Edição Abril 2013
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Edição Abril 2013
Detergentes Novos atributos Edição 75 / Mar-Abr de 2013 / www.editorastilo.com.br Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 expediente Diretor Daniel Geraldes Editor Chefe Daniel Geraldes – MTB 41.523 [email protected] Jornalista Colaboradora Lia Freire - MTB 30222 [email protected] Publicidade [email protected] Direção de Arte e Produção Leonardo Piva Denise Ferreira [email protected] Conselho Editorial Álvaro Azambuja Daniel Geraldes João Francisco Neves Zoé Mores Modelo: Fotos Capa: Impressão Referência Editora Distribuição ACF Alfonso Bovero Editora Stilo Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61 São Paulo (SP) - Cep: 04004-000 Fone: (11) 2384-0047 A Revista Espuma é um veiculo bimestral da ABISA publicada Editora Stilo que tem como público-alvo empresas dos seguintes mercados: Fabricantes da Indústria de Sabão, Higiene, Limpeza, Cosméticos, Perfumes e Fragrâncias, Fornecedores de Máquinas e Equipamentos, Insumos e Matérias Primas, Prestadores de Serviços, Frigoríficos e Graxarias, Atacadistas, Supermercados, Embalagens, Aromas, Indústria Química Fina, Equipamentos de Laboratórios e Análises, Corantes e Pigmentos, Entidades da Cadeia Produtiva, Centros de Pesquisas e Universidades, Escolas Técnicas, entre outros. A distribuição é gratuita para todo o Brasil. É enviada para presidentes, proprietários, diretores, gerentes, compras, engenheiros e técnicos de empresas. Tiragem de 5.000 exemplares. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Prezado Leitor O detergente líquido para lavar louça está presente em quase 100% dos lares brasileiros, portanto, é considerado uma das categorias mais importantes para o setor de limpeza. Nos últimos cinco anos, apresentou um crescimento bem significativo, registrando aumento de 15% em volume e 32% em valor, e tudo indica que continuará crescendo. É um item bastante versátil, o que faz dele um produto com diversas utilidades. No ano de 2012, segundo levantamento da ABIPLA – Associação Brasileira de Produtos de Limpeza e Afins – o consumo per capita de detergente para lavar louça, no país, foi de 431 mil litros, um crescimento de 4% em relação a 2011. O faturamento foi de cerca de 926 milhões (em reais). Para 2013, a perspectiva do setor é permanecer crescendo pelo décimo ano consecutivo, de 2% a 3% acima do PIB. Produtos de alta performance, que no momento da limpeza exigem menos esforço, maior rendimento, excelente eficiência e a preocupação com o meio ambiente dão a tônica e indicam para onde o setor de detergentes para lavar louça (surfactantes por definição), está caminhando. São itens de maior valor agregado, ou seja, os consumidores hoje em dia estão dispostos a pagar um pouco mais para ter acesso a estes benefícios. Confira as tendências nas próximas páginas! O grupo alemão Evonik, considerado um dos principais líderes mundiais em especialidades químicas, investirá em nova fábrica de ingredientes para cuidados pessoais e domésticos no Brasil. O início das operações da unidade, que estará localizada em Americana (SP), será en meados de 2014, com capacidade de produção de 50 mil toneladas/ano. O portfólio incluirá surfactantes especiais, agentes condicionadores, emolientes, emulsificantes, espessantes e ativos amaciantes para têxteis, dentre outros. “A fábrica expandirá a nossa rede de produção global de Consumer Specialties e nos facilitará o acesso aos mercados em crescimento da América do Sul. Escolhemos Americana para esse projeto em virtude de sua proximidade com a maioria dos principais clientes brasileiros” explica Eraldo Pereira, diretor da Unidade de Negócios Consumer Specialties da Evonik – América Latina, que concedeu entrevista à Revista Espuma para falar sobre o investimento. Boa Leitura! Daniel Geraldes 3 Editorial 2 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 ABISA 4 maioria da população brasileira, poderiam ser evitadas das mães; e combater a Aids, malária e outras doenças com o simples ato de lavar as mãos assiduamente. O endêmicas e epidêmicas. senso comum entre aqueles que atuam nos setores da Economia é de que a informalidade tem prejudicado o Institutos, Fundações e Empresas) aponta que 500 mil desenvolvimento pleno do País, ao mesmo tempo em que empresas do Brasil, 59%, afirmam realizar ações de o fenômeno expõe a falta de empregos e a necessidade de responsabilidade social, contudo, apenas 17% investem mais investimentos por parte das empresas. em programas de Saúde. Por isso, a ABISA busca, Do lado privado, recente estudo do Gife (Grupo de Estudo recente, divulgado pela Organização Mundial sempre que possível, formas de ampliar essa participação da Saúde (OMS) revela que quase 50 mil brasileiros empresarial em projetos de Saúde, integrando-os ao morrem por ano por falta de higiene, saneamento e desenvolvimento de programas de Economia Solidária poluição. e, conseqüentemente, de reciclagem e Desenvolvimento Dados da pesquisa Aspectos Distributivos dos Sustentável. Gastos Públicos na Saúde, publicada pelo Ministério da É público que os governos brasileiros promovem Saúde, apontam que 80% do total de pessoas atendidas intensa campanha de prevenção de doenças transmitidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são pobres ou estão sexualmente, através de uma ampla distribuição de abaixo da linha da pobreza. Segundo o estudo, o governo preservativos. Algo mais pode ser obtido em benefício gastou R$ 8 bilhões com internações e atendimentos da população se for enfatizada a necessidade da higiene do crédito não compensado poderá ser passível de ambulatoriais com essas pessoas, sem contar cirurgias pessoal. pela Medida Provisória 609 de 08/03/2013, publicada Pedido de Ressarcimento, porém a Receita Federal pode e medicamentos. em Edição Extra do DOU, várias empresas nossas demorar até 5 (cinco) anos para fazer o ressarcimento, Cólera, febre tifóide, disenteria, meningite e as se do fim desse produto, que ficaria obsoleto diante das associadas estão tendo problemas com a desoneração sem qualquer atualização monetária (Selic). hepatites A e B, esquistossomose, lepra, tuberculose, novas tecnologias empregadas para fabricação de novos do sabonete (empresas essas que só fabricam o produto Com relação ao IPI, o problema é o mesmo, as tétano e difteria, são algumas doenças que podem ser sabões, mais sofisticados e, conseqüentemente, mais sabonete ou terceirizam), cujo NCM era 3401.11.90, empresas continuam a manter crédito referente às evitadas se houver mais higiene, conseqüentemente, modernos. Contudo, o sabão em barra resiste ao tempo e foi reclassificado para 3401.11.90 Ex 01 e incluído na entradas de insumos industriais e não terão mais o uma maior limpeza pessoal e nos ambientes domésticos mantêm-se como um dos principais produtos de higiene Lei 10.925/2004, no inciso XXVI do art. 1º, portanto, débito do próprio imposto para que possam compensá-lo. e de trabalho das pessoas. pessoal e doméstica em função de um simples fator: tendo suas alíquotas de PIS e COFINS reduzidas de Zoé Mores – Executiva da Abisa e jornalista. Desoneração complexa... Em face às alterações tributárias promovidas Verificamos que a renúncia fiscal promovida pela Sabão em barra - Há pelo menos duas décadas fala- De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia sua multifuncionalidade. Tanto nas grandes cidades quanto nas regiões mais remotas do país, o sabão em 12,5% (Lei 10.147/2000) para 0 (zero). Também houve a referida Medida Provisória acarretará um problema (SBU), o Brasil está em terceiro lugar no ranking publicação do Decreto 7.947 no mesmo dia, reduzindo a financeiro de grande magnitude no estabelecimento mundial de uma outra doença, o câncer no pênis – perde barra é o principal e mais eficiente agente de limpeza alíquota de IPI de 5% para 0%. industrializador desse produto, já que os mix de produtos apenas para Índia e Uganda. Transmitida pelo vírus para as famílias carentes. Está, segundo levantamento são muito pequenos e não conseguirão absorver esses HPV, a doença, causada principalmente pela falta de da Abisa, em 96% dos lares brasileiros e, certamente, cumulativo do PIS e COFINS, tomam o crédito desses créditos de impostos em outros produtos que continuam higiene, atinge 3% da população masculina do país e em 100% das residências mais pobres. Ele pode ser impostos na entrada no percentual de 9,25%, crédito tributados normalmente. poderia ser evitada de duas maneiras: comprado em pedaços, de acordo com os recursos do este que era descontado mensalmente da contribuição . uso de preservativos nas relações sexuais e consumidor. Em um aspecto mais amplo, o sabão em apurada sobre a receita em 12,5%, conforme mencionado canais, a desoneração da cadeia anterior ou uma . a simples lavagem local e das mãos. barra tem outro benefício: ele dilui-se na natureza em no parágrafo anterior. alternativa razoável em relação a tratativa dessa menos de 48 horas, enquanto seu concorrente maior, o Agora, embora continuem a tomar o crédito na alteração tributária, que irá inviabilizar a operação de é devastador. Principalmente quando sabemos que detergente biodegradável, leva mais de um mês. muitas empresas. todas as políticas no setor surtem efeito a médio e longo O sabão é fabricado a partir de matérias-primas necessidade prazos. Um país como o Brasil, que subscreveu os oito renováveis, que não agridem o Meio-Ambiente, não desde 09/03/2013, gerando um montante de crédito e solicitando a “desoneração” do sabão comum – compromissos das chamadas Metas do Milênio – três provocam o efeito estufa e não possuem derivados de petróleo. acumulado que inviabilizará toda a operação, pois classificação fiscal 3401.1900, produto que está presente dos quais dedicados à Saúde -, necessita de medidas O produto pode ser elaborado descentralizadamente, pois mesmo compensando esses créditos com outros tributos em pelo menos 96% dos lares brasileiros, segundo urgentes para que possa cumprir as metas, cujo prazo sua fabricação é simples e requer pequeno investimento, o administrados pela Receita Federal do Brasil, ainda pesquisa. foi acordado entre as nações para daqui a dois anos. que favorece os pequenos produtores. sobrará um montante de crédito que o Capital de Giro Há um consenso entre profissionais da área de Assim, em 2015, o Brasil precisará ter reduzido em dois destas empresas não conseguirá suportar. O restante Saúde de que doenças sérias, que atingem a ampla terços a mortalidade infantil; em 75% as taxas de óbitos seja sanado e que o sabão seja desonerado... Como estas empresas estão sujeitas ao regime não- entrada, não mais conseguirão compensar esses créditos com o débito apurado, pois esse não mais existe Estamos solicitando ao governo, através de vários Estamos novamente mostrando a O impacto dessas doenças na Economia de um país Vamos torcer para que breve o problema do sabonete 5 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Sumário 6 08 Notícias 18 Capa 26 Entrevista 30 Informe Técnico 34 Em Foco 1 40 Em Foco 2 42 Em Foco 3 46 Em Foco 4 7 Notícias 8 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Desoneração tira competitividade do setor de sabonete Mais uma briga vencida pela ABISA – redução de multas tributárias federais O repasse integral da desoneração da cesta básica para os preços do sabonete pode tirar do mercado pequenos e médios fabricantes dedicados exclusivamente a esse ítem. Esses produtores, que fornecem sabonetes para grandes indústrias ou para os supermercados venderem com marca própria, apresentam problemas semelhantes ao de outros ramos da indústria. Com a isenção da cobrança de PIS; COFINS e IPI sobre o preço de venda, essas indústrias não conseguem recuperar créditos tributários acumulados na compra de insumos, como produtos químicos e embalagens. Grandes indústrias, com um amplo portfólio, conseguem recuperar esses créditos na venda de outros produtos não desonerados. Os fabricantes só de sabonetes, não, o que gerou uma grande distorção no mercado. A ABISA já apresentou este problema ao Ministério da Fazenda e solicitou novamente, a desoneração do sabão. Estamos publicando várias matérias, em vários jornais, mostrando realmente o que está acontecendo com as indústrias e pressionando para que essas medidas sejam tomadas logo. Iniciamos os debates e trabalhos em 2008 e agora foi publicada nova lei que reduz multas tributárias federais pelo descumprimento de obrigações acessórias das empresas. A Lei 12.766 alterou o artigo 57 da Medida Provisória 2.158-35, reduzindo as penalidades pela falta de apresentação, atraso, erro ou omissão na Escrituração Contábil Digital (ECD) e na Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/PASEP (EFD-PIS/COFINS), itens do Sistema Público de Escrituração Fiscal Digital-SPED. As empresas optantes pelo Simples foram beneficiadas com previsão de redução em até 70% das multas referentes ao não atendimento à intimação da Secretaria da Receita Federal do Brasil para apresentação de informações inexatas ou omitidas. Já a multa por atraso nas declarações foi reduzida de R$ 5.000,00 por mês para R$ 500 para empresas cuja última declaração tenha apurado lucro presumido. Como são muitas as declarações fiscais que precisam ser entregues todos os meses pelas empresas a todos os fiscos, é comum ocorrerem erros ou atrasos. Assim, é muito importante a redução das multas pelo mero descumprimento de uma obrigação acessória ao tributo, para que atrasar ou errar uma declaração não custe à empresa mais que o próprio imposto. Para mais informações e aproveitamento amplo dos benefícios conquistados, deve ser analisada a legislação na íntegra. As leis que reduzem as multas devem ser aplicadas retroativamente aos casos anteriores às leis novas e mais benéficas. Biodiesel da JBS é o único do país com certificado ISCC A JBS Biodisel é a primeira fabricante de biodiesel do Brasil a conquistar a Certificação Internacional de Sustentabilidade e Carbono. Graças a isso, a empresa é a primeira do país cujos produtos comprovadamente atendem às exigências da legislação européia sobre redução das emissões de gases do efeito estufa e rastreabilidade das matérias primas e, portanto, podem ser exportados aos países da União Europeia. A fabricante de biodiesel faz parte do Grupo JBS-Friboi, gigante brasileiro do setor de processamento de proteínas animais que registrou vendas de R$ 76 bilhões durante o ano passado. Graças a sua relação com sua matriz, a JBS Biodiesel tem acesso facilitado ao sebo bovino que, nos termos da diretiva européia, pode ser considerado um material residual. A certificação se aplica ao biodiesel feito de sebo e foi a primeira do mundo a obter o ISCC para essa matéria prima. Jequiti quer produção própria e mais consultoras em 2014 Com a intenção de começar 2014 com produção própria – hoje feita por sete grandes nomes e cerca de 200 fornecedores de matéria prima-, além de ampliar o quadro de consultoras, que hoje é de 190 mil pessoas, a terceira maior empresa de vendas diretas de produtos de beleza, a brasileira Jequiti Cosméticos, quer configurar-se como exemplo de empenho profissional e feeling de negócios no segmento. Por atuar com consumidores das classes B, C e D, a Jequiti, do ano passado para cá, têm aumentado a atenção ao conceito de popularização do luxo. Além dos produtos básicos que levam a marca Jequiti, eles nacionalizam marcas de perfume estrangeiras que levam o nome de celebridades, nicho esse que representa cerca de 51% do faturamento da empresa. Mesmo trabalhando com margens baixas para conseguir levar esse luxo a preço acessível, a rede tem portfólio amplo com cerca de 1.000 produtos, ressaltando que há lançamentos periódicos e investimentos em pesquisas para que os produtos tenham qualidade superior a de seus concorrentes. “Posso afirmar que a fixação dos nossos produtos é muito maior que a de todos os nossos concorrentes”, disse o diretor Lázaro do Carmo. Mercado global de glicerina deve movimentar U$ 2,1 bilhões em 2018 Nos próximos 5 anos, o comércio global de glicerina deverá movimentar anualmente uma cifra da ordem de U$ 2,1 bilhões. A previsão consta de relatório de mercado divulgado pela norte-americana Transparency Market Research. O levantamento indica que a demanda mundial de glicerol deverá superar a marca de 3 milhões de toneladas até 2018. isso representa um crescimento superior a 50% em relação aos 2 milhões de toneladas consumidos pelo mercado em 2011. esse crescimento será sustentado principalmente pela demanda crescente em ramos industriais como cosméticos, farmacêuticos e alimentação – nessa última o crescimento da demanda por glicerina deverá chegar a 7,3% ao ano. A glicerina também tem sido explorada por outras indústrias interessadas no desenvolvimento de plataformas químicas renováveis. Avanços tecnológicos recentes permitem a fabricação de compostos comercialmente importantes a partir do glicerol, entre os quais propilenoglicol e a epicloridrina. Tradicionalmente esses produtos são sintetizados a partir de fontes não renováveis baseadas no petróleo. Companhias como ADM, Solvay e Dow já possuem rotas desenvolvidas baseadas na glicerina. Governo aumenta limite para opção pelo regime de tributação do lucro presumido Através da Medida Provisória 612, o governo aumentou, no dia 04 de abril, o limite para opção pelo regime de tributação com base no lucro presumido. O limite passará dos atuais R$ 48 milhões para R$ 72 milhões, a partir de 1º de janeiro de 2014. Desta forma, a pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano-calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 72 milhões ou a R$ 6 milhões, multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 meses, poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido. Além desta mudança importante, a MP 612 acrescentou e excluiu setores e produtos na nova tributação sobre a receita bruta, alterando, mais uma vez, a Lei 12.546 de 2011, que aumentou a COFINS-Importação de diversos produtos, entre outras novidades. Vale lembrar aos nossos associados, que este foi mais um pleito vencido pela Abisa, tendo em vista que já a algum tempo vínhamos brigando por mais esta causa. 9 Notícias 10 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Desoneração tributária da cesta básica Muitas empresas estão entrando em contato conosco procurando informações relacionadas à recente edição da MP 609/2013 (PIS/COFINS) e Decreto 7947 (IPI) com impacto para o setor de higiene e limpeza. Conforme Decreto 7947, houve a criação de um Ex 01 na NCM 3401.1190 – sabão de toucador, ou seja, sabonete, o qual foi reduzida a alíquota para zero, tanto do IPI quanto do PIS/COFINS. Esta interpretação decorre não somente da análise da classificação fiscal, mas do fato de que o sabão já possui alíquota 0% de IPI (3401.1900 – ex 03 da TIPI). Por sua vez, houve a edição da MP 609, a qual incluiu no art 1, da Lei 10.925/2004, novos produtos com tributação de PIS/PASEP e COFINS à alíquota zero. Nossa solicitação foi para serem incluídos os sabões e sabonetes, entre outros. Neste momento, fomos agraciados somente com o sabonete. A ABISA já havia solicitado ao governo há mais de um ano pela isenção das alíquotas, pois o segmento enxergava a necessidade de baratear produtos com índice de penetração de mais de 90% no consumo das famílias, o que também inclui o sabão. Após o anúncio, contactamos nossos parceiros e tivemos informação de que o governo fará mais desonerações de impostos federais até maio, com o objetivo de ajudar no controle da inflação e assim afastar, ou minimizar, um ciclo de alta da taxa básica de juros. Vamos pressionar muito para que o sabão seja incluído. De qualquer forma, hoje mesmo nossos tributaristas estarão entrando com pedido de adendo ou nova inclusão. Vendas sustentáveis dos pequenos negócios crescem 115% Os pequenos negócios foram os principais vendedores de bens ecológicos, sociais e economicamente responsáveis para o governo federal, em 2012. Dos R$ 40 milhões gastos nas licitações sustentáveis, 57% foram pagos para as micro e pequenas empresas. Em apenas dois anos, a participação dos empreendimentos de micro e pequeno porte nesse tipo de compra pública cresceu R$ 6,6 milhões em 2010 para R$ 22,4 milhões em 2012, o que representa um crescimento de 115%. Uma pesquisa do SEBRAE demonstrou que 89% dos donos dos pequenos negócios sabem que as ações sustentáveis podem atrair mais clientes e que a sustentabilidade está fortemente associada à questões ambientais, sociais e econômicas. Apesar do assunto sustentabilidade ser relativamente novo, os empreendedores já estão com a consciência de que esse assunto envolve diversos fatores, e que só traz benefícios para quem vende e para quem compra. Mulheres Decidem Compras em 86% dos Lares Pesquisa do Data Popular mostra maior poder feminino – As mulheres decidem as compras dos supermercados em 86% do lares, e em 79% deles são também as responsáveis por escolher as viagens de férias da família. “Cada vez mais, a ida da mulher ao mercado de trabalho dá a ela uma posição ativa em casa”, afirma Renato Meirelles do Data Popular. “Alem disso, coloca o marido numa posição de não querer encrenca, “até porque muitas vezes ela ganha mais que ele” e a pesquisa revela uma certa acomodação do marido. Revista Espuma - Março/Abril de 2013 11 12 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Symrise adquire Belmay - fabricante americana de fragrâncias Mais um grande evento chega ao Brasil – “Sustainable Brands” A Symrise adquiriu o negócio de fragrâncias global do grupo Belmay, um desenvolvedor e fabricante internacional de perfumes e óleos de perfume. Com esta aquisição, a Symrise está dando mais um passo estrategicamente importante para o crescimento sustentável na perfumaria fina, cuidados pessoais e segmento de cuidados com o ar. Tanto os portfólios de clientes quanto de produtos da Belmay complementam as atividades existentes da divisão de Fragrâncias e Cuidados da Symrise e dão suporte aos seus planos de crescimento. Enquanto a aquisição fortalece os negócios da Symrise a nível global, também acrescenta valor específico à crescente presença da empresa na America do Norte, que é o mercado núcleo da Belmay. Com esta aquisição, está tomando conta dos clientes de fragrâncias da Belmay, todo o portfólio existente de produtos e clientes, a experiência de seu departamento de pesquisa e desenvolvimento, especialistas qualificados, bem como propriedades selecionadas, instalações e equipamentos. O Rio de Janeiro receberá entre os dias 8 e 9 de maio, a primeira edição brasileira da conferência Sustainable Brands (SB Rio), evento ligado à sustentabilidade. O evento, segundo os organizadores, é marco zero para profissionais de inovação, sustentabilidade e comunicação se prepararem para construir marcas cada vez melhores. Com o tema central “A Revolução estará nas marcas (em tradução livre), essa primeira edição do SB no Brasil apresentará experiências de empresas nacionais e internacionais sobre como viabilizar tecnologias e negócios transformadores. Serão cerca de 70 palestras com líderes empresariais e empreendedores, além de sessões temáticas, onde serão discutidos temas como inovação em rede, mudança de cultura empresarial, comunicação e empreendedorismo. Maiores informações: [email protected] Tendências na embalagem – o charme e a praticidade dos Sleeves As etiquetas oferecem flexibilidade e funcionalidade de marketing para a marca. Precisam capturar o interesse do consumidor, mas há muitos obstáculos e escolhas a considerar para se determinar o que funciona melhor. Os segmentos de beleza e cuidados pessoais representam um desafio de embalagem, uma vez que os comerciantes devem encontrar maneiras de destacar seus produtos nas prateleiras. A popularidade dos sleeves, uma espécie de rótulo decorado que é formatado á forma do frasco é atribuída a vários fatores. No topo da lista está a sua flexibilidade e versatilidade e os rótulos, sensíveis à pressão, estão disponíveis em papel e filme, com escolhas de materiais que oferecem uma vasta gama de imagens e opções gráficas, bem como efeitos táteis. “Uma das razões de nossas opções pelo sleeve é que esta ferramenta permite uma área de impressão grande, 100% aproveitável”, diz Francis Canterucci, gerente da Phisália. Como classificar produtos de risco II Compreendem os saneantes domissanitários e afins que sejam cáusticos, corrosivos, os produtos cujo valor de ph puro (caso possa ser determinado) e em solução aquosa a 1% p/p à temperatura de 25°C (vinte cinco graus Celsius), seja igual ou menor que 2 e igual ou maior que 11,5, aqueles com atividade antimicrobiana, os desinfetantes e os produtos biológicos à base de microorganismos. Os produtos classificados de Risco II devem atender ao disposto em legislações específicas. Saiba quais são os requisitos e como se classificam acessando o site da ANVISA. Embalagens viram utensílios domésticos Brasileiros gastaram R$ 48 bilhões em produtos de higiene e beleza em 2012, segundo o Ibope. Isso se reflete numa enorme quantidade de embalagens que vão para o lixo. Apesar de a maioria ser reciclável, muitas não são aproveitadas. A TerraCycle recebe de consumidores de qualquer lugar do Brasil embalagens, tubos e frascos de produtos para cabelos, higiene bucal, maquiagem, esmaltes, protetores solares, cremes e perfumes. Com o material, a empresa cria produtos verdes, como vários utensílios domésticos. Para participar, cadastre-se gratuitamente acessando o site Edilimp vence etapa do Prêmio MPE Brasil A empresa EDILIMP de Arcoverde-PE - vence pela segunda vez a etapa estadual do Prêmio MPE Brasil 2012/2013 – O prêmio será conferido à bicampeã, pelo SEBRAE-PE, e tem o objetivo de estimular o aumento da competitividade das pequenas empresas, proporcionando um diagnóstico completo sobre a situação desses empreendimentos no país. São feitas avaliações dos pontos fortes e fracos das empresas, em busca do fortalecimento da gestão. Entre os critérios avaliados destacam-se planejamento estratégico, relacionamento com o cliente, desenvolvimento de pessoas, gerenciamento de processos e resultados. A torcida agora é pela premiação nacional, cujos vencedores serão conhecidos no dia 04 de abril, em Brasília. A EDILIMP é especializada em produtos de limpeza, foi fundada em 1996, tem forte compromisso com qualidade e atendimento e mantém no mercado produtos de qualidade, aliados a um custo baixo. É uma empresa que combina qualidade com praticidade, profissionalismo e paixão de todos os envolvidos, o que lhe garante uma trajetória de sucesso, descreve Elidaine de Oliveira Severiano Albuquerque, diretora executiva. O slogan que rege a empresa é: ESSA FAMÍLIA É A MAIOR LIMPEZA! Nossos parabéns a Edilimp e estamos na torcida... 13 Notícias 14 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Importante lançamento para o setor estará no 31º Congresso da Abisa Solazyme Bunge Produtos Renováveis é uma joint-venture criada entre as empresas Solazyme,Inc, fabricante de óleos renováveis e bioprodutos, e a Bunge Global innovation LCC, subsidiária controlada pela Bunge Limited, empresa global de agronegócios e alimentos. A companhia iniciará sua operação no quarto trimestre de 2013, unindo a presença global da Bunge na área de Açúcar e sua experiência em processamento, com a plataforma tecnológica única e flexível da Solazyme, tendo o compromisso de comercializar óleos renováveis de alto valor e bioprodutos a partir de microalgas. A primeira unidade de produção em escala comercial no Brasil, com meta inicial de 100.000 toneladas métricas por ano, está em construção adjacente à usina de cana-de-açucar Moema da Bunge em Orindiúva, região de São José do Rio Preto-SP, e poderá incluir uma grande variedade de óleos nos setores de cuidados pessoais (sabonetes e cosméticos), cuidados da casa (saneantes), alimentício, biocombustível e de químicos em geral. Dentro do portfólio da Solazyme Bunge, destaca-se a linha de óleos com alta concentração de ácidos graxos de cadeia média, formulados para proporcionar uma significativa melhora de performance nos sabonetes e sabões, com condições para substituir as matérias primas atualmente usadas. Além disso, dada à tecnologia de produção, esses óleos especiais apresentam pouca variação na composição de cadeias graxas, traduzindo em facilidade de processamento e uniformidade do produto final. Outra grande vantagem do produto é eliminar a dependência de matéria prima importada, minimizando significativamente os riscos de logística. Uma fonte de matéria prima local e sustentável, de alto desempenho, fruto de 10 anos de pesquisa em biotecnologia, que proporcionará uma verdadeira revolução na indústria de sabões e sabonetes... Mercado de glicerina A Gavilon, trading de grãos norte-americana, anunciou que não fará mais parte do mercado de glicerina. A companhia era uma das maiores compradoras do coproduto de biodiesel do Brasil e do mundo, movimentando cerca de 250 mil toneladas por ano. A empresa foi responsável por dar um destino a cerca de 71 mil toneladas de glicerina brasileira apenas no ano passado. Isso representa 42% das 168 mil toneladas que foram exportadas pelo País em 2012. A empresa comunicou que simplesmente não vai mais comprar glicerina, não informando maiores detalhes, mas afirma que irá honrar os contratos firmados até o momento. “Este é um desfecho decepcionante para todos os envolvidos, mas a vida tem que continuar”, anunciou. Polêmica na proibição do álcool líquido A ANVISA determinou a suspensão da fabricação, comercialização e distribuição de álcool líquido no país. A resolução provocou polêmica entre os produtores. “O assunto ainda está sob análise da Justiça, e a Anvisa não poderia agir antes de uma decisão”, afirmou o porta-voz da Abraspea. O embate começou em 2002, quando a ANVISA editou uma resolução determinando a proibição da venda de álcool líquido com o objetivo de reduzir acidentes. Na época, associações das empresas ingressaram na Justiça pedindo a nulidade da resolução. Ano passado, a justiça concluiu que a resolução era válida. A Abraspea discorda. Uma outra ação foi impetrada. O TRF da 1ª Região informa que não há prazo para análise das ações. Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Cosméticos e a substituição tributária fluminense Em meados de 2012, o governo do Estado do RJ publicou o Decreto 43.889, alterando o Regulamento do ICMS-RICMS-RJ, para incluir cosméticos, perfumaria, artigos de higiene pessoal e de toucador no regime de substituição tributária em operações internas e interestaduais. Ato contínuo, com a assinatura do protocolo ICMS 104/12, que propositalmente antecedeu a edição do decreto fluminense, os Estados de SP e RJ acordaram em exigir o regime de substituição tributária (ICMSST) nas operações interestaduais com os produtos mencionados. De acordo com os termos do Protocolo, no caso de operações realizadas com tais mercadorias que sejam destinadas aos Estados de SP ou do RJ, a responsabilidade pela retenção e pelo recolhimento do ICMS fica atribuída ao estabelecimento remetente. Na prática, então, o Estado do RJ editou o Decreto 43.889/12 para incorporar o protocolo 104/12 ao seu Regulamento de ICMS, bem como para estabelecer as Margens de Valor Agregado aplicáveis(MVA). Dessa forma, o fisco estipula o valor do imposto com base em uma estimativa do preço final dos produtos. No caso dos produtos recém-incluídos (como, por exemplo, os cosméticos), no Regulamento do ICMS/RJ, as estimativas se mostram irreais, uma vez que o parâmetro levado em conta corresponde à estrutura de preço praticada em SP, o que eleva, consequentemente, o imposto cobrado. Nesse sentido, o art. 4º da Lei 6.276/12 assegura que as Margens de Valor Agregado, neste caso já estabelecidas pelo Decreto 43.889, tenham sua definição precedida por pesquisas de mercado efetuadas por instituições de reconhecida capacidade técnica em nível nacional ou por adesão a protocolos do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). É o que ocorre no presente caso, em que o Estado do RJ utiliza como parâmetro para o cálculo da MVA pesquisas de mercado já efetuadas por outros estados, o que acaba por aumentar, indiretamente, o ônus fiscal sobre tais produtos. Apesar da forte resistência das entidades representativas dos setores atingidos pela mudança, a prática do regime de substituição tributária tem se consolidado gradativamente como regra geral, e não como exceção, o que se torna evidente pelo número crescente de itens incluídos nos regulamentos de ICMS de diversos estados do país. No caso particular do setor de cosméticos fluminense, em função das margens de valor agregado que extrapolam em muito os valores efetivamente praticados nas operações realizadas, a tendência parece ser a elevação da carga tributária, de forma nitidamente indevida e prejudicial à competitividade das empresas. Nesse sentido, nossa área jurídica vem acompanhando de perto o assunto na busca da defesa dos interesses empresariais. Em busca de empresas verdes Ser “verde” é uma característica cada vez mais valorizada pelas empresas na rotulagem dos produtos. Isso em si é uma ótima notícia, sinal de que o impacto ambiental vem ganhando importância na escolha do consumidor, que, inclusive se dispõe a pagar mais. No entanto, ser ecologicamente responsável ainda é uma tarefa árdua. Levantamentos feitos pela Proteste e PROCON-SP com alguns itens expostos nas gôndolas dos supermercados com apelo ecológico apontam que a maioria ainda pratica o chamado greenwashing, ou seja, a estratégia de dar tons de verde mais vibrantes aos produtos do que eles o são de fato, camuflando custos ambientais e não informando com precisão as características que os fazem, de fato, ecologicamente corretos. Como o assunto é delicado, o PROCON está de olho para atuar estas empresas e o foco será a mentira, ou seja, as informações que comprovadamente são falsas, pois, nesses casos entrará o CDC e a autuação. 15 16 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Indústria de higiene se volta para o público infantil Portal de resíduos é lançado pelo governo federal “Síndrome de filho-rei”. Assim é conhecido o maior fenômeno de crescimento dentro do mercado brasileiro de higiene e beleza. O segmento de produtos infantis nos últimos 5 anos praticamente dobrou seu faturamento e já movimenta R$ 1,11 bilhão por ano, ante os R$ 582 milhões obtidos em 2007. A média anual de expansão é de quase 15%, segundo dados da Abihpec. Em volume, o crescimento chega a 43%, passando de 32,8 milhões de toneladas para 47 milhões. Não é à toa que o Brasil – que já se tornou o terceiro maior mercado consumidor global de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos – figura em segundo lugar no ranking do segmento de produtos infantis em todo o mundo. “Esse mercado cresce acima do normal há anos, porque os casais hoje têm menos filhos e o poder de compra das famílias está maior. Dessa forma, todos os esforços vão para os cuidados com as crianças”, explica o diretor da Natura, Luiz Bueno. A Natura é líder em vendas diretas no cenário nacional e se consolida no mercado internacional. Ano passado, o número total de consultoras da companhia cresceu 19,7%, atingindo um total de 1.673 milhão de colaboradores dentro e fora do país. No Brasil, a rede cresceu cerca de 8%, alcançando a marca de 1.268 milhão de consumidoras. Em 2012, a empresa atingiu a receita líquida consolidada de R$ 6.345,7 milhões, com crescimento de 13,5% sobre o ano anterior. Está disponível em www.sinir.gov.br o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos. A ferramenta disponibiliza para consulta os planos de resíduos sólidos, tipos de resíduos, documentos, editais e legislação, com o objetivo de permitir o controle do cumprimento das metas do plano nacional e dos acordos setoriais. O sistema é um dos instrumentos previstos pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída em agosto de 2010, e será utilizado como base, por exemplo, para o cálculo das metas de desempenho dos sistemas de logística reversa que começam a sair do papel. Coletar e sistematizar dados relativos aos serviços públicos e privados de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos também serão funções do Sinir, que atuará sob a coordenação e articulação o Ministério do Meio Ambiente (MMA). Essas informações serão importantes para o monitoramento dos resíduos sólidos gerados nos municípios brasileiros. Ao longo dos próximos dois anos, o MMA discutirá com governos, setor privado e sociedade civil formas de aprimoramento do sistema, a partir de seu uso. Desoneração da cesta básica cria conflito entre varejo e indústria O governo fez uma conta simples: zerando a alíquota de 9,25% de PIS e COFINS, os preços cairiam nessa proporção. Mas os elos anteriores da cadeia produtiva não foram desonerados. A massa base, uma das matérias primas para o sabonete, por exemplo, paga PIS e COFINS, o que gera um crédito tributário para a indústria. Os créditos ficarão acumulados na contabilidade das indústrias, que continuarão pagando pelo custo tributário das etapas anteriores. Mas, com a alíquota zero na venda ao varejo, o fabricante, que antes abatia esses créditos do pagamento, não terá mais como aproveitá-los. Agora, embora continuem a tomar o crédito na entrada, não mais conseguirão compensar esses créditos com o débito apurado, pois esse não mais existe desde 09/03/2013, gerando um montante de crédito acumulado que inviabilizará toda a operação, pois mesmo compensando esses créditos com outros tributos administrados pela Receita Federal do Brasil, ainda sobrará um montante de crédito que o Capital de Giro destas empresas não conseguirá suportar. O restante do crédito não compensado poderá ser passível de Pedido de Ressarcimento, porém a Receita Federal pode demorar até 5 (cinco) anos para fazer o ressarcimento, sem qualquer atualização monetária (Selic). Com relação ao IPI, o problema é o mesmo, as empresas continuam a manter crédito referente às entradas de insumos industriais e não terão mais o débito do próprio imposto para que possam compensá-lo. Verificamos que a renúncia fiscal promovida pela referida Medida Provisória acarretará um problema financeiro de grande magnitude no estabelecimento industrializador desse produto, já que os mix de produtos são muito pequenos e não conseguirão absorver esses créditos de impostos em outros produtos que continuam tributados normalmente. A Abisa está se manifestando de todas as formas tentando minimizar o problema e, segundo nosso tributarista, Dr Fabio Calcini, a maioria dos fabricantes, mesmo de outras áreas, não terá condições de cumprir a redução prometida a curto prazo... Pacote para o Consumidor Com intenção nitidamente eleitoreira, o governo baixou mais um pacote, tendo como mote desta vez a defesa do consumidor. Preparado de improviso, ele inclui medidas já em vigor, outras que estavam em discussão e propostas diversas que parecem ter sido tiradas do fundo de alguma gaveta. Das novas medidas, nenhuma tem aplicação imediata e a de maior impacto – o fortalecimento da ação dos Procons, que passariam a ter o poder de decidir sobre a restituição de cobranças indevidas relativas à compra e venda de mercadorias, sem passar necessariamente pela Justiça, desde que haja acordos prévios fechados nesses órgãos – ainda depende da aprovação de projeto de lei encaminhado ao Congresso Nacional. O aparato institucional ganhou mais um colegiado – a Câmara Nacional das Relações de Consumo, composta pelos ministros da Justiça, Fazenda, Desenvolvimento, Planejamento e Casa Civil – que definirá o Plano Nacional de Consumo da Cidadania, incluindo sanções mais severas, em complemento ao Código de Defesa do Consumidor. A curto prazo, ele terá que relacionar 30 produtos considerados essenciais, que poderão ser trocados ou substituídos imediatamente pelo vendedor se o consumidor identificar algum defeito.... Vale a pena dar uma olhada com calma, pois o pacote é bastante ambicioso... Micro usina de biodiesel caseira Produzir o próprio biodiesel em casa pode não ser uma idéia tão excêntrica quanto poderia soar inicialmente. Uma companhia britânica chamada Biobot tem atraído bastante atenção mundo afora ao fabricar e comercializar micro usinas completas capazes de converter óleo de cozinha usado em biocombustível sem a necessidade de infraestrutura ou conhecimentos especializados. Cabe em uma mesa comum e pode converter lotes de até 20 litros por vez. A empresa ainda fabrica máquinas com capacidade para 75 e 150 litros. O equipamento já possui sistema para realizar a lavagem do biodiesel fabricado, incluindo filtro para lavagem a seco do produto. Valor – U$ 655. 17 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Capa 18 P Detergentes Novos atributos Por: Lia Freire As marcas apresentam as suas novidades para uma das categorias que mais cresce no segmento de saneantes domissanitários rodutos de alta performance, que no momento da limpeza exigem menos esforço, maior rendimento, excelente eficiência e a preocupação com o meio ambiente dão a tônica e indicam para onde o setor de detergentes para lavar louças (surfactantes por definição), está caminhando. São itens de maior valor agregado, ou seja, os consumidores hoje em dia estão dispostos a pagar um pouco mais para ter acesso a estes benefícios. Os principais investimentos concentram-se em novas embalagens, versões bactericidas, fragrâncias exclusivas, apresentação em gel, benefícios para as mãos, dentre outras soluções. O detergente líquido para lavar louça está presente em quase 100% dos lares brasileiros, portanto, é considerado uma das categorias mais importantes para o setor de limpeza. Nos últimos cinco anos, apresentou um crescimento bem significativo, registrando aumento de 15% em volume e 32% em valor, e tudo indica que continuará crescendo. É um item bastante versátil, o que faz dele um produto com diversas utilidades. No ano de 2012, segundo levantamento da ABIPLA – Associação Brasileira de Produtos de Limpeza e Afins – o consumo per capita de detergente para lavar louça, no país, foi de 431 mil litros, um crescimento de 4% em relação a 2011. O faturamento foi cerca de 926 milhões (em reais). Para 2013, a perspectiva do setor é permanecer crescendo pelo décimo ano consecutivo, de 2% a 3% acima do PIB. Concentrado, com apelo ecológico (controle de espuma) e formulado com ingredientes biodegradáveis e naturais, que não agridem as mãos. São essas as características observadas no detergente Premium Amazon, da GTEX Brasil, lançado na metade de 2012 e que recebeu O detergente Premium Amazon lançado em 2012 recebeu investimento de R$ 500 mil. O produto tem fórmula concentrada e ingredientes biodegradáveis. investimento na ordem de R$ 500 mil, em pesquisa e desenvolvimento. “Acreditamos que a mudança não está centralizada apenas nos produtos, com forte tendência naqueles que têm base natural de origem vegetal (100% biodegradável), embalagens recicláveis, fragrâncias e cores naturais; mas no nosso caso, teremos que focar também em “educar” o consumidor a usar este tipo de produto Premium”, analisa Michelle Hara, gerente de produtos, lembrando que por usar em seu detergente uma base de origem natural, a empresa ainda se depara com variações de coloração e perfume, com isso, dependendo do lote, há dificuldade em cobrir o cheiro da base, que pode não ser agradável a todos. “Com relação às variações na coloração e perfume, certamente chegaremos a um equilíbrio. 19 Capa 20 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Com a sustentabilidade batendo à nossa porta, o Amazon tem tudo para ser um sucesso”, enfatiza Michelle. Novas apresentações O grande diferencial da Bombril para a categoria foi o lançamento da linha Ecobril e dos produtos usados em máquinas de lavar, estes apresentados em 2011, trazendo para os consumidores mais opções em uma marca já reconhecida, além do aval da Bombril, que atua na categoria há mais de 30 anos, por meio da sua marca Premium Limpol e conta atualmente com 22 produtos. Há o detergente Limpol com glicerina para proteger as mãos, disponível nos tamanhos: 500 ml, 1 e 5 litros; o Limpol para máquina de lavar nas versões pó 1kg, tablete 500gr e abrilhantador; detergente Gel Limpol que tem fórmula concentrada para render mais, contém hidratante e ativos que eliminam os maus odores, além da linha Ecobril, um lava louça concentrado com ativos biodegradáveis e maior rendimento. “Todos os nossos produtos são testados dermatologicamente e contém glicerina e hidratante que protegem as mãos, também Revista Espuma - Março/Abril de 2013 apresentamos fórmula concentrada para render mais, ativos que eliminam os maus odores e uma excelente performance. Outro aspecto importante a ser destacado neste mercado de detergentes para louças é que as fragrâncias exigidas são “simples” e não deixam resíduos”, pontua Marcos Scaldelai, diretor comercial, de marketing e P&D da Bombril. Ecologicamente corretos Para lavar a louça, a empresa GR Higiene e Limpeza, disponibiliza sob as marcas BioBrilho e Barra, detergentes sintéticos, derivados do LABNa - Linear Alquil Benzeno Sulfonato de Sódio. O gerente industrial do grupo GR, Washington Gonçalves da Silva, concorda com os demais executivos, que a principal evolução observada, nos últimos anos, na formulação destes produtos está no apelo ambiental e a incessante busca por produtos e matérias-primas que agridam menos o meio ambiente. “Produtos desenvolvidos a partir de fontes renováveis, com apelo natural e biodegradáveis despontam como uma forte tendência e as fragrâncias caminham para o mesmo objetivo, desta forma surgem fragrâncias com notas olfativas direcionadas para O grande diferencial da Bombril para a categoria foi o lançamento da linha Ecobril e dos produtos usados em máquinas de lavar. o capim limão, citronela, menta, cravo e outras com apelo natural. Acredito que em termos de cor dos detergentes líquidos, o verde com corantes totalmente biodegradáveis deverá predominar, pois remete também a um apelo ambiental.” Outra tendência observada na categoria está nas formulações com maior concentração de ativos, que trazem economia de embalagens, de transporte e aumento do valor agregado. “Obviamente que estas inovações vão gerar aumento de custos, mas, por outro lado melhoram significativamente a qualidade do produto. Para isso, os departamentos de marketing das indústrias deverão realizar um trabalho informativo e de mídia, bastante forte, para fazer com que o consumidor tenha a percepção destes diferenciais”, afirma Iriamar Viana, da área de marketing do Grupo GR Higiene e Limpeza. Recentemente, a empresa investiu R$ 750.000,00 que incluiu um rearranjo no layout industrial para atender com excelência todas as exigências legais, além de aquisições de sistema de pesagem automático para matérias-primas. “Estamos estudando a viabilidade para adquirir uma linha automática completa e destinada ao envase dos detergentes, que traga um resultado de custo x benefício que seja capaz de satisfazer os anseios dos consumidores por produtos altamente eficientes”, comenta Silva. Conceito “skin care ” Na avaliação da gerente de marketing do fabricante Razzo, Elisangela Leite, os detergentes deixaram de ser apenas um produto destinado para a limpeza das louças e passaram a ser desenvolvidos a partir do conceito “skin care”, visando o cuidado com as mãos. “Devido à frequência da atividade, as mãos ficam ressecadas e com aspecto envelhecido, por isso, surgiram os produtos mais elaborados com ativos diferentes, que proporcionam uma experiência nova na hora de lavar a louça. As versões transparentes ainda fazem bastante sucesso e as fragrâncias são elaboradas para aliviar o stress, em embalagens mais práticas e diferenciadas. Atualmente, os detergentes apresentam evoluções não somente no aspecto da formulação, mas também, em termos de estrutura e embalagem. Eles podem ser líquidos, gel e em pó, são biodegradáveis, seus ativos microencapsulados e podem ser encontrados em refis, muito usual nos EUA”, afirma Elisangela. Em seu portfólio, a Razzo disponibiliza detergentes biodegradáveis, produzidos com ingredientes ecologicamente corretos, em frascos transparentes, anatômicos e recicláveis, nas versões: clear, limão, maça, neutro e coco. “Projetamos seguir com a tendência de A GR Higiene e Limpeza investiu R$ 750 mil que incluiu um rearranjo no layout industrial, além de aquisições de sistema de pesagem para matérias-primas. 21 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Capa 22 O conceito “skin care”, que visa o cuidado com as mãos, foi adotado nos detergentes desenvolvidos pela Razzo. Embalagem repaginada. A Ypê desenvolveu frascos anatômicos, mais firmes e biodegradáveis. segmentação e sofisticação para esta categoria, com lançamento de produtos mais concentrados e suaves no contato com as mãos. Embora encontremos dificuldades no valor dos insumos, das embalagens e haja uma forte competitividade nas gôndolas, especialmente das marcas baratas que fazem com que o segmento tenha uma evolução mais lenta e balizada na linha standard, estimamos crescer, o que também é desafiador para uma categoria que apresenta alto índice de penetração nos lares e muita estabilidade”, explica a gerente da Razzo. sustentabilidade da empresa, a nova embalagem possibilita transportar mais caixas por palete e mais frascos por viagem, contribuindo para menor emissão de CO2 em toda a cadeia de consumo, necessitando de menos matéria-prima para sua produção e um descarte sustentável, já que as embalagens são biodegradáveis. Hoje, a Ypê oferece os lava louças líquidos nas versões: Neutro, Limão, Maçã, Coco, Antibacteriano (laranja), Clear e as últimas novidades, Clear Care e Clear Soft. “As versões Clear Care (rosa) e Clear Soft (verde) estão alinhadas ao conceito “Clear”, que é fortemente reconhecido pelo mercado, e oferecem aos consumidores o mesmo poder de detergência, cuidado, rendimento e qualidade que já conhecem e confiam .Acreditamos que o respeito pelo consumidor, por meio da oferta de produtos de qualidade e com a melhor relação custo x benefício, além da preocupação com o meio ambiente, colocaram a Ypê como uma marca conceituada em todas as categorias em que atua”, afirma Geraldini. Em constante inovação Versão antibacteriana e o primeiro lava louça transparente são algumas das inovações destacadas pelo gerente de comunicação e marca da Ypê, João Augusto Geraldini, para a categoria. “A nossa empresa investe constantemente em inovação e tecnologia para que possa continuar a oferecer produtos de qualidade, com a melhor relação custo x benefício, e com respeito ao meio ambiente.” No ano passado, a empresa apresentou a nova embalagem de seus detergentes. Com design moderno, o frasco passou por pesquisas e testes realizados por consumidoras e teve ampla aprovação por ser anatômico, mais firme e fácil de usar e guardar. Além disso, reforçando o compromisso da Ypê com o meio ambiente e alinhada aos pilares de Soluções que fazem a diferença Para o setor de detergentes para lavar louça, a Denver Especialidades Químicas oferece o Denvergel® 140 MD, um derivado celulósico que atua como espessante, controlador de reologia e estabilizante de espuma. Recentemente, a empresa lançou uma nova versão do Denvergel® 140 MD, denominado Denvergel® 140 MD RD, de rápida dispersão em água, proporciona uma maior rapidez no preparo das soluções, tem alto poder de espessamento em baixos níveis de dosagem, além disso, oferece melhora significativa na estabilidade da espuma, não afetando o ponto de turvação do detergente. “O Denvergel® 140 MD, bem como o Denvergel® 140 MD RD podem ser utilizados em baixas dosagens, proporcionando alta eficiência quanto ao espessamento, em comparação a outros espessantes celulósicos e sintéticos. Por se tratar de um produto comercializado na forma de pó, com alta pureza, o Denvergel® pode propiciar um benefício indireto e bastante significativo no que se refere a transporte e logística, quando comparado aos espessantes comercializados na forma líquida”, afirma Eugênio Runge, da área de assistência técnica. “Em constante aprimoramento e em busca de novidades, temos outros destaques como é o caso do espessante Induskol T 2604 RD, um produto de alta viscosidade e de rápida dispersão, indicado para a linha de limpadores em geral. E, em breve, lançaremos um novo espessante para a fabricação de amaciantes de roupas”, comenta Daniel Piccirillo, da área comercial da Denver. Outra empresa que possui um portfólio de especialidades que tornam as formulações dos detergentes para lavar louça, mais eficazes em termos de desempenho e custo, agregando vantagens técnicas para o formulador e benefícios para o consumidor final, é a D’Altomare, com os seus silicones e tensoativos. “Os silicones surfactantes visam oferecer suavidade às mãos, contribuem para melhorar a qualidade da espuma e tornar os processos de enxágue e secagem mais rápidos, sem deixar resíduos. Enquanto isso, os tensoativos especiais melhoram o desempenho de limpeza e qualidade de espuma, promovem maior brilho sobre a superfície limpa e ainda protegem as mãos de 23 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Capa 24 Executivos da Denver: Daniel Piccirillo, comercial (à esq.) e Eugênio Runge, da assistência técnica, destacam as novas soluções da companhia para as formulações dos detergentes. quem manuseia os produtos”, explica Aline Zoppetti, do departamento de marketing, divisão Life Sciences da D’Altomare. Erika Maria Lopes, também do departamento de marketing da D’Altomare, destaca como diferenciais das soluções oferecidas, que o tensoativo aniônico Sodium Lauroyl Sarcosinate, apresenta sinergia na presença de outros surfactantes, além disso, tem excelente propriedade espumógena, alto poder de redução da tensão superficial que favorece a elevada umectação das superfícies de contato, sendo extremamente suave e compatível com agentes catiônicos. “Já a adição dos silicones contribuem para melhorar o desempenho das formulações e para o desenvolvimento de produtos mais seguros para o meio ambiente. Os silicones reduzem a tensão superficial, promovem umectância e maior facilidade de remoção da sujeira, brilho intenso e secagem rápida. De modo geral, o que observamos é o uso de tecnologias que visam melhorar a qualidade das formulações e o desenvolvimento de produtos mais concentrados, com alto rendimento e suaves para as mãos. A tendência está em itens mais eficientes e seguros para o consumidor e para o meio ambiente. É visível a grande variedade de produtos, o ritmo acelerado de lançamentos e a demanda por formulações mais eficazes em termos de desempenho, custo e soluções ambientalmente seguras”, afirma Erika. A D’Altomare visualiza um grande potencial de crescimento para a introdução das especialidades em formulações saneantes, já que elas contribuem para melhorar significativamente o desempenho dos produtos e permitem explorar novos benefícios para o consumidor. 25 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 A iniciativa da Evonik em expandir a sua presença produtiva no segmento de ingredientes Entrevista 26 para os cuidados pessoais e com o lar foi estimulada por importantes megatendências globais, como as de saúde e bem-estar. Os clientes da Evonik estão se beneficiando da importância cada vez maior que os consumidores finais no mundo inteiro atribuem à aparência pessoal e à saúde. No Brasil, a história da Evonik Industries, começou em 1953. A empresa conta hoje com cerca de 500 colaboradores no País e seus produtos são utilizados como matéria-prima em importantes setores industriais, como: automotivo, biodiesel , borracha , construção civil , cosméticos, farmacêutico, nutrição animal , papel e celulose e plásticos. Confira a seguir, a entrevista que o executivo da Evonik, Eraldo Pereira, concedeu à Revista Espuma: “Todas as plantas da Evonik contam com a mais moderna tecnologia em processamento e a brasileira seguirá os padrões mundiais do grupo“, Eraldo Pereira. Eraldo Pereira Por: Lia Freire O grupo alemão Evonik, considerado um dos principais líderes mundiais em especialidades químicas, investirá em nova fábrica de ingredientes para cuidados pessoais e domésticos no Brasil. O início das operações da unidade, que estará localizada em A mericana (SP), será en meados de 2014, com capacidade de produção de 50 mil toneladas /ano. O portfólio incluirá surfactantes especiais, agentes condicionadores, emolientes, emulsificantes, espessantes e ativos amaciantes para têxteis, dentre outros. “A fábrica expandirá a nossa rede de produção global de Consumer Specialties e nos facilitará o acesso aos mercados em crescimento da A mérica do Sul. Escolhemos A mericana para esse projeto em virtude de sua proximidade com a maioria dos principais clientes brasileiros” explica Eraldo Pereira , diretor da Unidade de Negócios Consumer Specialties da Evonik – A mérica Latina. A empresa alemã dispõe de unidades de produção para ingredientes cosméticos na Europa, nos Estados Unidos e na Á sia. A lém desse projeto, a empresa está construindo mais uma fábrica de ingredientes para as indústrias de cosméticos e bens de consumo doméstico em X angai (China) a fim de atender o mercado asiático. Revista Espuma - Por que o Brasil foi escolhido para ter uma fábrica de ingredientes para cuidados pessoais e domésticos? Qual é a importância do país para os negócios da Evonik? Eraldo Pereira - O Brasil tem uma posição privilegiada neste segmento, não apenas pelo mercado potencial, como pela localização geográfica, que permitirá à Evonik a expansão da rede de produção global para a indústria de cosméticos e bens de consumo e o acesso à América do Sul, uma região com demanda crescente nestes segmentos. Assim, a produção local permitirá atendermos às necessidades dos clientes atuais e futuros na região. “No Brasil, a Evonik atua na área química desde 1953. A empresa conta hoje com cerca de 500 colaboradores no país.“ Revista Espuma - Trata-se da primeira fábrica que a companhia terá no Brasil e/ ou América do Sul para este segmento de negócios? Eraldo Pereira - Sim. Atualmente, a Evonik dispõe de unidades de produção para ingredientes cosméticos na Europa, nos Estados Unidos e na Ásia e atende ao mercado nacional por meio de seu centro de distribuição, localizado em Guarulhos (SP). surfactantes especiais, agentes condicionadores, emolientes, emulsificantes, espessantes e ativos amaciantes para têxteis, dentre outros. A capacidade inicial de produção está prevista em 50 mil toneladas/ano. Revista Espuma – O que será fabricado na unidade de Americana? Eraldo Pereira - O portfólio incluirá Revista Espuma - De quanto foi o investimento? Eraldo Pereira - O volume de investimento está 27 Entrevista 28 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 “Dispomos de unidades de produção para ingredientes cosméticos na Europa, nos Estados Unidos, na Ásia e, agora, no Brasil.“ estimado na faixa média de três dígitos de milhões de reais. A engenharia básica foi concluída e a fase do projeto detalhado está sendo preparada em estreita cooperação com as autoridades locais. A construção deve ser iniciada no início do segundo trimestre de 2013 e as operações estão previstas para meados de 2014. A companhia criará 50 novos empregos diretos até 2014, sendo que mais de 40 destes serão baseados no site da Evonik, em Americana, e o restante se dividirá entre a matriz sulamericana da Evonik na cidade de São Paulo e o laboratório da empresa em Guarulhos. Até 2019 o número total de empregos deverá chegar a 80. processamento e esta nova planta seguirá os padrões mundiais do grupo. Além disso, com a produção e distribuição locais, os clientes da empresa terão ainda mais facilidade de acesso aos produtos. Os clientes brasileiros também contarão com os serviços especializados de um laboratório de aplicação que atenderá às necessidades de suporte técnico. Vale destacar que o portfólio de produtos que a Evonik produzirá em Americana (SP) é baseado em recursos renováveis, o que está em consonância com as exigências dos consumidores para um maior nível de sustentabilidade na produção de bens de consumo. Revista Espuma - Em termos de equipes técnicas e mão de obra especializada, como a Evonik irá se preparar? Haverá investimento na capacitação/qualificação profissional? Eraldo Pereira - Sim, haverá capacitação dos colaboradores, por meio de treinamentos, palestras e cursos de formações específicas, assim como o conhecimento aprofundado dos processos onde atuam. Essas são as bases de sustentação para que o nível de excelência proposto pela Evonik seja alcançado. Revista Espuma - Esta unidade atenderá apenas o mercado local ou há pretensão de exportação? Eraldo Pereira - A região de Americana foi o nosso local de escolha para esse projeto por causa de sua proximidade com a maioria dos clientes brasileiros nas indústrias de cuidados pessoais e bens de consumo. Mais de 80% deles estão localizados no estado de São Paulo. Mas, a produção atenderá às demandas dos clientes no Brasil e América do Sul. Revista Espuma - Quais os diferenciais que serão oferecidos pela Evonik aos clientes brasileiros? Eraldo Pereira - Todas as plantas da Evonik contam com a mais moderna tecnologia em Revista Espuma - Desde quando a Evonik atua no mercado brasileiro e em quais segmentos de negócios está presente? Eraldo Pereira - No Brasil, a Evonik atua na área química desde 1953. A empresa conta hoje com cerca de 500 colaboradores no país, sendo que suas atividades operacionais estão agrupadas em seis Unidades de Negócios: Coatings & Additives, Consumer Specialties, Health & Nutrition, Advanced Intermediates, Inorganic Materials e Performance Polymers. Com essa estrutura, a Evonik fornece produtos e soluções para praticamente todos os setores industriais. Revista Espuma - Como a empresa analisa o mercado brasileiro de personal care e household? Eraldo Pereira - O bom momento econômico vivido pelo Brasil na última década tem favorecido o crescimento da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. Com o aumento da renda per capita da população, as vendas subiram e o setor vem registrando crescimento contínuo e significativo, entre 10% e 15% nos últimos anos, o que elevou o Brasil à condição de terceiro maior mercado mundial para produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, atrás apenas de Estados Unidos e Japão. Especialistas afirmam que os gastos no Brasil com produtos de beleza deverão manter forte crescimento nos próximos anos, fazendo com que o País passe a ser o maior consumidor mundial de cosméticos em quatro anos. Revista Espuma - Quais as projeções e metas da companhia para este negócio? Eraldo Pereira - Como um mercado de grande potencial, esperamos registrar crescimento nas vendas neste ano e, principalmente, a partir do início das operações da nova unidade, que permitirá o aumento da produção em termos globais. 29 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 M Informe Técnico 30 uito pouco, ou quase nada, se tem de literatura acessível, acerca de uma das principais fases do processo de obtenção de óleo e gorduras nas refinarias, que é a clarificação (que vamos chamar aqui de branqueamento, por ser um termo mais utilizado e conhecido) de óleos e gordura animal. O que encontramos em literaturas é uma dissertação técnica e acadêmica sobre as teorias do branqueamento. Ou seja, todos concordam sobre o que ocorre, química ou fisicamente, dentro de um clarificador e não é nosso propósito discorrer uma vez mais sobre isso. Vamos, ao contrário, tentar mostrar o que pode passar despercebido nesta fase tão importante da obtenção de óleos e gorduras sem contaminantes, e principalmente, no que se refere às argilas utilizadas nesta fase. É importante que esclareçamos alguns pontos que são importantes e não são ressaltados nas literaturas encontradas: Absorção – termo que nada tem a ver com o processo de branqueamento, pois uma absorção jamais iria retirar do óleo ou da gordura, os elementos indesejáveis. A argila usada absorveria estes elementos e o próprio processo de absorção faria com que estes elementos retornassem ao meio sem os efeitos do branqueamento desejado. Um exemplo que mais facilmente pode explicar a absorção é o da esponja que absorve a água e a sujeira contida, porém ao ser espremida ou lavada solta toda a água e a sujeira contida Branqueamento Por Vanderlei Mariotto O objetivo deste trabalho é dar uma rápida pincelada pelas diversas fases do processo de branqueamento (clarificação) dos óleos e gordura animal (sebo), cuja importância é determinante para o sucesso da produção de óleos comestíveis e outras aplicações e para a produção de sabões e sabonetes para o mercado de higiene e limpeza. A forma como está exposto, sem os termos técnicos aprofundados, visa atingir o pessoal diretamente envolvido na operação das refinarias e que em sua maioria não possuem formação acadêmica, embora possam ter anos de experiência. Adsorção – é o termo correto a ser utilizado, e o que se espera de uma argila clarificante, pois diferentemente da absorção, a adsorção atrai e prende, os materiais alvos do branqueamento, incorporando-os na estrutura da argila, separandoos e impedindo a reversão destes materiais ao óleo ou à gordura, arrastando-os até o final do processo de branqueamento. Branqueamento - é a designação genérica, dada a qualquer processo técnico, com o objetivo de clarear, branquear ou remover a cor natural de materiais Revista Espuma - Março/Abril de 2013 orgânico, como por exemplo, os óleos vegetais e gordura animal (sebo bovino), quando a cor natural não é desejada para o objetivo que se quer atingir. Ou seja, é um meio de separar componentes indesejáveis que podem, invariavelmente, significar a destruição do óleo ou da gordura, sem que se interfira ou se danifique as propriedades destes. Em síntese, os tipos mais comuns de branqueamento são com argilas branqueantes ou clarificantes (argilas naturais e/ ou ativadas) e branqueamento químico. Vamos nos ater ao branqueamento através das argilas, que é o método mais comumente usado e economicamente mais viável. Temperatura de Trabalho – Muito se vê nas refinarias, um verdadeiro descaso, no que se refere à temperatura de trabalho, quando este parâmetro se situa para mais ou para menos. As duas situações são prejudiciais à etapa do branqueamento. Para os óleos vegetais, é ideal que a temperatura não fique muito abaixo de 100º ou acima dessa temperatura. Portanto há que se determinar com rigor, que a temperatura de processo de um óleo vegetal deve ser de 100º C e para a gordura animal, de 90 a 110ºC. Temperaturas baixas não possibilitam a completa remoção dos contaminantes e a alta temperatura pode oxidar o óleo ou rancificar a gordura, provocando a reversão da cor, na estocagem destes materiais. Quantidade de argila – Teoricamente, a quantidade de argila utilizada para os óleos vegetais é de 0,5 a 1,5% de argila sobre o volume do óleo a ser processado e para a gordura (sebo) a quantidade é de 1 a 3% de argila para o volume da gordura a ser processada. Porém, dependendo da qualidade das sementes de óleos, essa porcentagem tenderá a ser menor ou maior. Por exemplo, se a safra de óleo de soja (o óleo mais conhecido) teve períodos de chuva constantes e dentro de sua normalidade e nenhum fato natural ou não, ocorreu, a quantidade de argila para o branqueamento tenderá a ser mínima. Por outro lado, se foi uma safra de seca, a semente é dura, os contaminantes bastante difíceis de serem adsorvidos, então a quantidade de argila tenderá a 31 Informe Técnico 32 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 ser bem maior. O mesmo ocorre se a safra apresentou níveis excessivos de chuva. A semente se mostrará macia, porém o teor de clorofila, por exemplo, será alto e da mesma forma se exigirá uma argila mais “potente” e/ou maior quantidade de argila, o que poderá resolver o problema eminente, porém, vai comprometer a velocidade de filtração. As mesmas considerações deve-se fazer no caso da gordura animal, pois depende da localização de origem da gordura, as características forrageiras do gado, o nível de “stress” causado no abate, etc. Velocidade de agitação – podemos dizer que existe uma grande inobservância sobre este fator, que é de muita importância para o branqueamento, visto que ele pode determinar maior ou menor tempo de processo e conseqüentemente, maior gasto ou maior economia em dinheiro. Conjuntamente ao fator velocidade de agitação, está a correta distribuição dos “quebra vortex” ou “quebra ondas”, inseridos aos clarificadores e de suma importância na agitação. Cada equipamento deve ser cuidadosamente dimensionado e observado para se definir qual a melhor velocidade de agitação em RPM e a exata distribuição dos quebra ondas. Tempo de agitação – Temos observado, na grande maioria das refinarias, o verdadeiro descaso que se faz em relação ao tempo de agitação, ou trabalho, para a obtenção do branqueamento desejado. Obviamente que com uma eficiente argila branqueante e que apresente uma eficiente ADSORÇÃO, nenhum efeito, químico ou físico,indesejado, irá ocorrer ao óleo ou à gordura. Estamos falando aqui, da perda de dinheiro para a empresa. Temos verificado que operadores, ou por questões de inobservância, desconhecimento ou pela própria sistemática de condução ou distribuição de trabalho na empresa (atenção PCP), deixam o óleo ou a gordura no clarificador por tempos extremamente demasiados, sem que haja benefício algum ao processo, apenas como já dissemos, jogando dinheiro pelo ralo. Nossa experiência nos tem mostrado que para os óleos vegetais, o tempo de trabalho ou agitação, após a entrada do material branqueante, é de 25 minutos e para a gordura (sebo) é de 18 minutos. Após estes tempos, a argila clarificante não terá mais função Revista Espuma - Março/Abril de 2013 alguma, pois a adsorção já se processou. Portanto, há que se atentar para este grande fator econômico. Velocidade de filtração – A distribuição granulométrica de uma argila é que vai determinar a maior ou menor velocidade de filtração. A menor velocidade de filtração, com certeza implicará na rápida saturação das células e tecidos do filtro prensa (vale também para os filtros centrífugos) e a parada obrigatória para desobstrução dos elementos filtrantes. Verdadeira perda de tempo e dinheiro para a empresa. Todos os fabricantes de argilas clarificantes convergem para o mesmo ponto em relação à perfeita distribuição granulométrica. Cor do filtrado – Este é um parâmetro que mereceria, por parte de todos os envolvidos, uma especial atenção e poderia ser uma questão de amplo debate a respeito, principalmente para a gordura animal. Temos observado algumas exigências demasiadas perfeccionistas a respeito de parâmetros de branqueamento para alguns tipos de sabões em barra, que na realidade estariam superestimados para este tipo de produto e aí também pode se promover uma economia de elemento clarificante. Mas, cremos ser este um ponto polêmico e demandaria muita discussão a respeito. De qualquer forma, estamos abertos à isso e nos colocamos à disposição para quem quiser justificar seus argumentos. Retenção de óleo ou gordura na torta de filtração – Este ponto também, com certeza, provocará discussão dos envolvidos. As argilas comerciais encontradas no mercado e ativadas através de ácidos, sulfúrico ou clorídrico, retêm, não menos que 30% de óleo ou gordura na torta, obrigando a se passar ar comprimido pelo filtro, o que mais uma vez, representa perda de tempo e dinheiro. Este processo de aspersão de ar ao filtro se aplica de forma mais útil ao óleo vegetal e mesmo assim não aumenta em quase nada a recuperação do óleo na torta de filtração. Quanto à gordura animal, a perda é ainda maior, visto que a mesma irá se resfriar e voltar ao estado sólido, ainda no filtro. Aplicar vapor ao filtro não é recomendado, pois provocará a instabilidade do óleo ou gordura, o que provocará a reversão da cor, quando na estocagem dos mesmos. Torta de filtração (resíduo do filtro) – Este é um dos pontos mais preocupantes e com certeza, tira o sono de muitos empresários. O que fazer com o resíduo, a não ser enviá-lo aos aterros industriais, pagar por este envio e se tornar eternamente responsável pelo mesmo se algo de errado ocorrer? Todas as argilas ativadas, encontradas hoje no mercado, tanto as produzidas internamente, quanto as importadas, são ativadas por meio de ácidos, sulfúrico ou clorídrico. Não vamos entrar no mérito da questão, em relação aos contaminantes e nos tratamentos dos efluentes destas empresas. Nossa visão está voltada para o consumidor desta argila que também terá um passivo realmente problemático. Temos visto e presenciado, alguns acidentes, exatamente no intermédio entre a estocagem da torta na empresa e o envio ao aterro. Ao se estocar a torta, resultante da filtração, qualquer aumento da temperatura, associado ao ácido contido na argila, mais uma brisa que casualmente, passe por perto, está feito o estrago. É a chamada e velha conhecida de alguns usuários: a combustão espontânea. Em alguns casos que presenciamos, a torta estava depositada no interior da empresa, próxima às caixas de disjuntores e fontes de energia e em outros, sob plataformas de clarificadores. Na maioria dos casos, o prejuízo é enorme. O que fazer? Durante anos, e lá se vão dezesseis anos, estamos estudando possibilidades de se produzir argilas clarificantes, ativadas, sem a presença de ácidos em sua composição. Portanto, ecologicamente corretas e que trouxessem em seu desempenho, a mesma qualidade das argilas ativadas por meio ácidos, que sem dúvida promovem resultados muito bons em se tratando de branqueamento e obtenção de baixos níveis de cores. Pensamos assim, em desenvolver argilas ativadas por meio não ácidos, com os mesmos resultados de branqueamento que as demais, cuja torta de filtração pudesse servir à outras finalidades que não a deposição em aterros industriais e com isso, fazer com que o empresário visse aí, uma fonte de renda ao invés de preocupação e altos gastos . Uma argila, que por sua simplicidade operacional, fosse mais barata que as argilas oferecidas pelo mercado e mais, que retivesse menos óleo ou gordura na torta. Nestes anos de estudo e desenvolvimento, enfrentamos várias dificuldades, visto que idéias novas nem sempre são bem vindas, quando já se está acomodado com o que se trabalha há cerca de quarenta anos. Havia que se quebrar paradigmas, mudar mentalidades, transformar pessoas,, quando a pesquisa e desenvolvimento têm seu próprio tempo de maturação e confiabilidade e estes fatores são determinados por resultados, que nem sempre andam na mesma velocidade do desejo de lucrar . Finalmente, depois de muito trabalho, derrotas e sucessos, em 2010, com suporte técnico cientifico da UNICAMP e da Universidade Federal de Santa Catarina, conseguimos chegar ao final (aliás, final é um termo que não deve ser aplicado pois em desenvolvimento isto não existe) do desenvolvimento e obtivemos nossa patente. Hoje, podemos afirmar que existe no mercado, argilas ativadas sem ácidos, ecologicamente corretas, que garantem bons resultados de branqueamento e remoção de contaminantes, boa velocidade de filtração, níveis de retenção de óleos e gordura entre 16-18%, bem abaixo das demais, sem o inconveniente da combustão espontânea e cuja torta de filtração, isenta de ácidos e rica em nutrientes, pode servir para a produção de ração animal, farinha de ossos, adubos e fertilizantes e finalmente, com um preço bastante atraente em relação às demais argilas do mercado. A PEGMATECH – Especialidades Tecnológicas, uma empresa do Grupo BENTONISA – Bentonita do Nordeste S.A., empresa com mais de trinta anos trabalhando com argilo minerais, com jazidas próprias que somam algo em torno de 32 milhões de toneladas a serem exploradas, tem a licença para a produção das argilas ativadas sem ácidos, utilizando-se de suas jazidas de Bentonita da região de Boa Vista e Campina Grande, no Estado da Paraíba. A empresa conta com pessoal técnico que reúne vários anos de experiência de mercado e oferece, gratuitamente, aos seus clientes, curso de aperfeiçoamento para o pessoal de operação, exatamente, visando a fixação dos pontos levantados neste trabalho e objetivando, principalmente, a redução de custos operacionais e introduzindo as empresas na utilização de produtos ecológicos . Vanderlei Mariotto, trabalha na Pegmatech – Especialidades Tecnológicas, Grupo Bentonisa. Contatos através do e-mail [email protected] ou pelo telefone (11) 99759 5469 33 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Em Foco 1 34 Veja previsões para 10 setores da economia brasileira em 2013 O resultado oficial do produto interno bruto (PIB) de 2012 será divulgado apenas em março, mas as perspectivas indicam um crescimento muito baixo na economia brasileira, próximo a 1%. Para 2013, o ano deve ser de leve recuperação, mas ainda longe de registrar uma expansão econômica robusta. Após várias quedas consecutivas nas expectativas, o Boletim Focus mais recente projeta uma alta de 3,08% no PIB deste ano. Diante desse cenário, alguns setores acabam sendo os mais afetados. Outros, porém, apontam boas perspectivas para o ano. Confira as projeções, oportunidades e desafios para dez setores da economia brasileira em 2013. Pecuária O setor de proteínas no Brasil, especialmente no segmento de bovinos, tem tudo para se destacar no ano por dois motivos principais, como explica Paulo Pinese, sócio da Deloitte na área de consultoria tributária e especialista no setor de agronegócios. Um deles é pelo tamanho do rebanho brasileiro, um dos maiores do mundo explorados comercialmente. Em segundo lugar, o país tem muita área de pasto. Como explica Pinese, isso aumenta a competitividade da carne brasileira, que utiliza muito menos ração e mais pasto na alimentação do gado, ganhando qualidade e preferência pelo mundo. Desafios Um dos pontos de atenção para a pecuária brasileira é a proibição de carne nacional que alguns países colocam após identificarem possíveis contaminações. Segundo Pinese, o Brasil já eliminou diversos desses problemas, mas em algumas ocasiões localizadas, essas proibições podem acabar pressionando o preço das carnes. Além disso, para outros tipos de proteínas, como frangos, existe a questão dos preços alimentação, feita por produtos como milho e soja. Assim, os valores estão muito ligados ao sucesso da safra agrícola. Agricultura A safra agrícola deve ter novo recorde em 2013. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve chegar a 178 milhões de toneladas em 2013, 9,9% maior que a de 2012, quando o volume colhido já havia sido o maior da série histórica. Paulo Pinese destaca dois fatores que impulsionam o setor. “Na agricultura não há forte intervenção do governo e há profissionalização”, diz. Além disso, o Brasil tem alta produção excedente, o que ajuda o país a se destacar também na exportação. Desafios O maior desafio para o setor é incontrolável: o clima. Além desse, Pinese também destaca a questão da infraestrutura. Segundo ele, o Brasil consegue sim escoar sua produção excedente, porém com tempo e custos muito altos, acima do que seriam com uma infraestrutura eficiente. Automóveis No setor automotivo, os holofotes estão no fim da redução de IPI. “A tendência é o mercado ficar estagnado em relação a 2012, que foi um ano de muito crescimento”, disse Milad Kalume Neto, da consultoria Jato Dynamics, que prevê elevação de cerca de 2% nas vendas em 2013. O número deve vir apesar do bom resultado de janeiro, quando as vendas foram recorde para o mês. Esse efeito, explica Neto, acontece pela venda de estoques. O efeito do fim da redução do IPI vai se acomodar ao longo do ano, segundo Rodrigo Baggi, analista de setor automotivo da Tendências Consultoria. Já no campo dos comerciais pesados, há a expectativa de um crescimento de 15% em relação a 2012, segundo Neto. “O segmento é beneficiado pela comparação com 2012, um ano perdido” afirmou. No ano passado, o segmento sofreu com as vendas antecipadas no final de 2011 e com a adoção da Norma Euro 5 (determinação de redução na emissão de poluentes). A Tendências Consultoria projeta um crescimento de 21% na venda de caminhões em 2013 e de 6,6% na de ônibus. O cenário positivo de emprego e renda no país é o grande motor da demanda do setor, segundo Baggi, além disso, há alguns projetos de investimentos em logística que estimulam a demanda. Desafios O aumento da gasolina teria naturalmente algum impacto nas vendas, segundo Baggi, mas o efeito de queda real de preço do automóvel atrelado a um cenário positivo de renda e emprego pode neutralizar esse impacto. 35 Em Foco 1 36 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Imobiliário O setor imobiliário em 2012 passou por um ano mais estável. Segundo Basilio Jafet, presidente da Fiabci/Brasil (unidade nacional da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias), esse período foi uma espécie de “arrumação” no segmento, que tinha saído de um momento de demanda muito forte nos anos anteriores, para um ano de economia estável. As oportunidades, segundo Jafet, estarão em diversas regiões e setores. O residencial e comercial, por exemplo, continuam com forte demanda em grandes metrópoles. Já os imóveis dedicados a operações logísticas, como estocagem de safra, terão forte demanda no interior do país. Desafios Um ponto polêmico sobre o setor imobiliário é o financiamento para compra de imóveis, que tem como principal fundo a poupança. Com as novas regras, cogitou-se a hipótese de que os recursos da caderneta deixassem de ser suficientes para financiar o setor. Para Jafet, esse é um desafio que vem sendo bem superado e não oferece os riscos que se imaginou no início. Assim, o setor tem desafios maiores para se preocupar. Um deles, aponta o presidente Fiabci/ Brasil, é a falta de terrenos disponíveis no perfil que os empreendimentos demandam. Outra questão importante é a aprovação em novos projetos, que mesmo por conta da alta demanda, acaba desacelerando. Turismo Com a proximidade da Copa do Mundo, as expectativas para o setor de turismo são grandes. Para o presidente da Braztoa, Marco Ferraz, o benefício é a divulgação do país, as melhorias em infraestrutura e o turismo gerado em decorrência Revista Espuma - Março/Abril de 2013 dos jogos. A expectativa da Braztoa é que o setor cresça cerca de 10% neste ano, apesar da economia fraca. Para o primeiro semestre, a projeção é de estabilidade. O crescimento deve vir na segunda metade do ano, segundo Ferraz. Desafios Com a proximidade da Copa do Mundo, a expectativa é que os preços subam – como se observou durante a Rio +20, no Rio de Janeiro. No evento esportivo, muitos ingressos não foram vendidos e o governo inglês chegou a distribuir os tickets entre soldados para evitar os lugares vazios. Além disso, eventos como a Copa acabam atraindo o turista eventual que, segundo Ferraz, é mais suscetível a câmbio e preço. Nessas épocas, o turista que viria visitar o país independentemente de preços desiste da viagem. Varejo No geral, o varejo ainda deve ter um desempenho razoável em 2013, porém não tão robusto como em 2012, conforme avalia Eugenio Foganholo, diretor da Mixxer, consultoria especializada em bens de consumo e varejo. Isso porque os fundamentos que sustentaram o crescimento nos últimos anos ainda estão presentes, mas não tem tanto espaço para crescer como tinham antes. O emprego, por exemplo, que vem crescendo, já está próximo da estabilidade, assim como a massa salarial e a renda das famílias. Alguns segmentos podem sentir mais efeitos negativos por motivos específicos e outros podem ter um desempenho melhor. Um ponto importante no ano passado foi a redução do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) para linha branca. Com a medida, o consumo desses produtos aumentou muito e deve começar a estabilizar ou até diminuir neste ano. Por outro lado, como lembra Foganholo, setores como o de confecções, que ficaram de lado já que o bolso do consumidor estava comprometido com outros produtos, devem apresentar recuperação. Desafios Com os fundamentos mais estabilizados, o crescimento do setor deve estabilizar também, lembra Foganholo. Além disso, nos últimos anos os consumidores vêm apresentando um comportamento mais imprevisível em relação a suas compras. Datas que costumavam ter picos no varejo já não são sucesso de venda e outros momentos que não teriam um desempenho atípico, apresentam sucesso nos negócios. Para Foganholo, esse movimento vai continuar. Segundo ele, as grandes varejistas já começam a driblar esse desafio incentivando gastos o ano todo. Isso pode ser feito com vários artifícios, desde o aumento do mix de produtos nas lojas, até promoções durante o ano. Petróleo e Gás A demanda deve continuar forte no setor, segundo Walter de Vitto, analista de petróleo e gás da Tendências Consultoria. A necessidade de petróleo deve continuar crescendo, segundo De Vitto, em decorrência do aumento de renda e de crédito, e consequente elevação no consumo de automóveis e de bens que demandam derivados de petróleo. Na produção industrial as expectativas também são boas. Já o segmento de gás deve se beneficiar do baixo nível de chuvas. Desafios Embora tenha boas perspectivas para a demanda, quando o assunto é a produção de petróleo, o cenário não é positivo, segundo Walter de Vitto, analista de petróleo e gás da Tendências Consultoria. Com desempenho muito atrelado ao da gigante Petrobras, a produção de petróleo reflete algumas escolhas da empresa. O aumento de preço na gasolina tem um impacto positivo para a Petrobras, mas “ainda não resolve o problema dela”, segundo De Vitto. De Vitto explica que a Petrobras diversificou demais seus investimentos, ao invés de focar em pontos que poderiam ter dado mais retorno e isso deve continuar esse ano, na opinião do analista, tendo em vista que é reflexo da gestão anterior. Cosméticos Pessoal e produtos de Higiene Uma teoria batizada de efeito batom dá conta de que o setor de cosméticos é quase imune a crises. A julgar pelo desempenho no Brasil, a teoria está bem próxima da prática. Os números do setor (que também engloba higiene pessoal e perfumaria) em 2012 ainda não estão consolidados mas, segundo João Carlos Basilio, presidente da ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosmético), já apontam para o 17º ano consecutivo de crescimento real de dois dígitos. A indústria é composta por produtos que são de necessidade básica, como cremes dentais ou sabonetes, e de produtos de adorno, como maquiagens e perfumes. Por isso, o crescimento da renda no Brasil vem impulsionando o segmento. Como explica Reynaldo Saad, sócio-líder no atendimento às empresas do setor varejista da Deloitte, esse é um segmento de produtos aspiracionais, ou seja, as pessoas têm o desejo de consumir. A partir do momento que mais pessoas têm acesso a esses produtos, o crescimento se sustenta. Com o consumo desses produtos crescendo no Brasil, o desempenho no mercado interno é o que deve continuar puxando a indústria. Segundo Basilio, da ABIHPEC, o Brasil já é o terceiro maior mercado consumidor, atrás dos Estados Unidos e Japão. 37 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Em Foco 1 38 Desafios Mesmo um setor que não se abala pela crise tem desafios para ultrapassar. Saad destaca três principais. O primeiro é a questão logística, que ainda é um problema para vários setores no Brasil. A pouca estrutura pesa ainda mais para essa indústria, já que os produtos são perecíveis e precisam de condições especiais de transporte. Outro desafio importante para a indústria é a questão da pirataria, que atinge tanto produtos nacionais quanto internacionais. A questão tributária é uma das que mais merece destaque. Cosméticos são considerados produtos supérfluos pelo governo brasileiro e, assim, estão sujeitos a altos impostos. Além disso, alguns produtos de higiene pessoal, muito ligados à saúde, não são vistos como essenciais e não escapam da alta carga de impostos. Mineração e Siderurgia Enquanto a siderurgia deve observar um aumento de consumo e de produção em 2013, a produção na mineração não consegue aproveitar as oportunidades oferecidas pela demanda, segundo Bruno Rezende, analista de mineração e siderurgia da Tendências Consultoria. Para o BB Investimentos, no o ano de 2013, a perspectiva para determinar o desempenho do setor continuará dependendo do crescimento econômico da China. Em 2013, o consumo na siderurgia deve ser puxado por automotivos e bens de capital, segundo Rezende. Na produção, o aumento na alíquota de importações e o fim da guerra fiscal são fatores que podem beneficiar. “Produtores nacionais podem ganhar participação sobre os internacionais”, afirmou Rezende. Desafios Em mineração, o Brasil está desperdiçando uma oportunidade, segundo Rezende. Para Rezende, o Brasil poderia ter avançado mais. Por outro lado, como o cenário atual é de excesso de oferta de aço, se a demanda externa não reagir de forma mais efetiva em 2013, os preços internacionais podem ficar mais baixos, segundo Rezende. O BB Investimentos nãoacredita em um movimento de forte recuperação no setor até que os preços dos produtos siderúrgicos das companhias brasileiras comecem uma trajetória consistente de alta, segundo relatório assinado por Victor Penna. Setor Financeiro O ano de 2012 foi desafiador para os bancos brasileiros em decorrência da desaceleração no ritmo de expansão das carteiras de crédito, da queda da Selic e da redução dos spreads bancários, segundo relatório do BB Investimentos, assinado pelos analistas Nataniel Cezimbra e Carlos Daltozo. No ano passado, a inadimplência foi a grande vilã da expansão do crédito, afirmam. Para Carlos Daltozo, analista do BB Investimentos, a perspectiva para 2013 é de maior estabilidade, retomada do crescimento da economia e estabilidade na taxa de juros, um cenário mais favorável para os bancos. A inadimplência já está em queda, segundo Daltozo. Desafios A instabilidade externa continua sendo um risco. “Olhando a economia interna, a expectativa para 2013 é mais favorável e os bancos, em tese, terão uma performance melhor, mas é um cenário dinâmico que demanda atenção”, disse Ricardo de Carvalho, sócio da área de Transaction Services da Deloitte. Além disso, na visão de Carvalho, os bancos devem continuar seletivos quanto ao crédito em 2013. Fonte: Exame.com, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint. 39 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Em Foco 2 40 Tributação pelo lucro real e presumido Escolhendo o regime mais adequado P ela legislação brasileira, as pessoas jurídicas poderão apurar o Imposto de Renda com base no lucro real, presumido ou arbitrado. A correta escolha da forma de tributação pode resultar numa significativa redução da carga tributária, mas a opção pelo lucro real implica uma série de obrigações acessórias que espanta os contribuintes. Aqui iremos esclarecer alguns pontos e dar subsídios para a escolha. também, caso existam, os prejuízos fiscais. Daí utilizamos a expressão “lucro líquido ajustado”. Já no caso do lucro presumido, a receita bruta pura e simples será utilizada como base de cálculo. A alíquota para efeito do lucro real será de 15%, mais um adicional de 10% sobre a base de cálculo que ultrapassar R$ 20 mil mensais, R$ 60 mil trimestrais ou R$ 240 mil anuais. No lucro presumido, varia entre 1,6% e 32%, a depender da atividade exercida pelo contribuinte. Fazendo uma conta rápida parece que a sistemática de apuração pelo lucro real será menos onerosa. Por que ela não é tão comum quanto a tributação pelo lucro presumido? Sim, ela pode ser menos onerosa mesmo no caso das alíquotas maiores. As empresas que operam com prejuízo ou com margens de lucro muito baixas têm como melhor opção o regime do lucro real. O contribuinte deve avaliar seus resultados, apurar suas margens de lucro ou prejuízo a cada período, e verificar qual modalidade de enquadramento melhor se aplica à sua atividade. Outrossim, como a opção pelo lucro real implica diversas obrigações adicionais, sua “popularidade” cai. A necessidade de se manter a contabilidade regular, escriturar o Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) e elaborar o Livro Diário em meio Digital (Sped Contábil), entre outras, afastam a opção. Talvez essa seja uma das razões que fazem muitos sequer efetuarem esse comparativo entre os regimes, deixando de obter ganhos significativos. Como Quais as diferenças entre os dois regimes ? A mais significativa refere-se à forma de se apurar a base de cálculo do tributo. No caso do regime de lucro real, do lucro líquido apurado (receitas-despesas) deduzem-se as (i) parcelas que ingressam como receita, mas que não são tributáveis, acrescentam-se as (ii) despesas não dedutíveis e decidir então ? Muitas são as variáveis que devem ser levadas em conta na hora de se decidir por um regime ou por outro, como, por exemplo, a correta noção de quais despesas e custos podem ser deduzidos na apuração do lucro real, lembrando que a orientação básica da Receita Federal é de que as despesas serão dedutíveis na apuração do lucro real no momento em que forem incorridas ou pagas (regime de competência) e quando (i) forem necessárias para a realização das transações ou operações exigidas pela atividade da pessoa jurídica; (ii) forem usuais ou normais no tipo de transações, operações ou atividades da empresa; e (iii) quando forem comprovadas por meio de documentação idônea. Além disso, deve ser analisada a diferença de alíquotas do PIS e da COFINS conforme a forma de enquadramento; o aproveitamento de créditos dessas contribuições na opção pelo lucro real; a necessidade de apuração periódica dos resultados econômicos da empresa; a escrituração do LALUR e a escrituração digital; e outros. Então essa escolha não deixa de ser uma forma de planejamento tributário ? Sim, e uma forma absolutamente lícita e à prova de riscos e surpresas. Uma vez simulada a escolha, com todas as variáveis analisadas, e lembrando que há casos em que a opção pelo lucro real será obrigatória, o contribuinte pode reduzir sua carga tributária, às vezes de forma significativa, ainda que tenha, em contrapartida, um encargo operacional elevado. Notamos ser freqüente essa alteração entre regimes, no caso de contribuintes cuja opção pelo lucro presumido é permitida pela Lei, como estratégia de planejamento tributário, quando a natureza e as condições do exercício da atividade revelam-se as mais benéficas em um ou outro sistema. Em estreita síntese, a aplicação do lucro real se revela menos onerosa à atividade cuja lucratividade for menor, enquanto que para atividades com lucro mais expressivo há a possibilidade de se obter grande economia ao se optar pelo cálculo com base no lucro presumido. Essa é apenas mais uma ferramenta que auxilia a lícita redução da carga tributária, que tanto onera a produção nacional. Fonte: Associação Brasileira das Indústrias Saboeiras e Afins N0 63 – 20/02/13 21.2524.5816 – [email protected] – www. abisa.com.br - Rio de Janeiro-RJ 41 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 não ocorram, as impurezas impedem a realização das funções cutâneas normais, podendo causar alterações de outros tecidos. Os indivíduos mantem constantemente a limpeza do corpo, através de cosméticos aptos para a sua higienização. Cerca de 70% do mercado do setor pertencem aos sabonetes, desodorantes, cremes dentais, xampus, que representam os cosméticos de higienização mais importantes. A estes, seguem-se outros, apropriados para a limpeza da pele de características hidratantes tonificantes e emolientes, como cremes, loções faciais, entre outros. Em Foco 3 42 M ecanismo da Ação Higiênica O mecanismo de ação, através do qual resulta a função higiênica dos cosméticos, é conhecido geralmente pelas suas propriedades físicas removedoras de determinados componentes, como por exemplo, os sabonetes sólidos ou líquidos, agentes tensoativos, saponificantes e dissolventes de produtos graxos.. Também os produtos desinfetantes, fungicidas A ciência dos produtos cosméticos e suas funções Por: Engª. Enilce Maurano Oetterer, Diretora da Encosmética Consultoria Ltda. A Cosmética é uma disciplina fundamentada na ciência da química, na cosmetologia e na técnica cosmética. A química cosmética se ocupa dos constituintes químicos que entram na composição dos produtos, de suas propriedades químicas e físico-químicas. A cosmetologia estuda em particular a ação e os efeitos dos cosméticos no ser humano estabelecendo normas gerais para aplicação prática. Utiliza-se para este fim, fundamentos de anatomia, fisiologia, bioquímica, farmacologia, farmacoterapia e a dermatologia. Finalmente a técnica cosmética compreende as operações necessárias a que se devem submeter as matérias-primas dotadas de propriedades cosméticas, transformando-as em produtos acabados. De acordo com as áreas anatômicas de aplicação e de ação dos cosméticos, os produtos possuem propriedades Higiênicas. Estáticas e Eutróficas que podem atuar independentemente ou coexistir conforme o caso. F unção Higiênica O ser humano contamina-se continuamente no ambiente em que vive. As impurezas que se depositam nas zonas externas do corpo constituem um terreno apto para o andamento e proliferação micro-organismos e parasitas, que podem causar diversas enfermidades à pele. Excluindo-se as situações em que tais eventualidades patológicas parasiticidas, exercem esta ação através da função biológica de eliminar ou impedir a proliferação de bactérias infecciosas, encontradas ocasionalmente ou frequentemente sobre a superfície cutânea, como por exemplo, os desodorantes ou dentifrícios que atuam na higiene bucal. Existem finalmente, cosméticos cuja função higiênica se efetua em virtude das propriedades odoriparas de seus componentes, como os óleos essenciais e os perfumes. F unção Eutrófica Pode-se definir como função eutrófica, a propriedade de certos cosméticos conservarem o estado dos tecidos cutâneos nas melhores condições anatômicas e funcionais. Esta função distingue os produtos cosméticos dos medicamentos, que em determinada forma ou dose, servem para restabelecer o equilíbrio alterado das funções orgânicas do tecido conjuntivo. As ações que determinam a evidência da função eutrófica, são de ordem farmacoterapêutica, dando 43 Em Foco 3 44 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 origem modernamente aos produtos cosmecêuticos. A natureza da função eutrófica dos cosméticos, depende do comportamento farmacológico de seus constituintes, do nível de absorção das células epiteliais da região a ser tratada, das propriedades físico-químicas das substâncias que compõem sua formulação. Tais fatores determinam a seleção e eleição das matérias-primas a serem utilizadas, para o melhor desempenho desta função. Portanto, para se associar convenientemente os diversos componentes em uma formulação, é preciso conhecer não só suas propriedades e funções, mas também as doses permitidas de aplicação e as incompatibilidades que possam ocorrer. Estas podem ser a causa de desagradáveis manifestações na pele dos usuários de produtos cosméticos resultando aspectos antiestéticos, bem como comprometer a qualidade físico-química dos produtos acabados. Por outro lado, como nos fármacos, os cosméticos podem eventualmente intervir toxicologicamente e ocasionar por doses inapropriadas, efeitos de irritabilidade cutânea e degeneração dos tecidos saudáveis. Tipos de Incompatibilidade a) Incompatibilidade física: Ocorre quando as substâncias não têm propriedades compatíveis de forma desejada. Ex.: imiscibilidade de líquidos b) Incompatibilidade química: Ocorre quando os constituintes reagem entre si, formando compostos com propriedades físicas e físico-químicas diferentes dos originais. c) Incompatibilidade biológica e farmacológica: Quando a ação de certas substâncias é contraindicada para o tratamento de uma determinada condição, ou quando as substâncias possuem propriedades incompatíveis e os efeitos se eliminam reciprocamente. d) Incompatibilidade fisiológica e patológica: Quando os produtos são contra indicados em determinadas formas, aos indivíduos normais em circunstâncias especiais. Este último caso de incompatibilidade pode ocorrer devido a aplicações inadequadas do produto cosmético por parte dos usuários, quer seja por uso e dosagens Revista Espuma - Março/Abril de 2013 inadequadas ou por falta de devidas indicações. Dependendo do indivíduo, os cosméticos utilizados durante longo período podem ocasionar uma ação cumulativa. Esta depende em particular, da absorção irregular dos produtos quimicamente estáveis, por parte dos tecidos, de modo que sobre eles resulta uma reação a um determinado composto, que quando chegando a certo limite provoca lesões indesejáveis. São os casos dos efeitos alérgicos, observados quando existem graus de susceptibilidade à ação dos componentes das substâncias ativas, reagindo de modo diferente para cada pessoa, ocasionando até possíveis dermatoses. A absorção cutânea varia de acordo com a característica de cada tipo de tecido, e objetivando-se o efeito eutrófico, é preciso apurar os efeitos positivos e evitar os negativos dos cosméticos em geral. Isto pressupõe o conhecimento das propriedades das matérias primas e suas aplicações por parte dos formuladores de produtos. F unção E stética O cuidado da higiene pessoal, a suavização e melhoria dos problemas da pele que por ação patológica ou traumática sofre um processo de debilitação, as agressões microbianas, as correções dos defeitos mais acentuados de certas regiões cutâneas dependem das funções higiênicas e eutróficas e tem finalidade estética. Relativo às exigências estéticas e de acordo com a moda vigente, a formulação de determinados cosméticos podem variar de modo que satisfaça o público consumidor. A função estética dos cosméticos consiste precisamente em influir harmonicamente na aparência das pessoas, realçando-a personalidade e beleza. Assim, considerando os tópicos abordados, o uso dos cosméticos assegura ao usuário uma atmosfera artística e psicológica muito refinada segundo os padrões estéticos atuais, estendendose principalmente no que diz respeito ao uso dos perfumes, e às maquiagens, com suas encantadoras variações sazonais de cores, causando bem estar e satisfação aos consumidores. 45 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Outro benefício do emprego das enzimas nas formulações dos detergentes é que elas podem substituir parte dos surfactantes, pois a maioria é produzida a partir de petróleo, outro recurso limitado. Em Foco 4 46 A substituição do stpp O STPP em geral entrega vários atributos aos detergentes em pó, dentre eles, a sequestração da dureza da água (íons de Cálcio e Magnésio), a estruturação física do detergente em pó (aspecto e densidade que conhecemos hoje) e também o auxílio na remoção de alguns tipos de manchas. Existem na Europa, Estados Unidos e em muitos países, vários organismos institucionais lutando pela redução ou completa proibição do uso do STPP. Hoje em dia, há detergentes livres 100% de STPP. Podese combinar Enzimas e alguns outros ingredientes para substituir algumas propriedades do STPP. A questão é especializar os responsáveis pela produção do detergente em pó, pois o STPP tem propriedades e funções que não são facilmente substituídas, porém com algum conhecimento adicional em formulações, torna-se possível. A presença das enzimas nas formulações dos detergentes Por Adriana Guerra Maganhotto, Gerente de Marketing e de Desenvolvimento de Novos Negócios na América Latina, Novozymes Ltda. Nas últimas décadas percebemos uma importante evolução nos detergentes em pó para lavar roupas, principalmente no sentido de uma adaptação aos hábitos de lavagem do consumidor brasileiro S e no passado as formulações eram basicamente adaptações de fórmulas européias, onde as condições de lavagem são completamente distintas, devido à temperatura e dureza geral da água, hoje, temos formulações sob medida para nossas reais necessidades de limpeza. E as mudanças não foram apenas neste sentido, atualmente, à nossa disposição temos linhas bem mais “ecológicas” e isso se deve boa parte à utilização das enzimas, que têm a finalidade de substituir produtos químicos que causam danos ao meio ambiente. Um exemplo é o Tripolifosfato de Sódio (STPP), que além de ser extraído de fontes não renováveis, como jazido de fósforos, o descarte da água do processo de lavagem altera a vida aquática por conta de eutrofização - fenômeno que ocorre pelo excesso de nutrientes, neste caso, compostos químicos ricos em fósforo ou nitrogênio, provocando a proliferação de algas que roubam o oxigênio disponível e provoca a morte dos organismos que dele dependem, como os peixes. Outro ponto importante é educar os consumidores no que tange a espumação provida por esse material. É preciso entender que espuma não é sinônimo de limpeza. Na Europa, EUA e Japão, as formulações dos detergentes praticamente não formam mais espumaantiespumantes a base de silicone são utilizadas para reduzir a espuma dos detergentes e não interferem na qualidade das lavagens – com isso as máquinas já possuem opções para ciclos mais curtos de enxágues (no Brasil, há a necessidade de 3 ou 4 enxágues devido a quantidade de espuma formada dentro da máquina de lavar ou na lavagem à mão). Para levarmos o conhecimento de que espuma não limpa, um bom exemplo seria acrescentar na embalagem explicações de que a fórmula melhorada é mais sustentável, pois limpa mais fazendo menos espuma e isso reduz o consumo de água. Também existem embalagens, no mercado internacional, onde se mostram com ilustrações os mecanismos de atuação das enzimas para que as consumidoras entendam como funcionam. Afinal o que são enzimas? Precisamos ajudá-las a entenderem de maneira rápida e facilitada! Isso é inovação e veio para ficar, então, por que esperar? 47 Em Foco 4 48 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Esse é o caminho! Quando o mercado estiver esclarecido e os produtores mais especializados em outras combinações para formular, poderemos ter detergentes ambientalmente mais corretos em termos de biodegradabilidade e matérias-primas sustentáveis. Visto isto, ainda se discute o custo de sua substituição versus o desenvolvimento econômico e plataforma de sustentabilidade de cada país. Porém já provamos muitas vezes que uma re-formulação com enzimas pode melhorar o desempenho dos produtos a custo neutro ou até mesmo com alguma economia, especialmente se as empresas levarem em conta toda a contabilidade incluídae produtividade ganha. O que são, como funcionam e quais os benefícios das enzimas Além de sustentar diversos “claims” (apelos comerciais para posicionamento de marcas) nos detergentes líquidos, em pó e no sabão em barra, as enzimas por serem de origem natural (a partir da fermentação de bactérias e/ou fungos), são total e rapidamente biodegradáveis. São proteínas com propriedades catalisadoras de reações. Pense nelas exatamente como no processo digestivo, onde se degrada os elementos orgânicos das sujidades em frações menores, isso ajuda o surfactante a removêlas, pois em partículas menores, elas ficam em suspensão e o surfactante cumpre o seu papel de maneira facilitada. Por essa razão, a adição de enzimas viabiliza a redução de alguns ingredientes. Elas são específicas, portanto, cada classe enzimática vai atuar em diferentes tipos de sujidades. Temos: • Proteases para degradação de proteínas (carne, sangue, leite, ovos, grama), • Lipases para as gorduras (manteiga, gordura de frituras, azeites e óleos), • Amilases para os amidos (como de batata, trigo, agem como uma cola no tecido para outras sujidades), • Celulases para a remoção de fibrilas, efeito antipeeling–evita a formação de bolinhas que dá um aspecto envelhecido às roupas. • Mananases para remoção de manchas causadas por espessantes utilizados na indústria alimentícia e de cosméticos (goma-guáre alfarroba) Revista Espuma - Março/Abril de 2013 • Pectinases para remoção de manchas de frutas, como molho de tomate e sucos. A combinação de várias classes de enzimas produz uma sinergia que amplia o espectro de alcance na limpeza profunda de várias manchas. Um exemplo seria as amilases e celulases, que juntas promovem um efeito de branco natural pela redução do efeito de redeposição causado por bolinhas do tecido e sujidades invisíveis impregnadas nele. As enzimas tendem a aumentar sua participação na formulação do detergente em pó, especialmente em virtude dos custos dos químicos derivados de petróleo, em decorrência do impacto ambiental causado pelo aquecimento global e das mudanças climáticas; das crescentes economias emergentes e da demanda por melhor eficiência. Por consequência, essa tendência afeta as novas formulações líquidas, que devem entregar o mesmo nível de limpeza que o pó, caso queiram aumentar sua participação de mercado e ganhar a fidelidade das consumidoras. Hoje elas tem muitas opções nas prateleiras, então a primeira impressão sobre a funcionalidade e benefícios da marca líquida pode ser a única chance de re-compra. Antes de comparar marca com marca, a consumidora irá comparar o desempenho entre o detergente em pó e liquido. Nesse aspecto sabemos que as enzimas tem um papel fundamental para a continuidade de formulas líquida no mercado. Todos esses fatores ajudam a acelerar a penetração das enzimas em vários setores,como biocombustíveis, panificação, têxtil, cervejaria, inclusive no de limpeza. Em 2012 houve um crescimento significativo em relação a 2011 e projetamos crescimento bastante desafiador para 2013 e os anos que seguem. Estamos em constantes estudos para descoberta de novas classes enzimáticas ou novas aplicações. A Novozymes investe boa parte do seu faturamento em Pesquisa e Desenvolvimento, especialmente por acreditar que as enzimas viabilizam negócios mais sustentáveis, ambientalmente corretos, melhoram a eficiência de desempenho dos produtos e aumentam a abrangência de especificidade da limpeza. Todos esses fatores permitem a concentração das fórmulas e reduzindo o impacto ambiental... As enzimas estão muito mais presentes em nossas vidas do que pensamos! 49 50 Serviços Revista Espuma - Março/Abril de 2013 Revista Espuma - Março/Abril de 2013 ASSINATURA DA REVISTA ESPUMA Você pode solicitar o recebimento da Revista Espuma. Após preenchimento do formulário a seguir, envie-o para: Rua Sampaio Viana, 167, Conj. 61/ São Paulo (SP) - Cep: 04004-000 ou por [email protected] Nome: Empresa: Endereço: Nº: Complemento: Cidade: Cep: UF: Fone: ( ) Fax: ( ) Cargo: Tipo de Empresa: ( ) Fabricantes da Indústria de Sabão ( ) Higiene e Limpeza ( ) Cosméticos ( ) Perfumes e Fragrâncias ( ) Fornecedores de Máquinas e Equipamentos ( ) Insumos e Matérias Primas ( ) Prestadores de Serviços ( ) Frigoríficos e Graxarias ( ) Atacadistas Abisa 2ª capa (21) 3353-3000 [email protected] www.aboissa.com.br Aboissa 3ª capa (11) 3353-3000 [email protected] www.aboissa.com.br Akzo Nobel 4ª capa (11) 4591-8935 www.akzonobel.com Alpes 43 (43) 3420-3233 www.produtosalpes.com.br ( ) Supermercados ( ) Embalagens ( ) Aromas ( ) Indústria Química Fina ( ) Equipamentos de Laboratórios e Análises ( ) Corantes e Pigmentos ( ) Entidades da Cadeia Produtiva ( ) Centros de Pesquisas e Universidades ( ) Escolas Técnicas ( ) Outros CCI Química 29 (11) 5642-0102 [email protected] www.cciquimica.com.br Citratus 7 (19) 3826-8100 www.citratus.com.br Daltomare 11 (11) 3523-8600 www.daltomare.com.br Denver 23 (11) 4613-2789 www.denverespecialidades.com.br Doce Aroma 47 (11) 2633-3000 [email protected] www.docearoma.com.br FC Oliveira 25 (99) 3661-5200 [email protected] www.fcoliveira.com.br Inds. José Miguel 45 (87) 3821-0455 www.indjosemiguel.com.br Lessence 49 (11) 4646-6400 www.lessence.com.br Rhotoplás Embalagens 39 (11) 4199-2555 [email protected] www.rhotoplas.com.br 51