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LIVRO DE RESUMOS 27 de Fevereiro a 1º de Março de 2013 Campus Darcy Ribeiro Universidade de Brasília IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas 2 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas (CLAFPL) Universidade de Brasília 27 de Fevereiro a 1º de Março de 2013 Livro de Resumos 3 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Realização Instituto de Letras da Universidade de Brasília Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada Programa de Pós-Graduação em Linguística Reitor Prof. Dr. Ivan Marques Toledo Camargo Vice-reitora Profa. Dra. Sonia Báo Decanato de Administração Prof. Dr. Luís Afonso Bermúdez Decanato de Assuntos Comunitários Profa. Dra. Denise Bomtempo Decanato de Ensino de Graduação Prof. Dr. Mauro Luiz Rabelo Decanato de Extensão Prof . Dr . Thérèse Hofmann Gatti Rodrigues da Costa a a Decanatod e Pesquisa e Pós-Graduação Prof. Dr. Jaime Martins de Santana Decanato de Gestão de Pessoas Profa. Dra. Gardênia da Silva Abbád Decanato de Planejamento e Orçamento Prof. Dr. Carlos Alberto Müller Lima Torres Diretora do Instituto de Letras Profa. Dra. Maria Luísa Ortiz Vice- diretor do Instituto de Letras Prof. Dr. Enrique Huelva Unternbäumen Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada Profa. Dra. Maria da Glória Magalhães dos Reis Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Linguística Prof. Dr. Dioney Moreira Gomes 4 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas ORGANIZAÇÃO Comissão Científica Latino-Americana Amparo Clavijo Olarte (Colombia) Ana Longhini (Argentina) Anne-Marie Mejia (Colombia) Aparecida De Jesus Ferreira Carla Lynn Reichmann Deise Prina Dutra Fernanda Liberali Glória Gil Inês Kayon De Miller Maria Antonieta Alba Celani Maria Cecilia Camargo Magalhaes Maria Helena Vieira Abrahão Melba Cardenas (Colombia) Miguel Farias (Chile) Nora Basurto ( México) Paula Tatianne Carréra Szundy Rebeca Tapia (México) Rosinda De Castro Guerra Ramos Solange Teresinha Ricardo De Castro Tania Regina De Souza Romero Telma Nunes Gimenez Comissão Organizadora Nacional Maria Cristina Faria Dalacorte (Presidenta) Ana Maria Ferreira Barcelos Carla Lynn Reichmann Glória Gil Inês Kayon de Miller Kleber Aparecido da Silva Maria Antonieta Alba Celani Maria Helena Vieira Abrahão Tania Regina de Souza Romero Comissão Organizadora Local Kleber Aparecido da Silva (Presidente) 5 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Ana Adelina Lôpo Ramos Cesário Alvim Pereira Filho Cibele Brandão de Oliveira Dioney Moreira Gomes Karina Mendes Nunes Viana Mara Lúcia Mourão Silva Márcia Pereira de Almeida Mendes Maria del Carmen de la Torre Aranda Maria Luisa Ortiz Alvarez Mariana R. Mastrella-de-Andrade Michelle Machado de Oliveira Vilarino Ormezinda Maria Ribeiro Rachel do Valle Dettoni Roberta Gomes Ferreira Ulisdete Rodrigues de Souza Rodrigues Vanessa Borges de Almeida Comissão do Caderno de Resumos Márcia Pereira de Almeida Mendes Mariana R. Mastrella-de-Andrade Sabrina Lima de Souza Cerqueira Vanessa Borges de Almeida Secretaria Monitores Arte e Diagramação Sabrina Lima de Souza Cerqueira Vanessa Borges de Almeida Fotografia de: René Gottlieb Strehler Editoração Sabrina Lima de Souza Cerqueira Vanessa Borges de Almeida Com a colaboração de: Mara Lúcia Mourão Silva Márcia Pereira de Almeida Mendes Isadora da Silva Bernardes 6 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas 7 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas REALIZAÇÃO E APOIO 8 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas ÍNDICE GERAL Prefácio .................................................................................................................................................. 11 Apresentação ......................................................................................................................................... 11 Programação .......................................................................................................................................... 15 Conferências Plenárias........................................................................................................................... 17 Conferência de Abertura ......................................................................................................................... 17 Painel Latino-Americano ......................................................................................................................... 17 Conferência de Encerramento ................................................................................................................ 22 Pôsteres ................................................................................................................................................. 23 Comunicações Individuais ...................................................................................................................... 51 Sessões Coordenadas ......................................................................................................................... 175 Simpósios ............................................................................................................................................. 313 Índice remissivo por nome do autor ...................................................................................................... 358 9 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas 10 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas PREFÁCIO Estimados/as Colegas, É uma grande alegria dar as boas vindas a todas e todos ao IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas, em nome do Grupo de Trabalho Formação de Educadores na Linguística Aplicada, vinculado à Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (ANPOLL). Em sua quarta edição, este encontro bienal já se constituiu como um importante evento no calendário de professores-pesquisadores no cone sul das Américas, atraindo, desde sua primeira edição em 2006, centenas de nós para um profícuo diálogo informado. Sublinhando a relevância do constante intercâmbio de saberes, o CLAFPL exprime da maneira abrangente o propósito do GT que o organiza, que é proporcionar oportunidade real de interação colaborativa para e com pessoas engajadas que incessantemente questionam, problematizam, refletem e apresentam inovações nesta antiga e sempre instigante área profissional e científica. Especialmente neste evento temos um importante feito a celebrar: passamos de sub-GT à condição de GT, um reconhecimento da ANPOLL às realizações e produções acadêmico-profissionais dos integrantes do Grupo. A conquista espelha nossa disposição e empenho para nos comprometermos com maiores desafios. Celebrando, portanto, nosso novo “status”, lançamos uma proposta que envolve parcerias interinstitucionais e focaliza diferentes abordagens do uso da língua em contextos de formação inicial e continuada. Propomo-nos, portanto, a fortalecer redes colaborativas de pesquisadores em LA, incentivando estudos situados em práticas de formação, letramento e identidade profissional docente, discutindo temas relativos à responsabilidade social, ética e cidadania. Em consonância ao tema do evento - Fortalecendo Redes Colaborativas de Pesquisas em Linguística Aplicada e Formação de Professores de Línguas -, ao mesmo tempo em que os recebemos para o IV CLAFPL, convidamos vocês também a se envolverem ainda mais nessa rede colaborativa de investigação desde já, aproveitando este Congresso para estabelecer mais contatos dentro do Brasil e com nossos ilustres vizinhos latino-americanos, (in)formando-se, discutindo, compartilhando, identificando oportunidades para a realização de projetos conjuntos, difundindo saberes do ser e constituir-se professorde línguas. 11 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Nossos agradecimentos a todas e todos os participantes das Comissões Local e Nacional que, apesar das conhecidas dificuldades conjunturais, conseguiram realizar este fundamental foro de discussão. E nosso especial agradecimento a todas e todos os Congressistas, que trazem seus trabalhos, seus questionamentos, suas sugestões, suas curiosidades e sobretudo seu interesse para alimentar nosso desenvolvimento comum. Ótimo CLAFPL, férteis interações, entusiasmantes reflexões! Tania Romero Coordenadora do GT em exercício (2011-2012) 12 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas APRESENTAÇÃO Os resumos dos trabalhos apresentados no IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas (CLAFPL), promovido bienalmente pelo Grupo de Trabalho “Formação de Educadores na Linguística Aplicada”, vinculado à Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (ANPOLL), encontram-se reunidos neste caderno. O evento, sediado no Departamento de Linguística, Português e Letras Clássicas (LIP) / Programa de PósGraduação em Linguística (PPGL) e em Linguística Aplicada (PPGLA) da Universidade de Brasília (UnB) acontece no período de 27 de fevereiro a 01 de março de 2013. O CLAFPL tem como públicoalvo principalmente a comunidade acadêmica latino-americana, e agrega pesquisadores docentes e discentes ligados a Programas de Pós-Graduação em Linguística Aplicada (LA) e áreas afins, e profissionais ligados à formação de professores e ao ensino e aprendizagem de línguas também de outras partes do mundo. O CLAFPL vem de encontro das demandas da área de formação de professores na LA e de áreas afins promovendo a discussão acadêmica dos desafios e problemas enfrentados pelos pesquisadores e docentes envolvidos com formação de professores de línguas, estruturando-se, desta forma, em decorrência das necessidades do GT “Formação de Educadores na Linguística Aplicada” vinculado à ANPOLL. O evento oferece espaço para o debate e a discussão de temas relevantes que visam aprimorar o sistema educacional envolvendo investigadores latino-americanos e pesquisadores de outras partes do mundo. O evento é constituído por conferências, mesas-redondas, simpósios, sessões de comunicações coordenadas, comunicações individuais e sessões interativas de pôsteres, que contam com nomes representativos da área de formação de professores do Brasil e do exterior. As propostas de trabalho recebidas foram selecionadas pela Comissão Científica do IV CLAFPL, tendo sido escolhidos prioritariamente temas de relevância para a Linguística Aplicada. Os resumos dos trabalhos apresentados neste livro retratam as tendências, preocupações e reflexões dos pesquisadores e professores que atuam na área de formação de professores de línguas e convergem para a busca da compreensão do processo de formação do docente de línguas e de modos para aprimorá-lo. Dentre as temáticas discutidas, encontram-se a construção de identidades, as políticas linguísticas, as novas tecnologias de informação e comunicação e a educação à distância, ou as parcerias universidade-escolas, dentre outras, são aqui discutidas. Todos estes trabalhos refletem a seriedade e o interesse dos pesquisadores envolvidos em 13 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas aprofundar as discussões de temas relevantes e intrigantes da área de formação de professores de línguas com vistas a uma maior compreensão e desenvolvimento das pesquisas na área. Maria Cristina Faria Dalacorte Ferreira Presidenta da Comissão Nacional do IV CLAFPL Kleber Aparecido da Silva Presidente da Comissão Organizadora Local do IV CLAFPL 14 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas PROGRAMAÇÃO GERAL Quarta-feira 27.02 8:00 – 9:00 8h – 9h Credenciamento 9:00 – 10:00 9h – 10:30 Abertura oficial e conferência de abertura Quinta-feira 28.02 Sexta-feira 01.03 Mesa-redonda 1 Mesa-redonda 3 10:00 – 10:30 10:30 – 11:00 Intervalo para café Intervalo para café Intervalo para café 10:30 – 12:30 11:00-12:30 Simpósios 10:30-12:30 Simpósios 10:30-12:30 Comunicações coordenadas e individuais 12:30 – 14:00 Intervalo para almoço Intervalo para almoço Intervalo para almoço 14:00 – 16:00 Comunicações coordenadas e individuais Comunicações coordenadas e individuais Comunicações coordenadas e individuais 16:00 – 16:30 Intervalo para café Intervalo para café Intervalo para café 16:30 – 18:00 Painel LatinoAmericano Mesa-redonda 2 16:30-18:30 18:00 – 19:00 Lançamento de Livros e Coquetel 19h00 às 20:00 19:00 Sessão Interativa de pôsteres Apresentação artístico-cultural Comunicações coordenadas e Individuais Conferência de Encerramento Hilário Bohn (UCPEL) 15 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas 16 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas CONFERÊNCIAS PLENÁRIAS CONFERÊNCIA DE ABERTURA Have we been displaced? Or have we given up? The weakened role of teachers and teacher educators in the design and implementation of English language education policies Adriana Maria Gonzalez Moncada (Universidad de Antioquia) The growth of English language teaching and learning has become an international phenomenon. It is has been an important component of national agendas that seek competitiveness and productivity in the labor market. This expansion is usually materialized in language education policies that shape classroom practices, assessment models, teacher education and teachers’ professional development programs. A close look at the implementation of language education policies for English in Latin America, reveals an increasing number of initiatives where the private sector has taken control of teaching English and providing professional development alternatives for EFL teachers. In this presentation, I will analyze critically how teachers and teacher educator have experienced a serious loss of opportunities to participate and make decisions about these policies. I will explore our situation as a consequence of being displaced by powerful non academic organizations or as our own inability to negotiate our participation and take a more active role in education. Some examples of educational initiatives will be discussed. As a conclusion, I propose that teachers and teacher educators take a more critical stand and become involved directly, as we are informed citizens and critical intellectuals, in the design and implementation of language education policies. PAINEL LATINO-AMERICANO O papel das pesquisas sobre formação de professores de línguas: perspectivas latino-americanas Allen Quesada (Universidad de Costa Rica, Costa Rica) Beatriz Gabiani (Universidad de la República/Uruguai) Deise Prina Dutra (Universidade Federal de Minas Gerais / Brasil) Mediadora: Gloria Gil (Universidade Federal de Santa Catarina -UFSC/Brasil) Dentre os objetivos mais importantes do Congresso Latinoamericano de Formação de Professores de Línguas – CLAFPL- desde sua primeira edição, podemos destacar os seguintes: 1) incentivar o estudo e a pesquisa, promovendo o debate na área de formação de professores de línguas entre pesquisadores docentes e discentes e professores das universidades latino-americanas; e 2) propiciar a divulgação de conhecimentos para a melhoria da área de formação de professores no Brasil e nos demais países da América Latina. Com base nesses objetivos, convidamos os representantes de quatro países latino-americanos (Brasil, Costa Rica, México e Uruguai) para relatar e problematizar sobre qual o papel das pesquisas sobre formação de professores de línguas nos seus países. Seguindo o formato do primeiro painel, realizado em 2006, as seguintes perguntas nortearão os relatórios críticos dos pesquisadores convidados: - Quais instituições se dedicam a pesquisar a formação de professores de línguas?Que tipos de pesquisas são realizadas (quantitativas/qualitativas)?Quais os assuntos mais pesquisados - Como essas pesquisas são divulgadas e ou veiculadas? - Qual o impacto das pesquisas nas políticas públicas? - Existe apoio governamental para realização de pesquisas? - Existem pesquisas sendo realizadas por professores das escolas regulares? - Como tem sido as relações entre pesquisas, universidades/centros de pesquisa e as escolas regulares? - Existem redes de pesquisadores? Se sim, como elas são, se não, porque não acontece? 17 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas - Existe algum projeto de pesquisa(s) em rede? Se sim, pode descrever? - O que seria importante realizar para a construção de uma rede latino-americana de pesquisa sobre formação de professores de línguas? MESA REDONDA 1: POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS Dermeval da Hora (UFPB) Gretel Eres Fernández (USP) Pedro M. Garcez (UFRGS) Mediadora: Telma Gimenez (UEL) Formação continuada para professores de língua portuguesa em João Pessoa: uma experiência que deu certo Dermeval da Hora (UFPB/CNPq) Por mais de cinco anos, a Secretaria de Educação e Cultura do Município de João Pessoa tem investido na formação continuada dos professores de Língua Portuguesa da Educação Básica do primeiro ao nono ano. Utilizando seus recursos financeiros, a Secretaria tem investido na concessão de bolsas para 200 alunos do Curso de Letras da UFPB, promovendo o acompanhamento do trabalho dos docentes pelos discentes. Inúmeras tarefas têm sido desenvolvidas, e o resultado tem-se mostrado bastante frutífero. Semanalmente, os alunos, juntamente com professores experientes ligados à Universidade Federal da Paraíba, se reúnem para planejar as atividades que serão desenvolvidas nas escolas da rede municipal. Os conteúdos trabalhados são os definidos pela escola, mas com o olhar do aluno do curso de Letras, tais conteúdos acabam assumindo uma nova roupagem. A proposta dessa participação é apresentar, em linhas gerais, como o trabalho se desenvolve e como os resultados obtidos justificam a proposta. Serão apresentados os resultados relativos à evolução dos alunos após a implementação do projeto de acompanhamento. Da formação inicial à formação continuada: uma política eficaz, uma solução ou um arremedo? Gretel Eres Fernández (USP) Como bem se sabe, a formação de docentes de línguas estrangeiras deve considerar o domínio do conteúdo linguístico (a LE em questão) e do seu ensino ou, no dizer de Almeida (2005, p.3), “discutir os pressupostos da formação do professor é discutir como assegurar um domínio adequado da ciência, da técnica e da arte da profissão docente, ou seja, é tratar da competência profissional”. A atual LDB-EN, em seu artigo 62, § 1º, estabelece que “A União, o Distrito Federal, os estados e os municípios, em regime de colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais de magistério.” Se pensarmos na oferta de cursos presenciais e à distância, não há dúvida que o cumprimento da letra da lei é uma realidade. Contudo, o que a meu ver merece uma discussão minuciosa é o papel que tais cursos exercem e o seu verdadeiro caráter: podemos dizer que eles integram uma política eficaz de formação de docentes? Estamos frente a iniciativas que objetivam, em sua essência, solucionar problemas enfrentados pelos professores em sua prática pedagógica? Ou tudo isso não passaria de um arremedo de formação na medida em que nem ataca frontalmente as dificuldades do cotidiano escolar, nem eleva substancialmente a qualidade da formação dos professores?. Apesar de terem natureza e características diferentes, ambas as “modalidades de formação têm o mesmo objetivo, que é propiciar preparo ao professor para atuar bem, de maneira criativa, assegurando aprendizagem de qualidade aos alunos” (GUIMARÃES, 2005, p. 3) e, nesse sentido, estão interligadas. Portanto, torna-se imprescindível analisar a validade e qualidade da atual formação de professores de línguas estrangeiras na perspectiva de uma política que considere as contribuições efetivas que tanto a formação inicial e a continuada oferecem para o desenvolvimento da competência profissional. 18 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Integrando formadores de professores da educação linguística e além: o caso do Programa das Letras e dos números para professores de países africanos de língua oficial portuguesa Pedro M. Garcez (UFRGS/CNPq) Examinando o caso de um programa de formação de professores com o qual tenho estado envolvido desde 2009, destaco a importância de redes colaborativas em Linguística Aplicada e formação de professores, sobretudo no que diz respeito à colaboração entre formadores que de outro modo estariam restritos a segmentos especializados no ensino de Língua Portuguesa, ou de Literatura, ou de línguas adicionais específicas. O Programa das Letras e dos Números (PLLN), iniciativa apoiada por diferentes agências governamentais brasileiras para a formação presencial de professores da rede pública de ensino básico em países africanos de língua oficial portuguesa, particularmente Cabo Verde e Guiné-Bissau, reúne formadores brasileiros em educação linguística e matemática, acadêmicos universitários e docentes do ensino fundamental e médio em diferentes redes de ensino. Ao direcionar-se a um professorado da educação básica que tem no português a única língua escrita e oficial, sem ser essa a língua corrente ou preferencial das comunidades que atendem, o PLLN demanda formadores com experiência nos diversos quadrantes de formação em educação linguística. Nessa configuração, fica patente, por exemplo, que qualificar o português que é objeto ou meio de ensino como “língua materna” ou “língua estrangeira” é tecnicamente impreciso e politicamente inadequado, percepção que descortina reflexões inusitadas para quem se vê como profissional do ensino de língua materna ou de língua estrangeira. Com base na experiência de interlocução entre os atores nas formações do PLLN, e ainda mais entre os formadores em educação linguística e educação matemática, discuto possibilidades e desafios que podem ser contemplados para a concepção de políticas mais amplas de formação de professores de línguas em ações assim integradas. MESA REDONDA 2: FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PEDAGOGIA CRÍTICA Walkyria Monte-Mor (USP) Fernanda Coelho Liberali (PUC-SP) Rosane Rocha Pessoa (UFG) Mediadora: Tânia Romero (UFLA) Formação de professores e educação crítica: a construção de sentidos como agência Walkyria Monte Mór (Universidade de São Paulo) A apresentação pretende debater as tensões – e ao mesmo tempo, as possibilidades de expansão interpretativa – entre o que se entende por ‘controle de sentidos’ e as propostas para o desenvolvimento de construção de sentidos como forma de agência. As teorias dos letramentos críticos reconhecem as mudanças em linguagem e comunicação, colocando em discussão: 1) as tensões e o controle social das interpretações; 2) o conceito de construção de sentidos (meaning making) e sua atualidade na visão de leitura como prática social, com base nos estudos de Lemke (2004); Kress (2000, 2010) e Gee (2003, 2010). Para tal, reporta-se aos estudos sobre multimodalidade, segundo os quais a linguagem se constrói por novos modos e modalidades, havendo também novas formas de interação. Esta é uma percepção que conduz às revisões nas noções sobre ‘compreensão’ e ‘interpretação’ em suas interfaces com o conceito de ‘construção de sentidos’ nos estudos de linguagem como prática social (KRESS, 2005; GEE 1997, 2004; FREEBODY & LUKE, 1997). Levando-se em conta o fato de que as sociedades atuais demandam expandir as suas funções educacionais tradicionais voltadas à qualificação e à socialização, a habilidade de construção de sentidos revela ter um potencial de desenvolvimento de agência, possibilitando o trabalho de ‘subjetificação’ (subjectification), conforme defendido por Biesta (2009), uma função educacional que muito bem atende às necessidades da formação da sociedade contemporânea. A proposta, portanto, preocupa-se com a formação docente e discente, voltando-se para práticas sociais e culturais ativas/críticas (LANKSHEAR & KNOBLE, 2003; COPE & KALANTZIS, 2000, 2004; GIROUX, 2005; MENEZES DE SOUZA, 2006, 2010; MONTE MÓR, 2006, 2009, 2010). 19 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Gestão crítico colaborativa Fernanda Coelho Liberali (PUC-SP) Esta apresentação tem como objetivo discutir a formação de educadores a partir da compreensão da gestão escolar como uma cadeia de atividades envolvendo diretores, coordenadores, funcionários, professores e alunos. No cenário brasileiro, o conceito de gestão educacional tem sido importado dos contextos empresariais, que muitas vezes não leva em consideração aspectos importantes do contexto escolar. Esta apresentação discute uma abordagem para a gestão escolar a partir de uma tradição de Vygotskiana (1934) que implica que a produção de significados e motivos compartilhados é aspecto essencial para o desenvolvimento de uma possibilidade crítico-colaborativa para transformar a escola. Nesses termos, o conceito de gestão precisa ser pensado em função do reconhecimento da importância da participação consciente e esclarecida das pessoas nas decisões sobre a orientação e planejamento de seu trabalho, o que implica o fortalecimento do coletivo. Envolve um caráter de participação responsável de todos nas decisões necessárias e na sua realização, mediante um compromisso coletivo com resultados educacionais cada vez mais efetivos e relevantes (LUCK, 2009). Assim, torna-se essencial entender as transformações sociais atuais, em uma perspectiva na qual, dialeticamente, seja possível estabelecer um elo entre estrutura social e individual (ENGESTRÖM, 1999), dando consideração às ações praticadas pelo indivíduo e sua relação com o todo que se pretende transformar. Além disso, é preciso levar em conta que a gestão é uma atividade dirigida (CLOT, 1999; COLE e ENGESTROM, 1993; LAVE e WNEGER, 1991) que não se estrutura como uma corrida em direção a uma meta conhecida de antemão. Ao contrário, tem um caráter desenvolvimentista que implica considerar o desenvolvimento do trabalho, sua história e empecilhos a ele. Gerir tem um valor crítico-colaborativo, em que os sujeitos envolvidos estão em processos constantes de aprendizagem e desenvolvimento individual e coletivo. Mais ainda, é condição essencial que essa gestão seja compreendida no âmbito de Redes de Atividades em cadeia intencional (LIBERALI, 2011), o que envolve ações para diagnóstico, planejamento, desenvolvimento, acompanhamento e avaliação de projetos comuns. Para que esses projetos possam ser realizados, considerando o caráter mutável das condições de trabalho, a criatividade e a intencionalidade atuam como modo de agir essencial de todos os envolvidos. Ademais, a argumentação se torna a base para a gestão, pois permite que o resultado seja construído a partir de objeto idealizado comum, reconstruído ao longo do processo de trabalho conjunto por meio da produção compartilhada de novos significados. Essa perspectiva crítico-colaborativa de gestão será exemplificada a partir de discussão sobre o Projeto Gestão em Cadeias Criativas, desenvolvido na Secretaria Municipal de Educação de São Paula para o desenvolvimento amplo de todos os níveis de educadores da escola (formadores de educadores, diretores, coordenadores, professores e alunos) com foco em diferentes dimensões da gestão que articuladas transformem a comunidade de modo mais amplo. Conhecer como reconhecer: estudos na formação crítica de professoras/es de língua estrangeira Rosane Rocha Pessoa (UFG) Em que mundo vivemos? É esse o mundo em que queremos viver? Alguns minutos de reflexão sobre as iniquidades do mundo hoje são suficientes para que nos interroguemos criticamente sobre a natureza e a qualidade moral da nossa sociedade, interrogações essas que estiveram sempre na base da teoria crítica moderna (Boaventura de Souza Santos, 1999). No entanto, o que prevaleceu na modernidade foi o conhecimento totalizante da ordem da regulação social em detrimento da ordem da emancipação social. Assim, a posição de Santos (1999) é a de que, pelo fato de serem múltiplas as faces da dominação e da opressão no atual mundo multicultural, outro tipo de conhecimento se faz necessário, o conhecimentoemancipação, que, segundo o autor, consiste em reconhecer, em tirar o outro da condição de objeto e elevá-lo à condição de sujeito, ou seja, um conhecimento que funcione como princípio de solidariedade. Pautadas/os nesse tipo de conhecimento, vimos tentando desenvolver o nosso trabalho na formação de professoras/es e no ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras na Universidade Federal de Goiás, por acreditar que tanto professoras/es e alunas/os precisam ser reconhecidas/os como sujeitos que produzem conhecimento e o façam de forma prudente. Nesta comunicação, discuto estudos de graduação e de pós-graduação que se inserem na perspectiva crítica de linguística aplicada, focalizando as possibilidades e os desafios encontrados. 20 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas MESA REDONDA 3: PROJETOS E PARCERIAS EM ESCOLAS PÚBLICAS Rosinda de Castro Guerra Ramos (PUC-SP) Maria do Socorro Oliveira (UFRN) Walkyria Magno-e-Silva(UFPA) Mediadora: Maria Helena Vieira Abrahão (UNESP – São José do Rio Preto) Um projeto que deu certo: Reflexão sobre a ação Rosinda de Castro Guerra Ramos (PUC-SP) É fato notório que a formação de professores é uma área que necessita especial atenção no contexto de educação do país, tendo em vista que as políticas educacionais não têm dado o devido valor à aprendizagem de línguas. Além disso, o surgimento de instituições nem sempre qualificadas para a formação adequada de docentes para a formação de professores de línguas estrangeiras, não tem contribuído para a constituição de docentes preparados para enfrentar os desafios da educação e, principalmente, da educação na escola pública. Se essa situação é crítica no que diz respeito ao ensino de línguas estrangeiras, torna-se crucial, em relação ao ensino da língua inglesa, tendo em vista a posição que essa língua ocupa no cenário mundial, nos dias atuais. Este trabalho objetiva mostrar o curso de especialização Práticas reflexivas e ensino-aprendizagem de Inglês na escola pública, uma parceria Associação Cultura Inglesa São Paulo e PUCSP/Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem (LAEL), que em um esforço conjunto promoveram um programa cujo objetivo geral é o aprimoramento profissional de professores da rede pública estadual. Serão trazidos para a apresentação: um breve histórico do projeto e seu desenvolvimento; dados referentes à constituição do curso; exemplos de formação docente e sua construção desencadeada a partir de leituras e discussões de pressupostos teórico-práticos embasados em exercícios de reflexão críticocolaborativos realizados durante o curso; e, reflexões sobre suas ações, desenvolvimentos e desdobramentos. Letramentos e políticas públicas: escola, família, comunidade Maria do Socorro Oliveira (UFRN) A consideração de que o letramento está na vida social, e não, especificamente, na escola, tem levado muitos pesquisadores a explorar as práticas de leitura e escrita fora do contexto escolar, na intenção de compreender não só o modo como essas práticas são instituídas mas também a forma como elas interferem no desempenho dos alunos, manifestando-se como pontos de continuidade ou de ruptura no processo de ensinoaprendizagem. Os estudos de letramento que exploram a articulação entre ‘escola, família e comunidade’ estão exatamente nessa direção. Buscam alternativas que tentem explicar os ‘gaps’, as dissonâncias e predisposições que afetam os baixos desempenhos de leitura e escrita, evidenciados em diversos indicadores de avaliação educativa (INAF, IDEB), e que apontam para a necessidade de políticas públicas voltadas para a questão do letramento. Este estudo, que se insere no Projeto ‘Letramentos e políticas públicas: escola vs mundo contemporâneo’, tem como objetivo discutir a importância da articulação escola x família x comunidade no letramento cívico e as implicações dessa relação no desenvolvimento social e econômico de comunidades urbanas. O estudo fundamenta-se nas contribuições teóricas de Bourdieu (1975; 2003), principalmente nas noções de habitus, campo e capital cultural; nos estudos de letramento situado, interessados na articulação local x global (BARTON ET AL., 1998; 2000; STRET, 1993) e na perspectiva ecológica/social, discutida por Brofenbrenner (1996), segundo a qual a escola faz parte de um espaço ecológico (rede de estruturas encaixadas). Metodologicamente, o trabalho é de natureza exploratória, servindo-se também de instrumentos etnográficos. Os dados para análise foram gerados em escolas públicas da cidade do Natal-RN. A análise discute ações de natureza cooperativa realizadas por meio de projetos de letramento, aqui sugeridos como uma alternativa pedagógica eficaz para o desenvolvimento de políticas de letramento, neste caso, com foco na rede escola x família x comunidade. Palavras-chave: Letramentos. Políticas públicas. Projetos de letramento. Escola. Família. Comunidade. 21 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas O LABENALE enquanto eixo estruturante entre o desejável e o possível Walkyria Magno-e-Silva (UFPA) Entre as parcerias que sonhamos como as mais produtivas e aquilo que vemos na realidade de certos contextos, tem-se algumas experiências de sucesso conjugando universidade e escolas públicas. Na UFPA, há o Laboratório de Ensino e Aprendizagem de Línguas Estrangeiras (LABENALE) que coordena as atividades de ensino e de extensão da Faculdade de Letras Estrangeiras Modernas (FALEM). A estruturação desse laboratório e os resultados até aqui alcançados serão mostrados, com ênfase em alguns projetos bem sucedidos. Além do que já existe, pretende-se explorar algumas possibilidades de ação ainda em fase de idealização, mas que tem grandes possibilidades de se consubstanciarem em atividades produtivas tanto para os docentes em formação quanto para seus alunos. CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO Professor: uma identidade não herdada Hilário I. Bohn (UCPEL) Os seres humanos são sujeitos históricos, vinculados bio e culturalmente aos seus ancestrais através da filogenia. Por outro lado, cada indivíduo no momento em que nasce responsabiliza-se ontogeneticamente por sua história. Pode-se, portanto, afirmar que as trajetórias das pessoas são singulares, movimentam-se e constituem-se no social, mas tecem suas identidades no caminho da irrepetibilidade. Por isso, quando se discute a identidade de professor e de maneira particular de professor de línguas, entra-se numa complexidade em que os traços históricos mantêm certa coerência, mas as transformações e os contextos da vivência sempre sinalizam para a diferença. É nesta instabilidade constitutiva que procuro discutir neste texto a(s) identidade(s) de professor, designando-lhe um repertório de competências, habilidades e de saberes próprios de um intelectual (seja orgânico ou histórico) que atua nos diversos cenários do processo educativo. Desta maneira questiono que aprender é dizer, que aprender é escutar e de que o saber está incorporado nos manuais pedagógicos. 22 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas PÔSTERES O USO DE VÍDEOS COMO AUXILIO NA EDUCAÇÃO BILÍNGUE Aliciane Alves da Silva (Universidade Federal do Piauí) A importância do domínio de línguas estrangeiras vem crescendo aceleradamente, tanto que, quando possível, crianças com idade inferior a dois anos de idade começam a vida escolar em dois idiomas (Português e Inglês), ou seja, têm uma Educação Bilíngue, processo que segundo Grosjean (1998), não se limita apenas à aquisição de mais uma língua com domínio e estrutura iguais aos da Língua materna; Segundo ele, bilíngue não é aquele que possui competência semelhante e perfeita nas línguas, mas sim quem utiliza constantemente duas (ou mais) línguas (ou dialetos) com diferentes pessoas em diversas situações do cotidiano e de acordo com seu propósito. Neste modelo de Educação, a necessidade por materiais que ofereçam amostras autênticas de língua estrangeira leva o professor a buscar diversos recursos para facilitar a aprendizagem, dentre eles materiais audiovisuais. Com base nisso, o objetivo do seguinte trabalho é apresentar um relato de experiência de uso de vídeos e outros recursos audiovisuais como material didático auxiliar na Educação Bilingue em uma escola no estado do Piauí cujas línguas adotadas são simultaneamente inglês e português. A experiência mostra que vídeos em língua inglesa são uma importante ferramenta para a Educação formal em duas línguas, um vez que aumentam o contato linguístico dos alunos com a língua estrangeira. Palavras-chave: Educação Bilíngue. Aprendizagem. Vídeos. Recursos audiovisuais. PROMOVENDO PRÁTICAS INTERACIONAIS DE QUALIDADE NA SALA DE AULA DE LÍNGUAS Ana Luiza Pires de Freitas (UFCSPA) A análise dos micro-momentos de interação em sala de aula à luz da Análise da Conversa Etnometodológica (Sacks, 1992) permite ao analista um entendimento detalhado dos mecanismos de interação que organizam o que ocorre no contexto estudado. O objetivo deste estudo é explorar os procedimentos através dos quais os interlocutores se lançam na empreitada de aprender uma SL e uma LA em dois contextos interacionais distintos, e analisar de que maneiras os interlocutores emprestam suas vivências pessoais às tarefas de que participam e, ao fazê-lo, criam uma nova dimensão para a empreitada de aprender. Para esse fim, contrastamos dados originários de três estudos distintos (Mondada e Doehler, 2004; Freitas, 2006; Salimen, 2006), explorando instâncias de reformulação, reconfiguração e retomada de tarefas desenvolvidas nas duas salas de aula enfocadas, nomeadamente, uma sala de aula de curso livre de inglês como língua adicional no Brasil (Freitas, 2006 e Salimen, 2006) e uma sala de aula de Francês como segunda língua para alunos imigrantes na Suiça (Mondada e Doehler, 2004). As análises dos micromomentos de interação evidenciam que os modos de inserção das ações dos professores têm influências significativas na interação dos alunos, forjando a realização das tarefas de modos diferentes dos inicialmente divisados. Percebe-se que cada um dos grupos em questão enriquece os recursos de participação que, por sua vez, contribuem para o engajamento pleno dos interlocutores nas respectivas comunidades de aprendizagem. O objetivo desta comunicação é, portanto; estranhar micro-momentos de fala interacional (Sacks, 1984) de sala da aula e trazê-los à luz analítica, a fim de promover reflexão acerca do que pode se entendido como práticas de qualidade pela perspectiva de formadores de educadores linguísticos. FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA ESPANHOLA: RELAÇÃO ENTRE O ENSINO DA LÍNGUA E A DIVERSIDADE SOCIOCULTURAL Andreia Sebastiana de Rezende (Universidade Federal de Alfenas - Minas Gerais) O ensino de espanhol está consolidando-se no Brasil após a aprovação da lei 11.161, de 2005, que determina a oferta da língua espanhola para o ensino médio, obrigatoriamente, desde 2010. Observando que, até o momento, em Minas Gerais a oferta do espanhol nas escolas ainda está em processo de implantação, o grupo de bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID Letras/ Espanhol da UNIFALMG desenvolveu um estudo do capítulo das OCNEM (Orientações Curriculares para o Ensino Médio) que apresenta orientações para o ensino de espanhol no Brasil para observar os “rumos que esse ensino deve seguir” (OCNEM, 2006, p.127). Neste estudo observou-se que um dos caminhos sinalizados nas OCNEM para contribuir com a formação integral do aluno seria trabalhar o ensino da heterogeneidade da cultura espanhola 23 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas como forma de ajudar o aprendiz a reconhecer-se como sujeito, tomar consciência de sua identidade, por meio do contato com a diversidade sociocultural do espanhol. A partir deste estudo surgiu a proposta de fazer uma pesquisa bibliográfica para analisar como acontece a formação de professores de espanhol no Brasil a fim de observar como é trabalhada, nesta formação, a relação entre o ensino de língua espanhola e a sua diversidade sociocultural. Este trabalho pretende, portanto, reunir informações a respeito da formação de professores de língua espanhola no Brasil, visto que esta informação está disponível de maneira fragmentada em diferentes tipos de referenciais bibliográficos e analisar, sempre que possível, a forma como a língua espanhola e sua diversidade sociocultural são abordadas na formação docente. Palavras-chave: Formação de professores, ensino de ELE, diversidade sociocultural PRÁTICAS DE ESCRITA EM AMBIENTES ESCOLARES Angela de Fátima Scremin (Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG) Apresenta-se, neste trabalho, um recorte de uma pesquisa maior, em andamento, referente ao modo de se trabalhar com a modalidade escrita em sala de aula. Nesse sentido, os objetivos consistem em apresentar o modo como a escrita vem sendo trabalhada em quatro escolas estaduais no município de Ponta Grossa-Pr, em particular, com os sétimos, oitavos e nonos anos das últimas séries do ensino fundamental. A metodologia utilizada nesta pesquisa consiste numa abordagem de pesquisa qualitativa, de base etnográfica e de pesquisaação. O embasamento teórico consiste nos seguintes autores: Coracini (2003); Gnerre (1985); Olson (1997); Picard (2008), entre outros. A construção da hipótese concentra-se no modo como os professores de língua portuguesa realizam o trabalho com a habilidade escrita, bem como, suas crenças em torno desta modalidade de ensino. Além disso, considera-se os envolvidos nesta pesquisa como seres heterogêneos, estando ambos envolvidos num processo de reconstrução identitária a partir das inúmeras vozes que os rodeiam. Diante disso, os resultados concentram-se em dialogar a escrita pelo viés da prática social livre das crenças atribuídas a esta modalidade de ensino, além de evidenciar o fato de que a construção de identidade se desenvolve nos indivíduos na e pela língua como uma atividade em constante evolução. Por fim, torna-se importante considerar o sujeito como parte integrante do processo da aprendizagem, a fim de valorizar o seu conhecimento de mundo e, agregar a este uma aproximação entre o conhecimento científico e o ambiente escolar, sempre em busca de melhorias, de acordo com as necessidades contemporâneas e as práticas sociais atuais. Palavras-chave: escrita; crenças; prática social POLÍTICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS: A PERSPECTIVA GLOBAL E AS INFLUÊNCIAS NA LÍNGUA LOCAL Bárbara Terezinha Nascimento Cunha Eduardo de Sousa Nunes, Isabela Cristina Barros Cardoso Isabella Siqueira Toguchi Ivan Carlos Cruz (Universidade de Brasília) Passados cinquenta e dois anos da inauguração da capital do país, Brasília deixou de ser apenas uma cidade de migração interna e ganhou olhares internacionais. Fruto do processo de construção das pessoas que vieram para o interior da região central do Brasil, os Candangos, como eram chamados, ajudaram a concretizar o sonho de Juscelino Kubitscheck na idealização da cidade. A capital brasileira acolheu diversas culturas e sotaques; o “falar” brasiliense foi construído tanto pela miscigenação entre o “falar” de diversas regiões brasileiras, quanto pelas influências de comunidades estrangeiras, e até hoje é uma cidade com um grande crescimento populacional. Entre os fatores que explicam esse fenômeno estão: a alta qualidade de vida e as possibilidades de trabalho oferecidas, além de fatores socioculturais. Esses quesitos reforçam a necessidade de se ensinar Português Segunda língua para estrangeiros por diversos motivos, entre eles diplomáticos, de ensino e de comunicação espontânea com outras pessoas. A aprendizagem tanto do Português quanto de qualquer outra Língua Estrangeira deveria ter como finalidade a formação de cidadãos críticos e o desenvolvimento de uma consciência intercultural, mas a realidade da capital é a falta de uma política de inserção do ensino de Português Língua Estrangeira. Este trabalho, portanto, tem como objetivo analisar as atuais políticas de ensino de português como Segunda Língua/Língua Adicional no DF. Baseado em pesquisas qualitativas e quantitativas (dados parciais, obtidos até abril/2012), na coleta de dados na Universidade de Brasília, nos documentos formulados pelo Ministério da Educação, investigamos também as potencialidades e as debilidades na (trans)formação dos futuros professores de português, além da visão do Português no 24 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas cenário internacional e o mercado de trabalho. Diante da atual situação, que medidas são necessárias para que o Distrito Federal seja incluído nas novas fronteiras de ensino do Português Segunda Língua e se torne um modelo para o país, e até mesmo para o mundo? Uma resposta é necessária, pois mesmo sendo a única cidade de representação diplomática dos países dos cinco continentes, Brasília ainda engatinha em uma política do Português Segunda Língua. Palavras-chave: Português. Brasília. Língua. Linguística. Políticas. Inserção. Segunda Língua UTILIZAÇÃO DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA NO ENSINO DE INGLÊS NUMA ABORDAGEM REFLEXIVA:PRINCIPAIS CONSIDERAÇÕES Cataline Holanda Leão Otilio (Aluna especial de Mestrado em Lingüística Aplicada UFAL) Sérgio Ifa (Doutor em Linguística Aplicada e estudos da linguagem PUC-SP) Esta comunicação tem como objetivo geral apresentar e analisar a utilização de uma sequência didática em colaboração com os alunos do 9º ano de língua inglesa de uma escola pública de ensino fundamental em um município do estado de Alagoas. Como objetivo específico utilizar uma sequencia didática através de uma música. Para fundamentar esse trabalho, buscamos apoio em estudos sobre sequências didáticas para o ensino de línguas (Cristovão, 2009; Petreche, 2008), em pesquisas sobre como produzir materiais para o ensino de línguas (Leffa, 2003), e na abordagem reflexiva (Schön, 1983, 1987; Gimenez, 1999; Zeichner e Liston 1986). Nesse momento nos colocamos como professores-pesquisadores que estamos produzindo sequências didáticas no contexto de ensino em que atuamos a escola pública. Este trabalho tem se mostrado também, uma forma de agirmos em benefício de nosso próprio desenvolvimento, conforme teoria de Schön através da reflexão-ação. Elencamos, para este estudo, como recorte, um dos primeiros temas trabalhados neste primeiro semestre de 2012: música Black or White (Michael Jackson). Foi aplicado o método da pesquisa qualitativa, os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram: o plano de aula, os registros anedóticos, os comentários dos alunos sobre essas aulas. Para isso foi realizada uma pesquisa-ação com alunos do 9º ano de inglês utilizando uma sequência didática que pudesse fazer com que os discentes refletissem sobre questões como o racismo, desenvolvendo o senso crítico através da biografia do cantor e da letra da música. Os resultados preliminares nos mostraram a possibilidade de se utilizar a sequência didática, os alunos se envolveram em realizar as atividades, participaram, demonstraram entusiasmo pois tratava-se de uma música, fato que despertou o interesse, refletiram sobre as questões do racismo, entenderam a importância de respeitar os outros, independente da cor, raça, etnia, não importa se é preto ou branco. Podemos concluir que foi possível utilizar a sequencia didática, despertar e desenvolver o senso crítico do aluno. Palavras-chave: Sequência didática, Ensino de Inglês, Abordagem Reflexiva O LÚDICO NO ENSINO DE FRANCÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA: A MÚSICA COMO FERRAMENTA AUXILIAR NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DO ALUNO Christian Silva de Avila (Universidade Federal do Rio Grande – FURG) TPACK: UM MODELO PARA A INTEGRAÇÃO DA TECNOLOGIA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS Claudia Beatriz Monte Jorge Martins (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) Com a crescente possibilidade do acesso de professores e alunos às Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), em ambiente escolar e fora dele, o conhecimento tecnológico é atualmente um aspecto importante dos saberes docentes. Contudo, integrar a tecnologia na sala de aula é um problema complexo que envolve a interação de múltiplos fatores em diferentes contextos. Isso requer que novas maneiras de confrontar esse problema sejam desenvolvidas. A efetiva integração das TICs no currículo implica em mudanças na atitude dos professores em relação a elas e na capacitação adequada para o seu uso. Essa capacitação é prejudicada principalmente pela ausência de um referencial teórico que fundamente a formação de professores e auxilie os formadores a terem indicativos da eficácia do modelo adotado.Nesta comunicação iremos apresentar o modelo de integração de saberes TPACK (Technological Pedagogical Content Knowledge) desenvolvido por Mishra e Koehler com o objetivo de fundamentar um modelo de formação de professores que promova a utilização das TICs no ensino. O TPACK procura capturar algumas das qualidades essenciais do conhecimento do professor que são necessárias para que a tecnologia seja integrada de forma efetiva no currículo. Ao mesmo tempo o modelo foca na natureza complexa e multifacetada desse conhecimento. Palavras-chave: TPACK, saberes docentes, formação de professores 25 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas A TRANSFORMAÇÃO PROFISSIONAL-IDENTITÁRIA DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA EM UM CONTEXTO DE FORMAÇÃO COLABORATIVA Claudia Christian Silva Valk (UEL) Marta Gresechen Paiter(UEL) Luzia de Souza(UEL) Estudos revelam que a identidade é construída e constituída socio-historicamente e está em constante reconstrução. Assim, entendemos que a ponte criada entre a teoria e a prática, que é proporcionda pelo ensino colaborativo (ROTH e TOBIN, 2002), auxilia na construção de possibilidades de aprendizagem do alunoprofessor e, sobretudo, constribui grandemente para sua formação identitária. Igualmente, compartilhamos da noção de que a formação profissional-identitária constitue-se pelas e nas práticas sociais. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é investigar a transformação profissional-identitária de um grupo de professores de língua inglesa, inseridos em um contexto de formação colaborativa. O grupo pesquisado é composto por professores de língua inglesa em seus diversos níveis de formação, a saber, uma professora-formadora, uma professora-colaboradora e três professores-novatos. Para tanto, utilizaremos transcrições de áudio e vídeo de uma “conversa reflexiva” sobre um momento em que a professora-formadora denominou ‘conflito’. A partir dos dados, fizemos análises de conteúdo das vozes dos professores participantes deste contexto de formação colaborativa, na tentativa de identificar os diferentes papéis exercidos por cada um dos participantes. O aporte teórico do presente estudo situa-se no campo da identidade profissional de professores (HALL, 2006; BAUMAN, 2005; BEIJAAR; MEIJER; VERLOOP, 2011), bem como na área de formação colaborativa sob a perspectiva sócio-histórico-cultural (PHELAN at al, 1996; ROTH at al, 1999; JOHN-STEINER, 2000; MATEUS, 2009). Por meio da análise feita pudemos perceber que o momento de reflexão sobre o conflito contribuiu para o desenvolvimento de aprendizagem dos participantes desse grupo de ensino colaborativo que foi oportunizado pela professora formadora aos envolvidos, na relação eu-outro, já que foi um espaço de reflexão e constituição identitária do outro e de si próprio. Palavras-chave: Conflitos. Transformação profissional-identitária. Formação colaborativa OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA EM MATO GROSSO Cláudia Lúcia Landgraf -Valerio (CAPES/PROPGLP-PUCSP/IFMT/Campus de Sorriso) Esta pesquisa pretende discutir os desafios da formação continuada de professores de Língua Portuguesa em Mato Grosso e destacar a importância dos momentos formativos para reflexão e transformação das práticas pedagógicas da sala de aula. Os procedimentos metodológicos são de cunho qualitativo com uma pesquisa de procedências bibliográficas, seguida de uma entrevista com os professores da rede estadual sobre a proposta de formação continuada do Estado implementada pelo CEFAPRO ao atender in locus às necessidades formativas dos educadores. Para apreciação dos dados coletados partimos da análise do discurso crítica (ADC) com a aplicação do Modelo Tridimensional - dimensão textual, dimensão prática discursiva e dimensão prática social - proposto por Fairclough (2001) e das premissas de Nóvoa (2007) sobre o processo identitário na formação de professores definido, pelo autor, como a contínua construção de maneiras de ser e estar na profissão. Verificamos, até o presente momento da pesquisa, que as propostas de formação continuada desenvolvida pela SEDUCMT através do CEFAPRO têm contribuído para formação dos professores de Língua Portuguesa da rede estadual de Mato Grosso. Palavras-chave: Formação Continuada, Língua Portuguesa, Processos Identitários. CULT: CONTEXTUALIZANDO UNIVERSOS PELA LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS Claudia Teixeira de Paula e Silva (Universidade de Brasíla) Partindo do pressuposto de que a escrita não se limita à sala de aula, consideramos que a oralidade é parte inerente à linguagem humana, assim como as ricas experiências extraclasses levadas e vivenciadas pelos alunos, que devem ser valorizadas, contextualizadas e divulgadas na sociedade. Consideramos também que a produção de texto é o momento de máxima expressão do conhecimento do educando, não só em Língua Portuguesa, mas também sobre suas crenças e experiências acerca de diversos assuntos. Diante dessas considerações, surgiu o subprojeto "CULT” ,que visa desenvolver no aluno o prazer da leitura e o hábito da produção de textos mediante a contextualização de universos e leituras de mundo, é desenvolvido em formato 26 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas de “Oficinas de Aprendizagem” divididas em três momentos: Motivação, levamos vídeos, documentários, textos jornalísticos, literários ligados ao conteúdo ministrado na estruturação; Estruturação, ministramos o conteúdo de literatura , falando de um autor, e o conteúdo de gramática dentro dos textos desse mesmo autor; Contextualização, trabalhamos com os Objetos de Avaliação do PAS. O Projeto propõe aos alunos uma redação mensal. O texto é construído numa orientação de multissistemas, envolvendo aspectos linguísticos e não linguísticos , tornando-o multimodal (MARCUSCHI,A,2011). Tomamos como base teórica: TACCAA, 2004; DAVIS, 1989; KHOURP, 1989; MIRANDA, 1985 apud ABREU, 2006; OLIVEIRA, 1997; VYGOSTSKY, 1993 apud 2006. Contribuibuímos para que o aluno tenha uma formação que lhe permita ir além da média; Nossos resultados foram positivos, muitos alunos do projeto obtiveram notas altas em avaliações para inserção no ensino superior brasileiro; nossa expectativa é que esse número aumente e que o projeto ganhe visibilidade . “A palavra que eu digo sai do mundo que estou lendo, mas a palavra que sai do mundo que eu estou lendo vai além dele” (FREIRE,P, 1981). É ensinar e aprender! A FORMAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS DO DISCENTE ATRAVÉS DE UMA CULTURA DE PAZ SUSTENTAVELMENTE ÉTICA Cristina Dias de Souza Figueira (Universidade Salgado de Oliveira) A educação brasileira passa por uma grande transformação neste início de século com grandes desafios e resgates de cidadania e valores humanos. De acordo com a LDB 9.394/96, a instituição de ensino superior deve exercer um papel humanizador e socializador, além de desenvolver habilidades e competências que possibilitem a construção do conhecimento e dos valores éticos necessários à conquista da cidadania plena. Considerando esse cenário, esta comunicação tem como objetivo apresentar os resultados de um projeto transdisciplinar, intitulado Shakespeare no Cerrado Construindo a Paz Sustentável, desenvolvido com os discentes do quinto período do Curso de Letras da Universidade Salgado de Oliveira. O presente estudo tem como postulados teóricos as contribuições de Almeida Filho (2009), Anastasiou (2004), Mansetto (1994), Gil (2005), Vasconcelos (1996) Delors (1999), Nicolescu (1999), Boal (1999), Diniz (1996), Enst-Slavit (1998), Wilhelm (1988), Carvalho (2003), Rondon e os pilares da UNESCO. Os instrumentos de pesquisa foram entrevistas e questionários aplicados aos discentes. Este projeto permitiu ao aluno que a condução do seu processo de formação fosse empreendedora de forma responsável, disciplinada e autônoma. Apontam-se, ainda, que esta atividade promoveu em cada educando o desenvolvimento das competências interpessoal, intrapessoal, relacional, cognitiva e produtiva, e também das competências básicas para a atuação profissional do professor de línguas como a implícita, a linguístico-comunicativa, a teórica, a aplicada e a profissional. Conclui-se, portanto, que é importante que os professores na educação superior trabalhe com contextos múltiplos e diferenciados, colocando os alunos na condição de sujeitos da ação educativa. Para que isso ocorra, essa educação deverá impulsionar ações que despertem a unicidade do ser humano, resgatando os valores humanos que preservam e contribuem na geração da vida planetária pacífica sustentável e ética. Palavras-chave: competências, cultura de paz, ética O ENSINO DE MARCADORES DISCURSIVOS AFETIVOS NAS LÍNGUAS ALEMÃ E PORTUGUESA Daniela de Souza Garcia (Universidade de São Paulo) Este trabalho tem como objetivo principal analisar contrastivamente as ocorrências de marcadores discursivos (MDs) afetivos presentes em português brasileiro e alemão, na língua escrita, em obras de literatura infantojuvenil. Pretende-se também verificar a importância da aprendizagem de MDs em alemão como língua estrangeira. Foram utilizadas teorias gerais sobre os MDs, como Castilho (2002), e sobre as Partikeln, como Simões (1997) e Helbig & Buscha (2005), e pôde-se delimitar as características gerais inerentes aos MDs. Considerarmos que os MDs são mecanismos utilizados no enunciado que estabelecem relações entre os interlocutores e denota o posicionamento do falante. Após a revisão da leitura, foram coletadas todas as ocorrências dos MDs afetivos presentes em sessenta obras da literatura infantojuvenil alemã e brasileira. A classificação dos MDs afetivos e as especificidades de suas funções foi feita a partir da teoria proposta por Castilho (2002), que os divide entre subjetivos e intersubjetivos. Com a análise do corpus, obtivemos no total 83 ocorrências, sendo 59 em alemão e 24 em português brasileiro. Dentre os MDs afetivos mais utilizados em alemão, encontramos: leider, schrecklich e hoffentlich. Em português o mais utilizado foi infelizmente. Os MDs afetivos denotam a postura emotiva de um interlocutor diante do enunciado proposto. A disparidade entre o número de ocorrências demonstra que em alemão existe a categoria de MDs afetivos, isso retoma ao período de gramaticalização dos MDs, que em alemão é muito anterior. A categorização dos MDs em geral não é 27 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas eficiente para todas as línguas. A partir disso, vemos que o ensino dos MDs geralmente é deixado de lado em cursos de língua estrangeira, o que pode acarretar em uma deficiência futura do aprendiz. Palavras-chave: língua alemã; marcadores discursivos; linguística contrastiva A PRÁTICA DE ENSINO DE LÍNGUAS PARA ALUNOS DEFICIENTES Danuse Pereira Vieira (Colégio Estadual Prefeito Mendes de Moraes e Escola Municipal Rodrigo Otávio) Este trabalho foi desenvolvido no primeiro semestre letivo de 2010, sob a orientação da Profª. Drª Dilma Maria de Mello, com o objetivo principal de analisar e descrever as práticas de ensino dos professores de Língua Inglesa em salas com alunos portadores de algum grau de deficiência visual. A metodologia utilizada para a sua realização foi um questionário aplicado a uma professora de Ensino Fundamental da rede pública de ensino em comparação com os autores Dorziat (2004); e Francelim e Motti (2001). As respostas dadas pela professora apontavam para um processo de inclusão dos alunos portadores de alguma deficiência auditiva, enquanto os textos encontrados indicavam o contrário. Sendo assim, a conclusão à qual pude chegar após criteriosa análise do material documentado foi, no mínimo, divergente. Os dados que foram obtidos através do questionário aplicado à professora de Ensino Fundamental apontam para uma completa inclusão dos alunos com deficiência visual nas aulas de língua estrangeira. Segundo ela, as práticas adotadas aumentam tanto as relações interpessoais entre colegas e professor quanto à possibilidade de aprendizagem dos deficientes, sem comprometer o andamento do resto da sala, porém os dados retirados dos textos indicam o contrário. Segundo eles, as práticas adotadas pelos professores são cada vez mais segregacionistas. A inserção dos alunos portadores de deficiência visual no ensino regular só aumenta a exclusão desses alunos. Palavras-chave: prática de ensino, deficientes visuais, inclusão ENSINO DE LÍNGUA INGLESA E LETRAMENTO CRÍTICO NO PROJETO CASAS DE CULTURA NO CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS Érika Fernanda de Vasconcelos Lima(UFAL) Nesta apresentação tenho em vista como objetivo descrever, analisar e também refletir sobre as minhas primeiras aproximações como aluna-professora no diálogo entre Letramento Crítico e o Ensino de Língua Inglesa com base em aulas ministradas por mim. Mais especificamente, esse diálogo acontece em uma turma de básico um do Projeto de Extensão Casas de Cultura no Campus (FALE/PROEX/PROEST/UFAL) da Universidade Federal de Alagoas no. O foco para esta apresentação se concentra em analisar as aulas cujo objetivo foi ler, ouvir e discutir sobre situações e experiências de ciúmes em excesso – quando esse sentimento passa a ser apenas prejudicial? –, suas causas e conseqüências a partir da análise do vídeo clipe da música Wake Up Call da banda norte-americana Maroon5 e relatos de indivíduos que já passaram por experiências ruins envolvendo os ciúmes. Foram utilizados, para a coleta de dados, os instrumentos que se seguem: o plano de aula, o diário reflexivo feito, por mim, a partir das aulas e os comentários dos alunos sobre as aulas em questão. Palavras-chave: Ensino de inglês;Letramento crítico; Projeto Casas de Cultura no Campus, reflexão. O USO DE VÍDEOS COMO AUXILIO NA EDUCAÇÃO BILÍNGUE Fátima Maria Ribeiro de Carvalho(Universidade Federal do Piauí) A importância do domínio de línguas estrangeiras vem crescendo aceleradamente, tanto que, quando possível, crianças com idade inferior a dois anos de idade começam a vida escolar em dois idiomas (Português e Inglês), ou seja, têm uma Educação Bilíngue, processo que segundo Grosjean (1998), não se limita apenas à aquisição de mais uma língua com domínio e estrutura iguais aos da Língua materna; Segundo ele, bilíngue não é aquele que possui competência semelhante e perfeita nas línguas, mas sim quem utiliza constantemente duas (ou mais) línguas (ou dialetos) com diferentes pessoas em diversas situações do cotidiano e de acordo com seu propósito. Neste modelo de Educação, a necessidade por materiais que ofereçam amostras autênticas de língua estrangeira leva o professor a buscar diversos recursos para facilitar a aprendizagem, dentre eles materiais audiovisuais. Com base nisso, o objetivo do seguinte trabalho é apresentar um relato de experiência de uso de vídeos e outros recursos audiovisuais como material didático auxiliar na Educação Bilingue em uma escola no estado do Piauí cujas línguas adotadas são simultaneamente inglês e português. A experiência mostra que vídeos em língua inglesa são uma importante ferramenta para a Educação formal em duas línguas, um vez que aumentam o contato linguístico dos alunos com a língua estrangeira. 28 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Palavras-chave: Educação Bilíngue. Aprendizagem. Vídeos. Recursos audiovisuais A AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA E SUAS PRÁTICAS DE LINGUAGEM NA PERCEPÇÃO DO PROFESSOR EM FORMAÇÃO Fernanda de Oliveira Fernandes (Universidade Federal do Tocantins) Neste trabalho, voltado para o ensino e as práticas de linguagens presentes em sala de aula, nos propomos a investigar a percepção que o professor em formação, aqui podendo ser denominado de aluno-mestre, tem em relação à aula de Língua Portuguesa (LP) e as práticas abordadas pelo professor em atuação. A investigação foi fomentada a partir da escrita dos relatórios do Estágio Curricular Obrigatório, de uma licenciatura em Letras, produzida pelos próprios alunos-mestre, que tem por objetivo registrar as considerações feitas por esses alunos dos eventos que ocorrem em sala de aula e como o professor em atuação os conduzia. Considerando que o processo de ensino/aprendizagem se dá a partir destas principais práticas de linguagens: oralidade, escrita e produção textual. Tendo como discurso as práticas de linguagem abordadas em sala de aula, como referencial teórico, tomamos como suporte a teoria da linguagem desenvolvida por Bakhtin (1986) e trabalhos publicados por Rojo (2000). Feita por meio de leituras dos relatórios de estágio supervisionado, a análise nos possibilitou compreender como o aluno-mestre avalia a forma com que aula de LP é desenvolvida através da utilização dessas práticas de linguagem para o processo de ensino/aprendizagem e como esse futuro professor reconhece a importância das mesmas para tal processo. Contudo, acreditamos que acima de tudo a escrita de relatórios de estágio supervisionado permite ao aluno-mestre refletir nas suas futuras práticas de ensino, quando esse estiver em sala de aula, com a função de “ser professor”. Palavras-chave: Língua Portuguesa. Ensino. Práticas de Linguagem LETRAMENTO DOCENTE E SUAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS UM ESTUDO DE CASO EM DUAS ESCOLAS DA REDE ESTADUAL DE PERNAMBUCO Fernandda Pinheiro de Souza e Silva (Universidade Católica de Pernambuco) Anela-se nesta pesquisa,através de um estudo de caso, verificar se as práticas de uso da leitura e escrita de professores de Língua Portuguesa e Inglesa da Rede Estadual de Pernambuco- fora e dentro do contexto escolar -interrelacionam-se com suas práticas pedagógicas .O letramento-segundo Soares(2003), Massagão(2005) e Simmons(92) -vai além da escolaridade;O domínio das habilidades de uso da língua em diversas situações reais de práticas linguísticas é requisito para a construção do cidadão ,e quanto ao professor ,seu letramento repercute na sala de aula?Não se deseja na pesquisa medir graus de letramento por acreditar que não há ainda um caminho preciso que permita distinguir pessoas com níveis de letramento variados,contudo descrever suas práticas de uso pode desvelar aspectos etnográficos interessantes.O corpus da pesquisa é constituído um questionário sociocultural no qual dez professores responderam questões objetivas e subjetivas.As objetivas estão relacionadas a autoavaliação que fazem de seus letramentos, e as questões subjetivas dizem respeito às práticas de leitura, produção de texto e análise linguística que realizam na sala .Posterior a coleta desses dados ,correlacionaremos suas práticas reais de uso da língua com o seu fazer didático- tendo como foco para análise didática a concepção que possuem de língua .Para a fundamentação teórica do fazer didático-metodológico tomamos a concepção de língua de Marcuschi (2008)que a vê como atividade interacional;Geraldi(2003) também é basilar na pesquisa, pois descreve e analisa como poucos a artificialidade que é instaurada na sala de aula quanto ao trabalho com os textos . MARCADORES CONVERSACIONAIS: ELEMENTOS ÚTEIS AO ENSINO DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA Francisco Leilson da Silva (IFRN) A pesquisa em questão tem como cerne a utilização da teoria da Análise da Conversação (AC) em aulas de Espanhol como Língua Estrangeira. Assim, aborda um dos três níveis da conversação, segundo Hilgert (1989),o nível médio, sendo analisados os marcadores conversacionais. O corpus analisado foi construído a partir de uma avaliação oral de Língua Espanhola no curso Técnico Integrado de Turismo do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). Nessa perspectiva, o estudo trata do uso da conversação na aula de espanhol, indicando as funções que os marcadores conversacionais exercem durante a organização do discurso oral do aluno, ou seja, responder ao professor e interagir com outros alunos através da oralidade. Dessa forma, os 29 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas marcadores conversacionais que ocorreram no processo da organização da fala no corpus em análise, tais como: hesitação, participação ou busca de apoio, elementos que poderiam não ser levado em consideração, ganham papel de fundamental importância para entender e acompanhar o processo de aprendizagem, por conseguinte, o ensino do E/LE. Recorremos a Marcuschi (1997, 2002), Pereira (2008) e Koch (2006) para fundamentar a importância da AC nesse processo de ensino de língua estrangeira. Com a análise dos dados, percebeu-se a importância do conhecimento da referida teoria para aperfeiçoar o E/LE, logo o professor deve ter a capacidade de ouvir, interpretar e utilizar-se do aparato teórico da AC para aproximar o aluno de situações reais de uso da língua espanhola. Palavras-chave: Espanhol, Análise da Conversação, Discurso, Marcadores, Ensino-Aprendizagem O USO DO LÚDICO NO ENSINO DE FRANCÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA Gabriele Costa Pereira (UFRN) Alessandra Bastos da Silva Padilha (UFRN) Anderson Pires de Souza (UFRN) Christian Silva de Avila (UFRN) Atuamos como bolsistas no subprojeto de francês do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência da Universidade Federal do Rio Grande (PIBID/FURG), e pretendemos, neste pôster, apresentar algumas de nossas ações. Estamos desenvolvendo, desde julho de 2011, data do início do programa, a criação de um acervo de jogos pedagógicos, cujo objetivo é auxiliar no processo de ensino-aprendizagem de Francês Língua Estrangeira nas duas escolas parceiras do programa, de Ensino Fundamental e de Ensino Médio. Acreditamos que jogar é fundamental para o desenvolvimento integral da criança – cognitivo, afetivo e psicomotor –, e que o uso de materiais lúdicos desenvolve o gosto e o prazer pelo aprender. No caso específico das línguas estrangeiras, e do francês em particular, a aprendizagem de uma nova língua permite, ainda, que o aluno entre em contato com outras culturas, perceba semelhanças e diferenças com relação ao seu próprio universo e, assim, desenvolva-se como pessoa, como cidadão brasileiro. Nosso trabalho está fundamentado na Abordagem Acional proposta pelo Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (CONSEIL DE L’EUROPE, 2000), o qual considera o aprendente como um ator social. Também procuramos levar em consideração a motivação do aluno, elemento essencial para o processo de ensino-aprendizagem (VANTHIER, 2009), sobretudo quando a disciplina é ofertada como atividade extracurricular nas escolas parceiras. Apesar do pouco tempo de atuação do projeto nas escolas, já podemos perceber que, ao trabalhar com jogos, o aluno participa das atividades de forma mais efetiva. Cada vez mais, ele quer mostrar o que aprendeu. Ele ainda acaba por instigar os colegas, que também passam a se interessar mais e prestar mais atenção. Com isso, o aluno participa da construção do seu saber, tornando-se mais autônomo no processo de aprendizagem. Palavras-chave: Ensino; Francês Língua Estrangeira; Jogos Pedagógicos A ESCRITA DE SI NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL DO DOCENTE DE LÍNGUAS Geraldo Generoso Ferreira (Escola Estadual Emílio Jardim) Muito se tem estudado sobre os aspectos da escrita de si na contemporaneidade, trabalhos variados, sob diferentes enfoques, buscam suscitar questões relativas à visão do sujeito de si como processo de (re)construção e reflexão do seu agir profissional. Neste sentido, observar tais processos implica voltar-se à subjetividade como um labirinto a ser (per) corrido ao longo da história social de cada sujeito. Entretanto, o mapeamento deste trajeto é necessariamente de ordem dialética, filosófica e psicológica uma vez que tal exercício exige um deslocamento da posição identitária em busca do resgate da memória sobre, ações, fatos e acontecimentos que constituem o sujeito que por esses fala. Assim, ao falar de si o sujeito não apenas relata os fatos por ele vivenciados, mas, sobretudo, os fatos caracterizam o sujeito enquanto falante. A escrita de memoriais, neste sentido, principalmente na academia, tem sido um dos instrumentos de coleta de dados em pesquisas que buscam analisar a construção da identidade profissional de docentes em diferentes níveis de atuação, problematizando e refletindo, sobre o seu agir neste lugar social. O presente trabalho tem como objetivo analisar memoriais de alunos de um curso de mestrado em Linguística Aplicada, observando como tais discentes foram construindo sua relação profissional-identitária com o campo das ciências da linguagem até a culminância dessa etapa de formação. Como fundamentação teórica, utilizamos autores da análise do discurso de linha francesa, sobretudo os que abordam temas como a escrita de si, memória e identidade. Os resultados mostram como o processo de subjetivação dos profissionais de línguas é importante para a compreensão da formação da identidade profissional, bem como na construção de deslocamentos entre o ensinar e o aprender línguas. 30 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Palavras-chave: Escrita de si, Identidade profissional, Memória. O Cinema como Insumo no Ensino e aprendizagem de LE-Inglês PROJETO DE EXTENSÃO: O CINEMA COMO INSUMO NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE LE-INGLÊS Gervásio Martins Bandeira (UnB) Apresentaremos os resultados parciais do projeto de extensão que está sendo realizado entre a Universidade Católica de Brasília em 2012, em parceria com 2 Escolas Públicas da Secretaria de Educação do Distrito Federal. O projeto consiste em apresentar o uso de filmes como insumo no ensino e aprendizagem de LE contextualizados. Os alunos das escolas participantes são estimulados a desenvolver autonomia, bem como habilidades de compreensão da língua inglesa. Há duas alunas bolsistas do curso de Letras da UCB que, assistidas por suas professoras, atuam como mediadoras, auxiliando os professores em serviço, começam também a desenvolver habilidades necessárias para sua futura prática e têm o inestimável contato com a realidade das salas de aula de LE. Para gerar a aquisição, a língua deve ser apresentada como gênero, construída na interação social (PAIVA, 2006). O recurso a filmes apresentar o viés crítico e pode ensejar a mudança de uma abordagem estruturalista para uma abordagem mais adequada às necessidades e possibilidades do contexto escolar específico (vide KUMARAVADIVELU 1994; LARSEN-FREEMAN, 2003; BROWN, 2002). Com isso, chega-se mais próximo do objetivo do ensino de línguas, o qual seja, capacitar o aprendiz a enfrentar e interpretar o discurso, tendo o mesmo como o ponto de referência para as tarefas em sala de aula (WIDDOWSON, 1991). Rodas de cinema quinzenais nas escolas, com permanente coleta de dados e elaboração de relatórios por parte das professoras. Em seguida, os dados são analisados e há uma avaliação do que foi alcançado junto aos dois diferentes grupos de participantes, verifica-se o que deve ser mantido ou modificado. Como o projeto está em fase inicial de desenvolvimento, ainda não há resultados concretos, porém observações e coleta de dados estão sendo realizadas e até a data de realização do CLAFPL acreditamos que teremos dados concretos a serem apresentados. Como conclusão do projeto será produzido um artigo científico. INTERCULTURALIDADE E ASPECTOS CULTURAIS NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA Guilherme Jotto Kawachi (Universidade Estadual de Campinas) Nos últimos anos, o ensino-aprendizagem de português língua estrangeira (PLE) tem sido foco de muitos estudos, o que pode ser justificado por diversos fatores: financeiros/políticos, considerando-se a ascensão econômica do Brasil e sua atuação no Mercosul; a entrada de empresas estrangeiras no país (SANTOS, 2004), além de eventos que têm atraído atenção para o Brasil, como a escolha do país para sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Nesse cenário, a necessidade de contato entre brasileiros e estrangeiros, com diferentes finalidades (estudos, trabalho, lazer), tem colocado em evidência a relevância do ensino e aprendizado desse idioma. Considerando, portanto, o crescente interesse pela área de PLE, enfocamos, neste trabalho, a formação de professores dessa língua. Nosso objetivo é apresentar algumas reflexões acerca das habilidades, competências e compreensões que professores de PLE atribuem a questões (inter)culturais no ensino-aprendizagem de línguas. A apresentação de aspectos culturais em aulas de língua estrangeira é geralmente marcada por estereótipos culturais (BARDIN, 1977; ZARATE, 1986; MOTTA-ROTH, 2003; BARBOSA, 2009; KAWACHI, 2011), e fragmentação entre língua, linguagem e cultura (KRAMSCH, 1998). Normalmente, privilegia-se curiosidades ou "adendos" culturais (ALMEIDA FILHO, 2002). Parece-nos necessário, portanto, que questões culturais (re)veladas no discurso de professores de PLE sejam investigadas e problematizadas frente a essas dificuldades. Este trabalho é de cunho etnográfico, pois inseridos no contexto de ensino de PLE, buscamos investigar a competência profissional e intercultural do professor em formação. Os dados, gerados por meio de observações de aulas em contexto acadêmico-universitário, são analisados com base no paradigma interpretativista de pesquisa. Outros instrumentos utilizados são notas de campo e questionário reflexivo. Ainda em fase de levantamento do estado da questão e registro de dados, apresentaremos resultados parciais e os analisaremos à luz dos pilares teóricos que sustentam nossas argumentações: teorias de ensino-aprendizagem de línguas, interculturalidade e PLE. Palavras-chave: português língua estrangeira; interculturalidade; formação de professores. DIVERSIDADE CULTURAL NA SALA DE AULA: UM OLHAR PARA O ESTRANGEIRO Gyzely Suely Lima (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro) 31 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Com esse trabalho temos o objetivo de apresentar os resultados preliminares da pesquisa sobre diversidade cultural. O estudo tem sido fomentado pela Bolsa de Iniciação Científica Júnior (BIC-Jr)- CNPq. Pretendemos analisar as possibilidades de debate sobre a temática da pesquisa a partir dos estudos de como a questão da diversidade é trabalhada em escolas canadenses. Por meio de questionários de pesquisa quantitativa e qualitativa, fizemos o levantamento de como a mesma temática está presente no currículo de algumas escolas da cidade de Ituiutaba e como alguns professores de língua desenvolvem ações afirmativas de cidadania, ética e inclusão social em sala de aula. Com o apoio da secretaria de educação, proporcionamos uma roda de conversa com alguns professores sobre o assunto para troca de experiências e sugestões de atividades e projetos que viabilizam e consolidam a ética e cidadania durante a prática pedagógica. Palavras-chave: Diversidade cultural; Sala de Aula; Canadá-Brasil O USO DE TEXTOS COMO SUPORTE PARA O DESENVOLVIMENTO DA COMPREENSÃO E EXPRESSÃO ESCRITAS NO ENSINO DE FRANCÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA Helena Mendonça Rafael Troina Jennifer Blaas (Universidade Federal do Rio Grande) O presente trabalho apresenta uma amostra das atividades que os acadêmicos do curso de Letras – Francês da Universidade Federal de Rio Grande/FURG estão desenvolvendo no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, iniciado em julho de 2011. Os integrantes desse trabalho, bolsistas PIBID, pretendem relatar as atividades elaboradas a fim de complementar as aulas de francês criadas pelo subprojeto em duas escolas do município, de ensino fundamental e de ensino médio, e ministradas pelas professoras supervisoras do programa. Pretende-se, igualmente, exemplificar tais ações através das intervenções didáticopedagógicas realizadas em sala de aula. Entre as atividades que os bolsistas desenvolvem – como a Elaboração de Jogos Pedagógicos, a Compreensão da língua francesa através de músicas e de filmes – destaca-se aqui O uso de textos como suporte para o desenvolvimento da compreensão e expressão escritas no ensino de Francês Língua Estrangeira (FLE). O trabalho está fundamentado na abordagem acional proposta pelo Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas, o qual considera o aprendente como um ator social (CONSEIL D’EUROPE, 2000). Reconhece-se, igualmente, que aprender uma Língua Estrangeira (LE) exige esforço e interesse e, por essa razão, a motivação dos alunos sempre deve ser levada em conta (VANTHIER, 2009). O fato de o trabalho estar centrado nas competências de compreensão e expressão escritas não implica desconsiderar as competências ligadas à oralidade. A separação, aqui, é unicamente didática (CUQ; GRUCA, 2002). O PIBID – Francês aposta, assim, em aulas de FLE mais dinâmicas e interessantes, fazendo com que o aluno se sinta atraído pela língua. Busca-se, sempre, elaborar atividades significativas para a aprendizagem do aluno, levando-se em conta as suas competências linguísticas, além do seu conhecimento textual e de mundo. Sendo assim, esse trabalho além de auxiliar o conhecimento de diferentes gêneros e tipologias textuais do aluno, nos faz refletir enquanto futuros professores. Palavras-chave: PIBID; Francês Língua Estrangeira; Compreensão e Expressão Escritas. A CONTRIBUIÇÃO DO CENEX-FALE DA UFMG NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE FRANCÊS Ignês de Freitas Lara Laís Zampol Dell Antonia Luana Marinho Duarte (Universidade Federal de Minas Gerais) A Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais possui um Centro de Extensão (Cenex) que oferece cursos de língua estrangeira abertos ao público em geral. O Cenex é um espaço também para a formação de professores, visto que os docentes são todos estagiários ligados à UFMG. Este trabalho tem o objetivo de analisar o papel do Centro de Extensão na experiência prática de professores em graduação e recém-formados. Por meio de situações de ensino e aprendizagem [CUQ,Jean Pierre e GRUCA, Isabelle (2003)] é possível refletir sobre a importância de um programa como esse na construção de conhecimentos didáticos de professores em início de formação. Pretendemos, portanto, analisar práticas significativas para os docentes da área do francês. Esse trabalho avalia e discute as experiências desses estagiários vividas no curso de línguas em questão; desde práticas experimentais em sala de aula até aquelas já conhecidas e consagradas. Assim inclui-se as metodologias Nouveau Taxi nos primeiros níveis e Champion nos níveis 32 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas seguintes, intercalando atividades como músicas, filmes e outras artes para divulgar a cultura francófona. A partir de uma reflexão sobre essas aulas de francês é possível obter um resultado mais qualitativo e abrangente na formação de novos professores, sendo de grande valia a contribuição do Cenex nos níveis pessoal e profissional. IMAGENS DE PROFESSOR DE LÍNGUA NO DISCURSO DE AGENTES E FORMADORES DA SEDUC E DE BOLSISTAS CAPES/FULBRIGHT Janete Silva dos Santos (Universidade Federal do Tocantins) Atuamos e pesquisamos em um estado brasileiro que vive uma fase em que se busca a construção de um perfil identitário que o distinga na região. Evidentemente que nesse contexto destaca-se a configuração identitária educacional, focando-se, no debate, identidades profissionais. Assim, objetivando analisar identidades de professor de língua materna e estrangeira (construídas a partir do discurso de agentes e de formadores da secretaria estadual de educação, de um dos estados da região Norte, bem como do discurso de bolsistas do convênio CAPES/FULBRIGHT, firmado por nossa universidade), a presente investigação tomou, como dados de análise, recortes de entrevistas (em áudio) semiesruturadas, concedidas pelos bolsistas e por agentes da secretaria e por formadores de professor do ensino básico, que atuam em cursos e encontros da FC no estado onde a pesquisa ocorreu. Outrossim, analisamos perfis de professores de língua tangidos por documentos oficiais como os PNC, através das referências feitas em relação às competências atribuídas aos docentes. Os pressupostos teórico-metodológicos são balizados primordialmente pela Análise do Discurso francesa na linha de Pêcheux. Dada a complexidade da questão abordada, a investigação se deu também por parâmetros da Linguística Aplicada, que é transdisciplinar, razão pela qual alguns estudos antropológicos e sociológicos sobre identidades foram trazidos para a problematização do tema. A análise aponta que ser professor de língua pode ter o sentido de aderir a uma imagem que escapa ao âmbito da competência do sujeito: é sempre social, sempre apontando para o que é historicamente compartilhado pelos sujeitos, numa dada localidade, o que não escapa à ideia de que os sujeitos se signifiquem como particulares, dado o modo como sentem a realidade. Palavras-chave: discurso e identidade; formação docente; professores de língua A DESCRIÇÃO DO HUMOR E DE ETHOS EM CRÔNICAS DE STANISLAW PONTE PRETA: ESTRATÉGIA RELEVANTE NO INCENTIVO À LEITURA João Paulo Feliciano Magalhães (Universidade Cruzeiro do Sul) Este trabalho consiste em uma análise de como a construção do ethos de personagens e alguns mecanismos linguísticos possibilitam a constituição do humor, bem como podem ser usados no desenvolvimento da leitura, em crônicas de Stanislaw Ponte Preta. Essas crônicas estão presentes na trilogia publicada pelo autor, na década de 1960: “Tia Zulmira e eu”, “Primo Altamirando e elas” e “Rosamundo e os outros”. Os estudos do humor na linguagem têm despertado interesses desde a Grécia Antiga, com as reflexões de Aristóteles, até os dias atuais, com os estudos de piadas promovidos por Possenti, por exemplo. Observando essa ampla reflexão, optamos por basear nossa análise nas definições e categorizações do humor proposta pelo filósofo Bergson. Já no que se refere ethos, pautamo-nos nas observações de Maingueneau, que afirma que é possível verificar que a movimentação subjetiva no discurso nos permite estabelecer imagens (ethos). Assim, tornam-se relevantes na construção de sentido, em especial, do humor, nesse ou naquele texto literário. Também, por meio de elementos linguísticos, podemos observar efeitos discursivos, tais como a intertextualidade e a ironia, ambas comuns no contexto da crônica. Considerando essas proposições e, em consonância com os estudos de memória e discurso em textos literários, pretendemos mostrar, nas crônicas de Ponte Preta, como esses elementos linguísticos, o ethos e o humor se caracterizam a partir da materialiade linguística apresentada pelo autor, e como a exposição dos mesmos podem servir de motivadores à leitura na sala de aula. Palavras-chave: ethos; humor; discurso; textos literários, leitura O ENSINO DE ILE MEDIADO PELAS NTICS: O CONTEXTO DA FLORESTA José Mauro Souza Uchôa (Universidade Federal do Acre) Nesse estudo, apresento o contexto de ensino de ILE da região do Alto Juruá, situada na floresta Amazônica, no estado do Acre, para o qual pesquiso estratégias de ensino de compreensão e produção oral em língua 33 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas inglesa (NUNAN, 1999; RICHARDSON, 2008) para os graduandos do curso de Letras/Inglês da Universidade Federal do Acre, Campus Floresta, apropriada ao contexto local (HOLLIDAY, 1994) e em consonância como as necessidades dos graduandos (RICHARD e WATERS, 1987) e as demandas de fluência oral (PAIVA, 2006). Este estudo é parte da tese de doutorado que se propõe a entender quais são os saberes necessários para didatização (ZABALA, 1998; DOLZ e SCHNEUWLY, 2004) de uma prática discursiva oriunda das NTICs denominada de podcast educacional (STANLEY, 2006 e 2006, CARVALHO, 2008) e caracterizada como gênero do discurso das ambiências digitais (UCHOA, 2010, 2011). Esta pesquisa compreende a linguagem como prática social (HALLIDAY, 1979) e faz uso das noções de contexto de cultura e de contexto de situação da Linguística Sistêmico-funcional (HALLIDAY e HASAN, 1989; HALLIDAY e MATHIESSEN, 2004) contemplando o conceito de gênero e de registro, com suas variáveis de campo, relações e modo (EGGINS, 2004, MARTIN e ROSE, 2008). Ela se inscreve como alternativa ao paradigma didático-metodológico imposto pelo imperialismo cultural (PHILLIPSON, 1992, 2010; TOMLINSON, 2008; SAID, 1994) tão difundido pelo mercado editorial nacional e internacional e concebe o ensino de ILE (ELLIS, 1995, 1997) como sendo uma atividade social mediada pela linguagem (BERNSTEIN, 2000 e 2003), e construída na interação com o outro (VYGOTSKY, 1993, 1994). Palavras-chave: Ensino de ILE; contexto; podcast PESQUISA-AÇÃO: CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO DE ALUNOS- PROFESSORES DE INGLÊS Josimayre Novelli Coradim (Fecilcam/Unespar) A presente comunicação tem por objetivo apresentar parte de uma pesquisa de doutorado com alunosprofessores de Língua Inglesa durante o estágio supervisionado do curso de Letras Português/Inglês de uma instituição pública do norte do Paraná. Ao se configurar uma pesquisa-ação, de base interpretativista e etnográfica, pretendo analisar a construção de conhecimento desses alunos-professores no contexto em questão, olhando-se para o processo de como eles elaboram seus planos de aula, colocam-nos em prática, avaliam suas próprias práticas e refletem sobre esse processo durante a realização do estágio. Para guiar essa análise, proponho as seguintes perguntas: 1) Que conhecimentos os alunos produzem por meio da pesquisaação?; 2) Quais são os recursos que dão suporte a construção desse conhecimento?; 3) Como o aluno se posiciona em relação ao conhecimento produzido pela pesquisa-ação?. Como pressupostos teóricos, adoto a pesquisa-ação e a cognição situada. Quanto ao corpus de análise dessa comunicação, apresentarei uma análise inicial dos grupos de reuniões realizadas antes e após a orientação para a elaboração dos planos de aulas, dos encontros, também em grupos, realizados antes e após a aplicação dos planos, bem como as observações-participantes da pesquisadora e as anotações feitas pelos alunos-professores após cada aula ministrada. Como resultados, espero que a análise realizada nessa pesquisa possa contribuir para que o processo de formação de alunos-professores seja visto e compreendido como momento de produção, análise, avaliação e reflexão de suas práticas, amenizando as lacunas existentes na formação de professores. Palavras-chave: Pesquisa-ação; Cognição situada; Formação de professores. EXPERIMENTAÇÃO EM TICS: REFLEXÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA ORALIDADE NO ENSINO DE L.E EM DIMENSÃO VIRTUAL DE ENSINO-APRENDIZAGEM Karina Fernandes dos Santos (Universidade de Brasília) No contexto em que a comunicação torna-se cada vez mais dinâmica, no âmbito do ensino de línguas, a compreensão do conceito de competência comunicativa destaca-se, pois, a língua não é mais considerada como um conjunto de códigos combinados, mas, como construção de enunciados aplicáveis em determinadas situações e contextos. A presente pesquisa de mestrado, denominada “Experimentação em TICs: Reflexões sobre o desenvolvimento da oralidade no ensino de L.E em dimensão virtual de ensino-aprendizagem”, pautase no desenvolvimento de processos pedagógicos para construção de um ambiente virtual de aprendizagem, no intuito de motivar, desenvolver e aprimorar a oralidade em língua estrangeira. A pesquisa, realizada pela metodologia da pesquisa-ação, considera seus participantes como agentes ativos no processo de construção do ambiente virtual de aprendizagem. Esse, por sua vez, caracteriza-se como ambiente colaborativo ao interconectar o ambiente virtual ao ambiente presencial de ensino, ampliando assim o espaço para a aprendizagem. A fundamentação teórica dessa pesquisa organiza-se em uma literatura que contempla autores da Lingüística Aplicada como José Almeida Filho, Maria Luiza Ortiz, Vera Lucia Teixeira da Silva, bem como autores da área de tecnologia e ensino de línguas estrangeira como, Vera Menezes de Oliveira e Paiva, Vilson J. Leffa, José Manuel Moram, Romero Tori, entre outros. Por meio da elaboração e reflexões sobre atividades orais realizáveis em contexto virtual e aplicáveis nessa dimensão construída, objetiva-se tecer uma discussão 34 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas metodológica sobre o uso de ferramentas virtuais e elaboração de sequências pedagógicas que trabalhem a oralidade sob a ótica da língua como prática social e da oralidade cujo desenvolvimento se dá, forma potencializada quando é trabalhada de modo processual. Assim, as discussões metodológicas, incitadas pelas observações dessa pesquisa, concernentes à ambientes virtuais de aprendizagem e atividades pedagógicas para o desenvolvimento oralidade, aliam-se ao intuito do uso da tecnologia para o aprimoramento do ensino e da aprendizagem. Palavras- chave: Oralidade, ensino de línguas estrangeiras, tecnologia CURSO DE PORTUGUÊS PARA FALANTES DE OUTRAS LÍNGUAS: I MPLICAÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS Autor/Orientador:Karin Adriane Henschel Pobbe Ramos (Docente FCL/Assis/UNESP) Coautor/Relator: Amable Daiane Custódio Ribeiro (Graduação FCL/Assis/UNESP) Coautor: Elizabeth Madureira Toledo (Graduação FCL/Assis/UNESP) Oferecer cursos de idiomas como projetos de extensão já é comum em várias universidades. Essa preocupação é resultante da importância que se atribui atualmente ao domínio de uma língua estrangeira. No projeto em questão a língua ensinada como estrangeira é o português, que tem ganhado lugar destaque no cenário internacional, principalmente devido à estabilidade econômica que o Brasil tem demonstrado diante das crises mundiais. Trata-se de um curso de Português para Falantes de Outras Línguas (PFOL) ministrado no Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores da Faculdade de Ciências e Letras de Assis – UNESP, um projeto de extensão financiado pela PROEX/UNESP. O curso é coordenado e supervisionado por uma docente da Instituição e as aulas são ministradas por alunos do curso de Letras da unidade. Os beneficiários são estrangeiros que residem em Assis e região, provenientes de intercâmbios acadêmicos e culturais. Entretanto, vários fatores, de ordem interna ou externa, estão correlacionados com o desempenho tanto dos alunos quanto dos professores do curso, influenciando diretamente os resultados. O presente estudo tem como objetivo discutir as experiências de alunos do curso e professores-estagiários em formação, envolvidos no projeto, a fim de avaliar, a partir dessas reflexões, as implicações didático-pedagógicas que estão refletidas no processo de ensino-aprendizagem. Para tanto, foram gravados depoimentos de alunos e professores do curso de PFOL, durante o primeiro semestre de 2012. Os dados coletados foram discutidos nas reuniões pedagógicas, que ocorrem quinzenalmente, entre o corpo docente e a supervisora do projeto. A discussão foi fundamentada em uma perspectiva da Análise Crítica do Discurso, que considera as dimensões textuais, discursivas e sociais para o uso da linguagem, com vistas à transformação da sociedade. Os resultados mostraram que essas dimensões, refletidas nos depoimentos, têm implicações diretas na pedagogia que adotam os professores do cursinho e no desempenho dos alunos. Palavras-chave: Português para Falantes de Outras Línguas. Centro de Línguas. Análise Crítica do Discurso. CONSTRUINDO CIDADANIA POR MEIO DA LÍNGUA E DIMINUINDO A DISTÂNCIA ENTRE TEORIA E PRÁTICA Kyria Finardi (UFES) O objetivo deste trabalho é apresentar uma ação para diminuir a lacuna entre a teoria (nas universidades) e a prática (nas escolas). Um projeto de extensão cujo objetivo é aproximar professores da educação básica a professores universitários será descrito. O projeto foi motivado pela observação de que os professores da educação básica da região metropolitana de Vitória-ES hesitavam em abrir suas salas de aula para os estagiários de letras. Quando questionados sobre a razão da recusa, os professores da educação básica alegaram que as universidades só se aproximavam das escolas para usar seus espaços para o estágio obrigatório, raramente oferecendo um retorno para a escola. A fim de dar um retorno a esses professores e abrir um canal de diálogo entre universidades e escolas, um curso de extensão intitulado CONSTRUINDO CIDADANIA POR MEIO DA LÍNGUA foi oferecido pela Universidade Federal do Espírito Santo. O curso contou com a participação de 40 professores de língua da educação básica da região metropolitana de Vitória e discutiu temas como: autonomia, pensamento crítico, metodologias de ensino de língua, interdisciplinaridade, ensino de conteúdos diversos através da língua, línguas minoritárias, tradução, gêneros do discurso, literatura na educação, tecnologia na educação e formação de cidadão. O objetivo do curso descrito foi pensar em formas de educar cidadãos por meio da língua e do multiletramento crítico. O curso terminou com a reflexão dos participantes num fórum com a apresentação dos respectivos projetos de ensino baseados em conteúdos discutidos no curso. A análise da reflexão feita pelos participantes do curso sugere que houve aproximação 35 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas entre escolas e universidade e que ações como a descrita neste trabalho podem beneficiar a educação em geral e a educação de línguas especificamente. Palavras-chave: teoria e prática; universidade e escolas; cidadania CONSTRUÇÕES IDENTITÁRIAS DE ESTUDANTE DE LETRAS EM PROJETO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA Lays Guedes Pereira de Medeiros Maria da Conceição Aparecida Pereira Zolnier (Universidade Federal de Viçosa) O objetivo deste poster é apresentar um trabalho desenvolvido por uma estudante de Letras, inserida em um projeto de educação continuada para professores de Inglês (PECPLI). Nessa apresentação serão discutidos dados relativos à participação da primeira autora nesse projeto e a forma como as experiências ali vivenciadas influenciam suas construções identitárias como professora em pré-serviço. O estudo se apoia nas contribuições de autores nas áreas de (a) formação reflexiva de professores (Barcelos & Coelho, 2010; Celani, 2001; Gimenez, 2003; Magalhães, 2004 e Mateus, 2002); (b) formação de professores em pré-serviço (Pellim, 2010 e Rodrigues, 2010) e (c) identidade de professores e estudantes (Moita Lopes, 2003a e 2003b; Silva, 2000; Telles, 2004). Como metodologia de pesquisa foi adotada uma abordagem qualitativa, de base etnográfica, para análise e apresentação dos resultados. Os dados coletados por meio de anotações de campo revelam que, mesmo sem ter experiências de ensino, o contato com professores já experientes pode contribuir para a construção de identidades de uma profissional mais reflexiva. Isso devido ao fato de a estudante poder, desde cedo, se questionar sobre a forma como agiria se tivesse que enfrentar problemas similares aos apresentados pelos professores. Ao participar das discussões sobre as crenças dos professores, a estudante tem oportunidades de questionar as próprias e ressignificá-las. Ao construir diferentes visões sobre o que seja ser professor, a estudante pode se preparar melhor no curso de Letras, buscando uma formação mais real e autônoma. Um dos resultados mais relevantes é o fato de a participante começar a se ver como professora e desejar a prática de sala de aula, de forma a associá-la com a teoria adquirida no curso. Palavras-chave: educação continuada; experiências de aprendizagem e ensino de língua inglesa; identidades de professoras O “NOVO” NO ENEM: UM ESTUDO CONTRASTIVO DE QUESTÕES DE LÍNGUA PORTUGUESA Lívia Letícia Zanier Gomes (UFU / IFTM) Este estudo justifica-se como parte de uma pesquisa de mestrado em que buscamos observar a presença ou ausência de efeito retroativo no processo de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa (doravante LP) em três escolas de Ensino Médio de Uberaba-MG. Entendemos que, para um exame ser capaz de provocar efeitos como esse, ele deve, minimamente, possuir qualidades técnicas e pedagógicas. Destarte, nosso objetivo é o de estudar questões de LP de alguns exames anteriores à chamada “reformulação” do Exame e contrastá-las às questões de Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias, mas mais especificamente as relacionadas à LP, propostas a partir de 2009. Esse contraste busca responder às nossas seguintes perguntas de pesquisa: As questões passaram por mudanças que justificam o uso do adjetivo “novo” nas provas realizadas a partir de 2009? Em caso afirmativo, que mudanças foram essas? As questões anteriores à reformulação privilegiavam que tipo de conhecimento (portanto, de aprendizagem) da LP? E as atuais (pós-reformulação)? Dando suporte teórico à análise formal das questões de múltipla escolha estão os trabalhos de Vianna (1982) e Medeiros (1975). Ainda será necessária a leitura dos Relatórios Pedagógicos realizados pelo Inep e disponibilizados no site do MEC (os relatórios disponíveis referem-se aos exames de 2001 a 2007), bem como o estudo da Matriz de Referência para o Enem 2009. Palavras-chave: Novo Enem; Língua Portuguesa; Questões de Múltipla Escolha. MORFOSSINTAXE APINAYÉ Loureane Rocha de Souza (Fundação Universidade Federal do Tocantins) Na perspectiva da Educação Escolar Indígena, a interdisciplinaridade não tem a pretensão de criar novas disciplinas ou saberes, mas de utilizar os conhecimentos de várias disciplinas ou de diferentes culturas (interculturalidade), para contribuir com as práticas pedagógicas. Devemos levar em consideração os aspectos gramaticais Apinayé, reconhecendo língua e cultura, indígena, incentivando a valorização, na manutenção da 36 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas língua na escola como forma de fortalecimento das políticas lingüísticas desses povos. A pesquisa está sendo realizada através de estudos bibliográficos e, para isso, foram selecionadas duas gramáticas com datas de publicação diferentes para estudo e análise. Ademais, a pesquisa está totalmente voltada para os Aspectos Morfossintáticos da Língua Apinayé. A investigação objetiva, ainda, contribuir para desenvolver práticas pedagógicas mais eficazes no contexto das escolas indígenas. Tendo como meta a organização de um material didático mais eficiente, permitindo aos Apinayé uma maior discussão sobre os usos e funções da língua escrita nas escolas de suas aldeias. Para tanto, com o objetivo de analisar os aspectos morfossintáticos da língua Apinayé, pensando nas características próprias dessa língua. Partindo dessa premissa, os professores indígenas Apinayé poderão usufruir de um material pedagógico, que leva em consideração os aspectos morfossintáticos de sua língua materna, como forma, uso dos aspectos gramaticais Apinayé, uma vez que os materiais didáticos utilizados nas escolas desse povo, leva em consideração apenas os conhecimentos e saberes da sociedade não-indígena. Dessa forma nosso trabalho terá uma contribuição significativa para as escolas desse povo. Palavras-chave: língua Apinayé, Morfossintaxe, educação escolar indígena CURSOS DE INCLUSÃO LINGUÍSTICA COMO CAMPO PARA A FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR DE INGLÊS Marcele Garbin Dagios (Instituto Federal do Paraná) Como forma de oportunizar espaços de formação de professores de inglês, este trabalho apresenta a experiência feita no curso de Letras do IFPR câmpus Palmas que, por meio de um projeto de extensão para inclusão linguística e do trabalho de bolsistas do curso de Letras, ofertou aulas de inglês gratuitas para a comunidade. O objetivo desse trabalho era propiciar um espaço para os acadêmicos bolsistas aplicarem os conhecimentos adquiridos nas disciplinas de língua inglesa do currículo do Curso de Letras, por meio de discussões sobre o trabalho do professor na escola, as concepções de língua/cultura e as relações interculturais em sala de aula. Também se esperava propiciar experiências pedagógicas práticas aos seus estudos curriculares, relacionando-os ao futuro mercado de trabalho destes estudantes, sob a supervisão e acompanhamento dos docentes do IFPR. Para o desenvolvimento do trabalho foram utilizadas as teorias sociológicas de linguagem e a visão de língua como discurso, baseadas nas ideias de BAKHTIN (1993) e VOLOCHINOV (2004). Os conceitos de cultura e o processo de alteridade apresentados por EAGLETON (2005) e TODOROV (1991) também norteiam o trabalho, juntamente com o conceito de interculturalidade no ensino de línguas, por JANZEN (2005). O projeto teve a participação efetiva dos acadêmicos bolsistas, que participaram no processo de pesquisa, organização, elaboração de material didático e aplicação dos conteúdos em sala de aula. Esse envolvimento ativo dos acadêmicos bol sistas se apresentou como uma importante oportunidade para a melhoria do processo ensino -aprendizagem, da formação inicial do professor de inglês e da interação entre docentes, discentes e a comunidade interna e externa. Assim, o curso de Letras do IFPR câmpus Palmas e seus acadêmicos puderam ser um polo irradiador de informações e foram também capazes de contribuir para a melhoria da formação inicial e do desenvolvimento acadêmico e profissional do futuro professor de inglês. Palavras-chave: Projetos de extensão; formação inicial; ensino de língua inglesa AS SUTILEZAS DA LÍNGUA: COMO OS FUTUROS PROFESSORES DE E/LE PERCEBEM OS ELEMENTOS PRAGMÁTICO-DISCURSIVOS EM ORAÇÕES CONDICIONAIS EM ESPANHOL Maria de Los Angeles de Castro Ballesteros (Universidade Federal de Alfenas-MG) Os aspectos pragmático-discursivos que subjazem às estruturas gramaticais constituem um problema a ser enfrentado no processo de ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras, devido às diferentes formas como diferentes línguas codificam o conhecimento de mundo do falante em suas construções linguísticas. A partir dessa problemática, este trabalho propõe evidenciar de que maneira licenciandos de um curso de Letras/Espanhol percebem os elementos pragmático-discursivos presentes nas orações condicionais em espanhol e como se utilizam deles para expressar suas intenções de comunicação. Apesar da mesma origem, o latim, o espanhol e o português apresentam um universo cultural distinto e distante que não pode ser apreendido quando o processo de aprendizagem está focalizado nas estruturas gramaticais e morfossintáticas. Trata-se de marcas culturais, reflexo do modo de ser, pensar e agir de um falante estrangeiro que, normalmente, ficam sob o texto e fora do currículo e das gramáticas. Assim, esta pesquisa pretende, por meio de um estudo contrastivo das orações condicionais, em espanhol e português, relacionar e categorizar as diferenças entre as estruturas morfossintáticas e possibilidades modo-temporais que agregam informações 37 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas pragmáticas ao discurso, nas duas línguas. Com o apoio de questionários e testes elaborados de forma a possibilitar o estudo do processamento e do processo de produção, nos termos de Vygotsky (1987), de “rascunho mental” e apreensão do “subtexto” presente nos enunciados apresentados, observar a percepção que os licenciandos têm acerca das estruturas em questão. Dessa forma, busca-se identificar estratégias discursivas intencionais em contraste com as efetivamente utilizadas para a construção de sentidos na língua espanhola. Espera-se com esse trabalho, reconhecer as dificuldades de apreensão das estruturas condicionais pelos sujeitos da pesquisa, uma vez que a partir de sua percepção será possível verificar até que ponto eles conseguem compreender as semelhanças e diferenças dessas estruturas, no que se refere a aspectos pragmático-discursivos, nas duas línguas. Palavras-chave: E/LE – Pragmática –Orações condicionais IDENTIDADE E REPRESENTAÇÃO DOCENTE EM HISTÓRIAS DE VIDA DE PROFESSORES DE INGLÊS Maria Elaine Mendes (Universidade Federal do Tocantins) Este estudo se justifica pela necessidade de pesquisas voltadas para a área de formação de professores de Língua Estrangeira, especialmente com relação à formação da identidade e representação social. Vários autores apontam para a importância dos estudos da identidade e representação docente (Stuart Hall, Serge Moscovici, Tomaz Tadeu da Silva), assim como o crescente uso do método história oral tem levado professores a lançar um olhar mais detido sobre seu passado, em busca da reflexão sobre as experiências que marcaram a prática pedagógica do professor de Língua Inglesa no âmbito profissional e pessoal, como pontuam alguns autores (António Nóvoa, Elizeu Clementino de Souza, Moita Lopes). Objetiva-se com este estudo investigar a representação docente e formação de professores de Língua Inglesa no sul do Tocantins, assim como analisar a relação identidade e prática profissional. Qual a imagem dos professores de Língua Inglesa a respeito de sua categoria? Qual o perfil de um bom professor de Língua Estrangeira na visão dos professores? Como a trajetória de vida e formação pode desempenhar um papel ativo na construção da identidade profissional do professor de Língua Estrangeira? A geração dos dados dar-se-á durante o período de agosto a dezembro de 2012 e terá como participantes 5 professores com formação em Letras que atuam na área de Língua Inglesa em escolas públicas e 5 professores de cursos de inglês. Serão focados os sujeitos e sua trajetória de vida como família, lazer, local de trabalho e os valores que os levaram a tomar certas decisões no decorrer de sua vida profissional. Esta pesquisa é de natureza qualitativa e tomará como referência tanto a pessoa do professor quanto sua profissão com suas práticas proferidas e relatadas em seus discursos. Palavras-chave: identidade; representação docente; língua inglesa. AS PRÁTICAS DE LETRAMENTOS EM LÍNGUA INGLESA NO AMBIENTE SOLAR Meire Celedônio (UFC) Dieb-Souza, Eryck (UFC) Os estudos acerca da contribuição das tecnologias de comunicação e informações (TIC) confirmam a necessária ampliação de acesso dos indivíduos às inovadoras formas de comunicar-se, fato observado no que se refere ao ensino e ao perfil dos indivíduos pertencentes às instituições de ensino a distancia (EaD). O presente artigo objetiva investigar como no ambiente virtual de aprendizagem Solar, criado pela UFC Virtual com parceria com a UAB se relaciona com os letramentos digitais voltados para o ensino e aprendizagem da língua inglesa. Para tanto, fundamentamos nossas reflexões nos estudos de letramentos digitais na plataforma de EaD com base nas teorias de LEMKE (2010), que segundo ele cada letramento subjaz que conheçamos o contexto de produção de práticas sociais específicas. Corroborando com esse sentido ROJO (2009) nos diz que através da tecnologia, os vários sujeitos de uma determinada cultura interagem de maneira coordenada. Os ambientes virtuais não apagam manifestações culturais, mas as englobam. Para dar conta dessa proposta, analisamos o ambiente virtual Solar e o seu uso por dois meses para identificarmos os tipos de letramento existentes no local. Em um segundo momento, estudamos detalhadamente cada categoria encontrada e entrevistamos 15 alunos e 15 tutores que utilizaram o ambiente para fins de ensino e de aprendizagem, para com isso obtermos respostas mais úteis da sua utilização para a construção do letramento. Da análise dos dados emergiram nove categorias, que na plataforma são chamadas de ferramentas de ensino-aprendizagem: fórum, chat, portfólio individual, portfólio em grupo, portfólio do professor, aula (conteúdo), webconferência, mensagem e material de apoio, onde nesses referidos podemos encontrar locais que servem de uso para o desenvolvimento dos letramentos na plataforma. Os resultados alcançados evidenciaram que na plataforma virtual de avaliação, conhecida como Solar tantos os alunos como os tutores possuem um grau de intimidade com as ferramentas do ambiente construindo os múltiplos letramentos em língua inglesa. 38 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Palavras-chave: EaD, Letramentos digital, Ensino-aprendizagem de língua inglesa. PRACTICUM AND THE CURRICULUM: A COMPARATIVE STUDY Miquéias Rodrigues (Universidad Católica del Maule) Undergraduate programs of teacher education in second language have the challenge of having to cope with several aspects of this education, such as knowledge about the foreign language, theoretical knowledge about teaching, and the practice activity. And the balance regarding the amount of each of them that should be taught in a limited number of hours of the course is an even more challenging task. Having this in mind, the objective of this study is to shine some light into this discussion of the subjects that a curriculum for second language teacher education should cover. This investigation provides a comparison between two undergraduate English as second language teaching course curricula: one Brazilian, from Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), and the other Chilean, from Universidad Católica del Maule (UCM). One of the main differences in this comparison is that the former has a curriculum with two semesters dedicated to the practicum, while the latter has six. Additionally, concerning the development of knowledge about the English language, UFSC provides substantially more hours in its curriculum than UCM. With reference to courses covering specifically theoretical knowledge about teaching, UCM seems to hold a privileged position, since its students major in English and in Pedagogy simultaneously. The conclusion is that both curricula have advantages and disadvantages. UCM seems to value the practicum over knowledge about language, and UFSC, despite providing just two semesters of practicum, appears to overcome this issue by exposing students to a significant amount of hours of practical activities distributed in the courses of the curriculum. Palavras-chave: Curriculum, Practicum, Foreign Language ASPECTOS POLÍTICOS QUE ENVOLVEM A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS PRÉ E EM-SERVIÇO Mônica Ines de Castro Netto (Universidade Federal de Uberlândia) O professor de línguas estrangeiras, de acordo com Leffa (2001) é um profissional em formação contínua, que precisa se atualizar permanentemente, não só para acompanhar um mundo em constante mudança, mas também para ser capaz de provocar mudanças. Isso nos evidencia que a formação de professores técnicos, atraídos por práticas pedagógicas conteudistas, e carentes de conhecimentos da própria língua que ensinam, não é mais suficiente. Há uma busca pela formação de professores reflexivos em contrapartida à formação de transmissores de conhecimento fazendo-se necessário a reformulação das políticas públicas, visando o atendimento das reais necessidades dos alunos e a obtenção de uma melhor qualidade do ensino. Segundo Pavan e Silva (2010), a experiência dos profissionais da educação é refletida em suas práticas pedagógicas, o que influencia tanto a atuação profissional como as demais atitudes concernentes a suas posições enquanto sujeitos do processo de ensino-aprendizagem. Para os autores, esses sujeitos transportam para a prática educacional a experiência universitária adquirida enquanto professores pré-serviço, além de também se transformarem pela experiência adquirida enquanto professores em-serviço. O objetivo deste trabalho é vislumbrar, pelo viés da discursividade, a formação política desse educador que convive com diversos contextos de ensino, repletos de características diversificadas podendo adotar uma postura de fazer/realizar que poderá levá-lo a promover mudanças, transpor limites, possibilitar trocas que poderão (re)produzir ações no âmbito social. Para alcançar tal intento, nos apoiamos na Linguística Aplicada que, por meio de várias pesquisas relacionadas ao processo de ensino-aprendizagem de línguas, tem um amplo diálogo com diversas áreas do conhecimento, sendo vista como “articuladora de múltiplos domínios do saber, em diálogo constante com vários campos que têm preocupação com a linguagem” (CELANI, 2000, P. p 20), e na Análise do Discurso, que tem como característica abarcar conceitos múltiplos e variados, multiplicidade de pensamentos e possibilidade de imbricamento com investigações variadas. Palavras-chave: Formação Política; Língua Estrangeira; Discursividade O PROFESSOR E SUAS MOTIVAÇÕES NA BUSCA DA FORMAÇÃO CONTINUADA Naiara Silva Paula (Universidade Federal de Viçosa) Compreendemos que uma boa educação é a ponte para o desenvolvimento do país e para a construção do individuo com pensamento crítico. Dessa forma o professor carrega uma grande responsabilidade, uma vez que, sua postura dentro da sala de aula pode influenciar na vida de seus alunos, além de ser responsável pela 39 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas formação do mesmo no ambiente escolar, e também como cidadão. Portanto investir no processo de formação deste profissional é básico para que a educação disponível à sociedade seja satisfatória. Sabemos que o processo de formação de professores é uma ação contínua, na maioria das vezes, tendo seu início no momento em que o sujeito ingressa no curso de graduação. E a formação continuada é vista como, artifício para que o professor se mantenha atual, como parte integrante da sua formação, além de ser uma forma de superar as dificuldades enfrentadas no decorrer da sua prática. O objetivo dessa pesquisa foi identificar as razões que impulsionam uma professora de Língua Inglesa da rede pública a fazer parte de um projeto de formação continuada. Pesquisas a respeito da crença de professores (BARCELOS, 2006; COELHO, 2006; FERREIRA, 2011), discussões em torno da formação inicial e continuada do professor de línguas (LEFFA, 2011; BARCELOS, 2011; SCHMITZ, 2011; MICCOLI, 2011) e a respeito do ensino de línguas em escolas públicas (LEFFA,2011; COELHO,2005) serviram de base para as discussões propostas. Para o desenvolvimento da pesquisa foi feito um estudo de caso a partir da aplicação de questionário, entrevista e observação de aulas da professora participante, com o intuito de conhecer a sua formação, sua prática e suas crenças. Através da análise dos dados obtidos espero verificar o que de fato leva uma professora a dar continuidade a sua formação e até que ponto suas crenças e a formação inicial que ela teve influenciam em sua decisão. Palavras-chave: Formação Continuada, Crenças, Escola Pública ESTRUTURA DE PARTICIPAÇÃO EM UM GRUPO EM ATIVIDADE DE ESCRITA COLABORATIVA Nathalie Letouzé Moreira (Unicamp) O presente estudo é um recorte de uma pesquisa-ação mais ampla que envolveu a participação de sete adolescentes e uma professora de língua portuguesa, a pesquisadora, em 13 aulas de um minicurso oferecido pela escola cujo propósito era a escrita colaborativa de um livro de ficção. Cada estudante era responsável pela escrita de uma parte do texto, escolhida por eles mesmos, e os encontros eram voltados para a decisão, em grupo, do cerne da narrativa e dos rumos dessa narrativa e para a leitura e apreciação pelos demais dos textos escritos pelos estudantes. O objetivo da comunicação é descrever a evolução da estrutura de participação dos alunos pela análise das mudanças de footing em dois encontros do grupo, verificando se os dois integrantes recém chegados ao grupo conseguiram ter sua participação igualmente aceita pelo grupo em relação aos estudantes que já se conheciam de uma disciplina anterior. O estudo se baseia nas contribuições da sociolinguística interacional e os dados foram registrados em vídeo e áudio e submetidos a uma análise multimodal interpretativa das interações entre alunos e entre professora e alunos. Conforme se pretende mostrar, a análise comparativa mostra que os integrantes mais antigos mantiveram maior domínio de sua participação nas discussões em relação aos recém-chegados e que o estudante com dificuldades de fala, um dos recém chegados, teve maior dificuldade em ratificar a sua participação no grupo. Desse modo, concluiu-se que os integrantes recém chegados ao grupo não conseguiram ter o mesmo status de participação que os estudantes que já se conheciam. Palavras-chave: estrutura de participação, escrita colaborativa, interação em sala de aula CURADORIA DIGITAL: AS POTENCIALIDADES DE UM NOVO CONCEITO PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PARA A SUA ATUAÇÃO EM SALA DE AULA Nayara Natalia de Barros (Universidade Estadual de Campinas) Considerando o panorama dos novos letramentos exigidos pela contemporaneidade e os novos objetos que têm surgido como resultado do desenvolvimento de certas práticas letradas dentro e também fora da internet, é preciso mobilizar os professores a fim de que desenvolvam a capacidade de motivar os seus alunos a conhecer e operacionalizar tais objetos. Nesse contexto, uma nova capacidade a ser adquirida surge: a curadoria digital. É preciso propiciar aos alunos a aptidão para identificar, selecionar e organizar informação dentro da web de forma individual, mas também de forma colaborativa. A partir desse contexto, e inserido no campo da Lingüística Aplicada, este trabalho pretende analisar a plataforma Storify, uma plataforma aberta na web que permite construir histórias por meio do recolhimento (automático) de informações de diferentes mídias sociais como o Twitter, Facebook, Flickr Photos ou Youtube e averiguar as potencialidades desse modelo para a formação e atuação de professores em sala de aula. Por meio de uma revisão bibliográfica que contempla as discussões atuais sobre os novos letramentos, e de um levantamento teórico sobre as discussões acerca da curadoria digital, irão se averiguar as potencialidades da plataforma para a construção de textos jornalísticos multimodais produzidos pelos alunos. Dessa forma, esperamos que o trabalho possa fomentar discussões com os participantes da apresentação sobre as potencialidades do conceito de curadoria e da própria ferramenta 40 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Storify na formação de professores de línguas e, em um segundo plano, provocar a reflexão desses docentes sobre o desenvolvimento de práticas que contemplem objetos semelhantes e que propiciem a capacidade dos alunos de se tornarem mais do que usuários da internet e de suas ferramentas, mas também produtores de conhecimento dentro e fora da sala de aula, por meio do aproveitamento de objetos com os quais já tenham certo grau de familiaridade. Palavras-chave: curadoria digital, novos letramentos, formação/atuação de professores. REPRESENTAÇÕES SOBRE LÍNGUA DE PROFESSORES EM UM CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA Natália Costa Leite (UFMG) A Análise do Discurso Francesa (ADF) atravessada pela psicanálise ancora o presente trabalho por possibilitar o imbricamento das noções de sujeito, língua e história. Essas dobraduras conformam um espaço indefinido e instável onde cada constituição é inevitavelmente alterada a partir do movimento de cada uma delas. Tal perspectiva permite, portanto considerarmos a linguagem enquanto campo da incompletude, do não todo. A linguagem é uma construção que ao mesmo tempo que sustenta a rede, comporta o furo. Este trabalho busca considerar a ordem do imaginário que emerge nos processos de ensino/aprendizagem, e que configuram o modo de ser professor (ANDRADE, 2008). Proponho neste trabalho problematizar o conceito de língua e seus possíveis desdobramentos no ensino de línguas estrangeiras. A análise do corpus se deu no sentido de se investigar quais são as representações sobre a língua e o trabalho didático com essa língua (neste caso a língua inglesa) por professores do projeto de Educação de Jovens e Adultos (EJA). O exercício de análise apresentado é um recorte de análises realizadas no ano de 2011 e 2012 com três professores de EJA participantes de um projeto de formação continuada. Esses professores atuam nas redes federal, estadual e municipal de ensino no município de Belo Horizonte/MG. O corpus foi formado a partir de entrevistas semiestruturadas, posteriormente transcritas e analisadas. Utilizei como categoria de análise os conceitos de interpretação em AD, as ressonâncias discursivas e as formas mostradas de heterogeneidade. Os acontecimentos discursivos sinalizaram para um entendimento de como se configura o imaginário dos professores através da localização de construções linguísticas (uso de discurso indireto, aspas, glosas). Os professores pesquisados percebem a língua enquanto sistema fechado e seu ensino a partir da sistematizações de sua estrutura. Tal concepção desconsidera a língua enquanto espaço de alteridade e (re)elaboração , além da manifestação de embates ideológicos. Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, língua, representação O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DO ALEMÃO COMO SEGUNDA LÍNGUA ESTRANGEIRA: UM ESTUDO DE CASO Nathaly Amanda Soares Silva (Departamento de Letras Modernas – FFLCH - Universidade de São Paulo) Este trabalho de Iniciação Científica visou analisar, através de um estudo de caso com alunos da rede pública de ensino, de qual forma o conhecimento prévio da língua inglesa influencia na aprendizagem do alemão como segunda língua estrangeira. O estudo procurou identificar maneiras de facilitar a aquisição do idioma, usando as prováveis associações e transferências de vocabulário e estruturas feitas pelos alunos como maneira de auxílio. Foi implantado um curso introdutório de língua alemã na Escola Estadual Francisco Emygdio Pereira Neto, em São Bernardo do Campo. Ele foi oferecido aos alunos de sétimas e oitavas séries. O material didático usado incluiu o livro Planet, filmes alemães e músicas com versões em alemão e inglês. Tais atividades procuraram trabalhar a relação estabelecida pelos alunos entre as duas línguas: associação de palavras, estruturas e a pronúncia. Procurou-se observar se o prévio conhecimento da língua inglesa atuou como problema no processo de aprendizagem - através de observações feitas em sala de aula, das produções textuais e orais dos alunos -, além de quais estratégias foram usadas para compensar a falta de conhecimento na língua alemã. Foram usadas teorias de aquisição de linguagem que abordam questões da Interlíngua (Larry Selinker, 1972) e do multilinguismo (Teoria Cognitiva de Reação em Cadeia na Aprendizagem de Línguas Estrangeiras (ou CCR – Cognitive Chain Reaction), apresentada por Márcia Helena Boëchat Fernandes, 1995). Notou-se forte tendência em transferir a pronuncia inglesa para a alemã, além da aquisição de vocabulário ocorrer, em sua maioria, com associações entre os idiomas. A influência interlinguística também se mostrou presente. Palavras-chave: Multilinguismo, Ensino, Aprendizagem REPRESENTAÇÕES SOBRE CULTURA NAS AULAS DE INGLÊS DE ALUNOS DA GRADUAÇÃO EM LETRAS INGLÊS DA UFSC 41 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Renata Gomes Luis (UFSC) Gloria Gil (UFSC) Diversos pesquisadores em diferentes áreas (Byram, 1989; Hall, 1997; Kramsch, 1998) já enfatizaram a relação intrínseca existente entre língua e cultura. Neste aspecto, a principal discussão no campo da linguística aplicada parece ser a identificação de como esses conceitos – língua e cultura – deveriam estar conectados na sala de aula de língua (Kramsch, 1998; Risager, 2006). Dessa forma, este estudo tenta entender a relação entre língua e cultura na sala de aula de língua estrangeira (LE) através das representações sobre cultura e aprendizado de cultura nas aulas de inglês de alunos da graduação em Letras Inglês da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A coleta de dados consistiu-se de um questionário aberto, entrevistas semiestruturadas e troca de emails entre os participantes e a pesquisadora. Uma análise temática dos dados demonstrou que os participantes representavam cultura principalmente de duas formas – como conhecimento e capital valorizado ou como práticas que identificam pessoas como membros de determinados grupos. Da mesma forma, eles consideravam aprendizado de cultura como aprendizado sobre conteúdos dos países falantes de inglês ou como aprendizado em relação ao uso da língua de forma apropriada, dependendo do contexto. O papel da cultura da sala de aula de LE foi percebido pelos alunos tanto como conteúdo da aula, por vezes dissociado da língua ou como pragmática de se aprender uma língua que reflete visões de mundo específicas, onde língua e cultura foram conectadas intrinsicamente. As implicações pedagógicas deste estudo se referem à importância da construção de sentidos de cultura na sala de aula que permitam aos alunos perceberem a natureza fluída e mutável da mesma, como também à conscientização dos estudantes sobre a construção social dos sentidos e da linguagem, para que eles possam perceber, dessa forma, a relação intrínseca entre língua e cultura. Palavras-chave: representações, cultura, aulas de inglês FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LINGUA INGLESA EM CURSO SUPERIOR DE HOTELARIA Renata Mendes Simoes (PUC-SP) Este estudo de caso procurou investigar a realidade docente em cursos superiores de hotelaria de São Paulo. A questão de pesquisa foi: Como se caracteriza o ensino de inglês para alunos de hotelaria sob a ótica de seus professores? Para a concretização do estudo foram escolhidas duas instituições de ensino superior de São Paulo, consideradas pelo mercado de trabalho as principais formadoras de profissionais da área. O objetivo deste trabalho foi analisar práticas pedagógicas de professoras de inglês em cursos superiores de hotelaria, através da caracterização de estratégias de ensino construídas por essas professoras. Analisou-se como elas relatam ter aprendido a ensinar inglês para esse tipo específico de profissional, e como estabelecem relações entre conhecimentos específicos e conhecimentos pedagógicos. Dentre os teóricos que embasaram esta pesquisa temos Perrenoud (2002), Schön (2000), Masetto (2003) e Mizukami (2002). Os dados foram coletados por meio de entrevistas com professoras de inglês. Para a análise e interpretação dos relatos das professoras foram considerados três eixos principais: (a) formação acadêmica, (b) atuação profissional, e (c) aprendizagem dos alunos. Tais relatos indicam como essas professoras da língua inglesa em cursos superiores de hotelaria verbalizam a construção de suas práticas pedagógicas. Os resultados evidenciaram que as professoras, apesar de idade e tempo de experiência diferentes, possuem alguns referenciais compartilhados; e estes influenciam suas práticas. Todas acreditam que a experiência facilita a prática pedagógica. Indicam que constroem, ao longo de seu percurso profissional, conhecimentos sobre como ensinar a língua inglesa para profissionais com perfis específicos. Os resultados apontam para a importância de aprendizagem entre os pares, troca de experiências, análises das dificuldades e de formas de enfrentamento das mesmas. Indicam um ponto crucial na formação do formador: a necessidade de investimento institucional na formação dos mesmos, e de espaços dedicados à discussão e ao estudo da docência do ensino superior em suas diferentes áreas. Palavras-chave: ensino de línguas, formação de professor, hotelaria DEMANDAS ATUAIS PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA O TRABALHO COM A LEITURA LITERÁRIA NOS ANOS FINAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA Rodrigo Alves dos Santos (Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – CEFET-MG) Quais são as demandas que os novos contextos mercadológicos/sociais e os diferentes perfis discentes que entram na escola de nível médio têm gerado para a atuação do professor de língua portuguesa nos anos finais 42 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas da educação básica, quando da abordagem do texto literário? Que necessidades de mudança essas demandas impõem à formação inicial e contínua dos professores de língua portuguesa? É nesse contexto que são aproximados e discutidos textos oficiais e acadêmicos como os veiculados em Brasil (1999, 2001, 2006); Soares (in.: MARTINS, BRANDÃO, MACHADO, 1999), Paulino (1998, 1999), Paulino e Cosson (2004), Cosson (2007); Mello (1998, 1999), Cardoso Bernardes (2005a, 2005b). Neste sentido, em um primeiro caso, dá-se visibilidade à análise dos Parâmetros Curriculares do Ensino Médio – Componente Curricular Língua Portuguesa (1999), aos PCN+ (2001) e às Orientações Curriculares para o Ensino Médio (2006). Já em um segundo, discutem-se relevantes conceitos que constituem, hoje, suportes teóricos imprescindíveis ao professor de língua portuguesa em exercício: letramentos literário e digital, formação de leitores críticos de textos literários, jovem empreendedor... através de uma aproximação de autores brasileiros e portugueses que vêm se detendo sobre a questão da leitura e da formação de leitores nos anos finais da educação básica. Ao final da reflexão aqui empreendida, são delineados perfis de professores em exercício e de egressos dos cursos de formação de professores de língua portuguesa para o trabalho com a leitura literária demandados pelos novos contextos delineados nesse século XXI. Também são sugeridas pequenas (e possíveis) mudanças no modo como vem sendo conduzida a formação de professores de língua portuguesa no Brasil, de modo a adequá-las às exigências atuais para o formador de leitores jovens. Palavras-chave: formação de professores, literaturas de língua portuguesa, ensino médio. CRENÇAS SOBRE O BOM PROFESSOR DE LE: UM ESTUDO A PARTIR DAS METÁFORAS NO DISCURSO DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO Rosemeire Parada Granada Milhomens da Costa (Universidade Federal do Tocantins) O presente projeto que traz como tema crenças e o perfil ideal do professor de LE tem como objetivo analisar o sentido metafórico que aparece na fala dos professores em pré-serviço concernentes às suas crenças acerca do bom professor de LE a fim de entender quais crenças permeiam essa formação e qual o perfil ideal de um professor de LE delineado por estes indivíduos. Nesse contexto as crenças serão abordadas assumindo o conceito de Barcelos (2006) o qual define que as crenças além de conceitos cognitivos, são também construções sociais, e serão analisadas por meio das metáforas na fala desses professores em pré-serviço uma vez que as metáforas dão conta de “verbalizar o que é desconhecido e difícil de descrever em outros termos” Reilly (1997 apud OXFORD ET AL., 1998: 3) e ainda porque a metáfora é, não somente uma questão de linguagem, mas de pensamento e razão Lakoff ( 1993; 2002). Desse modo na busca em atender aos objetivos traçados para esta investigação, ainda em andamento, procurou-se um trabalho do tipo exploratório, dentro de um enfoque de investigação qualitativa e vem sendo conduzido no curso de Letras do Centro Universitário Unirg situado na cidade de Gurupi-TO, tendo como colaboradores um grupo de alunos matriculados na disciplina de Prática de Ensino I. Os dados tem sido gerados a partir de questionários que descrevem o perfil sócio-cultural desses colaboradores bem como suas experiências com a LE, prévias ao curso de Letras, e seguidos de observações de aulas teóricas de Prática de Ensino nas quais são discutidos temas relevantes sobre a formação do professor pré-serviço e suas crenças acerca do bom professor de LE. Palavras-chave: crenças, o bom professor de LE, metáforas A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA DA ESCOLA PÚBLICA: UMA EXPERIÊNCIA NO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DA CAPES COM O INSTITUTO DE EDUCAÇÃO (IOE) DA UNIVERSIDADE DE LONDRES Sabrina Hax Duro Rosa (IFRS - Câmpus Rio Grande) Wellington Sales da Rocha (Fundaçao Educacional de Além Paraíba) Kelly Cristina Oliveira da Silva Karoline Lobo de Almeida Baracho (Escola de Lajes - Município de Piraí – RJ) Jéssica Rezende Diniz Brandão (Escola Municipal Alvaro Lopes) Especialistas e profissionais da área de educação são unânimes em afirmar que o processo de decadência da educação pública no Brasil vem da metade do séc. XX, num período que começou nos anos 50 e teve o ápice nos anos 70 (RIBEIRO, M.L.S, 1982; PALMA FILHO, J.C., 1998; SILVA, J. C., 2007). Em vista de um ensino público precário como um todo – com falta de estrutura física, de materiais básicos, de livros, de professores etc. – o ensino de LI também sofreu em termos de qualidade, o que não poderia ser diferente já que está inserido nesse sistema educacional público que depende, principalmente, da boa vontade dos nossos governantes para mudar esse quadro. Com este trabalho, pretendemos trazer à luz uma iniciativa da CAPES em prol de uma qualificação de professores de Língua Inglesa (LI) que veio para mudar, mesmo que de forma 43 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas sutil, essa situação em várias partes do País, pois 13 Estados foram contemplados. Muitas vezes, é a crença dos próprios professores de LI que leva adiante a cultura de que não se aprende inglês na escola; eles têm em seu discurso as famosas frases: “Eles [estudantes] não aprendem português quanto mais inglês” (MOITA LOPES, 1996, p. 63) e “[...] ensinar inglês em escolas públicas não funciona” (LIMA, 2011, p.14). Por meio de relatos da experiência, pretendemos socializar as práticas desenvolvidas no Curso de Capacitação para Professores de Inglês das Escolas Públicas e motivar outros profissionais para buscarem sua formação continuada, atuando na promoção desse processo de mudança. Palavras-chave: Professor de LI; formação continuada, CAPES/IOE LÍNGUAS, SOCIOLINGUÍSTICA E FORMAÇÃO DE TRADUTORES Sandra María Pérez López (Universidade de Brasília) Os fantasmas que assombram o mundo da tradução representam espaços de tensão e desconforto em que com frequência se fez residir a impossibilidade da tradução. Dentro deste mundo de fantasmas, são apresentados nesta comunicação indicativos da forma um tanto anódina como as línguas são tratadas nos estudos da tradução e na formação de tradutores. Para isso, recorre-se a concepções sociolinguisticas que, sobre as línguas de trabalho dos tradutores, se inferem em três olhares diversos da Competência Tradutória (CT): um mais socioconstrutivista (HURTADO ALBIR, 1999), outro mais cognitivo (GONÇALVES, 2006 apud CINTRÃO, 2006) e um terceiro, mais holístico (ROBINSON, 2002 [1997]). Todos três aparecem referidos como “mais” por não se considerarem excludentes entre si. Embora seja reconhecida sua instabilidade interna, seu caráter “imaginado” quase equivalente ao das relações de parentesco ou às idéias religiosas (SCHWARCZ in ANDERSON, 2008 [1983, 1991]:12), nos três casos as línguas tendem a ser totemizadas, reificadas, especialmente quando colocadas uma frente a outra na tradução. As línguas são vistas, nos três olhares da CT, como objetos terminados, estáticos e apreensíveis em sua totalidade. Considerações sobre diferenças quanto à situação de padronização são relevadas, esquecendo que as comunidades não se “imaginam” todas da mesma forma; “o que as distingue é o ‘estilo’ como são imaginadas e os recursos de que lançam mão” nesse processo (SCHWARCZ in ANDERSON, 2008 [1983, 1991]:12). Assim, uma vez colocadas concepções sociolinguísticas presentes nas três abordagens delimitadas da CT, é apontada a necessidade de um embasamento local da formação, que não afeta unicamente os aprendizes de tradutores enquanto indivíduos, nem sua CT enquanto abstração, mas também a competência dos formadores de tradutores, resumida com frequência a mais algumas obviedades que também precisam ser repensadas. Palavras-chave: línguas, formação de tradutores, Sociolinguística REPRESENTAÇÕES DE PROFESSORES SOBRE A LÍNGUA INGLESA EM SANTARÉM, PARÁ Silvia Cristina Barros de Souza (UFSC) A língua nunca é neutra, pois está diretamente ligada a movimentos de caráter social, econômico e cultural (Carboni & Maestri (2003). Nos dias de hoje, a Língua Inglesa, por ser a língua da globalização, da comunicação internacional, dos negócios e da tecnologia, assumiu o status de “língua franca” e “Língua Internacional” e com essa expansão, questões sobre como ensiná-la surgiram ao longo dos anos, sendo uma das maiores preocupações a fluência e formação adequada dos professores e a reflexão que eles mesmos fazem sobre suas práticas docentes, seus valores, representações, crenças e o processo contínuo de formação de suas identidades profissionais. Esse trabalho tem como objetivo discutir as possíveis representações de um grupo de professores de Inglês como língua estrangeira de Santarém, Pará com relação ao ensino e aprendizagem da língua inglesa e com relação a eles mesmos enquanto falantes e suas possíveis relações com as práticas dentro de sala de aula. A noção de representação usada neste estudo é baseada nas idéias de Celani e Magalhães (2002), que procura “contemplar os contextos social, histórico e cultural dos quais as representações emergem, sem negligenciar questões políticas, ideológicas e teóricas”. Uma vez que as percepções que os professores têm da língua em geral podem influenciar diretamente suas práticas pedagógicas, neste estudo as experiências educacionais, profissionais e pessoais dos participantes foram consideradas relevantes na construção dessas representações. Palavras-chave: representações, língua inglesa, identidade profissional O ENSINO CRÍTICO NA SALA DE AULA DE LÍNGUAS COM MÚSICA Simone Lima Gomes (Universidade de Brasília) 44 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas O ensino crítico contemporâneo abarca uma variedade de tendências, tais como educação crítica, pedagogia crítica, letramento crítico, linguística aplicada crítica, dentre outros. Um dos objetivos das Orientações Curriculares do Ensino Médio (BRASIL, 2006) é que o educando utilize a língua que está aprendendo em situações significativas e relevantes. E assim aprimorar a percepção dos alunos como agentes de nossa sociedade e cidadãos do mundo, desde que os mesmos sejam estimulados a analisar e criticar reflexivamente. Partindo dessa compreensão e da necessidade de se pensar no ensino de língua contemplando a perspectiva crítica com Cox & Assis-Peterson (2001), Rajagopalan (2006), Moita Lopes (2006), Paulo Freire (1982) e Pennycook (1994; 2001), vislumbro um processo de aprendizagem que atenda às necessidades formativas de um cidadão crítico, para a vivência de uma cidadania crítica local e global. Nesse sentido, este estudo investiga quais os aspectos imbricados no fazer pedagógico crítico de línguas e como o uso de canções tem o potencial de proporcionar a aprendizagem de línguas numa perspectiva crítica. A presente pesquisa se caracteriza como de reflexão, natureza qualitativa e caráter interpretativista. O dados foram coletados por meio de observações de aulas, notas de campo, momento de reflexão, entrevistas semiestruturadas, planejamentos de aulas e as aulas implementadas. Os resultados revelam a existência de três aspectos envolvidos no desenvolvimento do trabalho crítico, sendo eles: as crenças, as questões relativas ao fazer pedagógico e as relações de poder. E é por meio de técnicas, estratégias e recursos que o uso de canções pode contemplar e oportunizar uma cidadania crítica. Portanto, se faz necessário considerar o contexto, a realidade dos participantes envolvidos, as estratégias e os recursos existentes, entre outros. Palavras-chave: Ensino crítico de línguas; Canções SENTIDOS DE LETRAMENTOS EM BIOGRAFIAS DE LEITORES: COGNIÇÃO E DISCURSO EM COMPOSIÇÕES IDENTITÁRIAS Simone Reis (Universidade Estadual de Londrina) Rafael Leonardo da Silva (UEL-G) A pesquisa sobre aprender a ensinar leitura em língua estrangeira nos informa sobre influências (des)favoráveis à formação de leitores, à (inter)relação de aspectos biográficos, cognições e ação pedagógica (REIS, 2005). Dentre influências redutoras sobre o professor-aprendiz figura a própria instituição educacional: na educação básica, a escola. Efeitos dos cursos de preparação formal para professores sobre sua prática têm sido estudados com foco analítico exclusivo ou compartilhado entre biografia, educação formal, cognições e ações. Também têm sido particularmente estudados cognições e discursos de professores de inglês em formação inicial diante de objetivos de aprendizagem e justificativas pedagógicas institucionalmente dados. Sabe-se, assim, que alunos professores verbalizam acatamento de idealizações instituídas no campo de seu trabalho, ao mesmo tempo em que as avaliam como de difícil operacionalização, em geral por supressões com respeito a preparo formal e ou pelas condições estruturais do local de trabalho (CAMARGO, 2011; CAMPOS; MANTOVANI, 2011; REIS, 2011a-d). A presente comunicação faz parte de uma pesquisa atualmente em desenvolvimento na Universidade Estadual de Londrina, tendo como contexto de coleta de dados uma disciplina integrante da segunda série do curso de Letras Estrangeiras Modernas (inglês), intitulada Leitura em Língua Inglesa – Aspectos teóricos (REIS, 2012). Os dados, coletados por meio de produção textual individual, em língua inglesa, solicitada como tarefa, enfocam aspectos biográficos pessoais de cada discente, contadas por eles com respeito a como se tornaram os leitores que são. Tendo como unidades de análise, por um lado, cognição (BORG, 2003) e, por outro, discurso (FAIRCLOUGH, 1989/2001; 1992; 2003), examinam-se atores, processos, objetivos, circunstâncias e escopos, especificamente quando os discentes contam sobre sua relação com a leitura, seus objetos e objetivos de leitura, (des)prazeres, (des)motivações, e então nos permitem interpretar, sob epistemologia construcionista social (SCHWANDT, 2003), fragmentos de seus mundos vividos, de seus mundos mentais, de suas leituras do mundo social; em suma, nos permitem ler sentidos de letramento (STREET, 1995; LANKSHEAR; 1993; MCLAREN, 1992; KRESS, 2003; 2010; CORADIM, 2008; REIS, 2010) em suas biografias de leitores, como partes integrantes de suas identidades profissionais (BEIJAARD et al, 2010) em construção. A PRÁTICA CRÍTICO-REFLEXIVA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS Solanielly da Cruz Aguiar (Universidade Federal de Campina Grande) O papel do pesquisador é encontrar esses caminhos e decifrá-los, no intuito de conhecer melhor o seu objeto e tornar a pesquisa um ato constante de transformação. Com isso, as pesquisas relacionadas à formação de professores vêm ganhando uma nova dimensão, e com isso novas perspectivas e olhares. Ao longo das duas últimas décadas, o cenário de pesquisa direcionava seu foco principalmente para a instituição formadora, que 45 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas acreditava que apenas a formação em Letras era suficiente, no entanto, a quebra de paradigmas que ocorreu na área educacional obrigou a universidade a reconhecer o seu papel e a redefinir o seu papel na sociedade. . Quando falamos sobre a prática crítico-reflexiva, em um primeiro momento surge a pergunta: há diferença entre refletir e pensar? Ao fazermos essa pergunta, à dúvida é colocada em questão, e em seguida vem o interesse para tentar responde-la. Pensando nisso, podemos aferir que a prática crítico-reflexiva poderá auxiliar o professor em sala de aula, fazendo com que o mesmo conduza o processo de ensino-aprendizagem de forma dinâmica e construtiva. A prática reflexiva refletirá diretamente na formação de professores, e tem o intuito de auxiliá-lo a refletir sobre a sua ação, para que posteriormente ele produza uma nova ação obtendo um resultado construtivo. Como aporte teórico, utilizamos os pressupostos de Kuhn (2009), para entendermos as mudanças de paradigmas, Zeichner (1993) e Schön (2000) ao que tange a prática crítico-reflexiva e Freire (1970) para mostrarmos um panorama sobre as correntes educacionais. Para tanto, utilizamos o relatório de estágio supervisionado que foi o objeto resultante das aulas de Prática de Ensino de Língua Inglesa I a fim de coletarmos os dados que compõe a pesquisa. Logo, podemos dizer que a prática crítico-reflexiva é um caminho que deve ser seguido por aqueles que fazem parte do processo de ensino aprendizagem. Palavras-chave: Formação de professores; Prática crítico-reflexiva; Ensino de Línguas PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA E AS TICs Tayane Kizze dos Santos Pereira (Universidade Federal de Sergipe) Diante do processo globalizante que aproxima os povos através das novas tecnologias, a educação precisa se reinventar, acompanhando as mudanças. Hoje em dia é preciso que as pessoas tenham acesso às informações e conhecimento acerca das novas tecnologias para ter um bom desempenho, tanto no mercado de trabalho quanto na sociedade. No entanto, muitos ainda não conseguem transitar em tais meios eletrônicos, ou por não deter o conhecimento técnico ou por não saber tirar o melhor proveito do que eles oferecem. As escolas, como parte de uma sociedade globalizada e responsável pela formação de cidadãos, devem preparar os aprendizes para viver nesses novos contextos digitais. Como bem proposto pelas Orientações Curriculares para o Ensino Médio (OCEM): “O projeto de letramento pode coadunar-se com a proposta de inclusão digital e social e atender a um propósito educacional, pois possibilita o desenvolvimento do senso de cidadania” (BRASIL, 2006, p. 98). Este trabalho – tomando como base pesquisa feita com docentes da rede pública de Sergipe - tem, portanto, por objetivo, mostrar como professores de inglês têm utilizado as tecnologias da informação e comunicação (TIC) ao ensinar. Para tanto, foram observadas aulas e feitas entrevistas com os mesmos, através das quais foi possível perceber que as tecnologias muitas vezes são utilizadas apenas com objetivos técnicos e mecânicos, deixando de lado a preocupação com a formação de consciências críticas e o senso de cidadania proposto pelas OCEM. Tais observações confirmam que ainda há muito que ser mudado não só na prática dos professores, como também na formação deles, nas políticas educacionais e na estrutura física dos ambientes escolares. Palavras-chave: Inglês; Professores; Novas Tecnologias O AUTOESTUDO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UM OLHAR REFLEXIVO SOBRE A PRÁTICA Thalita Cunha de Rezende (Universidade Federal de Viçosa) De acordo com Samaras e Freese (2009), o autoestudo é uma área recente de pesquisa, sobretudo na formação de professores. Contudo, é um campo promissor que está crescendo rapidamente por ser uma forma eficaz de se pesquisar e refletir sobre a prática profissional e, dessa forma, transformar professores em pesquisadores críticos de suas práticas. Segundo essas autoras, a pesquisa sobre prática reflexiva influenciou fortemente o autoestudo. Para Libâneo (2002), a reflexão deve ser uma prática constante no processo de formação dos professores, uma vez que, como apontam Richards e Lockhart (1996), é a base para o crescimento profissional. Reconhecendo o importante papel do autoestudo para o desenvolvimento profissional, lanço um olhar retrospectivo e crítico sobre os resultados de uma pesquisa que desenvolvi ao final do curso de Letras da Universidade Federal de Viçosa sobre crenças e emoções de alunos sobre a produção oral em língua inglesa. O objetivo do presente estudo foi refletir sobre as consequências e contribuições dos resultados dessa pesquisa em minha prática e desenvolvimento profissional. Esta foi uma pesquisa qualitativa e teve como instrumento de coleta de dados a narrativa (BARCELOS,2006). Para a sua elaboração, foram consideradas minhas impressões sobre as crenças e emoções dos alunos, suas consequências para minha prática e meu papel no ensino da produção oral. Uma vez que o autoestudo é uma pesquisa introspectiva que envolve a colaboração, a narrativa foi analisada por um “amigo crítico” (SAMARAS e FREESE, 2009) e em seguida houve uma discussão e compartilhamento de ideias e experiências que validaram este estudo. Os 46 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas resultados mostram a eficácia do autoestudo para o crescimento profissional, visto que a prática profissional pôde ser analisada e reconsiderada, pois foram verificadas atitudes que se revelaram incoerentes com as crenças e emoções dos alunos, sendo, até mesmo inibidoras do desenvolvimento da oralidade dos participantes. A IDENTIDADE DO PROFESSOR EM PRÉ-SERVIÇO DE LÍNGUA INGLESA E A INCLUSÃO DO ALUNO SURDO NO CONTEXTO REGULAR Vanessa Oliveira Silva (Universidade Estadual de Montes Claros) O propósito deste estudo é problematizar a construção identitária do professor de Língua Inglesa em préserviço acerca do aluno surdo, analisando suas representações sobre a inclusão do surdo em escolas regulares e as possíveis representações acerca do ensino de Língua Inglesa para com este alunado. O objeto de pesquisa foi o discurso do professor em formação do 7° período do curso de Letras/ Inglês de uma Universidade do Norte de Minas, para o tratamento dos dados utilizou-se da análise do discurso que nos possibilitou atribuir significado aos discursos dos acadêmicos considerando as suas condições sócio-históricas. Através da abordagem qualitativa foi-nos possível discutir resultados relacionados aos comportamentos, sentimentos, posicionamentos do ser humano. Flagramos, nas análises, a representação da descrença do ensino eficaz proposto pela educação inclusiva ao aluno surdo. Podemos perceber também, a representação da impossibilidade de ensinar a Língua Inglesa para o aluno surdo, uma vez que, os acadêmicos dizem ser despreparados para atuarem na escola inclusiva. Por fim, os acadêmicos que já presenciaram esta prática, revelam sentimentos de frustrações, mal-estar por não alcançarem à imagem do professor ideal em sala de aula. Portanto, o resultado trará benefícios a toda comunidade surda e também ao ensino oferecido nos cursos superiores em licenciatura, haja vista que compreender a identidade do professor em formação é importante para as famílias que agregam seus filhos surdos em escolas regulares acreditando na formação inclusiva deste profissional. No que diz respeito ao ensino, promover uma reflexão sobre a formação inicial dos professores de Língua Inglesa acerca do contexto inclusivo. Palavras-chave: Formação. Identidade. Surdos. POLÍTICAS DE (TRANS)FORMAÇÕES DAS PRÁTICAS DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS COMO SEGUNDA LÍNGUA Victor Araujo Tatiany Carvalho Bruna Chacon Amanda Roch Daniella Soares (Universidade de Brasília) O ensino de português como segunda língua está crescendo muito nos últimos anos, porém, é necessária uma mudança nas políticas nacionais para que haja uma excelente (trans)formação de professores. O cenário universitário atual, não permite uma formação ampla e abrangente, focando na habilidade do professor em lidar com diferentes culturas em um contexto sócio-cultural totalmente diferente do que estão acostumadas, e muito menos permitindo uma formação específica para o Ensino de Português Segunda Língua. O referido trabalho se respaldará nos seguintes estudos empíricos desenvolvidos no âmbito da Linguística Aplicada, embasados pelas políticas de ensino formuladas pelo Ministério da Educação, para ressaltar a importância da formação transdisciplinar do profissional de Letras, principalmente se este for lidar muito mais com aspectos culturais do que estruturais dentro da língua, como é o caso do ensino de Português como Segunda Língua dentro e fora do Brasil. A metodologia foi embasada em pesquisa e coleta de dados, tanto quantitativos quanto qualitativos, dentro da Universidade de Brasília. O foco foram os alunos do curso de Licenciatura em Letras – Português do Brasil como Segunda Língua. Tal curso tem como objetivo o ensino de português para Estrangeiros, Surdos e Indígenas e, apesar de trabalhar com uma formação contrastiva a respeito do ensino de Português como L1 e L2, o curso apresenta certa dificuldade na formação de profissionais que estejam aptos a realizar tais tarefas, de maneira dinâmica e abrangente. Sendo assim, investigamos os pontos fracos e fortes do currículo, além de analisar o cenário (inter)nacional, e as demandas do mercado de trabalho, propondo assim inserções, retiradas e modificações de disciplinas, resultando em uma proposta de reforma curricular para o curso. Vale ressaltar que uma análise minuciosa do Projeto Político Pedagógico do curso foi realizada, e constatou-se a necessidade de inclusão de disciplinas que ajudem na formação de um profissional que trabalhe não apenas o 47 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Português como L2, mas também com as demais categorias de Línguas Adicionais (Herança, Estrangeira, etc.). AVALIAÇÃO EM IMAGENS: COMO O ESTUDANTE DE ENSINO MÉDIO PENSA E CONSTRÓI SEU PROCESSO AVALIATIVO DE LÍNGUA INGLESA Vitória Maria Avelino da Silva Paiva (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) Este trabalho apresenta uma investigação a respeito das práticas avaliativas de língua inglesa de uma professora de ensino médio, através dos instrumentos avaliativos utilizados antes e depois das sugestões feitas pelos estudantes e aceitas pela educadora e seus efeitos no processo de ensino- aprendizagem de inglês desses estudantes. Trata-se de uma pesquisa ação desenvolvida no ensino médio, etapa final da educação básica que ainda encontra-se com sua identidade em construção, sendo portanto, um contexto novo de pesquisas na área. Ao trabalharmos com a opinião dos discentes a respeito das avaliações a que são submetidos, fizemos uso de imagens produzidas por eles, assim identificando as representações que atribuem às avaliações de inglês. A contribuição da nossa pesquisa dá-se pelo fato de que a mesma trata o estudante como o verdadeiro agente construtor da sua avaliação, não apenas como um participante passivo, que apenas executa a avaliação escolhida pelo seu professor, características da avaliação tradicionalmente unilateral que desenvolvemos em nossas instituições de ensino, onde só o professor rotula, caracteriza e determina o grau de aprendizagem do educando, deixando-o isento da responsabilidade pelos resultados que obtém. Buscamos, nesta pesquisa, a (re)construção do processo avaliativo de língua inglesa através da participação estudantil, na consolidação do que entendemos ser uma avaliação qualitativa, onde professores e estudantes são agentes ativos e iguais no desenvolvimento desse processo dinâmico. Palavras-chave: Avaliação qualitativa, imagens, participação estudantil. LETRAMENTO E FORMAÇÃO CONTINUADA: IMPLICAÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA DO PROFESSOR E PARA O ENSINO DE LÍNGUA MATERNA NO ENSINO FUNDAMENTAL Wellington Barbosa Silva (Instituto Federal de Alagoas IFAL/ Universidade Federal de Alagoas UFAL) Entender as práticas discursivas que emergem tanto no contexto da sala de aula quanto nos espaços de formação continuada, como práticas de letramento, significa compreender esses diferentes locais como responsáveis pela construção social dos significados produzidos no ambiente escolar. Além disso, é preciso que se reconheça que os discursos produzidos nesses espaços são determinantes à constituição da identidade do professor e passam a desvelar as diferentes posições ideológicas que esses sujeitos assumem nos mais variados contextos socioculturais. Nesse movimento de produção e reprodução de discursos, a presença e o uso de textos orais e escritos nos possibilitam refletir sobre as mais distintas práticas escolares de produção e disseminação de conhecimentos e entender sua relevância para se pensar a formação inicial e continuada dos profissionais da educação, assim como a organização curricular da escola. Desse modo, o presente trabalho buscou discutir a importância dos Cursos de Formação Continuada na constituição identitária de duas professoras de Língua Portuguesa da rede pública do município de Arapiraca-AL e, a partir dessas discussões, tentar entender de que forma os discursos sociais a que as professores são submetidos e os conhecimentos adquiridos nessas formações podem ressignificar a prática diária desses profissionais em sala de aula. A metodologia utilizada neste trabalho foi a da pesquisa qualitativa de cunho etnográfico e apresentou-se ainda com uma abordagem multidisciplinar amparada nas possibilidades de se trabalhar dentro da pesquisa interpretativa. O referencial teórico adotado articulou conceitos da teoria discursivo-enunciativa e dos novos estudos sobre letramento e formação profissional e identitária dos professores. Palavras-chave: letramento; identidade; formação continuada REFLEXÕES SOBRE O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM DE LEITURA EM AULAS DE LÍNGUA INGLESA EM ESCOLAS PÚBLICAS DE TERESINA: É POSSÍVEL FORMAR LEITORES OU CONTINUAMOS NA GRAMMAR-TRANSLATION? Yolanda Franco Pacheco Sampaio (Universidade Federal do Piauí) O presente trabalho trata de dados obtidos em um Projeto de Iniciação Científica realizado na UFPI, relacionado à formação contínua dos professores de língua inglesa, visando conhecer mais sobre o ensino desta língua estrangeira nas escolas públicas de Teresina (PI), com ênfase na prática de leitura. Para 48 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Aebersold e Field (1997), a leitura acontece quando o leitor e o texto interagem. A leitura em uma segunda língua é influenciada por vários fatores, como: o desenvolvimento cognitivo do leitor, a competência na língua materna, a proficiência na segunda língua e orientação cultural. Em nosso projeto, objetivamos, além de conhecer mais sobre a situação investigada, auxiliar professores e estudantes a desenvolver estratégias e habilidades a serem utilizadas durante o processo de leitura, em um processo ensino-aprendizagem voltado para as necessidades do aluno. Durante o desenvolvimento do trabalho, foram feitas visitas e observações durante aulas de inglês em escolas públicas no nível fundamental e médio, enfatizando a metodologia de leitura, incentivando também o uso de materiais autênticos por parte do professor. A partir da coleta de dados, foram feitas análises das reflexões produzidas pelos estudantes e professores de inglês concernentes às atividades realizadas e sua relevância no processo ensino-aprendizagem. Fundamentamos esta pesquisa nas concepções de leitura de Aebersold e Field (1997), Solé (1998), Christine Nuttall (1982) e Leffa (1996). Esperamos que esta pesquisa contribua para continuarmos questionando, investigando e incentivando o desenvolvimento e aperfeiçoamento do ensino-aprendizagem de leitura nas aulas de língua inglesa em nossas escolas públicas. Palavras-chave: Leitura em aulas de línguas estrangeiras, Processo ensino-aprendizagem de línguas; Escolas públicas 49 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas 50 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS AS POLITICAS PUBLICAS PARA O ENSINO DE INGLÊS: BRINCANDO DE FAZ DE CONTA Adelaide Oliveira (UNEB/UFBA) A frase “não se aprende inglês na escola” tornou-se um bordão, repetido por professores e alunos de inglês. Enquanto os professores culpam o Estado e os alunos pelo seu fracasso profissional, os alunos culpam os professores e a escola pelo não aprendizado da língua (LEFFA, 2011). Cabe perguntar, então, qual o papel do professor do curso de Letras? Onde o ensinar a ensinar não está dando certo? Como os pilares para a educação estabelecidos no Relatório da UNESCO para o século XXI (DELORS, 1996) podem guiar novos currículos para resolver a situação do ensino de inglês nas escolas públicas? Na busca por respostas, examinaram-se os documentos públicos para o ensino de línguas estrangeiras, as leis que determinaram as reformas dos currículos dos cursos de Letras, o Relatório da UNESCO e o currículo do curso de Letras de uma universidade pública. A análise revelou, entre outras coisas, que (a) os PCNs para o ensino fundamental admitem que o ensino de inglês está deslocado da escola; (b) as condições em sala de aula na maioria das escolas brasileiras inviabilizam o ensino das quatro habilidades; (c) que a legislação do curso de Letras não deixa claro que nível de proficiência linguística é necessário para a formação do professor de inglês. Palavras-chave: Politicas públicas. Ensino de Língua Inglesa. Leis. STIS: SEMINÁRIOS INTERDISCIPLINARES NA WEB Adelma L. O. S. Araújo Elizabeth Guzzo de Almeida Ana Cristina Fricke Matte (UFMG) A internet tem sido cada vez mais utilizada para diversas atividades didáticas, mas o único espaço de fato explorado pela academia científica foi o da publicação de periódicos. O STIS – Seminários Teóricos Interdisciplinares do SEMIOTEC – é uma atividade pioneira nesse sentido, promovida por um grupo que, desde 2007, promove eventos totalmente online, dentre outras atividades. O grupo Texto Livre, originalmente definido como grupo de apoio à documentação em software livre, em 2010 foi registrado no Diretório de Grupos do CNPq, e está sediado no Laboratório de Semiótica e Tecnologia, da Faculdade de Letras da UFMG. O Texto Livre identifica-se como um projeto polvo por abrigar vários subprojetos integradores de tecnologias livres ao ensino na graduação, na pesquisa e na formação de professores. Dentre os projetos desenvolvidos no Texto Livre, destacamos a revista científica Texto Livre, o Português Livre, o Español Libre, o congresso internacional EVIDOSOL/CILTEC-online e o seminário STIS, dentre outros. O STIS, locado em http://stis.lingtec.org, é um seminário mensal, on-line, síncrono e realizado por meio de chat escrito. Seu principal objetivo é discorrer sobre tópicos teóricos específicos e fomentar a discussão transdisciplinar, forte característica do grupo, entre alunos, professores e pesquisadores de diversas áreas, divulgando pesquisas realizadas no país e além fronteiras. Neste trabalho, apresentamos o STIS, sua metodologia de trabalho, as metas já alcançadas e as metas ainda por alcançar. Snyder (2004, 2009, 2010), Buzato (2006), Coscarelli (2006), Moran et al (2010), Araújo (2011), dentre outros, compõem a base teórica que fundamentará nossa exposição. É do STIS como palco do conhecimento aberto e como parte do processo de formação de professores e pesquisadores, especialmente em ambiente digital, que trata o presente trabalho. Palavras-chave: tecnologia, digital, ensino, formação, professores, pesquisadores. ESCOLA ESTADUAL INDÍGENA AMURE OMPAN RAKTERÏ DE EDUCAÇÃO BÁSICA CENTRAL IKPENG E FORMAÇÃO CONTINUADA NA ÁREA DE CIÊNCIA DA NATUREZA, MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS: POSSIBILIDADES E LIMITES Adenilse Silva de Jesus (SEDUC/CEFAPRO) Este texto objetivo socializar os resultados prévios da formação continuada realizada na Escola Estadual Indígena Amure Ompan Rakterï de educação básica de Central Ikpeng na Área de Ciência da Natureza, Matemática e suas Tecnologias, de acordo com os parâmetros adotados pela Secretaria de Educação (SEDUC) do Estado de Mato Grosso, visando a implantação e implementação do Projeto Sala de Educador na 51 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas instituição. A fim de realizar esta pesquisa buscamos aporte teórico no Projeto Político Pedagógico da EE Indígena, 2010; no Referencial Curricular Nacional para as escolas indígenas, 1998; nas Orientações Curriculares para a Educação Básica do Estado de Mato Grosso, 2010; no Almanaque Socioambiental, 2011 e em Chassot, 1995. Adotamos a metodologia do Estudo de Caso, utilizando observação, análise de documentos e questionários. Trabalhamos com os profissionais da unidade escolar provendo suporte teórico/metodológico para atuarem junto aos alunos de acordo o contexto da comunidade indígena do Povo Ikepeng. Percebemos dificuldades manifestas quanto à linguagem e à utilização de conceitos matemáticos. Em contrapartida pôde-se perceber domínio acentuado da ecologia existente em seu meio ambiente, da fauna e da flora, dos tempos de plantio e colheita essenciais aos povos indígenas, bem como a passagem da cultura do povo de uma geração a outra, perpetuando, dessa forma, os costumes e a tradição do povo ikpeng. O MULTILETRAMENTO COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA NA PRODUÇÃO TEXTUAL: ESTRATÉGIAS E DESAFIOS Adilsomar de Oliveira Leite(UNEB) Este artigo descreve aspectos do projeto “A Construção do Conhecimento na Produção Textual”, desenvolvido com alunos do ensino médio de uma escola pública do estado da Bahia, no sentido de imergi-los na cultura do multiletramento. Baseando-se em teóricos como Kepes (1995), Krees e Van Leeuwen (1996) e Soares (2010), a proposta está subdivida em três etapas, a saber: apresentação de textos com abordagens variadas, exposição de falas sobre o comportamento dos educandos diante da internet e apresentação e explanação de imagens trabalhadas ao longo do curso. O objetivo dessa forma de trabalho é observar o desenvolvimento das construções dos textos dos educandos, bem como evidenciar as suas reflexões feitas após a leitura das imagens. Trata-se de um projeto ainda em curso, cujos resultados estão sendo aferidos, devido à mobilidade dos sujeitos participantes, em que há constante entrada e saída de alunos por ocasião do fim do ano letivo, contudo, os resultados demonstra haver dificuldades dos alunos quanto ao inter-relacionamento entre texto iconográfico (imagens) e sua produção textual, apontando para a necessidade de maior atenção e direcionamento docente quanto às pesquisas feitas através de mídias digitais. Palavras-chave: Multiletramento. Produção textual. Internet. A AVALIAÇÃO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UM ESTUDO DA CO-AVALIÇÃO Adriana Célia Alves ( UFU/ Ileel) No âmbito da Linguística Aplicada, vemos muitas pesquisas e a constante busca de diferentes metodologias de ensino. Da mesma forma, temos também a necessidade de pesquisar e buscar diferentes maneiras de compreender o processo avaliativo. Percebe-se, ao analisar temas de pesquisa da Linguística Aplicada, que este assunto ainda é pouco discutido, merecendo, contudo, atenção no atual cenário. Deste modo, este estudo visa a refletir sobre e problematizar o papel da avaliação. Partindo de uma concepção de avaliação formativa, que visa ao processo de aprendizagem e não ao produto final (nota), estudaremos a avaliação dos pares ou co-avaliação: trata-se de um tipo de avaliação formativa por meio da qual os alunos atribuem notas aos colegas. Investigamos, assim, as representações dos discentes sobre esse tipo de atividade e seus possíveis efeitos no processo de ensino-aprendizagem. Para isso, desenvolvemos uma pesquisa qualitativa de cunho etnográfico, nos campos do ensino médio e do ensino superior, por meio da qual, procuramos responder às seguintes perguntas: Quais as representações dos alunos frente a essa atividade? Qual o papel do professor nessa atividade avaliativa? Qual a melhor forma de desenvolver a avaliação dos pares? Apoiada em alguns estudiosos (FELICE, 2006; VIEIRA, 1993; HADJI, 2001; HOFFMANN, 2001; PERRENOUD, 1999) sobre o assunto, discutimos uma proposta formativa da co-avaliação, com o intuito de desenvolver a autonomia e ainda desmistificar algumas concepções que desviam a co-avaliação do seu ato formador, tornando-a excludente. Palavras chave: avaliação, co-avaliação, ensino-aprendizagem A DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: TRAJETÓRIAS FORMATIVAS DE PROFESSORES DE CURSOS DE LICENCIATURA EM LÍNGUA INGLESA Adriana Claudia Martins Fighera (Universidade Federal de Santa Maria) Este trabalho insere-se na Linha de Pesquisa Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria/RS. Nesta investigação buscamos compreender como a docência é construída pelo docente formador de professores de Língua Inglesa. Para 52 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas tanto, ao conhecermos a trajetória formativa desses professores, identificamos qual a compreensão que esses docentes têm de seu papel como formadores de professores de Língua Inglesa, reconhecendo as concepções teórico-práticas relativas a essa docência, explicitadas em suas narrativas. Este estudo direciona-se aos princípios da pesquisa qualitativa a partir da abordagem sociocultural, em que as narrativas dos professores participantes constituem-se em categorias exploradas e trabalhadas a fim de alcançar o objetivo da pesquisa. Os processos implicados nas relações interpessoais e intrapessoais mobilizam os professores formadores a organizarem o seu espaço formativo. Os docentes ainda são influenciados pelo espaço sociocultural onde estão inseridos (VYGOTSKI; LÚRIA; LEONTIEV, 2006; ZABALZA, 2004; BAKHTIN, 2010). Os resultados preliminares permitem-nos dizer que os docentes formadores se reconhecem como sujeitos capazes de experienciar a construção da profissão e de questionar a própria formação. Entendemos que este trabalho contribui para o campo da formação de professores à medida que auxilia na produção de um conhecimento especializado sobre formação de professores do Ensino Superior. Assim, para que possamos melhorar a formação inicial de professores de Língua Inglesa, precisamos promover a construção de saberes e de atitudes durante o processo educativo, em um lugar onde todos estejam comprometidos, inclusive os formadores desses professores. Palavras-chave: Formação docente. Ensino Superior. Língua Inglesa. TEXTO, CONTEXTO E PRÁTICA PEDAGÓGICA: RELAÇÕES IMPLICACIONAIS Adriana Kuerten Dellagnelo (LLE-PPGI/UFSC) Maria Ester Moritz (LLE-PPGI/UFSC) Estudos socioculturais concebem a existência de uma relação implicacional entre a linguagem e seu contexto de uso e a representação do pensamento, tanto quanto tomam a materialidade textual como atividade socialmente situada (Johnson & Golombek, 2011; Johnson, 2009; Lantolf & Thorne, 2006). Decorre dessa relação o entendimento de que o texto constitui somente a parte visível de um processo complexo de produção e de compreensão, que é interativo por natureza, e que ocorre em uma situação concreta, em uma sociedade e em uma cultura, sendo, portanto, mediado por esses fatores. Desse modo, texto e contexto não podem ser tomados de forma dissociada. O presente estudo tematiza essas relações que se estabelecem entre texto e contexto, focalizando configurações linguísticas historicamente cristalizadas de um gênero textual específico, o plano de aula, em sobreposição a intencionalidades e concepções do autor do próprio plano de aula. Assim, confrontamos planos de aula produzidos por futuros professores de Inglês como língua estrangeira por ocasião de sua participação na disciplina de Prática de Ensino e confrontamos com seus próprios comportamentos didático-metodológicos e linguísticos ao longo do período de execução dessas aulas de modo a verificar em que medida a prática pedagógica que se efetiva em situações reais de ensino-aprendizagem reflete os planos e/ou as concepções teórico-didático-metodológicas que os futuros professores alegam ter. Os resultados parecem sinalizar que marcas desse gênero tanto podem suscitar uma textualização prototípica quanto podem neutralizar posturas e intencionalidades dos participantes por ocasião do ato de dar aulas. Dentre as implicações pedagógicas que se eliciam a partir desses resultados, apontamos para o cuidado e para a necessidade de mudança quanto à prototipia linguística que caracteriza o gênero plano de aula. Palavras-chave: texto, plano de aula, contexto, prática pedagógica. REFLEXÕES SOBRE AS PRÁTICAS COMUNICATIVAS E A (RE) CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES PROFISSIONAIS EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO DE INGLÊS Adriana Lúcia de Escobar Chaves de Barros (UEMS Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) Esta pesquisa tem como objetivo investigar as práticas comunicativas e a (re) construção de identidades profissionais no processo de implementação do Plano Pedagógico, em uma instituição de ensino de inglês. Baseio-me na observação das vozes dos participantes desse processo comunicativo-organizacional, as quais enunciam profundas transformações naquele ambiente de ensino, causadas pelos efeitos da contemporaneidade, cujos impactos vêm-se refletindo em vários aspectos das práticas sociais e exigindo a (re) configuração das identidades dos seus profissionais. Inserida no contexto competitivo contemporâneo, a instituição em estudo vem buscando meios para adaptar-se a um novo mercado, através da oferta de serviços de alta qualidade, com vistas à maior produtividade. As transformações causadas têm alterado os padrões sociais de interação nesse contexto de trabalho, estabelecendo novas metas educacionais descritas nos Planos Pedagógicos e exigindo dos professores o desempenho de múltiplos papéis identitários com características mercantilizadas. Isso gera ressentimento por parte dos professores, que sentem sua função de educador desvalorizada. Nesse contexto de conflito de valores, surge a necessidade de um olhar exploratório, 53 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas investigativo e reflexivo, a fim de se entender o que está acontecendo, enquanto está acontecendo, para melhorar a qualidade de vida dos profissionais e alunos. Para tal, com o apoio de conceitos de contemporaneidade, problematizo o mundo do trabalho e as organizações destacando as instituições de ensino de inglês. Construo um arcabouço teórico com as noções sócio-construtivistas de identidade; e a atuação da Linguística Aplicada nos contextos profissionais, com base na Sociolinguística Interaciona, apresentando os estudos de alguns principais sociolinguistas, tais como: Gumperz, Bateson e Goffman e nos conceitos bakhtinianos de linguagem. Palavras-Chave Contemporaneidade; Identidade Profissional; Perspectiva Bakhtiniana; Sociolinguística Interacional LETRAMENTO E INCLUSÃO SOCIAL: A METÁFORA GRAMATICAL NA ESCRITA DO ENSINO MÉDIO Adriana Nogueira Accioly Nóbrega (PUC-Rio) Esta pesquisa, que se insere na área de Linguística Aplicada (Moita Lopes, 2006), toma como base a teoria sistêmico-funcional (Halliday, 1994) para a discussão da questão do letramento no Ensino Médio, tendo com foco a análise da produção textual de alunos de escolas públicas do Estado do Rio de Janeiro. Tomando por base a visão de letramento como conjunto de práticas voltadas ao uso, função e impacto social da escrita (Soares, 1998; Di Nucci, 2002), proponho, neste estudo, a investigação da possível relação entre o domínio da escrita e inclusão social. Estando vinculado ao projeto de pesquisa “Escrita e inclusão social: análise de corpus e a metáfora gramatical no Ensino Médio” (FAPERJ Nº26/2008) do Programa de Pós-Graduação da PUC-Rio, o presente trabalho analisa o uso de um recurso fundamental para a elaboração de textos produzidos em contextos pedagógicos - a metáfora gramatical - que implica, dentre outros aspectos, a transformação de ideias mais concretas em mais abstratas, através do uso de nominalizações em lugar de processos verbais (Halliday, 1994; Heyvaert, 2003). Assim sendo, são objetivos desta pesquisa: 1) identificar e verificar a incidência da metáfora gramatical em textos argumentativos; 2) analisar com que frequência os processos verbais e as nominalizações são usados; 3) observar o desempenho do aluno no que diz respeito ao emprego dessa forma de expressão. A metodologia utilizada insere-se em um paradigma qualitativo e interpretativo de pesquisa e conta com ferramentas computacionais para análise da produção textual do grupo investigado. Resultados parciais revelam o pouco uso de metáforas gramaticais, o que pode justificar a possível não inclusão do aluno no universo da escrita, dificultando seu acesso como cidadão a diferentes práticas sociais, bem como indicam a relevância de um estudo desta natureza para formação de professores dessa área. LETRAMENTO VISUAL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA: CONTRIBUIÇÕES E DESAFIOS POSSÍVEIS Adriana Rodrigues de Abreu (PUC - Rio) A sociedade moderna, caracterizada pelo efeito da globalização e das novas tecnologias digitais, tem experimentado uma nova forma de conceber a leitura de textos. Viver em sociedade equivale a dar conta das diferentes formas de linguagem que perpassam o meio social. Sendo assim, é necessário que o aluno desenvolva uma aprendizagem multimodal, isto é, que ele seja capaz de aprender a ler palavras e imagens ao mesmo tempo. Portanto, o presente estudo surge com os seguintes objetivos: 1- analisar como as imagens, mais especificamente as histórias em quadrinhos, estão sendo trabalhadas por dois livros didáticos de língua portuguesa; 2- investigar como se dá o processo de construção do letramento visual nos livros analisados; 3discutir a relevância da formação docente para o tratamento das imagens em sala de aula e, consequentemente, para a construção do letramento visual; 4- trazer contribuições para a formação continuada do professor. Serão examinados os enunciados dos exercícios propostos com o intuito de observar quais elementos dos quadrinhos estão relacionados com a atividade e quais aspectos visuais precisam ser compreendidos pelos alunos para poderem realizar o exercício. Para tal, este trabalho contará com estudos sobre multimodalidade desenvolvidos por Kress e van Leuween (1996/2006), que entendem os textos multimodais como sendo aqueles cujos significados são realizados através de mais de um código semiótico. Além de pesquisas acerca do letramento visual (Dionísio, 2005 e Braga, 2004), que abordam a importância do visual em sala de aula. Os resultados mostram que o espaço dedicado a linguagem não verbal reduz-se a apresentação e exploração de aspectos gramaticais, não havendo um trabalho crítico de leitura e compreensão das imagens. Desse modo, o visual ainda precisa ser encarado de forma mais consciente e o professor, principalmente o de língua portuguesa, pode contribuir desenvolvendo estratégias diferenciadas para o tratamento das imagens, apesar dos desafios. Palavras-chave: letramento visual, multimodalidade e formação docente. 54 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas AGÊNCIA E PODER: O DISCURSO DE UMA IDENTIDADE Alcione Gonçalves Campos (PG-UEL-CAPES) Uma das atividades acadêmicas do estágio supervisionado do curso de Letras Estrangeiras Modernas - Inglês da Universidade Estadual de Londrina tem como objetivo possibilitar que o aluno-professor desenvolva uma pesquisa ação durante o período de estágio no quarto (e último) ano do curso e elabore um relato de pesquisa, o qual é, naquele contexto, denominado paper. Em minha pesquisa de mestrado, em andamento, tenho como objetivo principal investigar a constituição da identidade profissional de uma aluna-professora, sob a ótica da análise crítica do discurso (ACD), frente a essa atividade investigativa e como a prática social de produção de conhecimento durante a formação inicial é representada por essa aluna-professora em discurso a respeito dessa prática. A definição de identidade que adoto é aquela constituída na e pela linguagem, embasada em uma perspectiva não essencialista, construcionista da identidade, que enfatiza o aspecto relacional, ou seja, a construção da identidade em relação ao contexto social, histórico e cultural, e que é complexa, contraditória e mutável. Os dados foram coletados por meio de entrevista semi-estruturada com a participante da pesquisa durante processo de elaboração do paper. O objetivo desta comunicação é apresentar os resultados preliminares da análise dos dados, embasada em aspectos linguístico-discursivos, com foco em representações e identificações enquanto indicadores de constituição identitária. Os resultados apontam para a representação do paper como objeto de aprendizagem e instrumento de expansão de conhecimento de alta demanda e natureza compulsória, ao qual a aluna-professora se dirige consciente de interesses e agendas em contexto formado por atores sociais, aspectos organizacionais e discursos correntes. Concluo que o discurso de identidade da AP é marcado por agência individual e poder contextual, prevalecendo o último. Palavras-chave: Identidade; Atividade Investigativa; Formação de Professores. A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LE: A PRÁTICA DOCENTE EM GRUPOS INTERGERACIONAIS, DOS ESTEREÓTIPOS EM RELAÇÃO À VELHICE À AUTOCRÍTICA Alessandra Harumi Bonito Fukumoto (Mestre /USP- Professora da Extensão da UFOP) Este trabalho coloca em pauta a importância da preparação dos professores de língua estrangeira (LE) para lidarem com públicos cada vez mais etariamente heterogêneos nos cursos livres de LE. Partimos de pesquisa realizada com professores de LE de um curso de Extensão no qual 25% do público faz parte da chamada terceira idade. Essa pesquisa, que integra mestrado defendido em 2011, aponta que os professores não se sentem preparados para lidar com a heterogeneidade etária nas salas de aula de LE. Neste contexto, tomando por base as entrevistas realizadas, procuramos discutir a formação dos professores partindo de dois aspectos. O primeiro liga-se à noção de que a referência em aquisição/aprendizagem (a/a) de LE é o processo de a/a da LM, tido como ideal. Desta perspectiva, qualquer aprendiz que não for muito jovem figura em posição de “desvantagem”. Para alguns, seguindo essa linha, seria quase impossível a a/a de uma LE na fase adulta e na velhice. O segundo aspecto trata dos ambientes intergeracionais, que muitas salas de aula de cursos livres de LE proporcionam, como capazes de estimular o respeito ao outro; levar à quebra de estereótipos e preconceitos em relação aos idosos e ao próprio processo de envelhecimento; auxiliar na reinclusão social dos idosos; e promover a revisão das noções associadas ao ensino de LE para o público idoso. A formação de professores para que isso ocorra deve levar ao autoquestionamento sobre posições assumidas na prática docente e à consciência de quais estereótipos e preconceitos se fazem presentes diante desse público. Os resultados da pesquisa feita com os professores permitem abordar as implicações do despreparo em lidar com grupos etariamente heterogêneos, as vantagens de um ambiente intergeracional e a importância da autocrítica do professor e de seu reposicionamento. Palavras-chave: língua estrangeira, intergeracional, terceira idade COGNIÇÕES DE PROFESSORES DE ILE SOBRE VOCABULÁRIO Alessandra Sartori Nogueira (UNICAMP) Linda Gentry El-Dash(Unicamp) Este estudo investiga as percepções de professores de inglês como língua estrangeira (ILE) concernentes ao ensino/aprendizado, mais especificamente ao processo de aquisição de vocabulário. O estudo das cognições de professores se justifica pela importância de se compreender o que orienta as decisões desses profissionais 55 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas na prática de ensino. Ademais, é amplamente aceito que a reflexão sobre seu próprio conhecimento – característica dos estudos sobre cognição – auxilia na escolha de estratégias que consideram mais eficientes. O foco está, portanto, no processo do fenômeno, diferentemente de muitos trabalhos sobre aquisição de vocabulário, cujo foco está no produto, i.e., análise dos resultados dos diferentes métodos e estratégias. Encontramos na Metodologia Q a ferramenta diferencial para esta investigação, pois permite entender e comparar os pontos de vista dos participantes. A metodologia consiste nos seguintes passos: (1) levantamento do universo de ideias, que são opiniões diversas sobre o assunto em questão; (2) seleção de algumas assertivas que abrangem a diversidade dessas ideias; (3) apresentação das assertivas aos participantes, que as distribuem num tabuleiro de acordo com seu grau de concordância ou discordância (-5 a +5). Nesta etapa, os participantes foram 29 professores do ensino médio e superior, rede pública e privada; (4) análise estatística fatorial, que agrupa esses 29 participantes de acordo com os pontos de vista que compartilham em relação ao vocabulário, revelando os perfis existentes; (5) interpretação dos perfis revelados e, por fim, descrição e análise qualitativa dos perfis. O estudo revelou quatro perfis distintos: os mais formais, os mais descontraídos, os que não dão muita importância à gramática no processo em questão e os que valorizam a exatidão no uso das palavras. Implicações para o ensino/aprendizado de vocabulário serão consideradas, apostando na influência das percepções dos professores em sua prática pedagógica. Palavras-chave: Metodologia Q; vocabulário; Inglês Língua Estrangeira A IDENTIDADE DISCURSIVA DO PROFESSOR NAS TIRINHAS DE CALVIN E HAROLDO EM E FOI ASSIM QUE TUDO COMEÇOU Alex Caldas Simões (UFV) As recentes pesquisas na área da linguagem tem indicado que novas identidades sociais tem se formando. Esse novo cenário estrutural tem levado a formação de um sujeito diferente, fragmentado composto por várias identidades discursivas, algumas delas contraditórias ou não resolvidas (HALL, 2004). Estas identidades, portanto, não são fixas ou permanentes e alteram-se de acordo com os diferentes momentos histórico-sociais vividos por cada indivíduo ou sociedade. Diante dessa constatação que novas identidades o professor de línguas tem construído nesse novo contexto? Que implicações essas identidades divulgadas pela mídia provocam no ensino e na área de formação de professores como um todo? Tendo em vista essas questões de pesquisa, procuraremos em nossa exposição identificar a identidade discursiva do professor nas tirinhas de Calvin e Haroldo, contidas no livro E foi assim que tudo começou. A fim de depreender essa identidade, utilizaremos o conceito de ethos e cena enunciativa (MAINGUENEAU, 2005, 2008; AMOSSY, 2005), uma vez que por meio desse referencial teórico-metodológico é possível construir as imagens de si formadas pelo discurso. De nossa análise constatamos que o professor nas tirinhas de Calvin e Haroldo se apresenta discursivamente com um ethos de rigor, velhice, monotonia, inabilidade com tecnologias e de isolamento ou distância do aluno. Essa identidade discursiva, portanto, não corresponde a identidade atual dos professores. Esse imaginário retrata características do professor do século passado (CASTRO, 2007). Compreendemos que perpetuar tais identidades na mídia em nada colabora para construção de identidades profissionais engajadas com a atual realidade educativa e cultural. Nesse sentido, surge que para o campo de formação de professores a necessidade de refletir criticamente sobre a divulgação e cristalização dessas identidades, pois é a partir dessa iniciativa que os professores podem construir e/ou fortalecer suas identidades profissionais, ou seja, aquelas preparadas para o enfrentamento de conflitos educacionais específicos. Palavras-chave: Formação de Professores. Identidade. Tirinhas. O LETRAMENTO DIGITAL DO PROFESSOR E O ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA PARA ALUNOS SURDOS, À LUZ DA TEORIA DA ATIVIDADE Alexandra Aparecida de Oliveira (UFLA) Patricia Vasconcelos Almeida(UFLA) O presente trabalho se propõe a refletir sobre a inserção da tecnologia como fonte de material didático no que perpassa o ensino-aprendizagem de língua inglesa, tendo como embasamento a Teoria da Atividade (Engeström, 1999). Tem-se, portanto, como objetivo geral analisar como o uso das ferramentas tecnológicas modifica a práxis do professor de Língua Inglesa em contexto de ensino-aprendizagem para surdos em sala de aula mista, tendo em vista o seu letramento digital. Como objetivos específicos analisar as contradições que ocorrem nos elementos do sistema de atividade com a mudança do artefato didático, para o qual adotamos como suporte teórico o princípio da contradição, proposto por Engestöm (1999), e, ainda, analisar a influência que o intérprete de libras exerce no processo de ensino-aprendizagem de Língua Inglesa para alunos surdos, 56 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas tendo como base o sistema de atividade. A análise dos dados provenientes de uma abordagem qualitativa, tratando-se de um estudo de caso, a qual se utilizou questionário, gravação em áudio e vídeo e observação/registo das aulas de inglês mostrou que o professor desenvolveu práticas diferentes de acordo com o artefato utilizado; ou seja, o seu letramento digital reflete na sua práxis. Além disso, podemos afirmar que o intérprete de libras tem papel primordial no processo de ensino-aprendizagem para o surdo, sendo que sua proficiência em língua inglesa insere-se com tamanha relevância e o situa como co-docente dos alunos surdos e que o papel do mesmo se altera de acordo com o artefato utilizado. Quanto às contradições encontradas nos sistemas de atividade, podemos afirmar que elas acontecem em seus quatro níveis assim como proposto por Engeström (1999) e se configuram de acordo com a mudança do artefato de ensino. Conclui-se, portanto, que a alteração do artefato didático pode causar tensões no sistema e alterar os elementos que o constitui. Palavras-chave: tecnologia; práxis docente; língua estrangeira. CONCURSO “ESTUDANTE FAZ ARTE: É FENAMILHO”: CONSIDERAÇÕES SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA Alexandre Pereira Magalhães (Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM) Criado em 2006, o concurso “Estudante faz Arte: é Fenamilho” propõe publicação anual de um livro a partir de textos de autoria dos estudantes do ensino básico da cidade de Patos de Minas, interior de Minas Gerais. Com caráter trans(inter)disciplinar (Bunzen, 2006; Neves, 2003), o projeto busca envolver esses estudantes com a história e com a cultura do município, propiciando a produção de textos em diferentes gêneros, modalidades e códigos (Marcuschi, 2003). Desde o início do projeto, os professores de Língua Portuguesa têm representado papel significativo, uma vez ser sua disciplina a que focaliza a produção textual e suas nuanças. Contudo, observou-se que tais professores pareciam não conseguir orientar seus alunos para uma produção mais sustentada: grande parte dos textos recebidos apresentavam distorções e superficialidade. Em face disso, foi proposto, em 2012, um curso de aperfeiçoamento, em linguagem acessível e menos técnica, para os professores inscritos no projeto, visando aprimorar seu conhecimento de gêneros textuais (Marcuschi, 2003), de avaliação (Perrenoud, 1999) e de procedimentos para o encaminhamento da produção textual em aula. Esta comunicação, por sua vez, mostra que o curso oferecido influenciou positivamente o trabalho dos professores de Língua Portuguesa quanto ao ensino da produção textual para o livro de 2012. Foram-lhes oferecidas bases teóricas e práticas para o trabalho com textos em sala de aula, repercutindo na segurança ao orientar seus alunos na produção dos textos e na motivação ao perceberem melhorias significativas da produção dos alunos nos trabalhos submetidos ao concurso em 2012. Os dados foram coletados por meio de questionários e entrevistas com dez professores de Língua Portuguesa cujos alunos foram selecionados para a última publicação. A comunicação mostra, enfim, que cursos de aperfeiçoamento, com linguagem mais próxima à prática do professor de língua, podem contribuir consideravelmente para a melhoria da produção textual de seus alunos. Palavras-chave: Formação de professores de Língua Portuguesa; produção de texto; avaliação PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA EM FORMAÇÃO INICIAL: UM ESTUDO SOBRE FATORES QUE INFLUENCIAM NESSA PRÁTICA Alidiane Mirian Oliveira Universidade Federal de Uberlândia A motivação do professor é um assunto que merece destaque, visto que o professor precisa estar motivado para ensinar com entusiasmo e competência. A partir dessa premissa, realizamos a pesquisa A motivação dos professores de Inglês em formação inicial em sua prática docente. Buscamos analisar as preocupações dos professores de Língua Inglesa em formação inicial no decorrer do desenvolvimento dos estágios de docência da disciplina “Prática de Ensino de Língua Inglesa I”, e de que forma essas preocupações podem afetar a motivação e o desempenho desses professores antes e durante a prática de ensino. Com intuito de abordar essas e outras questões que dizem respeito ao processo de formação de professores de Língua Estrangeira, buscamos um diálogo com autores que pesquisaram esse universo e desenvolveram estratégias para identificação de fatores que interferem na motivação de professores em formação inicial. Dentre os autores selecionados, citamos: Kyriacou e Stephens (1999) e Sinclair e Barnes (1983). A pesquisa foi realizada com 10 professores em formação inicial do 8º período do Curso de Graduação em Letras da Universidade Federal de Uberlândia. A coleta de dados se deu por meio de uma entrevista semi-estruturada realizada com os professores, análise dos diários reflexivos elaborados pelos professores e aplicação de um questionário, 57 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas composto por perguntas abertas. Ao analisar a motivação do professor de Língua Estrangeira, é importante perceber e distinguir as influências negativas das positivas, quais são os fatores motivadores e/ou desmotivadores, e de que forma a motivação do professor pode influenciar na motivação do aluno. Dessa forma, com a pesquisa, percebemos que as preocupações sentidas pelos professores podem contribuir para o aumento da ansiedade dos mesmos, mas não necessariamente os desmotivam a ensinar. Palavras-chave: Motivação. – Professores em formação. – Prática docente. NOVAS PERSPECTIVAS NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NO BRASIL: A SITUAÇÃO PLURILÍNGUE DOS SURDOS Aline Nunes de Sousa (Universidade Federal de Santa Catarina) A oficialização da língua de sinais brasileira (Libras) em 2002 instaurou uma nova realidade para os professores de línguas do Brasil. Além do ensino de Libras em si, é preciso pensar no ensino de português e línguas estrangeiras para os surdos usuários de Libras. O objetivo geral deste trabalho é refletir sobre as implicações de um contexto plurilíngue de ensino de inglês para surdos brasileiros. As perguntas norteadoras deste trabalho são: (a) qual o papel da Libras no desenvolvimento da escrita de surdos em inglês?; (b) qual o papel do português nesse contexto?; (c) qual o papel do inglês no desenvolvimento da escrita desses sujeitos em português? Pensando nos questionamentos (a) e (b), no mestrado, ministramos um curso de inglês de 120h/a, em Libras. Essa pesquisa se caracterizou como um estudo de caso do tipo pesquisação. Participaram nove surdos com nível de ensino médio. Os instrumentos de coleta utilizados foram questionários, entrevista, atividades de produção textual e notas de campo. A análise dos dados indicou que a LIBRAS foi usada pelos sujeitos como língua de conforto nas interações em sala de aula e, nas produções escritas em inglês, como fonte de “transferência interlinguística” (Faerch e Kasper, 1983). O português, por sua vez, foi usado nas interações em sala como uma língua de apoio e, nas produções escritas em inglês, como fonte de "transferência linguística", “alternância de línguas” e “criação de palavras” (Faerch e Kasper, op. cit.). Agora, em nossa pesquisa de doutorado, estamos ministrando um novo curso de inglês, com vinte sujeitos surdos estudantes do ensino superior. Provocados pela hipótese da interdependência linguística de Cummins (2008), é de nosso interesse investigar, dessa vez, como os surdos desenvolvem não só a escrita em inglês, mas também em português, a partir desse ambiente plurilíngue de ensino de inglês. Palavras-chave: ensino de inglês, plurilinguismo, surdos. MATRIZ CURRICULAR DE CURSO DE LETRAS DA PLATAFORMA FREIRE: BREVES REFLEXÕES Aline Ribeiro Pessôa (UFBA) O estudo aqui discutido é o recorte de uma pesquisa mais ampla, ainda em desenvolvimento, que investiga a formação crítico-reflexiva de professores de inglês em Cursos de Letras do Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica - Plataforma Freire, criado pelo governo federal em 2009 para oferecer cursos gratuitos de licenciatura a professores sem habilitação adequada, que atuam em escolas públicas (Brasil, 2009). Esses cursos, desenvolvidos em quase todos os estados da Federação, não podem ser negligenciados como campo de pesquisa porque estão certificando professores tanto de língua materna quanto de língua estrangeira. Entretanto, um levantamento preliminar revelou que até o presente momento nenhum estudo sobre este tipo específico de formação foi realizado por pesquisadores da Linguística Aplicada. O objetivo desta etapa inicial da pesquisa é investigar como as competências que se esperam de professores de inglês (Almeida Filho, 2004; Basso, 2001; Brasil, 2001) são contempladas em dois cursos de Letras da Plataforma Freire. Para atingir o objetivo proposto, este estudo de natureza qualitativa analisou narrativas de três professores-formadores e princípios da Análise de Conteúdo (Bardin, 1977; Moraes, 1994) para extrair conteúdos implícitos e explícitos das matrizes curriculares. Os resultados demonstram que um curso de Letras em caráter emergencial, apesar de meritório, não é suficiente para preencher as lacunas de formação dos professores-estudantes. Palavras-chave: Plataforma Freire; formação de professores de inglês: matriz curricular SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE SALA MUTISSERIADA: ALGUMAS QUESTÕES Aluizio Lendl Bezerra Luiz Carlos S. Bezerra 58 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Este trabalho justifica-se pela escassez de estudos que abordem a formação de professores de sala multisseriada, tendo em vista a especificidade da ação pedagógica. A sala multisseriada é compreendida como espaço escolar constituído por educando de diferentes níveis de escolaridades, de faixas etárias e sexos. Esta constitui-se uma sala heterogênea, por excelência. Pretende-se, neste trabalho, refletir acerca da formação inicial de professores de sala multisseriada especialmente, no que concernem as propostas sugeridas para o trabalho com o ensino de linguagem. Os dados foram coletados a partir de entrevistas semi-estruturadas com 08 professores da rede pública de ensino municipal no interior do Estado do Ceará, bem como de observação de encontros de formação docente. Os dados foram analisados a partir dos referenciais teóricos de Morin (2009, 2011), no que concerne a fundamentação na área da educação e, nos referenciais de Bakthin (1992) e demais pesquisadores (BRAIT, 2009, 2010; MARCUSCHI, 2008; ROJO, 2007, 2009) referente à concepção de linguagem como ação e interação que se desenvolvem em um contexto sócio-cultural. Os resultados da pesquisa apontam fragilidades teóricas que induzem impasses na sala de aula. Isto é, nessas formações abordam apenas questões normativas e administrativas. Desse modo, os formadores deixam de trabalhar concepções teóricas aliadas as práticas que possam subsidiar a proposta pedagógica e, assim, contribuir para a formação do cidadão-leitor e escritor crítico e consciente de seu papel social. Os sujeitos da pesquisa informam que as formações não contribuem para a prática pedagógica, pois lidam com realidades bem diferentes. A pesquisa aponta a necessidade de desenvolver propostas de letramentos múltiplos nas salas multisseriadas. Diante da heterogeneidade da sala multisseriada, urge desenvolver uma formação docente compatível com as necessidades de professores e educandos, tendo em vista atender as especificidades de aprendizagem. As fragilidades teóricas e metodológicas apresentam-se como negligência, por parte do órgão competente pela formação. As salas multisseriadas cumprem o seu papel quando há uma formação e apoio pedagógico capaz de oferecer subsídios aos professores para desenvolver uma prática pedagógica condizente com a formação crítica e reflexiva. Palavras-chave: sala multisseriada; formação de professores; práticas de letramentos; linguagem e ensino. IDENTIDADES E REPRESETAÇÕES DE DOCENTES DE LÍNGUA FRANCESA : OS EFEITOS DA GLOBALIZAÇÃO Ana Cláudia Barbosa Giraud (Universidade Federal do Ceará) O estatuto da língua francesa como língua estrangeira tem sofrido mudanças significativas ao longo do século XX. Nesse sentido, faz-se necessário uma reflexão acerca da perda de prestígio da língua francesa no cenário pós-moderno global e suas influências sobre as identidades de professores/professoras de Francês Língua Estrangeira (FLE). Esse estudo tem como objetivo maior a análise do discurso de docentes de língua francesa de duas instituições de Ensino Superior, a partir dos aportes teórico-metodológicos da Análise de Discurso Crítica (ADC). O quadro de referência é composto, sobretudo, pelos estudos de Fairclough (2001, 2003, 2010), Chouliaraki & Fairclough (1999), Rajagopalan (2003, 2004, 2008) e Moita Lopes (2006, 2008), em uma perspectiva de apreensão transdisciplinar das práticas discursivas, cuja premissa é que a linguagem é uma prática social. Assim, as estruturas linguísticas se configuram como modos de ação sobre as pessoas e sobre o mundo, e o discurso constitui um espaço de luta hegemônica, de modo que o texto traz marcas dessa luta pela hegemonia dos sentidos. A metodologia utilizada nesse estudo constitui um diálogo entre a ADC e a pesquisa qualitativa (FLICK, 2009; ANGROSINO, 2009). Os dados coletados e gerados – entrevistas individuais e grupo focal – são examinados em seus aspectos linguísticos e ideológicos focalizando, sobretudo, questões ligadas às identidades dos/das docentes e às suas representações sobre a língua e a cultura francesa. Os resultados preliminares apontam, dentre outros, para uma identidade de resistência (CASTELLS, 1999) dos/das docentes, bem como para o caráter afetivo da relação que esses/essas profissionais mantém com a língua e com a cultura francesa. Palavras-chave : Análise de Discurso Crítica; Identidade; Globalização. AMPLIANDO OS HORIZONTES DE APRENDIZES DE INGLÊS DA ESCOLA PÚBLICA: A INICIAÇÃO CIENTÍFICA E DOCENTE NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUAS Ana Claudia Peters Salgado Alexandre Diniz da Costa Bárbara Andrade de Sousa Bernardino Guedes Neto Camilla Figueiredo Barbosa Juliana Benevides Dornas 59 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Lívia Nascimento Arcanjo Mariana Schuchter Soares Marina Silva Maximiano Roberta Mandarano Esse trabalho está escrito por muitas mãos. São os primeiros resultados de uma parceria universidade-escola pública estabelecida em uma cidade de Minas Gerais. Com os objetivos de i) aprender sobre novas e atuais abordagens de educação bilíngue, ii) estender essas abordagens a crianças de famílias economicamente menos favorecidas, iii) oferecer a essas crianças da escola pública um ensino de línguas de qualidade, iv) inserir os professores de línguas estrangeiras em formação na realidade da escola pública e v) integrar universidade e escola, visando à atualização de ambas em termos de teorias e práticas de ensino, estamos há três anos aprendendo e pesquisando como acontece o ensino de inglês para crianças numa instituição particular de ensino bilíngue a fim de levar esse mesmo ensino de qualidade para a escola pública da cidade que acolhe a ambas instituições. Assim, através das observações participantes nessa instituição particular, aprendemos sobre a abordagem CLIL-Content and Language Integrated Learning que, como explica Mehisto et al. (2008, p.9), é “uma abordagem educacional com duplo foco, na qual uma língua adicional é usada para aprender e ensinar ambos conteúdo e língua”. No segundo momento, com o financiamento da FAPEMIG para a Iniciação Científica (PIBIC), partimos para uma pesquisa-ação em uma escola pública onde aplicamos os conceitos metodológicos aprendidos em uma turma piloto e, com base em estudos sociolinguísticos sobre bilinguismo e bilingualidade (SALGADO & DIAS, 2010), sobre educação bilíngue (GARCIA, 2009; DE HOUWER, 2009 e BAKER, 2007) e sobre abordagens psicolinguísticas do bilinguismo (KROLL & DE GROOT, 2005), desenvolvemos um estudo sobre ensino e aprendizagem/aquisição de línguas. Com os resultados animadores que tivemos em tão pouco tempo, podemos ampliar o atendimento a toda a escola através do PIBID/CAPES, atualizando os professores da escola e qualificando os futuros professores, hoje alunos do Curso de Letras e pesquisadores e sua prática profissional. (RE) DEFININDO O PERFIL DO PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA DA ESCOLA PÚBLICA: UM ESTUDO DE CASO Ana Lucia Fonseca Ducatti (Unesp) Nesta comunicação, as reflexões sobre o perfil de uma professora de língua inglesa da escola pública são orientadas por uma das perguntas de investigação de um estudo de caso: De que maneira as crenças dessa docente e de seus alunos, envolvidos em contexto de escola pública, contribuem para a caracterização do uso da língua inglesa em sala de aula e para a (re) definição do seu perfil? Objetivando ampliar o escopo de um trabalho que investiga a caracterização da utilização da língua inglesa (LI) na interação verbal em sala de aula e a faixa de proficiência oral (PO) de uma professora de LI da escola pública considera-se igualmente primordial a contribuição de suas crenças sobre o uso do inglês nesse contexto específico visando a redefinir o seu perfil, pois as mesmas se constituem na ferramenta principal para a compreensão da relação do discurso do professor e sua prática (BARCELOS, 2004). Os instrumentos e procedimentos utilizados foram: anotações de campo, entrevistas, questionários, conversas informais, inventário de crenças, gravações em áudio e em vídeo, aplicação do Teste de Proficiência em Língua Inglesa (TEPOLI), sessões de história de vida e de visionamento. Os resultados mostram que a professora respaldada por suas crenças que se originam de sua experiência como aprendiz de LI, e, uma vez enquadrando-se no nível D do TEPOLI, produz pouco insumo oral, insuficiente para a aquisição da língua estrangeira em sala de aula, constatação que não contribui, consequentemente, para o desenvolvimento da PO de seus alunos. Embora se reconheça tratar-se de uma tarefa árdua devido a visão de linguagem e de ensino e aprendizagem de LI dessa professora voltada para a forma gramatical, o uso do paradigma comunicativo poderia proporcionar mais envolvimento e interesse da maioria dos alunos na aprendizagem de uma nova língua. Palavras-chave: (re)definição de perfil; professor de língua inglesa; escola pública. INFERÊNCIAS SOBRE A CONSTITUIÇÃO IDENTITÁRIA DE PROFESSORES DE INGLÊS COMO LE EM SERVIÇO A PARTIR DE SUAS CRENÇAS Ana Paula de Araujo Cunha (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense/IFSul) 60 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Esta pesquisa, situada teoricamente na interface entre as áreas de Linguística Aplicada e Educação, traduz-se em uma investigação qualitativo-interpretativista cujo escopo abarca questões pertinentes às temáticas crenças, identidade e formação docente. Mais especificamente, tem-se como objetivo identificar as crenças de um universo amostral de professores de inglês como Língua Estrangeira (LE) de escolas públicas de um município do interior da metade sul do Rio Grande do Sul acerca do significado de ser professor, seu perfil e formação, em termos ideacionais e reais, bem como suas concepções sobre o processo de ensino e aprendizagem de línguas em contexto escolar, tendo como pressuposição o atrelamento de tais crenças à constituição identitária profissional. Os dados coletados mediante a aplicação de entrevistas semiestruturadas gravadas em áudio e transcritas, e a partir dos quais emergiram as categorias de análise desta pesquisa, têm sido analisados à luz de teoria veiculada, principalmente, nos estudos sobre crenças e aquisição de LE desenvolvidos por Barcelos (2004), Barcelos e Vieira-Abrahão (2006) e Kalaja & Barcelos (2003). Também se configuraram como suporte teórico estudos que abordam o tema identidade na contemporaneidade, dos quais se sublinham Bauman (2005), Hall (2000) e Giddens (2002). Até o momento, foram apontados pelos sujeitos informantes alguns traços comuns considerados indispensáveis à práxis docente, tais como proficiência linguística, vocação e motivação pelo ensinar, apesar das adversidades que se apresentam no cotidiano escolar. Ademais, os dados corroboram a ideia de que as crenças são capazes de influenciar a prática pedagógica do professor, sendo construídas e, por vezes, desconstruídas no decorrer de sua trajetória formativa acadêmica e profissional. RELATOS DE UM PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA DA REDE PÚBLICA Ana Paula de Lima (Universidade Federal de São Carlos) Esta apresentação tem como objetivo apresentar alguns dados relativos ao Programa Gestão da Aprendizagem Escolar (GESTAR II), que oferece formação continuada, na modalidade semipresencial, na área de Língua Portuguesa e Matemática aos professores do Ensino Fundamental II da rede pública. Desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC), este ano o programa está sendo realizado na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Campus de Rio Claro, contando com 120 horas presenciais e 180 horas de atividades a distância para cada área temática. Na área de Língua Portuguesa, há 17 professores tutores, de diversas regiões do Estado de São Paulo, participando do programa. Durante a formação, são discutidas questões prático-teóricas que são, posteriormente, trabalhadas pelos tutores com os professores cursistas de suas cidades. Dentre os vários aspectos estudados, destacamos o trabalho sobre questões sociolinguísticas (POSSENTI, 2000; BERTONI-RICARDO, 2004), letramentos (MARCUSCHI, 2001; ROJO, 2009) e gêneros textuais (MARCUSCHI, 2001; KOCH; ELIAS, 2011; ANTUNES, 2009). Os cursistas são responsáveis por desenvolver as atividades propostas com seus alunos e relatar ao professor tutor os resultados obtidos. O programa ainda esta em andamento, sendo assim, vamos nos limitar a contextualização do programa e apresentar algumas das atividades propostas aos tutores sobre variantes linguísticas, bem como planejamentos por eles elaborados. Palavras-chave: formação continuada – língua portuguesa – variantes linguísticas CONTRIBUIÇÕES DO PIBID NA FORMAÇÃO DO ALUNO DE PEDAGOGIA: UMA EXPERIÊNCIA COM A ENGENHARIA DIDÁTICA NO ENSINO DE LÍNGUA MATERNA Ana Sílvia Moço Aparício Maria de Fátima Ramos de Andrade (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) Neste trabalho, apresentamos resultados parciais de uma investigação sobre as contribuições do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) para a formação de alunos de Pedagogia participantes do projeto PIBID/USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), iniciado no segundo semestre de 2011. Esse projeto, em andamento, tem como eixo principal a realização de ações/intervenções, orientadas pela metodologia da “Engenharia Didática” (Artigue, 2006), que prevê quatro fases essenciais para a realização de um projeto de intervenção didática: análise preliminar, elaboração de um sequência didática e análise a priori, desenvolvimento da sequência didática e uma análise a posteriori, seguida de uma possível validação da sequência didática. O projeto PIBID/USCS/Pedagogia prevê a realização dessas etapas focalizando o ensino da Língua Portuguesa, seguindo a abordagem do trabalho com gêneros textuais na perspectiva do grupo de Genebra (Scheuwly & Dolz, 2004). 61 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Inseridos nesse processo, os alunos bolsistas são orientados a produzir registros e relatos reflexivos sobre as práticas observadas e/ou realizadas nas classes em que atuam junto ao professor regente. São essas produções escritas os dados de análise deste trabalho. A metodologia utilizada para esta pesquisa é de base qualitativo-interpretativista, orientada pelos princípios da pesquisa-ação. Os resultados iniciais apontam que o fato de o licenciando participar do cotidiano da escola, interagindo com o professor regente e os alunos, é fator determinante para a construção de seu fazer docente, aliando teoria e prática. Além disso, destaca-se o papel importante das reflexões realizadas nos encontros de formação dos bolsistas na Universidade, sob a orientação dos professores coordenadores. A oportunidade que os bolsistas têm nesse espaço de interação e discussão contribui para a transformação de suas crenças, hábitos, atitudes, habilidades, o que certamente os torna melhor preparados para a docência e para lidar com as diferentes situações de ensino e aprendizagem na comunidade escolar. Palavras-chave: PIBID; Engenharia Didática; Formação de professores. O LIVRO E A ESCOLA PÚBLICA NOTURNA (RJ): LETRAMENTO E CONTEXTO SOCIAL Anderson Ribeiro (UERJ / UNISUAM) Desde que iniciei a pós-graduação em 2004 (UERJ), debruço-me sobre a política de formação de leitores, partindo da língua como elemento mediador. Para suprir as lacunas de analfabetismo funcional apresentadas pela escola básica, desenvolvo atualmente, com um grupo de professores, o projeto Orientação de letramento(s) e construção de percursos de leitura de jovens e adultos nos Ensinos Fundamental e Médio: o protagonismo do sujeito-leitor na constituição dos sentidos, sob a coordenação da Profª. Drª. Maria da Graça Cassano e a chancela CAPES. O objetivo é apresentar condições pedagógicas para que os participantes se tornem, com a orientação do professor-pesquisador, agentes letradores, ou seja, um multiplicador da leitura literária não só no ambiente escolar mas também em outros espaços sociais por onde transita. Na presente comunicação, dentro de uma perspectiva etnográfica (ANDRÉ, 2008), pretendo, a partir do que se esboçou, apresentar as primeiras experiências registradas a respeito dos percursos de leitura realizados por meus alunos no Colégio Estadual Maria de Lourdes de Oliveira Lavôr – Tia Lavôr, na Ilha do Governador (RJ), onde atuo diretamente com o projeto. Dessa maneira, poderei encontrar e repensar o meu papel e o meu fazer diário que deve acampar o trinômio ação → reflexão → ação. Como destaca Cassano (2011), tais ações podem representar “uma dinâmica de trabalho que leve em conta a construção de sítios de significância” por parte dos alunos, “tornando possíveis gestos de interpretação com base em sua historicidade” (Idem). Quanto à base teórica, sirvo-me de um amplo aparato que trata de leitura (RIBEIRO, 2011), construção de sentido (KOCH, 2003), interação (BAKHTIN, 2003; 2004), dialogismo (BAKHTIN, 2008) e letramento (COSSON, 2006; KLEIMAN, 1995). Palavras-chave: letramento; prática de ensino; formação de leitores. AVALIAÇÃO ESCOLAR, LEITURA E LITERATURA André Luís Batista Martins (Universidade Federal de Uberlândia) Neste artigo, abordo elementos do processo de avaliação escolar a partir do contexto específico da formação de leitores, focando a leitura literária. Trago a perspectiva diagnóstica e dialógica da avaliação, fundamentada em Luckesi (2004) que entende a avaliação como um processo de subsidiar a construção do melhor resultado possível e não apenas aprovar ou reprovar. Discuto a ideia da necessidade de uma abrangência maior do processo avaliativo. Do mesmo modo, os professores teriam a avaliação como parte do dia a dia de suas aulas. Parto do pressuposto de que a ação avaliativa deve constituir-se em um reflexo do trabalho em termos produtivos. Para que, assim, alunos possam ser avaliados a partir da construção de um processo qualitativo/quantitativo de exposição e envolvimento com os conteúdos formais, principalmente no que diz respeito à leitura reflexiva. A avaliação não deve se pautar apenas pelo aspecto quantitativo de questões que esperam do aluno o julgamento certo ou errado, reguladas por parâmetros de apreciação exclusivos do professor. No meu entendimento, o processo avaliativo deve valorizar os diferentes olhares que o aluno possui sobre o objeto estudado. Principalmente, quando se trata de leitura. De tal modo, entendo que tratar as habilidades de leitura implica promover ações pedagógicas que encaminhem o aluno para uma relação de identificação e pertencimento com o próprio ato de ler e com a obra literária. E, concluo que devemos sustentar o papel, eminentemente, político da avaliação como forma de julgar a qualidade do ensino oferecido, bem como apontar as responsabilidades adequadamente. Palavras-chave: Avaliação escolar. Leitura. Literatura 62 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas O TEXTO FÍLMICO NAS PRÁTICAS DE LETRAMENTO EM LE: INTEGRAR, FORMAR E (DES) CONSTRUIR Andréa Conceição Braga Antunes Kelly Pereira de Carvalho Luciana Maria da Silva Figueiredo (Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio – FIOCRUZ) O objetivo do nosso trabalho é apresentar atividades de letramento em Língua Estrangeira (Inglês/ Espanhol) baseadas em textos fílmicos, com a finalidade de contribuir para a prática docente no Ensino Médio, sobretudo no contexto escolar público. Entendemos que autilização de filmes em sala de aula pode ser uma forte aliada numa proposta de educação lingüística que aponte para a desestabilização de crenças e valores cristalizados (FABRÍCIO, 2008). Quando os sujeitos do processo de ensino-aprendizagem, ou seja, professores e alunos analisam a estética, imagens, temas e diálogos de um filme, suas percepções acerca do contexto sóciohistórico em que língua e linguagem estão inseridas podem ganhar novas perspectivas (THIEL &THIEL, 2009). Além disso, a opção pelo referido gênero, assim como por um determinado filme que tematize questões referentes às línguas estrangeiras em questão, não só mobiliza nosso conhecimento de mundo, mas também potencializa a ampliação de repertório de sentidos, bem como de nossa reflexão crítica. Maria cheia de graça, enquanto texto fílmico, foi selecionado como o elemento gerador para incitar a discussão entre os alunos e as professoras das respectivas disciplinas, uma vez que contempla uma temática que integra tanto a língua espanhola quanto a língua inglesa. Sendo assim, os alunos foram orientados a assistirem ao filme na sua íntegra e, posteriormente, motivados a refletirem sobre questões previamente elaboradas pelas professoras, com o objetivo de dimensionar o campo de argumentação dos alunos no momento do debate. Dentre outras coisas, podemos ratificar a relevância do uso do texto fílmico na formação crítica dos sujeitos envolvidos nas práticas de letramento em LE. SISTEMAS ADAPTATIVOS COMPLEXOS NA APRENDIZAGEM DE ESPANHOL EM TELETANDEM Andressa Carvalho Silva Oyama (PPGEL - UNESP S. J. RIo Preto) Segundo a teoria dos sistemas complexos, os processos de aprendizagem envolvem, simultaneamente, tanto a perspectiva individual (uma vez que cada aprendiz tem sua história de vida, sua cognição, sua afetividade, seu físico etc.) quanto a social, dado que, ao participar de um evento de aprendizagem em um grupo, cada sistema individual não pode ser analisado separadamente de sua interação com outras partes do sistema: ao mesmo tempo em que modifica, sofre modificação, em uma constante dinamicidade. Por isso que se faz necessário observar o indivíduo em si mesmo e também em sua relação com o outro e com o contexto no qual vive, de modo a vislumbrar o comportamento dos sistemas complexos presentes. Este trabalho analisa, mediante a perspectiva dos sistemas complexos, como se dá a aprendizagem de espanhol como língua estrangeira em Teletandem por dois estudantes brasileiros do curso de Letras - pares português-espanhol. Nesse contexto, por meio de encontros virtuais periódicos nos quais somente uma língua é usada para a comunicação (em tese), ocorre o intercâmbio linguístico entre falantes de diferentes línguas. Por se tratar de uma pesquisa qualitativa - com triangulação de dados - de base etnográfica, foi realizada a coleta e análise de interações em áudio e em chat, de diários de interação, de sessões de mediação, de entrevista e de e-mails trocados entre os pares. Até o presente, foi possível verificar que os atratores durante o processo de interação – estados de ‘convergência’ do sistema – ocorrem devido a diversos fatores, os quais podem ser considerados, muitas vezes, como subsistemas derivados do sistema complexo maior, Teletandem. Palavras-chave: Teletandem – língua espanhola - complexidade ENSINO DA LEITURA DO NÃO-DITO, COMO PARTE DA EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA DO PROFESSOR Angela Maria Torres Santos Algumas atividades de leitura, sugeridas em livros didáticos e desenvolvidas pelos professores, favorecem a concepção de ler como mecânica decodificação, não permitindo que o aluno acione outras capacidades para interagir com o texto. Pouca importância é dada às informações inferenciais e as atividades propostas não exploram essa competência. Diante disso, este trabalho propôs questões diferenciadas de interpretação de leitura, em grupos discentes distintos, com o objetivo de avaliar a importância da interferência do professor na formação da competência leitora. Fundamentando-se em teóricos como Dell’Isola, Marcuschi, Antunes e Soares, dentre outros, valoriza-se o ato de ler além do dito. Para isso, no grupo 1, foi utilizada a proposta do 63 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas texto “A morte da tartaruga”, de Millôr Fernandes (ALP – Análise, Linguagem e Pensamento, FTD,v. 5, 1998). Viu-se que a exploração do texto aplicada ao grupo 1 é lacunar, ficando os alunos limitados à simples compreensão textual, sem exploração da implicitude da linguagem. No 2, trabalhou-se o mesmo texto, apresentando-se questões objetivas e inferenciais, evidenciando-se que essa prática pedagógica possibilita os leitores a perceberem as múltiplas compreensões do texto, influenciadas pelo conhecimentos de outros contextos socioculturais. Conclui-se serem necessários professores detentores de uma educação linguística que os habilitem a exercerem práticas pedagógicas reflexivas, entendendo o ler e o compreender textos como processos ativos, inovadores e de reconstrução, propiciando aos alunos perceberem como e por que suas leituras são determinadas por seus conhecimentos prévios, por suas histórias de vida e por processos inferenciais. É preciso cuidado com o processo de desenvolvimento de estratégias de leitura e compreensão textual, propondo-se atividades significativas de leitura, compreensão e interpretação crítica. Faz-se necessário repensar as práticas pedagógicas de leitura, advindo daí desenvolvimento nas competências linguísticas dos alunos, tornando-os leitores proficientes. Palavras-chave: Ensino. Leitura. Inferência. ESTUDO DESCRITIVO SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA NA FRONTEIRA TABATINGA (BRASIL)-LETÍCIA (COLÔMBIA). Antônia Marinês Goes Alves (IFAM - Campus Tabatinga) Este trabalho busca mostrar o cenário do ensino de língua espanhola (L.E) e, por conseguinte da atuação docente na fronteira Tabatinga (Brasil)-Letícia (Colômbia). Embora a (L.E) faça parte do cotidiano da população destas cidades, observa-se uma distorção no papel da disciplina e do professor de L.E. A Lei 11.161/2005, que sinaliza a obrigatoriedade do ensino de língua estrangeira no Brasil. O estudo esteve direcionado a profissionais que atuam na disciplina de L.E, formados em Letras língua espanhola ou em outras áreas. Aplicaram-se questionários acerca da formação e descrição do cotidiano de sala de aula, acerca da postura do aluno frente ao ensino, além do uso de ferramentas e estratégias motivacionais voltadas para o ensino de L.E. O referencial teórico tem os autores Bakhtin, Escandell, Duranti, Appel y Muysken, Bagno, entre outros, que contribuíram de forma relevante para esse estudo. Foi possível perceber o alto número de profissionais que atuam na disciplina apenas por afinidade ou por falta de opção, além da necessidade de conhecimento de alternativas metodológicas e conceituais que direcionem o processo de ensino-aprendizagem. Observa-se assim que é necessário repensar o ensino de L.E. na fronteira Tabatinga-Letícia. Torna-se impossível pensar o ensino fora de uma perspectiva que englobe a vivência e a cultura da L.E. E sob esse aspecto a metodologia enunciativa discursiva se mostra como a mais propícia devido à sua abrangência e alcance. Palavras-chave: Ensino; língua espanhola; fronteira Tabatinga-Letícia. VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: UMA PERSPECTIVA COMPARATIVA ENTRE OS DIZERES DOS PCNS E AS CONCEPÇÕES DOS FUTUROS PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA Ariana de Carvalho (UFV) Maíra Ferreira Sant'Ana(UFV) O presente trabalho tem como objetivo demonstrar a concepção que futuros professores de Língua Portuguesa de uma Universidade Pública do interior de Minas Gerais têm do fenômeno da variação linguística em comparação com os apontamentos sobre variação trazidos pelos PCNs de Língua Portuguesa. Para isto, foi realizada uma pesquisa com vinte alunos do curso de Letras do oitavo período da mesma universidade por meio de um questionário aberto composto por seis perguntas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (PCNs) correspondem a um documento oficial relevante e socialmente legitimado quanto ao objetivo de orientar os professores para sua prática. Segundo esse documento, a finalidade da educação escolar deve ser formar cidadãos críticos, para tanto, preconiza um ensino voltado para a valorização do patrimônio social brasileiro. Ademais, desenvolve uma orientação direcionada para o fenômeno da variação linguística, pois considera que o estudo desse fenômeno é essencial para formação da consciência linguística e desenvolvimento da competência discursiva do estudante, já que este se encontra em um meio social marcado pela diversidade. Concepção semelhante defende Marcos Bagno, segundo o qual deve ser objetivo da aula de português fazer com que os alunos alcancem o processo de reflexão linguística, cabendo ao professor mostrar a eles os valores sociais conferidos por cada variedade. Em consonância a tais explanações, Adail Sobral afirma que menosprezar o ensino das variedades linguísticas em sala de aula é um ato empobrecedor da língua e demonstra um desconhecimento da realidade da mesma, o que pode acarretar o desenvolvimento de um ensino pouco significativo. Os resultados sugerem que há uma certa incompatibilidade 64 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas entre o depoimento dos professores em formação e o que se encontra nos PCNs, o que demonstra que, apesar de conhecerem a teoria destes documentos, estes professores não aplicam este conhecimento em suas práticas. Palavras-chave: variação linguística, futuros professores, PCNs de Língua Portuguesa A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E O PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA NO CONTEXTO DAS ESCOLAS DO CAMPO Arlete Tavares Buchardt (SEDUC/CEFAPRO) Este trabalho tem por objetivo socializar os resultados do acompanhamento à formação continuada realizada no Estado de Mato Grosso na perspectiva do “Projeto Sala de Educador” às Escolas do Campo do CEFAPRO (Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica) de Sinop. A Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso orienta a utilização de uma matriz curricular para as Escolas do Campo centrada nas Ciências Agrárias e projetos interdisciplinares que considere o contexto da Escola do Campo e a identidade da comunidade escolar campesina. Sendo que o currículo da Escola do Campo é predominantemente urbano objetivamos trabalhar ações norteadas pelo contexto campesino provendo suporte teórico e metodológico para possíveis alterações curriculares na Área de Linguagem, especialmente na disciplina de Língua Portuguesa. Trabalhamos com os gêneros textuais memórias e poesias objetivando resgatar a identidade do camponês. Adotamos a metodologia do Estudo de Caso com entrevistas semiestruturadas, análise de documentos e observações de campo, pautando-nos sobre o aporte teórico dos profissionais que discutem a formação continuada e formação do professor de Linguagem (Imbernón, 2010; Magalhães e Fidalgo, 2011), bem como dos estudiosos da Educação do Campo (Molina 2006; Reck 2007; Souza 2006; Therrien e Damasceno 1993; Arroyo, Caldart e Molina 2008) e dos linguístas que tratam dos gêneros textuais e da linguagem em uso (Bakhtin, 2010; Marcuschi, 2008; Moita Lopes, 2006). Constatamos que as inovações e contextualizações foram significativas, gerando produções textuais que apresentam e ressaltam a realidade do entorno da comunidade escolar campesina e que os professores, a partir dessa formação e dessas orientações, perceberam novas possibilidades curriculares contextualizadas para o desenvolvimento das atividades de Língua portuguesa nas Escolas do Campo. Palavras-chave: Formação continuada; Escolas do Campo; Gêneros textuais. EXPERIÊNCIAS DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO: O PAPEL DO CELIN NA CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA DE UMA PROFESSORA Bárbara Cotta Padula (Universidade Federal de Viçosa) Sabe-se que para se tornar um professor de idiomas competente, linguística e pedagogicamente, requer-se uma boa formação. Vários pesquisadores (VIEIRA-ABRAHÃO, 2002; CRISTOVÃO, 2002; MICCOLI, 2011; CASTRO, 2009; GIMENEZ ET AL., 2002; CELANI, 2002) apontam para a necessidade de se estudar afundo este tema a fim de auxiliar os profissionais empenhados na formação de novos professores e ajudar, também, os próprios estudantes que se interessam pelo assunto. Assim, este trabalho tem o objetivo de identificar como a experiência de acompanhamento em um centro de extensão em Língua Inglesa (LI), em uma universidade federal, auxilia na formação de uma professora em pré-serviço, observando a construção de sua identidade como profissional durante aquela experiência. Segundo Miccoli (2010) através da investigação de experiências pode-se compreender partes importantes do processo de ensino e aprendizagem, pois esta traz à tona relações e acontecimentos vivenciados ao longo das interações entre professor e estudante. Parmar (1990) entende que as identidades não são fixas, mas diferenciadas e podem ser reposicionadas constantemente. Nesta pesquisa, para a coleta de dados, primeiramente foi solicitada uma narrativa na qual a participante teve a oportunidade de fazer uma reflexão sobre o início de sua prática docente naquele centro de extensão, considerando, também, suas experiências anteriores. Durante o desenvolvimento da pesquisa reuniões quinzenais foram gravadas e, posteriormente, transcritas, nas quais foram discutidos assuntos relacionados à atuação daquela professora. Além disso, observações e filmagens de aulas foram feitas. Ao final do primeiro semestre letivo, foi solicitada outra narrativa na qual a professora em formação relatou como essa experiência contribuiu para sua formação identitária. Neste trabalho, serão apresentados os resultados da análise dos dados e a contribuição verificada do acompanhamento pedagógico na formação dessa professora e na construção de sua identidade. AFINAL, COMO FOI A AULA, PROFESSORA? ALGUNS MODELOS DE FEEDBACK DURANTE O PROCESSO DE SUPERVISÃO DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO 65 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Barbra Sabota (CEPAE-UFG) Este trabalho é um recorte de um estudo bibliográfico sobre a interação na formação universitária do professor de línguas estrangeiras, desenvolvido em nossa instituição. A pergunta do início do título se interpõe com muita frequência no cenário de formação de professores de LE. É comum que estagiários busquem na fala do professor-supervisor um relato que valide sua prática ou alguma consideração sobre o que ainda falta aprimorar para que ele termine seu estágio. Mas como podemos, como professores formadores, agir neste momento tão importante de modo a contribuir para a construção de uma identidade profissional autônoma deste futuro professor? Nosso objetivo/foco central aqui é, portanto, no feedback que ocorre após as observações de aula na escola-campo e, em decorrência disso, a) no evento de observação de aulas, que pode ser um momento de geração de estresse e comprometimento das relações interpessoais (RICHARDS, 1998), que pretendemos discutir e b) na observação e moderação da linguagem utilizada durante as discussões, quando apresentamos e analisamos alguns modelos de críticas observadas comumente nestes momentos, classificando-as em: colaborativa, construtiva e desconstrutiva. Para tal caracterização, foram observados critérios linguísticos e paralinguísticos. Considerando que o momento de feedback pode favorecer o aprimoramento de conhecimentos específicos (como melhorar a acuidade gramatical ou fluência em uma língua, por exemplo), propiciar a reflexão e o desenvolvimento da criticidade sobre a sua atuação como docentes (MAGALHÃES, 1996; LIBERALI, 1996; SABOTA, 2005; BORELLI, 2006) e, ainda, atuar como suporte no modo como o estagiário começa a definir sua identidade profissional (MARSHALL, 2008), este estudo se pauta pela possibilidade de que a interação colaborativa pode acontecer na formação universitária de professores de línguas e favorecer tal autonomia, contribuindo, assim, para a constituição da identidade do futuro professor de línguas. Palavras-chave: identidade profissional; autonomia; interação colaborativa. TO BE OR NOT TO BE AN ENGLISH TEACHER: REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DA IDENTIDADE DE PROFESSOR DE LÍNGUAS DE ALUNOS DE UM CURSO DE LETRAS INGLÊS Beatriz Gama Rodrigues (Universidade Federal do Piauí) Esta comunicação tem por objetivo refletir sobre o dilema de ser ou não um “profissional do ensino de línguas” (Celani, 2003) e a difícil construção da identidade profissional de alunos do curso de Letras Inglês da Universidade Federal do Piauí após cursarem a disciplina Linguística Aplicada, investigando o impacto (se existente) das discussões e leituras realizadas durante as aulas na graduação e em outros momentos importantes de sua formação como aprendentes e futuros professores de língua inglesa. Vários autores, tais como Rajagopalan (2001), Almeida Filho (1992), Paiva (1997), Gimenez (2005), Rodrigues (2007) e Barcelos (1999), vêm investigando a formação de professores de língua inglesa no país. Esses e outros pesquisadores têm refletido sobre a importância de repensarmos o papel dos cursos de formação de professores de línguas no processo ensino-aprendizagem de línguas, considerando, inclusive, a identidade deste profissional e sua participação e impacto no desenvolvimento e aprendizagem dos alunos de várias instituições, principalmente de escolas públicas brasileiras. As reflexões analisadas foram produzidas ao final da disciplina Linguística Aplicada, em uma entrevista semiestruturada e após a realização de uma pesquisa de campo sobre questões relacionadas ao ensino-aprendizagem de língua inglesa em escolas de Teresina e região. Esperamos que este trabalho suscite mais discussões, pesquisas e reflexões sobre a questão da identidade profissional do professor de línguas, com o intuito de contribuir para o processo ensino-aprendizagem de línguas e de formação de professores crítico-reflexivos. Palavras-chave: Identidade profissional. Formação de professores crítico-reflexivos. Ensino-aprendizagem de línguas. O SUJEITO ENTRE-LÍNGUAS EM CONTEXTOS DE IMIGRAÇÃO. E AS POLÍTICAS LINGUÍSTICAS? Beatriz Maria Eckert-Hoff (USP) Com o objetivo de problematizar as políticas linguísticas para o ensino de línguas em contextos de imigração, esta comunicação objetiva trabalhar questões de memória e de identidade na relação sujeito X línguas, em contextos de imigração alemã, no sul do Brasil. Partindo do pressuposto: via Coracini (2007), de que o encontro e o desencontro com a língua nunca é ou passa incólume; via Celada (2005), de que a língua outra entra em relações de captura, de resistência, de confronto com a malha da subjetividade, “como um feixe instável de traços, que decanta de processos de identificação” (p. 47); via Robin (1993), de que a língua não é 66 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas pura reprodução, nem pura descoberta de alhures, é sempre um jogo de similitudes e de afastamentos, problematizamos a relação do sujeito com as línguas, no caso, a língua nacional e a língua de imigração, como formas de produzir reflexões a partir do vivido, do experimentado pelo sujeito entre-línguas, em contextos de imigração. Com base nos pressupostos da Análise de Discurso, em aliança com fios da Psicanálise, compreendemos o sujeito cindido e clivado e a linguagem como o lugar do equívoco. O corpus é constituído a partir de dois relatos: um, de entrevistas semidirigidas com descendentes de imigrantes, coletadas no sul do Brasil; outro, de cartas escritas por imigrantes alemães e seus descendentes, datadas a partir da segunda década do século XIX até a primeira metade do século XX, coletadas em arquivos públicos e privados, na Alemanha. Os primeiros gestos de interpretação nos mostram que é nas travessias dos sujeitos, das línguas, das culturas, das nações, que se mostram errâncias e inscrições de do sujeito na(s) e da(s) línguas(s), ao longo da história de imigração. Queremos, com este estudo, provocar deslocamentos no campo da Linguística Aplicada e da Análise do Discurso, no que tange às políticas linguísticas, que permitam olhar para os espaços em que a língua não é (aparentemente) “controlada”, mas age em contextos específicos, para promover formas de inclusão no/pelo simbólico que não suponham o silenciamento na(s), da(s) e pela(s) língua(s). Palavras-chave: sujeito, línguas, imigração A ABORDAGEM INTERCULTURAL PARA O ENSINO DE INGLÊS NO ENSINO MÉDIO Breno Dias Oliveira (Mestrando/UFAL) As discussões acerca do que é cultura têm sido travadas há muito tempo e em diversas áreas do conhecimento humano, inclusive no campo de ensino e aprendizagem de inglês como língua estrangeira (LE). Muito se fala da importância das questões culturais para o ensino de LE e dos desafios não de ensinar língua e cultura, mas língua como cultura (KATRA, 2008), em que os aspectos culturais não devem constituir um “currículo turístico” (SANTOMÉ, 1995), pois não interferem na formação crítica e distorcem a autenticidade de práticas sociais. Apesar de o inglês estar sendo difundido e ensinado em todos os lugares do mundo, as questões culturais, intrínsecas à língua, não parecem receber o mesmo tratamento nas salas de aula. O pensamento tradicional do ensino enfatiza muito mais - senão exclusivamente - os aspectos estritamente linguístico-estruturais do que culturais. Diante disso, é importante compreender que alternativas e contribuições uma abordagem intercultural para o ensino de inglês pode oferecer para o desenvolvimento da consciência cultural crítica por meio de oportunidades de construção de atitudes (relativização de si e valorização do outro), conhecimento (de si e do outro), habilidades (de descobrir, interagir, interpretar e relacionar aspectos entre duas ou mais culturas) permeados por uma educação política (BYRAM, 1997). Em busca dessa compreensão, realizou-se uma pesquisa qualitativa, de base metodológica narrativa e reflexiva, em que se interpretaram aulas, questionários e entrevistas com estudantes de ensino médio envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. A pesquisa revelou que, apesar de limitações e restrições, (a) o processo de conscientização foi desencadeado, (b) a experiência vivida permitiu o desenvolvimento parcial da consciência cultural crítica dos participantes e (c) a necessidade de desenvolver uma pedagogia que contemple as relações interculturais de forma sistemática e consciente. Palavras-chave: Cultura. Ensino de Língua Inglesa. Abordagem Intercultural. Consciência Cultural Crítica. PROFESSORES PRÉ-SERVIÇO DE INGLÊS: SUAS CRENÇAS, IDENTIDADES, MOTIVAÇÕES E EXPERIÊNCIAS EM RELAÇÃO À INFLUÊNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO Bruna Martins de Oliveira (Universidade Federal de Viçosa) Este trabalho apresenta resultados parciais de uma pesquisa longitudinal que investiga identidade, motivação, crenças e experiências de uma turma do curso de Letras durante o sexto e o sétimo períodos de sua graduação. O objetivo geral foi investigar se e como o estágio supervisionado influencia os tipos de crenças que alunos de Letras (professores pré-serviço), em seu sexto e sétimo períodos do curso, possuem a respeito do processo de ensino e aprendizagem de inglês, bem como a relação dessas crenças com suas experiências de aprendizagem e ensino de línguas, motivação para ensinar e construção de suas identidades de professores de línguas. O referencial teórico utilizou-se de estudos de crenças (ARAÚJO, 2006; BASSO, 2006; BARCELOS, 2004, 2004b, 2007; MORAES, 2006; PASCHOAL, 2009; SILVA, 2006; identidades (BOHN, 2005; DÔRNYEI, 2005; MOITA LOPES, 2007; PIMENTA, 2004; TELLES, 2004, 2009), motivação (DORNYEI, 2005; MARQUES & KAWACHI, 2010; SUSLU, 2006; JESUS e SANTOS, 2004;) e experiências (MICCOLI, 2007; ARAGÃO 2008). Esta é uma pesquisa qualitativa, de cunho exploratório e descritivo, realizada com alunos de Letras ingressantes de 2009 (durante os 6º e 7º períodos do curso, 2011-2 e 2012-1). A metodologia consistiu de um grupo focal, um questionário semi-aberto, uma narrativa e uma entrevista. Os resultados apontam que o 67 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas engajamento dos alunos de Letras em experiências de ensino desde o início do curso pode contribuir para uma identificação maior com a profissão, embora outros fatores como experiências e professores anteriores podem influenciar essa complexa relação. Uma das conclusões deste estudo é que essa experiência é fundamental para a identidade desses futuros professores. Apesar disso, muitos apresentam a construção de uma identidade fragmentada em relação a ser professor. De um modo geral, eles não se identificam com a profissão, apresentando o não desejo inicial de ser professor basicamente devido à incerteza em relação ao futuro e a falta de recompensas materiais na carreira. Os resultados fornecem subsídios para os cursos de formação de professores de línguas ao procurar compreender como os alunos de Letras (professores em formação) se mostram motivados ou não para serem professores, quais crenças possuem e quais experiências e identidades profissionais constroem durante sua trajetória no curso de Letras. Palavras-chave: Identidade; crenças; estágio supervisionado. CRENÇAS E IDEOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES DE PROFESSORES E CRIANÇAS POR MEIO DO ENSINO DE LE Camila Andrade (PG/UnB) Marcelo Santos (PG/UnB) Norma Hamilton (PG/UnB) Nos últimos anos, o ensino de línguas estrangeiras para crianças (LEC) tem assumido uma posição de destaque não somente para os progenitores que almejam ver seus filhos proficientes no idioma (SANTOS, 2005; ORTIZ, 1994), mas, também, para pesquisadores da Linguística Aplicada (ROCHA, TONELLI e SILVA, 2010) – e aqui se situa o presente estudo – na tentativa de prover teorias referentes a LEC que maximizem as chances de obtenção de êxito nessa área. Assim, orientados por uma concepção de língua(gem) como prática social, dialógica e, também, cultural (BAKHTIN, 1999; KRAMSCH, 1998 ), entendemos que a própria língua(gem) carrega em si crenças (BARCELOS, 2000) e ideologias (FAIRCLOUGH, 2001; PHILLIPSON, 1992), que influirão na (trans)formação da identidade (HALL, 2000; WOODWARD, 2000) de professores e alunos (crianças). Para ilustrar o que dissemos, aplicamos questionários a professores de LE que, após analisados sob a perspectiva interpretativista e teórica da análise do discurso crítica, nos levaram à conclusão de que o discurso docente está entrecortado por crenças que dizem respeito à idade apropriada para se aprender uma LE, por exemplo, e por ideologias, entre as quais se destaca a posição imperialista da língua estrangeira, em nosso caso, o inglês. Tais crenças e ideologias (re) moldam a identidade de professores e, por extensão, de seus alunos, conforme os discursos analisados sobre a visão de ensino-aprendizagem que eles têm. Assim sendo, é crucial a compreensão de que os discursos na sala de aula são permeados por crenças e ideologias para que o professor, uma vez consciente disso, se posicione criticamente diante delas e venha a ser um formador de cidadãos críticos. Por fim, propomos o uso da pedagogia crítica/radical (SILVA, 2000; GIROUX, 1987) para a conscientização do professor sobre a questão em foco e seu posicionamento crítico. Palavras-chave: Identidades, Crenças, Ideologias. PROFICIÊNCIA ORAL DE (FUTUROS) PROFESSORES DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA: UMA ANÁLISE DA QUALIDADE LEXICAL NAS VERSÕES PRESENCIAL E ELETRÔNICA DO TESTE ORAL DO EPPLE Camila Stéphanie Colombo (PPGLE-UNESP/São José do Rio Preto) Exames de proficiência são, como o próprio nome indica, instrumentos de avaliação das competências apresentadas por um candidato em determinada língua-alvo de modo a determinar seu nível de proficiência no idioma. Para que um teste de proficiência seja considerado confiável, segundo Consolo (2008), sua elaboração deve atender a três conceitos básicos – o da validade, o da confiabilidade e o da praticidade –, de modo que seu construto e suas tarefas sejam compatíveis. A pesquisa aqui desenvolvida, de um modo geral, analisa o léxico oral produzido por alunos-formandos submetidos ao exame EPPLE (Exame de Proficiência para Professores de Línguas Estrangeiras) nos anos de 2009 (versão eletrônica) e de 2010 (versão presencial e eletrônica), investigando, por meio do programa RANGE, a qualidade lexical encontrada em cada aplicação do teste oral do EPPLE e comparando os resultados de ambas as versões do exame realizado no ano de 2010. Diante dos dados analisados, foi possível levantar um questionamento acerca da necessidade de a linguagem de um professor apresentar (ou não) alta complexidade; verificar que, no contexto analisado, o exame EPPLE, tanto em sua versão presencial quanto em sua versão eletrônica, apresentou-se como um instrumento de avaliação confiável para medir a proficiência oral de (futuros-) professores de língua inglesa; e, por fim, refletir acerca do papel destinado à interação na versão eletrônica, uma vez que, em tal versão, o aluno deixa de 68 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas interagir com outro candidato ou com o examinador, o que leva ao questionamento da presença de tal elemento comunicativo na referida situação de teste e, em caso afirmativo, do tipo de interação ocorrido nesse contexto – visto que, em termos avaliativos, ambos os contextos mostraram-se equivalentemente confiáveis. Palavras-chave: léxico, avaliação, meio eletrônico. MULTILETRAMENTOS NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA: (RE) CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES ÉTICAS E EMANCIPAÇÃO SOCIAL. Carla Cristina Braga dos Santos (Universidade de Brasília) As identidades são construções sociais e, nesse sentido, somos construídos nos encontros interacionais, como a sala de aula. Desse modo, identidades são constantemente construídas, remodeladas e transformadas a partir dos sentidos que damos às nossas experiências (cf. Mastrella-de-Andrade, 2012). Ao atribuir sentidos às relações sociais e às práticas imbricadas nelas, construímos características do eu pessoal e consequentemente do eu social. Todavia, há uma grande problemática envolvida: do mesmo modo que as relações sociais constroem o eu, esse processo é limitado socialmente. Essa limitação ocorre, pois as práticas sociais do letramento, aqui entendido como práticas socioculturais associadas à leitura e a escrita em diferentes contextos (KLEIMAN 1995), estão relacionadas a estruturas de poder da sociedade. Desse modo, se faz necessário possuir níveis de letramentos desejáveis para ler as situações do cotidiano, refletir e se apropriar dos conhecimentos e informações disponíveis para que através da leitura do mundo materializada na escrita, a identidade e a emancipação sociocultural se construam. Nesse contexto, a aula de língua materna é um espaço privilegiado para os múltiplos letramentos necessários para a emancipação e a agência social e, para tanto, o professor deve ser um agente de consciência linguística (FAIRCLOUGH, 1992), uma vez que a linguagem constrói significados contextualizados para agir na vida social, e, além disso, ser um intelectual, como postula GIROUX, 1997. Dentro dessa perspectiva, esta pesquisa de mestrado, ainda em andamento, busca gerar dados, por meio de análises documentais (redações de alunos do final do ensino fundamental II) e entrevistas com alunos e professores, numa fase posterior. As análises terão como o foco o trinômio multiletramentos-identidade-poder e os resultados serão norteadores para mudanças na metodologia de ensino de língua portuguesa (enfatizando a produção de textos), na elaboração de materiais didáticos e na formação inicial e contínua de professores de línguas. RESSIGNIFICANDO O ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO DE LÍNGUA INGLESA ATRAVÉS DE PRÁTICAS COLABORATIVAS. Carla Renata Natalli Machado (Instituto Federal Espírito Santo IFES) Neste artigo apresentamos a parceria colaborativa informal iniciada em 2007 entre o Ifes e a UFES, seus objetivos, perspectivas, pontos positivos e negativos, segundo a percepção das professoras de ambas as instituições. Mostraremos ainda como esta parceria tem colaborado para a formação crítico reflexiva dos sujeitos envolvidos, segundo Liberali (2008) e para a construção de um currículo centrado nas necessidades dos alunos dos cursos de ensino médio integrados aos cursos técnicos do Ifes. Para a construção desse currículo são utilizados os pressupostos do ESP (Inglês para Fins Específicos) defendidos por Hutchinson e Waters (2005) e a construção do currículo apresentado por Nunan (1992) e Richards (2009). Este trabalho se caracteriza como um estudo de caso de caráter qualitativo. Foram utilizados questionários e entrevistas semiestruturadas com as 04 professoras participantes do projeto de parceria. Os resultados indicam que a parceria colaborativa mantida entre as duas instituições tem sido essencial para a construção de um currículo centrado nas necessidades de cada grupo, proporcionando uma ressignificação da disciplina estágio supervisionado, bem como uma maior integração entre a academia e a escola. Concluímos que o modelo de parceria aqui apresentado colabora para a formação inicial e continuada de professores reflexivos e possibilita o pensar de novas concepções de ensino e de propostas curriculares voltadas para as reais necessidades dos alunos. Palavras-chave: parceria colaborativa; currículo; professor reflexivo POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E IDENTIDADE CULTURAL Carine Kelly da Costa (bolsista IC) Angela Derlise Stübe (orientadora) (Universidade Federal da Fronteira Sul - Chapecó/SC/Brasil) 69 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Esta pesquisa busca apresentar relevância para as reflexões acerca do processo ensino/aprendizagem e para a formação de professores, e possibilitar, ainda, a interlocução entre pesquisadores da Instituição de Ensino Superior (IES), as escolas e os profissionais da educação no ensino básico. Este estudo visa a analisar representações de língua(s) que emergem em narrativas de professores da rede pública de ensino na região de abrangência da UFFS – Chapecó/SC, para, então, discutir consequências à formação dos sujeitos. Para isso, trabalhamos com narrativas de professores, coletadas por meio de entrevistas gravadas em áudio, que lhes possibilitam narrar suas experiências com língua(s), a fim de, a partir dessa discursividade, podermos depreender possíveis representações de língua(s) calcadas no imaginário sócio-histórico. Para apreender e interpretar o imaginário sobre língua, os discursos sobre as políticas linguísticas - tais como documentos oficiais e textos que circulam na mídia regional e estadual - mostram-se relevantes e são objeto de descrição e análise. Do ponto de vista teórico, situamo-nos na interface da análise do discurso com teorias que abordam o sujeito em sua constituição linguística, histórica e social. Em decorrência disso, buscamos uma concepção de sujeito que contemple a heterogeneidade e a contradição que lhe é inerente, como também as determinações histórico-sociais – permeadas pelo desejo e pelo inconsciente – que lhe são próprias. Nas análises dos corpora, inquieta-nos a recorrência de uma visão de língua materna e de identidade sustentada por referenciais logocêntricos, com pouca inserção em práticas e concepções alicerçadas em um processo sócio-histórico e ideológico. (Apoio: Edital MCT/CNPq 14/2010 – Universal, processo número 470175/2010-9) Palavras-chave: Formação de professores, identidade, sujeito, língua CRENÇAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS: RESSIGNIFICAÇÃO OU MUDANÇA? Carlos A. G. Pavan (Secretaria Municipal de Educação - Barretos/SP) Os estudos sobre crenças na Linguística Aplicada têm aumentado significativamente nos últimos anos. Muitos pesquisadores já evidenciaram a importância do estudo das crenças nos processos de ensino e aprendizagem de línguas (BARCELOS, 2006, 2004, 2000; VELOSO, 2007; SILVA, 2010; CONCEIÇÃO, 2011; dentre outros), bem como na formação de professores de línguas (BARCELOS, 2010; SILVA, 2005; VIEIRAABRAHÃO, 2004, 2002; dentre outros). Muitos estudos, no entanto, deixaram de identificar as crenças apenas e passaram a investigar sua interface com outros construtos, tais como a experiência (MICCOLI, 2010), cognições e emoções (BARCELOS, 2010; ARAGÃO, 2010), identidade (MASTRELLA-DE-ANDRADE, 2011), autonomia (NICOLAIDES, 2010), dentre outros. Outra questão que tem norteado tais pesquisas é a maneira como tais crenças se comportam no decorrer desses processos. Recorte de uma pesquisa longitudinal de base etnográfica com pesquisador participante (SANDÍN ESTEBAN, 2010; LÜDKE & ANDRÉ, 1996), no decorrer da qual todo um processo de (trans)formação inicial de professores de línguas foi observado, este estudo almeja (re)discutir e (re) definir alguns aspectos acerca deste tema tão relevante e apresentar seus resultados. Os resultados sugerem que as crenças podem ser modificadas, mesmo que em pequenas proporções, embora a maneira como esse fenômeno se apresenta deve ser observado de maneira cuidadosa. Palavras-chave: crenças, resignificação, mudanças. A CONSTRUÇÃO DE UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA DE UMA REDE PÚBLICA DE ENSINO NO ESTADO DO ES Christine Sant’Anna de Almeida(PUC-SP) A presente comunicação apresentará o caminho percorrido até o momento por uma pesquisadora que tem como objetivo elaborar uma proposta de educação continuada para um grupo de professores de língua inglesa no estado do ES. Tal proposta ancora-se teoricamente em dois pilares – a formação continuada para professores de inglês (CELANI, 2010; MATEUS, 2002; HARMER, 2010) e a prescrição para formação desses professores no Brasil. O primeiro pilar contempla as noções de relevância da língua inglesa no mundo global, do professor reflexivo (BROWN, 2000; PAIVA, 2003; 70 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas RICHARDS & LOCKHART, 1996;), e da teoria de currículos (SACRISTÁN, 2000; APPLE, 2006). E o segundo pilar se apoia em estudiosos da questão e na legislação vigente, e na perspectiva global-local (CANAGARAJAH, 2005; BRYDON, MONTE MOR & SOUZA, 2010). Ao desenvolver um trabalho de pesquisa com o profissional local, preocupando-se com o “seu” fazer, e identificar quais suas carências e, desafios, há uma base sólida para a proposição de um plano de educação continuada consistente a ser desenvolvido com esses profissionais, baseado em suas reais necessidades. Este trabalho é um Estudo de Caso (NUNAN, 1992; JOHNSON, 1992) composto por três fases, que são marcadas por instrumentos de coleta de dados delas característicos. A primeira fase, levantamento de dados e análise de necessidades, tem o questionário (FOWLER, 1990) GILLHAM, 2000) como seu instrumento principal. A segunda fase é caracterizada pelas entrevistas com professores e gestores da Formação Continuada da rede de ensino em questão, e a terceira fase, redação da Proposta de Educação Continuada, contará com anotações de campo durante os encontros para redação e avaliação da Proposta. A trajetória já percorrida, os instrumentos de coleta de dados já desenvolvidos, os dados já colhidos e os desafios que estão na iminência de surgir serão os aspectos a serem expostos e discutidos durante a apresentação. Palavras-chave: formação de professores; educação continuada; professores de inglês da rede pública. A TRANSFORMAÇÃO PROFISSIONAL-IDENTITÁRIA DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA EM UM CONTEXTO DE FORMAÇÃO COLABORATIVA Claudia Christian Silva Valk (Universidade Estadual de Londrina) Estudos revelam que a identidade é construída e constituída sociohistoricamente e está em constante reconstrução. Assim, entendemos que a ponte criada entre a teoria e a prática, que é proporcionda pelo ensino colaborativo (ROTH e TOBIN, 2002), auxilia na construção de possibilidades de aprendizagem do alunoprofessor e, sobretudo, constribui grandemente para sua formação identitária. Igualmente, compartilhamos da noção de que a formação profissional-identitária constitue-se pelas e nas práticas sociais. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é investigar a transformação profissional-identitária de um grupo de professores de língua inglesa, inseridos em um contexto de formação colaborativa. O grupo pesquisado é composto por professores de língua inglesa em seus diversos níveis de formação, a saber, uma professora-formadora, uma professora-colaboradora e três professores novatos. Para tanto, utilizaremos transcrições de áudio e vídeo de uma “conversa reflexiva” sobre um momento em que a professora-formadora denominou ‘conflito’. A partir dos dados, fizemos análises de conteúdo das vozes dos professores participantes deste contexto de formação colaborativa, na tentativa de identificar os diferentes papéis exercidos por cada um dos participantes. O aporte teórico do presente estudo situa-se no campo da identidade profissional de professores (HALL, 2006; BAUMAN, 2005; BEIJAAR; MEIJER; VERLOOP, 2011), bem como na área de formação colaborativa sob a perspectiva sócio-histórico-cultural (PHELAN at al, 1996; ROTH at al, 1999; JOHN-STEINER, 2000; MATEUS, 2009). Por meio da análise feita pudemos perceber que o momento de reflexão sobre o conflito contribuiu para o desenvolvimento de aprendizagem dos participantes desse grupo de ensino colaborativo que foi oportunizado pela professora formadora aos envolvidos, na relação eu-outro, já que foi um espaço de reflexão e constituição identitária do outro e de si próprio. Palavras-chave: Conflitos. Transformação profissional-identitária. Formação colaborativa. BASES DE CONHECIMENTO NO CURSO DE LETRAS: UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A IDENTIDADE DO PROFESSOR EGRESSO DE LÍNGUA INGLESA Celia Carrião (Universidade Estadual de Londrina-UEL) Este trabalho tem como objetivo apresentar estudos da pesquisa de mestrado em andamento, que versa sobre a identidade do professor egresso de língua inglesa e as bases de conhecimento adquiridas e idealizadas que julga necessário para sua atuação profissional. A partir de subsídios da Análise Crítica do Discurso, focamos a 71 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas análise no modo como os participantes percebem suas bases de conhecimento e se constituem como professores de língua inglesa. Para isto, utilizamo-nos de um questionário semiestruturado, contendo quadros informativos, mapeamento e cinco perguntas abertas, tendo como participantes professores egressos do Curso de Letras de uma instituição do interior do Paraná. As justificativas para o presente estudo têm origem na constatação de que as pesquisas que tratam da identidade do professor elencam frequentemente dificuldades do meio em que esse profissional atua, como formação inicial deficitária, professor que não acredita em seu próprio trabalho e desvalorização da disciplina, que parecem ser unânimes em muitos contextos escolares. Assim, para explorar o modo como a identidade do professor de língua inglesa vem sendo construída, mantida ou modificada no meio em que atua, apoiamos nossa pesquisa nos pressupostos teóricos subjacentes à análise realizada, retomando as definições tanto de identidade (FAIRCLOUGH, 2003a; HALL, 2009; BAULMAN, 2005), das bases de conhecimento do professor (SHULMAN, 1986) e os procedimentos de análise textual, postulados primordialmente pela Análise Crítica do Discurso (FAIRCLOUGH, 2003a; 1995; 1992). Os resultados iniciais apontam para uma representação negativa e um descontentamento quanto a sua formação inicial, sobretudo pela ineficácia no ensino da língua em que atuariam como professores, bem como o desejo de alcançar a mais elevada competência linguística conforme descrita por padrões oficiais estrangeiros. PALAVRAS-CHAVE: Identidade. Bases de Conhecimento. Análise Crítica do Discurso. A PERCEPÇÃO DOCENTE SOBRE O INGLÊS COMO LÍNGUA FRANCA Claudia Christian Silva Valk(UEL) Francine Poliseli Percinoto Corrêa(UEL) No cenário em que vivemos, a língua inglesa deixa de ser um privilégio para poucos e passa a ser de uso primordial, especialmente, no mundo acadêmico e dos negócios. Contudo, nos deparamos com tantos ingleses, que mal podemos diferenciá-los, quanto mais entendê-los. Além disto, o falante nativo já não é mais o nosso modelo a ser seguido. Mas como professores de inglês têm visto esta questão? Nesse sentido, realizamos um levantamento bibliográfico (PHILLIPSON 1992; PENNYCOOK 1994; CAMERON, 2002), pois, sentimos a necessidade de entendermos um pouco mais sobre esse novo status da língua inglesa. Para tanto, apresentamos, a seguir, algumas dessas variedades de inglês, bem como suas implicações para o ensino. Trazemos, também, os resultados de uma pesquisa realizada com professores de inglês de oito cidades do norte do Paraná. A finalidade do questionário foi diagnosticar se os professores de inglês têm consciência das transformações que o idioma vem sofrendo e se essas transformações da língua afetam sua prática em sala de aula. Por meio dos dados coletados no que concerne à variedade do inglês ensinada e suas justificativas foi possível detectar, que os professores, de forma geral, consideram o assunto do inglês como língua franca algo ainda muito abstrato e complexo. Consequentemente, o posicionamento com relação ao assunto em pauta demonstra inconsistência por parte dos professores participantes em diversos momentos. No entanto, foi possível detectar que há propensão do ensino do inglês padrão, preferencialmente o americano seguido do britânico, embora, de forma geral, os docentes revelem uma flexibilidade no que concerne ao ensino da língua falada. Palavras-chave: Ensino de inglês. Diferentes ingleses. Língua Franca. NARRATIVAS DE ALUNOS DE LETRAS/INGLÊS SOBRE SUAS APRENDIZAGENS Cleiton Constantino Oliveira (UERN) Considerando pesquisas recentes que se preocupam com o estudo do indivíduo, este estudo apresenta um recorte de uma investigação biográfica realizada com oito alunos universitários de Inglês do estado do Rio Grande do Norte/Brasil. O estudo objetiva capturar as especificidades e complexidades nos processos desenvolvimentais de dois grupos de alunos de Inglês como língua estrangeira: quatro alunos de graduação e quatro de especialização. Assim, a pesquisa tem o intuito de compreender (a) como esses alunos concebem suas próprias aprendizagens de Inglês e (b) como eles veem a si próprios enquanto alunos de Inglês. Os dois grupos de alunos verbalizaram, por meio de entrevistas semi-estruturadas, suas experiências passadas com a aprendizagem de Inglês em diferentes contextos. A biografia dos alunos foi organizada em histórias de aprendizagem e analisadas sob uma abordagem narrativa. Essas biografias revelaram que as abordagens de aprendizagem adotadas pelos alunos são particularmente influenciadas pelo impacto dos diferentes contextos de aprendizagem sob os quais eles estiveram expostos durante o processo educacional. Os resultados da pesquisa indicam que os dois grupos de abordagens parecem estar altamente vinculados ao (a) professortransmissor e (b) orientação para cursos de Inglês no grupo da graduação; e (c) auto-esforço e (d) passividade 72 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas no grupo da especialização. Os resultados também sugerem que essas abordagens são flexíveis, fluidas e sujeitas a mudanças constantes, e que, portanto, são capazes de se entrelaçarem uma com as outras. Palavras-chave: Abordagem, narrativa, identidade. PRÁTICA REFLEXIVA NO CAMPO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO: EXPECTATIVAS, CRENÇAS E VIVÊNCIAS DE ALUNOS-PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA NA ESCOLA DE APLICAÇÃO DA UFPA Cleuma de Almeida Matos do Nascimento (Escola de Aplicação da UFPA) A prática reflexiva tem sido frequentemente apontada como eficaz na compreensão do contexto escolar (JORGE, 2001; VIEIRA-ABRAHÃO, 1996; JOHNSON, 1994; SCHÖN, 1983, 1987) uma vez que oportuniza o professor a conscientizar-se de suas crenças e expectativas, bem como a reconstrução de suas abordagens de ensinar. Na perspectiva do Estágio Supervisionado, essa prática, quando efetivada, é orientada pelo professor da disciplina da graduação, sem nenhuma participação do professor orientador no campo de estágio. A Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará (EAUFPA) funciona como campo de estágio para os cursos de graduação e, em especial, as licenciaturas, e o professor da EAUFPA é responsável por orientar o estágio curricular supervisionado, levando o estagiário a desenvolver habilidades e competências básicas assim como atitudes condizentes com o seu futuro exercício profissional. Neste contexto, este estudo tem como objetivo principal descrever a experiência de sucesso da professora-orientadora da referida escola pública ao assumir o compromisso de não apenas unir os conhecimentos científicos acadêmicos com o exercício das competências profissionais, mas principalmente permitir aos professores-estagiários seu relacionamento concreto com o mundo de trabalho através da prática reflexiva envolvendo planejamento de atividades, análise crítica de situações específicas das turmas por eles acompanhadas e sugerir novas abordagens e metodologias que melhor se adequem às diversas especificidades por eles observadas. Os dados foram coletados através de questionário aberto, narrativas, diário e notas de campo. Os resultados apontam que as crenças e expectativas dos professores-estagiários podem ser resignificadas através das vivências no campo de estágio. A análise dos dados é de cunho interpretativo a fim de alcançar um nível detalhado de compreensão das crenças, vivências e expectativas dos participantes da pesquisa no contexto apresentado. Palavras-chave: Prática reflexiva, crenças, estágio supervisionado. AUTONOMIA E CRIATIVIDADE NA FALA - UM PROCESSO INTERATIVO Christiane Jaroski Barbosa (Faculdade Cenecista de Osório- FACOS/CNEC- Osório-RS) A língua falada, com suas variações e marcas de identidade, não tem sido alvo de estudo nas aulas de Língua Portuguesa tanto no Ensino Fundamental como no Ensino Médio. No entanto, percebe-se que ainda, em muitos contextos escolares, a relevância dos estudos é atribuída para a língua escrita. Pensando nessa questão de interatividade discursiva que professores e acadêmicos que participam do PIBID, do curso de Letras/CNEC no Litoral Norte - RS, no sub-projeto A Língua falada como objeto de estudo em cursos de formação de professores vêm desenvolvendo estudos sobre oralidade, desde setembro de 2011. Os bolsistas atuam em quatro escolas da rede municipal, ministrando oficinas de teatro, produções de diferentes gêneros textuais, declamações, músicas, construção de programas de televisão, além de resgatar diferentes aspectos da cultura local. Dessa forma, todos são desafiados a desenvolverem habilidades e construírem competências para interagirem oralmente em situações diversas, incluindo as situações de escolaridade. No decorrer das oficinas, é realizada a avaliação do processo, ou seja, os próprios participantes se autoavaliam, analisando em que momentos houve progresso no desempenho oral e, em que momentos, poderia haver melhoras. Percebese, então, sinal de autonomia, resgate da autoestima, criatividade no desempenho das atividades e a iniciativa/decisão/espontaneidade para falar em público. No Grupo de Estudo entre acadêmicos e professores é analisado o domínio discursivo escolar, apoiado em teorias e pesquisas de BAKHTIN/VOLOCHINOV (1992/outros), BRONCKART, J-P.(2005, 2008); SCHNEUWLY, B (2003), DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. (2004), MARCUSCHI (2008, 2010), VAN DIJK, A.T (2010), GERALDI (2010, 2011). Palavras-chave: autonomia, criatividade, iniciativa O TRABALHO COM GÊNEROS A PARTIR DE SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS: POTENCIALIDADES DE UMA METODOLOGIA Cristiane Nordi (Universidade Federal de São Carlos) 73 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Este trabalho tem o objetivo de apresentar uma proposta de intervenção na realidade escolar, especificamente no sexto ano do Ensino Fundamental, por observar nesse nível alto contingente de alunos egressos da quarta série (quinto ano) com enormes dificuldades para dar continuidade ao trabalho de proficiência lingüística.O referencial teórico está pautado nos estudos do interacionismo social (BAKTHIN, 1992, 1997; VYGOTSKY, 1988) e especificamente nos estudos advindos do interacionismo sócio-discursivo, em sua vertente mais didática sobre a utilização dos gêneros discursivos em sala de aula (Dolz, Noverraz e Schnewly ,2004). A fim de desenvolver um trabalho que integrasse as práticas lingüísticas, que favorecesse o uso situado da língua e que contribuísse com o desenvolvimento efetivo dos alunos, optei pelo desenvolvimento de uma seqüência didática (SD), instrumento bastante utilizado nas escolas francófonas e ainda recente no Brasil. Os resultados demonstraram que a SD foi, sem dúvida, um instrumento que promoveu o desenvolvimento da escrita dos alunos, além de colaborar com a vivência de um ensino de língua contextualizado e situado nas necessidades reais dos aprendizes. Também fez refletir a importância de se começar o aprendizado dos gêneros do agrupamento do argumentar desde cedo, para que as crianças possam desenvolver todas as complexas habilidades relativas a este gênero discursivo, e, assim, garantir um aprendizado que busque a consistente inserção dos alunos nas práticas das atividades comunicativas. Por fim, a elaboração do modelo didático e da própria SD fez com que me apropriasse de teorias importantes para a minha formação e de alguns instrumentos que agora posso utilizar com outros gêneros textuais, o que me fez perceber que só mudamos a prática quando entendemos e nos apropriamos de teorias adequadas à natureza da linguagem. Palavras-chave: Interacionismo sócio-discursivo. Gêneros textuais. Seqüência didática. AUTOBIOGRAFIAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: UMA ANÁLISE DE TRANSITIVIDADE Cristiane Rosa Lopes (Universidade Estadual de Goiás) Como orientadora de estágio supervisionado de língua inglesa numa universidade pública no estado de Goiás, tenho constatado que muitos/as alunos/as-professores/as têm dificuldade no desenvolvimento de reflexões críticas durante atividades propostas por esse componente curricular. Falta-lhes uma compreensão mais ampla de conceitos teóricos que fundamentam o processo de ensino-aprendizagem de uma LE. Segundo Vieira Abrahão (2004), muitos/as alunos/as interpretam esses conceitos à luz de crenças sobre o ensinoaprendizagem de LE, algumas vezes equivocadas, que trouxeram para a licenciatura em Letras. Essas crenças operam como filtros de insumo, que influenciam a construção da prática docente. Neste contexto, este trabalho teve por objetivo analisar o uso da transitividade de narrativas autobiográficas como uma estratégia para ajudar os/as alunos/as-professores/as na identificação de suas próprias crenças. Para o embasamento, são utilizados os seguintes suportes teóricos: pesquisa narrativa no ensino-aprendizagem e na formação do/a professor/a de LE (PAIVA, 2007; BARCELOS e PAIVA, 2008; ROMERO, 2010; SILVA, 2010 etc); crenças sobre aprendizagem de línguas de alunos/as e professores/as de LE (BARCELOS, 2004; 2006; VIEIRA ABRAHÃO, 2006 etc); o sistema de transitividade da Linguística Sistêmico-Funcional (HALLIDAY, 1994; EGGINS, 2004; HALLIDAY e MATTHIESSEN, 2004 etc). É um relato de uma experiência, que foi realizada com 17 alunos/as-professores/as, que consistiu na análise linguística de suas próprias autobiografias, e também de atividades e discussões realizadas nas aulas de orientação para o estágio de língua inglesa. A análise da transitividade possibilitou o mapeamento do modo como os/as alunos/as-professores/as representaram discursivamente suas experiências de aprendizagem de LE. Ou seja, quais foram os/as participantes e os papéis atribuídos a eles/elas, quais processos foram escolhidos para representar os acontecimentos da sala de aula de LE e quais circunstâncias foram vinculadas a esses processos. Os resultados indicam que a análise da transitividade de autobiografias pode ajudar alunos/as-professores/as na identificação de suas próprias crenças, o que favorece o desenvolvimento de reflexões críticas. Palavras-chave: transitividade; autobiografias; crenças REFLEXÕES SOBRE APRENDER INGLÊS À DISTÂNCIA: CRENÇAS DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO Cristiane Manzan Perine Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Neste trabalho discutimos as crenças e expectativas de professores em formação sobre a aprendizagem de inglês à distância, o papel do aluno nesse contexto e suas crenças a respeito do uso do computador na aprendizagem de línguas. Segundo Richards e Lockhart (1996), as crenças de professores e alunos são suposições sobre como aprender melhor a língua e abordagens e atividades que eles acreditam ser necessárias para melhor aprendê-la. Essas ideias ou suposições são formadas a partir das experiências de 74 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas cada indivíduo e tendem a influenciar no seu comportamento e no desenvolvimento de sua aprendizagem (BARCELOS, 2006). Para Vieira-Abrahão (2004), ao adentrar num programa de formação o professor traz consigo valores, crenças, pressupostos, experiências e conhecimentos, que sem dúvida, merecem ser considerados. Vale salientar que o contexto, nesta investigação, é de suma importância, visto que engendra diversas especificidades se comparado com o contexto presencial de ensino. Os dados foram obtidos por meio da análise de um questionário e diários reflexivos de alunos do curso de Letras, inscritos na disciplina Inglês Instrumental à Distância (INGREDE) em uma universidade pública de Minas Gerais. Os resultados apresentados dizem respeito a um recorte de uma pesquisa de mestrado, de cunho qualitativo, em fase inicial, que objetiva investigar a relação entre crenças e motivação de aprendizes no meio virtual. Esperamos assim problematizar as crenças de professores de língua em formação e sua preparação para o meio virtual. Pretendemos ainda lançar um olhar crítico sobre a oferta de disciplinas na modalidade à distância no curso de Letras da referida instituição e em outras universidades brasileiras. Palavras-chave: professores em formação – inglês à distância - crenças A APROPRIAÇÃO DO CONCEITO DE LETRAMENTOS POR PROFESSORES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO Cristiane Ovidio Pinhel Aguilera Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas - UNESP - São José Do Rio Preto A partir de 2008, a Secretaria da Educação (SEE) do Estado de São Paulo apresentou à rede oficial de ensino uma Proposta Curricular para o ensino de língua estrangeira (LE). O documento básico oferecido a professores contém orientações sobre o processo educacional com vistas a competências necessárias no “enfrentamento dos desafios sociais, culturais e profissionais do mundo contemporâneo” (SÃO PAULO, 2008). Essas orientações apontam para a importância da LE para a formação humana e cidadã do aluno por meio da promoção dos letramentos. O objetivo deste trabalho é, portanto, refletir como se dá a apropriação deste conceito pelo documento e, consequentemente, por professores de língua inglesa participantes de um curso de capacitação docente. Para tanto, propõe-se uma reflexão sobre a noção de letramentos múltiplos com base em Street (1984; 2003) que defende a heterogeneidade das práticas sociais de leitura, escrita e de uso da língua/linguagem e com base nas discussões de Rojo (2009) que ressalta que as práticas sociais promovidas pela escola precisam incluir os letramentos multissemióticos, já que, segundo Moita-Lopes e Rojo (2004), para agir na vida contemporânea, os alunos precisam participar de letramentos que os tornem cidadãos críticos e protagonistas, “interlocutores [...] situados no mundo social com seus valores, projetos políticos, histórias e desejos” na construção de significados. A coleta de dados se deu por meio de questionários e a análise aponta que conceitos como linguagem e letramentos múltiplos precisam ser consolidados para que a implementação da proposta seja efetiva na promoção desses letramentos. Assim, para que a proposta seja “mais do que uma nova declaração de intenções”, e cumpra “seu dever de garantir a todos uma base comum de conhecimentos e competências” (SÃO PAULO, op.cit.), é preciso levar professores a uma reflexão consistente destes princípios teóricos. Palavras-chave: Proposta Curricular. Escola Pública. Língua Estrangeira. Letramentos Múltiplos. TRABALHAR COM TEXTOS ACADÊMICOS- UMA ANÁLISE DOS PROCESSOS NA PRODUÇÃO DE TCCS EM CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Daniela de Oliveira Matos (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Muitos estudos apontam para a dificuldade de alunos de graduação em escrever de forma acadêmica, especificamente, nas produções de TCCs (Trabalhos de Conclusão de Curso).Diante disso, propôs-se uma pesquisa, em uma Faculdade de Administração, cujos alunos têm dificuldade em atender às normas de uma linguagem apropriada a esse gênero acadêmico. Nesse quadro, analisaram-se TCCs, com especial atenção aos processos utilizados em cada seção desse trabalho, a fim de que fosse possível criar subsídios para o processo de ensino desse gênero. Assim, nesta comunicação, temos por objetivo apresentar resultados dessas análises, na identificação dos processos mais utilizados, com a consequente aplicação no ensino. Para tanto, ancoramo-nos na Linguística Sistêmico-Funcional (LSF) de Halliday (1994) e Halliday & Matthiessen (2004) que concebe a Língua como produto de um contexto sócio-cultural, tendo como cerne a língua em uso. Nessa teoria, a Metafunção Ideacional possibilita a compreensão da representação de experiências do mundo externo e interno. A realização dessas representações ocorre gramaticalmente pelo Sistema de Transitividade. Mediante essa concepção teórica, o recorte, nesta pesquisa, é sobre os elementos de Transitividade (Processos e Participantes) utilizados nas seções dos TCCs. Para as análises, utilizou-se o programa 75 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas computacional WordSmith Tools (Scott,2008) com as ferramentas Concordanciador e Lista de Palavras no levantamento dos processos mais freqüentes nos textos. Os resultados apontam para alta frequência de processos relacionais e materiais o que levou à necessidade do ensino de nominalização. (N)OS NÓS DO EU DOS PROFESSORES DE LEI DOS INSTITUTOS FEDERAIS: IDENTIDADES EM (NARR)AÇÃO Daniella de Souza Bezerra (USP) Sob a égide dos pressupostos da psicologia histórico-cultural (REGO,1995), este trabalho, o qual constitui um recorte de minha pesquisa de doutorado, emana esforços para compreender a constituição da identidade profissional do professor de Língua Estrangeira-Inglês (LEI) enquanto docente de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) dos Institutos Federais (IFs), em especial, objetiva-se indiciar a identidade flagrada, por meio de narrativas autobiográficas (DELORY-MOMBERGER,2008) de sete professores de seis diferentes estados brasileiros, na forma de Educação Profissional de Nível Médio Integrado (EPNMI). A opção metodológica pela narrativa autobiográfica se justifica por ela ser um conjunto de significados construídos culturalmente pelo sujeito, o qual trás as marcas dos traços históricos e culturais internalizados pela pessoa humana de determinada época e sociedade (BRUNER,1997). Nessa linha,nas suas narrativas escritas,em 2010, os participantes deste estudo, foram motivados a circunscreverem como ensinam na EPNMI e por qual razão (ALMEIDA FILHO, 1997). Os resultados evidenciaram que o perfil dos professores participantes se organiza,majoritariamente, em torno da forma identitária dominante,qual seja, a de professores (de LEI) e não como professores de LEI do EBTT, nem tampouco, da EPNMI. Contudo,a partir dessa forma de identificação, eles já constroem e desenvolvem <identidades para si> que estão ora de acordo ora não, com a precedente. No pouco tempo de docência em cursos da EPNMI, eles já se apropriam, reinterpretam, mestiçam, recriam pessoal e coletivamente suas abordagens de ensino-aprendizagem que se itineram entre um viés instrumental, comunicativo, tradicional ou uma por uma integração entre (alguns) (d)eles. Dadas as características definidoras de uma identidade (MELLUCI,2004), a saber, (1) continuidade do sujeito, independentemente das variações no tempo e das adaptações ao ambiente; (2) delimitação desse sujeito em relação aos outros; (3) e capacidade de reconhecer e ser reconhecido, não podemos falar ainda que os professores de LEI dos IFs possuem identidade profissional própria. Palavras-chave: Identidade, Professor de Língua Estrangeira-Inglês, Institutos Federais. A INFLUÊNCIA DA MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA EM CHATS PEDAGÓGICOS PLURILÍNGUES Débora Secolim Coser (UNICAMP) O trabalho objetiva mostrar resultados de uma pesquisa de iniciação científica que investigou os efeitos da participação de professores-moderadores na mediação digital sobre uma nova modalidade de ensino aprendizagem de línguas fundamentada no conceito de intercompreensão entre falantes de línguas próximas nos chats plurilíngues da plataforma Galanet . Além disso, busca incitar discussões e sugestões para a atual expansão da pesquisa em nível de mestrado. Em relação ao tipo desta mediação pedagógica que estrutura as atividades educacionais na plataforma, destaca-se o fato de que existe uma tensão entre o objetivo pedagógico maior do projeto, ou seja, promover a capacidade de intercompreensão, e os objetiv os pessoais dos usuários, que muitas vezes procuram na plataforma uma maneira de aprender a usar as outras línguas ali presentes. Há, portanto, uma grande influência da formação pessoal e profissional dos professores de língua ao defender ou refutar esses distintos interesses em embate na plataforma. Fundamentados nos conceitos bakhtinianos de dialogismo, (inter)compreensão e gêneros discursivos, nos de Susan Herring acerca do problema em análise de discursos em Comunicação Mediada por Computador (CMC) e nos de Pierre Dillenbourg e Daniel Schneider sobre aprendizagem colaborativa em ambientes online, prentende-se expandir essa pesquisa, agora em nível de mestrado, aprofundando a investigação da mediação pedagógica em plataformas de ensino/aprendizagem de língua, bem como discutir a utilidade da participação dos professores durante sua formação profissional neste tipo de ambientes digitais , já que as especificidades da atuação dos professores nessa forma de aprendizagem plurilíngüe pode facilitar ou restringir a intercompreensão no diálogo intercultural. Palavras-chave: mediação pedagógica, intercompreensão plurilíngüe; colaboração; CONSTRUÇÃO DAS IDENTIDADES E FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM UM CURSO DE EXTENSÃO EM LÍNGUA INGLESA 76 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Debora Soares Pessoa (Universidade Federal de Viçosa) Entender o uso da língua como prática social nos leva a pensar esta como uma forma de ação situada historicamente, sendo também constituída pela identidade, crenças e relações sociais. Os discursos, sendo produzidos pelos indivíduos que possuem crenças e ideologias heterogêneas, refletem, de modo explícito ou implícito, tais marcas em situações sócio-históricas, como a sala de aula. Identidade é um conceito importante ao falarmos sobre a aprendizagem e o ensino de línguas na medida em que a identidade está intrinsecamente atrelada ao discurso e à língua. Há uma amarração entre a construção da identidade do professor e suas escolhas pedagógicas em sala de aula, o modo como ensina determinado tópico, por que a escolha de certos métodos em detrimento a outros. Faz-se importante o desenvolvimento de estudos que busquem compreender como tal processo ocorre, como este influencia na formação de futuros professores. O método escolhido para efetuar tal análise foi a narrativa pessoal, uma vez que a utilizamos para falar de nós mesmos, para contar histórias, para dizer o que e como estamos nos sentindo (MOITA LOPES, 2002). Há poucas pesquisas sobre a construção da identidade de professores, no âmbito social, e sua influência no processo de ensino e aprendizagem de línguas. No entanto, a literatura que trata este assunto sugere que a construção da identidade do professor é influenciada por alguns fatores, dentre elas experiências individuais, o curso de treinamento de professores e situações sociais nas quais o professor está inserido. Este artigo tem como objetivo principal o estudo da construção das identidades de uma graduanda do curso de licenciatura em Letras (Português-Inglês) por meio de suas experiências como aprendiz da Língua Inglesa e como tutora de um curso de extensão de Língua Inglesa na Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, Brasil. Palavras-chaves: narrativa pessoal; identidade; experiências FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS: OS SABERES DOCENTES E OS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO Dedilene Alves de Jesus Ana Paula Carneiro Rola (Universidade Severino Sombra) A pesquisa apresentada teve como objeto de estudo os trabalhos de conclusão de curso (TCC) dos alunos de Letras, nas habilitações Português/Literatura, Português/Inglês e Português/Espanhol, de uma instituição privada da região centro-sul fluminense. Os objetivos foram os seguintes: a) verificar o percentual de TCC com objeto de estudo focado em questões pedagógicas; b) relacionar tal percentual à matriz curricular oferecida pelo curso, buscando respaldar maior ou menor interesse na área; c) discutir a inserção de disciplinas pedagógicas nos cursos de licenciatura em Letras, na perspectiva crítico-reflexiva sobre a formação de professores. Como embasamento teórico, utilizamos os seguintes autores: Tardif (2002), Pimenta (1997), Shulman (2005) e Libâneo (2010), que tratam sobre saberes docentes específicos ao exercício profissional de professores. A análise do conteúdo de 317 trabalhos de conclusão de curso, produzidos no período de 2001 a 2011, permitiu identificar um percentual baixo no que diz respeito aos temas voltados para o ensino de línguas; também se percebeu uma valorização dos conteúdos específicos da área de Letras, em detrimento dos conteúdos de caráter pedagógico. Ao relacionar-se tal percentual à matriz curricular, foi percebida essa mesma valorização na oferta de disciplinas do curso. Tal resultado faz-nos pensar que a questão do pedagógico nos cursos de licenciatura em Letras ainda precisar ter, em seu currículo, um alcance contínuo, permanente e transdisciplinar. FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE INGLÊS DA REDE PÚBLICA E ENSINO DE PRONÚNCIA Denise Cristina Kluge (Universidade Federal do Paraná-UFPR) De maneira geral, o ensino de pronúncia do inglês nas escolas brasileiras tem sido negligenciado (MOREIRA, 2001; WATKINS, BRAWERMAN-ALBINI & BERTOCHI, 2010), e esta questão pode estar relacionada com o fato de que muitos professores não gostam e/ou não abordam o assunto por não terem tido a formação necessária (KOERICH, 2002; DELATORRE, 2007, DELATORRE & RUHMKE-RAMOS, 2010). De acordo com KOERICH, 2002, a maioria dos professores de inglês brasileiros não recebeu treinamento em Fonética e Fonologia nas últimas décadas. Baseado nessas afirmações, o objetivo deste estudo é investigar e discutir algumas questões como: a formação dos professores brasileiros de inglês em relação à pronúncia, à fonética e à fonologia; a importância do ensino da pronúncia na sala de aula para os professores; a forma como os 77 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas professores ensinam/praticam pronúncia na sala de aula e como se sentem em relação a esse ensino; e a importância que o conhecimento teórico de fonologia do inglês tem para os professores. Para acessar tais questões, um questionário com perguntas abertas foi respondido por 40 professores brasileiros de inglês da rede pública do Paraná. De forma geral, a análise das respostas revelou que a grande maioria dos professores deste estudo afirma não ter cursado matéria específica de pronúncia da língua inglesa na graduação e que o ensino de pronúncia que teve durante sua formação foi deficiente. Eles parecem ter consciência da importância do ensino da pronúncia e tentam ensiná-la em suas aulas, normalmente a partir de atividades de leitura e repetição. Entretanto, muitos se sentem receosos de praticar a pronúncia por considerarem que possuem conhecimento insuficiente sobre o assunto. Palavras-chave: formação de professores de inglês, ensino de inglês, ensino de pronúncia A CIBERARQUITETURA DA SALA DE AULA E SUAS IMPLICAÇÕES NO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM.” Denise de Mesquita Corrêa (UFSC/SENAI-SC) Em nossa sociedade contemporânea, onde as questões relativas ao tempo e ao espaço estão a todo o momento sendo rearticuladas devido às inovações tecnológicas, faz-se necessário lançar um olhar mais acurado sobre as possibilidades de ensino considerando as novas concepções de salas de aula. Entende-se aqui uma proposta de ciberarquitetura cujas dimensões espacial e temporal evocam uma reconfiguração tanto no papel do professor quanto do aluno, considerando que recai sobre ambos uma participação mais ativa dentro do processo ensino/aprendizagem. Esse histórico da ciberarquitetura está intimamente ligado ao trabalho do filósofo Pierre Lévy (Cibercultura, 1999, p: 127) que salienta em seu livro Cibercultura três princípios fundamentais: a interconexão, as comunidades virtuais e a inteligência coletiva. Dentro desse contexto, Lévy aborda, entre outras questões, a interação entre cibercultura e educação ressaltando a necessidade premente de acesso às ferramentas tecnológicas por parte das instituições de ensino no processo educativo. Este estudo visa avaliar a ciberarquitetura das salas virtuais e suas implicações no processo ensino/aprendizagem a partir de duas perspectivas distintas: a visão do professor e do aluno em cursos a distância. Dentro desse contexto surgem duas ponderações: 1) o trabalho do professor está em consonância com as tecnologias digitais disponíveis? 2) os alunos estão cientes de toda a dinâmica envolvida em cursos a distância? Vale ressaltar que os resultados indicam um bom desempenho dentro do ambiente virtual na medida em que o professor esteja alinhado com uma linguagem apropriada para cursos em EAD e os alunos estejam cientes das complexidades das tarefas. Ao final, consolida-se a ideia de que a despeito dos diversos dispositivos tecnológicos, a “ferramenta” mais importante dentro desse contexto ainda é o professor na medida em que ele arquiteta o trabalho da disciplina norteando a forma como o conhecimento chega até o aluno. Palavras-chave: EAD, ciberarquitetura, cibercultura. O PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA: HÁ INTERFERÊNCIAS NA SUA IDENTIDADE QUANDO AS ESTAGIÁRIAS ESTÃO EM SALA? Denize Dinamarque da Silva (UFV) Muitos estudos têm discutido a questão da identidade do professor em serviço. Paiva (1997) discute os vários aspectos que interferem na formação da identidade do profissional docente desde as lacunas dos cursos superiores até o descaso e alienação de uma parte da sociedade em relação à língua estrangeira. Lawn (2001) por sua vez discorre sobre a importância de se compreender a identidade dos professores para que possamos entender como ela interfere no sistema educativo como um todo. Fernandes e Borges (2010) sugerem que um grupo de Educação Continuada também busca refletir sobre as questões identitárias e sobre as práticas adotadas pelos professores em sala, uma vez que estas são afetadas por aquelas. Sendo assim, o presente trabalho se configura como um estudo de caso e objetiva investigar os fatores que influenciam a identidade da professora do ensino público regular no momento em que as estagiárias do PIBID estão presentes. Para tanto, utilizamos uma entrevista gravada em áudio e uma sequência de imagens que, segundo Aragão (2008), contribuem para que haja reflexão sobre a identidade atual que essa professora assume, a fim de que reflitamos melhor enquanto futuros professores sobre nossas práticas adotadas em sala de aula. Palavras-chaves: Identidade, prática docente, professor em serviço. O VOO DA ASA BRANCA: UMA REFLEXÃO SOBRE A LINGUÍSTICA E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA 78 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Dioney Moreira Gomes (Universidade de Brasília) A presença da Linguística nos currículos de Letras é um fato tão importante quanto a presença da Literatura e da Produção/Recepção de Textos. O encontro com essa área do conhecimento é mais uma novidade que o futuro professor de português terá durante o seu percurso acadêmico e, talvez, seja a mais contundente e inesperada. Boa parte daqueles que ingressam em um curso superior de Letras espera encontrar o caminho mágico para entender as regras da gramática e se tornar um mago das nomenclaturas viciadas e inexpressivas. Mas o sonho de se tornar um professor Pasquale ou uma professora Dad começa a desaparecer quando entra em sala o professor de Introdução à Linguística. Este traz consigo um conhecimento diferente daquele expresso pelos professores citados, um conhecimento científico. A minha meta principal aqui é demonstrar como uma educação linguística é fundamental para a formação de um professor de línguas. A literatura básica das reflexões aqui feitas tem como base a LDB, os PCN de LP e uma perspectiva linguísticoeducacional presente em obras de Stella Bortoni-Ricardo, Marcos Bagno, Magda Soares, José Fiorin, Antônio Marcuschi e dezenas de outros com os quais comungo minhas próprias crenças educacionais e linguísticas. Minha fala partirá da fala de uma autoridade muito maior do que eu: Luiz Gongaza, o Gonzagão. Tomarei sua mais célebre obra, Asa Branca, como ponto de partida para traçar uma leitura linguística. Os resultados e a conclusão são a demonstração de que os princípios básicos de uma linguística elementar – calcada na fonologia, morfologia, sintaxe, semântica e pragmática – podem, e devem, ser associados a uma linguística do texto, do gênero, do discurso, na formação de um professor de língua. Palavras-chave: educação, linguística, professor/a POR QUE PROFESSORES DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS TÊM RECEIO DE TRABALHAR COM OS TEXTOS LITERÁRIOS EM AULA DE LÍNGUAS? Divaneide Cruz Rocha Luna (UFCG) Josilene Pinheiro Mariz (UFCG) Trabalhar com o texto literário (TL) em aula de línguas estrangeiras (LE) é desafiador. Mesmo conhecendo a sua importância e riqueza de valor, muitos professores não se sentem seguros para realizar esse procedimento. Por que, então, professores de línguas estrangeiras, de um modo geral, não se sentem seguros para abordar o TL em aula de LE? Especialistas como Besse e Bourgain (1982), Séoud (1997), Albert e Souchon (2000), Pinheiro-Mariz (2007), dentre outros, destacam a importância de se trabalhar com o texto literário desde o período da formação inicial de professores de francês como língua estrangeira (FLE). Partindo da perspectiva de que se um especialista que se propõe a ensinar língua e não consegue “abarcar” a literatura, e vice-versa, é por intolerância ou incapacidade (JAKOBSON, 1969). Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é refletir sobre a abordagem do TL em aula de FLE, bem como discutir sobre os elementos da obra literária que podem se configurar como instrumentos de resistência entre professores. Investigamos ainda em cinco livros didáticos de FLE, utilizados em cursos de formação de novos professores de francês, a presença de TL na sua amplitude de materialização da língua e fonte de múltiplas atividades. Nossa pesquisa é de cunho bibliográfico documental, na qual analisamos os pontos de vista de especialistas em didática dessa língua, considerando que eles apontam para o trabalho com o TL, por uma terceira via, que nem o banaliza, nem o sacraliza. Nesse sentido, há uma confluência para a não dissociação entre a língua e a literatura, além de promover o aperfeiçoamento das competências linguísticas na esfera do FLE. Palavras chave: Texto literário; Formação de professores; Ensino de Línguas estrangeiras. A IDENTIDADE DO PROFESSOR DE LÍNGUA ESPANHOLA DO NORDESTE DO BRASIL: COMO SOMOS, CROMOSSOMOS Dorilma Neves Galdino Alves (UFRPE) Segundo Rajagopalan (2003) a língua e a cultura estrangeiras sempre foram apresentadas como superiores à materna e que ao estudar uma língua estrangeira (LE) busca-se um melhor nível de vida e se alcança um status superior. Esta pesquisa parte de uma dúvida sobre a carreira de professor de espanhol: o que despertou o interesse pela língua espanhola (LE)? Quem é o professor de espanhol que atua no Nordeste do Brasil? Qual seu objetivo ao estudar o espanhol como LE? A Lei 11.161 interferiu na decisão de tornar-se professor de espanhol? É um acadêmico em constante formação ou mero ministrador de aulas? Traçando, assim, o seu perfil, sua identidade profissional e cultural. O termo cromossomos revela nosso objetivo: identificar o DNA desse professor desvendando o mistério de sua identidade, traçando um perfil desse profissional, não como indivíduo, mas como conjunto. Para atingir o objetivo, criou-se uma página no Facebook– Profesores de 79 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Español del Nordeste de Brasil, na tentativa de agrupá-los e identificá-los, independentemente do fato de terem ou não formação em Letras ou do nível de ensino em que atuam. Contando com aproximadamente setecentos sujeitos, o trabalho se estruturará em etapas que vão desde a reunião e identificação deles, recolhimento dos dados em questionários fechados e formação do corpus através da metodologia de relatos, seguidos de análise dos relatos e dados, levando em consideração a sua noção de pertencimento ao Nordeste. Para tanto faremos uso de referencial teórico sobre identidade, identidade cultural e profissional e de professor de língua estrangeira e representações de professores de LE e redefinição de identidades, utilizando Rajagopalan (2002, 2003), Moita Lopes (2002) e Grigoletto (2003); de Hall (2006) aspectos da identidade cultural do professor de LE como pertencimento ao NE, impregnando dos genes dos nordestinos. Pesquisa em andamento. Palavras-chave: Identidade. Professor no Nordeste. Língua Espanhola. MIXAGEM DE PRÁTICAS DE ESCRITA NA ESCOLA Edilaine Buin-Barbosa (USP/FAPESP) Algumas ocorrências da escrita de alunos de turmas de 7º ano do Ensino Fundamental, de uma escola particular de Campinas-SP, chamam a atenção para a heterogeneidade constitutiva da escrita, para o hibridismo de origem, inerente a toda a escrita (CORRÊA, 2004, 2001; SIGNORINI, 2001). Partindo de uma análise qualitativa dos dados, percebe-se que o efeito de incoerência perceptível aos professores parece ter origem no grau de heterogeneidade dos elementos mixados (STREET, 1994). A conjunção de formas provenientes de diferentes gêneros textuais, ao invés de ser entendida como “erro” ou “transposição imperfeita de um determinado modelo”, é reveladora de um conflito entre os conhecimentos que os alunos já trazem, aqueles relacionados à escrita no mundo digital, e os conhecimentos valorizados culturalmente, referentes à construção de uma carta pessoal/narrativa epistolar. As discussões apresentadas consideram o fato de as diretrizes curriculares nacionais orientarem que o gênero deva ser o eixo do trabalho em Língua Portuguesa, a fim de que os textos produzidos/ensinados na escola tenham função social e sejam importantes na vida futura dos alunos. Mas sem a criação de uma situação da qual o gênero textual emerge, voltar o trabalho em sala de aula para os gêneros e não mais para tipos de textos (SCHNEUWLY, B. & J. DOLZ, 2004), pode significar apenas uma troca de nomenclatura. Muitos gêneros não surgem naturalmente na escola e precisam ser aprendidos. Nesses casos, a ficcionalização pode ser uma aliada do processo de ensino-aprendizagem. A mixagem de diferentes práticas de letramento, que propiciam aos professores o efeito de incoerência textual, vem possivelmente do fato de os alunos terem se projetado na situação proposta pelo exercício de escrita, ao invés de se distanciarem e simularem uma situação diferente de suas práticas cotidianas de letramento. Palavras-chaves: letramento, aquisição da escrita, escrita digital, gêneros textuais. O PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DE UMA PROFESSORA DE INGLÊS EM UM PROJETO COLABORATIVO DE ENSINO COM NARRATIVAS NO ENSINO FUNDAMENTAL Eliana Pinto Este trabalho analisa o processo de transformação de uma professora de inglês em um projeto colaborativo de ensino a partir de narrativas em uma escola de Ensino Fundamental da rede municipal de uma cidade do Vale do Paraíba, no estado São Paulo. O conceito de colaboração envolve a participação em um processo de discussão no qual todos os participantes têm voz para externar posições, questionar, pedir clarificações, enfim, se envolver ativamente no planejamento, na avaliação e no replanejamento das aulas. Nesse processo, as produções (escritas, neste caso) constituem objeto de reflexão e análise pela professora, que os avalia à luz das oportunidades de aprendizagem construídas para os alunos em sala de aula. Participaram do projeto crianças entre 9 e 11 anos, que escreveram suas próprias versões de Os Três Porquinhos, em dois momentos distintos: uma primeira versão em português e uma segunda versão em português e inglês. Essas produções, bem como a narrativa (em inglês) utilizada nas aulas, foram analisadas pelos preceitos da Gramática Sistêmico-Funcional, como discutidos por Christie (2005) e Gouveia (2008 e 2009), em discussões com a coordenadora do projeto. Da mesma forma, nessas discussões, foram discutidas e analisadas as aulas ministradas, com base nas observações da professora e no exame dos planos de aula e procedimentos e recursos de ensino utilizados. Os resultados da análise dessas discussões revelaram primordialmente o papel desempenhado pela tomada de consciência (Vygotsky 1934/2001) da professora sobre sua abordagem de ensino, na transformação de suas ações e escolhas instrucionais posteriores. Por exemplo, um importante aspecto observado pela professora, foram os efeitos de sua abordagem da história, ao contá-la para as crianças. Essa abordagem envolveu, principalmente, enfatizar, com clareza, a organização do texto – sua progressão temática: Once upon a time...; The first pig...; etc. 80 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Palavras-chave: Processo de Ensino; Gramática Sistêmico-Funcional; Histórias infantis. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO BILÍNGUE (PORTUGUÊS/INGLÊS): A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUAS (L1 E LE) PARA ATUAR NO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL I DE UMA ESCOLA BILÍNGUE Elisa Sobé Neves (UnB) Este trabalho pretende discutir sobre o processo de alfabetização e letramento (KLEINMMAN, 1995; FREIRE, 1999; TEBEROSKY & FERREIRO, 1999; SOARES, 2001; BORTONI-RICARDO, 2004; 2010; ROJO, 2009; FERREIRO, 2010), na língua materna e estrangeira que acontece simultaneamente no contexto da escola bilíngue (português/inglês) investigada. Esse processo é complexo, dinâmico, apresenta características próprias e exige do professor de línguas (L1 e LE) competências e conhecimentos específicos na área de Linguística Aplicada e Educação para que possa atuar neste contexto de forma satisfatória. Além disso, analisar-se-á a formação inicial e continuada (ALMEIDA FILHO, 1999; NUNAN, 1999; LEFFA, 2001; BROWN, 2003; GIL & VIEIRA-ABRAHÃO, 2008; SILVA, 2010) dos participantes, com o foco voltado para as competências (PERRENOUD, 2000; ALMEIDA FILHO, 1993; 2008) necessárias para ensinar língua materna e língua estrangeira no contexto transcultural e plurilíngue. Para tanto, percebeu-se também a importância da competência intercultural (HALL, 2005; BRUNER, 1986; BYRAM, 1999) visto que o ensino e a aprendizagem de uma língua estão diretamente relacionados aos aspectos culturais (KRAMSCH, 1995, 1998). A pesquisa está inserida no paradigma qualitativo (FLICK, 2009; LARSEN-FREMAN & LONG, 1997; MOURA FILHO, 2000), de base etnográfica (ERICKSON, 1986; FETTERMAN, 1998) e segue uma perspectiva êmica. Os participantes da pesquisa foram quatro professoras, duas de português e duas de inglês, que lecionam no 2º Ano do Ensino Fundamental I numa escola bilíngue situada na capital federal. Os dados foram coletados por meio de narrativas, entrevistas, questionários e observações do contexto, os quais foram triangulados e analisados de acordo com a perspectiva interpretativista (Johnstone, 2000). O estudo concluiu que os professores de línguas para atuar no contexto bilíngue precisam investir muito em formação continuada, bem como ter experiência consolidada em alfabetização e letramento bilíngue. Não basta apenas ser alfabetizador, é preciso também conhecer sobre os aspectos transculturais, plurilíngues e os transletramentos envolvidos no processo. TIA OU PROFESSORA? O RESGATE DE SENTIDOS E SIGNIFICADOS DESSAS PALAVRAS NAS REPRESENTAÇÕES INFANTIS Elisabeth Ramos da Silva (Universidade de Taubaté) Maria José Milharezi Abud (Universidade de Taubaté) A presente pesquisa teve por objetivo investigar como um grupo de 22 professores da rede pública chamavam os docentes quando crianças. Partimos dos estudos de Vygotsky acerca dos dois componentes que integram o significado da palavra: o "significado" propriamente dito, relativo ao sistema de relações objetivas que se forma no processo cultural de desenvolvimento da palavra, e o "sentido", que se refere ao significado que cada pessoa atribui à palavra, de acordo com as suas características pessoais, experiências e visão de mundo. É justamente no sentido da palavra que estão as experiências afetivas filtradas pelo sujeito, sendo tal processo denominado pelo autor de perezhivanie. Para alcançarmos tais informações, solicitamos que os sujeitos respondessem por escrito as seguintes questões: Você chamava sua mestra de "tia ou professora" quando era criança? Por quê? Adotamos como procedimento metodológico as técnicas de análise de conteúdo de Bardin, mediante as quais se pretende encontrar, nas respostas dos sujeitos, indicadores quantitativos e qualitativos que possibilitem inferências acerca das condições de produção quanto ao emitente e ao contexto da mensagem. Verificamos que, dos 22 sujeitos, 11 deles disseram que chamavam suas professoras de "tia". Os demais, 11 professores, responderam que chamavam as suas mestras de "professora". Tendo em vista o que as respostas evidenciavam como razões pelas quais os sujeitos da pesquisa justificavam a forma de tratamento empregada, "tia ou professora" quando eram crianças, interpretamos de que maneira tais denominações foram adquiridas e quais são os sentimentos que, por ventura, guardam alguma relação de sentido com essas formas de chamar ou de se dirigir à professora. Palavras-chave: relações entre cognição e afetividade; significado e sentido da palavra. A FORMAÇÃO DO FUTURO PROFESSOR DE LÍNGUA ESPANHOLA EM RELAÇÃO ÀS POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DE APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS NA UFSM 81 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Emanuele Bitencourt Neves Camani Sabe-se que a comunicação e o uso da língua é fundamental na formação do professor de língua estrangeira. Uma das possibilidades para otimizar essa prática é um estágio por meio de um programa de mobilidade. Este texto objetiva apresentar algumas reflexões sobre a contribuição dos programas de mobilidade acadêmica para a formação de professores de língua espanhola no curso de graduação em Letras da Universidade Federal de Santa Maria – (UFSM). No âmbito dos estudos das políticas linguísticas, o ensino de uma língua estrangeira pode ser definida como uma política explícita, no momento em que “um programa de difusão se materializaria por ações que introduzissem, consolidassem e ampliassem sistematicamente o ensino de línguas e das culturas a elas vinculadas” (ALMEIDA FILHO, 1993, p.11). Assim, destaca-se o programa de intercâmbio da AUGM (Associação de Universidades do Grupo Montevidéu) que promove a interação entre os estudantes e professores das universidades associadas da AUGM. Por meio desse programa, a formação de professores é mobilizada em áreas identificadas com a língua estrangeira desse profissional desenvolvendo a mobilidade educacional e acadêmica através da integração entre universidades do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai. Ressalta-se a validade da aplicação da Política Linguística segundo os paradigmas teóricos de Calvet (2007) em relação ao pluralismo e ao multilinguismo para a formação de professores. Desse modo, é possível estabelecer de redes de pesquisa e comunicação. Esta pesquisa, em desenvolvimento, busca refletir sobre a prática e a formação do professor de língua estrangeira que participaram do programa de mobilidade da AUGM a fim de estabelecer como se constitui a formação do profissional de línguas para o ensino de língua estrangeira a partir das competências e habilidades. LINGUAGEM DIALÓGICA NA EAD: UM ESTUDO DE CASO EM UM CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES. Emmanuela Vitorino Carvalho de Souza Blumer PatríciaVasconcelos Almeida (Universidade Federal de Lavras) Conforme Bakhtin (2010) a linguagem caracteriza-se como o fenômeno social da interação verbal e essa interação deve acontecer no contexto educacional, mais especificamente por meio dos diálogos. Com o desenvolvimento tecnológico, o espaço escola diversificou-se e concebemos o ensino em ambientes presenciais e também virtuais, como no caso da Educação a Distância a qual, no Brasil, vem ganhando espaço, inclusive nas instituições federais de Ensino Superior e principalmente nos cursos de formação de professores. Por isso, o objetivo deste trabalho é investigar como a relação dialógica no ambiente de interação digital reflete na formação do professor para a práxis. Falar em práxis remete-nos a Schön (2007) que propõe uma formação profissional com base na reflexão da própria ação. Para tanto, realizamos um estudo de caso, cujo objeto se caracterizou pelos diálogos realizados entre tutor – aluno em uma disciplina do curso de licenciatura em Letras/Inglês oferecido a distância por uma Universidade Federal. A Linguística Sistêmicofuncional proposta por HALLIDAY(1985) foi utilizada na análise dos diálogos. Como resultados parciais, verificou-se que a relação dialógica estabelecida nos ambientes de interação digital pouco propiciou para um processo de reflexão na ação. Raros foram os momentos que permitiram a postura reflexiva tanto do tutor quanto do aluno o que permitiu que se inferisse a falta, também na formação do tutor, de princípios para nortear sua prática pedagógica. Por tudo isso, os resultados parciais nos levam a concluir que é de suma importância que a mediação pedagógica realizada nos ambientes virtuais de aprendizagem se faça por meio de uma linguagem que promova uma postura reflexiva para (re)ver as práticas pedagógicas tanto de tutores quanto dos professores em formação. Palavras-chave: Linguagem dialógica, mediação pedagógica, práxis. SALA DE AULA PRESENCIAL PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA NO MUNDO VIRTUAL VIA PLATAFORMA ADSUM Ericah Flávia (UnB) Juliana Nery (UnB) Roale Romel (UnB) De acordo com: Renae Pallof e Keith Pratt em seu livro: “O aluno virtual:um guia para trabalhar com estudantes on-line” um estudo feito em 2002 pela National Center for Education Stastics 57% dos jovens de 19 a 23 anos ingressaram em algum curso na modalidade de EaD e tendo conhecimento deste interesse, é que se apresenta a Plataforma Tecnológica ADSUM para a formação de professores de Português como língua 82 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas estrangeira, que oferece diferentes possibilidades de comunicação e colaboração via web. Uma vez que para Pierre Lévy, em “Cibercultura”, as pessoas que se comunicam virtualmente, aprendem e produzem conhecimentos de maneira colaborativa. Isso impede que o aprendiz se mova de forma passiva pelo programa e por isso, esse software possui as interatividades: refletida e a contextual não-imersiva, caracterizada por Roderick Sims. Podem ser usados também, muitos recursos de colaboração como Power Point, Exibição de Vídeos, entre outros. Assim, Thierry Lancien em “Le multimídia Clé International” cita justamente esse caráter multicanal que o ADSUM oferece. Dentro de todas essas possibilidades,é que José Armando Valente no livro “Educação a distância” fala do “estar junto virtual” em que a construção do conhecimento se dá pelas duas relações dialógicas entre professor/aluno e aluno/aluno. Na primeira virtualmente depois da reflexão do professor ele reporta suas ideias dentro da plataforma e aluno descreve as indagações e assim se constroem o conhecimento a relação aluno/aluno é que depois de tanto um quanto outro refletirem a indagação do professor em conjunto os dois criam um plano de ação no espaço virtual da plataforma. Adsum possui permite que educadores dispersos no mundo, se aproximem virtualmente, eliminando distâncias. Palavras-chave: Ensino a distância; professores; tecnologia. A MULTIMODALIDADE E O LETRAMENTO CRÍTICO NO ENSINO DE INGLÊS: O QUE HÁ PARA AS CRIANÇAS? Érika Amâncio Caetano Soares Gasperim Ramalho De Souza (Universidade Federal de Minas Gerais - FALE/UFMG) As mudanças advindas das novas tecnologias e da globalização, como pontuam Anstey e Bull (2006), tiveram impacto considerável em diversas áreas, inclusive na educação. Ainda segundo os referidos autores, as formas como as pessoas praticam o letramento estão mudando, e como consequência desse fato, práticas pedagógicas têm sido revisitadas, no intuito de oferecer aos alunos um aprendizado relevante e condizente com sua realidade. Este trabalho pretende promover uma visão geral da forma como a multimodalidade e o letramento crítico são apresentados às crianças no ensino de língua inglesa. Uma coleção de livros didáticos voltada para as séries iniciais do ensino fundamental será analisada dentro das perspectivas multimodal e crítica. Como aporte teórico subjacente a essa análise, partimos de uma “abordagem multimodal” de aprendizagem que focaliza as diversas formas de construção de significado através de modos semióticos variados (Jewitt e Kress, 2003). No que tange ao letramento crítico, entendemos que ele é ideologicamente situado e permeado por inúmeros valores que enaltecem a consciência política e a transformação social (Freebody e Luke, 1990; Freire e Macedo, 1987). Sendo assim, através da análise da coleção didática anteriormente mencionada, procura-se responder, dentre outras, às seguintes perguntas: 1. Existem, na coleção analisada, atividades que apresentam a presença da multimodalidade? Se houver, como essa multimodalidade é apresentada? 2. Existem oportunidades para o desenvolvimento do letramento crítico dos alunos? Nesse caso, que oportunidades seriam essas? Baseados nos resultados das análises, buscamos apresentar algumas reflexões sobre a necessidade de se formar professores que priorizem a aplicação e extensão da aprendizagem multimodal e crítica às práticas sociais dos alunos nas séries iniciais do ensino fundamental; em outras palavras, educadores que possam contribuir para a preparação desses alunos visando a desenvolver sua capacidade crítica e a habilitá-los para interagir com a multimodalidade, principalmente mediada pelo uso de livros didáticos. Palavras-chave: Multimodalidade – Letramento Crítico – Inglês para crianças SUJEITO-OUVINTE E SUJEITO-FALANTE DA LÍNGUA ESTRANGEIRA: O LUGAR DO (DES)CONFORTO E DA (IN)QUIETAÇÃO Ester Dias de Barros dos Santos (UFF) O presente trabalho consiste em tecer reflexões sobre o que pode significar para o sujeito-aluno se colocar na posição de sujeito falante e/ou de sujeito ouvinte da língua estrangeira. No que tange ao campo teórico, foram mobilizadas a teoria da Análise do Discurso de orientação pecheutiana e a Psicanálise, como teoria da compreensão do sujeito do inconsciente. Para efeito, foram utilizados como objeto de análise registros escritos dos discursos de alunos ingressantes e concluintes do curso de Licenciatura em Letras, a fim de verificar se a suposta inquietação e desconforto se fazem presentes quando o aluno assume a posição de sujeito falante e/ou ouvinte de “outra” língua. Para efeito, utilizo como corpus anotações que foram realizadas a partir de observações de aulas de Língua Espanhola em uma Instituição Federal de Ensino Superior localizada no município de Bagé/RS, cidade em que a zona urbana está há 60 km do Uruguai e a zona rural localiza-se na 83 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas linha de fronteira. O objetivo das observações consistia em registrar os discursos dos sujeitos-alunos ingressante e concluintes do curso de Licenciatura em Letras com habilitação em Língua Espanhola quando assumiam a posição de sujeito-falante e/ou ouvinte da língua estrangeira. Nessa perspectiva, foi possível perceber no decorrer das análises que o desconforto e a inquietação se fazem presente tanto no grupo dos alunos ingressantes quanto no grupo dos alunos concluintes do curso de licenciatura em Letras A ESCRITA AUTO REFLEXIVA: MEMORIAIS DE FORMAÇÃO DOCENTE Ester Maria de Figueiredo Souza (UESB) A comunicação aborda o processo de construção da identidade profissional de licenciandos de Letras que participam do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID, do projeto institucional Microrrede de ensino e formação, do subprojeto Releituras do Trabalho docente: saberes e fazeres com a linguagem no ensino fundamental. O subprojeto orienta-se pela formação do profissional de Letras, a partir do domínio conceitual da linguagem como trabalho e processo de interação verbal, adotando o uso e aplicação de gêneros discursivos nos processos de investigação da cultura escolar, do planejamento de ensino e da reelaboração de materiais didáticos. Suporta-se na pesquisa etnográfica, orientando-se pelas dimensões de a) diagnóstico das condições de ensino; b) ambiente educativo; c) formação e condições de trabalho dos profissionais da escola; d) planejamento do ensino e avaliação e) prática pedagógica. O estudo dessas dimensões foi sistematizado por relatos no formato gênero discursivo memorial de formação docente, em que os licenciandos, bolsistas do PIBID, expuseram suas implicações, questionamentos e possibilidades de apropriação conceituais sobre o objeto de pesquisa formação docente. Esses representam subsídios para a construção da identidade docente, sendo reintroduzidos nos encontros de formação como material de leitura e reavaliação de horizontes de formação. Participam do estudo 15 bolsistas dos terceiros ao sétimo semestre. Foram produzidos relatos individuas de práticas docentes de ensino de língua portuguesa e essas ilustram os memoriais dos licenciados, quando da exposição de métodos de ensino. Os resultados revelam que os espaços discursivos da escrita e de socialização dos memoriais são recriação da memória de aula, enquanto estudantes, e perspectivam cenários para a ação docente, quando professores, focalizando a profissionalização. Para tanto, extraem-se depoimentos e excertos que corroboram para essa constatação, na perspectiva de que essas relações venham a contribuir para a pesquisa e as práticas de formação docente. Palavras chaves: Ensino. Formação docente. Linguagem. O AGIR DOCENTE EM SALA DE AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA EM SITUAÇÃO DE FORMAÇÃO INICIAL Eulalia Vera Lúcia Fraga Leurquin (Universidade Federal do Ceará) O momento da formação inicial do professor é muito importante e bastante complexo porque o professor em formação precisa acionar seu repertório (CICUREL, 2011) para melhor articular teoria e prática; para assumir, na maioria das vezes pela primeira vez, a sala de aula; e para gerenciar os conflitos de muitas ordens. É também complexo porque esse profissional em formação precisa representar seu agir em um relatório entregue ao seu professor. É justamente nesse contexto que me situo para, através deste trabalho, refletir sobre a formação inicial do professor de língua portuguesa. Neste trabalho, apresento resultados de uma pesquisa em andamento na Universidade Federal do Ceará. A pesquisa acontece no âmbito das disciplinas Estágio de ensino de Leitura e Estágio de ensino de língua portuguesa. Durante o desenvolvimento da investigação, foram analisados duzentos relatórios e observadas aulas de regência durante dois anos letivos. Pontuo cenas do agir do professor em sala de aula, por mim observadas, e também cenas descritas nos relatórios a mim entregues ao final das referidas disciplinas. Nosso objetivo é, justamente, analisar os posicionamentos dos professores diante das cenas descritas, considerando que eles são profissionais em formação e não leigos e por assumir tal papel na sociedade possuem conhecimento empíricos e teóricos que lhes dão condições de perceber e analisar a situação do ensino e aprendizagem de maneira diferenciada. Para a análise dos dados, ancoro-me nos estudos de Francine Cicurel (2011) sobre os tipos de repertório do professor mobilizados em sala de aula e também nos estudos de Bronckar (1999, 2008) sobre os mecanismos enunciativos e sobre o agir no discurso. Palavras-chave: formação de professores, Interacionismo sociodiscursivo, Estágio de português língua materna O DISCURSO DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA SOBRE O SEU AGIR EM SITUAÇÃO DE FORMAÇÃO: O REPERTÓRIO E AS FIGURAS DE AÇÃO Eulalia Vera Lúcia Fraga Leurquin (Universidade Federal do Ceará) 84 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Analisar o discurso do professor possibilita-nos avançar nas questões relacionadas à formação do professor porque nos dá acesso a informações sobre atitudes, decisões tomadas em sala de aula. Isso nos coloca diante de possibilidades de entender situações não observáveis. Nesse trabalho apresento resultados de uma pesquisa em andamento sobre a formação do professor de português língua estrangeira. Em particular, focalizo o agir de três professores, dois experientes e um debutante no ensino e aprendizagem de português língua estrangeira. Todos atuam no Curso de Português Língua Estrangeira: língua e cultura brasileiras, nos níveis I, II e III, ofertado pelo Departamento de Letras Vernáculas. O Curso reúne sessenta alunos estrangeiros de diferentes países e diversos cursos da Universidade Federal do Ceará, que vieram por intermédio da mobilidade acadêmica. No âmbito da formação de professores, esse trabalho mobiliza três alunos da graduação e três da pós-graduação. Os alunos da graduação fazem as gravações das aulas, participam das reuniões de preparação do material e também das sessões de autoconfrontação. Os alunos da pós-graduação dão as aulas, preparam o material didático comigo e são alvo das sessões de autoconfrontação. Analiso o discurso dos alunos-professores quando eles, em situação de autoconfrontação, falam sobre seu agir em determinadas situações de sala de aula. Para isso, ancoro-me nas figuras de ação interna (BULEA, 2010, PEIXOTO e LEURQUIN, 2011) e relaciono-as ao repertório (CICUREL, 2011) do aluno-professor mobilizado em sala de aula para entender determinadas atitudes docentes e seus posteriores desdobramentos para a formação do professor de protuguês língua estrangeira. UMA INTERFACE ENTRE DESIGN E PEDAGOGIA NA CRIAÇÃO DE MATERIAIS EDUCACIONAIS DIGITAIS VOLTADOS PARA O ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS Evania Alves Netto (Casa Thomas Jefferson) O uso crescente de ferramentas de tecnologia e da internet em salas de aulas presenciais e em cursos totalmente mediados por computador requer que o professor tenha em sua formação não somente conhecimentos pedagógicos, mas também conhecimentos de design de materiais, que possam auxiliá-lo na seleção e/ou na criação de materiais educacionais digitais que atendam as necessidades do novo aprendiz da geração digital (Behar; Torrezan, 2009). Norton (2006) ressalta que o design pedagógico traduz os objetivos do projeto, direciona as escolhas das ferramentas de tecnologia e das mídias a serem utilizadas e define a maneira como o conteúdo será desenvolvido, beneficiando, assim, o aprendizado. Menezes (2010) também salienta que o design de um curso é o que determina se este enfatiza a transmissão ou o armazenamento de informação ou privilegia a construção do conhecimento por meio de experiências colaborativas. O objetivo desta apresentação é demonstrar como quatro materiais educacionais digitais, usados em diferentes níveis de um curso de inglês presencial e em um curso de inglês ministrado na modalidade a distância, refletem as concepções pedagógicas de diferentes abordagens do ensino de línguas, e, ainda, incorporam alguns elementos técnicos e gráficos do design pedagógico, sugerido por Behar; Torrezan (2009). Para isso, foi conduzida uma análise qualitativa dos referidos materiais com o objetivo de verificar se eles possuem um equilíbrio entre os fatores técnicos, gráficos e pedagógicos. Os resultados deste estudo indicam que a partir de conhecimentos do design pedagógico abordado é possível construir materiais educacionais digitais que integram esses três fatores, atendendo, assim, o perfil do aprendiz do século 21. Palavras chaves: design pedagógico; materiais educacionais digitais; formação digital do professor. PIBID LETRAS E SUAS ESFERAS DE ATUAÇÃO: INTEGRAÇÃO ESCOLA-UNIVERSIDADE, INICIAÇÃO À DOCÊNCIA E FORMAÇÃO CONTINUADA Fabiana Giovani Isaphi Marlene Jardim Alvarez (Universidade Federal do Pampa) A presente comunicação ter por objetivo refletir sobre a experiência advinda do Programa de iniciação à docência (PIBID), na área de Letras da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA). O subprojeto em questão - com início em 2009 - teve sua prorrogação até 2013, tempo em que continua a contribuir para o principal desafio não só do Rio Grande do Sul, mas de todo o Brasil, que é melhorar a qualidade da educação dos alunos da educação básica. O trabalho desenvolvido está pautado nos estudos bakhtinanos, principalmente, no que se refere à dialogia e nos estudos referentes à formação do professor. A metodologia se volta para três esferas de atuação: i) integração escola-universidade; ii) iniciação à docência; e iii) formação continuada. Os resultados parciais evidenciam que a integração escola-universidade tem, de fato, proporcionado a construção da pesquisa colaborativa oriunda da interlocução entre os alunos em formação 85 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas inicial, os professores em formação continuada e os próprios formadores de professores do curso de Letras. Quanto à segunda esfera, podemos apontar o satisfatório resultado que tem sido alcançado no que diz respeito a ‘iniciação à docência’. Os alunos universitários estão tendo a oportunidade de, a partir das demandas oriundas das escolas, desenvolver objetos de aprendizagem e materiais didáticos voltados ao desenvolvimento da educação linguística dos alunos da educação básica, de forma articulada às concepções contemporâneas das pesquisas da área de Linguística Aplicada de cunho transdisciplinar. Por fim, a questão da formação continuada também tem apresentado resultados importantes e que podem ser ampliados. Nos encontros realizados, propõe-se junto aos professores, um espaço de estudo e discussão sobre as questões específicas da área, bem como a proposição de soluções inovadoras, enfocando o letramento acadêmico e digital dos docentes da educação básica, para que possam, ao longo do projeto, multiplicar ações junto aos alunos da educação básica. AS REPRESENTAÇÕES LINGUAGEIRAS DO AGIR PROFISSIONAL DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA Fábio Delano Vidal Carneiro (Faculdade 7 de Setembro) O agir profissional é representado a partir de interpretações temático-discursivas apreensíveis a partir dos textos/discursos produzidos pelos próprios profissionais acerca da sua atividade. BRONCKART (2004) apresenta essas diferentes interpretações como estratégias de reorganização das autorepresentações profissionais, cuja atualização constante serve de “motor de desenvolvimento” dos indivíduos em situação de trabalho. BULEA (2007, 2010) apresenta cinco modalidades de Figuras de Ação identificáveis a partir de entrevistas realizadas anterior e posteriormente a um agir referente específico. Em nosso estudo, utilizamos entrevistas anteriores e posteriores a aulas de língua portuguesa para alunos do 5º ano do Ensino Fundamental. A partir do corpus coletado, analisamos o discurso dos professores ao descrever o seu próprio agir, utilizando uma metodologia de análise descendente, partindo dos tipos de discurso e chegando às estratégias enunciativas, em particular à análise das vozes e das modalizações presentes nos textos orais analisados. Como resultado, percebermos a bifurcação da rede de interpretações gerada pelos professores, ora referindo-se ao seu próprio agir, ora referindo-se ao agir dos alunos, gerando uma dupla ancoragem tanto do ponto de vista ontológico (a ação é realizada pelo professor, mas sempre com uma expectativa sobre o agir do aluno), quanto gnosiológico (a interpretação do agir referente dá-se através de figuras de ação internas e externas). Esse desdobramento confere às interações que acontecem na sala de aula um estatuto diferenciado, em relação a outras situações do agir profissional. O agir profissional do professor é um agir sobre a ação de outro, cuja principal característica é a de desdobrar a sua ação em uma série de microatividades cuja matriz de referência sociosubjetiva é a da negociação sobre o agir dos alunos. O professor avalia seu agir a partir da eficácia ou não da sua ação sobre o agir dos alunos, tece, portanto, uma rede de significações complexas, multimodais e discursivamente pluri-ancoradas. Palavras-chave: Figuras de Ação, representações, agir profissional (RE)PENSANDO A FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA Fabrícia Cavichioli Braida (Instituto Federal Farroupinha - IFF) Ana Lúcia Cheloti Prochnow (UFSM) Maria Tereza Nunes Marquesan (UFSM) Este trabalho tem por finalidade analisar a formação oferecida ao acadêmico do Curso de Letras da Universidade Federal de Santa Maria. Tal proposta decorre de pesquisas, dentre as quais citamos Leite (2008), que revelam que a formação inicial do professor se apresenta de forma insuficiente e “aligeirada”, mostrandose incapaz de suprir os desafios da formação docente diante do contexto de ensino que exige dos profissionais uma série de capacidades e habilidades que não estavam presentes nos cursos de formação. Isso quer dizer que os professores não estão recebendo preparo inicial que lhes dê condições para enfrentar as situações do cotidiano escolar, sobretudo no ambiente restrito de sala de aula. Neste artigo, nossas considerações direcionam-se, em especial, à grande massa de professores e/ou futuros licenciados de Língua Portuguesa. Para tanto, buscamos respaldo teórico no Projeto Político-Pedagógico do Curso de Letras da instituição supracitada bem como nos aportes teóricos de autores que discutem a tendência atual do papel do professor de línguas como LEITE (2008), GUEDES (2006), LIBERALI(2010), dentre outros. Assim, este artigo apresenta as características necessárias à formação inicial e destaca as limitações e deficiências de formação que dificultam o exercício da profissão do professor de Língua Portuguesa dentro do sistema escolar. Palavras-chave: Saber docente; Formação inicial; Professor de Língua Portuguesa. 86 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas AS NOVAS TEORIAS DE LETRAMENTO E A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES: REPRESENTAÇÕES ANALÓGICAS E DIGITAIS Fabrício Tetsuya Parreira Ono (USP – PG) As mudanças tecnológicas das últimas décadas transformaram a maneira em que nos comunicamos e nos relacionamos, não apenas um salto tecnológico, mas alteram o modo como criamos o sentido de uma mensagem e os meios e recursos utilizados, além de exigirem mudanças significativas no cenário educacional. Diante disso, surgem algumas inquietações acerca do ensino e aprendizagem de língua inglesa e a partir delas este estudo visa promover questionamento/reflexão sobre a forma com que professores de língua inglesa ressignificam os valores das novas teorias de letramento (SNYDER, KRESS, 2000), multiletramentos (COPE E KALANTZIS, 2000) e ensino crítico (LANKASHEAR e KNOBEL, 1997; MONTE MOR, 2009 E MENEZES DE SOUZA E MONTE MOR, 2006) na (re)construção de suas identidades e integram tais transformações sociais, cognitivas e tecnológicas a sua práxis, uma vez que as tecnologias servem para ampliar o que já existe ou criar novas possibilidades (WARSCHAUER, 2002). Ainda, considerando que os multiletramentos enfatizam as variações de uso da linguagem em contextos sociais e culturais distintos e na comunicação multimodal, especialmente no que se refere ao uso novas mídias inseridas no nosso cotidiano (COPE e KALANTZIS, 2000), ressignificando a educação diante das mudanças socioculturais, cognitivas e tecnológicas. Além disso, de acordo com Kress e van Leuween (1996, p.183), letramento novo e multimodal reconhecem a multiplicidade de significados que combinam vários modos (visual, textual, auditivo, movimento, etc.) como também os seus contextos sociais. Este estudo tem como contexto um curso de pós-graduação latu senso em Estudos Avançados de Língua Inglesa e analisa um vídeo criado pelos participantes no qual eles discutem e reinterpretam as teorias dos novos letramentos, indicando um processo reflexivo na (re)construção de suas perspectivas teóricas e que poderão refletir em suas práticas de sala de aula. REPRESENTAÇÕES DOS PROFESSORES DE INGLÊS PARA CRIANÇAS E A FORMAÇÃO CONTINUADA EM SERVIÇO Fábio Luiz Villani (Faculdade Campo Limpo Paulista – FACCAMP e Secretaria Municipal de Ensino de São Paulo) Em 2012, face à implantação do Programa Língua Inglesa no Ciclo I nas escolas vinculadas à Secretaria Municipal de Educação de São Paulo (SMESP), houve a necessidade da realização de estudos acerca da identificação de quem são os professores da Rede e quais as necessidades dos mesmos para a efetiva implantação do programa citado. Para a apresentação e discussão dos resultados obtidos nas coletas de informações preliminares realizadas entre os professores percebeu-se a grande necessidade de aperfeiçoamento linguístico dos mesmos pelas representações que os mesmos possuem acerca da “língua que uso – e que me falta - como instrumento de trabalho”. Para situar essa discussão, serão apresentadas as declarações dos professores e as análises preliminares acerca das possíveis ações no sentido, não só da melhoria das questões linguísticas dos mesmos mas, também, um estudo no sentido de redirecionarmos as visões dos professores acerca das questões da falta de proficiência que, muitas vezes, causa entraves na realização de um trabalho significativo com os alunos. Para embasamento teórico das questões apresentadas e que serão discutidas com os participantes utilizaremos como base científica os estudos de KALAJA (2003), BARCELOS & VIEIRA-ABRAHÃO (2006), CELANI (2006), GARBUIO (2006), GRIGOLETTO (2005), KINCHELOE (1997), LIBERALI (1999) e WRIGHT (2006). Palavras-chave: Proficiência linguística, Representações, Formação Continuada em serviço, Elaboração de diários reflexivos, Ensino de Línguas para Crianças O CONHECIMENTO-BASE DE UMA PROFESSORA DE INGÊS EM UMA COMUNIDADE DE BAIXA RENDA Fatima Aparecida Cezarim dos Santos (Unesp-Ibilce-SJR.Preto) Esta comunicação objetiva a apresentação de dados de uma pesquisa de enfoque etnográfico, de orientação sócio-histórica (Freitas, 2002), em sua fase inicial, que busca identificar os elementos que constituem a formação de conhecimento-base de uma professora de inglês da rede municipal, em uma cidade do Estado de São Paulo, cuja população é de baixa renda, inscrevendo-se no cenário de um Brasil globalizado. O referencial teórico constará de discussões acerca das concepções de conhecimento-base de professores de línguas (Freeman e Johnson, 1998; Kennedy, 1999), numa perspectiva sócio-histórica na formação de professores de inglês (Johnson, 2009; Burns e Richards, 2009; Johnson e Golombeck, 2011), considerando-se a reflexão 87 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas crítica no desenvolvimento profissional do professor (Pimenta e Ghedin, 2002; Zeichner e Liston, 1996) e a prática pós-método (Kumaradivelu, 2001,2003), em contexto de ensino de língua inglesa em um mundo globalizado (Canagarajah, 1999; Moita Lopes, 2008). Os instrumentos de geração dados são observação em sala de aula, entrevista, diário de campo, narrativa, gravação de aulas. Palavras-chave: conhecimento-base, língua inglesa, formação de professores de línguas. CONTRIBUIÇÕES DA FERRAMENTA WIKI PARA O ENSINO DE PRODUÇÃO ESCRITA EM LÍNGUA INGLESA Franciclé Fortaleza Bento (EEFM Anísio Teixeira) O professor, no contexto da educação atual, busca nas ferramentas da Internet elementos que possam contribuir para a sua formação. Dentre as ferramentas existentes destacam-se aquelas que viabilizam a aprendizagem colaborativa, como a wiki (CUNNINGHAM, 2008; LIMA, 2008), que possui um potencial inovador, permitindo a criação e edição de páginas em ambiente virtual. O objetivo deste trabalho é descrever os passos para a criação de um ambiente wiki para a produção textual em língua inglesa e destacar o potencial pedagógico desta ferramenta para o trabalho do professor. Nesse sentido, noções de retextualização (DELL’ ISOLA, 2007), de escrita nas abordagens como processo (FLOWER e HAYES 1980 apud KATO, 1987; SERAFINI, 1995; MATSUDA, 2003; VIEIRA, 2005), por imitação (SERAFINI, 1985; VIEIRA, 2005) e escrita colaborativa (LANDOW, 2006; WARD, 2006) foram visitadas, assim como contribuições para a produção e a avaliação de um projeto wiki (ARAUJO JR, 2008; WEST & WEST, 2009). As atividades de produção escrita propostas no ambiente foram fruto de retextualizações de gêneros textuais (anúncio publicitário e resenha de filme) presentes em livro didático, o que lhes conferiu um caráter hipermodal. O resultado foi a criação de um ambiente virtual voltado para a produção escrita em língua inglesa. Com isso, a ferramenta em questão: permite que o professor se configure como produtor de mídia, elaborando seu próprio material didático; possibilita a criação de um cenário para a realização de projetos; como também auxilia o professor no acompanhamento do desenvolvimento da escrita de seus alunos, uma vez que o processo de construção das páginas fica salvo, permitindo a comparação de versões, a percepção de problemas e a criação de intervenções para saná-los ou minimizá-los. Palavras-chave: Wiki. Gêneros Textuais. Produção Escrita. FATORES AFETIVOS E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA: FOCO NA ESCRITA E NA CORREÇÃO DE ERROS Francisco José Quaresma de Figueiredo (UFG) Este estudo tem por objetivo promover algumas reflexões sobre a forma como os fatores afetivos podem influenciar a aprendizagem de uma língua estrangeira (LE), ou de uma segunda língua (L2), especialmente no campo da produção textual e da correção. Como bem observa Cheng (2002), escrever é uma atividade emocional e cognitiva; ou seja, nós pensamos e sentimos enquanto escrevemos. Dessa forma, serão apresentados os fatores afetivos que podem influenciar os processos da escrita e da correção de erros, bem como percepções de aprendizes sobre esses processos, para que professores, alunos e demais pessoas envolvidas no ensino e aprendizagem de línguas possam refletir sobre como tornar tais processos mais humanizados. NARRATIVAS SOBRE A PESQUISA EM/SOBRE A SALA DE AULA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA Fernanda Landucci Ortale Universidade de São Paulo Na área de educação de professores de línguas, há um consenso sobre a importância de estimular uma perspectiva reflexiva sobre a sala de aula, que forneça aos professores os meios de um pensamento autônomo e facilite as dinâmicas de formação continuada (NÓVOA, 1997; SCHÖN, 2000; RICHARDS, 2002; VIEIRA ABRAHÃO, 2006). Da mesma forma, a pesquisa acadêmica ligada aos processos de aquisição de linguagem desenvolvida nas últimas décadas (ELLIS 2003,2008; DÖRNYE 2005; GASS e SELINKER, 2008) tem mostrado como é importante relacionar achados das pesquisas de campo à reflexão sobre os processos de ensinar e aprender línguas. Nessa perspectiva, ter a sala de aula como contexto para coleta de registros tornase de suma importância para a pesquisa aplicada na área de ensino/aquisição de línguas estrangeiras e também para pesquisas que procuram compreender como tais fenômenos podem contribuir para a formação do professor de línguas. Mas como se dá o trabalho de entrada em campo? Quais os cuidados que os 88 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas pesquisadores devem ter em relação a aspectos burocráticos, políticos, operacionais e éticos? O objetivo deste trabalho é, portanto, contribuir para a reflexão sobre as principais dificuldades encontradas por pesquisadores em diferentes fases da investigação aplicada: a elaboração do desenho da pesquisa em sala de aula, a coleta, a transcrição, a análise e, enfim, a publicação dos dados. Para tanto, serão apresentadas as conclusões de um breve estudo que teve como objetivo identificar, por meio de narrativas orais, as dificuldades que estudantes de Mestrado e Doutorado de uma Universidade Pública do Estado de São Paulo encontraram ao longo de suas trajetórias como pesquisadores. A SÍNDROME DO PATINHO FEIO: A RELAÇÃO ENTRE O SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO E A APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS Fernanda Santana Godoy (Universidade Federal de Viçosa) Os estudos sobre a aprendizagem colaborativa já alertavam sobre os benefício de um grupo coeso para a aprendizagem de inglês como língua estrangeira (FIGUEIREDO, 2004; FIGUEIREDO, 2005; FIGUEIREDO, 2006; JACOBS, 2006; CÂNDIDO JÚNIOR; 2006; SILVA, 2010). Dentre os benefícios, destaco a diminuição da ansiedade e timidez, fazendo com que o aluno se arrisque mais e tenha menos medo de errar. Em se tratando da aprendizagem de uma língua estrangeira, um bom relacionamento entre os colegas de classe influencia no aprendiz principalmente a habilidade comunicativa usando a língua alvo. Baseada num estudo de Murphey, Prober e Gonzales (2010), este trabalho terá como objetivo analisar como era o sentimento de pertencimento de duas professoras em serviço durante a graduação e como isso influenciou na aprendizagem de inglês e na formação de suas identidades como professoras e em suas práticas atuai. Baseados em estudos da psicologia social, Murphey, Prober e Gonzales (2010) afirmam que a sensação de pertencimento emocional a um determinado grupo precede a aprendizagem. Projetando esta idéia pra sala de aula, isso quer dizer que o aluno se sentir acolhido pelo resto da turma é importante no seu processo de aprendizagem. Estudos mostram que, quando rejeitados, eles tendem a usar a agressividade como um mecanismo de autodefesa, ou, como em muitos casos, adotar um comportamento antissocial de isolamento. Os autores também ressaltam o papel do professor no diagnóstico e amenização da exclusão. Para esta análise, lançarei mão de dois métodos de coleta de dados qualitativos, a narrativa e a entrevista semi-estruturada. A análise dos mesmos ainda será feita, o que me impede traçar conclusões no presente estágio do estudo. Palavras-chave: Aprendizagem de inglês; noção de pertencimento; emoções CONSIDERAÇÕES ACERCA DO AGIR DOCENTE NUMA PERSPECTIVA SOCIOINTERACIONISTA Fernando Antonio Fragoso dos Santos (UFPB) O presente trabalho acadêmico se insere no contexto de pesquisas em Lingüística Aplicada com foco nas representações do agir docente em situação de trabalho. A pesquisa em questão contempla o ensino de língua inglesa amparado pelo Método Áudiolingual (AL). O referido método, ao mesmo tempo em que pode delimitar o trabalho do professor, também pode fazê-lo(a) repensar sua prática dando margem a posicionamentos e mudanças. A perspectiva teórica abordada é a dos estudos realizados no âmbito do Interacionismo SócioDiscursivo (ISD) desenvolvido por Bronckart (1997) e demais colaboradores e pesquisadores. O foco de análise volta-se à identificação da relação entre linguagem e trabalho educacional em textos produzidos sobre o trabalho e em situação de trabalho e, diante disso, o objetivo principal é o de verificar como tais textos refletem as possíveis representações, interpretações e avaliações sociais da atividade docente. Foi utilizado, como procedimento analítico, numa perspectiva qualitativa, elementos linguístico-estruturais com base nas categorias de uma Semântica do Agir propostas por Bronckart e Machado (2004) e Bulea (2010). Em um primeiro instante, foram identificadas as categorias mencionadas em um documento prescritivo diretamente implicado no trabalho de ensino e anterior a este, considerando-se, também, os papéis atribuídos aos professores. Posteriormente, observaram-se as ações mobilizadas pelos professores em suas entrevistas e os papéis que eles mesmos se atribuem. Conclui-se que a prática de sala de aula é fator importante para retomadas de posicionamento. As vozes dos professores indicam uma atitude avaliativa frente ao que determina a prescrição. As capacidades guiadas, cerne do texto prescritivo analisado, não impedem ações concretas dos professores na busca de sua identidade pessoal e profissional. Palavras-chave – TRABALHO DOCENTE; ISD; AUDIOLINGUAL CRENÇAS, EXPERIÊNCIAS E EMOÇÕES EM NARRATIVAS DE ESTUDANTES DE LÍNGUA INGLESA EM UM CURSO DE LETRAS 89 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Flávia Marina Moreira Ferreira (Universidade Federal de Viçosa) Este trabalho visa apresentar os resultados de uma pesquisa de iniciação científica, cujo foco foi a investigação das crenças, experiências e emoções de estudantes do curso de Letras, do sétimo período, de uma universidade federal localizada na Zona da Mata Mineira, em relação às suas futuras escolhas profissionais. Vários pesquisadores (PAIVA, 1997; BASSO, 2001; BARCELOS, 2004; SILVA, 2004; ARAGÃO, 2007) tem apontado a necessidade dos cursos de Letras investirem na competência linguística dos seus estudantes e promoverem um estudo reflexivo com os mesmos (ZEICHENER, 2008). Esses estudos revelam que os estudantes se sentem inseguros em relação a sua competência linguística e pedagógica durante a disciplina de prática de ensino, que na maioria das vezes é seu primeiro contato com a sala de aula. Observa-se, também, que se os estudantes mantiverem essa insegurança até o final do curso, sua futura carreira profissional pode estar comprometida antes mesmo de ter sido iniciada. Através da análise de narrativas, da aplicação de questionários semi-aberto e entrevistas gravadas, realizamos o levantamento das crenças e emoções, bem como categorizamos as experiências desses estudantes afim de verificarmos a influência dos fatores relacionados à competência linguística (por exemplo, as experiências com a língua inglesa anteriores à graduação) em suas futuras escolhas profissionais. Neste trabalho apontaremos os resultados desta pesquisa e suas implicações para a formação inicial. Palavras-chave: crenças; experiências; emoções. SESSÃO DE FEEDBACK: UMA JORNADA TRANSFORMADORA NA PROFISSÃO DE PROFESSORAS DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA Flaviane Montes Miranda Lemes(UFG) Esta comunicação é resultado de um trabalho de pesquisa desenvolvida como avaliação final do Curso de Especialização em Linguística Aplicada: Ensino–Aprendizagem de Ensino de Línguas Estrangeiras, oferecido pela Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás em parceria ao CEPAE (Colégio de Aplicação), no ano de 2011. A monografia foi gerada por dados coletados junto a um grupo de professoras de inglês para crianças numa escola de ensino privada em Goiânia. Os objetivos da pesquisa foram comprovar a importância das sessões de feedback em sessões denominadas reflexivas como trabalho colaborativo das professoras participantes; verificar como aquelas professoras viam e sentiam sua participação naquelas sessões; e verificar como se deu o desenvolvimento profissional pelo qual passou a própria pesquisadora. É um estudo de caso, dentro do paradigma qualitativo de pesquisa, pois se limita a apenas um grupo de duas professoras que atuam em um número de salas de aula, que são especificamente da Educação Infantil dentro de um universo escolar maior. Teoria sobre o conceito de reflexão, reflexão colaborativa e os papéis de cada participante do processo, tanto das professoras/participantes quanto da coordenadora/pesquisadora, abarcaram o referencial teórico da pesquisa. A principal consideração feita ao final da pesquisa é que não há poder maior para o/a professor/a que o desejo de mudança. O desejo de mudança é o que move todos os profissionais que querem traçar rotas de sucesso em sua jornada reflexiva para uma prática profissional efetiva. A INSTITUIÇÃO ESCOLAR NA ANÁLISE DO AGIR DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO INICIAL Francieli Freudenberger Martiny (UFPB; PROLING/UFPB Betânia Passos Medrado (PROLING /UFPB) A permanência e a atuação em escolas da rede básica de ensino, sob forma de estágios supervisionados, fazem parte do processo formativo inicial de professores. Durante esse período, através da interação com colegas mais experientes, as representações que esses professores têm sobre trabalho são (re)construídas. As peculiaridades dessa vivência provocam a explicitação das representações que esses professores têm sobre esse gênero profissional (CLOT e FAÏTA 2000; CLOT, 2006), uma vez que eles estão engajados em compreender seus subentendidos a fim de se inserir nesse coletivo de trabalho. Nessa linha de raciocínio, a presente pesquisa procurou identificar em que medida o contexto escolar atua como fonte do agir de professores em formação inicial. Ou seja, objetivou-se perceber que vozes permeiam a análise que eles fazem de seu trabalho durante o estágio supervisionado e, mais especificamente, que espaço ocupa a voz da instituição escolar nessa compreensão. Para tanto, foram utilizados os aportes teórico-metodológicos propostos pelo Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 1999, 2006, 2008; BRONCKART e MACHADO, 2009) e pela Clínica da Atividade (CLOT, op.cit). Do primeiro foi adotado o quadro epistemológico que fundamenta a análise de textos, com ênfase na noção de vozes. Do segundo foi utilizado, além da compreensão de trabalho, o mecanismo de geração de dados denominado autoconfrontação. No contexto 90 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas desta pesquisa, esse procedimento foi utilizado com dois professores em formação inicial, concluintes do Curso de Letras – habilitação em Língua Inglesa, que tiveram uma aula gravada em vídeo e, posteriormente, assistiram a essas imagens, analisando seu agir. Os resultados parciais da análise desses textos contribuem para a compreensão do papel que o contexto escolar ocupa na (re)formulação das representações sobre o trabalho docente durante os processos formativos iniciais. Eles apontam para as possibilidades de integração entre universidade e escola, à medida que as especificidades e as demandas dessa última são tematizadas durante o período de estágio supervisionado. Palavras-chave: formação de professores de língua inglesa; agir docente; vozes. REFLEXÃO CRÍTICA EM ESCOLAS DE IDIOMAS: O QUE É POSSÍVEL? Francisco Carlos Fogaça (UFPR) Este artigo tem por objetivo apresentar um recorte em uma pesquisa de mestrado realizada entre 2003 e 2005, tendo como sujeitos dois orientadores pedagógicos (OP’s) de dois institutos de idiomas (que fazem parte de uma rede de escolas franqueadas) em duas cidades do interior do estado de São Paulo. Os dados foram gerados em trocas de mensagens eletrônicas entre os pesquisadores e os sujeitos da pesquisa. O foco da análise recaiu sobre a interação entre os pesquisadores e os OP’s, num processo que teve como referência as ações da reflexão crítica propostas por Smyth (1992), com base em Paulo Freire (descrever, informar, confrontar e reconstruir). A pesquisa procurou investigar: a) que mudanças puderam ser observadas (ou não) na condução de sessões de feedback? b) qual a percepção dos OP’s sobre o processo reflexivo deflagrado? A noção de reflexão que embasou a pesquisa teve como referências, sobretudo, Schön (1983, 1992, 2000), e Rodgers (2002), com base em Dewey além de diversos autores que adotam a noção de reflexão crítica (KINCHELOE, 2004; BROOKFIELD, 1995; SMYTH, 1992 e 2004). A pesquisa se valeu ainda das ideias de Gebhard (1994), para modelos de supervisão pedagógica, e Gimenez (1999; 2002), Liberali (1999; 2000; 2004), entre outros. A análise dos dados mostrou que um dos orientadores, que exercia também a função de diretor da escola, tendeu a ser mais receptiva à abordagem reflexiva que a do outro, contratado para a função. Isso nos permite lançar a hipótese de que as pressões que um OP de uma escola de idiomas sofre por resultados que se traduzam em lucros para o negócio sejam grandes, e de que um processo reflexivo de supervisão pedagógica precise ser percebido pela direção da escola através dos benefícios que tais práticas possam trazer ao negócio. Palavras-chave: reflexão crítica, formação continuada, escolas de idiomas, supervisão pedagógica LETRAMENTO DIGITAL: CONSIDERAÇÕES SOBRE O AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM SOLAR NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA Germana da Cruz Pereira (Universidade Federal do Ceará) Com o presente artigo objetivamos discorrer e refletir sobre o potencial didático do ambiente virtual de aprendizagem para a aquisição do espanhol como língua estrangeira por alunos da educação superior, relatando o trabalho desenvolvido no curso Letras Espanhol (noturno) da Universidade Federal do Ceará – utilizando o espaço virtual SOLAR - como apoio para a realização de atividades e como espaço para a prática da língua meta, assim como para debate de questões relacionadas à formação de professores. Para tanto, analisamos à luz dos estudos críticos do discurso trechos de fóruns e chats realizados com a turma sobre temas gramaticais, socioculturais e referentes à docência a fim de observar a relevância da utilização do mencionado espaço virtual para o meio acadêmico, o aprendizado de línguas e formação de futuros docentes, assim como tomamos por base teórica os estudos sobre ambientes virtuais de aprendizagem e letramento digital de Coscarelli (1998), Leite (2008), Cestreros (2008) e Soares (1998), e da análise crítica do discurso de Van Dijk (2008). Ao final das análises percebemos como esse sistema pode ser uma importante ferramenta para facilitar o aprendizado da língua e cultura espanholas, visto que proporciona a interação dos alunos e o uso da língua em situações reais de comunicação. Além disso, essa prática de letramento digital possibilita avanços no que concerne ao uso e conhecimento cultural da língua estudada por parte dos aprendizes iniciais e uma reflexão sobre a formação docente, bem como a contribuição de um ambiente virtual de aprendizagem nesse processo. FORMAÇÃO DO PROFESSOR DAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL PARA O TRABALHO COM A LÍNGUA MATERNA: UMA DISCUSSÃO SOBRE ESSE PROCESSO EM UM CONTEXTO DE ESTÁGIO REMUNERADO 91 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Giovana Azzi de Camargo (USF/ UNICAMP) O curso de Pedagogia forma o professor que atuará nas primeiras séries do Ensino Fundamental que dentre outras áreas, trabalhará com a Língua Portuguesa. Os alunos, desse curso, se deparam com duas ou três disciplinas em sua formação sobre o componente curricular que tem maior carga horária no Ensino Fundamental e permeia outros componentes: Língua Portuguesa. O presente trabalho pretende discutir questões referentes ao ensino de língua materna no percurso de formação desses profissionais. Nesse sentido, a pesquisa em andamento, busca conhecer em um contexto de estágio remunerado, sob a supervisão do professor da sala de aula, como os alunos relacionam a discussão teórica e o planejamento de ações didáticas? Assim, nos perguntamos como os conhecimentos adquiridos ou não no processo de formação contribuem para a atuação em sala de aula. O referencial teórico é amparado pela contribuição de Bakhtin sobre a concepção de língua e o conceito gênero do discurso, de Geraldi e Possenti sobre o ensino da língua. Tardif e Lessard sobre os saberes do trabalho docente, Kleiman sobre a formação de professores. A metodologia de pesquisa escolhida é a pesquisa qualitativa, por meio de entrevistas semi-estruturadas com os alunos de um curso de Pedagogia, participantes do PIBID. Os dados analisados referem-se as primeiras entrevistas. Palavras-chave: Formação de Professores – Ensino da Língua Portuguesa – Texto INTEGRANDO ATIVIDADES MEDIADAS PELO COMPUTADOR NO PROCESSO DE ENSINOAPRENDIZAGEM DE NOVO VOCABULÁRIO EM INGLÊS Gisele Luz Cardoso (IF-SC/GASPAR) Esta comunicação oral apresentará um estudo que teve como objetivo investigar o impacto do ensino e aprendizagem mediados pelo computador (CALL) na aquisição de novo vocabulário em Inglês para fins específicos (ESP) e analisar as reações dos alunos de ESP com relação ao uso de atividades mediadas pelo computador. O estudo foi realizado no IF-SC/Gaspar. Os participantes foram 24 alunos adultos de um curso técnico em Informática. Os dados foram analisados qualitativa e quantitativamente. Para a análise qualitativa, os dados foram coletados através de questionários on-line, entrevistas orais, e postagens em fóruns no MOODLE. Com relação à análise quantitativa, os resultados do pré-teste impresso, dos pós-testes impressos e dos pós-testes realizados através da plataforma MOODLE, foram analisados estatisticamente através do SPSS. Os resultados da análise qualitativa mostram que os efeitos de CALL são positivos. Os estudantes relataram ter aproveitado a oportunidade de realizarem as atividades preparadas pelo professor na plataforma MOODLE e de ter acesso imediato a dicionários on-line e sites de busca, onde eles podiam facilmente ver imagens e definições relacionadas com o novo vocabulário que eles estavam aprendendo. Os resultados da análise quantitativa revelam que houve uma quantidade significativa de aquisição de vocabulário, como mostrado pelos resultados do pós-testes em comparação com o pré-teste e, ainda, houve desenvolvimento da competência digital dos aprendizes. Concluiu-se, com este estudo, que a incorporação de CALL no processo de ensino de novo vocabulário promove: o desenvolvimento de habilidades orais, escritas e da competência digital dos aprendizes, assim como o aumento do engajamento deles nas tarefas solicitadas e, naturalmente, a aprendizagem e retenção de novos vocábulos em L2. Os resultados deste estudo corroboram o que Celani (2008) argumenta: cursos de ESP não precisam estar ligados ao ensino da leitura somente. Eles podem ser concebidos de uma maneira que outras habilidades possam ser desenvolvidas. Palavras-chave: vocabulário - CALL – competência digital A CONSCIÊNCIA DO PROFESSOR DE LE: UMA QUESTÃO PARA A TRÍADE PROFESSOR-ALUNO-CONTEÚDO Giovana Marinho Ferreira (Universidade de Brasília) Nívia Maria A. Costa (Universidade de Brasília) Neste trabalho, investigamos a existência da tomada de consciência do professor sobre o papel da atenção na sua prática de ensino e sua implicação na tomada de consciência de seus alunos no processo de aprendizagem. Pesquisadores sugerem que o aprendizado de uma língua estrangeira (LE) ocorra a partir do contexto consciente propiciado pelo professor ou pelo tipo de instrução (Ellis, 1999, 2001; Lightbown e Spada, 2000, dentre outros), ou ainda, pela atenção espontânea do aprendiz a aspectos formais da LE (Schmidt, 1990). Rosa e Leow (2004) sugerem que o desempenho linguístico está relacionado às percepções conscientes dos aprendizes para a própria língua. Assim, as ações em sala de aula deveriam ocorrer através 92 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas da gramática reflexiva, pois o aluno é capaz de ir além do conhecimento que o seu professor trabalha (Ellis, 1997). Com base nesta premissa, alisamos, qualitativamente, um questionário aplicado a 15 professores de LE a fim de identificarmos as concepções dos sujeitos com relação à reflexão metalinguística. Os participantes desta pesquisa foram 15 professores, que são alunos nos programas de pós-graduação em Linguística e Linguística Aplicada de uma universidade pública. Através da análise dos questionários, podemos averiguar que os resultados apontaram a uma necessidade de desenvolver um conjunto de ações e que estas propiciem a tomada de consciência do professor mais efetiva para a sua prática pedagógica em aulas de LE. Por fim, os resultados mostraram que a reflexão dos professores sobre a importância desta consciência no processo ensino/aprendizagem demonstrou como é possível auxiliar os alunos a se tornarem aprendizes perceptivoreflexivos, capazes de ter consciência de sua própria aprendizagem. Palavras-chave: Tomada de consciência; gramática reflexiva; processo ensino/aprendizagem de LE. A DIDÁTICA DE USO DO TEXTO LITERÁRIO NO ENSINO DE FRANCÊS/ LÍNGUA ESTRANGEIRA: UMA EXPERIÊNCIA DE PRÁTICAS DE LEITURAS LITERÁRIAS COM PROFESSORES EM FORMAÇÃO NA UECE. Gisleuda de Araújo Gabriel (UECE) Cleudene de Oliveira Aragão (UECE) Embora o texto literário tenha desempenhado as mais variadas funções no ensino de línguas, visto que contribuiu para formação moral e ampliação de conhecimentos sobre valores culturais de diversificados povos, em nenhum momento apresentou-se como instrumento eficaz, adequado à capacidade do aluno, mas como um simples transmissor de conteúdo em detrimento da linguagem literária. Segundo Mendoza (2007) “A formulação de objetivos de aprendizagem comunicativa (...) levou os textos literários para um espaço impreciso e inesperado no currículo. Desse modo, ao mesmo tempo que se marginalizaram as produções literárias, foilhes dado um espaço indeterminado e sem função específica entre as atividades de sala de aula projetadas no âmbito linguístico-comunicativo.” E, mesmo conscientes da importância do TL como um valioso instrumento formador e multiplicador de diversificados saberes (linguísticos, culturais, discursivos, sociais, entre outros), temos nos confrontado com inúmeras dificuldades sobre como se trabalhar o texto literário em sala de aula. Portanto, esta pesquisa será realizada no âmbito da Universidade Estadual do Ceará – UECE, com professores em formação no curso de licenciatura em Letras Francês/LE. Temos por objetivo comprovar a eficácia do uso do texto literário a partir de práticas de leituras literárias no ensino do FLE. Utilizaremos como suporte teórico os estudos de WIDDOWSON (1991), ALMEIDA FILHO (2005), MENDOZA (2003, 2004, 2007), BARCELOS (2010, 2006), VIEIRA-ABRAHÃO (2008), SILVA (2010), COSSON (2011), KLEIMAN (2008), ROJO (2009), MARCUSCHI (2011), SCHENEUWLY, B. & DOLZ (2004), dentre outros. Nota-se a necessidade de desenvolver em contextos de formação de professores, as competências indispensáveis à utilização do texto literário em práticas leitoras, no intuito de estimular “negociações que conduzem à ultrapassagem das impressões iniciais individuais e configuram o coletivo da comunidade de leitores” (COSSON, 2011), e formar, em nossas Universidades profissionais capacitados e aptos a utilizar o texto literário como recurso didático em suas práticas de ensino. Palavras-chave: Texto literário. Leituras Literárias. Formação de professores de FLE. POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E EDUCAÇÃO BILÍNGUE PARA SURDOS: UMA ANÁLISE DO PERFIL E DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS Giselli Mara da Silva (UFMG -Faculdade de Letras) Josiane Marques da Costa (EE Educ. Esp. Francisco Sales/CAS-BH) Nesta apresentação, analisam-se as políticas voltadas para a formação de professores de português como segunda língua (PL2) para surdos e o perfil desses professores. Desde a aprovação da Lei da Libras, vêm-se implementando políticas linguísticas voltadas aos usuários da Libras, dentre as quais encontram-se aquelas destinadas à implementação da Educação Bilíngue, proposta na qual se reconhece que a primeira língua dos surdos brasileiros é a Libras e que esses têm direito de terem acesso ao ensino de PL2 (FERREIRA-BRITO, 1993). No entanto, o acesso desse grupo ao ensino de português ainda enfrenta inúmeros desafios, que se tornam mais complexos no processo de inclusão educacional (SILVA, 2008). Nesse contexto, discutem-se algumas questões: qual o perfil dos professores de PL2 para surdos; que tipo de formação tem sido oferecida a esses profissionais?; que competências esse trabalho exige desses professores? Para refletir sobre essas questões, recorreu-se a estudos que abordam: (i) as políticas linguísticas na área (QUADROS, 2006; SILVA, 2008); (ii) o ensino de PL2 e de PL2 para surdos e a formação de professores (QUADROS, 1997; SVARTHOLM, 1999; GRANNIER, 2001; SALLES et al., 2004; SILVA, 2005; entre outros). Adotou-se como 93 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas metodologia a análise de conteúdo de leis e textos normativos da rede estadual de ensino de Minas Gerais e da rede municipal de Betim e a realização de questionários e entrevistas com professores que atuam nessas redes. A análise dos dados evidenciou que, apesar dos documentos oficiais reconhecerem a educação bilíngue para surdos, a formação dos professores de PL2 ainda enfrenta vários desafios no que diz respeito: (i) à formação para o uso da Libras como língua de instrução; (ii) à formação para o ensino de português como L2 para surdos. Palavras-chave: formação de professor; educação bilíngue; ensino de português para surdos PRÁTICA EXTENSIONISTA E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR: UM AUTOESTUDO ACERCA DAS CONTRIBUIÇÕES DESSA PARCERIA Glauber Heitor Sampaio (UFV) Mateus et al (2002) afirmam a existência considerável de trabalhos que abordam a influência da prática de ensino na formação inicial. Contudo, baseados no nosso levantamento bibliográfico, não encontramos pesquisas substanciais que abordassem os estágios de ensino não obrigatórios. Dessa forma, o objetivo de nossa proposta para esta comunicação se pauta na discussão das experiências – e consequentemente das emoções, motivação e formação de identidade profissional – garantidas por estágios não obrigatórios em um curso de extensão que se caracteriza por apresentar características distintas às atividades desenvolvidas geralmente no último ano da graduação, direcionadas à observação supervisionada. Deste modo, trazemos as nossas vozes e reflexões enquanto egressos do curso de Letras e atuantes nesse curso de extensão por mais de quatro anos. Este é um autoestudo, de perspectiva metodológica autobiográfica (BULLOUGH e PINNEGAR, 2001), que busca retratar, através da análise de narrativas escritas, uma visão em profundidade das nossas vivências e experiências de formação e prática de ensino. Para a elaboração da narrativa, foi considerada como tema central a história de formação acadêmica, com ênfase na experiência obtida tanto com o currículo do curso, quanto com atividades externas, de cunho extensionista. Para a análise, seguimos os procedimentos de (a) redução dos dados em frases curtas, ideias-chave e conceitos, focalizando as palavras usadas pelo participante (CRESWELL, 1998; PATTON, 1990) e (b) codificação dos dados através da classificação das unidades significantes (LINCOLN e GUBA, 1985). Salientamos que cada um dos pesquisadores analisou a narrativa um do outro como um amigo crítico (SAMARAS e FREESE, 2009). Os resultados mostraram que a prática no curso de extensão foi um dos componentes fundamentais para o desenvolvimento profissional dos professores, o que nos permite sugerir que oportunidades sejam criadas para que atividades docentes como estas possam ser desenvolvidas ao longo da formação inicial e previamente aos estágios curriculares. Palavras-chave: estágio de ensino; formação de professores; prática extensionista. A FORMAÇÃO (INICIAL E CONTÍNUA) DOS PROFESSORES DE ESPANHOL NO DF E A (INTER)AÇÃO ENTRE UNIVERSIDADE-ESCOLA: O REAL, O IDEAL E O URGENTE. Gleiton Malta Magalhães (Universidade de Brasília) O contexto da comunicação aqui proposta abrange a formação inicial e contínua do professor de espanhol no Distrito Federal e sua atuação no ensino básico na capital do país, representada aqui pelas escolas da Secretaria de Educação do Distrito Federal. A pesquisa faz parte de um projeto de extensão do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução da UnB, intitulado “Gestão escolar/educacional e ensino de línguas: uma forma contemporânea de se (re)pensar educação” realizado em 2010 e 2011 em parceria com oo Centro Interescolares de Línguas de DF e com a Associação de Professores de Esapnhol do DF. Objetiva ilustrar como se dá o contato da universidade com o ensino básico durante a formação inicial e contínua do professor de Espanhol (E/LE). Fundamenta-se nas teorias de ensino, aprendizagem e aquisição de línguas (BROWN, 1994; ELLIS, 1998), nas competências do professor de Língua estrangeira (LE) (ALMEIDA FILHO, 2005; LOBATO, J. S. & GARGALLO. I. S., 2004) e nas teorias sobre as políticas públicas para educação (DOURADO, 2007; VIEIRA, 2009). Os resultados apontaram para uma ausência de interação real entre a Universidade e as escolas; para a falta de tratamento equânime entre os professores de E/LE na rede pública de ensino do DF que atuam nos CILs e nas escolas regulares. Concluiu-se a que Universidade tem se omitido no que diz respeito à formação real dos futuros professores de E/LE e que o(s) modelo(s) de estágio supervisionado implantado(s) não contempla(m) a realidade da maioria dos docentes que atuam na rede de ensino do DF. Palavras- chave: Formação inicial e contínua, E/LE, interação universidade-escola IDENTIDADES EM CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES 94 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas DE LÍNGUA PORTUGUESA COMO LÍNGUA MATERNA: LETRAMENTOS E DISCURSOS Guilherme Veiga Rios (Pesquisador-colaborador Pleno - NELiS/CEAM/UnB / Docente-colaborador PPGL/UnB) Sabe-se que a difusão de novos conhecimentos linguísticos para os profissionais que atuam no ensino língua e linguagens ocorre em descompasso com a produção desse conhecimento (Signorini, 2007; Magalhães, 2009). Um modo de diminuir essa lacuna entre teoria e prática na escola é a implementação de cursos de extensão, que façam interagir o pesquisador universitário e o(a) professor da educação básica, transformando o ensino também em pesquisa, em uma prática de rotina do(a) professor(a), onde este(a) possa atuar de maneira mais reflexiva dentro de sua disciplina escolar. Especificamente, nosso objetivo centra-se na introdução dos conhecimentos da Análise de Discurso Crítica (Fairclough, 1992) e dos Novos Estudos do Letramento (Street, 1984) para professores(as) que atuam nos níveis de ensino da Educação Básica. Em um curso de extensão universitário para professores(as) da educação básica, administramos questionários sobre os conceitos de linguagem, texto, fala, escrita e leitura que estes(as) trazem de sua formação inicial e de sua prática pedagógica, bem como sobre suas representações acerca do ensino de língua portuguesa. Buscamos, assim, correlacionar à formação docente construções identitárias docentes. As respostas às questões foram analisadas utilizando-se algumas categorias da Análise de Discurso Crítica, como vocabulário (Fairclough, 1992), análise semântica de orações (Fairclough, 1992) e relações textuais de equivalência e diferença (Chouliaraki e Fairclough, 1999; Fairclough, 2003). As representações das professoras sobre linguagem, texto, fala, escrita e leitura, sobre língua portuguesa e seu ensino demonstram sua diversidade de formação, sendo proporcionalmente discrepantes as professoras que atuam nas séries/anos iniciais em relação às outras séries/anos e ao ensino médio. Como conclusão geral, propomos que a identidade docente deve ser considerada em uma agregação que envolve não só a reflexão que o professor faz de si, mas também as concepções que traz de sua formação – inicial e continuada – além das práticas cotidianas na sala de aula. LÍNGUA FRANCESA PARA OBJETIVO UNIVERSITÁRIO (FOU): DIRETRIZES PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES QUE ATUAM EM CONTEXTOS ESPECÍFICOS Heloisa Albuquerque Costa (USP) Guiomar Marins de Oliveira (USP) Os acordos internacionais entre universidades francesas e brasileiras aumentaram consideravelmente nos últimos anos. Este aumento está relacionado à definição de uma política de internacionalização das universidades brasileiras buscando favorecer a mobilidade de alunos de graduação e pós-graduação por meio de programas de estudos universitários na França. Estudos e pesquisas realizados em universidades francesas demonstram este aumento (Mangiante e Parpette, 2011) e trazem como preocupação a necessidade de formar os alunos em língua francesa para que possam adaptar-se ao meio universitário e realizar satisfatoriamente os trabalhos acadêmicos orais e escritos solicitados. O conhecimento de nível intermediário (ou mesmo avançado) de francês obtido nas escolas de línguas mostra-se insuficiente para o bom desempenho do aluno em seus trabalhos acadêmicos. Quais são as especificidades discursivas exigidas no meio universitário francês? Quais competências orais e escritas devem ser desenvolvidas para que o aluno compreenda e faça anotações em uma aula expositiva, saiba apresentar um seminário na língua estrangeira, apresente um trabalho escrito? A resposta a estas questões tem exigido uma reformulação da concepção de cursos de francês e, em consequência, a explicitação de eixos que orientem a formação de professores que venham a ministrar cursos na área do Francês para Objetivo Universitário (FOU). Nosso objetivo nesta comunicação é apresentar os dados obtidos a partir dos módulos FOU desenvolvidos na Universidade de São Paulo e discutir as diretrizes de formação de professores de francês para o ensino de línguas para contextos específicos (Mangiante e Parpette, 2004 e Carras, Tolas, 2007), em particular em FOU, ressaltando as mudanças no perfil do professor que atua nesse contexto. Palavras-chave : formação de professores, contexto universitário, internacionalização LA EVOLUCIÓN DE LAS CREENCIAS DE PRINCIPIANTES BRASILEÑOS ADULTOS SOBRE EL PAPEL DE LA EXPRESIÓN ESCRITA EN EL APRENDIZAJE DEL ESPAÑOLCOMO LENGUA EXTRANJERA Idelso Espinosa Taset (ICESP/PROMOVE) Este estudio buscaba observar, describir y analizar la evolución de las creencias de catorce estudiantes brasileños de Español como Lengua Extranjera (E/LE) sobre el papel de la escritura en el aprendizaje de ese 95 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas idioma durante el primer semestre del curso en una escuela de lenguas (EL) y la posible relación entre ese cambio y el contexto de aprendizaje (la práctica docente, el material didáctico y la orientación pedagógica institucional). Esta investigación abordó las creencias desde una perspectiva filosófica (Dewey, 1933) y otra psicosocial (Rokeach, 1968; Fishbein Ajzen, 1975; Ajzen, 1991; Ajzen y Fishbein, 2000) y se apoyó en las investigaciones más recientes sobre cambio de creencias de enseñanza y aprendizaje de lenguas y acerca de la escritura en lengua extranjera. Los datos se recogieron mediante dos cuestionarios híbridos y dos entrevistas al inicio y al final del semestre, tres redacciones, la observación de clases, notas de campo y una sesión de reflexión. El análisis de los datos corroboró que (i) los alumnos llevan al aula un caudal de creencias que de algún modo influyen en sus actitudes y acciones a lo largo del proceso de enseñanza/aprendizaje; (ii) esas creencias se forman a partir de las más variadas experiencias de aprendizaje y (iii) c) su cambio o evolución se produce de forma gradual bajo el influjo de nuevas experiencias y de reflexión. Los resultados mostraron que los sistemas de creencias de todos los participantes sobre el papel de la EE se habían modificado en alguna medida presumiblemente bajo la influencia del nuevo contexto de aprendizaje. Palabras claves: creencias, aprendizaje, escritura, lengua extranjera. PRÁTICAS SUBVERSIVAS: AGÊNCIA, RESISTÊNCIA E ACOMODAÇÃO DENTRO E FORA DA AULA DE INGLÊS Igor Gadioli Cavalcante (UFSC) As práticas e os papéis identitários escolares tradicionais (CAZDEN, 2001) são rígidos, com pouco escopo para performances identitárias alternativas: nesse modelo de escola é fácil diferenciar as condutas “boas” e “más” de alunos. Na realidade pós-moderna, alunos constroem identidades híbridas e complexas que extrapolam essas diretrizes, ressignificando práticas escolares. Eles constroem identidades alternativas por meio da agência (FREIRE, 1970) de suas performatividades (BUTLER, 1990), subvertendo e resistindo a práticas via linguagem (CANAGARAJAH, 1997; GARCEZ, 2012; PENNYCOOK, 2010). Essa resistência se manifesta de forma evidente ou secreta, em Casas Seguras, para evitar sanções de figuras de poder (CANAGARAJAH, 1997) e podem ocorrer por modalidades diversas, dentre elas a reapropriação de discursos e símbolos culturais (RABY, 2005) dominantes, imperialistas e/ou transnacionais. Apresento neste trabalho uma pesquisa de mestrado homônima, de caráter etnográfico, que vem a contribuir com trabalhos anteriores (CLEMENTE & HIGGINS, 2008; LONGARAY, 2005; 2009; RAMPTON, 2006), em que investiguei como alunos resistiam e/ou se acomodavam a práticas em inglês dentro e fora de sala de aula, bem como as implicações identitárias dessas práticas (não) subversivas. Conduzi a pesquisa com três turmas de ensino médio de uma escola pública de Florianópolis/SC durante um ano (201–2012), gerando dados em observações de aula, notas de campo, entrevistas semiestruturadas gravadas em áudio e corpus da internet. Demonstro como alunos modificavam suas experiências em (aulas de) inglês, dentro e fora da escola, para adequá-las a suas expectativas e necessidades; aponto prejuízos de acomodações quase irrefletidas dos alunos ao discurso e práticas escolares; discuto, por fim, a necessidade de um olhar culturalmente sensível para manifestações subversivas, problematizando-as e empoderando alunos e professores, não mais relegando a resistência à marginalidade ou periferia, mas integrando-a legitimamente à prática escolar. Práticas subversivas; línguas adicionais; pós-colonialidade. POSTURA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA ANTE AS VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS Irenilda Francisca de Oliveira e Silva (Universidade Federal de Pernambuco) A variação linguística é uma realidade da qual a escola não se pode esquivar, visto que, com a facilitação ao acesso escolar, a realidade discente, no tocante à linguagem, apresenta-se diferenciada. Algumas instituições de ensino ainda perpetuam práticas pedagógicas que sedimentam a propagação de uma modalidade de língua única, atrelada às prescrições normativas da gramática, esquecendo que o uso da língua, por vezes, as contradiz. Este trabalho buscou desenvolver uma abordagem didática que enfocasse a evolução dos fenômenos transformacionais e sucessivos da língua, considerando esse conhecimento importante para o docente de Língua Portuguesa se posicionar, cientificamente, sobre as variações linguísticas, no tocante a aspectos como a flexão lexical, as diferenças fonético-fonológicas e morfossintáticas. Como embasamento teórico, buscaram-se as ideias de Câmara Júnior e Coutinho, sobre a evolução histórica da língua. Também foram significativas as considerações tecidas por Bagno, Antunes, Castilho, Bechara, Geraldi e Moura Neves, dentre outros, sobre a relação língua e usuário, linguagem e ensino. Para concreção deste trabalho, foram feitos estudos comparativos entre textos de Língua Portuguesa de épocas distintas e diferentes gêneros, destacando aspectos lexicais, com diferenciações fonográficas e semânticas, com reflexo na sintaxe, que comprovam a evolução natural de toda língua viva. Essa prática docente propiciou aos discentes momentos de 96 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas reflexão sobre aspectos históricos que explicam determinados fenômenos linguísticos hodiernos, rotulados como “erros”, e viabilizou um entendimento sobre a variação, como fenômeno comum a toda língua em uso. Foi gerado maior respeito às diferenças linguísticas, passando a ser valorizada uma postura de maior cientificidade a respeito das formas variantes. Pelo positivo resultado da proposta desenvolvida, vê-se que os educadores, comprometidos com a proficiência linguística dos seus alunos, devem buscar estratégias cientificamente fundamentadas, visando aprofundar sua educação linguística. Palavras-chaves: Língua Portuguesa. Ensino. Variação Linguística DIÁLOGOS ENTRE CONTEXTOS PRESENCIAL E VIRTUAL DE ENSINO/APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS PRÓXIMAS Isabela Abê de Jesus (Ibilce/Unesp - Câmpus de São José do Rio Preto) Esta apresentação tem como focoo recorte de uma pesquisa de Iniciação Científica (PIBIC-Reitoria/CNPq) desenvolvida no ano de 2010, na qual foram estudadas as possíveis contribuições mútuas entre um ambiente virtual de ensino/aprendizagem de línguas e um contexto presencial de sala de aula de língua espanhola. O ambiente virtual a que nos referimos é o teletandem, modalidade de ensino/aprendizagem mediada pelo computador, na qual pares de falantes nativos atuam, ora como tutor de sua língua materna, ora como aprendiz da língua de seu parceiro, numa comunicação em tempo real, por meio de aplicativos de mensageria instantânea (TELLES, 2006). O contexto presencial de ensino de espanhol é uma sala de aula de um centro de estudos de línguas, projeto dirigido a alunos da rede pública de ensino do estado de São Paulo, em que a pesquisadora desenvolveu estágio curricular de regência de aulas. A pesquisa desenvolvida caracteriza-se como qualitativa de tipo etnográfico (ANDRÉ, 2000; RICHARDS, 2003), cuja metodologia seguiu uma perspectiva interpretativista de análise do corpus, no intuito de se realizar um trabalho de triangulação de dados (BURNS, 1999). O corpus analisado neste recorte compõe-se de questionários respondidos pelos alunos sobre aprendizagem de línguas mediada pelo computador e da gravação em áudio/vídeo de uma aula, na qual os alunos do centro de línguas entraram em contato com falantes nativos de espanhol, por meio do teletandem. Os resultados revelam que há possibilidades de contribuição de um contexto para o outro, no sentido de que a pesquisadora busca desenvolver estratégias em um contexto que a auxiliam em sua atuação no outro. Verificou-se, também, que há possibilidade de diálogo entre o contexto virtual e o presencial, de modo que tanto alunos quanto professor possam tirar proveito da aprendizagem mediada pelo computador, em sala de aula. Palavras-chave: formação inicial; ensino/aprendizagem de línguas próximas; contextos presencial e virtual. FORMANDO PROFESSORES PARA O ENSINO DE PRODUÇÃO TEXTUAL COMO UM PROCESSO Isabela de Freitas Villas Boas (Casa Thomas Jefferson) O ensino de produção textual com foco no processo é amplamente preconizado pelos acadêmicos da área, nacional e internacionalmente (BOSCOLO, 2008; CALKINS, 1994; CASANAVE, 2004; GERALDI, 1991, 1997; FERRIS & HEDGCOCK, 2005;GRABE & KAPLAN, 1996; KROLL, 1991; NATION, 2009). Entre as características principais dessa abordagem ressaltam-se o enfoque em diversos gêneros textuais (DOLZ, & SCHNEUWLY, 2004), a análise das características textuais de modelos no mesmo gênero da proposta de redação (GRABE, 2001), a geração e o planejamento de ideias (CAMPBELL, 1998), a revisão por pares e reescrita (FERRIS, 2002) e a avaliação dos textos por meio de descritores de desempenho. No entanto, em sua pesquisa de doutorado intitulada A Contribuição do Processo de Ensino-Aprendizagem de Produção Textual em Língua Inglesa Para o Letramento do Aluno, esta pesquisadora constatou que ainda há fortes traços do ensino de produção textual com foco no produto no ensino regular e nos cursos de Letras frequentados pelos professores pesquisados, resultando na replicação desse modelo em seu próprio ensino. Por outro lado, experiências de ensino de produção textual com foco no processo têm se mostrado frutíferas no Brasil (GARCEZ, 1998; FIGUEIREDO,2001 ). Esta comunicação visa: a) apresentar os resultados da pesquisa supramencionada – um estudo de caso que mostra os efeitos positivos da abordagem processual no ensino de produção textual em inglês para adolescentes e a possível transferência das estratégias desenvolvidas para a produção textual em língua materna; b) apresentar uma proposta de ensino de produção textual significativo, com foco no processo e utilizando novas tecnologias (BLOCH, 2008), para atuais e/ou futuros professores de inglês, de forma que sua aprendizagem com base na experiência (Experiential Learning) os leve a uma práxis mais condizente com princípios sócio interacionais de ensino-aprendizagem com foco no aprendiz, bem como com a abordagem comunicativa para o ensino de línguas (ALMEIDA FILHO, 2007). Palavras-chave: ensino de produção textual; formação de professores; processo da escrita 97 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas A VISÃO DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO SOBRE O USO DE TECNOLOGIAS Janara Barbosa Baptista(Unesp) Com o intuito de incorporar na sala de aula e na prática pedagógica as invenções que podem aperfeiçoar a mediação entre o aluno e a língua, a área de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras busca se adaptar às mudanças ocasionadas pelas tecnologias. Contudo, embora a tecnologia ocupe um espaço tão importante hoje na educação, muitos professores em formação e em serviço não estão preparados para utilizá-la. Por essa razão, faz-se necessário investigar como professores podem ter uma formação que seja coerente com o momento sócio-histórico atual a fim de lidar com esse aspecto tão significativo na realidade da educação. Nesse sentido, esta comunicação objetiva apresentar a visão de professores em formação sobre o uso de tecnologias para o ensino de inglês, obtida através de um questionário semiaberto, utilizado como um dos instrumentos de pesquisa de um trabalho de Doutorado que investiga como ocorre a formação de professores em relação ao uso de novas tecnologias durante o estágio de regência. Para o desenvolvimento desse trabalho, são abordados conceitos relacionados a letramento digital [Tfouni (1988), Kleiman (1995, 2003, 2005, 2006), Soares (1988, 2000, 2002, 2004), Roxane Rojo (1988, 2001, 2006), Buzato (2006, 2009)], formação de professores [Perrenoud (2000), Buzato (2001), Freire (2009), Almeida Filho (2009), Paiva (2010)], assim como aspectos da perspectiva sociocultural (Vygotsky, 1978). A análise realizada até o momento permitiu observar, dentre outros aspectos, que os professores em formação investigados apresentam dificuldades em relacionar as tecnologias às experiências de aprendizagem de inglês na universidade. Justifica-se, assim, a necessidade de propiciar o contato com aspectos teóricos e práticos já na graduação que poderão contribuir para que o professor aprenda a analisar, de forma autônoma e reflexiva, o uso de tecnologia na sala de aula. Palavras-chave: Formação de professores, letramento digital, ensino de língua estrangeira UM PROJETO DE EXTENSÃO E EXPRESSÃO: SEM MEDO DE FALAR Janaína Aguiar Mendes Galvão (UFTM) O objetivo do presente trabalho é apresentar o projeto de extensão universitária “Sem medo de falar espanhol”, desenvolvido pelo Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Letras da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), que tem por objetivo oferecer uma oportunidade aos alunos da Universidade de desenvolverem a expressão oral em língua espanhola. Destina-se a alunos que já possuam um conhecimento básico de espanhol e, principalmente, aos alunos do curso de Letras com habilitação em Português/Espanhol. Configura-se como um estímulo à interação, em âmbitos extra-curricular e interdisciplinar, que permite que alunos de diferentes cursos desenvolvam seu discurso, compartilhando informações e expressando opiniões e sentimentos (Gómez, 2004). Tomaremos o conceito de competência comunicativa (HYMES, 1995) e também as noções de competência de fala, competência discursiva e níveis de competência (CHARAUDEAU, 2004). O projeto acontece há aproximadamente um ano, através de encontros semanais de 1h40 de duração, liderados por alunas bolsistas, com orientação de uma professora do curso. Foi estabelecido um tema de interesse para discussão do grupo. Nesse semestre, escolheu-se o tema “mulher” que foi abordado em suas relações com a história, o trabalho, a família, a política, o amor, a maternidade, etc. Buscou-se a integração das quatro habilidades em Língua Estrangeira e a exploração de diversos gêneros textuais, com foco nos gêneros orais, justificado pelo objetivo principal de fomentar a expressão oral. Estamos observando um desenvolvimento satisfatório na atuação dos alunos em língua espanhola e acreditamos que a relação estabelecida no grupo foi o fator determinante que assegurou uma comunicação autêntica, que marcou, sobretudo, o uso do espanhol para ampliar a interação entre os graduandos. Palavras-chave: Língua Espanhola – Competência comunicativa – Expressão oral SABERES E HABILIDADES ESPERADOS DE UM PROFESSOR DE LÍNGUA ADICIONAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL Janaína da Silva Forte (UFRGS) Helena Vitalina Selbach (UFRGS) Simone Sarmento (UFRGS) Com o aumento do número de instituições de ensino que oferecem aulas de língua inglesa para jovens aprendizes, se faz necessário discutir a formação desses professores. Rocha (2006, 2010), Santos (2005, 2010, 2011), Santos e Benedetti (2009), Tonelli e Cristovão (2010) elucidam as habilidades e saberes esperados à atuação desses profissionais ao lidar com crianças em início de escolarização, bem como a (falta 98 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas de) formação oferecida pelos cursos de Letras. Desta forma, o objetivo desta comunicação é apresentar os resultados de uma pesquisa que visou verificar quais saberes e habilidades são considerados necessários do ponto de vista de professores, coordenadores de escolas e pais de alunos da educação infantil em diferentes instituições de ensino em Porto Alegre. Os dados da investigação foram gerados através de entrevistas semiestruturadas em sete instituições de ensino na cidade de Porto Alegre no ano de 2010: duas escolas de educação infantil, duas escolas de educação básica e três escolas de idiomas. Pode-se concluir que é esperado dos professores de língua adicional para alunos da educação infantil que tenham habilidades específicas para o trato com os jovens alunos de dois a cinco anos, bem como que possuam saberes concernentes não só relacionados à língua que estão se propondo a ensinar, mas também a conhecimentos específicos do desenvolvimento infantil. Desta forma, torna-se importante proporcionar formação inicial e continuada específica para esses professores de forma a suprir as expectativas com relação a sua atuação profissional e, consequentemente, com relação à aprendizagem dos jovens alunos. Palavras-chave: ensino de língua inglesa; educação infantil; formação de professores. RECURSOS DIDÁTICOS E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA Janayna Bertollo Cozer Casotti (Universidade Federal do Espírito Santo) Durante muito tempo, ensinar Língua Portuguesa se restringia a dar uma aula em que o professor, numa sequência metódica, expunha um determinado conteúdo, orientava algumas atividades, corrigia essas tarefas e, depois, aplicava uma avaliação para verificar a aprendizagem dos alunos. Essa metodologia foi, de fato, disciplinando professor e aluno, ao longo do tempo. No entanto, hoje, no ensino de língua, não podemos negligenciar os inúmeros recursos que podem auxiliar tanto o professor, na dinamização de sua prática pedagógica, quanto o educando em sua relação com o conhecimento. Segundo Rangel (2005), o conhecimento construído pelas ciências da aprendizagem sobre “o que é aprender” nos leva a questionar as concepções e práticas estabelecidas. É nesse sentido que nos propomos, nesta comunicação, a apresentar o caminho que temos feito na coordenação do projeto de extensão “Recursos didáticos e suas contribuições para o ensino de gramática”, na Universidade Federal do Espírito Santo. Para tanto, partiremos das discussões empreendidas nas reuniões do projeto para chegar à apresentação do material didático produzido (jogos, por exemplo), para o ensino de gramática, priorizando o texto como unidade de ensino, de acordo com o que postulam os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998). Esse trabalho tem-nos permitido, portanto, verificar quão necessária é a reflexão fundamentada na concepção de linguagem que o professor de Língua Portuguesa assume em suas aulas, uma vez constatado que o docente capaz de compreender a linguagem como interação procurará fazer um trabalho para além do livro didático, uma vez que entende o uso de recursos didáticos variados como parte de uma prática pedagógica diferenciada, em que os educandos participam do processo de aprendizagem. Palavras-chave: Ensino de Língua Portuguesa. Recursos didáticos. Interação verbal. FORMAÇÃO DOCENTE: UM CONTEXTO DE REFLEXÕES CRÍTICAS Jane Beatriz Vilarinho Pereira (IFB) Pensar sobre ensino-aprendizagem é sempre um desafio, pois nessa reflexão estamos analisando, na verdade, o papel de todos os agentes envolvidos no contexto educacional, ou seja, o papel dos alunos, dos professores, dos coordenadores, da escola e da sociedade. E, como destaca Freire (2007, p. 14, grifos no original), “formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de destrezas”. Ensinar consiste, assim, em um grande desafio para todos os seus agentes, pois exige pesquisa, ética, reflexão crítica sobre a prática e o entendimento de que a educação é ideológica (FREIRE, 2007). Assim, tendo em vista a proposta dos estudos críticos na formação docente e seus desafios, neste trabalho apresentaremos algumas reflexões realizadas por três professoras de língua inglesa acerca de elementos pertinentes ao contexto de ensino-aprendizagem, tais como: a sala de aula, a pesquisa, o professor, etc., e destacaremos o papel dessa reflexão na formação docente. As reflexões e dados que serão apresentados foram coletados em uma pesquisa colaborativa (MAGALHÃES, 2002) que investigou o uso da reflexão crítica (SMYTH, 1991) como instrumento para a formação e para a reconstrução da ação docente. No período de coleta de dados dessa pesquisa, todas as professoras participantes lecionavam em um centro de idiomas, situado em um bairro de classe média, da cidade de Goiânia. BAKHTIN E AUTHIER-REVUZ: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES CRÍTICOS 99 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Jaqueline Lima Fontes (Universidade Federal de Sergipe) O presente estudo tem por objetivo apresentar uma perspectiva de trabalho voltada à formação de professores leitores, a partir das noções de dialogismo e heterogeneidade, respectivamente apresentados por Mikhail Bakhtin (1981) e Authier-Revuz (1990), que tratam da questão do “outro” na constituição do discurso. Como a língua por si só é heterogênea, todo enunciado, conforme Bakhtin, é dialógico e se constitui a partir do enunciado de outro, estabelecendo, assim, uma constante interação. O leitor proficiente seria aquele capaz de captar o caráter dialógico dos discursos, tanto através de uma leitura como de uma escritura responsivo-ativa. O dialogismo dos discursos permite-nos observar a natureza interacional do indivíduo em suas relações sócioculturais e históricas, que levam o sujeito a manifestar-se e a amparar-se no discurso do outro para dar sentido a seu dizer. O conceito de heterogeneidade enunciativa surge posteriormente com Authier-Revuz, que postula que os discursos são sempre atravessados por outros, permitindo emergir as marcas de suas presenças, e o descentramento do sujeito. Nesta perspectiva, refletiremos sobre o modo de participação do professor de línguas no ensino da leitura e da produção textual, buscando através dessas teorias, demarcar as relações dialógicas estabelecidas entre as vozes que compõem o discurso produzido em sala de aula. A partir disso, apontamos para um modelo de ensino de língua ancorado nas teorias do discurso, a fim de despertar, também, a criticidade nos alunos. Palavras-chave: Dialogismo. Heterogeneidade. Discurso. UMA ANÁLISE DO PERFIL DO PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA DAS ESCOLAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DE ARAPIRACA-AL Jean Marcelo Barbosa de Oliveira (IFAL/UNEAL) Neste trabalho abordamos a língua inglesa como disciplina, seu ensino, formação de professores de inglês. Trata-se de um estudo qualitativo, de caráter investigativo, que visa identificar o perfil de professores de escolas públicas de Educação Básica de um município do interior do estado de Alagoas, para tentar compreender a atual situação do ensino de inglês nesta cidade, conhecer a sua formação, que opiniões eles têm sobre os cursos de Letras que os formaram, quais atitudes eles tomam para melhorar sua prática docente. A pesquisa foi desenvolvida através da aplicação de questionário semiestruturado e de um inventário de crenças, no período de abril a julho de 2010, e envolveu 40 (quarenta) professores, de 30 (trinta) escolas com idades entre 18 (dezoito) e 50 (cinqüenta) anos. Os dados coletados revelam, dentre outras coisas, que os docentes pesquisados são graduados, 50% são especialistas em docência do ensino superior e 01 (um) é mestre; 65% revelaram que a sua formação pedagógica foi insatisfatória, requerendo a procura por escolas de idiomas para melhoria de proficiência na língua; 58% não participa de congressos ou seminários na área. O referencial teórico apoiou-se em estudos da área de ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras, que tiveram como foco de investigação a contribuição da língua estrangeira para a formação do indivíduo (Rajagopalan, 2005; Nicholls, 2001; Schultz, 2005; Leffa, 1999), e em pesquisas sobre formação de professores (Almeida Filho, 2000; Paiva, 1997; Vieira-Abrahão, 1992; Moita Lopes, 1991; Gimenez, 2005). Verificamos que os professores apesar de não se sentirem bem preparados pelos seus cursos de graduação, buscaram formação continuada para dar sequência aos seus estudos e com isto melhorar sua atuação profissional. O questionário aplicado atendeu a nossa expectativa, pois conseguimos ter um panorama da situação educacional sobre o ensino de língua inglesa no município. Palavras-chave: Língua inglesa; Formação de Professores; Escola Pública. O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: A LINGUAGEM COMO DISCURSO E OS MULTILETRAMENTOS Jeane Antonio Pedrozo (Universidade de Brasília) Na sociedade contemporânea, em que as relações sociais e as identidades são constituídas em práticas sociais mediadas pela linguagem escrita e visual, a leitura e a escrita constroem a identidade do ‘eu’ e do ‘outro’(Muniz da Silva, 2007). Nesse sentido, sendo a sala de aula de língua portuguesa um espaço privilegiado para o ensino da leitura e escrita, é fundamental que esse ensino leve em consideração as práticas de letramentos, entendidas como os modos como são (re)construídos os significados dos textos escritos em contextos culturais e sociais (Street, 2000; Barton e Hamilton, 1998). A metodologia baseia-se em coleta de registros por meio de observação de aulas e entrevista semiestruturada com professores de Brasília vinculados ao PIBID sobre o ensino da escrita e o desenvolvimento de uma consciência linguística que permita entender a 100 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas linguagem como prática social, levando-se em consideração o conceito de multiletramentos, no sentido de recobrir os usos e práticas sociais de linguagem que envolvem a escrita de uma ou de outra maneira, sejam eles valorizados ou não valorizados (ROJO, 2009). Esta pesquisa, recorte de meu trabalho de mestrado ainda em andamento, tem como objetivo investigar o discurso dos professores sobre as práticas de letramento, focando, especialmente, nas marcas de identidade que estão imbricadas nos discursos docentes. Além disso, investigarei em que medida esses discursos contribuirão para a formação de futuros professores de língua materna e ainda de que forma o ensino da escrita possibilita aos estudantes a apropriação dos gêneros para a construção do conhecimento e para interagirem em diversos domínios sociais. Nesse sentido, busco refletir sobre o ensino de língua portuguesa, mapeando a identidade docente, gerando dados para nortear a formação de futuros professores e propondo uma educação linguística efetiva, agente de multiletramentos. OS DESAFIOS DE NAVEGAR: A COLABORAÇÃO COMO BÚSSOLA DA FORMAÇÃO CONTÍNUA DE PROFESSORES DE INGLÊS MEDIANTE AS NOVAS TIC Jesiel Soares Silva (Universidade Federal de Minas Gerais ) Este trabalho analisa uma pesquisa colaborativa de mestrado desenvolvida por mim em parceria com um grupo de cinco professoras da rede pública estadual e municipal de Goiânia, Goiás. Por intermédio de encontros presenciais e virtuais apresentamos, discutimos e aplicamos algumas ferramentas da Internet no ensino de inglês. O propósito maior foi averiguar de que forma a colaboração pode contribuir para uma prática docente menos individual no Ensino de Língua Mediado por Computador (ELMC), e como a reflexão e a ação podem ser alternativas na formação das professoras. As mudanças no cenário docente decorridas das novas alternativas tecnológicas exigem que repensemos nossa atuação de modo a contemplar tais avanços. Para tratarmos da formação de professores como profissionais reflexivos, fizemos uma discussão sobre as teorias de Schön (1983, 1992) e os desdobramentos de sua teoria em Zeichner (2003), Zeichner e Liston (1996) e Pérez Gómez (1992). Como parte dos construtos sobre a concepção de professor como profissional reflexivo, discutimos a questão da autonomia do professor dentro do processo de interação com seus pares (CONTRERAS, 2002; FREIRE, 1996 e GIROUX, 1997). O presente estudo de cunho qualitativo constitui-se em uma pesquisa colaborativa na busca de alternativas de atuação docente (LASSONDE e ISRAEL, 2008; HORIKAWA, 2008; HARRY, 2007). Os resultados apontam a colaboração como fator decisivo na formação reflexiva das professoras de inglês que fazem uso do computador, pois compartilhando os avanços, angústias, entraves do trabalho entre si, elas se sentiram mais seguras e confiantes para prosseguir. Os resultados também mostram que a ação e a reflexão sobre a prática foram fundamentais para a construção de uma docência menos individual. Além disso, os resultados mostram a importância da relação entre a universidade e a escola pública na busca de alternativas para a melhoria dos processos educacionais. Palavras-chave: Formação reflexiva de professores de línguas; Ensino de Línguas Mediado por Computador; Colaboração. O ACADÊMICO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS E SUAS REPRESENTAÇÕES ACERCA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Jéssica Lidiane Andrade Freitas (UNIMONTES) Este estudo em linguística aplicada em interface com a análise do discurso investiga as representações de acadêmicos do curso de línguas estrangeiras (inglês e espanhol) de uma universidade do norte de Minas Gerais acerca da educação inclusiva. As representações são determinantes para a constituição das práticas pedagógicas desses professores em formação. Nesse sentido, como objetivo principal, pretende-se compreender quais imagens o acadêmico em pré-serviço de cursos de línguas estrangeiras possui a respeito da educação inclusiva, bem como a sua imagem acerca da formação para atuação nesse contexto educacional. Para o desenvolvimento deste trabalho utilizou-se como base teórica: Mantoan (2003, 2006); Woodward (2000); Fernandes (2008); Orlandi (2001) entre outros e para a formação do corpus deste estudo, foram aplicados questionários com questões discursivas aos graduandos em pré-serviço dos cursos de Letras Espanhol e Letras Inglês. O objeto de estudo desta pesquisa compõe-se dos discursos desses professores em formação, os quais foram analisados a partir de uma interpretação discursiva. Nas análises foram flagradas representações que indicam que a formação de professores inclusivos não decorre dos cursos de graduação, mas da autonomia do acadêmico e da sua prática em sala de aula. Notamos que a representação de Educação Inclusiva, pelos acadêmicos, se resume na inserção de alunos no ensino regular. Percebemos ainda, a imagem de um graduando que não se autoriza lecionar em salas de aula inclusivas por não estar capacitado para 101 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas proporcionar a todos os alunos o ensino de outro idioma. A realização deste estudo possibilitará aos licenciandos em línguas estrangeiras uma reflexão sobre a educação inclusiva e sobre a importância da sua formação para atuar nesse contexto educacional. Palavras-chave: Ensino de língua estrangeira. Educação Inclusiva. Análise do Discurso. Representações. PROCESSOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM COLABORATIVOS E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA Jéssica Ramos de Oliveira (Universidade do Estado da Bahia) O presente trabalho é parte de um projeto de pesquisa de Iniciação Científica e tem como objetivo apresentar um levantamento bibliográfico, por meio de ferramentas eletrônicas, de estudos que abordam os processos de ensino/aprendizagem colaborativos na formação de professores de língua inglesa tanto no contexto nacional quanto internacional, contribuindo assim para um registro de trabalhos voltados para o ensino colaborativo e a formação de professores de língua inglesa. Como metodologia de análise, fizemos uma busca eletrônica no Portal da Capes e no Google Scholar concentrando nossa pesquisa nas publicações realizadas no período de 2008 a 2011, utilizando como critério de busca a presença dos termos: ensino colaborativo, formação de professores e língua inglesa. Na sequência criamos uma tabela com dados como autor/título/ano, objetivo do trabalho, fundamentação teórica, definição de ensino colaborativo e resultados, para melhor visualizar o panorama geral. Foi encontrado um número substancial de trabalhos que atendiam aos critérios de busca estabelecidos, o que ratifica a importância deste referencial teórico para a formação de professores de Língua Inglesa. As análises preliminares demonstram que na atualidade muitos pesquisadores tem se fundamentado nos pressupostos de Vygotsky (1984/2003), cujo postulado apresenta a aprendizagem como fruto da interação social entre o indivíduo e o meio, de maneira que o ensino colaborativo tem oportunizado práticas de ensino aprendizagem dialéticas, nas quais quem ensina aprende e quem aprende ensina, acenando para uma nova perspectiva na formação de professores. Palavras chave: Ensino Colaborativo; Formação de Professores; Língua Inglesa. UM OLHAR PARA OS PROCESSOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM COLABORATIVOS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA Jéssica Ramos de Oliveira1 BrunaNogueira Salomão Cunha1 Luciana Cristina da Costa Audi2 (Universidade do Estado da Bahia – UNEB) O presente trabalho é parte de um projeto de pesquisa de Iniciação Científica e tem como objetivo apresentar um levantamento bibliográfico, por meio de ferramentas eletrônicas, de estudos que abordam os processos de ensino/aprendizagem colaborativos na formação de professores de língua inglesa tanto no contexto nacional quanto internacional, contribuindo assim para um registro de trabalhos voltados para o ensino colaborativo e a formação de professores de língua inglesa. Como metodologia de análise, fizemos uma busca eletrônica no Portal da Capes e no Google Scholar concentrando nossa pesquisa nas publicações realizadas no período de 2008 a 2011, utilizando como critério de busca a presença dos termos: ensino colaborativo, formação de professores e língua inglesa. Na sequência criamos uma tabela com dados como autor/título/ano, objetivo do trabalho, fundamentação teórica, definição de ensino colaborativo e resultados, para melhor visualizar o panorama geral. Foi encontrado um número substancial de trabalhos que atendiam aos critérios de busca estabelecidos, o que ratifica a importância deste referencial teórico para a formação de professores de Língua Inglesa. As análises preliminares demonstram que na atualidade muitos pesquisadores tem se fundamentado nos pressupostos de Vygotsky, cujo postulado apresenta a aprendizagem como fruto da interação social entre o indivíduo e o meio, de maneira que o ensino colaborativo tem oportunizado práticas de ensino-aprendizagem dialéticas, nas quais quem ensina aprende e quem aprende ensina, acenando para uma nova perspectiva na formação de professores. Palavras chave: Ensino Colaborativo; Formação de Professores; Língua Inglesa. A HETEROGENEIDADE LINGUÍSTICO-CULTURAL DOS ALUNOS: UM DESAFIO PARA OS PROFESSORES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA José Carlos Chaves da Cunha (Universidade Federal do Pará) 102 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Em nosso país, o ensino de Língua Estrangeira (LE) tem sido quase sempre realizado em turmas homogêneas do ponto de vista da língua-cultura materna dos alunos. Nos últimos anos, no entanto, principalmente com a multiplicação das turmas de Português para estrangeiros, do Oiapoque ao Chuí, tem aumentado substancialmente o número de turmas heterogêneas do ponto de vista da LM dos alunos sem que se tenha refletido o suficiente sobre essa realidade complexa e preparado os professores para enfrentá-la. Na pesquisa – Práticas de ensino, metalinguagem e uso de material didático nas aulas de língua estrangeira em turmas heterogêneas do ponto de vista linguístico e cultural – que começamos a desenvolver este ano, visamos analisar as práticas de ensino-aprendizagem de LE com esse tipo de público. Nosso trabalho está assentado em uma concepção pragmática do funcionamento linguístico (SPERBER e WILSON; MOESCHLER e REBOUL), em uma concepção cognitiva da metalinguagem (GOMBERT) e em uma concepção acional das práticas de sala de aula (CONSELHO DA EUROPA, COSTE, BÉACCO, PUREN). Procuramos, em um primeiro momento, estudar o modo como os professores de LE têm lidado com a heterogeneidade linguístico-cultural em sala de aula. Para isso, observamos e analisamos aulas de Português e Francês destinadas a públicos de línguas-culturas diferentes (em Belém, no Oiapoque e em Saint-Georges na Guiana Francesa) e entrevistamos tanto professores quanto alunos para identificar em que medida este contexto heterogêneo tem favorecido ou dificultado o ensino-aprendizagem de PLE. Nesta comunicação apresentamos os primeiros resultados dessa pesquisa. Palavras-chave: heterogeneidade linguístico-cultural, práticas de ensino, formação de professores. LOS CURRÍCULOS DE LAS LICENCIATURAS MEXICANAS EN ENSEÑANZA DE LAS LENGUAS EXTRANJERAS José Luis Ramírez Romero Fátima Encinas Gicela Cuatlapantzi (Universidad de Sonora) En la actualidad existen en México aproximadamente 100 programas de licenciatura o maestría orientados a la formación de futuros profesores de lenguas extranjeras (Cfr. ANUIES, 2006, 2007). Sin embargo, existe poca bibliografía especializada sobre estudios donde se hayan analizado de manera sistemática los currículos utilizados en tales procesos formativos, entre los cuales destacan los de De la Lama, 1987; Encinas y Busseniers, 2003; y Encinas, Busseniers y Ramírez, 2007. El objetivo de la ponencia es presentar el diseño metodológico y los resultados centrales de un estudio que pretendió analizar los planes de estudios de licenciatura relacionados con la enseñanza de las lenguas extranjeras de diversas instituciones de educación superior mexicanas. La estrategia metodológica utilizada se basó en los planteamientos de diversos autores del campo del currículo como Díaz Barriga (1984), White (1997), y Casarini (1997). A partir de las propuestas teóricas de los autores anteriores, se decidió revisar los siguientes aspectos: orientación de los planes y la relación teoría-práctica; elementos que contienen; fundamentación en que se sustentan; tipo de orientación y de profesionista que se quiere formar; contenidos y enfoques metodológicos privilegiados; tipo de diseño curricular utilizado; perfil de ingreso deseado; y modalidad y vigencia de los planes, entre otros. Entre los resultados centrales destacan los siguientes: se detectó una gran diversidad de nombres y orientaciones; si bien la mayoría de los planes se orientan a formar docentes, algunos combinan la docencia con otras opciones; la gran mayoría se enfoca en la formación de profesores de inglés y emplean diseños centrados en materias aunque empiezan a emerger otras opciones; la modalidad más utilizada es la presencial; y la mayoría de los planes de estudios se reporta en proceso de revisión o reestructuración. Palabras clave: currículo, licenciaturas, lenguas extranjeras O ENSINO DE ILE MEDIADO PELAS NTICS: O CONTEXTO DA FLORESTA José Mauro Souza Uchôa (Universidade Federal do Acre) Nesse estudo, apresento o contexto de ensino de ILE da região do Alto Juruá, situada na floresta Amazônica, no estado do Acre, para o qual pesquiso estratégias de ensino de compreensão e produção oral em língua inglesa (NUNAN, 1999; RICHARDSON, 2008) para os graduandos do curso de Letras/Inglês da Universidade Federal do Acre, Campus Floresta, apropriada ao contexto local (HOLLIDAY, 1994) e em consonância como as necessidades dos graduandos (RICHARD e WATERS, 1987) e as demandas de fluência oral (PAIVA, 2006). Este estudo é parte da tese de doutorado que se propõe a entender quais são os saberes necessários para didatização (ZABALA, 1998; DOLZ e SCHNEUWLY, 2004) de uma prática discursiva oriunda das NTICs 103 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas denominada de podcast educacional (STANLEY, 2006 e 2006, CARVALHO, 2008) e caracterizada como gênero do discurso das ambiências digitais (UCHOA, 2010, 2011). Esta pesquisa compreende a linguagem como prática social (HALLIDAY, 1979) e faz uso das noções de contexto de cultura e de contexto de situação da Linguística Sistêmico-funcional (HALLIDAY e HASAN, 1989; HALLIDAY e MATHIESSEN, 2004) contemplando o conceito de gênero e de registro, com suas variáveis de campo, relações e modo (EGGINS, 2004, MARTIN e ROSE, 2008). Ela se inscreve como alternativa ao paradigma didático-metodológico imposto pelo imperialismo cultural (PHILLIPSON, 1992, 2010; TOMLINSON, 2008; SAID, 1994) tão difundido pelo mercado editorial nacional e internacional e concebe o ensino de ILE (ELLIS, 1995, 1997) como sendo uma atividade social mediada pela linguagem (BERNSTEIN, 2000 e 2003), e construída na interação com o outro (VYGOTSKY, 1993, 1994). Palavras-chaves: Ensino de ILE; contexto; podcast PESQUISA-AÇÃO: CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO DE ALUNOS- PROFESSORES DE INGLÊS Josimayre Novelli Coradim - PG(UEL)/UNESPAR-FECILCAM/FA A presente comunicação tem por objetivo apresentar parte de uma pesquisa de doutorado com alunosprofessores de Língua Inglesa durante o estágio supervisionado do curso de Letras Português/Inglês de uma instituição pública do norte do Paraná. Ao se configurar uma pesquisa-ação, de base interpretativista e etnográfica, pretendo analisar a construção de conhecimento desses alunos-professores no contexto em questão, olhando-se para o processo de como eles elaboram seus planos de aula, colocam-nos em prática, avaliam suas próprias práticas e refletem sobre esse processo durante a realização do estágio. Para guiar essa análise, proponho as seguintes perguntas: 1) Que conhecimentos os alunos produzem por meio da pesquisaação?; 2) Quais são os recursos que dão suporte a construção desse conhecimento?; 3) Como o aluno se posiciona em relação ao conhecimento produzido pela pesquisa-ação?. Como pressupostos teóricos, adoto a pesquisa-ação e a cognição situada. Quanto ao corpus de análise dessa comunicação, apresentarei uma análise inicial dos grupos de reuniões realizadas antes e após a orientação para a elaboração dos planos de aulas, dos encontros, também em grupos, realizados antes e após a aplicação dos planos, bem como as observações-participantes da pesquisadora e as anotações feitas pelos alunos-professores após cada aula ministrada. Como resultados, espero que a análise realizada nessa pesquisa possa contribuir para que o processo de formação de alunos-professores seja visto e compreendido como momento de produção, análise, avaliação e reflexão de suas práticas, amenizando as lacunas existentes na formação de professores. Palavras-chave: Pesquisa-ação; Cognição situada; Formação de professores. O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA E ARGUMENTAÇÃO ATRAVÉS DA CRIAÇÃO DE DOCUMENTÁRIOS Julia Maria Raposo Gonçalves de Melo Larré (Letras UFPE/ DO Letras PPGL UFPE) O presente trabalho consiste em exibir ao público as análises e os resultados de uma experiência didática no aprendizado de língua inglesa instrumental na turma do primeiro período de Jornalismo de uma universidade federal relacionada à produção de documentários semi-espontâneos na referida língua. O projeto 'Making a Documentary', elaborado especificamente para o referido curso, tem como principais funções: trabalho prático com língua inglesa em ambiente universitário; conscientização e prática efetiva da argumentação para o aprendizado de língua inglesa; elaboração de documentários diversos na referida língua; problematização e encontro de soluções para os problemas enfrentados pela sociedade como um todo a partir da discussão e produção dos documentários. A comunicação oral a ser apresentada resulta, portanto, de um trabalho inserido no âmbito da Pesquisa Crítico-Colaborativa (Fuga & Magalhães, 2010) e demonstraremos análises de caráter parcial sobre a organização argumentativa (Leitão, 2011; Damianovic, 2011) de dois dos filmes produzidos pelos discentes do curso supracitado. No contexto do ensino-aprendizagem de língua estrangeira, a investigação sobre a argumentação torna-se fundamental, pois, além de estar trabalhando as competências linguísticas e discursivas, o indivíduo passa a utilizar a língua-alvo para efetivar ações transformadoras e relevantes, passando a compreender que possui, verdadeiramente, um papel social como ser humano e como falante de uma língua estrangeira em sua área de atuação (Larré, 2012). Isso significa que é na própria linguagem e no uso que os indivíduos fazem dela que estes conseguem definir suas próprias ações e, consequentemente, definir seu próprio papel no mundo social. Palavras-chave: Argumentação, Língua Inglesa, Documentários PROFESSOR DE INGLÊS E LIVRO DIDÁTICO: DISCURSO E MEMÓRIAS EM CONSTITUIÇÕES IDENTITÁRIAS Juliana Orsini da Silva (UEL) 104 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas A presente comunicação tem como objetivo apresentar resultados preliminares de uma tese de doutoramento que visa o estudo de identidades de professores de língua inglesa em sua relação com o livro didático. A base teórica que orienta essa pesquisa é a Análise do Discurso de linha francesa. Por identidade, entendemos-a não como algo fixo, imutável, que já nasce com o sujeito, mas como algo que está em constante transformação, que se constrói pelos gestos, pelas palavras e pelo olhar do outro. Nesse sentido, acreditamos que a identidade do professor também se constrói na voz das instituições que se expressam nos discursos político pedagógicos, nos documentos oficiais e, consequentemente, na relação com o livro didático. Dessa forma, nosso intuito é apresentar a análise de sequências discursivas provenientes de uma das questões do questionário que compõe a coleta dos dados. Tal instrumento foi aplicado, no ano de 2011, a sete professores de língua inglesa de escolas públicas do noroeste do Paraná. Procuramos identificar quais são as memórias dos professores relativas ao livro didático, bem como os discursos que são produzidos e como esses constituem suas identidades. De acordo com os dados, percebemos que as memórias acerca do livro didático estão dentro de um contexto histórico e institucional, que, por meio dos discursos, perpetuam-se nas práticas discursivas escolares. Palavras-chave: Professor de língua inglesa. Identidades. Discurso. FORMAÇÃO EM LÍNGUAS ESTRANGEIRAS PARA FINS ACADÊMICOS: UMA EXPERIÊNCIA COM PROFESSORES EM FORMAÇÃO NA PRÁTICA DE ENSINO EM INGLÊS Juliana Zeggio Martinez (UFPR e PG-USP) Este projeto se insere nas ações da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, e sua idealização surgiu da constatação de que alunos com fragilidade socioeconômica têm dificuldade de aprofundar seus estudos em línguas estrangeiras durante a graduação, não só pelos preços cobrados pelas escolas e centros de línguas, mas também pelo perfil dos cursos oferecidos por estas instituições, normalmente muito inespecíficos quanto aos seus objetivos. Assim, os cursos de formação em línguas estrangeiras para fins acadêmicos (alemão, francês, inglês e espanhol) possuem como objetivos principais: 1) oportunizar a formação linguística para estudantes de graduação com fragilidade socioeconômica que estejam projetando uma futura participação em cursos de pós-graduação e/ou programas de mobilidade estudantil e outras ações em que o domínio de uma língua estrangeira é pré-requisito ou condição para sua participação; e, 2) aprimorar a formação docente no Curso de Letras, oferecendo um espaço alternativo de vivência/experiência em sala de aula, que privilegia o trabalho em equipe e o aprofundamento em questões teórico-metodológicas, numa perspectiva sociointeracionista e intercultural. Para tanto, os cursos possuem um programa específico que, assim como o material didático, é elaborado e discutido pelo coordenador com sua equipe. Os quatro módulos, de 44 horas/aula, são ministrados por bolsistas e por alunos das disciplinas de Metodologia e Prática de Ensino. O fato de produzirem todo o material didático, com documentos autênticos, de diferentes gêneros textuais, constituindo unidades ou sequências didáticas, permite a estes professores em formação exercer a docência em condições capazes de promover inovações metodológicas e reflexão sobre a prática docente. O trabalho apresentado aqui aborda aspectos da formação docente na prática de ensino em inglês e a dimensão da pesquisa na formação do professos de línguas estrangeiras. A RELEVÂNCIA DA PARCERIA UNIVERSIDADE-ESCOLA PARA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUAS Júlio Ferreira Neto (G-UFPA) Márcia Cristina Greco Ohuschi (UFPA) A Faculdade de Letras da UFPA - Campus Universitário de Castanhal – tem desenvolvido, desde 2010, projetos de pesquisa e de extensão que visam estabelecer uma parceria entre Universidade-Escola, buscando, sobretudo, a formação do professor de Língua Portuguesa. A partir desta temática, este trabalho, vinculado ao Projeto de Pesquisa “Diagnóstico do trabalho com os gêneros discursivos na escola” (processo 022581/2010), tem como objetivo geral suscitar reflexões acerca da importância desta parceria para o desenvolvimento da formação continuada de professores de Língua Portuguesa, uma vez que o desenvolvimento da competência do profissional é um dos requisitos para a melhoria da qualidade de ensino. Como objetivos específicos, propomo-nos a: a) diagnosticar os resultados da parceria na constituição de saberes sobre as concepções de linguagem e as práticas linguísticas; b) diagnosticar os resultados da parceria na constituição de saberes sobre o trabalho com os gêneros discursivos. Desse modo, à luz da Linguística Aplicada, com base nos pressupostos teóricos de Bakhtin/Volochinov (1992), Bakhtin (2003), Vygotsky (1988) e Tardif (2000), elaboramos um questionário para aplicarmos a dez professores que participaram do Projeto de Extensão “O ensino e a 105 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas aprendizagem da Língua Portuguesa e a formação do professor” (UFPA), desenvolvido, na referida Faculdade, em 2011, e analisamos os saberes constituídos por meio da participação no projeto. Os resultados parciais, obtidos até este momento, demonstram que a maioria dos docentes não tinha conhecimento satisfatório sobre as concepções de linguagem, leitura, escrita e gramática, bem como do trabalho sistematizado com os gêneros discursivos, declarando, nos questionários, que alteraram sua visão sobre tais aspectos após as oficinas oferecidas pelo projeto. Assim, concluímos que a parceria Universidade-Escola é essencial para o desenvolvimento dos saberes docentes, a partir dos quais poderão ser desenvolvidas práticas educativas mais satisfatórias no ensino e aprendizagem da Língua Portuguesa. Palavras-chave: parceria Universidade-Escola; formação do professor; saberes constituídos. A EPISTEMOLOGIA GERATIVA E O ENSINO DE LÍNGUA Junia Lorenna da Silva (UnB/Sec.Educ. GDF) Este trabalho visa estabelecer uma aproximação entre pressupostos oriundos da Teoria Gerativista, de Noam Chomsky (1957), e conceitos a ela correlatos, e o ensino de língua portuguesa. Essa corrente teórica tem feito muitos avanços na área da pesquisa formal ao tentar explicar como ocorre a relação entre língua e mente, mas ainda não se observam muitas utilizações dos pressupostos de tal área no desenvolvimento de pesquisa relacionadas ao ensino. Dessa forma, pretende-se estabelecer correlações entre os conceitos Aquisição de linguagem, Gramática Universal (GU), Input, Argumento da Pobreza de Estímulo e Período Crítico às questões relacionadas ao ensino, bem como pesquisar de que forma tais pressupostos podem contribuir para a formação de profissionais de ensino de língua. A metodologia constará de uma análise teórica da epistemologia gerativa com foco principal na obra Regras e representações, de Noam Chomsky (1981), e na elaboração de questionamentos que evidenciem de que forma tais pressupostos teóricos podem contribuir com questionamentos relacionados ao ensino de língua portuguesa. Esta investigação tentará responder às seguintes perguntas: a) De que forma a teoria gerativa pode auxiliar os professores? b) As hipóteses da teoria, relacionadas aos conceitos de Aquisição de linguagem, Gramática Universal (GU), Input, Argumento da Pobreza de Estímulo e Período Crítico respondem a que tipo de perguntas relacionadas ao ensino de língua? c) Qual a relevância de se adotar o pressuposto da aquisição de língua por meio de uma Gramática Universal (GU) para os professores? d) A aquisição da escrita se trata de aquisição de segunda língua ou não? e) Qual a importância do input e do output para a aquisição e para a aprendizagem? Palavras-chave: ensino; gerativismo; input LETRAMENTO DIGITAL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA PARA O MEIO VIRTUAL Karina Mendes Nunes Viana (UnB) Pessoas de diversas partes do mundo estão se empenhando em ensinar/ aprender Português Brasileiro como Língua Estrangeira — PLE. Em decorrência desse crescente interesse do mundo pela língua portuguesa, há professores das mais variadas nacionalidades ensinando Português por meio de plataformas virtuais. Esse interesse do mundo pela nossa língua, não se deve apenas à ascendente representatividade do idioma para a comunicação global, envolve, também, atrativos econômicos, políticos, sociais e culturais. Assim, é muito pertinente refletirmos sobre abordagens de formação de professores norteadas pelas novas configurações de usos da linguagem, ensejadas pelos ambientes virtuais. A partir desse contexto, este trabalho tem por objetivos selecionar dentre os estudos produzidos no Brasil, os que se propõem a construir pontes entre Letramento Digital e formação de professores de línguas, discutir o conceito de Português como Língua Estrangeira e refletir sobre algumas contribuições desses construtos para a formação do professor de PLE para o meio virtual. Para isso, procederemos à revisão bibliográfica nacional e internacional. Em seguida, analisaremos as relações entre os conceitos de PLE e Letramento Digital e os saberes específicos dos professores de línguas para o meio virtual. Para isso, contaremos com os estudos realizados, dentre outros, por pesquisadores como (BASSO, 2001; GARCEZ e SCHLATER, 2011; KLEIMAN, 2006; SOARES, 2002). Com este estudo oportunizaremos reflexões sobre possíveis novas ações voltadas à formação do professor de PLE para o meio virtual. Palavras-chave: letramento digital; formação de professores; Português como Língua Estrangeira; meio virtual. A TÊNUE (E PERIGOSA) FRONTEIRA ENTRE O ENSINO TRANSCULTURAL E O DALTONISMO CULTURAL 106 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Karine Dourado Silva (Universidade de Brasília) Aliado ao fato de que ensinar-aprender é ter acesso a um universo de possibilidades, que permite o desenvolvimento constante de personalidade criativa e de ações (trans)formadoras, o caráter essencialmente transcultural das sociedades contemporâneas exige do processo de ensino-aprendizagem de línguas a adoção da perspectiva do transculturalismo crítico. O atendimento a essa necessidade evita que seja construída uma política da diferença que entra em conflito com a construção de projetos comuns. É sugerida, portanto, a promoção de diálogos cujas dificuldades não acabem por exterminá-lo, tampouco sejam ignoradas. Reconhecer a diferença cultural na sociedade e na escola traz como primeira implicação, para a prática pedagógica, o abandono de uma perspectiva monocultural, da postura que Stoer e Cortesão (1999) denominam de daltonismo cultural. Observando-se a tênue fronteira entre o ensino transcultural, apontado por muitos estudiosos como ideal, e o ensino a partir do daltonismo cultural, perspectiva condenada nos estudos relacionados ao ensino de línguas, o Projeto de Incentivo às Práticas de Leitura e Escrita (Projeto IPÊ) propõese o desafio de valorizar igualmente as diferenças. O processo de ensino-aprendizagem de línguas deve promover diálogo e trocas culturais sem, no entanto, fazer com que essas trocas anulem umas às outras, ou seja, deve reconhecer os pilares comuns a todas as culturas e os pilares pelos quais se comunicam, mas também valorizar suas particularidades. Palavras-chave: Daltonismo. Cultural. Transculturalismo. DA TEORIA À PRÁTICA: AVALIANDO AS CONTRIBUIÇÕES DO PIBID À FORMAÇÃO DE NOVOS PROFESSORES DE ESPANHOL Katia Aparecida da Silva Oliveira (UNIFAL-MG) A formação de professores no Brasil vem ocupando, há algum tempo, um importante espaço nos debates sobre a educação no país. Alguns desses debates tratam da atual falta de interesse dos jovens pela carreira docente e das consequências desse desinteresse para a nossa realidade educacional. Diante desse panorama, algumas medidas foram tomadas pelo Governo Federal, por meio de suas agências de fomento, como forma de valorizar a carreira docente e incentivar a formação de professores. Especialmente para este caso, foi criado o PIBID – Programa Institucional de Bolsas Iniciação à Docência, que tem por objetivo aproximar os alunos de cursos de licenciatura da realidade escolar, motivando-os e preparando-os para a docência a partir do contato com docentes em serviço e com a comunidade escolar, contando com o apoio da universidade. Tratando especificamente do caso de formação de futuros professores de espanhol na UNIFALMG, o PIBID tem contribuído de forma significativa para a formação de licenciandos que, participando do programa, começam a refletir sobre sua prática, desenvolvem a habilidade de pesquisar temas relacionados ao espanhol e ao seu ensino, ou mesmo, a aspectos que se refiram à sua própria formação. Nesse sentido, este trabalho pretende relatar algumas ações do PIBID e, a partir do método de análise de conteúdo, analisar seus objetivos e resultados para depois contrastá-los às avaliações dessas ações, feitas pelos licenciandos, em seus relatórios. Pretende-se assim, avaliar como as ações do programa podem impactar o perfil dos professores de espanhol que formamos, demonstrando que o contato com a dimensão prática na formação de professores tem um efeito positivo nesse processo, como dizem Malglaive (1997) e Imbernón (2002), pois leva os futuros docentes, por um lado, a reconhecerem a prática do que teorizam, enquanto alunos, como parte de uma realidade e, por outro, a desenvolverem a sua identidade enquanto docentes. Palavras-Chave: PIBID; Formação de professores; Espanhol (RE)-PENSANDO MULTILINGUISMO NO ENSINO DE LÍNGUAS ADICIONAIS Katia Vieira Morais (Universidade Federal do Pampa) Docentes das áreas de linguística, retórica e literatura em língua inglesa, espanhola e portuguesa repensam multilinguismo através de proposta de curso de línguas adicionais. Este grupo de docentes reinventa seus conceitos de linguagem e currículo contestando percepções de monolinguismo. Assim, os docentes reavaliam conceitos de linguagem através da criação de grade curricular e da escritura colaborativa do projeto pedagógico do curso. A grade curricular e o projeto pedagógico são um reflexo do processo de repensar multilinguismo e translinguismo como demonstram as entrevistas dos professores já que mudanças substanciais no entendimento sobre linguagem e currículo ocorreram no processo de criação da proposta. Objetiva-se apresentar este estudo qualitativo para arguir que é também no trabalho coletivo e colaborativo de docentes em questões administrativas que há criação de conhecimento acadêmico. Este estudo é permeado 107 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas pelo entendimento do modelo translingual de Horner, NeCamp e Donahue que prevem que é possível multilinguismo em contextos percebidos como monolíngues se o trabalho acadêmico perpassar áreas de estudo, culturas e línguas. (HORNER, NeCAMP e DONAHUE, “Toward a Multilingual Composition Scholarship”, 2011). Estes autores promovem uma mudança de paradigma em como docentes podem ensinar, pesquisar e escrever. Neste estudo qualitativo, apresenta-se resultados parciais das análises de entrevistas com docentes, do processo de criação de grades curriculares e do projeto pedagógico do curso. Houve mudança significativa de entendimento de linguagem e currículo num período de um ano de trabalho por parte dos docentes das áreas acima mencionadas, sendo este um resultado propulsionado pelo método de trabalho coletivo e colaborativo. Translinguismo e multilinguismo podem e devem ser fomentados não somente nas salas de aula e projetos de pesquisa e extensão, mas também nos currículos dos cursos de Letras. PRÁTICAS EM CONSTANTE FORMU(L)AÇÃO: ESCRITA, LEITURA, DESENVOLVIMENTO DO VOCABULÁRIO Kely Cristina Silva (Escola Estadual Deniz Vale, Escola Municipal Matha Drummond Fonseca, Fale – UFMG) O TRATAMENTO DA VARIEDADE LINGUÍSTICA: ATIVIDADES PRÁTICAS PARA O TRABALHO DO PROFESSOR EM SALA DE AULA DE ESPANHOL/LE Kelly Cristiane Henschel Pobbe de Carvalho (UNESP Assis) Jéssyca Camargo da Cruz (IC-FAPESP/UNESP Assis) O ensino do espanhol como língua estrangeira vive um momento significativo em sua história, em nosso país. Além de questões geográficas de proximidade entre o Brasil e os países hispânicos, questões políticas têm nos unido aos nossos vizinhos. O ponto de partida foi o Tratado do Mercosul (em 1991) e atingiu seu apogeu com a Lei n° 11.161/2005, que torna obrigatória a oferta do ensino do espanhol no Ensino Médio das escolas brasileiras. Por conseguinte, essa ascensão tem despertado nos linguistas a necessidade de reflexão sobre essa língua tão rica e heterogênea, bem como sobre seu ensino, no Brasil. Em 2006, foi publicado, nas Orientações Curriculares para o Ensino Médio (BRASIL, 2006), um capítulo dedicado à língua espanhola, com o intuito de nortear o seu ensino, em nosso contexto. De acordo com as autoras, esse documento deve ser visto como um “gesto político”, “um gesto de política linguística que exige uma reflexão sobre o lugar que essa língua pode e deve ocupar no processo educativo”. Tendo em vista tal contexto, o objetivo deste trabalho é propor e compartilhar algumas atividades didáticas para a aula de espanhol que tratam das variedades linguísticas, com a intenção de promover sua compreensão, não apenas como repertório de particularidades, mas como parte integrante de usos linguísticos, definidos histórica y socialmente, de maneira a evitar visões preconceituosas a respeito da língua e suas culturas. Essas atividades constituem encaminhamentos decorrentes da experiência que iniciamos no Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores, projeto de extensão desenvolvido pelos Departamentos de Educação e de Letras Modernas da FCL – UNESP/Assis. Tais atividades estão em processo de elaboração e aplicação e integram também os resultados previstos para o projeto de Iniciação Científica (FAPESP): Variedade linguística no ensino de espanhol a brasileiros: formas pronominais de tratamento, ainda em fase de desenvolvimento. Palavras-chave: ensino do espanhol; variedade linguística, atividades didáticas AN INVESTIGATION OF THE METACOGNITIVE STRATEGIES USED IN HYPERTEXTUAL READING IN THE ENGLISH LANGUAGE Keyla Maria Frota Lemos (Universidade do Estado do Rio Grande do Norte) The hypertext is increasingly becoming a source of information for the distance learning student as well as students in face to face classes. Keeping this in mind, the present study aimed at analyzing hypertextual reading of English texts regarding the use of metacognitive strategies. It also intended to observe reader’s behavior face to the hypertextual resources, such as links and research tools. This qualitative research did not intend to build generalizations, but to explore and describe an event, as we believe in the contributions that findings made here can bring to future research. The theoretical background of this research include, among others, the works of Goodman (1987), Smith (1971), Leffa (1996), Rumelhart (1980), Carrell (2004), Coscarelli (2005), Xavier (2005), Lobo-Sousa (2009), Lévy (1993), Lapuente (2006) and Sabadini (2007). In order to identify the strategies used by the subjects, the instruments for data collection were the verbal protocols, that is, we recorded the verbalizations made by the subjects regarding their thoughts during reading, and the images of 108 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas the computer screen, so we could notice the strategies used to surf on the internet and how they interacted with the hypertext and its resources. The results of the data analysis showed that the subjects were able to use a variety of strategies, monitoring and evaluating not only their reading comprehension, but also the reading material regarding its content and organization. However, we could also perceive that readers underuse the hypertext and the resources it offers. Results also point that subjects are more likely to use the resources intrinsic to the hypertext, as links and research tools, in websites they are already familiar with, such as the Wikipedia. We believe that this work contributed to research already done in order to achieve a greater understanding of what hypertextual reading is. Key-words: Reading. Strategies. Hypertext. FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE FRANCÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA: MOBILIZAÇÃO DE CAPACIDADES DE LINGUAGEM EM ATIVIDADES DE TRADUÇÃO Larissa Maria Ferreira da Silva Rodrigues(UFC) Eulália Vera Lúcia Fraga Leurquin(UFC Este resumo contempla parte de uma pesquisa desenvolvida no Mestrado em Linguística Aplicada na Universidade Federal do Ceará. Partimos do pressuposto de que alunos, no contexto de formação inicial de professores de LE, podem mobilizar capacidades de linguagem (capacidade de ação, capacidade discursiva e capacidade linguístico-discursiva) para realizar suas ações dentro da prática linguageira em que estão inseridos (SCHNEUWLY E DOLZ, 2004). Investigamos, então, essas capacidades mobilizadas em atividades de tradução de diálogos, retirados de cenas de filmes franceses, na formação de professores, restringindo-nos ao ensino de francês, língua estrangeira (FLE), no curso de Letras/Francês da UFC. Este trabalho está ancorado nos pressupostos teóricos do Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 2009 [1999]), na concepção de Capacidades de Linguagem (DOLZ, PASQUIER e BRONCKART, 1993) e nas abordagens textuais e discursivas em tradução (TRAVAGLIA, 2003 e ADAM, 2010). Para analisar os dados utilizamos a técnica da autoconfrontação simples (FAÏTA e VIEIRA, 2003) que compreende a produção por cada indivíduo, pesquisado, de textos-discursos após a atividade realizada. Os resultados prévios indicam que alunos de FLE, ao executarem atividades de tradução, principalmente, de diálogos, desenvolvem capacidades linguageiras que perfazem a sua educação linguística no idioma estrangeiro. Além disso, as capacidades permitem conceber a atividade de traduzir sob a perspectiva do ISD, o qual visa demonstrar que as práticas linguageiras (ou os textos-discursos) são os principais instrumentos do desenvolvimento humano. Desta forma, a tradução se configura como um importante elemento na sala de aula e na formação inicial de professores de francês língua estrangeira. Palavras-chave: Capacidades de linguagem, Formação de professores de FLE, Tradução. IDENTIDADE EM FORMAÇÃO E DISCURSO NUMA PERSPECTIVA HÍBRIDA Laura Janaina Dias Amato (UNILA) O professor de língua estrangeira está sempre circulando entre dois espaços: o da língua e cultura materna e o da língua e cultura estrangeira. Partindo da premissa que esses espaços não são fixos e localizados, mas fluídos e permeados por narrativas, a comunicação presente abordará alguns caminhos pelos quais professores de língua estrangeira, no caso, a língua alemã, constroem parte da sua identificação com a cultura de língua estrangeira. Os professores em questão atuavam em um Centro de Línguas e Interculturalidade (CELIN) de Universidade Federal do Paraná (UFPR), sendo que alguns já eram formados e outros ainda em formação.A partir de conversas realizadas, as narrativas foram analisadas a partir de um viés da teoria póscolonial, abordando aspectos como “terceiro espaço” e hibridismo (Bhabha, 2008). Tendo em vista que as narrativas são historicamente localizadas e permeadas por outras metanarrativas, o deslocamento identitário dos docentes mostra-se flexível, mas ao mesmo tempo os professores têm a necessidade de se localizarem em um discurso. Veremos que a tentativa de uma construção híbrida (Bhabha, 2008) de noção de identidade não é tão fácil e simples como os próprios professores que circulam entre os espaços gostariam que fossem e as narrativas mostram as angústias e desejos, assim como os deslocamentos e a tentativa de ser híbrido. DA QUEIXA À HONRA DE SER EDUCADOR: POR UMA ÉTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES Lauro Take Tomo Veloso (Faculdade Anhanguera de São José dos Campos) 109 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Em uma instituição de ensino superior, acadêmicos de pedagogia queixavam-se a cerca da indisciplina percebida durante estágio curricular obrigatório, assim constitui-se o problema motivador desta pesquisa. Levantou-se como hipótese o fato de que os formandos enunciavam um interdiscurso, isto é, um discurso sócio-histórico que permeia a mídia em seus vários suportes e a sociedade de que o professor tem sido expropriado do poder disciplinador de que foi tradicionalmente investido; e por razões inerentes a constituição da subjetividade de alguns sujeitos, deslocavam-se da queixa à honra e responsabilização. Objetiva-se, rastrear, na materialidade linguística do discurso produzido por futuros professores, indícios do descentramento da identidade, expropriação do poder disciplinador e assunção da honra e responsabilização. Fundamenta-se nos pressupostos da Análise do Discurso de perspectiva francesa e de autores que com ela dialogam, sobretudo Lacan. O corpus de pesquisa foi constituído de vinte questionários que contemplam a percepção de indisciplina pelo futuro professor e descrições, na forma de um diário, de como lidaram com as situações de indisciplina ao longo de um mês. Resultados da análise revelaram que um formando professor, partindo do inicio da coleta dos registros, apresentava uma identidade pessoal abalada, ou descentrada, típica da pósmodernidade, nomeada por Hall (2005) como perda de um ‘sentido estável de si’. Os registros por escrito posteriormente coletados, apontaram para subjetivações que revelaram a assunção da vergonha, da honra e da responsabilização, portanto denotam que o aluno-professor deslocava-se da posição de sujeito do primum vivere, daquele que vive para salvar a própria pele ou experimenta a indiferença, para assunção do desejo. Esse deslocamento lhe possibilitou customizar-se na singularidade do seu desejo; operando sobre o mundo, interpelou a realidade de maneira a considerar o novo, o imprevisto, o injustificável, o inesperado, o inusitado. Portanto, por consequência da atividade da escrita, a análise do corpus permitiu a percepção de um questionamento sobre si; em razão de sua economia, a escrita pareceu ter o potencial para deslocar o futuro professor da queixa à honra e responsabilização. Palavras chave: Honra; Responsabilização; Análise do discurso; Pós-modernidade. FORMACIÓN DE LA IDENTIDAD PROFESIONAL DEL DOCENTE DE LENGUA ESPAÑOLA: PRACTICAS / ‘ESTÁGIO’ CURRICULAR SUPERVISADO Leonor Nora Fabian Bráñez (UFRR) La temática de la Identidad Profesional Docente es bastante discutida en el campo de la Lingüística Aplicada. Esta investigación se desarrolló en un Curso de Licenciatura en Letras Portugués- Español de la enseñanza pública en la ciudad de Boa Vista-RR. Objetivo general: Comprender y analizar la constitución de la identidad profesional del futuro Docente de Lengua Española (LE) en el contexto de las Disciplinas de Prácticas / ‘Estágio’ Curricular Supervisado. Componente curricular cuyas disciplinas se constituyen en pilares de la formación profesional del futuro docente de LE. Puesto que son espacios de articulación de la “teoría con la práctica”. Situaciones vividas in locus dentro del contexto escolar, en la realidad del campo de trabajo del futuro docente. Tuvo como Objetivo específico: Propiciar el desarrollo de la acción - reflexión-crítica del futuro docente de LE sobre su propia acción en la praxis. Se considera la Formación Inicial dos aspectos fundamentales: Aspecto lingüístico, la competencia comunicativa y el aspecto didáctico. Surge la pregunta ¿Cómo se constituye la identidad? Existen múltiples investigaciones entre algunas se citan: Moita Lopes (1995b), Signorini (1996), Serrani(2006), Hall(2003). Esta pesquisa se Fundamentó en la Teoria del Desenvolvimiento humano TSHC de Vygotsky (2011), la Dialogia de Bakhtin (2003), ‘Estágio’ y Docencia de Pimenta, Lima (2011). Metodología Cualitativa: se consideraron cuestionarios, entrevistas, grabaciones, otros. Conclusiones: Las prácticas se constituyeron en espacios de significación social de la profesión que escogieron, la identidad profesional se construye y es una marca peculiar del futuro docente. La identidad del practicante futuro docente se construye dentro del grupo social, no individualmente. Palabras clave: Identidad profesional, Formación Inicial docente, Prácticas/‘Estágio’. A FORMAÇÃO CRÍTICA DOS ALUNOS ATRAVÉS DE ATIVIDADES DE PRODUÇÃO ORAL EM UMA SALA DE AULA DE LÍNGUA INGLESA Lianna Maria Tavares de Lacerda (UFAL) O Projeto de Extensão Casas de Cultura no Campus é um projeto promovido pela Faculdade de Letras da Universidade Federal de Alagoas juntamente com as pró-reitorias estudantil e de extensão, e que oferece cursos de idiomas gratuitos aos graduandos de baixa renda da referida universidade. O projeto também promove a experiência de ser professor aos alunos da FALE/UFAL, que participam desse programa como instrutores. Além da formação de professores, as aulas dentro do Projeto trabalham a formação crítica dos alunos baseada no letramento crítico. Dessa forma, essa apresentação objetiva analisar algumas das minhas 110 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas aulas em uma turma de nível pré-intermediário, enfatizando o desenvolvimento da formação crítica através de atividades de produção oral. Essas atividades tem como foco a melhoria da fluência oral dos alunos enquanto promove a reflexão acerca de tópicos diversos. Para tal finalidade, serão utilizadas as definições e conceitos que envolvem ensino de produção oral conforme discutidos por Ur (1996) e Scrivener (1994), e os conceitos de letramento crítico tratados por Brydon (2010) e Cervetti, Pardales e Damico (2001). Também serão trabalhados os conceitos de motivação e de motivação para aprendizagem de língua estrangeira de Dornyei (1998) e Morgan (1996). Trata-se de uma pesquisa-ação em que foram utilizados diários de aula, gravações em vídeo e áudio e comentários dos próprios alunos. Os resultados dessa pesquisa apontam que é possível trabalhar esses dois aspectos, habilidade oral e formação crítica, de forma simultânea. Finalmente, minha apresentação reforça a importância de desenvolver a formação crítica dos alunos paralelamente ao desenvolvimento das habilidades linguísticas, a fim de torná-los cidadãos mais críticos e reflexivos. Palavras-chave: letramento crítico; língua inglesa, habilidade oral ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NA MODALIDADE A DISTÂNCIA: ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO DE TUTORES EM FÓRUNS EDUCACIONAIS DE LÍNGUA INGLESA Lorena Lima Barbosa(UFC) Vládia Maria Cabral Borges(UFC) A educação a distância tornou-se mais interativa e dinâmica com o advento e popularização da internet. Ferramentas que aproximam os usuários foram transpostas para os cursos on-line visando promover uma maior interação entre os alunos. Entre as ferramentas, podemos citar o fórum. Contudo, tem-se verificado lamentos de tutores em relação à baixa participação dos alunos em fóruns. Essas reclamações nos levaram a refletir se a origem do problema (a baixa participação dos alunos no fórum) está de fato no aluno, ou se o problema origina-se no tutor. Partindo da reflexão surgida, esta pesquisa objetiva analisar a participação de tutores em fóruns educacionais de língua inglesa, verificando se sua participação afeta a dos alunos e que tipos de comentários do tutor motivam a participação dos alunos. A análise pautou-se nos conceitos de mediação pedagógica em EaD, de fórum online e de aprendizagem colaborativa. O contexto de realização da pesquisa foi a disciplina Língua Inglesa III B – Compreensão e Produção Escrita, ministrada na Licenciatura Semipresencial de Letras (Inglês) da UFC/UAB. A coleta dos dados se processou em três fóruns de três tutores, totalizando nove fóruns analisados. Esta pesquisa classifica-se como qualitativa, porém para facilitar a análise alguns procedimentos quantitativos foram utilizados. Os resultados apontam que a participação do tutor no fórum afeta a participação do aluno. No entanto, mais importante do que a frequência de participação é a qualidade dessa participação. Não basta apenas entrar no fórum para elogiar o aluno, é preciso fornecer comentários que visem o prolongamento do debate e o desenvolvimento do pensamento crítico do aluno. Além disso, o tutor precisa estabelecer relações entre os comentários dos alunos, visando promover a interação entre os alunos e não apenas entre o tutor e alunos. Palavras-chave: Fórum. Ensino a distância. Mediação pedagógica. LOS PROFESORES-TUTORES EN LA PRÁCTICA DOCENTE ENTRE SOMBRAS Y DESTELLOS Ligia Cortés Cárdenas( Universidad Nacional de Colombia) La segunda presentación tiene como punto de partida y anclaje la investigación mencionada en el estudio anterior. Fue en realidad llevando a cabo esta investigación que emergió la inquietud que se plantea en esta presentación y que explora otra de las múltiples identidades del docente de lenguas extranjeras cual es la de tutor. Figura que aunque conocida y explorada como forma de enseñanza a lo largo de la historia (Menchen, F., 1999) no deja de transformarse según las tendencias pedagógicas y didácticas. Esto se nota en especial en el practicum porque es allí donde la tutoría como recurso encaminado a “orientar el proceso formativo del tutorando”, adquiriría su máximo valor y, diríamos nosotras, tomaría su más amplia gama de matices. No será novedoso, quizás, afirmar que sin tutoría la práctica está altamente comprometida: sin tutoría no hay Practicum (Martinez Figueira F. y Raposo Rivas M., 2011). Sin embargo, dentro del proceso dialógico, continuo, reflexivo, cooperativo y dinámico (categorías que recubren algunas de características de la tutoría en la práctica docente, según nuestro estudio), la figura del tutor es de lo más ambiguo y complejo. Se declina en rasgos que tocan muchos tipos de tutoría y que hacen presentir que la figura del tutor contiene rasgos del tutor académico pero también del tutor disciplinario, del tutor apoyo, del tutor guía etc. (Ver para los tipos de tutorías a Beltrán Casanova J., y Suárez Domínguez J., 2003) De allí que es difícil de asumir y la llevan a i contradictorias profundas de tipo: “fais ce que je dis et ne fais pas ce que je fais*”. La ponencia en cuestión mostrará estas observaciones a partir de las preguntas que para el particular se realizaron mediante un 111 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas cuestionario aplicado electrónicamente a los profesores y estudiantes del programa dirigidas al mismo público. X y unas encuestas LETRAMENTO DIGITAL E FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES: CONTEXTOS, PRÁTICAS E ACERVOS Louize Lidiane Lima de Moura (PPgEL/UFRN-CAPES) Maria do Socorro Oliveira (DLET/PPgEL/UFRN) No Brasil, a maioria das políticas públicas educacionais que envolvem o uso de recursos tecnológicos se concentra na aquisição de hardwares e softwares. Todavia, os professores da rede básica ainda não estão devidamente instrumentalizados para lidar com tais artefatos em de sala de aula, em razão da ausência de iniciativas formativas (BUZATO, 2001; MERCADO, 1999; SILVA, 2008). O corpo discente, constituído por crianças e jovens, com faixa etária entre 10 e 24 anos, por sua vez, utiliza de forma expressiva o computador e a internet, representando cerca de 60% dos internautas brasileiros (IBGE, 2010). Em razão dessa problemática, objetivamos (i) investigar as práticas de letramento digital, efetivadas por 30 professores em formação continuada, colaboradores da pesquisa; (ii) verificar a que acervos de gêneros digitais eles tem acesso; e (iii) observar em que contextos de atividade estão inseridas essas práticas. Ancoramo-nos teoricamente nos estudos do letramento (KLEIMAN, 1995; KLEIMAN; OLIVEIRA, 2008); na concepção de letramento digital (LANKSHEAR; KNOBEL, 2008); e no modelo conceitual de Gibson (2001), o qual se baseia em três estágios - infusão, integração e transformação - para demonstrar que os professores ainda não atingiram a condição necessária de aprendizagem para utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Situada no campo da Linguística Aplicada, a metodologia adotada é de cunho tanto qualitativo, devido à natureza etnográfica da pesquisa, quanto quantitativo, haja vista a utilização de dados estatísticos para melhor visualização da análise do corpus, composto por questionários, autorretratos e tópicos em fóruns de discussão. Nossas análises preliminares apontam para o fato de que os professores efetivam práticas de letramento digital em variados contextos e possuem acesso a uma gama considerável de gêneros digitais. Essa efetivação não se dá, contudo, no âmbito profissional, espaço que deveria ser amplamente contemplado, se considerarmos as exigências do ofício docente na cibercultura. Palavras-chave: Letramento do professor. Letramento digital. Cibercultura. A FORMAÇÃO INICIAL DO ALUNO DE LETRAS: CONCEPÇÕES E EXPERIÊNCIAS ANTERIORES OBSERVADAS NO PROCESSO DE LEITURA EM CONTEXTO ACADÊMICO Lucia Rottava (UFRGS) O processo de construção de sentidos em leitura tem sido pouco investigado em contexto acadêmico de língua materna e com menor freqüência focalizando a relação desse processo com a formação do futuro professor. Tem sido recorrente a crença de que alunos que ingressam na graduação em letras apresentam poucas dificuldades em leitura se comparado a estudos que investigam a produção textual neste contexto. Tendo como aporte teórico a concepção dialógica de linguagem (BAKHTIN, 1986 e 2000) e a concepção de leitura como prática social (HOOD, SOLOMON BURNS, 2002; GRABE e STOLLER, 2002), esta comunicação analisar a concepção de leitura que orienta a tarefa de construir sentidos por alunos iniciantes do curso de Letras, e investigar como as experiências anteriores em leitura interferem na compreensão desses alunos no processo de ler. Os dados resultam da tarefa de protocolo verbal interativo em leitura (ERICSSON e SIMON, 1987; NARDI, 1999) com sujeitos do primeiro semestre do curso de Letras de uma universidade pública. Os resultados indicam aspectos que poderiam contribuir para uma reflexão relativa à formação de futuros professores. Palavras-chave: dialógia, prática social em leitura, formação de professores. COMO AS RECLAMAÇÕES SÃO RESPONDIDAS E PERCEBIDAS PELOS PARES E FORMADORES EM UM CONTEXTO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA DE INGLÊS Luciana Aguiar de Oliveira UFMG Na presente comunicação serão apresentados resultados de uma pesquisa desenvolvida no contexto de um projeto de extensão promovido por uma instituição federal de ensino superior. O projeto, voltado para professores de Inglês de escolas públicas, visa promover o desenvolvimento linguístico e metodológico de seus participantes baseando-se em princípios colaborativos-reflexivos (Dewey 1910; Magalhães 2002, 2004). A 112 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas pesquisa tem por objetivos específicos analisar como pares e formadores respondem às reclamações que lhes são dirigidas pelos professores-alunos e qual a percepção que formadores e professores-alunos têm das reclamações no contexto do projeto. O estudo das reclamações nesse contexto se justifica pela ocorrência frequente desse tipo de interação durante diferentes atividades do projeto. A pesquisa gera suas reflexões a partir de dados coletados em duas aulas de metodologia e de quatro encontros de um grupo de pesquisa-ação. Para a análise da percepção das reclamações pelos professores-alunos e formadores, a pesquisa utiliza dados coletados em entrevistas semi-estruturadas feitas com três representantes dos professores-alunos e duas representantes da equipe de formadores. Os resultados apontam para uma clara diferença entre as respostas dadas por formadores e as respostas dadas pelos pares. Em relação à percepção das reclamações por parte dos os professores-alunos e formadores, os dados demonstram que as reclamações são percebidas como tendo, simultaneamente, um valor positivo e negativo. Espera-se que um melhor entendimento das reclamações no contexto do projeto proporcione, não somente uma forma de compreender melhor seus participantes, mas também uma possibilidade de melhor entendimento entre professores-alunos e formadores envolvidos em projetos de educação continuada. Palavras-chave: Reclamações. Formação de professores. Inglês CERTIFICADO DE PROFICIÊNCIA EM LÍNGUA PORTUGUESA PARA ESTRANGEIROS: VOZES QUE ECOAM EM SEU CONSTRUTO Luciana Aparecida Silva de Azeredo (Faculdade de Roseira e Faculdade de Pindamonhangaba) O tema proficiência tem sido bastante discutido em estudos na área de Linguística Aplicada, em função do “poder” que os exames internacionais exercem na sociedade, servindo como instrumento que atesta um “saber” legitimado sobre o conhecimento do examinado e, consequentemente, como mecanismo de inclusão e exclusão na sociedade “globalizada”. Esta pesquisa objetiva refletir sobre alguns aspectos e características que constituem o Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (CELPE-BRAS) à luz da perspectiva discursiva, na interface com conceitos foucaultianos. Como material de pesquisa, analisamos o Manual do Candidato para tal prova e também as grades de correção. A análise empreendida no corpus aponta para um entre-lugar no construto do exame que, embora de natureza comunicativa/discursiva, ainda ecoa vozes advindas da concepção estruturalista de ensino e aprendizagem de língua, tanto na importância dada à gramática e ao léxico, como pela presença, ainda que implícita, de pares dicotômicos (adequado X inadequado). Concluímos que, embora seja uma proposta de exame de proficiência inovadora com alguns deslocamentos em relação às propostas avaliativas mais tradicionais, ainda apresenta resquícios de uma prática mais estruturalista de avaliar, o que não poderia deixar de ser, pois não temos, enquanto sujeitos de linguagem, meios de silenciar nossa memória discursiva evocada nas práticas discursivas. Cabe ressaltar que a relação poder-saber no/pelo CELPE-BRAS incide nas práticas discursivo-pedagógicas e possibilita posicionamentos contraditórios dos professores e de suas práticas em relação ao exame abordado, como observado em outros estudos. Palavras-chave: CELPE-BRAS, relação poder-saber, entre-lugar COMUNIDADE DE PRÁTICA DE FORMADORAS DE PROFESSORES DE INGLÊS: ACOLHIMENTO E EMOÇÕES NO PROCESSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA DAS PARTICIPANTES Luciana Cabrini Simões Calvo Maria Adelaide de Freitas Jussara Olivo Rosa Perin Recentemente, na área de formação dos profissionais de língua estrangeira, além das questões sobre cognição, têm-se retomado a discussão sobre a afetividade, mais precisamente sobre o papel das emoções na formação dos alunos-professores e do respectivo formador, vinculando-as às crenças, reflexões e à construção de uma identidade profissional (BARCELOS; COELHO, 2010). Argumenta-se que as emoções são concebidas como disposições corporais dinâmicas (MATURAMA, 2005), as quais, em consonância com o ser biológico, coordenam as ações dos sujeitos e definem os sistemas e o meio nos quais eles existem, de forma que elas sempre se encontram subjacentes a todo sistema racional. Constituem, portanto, estados que compreendem sentimentos, mudanças fisiológicas, comportamento expressivo e inclinações para agir (FRIJDA; MANSTEAD; BEM, 2000). Contrapondo-as às crenças, entende-se que se essas orientam as ações, as emoções conseguem iniciá-las. Salienta-se, então, o papel do pertencimento aos grupos dos quais os sujeitos participam como elemento propulsor da participação, elemento esse que, associado ao acolhimento, é visto como 113 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas primordial, já que se pressupõe que a participação precede a aprendizagem. Como lócus alternativo para o desenvolvimento profissional, comunidades de prática (CPs) são precursoras de uma cultura de apoio/acolhimento e confiança, o que constitui um de seus atributos (HARA, 2009). Por conta de tal atributo, o propósito aqui é apresentar como as emoções das participantes de uma CP de formadores de professores de inglês se manifestam em suas interações durante as diversas atividades de seus encontros de formação continuada. Como os dados ainda se encontram em processo de análise, vislumbra-se que os resultados provavelmente apontarão (i) os tipos de emoção que serão detectados, (ii) como as participantes da CP os demonstram, (iii) como falam sobre eles e (iv) como reconhecem sua relevância para a participação na CP de que fazem parte. Acredita-se que a relevância do papel das emoções será, assim, confirmada. Palavras-chave: Comunidades de Prática. Formação continuada. Emoções. A FORMAÇÃO INTERCULTURAL DOS PROFESSORES DE E/LE NA UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Luciana Vieira Mariano (Universidade do Estado da Bahia) As atuais abordagens relacionadas ao ensino/aprendizagem de Espanhol como Língua Estrangeira (E/LE) indicam que os currículos dos cursos de Letras com habilitação em Língua Espanhola devem contemplar questões relacionadas às culturas dos povos de Língua Alvo (LA) e proporcionar aos seus estudantes uma formação intercultural. Destas considerações nasce a pergunta de partida deste estudo: Os professores de E/LE em formação da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) estão sendo preparados para trabalhar com temas relacionados aos povos de LA e para construir um diálogo intercultural em suas aulas? Os objetivos desta pesquisa foram investigar os conhecimentos interculturais destes professores acerca dos povos de língua-alvo e registrar a recepção crítica destes futuros professores em referência às representações das identidades latino-americanas. Para tanto foi realizado um Grupo Focal que teve como população amostra dez estudantes do curso de Língua Espanhola e Literaturas da UNEB. Para a análise dos dados foi adotado o método quanti-qualitativo e a análise de conteúdo. O resultado desta investigação, que se fundamentou em Morin (2007), Mota (2004), Canclini (2007), Paraquett (2006), Mendes (2008) e nos documentos que norteiam a educação em nosso país, demonstrou que os referidos professores mantêm uma postura etnocêntrica frente a maior parte das culturas hispânicas e não se sentem preparados para promover a consciência intercultural de seus alunos. Palavras-chave: Ensino/aprendizagem de E/LE. Interculturalidade. Formação de professores. EU? PROFESSOR DE INGLÊS? A IDENTIDADE NO DISCURSO DE PROFESSORES DE INGLÊS EM FORMAÇÃO DA REDE PÚBLICA DE ENSINO Luciane Cristina Eneas Lira (Universidade de Brasília) Este trabalho pretende analisar as identidades no discurso de professores de inglês da rede pública de ensino do interior do Piauí, participantes de Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica – PARFOR. Foram analisadas narrativas de alunos-professores que, em grande parte, enfrentam a realidade de ensino de língua estrangeira, sem qualquer tipo de formação ou conhecimento do idioma. A pesquisa apoiouse no aparato teórico-metodológico da Análise de Discurso Crítica (ADC), com as contribuições de Chouliaraki e Fairclough (1999) e Fairclough (2001 e 2003). Resultados apontam a frustração que os professores de inglês em formação sentem diante do contexto de ensino sem formação docente. A análise das narrativas demonstra que os alunos-professores se sentem inferiorizados em relação aos demais professores e diante de seus alunos, por não possuírem o domínio desejado do idioma que ensinam. Algumas crenças em relação ao conhecimento e ao ensino da língua inglesa são reveladas em um discurso que reproduz e dissemina velhas ideologias. Enquanto professores em formação, os profissionais reconhecem que possuem uma oportunidade ímpar de aquisição de conhecimento e restabelecimento de sua autoestima diante de seus pares e de seu alunado. Ao terem a oportunidade de realizar sua primeira graduação, a frustração dá lugar à sensação de sonho realizado, e consequentemente de sucesso. Palavras-chaves: Identidade; Análise de Discurso Crítica; Ensino de Língua Inglesa. O PROCESSO DE FORMAÇÃO E DE CRISE DE IDENTIDADE PROFISSIONAL DO PROFESSOR Luciane Guimarães de Paula (UFG) 114 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas O presente trabalho tem como objetivo fazer uma discussão teórica a respeito do conceito de identidade profissional do professor tomando como aporte teórico as produções científicas de autores como Moita Lopes (1996), Woodward (2000), Hall (2000, 2006), Silva (2000), Gomes (2008) dentre outros, bem como abordar algumas questões relacionadas à imagem e sentimento de realização deste profissional em relação à sua profissão. Dentre as questões abordadas, está a discussão sobre o conceito da formação da identidade do indivíduo como um construto que está em processo de constante transformação e algumas considerações a respeito das causas do que se convencionou denominar a “crise da identidade do professor” (GOMES, 2008). Este estudo trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica de um projeto de pesquisa em andamento, em uma Universidade Federal. Dentre os resultados evidenciados durante o levantamento bibliográfico evidenciam-se dois dados interessantes, a saber: a) a constante tranformação identitária do professor o que caracteriza a visão não-essencialista deste profissional/indivíduo e b) um processo de ruptura ou crise de identidade devido a uma série de fatores como excesso de trabalho, falta de reconhecimento profissional e financeiro que contribuem para quadros clínicos preocupantes como evidenciam os altos índices de afastamento médico dentre os profissionais do ensino (DE PAULA, 2011). Palavras-chave: Professor; Identidade Profissional; Crise Identitária. LETRAMENTO NO PROCESSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA: UM NOVO OLHAR SOBRE O ENSINO-APRENDIZAGEM DO EDUCADOR DO III CICLO Lucineide da Silva (Universidade Federal de Sergipe) O foco desta comunicação é descrever e refletir sobre a proposta do Projeto (Re) significando as práticas pedagógicas em Língua Portuguesa através da formação continuada que foi pensada a partir da avaliação do Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – GESTAR II, uma parceria MEC/SEDUC, desencadeado pelo CEFAPRO - Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica no ano letivo 2010 abrangendo os quinze municípios do polo de Sinop/MT. A pesquisa destinou-se aos educadores que trabalham com o terceiro ciclo (7º, 8º e 9º anos) do ensino fundamental e objetivou criar possibilidades de ações docentes significativas que visem o desenvolvimento do educando da leitura e da escrita na perspectiva do letramento, considerando-a como práticas sociais, base para todo ensino por meio de textos. A base teórica que subsidiou a proposta foram estudos de Schön (1992), Nóvoa (1993) na formação continuada; Bakthin (1996) aborda a concepção de linguagem, Freire (1996), Zabala (1998), Solé (1992) e Kleiman (1995) tratam dos procedimentos necessários ao letramento. A metodologia da pesquisa é qualitativa e os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram a observação participante, a avaliação formativa e registros em diário de campo. Ficou em evidência, ao final da pesquisa, que o educador de Língua Portuguesa do III ciclo, em geral, tem trabalhado a leitura do texto de maneira superficial e fragmentada, desconsiderando a relação existente entre as características do texto e o conhecimento prévio do leitor. As produções realizadas pelos alunos apresentam que eles possuem grandes dificuldades na escrita. É possível encontrar narrações que não contam histórias, cartas que não parecem cartas, textos expositivos que não expõem ideias, textos argumentativos que não defendem nenhum ponto de vista, além da enorme dificuldade de identificação de um texto a partir de sua estrutura. Palavras-Chave: Linguagem; Letramento; Formação Continuada em serviço. O BILÍNGUE PROFESSOR DE INGLÊS: AS IDENTIDADES QUE O (TRANS)FORMAM Luiza Machado da Silva (Universidade Católica de Pelotas) Este trabalho pretende desvendar os deslocamentos que sofre um professor de língua estrangeira inglês, que sai de uma situação bilíngue (fronteira Brasil-Uruguai) para estudar uma língua estrangeira, distinta daquelas que fala, na universidade até o momento em que se forma e ingressa no mestrado em Linguística. Ademais de mostrar os deslocamentos identitários que ocorrem ao longo da formação profissional de um professor de línguas, pretende-se analisar como o contato com uma língua estrangeira constitui a identidade do professor e verificar quais as representações que um professor de inglês, falante nativo de português e espanhol, faz de si como falante de línguas e como educador lingüístico. Esta pesquisa baseiase em teóricos dos Estudos Culturais como Zygmunt Bauman, Stuart Hall, Tomás Tadeu da Silva, entre outros, e nas concepções de linguagem de Mikhail Bakhtin. Este estudo é de caráter qualitativo cujo corpus de análise conta com dois textos escritos pelo sujeito da pesquisa, na época em que estava na graduação, e uma entrevista dirigida, no momento em que ele já cursa o Mestrado em Letras. Sabe-se que ocorre uma série de mudanças nas identidades de um aprendiz de língua estrangeira, o resultado aqui obtido visa a mostrar essas transformações 115 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas e conclui que tais mudanças são deveras significativas e constitutivas no processo de formação docente e no reflexo em sua vida como professor de língua estrangeira. Palavras-chave: língua estrangeira, professor, identidade. O GÊNERO PROPAGANDA DE ROTEIRO TURÍSTICO NO PIBID: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE UM NOVO PERFIL DE PROFESSORES Maíra Ferreira Sant'Ana (UFV) Josiane Costa Leite (UFV) Este trabalho foi desenvolvido no 8° ano do Ensino Fundamental, em uma sala de aula de Língua Inglesa composta por trinta alunos de treze a quatorze anos, em um Colégio Público de Viçosa-MG, como parte do projeto pibid/ingles 2010. Neste, trabalhamos com o gênero propaganda de roteiro turístico. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) afirmam que o ensino de línguas através de gêneros é relevante porque expõe os alunos a situações concretas, as quais estão presentes nos contextos comunicativos. Além disso, os PCNs ressaltam que os professores devem fazer uso em sala de aula de gêneros que os alunos têm mais contato. Polato e Menegueço (2008) revelam que devido à globalização, os alunos têm acesso a vários gêneros, surgindo a necessidade do professor adaptar as aulas a esta interatividade, de forma que os estudantes se interessem mais pela matéria e sintam vontade de aprendê-la. O gênero propaganda de roteiro turístico foi escolhido por estar presente no dia a dia e ser de fácil reconhecimento pelos alunos. A metodologia de ensino está de acordo com a teoria proposta pelos PCNs e com a Metodologia da Mediação Dialética proposta por Arnoni (2003), na qual realiza-se a conversão do saber científico em conteúdo de ensino. Nosso objetivo é apresentar como foi trabalhado este gênero em sala de aula e refletir à respeito da mudança do perfil do professor após o trabalho com gênero. Os resultados sugerem que os alunos demonstraram-se motivados, compreenderam o gênero propaganda de roteiro turístico, assim como conceito de gênero, e perceberam que o gênero faz parte da vida deles, reconhecendo sua utilidade. A professora supervisora pôde repensar sua prática pedagógica a partir do ensino de gêneros, percebendo como é motivador, assim como construtivo para os alunos, trabalhar nesta perspectiva. As bolsistas (alunas-professoras) puderam vivenciar na prática o ensino de gêneros. Palavras-chave: gênero, propaganda de roteiro turístico, PCNs. FORMAÇÃO DE PROFESSORES SENSÍVEIS À PERSPECTIVA DA INCLUSÃO SOCIAL POR MEIO DA PRODUÇÃO DE FILMES DE CURTAMETRAGEM Mara Cleusa Peixoto Assis-Rister (UFT – Araguaína) No Estado do Tocantins, a cultura do povo é eminentemente marcada pela influência de sua constituição populacional majoritária. Festejos religiosos, competições e danças folclóricas, são o registro cultural das tradições dos mais de 25 remanescentes de quilombos, bem como dos cerca de sete povos indígenas residentes naquele Estado. Com apenas 24 anos de existência, o Tocantins atrai cidadãos do Norte, Nordeste e Sul do Brasil, em busca de melhorias profissionais. Com esses migrantes vem a sua carga cultural. Isso implica uma variedade imensa na maneira como as manifestações tradicionais são exteriorizadas atualmente. Cotidianamente são produzidos eventos culturalmente importantes que identificam e consagram historicamente a estrutura social, econômica e afetiva da realidade local. Esses eventos, se vistos como veículos qualificados de propagação da cultura produzida nos espaços públicos e privados, podem ser utilizados como ferramenta pedagógica para o incentivo à formação de professores. Nessa perspectiva, este projeto incentiva a produção de filmes de curta-metragem realizados por graduandos de licenciatura. Os cenários são as ruas, escolas, asilos, hospitais, feiras, domicílios de trabalho e em vivências em grupos sociais em ações historicamente legadas à opacidade, negligenciados por investigações científicas. A produção de curtas, tanto no Ensino Básico como em cursos de Graduação, inscreveo como instrumento de registro, validação e valorização da cultura popular. Essas produções poderão tornar-se elemento importante para a inclusão social das pessoas em seu meio e nos diversos lócus de ação. As produções, em temas apresentados com humor, drama, terror, ou um documentário, dentre outros, podem contribuir para suscitar discussões, clarificar, difundir, desmistificar e validar a comunicação e as práticas sociais adotadas pelo cidadão comum. A conclusão mostra que o projeto, além da formação da cidadania e compromisso ético com as classes trabalhadoras, propiciou importante contribuição para com o ensino da Língua Portuguesa, pela riqueza de interações propiciadas aos alunos. Palavras-chave: Educação, Diversidade, Formação de Professores, Inclusão Social,Produção de CurtaMetragem. 116 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas GÊNERO RELATO: DO PESSOAL AO SOCIAL Marcelo Gonçalves Maciel O presente trabalho faz parte do Subprojeto PIBID/LETRAS/UFRGS, desenvolvido no 1º bimestre de 2012, com duas turmas do 9° ano do Ensino Fundamental, em escola pública de Porto Alegre. Nossos objetivos são ampliar a competência da leitura e da produção textual, a partir do trabalho com os gêneros letra de música e relato pessoal; construir metodologias de ensino de língua materna que visem à autonomia e à reflexão linguística. As letras das músicas selecionadas, a partir de conversas prévias, contemplaram o interesse dos educandos em relação à temática, e configuraram-se em relatos pessoais, utilizados para ilustrar e apoiar a elaboração de nossa proposta: produção de um relato pessoal, a ser publicado no final do semestre. Utilizamos, como balizamento para nossas atividades, os pressupostos teóricos dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998) e dos Referenciais Curriculares do Rio Grande do Sul (RCRS, 2009). Desses textos, destacamos a necessidade de refletir a respeito dos recursos linguísticos necessários para a construção do sentido no gênero relato pessoal. Nossa metodologia consistiu inicialmente na leitura e audição das letras/músicas, buscando exemplificar a composição do gênero relato pessoal. A seguir, passamos a outras formas de relato pessoal, um literário (um poema-prosa de Pablo Neruda) e outro extraído de um blog pessoal (confessional). Nesse trabalho, destacamos como bastante positivo o envolvimento dos alunos com a proposta, bem como também acreditamos ter sido muito importante o contato com o gênero destacado. Embora já tivessem conhecimento dele, nossos educandos puderam constatar a sua forma de organização material e também compreender as relações que permitem a vinculação com formas de expressão pessoais – subjetividade, inseridas em contextos sociais mais amplos.Palavras-chave: Ensino – Língua Materna – Relato NGB, A MATERIALIZAÇÃO DE UMA POLÍTICA LINGUÍSTICA: GRAMÁTICA, FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE Márcia Ione Surdi (UNOCHAPECÓ) Considerando a profusão de gramáticas que surgiram por volta de 1900, no Brasil, e a diversidade de nomes dados aos mesmos termos constitutivos das gramáticas, foi necessário entrar em cena o Estado, com a proposta de elaboração de uma política linguística que é materializada discursivamente na Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB). Assim, este texto objetiva apresentar como, historicamente, a gramática funciona para a consolidação de uma política linguística desenvolvida no Brasil, além de ser uma ferramenta política que funciona na duplicidade do movimento de apagamento da diversidade étnico-linguageira e a institucionalização de uma língua-nação una e forte, afetando também a formação de professores de línguas e suas ações pedagógicas. Para tanto, tomamos como pressuposto teórico-metodológico a Análise de Discurso, de vertente francesa, posta em relação com algumas noções próprias aos estudos desenvolvidos sob a égide da História das Ideias Linguísticas, considerando Auroux (1992), Orlandi (2002), Guimarães (1996), Altman (2004), Bisinoto (2009) e Angelo (2005). Para desenvolver nosso gesto de interpretação, selecionamos sequências discursivas retiradas de edições da Gramatica Normativa da Língua Portuguesa, de Carlos Henrique da Rocha Lima, por se tratar de uma obra marcada por uma relação muito particular com um dos acontecimentos institucionais decisivos da ação normativa do Estado sobre a língua do Brasil, e atrelado a isso, emergem questões referentes à formação de professores e suas ações pedagógicas. Como ponto de chegada, inferimos que o meio de institucionalização de uma política linguística materializada na NGB provoca um efeito de resistência do sujeito-gramático, pois o mesmo mantém sua doutrina no discurso gramatical, resistindo ao que determina o Estado; mas, ao mesmo tempo, reproduz a norma, o que está estipulado como Língua Portuguesa Padrão, afetando tanto o processo de formação quanto a prática docente. Palavras-chave: Nomenclatura Gramatical Brasileira; gramática; formação docente EXPECTATIVAS EM DESENCONTRO: A COMPETÊNCIA LEITORA DE ALUNOS INGRESSANTES E O PERFIL DO EGRESSO DOS CURSOS DE LETRAS Marcia Lisbôa Costa de Oliveira(Universidade Estácio de Sá) Este trabalho toma por base os resultados de uma pesquisa de campo sobre a competência leitora de ingressantes no curso de Letras de uma instituição privada de ensino superior. Contrastaremos os resultados obtidos na pesquisa com o perfil do curso e de seu egresso, tais como definidos nas diretrizes curriculares nacionais. A formação inicial de professores de Língua e Literatura implica o desenvolvimento de um vasto 117 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas repertório teórico que deve ser articulado à prática na formação profissional dos licenciandos. O desafio dessa formação inicial, que se desenvolve em um curto espaço de tempo, torna-se muito mais complexo ao considerarmos que a competência leitora apresentada pelos ingressantes está, muitas vezes, aquém da necessária à compreensão do conjunto de textos que compõem a bibliografia do curso. Comparar os resultados da pesquisa de campo realizada com o perfil do egresso previsto nas Diretrizes Curriculares para os cursos de Letras. O trabalho empregou pesquisa bibliográfica associada à coleta de dados por meio da aplicação de um Teste de Competência Leitora. Consoante o marco teórico definido para a pesquisa, abordamos a leitura como uma competência complexa que exige a mobilização de diferentes capacidades. A análise dos resultados revelou que as principais dificuldades dos estudantes se encontram nas áreas de semântica léxica, estrutura sintática, coesão textual e hierarquia do texto, todas fundamentais para a compreensão de textos. Considerando-se o perfil do egresso dos cursos de Letras definido nas diretrizes curriculares nacionais, faz-se necessário refletir sobre estratégias pedagógicas que estimulem o aprimoramento da competência leitora dos alunos iniciantes, de modo a garantir-lhes não só a possibilidade de permanecer no curso com aproveitamento, mas também uma formação profissional de qualidade. Palavras-chave: Competência leitora; Letras; diretrizes curriculares PRÁTICAS DE FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE INGLÊS: REFLETINDO SOBRE A AUTOAVALIAÇÃO Marcus de Souza Araújo (UFPA) As pesquisas sobre formação inicial e continuada de educadores têm merecido discussões teóricametodológicas como base de um processo de reflexão crítica no campo da Linguística Aplicada. Entende-se reflexão como força potencializadora que direciona o educador a indagar, analisar, buscar respostas para suas perguntas, a tomar decisões sobre escolhas que precisam ser feitas e que tenham como base seu próprio agir pedagógico e teorias consistentes, buscando a transformação para o seu fazer (RAMOS, 2010). Nessa perspectiva, a presente comunicação tem por objetivo apresentar reflexões sobre o papel da autoavaliação como instrumento intrínseco no processo de ensino e aprendizagem de inglês. A pesquisa foi realizada com um grupo de vinte e seis alunos-calouros do curso de Letras (Habilitação Plena em Língua Inglesa) no primeiro semestre de 2012 na disciplina “Língua Inglesa I” da UFPA. O instrumento para coleta dos dados constitui-se de fichas de autoavaliação elaboradas pelo professor-pesquisador da disciplina e através de diários de investigação. O estudo se desenvolve por meio de referenciais teóricos da perspectiva reflexiva na formação de professores de línguas (CELANI, 2004; LIBERALI, 2010; RAMOS, 2010; entre outros), acerca das contribuições da autoavaliação no ensino de línguas (BROWN, 2004) e dos diários como instrumento de investigação do pensamento do professor (ZABALZA, 1994). A pesquisa encontra-se em andamento e os resultados preliminares sugerem que os alunos estão mais conscientes sobre sua aprendizagem, mais motivados em aprender a língua e a buscar por conta própria seu conhecimento, ou seja, observamos que esse grupo de alunos está mais responsável por sua aprendizagem. Assim, as autoavaliações apontam para o estímulo da autonomia na aprendizagem de inglês pelos alunos da pesquisa. Espera-se, dessa forma, com esse estudo, contribuir para a conscientização e utilização da autoavaliação na formação inicial de educadores de língua inglesa para o campo da Linguística Aplicada. Palavras-chave: formação de educador; autoavaliação; inglês. PRÁTICAS COLABORATIVAS NA ESCOLA: COACHING E MENTORING NA (TRANS) FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUAS Margarete de Oliveira Santos Nogueira O presente estudo tem o objetivo de investigar a prática de duas ações colaborativas, o coaching e o mentoring, em um curso de língua inglesa e a contribuição dessas práticas na formação e no desenvolvimento profissional do professor de língua estrangeira. Com professores noviços ou recém-contratados, essas abordagens são formas de acolhê-los, pois envolve a relação de um profissional mais experiente que compartilha seu conhecimento e suas habilidades. Esta pesquisa apoia-se teoricamente em autores (BAILEY, CURTIS E NUNAN, 2001; BARKLEY, 2005; KNIGHT, 2007, 2009, 2011; PORTNER, 2008) que discorrem sobre o coaching e o mentoring no âmbito da educação e do ensino e aprendizagem de línguas e sua relação com a formação continuada do professor. Este estudo configura-se como uma pesquisa de natureza qualitativa (DENZIN e LINCOLN, 2006) com fundamentos metodológicos do estudo de caso descritivo-interpretativista (STAKE, 1994; DUFF, 2008). As participantes do estudo são uma coach/mentora e uma professora recémcontratada por uma escola de ingles. Os resultados apontam que as práticas investigadas promovem uma 118 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas cultura de colaboração no contexto escolar conduzindo os nela envolvidos à reflexão sobre os seus fazeres e também ao debate e à discussão do que é interessante e significativo para a comunidade escolar. Verificou-se também a necessidade de sedimentar e aprofundar tais práticas para que assim alcancem todo o seu potencial. Palavras-chave: formação do professor, coaching e mentoring, ensino de línguas. A PESQUISA NO ÂMBITO DA ESCOLA PÚBLICA – RESULTADOS DA PARCERIA UNIVERSIDADE E ESCOLA NO ENSINO/APRE NDIZAGEM DE INGLÊS Maria Amélia Sousa Lima Silva (UESB) Diógenes Cândido de Lima (orientador) (UESB) Pensar a prática pedagógica, do ponto de vista de quem aprende, exige que antes lembremos que o aprendiz é um ser criador ativo, que desenvolve ele mesmo suas estratégias de aprendizagem em ritmo e tempo próprios. Como afirma Moita Lopes (1996), ao refletir sobre as informações passadas pelos alunos através da observação atenta do ambiente de sala de aula, o professor de língua estrangeira contribui para o engajamento deles na construção de suas identidades sociais. Assim, surgiu esta pesquisa, pensada nos encontros com professores dos ensinos fundamental e médio, num projeto de extensão para a formação continuada de professores de Inglês, desenvolvido pela parceria universidade e secretaria municipal de educação. Apresentar e analisar os pontos de vista de alunos, em relação à forma como eles percebem o ensino/aprendizagem de Inglês são objetivos da pesquisa, que toma por base as questões de cunho teórico-metodológicas refletidas em autores como Moita Lopes (1996), Almeida Filho (1998), Rajagopalan (2003), Paiva (2001), Jorge (2000) e Lima (2004; 2009; 2010 e 2011). O universo de análise foi composto por noventa (90) alunos da rede pública estadual, distribuídos entre quatro escolas de uma cidade do interior da Bahia. Na coleta de dados foram utilizados questionário e entrevistas, com alunos de idades, turnos e séries variadas, nos ensinos fundamental e médio. Os resultados parciais revelam maturidade dos alunos ao falarem de suas impressões sobre os processos de ensino e aprendizagem de Inglês na escola. A conclusão aponta para o reconhecimento da necessidade de ações conjuntas entre universidade e escola; dos benefícios desta parceria na prática pedagógica e formação teórico-crítica do professor-pesquisador, que vê no aluno um importante aliado na construção desses processos. Palavras-chave: Universidade – Escola – Parceria CRIANÇAS ESTRANGEIRAS NO BRASIL: O PAPEL DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE PLE NA MEDIAÇÃO DE INTERAÇÕES CULTURAIS Maria Antonia Germano dos Santos Maia (UnB) O ensino de português como língua estrangeira (doravante PLE) para crianças alfabetizadas desperta o interesse de muitos profissionais na atualidade. Alguns estudos empíricos desenvolvidos no bojeto da Linguística Aplicada brasileira (Rocha & Silva, 2011; Rocha, Tonelli & Silva, 2010; Rocha, 2010, 2006; Santos, 2010, 2005; Ramos, 2007) trouxeram significativas contribuições teóricas, práticas e/ou metodológicas para que o professor de língua estrangeira para crianças possa desenvolver um olhar mais cuidadoso para esse tipo de ensino. O fato de expor uma criança ao aprendizado de uma segunda língua requer muito profissionalismo de quem vai ensinar. Dos diversos contextos de ensino de PLE, um dos mais intrigantes é o dos filhos de militares estrangeiros que são transferidos para o Brasil e que vivenciam situações bilíngues e/ou multilíngues, pois tendem a ser envolvidos no processo de aprendizagem do PLE. Essa situação levanta alguns questionamentos de como o professor-reflexivo pode amenizar o impacto de ensino-aprendizagem e como expor uma criança no contexto de aprender o português como segunda língua (PL2) sem que a traumatize ou a subestime. Santos & Alvarez (2010) apontam que para esse tipo de situação de ensino o professor pode estimular a reflexão a respeito dos "conteúdos culturais", favorecer a autonomia do aprendiz, possibilitando o desenvolvimento de uma competência intercultural (Mendes, 2011, 2007). O professor-profissional e reflexivo, ao apontar a cultura alvo para a criança, poderá, segundo Vygotsky (1978), inseri-la no contexto sociocultural. Sendo assim, a referida comunicação objetiva discutir e refletir como o professor-profissional e reflexivo examina sua prática, reconhece os valores agregados ao ensino de PLE para criança, considerando os contextos culturais e institucionais nos quais se dá sua prática. Palavras-chave: Professor- profissional e reflexivo; Ensino de PLE para crianças, papel do professor; interação cultural. CARACTERÍSTICAS ACADÉMICAS QUE DEBE TENER UN PROFESOR TUTOR EN UN PROGRAMA 119 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas DE FORMACIÓN DE LENGUAS EXTRANJERAS: MIRADA DESDE UNA UNIVERSIDAD PÚBLICA EN XX María Claudia Del Socorro Nieto Cruz (Universidad Nacional de Colombia) Dentro de la política de bienestar para el desarrollo de la autonomía, el plan global de desarrollo de la Universidad XX ha contemplado la inclusión del sistema de consejerías y tutorías como una forma de lucha contra la deserción y la mortandad académica (Acuerdo No. 006 de 2010). El problema radica en la implementación administrativa y la ejecución por parte de los docentes en las diferentes unidades académico administrativas. Vista esta tutoría como un acompañamiento administrativo, nace la necesidad de buscar estrategias para aterrizar la política institucional en una tutoría académica. Teniendo en cuenta la definición de tutoría académica como una forma de asesoramiento tendiente a "reforzar el aprendizaje en las aulas de clase y mejorar los logros académicos de los estudiantes" (Gordon, 2009) y la figura del tutor como la persona encargada de orientar, guiar y aconsejar a los alumnos pertenecientes a un curso, la presente ponencia pretende dar a conocer la opinión de docentes y estudiantes sobre las características que un tutor académico debería poseer para desempeñarse con éxito en un programa de formación de docentes en lenguas extrajeras. La presentación incluirá los referentes teóricos, las preguntas, los objetivos de investigación, el diseño metodológico con los instrumentos de recolección de datos, los resultados y las conclusiones del presente estudio. Los resultados indican la necesidad de que el docente tutor sea una persona que conozca el programa curricular, que tenga competencia en la lengua extranjera, competencias para la valoración y la evaluación pero resaltan ante todo las competencias de relaciones interpersonales. En conclusión, el docente tutor tiene que llenar una serie de requisitos académicos pero definitivamente sobresalen las competencias interpersonales. LA “DESCOLONIZACIÓN” DEL CURRICULUM, LOS MANUALES PARA LA ENSEÑANZA/APRENDIZAJE DE LENGUAS EXTRANJERAS Y EL ROL DEL DOCENTE. María de las Mercedes Pagano Fernández (Profesorado Superior de Lenguas Vivas de Salta. Universidad Católica de Salta) Toda reforma educativa plantea un proceso de innovación que debería mejorar lo que se venía realizando en el campo de la educación. La innovación educativa es el “intento deliberado y sistemático de cambiar las escuelas mediante la introducción de nuevas ideas y técnicas” (HOUSE, 1979, pág 1). Este cambio se lleva a cabo a través de la introducción de un curriculum que exprese esas nuevas ideas y técnicas, de nuevos materiales y criterios para enseñar. Partiendo de la hipótesis de que en general el curriculum pareciera responder principalmente a intereses políticos y económicos en este trabajo me propongo reflexionar acerca de: las perspectivas en la manera de entender la innovación educativa; el curriculo como territorio cuestionado y de lucha por hegemonía; la necesidad de adaptar y de adoptar materiales didácticos acordes al contexto de enseñanza y en vistas a despertar el espíritu crítico de los futuros profesores de lenguas extranjeras. No he encontrado antecedentes de este tipo de análisis de libros de enseñanza/aprendizaje de lenguas extranjeras desde el enfoque en que he encarado la investigación. Luego de haber investigado el discurso de un manual de francés para el turismo, llegué a la conclusión de que este tipo de material pedagógico refleja una concepción materialista, de marketing, de la actividad turística. De allí que el rol del docente de lengua extranjera sea el de-construir para luego re-construir esa representación social, a la vez que despierte el espíritu crítico en los futuros profesores de lengua extranjera. Palabras claves: Curriculum. Formación intercultural. Rol docente AS SUTILEZAS DA LÍNGUA: COMO OS FUTUROS PROFESSORES DE E/LE PERCEBEM OS ELEMENTOS PRAGMÁTICO-DISCURSIVOS EM ORAÇÕES CONDICIONAIS EM ESPANHOL Maria de Los Angeles de Castro Ballesteros(UNIFAL-MG) Os aspectos pragmático-discursivos que subjazem às estruturas gramaticais constituem um problema a ser enfrentado no processo de ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras, devido às diferentes formas como diferentes línguas codificam o conhecimento de mundo do falante em suas construções linguísticas. A partir dessa problemática, este trabalho propõe evidenciar de que maneira licenciandos de um curso de Letras/Espanhol percebem os elementos pragmático-discursivos presentes nas orações condicionais em espanhol e como se utilizam deles para expressar suas intenções de comunicação. Apesar da mesma origem, o latim, o espanhol e o português apresentam um universo cultural distinto e distante que não pode ser apreendido quando o processo de aprendizagem está focalizado nas estruturas gramaticais e morfossintáticas. 120 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Trata-se de marcas culturais, reflexo do modo de ser, pensar e agir de um falante estrangeiro que, normalmente, ficam sob o texto e fora do currículo e das gramáticas. Assim, esta pesquisa pretende, por meio de um estudo contrastivo das orações condicionais, em espanhol e português, relacionar e categorizar as diferenças entre as estruturas morfossintáticas e possibilidades modo-temporais que agregam informações pragmáticas ao discurso, nas duas línguas. Com o apoio de questionários e testes elaborados de forma a possibilitar o estudo do processamento e do processo de produção, nos termos de Vygotsky (1987), de “rascunho mental” e apreensão do “subtexto” presente nos enunciados apresentados, observar a percepção que os licenciandos têm acerca das estruturas em questão. Dessa forma, busca-se identificar estratégias discursivas intencionais em contraste com as efetivamente utilizadas para a construção de sentidos na língua espanhola. Espera-se com esse trabalho, reconhecer as dificuldades de apreensão das estruturas condicionais pelos sujeitos da pesquisa, uma vez que a partir de sua percepção será possível verificar até que ponto eles conseguem compreender as semelhanças e diferenças dessas estruturas, no que se refere a aspectos pragmático-discursivos, nas duas línguas. Palavras-chave: E/LE – Pragmática –Orações condicionais INTERAÇÃO ORAL ONLINE NA AULA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA E ESTRATÉGIAS DE MEDIAÇÃO Maria del Carmen de la Torre Aranda (UnB/IL/LET) A interação por meio da língua falada constitui um espaço privilegiado de compartilhamento de experiências de vida entre as pessoas, de sua compreensão dos fatos, de construção de conhecimentos e de formas de trabalho em conjunto. Para o/a estudante de uma língua estrangeira, a interação oral – desde a simples conversação cotidiana à argumentação elaborada – é, além disso, a maneira mais imediata e gratificante de entrar em contato com a língua e a cultura do falante nativo. Mas como trazer para a aula de línguas uma interação oral real que permita aos estudantes exprimir plenamente suas ideias, construir textos conjuntamente e, ao mesmo tempo, regular suas habilidades textuais-discursivas na língua de aprendizagem? Esse foi o objetivo do Projeto Cefradis (Cours pilote de français avancé à distance, 2010), curso a distância e online oferecido a estudantes do 3º ano de Letras da Universidade de São Paulo como parte de pesquisa de doutoramento realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, Literários e Tradutológicos em Francês da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas dessa universidade. Baseado nas perspectivas teóricas sociointeracionistas e da Análise da Conversação, e apoiado na metodologia da pesquisa-ação, o projeto Cefradis organizou a prática da produção oral em torno de três eixos: produção de textos orais individuais, interação oral online aos pares, e feedback proposto aos estudantes. Os discursos destes ao final do projeto destacaram o efeito da postura da mediação humana nas interações online e nos feedback para uma tomada de consciência sobre o modo como se expressam na língua de aprendizagem. É das estratégias de mediação do professor de língua estrangeira nas aprendizagens instrumentadas que tratará esta comunicação. Palavras-chave: interação verbal oral, mediação humana, feedback. ENSINO DE INGLÊS NO ENSINO FUNDAMENTAL 1 EM ESCOLAS PÚBLICAS: REPRESENTAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR Maria Eugenia Batista (SME-SP) Este trabalho tem como objetivo apresentar a representação da prática pedagógica presente no discurso de cinco professoras de inglês que atuam no Ensino Fundamental 1da rede pública de um município da Grande São Paulo e discutir as implicações socioeducacionais dessa representação para a formação de professores. O estudo da representação contida no discurso das professoras encontra-se embasado na Linguística SistêmicoFuncional (HALLIDAY, 1994 & HALLIDAY & MATHIESSEN, 2004) e na Análise Crítica do Discurso (VAN LEEUWEN, 2008) no que diz respeito à representação e legitimação de ações sociais. Os tópicos que emergem do discurso e constituem a representação, assim como suas implicações, são discutidos à luz da teoria de Bernstein (1990) a respeito das Práticas Pedagógicas, da Abordagem Sociointeracionista de Vygostky (1978) e da Pedagogia Pós-Método e os parâmetros de Particularidade, Praticidade e Possibilidade propostos por Kumaravadivelu (2003). Foram coletadas cinco entrevistas, gravadas em áudio e transcritas para análise. A Linguística Sistêmico-Funcional também integra o aporte metodológico juntamente com a ferramenta computacional WordSmith Tools (SCOTT, 2010). Os resultados indicam uma Prática Pedagógica em direção à transmissão cujos procedimentos e conteúdos não apontam práticas que possam levar os aprendizes a desenvolver competências. A Formação Inicial também se encontra representada no discurso das professoras e é deslegitimada no que tange a relação entre teoria e prática para o ensino-aprendizagem de inglês no 121 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Ensino Fundamental 1. Portanto, conclui-se que a representação da prática pedagógica sinaliza a necessidade de se promover transformação na formação inicial de professores de inglês bem como formação continuada para aqueles que atuam nesse ciclo escolar de modo à empoderá-los por meio de uma prática informada que possa criar melhores condições para o real desenvolvimento dos aprendizes. Palavras-chave: ensino de inglês, prática pedagógica, representação EXPLORING FEEDBACK IN TEACHER SUPERVISION: A STUDY OF COOPERATING TEACHERS’ POSTOBSERVATION CONFERENCES IN AN ARGENTINEAN TEFL UNDERGRADUATE PROGRAM María Gimena (Facultad de Lenguas, Universidad Nacional de Córdoba) A major component in pre-service teacher training is the support offered to the student- teachers by cooperating teachers or by mentors in the learning-to-teach process through constructive feedback. The communication of formative feedback is of paramount importance to aid trainees in improving their teaching practices and enhance teacher professional development. This paper seeks to examine which dimensions of the Practicum (i.e. lesson planning, classroom management, L2 use, among others) cooperating teachers focus on when providing feedback in the post-observation conferences to fourth-year student-teachers of the Teaching English as a Foreign Language (TEFL) Program at the Faculty of Languages, National University of Córdoba, Argentina. Zeichner and Liston (1985) found that post-observation conferences were concerned with goals, curriculum materials, pupils, the lesson and the context. Drawing on Arthur, Davison and Moss’s (1997) framework for the study of the content of mentor – student-teachers conversations, Tang (2002) reported that the focus of the conference was on immediate classroom practice rather than on broader educational issues. On a study on difficult topics dealt with between supervisors and student-teachers, Lopez-Real, Stimpson and Bunton (2001) identified personal topics such as attitude, commitment, enthusiasm and presence as frequent in their conversations. Tang and Chow (2007) analyzed feedback items for three key domains: teaching and learning, involvement in education community and professional attributes and found issues regarding teaching and learning to be core contents in teacher supervision. A total of 7 feedback sessions were recorded and transcribed for coding, and were then qualitatively analyzed through a content analysis approach for emerging trends. The findings describe the patterns of similarities and differences of the cooperating teachers’ feedback content as well as its adequacy in relation to the program aims and objectives. The implications for program development and evaluation are discussed. NOVOS TALENTOS. SABERES TRADICIONAIS E A CONCEPÇÃO DE CIÊNCIA E PESQUISA NA ROTINA ESCOLAR EM ALDEIAS PARESI DE TANGARÁ DA SERRA-MT Maria Helena Rodrigues Paes (CAPES/NEED/UNEMAT) Tânia Vassélli Damasceno (CAPES/NEED/SEMEC-Tangará da Serra) O trabalho apresenta resultado parcial de atividade de extensão do Projeto NOVOS TALENTOS, do Campus de Tangará da Serra da UNEMAT – Universidade do Estado de Mato Grosso, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e Cultura. Trata-se, especificamente, do sub-projeto “Língua Materna: limites e possibilidades da pesquisa científica”, que conta com financiamento da CAPES e tem por objetivo discutir questões sobre Ciência e pesquisa já na educação básica buscando a construção da curiosidade científica e construir os passos iniciais da pesquisa fora dos limites das universidades, cujas ações são empreendidas junto a escolas indígenas do município de Tangará da Serra-MT. A área indígena Paresi do município conta com 15 escolas, ofertando desde a educação infantil até o Ensino Médio. Ao se tratar de Ciência é preciso considerar que na cosmologia Paresi não há nada que não se explique pelos mitos, assim, necessário apontar a questão do hibridismo cultural, quando se toma os Estudos Culturais como ferramenta para análise e compreensão das atividades e processos no decorrer do Projeto, o qual se caracteriza por reuniões com as comunidades das aldeias e cursos de formação em ciência e pesquisa, dirigidos a professores e alunos. Os cursos buscam o desenvolvimento do olhar, da curiosidade e do estranhamento, em especial, aos fenômenos da língua materna e da comunicação. Para tal, são imprescindíveis as contribuições teóricas de autores como Néstor Garcia Canclini, Stuart Hall, Alfredo Veiga Neto, Marisa Vorraber Costa, Jorge Larossa, entre outros. Considerando-se que as comunidades Paresi vivem em vigorosa relação com a sociedade ocidental e que os Paresi manifestam ultimamente sobre a necessidade de pesquisas realizadas por eles mesmos, o que aqui se apresenta torna-se de vital importância para o estabelecimento de relações mais autônomas e produtivas para aquelas comunidades. Palavras-chave: Cultura, Escola, Ciência. 122 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: DISCURSOS, PROPOSTAS E PRÁTICAS Maria Iderlandia Ferreira Lima (UFC) Este trabalho de pesquisa é resultado de reflexões acerca da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A primeira reflexão corresponde ao processo de ensino-aprendizagem da linguagem, especificamente na produção de gêneros textuais que retratem o funcionamento linguístico-discursivo em contextos reais de uso e produção da língua, dessa forma, contribuindo para a formação do cidadão-leitor e escritor. A segunda diz respeito aos impactos e conseqüências da formação docente nas práticas pedagógicas da EJA. Desse modo, diante das especificidades da EJA, questionamos se as formações contribuem para a efetivação de práticas de letramentos múltiplos. Assim, pretendemos, neste trabalho, refletir sobre a formação de professores da EJA e de suas implicações na prática pedagógica. A pesquisa foi desenvolvida em um município do interior do Estado do Ceará. Para tanto, os dados foram coletados a partir de três procedimentos: a) observação dos encontros de formação docente; b) observação de práticas pedagógicas desenvolvidas pelos professores participantes da formação; c) análise do material didático fornecido aos professores. Os dados foram analisados à luz dos referenciais teóricos de Morin (2009, 2011); Bakthin (1992); Brait (2009, 2010); Rojo (2007, 2009). Os resultados apontam que a formação docente de professores da EJA não é suficiente para atender as especificidades dos educando, tendo em vista que apresentam lacunas em relação às concepções teóricas e propostas metodológicas em relação ao ensino de linguagem. Os resultados evidenciam ainda que o material analisado apresenta fragmentação de conteúdos e imprecisões teóricas, e, por conseguinte, implica na efetivação de práticas escolares. A pesquisa revela que não há critérios estabelecidos, como por exemplo, formação superior no curso de licenciatura, para assumir uma sala de aula e desenvolve a prática docente. Esse resultado revela negligência por parte do órgão público responsável com relação a educação e, principalmente, aos alunos da EJA. Consequentemente, os professores apresentam dificuldades em desenvolver uma prática pedagógica condizente com a formação cidadã. Palavras-chave: Educação de jovens e adultos; formação de professores; práticas de múltiletramentos. PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA: INTERFACES ENTRE AMBIENTE ESCOLAR E CIBERESPAÇO Maria Iraides da Silva Barreto (Universidade do Estado da Bahia) O ciberespaço vem dominando as formas de comunicação e interação entre as pessoas. Isso tem ressignificado as práticas de leitura e de escrita das pessoas que circulam nesse ambiente. A escola insiste em afirmar que os adolescentes não leem e nem escrevem, o ciberespaço nos prova que não. As redes sociais e os bolgs revelam que o ambiente midiático é espaço profícuo para eles se expressarem diante de diferentes textos. Esses neoleitores assumem um grau sofisticado de letramento no ciberespaço, em contrapartida, apresentam aversão às práticas que circulam na escola. Nesse sentido, realizamos um ateliê de leitura fundamentado no conceito bakhtiniano de linguagem como atividade dialógica e o conceito de letramento, realizado pelos alunos do 2ª série do Ensino Médio do Colégio Seu Amado, situado no sertão baiano. Este trabalho tem como objetivo relatar as atividades desenvolvidas durante a leitura do romance de Jorge Amado, Tenda dos Milagres. Buscando uma interface entre o ambiente- midiático vivido pelos adolescentes e as práticas de letramento ainda presentes na escola, o ateliê proporcionou a leitura do romance e a produção de um blog. Ao final do trabalho, foi possível perceber um encontro coletivo e colaborativa entre o leitor com o texto, em um processo mediado pelos colegas, pelas redes sociais, pelo autor, pelo professor, por outros textos, pela relação entre a vida do autor e suas obras, ou seja, a “bio/grafia” (MAINGUENEAU, 2001) e a validade do dialogismo e da heterogeneidade (BAKHTIN, 2003) oportunizada por diferentes gêneros como aspectos fundamentais para ampliação do letramento escolar. Palavras-chave: Letramento; Formação de leitor; Ambiente midiático O DISCURSO SOBRE A AVALIAÇÃO E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DOCENTE Maria Valdênia Falcão do Nascimento (UFC) O estudo e a problematização em torno das identidades e do seu processo de formação têm despertado forte interesse por parte dos estudiosos que se dedicam a pesquisas no âmbito da formação para o magistério, uma vez que essas condicionam as práticas profissionais e a natureza das relações que caracterizam o grupo de professores. Com o pressuposto de que o indivíduo projeta sua identidade no objeto que representa (Moscovici, 1976), interessa-nos investigar como a identidade docente é representada por professores de ELE, 123 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas particularmente no discurso sobre a avaliação, uma vez que nesse as condutas, os posicionamentos e as atitudes preconizadas podem ser tomados como vetores da construção identitária do ser professor. Importanos, ainda, refletir sobre as implicações da representação construída na formação do professor de língua, tendo em vista a configuração do trabalho docente. Como fundamentação teórica enfocamos: o conceito de representação social (Moscovici, 1976, 2009; Jodelet, 2001); o conceito de identidade (Moita Lopes, 2002; Rajagopalan, 1998; Signorini, 2002) e o papel do professor como avaliador (Almeida Filho, 1993; Bordón, 2004; Pastor Cesteros, 2003, entre outros). Para levar a cabo o proposto, realizamos entrevistas semiestruturadas com professores que atuam no Curso de Letras/Espanhol da Universidade Federal do Ceará, com o fim de acessarmos a representação construída pelos sujeitos sobre o papel do professor enquanto avaliador. As entrevistas evidenciaram que os sujeitos se percebem como os únicos responsáveis pelo processo de avaliação, cabendo-lhe tomar decisões sobre a produção dos instrumentos de avaliação, sobre como e quando avaliar. Consideramos que tal compreensão demonstra aspectos importantes que caracterizam a construção da identidade docente. Palavras-chave: representação; identidade; espanhol. CRENÇAS DE ALUNOS-PROFESSORES DE LETRAS/LÍNGUA INGLESA SOBRE A UTILIZAÇÃO DOS GÊNEROS TEXTUAIS NA SALA DE AULA Maria Zenaide Valdivino da Silva Antonia Dilamar Araújo (Universidade Estadual do Ceará – UECE) O estudo das crenças é recente no Brasil e são muitas as perspectivas de investigação nesse campo. As pesquisas têm enfatizado aspectos mais específicos do ensino-aprendizagem de línguas, como neste trabalho, em que objetivamos descrever, analisar e discutir as crenças de alunos-professores de Letras acerca da utilização dos gêneros textuais no ensino de língua inglesa. Dessa forma, este estudo é norteado pelas temáticas de Crenças e de Gêneros Textuais. Para tratar de crenças, tomamos por base os estudos de Barcelos (2010, 2008, 2006, 2003), Silva (2010, 2007) Freudenberger e Rottava (2004), Kudiess (2004), Pajares (1992), dentre outros. Para tratar de gêneros textuais, nos reportamos a Bakhtin (2000), Bazerman (2005, 2006), Dolz e Schnewuly (2004), Miller (1984), Swales (1990). Trata-se de uma pesquisa descritiva e interpretativista, cujos dados são analisados quali-quantitativamente. Como instrumentos de pesquisa, foram utilizados um questionário, com perguntas abertas e fechadas, uma entrevista e um inventário. O contexto da pesquisa é a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, com alunos informantes do sexto e do oitavo períodos do curso Letras/Língua Inglesa, totalizando quinze participantes. Os resultados revelam que os alunos-professores têm tido conhecimento de algumas teorias que conceituam gênero numa perspectiva funcional, social e interacional, no entanto, apresentam lacunas como, por exemplo, a ênfase dada aos gêneros escritos em detrimento aos orais, dificuldade em entender texto numa perspectiva ampla, dificuldade de pensar em uma prática de sala de aula que siga as perspectivas mais recentes de gêneros. Os resultados mostram crenças que já diferem de algumas concepções tradicionais, mas também revelam aspectos que precisam ser melhor enfatizados. Portanto, algumas crenças desses professores em formação, não levam em conta aspectos que, a nosso ver, são cruciais para o ensino a partir dos gêneros textuais. Palavras-Chave: Crenças. Gêneros textuais. Alunos-professores. PORTIFÓLIO E PRODUÇÃO DE TEXTO: ORGANIZAR E AVALIAR Mariana Batista do Nascimento Neste trabalho, visa-se promover uma reflexão sobre o ato de avaliar na escola e propõe-se o uso de portfólio como instrumento de avaliação e organização no processo de ensino da escrita: a produção de textos, bem como formas de avaliar produções de textos em língua portuguesa. Ainda hoje, no ambiente escolar, a avaliação deixa de ser aplicada formativamente e valorizam-se resultados sem repensar os processos; na produção de textos, nem sempre a avaliação/correção do texto do aluno feita pelo professor serve como meio de reflexão sobre o desenvolvimento da habilidade de produção do aluno. Entende-se que, depois de produzido e corrigido o texto, é necessário que o aluno repense e reflita sobre sua própria escrita. Ler o que escreveu, ser capaz de avaliar o seu próprio texto e de compreender as correções feitas pelo professor são ações importantes no processo de aprendizagem. Assim, uma forma de promover o êxito do trabalho nesta disciplina e propiciar a reflexão sobre ele é organizar um portfólio de aprendizagem em que professores e alunos possam dialogar sobre o processo de ensino-aprendizagem. O que deve compor o portfólio e a dinâmica de avaliação deste deve ser discutida em grupo. Textos motivadores, pesquisas sobre temas, linguagem, gêneros e tipos textuais, além das produções dos alunos, podem ser elementos do portfólio de 124 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas cada aluno. Entre os autores que fundamentam teoricamente este trabalho estão: Albertino (2010) e Boas (2007) para discutir do conceito de portfólio; Hadji (2001), Freitas (2003), Alvarez Mendez (2002) e Vasconcelos (2002) nos estudos sobre avaliação; Therezo (2008), Bahktin (2001) e Marcushi (2008) para embasamento sobre produção textual, gênero e discurso. Palavras-chave: portfólio, avaliação, produção de texto. CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA DA REDE PÚBLICA DE ENSINO NO MATO GROSSO: O (DES) USO DO LIVRO DIDÁTICO Marli Cichelero (SEDUC/CEFAPRO) Esta comunicação visa apresentar resultados de dois fóruns de discussão que teve como tópico “Livro Didático na escola pública”, sendo o primeiro um resultado de pequenos grupos de discussão e socializados em plenária no XIV Encontro de Professores de Inglês (2011) promovido pela APLIEMT e o segundo fórum foi desenvolvido no curso Telespyres, sendo uma das atividades proposta no ambiente virtual e-ProInfo pelo CEFAPRO/Sinop. A ideia inicial destes fóruns de discussão dos professores de escolas públicas foi criar um espaço para ouvir as inquietações dos professores, das vivências e experiências relacionadas ao (des) uso do livro didático na sala de aula e consistiu em várias perguntas para que os professores pudessem opinar e dialogar com seus pares, cujas bases teóricas encontram-se dispostas nos documentos oficiais nacionais (Brasil, 1998) e também nas Orientações Curriculares para a Educação Básica de Mato Grosso (OCMT, 2011). Os documentos oficiais apresentam as concepções da natureza da linguagem como prática social e como a aprendizagem é concebida como processo sociointeracional com base em Vygotsky (2003). As OCMT retratam o uso do livro didático como material organizador que oferece suporte, sendo um recurso auxiliar do professor tendo em vista a reorganização do ensino. Diante dos dados coletados observou-se que para muitos professores o LD não contempla tudo, que serve como apoio para o professor e foi possível visualizar que o tão esperado material de inglês na escola está causando angústias e inquietações. Algumas concepções de professores foram identificadas, tais como: o livro didático se consolida como um material didático, serve de apoio para realizar atividades e muitos professores acreditam que o professor bem preparado e com experiências não precisa de material para guiar seu trabalho. Estas concepções subsidiarão possíveis intervenções e inferências junto aos professores com o objetivo de contribuir para a formação profissional docente. Palavras-chave: língua inglesa; livro didático; rede pública de ensino; fórum. FORMANDO PROFESSORES DE LÍNGUAS ADICIONAIS SOB A ÓTICA DA INVESTIGAÇÃO Marimar da Silva (UFSC) Vera Lucia Bazzo (UFSC) A área de estudos sobre a formação de professores, por conseguinte também os de línguas adicionais propõe a formação do professor reflexivo e crítico. A implantação do currículo do Curso de Licenciatura em Letras/Inglês/EaD/UFSC desafiou-nos a pensar em como seria um projeto de formação inicial que contemplasse não apenas uma formação reflexiva e crítica, mas também o desenvolvimento contínuo do profissional egresso deste curso. Nesse sentido, esta comunicação tem por objetivo apresentar um modelo de formação inicial que visa à formação do professor como pesquisador. O modelo apoia-se no modelo de formação reflexiva de Wallace (1991), no conceito de educação problematizadora e de reflexão sobre a ação de Freire (1970) e Schön (1983), nas ações reflexivas e críticas propostas por Smyth (1992) e, mais recentemente, nas ideias de Nóvoa (2009) sobre a necessidade de passar a formação de professores para dentro da profissão. O foco deste estudo é investigar se o modelo idealizado desenvolve o olhar investigativo crítico do futuro professor. Relatos de observação e projetos de pesquisa que emergiram desses relatos foram coletados e analisados a partir de uma perspectiva qualitativa interpretativa. A análise revelou que o modelo abre a possibilidade de formação de um professor pesquisador, mas expos a complexidade da rede de relações que o próprio modelo demanda. Os resultados sugerem um alargamento do diálogo entre as disciplinas do contexto estudado, assim como uma discussão sobre a carga horária das últimas fases do currículo do curso. Palavras-chave: Formação de professores de línguas adicionais. Pesquisa no contexto de ensino superior. Reflexão sobre a experiência docente A CONSTITUIÇÃO DA IDENTIDADE DE PROFESSORES-ALUNOS DE INGLÊS DA EDUCAÇÃO BÁSICA: UM ESTUDO NO PARFOR/AMAZONAS 125 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Marta de Faria e Cunha Monteiro (UFAM) Este trabalho, recorte de uma pesquisa de doutorado em andamento, tem como contexto um dos cursos de segunda Licenciatura em Língua/Literatura Estrangeira – Inglês do Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica – PARFOR, oferecidos pelo Governo Federal para proporcionar formação aos professores da rede pública de ensino segundo a Lei de Diretrizes e Bases – LDB nº 9.394/96. Os participantes são professores-alunos de inglês de uma cidade do interior do Amazonas e os objetivos do trabalho são discutir sua constituição identitária, porque são professores, como se veem como tal, que professores de inglês gostariam de ser e o seu papel na sociedade. O aporte teórico é baseado em Celani (2010), El Kadri (2010), Fernandes (2006), Hall (1997), Liberali (2010), Marques (2007), Moita Lopes (2002), Paiva (1997), Romero (2011), Scaramucci (2000), Souza (2006) entre outros. A metodologia é ancorada no paradigma da pesquisa qualitativa com base em Denzin e Lincoln (2006), Erickson (1986) e a pesquisa vem sendo realizada por meio da pesquisa-ação (Andaloussi, 2004). A geração de dados contou com dois questionários: o primeiro elaborado para se levantar o perfil dos participantes e o segundo para se investigar os aspectos identitários, foco do trabalho. Os dados gerados foram analisados à luz da perspectiva sócio-histórica cultural das representações (Celani e Magalhães, 2002) e alguns dos resultados revelaram que muitos dos participantes se tornaram professores por necessidade, gostam de ser professor, preocupam-se em alcançar a proficiência na língua e concebem para si um papel que vai além do ensinar-aprender a língua. Nas considerações finais são expostas algumas reflexões acerca da formação do professor da educação básica, o processo da constituição de sua identidade e suas implicações no que se refere ensinar-aprender inglês no interior do Amazonas, um contexto particularmente repleto de privações (Rojo, 2006). Palavras-chave: formação de professores de inglês; educação básica; identidade. A ROUPA QUE USAMOS TENDE A ESTEREOTIPAR A PESSOA QUE SOMOS: UMA ANÁLISE DAS CRENÇAS DE PROFESSORES SOBRE A VESTIMENTA NO AMBIENTE ESCOLAR Marta Deysiane Alves Faria Renan Araújo Gomes (UFV) Para Gratão e Silva (2006), estudar crenças de professores contribui para a compreensão dos discursos que circundam a profissão do professor, tanto na esfera acadêmica, como fora dela. Portanto, analisar quais as crenças dos professores sobre o vestuário no exercício profissional torna-se relevante, pois tais crenças podem influenciar na sua própria construção identitária profissional, assim como indicar parâmetros culturais em que a imagem do professor está vinculada, como atravessamentos identitários associados à construção dos gêneros masculino e feminino. Partimos da concepção de vestuário enquanto um elemento cultural e instrumento para construção e negociação de identidades (LURIE, 1997; CASTILHO, 2004; CRANE, 2006), e de crenças como formas de percepção do mundo, fundamentadas nas experiências vividas por uma pessoa, ou grupo social, e circunstanciadas pelo contexto sócio-histórico (BARCELOS, 2000; 2004). A partir disso, este estudo objetivou verificar quais as crenças de professores em formação pré e em serviço sobre a vestimenta no ambiente escolar. Para realizar esta pesquisa, utilizamos um questionário aberto, que foi respondido por quatro participantes: dois participantes do sexo feminino, uma professora já em exercício e outra em formação préserviço, e dois participantes do sexo masculino, um professor já em exercício e outro igualmente em formação pré-serviço. Para a análise, recorremos à perspectiva de interpretação indutiva (RABINOVICH; KACEN, 2010), para categorização dos dados. Os resultados revelaram que as crenças dos professores estão atreladas aos discursos advindos da sociedade dos séculos XVIII e XIX, e também ao discurso do corpo velado, mostrando o caráter sócio-histórico dessas práticas. Assim, sugerimos a realização de mais pesquisas sobre vestimenta em ambientes escolares, relacionando a questões identitárias referentes ao campo profissional, desde ao período de formação, até o exercício da docência. Palavras-chave: crenças, vestuário, formação de professores ESTÁGIO SUPERVISIONADO COMO CONTEXTO DE INVESTIGAÇÃO: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO REFLEXIVA DO FUTURO PROFESSOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA Marta Lúcia Cabrera Kfouri Kaneoya (UNESP) Este trabalho apresenta algumas considerações sobre a trajetória reflexiva de uma licenciada em Letras, a partir de investigação por ela realizada, na modalidade de Iniciação Científica (PIBIC-Reitoria-UNESP/CNPq), 126 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas sobre o ensino/aprendizagem de línguas tipologicamente próximas – português e espanhol – tendo em vista sua formação inicial docente em línguas (ALMEIDA FILHO, 2001, 2004; 2007; CUNHA, 2007; KFOURIKANEOYA, 2008). No estudo, discutem-se as possíveis relações entre as línguas estudadas, em dois contextos distintamente configurados: a sala de aula presencial da rede estadual paulista, no qual a licencianda desenvolve estágio curricular supervisionado (regência de aulas); o ambiente virtual teletandem (TELLES, 2006), em que pratica interações linguístico-culturais com um parceiro mexicano, ensinando/aprendendo a língua um do outro. A partir de uma abordagem etnográfica e da perspectiva interpretativista de análise (ANDRÉ, 2000; RICHARDS, 2003; BURNS, 1999), os dados são gerados a partir de instrumentos como: gravação em áudio/vídeo de uma aula na qual os alunos interagem, em teletandem, com falantes nativos de espanhol; diários da pesquisadora; e questionários respondidos pelos alunos a respeito de suas expectativas sobre aprendizagem de línguas mediada pelo computador. Dentre as reflexões construídas pela pesquisadora, evidenciam-se as relacionadas à viabilidade da contribuição de um contexto com o outro, a partir da concepção renovada dos espaços de aprendizagem de línguas; da transformação de suas expectativas e crenças quanto a ensinar/aprender línguas próximas como estrangeiras; da autonomia para buscar estratégias em um contexto que beneficiem o ensino de LE no outro; dos benefícios da interação em teletandem para a aula presencial, ampliando-se conhecimentos linguístico-comunicativos e culturais dos participantes. Por fim, este trabalho pode confirmar a importância de parcerias universidade-escola e do diálogo ensino-pesquisa, colaborando na caracterização do perfil de um licenciando reflexivo, crítico e consciente de seu papel como futuro professor de línguas, em tempos marcados pelas inovações tecnológicas. Palavras-chave: formação inicial reflexiva; estágio supervisionado; ensino/aprendizagem de línguas em contextos presencial e virtual. LINGUÍSTICA E ENSINO: O DISCURSO DE ENTREMEIO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA Mary Neiva Surdi da Luz (UFFS) O presente analisa como e quais os saberes da ciência linguística funcionam na constituição de um curso de licenciatura em Letras. Ancoramo-nos na perspectiva teórico-metodológica da Análise de Discurso de linha francesa (AD) em diálogo com a História das Idéias Linguísticas (HIL) e nosso percurso de análise se fez a partir de um arquivo documental-institucional em que tomamos como corpus de análise o discurso sobre o curso de licenciatura plena em Letras da Unochapecó-SC. Por meio da análise dos materiais de arquivo, pontuamos que: a fundação do ensino superior no oeste catarinense é marcada pelo processo de interiorização das fundações de ensino e nessa constituição há ressonâncias e deslocamentos dos modelos de ensino superior que se constituíram na história da educação brasileira; o curso de Letras tem sua constituição marcada pela necessidade de atender à legislação, e também às necessidades da comunidade regional em relação à qualificação de profissionais para a área educacional; o quadro de professores é marcado por uma formação docente interiorizada; as matrizes curriculares sofreram consecutivas alterações marcadas por necessidades de ordem mercadológica e de ordem legal; em relação aos ementários das disciplinas, chegamos à constituição das seguintes categorias de análise: (pro)fusão de saberes; (con)fusão entre saberes; identificação/confronto de saberes e pedagogização de saberes. Entendemos que essas categorias marcam as relações se saberes que se fazem, no nível de constituição, pelo funcionamento do interdiscurso ao se operar sobre o que já foi dito, sobre o repetível. Observamos o funcionamento intradiscursivo que é do nível da formulação em que se realiza o trabalho de articular os sentidos dispersos no interdiscurso. O funcionamento dessas relações marca a constituição de um lugar de entremeio na relação Linguística e ensino e que está marcada na articulação intradiscursiva e só é possível porque funciona no nível interdiscursivo. Palavras-chave: Análise de Discurso; Disciplina de Linguística, Formação de Professores de Língua Portuguesa. ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA EM ESTUDO – A VISÃO DOS PROFESSORES EM FORMAÇÃO Mary Stela Surdi (UFFS) Este estudo analisa algumas falas de estudantes dos cursos de Licenciatura em Letras e Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Chapecó, SC, coletadas no decorrer das atividades do grupo de estudo “Ensino e aprendizagem de língua e literatura”, realizado pelo Programa de Educação Tutorial Assessoria Linguística e Literária da UFFS, durante os meses de abril a junho de 2012. Nessas falas estão presentes informações acerca da visão discente sobre a aula de língua portuguesa e sobre conceitos relacionados à linguagem e ao seu ensino. Ao mesmo tempo em que se identificam explicitamente 127 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas as marcas da mudança e a preocupação com quem são os alunos que estão nas salas de aula, ainda descobre-se, mesmo que nas entrelinhas, práticas viciadas e rançosas, que supervalorizam determinados aspectos da língua em detrimento de outros, que incutem falsos valores de verdades e apregoam preconceitos, já tão ultrapassados. Ao analisar as falas observam-se dois discursos: o conservador e o inovador. O primeiro usa de respostas que falam que se “deve ensinar” a gramática para ler e escrever corretamente. O discurso inovador revela que o ensino da língua portuguesa não pode se pautar somente no ensino gramatical e, sim, em um ensino crítico, utilizando textos que interessam os alunos, debatendo os temas para que este compreenda e não apenas decodifique. Assim, nesse embate entre o novo e o arcaico, verifica-se que está nas mãos dos professores a decisão, mas o acerto não depende exclusivamente de sua vontade, uma vez que sua atuação estará fortemente marcada por elementos que fundamentam sua formação profissional e aí entra a Universidade. Cabe a ela garantir na formação dos docentes condições mínimas para que suas escolhas sejam providas de discernimento e clareza teórica Palavras-chave: ensino; língua, discursos. CAN SILENT FILMS HELP ENGLISH LANGUAGE LEARNERS IMPROVE THEIR SPEAKING SKILLS? Mateus da Rosa Pereira (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia) Cinema is one of the most powerful English Language Teaching resources. It provides learners with language in context and instills motivation among students. The type of interaction between viewers and films, based on identification and projection, enables learners to grasp the meaning of words, phrases and structures in a much deeper and long-lasting way (Araujo & Voss, 2009). However, one notices a lack of variety in the activities proposed by English Language Teachers, as most professionals insist on merely playing a film followed by a couple of general comprehension questions. Even more alarming is a general tendency to consider cinema as a way to escape from pedagogical objectives, as many activities involving films lack sound teaching objectives and a clear methodology. Within this context, this paper outlines a set of activities developed within an ELT program at a federal university aiming to address such issues. As part of an ongoing research project, this is the first outcome aiming to present and debate a number of interlinked activities using films as a springboard for promoting reading, writing, listening, and even speaking skills. The paper provides background information on the history of cinema, based on Sigfried Kracauer (2004) and Tom Gunning (1990), and describes the objectives of the activities, as well as some of their theoretical foundations, the activities themselves, and the results achieved based on the goals set. The results suggest that there is much more teachers can do with films, even silent ones, as long as they count on clearly defined goals and methodologies. The conclusion is that ELT can benefit from using cinema in general, and silent films specifically, thus generating engagement among students and producing positive learning results. Key-words: English Language Teaching; Silent Films; Cinema. SUBPROJETO PIBID NO CODAP/UFS: UMA ALTERNATIVA PARA OTIMIZAR O ENSINO DO FRANCÊS Mateus Vilanova Ribeiro (UFS) O estudo desenvolvido apresenta resultados parciais de um subprojeto de iniciação à docência PIBID/2011/CAPES/UFS, na área de Letras: francês, sendo uma oportunidade para aprimorar a formação de graduandos da Universidade Federal de Sergipe. O subprojeto está sendo realizado em todas as séries do ensino fundamental do Colégio de Aplicação/CODAP/UFS, onde vivenciamos a prática do ensino do francês. Temos como objetivos aprender e aplicar novas práticas e procedimentos, visando à motivação dos discentes para que alcancem um aprendizado efetivo da língua estrangeira, analisar e entender as razões pelas quais a aprendizagem de uma LE no ensino público é tão deficiente, bem como levantar ideias e sugestões para esse quadro. Organizamos reuniões onde discutíamos obras de Claude Germain, Christian Puren, Jean-Claude Beacco, entre outras obras como os PCNs de Língua Estrangeira e O CECR, que nos deram o aporte teórico necessário. Utilizamos como ferramentas as inúmeras observações das aulas de francês da professora regente no referido colégio e apontamos características que poderiam ser modificadas rumo ao melhor aproveitamento da turma. Pesquisamos táticas e materiais didáticos apropriados às faixas-etárias do público estudantil e trabalhamos bastante a ‘motivação’, com a criação de um clube de estudos de língua e cultura francófonas. Diante das novas práticas que o subprojeto propôs à professora regente e das interferências do clube de francês, os alunos, que eram apáticos e desinteressados pela língua, passaram a valorizar mais os estudos e demonstraram maior aproveitamento na disciplina. Concluímos que uma reflexão coletiva sobre práticas docentes é extremamente necessária diante dos desafios do ser professor de línguas e que essa reflexão 128 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas poderá produzir uma nova orientação metodológica ao ensino de línguas para diferentes públicos e situaçõesproblema. Palavras-chave: PIBID; língua estrangeira; reflexão. THROUGH THE LOOKING GLASS: NOVICE TEACHER IDENTITY FORMATION Meghan Cavanaugh (The Pennsylvania State University) This study focuses on the formation of a novice teacher’s professional identity as she engages in online exchanges by creating an online blog during her initial 20-week teaching experience. These blog exchanges created a virtual space where she was able to make tacit thoughts, beliefs, fears, and hopes explicit, to create cohesion out of what was experienced during her teacher. She was able to self-asses different situations he encountered in the classroom and determine how her roles formed. Her blog entries also showed evidence of outside influences, i.e.; teacher training courses, daily preparations, and outside guidance on professional identity formation. She expressed concerns about her lack of knowledge with classroom management. One blog entry contained a cartoon showing an unruly classroom with a novice teacher speaking to another teacher stating: “This was not taught in my education classes.” Similar blog entries suggested she entered teacher with little experience and/or expertise managing classroom language learning. Many of the exchanges indicated her realization that much of what she was learning cannot be taught in teacher education programs but must be experience first-hand through actually teaching. The findings suggest that engagement in the dialogic blogs enabled her to reflect on the roles she took on as she encountered different culture and educational situations. The findings of this study suggest that in order to prepare novice teachers for the “real world” of teaching, they much be given opportunities for classroom teaching while under the supervision of a mentor. This will allow them to form a better understanding of the roles English language teachers must assume in an increasingly globalized world. Overall, this study demonstrates the meditational role online blogging can play in assisting novice teachers as they lessen the gap between learning about teaching in education programs and learning to teacher through hands-on experience. YOU GOT PUBLISHED IN AN ELT JOURNAL… WHAT WAS YOUR EXPERIENCE AS AN AUTHOR LIKE? Melba Libia Cárdenas Beltrán (Universidad Nacional de Colombia – Bogotá) In the past few years, there has been an increase in the publication of ELT journals. This is closely related to the growing interest of practitioners and research communities as well as of institutional policies that demand visibility of the work done by their staff through publications in highly ranked journals. Nonetheless, a common concern remains: publications are often associated with core communities and countries, which makes it difficult to recognise or include voices from the periphery (Rainey, 2005; Pageau, 2010; Johnson & Golombek, 2011). In this presentation I wish to share the results of a survey answered by some authors who published their articles in an ELT journal edited in a Colombian public university. I will start by presenting the origins, mission and evolution of the journal. Then, I will summarise the results of the survey. They deal with the reasons the authors had to submit their articles to the journal, the experiences lived along the process of publication (submission, evaluation, adjustments), and what the publication of the articles in the journal has meant to them. The findings of the survey and the experiences as editor of the journal show that despite the difficulties faced due to stratified and standardized policies that we have been required to follow, there are achievements and lessons learned. Finally, we will pinpoint the challenges ahead in our attempt to maintain an initiative that seeks to empower teachers to make their work more visible through publishing (Noffke y Somekh, 2009; Zeichner, 2010). Key words: Publishing teachers’ works PRÁTICAS DE LEITURA EM SALA DE AULA: O PAPEL DAS CRENÇAS DE PROFESSORES E ALUNOS Michele Duarte de Almeida Alessandra Baldo (Universidade Federal de Pelotas) A didática do professor é influenciada, em grande medida, pelo conjunto de experiências e convicções que possui sobre o processo de ensino-aprendizagem, ainda que isso aconteça inconscientemente (ALMEIDA FILHO, 1993). Levando isso em consideração, realizamos um estudo com o objetivo de avaliar o papel exercido pelas crenças pessoais de professores, como também pelas crenças de alunos, em atividades de leitura desenvolvidas nas aulas de língua materna (L1) e de língua estrangeira (L2) em uma turma de ensino 129 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas médio de uma escola pública do estado do Rio Grande do Sul durante o segundo bimestre de 2010. Observações de aulas e aplicações de questionários semi-estruturados para os participantes voluntários constituíram a base metodológica do trabalho. A partir da análise dos dados, encontramos dois resultados principais: com relação aos educadores, foi possível verificar que o trabalho desenvolvido estava baseado primeiramente nas suas crenças pessoais, e não no conhecimento teórico; com relação aos educandos, identificamos que eles compartilhavam das mesmas crenças dos professores quanto ao modo de desenvolver atividades de leitura, na medida em que aceitavam o modelo de trabalho oferecido como o mais produtivo possível. Os resultados são avaliados a partir da noção de crenças como instrumentos que podem promover ou dificultar o ensino-aprendizagem de línguas (BARCELOS, 2006, 2009). Palavras-chave: práticas de leitura; crenças de alunos e professores; ensino-aprendizagem de L1 e L2. COMPREENSÃO ORAL EM LÍNGUA INGLESA: RELAÇÕES ENTRE A PRÁTICA E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR Mirelly Karolinny de Melo Meireles (Posle/ UFCG/ Reuni) A compreensão oral (CO) é um processo complexo e ativo, em que o aprendiz diferencia sons, entende vocabulário e estruturas gramaticais, interpreta entonação, e por fim, retém os itens citados e os interpreta, além de levar em consideração o amplo contexto sócio-cultural (VANDERGRIFT, 1999). Assim, o aprendiz precisa coordenar todas essas ações, envolvendo assim, uma grande atividade mental. A CO ganhou mais espaço no ensino de língua inglesa (L2), porém sua prática de ensino revela todo um caráter tradicional, visto que os professores estão interessados se está certo ou errado o que foi ouvido; e não na CO em si, ou seja, eles se focam no produto e não no processo (FIELD, 1998). A CO em L2 representa um desafio a um número significativo de professores, visto que estes muitas vezes consideram difícil trabalhá-la (CONSOLO, 2000). Desse modo, os objetivos do presente trabalho são: i) Identificar se o foco de ensino da CO por um professor, de um curso de formação de professores de L2, é o produto ou o processo; e ii) verificar se a formação deste influencia na maneira como ele trabalha a CO em suas aulas. A presente pesquisa caracteriza-se como sendo interpretativista, de base etnográfica. Esta foi realizada em um curso de Letras/ habilitação Língua Inglesa, no município de Campina Grande/PB. Os dados foram coletados através de observações das aulas e gravações em áudio durante um semestre, no ano de 2011. Ao final do semestre, foi realizada uma entrevista com o professor. Através da análise dos dados, verificamos que o foco de ensino da CO pelo docente é o processo. Também constatamos através da entrevista, que a formação do referido professor não influencia sua prática. Concluímos que, apesar das lacunas existentes na formação de tal professor, ele se foca no processo ao abordar a CO. Palavras-chave: Compreensão Oral; Formação do Professor; Foco no produto e no processo LETRAMENTO: A LEITURA DA LINGUAGEM VERBO-VISUAL COMO SUBSÍDIO AO ENSINO DE LÍNGUA Miriam Bauab Puzzo (Universidade de Taubaté) Os gêneros discursivos muitas vezes são tratados de modo muito superficial em sala de aula. Sendo assim, a proposta desta sessão coordenada é propor a leitura da linguagem verbo-visual de gêneros discursivos da mídia impressa com o intuito de promover a leitura crítico-reflexiva. Serve de apoio teórico a teoria dialógica da linguagem na perspectiva de Bakhtin (2003) e do Círculo,tomando como categorias de análise os conceitos de enunciado concreto, leitor presumido, contexto sócio-histórico e tom valorativo. Também servem de apoio autores que tratam da linguagem visual (DONDIS, 2003) e da linguagem fotográfica (KOSSOY, 2002). Para cumprir tal proposta a comunicação intitulada “A importância da linguagem verbo-visual em aulas de leitura” discute a questão dos gêneros discursivos nas diversas linguagens da mídia impressa como subsídio às atividades de leitura, toma como referência os princípios teóricos e as categorias de análise de Bakhtin e do Círculo. Como aplicação prática a comunicação “Análise de capas de revista como subsídio ao ensino de língua materna” objetiva investigar mecanismos e estratégias linguístico-discursivas e visuais das capas das revistas IstoÉ de 11 de maio de 2011 e Época Edição Especial de 09 de maio de 2011 e suas respectivas reportagens que tratam da morte de Osama Bin Laden. Num outro enfoque, a comunicação “A charge e os sentidos implícitos no discurso midiático”, trata da charge veiculada na Folha de S. Paulo de 11 de agosto de 2010. Para concluir observa-se que as relações entre imagens visuais e linguagem escrita possibilitam a leitura mais completa e suscitam questões que conduzem à reflexão. Espera-se com essas análises contribuir para a leitura crítica de enunciados midiáticos. Palavras-chave: letramento; leitura; linguagem verbo-visual; gêneros discursivos. 130 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas ENTREMEIOS COMO PARTE DO LETRAMENTO DO PROFESSOR DE LÍNGUAS Míriam Martinez Guerra (UFT) O presente trabalho traz dados de uma pesquisa, em andamento, em nível de mestrado, financiada pela CAPES, vinculada ao Programa de Pós-graduação em Letras, Mestrado em Ensino de Língua e Literatura (PGL/MELL), na Universidade Federal do Tocantins (UFT), campus de Araguaína e ao grupo de pesquisa Práticas de Linguagens em Estágios Supervisionados (PLES). Visamos focalizar formas de atuação de atores humanos e não-humanos presentes nas práticas de duas docentes, professoras colaboradoras da pesquisa. Nossa base teórica-metodológica volta-se aos novos estudos sobre Letramento, no viés da Linguística Aplicada e da Educação, articulando com estudos sobre a transdisciplinaridade. Esta pesquisa, de abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, tem como corpus seis relatórios de estágio supervisionado produzidos pelas professoras colaboradoras na época da Licenciatura em Letras, na UFT, e diários de campo referentes a um semestre de observações e registros das práticas escolares de linguagens desenvolvidas nas salas de aula das referidas professoras; uma volta-se à língua materna e a outra à língua estrangeira, ambas são efetivas da rede pública estadual de ensino. A partir da análise referentes a dois momentos da vida profissional das professoras, notamos marcas de diversos atores humanos e não-humanos, registradas tanto nos relatórios de estágio produzidos pelas professoras durante os estágios quanto nas observações realizadas em seus locais de trabalho, que interferem no desenvolvimento de suas práticas docentes voltadas ao ensino de línguas. Esses atores, por nós denominados de entremeios, necessitam ser visibilizados como partes de um todo representado pelo letramento docente, uma vez que podem ser maneiras emponderadoras de conceber os saberes e fazeres docente e algo relevante a ser refletido pelos professores em fase inicial de formação e construção de seus letramentos na docência. Palavras-chave: Formação inicial de professores; Letramentos; Estágio supervisionado em Letras. CONSTRUINDO ENTENDIMENTOS SOBRE A FORMAÇÃO DOCENTE A PARTIR DE REUNIÕES DE ORIENTAÇÃO DE ESTÁGIO: UM CAMINHO EXPLORATÓRIO Mônica de Medeiros Villela (CApUERJ/ PUC-Rio) Este trabalho consiste em um recorte de uma tese de doutoramento cujo objetivo foi a a busca de maiores entendimentos a respeito da formação inicial de professores de língua inglesa em uma universidade pública do Rio de Janeiro, através da Prática Exploratória (ALLWRIGHT, 2003; ALLWRIGHT & HANKS, 2009 ALLWRIGHT & MILLER, 1998; MORAES BEZERRA & MILLER, 2006). Além da Prática Exploratória, a investigação foi baseada em construtos da sociolinguística Interacional, a saber: o contexto situacional: a inferência conversacional & as pistas de contextualização (GUMPERZ, 2002) e a argumentatividade discursiva (SCHIFFRIN, 1987). Apoiou-se também no conceito de construção identitária através do discurso (HALL,2004; BAUMAN, 2005; ZIMMERMAN, 1998) e nas noções de “alinhamento” (GOFFMAN,[1974] 2002) e “face Social” (GOFFMAN, 1980; 1985. Segundo a perspectiva da Prática Exploratória, é possível buscar entendimentos a respeito do nosso contexto profissional sem mudançasradicais em nossa prática diária. Para isso, analisei o discurso coconstruído por mim – professora regente de turma e de Prática de Ensino, orientadora, pesquisadora e autora da tese – e duas licenciandas de Língua Inglesa, em uma reunião de orientação de estágio. A partir dessa análise, surgiram porquês, ou puzzles, relacionados à sala de aula, à prática no estágio supervisionado e à formação docente em geral. Posteriormente, em Sessões de Visionamento com Potencial Exploratório (SEVIPE), deu-se o compartilhamento desses puzzles com as outras duas participantes da pesquisa. Esse estudo colocou em seu centro a reflexão profissional conjunta, uma vez que tanto a reunião de estágio supervisionado investigada, quanto as sessões de visionamento ofereceram ricas oportunidades para aprofundarmos entendimentos a respeito da prática e da formação docente em geral. Sendo assim, compreendo que essa tese é uma contribuição para a minha própria prática profissional e para a área de formação inicial de professores A COMPETÊNCIA FÔNICA E SUA PERCEPÇÃO INTERCULTURAL NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LE Monique Leite Araújo (UnB) Atualmente, há várias discussões sobre o aperfeiçoamento do ensino de línguas estrangeiras através do enfoque comunicativo. Sabemos que este é caracterizado por um conjunto de saberes, conhecimentos, experiências mobilizadas com discernimento pelo indivíduo num determinado contexto discursivo e ao qual 131 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas denominamos competência comunicativa. No entanto, faz-se necessário entender que para mobilizar esses saberes a competência fônica assume um papel primordial dentro da competência comunicativa. Cantero (2002) afirma que ao falarmos estruturamos o discurso seguindo uma hierarquia fônica. Por isso os fenômenos entonativos (sotaque, ritmo e entonação) cumprem um papel determinante no processo de aquisição de uma competência, tanto na produção fônica como na percepção da língua oral. E essa percepção oral depende diretamente de fatores interculturais presentes nos fenômenos entonativos.Logo, o ensino da pronúncia de uma língua e seus elementos gramaticais não se bastam por si só. Neste artigo, apresentaremos a relevância da competência fônica e sua percepção intercultural na formação dos professores de Línguas Estrangeiras. Temos por objetivo demonstrar que a entonação contribui de forma decisiva para o processamento de uma mensagem, conforme diz Cortés Moreno (2002), e que é fundamental considerá-la no ensino de línguas. Palavras-chave: Competência Comunicativa, Competência Discursiva, Competência Fônica, Interculturalidade, Ensino de Línguas. O IMPACTO DA DISCIPLINA “APRENDER A APRENDER LÍNGUAS ESTRANGEIRAS” NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR: AS ESTRATÉGIAS METACOGNITIVAS EM ANÁLISE Myriam Crestian Chaves da Cunha (Universidade Federal do Pará) Walkyria Magno e Silva (Universidade Federal do Pará) A disciplina “Aprender a Aprender Línguas Estrangeiras” foi incluída há três anos no Projeto Pedagógico do Curso de Letras Estrangeiras Modernas da nossa IES e vem sendo ministrada no semestre de ingresso no Curso, com o objetivo de contribuir para a formação do falante da língua, ajudando os aprendentes a desenvolverem novas estratégias de aprendizagem e a se tornarem mais autônomos. Essa experiência vem permitindo aos docentes da disciplina investigar diversos aspectos da formação, por meio de uma pesquisaação. Um dos objetivos de pesquisa definidos mais recentemente foi o de avaliar o impacto da disciplina, no que diz respeito às estratégias metacognitivas dos professores em formação (isto é, as estratégias que implicam uma reflexão sobre o processo de aprendizagem e controle das atividades de aprendizagem – OXFORD, 1990; CYR, 1998), não só no momento em que os alunos cursam a disciplina, mas ao longo dos semestres subsequentes. A pesquisa valeu-se da grande quantidade de dados gerados mediante os instrumentos de trabalho próprios da disciplina, bem como os obtidos com a aplicação de um questionário aos estudantes que já passaram pela disciplina. Os resultados preliminares indicam que os processos de regulação, principalmente de autorregulação (ALLAL, 2007), são particularmente favorecidos. Também são identificados obstáculos que surgem no desenvolvimento das atividades didático-pedagógicas, o que demanda uma reorientação a ser dada à disciplina na continuação de experiência. Conclui-se mostrando que o esforço exigido dos professores em formação, no sentido de objetivarem sua aprendizagem, tanto do ponto de vista de sua organização, quanto do ponto de vista dos conteúdos da aprendizagem, repercute no desenvolvimento de competências em três planos complementares: na formação do falante da língua, na do professor da língua e na do pesquisador na área do ensino/aprendizagem de línguas. Palavras-chave: Aprender a Aprender – Estratégias metacognitivas – Regulação da aprendizagem DISCURSOS E MARCAS TERRITORIAIS NA CONSTITUIÇÃO DO IDIOMA E DA IDENTIDADE DO PROFESSOR DE PORTUGUÊS (BRASILEIRO) Nádia Dolores Fernandes Biavati (Universidade Vale do Rio Doce) Este texto tem como objetivo discutir as tensões que envolvem a territorialização do Português brasileiro e seus reflexos na constituição da identidade do professor de Português Brasileiro. Metodologia: A partir de estudo interdisciplinar e bibliográfico, com conceitos da Geografia Crítica, como território e territorialidade, articula-se a compreensão de identidades fragmentadas e a relação entre Linguística Aplicada e orientações estatais para o ensino. Revisão de Leitura: A historicidade que envolve a implantação do Português no espaço Brasileiro, bem como as tensões que vislumbraram as políticas Linguísticas sobre o idioma se dão desde o início da colonização. Desse modo, a articulação espaço-tempo tornou-se imensamente importante para se compreender que o idioma Português no espaço brasileiro passou por ressignificações (ORLANDI, 2002) e não houve simplesmente o transporte de idioma como queria a coroa portuguesa, antes da independência do território. Resultados: Observando os discursos educacionais e o modo como os professores manifestam o ser e o fazer sobre a profissão, aparecem as tensões: a ideia de que o ensino do lado de cá do Atlântico deve obedecer às orientações de um padrão culto de origem lusitana e a ideia de que a articulação espaço e tempo provocam um olhar diferente ao idioma que se reinventa aqui. Conclusão: É importante a compreender que as 132 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas relações territoriais que envolvem o ensino da língua portuguesa brasileira são marcadas por orientações que levam em conta tanto as regularidades linguísticas quanto os regramentos sobre a norma padrão, afetando de modo significativo, o modo de ver e de ser professor de Língua materna, provocando tensões e fragmentações nas identidades envolvidas no ensinar. EL PARALENGUAJE: UN APORTE A LA ENSEÑANZA DE ELE. Nancy Gómez Torres (Universidad Pontificia Bolivariana Seccional Montería) La investigación se centra en un factor muy relacionado con la lengua y la cultura: la importancia de lo no verbal, específicamente el paralenguaje en la interacción comunicativa y la inclusión de tareas funcionales, que contribuyan a que los estudiantes de español como lengua extranjera sean conscientes de la relevancia de esta clase de comunicación en el aprendizaje de la lengua meta. Para el desarrollo del trabajo se consideró como objetivo general determinar el grado de influencia del lenguaje no verbal ( paralenguaje) en la enseñanza- aprendizaje del español como lengua extranjera, para ello se trabajó con estudiantes norteamericanos que estaban matriculados en los cursos de verano de una universidad colombiana. Para ello, se aplicó el método descriptivo a través de las siguientes etapas: recolección de información, análisis de datos, resultados y conclusiones, siguiendo una metodología a partir de observaciones sobre una serie de prácticas de aula de español como segunda lengua, entrevistas y trabajos de campo. Como fundamento teórico se tomaron los aportes de autores como Poyatos, Cestero, Arzamendi, quienes coinciden en reconocer la gran importancia del manejo del código paralingüístico en el aprendizaje y enseñanza de una lengua extranjera. En cuanto a los resultados se notó que los estudiantes en la medida que interactuaban con el profesor y con estudiantes cordobeses fueron incorporando en sus interacciones comunicativas diferentes tipos de paralenguaje de acuerdo con las situaciones presentadas. Para concluir se puede afirmar que La Comunicación no verbal de una lengua extranjera no debe enseñarse de una manera aislada, sino de forma integrada y contextualizada, así que en la programación de un curso de ELE se requiere que se propicie el aprendizaje de las formas no verbales junto con las verbales propios del español y ofreciendo posibilidades de interacción en contextos reales y situaciones de la vida cotidiana. Palavras-chave: Paralenguaje, ELE, Comunicación no verbal. PROJETO FLELIMM: ELABORAÇÃO DE SEQUÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA O ENSINO DO FRANCÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA COM O USO DE TECNOLOGIAS Nathalie Lacelle Cristina Casadei Pietraróia Heloisa Albuquerque-Costa (USP) O projeto FLELIMM (Enseigner le FLE avec les nouvelles technologies pour favoriser la littératie médiatique multimodale - Québec, UQAM, UQTR, Brasil, USP) foi elaborado para responder a uma demanda concreta de formação de professores de francês do Estado de São Paulo no que se refere à elaboração de material didático com o uso de tecnologias, em particular, no que se refere ao desenvolvimento do conceito de letramento midiático multimodal. O uso de tecnologias no ensino/aprendizagem de línguas é uma das diretrizes dos documentos oficiais brasileiros (Albuquerque-Costa, 2009). No entanto, no âmbito do ensino do Francês como Língua Estrangeira (FLE), observamos uma ausência de formação contínua, tecnológica e metodológica, para capacitar os professores ao uso adequado das tecnologias aplicadas ao ensino. Como utilizar um recurso disponível na internet ou um aplicativo de um I-pad na sala de aula? Quais competências o professor deve desenvolver para elaborar sequências didáticas que levem em consideração o uso de Tecnologias da Informação e da Comunicação para a Ensino (TICE) ? Como elaborar um scénario pédagogique (Mangenot e Louveau, 2006) que integre documentos impressos, de áudio, de vídeo e aplicativos disponíveis em I-pads? Essas são algumas das questões que orientam o projeto FLELIMM cujo objetivo geral é desenvolver competências multimodais nos professores visando o uso de diferentes recursos tecnológicos para a elaboração de sequências pedagógicas adequadas a diferentes contextos de ensino/aprendizagem do francês. Segundo Livingstone (2004) e Hobbs e Frost (2003) o letramento midiático é a capacidade de compreender, analisar, avaliar e, posteriormente criar documentos multimodais, para diversos contextos de ensino/aprendizagem por meio da utilização de recursos midiáticos (imagem, textos/audio e iPad,smartphones e computadores). Nesta comunicação, apresentaremos num primeiro momento os fundamentos teóricos que orientam o projeto e a formação de professores em didática do ensino do francês no que se refere ao conceito de letramento multimodal. Num segundo momento, apresentaremos as sequências pedagógicas elaboradas 133 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas para contextos de ensino fundamental público e privado e para alunos de francês da Universidade de São Paulo e os resultados obtidos durante as fases de elaboração, com os professores de francês e de aplicação das sequências pedagógicas, com professores e alunos. A partir da análise e dos resultados obtidos apontaremos as diretrizes que podem vir a orientar a formação de professores em didática do ensino do FLE com o uso de tecnologias. O ENSINO DE INGLÊS NA ESCOLA PÚBLICA E A ANOMIA: UM ESTADO DE EXCEÇÃO DE (d)DIREITO Neiva Cristina da Silva Rego Ravagnoli (PUC-SP) Nas representações da realidade que o indivíduo proclama está impressa sua identidade. Existe um relacionamento entre as representações e a identidade que imbricados afloram em manifestações individuais de posicionamento do indivíduo perante a realidade que vive. Esse posicionamento/resposta individual que nasce da confluência entre representações e identidade, denomino aqui, anomia. Patologia social que surge quando as normas sociais são obscuras ou inexistentes, resultando no enfraquecimento da coesão das representações coletivas, a anomia (DURKHEIM, 1982) leva os indivíduos em conflito e moralmente isolados a formas de adaptação e condicionamento que manifestam seus estados de descontentamento e frustração. As transformações socio-políticas e econômicas ocorridas no Brasil nas últimas décadas, não se implementaram segundo estratégias uniformes e pré-estabelecidas, resultando numa instabilidade que, a partir de fatores como o descrédito nacional resultante do enfraquecimento contínuo dos valores morais tais como a impunidade e a diminuição da eficácia das normas éticas e sociais, favoreceu a manifestação da anomia. Na Educação, eese estado resulta da incapacidade da estrutura social em disponibilizar meios institucionais para que os fins culturais sejam atingidos proporcionalmente por todos os membros da sociedade. Representações como “nao se aprende inglês na escola publica”; “o ingês é a língua do poder” ou “superior” favorecem os estados de “nãopertencimento”, inferioridade ou conformismo que caracterizam a anomia, influenciando o ensinoaprendizagem de inglês pela (re)produção de suas convicções. Assim, numa metodologia qualitativainterpretativista (MOITA LOPES, 1994) busco identificar a anomia nas representações dos professores e alunos de inglês da escola pública e sua influência/consequências no ensino-aprendizagem. Ancorada em estudos sobre identidade (Hall, 1992), representações (Moscovici, 1961; Jodelet, 1989); formação social brasileira (BASTOS, 1986) e expansão do inglês (CELANI, 1996; PENNYCOOK, 1998; PHILLIPSON, 1992; MOITA LOPES, 1996; RAJAGOPALAN, 2003) aponto os espaços que favoreceram a manifestação da anomia no Brasil – um estado de exceção de (d)Direito. (AGAMBEN, 2000). A LINGUAGEM E A CONSTITUIÇÃO DA SUBJETIVIDADE DO PROFESSOR DE LÍNGUAS Newton Freire Murce Filho (UFG) Este trabalho é efeito de uma recente experiência como professor em um curso de Especialização em Linguística Aplicada, de uma universidade federal. No curso ministrei a disciplina “Linguagem e Subjetividade”, cujo objetivo principal consiste em oferecer ao estudante-professor uma introdução aos estudos da linguagem em sua referência à constituição do sujeito, à luz de uma perspectiva psicanalítica. O conteúdo estudado girou em torno de leituras e discussões referentes aos seguintes temas: linguagem, corpo, constituição do sujeito; o processo ensino/aprendizagem, linguagem, subjetividade; língua materna/língua estrangeira; linguagem, arte, constituição do sujeito. Ao final do curso, lendo as avaliações dos estudantes-professores a respeito da disciplina e do professor, fiquei surpreso, preocupado e decepcionado com determinadas tomadas de posições que alguns estudantes tomavam diante de questões que, a meu ver, são fundamentais para a constituição das subjetividades de professores de línguas. Dentre elas, destaco principalmente o problema da dicotomia teoria e prática e da supervalorização desta em detrimento da outra, e também o problema da não consideração da importância da linguagem na constituição do sujeito, especialmente do sujeito que estuda ou que ensina línguas. São, pois, essas questões destacadas o que venho propor para discussão neste Congresso de formação de professores de línguas, considerando que são urgentes para pensar no papel destes como formadores de alunos. A metodologia da apresentação segue os procedimentos de uma pesquisa bibliográfica, com um breve relato de trabalhos já publicados que dão suporte à discussão que será realizada, tais como, por exemplo, Revuz (1998), Lemos (2007), Freire & Murce (2009). Dentre os resultados esperados, que são também algumas conclusões, pretendese chegar a entender um pouco melhor o “problema” do lugar dos estudos da linguagem que levam em conta a psicanálise na universidade, na formação de professores e o certo mal-estar que esse problema pode provocar. Palavras-chave: professor, linguagem, subjetividade 134 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas NÍVEL DE LETRAMENTO DO PROFESSOR DE INGLÊS: IMPLICAÇÕES PARA A TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA DOS PCNs Nibbya Karlla Pereira de Albuquerque (Graduanda/UNEAL/Campus I) Patrícia Carla da Silva (Graduanda/UNEAL/Campus I) José Sérgio Farias Sobral (Graduando/UNEAL/Campus I) Este trabalho faz parte de um projeto de pesquisa desenvolvido pelo NEPLAELI (Núcleo de Estudos e Pesquisas em Linguística Aplicada e Ensino de Língua Inglesa – UNEAL-Arapiraca) e busca confrontar a formação de professores de língua inglesa com as atuais demandas da sala de aula de línguas e com a Teoria dos Novos Letramentos e dos conceitos a ela associados, a saber: letramento crítico, letramento digital, multiletramentos e multimodalidade, presentes nas Orientações Curriculares para o Ensino Médio – OCEM (BRASIL, 2006). Partimos de duas perguntas de pesquisa: 1) Quais as implicações dos conceitos de letramento, multiletramento e letramento crítico para a formação de professores de inglês? 2) Qual a distância entre o nível de letramento real do professor de inglês e o nível de letramento idealizado nos PCNs (1998)? Nosso principal objetivo é investigar se o nível de letramento do professor de inglês do ensino fundamental da rede pública municipal de Arapiraca-AL lhe permite a compreensão do capítulo referente às línguas estrangeiras. Trata-se de um estudo qualitativo, de base etnográfica e de natureza investigativa, desenvolvido através de pesquisa de campo, com aplicação de questionários semiestruturados, bem como da aplicação de avaliação de leitura em língua inglesa a 18 (dezoito) professores de inglês da rede pública municipal de Arapiraca/AL. Os questionários e avaliações foram aplicados no mês de abril/2012 e os resultados serviram de base para a implementação de seminários e oficinas que estão sendo ofertadas entre os meses de maio a agosto/2012. Espera-se que o debate e a reflexão sobre abordagens atuais para o ensino de línguas estrangeiras possam contribuir para a formação continuada dos professores pesquisados. Esta pesquisa foi fundamentada em autores, como: Almeida Filho (1993; 1999; 2004); Kleiman (1995); Rojo (1998; 2000; 2002); Cavalcanti; Signorini (1998); Gil; Gimenez (2005); Lankshear; Knobel (2003); Vieira-Abrahão (2008), entre outros. Palavras-chave: Teoria dos Novos Letramentos; Formação de Professores de Inglês; Concepções e Práticas de Linguagem e Ensino. EFEITOS DAS POLÍTICAS LINGUÍSTICAS BRASILEIRAS SOBRE AS LÍNGUAS INDÍGENAS: O CASO DA LÍNGUA TERENA Onilda Sanches Nincao (Universidade Federal De Mato Grosso Do Sul) As políticas linguísticas contrárias ao uso das línguas indígenas no Brasil resultaram em um cenário diversificado de usos, perdas, deslocamentos e resistências. No sentido contrário do Decreto de Marquês de Pombal de 1758 que proibiu o uso da língua geral no Brasil, a Constituição de 1988 garante o uso das línguas indígenas no processo escolar. Porém tal garantia legal não as trouxe de volta para o cenário linguístico brasileiro. É preciso um grande trabalho junto aos povos indígenas tanto para a planificação de status como de corpus. Uma das principais questões relaciona-se ao fato de que as políticas pró-línguas indígenas ainda são feitas por agentes, sejam pessoas ou instituições, externos às comunidades indígenas. Nesse sentido, Maher (2010) aponta para a necessidade de que as políticas linguísticas devem partir dos interessados. Da mesma forma Mamani (2004), Sichra (2005) refletem sobre a prática e teoria de planificação linguística tendo em vista o controle cultural das minorias étnicas nesse processo. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo relatar como professores Terena revelaram durante uma oficina de produção de textos uma política linguística própria no que se relaciona ao letramento em sua língua materna. A metodologia constou de uma produção de textos em língua Terena realizada com 16 professores indígenas das Aldeias Passarinho e Cachoeirinha, no município de Miranda, localizado no pantanal do Estado do Mato Grosso do Sul. Os resultados mostraram a emergência de uma política linguística própria em que não se admite o letramento monolíngue em língua Terena, mas um biletramento, ou seja, em língua Terena e língua portuguesa, contrário ao que a pesquisadora esperava: escrever textos em língua indígena. A EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA DO PROFESSOR DE INGLÊS: CONTRIBUIÇÕES SISTÊMICO-FUNCIONAIS Orlando Vian Jr. (UFRN) Estudos recentes no campo de formação de professores, tais como Gimenez e Monteiro (2010), Silva (2010), Barcelos (2011), dentre outros, sinalizam para práticas que tomam a reflexão, a colaboração, a pesquisa e a 135 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas multiplicação como tônica de novas e futuras ações no campo. Inserido nessa realidade, este trabalho tem por objetivo discutir a relevância da educação linguística do profissional de língua inglesa e o papel dessa educação no embasamento de sua prática, assim como a relevância de uma teoria de linguagem, no caso a sistêmico-funcional de Halliday (1978, 1985, 1994), para a compreensão da materialidade linguística na construção de suas representações sobre si mesmos, sobre suas identidades profissionais e sobre sua própria educação linguística e seu conhecimento sobre a língua(gem). Para atingir tal objetivo, utilizamos como corpus de pesquisa textos de diários reflexivos produzidos em dois contextos distintos: na formação inicial, a partir de uma disciplina de gramática da língua inglesa no segundo ano de um curso de graduação em Letras/Inglês, e na formação continuada, em uma disciplina da mesma natureza para professores em serviço em um curso de especialização em ensino-aprendizagem de inglês como língua estrangeira. Tais textos funcionam como fonte para a discussão de questões relativas às realizações léxico-gramaticais nos textos, especificamente em relação à sua transitividade (Halliday, 1994; Eggins, 1994; Thompson, 1996) e como os processos utilizados por professores em sua produção textual revelam aspectos relacionados às suas representações. Os resultados das análises com base na gramática sistêmico-funcional fornecem elementos relevantes para a compreensão dos discursos de professores e podem contribuir para elaboração de futuras ações que possam fomentar cursos de formação inicial e continuada no contexto em que ambos os cursos são desenvolvidos. Palvras-chave: formação inicial e continuada, reflexão, gramática sistêmico-funcional ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA VIA INTERNET COM OS RECURSOS DO AMBIENTE VIRTUAL DE ENSINO E APRENDIZAGEM - “APRENDER” Pamela Aparecida Melo (UFLA) Patricia Vasconcelos Almeida(UFLA) Estratégias de aprendizagem são segundo Paiva (1996), recursos dos quais os alunos fazem uso no momento da aprendizagem de uma língua estrangeira para solucionar problemas que surgem durante a aprendizagem, como por exemplo, quando o aluno deseja aumentar o seu vocabulário, melhorar sua pronúncia, ou ainda dominar uma estrutura gramatical, dentre outros. Durante o aprendizado presencial de uma Língua Estrangeira, espera-se que os alunos desenvolvam estratégias para que melhorem seu desempenho no curso e não seria estranho esperar que isto também aconteça em um ambiente virtual. Este trabalho tem como objetivo observar e identificar quais as estratégias de aprendizagem que os alunos de língua inglesa, do primeiro período do curso de letras de uma universidade federal, utilizam no momento em que estão participando das aulas em que a língua alvo é ensinada tendo o computador e a Internet, mais especificamente o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) como meio de aprendizagem. Analisando as atividades direcionadas a esses alunos no AVA procuramos quantificá-las e para tal foram feitos questionários a serem respondidos online. No primeiro os alunos respondessem de forma aberta questões sobre o uso de estratégias, e o segundo onde eles deveriam indicar se utilizavam ou não as estratégias sugeridas. Com destaque, pôde-se observar que os estudantes, perante alguma limitação, se sentem mais a vontade em tirar suas dúvidas com os colegas, além de consultarem a internet por meio de sites de busca e, também, consultam o material de aula presencial com frequência. Uma estratégia que os estudantes indicaram utilizar e que, segundo eles, os ajudaram a aprender melhor o idioma é através de filmes, músicas e jogos. Palavras chave: estratégias de aprendizagem, língua inglesa, formação de professor NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA A LUZ DA TEORIA DA ATIVIDADE Patricia Vasconcelos Almeida (UFLA) Durante décadas o ensino de línguas estrangeiras vem sofrendo modificações devido aos estudos teóricos realizados nesta área, em prol de uma melhoria tanto no aprendizado, quanto no ensino. A grande novidade desta época consiste em usar as novas tecnologias da informação e comunicação para ensinar e aprender uma língua estrangeira. Alguns mitos, como “o computador substituir o professor”, “o ensino por meio do computador ser o melhor de todos até hoje”, já foram quebrados. Neste momento, é preciso desenvolver nos professores e alunos, o letramento digital, apropriado para utilizar o computador e todos os seus recursos pedagógicos, como ferramentas que auxiliam e facilitam o processo de ensino e aprendizagem. No caso das línguas estrangeiras, pesquisadores como Warschauer e Healey (1998) e Nardi (1996) vem desenvolvendo estudos que investigam a inserção dos computadores e da Internet no processo de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras, com resultados bastante promissores. Nosso trabalho aqui é um recorte de uma tese de doutorado e tem como objetivo demonstrar algumas possibilidades de utilização do computador e da Internet, 136 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas dentro e/ou fora da sala de aula tradicional, como recurso de material didático (apoio) e/ou ferramenta ou fonte de ensino (meio) tendo como base teórica o princípio da contradição encontrado na Teoria da Atividade Engeström (1987) que nos permite entender as alterações no sistema de atividade a partir dos diferentes artefatos utilizados pelos sujeitos. Tendo como contexto de pesquisa o curso de letras de uma universidade federal cursando a disciplina de metodologia de ensino de língua estrangeira, os dados foram coletados por meio de observações das aulas de metodologia. A análise dos dados proveniente de uma abordagem metodológica exploratória mostrou que na tentativa de se criar tarefas pedagógicas, utilizando diferentes artefatos de ensino, o professor pré-serviço desenvolveu práticas diferentes de acordo com o artefato utilizado. Palavra chave: tecnologias digitais/ formação de professores/teoria da atividade A OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA PROMOVE A EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA NA ESCOLA? Paula Barreto Silva(UESB) Ester Maria de Figueiredo Souza (orientadora) (UESB) Autores como Bagno e Rangel (2005) e Vasconcelos (2009) defendem que há necessidade da educação linguística na escola brasileira. Faz-se necessário, portanto, promover reflexões sobre ações e medidas públicas de ensino de língua portuguesa em desenvolvimento no país, no sentido de se observar se essas, ao menos, objetivam atender às demandas sociais por uma educação linguística. A educação linguística acontece durante toda a vida, e isso não é diferente para o professor de português, que precisa se atualizar constantemente, para ter acesso ao conhecimento científico sobre linguagem e compreender as dimensões políticas do uso da língua. Para ilustrar essas constatações, seleciona-se a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, programa promovido nacionalmente pelo Ministério da Educação desde 2008, e atualmente na sua terceira edição, para analisá-la sob a vertente de uma ação demandadora de educação linguística. Com o tema “O lugar onde vivo”, o programa propõe aos alunos o resgate das histórias de sua comunidade para, a partir delas, exercitar a escrita de produção de textos. A implementação da Olimpíada requer a formação continuada dos professores da educação básica que dela participa. A análise dessa iniciativa revela que a proposta didática da Olimpíada seleciona os gêneros do discurso como objeto de ensinoaprendizagem e, embasada numa concepção interacionista da linguagem (GERALDI, 1984), assume que as diversas esferas da atividade humana estão necessariamente relacionadas a determinados usos da linguagem (BAKHTIN, 1997). Constata-se que a Olimpíada busca atender à demanda por educação linguística de sujeitos escolares e se consolida, sobretudo, por mobilizar esses sujeitos para a apropriação do conhecimento sobre a língua (TRAVAGLIA, 1998), nas dimensões de competência linguistica, discursiva e política.Palavras-chave: educação linguística; formação de professores; ensino-aprendizagem de língua portuguesa. A RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE INGLÊS Paulo Roberto Boa Sorte Silva (PUC-SP) Os conhecimentos acerca das abordagens, métodos e técnicas de ensino de inglês, formulados e difundidos por especialistas são tidos, por muitos professores em formação inicial e continuada, como distantes da realidade ou impossíveis de serem aplicados. Para melhor compreender esse problema e repensar as questões que envolvem a profissionalização de professores de inglês, faz-se necessário lançar um olhar sobre três ideias: teoria, saberes e prática. Esta pesquisa, em andamento, colabora com a compreensão dos motivos pelos quais os professores de inglês ainda têm dificuldade em associar os conteúdos dos cursos de formação aos acontecimentos que se dão em seus contextos de ensino. O objetivo é investigar como professores de inglês em formação inicial e formação continuada entendem a relação teoria e prática, a partir dos sentidos e significados, na perspectiva vygotskyana, conferidos a esses termos. Os pressupostos teóricos que fundamentam esta pesquisa são: Thomas (1997), Rajagopalan (1984; 1998), Vygotsky (2001), Tardif (2002), Canagarajah (2005), Charlot (2005), Kumaravadivelu (2006) e Pennycook (2010). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, caracterizada como estudo de caso, de cunho analítico-interpretativo. Os dados são coletados por meio de observação e gravação em áudio das aulas dos professores participantes atuando nas escolas regulares, notas de campo, diários reflexivos dos alunos-professores e do pesquisador e entrevistas. Para o desenvolvimento da análise, adota-se uma perspectiva dialógico-enunciativa, discutida por Brait (2006). Os resultados mostram a visão dos professores de inglês em formação acerca dos termos teoria e prática e a possível relação existente entre eles. Palavras-chave: teoria; prática; formação do professor de inglês. PARTICIPAÇÃO POLÍTICA NA INTERNET: 137 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas UMA QUESTÃO DE LETRAMENTO ESCOLAR NA CONTEMPORANEIDADE Petrilson Alan Pinheiro (UNICAMP) O objeto deste trabalho é mostrar como o portal da Câmara dos Deputados Federais, um ambiente da internet, em princípio, institucionalmente fechado e controlado, possibilita a criação de espaços de movimentos políticos por parte dos usuários do portal, que interagem entre si por escrito através de ferramentas digitais como fóruns de discussão, bate-papos e wikis. Para entender esses movimentos políticos na internet, faço uso dos conceitos teóricos propostos por Rancière (2001; 2007) de “partilha do sensível” (partage du sensible) e dissenso (disssensus), que, assim como estabelecem uma relação hierárquica entre aqueles que possuem visibilidade e os que não possuem, dentro de um processo institucionalmente ordenador que aloca indivíduos em lugares particulares, sustentam também o potencial para a sua própria dissolução. Em outras palavras, se a linha que estrutura a dinâmica de uma partilha do sensível é o ponto de contato entre o compartilhamento e a divisão, então há sempre a possibilidade de participação política por parte daqueles não institucionalmente autorizados. Situado no campo da Linguística Aplicada, este trabalho se constitui através de uma pesquisa de cunho empírico, em que foram selecionados e analisados alguns fóruns de discussão no portal da Câmara dos deputados sobre projetos de lei que contemplam a temática “política sobre as drogas”. Pensando, portanto, em termos de letramento no contexto escolar, pode-se a priori dizer que as práticas interacionais realizadas por meio dos fóruns tanto apontam lugares institucionais hierarquizados, marcados pela diferenciação entre as vozes dos deputados e dos demais participantes, como também provocam dissensos em meio a uma multiplicidade de vozes, que abrem a possibilidade para aqueles considerados como (não) participantes não legítimos na comunidade política dominante, como alunos e professores, de um espaço público de discussão e participação política via produção escrita. Palavras-chave: internet, política, letramentos. O AGIR DOCENTE NO TRABALHO DE PLANEJAMENTO E ELABORAÇÃO DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA (SD) Priscila A. da Fonseca Lanferdini (Colégio Est. Vereador Heitor Rocha Kramer - EFM) Vera Lúcia Lopes Cristovão (UEL) O trabalho de planejamento, muitas vezes, parece não ser reconhecido como parte do trabalho docente. A desvalorização constatada e a busca por alternativas para a melhoria do ensino de Língua Inglesa (LI) e para formação docente, motivou-nos a desenvolver uma pesquisa de mestrado que teve como objetivo central investigar o trabalho de três professoras de línguas durante o planejamento e a elaboração coletiva de uma sequência didática (SD). Nossa pesquisa embasa-se na corrente teórica-metodológica do interacionismo sociodiscursivo (ISD) (BRONCKART, 2008, 2006, 1999; SCHNEUWLY; DOLZ, 2004) e em estudos voltados ao entendimento da docência como trabalho, desenvolvidos a partir das contribuições da ergonomia da atividade (AMIGUES, 2004; SAUJAT; 2004) e da clínica da atividade (CLOT, 2006; FAITA, 2004). Os dados de nosso trabalho foram gerados em seis encontros de um curso de extensão voltado à formação continuada das professoras participantes. Os encontros do curso foram gravados, transcritos e analisados com base no modelo de análise de textos de Bronckart (1999); Bronckart e Machado (2004); Machado e Bronckart (2009). Os resultados da analise nos levaram a identificar nove modos de agir verbalizado pelas professoras, sendo cinco deles de origem coletiva e quatro de origem individual, e ainda, nos possibilitaram indicar aspectos importantes do trabalho de planejamento, como: o planejamento docente é referenciado pelo agir de outros envolvidos em seu ambiente de trabalho; planejar se constitui como um meio importante de formação; o trabalho de planejamento requer habilidades físicas e cognitivas dos docentes, entre outros. As reflexões realizadas nos possibilitaram compreender o trabalho de planejamento como um trabalho complexo e fundamental para a prática e formação do professor e, ainda, nos permitiram discutir o estatuto do agir “planejar” na carga horária de trabalho docente. Palavras-chave: Planejamento docente. Trabalho/agir do professor. Elaboração de SD. FROM PRACTICE TO THEORY: CONSTRUCTING A TASK - TEST Priscila Fabiane Farias (UFSC) Within the area of Second Language Acquisition (SLA), the Task Based Approach (TBA) proposes a communicative teaching through the use of tasks (Skehan, 2003). At the same time, researchers in the area of SLA agree that the approach used by the teacher in class should be similar to the way the students are going to 138 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas be tested. Bearing this in mind, this study focuses on the reflective practice of an English teacher in a TBA class at the Extra Curricular Course, at Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, who observed her students’ needs and learning context to develop a Task-Test, that is, a written test which contains elements of a task according to Ellis’ (2003) criteria. In this SLA context, teachers are expected to assess students by using, at least, one written test. However, during the classes, the teacher observed the need for a communicative assessment since that was the main scopus in which the classroom activities were based on. Therefore, the test was developed as an attempt to combine the topics which were being studied by the students in their book lessons to the TBA approach main aspects, which was being used by teacher during the classes. Later on, students answered a questionnaire about their perspective on the Task-Test which was then used for research purposes in the teachers’ TCC. Taking into account the aforementioned, this study reports the actions undertaken by this teacher in the attempt to construct the Task-Test and also how this pedagogical action turned out to be the focus of her TCC. All in all, this study also shows the possibility of theorizing upon teacher’s pedagogical practice. Key-words: Task Based Approach, Task-Test, Reflective Practice O PROFESSOR, A PESQUISA LINGÜÍSTICA E SUA APLICAÇÃO AO ENSINO DE LÍNGUAS: O EXEMPLO DA RELAÇÃO ENTRE OS CONSTITUINTES PROSÓDICOS E O ENSINO DO USO DA VÍRGULA Priscilla da Silva Santos (UnB /UniCEUB) Daniele Marcelle Grannier ( UnB) Neste trabalho propomo-nos a demonstrar que o conhecimento dos resultados das pesquisas linguísticas e de sua aplicação ao ensino de línguas são fundamentais na formação do professor. Para isso, utilizaremos os resultados de um estudo fonológico dos constituintes prosódicos da fala em língua portuguesa aplicados ao ensino da pontuação e, em especial, ao uso da vírgula em textos escritos em português. Baseamos-nos no pressuposto de que a transposição da prosódia interfere na produção textual dos alunos de língua portuguesa, de nível superior, sobretudo na pontuação, que foi identificada como um dos principais geradores de problemas na construção de sentidos em nível oracional na redação desses alunos. É comum os alunos utilizarem a vírgula entre os constituintes sintáticos Sujeito/Verbo e Verbo/Objeto que, segundo as regras ortográficas, não devem ser separados, acarretando problemas coesivos em suas produções textuais. Nossa análise evidencia que isso se deve à transposição das pausas da fala como vírgulas no texto escrito, sem levar em conta quando há ou não correspondência entre os constituintes prosódicos e os sintáticos. Considerando esses pressupostos, propomos uma metodologia de ensino da língua portuguesa que se baseia na leitura de textos autênticos e, em determinados momentos, enfoca a questão da pontuação, desenvolvendo atividades indutivas, conduzindo o aprendiz à produção de textos. Na análise fonológica dos constituintes prosódicos da fala, contemplamos o quadro teórico da Fonologia Prosódica de Nespor e Vogel (1986) e na aplicação ao ensino trazemos para o ensino da língua materna as diretrizes da abordagem interacional de Ellis (1999) e do recurso ao foco na forma (Long, 1988, entre outros), utilizadas no ensino de segundas línguas. A associação de atividades indutivas ao recurso do foco na forma no ensino de línguas segue Grannier (2006). Utilizando uma amostra de material instrucional para um público alvo universitário, examinaremos como o professor formado para ser um especialista em língua portuguesa, capaz de lidar com a aplicação dos resultados de pesquisas lingüísticas, está preparado para conduzir atividades de natureza reflexiva que levem seus alunos a produzir textos com segurança. REFLEXÕES DE UMA EQUIPE PEDAGÓGICA: NOVOS FAZERES NA EAD Rafael Matielo Este trabalho visa relatar as reflexões de uma equipe pedagógica (uma professora e dois professores-tutores) em relação ao processo de tomada de decisão ao construir tarefas de produção e compreensão oral. O curso em questão consistia em um curso de inglês como língua estrangeira para propósitos específicos na modalidade a distância, oferecido para a Secretaria de Portos do Governo Federal. As reuniões didáticopedagógicas aconteciam semanalmente a distância por meio de sessões de Skype e trocas de e-mails. Os processos de decisão envolviam (i) a formatação e estruturação do curso (1 módulo de ambientação, 3 módulos temáticos e 1 módulo de revisão), (ii) a escolha das temáticas e estruturas gramaticais e lexicais a serem trabalhadas, (iii) a elaboração de tarefas com foco na forma (Long, 1991) e (iv) a implementação das tarefas (atividades obrigatórias e complementares no AVEA, videoconferências semanais e chats semanais via Skype), priorizando momentos de planejamento pré-tarefa (Foster & Skehan, 1996) e repetição (Bygate, 2001; D’Ely, 2006). Através das sessões de skype e e-mails trocados é possível perceber que todo o processo de 139 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas tomada de decisão é pontuado pela colaboração e participação mútua entre professor e professores-tutores, o que denota uma descentralização de poder, enfatizando o papel do professor coletivo na EAD (Belloni, 2006). Além disso, vale ressaltar a importância de a equipe comungar de uma mesma visão de ensinar e aprender, o que parece ter tido um impacto positivo tanto no planejamento das atividades quanto na implementação delas. Palavras-chave: Ensino a distancia; tomada de decisão; colaboração MULTILETRAMENTOS E PRÁTICAS LETRADAS: INFLUÊNCIAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ESPANHOL Raimundo Nonato Moura Furtado (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia) As concepções de letramento conforme os Novos Estudos do Letramento orientam a investigação das diversas práticas letradas e sua influência na formação docente, universo deste trabalho. Seu objetivo principal é analisar que práticas letradas (dominantes e vernaculares) um grupo de professores em formação, aprendizes de Espanhol como Língua Estrangeira - E/LE, tiveram contato ao longo de suas vidas e as possíveis implicações desse fenômeno para a aquisição dos múltiplos letramentos com ênfase no digital e no crítico. Trata-se de uma pesquisa explicativa de caráter diagnóstico (GIL, 2002) situada no paradigma qualitativointerpretativista (BORTONI-RICARDO, 2008). A amostra foi construída por duas fontes: dois questionários e a análise das atividades de um ambiente virtual de aprendizagem (SOLAR). Os resultados mostram a ocorrência de práticas letradas heterogêneas vinculadas às diferentes agências de letramento às quais estes participantes estiveram e estão relacionados com predominância de práticas vernaculares. A pesquisa também aponta para a predominância de práticas letradas vernaculares que aparecem ao longo de toda a trajetória dos participantes e que, em geral, não são valorizadas pela escola. Conclui-se que muitas questões sociais estão diretamente relacionadas à inclusão ou exclusão dos participantes em determinadas práticas letradas e que estas influenciam diretamente no momento atual da formação de sua formação. Palavras-chave: letramento(s), práticas letradas e formação de professores. LETRAMENTO CRÍTICO E ESCRITA EM LÍNGUA INGLESA EM AULAS DE NÍVEL BÁSICO DO PROJETO CASAS DE CULTURA NO CAMPUS Raphaela Priscylla Barros Silva Universidade Federal de Alagoas O Projeto de Extensão Casas de Cultura no Campus da Universidade Federal de Alagoas tem por objetivo inserir seus alunos do curso de Letras na prática docente e permitir que alunos de outras graduações tenham acesso ao ensino-aprendizagem de língua inglesa. O objetivo como professores do projeto é formar cidadãos críticos por meio do trabalho com a língua inglesa. Observando tanto o interesse quanto a dificuldade dos meus alunos em relação à produção escrita, decidi investigar por meio de uma pesquisa-ação (Thiollent, 1982) o desenvolvimento da produção escrita em língua inglesa. Nesta comunicação pretendo, portanto, compartilhar e discutir os resultados deste estudo. As teorias que norteiam a pesquisa são de Cervetti et. al. (2001), Mattos & Valério (2010) e Brydon (2010), que tratam de questões como leitura crítica, diversidade e as teorias dos novos letramentos no mundo global. Para conduzir o trabalho em relação à escrita, a abordagem escolhida foi o process writing (SEOW, 2002; HARMER, 2007). Os instrumentos que utilizei para a coleta de dados foram os diários de aula escritos pela professora-pesquisadora, as produções escritas, os questionários e comentários dos alunos. As aulas foram preparadas e ministradas de maneira a promover o pensamento crítico por meio de debates e discussões. O resultado mostra que o trabalho realizado permitiu aos alunos utilizarem estratégias de ensino-aprendizagem satisfatoriamente e se sentissem mais confiantes para expressar suas opiniões na escrita. Sendo assim, apesar de o nível dos alunos ser elementar e eles ainda produzirem textos com falhas gramaticais, é possível que eles argumentem utilizando a língua alvo. Palavras-chave: letramento crítico, ensino-aprendizagem de língua inglesa, process writing IDENTIDADES: IMAGENS PROJETADAS DE PROFESSORAS EM FORMAÇÃO INICIAL Raquel Gamero (UEL) A formação de professores de Língua Inglesa em nível inicial tem sido alvo de pesquisas e publicações nas últimas décadas e os estudos de identidades de professor tem sido um rico campo de investigação tanto na formação inicial quanto continuada. Convergente com esses focos de pesquisa, nesta comunicação objetivo responder se o perfil identitário de professor-pesquisador é desenhado pelas participantes como imagem de si 140 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas para o outro por meio das representações construídas ao longo da pesquisa. Com este questionamento discuto o perfil identitário desenhado pelas participantes como imagem de si para o outro. Para tratar do conceito de linguagem opto pelo construto teórico-metodológico do Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 1999; 2006; 2008) e para tratar dos conceitos de identidade adoto autores que consideram o indivíduo como um ser socialmente constituído (MOITA LOPES, 1996; BEIJAARD, et al., 2004; BUCHOLTZ; HALL, 2005). Os corpora desta pesquisa são compostos por quatro conjuntos de dados, formados por textos escritos (atividades de análise e interpretação da linguagem utilizada em sala de aula de língua inglesa e relatos autobiográficos) e orais (grupo focal). O procedimento de análise aplicado no tratamento dos dados partiu de uma leitura cautelosa em busca do conteúdo temático referente a, p imagens de professor e em seguida, analisados linguisticamente pelo referencial do ISD. Os resultados revelam a contradição como parte integrante da identidade fragmentada, desencadeada pelas mudanças características de seu momento sócio-histórico e, por mudanças sociais, estruturais e institucionais. Percebo que as imagens projetadas remetem a um agir docente genérico e a não filiação ao grupo profissional. Portanto, compreendo que essas imagens constituem as representações que as AP têm sobre a profissão e já sofrem influências do discurso social recorrente (e negativo), advindo de outras esferas sociais. Palavras-chave: educação inicial professores, identidade profissional, imagens. TEACHER IDENTITY AS PEDAGOGY” IN THE INTERNET ERA: REFLECTIONS ON LANGUAGE TEACHING, DISCOURSE, IDENTITY, AND TEACHER EDUCATION Regina Celia Halu (Universidade Federal do Paraná) My aim in this paper is to establish a dialogue with Morgan’s (2004) discussion of how a teacher’s identity can be performed through discourse, being taken as a strategic pedagogical ‘resource’ in ‘the contingent and relational processes’ in which teachers and students engage in their ESL classes. Bringing the discussion to the context of initial language teacher education in a Brazilian public university, I use post-structural notions of discourse, identity and performativity as a basis to consider the space offered by virtual social networks for identity performances which may involve teacher(s) and students. Being actually the unfolding of my doctoral research on the different concepts of language teacher education, I reflect on the ethical impact of these performances on our English teaching/learning practices. I try to explore the possibility of moments of nonviolence in the relationality with the other, moments in which students and teacher(s) learn from each other (TODD, 2003) in this specific Brazilian context of English learning and teacher education. Like Morgan, I bring examples of my own teaching/learning practice to discuss if and how teacher(s) and students may really build a “safe space” in the classroom (ANDREOTTI, 2005; JORDÃO, 2007), where they are able to engage in conversations in which one is open to learn from other, listening to the other and reading the other as texts that are continually performed in ways that challenge group assumptions around language, education, gender, and power relations. O INTÉRPRETE DE LÍNGUA DE SINAIS NOS DOCUMENTOS OFICIAIS: IMAGEM E IDENTIDADE Rejane Cristina de Carvalho Brito (Universidade Estadual De Montes Claros) O foco da nossa pesquisa é o intérprete de língua de sinais (ILS) que está inserido no cenário do ensino de línguas na escola regular. O objetivo deste estudo é analisar, pela via discursiva, documentos oficiais e textos que orientam a profissão do ILS na educação dos surdos brasileiros para, através das representações acerca do intérprete, problematizar a formação e a atuação do profissional. Para a análise discursiva nos baseamos nos estudos discursivos foucaultianos e também contamos com algumas noções da psicanálise freudolacaniana. A profissão do ILS foi recentemente regulamentada no Brasil, mas a função do intérprete na educação dos surdos não é algo recente. Há registros da atuação de intérpretes desde que a língua de sinais iniciou o seu processo de reconhecimento em diversas partes do mundo, mas antes do reconhecimento, parentes e amigos de surdos já usavam os sinais domésticos (familiares) para ajudar na interação do surdo na sociedade. Neste estudo, a relação entre os discursos e a memória/história permite ver a identidade do intérprete de língua de sinais como não acabada, deslocada e (trans)formada na várias práticas de subjetivação , nos significados sócio-histórico-culturais materializados nos dizeres sobre o que é ser intérprete, o que é interpretar, nos discursos inclusivos, educacionais e sociais que norteiam e documentam a profissão. Em todo o país, é crescente o número de cursos da língua de sinais brasileira (Libras) e há um considerável aumento na procura de cursos formadores de intérpretes. Essa ascensão da profissão pode ser justificada pela obrigatoriedade da presença do intérprete em todos os contextos educacionais em que houver estudantes surdos, o que aumenta a demanda pelo profissional. Sendo assim, justificamos a necessidade de problematizar 141 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas os textos que orientam e documentam a profissão do intérprete de língua de sinais no Brasil abordando a construção de sua identidade. Palavras-chave: Intérprete, discurso, identidade APRENDER A ENSINAR INGLÊS EM ESCOLAS PÚBLICAS DO INTERIOR: O ACONSELHAMENTO LINGUAGEIRO COMO FORMA DE INTERVENÇÃO E FORMAÇÃO DOCENTE Rejane Santos Nonato (UFPA) Orientadora: Walkyria A. G. Passos Magno E Silva (UFPA) Ensinar Língua Estrangeira (LE) em escolas públicas do interior é uma tarefa muito difícil, uma vez que as condições de trabalho ofertadas são extremamente precárias: escolas sucateadas, turmas superlotadas, falta de material didático de recursos tecnológicos, tempo reduzido etc. Por outro lado, segundo Paiva (1997), o ideal seria que o professor de LE tivesse bom domínio do idioma, sólida formação pedagógica com aprofundamento em linguística aplicada, além é claro de uma aguçada consciência política. Mas não é isso que se vê, principalmente nas escolas públicas. O que existe é uma dicotomia entre escolas públicas e cursos de idiomas. Nesses últimos, os profissionais mais proficientes seguem o caminho dos cursos livres, restando à escola pública os menos qualificados. Dessa forma, entendendo a necessidade de qualificação profissional dos professores de LE e as remotas condições de oferta de formação continuada para professores de LE de escolas públicas de cidades do interior, é que pensamos uma forma de intervenção e formação que visa conhecer melhor esse profissional tantas vezes desvalorizado e incentivá-lo a buscar sua autonomização e consequentemente a melhoria de sua prática docente. Para tanto, nos utilizaremos do aconselhamento linguageiro que é um novo campo de pesquisa, mas que pode exercer grande influência no processo de ensino-aprendizagem, apoiando as ações desenvolvidas em sala de aula (GARDNER; MILLER, 1999; MOZZON-McPHERSON, 2007; RILEY, 1997; VIEIRA, 2007). A metodologia de pesquisa adotada enquadra-se no método de pesquisa qualitativa. A sequência de procedimentos apóia-se no projeto coordenado por MAGNO E SILVA que está sendo desenvolvido na UFPA, no qual primeiramente, analisa-se a experiência pessoal de aprendizagem de LE do aconselhado e identifica-se uma área de preocupação pessoal; em seguida, planeja-se pró-ativamente, visando a área de preocupação pessoal; o terceiro passo é exercer uma intervenção monitorada, agindo e refletindo, coletando e analisando informações por meio de observação, notas de campo, narrativas, checklists de avaliação, questionários etc.; por fim, como última etapa, dá-se a avaliação e o replanejamento, levantando os pontos positivos e negativos da intervenção, planejando uma nova intervenção para o mesmo problema ou, se ele estiver resolvido, procura-se identificar um novo problema e recomeçar o ciclo. PALAVRAS-CHAVE: aconselhamento linguageiro, autonomia, escolas públicas, ensino de LE. FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS, EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO I, II E III CLAFPL Renata Costa de Sá Bonotto (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) Essa comunicação apresenta uma reflexão sobre as relações entre formação de professores de línguas, Educação a Distância (EAD) e Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). A partir dos materiais do I, II e III Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas (CLAFPL) que abordam essas temáticas, realiza-se um levantamento e sistematização dessas produções por temas e sub-temas buscando apontar as inter-relações entre EAD, TICs e formação de professores de línguas. Seis temas emergem da análise do I CLAFPL: aspectos da organização e implantação de projetos e cursos de formação inicial e continuada a distância; aspectos da condução; aprendizagem de línguas com suporte das TICs na formação inicial; desenvolvimento de professores através das TICs; formação de professores para atuar em contextos mediados pelas TICs; e TICs enquanto ferramentas de suporte à pesquisa sobre formação de professores de línguas. Os resultados das análises dos materiais do II e III CLAFPL estão em fase de elaboração. Os resultados até aqui salientam a integração dessas temáticas com outras já estabelecidas no âmbito da Lingüística Aplicada, como a reflexão, a construção da identidade através de narrativas e gêneros textuais bem como do letramento crítico. Dado que a EAD na formação inicial e continuada e a inserção das TICs no contexto escolar constituem políticas públicas visando à melhoria da qualidade do sistema de ensino brasileiro, destaca-se a necessidade de pesquisas que busquem um conhecimento maior sobre como os projetos de formação via EAD têm se organizado e desenvolvido, bem como, as decorrências dessa formação no entorno escolar, na aprendizagem de línguas e nas práticas pedagógicas. Ainda, a sistematização de conhecimentos 142 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas através de revisões e elaboração de estados da arte torna-se importante para criar uma massa crítica de informações relevantes que possam ser usadas para revisar e informar essas políticas. Palavras-chave: Formação de Professores de línguas. Educação a Distância. Tecnologias de Comunicação e Informação. REPRESENTAÇÕES SOBRE CULTURA NAS AULAS DE INGLÊS DE ALUNOS DA GRADUAÇÃO EM LETRAS INGLÊS DA UFSC Renata Gomes Luis (UFSC) Diversos pesquisadores em diferentes áreas (Byram, 1989; Hall, 1997; Kramsch, 1998) já enfatizaram a relação intrínseca existente entre língua e cultura. Neste aspecto, a principal discussão no campo da linguística aplicada parece ser a identificação de como esses conceitos – língua e cultura – deveriam estar conectados na sala de aula de língua (Kramsch, 1998; Risager, 2006). Dessa forma, este estudo tenta entender a relação entre língua e cultura na sala de aula de língua estrangeira (LE) através das representações sobre cultura e aprendizado de cultura nas aulas de inglês de alunos da graduação em Letras Inglês da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A coleta de dados consistiu-se de um questionário aberto, entrevistas semiestruturadas e troca de emails entre os participantes e a pesquisadora. Uma análise temática dos dados demonstrou que os participantes representavam cultura principalmente de duas formas – como produtos ou práticas. Da mesma forma, eles consideravam aprendizado de cultura como aprendizado sobre conteúdos dos países falantes de inglês ou como aprendizado em relação à como usar funções pragmáticas da língua de forma apropriada, dependendo do contexto. A relação entre língua e cultura foi mais facilmente percebida quando cultura era vista como práticas e o aprendizado de cultura como aprendizado das formas de usar a língua em diversos contextos. Talvez o primeiro passo em direção à construção de um ambiente de aprendizagem de inglês como língua estrangeira no qual todas as culturas são discutidas e valorizadas, não apenas as culturas nacionais dos países da língua-alvo ou a cultura nacional dos alunos (Risager, 2006) é começar a olhar culturas como práticas que, acima de tudo, podem sempre estar em processo de mudança. Palavras-chave: representações, cultura, aulas de inglês. DISCIPLINAS DE LÍNGUA, LITERATURA E FORMAÇÃO DOCENTE: UMA INTEGRAÇÃO POSSÍVEL Renata Philippov (Universidade Federal de São Paulo) A educação básica tem sido há bastante tempo criticada por se manter isolada da realidade fora de seus muros, com conteúdo que não reflete as reais necessidades do mundo fora da sala de aula. Tal fenômeno, conhecido como encapsulação escolar (Engeström, 1991), coíbe qualquer tentativa de se trabalhar de forma integrada e colaborativa, buscando aliar os conteúdos curriculares ao mundo real, causando no aluno sensação de desinteresse e alienação e, portanto, impedindo uma aprendizagem efetiva. Apesar de algumas iniciativas visando romper tal encapsulação, o caminho ainda é longo e não se restringe à educação básica. Cursos superiores em Letras no Brasil há muito contemplam aulas de língua e literatura estrangeiras e formação docente de forma igualmente fragmentada, com disciplinas sem integração nem interdisciplinaridade, assim encapsulando a aprendizagem. Alunos não conseguem perceber ligação entre os conteúdos das disciplinas pensadas de forma estanque e sem continuidade ou planejamento conjunto dentro da grade curricular. O isolamento dentro da grade reflete também ruptura com relação à realidade fora da escola. Se algumas instituições de ensino superior contemplam a aprendizagem de língua estrangeira através das teorias dos gêneros, visando trabalhar com contextos de uso da língua, mesmo assim o trabalho interdisciplinar tende a não ocorrer. Perde-se, portanto, uma rica oportunidade de se fazer uma gestão curricular integrada em disciplinas de língua, literatura e formação docente. Os egressos de cursos de Letras acabam perpetuando a encapsulação em sala de aula por mero desconhecimento da riqueza que tal integração pode trazer. Esta comunicação tem por objetivo relatar uma experiência de integração entre língua, literatura e formação docente dentro de uma disciplina de um curso de Letras – Inglês em uma universidade pública no estado de São Paulo, sob as perspectivas da Teoria da atividade sócio-histórico-cultural (Liberali, 2009) e da Aprendizagem colaborativa (Magalhães e Fidalgo, 2011). ENTRE O INSTRUTOR DE LÍNGUAS E O EDUCADOR LINGUÍSTICO: CRENÇAS DE LICENCIANDOS NA FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR DE INGLÊS Ricardo Luiz Teixeira de Almeida (Universidade Federal Fluminense) 143 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Esta pesquisa qualitativa em andamento parte de uma reflexão sobre as crenças de alunos e professores quanto à inadequação da escola regular como locus de ensino eficaz de língua inglesa (crença que se estabelece pela oposição entre escolas regulares e cursos livres), para, então, traçar o perfil de um grupo de licenciandos em língua inglesa numa universidade pública no Rio de Janeiro, enfocando suas trajetórias e crenças como (futuros) professores de inglês. Acreditamos, como Pedro Garcez, que o papel do professor de inglês nos cursos livres não é o mesmo que o daqueles que atuam nas escolas regulares, já que nos cursos sua função primordial é a de instrutor, enquanto nas escolas, seu papel deveria ser o de educador linguístico (ASSIS-PETERSON, 2003). Considerando a hipótese de que a maioria dos licenciandos de inglês frequenta ou frequentou algum curso de inglês durante muitos anos, é de se esperar que crenças próprias desse contexto embasem boa parte de sua visão quanto ao que significa ensinar inglês no Brasil. O que buscamos, portanto, ao analisar os dados gerados pela aplicação de questionário aberto, é delinear esse perfil e sugerir algumas de suas implicações para o trabalho do formador de professores de inglês, especialmente, daquele comprometido com a formação de educadores linguísticos e com o contexto das escolas regulares. Esperamos, ainda, através do diálogo com pesquisas de cunho semelhante em outras universidades do país, contribuir com nossos resultados, necessariamente parciais e não generalizáveis, para uma melhor compreensão das crenças e do perfil daqueles que buscam, nas grandes metrópoles brasileiras, os cursos de licenciatura em língua inglesa. Palavras-chave: Crenças em Ensino-Aprendizagem, Ensino de Inglês como Língua Estrangeira, Formação de Professores. UMA ANALÍSE DA CULTURA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE E/LE NA MODALIDADE EAD. Ricardo Paulo Costa Dos Anjos (Universidade Do Estado Da Bahia) Na atualidade é indispensável que o professor de Língua Estrangeira (LE) conheça e faça conhecer a diversidade cultural dos povos de Língua Alvo (LA) em suas aulas. Esta observação e o aumento da oferta de cursos de formação de professores de Espanhol como Língua Estrangeira (E/LE) na modalidade Educação a Distância (EAD) me levou à seguinte pergunta de partida: Que espaço é destinado à cultura na formação de professores de Espanhol na modalidade EAD? O objetivo geral desta pesquisa foi observar qual espaço é destinado às culturas dos povos de LA nesses cursos. Para tanto se fez necessário realizar uma pesquisa bibliográfica, selecionar a população amostra e realizar a analise dos currículos. Esta investigação fundamentou-se em Almeida Filho (1999), Paraquet (2009), Giolo (2009) e Mota (2004). Após a seleção da população amostra – o curso de Letras Português/Espanhol e respectivas literaturas da Universidade do Tocantins e o curso de Letras Português/Espanhol da Universidade Metodista – foi realizada uma análise quanti-qualitativa da grade curricular dos cursos. O resultado deste estudo demonstrou que a cultura não possui um espaço privilegiado na formação dos professores de E/LE dessas universidades. Palavras-chave: Cultura. Formação. Educação à distância. Currículo. OS/AS DOCENTES POR ELES/AS MESMOS/AS: DISCURSOS E REPRESENTAÇÕES Risalva Bernardino Neves (Universidade de Brasília) O presente trabalho é parte dos resultados iniciais de minha pesquisa de mestrado “Representações de docentes da educação básica da escola pública em documentos legais e em matérias jornalísticas: uma questão discursiva”, em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação da Universidade de Brasília. O corpus principal da pesquisa é predominantemente documental, composto pela Lei Lei Nº 11.738, de 16 de julho de 2008 e por reportagens coletadas no jornal Correio Braziliense no período de março a maio de 2012 e textos coletados no site do Sindicato de Professores, divulgados no mesmo período, mas também se apoia em um corpus ampliado de entrevistas com professores/as que atuam na educação básica em uma escola pública no Plano Piloto do Distrito Federal. O objetivo geral é investigar aspectos identitários e ideológicos no discurso dos/das docentes e sobre os/as docentes da educação básica da escola pública no Distrito Federal a respeito das investidas governamentais de “valorização da educação e do/a profissional de educação”. Em documentos, analiso a Lei Nº 11.738, de 16 de julho de 2008, que instituiu o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica, e reportagens do jornal Correio Braziliense sobre a greve dos/as profissionais de educação deste ano. Na parte etnográfica, que é o foco desta comunicação, investigo como esses profissionais se representam, com que “vozes” seus discursos se alinham e se há indícios de representações criativas ou disciplinadoras em seus discursos no que diz respeito às “políticas de valorização da educação”. Para isso, lanço mão de entrevistas semiestruturadas com docentes de uma escola pública do DF, entendendo que o discurso é uma forma de ação, de interação, de representação e de 144 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas identificação nas práticas sociais, portanto uma prática que se relaciona com questões de identidade e poder. A análise das entrevistas é feita à luz do arcabouço teórico-metodológico da Análise de Discurso Crítica (ADC) (Chouliaraki & Fairclough, 1999; Fairclough, 2003; Resende & Ramalho, 2006; Ramalho & Resende, 2011), de vertente britânica e latino-americana. Tal abordagem baseia-se em uma concepção de linguagem como parte irredutível da vida social, concebendo, assim, que linguagem e sociedade estão interconectadas dialeticamente. Uma análise preliminar/parcial das entrevistas aponta para representações mais criativas do que disciplinadoras nos discursos das docentes em relação aos discursos veiculados pela mídia. Palavras-chave: ADC; representações; professores/as. O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA COMPETÊNCIA LINGÜÍSTICA EM INGLÊS COMO SISTEMA COMPLEXO Rita de Cássia Augusto (UFMG) Nesta comunicação, apresento parte de uma pesquisa de doutorado que teve como objetivo investigar o desenvolvimento da competência linguística de um professor de inglês participante de um curso de formação continuada. Neste trabalho, discuto e analiso a influência do contexto no processo de desenvolvimento da competência linguística desse professor. Tradicionalmente, a área da Linguística Aplicada que trata de ensino e aprendizagem de língua adicional tem adotado uma perspectiva de causa e efeito para explicar como se dá a aprendizagem/aquisição dessa língua. Nos últimos anos, diversos estudiosos (LARSEN-FREEMAN, 1997; PAIVA, 2011) têm defendido a ideia de que o processo de aprendizagem de uma língua adicional seja visto como um sistema complexo. Um sistema complexo é formado de outros subsistemas que se conectam em forma de rede. Esses subsistemas agem e interagem modificando o comportamento do sistema como um todo. Assim sendo, o estudo do comportamento de um sistema complexo demanda ver o contexto como sendo um dos seus subsistemas. Este estudo se constitui como um estudo de caso e se insere no paradigma da pesquisa narrativa. Os dados foram coletados através de narrativas, entrevistas e questionários. A análise do processo de desenvolvimento da competência linguística do participante da pesquisa, enquanto sistema complexo, evidencia que os fatores contextuais tornaram-se parâmetros de controle que alteraram a trajetória feita por esse sistema. Portanto, nesse caso, o contexto não foi apenas um pano de fundo para os acontecimentos, mas sim parte de um todo que modifica e é modificado por esse todo através de um processo que é dinâmico e não linear. ELABORAÇÃO E USO DE SITUAÇÕES-PROBLEMA PARA A FORMAÇÃO DOCENTE INICIAL DE LÍNGUA INGLESA: PROPOSTAS DE PROFESSORES EM UMA COMUNIDADE DE PRÁTICA Rita Cássia Conejo (UEM) Aline Cantarotti (UEM) A universidade constitui um lócus privilegiado para a formação docente. Porém, de acordo com Perrenoud (2002), o simples fato de se ter acesso a ela não garante uma formação de qualidade, já que é preciso saber como tal formação é concebida e realizada. Isto implica considerar ações realizadas, decisões tomadas e práticas desenvolvidas nesse processo. Como integrantes de uma Comunidade de Prática (CP), formada por professores de inglês da Universidade Estadual de Maringá (Grupo de Estudos “Formação continuada de professores de língua inglesa”- UEM), enfocamos aqui a elaboração e a relevância do uso de situaçõesproblema em salas de aula de formação docente inicial de profissionais do ensino de inglês, que atuarão futuramente em contextos variados tais como escolas de educação básica ou de idiomas, entre outros. Ao estudarmos o Parecer CNE/CP 009/2001 que institui as diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores da educação básica, em nível superior, curso de licenciatura e graduação plena, bem como referencial bibliográfico a respeito do desenvolvimento de competências, e do uso de situações-problema no ensino superior, vistas como uma das estratégias didáticas privilegiadas, percebemos a relevância do aprofundamento das discussões sobre tais temáticas. Esta comunicação, no entanto, se ocupará apenas das situações-problema, as quais são entendidas como uma das possíveis pontes para a transposição didática dos diversos níveis de conhecimento, visando à prática docente. Seu objetivo é, portanto, apresentar e discutir a situação-problema concreta proposta por uma das formadoras do grupo a fim de exemplificar de que forma o trabalho com esse recurso pode ser desenvolvido. Os resultados enfocarão a reação das formadoras participantes diante da descrição da referida situação-problema e da sugestão de seu uso futuro. Conclui-se pela validade do uso de situações-problema para a inclusão do componente prático em quaisquer disciplinas dos cursos de formação docente inicial. 145 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Palavras-chave: Formação docente inicial. Situações-problema. Língua inglesa GUAMÁ BILINGÜE: PROYECTO DE EXTENSIÓN PARA ALUMNOS EN SITUACIÓN DE RIESGO SOCIAL Rita de Cássia Paiva (UFPA) La UFPA –Universidad Federal de Pará– es la más grande institución de enseñanza en la pan amazonia. Para atender las demandas de subsidios para proyectos extensionistas, lanzó en 2009, a través de la Pro-Rectoría de Enseñanza y Graduación (PROEG), el PAPIM –Programa de Apoyo a Proyectos de Intervenciones Metodológicas– buscando incentivar y apoyar el desarrollo de actividades y experimentos que acrescente métodos y técnicas innovadoras y eficaces en el proceso de enseñanza y aprendizaje. Este programa selecciona en todos los 11 campus de la UFPA los proyectos que puedan alcanzar mayor interacción entre enseñanza y soporte social pues la Universidad se apoya en el trípode enseñanza, pesquisa y extensión en el ámbito académico. A partir de ahí, fue desarrollado el proyecto Guamá Bilingüe; dos años más tarde incluido como proyecto de extensión de la FALEM –Faculdade de Letras Estrangeiras Modernas– de aquella universidad. El proyecto Guamá Bilingüe es una propuesta educacional centrada en una metodología diferenciada específicamente diseñada para alumnos de enseñanza media entre 15 a 18 años en riesgo social de escuelas públicas del barrio Guamá, Belém/PA. El desarrollo del material, con textos alternando temas culturales y sociales –que afectan directamente la vida de jóvenes en barrios periféricos– se hizo posible usando estrategias de la lingüística cognitiva así como el uso de analogías para comprensión del nuevo código lingüístico que se está sobreponiendo al suyo propio. Esto porque ambos idiomas, según investigación de Almeida Neto1 que afirma que “entre las lenguas románicas, el portugués y el español son las que mantienen mayor afinidad entre si” se construyen en una base del 85% de semejanza. También fueron utilizados los principios de modelado mental de Lawson & Lawson así como las teorías del aprendizaje significativo de David Ausubel. Palabras-clave: Guamá Bilingüe, proyecto de extensión, aprendizaje significativo. O AGIR DOCENTE NA INICIAÇÃO CIENTÍFICA NO IFG: INDÍCIOS DE IDENTIDADES EM (TRANS)FORMAÇÃO Rita Rodrigues de Souza (Instituto Federal de Goiás) O trabalho de investigar o agir docente na Iniciação Científica-Jr (IC-Jr), no Instituto Federal de Goiás (IFG) Câmpus Jataí, consiste na reflexão dos “fazeres” e “dizeres” que envolvem essa prática. O estudo parte da caracterização da perspectiva institucional presente nos documentos oficiais e inclui o compromisso didáticopedagógico do docente materializado nas atividades desenvolvidas e atestadas por ele. Trata-se do relato de um Projeto de Pesquisa de Iniciação Científica cujo objetivo principal se configura na compreensão do papel docente no âmbito da IC-Jr. A coleta de dados se deu a partir da participação de cinco professoras/orientadoras e análise dos gêneros textuais relacionados ao trabalho de orientação (Edital e Relatório de Pesquisa) na concepção de Bronckart (1999). Este trabalho se configura como uma pesquisa quantitativo-qualitativa com fundamentação metodológica do estudo de caso e na pesquisa documental, conforme Gressler (2003) e Severino (2007). Para a coleta de dados foram utilizados: aplicação de questionário, entrevista, formulário de coleta de dados da Plataforma Lattes e revisão da literatura. A fundamentação teórico-metodológica, sob a qual se realizaram as discussões dos dados, se assenta nos estudos da linguagem com foco na abordagem sociointeracionista, com fundamentação em Bronckart (1999, 2006, 2008), Bronckart e Machado (2004) e na perspectiva sociocultural de Vigotsky (2007). Os resultados parciais desse estudo possibilitaram a ressignificação de conhecimentos relativos ao desempenho docente no desafio de orientar jovens na pesquisa científica. Contribui, possivelmente, para uma área que merece o olhar investigativo de todas as áreas de conhecimento, inclusive da Linguística Aplicada: a metodologia do trabalho científico para estudantes de nível médio. E, sobretudo, releva identidades em (trans)formação de professores (HYPOLITO, A. M. et al, 2003), que atuam na tríade ensino, pesquisa e extensão no contexto particular do IFG/Câmpus Jataí. Palavras-chave: Docente, Identidade, Iniciação Científica-Jr A RELAÇÃO AFETIVA CONSTRUÍDA EM UM GRUPO DE MESTRANDOS INSERIDOS EM UM CONTEXTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Roberta Carvalho Cruvinel (Universidade Federal de Goiás) 146 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Neste trabalho, apresento alguns dados alcançados em minha pesquisa de mestrado e que é uma amostra da relação afetiva construída em um grupo de mestrandos em Linguística Aplicada, inseridos em um contexto de ensino a distância. A pesquisa se desenvolveu em uma turma de treze mestrandos de uma universidade pública do centro-oeste. Tais dados só agora foram trabalhados de maneira aprofundada, uma vez que não constituíam o objetivo principal da minha pesquisa de mestrado, mas que se revelaram como importantes dados a serem analisados, a fim de perceber como a relação afetiva construída neste grupo facilitou a interação dos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem e, desta forma, desencadeou a formação de novas atitudes. O embasamento teórico se firmou, especialmente, nos trabalhos de Aragão (2005, 2008), Maturana (1991, 1998) e Vygotsky (1961, 1996), entre outros pesquisadores. Trata-se de um estudo de caso de natureza qualitaitvo-interpretativista. Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram observação dos fóruns, questionário e entrevista de grupo. Os resultados sugerem que as relações afetivas foram se construindo ao longo do curso a partir das falas postadas nos fóruns; que os desafios impostos pelo uso do ambiente online utilizado para a realização do curso não serviram como obstáculo para o bom andamento das discussões e interações desencadeadas nos fóruns e, que a experiência atual vivenciada pelos participantes deste grupo, influenciou mais no estabelecimento das relações afetivas construídas no grupo, do que as anteriores, bem como as experiências prévias negativas do que as positivas. Concluindo, o estudo oferece contribuições para a ampliação de pesquisas relacionadas ao contexto virtual de ensino e aprendizagem, especialmente na pós-graduação e para programas de pós-graduação que oferecem aulas a distância e que necessitam considerar as particularidades inerentes a esse contexto. Palavras-chave: relação afetiva, interações, ensino a distância, formação de novas atitudes A pesquisa-ação na formação continuada de professores de Língua Inglesa: tecendo novas práticas de ensino sob o olhar da abordagem crítico-reflexiva Rodolfo Rodrigues Pereira dos Santos (UFAL) O ensino de língua Inglesa no contexto escolar tem motivado cada vez mais o desenvolvimento de pesquisas na área da Linguística Aplicada com o objetivo de redefinir algumas práticas e criar novas metodologias de ensino que possam tornar a aprendizagem deste idioma significativo para o aluno. No âmbito destas pesquisas, a pesquisa-ação tem se demonstrado uma das correntes metodológicas fundamentais ao desenvolvimento de novas práticas de ensino. Tudo isto porque ao se trabalhar com a pesquisa-ação na formação continuada do professor, é possível perceber as problemáticas que dificultam o ensinoaprendizagem da língua Inglesa e desenvolver, a partir destas problemáticas, ações que possam intervir na prática de ensino dos professores. Em relação ao desenvolvimento destas ações, adotamos a abordagem crítico-reflexiva, pois acreditamos que ao refletir sobre sua prática de maneira crítica, o professor torna-se capaz de criar novas situações de ensino. Portanto, este trabalho é parte da proposta de um projeto de mestrado com foco na formação continuada de professores de língua Inglesa, que objetiva refletir sobre a pesquisa-ação na formação continuada do professor da escola pública e o uso da abordagem crítico-reflexiva como referencial teórico que possibilita ao professor reflexões sobre sua prática para o desenvolvimento de novas propostas de ensino. Nossa investigação e ações estão pautadas em correntes teóricas então desenvolvidas sobre processos de formação de professores, FREITAS (2002); CELANI (2001); abordagem crítico-reflexiva, LEFFA (2001); PAIVA (2005); SILVA & ARAÚJO (2005); CORACINI (2003), na teoria da atividade de LEONTIEV (2001) e outros. Palavras chaves: formação de professores, abordagem crítico-reflexiva, teoria da atividade. CRENÇAS E SENTIMENTOS DE TUTORES DE LETRAS/EAD SOBRE SUA PRÁTICA Rodrigo Camargo Aragão (UESC/IAT) No âmbito do projeto FORTE – Formação, Reflexão e Tecnologias na Ensino de Línguas, esta comunicação apresenta resultados parciais de uma pesquisa realizada com tutores de um curso de Letras a distância. Buscou-se com este estudo, investigar como o tutor do curso de Letras representa sua prática pedagógica e como ele concebe esta prática em contraste com sua atividade docente na educação básica. A partir da pesquisa narrativa (Clandinin e Connely, 2000), da pesquisa sobre crenças (Barcelos, 2006; Aragão, 2011), de imagens que representam sua prática pedagógica (Aragão, 2008), foram analisados documentos de pesquisa que retratam a trajetória pessoal e profissional de oito tutores, bem como a maneira como estes representam sua prática no contexto do uso intensificado das novas tecnologias da informação e comunicação. Durante a investigação, buscou-se responder perguntas como: O que significa ser tutor? Como você se sente durante as atividades de tutoria? Como você compara sua atividade de tutor da atividade de professor do ensino médio? 147 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Qual sua relação com as novas tecnologias na tutoria e na escola? Questões sobre as crenças e os sentimentos desta nova figura da educação superior são comparadas com outros momentos do ensino de línguas em que a identidade da profissão se via em processo de construção (Leffa, 1999, 2000). IMPLEMENTAÇÃO DO QUADRO DIGITAL INTERATIVO: UMA EXPERIÊNCIA NO ENSINO DE FRANCÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA. Rosana de Araújo Correia Tatiana Nardy Pimentel (UnB) O quadro digital interativo (QDI), amplamente utilizado em países desenvolvidos, aparece como uma ferramenta mediadora de práticas pedagógicas inovadoras que motivam tanto os aprendentes quanto os professores. É considerado, por estudiosos dessa ferramenta, como um ambiente de aprendizagem multimídia dinâmico e interativo (Gallego et al, 2009). Este trabalho tem por objetivo apresentar o relato de uma experiência de implantação de quadros digitais interativos (QDI) em um curso livre de idiomas, cujo projetopiloto é uma das vertentes de um projeto institucional de implementação de ferramentas multimídia iniciado em janeiro de 2010. No intuito de permitir uma aproximação mais fácil do QDI, foi formado um grupo de trabalho para refletir sobre os limites e potencialidades dessa ferramenta e conceber atividades pedagógicas mediadas por esse recurso. Os demais professores da instituição receberam formação para a utilização do QDI e das atividades produzidas pelo grupo de trabalho. Ao final daquele ano de experiência, os limites do QDI mostraram-se ligados não somente ao conhecimento técnico do recurso, mas também à utilização de estratégias de ensino que permitam seu uso de maneira interativa e inovadora. Essa noção de interatividade é construída a partir das contribuições de Mikhail Bakhtin ([1929] 2009), de Mangenot (2001), e de Correia Dias e Chaves Filho (2003) dentro de uma abordagem do ensino de línguas centrada na ação. Além disso, os resultados desse estudo preliminar apontam que o engajamento do conjunto de professores e o sucesso desse tipo de projeto dependem dos processos formativos técnico-pedagógicos, assim como de mecanismos facilitadores do acesso a essa tecnologia institucionalmente viabilizados. POLÍTICAS LINGUÍSTICAS NA EDUCAÇÃO INDÍGENA: O PAPEL DA ESCOLA YVY PORÃ Rosana Hass Kondo (Universidade Estadual De Ponta Grossa – UEPG) Considerando que “[a] intervenção humana na língua ou nas situações linguísticas não é novidade: sempre houve indivíduos tentando legislar, ditar o uso correto ou intervir na forma da língua” (CALVET, 2007, p.11), pretendemos por meio deste trabalho investigar a relação que se estabelece entre crenças e atitudes linguísticas em relação à língua Guarani e portuguesa e a (re)construção da identidade dos Guarani da Aldeia do Pinhalzinho – Tomazina, Paraná e a relevância do estabelecimento de políticas linguísticas que envolvam toda comunidade indígena para a realização de uma educação de fato específica, que atenda as necessidades e desejos desta comunidade. Para tanto, nos apoiamos teoricamente nos estudos de Cavalcanti (1999), Maher (2007, 2010, 2011), para discutir políticas linguísticas e formação de professores em contextos linguisticamente complexos. Utilizamos também a Constituição Federal (1988), LDB (1996), RCNEI (1998), para verificar o que estes documentos apregoam sobre a Educação (escolar) indígena. Em termos metodológicos, salientamos que este é recorte de uma pesquisa maior, em andamento, que se utiliza da pesquisa qualitativa de caráter etnográfico cujo objetivo é compreender o processo de construção da identidade dos Guarani da Aldeia do Pinhalzinho, Tomazina - PR, comunidade que foi praticamente suplantada pela cultura dominante, por meio da investigação da(s) língua(s) utilizada(s) na comunidade. Junto com as teorias subjacentes serão apresentados análises, parciais, de entrevistas e observações já realizadas na aldeia citada com o intuito de explicitar o modo como vem sendo construída a Educação destinada para essa comunidade. Até o momento, percebemos que a inadequação de políticas linguísticas e de direcionamento das ações educativas tem contribuído para falta de resultados mais significativos. Palavras-chave: políticas línguísticas; formação de professores indígenas; educação (escolar) indígena CONSCIENTIZAÇÃO POLÍTICA E INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO Rosane de Souza Rangel (CEFET) Katia Celeste Dias Henriques (CEFET/RJ) O presente trabalho visa apresentar o projeto desenvolvido para a disciplina de Práticas de Letramento e Educação, do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Ensino de Línguas Estrangeiras, realizado no Centro 148 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ). Seu objetivo é propiciar ao aluno a inicialização de um processo de autoconhecimento político e conscientização de suas atitudes, relacionando o tema a sua inserção no mercado de trabalho, bem como a mudança de pensamento e atitudes com relação a sua atuação política na sociedade, mais especificamente, em sua cidade. O projeto será desenvolvido na turma o 2004, do 2 ano do ensino médio do CIEP Brizolão 415 Miguel de Cervantes, instituição localizada no município de Itaboraí-RJ. Sua elaboração teve como base documental as recomendações do Currículo Mínimo de Língua Estrangeira da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro - SEEDUC (documento oficial norteador da elaboração do planejamento anual de aulas dos professores da Rede Estadual de Ensino). A intenção do trabalho é despertar no aluno um novo olhar sobre a sociedade em que está inserido a fim de que, tendo consciência e refletindo sobre suas atitudes e as possibilidades de mudança, possa sentir-se capaz de pensar diferente e, consequentemente, agir diferente, produzindo resultados importantes para seu desenvolvimento, não só como aluno, mas, principalmente, como cidadão e futuro profissional. Fundamentam este estudo a perspectiva dialógica e pós-estruturalista de linguagem e o ensino de línguas estrangeiras a partir das teorias de letramento crítico. OS SABERES DO PROFESSOR: LETRAMENTO ESCOLAR E PRÁTICAS DE REFACÇÃO DE TEXTOS NA SALA DE AULA Rosangela Alves de Oliveira Santos (PGCEL/UESB) Ester Maria de Figueiredo Souza (orientadora) (UESB) Nesta comunicação tematiza-se a docência focalizando práticas de letramento no ensino fundamental e as relações discursivas que os professores estabelecem e indiciam sobre o objeto do discurso docência (Coelho & Souza, 2012) no âmbito de formação continuada e intervenções pedagógicas referentes à pesquisa em desenvolvimento. A pesquisa integra estudos do grupo de pesquisa Linguagem e Educação – GPLED do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. O trabalho instanciase na abordagem dialógica da linguagem com problematizações relativas às proposições teóricometodológicas de elaboração e aplicação de usos de diversos gêneros textuais Bronckart (1999, 2006, 2008) para a realização atividade da escrita e refacção textual, o que se faz para refletir sobre a linguagem como trabalho e a linguagem sobre o trabalho (Bronckart & Machado, 2004). Os dados organizados em episódios de aula são gravados e transcritos e expõem uma análise discursiva que contemple o estabelecimento das relações entre linguagem, educação e currículo chegando a problematizações sobre o letramento escolar e o letramento do professor (Kleiman e Matencio, 2005). Dados gerados pelos episódios, bem como em relatórios de encontros formativos e observação de aulas, acenam para a importância da superação dos paradigmas tecnicistas e das abordagens instrumentais do trabalho com a escrita na escola e indicam a necessidade de desenvolvimento da autonomia docente e do diálogo profícuo entre teoria e prática. O estudo sustenta-se teórica e metodologicamente na abordagem sociointeracionista da linguagem e do trabalho docente, revelando o componente da pesquisa e suas interfaces com a profissionalização de professores licenciados. Palavras-chave: formação do professor; linguagem escrita; letramento A TEORIA E A PRÁTICA NA FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA Rosangela Sanches da Silveira Gileno (UNESP) A presente comunicação tem por objetivo a reflexão sobre as articulações e desarticulações entre teoria e prática na formação inicial dos futuros professores de língua estrangeira de um curso de Letras de uma instituição pública de ensino superior do Estado de São Paulo, bem como identificar as suas implicações para o desenho e execução de projetos de estágio nas disciplinas de Prática de Ensino de Língua Estrangeira e Estágio Supervisionado de Prática de Ensino de Língua Estrangeira. Pensando a formação do professor dentro do paradigma do profissional reflexivo e com base nos trabalhos já realizados, dentro da área da Linguística Aplicada, sobre a “relação entre teoria e prática” na formação inicial ou continuada de professores de língua inglesa e língua espanhola como segunda língua ou língua estrangeira, fundamentou-se teoricamente a pesquisa “As (des) articulações entre teoria e prática na formação inicial do professor de Língua Estrangeira”. E na tentativa de responder em que medida os conhecimentos adquiridos nos cursos de formação inicial embasam os projetos de estágio dos licenciandos, e materializam-se nas práticas de sala de aula durante o estágio supervisionado, foram analisados projetos e relatos presentes nos referidos projetos, assim como relatos presentes nos diários reflexivos e nos relatórios de estágio. Verificou-se nestes trabalhos a forte influência das experiências de aprender e ensinar nas escolhas não só dos temas e dos conteúdos dos 149 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas projetos de estágio como também dos materiais e dos procedimentos metodológicos. Também se observou que quando colocados em prática, os projetos revelam abordagens de ensino ecléticas, passando pelas abordagens mais tradicionais, estruturalistas até as comunicativas. Assim concluiu-se que é de extrema importância criar espaços de reflexão-crítica sobre questões teóricas e práticas durante toda a formação inicial para que o professor de Língua Estrangeira em pré-serviço consiga ensinar a língua-alvo de maneira coesa, coerente e eficiente. Palavras-chave: Formação de professores. Língua Estrangeira. Teoria e Prática. PRÁTICAS DE ELABORAÇÃO DE UNIDADES DIDÁTICAS NAS LINGUAS ESTRANGEIRAS Rosemary Hohlenwerger Schettini (ULS – PUC LAEL) Mona Mohamad Hawi (FFLCH- USP) O objetivo desta apresentação é discutir práticas de planejamento e implementacão de unidades didáticas de Inglês na perspectiva da Teoria da Atividade Sócio- Histórico- Cultural(Leontiev, 1959/1998, 1978; Vygotsky, 1930/1998 e Engeström, 1999), considerando que o planejamento dessas unidades se dá em forma de Cadeia Criativa de Atividade (Liberali 2010). Ao entender Atividade de Planejamento e implementação como instrumento possibilitador de reconstrução de significados, pela cadeia criativa, busca-se também o entendimento de uma concepção mais crítica de material didático e não como material que ora é visto como livro didático, ora como material escolar, ou ainda como metodologia de ensino (Damianovic, 2007). É nesse sentido, portanto, que a Teoria da Atividade é também, considerada nessa apresentação, uma teoria metodológica, pois contribui para a para a descrição e análise dos c omponentes da Atividade, na discussão sobre a língua estrangeira vista como instrumento e objeto (Hozmann, 2002). A análise linguística é realizada com base em Bronckart, 1999 que concebe a linguagem como uma atividade de interação orientada para uma finalidade específica, que leva em conta a esfera de produção, esfera de circulação e esfera de recepção para a análise e a interpretação dos discursos implícitos nas unidades didáticas. A opção de usar esse arcabouço teórico-metodológico permite elaborar e analisar as unidades didáticas de forma crítico-reflexiva, auxiliando os professores à obtenção de um melhor desempenho em sua prática de sala de aula, principalmente quando se fala de ensino de línguas para fins específicos. Palavras-chaves: Atividade, Unidade didática, Práticas de planejamento OFICINAS DE LÍNGUA INGLESA PARA CRIANÇAS EM TRATAMENTO DE CÂNCER, NA AMO, RIO GRANDE DO SUL Rosi Ana Grégis (Universidade Feevale) Os projetos de extensão na área de Letras, da Universidade Feevale, localizada na cidade de Novo Hamburgo - RS, buscam a aplicação das políticas e dos princípios extensionistas, a partir de projetos continuados, vinculados a programas específicos, diretamente relacionados ao ensino e à pesquisa, propiciando aos acadêmicos a possibilidade de atuarem em ambientes de ensino-aprendizagem variados, em projetos sociais ou não, mas que necessariamente sejam complementares à sua formação acadêmica e ao desenvolvimento da região. Esta comunicação tem o objetivo de mostrar um pouco do trabalho realizado na Associação Assistência ao Menor em Oncologia (AMO – www.amocrianca.com.br), por acadêmicos do Curso de Letras da Feevale, em 2012. Essa associação oferece atendimento gratuito e multidisciplinar às crianças portadoras de câncer e também a seus familiares. Várias oficinas são realizadas na instituição e, dentre elas, há uma oficina de língua inglesa para crianças, a partir dos 10 anos de idade. Discussões sobre como ensinar língua estrangeira de maneira mais criativa vêm sendo o foco de muitos estudos sobre Aprendizagem de Língua Estrangeira (ALE). Autores com Martinez (2009) e Marques (2011) concordam que não existe mais a possibilidade de o ensino de inglês estar limitado a atividades de gramática e interpretação de textos. É preciso que os estudantes de Letras tenham essa prerrogativa como algo necessário em seu ofício de professores de língua. O objetivo da oficina de inglês na AMO é fazer com que as crianças possam recuperar um pouco de sua autoestima, através de atividades lúdicas que são realizadas com o auxílio de filmes, contação de estórias, música, jogos e brincadeiras. Embora este projeto esteja em andamento, já percebemos que as crianças se sentem mais alegres e dispostas antes e depois das aulas. Além disso, sem dúvida alguma, aprendem inglês de forma prazerosa e produtiva. Palavras-chave: atividades de extensão; aprendizagem de língua inglesa. INTERAÇÃO EM SALA DE AULA: A SOBREPOSIÇÃO DE VOZES NA CONVERSA 150 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Rosimi Maria da Silva Universidade Federal de Viçosa Considerar que o ser humano se organiza em sociedade através da linguagem nos leva a observar os diferentes contextos em que o homem estabelece suas relações sejam elas profissionais ou não (CARDOSO, 2003). Dessa forma, a instituição escolar e os indivíduos ligados a ela são fontes relevantes na busca de parâmetros que fundamentem as pesquisas dentro do campo da Linguística Aplicada (ALKMIN, 2001). Este estudo tem como objetivo central descrever, interpretar e analisar como os participantes de uma aula de contação de histórias de uma escola pública municipal de Minas Gerais, localizada na zona urbana, interagem. A atividade pedagógica de contar e recontar histórias (WELLS, 1991) é descrita como um evento no qual atores sociais utilizam estratégias linguístico-discursivas para evidenciarem suas identidades e papéis (GOFFMAN, 1998). Este trabalho, dentro do quadro social descrito, procura evidenciar esses recursos. Para isso gravamos uma aula (O balãozinho teimoso) em áudio e vídeo, fizemos a transcrição, contando com a análise da conversa etnometodológica (COULON, 1998) como ferramenta analítica. A análise evidencia a assimetria entre a fala dos alunos e da professora e ainda nos permite verificar as falas sobrepostas de alunos durante as práticas linguageiras em sala de aula em contraste com as falas sobrepostas em interações na vida cotidiana. Palavras chave: interação – análise da conversa – institucional – sala de aula VIDEO-NARRATIVAS E REFLEXÃO COMPARTILHADA: UM ENFOQUE SOBRE A DIMENSÃO ESTÉTICA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO Rozana Aparecida Lopes Messias (UNESP/Assis) Este trabalho faz parte de um rol de atividades desenvolvidas no contexto de um Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores, um projeto de extensão, de uma universidade pública do Estado de São Paulo, vinculado a dois departamentos (Educação e Letras Modernas). Nesse espaço, alunos do curso de Letras ministram aulas de línguas estrangeiras, voluntariamente, à comunidade interna e externa ao campus. Nossa investigação fundamenta-se em teorias sobre reflexão e reflexão compartilhada e encontra-se metodologicamente orientado pela Pesquisa Narrativa e pela Pesquisa Educacional com Base nas Artes. Em ambas, os participantes relatam eventos e, ao mesmo tempo, constroem e representam sentidos, de modo estético, sobre suas experiências de aprendizagem. Os depoimentos dos alunos-professores envolvidos no processo observado foram coletados em vídeo, como parte de uma atividade de encerramento semestral das atividades pedagógicas. Os resultados da pesquisa se coalescem em uma bricollage estética de histórias em vídeo, narradas por alunos de Letras (língua estrangeira), realizando seus estágios supervisionados em um Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores. Os resultados da Análise Hermenêutica dos dados também revelam processos de construção e de articulação do conhecimento pessoal e prático dos futuros professores, além de evidenciar as características do Centro como contexto articulador de aprendizagem e de conhecimentos pedagógicos para o professor de Prática de Ensino de Línguas Estrangeiras. Palavras-chave: estágio supervisionado, formação de professores, Pesquisa Educacional com Base nas Artes. LA DIDÁCTICA NO PARAMETRAL: HACIA UN NUEVO PARADIGMA EN LA FORMACIÓN DE DOCENTES DE INGLÉS Ruth Marcela Del Campo Machado (Universidad Nacional de Colombia) Esta ponencia presentará los resultados de mi tesis doctoral cuyo fin fundamental fue el de analizar y evaluar el papel que tiene el libro de texto en la formación inicial del docente de inglés (Richards, 2001) en el contexto Colombiano, el cual se basa en una concepción tradicional que se apoya en los principios de la didáctica parametral en donde el rol del libro de texto es fundamental como guía para la enseñanza de una lengua extranjera. Se presentaran igualmente los principios de la didáctica no parametral con miras hacia la construcción de un nuevo paradigma en la formación de los docentes de lengua extranjera en Colombia. Dicha didáctica construye o recrea formas de enseñar y aprender el inglés como lengua extranjera, al igual que desarrolla aspectos de importancia como la autonomía, la creatividad, y la construcción de conocimiento, entendido éste como una construcción de sentidos y significados, entre otros (Quintar, 2002). Igualmente se presentaran las conclusiones de este estudio que giraron en torno a cinco categorías, así: correspondencia de los libros de texto con las necesidades básicas de formación lingüística de los futuros profesores de lengua extranjera; valoración de los materiales de apoyo que proveen los libros de texto, su calidad y utilidad; abordaje y desarrollo de las habilidades de escucha, escritura, habla (habla y diálogo) y lectura, y su influencia en el desarrollo de las destrezas comunicativas; utilización del libro de texto en la 151 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas enseñanza del inglés por parte de los profesores universitarios; y los libros de texto como elementos motivadores en el aprendizaje del inglés. Finalmente se mostraran dos propuestas alternativas y/o complementarias al uso de los libros de texto desde la didáctica no parametral. CRENÇAS DOS PROFESSORES-ESTAGIÁRIOS DOS CURSOS LIVRES DE LÍNGUAS DA UFPA SOBRE O ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA Samilla Socorro dos Praseres Lira (UFPA) As crenças sobre o ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira exercem grande influência na aquisição de novos conhecimentos por parte dos alunos e principalmente nas atitudes dos professores em sala de aula. Este presente trabalho apresenta resultados preliminares de uma pesquisa desenvolvida nos Cursos Livres de línguas na Universidade Federal do Pará. Participaram da pesquisa os professores-estagiários ainda em formação na graduação no curso de letras língua inglesa. O objetivo da pesquisa foi descrever e interpretar as possíveis crenças sobre o ensino e aprendizagem de línguas que esses professores acreditam. Segundo Barcellos: “as crenças (...) nascem de nossas experiências e problemas, de nossa interação com o contexto e da nossa capacidade de refletir e pensar sobre o que nos cerca” (BARCELLOS, 2004, p. 132), o que nos faz entender que as crenças estão presentes no cotidiano do professor de línguas. A pesquisa adotou a método qualitativo e buscou coletar as crenças dos professores-estagiários que já estavam no segundo ano de atuação nos Cursos Livres, através de narrativas pessoais escritas e questionários (Escala Likert). Após esta primeira fase, extraímos as crenças dos participantes e realizamos uma análise segundo o modelo de classificação e organização de tipos de análise de narrativas sugeridos por Lieblich (LIEBLICH et al., 1998, p.12-14). Nossos resultados são preliminares, pois a pesquisa ainda está em andamento, contudo verificamos que as crenças dos professores-estagiários influenciam nas práticas docentes revelando problemáticas adquiridas ao decorrer do curso de graduação e a influencia das crenças dos professores para o aluno. Palavras-chave: Crenças, ensino-aprendizagem de línguas e professores. FORMAÇÃO DOCENTE PARA O ENSINO DE LÍNGUAS PARA CRIANÇAS: PARÂMETROS CURRICULARES Sandra Jardim de Menezes Ferreira (UEG) As línguas estrangeiras (inglês/espanhol) vêm sendo ensinadas para crianças diante de um desafio, com a análise de um currículo de Letras e um currículo de Pedagogia veremos que nenhum desses cursos tem disciplinas voltadas para o preparo de docentes que ensinem língua estrangeira para crianças (LEC). A necessidade de uma formação inicial adequada e específica para docentes que trabalham com LEC, cresce à medida que aumenta a oferta de ensino dessa língua tanto em escolas privadas como escolas públicas. Porém, sabemos que existem lacunas a serem preenchidas a respeito do assunto e questões a serem discutidas como, por exemplo, a formação dos docentes que trabalham com crianças. Na graduação parece não existir ainda a preocupação em formar professores capacitados em ensinar língua estrangeira para crianças, e isso pressupõe um novo desafio, a uma nova demanda para o currículo da Licenciatura em Letras ou Pedagogia. A importância de se discutir e repensar a formação de professores pode ter como consequência à responsabilidade com a qual o profissional leva sua carreira. Averiguar se os currículos de Letras e Pedagogia propõem uma formação necessária ao docente para atuação no ensino de línguas estrangeiras para crianças. Problematizar a questão de se iniciar a aprendizagem de língua estrangeira na infância. Todavia, para que haja qualidade no ensino superior, é preciso buscar (des)envolver o discurso com a prática e tornar real e possível uma formação inicial que prepare o profissional da educação para ensinar LE para crianças, como afirma Gimenez (2005). Conclui-se que o ensino superior tem o compromisso social em formar professores críticos-reflexivos capazes de unir teoria e prática no exercício da sua docência, e em se tratando de ensino para crianças, repensar e despertar o interesse da universidade em se adaptar com o mercado de trabalho. Palavras-chave: FORMAÇÃO INICIAL; ENSINO DE LÍNGUAS PARA CRIANÇAS; CURRÍCULO. O TRABALHO DOCENTE: O REALIZADO E A DISTÂNCIA DO PRESCRITO Sandra Memari Trava (USF) Luzia Bueno ( USF) 152 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Este artigo visa discutir sobre o trabalho docente frente as práticas de leituras adotadas por uma professora do ensino fundamental , ciclo I, da Rede Estadual de ensino. Os dados para análise fazem parte de uma pesquisa maior de Doutorado em Educação. Acreditamos na necessidade se observar o professor no seu contexto real de trabalho, pois como todo trabalhador, o professor também tem seu trabalho marcado por um conjunto de prescrições estabelecidas pelos documentos como: Leis de Diretrizes e Bases, Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), Propostas Pedagógicas, Projetos, cursos de formação continuada como: letra e vida, Ler escrever, livro didático, etc.. Mas entre o trabalho realizado pelo professor e as prescrições existe uma distância, conforme Amigues e outros pesquisadores das Ciências do trabalho, como Ergonomia e Clínica da Atividade, já que existe um processo de reconceptualização dessas no coletivo do trabalho, isto é, a “organização do trabalho efetuado pelos professores é, assim, uma resposta às prescrições” (MACHADO, 2004). Tomaremos também como referencial teórico a perspectiva sócio-histórica que busca superar o reducionismo das concepções empiristas e idealista, Freitas (2002). No que tange à leitura, estudos de autores como KLeiman (2000), Geraldi (2006), Dionísio (2011). Com relação ao trabalho docente nos pautamos nos autores Tardif e Lessard (2011). No baseamos também em alguns estudos sobre a ergonomia e clínica da Atividade em autores como: Yves Clot (2010), Faïta, Machado (2004). Palavras chave: trabalho docente, formação de professores, práticas de leitura AMURE OMPAN RAKTERÏ – EE INDÍGENA DE EDUCAÇÃO BÁSICA CENTRAL IKPENG: FORMAÇÃO CONTINUADA EM ALFABETIZAÇÃO E LINGUAGEM NO POSTO PAVURU. Sandra Regina Braz Ayres (SEDUC/CEFAPRO) Arlete Tavares Buchardt(SEDUC/CEFAPRO Kátia de Oliveira Carvalho SEDUC/CEFAPRO Este texto tem por objetivo socializar os resultados prévios da formação continuada na perspectiva do Projeto Sala de Educador, realizada no Posto Pavuru com os profissionais da educação da AMURE OMPAN RAKTERÏ - EE Indígena de Educação Básica Central Ikpeng na área de Alfabetização e Linguagem, especificamente em Língua Portuguesa, priorizando o trabalho com os gêneros textuais lendas e fábulas em Língua Portuguesa e listas na alfabetização, sendo a mesma tratada do ponto de vista do letramento. A fim de alcançar esses objetivos buscamos aporte teórico em Ferreiro e Teberosky, 1999; Soares, 2004; Solé, 1998; Marcuschi ,2008; Bakhtin, 2010; Siqueira, 2010 e Moita Lopes, 2006; no Projeto Político Pedagógico da EE Indígena, 2010; no Referencial Curricular Nacional para as escolas indígenas, 1998; nas Orientações Curriculares para a Educação Básica do Estado de Mato Grosso, 2010 e no Almanaque Socioambiental, 2011. Adotamos a metodologia do Estudo de Caso e fizemos uso da observação, análise de documentos e questionário no processo de coleta de dados. Os professores manifestaram dificuldades em planejar e trabalhar na perspectiva do letramento bilíngue, centrado na realidade da comunidade indígena, assim como dificuldades em trabalhar com os gêneros textuais listas, fábulas e lendas. O trabalho teórico/metodológico possibilitou contextualizar o processo de alfabetização e letramento, mediante a epistemologia sócio-interacionista e de acordo com os parâmetros adotados atualmente pelas linhas educacionais da alfabetização e do letramento. Oportunizou ainda a construção e aprofundamento de conhecimentos sobre os gêneros textuais listas, lendas e fábulas. ESTUDO DOS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PROPOSTOS PELO PNLD PARA AS ATIVIDADES DE LEITURA DOS LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO MÉDIO Sebastião Carlúcio Alves Filho (Universidade Federal de Uberlândia) O professor é, sem dúvida alguma, o grande responsável pela formação do aluno em sala de aula, mas o material didático que é utilizado por esse aluno exerce forte influência sobre o processo de ensino/aprendizagem. Pensando nisso, fiz uma investigação acerca do que propõem as rubricas de avaliação do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) presentes na seção que trata de leitura e interpretação de textos escritos. As rubricas escolhidas para análise são as que servem de parâmetro para a avaliação dos materiais didáticos distribuídos pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), às escolas de Ensino Médio. Com isso, busquei conhecer quais as concepções de linguagem, avaliação e leitura estão presentes no processo de avaliação dos livros. Isto porque, considera-se que as concepções adotadas neste processo influenciam diretamente no material que chega às escolas. Como fundamentação teórica para a análise dos dados, servi-me de alguns estudos acerca das concepções de linguagem, avaliação e leitura. Recorremos a autores como Hadji (2001), Luckesi (2002), Rojo (2006), Kleiman (2006), entre outros. No desenvolvimento da pesquisa, foram utilizadas as perspectivas metodológicas da Linguística Aplicada para se fazer um estudo de caso de base interpretativista. Ao final deste trabalho, foi possível conhecer quais as 153 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas concepções de linguagem, avaliação e leitura estão presentes no processo de avaliação de materiais didáticos feito pelo MEC. POLÍTICAS DE INCENTIVO À EDUCAÇÃO DE ALUNOS SURDOS NO ENSINO REGULAR Sebastião Luiz Gonçalves (Prefeitura Municipal de Uberaba) A grande preocupação com relação à educação inclusiva, creio, seja a falsa sensação de que estão todos incluídos, quando na realidade, apenas compartilham o mesmo espaço. Na educação de surdos há esta preocupação, principalmente, por causa da sua condição linguística e cultural tão peculiar. De acordo com Sader (2010. p. 15 e 16), se no pré-capitalismo a desigualdade era explicita e assumida, no capitalismo a sociedade mais desigual de toda a história é aquela que aceita que todos são iguais diante da lei. Neste ponto que focamos, em pensar que o professor precisaria conhecer ao menos um pouco sobre a cultura surda, sobre a língua de sinais, já que é o mesmo que avalia o aluno e que domina a didática de ensinar seu conteúdo, quem tem que conhecer métodos de esclarecer as dúvidas. Além de que, é necessário o convívio e a interação professor-aluno e que a presença do intérprete se justifica apenas quando o professor fala com todos os alunos. A LIBRAS não é apenas um mero recurso para uma pessoa deficiente, é o reconhecimento de que as pessoas podem ser diferentes, a surdez não pode ser encarada como um problema durante uma vida inteira. É fundamental que todos na escola consigam se comunicar com o aluno surdo, que compartilhem vivências próprias da escolarização. A inclusão escolar e social acontece quando o aluno não é mais um estranho dentro da escola, quando as pessoas podem estabelecer uma comunicação mínima, de maneira independente. Este trabalho se refere à necessidade de que o professor se relacione bem com o aluno surdo, que existam políticas públicas capazes de nutrir os docentes para vivenciarem de maneira satisfatória a diversidade em sala de aula, utilizando recursos que verdadeiramente favoreçam e fortaleçam a educação, onde todos têm direito de serem diferentes. Palavras-chave: Inclusão, formação docente, alunos surdos. A INFLUÊNCIA DA ESCRITA VIRTUAL EM TEXTOS ESCOLARES: IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA Sebastião Silva Soares (Faculdades Santo Agostinho) É perceptível que a internet tem proporcionado novas oportunidades de leitura e de escrita a seus usuários Chartier (2001), liberando as pessoas a reinventar o uso da linguagem falada e escrita no ambiente virtual Marcuschi (2004), que vão além das reduções de palavras, consolidam um estilo informal e efetivo da comunicação on-line. Paralelamente, existe uma crescente preocupação entre pais e professores sobre a influência da escrita virtual produzida pelos adolescentes no ensino/aprendizagem da “norma culta” da língua. Em torno desse contexto, realizamos a presente pesquisa situada no campo de estudos sobre os Letramentos e Formação de Professores de Línguas, e que teve por objetivo analisar se a escrita virtual das salas de batepapo (Orkut, MSN Messenger, Chats) estaria prejudicando a escrita escolar dos alunos do 7º Ano do ensino fundamental de uma escola particular na cidade de Montes Claros/MG. Para concretização do estudo, realizamos uma investigação qualitativa e quantitativa, alicerçada na revisão da literatura e na pesquisa de campo, sendo utilizados questionários e análises das produções escritas dos alunos. A fundamentação teórica englobou os estudos de Castellis (2006), Lévy (1999), que discutem as novas tecnologias na sociedade; Moran (2008), Litwin (2000), Belloni (1999) que abordam o uso das novas tecnologias na educação e seus impactos; e de Bakhtin (2000), Geraldi (1985), Marcuschi (2004), Soares (2005), Xavier (2008), Chartier (2001), Coscarelli (2005) que analisam o contexto de produção e recepção da ação comunicativa. Os resultados nos permitiram perceber que o número de textos que apresentaram os elementos característicos do discurso eletrônico foi pequeno. Os dados da pesquisa apontam para a necessidade de (re)pensar a prática dos gêneros textuais/discursivos, particularmente, os que emergem em domínios virtuais, na formação de leitores e escritores. Palavras-chave: Internet, escrita, gêneros textuais A (RE)CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE INGLÊS Selma Maria Abdalla Dias Barbosa (UFT) 154 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Esta comunicação se propõe a mostrar os resultados parciais de uma pesquisa de doutoramento de base etnográfica e longitudinal, a qual traz como tema: A Formação Pré-Serviço de Professores de Inglês como Espaço para a (Re)construção de Identidades. A pesquisa tem como objetivo investigar e analisar o processo de (re)construção das identidades culturais, profissionais e sociais de alunos do curso de Letras de uma Universidade Federal do extremo norte do Tocantins. A investigação é realizada por meio da análise qualitativa dos relatos reflexivos realizados pelos professores em formação inicial ao longo de quatro semestres da disciplina de estágio supervisionado de ensino de língua estrangeira (Inglês), como também de relatos e interações postados numa Comunidade de Prática-CdP (WENGER, 1998; CLARKE, 2008) e de sessões temáticas realizadas durante o processo de investigação. O gênero narrativo denominado relato-reflexivo, são estórias de vida e experiências desses alunos-professores com a regência, que em momentos pontuais são dialogadas com o leitor-pesquisador. No intuito de mapear a (re)construção das identidades profissionais, sociais e culturais, nos propusemos a analisar, concomitantemente, os aspectos cognitivos (BORG, 2006; ZEICHNER, 2005; ZEMBYLAS, 2005) como, por exemplo, crenças e emoções (VIEIRA ABRAHÃO,1992, 1996, 2004, 2006; BARCELOS, 2007, 2010; ARAGÃO, 2005; COELHO, 2010) que subjazem o processo de formação de professores de língua estrangeira. Os resultados parciais da análise mostram uma interligação dos fatores sócio-cognitivos de (re)construção identitária recorrentes tanto no contexto virtual como presencial. Por outro lado, nas narrativas podemos visualizar sincronicamente o complexo processo de (re)construção e o fluxo dessas identidades. Enfatizamos que o termo identidade (MOITA LOPES,2003, 2006, 2010) proposto neste estudo assume uma natureza multifacetada, provisória, fragmentada e mestiça, o qual será analisado dentro dos construtos vigentes da Linguística Aplicada. Palavras-chave: identidade(s); formação inicial; comunidade de prática COMPREENDENDO O FENÔMENO DA ESCRITA COLABORATIVA ONLINE Sérgio Gartner (LAEL/ PUCSP) Nesta comunicação vimos apresentar uma experiência pedagógica desenvolvida numa sala de aula virtual de inglês como L2 que teve como intuito desenvolver a escrita através da colaboração entre pares e pequenos grupos entre adolescentes. As tecnologias da informação e comunicação (TIC) criaram novos espaços para a construção do conhecimento. O ciberespaço rompeu a idéia de tempo próprio para aprendizagem. O espaço para a aprendizagem está mais flexível ao tempo, aberto a múltiplas possibilidades e altamente interativo. Nesta perspectiva abordaremos a web social ou Web 2.0 que abrange uma crescente coleção de novas ferramentas disponíveis na Internet onde o usuário pode criar uma rede social (social networking), utilizar ferramentas de escrita colaborativa, ferramentas de comunicação como o Google Docs. Pretendeu-se entender e interpretar as experiências vividas durante a execução da tarefa e suas percepções a respeito do projeto de escrita colaborativa. A um nível mais específico e teórico, buscou-se fazer uma reflexão dialogando com os princípios do paradigma da complexidade, baseado em Morin (1999, 2003, 2004, e 2007) e Moraes (2008). Percebe-se que a produção da escrita colaborativa dos alunos é imbuída de aspectos de dinamicidade, sensibilidade ao feedback, interatividade e dinamismo comuns às propriedades dos sistemas complexos. Assim, pensamos que tal projeto em contextos de ensino-aprendizagem de línguas vai ao encontro dos princípios que compõem esse paradigma emergente, ou seja, o princípio dialógico, hologramático e o da recursividade. Adotou-se ainda a abordagem Hermenêutico–Fenomenológica segundo Freire (1998, 2010) para descrevermos o fenômeno sob investigação. Palavras-chave: Escrita online, Web 2.0, Teoria da Complexidade EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS EM ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE LÍNGUA INGLESA: UMA FORMAÇÃO POSSÍVEL? Sérgio Ifa (UFAL) Nesta comunicação, objetivo descrever e interpretar experiências educativas vividas por mim, professorpesquisador-formador, e pelos/as alunos/as na disciplina Estágio Supervisionado de Língua Inglesa. Busco, a partir do relatório individual de estágio redigido por cada aluno/a, analisar as etapas da formação de professores pelas quais eles/as passaram: primeiramente, contactaram uma escola da rede pública para (1) examinar e entender o contexto social, histórico e econômico e (2) para identificar as percepções dos alunos sobre necessidades e preferências em relação ao ensino-aprendizagem da língua inglesa. Em seguida, de posse dessas informações, os alunos/as elaboraram planos de aulas específicos ao contexto. As próximas experiências registraram como ministraram as aulas. Como última experiência do Estágio, socializaram com os colegas de turma as reflexões, as lições aprendidas e as reinterpretações sobre o processo pelo qual 155 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas passaram no estágio. Os resultados apontam para uma mudança de postura: do desinteresse pelo que acontece na escola pública para a postura pró-ativa de buscar soluções para a realidade analisada. Percebo ainda uma compreensão macro do papel político do professor, da escola e do estagiário. Entendo a formação de professores como um diálogo entre: a Lingüística Aplicada Crítica (Pennycook, 2001), a teoria do ensino reflexivo (Schön, 1983,1987; Zeichner, 1993; Zeicher & Liston, 1996; Gómez, 1997) e a perspectiva crítica de formação de professores (Freire, 1970; Kincheloe, 1993; Pimenta, 1999; e Celani, 2001). Palavras-chave: Estágio Supervisionado de Inglês; relatório de estágio; formação de professores EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS E INVESTIMENTO EM FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE INGLÊS: PROJETO DE EXTENSÃO CASAS DE CULTURA NO CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS Sérgio Ifa (UFAL) O objetivo desta comunicação é descrever e interpretar experiências educativas (Dewey, 1938) da formação de professores que proporciono aos alunos licenciandos de Língua Inglesa da Faculdade de Letras que participam como professores no Projeto de Extensão Casas de Cultura no Campus por mim coordenado. O Projeto, em parceria entre a Faculdade de Letras, a Pró-reitoria de Extensão e a Pró-reitoria Estudantil, visa oferecer cursos de línguas para a comunidade estudantil carente da Universidade Federal de Alagoas. Com o objetivo de oferecer uma formação de professores crítica e reflexiva, os aportes teóricos que utilizo são principalmente da Lingüística Aplicada Crítica (Pennycook, 2001); da teoria do ensino reflexivo (Schön, 1983,1987; Zeichner, 1993; Zeicher & Liston, 1996; Gómez, 1997) e da perspectiva crítica de formação de professores (Freire, 1970; Kincheloe, 1993; Pimenta, 1999; e Celani, 2001). Os dados, para esta comunicação, foram coletados no primeiro semestre de 2012 durante: (1) os encontros semanais que os alunos-professores e eu tivemos para elaborar e preparar aulas bem como para entender e refletir criticamente sobre esse processo de formação, (2) as aulas que os alunos-professores ministraram ariticulando o ensino-aprendizagem do inglês com as teorias dos Multiletramentos e dos Novos Letramentos (Cope & Kalantzis, 2000; Lankshear & Knobel 2003, 2008), entre outros. Ao conceber a formação do professor como um continuum, apresento, também, como resultado,nesta comunicação, dados que revelam e exemplificam as diferentes posições dos alunosprofessores nesse continuum bem como o investimento (Norton, 1995) que fazem em sua formação. Palavras-chave: formação de professores de inglês; novos letramentos; projeto de extensão INTERCULTURALIDADE, DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS E FORMAÇÃO: UMA EXPERIÊNCIA COM ASSISTENTES DE ENSINO AMERICANAS EM MUNICÍPIOS DO PARÁ Silvia Helena Benchimol Barros (UFPA) Edwiges Conceição de Souza Fernandes (UEPA) A experiência tema desta comunicação é decorrente de uma parceria entre a Comissão Fulbright Brasil, a CAPES e duas Universidades Públicas do estado do Pará: Universidade do Estado do Pará – UEPA, e Universidade Federal do Pará - UFPA, respectivamente em seus campi localizados nos municípios de Belém e Bragança, no desenvolvimento do programa English Teaching Assistantship (ETA) patrocinado e gerenciado pelo Bureau of Educational and Cultural Affairs (ECA) do Departamento de Estado Americano, no intuito de promover entendimento e crescimento mútuos dos agentes participantes e a valorização da interculturalidade, além de robustecer o pressuposto de que “ensinar não é transferir, é construir conhecimento junto com o outro” (FREIRE, 1996, P.25). Aos objetivos gerais do programa, entre os quais destacamos “contribuir para a elevação da qualidade dos cursos de licenciatura em Letras, Língua Inglesa, na perspectiva de valorizar a formação e a relevância social dos profissionais do magistério da educação básica”, somaram-se as demandas locais por desenvolvimento das competências comunicativas, autonomização da aprendizagem e ensino colaborativo (FREEMAN, 1992; LITTLE, 1990; JOHNSON E JOHNSON, 1986). O trabalho com as ETAs, durante o período de nove meses, contempla um espectro diversificado de atividades contextualizadas e vinculadas aos projetos institucionais, com foco prioritário no desenvolvimento de habilidades de compreensão e produção oral, nas modalidades oficina e ensino em equipe. Os resultados obtidos através de relatos dos docentes, discentes, coordenadores ETAs e técnicos envolvidos no programa revelam crescimento qualitativo da comunidade acadêmica como um todo e evolução da competência comunicativa dos segmentos discente e docente. Palavras–chave: Interculturalidade. Ensino colaborativo. Competência Comunicativa. A FORMAÇÃO CONTÍNUA E ARTICULADA À PRÁTICA DOS FUTUROS PROFESSORES DE LÍNGUA ESPANHOLA 156 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Silvia Regina Delong (Universidade Estadual do Paraná, FAFIUV –União Da Vitória) O projeto de pesquisa “A formação contínua e articulada à prática dos futuros professores de língua espanhola” está baseado em um estudo bibliográfico cujo objetivo é, primeiramente, fazer um breve histórico das principais teorias de aprendizagem. A partir daí, serão analisadas algumas propostas anteriores sobre a formação de professores de língua estrangeira (LE), mais especificamente da língua espanhola, dentro da escola pública. Será questionada a importância de constar da formação do professor de LE os estudos sobre o ensino/aprendizagem baseados no socioconstrutivismo de Vygotsky, enfatizando a construção do conhecimento entre professor/aluno e aluno/aluno; a visão sociointeracional de Bakhtin através da experiência discursiva de cada pessoa, bem como ressaltar a importância de formar futuros professores-leitores, trabalhando os diversos gêneros discursivos para que eles possam ensinar aos seus alunos a compreenderem textos variados e autênticos da língua espanhola. Deste modo, estarão contribuindo para a inclusão social do aluno, pois é a partir do conhecimento da cultura do outro, neste caso, da cultura dos falantes de língua espanhola que ele próprio (aluno) percebe a sua identidade como agente social. Palavras-chave: Formação de professores, Língua espanhola, Gêneros discursivos, Inclusão social. A PRÁTICA DA LEITURA NO CURSO DE FORMAÇÃO DOCENTE E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O(S) LETRAMENTO(S) DO FUTURO PROFESSOR E DO SEU ALUNO DA EDUCAÇÃO BÁSICA Sílvio Ribeiro da Silva (UFG /Campus Jataí) Neste trabalho, apresento os resultados de um estudo, ancorado nos pressupostos da Linguística Aplicada de base interpretativista, que objetivou conhecer as concepções e práticas de leitura e de ensino de leitura dos professores de Didática e Prática de Ensino/Estágio dos cursos de licenciatura de uma unidade de federal de formação docente no interior do país, enfocando sua prática no que se refere à leitura proposta aos licenciandos nos semestres finais, no intuito de identificar que contribuições ela indica trazer aos futuros professores para que eles, no exercício da profissão, possam instrumentalizar os alunos da Educação Básica para que os mesmos adquiram capacidades letradas para ler com proficiência qualquer texto. Algumas das perguntas motivadoras foram: que ideia sobre a leitura tem os docentes de Didática e Prática de Ensino/Estágio dos cursos de licenciatura em análise? Será que exercem uma prática multi, trans e interdisciplinar no exercício da leitura, buscando desenvolver o(s) letramento(s) de seus alunos, futuros professores? Para a geração dos dados, apliquei um questionário, cujas perguntas giraram em torno da formação acadêmica dos docentes formadores, sua noção de leitura e as implicações desta no fazer pedagógico de cada um. Apareceram, também, perguntas que objetivaram saber a opinião dos professores acerca de sua contribuição direta, ou não, para que seu aluno, futuro professor, saiba encaminhar o desenvolvimento do(s) letramento(s) de seus alunos, favorecendo-lhes a prática de uma leitura produtiva. Também procedi à análise dos Projetos Pedagógicos de cada curso (PPC), buscando identificar o que cada professor aborda com seus licenciados e que se refere ao desenvolvimento de habilidades de leitura e letramento(s). Os resultados mostram ser necessário promover uma discussão sobre a própria ação do docente formador, objetivando colaborar de forma mais rápida e eficiente com as transformações sociais que todos nós pretendemos, buscando um re-orientar as ações didáticas (ROJO, 2001). Palavras-chave: Leitura, Letramento(s), Formação de professores PROJETO DE EXTENSÃO E NOVOS LETRAMENTOS : O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA COMO UM FIO CONDUTOR DE CRITICIDADE Simon de Sena Marques (Universidade Federal de Alagoas) A apresentação desta comunicação tem como objetivo mostrar a preparação, o desenvolvimento e os resultados de uma atividade de leitura em língua inglesa baseada nas teorias dos Novos Letramentos (Cope e Kalantzis, 2000; Lankshear e Knobel 2003) realizada com alunos do Projeto de Extensão Casas de Cultura no Campus, da Universidade Federal de Alagoas. Ao trazer para a sala de aula, temas de interesse coletivo registrados em textos escritos em língua inglesa, para proporcionar espaços de discussões, acredito que, como professor e mediador da construção do conhecimento, posso contribuir para o desenvolvimento do pensamento crítico dos meus alunos de básico 1 de língua inglesa. O foco da apresentação são as aulas cujo tema foi a adoção de filhos por casais não heterossexuais. A análise foi feita a partir dos dados coletados pelos seguintes instrumentos: o plano de aula, os diários reflexivos e os comentários dos alunos. Também serão expostos e dicutidos no decorrer a comunicação alguns dos principais pressupostos teóricos dos Novos Letramentos, 157 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas assim como sua importância no processo de ensino-aprendizagem. As primeiras análises revelam que há alunos universitários que apresentam visões contraditórias sobre o tema em questão e que serão detalhadas na apresentação. Palavras-chave: Ensino de inglês; novos letramentos; Projeto Casas de Cultura no Campus OS MULTILETRAMENTOS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA: A IMPORTÂNCIA DOS GÊNEROS TEXTUAIS DIGITAIS Simone Garofalo , Mônica Carvalho Brum Monique Longordo (Universidade Federal de Minas Gerais) O desenvolvimento econômico e social do Brasil propicia uma maior procura de estrangeiros pelo país em busca de trabalho e estudo. Além disso, vários convênios foram firmados como utros países para a oferta de cursos de graduação e pós-graduação para os estrangeiros. Paralelamente, com o advento da globalização surgem novas tecnologias que dinamizam as relações entre os interlocutores na rede mundial de computadores. Tais relações propiciam o acesso dos alunos estrangeiros aos materiais autênticos, produzidos em contexto de uso do português. Para que tais materiais sejam utilizados de forma significativa pelos alunos, é necessário que esses tenham habilidades para o trabalho com os novos gêneros textuais e as novas formas de comunicação e acesso aos materiais na era digital. É necessário, portanto, que o professor, sob a perspectiva dos Multiletramentos, desenvolva um trabalho para estimular os diversos letramentos que são necessários para uma melhor e mais rápida aprendizagem de língua. O trabalho pretende verificar como é realizada a abordagem dos Multiletramentos por parte dos professores do Programa Estudantes-Convênio Graduação (PEC-G), a partir do uso dos gêneros textuais digitais. O aporte teórico deste trabalho está baseado no conceito de Multiletramentos (ROWSELL & WALSH, 2011; ANSTEY & BULL, 2006; COPE & KALANTZIS, 1996) e a concepção interacional da linguagem conforme propõem Bakhtin (2003). O método de pesquisa escolhido é o estudo de caso. Verificamos junto aos professores de PLE do curso PEC-G da UFMG o uso de gêneros textuais digitais, a fim de verificar como os Mutliletramentos são aplicados na práxis desses professores. Observamos a importância do uso de gêneros digitais, tendo em vista o acesso por parte dos alunos a materiais autênticos produzidos em Língua Portuguesa e obtenção do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa - Brasil (CELPE-BRAS) que vem cobrando, nos últimos anos, a produção de gêneros textuais digitais. Palavras-chave: Multiletramentos. Gêneros textuais digitais. Ensino de Português com Língua Estrangeira. A RECONFIGURAÇÃO DO PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO PELOS ATORES SOCIAIS Simone Sarmento Larissa goulart da Silva (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) O presente trabalho apresenta resultados parciais da pesquisa “O Programa Nacional do Livro Didático no Cotidiano Escolar na Educação Linguística” desenvolvido no Departamento de Línguas Modernas do Instituto de Letras da UFRGS. Essa pesquisa visa descrever o processo de adoção e implementação dos livros didáticos (LD) aprovados pelo PNLD/2011 de Língua Estrangeira nas escolas públicas de Porto Alegre e como os atores sociais, neste caso, professores, supervisores, bibliotecários, entre outros, reconfiguram a política educacional em seus cenários. O objetivo desse projeto vai além de uma perspectiva que identifica as possíveis dificuldades encontradas pelos professores e depois de uma forma hierárquica e descendente, aponta caminhos para que essas dificuldades possam ser resolvidas. Consoante a projetos em Linguística Aplicada comprometidos com o empoderamento da escola, propomos um trabalho de co-autoria e colaboração com os educadores participantes da pesquisa. Dessa forma, pesquisa propõe-se a disseminar práticas de sucesso de uso do LD encontradas pelas pesquisadoras. A coleta de dados se deu por meio de questionários e entrevistas realizadas com os professores das escolas públicas municipais de Porto Alegre e por observações das aulas de uma professora de Inglês. A partir dessa observação surgiram as perguntas de pesquisa que serão respondidas nessa apresentação: Quais as principais dificuldades encontradas pelos professores com relação ao LD? O que os professores estão fazendo para contornar essas dificuldades e usar o LD em sala de aula? Verificamos que apesar das dificuldades encontradas pelos professores. Estes criaram novas formas de por em prática o PNLD que não estavam previstas. Palavras – Chave: Programa Nacional do Livro Didático, Livro Didático, Língua Estrangeira. 158 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA EM UM CURSO DE GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA: ESPECIFICIDADES, DESAFIOS, DESLOCAMENTOS Simone Tiemi Hashiguti (UFU) O presente trabalho apresenta resultados da análise de respostas a questionários aplicados a alunos e tutores de um curso de graduação em Letras a distância acerca dos processos de ensino-aprendizagem nessa modalidade. O curso, em andamento desde 2011, licencia professores de inglês e literaturas de língua inglesa e ocorre na plataforma virtual de aprendizagem MOODLE. O questionário tem perguntas abertas e os participantes foram convidados. A pesquisa visa analisar: a) as representações imaginárias sobre língua inglesa e seus processos de aprendizagem, b) a interação com os materiais pedagógicos produzidos para o curso e c) as singularidades dos processos de aprendizagem de línguas estrangeiras em ambientes virtuais. O objetivo geral é compreender as especificidades desses processos nessa modalidade. A pesquisa filia-se a uma tradição discursiva de análise (com referência a autores como M. Pêcheux e M. Foucault, no entrelaçamento de seus conceitos) em seus diálogos com estudos em Linguística Aplicada ao ensino de línguas estrangeiras (A. Pennycook) e teorias sobre pós-colonialismo (G. C. Spivak). Pela perspectiva discursiva, considera-se que o discurso tem materialidade linguística e histórica e funciona como unidade de análise na qual é possível apreender as relações de memória que permitem a retomada (repetição do já-dito) e, ao mesmo tempo, o acontecimento do novo. Pelo mesmo viés, toma-se o aluno e o tutor como sujeitos constituídos por e na linguagem, visíveis, na análise dos dados, como posições históricas. Considera-se a modalidade a distância e o meio virtual como condições de produção cujas especificidades se referem ao desenvolvimento das tecnologias e às práticas de linguagem que nelas se constituem e são por elas determinadas. Indica-se que, apesar de os processos ocorrerem num formato novo aos participantes, as práticas de linguagem tendem a repetir formatos presenciais. Todavia, é possível também reconhecer o despontar de deslocamentos de posição e renovações nessas práticas. VIVÊNCIAS E PERCEPÇÕES DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO EM CONTEXTO DE BLENDED LEARNING Sílvia Becher (UFRJ/PUC-Rio) Beatriz de Souza Andrade Maciel (UFRJ) Este trabalho apresenta as percepções de alunos de graduação, professores em formação, em uma experiência de integração entre componentes presencial e online (blended learning), proposta para criar vivências que influenciassem práticas e saberes docentes futuros. Tal perspectiva apoia-se na percepção de que a experiência de aprendiz do professor pode exercer influência sobre crenças que orientam sua prática docente (GARBUIO, 2006) e que o uso das tecnologias da informação e da comunicação pressupõe a resignificação do ensino (CARVALHO, 2005), já que a repetição de práticas tradicionais resulta na subutilização dos recursos atualmente disponíveis (VARELLA et al, 2002). O entendimento do processo de ensino-aprendizagem enquanto imprevisível, complexo, múltiplo e contínuo (MICOLLI, 2010; SINGH, 2003) aponta para a necessidade de práticas menos centradas no professor e no espaço/tempo da sala de aula. Deste modo, a escolha de integração entre aula presencial e a distância através da inserção de um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) se insere como uma possibilidade de flexibilização de tempo e espaço, bem como de viabilização de práticas colaborativas para construção da aprendizagem (PAIVA, 2001). Através de uma investigação exploratória, interpretativista, no contexto de uma disciplina de embasamento teórico-prático sobre metodologias de ensino para alunos de Português/Inglês em uma universidade federal, foram gerados dados por meio de entrevistas, questionários semi-estruturados e avaliações de curso. Os resultados apontam para percepções divergentes quanto aos processos de interação possibilitados. Sem negar um estranhamento inicial dos alunos, gerado pela inserção de tecnologias ainda não naturalizadas no ensino (PAIVA, no prelo), e algumas dificuldades de conciliação do tempo entre ambiente virtual e presencial, foram percebidos momentos de entusiasmo diante dos recursos multimodais. Além de contribuições para os alunos e outros participantes da comunidade de aprendizagem em questão, pretende-se que estes dados possam ampliar o conhecimento pedagógico no uso de blended learning na formação de professores. Palavras-chave: blended learning, AVAs, formação docente REPRESENTAÇÕES DE PROFESSORES SOBRE A LÍNGUA INGLESA EM SANTARÉM, PARÁ Silvia Cristina Barros de Souza (Universidade Federal de Santa Catarina) 159 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas A língua nunca é neutra, pois está diretamente ligada a movimentos de caráter social, econômico e cultural (Carboni & Maestri (2003). Nos dias de hoje, a Língua Inglesa, por ser a língua da globalização, da comunicação internacional, dos negócios e da tecnologia assumiu o status de “língua franca” e “Língua Internacional” e com essa expansão, questões sobre como ensiná-la surgiram ao longo dos anos, sendo uma das maiores preocupações a fluência e formação adequada dos professores e a reflexão que eles mesmos fazem sobre suas práticas docentes, seus valores, representações, crenças e o processo contínuo de formação de suas identidades profissionais. Esse trabalho tem como objetivo discutir as possíveis representações de um grupo de professores de Inglês como língua estrangeira de Santarém, Pará com relação ao ensino e aprendizagem da língua inglesa e com relação a eles mesmos enquanto falantes e suas possíveis relações com as práticas dentro de sala de aula. A noção de representação usada neste estudo é baseada nas idéias de Celani e Magalhães (2002), que procura “contemplar os contextos social, histórico e cultural dos quais as representações emergem, sem negligenciar questões políticas, ideológicas e teóricas”. Uma vez que as percepções que os professores têm da língua em geral podem influenciar diretamente suas práticas pedagógicas, neste estudo as experiências educacionais, profissionais e pessoais dos participantes foram consideradas relevantes na construção dessas representações. Palavras chave: representações, língua inglesa, identidade profissional. NUEVAS NECESIDADES FORMATIVAS PARA EL MAESTRO DE INGLÉS EN EDUCACIÓN BÁSICA EN MÉXICO Sofia Cota G, Nora Pamplón I. José Luis Ramirez R (Universidad De Sonora) En las últimas décadas se ha dado una tendencia en muchos países del mundo de implementar programas de enseñanza del inglés como lengua extranjera a nivel de educación primaria (Cameron, 2003; Moon & Nikolov, 2000; Pinter, 2006). Esto ha sido en parte debido a que organismos internacionales como la UNESCO (2003), la Unión Europea (2004) y la OCDE (2008) han impulsado políticas lingüísticas sobre la enseñanza de las lenguas extranjeras a edad temprana. En México se han realizado diversos esfuerzos en diferentes estados del país para ofrecer programas de inglés en la educación primaria, y a partir del 2009 se implementó un Programa Nacional de Inglés en Educación Básica. Con el objetivo de identificar y analizar los principales problemas relacionados con la enseñanza del inglés en este contexto, en el 2010 se inició un proyecto de investigación de corte cualitativo a nivel nacional donde participan investigadores de diversas universidades del país. Para el levantamiento se llevaron a cabo entrevistas con los directores, profesores de inglés, alumnos y padres de familia, así como observaciones en las aulas de inglés y una revisión documental. En esta ponencia se presentaran una serie de hallazgos relacionados con la formación de los profesores de inglés, identificándose diferentes perfiles y necesidades formativas, así como el uso de variadas metodologías y prácticas docentes. Así mismo, se presenta la visión del docente ante su trabajo y contexto, las diferentes limitaciones en su quehacer diario, y el papel que juegan en la enseñanza del inglés como lengua extranjera. Este trabajo concluye con la latente necesidad de formar profesores de inglés calificados que puedan aplicar metodologías de enseñanza de inglés enfocadas a niños que respondan más a las características específicas del contexto educativo y sociocultural de la educación básica en nuestro país. Palabras clave: formación, políticas, enseñanza LA FRASEOLOGÍA Y LA FORMACIÓN LINGÜÍSTICA DEL DOCENTE DE ESPAÑOL COMO LENGUA EXTRANJERA: ENTRE EL IMAGINARIO Y LA REALIDAD TEÓRICO-PRÁCTICA Solange Ivone Santana (Universidade de São Paulo) En los estudios acerca de la didáctica de las unidades fraseológicas, los investigadores y profesores se dividen: algunos defienden su enseñanza desde los niveles iniciales de adquisición de español como lengua extranjera (Penadés Martínez, 1999; Fernández et alii, 2005), otros, su enseñanza solo a partir de la exposición a más de 100h/clase, debido a las peculiaridades morfosintácticas, históricas y pragmáticas de tales unidades (Santamaría, 1998, apud Gurillo, 1999; Forment Fernández, 2004). Este panorama discordante nos llevó a reflexionar sobre dos aspectos, el primero relativo a por qué ocuparse didácticamente sobre tal contenido y el segundo relacionado con la formación del profesor. Nuestra investigación sobre el primer aspecto nos lleva a creer que la presente preocupación por su enseñanza tiene que ver con el estudio de Matsunobu (1981, apud 160 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Larsen- Freeman y Long, 1994: 147-148), que le concede al aprendiz estatus de hablante nativo al que emplea expresiones idiomáticas. En cuanto a la formación lingüística que recibe el profesor respecto a esas unidades complejas, se recogieron datos de los planes de curso de la carrera de Letras/Español de cuatro universidades brasileñas, para que se pudiera discutir la relevancia de tal contenido en su formación y qué es necesario para que las enseñe consciente y didácticamente. Los resultados nos muestran que el contenido unidades fraseológicas no aparece, aunque se valora, en general, la enseñanza de aspectos culturales relativos a la lengua española. Se puede deducir que se creó un imaginario sobre la enseñanza de las expresiones idiomáticas sin que hubiera la preocupación por la real formación lingüística teórico-práctica del futuro docente, lo que nos lleva a reflexionar sobre la necesidad de una posible sistematización del contenido (Fernández, 2004 y Fernández et alii, 2005), incluso en una disciplina específica, que parece estar ausente en los currículos de la carrera de Letras/Español en Brasil. Palabras claves: imaginario de la enseñanza de EI's; formación del docente de español/LE; didáctica de las EI's. PRINCÍPIOS, CRENÇAS, PRÁTICAS E AUTONOMIA NA SALA DE AULA Sueid Fauaze Moreira (UESB) De acordo com a literatura (PENNYCOOK, 1997), alcançar autonomia é um objetivo desejável e inquestionável. Nenhum educador deveria se opor a propiciar aos alunos o apoio e os subsídios necessários para que estes se tornem aprendizes autônomos, uma vez que junto a essa ideia estão os conceitos de democracia na sala de aula e pedagogia centrada no aprendiz. Explicitamente descritos na Lei de Diretrizes e Bases - LBD e nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, encontram-se princípios que preconizam a questão da importância do desenvolvimento da autonomia. Partindo do pressuposto de que seria através das crenças de professores que se pode introduzir e/ou implementar uma pedagogia da autonomia, este trabalho objetiva verificar até que ponto professores agem de acordo com essas orientações do Ministério da Educação de Cultura - MEC, buscando proporcionar atividades que ajudem a desenvolver a autonomia dos seus alunos. A metodologia utilizada é de natureza qualitativa, uma vez que procura entender e interpretar fenômenos sociais inseridos em um contexto, bem como saber como os atores sociais envolvidos em um determinado processo o percebem (BORTONI-RICARDO, 2008). Para a geração dos dados, foram aplicados questionários a dez professores de uma universidade estadual no estado da Bahia, visando a elencar as crenças que estes professores detêm a respeito da temática autonomia, bem como se eles encorajam atitudes autônomas AOS seus alunos. Palavras-chave: Autonomia, Aprendiz, Professor de Licenciatura, LDB/PCNs LETRAMENTO CRÍTICO NO ENSINO DE INGLÊS NA ESCOLA PÚBLICA: TRANSPONDO OS MUROS DA ESCOLA Suely Ana Ribeiro (UFG) Muitos professores de inglês têm mostrado preocupação com a articulação de suas práticas pedagógicas com questões mais amplas da sociedade – classe, raça, gênero – e têm buscado fazer de suas aulas um espaço onde o uso da língua seja compreendido como parte de um processo de conscientização de que nossas experiências são historicamente construídas e perpassadas por relações de poder. Neste estudo, busco discutir como o ensino de inglês ancorado numa perspectiva de letramento crítico desenvolvido em uma escola pública de Goiânia tem repercutido na vida dos alunos. Para tanto, busco suporte na Pedagogia Crítica (FREIRE, 2005, GIROUX, 1997), que concebe o ensino como atividade essencialmente política comprometida com a construção de um diálogo crítico e afirmativo e com práticas sociais voltadas para o bem estar comum. O estudo também se fundamenta na Linguística Aplicada Crítica (MOITA LOPES, 2006; PENNYCOOK, 1998, 2006; RAJAGOPALAN, 2006), que preconiza uma ação docente anti-hegemônica, além de estar atenta para o caráter político das práticas de linguagem. Ainda, os estudos de Letramento Crítico (SHOR & FREIRE, 1987; SHOR, 1999), que primam pelo desenvolvimento da habilidade de compreender os usos da língua de forma ativa e reflexiva para entender melhor as relações de poder, desigualdade e injustiça nas relações humanas, dão suporte a essa pesquisa. Os dados deste estudo qualitativo-interpretativo (DENZIN & LINCOLN, 2003), coletados por meio de entrevistas, questionários e entrevista com alunos, pais e a professora, evidenciam uma percepção mais aguçada dos alunos sobre seus atos e conceitos, além de mudanças de comportamentos que podem ser relacionadas às reflexões realizadas em sala. Revelam, ainda, que a problematização de questões da vida em sociedade pode não apenas ser via de desenvolvimento da língua como também transpor o espaço escolar e tornar-se um aporte social capaz de contribuir para o fortalecimento e emancipação dos sujeitos. 161 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Palavras-chave: letramento crítico; reflexão; emancipação. REPRESENTAÇÃO DA PRÁTICA DOCENTE DE PROFESSORES DE INGLÊS: UMA ANÁLISE BASEADA NA LINGUÍSTICA SISTÊMICO-FUNCIONAL Suzana de Carvalho Barroso Azevedo (CEFET/RJ e PUC-Rio) A imagem do professor de inglês como língua estrangeira é construída pelos discursos sobre esse profissional que circulam em todas as esferas da vida social. Muitas vezes, tal imagem corresponde a estereótipos naturalizados socialmente que podem não dar conta das especificidades e subjetividades do que significa ser professor. A fim de entender quais representações são feitas sobre esses profissionais, acredito que o ponto de partida seja o discurso do próprio professor. Sendo assim, o objetivo dessa pesquisa é observar como o professor de inglês como língua estrangeira representa sua profissão e a si mesmo através do discurso. Para tanto, analiso textos produzidos por vinte professores de inglês baseada na teoria da Linguística SistêmicoFuncional, que vê a linguagem como um sistema potencial de significados orientado para o uso onde usuários fazem escolhas de acordo com seus propósitos e contexto comunicativo (HALLIDAY, 1994). Auxiliada pelo uso de ferramentas computacionais como o Wordsmith tools (SCOTT, 1999) e baseada nos princípios da Linguística de Corpus, focalizo, nos dados gerados, em quais Processos (verbos) são utilizados pelos professores participantes para caracterizar sua profissão e a si mesmos. A análise dos dados aponta, entre outras coisas, para uma tendência dos professores participantes de representarem sua profissão de forma mais material do que mental. Palavras-chave: professor de inglês, representação, linguística sistêmico-funcional EDUCAÇÃO BÁSICA E A PESQUISA CIENTÍFICA. PROFESSORES E ALUNOS COMO NOVOS TALENTOS DA PESQUISA EM LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO Tânia Vassélli Damasceno (CAPES/NEED/SEMEC-Tangará da Serra) Elaine Cristina da Silva (CAPES/NEED/UEMAT) O Projeto NOVOS TALENTOS, do Campus da UNEMAT de Tangará da Serra-MT em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e Cultura, executa o projeto de extensão denominado “Língua Materna: limites e possibilidades da pesquisa científica”, com financiamento da CAPES e tem por objetivo discutir questões sobre Ciência e pesquisa já na educação básica buscando a construção da curiosidade científica e construir os passos iniciais da pesquisa fora dos limites das universidades. Tais ações são empreendidas junto a professores e alunos das escolas públicas de Tangará da Serra-MT. O projeto se desenvolve a partir de cursos com características de capacitação de alunos do Ensino Médio e professores interessados no tema, em cujos cursos são abordados temas como Metodologia Científica e posiciona a questão da Língua e da comunicação como motes de pesquisa, já que, numa primeira observação, em geral professores e alunos ainda concebem a Ciência e a Pesquisa nos moldes cunhados pela Modernidade, ou seja, com parâmetros rigorosos e privilégio de cientistas e da academia. Neste sentido, toma-se os referenciais teóricos dos Estudos Culturais como ferramenta para análise e compreensão das atividades e processos no decorrer do Projeto, o qual se caracteriza por cursos que buscam o desenvolvimento do olhar, da curiosidade e do estranhamento, em especial, aos fenômenos da língua materna e da comunicação. Desta forma, conta com as contribuições teóricas de autores como Alfredo Veiga Neto, Marisa Vorraber Costa, Jorge Larossa, Boaventura de Souza Santos, Pedro Garcez, entre outros. Em contexto atual há um claro esforço do poder público em promover a pesquisa em seus mais amplos limites e este projeto só vem a contribuir com este entendimento uma vez que compartilha a compreensão de que ciência e pesquisa se faz em todos os espaços e por quem investir na postura da curiosidade científica. Palavras-chave: Escola, Pesquisa, Ciência. TECNOLOGIAS DIGITAIS E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA: UM OLHAR NA EDUCAÇÃO ESPECIAL Thaís Fernandes de Amorim (SEDUC/FIBRA) Sabe-se que as tecnologias digitais são gêneros de ensino em potencial, sobretudo para alunos portadores de surdez que são aprendentes muito visuais e as utilizam com muita frequência. Neste sentido, discorrer-se-á sobre o uso dessas tecnologias e do processo de formação do professor de língua inglesa, apontado que não basta apenas saber fazer uso dos recursos tecnológicos, mas adaptá-los ao objetivo da aula e ao público-alvo; 162 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas discutir-se-á, ainda que brevemente, sobre educação bilíngue Português/ Libras, Português/ Inglês e Libras/ Inglês por entendermos que ela melhor fundamenta os procedimentos metodológicos do professor em formação. Parte deste trabalho foi resultado das reflexões do ensino com alunos surdos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental no Ensino Regular da rede pública de Belém e objetivou colocar aos alunos do curso de Letras habilitações português-inglês da disciplina Prática de Estudos Intermediários de Língua Inglesa, situações reais de aprendizagem, posto que a Educação Inclusiva vem ganhando espaço cada vez maior em nossa sociedade e os futuros professores precisam estar preparados para esta demanda. À luz de alguns estudiosos tais como Cavalcanti (1998), Marcuschi (2004), Freeman (1998) dentre outros, trabalhamos com o uso de vídeos do youtube, da plataforma moodle, mensagens de texto do tipo e-mail e SMS devido a grande utilização e aceitação dessas ferramentas pelos alunos surdos. Tais atividades mostraram-se significativas nas discussões com os licenciandos, pois eles puderam refletir suas próprias práticas, uma vez que alguns já são professores de línguas. Palavras-chave: Tecnologias Digitais. Língua Inglesa. Educação Especial FORMAÇÃO CONTINUADA E GRUPOS DE ESTUDOS: UMA POSSIBILIDADE PARA PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA? Thaisa de Andrade Jamoussi (UEPG) Esta comunicação tem por objetivo compartilhar reflexões sobre a formação continuada sob a forma de um grupo de estudos para professores de língua inglesa da rede pública estadual. O grupo de estudos que teve sua última edição em 2010 foi desenvolvido na forma de um projeto de extensão em uma universidade estadual do sul do país. O grupo de estudos possibilitou o desenvolvimento de uma pesquisa com o objetivo de compreender a organização, a dinâmica e o funcionamento do grupo de estudos, bem como conhecer a percepção dos professores sobre as contribuições dessa forma de formação continuada a partir da avaliação das atividades desenvolvidas, das leituras e discussões realizadas. O grupo de estudos foi estabelecido com base nos estudos desenvolvidos por Hammerman (1997), Jones (1997), Arbaugh (2000), Gitlin (2000), Britt, Irwin e Ritchie (2001), Nieto e Yearwood (2002), e Unda (2002) que demonstraram que grupos de estudo podem ser formas adequadas para o desenvolvimento profissional de professores. A coleta de dados incluiu um questionário inicial, os registros das reuniões e uma entrevista final. A análise parcial dos dados da pesquisa inclui: a compreensão da dinâmica orgânica do grupo de estudo, os diferentes papéis que os professores assumem bem como o papel do facilitador externo. Ao contrário do que afirmam alguns estudos, o grupo de estudos não pôde ser definido como um espaço livre de julgamento, uma vez que as relações de poder/saber entre os membros do grupo foram observados ao longo do trabalho com o grupo de professores. A pesquisa também sugere que grupos de estudo são adequados para professores com um determinado perfil podendo atender apenas determinadas necessidades. Palavras-chave: professores de língua inglesa, formação continuada, grupos de estudos. FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA: PRIMEIRAS REFLEXÕES SOBRE O PIBID Thaisa de Andrade Jamoussi (UEPG) O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) visa o incentivo a formação de professores para atuarem na Educação Básica e a valorização do magistério nas escolas públicas. O presente trabalho apresenta algumas das ações desenvolvidas no primeiro semestre de atividades do subprojeto da área de Inglês do PIBID da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) bem como as contribuições, experiências e reflexões que tal subprojeto tem proporcionado aos envolvidos. O subprojeto de Inglês da UEPG é desenvolvido em parceria com o Colégio Estadual Professor Júlio Teodorico e conta com a participação de 2 professoras de inglês que atuam como supervisoras do projeto, 12 acadêmicos bolsistas e uma professora coordenadora. Além dos objetivos gerais do PIBID, o subprojeto pretende atingir os seguintes objetivos: conhecer os conceitos de língua, linguagem, sujeito, ensino/aprendizagem que suporta a prática de professores de língua inglesa; analisar criticamente objetivos, teorias, abordagens, técnicas e materiais referentes ao ensino/aprendizagem da língua inglesa e propiciar observações colaborativas/participativas na escola pública com a finalidade de propiciar a articulação entre as discussões realizadas no grupo de estudos. Para atingir os objetivos o subprojeto adota uma metodologia qualitativa que inclui a investigação do contexto escolar, entrevistas com as professoras supervisoras e com os alunos das turmas atendidas pelo subprojeto, observações participativas, elaboração e implementação de unidades didáticas, oficinas bem como a análise e reflexão dos dados obtidos tendo como suporte teorias colaborativas de formação de professores. A análise 163 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas parcial de alguns dos dados coletados indica que a formação de professores por meio da colaboração e de parceiras entre a formação inicial e continuada de professores tem um grande potencial que deve ser explorado. Palavras-chave: Língua Inglesa, Escola Pública, PIBID. O ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM LÍNGUA INGLESA: INSTRUMENTO DE REFLEXÃO E COLABORAÇÃO Thaisa de Andrade Jamoussi (UEPG) Alessandra da Silva Quadors Zamboni (Faculdade de Filosofia e Letras de Paranaguá – FAFIPAR) O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir sobre experiências de aprendizagem e reflexão que os futuros professores de língua inglesa desenvolvem durante o estágio curricular supervisionado em duas instituições formadoras de professores em diferentes regiões paranaenses. Concebendo as atividades de orientação, planejamento e supervisão de estágio como uma parceria colaborativa entre a universidade e a escola pública, apresentaremos também algumas contribuições que os estágios proporcionam para os professores que recebem estagiários em suas salas de aula. As escolas da rede pública estadual, além de serem um dos principais campos para os estágios caracterizam-se como riquíssimo campo de pesquisa, análise e reflexão sobre a formação inicial e continuada de professores de língua inglesa. É nesse contexto de aprendizado e pesquisa que buscamos articular as experiências vivenciadas nos Ensinos Fundamental e Médio pelos alunos das disciplinas de Estágio Curricular Supervisionado em Língua Inglesa com as demais disciplinas dos cursos de Letras das instituições estudadas. Por meio desse intercâmbio reflexivo, pesquisamos subsídios que possibilitem desenvolver parcerias que impactem diretamente não só na formação inicial e continuada, mas também na qualidade do ensino-aprendizagem de língua inglesa nas escolas de Educação Básica. Palavras-chave: língua inglesa; formação inicial estágio curricular supervisionado. O AUTOESTUDO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UM OLHAR REFLEXIVO SOBRE A PRÁTICA Thalita Cunha de Rezende (UFV) De acordo com Samaras e Freese (2009), o autoestudo é uma área recente de pesquisa, sobretudo na formação de professores. Contudo, é um campo promissor que está crescendo rapidamente por ser uma forma eficaz de se pesquisar e refletir sobre a prática profissional e, dessa forma, transformar professores em pesquisadores críticos de suas práticas. Segundo essas autoras, a pesquisa sobre prática reflexiva influenciou fortemente o autoestudo. Para Libâneo (2002), a reflexão deve ser uma prática constante no processo de formação dos professores, uma vez que, como apontam Richards e Lockhart (1996), é a base para o crescimento profissional. Reconhecendo o importante papel do autoestudo para o desenvolvimento profissional, lanço um olhar retrospectivo e crítico sobre os resultados de uma pesquisa que desenvolvi ao final do curso de Letras da Universidade Federal de Viçosa sobre crenças e emoções de alunos sobre a produção oral em língua inglesa. O objetivo do presente estudo foi refletir sobre as consequências e contribuições dos resultados dessa pesquisa em minha prática e desenvolvimento profissional. Esta foi uma pesquisa qualitativa e teve como instrumento de coleta de dados a narrativa (BARCELOS,2006). Para a sua elaboração, foram consideradas minhas impressões sobre as crenças e emoções dos alunos, suas consequências para minha prática e meu papel no ensino da produção oral. Uma vez que o autoestudo é uma pesquisa introspectiva que envolve a colaboração, a narrativa foi analisada por um “amigo crítico” (SAMARAS e FREESE, 2009) e em seguida houve uma discussão e compartilhamento de ideias e experiências que validaram este estudo. Os resultados mostram a eficácia do autoestudo para o crescimento profissional, visto que a prática profissional pôde ser analisada e reconsiderada, pois foram verificadas atitudes que se revelaram incoerentes com as crenças e emoções dos alunos, sendo, até mesmo inibidoras do desenvolvimento da oralidade dos participantes. Palavras-chave: autoestudo; reflexão; formação de professores. A RELEVÂNCIA DA GESTÃO DEMOCRÁTICA PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA VIVENCIADA EM UMA ESCOLA PÚBLICA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE Tânia Beatriz Trindade Natel (Universidade do Vale do Rio dos Sinos) 164 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Partindo das considerações de Silva (1997), que ressalta o fato de a qualidade de vida estar diretamente relacionada com o bom ambiente de trabalho - fazendo o que se gosta, enfrentando questões sérias e lutando por direitos e deveres -, assumimos a postura de que a gestão democrática envolve uma série de fatores. Entre esses fatores, destacamos a consulta a toda a comunidade escolar (professores, funcionários, pais e alunos) para tomar as decisões internas; a abertura de espaços na escola para a participação da comunidade; e a promoção da flexibilização do currículo. Este trabalho tem a finalidade de relatar boas práticas em termos de gestão pública comprometida com a formação continuada de professores, em uma escola pública municipal de Porto Alegre. Cabe ressaltar que sempre valorizamos a formação docente, porque pensamos que qualquer mudança no ensino passa pela formação de professores e, por isso, se quisermos professores que valorizem um ensino de qualidade, temos de investir fortemente em sua formação continuada. Para concretizar esse propósito, na instituição em que somos gestora, a equipe diretiva, em determinados momentos, assume as turmas dos professores a fim de que eles possam sair da escola para participar de cursos de qualificação. Também instigamos os profissionais a participarem das discussões relacionadas ao seu trabalho e a sua carreira profissional. Isso implica levar em conta as sugestões, a colaboração e a participação dos professores nas tomadas de decisão sobre as questões referentes à escola. Destaca-se, por fim, que, para fazer uma gestão democrática de qualidade, é preciso que os diretores desenvolvam algumas competências, tais como saber ouvir e levar em consideração ideias, opiniões e posicionamentos divergentes. Além disso, fazer parcerias com outras instituições é fundamental, para objetivar melhorias na área pedagógica e no aspecto físico da escola. Dessa forma, toda a comunidade escolar ganha quando a gestão é democrática, embora esse tipo de gestão dê mais trabalho. Palavras-chave: Gestão democrática; formação continuada de professores, escola pública. AS COMPETÊNCIAS DO PROFESSOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: PANORAMA DAS PESQUISAS NO BRASIL Tânia de Souza Lima Liz Sandra Souza e Souza (Universidade de Brasilia/ Instituto Federal da Bahia) No âmbito da Linguística Aplicada no Brasil, alguns pesquisadores têm evidenciado diversas discussões no que se refere à formação do professor de línguas estrangeiras, tais como (ALMEIDA FILHO, 1993, 2005,2006); (BASSO, 2008), (ALVARENGA, 1999) de forma que estes estudos seguem motivando o diálogo com perspectivas teóricas impulsionadas pelas demandas contemporâneas. Dentre elas, podemos destacar, por exemplo, as questões que envolvem o currículo dos cursos de Letras, crenças e experiências de professores formadores e em formação inicial, a construção de identidades, e o desenvolvimento das competências do profissional de LE, entre outros temas. Neste contexto, pretendemos enfatizar a produção científica relacionada ao construto das competências do professor de LE. Portanto, trata-se este trabalho de uma pesquisa documental que tem como objetivo analisar o desenvolvimento de pesquisas sobre as competências do professor de línguas estrangeiras a partir das dissertações produzidas dentro de programas de pós-graduação em Linguística Aplicada de universidades brasileiras, compreendendo o período de 2000 a 2012, no sentido de observar os diferentes focos das investigações. Desta forma, esperamos identificar os trabalhos sobre as competências específicas do professor de LE, bem como compreender a evolução do quadro conceitual deste construto dentro da Linguística Aplicada a fim de contribuir para o aperfeiçoamento da formação docente oferecendo subsidios para se (re)pensar questões relacionadas à formação desse profissional. Palavras-chave: professores de língua inglesa, formação continuada, grupos de estudos. O CONTEXTO DE PRODUÇÃO DE UM DIÁRIO REFLEXIVO: O (NÃO) DITO NAS PRÁTICAS LETRADAS DE UMA ESTAGIÁRIA DE LETRAS Tatiana Fernandes Sant´Ana (Universidade Estadual da Paraíba) Ancorados na Linguística Aplicada, não é difícil nos deparar com uma diversidade de pesquisas que abordam sobre os letramentos escolar, acadêmico e profissional (MATENCIO, 2006; BAZARIM, 2009; TINOCO, 2009, dentre outros), que focalizam a reflexão do docente ao estimular reais práticas letradas em seus alunos e nele mesmo. Pensando nisso, nosso estudo tem um interesse particular pelas práticas letradas acadêmicas/profissionais, centradas no contexto de produção de um diário reflexivo de uma aluna que cursou a disciplina Estágio Supervisionado IV, no semestre de 2011.2, no curso de Letras/UEPB/Campus VI. Após ministrar sua primeira aula em uma turma de 2º ano, no Ensino Médio, a estagiária refletiu por escrito sobre suas escolhas, acontecimentos e sentimentos. Para tanto, delimitamos como objetivo de pesquisa analisar o 165 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas contexto de produção do mundo sócio-subjetivo (BRONCKART, 1999) em que o referido gênero foi produzido, o que, consequentemente, nos permitirá identificar as práticas letradas (KLEIMAN, 2001; MATENCIO, 2006) reveladas por esta estagiária no momento da produção diarista. Os resultados apontam para o fato de que o sujeito, ao refletir sobre sua atuação, revela diferentes posições sociais, escreve pensando em mais de um leitor específico e, ao mesmo tempo que privilegia lugares sociais, revela seus objetivos de comunicação em ações situadas letradas. Após a análise, algumas constatações são pertinentes: do ponto de vista do letramento profissional, percebemos um sujeito disposto a questionar, a discordar, a revelar suas insatisfações e seus medos. Porém, do ponto de vista letramento acadêmico, encontramos um sujeito ainda pouco proficiente no que se refere à escrita. Não sabemos se isso justifica a insegurança no momento de ministrar a aula ou mesmo o fato de ter não ter havido reescrita, contudo, não podemos esquecer que ele consegue ser bastante autônomo no que diz respeito à descrição, à reflexão e ao relato das ações. Palavras-chave: Práticas letradas. Contexto de produção. Diário reflexivo. OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E A FORMAÇÃO SOCIOLINGUÍSTICA DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA Tatiane Malheiros Alves (Universidade do Sudoeste da Bahia) Por questões sócio-histórico-ideológicas, a gramática prescritiva norteou o ensino de Língua Portuguesa e a formação dos docentes de língua materna durante muitos anos. São recentes as discussões que contemplam a heterogeneidade intrínseca e complexa da sociedade brasileira e, como reflexo, as políticas públicas educacionais que evidenciam as marcas linguísticas realizadas na interação verbal e justificadas pelas crenças e valores dos seus falantes, bem como pela sua relação com o meio ambiente. Para respaldar teoricamente esse estudo, utilizou-se de Rojo (2000), Pimenta (1999), Bagno (2008), Bortoni-Ricardo (2008), Cunha (1985), Marcucshi (2010). Nesse contexto, Os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) surgem como uma ferramenta politicoeducacional que auxilia e orienta as práticas pedagógicas. Dessa forma, objetiva-se com essa pesquisa analisar: qual a contribuição dos PCNs para a formação sociolinguística – inicial e continuada – do professor de língua materna? Para tanto, os Parâmetros - delimitados na área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, dentro da proposta para o Ensino Médio - foi o objeto teórico essencial dessa pesquisa, que percorre o papel que este documento desempenha e a formação (sócio)linguística do professor de língua materna diante dos preceitos pedagógicos propostos. Apesar de direcionar para um respeito e preservação das diferentes manifestações de linguagem, verifica-se que os PCNs deixam lacunas que não atendem à heterogeneidade sociocultural presente no contexto educacional, o que incita a uma desvinculação entre os conteúdos e a realidade escolar. Assim, os documentos oficiais não devem ser vistos como um modelo único e que tem como um fim em si mesmo, tornando-se um entrave à adequação das diferentes realidades. A formação sociolinguística do professor deve ser repensada além desses preceitos normativos, para que possa ser refletida e traduzida efetivamente na prática cotidiana em sala de aula. Palavras-chave: Formação docente, Sociolinguística e PCNs PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA E AS TICs Tayane Kizze dos Santos Pereira (Universidade Federal de Sergipe) Diante do processo globalizante que aproxima os povos através das novas tecnologias, a educação precisa se reinventar, acompanhando as mudanças. Hoje em dia é preciso que as pessoas tenham acesso às informações e conhecimento acerca das novas tecnologias para ter um bom desempenho, tanto no mercado de trabalho quanto na sociedade. No entanto, muitos ainda não conseguem transitar em tais meios eletrônicos, ou por não deter o conhecimento técnico ou por não saber tirar o melhor proveito do que eles oferecem. As escolas, como parte de uma sociedade globalizada e responsável pela formação de cidadãos, devem preparar os aprendizes para viver nesses novos contextos digitais. Como bem proposto pelas Orientações Curriculares para o Ensino Médio (OCEM): “O projeto de letramento pode coadunar-se com a proposta de inclusão digital e social e atender a um propósito educacional, pois possibilita o desenvolvimento do senso de cidadania” (BRASIL, 2006, p. 98). Este trabalho – tomando como base pesquisa feita com docentes da rede pública de Sergipe - tem, portanto, por objetivo, mostrar como professores de inglês têm utilizado as tecnologias da informação e comunicação (TIC) ao ensinar. Para tanto, foram observadas aulas e feitas entrevistas com os mesmos, através das quais foi possível perceber que as tecnologias muitas vezes são utilizadas apenas com objetivos técnicos e mecânicos, deixando de lado a preocupação com a formação de consciências críticas e o senso de cidadania proposto pelas OCEM. Tais observações confirmam que ainda há muito que ser mudado 166 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas não só na prática dos professores, como também na formação deles, nas políticas educacionais e na estrutura física dos ambientes escolares. Palavras-chave: Inglês; Professores; Novas Tecnologias IDENTIFICAÇÃO E TRAJETÓRIAS EM UMA COMUNIDADE DE PRÁTICA EDUCACIONAL Telma Nunes Gimenez(UEL) O interesse despertado pelo conceito de comunidades de prática (Wenger, 1998) no meio educacional revela que este tem um potencial para gerar compreensões sobre como profissionais atuantes e novatos aprendem e desenvolvem suas práticas profissionais. Na esteira das teorias socioculturais, a aprendizagem tem sido compreendida como um fenômeno social, no qual têm um importante papel as trajetórias que os indivíduos traçam no interior de comunidades às quais pertencem ou querem pertencer. Essas trajetórias estão atreladas a processos de identificação (senso de pertencimento) possibilitados pela negociação de sentidos, construção de repertório compartilhado e engajamento em empreendimento comum. Este estudo tem como foco as transcrições de audiogravações de reuniões geradas em um projeto de extensão universitária que reúne professores universitários, estudantes de graduação em Letras-Inglês, mestrandos, professores da rede pública de ensino e coordenadores pedagógicos das instâncias municipal e estadual. As reuniões quinzenais do projeto incluem discussões sobre o ensino de língua inglesa na rede pública de ensino, configurando-se como um grupo de estudos que tem por meta a elaboração de um guia curricular coletivamente produzido. O estudo busca analisar o estilo dos interlocutores (Fairclough, 2003; Ramalho, Resende, 2011), com vistas a compreender aspectos de sua identificação como membros de uma comunidade de prática. Análises preliminares indicam que os participantes empreendem trajetórias de marginalidade, periferia e centralidade, alternando-se nesses movimentos em função dos temas e das percepções sobre o direito à fala. FORMAÇÃO CONTINUADA E GRUPOS DE ESTUDOS: UMA POSSIBILIDADE PARA PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA? Thaisa de Andrade Jamoussi (Universidade Estadual de Ponta Grossa) Esta comunicação tem por objetivo compartilhar reflexões sobre a formação continuada sob a forma de um grupo de estudos para professores de língua inglesa da rede pública estadual. O grupo de estudos que teve sua última edição em 2010 foi desenvolvido na forma de um projeto de extensão em uma universidade estadual do sul do país. O grupo de estudos possibilitou o desenvolvimento de uma pesquisa com o objetivo de compreender a organização, a dinâmica e o funcionamento do grupo de estudos, bem como conhecer a percepção dos professores sobre as contribuições dessa forma de formação continuada a partir da avaliação das atividades desenvolvidas, das leituras e discussões realizadas. O grupo de estudos foi estabelecido com base nos estudos desenvolvidos por Hammerman (1997), Jones (1997), Arbaugh (2000), Gitlin (2000), Britt, Irwin e Ritchie (2001), Nieto e Yearwood (2002), e Unda (2002) que demonstraram que grupos de estudo podem ser formas adequadas para o desenvolvimento profissional de professores. A coleta de dados incluiu um questionário inicial, os registros das reuniões e uma entrevista final. A análise parcial dos dados da pesquisa inclui: a compreensão da dinâmica orgânica do grupo de estudo, os diferentes papéis que os professores assumem bem como o papel do facilitador externo. Ao contrário do que afirmam alguns estudos, o grupo de estudos não pôde ser definido como um espaço livre de julgamento, uma vez que as relações de poder/saber entre os membros do grupo foram observados ao longo do trabalho com o grupo de professores. A pesquisa também sugere que grupos de estudo são adequados para professores com um determinado perfil podendo atender apenas determinadas necessidades. ANÁLISE DE ERROS NA PRODUÇÃO ESCRITA DO GÊNERO RELATÓRIO EM LÍNGUA ESPANHOLA Triciane Rabelo dos Santos (Universidade Federal do Ceará) Considerando as dificuldades na produção escrita em língua estrangeira, bem como a produção de gêneros textuais/ discursivos em espanhol/LE, esse estudo busca investigar os erros linguísticos na produção escrita do gênero relatório de professores em formação, tendo em vista parâmetros linguísticos-discursivos. Ademais analisar a frequência e a tipologia mais recorrente desses erros e quais suas possíveis implicações para a textualização na língua estrangeira. Como um estudo sistemático dos erros precisa ser realizado, optamos por desenvolver investigações que visam compreender tais problemas à luz da Linguística Contrastiva, centrandonos no modelo da Análise de Erros, além de recorrermos às teorias discursivas e textuais. Nesta pesquisa, em 167 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas andamento, trabalharemos com a produção escrita dos relatórios de estágio de nove professores em formação final de um Curso de Licenciatura em Letras/Espanhol de uma universidade pública, onde os erros serão analisados a partir do plano da observação, da descrição e da explicação (Corder, 1967), salientamos que os erros cometidos na produção escrita do gênero relatório podem estar relacionados à natureza linguística e a especificidade genérica. Observamos ainda que grande parte dos professores de línguas inicia, de modo geral, sua aprendizagem da língua estrangeira, no caso o espanhol, na própria Licenciatura e deve concluir como ensinante. Ou seja, é preciso investigar o processo de formação dos professores e, em especial, como ele produz seus textos (orais e escritos) nesse contexto. Palavras-chave: Análise de erros; Espanhol; Gênero relatório. PERCEPÇÕES POSITIVAS SOBRE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM LÍNGUA INGLESA Valeria Septimio Alvs Fadini (IFES e UFES) De acordo com o Projeto Político Pedagógico da licenciatura em Língua e Literatura Inglesa da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o Estágio Supervisionado (ES) constitui-se numa situação real de vivência do futuro professor no contexto em que a prática escolar se realiza. Dessa forma, foi criada a parceria institucional com o IFES, para a realização do ES no ensino médio (ES-EM), com os objetivos de incentivar práticas colaborativas entre os envolvidos nesse processo, bem como promover a articulação da teoria com a prática na formação do professor pesquisador. Nessa perspectiva, o ES realizado no IFES é desenvolvido com base na reflexão teórico-prática, observação, co-participação e regência. Este estudo teve como base a formação crítico reflexiva do professor (PIMENTA, 2003; CONTRERAS, 2003; LIBERALI, 2008), com o objetivo de descrever os relatos dos alunos de um curso de licenciatura em Língua Inglesa sobre o estágio supervisionado e identificar a contribuição dessa experiência para a formação do profissional docente. Trata-se de um estudo exploratório de caráter qualitativo, com a análise documental dos relatórios de estágio desenvolvidos por 19 alunos, ao longo da disciplina de ES-EM. Os resultados indicam que o trabalho colaborativo foi essencial para o bom desempenho dos estagiários durante a regência e que a formação inicial guiada pelo método investigativo promove habilidades e postura de pesquisador nos futuros professores. Concluímos que as experiências reflexivas e investigativas desenvolvidas durante o período do ES contribuem significativamente para essa formação, incentivando, de forma ímpar, um comprometimento maior com a realidade educacional na qual o aluno está inserido. Palavras-chave: Estágio Supervisionado. Formação Inicial. Relatórios de estágio. FORMAÇÃO CONTINUADA COOPERATIVA EM AMBIENTE DIGITAL DE APRENDIZAGEM Vanessa de Oliveira Dagostim Pires (UNISINOS) O presente trabalho foca a questão do letramento digital de professores da Educação Básica. O projeto “Por uma formação continuada cooperativa para o desenvolvimento do processo educativo de leitura e produção textual escrita no Ensino Fundamental”, desenvolvido junto ao PPG em Linguística Aplicada da Unisinos, com apoio do Programa Observatório da Educação da CAPES, tem parte de suas atividades desenvolvidas em ambiente virtual, em vários módulos consecutivos, ao longo de 3 anos, que fazem parte do curso “Gêneros textuais e práticas sociais: construindo projetos didáticos de gêneros”. Tais módulos são intercalados por reuniões presenciais. O projeto objetiva promover a interação entre o letramento acadêmico dos formadores com a prática social dos professores de língua materna e de seus alunos, na rede de um município localizado no Vale do Rio dos Sinos (RS), desenvolvendo propostas didáticopedagógicas que possibilitem formar um novo educador capaz de estar à frente dos desafios educacionais do terceiro milênio. Dessa forma, pretendese, em um movimento cooperativo, ajudar a alavancar o desempenho dos alunos no tocante à leitura e escrita como práticas sociais. Para fins desta apresentação, destacou-se o módulo em que os professores desenvolvem projetos didáticos de gênero (KERSH e GUIMARÃES, 2011) com o domínio do argumentar. As interações ocorridas no ambiente digital de aprendizagem foram analisadas a partir de Ventromille-Castro (2007) e Polonia (2004). Já é possível concluir que o ambiente digital de aprendizagem tem sido um ótimo aliado para a formação continuada de professores de Língua Portuguesa, visto que promove a interação entre os pares e entre o docente e a academia. Além disso, o docente desenvolve seu letramento digital, o que se reflete em sua prática pedagógica através do uso mais frequente e reflexivo de tecnologias em sala de aula. Palavras-chave: letramento digital; EAD; formação continuada. A IDENTIDADE DO PROFESSOR EM PRÉ-SERVIÇO DE LÍNGUA INGLESA E A INCLUSÃO DO ALUNO SURDO NO CONTEXTO REGULAR 168 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Vanessa Oliveira Silva (Universidade Estadual de Montes Claros) O propósito deste estudo é problematizar a construção identitária do professor de Língua Inglesa em préserviço acerca do aluno surdo, analisando suas representações sobre a inclusão do surdo em escolas regulares e as possíveis representações acerca do ensino de Língua Inglesa para com este alunado. O objeto de pesquisa foi o discurso do professor em formação do 7° período do curso de Letras/ Inglês de uma Universidade do Norte de Minas, para o tratamento dos dados utilizou-se da análise do discurso que nos possibilitou atribuir significado aos discursos dos acadêmicos considerando as suas condições sócio-históricas. Através da abordagem qualitativa foi-nos possível discutir resultados relacionados aos comportamentos, sentimentos, posicionamentos do ser humano. Flagramos, nas análises, a representação da descrença do ensino eficaz proposto pela educação inclusiva ao aluno surdo. Podemos perceber também, a representação da impossibilidade de ensinar a Língua Inglesa para o aluno surdo, uma vez que, os acadêmicos dizem ser despreparados para atuarem na escola inclusiva. Por fim, os acadêmicos que já presenciaram esta prática, revelam sentimentos de frustrações, mal-estar por não alcançarem à imagem do professor ideal em sala de aula. Portanto, o resultado trará benefícios a toda comunidade surda e também ao ensino oferecido nos cursos superiores em licenciatura, haja vista que compreender a identidade do professor em formação é importante para as famílias que agregam seus filhos surdos em escolas regulares acreditando na formação inclusiva deste profissional. No que diz respeito ao ensino, promover uma reflexão sobre a formação inicial dos professores de Língua Inglesa acerca do contexto inclusivo. Palavras-chave: Formação. Identidade. Surdos. O PROFESSOR DE LÍNGUA E O JORNAL ESCOLAR: APLICAÇÃO, DIFICULDADES E POSSÍVEIS SOLUÇÕES. Vanessa Wendhausen Lima (UNISUL/UFSC) Este trabalho está ancorado numa pesquisa de doutorado que utiliza o jornal escolar como instrumento de ensino de gêneros na educação básica. A parte prática da pesquisa vem apresentando dificuldades que, talvez, sejam resultado da idealização do processo de ensino e aprendizagem, uma vez que pressupor resultados pode levar à impressão de obstáculos adicionais e, às vezes, ao insucesso do projeto. Diante disso, o objetivo deste trabalho é proporcionar formação ao professor de língua materna que utilize o jornal escolar em suas aulas, na tentativa de minimizar o nível de idealização e de prepará-lo para o surgimento inesperado de obstáculos. Fundamentada em Freire (1967), para quem a educação deve ser uma prática de liberdade; e nos Estudos do Letramento (BARTON, HAMILTON, 1998; STREET, 2003; ROJO, 2009) como forma de valorizar as práticas sociais discentes, valendo-se delas na produção do jornal; essa pesquisa pretende incentivar os alunos a pensar criticamente sobre sua própria realidade. Configura-se como pesquisa-ação (RAUEN, 2002) e seus resultados ainda são preliminares, visto que sua aplicação está em andamento. Porém, já é possível refletir sobre suas dificuldades práticas e, sobretudo, como estas podem colaborar com outros projetos. De modo geral, é uma forma de auxiliar o professor a tomar tais dificuldades como fases essenciais à prática da educação crítica; além de apresentar possibilidades de incentivo e valorização dos letramentos locais em sala de aula. Como esse estágio tem apresentado a necessidade de uma formação docente adequada às práticas de letramento, este trabalho apresenta uma utilização de jornal escolar que permite o ingresso e a valorização das práticas sociais em sala de aula e, incentiva a divisão de responsabilidades no processo educativo, colocando o aluno no centro de sua própria aprendizagem. PALAVRAS-CHAVE: formação docente; letramento; jornal escolar. DIRETRIZES PEDAGÓGICAS DO BLOCO INICIAL DE ALFABETIZAÇÃO: UMA ANÁLISE DOS EIXOS LETRAMENTO E FORMAÇÃO CONTINUADA NUMA PERSPECTIVA CRÍTICA Vangela do Carmo Oliveira Vasconcelos(UnB) Com a promulgação da Lei nº 3.483, de 25 de novembro de 2004, o Distrito Federal estabeleceu a implantação do Ensino Fundamental de nove anos na rede pública de ensino do Distrito Federal, antecipando-se ao restante do país. Em 2009, o Ensino Fundamental de 9 anos estava implantado nas 14 Coordenações Regionais de Ensino do Distrito Federal. Em 2010, a Secretaria de Educação elaborou a Proposta Pedagógica do Bloco Inicial de Alfabetização (BIA) e em 2012 a Proposta Pedagógica foi reeditada como Diretrizes Pedagógicas do Bloco Inicial de Alfabetização. Este documento é norteador das ações pedagógicas no que diz respeito a reorganização e a articulação dos tempos e espaços de aprendizagens, a identificação dos saberes, o planejamento e a avaliação no espaço escolar. Neste trabalho, investigamos por meio de uma análise 169 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas documental crítica, como as diretrizes orientam a prática pedagógica em relação aos eixos ‘letramento e formação continuada’ e em que medida as orientações didáticas favorecem (ou não) a formação continuada do professor de língua materna e suas práticas de letramento. Os aportes sobre os quais ancoramos as discussões e análises apresentam a perspectiva teórico-metodológica da Análise de Discurso Crítica CHOULIARAKI & FAIRCLOUGH, 1999; FAIRCLOUGH, 2003; RESENDE & RAMALHO, 2006; RAMALHO & RESENDE, 2011) em interlocução com a Teoria Social do Letramento (BARTON & HAMILTON, 1998; BARTON, 1994; STREET, 1984;1995). As análises evidenciam a importância das reflexões acerca de documentos oficiais que a princípio, norteiam a prática pedagógica do professor de língua materna. Palavras-chave: letramento; formação continuada PRÁTICA DE LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO BÁSICA ATRAVÉS DA CRIAÇÃO DE CLUBES DE LEITURA Vilma Nunes da Silva Fonseca (Universidade Federal do Tocantins) Esta comunicação apresenta resultados parciais e discussões do Projeto de Extensão A leitura na escola: do leitor guia ao leitor autônomo, submetido ao EDITAL UFT/PROEX 001/2011 (SIGProj 63506.362.58783.21042011). Esta atividade extensionista foi projetada visando incentivar a formação de leitores através da criação de Clubes de Leitura em escolas da rede estadual de ensino na cidade de Araguaína, sob a mediação de alunos do Curso de Letras – Universidade Federal do Tocantins – Campus de Araguaína, durante a realização do Estágio Curricular Obrigatório. Parte-se do pressuposto de que ler é uma atividade extremamente complexa e exige do sujeito/leitor competência comunicativa e a ativação dos conhecimentos: sistêmico da língua (conhecimento linguístico), enciclopédico (de mundo) e interacional (KOCH, 2006). Comunga-se com a ideia de que a leitura se estabelece na relação autor-texto-leitor, onde o sentido não está apenas no texto ou na decodificação do pensamento do autor, mas na interação textosujeitos, agentes sociais e interlocutores ativos no processo de construção de significados. O percurso teórico aponta, inicialmente, o estudo dos gêneros textuais/discursivos na observância da produção científica relacionada à temática, nos trabalhos já publicados em Bakhtin (2003) e Marcuschi (2008). Para a execução do projeto, os acadêmicos selecionaram, dentre as instituições de ensino conveniadas com a UFT, quatro escolas, sendo duas de EF e duas de EM, para atuação. Através da criação de Clubes de Leitura nas escolas, assim proposta de trabalho mencionada, tornou-se possível perceber nos discentes uma mudança de comportamento diante das atividades de leitura, como também, no desenvolvimento da habilidade de escrita. Os acadêmicos do Curso de Letras, comprometidos com essa ação interventiva, puderam auxiliar o professor de LP, na promoção do ensino e aprendizagem da produção e compreensão leitora dos alunos da Educação Básica. Palavras-chave: Letramento – Ensino de Leitura – Clube de Leitura APRENDENDO A ENSINAR COM FILMES: O CINEMA COMO RECURSO DIDÁTICO PARA UMA ABORDAGEM INTERCULTURAL Viviane C. Garcia de Stefani (doutoranda PPGL/UFSCar) No âmbito educacional, estamos vivendo em uma era em que a escola já não é considerada o principal local onde ocorre a aprendizagem (GEE, 2004) – fato que leva professores e pesquisadores a refletir sobre novas maneiras de construir e lidar com o conhecimento. É preciso que o ambiente da sala de aula traduza as transformações da sociedade, de forma que possa configurar-se, efetivamente, como comunidade de prática, lugar de construção do saber. O papel que a escola deve assumir, juntamente com o professor, é o de promover oportunidades para a construção de novos saberes, para o conhecimento e aproximação de culturas. Ao refletirmos sobre procedimentos que viabilizem a implementação de um ensino significativo de língua estrangeira, de acordo com as novas exigências da sociedade moderna, de forma que promova oportunidades para a construção do conhecimento por meio da interação e que, ao mesmo tempo, possa contemplar a abordagem de múltiplas variedades linguísticas e culturais da língua-alvo, parece-nos oportuna a inserção do cinema como recurso didático para este fim. Percebemos que há vontade por parte dos professores em utilizar o cinema, porém, seu uso é limitado devido à falta de informações sobre como desenvolver atividades a partir de filmes (CIPOLINI, 2008). Considerando essa lacuna, a proposta de nossa investigação, caracterizada como interpretativista, de base etnográfica (MOITA LOPES, 1994), é contribuir para a integração do cinema à prática pedagógica de professores de língua estrangeira, de forma que este recurso possa favorecer a sensibilização para aspectos (inter)culturais no processo de ensino-aprendizagem do idioma, além de criar condições para o desenvolvimento de (inter)ações comunicativas. Palavras-chave: cultura, cinema, formação de professores. 170 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas REFLEXÕES SOBRE O TRABALHO DO PROFESSOR NOS CENTROS DE ESTUDOS DE LÍNGUAS (CELS) DO ESTADO DE SÃO PAULO Vitória Garcia Rocha(USP) Muitas pesquisas retratam sob vários aspectos, a profissão docente nas escolas públicas brasileiras, porém pouco se discute sobre o professor de línguas estrangeiras dos Centros de Estudos de Línguas (CELS). O CEL é um projeto da Secretaria da Educação do Governo do Estado de São Paulo, que oferece aos alunos da rede estadual, cursos gratuitos de línguas estrangeiras, como espanhol, inglês, alemão, italiano, francês e japonês. Este artigo tem como objetivo trazer informações e reflexões sobre esse docente, levando em consideração o seu ambiente de trabalho, a forma de contratação e de avaliação para a permanência no cargo, o seu papel como professor de línguas no ensino público e os desafios que precisam ser enfrentados. Esses aspectos foram desenvolvidos baseados em autores como Santos (2011), Callegari (2008), Almeida Filho (2006) e Oliveira (2003) e através da análise de resoluções e outros documentos da Secretaria da Educação. A presente pesquisa identificou, entre outras questões, que seria importante a criação de concursos para a contratação de novos professores para os CELS e para efetivar os que já trabalham neste projeto. Além disso, para aprimorar as competências do docente e para a manutenção da qualidade de ensino nos CELS, seria interessante aumentar o oferecimento de cursos de atualização da língua estrangeira e de formação continuada. Palavras-chave: professor; ensino de línguas; CELS. COLABORAÇÃO E FORMAÇÃO CRÍTICA DE PROFESSORES/AS DE LÍNGUA ESTRANGEIRA/INGLÊS: UMA EXPERIÊNCIA COM O PIBID Viviane Pires Viana Silvestre (Universidade Estadual de Goiás) Nesta comunicação, apresentarei um recorte de uma experiência de parceria entre universidade e escola pública que está sendo vivenciada (2012-2013) por meio de um subprojeto Letras/Inglês do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) de uma universidade pública do interior do Estado de Goiás. Neste trabalho, procuro elucidar as percepções de seis bolsistas de iniciação à docência, de uma professora supervisora (docente de LE/inglês da escola pública) e de uma coordenadora de área (docente da universidade) acerca do trabalho colaborativo de formação, bem como busco compreender a possibilidade da formação crítica dos/as envolvidos/as. A agenda de pesquisa que fundamenta este estudo se assemelha às propostas de Mateus (2009) e Moita Lopes (2006) nos seguintes pontos: compromisso ético de cuidado com o outro e sensibilidade para com os sujeitos de pesquisa. Nesse sentido, buscamos a colaboração genuína entre os/as envolvidos/as, de forma que a pesquisa se desse com o outro, ao invés de sobre ou para o outro, o que é peculiar em estudos na área de formação crítica de professores/as de línguas (PESSOA, 2009). Os dados utilizados neste recorte são oriundos de dois principais instrumentos: sessões reflexivas e relatórios parciais. Os resultados sugerem a relevância do processo colaborativo na formação profissional dos/as envolvidos/as e dão indícios de que a experiência tem contribuído para a formação crítica dos/as docentes. No entanto, indicam também algumas limitações e dificuldades enfrentadas durante o processo. Concluímos, com este trabalho, que a experiência com o Pibid tem o potencial de possibilitar a colaboração e a formação crítica de professores/as de LE/inglês, tanto em formação universitária como continuada, assim como dos/as professores/as destes professores/as. Palavras-chave: Parceria universidade-escola; Pibid; colaboração docente; formação crítica de professores/as de línguas CONTRIBUIÇÕES DOS ESTUDOS SOBRE NOVOS LETRAMENTOS PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS: REFLEXÕES A PARTIR DE EXPERIÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZADO DE INGLÊS EM UM CURSO DE LETRAS William Mineo Tagata (Universidade Federal de Uberlândia) Neste trabalho pretendo refletir sobre algumas das contribuições que os teóricos ligados aos estudos de Novos Letramentos (COPE & KALANTZIS, 2000; GEE, 2004; KNOBEL & LANKSHEAR, 2006; STREET, 2005;) podem oferecer para a formação de professores de línguas estrangeiras. Tais reflexões se baseiam em minha experiência como professor de inglês em um curso de graduação em Letras, e estão inseridas em meu projeto de pesquisa, de orientação etnográfica (HEATH & STREET, 2008), em que investigo a relevância dos estudos de novos letramentos e de letramento crítico para o planejamento e execução de ações pedagógicas e de 171 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas planos de ensino, e para a elaboração de teorias de aprendizado de modo geral. Entre as questões levantadas por esses teóricos dos Novos Letramentos, que considero de extrema importância para os programas de formação de professores, destaco as noções de multimodalidade (KRESS, 2009), colaboração (KNOBEL & LANKSHEAR, 2006), pluralismo cívico (COPE & KALANTZIS, 2000), e aprendizagem situada (GEE, 2004). Concluo apontando como essas noções podem ajudar o professor de línguas a refletir criticamente sobre seu papel no processo instrucional e sobre a função da escola em um mundo marcado por rápidas e sucessivas mudanças desencadeadas por novas tecnologias de informação e de comunicação; um mundo onde a incerteza, a indeterminação e a fragmentação do conhecimento nos obriga a repensar a relação entre professores e alunos, e a imaginar um currículo pautado pelo estudo crítico e interdisciplinar das linguagens, e pelo respeito à diferença (SNYDER, 2002). Palavras-chave: letramento crítico; multimodalidade; aprendizagem situada. O ESTÁGIO SUPERVISIONADO COMO ELEMENTO CONSTITUTIVO DE UMA IDENTIDADE REFLEXIVA DO PROFESOR DE LÍNGUAS William Teixeira Alves (Universidade Severino Sombra) É de suma relevância promover uma discussão acerca do Estágio Supervisionado como um ambiente que possibilite ao aluno-professor uma reflexividade sobre a sua prática aliada aos conhecimentos apreendidos ao longo de sua formação no curso de Licenciatura em Letras, o que contribuirá consistentemente à construção de sua identidade profissional e construção de saberes necessários à prática docente. Diante dessa realidade cabe-nos questionar de que forma o Estágio Supervisionado pode favorecer uma reflexão crítica sobre a formação do futuro professor de línguas? É, pois, o estágio um espaço de construção de identidade docente profissional? O Estágio Supervisionado constitui-se em um local de produção de saberes práticos para ensinar? A fim de buscar respostas para tais questionamentos, adotamos a perspectiva crítico-reflexiva sobre formação de professores, por considerarmos que sobre esta formação há necessidade de discutir dimensões político-educacionais tanto a partir da análise das legislações, como de uma concepção que considera os professores sujeitos de sua formação. Tomamos como base as teorias de Pimenta (2009); Freire (1996), Schon (1992); Tardiff (2002); Alarcão (2002); Nóvoa (1992) dentre outros. Assim, compreendendo que se trata de um momento de uma articulação entre a teoria e a prática, o estágio deixa de ser um espaço meramente burocrático e passa a contribuir para a constituição de uma identidade reflexiva do professor de línguas. Palavras-chave: identidade docente, formação de professores, Estágio Supervisionado, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS Yana Liss Soares Gomes (UFMG) Estamos vivendo um momento pós-moderno marcado por mudanças sociais, culturais, históricas e políticas, sobretudo, decorrentes do desenvolvimento tecnológico e do mundo cada vez mais globalizado. Essas transformações têm provocado uma releitura acerca das formas de produzir conhecimento e de pensar as políticas linguísticas que norteiam o processo de formação de professor de línguas. Nesse cenário, a temática da variação/diversidade linguística tem se constituído uma questão bastante discutida no âmbito educacional. Contudo, no espaço escolar brasileiro ela tem sido por muitas vezes ignorada, especialmente por professores de língua materna. Diante dessas constatações, sentimo-nos motivados a investigar o processo de formação docente de línguas (materna e estrangeira). O objetivo deste estudo é analisar as crenças de alunos/formandos acerca do fenômeno da variação linguística na interface de dois cursos de formação de professores (Letras/Português e Letras/Espanhol) da Universidade Estadual do Piauí-UESPI. A pesquisa etnográfica dá-se na perspectiva da Complexidade e, em virtude da abrangência do estudo perfilhamos a construção de um arcabouço teórico interdisciplinar entre as Teorias do Caos, Teoria da Complexidade e a Sociolinguística. A respeito do processo de formação de professores, algumas considerações parciais podem ser feitas: os formandos de Letras Português e Espanhol parecem não terem se apropriados adequadamente dos conhecimentos a respeito da variação/diversidade linguística; 2) os futuros docentes de língua materna e estrangeira não estão preparados para trabalhar em sala de aula com todo um conjunto de teorias e práticas que valorizam a heterogeneidade linguística. Essas constatações sugerem a existência de falhas no processo de formação docente de língua e apontam um descompasso entre as políticas linguísticas e o conhecimento teórico produzido na academia nos cursos de Letras. Palavras-chave: Variação Linguística. Formação de professor. Complexidade. A RECEPTIVIDADE DA LINGUAGEM DIGITAL NO AMBIENTE ESCOLAR 172 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Zuleica Aparecida Cabral(UEPG) Diante das necessidades impostas pela sociedade digital, faz-se necessário que professores insiram o computador e a internet em suas práticas de sala de aula, transformando-a de maneira a contribuir com essa inserção de modo produtivo e eficiente. Tendo em vista essa questão, a presente investigação, parte de um trabalho maior em andamento, e busca compreender melhor as (re)configurações tecnológicas na escola. Assim sendo, objetiva-se, neste trabalho, apresentar parte da análise que apresenta a receptividade da proposta da pesquisa realizada nos dois primeiros meses de 2012, em duas escolas no interior do Paraná, sendo uma pública e a outra particular. As visitas às escolas visavam expor as etapas da investigação que se dividem em três momentos: apresentação da pesquisa e entrevista com todo o corpo docente das escolas, a inserção de linguagem digital em sala de aula e para finalizar, um grupo de discussão unindo os docentes de ambas as escolas. A metodologia utilizada baseou-se em pesquisa qualitativa, de base etnográfica sob a ótica da pesquisa-ação baseada em BARBIER (2007) THILLENT (2007) e FLICK (2010) e abalizada em aportes teóricos baseados tais como XAVIER (2002, 2008), FREITAS (2010) e BRAGA (2005). Os resultados mostram a necessidade de aproximação dos docentes à linguagem digital, bem como a compreensão desse universo tecnológico dispondo-se a trabalhar com essas novas tecnologias na sua prática docente. Conclui-se assim que é importante o professor conhecer, saber usar e aliar as tecnologias digitais às suas aulas, pois além de se mostrar inteirado do universo digital, ele passa a ter um aliado rico de informações que é a internet. Palavras-chave: prática docente, letramento digital, tecnologia digital 173 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas 174 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas SESSÕES COORDENADAS FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES POR MEIO DE ATIVIDADE COLABORATIVA: AMPLIANDO E FORTALECENDO CONHECIMENTOS Coordenador: Adriana de Carvalho Kuerten Dellagnelo (UFSC) A partir de uma perspectiva sociocultural vygotskyana (Vygotsky, 1987; Lantolf & Thorne, 2006), que concebe a aprendizagem e o desenvolvimento como fenômenos processuais, conflitantes, não-lineares e mediados, entendemos que a formação continuada do professor de línguas é condição sine qua non para o seu crescimento profissional. De concepção análoga à teoria sociocultural, a aprendizagem colaborativa na área de formação docente em L2 faculta a seus participantes desenvolvimento cognitivo e profissional correlato às suas necessidades e interesses específicos na medida em que requer que professores discutam entre si aspectos relativos ao ensino e aprendizagem de línguas que emergem de suas próprias experiências de sala de aula (Poehner, 2011). Essa perspectiva sobre aprender a ensinar Inglês move a presente pesquisa, que, em parceria entre Universidade e escola, descreve o desenvolvimento de uma professora de Inglês ao longo de 12 aulas ministradas para o 8º ano do ensino fundamental em uma escola pública federal sul-brasileira. Tal desenvolvimento é traçado por meio de atividade colaborativa de mediação com pares de igual, menor e maior experiência a partir de questões levantadas pela própria professora. A presente pesquisa, de orientação microgenética, congrega três estudos e organiza-se com vistas a responder às seguintes questões: Quais aspectos são recorrentes nas mediações professora-colaboradoras e a partir de que situações se erigem? Como se configura o suporte das colaboradoras na atividade de mediação? Em que medida é possível depreendermos ressignificação da prática pedagógica pelo professor participante? Os resultados apontam que a busca por colaboração se dá a partir das ansiedades e frustrações do professor, por vezes advindas de concepções e procedimentos consagrados no ideário escolar, e que a atividade de mediação constitui estratégia potencialmente capaz de eliciar ressignificação da prática pedagógica por parte da professora participante, impactando positivamente na docência da profissional. Palavras-chave: formação continuada, aprendizagem colaborativa, ressignificação da prática pedagógica. Aprendizagem colaborativa: da mediação à ressignificação da prática docente Adriana de Carvalho Kuerten Dellagnelo (UFSC) Partindo da premissa advinda da teoria sociocultural (Vygotsky, 1987; Lantolf & Thorne, 2006) de que a aprendizagem é um processo situado, contínuo e não linear que se aperfeiçoa e se refina à medida que evolui, focalizamos, neste estudo, a relação entre formação docente continuada e aprendizagem colaborativa, esta última, nesse caso, concebida como atividade de mediação entre colegas professores (Poehner, 2011). Nesse contexto de aprendizagem, professores compartilham seus dilemas com seus colegas de profissão, trazendo situações específicas de suas salas de aula para serem (re)pensadas e discutidas com o grupo (Johnson & Golombek, 2011). Seguindo esse raciocínio, acompanhamos um grupo de 5 professoras de Inglês como língua estrangeira durante um mês, em que uma das professoras ministra 12 aulas em uma turma de 8ª série em uma escola pública federal sul-brasileira, e relata suas aulas, seus sucessos e insucessos, anseios e inquietações em um blog com acesso a quatro colegas, duas das quais também observadoras da sua prática. A partir dessa exposição, eliciam-se, entre as 5 participantes, debates em torno das representações da professora “investigada”. É com base nessas atividades de mediação que buscamos responder até que ponto a atividade colaborativa é potencialmente capaz de relativizar dilemas, problemas e/ou (res)significar a prática pedagógica da professora participante. Os resultados sinalizam a atividade colaborativa na formação docente como estratégia legítima de ressignificação da prática pedagógica e de refinamento acerca da concepção do que implica ser professor de Inglês em uma escola regular de ensino fundamental, em especial quando a mediação proporcionada é atinente às necessidades e interesses específicos dos participantes, característica da presente pesquisa. Depreende-se dos resultados a implicação de que a dobradinha formação docente e aprendizagem colaborativa oferece potencial para o enfrentamento dos desafios da área, na medida em que faculta um (re)direcionamento para a reflexão e a aprendizagem. 175 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Palavras-chave: mediação, trabalho colaborativo, ressignificação da prática pedagógica. Formação docente continuada: contribuições do processo de mediação Márcia de S.Thiago Rosa (UFSC) Raquel Cristina Mendes de Carvalho (UFSC) Reconhecendo a complexidade do desenvolvimento cognitivo, constata-se que a aprendizagem não é um processo independente ou automático, mas demanda participação prolongada e continuada em situações reais, específicas e significativas, relacionadas ao objeto de aprendizagem tanto quanto orientadas por um objetivo. Em meio a esse processo, está a mediação - a interposição de um elemento entre o sujeito e o objeto de seu conhecimento (Kohl de Oliveira, 2001), um dos pontos centrais da teoria sociocultural (Vygotsky, 1987; Lantolf & Thorne, 2006), que concebe a relação homem-mundo como indireta, e, portanto, mediada. Dada a importância da mediação no processo de aprendizagem, este estudo busca identificar como se configura o suporte das colaboradoras na atividade de mediação, ao traçar o desenvolvimento de uma professora de Inglês a partir das atividades de mediação que se estabelecem entre ela e 4 colegas de profissão por ocasião de um blog em que a referida professora relata 12 aulas suas. Dentre as colegas pesquisadoras participantes deste estudo, duas observaram as aulas da professora e tomaram notas de campo. A interação entre as 5, portanto, provem não somente das represetações da professora “investigada”, como também das notas de campo das pesquisadoras observadoras. Os resultados apontam que a mediação das participantes observadoras tende a ser mais específica do que a das não observadoras. Em ambos os casos, no entanto, a mediação pode ser direta, quando as participantes oferecem respostas e/ou sugestões de mudanças à professora “investigada”, ou indireta, quando elas parafraseiam as verbalizações da professora “investigada” ou as expandem com perguntas ou perspectivas distintas da apontada nos relatos. Esses resultados revelam que o processo de mediação, ao mesmo tempo que proporciona redirecionamento da reflexão da professora investigada sobre sua prática pedagógica, contribui para a reflexão das próprias pesquisadoras sobre a prática docente. Palavras-chaves: mediação, aprendizagem colaborativa, docência. Prática docente e cognição do professor: o papel da reflexão e da mediação Kátia Eliane Muck (UFSC) Nadia Karina Ruhmke Ramos (UFSC) A cognição de professores tem sido constante na pauta de formadores de professores, que, desde os anos 80, vêm se dedicando a entender o que professores de línguas pensam, sabem, acreditam e fazem (Borg, 2003, 2006). Neste trabalho, ancorado na Teoria Sociocultural (Vygotsky, 1987; Lantolf & Thorne, 2006) como arcabouço potencialmente capaz de contribuir para a área, na medida em que pesquisas recentes apontam a premência do contexto para a compreensão de como se aprende a ensinar (Borg, 2006), o que implica a concepção de que tal aprendizagem se dá em atividades específicas e situadas nas quais participantes se engajam, premissa básica da teoria vygotskyana. Nessa perspectiva, este estudo busca identificar os temas mais recorrentes que se estabelecem em um processo de mediação entre 5 colegas professoras de Inglês que evolve da prática de uma delas, na medida em que esta recorre às outras quatro, ao longo de 12 aulas, por meio da produção de relatos crítico-reflexivos postados em um blog. Duas dessas colegas atuam, também, como observadoras, adicionando ao blog suas notas de campo. A mediação que ali se institui permite-nos traçar também o processo cognitivo da professora cuja prática é verbalizada e discutida. Dentre os temas mais recorrentes nessas atividades de mediação estão aspectos relacionados à interação da professora com os alunos na manutenção da disciplina durante a aula e na orientação para a realização das atividades; à abordagem dos conteúdos de forma a facilitar (ou não) a aprendizagem; ao engajamento dos alunos na realização das atividades. Os resultados apontam, ainda, que as reflexões da professora e as atividades de mediação promoveram o seu desenvolvimento cognitivo, favorecendo mudanças na relação professora-alunos em sala de aula de forma a promover um ambiente mais propício para a aprendizagem de língua estrangeira. Palavras-chaves: cognição, mediação, reflexão. ENSINAR E APRENDER LÍNGUAS: IDENTIDADE, SUBJETIVIDADE E POLÍTICAS DE APROPRIAÇÃO EM PERSPECTIVA 176 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Coordenador:. Alice Cunha de Freitas (UFU) Ensinar e aprender línguas, prática comum e necessária no mundo hoje, tem se constituído cada vez mais como objeto de investigação a partir da ótica e sob a influência de diferentes áreas de estudo. Isto se deve em função do reconhecimento de que o envolvimento com novas línguas não se restringe apenas a questões cognitivas de aquisição, mas em grande medida a questões sociais e políticas que englobam identidades e subjetividades de quem ensina e também de quem aprende. Questões identitárias e de subjetividade têm se tornado, de acordo com Norton (2002), relevantes para o ensino/aprendizagem de línguas na medida em que elas se relacionam com o constante movimento de tornar-se: identificar-se e ser identificado está ligado a assumir posições/ser posicionado, ver-se e ser visto, o que traz implicações e consequências relacionadas com acessos ou embargos às práticas e vivências que supostamente contribuem para o sucesso da aprendizagem. Neste sentido, esta sessão de comunicações coordenadas reúne trabalhos que integram o grupo de estudos "Ensino/Aprendizagem de Línguas: Afetividade, Discurso, Identidade e Sociedade" e tem o objetivo de apresentar trabalhos de pesquisa que têm enfocado questões identitárias e de subjetividade de professores e aprendizes de língua estrangeira a partir de perspectivas discursivas, pragmáticas, dialógicas e de apropriação da língua. Ensino de línguas e políticas de apropriação: questões pragmáticas Alice Cunha de Freitas (UFU) Este trabalho tem o objetivo de contribuir para a reflexão sobre identidade e o ensino de línguas, sob a perspectiva da Pragmática. Neste sentido, buscarei mostrar uma das possíveis formas de se abordar esta importante relação, para a elaboração/adoção de políticas linguísticas, voltadas também para a formação de futuros professores de línguas. Essa perspectiva firma-se principalmente numa visão de língua(gem) como ação e leva em conta seu caráter performativo e sua relação com a questão da(s) política(s) de representação e suas consequências no contexto de ensino de línguas. Trago para a discussão aqui proposta também a noção de língua, tal como nos é apresentada por John Joseph (2006), para quem língua é política. Em seguida, relaciono essas noções ao contexto de formação de professores de línguas e ao plano pedagógico atualmente recentemente implantado no contexto investigado. Os dados foram coletados por meio de questionários e entrevistas com professores e alunos de um curso de Letras de uma universidade federal de Minas Gerais. A análise, de uma maneira geral, aponta para uma urgente necessidade de se problematizar as próprias bases de formação de professores de línguas, especialmente no que se refere aos conceitos aqui abordados, de tal forma que seja possível propor políticas linguísticas (tais como políticas de apropriação de línguas) que atendam às novas configurações do mundo contemporâneo, em tempos de globalização. O corpo e a voz na construção de identidades em língua estrangeira Maria da Glória Magalhães dos Reis (UnB) A presente comunicação tem o objetivo de apresentar resultados de trabalhos realizados pelo “Grupo de Estudos de Didática de Língua Estrangeira” em conjunto com o Grupo de Estudos "Ensino/Aprendizagem de Línguas: Afetividade, Discurso, Identidade e Sociedade". Os trabalhos são realizados nas línguas espanhola, francesa, inglesa e japonesa. As pesquisas tomam como base teórica os jogos dramáticos e teatrais desenvolvidos por Maria Lúcia Pupo (2005),Viola Spolin (1999, 2000), Peter Brook (1977) e Augusto Boal (1987) e colocam em cena peças de teatro e contos oralizados. Os estudos baseiam-se nas perspectivas sociointeracionista de Vygotsky (2007, 2008) e discursiva de Bakhtin (2009, 2011). No âmbito do ensino de línguas estrangeiras esta concepção leva a reflexões sobre quais experiências o professor pode proporcionar aos aprendizes para levá-los a interagir com o seu contexto sociocultural, transformando-o e sendo transformados em uma interação dialética com o seu meio cultural. Fundamentando-se igualmente nos conceitos de ritmo e oralidade de Henri Meschonnic (1982) e subjetividade, desejo e prazer da interação de Gisele Pierra (1998, 2001, 2006) e Patrick Anderson (1999), o presente trabalho apresenta caminhos possíveis para o desenvolvimento da produção oral em língua estrangeira, tendo em conta que o trabalho com o corpo e com a voz propicia atenção às questões de identidade presentes no processo de ensino/aprendizagem, considerando que as línguas são a “expressão das identidades de quem delas se apropria” (RAJAGOPALAN, 2003, p. 69; MASTRELLA, 2007). 177 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Ensino/aprendizagem de inglês no curso de Letras: prática de construção de identidades Mariana R. Mastrella-de-Andrade (UnB) Este trabalho faz parte de um projeto maior, intitulado “Quem pode ensinar, quem pode aprender? A construção de identidades em contextos de ensino/aprendizagem de língua estrangeira”, e busca discutir a maneira como o processo de ensino/aprendizagem de língua inglesa no curso de Letras se constitui como prática identitária, dando lugar à materialização de acessos e/ou embargos ao direito à fala e à própria aprendizagem. Para isso, são consideradas como suporte teórico principal três proposições: 1) língua é o lugar onde formas possíveis e reais de organização e suas prováveis consequências políticas e sociais são definidas e contestadas, sendo também o lugar onde nossa subjetividade é construída (Weedon, 1987); 2) língua é lugar de luta política, isto é, envolve relações de poder, o qual é aqui entendido como relação e não como força pertencente a alguém e que, portanto, não se possui, mas se exerce, está em tudo e em todo o tempo (Foucault, 1979); 3) que o sujeito que se relaciona com a LE tem nessa língua suas identidades construídas, já que identidades são entendidas como plurais, fluidas, feitas na e por meio da linguagem (Norton, 2002; Mastrella, 2007). Tendo em vista essa perspectiva teórica, este trabalho apresenta, a partir de um estudo qualitativo com diários, dados de duas pesquisas realizadas em cursos de Letras de instituições públicas de ensino superior – uma com uma professora formadora e outra com um aluno em formação. Os resultados sugerem indícios de que as práticas de ensino/aprendizagem constroem identidades a partir dos discursos sobre a língua e sobre a superioridade dos falantes nativos, construindo, consequentemente, identidades também de raça e de classe. Ao mesmo tempo, os dados também deixam entrever indícios de resistência e da busca pelo direito à fala, permitindo reflexões sobre a formação de professores e o ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras. PESQUISA-AÇÃO COLABORATIVA: ESTREITANDO AS RELAÇÕES UNIVERSIDADE-ESCOLA Coordenador: Andréa Machado de Almeida Mattos (FALE/UFMG) A UFMG vai à Sala de Aula de Inglês: primeiros resultados e impressões Andréa Machado de Almeida Mattos (FALE/UFMG) Ana Larissa Adorno Marciotto Oliveira (FALE/UFMG) Tendo em vista o entendimento de que é necessário, cada vez mais, estreitar a colaboração entre universidade e educação básica, o Projeto de Extensão UFMG vai à sala de aula de inglês visa a uma aproximação entre os saberes produzidos na universidade e os saberes produzidos na escola básica, por professores e alunos. O Projeto fundamenta-se, assim, na noção de que é imperativo vincular a produção científica à sua função social (SOUZA SANTOS, 1987), conectando-a, sempre, às demandas sócio-políticas contemporâneas. Partindo, também, do entendimento de que aprender uma língua estrangeira (neste caso, o inglês) é uma forma de inclusão social, historicamente negada à maioria, o Projeto busca criar espaços de interação escolauniversidade para que seja possível agir colaborativamente, objetivando ensinar a língua inglesa de modo localmente situado e criticamente balizado (OLIVEIRA E DUTRA 2008; JESUS; MELLO & DUTRA 2007). O Projeto vem sendo desenvolvido colaborativamente com dois professores da rede pública de Minas Gerais, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, desde 2011. Este trabalho tem por objetivo apresentar os desafios encontrados e os resultados obtidos no desenvolvimento do Projeto UFMG vai à sala de aula de inglês, agora já em seu segundo ano de realização. Através de uma pesquisa-ação colaborativa, os professores da rede pública, as pesquisadoras da FALE/UFMG, e os alunos de graduação ligados ao projeto desenvolveram atividades tendo por objetivo o ensino de inglês através das teorias dos Novos Letramentos e Letramento Crítico. Essas atividades serão apresentadas e discutidas à luz dessas teorias, assim como as percepções dos alunos a elas expostos e dos participantes do projeto. Palavras-chave: Ensino de Inglês como LE, relação universidade-escola, Novos Letramentos e Letramento Crítico Projetos de pesquisa-ação universidade-escola: buscando caminhos Ariana Alves de Siqueira (CEI/UFMG) 178 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Graciane Gonçalves Cordeiro (CEI/UFMG) Demétrius Faria dos Santos (CEI/UFMG) Elisa Maria Campos Cordeiro (CEI/UFMG) Heloísa Scofield Oliveira (CEI/UFMG) Andréa Machado de Almeida Mattos (FALE/UFMG) Este trabalho tem por objetivo apresentar os resultados de dois projetos de pesquisa-ação colaborativa envolvendo professores de escolas públicas de Minas Gerais e professores de inglês participantes de um curso de pós-graduação/especialização em ensino de língua inglesa. Uma das disciplinas do curso, Pesquisa em Sala de Aula, abriu a oportunidade de os professores participantes desenvolverem projetos de pesquisa-ação colaborativa (SAGOR, 1992). O curso teve por objetivo focalizar os princípios da pesquisa qualitativa para professores de línguas. Idealizado como introdução aos paradigmas de pesquisa e à pesquisa em sala de aula, o curso teve como foco o desenvolvimento da pesquisa-ação colaborativa em contextos de ensino de inglês. Organizados em dois sub-grupos, os participantes do curso e os professores das escolas públicas desenvolveram colaborativamente um conjunto de atividades a serem usados nas escolas públicas parceiras. Um dos grupos teve por objetivo investigar o impacto da participação das famílias na vida escolar no que concerne principalmente à aprendizagem de inglês e elaborou atividades que visam a aumentar a participação da família na escola, tendo como objetivo final o aumento da motivação dos alunos para aprender inglês. O outro grupo teve por objetivo desenvolver o ensino reflexivo através de atividades focadas na abilidade de produção escrita. Neste trabalho, serão apresentados e discutidos os resultados finais do desenvolvimento desses dois projetos colaborativos. Palavras-chave: Ensino de Inglês como LE, relação universidade-escola, pesquisa-ação colaborativa Alternativas de formação profissional: a universidade na escola Adriane Teresinha Sartori (FALE/UFMG) Visando a contribuir para a melhoria da qualidade de ensino da educação básica e da educação superior e buscando colocar em prática uma experiência de estreitamento das relações entre universidade e escola, através de uma atividade integradora de ensino-pesquisa-extensão, este trabalho visa a discutir os avanços e os desafios do Projeto “Professor universitário e de educação básica, aluno de graduação e de escola: um encontro necessário” em andamento na UFMG desde 2011. Ancorado nos pressupostos metodológicos da pesquisa-ação colaborativa, na perspectiva transdisciplinar da Linguística Aplicada (ROJO, 2007) e nos estudos de Novos Letramentos, este projeto fundamenta-se na ideia de encontros periódicos, em uma escola pública de Belo Horizonte, entre um professor universitário, um docente de língua portuguesa de ensino médio, estudantes de graduação em Letras e alunos de ensino médio, estes últimos representados por seus textos e trabalhos realizados em sala de aula. Nesses encontros, esse material é analisado, visando diagnosticar as dificuldades dos estudantes e, coletivamente, com base em estudos enunciativos sobre os processos de leitura e escrita, alternativas de ação pedagógica são construídas, de forma a resolver (ao menos amenizar) as dificuldades encontradas. Os resultados do trabalho realizado até agora apontam ganhos significativos a todos os participantes. Alternativas de formação profissional, portanto, podem ser viabilizadas pela aproximação universidade - escola, beneficiando a todos, especialmente aos alunos de graduação, que precisam estar em contato com seu (futuro) ambiente de trabalho muito antes do estágio curricular obrigatório e, estando em escola em situação desafiadora, obrigam-se a construir soluções para problemas reais de leitura e escrita desde o início do curso de licenciatura. Palavras-chave: pesquisa-ação colaborativa; ensino de língua portuguesa; formação profissional FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA: DISCIPLINAS E PRÁTICAS DE ENSINO Coordenador: Andressa Cristina Coutinho Barboza Frente às recentes deliberações legais (LDB 9394/06 e Resoluções CNE/2002) a universidade tem assumido o papel de principal instância de formação de professores para a Educação Básica nos cursos de licenciatura. Diante disso, esta sessão coordenada tem a proposta de discutir as propostas de formação de professores para o ensino da Língua Portuguesa na universidade e, mais especificamente, na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Para tanto, são apresentados dados parciais do projeto de pesquisa “Formação de 179 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas professores para o ensino da Língua Portuguesa: disciplinas e práticas de ensino”, desenvolvido por pesquisadores desta IFES. A primeira comunicação faz uma análise da organização curricular desta licenciatura, considerando-se: as disciplinas específicas oferecidas, o perfil formativo e profissional dos professores destas disciplinas e as práticas de ensino veiculadas em aulas que abordam a Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa (MELP) no curso de Letras. A segunda comunicação discute as práticas de ensino da disciplina Língua Portuguesa: Estágio Supervisionado, com o objetivo de compreender como as atividades desta disciplina procuram ser articuladas de modo a estabelecer um projeto coeso de formação de professores de Língua Portuguesa. A terceira e última comunicação analisa as contribuições formativas de uma das práticas de ensino da disciplina Língua Portuguesa: Estágio Supervisionado, a Aula Simulada, desenvolvida na oficina extensão Tópicos do ENEM durante o primeiro semestre de 2012. Espera-se que os dados discutidos nesta sessão coordenada possam contribuir com outras investigações que tomam a formação de professores para o ensino da língua portuguesa como objeto de pesquisa. Palavras-chave: Formação de Professores; Estágio de Licenciatura; Ensino de Língua Portuguesa. Análise curricular da Licenciatura em Língua Portuguesa da UFOP Janaína Mayra Nascimento (IC/PIP-UFOP) Andressa Cristina Coutinho Barboza (DELET-UFOP) A LDB 9394/96 responsabiliza a universidade pela formação dos futuros professores de Educação Básica. Após quinze anos desta deliberação e no esteio de pesquisas anteriores, que tomam a formação do professor de Língua Portuguesa na universidade como objeto de pesquisa (BARZOTTO, SOUSA et al, 2008; RIOLFI, EUFRÁSIO et al, 2009), esta investigação propõe o estudo de caso da formação de professores na licenciatura em Língua Portuguesa da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Em um primeiro momento, buscou-se analisar a organização curricular desta licenciatura, a partir da identificação das disciplinas oferecidos pelo curso. Nesta etapa, procurou-se perceber quais disciplinas seriam responsáveis pela formação específica dos professores de Língua Portuguesa e discriminar suas diferentes designações (NASCIMENTO e BARBOZA, 2011). Diante das várias nomenclaturas utilizadas para disciplinas voltadas à Metodologia da Língua Portuguesa (MELP), lançaram-se duas hipóteses: 1) a diversidade de designações pode expressar uma especificidade, ou seja, as diferentes disciplinas responsáveis pela MELP formam um projeto coerente e articulado de formação de professores; 2) a diversidade de nomenclaturas expressa generalidade e as diferentes disciplinas responsáveis pela MELP repetem-se ou dispersam-se no currículo da licenciatura em Língua Portuguesa da UFOP. Para a discussão dessas hipóteses, são feitas considerações a partir da análise conjugada de três dados: a) as ementas das disciplinas de MELP; b) o perfil formativo e profissional dos professores responsáveis por estas disciplinas no curso de Letras; c) a análise de registros de aulas de MELP ministradas no segundo semestre de 2011. Até o momento, acredita-se que essa aparente dispersão não impossibilita a preparação necessária dos futuros professores de Língua Portuguesa formados por esta IFES, mas demanda uma articulação cuidadosa deste projeto formativo. Palavras-chave: Formação de professores; Currículo; Ensino de Língua Portuguesa. Formação de professores para o ensino da língua portuguesa no estágio supervisionado da UFOP Mara Júnia de Assis (Monitora PROGRAD-UFOP) Giseli Ferreira Barros (DELET-UFOP) Andressa Cristina Coutinho Barboza (DELET-UFOP) O estágio é uma disciplina que propõe a reflexão da prática pedagógica, tendo em vista a formação do futuro professor. De acordo com Pimenta e Lima (2006; 2011), o estágio deve oportunizar uma aproximação do aluno a sua realidade profissional e o conhecimento e a interpretação da realidade educativa deve ser o ponto de partida para a formação do futuro professor. Neste sentido, o estagiário deve “desenvolver atividades que possibilitem o conhecimento, a análise, a reflexão do trabalho docente, das ações docentes, nas instituições, de modo a compreendê-las em sua historicidade, identificar seus resultados, os impasses que apresenta, a dificuldades.” (PIMENTA e LIMA, 2006, p. 20). Diante do exposto, este trabalho tem a proposta de analisar as diferentes atividades realizadas pela disciplina Língua Portuguesa: Estágio Supervisionado, oferecida no curso de Letras da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Parte-se da hipótese de que as atividades de estágio são organizadas no constante trabalho ressignificação formativa, planejamento de ações, análise de situações e avaliação formativa (BARBOZA, 2012). Serão analisadas as atividades de: orientação individual; 180 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas orientação coletiva; uso da sala virtual; aula simulada; elaboração de planos, análises e relatório; atuação em campo de estágio; participação dos alunos em eventos formativos promovidos pela disciplina. Este estudo dá a ver como as diferentes atividades desenvolvidas pela disciplina Língua Portuguesa: Estágio Supervisionado denotam um design instrucional (FILATRO e PICONEZ, 2004) coerente com o projeto formativo para os alunos desta habilitação, que tem procurado preparar os futuros professores para os desafios da docência. Palavras-chave: Estágio de Licenciatura; Design instrucional; Formação de professores. Aulas simuladas de estágio em oficina de extensão Elisa Pires Leão (Monitora PROEX-UFOP) Thuany Faria Corrêa (Monitora PROEX-UFOP) Andressa Cristina Coutinho Barboza (DELET-UFOP) A definição da universidade como lugar de formação de professores para a Educação Básica (LDB 9394/96) foi seguida pela instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais para formação de professores de Educação Básica nos cursos de licenciatura (BRASIL, 2002). Essas definições legais reafirmam a importância de preverem-se momentos de formação teórica e prática nos cursos de licenciatura. Diante do exposto e no intuito de compreender como tem se dado a formação do professor de língua portuguesa na universidade, este estudo procura analisar as práticas pedagógicas das disciplinas de estágio de licenciatura ministradas na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Mais especificamente, será analisada a proposta da atividade Aula Simulada, desenvolvida no primeiro semestre de 2012 nas disciplinas do curso de Letras Língua Portuguesa: Estágio Supervisionado de Ensino Médio 1 e 2. Esta prática pedagógica foi selecionada em razão de ela apresentar um diferencial: as Aulas Simuladas foram preparadas pelos estagiários e aplicadas a uma turma de alunos de Ensino Médio que participava da oficina de extensão Tópicos do ENEM, realizada na UFOP. Essa oficina faz parte do subprojeto “Formação de Professores: disciplinas e práticas de ensino”, financiado pelo Programa Novos Talentos CAPES em parceria com o Programa de Extensão UFOP com a Escola. Além de atender as demandas da comunidade local, percebeu-se que a oficina serviu de laboratório de práticas de ensino para os estagiários de licenciatura em Língua Portuguesa. Ao final, a oficina produziu diversos materiais e indicadores que ainda podem ser explorados nas próprias aulas presenciais de estágio supervisionado. Dentre esses materiais, serão apresentadas as estratégias de ensino e as avaliações das Aulas Simuladas que abordaram questões do Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM). Palavras-chave: Estágio de licenciatura; Aula Simulada; Oficina de Extensão. TEXTO LITERÁRIO E ENSINO DE LÍNGUAS: TRANSCULTURALIDADE, CRENÇAS, FORMAÇÃO DE PROFESSORES E CURRÍCULO Coordenador: Andressa Luna Saboia (IFRN / UECE) A transculturalidade a partir do uso de textos literários no ensino de língua espanhola: crenças de professores formadores e em formação do curso de Letras Espanhol da UERN (CAMEAM) Andressa Luna Saboia (UECE) Nosso estudo, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da UECE, trata-se de uma pesquisa de mestrado na qual objetivamos identificar crenças de professores formadores e em formação do curso de Letras Espanhol da UERN (CAMEAM) sobre o uso do texto literário (TL) e a transculturalidade no ensino desse idioma, além de analisar se a Matriz Curricular do curso e os programas de suas disciplinas de língua e literatura contemplam tais assuntos. Como base teórica para o uso do TL no ensino de espanhol, valemo-nos dos estudiosos: Mendoza (2002, 2004, 2007), Widdowson (1984), Santos (2007, 2008), Aragão (2006), dentre outros. Sobre a transculturalidade: Sánchez (2009), Cox e Assis-Peterson (2007), Miquel (2008), Soler-Espiauba (2006), Motta-Roth (2003) etc. E acerca das crenças na formação de professores: Almeida Filho (2007), Silva (2007), Alvarez (2007), Barcelos (2004, 2007, 2010), Moita Lopes (1996) etc. Os sujeitos da pesquisa responderam a questionário e entrevista com o intuito de identificar suas crenças e triangular esses dados com os revelados pelos protocolos de análise da Matriz Curricular e dos programas de disciplinas. Diante dos resultados, nosso estudo revelou que a Matriz Curricular do curso não apresenta nenhuma disciplina que trate especificamente do TL como recurso didático e da transculturalidade; e que mesmo as 181 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas disciplinas de língua e literatura não apresentam em seus programas, de modo geral, preocupação com esses aspectos. Além disso, importantes crenças foram reveladas tanto pelos professores formadores quanto pelos professores em formação, as quais nos permitiram perceber que há uma grande lacuna na formação de professores de espanhol daquele contexto, haja vista a falta de espaço para o TL enquanto recurso para o ensino, inclusive no que tange à transculturalidade. Desse modo, lançamos algumas propostas que vislumbram a modificação dessas crenças, perpassando por mudanças na própria estrutura do curso e de suas disciplinas. Palavras-chave: Texto literário. Transculturalidade. Crenças/formação de professores de espanhol. O lugar do texto literário nos programas de disciplinas de Metodologia do Espanhol da UERN e as crenças dos professores Regiane Santos Cabral de Paiva (UERN) Observando por meio de outras pesquisas a ausência do texto literário nas aulas de espanhol do ensino médio, decidimos investigar de que modo os Programas das Disciplinas (PGDs) de Metodologia I e II do Espanhol da UERN contemplam esse texto no seu plano de ação. Em virtude da análise dos PGDs e do estudo sobre saberes e competências docente, nos orientamos em Haydt (2006), Libâneo (2008), Paulo Freire (1998), Tardif (2008) e Pimenta (2002); para tratar do papel do TL nos dedicamos aos estudos de Tenorio & Reyzábal (1992), Mendoza Fillola (2002, 2004, 2007) e Albadalejo (2007); sobre crenças e ensino de línguas: Barcelos (2001, 2004, 2006, 2007), Barcelos e Kalaja (2003), Silva (2010). O contexto escolhido para a nossa investigação foi a UERN, tendo como corpus os programas das referidas disciplinas e, a fim de verificar como se materializava esses PGDs, também adotamos como segundo corpus entrevistas semiestruturadas com os três professores que as ministraram. Finalmente, percebemos que os resultados da nossa análise apontaram que os PGDs de Metodologia de Língua Espanhola I e II da UERN não oportunizam o TL como conteúdo a ser explorado numa disciplina de formação em língua estrangeira; que apesar de os professores destas disciplinas assumirem a crença de que este texto contribui para a aquisição dos aspectos culturais e para o desenvolvimento das habilidades, não contemplam este tema nas aulas de metodologia porque os objetivos do programa não direcionam para este fim. Dessa maneira, entendemos que se no ensino superior não há espaço para essas discussões, supostamente o aluno (futuro professor) não terá o manejo necessário para lidar com esse tipo de texto em aulas de língua espanhola. Palavras-chave: Texto literário. Formação de professores. Crenças. Desenvolvimento de saberes e competências de professores em formação em relação ao uso de textos literários como recurso para o ensino: do projeto pedagógico ao estágio Isabela David de Lima Damasceno (UECE) A presente pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Universidade Estadual do Ceará e encontra-se em andamento. Sua temática está relacionada à formação inicial de professores e o uso de textos literários no ensino de inglês como língua estrangeira (ILE). O objetivo principal é conhecer os saberes e as competências desenvolvidas ao longo do curso de graduação em Letras/Inglês da Universidade Federal do Ceará no que diz respeito à capacitação dos alunos em formação para a utilização do texto literário no ensino. Para isso, foram realizadas análises de documentos que orientam essa formação e serão conduzidas observação de aulas. Para a realização do estudo nos apoiamos nas idéias de Tardif (2000; 2002), que trata dos saberes profissionais dos professores, Mendoza (2002; 2004; 2007), que lança um modelo de tratamento didático do texto literário e Giroux (1988), no que diz respeito ao currículo, entre outros. Na primeira fase da pesquisa, foram analisados o Projeto Político Pedagógico do curso de Letras Português/Inglês Diurno da Universidade Federal do Ceará, as ementas e programas de disciplinas do curso. Em seguida, os demais dados serão coletados a partir de observações de aulas e de aplicação de questionários a professores e alunos das disciplinas que serão observadas. Os resultados das análises documentais apontam que a literatura, no contexto pesquisado, recebe um tratamento tradicional, distante de ser trabalhada como um recurso didático no ensino de ILE. Com esse estudo esperamos traçar um perfil de uma realidade específica da formação de professores de inglês em relação ao uso de textos literários no ensino para que, diante do encontrado, lancemos novos olhares e novas propostas que possam contribuir com uma etapa tão importante do desenvolvimento profissional: a formação inicial. Palavras-chave: Texto literário, Formação de professores, Currículo. 182 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas A CONSTRUÇÃO E A RECONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA: PROFESSORES EM FORMAÇÃO INICIAL E PROFESSORES EM SERVIÇO Coordenadora: Anelise Fonseca Dutra (UFOP) Este trabalho aborda duas pesquisas envolvendo a construção e a reconstrução das identidades de professores de Língua Inglesa. A primeira foi realizada com alunos do Curso de Letras da Universidade Federal de Ouro Preto que escolheram a licenciatura em Língua Inglesa como primeira habilitação. Os resultados oferecem a oportunidade de delinear um retrato da construção da identidade desses futuros professores ao longo do curso de graduação, do primeiro aos últimos períodos. A primeira parte dessa pesquisa mostra a motivação inicial dos alunos para optar pela licenciatura em língua inglesa. A segunda parte mostra os impactos do curso (quarto, quinto e sétimo períodos) na formação dos futuros professores. Os resultados da pesquisa corroboram as ideias de autores como Gimenez (2010) e Ialago & Duran (2008), que apontam para a necessidade de uma reconfiguração da formação de professores no âmbito das licenciaturas. A segunda pesquisa apresenta a reconstrução da identidade de professoras do ensino superior que tiveram de se adaptar à decisão de eliminação da disciplina de Língua Inglesa dos currículos de diferentes cursos de bacharelado. O estudo se ancora teoricamente nas ideias de Meurer (2000), Moita Lopes (2002) e Fino e Souza (2003). A identidade do futuro professor de língua inglesa: perfil dos alunos da UFOP Silvia Penna (UFOP) O ensino de língua Inglesa tem sido tema de discussões acadêmicas e políticas devido não só às dificuldades na obtenção de resultados positivos concretos, mas, principalmente, devido às especificidades que cercam o profissional de Língua Inglesa. Muitos buscam e discutem a melhoria na qualidade do ensino de língua estrangeira e apontam várias direções. Alguns apostam nos métodos, outros em mais recursos, outros ainda se concentram na figura do profissional de Língua Inglesa. Dentre estes, estão Gimenez (2010) e Ialago & Duran (2008), que afirmam ser necessário discutir sobre a necessidade de uma reconfiguração da formação de professores no âmbito das licenciaturas. Corroborando essa ideia, com o intuito de desenvolver um estudo que visa a detectar as questões geradas ainda na formação desses profissionais, iniciou-se na Universidade Federal de Ouro Preto uma pesquisa cujo objetivo é analisar a perspectiva desse futuro professor no decorrer de sua formação. Assim, alunos do curso de Letras, do 1º, 4º, 5º e 7º períodos foram submetidos a um questionário que buscava delinear os seus perfis como futuros profissionais de língua inglesa. Dentre os resultados, verificou-se que mais de 60% dos alunos neste estudo afirmam que a escolha de sua profissão se deve principalmente à influência de seus professores e à sua experiência positiva no contato com a língua inglesa. Por meio da observação de um panorama mais amplo que parte da reflexão sobre a experiência desses alunos como aprendizes de uma língua estrangeira, passa pelo seu contato com disciplinas específicas da área de licenciatura, e chega à prática docente por meio dos estágios, acredita-se ser possível delinear um retrato mais claro desses futuros profissionais e talvez um caminho para se começar a reconfiguração do curso de formação de professores. Palavras-chave: formação inicial; construção de identidade. A identidade do futuro professor de língua inglesa: perfil dos alunos da UFOP Anelise Fonseca Dutra (UFOP) Ao longo dos últimos anos foram feitas diversas pesquisas com o intuito de descrever o perfil dos professores que lecionam língua inglesa em escolas brasileiras. O despreparo e a desmotivação foram os fatores apontados em duas dessas pesquisas (as de Paiva (1997) e Schutz (2003), respectivamente), como os principais responsáveis pelo fato de esses professores ministrarem, muitas vezes, aulas bem abaixo de um nível considerado satisfatório por eles mesmos e por seus alunos. Para dar continuidade a essas pesquisas e na tentativa de investigar se o perfil de futuros professores de língua inglesa formados pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) se assemelha ao que vem sendo apontado na literatura, e como isso poderá afetar a prática desses professores, foi feita uma pesquisa com alunos ingressantes no curso de Letras (1º período), alunos já na metade do curso (4º e 5º períodos) e alunos na etapa final de sua formação inicial (7º período). As perguntas que guiaram esta pesquisa foram: Qual é a identidade do professor de língua inglesa 183 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas em formação inicial? Quais são as mudanças sofridas por esses futuros professores ao longo da sua formação acadêmica / profissional? Além dos autores citados, este trabalho contou com o suporte teórico de Ialago e Duran (2008), Moita Lopes (2002) e Rajagopalan (1998) entre outros. Os resultados mostram que metade dos futuros professores não começou o curso de Letras com o intuito de ser professor de Língua Inglesa. Outro aspecto importante é que 71% dos entrevistados têm orgulho da decisão de se tornarem professores de Inglês, enquanto 29% não se sentem confortáveis com essa possibilidade. Outros resultados apontam as dificuldades enfrentadas, principalmente nos estágios, e destacam a importância do curso na formação de professores bem preparados para o exercício da profissão. Palavras-chave: formação inicial; identidade do professor de Língua Inglesa. A reconstrução da identidade de professoras de línguas Helivane de Azevedo Evangelista (Centro Universitário UNA) Apesar da reconhecida importância do domínio da Língua Inglesa tanto no mundo acadêmico quanto no mundo dos negócios, disciplinas como Inglês, Inglês para Negócios e Inglês Instrumental têm sido eliminadas dos currículos de diferentes cursos de bacharelado: Administração de Empresas; Comércio Exterior; Gestão Hoteleira, Turismo e Lazer; e Sistemas de Informação, para citar apenas alguns exemplos. Essa mudança curricular tem um impacto na identidade de professores de inglês, uma vez que hoje, no Brasil, as oportunidades de atuação profissional desses professores no ensino superior se restringem basicamente ao curso de Letras, seja na modalidade licenciatura, seja na modalidade bacharelado. Este estudo ancora-se teoricamente nas ideias de Meurer (2000), Moita Lopes (2002) e Fino e Souza (2003) sobre questões identitárias e faz uso da pesquisa narrativa para investigar as implicações da retirada das disciplinas dos currículos na reconstrução das identidades de três professoras de língua inglesa de uma instituição de ensino superior localizada em Belo Horizonte - MG. Duas dessas professoras permaneceram na instituição, porém passaram a lecionar apenas língua portuguesa. Uma delas, posteriormente, passou em um concurso público de uma universidade federal e voltou a ser professora de inglês. A terceira professora, por sua vez, foi desligada da instituição. Os dados coletados foram distribuídos em cinco categorias de análise: (1) representações de si como professora de inglês; (2) representações de si como professora de português; (3) representações de si voltando a ser professora de inglês; (4) representações da empregabilidade; e (5) representações da perspectiva de não empregabilidade. Os resultados revelam que a crise identitária das participantes deve-se sobretudo à impossibilidade de permanecerem no ensino superior como professoras de línguas, não importa se de língua inglesa ou de língua portuguesa. Palavras-chave: identidade do professor de línguas, pesquisa narrativa, representações. A FORMAÇÃO DOCENTE EM FOCO: MÚLTIPLOS OLHARES SOBRE A PRÁTICA DE ENSINO E OS ESTÁGIOS ORIENTADOS Coordenador: Angela Marina Ferreira (UERJ) A proposta dos professores reunidos nesta mesa, docentes de universidades públicas, colégios de aplicação e centros tecnológicos, se direciona à promoção de reflexões sobre as trocas efetuadas entre as instituições de ensino superior (IES) e instituições que propiciam campos de estágio aos licenciandos dos cursos de Português-Espanhol de universidades públicas do estado do Rio de Janeiro. Sob esta perspectiva, as temáticas apresentadas se desenvolvem em torno de núcleos que remetem a discussões que abrangem (1) o papel e a pouca visibilidade do trabalho do professor supervisor de campo de estágio;(2) o desenvolvimento dos estágios como espaço de trocas e reflexão entre a IES, a escola de campo e a construção de identidade profissional do licenciando, refletida nas propostas de trabalho para as apresentações em sala de aula; (3) o trabalho do professor de estágio e o quão diversa deve ser a preparação do futuro professor; Formação do docente de E/LE: o trabalho do professor supervisor de campo de estágio Maria Cristina Giorgi (UERJ) Rosane Manfrinato (UERJ) Nosso trabalho tem como foco o estágio supervisionado obrigatório, etapa constitutiva da formação profissional 184 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas do professor de E/LE e laço entre formação acadêmica e prática profissional. Observando que dentre os muitos estudos nesse âmbito, todavia grande parte prioriza a dificuldade de articulação entre teoria e prática, temos como objetivo propor discussão sobre a relevância do papel do professor supervisor de campo de estágio na formação docente. Pouco se tem explorado os saberes e atribuições que constituem o trabalho desse professor, que é, a nosso ver, mais do que o regente de disciplina, do que “o professor da escola”; é um profissional que compartilha com o professor da licenciatura, “o professor da universidade”, a orientação dos estagiários em vários níveis, contribuindo, assim, para a construção de conhecimento teórico-prático necessário ao metier do professor. O enfoque teórico centra-se em um possível diálogo entre estudos do trabalho (Schwartz, 1997, Amigues 2004, e a Análise do discurso de orientação enunciativa (Maingueneau, 2005), além de propostas de Foucault relativas a poder e saber (1987, 1996). Desse modo, por meio de uma perspectiva discursiva, pretendemos dar visibilidade à importância do papel do professor de campo na formação do futuro docente de E/LE, que por estar em situação real de trabalho, pode e deve oferecer contribuições valiosas para o entendimento da atividade como debate de normas, em que o trabalhador, a partir de suas experiências, valores e contatos com o coletivo, institui sua própria maneira de realizar a sua prática, nesse caso, docente. Palavras-chave: formação docente; orientador de campo; língua estrangeira Pontes/diálogos entre universidades e instituições de ensino: estágios supervisionados em língua estrangeira Ana Elizabeth Dreon (UERJ) Marina Vallim (UERJ) O Conselho Nacional de Educação (CNE) estabeleceu, em 2002, através da Resolução CNE/CP 2, de 19 de fevereiro, modificações quanto à carga horária dos cursos de Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, o que determinou o aumento de disciplinas relacionadas às licenciaturas nas Instituições de Ensino Superior (IES). Essa Resolução foi regulamentada pela Deliberação UERJ 21/2005 que, por sua vez, estabeleceu a instalação de necessárias relações entre as IES e os estabelecimentos de ensino campos de estágio. Nesse movimento, as IES passaram a dispor de um espaço de observação e participação, entre outros, no ensino básico das esferas municipal, estadual e federal, de acordo com os níveis contemplados por essas e oferecidos aos habitantes do Rio de Janeiro. Em decorrência, o espaço novo propicia a nossos licenciandos de graduação do curso de Português-Espanhol a oportunidade de vivenciar outras experiências, fora dos muros da universidade. A atuação nesses outros campos estabelece trocas que envolvem os futuros professores, licenciandos da IES, os docentes dos estabelecimentos públicos, orientadores do estágio de campo, e os professores orientadores de estágio da IES. O grupo constituído planeja estratégias de atuação implementadas e reavaliadas em fluxo contínuo, destinadas às práticas docentes. Instaura-se um cenário de reflexão sobre o fazer pedagógico, tomando LIMA e AROEIRA (2011) e FREIRE (1997), visando a que os alunos da graduação em língua espanhola estabeleçam parâmetros críticos e construam sua própria identidade profissional, que se materializará em seu trabalho como professores. Nesse sentido, a proposta se destina a apresentar como se organiza e é posto em prática um trabalho integrado e integrador entre IES e escolas conveniadas, com base em espaços efetivamente reflexivos sobre a atuação docente dos licenciandos. Palavras-chave: estágios orientados; língua estrangeira; instituições públicas A diversidade na elaboração de materiais didáticos: uma forma de avaliação de estagiários Angela Marina Ferreira (UERJ) A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em 2006 passou por modificações curriculares, que imprimiram novas disciplinas voltadas para diferentes tipos de estágios aos futuros professores de espanhol. Dentre essas disciplinas, duas de estágio básico de espanhol (I e II) e uma teórica de Produção de Material Didático ficaram a cargo do Instituto de Aplicação (CAp/UERJ). Uma vez que a carga de estágio foi ampliada, buscamos no CAp focar o nosso trabalho na produção de material didático diversificado, já que boa parte das discussões teóricas era motivo de debates em disciplinas anteriores. Essa escolha se deveu ao fato de percebermos que, apesar do extenso currículo e do bom nível de discussão teórica, a maioria dos alunos demonstrava despreparo quanto à elaboração de material didático, principalmente no que dizia respeito à preparação de aulas que pudessem vir a fugir de um esquema por eles considerado padrão. Através da 185 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas elaboração de material didático diferenciado, levantamento das dificuldades encontradas e reelaboração desse material preparado pelos alunos a partir das considerações feitas pelo professor orientador, foi possível verificar um melhoria no padrão de qualidade desse material que visaria o respeito à liberdade, o apreço à tolerância, o pluralismo de ideias em busca de um mundo mais equânime - em que as diferenças venham a somar. Tomamos como base para nosso trabalho BRASIL (1988 e 1996), GIOVANNINI, Arno et alii (1996), KATUTA (2003), KOCH (2010), OLIVERAS (2000), SCHNEIDER (2003) e SEVERINO (2000). Palavras-chave: produção de material didático; prática de Ensino; estágio FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS EM INSTITUIÇÕES TECNOLÓGICAS Coordenador: Antonio Ferreira da Silva Júnior (CEFET/RJ, PUCSP) A proposta desta sessão coordenada sobre o tema “Formação de professores de línguas em Instituições Tecnológicas” tem como objetivo, primeiro, reunir trabalhos de professores/pesquisadores sobre a formação inicial e/ou continuada de professores em Instituições Tecnológicas, espaços historicamente de excelência dentro do campo dos saberes exatos e industriais. Segundo, provocar uma reflexão sobre o papel do professor formador frente ao desafio de atuação nesse contexto, onde há a necessidade constante do diálogo entre saberes, da discussão de novas formas de letramento, da flexibilidade curricular e da convivência entre diferentes níveis de ensino. Os professores envolvidos nesta mesa compartilham de uma abordagem discursiva-dialógica da linguagem e defendem a necessidade de uma formação baseada em atividades de cunho reflexivo (CELANI, 2001). Portanto, as bases teóricas que fundamentam os trabalhos dos pesquisadores envolvidos são o interacionismo sócio-discursivo, as concepções de trabalho docente propostas pelas Ciências do Trabalho, o diálogo entre os saberes docentes e as teorias sobre o professor reflexivo. A presente sessão coordenada espera contribuir no debate em relação ao tema da formação (inicial e continuada) de professores de línguas (materna e estrangeira) em Instituições Tecnológicas (temática ainda pouco explorada por pesquisadores da Linguística Aplicada e/ou Educação), a docência experimental e a inserção do licenciando em projetos de cunho teórico-prático, tendo em vista as principais mudanças da educação brasileira desde o século XX. A formação de professores de espanhol no Instituto Federal do Rio Grande do Norte: reflexões sobre a prática docente Antonio Ferreira da Silva Júnior (CEFET/RJ, PUCSP) Nesta apresentação, trazemos para discussão os resultados parciais de nossa pesquisa de Pós-Doutoramento em Linguística Aplicada, cujo objetivo central está em estudar a inserção do curso de Licenciatura em Espanhol no contexto de dois Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia e das concepções de ensino de língua espanhola de professores formadores por meio da análise de relatos decorrentes de entrevistas estruturadas (GIL, 1999; TELLES, 2002), tendo em vista o conceito de abordagem reflexiva (CELANI, 2001; GIMENEZ, 2004). Para esta comunicação, resolvemos fazer um recorte em nosso corpus de análise, direcionando nosso olhar para o estudo crítico do projeto político pedagógico do Curso de Licenciatura em Língua Espanhola do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), pioneiro na oferta de cursos de Letras no cenário da Rede, e no relato de um dos professores formadores. A partir dos estudos da linguagem como prática social (BAHKTIN, 2003), esperamos, neste trabalho, destacar o conceito de língua e de aprendizagem que sustenta o projeto pedagógico do referido curso e confrontá-lo com as reflexões do professor informante sobre sua atuação e prática docente. Esperamos com este estudo divulgar a formação inicial de professores de espanhol nos Institutos Federais, em particular o caso do IFRN, e mostrar a configuração desses novos espaços de formação docente. Para alcançar tais objetivos, recorremos, principalmente, aos estudos teóricos de PARAQUETT (2008), PAIVA (2005), DAHER (2006), DAHER e SANT’ANNA (2010) e CELANI (2001). A construção do conhecimento interdisciplinar na formação de educadores do ensino tecnológico Claudia Maria Vasconcelos Lopes (CEFET/RJ, PUCSP) A presente comunicação tem como objetivo principal historicizar, fundamentar, justificar e problematizar a questão dialógica das disciplinas, ou seja, a proposta interdisciplinar a partir de uma perspectiva pós-moderna 186 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas (Hall, 2000). Em um segundo momento a mesma, visa apresentar o caminho que está sendo percorrido por uma profissional de ensino de língua estrangeira, detalhando as suas opções pedagógicas, que procuram contemplar a interdisciplinaridade, dentro de uma realidade disciplinar. A sala de aula de língua estrangeira foi o cenário inicial onde as pontes foram construídas com outras áreas do saber, e novas práticas foram inauguradas e que vem se fortalecendo com a criação de um grupo de estudo intitulado GTin. Este GT é formado por docentes do seu contexto de pesquisa e se afilia ao projeto pedagógico institucional do CEFET/RJ que visa discutir, refletir, estimular e vivenciar práticas pedagógicas dialógicas no viés Vygotskiano. Porém, durante os encontros do mencionado GT observou-se a necessidade de um aprofundamento teórico, mas amplo que contemplasse a interdisciplinaridade, para que em um segundo a perspectiva interdisciplinar fizesse mais sentido para os docentes envolvidos no processo de aprendizagem. Desta forma, esta comunicação seria mais um passo para que novas discussões sejam inauguradas e que as práticas interdisciplinares tenham base mais sólidas refletindo no fazer pedagógico. Como fio condutor, a comunicação visa historicizar a questão da formação disciplinar, problematizando-a e a levando a reflexão a partir do momento contemporâneo. Para isto, alguns autores como Foucault, Zygmund Bauman, Hall e Ivani Fazenda serão abordados. Além da teoria apresentada no primeiro momento, alguns projetos implementados e outros que ainda estão sendo desenvolvidos no contexto de pesquisa que contemplam a perspectiva interdisciplinar serão apresentados. Todos com o objetivo de dar um caráter interdisciplina a educação tecnológica e ampliar as discussões nas diversas áreas do saber que permeiam o contexto de pesquisa. Concurso público para professor de língua espanhola dos institutos federais Antonio Ferreira da Silva Júnior (CEFET/RJ, PUCSP) Nos últimos anos, em consequência da lei 11.161/2005, que dispõe sobre a oferta obrigatória da língua espanhola, temos acompanhado a abertura de vagas de concurso público para professores de espanhol nas escolas que compõem a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. Porém, nem sempre, o edital e a prova de seleção condizem com os documentos normativos norteadores da atuação do professor da Educação Básica brasileira. A evolução metodológica do ensino de línguas implica também um repensar dos concursos públicos de seleção docente ao magistério, independente do âmbito, seja estadual, municipal ou federal. No entanto, nem sempre o programa do concurso e a prova de seleção (objetiva ou discursiva) ao cargo de professor de línguas estrangeiras, em nosso caso o de espanhol, correspondem às discussões mais recentes da área do ponto de vista linguístico e/ou pedagógico. Muitos concursos ainda se limitam a restringir a avaliação docente a uma mera prova escrita cujos conhecimentos gramaticais da língua estrangeira ocupam o centro das atenções. Esses exames acabam por definir o perfil do professor de língua estrangeira da escola pública brasileira. Não queremos dizer que não seja necessário conhecer a gramática de uma língua para ser professor da mesma, mas acreditamos que exigir somente esse conhecimento não possibilita que o professor/ candidato demonstre conhecimento de outras competências tão importantes para uma prática docente reflexiva. A partir disso, pretendemos neste estudo, apresentar uma reflexão a partir do gênero prova de seleção escrita para o cargo efetivo de professor de espanhol dos Institutos Federais, em particular do Estado do Rio de Janeiro (seleções de 2009 e 2011). Esperamos problematizar a discrepância entre a teoria e a prática e a atuação docente em diferentes níveis de ensino. Como forma de alcançar nossos objetivos, recorremos aos estudos teóricos de Daher (2006) e Paraquett (2009). CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES E DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: ESTABELECENDO RELAÇÕES E ENCARANDO DESAFIOS NA PRÁTICA DOCENTE Coordenador: Ariovaldo Lopes Pereira (UEG) Esta sessão coordenada apresenta três trabalhos que abordam diferentes aspectos do processo de formação de professores, tendo como foco a construção de identidades, seu vínculo com o desenvolvimento de habilidades e a relação entre alunos-professores em formação e os professores-formadores. Os proponentes são membros do grupo de pesquisa denominado ELEL – Estudos Linguísticos e Ensino de Línguas, cadastrado no CNPQ, atuando na linha de pesquisa Processos de Ensino e Aprendizagem de Línguas. O primeiro trabalho é um relato das ações desenvolvidas no âmbito da nova proposta de formação universitária de professores de línguas estrangeiras da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás. O estudo enfoca a construção de identidades dos acadêmicos como professores e como pesquisadores de sua prática. A segunda comunicação refere-se a um estudo desenvolvido no CEPAE da Universidade Federal de Goiás, o qual investiga a contribuição de professores-orientadores de estágio na construção de identidades de futuros 187 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas professores de línguas, indagando como os professores formadores podem contribuir para a construção de identidades autônomas. Partindo da análise crítica de uma unidade de livro didático destinado ao ensino de português como língua adicional, o terceiro trabalho discute a importância de se preparar os futuros professores de línguas para lidar criticamente com materiais didáticos. O pressuposto que fundamenta esse trabalho é de que o desenvolvimento de habilidades de produção, análise e avaliação desses instrumentos pedagógicos deve ser parte essencial da formação da identidade profissional dos trabalhadores da educação linguística. Futuros professores de LEs integrando novas identidades: o desafio das novas diretrizes para a formação do professor da educação básica Eliane Carolina de Oliveira (UFG) Autores como Nóvoa (1995), Pimenta (2002) e Pimenta e Anastasiou (2002) afirmam que a identidade não é um dado imutável nem externo, nem tampouco um produto pronto e acabado que possa ser adquirido, mas um processo de construção contínuo que se dá nas dimensões sociais, históricas e culturais. Isso significa que, por influência das circunstâncias existentes num dado momento histórico e social e das necessidades postas pela sociedade, algumas profissões surgem e se transformam; outras praticamente deixam de existir. Nóvoa (1995) afirma que é mais adequado falar em processo identitário, uma vez que “a construção de identidades passa sempre por um processo complexo graças ao qual cada um se apropria do sentido da sua história pessoal e profissional. É um processo que necessita de tempo. Um tempo para refazer identidades, para acomodar inovações, para assimilar mudanças.” (NÓVOA, ibid, p. 16, grifo do autor). Partindo do pressuposto que a identidade de professor é uma síntese constituída pela soma das várias relações estabelecidas pela pessoa do professor e pelo profissional professor ao longo da sua vida, sendo, dessa forma, um processo em constante mutação, pretendo apresentar nesta comunicação algumas ações implementadas no novo projeto de formação universitária de professores de línguas estrangeiras da Faculdade de Letras da UFG e seus respectivos resultados. A questão da mudança de identidades dos discentes é enfocada, uma vez que eles estão adicionando às suas identidades de alunos a identidade de professor e de pesquisador da sua própria prática. Será dada ênfase ao aspecto da formação do futuro professor para a utilização das novas TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) (BRASIL, 2002; PAIVA, 2001; RAMOS; FREIRE, 2000). Palavras-chave: identidade docente; formação de professores de línguas estrangeiras; TICs. Afinal, como foi a aula, professora? Alguns modelos de feedback durante o processo de supervisão de professores em formação Barbra do Rosário Sabota Silva (UFG/UEG) Este trabalho é um recorte de um estudo bibliográfico sobre a interação na formação universitária do professor de línguas estrangeiras, desenvolvido em nossa instituição. A pergunta do início do título se interpõe com muita frequência no cenário de formação de professores de LE. É comum que estagiários busquem na fala do professor-supervisor um relato que valide sua prática ou alguma consideração sobre o que ainda falta aprimorar para que ele termine seu estágio. Mas como podemos, como professores formadores, agir neste momento tão importante de modo a contribuir para a construção de uma identidade profissional autônoma deste futuro professor? Nosso objetivo/foco central aqui é, portanto, no feedback que ocorre após as observações de aula na escola-campo e, em decorrência disso, a) no evento de observação de aulas, que pode ser um momento de geração de estresse e comprometimento das relações interpessoais (RICHARDS, 1998), que pretendemos discutir e b) na observação e moderação da linguagem utilizada durante as discussões, quando apresentamos e analisamos alguns modelos de críticas observadas comumente nestes momentos, classificando-as em: colaborativa, construtiva e desconstrutiva. Para tal caracterização, foram observados critérios linguísticos e paralinguísticos. Considerando que o momento de feedback pode favorecer o aprimoramento de conhecimentos específicos (como melhorar a acuidade gramatical ou fluência em uma língua, por exemplo), propiciar a reflexão e o desenvolvimento da criticidade sobre a sua atuação como docentes (MAGALHÃES, 1996; LIBERALI, 1996; SABOTA, 2005; BORELLI, 2006) e, ainda, atuar como suporte no modo como o estagiário começa a definir sua identidade profissional (MARSHALL, 2008), este estudo se pauta pela possibilidade de que a interação colaborativa pode acontecer na formação universitária de professores de línguas e favorecer tal autonomia, contribuindo, assim, para a constituição da identidade do futuro professor de línguas. 188 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Palavras-chave: identidade profissional; autonomia; interação colaborativa. Capacidade de lidar criticamente com materiais didáticos: traço essencial da identidade de professores de línguas Ariovaldo Lopes Pereira (UEG) Liliana Gottheim (CEL - UNICAMP) São muitos os desafios que se apresentam no processo de formação de professores e, posteriormente, na sua prática docente do dia a dia. Os cursos de formação de professores têm a função social de contribuir efetiva e eficazmente com o processo de construção de identidades profissionais dos sujeitos que os buscam. Assim, os programas de formação inicial e continuada assumem a difícil tarefa de dar respostas à sociedade que anseia por profissionais da educação conscientes de seu papel social e comprometidos com a transformação dessa sociedade. Nesse sentido, esta comunicação propõe uma discussão acerca da importância de se preparar professores de línguas para lidar criticamente com materiais didáticos. No processo de constituição da identidade desses profissionais esse traço referente à habilidade de produzir, analisar e avaliar, de forma crítica, materiais didáticos para o ensino de língua é de fundamental importância, uma vez que o professor faz uso constante desse tipo de ferramenta em sua prática docente. Assim, com base na análise de uma unidade de ensino-aprendizagem de um material didático de Português para Falantes de Espanhol em nível avançado (Almeida e Barbosa, 2010) e tendo como referência estudos sobre critérios norteadores de processos de elaboração e avaliação de material didático (Dias, 2009; Almeida Filho, no prelo; Tomlinson, 2003; 1998), pretendemos discutir a aplicação de princípios teóricos de abordagem comunicativa intercultural (Hall, 2002; Kramsh, 1998; Byram, 1997) à produção da unidade analisada. Para tanto, apresentamos uma leitura de como percebemos influências teóricas ditadas por abordagem contemporânea na construção dessa unidade de ensino, de forma a suscitar reflexões quanto à importância do professor como agente facilitador no desenvolvimento de competências comunicativas pelos alunos, através do uso de materiais didáticos. Palavras-chave: identidades profissionais; habilidades docentes; análise crítica de materiais didáticos. ESTÁGIO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: TENDÊNCIAS E POSSIBILIDADES PARA O ENSINO DA ESCRITA, DA LEITURA E DA ANÁLISE LINGUÍSTICA Coordenador: Áurea Suley Zavam (UFC) Esta sessão coordenada tem por objetivo mostrar resultados de pesquisas realizadas com alunos de graduação em Letras, especificamente, nas disciplinas de Estágio em Língua Portuguesa. As pesquisas têm como objetivo investigar quais as concepções de escrita e de leitor de estagiários e professores de Língua Portuguesa de escolas da educação básica, bem como o de discutir o ensino de análise linguística nessas instituições de ensino, para que se possa traçar um panorama sobre como são as práticas pedagógicas mais recorrentes desse ensino, como tais práticas poderiam ser e qual a compreensão do papel da gramática na formação do professor de Língua Portuguesa. Para a realização deste trabalho baseamo-nos na teoria sociointeracionista de Vygotsky (1998) e de Bakhtin (1979), a qual nos permitiu considerar o valor interativo e dialógico da linguagem, em Calkins (1989), Rocha (1993), Soares (1997) e Colello (1997, 2007) que nos mostram algumas reflexões sobre a escrita na escola; em Fulgêncio e Liberato (1992), Kleiman (1992), Bakhtin (1997), Cardoso e Teberosky (2000), Pietri (2007), nas reflexões sobre a formação do leitor, e nos estudos funcionalistas de Neves (1997; 2003), que focalizam a relação entre ensino de gramática e uso efetivo da língua; bem como nas propostas de Bortoni-Ricardo (2004; 2005), que possibilitam considerar as teorias da variação linguística no espaço da sala de aula. Os resultados das pesquisas nos mostraram alguns desencontros, entre os estagiários e os professores, em relação ao ensino da compreensão, da produção de textos e da análise linguística. Essa constatação nos permitiu chegar à conclusão de que ainda há muito por se fazer em relação às concepções de escrita, leitor e gramática que norteia o agir do professor. Ensino de análise linguística: o que a prática docente tem a nos dizer Áurea Suley Zavam (UFC) Com o aporte da perspectiva sociointeracionista-discursiva dos estudos da linguagem e das contribuições, 189 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas principalmente, da Linguística Aplicada e da Sociolinguística, este trabalho se propõe a discutir o ensino de análise linguística, visando alcançar três objetivos: i) traçar um panorama sobre como são as práticas pedagógicas mais recorrentes desse ensino; ii) revelar como tais práticas poderiam ser; iii) refletir sobre a compreensão do papel da gramática na formação do professor de língua portuguesa. Para tanto, baseamo-nos na concepção de linguagem como processo de interação, que se ancora fundamentalmente nos postulados de Bakhtin (1992; 2003); nos estudos funcionalistas de Neves (1997; 2003), que focalizam a relação entre ensino de gramática e uso efetivo da língua; nas propostas de Bortoni-Ricardo (2004; 2005), que possibilitam considerar as teorias da variação linguística no espaço da sala de aula. Aliadas a esses pressupostos, foram consideradas, ainda, as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), particularmente no que tange ao ensino de análise linguística. A pesquisa foi desenvolvida com 20 alunos da disciplina Estágio em Ensino de Análise Linguística e 20 professores da rede pública de Fortaleza-Ceará e passou por três etapas. Na primeira, foram observadas 04 aulas de cada professor participante; na segunda, foi aplicado a esses professores um questionário, composto por questões fechadas e abertas; e por último foi analisado o material didático que serviu de suporte às aulas observadas. Os resultados revelaram que, a despeito de vários professores reconhecerem o fenômeno da variação linguística e as contribuições da Linguística Aplicada, a prática da análise linguística em sala de aula ainda se pauta pelos ditames da gramática prescritiva assim como pelas noções de certo e errado no uso da língua. Essa constatação permitiu chegar à conclusão de que ainda há muito por se fazer em relação à concepção de gramática que norteia o agir do professor. Palavras-chave: Ensino de análise linguística. Concepção de gramática. Formação de professor. Concepções de escrita na sala de aula: o que pensam o professor e o estagiário? Monica de Souza Serafim (UFC) Dentre as várias funções delegadas à escola na formação do cidadão, a função de formar escritores exerce um dos papéis mais importantes, pois a escrita fornece ao aluno as condições para alcançar vários objetivos do ensino. Desse modo, uma questão fundamental é a maneira como o estagiário e o professor de Língua Portuguesa concebem a escrita, já que a forma como esta é pensada orienta como será o trabalho escolar com esta modalidade de língua. Assim, pretendemos neste trabalho investigar quais as concepções de escrita dos estagiários do Curso de Letras e dos professores de Língua Portuguesa que lecionam em salas de aula do Ensino Fundamental, e quais as implicações disso para o ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa. Para a realização deste trabalho baseamo-nos na teoria sociointeracionista de Vygotsky (1998) e de Bakhtin (1979), a qual nos permitiu considerar o valor interativo e dialógico da linguagem, e em Calkins (1989), Rocha (1993), Soares (1997) e Colello (1997, 2007) que nos mostram algumas reflexões sobre a escrita na escola. Para empreendermos este trabalho, realizamos uma entrevista do tipo estruturada com 25 estagiários de uma universidade pública, cujo local de prática de estágio em Ensino de Língua Portuguesa ocorreu em escolas públicas de Fortaleza-CE e com 25 professores responsáveis por tais salas de aula. Os dados coletados nesta pesquisa mostraram que dentre as concepções de escrita estruturalista e sociointeracionsta, a concepção de escrita predominante entre aqueles foi a sociointeracionista e entre os professores foi a estruturalista, fato que nos mostra que poucos foram os professores que conceberam a escrita como uma atividade de interação. Isso nos permitiu concluir que é cada vez mais urgente a necessidade de implantar uma política de formação contínua do professor e de incentivo à escrita aos alunos, para que ambos percebam a escrita como um processo interativo. Palavras-chave: Práticas de escrita. Concepção de escrita. Formação de professor. Que leitor formar na escola? Um ponto de partida para as aulas de leitura Ana Célia Clementino Moura (UFC) Muitos alunos apenas decifram os signos linguísticos sem conseguirem compreender o que de fato expressam, com que motivações foram produzidos, a que público se destinam, ou seja, são meros decifradores de palavras escritas que apenas conseguem ler pequenos textos e, à medida que se deparam com textos que apresentam alguma complexidade, as dificuldades de compreensão, interpretação e aplicação os sufocam. Acreditamos que, se os estudantes, desde cedo, forem estimulados a ler nos lugares sociais por que transitam, o hábito e o gosto pela leitura podem ser desenvolvidos, e lhes servirão de excelente ferramenta não apenas para assimilação e compreensão de todas as disciplinas, mas para a sua atuação no mundo. Concebemos que, na escola, só poderão surgir leitores proficientes se lá existirem profissionais preocupados com a formação de 190 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas bons alunos-leitores. Por sua vez, a formação do profissional do ensino da leitura vai requerer que ele tenha claramente estabelecido o perfil de leitor proficiente o qual, indiscutivelmente, deverá convergir para os propósitos que considera indispensáveis nas aulas de leitura. É objetivo deste trabalho verificar, na fala dos formandos de Letras, os caminhos que se cruzam entre: i) o que consideram ser um leitor proficiente; ii) quais devem ser os principais propósitos dos professores nas aulas de leitura, para que sejam formados leitores proficientes. Participaram desse trabalho trinta e seis formandos do curso de Letras da Universidade Federal do Ceará a quem solicitamos: a) descrever um leitor proficiente; e b) apresentar os propósitos que deve ter um professor em aulas de leitura. Do discurso dos participantes, com base em Fulgêncio e Liberato (1992), Kleiman (1992), Bakhtin (1997), Cardoso e Teberosky (2000), Pietri (2007), dentre outros, inferimos que nossos alunos caracterizaram bem o leitor proficiente e que alguns demonstram saber, teoricamente, como proceder para formar bons leitores. Palavras-chave: Leitor proficiente. Formação de professor. Aula de leitura. LICENCIATURA EM LETRAS INGLÊS EM CAMPI DE INTERIORIZAÇÃO DA UFPA: ASPECTOS QUE PODEM IMPLICAR NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES Coordenador: Cíntia Silva de Moura (UFPA) Esta proposta de comunicações coordenadas se justifica pela necessidade de se discutir aspectos de ensino e de aprendizagem de língua estrangeira, no âmbito dos cursos de Licenciatura em Letras Inglês ofertados nos campi de interiorização da Universidade Federal do Pará (UFPA), em sua maioria cursos novos. Apesar de estarem vinculados a mesma instituição, esses cursos constituem espaços de ensino/aprendizagem de língua estrangeira com particularidades que merecem ser exploradas e problematizadas, por meio de atividades de pesquisa, ensino e extensão. Portanto, os trabalhos aqui apresentados têm como objetivo colocar em foco questões relativas à formação do professor de língua inglesa, como por exemplo: a) a identificação e a análise de traços de motivação e autonomia na produção escrita na língua alvo e as possíveis causas que levam à falta de motivação e interesse nessa habilidade linguareira; b) o uso das tecnologias de informação e comunicação (TICs) como meio para se explorar e problematizar a interculturalidade no ensino/aprendizagem de língua estrangeira; e c) a identificação de crenças sobre ensinar/aprender a ser professor de inglês como língua estrangeira e a análise das implicações de tais crenças na formação docente. Os trabalhos aqui propostos dão uma pequena, mas relevante, amostra do rico espaço de pesquisa que os cursos de Licenciatura em Letras Inglês dos campi de interiorização da UFPA vêm constituindo e que apenas começam a ser explorados. Palavras-chave: formação de professores; licenciatura em Letras Inglês; ensino/aprendizagem de línguas. O uso das TICs na formação do professor de inglês: uma proposta de ensino intercultural em Marabá/PA Jairo de Araujo Souza (UFPA/Marabá) Cíntia Silva de Moura (UFPA) Nosso trabalho busca desenvolver projeto de ensino/aprendizagem de língua estrangeira (LE) com enfoque intercultural no âmbito do curso de Letras Inglês da Universidade Federal do Pará (UFPA)/Marabá; tendo como principais preocupações: a) a formação do professor de língua inglesa em sintonia com as possibilidades de articulação da prática docente ao uso das TICs (PAIVA, 2010); b) o uso das TICs com o objetivo de diminuir a lacuna existente entre a cultura escolar e o mundo ao seu redor (CHAMBERS; BAX, 2006); c) o ensino de língua inglesa com enfoque nas dimensões interculturais inerentes ao processo de aprendizagem de línguas (STARKEY; GRIBKOVA e BYRAM, 2001; GIMENEZ, 2007; KRAMSCH, 2009). Nosso trabalho se desenvolve como parte das atividades de Estágio Supervisionado, tendo sido iniciado no primeiro semestre de 2012. Primeiramente, realizaram-se sessões de leitura teórica e discussão sobre os dois principais temas do projeto (uso das TICs e ensino intercultural) e tarefas para a familiarização dos graduandos com as TICs, como embasamento para a elaboração de atividades didáticas e sua experimentação na escola durante o período de estágio propriamente dito, o que está previsto para o segundo semestre de 2012, como o segundo momento do projeto. O desenvolvimento do trabalho já nos permite inferir que os dois temas geram grande interesse e motivação nos professores em formação, ao mesmo tempo em que estes revelam pouco conhecimento e uso das TICs e concepções que territorializam cultura e relações interculturais. Esses primeiros dados apontam para algumas dificuldades e desafios a serem enfrentados pelo professor formador no âmbito da universidade 191 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas e pelo professor em formação no âmbito da escola. Palavras-chave: tecnologias de informação e comunicação; ensino intercultural; formação de professores de língua estrangeira. Fatores que (des)motivam a aprendizagem da produção escrita: uma experiência no campus de Altamira/PA Gizelia Maria Freitas (UFPA) O presente trabalho tem por objetivo apresentar os resultados de um projeto desenvolvido com alunos de Licenciatura em Letras Inglês apresenta uma pesquisa cujo objetivo consiste em detectar e analisar traços de motivação e autonomia para escrever em LE, além de identificar as causas que levam os alunos de um curso de graduação à falta de motivação e interesse na escrita em língua estrangeira. Para tanto, foi realizada uma pesquisa qualitativa, do tipo estudo de caso, tendo como instrumentos de coleta de dados questionários e a produção textual dos alunos, em forma de narrativa de aprendizagem. Com os instrumentos procuramos: a) conhecer os motivos dos alunos para estudar e escrever na língua-alvo (inglês); b) verificar o grau de autonomia dos aprendentes envolvidos. A fundamentação teórica deste estudo sobre autonomia e motivação inclui as contribuições de Benson (2001), Scharle e Szabó (2000), Dörnyei (2001), Dörnyei e Ottó (1998) e Ushioda (1996). Os resultados desta pesquisa proporcionam, aos professores, uma reflexão sobre as abordagens metodológicas utilizadas em seu trabalho, assim como uma análise sobre a realidade do ensino/aprendizagem da modalidade escrita, oferecendo reflexões para o professor, de modo a minimizar, assim, os problemas que vêm dificultando sua atuação em sala de aula. Também possibilita ao professor refletir melhor sobre seu papel como coordenador e motivador da aprendizagem no ambiente escolar, para que esta ocorra num clima de participação e harmonia. Palavras-chave: autonomia; motivação; escrita. O professor que a universidade quer formar e o professor que quero ser: crenças sobre o processo de formação em um curso de Letras Inglês em Marabá/PA Luciana Kinoshita da Silva (UFPA) Este estudo foi desenvolvido em uma universidade pública federal do interior do Pará e apresenta resultados iniciais de um projeto de pesquisa intitulado Ensinar/Aprender a ser professor de ILE: (mudanças de) crenças de professores e alunos sobre o processo. Coletamos dados a partir de narrativas multimodais de aprendizagem de alunos do primeiro ao terceiro ano do curso de Licenciatura em Letras Inglês da instituição com o propósito de identificar as crenças dos sujeitos sobre ensinar/aprender a ser professor de inglês como língua estrangeira para então investigar as implicações de tais crenças em seu processo de formação acadêmica. Os dados produzidos foram analisados com base em Barcelos (2006, 2007 e 2011), Barcelos e Coelho (2010), Simão, Caetano e Flores (2005), Barcelos, Kalaja e Paiva (2008), Bortoni-Ricardo (2008), e Paiva e Nascimento (2011). Resultados preliminares indicam que, independentemente do ano que o aluno esteja cursando, existem ainda várias convergências e divergências em relação à(s) concepção(ões) dos sujeitos a respeito de como a sua própria formação de professor de língua estrangeira deve acontecer dentro da universidade. Concluímos que as diferentes abordagens de aprender/ensinar língua (materna ou estrangeira) com as quais os participantes tiveram contato ao longo de toda a sua vida escolar fizeram com que eles criassem expectativas negativas e positivas em relação à universidade e ao seu processo de formação acadêmica, o que, consequentemente, pode vir a influenciar na sua futura atuação como professor. Palavras-chave: narrativa multimodal de aprendizagem; crenças; formação de professores. COLABORAÇÃO E APRENDIZAGENS: UMA EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO COLABORATIVA DE PROFESSORES DE INGLÊS NO ESPAÇO PIBID Coordenador: Claudia Christian Silva VALK (PG-UEL) Representações dos papeis de professores-supervisores do PIBID 192 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Lilian Kemmer Chimentão (PIBID-UEL) Adriana Grade Fiori-Souza (PIBID-UEL) Tem se tornado cada vez maior o número de programas que visam ao aprimoramento da formação de professores, seja inicial ou continuada. Programas como PIBID, PARFOR, PDE, PRODOCÊNCIA, entre outros, são indicadores de políticas públicas que caminham nesta direção. Frente a esse cenário e em razão de nossa atuação como formadoras no programa PIBID-UEL/2011, sentimos a necessidade de compreender como os professores da educação básica na rede pública de ensino estão percebendo sua própria atuação nesse contexto, uma vez que um dos objetivos do PIBID é justamente “incentivar escolas públicas de Educação Básica, mobilizando seus professores como co-formadores dos futuros docentes e tornando-as protagonistas nos processos de formação inicial para o magistério” (CAPES, PIBID/2011, Portaria 260, p.03). A busca por tal compreensão apoia-se em estudos sobre identidades de professores (REIS, VAN VEEN, GIMENEZ, 2011; HALL, 2006; BOHN, 2005) em sua relação com as tomadas de decisões, ações e sentimentos expressos por esses profissionais. Para tanto, foi solicitado a dois professores-supervisores, vinculados a escolas estaduais da rede pública e integrantes do subprojeto de Letras-inglês/UEL, que redigissem um relato individual da experiência vivenciada até o momento, salientando os papeis ou atribuições assumidos por eles ao longo do trabalho desenvolvido. Vale ressaltar que as considerações feitas nos relatos foram aprofundadas em uma sessão de grupo focal com os dois professores, a qual foi gravada e transcrita. A análise crítica dos dados parece indicar uma relação hierárquica da universidade com a escola, na qual o professor formador ainda é visto como o detentor do conhecimento, e discentes e professores-supervisores como os receptores desse conhecimento. Palavras-chave: formação de professores, representações, identidades Representações de conflito nas falas de professores em um contexto de ensino colaborativo Claudia Christian Silva VALK (PG-UEL) Conflitos geralmente são vistos como negativos, e são frequentemente evitados. Contudo, em contextos de ensino colaborativo, o conflito precisa ser encarado com uma oportunidade de crescimento e desenvolvimento (Donner et. al., 2008). Em seu livro Creative Collaboration, Jonh-Steiner (2000), pesquisadora no campo da psicologia sócio-histórico-cultural, discute o conflito como crucial para práticas bem sucedidas de ensino colaborativo. A partir da perspectiva teórica que entende o desenvolvimento como possibilitado nas e pelas práticas sociais, em dadas culturas e tempos (Vygotsky, 1978) e apoiado nos estudos sobre colaboração (Donner et. al., 2008; Phelan et. al., 1996; Roth et. al., 1999; John-Steiner, 2000; Mateus, 2009; 2011; Magalhães e Liberali, 2009), este trabalho visa analisar e discutir representações de conflito em um grupo de professores de inglês envolvidos em prática de ensino colaborativo em um curso de licenciatura. O que nos interessa é compreender de que maneira os conflitos, inerentes ao trabalho colaborativo, inibem ou possibilitam a transformação da práxis, conforme os professores envolvidos. Os dados foram coletados por meio de gravação em áudio de uma aula de metodologia de ensino, cuja temática era a discussão sobre um episódio acontecido no contexto da escola pública, na qual o grupo realizava ensino colaborativo como parte de seu estágio curricular. A análise indica que, quando o conflito é representado como negativo, há uma tendência ao silêncio e à subordinação e que, quando o conflito é representado como positivo, há uma tendência ao protagonismo. Assim, espera-se que este trabalho possa contribuir para a compreensão, e consequentemente, para a realização de experiências que permitam a consolidação de práticas dessa natureza. Palavras-chave: TASHC. Formação colaborativa. Conflitos. Uma análise sócio-histórica de processos de sentidos no espaço PIBID-UEL/Inglês de formação de professores Marta Gresechen Paiter Luzia de Souza (PG-UEL) Com este trabalho objetivo investigar uma experiência de Formação Inicial e Contínua de Professores de Inglês realizada no/pelo “Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência” – PIBID na Universidade Estadual de Londrina (UEL). É relevante mencionar que este estudo consiste em um recorte de uma pesquisa de mestrado que está em processo de desenvolvimento. Assim, neste trabalho, focalizo alguns dos aspectos analisados no estudo como um todo. Considero o modelo de Formação Colaborativa proposto no subprojeto de 193 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Letras Estrangeiras Modernas/Inglês para analisar aspectos sócio-discursivos que potencializam/inibem possibilidades de aprendizagem(s) dos professores envolvidos. É importante dizer que esta pesquisa parte dos seguintes pressupostos: a palavra como indicador de transformação social (Bakhtin/Voloshinov, 2006) e os espaços engendrados pela iniciativa PIBID como criadores de possibilidades de aprendizagens, as quais podem vir a ser instrumento de um agir transformador-revolucionário do indivíduo e/ou coletivo em suas futuras comunidades de atuação. A metodologia analítica, ou seja, o(s) processo(s) de reflexões conceituais acerca das unidades de significado para a formação de categorias de análise, está alicerçada nos estudos da Análise de Discurso Crítica (ADC) (FAIRCLOUGH, 1992/2001; HALLIDAY, 1994). Os pressupostos teórico-filosóficometodológico norteadores deste estudo baseiam-se na Teoria Sócio-Histórico-Cultural (TASCH) (Vygotsky, 1934; 1989) e em uma perspectiva dialógica de linguagem, fundamentada nos estudos bakhtinianos (Bakhtin, 1997; 2006). Os dados que possibilitam esta análise foram coletados por meio de gravações de áudio dos grupos de estudo, dos quais participaram uma professora-pesquisadora (PP), uma professora-formadoracoordenadora (PFC), uma professora-colaboradora (PC) e nove professores-novatos (PNs). As reflexões deste estudo pretendem levar contribuições a outras propostas de formação inicial e contínua de professores para (re)pensar a (re)criação de possibilidades de produção conjunta de conhecimento. Palavras-chave: Formação colaborativa de professores; Análise sócio-histórica; Processos de sentidos. PRIMEIROS PASSOS E REFLEXÕES DA PARCERIA UNIFESP E ESCOLAS PÚBLICAS DE GUARULHOS A sessão coordenada tem como propósito apresentar reflexões e inquietações iniciais da implantação do Projeto Pedagógico Institucional da Licenciatura em Letras da Universidade Federal de São Paulo. Optamos por priorizar a pareceria universidade-escola, deste modo nossas ações buscam materializar o objetivo de estabelecer uma parceria colaborativa e uma relação horizontal com os atores envolvidos neste processo. As comunicações apresentadas nesta sessão problematizam os caminhos e ações deste início de jornada. A parceria universidade-escola na formação docente: tensões e negociações Simone Nacaguma (UNIFESP) Considerando que “a dificuldade em se introduzir mudanças efetivas na escola deve-se a um modelo hierárquico de treinamento de professores em ação com ênfase na transmissão do conhecimento, em que a teoria e a prática do professor são dissociados” (MAGALHÃES, 2006), o Projeto Pedagógico Institucional da Licenciatura em Letras da Universidade Federal de São Paulo busca, através da implementação do estágio supervisionado, contribuir para a mudança desse quadro. Esse Projeto tem como pressuposto o estabelecimento de uma parceria colaborativa entre Escolas públicas de educação básica de Guarulhos e a Unifesp, porque acredita que a excelência na formação do licenciando pauta-se, necessariamente, na afirmação desta parceria, visto que é por meio dessa interação entre todos os atores envolvidos é que se constrói a formação docente. “O conceito de colaboração, envolvido em uma proposta de construção crítica do conhecimento, não significa simetria de conhecimento e/ou semelhança de idéias, sentidos, representações e valores”, mas implica, na verdade, “conflitos, tensões e questionamentos [...] que propiciem aos interagentes possibilidades de distanciamento, reflexão e consequente auto-compreensão dos discursos da sala de aula e de sua relação com aqueles valorizados” (FIDALGO, 2006). Isso porque a formação docente, não exclusiva do licenciando, traduz-se em um processo de aprendizagem-ensino-aprendizagem ad infinitum em que nenhum dos atores (supervisores do estágio, orientadores nas escolas, toda comunidade escolar etc.) sai “ileso” dessa experiência. A negociação constante é inerente à formação docente, à docência e à pesquisa. Nesse sentido, o objetivo desta comunicação consiste em apresentar algumas reflexões, ainda iniciais, sobre o momento, também inicial, do estágio supervisionado da primeira turma de Licenciatura em Letras da Unifesp, sob perspectiva das parcerias estabelecidas entre a Unifesp e algumas escolas públicas de Guarulhos, uma vez que é nessa “construção conjunta que a comunidade educacional se tornará agente das transformações que, tradicionalmente, vêm sendo pregadas, mas não, necessariamente, efetivadas.” (MAGALHÃES, 2006) Palavras-Chave: Universidade-Escola; estágio; teoria-prática. Os minicursos na parceria escola-universidade: relato de uma experiência Daniela Akie Hirakawa (USP - UNIFESP) 194 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Entre as várias ações que buscam consolidar a parceria firmada com escolas da educação básica de Guarulhos para a realização dos estágios supervisionados dos licenciandos de Letras da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), podemos citar o oferecimento de oficinas pedagógicas e cursos de formação continuada aos alunos estagiários e aos professores da rede pública. É nesse âmbito que no primeiro semestre de 2012 foram organizados três minicursos, com duração de quatro horas, ministrados por docentes da UNIFESP e de outras instituições. Nesta comunicação relataremos a experiência de um desses minicursos, com o objetivo de avaliar de forma crítico-reflexiva essa prática e (re)pensar o planejamento de ações futuras. Como base para nossa análise, utilizaremos as pesquisas que investigam o trabalho docente e a formação de professores (Bueno, 2007; Lousada, 2006; Magalhães, 2006; Cristóvão, 2004; Gimenez, Arruda & Luvuzari, 2004; Castellotti & De Carlo, 1995). Os resultados a serem apresentados serão obtidos através de um questionário de avaliação do minicurso, dos relatórios de estágios dos alunos da UNIFESP e de entrevistas com professores-orientadores das escolas conveniadas. Duas questões orientarão a nossa investigação: (i) em que medida o formato adotado deste gênero (a oficina) favoreceu ou não uma atitude reflexiva sobre o agir docente? (ii) de que forma os conteúdos apresentados contribuíram para o desenvolvimento da prática dos (futuros) professores? Esperamos assim colaborar com as pesquisas no campo de formação de professores de línguas, principalmente no que se refere às modalidades de formação. Palavras-Chave: oficinas pedagógicas – formação de professores – parceria escola-universidade Estereotipia e instrumentalismo: representações sobre ensino de línguas estrangeiras na escola pública Ivan Martin (UNIFESP) Neide Elias (UNIFESP) A despeito do intenso debate sobre o lugar e o papel das línguas estrangeiras no ensino regular, observa-se a prevalência da ideia de que o ensino e a aprendizagem de uma língua estrangeira respondem fundamentalmente a necessidades instrumentais e, quando há alguma referência a aspectos culturais, esta se assenta, principalmente, em estereótipos. A partir da análise de alguns anúncios publicitários produzidos em uma atividade proposta aos estudantes do curso de Letras da UNIFESP, no âmbito da disciplina Práticas de Formação Docente, buscaremos observar de que modo as representações das línguas estrangeiras (espanhol, francês e inglês) geram um discurso que reafirma lugares comuns e, ao mesmo tempo, atribui valor econômico e social a elas. De que maneira, estes estudantes, futuros professores, se apropriam, compartilham, elaboram o que é aprender línguas estrangeiras no ensino regular? Que representações têm sobre as línguas estrangeiras? Como as heranças de sua experiência escolar pregressa impactam na sua visão de língua e cultura estrangeiras? Estas são algumas das questões que pretendemos problematizar, com o objetivo de contribuir com as reflexões que temos promovido na nossa instituição sobre a parceria escola pública e universidade. Para fundamentar nossas análises tomaremos como referencial teórico o conceito de representação social postulado por Moscovici (1978) e Jodelet (1989). Palavras-Chave: estereótipos – representações - língua estrangeira A PRÁTICA DOCENTE REFLEXIVA NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS Coordenador: Dario Pagel (UFS) Do discurso à prática docente no ensino de língua estrangeira Renilson Oliveira (UFS) A presente comunicação permitirá a divulgação de alguns dados interessantes obtidos em nossa pesquisa de doutorado. A temática da tese versou sobre a prática reflexiva no ensino de línguas estrangeiras, com foco nas aulas de espanhol, francês e inglês, ministradas em escolas públicas de Sergipe. Nosso objetivo maior é refletir sobre o resultado detectado entre aquilo que é dito e acreditado pelos professores de LEs em relação à promoção do processo didático-pedagógico e o que realmente acontece durante as suas aulas. Para tanto, foi preciso estabelecer um estudo diacrônico das metodologias havidas no ensino das línguas supramencionadas em contexto nacional e local, buscando um referencial teórico em Claude Germain, Edvige Costanzo, Sabina Kundman, Christian Puren, dentre outros. Em relação à teoria da formação docente reflexiva, necessária à 195 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas análise feita junto aos docentes observados, nosso trabalho trilhou o caminho teórico de Donald Schön, José Contreras, Selma Pimenta, Maurice Tardif, dentre outros. As aulas das três línguas enfocadas foram observadas e filmadas, mas com a intenção de promover um trabalho com o professor e não sobre ele, caracterizando, assim, um processo de reflexão crítica dos professores sobre suas próprias aulas. Dessa forma, a Pesquisa-ação crítico colaborativa foi a metodologia adotada para a obtenção dos dados. Estudos sobre a formação de professores e sua prática sempre apresentar-se-ão incompletos, pois dependem muito da realidade focalizada e do olhar do pesquisador sobre a problematização do tema. Entretanto, os resultados a serem revelados na apresentação se pautaram nas respostas dadas ao objetivo da pesquisa. Nossa pesquisa possibilitou a constatação da tendência de formação atual que poderá aperfeiçoar a prática docente. Porém, não se trata de prescrever o que se deve fazer em seu trabalho didático-pedagógico, mas descobrir estratégias para assegurar a prática reflexiva entre os professores de línguas. Palavras-chave: prática, docente, francês A dicotomia teoria/prática na formação de formadores de Francês Língua Estrangeira Christianne Rochebois (UFV) É o meio-ambiente como um todo – família, escola, bairro, mídias – que assegura a apropriação dos valores comuns a uma comunidade no tempo e no espaço. Nesse conjunto, a formação de professores é uma carta « coringa » para identificar e buscar soluções aos problemas sociais que surgem num cotidiano cada vez mais denso e onde ela – a formação – é fator principal nas consequências efetivas na área (geográfica ou profissional) à qual ela é destinada. A formação do futuro professor de FLE, no nosso caso específico, o bolsista-estagiário do Curso de Extensão em Língua Francesa (CELIF) da UFV nos permite avaliar a insuficiência de uma formação inicial e dinamizar essa formação inicial em um fluxo contínuo. Nós, enquanto formadores de futuros formadores, entendemos que quando se trata de « formação contínua », um planejamento a longo prazo deve ser efetuado, visando uma melhoria também contínua na qualidade de ensino da língua/cultura estrangeira. A qualidade dos formadores que trabalham então a formação contínua deve, por todas essas razões, ser específica e em constante desenvolvimento. Eles devem demonstrar, através de suas práticas e escuta, que eles compreendem e participam das exigências dos professores em formação. Baseamos-nos em trabalhos de Courtillon (2004), Porcher (1995 e 2004) e Tagliante (2006) sobre a graduação das formações dos futuros professores, objetivando demonstrar que elas devem permitir aos estagiários de FLE desmistificar o discurso abstrato dos teóricos, diminuindo a distância entre a teoria e a prática, para elaborar atividades contextualizadas, não se restringindo a « receitas » já pré-determinadas. Palavras-chave: formação inicial e continuada de professores; ensino da língua francesa. (Re)colocar as línguas estrangeiras no sistema educacional Dário Pagel (UFS) A presente comunicação visa continuar o debate sobre a presença de várias línguas estrangeiras no sistema educacional brasileiro, tendo em vista que, para a didática brasileira atual, o estudo sobre o ensino diversificado de línguas, ou seja, o ensino plurilíngue ocupa até agora um lugar muito modesto entre as pesquisas realizadas. Nosso objetivo maior, nesta apresentação, é refletir sobre uma questão mais ampla, ou seja: tería o professor a certeza de que, no meio escolar e fora dele, se tem uma concepção de língua estrangeira que justifique a prioridade que os especialistas pretendem lhe atribuir? As abordagens comunicativa e pós-comunicativa pretendem que a aprendizagem de uma língua tem sempre uma ou várias finalidades. Observa-se com frequência a definição redutora e utilitária de língua como sendo instrumento de comunicação. Porém, na formação de nossos professores, seria pertinente instruí-los sobre a questão se os alunos das escolas têm algo a comunicar ou se pretendem fazer uso da comunicação oral ou escrita. Estariam as resistências, os freios e os bloqueios que enfrenta o ensino diversificado de línguas estrangeiras nas escolas brasileiras, ligados à política educacional? Sabe-se que hoje, uma política linguística não é apenas constituída pelo ensino de línguas (Porcher & Faro-Hanoun, 2000; Castelotti & Moore, 2001). A análise de diferentes situações de ensino, a partir de experiências vividas ou estudadas, permite afirmar o quanto é importante oferecer aos alunos do ensino fundamental e médio da escola de hoje uma política plurilíngue, multicultural e interdisciplinar (Goulier, 2006), todavia oferecendo reais condições à estrutura educacional e, em especial, aos professores, para a aplicação da referida política, assegurando dessa forma a inserção dos alunos brasileiros no mundo globalizado de hoje. 196 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Palavras-chave : política de línguas estrangeiras; formação de professores FORMAÇÃO EM LÍNGUAS ESTRANGEIRAS PARA FINS ACADÊMICOS Coordenador: Deise Cristina de Lima Picanço (UFPR) Este projeto se insere nas ações da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e sua idealização surgiu da constatação de que alunos com fragilidade socioeconômica têm dificuldade de aprofundar seus estudos em línguas estrangeiras durante a graduação, não só pelos preços cobrados pelas escolas e centros de línguas, mas também pelo perfil dos cursos oferecidos por estas instituições, normalmente muito inespecíficos quanto aos seus objetivos. Assim, os cursos de formação em línguas estrangeiras para fins acadêmicos (alemão, francês, inglês e espanhol) possuem como objetivos principais: 1) oportunizar a formação linguística para estudantes de graduação com fragilidade socioeconômica que estejam projetando uma futura participação em cursos de pós-graduação e/ou programas de mobilidade estudantil e outras ações em que o domínio de uma língua estrangeira é pré-requisito ou condição para sua participação; e, 2) aprimorar a formação docente no Curso de Letras, oferecendo um espaço alternativo de vivência/experiência em sala de aula, que privilegia o trabalho em equipe e o aprofundamento em questões teórico-metodológicas, numa perspectiva sociointeracionista e intercultural. Para tanto, os cursos possuem um programa específico que, assim como o material didático, é elaborado e discutido pelo coordenador com sua equipe. Os quatro módulos, de 44 horas/aula, são ministrados por bolsistas e por alunos das disciplinas de Metodologia e Prática de Ensino. O fato de produzirem todo o material didático, com documentos autênticos, de diferentes gêneros textuais, constituindo unidades ou sequencias didáticas, permite a estes professores em formação exercer a docência em condições capazes de promover inovações metodológicas e reflexão sobre a prática docente. Os trabalhos apresentados aqui abordam diferentes aspectos da formação docente no âmbito do projeto, como o trabalho com gêneros e material autêntico, aspectos da interculturalidade no ensino de línguas e a dimensão da pesquisa na formação do professor de línguas. Palavras-chave: ensino de línguas para universitários; espaços formativos e inovação metodológica; formação de professores e reflexão sobre a prática docente ESTÁGIO SUPERVISIONADO E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NA EDUCAÇÃO BÁSICA Coordenador: Deise Nanci de Castro Mesquita (CEPAE/UFG) Comumente, as leis e diretrizes que regem o estágio supervisionado das licenciaturas evidenciam a relevância deste componente curricular do ensino superior para a formação profissional e vivência teórica do licenciando, mas fazem pouca referência aos benefícios que sua presença deve promover para a vida cotidiana da escola campo. Também, embora mencionem o respeito e a parceira que devem nortear a relação entre as universidades e as instituições de educação básica, o que se constata muitas vezes é que à escola campo cabe apenas o papel de receptora, mas não de promotora e veiculadora de um tipo de conhecimento específico, o escolar. Às vezes, parece passar ao largo a compreensão da escola de ensino básico como um lócus de produção e veiculação de conhecimentos teórico-científicos, que contribuem para o aperfeiçoamento técnico, cultural, científico e pedagógico do licenciando, e não meramente como um espaço para se reconhecer e experimentar a “difícil” realidade escolar. Com o intuito de problematizar estas questões, esta comunicação coordenada pretende apresentar e discutir algumas experiências de participação corresponsável desenvolvidas durante o estágio supervisionado de alunos de Letras, em salas de aula de língua portuguesa, tomando como exemplos algumas atividades de leitura literária e de estudos linguísticos previstos nos planos de curso dos ensinos fundamental e médio do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação, a unidade de educação básica da Universidade Federal de Goiás (CEPAE/UFG). A primeira comunicação, intitulada “A Literatura no Programa de Português: desafio ao estagiário de Letras”, aponta tanto a ampliação da compreensão leitora do texto dramático shakespeariano pelos adolescentes, quanto a percepção, pelos estagiários, de que a leitura literária nas aulas de língua materna pode ser uma prática profícua, especialmente quando faz sentido para os sujeitos envolvidos no processo; a segunda, “Poesia na Sala de Aula: desafios e possibilidades na formação de professor e do aluno”, apresenta algumas experiências que colocam o professor em formação (o estagiário) e o aluno leitor em um papel ativo no usufruto do poema em todas as suas potencialidades; e a terceira, “Estágio de Língua Portuguesa e Ensino de Gramática na Escolarização Básica”, discute a forma como alguns textos dos gêneros narrativos conto e crônica são explorados em seu sentido estético, de fruição, tendo como recurso 197 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas também a análise dos elementos linguísticos (morfossintáticos, semânticos e fonológicos) que os organizam. Palavras-chave: estágio supervisionado, ensino de português e educação básica. A literatura no programa de português: desafio ao estagiário de Letras Maria de Fátima Cruvinel (CEPAE/UFG) É indiscutível a importância da leitura no processo de inserção do indivíduo numa sociedade de cultura letrada, daí, no âmbito das práticas pedagógicas de ensino básico, a ênfase dos programas curriculares de Língua Portuguesa na atividade leitora. Contudo, não obstante os esforços institucionais para a democratização do ato de ler, as práticas escolares são determinadas, sobretudo, pela compreensão que o professor tem da leitura. O presente trabalho propõe-se a refletir sobre a prática escolar de leitura, especialmente do gênero literário, abordada na interface com a formação do futuro professor de língua materna na educação básica. Para sustentar essa reflexão, toma-se um projeto de orientação do estágio curricular do curso de Letras desenvolvido no Cepae/UFG, campo de estágio por excelência dos cursos de graduação desta instituição superior de ensino. Orientado pela concepção de leitura como processo de construção de sentidos, e neste como fator constitutivo do letramento do sujeito escolar, o referido projeto de estágio foi idealizado e executado com a pretensão de reafirmar a função estética e humanizadora do letramento literário no âmbito da escolarização básica, precisamente numa turma de 8º ano do Cepae. A proposta pedagógica desenvolvida por estagiários abordou o diálogo entre o cânone – representado na obra literária Romeu e Julieta, de Shakespeare – e diferentes gêneros (HQ, mangá) e linguagem (filmes), que retomam a peça, numa ação cujos resultados apontaram tanto a ampliação da compreensão leitora do texto dramático shakespeariano pelos adolescentes, quanto a percepção, pelos estagiários, de que a leitura literária nas aulas de língua materna pode ser uma prática profícua, especialmente quando faz sentido para os sujeitos envolvidos no processo. Palavras-chave: estágio, educação básica e letramento literário. Poesia na sala de aula: desafios e possibilidades na formação de professor e do aluno Célia Sebastiana da Silva (CEPAE/UFG) A literatura é, conforme afirma Candido, um “instrumento poderoso de instrução e de educação”. É com o seu ensino que se busca cumprir o inciso III da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no que se refere ao aprimoramento do educando como pessoa humana, sua formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico. Isso ratifica a importância da leitura do texto literário nas aulas de Língua Portuguesa. Ocorre que, nem sempre, o modo como se trabalha a literatura nas escolas cumpre o papel básico de formar leitores competentes de textos literários, bem como de consolidar a prática da leitura. Relativamente ao texto poético, em específico, tal dificuldade é mais significativa e preocupante. O presente trabalho pretende problematizar o papel da poesia na formação do leitor literário sob três perspectivas: a do professor como leitor e mediador da leitura do texto poético, observando em que medida uma precariedade na formação do professor como leitor especializado do texto poético interfere na mediação do trabalho com poesia na sala de aula; a do aluno na recepção do texto poético, avaliando como a poesia pode ativar a autonomia do aluno leitor e estimulá-lo para o exercício crítico, criativo e expressivo da linguagem e a do texto poético em si como objeto estético capaz não só de despertar a sensibilidade do aluno leitor, mas também de potencializar-lhe o letramento literário. Para tal, serão apresentadas também algumas experiências com leitura de poesia na sala de aula que colocam o professor em formação (o estagiário) e o aluno leitor em um papel ativo no usufruto do poema em todas as suas potencialidades. Palavras-chave: poesia, ensino e letramento literário. Estágio de língua portuguesa e ensino de gramática na escolarização básica Deise Nanci de Castro Mesquita (CEPAE/UFG) O aprendizado de uma língua pela via do ensino formal de sua gramática tem sido objeto de estudo de linguistas e professores que viveram até mesmo em épocas anteriores à do pai da linguística moderna, Ferdinand de Saussure (*1913). Porém, no Brasil, somente nas quatro ou cinco últimas décadas sua limitação à explicação sobre categorias gramaticais e funções sintáticas vem sendo sistematicamente questionada e 198 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas investigada, motivada principalmente pela aparente dificuldade que algumas pessoas (inclusive as consideradas letradas) demonstram para ler, entender, interpretar e escrever textos. Desde então, os estudos que eram basicamente pautados em um projeto formalista multifacetado e plural sustentado no tripé Saussure, Bloomfield e Chomsky vêm sendo paulatinamente substituídos pelo que se pode designar, segundo Marcuschi (2008, p. 39), “a guinada pragmática, motivada em parte pela filosofia analítica da linguagem impulsionada tanto por Wittgenstein (1889-1951) como por Austin”. Assim, originaram-se as diferentes vertentes da linguística de texto e dos diversos funcionalismos que, de forma geral, baseiam-se nos princípios de que a linguagem tem funções que são externas ao sistema como tal; e que as funções externas influenciam a organização interna do sistema linguístico (MARCUSCHI, 2008). E são estas concepções que norteiam o ensino de português na educação básica do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação da Universidade Federal de Goiás (CEPAE/UFG), quando adota obras literárias clássicas e modernas como exemplares de gêneros discursivos que estruturam o discurso e suscitam a fruição estética dos leitores; e desenvolve o seu estudo linguístico sem restringi-lo à exploração de normas gramaticais, mas priorizando a investigação de sua arquitetura, de suas construções que dão sustentação à estrutura dos textos, identificando, assim, o serviço que cada elemento gramatical presta ao gênero literário. Para exemplificar esta compreensão, nesta comunicação serão apresentadas e analisadas algumas atividades de leitura e escrita de contos e crônicas elaboradas pelos estagiários de Letras durante as reuniões semanais de estudo e planejamento orientados pelo professor de português da escola campo, com o objetivo de desenvolver o letramento literário de alunos dos 6os anos do ensino fundamental. Palavras-chave: gramática discursiva, escolarização básica e estágio supervisionado. DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL: EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA E METODOLÓGICA EM UM PROJETO DE EXTENSÃO Coordenador: Deise Prina Dutra (UFMG) A sessão coordenada propõe trabalhos ligados a um mesmo programa/projeto de extensão, destacando como ações que envolvem a reflexão colaborativa podem ter um papel determinante na vida profissional de professores de inglês. O primeiro resumo apresenta a educação linguística (uso da língua para reflexão, bem como a conscientização sobre o uso da língua) como elemento que empodera os professores participantes. A segunda proposta apresenta reflexões de duas professoras da rede pública que, a partir de sua experiência com a integração de habilidades durante sua participação no projeto de extensão, puderam se sentir seguras para, hoje, atuarem como multiplicadoras na Secretaria de Educação de seu estado. O terceiro trabalho traz a experiência de duas professoras que, além de terem participado do referido programa/projeto de extensão foram selecionadas a participar de um programa de capacitação da CAPES no exterior. A coincidência de objetivos de ambas as iniciativas lhes conferiu melhor preparação linguística, metodológica e reflexiva. A conscientização linguística do professor Deise Prina Dutra (UFMG) Heliana Mello (UFMG) Luciana Oliveira (UFMG) Apresentamos nesta pesquisa resultados de um projeto de extensão de uma instituição de ensino superior que tem promovido tanto a educação linguística quanto metodológica de seus participantes, com base em princípios colaborativo-reflexivos (Dewey 1910; Magalhães 2022, 2004) a fim de empoderá-los (Freire, 1996) como usuários, analistas e professores de língua (Wright e Bolitho, 1993). Nosso objetivo específico é apresentar ações do projeto que destacam a) a linguagem como via de conscientização da prática e b) o uso da língua abrindo caminhos para além do conhecimento SOBRE a língua para promover uma real conscientização da linguagem (Andrews 2007) pelo professor. As práticas propostas no projeto se ancoram em pesquisas que demonstram que colaboração e desenvolvimento reflexivo através da linguagem (Liberali e Magalhães 2009 e Oliveira e Dutra 2008) podem contribuir na renovação das práticas dos professores. A pesquisa apresentada consta de dados coletados em três diferentes momentos no projeto de extensão com professores de inglês que atuam na rede pública de ensino. Primeiramente, apresentamos dados coletados em encontros de um grupo de pesquisa-ação e em entrevistas com três professoras. Segundo, dados de uma apresentação oral e um trabalho escrito frutos do trabalho anual colaborativo de cinco professores. Terceiro, dados coletados através da plataforma TelEduc com 25 participantes sobre atividades para investigação sobre 199 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas a língua inglesa em uso. Os resultados apontam que a) o ambiente reflexivo-colaborativo é visto pelos professores como de grande valia, b) há uma grande preocupação dos participantes em abordar questões estruturais do inglês e isso é reavaliado; c) o trabalho colaborativo permite o desenvolvimento de habilidades lingüísticas dos próprios professores. Concluímos que o desenvolvimento do inglês dos professores os empodera tanto quanto saber usar a linguagem para analisar e refletir sobre sua prática e saber novos métodos e técnicas pedagógicas. Palavras-chave: Concientização linguística, professor, inglês, empoderamento De alunas de um projeto de extensão a multiplicadoras: como é possível integrar habilidades na escola pública Thatiane Rosa de Oliveira Braz (Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais) Selma Aparecida Miranda Alves (Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais) Esse trabalho tem o objetivo de refletir como o conhecimento adquirido no módulo de Habilidades Integradas em um projeto de formação continuada de professores de inglês da rede pública de uma universidade tem influenciado a prática de duas professoras as quais têm atuado como Analistas Educacionais em um Programa de Intervenção Pedagógica (PIP) dos anos finais do Ensino Fundamental da Secretaria Estadual de Ensino de seu estado. O referido programa (PIP) tem a finalidade de implementar o CBC (Conteúdo Básico Comum) de todas disciplinas. Como Analistas de Ensino, as professoras capacitam outros professores, contribuindo com a sua formação continuada e agindo como multiplicadoras do que aprenderam no projeto de formação citado. Neste trabalho as professoras, primeiramente, refletem sobre o projeto de formação (leitura e discussão crítica de textos teóricos atrelados à preparação e à implementação de atividades em sala de aula e módulo linguístico para seu aprimoramento da língua inglesa). Segundo, apresentam suas ações como Analistas Educacionais que envolveram atividades com integração de habilidades e enfatizaram a língua inglesa em uso. Terceiro, analisam as avaliações escritas pelos professores participantes do PIP. Quarto, refletem sobre como experiências de sucesso, como a integração de habilidades, podem ser resignificadas por outros professores. Os resultados apontam que a experiência no projeto de extensão lhes conferiu embasamento teórico e segurança sobre como agir em sala de aula e como avaliar as consequências de certas implementações. As avaliações escritas pelos participantes do PIP revelam que, em sua maioria, os professores saíram satisfeitos e receptivos quanto ao rompimento de paradigmas de um ensino fragmentado das habilidades. Novas práticas podem ser incorporadas por professores quando a capacitação tem componentes teórico-reflexivocolaborativos e valoriza o desenvolvimento profissional do professor de língua, inclusive o seu conhecimento da língua inglesa em uso. Palavras-chaves: inglês, integração de habilidades, multiplicadoras Repensando a prática e o próprio aprendizado de língua inglesa: Experiências em programas de capacitação no Brasil e no exterior Marilane de Abreu Lima Miranda (E. E. Professor Cândido Gomes) Lucienne de Castro Silva (Escola Estadual São Sebastião) Muitos professores de língua inglesa não dominam satisfatoriamente a língua que ensinam, tornando o ensino dessa língua não satisfatório em escolas regulares. Este trabalho relata as experiências de duas professoras de inglês que buscaram formação em um programa de extensão de uma universidade pública e foram selecionadas, posteriormente, a participar de programas da CAPES de capacitação no exterior. Os objetivos de ambos os programas coincidem, tanto na importância dadas ao aprimoramento dos conhecimentos linguístico e acadêmico-metodológicos, quanto na valorização do professor da escola pública. Com base nas atividades dos programas: a) aulas de língua, b) reflexões metodológicas, c) atividades que promoviam a reflexãocolaborativa, as professoras apresentam seus resultados. A nova perspectiva da língua trouxe a realidade tanto para seu próprio aprendizado de inglês quanto para seus alunos, tornado-as mais seguras para ministrarem inglês. As duas professoras relatam que passaram a questionar suas atuações em sala de aula como professoras e a recorrer às teorias para embasar a prática. Nesse sentido, a prática passou a incorporar a análise de problemas e busca de soluções para uma ação renovada, quando necessário. Ambos os programas incentivaram ações colaborativas entre seus participantes, esse exercício trouxe benefícios, a princípio não esperados, tais como o conhecimento sobre a realidade do ensino de inglês em outras regiões do Brasil quando da participação das atividades no exterior e a segurança para trabalhar com grupos de professores de 200 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas outras disciplinas ao retornar à escola de origem. As professoras concluem que adquiriram conhecimentos linguísticos, culturais e metodológicos que as enriqueceram pessoal e profissionalmente. Palavras-chave: programas de capacitação, inglês, reflexão EXPERIÊNCIAS COM PROGRAMAS DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DA REDE PÚBLICA Coordenador: Denise Maria Margonari (UNESP) Nesta Sessão de Comunicação Coordenada serão apresentados relatos de trabalhos de formação continuada desenvolvidos com professores de língua portuguesa da rede pública de ensino, visando proporcionar reflexões acerca da importância desses programas. Na primeira comunicação, apresentaremos um panorama da área com o objetivo de analisar os programas de formação de professores de língua materna em serviço, enfatizando a necessidade do desenvolvimento de pesquisas acerca desta temática para que estes profissionais passem por processos de atualização constantes. Em seguida, serão reladas experiências relacionadas ao Programa de Formação Continuada Teia do Saber Ações Descentralizadas, que apontam para a necessidade de desenvolvimento de ações que promovam o contato contínuo entre os diferentes níveis de ensino, propiciando um momento em que professores Universitários, do Ensino Fundamental e Médio possam trocar experiências para benefício de todos. Para finalizar, discorreremos acerca do Programa Gestão da Aprendizagem Escolar (GESTAR II), projeto que se encontra ainda em desenvolvimento, mas que permite reflexões importantes acerca do perfil dos professores e suas expectativas ao participarem de cursos de formação. Entendemos que os programas de formação continuada devem ser planejados levando em consideração as experiências dos participantes, suas necessidades e expectativas, bem como envolver discussões de questões teórico-práticas que ajudem os professores a desenvolverem atividades mais significativas que colaborem para o desenvolvimento da competência comunicativa dos alunos. Palavras-chave: formação continuada; língua portuguesa; rede pública de ensino Formação continuada de professores de língua portuguesa: relacionando formação inicial e prática profissional Denise Maria Margonari Em levantamento realizado na área de Educação durante a década de noventa acerca da pesquisa sobre a formação de professores no Brasil, André (2000) constatou que nos trabalhos sobre as Licenciaturas, a maior parte enfatiza o estudo das disciplinas pedagógicas e específicas e o currículo de cada curso. Enquanto a atuação do professor também é razoavelmente estudada, na formação continuada, observa-se que a maioria dos estudos se concentra em propostas governamentais ou da Secretaria de Educação, em programas e cursos de diferentes instituições, em processos de formação em serviço e na prática pedagógica. Assim como na formação inicial, as pesquisas também se relacionam a aspectos específicos, como uma disciplina, um curso ou uma proposta de formação e as principais questões levantadas nesses trabalhos coincidem com aquelas da formação inicial: o currículo, a estrutura ou o funcionamento do curso. Mais uma vez, temos um quadro fragmentado e parcial da formação docente. Nesse sentido, o objetivo desta proposta é trazer reflexões sobre a formação de professores de língua materna em serviço, enfatizando a necessidade do desenvolvimento de pesquisas acerca desta temática, especialmente no que diz respeito à articulação entre a formação inicial e a prática em serviço, com vistas a ampliar a visão sobre a Licenciatura em Letras. Palavras-chave: formação de professores, Língua Portuguesa, professores pré-serviço e em serviço. Formação continuada de professores: um processo educativo Maria Elisabete Burque (Faculdades Claretianas) O trabalho a ser apresentado tem como objetivo relatar as experiências vivenciadas e resultados obtidos como professora e coordenadora do curso de Letras das Faculdades Integradas Claretianas – Rio Claro no Programa de Formação Continuada Teia do Saber Ações Descentralizadas - promovido pelo Governo do Estado de São Paulo, através de sua Secretaria de Educação, Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas e Diretorias de Ensino. Durante quatro anos, foram idealizadas e realizadas atividades pertinentes a esse programa com 201 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas duração de 120 (cento e vinte) horas. A estrutura curricular dos módulos foi construída a partir de temas ligados ao ensino de Língua Portuguesa, indicados pela Secretaria de Educação e que visavam a formação de docentes do Ensino Fundamental I e II a qual, acreditamos, deva ser contínua e progressiva, o que se apresenta como uma iniciativa extremamente válida e profícua no sentido de contribuir efetivamente para a melhoria da qualidade do ensino básico. O projeto desenvolveu uma metodologia de trabalho variada com aulas expositivas, dinâmicas de Grupo, debates, atividades de reflexão e uso da linguagem a partir do contato com diferentes tipos de textos (filmes, textos literários, músicas, pinturas, peças publicitárias etc.) e oficinas. A intenção era promover um ambiente de reflexão mesclado a atividades práticas, que possibilitem ao professor condições satisfatórias para ampliação de seus conhecimentos bem como uma avaliação sobre sua conduta, com vistas à melhoria e ao aperfeiçoamento de suas atividades docentes. A experiência proporcionada pelo trabalho no programa Teia do Saber durante estes anos corroborou muitas das nossas expectativas, reforçando a necessidade de desenvolvimento de ações que promovam o contato contínuo entre os diferentes níveis de ensino, para benefício de todos. Palavras- chave: formação continuada – língua portuguesa – Teia do Saber Relatos de um programa de formação continuada de professores de língua portuguesa da rede pública Ana Paula de Lima Esta apresentação tem como objetivo apresentar alguns dados relativos ao Programa Gestão da Aprendizagem Escolar (GESTAR II), que oferece formação continuada, na modalidade semipresencial, na área de Língua Portuguesa e Matemática aos professores do Ensino Fundamental II da rede pública. Desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC), este ano o programa está sendo realizado na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Campus de Rio Claro, contando com 120 horas presenciais e 180 horas de atividades a distância para cada área temática. Na área de Língua Portuguesa, há 17 professores tutores, de diversas regiões do Estado de São Paulo, participando do programa. Durante a formação, são discutidas questões prático-teóricas que são, posteriormente, trabalhadas pelos tutores com os professores cursistas de suas cidades. Dentre os vários aspectos estudados, destacamos o trabalho sobre questões sociolinguísticas (POSSENTI, 2000; BERTONI-RICARDO, 2004), letramentos (MARCUSCHI, 2001; ROJO, 2009) e gêneros textuais (MARCUSCHI, 2001; KOCH; ELIAS, 2011; ANTUNES, 2009). Os cursistas são responsáveis por desenvolver as atividades propostas com seus alunos e relatar ao professor tutor os resultados obtidos. O programa ainda esta em andamento, sendo assim, vamos nos limitar a contextualização do programa e apresentar algumas das atividades propostas aos tutores sobre variantes linguísticas, bem como planejamentos por eles elaborados. Palavras-chave: formação continuada – língua portuguesa – variantes linguísticas PIBID FRANCÊS/FURG: REFLEXÕES E AÇÕES PARA A REINSERÇÃO DO ENSINO DE FRANCÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA (FLE) NA EDUCAÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DO RIO GRANDE Coordenador: Eliane Misiak (FURG) Pretendemos, através desta mesa coordenada, apresentar algumas ações do Subprojeto de Francês, integrante do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID, desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande desde julho de 2011. O grupo é formado por uma coordenadora, duas professoras supervisoras e doze graduandos bolsistas, acadêmicos do curso de Letras Português-Francês. Neste momento, o subprojeto atua em duas escolas públicas, uma de ensino fundamental e uma de ensino médio. O subprojeto, atendendo aos objetivos gerais do projeto institucional PIBID/FURG, pretende favorecer processos de formação inicial e continuada de professores de língua francesa através da integração entre a educação superior e a educação básica, de modo a promover uma formação docente sólida e compromissada com a qualidade da escola pública. Especificamente, o projeto pretende contribuir para reinserção da língua francesa nas escolas de ensino básico do município do Rio Grande. Neste contexto, a primeira comunicação – PIBID FRANCÊS/FURG: pensando o ensino de francês no município de Rio Grande –, pretende apresentar o subprojeto, seus objetivos, metas e resultados parciais. As duas outras comunicações – Reinserção do Francês Língua Estrangeira (FLE) na rede pública estadual e A experiência do PIBID no ensino de Francês Língua Estrangeira – pretendem apresentar as experiências que estão sendo desenvolvidas em cada uma das escolas parceiras no intuito de recuperar ou criar espaços para o ensino do francês nas escolas das redes municipal e estadual do Rio Grande. 202 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Palavras-chave: PIBID; Formação Inicial e Continuada; Francês Língua Estrangeira (FLE). PIBID Francês/FURG: pensando o ensino de francês no município do Rio Grande Eliane Misiak (FURG) Pretende-se, através desta comunicação, apresentar o Subprojeto de Francês, vinculado ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande desde julho de 2011. Neste momento, o subprojeto atua em duas escolas públicas, de ensino fundamental e de ensino médio, e conta com a participação de duas professoras supervisoras, além de doze acadêmicos do curso de Letras Português-Francês. O subprojeto, atendendo aos objetivos do projeto institucional PIBID/FURG, pretende favorecer processos de formação inicial e continuada de professores de francês, através da integração entre a educação superior e a educação básica, de modo a promover uma formação docente sólida e compromissada com a qualidade da escola pública. Especificamente, o projeto pretende contribuir para reinserção do francês nas escolas de ensino básico do município do Rio Grande. Para este fim, e com base na Perspectiva Acional proposta pelo Quadro Europeu Comum de Referência (CONSEIL D’EUROPE, 2000), que defende a promoção de metodologias que reforcem a independência do pensamento, do julgamento e da ação combinada com a responsabilidade e o saber-fazer social, tem-se refletido sobre o papel do ensino das línguas estrangeiras na educação de base e a necessidade da criar uma política linguística (CALVET, 2007) fundamentada numa perspectiva plurilíngue e intercultural. Além das reflexões teóricas e do desenvolvimento de práticas pedagógicas que compreendem o aprendente como um ator social, está-se fazendo uma pesquisa sobre a presença e a exclusão do francês do currículo das escolas públicas, municipais e estaduais, do Rio Grande. Espera-se que essas ações, somadas, contribuam para a reformulação da oferta das línguas estrangeiras, mais especificamente do francês, no município, oportunizando aos alunos do ensino básico o acesso à aprendizagem de outras línguas e, também, criando ofertas de trabalho para os egressos das licenciaturas de língua estrangeira e de francês em particular. Palavras-chave: PIBID; Política Linguística; Francês Língua Estrangeira. Reinserção do Francês Língua Estrangeira (FLE) na rede pública estadual Rosana Saggioni Moraes (FURG) Esta comunicação apresentará como está sendo aplicado o Subprojeto PIBID-Francês no Colégio Estadual Lemos Júnior na tentativa de reinserir o francês como disciplina optativa ou como componente da grade curricular e, através dele, mostrar às instâncias estadual e municipal, a importância da sua oferta, bem como de outras línguas estrangeiras, às comunidades assistidas pela educação pública. Extinto desde 2007 da grade curricular, o ensino do Francês retorna a essa escola por meio de ações didático-pedagógicas exercidas por professora nomeada para o exercício dessa disciplina e orientadas pela coordenação do Subprojeto PIBIDFrancês. Conjuntamente, atuam seis bolsistas responsáveis pela pesquisa de materiais diversos que complementam as atividades propostas pelo método aplicado. Apoiamo-nos para a execução deste trabalho nas orientações descritas no Quadro Europeu Comum de Referências (CONSEIL D’EUROPE, 2000), que considera o aprendente como um ator social, e nas teorias apresentadas e discutidas nas rodas de formação que acontecem semanalmente desde o início do Subprojeto, em julho de 2011. Além de discussões feitas a partir da leitura dos Parâmetros Curriculares Nacionais, contribuíram para as nossas reflexões sobre a prática pedagógica os autores J.-P. Cuq, Isabelle Gruca e Hélène Vanthier. O método selecionado, as leituras e discussões dos referenciais teóricos e as reuniões realizadas com o objetivo de partilhar experiências têm-se mostrado ferramentas fundamentais para os resultados do Subprojeto, que na primeira edição atendeu 25 alunos e, atualmente, atende um público de mais de 30 estudantes em dois módulos de ensino. Percebeu-se, portanto, que a prática que inscreve o trabalho docente na diversidade e faz da escola um espaço onde as diferenças podem ser reveladas e respeitadas, valorizando a reflexão sobre o plurilinguismo, é fundamental para que o ensino de FLE seja reinserido nas redes de educação pública. Palavras-chave: PIBID; Reinserção do FLE; Ator Social. A experiência do PIBID no ensino de Francês Língua Estrangeira Vanessa Pintanel Dantas da Silva (FURG) 203 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas O presente trabalho se propõe a mostrar brevemente a experiência que vem sendo realizada na E.M.E.F. Cidade do Rio Grande, através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, Subprojeto de Francês, com o ensino de francês língua estrangeira (FLE). O projeto iniciou em julho de 2011 em duas escolas da rede pública do município de Rio Grande e, diferentemente dos demais subprojetos, o de francês não possui turmas regulares para o desenvolvimento das ações, visto que o ensino de FLE não consta da grade curricular das escolas das redes municipal e estadual. O planejamento, realizado juntamente com a coordenadora do projeto, as professoras supervisoras e os bolsistas, tem por objetivo fazer com que o aluno conheça a si mesmo, o outro e o mundo ao seu redor através da língua francesa. A proposta, fundamentada no Quadro Europeu Comum de Referência (CONSEIL D’EUROPE, 2000), parte da Perspectiva Acional, para a qual o aluno não é um mero aprendente de situações preestabelecidas, mas sim um ator social capaz de interagir em diferentes contextos, pensar e refletir sobre a aprendizagem de uma língua e cultura estrangeiras para, assim, poder valorizar e construir sua própria identidade. O trabalho desenvolvido no subprojeto de Francês resgata o ensino da língua em instituições públicas no município de Rio Grande. Além disso, a participação direta dos bolsistas em todas as etapas do processo – pesquisa, planejamento, observação, bem como a produção de material didático, tem um papel fundamental na sua formação inicial. Para as professoras supervisoras, a participação neste projeto proporciona uma reflexão sobre a sua própria prática, o que contribui para a formação continuada, na medida em que se percebe a necessidade de buscar e discutir novos saberes e práticas. Palavras-chave: PIBID; FLE; formação inicial e continuada. FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE ESPANHOL: EXPERIÊNCIAS DE UM CURSO SEMIPRESENCIAL Coordenador: Elzimar Goettenauer Marins Costa (UFMG) E a gramática? O projeto FOCOELE como um instrumento de desenvolvimento de reflexões sobre o ensino do sistema formal da língua a partir do contexto Renata de Aquino Barão (UFMG) O uso do Diário Reflexivo no Projeto FOCOELE Thayane Silva Campos (UFMG) Reflexões sobre como o projeto FOCOELE pode contribuir para a formação continuada de professores de espanhol no que se refere à abordagem da gramática Patrícia Silva de Moura (UFMG) Sabe-se que a formação de um professor é um processo continuo, pois a fluência e os conhecimentos gramaticais não são suficientes para responder às perguntas: “Como desenvolver o senso de cidadania em aula de Línguas Estrangeiras? Como trazer para Línguas Estrangeiras questões que podem desenvolver esse senso de cidadania?” (OCEM, p. 91), “nesse processo de recontextualização, o que fazer com a gramática?” (OCEM, p. 110). Por isso muitos professores de E/LE buscam a formação continuada como auxílio para desempenhar seu papel no ensino do espanhol no contexto da escola. Considerando-se esta realidade, criouse em 2010 o Projeto de Extensão FOCOELE (Projeto de Formação Continuada de Professores de Língua Espanhola) da FALE/UFMG. Trata-se de um curso semipresencial que objetiva ser um espaço de reflexão e aperfeiçoamento linguístico e metodológico para o professor do ensino básico. Em 2012, o projeto teve como propósito trabalhar a questão do ensino da gramática em contexto, contribuindo assim para a reflexão sobre as perguntas citadas acima. Nesta comunicação serão apresentados os resultados de uma análise feita ao longo do curso, com os seguintes objetivos: identificar a concepção de ensino/aprendizagem de língua estrangeira e as dificuldades reveladas pelos professores nas tarefas iniciais de sondagem, partindo da hipótese de que ainda prevalece a concepção de que aprender uma língua é memorizar estruturas gramaticais descontextualizadas e de que nem sempre o professor tem o domínio necessário para ensinar determinados 204 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas temas; uma vez confirmada essa hipótese, verificar se, depois das leituras e discussões realizadas durante o curso, há alterações significativas na forma como os professores concebem a abordagem da gramática nas aulas de espanhol, por meio das unidades didáticas que re (elaboram). Palavras-chave: Formação continuada; Material didático; Gramática O PIBID E A FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA: DIÁLOGOS PROFÍCUOS ENTRE TEORIA E PRÁTICA, ENTRE ESTÁGIO E DOCÊNCIA Coordenador:Elzira Yoko Uyeno (UNITAU/SP) Os trabalhos que congregam a sessão de comunicação coordenada em proposição compartilham, a partir de diferentes perspectivas teóricas, a preocupação com a relação estabelecida entre a teoria e a prática no ensino de língua materna e com a identidade do professor de línguas. Mais precisamente, focalizam os processos de construção identitária do professor de língua materna dos níveis fundamental e médio a partir de sua inserção no universo escolar, locus de sua atuação, propiciados tradicionalmente pelos estágios supervisionados e, de forma inovadora, por programas de incentivo de iniciação à docência como o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID. As pesquisas analisam como a relação estabelecida entre a teoria e a prática mobilizada por esses programas se realizam e quais são os efeitos dessa relação na identidade do professor de língua materna. Formação inicial do professor de línguas em diálogo com a escola pública: pesquisa sobre a construção identitária Vera Lúcia Batalha de Siqueira Renda (UNITAU/SP) A especificidade que se pretende apresentar nesta comunicação é a possibilidade de formação profissional inicial de professores de línguas em parceria com a escola pública de modo ampliado, ou seja, realizando-se nela uma pesquisa sobre a construção identitária dos alunos. Dessa forma, o objetivo da presente comunicação é apresentar dados e análises das falas dos alunos, coletadas em momentos diferentes, sobre sua prática. A pesquisa de cunho qualitativo desenvolvida paralelamente às atividades PIBID se assenta em fundamentação teórica multidisciplinar, de interface sócio-histórica. Nela, vinte alunos, bolsistas do programa, responderam a um questionário de dez questões sobre diferentes aspectos vivenciados nas quatro escolas públicas em que atuavam. Foram considerados o conhecimento do contexto sócio-cultural da escola, a inserção dos bolsistas nas unidades escolares, a avaliação diagnóstica assistida pelas professoras supervisoras das escolas, bem como as formas de diálogo e interação na relação com os pares. Nas respostas, podemos perceber facetas da sua construção identitária: graduandos/bolsistas vão tecendo(se) e (re)elaborando(se) ao longo das atividades e vivências compartilhadas no processo. Pudemos perceber, pela análise dos dados, que a formação identitária dos bolsistas, jovens futuros professores, ocorre mediante as interações vivenciadas entre os próprios alunos, as supervisoras, os alunos das escolas integrantes do programa e as intervenções da coordenadora – papel da universidade no processo de formação profissional do aluno. Resultados parciais da análise validam não só o programa como um todo, mas apontam para a formação do aluno crítico, criativo que estabelece pontes entre os conteúdos aprendidos; revelam-nos também alunos abertos para acolher as diversas realidades dos seus futuros alunos. Palavras-chave: formação inicial; identidade; formação de professores Discussões, estágio e formação do professor de línguas Eveline Mattos Tápias-Oliveira (UNITAU/SP) Maria do Carmo Souza de Almeida (UNITAU/SP) O objetivo desta comunicação é apresentar uma experiência efetuada nas disciplinas Didática Específica I e Estágio Supervisionado ministradas nos últimos anos do curso de Letras de uma universidade do interior paulista. O enfoque adotado foi de cunho vygotskyano e bakhtiniano. Foi proposta aos alunos uma prática interativa e dialógica com as teorias fundantes do trabalho pedagógico, com leitura e com produção de textos, as quais estavam em discussão na sala de aula. Os alunos, de posse dos conteúdos, iam ao estágio procurando observar a realidade frente os textos estudados. Resultados apontam para uma forma inovadora de 205 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas observação das aulas pelos alunos, o que propiciou a eles um espaço de reflexão individualizada que transitou entre a sala de aula na universidade, continuou no estágio e voltou à sala de aula para socialização das observações e realimentação crítica das teorias estudadas. Nesse cenário, questionou-se a teoria, a prática e a extensão da validade de ambas frente às realidades concretas vivenciadas no estágio, o qual passou, então, por um processo de ressignificação: não mais um estágio para observações assistemáticas, mas sim um estágio em que a atenção era orientada a um objetivo pré-estabelecido em função do que foi estudado. Ao mesmo tempo, os alunos entenderam que a teoria na prática pode ser aplicada de formas diferentes, dependendo dos alunos, do professor, da escola, da disciplina... Os relatórios finais comprovam que a experiência teve impacto positivo na formação desses jovens professores de línguas, que passaram a ser mais críticos não só para com sua formação e suas observações do entorno, mas também mais maleáveis e acolhedores de diferenças. Essa nova perspectiva agregou um significado inovador às aulas de Prática de Ensino e Didática Específica e, como efeito inesperado, também ajudou na (re)construção das professoras formadoras. Palavras-chave: formação inicial; estágio; identidade PIBID e a formação inicial e continuada de professores de Língua Portuguesa: parrhesia, ethos e tekhné Elzira Yoko Uyeno (UNITAU/SP) Do temor da inexperiência pelo licenciando em línguas, por um lado, e da preocupação da ineficácia da experiência acumulada pelo professor formado de línguas, por outro, constituiu-se o problema da pesquisa a se relatar. Mais precisamente, o temor do desconhecimento de como aplicar todo o conhecimento adquirido pelo licenciando em línguas, por um lado, e da ansiedade em conseguir a adesão dos alunos às atividades de ensino do professor de línguas experiente constituiu o problema. A hipótese para essas preocupações foi: licenciandos e formados têm uma visão teleológica, isto é, de um lugar aonde se chegar, da docência, quando se trata de um processo e, como tal, contínuo. Analisar o discurso de licenciandos e de formados em Letras e nele encontrar essa visão teleológica e analisar suas subjetivações em suas atividades como participantes do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID constituíram os objetivos, fundamentando-se na Análise do Discurso de linha francesa e na psicanálise lacaniana. Resultados da pesquisa revelaram que as funções atribuídas aos licenciandos e aos professores supervisores das unidades escolares pelo PIBID têm o potencial de produzir um efeito parrésico postulado por Foucault: exigindo daqueles encontrar a palavra precisa que promova a melhoria do aluno do nível de ensino fundamental sob sua responsabilidade e, destes, a palavra que promova a melhoria daquele, o PIBID se realiza como processo de formação inicial e continuada, atenuando suas visões teleológicas da formação do professor de línguas. Para além da parrhesía que comporta, à análise de Foucault (2004), de um lado, o procedimento moral ou o ethos e, de outro, o procedimento técnico ou a tekhné do mestre em relação a seu discípulo que se fizeram perceber e revelaramse responsáveis pela construção da identidade do professor de língua materna, os resultados revelaram aspectos relativos a identificações de ordem psicanalítica. Palavras-chave: formação continuada; identidade; psicanálise SESSÃO COORDENADA Coordenador: Fábio Luiz Villani (Secretaria Municipal de Educação de São Paulo) Ensino de inglês para crianças e formação de professores: resultados preliminares de parceria entre universidade e sistema municipal de educação Lívia de Araújo Donnini Rodrigues Em 2012, face à implantação do Programa Língua Inglesa no Ciclo I nas escolas vinculadas à Secretaria Municipal de Educação de São Paulo (SMESP), estabeleceu-se a parceria entre a SMESP e a Fundação de Apoio à Faculdade de Educação da USP (FAFE) para oferta de Formação Continuada dos professores de língua inglesa da rede municipal e acompanhamento das ações de implantação do Programa. Para a apresentação e discussão dos resultados obtidos nessa parceria SMESP/FAFE, parte-se da compreensão de que o Programa Língua Inglesa no Ciclo I representa a introdução de uma inovação curricular, e que uma inovação não necessariamente implica em mudança direta das práticas escolares (MARKEE, 1997). Para 206 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas situar essa discussão, serão também apresentados os objetivos e o desenho curricular da Formação Continuada, incluindo aspectos relacionados à modalidade de formação adotada (RODRIGUES, 2005), a relação entre conhecimento linguístico e pedagógico (FREEMAN, 2012), e a organização e sequenciamento das etapas de formação e acompanhamento. Além disso, temas como a interação entre L1 e L2 no ensino para crianças e a relação entre os índices de proficiência almejados e a antecipação-quantidade-qualidade da exposição à L2 serão problematizados tendo como referência os resultados parciais do projeto ELLiE [Early Language Learning in Europe] (LOPRIORI, 2009; MIHALJEVIĆ DJIGUNOVIDĆ, 2012) e os resultados preliminares do Programa Língua Inglesa no Ciclo I a fim de contribuir para implantação ou revisão de políticas linguísticas voltadas para a Educação Básica no país. Palavras-chave: Formação Continuada, Parceria Universidade-Rede, Ensino de Línguas para Crianças Multiletramentos em aulas de LI no Ensino Fundamental I: resultados de um trabalho colaborativo entre a universidade e a rede pública Renata Quirino de Sousa Janice Gonçalves O ensino de língua inglesa nas séries iniciais do ensino fundamental – 1º ao 5º ano – foi implementado em 2012 nas escolas municipais da cidade de São Paulo e, com o intuito de facilitar tal implementação, a Secretaria Municipal de Educação (SME) propôs um trabalho de formação e de colaboração entre a Universidade de São Paulo (USP) e professores que passaram a atuar neste ensino, cujo foco está na oralidade, uma vez que é por meio da língua falada que primeiro se constroem maneiras de ser e estar no mundo (BAKHTIN / VOLOSHINOV (1981 [1929]). A proposta dessa implementação, intermediada pelo trabalho colaborativo entre professoras-formadoras contratadas pela FAFE (USP) e professores da rede, é de proporcionar aos aprendizes vivências na língua inglesa por meio de imagens, sons e gestos, presentes em histórias e músicas infantis, em vídeos e brincadeiras, trazendo para dentro do contexto da aula as multimodalidades (LANKSHEAR, SNYDER e GREEN, 2000; KRESS, 2003; GEE, 2006). Entre as questões que emergem dessa colaboração, está o papel da língua materna e da língua alvo, já que os alunos, nesse momento, encontram-se em fase de construção da linguagem escrita em língua materna (SOARES, 2004). Outra questão preponderante é o quanto, sob o impacto das novas tecnologias e da grande diversidade cultural e linguística provocada por tempos de globalização, as necessidades desses estudantes com relação aos seus processos de letramento – ou seja, de construção dos usos sociais das linguagens oral e escrita – têm mudado fortemente o foco dos objetivos pedagógicos no ensino de línguas. Por meio de dados coletados durante o trabalho colaborativo, pretende-se abordar estas e outras questões que se mostrem pertinentes durante o processo. Palavras-chave: escola pública, trabalho colaborativo, ensino fundamental I Inglês no Ensino Fundamental I: relatos de uma professora da rede pública em processo de pesquisa colaborativa Gisele Silvério Rosana Machado Piuvezam Como professoras de inglês da Rede Municipal e tendo participado da implantação do Ensino de Inglês nos Anos Iniciais do Fundamental I pretendemos descrever e analisar influências do trabalho de formação e colaboração proposto pela SME em parceria com a FAFE USP em nosso cotidiano escolar. Nesses relatos, destacaremos o papel da formação em serviço para o trabalho em sala de aula com crianças de seis a dez anos. Partindo da conjetura de que a noção sociointeracional da linguagem parte do pressuposto de que a construção do significado é social, de modo que a comunicação se dá à medida que os interlocutores constroem um campo de conhecimento comum, ocorrendo inúmeras negociações de sentido durante a interação e que cada interlocutor traz seus conhecimentos e os testa, a fim de perceber se o que conhece garante o sucesso da interação, haverá autonomia e adequação para a efetiva comunicação entre os pares. Assim, afirmamos que, ao seguirmos ideias de autores como Vygotsky, teremos, consideravelmente o protagonismo de nossos alunos durante as aulas de língua estrangeira e estes perceberão que a língua será apenas um objeto de mediação na comunicação com o outro. Com todas as sugestões propostas durante o trabalho colaborativo, tem havido maior envolvimento por parte dos alunos nas atividades desenvolvidas e, assim, a maioria destes atingiu as expectativas nas aulas de língua inglesa: por diversas aulas, isso resultou 207 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas em participação espontânea (cantar, ordenar, perguntar em inglês, participar dos momentos de contação de estórias, de jogos e de brincadeiras), propostas de novas atividades vindas deles, aumento no repertório, e comunicação mais eficaz na língua materna. Palavras-chave: LI, ensino fundamental I, pesquisa colaborativa. LINGUAGEM E TECNOLOGIA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA Coordenador: Fabíola Aparecida Sartin Dutra Parreira Almeida (UNEMAT) Esta sessão coordenada objetiva apresentar e discutir estudos que abordam a formação do professor de Língua Estrangeira, destacando os desafios do professor da escola pública, o papel da tecnologia na formação do professor de LE sob a ótica da linguística sistêmico-funcional. Almeja, também, refletir sobre a inserção das novas tecnologias no cotidiano do professor de Inglês e de espanhol, que, por sua vez, requer uma preparação tanto no que tange aos desafios da Educação a Distância (EAD) e presencial quanto ao desenho dos materiais didáticos, das interações entre os envolvidos, entre outros. Serão apresentados trabalhos que tratam do papel do professor de espanhol na escola publica e de fronteira, do uso de fóruns online na sala de aula de inglês, da identidade do professor de inglês no ambiente digital e da análise de registros de alunos e professores com relação às novas tecnologias na sua formação enquanto futuros professores de línguas. Em todos os trabalhos, serão observados aspectos linguísticos, discursivos, textuais e contextuais com base nos pressupostos da Gramática Sistêmico-Funcional (Halliday, 1994; Martin, 2000) que servirão de apoio para a análise dos dados. Trata-se de um momento ímpar em que professores e pesquisadores se encontram para discutir a formação do professor de Língua Estrangeira no contexto brasileiro. O uso de foruns na formação do professor de inglês: uma análise dos elementos de atitude Esta comunicação tem como objetivo apresentar uma análise dos registros escritos dos participantes de foruns de discussão online em uma disciplina de Lingua Inglesa no curso de Letras. Nesses fóruns, foram discutidos textos sobre a formação do professor de inglês. Para tanto, o presente estudo utiliza-se dos pressupostos teóricos e metodológicos que embasam a comunicação mediada pelo computador, bem como o modelo de Comunidade de Investigação (Community of Inquiry model) proposto por Garrison, et al (2000); Garrison et al , Rourke et al (2001), Anderson et al (2001), bem como os estudos que fundamentam a utilização de foruns no ambiente educacional (Anderson & Kanuka, 1997; Collins & Berge, 1995; Paiva, 2010). Nesta parte serão apresentadas as características gerais das Presenças (Social, Cognitiva e de Ensino), porém, o enfoque será na Presença Social nos fóruns. Para a analise dos elementos avaliativos que evidenciam as presenças, este estudo terá como suporte os fundamentos da Gramática Sistêmico-Funcional (Halliday, 1994); Avaliatividade/Appraisal: Martin (2003); Hunston & Thompson (2000); Eggins & Slade (1997).Os dados foram coletados a partir do discurso escrito dos participantes ao expressarem suas opiniões em dois fóruns realizados na disciplina de Língua Inglesa VIII. As análises indicaram que as escolhas léxico-gramaticais de atitude no discurso dos alunos refletiram os tipos de resposta de solidariedade que os alunos esperam obter de seus interlocutores, mais ainda, a ansiedade de ser um futuro professor de inglês no mundo globalizado, o que coaduna com os tipos de presença evidenciados nos fóruns. Assim, pode-se observar que os alunos utilizaramse das categorias de atitude para se referir ao próprio desenvolvimento profissional abrangendo suas carências, suas aspirações e seus sonhos no desejo de uma melhoria na sua vida enquanto profissional da educação. Palavras-chave: Comunicação mediada pelo Computador, atitude, formação docente. O uso das novas tecnologias na formação docente: prática emergente no cenário acadêmico? Este estudo é uma pesquisa em desenvolvimento que tem como objetivo apresentar uma análise do discurso docente e discente de uma universidade do centro- oeste brasileiro, sobre o uso das novas tecnologias no cenário acadêmico. Discutir acerca do uso/funcionalidade da ferramenta tecnológica na formação docente torna-se fundamental nos dias atuais. Nesse sentido, partimos do pressuposto de que a tecnologia se faz presente na maior parte das atividades diárias fazendo com que a comunicação seja mediada pelo computador. Em consequência desse cenário, um ambiente linguístico é recriado artificialmente, em que o 208 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas professor e o material didático são forçados a se integrarem nesse mundo digital (Paiva, 1995). Este estudo propõe, então, verificar se há uma “consonância” na utilização da tecnologia como ferramenta pedagógica na formação docente, na opinião de professores e alunos do curso de letras/inglês. Para tanto, utilizamos os construtos teóricos da Linguística Sistêmico-Funcional com base nos estudos de Halliday (1994) Halliday e Mathiessen (2004), Eggins (1994) e a formação de professor de língua estrangeira (Celani, 2003; Paiva, 1996; Moita-Lopes, 2006; Assis-Peterson e Cox, 2007). Os dados foram coletados por meio de observação e gravação de aulas e entrevistas com os professores e universitários, transcritos, organizados e categorizados pela ferramenta computacional WordSmith tools (Scott, 1997). Serão destacados os elementos léxicogramaticais presentes no discurso dos participantes relacionados ao uso da tecnologia na sala de aula. Esperase, portanto, que esta proposta reflexiva contribua com pesquisas futuras na área da Linguística Aplicada (LA) com foco na formação docente e, sobretudo, instigue práticas tecnológicas no contexto ensino/aprendizagem de línguas na contemporaneidade. Palavras-chave: Formação do professor de LE; Tecnologia; Linguística Sistêmico-Funcional. Ensino do espanhol na escola pública: uma análise do discurso docente sob a perspectiva da gramática sistêmico- funcional A necessidade de se pensar em políticas de línguas é uma realidade que abrange vários aspectos, tais como, o fortalecimento de inter-relações, sejam elas afetivas, sociais e culturais, formando assim, um espaço multicultural e multilíngue, favorecendo o indivíduo em todo o seu contexto social. Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo apresentar uma análise do discurso docente de professores de Língua estrangeira – Espanhol no que se refere às dificuldades enfrentadas no contexto de sala de aula da escola pública, que vão desde o ensino de estrutura linguística do espanhol até a falta de proficiência linguística do professor. Abordaremos essa problemática considerando os estudos desenvolvidos na área da Linguística Aplicada com o foco na formação do professor, autores como Celani (2003), Moita-Lopes (2006), Leffa (2009), Paiva (1996) dentre outros; e para a análise linguística serão utilizados os pressupostos da Gramática sistêmico-funcional (Halliday 1994) com o foco no sistema de avaliatividade (Martin 2000, Martin e White 2005). Os dados foram coletados por meio de entrevistas com professores de espanhol de uma escola pública, organizados e categorizados utilizando o programa computacional WordSmith Tools Scott (1997). A análise dos elementos avaliativos presentes no discurso docente aponta para uma necessidade de se discutir a criação de políticas de ensino de línguas conforme preveem as orientações curriculares para o ensino público. Palavras-chave: Ensino do espanhol; Discurso; Gramática Sistêmico-Funcional CRENÇAS E MOTIVAÇÃO DE APRENDIZES E PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA EM CONTEXTOS PRESENCIAIS E VIRTUAIS DE ENSINO Coordenador: Fernanda Costa Ribas (ILEEL/PPGLE/UFU) Esta sessão coordenada tem por objetivo discutir os conceitos de crenças, auto-crenças e motivação na área de ensino e aprendizagem de língua inglesa em contextos diversos, procurando estabelecer interfaces entre esses aspectos. A disposição em estabelecer elos entre os referidos aspectos reside no fato de pretendermos examinar o processo de ensino e aprendizagem de língua inglesa de forma a problematizar como o modo de pensar de professores e alunos, ou seja, suas percepções, quer seja de si mesmos ou de aspectos acerca da língua/cultura inglesa, do ensino e aprendizagem dessa língua, e o contexto podem afetar sua disposição para ensinar ou aprender, ou seja, sua motivação. Os trabalhos apresentados se baseiam em Williams e Burden (1997), Brown (2000), Oyserman (2000), Dörnyei (2001), Barcelos (2004, 2006), dentre outros. O primeiro trabalho aborda a relação entre motivação e auto-crenças de dois professores de língua inglesa, em formação inicial, durante sua atuação em cursos de extensão de inglês presenciais, desenvolvidos para alunos de nível básico. O segundo trabalho propõe uma investigação entre as crenças e a motivação de uma professora em formação em uma disciplina de inglês instrumental à distância. O terceiro trabalho investiga as crenças de aprendizes de Língua Inglesa a respeito do povo norte-americano, sua cultura e sua língua e a possível relação dessas crenças com a motivação para aprendizagem de língua estrangeira. Ao final da sessão, implicações para pesquisa na área de crenças e afetividade, além de sugestões para a formação de professores e para o ensino e aprendizagem de língua inglesa em contextos presenciais e virtuais serão discutidas com os participantes. Palavras-chave: crenças; auto-crenças; motivação 209 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Auto-crenças e motivação de professores de língua inglesa em formação inicial Fernanda Costa Ribas (ILEEL/PPGLEL/UFU) Motivação do professor significa comprometimento, energia, esforço, entusiasmo, desejo de aprender, além de senso de direção e propósito (MORGAN et al, 2007). Para Dörnyei (2001), a motivação do professor é caracterizada por um componente intrínseco, está ligada a fatores contextuais, apresenta uma dimensão temporal e pode sofrer várias influências negativas. Além dessas quatro características apresentadas por Dörnyei, acrescento as percepções do professor quanto a sua própria prática em sala de aula, suas autocrenças, como possíveis influenciadoras de sua motivação. Entendo auto-crenças como percepções ou imagens que os professores formam a respeito de si mesmos. Segundo Markus e Nurius (1986), Markus e Wurf (1987) e Oyserman (2001), elas provêem incentivos, padrões, planos e regras a serem seguidos pelo ser humano, podendo apresentar, portanto, conseqüências motivacionais. Tendo como base os pressupostos apresentados, discutirei aspectos da motivação e auto-crenças de dois professores de língua inglesa, em formação inicial. Os resultados que serão apresentados são um recorte de um projeto de pesquisa em andamento cujo objetivo é analisar de que forma diferentes aspectos cognitivo-afetivos (tais como a motivação, a ansiedade e as auto-crenças) se relacionam e influenciam o comportamento de professores pré-serviço e em serviço. Os dados que serão apresentados dizem respeito à fase 1 do estudo e foram coletados no período de março a dezembro de 2010 com dois professores em formação inicial, durante sua atuação em cursos de extensão de inglês desenvolvidos para alunos de nível básico. A partir de dados obtidos por meio de diários, entrevista semi-estruturada, questionário e sessões de visionamento com os professores, analiso os tipos de percepções/imagens (atuais e futuras) que os professores apresentam sobre si (e sobre sua prática) e como essas se relacionam com sua motivação. Dessa forma, mostro que tanto imagens positivas, quanto negativas parecem servir de estímulo para o comportamento do professor. Palavras-chave: auto-crenças; motivação; formação de professores Aprender inglês à distância: crenças e motivação de um professor de línguas em formação Cristiane Manzan Perine (ILEEL/ PPGEL/UFU) Este estudo propõe uma interface investigativa da relação entre crenças e motivação de aprendizes de inglês em uma disciplina de inglês instrumental à distância (IngRede). Trata-se de um recorte de uma pesquisa de mestrado, em fase inicial, cujos participantes são dez alunos de diferentes cursos de graduação de uma universidade federal de Minas Gerais. Considerando crenças como um conjunto de opiniões e ideias que alunos e professores têm a respeito do processo de ensino e de aprendizagem de línguas (BARCELOS, 2006), e os referencias de motivação como sendo a responsável pela escolha por uma ação particular, a persistência em mantê-la e o esforço despendido para fazê-la para alcançar um objetivo (DÖRNYEI, 2001), aliamos esses conceitos ao contexto virtual de aprendizagem, o qual causa uma reconfiguração nos papeis de professores e alunos (PAIVA, 2008). Desse modo, buscamos analisar quais as crenças de graduandos sobre aprender inglês à distância, como se caracteriza sua motivação para aprender nesse contexto e como suas crenças se relacionam com sua motivação. Recorremos a um questionário inicial, diários reflexivos, entrevista e observação da participação dos alunos na plataforma do curso para obtenção de dados. Para os fins deste trabalho, propomos um recorte que visa analisar os dados referentes a uma professora em formação, de 56 anos, aluna do curso de Letras, inscrita no IngRede. Esperamos suscitar reflexões acerca da disponibilização de disciplinas de línguas na modalidade virtual nos cursos de Letras e problematizar a possível relação entre crenças, motivação e ações, e como tal relação pode exercer impacto no modo dos aprendizes de participar e interpretar um curso de inglês à distância, o que pode repercutir em seu papel como aluno e, futuramente, como professor. Palavras-chave: crenças; motivação; inglês à distância Motivação e crenças sobre os Estados Unidos: um estudo sobre o ensino/aprendizagem de língua inglesa para alunos de nível intermediário Olívia Maria Santos de Lima (ILEEL/UFU) 210 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Pretende-se com essa apresentação apresentar resultados parciais de um projeto de pesquisa em andamento no que diz respeito às crenças que aprendizes de Língua Inglesa possuem a respeito do povo norte-americano, sua cultura e sua língua. O projeto visa ainda investigar uma possível relação dessas crenças com o fenômeno da motivação para aprendizagem de língua estrangeira, relação essa que também será discutida neste trabalho. Partimos do pressuposto de que as crenças que os alunos constroem podem sofrer influência principalmente das séries e filmes produzidos pela mídia norte-americana e ainda que a construção dessas crenças possa interferir na relação de aprendizagem. Tendo em vista a popularização das TVs por assinatura e o fenômeno de downloads na rede mundial de computadores, não se pode negar que o aprendiz de língua inglesa tenha, em função da tecnologia, um maior acesso a fontes de produção da língua, tais como séries e filmes de língua inglesa, especialmente estadunidenses. Esse acesso coloca o aluno em contato com valores, modos de agir, falar e pensar da cultura norte-americana que podem levar a um conjunto de crenças sobre o país, seu povo e sua cultura. Questionamos se essas crenças podem auxiliar ou inibir a aprendizagem dos alunos. A referida pesquisa está sendo realizada por mim, professora em formação inicial, em uma de minhas turmas de nível intermediário, composta de 20 alunos, de uma Central de Línguas de uma universidade de Minas Gerais como parte de um projeto de extensão. Os dados que serão apresentados foram coletados por meio de entrevista semi-estruturada com os alunos e diários reflexivos sobre as aulas ministradas. O estudo tem como base os trabalhos de Barcelos (2004) e Mendes (2009) sobre crenças, bem como Gardner e Lambert (1972), Williams e Burden (1997), Brown (2000) e Dörnyei (2001) sobre motivação. Palavras-chave: crenças de alunos; motivação; aprendizagem de língua inglesa O USO DO TEXTO LITERÁRIO NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS: FUNCIONALIDADES, CRENÇAS E FORMAÇAO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES Coordenador: Gisleuda de Araújo Gabriel (Grupo de Pesquisa LEER - Literatura: Estudo, Ensino e (Re)leitura do Mundo) O uso do texto literário no ensino de línguas estrangeiras: panorama dos estudos na Universidade Estadual do Ceará Cleudene de Oliveira Aragão (UECE- GPLEER) Depois do advento do método comunicativo, começou-se a reavaliar o papel do texto literário (TL) no ensino de línguas estrangeiras, que retorna como um valioso recurso para o desenvolvimento da competência comunicativa, segundo Mendoza (2007). Nosso trabalho tem como objetivo apresentar um breve panorama das pesquisas realizadas sobre esse tema no âmbito do Grupo de Pesquisa LEER - Literatura: Estudo, Ensino e (Re)leitura do Mundo, do Programa de Pós-graduação em Linguística Aplicada da Universidade Estadual do Ceará, que se reúne desde dezembro de 2009. Utilizamos como fundamentação teórica estudos sobre educação literária (MENDOZA, 2004) e formação leitora (COLOMER, 2007; MENDOZA, 1998; TURCHI e SILVA, 2006); pesquisas sobre letramento (KLEIMAN, 1995; KLEIMAN e MATENCIO, 2005; PAIVA, 2003; SCHOLZE e RÖSING, 2007), letramento literário (COSSON, 2009) uso do texto literário no ensino de LE (MENDOZA, 2007, SANTOS, 2007, ALBADALEJO, 2004) e formação de professores (ANDRADE, 2004). Os dados vem sendo coletados na Universidade Estadual do Ceará, em cursos de idiomas e escolas públicas e particulares, através de instrumentos como questionários para alunos e professores, atividades com textos literários e protocolos de avaliação de material didático, durante os anos de 2008 a 2012. Há estudos sobre: crenças de alunos e professores sobre o uso do TL em aulas de espanhol como língua estrangeira em escolas de ensino médio; crenças de professores em pré-serviço sobre sua preparação para o uso do TL em aulas de idiomas (espanhol e inglês); e estudos sobre melhora de desempenho comunicativo a partir do uso do TL. Os resultados apontam para crenças dos professores sobre sua insuficiente preparação para trabalhar com esses gêneros textuais em suas aulas de E/LE e a necessidade de complementar a sua formação inicial e continuada para fomentar o uso do TL em suas aulas de língua estrangeira. Palavras-chave: Uso do texto literário. Ensino de língua estrangeira. Formação de professores. Propostas para o uso do texto literário e para a formação continuada de professores de espanhol do ensino médio de escolas públicas Girlene Moreira da Silva (IFRN- GPLEER) 211 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Esse trabalho é parte da nossa pesquisa realizada no período de 2009 a 2011, durante o mestrado em linguística aplicada, na qual investigamos as crenças de dezoito professores egressos do curso de letras Espanhol da Universidade Estadual do Ceará (UECE) sobre o uso ou não do texto literário como ferramenta para o ensino e aprendizagem de Espanhol no Ensino Médio de Escolas Públicas de Fortaleza e a relação entre essas crenças e sua prática docente. Como base teórica, recorremos aos estudos de autores como Widdowson (1984), Cosson (2006), Mendoza (2004, 2007), Aragão (2006), Souza (2008), Santos (2007), Barcelos (2004, 2006, 2007), Leffa (1988, 1991), Almeida Filho (1993), Pajares (1992), Alvarez (2007), Celani (2002, 2009), Miccoli (2007, 2010), Moita Lopes (1996), dentre outros. Os resultados mostram que embora os professores reconheçam a importância do uso do TL nas suas aulas; nem sempre suas crenças correspondem às suas ações na prática docente. Diante dos resultados, reconhecemos a necessidade de projetos que auxiliem o professor na sua prática docente não somente com relação ao uso do texto literário, mas também com relação ao que fazer dentro da sala de aula do Ensino Médio. Percebemos que são necessárias iniciativas que ajudem o professor com sua prática docente e com a construção e desconstrução de crenças que facilitem o seu trabalho. Com isso, ao final da nossa pesquisa, além de apresentarmos algumas propostas didáticas para a utilização do TL no ensino de E/LE nesse contexto de ensino, apresentamos também um projeto de formação continuada para a preparação do professor (egresso ou não da UECE) não somente com relação ao uso do TL, mas para a melhoria da sua prática docente como um todo. Palavras-chave: Professor de Espanhol. Uso do texto literário. Formação Continuada. Crenças sobre o uso do texto literário no ensino de francês/língua estrangeira: uma experiência de letramento literário com professores em formação na UECE Gisleuda de Araújo Gabriel (UECE- GPLEER) Entre os recursos utilizados na formação e a aprendizagem de língua estrangeira (LE), as obras literárias permanecem um tanto relegadas porque tem-se considerado com frequência que o texto literário é uma modalidade do discurso linguisticamente complexa e muito elaborada que tem pouca influência na aprendizagem comunicativa (MENDOZA, 2007). Atualmente, entre as pesquisas referentes ao ensino e aprendizagem de línguas, os estudos sobre crenças apontam para a grande relevância na formação de professores. Segundo os estudiosos da área, o desvelamento das crenças, dentro de cada contexto da prática de ensino dos professores, permite ao professor uma melhor adequação de objetivos, conteúdos, abordagem e de procedimentos metodológicos no processo de ensino e aprendizagem. Portanto, esta pesquisa tem por objetivo averiguar a mudança (ou não) das crenças de professores em formação do curso de Letras Francês da UECE, sobre o uso do texto literário a partir de práticas de leituras literárias no ensino do FLE. Utilizaremos como suporte teórico os estudos de WIDDOWSON (1991), ALMEIDA FILHO (2005), MENDOZA (2003, 2004, 2007), BARCELOS (2010, 2006), VIEIRA-ABRAHÃO (2008), SILVA (2010), COSSON (2011), KLEIMAN (2008), ROJO (2009), MARCUSCHI (2011), SCHENEUWLY, B. & DOLZ (2004), dentre outros. Este trabalho de pesquisa, em andamento, se efetivará no âmbito do curso de Letras da UECE, com professores de francês em formação que, em contato com reflexões teóricas e metodológicas sobre o uso do texto literário no ensino da língua francesa, adequarão à sua realidade os conhecimentos adquiridos ao longo de sua formação acadêmica. Diante do resultado de algumas pesquisas, nota-se a necessidade de desenvolver em contextos de formação de professores, as competências indispensáveis à utilização do texto literário em práticas leitoras, no intuito de formar, em nossas Universidades profissionais capacitados e aptos a utilizar o texto literário como recurso didático em suas práticas de ensino. Palavras-chave: Crenças sobre o uso do Texto literário. Ensino da Língua Francesa. Formação de professores. PARCERIAS ENTRE UNIVERSIDADE E ESCOLA: QUESTÕES, DILEMAS E PERSPECTIVAS Coordenador: Hamilton de Godoy Wielewicki (UFSC) Os alinhamentos legais e parcela significativa das referências conceituais têm apontado, ao longo das duas últimas décadas, para a necessidade de uma articulação mais profunda e uma relação menos hierarquizada entre universidades e escolas de educação básica nas atividades referidas à formação docente. Em que pese ser razoavelmente simples postular relações mais simétricas entre tais instituições, ainda há um conjunto considerável de barreiras operacionais (e até mesmo conceituais) a dificultar que universidade e escola relacionem-se de modo mutuamente respeitoso e proveitoso. A proposta desta sessão coordenada é discutir a 212 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas questão das parcerias entre universidade e escolas de educação básica a partir de proposições e de experiências que reforçam o sentido, a pertinência e a relevância de ações integradas de ambas as instituições na formação de professores. Relações colaborativas na formação de professores em parcerias entre universidade e escola: reflexões e proposições Partindo do tema geral da sessão coordenada, a proposta neste trabalho é tratar da relação entre universidade e escola na formação de professores em termos de arranjos curriculares e administrativos que favoreçam a construção de relações colaborativas entre ambas instituições. Para tanto, será feito um breve percurso por experiências de parcerias dessa natureza em diferentes contextos dentro e fora do Brasil. Com base neste mapeamento, a exposição fará um recorte sobre duas questões que de algum modo são recorrentes nos currículos das licenciaturas de universidades brasileiras: o isolamento e a fragmentação. Feita esta problematização, o trabalho assume um tom propositivo, enfatizando referenciais pautados na colaboração, no compromisso mútuo e na possibilidade de impactos positivos para a ação formativa – tanto inicial, quanto continuada – em ambas as instituições. Parceria escola-universidade: discutindo a importância de políticas conjuntas na formação de professores Discutirei nessa intervenção minhas percepções, como professora de Inglês, acerca do estágio curricular no contexto da Educação Básica no Colégio de Aplicação (CA/UFSC). Essa escola tem um papel crucial na formação dos estagiários dos cursos de licenciatura na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Dada a sua natureza experimental e sua orientação pedagógica, é creditado a essa instituição o fato de ter uma atmosfera apropriada para a prática dos estagiários de diferentes cursos de licenciatura. A discussão, guiada pela prática de auto-reflexão e de reflexão conjunta, focará nas práticas interpessoais entre professora da casa (escola), estagiários e professores do Estágio supervisionado. Para tanto, apresentarei a definição de formação de professores, introduzindo a teoria pedagógica que embasa o ensino de Inglês e a formação de professores no contexto do Colégio de Aplicação. Para concluir, à luz de nossas representações sobre o ensino de Inglês e de experiências conjuntas com estagiários e professores da disciplina de estágio supervisionado, discuto ações e conexões que temos procurado desenvolver no sentido de "romper a persistente dicotomia teoria/prática em relação ao conhecimento necessário das questões educacionais na formação de professores" (Lucena & Bazzo, 2009). Universidade e escola básica: relações de parceria co-laborativa A literatura na área de formação de professores de línguas estrangeiras vem apontando, desde a década de 90, para a necessidade de a universidade estabelecer redes de colaboração mais simétricas e menos hierárquicas com a escola de educação básica no que tange à formação do docente reflexivo e crítico. A implantação do novo currículo do Curso de Licenciatura em Letras/Inglês da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) instigou-nos a pensar sobre como seria um projeto de formação inicial que contemplasse relações dessa natureza, considerando que a disciplina de Estágio agora existente desdobra-se num contínuo de dois semestres. Neste trabalho, será feito um relato da experiência de parceria co-laborativa entre os professores da disciplina de Estágio Supervisionado e os professores de inglês do Colégio de Aplicação, colaboradores no processo de formação do professor de língua estrangeira-inglês reflexivo e crítico, enfatizando o impacto dessa relação na formação e desenvolvimento profissional dos envolvidos e a complexidade da rede estabelecida. AULAS DE LÍNGUAS COMO ACESSO À CIDADANIA: PROBLEMATIZANDO O ENSINO E A FORMAÇÃO DOCENTE Coordenador :Hélvio Frank de Oliveira (UFG/UEG) 213 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas O principal intuito desta comunicação coordenada é observar e discutir sobre como as línguas materna (português) e estrangeira (inglês) podem conduzir a abordagem do professor à construção da ética, do respeito às diferenças, de preceitos de cidadania – tão necessários em se tratando de vida em sociedade, de problematização das preocupações sociais como um todo. Nesse sentido, a língua torna-se, para o professor, um instrumento que pode provocar, ao mesmo tempo, o insumo necessário e foco principal dos professores, se considerarmos as relações técnicas e pedagógicas corriqueiras. E, principalmente, contribuir para a promoção da construção de um mundo mais justo e menos desigual. “Com que gramática eu vou?!” dilemas na formação e no ensino de lngua materna Léa Francisca dos Santos Silva (UEG) Hélvio Frank de Oliveira (UFG/UEG) Este trabalho tem por objetivo de estudo averiguar o que os formandos em Letras da área de Linguística/Língua Portuguesa compreendem por gramática e como eles trabalham e/ou pretendem trabalhá-la. Para tanto, foram utilizados os pressupostos teóricos de profissionais da área de Linguística Aplicada, tais como: Pezatti (2007) e Cunha (2008), Holliday (1967), Jakobson (1969) (2001), Labov (1987) e Dik (1989). Neves (2008), entre outros. Trata-se de um estudo de caso (STAKE, 1994) pautado pelo paradigma qualitativo, foram utilizados, também, dados numéricos, no intuito de contribuir para a compreensão do leitor. (NUNAN, 1992). Esta investigação foi conduzida com uma turma de alunos do quarto ano do curso de Letras de uma universidade pública estadual de Goiás. Os instrumentos utilizados foram questionário nos formandos, fechado e aberto, bem como observações de aulas de LP com registro de notas de campo (VIEIRA-ABRAHÃO, 2006) e narrativas visuais (KALAJA et al, 2008). Os resultados indicam a recorrência da escolha do professor em formação sobre o tipo de prática adotada ancorada à sua concepção teórica, sempre em confronto com suas abordagens pedagógicas de ensino. O que significa dizer que o professor em formação está em processo de aquisição e apreensão do atual/teórico na Universidade e a aplicação deste em situação/prática e real de ensino. Incluindo as abordagens da(s) gramática(s) vinculada à prática de ensino para a reflexão e compreensão do sistema formal e funcional da LP. Palavras-chave: Abordagem de ensino. Língua Portuguesa. Professores em Formação. A importância da alfabetização e do letramento na prática docente Adriana Gomez Bezerra (SEDUC-GO/UEG) A proposta que este estudo desenvolveu esteve orientada na importância de se discutir os processos de letramento e alfabetização como processos complexos que, embora distintos, são interdependentes, caminham juntos, indissociáveis, não podendo, assim, haver uma dicotomia entre ambos. A finalidade primeira desse trabalho é ressaltar a relevância de ambos serem abordados no ensino aprendizagem da língua materna, tanto do ensino fundamental quanto médio de uma escola da rede pública estadual da cidade de Goiás. O método de pesquisa utilizado pelos alunos da disciplina de Estágio Supervisionado de Português de um Curso de Letras foi a de coletas de dados a partir de visitas feitas nas etapas de observação e participação da referida disciplina, utilizando a abordagem qualitativa e os princípios metodológicos da pesquisa etnográfica. A análise dos dados e o resultado das atividades realizadas nessas visitas foram apresentadas destacando a transposição didática alicerçada em uma prática docente que privilegia a prática do letramento aliada à alfabetização. Para tanto, a coleta de dados lançou mão dos instrumentos de roteiro de entrevista, roteiro de observação e questionário. As técnicas utilizadas foram a entrevistas com as professoras regentes e a observação não participante em sala de aula. A análise dos dados se procedeu levando em consideração a formação dos docentes e suas concepções acerca da alfabetização e letramento, o planejamento das aulas, a elaboração do material didático, a contextualização, a interdisciplinaridade e a transposição didática utilizadas. Os dados levantados e os resultados obtidos com essa pesquisa servirão para orientar na formação dos novos docentes. Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Formação docente. O uso de músicas internacionais como combate à homofobia no ambiente escolar 214 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Márcio Evaristo Beltrão (SEDUC-MT/FABEC) O bullying é uma prática comum nas escolas brasileiras e a escola contexto de pesquisa, localizada em uma cidade no interior de Mato Grosso, não foge a esta realidade. Das práticas preconceituosas, a homofobia configura-se como a mais presente na rotina da escola, principalmente em relação às alunas homossexuais, criando, então, ações de indisciplina escolar por parte destas. Por meio de uma coleta de dados, observou-se que a maioria dos alunos não aceitava o fato da escola ter um número considerável de alunas lésbicas, entre as principais razões, o fato de a escola estar localizada em uma cidade pequena, de modo que o problema se tornava, então, cultural. Desta forma, utilizando como embasamento teórico os autores Borrillo (2010) e Ventury e Bokany (2011), foi desenvolvido um projeto de intervenção nas aulas de Inglês com o objetivo de provocar uma reflexão dentre os alunos sobre o respeito à diversidade de gênero e orientação sexual que encontramos no cotidiano escolar, conscientizando também sobre à autoaceitação e valorização do indivíduo independente de sua escolha sexual. Para isso, foi utilizado, como recursos metodológicos, músicas internacionais que abordam o tema, como Beautiful (Christina Aguilera), Born This Way (Lady GaGa) e Firework (Katy Perry). Por meio da compreensão e interpretação das letras dessas canções, que são interpretadas por cantoras populares entre os alunos, ocorreu uma discussão sobre o tema e a contextualização com o que estava ocorrendo naquele ambiente escolar. Como resultado, houve uma significativa mudança de atitudes de muitos alunos, que passaram a interagir com os alunos homossexuais e esses, por sua vez, se tornaram menos agressivos e mais abertos à socialização. Observou-se, ainda, que o combate à homofobia e ao bullying, de uma forma geral, deve estar presente no cotidiano escolar, pois geram resultados que podem contribuir para uma sociedade menos preconceituosa e mais aberta ao diálogo. Palavras-chave: Bullying. Homofobia. Uso de músicas. PROFESSORES:VOZES PRÓPRIAS SOBRE PROCESSOS, ANGÚSTIAS, INVESTIMENTOS, REALIZAÇÕES DE OITO PARTICIPANTES DO CONCOL Coordenador: Herzila Maria de Lima Bastos (FALE-UFMG) Um dos grandes desafios enfrentados por professoresde Inglês em escolas regulares é o isolamento, que tem a sua raiz, primeiramente, no fato de, na grande maioria das escolas, eles serem os únicos dessa disciplina. O isolamento e a recorrência de dificuldades podem causar angústia que leva à paralisação e à baixa autoestima, possivelmente devido ao fato de as inúmeras dificuldades se apresentarem como mais fortes que o próprio professor. Porém, uma vez dado o primeiro passo na direção de tentativa de solução desses problemas através do engajamento em educação continuada, pode-se dizer que surge um novo desafio para os professores: a necessidade de exercício constante de problematização e responsabilização de experiências a partir daquele desejo inicial, manifestado logo ao final do primeiro curso de educação continuada e comentado em Barcellos e Coelho (2010). Este trabalho é realizado e apresentado por 8 (oito) professores de escolas regulares públicas e particulares dentre os quais 7 (sete) não sucumbiram ao isolamento e às dificuldades, começaram o seu processo de formação continuada há, no máximo 6 (seis) anos, noProjeto EDUCONLE – UFMG e, em 2010, esses professores, ao serem contatados em coleta dedados de uma tese de doutorado pela UFMG, demandaram o que redundou no surgimento do Projeto ContinuAção Colaborativa (ConCol). Dentre os seus participantes, uma professora é mestranda, dois fizeram curso de especialização depois do EDUCONLE, outro professor atua em projeto de escola particular e inicia o seu processo de formação neste segundo anodo ConCol. Na primeira comunicação, a coordenadora apresentará o grupo de professores através da análise das suas percepções reportadas em relato livre de suas experiências comfoco na problematização e responsabilização de suas atividades atuais e seus sentimentos. Em seguida, dois trabalhos em co-autoria desses professores serão apresentados pelos seus autores. Palavras-chave: educação continuada colaborativa, problematização, responsabilização Práticas em constante formu(l)AÇÃO: escrita, leitura, desenvolvimento do vocabulário Marilene Pereira Oliveira (Escola Municipal Eduarda Pereira de Oliveira- FALE/UFMG-POSLIN) Kely Cristina Silva (Escola Estadual Deniz Vale-FALE/UFMG) Luciana Helena Vasconcelos (Instituto Educacional Pentágono-FALE/UFMG E.E. Presidente Tancredo NevesFALE/UFMG) Esta comunicação expõe trabalhos realizados a partir de problematizações da experiência vivenciada no grupo de formação continuada para professores de LE, na sua quase totalidade de escolas públicas, em uma 215 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas parceria entre o ContinuAÇÃO Colaborativa (ConCol) – UFMG – e professores interessados. Essa parceria tem o objetivo de colaborar com a formação de cada professor, tornando cada um responsável e implicadona sua prática pedagógica, além de mais capacitados linguisticamente. Quanto à metodologia e estruturação do Projeto, vêm ocorrendo grupos de discussões (pedagogical rounds), aulas de língua inglesa com ETA’s (bolsistas CAPES/FULBRIGHT vindas dos Estados Unidos, bolsistas da Fulbright) e formação tecnológica através das aulas de “TABA Eletrônica”.O ConCol possui um formato especial, pois não há tempo delimitado para terminar. Algumas das discussões que já ocorreram se relacionam ao ensino de escrita, ao uso de dicionários e à forma como cada profissional vem atuando. Dois co-autores do presente resumo apresentarão um dos temas abordados nas discussões do grupo: motivação, vocabulário e leitura. Eles abordarão a questão motivacional entre professor e aluno e a importância desse aspecto no aprendizado da língua inglesa, assim como os aspectos motivacionais relacionados à leitura. Apresentarão, também, relatos de atividades desenvolvidas pelos alunos. As duas outras co-autoras abordarão uma prática que desenvolveram, em conjunto com outras professoras, qual seja, um intercâmbio entre os alunos por meio de cartões postais. Esse trabalho deu vivacidade às aulas, facilitando a contextualização do inglês no dia a dia dos estudantes. Palavras-chave: formação, motivação, habilidades Práticas em constante formu(l)AÇÃO: a prática pedagógica em sua complexidade e os desafios da tecnologia Rosilene SilvaValle (Escola Estadual Deputado Renato Azeredo/FALE/UFMG) Edvaldo Carvalho Santos (Colégio Tiradentes/FALE/UFMG) Bernadete Lourdes Diniz Árabe (Escola Estadual Caetano Azeredo (aposentada)/FALE/UFMG) Márcia Cristina Ferreira Silva (Escola Estadual Laice Aguiar/FALE/UFMG) O presente trabalho apresenta problematizações acerca dos resultados obtidos por quatro professores de Língua Inglesa que participam do Projeto Continuação Colaborativa (ConCol) da UFMG. Esse projeto possibilita aos seus participantes a continuidade da formação e a oportunidade de compartilhamento de experiências com outros professores. Os educadores envolvidos frequentam aulas de língua inglesa com duas ETA ’s (English Teaching Assistants vindas dos Estados Unidos, bolsistas da Fulbright) e são orientados quanto ao uso da tecnologia no laboratório de informática da UFMG no Projeto Taba Eletrônica. Nele, além de ampliarem seus conhecimentos, os professores têm a oportunidade de desenvolver habilidades relacionadas ao uso dos recursos digitais. No ConCol são também proporcionadas discussões pedagógicas (pedagogical rounds) que abordam um tema selecionado pelos participantes e deste muitos outros emergem. De acordo com a sua relevância, alguns são indicados para discussão posterior. Os quatro co-autores desta Comunicação – membros do corpo docente de Escola Pública – focalizarão a importância do (re)conhecimento da complexidade da prática pedagógica. Inserem-se nessa escolha vários aspectos, entre eles a tecnologia na sala de aula. A seleção desse tema deve-se às efetivas transformações que a proposta e a dinâmica do ConCol têm causado no fazer pedagógico de cada um dos educadores do grupo. Inicialmente, pode-se dizer que é fundamental conhecer e compreender os diversos aspectos que circundam ocotidiano dos professores e alunos quando envolvidos no complexo processo de ensino eaprendizagem. Serão apresentados exemplos de materiais, observações e implicações relacionadas ao tema. Palavras-chave: (re)formulação, prática pedagógica, tecnologias SESSÃO COORDENADA Coordenador: Iara Francisca Araújo Cavalcanti (PROLING/UFPB) A apropriação da linguagem científica na universidade: um trabalho alternativo a partir do modelo didático de Bronckart Milena Moretto (PG- USF) Luzia Bueno (USF) Nos últimos anos, tem se acentuado o número de pesquisas direcionadas à produção e letramento no meio acadêmico. Como professora pesquisadora, temos percebido que, cada vez mais, os alunos têm apresentado dificuldades em relação às habilidades básicas da Língua Portuguesa e, por essa razão, as universidades se 216 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas veem obrigadas a criar programas com o intuito de minimizar essas defasagens. Nesse sentido, há a necessidade dessas instituições desenvolverem métodos que proporcionem a apropriação de capacidades de linguagem para que o educando possa sentir-se inserido nesse espaço. Considerando que o Trabalho de Conclusão de Curso é um dos gêneros legitimados nessas instituições, o presente trabalho tem por objetivo analisar uma monografia de cada uma das grandes áreas do conhecimento: humanas, biológicas e exatas e verificar as especificidades e características desses textos. Pautamo-nos, para isso, nas considerações teóricometodológicas do Interacionismo Sociodiscursivo, em especial, no modelo de análise proposto por Bronckart (2006; 2007). Os resultados de nossas análises contribuem para uma reflexão acerca de como esses gêneros são trabalhados em nossas universidades, da necessidade de produção de materiais de metodologia mais adequados que proporcionem o desenvolvimento de capacidades de ação e de linguagem dos alunos, bem como para a formação de professores que mediam e orientam tais trabalhos, considerando que, não levando em consideração essas especificidades, muitos desconsideram aspectos relevantes que poderiam melhorar a produção e o desenvolvimento dos educandos. Palavras-chave: Linguagem acadêmica. Trabalho de Conclusão de Curso. Gêneros acadêmicos. Interacionismo Sociodiscursivo A sequência didática no relatório de estágio: um enfoque nas capacidades de linguagem Iara Francisca Araújo Cavalcanti (PROLING/UFPB) Regina Celi Mendes Pereira (PROLING/UFPB/CNPq) O presente artigo situa-se no quadro das pesquisas voltadas para a investigação do trabalho do professor que tem por foco as reflexões que ele faz quando da elaboração e aplicação de sequências didáticas, para o desenvolvimento das capacidades de linguagem, durante o ensino de línguas. Para tanto, analisaremos o trabalho desenvolvido por uma professora estagiária de língua materna, por ocasião do Estágio Supervisionado, em uma instituição pública no estado da Paraíba, objetivando contribuir para a reflexão acerca da formação inicial de professores de português. Assim, tomamos como objetos de análise a sequência didática (SD) elaborada para o desenvolvimento das atividades, durante a regência de ensino, e o relatório da experiência vivenciada. Através desses textos, buscaremos observar que capacidades de linguagem, a saber: capacidade de ação, capacidade discursiva e capacidade linguístico-discursiva são contempladas na sequência de atividades prescrita pela professora e como ela reflete sobre o trabalho realizado no relatório de estágio. Para esta investigação, tomamos por base o aparato teórico-metodológico do Interacionismo Sociodiscursivo, evidenciado nos estudos de Bronckart (1999, 2006, 2008); de Schneuwly e Dolz (2001, 2004); de Cristovão (2009, 2011), entre outros, que defendem um ensino de línguas pautado em gêneros textuais de circulação na sociedade, organizado em sequências didáticas. As análises indicam que o professor em formação inicial já está contemplando nas sequências didáticas às capacidades linguístico-discursivas e apresentando reflexões nos relatórios de estágio sobre o trabalho realizado. Palavras-chave: formação, capacidade de linguagem, sequência didática e relatório. Análise da representação do trabalho docente a partir das figuras de ação Alessandra Preussler de Almeida (UNISINOS) O presente trabalho apresenta uma análise parcial da pesquisa a respeito da atuação profissional de professores de língua portuguesa no ensino fundamental de escolas públicas de uma cidade do Vale do Rio dos Sinos, RS, o qual faz parte de um projeto bem mais amplo de formação continuada e cooperativa para professores de língua materna. Nosso estudo está amparado pelo Interacionismo Sociodiscursivo, uma vez que este aporte teórico-metodológico lança o olhar científico para as questões pertinentes ao agir vinculadas à situação de trabalho. Sob essa perspectiva, entendemos que o trabalho de ensinar requer a incorporação, por parte dos trabalhadores da educação, dos atributos, do preparo e do esforço necessários para a execução do agir nas relações de sala de aula, o que os torna atores no contexto em questão. O termo ator (Bronckart, 2008) indica aquele que possui capacidades, motivos e intenções, enquanto o termo agente se refere àquele que é desprovido de tais atributos. Abordamos a terceira dimensão do plano geral de pesquisa bronckartiano, o trabalho representado pelos actantes, que é a avaliação do trabalho feita pelos próprios profissionais, através de uma entrevista respondida antes e após a aplicação do projeto pedagógico nas suas salas de aula. A entrevista faz com que os professores reflitam e comentem sobre concepção de língua e de ensino de língua materna, currículo escolar, metodologia de ensino, avaliação discente, entre outras questões implicadas no 217 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas cotidiano da escola. Ao analisar os dados levantados, identificamos quais as figuras de ação interna (Bulea, 2007) estão presentes no discurso dos professores e o que elas revelam a respeito do seu agir. Palavras-chave: trabalho docente, figuras de ação, interacionismo sociodiscursivo A INTERCULTURALIDADE NA SALA DE AULA DE LÍNGUA INGLESA Coordenador: Iara Maria Bruz (Centro Universitário Uninter) Acreditamos que a interculturalidade é um ponto crucial na formação dos alunos de línguas estrangeiras. É por isso que acreditamos que é importante que as aulas, crenças e os materiais utilizados em sala de aula tenham um norte intercultural. Essa comunicação coordenada possui como objetivo trazer alguns aspectos interculturais que podem estar presentes/ausentes das salas de aulas de língua inglesa e propõe uma discussão sobre como podemos ajudar na formação inicial e continuada dos professores de língua estrangeira. Além da perspectiva intercultural de ensino cultural, os autores se baseiam na concepção de linguagem bakhtiniana. As forças centrípetas e centrífugas no material didático: um estudo de caso envolvendo o material didático no CELIN Iara Maria Bruz (Centro Universitário Uninter) Como espaço representativo para o desenvolvimento de práticas no campo de aquisição de Línguas Estrangeiras, o CELIN – Centro de Línguas e Interculturalidade da UFPR – Universidade Federal do Paraná - é também um lugar onde seus professores são convidados a repensarem suas práticas de sala de aula, incluindo o uso do livro didático como uma das ferramentas de apoio. O presente trabalho pretende apontar a importância da reflexão dos professores sobre os livros didáticos utilizados em suas aulas, bem como salientar a necessidade de fazerem a conexão dos conteúdos trazidos nos livros com a vida dos alunos, pensando nas forças centrípetas e centrífugas bakhtinianas. Como fundamentação teórica, utiliza-se a concepção de linguagem bakhtiniana, fornecidas por BAKHTIN (2003) e VOLOCHÍNOV (2009), a visão intercultural de ensino proposta por ALMEIDA (2011) e JANZEN (2005), e o conceito de cultura fornecido por EAGLETON (2005). Foi analisado o livro New American Inside Out Elementary utilizado no terceiro e quarto semestres do curso de inglês do CELIN, centrando principalmente em exemplificar as forças centrífugas e centrípetas bakhtinianas. A grande maioria dos livros didáticos para ensino de Língua Inglesa traz exemplos de forças centrípetas; já o material analisado neste trabalho traz além de exemplos de forças centrípetas, também as centrífugas bakhtininas. A presença das forças centrífugas dentro do livro didático utilizado nas aulas de inglês é vista como positiva para o aprendizado dos alunos, pois possibilita que eles possam ter contato com mais de uma visão da cultura alvo, no caso do livro analisado a americana. Palavras-chave: forças bakhtinianas, material didático, interculturalidade. As representações socioculturais e a sua influência no ensino de Língua Inglesa em níveis iniciantes do CELIN UFPR Carolina de Bertoli Macagna (UFPR - mestranda) O ensino de Línguas Estrangeiras (LE) passa por inúmeros desafios, dentre eles o de atrelar noções de língua a aspectos culturais de tal forma que Língua e Cultura não possam ser separadas. Muitos livros didáticos inviabilizam essa proposta por apresentar conteúdos que trazem uma visão de cultura unilateral e que “engessam” o professor em seu trabalho em sala de aula. Este contexto é agravado pela postura dos alunos, muitas vezes passiva, em relação às forças centrífugas e centrípetas (BAKHTIN, 2004) apresentadas pelo livro e defendidas pelo professor. Esta comunicação tem por objetivo mostrar as dificuldades encontradas pelos professores para trabalhar com as representações socioculturais encontradas em um livro didático de língua inglesa para níveis iniciantes e seu aporte teórico encontra-se nas noções de forças centrípetas e centrífugas de BAKHTIN (2004), nos conceitos de cultura defendidos por EAGLETON (2003) e BHABHA (2010), e na 218 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas defesa da interculturalidade no ensino de LE apresentado por JANZEN (2005). A partir de observações de aulas e entrevistas com os professores de níveis iniciantes do CELIN UFPR, percebe-se que uma das grandes dificuldades no trabalho com o livro Touchstone 1 é encontrar tempo e possibilidades de inserção de aspectos culturais no desenvolvimento de suas aulas. Representações socioculturais não são abordadas devidamente no contexto de sala de aula por restrições da ordem espaço-tempo, e o desenrolar das aulas acaba por encontrar apoio em uma abordagem mais estruturalista da língua. Os professores de níveis iniciantes encontram dificuldades em atrelar Cultura e Língua adequadamente em suas aulas, não apenas pela falta de tempo hábil, mas também por desconhecimento de como fazê-lo. Os aspectos trazidos às aulas estão vinculados mais à estrutura da língua-alvo que aos aspectos culturais da mesma, apresentando uma visão superficial e pouco aproximada da realidade sociocultural abordada. Palavras-chave: Representações socioculturais; forças bakhtinianas; material didático Os professores da rede pública e suas concepções sobre o ensino intercultural de Língua Inglesa Marcele Garbin Dagios (UTFPR) O ensino de Línguas Estrangeiras está atualmente pautado na perspectiva intercultural e o discurso dos professores de inglês sobre o tema acolhe a ideia de pensar a relação língua/cultura como princípio norteador do trabalho em sala de aula. Porém, existe ainda uma distância entre o que os professores percebem como intercultural e o que é efetivamente realizado em sala de aula. Este trabalho tem como objeto principal identificar/resgatar a concepção de linguagem e de interculturalidade dos docentes de língua inglesa da rede pública estadual de ensino do Paraná. Embasado nas teorias de linguagem do Círculo de Bakhtin, seu objetivo é analisar como os professores percebem língua/cultura no ensino de língua inglesa. A concepção de linguagem bakhtiniana, proposta por BAKHTIN (1993) e VOLOCHINOV (2004), e o conceito de interculturalidade no ensino de línguas, proposto por JANZEN (2005), norteiam o trabalho, juntamente com os conceitos de cultura e o processo de alteridade apresentados por EAGLETON (2005) e TODOROV (1991). Os professores de inglês da rede pública foram entrevistados e, a partir dos relatos, foi desenvolvida uma análise interpretativa voltada às concepções de língua e interculturalidade, além de outros pontos como uso de material autêntico e o trabalho com questões de compreensão intercultural. A pesquisa evidencia a preocupação dos professores com o ensino de língua/cultura, mas também aponta uma visão de língua como código, diferentemente das visões de língua como discurso ou discurso como prática social, defendidas pelas Diretrizes Curriculares Estaduais de LE. Os professores também aproximaram suas visões sobre a relação entre as culturas com a visão tradicional de cultura. Estas visões de língua e interculturalidade deixam de oportunizar discussões mais profundas sobre a cultura alvo e a cultura do aluno e demonstram a dissonância da concepção de linguagem presente nas Diretrizes e o trabalho dos professores em sala de aula. Palavras-chave: concepção sociológica de linguagem; interculturalidade; ensino de língua inglesa. ENSINO DE ESPANHOL PRESENCIAL E A DISTÂNCIA: MÚLTIPLOS OLHARES Coordenador: Ilane Ferreira Cavalcante (IFRN) Os desafios da formação de docentes de língua estrangeira na convergência entre as modalidades presencial e a distância Ilane Ferreira Cavalcante (IFRN) Este artigo se debruça sobre as convergências e divergência entre as modalidades presencial e a distância da oferta da Licenciatura em Letras Espanhol do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Parte de uma retomada do processo de elaboração da primeira oferta desse curso no IFRN e toma como aporte teórico o conceito de rizoma (DELEUZE e GUATARI, 1995) aplicando-o à educação em rede a partir da perspectiva de Kenski (1998), pretende-se observar os principais obstáculos enfrentados na tentativa de integração dos projetos pedagógicos presencial e a distância do curso em foco, além de refletir sobre as dificuldades de caráter infraestrutural da oferta na modalidade a distância, tais como a formação dos professores para o uso das novas tecnologias, sobre as especificidades da modalidade e sobre as dificuldades de trabalhar uma língua estrangeira em um curso a distância. Desse diálogo entre as modalidades, nem sempre fluido, muitas vezes tenso e bastante profícuo, têm surgido soluções para a construção de práticas 219 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas capazes de promover não só a integração entre educação a distancia e educação presencial, mas a busca por soluções na articulação entre ensino, pesquisa e extensão. Palavras-chave: Educação a distância. Ensino de língua estrangeira. Formação de professores Educação à distância e trabalho docente: perspectivas de atuação na Licenciatura em Espanhol Girlene Moreira da Silva (IFRN) Com a Lei Nº 11.161, de 05 de agosto de 2005, que tornou obrigatória a oferta da língua espanhola nos currículos de ensino médio e facultativa no ensino fundamental, evidenciou-se a situação de carência de profissionais habilitados para ministrar essa disciplina nas escolas do país. Nesse contexto, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN, visando atender a essa nova demanda, implementou o curso de Licenciatura em Letras Espanhol primeiro na modalidade presencial, depois à distância, com o objetivo de dar acesso à educação pública e de qualidade àqueles que estão no estado do Rio Grande do Norte. Nossa experiência docente na referida instituição motivou o interesse na produção deste trabalho que tem como objetivo discutir o papel do professor nas duas modalidades de ensino, evidenciando as convergências e divergências na atuação docente e sua implicação na aprendizagem. Como pressupostos teóricos, utilizaremos as contribuições de Castillejo (1980), Villar (1990) Sarramona (2000) e García Aretio (1994 e 2001), dentre outros. A educação a distância aqui é vista “como um meio de ensino onde há um distanciamento físico e/ou temporal entre professor e aprendiz sim, mas que pressupõe uma relação mediada por meios de comunicação, representações de mídias e conhecimentos mútuos que vão determinar as necessidades desse processo, do aprender.” (Lima, 2000). Percebemos que o perfil do docente frente às novas tecnologias tem apresentado mudanças significativas que estão relacionadas com os avanços em torno da educação e o uso das novas tecnologias. Palavras-chave: Educação a distância. Professor. Língua espanhola. Educação à distância: o material didático em foco Carla Aguiar Falcão (IFRN) As novas tecnologias invadiram nossas vidas e foram responsáveis por mudanças significativas em nossa forma de perceber e de lidar com o mundo. No cenário educacional, mais especificamente, impulsionaram uma importante e crescente modalidade de ensino: a educação a distancia (EaD). Entretanto, este impetuoso desenvolvimento dessa modalidade de ensino nem sempre vem acompanhado de condições adequadas para o enfrentamento crítico de suas metodologias e ferramentas. O verdadeiro desafio da educação a distância é programá-la segundo as características e objetivos dos alunos e também conforme os materiais disponíveis. Na Ead, os recursos são fundamentais, pois mediam todo o processo educativo, sendo um importante instrumento de aprendizagem para os alunos. Nesse sentido, é nosso propósito aportar informações sobre materiais didáticos que possam contribuir para um ensino mais eficaz, principalmente em cursos não presenciais, fomentando a reflexão sobre a seleção do material instrucional e seu uso neste novo contexto educacional. Para isto, nos apoiamos nos estudos de Marcuschi (2005), Bosch (1996) e Duart y Sangrá (2000). Nossa metodologia se pauta em leituras bibliográficas e na análise de um material instrucional para o ensino de língua espanhola de nível inicial do curso de Letras espanhol do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN. Constatamos com este trabalho que há uma recorrente transposição da concepção de trabalho da educação presencial para a virtual, sem considerar as especificidades de cada modalidade. Palavras-chave: educação à distância, material instrucional, língua espanhola. SESSÃO COORDENADA Coordenador: Ingrid Sturm (UFRGS) A experiência PIBID/Letras/UFRGS: formação de professores em língua portuguesa Ingrid Sturm (UFRGS) 220 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Uma crítica bastante recorrente aos cursos de Licenciatura é a do predomínio dos conteúdos em relação à formação pedagógica: o conteúdo ainda tem mais importância na formação do professor do que a prática. Essa conjuntura somente tende a valorizar aquilo que deveria ser superado: a dicotomia teoria/prática. Com a supervalorização da área do conhecimento específico, as questões relativas ao trabalho em sala de aula aparecem como naturais no processo, frequentemente desprovidas da complexidade que lhes é inerente. Nesse sentido, esta comunicação tem o objetivo de compartilhar uma experiência docente singular que nos permite, professoras de prática de ensino e graduandos da Licenciatura em Letras, o contato mais efetivo com a sala de aula. Nesse sentido, o projeto PIBID (Programa de Incentivo a Bolsas para Iniciação à Docência MEC/CAPES/UFRGS) se constitui num importante meio para a articulação entre universidade e escola pública, na educação básica. Com ele, tem-se a oportunidade de vivenciar a realidade escolar e pode-se perceber o quanto ainda se está distante de uma mudança real naquilo que diz respeito ao ensino-aprendizagem de língua portuguesa. Essa experiência denota que, inicialmente, é preciso vencer as resistências da escola para aceitar a presença da universidade como um elemento que traz o novo a quem já faz o trabalho real – dicotomia teoria/prática. Superada essa condição, tem-se um espaço crucial para incrementar a formação dos alunos de graduação, um espaço para fazer o reconhecimento explícito daquilo que tiveram oportunidade de conhecer apenas teoricamente, até então. Palavras-chave: ensino; teoria/prática; língua portuguesa. Constituição do leitor em perspectiva enunciativa: teoria e prática Jane Naujorks (UFRGS) A reflexão acerca da leitura abarca diferentes perspectivas teóricas e metodológicas. Por isso, é, sem dúvida, importante, para quem entende que o processo não pode ser normatizado, e que o ensino e a formação de leitores dependem de implicações das teorias adotadas, o esclarecimento da visão teórica que deve ser assumida para abordar o processo de ensino com vistas à leitura. No que tange ao ensino, a constituição de leitores se dá a partir de experiências, na Graduação, que priorizam a formação do professor (PIBID). O objetivo é apresentar a leitura na perspectiva da Linguística da Enunciação, com base nos pressupostos teóricos de Émile Benveniste, considerando que a mesma, na visão adotada, é uma prática efetiva que supõe o envolvimento do sujeito-leitor em um processo que é altamente subjetivo, pois, cada leitor, fixa sua singularidade no ato de leitura. Considera-se, portanto, a leitura como ato de produção de sentido determinado por um locutor que é instaurado, por meio deste ato, como sujeito. Isso nos leva a reconhecer que o leitor é, desse ponto de vista, um locutor que, no ato/processo de leitura, coloca-se como sujeito, que enuncia e enuncia-se; que o texto é um intricado jogo de relações entre formas e sentidos; e que a leitura se processa por um ato enunciativo de utilização da língua. Palavras-chave: leitura; enunciação; ensino. A formação de docentes de língua francesa na UFRGS Rosa Maria de Oliveira Graça (UFRGS) Os licenciandos em Língua Francesa têm, primeiramente, na formação didática oferecida pelas disciplinas de Didática de Língua Francesa e Estágios de Docência de Língua Francesa I e II, a oportunidade de iniciarem sua formação profissional. Ao longo dos últimos anos, a essa formação vêm sendo acrescidas as experiências como monitores de língua francesa tanto no Colégio de Aplicação da UFRGS (CAP), onde também realizam seus estágios regulamentares, quanto no Núcleo de Ensino de Línguas Estrangeiras da UFRGS (NELE). Tanto o CAP como o NELE contam com professores tutores que orientam os seus monitores no sentido de aprofundar suas reflexões sobre a prática docente em língua francesa. Ainda no NELE, por tratar-se de um Núcleo de Extensão, os licenciandos em final de formação e licenciados em formação de pós-graduação podem se tornar regentes de turma, assumindo a responsabilidade de planejar e executar um projeto de ensino-aprendizagem tanto com turmas de adultos como de crianças e adolescentes. Para 2012, está prevista a inclusão de um subprojeto em Língua Francesa no PIBIB, o que abrirá mais uma opção de monitorias em uma escola de ensino médio de Porto Alegre. Trata-se, sem dúvida, de atividades que vêm contribuindo para a qualificação de nossos professores de francês, licenciados pela UFRGS, que se inserem cada vez mais precocemente no mercado de trabalho sem supervisão pedagógica, sendo muitas vezes o único profissional da área na instituição onde atuam. Este trabalho relata dados que demonstram a qualificação e os resultados positivos das ações acima descritas na formação inicial de licenciandos de língua francesa da UFRGS. 221 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Palavras-chave: formação de professores - estágios de docência – monitorias - inserção no mercado de trabalho PERSPECTIVAS DE FORMAÇÃO NO CENTRO DE LÍNGUAS E INTERCULTURALIDADE (CELIN) – UFPR A observação de aulas como ferramenta pedagógica na formação inicial de alunos de Letras - Língua Inglesa: a experiência no Celin da UFPR Janice Inês Nodari Como espaço representativo para o desenvolvimento de práticas no campo de aquisição de Línguas Estrangeiras, o Celin – Centro de Línguas e Interculturalidade da UFPR – Universidade Federal do Paraná tem também se destacado como lugar de integração dos alunos de Letras da UFPR à prática docente. Esta integração acontece por meio de estágio extracurricular, de incentivo à pesquisa e de incentivo à produção científica. Esta comunicação visa apresentar o relato da experiência de observações de aulas feita por voluntários observadores, graduandos em Letras – Língua Inglesa, no espaço do Celin em uma proposta de pré-estágio. A oportunidade de refletir sobre as observações feitas é vista pelos professores formadores como oportunidade de prática da agência, com base em contribuições de Clarissa JORDÃO (2010), Tomaz Tadeu da SILVA (2010), Homi BHABHA (2007), Sharon TODD (2003), Jack RICHARDS & Charles LOCKHART (2001). Os 05 voluntários participantes do Programa de Voluntariado Acadêmico (PVA) da UFPR tiveram a oportunidade de observar aulas, apresentar relatórios sobre estas observações com base em 03 propostas diferentes de formulários de observações de aula, e também responderam um questionário sobre a experiência. Os relatos e o questionário respondido pelos voluntários observadores apontam a observação de aulas em período de pré-estágio como relevante ferramenta de prática pedagógica para a formação inicial do profissional de Língua Inglesa. Se oportunidades de observação de aulas, e posterior troca de comentários acerca destas com os professores observados, forem oportunizadas para professores em formação inicial, temse uma relevante oportunidade para a prática da agência, além de investir em uma formação mais holística e informada dos profissionais de Língua Inglesa. Palavras-chave: agência; observação de aulas; formação inicial. Repensando o ensino de compreensão escrita em aulas de língua inglesa no Centro de Línguas e Interculturalidade da UFPR Alessandra Coutinho Fernandes Como pesquisadora da área de Análise de Discurso Crítica (ADC) e membro da coordenação pedagógica da área de inglês do Centro de Línguas e Interculturalidade da UFPR – Celin –, elaborei o projeto “Análise de Discurso Crítica e ensino” com o objetivo de investigar a possibilidade de adotar a perspectiva da ADC nas aulas de inglês do Celin. Esta comunicação visa apresentar este projeto, as ações realizadas até o momento e os resultados parciais obtidos. A concepção teórica do trabalho que está sendo desenvolvido em termos de formação continuada dos professores de inglês do Celin tem como base a versão de Análise de Discurso Crítica proposta pelo linguista britânico Norman Fairclough (Fairclough e Chouliaraki, 1999 & Fairclough, 2003), que concebe o discurso como um dos elementos das práticas sociais – o que ressalta a relação dialética entre linguagem e sociedade. O referencial teórico-metodológico adotado no projeto prevê que textos são eventos discursivos nos quais se pode investigar três tipos de significados, a saber: o representacional, o acional/relacional e o identificacional. Os resultados parciais obtidos até o momento refletem que o trabalho com textos nas aulas de inglês do Celin se concentra primordialmente em aspectos linguísticos dos textos, pouco contemplando outras dimensões textuais. Considerando que, no atual estágio da modernidade, a linguagem exerce cada vez mais um papel crucial nas relações humanas e, considerando também, o caráter cada vez mais globalizado da língua inglesa, é de fundamental importância que professores de língua inglesa aprimorem continuamente maneiras de abordar a dimensão social dos textos em suas aulas. Palavras-chave: Análise de Discurso Crítica; ensino; aula de Língua Inglesa. Um Oolhar intercultural na formação de professores de línguas Mariza Riva de Almeida 222 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Como projeto de extensão da UFPR, as ações do Centro de Línguas e Interculturalidade ocorrem mediante projetos que se articulam entre si pela perspectiva da interculturalidade, pressupondo ampliação de conhecimento de mundo e possibilitando a reflexão de cada indivíduo sobre a relação entre língua, cultura e identidade, e, portanto, um melhor conhecimento de si mesmo. Para o desenvolvimento de tais ações a necessidade de reflexão sobre um componente de formação, a relação entre língua e cultura, para o desenvolvimento profissional de professores de línguas tanto em formação inicial quanto em formação continuada, em contextos diversos, é basilar. Abordando concepções de língua levando em conta discussões de autores como Bakhtin (1995), Faraco (2009) e Jordão (2005, 2006, 2007) e da visão social da cultura a partir de estudiosos como Stuart Hall (1997, 2003, 2005), Pennycook (1994, 2006, 2007), Corbett (2003), Thurlow (2001) e Tedeschi (2008), é possível obter subsídios para o despertar de uma competência intercultural que possa se refletir no entendimento entre professores e formadores do que seria uma abordagem intercultural e seu uso em sala de aula. Nesta visão, o professor passa a atuar também como mediador e pesquisador, num processo em que o aprender pode ser feito a partir da troca de expertise específico de cada língua e na troca de experiências e pressupostos teóricos que se aplicam a qualquer língua. Também o aprendiz assume novos papéis, passando a ser um colaborador e pesquisador, já que a construção de sentidos, ou de interpretações possíveis, ocorre na multiplicidade de olhares que assumem voz e vez. Todos estes aspectos acabam se refletindo nas escolhas feitas para o trabalho em sala de aula e para as relações estabelecidas, numa visão intercultural em que, ao conhecer o outro, cada um amplia sua visão de mundo e reflete sobre suas próprias crenças sem esquecer sua própria identidade. Palavras-chaves: formação – abordagem intercultural – competência intercultural. SESSÃO COORDENADA Coordenador: João Antonio Telles (UNESP – Assis) Teletandem e ensino de línguas: reflexões de professores em processo de formação inicial João Antonio Telles (UNESP – Assis) Rozana Ap. Lopes Messias (UNESP – Assis) No contexto do projeto Teletandem: Transculturalidade na Comunicação On-line em Línguas Estrangeiras por Webcam têm sido desenvolvidas inúmeras pesquisas. Dentre elas, desenvolvemos uma investigação enfocando as parcerias entre a UNESP/Assis e duas universidades estrangeiras (uma mexicana e uma americana). Nossa pesquisa tem como foco as sessões de mediação ocorridas após cada uma das interações, quando mediadores (professores de língua, metodologia de ensino, alunos de pós-graduação) acompanham, de maneira sistemática, as sessões de teletandem com horários previamente estabelecidos. Sendo assim, nesses espaços ocorrem observações in loco, por meio de diários, anotações das ocorrências durante as sessões, gravações em áudio durante conversas reflexivas, após as sessões de teletandem. Este trabalho, em execução, tem como objetivo central a observação sobre a maneira como alguns alunos/estagiários brasileiros do curso de Letras, mais especificamente alunos de Língua Espanhola e de Língua Inglesa, organizam e implementam o ensino de português para seus parceiros estrangeiros. A intenção, pois, é compreender (a) como e/ou se se planejam os conteúdos de LP ; (b) como e/ou se são utilizados os recursos disponíveis na web, via Skype, e, por fim, (c) qual o impacto dessa prática para sua formação como professor de línguas (portuguesa e estrangeira). Os pressupostos metodológicos que sustentam essa investigação estão ancorados no arcabouço da pesquisa qualitativa, mais especificamente da pesquisa narrativa, e fundamentados nos estudos de J. Clandinin e Michael Connelly (1996). Assim, a análise fica centrada nas histórias de teletandem contadas por esses estudantes, ou seja, suas histórias da prática. Os dados coletados até o momento mostram significativo avanço no processo reflexivo sobre questões culturais e estruturais, recorrentes nas indagações dos estrangeiros. Palavras-chave: Teletandem, Ensino de Línguas, Formação de Professores. As novas tecnologias no ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras no Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores Daniela Nogueira de Moraes Garcia (UNESP – Assis) O cenário mundial tem sido impactado pela propagação das tecnologias de informação e comunicação. Identifica-se, a partir daí, um diálogo entre o uso dos computadores e a internet com o ensino/aprendizagem de 223 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas línguas estrangeiras com vistas à novas conjunturas e um contexto profícuo a ser explorado. Abordaremos aqui um projeto do Núcleo de Ensino da UNESP apoiado pela Pró-Reitoria de Graduação que enfoca (a) a observação do uso das TICs nas práticas pedagógicas dos professores do Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores da FCL- UNESP/ Assis que são alunos do Curso de Letras em formação e (b) a realização de oficinas no Centro de Línguas da escola pública como retorno da pesquisa realizada, enfocando os conteúdos escolares, metodologias de ensino e a exploração de materiais didático-pedagógicos com as TICs nas aulas de línguas estrangeiras, Nosso embasamento teórico concentra-se nos estudos sobre o uso da TICs no ensino/aprendizagem de línguas (CELANI & COLLINS, 2005; PAIVA, 2005, 2010; GARCIA, 2003; 2010; LEFFA, 2006; MORAN, 2004) e a formação de professores (BUZATO, 2001, GERALDINI, 2003; CRISTÓVÃO et al, 2006; GARCIA, 2011; SIMÕES e LIMA, 2009; TELLES, 2009). A investigação conduzida utiliza a metodologia qualitativa de cunho etnográfico para enfocar as TICs e os professores do Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores da FCL- UNESP, os professores de línguas estrangeiras da escola pública e de seu Centro de Línguas. A partir dos dados coletados e resultados preliminares, observa-se que as TICs podem trazer grandes contribuições para o ensino de línguas estrangeiras nos Centros de Línguas e, também, para aprendizes e para a prática docente de alunos em formação. Palavras-chave: ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras, novas tecnologias, Centro de Línguas. O contexto virtual do teletandem e a formação de professores de português para falantes de outras línguas Karin Adriane Henschel Pobbe Ramos (UNESP – Assis) SESSÃO COORDENADA Coordenador: João Gomes da Silva Neto (UFRN) As sequências textuais no ensino de língua portuguesa: encaminhamentos para sequências didáticas João Gomes da Silva Neto (UFRN) Nesta comunicação, objetivamos apresentar o estudo das sequências textuais no ensino da língua portuguesa, tendo em vista encaminhamentos teóricos e metodológicos para a elaboração de sequências didáticas. Em sua feição mais ampla, nosso trabalho situa-se numa problemática que envolve o papel dos estudos linguísticos nas políticas públicas brasileiras para a educação, na formação docente e no ensino da língua materna, diante da imperativa necessidade de melhoria dos atuais níveis de alfabetização e letramento de crianças, jovens e adultos. Nesse contexto, repensamos aportes teóricos e metodológicos pertinentes para a escolarização do português, em que se considere uma gramática descritiva e reflexiva, mediada pela análise linguística, com base nos usos da língua, naquilo de que ela dispõe para os aprendizes leitores/escritores no trato com o texto. Partimos do pressuposto de que os estudos linguísticos – e, mais particularmente, a linguística textual –, conforme vêm sendo conduzidas no âmbito das discussões sobre gramática, texto e discurso na educação, apresentam sistematizações pertinentes que podem propiciar respostas adequadas aos questionamentos sobre os atuais níveis de desempenho escolar, particularmente aqueles envolvendo leitura e produção de textos orais e escritos. A pesquisa restringe-se ao nível das sequências textuais, cujo domínio, pressupomos, quando adequadamente transposto pela escolarização, deve propiciar uma abordagem produtiva da língua, em função da leitura (compreensão) e da produção de textos orais e escritos. A metodologia adota aportes da linguística textual (KOCH, 2004, entre outros) e da análise textual dos discursos (ADAM, 2008), sem perder de vista fundamentações pertinentes voltadas para o ensino da língua materna. Nos resultados, serão apresentadas linhas gerais de uma proposta de sequência didática para o ensino da língua portuguesa, cujos conteúdos de ensino baseiam-se nas sequências textuais. Palavras-chave: Formação docente. Sequência textual. Ensino de língua portuguesa. Da formação do professor à sala de aula de língua portuguesa Josilete Alves Moreira de Azevedo (UFRN) A reflexão crítica sobre a escola e os fazeres docentes tem favorecido a produção e a sistematização de novos 224 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas saberes alicerçados em fundamentos científicos, notadamente sobre as práticas pedagógicas. No ensino de Língua Portuguesa, as pesquisas buscam compreender o que e como se ensina e se aprende durante a escolarização. Nessa perspectiva, realizamos um estudo sobre a formação do professor de Língua Portuguesa e suas implicações na sala de aula, procurando investigar a atuação dos alunos-mestres no contexto escolar, durante a realização dos Estágios Supervisionados, pois interessava-nos compreender como o curso de licenciatura em Letras da UFRN/CERES/Campus de Currais promovia a formação de futuros professores para atender às expectativas das políticas públicas para o ensino de Língua Materna. Observamos transposição dos saberes linguísticos e didáticos pedagógicos e analisamos a concepção de linguagem e a metodologia de ensino empregadas em suas práticas. Tomamos como referencial os PCNS, o projeto político pedagógico do curso e autores das áreas de ensino de Português e Educação, dentre eles, Geraldi (1996), Travaglia (1996), Antunes (2003, 2010), Lomas (2003), Figueiredo (2005), Marcuschi (2001, 2008), Riolfi et al. (2008), Possenti (2003), Alarcão (1996, 2001) Ibernón (2011), Pimenta (2010), Shön (1993). O estudo está situado no âmbito da Linguística Aplicada e caracteriza-se como pesquisa qualitativa de natureza interpretativista, a partir de uma abordagem de inspiração etnográfica do ambiente do estágio supervisionado. Nos resultados constatamos que há o privilégio do ensino prescritivo, fundamentado numa concepção de língua como sistema, distanciando-se consideravelmente da proposta de formar um aluno crítico e agente de transformação, há um direcionamento do ensino de língua na contramão da abordagem funcionalista (língua/ usos), além de certa confusão teóricometodológica gerada pela desarticulação entre teoria e prática. Palavras-chave: Formação docente. Ensino de Português. Metodologia de ensino Ensino de português no Nível Médio: os textos didático-pedagógicos e a prática docente Célia Maria Medeiros Barbosa da Silva (UnP) O ensino de português tem estado, atualmente, no centro de discussão sobre a qualidade da educação em nosso país. Acreditamos que uma das principais ações para a qualidade desse ensino deve estar voltada à formação do professor e à concepção de linguagem abordada nos recursos didático-pedagógico, aqui textos didático-pedagógico, que tanto podem ter implicação na prática docente. Assim para melhor situarmos essa questão, neste estudo objetivamos analisar como os textos didático-pedagógicos, em particular o livro didático, tratam as questões linguísticas na seção destinada ao ensino de gramática. A análise está pautada no entendimento de texto didático-pedagógico para, a partir disso, identificar a concepção de língua e de gramática empregada nesse texto, por nós considerado o protótipo, bem como verificar se o professor de duas escolas de Ensino Médio – uma pública e outra privada – da cidade de Natal/RN, em sua prática, adota ou não a mesma concepção desse manual. O estudo é conduzido numa perspectiva qualitativa e interpretativista, seguindo-se procedimentos da etnografia da comunicação e aportes da Linguística Funcional, da Linguística de Texto e do Sociointeracismo. Nas constatações, verificamos que o professor estrutura as suas aulas seguindo a mesma abordagem do livro didático, cujas concepções de língua e de gramática ainda estão centradas no uso isolado de questões de língua, sem levar em conta situações efetivas de interação do dia-a-dia dos alunos. Palavras-chave: Ensino de português. Formação docente. Textos didático-pedagógicos. O ENSINO DA LÍNGUA FRANCESA PARA CRIANÇAS: ENTRE A TEORIA E AS PRÁTICAS NA FORMAÇÃO DE NOVOS PROFESSORES Coordenador: Josilene Pinheiro-Mariz (UFCG) Esta sessão coordenada discute o ensino de língua francesa para crianças, e os seus desdobramentos, no que concerne à formação de professores de línguas estrangeiras (LE). Nessa perspectiva, consideramos que no Brasil, para professores de LE e, em particular, professores de Francês como Língua Estrangeira (FLE), tratase de um contexto de ensino e de um novo público de aprendizes ainda pouco conhecidos; consequentemente, os cursos de formação ou as faculdades de Letras, não têm uma formação específica para os novos professores que atenderão a esse grupo de aprendizes. À luz de Rajagopalan, (2010), Vanthier (2010), Gaonac’h, (2006) e Lousada (2010), intentamos debater questões relativas ao assunto, além de apresentar ações já realizadas ou que ainda estão em desenvolvimento em contextos de pesquisas em três universidades brasileiras. Na primeira comunicação, “Um olhar teórico sobre os primeiros passos do ensino/aprendizagem da Língua Francesa para crianças”, a autora pondera, em pesquisa de mestrado pela Universidade de São Paulo, sobre a importância de inserir o pequeno aprendiz em um ambiente da LE, envolvendo-a em uma atmosfera culturalmente diversa, a fim de evitar o empobrecimento das situações de aprendizagem. A segunda, “O uso de 225 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas atividades lúdicas no processo de ensino/aprendizagem de francês como língua estrangeira para crianças”, tem como objetivo analisar o caráter motivante, formativo e transformador do ensino/aprendizagem de francês para essa faixa etária, com atividades lúdicas, em um contexto regional, na Universidade Federal de Viçosa. Na terceira comunicação, “Da formação de novos professores de língua francesa para crianças: em busca de caminhos teóricos e metodológicos”, discutem-se possibilidades que proporcionam o encontro entre a teoria e a prática no ensino do FLE para o público infantil, no âmbito da Universidade Federal de Campina Grande. Nossos resultados apontam para uma necessária formação de professores mais centrada no ensino de línguas estrangeiras para crianças. Palavras-chave: FLE; Crianças; Lúdico; Teoria; Prática; Formação de professores. Um olhar teórico sobre os primeiros passos do ensino/aprendizagem da Língua Francesa para crianças Livia Cristina Eccard Pinto (USP) O ensino de língua estrangeira às crianças é uma tendência no mundo moderno que atinge um público cada vez mais jovem. Porém no Brasil, este ensino de LE e principalmente do Francês Língua Estrangeira ainda é tratado de maneira periférica pelas escolas de educação infantil ou até mesmo cursos privados de idiomas. Desta maneira, desejamos aumentar a compreensão e importância deste ensino-aprendizagem assim como disseminar a língua francesa no país. O presente trabalho visa, então, discutir e apresentar aos docentes e futuros docentes de Francês Língua Estrangeira, assim como aos professores dos níveis escolares iniciais, maiores subsídios sobre este processo. Sabendo que para melhor assimilar a LE às crianças devem estar expostas a um ambiente culturalmente rico e denso a fim de evitar o empobrecimento das situações de aprendizagem, propomos neste trabalho uma reflexão sobre a importância de atividades lúdicas e a variedade de gêneros textuais na sala de aula. No que se refere à utilização de gêneros textuais, há tempo os Parâmetros Curriculares Nacionais sugerem a inclusão de uma variedade de textos verbais e não verbais no programa de trabalho das disciplinas, uma vez que o convívio com a diversidade de gêneros favorece e valoriza a interação e as situações reais de comunicação vividas pelas crianças. Já a introdução do lúdico neste processo é de extrema importância, pois a criança aprende de modo intuitivo, logo o brinquedo, ou o brincar, desempenha um papel importante em seu desenvolvimento afetivo, motor e cognitivo. A introdução do lúdico neste processo dá prazer e motiva a aprendizagem, visto que ele não é apenas uma recreação ou momento de descontração e que muitas vezes as crianças aprendem mais por meio de jogos do que de exercícios e lições. O uso de atividades lúdicas no processo de ensino/aprendizagem de francês língua estrangeira para crianças Christianne Benatti Rochebois (UFV) Após algumas décadas de experiências às cegas e inovadoras, e mesmo frustrantes em relação à implantação do ensino de línguas às crianças em escolas primarias europeias nos anos 60, o mesmo conhece agora um período de intenso revigoramento e um real desenvolvimento no mundo da formação cultural. Tem sido, portanto, crescente e mundial o interesse no ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras para crianças nos mais variados contextos. No Brasil, mais precisamente para os professores de Francês Língua Estrangeira, trata-se de um contexto de ensino e de um novo público de aprendizes ainda pouco conhecidos. Nosso trabalho de pesquisa tem como objetivo geral analisar o caráter motivante, formativo e transformador do ensino-aprendizagem de francês para crianças, através de atividades lúdicas, em contexto regional (criação e desenvolvimento, a partir de março de 2010, de cursos de língua francesa para crianças de 4 a 7 anos, nos “Laboratório de Desenvolvimento Infantil” e “Laboratório de Desenvolvimento Humano,” da Universidade Federal de Viçosa). Apoiamos-nos nas ideias de Vanthier (2010), Porcher (1998) e Bablon (2004) relacionadas à motivação e à “idade crítica” no processo de ensino/aprendizagem de uma língua estrangeira; nas de Dabène (1991) e Cloé (2000) para o desenvolvimento da consciência metalinguística; Weiss (1991) e Mallet (1991) para as pedagogias da tarefa, e nas de Bahktin (2000), Marcuschi (2005), Rocha (2008) e Lousada (2010) em relação aos estudos dos gêneros do discurso, utilizados nas atividades da sala de aula. Apresentaremos nossas análises e considerações iniciais através de nossa coleta de dados realizada por meio de questionários, entrevistas e filmagens de algumas atividades lúdicas selecionadas pelo grupo de estudantes da licenciatura português-francês da UFV envolvidos nesse projeto de pesquisa. 226 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas O ensino da língua francesa para crianças: entre a teoria e as práticas na formação de novos professores Josilene Pinheiro-Mariz (UFCG) Estudar uma língua estrangeira (LE) na infância é uma necessidade que se confirma a cada dia, sobretudo, por seus evidentes benefícios. Assim, intentamos apresentar e discutir procedimentos e resultados de um projeto de ensino de língua francesa para crianças. Para alcançar esse objetivo, nos apoiamos em Rocha; Tonelli; Silva, (2010) e Rajagopalan, (2010), quanto ao ensino de LE para crianças. Ressaltando o ensino da língua francesa para esse público, nos embasamos em ponderações de Vanthier, (2009), Gaonac’h, (2006) e, pensando em um letramento literário na infância, nos apoiamos em Poslaniec, (2002). Identificamos também o ensino dessa língua como um caminho peculiar para se desenvolver noções de tolerância e respeito ao próximo; logo, uma educação intercultural (ABDALLAH-PRETCEILLE; PORCHER, 2002). Participam do projeto crianças, com idade entre três e cinco anos, inscritas na Unidade de Educação infantil (UEI-UFCG), bem como estudantes de Letras em fase de formação inicial - licenciatura em língua portuguesa e língua francesa- dessa Universidade. Na realização do projeto, reuniões semanais proporcionam o encontro com a teoria para a elaboração de atividades como sequências didáticas, a partir dos conteúdos concernentes ao trabalho desenvolvido na Escola, favorecendo, assim, a relação com a prática. Os principais resultados nos permitem perceber a importância de projetos desse tipo na formação inicial de professores, considerando-se que a grade curricular do curso de Letras, no seu novo Projeto Político Pedagógico, embora focalize um contato maior com a sala de aula desde o início da formação, ainda não prevê disciplinas com ementas voltadas para o ensino de LE para o público infantil. Assim, considerando o fato de termos o apoio de órgãos gestores, neste caso, o da Pró-reitoria de Ensino da UFCG, concedendo bolsas aos estudantes, logo apoiando a formação inicial de professores, enfatizamos o quanto a LE incita a criança na sua educação integral. Palavras - chaves: Língua estrangeira; Criança; Ensino; Prática docente; Professor de francês. SESSÃO COORDENADA Coordenador: Judith Mara de Souza Almeida (UFU) Discutindo a avalição a partir da análise de um instrumento tradicional: a prova Judith Mara de Souza Almeida (UFU) Este trabalho tem como objetivo analisar um instrumento utilizado por um professor de Língua Portuguesa e Literatura do Ensino Médio de uma escola pública para avaliar a aprendizagem de seus alunos. A pesquisa foi desenvolvida a partir de uma leitura crítica das atividades propostas no instrumento, tomando como base as teorias sobre avaliação discutidas por autores como Hadji (2001), Álvarez Méndez (2002) e Luckesi (2002). Os resultados da análise apontam que o instrumento utilizado para esta pesquisa está longe de ser formativo e condiz mais com a pedagogia do exame, que conforme Álvarez Méndez, é colocada em prática a partir de crenças e, muitas vezes, encontra-se distante das concepções educacionais das quais está a serviço. Se esperamos a formação de um cidadão crítico e participativo, capaz de realizar mudanças, transformações sociais, não é com a pedagogia do exame que vamos alcançar tal objetivo, pois a mesma tem gerado muitos fracassos, medos e inseguranças, além de sujeitos passivos, incapazes de mudar qualquer estrutura prédeterminada. Assim como os autores estudados para este trabalho, considero que o valor da avaliação não está no instrumento em si, mas no uso que se faça dele. Nesse sentido, o feedback ao aluno é fundamental, pois ele precisa ser informado sobre a qualidade de sua resposta, elaboração da mesma, suas falhas, seus erros, o processo de compreensão e elaboração do pensamento. É fundamental também destacar o valor da formação reflexiva do professor, além da assunção da reflexão em seu dia a dia para a prática da avaliação significativa que possa apoiar alunos e professores nos processos de ensino e aprendizagem. Palavras-chave: avaliação, instrumento, formação reflexiva. Avaliação escolar, leitura e literatura André Luís Batista Martins (UFU) 227 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Nesta comunicação, abordo elementos do processo de avaliação escolar a partir do contexto específico da formação de leitores, focando a leitura literária. Trago a perspectiva diagnóstica e dialógica da avaliação, fundamentada em Luckesi (2004), Hadji (2001), Alvarez Mendez (2002), que entendem a avaliação como um processo de subsidiar a construção do melhor resultado possível e não apenas aprovar ou reprovar. Discuto a ideia da necessidade de uma abrangência maior do processo avaliativo. Do mesmo modo, os professores teriam a avaliação como parte do dia a dia de suas aulas. Parto do pressuposto de que a ação avaliativa deve constituir-se em um reflexo do trabalho em termos produtivos. Para que, assim, alunos possam ser avaliados a partir da construção de um processo qualitativo/quantitativo de exposição e envolvimento com os conteúdos formais, principalmente no que diz respeito à leitura reflexiva. A avaliação não deve se pautar apenas pelo aspecto quantitativo de questões que esperam do aluno o julgamento certo ou errado, reguladas por parâmetros de apreciação exclusivos do professor. No meu entendimento, o processo avaliativo deve valorizar os diferentes olhares que o aluno possui sobre o objeto estudado. Principalmente, quando se trata de leitura. De tal modo, entendo que tratar as habilidades de leitura implica promover ações pedagógicas que encaminhem o aluno para uma relação de identificação e pertencimento com o próprio ato de ler e com a obra literária. E, concluo que devemos sustentar o papel, eminentemente, político da avaliação como forma de julgar a qualidade do ensino oferecido, bem como apontar as responsabilidades adequadamente. Palavras-chave: Avaliação escolar, Leitura, Literatura Estudo dos critérios de avaliação propostos pelo PNLD para as atividades de leitura dos livros didáticos de língua portuguesa do Ensino Médio Sebastião Carlúcio Alves Filho (UFU) O professor, sem dúvida alguma, é o grande responsável pela formação do aluno em sala de aula, mas o material didático que é utilizado por esse aluno exerce forte influência sobre o processo de ensino/aprendizagem. Pensando nisso, fiz uma investigação acerca do que propõem as rubricas de avaliação do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), presentes na seção que trata de leitura e interpretação de textos escritos dos materiais didáticos distribuídos pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), às escolas de Ensino Médio, buscando conhecer quais as concepções de linguagem, avaliação e leitura estão presentes no processo de análise dos livros. Isto porque, considero que as concepções adotadas no processo de avaliação influenciam diretamente no material que chega às escolas. Como fundamentação teórica para a análise dos dados, servi-me de alguns estudos acerca das concepções de linguagem, avaliação e leitura. Recorri a autores como Hadji (2001), Luckesi (2002), Rojo (2006), Kleiman (2006), entre outros. No desenvolvimento da pesquisa, utilizei as perspectivas metodológicas da Linguística Aplicada para realizar um estudo de caso de base interpretativista. Ao final deste trabalho, foi possível conhecer quais as concepções de linguagem, avaliação e leitura estão presentes no processo de avaliação de materiais didáticos feito pelo MEC. Palavras-chave: avaliação, livro didático, leitura. DIÁRIOS REFLEXIVOS VIRTUAIS NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUAS ADICIONAIS Coordenador: Juliana C.F. Bergmann (UFSC) Partindo do tema geral sugerido para esta coordenada: “Tecnologias digitais/EAD na formação do professor de línguas”, a proposta das comunicações é discutir o uso da ferramenta virtual ‘diário’ como recurso pedagógico para reflexão sobre a docência e o ofício do professor no Curso de Licenciatura em Letras/Espanhol na modalidade a distância da Universidade Federal de Santa Catarina. Em uma tentativa de compreender os diferentes ângulos desse processo complexo e que envolve vários atores, abordaremos a discussão proposta de três perspectivas distintas: a do professor supervisor de estágio, a do tutor e a do aluno-estagiário. Assim sendo, na primeira comunicação nosso foco volta-se para o olhar do professor supervisor de estágio sobre a ferramenta virtual utilizada como meio de compartilhamento de supervisão do processo de ensinar a ensinar no momento de docência plena. Em seguida, apresentamos o olhar do tutor sobre a mesma ferramenta, colocando-se como forma de mediação do processo de reflexão sobre o processo de ensino-aprendizagem de língua(gem) adicional. Por fim, expomos a perspectiva do aluno-estagiário sobre a ferramenta, que se configura como um meio de reflexão sobre a sua docência em um momento posterior à sua prática em sala de aula. Feita a apresentação dos três olhares sobre a ferramenta, a comunicação enfatiza os impactos desta na e para a ação formativa inicial a distância e presencial. Palavras-chave: Diários Reflexivos. Ferramenta Virtual de Ensino-aprendizagem. Estágio Supervisionado a 228 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Distância. Diário reflexivo: ferramenta virtual de compartilhamento de supervisão do processo de ensinar a ensinar Marimar da Silva (UFSC) Juliana C.F. Bergmann (UFSC) Esta comunicação tem por objetivo analisar o uso de diários reflexivos como ferramenta virtual de compartilhamento de supervisão do processo de ensinar a ensinar durante o estágio de docência plena, na disciplina de estágio supervisionado. Diferentemente da modalidade presencial, a modalidade a distância não pressupõe a presença física do professor da disciplina durante e após o período de docência plena do estagiário, pois este é supervisionado pelo tutor presencial, representante do professor. Existe, portanto, nesta modalidade, um compartilhamento de atribuições entre o professor e o tutor presencial durante o período de docência. Com o intuito de melhor compreender esse processo, propusemos a esses tutores e aos estagiários a escritura de diários reflexivos sobre a docência, como atividade pedagógica compulsória da disciplina, a ser desenvolvida de forma virtual por meio da plataforma Moodle. Os diários reflexivos de quatro desses tutores presenciais produzidos durante o momento de docência dos estagiários foram qualitativamente analisados e os resultados sugerem que a ferramenta virtual mostrou-se um campo fértil para o acesso, mediação e intervenção sobre crenças, concepções e conhecimentos implícitos e teóricos, revelando a complexidade do compartilhamento de papéis entre professor e tutor na formação a distância e sugerindo um potencial muito mais amplo para ferramenta do que inicialmente supúnhamos. Tais resultados podem contribuir para discussões já existentes sobre ensino-aprendizagem de língua(gens) adicionais e para ampliar as ações formativas inicial e contínua. Palavras-chave: Ensino Superior a Distância. Diários Reflexivos. Ferramenta Virtual de Ensino-aprendizagem. Diário reflexivo: ferramenta virtual de acompanhamento e intervenção do/no processo de ensinar a aprender Sila Marisa Oliveira (UFSC) Juliana C.F. Bergmann (UFSC) Marimar da Silva (UFSC) O objetivo desta comunicação é apresentar a perspectiva do tutor a distância acerca da utilização do diário reflexivo, escrito por alunos-estagiários imediatamente após a implantação de suas aulas. O diário reflexivo foi mais uma entre tantas ferramentas pensadas para que se tornasse eficaz a supervisão de estágio, uma vez que, após a leitura dos mesmos e o consecutivo diálogo entre estagiários e tutor a distância, era possível que ambos refletissem sobre as práticas pedagógicas. No sentido de entender melhor o papel atribuído a essa ferramenta na formação inicial do professor de espanhol na modalidade a distância, os diálogos trocados entre o tutor a distância e os estagiários foram coletados e qualitativamente analisados. A análise revelou que os diálogos diziam respeito tanto à análise sobre o alcance dos objetivos específicos de aprendizagem e sua estreita relação com a metodologia da aula e avaliação, quanto se configuraram em um meio para que os estagiários expusessem seus sentimentos em relação às aulas e aos alunos. O tutor a distância, assim, não desempenhou apenas a tarefa que comumente lhe é atribuída na educação a distância, qual seja, a de ler e corrigir atividades, mas sim de orientar futuras ações pedagógicas a partir do conhecimento do que estava acontecendo na sala de aula, por meio da narração feita nos diários reflexivos. Dessa forma, acreditamos que o uso de diários reflexivos na educação a distância constitui-se em uma ferramenta de suma importância tanto para que o estagiário se sinta seguro de suas escolhas, quanto para que o tutor e o professor supervisor se sintam coparticipantes do processo de aprender a ensinar, intervindo no processo durante o mesmo e não apenas no produto final: a leitura do relatório de estágio. Palavras-chave: Diário Reflexivo. Tutor a Distância. Estágio Supervisionado a Distância. Diário reflexivo: ferramenta virtual de compartilhamento de registro de aprender a ensinar Raquel Dotta Correa (UFSC) Marimar da Silva (UFSC) 229 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Juliana C.F. Bergmann (UFSC) Nesta comunicação apresentaremos o olhar do aluno-estagiário sobre a sua prática por meio da escrita de diário reflexivos, postados na plataforma Moodle, logo após o momento da docência. Entendemos que a produção de diários reflexivos durante o estágio de docência possibilita ao aluno-estagiário não apenas ampliar sua compreensão sobre seu fazer pedagógico, mas também abre espaço para a transformação deste fazer. Além disso, o fato de o aluno-estagiário aprender a sistematizar sua reflexão poderá levá-lo a pesquisar sua prática de forma sucessiva, desenvolvendo-se profissionalmente de forma contínua. Os diários reflexivos dos alunos-estagiários sobre as suas aulas, postados no ambiente virtual, num prazo de 48 horas, foram coletados e analisados qualitativamente. A análise revelou que os alunos-estagiários percebem a escritura dos diários reflexivos como uma oportunidade de relatar decisões importantes quanto aos conteúdos ministrados e a metodologia usada de uma forma diferente daquela apresentada nos planos de aula. A análise também revelou que os diários abrem espaço para os estagiários desenvolverem uma postura crítica em relação à escola, ao seu trabalho pedagógico e ao do(s) colega(s) de equipe. Ainda, os diários reflexivos propiciam uma interação mais próxima entre tutor a distância e estagiários, possibilitando uma intervenção pedagógica mais pontual. Por fim, na visão dos estagiários, os diários reflexivos foram percebidos como um meio para refletir sobre sua própria abordagem de ensinar, relatar angústias e alegrias vivenciadas nas aulas e narrar a evolução das aulas e o envolvimento dos alunos. Enfim, os diários reflexivos foram percebidos como uma ferramenta de apoio emocional e de intervenção pedagógica na ausência do professor supervisor, no momento pós-docência, cumprindo um importante papel na formação inicial na modalidade a distância. Palavras-chave: Diários Reflexivos. Ferramenta Virtual de Ensino-aprendizagem. Estágio Supervisionado a Distância MULTILETRAMENTOS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: FOCO NA CONSTRUÇÃO DE SENTIDO, NA FORMAÇÃO INICIAL E NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES Coordenador: Karla Ferreira da Costa (PG-USP) Formação continuada de professores de inglês na rede municipal de Campo Grande: uma pesquisa colaborativa sob a perspectiva dos novos letramentos Karla Ferreira da Costa (PG-USP) As várias transformações ocorridas no mundo em função do fluxo de informações causadas pelas novas tecnologias de informação têm reflexo na vida social e privada na sociedade contemporânea. Neste contexto, a língua tem um papel importante no processo de disseminação e transnacionalização de informações e conhecimentos, podendo-se, então, questionar: como a formação de professores de língua inglesa tem sido proposta para atender tais mudanças? Pesquisadores como Monte Mór (2011), Kumaravadivelu (1994) apontam que a formação de professores de língua inglesa nos moldes tradicionais, com ênfase na metodologia, já não dá conta de preparar o professor e alunos para sociedade atual. A escola, nessa perspectiva, assume um espaço de ressignificação de teorias contextualizadas localmente (Monte Mór, 2007; Maciel, 2011) e de desenvolvimento de agências. Esta apresentação tem por objetivo relatar o resultado parcial de uma proposta de formação de professores de língua inglesa direcionada à rede municipal de Campo Grande. A pesquisa busca considerar o histórico de formação desses professores, bem como desta pesquisadora-formadora com experiência em treinamentos para professores em escolas de idiomas, redefinindo a abordagem de formação segundo uma perspectiva de auto-crítica (Takaki, 2011), com base nas teorias de novos letramentos e letramento crítico ( Cope & Kalantzis, 2000; Kress ,2006, Lankshear & Knobel 2002, 2006, Monte Mór 2011, Menezes de Souza ,2011). Palavras-chave: formação continuada; professores; letramentos. Formação pré-serviço de professores de língua inglesa sob a perspectiva dos novos letramentos: contribuições do estágio supervisionado Themis Rondão (PG-USP) Mudanças socioculturais, político-econômicas em contextos contemporâneos de educação apontam cada vez mais para a necessidade de se repensar os rumos na formação pré-serviço de professores. Novos desafios como o engajamento dos alunos enquanto cidadãos, ou consumidores de novas formas da tecnologia de informação e comunicação (EDWARDS e USHER, 2008), têm emergido nos debates sobre globalização e educação e formação de professores. Esses debates agregam também as novas perspectivas 230 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas epistemológicas, como efeito dos letramentos digitais Snyder (2007), as características de uma sociedade multimodal (COPE E KALANTZIS, 2000) e a visão crítica para o ensino de Línguas Estrangeiras (MONTE MÓR, 2009). Essas questões têm apontado perspectivas teóricas para a formação de professores, sobretudo nas disciplinas específicas de formação no curso de Letras. Nesse sentido, o presente trabalho visa a discutir a formação inicial de professores na disciplina de estágio supervisionado com base na teoria dos novos letramentos. Parte integrante do projeto de novos letramentos da USP, em colaboração com a UFMS, a pesquisa faz um levantamento das práticas adotadas nas escolas públicas, coletadas por acadêmicos do curso de Letras da UEMS, problematizadas nas aulas de estágio supervisionado. Com base nesses dados e reinterpretados localmente, os alunos propõem alternativas para a transposição entre teoria e prática, fazendo uso das tecnologias digitais. Palavras-chave: língua inglesa, novos letramentos, estágio supervisionado. O ensino de língua inglesa numa perspectiva de letramento crítico: relato de uma experiência Roseli Peixoto Grubert Martinez (PG-USP) O fenômeno da globalização e os avanços tecnológicos são responsáveis pelas constantes mudanças na sociedade, que têm gerado novas necessidades de aprendizado em face das transformações nas formas de comunicação e interação (COPE & KALANTZIZ, 2000). A formação de indivíduos capazes de interagir neste contexto aponta para o uso de novas epistemologias e uma reflexão sobre o papel da escola e mais especificamente, no contexto desta pesquisa, das aulas de inglês neste processo. Assim, o principal objetivo desta com comunicação é relatar a experiência de uma investigação sobre a construção sentidos e ampliação de perspectivas por meio de uma atividade desenvolvida em quatro aulas de língua inglesa tendo por base as teorias dos novos letramentos, multiletramentos e letramento crítico. A pesquisa, resultado de trabalho final de conclusão de curso, teve metodologia qualitativa interpretativa de caráter etnográfico. Durante o processo foi possível observar a eficiência dessas novas propostas de ensino para o desenvolvimento da consciência crítica, ou seja, levar os alunos além do pensamento ingênuo e do senso comum (MENEZES DE SOUZA, 2010). Ao longo das aulas os alunos ampliaram perspectivas fazendo conexões entre o tema discutido e a realidade vivenciada por eles, o que os levou a repensar algumas atitudes e comportamentos. Palavras-chave: ensino de inglês, letramento crítico, construção de sentidos. TECNOLOGIAS DIGITAIS/EAD NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUAS: ABEHTE E UFES EM PARCERIA Coordenador: Kyria Finardi (UFES/ABEHTE) Esta sessão coordenada tem como tema central a descrição e discussão de trabalhos e ações envolvendo tecnologias digitais e EaD na formação de professores de língua. Os três trabalhos apresentados fazem parte de projetos e ações propostas e coordenadas por membros de duas instituições que ultimamente vem trabalhando em parceria, quais sejam – a Associação Brasileira de Estudos de Hipertexto e Tecnologias da Educação– ABEHTE- cuja diretoria para o biênio 2012-2014 é composta por professores da UFES e a Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, através de projetos interdisciplinares e interdepartamentais propostos por professores dos departamentos de línguas e educação que compõe a diretoria da ABEHTE. O primeiro trabalho descreve um curso de formação continuada de professores para o uso de tecnologias da informação e da comunicação. O segundo trabalho descreve os desafios de se implementar um curso de italiano na modalidade à distância e o terceiro trabalho descreve os desafios e possibilidades de uma arquitetura pedagógica virtual para o ensino de português com língua estrangeira. Todos os trabalhos apresentados partem do pressuposto teórico (por exemplo Lévy, 1999) de que a formação do cidadão requer uma educação plena que se materializa no letramento digital e multiletramento que por sua vez pressupõem o domínio de diferentes línguas e formas de linguagens. Palavras-chave: Tecnologias Digitais e EaD; ABEHTE; UFES Curso de extensão e formação continuada para utilização das tecnologias da informação e da comunicação Daísa Teixeira (UFES/ABEHTE) 231 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o impacto das tecnologias da informação e da comunicação na educação em geral e na formação do professor de línguas especificamente descrevendo um curso de extensão e formação continuada de professores para o uso dessas tecnologias. Para tanto, um curso de extensão e formação continuada de professores para utilização das tecnologias da informação e da comunicação no ensino presencial será descrito e utilizado para as discussões sobre esse tipo de iniciativa na formação docente. O referido curso prevê carga horária de 160 horas e será ofertado a 800 professores e 250 servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Espírito Santo perfazendo um total de 1050 vagas distribuídas em duas turmas. O objetivo principal do curso é oferecer meios para que professores possam integrar diferentes linguagens permitidas pelo uso das tecnologias da informação e da comunicação ao ensino presencial. O curso será ofertado na modalidade EaD e a estrutura curricular compreende as seguintes disciplinas: Ambientação da Plataforma MOODLE e Conferência WEB, Recursos de Mediação em Educação a Distância, Integração de Mídias na Educação I e II e Fundamentos em Educação à Distância. Espera-se que o curso capacite professores a trabalhar com a plataforma MOODLE e com ferramentas da WEB 2.0 tanto para os cursos presenciais quanto para os cursos à distância. Palavras-chave: Curso de extensão e formação de professores; EaD; tecnologias da informação e comunicação Ensino de italiano na modalidade EAD Mariza Silva de Moraes (FES/ABEHTE) A presente comunicação é um recorte do projeto pedagógico do curso de LETRAS ITALIANO, na modalidade EaD, que se pretende implementar na Universidade Federal do Espírito Santo através do Núcleo de Ensino a Distância (Ne@ad). Este trabalho busca contextualizar as dificuldades operacionais advindas do ensino a distância em geral e mais particularmente no âmbito de uma língua estrangeira. Dentre os desafios de ensinar uma língua estrangeira na modalidade à distância, citamos: o gerenciamento das disciplinas por meio da tutoria, a elaboração do material didático, a formação de professores e a avaliação das quatro habilidades inerentes ao ensino de língua estrangeira (fala, leitura, escrita e audição) além do desenvolvimento de uma quinta habilidade necessária à inclusão social e formação de cidadãos preparados para atuar no mundo globalizado - multiletramento e letramento digital. O projeto de ensino à distância de Italiano caracteriza-se como peculiar, visto que no Espírito Santo existe expressivo contingente de descendentes de italianos, que colonizaram o estado, mas que não utilizam a língua em casa e que não têm oportunidade de aprendê-la na escola uma vez a mesma não é oferecida nos ciclos regulares. O projeto de tem como objetivo principal formar professores de italiano e como objetivo secundário formar cidadãos preparados lidar com sua cultura e origem de forma crítica. Palavras-chave: Letras Italiano e EAD; operacionalidade; tutoria Arquitetura pedagógica virtual e o ensino de português como língua estrangeira Santinho de Souza (UFES/ABEHTE) As novas tecnologias e suas linguagens têm sido assunto recorrente nas reuniões de trabalho das escolas brasileiras tanto em nível de ensino fundamental e médio quanto em nível universitário. Dados recentes do uso de tecnologias nas escolas brasileiras (por exemplo http://www.cgi.br/) mostram que, apesar do aumento gradual de laboratórios de informática e TICs em espaços escolares, os níveis de qualidade da educação ainda deixam a desejar, sugerindo que, além de incluir novas tecnologias em espaços escolares, é necessário pensar na formação e qualificação de professores para atuar nesse cenário. Outro fator que deve ser considerado na equação tecnologia x educação, é a possível distorção conceitual na formação de docentes e no uso dos ambientes digitais tanto por professores quanto por discentes, no sentido de acalentarem a crença de que a solução para problemas educacionais e para uma educação de qualidade reside no uso de computadores, softwares e outras TICs. Nesse cenário, esta pesquisa pretende socializar dados e convidar à reflexão sobre o uso da tecnologia na educação em geral e na educação de português como língua estrangeira em particular, apresentando resultados a fim de contribuir com estudos pertinentes à área, especialmente na proposição de um modelo de arquitetura pedagógica multimídia como estrutura auxiliar do processo de ensinoaprendizagem de português, língua estrangeira, na graduação em Letras da Ufes e nos níveis de ensino ofertados pelo Centro de Línguas/DLL/UFEs. Palavras-chave: Tecnologia e ensino; arquitetura pedagógica virtual; português como língua estrangeira 232 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas ENSINO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA JAPONESA Coordenador: Laura Tey Iwakami (UECE) Formação de professores de Língua Japonesa: a construção do conhecimento na prática docente Laura Tey Iwakami (UECE) Este trabalho está ambientado no Curso de Extensão de Língua Japonesa do Núcleo de Línguas Estrangeiras (NLE) da Universidade Estadual do Ceará. Nos 19 anos de sua existência em atividade plena, várias experiências de ensino, dificuldades como carência e indefinição do quadro de professores, entre outros diversos fatores, marcam a história do curso. O problema que se colocava era, principalmente, o de formação de professores de Japonês, devido principalmente à inexistência de um Curso de Letras com habilitação em Língua Japonesa nas Universidades locais. Assim, com o intuito de solucionar o problema, foi criado o “Grupo de formação de professores e monitores do curso de japonês do NLE – UECE” no ano de 2007. Formado, através de processo seletivo, por alunos mais destacados dos níveis avançados de língua japonesa do próprio curso, bem como por ex-alunos, o Grupo se reúne semanalmente para discutir questões teóricas e didáticas do ensino do Japonês, programa curricular do Curso, problemas e dificuldades dos professores e alunos, entre outros. Quanto ao aspecto ensino-aprendizagem, prioriza-se o uso comunicativo da língua dentro de uma abordagem comunicativa em que o aluno aprende por meio de interação com seus pares. Nosso objetivo, perante esse grupo é, então, verificar a atuação dos professores em salas de aulas de Japonês em seu processo de ensino, por meio da pesquisa-ação, trabalhando especificamente o ensino comunicativo para as produções orais. Fundamentamos teoricamente através de autores como Moita Lopes (2002), Almeida Filho (2008), Widdowson (1991), Liberali (2006), Souza (2007), Thiolent (2009), entre outros. O aspecto processual do ensino-aprendizagem da língua japonesa é acompanhado e descrito, intentando revelar a construção de sentidos através da prática do uso da língua em sala de aula, motivando novos avanços ao processo. O ensino de Língua Japonesa através da tradução: o uso dos quadrinhos japoneses (mangá) Abimael Marques Maciel (mestrando PosLA – UECE) Ao considerar aspectos históricos do ensino voltado para as Línguas Estrangeiras (LEs), percebe-se que a tradução perdeu enorme espaço dentro do contexto de sala de aula, após o método Gramática-Tradução (GT) ter sido substituído por outras abordagens de ensino, o que colocou o ato tradutório em uma posição marginalizada dentro do ambiente de ensino-aprendizagem de LE. Contudo, nos últimos anos, a respeitabilidade dada à tradução parece estar retornando, uma vez que surgem novas teorias pedagógicas que encaram o ato tradutório não como um obstáculo à aprendizagem, mas como uma ferramenta metodológica útil quando utilizada de maneira adequada. O presente trabalho apóia-se nas ide.ias defendidas por Brown (1994) e Richards & Rodgers (2001) e tem por objetivo desenvolver uma pesquisa que aborde a tradução com viés pedagógico focando o desenvolvimento da habilidade da leitura e da escrita de aprendizes de língua japonesa através do uso do Mangá. O trabalho tem por base a metodologia da pesquisa-ação e será realizado com alunos de nível pré-intermediário de japonês do curso de extensão em língua japonesa da UECE. Os resultados serão apresentados posteriormente após o processo de triangulação e análise dos dados. Uma investigação reflexiva do uso do livro didático no Curso de Extensão em Língua Japonesa do Núcleo de Línguas da UECE com foco na Abordagem Comunicativa Diego Alves Holanda (mestrando PosLA – UECE) O livro didático de línguas estrangeiras é um dos principais materiais didáticos utilizado pelos professores em sala de aula. Os livros geralmente seguem as características de uma determinada abordagem de ensino, sendo a Abordagem Comunicativa a mais bem recebida na atualidade. Apesar da importância dos livros didáticos, não podemos deixar de lado a função do professor em sala, sendo o livro didático um de seus instrumentos de trabalho. O Curso de Extensão em Língua Japonesa do Núcleo de Línguas da Universidade Estadual do Ceará propõe a uma abordagem de ensino de língua japonesa para a comunicação, preparando o professor em formação para desenvolver reflexivamente sua aula segundo as teorias comunicativas. Para auxiliar o professor, é utilizado o livro didático do "Nihongo Shokyû Daichi" como instrumento didático. Neste 233 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas contexto busco investigar, através das teorias da Abordagem Comunicativa, o uso do livro didático "Daichi" por parte do professor do curso mencionado, observando a maneira como o livro é incluído no trabalho do professor em sala de aula e levantar percepções da sua relevância para o professor e a promoção de atividades comunicativas em sala, examinando também as concepções pessoais do professor sobre o livro didático e a abordagem comunicativa. GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM LINGUÍSTICA APLICADA: DISCUTINDO FORMAÇÃO E PRÁTICAS DE DOCENTES Coordenador: Leandra Ines Seganfredo Santos (UNEMAT/Sinop) Este trabalho visa apresentar ações do Grupo de Estudos e Pesquisas em Linguística Aplicada, um fórum de discussão permanente pautado no estudo e desenvolvimento de pesquisas sobre formação docente, ensinoaprendizagem de línguas e estudos da linguagem no Mato Grosso. Os objetivos se estendem a ações que envolvem a orientação de trabalhos de graduação (Cursos de Letras e Pedagogia), especializações, organização de eventos, apresentações conjuntas em eventos e atualização permanente em relação à produção científica publicada. Promove o desenvolvimento de projetos interinstitucionais e interdepartamentais acerca das temáticas atuais circulantes bem como, em uma perspectiva inter/multidisciplinar, oportuniza a troca de informações com interessados nos estudos da área a respeito de temáticas que podem ser suscitadas a partir das pesquisas desenvolvidas. Atua em duas linhas: 1) Formação inicial e continuada de docentes das linguagens, cujo objetivo é desenvolver estudos relacionados ao perfil, multiletramento, aperfeiçoamento e crenças/concepções que balizam pensamentos e ações do profissional das linguagens; 2) Linguagem, cultura e ensino, que dedica-se aos estudos das diversas manifestações da linguagem na sociedade contemporânea, suas multimodalidades na esfera educacional e social e sua interface com a cultura. Os trabalhos que compõe esta coordenada estão diretamente relacionados a questões que envolvem a oferta de ensino de Língua Inglesa para crianças e a necessidade de reflexões acerca da formação do professor para atuar com esta clientela específica, bem como descrever e discutir práticas que vem sendo desenvolvidas na rede pública de ensino de Sinop/MT. O primeiro trabalho é um projeto de pesquisa de doutoramento e nasceu das inquietações do grupo de pesquisadores a partir das demandas locais de formação docente e inclusão do ensino de línguas para crianças. O segundo apresenta crenças de alunos de especialização sobre a oferta de Língua Inglesa para crianças. O terceiro relata práticas desenvolvidas com crianças da rede pública de ensino. Palavras-chave: Linguagem; Pesquisas; Formação docente. Implantação do programa mais educação: oficinas de língua inglesa nas escolas municipais de sinop Juliana Freitag Schweikart (UNEMAT/sINOP) A educação – formal ou informal – a que todos somos submetidos vê-se impelida a acompanhar os avanços de um mundo dito globalizado. Neste cenário o Governo Federal tenta intervir, através de Programas Educacionais. Assim, foi lançado em 2007 o Programa Mais Educação, com o objetivo de promover uma Educação Integral. Alguns governos municipais adotaram este Programa que prevê parcerias profissionais e, considerando que é papel das universidades (no caso das licenciaturas) acompanharem os programas educacionais, é que este projeto foi proposto. Tem por objetivo descrever, discutir e orientar/acompanhar o processo de implantação e construção de um plano pedagógico de ensino de Línguas Estrangeiras, através de oficinas, que envolvam/conectem os saberes escolares e os saberes da comunidade. Os pressupostos teóricos que envolvem a configuração deste projeto são pautados na literatura referente ao ensino e aprendizagem de línguas e formação de professores com discursos sobre uma nova configuração de sociedade e de um novo perfil de comportamento de crianças, jovens e adolescentes (VIEIRA-ABRAHÃO, BARCELOS e FREIRE, 2005; LACOSTE e RAJAGOPALAN, 2005; ALVAREZ e SILVA, 2007, para citar alguns). Para alcançar os objetivos o projeto pauta-se numa metodologia de investigação aplicada ancorada na pesquisa qualitativa de cunho etnográfico. Inicialmente os seguintes instrumentos já foram implantados: entrevistas, observação participante, conversas informais, análise de documentos e diário de anotações. Na sequência, para continuar a pesquisa interventiva será selecionado um grupo de três bolsistas participantes do projeto de três escolas diferentes na intenção de co-construção/elaboração das oficinas de língua inglesa para alunos do ensino fundamental. Após esse processo far-se-á a apresentação dos dados de forma literal, por meio de transcrição de excertos, interpretativa e reflexiva, na intenção que esta trajetória culmine em um texto multivoz (DENZIN & LINCOLN, 234 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas 1998). Palavras-chave: Língua Inglesa; Programa mais Educação; oficinas. Reflexões acerca das crenças dos alunos de um curso de especialização lato-sensu sobre a oferta de ensino de língua inglesa para crianças Joseane Santos da Silva (UNEMAT/SINOP) O foco deste estudo é analisar e discutir possíveis crenças evidenciadas em alunos cursistas do Curso de Especialização em Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas Portuguesa e Inglesa, ofertada pela Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop. Também se faz uma reflexão sobre a formação dos profissionais de língua inglesa (LI), formados no curso de Letras e atuantes na área de ensino nas séries iniciais, pois, a súbita globalização do mundo tem feito com que a LI se transformasse em um idioma oficial do mundo dos negócios e as crianças estão sendo inseridas cada vez mais cedo neste processo de aprendizagem, seja em escolas públicas ou privadas, portanto, detecta-se uma falta na graduação dos professores de línguas que impede os mesmos de ter habilitação para lecionarem LI para crianças, visto que os pedagogos também não possuem tal qualificação. Analisamos as crenças dos cursistas a partir de suas experiências adquiridas antes e depois da graduação. O aporte teórico teve por base os trabalhos de Santos (2005), Rocha, Tonelli e Silva (2011), Barcelos e Abrahão (2006), dentre outros. Através das crenças dos cursistas pode se perceber que a LI é uma língua “difícil” de ensinar para crianças quando não se tem a formação adequada, pois, o professor usa a didática que aprendeu na graduação e utiliza práticas relacionadas as suas crenças que foram adquiridas durante toda a vida escolar. Foi evidente a constatação de que é diferente ensinar alunos do ensino fundamental 2 e alunos do ensino fundamental 1. Neste sentido, é importante que a grade do curso de Letras contemple a formação de LI para crianças, para que os profissionais de LI possam ser autossuficientes numa didática mais específica para ensinar crianças. Palavras-chave: Crenças; Língua Inglesa para crianças; formação docente. Projeto de aprendizagem de LIC: uma proposta em ação Vera Lucia de Oliveira Pereira Buose (Redes Estadual e Municipal de Ensino Público de Sinop/MT) O presente texto se propõe a refletir sobre o trabalho pedagógico potencializado pelo Projeto de Aprendizagem: Língua Inglesa para Criança (LIC) e o teatro em ação. Este é fruto de uma pesquisa-ação proporcionada pelo curso de especialização em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa e Língua Inglesa pela Universidade Estadual de Mato (UNEMAT), campus universitário de Sinop. Como pesquisadoras e participantes da proposta construímos um referencial teórico acerca do trabalho pedagógico organizado por Projetos de Aprendizagem em LIC por meio do teatro e, ao mesmo tempo, vivenciá-lo em situações pedagógicas com os alunos em de sala de aula. Este trabalho foi desenvolvido com alunos do quinto ano do Ensino Fundamental matutino e vespertino, entre os meses de outubro a dezembro de 2011 na Escola Municipal Basiliano do Carmo de Jesus, situada na cidade de Sinop, Mato Grosso. O aporte teórico teve por base os trabalhos de Santos (2010 e 2011), Tonelli e Ramos (2007), Rocha (2007 e 2008), Ferreira (2006), Thiollent (2007), Fagundes, Sato e Maçada (1999), dentre outros. No decorrer deste trabalho foi possível observar o quanto o Projeto de Aprendizagem mediado pela dramatização na sala de aula auxilia na aprendizagem de LIC e os resultados mostraram que os alunos desenvolveram com maior eficácia as habilidades orais na língua foco, pois os mesmos fizeram relações entre esta e a língua materna, dialogaram, interagiram entre os pares e com a comunidade escolar em língua inglesa e suas reações entusiasmadas e de grandes interesses durante a efetivação deste trabalho nos leva a refletir sobre o quanto um ensino ofertado de forma significativa pode consolidar aprendizagens em diversas áreas, assim como no desenvolvimento consciente da língua. Palavras-chave: Língua Inglesa para Criança; Projeto de aprendizagem; Teatro na escola O DESAFIO DOS MÚLTIPLOS LETRAMENTOS: IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CONTÍNUA DE DOCENTES DA ÁREA DA LINGUAGEM Coordenador: Leandra Ines Seganfredo Santos (UNEMAT/Sinop) 235 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas Esta sessão reúne trabalhos desenvolvidos pelo Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica (CEFAPRO/Sinop/MT) com vistas à reflexão sobre as diversas materialidades do processo de formação continuada nesse contexto. As pesquisas aqui apresentadas discutem o papel desempenhado pelo Centro a partir da proposição de diferentes cursos e acompanhamento sistemático nas escolas sob a responsabilidade do polo de Sinop. Uma das ações é o acompanhamento do Programa Gestar II - Programa Gestão da Aprendizagem Escolar, uma parceria MEC/SEDUC, apresentado e discutido pelo primeiro trabalho que evidencia que todo docente necessita estar em constante formação para compreender e acompanhar a evolução dos saberes no mundo contemporâneo e refazer sua prática pedagógica. O programa trabalhou com os docentes de Língua Portuguesa com diferentes gêneros textuais considerando a necessidade de interação entre o conhecimento prévio e o conhecimento alfabeletrado de mundo e que a língua é um sistema que se estrutura no uso e para o uso, escrito e falado sempre contextualizado. O letramento foi trabalhado a partir de sequências didáticas construtivas, proposta por Zaballa (1998). O segundo trabalho apresenta resultados se a linguagem mediada por computador tem influenciado o processo ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa e se os professores tem conseguido fazer uso das oportunidades oferecidas pela comunicação eletrônica para trabalhar de maneira mais atrativa e contextualizada. O terceiro trabalho relata os resultados de um estudo realizado a partir do desenvolvimento de um curso na plataforma e-ProInfo ofertado para professores de Língua Inglesa da rede estadual de ensino e retrata avanços e limitações para o uso do letramento digital e os desafios que estão postos para a área de ensino de Língua Inglesa e formação docente. Palavras-chave: Formação Continuada; Letramentos; ensino-aprendizagem. Letramento: um desafio para a formação continuada em serviço Eliane Carvalho de Oliveira (CEFAPRO/SINOP) Lucineide da Silva (CEFAPRO/SINOP) Esta comunicação visa apresentar resultados de formação de professores de Língua Portuguesa por meio do Programa Gestar II - Programa Gestão da Aprendizagem Escolar, uma parceria MEC/SEDUC, desenvolvido no município de Tapurah/MT, um dos municípios que compõem o polo de CEFAPRO/Sinop/MT - Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica. A pesquisa teve como objetivo provocar reflexões acerca do letramento dentro de uma perspectiva de formação continuada. O estudo partiu das teorias apresentadas por Soares (1998), Matencio (1994), Kleiman (1995) e Tfouni(1997) de que todo docente necessita estar em constante formação para compreender e acompanhar a evolução dos saberes no mundo contemporâneo e refazer sua prática pedagógica. O programa trabalhou com os docentes de Língua Portuguesa com diferentes gêneros textuais considerando a necessidade de interação entre o conhecimento prévio e o conhecimento alfabeletrado de mundo e que a língua é um sistema que se estrutura no uso e para o uso, escrito e falado sempre contextualizado. O letramento foi trabalhado a partir de sequências didáticas construtivas, proposta por Zaballa (1998). O instrumento utilizado para a coleta de dados foi à observação participante e registro em diário de campo. Embora a formação continuada seja proposta por um Programa do MEC, como o trabalho foi desenvolvido pelo CEFAPRO, houve um planejamento e replanejamento das ações formativas com o objetivo de intervenção pedagógica que possibilitou a mudança de comportamento na prática do professor em sala de aula. Estes por sua vez perceberam a necessidade da leitura e da escrita como processo básico da produção textual, além de que o ato de ler, interpretar, compreender e produzir pressupõe um exercício diário na sala de aula. Outro ponto relevante foi o fato de que os professores das demais disciplinas perceberam que não só o professor de Língua Portuguesa deverá trabalhar o letramento, mas que esse compromisso é de todos, numa perspectiva interdisciplinar. Palavras-chave: Formação Continuada; Letramento; Gêneros Textuais. A linguagem utilizada pelos adolescentes e jovens na comunicação eletrônica: possibilidades, limites e implicações para o ensino e aprendizagem de língua portuguesa Arlete Tavares Buchardt (CEFAPRO/SINOP) Élidi Preciliana Pavanelli Zubler (CEFAPRO/SINOP) Esta comunicação tem por objetivo socializar os resultados prévios de uma pesquisa que estamos realizando no Ensino Médio da Rede Pública de Ensino da Educação Básica no município de Sinop, Estado de Mato Grosso. A pesquisa prevê observarmos se a linguagem mediada por computador tem influenciado de alguma forma o processo ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa e se os professores tem conseguido fazer uso 236 IV Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas das oportunidades oferecidas pela comunicação eletrônica tão utilizada pelos adolescentes e jovens para trabalhar de maneira mais atrativa e contextualizada. Neste sentido, através desse estudo pretendemos analisar a linguagem utilizada por adolescentes e jovens nas redes sociais de comunicação eletrônica, a partir da verificação de como essa linguagem se manifesta na produção textual do aluno, como o professor de Língua Portuguesa lida com isso e como ele pode fazer uso dessas redes no processo ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa. Outro ponto em observação consiste em averiguar se o discurso eletrônico trouxe algum diferencial ao estudo dos gêneros discursivos, se o vocabulário cibernético gerou algum novo gênero textual ou alterou a estrutura de um gênero já existente. A metodologia adotada para este trabalho foi o Estudo de Caso com a utilização de entrevistas semiestruturadas e análise documentos, buscando aporte teórico em Marcuschi (2008), Murano (2009) Marconato (2006) Fischer, 2007; Recuero, 2010; Bakhtin, 2010; Siqueira, 2010 e Moita Lopes, 2006, para citar alguns. Até o momento o ponto mais relevante que pudemos constatar é que há discordâncias entre os professores de Língua Portuguesa quanto aos benefícios da comunicação eletrônica para o ensino da Língua Portuguesa, sendo que um percentual dos professores diz que a linguagem utilizada na comunicação eletrônica não interfere na produção dos alunos e que estes são capazes de fazer uso da linguagem de acordo com cada contexto de comunicação; enquanto outros argumentam que só não ocorre interferência quando e se o aluno já tem construídas suas competências linguísticas. Palavras-chave: letramento digital; gêneros textuais; ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa. Formação