ND.78 - Elektro
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ND.78 - Elektro
Proteção de Distribuição Redes Revisão 02 – 07/2014 NORMA ND.78 Aéreas de ELEKTRO Eletricidade e Serviços S.A. Diretoria de Operações Gerência Executiva de Engenharia, Planejamento e Operação Rua Ary Antenor de Souza, 321 – Jd. Nova América Campinas – SP Tel.: (19) 2122 - 1000 Site: www.elektro.com.br ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição Campinas – SP, 2014 52 páginas Aprovações Alvaro Luiz Murakami Gerente Executivo de Engenharia, Planejamento e Operação Ronaldo Fernandes Marques Gerente de Planejamento Técnico do Sistema Elétrico ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição Página 4 Revisão 02 – 07/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição Elaboração Antonio Vitor Salesse Paulo Couto Gonçalves ND.78 Página 5 Revisão 02 – 07/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição À ELEKTRO é reservado o direito de modificar total ou parcialmente o conteúdo desta norma, a qualquer tempo e sem prévio aviso considerando a constante evolução da técnica, dos materiais e equipamentos bem como das legislações vigentes. Página 6 Revisão 02 – 07/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição INDICE 1 OBJETIVO .................................................................................................................................... 11 2 CAMPO DE APLICAÇÃO ............................................................................................................. 11 3 DEFINIÇÕES ................................................................................................................................ 11 4 REFERÊNCIAS NORMATIVAS .................................................................................................... 12 4.1 Norma técnica da ELEKTRO .................................................................................................... 12 5 CONDIÇÕES GERAIS .................................................................................................................. 13 6 CONDIÇÕES E ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS.......................................................................... 13 6.1 CARACTERISTÍCAS DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DA ELEKTRO ................................... 13 6.1.1 Tensões primárias ................................................................................................................. 13 6.1.2 Tipos de aterramento ............................................................................................................ 13 6.1.3 Alimentadores ....................................................................................................................... 14 6.1.4 Transformadores de potência .............................................................................................. 14 6.1.5 Transformadores de distribuição ......................................................................................... 14 6.2 Filosofia de proteção ................................................................................................................ 14 6.2.1 Finalidade da proteção.......................................................................................................... 15 6.2.2 Proteções utilizadas .............................................................................................................. 15 6.2.2.1 Chaves-fusíveis / elos-fusíveis .......................................................................................... 15 6.2.2.2 Proteção de alimentadores ................................................................................................ 17 6.2.2.3 Religadores automáticos ................................................................................................... 18 6.2.2.4 Seccionalizadores trifásicos ............................................................................................. 19 6.3 Critérios de proteção ................................................................................................................ 19 6.3.1 Proteção de transformadores de distribuição ..................................................................... 19 6.3.2 Proteção de bancos de capacitores ..................................................................................... 21 6.3.3 Proteções de instalações primárias de clientes particulares............................................. 22 6.3.4 Proteção de redes primárias................................................................................................. 22 6.3.4.1 Seleção e dimensionamento / ajustes .............................................................................. 22 6.3.4.1.1 Chaves-fusíveis e elos-fusíveis ....................................................................................... 22 6.3.4.1.2 Disjuntores / relés de subestações ................................................................................. 24 6.3.4.1.2.1 Critério geral para definição dos ajustes da proteção ................................................. 25 6.3.4.1.2.2 Relé de religamento ........................................................................................................ 29 6.3.4.1.2.3 Religadores tipo subestação.......................................................................................... 29 6.3.4.1.2.4 Religadores tipo poste.................................................................................................... 31 6.3.4.1.2.5 Seccionalizadores ........................................................................................................... 35 6.3.4.2 Coordenação / seletividade ............................................................................................... 37 6.3.4.2.1 Seletividade entre chaves-fusíveis ................................................................................. 37 6.3.4.2.2 Seletividade fusível (lado fonte) / religador .................................................................... 37 6.3.4.2.3 Coordenação religador / fusível ...................................................................................... 39 6.3.4.2.4 Coordenação religador / religador .................................................................................. 40 Página 7 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição 6.3.4.2.5 Seletividade relé / fusível ................................................................................................. 42 6.3.4.2.6 Seletividade relé / religador ............................................................................................. 45 6.3.4.2.7 Coordenação religador / seccionalizador ....................................................................... 48 6.3.4.2.8 Coordenação religador / seccionalizador / elo-fusível .................................................. 49 6.3.4.3 Chaves bay-pass para religadores e seccionalizadores ................................................. 51 6.3.4.4 Proteção com chave-fusível repetidora de 3 operações ................................................. 51 6.3.4.4.1 Coordenação religador / chave-fusível repetidora ......................................................... 51 6.3.4.4.2 Seletividade relé x chave-fusível repetidora................................................................... 51 6.3.4.4.3 Seletividade chave-fusível x chave-fusível repetidora .................................................. 52 6.3.4.4.4 Seletividade chave-fusível repetidora x chave-fusível .................................................. 52 Página 8 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição CONTROLE DAS ALTERAÇÕES Revisão Data Descrição 01 08-08-2008 Criação da Norma 02 18-07-2014 Adequação ao novo padrão visual ELEKTRO e revisão de referências no texto e Tabela 8. Página 9 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição Página 10 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 1 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição OBJETIVO Esta norma estabelece a filosofia, os critérios e as diretrizes para elaboração de estudos de proteção contra sobrecorrentes, assim como orientações a serem seguidas na elaboração de projetos de melhoria e extensão de redes. Esta norma tem como objetivo: • Uniformização da filosofia e critérios técnicos de proteção originadas por curto circuito. simplificar os trabalhos, fornecendo um material prático para consulta. Garantir técnica e economicamente a qualidade e a segurança do sistema elétrico, das pessoas e animais. Orientar, sob o ponto de vista de proteção, projetos de melhoria e extensão de redes. 2 CAMPO DE APLICAÇÃO • • • É direcionada para utilização pelas áreas de Engenharia, Planejamento, Operação, Clientes e Regionais. 3 DEFINIÇÕES Para efeito desta Norma, aplicam-se os seguintes termos e definições. 3.1 bloqueio condição em que um equipamento de proteção automático permanecerá, uma vez que tendo efetuado a operação de abertura de seus contatos não os fecha automaticamente, devido a uma lógica de funcionamento própria do mesmo 3.2 coordenação O conceito utilizado para definir coordenação entre dois ou mais dispositivos de proteção em série nesta Norma pressupõe que a proteção foi projetada e ajustada de forma a permitir o restabelecimento automático para faltas de origem passageira (transitória) e manter seletividade para faltas permanentes, dentro de uma sequência de operação preestabelecida. 3.3 dispositivo protetor dispositivo de proteção, localizado imediatamente antes do ponto do curto-circuito, considerando a subestação como origem. 3.4 dispositivo de retaguarda ou protegido dispositivo de proteção, localizado anteriormente ao dispositivo protetor, cuja zona de proteção abrange a do dispositivo protetor, considerando a subestação como origem. 3.5 falta termo que se aplica a todo fenômeno que impede o funcionamento normal de um sistema ou equipamento elétrico. Página 11 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição 3.6 falta shunt curto-circuito ou ligação intencional e/ou acidental entre dois ou mais pontos de um circuito, com potenciais diferentes (ex.: curto fase-terra) 3.7 falta série falta de fase ou abertura intencional e/ou acidental de uma ou mais fases de um sistema ou equipamento elétrico (ex.: chave-fusível monopolar aberta) 3.8 falta simultânea ocorrência de uma falta shunt e uma série no mesmo sistema e no mesmo intervalo de tempo (ex.: curto-circuito permanente fase-terra com abertura da correspondente chave-fusível) 3.9 seletividade capacidade do dispositivo protetor atuar antes do dispositivo de retaguarda, independente da natureza da falta ser de origem passageira ou permanente 3.10 sequência de operação sucessão de desligamentos e religamentos automáticos de um equipamento, na tentativa de eliminar faltas de origem passageira, através do religamento com sucesso até o seu bloqueio ou a interrupção do dispositivo protetor (mais próximo da falta), se a mesma for permanente. 3.11 sobrecorrente intensidade de corrente superior à máxima permitida para um sistema, ou equipamento elétrico, ou um componente 3.12 zona de proteção é o trecho da rede onde o equipamento de proteção consegue ser sensibilizado por uma sobrecorrente gerada por curto-circuito. 4 REFERÊNCIAS NORMATIVAS 4.1 Norma técnica da ELEKTRO ND.01, Materiais e equipamentos para redes aéreas de distribuição de energia elétrica – Padronização. Página 12 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 5 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição CONDIÇÕES GERAIS É importante para o entendimento da aplicação desta Norma, as seguintes considerações: a) do total das faltas ocorridas no sistema de distribuição da ELEKTRO, aproximadamente 85% são do tipo fase-terra; b) do total das faltas, aproximadamente 85% são de origem passageira; c) o neutro do lado secundário (BT) do transformador de força da fonte (subestação) é solidamente aterrado na malha de terra da S/E; d) os alimentadores são radiais sendo a maioria trifásica a três fios; e) o sistema de proteção deve ser concebido no sentido de reduzir o número de interrupções, garantindo aspectos de segurança e otimizando custos. 6 CONDIÇÕES E ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS 6.1 CARACTERISTÍCAS DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DA ELEKTRO 6.1.1 Tensões primárias As tensões de operação fase-fase / fase-neutro do sistema de distribuição primária da ELEKTRO são: 13,8 / 7,96 kV e 34,5 / 19,9 kV. 6.1.2 Tipos de aterramento Conforme o tipo de aterramento adotado no sistema elétrico, mostrar-se-á a seguir as características de cada uma e as suas consequências nos tipos de faltas e na escolha da proteção apropriada a ser empregada. (a) Neutro isolado • • • • Correntes de curto fase-terra baixíssimas, devidas somente à capacitância; Sobretensões elevadas nas fases sãs; Dificuldade para aplicar a proteção; Equipamentos devem ser isolados para tensão fase-fase. (b) Neutro aterrado com resistência • • • Correntes de curto-circuito fase-terra reduzidas; Sobretensões menores que no sistema isolado; Dissipação térmica elevada na resistência. (c) Neutro aterrado com reatância • • • Correntes de curto-circuito fase-terra reduzidas; Sobretensões menores que no sistema isolado; Facilidade de instalação. Página 13 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição (d) Neutro solidamente aterrado • • • Correntes de curto-circuito fase-terra elevadas; Sobretensões desprezíveis; Aplicação de proteção facilitada. No caso da ELEKTRO, o transformador de força da fonte (subestação) tem o neutro do secundário (13,8 kV e 34,5 kV) solidamente aterrado na malha de terra da S/E, o que permite no caso de falta para a terra, o retorno de corrente até a subestação. 6.1.3 Alimentadores Os alimentadores são do tipo radial e classificado quanto ao arranjo em: a) Urbano • Classe 15 kV – trifásico a três fios com neutro secundário não interligado com malha de terra da subestação. • Classe 34,5 kV – trifásico a três fios com neutro secundário não interligado com malha de terra da subestação. b) Rural • Classe 15 kV – trifásico a três fios com neutro interligado ao neutro secundário de redes urbanas (novas extensões de rede urbana de cidades com subestações); trifásico a três fios; bifásico a dois fios; monofásico a um fio (MRT – Monofásico com Retorno por Terra). • Classe 34,5 kV – trifásico a três fios com e sem cabo guarda, e monofásico a um fio (MRT). 6.1.4 Transformadores de potência Os transformadores de força da fonte têm a ligação triângulo ou estrela aterrada do lado primário, e estrela aterrada do lado secundário (13,8 kV e 34,5 kV). Tipicamente encontramos nas subestações de distribuição da ELEKTRO, transformadores com as seguintes ligações: • Triângulo – estrela aterrada, em subestações de 88 kV, 69 kV e 34,5 kV. • Estrela aterrada – estrela aterrada com terciário em triângulo, em subestações de 138 kV e 34,5 kV. • Estrela aterrada – estrela aterrada, em subestações de 138 kV. 6.1.5 Transformadores de distribuição • Trifásico – É o transformador mais utilizado no sistema de distribuição da ELEKTRO sendo que na tensão de 13,8 kV, utiliza-se o tipo de ligação triângulo – estrela aterrada e na tensão de 34,5 kV do tipo estrela aterrada – estrela aterrada com núcleo de cinco colunas shell type. • Monofásico – É o transformador com um enrolamento no lado primário para ser ligado entre fase e a terra. É utilizado no atendimento a cargas rurais em sistemas MRT e no sistema elétrico de Ilhabela. • Bifásico – É o transformador com um enrolamento no lado primário para ser ligado entre fases. Utilizado apenas na tensão de 13,8 kV. 6.2 Filosofia de proteção Neste subseção serão apresentadas as informações e instruções básicas de filosofia de proteção contra sobrecorrentes para a elaboração de estudos de proteção e projetos de melhoria e extensão de redes de distribuição. Página 14 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 6.2.1 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição Finalidade da proteção Todo e qualquer elemento de proteção deve ser eficiente no desempenho de suas funções efetuando o isolamento do curto-circuito, em tempo hábil para evitar danos no sistema de distribuição e garantir a segurança de pessoas e animais. Deve, também, isolar o menor trecho possível do sistema no caso de defeitos, visando manter a máxima continuidade de fornecimento do sistema elétrico, de forma a otimizar os custos. O sistema de proteção para conseguir atender a estas finalidades deve apresentar os seguintes requisitos básicos quanto ao seu desempenho: ― sensibilidade: a proteção deve ser suficientemente sensível a defeitos que ocorram no sistema; ― velocidade: após o instante da ocorrência do defeito a proteção deve detectar e desligar o trecho no menor tempo possível, obedecendo a um intervalo de tempo preestabelecido; ― seletividade: o sistema de proteção deve ter a capacidade de selecionar as condições em que devem operar (instantâneo ou temporizado) ou não operar. Ele deve ser seletivo para faltas permanentes; ― coordenação: os equipamentos de proteção dispostos em série devem estar coordenados, ou seja, atuando segundo uma sequência de operação preestabelecida, visando nas etapas iniciais, eliminar faltas de origem passageira (transitória) com restabelecimento automático e apresentando seletividade para faltas permanentes; ― confiabilidade: o sistema de proteção não deve falhar por dimensionamento inadequado, no caso de defeitos na rede, ou atuar indevidamente sob condições normais de operação e energização; ― níveis de proteção: o número de equipamentos de proteção em série deve ser no máximo cinco, contados a partir do equipamento de proteção da saída do alimentador na subestação (inclusive). Em virtude das limitações de cada equipamento existente, os mesmos devem ser escolhidos de forma que melhor se adaptem às características elétricas do local de instalação para que obedeçam ao máximo possível os ajustes definidos no estudo de proteção. 6.2.2 Proteções utilizadas Os equipamentos e dispositivos de proteção utilizados no sistema primário de distribuição são os seguintes: • chaves-fusíveis / elos fusíveis; • disjuntores; • religadores; • seccionalizadores, Esses dispositivos têm a função de detectar sobrecorrentes originadas por faltas no circuito e eliminá-las ou interrompê-las se as mesmas forem de características permanentes. 6.2.2.1 Chaves-fusíveis / elos-fusíveis As características predominantes das chaves-fusíveis / elos-fusíveis utilizados no sistema de distribuição da ELEKTRO são: ― compostas por uma base, porta-fusível e elo-fusível; ― atuam desligando o circuito de forma monofásica independente, ou seja, para uma falta fase-terra a interrupção será monofásica; ― as chaves-fusíveis interrompem automaticamente o circuito na ocorrência de faltas, não diferenciando entre as de origem permanente ou passageira (transitória); ― o elo-fusível é feito de elemento metálico que funde quando submetido a excesso de corrente elétrica obedecendo a uma curva tempo x corrente, conforme o tipo e a capacidade; Página 15 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição ― o porta-fusível determina a máxima corrente de interrupção da chave-fusível. A interrupção é conseguida pela ação dos gases desionizantes gerados em seu interior, resultantes da decomposição parcial da fibra isolante por ação de altas temperaturas existentes quando da formação do arco elétrico interno; ― o elo-fusível deve ser reposto, retirando-se o porta-fusível com a vara de manobra e recolocando-o da mesma forma para restabelecer o sistema, ou seja, a chave-fusível não possui religamento automático; ― a chave-fusível opera normalmente com uma faixa de coordenação e seletividade com religadores e também seletiva para uma faixa de corrente com outras chaves-fusíveis e o disjuntor da subestação. Porém, as chaves-fusíveis não proporcionam coordenação e seletividade plenas com outros equipamentos de proteção, incluindo a própria chave-fusível. ― em pontos com elevado número de interrupções devido a causas transitórias, podem ser utilizadas chaves-fusíveis religadoras. Normalmente são utilizados na ELEKTRO, para a proteção de transformadores de distribuição, elos tipo H e K e, para a proteção de bancos de capacitores e de ramais primários, elos tipo K. Para se ter uma seletividade satisfatória na proteção de ramais, devem ser utilizadas as chaves-fusíveis com elos 10K, 15K e 25K, preferencialmente. As chaves-fusíveis padronizadas na ELEKTRO são de base tipo C de corrente nominal 300 A com dispositivo (gancho) para fixação de ferramenta de abertura em carga. As características das chaves-fusíveis base C constam Tabela 1 e do porta-fusível na Tabela 2. Demais requisitos e informações, consultar a ND.01. Tabela 1 — Chave-fusível base tipo C Item 1 2 3 4 Tensão máxima de operação kV Corrente nominal A 15,0 Capacidade de interrupção A NBI – Valor de crista kV Simétrica Assimétrica 200 7 100 10 000 95 24,2 a 200 4 500 6 300 125 36,2 b 200 3 500 5 000 150 36,2 c 200 3 500 5 000 170 a Utilizada no sistema de distribuição 15 kV em locais de agressividade ambiental. Utilizada em sistemas de distribuição 34,5 kV. c Utilizada na tomada de sistema de distribuição 34,5 kV derivada de sistemas de subtransmissão 34,5 kV. b Tabela 2 — Porta-fusível para chave- fusível base tipo C Tensão máxima de operação kV Corrente nominal A 1 15,0 2 Item Capacidade de interrupção A NBI – Valor de crista kV Simétrica Assimétrica 100 1 400 2 000 95 15,0 100 7 100 10 000 95 3 15,0 200 7 100 10 000 95 4 24,2 100 4 500 6 300 125 5 36,2 100 3 500 5 000 150 6 36,2 200 3 500 5 000 170 Página 16 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição Na ELEKTRO ainda existem chave-fusível base tipo A cujas características estão informadas na Tabela 3 e as características do porta-fusível constam da Tabela 4. Tabela 3 — Chave-fusível base tipo A Tensão máxima de operação kV Corrente nominal A 1 15,0 2 24,2 Item Capacidade de interrupção A NBI – Valor de crista kV Simétrica Assimétrica 100 1 400 2 000 95 100 1 400 2 000 125 Tabela 4 — Porta-fusível para chave-fusível base tipo A Tensão máxima de operação kV Corrente nominal A 1 15,0 2 Item 6.2.2.2 Capacidade de interrupção A NBI – Valor de crista kV Simétrica Assimétrica 50 900 1 250 95 15,0 100 1 400 2 000 95 3 24,2 50 900 1 250 125 4 24,2 100 1 400 2 000 125 Proteção de alimentadores Os disjuntores são equipamentos utilizados nas saídas dos alimentadores das subestações, comandados por relés de sobrecorrente de fase (50/51), de neutro convencional (50/51N), de neutro de alta impedância (51NHI ou 51SEF) e relés de religamento (79), A Figura 1, apresenta um exemplo de esquema adotado: 51 NHI Figura 1 — Esquema de ligação Atualmente os relés de sobrecorrente existentes na ELEKTRO são eletromecânicos, estáticos e digitais (numéricos) e possuem unidades temporizadas e instantâneas. As unidades temporizadas dos relés de sobrecorrente são de características de tempo normal inverso e muito inverso, as quais se adequam no sentido de se ter uma melhor seletividade com os outros equipamentos, tanto a montante quanto a jusante. As unidades instantâneas dos relés de sobrecorrente são utilizadas para proteção contra elevadas correntes de curto-circuito, as quais podem provocar danos ao sistema e equipamentos de custo mais elevado, a exemplo do transformador de força, sem afetar a seletividade entre os dispositivos de proteção. Página 17 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição O relé de sobrecorrente de alta impedância (RAI) tem como finalidade detectar baixas correntes, as quais são provocadas por quedas de condutores ao solo com alta impedância de contato em que os relés de terra convencionais não são sensibilizados. Portanto, a função do RAI é aumentar a segurança de pessoas e animais. Consegue-se obter seletividade com a proteção de terra dos religadores em toda a faixa de corrente de curto-circuito, porém o RAI não é seletivo com os elos-fusíveis para baixas correntes. 6.2.2.3 Religadores automáticos A utilização de religadores visa basicamente melhorar a continuidade de fornecimento de energia elétrica, reduzindo o montante de energia não distribuída devido a faltas de origem passageira (transitória) no sistema que provoquem interrupções permanentes e, também, reduzindo as despesas operacionais para normalização do sistema elétrico. A aplicação de religadores deve ser priorizada em pontos nos quais a ocorrência da faltas passageiras justifica técnica e economicamente o investimento. Outros benefícios com a aplicação de religadores são: ― maior flexibilidade nos ajustes permitindo coordenação e seletividade com outros dispositivos de proteção; ― melhor proteção ao sistema de distribuição pela rapidez e precisão; ― facilidade para operação. Na ELEKTRO são utilizados religadores trifásicos tanto nas subestações, quanto nas redes de distribuição. Os religadores tipo poste são aplicados nas redes de distribuição de forma otimizada. A vantagem da aplicação de religadores automáticos é consequência de suas características, como: ― curvas independentes para proteção de fase e terra; ― curvas de atuação para cada proteção (rápida e lenta); ― religamentos automáticos segundo uma sequência de operações predeterminadas nas curvas rápidas e lentas, possibilitando coordenação com elos-fusíveis, evitando sua queima em consequência de faltas de origem passageira (transitórias). Na ocorrência de uma falta permanente, o religador bloqueará após executada toda a sequência de operação, devendo ser religado manualmente (local ou remoto). Na Tabela 5 são apresentados os religadores existentes na ELEKTRO. Tabela 5 — Características dos religadores existentes na ELEKTRO Poste S/E Tipo Descrição Classe de tensão kV Corrente nominal A Capacidade de interrupção A Condição para funcionamento ES 560 15 560 8 000 Fonte auxiliar ESV 3810 34,5 800 10 000 Fonte auxiliar NU-LEC 15 600 12 000 — COOPER –NOVA 15 600 12 000 — SEV 280 15 280 6 000 Corrente de carga trifásica > 11 A KF 15 280 OYT 250 15 250 OYT 400 15 400 Página 18 6 000 para bobina série > 70 A 4 000 para bobina série > 15 A 6 570 para bobina série > 15 A — — — Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição Tabela 5 (continuação) Poste Tipo Capacidade de interrupção A 6 000 para bobina série > 100 A Descrição Classe de tensão kV Corrente nominal A Condição para funcionamento RV 34,5 400 ESV 3810 34,5 800 10 000 KFE 15 400 6 000 — RE 15 400 4 000 Bateria RXE 15 400 6 000 Bateria R 15 400 4 000 para bobina série > 70 A — Corrente de carga trifásica > 5 A Fonte auxiliar para o comando Quanto à utilização de religadores nas redes de distribuição, limita-se ao uso de no máximo dois equipamentos em série, devido à dificuldade de coordenação e aspectos econômicos. 6.2.2.4 Seccionalizadores trifásicos Os seccionalizadores são equipamentos de interrupção automática que operam em conjunto com religadores dentro de sua zona de proteção. A interrupção automática se faz pela contagem ajustada de um número preestabelecido de operações automáticas do religador devido a uma falta entre fases ou fase-terra à frente do seccionalizador (jusante). O seccionalizador não interrompe correntes de curto-circuito, tendo capacidade apenas para interromper correntes de carga. Este equipamento não possui curvas características tempo x corrente, interrompem simultaneamente as três fases e, após a interrupção, eles são rearmados manualmente. Os seccionalizadores classe 15 kV existentes na ELEKTRO são (todos de corrente nominal 200 A): ― OYS / REYROLLE; ― GN3F2 e GN3E / McGraw Edison. Para se ter uma boa coordenação com o religador, limita-se a utilização de apenas um seccionalizador em série com o mesmo. 6.3 Critérios de proteção Nesta subseção são apresentados os critérios de proteção contra sobrecorrentes para utilização nos sistemas de distribuição da ELEKTRO. 6.3.1 Proteção de transformadores de distribuição A proteção de transformadores de distribuição é feita por chaves-fusíveis instaladas no lado de alta tensão. A tensão máxima, a corrente nominal, a capacidade de interrupção, o NBI das chaves-fusíveis, tanto as de 15 kV quanto as de 34,5 kV, devem estar de acordo com a Tabela 1. Quando a chave-fusível for instalada na estrutura do próprio transformador não há necessidade da capacidade de interrupção da chave estar compatível com a máxima corrente de curto-circuito no ponto, devido à baixa probabilidade de ocorrência de falta entre a chave e a bucha de alta tensão do transformador. Em situações nas quais a chave-fusível é instalada na tomada de ramal, visando a proteção do transformador de distribuição, a mesma deve ter Página 19 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição capacidade de interrupção maior que a máxima corrente de curto-circuito no ponto de sua instalação. Os elos-fusíveis utilizados na proteção dos transformadores de distribuição são do tipo H ou K, dependendo da potência do transformador, sendo dimensionados para atender as seguintes situações: - Permitir a livre circulação de corrente de carga e sobrecarga que o transformador é capaz de suportar. - Permitir a circulação da corrente transitória de magnetização. - Atuar para faltas internas aos transformadores e faltas na rede secundária para correntes de curto-circuito superiores aos níveis que afetam sua vida útil. A Tabela 6 e a Tabela 7 mostram os elos-fusíveis aplicados na proteção de transformadores de distribuição dentro das possibilidades para atendimento dos critérios acima mencionados. Vale salientar que as chaves-fusíveis de proteção de transformador de distribuição 34,5 kV quando não forem instaladas na própria estrutura do mesmo devem possuir dispositivo de aterramento automático. A chave-fusível com dispositivo de aterramento automático tem a função de evitar sobretensões na fase aberta devido à possibilidade de acontecer o fenômeno da ferroressonância quando o transformador estiver subcarregado (carga da ordem de até 10% da potência nominal do transformador). Tabela 6 — Elos-fusíveis para proteção de transformadores de distribuição – urbano e rural com rede secundária Potência Nominal kVA 13,8 kV 34,5 kV 10,00 – – 2H 1H 15,00 1H – 2H 1H 25,00 2H – 3H 2H 30,00 2H 1H 5H 3H 3H 1H – – 45,00 3H 1H – – 50,00 3H 2H – – 5H 2H – – 6K 3H – – 112,50 6K 3H – – 150,00 8K 5H – – 200,00 a 10K 6K – – 225,00 10K 6K – – 300,00 15K –- – – 37,50 a 75,00 100,00 a a Trifásicos Monofásicos 7,96 kV 19,9 kV Transformadores não padronizados na ELEKTRO Página 20 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição Tabela 7 — Elos-fusíveis para proteção de transformadores de distribuição – rural sem rede secundária Potência Nominal kVA Monofásicos 34,5 kV 13,8 kV 7,96 kV 19,9 kV 5,00 – – 2H 2H 2H 7,50 – 2H 2H 2H 10,00 2H – 2H 2H 2H 15,00 2H – 2H 2H 2H 25,00 2H – 3H 3H 2H 30,00 2H 2H – 5H 3H 3H 2H – – – 45,00 3H 2H – – – 50,00 3H 2H – – – 5H 2H – – – 6K 3H – – – 112,50 6K 3H – – – 150,00 8K 5H – – – 10K 6K – – – 225,00 10K 6K – – – 300,00 15k - - - - a 75,00 100,00 200,00 6.3.2 Bifásicos 13,8 kV 37,50 a Trifásicos a a Transformadores não padronizados na ELEKTRO Proteção de bancos de capacitores A ELEKTRO utiliza bancos de capacitores tanto em subestações quanto em redes de distribuição. Os bancos de capacitores instalados nas redes de distribuição de 13,8 kV são normalmente ligados em estrela isolada, em virtude de os transformadores de distribuição ser de ligação não aterrada do lado de alta tensão (transformadores trifásicos em triângulo/estrela ou bifásicos). No caso de existência de cargas monofásicas fase-terra (MRT) é necessário efetuar análise caso a caso para se definir o tipo de ligação a ser utilizado. Por problemas de custo a proteção de bancos de capacitores instalados nas redes primárias de distribuição deve ser realizada por chaves-fusíveis base tipo C instaladas na mesma estrutura. A tensão máxima, a corrente nominal, a capacidade de interrupção e o NBI (Nível Básico de Impulso) das chaves-fusíveis devem estar de acordo com a Tabela 1 (chavefusível) e Tabela 2 (porta-fusível). A corrente nominal do porta-fusível deve ser maior ou igual a 100 A. A capacidade de interrupção deve ser maior que a máxima corrente de curto-circuito no ponto de instalação na condição mais crítica, ou seja, tanto pelo alimentador normal quanto na condição de manobra com alimentação por outro alimentador. Os elos-fusíveis para proteção do banco de capacitores devem ser do tipo K e dimensionados de forma que a corrente admissível do elo seja maior ou igual a 135% do valor da corrente nominal do banco de capacitores. O banco de capacitores deve ser instalado a uma distância superior a 400 m de qualquer outro banco de capacitores, tanto da ELEKTRO quanto de consumidores industriais de qualquer lado do ponto de instalação (montante ou jusante), para evitar queimas indevidas do elo-fusível por correntes de inrush. Vale salientar que não podem ser utilizados mais do que quatro capacitores em paralelo por fase em um mesmo banco, pois como a proteção é feita por grupo e não individualmente por capacitor, poderá haver problemas de segurança. Página 21 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição A Tabela 8 apresenta os elos-fusíveis que devem ser aplicados na proteção de bancos de capacitores dentro das possibilidades de atendimento dos critérios acima mencionados. Tabela 8 — Elos-fusíveis para proteção de bancos de capacitores Tensão 7,6 / 13,2 kV e 7,96 / 13,8 kV Potência do banco kVAr NOTA 6.3.3 Potência das unidades kVAr 25 50 100 200 75 6K – – – 150 6K 6K – – 225 10K – – – 300 – 15K 15K – 450 – 25K – – 600 – 25K 25K 25K 900 – – 40K – 1 200 – – 65K 65K Ligação do banco de capacitores em estrela isolada. Proteções de instalações primárias de clientes particulares Os critérios para este tipo de instalação devem estar conforme ND.20. 6.3.4 Proteção de redes primárias As proteções contra sobrecorrentes de redes primárias de distribuição são efetuadas por meio de disjuntores, religadores, seccionalizadores e chaves-fusíveis. 6.3.4.1 Seleção e dimensionamento / ajustes 6.3.4.1.1 Chaves-fusíveis e elos-fusíveis (a) Chaves-fusíveis de sistemas de distribuição de classe 15 kV As chaves-fusíveis de base C devem ser utilizadas quando: - As correntes de curto-circuito simétrica e assimétrica no ponto forem iguais ou superiores a 1 400 A e 2 000 A, respectivamente. - A demanda for superior a 45 kVA. - A extensão da rede à jusante do ponto for igual ou superior a 6 km. Sendo que a capacidade de interrupção é limitada pelo porta-fusível, deve ser verificado os valores máximos dos mesmos na Tabela 2. A corrente nominal da base fusível e do porta-fusível da chave deve ser maior ou igual a 150% da corrente nominal do elo-fusível a ser instalado no ponto. A corrente de interrupção simétrica e assimétrica da chave-fusível deve ser superior à máxima corrente de curto-circuito simétrica e assimétrica respectivamente no seu ponto de instalação. Página 22 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição (b) Chaves-fusíveis de sistemas de distribuição de classe 34,5 kV As chaves-fusíveis utilizadas no sistema de distribuição 34,5 kV para proteção de ramais devem ter dispositivo de aterramento automático. Nas tomadas de ramais que derivam de sistema de subtransmissão 34,5 kV deve ser utilizada chave-fusível com NBI de 170 kV (ver Tabela 1. Nos ramais internos ao sistema de distribuição 34,5 kV pode ser utilizada chave com NBI de 150 kV (ver Tabela 1). A corrente nominal da base fusível e do porta fusível da chave deve ser maior ou igual a 150% da corrente nominal do elo fusível a ser instalado no ponto. A corrente de interrupção simétrica e assimétrica da chave-fusível deve ser superior à máxima corrente de curto-circuito simétrica e assimétrica respectivamente no seu ponto de instalação. (c) Elos-fusíveis Na proteção de ramais devem ser utilizados somente os elos-fusíveis do tipo K em virtude de ter sido feito um acompanhamento da qualidade dentro das especificações e por apresentarem melhor desempenho prático principalmente quanto à possibilidade de se ajustar o elemento instantâneo dos relés de sobrecorrente de neutro das subestações a valores mais baixos. Para obtenção de uma proteção mais adequada e considerando ser os elos mais utilizados na ELEKTRO, além de facilitar estoque de reposição, devem ser utilizados (preferencialmente) apenas os elos-fusíveis 10K, 15K e 25K, com exceção da proteção do ramal de ligação de clientes com capacidade instalada acima de 500 kVA, bancas de capacitores e by-pass de religadores quando necessário. A corrente nominal do elo-fusível do ramal deve ser superior a 150% do valor da máxima corrente de carga atual (medida ou convenientemente avaliada no seu ponto de instalação ou superior à corrente de manobra quando for o caso). Então, Inominal do elo-fusível > 1,5 Idemanda máx. atual NOTA Para atender algumas situações consideradas esporádicas na ELEKTRO, pode ser utilizado o elo 25K em pontos nos quais a corrente de carga atual seja de até 25 A (em virtude deste elo ser o maior aplicado na proteção de ramais). Assim, a corrente admissível do elo de 1,5 x IN = 1,5 x 25 A = 37,5 A, o mesmo atende, nesta situação, em um horizonte até que a carga cresça mais 50%, o que corresponde na ELEKTRO, em média, mais de 5 anos. A corrente nominal do elo-fusível deve ser superior à do maior elo de proteção dos transformadores do qual é retaguarda. A corrente nominal do elo-fusível deve ser no máximo 25% da menor corrente de curtocircuito fase-terra mínimo (calculado com resistência de falta 3R = 100 Ω) em sua zona de proteção e ,se possível, até o fim do trecho para o qual é proteção de retaguarda. Inominal do elo-fusível menor Iccfase-terra mín 4 A Figura 2 mostra as curvas tempo x corrente dos elos 10K, 15K e 25K. Página 23 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição Tempo (s) 1.000,00 1 0 K 1 5 K 2 5 K 100,00 10,00 1,00 0,10 0,01 0 NOTA 1 NOTA 2 1 10 100 1.000 10.000 Corrente (A) As curvas tempo x corrente cheias indicam o tempo mínimo de fusão do elo-fusível. As curvas tracejadas indicam o tempo máximo de interrupção do elo-fusível. Figura 2 — Curvas tempo x corrente dos elos 10K, 15K e 25K 6.3.4.1.2 Disjuntores / relés de subestações Os disjuntores e relés (cubículos tipo B) são utilizados exclusivamente nas saídas dos alimentadores de subestações e são convenientemente especificados e dimensionados para o ponto de instalação. A proteção do cubículo tipo B é equipado com disjuntor, relés de Página 24 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição sobrecorrentes secundários sendo 2 de fase (50/51), 1 de neutro convencional (50/51 N) e 1 de neutro de alta sensibilidade (RAI) e um relé de religamento (79). Quando são utilizados relés numéricos, a proteção do alimentador é composta de 3 proteção de fase (50/51), 1 proteção de neutro convencional (50/51 N), 1 proteção de neutro de alta sensibilidade (RAI) e função de religamento automático (79), todas incluídas em uma única unidade. Os relés de sobrecorrentes existentes nos cubículos de distribuição da ELEKTRO são do tipo eletromecânicos, eletrônicos (estáticos) e numéricos (digitais), possuindo unidades temporizadas e instantâneas. 6.3.4.1.2.1 Critério geral para definição dos ajustes da proteção Relé de sobrecorrente de fase Ajuste de corrente do elemento temporizado: O ajuste de corrente do elemento temporizado deve ser tal que satisfaça as seguintes exigências: Ipick up de fase > Idemanda máx. futura 1,2 × Ipick up de fase < menor Iccmín (na zona principal e de retaguarda do relé) A avaliação da corrente de carga equivalente à demanda máxima futura deve ser feita com base no planejamento por região elétrica e no estudo de mercado, considerando o horizonte de cinco anos e também a corrente de manobra. Considerando que os relés são do tipo secundário, portanto acoplados ao secundário do conjunto de TC’s com relação RTC e que o ajuste destes relés são em forma de TAP’s, temos ainda que considerar: RTC TAPIpick up relé fase > TAPIpick up relé fase menor Icc RTC 1,2 Iprimário Isecundário Idemanda máx. futura RTC (na zona principal e de retaguarda do relé) Caso esta proteção seja retaguarda de um RL e não for possível cobrir toda a zona em que o mesmo é retaguarda, deve ser utilizado by-pass com chave-fusível no RL. NOTA Desconsiderar os TAP’s de Ipick up relé fase maior que 6A, caso contrário o TC, ficaria desprotegido em caso de sobrecarga já que a corrente térmica secundária do mesmo é comumente de 6A, pois na ELEKTRO utiliza-se TC’s com fator térmico igual 1,2. Ajuste do time level (TL): O ajuste do time level do relé, deve atender os seguintes critérios: Página 25 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição - Permitir seletividade com os equipamentos de proteção a montante e a jusante. - A curva de temporização escolhida de operação do Relé para toda a faixa de valores de curto-circuito deve ser tal que proporcione proteção térmica para os condutores, transformadores de potência e outros equipamentos do circuito. Ajuste do elemento instantâneo do relé de fase: O ajuste de corrente do elemento instantâneo do relé de fase deve satisfazer as seguintes exigências: - Maior que a máxima corrente de curto circuito trifásico assimétrico no equipamento protetor (religador, ou disjuntor de entrada primária de clientes particulares). - Maior que a corrente transitória de magnetização dos transformadores do alimentador (Itm). Iinstantâneo de fase Icc3assimétrico máx. Iinstantâneo de fase Itm Caso o relé seja numérico, deve ser levada em consideração a corrente simétrica. Exemplo: Carga instalada no alimentador: 10 MVA com 300 transformadores de distribuição. Ntransformadores > 5 ⇒ Ktm = 0,5 Itm 6 kVAinstalado √3 kV Ktm 6 10 000 √3 13,8 0,5 1 255 A Logo Iinstantâneo de fase > 1 255 A NOTA Quando do ajuste do TAP do elemento instantâneo do relé de fase, atentar para o tipo de relé, pois existe diferença de lógica entre os mesmos. Exemplo : Relé ICM2: TAPIinstantâneo de fase Iinstantâneo de fase TAPIpick up fase RTC Relé CO-8 TAPIinstantâneo de fase Iinstantâneo de fase RTC Relé de sobrecorrente de neutro convencional Ajuste de corrente do elemento temporizado: Ipick up neutro Ipick up RAI 1,2 Ipick up neutro IccT mín. (na zona principal e de retaguarda do relé) Página 26 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição Considerando que os relés são do tipo secundário, portanto acoplado ao fechamento em paralelo dos TC’s de relação RTC, e que o ajuste destes relés são em forma de TAP’s, temos ainda a considerar: TAPIpick up relé de neutro TAPIpick up RAI TAPIpick up relé de neutro menor IccT mín. RTC ×1,2 (na zona principal e de retaguarda) Para cálculo de IccφT mín. considerar a resistência de contato 3R = 100 Ω. Ajuste do time level: O time level do relé de neutro convencional deve ser ajustado para permitir seletividade com os equipamentos de proteção a montante e a jusante. Ajuste do elemento instantâneo: O ajuste de corrente do elemento instantâneo do relé de neutro convencional deve ser tal que satisfaça as seguintes exigências: - Maior que a corrente de curto circuito fase–terra assimétrico no primeiro equipamento protetor (religador ou outro disjuntor). - O cálculo deve ser baseado no menor valor de resistência de contato estimado ou conhecido. A seguir são apresentados os casos mais típicos encontrados na ELEKTRO : - Resistência de aterramento conhecida de uma indústria à frente do equipamento protetor (do Cliente), considerar 3R = 3 x Rat. - No caso de existência de neutro de rede secundária à frente de religador de cidade que não possui S/E, considerar a resistência de contato 3R = 10 Ω. - No caso de existência de neutro de rede secundária à frente de religador, de cidade com S/E, considerar a resistência de contato 3R = 0. - Maior que a corrente de curto-circuito que permite a antecipação da fusão do maior elo à jusante, mesmo com a possibilidade de uma operação simultânea com o disjuntor, tendo em vista a baixa probabilidade deste evento acontecer. Caso este elo-fusível seja o 10K ou 15K o ajuste deve ser igual ou superior a 450 A .Se o elo for o 25K o ajuste deve ser igual ou superior 600 A. Logo, resumindo, temos: Iinstantâneo de neutro IccT assimétrico (no primeiro dispositivo protetor) Iinstantâneo de neutro 450 A (para maior elo = 10K ou 15K) Iinstantâneo de neutro 600 A (para maior elo = 25K) NOTA Da mesma forma como mencionado no relé de fase, quando do ajuste do TAP do elemento instantâneo do relé de neutro, atentar para o tipo de relé , pois existe diferença de lógica entre os mesmos. Se o relé for numérico, deve ser considerada a corrente simétrica. Exemplo : Página 27 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição Relé ICM 2 TAPIinstantâneo de neutro Iinstantâneo de neutro TAPIpick up de neutro RTC Relé CO-8 TAPIinstantâneo de neutro Iinstantâneo de neutro RTC Ajustes do Relé de Neutro de Alta Sensibilidade - RAI Ajuste de corrente : Tendo em vista que o RAI, tem como finalidade detectar baixas corrente de curto circuito tipo fase terra, provocados em geral por contato de cabo ao solo, visando uma melhor segurança de pessoas e animais, o mesmo deve ser ajustado com mínimos valores. Para tanto, desconsideramos a princípio, o erro residual máximo dos TC’s especificados pela norma da ABNT (dados de placa) que permite em última hipótese apresentar até 20% de erro em relação à carga passante. Na prática os erros dos TC’s utilizados pela ELEKTRO obtidos em ensaios de laboratório estão em torno de + ou - 1,3 %, que daria um erro residual em torno de 2,6%. Com as considerações acima, os relés RAI devem ser ajustados na faixa de 6 A a 12 A, ou seja: 6 A ≤ IRAI ≤ 12 A No caso de alimentadores com cargas MRT (Monofilar com Retorno pela Terra - redes rurais), deve ser obedecido o máximo de 6 A por fase para atendimento dos requisitos acima. Considerando o fator de demanda igual a 0,33, a carga instalada total de MRT de um alimentador trifásico de 13,8 kV referido à S/E é limitado em 435 kVA. Para os alimentadores com carga maior que a especificada acima, deve ser feita uma análise específica, considerando a corrente de neutro para o ajuste do RAI. Ajuste de tempo: Em vista do aumento da vitrificação do solo com o tempo, acarretando aumento da resistência de contato ao solo, diminuindo assim a corrente de curto circuito à terra, aumentando a probabilidade de não atuação do RAI após os religamentos automáticos o tempo de atuação do RAI deve ser ajustado em 3 s. Caso tenha 2 (dois) religadores em série no alimentador ou quando de conexão com autoprodutores o RAI poderá ser ajustado em até 5 s, ou seja : 3 s ≤ TempoRAI ≤ 5 s Critérios para definições dos ajustes do relé de neutro de alta sensibilidade (RAI) em alimentadores de 34,5 kV O relé RAI em sistemas 34,5 kV deve ser objeto de análise específica, considerando as particularidades (instabilidade da proteção) do referido sistema. Página 28 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição 6.3.4.1.2.2 Relé de religamento Seleção: O relé de religamento que normalmente é excitado pelos relés de sobrecorrente com o complemento da lógica através dos contatos auxiliares do disjuntor comanda os disjuntores de subestações, fazendo com que o mesmo opere numa sequência completa de desligarreligar automático evitando bloqueios indesejáveis devido a faltas de origem passageiras. Caso o curto-circuito seja permanente desliga pela terceira vez ficando o disjuntor bloqueado com os contatos abertos. De uma maneira geral os relés de religamento devem possuir as seguintes características principais: - dois religamentos automáticos - tempo de neutralização e rearme (tempo de guarda) - bloqueio automático de religamento quando do fechamento manual - nos relés que permitem bloqueio de religamento por altas correntes, deve ser habilitado o bloqueio do religamento automático, quando a atuação da proteção for por uma corrente de falta maior ou igual a 6 000 A. Ajustes: Os tempos de religamento (intervalo entre o desligamento e religamento automático) e de neutralização normalmente ajustados na ELEKTRO são os seguintes: Primeiro tempo de religamento Segundo tempo de religamento Tempo de neutralização e rearme (tempo de guarda) 0,5 s 15 s a 20 s 30 s a 60 s 6.3.4.1.2.3 Religadores tipo subestação Seleção: • S/E´s de distribuição de 34,5 kV Para utilização nas S/E´s 34,5 - 13,8 kV da distribuição, os religadores tipo S/E já são convenientemente especificados. • S/E´s de distribuição de tensões superiores a 34,5 kV Para utilização nas S/E´s supridas por tensões superiores a 34,5 kV, deve ser verificado o que segue: - A tensão nominal do religador deve ser compatível com a do ponto (13,8 a 34,5 kV). - A corrente nominal do religador deve ser superior à corrente de carga equivalente à demanda máxima futura. - A capacidade de interrupção nominal do religador deve ser superior à máxima corrente de curto-circuito assimétrico. Caso esta situação não possa ser atendida, em última hipótese deve ser maior que a máxima corrente simétrica multiplicado por um fator de 1,3 na referida subestação. Ajustes: S/E´s de distribuição de 34,5 kV Para S/E´s de 34,5 kV os ajustes podem ser efetuados de forma semelhante aos estabelecidos para religadores tipo poste (ver Tabela 5) que são instalados nas redes de Página 29 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição distribuição, tendo em vista que nestas S/E´s as correntes de curto-circuito são baixas, ou seja: (a) Disparo de fase Elemento temporizado Imín .disparo de fase Idemanda máx.futura Imín. disparo de fase menor Icc2F (na zona supervisionada) Elemento instantâneo Iinstantâneo de fase Itm (b) Disparo de terra Elemento temporizado do sensor convencional (tempo dependente) Imín .disparo de terra > Imín. disparo RAI Imín. disparo de terra < IccFT mín. (na zona supervisionada) Elemento instantâneo Iinstantâneo de terra = menor ajuste disponível Iinstantâneo de terra ≥ 20 A Elemento temporizado do sensor de alta impedância (tempo definido) 6 A < RAI < 12 A (c) Ajuste de tempo 3 s < tRAI < 5 s Os elementos temporizados dos sensores de fase e de terra convencional devem ser ajustados de forma a permitir seletividade para faltas permanentes. (d) Número de operações para bloqueio 1 < número de operações para bloqueio < 4 (e) Sequência de operações Nos religadores tipo S/E, seleciona-se o número de operações rápidas (instantâneas) de modo que o número de operações lentas (temporizadas) é a diferença entre o número de operações para bloqueio e o número de operações rápidas (instantâneas). Exemplo: Sequência de operações desejada: 1 rápida e 3 lentas Ajustes para obtenção da sequência de operações acima Número de operações para bloqueio = 4 Número de operações rápidas (instantâneas) = 1 (f) Tempo de religamento Nos religadores tipo S/E, é recomendável ajustar os tempos de religamento em: - Tempo do primeiro religamento = 1 s Página 30 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição - Tempo do segundo religamento > 6 s - Tempo do terceiro religamento > 6 s O tempo mínimo, a partir do segundo religamento, de 6 s é necessário para permitir o carregamento motorizado da mola de fechamento. (g) Tempo de rearme Ajuste recomendado: 40 s < trearme < 60 s Para maiores detalhes, consultar 6.3.4.1.2.4. No caso de existência de dois religadores em série no alimentador, o religador tipo S/E deve ser ajustado da mesma forma que os estabelecidos para religadores tipo S/E de subestações de distribuição de tensões superiores a 34,5 kV. 6.3.4.1.2.4 Religadores tipo poste Seleção: Constatada a viabilidade de instalação do religador em um ponto da rede de distribuição, para a seleção do mesmo devem ser considerados os seguintes requisitos: - A tensão nominal deve ser compatível com a da rede (13,8 ou 34,5 kV). - A corrente nominal deve ser superior à corrente de carga equivalente à demanda máxima futura no ponto, se o religador for eletrônico e, superior ao dobro da corrente de carga equivalente à demanda máxima futura no ponto se o religador for hidráulico, ou seja: RL eletrônico: Inominal RL Idemanda máx. futura RL hidráulico: Inominal RL 2 Idemanda máx. futura - A capacidade de interrupção nominal do religador deve ser maior que a máxima corrente de curto-circuito assimétrica calculada no ponto. NOTA Para religadores que utilizam bobina série atentar para a diminuição da capacidade de interrupção para valores baixos de corrente nominal de bobina série. Em situações de utilização de dois religadores em série sendo um hidráulico e outro eletrônico, quando a corrente de carga é elevada no equipamento do lado fonte, é desejável que se instale o religador eletrônico na retaguarda devido ao religador hidráulico funcionar com bobina série acarretando um ajuste de corrente de disparo elevado dificultando a sensibilização para as correntes de curto-circuito na zona sob sua supervisão. Ajustes: Ajuste da corrente mínima do disparo de fase Religadores eletrônicos (SEV, KFE, RXE, ESV etc.) Os ajustes destes equipamentos devem satisfazer as seguintes condições: - a corrente mínima de disparo de fase deve ser maior que a corrente de carga equivalente à demanda máxima futura levando em consideração também a corrente em condições de manobra; - a corrente mínima de disparo de fase deve ser inferior a corrente de pick up da proteção de retaguarda descontando a diferença da corrente de carga na proteção de retaguarda da corrente de carga no religador; - a corrente mínima de disparo de fase deve ser inferior a menor corrente de curto-circuito fase-fase na zona supervisionada. Resumindo temos: Página 31 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição Imín. disparo de fase RL Idemanda máx. futura Imín. disparo de fase RL Ipick up fase PR IcPR IcRL sendo PR proteção de retaguarda IcPR corrente de carga na proteção de retaguarda IcRL corrente de carga no religador 1,2 Imín. disparo de fase RL menor Icc2F (na zona supervisionada) Religadores hidráulicos (KF, OYT, R, RV etc.) Para estes religadores, o disparo de fase é feito por meio da operação de bobina série conectada diretamente no circuito de força do religador. A corrente mínima de disparo de fase com a bobina série é igual a duas vezes sua corrente nominal, ou seja: Idisparo de fase RL 2 In bobina série RL Para estes equipamentos o ajuste da proteção de fase deve atender as condições a seguir: - a corrente nominal da bobina série deve ser maior que a corrente de carga equivalente à demanda máxima futura levando em consideração também a corrente em condições de manobra; - a corrente mínima de disparo de fase deve ser inferior à corrente de pick up da proteção de retaguarda descontando a diferença da corrente de carga na proteção de retaguarda da corrente de carga no religador; - a corrente mínima de disparo de fase deve ser inferior à menor corrente de curto-circuito fase-fase na zona supervisionada. Em resumo temos: In bobina série RL Idemanda máx. futura Imín. disparo de fase RL Ipick up fase PR IcPR IcRL sendo PR proteção de retaguarda IcPR corrente de carga na proteção de retaguarda IcRL corrente de carga no religador 1,2 Imín. disparo de fase RL < menor Icc2F (na zona supervisionada) Ajuste da corrente mínima do disparo de terra Para o ajuste do disparo de terra dos religadores são levados em consideração o seguinte: - A corrente mínima de disparo de terra deve ser menor que 90% do ajuste do relé de sobrecorrente de terra de alta impedância (RAI) da subestação devido à proteção do RL possuir erros admissíveis de 10% sobre o valor ajustado além dos erros de relação dos TC's Página 32 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição do próprio RAI do cubículo B. Também deve ser inferior à menor corrente de curto-circuito fase-terra mínimo no final da zona supervisionada, ou seja: 6 < Imín. disparo de terra do RL < 0,9 Imín. atuação do RAI (A) NOTA No caso da zona supervisionada não possuir cargas MRT, a corrente mínima de disparo de terra pode ser ajustada em até 5 A. A proteção de terra normalmente é do tipo eletrônico sendo a corrente ajustada através da escolha de resistores (KF, KFE e RV) ou através do controle de corrente de entrada no circuito pela escolha de TAP de transformador auxiliar em conjunto com resistor denominado de módulo calibrador (relé RESCO utilizado nos religadores SEV e ESV), ou ainda atuando diretamente na bobina de disparo (OYT). Ajuste do número de operações para bloqueio O número de operações para bloqueio é o número de operações que o religador efetua dentro de uma sequência de operação até a sua abertura definitiva (bloqueio aberto), se a falta for permanente ou se ela persistir dentro do intervalo da sequência mencionada. Este número é ajustável de 2 a 4 operações para bloqueio, sendo normalmente ajustado em 4. Curvas de atuação tempo x corrente Nos religadores tanto a proteção de fase quanto a proteção de terra permitem, de forma independente, a escolha de duas curvas características tempo x corrente sendo uma rápida e uma lenta. Alguns religadores têm várias curvas rápidas e lentas podendo ser escolhidas uma de cada. A escolha da curva rápida e da lenta, bem como o ajuste da sequência de operações rápidas e lentas até o bloqueio aberto do religador, depende somente da coordenação que se deseja fazer com outros dispositivos de proteção. As operações na curva rápida tem a finalidade de eliminar faltas de origem passageiras, e as operações na curva lenta garante a seletividade proporcionando coordenação com elosfusíveis e seletividade com os equipamentos de proteção instalados em série à jusante do mesmo, para as faltas de origem permanente. A Figura 3 mostra as curvas típicas de atuação tempo x corrente de religadores. Página 33 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição Tempo (s) 10,00 4 1,00 1 0,10 B A 0,01 0 1 10 100 1.000 10.000 Corrente (A) Legenda A = Curva rápida de fase do religador KFE B = Curva lenta de fase do religador KFE 1 = Curva rápida de terra do religador KFE 4 = Curva lenta de terra do religador KFE Figura 3 — Curvas típicas de atuação tempo x corrente de religadores. Tempo de religamento O tempo de religamento é o tempo compreendido entre uma operação de abertura e a subsequente operação de fechamento automático do religador. Este tempo quando é disponível para ajuste, é definido de acordo com a filosofia de proteção adotada, em função da coordenação com os demais equipamentos de proteção. Em alguns religadores este tempo é fixo em torno de 2 segundos (KF, KFE, RV e OYT), em outros ajustáveis por meio de plugues (SEV e ESV que utilizam relé RESCO) e, neste caso, se não houver problemas com o avanço acumulado do disco de indução dos relés eletromecânicos das subestações, é recomendável ajustá-los em: Tempo do primeiro religamento = 1,25 s Tempo do segundo religamento = 2,5 s Tempo do terceiro religamento = 2,5 s Estes ajustes permitem uma melhor coordenação com os elos-fusíveis. Tempo de rearme O tempo de rearme é o tempo requerido para que o religador retorne à sua sequência inicial após uma operação com sucesso, ou seja, o tempo para zerar o contador do número de operações para bloqueio (apto para executar a sequência de operação completa novamente). Este tempo, quando ajustável, deve levar em consideração a capacidade do religador Página 34 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição executar todo o ciclo de operação após a sequência seq ência de operação máxima executada antes do bloqueio definitivo. Em alguns religadores este tempo é fixo e acumulativo por operação realizada (KF, KFE, RV e OYT). Este tempo está em torno de 1,75 min por operação realizada para a OYT e 1,5 min m para o KF, KFE e RV, ou seja, estes religadores podem acumular um tempo de rearme de 5,25 min e 4,5 5 min respectivamente, antes da última operação para bloqueio, se os mesmos estiverem ajustados em 4 operações para bloqueio. Em outros religadores este tempo é ajustável por meio de plugues e independe do estágio da sequência ência de operação em que o mesmo esteja esteja (SEV e ESV que utilizam relé RESCO). Recomenda-se se ajustar o tempo de rearme em 40 s nestes religadores, ou seja: Tempo de rearme = 40 s A Figura 4 ilustra uma sequ uência ência de operação (2 rápidas + 2 lentas) completa do religador com bloqueio na posição aberta. Legenda: Icc = Corrente de curto-circuito circuito Ic = Corrente de carga R = Operação na curva rápida L = Operação na curva lenta tr = Tempo de religamento Figura 4 — Sequência de operação completa do religador com bloqueio na posição aberta 6.3.4.1.2.5 Seccionalizadores Seleção: Após definido o ponto de instalação do seccionalizador, seccionalizador devem ser verificados os seguintes requisitos: - A tensão nominal deve ser compatível com a tensão da rede (13,8 kV). - O nível básico de isolamento para impulso (NBI) deve ser compatível com a classe de tensão do sistema (para classe 15 kV → 95 kV e 110 kV). - A corrente nominal deve ser maior que a corrente de carga equivalente à demanda máxima futura no ponto. - A corrente nominal deve ser maior ou igual à corrente mínima de disparo de fase do religador de retaguarda. - O tempo equivalente na corrente de curto-circuito curto circuito simétrica máxima no ponto de instalação não deve exceder a capacidade de curta duração do SL, em função do maior tempo de abertura do equipamento de proteção de retaguarda. Em seccionalizadores hidráulicos atentar para as limitações de capacidade com a bobina série utilizada. - A capacidade momentânea momentân do seccionalizador deve ser superior à corrente de curtocurto circuito assimétrica máxima no ponto de instalação. - É recomendável que a corrente mínima de carga seja superior a 3,5 A no ponto em que for instalado o seccionalizador GN3E. Página 35 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição Ajustes: Ajustes das correntes de atuação de fase Na proteção de fase dos seccionalizadores a corrente mínima de atuação é ajustada para ser sensibilizada o mais próximo de 80% da corrente mínima de disparo de fase do religador, ou seja: Imín. atuação de fase SL 0,8 Imín. disparo de fase RL Esta expressão é válida quando tanto o seccionalizador quanto o religador são eletrônicos (por exemplo, o SL GN3E com RL KFE). No caso de instalação de seccionalizador hidráulico (OYS da Reyrolle) à frente de religador hidráulico (OYT, KF ou R), a corrente nominal da bobina série do SL deve ser a mesma da bobina série do RL, que equivale a 80% do disparo de fase do RL, pois o SL é sensibilizado com 1,6 x In bobina série e o RL com 2 x In bobina série, ou seja: In bobina série SL In bobina série RL Para o mesmo seccionalizador hidráulico (OYS) à frente de religador eletrônico (SEV, KFE, etc.) a escolha da corrente nominal da bobina série do SL é da seguinte forma: In bobina série SL Imín. disparo de fase RL 2 No caso de instalação de seccionalizador eletrônico (GN3E da McGraw Edison) à frente de religador hidráulico (KF, OYT, etc.) a escolha do resistor para a corrente de atuação de fase é da seguinte forma: Imín. atuação de fase SL 1,6 In bobina série RL A Tabela 9 resume os ajustes dos SL´s com os RL´s hidráulicos e eletrônicos: Tabela 9 — Ajustes dos seccionalizadores com os religadores hidráulicos e eletrônicos RL SL Eletrônico Hidráulico Eletrônico Hidráulico Imín. atuação de fase SL ≤ 0,8 Imín. disparo de fase RL Imín. atuação de fase SL ≤ 1,6 × In bobina série RL In bobina série SL ≤ Imín. disparo de fase RL 2 In bobina série SL ≤ In bobina série RL A corrente mínima de atuação de fase do SL deve ser inferior à menor corrente de curtocircuito fase-fase no final da zona supervisionada tanto do SL quanto do RL, ou seja: Imín. atuação de fase SL menor Icc2F (na zona supervisionada pelo SL e RL) Ajustes da corrente de atuação de terra A proteção de terra dos seccionalizadores é ajustada para ser sensibilizada o mais próximo de 80% da corrente mínima de disparo de terra do religador, ou seja: Página 36 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição 6 < Imín. atuação de terra SL 0,8 Imín. disparo de terra RL (A) NOTA No caso de não existência de MRT na zona supervisionada pelo SL a corrente mínima de atuação de terra do SL pode ser ajustada em até 4 A. Ajuste do número de contagens para abertura O ajuste do número de contagens para bloqueio (abertura) do seccionalizador deve ser no máximo igual ao do número de operações para bloqueio do religador menos um, ou seja: Ncontagem bloqueio SL Noperações bloqueio RL 1 6.3.4.2 Coordenação / seletividade 6.3.4.2.1 Seletividade entre chaves-fusíveis Apesar de desejável, a seletividade entre chaves-fusíveis acontece somente para uma faixa de corrente. Para se conseguir seletividade entre fusíveis é desejável que o máximo tempo de interrupção do fusível protetor não exceda a 75% do mínimo tempo de fusão do elo protegido, ou seja: tmáx. interrupção fusível protetor 0,75 tmín. fusão elo protegido Para verificação da seletividade entre chaves-fusíveis com elos H e K, consultar a Tabela 10. Tabela 10 — Seletividade de elos-fusíveis Corrente A Elo Protetor Nom. a ELO 1H 2H 3H 5H a 6K 8K a 10K 12K a 15K 20K a 25K 30K a 40K 50K a 65K preferenciais IN 1 2 3 5 6 8 10 12 15 20 25 30 40 50 65 Adm. IAD 1 2 3 5 9 12 15 18 23 30 38 45 60 75 98 Corrente Máxima de Defeito Elo de Retaguarda A Mín. de Defeito 4 x IN 4 8 12 20 24 32 40 48 60 80 100 120 160 200 260 8K 125 10K 280 45 45 45 190 - 12K 380 220 220 220 350 210 - 15 K 510 450 450 450 510 440 300 - 20 K 25 K 650 840 650 650 650 840 660 840 650 840 540 840 320 710 430 - 30 K 1 060 1 060 1 060 1 060 1 060 1 050 870 500 - 40 K 1 340 1 340 1 340 1 100 660 - 50 K 1 700 1 700 1 700 1 350 850 - 65 K 2 200 2 200 2 200 1 700 1 100 - As curvas tempo x corrente dos elos 10K, 15K e 25K estão mostradas na Figura 2. 6.3.4.2.2 Seletividade fusível (lado fonte) / religador Esta situação ocorre normalmente nas SE´s 34,5 kV – 13,8 kV, cuja proteção do lado da alta tensão do transformador de força abaixador é efetuada com a utilização de chaves-fusíveis. Para se ter seletividade nessa condição, o mínimo tempo de fusão do elo-fusível deve ser maior que o tempo médio de interrupção na curva lenta do religador multiplicado por um fator Página 37 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição K1. Este fator é definido em função da sequência de operação e dos tempos de religamento do religador, que vão pré aquecendo o elo-fusível. Os valores de K1 estão definidos na Tabela 11. Tabela 11 — Valores de K1 Sequência de operação Operações: 1 rápida + 3 temporizadas Tempo de religamento s Operações: 2 rápidas + 2 temporizadas 0,5 2,6 3,1 3,5 1,0 2,1 2,5 2,7 1,5 1,85 2,1 2,2 2,0 1,7 1,8 1,9 Operações: 4 temporizadas Fator K1 Cuidados devem ser tomados quando se refletir as correntes de falta de um dos lados do referido transformador face ao tipo de conexão. Logo, recomenda-se efetuar uma análise em termos de componente simétrica nestes casos. Ex.: curto-circuito fase-fase na BT de transformador triângulo-estrela reflete a intensidade de um curto trifásico em uma das fases da AT. Não é permitido o uso de fusível como proteção de retaguarda de religadores em um mesmo nível de tensão. A Figura 5 ilustra as curvas do elo-fusível de forma seletiva com a curva lenta do religador. Tempo (s) 100,00 80K 10,00 B 1,00 A 0,10 0,01 0 1 10 100 1.000 10.000 Corrente (A) Figura 5 — Curva do elo-fusível e curva lenta do religador Página 38 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição 6.3.4.2.3 Coordenação religador / fusível As curvas de atuação e a sequência de operação recomendável para a coordenação entre o religador e os elos-fusíveis são 2 operações rápidas e 2 operações lentas. No entanto, como os religadores hidráulicos possuem tempo de rearme muito alto (como mencionado anteriormente) em épocas chuvosas com temporais com grande quantidade de descargas atmosféricas, em curtos intervalos de tempo, fazem com que o religador bloqueie muitas vezes indevidamente e, neste caso, é recomendável ajustar a sequência de operação em 1 operação rápida e 3 operações lentas. Lembramos também que a combinação da sequência de operação é independente para os ajustes de fase e terra nos religadores KF, KFE e RV, e é única no SEV, ESV, ES560 e OYT. A coordenação da proteção de fase e terra do religador com os elos-fusíveis é assegurada quando: - Para o valor de corrente máxima de falta (3F e FT) na zona de proteção mútua (RL e elofusível), o tempo mínimo de fusão do elo é superior ao tempo de atuação na curva de operação rápida (fase e terra) do religador, multiplicado por um fator K2, sendo este é função do número de operações rápidas e do tempo de religamento entre as operações rápidas, ou seja: tmín. fusão elo‐fusível tatuação curva rápida RL K2 - Para o valor da corrente mínima de falta (2F ou FT) na zona de proteção mútua (RL e elofusível), o tempo máximo de interrupção do fusível não seja superior ao tempo de atuação na curva lenta do religador, ou seja: tmáx. interrupção fusível tatuação curva lenta RL A faixa de coordenação entre a chave-fusível e o religador é determinado pelas duas inequações anteriormente apresentadas, que estabelecem o ponto de máximo e mínimo. A Figura 6 mostra a faixa de coordenação religador / fusível. Página 39 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição Tempo (s) 100,00 25K 10,00 1,00 0,10 KS HxK2 H Imin 0,01 0 1 10 100 Imax 1.000 10.000 Corrente (A) Figura 6 — Faixa de coordenação religador / fusível A Tabela 12 mostra o valor do multiplicador K2 em função do número de operações rápidas e do tempo de religamento. Tabela 12 — Valores de K2 Tempo de religamento s 0,5 1,0 1,5 2,0 Multiplicador K2 (elo do lado da carga) 1 rápida 2 rápidas 1,3 1,5 1,3 1,5 1,3 1,5 1,3 1,5 6.3.4.2.4 Coordenação religador / religador A aplicação de no máximo 2 religadores em série está de acordo com a orientação da filosofia básica de proteção. O método de coordenação de religador com outro religador em série se Página 40 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição baseia na suposição de que na base de 60 ciclos, suas curvas tempo x corrente separadas mais de 12 ciclos (200 ms) não operarão simultaneamente, e menos de 12 ciclos poderão operar simultaneamente. A coordenação entre religadores instalados em série, tem como base o seguinte: para qualquer falta transitória ou permanente na zona de proteção mútua, o religador mais próximo dessa deve antecipar sua operação, sem deixar que o religador de retaguarda opere em sua curva lenta. Portanto, para obter coordenação e seletividade, a diferença entre os tempos de operação das curvas lentas dos religadores deve ser maior que 0,2 s para a faixa de corrente da zona de proteção mútua. Existem várias formas para se conseguir coordenação entre religadores envolvendo os vários tipos de ajustes. Recomenda-se para se ter uma boa coordenação as combinações a seguir: • Correntes de disparo iguais com curvas lentas diferentes. • Correntes de disparo diferentes com curvas lentas diferentes. • Correntes de disparo diferentes com curvas lentas iguais e sequência de operações diferentes. • Correntes de disparo diferentes com curvas lentas diferentes e sequência de operações diferentes. A Figura 7 ilustra uma coordenação religador / religador com correntes de disparo de fase e terra diferentes com curvas lentas diferentes. Página 41 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição Tempo (s) 100,00 10,00 5 1,00 4 C 0,10 1 B A 0,01 0 1 10 100 1.000 10.000 Corrente (A) Figura 7 — Coordenação religador / religador com correntes de disparo de fase e terra diferentes com curvas lentas diferentes Na curva rápida os dois religadores atuarão simultaneamente na maioria das vezes. Desta forma, as sequências de operações mais adequadas para os religadores são 2R + 2L para o RL protetor e 1R + 3L para o RL retaguarda. 6.3.4.2.5 Seletividade relé / fusível A seletividade estará garantida quando se mantém no mínimo 0,2 segundos de diferença entre o máximo tempo de interrupção do fusível à frente (jusante) do disjuntor e o tempo de atuação do relé de sobrecorrente e o máximo tempo de interrupção do fusível seja inferior a Página 42 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição 75% do tempo de atuação do relé na curva temporizada, o que for mais crítico, em toda a faixa de corrente de curto-circuito envolvida na zona de proteção da chave-fusível, ou seja: tatuação temporizado relé tmáx. interrupção fusível 0,2 s tmáx. interrupção elo‐fusível 0,75 tatuação temporizado relé Atentar para que não sejam efetuados ajustes nos relés exageradamente elevados, pois os mesmos devem, também, garantir a seletividade com os relés de retaguarda localizados no cubículo geral (tipo A) da subestação. Para a proteção contra falta a terra com o relé de sobrecorrente de neutro de alta impedância (RAI), a consideração para a seletividade na menor corrente é na interseção da curva do RAI com a curva do relé de neutro convencional. Para correntes de curto-circuito fase-terra abaixo desse valor até a corrente de pick up ajustada no RAI, a seletividade é comprometida na maioria dessa faixa. A Figura 8 ilustra a condição de seletividade relé / elo utilizando-se de relé de neutro convencional e relé RAI. Página 43 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição Tempo (s) 1.000,00 1 0 K 1 5 K 2 5 K 100,00 10,00 RAI 1,00 RN 0,10 0,01 0 1 10 100 1.000 10.000 Corrente (A) Legenda: RN = Curva tempo x corrente do relé de neutro RAI = Curva do relé de neutro de alta impedância Figura 8 — Seletividade relé / elo utilizando-se de relé de neutro convencional e relé RAI Página 44 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição 6.3.4.2.6 Seletividade relé / religador As condições para se ter seletividade entre relé e religador são as seguintes: - A corrente de disparo de fase do RL deve ser menor que a corrente de pick-up de fase da proteção de retaguarda descontando a diferença da corrente de carga na proteção de retaguarda da corrente de carga no religador, ou seja: Idisparo de fase RL Ipick up fase PR IcPR IcRL sendo PR proteção de retaguarda IcPR corrente de carga atual na proteção de retaguarda IcRL corrente de carga nominal do religador - A corrente de disparo de terra do religador seja inferior a 90% do ajuste do relé de sobrecorrente de alta impedância (RAI). Imín. disparo de terra RL 0,9 Ipick up RAI - O intervalo entre os tempos máximos de atuação das curvas lentas de fase e terra do religador, especificados pelo fabricante e os tempos de atuação dos relés de sobrecorrente de fase e neutro, respectivamente, sejam superiores a 0,2 s, e o tempo de atuação na curva lenta do religador não ultrapasse em 80% do tempo de atuação do relé em toda a faixa de curtocircuito na zona de supervisão do religador, o que for mais crítico. Esta consideração é válida para relés de sobrecorrente estáticos e digitais (numéricos), pois o seu tempo de rearme é praticamente instantâneo. tatuação relé fase e neutro tcurva lenta fase-terra RL + 0,2 s tcurva lenta fase-terra RL 0,8 tatuação relé fase e neutro Para a seletividade entre relés de sobrecorrente eletromecânicos (indução) com religadores, deve ainda ser verificado o avanço acumulado do disco de indução do relé durante os tempos de operação e religamento automático do religador. A condição adicional para se ter seletividade entre relé de sobrecorrente eletromecânico e religador é que o percurso acumulado (avanços / restabelecimentos parciais) do disco de indução do relé na sequência de operação completa do religador seja inferior a 80% em qualquer valor da faixa de corrente de curto-circuito da zona supervisionada pelo religador. A Figura 9 ilustra uma seletividade entre relé e religador. Página 45 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição Tempo (s) 10,00 RAI 1.D RF 1,00 RN .1F F 0,10 C 0,01 0 1 10 100 1.000 10.000 Corrente (A) Legenda: C e F = Curvas rápida e lenta de fase do RL 1F e 1D = Curvas rápida e lenta de terra do RL RF = Curva temporizada do relé de fase RN = Curva temporizada do relé de neutro RAI = Curva do relé de neutro de alta impedância Figura 9 — Seletividade relé / religador Verificação do avanço do disco de indução do relé eletromecânico Para se fazer a verificação do avanço do disco de indução deve ser comparado os tempos de atuação do relé de fase com os tempos de atuação da proteção de fase do religador na curva lenta em seu ponto mais crítico em termos percentuais, ou seja, a relação tempo de atuação da proteção de fase do religador na curva lenta / tempo de atuação do relé de fase é máxima em toda a faixa de curto-circuito trifásico ou fase-fase na zona de proteção do religador. Processa-se da mesma forma para as proteções de terra. Ponto de verificação é a relação máxima entre tempo de atuação na curva lenta do RL pelo tempo de atuação do relé Exemplo: Proteção de fase Faixa de curto-circuito na zona mútua: 360 a 2 500 A Corrente: tatuação do relé (s) 360 A 2 500 A 3 0,5 Página 46 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição tatuação do RL curva lenta (s) 2,1 0,25 tatuação RL curva lenta tatuação relé 0,7 0,5 Logo, para a verificação dos avanços acumulados do relé eletromecânico deve ser comparado os tempos na corrente de 360 A. Segue abaixo um modelo para verificação do avanço do disco de indução do relé eletromecânico: Dados do Relé Time Level ........................................................... Tempo de Operação ........................................... Tempo de Restabelecimento .............................. % s s (p/ o TL ajustado) RELIGADOR Oper. Curva T. Oper. s RELÉ DE FASE T. Relig. s Avanço % Rest. % Avanço Acum. % 1a 2a 3a 4a Legenda: T. Oper. = Tempo de operação do religador (em segundos) na corrente mais crítica T. Relig. = Tempo de religamento do RL (em segundos) Avanço = Avanço do disco de indução (contato móvel) do relé durante o tempo de operação do religador (em porcentagem do percurso total) Rest. = Recuo do contato móvel do relé durante o tempo de religamento do religador (em porcentagem do restabelecimento total do contato móvel) Avanço Acum. = Percurso acumulado do contato móvel do relé (em porcentagem) Segue exemplo para obtenção do percurso acumulado do relé na sequência de operação completa do religador. Dados do relé de neutro: Time Level = 20% Tempo de Operação = 2 s Tempo de Restabelecimento = 9 s (para Time Level de 20%) Cálculo do avanço do relé para cada operação do RL: Tempo de Operação do relé = 2 s ⇒ 100% 1a operação do RL = 0,09 s ⇒ 4,5% 2a operação do RL = 0,9 s ⇒ 45% 3a operação do RL = 0,9 s ⇒ 45% 4a operação do RL = 0,9 s ⇒ 45% Cálculo do restabelecimento do relé: Tempo de Restabelecimento total = 9 s ⇒ 100% 1o religamento do RL = 1,25 s ⇒ 13,9% 2o religamento do RL = 2,5 s ⇒ 27,8% 3o religamento do RL = 2,5 s ⇒ 27,8% Página 47 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Oper. 1a 2a 3a 4a Proteção de Redes Aéreas de Distribuição RELIGADOR Curva T. Oper. s 1F 0,09 1D 0,9 1D 0,9 1D 0,9 T. Relig. s 1,25 2,5 2,5 – RELÉ DE NEUTRO (TL = 20%) Avanço Rest. Avanço Acum. % % % 4,5 13,9 0 45 27,8 17,2 45 27,8 34,4 45 – 79,4 Conclusão: O percurso acumulado do disco de indução do relé de terra durante todo o ciclo de operação do religador de 79,4% < 80%, guarda margem de segurança suficiente para não provocar a atuação indevida (simultânea) do relé. Em situações em que o percurso acumulado ultrapassa 80%, existem as seguintes alternativas para diminuí-lo: - Aumentar o tempo de religamento do RL, quando o mesmo permite. - Aumentar o Time Level do relé. - Alterar a sequência de operação do RL aumentando o número de operações rápidas. 6.3.4.2.7 Coordenação religador / seccionalizador Para se obter coordenação entre religador e seccionalizador em série, devem ser atendidos os seguintes requisitos: - A corrente mínima de atuação do SL deve ser ajustada o mais próximo de 80% do ajuste da corrente mínima de disparo do RL tanto para a proteção de fase quanto para a proteção de terra. Imín. atuação fase-terra SL 0,8 Imín. disparo fase-terra RL - O RL deve ser capaz de sentir as correntes mínimas de defeito na zona supervisionada pelo SL. Imín. disparo e atuação fase RL e SL menor Icc2F (na zona supervisionada pelo RL e SL) Imín. disparo e atuação terra RL e SL menor IccF-T mín. (na zona supervisionada pelo RL e SL) - O número de contagem para abertura (bloqueio) do SL deve ser ajustado para no máximo o número de operações para bloqueio do RL menos um. Ncontagem bloqueio SL Noperações bloqueio RL ‐ 1 A coordenação entre o religador e o seccionalizador também depende do tempo de retenção de memória do seccionalizador, que é o tempo necessário para o seccionalizador "esquecer" uma contagem. Logo, a coordenação entre o religador e o seccionalizador é assegurada quando, em uma condição de falta permanente, o somatório dos tempos de operação e religamento do religador (TTA) a partir da primeira contagem, não exceda ao tempo de memória do seccionalizador. A Figura 10 ilustra a coordenação Religador / Seccionalizador com a sequência de operação do Religador ajustada para 1 rápida e 3 lentas e o seccionalizador ajustado em três contagens para bloqueio. Página 48 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição Figura 10 — Coordenação religador / seccionalizador Para a situação de coordenação religador / seccionalizador apresentada na Figura 10, o tempo de retenção de contagem (memória) do seccionalizador deve ser o que segue: sendo TTA tempo total acumulado Para o SL eletrônico GN3E → T memória ~ 60 s, e para o SL OYS → T memória ~ 40 s. Os tempos de operação L1 e L2 do RL devem deve ser os equivalentes às menores correntes de curto-circuito circuito na zona supervisionada que são os de maiores tempos de operação. Os seccionalizadores também podem ser utilizados utilizados em conjunto com disjuntores de SE´s providos de relés de religamento, desde que se leve em consideração o tempo de retenção de contagem (memória) do SL na verificação de coordenação. Caso contrário, poderá haver bloqueio simultâneo. relig / seccionalizador / elo-fusível 6.3.4.2.8 Coordenação religador Para se obter a coordenação são necessários os requisitos da coordenação religador / seccionalizador e religador / fusível. Considerando-se Considerando se que é utilizado apenas um seccionalizador em série com o religador, as opções de de coordenação são: a) Sequência ência de operação do religador ajustado em 1 rápida e 3 lentas, e número de contagens para bloqueio do seccionalizador ajustado em 3, quando os SL´s não possuem restritor de contagem por tensão ou por corrente, como é o caso do seccionalizador OYS. b) Sequência ência de operação do religador ajustado em 2 rápidas e 2 lentas, e número de contagens para bloqueio do seccionalizador ajustado em 3, quando os SL´s possuem restritor de contagem por tensão ou por corrente, como é o caso do seccionalizador seccionalizador GN3E que possui restritor de contagem por corrente. Este ajuste só pode ser efetuado quando a corrente mínima de carga for comprovadamente superior a 3,5 A que é o valor mínimo necessário para que o restritor funcione adequadamente. O RL deve ter er o tempo de rearme ajustável, como é o caso do RL 280 SEV 1506. Página 49 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição Caso as condições (1) e (2) não sejam atendidas o RL deve ser ajustado na sequência seq de operação 1 rápida + 3 lentas. As Figura 11 e Figura 12 ilustram as duas opções de coordenação. RL → Sequência ência de operação: 2R + 2L SL com restritor (corrente ou tensão) → No de contagens p/ bloqueio: 2 Figura 11 — Coordenação religador / seccionalizador / elo-fusível fusível — Opção 1 RL → Sequência ência de operação: 1R + 3L o SL → N de contagens p/ bloqueio: 3 Figura 12 — Coordenação religador / seccionalizador / elo-fusível fusível — Opção 2 Recomenda-se se não instalar o SL GN3E em pontos em que a corrente de carga for inferior a 3,5 A, pois como durante o curto-circuito curto tem-se se de carregar o capacitor do sistema de alimentação do circuito eletrônico do SL, o mesmo pode não conseguir em algumas situações, efetuar a contagem na curva rápida do RL, devido ao curto intervalo de tempo envolvido, podendo haver bloqueio simultâneo do RL e SL. Para situações ituações de corrente de carga muito baixa o mais adequado seria que o SL possuísse o restritor de contagem por tensão, pois o SL só contaria na condição de curto-circuito curto quando a tensão caísse a zero, ou seja, conta apenas quando da operação do RL. Em virtude vir do custo elevado, não se optou pelo uso do dispositivo restritor de contagem por tensão em nossos seccionalizadores. Página 50 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 6.3.4.3 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição Chaves bay-pass para religadores e seccionalizadores Bay-Pass com seccionador unipolar – Deve ser aplicada quando as correntes de falta (Icc2F) envolvidas na zona de proteção principal do religador "bay-passado" sensibilizem a proteção de retaguarda, ou seja, quando: 1,2 × Ipick up fase PR menor Icc2F (na zona de proteção principal do RL) Bay-Pass com chave-fusível – Deve ser aplicada quando as correntes de falta (Icc2F) envolvidas na zona de proteção principal do religador "bay-passado" não sensibilizem a proteção de retaguarda, ou seja, quando: 1,2 × Ipick up fase PR menor Icc2F (na zona de proteção principal do RL) A seleção, dimensionamento e seletividade da chave-fusível e respectivo elo-fusível, devem seguir as orientações contidas em 6.3.4.1 e 6.3.4.2. NOTA Na impossibilidade de utilização de bay-pass com chave-fusível no religador por problema de corrente de carga e existindo seccionalizador(es) à frente do religador, neste caso a chave-fusível poderá ser instalada no(s) respectivo(s) bay-pass do(s) seccionalizador(es). 6.3.4.4 Proteção com chave-fusível repetidora de 3 operações Para utilização de chaves-fusíveis repetidoras de 3 operações nas redes de distribuição, devem ser considerados para a sua coordenação e seletividade com outros equipamentos de proteção, os itens a seguir. 6.3.4.4.1 Coordenação religador / chave-fusível repetidora Para um curto-circuito qualquer na zona de proteção da chave-fusível repetidora cuja corrente de curto sensibilize o elo-fusível da respectiva chave, bem como a proteção de fase do religador de retaguarda, a coordenação ficará garantida quando o tempo máximo de interrupção de uma unidade da chave-fusível repetidora for inferior ou igual ao tempo da curva lenta de fase do religador menos 0,2 s e ainda menor ou igual a 75%, respectivamente, ou seja: tmáx. interrupção chave-fusível repetidora ≤ tdisparo fase curva lenta RL ‐ 0,2 s tmáx. interrupção chave-fusível repetidora ≤ 0,75 tdisparo fase curva lenta RL NOTA Escolher o menor elo-fusível possível para permitir o máximo de seletividade com a curva lenta da proteção de terra do religador. 6.3.4.4.2 Seletividade relé x chave-fusível repetidora Relé de sobrecorrente eletrônico de neutro x chave-fusível repetidora Seletividade conforme 6.3.4.2.5, ou seja: tmáx. interrupção chave-fusível 0,75 trelé neutro tmáx. interrupção chave-fusível 0,75 trelé neutro ‐ 0,2 s Relé de sobrecorrente eletrônico de neutro x chave-fusível repetidora Considerar o avanço acumulado do disco de indução e efetuar a mesma avaliação como é feita na seletividade relé eletromecânico x religador, conforme 6.3.4.2.6, considerando o tempo de religamento igual a 0,4 s, ou seja: Página 51 Revisão 03 – xx/2014 ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição CHAVE REPETIDORA COM ELO K RELÉ DE FASE E NEUTRO TL Oper. T. máx. Interrupção T. Relig. Avanço Rest. Avanço Acum. s s % % % a 1 0,4 a 2 0,4 a 3 0,4 Na 3a operação da chave repetidora o avanço acumulado do relé deve ser menor ou igual a 75% e menor ou igual a 0,2 s. Considerando que pode haver modelos diferentes entre relés de fase e neutro, consequentemente com tempos de rearme diferentes, deve ser verificado o avanço acumulado para os dois relés. 6.3.4.4.3 Seletividade chave-fusível x chave-fusível repetidora Para a proteção chave-fusível x chave-fusível repetidora ser seletiva com a chave-fusível a montante da chave repetidora, deve ser atendida a seguinte inequação: 3 tmáx. interrupção uma unidade chave-fusível repetidora 0,75 tmín. fusão elo protegido (retaguarda) (na faixa de corrente de CC fase-terra mínimo correspondente na zona de proteção principal da chavefusível repetidora) 6.3.4.4.4 Seletividade chave-fusível repetidora x chave-fusível Para a proteção chave-fusível repetidora x chave-fusível ser seletiva com a chave-fusível repetidora a montante da chave-fusível, deve ser atendida a inequação dada em 6.3.4.2.1, ou seja: 3 tmáx. interrupção chave-fusível 0,75 tmín. fusão elo unidade chave-fusível repetidora NOTA As orientações acima foram baseadas em ensaios realizados em laboratório. A chave-fusível repetidora não pode ser usada à frente (jusante) de seccionalizador em virtude de suas limitações operativas, que dificultam a coordenação. Página 52 Revisão 03 – xx/2014
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