.
Palavras-chave: escola pública, trabalho colaborativo, ensino fundamental I
Inglês no Ensino Fundamental I:
relatos de uma professora da rede pública em processo de pesquisa colaborativa
Gisele Silvério
Rosana Machado Piuvezam
Como professoras de inglês da Rede Municipal e tendo participado da implantação do Ensino de Inglês nos
Anos Iniciais do Fundamental I pretendemos descrever e analisar influências do trabalho de formação e
colaboração proposto pela SME em parceria com a FAFE USP em nosso cotidiano escolar. Nesses relatos,
destacaremos o papel da formação em serviço para o trabalho em sala de aula com crianças de seis a dez
anos. Partindo da conjetura de que a noção sociointeracional da linguagem parte do pressuposto de que a
construção do significado é social, de modo que a comunicação se dá à medida que os interlocutores
constroem um campo de conhecimento comum, ocorrendo inúmeras negociações de sentido durante a
interação e que cada interlocutor traz seus conhecimentos e os testa, a fim de perceber se o que conhece
garante o sucesso da interação, haverá autonomia e adequação para a efetiva comunicação entre os pares.
Assim, afirmamos que, ao seguirmos ideias de autores como Vygotsky, teremos, consideravelmente o
protagonismo de nossos alunos durante as aulas de língua estrangeira e estes perceberão que a língua será
apenas um objeto de mediação na comunicação com o outro. Com todas as sugestões propostas durante o
trabalho colaborativo, tem havido maior envolvimento por parte dos alunos nas atividades desenvolvidas e,
assim, a maioria destes atingiu as expectativas nas aulas de língua inglesa: por diversas aulas, isso resultou
207
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
em participação espontânea (cantar, ordenar, perguntar em inglês, participar dos momentos de contação de
estórias, de jogos e de brincadeiras), propostas de novas atividades vindas deles, aumento no repertório, e
comunicação mais eficaz na língua materna.
Palavras-chave: LI, ensino fundamental I, pesquisa colaborativa.
LINGUAGEM E TECNOLOGIA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
Coordenador: Fabíola Aparecida Sartin Dutra Parreira Almeida (UNEMAT)
Esta sessão coordenada objetiva apresentar e discutir estudos que abordam a formação do professor de
Língua Estrangeira, destacando os desafios do professor da escola pública, o papel da tecnologia na formação
do professor de LE sob a ótica da linguística sistêmico-funcional. Almeja, também, refletir sobre a inserção das
novas tecnologias no cotidiano do professor de Inglês e de espanhol, que, por sua vez, requer uma preparação
tanto no que tange aos desafios da Educação a Distância (EAD) e presencial quanto ao desenho dos materiais
didáticos, das interações entre os envolvidos, entre outros. Serão apresentados trabalhos que tratam do papel
do professor de espanhol na escola publica e de fronteira, do uso de fóruns online na sala de aula de inglês, da
identidade do professor de inglês no ambiente digital e da análise de registros de alunos e professores com
relação às novas tecnologias na sua formação enquanto futuros professores de línguas. Em todos os trabalhos,
serão observados aspectos linguísticos, discursivos, textuais e contextuais com base nos pressupostos da
Gramática Sistêmico-Funcional (Halliday, 1994; Martin, 2000) que servirão de apoio para a análise dos dados.
Trata-se de um momento ímpar em que professores e pesquisadores se encontram para discutir a formação do
professor de Língua Estrangeira no contexto brasileiro.
O uso de foruns na formação do professor de inglês: uma análise dos elementos de atitude
Esta comunicação tem como objetivo apresentar uma análise dos registros escritos dos participantes de foruns
de discussão online em uma disciplina de Lingua Inglesa no curso de Letras. Nesses fóruns, foram discutidos
textos sobre a formação do professor de inglês. Para tanto, o presente estudo utiliza-se dos pressupostos
teóricos e metodológicos que embasam a comunicação mediada pelo computador, bem como o modelo de
Comunidade de Investigação (Community of Inquiry model) proposto por Garrison, et al (2000); Garrison et al ,
Rourke et al (2001), Anderson et al (2001), bem como os estudos que fundamentam a utilização de foruns no
ambiente educacional (Anderson & Kanuka, 1997; Collins & Berge, 1995; Paiva, 2010). Nesta parte serão
apresentadas as características gerais das Presenças (Social, Cognitiva e de Ensino), porém, o enfoque será
na Presença Social nos fóruns. Para a analise dos elementos avaliativos que evidenciam as presenças, este
estudo terá como suporte os fundamentos da Gramática Sistêmico-Funcional (Halliday, 1994);
Avaliatividade/Appraisal: Martin (2003); Hunston & Thompson (2000); Eggins & Slade (1997).Os dados foram
coletados a partir do discurso escrito dos participantes ao expressarem suas opiniões em dois fóruns
realizados na disciplina de Língua Inglesa VIII. As análises indicaram que as escolhas léxico-gramaticais de
atitude no discurso dos alunos refletiram os tipos de resposta de solidariedade que os alunos esperam obter de
seus interlocutores, mais ainda, a ansiedade de ser um futuro professor de inglês no mundo globalizado, o que
coaduna com os tipos de presença evidenciados nos fóruns. Assim, pode-se observar que os alunos utilizaramse das categorias de atitude para se referir ao próprio desenvolvimento profissional abrangendo suas
carências, suas aspirações e seus sonhos no desejo de uma melhoria na sua vida enquanto profissional da
educação.
Palavras-chave: Comunicação mediada pelo Computador, atitude, formação docente.
O uso das novas tecnologias na formação docente: prática emergente no cenário acadêmico?
Este estudo é uma pesquisa em desenvolvimento que tem como objetivo apresentar uma análise do discurso
docente e discente de uma universidade do centro- oeste brasileiro, sobre o uso das novas tecnologias no
cenário acadêmico. Discutir acerca do uso/funcionalidade da ferramenta tecnológica na formação docente
torna-se fundamental nos dias atuais. Nesse sentido, partimos do pressuposto de que a tecnologia se faz
presente na maior parte das atividades diárias fazendo com que a comunicação seja mediada pelo
computador. Em consequência desse cenário, um ambiente linguístico é recriado artificialmente, em que o
208
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
professor e o material didático são forçados a se integrarem nesse mundo digital (Paiva, 1995). Este estudo
propõe, então, verificar se há uma “consonância” na utilização da tecnologia como ferramenta pedagógica na
formação docente, na opinião de professores e alunos do curso de letras/inglês. Para tanto, utilizamos os
construtos teóricos da Linguística Sistêmico-Funcional com base nos estudos de Halliday (1994) Halliday e
Mathiessen (2004), Eggins (1994) e a formação de professor de língua estrangeira (Celani, 2003; Paiva, 1996;
Moita-Lopes, 2006; Assis-Peterson e Cox, 2007). Os dados foram coletados por meio de observação e
gravação de aulas e entrevistas com os professores e universitários, transcritos, organizados e categorizados
pela ferramenta computacional WordSmith tools (Scott, 1997). Serão destacados os elementos léxicogramaticais presentes no discurso dos participantes relacionados ao uso da tecnologia na sala de aula. Esperase, portanto, que esta proposta reflexiva contribua com pesquisas futuras na área da Linguística Aplicada (LA)
com foco na formação docente e, sobretudo, instigue práticas tecnológicas no contexto ensino/aprendizagem
de línguas na contemporaneidade.
Palavras-chave: Formação do professor de LE; Tecnologia; Linguística Sistêmico-Funcional.
Ensino do espanhol na escola pública: uma análise do discurso docente sob a perspectiva da
gramática sistêmico- funcional
A necessidade de se pensar em políticas de línguas é uma realidade que abrange vários aspectos, tais como,
o fortalecimento de inter-relações, sejam elas afetivas, sociais e culturais, formando assim, um espaço
multicultural e multilíngue, favorecendo o indivíduo em todo o seu contexto social. Nesse contexto, este
trabalho tem como objetivo apresentar uma análise do discurso docente de professores de Língua estrangeira
– Espanhol no que se refere às dificuldades enfrentadas no contexto de sala de aula da escola pública, que
vão desde o ensino de estrutura linguística do espanhol até a falta de proficiência linguística do professor.
Abordaremos essa problemática considerando os estudos desenvolvidos na área da Linguística Aplicada com
o foco na formação do professor, autores como Celani (2003), Moita-Lopes (2006), Leffa (2009), Paiva (1996)
dentre outros; e para a análise linguística serão utilizados os pressupostos da Gramática sistêmico-funcional
(Halliday 1994) com o foco no sistema de avaliatividade (Martin 2000, Martin e White 2005). Os dados foram
coletados por meio de entrevistas com professores de espanhol de uma escola pública, organizados e
categorizados utilizando o programa computacional WordSmith Tools Scott (1997). A análise dos elementos
avaliativos presentes no discurso docente aponta para uma necessidade de se discutir a criação de políticas de
ensino de línguas conforme preveem as orientações curriculares para o ensino público.
Palavras-chave: Ensino do espanhol; Discurso; Gramática Sistêmico-Funcional
CRENÇAS E MOTIVAÇÃO DE APRENDIZES E PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA EM CONTEXTOS
PRESENCIAIS E VIRTUAIS DE ENSINO
Coordenador: Fernanda Costa Ribas (ILEEL/PPGLE/UFU)
Esta sessão coordenada tem por objetivo discutir os conceitos de crenças, auto-crenças e motivação na área
de ensino e aprendizagem de língua inglesa em contextos diversos, procurando estabelecer interfaces entre
esses aspectos. A disposição em estabelecer elos entre os referidos aspectos reside no fato de pretendermos
examinar o processo de ensino e aprendizagem de língua inglesa de forma a problematizar como o modo de
pensar de professores e alunos, ou seja, suas percepções, quer seja de si mesmos ou de aspectos acerca da
língua/cultura inglesa, do ensino e aprendizagem dessa língua, e o contexto podem afetar sua disposição para
ensinar ou aprender, ou seja, sua motivação. Os trabalhos apresentados se baseiam em Williams e Burden
(1997), Brown (2000), Oyserman (2000), Dörnyei (2001), Barcelos (2004, 2006), dentre outros. O primeiro
trabalho aborda a relação entre motivação e auto-crenças de dois professores de língua inglesa, em formação
inicial, durante sua atuação em cursos de extensão de inglês presenciais, desenvolvidos para alunos de nível
básico. O segundo trabalho propõe uma investigação entre as crenças e a motivação de uma professora em
formação em uma disciplina de inglês instrumental à distância. O terceiro trabalho investiga as crenças de
aprendizes de Língua Inglesa a respeito do povo norte-americano, sua cultura e sua língua e a possível relação
dessas crenças com a motivação para aprendizagem de língua estrangeira. Ao final da sessão, implicações
para pesquisa na área de crenças e afetividade, além de sugestões para a formação de professores e para o
ensino e aprendizagem de língua inglesa em contextos presenciais e virtuais serão discutidas com os
participantes.
Palavras-chave: crenças; auto-crenças; motivação
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Auto-crenças e motivação de professores de língua inglesa em formação inicial
Fernanda Costa Ribas (ILEEL/PPGLEL/UFU)
Motivação do professor significa comprometimento, energia, esforço, entusiasmo, desejo de aprender, além de
senso de direção e propósito (MORGAN et al, 2007). Para Dörnyei (2001), a motivação do professor é
caracterizada por um componente intrínseco, está ligada a fatores contextuais, apresenta uma dimensão
temporal e pode sofrer várias influências negativas. Além dessas quatro características apresentadas por
Dörnyei, acrescento as percepções do professor quanto a sua própria prática em sala de aula, suas autocrenças, como possíveis influenciadoras de sua motivação. Entendo auto-crenças como percepções ou
imagens que os professores formam a respeito de si mesmos. Segundo Markus e Nurius (1986), Markus e
Wurf (1987) e Oyserman (2001), elas provêem incentivos, padrões, planos e regras a serem seguidos pelo ser
humano, podendo apresentar, portanto, conseqüências motivacionais. Tendo como base os pressupostos
apresentados, discutirei aspectos da motivação e auto-crenças de dois professores de língua inglesa, em
formação inicial. Os resultados que serão apresentados são um recorte de um projeto de pesquisa em
andamento cujo objetivo é analisar de que forma diferentes aspectos cognitivo-afetivos (tais como a motivação,
a ansiedade e as auto-crenças) se relacionam e influenciam o comportamento de professores pré-serviço e em
serviço. Os dados que serão apresentados dizem respeito à fase 1 do estudo e foram coletados no período de
março a dezembro de 2010 com dois professores em formação inicial, durante sua atuação em cursos de
extensão de inglês desenvolvidos para alunos de nível básico. A partir de dados obtidos por meio de diários,
entrevista semi-estruturada, questionário e sessões de visionamento com os professores, analiso os tipos de
percepções/imagens (atuais e futuras) que os professores apresentam sobre si (e sobre sua prática) e como
essas se relacionam com sua motivação. Dessa forma, mostro que tanto imagens positivas, quanto negativas
parecem servir de estímulo para o comportamento do professor.
Palavras-chave: auto-crenças; motivação; formação de professores
Aprender inglês à distância: crenças e motivação de um professor de línguas em formação
Cristiane Manzan Perine (ILEEL/ PPGEL/UFU)
Este estudo propõe uma interface investigativa da relação entre crenças e motivação de aprendizes de inglês
em uma disciplina de inglês instrumental à distância (IngRede). Trata-se de um recorte de uma pesquisa de
mestrado, em fase inicial, cujos participantes são dez alunos de diferentes cursos de graduação de uma
universidade federal de Minas Gerais. Considerando crenças como um conjunto de opiniões e ideias que
alunos e professores têm a respeito do processo de ensino e de aprendizagem de línguas (BARCELOS, 2006),
e os referencias de motivação como sendo a responsável pela escolha por uma ação particular, a persistência
em mantê-la e o esforço despendido para fazê-la para alcançar um objetivo (DÖRNYEI, 2001), aliamos esses
conceitos ao contexto virtual de aprendizagem, o qual causa uma reconfiguração nos papeis de professores e
alunos (PAIVA, 2008). Desse modo, buscamos analisar quais as crenças de graduandos sobre aprender inglês
à distância, como se caracteriza sua motivação para aprender nesse contexto e como suas crenças se
relacionam com sua motivação. Recorremos a um questionário inicial, diários reflexivos, entrevista e
observação da participação dos alunos na plataforma do curso para obtenção de dados. Para os fins deste
trabalho, propomos um recorte que visa analisar os dados referentes a uma professora em formação, de 56
anos, aluna do curso de Letras, inscrita no IngRede. Esperamos suscitar reflexões acerca da disponibilização
de disciplinas de línguas na modalidade virtual nos cursos de Letras e problematizar a possível relação entre
crenças, motivação e ações, e como tal relação pode exercer impacto no modo dos aprendizes de participar e
interpretar um curso de inglês à distância, o que pode repercutir em seu papel como aluno e, futuramente,
como professor.
Palavras-chave: crenças; motivação; inglês à distância
Motivação e crenças sobre os Estados Unidos: um estudo sobre o ensino/aprendizagem de língua
inglesa para alunos de nível intermediário
Olívia Maria Santos de Lima (ILEEL/UFU)
210
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Pretende-se com essa apresentação apresentar resultados parciais de um projeto de pesquisa em andamento
no que diz respeito às crenças que aprendizes de Língua Inglesa possuem a respeito do povo norte-americano,
sua cultura e sua língua. O projeto visa ainda investigar uma possível relação dessas crenças com o fenômeno
da motivação para aprendizagem de língua estrangeira, relação essa que também será discutida neste
trabalho. Partimos do pressuposto de que as crenças que os alunos constroem podem sofrer influência
principalmente das séries e filmes produzidos pela mídia norte-americana e ainda que a construção dessas
crenças possa interferir na relação de aprendizagem. Tendo em vista a popularização das TVs por assinatura e
o fenômeno de downloads na rede mundial de computadores, não se pode negar que o aprendiz de língua
inglesa tenha, em função da tecnologia, um maior acesso a fontes de produção da língua, tais como séries e
filmes de língua inglesa, especialmente estadunidenses. Esse acesso coloca o aluno em contato com valores,
modos de agir, falar e pensar da cultura norte-americana que podem levar a um conjunto de crenças sobre o
país, seu povo e sua cultura. Questionamos se essas crenças podem auxiliar ou inibir a aprendizagem dos
alunos. A referida pesquisa está sendo realizada por mim, professora em formação inicial, em uma de minhas
turmas de nível intermediário, composta de 20 alunos, de uma Central de Línguas de uma universidade de
Minas Gerais como parte de um projeto de extensão. Os dados que serão apresentados foram coletados por
meio de entrevista semi-estruturada com os alunos e diários reflexivos sobre as aulas ministradas. O estudo
tem como base os trabalhos de Barcelos (2004) e Mendes (2009) sobre crenças, bem como Gardner e
Lambert (1972), Williams e Burden (1997), Brown (2000) e Dörnyei (2001) sobre motivação.
Palavras-chave: crenças de alunos; motivação; aprendizagem de língua inglesa
O USO DO TEXTO LITERÁRIO NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS: FUNCIONALIDADES,
CRENÇAS E FORMAÇAO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES
Coordenador: Gisleuda de Araújo Gabriel (Grupo de Pesquisa LEER - Literatura: Estudo, Ensino e (Re)leitura
do Mundo)
O uso do texto literário no ensino de línguas estrangeiras: panorama dos estudos na Universidade
Estadual do Ceará
Cleudene de Oliveira Aragão (UECE- GPLEER)
Depois do advento do método comunicativo, começou-se a reavaliar o papel do texto literário (TL) no ensino de
línguas estrangeiras, que retorna como um valioso recurso para o desenvolvimento da competência
comunicativa, segundo Mendoza (2007). Nosso trabalho tem como objetivo apresentar um breve panorama
das pesquisas realizadas sobre esse tema no âmbito do Grupo de Pesquisa LEER - Literatura: Estudo, Ensino
e (Re)leitura do Mundo, do Programa de Pós-graduação em Linguística Aplicada da Universidade Estadual do
Ceará, que se reúne desde dezembro de 2009. Utilizamos como fundamentação teórica estudos sobre
educação literária (MENDOZA, 2004) e formação leitora (COLOMER, 2007; MENDOZA, 1998; TURCHI e
SILVA, 2006); pesquisas sobre letramento (KLEIMAN, 1995; KLEIMAN e MATENCIO, 2005; PAIVA, 2003;
SCHOLZE e RÖSING, 2007), letramento literário (COSSON, 2009) uso do texto literário no ensino de LE
(MENDOZA, 2007, SANTOS, 2007, ALBADALEJO, 2004) e formação de professores (ANDRADE, 2004). Os
dados vem sendo coletados na Universidade Estadual do Ceará, em cursos de idiomas e escolas públicas e
particulares, através de instrumentos como questionários para alunos e professores, atividades com textos
literários e protocolos de avaliação de material didático, durante os anos de 2008 a 2012. Há estudos sobre:
crenças de alunos e professores sobre o uso do TL em aulas de espanhol como língua estrangeira em escolas
de ensino médio; crenças de professores em pré-serviço sobre sua preparação para o uso do TL em aulas de
idiomas (espanhol e inglês); e estudos sobre melhora de desempenho comunicativo a partir do uso do TL. Os
resultados apontam para crenças dos professores sobre sua insuficiente preparação para trabalhar com esses
gêneros textuais em suas aulas de E/LE e a necessidade de complementar a sua formação inicial e continuada
para fomentar o uso do TL em suas aulas de língua estrangeira.
Palavras-chave: Uso do texto literário. Ensino de língua estrangeira. Formação de professores.
Propostas para o uso do texto literário e para a formação continuada de professores de espanhol do
ensino médio de escolas públicas
Girlene Moreira da Silva (IFRN- GPLEER)
211
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Esse trabalho é parte da nossa pesquisa realizada no período de 2009 a 2011, durante o mestrado em
linguística aplicada, na qual investigamos as crenças de dezoito professores egressos do curso de letras
Espanhol da Universidade Estadual do Ceará (UECE) sobre o uso ou não do texto literário como ferramenta
para o ensino e aprendizagem de Espanhol no Ensino Médio de Escolas Públicas de Fortaleza e a relação
entre essas crenças e sua prática docente. Como base teórica, recorremos aos estudos de autores como
Widdowson (1984), Cosson (2006), Mendoza (2004, 2007), Aragão (2006), Souza (2008), Santos (2007),
Barcelos (2004, 2006, 2007), Leffa (1988, 1991), Almeida Filho (1993), Pajares (1992), Alvarez (2007), Celani
(2002, 2009), Miccoli (2007, 2010), Moita Lopes (1996), dentre outros. Os resultados mostram que embora os
professores reconheçam a importância do uso do TL nas suas aulas; nem sempre suas crenças correspondem
às suas ações na prática docente. Diante dos resultados, reconhecemos a necessidade de projetos que
auxiliem o professor na sua prática docente não somente com relação ao uso do texto literário, mas também
com relação ao que fazer dentro da sala de aula do Ensino Médio. Percebemos que são necessárias iniciativas
que ajudem o professor com sua prática docente e com a construção e desconstrução de crenças que facilitem
o seu trabalho. Com isso, ao final da nossa pesquisa, além de apresentarmos algumas propostas didáticas
para a utilização do TL no ensino de E/LE nesse contexto de ensino, apresentamos também um projeto de
formação continuada para a preparação do professor (egresso ou não da UECE) não somente com relação ao
uso do TL, mas para a melhoria da sua prática docente como um todo.
Palavras-chave: Professor de Espanhol. Uso do texto literário. Formação Continuada.
Crenças sobre o uso do texto literário no ensino de francês/língua estrangeira: uma experiência de
letramento literário com professores em formação na UECE
Gisleuda de Araújo Gabriel (UECE- GPLEER)
Entre os recursos utilizados na formação e a aprendizagem de língua estrangeira (LE), as obras literárias
permanecem um tanto relegadas porque tem-se considerado com frequência que o texto literário é uma
modalidade do discurso linguisticamente complexa e muito elaborada que tem pouca influência na
aprendizagem comunicativa (MENDOZA, 2007). Atualmente, entre as pesquisas referentes ao ensino e
aprendizagem de línguas, os estudos sobre crenças apontam para a grande relevância na formação de
professores. Segundo os estudiosos da área, o desvelamento das crenças, dentro de cada contexto da prática
de ensino dos professores, permite ao professor uma melhor adequação de objetivos, conteúdos, abordagem e
de procedimentos metodológicos no processo de ensino e aprendizagem. Portanto, esta pesquisa tem por
objetivo averiguar a mudança (ou não) das crenças de professores em formação do curso de Letras Francês
da UECE, sobre o uso do texto literário a partir de práticas de leituras literárias no ensino do FLE. Utilizaremos
como suporte teórico os estudos de WIDDOWSON (1991), ALMEIDA FILHO (2005), MENDOZA (2003, 2004,
2007), BARCELOS (2010, 2006), VIEIRA-ABRAHÃO (2008), SILVA (2010), COSSON (2011), KLEIMAN
(2008), ROJO (2009), MARCUSCHI (2011), SCHENEUWLY, B. & DOLZ (2004), dentre outros. Este trabalho
de pesquisa, em andamento, se efetivará no âmbito do curso de Letras da UECE, com professores de francês
em formação que, em contato com reflexões teóricas e metodológicas sobre o uso do texto literário no ensino
da língua francesa, adequarão à sua realidade os conhecimentos adquiridos ao longo de sua formação
acadêmica. Diante do resultado de algumas pesquisas, nota-se a necessidade de desenvolver em contextos de
formação de professores, as competências indispensáveis à utilização do texto literário em práticas leitoras, no
intuito de formar, em nossas Universidades profissionais capacitados e aptos a utilizar o texto literário como
recurso didático em suas práticas de ensino.
Palavras-chave: Crenças sobre o uso do Texto literário. Ensino da Língua Francesa. Formação de professores.
PARCERIAS ENTRE UNIVERSIDADE E ESCOLA: QUESTÕES, DILEMAS E PERSPECTIVAS
Coordenador: Hamilton de Godoy Wielewicki (UFSC)
Os alinhamentos legais e parcela significativa das referências conceituais têm apontado, ao longo das duas
últimas décadas, para a necessidade de uma articulação mais profunda e uma relação menos hierarquizada
entre universidades e escolas de educação básica nas atividades referidas à formação docente. Em que pese
ser razoavelmente simples postular relações mais simétricas entre tais instituições, ainda há um conjunto
considerável de barreiras operacionais (e até mesmo conceituais) a dificultar que universidade e escola
relacionem-se de modo mutuamente respeitoso e proveitoso. A proposta desta sessão coordenada é discutir a
212
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
questão das parcerias entre universidade e escolas de educação básica a partir de proposições e de
experiências que reforçam o sentido, a pertinência e a relevância de ações integradas de ambas as instituições
na formação de professores.
Relações colaborativas na formação de professores em parcerias entre universidade e escola:
reflexões e proposições
Partindo do tema geral da sessão coordenada, a proposta neste trabalho é tratar da relação entre universidade
e escola na formação de professores em termos de arranjos curriculares e administrativos que favoreçam a
construção de relações colaborativas entre ambas instituições. Para tanto, será feito um breve percurso por
experiências de parcerias dessa natureza em diferentes contextos dentro e fora do Brasil. Com base neste
mapeamento, a exposição fará um recorte sobre duas questões que de algum modo são recorrentes nos
currículos das licenciaturas de universidades brasileiras: o isolamento e a fragmentação. Feita esta
problematização, o trabalho assume um tom propositivo, enfatizando referenciais pautados na colaboração, no
compromisso mútuo e na possibilidade de impactos positivos para a ação formativa – tanto inicial, quanto
continuada – em ambas as instituições.
Parceria escola-universidade: discutindo a importância de políticas conjuntas na formação de
professores
Discutirei nessa intervenção minhas percepções, como professora de Inglês, acerca do estágio curricular no
contexto da Educação Básica no Colégio de Aplicação (CA/UFSC). Essa escola tem um papel crucial na
formação dos estagiários dos cursos de licenciatura na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Dada
a sua natureza experimental e sua orientação pedagógica, é creditado a essa instituição o fato de ter uma
atmosfera apropriada para a prática dos estagiários de diferentes cursos de licenciatura. A discussão, guiada
pela prática de auto-reflexão e de reflexão conjunta, focará nas práticas interpessoais entre professora da casa
(escola), estagiários e professores do Estágio supervisionado. Para tanto, apresentarei a definição de formação
de professores, introduzindo a teoria pedagógica que embasa o ensino de Inglês e a formação de professores
no contexto do Colégio de Aplicação. Para concluir, à luz de nossas representações sobre o ensino de Inglês e
de experiências conjuntas com estagiários e professores da disciplina de estágio supervisionado, discuto ações
e conexões que temos procurado desenvolver no sentido de "romper a persistente dicotomia teoria/prática em
relação ao conhecimento necessário das questões educacionais na formação de professores" (Lucena &
Bazzo, 2009).
Universidade e escola básica: relações de parceria co-laborativa
A literatura na área de formação de professores de línguas estrangeiras vem apontando, desde a década de
90, para a necessidade de a universidade estabelecer redes de colaboração mais simétricas e menos
hierárquicas com a escola de educação básica no que tange à formação do docente reflexivo e crítico. A
implantação do novo currículo do Curso de Licenciatura em Letras/Inglês da Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC) instigou-nos a pensar sobre como seria um projeto de formação inicial que contemplasse
relações dessa natureza, considerando que a disciplina de Estágio agora existente desdobra-se num contínuo
de dois semestres. Neste trabalho, será feito um relato da experiência de parceria co-laborativa entre os
professores da disciplina de Estágio Supervisionado e os professores de inglês do Colégio de Aplicação,
colaboradores no processo de formação do professor de língua estrangeira-inglês reflexivo e crítico,
enfatizando o impacto dessa relação na formação e desenvolvimento profissional dos envolvidos e a
complexidade da rede estabelecida.
AULAS DE LÍNGUAS COMO ACESSO À CIDADANIA: PROBLEMATIZANDO O ENSINO E A FORMAÇÃO
DOCENTE
Coordenador :Hélvio Frank de Oliveira (UFG/UEG)
213
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
O principal intuito desta comunicação coordenada é observar e discutir sobre como as línguas materna
(português) e estrangeira (inglês) podem conduzir a abordagem do professor à construção da ética, do respeito
às diferenças, de preceitos de cidadania – tão necessários em se tratando de vida em sociedade, de
problematização das preocupações sociais como um todo. Nesse sentido, a língua torna-se, para o professor,
um instrumento que pode provocar, ao mesmo tempo, o insumo necessário e foco principal dos professores, se
considerarmos as relações técnicas e pedagógicas corriqueiras. E, principalmente, contribuir para a promoção
da construção de um mundo mais justo e menos desigual.
“Com que gramática eu vou?!”
dilemas na formação e no ensino de lngua materna
Léa Francisca dos Santos Silva (UEG)
Hélvio Frank de Oliveira (UFG/UEG)
Este trabalho tem por objetivo de estudo averiguar o que os formandos em Letras da área de
Linguística/Língua Portuguesa compreendem por gramática e como eles trabalham e/ou pretendem trabalhá-la.
Para tanto, foram utilizados os pressupostos teóricos de profissionais da área de Linguística Aplicada, tais
como: Pezatti (2007) e Cunha (2008), Holliday (1967), Jakobson (1969) (2001), Labov (1987) e Dik (1989).
Neves (2008), entre outros. Trata-se de um estudo de caso (STAKE, 1994) pautado pelo paradigma qualitativo,
foram utilizados, também, dados numéricos, no intuito de contribuir para a compreensão do leitor. (NUNAN,
1992). Esta investigação foi conduzida com uma turma de alunos do quarto ano do curso de Letras de uma
universidade pública estadual de Goiás. Os instrumentos utilizados foram questionário nos formandos, fechado
e aberto, bem como observações de aulas de LP com registro de notas de campo (VIEIRA-ABRAHÃO, 2006) e
narrativas visuais (KALAJA et al, 2008). Os resultados indicam a recorrência da escolha do professor em
formação sobre o tipo de prática adotada ancorada à sua concepção teórica, sempre em confronto com suas
abordagens pedagógicas de ensino. O que significa dizer que o professor em formação está em processo de
aquisição e apreensão do atual/teórico na Universidade e a aplicação deste em situação/prática e real de
ensino. Incluindo as abordagens da(s) gramática(s) vinculada à prática de ensino para a reflexão e
compreensão do sistema formal e funcional da LP.
Palavras-chave: Abordagem de ensino. Língua Portuguesa. Professores em Formação.
A importância da alfabetização e do letramento na prática docente
Adriana Gomez Bezerra (SEDUC-GO/UEG)
A proposta que este estudo desenvolveu esteve orientada na importância de se discutir os processos de
letramento e alfabetização como processos complexos que, embora distintos, são interdependentes, caminham
juntos, indissociáveis, não podendo, assim, haver uma dicotomia entre ambos. A finalidade primeira desse
trabalho é ressaltar a relevância de ambos serem abordados no ensino aprendizagem da língua materna, tanto
do ensino fundamental quanto médio de uma escola da rede pública estadual da cidade de Goiás. O método
de pesquisa utilizado pelos alunos da disciplina de Estágio Supervisionado de Português de um Curso de
Letras foi a de coletas de dados a partir de visitas feitas nas etapas de observação e participação da referida
disciplina, utilizando a abordagem qualitativa e os princípios metodológicos da pesquisa etnográfica. A análise
dos dados e o resultado das atividades realizadas nessas visitas foram apresentadas destacando a
transposição didática alicerçada em uma prática docente que privilegia a prática do letramento aliada à
alfabetização. Para tanto, a coleta de dados lançou mão dos instrumentos de roteiro de entrevista, roteiro de
observação e questionário. As técnicas utilizadas foram a entrevistas com as professoras regentes e a
observação não participante em sala de aula. A análise dos dados se procedeu levando em consideração a
formação dos docentes e suas concepções acerca da alfabetização e letramento, o planejamento das aulas, a
elaboração do material didático, a contextualização, a interdisciplinaridade e a transposição didática utilizadas.
Os dados levantados e os resultados obtidos com essa pesquisa servirão para orientar na formação dos novos
docentes.
Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Formação docente.
O uso de músicas internacionais como combate à homofobia no ambiente escolar
214
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Márcio Evaristo Beltrão (SEDUC-MT/FABEC)
O bullying é uma prática comum nas escolas brasileiras e a escola contexto de pesquisa, localizada em uma
cidade no interior de Mato Grosso, não foge a esta realidade. Das práticas preconceituosas, a homofobia
configura-se como a mais presente na rotina da escola, principalmente em relação às alunas homossexuais,
criando, então, ações de indisciplina escolar por parte destas. Por meio de uma coleta de dados, observou-se
que a maioria dos alunos não aceitava o fato da escola ter um número considerável de alunas lésbicas, entre
as principais razões, o fato de a escola estar localizada em uma cidade pequena, de modo que o problema se
tornava, então, cultural. Desta forma, utilizando como embasamento teórico os autores Borrillo (2010) e
Ventury e Bokany (2011), foi desenvolvido um projeto de intervenção nas aulas de Inglês com o objetivo de
provocar uma reflexão dentre os alunos sobre o respeito à diversidade de gênero e orientação sexual que
encontramos no cotidiano escolar, conscientizando também sobre à autoaceitação e valorização do indivíduo
independente de sua escolha sexual. Para isso, foi utilizado, como recursos metodológicos, músicas
internacionais que abordam o tema, como Beautiful (Christina Aguilera), Born This Way (Lady GaGa) e
Firework (Katy Perry). Por meio da compreensão e interpretação das letras dessas canções, que são
interpretadas por cantoras populares entre os alunos, ocorreu uma discussão sobre o tema e a
contextualização com o que estava ocorrendo naquele ambiente escolar. Como resultado, houve uma
significativa mudança de atitudes de muitos alunos, que passaram a interagir com os alunos homossexuais e
esses, por sua vez, se tornaram menos agressivos e mais abertos à socialização. Observou-se, ainda, que o
combate à homofobia e ao bullying, de uma forma geral, deve estar presente no cotidiano escolar, pois geram
resultados que podem contribuir para uma sociedade menos preconceituosa e mais aberta ao diálogo.
Palavras-chave: Bullying. Homofobia. Uso de músicas.
PROFESSORES:VOZES PRÓPRIAS SOBRE PROCESSOS, ANGÚSTIAS, INVESTIMENTOS,
REALIZAÇÕES DE OITO PARTICIPANTES DO CONCOL
Coordenador: Herzila Maria de Lima Bastos (FALE-UFMG)
Um dos grandes desafios enfrentados por professoresde Inglês em escolas regulares é o isolamento, que tem
a sua raiz, primeiramente, no fato de, na grande maioria das escolas, eles serem os únicos dessa disciplina. O
isolamento e a recorrência de dificuldades podem causar angústia que leva à paralisação e à baixa autoestima, possivelmente devido ao fato de as inúmeras dificuldades se apresentarem como mais fortes que o
próprio professor. Porém, uma vez dado o primeiro passo na direção de tentativa de solução desses problemas
através do engajamento em educação continuada, pode-se dizer que surge um novo desafio para os
professores: a necessidade de exercício constante de problematização e responsabilização de experiências a
partir daquele desejo inicial, manifestado logo ao final do primeiro curso de educação continuada e comentado
em Barcellos e Coelho (2010). Este trabalho é realizado e apresentado por 8 (oito) professores de escolas
regulares públicas e particulares dentre os quais 7 (sete) não sucumbiram ao isolamento e às dificuldades,
começaram o seu processo de formação continuada há, no máximo 6 (seis) anos, noProjeto EDUCONLE –
UFMG e, em 2010, esses professores, ao serem contatados em coleta dedados de uma tese de doutorado
pela UFMG, demandaram o que redundou no surgimento do Projeto ContinuAção Colaborativa (ConCol).
Dentre os seus participantes, uma professora é mestranda, dois fizeram curso de especialização depois do
EDUCONLE, outro professor atua em projeto de escola particular e inicia o seu processo de formação neste
segundo anodo ConCol. Na primeira comunicação, a coordenadora apresentará o grupo de professores
através da análise das suas percepções reportadas em relato livre de suas experiências comfoco na
problematização e responsabilização de suas atividades atuais e seus sentimentos. Em seguida, dois trabalhos
em co-autoria desses professores serão apresentados pelos seus autores.
Palavras-chave: educação continuada colaborativa, problematização, responsabilização
Práticas em constante formu(l)AÇÃO: escrita, leitura, desenvolvimento do vocabulário
Marilene Pereira Oliveira (Escola Municipal Eduarda Pereira de Oliveira- FALE/UFMG-POSLIN)
Kely Cristina Silva (Escola Estadual Deniz Vale-FALE/UFMG)
Luciana Helena Vasconcelos (Instituto Educacional Pentágono-FALE/UFMG E.E. Presidente Tancredo NevesFALE/UFMG)
Esta comunicação expõe trabalhos realizados a partir de problematizações da experiência vivenciada no grupo
de formação continuada para professores de LE, na sua quase totalidade de escolas públicas, em uma
215
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
parceria entre o ContinuAÇÃO Colaborativa (ConCol) – UFMG – e professores interessados. Essa parceria tem
o objetivo de colaborar com a formação de cada professor, tornando cada um responsável e implicadona sua
prática pedagógica, além de mais capacitados linguisticamente. Quanto à metodologia e estruturação do
Projeto, vêm ocorrendo grupos de discussões (pedagogical rounds), aulas de língua inglesa com ETA’s
(bolsistas CAPES/FULBRIGHT vindas dos Estados Unidos, bolsistas da Fulbright) e formação tecnológica
através das aulas de “TABA Eletrônica”.O ConCol possui um formato especial, pois não há tempo delimitado
para terminar. Algumas das discussões que já ocorreram se relacionam ao ensino de escrita, ao uso de
dicionários e à forma como cada profissional vem atuando. Dois co-autores do presente resumo apresentarão
um dos temas abordados nas discussões do grupo: motivação, vocabulário e leitura. Eles abordarão a questão
motivacional entre professor e aluno e a importância desse aspecto no aprendizado da língua inglesa, assim
como os aspectos motivacionais relacionados à leitura. Apresentarão, também, relatos de atividades
desenvolvidas pelos alunos. As duas outras co-autoras abordarão uma prática que desenvolveram, em
conjunto com outras professoras, qual seja, um intercâmbio entre os alunos por meio de cartões postais. Esse
trabalho deu vivacidade às aulas, facilitando a contextualização do inglês no dia a dia dos estudantes.
Palavras-chave: formação, motivação, habilidades
Práticas em constante formu(l)AÇÃO: a prática pedagógica em sua complexidade e os desafios da
tecnologia
Rosilene SilvaValle (Escola Estadual Deputado Renato Azeredo/FALE/UFMG)
Edvaldo Carvalho Santos (Colégio Tiradentes/FALE/UFMG)
Bernadete Lourdes Diniz Árabe (Escola Estadual Caetano Azeredo (aposentada)/FALE/UFMG)
Márcia Cristina Ferreira Silva (Escola Estadual Laice Aguiar/FALE/UFMG)
O presente trabalho apresenta problematizações acerca dos resultados obtidos por quatro professores de
Língua Inglesa que participam do Projeto Continuação Colaborativa (ConCol) da UFMG. Esse projeto
possibilita aos seus participantes a continuidade da formação e a oportunidade de compartilhamento de
experiências com outros professores. Os educadores envolvidos frequentam aulas de língua inglesa com duas
ETA ’s (English Teaching Assistants vindas dos Estados Unidos, bolsistas da Fulbright) e são orientados
quanto ao uso da tecnologia no laboratório de informática da UFMG no Projeto Taba Eletrônica. Nele, além de
ampliarem seus conhecimentos, os professores têm a oportunidade de desenvolver habilidades relacionadas
ao uso dos recursos digitais. No ConCol são também proporcionadas discussões pedagógicas (pedagogical
rounds) que abordam um tema selecionado pelos participantes e deste muitos outros emergem. De acordo
com a sua relevância, alguns são indicados para discussão posterior. Os quatro co-autores desta Comunicação
– membros do corpo docente de Escola Pública – focalizarão a importância do (re)conhecimento da
complexidade da prática pedagógica. Inserem-se nessa escolha vários aspectos, entre eles a tecnologia na
sala de aula. A seleção desse tema deve-se às efetivas transformações que a proposta e a dinâmica do
ConCol têm causado no fazer pedagógico de cada um dos educadores do grupo. Inicialmente, pode-se dizer
que é fundamental conhecer e compreender os diversos aspectos que circundam ocotidiano dos professores e
alunos quando envolvidos no complexo processo de ensino eaprendizagem. Serão apresentados exemplos de
materiais, observações e implicações relacionadas ao tema.
Palavras-chave: (re)formulação, prática pedagógica, tecnologias
SESSÃO COORDENADA
Coordenador: Iara Francisca Araújo Cavalcanti (PROLING/UFPB)
A apropriação da linguagem científica na universidade: um trabalho alternativo a partir do modelo
didático de Bronckart
Milena Moretto (PG- USF)
Luzia Bueno (USF)
Nos últimos anos, tem se acentuado o número de pesquisas direcionadas à produção e letramento no meio
acadêmico. Como professora pesquisadora, temos percebido que, cada vez mais, os alunos têm apresentado
dificuldades em relação às habilidades básicas da Língua Portuguesa e, por essa razão, as universidades se
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
veem obrigadas a criar programas com o intuito de minimizar essas defasagens. Nesse sentido, há a
necessidade dessas instituições desenvolverem métodos que proporcionem a apropriação de capacidades de
linguagem para que o educando possa sentir-se inserido nesse espaço. Considerando que o Trabalho de
Conclusão de Curso é um dos gêneros legitimados nessas instituições, o presente trabalho tem por objetivo
analisar uma monografia de cada uma das grandes áreas do conhecimento: humanas, biológicas e exatas e
verificar as especificidades e características desses textos. Pautamo-nos, para isso, nas considerações teóricometodológicas do Interacionismo Sociodiscursivo, em especial, no modelo de análise proposto por Bronckart
(2006; 2007). Os resultados de nossas análises contribuem para uma reflexão acerca de como esses gêneros
são trabalhados em nossas universidades, da necessidade de produção de materiais de metodologia mais
adequados que proporcionem o desenvolvimento de capacidades de ação e de linguagem dos alunos, bem
como para a formação de professores que mediam e orientam tais trabalhos, considerando que, não levando
em consideração essas especificidades, muitos desconsideram aspectos relevantes que poderiam melhorar a
produção e o desenvolvimento dos educandos.
Palavras-chave: Linguagem acadêmica. Trabalho de Conclusão de Curso. Gêneros acadêmicos.
Interacionismo Sociodiscursivo
A sequência didática no relatório de estágio: um enfoque nas capacidades de linguagem
Iara Francisca Araújo Cavalcanti (PROLING/UFPB)
Regina Celi Mendes Pereira (PROLING/UFPB/CNPq)
O presente artigo situa-se no quadro das pesquisas voltadas para a investigação do trabalho do professor que
tem por foco as reflexões que ele faz quando da elaboração e aplicação de sequências didáticas, para o
desenvolvimento das capacidades de linguagem, durante o ensino de línguas. Para tanto, analisaremos o
trabalho desenvolvido por uma professora estagiária de língua materna, por ocasião do Estágio
Supervisionado, em uma instituição pública no estado da Paraíba, objetivando contribuir para a reflexão acerca
da formação inicial de professores de português. Assim, tomamos como objetos de análise a sequência
didática (SD) elaborada para o desenvolvimento das atividades, durante a regência de ensino, e o relatório da
experiência vivenciada. Através desses textos, buscaremos observar que capacidades de linguagem, a saber:
capacidade de ação, capacidade discursiva e capacidade linguístico-discursiva são contempladas na
sequência de atividades prescrita pela professora e como ela reflete sobre o trabalho realizado no relatório de
estágio. Para esta investigação, tomamos por base o aparato teórico-metodológico do Interacionismo
Sociodiscursivo, evidenciado nos estudos de Bronckart (1999, 2006, 2008); de Schneuwly e Dolz (2001, 2004);
de Cristovão (2009, 2011), entre outros, que defendem um ensino de línguas pautado em gêneros textuais de
circulação na sociedade, organizado em sequências didáticas. As análises indicam que o professor em
formação inicial já está contemplando nas sequências didáticas às capacidades linguístico-discursivas e
apresentando reflexões nos relatórios de estágio sobre o trabalho realizado.
Palavras-chave: formação, capacidade de linguagem, sequência didática e relatório.
Análise da representação do trabalho docente a partir das figuras de ação
Alessandra Preussler de Almeida (UNISINOS)
O presente trabalho apresenta uma análise parcial da pesquisa a respeito da atuação profissional de
professores de língua portuguesa no ensino fundamental de escolas públicas de uma cidade do Vale do Rio
dos Sinos, RS, o qual faz parte de um projeto bem mais amplo de formação continuada e cooperativa para
professores de língua materna. Nosso estudo está amparado pelo Interacionismo Sociodiscursivo, uma vez
que este aporte teórico-metodológico lança o olhar científico para as questões pertinentes ao agir vinculadas à
situação de trabalho. Sob essa perspectiva, entendemos que o trabalho de ensinar requer a incorporação, por
parte dos trabalhadores da educação, dos atributos, do preparo e do esforço necessários para a execução do
agir nas relações de sala de aula, o que os torna atores no contexto em questão. O termo ator (Bronckart,
2008) indica aquele que possui capacidades, motivos e intenções, enquanto o termo agente se refere àquele
que é desprovido de tais atributos. Abordamos a terceira dimensão do plano geral de pesquisa bronckartiano, o
trabalho representado pelos actantes, que é a avaliação do trabalho feita pelos próprios profissionais, através
de uma entrevista respondida antes e após a aplicação do projeto pedagógico nas suas salas de aula. A
entrevista faz com que os professores reflitam e comentem sobre concepção de língua e de ensino de língua
materna, currículo escolar, metodologia de ensino, avaliação discente, entre outras questões implicadas no
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
cotidiano da escola. Ao analisar os dados levantados, identificamos quais as figuras de ação interna (Bulea,
2007) estão presentes no discurso dos professores e o que elas revelam a respeito do seu agir.
Palavras-chave: trabalho docente, figuras de ação, interacionismo sociodiscursivo
A INTERCULTURALIDADE NA SALA DE AULA DE LÍNGUA INGLESA
Coordenador: Iara Maria Bruz (Centro Universitário Uninter)
Acreditamos que a interculturalidade é um ponto crucial na formação dos alunos de línguas estrangeiras. É por
isso que acreditamos que é importante que as aulas, crenças e os materiais utilizados em sala de aula tenham
um norte intercultural. Essa comunicação coordenada possui como objetivo trazer alguns aspectos
interculturais que podem estar presentes/ausentes das salas de aulas de língua inglesa e propõe uma
discussão sobre como podemos ajudar na formação inicial e continuada dos professores de língua estrangeira.
Além da perspectiva intercultural de ensino cultural, os autores se baseiam na concepção de linguagem
bakhtiniana.
As forças centrípetas e centrífugas no material didático:
um estudo de caso envolvendo o material didático no CELIN
Iara Maria Bruz (Centro Universitário Uninter)
Como espaço representativo para o desenvolvimento de práticas no campo de aquisição de Línguas
Estrangeiras, o CELIN – Centro de Línguas e Interculturalidade da UFPR – Universidade Federal do Paraná - é
também um lugar onde seus professores são convidados a repensarem suas práticas de sala de aula, incluindo
o uso do livro didático como uma das ferramentas de apoio. O presente trabalho pretende apontar a
importância da reflexão dos professores sobre os livros didáticos utilizados em suas aulas, bem como salientar
a necessidade de fazerem a conexão dos conteúdos trazidos nos livros com a vida dos alunos, pensando nas
forças centrípetas e centrífugas bakhtinianas. Como fundamentação teórica, utiliza-se a concepção de
linguagem bakhtiniana, fornecidas por BAKHTIN (2003) e VOLOCHÍNOV (2009), a visão intercultural de ensino
proposta por ALMEIDA (2011) e JANZEN (2005), e o conceito de cultura fornecido por EAGLETON (2005). Foi
analisado o livro New American Inside Out Elementary utilizado no terceiro e quarto semestres do curso de
inglês do CELIN, centrando principalmente em exemplificar as forças centrífugas e centrípetas bakhtinianas. A
grande maioria dos livros didáticos para ensino de Língua Inglesa traz exemplos de forças centrípetas; já o
material analisado neste trabalho traz além de exemplos de forças centrípetas, também as centrífugas
bakhtininas. A presença das forças centrífugas dentro do livro didático utilizado nas aulas de inglês é vista
como positiva para o aprendizado dos alunos, pois possibilita que eles possam ter contato com mais de uma
visão da cultura alvo, no caso do livro analisado a americana.
Palavras-chave: forças bakhtinianas, material didático, interculturalidade.
As representações socioculturais e a sua influência no ensino de Língua Inglesa
em níveis iniciantes do CELIN UFPR
Carolina de Bertoli Macagna (UFPR - mestranda)
O ensino de Línguas Estrangeiras (LE) passa por inúmeros desafios, dentre eles o de atrelar noções de língua
a aspectos culturais de tal forma que Língua e Cultura não possam ser separadas. Muitos livros didáticos
inviabilizam essa proposta por apresentar conteúdos que trazem uma visão de cultura unilateral e que
“engessam” o professor em seu trabalho em sala de aula. Este contexto é agravado pela postura dos alunos,
muitas vezes passiva, em relação às forças centrífugas e centrípetas (BAKHTIN, 2004) apresentadas pelo livro
e defendidas pelo professor. Esta comunicação tem por objetivo mostrar as dificuldades encontradas pelos
professores para trabalhar com as representações socioculturais encontradas em um livro didático de língua
inglesa para níveis iniciantes e seu aporte teórico encontra-se nas noções de forças centrípetas e centrífugas
de BAKHTIN (2004), nos conceitos de cultura defendidos por EAGLETON (2003) e BHABHA (2010), e na
218
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
defesa da interculturalidade no ensino de LE apresentado por JANZEN (2005). A partir de observações de
aulas e entrevistas com os professores de níveis iniciantes do CELIN UFPR, percebe-se que uma das grandes
dificuldades no trabalho com o livro Touchstone 1 é encontrar tempo e possibilidades de inserção de aspectos
culturais no desenvolvimento de suas aulas. Representações socioculturais não são abordadas devidamente
no contexto de sala de aula por restrições da ordem espaço-tempo, e o desenrolar das aulas acaba por
encontrar apoio em uma abordagem mais estruturalista da língua. Os professores de níveis iniciantes
encontram dificuldades em atrelar Cultura e Língua adequadamente em suas aulas, não apenas pela falta de
tempo hábil, mas também por desconhecimento de como fazê-lo. Os aspectos trazidos às aulas estão
vinculados mais à estrutura da língua-alvo que aos aspectos culturais da mesma, apresentando uma visão
superficial e pouco aproximada da realidade sociocultural abordada.
Palavras-chave: Representações socioculturais; forças bakhtinianas; material didático
Os professores da rede pública e suas concepções sobre o ensino intercultural de Língua Inglesa
Marcele Garbin Dagios (UTFPR)
O ensino de Línguas Estrangeiras está atualmente pautado na perspectiva intercultural e o discurso dos
professores de inglês sobre o tema acolhe a ideia de pensar a relação língua/cultura como princípio norteador
do trabalho em sala de aula. Porém, existe ainda uma distância entre o que os professores percebem como
intercultural e o que é efetivamente realizado em sala de aula. Este trabalho tem como objeto principal
identificar/resgatar a concepção de linguagem e de interculturalidade dos docentes de língua inglesa da rede
pública estadual de ensino do Paraná. Embasado nas teorias de linguagem do Círculo de Bakhtin, seu objetivo
é analisar como os professores percebem língua/cultura no ensino de língua inglesa. A concepção de
linguagem bakhtiniana, proposta por BAKHTIN (1993) e VOLOCHINOV (2004), e o conceito de
interculturalidade no ensino de línguas, proposto por JANZEN (2005), norteiam o trabalho, juntamente com os
conceitos de cultura e o processo de alteridade apresentados por EAGLETON (2005) e TODOROV (1991). Os
professores de inglês da rede pública foram entrevistados e, a partir dos relatos, foi desenvolvida uma análise
interpretativa voltada às concepções de língua e interculturalidade, além de outros pontos como uso de
material autêntico e o trabalho com questões de compreensão intercultural. A pesquisa evidencia a
preocupação dos professores com o ensino de língua/cultura, mas também aponta uma visão de língua como
código, diferentemente das visões de língua como discurso ou discurso como prática social, defendidas pelas
Diretrizes Curriculares Estaduais de LE. Os professores também aproximaram suas visões sobre a relação
entre as culturas com a visão tradicional de cultura. Estas visões de língua e interculturalidade deixam de
oportunizar discussões mais profundas sobre a cultura alvo e a cultura do aluno e demonstram a dissonância
da concepção de linguagem presente nas Diretrizes e o trabalho dos professores em sala de aula.
Palavras-chave: concepção sociológica de linguagem; interculturalidade; ensino de língua inglesa.
ENSINO DE ESPANHOL PRESENCIAL E A DISTÂNCIA: MÚLTIPLOS OLHARES
Coordenador: Ilane Ferreira Cavalcante (IFRN)
Os desafios da formação de docentes de língua estrangeira na convergência entre as modalidades
presencial e a distância
Ilane Ferreira Cavalcante (IFRN)
Este artigo se debruça sobre as convergências e divergência entre as modalidades presencial e a distância da
oferta da Licenciatura em Letras Espanhol do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio
Grande do Norte (IFRN). Parte de uma retomada do processo de elaboração da primeira oferta desse curso no
IFRN e toma como aporte teórico o conceito de rizoma (DELEUZE e GUATARI, 1995) aplicando-o à educação
em rede a partir da perspectiva de Kenski (1998), pretende-se observar os principais obstáculos enfrentados na
tentativa de integração dos projetos pedagógicos presencial e a distância do curso em foco, além de refletir
sobre as dificuldades de caráter infraestrutural da oferta na modalidade a distância, tais como a formação dos
professores para o uso das novas tecnologias, sobre as especificidades da modalidade e sobre as dificuldades
de trabalhar uma língua estrangeira em um curso a distância. Desse diálogo entre as modalidades, nem
sempre fluido, muitas vezes tenso e bastante profícuo, têm surgido soluções para a construção de práticas
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
capazes de promover não só a integração entre educação a distancia e educação presencial, mas a busca por
soluções na articulação entre ensino, pesquisa e extensão.
Palavras-chave: Educação a distância. Ensino de língua estrangeira. Formação de professores
Educação à distância e trabalho docente: perspectivas de atuação na Licenciatura em Espanhol
Girlene Moreira da Silva (IFRN)
Com a Lei Nº 11.161, de 05 de agosto de 2005, que tornou obrigatória a oferta da língua espanhola nos
currículos de ensino médio e facultativa no ensino fundamental, evidenciou-se a situação de carência de
profissionais habilitados para ministrar essa disciplina nas escolas do país. Nesse contexto, o Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN, visando atender a essa nova demanda,
implementou o curso de Licenciatura em Letras Espanhol primeiro na modalidade presencial, depois à
distância, com o objetivo de dar acesso à educação pública e de qualidade àqueles que estão no estado do Rio
Grande do Norte. Nossa experiência docente na referida instituição motivou o interesse na produção deste
trabalho que tem como objetivo discutir o papel do professor nas duas modalidades de ensino, evidenciando as
convergências e divergências na atuação docente e sua implicação na aprendizagem. Como pressupostos
teóricos, utilizaremos as contribuições de Castillejo (1980), Villar (1990) Sarramona (2000) e García Aretio
(1994 e 2001), dentre outros. A educação a distância aqui é vista “como um meio de ensino onde há um
distanciamento físico e/ou temporal entre professor e aprendiz sim, mas que pressupõe uma relação mediada
por meios de comunicação, representações de mídias e conhecimentos mútuos que vão determinar as
necessidades desse processo, do aprender.” (Lima, 2000). Percebemos que o perfil do docente frente às novas
tecnologias tem apresentado mudanças significativas que estão relacionadas com os avanços em torno da
educação e o uso das novas tecnologias.
Palavras-chave: Educação a distância. Professor. Língua espanhola.
Educação à distância: o material didático em foco
Carla Aguiar Falcão (IFRN)
As novas tecnologias invadiram nossas vidas e foram responsáveis por mudanças significativas em nossa
forma de perceber e de lidar com o mundo. No cenário educacional, mais especificamente, impulsionaram uma
importante e crescente modalidade de ensino: a educação a distancia (EaD). Entretanto, este impetuoso
desenvolvimento dessa modalidade de ensino nem sempre vem acompanhado de condições adequadas para
o enfrentamento crítico de suas metodologias e ferramentas. O verdadeiro desafio da educação a distância é
programá-la segundo as características e objetivos dos alunos e também conforme os materiais disponíveis.
Na Ead, os recursos são fundamentais, pois mediam todo o processo educativo, sendo um importante
instrumento de aprendizagem para os alunos. Nesse sentido, é nosso propósito aportar informações sobre
materiais didáticos que possam contribuir para um ensino mais eficaz, principalmente em cursos não
presenciais, fomentando a reflexão sobre a seleção do material instrucional e seu uso neste novo contexto
educacional. Para isto, nos apoiamos nos estudos de Marcuschi (2005), Bosch (1996) e Duart y Sangrá (2000).
Nossa metodologia se pauta em leituras bibliográficas e na análise de um material instrucional para o ensino de
língua espanhola de nível inicial do curso de Letras espanhol do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN. Constatamos com este trabalho que há uma recorrente
transposição da concepção de trabalho da educação presencial para a virtual, sem considerar as
especificidades de cada modalidade.
Palavras-chave: educação à distância, material instrucional, língua espanhola.
SESSÃO COORDENADA
Coordenador: Ingrid Sturm (UFRGS)
A experiência PIBID/Letras/UFRGS: formação de professores em língua portuguesa
Ingrid Sturm (UFRGS)
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Uma crítica bastante recorrente aos cursos de Licenciatura é a do predomínio dos conteúdos em relação à
formação pedagógica: o conteúdo ainda tem mais importância na formação do professor do que a prática. Essa
conjuntura somente tende a valorizar aquilo que deveria ser superado: a dicotomia teoria/prática. Com a
supervalorização da área do conhecimento específico, as questões relativas ao trabalho em sala de aula
aparecem como naturais no processo, frequentemente desprovidas da complexidade que lhes é inerente.
Nesse sentido, esta comunicação tem o objetivo de compartilhar uma experiência docente singular que nos
permite, professoras de prática de ensino e graduandos da Licenciatura em Letras, o contato mais efetivo com
a sala de aula. Nesse sentido, o projeto PIBID (Programa de Incentivo a Bolsas para Iniciação à Docência
MEC/CAPES/UFRGS) se constitui num importante meio para a articulação entre universidade e escola pública,
na educação básica. Com ele, tem-se a oportunidade de vivenciar a realidade escolar e pode-se perceber o
quanto ainda se está distante de uma mudança real naquilo que diz respeito ao ensino-aprendizagem de língua
portuguesa. Essa experiência denota que, inicialmente, é preciso vencer as resistências da escola para aceitar
a presença da universidade como um elemento que traz o novo a quem já faz o trabalho real – dicotomia
teoria/prática. Superada essa condição, tem-se um espaço crucial para incrementar a formação dos alunos de
graduação, um espaço para fazer o reconhecimento explícito daquilo que tiveram oportunidade de conhecer
apenas teoricamente, até então.
Palavras-chave: ensino; teoria/prática; língua portuguesa.
Constituição do leitor em perspectiva enunciativa: teoria e prática
Jane Naujorks (UFRGS)
A reflexão acerca da leitura abarca diferentes perspectivas teóricas e metodológicas. Por isso, é, sem dúvida,
importante, para quem entende que o processo não pode ser normatizado, e que o ensino e a formação de
leitores dependem de implicações das teorias adotadas, o esclarecimento da visão teórica que deve ser
assumida para abordar o processo de ensino com vistas à leitura. No que tange ao ensino, a constituição de
leitores se dá a partir de experiências, na Graduação, que priorizam a formação do professor (PIBID). O
objetivo é apresentar a leitura na perspectiva da Linguística da Enunciação, com base nos pressupostos
teóricos de Émile Benveniste, considerando que a mesma, na visão adotada, é uma prática efetiva que supõe o
envolvimento do sujeito-leitor em um processo que é altamente subjetivo, pois, cada leitor, fixa sua
singularidade no ato de leitura. Considera-se, portanto, a leitura como ato de produção de sentido determinado
por um locutor que é instaurado, por meio deste ato, como sujeito. Isso nos leva a reconhecer que o leitor é,
desse ponto de vista, um locutor que, no ato/processo de leitura, coloca-se como sujeito, que enuncia e
enuncia-se; que o texto é um intricado jogo de relações entre formas e sentidos; e que a leitura se processa
por um ato enunciativo de utilização da língua.
Palavras-chave: leitura; enunciação; ensino.
A formação de docentes de língua francesa na UFRGS
Rosa Maria de Oliveira Graça (UFRGS)
Os licenciandos em Língua Francesa têm, primeiramente, na formação didática oferecida pelas disciplinas de
Didática de Língua Francesa e Estágios de Docência de Língua Francesa I e II, a oportunidade de iniciarem
sua formação profissional. Ao longo dos últimos anos, a essa formação vêm sendo acrescidas as experiências
como monitores de língua francesa tanto no Colégio de Aplicação da UFRGS (CAP), onde também realizam
seus estágios regulamentares, quanto no Núcleo de Ensino de Línguas Estrangeiras da UFRGS (NELE). Tanto
o CAP como o NELE contam com professores tutores que orientam os seus monitores no sentido de
aprofundar suas reflexões sobre a prática docente em língua francesa. Ainda no NELE, por tratar-se de um
Núcleo de Extensão, os licenciandos em final de formação e licenciados em formação de pós-graduação
podem se tornar regentes de turma, assumindo a responsabilidade de planejar e executar um projeto de
ensino-aprendizagem tanto com turmas de adultos como de crianças e adolescentes. Para 2012, está prevista
a inclusão de um subprojeto em Língua Francesa no PIBIB, o que abrirá mais uma opção de monitorias em
uma escola de ensino médio de Porto Alegre. Trata-se, sem dúvida, de atividades que vêm contribuindo para a
qualificação de nossos professores de francês, licenciados pela UFRGS, que se inserem cada vez mais
precocemente no mercado de trabalho sem supervisão pedagógica, sendo muitas vezes o único profissional da
área na instituição onde atuam. Este trabalho relata dados que demonstram a qualificação e os resultados
positivos das ações acima descritas na formação inicial de licenciandos de língua francesa da UFRGS.
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Palavras-chave: formação de professores - estágios de docência – monitorias - inserção no mercado de
trabalho
PERSPECTIVAS DE FORMAÇÃO NO CENTRO DE LÍNGUAS E INTERCULTURALIDADE (CELIN) – UFPR
A observação de aulas como ferramenta pedagógica
na formação inicial de alunos de Letras - Língua Inglesa: a experiência no Celin da UFPR
Janice Inês Nodari
Como espaço representativo para o desenvolvimento de práticas no campo de aquisição de Línguas
Estrangeiras, o Celin – Centro de Línguas e Interculturalidade da UFPR – Universidade Federal do Paraná tem
também se destacado como lugar de integração dos alunos de Letras da UFPR à prática docente. Esta
integração acontece por meio de estágio extracurricular, de incentivo à pesquisa e de incentivo à produção
científica. Esta comunicação visa apresentar o relato da experiência de observações de aulas feita por
voluntários observadores, graduandos em Letras – Língua Inglesa, no espaço do Celin em uma proposta de
pré-estágio. A oportunidade de refletir sobre as observações feitas é vista pelos professores formadores como
oportunidade de prática da agência, com base em contribuições de Clarissa JORDÃO (2010), Tomaz Tadeu
da SILVA (2010), Homi BHABHA (2007), Sharon TODD (2003), Jack RICHARDS & Charles LOCKHART
(2001). Os 05 voluntários participantes do Programa de Voluntariado Acadêmico (PVA) da UFPR tiveram a
oportunidade de observar aulas, apresentar relatórios sobre estas observações com base em 03 propostas
diferentes de formulários de observações de aula, e também responderam um questionário sobre a
experiência. Os relatos e o questionário respondido pelos voluntários observadores apontam a observação de
aulas em período de pré-estágio como relevante ferramenta de prática pedagógica para a formação inicial do
profissional de Língua Inglesa. Se oportunidades de observação de aulas, e posterior troca de comentários
acerca destas com os professores observados, forem oportunizadas para professores em formação inicial, temse uma relevante oportunidade para a prática da agência, além de investir em uma formação mais holística e
informada dos profissionais de Língua Inglesa.
Palavras-chave: agência; observação de aulas; formação inicial.
Repensando o ensino de compreensão escrita em aulas de língua inglesa
no Centro de Línguas e Interculturalidade da UFPR
Alessandra Coutinho Fernandes
Como pesquisadora da área de Análise de Discurso Crítica (ADC) e membro da coordenação pedagógica da
área de inglês do Centro de Línguas e Interculturalidade da UFPR – Celin –, elaborei o projeto “Análise de
Discurso Crítica e ensino” com o objetivo de investigar a possibilidade de adotar a perspectiva da ADC nas
aulas de inglês do Celin. Esta comunicação visa apresentar este projeto, as ações realizadas até o momento e
os resultados parciais obtidos. A concepção teórica do trabalho que está sendo desenvolvido em termos de
formação continuada dos professores de inglês do Celin tem como base a versão de Análise de Discurso
Crítica proposta pelo linguista britânico Norman Fairclough (Fairclough e Chouliaraki, 1999 & Fairclough, 2003),
que concebe o discurso como um dos elementos das práticas sociais – o que ressalta a relação dialética entre
linguagem e sociedade. O referencial teórico-metodológico adotado no projeto prevê que textos são eventos
discursivos nos quais se pode investigar três tipos de significados, a saber: o representacional, o
acional/relacional e o identificacional. Os resultados parciais obtidos até o momento refletem que o trabalho
com textos nas aulas de inglês do Celin se concentra primordialmente em aspectos linguísticos dos textos,
pouco contemplando outras dimensões textuais. Considerando que, no atual estágio da modernidade, a
linguagem exerce cada vez mais um papel crucial nas relações humanas e, considerando também, o caráter
cada vez mais globalizado da língua inglesa, é de fundamental importância que professores de língua inglesa
aprimorem continuamente maneiras de abordar a dimensão social dos textos em suas aulas.
Palavras-chave: Análise de Discurso Crítica; ensino; aula de Língua Inglesa.
Um Oolhar intercultural na formação de professores de línguas
Mariza Riva de Almeida
222
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Como projeto de extensão da UFPR, as ações do Centro de Línguas e Interculturalidade ocorrem mediante
projetos que se articulam entre si pela perspectiva da interculturalidade, pressupondo ampliação de
conhecimento de mundo e possibilitando a reflexão de cada indivíduo sobre a relação entre língua, cultura e
identidade, e, portanto, um melhor conhecimento de si mesmo. Para o desenvolvimento de tais ações a
necessidade de reflexão sobre um componente de formação, a relação entre língua e cultura, para o
desenvolvimento profissional de professores de línguas tanto em formação inicial quanto em formação
continuada, em contextos diversos, é basilar. Abordando concepções de língua levando em conta discussões
de autores como Bakhtin (1995), Faraco (2009) e Jordão (2005, 2006, 2007) e da visão social da cultura a
partir de estudiosos como Stuart Hall (1997, 2003, 2005), Pennycook (1994, 2006, 2007), Corbett (2003),
Thurlow (2001) e Tedeschi (2008), é possível obter subsídios para o despertar de uma competência
intercultural que possa se refletir no entendimento entre professores e formadores do que seria uma
abordagem intercultural e seu uso em sala de aula. Nesta visão, o professor passa a atuar também como
mediador e pesquisador, num processo em que o aprender pode ser feito a partir da troca de expertise
específico de cada língua e na troca de experiências e pressupostos teóricos que se aplicam a qualquer língua.
Também o aprendiz assume novos papéis, passando a ser um colaborador e pesquisador, já que a construção
de sentidos, ou de interpretações possíveis, ocorre na multiplicidade de olhares que assumem voz e vez.
Todos estes aspectos acabam se refletindo nas escolhas feitas para o trabalho em sala de aula e para as
relações estabelecidas, numa visão intercultural em que, ao conhecer o outro, cada um amplia sua visão de
mundo e reflete sobre suas próprias crenças sem esquecer sua própria identidade.
Palavras-chaves: formação – abordagem intercultural – competência intercultural.
SESSÃO COORDENADA
Coordenador: João Antonio Telles (UNESP – Assis)
Teletandem e ensino de línguas: reflexões de professores em processo de formação inicial
João Antonio Telles (UNESP – Assis)
Rozana Ap. Lopes Messias (UNESP – Assis)
No contexto do projeto Teletandem: Transculturalidade na Comunicação On-line em Línguas Estrangeiras por
Webcam têm sido desenvolvidas inúmeras pesquisas. Dentre elas, desenvolvemos uma investigação
enfocando as parcerias entre a UNESP/Assis e duas universidades estrangeiras (uma mexicana e uma
americana). Nossa pesquisa tem como foco as sessões de mediação ocorridas após cada uma das interações,
quando mediadores (professores de língua, metodologia de ensino, alunos de pós-graduação) acompanham,
de maneira sistemática, as sessões de teletandem com horários previamente estabelecidos. Sendo assim,
nesses espaços ocorrem observações in loco, por meio de diários, anotações das ocorrências durante as
sessões, gravações em áudio durante conversas reflexivas, após as sessões de teletandem. Este trabalho, em
execução, tem como objetivo central a observação sobre a maneira como alguns alunos/estagiários brasileiros
do curso de Letras, mais especificamente alunos de Língua Espanhola e de Língua Inglesa, organizam e
implementam o ensino de português para seus parceiros estrangeiros. A intenção, pois, é compreender (a)
como e/ou se se planejam os conteúdos de LP ; (b) como e/ou se são utilizados os recursos disponíveis na
web, via Skype, e, por fim, (c) qual o impacto dessa prática para sua formação como professor de línguas
(portuguesa e estrangeira). Os pressupostos metodológicos que sustentam essa investigação estão ancorados
no arcabouço da pesquisa qualitativa, mais especificamente da pesquisa narrativa, e fundamentados nos
estudos de J. Clandinin e Michael Connelly (1996). Assim, a análise fica centrada nas histórias de teletandem
contadas por esses estudantes, ou seja, suas histórias da prática. Os dados coletados até o momento mostram
significativo avanço no processo reflexivo sobre questões culturais e estruturais, recorrentes nas indagações
dos estrangeiros.
Palavras-chave: Teletandem, Ensino de Línguas, Formação de Professores.
As novas tecnologias no ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras no Centro de Línguas e
Desenvolvimento de Professores
Daniela Nogueira de Moraes Garcia (UNESP – Assis)
O cenário mundial tem sido impactado pela propagação das tecnologias de informação e comunicação.
Identifica-se, a partir daí, um diálogo entre o uso dos computadores e a internet com o ensino/aprendizagem de
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
línguas estrangeiras com vistas à novas conjunturas e um contexto profícuo a ser explorado. Abordaremos aqui
um projeto do Núcleo de Ensino da UNESP apoiado pela Pró-Reitoria de Graduação que enfoca (a) a
observação do uso das TICs nas práticas pedagógicas dos professores do Centro de Línguas e
Desenvolvimento de Professores da FCL- UNESP/ Assis que são alunos do Curso de Letras em formação e (b)
a realização de oficinas no Centro de Línguas da escola pública como retorno da pesquisa realizada,
enfocando os conteúdos escolares, metodologias de ensino e a exploração de materiais didático-pedagógicos
com as TICs nas aulas de línguas estrangeiras, Nosso embasamento teórico concentra-se nos estudos sobre o
uso da TICs no ensino/aprendizagem de línguas (CELANI & COLLINS, 2005; PAIVA, 2005, 2010; GARCIA,
2003; 2010; LEFFA, 2006; MORAN, 2004) e a formação de professores (BUZATO, 2001, GERALDINI, 2003;
CRISTÓVÃO et al, 2006; GARCIA, 2011; SIMÕES e LIMA, 2009; TELLES, 2009). A investigação conduzida
utiliza a metodologia qualitativa de cunho etnográfico para enfocar as TICs e os professores do Centro de
Línguas e Desenvolvimento de Professores da FCL- UNESP, os professores de línguas estrangeiras da escola
pública e de seu Centro de Línguas. A partir dos dados coletados e resultados preliminares, observa-se que as
TICs podem trazer grandes contribuições para o ensino de línguas estrangeiras nos Centros de Línguas e,
também, para aprendizes e para a prática docente de alunos em formação.
Palavras-chave: ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras, novas tecnologias, Centro de Línguas.
O contexto virtual do teletandem e a formação de professores de português para falantes de outras
línguas
Karin Adriane Henschel Pobbe Ramos (UNESP – Assis)
SESSÃO COORDENADA
Coordenador: João Gomes da Silva Neto (UFRN)
As sequências textuais no ensino de língua portuguesa: encaminhamentos para sequências didáticas
João Gomes da Silva Neto (UFRN)
Nesta comunicação, objetivamos apresentar o estudo das sequências textuais no ensino da língua portuguesa,
tendo em vista encaminhamentos teóricos e metodológicos para a elaboração de sequências didáticas. Em sua
feição mais ampla, nosso trabalho situa-se numa problemática que envolve o papel dos estudos linguísticos
nas políticas públicas brasileiras para a educação, na formação docente e no ensino da língua materna, diante
da imperativa necessidade de melhoria dos atuais níveis de alfabetização e letramento de crianças, jovens e
adultos. Nesse contexto, repensamos aportes teóricos e metodológicos pertinentes para a escolarização do
português, em que se considere uma gramática descritiva e reflexiva, mediada pela análise linguística, com
base nos usos da língua, naquilo de que ela dispõe para os aprendizes leitores/escritores no trato com o texto.
Partimos do pressuposto de que os estudos linguísticos – e, mais particularmente, a linguística textual –,
conforme vêm sendo conduzidas no âmbito das discussões sobre gramática, texto e discurso na educação,
apresentam sistematizações pertinentes que podem propiciar respostas adequadas aos questionamentos
sobre os atuais níveis de desempenho escolar, particularmente aqueles envolvendo leitura e produção de
textos orais e escritos. A pesquisa restringe-se ao nível das sequências textuais, cujo domínio, pressupomos,
quando adequadamente transposto pela escolarização, deve propiciar uma abordagem produtiva da língua, em
função da leitura (compreensão) e da produção de textos orais e escritos. A metodologia adota aportes da
linguística textual (KOCH, 2004, entre outros) e da análise textual dos discursos (ADAM, 2008), sem perder de
vista fundamentações pertinentes voltadas para o ensino da língua materna. Nos resultados, serão
apresentadas linhas gerais de uma proposta de sequência didática para o ensino da língua portuguesa, cujos
conteúdos de ensino baseiam-se nas sequências textuais.
Palavras-chave: Formação docente. Sequência textual. Ensino de língua portuguesa.
Da formação do professor à sala de aula de língua portuguesa
Josilete Alves Moreira de Azevedo (UFRN)
A reflexão crítica sobre a escola e os fazeres docentes tem favorecido a produção e a sistematização de novos
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
saberes alicerçados em fundamentos científicos, notadamente sobre as práticas pedagógicas. No ensino de
Língua Portuguesa, as pesquisas buscam compreender o que e como se ensina e se aprende durante a
escolarização. Nessa perspectiva, realizamos um estudo sobre a formação do professor de Língua Portuguesa
e suas implicações na sala de aula, procurando investigar a atuação dos alunos-mestres no contexto escolar,
durante a realização dos Estágios Supervisionados, pois interessava-nos compreender como o curso de
licenciatura em Letras da UFRN/CERES/Campus de Currais promovia a formação de futuros professores para
atender às expectativas das políticas públicas para o ensino de Língua Materna. Observamos transposição dos
saberes linguísticos e didáticos pedagógicos e analisamos a concepção de linguagem e a metodologia de
ensino empregadas em suas práticas. Tomamos como referencial os PCNS, o projeto político pedagógico do
curso e autores das áreas de ensino de Português e Educação, dentre eles, Geraldi (1996), Travaglia (1996),
Antunes (2003, 2010), Lomas (2003), Figueiredo (2005), Marcuschi (2001, 2008), Riolfi et al. (2008), Possenti
(2003), Alarcão (1996, 2001) Ibernón (2011), Pimenta (2010), Shön (1993). O estudo está situado no âmbito da
Linguística Aplicada e caracteriza-se como pesquisa qualitativa de natureza interpretativista, a partir de uma
abordagem de inspiração etnográfica do ambiente do estágio supervisionado. Nos resultados constatamos que
há o privilégio do ensino prescritivo, fundamentado numa concepção de língua como sistema, distanciando-se
consideravelmente da proposta de formar um aluno crítico e agente de transformação, há um direcionamento
do ensino de língua na contramão da abordagem funcionalista (língua/ usos), além de certa confusão teóricometodológica gerada pela desarticulação entre teoria e prática.
Palavras-chave: Formação docente. Ensino de Português. Metodologia de ensino
Ensino de português no Nível Médio: os textos didático-pedagógicos e a prática docente
Célia Maria Medeiros Barbosa da Silva (UnP)
O ensino de português tem estado, atualmente, no centro de discussão sobre a qualidade da educação em
nosso país. Acreditamos que uma das principais ações para a qualidade desse ensino deve estar voltada à
formação do professor e à concepção de linguagem abordada nos recursos didático-pedagógico, aqui textos
didático-pedagógico, que tanto podem ter implicação na prática docente. Assim para melhor situarmos essa
questão, neste estudo objetivamos analisar como os textos didático-pedagógicos, em particular o livro didático,
tratam as questões linguísticas na seção destinada ao ensino de gramática. A análise está pautada no
entendimento de texto didático-pedagógico para, a partir disso, identificar a concepção de língua e de
gramática empregada nesse texto, por nós considerado o protótipo, bem como verificar se o professor de duas
escolas de Ensino Médio – uma pública e outra privada – da cidade de Natal/RN, em sua prática, adota ou não
a mesma concepção desse manual. O estudo é conduzido numa perspectiva qualitativa e interpretativista,
seguindo-se procedimentos da etnografia da comunicação e aportes da Linguística Funcional, da Linguística de
Texto e do Sociointeracismo. Nas constatações, verificamos que o professor estrutura as suas aulas seguindo
a mesma abordagem do livro didático, cujas concepções de língua e de gramática ainda estão centradas no
uso isolado de questões de língua, sem levar em conta situações efetivas de interação do dia-a-dia dos alunos.
Palavras-chave: Ensino de português. Formação docente. Textos didático-pedagógicos.
O ENSINO DA LÍNGUA FRANCESA PARA CRIANÇAS: ENTRE A TEORIA E AS PRÁTICAS NA
FORMAÇÃO DE NOVOS PROFESSORES
Coordenador: Josilene Pinheiro-Mariz (UFCG)
Esta sessão coordenada discute o ensino de língua francesa para crianças, e os seus desdobramentos, no que
concerne à formação de professores de línguas estrangeiras (LE). Nessa perspectiva, consideramos que no
Brasil, para professores de LE e, em particular, professores de Francês como Língua Estrangeira (FLE), tratase de um contexto de ensino e de um novo público de aprendizes ainda pouco conhecidos; consequentemente,
os cursos de formação ou as faculdades de Letras, não têm uma formação específica para os novos
professores que atenderão a esse grupo de aprendizes. À luz de Rajagopalan, (2010), Vanthier (2010),
Gaonac’h, (2006) e Lousada (2010), intentamos debater questões relativas ao assunto, além de apresentar
ações já realizadas ou que ainda estão em desenvolvimento em contextos de pesquisas em três universidades
brasileiras. Na primeira comunicação, “Um olhar teórico sobre os primeiros passos do ensino/aprendizagem da
Língua Francesa para crianças”, a autora pondera, em pesquisa de mestrado pela Universidade de São Paulo,
sobre a importância de inserir o pequeno aprendiz em um ambiente da LE, envolvendo-a em uma atmosfera
culturalmente diversa, a fim de evitar o empobrecimento das situações de aprendizagem. A segunda, “O uso de
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
atividades lúdicas no processo de ensino/aprendizagem de francês como língua estrangeira para crianças”,
tem como objetivo analisar o caráter motivante, formativo e transformador do ensino/aprendizagem de francês
para essa faixa etária, com atividades lúdicas, em um contexto regional, na Universidade Federal de Viçosa.
Na terceira comunicação, “Da formação de novos professores de língua francesa para crianças: em busca de
caminhos teóricos e metodológicos”, discutem-se possibilidades que proporcionam o encontro entre a teoria e
a prática no ensino do FLE para o público infantil, no âmbito da Universidade Federal de Campina Grande.
Nossos resultados apontam para uma necessária formação de professores mais centrada no ensino de línguas
estrangeiras para crianças.
Palavras-chave: FLE; Crianças; Lúdico; Teoria; Prática; Formação de professores.
Um olhar teórico sobre os primeiros passos do ensino/aprendizagem da Língua Francesa para crianças
Livia Cristina Eccard Pinto (USP)
O ensino de língua estrangeira às crianças é uma tendência no mundo moderno que atinge um público cada
vez mais jovem. Porém no Brasil, este ensino de LE e principalmente do Francês Língua Estrangeira ainda é
tratado de maneira periférica pelas escolas de educação infantil ou até mesmo cursos privados de idiomas.
Desta maneira, desejamos aumentar a compreensão e importância deste ensino-aprendizagem assim como
disseminar a língua francesa no país. O presente trabalho visa, então, discutir e apresentar aos docentes e
futuros docentes de Francês Língua Estrangeira, assim como aos professores dos níveis escolares iniciais,
maiores subsídios sobre este processo. Sabendo que para melhor assimilar a LE às crianças devem estar
expostas a um ambiente culturalmente rico e denso a fim de evitar o empobrecimento das situações de
aprendizagem, propomos neste trabalho uma reflexão sobre a importância de atividades lúdicas e a variedade
de gêneros textuais na sala de aula. No que se refere à utilização de gêneros textuais, há tempo os Parâmetros
Curriculares Nacionais sugerem a inclusão de uma variedade de textos verbais e não verbais no programa de
trabalho das disciplinas, uma vez que o convívio com a diversidade de gêneros favorece e valoriza a interação
e as situações reais de comunicação vividas pelas crianças. Já a introdução do lúdico neste processo é de
extrema importância, pois a criança aprende de modo intuitivo, logo o brinquedo, ou o brincar,
desempenha um papel importante em seu desenvolvimento afetivo, motor e cognitivo. A introdução do
lúdico neste processo dá prazer e motiva a aprendizagem, visto que ele não é apenas uma recreação ou
momento de descontração e que muitas vezes as crianças aprendem mais por meio de jogos do que de
exercícios e lições.
O uso de atividades lúdicas no processo de ensino/aprendizagem de francês língua estrangeira para
crianças
Christianne Benatti Rochebois (UFV)
Após algumas décadas de experiências às cegas e inovadoras, e mesmo frustrantes em relação à implantação
do ensino de línguas às crianças em escolas primarias europeias nos anos 60, o mesmo conhece agora um
período de intenso revigoramento e um real desenvolvimento no mundo da formação cultural. Tem sido,
portanto, crescente e mundial o interesse no ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras para crianças nos
mais variados contextos. No Brasil, mais precisamente para os professores de Francês Língua Estrangeira,
trata-se de um contexto de ensino e de um novo público de aprendizes ainda pouco conhecidos. Nosso
trabalho de pesquisa tem como objetivo geral analisar o caráter motivante, formativo e transformador do
ensino-aprendizagem de francês para crianças, através de atividades lúdicas, em contexto regional (criação e
desenvolvimento, a partir de março de 2010, de cursos de língua francesa para crianças de 4 a 7 anos, nos
“Laboratório de Desenvolvimento Infantil” e “Laboratório de Desenvolvimento Humano,” da Universidade
Federal de Viçosa). Apoiamos-nos nas ideias de Vanthier (2010), Porcher (1998) e Bablon (2004) relacionadas
à motivação e à “idade crítica” no processo de ensino/aprendizagem de uma língua estrangeira; nas de Dabène
(1991) e Cloé (2000) para o desenvolvimento da consciência metalinguística; Weiss (1991) e Mallet (1991)
para as pedagogias da tarefa, e nas de Bahktin (2000), Marcuschi (2005), Rocha (2008) e Lousada (2010) em
relação aos estudos dos gêneros do discurso, utilizados nas atividades da sala de aula. Apresentaremos
nossas análises e considerações iniciais através de nossa coleta de dados realizada por meio de questionários,
entrevistas e filmagens de algumas atividades lúdicas selecionadas pelo grupo de estudantes da licenciatura
português-francês da UFV envolvidos nesse projeto de pesquisa.
226
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
O ensino da língua francesa para crianças: entre a teoria e as práticas na formação de novos
professores
Josilene Pinheiro-Mariz (UFCG)
Estudar uma língua estrangeira (LE) na infância é uma necessidade que se confirma a cada dia, sobretudo, por
seus evidentes benefícios. Assim, intentamos apresentar e discutir procedimentos e resultados de um projeto
de ensino de língua francesa para crianças. Para alcançar esse objetivo, nos apoiamos em Rocha; Tonelli;
Silva, (2010) e Rajagopalan, (2010), quanto ao ensino de LE para crianças. Ressaltando o ensino da língua
francesa para esse público, nos embasamos em ponderações de Vanthier, (2009), Gaonac’h, (2006) e,
pensando em um letramento literário na infância, nos apoiamos em Poslaniec, (2002). Identificamos também o
ensino dessa língua como um caminho peculiar para se desenvolver noções de tolerância e respeito ao
próximo; logo, uma educação intercultural (ABDALLAH-PRETCEILLE; PORCHER, 2002). Participam do projeto
crianças, com idade entre três e cinco anos, inscritas na Unidade de Educação infantil (UEI-UFCG), bem como
estudantes de Letras em fase de formação inicial - licenciatura em língua portuguesa e língua francesa- dessa
Universidade. Na realização do projeto, reuniões semanais proporcionam o encontro com a teoria para a
elaboração de atividades como sequências didáticas, a partir dos conteúdos concernentes ao trabalho
desenvolvido na Escola, favorecendo, assim, a relação com a prática. Os principais resultados nos permitem
perceber a importância de projetos desse tipo na formação inicial de professores, considerando-se que a grade
curricular do curso de Letras, no seu novo Projeto Político Pedagógico, embora focalize um contato maior com
a sala de aula desde o início da formação, ainda não prevê disciplinas com ementas voltadas para o ensino de
LE para o público infantil. Assim, considerando o fato de termos o apoio de órgãos gestores, neste caso, o da
Pró-reitoria de Ensino da UFCG, concedendo bolsas aos estudantes, logo apoiando a formação inicial de
professores, enfatizamos o quanto a LE incita a criança na sua educação integral.
Palavras - chaves: Língua estrangeira; Criança; Ensino; Prática docente; Professor de francês.
SESSÃO COORDENADA
Coordenador: Judith Mara de Souza Almeida (UFU)
Discutindo a avalição a partir da análise de um instrumento tradicional: a prova
Judith Mara de Souza Almeida (UFU)
Este trabalho tem como objetivo analisar um instrumento utilizado por um professor de Língua Portuguesa e
Literatura do Ensino Médio de uma escola pública para avaliar a aprendizagem de seus alunos. A pesquisa foi
desenvolvida a partir de uma leitura crítica das atividades propostas no instrumento, tomando como base as
teorias sobre avaliação discutidas por autores como Hadji (2001), Álvarez Méndez (2002) e Luckesi (2002). Os
resultados da análise apontam que o instrumento utilizado para esta pesquisa está longe de ser formativo e
condiz mais com a pedagogia do exame, que conforme Álvarez Méndez, é colocada em prática a partir de
crenças e, muitas vezes, encontra-se distante das concepções educacionais das quais está a serviço. Se
esperamos a formação de um cidadão crítico e participativo, capaz de realizar mudanças, transformações
sociais, não é com a pedagogia do exame que vamos alcançar tal objetivo, pois a mesma tem gerado muitos
fracassos, medos e inseguranças, além de sujeitos passivos, incapazes de mudar qualquer estrutura prédeterminada. Assim como os autores estudados para este trabalho, considero que o valor da avaliação não
está no instrumento em si, mas no uso que se faça dele. Nesse sentido, o feedback ao aluno é fundamental,
pois ele precisa ser informado sobre a qualidade de sua resposta, elaboração da mesma, suas falhas, seus
erros, o processo de compreensão e elaboração do pensamento. É fundamental também destacar o valor da
formação reflexiva do professor, além da assunção da reflexão em seu dia a dia para a prática da avaliação
significativa que possa apoiar alunos e professores nos processos de ensino e aprendizagem.
Palavras-chave: avaliação, instrumento, formação reflexiva.
Avaliação escolar, leitura e literatura
André Luís Batista Martins (UFU)
227
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Nesta comunicação, abordo elementos do processo de avaliação escolar a partir do contexto específico da
formação de leitores, focando a leitura literária. Trago a perspectiva diagnóstica e dialógica da avaliação,
fundamentada em Luckesi (2004), Hadji (2001), Alvarez Mendez (2002), que entendem a avaliação como um
processo de subsidiar a construção do melhor resultado possível e não apenas aprovar ou reprovar. Discuto a
ideia da necessidade de uma abrangência maior do processo avaliativo. Do mesmo modo, os professores
teriam a avaliação como parte do dia a dia de suas aulas. Parto do pressuposto de que a ação avaliativa deve
constituir-se em um reflexo do trabalho em termos produtivos. Para que, assim, alunos possam ser avaliados a
partir da construção de um processo qualitativo/quantitativo de exposição e envolvimento com os conteúdos
formais, principalmente no que diz respeito à leitura reflexiva. A avaliação não deve se pautar apenas pelo
aspecto quantitativo de questões que esperam do aluno o julgamento certo ou errado, reguladas por
parâmetros de apreciação exclusivos do professor. No meu entendimento, o processo avaliativo deve valorizar
os diferentes olhares que o aluno possui sobre o objeto estudado. Principalmente, quando se trata de leitura.
De tal modo, entendo que tratar as habilidades de leitura implica promover ações pedagógicas que
encaminhem o aluno para uma relação de identificação e pertencimento com o próprio ato de ler e com a obra
literária. E, concluo que devemos sustentar o papel, eminentemente, político da avaliação como forma de
julgar a qualidade do ensino oferecido, bem como apontar as responsabilidades adequadamente.
Palavras-chave: Avaliação escolar, Leitura, Literatura
Estudo dos critérios de avaliação propostos pelo PNLD para as atividades de leitura dos livros
didáticos de língua portuguesa do Ensino Médio
Sebastião Carlúcio Alves Filho (UFU)
O professor, sem dúvida alguma, é o grande responsável pela formação do aluno em sala de aula, mas o
material didático que é utilizado por esse aluno exerce forte influência sobre o processo de
ensino/aprendizagem. Pensando nisso, fiz uma investigação acerca do que propõem as rubricas de avaliação
do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), presentes na seção que trata de leitura e interpretação de
textos escritos dos materiais didáticos distribuídos pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Educação
(MEC), às escolas de Ensino Médio, buscando conhecer quais as concepções de linguagem, avaliação e
leitura estão presentes no processo de análise dos livros. Isto porque, considero que as concepções adotadas
no processo de avaliação influenciam diretamente no material que chega às escolas. Como fundamentação
teórica para a análise dos dados, servi-me de alguns estudos acerca das concepções de linguagem, avaliação
e leitura. Recorri a autores como Hadji (2001), Luckesi (2002), Rojo (2006), Kleiman (2006), entre outros. No
desenvolvimento da pesquisa, utilizei as perspectivas metodológicas da Linguística Aplicada para realizar um
estudo de caso de base interpretativista. Ao final deste trabalho, foi possível conhecer quais as concepções de
linguagem, avaliação e leitura estão presentes no processo de avaliação de materiais didáticos feito pelo MEC.
Palavras-chave: avaliação, livro didático, leitura.
DIÁRIOS REFLEXIVOS VIRTUAIS NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUAS ADICIONAIS
Coordenador: Juliana C.F. Bergmann (UFSC)
Partindo do tema geral sugerido para esta coordenada: “Tecnologias digitais/EAD na formação do professor de
línguas”, a proposta das comunicações é discutir o uso da ferramenta virtual ‘diário’ como recurso pedagógico
para reflexão sobre a docência e o ofício do professor no Curso de Licenciatura em Letras/Espanhol na
modalidade a distância da Universidade Federal de Santa Catarina. Em uma tentativa de compreender os
diferentes ângulos desse processo complexo e que envolve vários atores, abordaremos a discussão proposta
de três perspectivas distintas: a do professor supervisor de estágio, a do tutor e a do aluno-estagiário. Assim
sendo, na primeira comunicação nosso foco volta-se para o olhar do professor supervisor de estágio sobre a
ferramenta virtual utilizada como meio de compartilhamento de supervisão do processo de ensinar a ensinar no
momento de docência plena. Em seguida, apresentamos o olhar do tutor sobre a mesma ferramenta,
colocando-se como forma de mediação do processo de reflexão sobre o processo de ensino-aprendizagem de
língua(gem) adicional. Por fim, expomos a perspectiva do aluno-estagiário sobre a ferramenta, que se configura
como um meio de reflexão sobre a sua docência em um momento posterior à sua prática em sala de aula.
Feita a apresentação dos três olhares sobre a ferramenta, a comunicação enfatiza os impactos desta na e para
a ação formativa inicial a distância e presencial.
Palavras-chave: Diários Reflexivos. Ferramenta Virtual de Ensino-aprendizagem. Estágio Supervisionado a
228
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Distância.
Diário reflexivo: ferramenta virtual de compartilhamento de supervisão do processo de ensinar a
ensinar
Marimar da Silva (UFSC)
Juliana C.F. Bergmann (UFSC)
Esta comunicação tem por objetivo analisar o uso de diários reflexivos como ferramenta virtual de
compartilhamento de supervisão do processo de ensinar a ensinar durante o estágio de docência plena, na
disciplina de estágio supervisionado. Diferentemente da modalidade presencial, a modalidade a distância não
pressupõe a presença física do professor da disciplina durante e após o período de docência plena do
estagiário, pois este é supervisionado pelo tutor presencial, representante do professor. Existe, portanto, nesta
modalidade, um compartilhamento de atribuições entre o professor e o tutor presencial durante o período de
docência. Com o intuito de melhor compreender esse processo, propusemos a esses tutores e aos estagiários
a escritura de diários reflexivos sobre a docência, como atividade pedagógica compulsória da disciplina, a ser
desenvolvida de forma virtual por meio da plataforma Moodle. Os diários reflexivos de quatro desses tutores
presenciais produzidos durante o momento de docência dos estagiários foram qualitativamente analisados e os
resultados sugerem que a ferramenta virtual mostrou-se um campo fértil para o acesso, mediação e
intervenção sobre crenças, concepções e conhecimentos implícitos e teóricos, revelando a complexidade do
compartilhamento de papéis entre professor e tutor na formação a distância e sugerindo um potencial muito
mais amplo para ferramenta do que inicialmente supúnhamos. Tais resultados podem contribuir para
discussões já existentes sobre ensino-aprendizagem de língua(gens) adicionais e para ampliar as ações
formativas inicial e contínua.
Palavras-chave: Ensino Superior a Distância. Diários Reflexivos. Ferramenta Virtual de Ensino-aprendizagem.
Diário reflexivo: ferramenta virtual de acompanhamento e intervenção do/no processo de ensinar a
aprender
Sila Marisa Oliveira (UFSC)
Juliana C.F. Bergmann (UFSC)
Marimar da Silva (UFSC)
O objetivo desta comunicação é apresentar a perspectiva do tutor a distância acerca da utilização do diário
reflexivo, escrito por alunos-estagiários imediatamente após a implantação de suas aulas. O diário reflexivo foi
mais uma entre tantas ferramentas pensadas para que se tornasse eficaz a supervisão de estágio, uma vez
que, após a leitura dos mesmos e o consecutivo diálogo entre estagiários e tutor a distância, era possível que
ambos refletissem sobre as práticas pedagógicas. No sentido de entender melhor o papel atribuído a essa
ferramenta na formação inicial do professor de espanhol na modalidade a distância, os diálogos trocados entre
o tutor a distância e os estagiários foram coletados e qualitativamente analisados. A análise revelou que os
diálogos diziam respeito tanto à análise sobre o alcance dos objetivos específicos de aprendizagem e sua
estreita relação com a metodologia da aula e avaliação, quanto se configuraram em um meio para que os
estagiários expusessem seus sentimentos em relação às aulas e aos alunos. O tutor a distância, assim, não
desempenhou apenas a tarefa que comumente lhe é atribuída na educação a distância, qual seja, a de ler e
corrigir atividades, mas sim de orientar futuras ações pedagógicas a partir do conhecimento do que estava
acontecendo na sala de aula, por meio da narração feita nos diários reflexivos. Dessa forma, acreditamos que
o uso de diários reflexivos na educação a distância constitui-se em uma ferramenta de suma importância tanto
para que o estagiário se sinta seguro de suas escolhas, quanto para que o tutor e o professor supervisor se
sintam coparticipantes do processo de aprender a ensinar, intervindo no processo durante o mesmo e não
apenas no produto final: a leitura do relatório de estágio.
Palavras-chave: Diário Reflexivo. Tutor a Distância. Estágio Supervisionado a Distância.
Diário reflexivo: ferramenta virtual de compartilhamento de registro de aprender a ensinar
Raquel Dotta Correa (UFSC)
Marimar da Silva (UFSC)
229
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Juliana C.F. Bergmann (UFSC)
Nesta comunicação apresentaremos o olhar do aluno-estagiário sobre a sua prática por meio da escrita de
diário reflexivos, postados na plataforma Moodle, logo após o momento da docência. Entendemos que a
produção de diários reflexivos durante o estágio de docência possibilita ao aluno-estagiário não apenas ampliar
sua compreensão sobre seu fazer pedagógico, mas também abre espaço para a transformação deste fazer.
Além disso, o fato de o aluno-estagiário aprender a sistematizar sua reflexão poderá levá-lo a pesquisar sua
prática de forma sucessiva, desenvolvendo-se profissionalmente de forma contínua. Os diários reflexivos dos
alunos-estagiários sobre as suas aulas, postados no ambiente virtual, num prazo de 48 horas, foram coletados
e analisados qualitativamente. A análise revelou que os alunos-estagiários percebem a escritura dos diários
reflexivos como uma oportunidade de relatar decisões importantes quanto aos conteúdos ministrados e a
metodologia usada de uma forma diferente daquela apresentada nos planos de aula. A análise também revelou
que os diários abrem espaço para os estagiários desenvolverem uma postura crítica em relação à escola, ao
seu trabalho pedagógico e ao do(s) colega(s) de equipe. Ainda, os diários reflexivos propiciam uma interação
mais próxima entre tutor a distância e estagiários, possibilitando uma intervenção pedagógica mais pontual. Por
fim, na visão dos estagiários, os diários reflexivos foram percebidos como um meio para refletir sobre sua
própria abordagem de ensinar, relatar angústias e alegrias vivenciadas nas aulas e narrar a evolução das aulas
e o envolvimento dos alunos. Enfim, os diários reflexivos foram percebidos como uma ferramenta de apoio
emocional e de intervenção pedagógica na ausência do professor supervisor, no momento pós-docência,
cumprindo um importante papel na formação inicial na modalidade a distância.
Palavras-chave: Diários Reflexivos. Ferramenta Virtual de Ensino-aprendizagem. Estágio Supervisionado a
Distância
MULTILETRAMENTOS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: FOCO NA CONSTRUÇÃO DE SENTIDO, NA
FORMAÇÃO INICIAL E NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES
Coordenador: Karla Ferreira da Costa (PG-USP)
Formação continuada de professores de inglês na rede municipal de Campo Grande: uma pesquisa
colaborativa sob a perspectiva dos novos letramentos
Karla Ferreira da Costa (PG-USP)
As várias transformações ocorridas no mundo em função do fluxo de informações causadas pelas novas
tecnologias de informação têm reflexo na vida social e privada na sociedade contemporânea. Neste contexto, a
língua tem um papel importante no processo de disseminação e transnacionalização de informações e
conhecimentos, podendo-se, então, questionar: como a formação de professores de língua inglesa tem sido
proposta para atender tais mudanças? Pesquisadores como Monte Mór (2011), Kumaravadivelu (1994)
apontam que a formação de professores de língua inglesa nos moldes tradicionais, com ênfase na
metodologia, já não dá conta de preparar o professor e alunos para sociedade atual. A escola, nessa
perspectiva, assume um espaço de ressignificação de teorias contextualizadas localmente (Monte Mór, 2007;
Maciel, 2011) e de desenvolvimento de agências. Esta apresentação tem por objetivo relatar o resultado parcial
de uma proposta de formação de professores de língua inglesa direcionada à rede municipal de Campo
Grande. A pesquisa busca considerar o histórico de formação desses professores, bem como desta
pesquisadora-formadora com experiência em treinamentos para professores em escolas de idiomas,
redefinindo a abordagem de formação segundo uma perspectiva de auto-crítica (Takaki, 2011), com base nas
teorias de novos letramentos e letramento crítico ( Cope & Kalantzis, 2000; Kress ,2006, Lankshear & Knobel
2002, 2006, Monte Mór 2011, Menezes de Souza ,2011).
Palavras-chave: formação continuada; professores; letramentos.
Formação pré-serviço de professores de língua inglesa sob a perspectiva dos novos letramentos:
contribuições do estágio supervisionado
Themis Rondão (PG-USP)
Mudanças socioculturais, político-econômicas em contextos contemporâneos de educação apontam cada vez
mais para a necessidade de se repensar os rumos na formação pré-serviço de professores. Novos desafios
como o engajamento dos alunos enquanto cidadãos, ou consumidores de novas formas da tecnologia de
informação e comunicação (EDWARDS e USHER, 2008), têm emergido nos debates sobre globalização e
educação e formação de professores. Esses debates agregam também as novas perspectivas
230
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
epistemológicas, como efeito dos letramentos digitais Snyder (2007), as características de uma sociedade
multimodal (COPE E KALANTZIS, 2000) e a visão crítica para o ensino de Línguas Estrangeiras (MONTE
MÓR, 2009). Essas questões têm apontado perspectivas teóricas para a formação de professores, sobretudo
nas disciplinas específicas de formação no curso de Letras. Nesse sentido, o presente trabalho visa a discutir a
formação inicial de professores na disciplina de estágio supervisionado com base na teoria dos novos
letramentos. Parte integrante do projeto de novos letramentos da USP, em colaboração com a UFMS, a
pesquisa faz um levantamento das práticas adotadas nas escolas públicas, coletadas por acadêmicos do curso
de Letras da UEMS, problematizadas nas aulas de estágio supervisionado. Com base nesses dados e
reinterpretados localmente, os alunos propõem alternativas para a transposição entre teoria e prática, fazendo
uso das tecnologias digitais.
Palavras-chave: língua inglesa, novos letramentos, estágio supervisionado.
O ensino de língua inglesa numa perspectiva de letramento crítico: relato de uma experiência
Roseli Peixoto Grubert Martinez (PG-USP)
O fenômeno da globalização e os avanços tecnológicos são responsáveis pelas constantes mudanças na
sociedade, que têm gerado novas necessidades de aprendizado em face das transformações nas formas de
comunicação e interação (COPE & KALANTZIZ, 2000). A formação de indivíduos capazes de interagir neste
contexto aponta para o uso de novas epistemologias e uma reflexão sobre o papel da escola e mais
especificamente, no contexto desta pesquisa, das aulas de inglês neste processo. Assim, o principal objetivo
desta com comunicação é relatar a experiência de uma investigação sobre a construção sentidos e ampliação
de perspectivas por meio de uma atividade desenvolvida em quatro aulas de língua inglesa tendo por base as
teorias dos novos letramentos, multiletramentos e letramento crítico. A pesquisa, resultado de trabalho final de
conclusão de curso, teve metodologia qualitativa interpretativa de caráter etnográfico. Durante o processo foi
possível observar a eficiência dessas novas propostas de ensino para o desenvolvimento da consciência
crítica, ou seja, levar os alunos além do pensamento ingênuo e do senso comum (MENEZES DE SOUZA,
2010). Ao longo das aulas os alunos ampliaram perspectivas fazendo conexões entre o tema discutido e a
realidade vivenciada por eles, o que os levou a repensar algumas atitudes e comportamentos.
Palavras-chave: ensino de inglês, letramento crítico, construção de sentidos.
TECNOLOGIAS DIGITAIS/EAD NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUAS:
ABEHTE E UFES EM PARCERIA
Coordenador: Kyria Finardi (UFES/ABEHTE)
Esta sessão coordenada tem como tema central a descrição e discussão de trabalhos e ações envolvendo
tecnologias digitais e EaD na formação de professores de língua. Os três trabalhos apresentados fazem parte
de projetos e ações propostas e coordenadas por membros de duas instituições que ultimamente vem
trabalhando em parceria, quais sejam – a Associação Brasileira de Estudos de Hipertexto e Tecnologias da
Educação– ABEHTE- cuja diretoria para o biênio 2012-2014 é composta por professores da UFES e a
Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, através de projetos interdisciplinares e interdepartamentais
propostos por professores dos departamentos de línguas e educação que compõe a diretoria da ABEHTE. O
primeiro trabalho descreve um curso de formação continuada de professores para o uso de tecnologias da
informação e da comunicação. O segundo trabalho descreve os desafios de se implementar um curso de
italiano na modalidade à distância e o terceiro trabalho descreve os desafios e possibilidades de uma
arquitetura pedagógica virtual para o ensino de português com língua estrangeira. Todos os trabalhos
apresentados partem do pressuposto teórico (por exemplo Lévy, 1999) de que a formação do cidadão requer
uma educação plena que se materializa no letramento digital e multiletramento que por sua vez pressupõem o
domínio de diferentes línguas e formas de linguagens.
Palavras-chave: Tecnologias Digitais e EaD; ABEHTE; UFES
Curso de extensão e formação continuada
para utilização das tecnologias da informação e da comunicação
Daísa Teixeira (UFES/ABEHTE)
231
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o impacto das tecnologias da informação e da comunicação na
educação em geral e na formação do professor de línguas especificamente descrevendo um curso de extensão
e formação continuada de professores para o uso dessas tecnologias. Para tanto, um curso de extensão e
formação continuada de professores para utilização das tecnologias da informação e da comunicação no
ensino presencial será descrito e utilizado para as discussões sobre esse tipo de iniciativa na formação
docente. O referido curso prevê carga horária de 160 horas e será ofertado a 800 professores e 250 servidores
técnico-administrativos da Universidade Federal do Espírito Santo perfazendo um total de 1050 vagas
distribuídas em duas turmas. O objetivo principal do curso é oferecer meios para que professores possam
integrar diferentes linguagens permitidas pelo uso das tecnologias da informação e da comunicação ao ensino
presencial. O curso será ofertado na modalidade EaD e a estrutura curricular compreende as seguintes
disciplinas: Ambientação da Plataforma MOODLE e Conferência WEB, Recursos de Mediação em Educação a
Distância, Integração de Mídias na Educação I e II e Fundamentos em Educação à Distância. Espera-se que o
curso capacite professores a trabalhar com a plataforma MOODLE e com ferramentas da WEB 2.0 tanto para
os cursos presenciais quanto para os cursos à distância.
Palavras-chave: Curso de extensão e formação de professores; EaD; tecnologias da informação e
comunicação
Ensino de italiano na modalidade EAD
Mariza Silva de Moraes (FES/ABEHTE)
A presente comunicação é um recorte do projeto pedagógico do curso de LETRAS ITALIANO, na modalidade
EaD, que se pretende implementar na Universidade Federal do Espírito Santo através do Núcleo de Ensino a
Distância (Ne@ad). Este trabalho busca contextualizar as dificuldades operacionais advindas do ensino a
distância em geral e mais particularmente no âmbito de uma língua estrangeira. Dentre os desafios de ensinar
uma língua estrangeira na modalidade à distância, citamos: o gerenciamento das disciplinas por meio da
tutoria, a elaboração do material didático, a formação de professores e a avaliação das quatro habilidades
inerentes ao ensino de língua estrangeira (fala, leitura, escrita e audição) além do desenvolvimento de uma
quinta habilidade necessária à inclusão social e formação de cidadãos preparados para atuar no mundo
globalizado - multiletramento e letramento digital. O projeto de ensino à distância de Italiano caracteriza-se
como peculiar, visto que no Espírito Santo existe expressivo contingente de descendentes de italianos, que
colonizaram o estado, mas que não utilizam a língua em casa e que não têm oportunidade de aprendê-la na
escola uma vez a mesma não é oferecida nos ciclos regulares. O projeto de tem como objetivo principal formar
professores de italiano e como objetivo secundário formar cidadãos preparados lidar com sua cultura e origem
de forma crítica.
Palavras-chave: Letras Italiano e EAD; operacionalidade; tutoria
Arquitetura pedagógica virtual e o ensino de português como língua estrangeira
Santinho de Souza (UFES/ABEHTE)
As novas tecnologias e suas linguagens têm sido assunto recorrente nas reuniões de trabalho das escolas
brasileiras tanto em nível de ensino fundamental e médio quanto em nível universitário. Dados recentes do uso
de tecnologias nas escolas brasileiras (por exemplo http://www.cgi.br/) mostram que, apesar do aumento
gradual de laboratórios de informática e TICs em espaços escolares, os níveis de qualidade da educação ainda
deixam a desejar, sugerindo que, além de incluir novas tecnologias em espaços escolares, é necessário pensar
na formação e qualificação de professores para atuar nesse cenário. Outro fator que deve ser considerado na
equação tecnologia x educação, é a possível distorção conceitual na formação de docentes e no uso dos
ambientes digitais tanto por professores quanto por discentes, no sentido de acalentarem a crença de que a
solução para problemas educacionais e para uma educação de qualidade reside no uso de
computadores, softwares e outras TICs. Nesse cenário, esta pesquisa pretende socializar dados e convidar à
reflexão sobre o uso da tecnologia na educação em geral e na educação de português como língua estrangeira
em particular, apresentando resultados a fim de contribuir com estudos pertinentes à área, especialmente na
proposição de um modelo de arquitetura pedagógica multimídia como estrutura auxiliar do processo de ensinoaprendizagem de português, língua estrangeira, na graduação em Letras da Ufes e nos níveis de ensino
ofertados pelo Centro de Línguas/DLL/UFEs.
Palavras-chave: Tecnologia e ensino; arquitetura pedagógica virtual; português como língua estrangeira
232
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
ENSINO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA JAPONESA
Coordenador: Laura Tey Iwakami (UECE)
Formação de professores de Língua Japonesa: a construção do conhecimento na prática docente
Laura Tey Iwakami (UECE)
Este trabalho está ambientado no Curso de Extensão de Língua Japonesa do Núcleo de Línguas Estrangeiras
(NLE) da Universidade Estadual do Ceará. Nos 19 anos de sua existência em atividade plena, várias
experiências de ensino, dificuldades como carência e indefinição do quadro de professores, entre outros
diversos fatores, marcam a história do curso. O problema que se colocava era, principalmente, o de formação
de professores de Japonês, devido principalmente à inexistência de um Curso de Letras com habilitação em
Língua Japonesa nas Universidades locais. Assim, com o intuito de solucionar o problema, foi criado o “Grupo
de formação de professores e monitores do curso de japonês do NLE – UECE” no ano de 2007. Formado,
através de processo seletivo, por alunos mais destacados dos níveis avançados de língua japonesa do próprio
curso, bem como por ex-alunos, o Grupo se reúne semanalmente para discutir questões teóricas e didáticas do
ensino do Japonês, programa curricular do Curso, problemas e dificuldades dos professores e alunos, entre
outros. Quanto ao aspecto ensino-aprendizagem, prioriza-se o uso comunicativo da língua dentro de uma
abordagem comunicativa em que o aluno aprende por meio de interação com seus pares. Nosso objetivo,
perante esse grupo é, então, verificar a atuação dos professores em salas de aulas de Japonês em seu
processo de ensino, por meio da pesquisa-ação, trabalhando especificamente o ensino comunicativo para as
produções orais. Fundamentamos teoricamente através de autores como Moita Lopes (2002), Almeida Filho
(2008), Widdowson (1991), Liberali (2006), Souza (2007), Thiolent (2009), entre outros. O aspecto processual
do ensino-aprendizagem da língua japonesa é acompanhado e descrito, intentando revelar a construção de
sentidos através da prática do uso da língua em sala de aula, motivando novos avanços ao processo.
O ensino de Língua Japonesa através da tradução: o uso dos quadrinhos japoneses (mangá)
Abimael Marques Maciel (mestrando PosLA – UECE)
Ao considerar aspectos históricos do ensino voltado para as Línguas Estrangeiras (LEs), percebe-se que a
tradução perdeu enorme espaço dentro do contexto de sala de aula, após o método Gramática-Tradução (GT)
ter sido substituído por outras abordagens de ensino, o que colocou o ato tradutório em uma posição
marginalizada dentro do ambiente de ensino-aprendizagem de LE. Contudo, nos últimos anos, a
respeitabilidade dada à tradução parece estar retornando, uma vez que surgem novas teorias pedagógicas que
encaram o ato tradutório não como um obstáculo à aprendizagem, mas como uma ferramenta metodológica útil
quando utilizada de maneira adequada. O presente trabalho apóia-se nas ide.ias defendidas por Brown (1994)
e Richards & Rodgers (2001) e tem por objetivo desenvolver uma pesquisa que aborde a tradução com viés
pedagógico focando o desenvolvimento da habilidade da leitura e da escrita de aprendizes de língua japonesa
através do uso do Mangá. O trabalho tem por base a metodologia da pesquisa-ação e será realizado com
alunos de nível pré-intermediário de japonês do curso de extensão em língua japonesa da UECE. Os
resultados serão apresentados posteriormente após o processo de triangulação e análise dos dados.
Uma investigação reflexiva do uso do livro didático no Curso de Extensão em Língua Japonesa do
Núcleo de Línguas da UECE com foco na Abordagem Comunicativa
Diego Alves Holanda (mestrando PosLA – UECE)
O livro didático de línguas estrangeiras é um dos principais materiais didáticos utilizado pelos professores em
sala de aula. Os livros geralmente seguem as características de uma determinada abordagem de ensino,
sendo a Abordagem Comunicativa a mais bem recebida na atualidade. Apesar da importância dos livros
didáticos, não podemos deixar de lado a função do professor em sala, sendo o livro didático um de seus
instrumentos de trabalho. O Curso de Extensão em Língua Japonesa do Núcleo de Línguas da Universidade
Estadual do Ceará propõe a uma abordagem de ensino de língua japonesa para a comunicação, preparando o
professor em formação para desenvolver reflexivamente sua aula segundo as teorias comunicativas. Para
auxiliar o professor, é utilizado o livro didático do "Nihongo Shokyû Daichi" como instrumento didático. Neste
233
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
contexto busco investigar, através das teorias da Abordagem Comunicativa, o uso do livro didático "Daichi" por
parte do professor do curso mencionado, observando a maneira como o livro é incluído no trabalho do
professor em sala de aula e levantar percepções da sua relevância para o professor e a promoção de
atividades comunicativas em sala, examinando também as concepções pessoais do professor sobre o livro
didático e a abordagem comunicativa.
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM LINGUÍSTICA APLICADA:
DISCUTINDO FORMAÇÃO E PRÁTICAS DE DOCENTES
Coordenador: Leandra Ines Seganfredo Santos (UNEMAT/Sinop)
Este trabalho visa apresentar ações do Grupo de Estudos e Pesquisas em Linguística Aplicada, um fórum de
discussão permanente pautado no estudo e desenvolvimento de pesquisas sobre formação docente, ensinoaprendizagem de línguas e estudos da linguagem no Mato Grosso. Os objetivos se estendem a ações que
envolvem a orientação de trabalhos de graduação (Cursos de Letras e Pedagogia), especializações,
organização de eventos, apresentações conjuntas em eventos e atualização permanente em relação à
produção científica publicada. Promove o desenvolvimento de projetos interinstitucionais e interdepartamentais
acerca das temáticas atuais circulantes bem como, em uma perspectiva inter/multidisciplinar, oportuniza a troca
de informações com interessados nos estudos da área a respeito de temáticas que podem ser suscitadas a
partir das pesquisas desenvolvidas. Atua em duas linhas: 1) Formação inicial e continuada de docentes das
linguagens, cujo objetivo é desenvolver estudos relacionados ao perfil, multiletramento, aperfeiçoamento e
crenças/concepções que balizam pensamentos e ações do profissional das linguagens; 2) Linguagem, cultura
e ensino, que dedica-se aos estudos das diversas manifestações da linguagem na sociedade contemporânea,
suas multimodalidades na esfera educacional e social e sua interface com a cultura. Os trabalhos que compõe
esta coordenada estão diretamente relacionados a questões que envolvem a oferta de ensino de Língua
Inglesa para crianças e a necessidade de reflexões acerca da formação do professor para atuar com esta
clientela específica, bem como descrever e discutir práticas que vem sendo desenvolvidas na rede pública de
ensino de Sinop/MT. O primeiro trabalho é um projeto de pesquisa de doutoramento e nasceu das inquietações
do grupo de pesquisadores a partir das demandas locais de formação docente e inclusão do ensino de línguas
para crianças. O segundo apresenta crenças de alunos de especialização sobre a oferta de Língua Inglesa
para crianças. O terceiro relata práticas desenvolvidas com crianças da rede pública de ensino.
Palavras-chave: Linguagem; Pesquisas; Formação docente.
Implantação do programa mais educação:
oficinas de língua inglesa nas escolas municipais de sinop
Juliana Freitag Schweikart (UNEMAT/sINOP)
A educação – formal ou informal – a que todos somos submetidos vê-se impelida a acompanhar os avanços de
um mundo dito globalizado. Neste cenário o Governo Federal tenta intervir, através de Programas
Educacionais. Assim, foi lançado em 2007 o Programa Mais Educação, com o objetivo de promover uma
Educação Integral. Alguns governos municipais adotaram este Programa que prevê parcerias profissionais e,
considerando que é papel das universidades (no caso das licenciaturas) acompanharem os programas
educacionais, é que este projeto foi proposto. Tem por objetivo descrever, discutir e orientar/acompanhar o
processo de implantação e construção de um plano pedagógico de ensino de Línguas Estrangeiras, através de
oficinas, que envolvam/conectem os saberes escolares e os saberes da comunidade. Os pressupostos teóricos
que envolvem a configuração deste projeto são pautados na literatura referente ao ensino e aprendizagem de
línguas e formação de professores com discursos sobre uma nova configuração de sociedade e de um novo
perfil de comportamento de crianças, jovens e adolescentes (VIEIRA-ABRAHÃO, BARCELOS e FREIRE, 2005;
LACOSTE e RAJAGOPALAN, 2005; ALVAREZ e SILVA, 2007, para citar alguns). Para alcançar os objetivos o
projeto pauta-se numa metodologia de investigação aplicada ancorada na pesquisa qualitativa de cunho
etnográfico. Inicialmente os seguintes instrumentos já foram implantados: entrevistas, observação participante,
conversas informais, análise de documentos e diário de anotações. Na sequência, para continuar a pesquisa
interventiva será selecionado um grupo de três bolsistas participantes do projeto de três escolas diferentes na
intenção de co-construção/elaboração das oficinas de língua inglesa para alunos do ensino fundamental. Após
esse processo far-se-á a apresentação dos dados de forma literal, por meio de transcrição de excertos,
interpretativa e reflexiva, na intenção que esta trajetória culmine em um texto multivoz (DENZIN & LINCOLN,
234
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
1998).
Palavras-chave: Língua Inglesa; Programa mais Educação; oficinas.
Reflexões acerca das crenças dos alunos de um curso de especialização lato-sensu
sobre a oferta de ensino de língua inglesa para crianças
Joseane Santos da Silva (UNEMAT/SINOP)
O foco deste estudo é analisar e discutir possíveis crenças evidenciadas em alunos cursistas do Curso de
Especialização em Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas Portuguesa e Inglesa, ofertada pela
Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop. Também se faz uma reflexão sobre a
formação dos profissionais de língua inglesa (LI), formados no curso de Letras e atuantes na área de ensino
nas séries iniciais, pois, a súbita globalização do mundo tem feito com que a LI se transformasse em um idioma
oficial do mundo dos negócios e as crianças estão sendo inseridas cada vez mais cedo neste processo de
aprendizagem, seja em escolas públicas ou privadas, portanto, detecta-se uma falta na graduação dos
professores de línguas que impede os mesmos de ter habilitação para lecionarem LI para crianças, visto que
os pedagogos também não possuem tal qualificação. Analisamos as crenças dos cursistas a partir de suas
experiências adquiridas antes e depois da graduação. O aporte teórico teve por base os trabalhos de Santos
(2005), Rocha, Tonelli e Silva (2011), Barcelos e Abrahão (2006), dentre outros. Através das crenças dos
cursistas pode se perceber que a LI é uma língua “difícil” de ensinar para crianças quando não se tem a
formação adequada, pois, o professor usa a didática que aprendeu na graduação e utiliza práticas relacionadas
as suas crenças que foram adquiridas durante toda a vida escolar. Foi evidente a constatação de que é
diferente ensinar alunos do ensino fundamental 2 e alunos do ensino fundamental 1. Neste sentido, é
importante que a grade do curso de Letras contemple a formação de LI para crianças, para que os profissionais
de LI possam ser autossuficientes numa didática mais específica para ensinar crianças.
Palavras-chave: Crenças; Língua Inglesa para crianças; formação docente.
Projeto de aprendizagem de LIC: uma proposta em ação
Vera Lucia de Oliveira Pereira Buose (Redes Estadual e Municipal de Ensino Público de Sinop/MT)
O presente texto se propõe a refletir sobre o trabalho pedagógico potencializado pelo Projeto de
Aprendizagem: Língua Inglesa para Criança (LIC) e o teatro em ação. Este é fruto de uma pesquisa-ação
proporcionada pelo curso de especialização em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa e Língua
Inglesa pela Universidade Estadual de Mato (UNEMAT), campus universitário de Sinop. Como pesquisadoras e
participantes da proposta construímos um referencial teórico acerca do trabalho pedagógico organizado por
Projetos de Aprendizagem em LIC por meio do teatro e, ao mesmo tempo, vivenciá-lo em situações
pedagógicas com os alunos em de sala de aula. Este trabalho foi desenvolvido com alunos do quinto ano do
Ensino Fundamental matutino e vespertino, entre os meses de outubro a dezembro de 2011 na Escola
Municipal Basiliano do Carmo de Jesus, situada na cidade de Sinop, Mato Grosso. O aporte teórico teve por
base os trabalhos de Santos (2010 e 2011), Tonelli e Ramos (2007), Rocha (2007 e 2008), Ferreira (2006),
Thiollent (2007), Fagundes, Sato e Maçada (1999), dentre outros. No decorrer deste trabalho foi possível
observar o quanto o Projeto de Aprendizagem mediado pela dramatização na sala de aula auxilia na
aprendizagem de LIC e os resultados mostraram que os alunos desenvolveram com maior eficácia as
habilidades orais na língua foco, pois os mesmos fizeram relações entre esta e a língua materna, dialogaram,
interagiram entre os pares e com a comunidade escolar em língua inglesa e suas reações entusiasmadas e de
grandes interesses durante a efetivação deste trabalho nos leva a refletir sobre o quanto um ensino ofertado de
forma significativa pode consolidar aprendizagens em diversas áreas, assim como no desenvolvimento
consciente da língua.
Palavras-chave: Língua Inglesa para Criança; Projeto de aprendizagem; Teatro na escola
O DESAFIO DOS MÚLTIPLOS LETRAMENTOS: IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CONTÍNUA DE
DOCENTES DA ÁREA DA LINGUAGEM
Coordenador: Leandra Ines Seganfredo Santos (UNEMAT/Sinop)
235
IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
Esta sessão reúne trabalhos desenvolvidos pelo Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da
Educação Básica (CEFAPRO/Sinop/MT) com vistas à reflexão sobre as diversas materialidades do processo
de formação continuada nesse contexto. As pesquisas aqui apresentadas discutem o papel desempenhado
pelo Centro a partir da proposição de diferentes cursos e acompanhamento sistemático nas escolas sob a
responsabilidade do polo de Sinop. Uma das ações é o acompanhamento do Programa Gestar II - Programa
Gestão da Aprendizagem Escolar, uma parceria MEC/SEDUC, apresentado e discutido pelo primeiro trabalho
que evidencia que todo docente necessita estar em constante formação para compreender e acompanhar a
evolução dos saberes no mundo contemporâneo e refazer sua prática pedagógica. O programa trabalhou com
os docentes de Língua Portuguesa com diferentes gêneros textuais considerando a necessidade de interação
entre o conhecimento prévio e o conhecimento alfabeletrado de mundo e que a língua é um sistema que se
estrutura no uso e para o uso, escrito e falado sempre contextualizado. O letramento foi trabalhado a partir de
sequências didáticas construtivas, proposta por Zaballa (1998). O segundo trabalho apresenta resultados se a
linguagem mediada por computador tem influenciado o processo ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa
e se os professores tem conseguido fazer uso das oportunidades oferecidas pela comunicação eletrônica para
trabalhar de maneira mais atrativa e contextualizada. O terceiro trabalho relata os resultados de um estudo
realizado a partir do desenvolvimento de um curso na plataforma e-ProInfo ofertado para professores de
Língua Inglesa da rede estadual de ensino e retrata avanços e limitações para o uso do letramento digital e os
desafios que estão postos para a área de ensino de Língua Inglesa e formação docente.
Palavras-chave: Formação Continuada; Letramentos; ensino-aprendizagem.
Letramento: um desafio para a formação continuada em serviço
Eliane Carvalho de Oliveira (CEFAPRO/SINOP)
Lucineide da Silva (CEFAPRO/SINOP)
Esta comunicação visa apresentar resultados de formação de professores de Língua Portuguesa por meio do
Programa Gestar II - Programa Gestão da Aprendizagem Escolar, uma parceria MEC/SEDUC, desenvolvido no
município de Tapurah/MT, um dos municípios que compõem o polo de CEFAPRO/Sinop/MT - Centro de
Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica. A pesquisa teve como objetivo provocar
reflexões acerca do letramento dentro de uma perspectiva de formação continuada. O estudo partiu das teorias
apresentadas por Soares (1998), Matencio (1994), Kleiman (1995) e Tfouni(1997) de que todo docente
necessita estar em constante formação para compreender e acompanhar a evolução dos saberes no mundo
contemporâneo e refazer sua prática pedagógica. O programa trabalhou com os docentes de Língua
Portuguesa com diferentes gêneros textuais considerando a necessidade de interação entre o conhecimento
prévio e o conhecimento alfabeletrado de mundo e que a língua é um sistema que se estrutura no uso e para o
uso, escrito e falado sempre contextualizado. O letramento foi trabalhado a partir de sequências didáticas
construtivas, proposta por Zaballa (1998). O instrumento utilizado para a coleta de dados foi à observação
participante e registro em diário de campo. Embora a formação continuada seja proposta por um Programa do
MEC, como o trabalho foi desenvolvido pelo CEFAPRO, houve um planejamento e replanejamento das ações
formativas com o objetivo de intervenção pedagógica que possibilitou a mudança de comportamento na prática
do professor em sala de aula. Estes por sua vez perceberam a necessidade da leitura e da escrita como
processo básico da produção textual, além de que o ato de ler, interpretar, compreender e produzir pressupõe
um exercício diário na sala de aula. Outro ponto relevante foi o fato de que os professores das demais
disciplinas perceberam que não só o professor de Língua Portuguesa deverá trabalhar o letramento, mas que
esse compromisso é de todos, numa perspectiva interdisciplinar.
Palavras-chave: Formação Continuada; Letramento; Gêneros Textuais.
A linguagem utilizada pelos adolescentes e jovens na comunicação eletrônica: possibilidades, limites e
implicações para o ensino e aprendizagem de língua portuguesa
Arlete Tavares Buchardt (CEFAPRO/SINOP)
Élidi Preciliana Pavanelli Zubler (CEFAPRO/SINOP)
Esta comunicação tem por objetivo socializar os resultados prévios de uma pesquisa que estamos realizando
no Ensino Médio da Rede Pública de Ensino da Educação Básica no município de Sinop, Estado de Mato
Grosso. A pesquisa prevê observarmos se a linguagem mediada por computador tem influenciado de alguma
forma o processo ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa e se os professores tem conseguido fazer uso
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IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas
das oportunidades oferecidas pela comunicação eletrônica tão utilizada pelos adolescentes e jovens para
trabalhar de maneira mais atrativa e contextualizada. Neste sentido, através desse estudo pretendemos
analisar a linguagem utilizada por adolescentes e jovens nas redes sociais de comunicação eletrônica, a partir
da verificação de como essa linguagem se manifesta na produção textual do aluno, como o professor de
Língua Portuguesa lida com isso e como ele pode fazer uso dessas redes no processo ensino e aprendizagem
de Língua Portuguesa. Outro ponto em observação consiste em averiguar se o discurso eletrônico trouxe
algum diferencial ao estudo dos gêneros discursivos, se o vocabulário cibernético gerou algum novo gênero
textual ou alterou a estrutura de um gênero já existente. A metodologia adotada para este trabalho foi o Estudo
de Caso com a utilização de entrevistas semiestruturadas e análise documentos, buscando aporte teórico em
Marcuschi (2008), Murano (2009) Marconato (2006) Fischer, 2007; Recuero, 2010; Bakhtin, 2010; Siqueira,
2010 e Moita Lopes, 2006, para citar alguns. Até o momento o ponto mais relevante que pudemos constatar é
que há discordâncias entre os professores de Língua Portuguesa quanto aos benefícios da comunicação
eletrônica para o ensino da Língua Portuguesa, sendo que um percentual dos professores diz que a linguagem
utilizada na comunicação eletrônica não interfere na produção dos alunos e que estes são capazes de fazer
uso da linguagem de acordo com cada contexto de comunicação; enquanto outros argumentam que só não
ocorre interferência quando e se o aluno já tem construídas suas competências linguísticas.
Palavras-chave: letramento digital; gêneros textuais; ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa.
Formação 

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