Construtoras buscam novas receitas na A. Latina e África

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Construtoras buscam novas receitas na A. Latina e África
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EDIÇÃO NACIONAL
dci.com.br
ANO XIV G NÚMERO 3421
QUINTA-FEIRA,
19 DE NOVEMBRO DE 2015
Construtoras buscam novas
receitas na A. Latina e África
EXPANSÃO
Para driblar crise, empresas
brasileiras já ampliam as fronteiras em busca de mercados
mais favoráveis para a construção civil. De vizinhos latinos a países da África, vale tudo para manter crescimento.
G
Exemplo desse movimento, a
Construtora Cavalcantti, de Santa Catarina, encontrou em Angola uma boa opção de negócio.
“Com a redução no crédito para o
brasileiro, e os altos custos para
construir, decidimos começar
este ano a operar na África”, disse
o presidente da empresa, Rogério Cavalcantti Neto.
DESTAQUES
Nova tecnologia
permite rastrear
as mercadorias
Através de parceria com o governo de Angola, foi possível entrar no país com pequenos contratos. “Já construímos cerca de
40 habitações em Luanda, e temos contrato para outras 260”,
disse. Além dele, o empresário
Sérgio Antunes Fiorinni também
chegou em Angola de olho no
potencial. “Vamos iniciar as ope-
rações no ano que vem. O escritório está montado, e já temos 15
clientes em potencial”, revela.
Com as malas prontas para se
mudar para Angola, o engenheiro Guilherme Martins também
está otimista. “Fui convidado por
uma grande empresa brasileira
de construção e incorporação
para dar suporte técnico em
AGRONEGÓCIO MECANIZADO
Indústria luta para
conquistar produtores
obras de infraestrutura.”
Um dos pontos positivos de
operar em Angola, segundo Cavalcantti, é a similaridade na língua. “Tentamos outros mercados, mas o desafio da língua
prejudicava os negócios. Angola
tem o mesmo mercado potencial
que o Brasil tinha entre os anos
1980 e 2000”, diz. PÁGINA 3
G Ao ver as vendas despencar mais de 30% até
outubro, as fabricantes de máquinas agrícolas
decidiram arregaçar as mangas para evitar um
prejuízo maior. Vale de tudo para fechar negócio, desde descontos especiais até carência para
o início do pagamento para 2017, época da safra,
com juro de 7,5% ao ano. PÁGINA 11
A redução nos preços dos
smartphones e o aperfeiçoamento da tecnologia digital permitiu à empresa de logística
HBSIS desenvolver um
sistema que garante o
rastreamento de mercadorias, segundo, o
diretor Humberto
Matesco. PÁGINA 16
DIVULGAÇÃO
DIVULGAÇÃO
Pequenas e médias têm maior
impacto com perdas nas lojas
As perdas no varejo afetam mais os pequenos e
médios varejistas. Conforme dados do Ibevar, a
má gestão de estoque, furtos e produtos vencidos representam perdas de até 4,44% no faturamento destas redes anualmente, o que é considerado pelo setor como um problema sério em
tempos de crise. PÁGINA 6
Cenário pode afastar investidor do
maior leilão já realizado pela Aneel
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
deve organizar para os primeiros meses de
2016 o que promete ser o maior leilão de transmissão da história, mas pode enfrentar dificuldades para atrair investidores nacionais e estrangeiros, dizem especialistas. Crédito restrito
e câmbio são alguns dos motivos. PÁGINA 7
Governo mantém data para início
do desligamento do sinal analógico
Ranking mostra
a saúde fiscal
dos estados
1
G
47.435
(Pontos)
Ranking do Centro de Liderança Pública
(CLP) indica o Espírito Santo (ES), Pará (PA)
e Amazonas (AM) como os três estados com
maior estabilidade fiscal no Brasil, seguidos
por entes do Sul, como Paraná (PR) e Santa
Catarina (SC). O indicador de sustentabilidade fiscal é um dos critérios para medir a
competitividade dos estados, no qual São
Paulo, Paraná e Santa Catarina lideraram levantamento. PÁGINA 4
(Pontos)
+188
CONCENTRAÇÃO
Ranking de competitividade dos estados
Em pontos
90,7
SÃO PAULO
80,4
PARANÁ
SANTA CATARINA
DISTRITO FEDERAL
RIO GRANDE DO SUL
DREAMSTIME
ÍNDICE BOVESPA
COMPETITIVIDADE
G
Após sinalizar que o desligamento do sinal analógico em Rio Verde (GO), marcado para o dia
29 de novembro, poderia ser postergado, o ministro das Comunicações, André Figueiredo,
voltou atrás e afirmou que a data inicialmente
estipulada deve ser mantida. PÁGINA 8
MERCADOS
77,8
70,9
68,3
FONTE: CLP/TENDÊNCIAS CONSULTORIA
DÓLAR
COMERCIAL
G
5
3,7765
(R$)
-0,0324
(R$)
+0,40%
-0,85%
BOLSA NY
EURO
1
G
G
5
17.737,23
4,0443
+248,34
-0,0158
+1,42%
-0,39%
PETRÓLEO WTI
OURO
1
G
G
5
40,78
129,90
(Pontos)
(Pontos)
(US$/Barril)
+0,09
(R$)
(R$)
(R$/Grama)
-1,10
(US$/Barril)
(R$/Grama)
+0,22%
-0,84%
Levy elogia
projeto de Serra
e enfrenta reação
CONGRESSO
G O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, protagonizou ontem
um desentendimento no próprio governo e na base aliada,
ao aparecer, sem ser convidado
em audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. PÁGINA 13
Bancos elevam
ganhos de
tesouraria
FINANÇAS
G O volume de cerca de R$ 1 trilhão em operações compromissadas do Banco Central (overnight) deve elevar ganhos de
tesouraria dos bancos. A Selic
média saltou de 10,82% ao ano
em 2014 para 14,15%. PÁGINA 17
DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS G QUINTA-FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 2015
3
Em Destaque
Objetivo é ganhar novos mercados para manter o ritmo de crescimento visto
nos últimos anos por aqui. Angola, Chile, Colômbia e Estados Unidos são alguns dos destinos
MALAS PRONTAS.
Construtoras fogem da crise no
Brasil com expansão territorial
FOTOS: DIVULGAÇÃO / GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA
CONSTRUÇÃO
Paula Cristina
Ana Paula Silva
São Paulo
[email protected]
Em busca de um mercado
mais favorável para a construção civil, empresas brasileiras
começam a trilhar novos rumos. De vizinhos da América a
países da África, vale tudo para
manter o ritmo de crescimento
mesmo em tempo de recessão
no Brasil.
Exemplo desse movimento, a
Construtora Cavalcantti, de
Santa Catarina, encontrou em
Angola uma boa opção de negócio. “Com a redução significativa no crédito para o brasileiro, e
os altos custos para construir,
decidimos começar este ano a
operar na África”, disse o presidente da empresa, Rogério Cavalcantti Neto.
Através de uma parceria com o
governo da República de Angola, foi possível entrar no país
com pequenos contratos já firmados. “Já construímos cerca
de 40 habitações em Luanda, e
temos contrato para outras
260”, disse. Além dele, o empresário Sérgio Antunes Fiorinni
também chegou em Angola de
olho no potencial. “Vamos iniciar as operações por lá ano que
vem. A estrutura do escritório
está montada, e já temos 15
clientes em potencial”, revela.
O objetivo do empresário é
que, dentro de cinco anos, a
operação na África do Sul cresça. “Queremos abrir um escritório em São Tomé e Príncipe”.
Com as malas prontas para se
mudar para Angola, o engenheiro Guilherme Martins também está otimista.
“Fui convidado por uma grande empresa brasileira de construção e incorporação para dar
suporte técnico em obras de infraestrutura.” O convite se deu
após uma queda brusca no número de obras auxiliadas por ele
no Brasil. “A empresa, que já tinha ativos em Angola, ofereceu
G
Luanda tem prédios e hotéis recém-construídos
a vaga por estar com poucos projetos em andamento por aqui”.
Identificação na língua
Um dos pontos positivos de
operar em Angola, segundo Cavalcantti, é a similaridade na
língua. “Tentamos outros mercados, mas o desafio da língua
prejudicava os negócios”.
Além da flor do Lácio, o executivo ressalta as similaridades
cultural entre os países como
determinante para a decisão de
investir no país. “A Angola de
hoje tem o mesmo mercado potencial que o Brasil tinha entre
os anos 1980 a 2000”.
Com a explosão da construção civil, que recheou a cidade
com canteiros de obras, oportunidades para o setor de telefonia, logística e indústria de bens
de consumo formam um cenário favorável para investir.
“Quem percebeu o potencial da
África como um todo foram os
A região central da capital angolana passa por um processo de reurbanização
chineses. Quando cheguei em
Luanda vi um monte de empresários fazendo orçamentos para
iniciar operação”, disse ele.
Na opinião do Cavalcantti, o
recebimento de empresários
tupiniquins no país é bom. “Eles
gostam do brasileiro e temos
que aproveitar essa identidade
compartilhada”, explica.
Sonho norte-americano
Com 20 anos de atuação no
mercado brasileiro de construção, a D2F também foi além do
território nacional. Com a abertura do escritório em Miami,
nos Estados Unidos, mês passado, a empresa irá atuar principalmente com reformas, construção e suporte de obras.
O principal público, segundo
o diretor da empresa, Daniel Fazenda Freire, serão aos brasileiros e latinos residentes na cidade. A atuação segue os moldes
do escritório em São Paulo, on-
de a empresa gerencia, coordena, constrói e faz reformas.
Freire explicou que o primeiro contrato firmado em solo
norte-americano já está próximo. “Vamos assinar um contrato de parceira para construir as
primeiras dez clínicas de um
empresário brasileiro”, diz.
Como a entrada no novo mercado foi recente, para 2015, não
há perspectivas de crescimento
na DF2, que espera alcançar um
faturamento de R$ 20 milhões,
em linha com 2014. “Acho que
2016 será um ano melhor que
2015. Os nossos clientes estão
mais confiantes. Pretendemos
crescer 25% no próximo ano”,
revela ele.
Supor te
Com um crescimento no acumulado do ano de 20%, na comparação anual, a Engemon também projeta alçar novos voos. A
empresa – que trabalha com
serviços de engenharia nas
áreas de data center, infraestrutura de rede, instalações e cabeamento em obras civis comerciais – está de olho nos
países latino-americanos. “Estamos orçando projetos no Panamá, Colômbia, Argentina e
Chile que devem iniciar as obras
em 2016. As construções são focadas no mercado de data center, com valor médio de R$ 100
milhões cada”, diz Marco Alberto da Silva, CEO da Engemon.
Para manter o ritmo de crescimento, Silva sinaliza que a
empresa estará capitalizada em
cerca de R$ 15 milhões em 2016
para investir em aquisições de
pequenas empresas do setor, o
que inclui empresários deste ramo em toda a América Latina.
“Apostamos em um modelo de
negócio com serviços multidisciplinares de engenharia civil e
elétrica, com projetos conceituais com custo competitivo”.
Casas populares em Luanda: para pequenas e médias construtoras, empreendimentos menores, com entrega rápida, são uma alternativa rentável para os próximos cinco anos

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