Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d

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Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d
Pequenos apontamentos de
como ficar com o bichinho
da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
(para conseguir a agilidade de um gato)
UNIVERSIDADE DO MINHO
TÉCNICAS INTERPRETATIVAS - DOCENTE TERESA CORREIA
LUZIA LAPO - LICENCIATURA EM MÚSICA - 2011/2012
Pequenos apontamentos de
como ficar com o bichinho
da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
(para conseguir a agilidade de um gato)
Pequenos apontamentos de
como ficar com o bichinho
da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
(para conseguir a agilidade de um gato)
UNIVERSIDADE DO MINHO
TÉCNICAS INTERPRETATIVAS - DOCENTE TERESA CORREIA
LUZIA LAPO - LICENCIATURA EM MÚSICA - 2011/2012
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Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Índice
Introdução......................................................................................... 09
Prefácio.............................................................................................. 11
Quem é a Viola d’Arco ?...................................................................... 13
A Viola d’Arco no mundo cibernético...................................................... 15
Cuidados a ter com o instrumentista, instrumento, arco e acessórios......... 19
Indicações de posições para tocar......................................................... 23
Efeitos sonoros...................................................................................27
Articulações....................................................................................... 31
Métodos
Método de Sitt...............................................................................33.
Método Carl Flesch.........................................................................33.
Método Sevcik.............................................................................. 34.
Método Schradieck........................................................................ 34.
Método Suzuki.............................................................................. 35.
Método Bruno Giuranna................................................................. 35
Exercícios
Porquê?........................................................................................27.
Aquecimento................................................................................. 37.
Afinação....................................................................................... 39.
Aquecimento/afinação.................................................................... 44
Mudanças de posição..................................................................... 46.
Vibrato......................................................................................... 47.
Arco............................................................................................. 47.
Corporal....................................................................................... 53.
Diversos....................................................................................... 56
Nota Conclusiva..................................................................................63
Agradecimentos................................................................................. 65
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EXERCÍCIOS PRÁTICOS
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Introdução
Viola d’arco?
É aquele violino
grande não é?
A
viola d’arco tem apenas mais um sétimo do tamanho do que o violino e,
exceptuando essa diferença de dimensões, os
instrumentos parecem ser exactamente iguais.
O arco da viola d’arco é ligeiramente mais
comprido e pesado do que o do violino.
As suas cordas estão afinadas começando por
dó, uma oitava abaixo do dó central, e por
intervalos de quintas (dó, sol, ré, lá). As cordas
livres reproduzem a escala exacta do violoncelo,
se bem que uma oitava acima.
Ao longo da história da música, a viola d’arco
sempre foi um instrumento que se manteve
longe das luzes da ribalta, não querendo o
protagonismo do agudo violino nem tão pouco
a enormidade do contrabaixo ou a eloquência do
violoncelo, procurando estar sempre presente.
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EXERCÍCIOS PRÁTICOS
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Prefácio
A
viola d’arco tem sido considerada, frequentemente, como
o membro menos nobre da família das cordas. O que não
tem nada de extraordinário: o contrabaixo ocupa o seu lugar
especial como patriarca da orquestra; o violino, condu-la, e o
violoncelo é utilizado para muitas e variadas finalidades devido
ao seu belo e suave som. Em compensação, a viola d’arco,
submersa na secção central das cordas, poucas oportunidades
tem de se exibir como instrumento solista.
Por este motivo, o repertório existente para viola d’arco pode ser
considerado escasso quando comparado com outros instrumentos
musicais. Embora existam concertos, sonatas e outras peças
escritas originalmente para este instrumento é frequente a
transcrição para viola de obras originais de outros instrumentos.
Tal como peças encontramos também uma escassez de métodos
de estudo e livros de técnica escritos especificamente para
violetistas e por violetistas. Pelo contrário encontramos uma
vastidão de livros técnicos para violinos sendo estes os por
norma escolhidos embora nem sempre os exercícios sejam
adequados para viola, como é exemplo os exercícios de extensões
e déci-mas. Exemplos desses são Sevcik ou Schradieck, bem
como exercícios e caprichos de Kreutzer, Rode, Campagnolli,
Vieux, etc.
E esse é o principal motivo para a escrita deste pequeno manual,
para que haja ao alcance dos amigos da viola uma compilação de
exercícios e informações sobre como descobrir a viola, entendela e resolver alguns problemas técnicos.
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EXERCÍCIOS PRÁTICOS
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Quem é
a Viola d’arco ?
E
xistia na Idade Média um instrumento, a
que se chamava , muito importante por
se poder adaptar a qualquer espécie de música.
É deste instrumento que descende a viola, designações alternativas e comuns: violeta
(português), alto (francês), viola (inglês),
bratsche (alemão), viola (italiano). - na qual se
mantêm as características principais.
Desde 1500, data em que começou a ter
grande uso, até ao século XVII, a viola foi
muito empregada nas igrejas, para apoiar ou
até substituir as vozes graves. Bem como teve
diversos nomes, quando chegou a Itália, por
volta de 1535, denominava-se alto-tenor violino,
visto que o termo italino viola foi modificado de
diversas maneiras para descrever uma família
ou instrumento específico. Exemplos são nos
séculos XVI e XVII viola de braccio, soprano
di viola de braccio, viola da gamba e basso di
viola da gamba. Posteriormente viola d’amore
e viola pomposa. No século XVII e XVIII o
termo viola é usado com adjectivos para marcar
diferentes registos, como por exemplo Alto
viola e Tenor viola (respectivamente Viola I e
Viola II). No século XVIII viola era equivalente
a viola de braccio que no alemão moderno se
passou a denominar Bratche.
Originalmente, o substantivo “violeta” designou-se para designar a viola da gamba, um
instrumento renascentista e barroco que se
segurava entre as pernas. Mas foi de facto, a
viola de braccio a verdadeira precursora quer
do violino quer da violeta, porque se apoiava
no ombro.
Deve-se a Ganassi del Fontego a publicação do
primeiro método de violeta, intitulado “Regula
Rupertina”. Os primeiros grandes virtuosos da
violeta, aqueles que conseguiram mostrar todas
as possibilidades desse instrumento, foram
os italianos Alfonso de Ferrara e Gianbattista
Siciliano. Na mesma época viveu o alemão
Hans Gerle, famoso fabricante de instrumentos
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musicais, que escreve a primeira obra completa
para violeta, a que de seu o nome de “Música
Deutsche”, ou seja, “música alemã”.
Mais tarde, quando este instrumento deu
entrada em Inglaterra, provocou tão grande
interesse nos meios musicais desse país que,
de um momento para o outro, desenvolveuse extraordinariamente a indústria inglesa
dos construtores de viola d’arco. Da mesma
maneira, aumentou na Inglaterra o número de
composições destinadas a este instrumento.
A principio, tal como sucedia na Itália, a viola
d’arco servia para apoiar as vozes em obras
William Primrose
religiosas. Logo depois passou a acompanhar
também obras profanas, em especial os
“madrigais”. Com estes, a viola d’arco entra
rapidamente na vida da alta sociedade britânica,
em nenhuma casa da boa burguesia faltava
um conjunto de violas d’arco, que constava de
seis instrumentos: contraltos, tenores e baixos,
colocados na sala, à disposição das visitas.
Em geral, a viola d’arco tem sido utilizada
quase exclusivamente como instrumento de
apoio aos ritmos e às harmonias para a música
de orquestra de câmara. Mas quando surge
como instrumento solista, tem uma qualidade e
timbre que a torna verdadeiramente única pelo
som denso das suas cordas.
Nos últimos anos do século XVIII, quando os
músicos começaram a aperceber-se da beleza
peculiar do seu som, a popularidade da viola
d’arco aumentou. Mozart foi um dos grandes
defensores e Berlioz inclui uma parte para viola
solista em Harold em Itália.
A necessidade de uma abordagem especifíca no
estudo do instrumento foi a partir do finais do
século XIX definitivamente assumido com a
criação do Curso de Violeta no Conservatório
Superior de Musica de Paris. E mais tarde, no
século XX com o surgir de grandes violetistas
como William Primrose, Lionel Tertis e Paul
Hindemith.
Paul Hindemith.
Lionel Tertis
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A Viola d’arco no
mundo cibernético
N
o mundo virtual encontramos diversos
sites dedicados ao instrumento, bem
como aos seus intérpretes e associações:
C
omo portal dos violetistas na Internet
encontramos: http://www.viola.com/
“Através da lista de email’s, a Web Site das Violas
oferece aos violetistas um fórum para trocarem
experiências, discutirem, trabalharem juntos e
informarem-se das actividades violetísticas,
como eventos próximos, planos para o próximo
congresso de violas e desenvolvimento de
novos capítulos na história deste instrumento.
Os membros desta lista incluem estudantes,
professores, profissionais, amadores e muitos
dos líderes as associações de violas locais,
estando todas as sociedades de violas do mundo
representadas. “
A
Sociedade Internacional
de Violas: http://www.
internationalviolasociety.org/
“A Sociedade Internacional
de Violas (a “IVS” ou “a
Sociedade”) é a organização
chave que governa e suporta
a existência e o futuro de
grupos nacionais e regionais
de violetistas. A Sociedade
é uma organização sem fins
lucrativos que promove e
suporta actividades para todos
os amigos da viola.”
A
Associação Portuguesa de Violas
d’arco: http://site.apvda.com/
“Seja bem-vindo! Este é um local de encontro
à volta do instrumento viola d’arco, também
chamado de violeta, e de todos quanto a tocam
ou a admiram. A Associação Portuguesa de
Viola d’arco nasceu da vontade de um grupo
de amigos e violetistas reunidos desde há
vários anos em torno da organização dos
Encontros de Violas d’arco, eventos que se
vêm realizando desde 2001 e conta já com
edições realizadas também em 2003, 2004,
2007, 2009 e 2011. Com a criação da APVdA
os promotores dos Encontros de Violas
pretendem prosseguir com o objectivo de
promover a divulgação do instrumento e do
espírito que existe em redor da Viola d’arco
e dos violetistas. Neste site poderá encontrar
informações relevantes sobre o instrumento
viola d’arco bem como as actividades e vida
da associação, anúncios dos seus associados
e outros eventos em torno da viola d’arco.”
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EXERCÍCIOS PRÁTICOS
E
ncontramos também diversas associações de violas pelo mundo, como é
exemplo da americana, a qual se encontram
agregadas outras 29 associações internas
representantes dos diversos estados deste
país bem como de algumas universidades:
http://www.americanviolasociety.org;
“Bem-vindo ao site da Associação Americana
de Viola, a primeira organização para
http://www.viola-in-music.com/
“Tudo o que alguma vez quiseste saber sobre a
viola e nunca tivestes coragem para perguntar!
Aqui vais encontrar informação curiosa sobre
diversos compositores e a sua relação com
a viola, as suas obras para fazeres download
bem como quem as tocou, o que escreveram
e histórias de vida de compositores e músicos.
Afinal não há tão pouca informação sobre a viola
como se pensa, mas é como um grande puzzle,
tens de juntar todas as pequenas peças, muitas
das vezes sem ter o resultado à tua frente.”
http://www.theviolaworkshop.com/
“O luthier britânico e especialista na construção
de violas, David Milward tem trabalhado
exclusivamente com violas há mais de 25
anos. Desenvolvendo um padrão de viola
inteiramente original e pessoal, conjuntamente
com um estilo de trabalho individual, tem
criado uma interpretação de sucesso da viola
moderna. Um design de viola original baseado
no desenvolvimento do padrão tradicional da
construção de violas, promovendo a continuidade
da qualidade acústica e sonora/técnica através
de todos os tamanhos disponíveis, variando
estes entre os 15 ¼ e 17 ½.”
violetistas dos Estados Unidos da América!
A Associação promove interesses na viola
encorajando performance e gravações
do mais alto nível artístico, pelo estudo
contínuo e pesquisa do nosso instrumento e
do seu repertório, e sendo um veículo para
o desenvolvimento contínuo da fraternidade
entre violetistas.”.
http://www.primrose
competition.org/live/
“
A Competição Internacional de Violas
Primrose foi uma das primeiras
competições instrumentais, desde o seu
início em 1986. Trata-se de uma competição
internacional para violetistas patrocinada
pela Associação Americana de Violas, sendo
realizada regularmente em conjunto com
os encontros bienais do Congresso Norte
Americano de Violas. Os participantes são
oriundos de todos os países e devem ter
menos de 29 anos. A competição tem três
rondas durante uma semana de festival no
qual se vê brilhantes performances e onde é
dada uma oportunidade de promover a visão
de Primrose, de juntar a excelência artística
de todos esses violetistas que andam aí
espalhados pelo mundo.
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O Quarteto de Violas Absolute Zero:
http://www.absolutezeroviola4.
com/
“O Absolute Zero Viola Quarteto
tem funcionado desde 1995, fazendo
performances no sul do País de Gales e
Londres. É composta por Peter Taylor,
Dominic Jewel, Ania Leadbeater e Ross
Cohen, instrumentitas da Orquestra
Nacional da BBC de Gales e Orquestra
da ópera Nacional de Gales. Também são
conhecidos como os criadores do primeiro
cd mundial de quarteto de violas, não
sendo um quarteto de cordas normal, este
quarteto de violas é muito mais raro e
divertido!”
O Quarteto de Violas Meantime:
http://www.meantimeviola.com/
“Começado em 2008, o quarteto de Viola Meantime
veio do sul de Londres. Os seus quatro membros
(Frances Barrett, David Lawes, Katy Reed e David
Brooker) vêm de meios musicais diferentes, tocam
em concertos locais para angariar dinheiro para
instituições de caridade e, descobriram um enorme
gozo por fazerem parte de um quarteto cujo único
som é de uma viola. Após uma longa e árdua
viagem pelo repertório existente para quatro violas
encomendámos novas obras para performances e
ensaios. Sem surpresa, descobrimos que as melhores
peças são aquelas em que as melodias são partilhadas
pelos quatros, ao contrário do um concerto de cordas
standard.”
Bem como diversas páginas de Violetistas espalhados pelo mundo como são exemplo:
http://www.giuranna.it (Violetista Bruno Giuranna);
http://www.meliawatras.com (Violetista Melia Watras);
http://www.jeannemallow.com (Violetista Jeanne Mallow);
http://www.rudolfbarshai.com/ (Violetista Rudolf Brashai);
http://www.paul-hindemith.org/ (Violetista Paul Hindemith);
ht
tp://www.riax.com/host/atararad/index.html (Violetista Atar Arad);
http://www.ruf.rice.edu/ (Violetista Ivo-Jan van der Werff)
http://www.josephcurtinstudios.com/READarticles.htm
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EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Livros sobre a Viola e afins a consultar:
A Notebook for Viola Players
Ivo-Jan van der Werff
The History of the Viola - Vol. I & Vol. II
Maurice W. Riley
Cinderella no more
Lionel Tertis
My Viola and I
Lionel Tertis
Walk on the North Side
William Primrose
Playing the Viola-Conversations with
William Primrose
David Dalton
Violin and Viola
Yehudi Menuhin and William Primrose
Literature fur Viola
Franz Zeyringer
Bartok’s Viola Concerto –The Remarkable
story of his swan song
Donald G. Maurice
Life Class
Yehudi Menuhin
Stage Fright, causes and cures
Kato Havas.
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Cuidado a ter com o
instrumentista, instrumento,
arco e acessórios
O
corpo constitui a ferramenta de fazer música a qualquer instrumentista, pelo que é tão
importante quanto o instrumento. Por isso, se
estiver mesmo interessado em aprender a tocar
viola certifique-se que está em boas condições
físicas. Ter uma alimentação saudável, dormir
bem, fazer bastante exercício e, em suma,
cultivar o sentido geral de bem-estar revelam-se
elementos essenciais para tocar correctamente
um instrumento musical. É também importante
preparar-se mentalmente antes até de pegar
na viola, ou seja para praticar antes de actuar.
Comece por fechar os olhos e respirar de modo
regular e prolongado. Depois, trate de aquecer
as articulações e os músculos que intervêm no
processo de execução. Assim sendo, estenda os
músculos dos braços, ombros, pescoço, costas,
pulsos e dedos. Quando se sentir descontraído e
á vontade, com o adequado estado de espírito,
abra o estojo e pegue na viola.
Um instrumento de cordas exige uma quantidade
extraordinária de cuidado e atenção. Ele é
composto de materiais que estão em constante
mudança, está sujeito a forças de muitos quilos
por polegada quadrada pela pressão das cordas,
e passa boa parte de sua vida em vibração
perpétua. Existem coisas a que deve ter especial
atenção, algumas das quais, chamaremos agora
por “Regras para uma viola saudável”:
cuidado utilizando um pano macio para tirar o
pó (isto previne o desgaste do instrumento bem
como a poeira diminui o tempo de duração das
cordas).
3 – Nunca pegue o arco pelas cerdas, pois a
mão é gordurosa, essa gordura suja as cerdas,
causando assim falhas sonoras ao passar o arco.
4 – Pegue no arco com delicadeza e rode o
1 – Lavar e/ou limpar as mãos sempre antes de parafuso até as cerdas ficarem suficientemente
esticadas. Tenha cuidado para não as deixar
manusear a viola.
demasiado apertadas. Teste o arco “ressal2 – Antes e após tocar, limpe o instrumento com tando-o” ligeiramente num dedo estendido
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enquanto segura no talão de modo a que esse 12 – Sempre que afinar ou trocar as cordas do
dedo atinja o meio das cerdas. Estas deverão seu instrumento confira a posição do cavalete.
ficar suficientemente esticadas quando cederem,
13 – Verifique ocasionalmente todos os afinamas sem o seu dedo tocar na vara do arco.
dores para certificar-se que não estão demasia5 – Quando terminar, desaperte o arco, limpe a damente apertados. Se estiverem, afrouxe-os e
vara do arco (parte de madeira) com um pano aperte as cravelhas. É possível que os afinadores
para tirar a resina e arrume na caixa. Esta acção quebrem; em alguns casos a tensão pode fazer
evita o alongamento das cerdas e a deformação com que uma corda quebre. do seu arco.
14 – Enrolar o instrumento em seda é uma
6 – Colocar sempre que necessário resina nas técnica antiga que ajuda a manter a temperatura
cerdas do arco. Para confirmar se é necessário adequada do instrumento, pois a seda é térmica
passe as cerdas na parte de trás da mão, se não “assim dizem as borboletas”.
ficar branco coloque resina, sacuda-o e estará
15 – Se o instrumento sofreu algum tipo de dapronto a tocar.
no ou se precisa de algum ajuste ou reparação
7 – Tenha cuidado para não bater com a ponta leve-o a um Luthier, evite consertos caseiros
do arco de encontro a qualquer coisa sólida tais como: (mesmo delicadamente). Esta parte do arco - Colar cavalete, pois ele pode quebrar e é muito delicada e quebra facilmente, sendo danificar o tampo da viola;
- Ajustar a alma com garfo;
muito difícil de ser reparada. - Passar sabão com giz nas cravelhas;
8 – Mude de corda pelo menos uma vez a cada - Dar polimento com ceras ou produtos seis meses se toca diariamente, isto porque elas desapropriados;
são desgastadas pelo acumular da resina, a sua - Fazer retoques de verniz com tintas, esmalte ou outros desapropriados;
acidez e o suor das mãos.
- Lixar a viola d’arco para tentar trocar a cor 9 – Para trocar as cordas substituas uma a uma, original;
não tire todas as cordas de uma única vez, pois - Desmontar o instrumento para limpar;
a alma do instrumento pode cair assim como o - Lavar o instrumento;
- Aparafusar o braço se ele soltar;
cavalete.
- Colar a cabeça do arco com cola.
10 – Quando mudar de cordas limpe e estique a
corda nova antes de a colocar, isto fará com que 16 – Não deve:
- Colar figurinhas adesivas, outro tipo de ela se fixe mais rapidamente.
adesivo ou etiquetas no instrumento, arco ou 11 – Sempre que trocar de corda aproveite e estojo;
passe um lápis na marca da corda sob o cavalete - Desenhar ou escrever os nomes no e na marca da corda sob a pestana, pois o grafite instrumento.
é um óptimo lubrificante ele diminuirá o atrito
da corda com a pestana e o cavalete e dá mais 17 – Se está num clima seco, use o Dampit.
longevidade às cordas diminuindo também o Tire o dampit todos os dias, mergulhe-o em
água por 20 segundos, esprema o excesso de
desgaste natural da pestana e do cavalete.
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EXERCÍCIOS PRÁTICOS
água em uma toalha, e coloque-o de volta no
instrumento. Faça isso duas vezes por dia, se a
temperatura externa estiver abaixo de zero. Isto
prevenirá a probabilidade de fendas e aberturas.
lugar onde o instrumento vai. Existem violas com mais de 210 anos de idade,
tal como uma pessoa ou animal de estimação,
se for em cuidada, a viola, durará eternamente.
18 – Sítios proibidos para deixar e estar com a
viola:
- Lugares externos (quentes ou frios);
- Exposta aos raios solares, (o calor pode fazer a madeira descolar, deformar ou até mesmo rachar);
- Lugares húmidos (pode causar descolagens, deformações, perda de som ou até mesmo fungos);
- Perto de radiadores, aquecedores, ar condici- onados, ventoinhas e etc.
O instrumentista deve:
- cuidar, proteger e respeitar o seu instrumento como a sua família;
- amar, acarinhar e dedicar-se como a um namorado/marido ou filhos;
- descansar e divertir-se como amigos;
- ouvir como crítico;
- exigir e aperfeiçoar como um professor;
- ser pontual, estar preparado e sentir-se realizado como bom profissional.
Conteúdo da caixa da viola d’arco:
19 – Etiquete a caixa do instrumento com seu Corta-unhas, cordas, resina, surdinas (pesadas
nome, endereço e número de telefone, apenas e ligeiras), afinador, metrónomo, para as raparigas elástico de cabelo ou molas, tesouras, alipor segurança
cate, lenços de papel, panos macio, álcool ou
20 – Em situações de multidão, ponha o instru- palha-de-aço para o ponto, um pente extra,
mento de modo que ninguém possa sentar, pisar, lápis, fotografias da família, cartas especiais,
amuletos.
ou esbarrar nele. 21 – Nunca abandone a viola numa cadeira
se estiver com mais pessoas, sempre que se
ausentar por minutos guarde-a no estojo, isto
evitará acidentes e quedas do mesmo.
22 – Nunca transporte ou deixe o seu instrumento dentro da mala do carro/autocarro, no
tempo frio o instrumento irá ficar frio muito
rapidamente, em tempo quente o instrumento
pode ficar muito quente fazendo com que se
descole ou o verniz derreta bem, como nunca
o deixe no banco do carro que pode ser um
convite aos ladrões.
23 – Se vai guardar a viola por uns tempos ou
andar de avião, solte um pouco as cordas.
24 – Faça um seguro do seu instrumento, para
cobrir incêndios, roubos e/ou danos em qualquer
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EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Indicações de
posições para tocar
A
pesar de existirem diversas formas
de explicar as posições para tocar um
instrumento e de existirem várias opiniões
acerca disso é importante ter em conta a saúde
e procurar a posição mais natural e mais
correcta possível. A posição do corpo é um
assunto importante que cada instrumentista
deve ter em conta visto que pode trazer muitos
problemas, criar pequenas tensões corporais
como por exemplo musculares, que podem
fazer o instrumentista parar de tocar por um
curto ou longo espaço de tempo. Isto acontece
porque segurar uma viola não é uma posição
natural, deste modo devemos ajustar a nossa
posição a tocar para que fique com o máximo
de naturalidade Existe, no entanto, uma posição
“standart”, a qual podemos dizer que funciona
para a maioria das pessoas.
Quando se toca de pé, o corpo deve estar
direito, as pernas ligeiramente afastadas (por
exemplo, pés alinhados com os ombros) para
que se mantenha um equilíbrio. Pés bem assente
no chão sendo o peso do seu corpo distribuído
pelas duas pernas, podendo o pé esquerdo
ligeiramente, mas apenas ligeiramente mais
à frente do pé direito, visto ser o lado onde
se encontra a viola d’arco. Essencialmente o
importante é ter tudo bem relaxado, confortável,
sem qualquer esforço, por duas palavras,
simples e natural.
posição convencional de pé
Quando se toca sentado, deve manter-se as
costas direitas, se possível sentado na ponta
da cadeira de pernas ligeiramente abertas para
novamente se manter o equilíbrio. Não se
encoste ao espaldar da cadeira e imagine uma
linha a percorre-lo da cabeça até ao ponto em
que contacta com a cadeira, esforçando-se para
manter essa linha direita, mas não rígida ou
inflexível.
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Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
de seguida se possa pegar no arco que deverá
ser sempre tocado paralelamente ao cavalete
entre o cavalete e o ponto, nem muito próximo
de um como do outro.
posição convencional sentada
O recomendado é, sempre que puder, alterne o
estudo sentado com o estudo em pé, controlando
a própria postura nas diferentes situações para
evitar desequilíbrios posturais.
A Posição da viola no corpo também varia mas a
viola d’arco deve repousar em cima da clavícula
esquerda e apoiada de leve no ombro esquerdo.
O uso da almofada e queixeira é facultativo mas
caso se usem, a almofada é colocada no ombro
e a viola d’arco é agarrada pela mão esquerda
afastando-se cerca de 40ª graus do corpo. O
queixo é colocado não exactamente dentro da
concavidade da queixeira mas a seu lado, para
evitar uma inclinação em excesso do pescoço.
O braço esquerdo deve estar na direcção do pé
esquerdo e deve-se conseguir segurar a viola
d’arco sem o apoio da mão esquerda. Caso
tal não aconteça, há que ajustar algum dos
parâmetros referidos imediatamente para que
posição correcta
posição incorrecta
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Para a posição da mão esquerda e do polegar,
equilíbrio e naturalidade são novamente o mais
importante. Sem qualquer tensão os quatro
dedos devem repousar no ponto/escala. Imagine
o seu braço esquerdo preso no ombro, e é
essa a posição que a sua mão deve ter quando
posta no ponto da viola. O cotovelo deve ficar
pendurado debaixo do instrumento, rodando
conforme o tamanho dos dedos e mantendo-se
rígido para o braço se mexer com flexibilidade
em volta do ponto. O pulso não deve permitir
que a mão se dobre para qualquer dos lados,
devendo ainda alinhar com o antebraço (embora
em posições aguda não se possa seguir esta
regra. O polegar actua como um contraforte
para a pressão exercida pelos dedos que pisam
as cordas e não deve projectar-se muito acima
do ponto nem para a frente ou deitado, sendo
desaconselhável pressioná-lo com demasiada
força pois pode transformar a mão num grampo
imóvel e desconfortável. Enquanto se toca, os
dedos devem manter-se na corda sempre que
possível e mesmo quando parece impossível
ou desconfortável, tendo primeiro dedo (indicador) como base ou guia, deve procurar-se uma
posição em forma de concha que seja segura e
flexível para a mobilidade dos dedos em todas
as posições, nunca esforçando.
Posição da mão direita: O trabalho da mão
direita é de friccionar o arco na corda no sítio
certo, na direcção e velocidade certa com a
pressão necessária. O arco funciona como uma
extensão do braço, devendo ambos funcionar
como um todo. Podemos pensar no arco
como uma mola e a mão direita como o que
determina o movimento dessa mola, devendo
estes ser fáceis e fluidos. A forma como a
mão é colocada no arco pode variar de época
para época, de escola para escola, podendo o
arco ser agarrado no ponto de equilíbrio ou no
talão. Seguindo esta última hipótese, podemos
começar por pegar novamente na naturalidade
e descontracção. Forme um círculo com os
dedos polegar e indicador, a parte de dentro do
25
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Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
polegar deverá ficar em contacto com a parte
inferior da bainha, próximo daquele alto preto
junto ao talão. O dedo indicador na vara, o dedo
médio na parte inferior do arco, em frente ao
polegar sem lhe tocar, enquanto os outros dedos
dobrar-se-ão ligeiramente sobre a vara. Ficando
os dedos médio a anular mais juntos, sendo por
01
muitos vistos como a posição “coelho” e estes
dois dedos os dentes grandes do mesmo. O mindinho repousa na parte superior da vara perto
do parafuso, fornecendo uma contrapressão
ao polegar, é o único dedo que fosse em pé.
Conseguindo segurar-se o arco apenas com o
polegar e o mindinho.
02
01 - Posição correcta da mão
direita.
02 - Posição errada da mão
direita devido à má colocação do
dedo indicador.
03
03 - Posição errada da mão direita
devido à má colocação do dedo
mindinho.
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Efeitos sonoros
Surdina
A surdina é uma pequena peça de madeira ou da surdina é exigida em muitas passagens do
metal que se prende no cavalete de modo a repertório orquestral, explorando assim um
Full Score
1
bloquear
as suas vibrações, resultando assim
timbre diferente. O termo senza sordino cancela
Full Score
um efeito sonoro mais fraco e baço. A aplicação o efeito surdina.
≥ô
B 42
œ
i
œ
œ
œ
œ
œ
œ
œ
Scordatura
É a afinação fora do comum de um cordofone Foi muito utilizada na música de alaúde dos
destinada a facilitar determinados tipos de séculos XVI e XVII e consistia quase sempre
passagens difíceis e obter acordes, normalmente na passagem da corda grave Lá para Sol.
impossíveis ou mesmo mudanças tímbricas.
Harmónicos
A florando com o dedo as cordas em ponto
bem determinados obtém-se as notas correspondentes aos harmónicos naturais da corda,
com uma sonoridade muito diferente do som
Sul tasto
natural. Os harmónicos artificiais são obtidos
da mesma maneira, mas calcando a corda com
o primeiro dedo (em vez de usar a corda solta)
e aflorando-a com o quarto dedo, o mindinho.
Este efeito, também chamado flautando, é aveludada, um som com mais fundamental e
obtido tocando com o arco sobre o ponto, o que menos harmónicos.
produz uma sonoridade mais suave, delicada e
27
28
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Sul Ponticello
Sinónimo de “no cavalete”. Aqui, pelo contrário, pois a mais pequena variação na sua posição
toca-se o mais perto possível do cavalete, o que faz uma grande desigualdade tímbrica, tirando
exige um excelente domínio técnico do arco, o efeito de um som metálico e sombrio.
Full Score
Pizzicato
Full Score
1
Quando surge a indicação pizz, passa-se a friccionar com o arco, que só volta a ser usado
beliscar as cordas com o dedo, em vez de as quando aparece a indicação arco.
Pizz.
B 42 œ
œ
œ
œ
œ
œ
œ
œ
Vibrato
Efeito que ocorre quando se roda o pulso da mão produzida. É especialmente eficaz nas notas de
esquerda ou se ”vibra” os dedos, provocando longa duração e confere ao som uma qualidade
assim, uma pequena e rápida flutuação na nota quente e emotiva.
Col legno
Em vez de se tocar com as cerdas, usa-se a Usa-se sobretudo como efeito orquestral, mas
vara do acro (legno significa madeira), quer tem o inconsciente de contribuir significamente
friccionando as cordas, em legato, quer (na para a deterioração dos arcos.
maior parte dos casos) percutindo-as.
Glissando
Corresponde à evolução progressiva da altura duas notas que se podem tocar na mesma corda,
1
Full
de
um Score
som entre uma nota e outra, passando Full
por Score
obtêm-se fazendo deslizar a mão da posição da
todas as alturas intermédias de forma contínua, primeira para a segunda. Pode ser indicado de
e não em escala. Se o glissando é feito entre várias maneiras.
≥
B 42 œ
gliss.
œ
Trilo
Efeito indicado na pauta por tr, podendo também próxima dela – seja de meio-tom ou um tom –
com muita frequência estar notado por uma alternando rapidamente entre ambas para obter
linha ondulada sobre uma nota. Para o produzir, o valor completo da nota assinalada.
(imagem na página seguinte)
deverá dedilhar essa nota específica e uma nota
Full Score
Full Score
1
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Como se faz
Escrito
B 42
≥
Ÿ
˙
œ
œ
œ
œ
œ
œ
œ
œ
Tremolo
Efeito que se assemelha bastante ao trilo, mas adjacentes. Também pode ocorrer apenas numa
que ocorre entre duas notas com mais do que nota, provocando assim uma repetição rápida
1
Full
Score
um
tom
ou meio-tom de intervalo. Pode serFull
na Score
dessa nota.
mesma corda – ou tocado entre duas cordas
Ecrito
B 42 œ
Como se faz
≥
=
œ
œ
œ
œ
œ
œ
œ
œ
œ
Cordas dobradas e acordes
Na viola á possível tocar simultaneamente duas esquerda muda de posição.
notas, desde que seja possível produzir estas Para executar um acorde de três sons o músico
em cordas adjacentes, sem que a mão esquerda procede em duas fases: primeiro fricciona
mude de posição. Este efeito é muito explorado as cordas correspondentes à nota mais grave
em peças a solo de carácter virtuosistico, e à do meio; após um breve instante, muda
podendo um só instrumento tocar duas melodias instantaneamente o plano do arco, de modo que
independentes.
este deixe de tocar a corda grave (que continua
Embora na viola apenas seja possível tocar a vibrar livremente durante algum tempo) e
duas notas simultaneamente, são usados passe a actuar sobre a mais aguda, continuando
com certa frequência acordes de três ou a friccionar na corda do meio. Para haver uma
quatro cordas. Naturalmente, estes apenas boa sonoridade, é essencial que a velocidade do
são executáveis desde que todas as notas Full
que Score
arco e a sua aderência à corda do meio não1se
Full Score
não correspondem a cordas soltas possam alterem quando muda de plano.
ser obtidas simultaneamente, sem que a mão
Cordas Dobradas
B 42 œœ
œœ
Acordes
œœ
œœ
œœ
œœ
œœ
œœ
œ
œ
œ
œ
œœ
œ
29
30
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Articulações
A
lém dos efeitos referidos existem golpes de arco destinados a outros efeitos característicos,
diferentes articulações denominadas como:
Full Score
1
Full Score
Legato: Para emitir o som de todas as notas intervalos. Na pauta esta articulação é indicada
por uma ligadura de expressão.
de modo fluido e suave, sem interrupções ou
B 42
≥
œ
œ
œ
œ
œ
œ
œ
œ
Full Score
Full Score
1
Detaché: É a maneira recorrente de tocar direcção da arcada muda consoante a nota.
as notas com o arco separadamente, em que a
≥
B 42 œ
-
œ
-
œ-
œ
-
œ-
œ-
œ
-
œ-
Staccato: As notas deverão ser tocadas com modo, as notas deverão possuir um carácter
golpes de arco curtos e isolados, quase como “cortado”.
détaché, mas numa duração inferior. Desse
Portato: Este género de golpe implica uma sinais de tenuto, ou seja, um pequeno traço
ligeira separação das notas, ocorrendo tanto na horizontal por baixo da nota principal – debaixo
ponta como no talão. É indicado na pauta com de uma ligadura de expressão.
31
32
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
arcada curta e incisiva, bem articulada, pesada
Martelé:
Full Score
1
Full Score Significa “martelato”, e tal como
e isolada.
o nome indica, é a forma mais violenta de
articulação, em que cada nota é tocada com uma
B 42
≥
œ>
^
œ>
œ>
œ>
œ
^
^
^
œ
œ
œ
Spicatto: Este género de articulação usa- do golpe de arco nas cordas enquanto as notas
se habitualmente em passagens rápidas. Tem são tocadas. u u v
implícito um ressalto consciente ou espontâneo
Ricochete: Este género de articulação Jété: Sinónimo de “saltado” ou “lançado”, esta
uti liza-se em passagens maia virtuosas, é um
tipo de articulação muito semelhante ao jété.
A diferença consiste em que o jété é feito com
diferentes arcos (uvuvuv) e o ricochete é feito
na mesma arcada/direcção. (uu)
articulação consiste em “lançar” a terça parte
superior do arco sobre a corda, provocando,
assim, um ressalto do arco e resultando numa
sucessão de duas a seis notas rápidas.
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Métodos da Viola d’arco
Método de Hans Sitt
V
iolinista, Violetista, professor e compositor checo,
nascido em 1850. O seu pai era luthier e após Hans
fazer o secundário regular, foi enviado para o Conservatório
de Praga com o intuito de estudar violino e composição.
Desenvolveu uma boa carreira como intérprete e professor
de violino, tocando viola de 1883 a 1895 no quarteto
Brodsky em Leipzig, compondo peças e concertos para
uma diversidade de instrumentos bem como manuais
pedagógicos como é o caso de “Pratical Viola School”
(1891) e “15 estudos para viola, op. 116” (1913).
Método
Carl Flesch
V
iolinista húngaro nasceu em 1873
começando a estudar este instrumento
aos 7 anos passando por Viena, Paris, Berlim
e Londres. Ficou para a história pelo vasto
repertório que tocava a solo bem como a música
de câmara e livros técnicos.
Exemplos destes é “The Art of Violin Playing,
1923” no qual invoca o conceito do violinista
como um artista e não apenas um virtuoso.
O seu sistema de escalas é o modelo a seguir
por qualquer violinista. Morreu na suíça em
Novembro de 1944. O sistema de escalas foi
transcrito para viola por Charlotte Karman
33
34
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Método Sevcik
V
iolinista checo nasceu em 1852 começando as suas lições
musicais com o pai. Estudou no conservatório de Praga e
começou a sua carreira como concertino de concertos Mozartianos
em Salzburg. Destacou-se como solista e performances de
música de câmara como Eugéne Ysaye e como professor de
violino em Salzburg, Viena, Praga, Kharkiv, Kiev, Londres,
Boston, Chicago e Nova York. Os seus estudos e métodos para
violino são grandes ferramentas para o estudo técnico actual
do instrumento estando publicados em diversos livros como
“The Little Sevcik (que ensina o sistema de semitons em 149
exercícios); School of Violin Technics; Shifting na Preparatory
Exercises in Double Stoppu e Schule der Bogentechnike em 6
partes (1893). Foram transcritos para viola por Max Aronoff.
Método
Schradieck
V
iolinista alemão nascido
em 1846 iniciando os
seus estudos do instrumento
com o pai. Continuou os seus
estudos em Bruxelas, Leipzig
r Moscovo, regressando mais
tarde à terra natal, Hamburgo,
onde a sua reputação como
professor cresceu sendo a
sua série de livros de estudos
para violino um dos mais
usados actualmente por todo o
mundo. Transcrito para viola
por Samuel Lifschey
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Método Suzuki
D
esenvolvido por Shinichi Suzuki no
Japão após a Segunda Guerra Mundial. O
objectivo deste é tentar envolver o estudante com
a música da mesma forma que ele aprende a sua
língua materna seguindo o ambiente de amor,
bons exemplos, elogios e um determinado tempo
de estudo, de acordo com o desenvolvimento do
aluno.
Método Bruno Giuranna
V
e orquestra de Giorgio Federico Ghedini;
Colabora regularmente com orquestras como
a Filarmónca de Berlim, Scala de Milão bem
como com maestros de renome, Claudio
Abbado, Carlo Maria Giulini, …
Foi professor na Hochschule fur Musik em
Berlim e na Royal Academy em Londres,
actualmente é na Universidade de Limerick.
Dá inúmeras masterclasses pelo mundo, é
frequentemente convidado para o festival
Marlboro em Vermont e júri do Concurso
Internacional de Viola Bruno Giurana no Brasil.
A sua extensa discografia inclui a sinfonia
concertante de Mozart (com Henryk Szerying),
os concertos de Vivaldi para viola d’amore
complestos, e os quartetos com piano de Mozart.
Em 1900 grava os trios de cordas de
Beethoven com Anne-Sophie Mutter (Violino)
e Rostropovich (cello) para a Deutsche
Grammaphon e é nomeado para um grammy
tendo também a sua gravação do concerto de
Boccherini arrecadado o prestigiado prémio
“Grand Prix du Disque”.
ioletista italiano nascido na cidade de
Milão em 1933. Bruno Giurana
Completou os seus estudos musicais (em
violino e viola) no Conservatório de Santa
Cecília em Roma. Foi membro fundador do
grupo de música de câmara “I Musici” e desde
que iniciou a sua carreira de solista em 1954 fez
concertos por todos os continentes, tendo sido
o seu primeiro concerto dirigido por Herbert
von Karajan e a estreia do concerto para viola Site: www.giuranna.it
35
36
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Exercícios
Porquê os exercícios?
A
o tocar viola d’arco, o instrumentista deve
sentir-se livre, o espírito deve ocupar-se
constantemente de verificações de rotina. Deve
ser qualquer coisa como uma segunda natureza
mental. Cada parte, cada movimento, devem
ser verificados, a flexibilidade do ombro, a
mobilidade do pescoço, o dedo, o cotovelo, o
pulso, os pés, tudo calmo, relaxado coordenado.
Os exercícios técnicos são uma boa ajuda para
o processo de aprendizagem do instrumentista
e embora possam revelar-se aborrecidos, estes
exercícios tal como o nome indica permitem
aperfeiçoar a técnica e são tão importantes
como respirar. Devem ser vistos não como
uma obrigação mas um meio para atingir
determinado fim e, se forem feitos com um
objectivo específico, alcançará resultados mais
depressa do que se tocar sem método nenhum.
Organização. Organize sessões práticas, comece
lentamente e não se sinta desencorajado se levar
mais tempo que o previsto ou desejado, todos
têm de o fazer, praticar, praticar, praticar.
Nunca ignore os erros, pare e volte a tocar essa
secção, só poderá avançar na obra depois de
tocar correctamente essa secção cinco vezes
seguidas. Enquanto isso, não olhe muitas
vezes para a mão esquerda, pode estar a criar
alguma tensão e os dedos deverão habituar-se
às distâncias entre as notas e o ponto. Leia a
partitura, pense em como a quer musicar, cante
em voz alta ou ligue o metrónomo para ter um
tempo regular, depois a prática traz-lhe o resto.
Nota: Grande parte dos exercícios corporais e diversos foram
adaptados de “Lição do Mestre”
Sinais a saber:
W.B. = Todo o arco (em inglês, whole bow)
U. H. = Metade superior do arco
L. H. = Metade inferior do arco
H. B. = Metade do arco
P. B. = Ponta do arco
a) AQUECIMENTO
Os exercícios de aquecimento são importantes
para aquecer os tendões e dar um primeiro
movimento aos dedos, bem como para
desenvolver a flexibilidade e velocidade dos
mesmos. Não é muito correcto o violetista
começar um ensaio sem antes aquecer, deve
começar por fazer cordas soltas, exercício de
colocação do primeiro dedo, exercícios de
aquecimento (por exemplo algo como os três de
seguida apresentados) e uma escala. Também
pode optar por fazer exercícios do método de
Schradieck para a agilidade e velocidade.
37
38
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Exercício I: “Trilos”
ull Score
Full Score
1
Este exercício é para ser feito com todo o arco primeiras notas em grupos de semicolcheias
(quatro tempos por arco), som cheio e mantendo compasso a compasso. Um passo seguinte pode
sempre que possível os dedos na corda. Trata-se ser a realização deste exercício com ritmos.
basicamente de uma escala alternando as duas
Bc
œœœœœœœœœœœœœœœœ œœœœœœœœœœœœœœœœ
3
B
œœœœœœœœœœœœœœœœ
œœœœœœœœœœœœœœœœ
B œœœœœœœœœœœœœœœœ
œœœœœœœœœœœœœœœœ
5
7
B œœœœœœœœœœœœœœœœ
œœœœœœœœœœœœœœœœ
9
B œœœœœœœœœœœœœœœœ
11
B œœœœœœœœœœœœœœœœ
13
B
15
B
17
B
19
B
œœœœœœœœœœœœœœœœ
œœœœœœœœœœœœœœœœ
œœœœœœœœœœœœœœœœ œœœœœœœœœœœœœœœœ
œœœœœœœœœœœœœœœœ œœœœœœœœœœœœœœœœ
œœœœœœœœœœœœœœœœ œœœœœœœœœœœœœœœœ
œ œ œ œ œ œ œ œ œ œœ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
Full Score
Full Score
1
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Exercício II: Exercício terceiras (uma oitava)
2
0
3
1
œ œ œ œ œ œ œ œ œ
œ
œ
œ
œ
œ
œ
œ œ œ œ
œ œ œ œ œ
4
œœœœœœœœ œœœœœ œ
œFull œScoreœ œ œ œ œ œ œ œ
B
Full Score
œ œœœœœœ
0
1
2
2
3
4
3
1
2
4
3
0
1
1
3
4
4
2
3
2
1
3
B 44
0
2
1
2
4
1
3
4
3
2
1
2
4
2
1
4
1
3
2
3
1
4
2
3
1
2
1
0
1
Exercício III: Exercício terceiras (duas oitavas)
3
œœœœœœœ
œ
œ
œ
œ
œ
œ
œ
B 44
œœœœœ œ œ
œ
œ
œ
&
œ
œ
œ
œ
œœœ œ
1
0 2
3
0
2
1
3
1
2
4
3
1
1
3
4
2
0
1
4
2
3
1
2
0
1
3
3
2
2
1
œ œ œ œ œ œ œ œ
œ œ œ œ œ œ œ œ œB
œ œ œ œ œ œ œ
5
2
4
1
3
2
3
1
2
2
&
8
2 4
3
2
2
3
1
2
4
2
3
2
3
1
2
3
2
1
2
3
2
1
1
œœœœœ œ
œ œ œœœœœœœ
B
œ œœœœœœœ
œ œ œ ˙™
4
2
3
1
2
4
1
3
2
4
1
3
4
2
3
1
2
1
0
b) AFINAÇÃO
Exercício I: Escalas e Arpejos em três oitavas (com dedilhações)
As escalas devem ser sempre estudadas inicialmente devagar, piano e com especial atenção à
entoação das notas.
Pratique desde uma nota por arco até oito notas
por arco bem como a escala toda no mesmo
arco, repetindo as vezes necessárias até terminar
para baixo.
Passo 6 – Seis notas por arco, será necessário
repetir duas vezes.
Passo 7 – Sete notas por arco, terá de repetir
uma vez.
Passo 8 – Oito notas por arco, será necessário
repetir oito vezes.
(Quando praticar com mais que uma nota
Passo 1 – Uma nota por arco terá de repetir por arco, preste atenção para que se utilize a
uma vez até terminar para baixo.
mesma quantidade de arco para cada nota - boa
Passo 2 – Duas notas por arco, será necessário distribuição de arco).
repetir duas vezes.
Passo 3 – Três notas por arco, terá de repetir De seguida encontra um primeiro exemplo de
uma escala e arpejos na partitura. Mudando a
uma vez.
Passo 4 – Quatro notas por arco, será neces- escala, a única coisa a alterar é a nota inicial
e a dedilhação que segue posteriormente por
sário repetir quatro vezes.
Passo 5 – Cinco notas por arco, terá de repetir números, havendo o caso de diferentes escalas
que possuem a mesma dedilhação.
cinco vezes.
39
Full Score
Full Score
40
1
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Escala de Dó Maior 3 Oitavas e respectivo Arpejo
Escala
2
3
4
1
4
3
4
4
3
œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
œ
œ
4
œ
B4
œ œ œ œ
&
œ
œ
œ
œ
œ
1
0
7
2
4
2
2
1
&
1
œ œ œ œ
B
3
2
1
4
3
3
4
2
1
2
1
2
œ œ œ œ
1
1
3
4
œ œ œ œ
4
Arpejo
1
12
0
0
2
1
BScore
ull
œ œ
œ
œ
3
œ œ
œ
œ
1
3
1
œ œ œ œ
1
2
2
1
2
1
4
3
œ œ œ œ
3
Full Score
1
1
3
œ œ
œ œ
1
2
0
1
œ œ ˙
2
0
0
1
œ œ
˙
Bem como possíveis variações
Etc;
B
3
B
œ
WB
œ
WB
œ œ œ
œ œ
HB
Etc;
œ œ œ œ œ
œ œ œ œ
œ
œ œ œ œ œ
œ œ œ œ
1/4B
5
B
œ œ œ
œ
œ œ
Etc;
6
6
œ œœœœœœœ œœœœœœ
6
6
œ œœœœœœœ œœœœœœ
WB 1/6B
7
B
œ œœœœœœœœœ œœœœœœœœ œ œœœœœœœœœ œœœœœœœœ
WB 1/8B
Dedilhações da escala de Dó Maior e Arpejo
0123412 3412123 4121234 4432121 4321214 32143210 – 020 131 131 413 113 1020
Dedilhações da escala de Dó menor e Arpejo
0123412 3412123 4121234 4323213 2143214 32143210 – 020 131 131 413 113 1020
Dedilhações da escala de Ré b Maior e Arpejo
1234123 4121234 1231234 4432132 1432121 43214321 – 131 131 131 413 113 1131
Dedilhações da escala de Dó # Maior e Arpejo
1223412 3412123 4121234 4432121 4321214 32143221 – 132 131 131 413 113 1231
Dedilhações da escala de Dó # menor e Arpejo
1223412 3412123 4121234 4323213 2143214 32143221 – 131 131 131 413 113 1131
Dedilhações da escala de Ré Maior e Arpejo
1234123 4121234 1231234 4432132 14132121 43214321 – 131 131 131 413 113 1131
Etc;
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Dedilhações da escala de Ré menor e Arpejo
1234123 4121234 1231234 4323212 1432121 43214321 – 131 131 131 413 113 1131
Dedilhações de escalas como Mi b Maior, Mi Maior, Fá Maior, entre outras e Arpejos
2341234 1212341 2121234 4432132 1321432 14321432 – 242 113 213 431 413 2142
Dedilhações de escalas como Mi b menor, Mi menor, Fá menor, entre outras e Arpejos
2341234 1212341 2121234 4323213 2143212 14321432 – 242 113 213 431 413 1242
Exercício II: Arpejos
41
42
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
43
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Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
c) AQUECIMENTO/ AFINAÇÃO
Exercício
Full Score
1
Full ScoreI: Afasta-Aperta
Deve começar-se na terceira posição, como no exercício é treinar os espaços entre os dedos
exemplo na corda ré (embora também possa com notas bemóis, sustenidos ou naturais, bem
e deva fazer na dó, sol ou lá). O intuito do como a abertura/flexibilidade dos mesmos.
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Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
No entanto existem outras variantes para este primeiro dedo.
exercício, podendo-se começar pela corda solta
2
Full Score
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45
46
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
d) MUDANÇAS DE POSIÇÃO
Exercício I: Mudanças
Mantendo o dedo nas corda sempre que sétimas e oitavas. Segue de seguida o exemplo
possível, exercitar as mudanças de posição em do exercício com segundas e terceiras.
segundas, terceiras, quartas, quintas, sextas,
Full Score
1
ull Score
Segundas
4
3 3 4œ
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4
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Terceiras
Full Score
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1
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
e) VIBRATO
Full Score
ull Score
1
Exercício I: Vibrato
Este exercício desenvolve-se em redor de quatro figuras:
3
4
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1
2
œ
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3
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4
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Passo 1 – Sem a viola, com o intuito de relaxar Nota: Fazer vibrato relaxado com cada dedo.
o braço e a mão, coloquemo-nos em posição de Passo 4 – Exercitar a primeira falando as quatro
tocar. Metrónomo com semínima a 60, fazemos figuras rítmicas faladas anteriormente
as quatro figuras. De salientar que deve sempre
Passo 5 – Com o uso de metrónomo, exercitar
soar nota inicial – nota inferior – nota inicial
cada dedo, um vibrato normal até ao mais rápido
Passo 2 – Repete-se o exercício mas com a possível.
viola.
Passo 6 – Repetir todo o exercício na terceira
Passo 3 – Sentados numa cadeira, viola ao colo posição e posteriormente quando seguro em
como se fosse uma guitarra, fazem-se exercícios todas as outras.
diminuindo a amplitude do vibrando
f) ARCO
Exercício
ull Score I: Para Mudanças de arcoFull Score
1
Use o seguinte arco para variações por exemplo seus dedos estão soltos e flexíveis
da escala de Dó Maior. Certifique-se que os
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4
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Exercício I: Para arco legatto
Passo 3 – Outra variante, com ritmos sempre
Passo 1 – Estudo Nr. 2 de Kreutzer (Livro de 42
legatto.
estudos, diversas edições)
Passo 1.b) – Executar escalas colocando
Passo 2 – Executar o estudo estando com atenprimeiro na ponta do arco a mão com posição
ção para ter o mesmo som para baixo e para
a subir e de seguida no talão com posição a
cima.
descer.
47
48
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Exercício II: 11 Exercícios para a mão direita
Preparação:
Passo 2 - Mover o arco para o lado direito (é
muito importante que esteja a segurar o arco na
posição correcta).
Passo 1 - Braço direito esticado.
Passo 2 - Segurar no meio do arco com a mão
Passo 3 - Mover o arco para o lado esquerdo.
esquerda.
Passo 3 - Suspender os dedos da mão direita, Passo 4 - Deve ouvir o som, uma espécie
de vento rápido, que é produzido com esta
sem polegar, na segunda falange.
movimentação e repetir o exercício várias
Passo 4 - Exercitar a colocação do mindinho e
vezes, tendo a mão fixa mas não rígida.
voltar a tirar. Colocar o polegar contra o dedo
médio, fazer isto várias vezes sem deixar que os
outros dedos se movam.
4º Exercício: “Rodar o dedo polegar”
Passo 1 - Por a palma da mão virada para o ar, a
segurar no meio do arco.
1º Exercício: “Macaco”
(arco na posição vertical.)
Passo 1 - Trepar com a ponta dos dedos até à
ponta do arco.
Passo 2 - Na volta, até ao talão, a mesma
coisa, também com a ponta dos dedos, tentado
empurrar o arco com o mindinho.
2º Exercício: “Lagarta”
Passo 2 - Primeiro com o polegar esticado e
depois rodá-lo entre as falanges 1 e 2.
5º Exercício: “Soldado”
Passo 1 - Pousar a ponta do arco no ombro
esquerdo e fazer com que o braço direito fique
na posição de um L.
Passo 2 - Levantar a vara com o dedo mindinho
e deixar cair no ombro.
(arco na posição horizontal.)
-Fazer o mesmo que no 1º exercício mas, desta
vez, com o arco na horizontal.
Passo 3 - Quando isto já estiver bem, pode-se
começar a fazer o mesmo exercício com ritmos.
Por exemplo:
3º
”Limpa pára-brisas” Full Score
ullExercício:
Score
Passo 1 - Colocar a mão direita na posição em
que se toca.
4
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1
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4
œ
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Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
6º Exercício: “Puxar e Empurrar”
9º Exercício: “Pintar”
Passo 1 - Segurar na ponta do arco com a mão
esquerda, isto um bocadinho acima do ombro
esquerdo.
Passo 1 – O mesmo movimento de pulso que
foi feito no 7º exercício mas, desta vez com a
vara na posição horizontal.
Passo 2 - Colocar a mão direita.
Passo 2 - Pulso para cima.
Passo 3 - Oferecer um bocado de resistência Passo 3 - Pulso para baixo (atenção para ter o
com a mão esquerda.
polegar redondo)
Passo 4 - Quando o arco é para baixo, puxar
com o dedo indicador, não é necessário que o
mindinho fique colocado na vara, dependendo 10º Exercício: “Escrever o nome”
do tamanho do braço de cada aluno.
Passo 1 – Escrever o nome utilizando o arco,
Passo 5 - Quando o arco é para cima, empurrar como se o ar fosse uma folha de papel. Tomar
com o dedo mindinho. Ter atenção que o dedo atenção de que todas as articulações se devem
mindinho fique redondo e o indicador a apontar movimentar mas, de uma forma relaxada.
para o ar.
11º Exercício: “Exercício de equilíbrio”
7º Exercício: “Limpar ou Encerar”
Passo 1 - Colocar ambas as mãos, na ponta do
arco por cima do ombro esquerdo.
Passo 2 - “Encerar” o arco para baixo e para
cima.
Passo 3 – Quando o arco vai para baixo, esticar
os dedos.
Passo 4 - Arco para cima, terminar com o dedo
mindinho redondo e o dedo indicador a apontar.
8º Exercício: “Abrir e fechar a porta”
Passo 1 - Colocar a mão direita na posição em
que se toca com o arco, com o arco na posição
vertical.
Passo 2 - Mover o pulso devagar e depois
abaná-lo, da posição original para a direita, da
direita para a posição original.
Passo 1 - Equilibrar a vara entre o dedo mindinho
e o polegar.
49
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Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Exercício III: Exercício em Fortíssimo para o som
Passo 1 - Colocar o meio do arco na corda.
atenção para que se mantenha direito (usar todas
as cerdas).
Passo 2 - Mover o arco sem que se ouça no
som da nota. Primeiro com o indicador, depois Passo 5 - Arco para cima fazer a força, para
com o dedo médio, seguindo com o anelar e puxar o arco, com o dedo mindinho.
terminando com o dedo mindinho.
Passo 6 - Ter atenção á posição em que se está
Passo 3 - Agora com som. (O mesmo movimento de pé, principalmente à forma como os pés estão
com os dedos mas desta vez com pequenos apoiados e se os joelhos estão dobrados.
ataques)
Passo 7 - Usar o corpo de forma a que se possa
Passo 4 - Tocar com todo o arco perto do cavalete, lentamente. Arco para baixo com
produzir um bom som, relaxando os ombros,
mantendo uma posição direita e nunca curvar
o peito.
Exercício IV: 7 Exercícios no talão para estudar escalas
Full Score
ull Score
1
1º Exercício:
≥
4
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œ.
œ.
œ.
Passo 1 - Arco rápido e à corda. Quando o arco
chegar ao talão o indicador deve estar a apontar
para o tecto e o mindinho redondo. Depois de
se chegar ao talão nesta posição tem que se
tentar sentir o braço suspenso e completamente
relaxado.
≤
≥
˙
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˙
≤
2º Exercício:
Passo 1 - Fazer tercinas no talão movendo o
arco só com os dedos. Começar as escalas com
o arco para baixo ou para cima.
Passo 2 - Arco rápido, mas desta vez não
parar no talão mas continuar como se o braço 3º Exercício:
levantasse voo. Isto num só movimento.
Passo 1 - No talão, u u u u ou v v v v.
Atenção ao indicador (quando o braço parar no
Passo 2 - Com todo o arco. (O movimento do
ar) se está a apontar para o tecto. Ainda com o
braço continua sempre como se fosse levantar
braço no ar, abanar a mão. Depois disto, praticar
voo.)
um boa “aterragem” do arco na corda.
Passo 3 - Estudar isto com o arco para cima e
Ter muita atenção com a qualidade do som
para baixo. (Os movimentos do braço devem
produzido.
ser sempre circulares.)
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Full Score
ull Score
1
4º Exercício:
≥
6
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≤
≥
œ
œ
≥
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j
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‰
‰
≤
Ϫ
Ϫ
Passo 1 - Fazer este ritmo no talão só com o 6º Exercício:
movimento dos dedos.
Passo 1 - Este exercício consiste em movimentar
Passo 2 – Nas primeiras vezes à corda e depois, o arco para baixo, a começar na ponta, e para
o mesmo movimento fora da corda.
cima no talão.
7º Exercício:
5º Exercício:
Passo 1- Disparar o arco da ponta e voar com Passo 1 - As notas com um traço usar o arco
ele num movimento circular até voltar outra vez todo.
à ponta.
Passo 2 – As notas que têm pontos tocar no
Passo 2 - Enquanto o exercício está a ser talão apenas com o movimento dos dedos.
executado não esquecer de verificar a posição do Passo 3 – Fazer os passos anteriores com cordas
indicador (apontar para o tecto) e do mindinho soltas.
(redondo).
Full Score
Full Score
Passo 4 – Experimentar com oitavas duplas. 1
-≤
œ
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0
≥
œ.
0
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0
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œ.
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≥
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Exercício V: Fortalecimento do arco
Passo 1 - Pegue no arco e com a mão livre mais diferentes visto que não há um único movimento
que possa ser autónomo.
ou menos a meio do seu comprimento.
Passo 2 - Faça força com a mão que normalmente
trabalha o arco - sinta a resistência à pressão.
(Um exercício útil é fazer rodar o arco com os
dedos esticados.)
Passo 4 - Descreva círculos no ar com o arco.
Estes podem ser feitos só com o pulso, ou o
braço, ou incluindo pulso, braço e ombro.
Passo 5 - Erga o braço na horizontal, fazendo
Passo 3 - Repita depois com os dedos flectidos pressão com o dedo mindinho, o que estabelece
e verá que os ângulos do braço e do pulso serão o equilíbrio.
51
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Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Exercício VI: Para cima e para baixo
Passo 1 - Observe a maneira como a mão
começa a adquirir inclinação no começo do
impulso, a subida do arco, agarrado com a outra
mão a ponta deste. A posição dos dedos muda
consoante a direcção e a força do movimento.
cedência à gravidade – alongando a distância da
espinha à ponta dos dedos.
Passo 4 - No entanto, a subida é igualmente
uma cedência; procure senti-la.
Passo 5 - Mais ou menos a meio da subida
Passo 2 - Repare na posição uma vez concluída verifica-se uma curvatura nas costas, uma
a descida do arco.
sensação de amplexo, de cair sobre um colchão
Passo 3 - Tanto o movimento de subida como de ar, particularmente notória se expirar ao
o de descida do arco devem apresentar uma efectuar o movimento de subida.
inclinação natural. A descida corresponde à
Exercício VII: Mudanças de cordas
Um exercício simples com o intuito de coordenar direito, quanto melhor este for melhor soará a
os movimentos dos dedos do arco, antebraço e mudança de corda.
Full Score
1
braço. ull Score
Passo 3 – Relembra que numa arcada para cima,
Passo 1 – Toca no meio do arco.
o braço deve estar sempre paralelo ao arco e que
Passo 2 – Atenção ao movimento do ombro os dedos se devem manter sempre flexíveis.
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Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
g) CORPORAL
Exercício I: Exercício esticar
Passo 3 - Torça o mais que puder o tronco, até
sentir esticar a parte de trás da perna, os flancos
e a virilha.
Passo 4 - Conte até dez.
Passo 5 - Repita o exercício com a outra perna.
Passo 6 - Faça seis vezes de cada lado.
Este exercício faz esticar diversas partes do
corpo: dedos, pés, tornozelos, virilhas, flancos,
ombros e pescoço. E um bom aquecimento corporal é bastante importante para evitar lesões.
Passo 1 - Sente-se com uma perna o mais
dobrada possível e estique a outra perna no
chão, mantendo-a direita.
Passo 2 - Agarre o dedo grande e vire o tronco
para o lado, tentando olhar por cima do ombro,
o mais longe possível da perna esticada.
Exercício II: Exercício dobrar esticar
Levar as mãos ao chão é um velho exercício,
sempre útil, desde que não se dobrem os joelhos!
É possível efectuar algumas variantes em relação
à posição das mãos, que, independentemente do
interesse que possam ter, são também benéficas.
Pode tocar no chão com os dedos esticados ou
assentar as palmas das mãos no chão com os
dedos juntos e esticados. Pode deixar prender
descontraidamente os braços e as mãos, de
modo que a parte de trás dos dedos roce no
chão, ou então esticar totalmente os braços e
tocar no chão com as pontas dos dedos o mais à
frente possível.
Passo 7 - Estique agora ambas as pernas à sua
frente e, mantendo-as ligeiramente afastadas,
incline-se e agarre os dedos grandes ou os dedos
todos. (Se, inicialmente, não conseguir chegar
ais dedos, comece por agarrar os tornozelos, ou
o mais abaixo possível nas pernas).
Passo 8 - Depois, fazendo pressão no chão com
a parte de trás das pernas e a região lombar o
mais dobrada possível.
Passo 9 - Curve-se e puxe.
53
54
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Exercício III: Relaxar o pescoço
Este exercício é também sobejamente conhecido dos violinistas e só traz vantagens. Quando
se toca violino ou viola d’arco, é da maior
importância que o pescoço esteja livre de
qualquer compressão.
Passo 1 - Deixe pender a cabeça para trás a fim
de o pescoço se descontrair. Parecer-lhe-á que a
cabeça vai cair – não convém força-la, mas antes
movimentar o corpo de forma que a cabeça se
mova também uma vez relaxado o pescoço.
Passo 2 - Incline-se agora para um dos lados,
depois para a frente, para o outro lado e para
trás, deixando a cabeça descrever um círculo
completo.
Passo 3 - Repita no sentido inverso.
Passo 4 - Faça sempre os movimentos com
lentidão e de forma descontraída.
(Bastam três vezes em cada sentido.)
Exercício IV: Bolinhas chinesas
São artefactos de origem chinesa utilizados
para exercitar as mãos, para o aquecimento e
destreza dos dedos de ambas as mãos.
A sua história
Também denominadas de bolas de ferro,
surgiram em Baoding – cidade da história
milenar chinesa, vindo a sua criação da dinastia
Song (960-1127d.C.), onde eram utilizadas
como uma componente da arte marcial
budista. Na dinastia Ming (1368-1644d.C.), o
ferreiro Wang Meng Shen de Guan Shi-Qiao,
incentivado por um sonho que tivera, criou duas
bolas de ferro, para um conjunto, baseadas no
conceito yin-yang “uma que fala como o dragão
e outra que canta como a Fénix”. Wang Meng
Shen foi chamado ao palácio e passou a “artesão
imperial”, produzindo bolas de ferro somente
para a corte, ficando a sua criação conhecida
como o “tesouro do palácio”.
Beneficios terapêuticos
“As bolas soam como sinos relaxantes que
respondem à natureza e à fluência dos cinco
dedos, assim exercitando os músculos e
activando a circulação sanguínea. Elas também
relaxam os seus cinco órgãos vitais e prolongam
a sua vida. Segurando as duas bolas e fazendo
movimento cíclicos em suas palmas, você será
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
capaz de escutar o dragão falar e a Fénix cantar.
A sensação é única: é alcançar os imortais e
voltar às mais simples sensações dos tempos
antigos. As bolas estimulam também os vários
pontos de acupunctura presentes na mão,
activam o sistema nervoso central, beneficiam
o cérebro, melhoram a memória, aliviam o
cansaço, desligam a pessoa das preocupações e
do cansaço mental, e auxiliam no tratamento de
problemas com mão em geral. Há ainda registo
de pessoas que as usam para curar-se de artites
dos dedos e juntas, hipertensão, e doença de
idade. Assim, elas prolongam a vida das pessoas
e são um tesouro necessário, especialmente para
pessoas que utilizam muito as mãos e a cabeça.”
Liu Shou-Zhen, médico famoso de Baoding, o
primeiro a comprovar os benefícios
O seu uso é semelhante ao das bolas de ténis
por fisioterapeutas ocidentais. Podem contribuir
para a recuperação de con-tensões, ou ainda
para exercitar a força e agilidade;
Como se utilizam:
Utilizadas em exercícios, elas devem ser
colocadas juntas na palma da mão, e fechando
os dedos, fazendo movimentos circulares,
contínuos no sentido do relógio e anti-relógio,
podendo exercitar-se as duas mãos ao mesmo
tempo ou alternadamente.
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EXERCÍCIOS PRÁTICOS
h) DIVERSOS
Exercício I: Aprender a caminhar
É essencial que o violetista saiba ter uma postura
correcta – bem equilibrada, com a cabeça
na posição correcta. Todavia, estes aspectos,
aparentemente simples, nem sempre são bem
compreendidos. A harmonia e o equilíbrio
implicam que as partes do corpo funcionem com
independência e os exercícios que se seguem
permitem a sua melhor compreensão.
Passo 1 - Comece de pé, com as pernas
afastadas, equilibrando o corpo, de modo que o
peso de distribua igualmente.
Passo 2 - Transfira então todo o peso lentamente
para a perna esquerda e depois para a direita.
Passo 3 - Experimente agora movimentar a
cabeça e veja como toda a postura é afectada.
(A cabeça pesa bastante.)
Passo 4 - Incline ligeiramente o corpo para
trás – os ombros caídos e relaxados. Sentirá a
cabeça puxá-lo para trás.
Passo 5 - Incline-se então um pouco para a
frente, transferindo o peso para o pé esquerdo.
Passo 6 - Erga a cabeça bem direita, o queixo
para dentro. Este aspecto é importante – poder
sentir o centro de equilíbrio. Partindo de uma
posição de equilíbrio centrado, estará apto a
movimentar-se em qualquer direcção, mas a
posição básica do corpo – e do arco e do violino
– está centrada.
Exercício II: Exercício respiração
Os exercícios respiratórios são ideais para
descontrair e podem ser feitos na cama de
manhã, antes de se levantar. Prefiro fazer este
na posição de lótus, mas não é necessário.
Passo 1 - Sente-se numa posição confortável,
direita e equilibrada.
Passo 2 - Aperte o nariz logo abaixo da cana
com o polegar e o indicador.
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EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Passo 3 - Tape a narina direita e inspire pela
esquerda, contando devagar até cinco.
Passo 4 - Agora tape a esquerda e expire pela
direita, mantendo a mesma contagem.
Passo 5 – Estabeleça um ritmo: inspire pela
esquerda, tape a esquerda; expire pela direita,
tape a direita. Pode optar pela contagem que
melhor se lhe adeqúe, procurando manter um
ritmo lento uniforme, mas sem se obrigar a uma
lentidão que cause desconforto.
Exercício III: Exercício de pintura
Aquilo a que chamo “pintar” é um exercício que
nos aproxima da acção de tocar violino. Implica
movimentar os braços como se não pesassem
nada. Creio que muitas pessoas não se apercebem
de que é necessária consideravelmente mais arte
e destreza para tocar viola d’arco com leveza
do que com força. Na verdade, o melhor treino
para os jovens violetistas consiste em aprender
a tocar pianíssimo e sem pressão. Recorrer
à pressão impede a apreciação da subtileza,
do requinte e das infinitas gradações de tom e
inflexão de que o violino é capaz.
Passo 1 - Para começar a pintar erga os braços
à frente, deixando pender as mãos.
Passo 2 - Incline-se ligeiramente para a frente
e comece a descrever círculos com as mãos, em
movimentos naturais, mas em sentidos opostos.
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EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Pode descrever círculos pequenos ou grandes,
ao seu critério, partindo do movimento que já
está a executar.
uma posição idêntica à de estar a pintar o tecto
– as mãos esticadas e a cabeça ligeiramente
inclinada para trás.
Passo 3 - Deixe que as mãos se movam livre- Passo 6 - O corpo acompanha este movimento.
O tórax distende-se e os braços vêm totalmente
mente, fazendo girar os pulsos.
Passo 4 - Comece a endireitar as costas, vértebra atrás.
a vértebra, prosseguindo os círculos com as
mãos e mantendo os braços levantados.
Passo 5 - À medida que desloca os braços, a
cabeça também se vai levantando, até atingir
Passo 7 - Prossiga o movimento circular.
Passo 8 - Decorridos alguns instantes, pare e
baixe os braços, mantendo-os ao lado do corpo.
Exercício IV:
Este exercício destina-se a fomentar a liberdade Passo 3 - Transfira todo o peso do corpo para a
perna do lado do braço esticado.
de movimento, equilíbrio e flexibilidade.
Passo 1 - De pé, com as pernas afastadas, o
peso distribuído equitativamente, estenda um
braço lateralmente, formando um ângulo de 45º
com o corpo, a mão descontraída.
Passo 4 - Mude para o outro pé, fazendo girar
o braço esticado, sem nunca deixar de segurar o
violino imaginário com o outro.
Passo 5 - Repita o exercício na direcção oposta,
Passo 2 - Deixe o outro braço fingir que segura alternadamente, tantas vezes quantas quiser.
um violino.
Exercício V:
Exercício atrás das costas
Este exercício destina-se a desenvolver a flexi-bilidade dos ombros,
das costas e dos pulsos. Não é
fácil, mas com determinação –
ou condescendência natural – é
possível efectuá-lo.
Passo 1 - Erga o braço direito
acima da cabeça, mantendo-o encostado à orelha.
Passo 2 - Dobre-o então até à
mão descer o mais possível pelas
costas até os dedos de ambas as
mãos ficarem entrelaçados.
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EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Exercício VI: Fingindo tocar viola
Passo 1 - De pé, com as pernas afastadas e o
peso distribuído equitativamente, assuma a
posição de tocar viola.
Passo 2 - Descontraia as omoplatas.
Passo 3 - Comece a sentir a viola imaginária.
Passo 4 - A sensação será muito delicada e em
breve se aperceberá do gradual aumento da
distância entre as omoplatas. As costas devem
estar tão permeáveis à sensação quanto a frente
– ao tocar, todo o corpo participa. Os braços
estão abertos num amplexo.
Passo 5 - Pegue agora no arco.
Passo 6 - Abarque todo o espaço possível entre
o círculo constituído pelos braços.
Passo 7 - Procure aumentar o espaço entre os
ombros.
Passo 8 - Equilibre o arco entre o polegar e o
indicador da outra mão e toque.
É importante estar ciente da sua imagem física e
do espaço que abarca ao tocar viola. Executados
todos os exercícios anteriores, estará agora
completamente relaxado e pronto a pegar no
arco, mas primeiro será o arco imaginário,
só depois iremos ao verdadeiro. (É mais fácil
apercebermo-nos dos movimentos se não
estivermos munidos de arco e viola.)
Passo 9 - Ao deslocar o arco para a frente
sentirá as omoplatas afastarem-se, aumentando
e aprofundando o espaço entre elas.
Passo 10 - A descontracção ao descer o arco faz
baixar os ombros e diminuir a tensão.
Passo 11 - Verifique os dedos que agarram o
arco – deverá haver o maior espaço possível
entre eles.
Exercício VII: Empunhar a viola
Passo 1 - Assente a viola confortavelmente
no ombro, prendendo-o com o pescoço e
mantendo-o ligeiramente levantado, sem ficar
paralelo ao chão.
Passo 3 - Apoie então o queixo.
Passo 4 - A viola encontra-se assente na clavícula; o queixo mantém-no nessa posição, mas
sem fazer excessiva pressão.
Passo 2 - Volte agora a cabeça, levantando-a, Passo 5 - O queixo nunca deve servir para fixar
de modo a trazer o violino para a posição de a posição do violino.
execução.
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EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Passo 6 - Experimente ver se a viola está firme,
mas levemente apoiado, fazendo-o rodar sob o
queixo.
Passo 7 - Visto da retaguarda, notar-se-á o espaço entre o ombro e as costilhas da viola.
exercida sobre a viola, este baixará.
Passo 9 - Não deverá mantê-lo paralelo ao
chão. Se tal suceder, será demasiada a pressão
do queixo.
Passo 10 - Retire a mão com cuidado e veja o
Passo 8 - Neste ponto, se aliviar a pressão que acontece.
Exercício VIII: Articulação do cotovelo
Dá-se uma reacção no ombro quando o braço
faz girar o cotovelo. Quando a mão se desloca
em direcção ao corpo, o ombro vai ao seu
encontro; quando se afasta, o ombro acompanha
o movimento. Experimente pessoalmente a
sensação.
Passo 6 - Repita agora, segurando a viola.
Passo 7 - Quando a mão estiver na posição
inferior, notará que a viola fica ligeiramente
subido e o braço estendido.
Passo 8 - Passe agora da posição inferior para
uma superior.
Passo 1 - Deixe pender o braço à vontade; sinta
Passo 9 - Como a viola está um pouco subido,
o peso no ombro.
a mão descerá.
Passo 2 - Dobre agora o cotovelo.
Passo 10 - Sente o ombro mexer-se sob a viola?
Passo 3 - O ombro avança ao encontro da mão. É importante ter a noção de que toca do alto:
Passo 4 - Ao mudar de uma posição para a mudando a mão de posições inferiores para
superiores, terá a sensação de a deixar cair ou
outra, tudo se articula no cotovelo.
Passo 5 - É importante estar consciente das de a sacudir. Trabalhamos a favor, e não contra,
a gravidade.
implicações deste movimento.
Exercício IX: Oscilação da viola
Este exercício tem duas finalidades: levar a
adoptar a posição ideal para o polegar e evitar
que o queixo exerça demasiada pressão sobre
a viola. Tal só é possível desenvolvendo a
capacidade de rodar o polegar. Como a viola não
pode oscilar se o queixo exercer uma pressão
demasiado forte, o exercício atingirá ambos os
objectivos.
Muitos violetistas colocam o polegar demasiado
acima, ficando, assim, privados de usar aquela
articulação.
Passo 3 - Prenda agora o braço da viola entre
o polegar e o indicador e rode-o, sem apoiar o
queixo.
Passo 4 - Um outro erro é colocar o polegar
demasiado acima no ponto e agarrar com muita
força.
Passo 1 - Faça rodar a viola entre o polegar e
cada um dos dedos, por sua vez, num movimento
Passo 5 - O segundo dedo fica na corda do sol,
oscilatório.
mas o movimento deve ser praticado aplicando
Passo 2 - Repare na posição do polegar que um dedo de cada vez em todas as posições e em
sustenta a viola – está assente na última falange. todas as cordas.
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EXERCÍCIOS PRÁTICOS
“As raízes do estudo são
amargas, mas seus frutos são
doces.”
(Aristóteles)
“Do mesmo modo que o
campo, por mais fértil que
seja, sem cultivo não pode dar
frutos, assim é o espírito sem
estudo.”
(Cícero)
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EXERCÍCIOS PRÁTICOS
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Nota conclusiva
P
odia começar por dizer que aprendi imenso
e gostei muito de realizar este trabalho
mas, sinceramente, como se diz popularmente,
chamar as coisas pelo nome.
Ao realizar este trabalho aprofundei e organizei
muitas ideias confusas que iam na minha
cabeça. Para começar, tirei todas as dúvidas (e
eram muitas!) que sempre tive sobre a história/
a origem da viola. Certamente que ainda não
está completo e há muitas mais histórias para
descobrir, mas existem tantas variações, tantas
discussões sobre as raízes deste instrumento
que qualquer um fica confuso. Acabaram os
dias da célebre questão bastante debatida entre
violinistas e violetistas: “Violino ou viola, quem
apareceu primeiro?”.
Outro ponto que considero crucial foi o
levantamento de que materiais quer virtuais quer
impressos que um violetista tem ao seu dispor.
Afinal não existem assim tão poucos violetistas
espalhados por Portugal e pelo mundo, basta
ver pelos números da Associação Portuguesa
de Viola d’arco, pela Associação Americana,
pelas inúmeras associações quer regionais quer
nacionais que estão por aí espalhadas, não são só
os violinistas que são muitos, também existem
violas! Existem livros para violas, páginas e
páginas sobre violas, existe um pequeno grande
mundo só para a clave de dó que para muitos
ainda é desconhecido ou inacreditável, e tem de
o deixar de ser. Há que mostrar o célebre “Viola
Power” e “Aço” que defendemos nos estágios
de orquestra, e também saber ter cuidado com o
nosso próprio instrumento.
A nível teórico-técnico, foi-me bastante útil
conhecer e distinguir todos os tipos de golpes
de arco, articulações e efeitos sonoros. Muitas
vezes tinha diversas questões sobre o que é
realmente o spicatto, de termos contidos quer em
partituras orquestrais quer mesmo de viola solo.
Saber a definição das posições correctas para
tocar, para não cometer erros que mais tarde são
dificílimos de tirar por já se estar tão habituada a
eles e que ainda podem causar problemas físicos
como dores de costas ou tendinites, e acreditem
que é bastante aborrecido e desanimador.
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Outra grande evolução (e a principal de todas)
foi o término dos papeis soltos com exercícios
apontados, que ou desapareciam, ou eram
sujos com comida, ou o lápis apagava, ou
simplesmente as indicações não eram claras o
suficiente para o realizar novamente. Finalmente
a organização reina e novos conhecimentos/
exercícios surgiram ao longo do processo.
Com tudo isto, não posso dizer que não aprendi
nada, muito pelo contrário, e também que
não gostei de o fazer, porque se fosse esse o
caso não o teria aprofundado tanto em certos
aspectos. Certamente que não resolvi todos os
problemas técnicos que tenho e que dispendi
de muitas horas para o elaborar mas acho que
tomei consciência de algo que já deveria saber
e que nunca acreditei muito: Há coisas que um
instrumentista tem que descobrir por si, outras
que precisa de uma pista para as encontrar, por
isso acho importante e não uma perca de tempo,
como já ouvi várias vezes afirmar, que cada um
estude o instrumento, não só as partituras mas a
sua história, o modo de melhor funcionar com o
seu instrumento em particular. Mas obviamente
que as bases técnicas também têm de lá estar,
fazer escalas não é aborrecido, é um meio para
atingir um fim, e assim que se tiver uma técnica
segura segue-se para o outro patamar, explorar
a natureza emocional da música através de um
uso inteligente e intuitivo do som. O arco pode
funcionar para um violetista como a voz para o
cantor, está tudo ligado ao teu corpo, a ti, e com
a viola expressas tudo o que quiseres bem como
revelas o verdadeiro carácter expressivo deste
instrumento. Podemos chamar-lhe trabalho de
equipa, longos anos de treino, todos os termos
que nos vierem à cabeça, mas a finalidade é só
uma, a música, e ela vale a pena!
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EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Agradecimentos
A
gradeço desde já a todos os intervenientes na realização
deste trabalho, todos os que ajudaram quer em pequenos
ou grandes detalhes mas que foram importantes para o resultado
final. Começo por agradecer à Professora Teresa Correia pela
iniciativa de me incentivar a fazer este trabalho bem como pelo
constante apoio, material que disponibilizou e conhecimentos que
me transmitiu; À violetista Barbara Friedhoff por toda a atenção
que desde sempre teve para comigo e por me apresentar aos
exercícios técnicos de Bruno Giuranna, tendo sido este trabalho
idealizado com base nos exercícios de Bruno Giuranna que me
foram transmitidos por Teresa Correia e Bárbara Friedhoff; Aos
meus pais, Edite Lapo e José Franco pela finalização gráfica e
encadernação do trabalho bem como pela paciência usual, que
parece não se esgotar, ao longo dos anos, principalmente nos
dias “Eu não consigo”; Ao oboísta António Filipe, por servir de
modelo fotográfico aquando da minha falta de elasticidade, pela
resolução de todos os problemas técnicos, ideias e apoio que
me deu ao longo do semestre; A todos os amigos da viola que
chegaram até aqui, ao fim da leitura deste trabalho e que tenham
ganho uma nova perspectiva, espero que positiva, do mundo
técnico da viola.
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Bibliografia
Edições consultadas:
MENUHIN, Yehudi – A Lição do Mestre;
Gradiva; 1ª Edição; Lisboa; 1991;
Tradução de Maria Georgina Segurado;
VAN DER WERFF, Ivo-Jan; A Notebook for Viola Players; Kingsley Literary Services;
COETZEE, Chris – Violino, Um Guia Essencial;
Editorial Estampa; Lisboa; 2004;
Tradução Maria Costa e Revisão Técnica Raquel Cravino;
GALAMIAN, Ivan; Principles of Violin Playing and Teaching; Faber and Faber; Londres; 1970;
SADIE, Stanley; The New Groove Dictionary of Musical Instruments; Macmillan Press Limited; London; 1984; Páginas 753 a 764;
EDGARD, Carlos; As Vozes de Orquestra;
Direcção Geral do Ensino Primário, 1965;
HENRIQUES, Luís; Instrumentos Musicais;
Fundação Calouste Gulbenkian; 7ª Edição; Lisboa; 2011;
Websites Consultados:
http://www.giuranna.it;
http://www.Suzukiassociation.org;
http://www.jose-sanchez-penzo.net/cfflesch/;
http://mundodamusicaclassica.blogspot.com/2008/09/hans-sitt.html;
http://www.libraries.uc.edu/libraries/ccm/special_collections/Schradieck.html;
http://www.gmccb.com/index.php?option=com_content&view=article&id=13 cuidados-violino-e-viola&catid=1:latest-news;
http://www.taochia.pro.br/bolaschinesas.htm
Todos os outros websites que foram referidos ao longo do trabalho, nomeadamente no mundo cibernético da viola.
Nota: Todas as imagens da capa foram retiradas de websites de Orquestras, Escolas, Conservatórios, Universidades ou páginas
pessoais, e servem para mostrar um pouco das Violas Profissionais em Portugal, havendo muitas mais por terras portuguesas
bem como pelo mundo fora!
Alexandre Delgado; Ana Alves; Ana Ivanova; Andre Cameron; Andrei Ratnikov; Ângela Silva; Ângela Teles; Barbara Friedhoff;
Bárbara Pires; Bruno Silva; Bruno Sousa; Carina Rocha; Carla Marques; Carlos Lourenço; Christopher Hooley; Daniel_Leão;
Danuta Grossmannová; David Lloyd; Dírio Alves; Emília Alves; Eugénia Lima; Eva Neiva; Francisco Pampulha; Gabriela; Gerardo
Gramajo; Helena Leão; Hugo Diogo; Irma Skenderi; Isabel Martin; Isabel Pereira; Isabel Pimentel; Ivetta Natzkaya; Jano Lisboa;
Jean Loup Lecomte; Joana Araújo; Joana Cipriano; Joana Pereira; João Tiago Dinis; Jorge Alves; Judit Bank; Juliana Lopes; Kátia
Santandreu; Laura Blazyte; Leonor Braga Santos; Liliana Fernandes; Lu Zheng; Lúcia Lima; Lúcio Studer; Luís Noberto Silva;
Madalena Melo; Maia Kouznetsova; Mariana Blanc; Massimo Mazzeo; Mónica Saraiva; Natália Tchitch; Nguyen Thu; Odete
Neiva; Paul Wakabayashi; Pedro Falcão; Pedro Meireles; Pedro Munoz; Raquel Bastos; Raquel Massadas; Ricardo Mateus;
Ricardo Gaspar; Rita Cardona; Ryszard Woycicki; Samuel Barsegian; Sandra Martins; Sandra Moura; Sandra Raposo; Sara
Barros; Sofia Gomes; Susana Cordeiro; Teresa Correia; Teresa Fernandes; Teresa Fleming; Tirza Vogel; Toby Hoffman; Valentim
Petrov; Zhanna Antoniuk.
“
Para fazer uma obra de arte não basta ter talento,
não basta ter força, é preciso também viver um
grande amor.
Wolfgang Amadeus Mozart

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